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Full text of "Portugal antigo e moderno; diccionario ... de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal e de grande numero de aldeias"

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»««  <f»I 


PORTUGAL 


ANTIGO  E  MODERNO 


VOLUME  QUINTO 


I 


<     i 


PORTUGAL 

ANTIGO  E  MODERNO 
DICCIONARIO 

ÃrclieoloiEioo, 
IXl)rtorlo*o,  Bio^raplaloo  e  X^ty-moloflco 

OE  TODAS  AS  CIDADES,  VUUS  E  FDEdllEZUS  DE  POBTIIGAl 

DE  GRANDE  NUMERO  DE  ALDEIAS 


í.  por  aerom  patrta  d'tioraetiB  oélebres. 
por  batalhas  ou  outros  lactoe  importantes  que  n'ellaB  tlToram  logor, 
por  soreca  BolareB<ie  famílias  nobres, 
ou  pormonuia«iitoB  da  qualquer  natureza,  alUexlateutes 


NSTICU  DC  lUITU  CIUDES  E  OUTRU  PDVGJICDES   M  LUtlTWIl 

BI  Qiis  mm  KisiAi  mmm  m  mtm  a  nm&o 

FOB 

Augnslo  Soares  dMieredo  Barbosa  de  Pinho  Leal 


LISBOA 

UVKABU  EdITOBA  DB  U&TTJS  UoRKIRA  &.  COUPASBU 

B8— Prftga  de  D.  Pedro — 68 
187!! 


HARYARP  COLLEeC  UIRAKY 

COUMT  OF  SANTA  EUUUA 

OOLLECTION 

6IFT  OF 

MAY  28  1924 


A  propriedade  doeste  DICOIONAREO  pertence  a 
Henrique  d^Araujo  Godinho  Tavares,  súbdito  brasi- 
leiro. 


LISBOA 

Ttpografhia  Editora  db  Mattos  Moreira  &  Cohpanhu 
67  — Praga 'de  D   Pedro  — 67 

1875 


POlimMi  AMGO  E  lODllO 


M 


MAÇ 

M— letra  nomenl-^vãlea  sempre  mi); 
mas  antigamente,  com  um  til  por  cima  va- 
lia dez  mil 

HAéL-^portngnez  antigo*— liia). 

M&ABO— portugnez  antigo-Hnio. 

MAAO-PARAMBirrO — portQgaez  antigo. 
— içalfeitorla,  destruição,  damno,  ele. 

MAÇADA— Vide  VUlar  de  Maçada. 

HAÇADURAS^-portúgnez  antigo— muleta 
ou  pena  qtte  pagavam  os  que  davam  pan- 
cadas em  alguém. 

No  fotal  de  Bragança  de  161&  declara  o 
rei  D.  Manuel  que  mais  se  não  devem  levar 
as  penas  de  maçaduras  e  san^^— que  an- 
tes  chamavam  indicias^  e  no  principio  da  mo- 
dárcbia,  ioózesy  coimai  ou  Hvores, 

Ainda  hoje  .se  diz— «noçaia,  uma  carga 
dd  pau,  piza  e  toza. 

Eéta  pena  pagavam  antigamente  os  que 
matavam,  íériam,  espancavam,  faziam  con- 
tuz5ôs,  maçavam  ou  também  injuriavam  com 
palavras  affrontosas,  torpes,  indignas,  que 
faziam  empallidecer  o  off^ndído. 

HAÇAINHAS  DB  BELMOKn— freguezia, 
tieli*a  Baixa,  comarca  da  Covilhan,  Concelho 
de  Belmonte,  18  Mlometros  da  Gtnurda,  305 
a  £.  de  Lisboa,  130  fogos. 

Em  1797  tinha  lOd  fogos. 

drago  Nossa  Senhora  âi  €oncel^. 

Bispado  da  Guarda,  districto  admhrf8tlA<-' 
tivo  de  Castello  Branco. 

O  vigário  de  Santa  Maria  de  B^ente 

VOLUME  V 


MAÇ 

apresentava  o  cura,  que  tinha  7i|000  réis 
de  côngrua  e  o  pó  á*altar. 

MAÇAINHA8  DA  OBARBA -- f^egoem. 
Beira  Baixa,  concelho,  comarca  e  3  kitome- 
tros  da  Guarda,  300  ao.  E.  de  Lisboa,  %90 
fogos. 

Em  17^7  tinha  130  fogos. 

Orago  Nossa  Senbora  da  Famagueira. 

Bispado  e  districto  administrativo  da 
Guarda. 

O  primeiro  nome  d'e«ta  íreguezia  foi 
Granja  de  Maçaiiiihas. 

O  prior  de  S.  Thiago  da  Guarda  apresea» 
tava  o  cura,  que  tinha  6^000  réis  de  coo* 
grua  6  o  pé  d'altar. 

É  povoação  muito  antiga,  pois  em  èMiúf 
aforou  e  mosteiro  de  Salzédad  a  aeia  BM)r4« 
dores  a  sua  grania  de  Maçainhas  no  termo 
da  Guarda. 

MAÇAL  DA  RBEIRA— fregueáa.  Beira 
Baixa,  comarca  e  concelho  de  Trancoso^  K4 
kilometros  de  Viseu,  326  ao  E.  de  Liaboa, 
35  lègos.  Em  1757  tinha  34  fogos. 

Foi  anligamente  do  bispado  de  Viseu,  ho- 
jo  é  €o  ée  Pinhel,  districto  administraUvo 
da  Guarda 

Orago  Nossa  Senhora  da  Conceição. 

O  róal  padroado  apresentava  o  abbMo, 
que  tinha  1501000  léis. 

Esteve  annexa  a  esta  freguezia  a  do  N^* 
sa  Senliora  da  Graça,  d»  ViUaree,  «ae  boje 
I  êbtà  indepenAinte. 


6      ,  MAÇ 

MAÇAL  DO  CHÃO— fregaezia,  Beira  Bai- 
xa, comarca  e  concelho  de  Celorico  da  Bei- 
ra, i8  kilometros  da  Guarda,  360  ao  E.  de 
Lisboa,  140  fogos.  Em  1757  tioha  i04  fogos. 

Orago  Santo  Estevão,  protomartyr. 

Bispado  e  districto  administrativo  da 
Guarda. 

O  commendador  d'01iveira  do  Hospital 
apresentava  o  cura,  que  tinha  6^000  réis  de 
ooogrua  e  o  pé  d'altar. 

MAÇAM— portuguez  antigo— nome  pró- 
prio de  homem— hoje  dizemos  Mírçal, 

MAÇANS  DE  CAMINHO— freguezia,  Es' 
tremadura,  comarca  de  Figueiró  dos  Vinhos, 
concelho  de  Alvaiázere,  48  kilometros  ao 
S.  de  Coimbra,  3  de  V^IlaNova  de  Pussos,  6 
a  O.  de  Maçans  de  Caminho,  155  ao  N.  de 
Idishoa^  130  fogo8« 

Em  1757  tinha  67  fogos. 

Orago  Nossa  Senhora  da  Graça. 

Bispado  de  Coimbra,  districto  administra^ 
tivo  de  Leiria. 

Foi  villa. 

O  tribunal  da  mesa  da  eonseiencia  apre- 
sentava o  vigário,  que  ticiha  40M00  réis. 

Era  commenda  de  Christo,  e  tiaha  até 
1834  uma  companhia  de  ordenanças. 

No  siiiode  Valie  d6  St^rai,  d'6sta  fregue- 
zia,  ha  minas  de  ferro,  das  qoaes  é  pro- 
prietário legal,  desde,  agosto  de  1873,  o  sr. 
Carlos  Hyone. 

MAÇANS  DE  DONA  MARU— vilia,  Estre- 
iiladora,  comarca  e  concelho  d^  Figueiró 
dos  Vinhos,  40  kilometfos  ao  S.  de  Coim- 
bra, 6  a  fi.  de  Maçans  de  Caminho,  165  ao 
N.  de  Lisboa,  630  fogçs. 

£m  1757  tinha  415  fogas. 

Orago  8.  Paulo,  apostolo. 

O  prior  do  convento  de  Grijó,  de  cónegos 
regrantes  de  Santo  Agostmtao  (crutíos)  apre- 
sentava o  vigário,  que  liah»  100#000  réis. 
Primeiro  foi  apreseuiação  alternativa  do 
pontifiee  e  do  mosteiro  de  Santa  Cruz  d^. 
Coimbra. 

'  fira  a  fregnezia  eommenda  do  conde  de 
Villa  Flor,  que  pagavjt  ao  vigário,  ao  cur^t 
eá  fabrica. 

■'  A  vHia  pertencen  alé  iÔ41  i  casa  doa 
marquezes  de  Villa  Real,  e  dopois  iMtssoa 
para  a  cas^  do  infantado. 


MAÇ 

Era  concelho  muito  antigo,  com  camará 
e  justiças  próprias  e  todos  os  officios  públi- 
cos eram  dados  pelos  infantes. 

D.  Manuel  lhe  deu  foral  em  Lisboa,  a  IS 
áf^  novembro  de  151^  lUvro  dos  foraes  no- 
vos da  Estremaiuray  d.  159,  coi.  2.*) 

Está  situada  a  vilta  tio  cume  da  serra  de 
Santa  Heiena,  passando-lhe  pelo  £.  o  rio 
Algé. 

É  terra  muito  fértil  e  povoação  muito  an* 
tiga. 

No  sitio  da  Cova  das  Barrancas,  d'esta 
fr^^guezia,  ha  minas  de  ferro,  das  quaes  é 
proprietário  legal,  desde  janeiro  de  1873,  o 
sr.  Carlos  Hynne. 

MAÇANS— rio,  Trfz-o^ -Montes.  Nasce  em 
Hespanha.  Serve,  por  algumas  léguas,  de 
raia  entre  Portugal  e  Caat«ila« . 

Entra  n«  esquerda  do  Sabor,  qoiaai  da*, 
fronte  das  Talhas. 

MAÇiO— villa,  Extremadura,  comarc»  e 
â&  kilometros  a  E.  de  Abrantes,  eaèeça  do 
concelho  do  seu  nome^  140  kilonietros  ao  O. 
da  Guarda,  6  do  Tejo  e  150  aq  SE.  de  Lis- 
boa, 750  fogos. 

Em  1757  tinha  280  fogos. 

Bispado  de  Casteilo  Branco^  districto  ad- 
ministr-itivo  de  Santarém. 

O  conoelho  de  Maçào  é  composto  de  4  fre- 
guezias,  que  são— Belver,  Carvoeiro,,  Enven- 
dos  e  Mação. 

Para  a  sua  etymologis^  vide  Maçam. 

O  real  padroado  apresentava  o  vigário^ 
que  tinha  40^000  réis  e  o  pé  d*altar. 

Até  1834,  tinha  capitão-niór,  com  duas 
companhias  de  ordenanças. 

Tem  fabricas  de  baetas,  de  boa  qualidade. 

Os  marqueze^  de  Fontes  eram  alcaidea- 
môres  d*esta  villa. 

Está  situada  próximo  do  rio  Nabão. 

No  logar  doX)Qjieiro9  d'es|6  concelho^  se 
descobriu,  em  janeiro  do  1873,  uma  mina 
de  ouro.  Ha  também  aqui  Qijnas  de  ferro, 
manisfestadas. 

Ê  terra  muito,  fértil  em  ce^eaes,  azeite^ 
bons  vinhos  e  fructa/^  No^  seus  montes. ha 
mnita^MÇ^ 


Desde  tempos  immemoriaes  se  fabrica 


MAÇ 

Xi*6suíregàe£ia.&nia<e8|ieciaj[iâade^d9  fazdii^ 
da  de  Ud,  aque  aqal  ciiaiúaiii  lanaíài^. .  m 
.  Sâb  e^ivA  estofos  Untos  ^guns  e<»Ei  anil ; 
mas^  a  maior  paEte^fieapi  eooia  côr  natura) 
da  lan,  preta. 

Até  1860,  ^ia:se  agui  todo  o  serviço  de 
emlar^  fiar  B:ieeer,.á  mão.  .  . 

Desde  «n|ão  tem  levado  d^aqiM.asJaivs 
para  as  £abricaA  de  Partalegr^>  Castanheira 
Gaatello  Brai^co  e  até  alguns  as  k^avam 
para  Ca^stello  Novo  e  Gotilhao,  a  tO  ^e 
maia  legaas  de  distaneia,  sofrendo  eom  is- 
tt^  nao  s6  os  inboaunodoa  e*  despegas  de 
jornada,  fretes,  espias  taâ-  (iabríeas,  coom» 
demora  no  aviamento  dasians  (á».ves69  6, 
7e  8  mezes.)  \.-   , 

JSm  i868  veio.  aqni  nm  engenheiro  de  map 
chinas  par.a,  por  meio  de  ui»a  eooopanbia, 
ftmdar  em  Mação  uma  fábrica  de  ear.dar 
-ei  fiar  lan^mas  todos  recearam  maa  resul- 
tado da  empreza,  e  reirahindo-se  os  Ciipi 
tae{^  não  se  levon  a  effeito  a  construeçào  de 
tíbo  necessário  estabelecimento. 

Tendo  para  aqni  sido  despachado  jaiíer^ 
dinario  o  sr.  dr.  Joaquim  Lourenço  Vidal, 
90  fim  de  i871,  observou  o  movimento  inr 
dustrial,  e  auxiliado  por  outros  esclareci.- 
mentos,  eonciuiu  que  era  urgentíd^imo  e  da 
maior  utilidade  para  e$ta  povoação,  um  es- 
tabelecimento de  cardar  e  fiar,  e  que  nào 
deixaria  também  de  ser  vantajoso  para  quem 
o  emprehendesse. 

A  sua  boa  vontade  venceu  iodas  as  dífiOi 
culdades  e  pôz  em  DM)vimento  a^uanova 
fabrica,  em  outubro  de  Í87X    . 

Esta  fabrica  carda  e  fia  alan  para  as  ta^ 
fazendas  chamadas  latiainha^y  porxx)nta  dos 
fabricantes,  e  também  por  conta  própria. 

O  agente  propulsor  da  fabrica,  emprega- 
do, tanto  de  vtrio  como  de  iaverno,  é  ex- 
elu^vamente  o  vapor. 

Emprega  já  umas  20  pessoas,;  Aias,  se 
também  se  emprt^gar  em  tecer  (como  dese- 
jam 08  proprietários)  deve  empregar. de  60 

Está  o  edificio  fundado  nos  subúrbios,  da 
villa^  Junto  4  fonte  publicada  povoação^ .cha- 
mai a  ForUe  do  Fomo^  e  distando  da  ex- 
tremidade áa  vilia  apenasuns  ISO  metros, 
lelantoí.:'  ■    •  .  ,. ,  .ij.  N  \ 


MAiÇ  7 

.:Çq«i.,.a  construeçào  d'e$t^  fateiea  ae  tep 
deaeavolvidpi  muito  o  fabrioo  das  lans ;  pqr-t 
qua  até  ^gora  só  pessoas  al^astadas  podiam 
teç^.  as  .lao^.por  terem  dinheiro  para  as 
maadarem  :£ar«  em  grandes  porções  a  ter- 
ras distante»,;  ao  paaso  que  hoje  qualquer 
industrial  menos  favorecido  da  £)rtuna|  pô- 
de /e^lafcelecer  nm  teari  vi^to  que  na  fabri? 
ca  lhe  cardam  e  fiam  qualquer  peso  de  ias 
por,djf»jiiut0)que  seja. 

Aated.dA  fundação  d^e^taJEabriça»  fiahiap 
d*aqui  annualmente  umas  duas  poU  ari^ohas 
de  W,.  para  9ar ;  Itoíejá  o  qipvimentq  é 
muito;  in^oi'. 

i  Q  ar.  Yià»lM.  pois  um  grande  serviço  i 
vHla  de  Mação*,  honra  lhe  seja, 

A  firma  social  4*esta  emprezaé.  Joaquim 
Lourenço  Vidal  át  G.» 

Agradeço  ao  sr^  dr.  Vidal  os  esclareci- 
mentos que  ine  deu,  e  que  me  habilitaram 
a  poder  Xallar  d'esta  industria. 

Ainda  está  m\  construeçào  uma  outra  U^ 
brica  para  o  me^mofim,  do  sr.  Francisco 
de  Pina  Carvalho  Freire,  que  também  foi 
principiada  em  1973. 

Mação  é  a  pátria  do  insigne  latinista  a 
iheologo,  António  Pereira  de  Figueiredo, 
qaenaseeu  em  i725  e  falleceu  em  1797. 

Foi  homem  muito  erudito  e  de  profundo 
saber.  A. maior  parte  das  suas  obras,  saoea$* 
eriptas  em  latim. 

As  dissenç^  entre  a  euria  romana  e  o 
governa  portuguez,  lhe  deram  occasiao  de 
advogar  a  causa  da  pau^ia,  na  célebre  Tai- 
tatwa  Tl^í^ogica,  publicada  em  1769. 

D.  José  l^  em  recompensa»  o  nomeou  iu- 
.(erprete  mór,  cujo  c^rgo  exerceu  emquantò 
vivo;  Além  dUsso^  era  da  real  mesa  censó- 
ria e  membro  da  Academia  Real  das  Scieâ- 
^ê9^i  n4^  Alassp  de  liitera^ira. 

As  suas  obras  formam  um  longo  catalogo» 
«  entre  ell^  avulta  a  traducçao  da  BMia^ 
«m  por,tugiieZy  com  notaa-^X.t^itonía  Sacra 
—  Elementos  de  Historia  Eçclesiastica  — 
Exercidos  da  língua  latina  e  portugueza-^. 
NmM^.mfthio  dewmmfilioa  latina,  qne  iem 
tidQíinaMtâQjlO  edições -T^Ikic^ífia  VeUris 


8 


m^ 


Eeelesiae  ie  inprema  ngum  poteêMH^  i}aê 
fdf  traduzida  em  francez  e  outras  lininas. 

Thmbem  se  lhe  altriboe  a  celebre  Dedátí^ 
çãaChrcnoloçica,  on  relatório  eontra  os  Je* 
seitas ;  liias  esta  obra  ó  do  dr.  José  de  Sea* 
ttÊL  e  Silva  e  do  marques  do  Pombal. 

■AQtHIè  (8.)  •—  alta  e  iDgreme  monta* 
Mi,  Douro,  na  terra  de  LaíSes;  comarca  de 
ttosella. 

É  um  ramo  da  Gralbeira.  Cria  ttutta  ca- 
ça grossa  e  minda,  e  n*eHa  nascem  tarios 
ribeiros  e  regatos. 

MAÇARBLLOS  ou  HASSAHELLOS  e  tam- 
bém BOA  VIAGEM— freguezia^  Douro,  co* 
márea  e  bairro  oceidental  da  cf dadb  do  For- 
íú,  a  cujo  bispado  e  districto  também  pem- 
teooe^  e  d*onde  dista  (contando  do  centro  da 
cidade)  2  kilometros  aO.  e  310  aoN.  dè 
Lisboa.  500  fogos. 

Sín  1757  tinha  Íi9  fogos. 

Orago  Nossa  Senhora  da  Boa  Viagem. 

O  prior  da  collegiada  de  Cedofeita,  da 
mesma  cidade,  apresentava  o  cura,  que  ti- 
rtia  60^000  réis  e  o  pé  d'aUar. 

Com  o  grande  deselxvolvimento  que  a  po- 
pulação do  Porto  tem  tido  para  o  E.,  N.  e 
O.,  a  freguezia  de  Massaréllos  pôde  e  deve 
hoje  considerar- se  como  a  continuação  da 
cidade  do  Porto. 

Esta  freguezia  e  a  de  Cedofeita  (da  cida- 
de do  Porto)  foram  dadas  por  D.  Affonso  I, 
M  80  de  junho  de  liS6,  ao  D.  prior  e  co 
negos  da  collegiada  de  Cedofeita,  que  fica- 
ram sendo  senhores  donatários  das  duas 
theguezias,  das  quaes  recebiam  grandes  fó- 
fb^  rendas,  domínios,  luctuosas,  etc.  (Os 
dominíds  eram  quasi  todos  de  5,  f^ou  20 
pòr  cento  do  valor  da  propriedadel) 

Os  donatários  pagavam  o  quinto  à  corda, 
fue  lias  duas  freguezias  andava  por  33JÍ000 
Ais. 

Estas  doações  íbram  confirmadas  dspols 
por  outros  reis  portugueses. 

A  doação  comprehendia  todas  as  herdades 
^Azs  ditas  fr^zitts,  cúfUtçuas  éfnmihus  dos 
anttòs  dà  Sé  do  Pútto. 


A  fHêgbézia  dé  HlssM^lIos  cfstá 
iúmé  sRttadi^,  pai^  ú^  nk^ité  diS's«a  nd- 


HAa 

me^  o  pane  na  margiem  direita  do  Doqiiòí^ 
onde  tem  uma  boa  estrada  á  macadam,  e 
um  emmnho  americano,  construído  em  i873y 
para  S.  João  da  Foz,  e  Leça. 

É  n'esta  freguezia  a  antiga  alfandega,  por 
isso  chamada  de  Maçaréllos,  que  ainda  ser* 
ve  de  deposito  de  todas  as  mercadorias  que 
não  cabem  na  al&ndega  principal  O  eÁâ» 
elo  é  propriedade  particular  que  a  alíánde* 
ga  traz  de  renda. 

Toda  a  margem  do  Douro  pertencente  a> 
esta  fíreguezia  é  orlada  de  casas,  sendo  ai^ 
fumas  d'ella8  de  boa  appareneia. 

fia  aqui  um  terreiro  sobre  a  margem  èv 
rio,  oceupado  com  uma  alameda,  formada 
por  arvores  seculares,  e  proiimo  d*ella  a 
bonita  residência  do  sr.  barão  de  Maçarél- 
los, tendo  na  fronte  a  óptima  fabrica  de  faB^ 
dição  de  ferro  do  mesmo  nome,  que  é  de 
uma  companhia. 

Onde  hoje  se  vé  a  alameda,  existiam  no- 
seculo  XIII  as  salinas  de  MaçarélloH,  cele- 
bres pelas  grandes  demandas  a  que  deram 
causa  —  primeiramente  entre  a  coroa  e  os 
cónegos  de  Cedofeita — e  depois  entre,  estes 
e  os  bispos  do  Porto. 

Achando-se  o  rei  D.  Diniz  em  Braga,  con- 
firmou, por  alvará  de  7  de  julho  de  1280,  ao 
abbade  da  collegiada  de  Cedofeita,  do  Porto^ 
o  privilegio  do  seu  couto,  sabre  não  se  eM- 
hargar  pelos  officiaes  del-rei,  tirar -se  sal  doe 
marinhas  de  MassareUos.  (Documento  do 
archivo  da  collegiada.) 

Os  bispos  do  Porto,  allegando  serem  ser 
nhores  da  cidade, -contestaram  este  alvará  e 
deram  causa  a  encarniçados  litígios. 

Estando  D,  Affonso  Y  em  Évora,  fez  con- 
de da  MassareUos  a  João  Rodrigues  de  Sk, 
alcaide-mór  do  Porto,  por  carta  de  29  de 
dezembro  de  1469. 

Sobre  o  monte  de  Maçaréllos,  no  sitio  on- 
de existiu  a  celebre  torre  da  marca  ((fo» 
servia  para  dar  os  signaes  aos  navios  que 
demandavam  a  barra)  está  hoje  o  sumploa- 
so  palaoio  do  crystíU  com  o  Édtt  tbeati^  áe 
Gil  Vicente,  o  seu  ciroo  d  os  mus'  vasias  e 
formosos  jardins;  estando  no  reciai»  dV- 


MáiÇ 

ta  a  oapella  oiide  foi  sepultado  e  esteva  al- 
gum tempo  o  cadáver  de  Garioe  Alberto»  ml 
do  Piemonte.  (Vide  PartcJ  ' 

É  lambem  D*e8ta  fregaeiia  á  aeredilada 
Amdição  de  fefro,  do  Oum,  sobre  a  «marfem 
do  rio,  e  hoje  propriedade  do  illastrade 
ándiiBirial  o  ar.  Laiz  ^Ferreira  de  :8aa8a 
Cruz. 

Ko  territerio  d'e9ta  tnefaeiia  ha  Jormo- 
jae  casas  de  campo  e  boas  cpiiiitas. 

Aqni  nasceu,  em  30  de  março  de  1745,  «o 
4r.  António  Ribeiro  dos  Santos.  Eva  flibo  de 
Ifamiiel  Rib^ro  de  Sonsa  6ãinMMrie%  scoco- 
nel  de  Mineiros,  e  de  D.  Josepba  Ifaeia  de 
lèsns. 

Chamado -por  (8SII  avô  ao  SrasU,  aM  fez 
«ossens  prhnedroe  estudos,  sob  .a  direcfio 
<dos  Jeanitas  no  seminário. 4a. Lapi^  da  eldii- 
•dedo  Rio  de  Janeiro. 

Em  1764  regressou  a  palria,  •  tse  .matri- 
culou na  Universidade  de  Coimbra. 

Formou-se^ttn  direito  canoaiose  Mjra- 
4iMdo  lom  i77l— lente  eubsiituto^  e  depois 
«oatiiedratieo  da  mesma  faouldade^^Hregeiído. 
^as  cadeiras  de  4ireito  natural  «:psim4lia; 
sjoithetica  das  deeretaes^  até  ser  jubilado ' 
«IEÍ795. 

Foi  o  !.*  bibliothecarlo  da  'Unira^ade 
depois  da  reforma  do  marquei  4o  íP^mbal,! 
-am;i777-^-«ommissariOfaral.4Pi  estudos, 
«iia.re|l«rtiQãa  daoArte  le  provineiai^a.ftB- 
ctosmaditra-^ceiísoriregío^deppíiado  daj^a- 
<U  datrevisloie^cenaunailo  no«o-eQdigo,4«ii 
•i7S8  -^d«ieiii)aif  ador  raggf avista  da  eaaa 
fáaisuppiícaçao  de  Lishoa-i^epçtfadodOíSan- 
•lo  .Officio-^  aesa  d^^onseienma  ic.  pudeifs 
.«'-rda  junta: da  bulia) da  «aato  cr»zadar-#- 
4>ilfs^o  da  jQDia  .e  eetado  da  ^eveníwiQa 


M«ie 


)9 


easa  e  estado  de  Bragança,  e  chrpjtisla  4a 
«oesma  casar«-deputado  idajunia  í€MS#  em 
»M(N|,  pana  a  ori0uiisaçâo  do  eodigovpenM 

militar— cónego  .dauioiial,  opoiBeBtado  wí 

•oncnrso,  e  eonfliaisdo  ^sucMilimRt&te, 
;íliaaiflés<de>  Yiseu*  Faro-efoetropeliMade 
.)Bv0ra-^l.-ièUiliothecariormérdaib»U9the^  [Ut^fH^MO  iHtp^. 

ca  publica  de  ^Udioa,  a  citfafQjQdaçao  rar 

gaaisaçao  pre8idiii,i«nti7Mi^^enÍB4fl»'es 


te  emnrego  lalé  que  foi  aposentado  em  IBifi 
— cavalleiro  professo  da  Ordem  de  .Ghiria^ 
odroire  Aa  «de  S.  TUago  d^.EvAda^-*dp  con- 
selho de  S.  A.  &.  .o.pvincipe  r0geií^te  (depois 
JE^.  João  i\t])-T-soaio  effectivo  ,da  acàdeinia 
real  das  sciencias  de  Lisbpj^  d^de  a  su^ 
fondai^,  em  1759-^00010  «cetrang^  da 
.aeademia;celtiQa  de  Paris,  em  1804,  etc. 

VoRrein  em  ^iisboa,  a  i6  de  janeiro  .d^ 
1818,  cheio  de  honras  e  cargos:  mas  privi^ 
do  da  vista  (que  perdera  aJlguns  aunoefan- 
tes)  na  sua  casa  da  rua  do  Sacramentq,.  n.* 
13,  ffregneaia  de  l^ossa,Senhoi^  da  iL^NSiem 
ci^a  egreja  parechial  foi  sepultado,  no  n^- 
pectivo«aaoeiro. 

MACAROVS-rAegoezia,  Míoho»  boje  ap- 
nexa  á  de  Santa  Eulália  de  Gabanellaf,  ^ 
cpmarca.ojffKpieelho  de  Yjii^  Verde,  U  rki- 
Jometros  m>  M*  A^  BcWi  e<9W  ao  N.^^ 

Em  iva  tioba^»  t»9o^. 

Orago  S.  Gens. 

Arcebispado  e  idiatricto  a4#Aistn^Yj(i  da 

O  abbade  deCabanellas  apresentava^ovi- 
gariQ,  .qqe  tiiiha.94K)00  «léis  de  cpngr^a  e  o 
pé  d*altar. 

Esu  freguezia.(Qii9ii^Pprin)ida9Porp9fue- 
3iia9iiiO;prioc^>io  do  aeenlo  XUL 

MfMNrthoe  4  J[lt9metrps  ao  S.  da  ,F^a»;|4 
fO»S..do  tmf^fi  ao.^í.  d*Ovi|ç,  í|85.í»P.». 
de  |ii|boa,.3iO  fogps. 

1E91 17X^7  ;tinba  Sil  fogos* 

^»floS*  Pedro,  apostoh). 

«ifPidQ  do  ^l^oDte,  disnícto  ,a494oi9ti^- 

<9roidí9.At«bP* 
OiOommo4ader  dm  OrdapaidelM^,  40 

Via^HL^imfiffímmf^^fp  o  íeft#irf/qae'.tii*a 

iOO^OOO  réis  de  rendimento. 

Mto^di  ^m  iPlaoW^  s<^re  a  «s|r^  a 
,0)ac:a4w,!que.4aiFfira  vem  á.estaçlOf^o 
caminho  de  feyrrQ^fpi.Ovir. 

IIAQnmillfKVide.ii  t^lavra  seg^iiite. 

IMQPDO  SQUAUTO-^rfjgu^ffa,  Jr^f  pp- 
Montes,  concelho  e  comarca  de  Bragaoi^ 

*8i)}tíimem»  4^  Wranda.nMO  ^o  M.  da 


Em  1757  tinha  30  fogos. 

Orago  Nossa  Senhora  da  Purificação. 


.j 


ío 


UllA 


MAC 


K^p»ân  e  àhifútio  «ADiBisimív»  èt 
A  mftra  ^piviMmUfa  ii  MuAt,  que  tMci 

Kn  a  ^'a  ín^fVímz  mlgamebie  o  no- 
in«  d#;  Marj^Mo  áo  Mãítô. 

MàCXM  VO  reSO— fi>giv>ffa«  Tnw-os^ 
UmUíi^,  eóniíTf^  f  4*on^f lho  do  M^fAd^nm, 
90  kikifrM*tr(/f  de  Mfraodâ,  180  ao  fl.  delis 
boa,  65  fof of. 

Em  1757  tinha  97  fr^goa. 

Omgo  0,  Báfitmlomea,  afio«tofé': 

Bf^pado  e  díatrieto  ddinlDÍ9tni(hro  dêBra- 
fança. 

O  rf^al  padroado  apreK^mara  o  ^rd,  cpie 
tinha  8)M0O  réia  dé  eoDgnia  e  o  ^  de 
alur, 

MACEDO    DOS    CAVALLEÍROS— vfn», 
Traa-ofi  Mútt^f  rabeca  da  eòmarcae  eosee- 
lho  do  mn  nome,  54  kílometros  de  Wrari 
da,  480  ao  N.  de  Hf^hr^a/  900  fegos.  * 

Em  1757  tinha  150  fog09.   ' 

Drago  S.  Pedro,  apíw^íold. '  í' 

Bifipado  6  difttricto  administrativo  déBííl- 
gança. 

A  eâsa  de  Bragan^af  ^'reseiitava  :o  rèfftv, 
que  tinha  50i|000  réis  de  rendimento. ' 

Terti  estaçJò  teíegraphlcá.         '•      '• 

O  concelho  de  lfei(!^do  doa C^rálleh^eaé 
Composto  das  35  fregoeKfas  sè^jtthttáí: — 
Ala,  Amendoeira,  Aréas,  Baguèixe;  Bornes, 
Dúrga,  C^irrapata^CasteliSes,  Cliaeím,^CDr-. 
tiços,  Corujas,  Edroso,  E<(pad^nôdo/F(?irfvi 
ra,  Grijó,  Lagoa,  Lamí-^YiOhgálLarn^s  dé^Po 
dence,  Lombo,  Macedo  dos  CsíVaílefros,  Mo- 
.  iraes,  Mafçóí,  Olmos,  Perédd,  PinJencé  e 
Romeu,  Salrellas,  Sezulfe,  Talhas,  Talhiifthas, 
Vafle-èemí^Pt^iri,  Valle  di  PorCa,  Vàlle  de, 
Prados,  VRlardo  Móhte,  Vfllàtiúhó-ft^Agiro- 
chao  e  Vlnhaí.-      ;•;.''.: 

tbdai  PBiasfreguezfas  são  dt) èl^adt)  de 
Bragança,  meiios'  Lòn^bo  é  Pèi^êdo,  que 
aXo  no  arcebisDffdò^dd  Brilga.*         • 

A  cbihardrttaMo  do&  Gá^UR^es  é  ^m- 
1l>osta  só  do  Md  inlgadb;  ifiM^t^iã '4.^^  fo- 

'  '*  Bâtá  'comaroa  e'tMíeeniò  sSè^'  dè  'AÚ\Í^$ 
de  Chachn,  que  mudaraflOpái^at^llaeM^Miá 
aédeem  1855. 


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;   t  lUi'    '      *  *'■.  "'K  'íí      1 


Mi»Mò  é  m  afipHlídô 
pA,  wfoào  de  HespaDba.  Tnmxe-o  D^Jáne 
TO  Gil  de  Maicedo,  qatt  ae  jolga  de«  o  aea 
appellido  por  nome  a  esta  Tiila,  de  qoe  foi 
Sffib^fT "donatário  e  tmà^  leve  ariar. 

B«ta  faorilía  está  1» je  niifio  famifiradi»a 
Téioo. 

1\nn  brazio  d^arma»  completo  é  mt 
campo  azol,  cinco  estr»*llas  de  oiro,  dei 
pontas,  em  aspa—elmo  d*aço  aberto— tim- 
brs,  liffl  bra^  reaiido  de  aial,  com  ifma 
maça  d^  of ro,  erar^jada  de  pontas  de-fein^ 
e  em  acção  de  querer  descarregar  a  panca- 
da. 

Oatroe  do  mesmo  appHlido  usam— eii 
campo  and,  leão  de  ooro,  cercado  de  8  yhtíb 
ras,  da  sua  eôr. 

•  Também  foi  em  Maoédo  dos  Cavalleiroa 
o  selar  e  morgado  dos  Tt4x(iraBde  Macedo 
(Para  o  que  i^espeita  a  origem  >d*eatoa.  Tér 
leiras  e  soas  armas,  vfèe  íVixBira^iáá  hià- 
piido  de'B?agaii{a.) 

CefBàO'00  reinado  de  D.  Manuel  ainia;es- 

ta  povoação  não  tinha  ò  fòro  do  TiUa»  on^ 

>^lo-fllenosi  não  era  caèeça  de  eotieelho, 

ttão  se  lhe  deu  fOr  ai,  mas  sim  a  Chaeim, 

ifVi  data' (por  esquecimento  do  escrivão)/ 

Está  o  foral  no  Livro  dos  Foraét  JUaooê 
ãe  Trttg-OÈ':MMUe»iii.  W,  col  2.» 

Ê  pois  ^te  i^râl «  d4  Macedo.. 

ÍÊAfíA!R(H:àí^(m^ko  de  mo{^oáz;-Kpop- 

taguez  antigo— 4DHho  grosso  ou  mittiUoj  Jul* 

ga*se''geratmeiite  que' o  mtlho  gro^so^oio 

^fDi  («drihecrdo  emTin^ttigal  seoao  dfpais  dt^ 

•descobrimento  dftGaínA,  por  Diogo  da^Hàii- 

hnfa,  em*  4181.  bs  portoguézes.o  trooxentai 

pai*a  o  reino,  o  ÚH  se^qne  fsi  aqui  ótUliTÉ* 

do  peta-  f.*'fes  nos^cahipbs  de  Caiaibra^ 

d*onde  HG  pPút>agi«'por  iodo  o  rei&oJ  (Yi4d 

Híilhm:)''  ,  i    '• 

•MÍà6BIRA-*p€^ttén6  rio,  Bxtreowiufa^ 
atravessa,  e  r^a  o  Valte  do  VimieUo,  de 
Alcobaça.  Mbrt e  ^  Alréa.  r.    ^ 

-MáOSIRA-^freigQetffíii  Beira  Baixa»  co- 
h[iaiK$á''de  Oeierico  <dá  Beira/  edneeftexde 
Fbrábê'a'Algòdres,*85«MI]ofiíe(lro^  de  Visefi, 
195  ao.  NE.  de  Lisboa,  IM  toiros. 
'"  Em  <imr  tiáhâ  IfS  fU{fÍa;     .      -      '  ; 


.;  SkpidQ  dfi  ViR6ii,.4iatrJkHa"»dpiBistc|ii- 

..  Orago  S.  Sebaâtíao,  iQATtyr. 

Q  reitoi::fle  gi^ta  Maria. 4e  AHi^es  apre- 
Isentava  o  cura,  que  tinha  QQfQOO  róis.de 
.IfDdimeDto. 

MACEIRA-rfregaezia,  Bstremadara,  oqu- 
..celbo,  Gpntaroa,  ^  9  Içilometio^  de  Leiria, 
600  fogos. 
,,  Em  1757  tlahá  429  fogos.      . 

Orago  Iiío8»a  S^obora  da  Lus.  .   . 

Bispado   e   districto   admiiuairativo  de 

.l^iria.  ....•.■.•./■• 

Os  herdeiros  d^.JíeBé  Galyào  da  Lacerda, 
•  4f  y^^  apr^eqlavam .  o  cura^  qiie  tjnha 

ADiigamente  dava  se  ápadroeijra  o  título 
de N(ft^(k j$â^â^ da  J^çu^a., .  .     •'/. 
.  ;Fai,iP4ta  írHgnezi^  creada-.^W  .^^17  pAo 

ipfa&t^  f^.Affoi)60,ÔUioi}dQ  j§i.pv^ViU^I> 
administrador  ou  commendatario  do.  c^* 

.i^te.  da  Wu.iCfg|,.%ie(in^jmeQto  dos 
moradoras  de  Haceira  e  do^  Jogares  visi 

,wlm^..út»vB^vlbfl^^^(ho&  .^a.fregíf^iai  de» 
.^{#  1^^Y»Q,  ,j<pj[Mí»dplhep,,«paí|Rfjrte.ra; 
.  .QbFjgatlK^  de  hiiiQ^  tq/íp^  (jff  a^i^io^  á  wa 
imtiga  matriz  no  dia  4o;fj^droe|ro^.:|^ta 
,  lobrigaçà^,  ec^asooí  ^çm  á^  e;^in^^(è  da«fre- 
.g|ie^^,de^aAta£si^^ ... 
i„  ..jÇi»,  (Te§p§m  s|ft  çtMígadpM  fabrpc?^  4a 
.  Wim  «>^«Wi(  m  oíD^lDeAtqfie.âpaga^o 

ífiwr*^!..   .     •.  .ii    t  o  '  \  •    ■  •'  ' 

.  9tq.«j.tío^A9|aQH)^leg^fja  existlf  upaa, an- 
tiga oaip^lfa  fi^if^^i  f^  NossíK  Se^^or^KÍa- 
afrWíi^qRe.flFQ^  ^^n4o.  ©gftwnilfijiwios, 
'.  ^  MÍTMini  4*  n<>K».fr^gpiç^a-. 
.n/^fWfttíte  f«i<reedia<íMÍíif/e  ^p^i^tiad^pç- 
lo  licenciado^^§fslí?ptiSo  íia,  Fiffmecf^,  A^  d^i 
^n4íafl|í^^>Íí.í«i^  qge  .posmia  vaíjaa  l^rasi 
JuDto  da  capella.  , 

Por  esta  ree^cafâo-  pj^nd^  ^fW^^ 
.^4íí^o.4a  aj^r^^mafifia  íã  ^gi;çj^^(v  que 
v«iPW>P«^«l,  <*^M^««?c^,4ií|i,^,Sanlí^^BÍp- 
iW^»*fÍ9m^^npí^S^,  4a,  ?^  , ., ,. .,.  , 

Piditçi  iafagieiA  4ffonjÇi,i9i|  l^fn^on^u, 

«WW^Mo^ae  Qq^..p . l^c^fig^á^,  %  sf^s  ijjçjr^ 


'me 


M 


l4pa  4e  yinho,  de  9£^  almades-^e  em  amo 
de  esterilidade,  500  réis  por  elles;  tudo  ai%- 
dava  ppr  Í60«0p9.  réis. 

O  infante  determinou  que  aem  o  dito .  ^- 
cènciado,  nem  seus  herdeiros  se  intitulaa- 
aom  pa^Toeiro^  doesta  egre}a,.em  tempp  al- 
gum; parque  o  primeiro  fundaineato  d*ql- 
^  foi  do  pi'ior-ní>ór  de  San^^  Crus. 
.  Foaseca  tinha  mandado  esculpir  as  suf^s 
armas  na  capella  mór,  n)aa  foram  manda- 
das picar,  em  visitação,. no  aono  de  id42. 
EHa^  delermi^açao  não  teve  effeito»  e  as  ^f- 
mas  tlcjiraat  • 

Este  jicenciado  nào  só  fez  muitas  obraa  á 
suaçuata,^  oa  eg^eja,.  mas  tamt>em  lhe  fez 
algumas  jdça^es;  e  os  leus  descendentes 
eootioqafam  a  apresentação,  contra,  vonta- 
de doft  (i;^^ezQS,  que  queriam,  ter  em  di- 


<  I 


,  Te^  a  egreja  a  alt^-m^r  e  dois  k^faes, 
^%/&.tftí)ftriir)5Wí^^de  Wrdo-  .     ,..■  ..  ,,.»,. 

Tem  as  armas  do  rei  D.  ManueL 
Na  abobada  da  capelia  mór,  estão  as  ar- 
^a^ide  Sebastàp  4a  Fpnaeçv   . .       (.  í 

.^P^/rqple  4^^  porta  4a  .qgreja,  do  lado  do 
(flvapgeíhq,  ^U  pma  capeaiade  atKibada»  de 
pedraria  lavrada,  com  sa^raf  io,  ^  i>o.  q|^^ 
ítm  gripde  çrp?%4a  pedB^.  t^ijdo  ^ip^bai- 

,j^  ]^uisfi^.Se9hora  4f^  Piedade  (dptigaip<^e 
4#,  Prfíví^  com.  íjW^a  Çhri^tp  -ffl^rto  b^b 
braços,  ,,e  de  .pada,.,)adp.  9&.doi8..Mròeç. 
TambQ(a,se  y^u^  ftqvti  af  Trea  .Uaria»,  os 

,íH^^roií;yf«^ieli/itaa  o  .dpaa  (íguraa  4e  jjon- 
tiOces,  com  as  insígnias  da  paixão  do  Sal- 

^  va49C-  ^ip) cima, está  o  Padri)  Eterno.  / 
todas  as  figuras  sao  depedva  <^  .eo  vA}fi' 

r  .J|l'e3U.|Çâpíiyí,..e8tâo;a*.^ajrm?i^.4os  Fon- 

secas,     '  ....;.•• 

^  ..ffQj:.io^i{uida«e9taca|ieIla  Qor  Franpisco 
da  Fonseca,  fidalgo  da  casa  real,  epor  fina 
mulher,,  jooopafMppteira^.moEadorea  pq  lo* 
4PPjd|9^Bfupt\9^Jt6fmo  de  Monte^Hór-orVe- 

.  Fij5eraín^ftnttí)as..;esf^en(p  da.i«,ãí?  Âai^' 
n4S>W»AW*<>SV»WW»Arf#í#.to^  »P  <W^  9r4en5fam,qu^o 


egreja,  apresentassem  o  cj^rj^^.qjaeq^e^e 


í»,»M^^íff<WW,í^rÀW.^  ..aWqr.;Conf  ip^.jquotidiapa,  e  flji/»trpfan. 

íiqíWmi,  *P0  .?|lfl|fiei^^,j^„ jyrigq,  ,e  ,9q|a  l  ^jj^ii^  nos  dias  dpa  JFiais  de  De.u%  AscwHgto, 


sobrevivente  fizesse  a  capelia  dentro  ^^looi 


u 


ntji^iilto  Santo  e  Nossa  Bedhetti  dá  CofifiM* 
«So. 

A  primeira  invoca^  dTèsta  dipellà  foi  a 
de  Nossa  Senhora  do  nranto,  ttas  hoJé  se 
teiiotnitia  da  Graz. 

No  mesmo  testatnento  se  determiiihfa 
(]tre  no  sacrário  d*este  altar  estltesse  o  Saa- 
tissimo  Sacramento,  deixando  para  o  aceite 
dâ  alampada  (que  estaria  sempre  aceesa)  a 
írèfnda  de  nm  cerrado. 

Vambem  deixaram  dbrigada  ao  pagameii  • 
io  da  esmola  das  missas,  fitbrieas  e  orna- 
mentos a  soa  quinu  de  Gandéflo  na  fregtire- 
zta  db  Cepdes,  no  (ermo  e  a  n  kilofnélros 
de  Visen.  Ssta  qnínu  é  disf  má  a  Deos. 

Bèfxaram  ainda  outros  legados  pios. 

Falleoen  primeiro  Prandsco  dá  P«nseca^ 
è  sna  Tiova  easoVi  em  segundas  nnpciasl 
oom  Vasco  Botelho,  filho  de  Belchior  Bote- 
tho,  da  villa  de  Soore. 

Amtes  os  instituidòrei  doesta  capeUa  fo- 
ram n*ella  sepultados,  sègtmdo  o  mandado 
no  testamento. 

Por  cima  da  egreja  parochfaf,  no  alto  de 
um  monte,  está  a  ermida  de  Santo  Amaro, 
ifténstrúidá  em  1TS76,  e  dotada  por  peSsoa 
yartrcàlai*,  sendo  bispo  â*«sta  diocese,  D. 
^Gaspar  do  Casal. 

Nb  logar  do  P&rtò  dó  Catto,  está  a  ermi- 
da de  Nossa  Seoahora  dá  Conceito,  feltet  etn 
1548,  por  pessoa  particular,  <]ue  a  dotou 
tótn  rendas  para  a  sua  conservação. 

Era  então  bispo,  D.  Braz  de  Barros. 

No  togar  de  mivôa  ha  a  capelia  de  Santa 
liaria  H^gdálena. 

No  logar  áosCavaUinhos,  está  a  éapeVa 
de /S.  Itamede. 

ÍKa  alddá  de  Barbas,  está  a  tapelta  de  S. 
Thiago,  apostolo. 

Na  atdefá  dá  Mírita,  èètá  a  éàpéllá  de  S. 
iMvtdStre,  papa. 

fiútre  as  •Sób-CoÉtas/^  de  S;  José. 

^1V>das  estas  i^ipèllas  fòkain  mafadadas  iá- 

zer  em  visitação,  para  administração  dos 

'SáMráUà^btóii,  pèfo  que  òsmoraddres  dos  lor 

Igairés  òhAe  èiles  iA&b,  Ao  dbrigadosf  Ma 

mrtòa. 

fàt  biilto  Atô  easás  do  nitocho,  lia  tòn- 
^àMiUie  ^e^  a  altuira  trdfais  áo^sMoído 


.«, 


adro,  eètftum  ofanotio  dedicado  a NeaMÉ Se- 
nhora da  Guia,  que  fez  um  de^Mfi,  •  a'elb 
a  imagem  de  Nossa  Senhora  ^  que  antiga- 
mente estava  em  uma  lapa  que  havfai  no 
tnesmo  isitte. 

Em  1654  se  deu  lioáiça  para  n^eaie  im- 
torto  se  poder  dizer  mfsaa,  a  instaafolaa  de 
Jbio  Francisco  de  Maoeira»  que  fòi  o  funda- 
dor do  oratório  e  o  dotou. 

Este  oratório,  quando  eslava  na  lapa,  se 
denominava,  de  ]!h9$a  Smfkàra  do  Barra  ou 
Aík  Bêrroqithihã. 

É  imagem  de  muita  devoção,  prindpká- 
mente  dos  povos  da  Pedreira. 

Junto  do  oratório  está  uma  fonse  em  ^ 
se  lavam  os  romeiros,  para  remédio  éòiik* 
rfas  enfermidades. 

l[AGEIRA--qttinta  Aá  fí^eftteáa  de  ^anto 
Adrião,  oomarea  e  «oueeRio  de  BareiAloa. 

Arcebispado  e  dhitrieto  adminisfratlvo  db 
Bíaga.  . 

Esta  qtildta  é  o  solar  dos  tkkdfoê,  Má- 
K^rf»  e  JMiçotilàs. 

O  primeiro  que  ae  adia  com  o  appeUNb 
4e  Uaceira,  é  B.  Lourenço  Gomes  de  Maeél- 
ra,  ou  èk  Hsceira  ^  valoroso  nfiMtar,  no 
tempo  de  D.  Affonso  Itl. 

As  armas  doestes  appellidos  são^^esetiâo 
dividido  em  pala,  na  i.^  de  pn^  daás  fls- 
reè  dè  liz,  azues,  tm  pála---e  na  9l«,  também 
de  prata,  meia  águia  de  púrpunt,  armada 
de  negro— elmo  d*aço  aberto— timbre^  Htta 
flor  de  liz,  de  ouro,  entiie  doiis  ratnoa  de 
thaceira  verde,  com  maçans  de  prsaa. 

MâdBIRABiO— viffls,  Beira  Alta,  áa  fi%- 
guezia  de  Fobtòi  dê  MáJtíiMããú^  comattá  e 
oencelhe  de  ItegUalde,  MkifoBMIfros  a'NK. 
"de  Tiseu,  MD  áo  N.  detiisboa. 

Bispado  e  distficto  Mibinitosillvo  ÇLã 
Viseu. 

ÍVIde  páfe;  íft  dò  9.»  vòí.) 

A  povoai^  de  Macéiradlo  (ou  Ma^èSryih 
"ÉSò,  aiAigaitteiite  UocÀra  áo  Md)  é  nMls 
antiga  do  Qtte  á  nionarchia  portugi^  ts')i 
et!stia  no  tenipo  dos  arab^  e  táívet  thes- 
taió  no  dos  %ôdòs.  O  tonde  H.  tlénri^uer  e 
inía  ftfálher,  á  tataiha  B.  Thelleza,  aHzmtaa 
cotto,  ism  IIM. 

'  HotÉve  aàui  urii  tÉnosó  cònvefelto,  '^è  ptt- 
nicJirò  M  Ue  mongdto  MnediÀinbs  «  de^s 


4sl>eiterdos»itÉinbétn  4ntí(ti]li8iao>  e  tmto 
que  ha  dttvMls  nohvt  a  Aia  íúúáu^ 

Diz  Viterbo,  qw  D.  A£fòtiflO  I  e  Boainn' 
Iher,  a  rainha  ;D.  Mafalda,  datadi  «v  ii84,j 
-a»  mestre  Soeiro  TheodoniZyíprafesffir  de 
medieina,  cinco  casaes  em  Travanca,  }anlo  a. 
Nifim  «em  pecompeiiea  daeiíra  que  JiàTia; 
feito,  por  ordem  real,  a  Rodríf»  £Eemeniz.i> 
^-^Qiie  eitift  Soeiro  ee  veio  a  liier  ium^B,  e 
IkiMciu  mui  peqoaiie  ilieiteiro,  oa  egrcfa  de. 
«flatfla  Hana  de  Moimenia,  iftè  «ra  herdade 
«ua,  e  que  o  rei  Ihe^mieiti  em  iiSi,  e4e 
flcoQ  chamando-— Çètito  ée  ânfOtt  Jf ária  de 
MoimêtUa  iB*ZiménL 

Q»  ofe  meiífee»  ou  por  a!dha»eiii  pequeno 
o  mosteiro,  ou  por  oatra  qualquer  rasio,  ho* 
je  ignoraâ^  londaâam  am  nove  ameteiro 
mm  Maeeiradio,  pana  onde  se  madaram,  am 
1173,  coutando-lhe  o  rei,  n*e86eiméimo  an- 
ão, o  «MtlaiiOyiB  damáe^hie-o  eintto  daVa- 
3èeltadaa. 

Efta  doaçio  aat4  aaslgoada.  pelo  rei,  por 
aen  filho  D.  Saocka  (depois  1.^)  etparisoa 
filha,  a  rainha  D.  Thareia. 

(Bra  antia  Abade  do  mostdirq,  bfseatan- 
•dador,  o  mestre  D.  Soeiro  Theodoniz. 

fMo  -eartorio»  do  moeiefero,  liatia  porémi  um 
^OomniMiie  moiíD  aati«o  (ascippto  em  latim 
bárbaro),  qae  dizia  (tradaoçao)*-^JiMa  «m 
-ífaírla,  ém  íéO$, «mi ^deatíkmauro,  dífÊnO' 
4o  Al'Baraehf  esforçadissimo  coMdfetní^  ^ 
tmfe$$e  anuo  foi  feito  ^prieimáfD  pOoMnde 
1>«  Mffinlfiis,  ípáno  dê  CeiíÊiblra/omiettiêão 
^stãwi  ^a  ifÊonit^  êm  tíma  eatreria  qm  àki 
fára  fazer  o  momo. 

O  conde  o  tratou  nmii9bem,e  oUf^mpara 
-sAaamraaSg  lonil^  ee  eomerieu  mo  cheietioeus- 
mo  e  se  fez  frade,  e  foi  o  fimiadet  dotaiat- 
Inro  áe  MaoeiraáSò. 

«    >Mittla  mtroê,  baem  esle  mosleíra  maia 
antigo. 

•  .  A.íAcoatUhetdeSaiiliDHapia^ttottfttfan- 
^^atuanáe  Mêtíaemo  ^^9$.  15  do  tt.»  vd.),  diz 
tKlhe  as  iftaáss  laadaaMtt  o  Silidttailo  ide 

Nossa  Senhora  do  Monte,  no  anno  MO^iOa 
4mtes.  (Vide  adiante.). 

Quando  o  abbade  /úisf)CHrtlã»fiBtrodazii] 
I  *  misnaa  ide  &  iBetnardo^ioiir  daiGá^tei;  na 

«rdem  de  S.  Bento,  foi  ella  adoptada- peiêe 


míEi 


ÍB 


(Bate  montei  ro  ehefoía  &  ser  maUe  ríi»» 
com  Tariaa  dea(Qes  dos  reis  e  partioolai^P» 
e  directo  senhor  ée  ^saias  itetrâ& 

(Vide  a  pag.  A93  ido  3««  ysiI.,'^  quadigo 
do  teal  qne  o  abbade  Peyson,  dfiaÁ  fiiegae- 
zia  de  Figoairsdo  de  Céa4) 

■   -  r 

lantoa;eaiamoateiro,aBftào  Sanctoacia  de 
Noeea.Bmikora  âo  Uanêe,  Aiodado  «a  miiiar 
eminência  de  am  cabeço,  qne  se  avisMt  da 
grandes  jdislaAeias.  D-aqai  ibe  ^proreii  as 
duaaiiraaeaçfies  da  Santiaaima  Virgem  .4ie 
ae  vétaera  abasta  Sanetnanio,  pois  unb  4tko 
chamam  Nossa  Senhora  do  Mente^  e  omtpqp, 
Nossa  Senhora. da  OaheQa. 

Ditemiantios»  qna  a  nUima  iavocagiQ,  uSo 
é  |>or  eetar  a/npeUa  4ia  cabeça  de  ain<  mon- 
te; masiporqoe  a  taAaia  é  advogada  qqii* 
tra  as  dores  da««beiQa. 

Mia M  sabOiao asnto a datadaftm^içSo 
dfesu  aifdJa»  e  do  qne  Jia  certeza^  é  4t  9^ 
antignidade. 

Q  €meên&rio  Jfoiwmio,/no  kigar  Já  /«iu- 
ido,aeM6aeeit Atam  doa  mangasrBeiitoadr^llB 
mosteiro,  iNèea  a^aos  MO,  on  antes;  niasié 
(maia  proaaael  tqne  .oa  «frades  eó  vaedifiras- 
»aim  ia.eapeUa  rdepoia  áo  anno  (U73. 

i£  'Oesto  qae  «s  relígioe^s  ideJbcuiradio 
iiiiuuA>poiiCostnme  aatí4piiasima,'biraiMi^ 
tados  os  sshbadee  do  ^tt0,  aaatw  naiafiiito- 
aa  AiaaiieVa.de  NMsa  SeolMira  do  Mame»  a 
qne  elles  chamavam  Santa  Maria  doMenk. 

Dia  ia  imeamo.aueier  qiieió-pfsAf el  qie  o 
prittitttvoaioataieotosae  aM^isitia  ondoíbid® 
está  aiQigiâlIa,^  ae  taía  aimoflar  mta  iMa 
baixo  (para  o  sltia,ailtaal)  poritennkoa>moa- 
ges  mais  por  ondafpodetfemAliriira>sBa 
»béf«a^  . 

A  fesu  da  Senhora,  se  fazia  (e  naoaat.ie 
«iM&  ii«  ítt)  aoiriia  de:8aata<Graz,}a(9  de 
mai%  i  a  (ora  imidêa  çoflMttCrida:de  «romeiBOs 
ida  iaiiai)aa)lregMtliaa  cirenmiainbasi 

Dèoa  é'ágio»  jmiiios46votoaJiiam  tisiAr 
aiSeÉbofa  ptfo  4eaarso  ilaaaBO. 

A  capella  actual  nâo  é  a  primitáva^ii  MS- 
Éiflcaiiio  imodema  e  de  gcaolosa  jarehite- 
ctora. 

ffie91ao.fi.  tda  Wlla  4arQia. 

MACSHÈDB— fregnezia,  Alemt«iK  xaemto- 
j|fa%  niiaw  |,Map>dp{ftdwH»toflJMMTa' 


m 


MB 


MAC 


tfvo  dè'  Bvor»,  à^atká»  dista  18  kítomèábs  e 
iWtÊú  8E.  áé  LÍKboft/3d0;ft)igO9.  >  . 

Em  1757  tfirvha  300  fogos.     ' 
'   Orí>g^  &  =Miguel<Arclianja. 
' '  A  mii ni  apresentidva  o  cara,'  que  tkiiia  448 
alqaeires  de  trigo  e  120  dé  emda. 

É  terra  f.-rtíl  em  cereaes. 

DIrsi»  qtié  Itktdtédef^é  palanca  árabe, «  si* 
páfítdL  ferm  iA)(d^it!Aor;^(yid6'a  freguesia  àè- 

MAGHBDB— fre^^eíia,  Alemt^Of  coBee- 
Hio,'icomar(*a,  bispado;  dfetrkco  aduimtstra- 
fívo,  e  42  kilometrbs  de  Évora  &iVí  a  SE. 
dé  Liíiboa,  300  fogos. 
Em  1757  liuha  i58  fogo^.  •  ^ 

Orágo,  Notssft'  Sebhora  da  Natividade.: 
A  mitra  apreseatava  o  capa»  qaaiiiiha  2B0 
-áflqueireg'  de  tríg^^e  iâ^  de  cevada/ 

É  terra  feriii  em  «erebes.  ;•  -      u  •    .  ; 

'    EJsta  freguczfa  e  a^antecedeilte  já^  exisGam 

*M  f^mpo  dos  godos^  poíà  foi>  erigida  (esta) 

em  parochia,  no  anno  de  672.  •  «í  -  :■•     :> 

*^^  Ambà8lí>fmavA«iaiiiaMóft«e«gaèiía,'e  pelos 

amibs  de  iiOO^-desniemtriícuada  ^jtt  igafel, 

formando  )^lx)chla^1adepieDdeDte. 
É-  k'6Aa  fi^guezia  a  «apeiiaide-St  Beato, 

de  grandB'devcifi{ão  do  poVD,'qii(^  acredita  que 

este  Sai^  ti^mpréisevcrado  a  tetrade-pes- 
^lès^  e  qwyié  a  oaiusailediao  mocdemúiias 

nbfffitiais-Vibór-as  que  por  aqui  iuu»  --  >  ->   .; 
>    ^r&  a  ÍBtymol<>g)^5  vide  a  -  f  regu^ia  mote-: 
^dèfeter.         *      ..^*  '.'     •.        ■•  V  "  { 
<'   ilACIBAL^f ré^udeí»,!  •  ExtreamdiQra^  >  co  - 

itidrclie  (sotif eiiio de Tom^V«drai, 'tô kj[-< 
'  lotfietaroa  ao  N.  de  iiistoav  28dlo9(m.   • 

*  Sm  1757  tiaiia  171  fogOBj         .. 
<    Orag<}'Sânta  Sutaim;*»  •    '^•■i  ^  ; 

Patriarcbado  e  dlstricto  admÍQÍstralíWd6 


<•   >     I 


'  ¥)'>pâroeho'é  fjrior'a611aâo..lS^a^â»àp^e- 
'  aentaçlD,  'm  'ttM^sa^  des/admiDístradone^ 
dos  tre»  morgados;  des^lnvdeito»  de  Ig^acSo 
Freire' de  Andrade,  Nkoiaa  RodriguèáRi 
beiro  e  Nlenlaut^ereiva  4e  Castão^  4a ^iMa 
te  Arfada^  ^  •  '  -  ;i  u  *.  *  •  ^ ;  «>«.  .  / 
^^tTíalia^.  4004000  réis  ide)  t8iidimé|Mo::ali-; 
nual.  M  r  ; 

O  nome  d^^esci  Aregú(/zaf'é.<iDf«ap^  de 
^llmril^W;•^'•  ''     .:■  tv.í     .'íOlHaAM      j 

^  lilAfiBKO-^irit^aai^  Dwfo^uwnvca  <d^ 


Argaoil^  fOBcelho  4a  Patnpilbon^  Sl5"kiii- 
metrae  ao  N.  de  Lisboa;  QO-íegoe.* 

•  Em  1757  tintia  US  fbgos. 

Drago  S.  Miguei,  arebatjo.      .     .    :    < 

Bispado  da  Goarda,  districto  administni- 
tivo  de  Coimbra.  "  ■-\^ 

"Esta  fregoezia  nao  imoi  no  Pw^ai  fiá- 

IfAGiEIRA-^fregaeiia»  Beira  Aks,  comar- 
ca de  Moimenta  daBelra, f onp«iiio  daGer- 
nancéibe,'35Ji;iloaieUros  de  Lamego,  360iaD 
N.  dê  Lidboa, ^ Isgos;  »    :^ 

Em  4757  ttQba  70  foges. 

Orago  Nossa  Senhora*  da  Apresentação^- 

BiFpado  de  Lamego^idistrido  admii^ra- 
Civo  de  Viseu. 

O  vigário  de  Fonte  Aneda  apresentava- o 
cora,  qne  tinha  60M00.róis  de.renditteBln. 
(iVide  Garia.)  i  i .' 

HAGI£IRA*-rregatonaí,  Minto»  oamarcai;e 
concelho  de  BarcelIo9, 18  kilometros  aâ.'4e 
Braga,  360^  ao  N.  de  Ljsbeav  lOO^  fegon. . 

'Em.l757  tinha  146  fogns.-'.   ^      '      íh^ 

Orago  Santo  Adriaow'     '  <    i'< 

'  Arcebispado' e  districto  aiminiitratiiode^ 
Bragas  <  *    • 

O  rtiior  de  S.'Migneli-  dé  drortntp,  apre- 
'S6Dta'vn.  o  vigário,  cpie  tinha  3O#O0O(róla'Se 
t rendiflàanto.  :    ».•.»•"      •»       •  •  .•*.•«.' 

Dá-se  a  esta  fregnezíao. name^-de  MiuM^ 
n^  Í0-lléi^.  -  "  --^  ••■.•..»  ..\t 

HACKIRA-^fregaeiliif  Dopro^^  «onrerFeãte 
oanceliio  de  Loasaday  35  lUlonatros  á  NBL 
de  Brsga,  360  a» !«.  de  Lisboa^  9(>/ognii  ^ 

Em  1757  tinha  87  fógOBj  ^.      '  ; 

'  Qfago  S.  ioao  Baptista;  <  v^ 

Arcebispado  de^Btaga^  dfatrieto-  adaMk^ 
trativo  do  iVHrta.  ,  ■*   •^'       «^ 

O  vigário  de  Santa  Chtj^tlna  He  «Nogoii- 
n,.aipretfenlav»-o  oncav  que- tinha  i^OfOOO 
réis  e  o  pé  d*altar.  •  ><<  < 

MAiSBHUk-i^rteígaeda^  DotartiittAnaifea  6 
denceHio*  de>¥inà  âftiiCkmde^  ii^fcllomollos 
ao.  NcdoPorto,  814' i».iK.  da  1iislN)a;'^fO 
•fegM.  '  .  •  '■"  :*  •    '  ' '    '«í-  '  '        "'  * 

Em  1757  tinha  121  feges^-    i  V        jc 
'  .Orago^oflaicvdâQVi^  '•'•-<'     ■•'->•  ^\^ 
*  Bl^pná»  e-  disftrioto  adttilÉiMatttQr'  da 

o  reitor  do  conv«nl»:Í9ft/lt)^»  dO/Bor* 


HM^ 


m^ 


# 


to,  apreseaUYa  o  mt^qo»  tinha  6OM09    <iua8i  todas  coiistrQida4.n>3l,e.^eculp.  (Par^ 
réis.        .^       .     .  '  aTíiar  reptti^eSy  vide  CoitTia,  a  pag,  34  do 


.  .É  \fiic^  fertii. 

.  Pas».p<^)a  /regafizja  o  rtp  Ave. 

lláCIEIRA.  BA  UXA-rfregOâzia,.  Douro, 
eomarca  e  ropc^elbo  ,4»  F^UbiraSi  35  kilo- 


^•voL) 

Posto  ser  povoarão  UQuito  antiga,  não  qid 
f^n^ta:q\ie  tive33e  foral  veUip;  pv)0;0^^03, 


iDetros  ao  N^  de  Brag^»  .360  ao  ít.49.  LJa-   rranJcliiD  oà^  o .  iqeiícioDa;  couiiudcv  ^ft 


refortnaiio  fora]  novo,,  se.  allude  ao  maço  5 
do«  furais.  aoitigoa^.ik^^.S  — 0.  q.ue  iodaz  a 
crtc  4|jue,i,sta  villa  tevie  fcurn^l  dado  ppr  algum 
dos  nossos  .priníi£Íios  rei;^.. 

p.  Mauad  lhe  d^io,  fQ|'al,.,^  Líshga»  em 
10  de  ít  vereijo  de  15J14»       ... 

{Uvro  de  forae$  ,n,^vos  da  Extremcidura, 
fl.  205  v.  col.  2.«) 

Tr^^-^  Q'4^s^e  íoral  das  terros  seguintes: 
— Aijeriz,  Afeias,.  Àrmonijlj.-^ioei»,  Cabril, 
Cabrum,  Campo  de  Ança^ni,  Ç^oiJ.ào,  Chãq  ^ 
.Car falho,  Co4al,^GQelJliftfká»  Caskllõe.s  jprve- 
.dosa»  Loarx)Ztlldy  J^lJàt^s,  Paraduç^f  e,IU)- 
f^m.  .    ...       .  „;r.-i.. .  ..í  :..         ..,, 

Ha  aixida  outro  exejo^p^ari-í^xpediflo.iiarii- 
form^  4^  D^  lif^nw;\>jL,  x^^  ipiíj>ma.  diit%  no 
OiaQO.5  de.ilopa^f  4n/2^^i  ^{i  St.    i.   .     ; 


• ' » t it 


boa,  i70  fogos. 

.  .£m  :i757  Uuha  m  íogpa. 

;Orago  Saata  LeociiClia.  .   . 

An^bi^pado  de^  Braga^diatricto  adminis- 
trativo do  Porto.  .  .     ; 
•   Q.priftr  dOiS  cónegos  r^^antes  do  janei- 
ro de  Caraniô^,  apresentava  o.  vigai^i»!  que 
iinha  60AOOO  réis  <te  reqdiu^entp.  •    .   . 

l|Af  J£IRA  PE  ALCOBATT^reguezia,  Dop- 
ro^  CQuiarca  e  cun^elho  .d^A^^da,  60  Jcilo- 
metroa  ao  N.  de  GMÍmh^a,>S60  ao  N.  de  Lis- 
bqa,  75  fegos.  .    r 

Em  i757  tinha  60  fogos.  . 

.  Oraga Si  Marti|jh(>,  bispp. ...... 

,  Bispado   a  dislricto  admiais^tratiyo   de 
AveifiO.    '    '     .,,., 

O  prior,  das  làllif^das  apresentava  o  .ca- 
ra».que  tipha  30A00O  réis  e  o  pé  (i!^tar. 
;  J(ACI£UU  ^B  CAMBRA- víUa,.  Douro, 
coinarea,  e  8>jkilMm(i}tro8  ao  £^iE.de  Olivei- 
,ra  de  Az^ipeis,  -^0  a  ONfi.  de  Aveiro,  &Q  ao 
S.  do  Pia-tjo,  .75  {ao  N;  (le  Cpiqibra»  275  ao 
N.  da  Li«bo^.4iOO  fogos. :  . 
.;  fim  ^757  ^lkiMt  aOlIogQS,  , . 

Qrago  JNpssa  St^i;^iqra.4a /^2^ti^dade,   /.  • 

Bt^aAo  e  dis(dc>o  ^dminiatrativo,  de 
Aveiro.   I  .    .    S' ...  .   .  ■  /  . 

É  cabeça  do  concqlbcj  do, seu  noo^^.yu)- 
.Kafffifi^.cb;$7)aadQ  co^o^lbp  de  Cambra. 

ÇoQ^rf^nd/»  ^.  8  frtgj^e:|iaa  se^u^nte^ :! 
.  inArÔe», ,  Cas^ftl^V?íV  ,Çepé||os,,;Cod4l,  Jpa- 
'^Hmrh  Macjeifa,iBôgs,  e^YilU  pj^aii  ^  sua 
.ípwíftxa,.VillaiCo^tdorPorrmhQ*  ..  ,.. .. 
,  .A.#a»*^dOi(ittfap^íl^:ai>f;eaejalííYaft.^^^^ 
que  tÍDha  um  coDto  de  léis.  '  ' 

Esta  vii]a,  que  é  pequena  e  nada  tem  dQ 
notável  senão  a  sua  antiguidade  e  a  sua  1  primeiro  nome  dapovoal^,i8-de.UED'Nl 
Mltat  slittayftò,  esbl  ^uatfirno  cfammidoffor-  t  roíqne  nasisè atesta* OQi^adko^e.aqttiíiBCtmo 


Era  4*e9t^.  frég^eizij»,  ,1>.  Qoj^sl^nça  Ãffoii- 
pio»  irmaa  de^.Dk  Gom^s.GU(l^Sóverosa»,a 
qualipor  ^\^  amores .cum  D. Rodrigo S^x^* 
çhes^  â)ÍK>  baa^irdo  de  D,  ^pcl^  l  ^  da  ce- 
tebre  Dl  Maria  Paea  J^librifa  (\iúeljminhan), 
foi  a  causa  de^  qp^s  3^u  i^maiite  fosse  ^np^to 
^fp.  4li<^Uo  cí^ntra  p..djí9.b..Mia;iiiiho,,epi  2 
.  de  Jvilho  4e  ^i^.i\lá*^JGrijó,^  pag.  3i^  do 

Ha  no  concelho  de  Cambra  algumas  casas 
nobres,  que  vão  sob  o  nome  das  terras  onde 
'.saú  siOKuifWi.  «•'   -'h>!      •[,•    "     .y. 

Sobrai  etyiDQiogia  éLfêèfmuutíambi^aé^ 
«9838  opiniâes^maiâMtQQno.Hplatta|veto« 
-niiAquoimareoe^^ais  coflpeilo,<érTtqoft eota 
palavra^  ó  iMniapção  lúiàiCaimbira^.qa»  toi  o 


r 


iBdsi«f»im<r  e  fétíie\^í(U^VãU&  dípCatàbra^ 
'um  dos  maiw  petiços  St  ^proívineiai*^  * 
O  ri»  'GatiQa,.<qae  >^laddo.  t»  idrystaliA(| 


aa  junta  ao  Cahnay  omÂ^JOít»  mesmo  rio. 

É  certo  que  em  alguns  papiis  doe  deofi- 
to  XB,aUftievX4I]^  90'vé  batatinegaeUa^^esi- 


«t*â^r08(«'9efpeiitiaiido' pflt  euir^  esleqraBej  Uf^áat.têEÊfqfUm^áQ.Satí^Mma^^^JG^m' 
é  n'elle  cortado  por  variar 'p«Dt0B'Ae'^dnaí  'vh[a;.tf0davia»>«U'<6alvç  UMiioreJiuU^Ho)  ift- 


i^ 


MáC 


«lino-me  a  qae  s^a  corrapçSo  de  camará, 

l^do9  sabem  que  canuxra,  na  língua  por- 
tugaeza,  tem  tarias  significações;  mas,  no 
caso  sujeito,  vem  a  ser  cambra  eorrapçao  da 
•camará  que  passo  a  expilear. 

Em  todos  os  bispados  que  se  eilgiram  em 
^rtugsJ,  antes  do  secule  XVI,  baTia  cer- 
tos territórios  que  se  denominavam  Camará 
do  BispOf  o  que  significava  que  estas  terras 
e  suas  egrejas  eram  da  mitra,  e  os  seus  do- 
minios  e  direitos  a  dia  pertenciam. 

Nos  documentos  doa  mosteiros  e  caâie- 
^aes  se  acba  com  frequência— cafiuira  do 
HMadêy  camará  do  prior,  camará  do  hispo, 
etc,  n'esta  accepçao. 

No  bispado  de  Lamego  eram  camará  4os 
bispos— Trotões,  Parada  do  Bispo,  Velioso, 
^Villa  da  Ponte,  ete. 

Em  um  documento  do  mosteiro  d^Alpen-, 
durada,  de  1447,  se  dá  o  nome  de  oasaes  da 
camaroy  às  terras  foreiras  ao  mosteiro  emaéd 
dle  tiniia  o  -direito  de  apresentaçio. 

A  freguezia  de  Macieira  de  Cambra, -foi 
antigamente  do  bispada  de  Merida,  e  passou 
para  o  de  Coimbra^  assim  que  este  foi  crea- 
do  (vide  Grijé  e  Feira)  efoi  dada  aos  bispos 
Ú6  Coimbra;  pék)  que  ee  denominava -cama- 
rá do  bispo  dê  Coimbra.  <É  fácil  de  euppor 
que,  por  abreviatura,  se  diria  cmnaira  de 
Coinéra,  e  d^aqui  talvez,  o  nome  de  Coim- 
bra que  alguns  Ibe  attribuem. 

Os  bispos  de  Coimbra  deram  esta  fregue- 
sia em  troca  aos  condes  da  Feira,  em  cuja 
casa  se  conservou,  até  passar  para  a  do  In- 
fantado, a  que  ainda  pertence. 

Nio  me  parece  fora  de  propoáto  diier 
aqui  as  diversas  accepções  que  no  portuguez 
«ntig^vtinbaia  paktwacamofia;  oram,  além 
"dajá referida:  Grilhão  de  CMnmeomqiajie 
'{nrendlam  pelos  pés,  os  oapiivoB,  ou  cfíoiino- 
«oa  (também selheídava^OinoBie adoke'r^' 
-pei»  se  jchamava  braga^ 

Depeiadaiovençio^daanitteida,  sedava 
O  nome  de  camaMi^Á  canneta  «sobretquft^a 
fpBça  «e  oollQeap 

'  'Camâra  cêiwmda  «ra  apft>mesià.ilA  ama 
*«ana  quaniidaAe4eana8áidesp«Hbda^  eiaqu- 
'teííh^4udfi  o  4[ti0àif  fp^wHfgfpa^rmfêimar^eypu- 


mio 

rameMar  dignameide  o  qamrio  mi  com  dè 
wma  senhora  nobre,  distincta  e  honrada,  sem 
faltar  cousa  alguma  á  precisão,  deeenda  e 
costume.  {^Incid.,  de  Viterbo^áf^mana  «o- 
ére  a  Camará  cerrada,  do^dr.  Levy  Horia 
Jordão,  inserta  no  tom. '  %•  das  Memorias  da 
Academia  JReaf  das  Sciendas  de  Lisboa,  uovt 
serie,  classe  2.*) 

Camará  da  cama  do  estado^  o  quarto  onde 
estava  a  cama  do  rei,  que  também  se  cha- 
mava camará  do  estado.  {Uvro  Vermelho,  de 
D.  Affonso  y,  n.«  14.) 

'Camará  é  também  um  appellldo  nobre 
em  Portugal. 

João  tjonçalves  Zarco,  descobriu  a  Ilfca  4a 
Madeira,  em  Í4t9.  Desembarcou em-umsi- 
tío  da  costa,  onde  viu  uma  grande  caveraa» 
habitada  por  lobos  marinhos,  á  qual  eile  por 
isso  deu  o  nome  de  Camará  de  Loèo9,  que 
ainda  conserva. 

Regressando  a  Porlugal,  D.  jQio4  man- 
dou que  João  Gonçalves  Zarco  eeeus  des- 
cendentes tomassem  o  appellido  de  Camará, 
em  memoria  doesta  feliz  descoberta. 

SSo  muitas  as  fiimilias  nobres  doeste  reino 
que  usam  do  appellido  Camãra,-e-éo^fím 
ramo  primogénito,  actualmente,  o  sr  D.  hHé 
Maria  Gonçadves  Zarco  da  Camank  conde'dn 
Ribeira^rande  (na  Ilha  da  ^Madeira.) 

O  1.*  conde  da  Ribeira-^STande,1bi  D:  Ma- 
nuel da  Camará,  per  B.  Affonso  Vf,  em  15 
de  setembro  de  I^S.  lá  seus  aotepassatdos 
eram  condes  de  Villa  'Franca,  e  D.  Mimso 
VI,  a  seu  pedido,  lhe  mudou  (a  D.  Manuel) 
o  timlo  para  o  actuftl. 

As  armas  dos  Comaft»,  sSo--em  eampo 
preto,  uma  torre  de  prata,  com  ameias,  e 
coruchéu,  que  remata  em  uma  cruz  de  ouro 
e  dois  lobos  da  sua  c6r,  de  pé,  rompenlio 
contra  a  torre,  que  está  em  campo  "vei^de. 
.  'Tem  por  timbre,  um  dos lobds  das  annaa. 


>Tiid<ift  sabem:  qne»j<Mle  Amm  remnlKm 
10  Kwmao  pofo  8€UHMra  ^roQoneJou  cm/^mi^ 
não  camama.  Jáfl0  wé  qiM  Q)i4iiott»oia  paseop, 
com  aifireqnencia  4o  «fo^a  tmúiti^  ipme 
4a4)ovoa^.e  bi(ie«eeriai^ritp!«eQnmr.lii- 
iá0<£mm|nk. 


MAa 

MACIEnUr  DE  SARNBS  (tambemr  ebama' 
da,  MAGIBIIUL  DAS  T£RCAjS)--£regaeua, 
Doaro,  comarca,  concelho  o  il  kilometros 
ao  NE.  de  Oliveira  de  Axemei»,  30  ao  Si  do 
Porto,  280  ao  N.  de  Lisboa,  i20  fogos. 

Em  i757  tinha  61  fogos. 

Orago  Santa  Eulália» 

Bispado  do  Porlo»  districte  administrativo 
de  Aveiro. 

Situada  em  terreno  plano,  ou  coUinas 
poaoo  accidentadas  e  férteis. 

O  abbade  de  Gesár  apresentava  o  cnra, 
qne  tinha  s6  o  pé  d*altar. 

Os  Castros,  da  casa  do  Gôvo,  se  denomi- 
navam  senhores  das  honras  de  Cesáre  Gaia' 
te,  e  como  a  freguezia  de  Macieira  de  Sar- 
nes  era  um  curato  da  freguezia  de  Gesár 
(d'ende  fôra  desmembrada  no  século  XVII) 
eram  os  Castros  senhores  donatários  de 
parte  da  fregueâa  de  Macieira,  e  ainda  d*a- 
qui  recebem  alguns  foros  e  miúças. 

Teve  principio  esta  freguezia  em  uma 
capella  de  Santa  Eulália,  que  havia  no  logar 
das  Terças.  Quando  se  erigiu  em  freguezia 
mudou  se  a  egreja  para  o  siUo  actual ;  mas 
ainda  boje  não  passa  de  uma  capella  aca- 
nhada, baixa  e  pobre. 

Houve  aqui  (segundo  a  tradição)  um  pe- 
queno mosteiro  de  freiras  benedictinas,  que 
foi  supprimido  no  século  XYI,  passando  as 
religiosas  para  o  convento  de  S.  Bento  da 
Ave  Maria,  da  cidade  do  Porto. 

Ê  d*aqui  natural  e  aqui  foi  parocho,  e  vi- 
gário da  vara  do  4i?  districto  da  comarca  ee- 
desiaif  tiea  da  Feira,  e  distincto  orador  sa- 
grado, o  sr.  Luiz  Moreira  da  Silva  Maia, 
actual  abbade  da  freguezia  de  Santo  Ilde- 
fonso^ da  cidade  do  Porto* 

Ha  n*esta  freguezia  minas  de  cobre,  que 
periencem  á  companhia  das  minaa  do  Pin- 
tor. Ha  também- minas  de  fèroo,  que  sa  não 
exploram. 

Perto  da  egreja  e  de  uma  roeharde.fra- 
iyto  quartzozo,  rebenta  tuna  fonte  d'ag{ia 
ferruginosa,  que  ainda  nãa  foi  analysada. 

Bsa  freguesia  está  dentro  dos. limites  do 
t^rítaiio  a^itigamente  chamado  Terras  de' 
Saitta^Maria,  e  heje  Terras  da  Feira. 
IU€0»ATAf  U^  SSIXA  (ou  da  GEIQA^  *- 


MÃO 


i7 


freguesia,  Douro;,  comarca  e  concelho  •  da^ 
Oliveira  de  Azeméis,  d'onde  dista  5  kilom^ 
tros,  70  ao  N.  de  Coimbra,  43  ao  S.  do  Por- 
to, 280  ao  N.  de  Lisboa,  i30  fogos. 

Em  1757  tinha  iSO  fogos. 

Orago  Santo  André,  apostolo. 

Bispado  e  districto  administrativo  de 
Aveiro. 

O  coUegio  da  Companhia  de  Jesus,  de 
Coimbra,  e,  depois  de  1759,  o  real  padroa- 
do, apresentava  o  reitor,  que  tinha  130^00(^ 
réis. 

.  Para  a  etymologia,  vide  a  Mácinhata  se- 
guinte, que  fica  24  kilometros  ao  S.  doesta. 

MÁCINHATA  DO  VOUGA  —  freguezia. 
Douro,  comarca  e  concelho  de  Águeda,  7d 
kUometros  ao  N.  de  Coimbra,  250  ao  N.  de 
Lisboa,  400  fogos. 

Em  1757  tiqha  300  fogos. 

Orago  S.  Christovão. 

Bispado  e  districte  administrativo  de 
Aveiro. 

Os  duques  de  Lafões  apresentavam  o 
prior,  que  tinha  400^000  réis  de  rendi- 
mento. 

A  povoação  é  situada  em  uma  planície» 
suavemente  inclinada  sobre  os  férteis  cam- 
pos da  margem  direita  do  rio  Vouga.  É  po- 
rém cercada  de  montes,  cobertos  de  pinhei- 
ros e  outras  arvores  silvestres.  No  monte 
que  lhe  fica  a  O.,  coberto  de  arvoredos  e 
campos,  fioa  a  povoação  da  Mesa,  B  a  bella 
oasa  dos  senhores  viscondes  de  Almeidinha. 

D'aqui  se  avista  e  convento  de  Serem  do 
Vouga. 

Direi  o  que  ha,  quanto  á  etymologia  dá 
palavra  Madnhata, 

Pôde  derivar  se  do  portuguez  antigo  meS' 
kino,  o  servo  que  trabalhava  nas  proprieda- 
des'do  respectivo  senhor. 

É  de  meskino  que  vem  o  substantivo  (tam- 
bém portuguez  antigo)  fMsqmnade,  que  si- 
gnifica desventura»  infelioidade,  desgraça, 
etc.  . 

Ora,  como  os  povos  d*esta  freguetíà  pa- 
gavam grandes  rendas,  foros,  alcavalas,  etc. 
á  poderosa  casa  dos  senhores  qúe  depoiá  fo- 
ram ddqáes  de  Lal5es^  fR>dian  muito  bem 
coiisíderar-sé  meskínci^  úH  popvos  d^aqui^^^ 
d*isso  viria  á  fíeguézii  o  nome'  de  Jlfe^9Ç*'« 


IB 


Màtí 


màe,  (jué  faéilmente  se  corromperia  em 
Macinhata. 

Os  â*aqu{,  poréM,  hão  querem  âcceitât 
esta  etymologia,  editem  que  Macinhata  vem 
das  duas  palavras  árabes — tnàciho  (plano, 
liso,  macio,  spm  aspereza,  etc),  derivada  do 
verbo  maçaha  (que  significa  palír,  alisar, 
limpar,  etc.)^  e  de  nata,  que,  segundo  el1es> 
sigm*lica  logar  baixo. 

É  certo  que  maeího  pôde  significar  planí- 
cie; porém  nati,  nào  é  palavra  árabe,  nem 
significa  logar  baixo.  Ha  a  palavra  árabe 
nataf,  mas  eiste  nome  dlo  os  arabrs  a  uma 
terra  betuminosa  e  combustível,  que  é  uma 
espécie  de  turfa,  de  que  elles  se  servem  co- 
mo DÓS  do  carvão  mineral.  (1) 

Por  consequência,  se  esta  fosse  a  verda- 
deira etymologia,  significava  planície  ou 
campo  da  turfeira^  e  não  planície  baixa. 

Nem  a  circumstancia  de  existir  esta  po- 
voação no  tempo  dos  arabfiS  nos  obriga  a 
acceitar  similhante  etymologia  como  a  uni 
ca  verdade! r»;  "porque  todo  o  mundo  sabe 
que  os  mauros  conservaram  a  maior  parte 
dos  DQDies  das  povoações  da  Lusitânia,  con- 
tentando St^  em  corromper  muitos  dVllespor 
lhes  não  chegar  a  língua  para  os  pronun- 
ciar. 

Tudo  isto  cabe  por  terra  em  vista  do  que 
se  lô  no  Livro  Preto  de  Santa  Cruz,  de  Coim- 
bra. DVsta  leitura  se  vé  que  o  antigo  nome 
de  Hâcinhata  era  EmfnAa/f  (ulvez  diminu- 
tivo de  Eminio,  que  era  o  nome  da  villa  de 
Águeda— como  se  hoje  disséssemos— í4í^í- 
dinha  ou  Pequena  Águeda), 

Veja  se,  sobre  este  ponto,  o  que  digo  na 
palavra  Eminhate,  a  pig.  Í6,  do  S.»  vol. 

No  prioripio  do  século  XI,  porém,  já  es- 
ta freguezia  titiha  o  nome  actual. 

Segundo  a  historia,  hindo  D.  Ramiro  I,  de 
Leão,  ao  mosteiro  de  Lorvão,  visitar  seu 
tio,  D.  João,  que  alii  eraabbade,  fez  muitas 
e  grandes  mercês  ao  mosteiro;  e  as  fez  assi- 
gnar  pelos  chefes  mouros  de  Gaia,  Lamego, 

(i)  Em  Portugal  também  ha  logarfts  for- 
mados p»r  esta  tem,  que  se  emprega  co- 
mo cofiibnstíV4'L  No  monte  do  Laboraán^ 
^ue  divitia  is;  (rt*gueaias  d* Ancora  e  Afife 
(láinlio)»  ha  abundância  d*eate  combustívU. 
(Videpag.  íll,'da  (.•vol.) 


MAC 

Viseu  e  Ifkcinhata  do  Vouga,  que  eútlo  vén-    * 
ceu.  (Vide  L&rtão  tMonte-Mór- Velho.) 

Já  vemos  que  esta  povoação  não  s6  exlstfa 
no  tempo  dos  árabes,  mas  até  que  era  im^ 
portanto,  pois  era  governada  por  um  regu- 
lo mouro.  Não  ha  porém  monumento  algum 
que  nos  prove  a  sua  antigufdadp'.  Apenas» 
quando  ha  uns  20  annos  se  demoliu  a  egre« 
}a  velha,  para*  a  reedificar,  se  achou  um  se- 
pulchro  de  pedra  inteiriça;  mas  sem  a  ml* 
nima  inscripção  por  onde  á  sua  antiguida- 
de se  podessd  averiguar.  Ainda  aqui  existe 
este  tumulo,  coltocado  em  frente  da  nova 
egreja. 

A  egreja  nova,  que  é  no  mesmo  sitio  dá 
antiga,  fica  na  extremidade  da  povoação, 
com  a  frente  para  o  rio  Vouga,  ficando-lhe 
o  cemitério  parochial  do  lado  direito. 

No  adro  da  egreja  está  a  residência  do 
paroeho  e  os  passaes  da  egreja,  que  são 
muito  bons. 

A  reconstrucção  da  egreja  e  a  fundação 
dò  cemitério  devem-se  á  solliiMtude,  zelo  e 
esforços  do  dr.  José  Joaquim  da  Silva  Pinho, 
de  Jafafe  (d'esta  freguezi»)  e  à  coadjuvação 
do  sr.  padre  José  Rodri};ue<9  de  M^lh),  prior 
da  freguezia,  e  dbs  membms  da  junta  de  pa- 
rochia,  os  srs.  padres  J<)sé  da  Fonseca  e  . 
Joaquim  Nogueira  da  Silva. 

É  pois  Macinhata  uma  fireguezfa  bonita, 
pittoresca,  sadia  e  fértil,  devf^do  grande 
parte  da  sua  fertilidade  ás  aguas  do  Vouga^ 
que  também  lhe  dá  bom  peixe. 

Gloria-se  esta  terra  de  ser  pátria  de  va- 
rões dignos  de  menção,  e  entre  elles  os  se- 
guintes: 

Dr.-  Manuel  da  Fonseca  Coelho,  que  foi 
juiz  de  fora  de  Preixo  de  Espada  á  Cinta,  e 
depois  corregedor  de  Our^m. 

Dr.  Manuel  Pereira  da  Grtif  a— nasceu  em 
1770.  Era  filho  de  José  Pereira  da  Graça, 
carpinteiro;  de  Macinhata. 

Tinha  aquelle  um  tio,  Pran^iseo  Pereira 
da  Graça,  rico  negociante  em  Coimbra,  que 
o  tomou  sob  a  sua  protecção,  e;o  fez  estu- 
dar medfcitta  ii'aquella  ddade,  4i6tlDg(li&- 


MAG 

do*8e  tanto  e  ae&demico,  qae  foi  premijido 
em  todos  os  annos. 

Tonoa  o  graaide  indiarelém  phiiosopfal& 
e  doutorou  se  em  medieina. 

Quando  defendeu  theses  para  tomar  ea- 
pellOj  o  fea  eom  a  admiração  e*  louvor  de 
toda  a  academia,  menos  dos  dois  lentes  iViti* 
varros,  que,  por  ^dio  ao  estudante,  ihe  lan* 
çaaram  duas  lavas  pnetas,  no  exame  priva- 
do. 

O  tio  do^Bcadenico  levou  èsta.  injustiça 
aos  péâ  do  príQoipe  rdgente  (depois  D«  João 
VI)  que  mandou  ordem  á  universidade  pa- 
T9^  adiuíuírern  o  illustre  académico  ao  dou- 
torado, dando  lhe  capéllo  gratuitamente,  em 
i798  —  e  o  condecorou  com  o  habito  de 
Christo. 

Exr^rciiu  a  clínica  alguns  annos  em  Coim- 
bra, vindo  depois  para  Macinhata  exercer  a 
sua  arte,  adquirindo  justa  fama  de  grande 
medico. 

Principiou  om  1803  a  escrever  sobre  me- 
dicina, e  em  18D6  publicou  o  seu  Tratado 
de  diabetes.  (Diccionario  Bibliographico  do 
sr.  lanucencio  F.  da  Silva,  tom.  VI,  pag. 
80.) 

Por  desgostos  com  a  sua  famiha,  sahiu 
do  continente  e  se  foi  estabelecer  na  ilha  da 
Madeira,  onde  casou  com  uma  senhora  da 
mesma  ilba,  de  quetú  leve  um  filho,  por  no- 
me Adriano  Perimira  da  Graça,  que,  entre  os 
annos  de  1823  a  1828,  enviou  eom  um  dote 
de  12  contos  de  róis  para  Coimbra,  para 
casa  de  seu  tio  e  protector,  reeommendan- 
do*lh»9  a  sua  educação. 

M.irreu  na  IfMeira,  pelos  annos  de  1830. 

Seu  Allio  ainda  vive  em  Coimbra. 

No  convento  dé  Serem  (do  Yooga)  exis- 
tia uma  ehroiica  manuscripta,  que  conta- 
va o  caso  spguinte. 

Em  1634  era  prior  de  Macinhata  o  padre 
Francisco  (a  chronica  áiiqnsUèe  ceeulta  ot 
Hèb^ffíomes,  p»r  tíariãade.) 

Brri  8  de  setembro  doesse  anuo,  ebegaram 
á  vilia  de  Serem  (que  é  d*«U  flreguezia)  fr. 
João  de  Villa  Real  e  outré  eompanheiro,  pa- 
rti continuarem  as  obras  é^  seu  mosteiro. 
'  (>  prior  de  Maciabata '  os  refiébeu  oom  a 
itiáior  aspereza;  lasendo-^  acarretar  âa  cos- 


MAÇ 


m 


tas,  e  depois  bater  a  maço  aseataoas.para  a 
tapagem  do  rio.  .  i 

Este. priiMr  tinha  dois  creados  (irmãos)  de 
alcunha  os  Cangalhos,  Ião  matvados,  qua 
aeotHavam,  esfttqneavam  homens  e  mulhe- 
res, e  a  uma  d'e8tas  Ibíe  lançaram  sal  sobre 
as  feridas  que  lhe  haviam  ffito. 

Fr.  João  de  Villa  Bèai,  gue  tmha  relaçfes 
com  muitos  fiUalffos  de  Madrid^  d]eu  parte 
d*«stas  airocidadea  para  Castella,  e  PhUiitpa 
IT  mandou  Ipgo  -uma  alçada  syodiear  do 
caso. 

O  prior,  apenas  isto  ^onbe,  fugia  compôs 
Cangalhos,  dizendo: 

«Tal  alçada  sobre  ti  ? 
cFrancisco,  vae^te  d-aqui.» 

Jfunea  mais  se  soube  do  prior  n^m  dofi 
criados. 

Com  licença  da  tal  chronica,  manuscrU 
pta,  dão^me  tentações  de  não  acreditar  nas 
atroàdaâes  do  prior  e  dus  seus  dpis  cria- 
dos, e  de  desconfiar  que  houve  aqui  casit^ 
Ihanwno  da  parte  dos  frades,  e  patriotismo 
da  parle  do  piior.  Mesmo  porque  a  tal  i^hror 
nica,  relatando  os  grandes  e  inacreditáveis 
crimes  do  padre  FraQoi;}00  e  dos  seus  dois 
aeolytoe,  não  conta  nada  sobre  a  consequên- 
cia da  alçada,  nem  que  por  ella  se  provas- 
sem semelhantes  crimesi 

Também  a  suppressào  dos  sobiencmes  do 
prior,  me  faz  ainda  mais  acreditar  que  a 
oousa  não  passa  de  uma  intriga  urdida  para 
certos  fina,  ou,  o  que  é  mais  provável,  não 
passar  tudo  de  uma  grande  patranha  qu^ 
algupffl  s6eotretev»a<  ^fcrever  na  tal  chiro- 
nica,  paradiverlimento  em  horas  de  oci^ir 
sidade.    ..  .         >         * 

É  n*esta.€RQguem  a^  antiquíssima  villa  de 
Serem.  Para,  não  faier  esto,  artigo  mais  exr 
tenso^«  mesmo  por  ser  mais  curial»  vae^a 
descripçâo  d'esta  villa  e  do  seu  convento  no 
lo0ar  competeate.  i  Vido  poÂs.  Serem, 
'  MAÇOIEIBS)— freguezia,  Traios-Moptes, 
€omareaie'ooaQeUio  de  Moncorvo^  IfiO  kilo- 
metros  a  NE.  de  Braga,  370  ao  N.  ds  Lis- 
boa, 130  fogos. 


JM 


HÁS 


SUft  1787  tinha  9$  (bgo» 

Oragó  S.  Martinho,  bispo. 

Arcebispado  de  Draga,  dntriolo  admiois- 
ti^vo  de  Bragançía. 

A  eamara  ecclesiaettea  de  traga»  aprwc»- 
tatá  o  abbade,  que  tinha  100#000  réis  de 
rendimento. 

Ihii^  a  etymologia  vide  Mançore$. 

MADAlii  — '  fregneiia,  Douro,  eomarea, 
eeoeeího  e  3  i^ilometro»  ao  SO.  de  OHveira 
de  Asemeis,  45>  ao  S.  do  Porto,  270  aoN.  de 
Lisboa,  iOO  fogos. 

Em  17S7  tkiha  ^  fogos. 

Orago  S.  Mamede. 

Foi  do  bispado  de  Coimbra,  depois  do  do 
Porto,  ao  qaal  hoje  pertenee,distri4to  admi- 
nistrativo de  Aveiro. 

O  reitor  de  Avança,  apresentava  o  cura, 
que  tinha  13)f000  réis  de  côngrua  e  o  pé 
d*altar. 

O  povo  chama  a  esta  freguezia  Terra  dos 
efijcinhoe,  petos  muitos  que  aqui  se  fazemf,  e 
se  exportam  para  grandes  distancias. 

VASiEIRA  (S.  João  da)— freguezia.  Douro, 
comarca,  concelho  e  8  Icílometres  s»  NO.  de 
Oliveira  de  Azeméis,  38  ao  S.  dõ  Porto,  36 
Itílometros  a  N.  NO.  de  Aveiro  e  280  aa  N. 
de  Lisboa,  450  fogos  e  1:800  aimas^ 

Orago,  S.  João  Baptista. 

Bispado  do  Porto edistrieto  adminiSMtí- 
vo  de  Aveiro. 

A  mitra  e  o  abbade  do  mosteiro  de  S.  Ben- 
to, da  cidade  do  Porto,  apresentavam  alterúa- 
livamente  o  abbade,  que  tinha  600^000  réi& 

Situada  (a  freguezia)  em  terreno  levemen- 
te aocidentado;  mas  a  povoação  ehamada 
propriamente  S.  João 4a  Madeira,  estâ^i- 
fioada  sobre  uma  planície  elevada  (espede 
de  plató)  d*onde  se  gosa  para  t^os  os  lados 
a  vista  pittoresca  de  serras^  outeiros,  valles 
e  bosques,  alvejando  por  entre  elles  as  cu- 
puks  cónicas  de  algumas  egrejas  e  valias 
oasas  de  differentes  povoaçdes,  vendo-se  ao 
O.  uma  vasca  extensão  do  Oceano  Atlântico. 

Esta  povoaçãè  é  uma  betta  rua  arborisa^ 
da,  formada  pela  estrada  ifeal:  de  Lisboa,  or- 
Ma  de  bellos  ediliclos  partÉculares,  qiiaei 

todos- novos. 


HÂD 

ti  povoa^  muito  áatida,  pois  Já  exiati^ 
(com  o  nome  de  Madeirti,  ou  firogaezía  da^ 
Madeira^  em  12B1,  visio  que  é  mrnfltnildii 
nas  Inquirires  tiradas  n»  mcE  de  agoitO' 
d*e8S6  aano  (Maço  8.*  doi  Arava  antigot,  â.* 
1)  para  provarem  a  existeBcia  do  fiotal  velboi 
sem  data,  que  à  Terra  da  Feinb  dèu  D.  San* 
cho  I,  no  fim  do  século  XII. 

No  Furai  novo,  dado  por  D.  Manuel  ávtiki 
e  Terra  di  Feira,  feito  em  Lisboa  a  10  de 
fevereiro  de  1514,  também  as  oomprehende 
esta  toguezia.  (\íéd  Feira.) 

Nenhuma  povoação  da  extensa  Terra  dó 
Santa  Maria  (ou  Terra  da  Feira)  tem  proa* 
parado  tanto  como  esta  e  os  Carvalhos^  na 
freguezia  de  Pedroso. 

Ao  génio  emprehendedor,  ao  amor  do  tra-- 
balho,  à  energia  e  coragem  de  seus  habitan- 
tes, deve  S.  João  da  Madeira  o  prodigioso 
desenvolvimento  da  sua  população  e  dos  seus 
melhoramentos  materiaes  e  moraes. 

A  agricultura,  o  commercio  e  a  industria 
prosperam  aqui  a  olhos  vistos,  e  S.  João  d^ 
Madeira,  que,  ainda  ha  30  annos,  era  uma. 
pequena  aldeia,  está  hoje  uma  bonita  e  gran- 
de povoação,  maior  e  mais  rica  do  que  mui* 
tas  villas  de  Portugal. 

• 

Tem  uma  philarmonica  (e  já  teve  duas)  e 
correio  diário. 

Antes  de  pouco  tempo  vae  ser  ligada  eofll 
o  caminho  de  ferro  do  Norte,  por  um  ramal 
de  estrada  (de  uns  2  kiloinetros  de  dístaan 
eia)  que  a  põe  em  commuiAcação  com  a  es- 
trada de  Ovar  a  Olivdra  de  AÊemeis. 

(Ramal  que  já  podia  e  devia  estar  feito — 
visto  a  sua  ínsignifieante  despeaa-^-se  as  in- 
fluencias de  campanário  e  a  rivalidade  da 
Oliveira  de  Azeméis  não  tivesse  ha  dons  a»r 
nos  actuado  peloB  interesses  4e  olifuna  cen- 
tra os  do  eommum.) 

Este  ramal  não  sóé  utiUssimQi  paita  S,  Joí^ 
éa  Madeira,  como  também  o  é  para  muitas 
e  populosas'  fregCfêzias.flituaidaa^o  N*>  NE.» 
L.  e  SE.  da  estrada  reai 

Feito  este  pequeno  vamal,  5r  Joãa  da  Ma- 
deira tomar-ae-ba  uma  natação  commeseial 
4e  miita  Imikortanfiia»  e  em  poucos  aiiQOt 


BiAD 

attiogif  á  as  proporções  de  uma  graade  e  fio- 
resceate  víUa. 

Eaure  os  mais  bonitos  edifícios  d*esta  po- 
voação, se  distÍDguem  o  do  ar.  AtUonio  Mo- 
reira da  Silvv  Dourado  (proprietário  de  uma 
das  melhores  fabricas  de  chapéus  de  lã  de 
Cortugal,  cujos  productos  téêm  sido  premia- 
dos em  varias  exposições,  e  que  emprega 
grande  numero  de  operários  do  ambos  os  se- 
xos); a  bonita  casa  e  quinta  do  sr.  Francisco 
da  Costa  Lima,  a  do  sr.  Silva  e  outras.   . 

Uma  industria  insígoiflcanta  na  apparf^n- 
ela,  tem  aqui  dado  óptimos  resultados;  é  o 
fabrico»  compra  e  venda  de  manteiga  de 
vacea. 

As  pessoas  dedicadas  a  este  ramo  de  in- 
dustria, téem  prosperado  muito,  ^  formado 
ama  bonita  povoação  contigua  a  S.  João  da 
Madeira,  d*onde  exportam  diariamente  para 
^  cidade  do  Porto  grandes  porções  doeste  gé- 
nero, já  bastanteineote  aperfeiçoado. 

Além  d*isso,  a  freguezia  exporta  em  grau-' 
de  escala,  para  o  Porto,  Exti^madura,  Aiem- 
lejo  e  Hespanha,  os  seus  chapéus  de  lã,  de 
óptima  qualidade,  e  também  exporta  cons- 
tantemente para  o  Porto,  gado  bovino,  para 
embarque,  géneros  agrícolas,  madeiras,  le- 
nhas, etc. 

♦  ... 

Eotre  os  varões  illustres  aqui  nascidos, 
avulta  o  sapientissimo  dr.  Christovão  Alão 
de  Moraes,  que  veiu  ao  mando  a  i3  de  maio 
de  1631 

Foi  bapUsado  na  matriz  d'esta  (^eguezia; 
nas,  tendo  sido  culpado  de  heresia  o  padre 
•que  o  baptísou,  se  tornou  a  baptisar  na  egre- 
ja  de  S.  Nicolau,  da  cidade  do  Purto. 

Foi  doutor  formado  em  direito  c^iril  eea. 
Booioo,  juiz  de  fora  de  Torres^Vedru^  ou- 
•Hidor  .e  provedor  de  Mira,  juiz  doa  orphãos 
do  Porto,  corregedor  de  Pinhel,  Riba  Côa  e 
Coimbra»  desembargador  e  corregedor  do  ci- 
Viai  da  relação  do  Porto. 
• .  Compoz  6  escreveu  vario»  li  wros  de  muito 
nereciffeaU),  entre  elles  ^  eommetUarifisás 
*§bra$  úàSádê  Uiramda^^i  Ulyêspa,  de  6a- 
hiel  Pereira  de.  Castro* 
c  JSjn»  iUbo  pfimogeikUo  4o  «anitio  de^^uur 

V(X.1Jlá^T 


MAD 


21 


e  'guerra,  BaUhazar  Alão  -de  Moraes,  (que 
morreu  de  25  annos  de  idade,  n*aquelle  adian- 
tado posto,  ganho  pela  sua  bravura  e  gran- 
des serviços.) 

O  dr.  Alão,  casou  com  D.  Joawia  Tliereza 
de  Carvalho,  fílba  de  António  de  Carvalho, 
creado  da  rainha  D.  Luiza  de  Gusmão,  e  que 
foi  ama  de  leite  de  D.  Aílonso  VI  e  de  D.  Pe- 
dro II. 

Morreu  a  19  de  maio  de  1693. 

Está  sepultado  na  Sé  do  Porto,  na  capella 
da  Vera  Cruz  e  Santa  Helena^  construída  em 
29  de  outubro^de  1381,  por  fi\  Domingos 
Geraldes  Alão,  cónego  da  mesma  Só,  prior 
de  Ferronella  e  commendador  de  Rio-Meão. 

(A  esta  capella  ainda  hoje  se  chama  dos 
Alões.) 

Este  Ínclito  varão,  reuniu  ao  seu  muito 
saber,  uma  grande  virtude  e  muita  rectidão 
e  solicitude  no  cumprimenlo  dos  deveres, 
que  lhe  impunham  o  desempenho  dos  seus 
muitos  e  vários  empregos. 

Foi  seu  primeiro  mestre  (de  latim,  fran- 
cez  e  musica)  seu  tio,  o  muito  douto  e  ve- 
nerável D.  fr,  António  da  Purificação,  cone* 
go  de  Santo  Agostinho  (crusio)  do  convento 
de  Grijó ;  chronista  e  visitador  geral  da  sua 
ordem,  e  lente  jubilado  em  theologia,  da  uni- 
versidade de  Coimbra: 

Nem  só  o  dr:  Alão,  tãa  notável  peks  seus 
vastos' talentoso  raras  virtudes,  tem  por  pá- 
tria esta  freguezia.  Pôde  alé  dizer-se  que, 
nenhuma  das  do  districto  tem  produzido  tan- 
tos varões  merecedores  de  que  seus  nomes 
oCcupem  disiincto  logar  n'esta  obra,  como 
S.  João  da  Madeira. 

A  casa  dos  jn^.  Cardozos  Cartes  Eeaes,  d/eu 
êuk  no«so8  dias  o  de  Benio  Geurdozo  Corte 
Real,  que  foi  presidente  da  relação  do  Porto 
o  atnistro  eacemplarlasimo  pela  sua  rectidão 
e  intelligencia. 

(Seu  irmão  mal»  velho,  o  morgado  José  JVti- 
nes  Cardozo  Corte  Real^  também  era  forma» 
do  em  direito. 

Tinha  dois  tios  frades,  D.  fir.  luí?,  qua  foi 
abbade  do  convento  da  Gralheira^  e^  fr.  Joeé, 
dominico  em  Aveiro. 

Eata^  eaaa  é  aetualmeate  da  ar.  Maiwel 


Km 


MAD 


<MâD 


Cardozo  Carte  Real  (fittio  é^Aqaelld  losé  Na- 
nes), que  casou  e  reside  no  Porto. 

A  casa  de  Fundões^  também  tem  dado  ca- 
valheiros muito  considerados. 

Esta  casa  está  hoje  no  poder  dos  srs.  drs. 
Manuel  Camossa  Nunes  de  Saldanha  e  João 
Baptista  Camossa  Nunes  de  Saldanha,  de  suas 
irmans. 

£ram  seus  tios  Diogo  Camossa,  que'.foi  côn- 
sul da  Inglaterra,  em  Aveiro  e  João  Camos- 
sa, um  dos  maiores  proprietários  e  capita- 
listas d'estes  sítios,  cuja  fortuna  herdaram 
os  referidos  sobrinhos. 

Era  avô  doestes,  o  capitão  mór  de  Fun- 
dões, que  morreu  em  Arouca  assassinado 
pelo  povo,  sob  o  pretexto  de  ser  jacobino. 

A  casa  da  Várzea  teve  um  doutor  formado 
em  medicina  pela  ^Diversidade  de  Coimbra 
(João  de  Mello),  e  são  vivos  seus  dois  filhos 
formados  em  direitos,  António  da  Silveira 
Toscano  e  João  Toscano. 

A  casa  do  Roupal  deu  o  doutor  em  direi- 
to José  Joaquim  Correia  de  Magalhães. 

Finalmente,  o  doutor  em  direito  e  advo- 
gado dos  auditórios  da  Porto,  Manuel  Mau- 
rido  de  Araújo,  foi  um  jurisconsulto  muito 
distincto,  principalmente  em  orphanologia. 

É  seu  sobrinho  o  sr.  Manoel  Maciel  Leite 
àe  Araújo,  cir^rgião-medico  pela  eschola  do 
Porto,  e  também  muito  distincto  na  sua  pro- 
fissão. 

Já  dissemos  que  ha  n'esta  freguezia  fabri- 
co de  chapéus  de  lan  em  grande  escala,  e  cuja 
qualidade  e  producção  aamoal  é  muito  su- 
'perior  aotuálmente  a  todas  as  fobrícas  de 

<  Braga. 

<  '  O  primeiro  n^goeiult6  dis  ca^Uos  de  Por- 
tugal, é  d*esta  freguezia. 

São  lambem  â*^lao3  maiores  negociantes 
-é»^  manteiga  nacional 

[    lA^orta  S.  ^oão  da'Madeit^  griandes  por- 
'(jSe&  de  hin,  do  Alemtéjò,  da  Beira  Baixa  e 
daHespanha.  '  ' 

'    Também  impoJrta  grandes  pdi^Sbs^^e  Bgo 


dò  Al^farve^  que  se  vende  nod  mercados  éo 
Porto  e  outros. 

S.  João  da  Madeira  é  hoje  a  primeira  terra 
comraerciai  do  districto  de  Aveiro,  com  ex- 
clusão d*esta  cidade. 

Para  se  fazer  idéa  da  espantosa  actividade 
commercial  d'e8ta  freguezia,  basta  dizer  que 
o  movimento  de  exportação  e  importação  nos 
annos  de  1868,  1869  e  1870  andou  por  900 
contos  de  réis,  termo  médio,  annualmentet 

• 

Tudo  leva  a  acreditar  (principalmente  a 
inexgoiavel  e  tenaz  actividade  dos  Madeiren- 
ses) que  a  povoação  de  S.  João  da  Madeira 
(que  nem  ainda  tem  foro  de  villa!)  será,  ain- 
da nos  nossos  dias,  uma  das  primeiras  do 
districto  de  Aveiro :  sobre  tudo  se  o  governa» 
attendendo  ao  grande  desenvolvimento  oom- 
mercial,  agrícola  e  industrial  doesta  fregue- 
zia, mandar  abrir  as  estradas  de  que  pred- 
za,  para  chegar  ao  apogeu  da  sua  prosperi- 
dade. 

Para  evitar  repetições,  ver  o  que  está  es- 
cripto  a  pag.  238,  R  R,  do  l.*"  vol.,  sobre  o 
massacre  feito  pelos  francezes,  em  1809,  eiàk 
umas  300  pessoas,  que  trucidaram  no  cam- 
po de  Bussiqueira,  d*esta  freguezia. 

Madeira  é  um  appellido  antigo  e  nobre  tm 
Portugal,  tomado  do  nome  doesta  freguezia. 

Segundo  Blnteau,  o  primeiro  que  císoa 
â*este  appellido,  foi  João  Martins  Madeira, 
aleaiideHnór  de  Paro,  é  que  tinha  o  sen  so- 
lar n'esta  freguezia. 

Suas  armas  são :  em  campo  de  púrpíura, 
cinco  cabeças  de  águia,  de  onro,  cériadas 
em  sangue,  em  aspa;  elino  d^  aço,  aberto^ e 
por  timbre,  meia  águia  de  otiro,  biOada  éb 
púrpura. 

Ooth»  d'este  appellido  usam  dSB  mesmas 
armas,  maís  o  timbre  éukna  águia  de  púrpu- 
ra^ bicada  e  membradi  de  ouro.        '    "•» 

Esta  famiiflt,  ou  se  extingaitt  aqiri,  oa  mu- 
dou de  appellido,  porque  actóalmealè  Mto 
ha  na  freguezia  pessea^def  represeataçio  ijae 
se  appeMiâe  Matleira^  nsm  havestigioirtia 
semelhantes  armas  em  neâbmn  «difioio^^taii 
documento  d'esta  firegftezi^.  •  «  '    '"* 

*  WamBm  "h^tttsaia/  BMra  Bttijfl%ioo- 


r^v»  ; 


marca  da  Gertaó,  concelho  de  Oleiros;  100 
iLfloitíetros  da  Ttlla  do  Crato,  200  ao  k  de 
Lisboa,  160  fogos.  * 

'  *  Em  1757  tinha  44  fogos. 
' '  Orago,  Nossa  Senhora  do  Carmo. 

Dislricto  administrativo  de  Castello  Bran- 
co. 

É  do  grão  priorado  do  Crato,  pelo  que  está 
desde  1834  annexa  ao  patriarchado. 

O  commendador  de  Malta,  qne  residia  n*e3- 
ta  ilha,  em  nome  da  ordem  em  Portugal, 
apresentava  o  cora,  eollado,  que  tinha  réis 
"WOOO,  e  o  pé  d'altar 

Depois  da  tomada  da  ilha  de  Malta,  pelos 
inglezes,  o  padroado  doesta  egreja,  passou  a 
se  rate  183^  dos  grâos-priores.  (Vide  Crato.) 

HIADIOSO-^portugaez  antigo — mavioso, 
enternecido,  etc. 

.    MA6ÂClA--portaguez  antigo — magia,  fei- 
ticerí^— de  mc^o,  magico. 

MAFAMUDE— (também  alguns  lhe  cha- 
mam Mafamede) — freguezia,  Douro,  comar- 
ca do  Porto  (3.*  varà)^  concelho  e*  junto  de 
'Gàya,2  kilomeiros  ao  S.  do  Porto,  310  ao  N. 
de  Lisboa,  850  fogos. 

Eto  17^7  tinha  340  fogos.  * '    ' 
"'  Õrago,  S,  Christovío. 

fiispadò  e  diátrleto  administrativo  do  Por- 
to. 

O  papa  e  os  cónegos  regrantes  (crusios)  da 
•Serra  do  Pilar,  n'esta  mesma  freguezia,  apre- 
"Sfentavam  atemaiivamenteo  abbade,  eollado, 
'4ue  tinha  600*000  réis. 

'  Esta  freguesia,  está  pittoreácaménté  situa- 
-dá  'sobre  a  margem  esquerda'  do  Douro,  etía 
frente  da  cidade  do  Porto,  q^ue  toda  se  Vé 
'^'esta  fregueria,  a  qual  é  um  arrabalde  de 
^Vffia  Nafta  de  Gáya.- 

•Ma   •  ''  ■ 

% 

N*esta  freguezia  no  sitio  antigamente  cha- 
iníido  âè'5J molkw,  ÁrMeijúeirà,  (AiCòim' 
'è^ío^,  éStSto  às  mat^gestosás  tíxiúaà  do  mós- 
'téhpb  de  conegí^  íégranteá  deSântb  Aí;òsti- 
'lAoi  da  itivocaçíò'  de  Nosáá'Si8tffidi'a  -dò  Ã- 
'*i^fé  j^iíliio^ictóoífd  àltío^o  noine  dê  Èeii*a 

/  '^M'em'ití6à^ú^taúãilAb'^irÒ  jftíòr  «o 

'4WiJte!fè1W' ffíflâr  (4a  ibmA  tiíáémph.  ft, 

Bento  de  Abrantes.  v  '-'i"^*^ 


MAF 


^ 


Lançou -lhe  a  primeira  pedra,  o  bispo  do 
Porto,;  D.  fr.  Balthazar  Limpo  (que  tinha  sido 
frade  erúsio  de  Grfjó),  em  28  de  março  de 
1538. 

Para  não  fazer  muito  extenso  este  artigo, 
faço  a  descripção  completa  d'este  mosteiro 
e  do  seu  actual  estado,  na  palavra  P^/ar,  para 
onde  remetto  o  leitor.  Yeja-se  também  sobre 
o  mesmo  assumpto,  o  que  digo  a  pag.  252  e 
324do3.«vol. 

É  também  n  esta  freguezia,  o  tunnel  dò 
caminho  de  ferro  do  N.,  já  deseripto  a  pag. 
253  do  3.»  vol. 

Houve  em  tempos  remotos,  no  districto 
d'esta  freguezia,  e  ainda  existia  no  tempo 
do  conde  D.  Henrique,  uma  villa  chamada 
Portugal,  que  talvez  fosse  a  que  deu  o  seu 
nome  a  todo  o  reino. 

Dizem  alguns,  que  era  no  sitio  a  que  hoje 
se  chama  Paço  de  Rei.  Nao  ha  o  minimo  ves- 
tígio de  semelhante  povoação.  Vide  Portu- 
galy  villa. 

Ha  ti*está  freguezia,  muitas  e  boas  quintas» 
uma  fábrica  de  fundição  de  panellas  dè  fer- 
ro, fabricas  de  louça  (de  barro  preto  e  de 
Taiança),  uma  fabrica  de  vidros  e  varias  de 
tecidos  de  liáho  e  algodão. 

Dôve  ver-âe  a  palavra  Gaya. 

Não  posso  dizer  6om  certeza  qual  é  a  vei^- 
áadeira  etymologia  do  nome  doesta  fregue- 
zia ^^  o  que  posso  com  certeza  asseverar  é  ser 
palavra  árabe:  '      *• 

Tenho  dito  muitas  vezes  n*esta  obra,  que 
os  árabes  aspiravam  sempre  oh.     '        ' 
•  Nós  mudámos  o  h  d*elles,  em  f.  ^ 

Se  a  palavra  vem  do  árabe  Udhamede^  (fá» 
nós*  pronuiltSamos  Bafamèdey  é  o  nome  pro- 
^rio^  de  Ifomem,  o*  mesmo  que  ifàfâmáth 
Mahomety  o  propheta  dos  tnotlros  e  tufcSs 
'r-iísipostôr  bôm  conhecido.        '      '  -'^ 

Se  vem  de  Mahúrhude^,  isignlfica  a  itlatifit 
médiisiBiala  ijáe  nós  damosonoÀoiò^úé  éèiíà- 
tnonéa.  < 

Se,  finaloifniti,  t^m  de  MáhnMS,  é  Úm^ 
próprio  de  mulher,  e  sig^èk  (i*'2Altim^ 


94 


MAF 


pois  se  deriva  do  verbo  hamada,  qae  signi- 
fica louvar. 

Jà  vêem  que  qualquer  doestas  três  etymo- 
logias  i<ão  plausibiiiâsimas,  pela  sua  grande 
semelhança  (quasi  identidade)  de  pronuucia. 

Faz-se  n*esta  freguezia  uma  grande  feira 
de  ga<]ip  a  8  de  setembro  de  cada  anno;  e, 
no  mesmo  dia,  uma  concorridissima  roma- 
ria a  Nossa  Senhora  do  Pilar  (na  egreja  do 
mosteiro),  aonde  vem  grande  multidão  de 
portuenses.      * 

Para  se  íazer  idéa  da  gente  que  concorre 
da  outra  margem  do  rio,  basta  dizer  que  tem 
annos,  em  que  a  ponte  rende  n*esse  dia  réis 
70^000,  afora  a  gente  que  vem  embarcada. 

MAFRA— villa,  Extremadura,  cabeça  de 
concelho,  na  comarca  de  Cintra,  d*oude  dis- 
ta 15  kilometros  ao  N.,  35  ao  N.  de  Lis- 
boa, 900  fogos. 

£m  1757  tinha  589  fogos. 

Orago  Santo  André,  apostolo. 

Patriarchado  e  districto  administrativo  de 
Lisboa. 

A  mitra  apresentava  o  vigário,  que  tinha 
200i|K)00  réis  de  rendimento. 

Mafra  vem  da  palavra  árabe — Mahafra — 
a  cova — deriva  se  do  verbo  hafara,  cavar, 
abrir  cova?,  etc. 

É  povoação  mnito  antiga,  e  presume- se 
que  já  existia  no  tempo  dos  romanos ;  mas 
ignora- se  o  nome  que  então  tinha.  O  que  é 
certo  é  ter  já  o  nome  actual  no  século  IX. 

D.  Afifonso  Henriques  a  tomou  aos  mou- 
ros, em'  maio  de  1147. 

O  primeiro  foral  d'esta  vílla  foi  lhe. da- 
do por  D.  Nicolau,  bispo  de  Silves,  em  LJb- 
boa,  no  mez  de  março  de  1189.  (Ga^  13 
maço  1,  n.*  21.  fl,  3  v.) 

D.  Diniz  lhe  deu  foral»  reformando  o  án-,. 
tigo,  em  1304.  (Gav.  9,  maço  10,  n««  S7,  fL 
S  T.,  in  principio.) 

D.  Manuel  lhe  deu  foral  novo,  em  Lisboa, 
JK>  i.*  de  Jonho  de  1513.  {Uvro  de  foraes 
wwos  da  Extremaduray  fl.  215^  coL  2^) 

Tem  nrisericordiay  e  hoapitaL 
timafeniL^ 


MAF 

Tem  estação  telegraphica. 

Feira  no  3.«  domingo  de  julho,  3  dias— 
e  a  30  de  novembro. 

No  seu  termo  estão  os  fortes  de  MUreu 
e  Santa  Suzana,  desartilbados  a  abandona- 
dos. 

O  papa  João  XXI  (Pedro  Hispano)  nata- 
r^l  de  Lisboa,  baptisádo  na  egreja  ae  S.  Ja- 
lião  e  por  isso  chamado  (antes  de  ser  poa- 
tiOce)  Pedro  Gião  (Pedro  Julião)  foi  feilo 
prior  de  Mafra,  por  D.  Affonso  III,  que  mui- 
to o  estimava,  pelos  annos  1250.  (Vide  Lis- 
boa, no  logar  competente,  do  4.''  vol.) 

Próximo  á  villa,  está  a  capella  de  Nossa 
Senhora  da  Paz,  onde  se  faz  a  entreg»  da 
bandeira  do  círio  de  Nossa  Senhora  da  Na- 
zaretb,  e  se  põe  em  ordem  a  procissão,  pa- 
ra dar  a  sua  entrada  triumphal  na  vllla. 

O  concelho  de  Mafra  é  composto  das  Í4 
freguezias  seguintes:  —  Alcainça,  Azueira^ 
Chilleiros,  Enxara  do  Bispo,  Egreja-Nova, 
Ericeira,  Fanga  da  Fé,  Gailés,  Gradil,  Ma- 
fra, Milharado,  Reguengo  da  Carvoeira,  San- 
to Izidoro,  e  Sobrai  da  Abelheira.  Todas  no 
patriarchado. 

Mafra  é  pátria  de  muitos  varões  illnstres, 
distinguindo-se  entre  elles— />.  Estevão  d& 
Jesus  Maria,  da  ordem  dos  menores  obser- 
vantes, da  província  da  Arrábida.  Nascea 
a  26  de  dezembro  de  1787.  Foi  eleito  bispo 
de  Meliapor  em  24  de  junho  de  1825;  Foi 
transferido  para  Angra  (Açores)  em  3  de 
agosto  de  1827,  e  confirmado  no  consistório 
cde  28  de  junho  de  1828.  ^  £'  o  prelado 
actual  d*esta  diocese. 


» ' 


.  Foi j  esta  villa  o  solar  de  um  ramo  da  do- 
ÍÚUssiina  familia  dos  Vasconcellos,  o  qual 
.eca  lenhor  donatário  de  Mafra.  As  armas 
d!ésta  Çsunilia,  ião-~escudo  esquartellado ; 
ijio  4.*  e  4.^,  as  armas  de  Portugal,  no  %• 
as  dos  Vasconcellos,  e  no  3.*  as  dos  mar- 
quesas de  TaUença.  (Vide  Ca»teUo  JKMkoTp 
e  Lisboa,  no  palácio  dos  marqaezes  d'eaie 
titulo.) 


MÂF 


MAF 


2& 


Cat>ella  de  Nossa  Senhora 
do  Livramento 

Esta  capella  é  na  fregaezia  da  Agueira, 
d'este  concelho ;  mas,  como  não  foi  alli,  e 
desejo  dar  aos  leitores  a  narração  legeioda- 
ría  d*esta  ermida  e  da  sua  imagem,  decidi 
d«screvél-a  aqui,  por  ser  no  concelho  e  pró- 
ximo de  Mafra. 

No  anno  de  i639  havia  em  Lisboa  xxm 
mancebo  muito  devoio  de  Nossa  Seobora, 
o  quai  embarcou  para  a  índia,  para  alli 
exercer  um  emprego  muito  importante  na 
cidade  de  Goa. 

Tinha  elle  muita  amisade  *a  um  padre» 
qne  tinha  sido  seu  condiscípulo,  chama- 
do Mathefus  Ribeiro,  letrado  e  pregador, 
que  depois  foi  parocho  no  logar  da  Â2uei- 
r#  Quiz  deixar  ao  seu  amigo  uma  preuda , 
em^  memoria  da  afTeição  que  lhe  dedicara; 
a  prenda  foi  uma  imagem  de  Nossa  Senho* 
ra,  á  qual  dava  o  titulo  de  Senhora  do  Li- 
vramento, para  que  o  livrasse  de  todo  os  pe- 
rigos. 

Pela  mnita  devoção  que  este  mancebo  ti- 
nliA  a  Nossli  Senhora,  entendeu  que  não 
pedia  levar  a  sua  imagem  com  a  devida  de- 
cência em  sua  nau,  e,  para  ser  tratada  com 
toda  a  veneração,  áeixou- a  ao  seu  amigo,  e 
assim  lhe  entregou  a  melhor  joiã  que  pos* 
suia^pedfodolhe  que  rogasse  á  Hã^  de 
Deus  o  livrasse  dos  muitos  trabalhos  e  pe- 
rigos a  que  estão  sujeitos  os  navegantes.     • 

Réc€(beU  o  padre  Matbeus  Ribeiro  a  ima- 
gem. Tinha  ella  o  menino  Jesus  nos  bra- 
des, e  na  mão  esquerda  uns  grilhóes  de  pra- 
ta, por  insigoia  do  seu  titolo ;  alguns  vinte 
e  oito  annos  a  conservou  no  seu'  oratório, 
tanto;  quando  residia  em  Lisboa,  como  quan- 
do habitava  no  logar  da  Azueira: 

Dtíranie  este  tempo  recebeu  grande^  be- 
nefiCfJos^  liVrandosè  de  muitos  trabalhos  e 
privações  todas  as  vezesque  recoi-rlá á pro^ 
ttfcção  da  Samissima  Virgem  Màría ;  no  ikn 
^s  vinte  e  oito  ânuos,  entfai^  em  easa 
^este  clérigo  umá  pessoa  devota,  e  tendo 
visto  algumas  vezes  no  oratório  esta  linda- 
imageín,  disse^lhe  tqfue  se  admirava  do  a 
nio  levar  á  eg^e}a  para  Ibe  dedicar  ctíilto  e 
e  excitar  no^  povo  deVoçao. 


Conhecendo  o  sacerdote  que  a  proposta 
era  ju«ta,  desculpou-se,  prometterido  fezer 
uma  festa  nas  oitavas  do  Natal. 

Levando  a  imagem  para  a  freguezia,  col- 
locoua  no  altar-mór,  e  fezlhe  uma  festa. 
O  povo  ficou  tão  âfiFeiçoado  e  devoto  para 
com  a  veneranda  imagem,  que  pediu  que  a 
deixasse  na  egreja,  porque  estava  prompto 
para  a  festejar. 

Vendo  o  clérigo  a  devoção  do  povo,  co- 
nheceu ser  isto  vontade  de  Deus;  propondo- 
lhe  se  queriam  edificar  uma  ermida  à  Se- 
nhora. Não  obstante  o  povo  estar  muito  po- 
bre, por  causa  da  guerra  que  então  havia 
entre  Portugal  e  a  Hespanha  (e  para  a  qual 
contribuíam  com  tributos  pesados,  os  paea 
vexados,  tristes  e  magoados,  tirando-lhe  os 
fHhos  para  o  exercito  que  ia  para  as  fron- 
teiras, o  pão  caríssimo);^  assim  mesmo  offe- 
receram-se  para  o  ajudar  no  que  podes* 
sem. 

Escolheu -se  o  sitio  mais  próprio  para  a 
edificação,  n*um  campo  pouco  distante  do 
logar. 

Collocouse  alli  uma  cruz  em  signal  da 
posse  qn^  se  tpmaVa  do  sitio. 

No  domingo  seguinte  fizeram -se  as  offeir- 
tas,  que  chegaram  a  27:000  réis.  Com  a  es- 
mola de  sete  tostões,  que  logo  receberam, 
abriram  os  alicerces,  e  deram  principio  à 
edificação  da  egreja,  em  20  de  setembro  de 
1655,  a  qual  se  concluiu  em  breve  tempo, 
tratándose  logo  de  determinar  o  dia  em 
que  a  Senhora  álH  havia  de  ser  collocada, 
qtie  foi  no  segundo  domingo  de  novembro 
de  1650,  concorrendo  os  parochos,  confra- 
rias e  muito  povo  dos  logares  circumvisi- 
nhos,  havendo  por  essa  occa<)ilo  verdadeira 
alegria  em  todos  os  corações  piedosos. 

Collocada  a  devota  imagem  *na  sua  nova 
egreja,  faltava  a  licença  do  ordinário  para  se 
poder  celebrar  missa;  obtida  essa,  celebrou  se 
a  primeira  no  dia  de  Reis  do  anno  de  1657, ' 
havendo  por  essa  odcasião  grande  concurso 
de  povo,  que  deu  logar  a  reconhecer-sea  ne- 
cessidade de  se  lediftcar  duas  grandes  casas 
para  se  abrigarem  os  devotos  romeiros 
que  abi  se  dirigiam  cdbtinuamente  a  faze-^ 
rem  suas  novenas  e  a  cumprirem  promes* 
saB. 


s» 


MAP 


Descobriu  se  por  essa  occasião  próximo 
da  egreju  ama  fonte  de  agua  crystaliaa,  que 
até  hoje  nunca  cessou  de  fertilizar  aquelle 
Bilio,  ao  passo  que,  bem  próximo  outras  sec- 
cam  na  estação  calmosa. 

Augmentando  a  devoção  e  as  esmolas,  de- 
ram principio  á  capella-mór,  que  é  de  abo- 
bada, e  a  outra  nova  e  maior  sachristia. 

Dezenove  confrarias  se  instituíram)  con- 
tando se  n'este  numero  uma  da  cidade  de 
Lisboa)  todas  bom  o  fim  de  irem  a  este 
logar  annualmente  festejar  a  Virgem,  e  as- 
sim vô-se  aquelle  siiio^  que  algum  dia  foi 
matagal,  convertido  em  lindo  arraial  pelo 
muito  povo  que  alli  rae. 

A  maior  romaria  é  em  dia  de  Todos  os 
Santos. 

Antigamente  não  havia  caminho  para 
aquelle  sitio,  hoje  ha  o  Larmanjai  e  boas 
estrada.s'  e  grandes  povoações,  como  o  Gra- 
dil,  o  Turcifal,  a  Freiria,  a  £ncarnaçãQ  e 
Yilla  Franca  do  Bosarjio. 

Escreveu  a  historia  da  fundação  da  egre- 
ja  da  Senhora,  o  referido  padre  Matheus 
Ribeiro,  a*um  livro  intitulado:  Compendio 
histórico  da  egiyja  de  Nossa  Senlwra  do  Li- 
vramento. 

(Extrahido  do  semanário  *0  Catholico*), 

• 

Bi^ilioa  d«  Hafira 

Vou  tratar  agora  do,  por^tantos  respeitos, 
celebre  palácio,  mosteiro  e  quartel  militar 
de  Mafra :  d'esse  triste  e  eterno  testemu-  ^ 
nbo  da  prodigalidade  de  D.  João  V;  d'essa 
fanfarronada  de  pedra  e  cal,  que  nem  mes- 
mo pôde  ía2er-nos  recordar  a  prosperidade , 
e. riqueza  d*aquelle  monarcha;  pois  todos 
sabem  que  elle  andava  sempre  crivado  de 
dividas,  e  chegou  a  deixar  quasi  morrer  de 
fome  os  operários  das  obras  de  Mafra,  e  do 
ouiras  partes^  pois  lhes  deveu  annos  de  jor- 
naes. 

Tenho  sido  accusado  por  alguns  leitores, 
por  descrever  com  muita  rapidez  os  mos- 
teiros de  Alcobaça,  e  da  Batalha.  Parece  jus- 
ta esta  aocusação ;  mas  não  o  é.  Se  eu  des- 
crevesse miúda  e  cirwmstanciadamente  es* 
tes  e  tantos  outros  monumentos  portugus- 
zes^  esta  obra  chagaria  a  mais  de  40  voinr 


MAF 

mes,  e  nem  a  vida  intara  de  um  liomem- 
seria  sufficiente  para  a  concluir. 

Quanto  mais— nas  localidades  onde  des- 
crevo esses  monumentos,  com  a  brevidade 
que  o  diccionario  comporta^  tenho  sempre 
o  cuidado  de  indicar  aos  leitores  que  dese-  ^ 
jarem  amplas  e  minuciosas  noticias  sobia^ 
esses  monumentos,  os  livros  onde  acham 
tudo  descripte  com  vagar  e  circumstancia* 
damente. 

Para  este  edifício  dô  Mafra,  podem  con- 
sultar as  obras  seguintes :  — Atmo  Histórico,, 
vol.  3.»,  pag.  2ÍÍ,  n.»  S^Descripção  minu*  , 
ciosa  do  monumento  de  Mafra^  por  o  sr.  foir 
quim  da  Conceição  Gomes—  Mosaico  e  syl- 
va  de  curiosidades  históricas^  litteraiias  ^ 
biographicas,  pelo  sr.  Camiilo  Gastello  Bran- 
co, pag.  ^^-^Archiw  Pittaresco,  vol.  3.*",  pagi 
17— e  vol.  4.%  pag.  113.  • 

Ha  muitas  mais  obras  que  tratam  de  Ma- 
fra ;  mas  nas  indicadas  acharão  o  sufi&cieo- 
te  para  ficarem  conhecendo  tudo  quanto  s(v 
bre  a  matéria  podei^em  des^ar^ 

D.  João  Yi  casara  com  D.  Mari^^na  4^ 
Áustria,  filha  do  imperador  Leopoldo  I,  GOk 
26  .de  outubro  de  1708.  Como  passassaoi 
dois  annos  depois  dVste  casamento  sem  ha- 
ver, suceessão»  o  rei  prometteu  a  Santo  An- 
tónio de  Lisboa  edificar  a  basílica  de  Mafra^. 
se  a  rainha  lhe  desse  herdeiros  á  coroa.     . 

O  milagroso  $anto  attendeu  ássi^pplicaa 
do  consternado  monarcha,  que  teve  logo  eni 
4  de  dezembro  de  1711  a  princeza  D.  Ma- 
ria» que  casou  çom  o  príncipe  das  Asturiaft^* 
—em  19  de  outubro  de  1712»  a  D.  Pedrc^ 
principe  do  Brasil,  que  morreu  a  29  de  ou- 
tubro de  1714— em  6  de  junho  de  1713,  o 
principe  do  Brasil,  D.  Jos^  depois  rei,  L*- 
do  n(>me,  que  casou  em  1728,. com  a  príur 
ceza  D.  Marianna  Yictoria,  filha  de  Philipf  e 
Y,  de  Hespanha— em  2  de  maio  de  1716|  o^. 
infante  D.  Cario»— em  5  de  julho  de  17i7». 
o  infante  D.  Pedro,  depois  III, e>  finalmente^, 
em  24  de  setembro  de  1723,  o  infante  D. 
Alexandre,  que  morreu  a  2  da  agosto  da. 
1728. 

Já  se  vô  quanto  o  aósso  popular  Santi^ 
AntoQio  satisfez  prodigamente  os  ar^fiteii. 
desejos  de  D.  João  Y,  qo^  nàp,  querendo  fi- 


car  iatárior  em  generosidade,  excedeu  e 
muito  a  proDoesaa  que  lhe  havia  leito. 

LaDçou-se  a  primeira  pedra  n'esu  mons- 
truosa fabrica,  no  dia  17  de  novembro  de 
1717»  eom  tanto  fausto  e  magnificência,  que 
aó  n^eata  solemnidade  se  gastaram  200;000 
onísados  (80  contos  de  róist) 

O  risco  primittivo  não  foi  executado.  D. 
João  Y  promettéra  lazer  um  mosteira  para 
13  religiosos  arrabidos  (franciscanos)— de* 
po&B)  qoin  que  fosse  para  40,  e,  por  fim  de- 
cidiu que  âeria  para  80 ;  e  finalmente,  para 
300 ;  e  foi  em  conformidade  com  esta  ulti- 
ma deciãíSD  que  se  fez  o  ultimo  risco,  que  se 
executou* 

Tinha-3e  principiado  o  convento  com  maiaí 
acanhadas  dimensões,  quando  o  architaeto 
aUetpão^  Jgào  Frederico  Ludovice»  apresen- 
tou ao  rei  um  (dano  vasiissime,  que  não  só 
cwuprejbiendia  o  ampio  convénio,  mas  tam.^ 
liem  um  sumpiuoso  paiaeio.  D.  Joio  Y  ap- 
provou  logo  o  íTíbco,  e  para  o  levar  aeffeito, 
foi  iMreclso  alargar  oa  limites  de  toda  a  ohra 
cemeçada,  desfazendo- se  tudo,  para  .rebai«- 
xar  o  monte  e  desfazer  um  rochedo  que 
eslava  ao  sal 

,  Só  a'«sta  obra  se  gastaram  38  contos  de 
léis  por  mez,  trabalhando  n'ella  5:000  ope- 
rários e  500  cavalgaduras;  gaetando-se  diai 
Piamente  30  arrobas  de  poivora,  para  des- 
•faaec  o  rochedo. 

Treze  annos  durou  a  constraeçae  do  mos- 
teiro, trabalhanâo  diariamente  20:009  a 
15:000  homen» ,  e  1:380  Dois,  para  aearre* 
tarem  pedra.  Bste  numero  augmentava  po^ 
Fém,  guando  se  queria  dar  maior  impulso  ét 
obra. 

Diz  o  auctor  do  Gabinete  Histórico^  que, 
pelos  róes  de  junho  a  outubro  de  1730^  con- 
sta quie>  estavam  matriculados,  nas  differen- 
tes  lépadTtiçdes  das  obras  de  Mafra,  4lk000 
peaioAfii  entrando  n^ate  numero  7:000 jsol- 
dades  de  todas  as  armas,  que,  além  do  8«i 
»ide^  venciam  150  réis  por  dia. 

Aecrutavam-separa  a  obra  os  officiaes  e 
tnbaUiaàefteSi  como  para  uott  guerra— 
apenávam-se  canos,  oavalgadUraa  e  mater» 
naes — ^finalment^  Pzeram*Be'  tod<}B  os  te- 


MAF 


27: 


xamee  a  que  o  povo  está  sc^eito,  sob  um 
rei  como  D.  João  Y.  Os  fidalgos  e  auctori- 
dades,  querendo  agradar  ao  rei,  praticavam 
todas  as  violências  imagináveis,  sem  receio 
de  castigo,  nem  mesmo  de  censura. 

Os  operários  adoeciam  em  Mafra,  aos  ceh* 
tos;  sendo  preciso  fazer-se  alli  um  hospital 
de  8  enfermarias,  com  camas  para  335  doen- 
tes, e  duas  com  240  leitos  para  os  convales-^ 
centea. 

Nao  se  sabe  quantos  operários  falleceram 

durante  a  obra;  apenas  se  sabe  que  desdo 

1729  até  1733  ^traram  no  hospital  17:097 

doentes,  com  os  quaes  se  gastaram  n'estes 

5  annos,  92  contos  de  réis. 

Note-se  que  quasi  todas  estas 

ultimas  despesas  são  pqsterio- 
res  à  sagraçào  do  templo  quan- 
do o  convento  e  palaek)  esta- 
vam Já  habitáveis;  continuando 
apenas  outras  obras  modernas, 
que  se  tinham  dado  por  arre^ 
.  matacão,  pagando  p  rei  (ou  pro- 
mettendo  pagar)  umaconsigna* 
ção  semanal  de  20  contos  de  réi» 
A  ordem  architectonica  doeste  monumen- 
to, ó  a  denominada  italico-ciassica. 

Xto  U>4o.o  edifício  5:200  portas  e  janda- 
ias; duas  torres,  cem  48  sinos  cada  uma, 
que  tocam  por  dois  carrilhões,  e  são  afina- 
d<iA'por  music^..As  torres  leem  cada  uma  315 

palmos  d*altura  (70  metros). 

D.  João  Y   encommendou 

para  uma  fabrica  de  Antuér- 
pia o  machinismo  de  um  car- 
rilhão, e  sendo -lhe  respondi- 
*  do  que  elle  lhe  custaria  400 
.  contos  de  réis,  respondeu  cos- 
telhanamente:  «Ftsío  ser  tão 
barato,  qu^ro  dois  carrilhões, 
em  tez  de  w».»  (1) 

(1)  Ou  o  numero  dos  sinos  íoi  augmenta- 
do,  ou  o  constructor,  vendo  a  prodigalida- 
de do  rei,  lhe  augmentou  o  preço;  porqpe 
consta  que  os  dois  carrilhões  custaram. 3 
miUtões  de  cruzados.  Ambos  teem  a  marcd^ 
de  lÀege,,  (Nos  3  milhões  entra  o  transporte 
e  coiloeai^  dos  carrilhões.) 

No  tempo  dos  frades  havia  24  donatos  ex* 
clusivamente  destinados  para  os  toques 
dos  earrilhdesj  dirigidos  por  um  reioioeiroi 
leigo,  .     .  • 


28 


MAF 


Tem  886  salas  e  quartos,  e  muitos  pateos, 
terraços  e  jardins. 

* '  Cada  uma  das  torres  da  egreja  tem  15:000 
anrobasde  meul  (225:000  kilogrammas.) 

O  sino  das  horas  pesa  800  arrobas  (12:000 
kilogrammas)  e  o  seu  martello  20  arrobas 
(300  kiiogrammas). 

Os  dois  sinos  dos  quartos  estão  logo  por 
baixo  do  das  horas. 

Os  martellos  de  todos  os  sinos  são  puxa- 
dos por  três  grossos  arames  de  ferro,  pre- 
sos ás  teclas,  de  um  admirável  jogo  de  reló- 
gios. 

Por  baixo  dos  sinos  que  batem  os  quar- 
tos, ha  mais  6  sinos  de  desmedida  grande* 
xa.  Isto  em  cada  uma  das  torras. 

O  sino  maior  de  cada  um  dos  carrilhões 
pesa  700  arrobas  (i0:600  kilogrammas). 

Antes  de  tocarem  as  horas,  tocam  minue- 
tes e  outras  harmonias,  por  musica. 

Todos  os  sinos  e  sinetas  d'este  edifício  ex- 
cedem o  numero  de  300. 

Todas  estas  obras  levaram  a  construir  i3 
annos,  dia  por  dia;  mas  nem  só  elias  absor- 
Iferam  milhares  e  milhares  de  contos;  os 
riquíssimos  paramentos  da  egreja,  segundo 
disse  D.  João  V,  a  uns  estrangeiros,  a  quem 
os  mostrou,  custaram  mais  do  que  iode  o 
edificio. 

  entrada  da  egr^a  se  admiram  58  esta- 
tuas collossaes,  de  mármore,  representando 
os  fundadores  das  ordens  religiosas,  tendo 
umas  >,^6  de  altura,  outras  2",24. 

Foram  quasi  todas  esculpidas  por  artistas 
nacionaes,  discípulos  de  Alexandre  Justi, 
italiano,  i.»  director  da  casa  do  risco,  funda- 
da em  Mafra,  para  servir  de  laboratório  de 
escuiptura  e  architectura,  p^ra  as  obras  da 
basiliCH,  paço  e  mosteiro. 

O  justamepte  célebre  zimboiiOy  é  de  pas- 
mosa  magestade.  O  remate  da  sua  abobada 
é  feito  por  uma  pedra,  que  já  veiu  feita  da 

Este  )ogo,  todo  de  bronze,  açò  e  ferro,  é 
de  uma  pródiga  magnificência,  pelos  seus 
primorosos  ornatos,  e  assenta  em  pau 
santo. 

Toda  esta  machinase  move  oom  tresenor 
mes  pesos  de  chumDo,  equivalente  a  9:424 
kilogrammas,  os  quaes  puxam  3  grossos 
calabres  de  cânhamo,  descendo  por  duas 
calhas,  até  ao  pavimento  dè  cada  torre. 


MAF 

pedreira,  e,  ainda  assim,  foram  preeis» 
juntas  de  bois  para  a  trazerem. 

Para  a  obrarem,  trabalhavam  á  larga,  4i 
canteiros. 

Os  mármores,  luxuosamente  esculpidos^ 
as  suas  madeiras  do  Brasil,  os  mosaicos,  as 
pinturas,  as  magnificas  alfaias  e  utencilioa^ 
tudo  se  vô  com  profusão  n*este  gigantesco 
edificio. 

O  retábulo  da  capella-mór,  é  da  escola  ro- 
mana e  magnifico. 

A  casa  da  livraria  é  sumptuosíssima, .  osr- 
cada  de  magestosas  galenas,  e  pôde  conter 
25:000  volumes. 

(Tem  88  metros  de  comprido  e  10  de  lar- 
go, e  o  seu  pavimento  é  formado  por  um  bel- 
lissifflo  mosaico,  de  mármore,  de  variac  e5- 
res.) 

Tinha  este  edificio,  em  varias  partes,  so- 
berbos quadros  a  óleo,  dos  mais  aflstmados 
pintores  nacionaes  e  estrangeiros;  mas  qxuo- 
do  D.  João  Yl  (então  ainda  príncipe  regenlB!^ 
fugiu,  com  a  família  real  para  o  Brasil,  eon 
muito  boa  tenção  de  nunca  mais  cá  voltar, 
levou  de  Mafra  todos  os  seus  melhores  qaa- 
dros. 

D*elles  apenas  hoje  se  vé  o  sitio  e  os  títu- 
los, que,  por  serem  escriptos  nas  paredes^ 
não  poderara  ser. .  •  levados,  e  lá  ficaram  no 
Rio  d»  Janeiro. 

Os  auctores  da  maior  parte  d*estes  quA-< 
dros,  eram :  Taborda,  Foschini,  Calixto,  So- 
queira  «  Cyriilo. 

Representavam  alguns  dos  mais  gloriosos 
factos  da  nossa  historia,  ligados  aos  nomes 
illustres  de  Vasco  da  Gíama,  de  D.  João  &m 
Castro,  de  Aflbnso  d'Albuquerque  e  de  oa-> 
tros  beneméritos  da  pátria. 

A  fachada  principal  do  edificio,  que  ollut 
para  0^  é  dividida  em  trescorpos;  o  do  cen- 
tro é  a  egreja,  o  do  S.  se  denomina  residen*^ 
ciada  rainha  eo  do  N.  se  chama  residenekí 
do  rei;  ambas  de  quatro  pavimentos,  que  re* 
matam  em  espaçosos  terraços, «obre os  qaaea 
assentam  dois  magníficos  torreões  de  eaitta- 
ria,  optimanMDte  lavrada^  que  sobem  2Sofia*f 
tros  acima  do  pbno  dos  terraços. 

Além  d'esies  torreies,  que  floam  nos  aa-- 


MAF 


MAF 


29 


gfilos  extremos  da  frootaria,  s^bre  a  plata- . 
banda  se  elera  o  magestoso  zimbório  e  as 
duas  torres  da  egreja,  todo  de  elegante  eon- 
âmieçao  e  de  bella  cantaria»  com  44  metros 
de  altura,  acima  do  nivel  dos  terraços,  ter- 
minando em  uma  cruz  de  ferro,  cfue  pesa, 
cada  uma,  3:336  kilogrammas. 

O  zimbório,  imitando  a  célebre  cúpula  da 
«greja  de  S.  Pedro,  em  Boma,  é  como  este, 
dobrado,  que  vem  a  ser,  duas  cúpulas  con- 
Ci^ntricas,  com  escadAria  entre  ambas,  por 
onde  se  sobe  à  varanda  que  circnnda  o  zim- 
bório exteriormente  (como  o  do  Coração  de 
Jesus,  ou  Estrella,  de  Lisboa),  e  do  qual  se 
gosa  uma  extensíssima  e  formosa  vista,  de 
lerra  e  mar. 

Dá  accesso  para  o  mosteiro  e  palácio,  uma 
rampa,  embrexada  de  seixos  brancos  e  pre- 
tos, que  termma  em  um  terreiro,  onde  co- 
meça o  lâuço  da  escadaria  que  õá  ingresso 
ao  átrio,  ou  vestíbulo  de  abobada  de  mármo- 
res, e  o  pavimento  lageado  em  itadrez. 

Seis  columnas  de  9  metros  de  altura,  en- 
tre a  base  e  o  capitel,  que  sustentam  a  tri- 
buna da'  casa  da  Benedictione,  formam  O  pór- 
tico, adornado  com  as  58  estattias  de  que  já 
fòlhi. 

'A  tribuna  tem3janellas;  aos  lados  da  do 
meio  estão  as  estatuas  de  S.  Domingos  e  de 
S.  Francisco,  e  por  baixo,  sobre  o  frontão  do 
pórtico,  as  de  Santa  Clara  e  de  Santa  Isabel, 
rainba  de  Hungría. 

Na  cimalha,  sobre  tiraa  grande  pfaca  oval, 
de  mármore,  estão  esculpidas,  em  baixo  re- 
levo, as  imagens  da  Santíssima  Virgem  e  de 
Santo  António,  de  Lisboa,  padroeiros  do  con- 
vento. 

Em  am  domingo,  22  de  outubro  de  1730, 
dia  em  que  D.  João  Y  fazia  41  annos  de  eda^ 
da  (nascera  a  22  de  ontubrò  de  1689)  sagrou 
0>{nrtriareha  de  Lisboa,  o  navo  templo  de  Ma» 
fra^  âedi^ndo*o  á  Santíssima  Vii^eme  ar 
Santo  AMooio. 

'  Fez-se  esta  solemnldade  eceremonla  edm 
ai^pi^mpã  6  «agnificenoiía  próprias  da>pro4ÍH 
g9lldaíd«  de  D.  Jo&d^  Y,  qu«i,  eotn  toda  a  tk- 
olilia  real,  assistiu  a  este  aitto. 

-  Coticorrett  toda^  a  alta  nobreza  da  capital^ 


vários  prelados,  os  cónegos  e  dignidades  da 
Sé  patriarcbal,  e  immenso  concurso  de  povo. 

Principiou  a  funcçao  pelas  7  boras  da  mà- 
nban,  e  só  terminou  pelas  5  da  tarde. 

Deixou  o  patriarcha  clausurado,  no  altar 
da  capellã-mór,  em  uma  caixa  de  prata  dou- 
rada, as  relíquias  dos  doze  apóstolos  e  de 
S.  PaulO)  S.  Lucas,  S.  Marcos  e  S.  Bernabé. 

Seis  graúdes  órgãos  tocaram  durante  a  ce- 
remonía,  e  no  flm  d'ella  foram  dadas  salvas, 
por  4  regimentos  de  níí44cias;  e  os  repiques, 
dados  por  116  sinos  f 

Pelas *?  horas  e  meia  da  noite,  foi  ]antar  a 
communidade,  que  se  compunha  de  32(^fra-' 
des,  que  foram  servidos  á  mesa,  pelo  rei,  o 
príncipe  real  e  o  infante  D.  António. 

Depois  do  3.»  prato,  como  o  rei  e  seus  dois 
filhos  não  bastassem  para  o  serviço  de  tanto 
frade,  ordenon  D.  João  Y,  qne  o  ajudassem 
os  seus  camaristas. 

Depois  do  jantar,  foram  as  pessoas  reaes 
e  os  religiosos  para  o  coro,  ouvir  o  sermSo, 
e  assistir  aos  cânticos  «agrados  que  se  lhe 
seguiram,  o  que  tudo  levou  até  ás  3  boraa^' 
da  manhan. 

Esta  solemnidade  importou  á  nação  na  ba- 
gaiella  de  IK)  contos  de  réis  !• 

Tenbo  visto  avaliar  a  importância  das 
obras  de  Mafra,  por  uns  em  i9  milhões  de 
crtisados,  por  ontros  em  25  e  por  outros  etn 
48. 

Não  ha  porém  differença  senão  no  modn 
de  fazer  o  calculo. 

Segundo  os  dados  mais  rasoaveis,  o  edífi- 
cio  custou  19  milhões  de  ernsados,  os  carri- 
lhões 3,  as  pinturas  %  as  relíquias  1,  feetas^ 
esmolas,  jantares,  etc.  1,  paramentos,  uten- 
silíDS(  alfaias,  mobília,  etc.  22,  e  aqui  temos 
08  48  milhões,  ou  bbssnovb  mil  b  duzent^os 

CONTOS  DBIHâUst  '       - 

Quantas  léguas  deestradas  se  podiam 
cotíi»tttiir;  quantos  canaes  se  podiam  abrir; 
quantas  obras  de  publloa  ntitidade  se  po- 
diam- fazer;  oom  tanto  dinheiro,  gastado  pa 
ra  edificar  este  monstruoso  ediâeio;  hoje 
deababitado? 

Aqueliflft  vastíssimas  salas,  estSo  deserta», 
aquellas  compridas  galerias  estão  triste^  e 
sIlèneíMto.  Aquelle  magesloso  templo  onda 


30 


ttAF 


eçeoaTam  es  csuiUcos  sapados  dos  rdigio- 
806  da  tereeira  Ordem  de  S.  Francisco  e  de- 
pois dos  eoDegos  regrantes  de  Saato  Agosti- 
nho (crosios)  está  hoje  tndo  esqnecido  e 
atiandonadot 

Depois  da  eitiflcçào  das  ordens  religiosa^ 
em  iS34,  tem  o  governo  dado  diversas  ap- 
pliea^^õos  ao  mosteiro  de  Mafra,  qnal  d*ellas 
a  mais  disparatada  e  prejudicial. 

Tem  servido  de  quartel  militar ;  de  esco- 
la de  recrutas ;  de  estação  de  soldados  in- 
c^rregiveis ;  de  colégio  militar»  de  a^lo  dos 
filhos  4os  soldados,  etc.,  ete. 

Que  destino  lhe  darão  âmanhan  ?  Deus  o 
sabe. 

Teem  cahido  alguns  «raios  n'este  edifício; 
mas  os  qne  lhe  causaram  maiores  prejui- 
sos»  foram  os  que  eahiram  em  1731  e  1786. 

Moito  se  tem  dito  e  escripto  d'esta  obra  e 
do  seu  fundador ;  e  todos  .são  concordes  em 
que  tal  obra,  e  em  similhante  sitio,  foi  uma 
inutilidade  e  úm  disparate  monumental 

S^séã  teve  de  bom  esta  infeliz  fanCarrona- 
da  de  D.  João  Y,  senão  dar  impulso  ás  ar- 
tes plásticas  em  Portugal ;  creando  umas, 
f^aendo  reviver  outras  e  aperfeiçoando  o 
resto* 

Quando  se  dizia: — «aquelle  foi  artista  nas 
obras  de  Mafra»— tioha  as  inquirições  tira- 
das, para  ser  julgado  bom  artista  no  s^u 
officio. 

.  O  nosso  esclarecido  litterato,  o  sr.  Ale* 
xandre  Herculano,  diz : 

tColloeae,  peia  imaginação,  Mafra  a^  pé 
•da  Batalha,  e  podereis  entender  quanto  ó 
t clara  e  precisa  a  linguagem  d'esta8  chro* 
•nieas,  lidas  por. poucos,  em  que  as  gera- 
«çdea  escrevem  mysteriosamente  a  historia 
«4o  seu  viver.  A  Batalha  é  grave  como  o 
•vulto  homerieo  de  D.  João  I ;  poética  e  al- 
tiva, oomo  os  eavalieiros  da  áia  de  Mem 
«Rodrigues;  religiosa,  tranquilla  e  santa, 
«oomo  D,  Phillippa,  rodeada  dos  s^^  cinco 
«filhos. 

.«As  mc^if  quo'  ediâearam  Santa  Maiia  da 


ItAF 

«Yictoría,  meneando  as  armas  em  Aljidiai^ 
•rota,  deviam  ser  vencedoras.  A  Batalha  re» 
«presenta  uma  geração  enérgica,  moral  » 
«crente — Mafra,  orna  geração  afeminada» 
«que  se  finge  forte  e  grande. 

•A  BakUha,  é  um  poema  de  peéra^Mafra 
«tima  Mmsabaria  de.  mármore» 

«Ambas  éccos  perennes,  que  repercutam 
«nos  séculos  que  vão  passando,,  a  ezpres* 
«são  complexa  e  toda  a  vida  ciara  e  exacUk 
»de  duas  épocas  históricas  do  mesmo  poT#^ 
«sua  juventude  viçosa  e  robusta,  e  soa  ve-^* 
•Ihice  caeheUea.» 

O  sr.  Gamillo  Castello  Branco,  no  seu  Mo- 
saico e  silva  de  curiosidades  históricas,  de- 
pois de  narrar  as  causas  a  que  se  deve  o 
ediíicio  de  Mafra,  diz  : 


«Sahiram,  logp  que  a  rainha  deu  signaea^ 
de  fecunda,  três  frades  para  Mafra,  a  fun- 
dar o  hospício,  e  D.  João  Y  foi  pessoaU 
mente  escolher  o  logar  do  convento. 

«As  expropriações  e  damnos^  causados- 
aos  agricultores  convisinhos»  em  diversas 
épocas,  sommaram  14:738Jti50  réis. 

«O  primeiro  voto  do  rei,  tinha  sido  ecoiM)-^ 
mico:  a  promessa  feita  a  Deus,  era  de  con- 
vento para  13  frades.  Depois,  subiu  a  40.; 
depois  a  80 ;  e  ultimamente  a  300.  N*esta 
conformidade  delineou  o  architecto  allemãp 
Ludovice,  a  sua  traça. 

•Cavaram- se  os  alicerces  a  braços  de. 400 
aié  600  homens  por  dia,  e  a  20  pahnoa  der 
profundidade.» 


Depois  de  discorrer  sobre  a  edifieaçic^ 
d'esta  pia  parvoice  (como  elle  lhe  chama) 
ott  doesta  bagatella  maravilhosa  (oomo  Ikd 
chama  também  o  sr.  Alexandre  H^colano)^ 
tffinscreve  o  sr.  Gamiilo  Castello  Branco  4 
carta  que  um  abbada  benedictino  eserevea. 
a  outro,  4o  mosteiro  de  Tibães,  cujo  origi* 
nal  se  guardava  no  cartório  d'es(emosteirOtf. 

Não  só  por  os  achar  justos  e  curiosos ; 
mas  também:  para- provar  aos  encanúçadoa; 
detractores  dos  fra4eS|  qne  estes  não  eram 
tão  bypocritas,  supersticioaos  e^  ignonaatMi 
como  aquellea  ftfetenclem  íaner  aoreditiuíh- 


MAF 


MAF 


ai 


copia  aqui  ali^iins  períodos  da  referida  car- 
ta. £il-M : 


c£m  primeiro.  logar, Joi  errado.o  ipeiodo 
eoDstranger  oa  hoBieD»  n^esta  appetite^a 
obra,  por  ser  voltmtaria  $  não  ulil  e  neces- 
taiia  ao  reino ;  porque  o  príncipe^  aíada 
que  soberano,  não  teni  domínio  n^  liberdade 
dos  seus  vQssalloSt  a  os  coj2straD|[er  invo- 
luaCarios,  nas  cousas  que  privativamexxe 
pertencem  ao  gosto  do  mesmo  príocipe,  q 
quando  obra  absoluta,  fica  transgressora 
do  direito  natural,  como  quaiquâr  outro 
particular^  Testemunhas  da  coacção  e  da 
violência,  não  somente  somos  nós^  4iue  eom 
08  nossos  oibgs  vimos  a  tantos  bomens  ar- 
rastados pelas  estradas  e  ruas,  com  cor- 
das  e  cadeias,  conduzidos  por  beleguips,  co- 
mo dilinquentes  justiâcados;  como  também 
sfio  as  mesmas  pedras,  aquém  feriam  os 
gemidos  famintos  em  que  desafogavajm . 
aquelies  corações  afflictos,  ou  já  porque  se 
consideravam  reduzidos  a  estado  de  escra- 
vidão imerecida,  ou  porque  na  tyranoia 
dos  eondueCóres  experimentavam  inbuma- 
nidades. 

•Foi  errado  também  o  meio  de  se  fabricar 
e  magnifico  edifieio  á  custa  das  (áxendas 
sdbeias»  porque  o  príncipe  não  é  senhor  das 
faxendas  dos  4eus  vaesallos,  para  as  con- 
verter'edisiribuir  ao^eeu  alvedrio^  eé  al9io« 
tolamente  contra  a  lei  divina»  tomar  o  alheio 
contra  a  vontade  de  seu  dona  E  note  bem, 
meu  amigo,  se  é  que  pode  caber  na  com* 
prebeasão^  o  que  pode  ser.abysOM),  as  per« 
das  e  damnos  em  que  se  tem  arruinado  eeto. 
reino,  com  as  obras  de  Mafra,  pasae  a  dea- 
correr  particularmente  por  ellas  e  achará 
qfii»  nem  uma  só  pessaa  õ^^e^  reino  ppdfs- 
rá  dizer  com  verdade^  que  se  ach^  «lUmida. 
d'ellas ;  e,  como  pelos  efiTeitos  chegamos  ao 
conhecimento  das^causas,  reeorra  Y^  R.!°* 
ás  lagrimas  que  se  tem- chorado  e  se  vão, 
chorando,  para  d'ellas  inferir  aj^  perdas  e. 
damuosi  que  são  as  lagrimas  com  que  se 
explicam  oa  vassaUos  opprimidos. 

«Choram  os  homens  as  perdas  dos  seus, 
bens,,  convertidos  contra  vontade. sua  em. 
.vaidades;  choram  a  perda  da  saúde,  em 
pontíaiiO(  giro  de  trabalho,  .expostos  ao  ri-> 


•gor  do  frio,  sem  cama,  em  um  deserto ;  no 
«intenso  das  calmas,  sem  sombra  nem  abri*, 
«go;  choram  a  miséria  da  fome,  sem  paga*, 
«mento ;  choram  a  perda  das  vidas  e  das  ai* 
«mas,  na  falta  dos  sacramentos,  em  artigo 
«de  morte,  com  evidente  perigo  de  salvação^ 
«Grande  miséria!» 

Mais  adiante  diz  ainda  a  carta  do  frade: 


«Se  são  estes  os  meios,  meu  amigo,  diga** 
me  V.  R.»',  fallando  como  homem  e  como. 
catholico,  como  pode  ser  o  seu  fim,  do  agra* 
do  de  Deus^  Porimais  que  me  digam  que 
esta  obra  se  encaminha  ao  serviço  de  Deus 
e  seu  louvor,  por  força  de  fé,  estou  obriga- 
do a  crer  que  não  pode  ser  do  agrado  de 
Deus.  As  obras  de  que  Deus  se  agrada,  são 
as  de  misericórdia  e  justiça^  exercitadas  co- 
mo vú^tude*  Obras  feitas  contra  a  justiça  e 
misericórdia^  são  obras  do  diabo,  qus  não, 
de  Deus,  Furtq^r  para  dar  esmolas,  é  pro-^, 
posição,  condamnada.  Fazer  templos  dedica"  > 
dos  4jL  Deus,  com  prejuízo  de  terceiro,  á  custa, 
do  sangue  dos  pobres,  não  se  ajusta  com  a. 
lei  que  professamos.  E,  se  não  pôde  ser  do 
agradi^  de  Deus,  que  quer  o  meu  amigo  que 
vamos  véraMalra?  Que  podemos  vér  que 
não  seja  incentivo  para  mágua  ?  Que  fax 
que  sejam  mármores  delicadamente  lavra- 
dos, se  a  consideração  e  piedade  de  catho*. 
lico  me  convida  a  descorrer,  que  todo  este 
reino  tem  sido  cordeiro,  de  cujas  veias  cor* 
reu  o  sangue  para  amolecer  as  durezas  do 
mármore  ?  Que  importa  a  inexplicável  per- 
feição .d'aqueile  edifieio,  se  a  razão  me  obri- 
ga a  pensar  que  os  seus  materiaes  foram 
amassados  com  lagrimas  e  snor  do  rosto . 
dos  pobres?  Que  monta  a  magnificência  do 
templo,  s^  não  ha  pedra  em  cuja  frente  não, 
est€\iam  gravadas  com  letras  de  sangue,  a& 
efigi^s  da  majof  violência  e.tyrannia?  Meu, 
amigo»  qoe  somos  nós— catholicos,  ou  bár- 
baros? Se  cathplicos,  não  devemos  com  ^, 
nossa  curiosidade  aprovar  effeitos  da  sp-. 
berba  e  deshumanidade. 
.«De  que  serve  a  composição  dos  sinos^. 
para  a  aolfa  dos  minuetes,  se  a  letra  que  en% 
toam  são  os  gemidos  e  lamentos  com  quo 
desafoga  o  coração  de  um  reino  afilicto  ?  No 


32 


MAF 


templo  de  DeQ9,  a  melhor  solfa  para  entoar 
sens  louvorPR,  é  aquella  que  se  compõe  do 
tempo  perfí^ito,  que  é  o  da  gra<;a,  e  a  que 
tem  por  propri^^d^dn,  as  boHí»  consr.iencias; 
por  vozos,  'ÀS  (irArÕe? ;  por  figiiraj»,  as  vir- 
tudes, por  piusas,  a  observância  dos  pre- 
ceitos; por  pontos,  05  da  p^rMcào  nos  cos- 
tumes ;  e  por  me^tre  da  capeJla,  o  amor  de 
Deus. 

«Nas  mesquitas  dos  hereges  é  que  somente 
podem  fazer  boa  consonância  os  minuetes, 
bons  insentivos  para  vícios.  Trocamos  os 
templos  em  mesquitas,  pois  vemos  que  para 
Mafra,  que  havia  de  ser  templo  de  Deus,  se 
eomposeram  os  minuetes  das  mesquitas  de 
Inglaterra. 
«Seja  Deus  sempre  louvado,  pois  permitte 
que  os  capuchinhos  da  Arrábida  passassem 
do  estado  de  humildes,  ao  da  grandeza ;  da 
estreiteza  dos  cubículos,  á  amplitude  de  um 
palácio ;  da  pobreza  das  esmolas  pedidas, 
á  ração  palaciana,  com  tanta  fartura  admi- 
nistrada; da  modéstia  de  frades,  a  bailari- 
nos de  minuetes,  que  vale  o  mesmo  que, 
de  virtuosos  franciscanos  a  uns  relaxados 
Luiheros. 
«B  outras  tantas  mil  vezes  seja  Deus  lou- 
vado, pois  permittiu  que  resurgisse  a  so- 
Ijerba  Babel,  e  que  esta  torre  se  continue, 
sem  nos  confundir  as  línguas,  para  fallar- 
mos  na  nova  confusão  i 

«Finalmente,  meu  amigo,  para  vôr  Mafra, 
não  é  necessário  ir  a  Mafra;  porque ella,  por 
nossos  peccãdos,  está  em  toda  a  parte  de 
reino,  pois  não  haverá  n'ellê  pessoa  que 
nlo  tenha  tomado  entre  dentes  a  Mafra  e  a 
tlao  traga  atravessada  na  garganta  e  cora- 
ção ... 

'  *No  nome  de  Mafra,  temos  descoberto  o 
enygma.  Vamos  tirando  a  mascara.  Repa- 
re bem  que  se  compõe  Mafra  de  cinco  le- 
tras, que  todas  denotam  a  nossa  perdição. 
«Debota  o  m,  que  seremos  »iorfo5— ò  d, 
assados  ^0  f,  fundidos— -o  r,  roubados-—^  • 
«ultimo  a,  arrasta  los. 
.  «E  se  assolador,  roubados,  fundidos,  ar- 
«fastados  e  mortos  são  os  termos  a  que  nos 
«áchattios  reduzidos,  por  pratica  e  expe* 
«rfenela  de  justiça,  estamos  obrigados  a  Ci- 
ciar mal  de  Mafra  e  destefral^-a;  pois,  desde 


MAF 

«O  diluvio  universal,  esteve  reservada,  no 
«calcanhar  do  mundo^s^ra  ser  o  diluvio  uoi- 
«versai  d'este  reino. 


«Não  posso,  roeu  amigo,  alcançar  o  odío 
que  tem  o  rei  aos  sens  vassallos,  nem  esn 
que  degenerassem,  para  serem  desherdados 
d*aquelle  agasalho,  que  mereceram  aos  reis 
seus  predecessores;  porque  na  eonstaneiJi 
do  sofTrímento  e  l<»a1dade  dos  affeetos,  não 
os  ha  mais  dedicados. 

«O  certo  é  que  este  abatimento  é  dispo* 
sição  para  nos  fazer  apostatar  da  lei;  para 
o  que  é  já  principio,  esta  afíeetada  quebra 
com  a  sede  apostólica;  e  serão  os  fins,  a 
mesquita  de  Mafí-a,  onde,  por  peccãdos 
nossos,  veremos  as  ceremonias  da  lei  es- 
cripta. 

«Deus  nos  dé  da  sua  graça,  e  tenha  da 
sua  mão  para  que  não  desesperemos  da  sal- 
vação, e  a  V.  R.-*  dô  lux  para  se  retirar 
de  ver  Mafra;  á  qual  eu  não  chamarei  tem* 
pio  de  Deus,  mas  sim  espelunca  de  la- 
drões. E,  por  não  approvar  o  que  não  pô- 
de ser  do  agrado  de  Deus,  não  quero  lúr 
a  Mafra,  etc.» 


Eis  como  se  exprimia,  no  tempo  da  in- 
quisição e  no  reinado  de  um  rei  absolato^ 
um  dos  membros  d^essas  ordens  religiosaSi 
(e  de  mais  a  mais  superior  de  um  conven* 
to)  hoje  tão  adiadas  pelos  que  se  díxem 
amantes  da  liberdade. 

Eis  a  opinião  franca  a  desaffrontadameii* 
te  expendida  por  um  frade,  cuja  classe  é 
koje  p&r  alguns  tida  como  servil,  super* 
sticiosa,  inmil  e  ignorante. 

Terminando  a  transcripção  d'etta  nòtaTel 
carta,  diz  o  sr.  Camillo  Castello  Branco: 

«B  nao  continha  mais  a  tnso/«nf^'carta  do 
«D.  abbade  betiedictitío.  Relue  n*elíã  #  quer 
«que  seja  de  verdade  e  justiça. 

«Eseriptores  coevos,  em  termos  modera- 
«dos  e  timidos,  delataram  o  despotismo  com 
«qde  às 'auetoridades  ptovinctaes  compel- 
«Kam  os  agriciiltores  e  offlciaes  a  fairem 
«trabalhar  em  Mafra.  Um  eseriptor,  nosso 
«contemporâneo,  presume  que  D.  leão  Y 


MAG 


MÂ6 


33 


«ignorava  as  violeneias  praticadas^  e.aecei- 
«taTa  como  espontaneidade  amorosa  4e  sens 
cyasaallos  a  prodigiosa  eoncorreneia  de bra- 
«ços.  (l) 

«Como  quer  qae  fosse,  a  pressa  qae  ti- 
«nha  o  rei  de  reprodaár-se  e  o  valimento 
tde  frei  António,  com  aS'  forças  fecnndati- 
«vas,  qae  descem  do  céu,  geraram  grandes 
«angustias^  enormes  disperdicios  e  um  acer- 
<To  de  pedaços  de  mármore, ^que  tanto  nion- 
«tam  alií,  como  nas  pedreiras  d'onde  os  qae- 
«braram. 

«Dos  zimbórios  esplendidos  do  templo, 
«para  cima  está  o  céu,  onde,  primeiro  que 
«as  orações  dos  frades,  chegaram  as  lamen- 
«tacões  dos  opprimidos  pelos  verdugos  do 
•braço  real.  Aquilio  não  convida  almas  de- 
« votas  nem  poéticas.  O  que  resumbra  da 
«opulência  carrancuda  e  dura,  de  tanta  pe- 
«dra,  vestida  de  laçarias  e  folbagens,  é 
«muitíssima  hypocrisia,  e  muitissime  oiro, 
«que  já  vinha  orvalhado  das  lagrimas  d'ott- 
«tros  opprimidos  d^além-mar.» 

.  Os  marquezes  de  Ponte  de  Lima,  tiaham 
o  senhorio  da  vi  Ha  de  Mafra,  pelo  casamento 
de  D.  Diogo  de  Lima  com  D.  Joanna  de  Vas- 
conceitos,  filha  e  herdeira  de  D.  Jòâo  d«  Vas 
eoncellos,  senhor  do  morgado  e  casa  de  Ma- 
fra. 

Ainda  alli  téem  o  seu  palácio. 

Está  esta  villa  situada  em  um  espaçoso 
terreno,  que  fica  224  metros  sobre  o  nivel 
do  mar,  avistando-se,  e  a  soa  monumental 
basílica,  de  grandes  distancias. 

É  notável  pela  sua  extensão,  a  célebre  ta- 
pada de  Mafi-a,  junto  do  mosteiro. 

É  toda  morada,  tendo  i5  kilometros  de 
eircumfereneía. 

Está  atravessada  por  uma  boa  'éistrada  a 
mao-adam,  o  em  parte  d*ella  está  ha  annos 
edlabbledda  um  granja  modelio. 

É  propriedade  do  sr.  D.  Fernando. 

■ 

MASACtÂ^l^rtiigaes  antigo-^-magia,  fei- 
ffceria. 


[  •' 


M* 


(1)  Panorama^  4.*  vol.  da  i."  serie;  pag. 


UAGDAIiÊNA— freguesia,  Douro,  comar- 
ca {3.«  vara  do  eivei)  da  cidade  do  PojTto» 
concelho,  e  4  kilometros  ao  SO.  de  Gaya,  4 
ao  S.  do  Porto,  a09  ao  N.  de  Lisboa,  310  fo- 
gos. Em  Í7S7  tioha  98  fogos. 

Orago,  Santa  Maria  Magdalena. 

Bispado  e  districto  administrativo  do 
Porto./ 

É  terra  fértil  e  cria  muito  gado. 

O  prior  dos  erusios  da  Serra  do  Pilar,  apre- 
sentava o  cura,  que  tinha  50^000  réis  e  o  pé 
de  altar. 

É  uma  rica  e  iM)nita  freguezia,  situada  pró- 
ximo da  Costa.  (Vide  Gaya.) 

MAGDAL£NA— -freguezia,  Extremadura, 
no  bairro  orientai  de  Lisboa.  Já  fica  descri- 
na  palavra  Lisboa* 

MAGDALENA  (Santa  Maria)— Vide  S.  Thyr- 

80. 

MAGDALÊNA-^freguezia,  Douro»  comar- 
ca e  concelho  de  Amarante. 

Está  ha  muito  ^nnos  annexa  á  freguezia 
de  Cepéllo^  Vide  esta  palavra. 

Foi  do  antigo  e  extincto  conceihe  de  Ges- 
taçô. 

Em  i7$7.  tinha  44  fogos. 

Quando  era  freguezia  independente»  tinha 
por  orago.  Santa  Maria  Magdaléaa. 

O  reitor  do  collegio  da  Graça,  de  Coimbra, 
apresentava  o  cqjra,  que  tinha  Li^QOO  réis 
de  côngrua  e  o  pé  de  aitar. 

Dista  do  Porto,  30  kilometros  a  NE.,  e  300 
ao  N.  de  Lisboa. 

MAGDALENA— 'freguezia,  Dourp,  comar- 
ea  de  Penafiel,  concelho  de  Paredes^  30  ki- 
lometros ao  NE.  do  Porto,  322  ao  N.  de  Lis- 
boa, 80  fogos. 

Orago,  Santa  Maria  Magdalena. 

Bispado  e  4i8tr(oto,  administrativo  do  Por* 
to. 

Esta  freguezia  não  vem  no  Pgrtugal  Sacro 
i  PrafQ$ío. 

MAGOALÊNA-^regaezía,  Douro,  na  .co- 
marca e  concelho  de  Monte-Mór-Velhq,  a 
cDja  fregoexia  aatá  annexa.  Vide  Jlon^e-Jídr-- 
Velko. 

MAGDALtNA-H-lr^faesia,  Minho,  ^mU" 

ca  e  Goneelho  de  Darcel|o«. 
Está  anneu  4  íir^gaezia  do  ylrixii.  Tida 

esta  palavra. 


34 


MAG 


HAGESTABE—titulo  hoje  dado  a  todos  os 
reis. 

Em  Portugal»  os  nossos  primeiros  reis 
contentavam-secom  o  tratamento  de  mercê. 
Depois  veiu  o  de  alteza,  que  durou  até  ao 
reinado  de  D.  Sebastião. 

Em  i570,  querendo  o  papa,  S.  Pio  V,  e 
Philippe  II  de  Hespanha,  que  o  rei  de  Por- 
tugal entrasse  em  uma  confederação  contra 
os  mouros,  tiveram  os  dois  monarchas  uma 
entrevista,  para  se  levar  a  effeito  esse  pen- 
samento. 

O  rei  castelhano,  que  jà  usava  do  trata- 
mento de  magestade  (foi  o  1.**  que  usou  em 
Hespanha),  e  receando  que  D.  Sebastião  o 
tratasse  por  alteza  diante  da  sua  corte,  se 
apressou  em  lhe  dar  o  titulo  de  magestade, 
obrigando -o  assim  a  dar-lhe  o  mesmo  trata- 
mento ;  e  foi  o  que  tiveram  os  nossos  reis, 
até  ao  dia  23  de  dezembro  de  1748,  em  que 
o  pontífice  Benedicto  XIV,  concedeu  a  D. 
João  V  o  titulo  magestade  fidelissimay  de  que 
os  nossos  reis  téem  usado  até  boje. 

'  É  provável  que  este  tratamento  permane- 
ça, visto  não  haver  na  língua  portugueza  ou- 
tro adjectivo  que  o  exceda  para  exprimir  a 
alta  eathegoria  de  um  monarcha. 

MAGESTADE  ou  MAIESTADB— portu- 
gtlez  antigo — dava-se  este  nome  ás  imagens 
dos  santos,  distinguindo  particularmente 
com  este  nome,  a  imagem  fie  Jesus  Ofaristo 
crucificado,  que  ornada  oom  oiro,  prata  ou 
pedras  preciosas,  traziam  aò  pesooço,  ou  so- 
bre o  peite. 

Ainda  hoje  se  dá  o  nome  de  magestade  'ás 
erúzes  que' os  príncipes  da  egreja  catfaoliea 
trazem  sobre  o  peito,  nos  dias  sdiemties. 
Em  1272,  fez  a  sr.*  Aldára  Pires  testamen- 

'lò,  no  qual  deixa  aos  frades  menores  de  La- 
mego— Meãs  sortellas  (anneis),  quce  sunt  qua- 

^tuot*,  et  unam  Magestatem,  et'unum  Caina- 
feum^  et  unam  crucem,  de  plata,  qum  (ênit 
uiiáfúpetraminm^dio — (Documeteto  dôiÁos- 

•ieiro  de  Tarouca.) 

'  No  testamento  de  Marínhatiés  (Màríilba 
Annes)  feito  em  1273,  que  se  conservará  no 
èáHorio  do  thesmo  moneifoj  ^ié^Uándo 
iodas  mhas  {mitíiikiíjfintíes,  etoããifmhas 

^iHaieHàaés,  tíodas  mhéu  M^  (relíquias) 
a  Fr,  Lourenzo,  •'•        -»  *    ' 


MAI 

MAGRftLLOS-— fregnezia,  Bouro,  comirea 
6  concelho  do  Marco  de  Ganavezes,  48  kilo- 
metros  ao  NE.  do  Porto,  330  ao  N.  de  Lis- 
boa, 120  fogos. 

Em  1757  tinha  66  fogM. 

Orago,  o  Salvador. 

Bispado  e  distrieto  administrativo  do  Por- 
to. • 

O  papa,  o  bispo  e  os  monges  benedictinos 
do  mosteiro  de  Alpendurada,  apresentavam 
alternativamente  o  abbade,  que  tinha  réis 
300^000,  de  rendimento. 

MAGUEIJA— freguezia.  Beira  Alta,  co- 
marca e  concelho  de  Lamego,  d'onde  dista 
6  kilometros,  370  ao  N.  de  Lisboa,  230  fo- 
gos. 

Em  1757  tinha  120  fogos. 

Orago,  S.  Thiago,  apostolo. 

Bispado  de  Lamego,  distrieto  administra- 
tivo de  Vizeu. 

O  cabido  da  Sé  de  Lamego,  apresentava  o 
cura,  que  tinha  50^000  réis  de  rendimento. 

É  terra  fértil. 

É  povoação  muito  antiga;  pois  já  em  1163, 
Pedro  Viegas,  auctorisado  por  D.  AfTonsb  I, 
vendeu  a  D.  Thereza  Affonso,  por  48  mará- 
vidins,  tudo  quanto  tinha  no  território  de 
Lamego  eEnúamar  (Armamar)  a  saber: 
em  Queimada,  Figueira,  PortôIIo  (freguezia 
de  Gambres),  Quintião,  Bouzoas,  PenQllas, 
Muimenta,  iíagueija,  Gandédo  (debaixp  do 
monte  Galafura),  Valle  do  Conde  e  Laina- 
çaes,  aguas  vertentes  para  o  Douro. 

(Vide  Gambres,  â  pag.  53  2.<'  vol.) 

MAIA— território  e  denominação  legal  de 
um  coBcçlhOy  na  cpjOQacca,  e  contigua  é|Ci 
dade  do  Porto^  315  kilometros  ao  N.  de  Lis- 
boa. .. 

Tem  este  concelho  10:000  íogos. 

Bisp^lJo  e  distrieto  administrativo  do  jÇor- 


(  .  I 


to. 


I    ; 


!".-  •>;;<'• 


O  concelho'  da  Maia»  p^prehande.  IA  Afi- 
guezias^  que  são.:  Agiiaa  Sai^s,  Avioso 
(Santa  Maria),  Avioao  (S.  Pedro)   Barca» 

Barreír«iir^oi|0Ofla,  G^piividMJãiidiimkAiii- 
fães,  Milheiros,  Moreira,  Nogueira^,  Si^m- 
Escura,  Vermoim,  Villa  Nova  da  Telha  e  S. 
Pedro.^ins.:  „     ^     .        ..  ^  ^^ 


^MÁI 


íMÁI 


M 


A  eapitat  il*eíto  concelho,  é  a  pequena  po- 
voação de  Gastéllo,  Castrélk),  ou  Gastado,  na 
ifregiiezía  de  Santa  Maria  de  Ayíoso  ;  e  por 
Mtar  ali  a  casa  da  camará,  se  lhe  dá  a  de- 
nominação de  \illa,  quando  não  passa  de 
uma  peqnena  aldeia  composta  de  15  fogos. 

(Vide  Avioso  (Santa  Maria),  a  pag.  281  do 
l.«  vol,  e.  Castêlh,  a  pag.  200  do  %•) 


È  povoação  antiqoisáima;  pois  já  existia 
no  tempo  dos  romanos,  qne  lhe  chamavam 
Pallantta,  Occnpada  pelos  soevos,  no  seca- 
lo  y,  lhe  mudaram  o  nome  para  Amaia,  ou 
Maia  (nome  próprio  de  mulher)  K 


Aqui  fiasceu  o  famoso  Caffo  Carpo  Pattan- 
iÂOfno^  nobre  senhor  da  Maia,  que  ficando 
-prisioneiro  dos  romanos,,  foi  liberto  de  Au- 
gusto Cesiar,  e  por  isso  se  denominou  liber- 
to,  e  não  porque  fosse  de  baixa  condição. 

Fbi  coadjutor  de  Cláudio  Athenodoro,  prs 
feito  das  rendas  publicas. 

Casou  com  Claudia  Loba  Cuíensé^  nasbida 
em  Cale  (Gaia),  filha*  ou  neta  do  pretor  ro- 
-mano,  Cayo  Sevio  Lobo,  progenitor  dos  Lo- 
i>08,  Lopes,  ete. 

Foi  este  caTalleiro  ^lusilano,  o  primeiro 
que  tomou  por  armas,  ou  divisa,  cinco  viei- 
ras (conchas)  em  memoria  do  milagre  que. 
lhe  fez  o  apostolo  S.  Thiago  (Maior),  no  anno> 
44  de' Jesus  Chrtsto,  no  proprfd  áiado  seu 
Casamento,  e  em  vista  de  cojo  mthgre,  ellè, 
«ia  mulher  e  familiares»  se  fiseram  éhrfs- 
Uãoe  no  mesmo  dià: 

(Vide  Bouças  e  Liça  da  Pâiniehã,) 

Ainda  exi8tem'ves€iifíos<demaròs>é'tdr- 

.reOesdos^  seus  paços.  i    '  . 

-  iN(V  fkeúftú  dM  letfêiroif  ãM(!f^.']^ag.  96, 

"^Té "O  epitapliio'  de  Gayo  Garpae  de  stta 

imAlier,  doeste  modo^: 


1. .  •■'  > 


.Ti' 


/»•    * 


ifi    > <i 


'    '11    '.  r 


<»     '.*! 


)  Isfo.  seguido  alguns  escríptojres.  Pu  P9- 
fém  Jmgo  qtre  foram  os  TOtnanbs*(iué  lhe. 
'4eh»m  Yáifbbem  eâttf<t.*tMMe;(fBe'eTa.o'de| 
pa  éaa  <8yia%  divinttadoajiPodoB  sabeoi'  cgàe^ 

eve  de  Júpiter,  Mercúrio.  Seu  nlbo,  para  ai 
salvar  da  perseguição  de  Juno,  aoollocou  na' 


C.  CAUPUS  AUO.tlB.  PALLAKTlAmJS 
AblUTOR  CLAUmi  ATHBNEOORI 
PRAEF.  ANNONAE.  FECIT  SIBI, 
ET  CLAUDIEA  LUPAE  CALENCI. 

CONJUGl  PIISSIMAE. 

TITO  GLAUmO  QUIR.  ANTÓNIO, 

ET  UB.  CLÁUDIO  ROMANO  VERNAE, 

£T  LIBERTIS  LIBERTABUSQ. 

POSTERÍSQ.  EORUM. 

« 

Quer  dizer : 

Cayo  Carpo,  da  Maia,  liberto  de  Augusto 
Gesar,  euad^utor  de  Cláudio  Atbemedoro, 
prefeito  da  renda  dos  mantimentos,  fez  este 
monumento,  para  si  e  para  Claudia  Loba 
Calense,  sua  mulher  piíssima,  e  para  Tilo 
Cláudio  Quiríne,  para  António,  filhos,  e  pa- 
ra Liberio  Cláudio,  Romano,  servo,  que  lhes 
nasceu  em  casa :  para  os  que  haviam  sido 
seus  servos,  e  estavam  livres,  assim  homens 
como  mulheres ;  e  para  seus  descendentes. 

Não  pude  saber  onde  existia  este  monu* 
mento. 

Tan  foral,  dado  por  D.  Manuel,  em  Évo- 
ra, a  15  de  dezembro  de  1519.  {Lwro  dós 
foraes  novos  do  Minho,  fl.  25,  col.  1.') 

Tratasse  n'este  foral,  das  terras  seguhi- 
tes: 

Aguas  Santas,  Aivaréflhos,  Anta,  Arvores 
de  S.  Salvader,  Anoso,  Acenes,  AzèvedÒ, 
Barca,  Cabédo,  Géd^s,  Gidfty,  Cornado,  Go- 
bella9,  Covílhãe-  de  Vairão,  Crelédo,  Fa}ò- 
zes,  Giam^  lamundes,  Labrega,  Lágda,  Lan- 
timil,  Leça,  Loura,  Maceira,  Macieira,  Mar* 
Unho  Annes,  Mindelio,  Modivas,  Muro,  No- 
gueira, outeiro,  Paáflieiral  Paradella^  Pera- 
flta,  Relòrla, .  S^nfins  d;t  Folgnea^  Sioia 
:  CbriaUna»  Banlo  «stevio,  S.  fiomãn,!  Savm- 
fiz,  TOQgas»  Valtôngo  da  Ettrada,  Vallengo 
.  MMÍkH  ViUaChan^  Vtilannftio,  Vonga^  e  VM- 
^gado.".  ■'•••".*.•.'. 
.  Vsiatfr  a  ojfftfll  éÊ:t»i  Q:  Mánuei,  >eto*dá- 
la  Jdeii  |de4go^)de')lM%  maodandoin- 
'q«irftr:o  4ad' rendia  ateira ètooncelHo  da 
MéIc, .de  (f$é'.m9k  [Sealior  -FHdroda  Coatipi 
GqíiIíi|io<>  amtiincliHle:  da  qaal'  ícatta,-  m 
acha  junta  a  descripção  dos  legares  afra- 
guezias,  e  dos  rendeiros ;  declarande-se  o 

*íi)§íkàbiimstlA^*á9^iáúto»'9tíõrehosfiáhtUb 
reaes  e  da  Ordm^é^^èhMé,  vtH  1   •  ^'  * ' 


36 


MÂI 


MAI 


líaia  ó  um  appellido  nobre  ii'e8te  reino. 
Procede  de  D.  Gonçalo  TrastamiresAIboazar 
da  Maia,  filho  primogénito  de  um  infante  do 
reino  de  Leão  (vide  Ancora)  que  com  ou- 
tros companheiros  Teio  a  Portugal,  no  anne 
1000,  e  tomaram  aos  mouros  as  terras  da 
Maia,  de  cujo  senhorio  tomou  o  appellido. 
Estas  terras  correm  pela  costa  marítima  da 
provinda  do  Minho  e  parte  da  da  3eira  Al- 
ta (hoje  ludo  provinda  do  Douro)  e  n'ellas 
fez  o  seu  solar,  onde  hoje  é  o  concelho  da 
Maia. 

É  d*este  D.  Gonçalo  Trastamires  que  pro- 
cede o  Ínclito  Gonçalo  Mendes  da  Maia,  o 
lidadot\  fronteiro-mór  e  adiantado  de  D.  Af- 
fonso  I. 

Tem  esta  familia  brazâo  d*armas  comple- 
to,  que  é— em  campo  de  púrpura,  águia  de 
ouro,  armada,  bicada  e  golada  do  mesmo — 
elmo  de  aço  aberto  e  por  timbre  meia  águia 
das  armas. 

Diz-se  que  estas  armap  foram  dadas  a  D. 
Soeiro  Mendes  da  Mala  (avô  do  Lidador)  por 
ter  vencido  um  desafio  em  Roma,  no  anão 
de  1038. 

Outros  do  mesmo  appellido,  trazem  por 
armas — em  campo  de  púrpura,  una  águia 
negra,  golada  de  ouro — elmo  d*aço  aberto — 
e  por  timbre,  meia  águia  das  armas. 

Estas  armas  sao  também  as  dos  Barrosos, 
BarradaSf  Calças,  Calvos,  Bochas,  Saraivas, 
Sequeiras,  PimetUeis,  Vieiras,  etc. 


Tema  Maiao  justificado  orgulho  et  honra 
mais  inestimável,  de  ser  pátria  de  wax  dos 
mais  bravos  companheiros  e  irmãos  d*armas 
de  D.  Aflonso  Hairlque8.É  o  grande  Gonçalo 
Mendes  ^  da  Maiâ«  oognòminad*  o  Udadeir. 

Nasceu  em  1079.  Na  sua  mocidade,  foi  o 
tídmdêr  um  fidalgo  tartalemo  e  arrebatado; 
mas  companheiro  e  amigo  insepata?ei  de 
<D.  Affonso  Henriques,  foi  um  dos  maioids 
foerréiros  e  dos  mais  synpathioos  cavaUeí- 
roa  d'aqueye8  tempos  de  heroes  •  eavailei- 
ro8« 


1  Mendes  é  patromfnlco  de  Mendo.  83b 
Meadeens  daseendentee  do  iliostr»  colide 
D.  Mendoii  faa  do  Lidçâor. 


Combateu  sempre  ao  lado  do  aea  rei,  al- 
gumas vezes  em  defesa  da  sua  pátria  e  qaa- 
si  -sempre  para  alargar  os  limites  d*ella,  com 
territórios  conquistados  aos  mouros,  de  qaem 
era  o  terror. 

A  sua  vida  foi  empregada  em  contiava 
batalhar,  sem  que  o  peso  dos  annos  lhe  di- 
minuísse as  forças  do  corpo  e  a  intrepidez 
— e  até  mesmo  a  temeridade — da  juventude. 

Era  fronteiro  de  Beja,  e  na  edade  de  90 
annos  fazia  frequentíssimas  vezes  entradas 
em  terra  de  mouros,  como  se  estivesse  em 
todo  o  vigor  da  vida.  Por  maior  que  fosse 
o  numero  dos  inimigos,  elle  os  investia  sem 
temor,  e  com  certe2a  de  victoria  que  aena- 
pre  obteve  nas  suas  assombrosas  empresas^ 
combatendo  muitas  vezes  contra  os  mouros, 
dez  e  mais  vezes  superiores  em  numero. 

Foi  em  uma  d*essas  homéricas  .bataibas 
que  teve  logar  a  sua  ultima  victoria.  Os 
mouros  foram  completamente  derrotados, 
porém  o  lidador,  mortalmente  ferido,  exha- 
lou  o  ultimo  suspiro  quando  perseguia  os 
mouros  na  sua  fuga  precipitada. 

Teve  logar  este  facto  em  1169. 

Sào  também  naturaes  da  Maia-*os  valo- 
rosos guerreiros  —  Soeiro  Mendes,  o  bofn,  o 
D.  Payo  Mendes,  arcebispo  de  Braga,  irmãos 
do  Lidador,  e  filhos  do  conde  D.  Mendo,  ri- 
co-bomem  do  conde  D.  Henrique. 

Manuel  Mendes  da  Maia,  d'esta  familia» 
também  foi  um  guerreiro  illustre,  e  pelo» 
grandes  serviços  que  fez  na  Africa,  lhe  doa 
o  rei  D.  Manuel,  por  carta  regia  de  1620^  o 
brazao  d*armas  seguinte: — escudo  dividido 
em*  facha,  na  1.*  de  azul,  uma  moraltut 
de  prata  com  suas  ameias  a  duas  torres, 
«ma  em  cada  angulo^  tudo  lavrado  de  ne- 
gro, com  uma  porta  do  mesmo,  no  meio  da 
muralha— a  !•  dividida  em  pah,  sendo  a 
primeira  de  púrpura,  e  n'ella  óma  cabeça 
de  mouro,  com  turbante  de  prata  e  azõl» 
cortada  em  sangaè— e  na  1%  também  dê 
púrpura,  tfes  lanças  de  prata,  oom  hasteas 
do  onro^  em  ro^ié.  Efano  de  aço  al^rto^  o 
por  timbre^  â  cabeça  do  mouro  das  armas* 

Ba  ainda  outros  MenAe%  oriondos  ^  Gid- 


tMÀI 


Êm 


37 


-"  wá'^  porque  D.  Este^mo  Metidès  de^Arai^o^ 
cavalleíro  gallego,  se-veiu.  esubeieMr  èm 
J^oftogáV^^^^  tn>ncaé'«stafámilia.  ' 

'  y'"^'Uk^  famiiifts^^estaâ  dmas'prâceé«Kieias  «s^ 
tiSo  IfejehiinlOKramificadeKry  q  aâo^taraíb  iif- 

^^i^eiiteS' brandes  d^afiaa&YwnaaiíearrasiOií- 
dd  Irêáidemj'  ou  onde  tiveram  oar^eiis  aola- 


f  tt 


'>Ttt>''<  t':>«''' 


.■    ií     .*"    '    1  •'  ' 


I   •  t 


,     iiMâlAfl-^eBfta  das)^i-4èlraiit  múlOiíisadaè 
''«nil^orttillialj  e amdakKnittoMoa^àl  eraib 
'«bjeet())^'ffaiiâerego9ijp Éo>Algarve.  ;> 
São  com  toda  a  probabilidade,  tterdbdajs 

^'ii  ^>Vi  tia<ide9ÍÉiéias:/eâ/»nJacflnácia^<en4ra|- 


*  ®.*eabsdtí'(da^.de  Goistfarii  apreaentaya 
o  vigário^  quelinM  404000  iréie,  e^opénde 

•altar.ií    :-      ^l.  ••  ••••■  í  ..í  .-.'í 

•sÉ  povoação  ronko  antigavèiera  tieijito  des- 
de os^princíptosida  moBalrehia:  :      .       : 

D^pdis.  foi  eonoeibo;  qite  s^  sappriíníu  em 
|885.      i  "j.:  ".     . :  '.  ;   I,}.  i:t  ^ 

Tinha  3:200  fogos.  .  :  •      ■      . 

.]•        1       . .. .»  I    '  ' 

.  iAr,vJV^.<]^iIÍ^prQaiP9iá.sít|»^çla.i)a  ^pcos-^ 
lia»  dp  iMoov^Tf^teijço  á  vijla  4^.  J(loqte:JH()r- 

^íífihp,.  wra  a  jp^n^.do  a. , . :     ,     . ,  •. 

l  M^Wz-^  Qfte:,8ft.lbQ:  deiij9r.ivwp^i<ie|  1^9^- 
aa».^^  qontra^içwjtíiOij^iJtfQl^ie^miór ;  porqpe, 


íífhra^GflttUo Marii», ¥illaiiteal':de:8anloAri-  í aa  pftssiOf: qp<íi;pft d^ala, ,yilla*qupâUoiia.y(im 


diteorld^e  ontras  povoações  do- Algar ?e. 
^^!uFa£iaii>>ee  do  modoisegolntal 

Eseottría»se  uma  raparigas  dô  dez  faáe^ 

nbmieé]  das  m^a  Itottitaa^do  sitiou  ESvfdtavaj- 

';  se  ooqii  um- VesfidO' branco^  joias^fíiae  èfld- 

res,  e  se  coliooava'  em  uga  throBo  âurid^, 

3-  xeo^tmiâ^  em  uúia  sala  aa  nsz  4&  rua)  Era 

a  maia. 

.<    Eitt'  frente  da  easa  onde*elia  estava^  havia 

f^tuntnastro,  -coberto  det  mui  ta' e  flores,  eib 

'íi^tfdaiéoqEal^e dançava  todo  o  dia^aosoÉi 

^e qiEiílqQernislrameiíto  (áS'ive£es, ató:me4- 

:de  uma  philanuoQiea,  ^Miie< ou  meada 


,s»0(ftiàt<^4pi:-qQj9  P;.çô^,f>lpí^tf  era- O  «»wr, 
;  4  i:^d«r£íUia^|  0^.  <)#.M<ii^i^:  (4Maa4Q.dQ.-9eu 

{Par«cç  (ff  ♦  »ma  j&tymd/logia  ba^taptç.  /i)r- 
!çada;.,<(i[á}iav^>Ha  qaiADQ  QQij^r.) 

Alhadas  (que  também  foi  viJ^a)  chamava* 
'  se  amí  g^ip&ao .  Amaiof^ 
1  D^*se  qw  pi>r  .c^p^d^  alUanga  que  exis- 
tia ^tre  eata  poirg^çào,  Maiorca  e  Quiaios, 
l>ji];a  se  deftíQdcr^  das  iuva^ões  dos  ara- 

Ê  tradição  que,  tendo  todas  es^s.  três 
p<^voaçQe»  coml^inadaft  4^  ^^^  jactar  a 


u  âiorrípiiante) e erarum  diadetdivertimento^e    uiua  raiuha  portugueza,  que  aqp.i.v^o  em 


•  ;|legriaii''  "  •  '•"         '•••;  .-■•    .  .>      i 

i' Esta  tfesta  tinha  logar  ao  dia  i**  detnafo 

de  cada  anno. .     ' 
I.'  Não  era^sóem^ nimia  parte  que  tiahadog^r, 

a  festa.  Todas  as  ruas  ^uerían»!  ter  a  sua 
Hmaiaç^éxiávíám  Ú  eomj^ta^  qoal  d*eUas  3(f- 
.  ria«maia  banita  e  mais  laxuosamente  vesti- 
)  ú^  erém  qual  das  festas  haveria  maior  e  me- 


^vi:»ita;  fui:am.  por  este  caso  isentas  de  pagar 
Jugada^, 

A,  villa  de  lia^orca  é  bonita,  vista  de  fó« 
ra.;  mas  oào  assim  vtâta  interionpente,  {^oís 
^l^ip  da^  .suas,  más  entradas»  as  casas,  são, 
em  gerai,,  insigniâcantes;  f^  roas.  estreitas, 
tortas  0.  pouc<^  asseiadas. 

O  seu  extincto  còni;elho,  confinava  pelo 


iber  ix>ncurrencia  e  sumptooMdade ;  o  que    N£.>  cpm  .o  de  Ifoate-Mór-yejiho— ^pelo  N.» 

âft  vezes  4ava  causa  a  conflictos  e  desordens,  j  eoip  o  de  íCad^ma  (também  ex|incto)  f  Pi^lo 

Ha  alguns  annos  que  e  governo  prohibtu  •  S.,  com  o  da  Fjgaeira ;  e  pelo  E.,  com  0^*10 


a  feita  das  fnaia$. 

"  MAIORGA—viila^  Douroy  eomarea>  e  coik- 
eélho  da  Figueira,  30  kilooietros  ao  0.  de 
Coimbra,  i93  ao  N.  de  Lisboa,  650  fogos. 

Em  1757  tinha  2i9  fogos. 

Orago,  S.  Salvador.' 
'  Bispado  e  districto  administrativo  de  Coim- 
bra. 


Itondego,  que  o  separa  do  extiacto  oosá^" 
lho  de  Verride.: 

Segjando  FranklifQ,  esta  viila  nâo  tem  ío« 
ral  novo  nem  velho. 

O  sr.  António  Luiz  de  Sousa  flenriques 
S^aeo,  na  svOL.ãiemQtia  Histmica-Chúragra^ 
pMcadmdheno*  concelhos  do  districto  ad^' 
nistrativo  de  Coimbra,  publicada  em  19^3, 


í  terra lumito  fértil»  o  tem  optifno  viidio. .  dist  que  D..Ua&uel  lhe  deu  foral  em  13.de 
TOLUinv  3 


38 


ilÂI 


agosto  4e  1514,  É  eagiiio.  EaBOionl'  é  o 
'de  Mttiovga  e  áao  de  iãawrca. 

Era  conto  dâ  UniTersidade  de  Goinhra, 
eom  J«iz  ordinário,  vereadores  e  almolacés, 
todos  eonfirmadoe  peli 'mesma  aniversida- 
de ;  nus  dependendo,  no  eríine,  do  jniz  de 
fora  da  Figoeira,  e  pertencente  à  correifão 
de  Coimbra. 

É  também  antiga  a  eathegoria  de  TíUa  da- 
da a  Ifaíorca. 

D.  Nicolan  de  Santa  Maria  reíere  qne  foi 
doada  (como  Tília)  jantamente  eom  a  do 
Ervedal,  pelaraiflba  D.  Dulce  (flIliadeRay- 
'mnndaBerengario-^.*  do  nome-^eonde  de 
Barcellona  e  de  sua  mulher,  D.  Petronitha, 
rainlia  de  AragSo — e  mulher  do  nosso  D. 
Sancho  I)  ao  conTento  de  Santa  Gn»  de 
Coimbra,  em  attençao  ao  seu  prior,  D.  Jeao 
de  Freis,  seu  confessor.  Este  prior  (diz  D. 
Nicolau)  lhe  deu  foral  em  1194.  Chrtm.  da 
Ord.  das  coneg.  regr.  de  Santo  AgotíMOf  li- 
irro  9.»,  cap.  X.) 

O  padre  António  Carvalho  da  Gosta,  con- 
ta-a  porém  como  uma  das  fregnezlas  do  con- 
celho de  Mente-Mór^V«lho :  o  que  não  qner 
dizer  que  fosse,  antes  d*isso,  couto  ou  con- 
celho independente,  como  depois  o  tornou 
a  ser. 

No  antif  o  concelho  de  Maiorca  ha  algumas 
propriedades,  como  são,  a  extensíssima  ^'fi- 
la da  Fêja,  que  foi  dos  crusios  de  Coimbra, 
vendida  depois  de  1834,  meoos  a  soberba 
matta  nacional,  de  excellentes  pinheiros  pa- 
ra toda  a  qualidade  de  constrneções  —  a 
quinta  dá  Quada,  com  um  óptimo  sobreiral 
— e  a  pequena  matta  do  Favainko. 

É  também  nos  limites  d'este  concelho  a- 
$erra  da  Mina,  contiDuaçao  do  Cabo-Monde- 
go,  que,  começando  alli,  vem  quebrar-seem 
S.  Fins,  depois  de  passar  pela  Brenha  e 
Alhadass  onde  se  divide  em  pequenas  ra- 
mvflcações—e  a  ponte  do  Barco^  de  pedra  e 
cal,  a  mais  extensa  do  distrioto,  construída 
em  1519  por  Nuno  Parada  e  Pedro  do  Ro- 
gro,  segundo  consta  da  emrta  de  Padrão, 
passada  em  15ãt,  e  que  existia  no  convento 
de  Santa  Cruz;  •  Esta  ponte  foi  construida 
por  elles,  pflo  preço  de  300^000  réis,  e  o 
pão  da  ponte-^hio  é  —  o  direito  de  recebe - 
vem  3  alqueires  de  pão  meiado  por  cada  la- 


JiÂI 

vrfe4ar,«  U/^toraada  caaeiíD;'^  IO? 
de  onttra  iapoiiçio. 

No.  elevado  moote  que  cabeaobro-^^P^- 
tremidaáe  d*este  ponto,  para  o  lado.daAim^ 
te^Mdr- Velho,  mate  hoje  a  eapeUa  de 
ta  Eulália,  que^ae  diz  Aindada  aobre  as 
nas  de  um  antigo  casteUo^  talvez  da 
des  romanos;  pois  aqui  foi  enoontradiL 
estatua  de  Juno. 

Foi  eeie  caateUodetfmido  pelos  AMinH^ 
en  Ut6,  nao  ilie  deixando  pedra  eobrat^o- 
dra ;  hindo  depois  fazer  o  ■kbssm  at^ 
:  tello  de  Âouie; 

D.  Affonso  I,  doou  este  caildla  ao 
teiro  de  Santa  Cruz,  em  1166^  eooa  toda»  as 
suas  randas,  qae.atéahi  recebiam  «oaMBi 
alcaides-mòres»  e  eonsistiam  no  oíiarsiái 
todos  os  fruolofi,  que  lhe  pagavam  «a  tiliM 
de  Maiorca  a  AUiadas,  e  seoa  ternos. 

Consta  que  cate  castelio  foi  uma  bwaáàk 
vel  fortaleza  da  idade  media.  Hoje  apeoaftss 
divfeuun  ténues  vestígios  d'elle. 

Oa  sens  maleriaea  foram  empragadea  oã 
construcçào  da  ponte  do  Barco. 

Os  Canipoí  de  Maiorea  são  nraito  férteis^ 
por  serem  alagados  no  inverno  pokiltaAB- 
go^  que  n>lies  deposita  os  aeus  nalelroaiè- 
cundantes;  pelo  que  produzem  todas,  as  iM- 
peeiea  deeereaes,  sobre  tudo  milho^  tri^e  e 
iegnmee;  porém  a  sua  mais  vasta.  eutaBa  é 
a  do  arroz,  que  pela  grande  extracção  ips 
acha  nos  mercados  de  Coimbra  e  Montez Mór, 
forma  a  sua  principal  riqueza.   . 

Parece  que  foi  aqui  onde  primeiro  se  cul- 
tivou' arroz  em  Portugal. 

O  dr.  Luiz  de  Sousa  dos  Reis,  diz  nosjioas 
manuscriptos«^jD<pots  de  atgwM  anmw^wB 
iwtroAuziu  noè  ditos  eampos  (de  MaioMi) 
e  n'eite  território,  da  comarca  doesta  eiâàde 
de  Goimln-a,  as  sementeiras  de  arroz;  e  eatno 
os  jaciòens  (os  rrusios)  se  entregiissemmuito 
á  cultura  do  arroz,  desejavam  êer  sós^  não 
gostai^am  que  os  mais  o  semeasèerí^,  etc-^t-Bste 
Luiz  de  Sonsa,  escrevia  no  nitrado  doeê- 
culo  XVIll.  (Vide  Várzea  d^Ánfan,  anida 
Loureira.) 

Nos  campos  de  Maforcal^a  doas  bgdas; 
uma  no  logar  doCamarção,  dpnomitaAft  La- 
gôa  dos  Braças,  d*ond6  sae  uma  correniaide 
agua,  quQ  engrossada  com  oatras  dàa Alba* 


m 

6  Ferreira,  forma  o  rio  £<f^ro,  ^e  des- 
agua no  l^oDdego,  Jânio  áS.'Pins;  sèndif  na- 
vegável áté  à  quinta  da  Fõjà,  e'  transpoHan- 
do-se  por  elíe  asraadeiras  do  pinhal  da  na- 
ção; a  outra  se  chama  Lagoa  da  VtUa,  no 
sitio  do  Bom  Successo. 
"  Tem  1:500  metros  de  extensão  e  quasi  me- 
tade de  largura. 

Conserva  se  estagnada,  menos  em  occa- 
siâo  de  grandes  cheias,  que  entiõ  rodípe 
para  o  mar. 

*  Abuuda  em  caça  de  arribação,  em  peixe 
miúdo  e  particularmente  ém  saborosas  e 
grandes  eirozes. 

O  digno  director  das  obras  do  Mondego  e 
barra  da  Figueira,  o  sr.  Àãolpho  P^erféira  áe 
liOureiro,  sahiu  para  Lisboa  afim  de  tratar 
*dé  alguns  negócios  de  serviço  pubhco,  em 
março  de  1874. 

6  íim  principal  da  sua  ida  á  capital,  é  a 
apresentação  do  importante  projecto  defini- 
tjfvo  para  melhoramento  dos' rios  dé  Itaiò/ca 
éáe  Fôja  e  campos  adjacentes. ' 
;Èsle  projecto  foi  requerido  pelo  sr.  Pinto 
èabto,  proprietário  da '  grande  qtiiatá  de 
Èôjà,  no  concelho  da  FigueIrá''daPo£e  pro- 
ximidades de  Montemôr-o-Velho,  e  elabora- 
do por  ordem  do  governo. 
'  lÊum  trabalho  muito'  completo  e , que  foi 
estudado  miuuciosamente,  porque  as  obras 
a  executar  sao  variadisíimas  e  abrangem 
.grandes  extenções  de  terrenos,  ti'alguns  dos 
'qiiaes  houve  bastantes  diíficuldades  para  o 
acabamento  dos  estudos  necessários. 

Ò  projecto  abrange  obras  nao  só  para  be- 
neficiar a  mencionada  qnfnta,  como  para  me 
IbÒraméntô  dos  rios  de  Kaiorca,  de  Fôja  e 
cááipos  adjacentes,  milisabdò  do  todas  ellas 
grande  numero  dé  proprietários. 

DVstas  obras,  umas  ficaram  a  cargo  do 
ésUdo  e  outras  serão  feitas  a  expensas  dos 
interessados. 

À  importância  do  orçamento  geral  das 
obras  é  de  lÓ.ÓOOfOOÒ  réis,  pertencendo  ao 
estado  36:li2^S30  réi9,  e  aos  parti(*uUres 
33:887^770  réis;  mas,  como  os  trabalhos 
propostos  são  muito  variados,  ptidem  ser  di- 
vididos etn'  difr^rentes  épocas,  gaitando-se 
nos  primeiros  a  effectnar  a  quiniia  de  réis 


lUI 


l> 


88:184ifS87,  cabendo  entSo  aos  propriett* 
ribs  !ní:2»^900'Me  ao  esítadò  1»:^à^ 
réis.  '      ' 

Em  novembro  do  mesmo  anno  de  1874,  • 
sr.  Adoiphò  Ferreira  de  Loureiro,  foi  auetò- 
risado  pelo  governo  a  proceder  â  abertàhi 
do  estreito  de  Pôj'a,  no  espaço  coropfêhea- 
dido  entre  as  Portas  de  Arruella  e  á  póiiike 
diB  Maiorca.  '     '' 

fòta^  obras  estão  orçadas  era  11:0314^900 
réis,  para  as  quáes  o  sr.  José  Ferreirk  i^into 
Basto,  òíTereéeu  a  quantia  de  titSOÓffkiO 
réis,  coiicorrendo  assim  para  uni  mèihdn- 
mento  de  utilidade  publica  e  de  grande  M- 
nefido  para  a  sua  propriedade;  nina 'dás 
maiores  e  daê  mais  pròduccfvas  dó  paíz.  ' 

Oxalá  que  o  procedimento  do  {Ilustrado 
benemérito,  é 'rico  pi^oprietatlo  da  OttiHta  ^ 
Fôja,  sirva  de  lição  'e  exempio  a  outros  pi^- 
príetarlòa,  que,  devendo  t>or  utilidade  prb- 
priã,  auxiliar  o  estade  ê  os  municipiòv  são 
os  primeiros  a  ereár-lhes  émbai^aÇos,  pedin- 
do quantias  abâurdaspor  alguns  metros 'de 
terreno.  ' 

MAIDKGA— villa,  Extrem^dura,  comarca 
e  'concelho  de  Alcobaça,  105  kilometròsào 
NB.  de  Lisboa,  23Ó  fbgos.  ^'^ 

Em  1757  tinha  163  fogos. 

Orago,  S.  Lourenço. 

Patr^rchado  de  Lisboa  e  distrieto  adffli* 
nistratfvo  de  Leiria.  '■  ^ 

O  D.  abbade  geral  de  Alcobaça,  apresen- 
tava o  vigário,  que  tinha  de  rendimento  àin- 
nuai;  60  alqueires  de  trigo,  60  de  cevada, 
35  almudes  de  vinho  é  64000  réis  em  di- 
nheiro. 

Era  uma  das  treze  villas  dos  coutos  de  Al* 
cobaça. ' 

É  povoação  muito  antiga.  D.  Manuel  lhe 
deu  foral,  em  Lisboa,  a  23  de  agosto  de  1IÍ14. 

{Livro  dos  Foràes  novos  da  Extremddura, 
fl,  96,  col.  í>  e  fl.  130,  col.  t.^ 


Esta  vllla  está  situada  em  om  plató,  a  3 
kilometros  a  O.  de  Cós. 

O  seu  território  é  fértil  em  vlntto,  azeite 
e  castanhas. 

Temnma  veiga, situada «nirenedois rfot 
da  AJbbaHa  é  da  VaUa^  que  vem  de  Aljabàr* 

.71/ 


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V*í  .*<>?  ;j;* 


^U>e  4a  piíil,  e  é  ajQdà,  alr;^ve£aada  por 
dois  ribeiros.  É  terra  fertilissima. 
^  .Oeptrp  da  adro  d^  ^greja  matriz  e&tà  a 
^,egreja  do  £!spiri(o  Santo»  que  éMisericor- 

.  .  ^2^  aqui  nuiitos  mpinho^,  grandes  lagar^cs 
,  Âç.viDbio  e  de  azeite:' €9169  sao  dos  mnibo' 

resdo  reinoi  Era  tudo  dó  mosteiro  deiAlQo-' 
f .^t^aç*^  ftepa  çpmq  a  gjranda  Quieta  4^  Torre. 
, .,  A  i:5QÒ  H^èírop  a  NÒ^.dVsia  villa,  na  rali 
(.â^,Uin  mopte,  que  ét.contlnuaçãg  áiq^tdr^a 

ía..Fe5/íana,  e  corre' de  N.  a  S.,  fronteiro  4 
,qff.iril(f. M  ff>da^.i(ambas  Uinbem  do  mos* 
,  jtfíirí)  .íif  Aicodí^ça)  naseeni  quatro  oUio^  de 

agq^  tfifírnial»  com  pouca  diâtanci^  entre 


•     'T 


^Aj^tms  confundem  o  maioxino  (a  que  de- 
poi^  correspondeu  o  meirinho  mór)  com  o 
mordomo-mòr  da  c^sa  real;  mas  é  én*o» 
pois  of  seusoffiçios  er^m  inteiramente  dlT- 
ferentes. 

Hariâ  fnaiorino$»mfires  e  m^crM,  já, des- 
de o  tempo  dós  godos. 

A  ^^Vr^'a..tQ^^  ^^^^^  tinham  para  jfazer 
iustiça,  em  deterniinados  territórios,  é  que 
íhes  deu  o  nome  de  maiorínos. 
,  Os.prinaeiros  tinham  quasi  e  mesnao  V^- 
áer  qj^e  os  adiantados.   .      , 

Eram  postos  pelo  rei,  com  poder  absplii- 

to,  sem  appeilaçào  .sfiuão  jpara  ó  monarcba. 

.  O^^s^gUQdos  eram  pontos  pelos. prôneí- 


23. 


,  (sye  .lis)  quantidade  de  \ima  telha.  O, stú^^Ò9^  A  sua  jurisdírçao  se, uaó  estendia  além 
,jgrau..(^e  ^^/o-r^é.de  83  fer^^de  P,,  ou  22  '/t-  de. eerlas. e  deteríDÍnadás  causas,  comoise 
/^  B,-pN5o  tenj.frhjeiro  estranho,  eo  seua^-  ^vô  i^  Lei  das  jparUdas^  part.  2.*.  liL  9.L 

.^f.  íma;:gó  .p/algujo^  tanto  salgado,  de    '^'" 

,  «ôr  diáfana.  Ó  feu  exam^,,  feito^ptlos!  re^ 

.f^gentes,  mostr;^  qi|e  nao  .contém  partículas 

f,fi^  ^nxofre^  más  muJtQ  .splphato,  de  ixiapoer 
8ia,  muri^tos  de  soda,  ealcareo  e  magne 


^  ^ttoiv^^ií^dium  acido,  livre,  nem  ^uhdtuncia , 

(.^et^liça.  Sàq  Qois  salinas  neutras,  e  úteis. 

tanto  externa  como  in^erpamente^  Applic&- 

das  do  segundo  modo.  promovem  a  transa 

piração,  são  diuréticas  e  pfirgatívas.vBes;- 

.jjt^elecem  a  vigor,  dq  estômago  e  dqs  in- 
testinos, e  corroboram  oa  nervos.  Destroem 
,a.espessara:darUmpha^  resolvem  as  obstruo- 
.çõ/ss  daS'  glândulas,, .03  enfartes  d^s  entra- 
nhas e  articulações.;  sao  úteis  nas  affecçoes 
.faypoeondriacas  e  çstericas,  q  em  to.das  as  en- 
fermidades chronicas,  procedentes  de  tor- 
.por  e  inércia  das  entranhas,  e  nas  paralysias- 
São  também  úteis  nos  rheumalismos,  gotas 

.  .^  ftíhres  intermitentes,  e  em  varias  outras 

.pi^leMlas.  , 

Applicadas  externamente  (em  banhos)  sào 

de  summa  utilidade  nas  paralysias»  tumores 

frios,  retracções  e  fraquezas  de  membros ; 

lentura  ou  preguiça' de  circulação  cutânea;. 

•  moléstias  rebeldes  da  pelle  e  do  tecido  cel- 
lular ;  nas  chagas  inveterados  e  outros  pade- 

.  /ieimentp8., 

MAIORINO—portuguez  antigo— primeiro 

M.Jnli  ftof^remo  âiy  rei,  segando  os  documen- 

•ito»  4e  Hespanha  e  Portugal  até  aosecuto 
XIV. 


;  Os  prin^eirps  (os  tnórefj  vem  mencioiu- 
;dos  no.  conciliQ^de  Coyança,  de  lOS),  no 
.Çanoy  ly^  PQT  estás  palavras — Ââmonetnus, 
ut  omnes  comités^  sèu  Maiurini  R^gaJes,  jw- 
pyiUutj^  sibi  subditum  per  justitiàm  regéfít^ 

ò  cojQcilio  de  Penaflt»!,  de  1302,  Cán.  i3, 
diz  á,o»,.menores  —  Àlcaies^  VjP/  Maiorlni^  t»í 
,alii  Rectores  Civitatwn,  vçl  alioxum  toco- 
rum,  etc.  ^ 

Nas.  cartas,  rèigtas  dos  seciilo;!  XT,  ;^e 
XIII^  se  confirmam  algumas  vezes  os  maio* 
,  rino^-móreSy  declaraqdq  as  pj;oYincias  em 
qiie  exí^rcitavam,.^  sua  juri'sdif{;ão.  . 

,Em  Portugal  havia,  desde  o  principio  "da 
monarcba»  tanlps  maiorínos^  ou  meirinhos- 
^lói:^^,  quantas  eram  as  províncias  em  que 
0.  reino  se  dividia* 

O  seu  ojOBcío  se  exprimia  pela  palavra 
tenens,  que  vem  deíen^wm/wm,  cuja  pala- 
vra, na  Ínfima  ialinidâde,  significava  terriia* 
riufn  seu  districlu^  alicvjus  locí.  .  *  * ' 

•  ,  Na  doação  que  D.  Affonso  Henriques  e 
seus  filhos  fizeram  a  D.  Sancha  Pae5,  das 
ireft  villas  de  GolãeSf  Gondim  e  Villàr,  em 
terra  de  Guimarães,  .em  1167,  entre  e  de- 
pois dos  mais  aulíços,  que  confirmam,  se 
lô  :— Stt^t5  Menendi,  Extremaiuram  tentn» 
— C  L— <Doc.  de  Lorvão.) 

.No  reinado  de  D.  Affonso  lll  havia  sete 
doestes  tenentes  óu  meirinhos- mores,  como  ae 
vé  no  foral  de  Aguiar  da  Beira,  dado  por 


aonelle  rei.  em  1258;  no  qual,  depois  de 
haverem  confirmado  D,  Gopçajo  Garcia,  al- 
feres da  cúria,  e  D.  Gil  Martins,  inordomo' 
da  cúria,  se  seguem  èstès  meirÍDhqs  mo- 
re?. 

Além  doestes  'meírinhos-móres  das  pro-, 
Yincias,  comarcas  ou  departamentos,  havia 
uni  meirlnho-roór  de  todo  o  reino., 

O  primtíiro  que  se  encontra  cóin  p  I^lulo 
de  meirínho-mór,  em  deciimento  omcíal,  é 
D.  Pedro  Lourenço,  meirinho  mór  de  Por- 
tugal, em  Aljustrel,  na  doação  que  D.  San- 
cho II  fez^  á  Ordein  de  S.  Thiago,  em  31  de 
lààrçó  dé  1135.   *  •      ' 

À  estes  se  seguiram  outros,  que  bo' sécu- 
lo XY  conseguiram  o  titulo  dejueirinhos- 
móres  da  corte  e  reino.  *  . 

O  titulo  de  meirinho  rtór,  andou  muitos' 
annps  na  casa  dos  «ondes  de  Ohídos  (hoje 
unida  á  dos  condes  de  Sabugal)  que  por  is-' 
80  eram  chamados  condes-meirinhos-môres 

Os  meirinhos  m.Qres  das  çopiarcas  e  pro- 
víncias, duraram  atè.ao  reinado  deD.  Aâfan- 
so  Y,  que  os  aboliu  intéirameníe»  creando 
em  seu  logar  os  corregedores,  que  exisiiâm 
áté  1834;  mas  sem  a  jurisdicçao  amplíssima 
de  que  usavam  os  meirinhos -mores,  até 
mesmo  sobre  os  nobres  e  fidalgos. 

Elles  proviam  os  juízes  ordinários  das 
villas  e  concelhos  do  seu  districto;  toma- 
vam conhecimento  do  que  se  decidia  nos 
tribunaes,  e  eram,  com  p«ucá  differença, 
cms  adiantados  ou  regedores  das  justiças. 

Também  havia  .maioriuos  dos  governa- 
dores, potestades  ou  príncipes  da^  |)rovin- 
<5Ía8  ou  comarcas,  postos  pelo  soberano; 'li - 
Àham  seus  mciorinos-menóres,  qtie  iqiàae- 
diatamente  lhes  eram  sujeitos. 

Até  ao  anão  de  1 102,  se  ach^m  em  Portugal 
muitos  documentos  originaes,  dos  maloriaos, 
que  nomeíavam  a  D.  Affunso  Yí,  rei  de  LeSo, 
como  príncipe  e  senhor  absoluto  da  terra  de 
'Portugal ;  poréníi,  desde  aquelle  anno,  fal- 
iam do  conde  D.  Henrique  como  soheriínú 
independente  dos  portuguezes;  dizendo  só, 
que  D.  Affonso  era  rèi  .de  Toledo. 

Lé-se  em  um  documento  do  mosteiro  da 
Alpendurada,  de.  1109,  que  Egas  Garcia  — 
érat  maiorinus  mafor  d^EgaS  GozendiSy  qui 
erat  dominatoTf  etprincepf  terriae  illm^,  et 


mh 


i,k 


^   r^\i  .-4 1^ '  s  •  A 


tenebat  ipsa  terra  de  SanfÉo  Salvatore^  et  de 
TendaleSy  cum  aíia  multa  in  suo  apHstúfÃo^ 
de  tnànu  de  illo  Çorniie  pomno  Ènrrico, 

TffAIROS— -freguèzíà,  Tràz-os-Mopteã,  có-' 
marca  é  concelho  de  Chaves)  105  kilometro^' 
de  Miranda,  465  ao  N.  de  Lisboa,  150  fogos»' 

Em  1757  linha  107  fogos.'  >   - 

Òrago  Nossa  Senhora  da  Expectação. 

Bi.spado.  de  Bragança,  districio  de  Yilli 

Real.  /  ■  .,'''"•       '■  '    .. 

É  pfoxínpo  da  raia.  . 

O  abhadé  4e  Monforte' do  Rip  LÍvre,  ábre-í^ 
sebtava  o  cura,  què  tínna  50ÍOOO  réi3. 

MALADA  —  portuguei  antigo  —  escrava» 
serva,  manceba,  menina,  creada,  òu  moça  dôT 
servir;  que  por  condição,  ou  salário,  tem 
obrigação  de  se  empregar  no  serviço  de  seos 
senhores  ou  amos. 

I  I  L  •     * 

Em  um  documento  da  universidade,  der 
1279,  se  ié — E  nem  devemos  chamár-rrio-nos 
per  homem,  nem  q  moller  per  malada  d*oment' 
nenhuum,  nem  de  dona;  ergo  do  Abade,  e  do 
Prior,  e  do  Convento. ..  E  a  parte  que jrfVí- 
tes  convenentes  defallir,  deve  peitar  C.  ma'" 
ravidis  velhos. 

M aIADIA  —  portuguez,  antigo  —  serviço 
obrigatório  do  colono,  ou  emphitéuta,  como 
o  de  um  escravo,  ou  servo  de  gleba. 

O  senhor,  porém,  ficava  obp^ado  a  defen- 
der, amparar  e  manter  certos  privilégios  e 
isenções  a  esses  servos,  ou  matados. 

As  propriedades  cujos  servos  eram  obri- 
gados a  este  detestável  serviço,  se  chamavam 
malaãias.  Parece  que  esta  palavra  vem  dé 
aQgU>-sax0uio.  N'eUe  se  acha  male^  maJ  oa 
maal,  que  significa  pensão,  direito,  foro  OH 
tributo,  e  mari,  que  significa  homem.  D^aqiii 
sé  formou  maalman,  que  quer  dizer— homem 
sujeito  a  tribalo,  ou  escravidão.  , 

Também  d*aq\ii  se  disse  na  báíxa  latini- 
dade,  mallum  e  mallus,  ao  tribunal,  ou  ás* 
serabléa  geral,  dos  condes  e  ministros  reàe^ 
que  duas  vezes' no  anno  se  reuniam  para  de- 
cidir negocies  graves  dos  feudatarios,  vas- 
salios,  ou  colonos. 

E,  porque  estas  àssemoléas  tinham  logar 
nos  montes,  ou  coiliaas,  se  denomi^axam 
mqllob^rgium.  Das'dèçú>Qes  e^ar^s.tós  d[f)%* 
tas  assembtóa&seíoPuiAiraiii  ospriacipMM'^ 
léVsáUea.  (VmCóôna  dâmunteig;)  > 


•  1., 


íi 


íííl 


>    «    ■ 


^^m  1297,  Gil  Esteves,  yenden  um  casai 
em  TendaeSy  ao  mosteiro  âe,SaUedas,  por 
iim,mú>,  em  preço  de  89  libras,  e  derevora^ 
€iem  soldos f  e  do  prêço^  ni  nUgalla  ficou  por 
dar.  Uma  das  condições  é  que^  nenhum  possa 
demandar  no  tal  casal^  serviço,  nem  geira, 
nem  'estamento,  nem  maladià,  nem  outra  de- 
man4a  nenhua,  (Documento  de  Salzedas.) 

Na  instituição  do  morgado  de  Médéiio,  e 
eapella  de  Santa  Gatharina,  da  Sé  de  Lame- 
f o,, por  o  bispo  de  Évora,  em  13i7,  deixa  o 
instituidor,  a  Vasco  Martins^  reitor  da  e grèja 
áp  S.  Tbíago,  de  Beja,  as  suas  quintas,  que 
alli  nomeia,  cum  suis  casalibus,  hanoribus, 
sfiu  honris,  servitUs,  maladiies,  pascuis,  mon- 
tWuSy  etc.  (Documento  da  Sé  de  Lamego.) 

Também  se  dava  o  nome  de  malaaia,  ao 
próprio  foro,  censo,  ou  pensão,  dados  peio 
ijervo,  colono,  ou  empbiteuta.  (Vide  Man- 
Jfuaide,) 

^ ,  MâLADO — pertuguez  antigo — o  que  vivia 
em  terras  de  senhorio  e  sujeito  a  máladias. 
Tombem  no  secufo  XH  se  dava  o  nome  de 
matados,  mancebos,  ou  creados  de  servir,  aos 
filhos  que  ainda  estavam  debaixo  do  pátrio 
poder.  Depois  se  deu  este  nome  somente  aos 
servos  adscritos  á  propriedade.  (Vide  fho- 
mar  e  Villar-de-Porcos, 

MALA  BíE NTE  —por tuguez  antigo — ^mal  e 
indevidameate,  com  detrimento  grave,  e  sem 
rpao.  Por  esta  razom  leixam  (deixam)  a 
^erra  e  se  despobra  (despovoa)  malaménte. 
|[Çortes  de  Lisboa,  de  1389.— Documento  da 
câmara  do  Porto.) 

.,  MALATOSTA— MALLA-TOSTA  e  MAL- 
ÍÓSTA— porluguez  antigo— direito,  impo- 
sição, ou  tributo  que  pagavam  os  que  em- 
narcavam  vinho  na  cidade  do  Porto.  Eram 
48  réis  por  cada  tonel ;  metade  para  o  bispo 
è  cabido  e  metade  para  o  rei. 

Vem  de  tolta,  toultà,  ou  tútta,  que  na  Ín- 
fima latinídade  era  a  palavra  designativa  de 
qualquer  tributo,  ou  exacçao  que  por  força 
e  contra  toda  a  rásâo  e  direito,  se  levava  ao 
povo  em  geral,  ou  a  alguém  em  particular. 

;  1  Macho;  animal  quadrúpede  bem  conhe- 
'ddo.  Então,  e  mutto  depois,  aos  machos  pe- 
^Q«^i8  se  dava  o  nome  de  maUUos. 

^  Reporá,  .çiram  os  .contratos  feitos  entre  i 
pessoas  maiores  e  sui  júris. 


VtÁL 

Disseram  tolta-mfida,  ou  mala-tolia  e  de- 
pois nuàa-tòsta.  Também  se  dizia,  maos-coc- 
tumes^  exacçdes  injustas^  perniciosas,  falsas^ 
individas  e  péssimas. 

MALCATA— fregnezia.  Beira  Baixa  (no 
Riba  Côa)  comarca  e  concelho  do  Sabugal^ 
35  kilometros  da  Guarda,  300  ao  E.  de  Lis- 
boa, 130  fogos. 

Em  1757  linha  73  fogos. 

Orago  S.  Bamabé^  apostolo. 

Bispado  e  districto  administrativo  dá 
Guarda. 

■ 

O  vigário  de  Sortelha  apresentava  o  cora, 
que  tinha  6#000  réis  de  côngrua  e  e  pé  de 
altar. 

MALDICÇAO— era  Íao  temida  desde  o 
século  VII,  e  nos  primeiros  da  nossa  mo- 
narchia  até  ao  fim  do  século  XIV,  one 
em  quasi  todas  as  escripturas,  testamentos, 
doações  e  emprazamentos  se  impunha  ao 
que  quebrasse  o  estipulado.  (Vide  Figueire- 
do de  Cêa,  vol.  Ilí,  pag.  193,  col.  2.»  in  prin- 
cipio—  e  Penacova  e  Vairâo, 

MALENTRADA— portuguez  antigo— pena 
ou  muleta  que  o  preso  pagava  por  eqtrar 
na  cadeia;  differènte  da  carceragem  que  se 
pagava  (e  ainda  paga)  à  sabida.— «Pa^  dt 
carceragem  trinta  reaes  brancos  (libra  e  meia 
da  moeda  antiga)  e  dous  reaes  de  malentra- 
da,  pêra  àquelle  que  o  desferrar  (que  lhe 
tirar  os  ferros)  quando  houver  d$  o  soltar. 
(Cod.Álpk.  Liv.  í,  lit.  32.) 

MALEZA— portuguez  antigo — fraude,  ma- 
lícia, trapaça  e  conjoio. 

kALFAÍRO  e  MÁLFÂRIO— portuguez  an- 
tigo—adultério. (Vide  Lamego,  a  pag.  40^ 
col.  !.•  do  4.»  vol.) 

MALFETRÍA— portuguez  antigo— delicto,. 
acção  má,  malfeitoria. 

MALAADA — grande  mina  de  chumbo  ar- 
genlífero,  na  freguezía  de  Silva  Escura,  con- 
celho de  Sever  do  Vouga.  Ê  dependente  da 
famosa  mina  do  Braçal,  e,  como  esta,  pro- 
priedade do  sr.  Lourenço  Feuheerd,  alle- 
mão.  (Vide  Albergaria  Velha,  à  pag.  51,  in 
fine,  da  col.  !.■  do  1."  voí.) 

O  poço  mestre  doesta  mina  (da  Malhada)  jii 
tinha  em  fevereiro  de  1874,  60,"5  de  prã- 
íuodidadç, (í 70  palmos  l)\^  ^ 

—  -^' ^  ;.í í3rÍJA— ifregúezia,  Beira Bií- 


MâL 


MAU 


43 


:uirM«lmr6a^6rtoBeettiò  do  SiiiigilIRilifr- 
€Mi  95  kílometros  ao  M.  de  LamdgD»  3S9 
ao  B*  dft  LMóa,  diO  l)9«m 

Bbh  1707  tinha  M7  fogos. 

DhrfoS  Wgaspl,  arohaato. 

Bífpiddide  Pinhel»  distriotdi  adiíliiiiatnii- 
Tt^da  Gdairda. 

Halto  fertil  am  oereaes. 

(Nai>  vem  do  PérhÊgal  Saen^e  Frr^am.) 

ÍttUlflâBAS-«f0egQezia,  Tns-oa-Moolêe» 
eouwroa  e  eonoeiho  de  Miranda  do  Donro, 
dfiÉide  dista  40  kilomotros^  480  ao  N.  de 
Lisboa,  100  fogos. 

Em  1707  tliilia  36  fogos. 

Orago  Nossa  Seotioiu  da  Espeetaçio; 

Biupado  é  dlstrieto  admiiislraiivo  de 
BMgaõçai 

O  eaiwto  da  8é  de  Mirandai,  hqje  do  Bra- 
gilnçá,  apresentavar-por  giro— «  csra»  que 
linha  8M00  réis  de  co&gma,  e  o  pó  de 
sltir. 

MALBA-PiO,  KOLBA-PIO  ou  HAZA* 

PiOr^grabde  qointa  dos*srs.  condes  da  Ana- 
dk,  proiíliK»  4k  Ealhada^  e  a  18  kilometros 
ao  N.  de  Qoimbra. 

É  na  aldeia  de  Bvesmo  nome. 

Na  quinta  morreu  em  1795  Joattift  Fraki<*' 
etjea  dk  Pií^dade»  com  IS5  aunos  de  edade* 

lIALSOIt  ou  KALBAO— português  amí- 
fè^mareo,  baJita,  lermo^  litnite.  Vem  de 
màUmn  otÈ  maUm^  4|ue  era  o  tribonai  dès 
juizes,  que  se  estalMieda  dos^  confins^  das 
terras  dos  litigante^  levâitando-so  >ara  is- 
to um  pequeno  monte  de  terra  ou  orea  (eo- 
fÊ0  enÃo  se  dicia)  que  demarcava  oe  res- 
pectivos limites,  se  n'aqiielle  sitio  aio  hivia 
ai{|«m  asonte  ou  collina. 

MALBOS— portoguez  antigo-^  mairaeas. 
nm  ntn  tatMâo  pendente  qoe  se  via  em  ai- 
gÊmi  mosteiros.  Batia-se-lhe  eom  um  mago 
éé  fAo  pára  chamar  os  íráée»  a  oapimio; 
Também  servia  nas  egrejas  para  cltaniftr  os 
Ifoíi  áénutio  desdeqaiátaeseita^MraiBiifor, 
até  ao  appareeimentodaaUelíuia,  no  sabiMi- 
dò;  em  euio  tempo  é  pirotiíbido  tocur  sinto. 

Estas  fttia^iaaaf ,  pinréffl,  atam  ma&oaes  e 
compostas  de  3  táboas  quadradas»  presas 
por  eixos  de  corda  ou  dobradiças,  tendo  a 
dai  ãsio  um  proloogamelito  oa  cabo  por  on- 
de se  segurava.  Ainda  se  uaaiii  ae  matracas 


en  algmnato  egrofas^^OA  no^  tempo  referidOii^. 

Tamiiemse  usavam«m.  tempo  de  interdi* 
ctos. 

No  i;*  do  agosto  de  1353  se  fez  um  prv- 
so  no  mosteiro  de  Rio  Tintos  sendo  as  ro^ 
ligiosal^  convocadas  a  capiiulo^--fNN'  malho»  > 
taàgidds;  porqtêenom  tangem  iinhas,  p&r  rub^ 
2^om  4ft>  Milr0die(o.*^(Dociifflento  do  moalM- 
rodètS.  Bento  d^Ave^Bfajria^  da  cidade  do 
Porto.) 

MALBOB— ^reguezia^  Bxtremadura,  oo- 
marca.e  concelho  de  Santarém^  105  kilo^ 
metros  ao  NBl  de  Lisboa,  S30  fogos. 

Bm  1757  tinha  257  fogos. 

Orago  o  Divino  Bspjrito  Santo. 

Patriarchado,  dlstrieto  administrativo  de 
Santarftai. 

Foi  do  concelho  de  Pernes»  eomaresa  de 
Torres  Novas. 

É  terra  fértil  em  cereaes  e  azeite. 

O  povo  apresentava  o  cora.  Cada  fogo  m« 
twro  pagava  um  alqueire  de  trigo,  e  uma 
canada  de  azeite— cada  mti»  fogo^  meio  al^ 
qnelro  de  trigo  e  meia  canada  de  azeite. 
Além  è*isto  o  pé  de  altar. 

O  nome  d*esta>freguezia  é  derivado  de  Afa* 
Ihom^  significa  pois,  freguezia  dos  marcos, 
ou  terrm  do  l^rmo. 

MAUOLO— portugiiez  antigo^vinha  nova» 
— baeéUo*  Os  heiapanhoes  dizem,  mojwUo* 

KALLEVA  ou  MALEVA— porteiguez  anti- 
go^-fiança,  na*  baixa,  latinidade  se  dizia  mal' 
levantia, 

Bm  Qoua  procuração  feita  em  1293, 00^*0 
outros  poderes^  concede  o  constituinte  o  da 
mallefMr  e  saear  maUevast,  (Documento  da 
mosteiro  de  freiras  bentas^  do  Porto.) 

MALPABTIBA— freguezia.  Beira  Baixai, 
eomareae  S4  kilometros  de  Pinhel,  concelho 
de  Almeida,  335  a  E.  de  Lisboa,  100  fogosh» 

Em  1757  tinha  75  fogos. 

Orago  Nosdft  Senhora  da  Assumpção. 

Bispado  de  Pinhel,  dlstrieto  administrativa 
da  Guarda.  Foi  do  bispado  da  Guarda. 

O  ordinário  apresentava  o  abbade,  ooUa- 
do^  que  tinha  200JKKX)  réis  de  rendimento* 

MAL-PBCGADO— portogttrz  antigo— iu« 
tergeiçao  de  quem  duvida,  ou  nega,  desejaa*^ 
àoh^-E  perá  pm  andarom  en  preito  am  a 
Ygráa  per  desvairados  Juiaes^  mal  peccado!^ 


w 


MAD  '  \f 


MAM/íí 


pela  Tsta  ft>rçai  wknca  a  vôentmii  A>]Mniaáir.  sar-^s/f  iTSo  «hí  fuèrit 


(dèVanoto)  owoi^' cabo,  nem  á.'{Oomm&íktoéo 
bispado  da  Guiirda,  de  1298.) 

Tâoibett)  «m  algQa6'doòuiiient03éeTê  esCa 
expte$«ão  empregada  cômo  diíendoc  por. 
ndssas  peceados,  por  nossa  desgruça,  B  por- 
que; maj  pecado,  oe  homeens maiêsooem de 
recear  a  pena  temperai,  qf»e  a  sanha  de  Deus, 
cvergença  (v^gonha)  emàa  nomeada.  (God. 
Alf.,  Liv.  5.-,  lit.  31,  §  4.») 
-  O  nosso  poTO  diz  commnnormentf'^  a*eMa 
ultima  accepçào—- jw)r  mãi  de  peccados.  . 

MALPIGA-^fregUBzia,  Bbira  Baixa,  couce* 
lho  e  comarca  de-€a9telk>  Branco,  100  kiH)- 
metros  da  Gaairdd,  920  ao  E.  de  «Lisboa,  870 
fogos. 

Bispado  e  dlstricto  admioistrativade  Cas- 
tello  Branco. 

Orago,  S.  Domingos. 

A  Mesa  da  -consciência  aprssentaira  o  ti- 
gario,  qm  tinha  400^000  réis. 

MALSENTIDO— portQgnez  antígo-^enfer ' 
mo,  do<*nte,  molestado,  ete. 

MALTA^-frHgnezia.  Trà«-o»-Montes,  está 
annexa  á  fregutzia  de  Olmos,. na  antiga  cO' 
marca  de  Chacim,  boje  Maeédo  de  Gavaliei- 
ros.  Vide  Olmos. 

MALTA— freguezia,  Douro^  comàroa  e  con- 
celho de  ViHa  do  Gondp.  Já  estÀ-desorfpta 
sob  o  nome  de  Santa  Ghnstiott  de>  Malta,  ar 
pag.  2W  do  f  .•  YoL »  .' 

MALVAZHElin  ^  periogneE  antigo  -— 
proter  vãmente. 

MALVEIHA--aIdeta,  Extremadnra,  fre- 
|tte£ia  de  Alcabideche,  concelho  de  Gascaes, 
comarca  de  Gintra,  30  kilomeeros  aoNOi  de^ 
Lisboa,  10>  estação  do  caminho  de  ferro  Lar- 
nánjat,  de  Lisboa  a  Torres  Vedras. 

Ha  aqai  todas  as  qaintas  feiras/unsa  gran- 
db  feira  de  gado  de  todas  as  qualidades,  se* 
bre  tado,  bovino. 

Os  preços  do  gado,  n*esta  feira,  são  os  re- 
guladores para  Lisbba  e  outras  terras. 

Em  junho,  ha  uma  feira  de  anno. 

MALV15SADA  e  MAL?£SADO-*portugaez 
antigo — mal  acostumada — e-^aquella,  oq 
aqnelte  que  vivia  deshonestameute.  No  fo- 
ral de  Gernanchélhe,  de  itti,  se  diz-— que  a 
ínulher  do  cavalleiro  gose  dos  mesmos  pri- 
Yile0os  de  seu  marido,  até  se  tornar  a  ca» 


se.vCver.honefctameâlB.  •  i. '  ^  '  '  ..    i 

MAMARROSA  ou  ICAlfA-BO&A-^fmgndr 
zia.  Douro,  comarca  da  Attadía,.«oiicelhoi.f e 
Oliveira  do  Bairro,  (foi  do  antígo  coiuieilio 
de  Mira),  ia  kilometros  àSE.  deiAv^irfi,  85 
ao  NO.  d^  Goimbra,  240  ao  N.  á.9ÍÀsbQfL^VS^f 
fogos.  Em  1757  tinha  245  fogos.     '      : ;; 

Orago,  8.  Simaè,  )m>osiokK   -:-  •.'.» 

Foi  dó  bispado  de  Goimbra,  hiiiiéj^oilb- 
pado  e  districto  administrativo  de  AvaíiD» 

O  reitor  da  Séza,  apreaehtata  o  eiura^<|M> 
tinha  12011000  réis  de  rendinenlo.  •.* 

É  terra  muito  fértil,  nú  paiz  vinhateiro  4a 
Bairrada,  e  uma  fregnezia  tica.    --         • » 

É  povoação  attito  antiga*  D.  Sancho  H, 
doou  a  herdade  da  Mamarrosa,  a  (r.  H98«w 
prior  do  moitelro  e  hospital  :de  Saiua  Maria 
de  Bocha  de  Amador  (Roque  Amador),  da 
YiUa  éa  Sósa,  em  1242.. 

Seu  irmão  D.  AfTonso  III,  confirmou  eala 
doação  em  1260.  (Vide  Séza,)       / 

É  provável  que-o  nome  d*esta  Arefueaíi^ 
provenha  de  Mâmoa,  como  queflaidiz-rAn 
Yoação  das  mânioas,  (Vide  iíiâmocb.)  . 

MAMEDE  (S.)-^Vidie  CormadOi  Ne^efiot 
eiBecèsinhos.  i.   >-.    <    .  m.' 

IIAMEDE  rS.)  DlNFESTA^Vide  Jnfeiía^ 

MAMEDE  (S.)  DE  RIBA-TÚA^^iila  QSatn- 
cta,  Tràs-o»^Montes,  comarca  e  coneelbo  4# 
Alijó;  100  kilometros  ao  NE.  de  firaga,'d6S 
ao  N.  de  Lisboa,  380  fogos. 

E«n  i757  tinha  943  fogos. 

Orago  S.  Mamede« 

Arcebispado  de  Braga,  distfiote  sâimtú^ 
tratiro  de  Villa  Real.     . 

A  mitra  apresentava  o  abbade,  qm  iMKk 
iOOlOOO  réis. 

É  terra  fértil,  e  tem  bom  vinho.  Prodat 

» 

esta  fneguezia  as  melhores  laranjas  de  For» 
tugal,  que  reàdem  annualm^nte  de  l:MOf 
a  Í7d004^  da  réis. 

MAMEDE  De  SADÍ0  (S.)— freguena,  Bx* 
tremadura,  comarca  de  Alcácer  do  Sal,con* 
celho  da  Grândola,'  €0  kiloaetros  ao  O.  dd 
Évora,  105  ao  SE.  de  Lisboa^  75  fogoa^ 

Em  1757  tinha  72  fogos. 

Orago  S.  Mamede. 

Arcebispado  de  Évora,  distrido  admiaieK 
trativo  de  Lisboa.    -  <       •  i 


A  Mazait  dst  «onsciencia  af^resienUiva  o  ca- 
pellão,  curadcv'  que  tinha  180  alqueires  dei 
Xii^y  90  de  cevada  e  10^000  réis  'eu  àitíbei  - 

'MâMOÂ  ie  <  MAMOA— por tngDez  aatígio-- 
Hi:«in Porttigatj varias .aldt^ias  earao aom» 
de  Mâmoãj  Mnmôa,  Meimoa  e  Meimão.  To-. 
ÚÊOè  procedettée  um  mottamento  oeltiGa.(ea 
prec('ltloo)  cujo  oolira  primittivo  se  ignora^ 
-Faraià  os  romanos  que  o  denomiparam. 
fnbffiffMc,  pf  Ift  semelban^a  que  téem  com  luu. 
peito  de  raillher. 

Quando  f^lfoia  algum  chefe,  ou  pesson 
notável  dos  celtas,  ou  pre-ceKas^ihe  deposU 
tavafai  aa  cinzas  em  uma  caixa  consiruida 
de  ia^Bos^  que  cobilam  com  uoia  pyramide 
<pequeno  Cabeço  pyramidal)  de  terra. 

É  d*ac|Bi.qne  vem  a  palavra  mamelãOt  para 
designar  um  pequeno  cabeço. 

Também  alguns  escriptorps  dão  a  este» 
monumentos  os  nomes  de  modêrraãj  maxmi' 
tUêãê  e  mamtmnhoi. 

íTendo  .já  n*esta  obra  faltado  sobre  estes 
monumentos,  para  evitar  repetiçdes^veja-^e: 
-^Antaj  'Oarht  Couío  de  Gucujães^  Grasto, 
envias  de  Senhorim^  Ddmen  e  Fieis  de  Deus. 
\^  Ha  aiada  em  Portugal  muitas  mâmoas, 
mas  ^quati  todas  arrombadas  pelo  povo,  na 
intenção  de  acharem  alli  thesouros  encanto- 
ados. 

'  Onde  as  tenho  visto  em  maior  quantidade 
é  no  moQte  do  CunUo,  freguezia  de  Ferme< 
da;  noêí^eêrande  (proxino  a  Serradélio) 
na  frcfuezia  da  Raiva;  na  Serra  de  Anciã, 
Ireguezia  de  Real,  e  no  monte  do  CastéUo, 
freguezias  de  Esoaric  e  de  Ifauçôres. 
*  Em.um  documento  da  universidade,  de^ 
iS98,  se  lé^^Qite  fossem  na  maanóa  da  par. 
iã  carreira  de  sobre  Ánzega^  que  chamam 
Mdmóa  negra. 

Era  um  documento  do  mosteire  deAlpen* 
durada,!  de  i3ifi,  se  dizia-*-£  parte  pela  ma- 
móa,  que  está  a  par  da  estrada. 
«  E«i  um  documento  do  mosteiro  ds  Santo 
Tfayrso»  se  dá  a  estes  monumentos,  o  nome 
de  mamúa. 

Desde  o  século  iX  até  ao  XU»8e  escreve- 
«am  «m  Portuga}  e  ilespanha,  muitos  docu'* 
mentod,  em  que  4s  mamóas^  mâmoas,  ou  ma- 
snúas  se  dá  o  nome  alalinisado  de  mamulasé 


M^- 


^^ 


Tam])em  se  lhes  dava  p^aquell^s  tempos^, 
o  ÇípqpOrfle  áreas;  mas  este  pertencia  sómeU'»., 
te  ao  logar  em  que  se  depositavam  as  cinzas^ 
dos  jnortos^  pela  sua.eemif|fvipça>,cojga,.i;i9ia', 
a]:ça;  e  cq^o  esta  era  a  parte  priocip^  d9 . 
ediiicio,  dava-se  este  neme  a  todo  elle.        i 

j&  a  estas  arcas,  que  militas  povoações  pe- 
ninsulares .<^evem  o, seu  ^pme.  .,  ^ 

Mr.  Bf^Uet»  no  .seu  ficcionaria  dp.  lingma^^ 
céltica,  diz  que  a  palavra  arca  vem  do  cel- . 
tico  ar,  ou  hare.  Salvo  o  devido  respei^tOta 
este  erudito  escrip^r,  oão  me.ço>Dfijraao,copi 
a  sua. opinião... É  verdade* que  ar,  onhare^- 
gnifíca  terra,  altura,  collina,  elevação,  fasti-^ 
gio,  siiivmidade,  píncaro,  ponta,  cume, niop- 
tanha,  ro^ba,;etc.r-map,  t^ndo.n<te  ufl[u.p;|n 
lavra  pqrtugijtjezi^  .antiqui^sima  que^eclMra 
com  ej^ctiilào  o  objecto  (porque  o  lúmulQ^ 
celta  propriamente  dito^  é  uma  verdadeira 
arca  de  pedra ;  e  o  montículo  de  terra  que 
o  Qobre,  não  é  mais. do  que  iim  accessojriOy 
úma.  .guarda)  não  devemos  hira  uma  lingiu. 
Ci&tjranha. buscar  uma  palavra  que  aliás  n^ 
exprime  exactamente  a  cousa.    . 

Fiquemos  pois  em  que  arca,  era  o  túmulo^ 
e  mâmoa,  todo  o  ediácio. 

Algumaa  dVstas  mâmoas,  serviram,  depois 
de  marcos^  ou  padrões^para  designar  asQX-^ 
tremidades  de  certos  teprítorios,  oupropne^. 
dades;  mas  também  se  aproveiMtvam  ^ou; 
tes  natnraes  com  a  mesma  configuração^  e 
ao  quaes  se  dava  também  o  nome  de  ^rca^n 

Pelas  actas  do  cpnetUo  de  LiUgo,  de  $$9, 
consfa  que  o  rei  Theodopiiro,  fez  dem^cat 
09  limitas  dos  bispados  e  egrejas,  pe^as  nZ- 
Ic^,  montes,  ou  castellos  antigos,  vel  archai 
ram  confima,  ,  . 

Em  um  documento,  de  760,  pouco  m^is 
ou  mel:)os^  se  diz— Pro  v>t  dividit  cum  alias 
villas  per  petras  fixas,  et  mamólas  antiquas^ 

Em  897,  D.  AfifiAUso  IIÍ,  confirma  â  egreja 
de  Lugp,  os  seus  4mtig09  limites,  dizendo-^ 
Quos  priores  nostri  interpasuerunt,  et^agfres 
terrce,  sive  archas,  prope  qwfs  fines,  etc. 

Vé*se  pois  que  vulgarmente  se  tomav^  o 
lado  pel^  parte. 

As  povoações  de  Portugal  que  ainda.  çonT 
sçryam  p.nome  de  Arca,  ou  de  Arcos -^yâo 
no  logar  competente, 
.  JNa  ireguezia  de  Ijiibeirós  de  PoyareSy.cp^ 


«6 


MáK- 


BIàN 


nárea  e  coneelho  da  Feira,  ba  uma  aldeia 
ebamada  Mâmoa.  O  mesmo  nome  tem  a  al- 
deia onde  está  a  egreja  matriz  de  S.  Romio 
de  Goronado.  (Vide  o  2.*  Ccrmado;  e  outra 
aldeia,  na  fregaezia  de  Baltar,  ooneelhò  de 
Paredes,  comarca  de  Penafiel. 

MAMOUROS— fregaezia.  Beira  Baixa,  co- 
marca e  coneelho  de  Castro  de  Aire,  14  ki^ 
lometros  de  Viseu,  300  ao  N.  de  Lisboa,  IM 
fogos. 

Etn  1757  tinha  74  fogos. 

Orago,  S.  Mignel  Archanjo. 

Bispado  e  districto  administrativo  de  Vi- 
zeti. 

Os  condes  de  Alva  apresentavam  o  abbade» 
4tie  tinha  200^000  réis  de  rendimento. 

Jfomotttt»  — é  a  palavra  árabe  ma^ii- 
fa— significa  a  edificada,  ou  povoada.  Vem 
do  verbo  ãmara^  edificar,  povoar,  construir 

íHtem  algum  que  o  nome  d*e8ta  freguesia, 
se'  deriva  do  nome  próprio  romano  Mammr- 
ra,  Horácio,  nas  suas  Satyras,  falia  de  um 
cavalleiro  romano,  doeste  nome,  intendente 
dks  obras  militares  e  valido  de  Jalie  César, 
ao  qual  acompanhou  às  Gallias. 

Adquiriu  (roubou)  alli  grandes  riquezas 
e  fez  edificar  no  monte  Célio,  em  Roma,  um 
magnifico  templo.  As  suas  rapinas,  luxo  e 
immoralidades  o  desacreditaram. 

Foi  o  primeiro  que  fez  revestir  de  mar* 
more  os  muros  e  as  oolumnas. 

MAMPORCÂO  ou  MAMPORÇiO— fregue- 
zta,  Alemtejo,  comarca  e  concelho  de  Extre- 
mos, 40  kilometros  de  Évora,  150  a^Sfi.  de 
Lisboa,  115  fogos. 

Em  1757  tinha  73  fogos. 

Drago,  S.  Lourenço. 

Arcebispado  e  districto  administrativo  de 
Etora. 

O  arcebispo  apresentava  o  cura,  que  tinha 
180  alqueires  de  trigo  e  60  de  cevada. 

KAN^rio,  Trás^s-Montes,  na  comarca 
e  concelho  de  Montalegre. 

Nasce  nas  vertentes  meridionaes  da  Serra 
da  Mowella  (que  é  parte  da  cordilheira  que 
Ifga  as  serras  de  Larouco  e  Gerêz.) 

Depois  de  ter  Corrido  pela  freguesias  de 
Gavellães  e  Sezéilo,  morre  com  9  kilometros 
dé  curso,  na  direita  do  Cávado,  em  frente  da 


freguesia  de  Fliea  do  Rio,  no  mesmo  oMm»- 
lho.  Cria  mniti»  e  boas  trotas. 

■áNCEBA— português  antigo --ttulliar 
nova,  moça,  na  edáde  florente.  Hwnm  mm 
nói>re  éom^  manceba,  ê  dê  (pranie  òomUít. 
{CkrcKiL  de  Bt-Bei  D.  Jo9o  /,  por  Lopes,  |MtrC 
1.%  cap.  35.) 

Manceba  de  sertir^  era  a  criada.--*llídaa< 
mafidamof^teveermane^f  (mmanceki,  qmm 
disser  que  UU  nós  devemos  de  soa  sMadaeâ'- 
guma  coisa:  qne  seja  komem  om  miMer  dm- 
bôa  verdade:  mandamos^  que  lho  pafuettU' 
(Testamento  de  Lourenço  Pires,  de  13i4í — 
Doe  da  Sé  de  Lamego.) 

Manceba  mundanaira — ou  do 
mulher  prostituída  e  poblica-Hueretrii, 
meira.--*^  ^fo  foi  feito  duas^  ou  trez  veasea^ 
atá  lançar  fára  as  mamcêbas  mumáamaiTeL», 
(Chran.  de  El  Bei  D.  João  J,  por  Lopes,  parC 
1.*,  cap.  CXLVUi ) 

Ba  de  trazer  (o  eserivSo  das  flAalfeitofiu> 
todolos  BegataaenSf  e  as  mancebas  do  nmm* 
dOf  eortezaas,  em  humm  livro.  (Cod.  Alf^  L. 
1.*,  tlt.  15.-,  §  4.-) 

Segundo  o  mesmo  Código,  L.  l.«,  tlt.  Slr 
g  18 ;  e  tit.  53,  g  4.*— O  condesttdiei  ^mto  á» 
cada  huma  mulher  solteira,  da  maincebia,  êm, 
cada  somana,  Í2  reaes  brancos.  B  o  «lorsv 
dial  havia,  de  cada  huma  mulher  da  no»*- 
cebia,  cada  sabbado  12  reaes  brancos. 

Este  immoralissimo  tributo^  Ibi  extáneto- 
depois. 

Manceba  solteira,  era  o  memo  que  mmm.^' 
danaira. — Das  manctípos  soBeiras,  que  an* 
dam,  e  devem  andar  na  co/tte^  ha  de  levar  (» 
meirinho  das  cadeis,  que  era  o  juiz  d'ellasl) 
em  cada  hun  sábado  2  reaes  brancos,  porque 
elle  ha  dè  mandar  varrer  as  audiências  dá 
corregedor,  que  ellas  haviam  de  varrera  e  est^ 
foi  assi  usado  d' antigamente.  (Cod.  Alf.^  L,  iJ^ 

tit.  iX  §  !•) 

MANGEBtA— português  aiitigo^reuniiili 
de  mancebos,  ou  moços  solteiros. 

Também  significava  (como  ainda  hoje)  o- 
viver  e  cohabiur  um  homem  oom  uma  mu^ 
Iher,  sem  ser  casado  com  élla. 

Nos  prazos  de  Almacave  (Lamego)  se  In* 
titula  mancebia  o  logar,  bécco,  ou  bairro  em 
que  viviam  as  mulheres  puMieas.  (Brsk  aa 
sahir  para  o  campo  do  Tabolado.) 


KA|VÇ£SO  --  portagaez  ábtígò — ãkiz-áe 
este  nome,  ao  que  está  em  edaâ6  jdveníiL— 
Aancebo  de  soídadi^  era  ò  creado  qfaé  áerria 
por  salário.— 4fan<^to  àe  pcusaàà^  BtsãSk  os 
creados,  oa  pastoras  dos  porcos,  íiiTéríores 
ao  alfeireiro,  qáe  era  o  pastor  das  y^ticas. 

Éancebo-'é  corropçSo  da  palavra  árabe 
-^tnansubcn^  o  amante»,  oa  namorado  Jovem, 
etCy  vem  do  verbo  maçaòa — que  significa, 
lembrar  o  passado,  recordar,  lóavar  com 
Versos  am^torios. 

'kAltCÊLLOiS— freguesia,  Dòbrò;  comarca 
e  concelho  de  Amarante,  43  kilométros  a  NR 
de  Braga,  360  ao  N.  de  Lisboa,  i(50  íbgos. 

Ém  ilS7  tinha  430  fogos. 

Orago,  S.  Martinho,  bispo. 

Arcebispado  de  Brajia,  dÍstHci!o  ádntflnJs- 
trativo  do  Porto. 

À  i)aitra  apreáentáva  o  ireítor,  qúe  tinha 
Ílí0jf(m  réis. 
'  É  terra  muito  fértil. 
'  É  n'esta  fregáézia  a  casa  da  CoitOf  da  qual 
é  iâctuâl  proprietário  o  sr.  Rodrigo  Guedes 
de  Carvalho,  visconde  da  Costa. 

(Fica  assim,  n*e8ta  parte  rectificado  o  en- 
gano da  pag.  410,  do  2.*  vol) 

Foi  víllá  e  cottto. 

Houve  aqui  um  mosteiro  (>ehedtctinò,  in- 
stituído, em  1  i  10,  por  MemUcríçalves  de  Fón» 
seca  e  siia  mulher,  D.  Maria  Paes  Tavares, 

D.  Sancho  I,  concedeu  a  este  mostpiro,  em 
ISOO,  a  isenção  do  pagamento  dk  colheita  ao 
rei. 

Em  7  de  julho  de  1219,  D.  Affonso  II,  e 
sua  mulher,  a  rainha  D.  Urraca,  e  sètis  fi- 
lhos, os  infantes,  D.  Sancho  (depois  II),  D. 
Affonso  (depois  111),  D.  Fernando  e  D,  Alicàior 
(Leonor)  estando  em  Guiinarâes,  confirma- 
ram ao  mosteiro  de  ilahcellos^  k  isenção  do 
pagamento  da  colheita,  que  lhe  havia  cònce* 
iKdo  p.  Sancho  L 

í).  Sancho  II,  deu  ÍotH  (sem  data)  á  vlHá 
de  Mancellos.  Pranklim  xÁo  traz  este  foral. 

Em  150,  D.  João  III,  deu  este  mosteiro 
()úe  entSó  era  de  crií^ios)  ko  mo^teil*)!  dé 
':  Gonçalo  de  Amarante  (domínico),  o  que 
ioi  confirmado,  por  bdlla  de  Paulo  ín,  de 
1541 

AANÇORCS  oú  ICAÍtSbÍRfiS  — ft^ 
^urb,  no  eitãictd  concelho  áe  ^f medo; 


HM 


47 


í 


.  hàíh  eomárcá  é  òôuòélho  de  ArõTLiea,  d'<mi!e 
dista  20  kllomèftros  a  O.,  35  ao  S.  dó  Porte, 
i2  ao  S.  do  riò  Doíire,  285  ao  N.  de  Lisbi^ 
200  fogos. 

Em  ilé7  tinha  123  fogos. 

Orago,  Santa  Cbristina,  virgem  e  martyr. 

Bispado  do  Porto,  districto  admuiistrativo 
de  Aveiro. 

É'  terra  muito  fértil. 

O  reitor  de  Edcariz,  apresentava  o  cura, 
que  tinha  9JK)00  réis  de  côngrua  e  o  pé  de 
Altar. 

Para  a  etyniologiáy  vide  Âhnançf^,  a  pag. 
144  do  l.«  voL  Vide  também  Carite(  a  pag. 
110  é  Cartêilày  a  pag.  168  do  2.*  vol. 

Teni  minas  dé  éoiire  è  de  ferro,  que  se  uio 
éxplòi^m. 

É  povoa^^  antiqtíislimá,  comer  do  seu 
próprio  nome  e  das  suas  tradições  se  còUicíe. 

Em  1848,  na  escavação  de  um  campo,  áp- 
pb^eceram  os  /erro5  de  duas  áchas-d*ármas. 
firaiÀ  dé  cobre,  mas  estavam  muito  oxida- 
dos e  èorròidos: 

No  mesmo  sítio,  e  na  mesma  occasião,  sé 
achou  um  capacete  quasi  inteiro  e  parte  de 
óuiro,  também  de  cobre,  evidentemente  ro- 
manos. 

(h  Ibgarés  qtíe  hoje  constituem  esta  fire- 
guezia,  pertehciám  à  frejguezia  dé  Escarit, 
I  cuja  egreja  matriz  lhe  fica  4  kilometros  a 
ONO.,  tendo  de  se  atravessar  a  serra  do  Cáa- 
téllò;  p6lo  que  os  povos  de  Maoçores  reque* 
reram  á  stra  desmembra^  da  antiga  paro- 
chia,o  que  lhe  fui  concedido,  no  século  XVfl; 
ficando  o  parocho  de  Escariz,  só  com  direito 
da  apresentação  do  cura. 

A  primeira  matriz  de  Hançôres,  foi  a  actual 
capelia  da  aidéia  dá  Villa;  mas  pouco  tem* 
po  depois  sè  construiu  a  egreja  actual,  quo 
é  pequena  e  pobre. 

Ainda  n*eáta  freguezia  se  pratica  o  antigo 
costume  de  sefazerem  os  baptísados  fora  da 
djgrejá;  entrando  n*eila  dó  para  o  acto  de  lan- 
çarem á  agua  benta  ao  foapiísando. 

Quando  mbire  «dgum  lavrador  d'esta  fire* 
guezia,  vão  atraz  do  cortejo  fúnebre,  variaa 
ttinlhères,  com  canastras  de  broas  à  cabeça, 
Ique  no  adib  sao  partidas,  e  distribuídas  t 
qtjiém  ^s  quer. 

A  ú(jfiQU  <o  défnnctò^  oti  a  generosidade 


e.yjijiftík,do  ci^pp,,qiie  ^  as  dâ|rPereic|S. 
Timiire,  meio  éaTa^o,  de  pj^ata,  .briáado'iíe 
opra,  COO),  re4ea3  de  púrpura,  e  com  tre^^ 
i^nçada^  çm  9aDgaa,  no  pescoço. 

E5te3  fi/istros  Portvgaes,  df  Mançôres  (que  ^ 
sao  os  meí^mos  djs  Yalladare?)  e  os  Porta- 
gaes  e  Tprres,  procedem  do  infante  D.  pi-' 
níZy  filho  de  D.,  Pedro  I  e.  de  O.  Ignez  de 
Castro- 

£ste  B.  Diíniz,  pasaando  a  CastelUj  (vida, 
Leça  do  Bailio)  casoa  com  D.  .Joaonâ,  filha 
ha^arda  de  .D.  Hem-jque.II,  de  C;i8tella,  dá 
quai  teve,  enlre  outros  filhqSv  2^  .í^-  Fernan- 
do de  Poriagal,  que  casou  n^aquclle  reino, 
com  D.  Maria  de  torre^  filhfi^.de  Fernando 
•  Rodrigues  de  Torres-  .  ,   .  , 

Foi  âçai  fiJIio  D.  Luiz  de  Porluçal  e  Tor- 
res, que  se  diz  progenitor  d*e3ta  farbilia.,  Os. 
d'esta  procedência  teem  por  armas — escudo 
dividido  cm  aspa  —  no  í.""  e  4,\  as  Quioaia 
de  Portugal :  no  2.<*  e  3.%  de  Jpdrpura,  5 
torres  de  ouro,  em  aspa— orla  áe  púrpura, 
carregs^da  de  7  castellos  de  ouro.  Tiínbre^ 

,  uma  das  torres  das  armas.     .' 

I         "  .  (  .  *• 

I     O  rio  Arda,  divide  icçta  (reguezia,  peio  E. 
e  NE.,  da  de  Santa  Marinha  do  Tropeço. 

(Vide  Ard€^  rio.) 
.  ÍIAIÍÇÓS  (S.)  —  fre^guezía,  Alemtejo,  co- 
.  marca,  concelho  e  18  ^ilometros  de  Évora, 
120  ao  SE.  dê  Lisboa,  200  fogos. 
Em,1757  Unha  192  fogos. 


dgrs  fae^d9>r^9f  Aval;a-9e.peliq  Qivof^a.4p  ^-. 
nast^a?  d^  pão  que  aoompant^f^m.o^Qiiterro^, 

,Ha  n/e&ia  Greguepa  a^lj^ia  da  Tec  ça»  onde^ 
é  a  grande  casa  dos  srs.  drs.  Manuel  e  iol% 
Baptista  Nunes  Gamossa, < filhos  e  lierdeiros 
dQ'.sr.  dr.  J^ó  AQ(<>iúq  Nqiiegde  Saldanha. 

é  uma  da$  ca^s  içais  ricas  do  dislri|3to 
de  Aveiro.  ,,    ,^    .:. 

Saldanha,  é  um  appeUidp  nobre  em  Por- 
tugal Veiji^  de  Bespa^ba,  tomadç  da  vijla  ^e 
Saidanb^i  no  rein^  de  Leãp.    .      ,     . 

Procede  de  D.  Sancho  Dias  de  Saldanha^^ 
soubof:  4^  di^.  vUl^  QUB.em,  870  fez  aUi  o 
seu. solar.       \  ....•, 

Passoi^  esteappeUido  a  Portugal,,  na  pç^-j 
a(^,de  Diogo  Lopes  de  ^^Idanh^,  no  reJu^- 
do  de  D.  AíTonso  V,  com  o  emprego  de  se: 
oretarip  da  rainha  D.  Joanna  {%*  mulher  do 
dito  rej),.  e  seu  mordomo-món.  Foi  depois, 
embaijiadâi*  em  Roo^a. 

Trouxe  de  Casteila,  por  aua.mulber»JP> 
Maria  Rodrigues  Bovadilla^  fílha^de  Tojribia 
Rodrigues  Bovadilla,  senhor,  d^  .^^dalajar 
ra.      .     •    .      . 

As  armas  dos  ^aidanhas»  são :  em  campp, 
de  púrpura,  uma  torre  de  pral|,  coberta  e#n^ 
uma  cúpula  azul,  e  com  portas  e  frestas  df 
mesn^  c^,  .lavradas  de  negro,  com  091a 
cruz  de  ouro  no  remate.  Timbr^^  a  mesma 
lorre. 

0$  Saldanbas  d'Albuquerque,  trazem,  por 
armas :  escudo  de  púrpura,  pom  três  çótiças 
de  ouro,  em  faxa,  e  por  timbre,  iim  leão  de       Orago  S.  Maneio.— vulgarmente,  S.  Man- 


púrpura,  lampassa.do  de  ouro. 

No  logar  da  Estrada,  d>sta  freguezia,  é  a 
casa  da  família  Portu^l,  que  foi  a  maior  em 
pi^opriedades,  de  toda^  comarca,  euma  das 
princípaes  do  distric^o  de  Aveiro.  Hoje.^stá 
muito  dividida. 

É.  seu  actual  representante  o  sr.  Joaquim 
dos  Reis  Castro  Portugal      -.  ;    .^ 

IRortugal»  é  um  appeilidoAobre  d*este  rei- 
no. Procede  da  casa  de  Brag ai^ga ;  sendo  q 
primeiro  ,que  assim  sç.appQllidou,  D.  Affvn- 
eo.de;  Por.iugalt 

As  armas  dqs  Portugaes,  sàa— em  campo 
jejirata,  aspa,  de  púrp^a,  carre|;ada  de  jjl 
eseudétes  das  Quina:»  reaes  (seiq[i  a  prja,  dòç 
9i9l^ft(  e  dç  Ã  cnizes  de  pçai^^  flojrveiídás 


Arcebispado  e  districto  administrativo  do 
Byora. 

A  mitra  apresentava  o  cura,  (jue  tm^^ 
336  alqueires  de  trigo  e  180  de  cevada. 

É  terra  ferlil  em  cereaes,  e  cria  multo 
gado.  . 

MÀNDADEIRO— portugUjez  antigo— mei^- 
sa^eiro,  enviado,  parlamêntario,  embaixa* 
dor,  ijriado,  procuradur,  etc». 

MANDAMENTO— poníiguçz  antigo— ter- 
ritório cpm  auctoridade  especial,  jurisdic- 
ção«  districto^  julgado,  concelho,  honra,  coíí* 
to,  0tp.,..coij[i  seu  magistrado  pariicular  é 
com  foral  próprio. 

£j(0  abril  de  113â>  fe^  J>.  Afionaq  ilenrí- 
imes  m^cé  a  Affonso  Pa^s  e  suá  mij^íbeiç. 


m^ 


mAti 


m 


;  na  villa  ftè.íí&Waí  [hoK  á  ató^^^  .-i-...^f.u.^4. ._  .^.^_^ 

'né|J,''na'ifr^aeAa;  dà  Espíiinca,  coticáhò^ié 
^'Aroaca."Vícrô'  p^-gl  m'  aò'í>toi;,  í^la^H 
"Cóhies-SL  i.-j— Dli(  a'àòH2lO— íftHif^M^f 
|;3uô'Mandâmenío  W  'Èantá '¥eltêê  (Mliiáú 
j  concelho  de  Saufins,  hòje  conceftiodè  Sih« 
'  faies)  Território  Co!fmbricenst  ^  âSsàirrenti\ 
''hus  aquisin  Patia  (fié  Piiv^yskibfnJovítè 
Quebranzana. 


!•'      • 


MANÍJÍL-^é  a  palatra  áraííe  mato— leii* 


^  cíu  gUarJáDspo ;'  masos  porttlgúezpy  &tr 
'rim'  o  nòmé:dy  riiáHdil  a'  utóa''^specíe  de 
'  capa.ae  Bufe í  tc)m''qrie  se  cotíreni  bà"pás- 


gíiáTdé[')tíífAò  o  poto  ao  inoDte  basdar  a 
%Bta;fDD*4wh,  ^né^^HiicafAn -«íaí^egi^a 

ttàtffií*;  fftá^  cotho^éllaíbèialé»^  tafa'o 
'ínòúie  óti9e"'fôra  at!h;(da,  lúe  cònálitiíram 
^iqnitiiiía  fe!apel!i'qiife  afndia  exíAe: : 
'   íí  imágémèe  graade  devoção  d*e^eS  pb- 

vos,  qne,  aip^At  db  álttira  è  a^peretô  áa 
'Uòtíib/aHi  cbbf^rèmcoib  ih'ii1ta'ftiec(tieQ- 
'cíà,ctilnprit*á8  prortcssas  qtlé'fkzein  aiVòs- 
'ia  êènkch^a  dó' Montei  qbe  é  o  titulo  que ibe 

deram,' em  ra^Sòdò  *dit1t>btfde*fÒi  tfcbadá^e 


'  oúhe  tem  a  >!ia  'èafS^lia. 
'  "UtiUICFtfAilXfc  OTí 


M.:'í 


SE  iStl- 

tòWâ  em  trárds-MÓtítes-^BÍáttib^m'á'ti[9f  lU^^  Ééira  AKi,  èabeça 

4ér  (M(èf1ttéf  é'âe'<;omareà,'  12^  kilometros  a 
"Bí;  de  >fiieiií  410^  ao  íí:  d6  Líilwa,  «00  -(b- 


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ii> 


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Í pedaço  de  saragoça  ou  burel,  com  qièse 
impa  o  po  aas  caViilgâduira&.      '"     "      ' 
^ .  '"llí|ltótTAÍ/DÈ— f^^  èòl    gos  (2:800  almas.) 

in^Tc^  e'cúnc^tÍio'áe  iGíauveia,  88-  klltíttíej-       Em  1767  tinha  509  fogos. 
*' irós  á  É.ye  Cdítót)ta;  Í85  ao  Ntí.  deflsr  <  .■  -iPtligQ^^^iHJWit ..  '.;:•/. 

'^iboá/ÍCÒ" fornia','  Eth'.i7^'tiiihà  '68  fôgo^!*'     .  ,  aifl«^  ^  .dí^^i^iota   admiaistrâtivp   á» 

grago  S.  Vicente,  martyr/'      "»  '    '  ^  ■•  j    Viseu.  .    ..^. 

íspado  dé  Coiú:ibra,  di^tricto âdtiJiiAsfí^av ( I  -Offe^l  p^drQ^do.ipiseaeQt^irasO  yjigiirio, 
'''tivqdaGuarda:;'     "       '        '"'   '■'';;^''^  1    r.qa^ jtlabft.^WOí»0Oi:#s,4*>endío^^ 

0,rpál  padroado  apreáentata  o  píWôr,  que  'PiwJU-i.        »    ..         ;. . 

*  tingia  Í20ÍÒÒ0  réis.     *  * '  (,  t¥i4e  .4«^r4m  lía  ^«r«ií;a  paginai.  300 

^,    Dá  se  ^  esta  freguezia  ò  noliíe  dé  ^an-    do  i,^  volamf^. 

GUALDE  DA  SERRA,  para  ádísliogttfr  dê  Man- 

QM^alí^  éte^Azurárai,  t  ^a  Serra  da  Estrefia.  l    T#QI  eatfçjio.^elegFapliic». 
A  pouca  disitancia  àá  ptíVoaçJji)  de  Má^ 

^^ualde,,  esLá  um. altíssimo  monte:  Segu\iãò  à 

tradí^*âò,  appareceu  aqiii  a  UHs*^  áègadbres, 

juutu  ao  cabt^çò  chamado  Alfatáma  ^  e  eútre 

3  carvalhos,  uma  fmageái  dfe  Nossa  Bénfiora. 

'  '   >  B^e-  t6nrÍcono;nunea  foi- der  bispado  dp 
.Coimbra,  st^u  imerinamejate.  IJos  80  anl- 

nòí»,  nào  houve  bir^pos. em' Lamego  e  em  Vii- 

seu  e  08  bispos  de  Coimbra  adoiinistravam, 

ííém  da  sua,  aqneiias  dttas  diôoesoé  iUgH^i. 
'  É  por  issoque  yarios  doeuaeocúi  ii*aquelle 

t^mpo  dizf^n  que  era  território  d«  Cuii^bra. 
*  Álfafama  ó  corrupvâo  da  palavra  arabe 
"Al-FMi»^íúa  (de  qua  nós  fizemos  Fátima,  tf-. 
'  rando  ihe  o  artigo  bI.)---É  oomè  prbprio  de 

mulhf^r.  Assim  se  chamava  a  famosa  moa- 

,  ra,  Sf  uhur^  dp  Our«m,  que,  depois  de  bá- 

.^  ptísada,  se  chamou  Óuriana,  e  casou  com  o 

'templário  Gouçâlo  H^rmigues.  A  Chroriica 

,dé  .Cwíffr  (tom.  i.%  livro  6.%  cap.  I.*,  pfig. 

7^3)  tauiibém  m«)uciona  outra  moura  do  ides- 

mo  n^íiiè,  capiiva  pdos  goriugaezes  namai-, 
'  drut^ada  do  dia  dt^  S.  João,  de  Í157,  nai  to- 
mada de  Alcácer  do  Sal. 


*.  Jlaiigttalda  pâa.tem  foral  próprio ;,,pqr- 
.que»  ^iii..26  de.,|Barço.  d^-  i5i4,  avuda  aãa 
ientffi^a  do.  que  orna  fr^uazia  do  concelho 
;  à»  AAur4r»  ,4a  Beira.  Pui  a  esta  poToaj^ 
que  o  eoadeD.  Heorique  e.aua;mulhC'r»  a 
rainha  IX  Thi}re](a,4eram  foral  em  áiOâ.Foi 
coAftriuado,  eni  Santarem^por  D.  Afonso 
IJ,  tm  i3A8  ;.«'&  que  D.  Manuel  deu.  o  oqvo 
vforal,  w  rqferido  dia  .2^  d«  março  da  1$I4. 
{Uvro  4o$  fomes  núfooeda  PeirOf  fL  i09  v., 
c<^.  1|.«— ZiwdX*  de  dçQçõeíyde  D.  Alfunso 
11,  fl,  36,  coK  i,*-re  DP  twr<?  4e  foraes  m* 
iígos,  de  hUura  mova^  fl.  42  v.,  cul.  1.*) 

Ê  pois  o.  foral  dado  por  D.  Manuel  â  Tíl- 
ia de  Azurara  que  xegie^  o  coacelbo  de 
Mangualde. 

Nem  Mangualde  nem  Azurara  teem  bra- 
zãò  d'armaá,  tendo-o  otttras  povoações  de 
inenos  loiportaàeia; 


00 


MAN 


o  concelho  de  HaogoaUa  eomprf lifDdê 
as  18  fregttftzlaB  segaiotes:— AittrQPhoaa  Ve- 
|hm  Alcafache,  CMaarães,  Cbans  de  Tava* 
res,  Caoha  Alu,  Canha  Baixa,  Sapinho, 
Cornos  de  Maceira  Oão,  Preixiosa,  Fmta» 
Lobélhe,  Mangualde,  MesquitoUa,  Moimenta, 
Povoa  de  Cervães,  Qainteila,  Trafanea  de 
Tavares,  e  Várzea  de  Tavares. 

A  comarca  de  MAQgoalde  era  composta 
de  três  jalgados — o  de  Mangualde  com 
4:900  fogQ8--o  de  NéUas,  cqpi  2:600— e  ó 
de  Penalva  do  Ca^tello,  com  9:600. 

Por  decreto  de  33  de  de^mbro  de  J1873, 
iol  8ii|)y[)fimi.do  o  julgado  ^  (féllas  e  unido 
ao  de.Mangaal|jl|R,  pelo  que  ficou  a.  oomaf)ca 
só  fom  dois  julgados— o  seu,  que  tem  ago* 
ja  0:800  fpgo,  se  o  de  Pefutva— ambos  eom 
9:400  fogos. 

É  Azurara  uma  povoa^  mufto  antiga,  é 
a  sua  fundaçio  é  anterior  á  doiirinaçSõ  ro* 
mana. 

Eoí  II  de  Julho  de  1145,  aehan^-se  Dl 
Affonso  I  em  Coimbra,  foi  informado  que 
os  moradores  do  concelho  de  Azurara*  dâ 
Beira  (hoje  Mangualde)  faziam  awaílèiroê 
aos  de  fora  da  terra,  do  modo  segnínte :  -— 
Davam-lhes  primeiro  uma  pequena  herda.- 
de,  pelo  que  ficavam  com  o  privilegio  de 
vismhas,  e  depois  oa  faziam  cavalleiros.  Da* 
vam  lhe  uma  propriedade  de  valor  insigoi- 
fleante  :  ás  veze^,  uma  pequena  casa,  óú  um 
hocado  de  terra,  e  até  mesmo  uma  só  ar- 
vore ;  pois  o  bastante  para  ser  considerado 
visinkOf  era  possuir  aqui  bens  de  ráíz,  qual- 
quer què  fosse  o  sen  tamanho  ou  valia. 
ÍFambem  a  isto  se  chamava  maladia. 

Ò  rei  ordenou  então  expressamente  que 
nenhum  cavalleiro,  oú  otff ro  qneãqwr^  'tUli 
àvisinhé,  ôu  possa  ter  malaáia  ou  comnwn- 
da^  sob  petyi  de  a  perder  para  o  regnengo : 
ordenando  ao  seu  rico-hoifnêmy  Fero  ^ernanr 
des,  qne  entã")  tinha  da  coroa  a^uella  terí-a, 
quê  assim  o  fizesse  cumprir  e  guardar.  (Con- 
sta isto  do  Livro  dos  forass  velhos,  no  fim 
do  foral  de  Azurara.)  ' 

AviUa  de  Mangual  le  .está  dividida  em' 
deis  bairros— a  viila  velha,  ao  0^  e  a  Mçiva, 


MAN 

ao  E.-<;í  edificada  em  ivna  idJMrfctfl^^bflPi 

situada,  salubre,  agradável  e  com  boas  y^ 
ias.  Tem  bons  terreiros,  ou  largos,  em  qoo 
se  Çaz  o  melhor  mercado  da  provinda.  Tem 
^ns  edlficios,  bons  chafarizes  e  um  bd^ 
templo  da  Jiisericordia,  onde  se  admiram 
preciosos  quadros,  da  escola  romana.  Tráa 
luna  formosa  casa  da  camará  municipal, 
sendo  um  edificio  tão  vasto,  que  accommo- 
da,  além  da  sala  das  sessões  da  camará,  o 
tribunal  da  justiça,  a  administração  do  con- 
celho, atilas,  para  ambos  os  sexos,  etc. " 

O  mais  notável  doesta  villa  porém,  é  o 
sumptuoso  palácio,  denominado  dós  Paln^ 
hoje  propriedade  dos  srs.  condes  da  Ana- 
dia. 

É  sem  duvida  um  dos  melhores  edificios 
de  leiífo,  ^  reuniodo  uma  grande  quinta, 
muito  afòrmoseada^  e  com  pomares  de  deli- 
ciosa (i*uctas,  bellos  jardins,  lagos,  fontes  e 
quatro  estufas,  onde  vegetam  fructás,  plan- 
tas e  flores  dos  trópicos.  Pegado  á  quinta, 
está  lima  extensa  matta,  amíada,  on4e  se 
encontram  diversos  objectos  de  recreio,  mui- 
ta caça  e  admiráveis  arvores  seci4lares. 

À  distancia  de  1:800  metros  ao  NE.  da 
vUla,  sobre  o  ciune  de  um  alto  e  escarpado 
monte,  crivado  de  rochedos,  e  fazendo  face 
á  povoado,  está  edificado  o  elegajQtê  e  ína- 
gnifico  templo,  dedicado  a  Nossa  Senhúra 
do  Castfillo. 

.  Foi  erigido  pelo  zelo  e  devoção  da  illustra 
fámilia  dos  srs.  Paes,  a  cuja  casa  pertence 
a  sua  perpétua  administração;  pois  foi  d*el- 
ia  que  sahiu  todo  o  supprimento  de  despe- 
zaé  e  serviços  para  esta  obra,  visto  que  a 
respectiva  confraria  não  tinha  meios  pára 
tão  dispendiosa  construcção. 

Dea«se  principio  a  esta  egreja  em  jaiptei- 
ro  de  1819.  Os  trabalhos  estiveram  suspen- 
sos em  1820  e  1821;  mas  em  1822  recome- 
çarapi  opm  decidido  empenho,  e  á  custa,  da 
casa  dos  Paes,  exclusivamente;  concldiado- 

t  O  palácio  dos  Paes,  de  Mangualde :  o 
da  Brejpeíra,  próximo  de  Mourão,  do  sr. 
Moscuso ;  d  o  de  Matheu^,  pruxiruo  a  Vília 
R^al  de  Traz-os-MoDtes,  dos  srs.  eondeárde 
YíIJa  Real,  são  os  três  melhores  edíficlos  p^- 
tii-ulares  de  provinda  que  existem  em  ror- 
I  tugal. 


Á 


•MAN 

ta  todu  u  obfis  em  1837.  ImpmrtMnwi  «m 
14  eoiitot  de  róis. 

É  todo  áe  cantaria,  áe  arehileemva  rim- 
fias,  mas  «legante,  •  am  dos  melhores  das 
Beiras. 

A  alKibada  de  todo  o  lepaido  é  fuaineei- 
4a  de  beilos  estoques. 

Além  do  altar-mór»  oade  está  a  imagem 
ida  padro^ra,  tem  mais  dois  aos  lados  do 
4ítcOy  o  de  Saat '  Asna  e  o  de  8.  loeé.  N*el)es 
ee  vêem  deis  óptimos  painéis  a  óleo,  obra 
4osr.  António  JoséxPerara,  .insigne  pintor 
4e  Viseu. 

Tem  ama  só  torre,  com  38  metros  4*alia- 
ra,  desde  o  pavimento.  Sobe-se  ao  alto  d*el- 
^  la  por  aan^ibeliaieseada  em.  espiral,  e  de  lá 
se  avista  nm  deleitoso  panorama  formado 
de  serras,  monlee,  planícies,  e  povoações, 
que  é  encantador. 

Bm  reder  do  templo  ha  nm  espaçoso 
adro,  guarnecido  de  nm  parapeito,  oom  as- 
*àenies  de  pedra. 

D*iaUi  desce-se  por  mna  bonita  escada  de 
4eis  lanços  (qne  iea  em.  frente  da  f greja) 
i  para  nm  espaçoso  terreiro  arborisado,  fican- 
do a  nm  lado  da  escada,  ama  porção  de 
terreno,  com  rochedos^  e  por  entre  elles, 
fdantadas,. videiras  'e  oliveiras-^  do  ontro 
lado^fuma;  hospedaria,  para  os  romeiros. 

A  algons  passos  ao  B.,  d'este  terreiro,  es- 
tá ama.  eisiema,.de  agna  nativa,  ao  tando 
'daqoal  se  desee  por  ama  escada,,  em  aspi* 
fal,  de  36  degraus.  A  sua  agua  é  perenne  e 
-de  óptima  qualidade. 

D'eate  terreiro.se  desce  o  monte,  por  ama 
«paçoaa  escadaria,  oom  i63  degraus,  inter-, 
rompida  de  espaço  a  espaço  por.  pequenos 
lerreiroa^  tendo  quatro  d^elies  outras  tantas 
capeliiohas,  dedicadas  todas  á  Santíssima 
Virgem,  sob  a  invocação  de  Nossa  Senhora 
da  Conceição,  Nossa  Senhora  da  Encarna- 
-ção.  Nossa  Senhora  da  Visitação  e  Nossa 
iSenhora.  da  Assumpção ;  todas  com  beliissi- 
mas  imagens  romanas. 

.  Toda  a  escadaria  ó  orlada  de  arvores,  e 
•ao  fundo  d*eUa  se  vêem  férteis  campos  sqm- 
ipre  v^^. 

A  festa  da  Senhora  tem  logar  qm.8de'se- 
^tembra^Natívidada  de  Nossa  Seniiora)  s^n- 


IIAN 


?!i 


do  lio  gcande  o  co^pcimfo  ,dgs  romei^çM^ 
algaps  de  longínquas  povoações,  que  jfp" 
brfjm  todo  aqueiie  vasto  s^mbito. 

SMradição  antiqu^ssíípcia,  que  o  templo 
primittivo  (que  estava  edificado  no  terrais 
arbori^a^o,  e  que  foi  demolido,  logo  que  se 
fèz  o  novo)  foi  mesquita  dos  mouros,  po 
tempo  da  sua  dominação  em  Portugal,  e 
que,  depois  da  «oa  expulslio,  apparec^ndo 
9/^i  uma  iinagem  de  Nossa  Sentaojra,  foi  çpl- 
locada  na  mesquita,  depois  de  purificadj^  e 
conyertida  em  teqiplo  catholico. 

Provem  ao  sitio  e  a  esta  imagem  o  titulo 
que  teem,:  pfr  ter  aqui  existido,  um  castpl- 
lo,  romano  ou  árabe,  do  qual  a^da  exi3t^ 
>s  ruínaa,  qpe  bcan  niostram  asuan^iifU 
antiguidade. 

Os  que  mais  concorreram  com  avu^t^dís- 
^imas  esmolas  ejegados,  para  a  coosu*acção 
e  conservação  d'e9te  sanetuario,  foram  —  o 
commendador  de  Malta,  Miguel.  Paes  e  seu 
irmão,  Jos6  Paes^  cónego  da  Só  de  Coifubra» 
ambos  fallecidos  em  1837. 

A  condessa  de  Anadia,  D.  Maria  Joanna, 
oQare^^u,  na  occasião  da  trasladação  da 
imagem  de  Nossa  Senhora,  do  templo  ai^ti- 
go  pjira  o  nove,.nm  irico  e  inteiro  par^mifu- 
to  i  branco,. bordado  a  seda  e  ouro,  para  o 
serviço  da  egreja,  e  dois  riquisdimos  ouma- 
tos  para  a.pfdroeira. 

Também  resa  a  tradição,  que  foi  alcaide 
d'este  castello,  nm  mouro  chamado  Ztiror, 
d'onde  viera  o  nome  á  villa  de  Ázuiára;  e 
que,  para  a,  expulsão  d'ell6,  d*este  castello, 
muito  concorreram  os  habitantes  de  Lioha- 
res,  por  conselho, de  outro  ^louro,  conver- 
tido ao  christianismo,  que  depois  fui  alcai- 
de 4e  Liohares* 

E'  verdade  que  em  papeis  antiquíssimos 
se  vé  a  ppvoaç^o.de  Aiurára  coui  o  no^ne 
de  Zurara;  mas  a  palavra  Zurar  nio  pte 
piorece  árabe.  Incliaome  roais  a  que  a  ety* 
mologia  d*esta  palavra  seja  a  que  doo  á  Azu- 
rara .de  ViUa  do  Conde,  a  pag.  300,  col.  i.% 
do.  i,''  volume. 

S*  ainda  verdade,  que  a  camará  e  povo 
dQ  Viseu,  biam  todos  oe  annos,  na  2.*  i»i(^va 
da  PasdhoaK,em  remaria,  áo  Sanetuario ,  de 


í 


52 


'MÀN 


"Mid^ 


^Nos«a  Seoborâ  í9b'Ca5teHo,  em  ^amprimeti-  rde  fMi*-^-«onitraido  do  modo  atgoduo  :.t^ 

"io  de  am  voto  aotiqnissioio,  e  em  vhegan-    as  mesmas  de  João  Paes,  ló  codi  a  difluMi- 

do  ao  monte  onde  está  edi6eada  a  eapena,   -fa  de  terem  por  timbre^  meio  draglo  d» 


se  viravam  para  o  lâdo  de  Linhares  e  agita- 
'  "Vam  a  l)aDdeira  da  eaniara ;  mas  tiao  sè  sa- 
'  be  com  certeza,  a  orígeni  d'esta  éeremotiia. 
A  eamara  e  o  povo  de  Visea  foram  des- 
obrigados fdti  se  desobrigaram  'elies)  d'este 
▼Oto,  no  priocipío  dò  fiectilo  acltial. 
Qaindo  o  n^ai-padof  PhHippe  H  se  apos- 


( t 


soú  de  Portugal,  em  1980,  •  eonde  de  Bel- '  p^ítoi 


prata»  oomnoia  laraDja  de.pilrpsia  ]io,pcllo. 
Outros  do  mesmo  appellido  trasen.  pur 
annas-*-em  oaaapo  de  prata^  94aitui|a%Yei- 
radas  e  contraveiradas  éo-^azal  e^pikfpsia» 
em  3paia8*— eto»  d^^ço  aberto^:  e.pofeMim- 
bre,  neio  leão  de  pnta^lampasMâo  de  pir- 
para,  eool  nms  das  ksaiijas  daa  armaana 


h 


monte,  tíão  se  querendo  bandear  com  ooti^oB 
muitos  fidâl^s  portngttezeS  quê  se  vende- 
"^  iram  aos  eastelhanoí,  rectisoa'  apresenlar-se 
no  beija-mSn 'f\ne  deu  o  TCi  "d^fHes;  pelo  que 
*'  esltC  lhe  tirou  todos  os  bensr  e  fôfo»  que  li- 
'  nhkm  sido  'da  corôa,  Ceando  portatito  park 
esta,  desde  então,  o  senhorio  de  Mangual- 
de, dé  que  èra  donatário  o  mesmo  eoude. 
"     Kãò  se  pôde  saber  se  o  Uòme  d'esta  vílla 
''  vem  de  mangual,  ou  mangualdé,  Instrumeu- 
'  lo  agrícola  bem  conhecido,  ^e  de  manqual, 
''  iQome  que  os  antigos  davam  ao  Joge  da  bel- 
la,  ou  do  fito. 


Paes  é  um  app^ltido  nobre  em  Portugal, 
patronímico  de  Póyo,  É  muHo  antigo  n*èa- 
"te  reino,  pois  já  D.  Pedro  Paes,  foi  um  dos 
cinco  fíitalgos  que  acchimaram  o  rer  D.  Af- 
fonso  Henriques,  na  batalha  de  Campo  de 
Oarique,  a  25  d«  julho  de  1199^  Morreu  na' 
batalha  de  Badajoz;  sendo  alferes-mór  do* 
mesmo  rer. 

A  D.Payo  Rodrigues  Paes,  seu  filho,  deu 
D.  AfToriso  Henriques  as  arn>as  seguintes — 
em  campo  de  prata  5  pinheiros  verdes,  em 
aspa,  com  raízes.  Elmo  d'aío  aberto— tim- 
bre, meio  dragão  de  prata,  laiopassado  de 
púrpura. 

A  João  Paes,  deu  D.  Afifonso  V,  brazao 
d'armas,  efm  ÍO  de  abril  de  1476— são— em 
campo  azul,  9  laranjas,  veiradás  e  contra- 
Vélradaâ  de  púrpura  e  ouro,  em  3  palas  — 
elmo  de  aço  aberto,  e  timbre,  um  pavão  da 
sua  côr. 

A  Gonçalo  Paes,  natural  de  Coimbra,  mor- 
domo niór  e  thesi)ureiro  do  cardeal-  rei,  deu 
a  rainha  D.  Catharína,  viuva  deB.  João  III, 
regente  na  menoridade  de  seu  neto,  D.  Se- 
baãtião  I,  brazão  d*armas,  em  i2  de  agosto 


l|AHfiA^p(Htagiftz  '  aiUi9»*nca8tiiHieb — 
individuo  de  boas  nuinhas,  pessom  dê  intiêe» 
maiUíãt, 

MAIfBENT£-^-frefttMia,Mii^ho,doflni;«l  e 
ceheelba  de  BareaJloSy  it  JeilMBslroaj^Ow 
de  Braga,  360  ao  J^  do  Lhboa^  .i004i>90Sf 

Sm  1757  Unha  240  fofos.   .    , 

Orago  S.  Martinho,  bispo.  t  ^ 

Arcebispado  e  distrioto.adaiéniBtrallto  da 
Braga.  >        .  ^ 

O  reitor  do  convento  dadenegds  stoaia- 
res  de  S.  João  Evangelista,  de  VillardeíPra- 
d«a  (ot  bons  homens-  de  Fi//ar)  apreseotâTA 
o  cura^  que^  tiuha  25^000  réia  e  o  pé4'^- 
iar.  '     .  I       •    i> 

Foi  Villa  ^  conta  ,    •     :  .• 

A  egreja  nxatririj  era  a  de  om  aoligoitos- 
teíro>heneútetiQO  quea^ui  houve;  fiuidaída 
por  S.  Martinho  de  Dume,  oo  amiD  flOO,  e 
reedificado  por  D.  Pedro  Afloàso  deii)nimes^ 
pelos  anaoe  4250.  —  Passou '  a- abbadia  se- 
cular, em  1480.  sendo  arceJ^^ispà  d»  Braga» 
D.  Luiz  da  Cunha.  Estaabbadia  era' dos  ttes 
rt«Ilgioso3  de  Vi  liar  de  Frades  (ioyos.) 

O  conto  de  Manbente,  oompuoha-ae  d*«sta 
fjregueeia  e  com  parle  das  freguetiaa  da  S. 
Veríssimo,  Sama  Marte  de  Gallegose  &  Vi« 
cente  de  Areias. 

O  reitor  do  mosteiro  de  Villar,  nomeada 
o  juiz  do  couto,  para  o  eivei  e  orpbãos» «  a 
capitão  para  uma  companhia  de  ordenan- 
ças, qtte  aqui  houve  até  1834.  No  orimo^ra 
sujeito  ás  justiças  da  Tília  do  Prado. 

Este  couto  foi  feito  por  D.  Affoaso  Hen« 
riques,  estando  no  eastelio  de  Pana,  ena 
1129.  Foi,  como  os  outros,  suppnfflído  0iia 
i834. 

MÁNHO,  ou  MAGNO— portugnex  antign^ 
ainda  usadb  no  secuk)  xyi—ihamnhodâio^ 


HÂN 


MAN 


&3 


dos.  Pronunciava* se  sempre  mánho.  -«Na  . 
baixa  latinídade  e  no  antigo  português,  tam- 
bém signiâcava  grcmde;  mas  entio,  apesar 
áe  se  escrever  magno,  pronunciava- se  do 
mesmo  modo--mánÃo. 

No  antigo  portQguez,  gn,  pronunciava- se 
sempre  nh — como  os  franc^zes. 

MANHOUCB— freguézia.  Beira  Alu,  eo 
marca  de  Vouzella,  concelho  de  S.  Pedro  do 
Sal,  35  kiiomelri»  ao  N.  de  Yizeu,  60  ao  S. 
do  Porto,  300  ao  N.  de  Lisi^oa,  9S0  fogos. 

Em  1757  linha  154  logos. 

Orágo  S.  Pedro,  apostolo. 

Bispado  e  districto  administrativo  de  Yi- 

18U. 

O  abbade  da  Trápa,  apresentava  o  cura, 
gue  tinha  8#000  róis  de  «;ongitia,  e  o  pé  de 
altar; 

Houve  aqui  uma  albergaria,  fundada  pela 
nlnha  D.  Mafalda,  mulher  de  D.  AlTonso 
Henriques^  para  passageiros  pobres. 

Não  ha  d'eiia  o  mínimo  vestígio. 

A  antiga  estrada  do  Peno  a  Yizeu  (hoje 
quasi  abandonada)^  atravessa  esta  freguezia. 

Enterra  fria,  árida  é  pobre.  Peosò  mais 
m*odaz  do  que  centeio  e  batatas. 

O  povo  resente-se  da  aridez  e  pobreza  da 
ferra,  e  é,  como  ella,  rude  e  pobre. 

A  maior  parte  das  suas  habitações,  são  ca- 
]Wna^  eobf*rtas  de  palha,  ou  lousas. 

HAMHUFB—- é  ums  aldeia  da- freguezia  de 
Maacelios,  Douro,  comarca,  concelho  e  5  ki- 
tometros  de  Amarante. 

Arcifbis^ado  de  Braga,  distrlct»  adminis- 
Inuivo  do  Porto. 

Ha  30  ânuos,  Manfaufesó  mereceria  men- 
^  pela  peleja  ahi  sustentada,  no  tempo  da 
:||itazâo  .franeesa,  mxA  hoje^  eomo  a  maioria 
dos  povoados  do  Douro  e  Minho,  tem  grau- 
ée  augmeiíto^  boas  propriedades  rústicas, 
«ma  eapeila  da  invocação  de  S.  Stibastiãp, 
euma  estalagem  nova,  muito  concorrida  pe- 
loa  abnoereves  das  raias  de  Portugal  eâes- 
panha. 

A  nova  estrada  municiai  que  segue,,  en- 
troncando na  Tapada  de  D.  Luiz,  até  Ama- 
iWte,  paasa  no  arruado  da  aldeia,  dando-lhe 
nova  importância. 

'    A  povoação  estendesse  nas  faldas  dotmon- 
tee  Cratío  e  Lameira  Velha,  e.domina  quasi 

VOUJlttV 


^s 


toda  a  freguezia  pela  sua  posição  elevada, 
que  lhe  dá  vantagens  hygienieas. 

É  tão  notória  a  bôa  Índole  do  povo  d*esta 
aldeia,  que  muitos  de  fora  disputam  a  pri- 
mazia de  pertencer  a  este  povo. 

O  terreno  é  productivo,  especialmente  de 
milho,  centeio,  azeite e  vinho;  encontrando- 
se  ahi,  sem  degenerar  pelo  terreno,  os  afa- 
mados pecegos  de  Amarante  e  muitas  outras 
fructas. 

D'e8te  logar  não  levaram  boas  recordações 
os  soldados  hespanhoes  de  D.  Manoel  de  la 
Goucha,  que  n'nm  troço  seguiam  de  Ama- 
rante para  o  Porto,  e  que  por  um  desacato 
a  uma  das  casas  mais  respeitadas' da  povoa- 
ção, levaram  uma  ióva  tão  severa,  que  mal 
tiveram  tempo  de  correr  sem  interrupção 
até  Amarante^  onde  se  queixaram  ás  anetu- 
ridades  portnguezas.  £  <ftte  o  povo  de  Mb» 
nhnfe,  além  de  não  tolerar  o  desacato  pra- 
titado,  não  via  com  bons  olhosa  intervençãio 
dos  hespanhoes. 

Manhufe  é  corrupção  da  palavra  árabe 
Ma$tditife--é  mesmo  a  palavra  arabor— man- 
ittt/Sf— significava,  a  sacudida.  Deriva-se  do 
vímím)  nadttfOy  sacudir  a  lan  com  um  pau, 
carpear. 

MANHUGfiLLOS  ou  MANHUHGBLLOS-^ 
freguezia,  Douro,  comarca  e  concelho  do 
Marco»  de  Ganavezes  (antiga  comarca  e  con- 
celho de  Soalhães),  54  kilooietros  a  NE.  do 
Porto«  335  ao  N.  de  Lisboa,  90  fogos. 

Em  i757  tinha  52  fegos. 

Orago^  S.  Mamede. 

Bispado  e  districto  administrativo  do  Por- 
to. 

A. mitra  apresentava  o  abbade,  que  tinha 
iOOMOO  de  rendimento.  Yide  Marco  de  Ga- 
navezes. 

MANMIOTO— firegoesia,  Beira  Baixa,  co^ 
marca  e  conoelbo  de  Piubel^  65  kilumetros 
a  SE.  de  Yizeu,  335  ao  £.  de  Usboa,  90  fi)- 
gos:  . 

Em  1757  tinha  88  fogos. 

Orago  Nossa  Senhora  da  Gonceiçáo. 

Bispado  de  Pinbel,  districto  admioistrati- 
vo  da  Guarda.  Rui  do  bispado  de  YiZ-  u. 

O  ordinário  apresentava  o  reitor,  que  ti- 
aba  M^^OQO  léis^  e  o  pé  de  altar. 


54 


mN 


MAN 


MANIM— Vide  mobriga. 

MANINHAD£60,  HANINHADO  oaMLáNE- 
EÍA-— portuguez  antigo— tributo,  ou  para 
melhor  dizer,  extorção  immoralissima. 

Consistia  em  herdarem  certos^  mosteiros 
de  frades,  a  terça  parte  de  toda  a  herança 
dos  casados  que  morriam  sem  alhos. 

Yeiu  este  abuso,  do  reiuo  de  Leão  (Hes- 
panha)  e  propagou-se  nas  terras  de  Miranda 
do  Douro  e  Bragança. 

Para  evitar  repetições,  vide  o  que  sobre 
maninhadego  eserevi,  na  col.  i.*  de  pag.  202 
do  .2.*  vol.,  na  palavra  Castro  de  ÁveUam. 

MANINHO— portuguez  antigo— terreno 
estéril  e  infecundo. 

Também  se  denominavam  manmhoSy  os 
bens  que  ficavam  do  viuvo,  ou  viuva  que 
morriam  sem  filhos,  e  abintestados,  não  ten- 
do parentes  até  ao  10.*  grau. 

O  almoxarife  do  rei,  tomava  estes  bens 
para  a  coroa.  D.  Pedro  I,  nas  cortes  de  El- 
vas, de  i36i,  determinou  que,  no  caso  de  al- 
gum dos  cônjuges  morrer  aò  intesiato,  e  sem 
filhos,  ou  parentes,  o  sobrevivente  herdasse, 
e  não  a  eorôa.  (Cod.  Alf.j  L.  4.%  tit  95.) 

Hoje  dá*se  o  nome  demonm^,  ao  terreno 
aberto,  improdnctivo,  ou  que  só  produz  mat- 
to  e  plantas  silvestres,  e  que  é  propriedade 
do  município^  ou  do  commum  logradouro 
do  povo.  Os  moradores  visinhos  doestes  ter- 
renos, podem  n*elles  plantar  arvores,  sem 
dependência  de  anctorisação  das  camarás; 
mas  só  téem  dominio  n*essas  arvores,  e  nSo 
na  terra  que  as  cria. 

A  legislação  sobre  baldios  e  maninhos,  é 
imperfeitíssima  em  Portugal*: 

£m  i770,  promulgou  D.  José  I  (ou  o  mar- 
«piez  do  Pombal),  uma  lei  sobre  os  mani- 
nhos, em  favor  do  desenvolvimento  da  agri- 
cultura. 

Em  1844,  se  promulgou  outra  no  mesmo 
sentido,  mas  uma  e  outra  foram  quasilecra 
morta. 

Temos  grande  numero  de  léguas  quadra- 
das de  terrenos  maninhos  e  improductivos 
em  Portugal,  que  só  revelam  a  incúria  dos 
níOssos  goveraos«<o  seu  desprezo  poio  des- 
en^lviáieiito 'da,  nossa  agricttliara.  * 
'  Bffl  vez<de  ajudarem  os  cultivadores  tom 
leis  proteeiéfas^  prescrevem  taes^  umas^l&o 


arriscadas  formalidades  e  despezas,  paim 
aforamento  e  cultivo  dos  maninhos,  que» 
elles  fioam  estéreis,  ou  são  cultivados  saJb^ 
retieiamente,  e  a  íazenda  publica  perde  o  sen 
rendimento. 

Accresce  que  os  povos  não  consentem  que 
um  só  se  aproprie  legalmente  de  um  vasto 
toreno  maninho,  procurando  por  todos  os 
meios  obstar-lhe  á  posse ;  o  que  tem  dado 
logar  a  grandes  desordena»  principalmente 
desde  i870  para  cáf  e  que  muito  bem  se  po- 
deriam evitar,  se  houvesse  ama  lei  clara, 
explicita  e  severa,  que  protegesse  os  empre- 
hendedores. 

Ha  40  annos  que  se  falia  em  lei  açrmUa; 
mas,  como  tantas  outras  leis  de  urgente  ne- 
cessidade, não  apparece. 

MANIQUE  DO  INTENDENTE— vi  lia,  €0- 
mar<*â  de  Alemquer,  conjeelho,da  AzamlNija 
(foi  do  «concelho  de  Alooenire),  60  Júlome^ 
tros  ao  NE.  de  Lisboa,  400  fogos* 

Em  1757  tinha  181  fogos.  . 

Orago  S.  Pedro,  apostolo. 

Até  ao  fim  do  seenlo  passado,  se  dava  a 
esta  fi'egttèzia  o  tiiulo  de  Arrifãna^  ou  8:Pe^ 
dro  da  Ârrifima,  (Para  a  etymologia»  vide 
Arrifana.) 

É  no  patriarchado  e  districto  admimacnh 
tivo  de  Lisboa.  . 

O  real  padroado  apresentava  o  pnor,  que 
Unha  IM)Ojí0O0  réis  de  rendimeniê  anaiuL 

É  f reguezia  rica  e  muito  ferlil. 

Deu-se-lhe  o  nome  de  Manique  do  Meãh 
dente^  porque  o  Intendente  geral  da  poUcia» 
da  corte  e  reino,  era  visconde  de  KaaiqM. 

O  ultimo  visconde  de  Maniquet  foi  o  sr. 
Diogo  de  Pina  Manique.  Seu  filho  priípofe- 
niio^  o  sr.  Pedro  de  Pina  Manique,  nio  lesi 
querido-  receber  o  titulo  de  :8eu  pae. 

Pina,  é  um  appeUèda  nobre  mm  Pprmiti^ 
ph>cede  do  reino  de  Aragão  (HAipanfaa)^f^i 
um  ascendente  d*esta  íámilia,  que  alli  lÉa- 
ddu  a  villa^  de  Pina,  de  que  foram  Penho- 
res, e  onde  téem  o  seu  solar.  .  .  •  . 
'  Passou  esle  hppeltido  a. PoTíugaKaa4)es- 
soade  D.  Pcunahde  FeraaâdasddPina^ 
baixador  do  reidè  A^ão^  D«.Padro.'lll:(] 
subiu  ao  throno  em  1276).  VciBip^na  Boba* 
galoom  a»]^ainhaSaBtail2abel,ifilha4'a||Éel]e 
moRarcha,  em  I282j  e  cáificduj 


i  '  '\ 


^  •: 


V   ii.  y\'ji 


MAN 


MAN 


55 


Fqj  seu  filho,  João  Pares  de  Pina,  a  quem 
o  rei  D.  FeroâBâo  I^  de  Portugal,  deu  a  ai* 
caidaría  de  Gastello  de  Vide.  É  este  o  pre* 
genitor  dos  Pinas  portngaezes. 

Os  Pinas  téem  por  aroQas :  em  campo  de 
púrpura,  um  torreão  de  prata,  com  tecto  de 
ouro,  lavrado  de  negro,  com  portas  e  frestas, 
sobre  um  monte  Terde ;  elmo  de  t»rata,  aber- 
to, e  por  timbre  o  torreão  das  armas. 

Outros  membros  da  mesma  família,  vie- 
ram também  do  feino  de  Aragão,  trazendo 
por  chefe  D.  João  Alves  de  Pina,  que  vein  a 
80r  grande  valíd<y  do  nosso  IX  Joio  L  As  ar- 
mas d'est6  ramo  dos  Pinas,  são :  em. campo 
de  púrpura,  banda  de  ouro,  carregada  de 
um  leão,  asa],  ariuado  de  negro,  lampássado 
de  púrpura,  entre  dois  pinheiros  verdes,  com 
raízes  de  prata  e  pinhas  de  ouro;  elmo  de 
prata  aberto,  e  por  tinbre,  uma  cabeça  de 
Imío,  de  ouro,  sahindo*ihe  da  boeca  um  ra- 
mo de  pinheiro  eoimo  a4d  escudo. 

Em  um  manuscrfpto  da  livrarjut  antigia 
dos  srs.  marquezes  (hoje  duques)  de  Palmel- 
lá,  se  acham  outras  armas  d'este  appellido, 
formadas  do  modo  seguinte ;  em  campo  de 
púrpura,  banda  azul  (contra  as  regras  de  ar- 
fliaría,  que  não  permittem  côr  sobre  côr,  nem 
nétal  sobra  metal),  filetada  de  oufo,  carre- 
gada de  um  leão  do  mesmo^  lampassado  de 
púrpura,  emre  dois  pinheiros  verdes,  com 
raizes  de  prata  6  sem  pinhas^. 

Ainda  outros  Pinas,  trazem  por  armas : 
em  campa  áé  prata,  um  pinheiro  ^erde,  ao* 
In^um  coQlraohefe  verde^  entre  dois  leões 
de  púrpura,  trepantes. 

Para  as  armas  e  família  dos  Paes,  vide 
Mangualde  de  Anurára, 

Não  vejo  d'onde  proeeda  a  palavra  Jtfon»- 
<qêi»i  a  não  ser  de  ^mmiptéte^ 
•Antigamente  se  dava  o  noqie  de  ngaço,  a 
umas  tiras  de  seda  que  se  cosiam  pela  frecM^ 
6  f èeia||(uarda'dai  alvas  dosíiclerigos^. 

<  €omaesta8tiba»eram[(|Qaâradas,!tambem 
«e  Ihp  dava  o>n(Hne>4e>9Uúdra^ãr.' 


,11.1 


Kúi 


As  inaiigai^>  d^-etftíia  alvas  J^ra»^  ornadas 

com  uns  bocaes,  a  que  chamavam  tnaniqui*' 

ies,  e  a  que  hoje  chamaríamos  canhões. 

:  AMa^'  M<^íewápa  de  B^  Joio>'V,ísaiugava 

4»te'  ar{iátoifsaH»rdQtal^'>.p0ía  oluaésmo^  mi 


naandoia  usar  de  regaços  e  maniquites,iism 
alvas  das  basílicas  de  Mafra  e  da  patriarchaL 

MANSESOR  —  portuguez  antigo  —  testa^ 
menteiro. 

BIANSIDADE-— portuguez  antigo-Haansi- 
dão. 

MANSILLA — portuguez  jtntigo  •—  (ainda 
hoje  usado  em  algumas  terras  do  reino)-^ 
azofff  ague.  Nem  vos  esgarwiseit  com  a  moíi* 
silla  dos  vossos  marteyros :  bem  tnostram  se* 
tem  iMsquinhos  ;  pois  quámdo  façam  cilada, 
som  de  gram  companha  teudos.  Carta  d^ 
Santo  António  de  Li sboa^  escrípta  de  Tolor 
sa,  fi  Gil  Anões,  capellão  da  infanta  D.  San» 
chaw 

Assigna-se  o  nosso  popular  Santo,  fr.  int 
íonio  de  la.  Vera  Crm. 

Para  alguns  dos  leitores,  que  não  compnh 
hendam  aquelle  perioáo  da  carta,  dou  a  sua 
traducçãOy  que  vem  a  ser :  « Não.  vos  descosa 
soleis  com  o  flageilo  e  açoite  doa  vossos^  trah 
balhos  e  afflicç5es.  Biles  bem  mostram- ser 
tímidos  e  cobardes;  sendo  certo  que,  quan- 
do accommettem  acreatura,  nunca  vem  des- 
acompanhados, mas  sempre  muitos.». 

D'aqui  se  collige  ser  pouco  segura  a  úb- 
terpretação  que  Faria  dá  à  palavra  esgravi" 
sor. 

MANTEE  e  MANTÉM— portnguea  antiga 
— lençóes,  e  também  toalhas. 

MANTEIGAS-^^vilia,  Beira  Baixa,  comar- 
ca de  Gouveia,  cabeça  do  concelho  doaet 
nome,  42  kilometros  da  Guarda,  360  ao  JE^ 
de  Lisboa,  650*  fogos,  em  duas  fr«gu«ziaft 
(Sania  Maria  e  S.  P^dro  ^  tendo  a.  1/  3QQ 
fogos  e  a.i.*  350:) 

Bispado  e  diatrkto  administrativo  da 
Guarda. 

Em  1757  tinha  a  freguezia.de  Santa* Ma- 
na i60  fogosa  a  de  S.  Pedco  210.  .  . 
'   O  real  padroado  apnssentava  os  jriganos 
das  duas  freguezias,  e  tinha  cada  um  60iAO!fl9 
xéM-de  côngrua  e  o  pó  d'altajr. 

.O-ootieellio  de  Manteiga^  é^ompo9U>^das 
duas  freguoiias.da  villa  e.da  da  Sam^ii^^  >f 
'  >:(V«en  nomd  praveiD»liiie  da  ofiima  Qian« 
teiga:  o  iq^e^os:  superiores  qáe.S6>i^jii;ifML 
aqui  desde  renotaifintiguidada.  .  -n  .  wf 
*iTam>fabriiias  deíeddoSíde  toAw4i  ^*it>  ^r 
uEstá  a-^Yí^ai  ediAcad>.^i.em;íiUMiaifi|v^>nft 


56 


MâN 


esquerda  do  rio  Zêzere,  sobre  o  goal  ha 
Ires  pontes  de  pedra,  que  dão  commuuiea- 
^  à  villa. 

Chamam  se  ponte  longa,  ponte  áo$  firadet 
e  ponie  dos  amieiros. 

A  i:500  metros  de  distancia,  estão  as 
«goas  mineraes,  jinlphureas,  famosas  em  to- 
da o  reino,  ás  quaes  concorre  muita  gente 
de  terras  distantes,  o  que  tem  feito  pros- 
perar esta  viiia. 

Sào  duas  as  nascentes  doestas  aguas.  A 
primeira  se  chama  Caldas  Pequenas  (por  te- 
rem menor  grau  de  calor)  e  a  segunda  Fon- 
te da  Lapa.  Ambas  sao  mineralisadas  pelo 
gaz  hydrogenio  sulphurado,  e  só  teem  difie- 
rença  no  calor. 

Tem  havido  bastante  desmazelio  com  es^ 
tas  aguas  thermaes,  que  seriam  ainck  mui- 
to mais  concorridas  e  por  consequência  muí« 
lo  mais  se  engrandeceria  a  villa,  se  tivesse 
lukvido  mais  cuidado  no  asseio  d'ellas  e  na 
tommod idade  dos  banhistas. 

Mao  sei  porque  razão  estas  aguas  não  fo- 
ram á  exposição  universal  de  Paris,  de  1867. 
Pelo  menos,  não  as  vejo  mencionadas  no 
relatório. 

Manteigas  é  povoação  anliquissima.  Está 
arcada  pelas  alcantiladas  montanhas  da 
Estrella,  não  tendo  ^enão  uma  sabida. 

O  melhor  edificio  da  villa  é  o  dos  ara. 
Portugaes.  As  ruas  são  estreitas,  mas  bem 
jealçadas.  É  cortada  por  alguns  ribeiros,  que 
•e  despenham  com  fragor  borrivcl  em  dias 
de  tempestade,  arrastaudo  na  sua  corrente 
impetuosa  enormes  penedos  gtanitieos»  al- 
guns de  mais  de  60  toneladas,  que  por  ve- 
zes teem  arrazado  parte  da  villa. 

Tem  Uisericordia  e  hospital. 

É  notável  o  poro  d'este  concelho  pela  pu- 
reza de  seus  costumes  e  pelos  seus^  bons 
lãstínetos. 

Homens  e  mulheres  usam  gabão  de  capuz. 

A  iustrueção  primaria  está  aqui,  ha  mui- 
tos annos,  bastante  desenvolvida. 
'  Na  solnra  da  poru  da  egreja  de  Santa 
UàtiSL  ha  restos  de  uma  inscripção  latina, 
boje  illegivel  por  lhe  íalurem  a  maior  par 
te  das  letras.  Segundo  a  tradição,  é  uma  la- 
pida mandada  fazer  pelo  imperador  1*0- ' 


MAN 

mano  Júlio  Gesar,  p^a  eommemorar^  sua 
estada  aqui,  quando  passou  á  frente  das  soas 
tropas,  pelos  annos  3954  {SO  antes  de  Jesus 
Gbristo). 

D.  Sancho  I  lhe  deu  foral,  em  1188,  mas 
Franklim  não  traz  este  foral. 

D.  Manuel  lhe  deu  foral  novo,  em  Lisboa» 
a  4  de  março  de  1514.  {Livro  dos  foraes  no- 
vos da  Beira,  fl,  86  v.  col,  1.*) 

Foi  commendador .  de  Manteigas  Saaobo 
de  Mello  e  Sitva,  desceâdente  do  célebre 
Oiod^  da  Azambuja,  grande  valido  dfi  D. 
João  II,  do  qual  era  muito  estiolado,  pelo 
seu  valor  e  virtudes. 

Pouco  distante  da  povoação  existiu  o  tem- 
plo romano  dedioado  a  Lucifero^  do  qoal 
não  ha  o  miaifao  vestígio.  Diz*S6  qoe  d*es- 
te  templo  (da  sua  diviadade)  prooede  om 
dos  antigos  nomes  da  serra  da  Estrella. 

É  Manteigas  pátria  de  Fr.  António  da 
Expectação.  Nasceu  cm  Iftõi,  e  falieeeu  em 
17  de  novembro  de  1724. . 

Foi  religioso  carmelita  descalço,  e  era 
doutissimo  nas  Sagradas  Escripturas»  q«# 
leu  muitos  annos. 

Gompoz  excelleaies  obras  eepirituaes,  das 
quaes  se  imprimiram  sete  tomos— três.  da 
Estrella  d* ^IvOy  Santa  Thereza;  dois  de  Jo- 
sephina  panegyrica;  e  outros  dois  de  Exees^ 
cicios  da  Semana  Santa,  todos  muito  doutos» 
úteis  e  devotos. 

Esta  povoação  já  existia  no  tempo  doe 
romanos,  do  que,  como  vimos,  ha  vestígios, 
ãi&da  que  fiOHues. 

Não  sabemos,  porém,  o  nome  que  entM 
tinha,  nem  o  que  os  arai>efl  lhe  deram  4e- 
pois. 

O  qi;ie  se  sabe  é  que  durante  a  dmnitta* 
ção  agarenii  era  povoação  de  muita  impor- 
tância, tendo  seu  Oilomde.^a  emtr,  a  que  oe 
nossos  escriptores  autigoa  davam  o  tilialo 
dem*.  i 

A  12  kUootetroe  da  villa  está  o  plaeauno 
ou  ouruto  de  AÍfatema^  amaior  eleva(io  da 


HÁN 


UAR 


57 


Serra  da  Estrella ,  do  qual  se  conta  a  len- 
da segninte : 

Quando  os  mouros  foram  d^aqni  expul- 
sos, não  poderam  levar  as  snas  grandes  ri- 
quezas ;  peio  que  as  esconderam  em  sitio 
inaceessivel,  ou  peb  menos  por  elies  ass^im 
Julgado.  Pozeramlhe  guardas  fncantadaSj 
que  eram  formosas  mouras. 

Por  esses  tempos,  o  rei  mouro  de  Mantei- 
gas, tinha  uma  fllba  chamada  Fatma^  ex- 
cessivamente belia  e  a  quem  enternecida- 
mente amava. 

Os  christaos  das  visínhanças  faziam  todas 
as  diligencias  para  lhe  conquistarem  os  es- 
tados, capti varem  a  filha  e  apoderarem -sè 
das  riquezas.  O  rei  fezse  forte  na  sua  villa; 
mas  atacado  por  grande  nnmero  de  cfaris- 
(aos,  teve  de  fngir  pelas  mais  occnltas  ve- 
redas da  serra,  levando  a  sua  filha  e  o  res- 
to dos  seus  thesonros,  que  ainda  não  tinha 
escondido. 

Quando  chegou  a  noite,  tinha  Fátima  des- 
fallecido  de  cansaço ;  mas  na  sua  frente  se 
abre  um  formono  caminho,  calçado  de  pe- 
dras finas,  e  no  fim  uma  luz  que  o  illumi- 
nava  todo. 

Pd  para  os  mouros  um  signal  de  salva- 
ção, e  o  rei,  a  filha  e  o  seu  séquito,  reani- 
mados pela  esperança  de  salvação  que  se 
lhes  antolhava,  seguem  o  caminho,  que  os 
Jeva  a  um  magnifico  palácio,  onde  tudo  era 
de  tal  esplendor,  que  o  próprio  rei  ficou 
deslumbrado.  * 

O  que  se  passou  n'est6  palácio  de  fadas, 
ninguém  jamais  o  soube;  ilias»  no  dia  se- 
ffuiote,  desceram  da  serra  uns  pastores  que 
ninguém  conhecia,  e  que  se  demoraram  al- 
gum tempo  nò  paiz,  fazendo  ao  Ctiruta  de 
Alfatema  (nome  que  elles  deram  ao  cabeço) 
repetidas  visitas ;  e  por  fim  desaj^pareceram 
sem  que  mais  d'elles  houvesse  noticia. 

Bram  Os  mouros,  desfarçadot  enl  pasto- 
res» e  por  eiles  se  «abe,  que  uma  fada,  mlif- 
drínha  dtí  Fátima,  a  guanlára  no  seu  pakr 
cio  encantado^  até  á- volta  ^os  noucos^  a  Por- 
tugal. 

Niíjguem  por  aqeelles  sitios  duvidava 
dTestAs  faoto%  i]ue  aeaipre;'Be  conservàrtim 
na  Doemoria  4o  pova;  e  o  que  deti  toaift  vfi- 
808  ainda  de  verdade  a  este  conta.ila»  MU 


ê  tona  noites,  foi  (continua  a  lenda)  que 
d'ahi  a  muitos  annos,  passando  pelo  Cura- 
to de  Alfatema,  em  uma  madrugada  de  S» 
João  Baptista,  uma  pobre  mulher,  se  seni« 
tou  alli  para  descançar,  e  comer  um  boca- 
do de  pão  que  trazia.  Viu  então  a  seu  lado 
um  grande  estendal  de  figos  séccos.  Encheu 
d'ellcs  uma  cesta  que  levava,  e  partiu.  Che* 
ga  a  casa ;  mas  qual  foi  o  seu  pasmo,  quan- 
do, descobrindo  a  cesta,  em  vez  de  figos, 
acha  brilhantes  e  grandes  moedas  de  ourot 
Julga  se  rica ;  mas  a  pobre  que  momen- 
tos antes,  se  julgava  feliz  por  ter  pão  para 
matar  a  fome»  não  se  contenta  com  uma  eea- 
ta  de  moedas  de  ouro,  e  quer  ser  riquíssi- 
ma. Torna  ao  Curuto ;  mas  ah  1—0  sol  dou- 
rava os  píncaros  da  serra,  e  o  encanto  ti^ 
nhase  quebrado,  e  os  figos  desapparecidOa 
Ouviu  então  uma  voz  que  lhe  dizia : 

Era  teu  tudo  o  que  viste ; 
Agora  tornaste  em  vão  !* 
Não  passes  mais  n'este  sitio 
Na  manhan  do  S.  João. 
Não  te  perdeu  a  pobreza, 
*   Pôde  matar-te  a  ambição. 

A  mulher  viu- se  obrigada  a  conientar-se 
com  o  que  já  tiúha,  e  com  elle  comprou 
propriedades,  e  passou  feliz  o  resto  dos  seus 
dias;  mas  só  passados  muitos  annos  é  que 
declarou  a  origem  da  sua  riqueza. 

Esta  bonita  lenda,  ainda  hoje  é  contada 
pelas  velhas  da  Beira  Baixa,  ás  suas  neta», 
nas  longas  noites  de  inverno,  emquanto  ellaa 
^im  o  seu  linho  ou  a  sua  lan,  sentadas  em 
redor  da  patriarchal  fogueira. 

MANZfiDO-vide  Mazêdo. 

MAR— freguezia,  Minho^  comarca  de  Bar- 
eellos,  concelho  de  Espózende,  30  kilome- 
tros  a  O.  de  Braga,  35  ao  N.  do  Porto,- 3 W 
ao  N.  de  Lisboa,  70  fogos. 

Em  1757  tinha  30  fogos. 

Orago  S.  Bartholomeu;  apostolo* 

Arcebispado  e  districto  administrafivo.dd 
Braga. 

O  D.  abbade,  be&edietíno,  do  mosteiro  d^ 
Palme,  apreseouva  o  vigário,  que  tinhf 
154^600  réis  de  côngrua  e  o  pé  d*aitar.     < 


5$ 


MAR 


MàR 


Hotive  aqui  um  antigo  mosteiro  de  mon* 
fea  benedictinos,  qne  em  1950  se  unia  ao 
moaleiro  de  Palme,  da  mesma  Ordem,  do 
qual  ficou  sendo  vigaríaria. 

Faz- se  aqui  uma  grande  romaria,  a  24  de 
agosto  (dia  do  padroeiro  da  freguezia)  ha« 
vendo  então  uma  grande  feira,  qne  dura  3 
dias. 

N'esta  freguezia  nasceu,  em  25  de  }ulho 
de  i806,  o  sr.  António  Rodrigues  Sam- 
paio, aoiual  ministro  do  reino,  firam  seus 
pães  António  de  Sampaio  e  Maria  de  Amo- 
rim, layradores,  d*esta  freguezia. 

Estudou  primeiras  lettras  com  um  cléri- 
go, da  freguezia  de  Bellinho,  e  grammatica 
latina  com  outro  clérigo,  da  freguezia  das 
Mkrinbas. 

Fez  exame  dé  latim,  no  mosteiro  de  rdi* 
giosos  earmelitas,  de  Vianna  do  Minho,  e 
tomou  ordens  menores,  em  1821. 

No  mesmo  convento  do  Carmo  estudou 
theologia  e  outras  disciplinas  ecclesiasticas, 
nos  annos  de  1823,  1824  e  1825» 

Obteve  licença  do  arcebispo  de  Braga,  pa- 
ra pregar,  e  chegou  a  fazer  cinco  sermões. 
Foi  mestre  de  primeiras  lettras  e  latim  na 
sua  freguezia. 

No  l.""  de  novembro  de  1828,  foi  preso 
por  liberal  (por  uma  escolta  do  regimento 
4íe  infanteria  n.»  22)  e  conduzido  ae  alj^e 
(prisão  ecclesiastica)  da  cidade  do  Porto. 

Fez  a  sua  jusiiflcação,  como  realista, *e' foi 
^olto  em  21  de  abril  de  1831. 

Sahindo  da  prisSo,  foi  para  Barcellos,  es- 
tudar direito  com  o  dr.  Tinoco.  ^ 

O  sr.  Sampaio  tencionava  desde  a  sua  Ju- 
ventude  dedicar  se  â  vida  ecelesiastica  (quiz 
mesmo  ser  frade  earmeliu)  mas,  desembar- 
eando  o  sr.  D.  Pedro  nas  praias  de  Arenosa 
é$  Pampeilido,  em  8  de  julho  de  1832,  o  sr. 
Sampaio,  abandonando  para  sempre  a  vida 
ecelesiastica,  foi  apresentar-se  no  Porto,  ao 
exercito  liberal,  e  f^zas  campanhas  de  1832 
a*  1634. 

Terminada  a  guerra  civil,  foi  despachado 
llliania  da  alfândega  do  Porto,  e  coliaborou 
fOÊ  alguns  annos  no  periodice  republicana 
Vedeta  ia  Uherdade, 

Depois  da  revolta  triumpbante,  de  9  de 


setembro  de  1836,  foi  nomeado  por  Mauniel 
da  Silva  Passos  (que,  como  seu  irmão  José^ 
foram  sempre  amigos  e  protectores  do  sr. 
Sampaio)  secretario  geral  do  governo  eivil 
de  Bragança ;  onde  casou  com  uma  avalio* 
ra,  viúva  do  infeliz  capitão  João  de  Ajuo- 
rim.  (Esta  senhora  morreu  em  Lisboa,  em 
1844.) 

Sendo  secretario  geral  de  Bragança,  foi 
promovido  a  administrador  geral  (titalo  qna 
então  se  dava  aos  governadores  civis)  áo 
districto  de  Castelio  Branco,  sendo  mioistro 
o  sr.  JuIio  Gomes  da  Silva  Sanches. 

Foi  demittído  pelo  ministro  Rodrigo  da 
Fonseca  Magalhães. 

Veio  para  Lisboa,  entrando  para  a  redac- 
ção do  Jornal,  a  Revolução  de  Setembro,  qoa 
José  Estevão  Coelho  de  Magalhães  harâ 
fundado.  Era  enlão  um  dos  mais  bem  redi- 
gidos periódicos  de  Portugal,  salvas  as  soas 
opiniões  avançadissímas. 

Foi  eleito  deputado,  por  vários  círculo^ 
em  1851,  e  tomou  assento  na  camará ;  mas 
não  acabou  o  quadriénio,  por  que  estas  tâ- 
maras foram  dissolvidas  logo  em  1852. 

Na  dictadura  Saldanha  (1870)  foi  o  sr. 
Sampaio  feito  ministro  e  secretario  de  es- 
do  dos  negocias  do  reino,  tendo  por  coite- 
ga?,  os  srs.  duque  de  Saldanha,  presidenle 
do  concelho  de  ministros  e  ministro  da 
guerra  e  estrangeiros  —  José  Dias  Ferreira, 
fazehda-(-conde  de  Peniche  (feito  n'es8e  an- 
uo marquez  de  Angeja)  obras  publicas — e 
D.  António  da  Gosta  (sobrinho  de  Saldanha) 
instrucção  publica. 

E'  o  ministério  chamado  dos  cem  dias^  por 
ter  durado  desde  19  de  maio  até  29  de  agos- 
to de  1870,  sendo  demittido  n'estedia  e  subs- 
tituído pelo  ministério  Sá  da  Bandeira, 

Bm  1871,  tendo  cabido  o  anteoedehte  mi- 
nistério, é  formado  o  actual,  presidido  pe» 
lo  sr.  António  Maria  de  Fontes  Pereira  de 
Mello,  e no  mesmo  miaistwio.entrai  como 
ministro  do  reino,  o  sr.  António  Bibdrigues 
Sampaio,  em  cujo  altc»  emprego  ainda  se 
conserva  hoje  (janeiro  de  1875). 

Dá*seA  esta  firoffiiezia  a^denomina^  da 
8.  Banholokneu  do  Mar,  por  fioar  proiima 
da  08ila« 


MÂR 


MAR 


&9 


Mar  é  palavra  árabe,  oonupçao  da  toz 
syiiaea  moro,  que  signlftea  Santo,  Divino, 
Senhor,  Deus. 

Corresponde  ao  latino  Dtot».  Os  ohristSos 
syriaeos  e  maronitas  dão  o  titolo  de  moro 
a^s  sens  bispos. 

'  Os  jttdeas  davam  o  titnlo  de  mar  aos  dou- 
tores da  lei  mosatca,  qae  viviam  fora  da 
Terra  Santa  (Palestina  on  Syría). 

Emquanto  Mar  Abraham  andava  n'e$8as 
peregrinações.  Mar  M^eph  vivia  pacifico  no 
Bispado,  (Jornada  do  arcebispo  de  Gôa,  D. 
Fr.  Aleixo  de  Menezes  à  serra  de  Malabar, 
Liv.  I,  cap.  3.^  pag.  8.) 

MARANHÃO  —  freguezia,  Alemtejo,  eo- 
ikiarea  da  Fronttíra,  concelho  de  Aviz,  54 
kilometros  de  Évora,  135  ao  SE.  de  Lisboa, 
45  fogos. 
'  Sm  i757  tinha  33  fogos. 

Orago  S.  Domingos. 
'   Arcebispado  de  Évora,  districto  adminis- 
trativo de  Portalegre. 

O  tribanal  da  mesa  da  consciência  apre- 
sentava o  capellão,  curado,  qae  tinha  i50 
alqueiteá  de  trigo  e  190  de  cevada. 

MARÃO— notável  cordilheira  '  ao  O.  da 
província  de  Tras-os-Montes,  e  a  E.  da  pro- 
yineh  do  Ifinho,  qae,  com  diversas  deno- 
minaçSes,  se  estende,  desde  o  rk)  Douro  alé 
á  Galliza. 

Do  pinearo  de  Monchlqae  (a  2:300  me- 
tros de  altura  sobre  o  nivel  do  mar)  se  avis- 
tam muitas  léguas  de  terreno. 

Chegando  ao  Douro,  lança  alguns  braços 
eomo  o  áaíTeixetra  e  EntrUho. 
'  '  £  cortada  pelo  rio  Dduro,  e  depois  conti- 
nua ao  S,,  na  Beira  Alta,  estendendo-se  por 
ella,  com  diversos  nomes,  até  se  unir  à  ser- 
ra da  Estrella. 

Na  serra  de  Ehtrilho  ha  um  grande  pe- 
nedo, que,  segundo  alguns,  se  move  e  sôa, 
*áo  lúÁtí  leve  impulso  ou  toque  que  se  lhe 
dê.  Talvez  seja  uma  an/a  drufdlca  (celta)  a 
que  os  frahcézes  chamam  penedo  osóillante. 

Ha  ná  serra  do  Mário  e  suas  ramiflcaçòes 
^imitis  nrfnas  de  ferro,  que  antigiamente  fo- 
'tam  objecto  de  jgrande  lavra;  minas  de  car- 
'^,  que  se  nlo  exploram-^r  fofta  de  vvas 
'^ê&  coottmunlca(^o,  e  pela  l^uà  grande  úlé- 
tancia  dos  i^iiòfpaes  centros  de  IndiísMa; 


grande  abundância  de  carbonato  de  cal  (pe- 
dra oalearea) — minas  de  cobre,  de  esunho 
e  de  chumba 

Andam  em  exploração  as  da  PortéUa  da 
Qaíva  e  do  Ramalhoso,  que  são  proprieda- 
de da  Companhia  portugu/eza  de  mineraçSo, 

Estanceiam  n*esta8  serras  varias  povoa- 
çOes,  que  v|o  mencionadas  no  logar  compe- 
tente. 

Marão  é  nome  próprio  de  homem,  romã* 
no.  Ignora-se,  porém,  se  algum  individuo 
assim  chamado  deu  o  seu  nome  a  esta  oor* 
dilheira. 

(Vide  Âmarmiie^  Campean^  Gabiara  o 
Qerez,) 

MARATECA  -—  freguezia,  Extremadura» 
(mas  ao  S.  do  Tejo)  unida  actualmente  á 
freguezia  de  S.  Pedro,  da  viila  de  Palmeila» 
na  comarea  e  concelho  de  Setúbal,  45  kilo- 
metros ao  SE.  de  Lisboa,  a  cujo  patriar* 
cbado  e  districto  administrativo  pertence. 

Quando  era  freguesia  independente,  tinha 
por  orage  S.  Pedro,  apostolo. 

A  mesa  da  eonseienoia  apresentava  o  on^ 
ra,  que  tiidia  180  alqueires  de  trigo,  30  al- 
queires de  cevada  e  10^000  réis  cm  di- 
nheiro. 

É  povoado  antiquíssima  e  a  Màlcéea  doe 
romanos. 

Por  aqui  passava  uma  das  vias  militares 
romanas,  que  de  Lisbea  se  dirigiam  a  Me- 
rida,  entio  capital  da  Lusitânia.  (Vide  Uv- 
nerario  de  Antonino.J 

Ê  terra  multo  fértil,  M^etudo  em  ce^ 
reáes. 

Está  fundada  próximo  do  rio  do  seu  no»- 
me,  que,  com  35  kilometros  de  curso»  en- 
tra na  direita  do  Sado. 

MARA  VroiÍDAS--^portugue  antigo  (tam- 
bém se  dizia — maravidiádigas  e  morabitêna^ 
deu)— ^ davam  qualquer  doestes  nomes  a  um 
maravidi,  maraMil,  maravidim  ou  morar 
bitinoy  que  era  tudo  a  mesma  moeda—  quan- 
do era  formado  pòr  tantos  dinheiros  quai>- 
tos  bastassem  para  fazer  o  valor  de  um  ma- 
ravidim, que  valia  10  dinheiros. 

Hm  dinheiro  vatla  40. réis  da  antiga  moe- 
da portugueza.  • 

(Vide  Canibres,  Rio  de  Moinhos deSatio» 
Satam  e  Valdigem.) 


60 


MAR 


MAB 


e  manÊ9ééMéã  a  mêê^  mtéíásí  4t 
ttM4a  am  Portoipí,  t  aíiuU  o 

MlBATlà,  MARAYnnH,  MABAHIDIO 
e  HIMUnTDIO— fwrtiii^iez  astigc»— adcíga 
fliM><^  pt^rtuga*'!^  eooD  qn^lqner  d'dqiielks 
MMM».  Si^fnodo  o  padre  Mamoa  (L*  dê 
ftmâer.  et  mnmuÊr^  eap.  tè)ii  tn.  ambe- 
dda  DO  tempr^  dM  godos. 

É  boje  úifRcílítao — senão  ímposflTel  r- 
dar  a  exacta  eljuiología  dVata  palavra.  Di- 
tem qúfí o  féhhre  areli«?ologo Bocharto^  ver- 
iidíatiiDo  uai  llogoaa  oríeotaei^'  morreu  de 
aiDa  apoplfoiia,  quando  mak  embetódo  ea- 
taira  oa  índagaçio  d'este  nome. 

Sabe  ie  eom  ct-rteia  que  os  marabetvM^ 
eram  pi>vos  da  Arabh,  da  seita  de  Aly,  gen- 
ro d«;  Maíoma,  oppostos  á  seita  de  Ornar. 

Passaram  para  a  Africa,  em  eompaobia 
de  Abu  laaar,  faodador  da  stu  seita.  Da 
Africa  passaram  At  H^spaohaa»  com  Gíb-al  - 
Tarife,  em  713,  e  df^pois  da  sanguiuoleota  e 
Ciial  batalba  de  Ouadalcte,  que  dnroa  8 
dias,  e  oa  qual  D.  Rudrigo,  ultimo  rei  go- 
do, foi  derrotado  com  todo  o  seu  exercito,  e 
os  mouros  occuparam  a  PeDÍD»ula.  Esta  ba- 
talha t<{Vu  logai'  Já  DO  anoo  714. 

Om  marabetim,  que,  coroo  já  disse,  eram 
mahometaooit»  proítísi^avam  as  scieueias  e  as 
virtudes  moraes,  coroo  os  pbllasopbos  da 
g«'nUlidade.  Ainda  lioje  existe  esta  seita  em 
Argt^l,  Tunes  e  Tripoli.  Dá-se-lhes  actual- 
mente o  nome  de  marabútoê. 

Pareoe  pois  que  nio  tem  razão  o  padre 
Mariana,  e  que  o  maravidim  é  moeda  ára- 
be, introduzida  nas  Hespanhas  desde  a  in- 
Yaidu  mourisca* 

Alguns  escriptores  pretendem  que  a  pa- 
lavra vem  do  mauro  (moro)  òu^in^-palavras 
liranoezas,  que  significam  «-(/Mpojo  de  mou- 
ro* (Mauret^m,  ííu  Uairanorum  spolia.) 

VU(.'rbo  diz  quo  ^p  mqr^etins^  só  vieram 
i  Poninsttia.  em  iQ85,  chamados  pelo  rei 
mouro  de  Suvilha,  para  o  ajudarem  na  guer- 
ra contra  D.  AfTonso  VI,.pae  da  no9sa  rai- 
nha D.  Thereza,  mulher  do  conde  D.  Hen- 
rique. 


O  paiR  Bise»  íBe^  S^pr»  <"■-  ^ 
aaic»  ét  UM  aio  ae  acfa  < 
oba  ^jeamaáo  algum  ^ne  faile 
vídis ;  nas  eaCSBa-ae.  Ha 
ieiu  á  egrc)a  e  noateiro  de  SaMoAadié 
Sózéilo,  DO  anno  870,  e  q 
toría  do  mosteiro  de  Alpesdnrada,  ae  li 
Et  pú  isíum  pladltim  exeeiterit^  panei 
te  de  quis  isto  piãdto  ebserwtBerU  X 
de  X  norabidíDOSi  et  judicmts. 

O  sr.  h  P.  Ribeiro  diz  qoe  o  domoifnUa 
de  que  Viterbo  copia  o  período  antecedes- 
te, nao  diz  mmabidmo,  mas  sim  mddio  (qiiB 
era  nma  medida  e  uma  moed&  d*aqiieQe 
tempo.)  Como  nao  pos^ito  copia  da  lai 
ção,  exponho  as  diversas  opiniões,  sem  ai 
tarar  a  minha. 

Como  o  módio,  o  maravidim  nio  teve  o 
mesmo  valorem  todas  as  épocas  eem  todas 
as  terras. 

Cavarmvias,  diz  que  eram  utMs  moedí- 
nkas  de  cobre,  tão  miúdas  que  só  valiam  dm» 
brancas,  ou  seis  caroadês,  ou  XO  dinkeirisàOÊ 
(que  fazem  hoje  4  réis  portogaezes.)  . 

Já  sé  yé  que  o  maravedim  nao  podi2  ser 
nma  moeda  de  cobre  muito  miúda:  maílo 
mais,  sabendo  nós  qae  no  principio  da  mo- 
narchia  portugueza— e  ulvez  antes— havia 
maravidís  de  ouro,  que  hoje  valeriam  mais 
de  600  réis. 

D.  Afifonso  Henriques  mandou  cunhar 
d*este8  maravidis,  por,  isso  chamados  4iífimr 
sis. 

Entre  os  dooumeintos  do  mos- 
teiro de  SaUédas,  se  achava  o 
testamento  de  D.  Uecia  Rodri- 
gues (de  1258)  do  qual  constava 
que,  entre  outras  muitas  couaas 
que  deixou  âquelle  mosteiro,  lhe 
dá  também  certo  mimero  djemo- 
ravedis  alfonsis. 

D.  Sancho  l^  pouco  tempo  depois  de  sa« 
bir  ao  throno»  fez  lavrar  maravidis  deouto, 
com  o  peso  de  500  réis.  Eetes  maravedins 
(chamados  novos)  tinham  de  um  lado  a  ima- 
gem do  rei,  a  cavallo  e  com  a  espadaria  ma^ 
e  o  nome  do  rei  na  orla;  e  do  outro,  o  es- 
cude real  das  cinco  qnipas,  com  4,estrel^s 
nos  vãos  e  em  re^or,  as  palavras  In  Nomi^ 
ne  Patris,  et  Fim  et  SpirUus  Sanctu 


J 


um 


MAR 


61, 


No  tempo  d'este  soberano  havia 
maravedis  mouriscas,  alfonsis  e 
novos. 

Os  primeiros  eram  do  tama- 
nho dos  nossos  acinaes  tostões» 
mas  muito  mais  delgados.  Ti- 
nham de  um  lado  o  nome  de 
Deus»  com  alinim  dos  .«eus  attri- 
batos,  e  do  outro  o  nome  do  rei 
do  paiz  onde  jeram  cunhados. 

Os    tnaravidins   novos,  que, 

como  já  disse,  eram  de  ouro,  U- 

nham  76  grãos  de  peso,  e  60 

faziam  um  marco. 

No  reinado  de  D.  Manuel,  todos  os  mora- 

i>edins  vellios  foram  reduzidos  a  27  réis  da 

moeda  de  então. 

Longe  me  levaria  ainda  esta  matéria,  e, 
l^ira  nao  cangar  o  leitor,  remetto  os  curio- 
sos que  desejarem  pleno  conhecimento  d*el- 
la,  para  o  Elucidário  de  Viterbo,  pag.  77  e 
seguintes. 

MARGAS  -—  portuguez  antigo  ~  nome  de 
mulher,  eorrespoodente  ao  masculino  Mar- 
cos, Qa  séculos  que  este  nome  se  não  usa. 
MARCXIRAS  —  portuguez  antigo  >-  certa 
pensão  ou  tributo  que  se  pagava  ao  rei,  no 
i.<»  de  março.  Eram  41140  réis. 

Eram  obrigados  a  este  fôro^  os  morado- 
X6S  de  Chaves,  os  da  Montanha  de  Monte- 
•Negros,  6  os  qua  lavravam  nos  reguengos  e 
4erras  foreiras,  que  pagavam  maravedins. 

Segundo  o  foral  que  o  rei  D..  Manuel  deu 
à  viUa  de  Chaves,  em  4514,  estas  marceiras 
^am  pelos  100  maravedins  que  se  pagavam 
4e  colheita  (aposentadoria)  na  dita  villa. 

MARCHA  ou  MARGA  *- portuguez  antigo 
— o  mesmo  que  marco — ^moeda. 

MARCO— portuguez  antigo  —  capacidade, 
ipra^  peso,  talento,  etc. 

Os  officios  se  devem  dar  a  cada  hum,  ^e* 
gmào  o  niarco  qiuf  ^^m.  (Doe.  do  século  X.V.) 
.  MARCO  D£  CANAVEZES- denominação 
Jogai  e  ^taal  do  antigo ^  coQceDko.de  Cana- 
vezes,  desde  que  mudou  ;a»  sua  sede  d'ec(U 
viUa  p%r^  a  povoação  4o  Marco,  que  peçien- 
i)e  á.fregaezia  de  f^m^MS,  e  &  Nicolau. 
^  vÉ  também  eabeça  de  coourea. 

É  na  província  do  Douro^  bispado  e  dia- 
lecto ajÂminlstrativo  do  Poi:to,  d'Qnde  disu 


48  kilometros  ao  NE.,  323  ao  N.  de  Lisboa; 
na  villa  60  fogos,  e  em  toda  a  freguezia 
Í60. 

O  orago  da  parochia  é  Santa  Marinha  e 
S.  Nicolau. 

Faz-se  aqui  todos  os  mezes  uma  grande 
feira  de  gado  bovino. 

Antes  da  creaçào  d'este  comarca,  em  1852| 
pertencia  ao  concelho  e  comarca  de  Soa- 
Ihaes. 

Comprehende  este  concelho  as  34  fregua- 
zias  seguintes:  Aliviada,  Alpendurada,  Ariz, 
Avessadas,  Banho  (ou  Santa  Eulália),  Car- 
valhosa, Constance^  Pavões,  Folhada,  For- 
nos, Freixo,  Magrélios,  Maohuni^llos,  Mat- 
tos, Mauréiles,  Paços  de  Gaidlo,  Paredes  de 
Viadores,  Penha  Longa,  Rio  de  Galliohas, 
Rozem,  Sande,  Santo  Isidoro  d:;  Riba  Tâme- 
ga, S.  Lourenço  do  Douro,  S.  Nicolau,  Soa- 
Ihàes,  S<)bre-Tamega  (Canavezes),  Taboado, 
Thuias,  Toutosa,  Torrão,  Várzea  do  Douro, 
Várzea  da  Ovelha,  Villa  Bôa  do  Bispo  e  Vil- 
la Bôa  de  Quires. 

Todas  com  6:400  fogos.  A  comarca  é  for- 
mada só  do  julgado  do  Marco. 

As  freguezias  do  Banho,  Carvalhosa,  Ton? 
tosa  e  Santo  Isidoro  de  Riba- Tâmega,  são  no 
arcebispado  de  Braga;  todas  as  mais  são  no 
bispado  do  Porto. 

(Vide  Fomos  e  S.  Nicolau,  e  Canavezes.) 

O  concelho  de  Marco  de  Canavezes  é  mui- 
to  fértil  ein  toda  a  qualidade  de  fructos  do 
paiZi.e  segundo  dados  officiaes,  produz  an- 
nualmente  oito  a  dez  mil  pipas  de  vinho 
verde,  de  muito  boa  qualidade. 

O  Marco,  fica  a  2  kilometros  ao  S.  da  villa 
de  Canavezes. 

O  nome  d*esta  povoaç^  provem  de  um 
pequeno  marco  de  pedra  que  está  no  inte- 
rior do  logar,  junto  á  casa  dos  paços  do  con- 
celho, e  que  servia  para  demarcar  os  limi- 
tes das  três  freguezias  de  Fornos,.S.  Nicolau 
de  Cani^veaes  e  Thuias. 

Na  casa  da. camará,  estão  reunidas  todas 
as  repartições  publicas  d^o  concelho,  camarf 
municipal  o  tribunal  judicial.  Tem  uma  es- 
cola para  o  ensino  primário  do  sexo  nuisca- 
iint,  eonstruida  eom  o  donativo  do  condo  de 
Ferreira;  tem .  também  uma  escola  para  o 
$fi^o  femininQ^  creada  eqa  1865. 


•  ,       II  ! 


63 


MâR 


MAR 


Tem  feira  nos  dias  3  e.l5  de  cada  mes, 
mnito  coneorrida  e  a  mais  importante  talvez 
do  districto  em  gado  bovino. 

O  Marco  está  assente  no  alto  de  uma  pe- 
quena eminência,  da  qual  se  descobre  um 
formoso  e  variado  panorama  de  valles,  en- 
costas e  colUnas  agricultadas  e  arborisadas, 
montes  vestidos  de  mattos  e  arvoredos,  e  no 
horisonte  as  serras  do  Marlo,  Abobreira, 
Gralheira,  Grasto  e  outras  menos  importan- 
tes. 

A  população  do  concelho  vive  dispersa 
pelos  campos,  pelos  valles,  encostas,  montes 
6  nas  vertentes  das  serras,  em  casaes  de  la- 
voura,' ou  habitações  particulares,  ou  agru- 
pada  em  pequenas  povoações,  no  meio  das 
quaes  destacam,  por  enire  espessos  arvore- 
dos e  densas  massas  de  verdura,  as  suas 
egrejas  e  campanários,  todos  caiados  de  bran- 
co, o  que  dá  ao  todo  do  quadro  um  effeito 
encantador. 

No  Marco  crusam  as  estradas  dt  Casaes 
Novos  á  Régua,  actualmente  em  construcçao, 
e  a  de  Amarante  á  Fóz  do  Tâmega,  igual- 
mente em  construcçao.  Passa-lhe  ao  lado  a 
tia  férrea  do  Porto  á  Regoa  com  estação  a 
1  kilometro  de  distancia^ 

A  ponte  da  via  férrea  sobre  o  rio  Tâmega 
será,  depois  de  concluída,  uma  das  mais  no- 
táveis do  reino. 

É  formada  de  quatro  pilares  de  cantaria, 
sobra  os  quaes  assenta  o  vigamento  todo  de 
íètro,  da  grossura  de  8  metros  no  sentido 
da  altura.  Tem  de  comprimento  de  uma  a 
outra  margem  do  rio  284-40,  e  de  altura 
máxima  56  metros. 

A  1  para  2  kilometros  do  Marco,  estáo  os 
conhecidos  penedos  de  Aliviada,  ou  AlViada, 
debaixo  dos  quaes  o  rio  da  Ovelha  se  mette 
e  esconde  inteiramente  á  vista,  para  tornar 
a  apparecer  a  uns  200  metros  mais  abaixo. 

Cré  o  vulgo  supersticioso  que  debaixo 
d'estes  sombrios  penedos  se  acoitam  os  de* 
monios,  6  referem  a  esse  respeito  contos  e 
lendas  que  deram  origem  a  um  soláo,  que 
aúda  transcripto  nos  romanceiros  e  cancio- 
neiros nacioDaes. 

Este  concelho  data  de  i852,  e  compõe-se 
dos  antigos  e  extínctos  concelhos  de  Soalhãeá, 
Riba-Tamega,  Bemviver  e  parte  dos  extia* 


ctos  concelhos  de  Gouvéa,  Santa  Cruz  de 
Riba-Tamega  e  Porto  Carreiro,  e  dos  coutas 
de  Thuias,  Taboado  e  parte  do  de  Travanea. 

O  solo  é  fértil,  productivo  e  abundante  de 
exeellentes  aguas.  As  príncipaes  producções 
são  milho,  centeio,  feijão  e  linho,  muito  e 
muito  bom  vinho  verde,  excellente  azeita» 
castanha  e  nozes.  Produz  variadas  e  exeel- 
lentes fructas,  principalmente  melões  e  pe- 
cegos,  que  são  do»  melhores  do  reino. 

Abunda  em  gados,  principalmente  suíno» 
que  é  excellente ;  o  bovino,  ou  se  emprega 
nos  trabalhos  da  lavoura,  ou  se  cria  para  a 
exportação. 

Ha  também  creação  de  sirgo,  cuja  seda 
é  de  primeira  qualidade  e  tem  sido  premia- 
da nas  exposições. 

Nos  rios  e  regatos,  que  todos  regam,  ou 
moem,  ha  abundante  pesca,  principalmente 
nos  rios  Ovelha  e  Tâmega,  no  ultimo  doa 
quaes  se  pescam  junto  á  sua  Fóz,  em  Entre 
Ambos  os  Rios,  exeellentes  sáveis  e  lam- 
preias. 

O  concelho  do  Marco  de  Ganavezes  confi- 
na com  os  concelhos  de  Penafiel,  Amarante 
e  Baião,  e  pelo  S.  com  o  rio  Douro. 

Noticia  de  algumas  das  freguezias  do  coit- 
celho  do  Marco  de  Canavezes, 

S,  Nicolau — está  n'esta  ftreguezía  a  alber- 
garia, fundada  e  dotada  pela  rainha  D.  Má«- 
falda,  de  que  não  dou  particular  noticia  por 
d'eila  se  ter  fallado  já,  no  Diccionario,  nàpsL^ 
ISLVTk-^Canavezes. 

A  egreja  doesta  freguesia  é  também  fun- 
dação da  rainha  D.  Mafalda.  Está  igualmente 
n'esta  freguezia  a  quinta  dos  Pessoas,  que  fo- 
ram administradoires  da  albergaria 

Santa  Maria  da  Sobre  Tâmega  (da  vfila  da 
Ganavezeà)^a  egreja  d'esta  freguezia  e  a 
ponte  sobre  o  rio  Tâmega,  são  fundação  da 
rainha  D.  Mafalda;  a  ponte,  porém,  foi  oon- 
duida  e  acabada  no  rehiado  de  el-^réi  D.  Di- 
niz, com  o  legado  que  em.seutestamento- 
deixon  para  esta  obra  D.  Ylcânte-,  27.''  liis- 
po  do  Porto,  come  traz  D.  Ròdrtgo  da  Cii^ 
nha.  {Catalogo  dos  bispos  ád  Porto;  part.  2.% 
cap.  13,  pag;  74.) 

A  industria  dos  habitantes  dà  roa  dò  Ga'^ 


' 


líÂR 


HAR 


63 


nàveses,  d'69ta  fregaezia,  é  o  fabrico  ào  pão 
de  trigo,  qne  se  consome  em  grande  parte 
do  coDceiho,  e  qae  é  exportado  também  para 
Penafiel. 

Estão  n'e3ta  freguesia  as  caldas  de  Gana- 
Tezes,  maito  efficazes  nas  moléstias  cutâ- 
neas, rfaeumatismos  agados  e  outras  enfer* 
midades. 

Próximo  ás  caldas,  n*am  monte  chamado 
Monte  das  Campas,  apparecem  sepalmras 
abertas  em  rocha  viva,  e  que  dizem  terem 
sido  dos  mouros. 

Na  rua  da  villa  de  Canavezes,  fez  assento 
D.  Pedro  I,  nas  guerras  que  moveu,  a  seu 
pae,  D.  AfToaso  lY,  depois  da  morte  de  D. 
Ighez  de  Castro.  Foi  aqui  que  se  trataram  e 
frustaram  as  pazes  entre  os  dois  prindpes 
bellígerantes,  estando  D.  AffonsoiV  em  Guii 
marães. 

S.  André  de  Vittaboa  de  Quires^esfàyh 
n*esta  freguezía  o  antigo  e  nobre  solar  da  fa- 
mília do  appellido  Porto  Carreiro,  da  qual 
descendem  muitas  famílias  illustres  de  HeS' 
panha  e  Portugal,  no  numero  das  qaaes  aeha* 
mos  a  actuai  ex-unperatriz  dos  francezes, 
viuva  de  Napoleão  III. 

O  representante  directo  d'este  solar  e  fa* 
milia,  é  actualmente  João  Pizarro  da  Cunha 
Parto  Carreiro,  senhor  da  caaa  da  Bandeiri- 
nha, no  Porto. 

PTesta  freguezia,  estão  também  as  obras 
db  palácio  dos  Albuquerques,  qàe  ficou  por 
oonclnir.  fira  uma  obra  grandiosa,  da  qasà 
só  chegou  a  conqtruirse  parte  d»  pano  da 
fachada  do  edificio  O  sr.  Teixeira  deVas* 
concellos  falia  doeste  palácio,  na  soa  obral>< 
Contemporaita» 

Santa  Eídalia  de  Çoiutonev-^aqui  esteve 
a  quinta  e  paço  de  ScuteUo,  que  foi  da  rai- 
I^.  Mafelda,  fundadora  da  albergaria  e  ponte 
de^Canavezes^ 

Está  também  n'esta  freguezia  a  casa  de 
Qointán,  da  illustres  família  doi  Magalhães^ 
cujo  sola^  é  a  torre  e  yincolo  de  Villa  Cova 
da  Lixa. 

-  A  sua  genealogia  é  a  seguinte: 
«  Buy  de  Magallâes>  filho  de  João  de  Maga*- 
Ihies^  i.^  senhoV  da  vllia  da  Barca  e.tenraa 


de  Naverga,  e  de '  sua  mulher  D.  Isabel  de 
Sonsa  e  Vasconcellos,  fílba  de  Ruy  Vaz  de 
Vasconceilis  Ribeiro,  senhor  de  Figueiró  e 
Pedrógão,  e  de  sua  mulher  D.  Violante  de 
Sousa,  filha  de  D.  Lopes  Dias  de  Sousa,  mes- 
tre  da  ordem  de  Christo,  teve  por  filho  a 

João  de  Magalhães  e  Henezes,  que  casou 
com  D.  Maria  de  Basto,  filha  de  Gonçalo  de 
Basto,  e  teve  por  filho  a 

António  de  Magalhães,  que  casou  com  D. 
Genebra  Teixeira,  e  teve  por  filho  a 

Fernando  de  Magalhães  Teixeira,  fidalgo 
da  casa  real  e  pavalleiro  da  ordem  de  Chris- 
to, que  casou  com  D  Antónia  de  Almeida, 
filha  e  herdeira  de  Pedro  Tinoco  Monteiro 
de  Almeida  e  de  sua  mulher  Violante  Fer- 
raz, senhora  da  quinta  do  Covo,  e  teve  por 
filho  a 

António  de  Magalhães  e  Menezes,  fidalgo 
da  casa  real,  commendador  da  ordem  de 
Christo,  que  casou  com  D.  Hyerohima  Pei- 
xoto de  Alvim,  filha  de  Gonçalo  Vaz  Peixoto, 
e  tevê  pdr  filho  a 

Gaspar  de  Magalhães  e  Menezes,  fidalgo  da 
casa  real,  catalieiro  da  ordem  de  Christo, 
que  casou  com  D.  Cathanna  da  Afibnseca 
Barbosa,  e  teve  por  filho  a 

Thomé  de  Magalhães  e  Menezes,  fidalgo  da 
casa  real,  que  casou  com  D.  Margarida  da 
Costa  e  Sousa,  filha  de  Agostinho  da  Costsi 
e  de  sua  mulher  D.  Maria  Coelho  de  Sousa» 
e  teve  por  filho  a 

António  de  Magalhães  e  Menezes,  fidalgb 
da  casa  real,  isasou  com  D.  Joanna  de  Mellp» 
fidha  ãò  Francisctí  de  Lemos  Ribeiro,  e  eomd 
não  teve  filhos  succedeu  lhe  na  casa  seu  ilr* 
mão,  João  de  Magathães  d  Menezes,  fidalgo 
da  casa  reai^  que  casou  com  D.  Angélica 
Theresa  de  Abreu  Barbosa  Brito  de  Vascod* 
ceiios^  fllhá  4e  Pedro  de  Abreu  de  Váscon- 
oeUos  e  desuai  mnlber  D^Sinkoa  Barbosa  de 
Faria,  e  teve  por  filho  a 

Antòeio '  de  Magalhães  e  Blènefles,  fidalgo 
da  casa  real,  oasou  com  D.  Maria  Thotnaizia 
Ptato  de  Mesquita  de  Magalhães,  fiUia  de  José 
Aotonio  Pinto  de  Magalhães  e  de  sua  mulher 
D.  Maria  de  São  OonçalGi  Pinto  de  Mesqtita, 
ei  teVe  por  filho  a' 

Jayme  de  Magalhães  e  Menezes,  fidalgo  da 
I  casa  realy  casou  com  D.  Anna  Rita  de  QmAr 


64 


MÂR 


MAR 


roz  6  Lencastre,  iliba  de  D.  Aotonio^deLen- 
cAstre  e  Gamanho,  e  de  sua  malher  D.  Mar- 
garida de  Lencastre;  teve  por  filha  uniea  e 
herdeira  a 

D.  Maria  José  de  Magalhães  e  Menezes  Len- 
castre,  que  casoa  com  seú  tio  paterno,  Joa- 
quim de  Magalhães  e  Menezes,  fidalgo  da  casa 
r«al,  eiteve  por  filho  a 

António  de  Magalhães  e  Menezes  Lencas- 
tre, barão  da  Torre  de  ViUa- Cova  da  Lixa, 
!ictual  suceessor. 

S.  Romão  de  Carvalhosa — aqai  estava  a  an- 
tiga quinta  e  paço  da  Carvalhosa,  dos  senho- 
res d'este  appelUdo. 

S.  Martinho  dâ  Aliviada-— hn  n'esta  fregae- 
zia  a  casa  de  S.  Martinho  da  antiga  e  iiias- 
tre  família  do  appellido  de  Cunhas. 

Santo  André  de  Várzea  da  Ovelha--o  tem- 
plo d'esta  freguezia  é  antigo. 

Ha  n'esta  freguezia  a  casa  do  Cabo,  da  fa- 
miUa  Pereira,  cujo  representante  actual,  é  o 
barão  de  Leiria,  que  foi  casado,  com  a  baro- 
neza  de  Leiria,  filha  e  herdeira  do  tenente? 
general,  visconde  de  Leiria. 

S.  João  da  Talhada-^B,  n*6sta  freguezia 
jazigos  de  enxofre  que  ainda  não  foram  ex- 
plorados. 

Aqui  estava  a  antiga  quinta,  casa  e  torre 
do  Vinhal,  solar  muito  nobre  da  lámilia  do 
appellido  de  Vinhal,  da  qual  descendem  fa- 
mílias muito  illustreside  Portugal  e  Hespa- 
nha. 

D*aqui  descendiam  em  Portugal  os  Águia* 
res,  e  em  Hespanha,  os  Agnilares  e  os  Cor- 
dovas,  no  numero  dos  quaes  adiamos  Geur 
calo  Fernandes  de  Córdova  y  Aguilar,  oo^ 
nhecido  em  Hespanha  pelo  nome  de  Gran 
Capitan. 

Foi  senhor  d'esta  torre  e  quinta,;  Gonçalo 
Gil  da.  Veiga,  casado  com  Guiomar  Mendes 
de  Vascottcelios,  da  qual  procedem  ors  noor* 
gados  de  Pontellas. 

Gonçalo  Gil  da  Veiga  era  senhor  do  eon* 
celho  de  Gouvéa,  e  vendeu  o  senhorio  d*dle 
abs  Sonsas  Ciiichorros,  qáe  dèt>ob  o  pqsáui- 


A  ttltima  suecessora  e  representafite  do 
solar  do  Vinhal,  foi  Branca  Annes  do  Vinhal, 
que  por  não  ter  suecessão,  o  deixou  a  seu 
primo  D.  João  Martins  de  Soalhães,  senhor 
dos  solares  de  Villa  Pouca  e  Torre  de  Cadi- 
mes, em  Soalhães,  senhor  dopadroado  das 
egrejas  de  Soalhães  e  Santa  Cruz  de  Riba 
Douro  fí  bispo  de  Lisboa. 

Em  1304;  vinculou  D.  João  Martins  de  Soa- 
lhães a  quinta  e  torre  do  Vinhal,  e  reuniu  este 
vinculo  aos  seus  vínculos  de  Soalhães,  dos 
quaes  nomeou  administrador  a  sen  filho  na* 
tural,  Vasco  Annes  de  Soalhães,  legitimado 
por  el  rei  D.  Diniz,  aos  18  de  janeiro  de 
1308. 

O  ultimo  administrador  d'este  vinculo,  foi 
D.  Affonso  de  Vasconct^llos,  1."*  conde  de  P6* 
nella,  descendente  de  Vasco  Annes. 

Em  1504,  obteve  D.  AfTonso  de  Vaseonoel* 
los,  provisão  de  el-rei  D.  Manuel,  para  ven- 
der as  terras  d'estes  vínculos,  e  comprar  oa- 
tras  no  termo  de  Lisboa. 

Por  virtude  d*esta  provisão,  vendeu  o  dito 
D.  Affonso  de  Vasconcellos  os  vincuios  éo 
Vinhal  e  Soalhães  a  seus  primos  Francisco 
Annes  de  €ampos  e  sua  mulher  Iria  Nogniii- 
ra,  descendentes  do  instituidpr  dos  morga- 
dos  de  SoalhãesL 

Dos  vínculos  de  Soalhães,  estão  de  pCiSfle 
os  Vaseoneèllos  da  Quiátan,  descendeniei 
dos  compradores. 

S.  Salvador  de  Tc^ado^foi  moisteiro  de 
cónegos  regrantes  de' Santo  Agostinho.  Bi* 
zem  alguns  uitiquarios,  que  o  íôra  de  tem- 
plários. 

O  templo  é  antigo,  mas  parece  ter  sido 
um  pouco  alterado  na  sua  primittiva  arobt- 
tectura.  Tem  um  formoso  pórtico  de  esiylo 
gothico  e  por  eimado  pórtico  um  ociílo  ren- 
dilbado  no  met mo  estylo. 

Apresentavam  esta  egreja  os  Mç^ntenegrofl 
senhores  da  torre  de  No  voes  da  mesma  fiNh 
gUezia;  * 

A  torre  de. No  voes,  pareee  ser.  muito  âii<* 

ttga,  e  achasse' em  perfeito  estado  deeons^r* 

vação.  O  senhor  mais  antigo  d*esta  torre,  áB 

que  havemos  fiot|eta,é  Diogo  de  Barros,  4Q<) 

I  loi  oommendatario  do  mosteiro  die  Tablado. 

I  Passou  este  soUr  para  ob  Honteaegf os^foi^ 


MAR 


MAR 


63 


casamento  de  D.  Maria  de  S^usa  de  Barros, 
7.*  neta  d*e8te  Diogo  de  Barros,  com  Sebaa* 
tiao  Correia  Pereira,  neto  de  Migael  Correia 
MoDlf^negro. 

O  appeliido  Montenegro  é  de  origem  hes- 
paobola,  e  introdurinse  em  Portngal  eom 
o  casamento  de  Ignez  Pires  de  Montenegro, 
natnral  de  Grilliza,  qae  veia  para  Portugal  e 
easoQ  eom  Vicente  Correia,  pae  de  Miguel 
Correia  Montenegro,  de  quem  acabámos  de 
fállar. 

Possae  actualmente  a  torre  de  Nov9es,  An* 
tonio  Ignacío  Correia  de  Sousa  Montenegro^ 
descendente  do  referido  Miguel  Correia  Mon- 
tenegro. 

É  também  senhor  da  torre  da  Pena,  e  da 
«asa  de  Santiago,  onde  reside. 

S,  Martinho  àe  ^oa2ftd/â-^f^eguezia  do  con* 
celho  do  Marco  de  Canavezes,  5  kilotoetros 
ao  S.  do  Marco. 

Foi  concelho  com  a  mesma  denomin:4çao, 
e  lhe  deu  foral  et*-rei  D.  Manuel,  aos  15  dias 
do  mez  de  Juiho  de  1514. 

Vem  o  nome  de  Soalhiles^  de  um  âdalgo 
d'e8te  appeliido,  qne  povooia  este  concelho, 
«  viveu  no  paço  de  Yilia  Pouca,  da  mesma 
freguezia. 

Po  paçOf  só  existe  a  memoria  na  tradição 
popular,  oa  referencia  que  d*elle  fazem  al- 
guns antiquários,  e  no  nome  que  ainda  con- 
serva o  sitio  onde  elle  esteve. 

Bouve  também  n*esta  freguezla,  no  sitio 
ehamado  de  Oliveira,  a  torre  de  Cadimes. 

D'eila  fallarenios  adiante. 

A  egreja,  ó  templo  antigo,  espaçoso,  de 
magestosa  apparencia,  e  com  uma  elegante 
torre  para  sinos  e  relógio.  Poucos  vestígios 
conserva  a  egreja  da  sua  antiga  architectu- 
va.  A  torre  pHmittiva,  era  separada  do  cor- 
po da  egreja,  e  servia  também  de  aljube  ou 
prisões  da  prelasia. 

Fm  mosteiro  duplex  para  Arades  e  freiras 
d^  ordem  de  S»  Bento,  fundado  em  24  de 
março  de  865,  por  Sancho  OrtiB,.^e  o  dotou 
«  ihe  deijíou»  entre  outros  beoa^  á^soa  quinta 
daOrtis.  .  .    I - 

'Deixou  de  ser  morteiro  duplex  nio  se  sabe 
no  oerto  qua^dc^  imas  presamfrMr  que  dei-  j 
joúi  de  o  aer/pbf  isirtade  da  bulia  do  papa 


Pasehoal  II,  commettlda  ao  arcebispo  de  San- 
tâgo,  IX  Diogo  Gelmires,  no  anuo  de  1103^ 
na  qual  o  mesmo  papa  impedia,  que  d'alli 
por  diante  se  fizessem  mais  fundações  seme- 
lhantes. Parece,  porém,  que  Já  não  era  mos- 
teiro duplex,  no  anno  de  1029,  por  quanto 
indo  n'esse  anno  a  Castella  os  frades  do  mosp 
teiro  de.  Soalbãtfs,.qQeixarem-se  aFernaudo 
Magno  das  violências  que  lhes  Cazia  Garcia 
Moniz,  na  escriptura  do  contracto  que  lá  ce* 
lebraram,  e  que  vem  tr^^iscripta  no  Catalog» 
dos  bispçs  do  Porío,  part  1.*,  cap.  15,  ne^ 
nhuma  referencia  se  ÍSki  ás  freiras  do  dito 
mosteiro,  donde  parece  inferir- se  que  já  en- 
tão lá  as  não  havia. 

Extinguiu  se  e  acabou  de  todo  este  mos- 
teiro não  se  sabe  ao  certa  como  e  quando  ; 
vé-se,  porém,  que  já  era  egreja  secular  no 
anno  de  1238,  pois  que  n*esse  anno  fez  D. 
Sancho  II.  doai^ão.do  padroado  da  egreja  de 
Soalhães  a  D.  Pedro  Salvador,  bispo  do  Por- 
to, ^epois,  de  a  ter  tirado  a  Gonçalo  Viegas 
de  Porto  Carreiro,  de  cuja  fataiíia  era.  Pas- 
sou depois  para  o  bispo,  de  Lisboa,  D.  Joab 
MariiDs  áe  Soalhães,  que  por  ser  descendente 
de  Saucho  Ohis  e  dos  Porto  Carreiros,  e  nãa 
como  bir^po  de  Lisboa,  lh'a  restituíram,  dan- 
do elle  D.  João  Martins,  ém  troca,  ao  bispo 
do  Porto,  o  padroado  das  egrejas  de  S.  Nico- 
lau da  Feira  e  Santa  Maria  de  Alvarellos. 
Na  escriptura  que  então  dzeram,  declara  o 
dito  D.  João  Martins,  que  cedia  ao  bispo  dó 
Porto  o  padroado  das  ditas  egrejas,  por  que- 
rer paz  com  o  dito  bispo  D.  Giraldo,  Foi  feita 
esta  troca  no  anno  de  1302. 

Em  1307,  é  sujeita  á  egreja  de  Soaihãe^ 
a  egreja  de  Santa  Cruz  de  Riba  Douro,  pof 
troiSa  entre  o  bispo  de  Lisboa,  D.  João  Mar- 
tins de  Soalhães  e  o  arcebispo  de  Braga,  D. 
Martinho. 

Deu  o  bispo  de  Lisboa  em  troca  da  egrèjà 
de  Santa  Cruz,  a  de  Santiago  de  Urenha. 

É  d'«ita  época  que  resultou  aos  abbades 
de  Soalhães,  a  regalia  de  aerem  prelados  orv 
dinarios  da<  egveja  dc(  Santa  Crus  de  Ri|ia 
Douro,  cuja  jurisdieçãA  exercltamm  sempre^ 
sendo  o  Jaizo  eeelesiastiee  da  egreja  de  Santa 
Crozv  BA  egi^eja  de  Soalliães^  onde  havia,  na 
torre  antiga,  prisOea  perMDoentfs  á  prelasia, 
•  as  viaitat'  ordinárias  da  egreja  de  SaaU 


66 


MÃR 


MAR 


Gnfe,  as  fozia  o  abbiâe  de  Soalbaes,  eomo 
sea  prelado,  e  nae  emraYam  ii*eUa  as  do 
bispo  diocesano,  que  nenliania  jarisdícçio 
aqui  tinha  n'ella,  e  ao  sínodo  diocesano  vi* 
nfaa  o  abbade  prelado  de  Soaibães,  mas  nâo 
o  abbade  de  Santa  Cniz,  qae  sé  ao  abbade 
de  Soalhães  era  sobordinado. 

O  abbade  prelado  de  Soalhaea»  usava  de 
eroz  peitoral;  do  jaizo  eedesiastieo  da  saa 
prelasía  só  havia  appellaçSo  para  a  Sé  apos- 
tólica; tinha  toda  a  jnrísdicçâo  na  egreja  de 
Santa  Croz,  e  examinava,  approvava  e  dava 
fieença  aos  confessores  d'ella. 

Os  ultimes  padroeiros  da  egreja  de  Soa- 
lhães, e  senhores  da  mesmo  concelho,  foram 
os  marquezes  de  ^onte  de  Lima,  que  ainda 
boje  cobram  n'esta  freguezia  algumas  ren- 
das de  foros,  do  património  que  herdaram 
como  descendentes  de  Vasco  Ânnes  de  Soa- 
lhães, filho  natural  de  D.  João  tfartins  de 
Soalhães,  bispo  de  Lisboa, 

O  bispo  D.  João  Martins  de  Soalhães  hou- 
ve vários  filhos,  dos  quaes  um  por  nome 
Vasco  Anões  de  Soalhães,  legitimado  por 
el-rei  D.  Díoiz,  a  18  de  janeiro  de  i30S,  lhe 
succedeu  em  todos  os  vincolos  e  mais  bens 
patrimoniaes,  e  no  padroado  da  egreja  de 
Soalhães  e  de  Santa  Cruz  de  Riba  Douro. 

Viveu  este  Vasco  Annes  de  Soalhães,  no 
paço  de  Villa  Pouca,  e  fui  senhor  da  torre 
de  Cadimes,  obra  do  bispo  D.  João  Martins 
de  Soalhães,  e  por  elle  erigida  em  cabeça  do 
seu  morgado. 

Vasco  Annes  de  Soalhães,  jaz  sepultado 
na  capella-mór  da  egreja  de  Soalhais,  do 
lado  da  epistola,  em  tumulo  metlido  na  pa- 
rede, com  seu  braiãpes/culpido  e  letreiro. 
.  •  Com  as  obras  qae  em  tempo  fizeram  na 
capella-mór,  ficou  este  tumulo  escondido 
j[)or  del^aixo  da. cal  con^  que  revestiram  a 
parede.  .  .     , 

.A  casa  mais  antiga  d'esta  ftegoezii,  e  co- 
mo edifício  pariicuiav  Oleais  notável,  peia 
«)yai  grandeza  ,e  architeotDPa,'náo  sód^esfa 
íreguezia^  maâ.de  todo p  ooneuibo^  do.Maréò 
de  Ganavezea,  é.ja<ausa>dA  Qttintaflij.  . 
..  É.  um  vasio  ediâ:io  apalaçado,  (arnyaiDde 
,ula  qui^driiafteroiperfii^toyTogiiUr.esymeirí)- 
4%;<eoita  <ilau^troíialfii!ior».do  meiotdo^qual 


se  eleva  nm  bem  trabalhado  cbafáriz  de 
I  taria,  com  seus  lavores  e  ornatos. 

Para  o  andar  nobre  do  edificio  dá  aecessn 
do  lado  da  frente  um  amplo  e  magestoso  pv- 
teo  com  dois  lanços  de  esoadaria  de  pedrai 
ornada  de  lavores,  balaustradas  e  estamas. 

Tem  este  edifido  em  si  ama  torre,  e  aa 
lado,  mas  em  communícaçào  com  o  edíieio 
por  um  arco  de  pedra,  uma  ampla  e  aeeada 
capella. 

É  este  edificio  a  residência  e  solar  da  fk- 
mUia  des  Vasconcellos,  da  mesma  freguena. 
A  sua  genealogia,  é  a  segniote: 

D.  Maria  da  Cunba,  fílba  de  Fernão  de  Sá 
Alcoforado,camareíro  morde el-rei D.Dfur- 
te  e  de  el-rei  D,  Affonso  V,  aloaíde-mór  da 
cidade  do  Porto,  ascendentes  dos  marqueaea 
de  Fontes  e  condes  de  Penaguião,  e  de  sua 
mu&her  D.  Fiiippa  da  Cunba,  filha  de  Gil 
Vasques  da  Cunha,  ascendente  dos  condes 
de  S.  Vicente.  Houve  de  D.  Aff(Hiso  V,  por 
filho  natural  a 

Álvaro  Soares  da  Cunha,  fidalgo  da  eaat 
real,  guarda-mór  da  cidade  do  Porto,  o  qual 
houve  de  sua  segunda  mulher,  a 

Salvador  Soares  da  Cunha,  que  casou  cotia 
Seaborinha  Barbosa,  fiiba  de  Lopo  de  Bar- 
bosa e  de  sua  mulher  Ignez  Cerveira  de  Bar- 
bedo,  da  honra  e  casa  de  Barbosa,  e  teve  por 
filho  a 

Duarte  Soares  de  Carvalho^  que  casou  coo^ 
Magdâlena  Reimão  da  Motta,  filha  de  Joio 
da  Motta  de  Mesquita  e  de  sua  mulher  Leo* 
nor  de  Faria,  da  casa  dos  Blosqueiros,  e  teve 
por  filho  a 

Balthazar  Soares  da  Motta,  que  casou  eom 
Theresa  Vieira,  filha  de  ^dro  Annes  L(M^ 
deljo,  fidalgo  da  casa  real»  senhor  àp  sdar 
de  Lidraes,  e  de  soa  mulher,  Isabel  Pires 
Vieira,  da  casa  e  solar  de>RibeíFo^  descenh 
dente  de  Bny  Vieira,  senhor  do  concelho  d^ 
Vieira,  e  teve  por  filho  ai-) 

Ayires  da  Motta  Vieira,^ quei  casou  eo»  An- 
lonia  Carneiro,  "filha  de' Gaspar  Barboea^^ 
Bua  mttlhear,  e  teve  por  filho. a* 
..  iDiprlB  Carneiro  Vieira  da  Mnttii^  ^ue^èa^- 
sou  com  Isabel  Nogueira  de  Castro,^aeiilioia 
•l^erdeira  da  casa  de  <Qnintan,  filha  de*Ma* 
naêl  ôpnçal ves  de*  <)liveira<e  de  lua;  malhar 
Fpiipa  Diá&de  Ca£ttio;;iDeta^9iDiog»AffN:i^ 


MAR 


MAa 


67 


80  de  Castro  e  de  sua  malher  Tberesa  No- 
gaeira,  descendeate  de  Gonçalo  Pires  de  Fa- 
^m  de  Riba  Doaro  e  de  sua  mulher  Guio- 
mar Gonçalves  Nogueira,  senhores  do  mor- 
gado de  S.  Lourenço  fie  Lisboa,  e  teve  por 
filho  a 

Ayres  da  Motta  Yijsira,  que  não  casou,  mas 
teve  de  D.  Gatharina  Alves,  por  filho  natu- 
ral^ legitimado  por  carta  regia  de  4  de  agos- 
to de  1674,  a 

Domingos  Vieira  da  Hotta,  que  casou  oom 
D.  Antónia  de  Araújo  Barreto  Pereira  de 
Yasconcellos,  filha  de  Bento  de  Pinho  Tavares 
e  de  sua  mulher  D.*  Maria  de  Yasconcellos 
Pereira,  da  casa  da  Samossa,  descendestes 
doa. morgados  de  Fontçiiaa  e  dos  condes  da 
Feira,  e  teve  por  filho  a 

Beato  Soareada  Hotta  Pereira  Yieira  Car- 
neiro, que  casou  com  D.  Gatharina  Josepha 
Carneiro  de  Magalhães,  filha  de  António  Ma- 
chado Gameiro,  e  de  sua  mulher  D.  Marian- 
na  Carneiro  de  Magalhães,  e  teve  ppr  filho  a 

José  Soares  da  Motta  Pereira  Yieira  Car- 
neiro de  Magalhães,  que  casou  com  D.  An- 
Umia  Theresa  Joanna  de  Noronha  e  Mene- 
ies, filba  de  João  Monteiro  Ys^lente  da  Silva, 
^  de  sua  mulher  D.  Amónia  Maria  de  Noro- 
vHfíg  e  Menezes,  e  teve  por  filho. a 
.  Autonlo  de  YascoQcel)os  Pereira  Yieira 
ijaroeiro,  que  casou  com  D.  Angélica  Amá- 
lia da  Magalhães  e  Menezes,  filha  de  António 
4^  Magalhães  e  Menezes,  senhor  da  torre  de 
Yillacova  da  Lixa»  e  de  sua  mulher  D.  Ma- 
ria Thomazia  Pinto  da  Mesquita,  e  teve  por 
Olho  a , 

M  J^  de  Yasconcellos  Carneiro  e  Mei^^es 
Yieira  da  Mo^ta^  que  casou  com  D.  Anna  AU' 
gosta  de  Almeida. Peres  de  Carvalho  e  Cas- 
tro, filha  de  Antopio  Peres  de  Carvalho,  e 
Castro,  6  de  sua  mulher  D.  Maria  Máxima 
Pereira  Pimentel,  e  teve  por  filho  a 

José. de  YaspoQcellos  Gameiro  de  Mi|gfi- 
.Ums  e.  Menezes,  factual  succesaor. 

N.  B.— De  D.  Maria  da  Cunha  de^cepde^ 
^Itfnbemu Pd.. morgados  de  S.  Yicente  do  Pi- 
nheiro e  outraaiJCamilia«(  illustr^s<     , 


.1 ». «  •»  >í\) 


^S^  ^vodo»*  de,  TAifK^.^^cerQa  do  <»;«- 

vento  de  freiras  que  aqui  existiu,.  veja-s0<a 

,<*<WÍW«pAi<i  spoíldWff;^  4^  paAre  Carva- 


lho da  Costa,  tom.  l.*"  capitulo  26,  da  pro- 
viacia  de  Entre  Douro  e  Minho,  na  palavra 
Cotêto  de  Tuyaz.—Edk  n'esta  freguezia  uma 
nascente  de  agua  mineral  férrea  de  que  se 
faz  uso.  Ha  também  crystal  de  rocha. 

Nassa  Senhora  do  Freixo.— Foi  povoação 
de  mouros,  e  ainda  aqui  existem  as  ruinaa 
da  mesquita  edificada  por  elles. 

Tem  uma  feira  na  segunda  sexta  feira 
de  todas  as  quaresmas,  que  dura  três  a  qua- 
tro dias. 

S.  Clemente  de  Paços  de  Gaiôlo, — Dizem 
que  lhe  vem  o  nome  dos  paços  que  aqui 
teve  um  príncipe  mouro  chamado,  Gaiôlo^ 
que  era  pae  ou  irmão  de  Gaia,  que  deu  o 
nome  a  Yilla  Nova  de  Gaia,  defronte  da  ci- 
dade do  Porto,    m- 

Santa  Maria  de  Penha  Longa. — Houve 
aqui  a  casa  e  torre  onde  viveu  o  primeiro 
senhor  do  concelho  de  Bemviver.  chamadp 
D.  Pedro  de  Castro. 

S.  Lourenço  do  Douro.— Está  aqui  a  casa 
do  Ribeiro,  solar  muito  antigo  da  familia  do 
appellido  de  Yieiras,  descendentes  de  Ruy 
Yieira,  senhor  da  torre  e  concelho  de  Yiei- 
ra. 

Sania  Maria  de  Villa  Boa  do  Bispo» — 
Ha  n*esta  freguezia,  à  margem  da  estradat 
no  sitio  chamado  o  Marmoiral,  um  arco  de 
pedra  muito  antigo,  que  dizem  ter  sido  le- 
vantado em  isemoría  da  passagem  da  rainha 
D.  Mafalda  na  sua  visita  ao  convento  âe 

Arouca.  Yide  Marmoiral. 

.  '      ^%  ■  . 

.  S.  Maxtinko  de  Aria^.— Está  aqui  a  casa  e 
^inta  da  Seara,  solar  antiga  da  familia  ^o 
appellido  Azevedos  Pereiras  de  Yasconcel- 
los. Está  tapibeipi  n*e&ta  &*egnezia  o  ^obr/e 
e  muito  antigo  solar  de  Lidraes^.da  familia 
do  appellido*  de  Lordelloa.  . 

S.  João  de  Alpendurada. — Vide  Alpendo- 


:•  ^(intà  Clara  do  Torrão.-r^iie  Entre-oá- 
Rios. 


/  •  1 


68 


MâA 


MAR 


'  *  Devo  a  maidr  parte  â'este  artigo  á  bene- 
yoleDCia  do  ex."*»  sr.  José  de  Vasconcellos 
Carneiro  Qe  Magalhães  e  Menezes,  do  Mar- 
co, qae,  deflfe  rindo  às  minhas  snpplícas,  te- 
ve a  sumroa  bondade  de  colher  tao  curio- 
sas informações  e  r6melter'm'as.  Honra  ao 
nobre  fidalgo  que  assim  concorreu  para  que 
o  Diccionario  ficasse  mais  completo  n'este 
ariigo.  « 

MARCO  MILLIAR— Nas  rias  militares  ro- 
manas estavam  de  dois  em  dois  kilometros. 
(Vide  Estádio,  Milha,  Geira  e  Vias  Roma- 
nas,) 

MARCOS  (S.)— monto  cónico.  Douro,  na 
freguezia  de  Fajòes,  comarca,  concelho  e  8 
kilometros  ao  NE.  de  Oliveira  de  Azeméis, 
'30  ão  S.  do  Porto,  15  a  E.  do  Oceano  e  240 
ao  N.  de  Lisboa. 

Do  seu  vértice,  onde  áètá  a  capella  de  S. 
Marcos,  evangelista,  se  descobrem  muitas 
léguas  de  extensão,  vendo-se  a  cidade  do 
Porto,  grande  numero  de  freguezias,  serras, 
campos,  montes,  bosques,  etc;  e  uma  vasta 
extensão  do  mar. 

Faz-se  aqui,  no  dia  25  de  abril,  uma  feira, 
denominada  da  LinJiaça,  e  a  romaria  ao  pa 
droeiro  da  capella. 

Tem  esle  murro  mais  de  450  metros  so- 
bre o  niVí-1  do  mar.  (Vide  FajõesJ 

MARCOS  DA  ABOBADA  (S.)— freguezia, 
Alemtejo,  cemarca,  concelho  e  i8  kilome- 
tros d'Evora,  120  ao  SE.  de  Lisboa,  70  fo- 
gos. Em  1757  tinha  33  fogos. 

Orago  S.  Marcos,  evangelista. 

Arcebispado  e  districto  administrativo  de 
Évora. 

A  mitra  apresentava  o  cura,  que  tinha 
206  alqueires  de  trigo  e  51  de  oevada. 

MARCOS  D'ATABUEIRA  (S.) —  freguezia, 
Alemtejo,  comarca  de  Almodovar,  conoelho 
de  Castro  Verde,  90  kilometros  a  O.  d'£vo- 
ra,  165  ao  S.  de  Lisboa,  140  fogos. 

Em  1757  tinha  93  fogos. 

Orago  S.  Marcos,  evangelista. 

Bispado  e  districto  administrativo  de 
Beja. 

A  mesa  da  consciência  apresentava  o  ca- 
pellâo,  curado,  que  tinha  130  alqueires  de 
trigo,  90  de  cevada  e  10:^000  réis  em  di- 
nheiro. 


MARCOS  DA  SBRRA  (S.)— firegnezia,  AT- 
garve,  comarca  e  concelho  de  SCves,  54  ki- 
lometros de  Faro,  185  ao  S.  de  Lisboa,  Mê 
fogos. 

Em  1737  tinha  221  fogos. 

Orago  S.  Marcos,  evangelista. 

Bispado  do  Algarve,  districto  administra- 
tivo de  Faro. 

A  mitra  apresentava  o  prior,  que  tinbã 
150ij000  réis  de  rendimento. 

Esta  freguezia  está  situada  no  alto  da  ser- 
ra, mas  rodeada  de  cabeços,  em  sitio  áspero 
e  agreste. 

A  egreja  matriz  é  mtiíto  antiga. 

Tem  poucas  aguas  e  de  má  qualidade.  Rm 
varias  partes  da  freguezia  ha  boas  aguas 
férreas. 

Toda  a  freguezia  está  sobre  um  ramo  di 
serra  do  Caldeirão.  Piòduz  algum  trigo  e 
centeio.  Tem  montados,  onde  se  criam  bas- 
tantes porcos,  cera  e  mel,  gado  de  toda  A 
qualidade  e  caça. 

Passa  pela  freguezia  a  estrada  qnevie 
de  Silves,  LagÔa  e  Albufeira,  para  Lisboa. 

Junto  á  aldeia  de  S.  Marcos,  passa  a  ri- 
beira do  mesmo  nome,  que  vem  da  seira. 
Toma  depois  o  nome  de  Odehuca,  jmitaii*> 
do-se-lhe  o  ribeiro  da  Azilhetra^  no  sitie 
d'este  nome,  e  o  de  Besteiros,  junto  á  aldeia 
de  Perna-Sécca,  no  monte  da  Gosta.  Morre 
no  rio  de  Silves.  (Vide  Odêfouca  e  Sihes.J^ 

A  serra  do  Galdt:irão  é  uma  oordilhein, 
que  junta  com  a  de  Monebique  (que  fica  ao 
O.)  separa  o  Algarve  do  Alemtejo. 

Este  grupo  differe  de  todos  os  outros  do 
reino,  pela  sua  constituição  pbyãiea.  Abun- 
da por  toda  a  parte  em  rochedos  de  lat^a, 
amontoados,  assimilhando^^se  a^  caldeirõei, 
do  que  lhe  provem  o  nome. 

Os  dois  mais  altos  cume»  da  primeira,  sio 
— o  Pico  da  Poià,  que  é  uma  maça  consi- 
derável de  granito ;  e  o  da  Pkota,  a  9  kilo- 
metros da  Foia ;  também  coberto  de  gran- 
des penhascos. 

As  suas  ramificações  a  E.,  tomam  o  nooo 
das  terras  por  onde  passam. 

Nestas  serras  nascem  os  rios  Quarteira, 
Valle' Formoso,  Vascão,  Oeiras,  Odmira^  Sá* 
do,  S.  Romão,  e  Seixes. 

MARG08  DO  GAMN  (8.)  —  fr^goeua» 


j 


um 

Alemteio,  coinarejuâe  R^^dond^topoeUioíde 
RpgUPDgos»  45  kilometros  de  Évora,  A60ao 
S£..<ie  LJAboa,  500  Aigos. 

£m  1757  tJDha  260  fogos. 

Qr^go  S.  Marco?,  evangelisU.    . 

Arcebispado  e  di^ricio  ada)ÍQÍ3lr44ivo  de 
Évora. 

É  terra  muito  fértil,  e  cria  muito  gado, 
de  toda  a  qualidade. 

A  mitra  ai^reseaiava  o  cara,  que^tftpha 
ifiO  al4ueires  de  trigo  e  60  de  ct^vada. 

yAKCO  VELHO  --*  parece  >ser  o  mar&ve- 
dim  antigo  de  prata.  ' 

Em  dorameotos  de  Í3ri0  e  1352,  Té-ae 
flue  v.)lia  27  sqldoSt  <      < 

HARE-iporiuguez  íipligo -r-matf  —  (il/Aa 
«»ar0*~miQba  ntãe.) 

MARÉGO—freguezia,  Peira  Alta,  QtKqoar- 
ea  de  Mangualde,  concelho  de  Penalva  do 
Ci»ti>ilo,  llJçik>qaftro8;ile  Viseu,  ^00  ao  N., 
de  Linhod,  80  fugo9. 

jSm  d757  tinha  70.lqi^s. 

^Or^ga;  S.  ,namiQgo8. 
.  .BisfiMo  e   dúlrlcto   admial^tratiTp   de 
Viseu. 

tO  abba^e  de  iS.  Pmm  de  Penalva,  .a#re- 
^Qtav^  jo  eura,  ,qae  tinha  SOi^OOO  réis  e  o 
S^  d*ali;^r. 

|IAB|SGO;Et--.fregU(^ía,  Dopro,  comarca  e 
concflbo  de  Penafiel,  .35  vkJk^metros  ao  NE. 
4o  F^ATito,  300  ao  N.  de  Lítiboa,.i60Abgos. 

'Km  1757:tiiiha  263  fogos. 

Orago  Santo  André,  apoataK). 

'Bii^fMido  .e  djfAricto  .administrBtí.vo  do 
AoRlp.  Étti^rra^fertíL 

A  mii-ra  aprt^senlava  o  abbade,  que-tinha 
4004000  rt^is  de  rendimento. 

MARÊGOS—aiitigo  nome  ida.aeoaa)  villa 
de  Amares,  naot^marca  de  ¥illa^ytf€dt^,fnas 
Venra$'d6.',fiaUe(Hamem46  Cávado  (AitoiMi- 
nho.) 

i£'  A**mt/è  Boaie  4|ae  procede  o  aH)aliido 
do  eákfaro  mestre  4o  T)ÊfBkplo,.'D..  Gualdim. 
£aes  de.Ma;róixi8. 

)B*íMiirécQ6  vm  nobre app9liido.emPc«tD* 
fii  >PMa  A  ana  genealogia  >e  armas,. Crpata- 
-e  imais  qne  .dia  mapeito  a.Macétoa,  vide|)a 
jpag.  I9i  dfl  li  *tv(>|.,  na  palavra  .i4imiiv5. 

1ÍÍAB6A1IIDA  ^0  JkHRáBAI.  fBaa^a)^Jái 
a  pag.  238  kk,  do  l.«  vol ,  tratei  d'estafte* 

VOLUMB? 


UAR 


69 


gaena;  mas,  coma.dopoi8  dMsso  obtive  mais 
e  cormsas  iníormagões,  e  nâo  quero  privar 
d*ellas  os  leitores,  as  dou  n'e8te  logar. 

Em  1592,  D.  Pedro,  t>ispo  de  Leiria,  creoa 
esta  parochia;  ficando  a  servir  lhe  de  egr«ja 
çiatriz,  a  capeiia,  que  já  existia  no  logar  4^ 
Arxab^K  dadic^da  a  Santa  Margarida,  q^ 
ficou  jsendo  padroeira  da  nova  freguezia. 

O  bispo  ficou  com  a  apresentai(;ão  da  egi}^ 
Ja,  e  os  freguezes  com  a  obrigaçàp  de  paga- 
rem annuaimente  ao.  parocho,  80  atgueirea 
de  trigo,  25  almudes  da  vinho  mô^lo  e  as  of- 
fertas  da  egreja. 

O  mesmo  povo  ficou  obrigado  á  fabrica 
da  egrtfja  e  sachristiaeáca;^a  da  residençi^ 
do  cura. 

Ficou  a  nova  freguezia  consiituida  com 
170.  fogos. 

A  capella-mór  é  de  abobada,  e  a  egrejfk 
teip  só  três  aliares;  o  mór  e  dois  lateraea. 

Ha  n*esta  freguezia  as  ermidas  seguintes;: 

í."  Ade  S,  Bento-^em  frente  do  FreixiaL 
Este  logar  do  Freixial,  era  da 
freguezia  de  S.  Pedro,  e,  em  159/^ 
passou  a  fazer  parte  da  nova  fre* 
guezia  do  Arrabal. 
Fica  a  capella  entre  vinhas,  e  não  tem 
rendimento  algum,  fabricava  se  com  as  ren- 
das de  um  hospital  que  havia  no  mesmo  to- 
gar, com  duas  camas  e  obrigação  de  agasa- 
lhar 03  viandantes  pobres. 

Em  1555,  sendo  bispo  de  Leiria  D.  Braz 
de  Barros,  hindo  este  prelado  aqui  em  visi- 
ta, mandou  outra  vez  aqui  cullocar  as  duas 
camas,  que  já  nãobavia;  mas,  com  o  tempo, 
deixaram  de  existir  as  camas,  ficando  a  ca^ii 
reduzida  «  aimples  albergaria. 

A  capella,  linha  uitia  confraria  de  deAm- 
étos,  e  os.officiara  d'«lla  o  eram  também  do 
hospital.  Tem  três  altares. 

B*  A  de  5.:^aWAo(0iotfU— no  Casal  dos.Citf- 
do£osi 

3.^  A  de  S,  João  Baptista— no  logar  4> 
fiMito^icp,.í«)iia^ia4AI0. 

*Por  .baixo  d^a  tt^$í^  que  estão  acipiarte 
egreja,  junto  ao  caminho  que  VAe  parpiiCM* 

6 


70 


MâR 


MAR 


«delias,  ha  uma  fonte,  que  no  inverno,  on 
sécca,  oa  tem  muito  poaea  agaa,  e  no  verão 
é  abundante. 

MARGARIDA  DA  COUTADA  (Santa)— vi- 
de Coutada,  a  pag.  415  do  S.^"  vol. 

MARGARIDA  DA  SERRA  (Santa)— frc^gue- 
'da,  Bxtremadura  (mas  ao  S.  de  Tejo)  co 
marca  de  Alcácer  do  Sal,  concelho  da  Grân- 
dola, 70  kilometros  a  O.  de  Évora,  i20  ao 
SE.  de  Lisboa,  130  fogos. 

Em  1757  tinha  85  fogos. 

Orago  Santa  Margarida. 

Arcebispado  de  Évora,  districto  adminis- 
trativo de  Lisboa. 

'  A  mesa  da  consciência,  apresentava  o  cu- 
ra, que  tioha  120  alqueires'  de  trigo,  90  de 
cevada  e  15^000  réis  em  dinheiro. 

MARGARIDA  DO  SADÃO  (Santa)  fregue- 
zia,  h:xiremadura  (mas  ao  S.  do  Tejo)  co- 
marca de  Beja,  concelho  de  Ferreira,  60  ki- 
lometros ao  O.  de  Évora,  100  ao  S.  de  Lis 
l)oa,  100  fogos, 
r  Em  1757  tinha  136  fogos. 

Orago  Santa  Margarida. 

Bispado  e  disiricto  administrativo  de 
Beja. 

A  mitra  apresentava  o  cura,  que  tinha 
180  alqueires  de  trigo  e  50  de  cevada. 

MARGARIDE  e  PADROSO— vide  a  pri- 
meira Felgueiras^  a  pag,  162  do  S.*"  vol. 

A  povDaçào  de  Margaride,  foi  elevada  a 

cathegoría  de  viila,  com  o  titulo  de  villa  de 

^  Felgueiras,  por  decreto  de  14  de  janeiro  de 

.18i6,  e  carta  de  lei  de  11  de  março  do  mes- 

,mo  ajmo.  {Diário  do  Governo,  n.**  73.) 

É  viscende  de  Margaride,  o  sr.  doutor  em 
>philosophÍH,  Luiz  Cardoso  Martins  da  Gosta 
Macedo,  ai^tual  governador  civil  de  Braga. 

(Vide  Pombeiro,) 
i    MARGEM— (vide  Lagomel,  a  pag.  20  do 
4.0  vol.) 

Margem  é  a  palavra  árabe  marge,  Signi*. 
fica,  como  em  portuguez,  margem  de  um 
rio  ou  ribeiro;  mas  também  quer  dizer  — 
logar  abundante  de  hervas,  fresco,  ameno 

(etc- 

MARGEM  DE  ARADA--ftld6ia,  Eictreraa- 
'Aora,  freguesia  de  Olhalvo,  comarea  e  eon^ 
-  beiho  de  Alemqaer. 


Patriarcbado,  districto  administrativo  dé 
Lisboa, 

Ha  aqui  uma  quinta  de  que  é  proprietá- 
rio o  sr.  D.  Thomaz  de  Nápoles. 

Em  1873  appareceu  aqui,  n'esta  qaiDti» 
um  sepulchro  antiquíssimo.  Continha  três 
ossadas  humanas,  e  era  formado  de  pedras 
toscas,  sem  que  se  podesse  descobrir  n'elie 
a  mínima  inscrípção. 

MAR60NÇA  (ponte  dil)  —  Douro,  sobre  o 
rio  Ul,  na  fregoezia  de  Cucujàes,  comarca 
e  concelho  de  Oliveira  de  Azeméis.  (Yide 
Couto  de  Cucujães, 

MARIA  (Santa)— cabo,  no  Algarve,  em 
36»  55'  N.,  e  38'  de  lungitude  orienul— é 
formado  por  uma  ilhota  de  areia,  em  fren- 
te  da  cidade  de  Faro.  Tem  1:500  metros  da 
largura.  Tem  pharol. 

(Vide  Cabo  de  Santa  Maria.) 

MARIA  (Santa)  DA  GOLLÍNA— Yide  Coi- 
Una  e  Cunka,  de  C<iura. 

MARIA  (Santa)  DA  SERRA— Vide  Enxára. 

MARIA  (Santa)  DtMES— Vid*»  lÉmeres. 

MARU  (Santa)  DE  SORRE-TAMEGA  (oa 
de  RIBA-TAMEGA)— Vide  Canavezes. 

MARIA  (Santa)  DOS  ANJOS— Vide  Anf^s. 
Todas  as  ma  is  f reguezías  que 
téem  pur  padroeiras  Santa  Ma- 
ria, vide  nas  terras  do  sen  sth 
brenome. 

MARIA  MAGDALÊNA  (Santa)— Todas  tt 
povoações  que  tiverem  esta  denominaçio^ 
vide  Magdaléna. 

MARIALVA— villa,  Beira  Baixá,  oooiarca, 
de  Villa  Nova  de  Foscôa,  còuerlho  dá  Meda, 
60  kilometros  de  Lamego,  360  ao  NB.  de 
Lisboa,  l.')0  fogos. 

Em  1757  tinha  49  fogos. 

Orago  S.  Tbiago,  apostolo.. 

Bispado  de  Lamego,  districto  administra- 
tivo da  Guarda. 

O  padroado  real  apresentava  o  abliade^ 
que  tinha  250if000  réis  de  rendimento. 

Parece  que  esta  freguezia  tnn)  erescido 
muito  era  população^  desde  4757  para  cá; 
mas  não  tem.  A  differença  para  roaK  é  par- 
que em  i757  havia  duas  fr^^guezias  do  mes- 
mo nome  (S.  Thiago  e  S.  PeUr«|)»  qi^e  ho|e 
estão  unidas^  tendo  a  de  S.  Pedré  70  lÉDra- 
dores. 


MAR 


IfÂR 


7i 


Tinba  pois  a  acUial  fregaesia  em  1757, 119 
lo^s. 
(Vide  a  freguezía  segoiote.) 

É  poToaçâo  antiquíssima,  como  adiante  dí  • 
rei. 

D.  AffoDso  Henriques  lhe  deu  foral,  em 
1179.  Foi  confirmado  em  Coimbra,  por  seu 
neto,  D.  Affooso  il,  em  novembro  de  1217. 
(maç.  7.*  de  Faraet  antigos^  n.*  1 ;  roaç.  12.* 
dos  mesmll^  d.*"  3,  fl.  5  r.,  col.  1.*  e  no  li- 
em ie  furões  a$Uigo$,  de  leitura  nova,  fl.  35 
Y.y  col.  1." — Veja  sd  tanil)em  os  Artigoe  ia 
portagem  6  otUros  direitos^  no  Liv.  46  dos 
TombnSy  no  armário  17,  fl.  123.) 

D.  Manuri  Iht^  dfU  foral  noYo,  em  Lisboa, 
a  15  de  dezembro,  de  1512.  (Livro  dos  foraes 
vovós  da  Beita,  fl.  30  v.,  col  2.*) 

Era  um  dos  antigos  concelhos  de  Portu- 
gal, suppriniido  pdo  decreto  de24deoutn* 
bro  de  1855  (durante  a  regência  do  sr.  D. 
Fernando  Coburgo.) 

Este  concelho  tinha  1:100  fogos. 

Está  a  viila  fundada  em  um  alto,  penhas- 
coso e  air.antilado,  e  enobrecida  com  o  seu 
Totnsto  casteilo,  que  foi  um  dos  maisiortes 
do  reino.  Tem  quatro  torres  (uma  d*ellas 
com  r<*logio)  e  4  portas. 

Attribuese  a  sua  fundação  aos  turdolos, 
nt  anuo  do  mundo  3504,  isto  é,  500  antes 
de  Jesus  Ghristo,  tendo  hoje  por  tanto  2:375 
annos  de  exii^tencia.  (R.  M.  da  Silva,  Pobl. 
Gen.  de  Hesp.) 

Outros  dizem  que  foi  fundada  pelos  gre- 
gos,  no  anoo  2900  do  mundo. — Vide  adiante. 

Foi  cidade  no  tempo  dos  romanos^  que  a 
denonúiiavam  Aravor.  Foram  oa  imperado- 
res Adriano  e  Trajano  que  a  reconstruíram, 
levantando  aqui  alguns  edificios. 

lias  a  cidade  ronana  era  muito  mais  vas- 
ta do  que  a  actuai  villa,  que  apenas  occupa 
uma  pr^qu^na  parte  da  antiga;  tiarendo  ain- 
da dVsta,  muitos  e  notáveis  vesl^os,  • 

Destruída  pelas  guerras  da.  idade  media, 
e  oceiípadfL  pelos  moums,  no  pnncipío  do 
século  Vlll«  estes  a  recoaitruiram  em  parte. 
Kâo  se  sabe  qua^o  perdeu  o  seu  antigo  no- 
me; só  se  sabe  qua  D.  Fernando  Hagno  a 
coBqnistou  aos  mouros,  em  1063,  e  que  en- 
tão se  chamava  Malva. 


Outros  escrlptores,  fllzem  que  ainda  con- 
servava o  seu  antigo  nome  de  Aravor,  em 
1063,  e  que  foi  D.  Fernando  Magno  que  lhe 
deu  o  de  Malva,  que  se  corrompeu  em  Ma- 
rialva. 

Ainda  outros,  dizem  que  o  nome  de  Ifaf- 
va  só  durou  até  ao  j[)rincípio  do  século  XIII, 
e  que  dando  D.  AÍTonso  II,  de  Portugal,  esta 
yilla  a  uma  dona  chamada  Maria  Alva,  esta 
lhe  deu  o  seu  nome. 

Acho  isto  mais  verosímil. 

Com  as  guerras  continuas,  entre  os  mou- 
ros e  christãos,  tomou  a  cahir  em  ruínas,  e 
foi  abandonada.  N 'este  estado  a  achou  D.  Af- 
fonso  Henriques»  que  a  reedificou,  povoou  e 
lhe  deu  foral,  em  1179. 

Gomo  era  de  uso  n'a(]uell«^s  tempos^  com 
as  povoações  despovoadas,  ó  rei  concedeu 
muitos  e  mui  grandes  privilégios,  isenções 
e  regalias,  aos  indivíduos  que  se  quizessem 
estabelecer  aqui,  o  que  attrahíu  bastantes 
moradores. 

Estes  privilégios  foram  conservados  e  con- 
firmados pelos  foraes  subsequentes. 

Foi  o  nosso  primeiro  rei,  que  no  foral  a 
elevou  à  catbegoría  de  vi  lia,  fazendo-a  con- 
celho, com  justiças  e  camará  próprias. 

Quando  o  concelho  de  Marialva  foi  sup- 
priniido (1855),  passou  a  villa  e  freguezía 
para  o  concelho  de  Foscôa,  e  assim  se  con- 
servou, até  que  por  derreto  de  18  de  dezem- 
bro de  1872,  passou  para  o  concelho  da  Me- 
da, ao  qual  actualmente  pertence. 

Querem  alguns  que  o  seu  casteilo  fosse 
con»truido  pelos  aotigos  lusitanos,  ou  pelos 
romanos,  e  que  D.  Sajactio  I,  o  reedificou» 
pelos  annos  de  1200. 

Destruído  pelos  mouros,  o  rei  D.  Diniz 
principiou  a  sua  reeonsirucçao,  d^sde  os  fun- 
damentos, em  1299.  Não  consta  se  este  mo- 
narcha  o  concluiu  completamente  e  se  depois 
foi  reedificado,  ou  ampliado;  o  que  é  certo^ 
é  que  as  obras  d*eUe  só  foram  concluídas, 
na  forma  actual,  pela  rainha  D.  Catharina 
(viuva  de  D.  João  Hl),  durante  a  sua  regên- 
cia, na  menoridade  *de  seu  neto,  D.  Sebas- 
\SSOf  no  anuo  de  1559. 


72 


HAR 


HAR 


Iflto  fOfkfti  é^  xkna.  mscnp^  qae  fe  Té 
á  entrada  do  ea«v-llo. 

Pareet;  qa^,f/n4«lir»jee$táaTÍHa,fióexi5- 
Iboi  D^i  If^f tpo  átj^  fíHnzmj*  Z9  fijrijficaç^es  e 
qtuit^H  Djflf iare%  e  qui?  a  cidade  efOava  edi- 
Ikada  na  pboKíe,  eoruo  adiaole  dircL 

d^  Diatta  íínp  •riaoda,e  eons^rava  aioda  o 
f^n  af*Uiro  Utaiu  ú".  âúzá*",  f*  próximo  (a  E.) 
dVila«  liavia  aio  Tasto  DMfSWiro  de  monges 
b»'D«^dí«:tici'»9,  qae  os  agarenos  arrazaran>, 
não  d^-ixaudo  pedra  sobre  pedra. 

Ho  iofrar  qa**  i^ile  ocnipara,  se  Ura  desen- 
tf*rrad<>  r/iluronas  e  outros  ornatos  eecl^ias- 
UfÀín,  e  t^m  appareeido  restos  de  elaostros 
e  outras  oín«'ioas. 

Também  a  1  kílom^tro  da  TiHa  existe  o 
edírj<río  e  cerca,  qu»;  fui  mosteiro  de  religio- 
sos franciscanos,  fundado  em  Ii47. 

As  arma»  de  Marialra,  slo  as  de  Portu- 
gal, sem  coroa. 

O  sr.  Ignacío  de  Vilhena  Barbosa,  porém, 
não  menciona  estas  armas. 

Já  dl!«se  a  pag.  134,  do  4.*  vol ,  quem  fui 
o  I.*  luarquez  áf.  Marialva,  e  sqa  família,  e 
^uaes  as  ^uas  armas;  por  ísso^para  aqtielle 
logar  remetlo  o  leitor. 

Tratemoé  agora  espeeíalmente,  pois  que 
o  merece,  da  autiquí;$sima  ei^ade  romana  de 
Aravor. 

Mas  faldas,  e  ao  E.  do  alcantilado  monte 
onde  está  edificada  a  actual  viila  de  Marial- 
Ta,  nu  principio  du  seu  fértil  ó  dilatado  cam 
po,  no  iiiio  onde  agora  se  vô  a  aldeia  da  De- 
teta^  eslava  edíflrada  a  cidade  de  Aravor, 

Aqui  se  achou,  pelos  aiíinos  de  i690,  um 
priniuruso  pedestal  de  colun^na,  de  jaspe 
branco,  com  0",50  de  alto  e  0",25  de  largo. 

Fui  dado  ao  alcaide-mór  da  vHla,  que  o 
mandou  1'Ollocar  no  muro  do  quintal  daiua 
tenidencia. 

Tem  a  seguinte  InscripçSo : 

iMP.  CAK.  orvi.  traYák. 

PARtltl.  P.  TRAPAlVO 

H^DBIAMO.  AUO* 

PiíNT,  MAX.  TniB. 

rOTKS.  I.  COri.  II. 

CiVlTAS  AHAVCllU 


Jfú  Mam  Iff  ée  Jesw  Omni,  M  dia 
Adriano  Au^oslo,  Sffoiída  wtz  ron«nl,  ieado 
Rostico  por  corapaBh^iniK  oa  collitga.  Á  pro- 
▼avd  que  a  inscripçào  seja  dVsi^  anão;  a 
qual  lhe  chama  Tr^jano,  porqifte  Ulpio  Tra- 
jano  o  Unha  adoptado,  ames  do  aaou  ii7, 
em  que  oiorreiL 

No  mesmo  k»gar  da  Deveza,  em  uma  cm 
!  de  Manuel  de  M*jraes>,  que  era  (a  casa;  esta- 
!  lagipoi,  no  fim  do  século  XVIU,  ^  adMO 
1  uma  lapide  com  uma  ínscriprão,  qme  dõ, 
que  a  preciarissima  ciéaâe  ée  Anvoar^  dtM- 
am  uma  mamaria  a  Júpiter^  apímo^  maaciam, 
A  íiiscriprao  é  toda  só  com  as  ioi^iaes,  á 
excepção  da  pala?ra  Itme  (Júpiter) — é  as- 
sim: 

I  ovi 
o.     M. 

K.     AR. 

(O  k,  está  em  logar  de  c,  eomo  UMiitas  ?e« 
zes  se  vé  nas  antigas  ínscrípções ) 

Na  mesma  aldeia  da  Deveza,  ha  doisedi- 
Ocio^  de  architectura 'romana,  antitioissi- 
mo8.r  Um  d*elles,  que  fui  quasi  demolido  pi^ 
povo,  era  de  cantaria,  decunstrucção  n»baB- 
ti:»8íma;  e  é  tradição  que  foi  um  graotle  pa- 
lácio. Gbamam-lhe  a  t,irre.  Consta  qu»  ser- 
viu de  templo  cbristao,  no  tempo  dos  gôdes. 

O  outro  ediOcio  está  em  frente  do  anieee- 
dente,  e  só  dividido  dVlle  pelo  caminho,  iá 
serviu  de  capella  christan. 

É  também  de  robustíssima  constracção  e 
óptima  cantaria,  com  ama  porta,  exerssiifa- 
mente  alta  e  larga,  e  ainda  está  muito  bem 
conservado.  Foi  Junto  d'esíe  monumento  c|iie 
se  achou  a  segunda  lapide  que  meneioncl. 

A  i  kilometro  ao  -S.  da  aldeia  da  Devt*za, 
ha  uma  grande  e  alta  nanmaekia  (re9(*rva- 
torio  de  aguas)  a  que  ainda  ohamam  uf/opu. 
Ê  obra  maniíasiamenie  romana. 

Em  í?90,  foi  aberta,  ese  tiu  que  fechsiTa 
eom  uma  grande  p^4(fra  qtndráda,  na  qaal 
estava  dhuuibada  umag  rossaiaiigolaéehruii- 
xe.  ID^aqftl  eotfdittiam  os  romati<is  aiagQa 
para  a  etdhdee  para  Oicahi|io,ipuriim  a^fim* 
dutHo,  composto,  Já  d»  eahiõ8'de'eanHnría 
(manilhas)  umlto  ltrgos/Já<eavado!a« 
napenluL 


MáR 

Ainda  â'este  aqaedaeta  eiistem  muitos 
iresligios. 

Alguns  escriplores  nrelendem  que  est^ 
obra  seja  árabe. 

AotoatroeDte,  o  fundo^  ou  leitoi  doeste  an- 
tigo n^seirvatorio,  é  propriedade  particular  e 
está  cultivado. 

Não  foi  ró  aos  r Ananos  que  Aravor  deveu 
os  seus  snoiptuosos  edifícios  e  a  sua  gran- 
deza e  IriiportaDcia;  pois,  se  dermos  crc^dito 
a  alguns  efici  iptores»  foram  os  gregos  que  a 
fufldaram  peios  anjoos  2900  do  muAdo,  1104. 
astes  da  éra  chrístaD,  vindo  entào  a  ter  nada 
menos  de  2078  anãos  de  edade. 

Foram  elles  que  edi&caram  aq^ui  um  ma- 
gestoso  templo  dedicado  a  Júpiter,  que  de- 
pois os  cartbagínezes  ampliaram. 

Pjireceroe  hyperbolica  tamanb^  aotigui^ 
-dftde  attribuida  a  Aravor;  nào  só  porque 
nem  dos  gregos,  nem  dos  phenicios,  nem  dos 
carthaglot^zes  existe  o  miqimo  vestígio; 
mas,  e  prioeipaimente,  porque  estes  povos  só 
occnptieram  o  litoral  e  as  suas  proximidades. 

Gontentemo-nos,  pois,  cem  a  antiguidade 
que  lhe  dà  R^rigo  Mendes  da  Silva,  na  ^ua 
Poblofíion  general  de  Espana^  que  já  não 
é  pequena,  nem  muito  (acil  de  provar. 

Se^  porém,  é  fundação  dos  tdrduios»  como 
pretende  este  escriptor,  devemos  notar  que 
seria  uma  povoação  insigniílcante,  composta 
de  edídcios  ptquenos,  pobres  e  grosseiros^ 
como  eram  todas  as  suas  povoaç^. 

Foi  aos  rsmanos  que  Aravor  deve  ineon- 
ieslavelmente  a  sua  importância  e  m&guifi- 
ceneia.. 

Acredito  mais,  (lue  foram  estes  os  con- 
ftniQtores  do  templo  de  Júpiter,  e  não  que 
fossem  os  greg^^,  ou  os  eanhaginezes;  e  é 
certo  que  o  templo  existia  no  tempo  dos  ro- 
manos, como  prova  a  segunda  inscripção 
que  copio. 

Talvez  mesmo  que  algam  dos  dois  edifi- 
«ios,  cuÚAS  ruínas  ainda  aqoi  se  voem,  fosse 
o  fannoso  templo  de  JapHeir. 

HARIáLVA->freguezía»  Beira  Baixa,  co- 
marca de  Villa  Nova  de  Roseóa,  concelho  da 
Meda,  60  kilometros  de  liamego,.355ao.^E. 
de  Ltôboa. 

Km  1757  tifiba  70  fogos* 

Orago  S.  Pedro,  apostolo.         


MAR 


73^ 


Bbpado  de  Lamego,  distrícto  administra- 
tivo da  Guarda. 

O  real  padroado  apresentava  o  reitor,  que 
tinha  50^000  réis,  e  o  pé  de  aliar. 

Esta  freguezia  está  df,sde  o  íim  do  século 
XVíIi  uuida  á  antecedente. 

A  esta  freguezia  esiá  ha  muitos  annos  an- 
nexa  a  antiga  fregui^zia  da  Galeira. 

MARIALVA— rio,  Douro,  comarca  e  coa« 
celho  d'Arouca,  e  concelho  de  Paiva.  Vide 
Arda. 

MARIDANÇA  —  portuguez  antigo  —  fazer 
maridança — portar- se  como  casado,  cumDrir 
exactamente  as  obrigações  todas  ann>xas  ao 
matrimonio.  (Hoje  diz  ^e  pagar  o  dfbitó^  ço- 
habitar)— Requereo  o  dito  AtUor  á  dita  Reea^ 
per  vezeSf  que  lhe  fezesse^  e  faça  maridança 
do  corpo,  e  do  aver,  com  sua  mulher.  (Docu- 
mento de  S  Thiago,  de  Coimbra,  de  1450.) 

MARIDAK-SE  —  portugu^^z  antigo— fazer 
vida  de  casado.  (Vide  Maridança) 

MARIDO  CONUÇDDO— portugU'Z  antigo 
— marido  publico  e  notório,  reamhecido  por 
todos  como  tal;  mas  não  recebido  canonica- 
mente. 

Aotigamente  havia  três  espécies  de  con- 
tratos matrimoniaes : 

!.•  O  casamento  canónico,  como  hoje;  um 
verdadeiro  sacramento.  Ao  acto  do  recebi- 
mento se  chamava  casar. 

2*  Era  um  mero  contrato  matrimonial» 
que  se.  fazia  publico  e  notório,  aos  parentes 
e  visiohos. 

Era  este  contrato  feito  na  presença  dos 
pães  e  parente»  dos  noivos. 

Os  filhos  havidos  d'esta  união,  succediam 
na  herança  de  seus  pães. 

Já  vemos  que  os  modernos  na- 
da inventam,  e  que  o  concubinato 
legal,  hoje  chamado  casamento 
;  dvil,  data  do  tempo  dos  godos,  e 
ainda  existia  nos  séculos  XIII  • 
XIV.  (Vide  Salzêdas  e  SeiíMncê- 
lhe.) 

3,*  Consistia  apenas  no  contracto  de  um 
mafrimoi^o  segundo  o  direito  natural^  e  qu0 
só  dependia  da  vontade  dos  cofntrahmtet^ 
s^qi  darem  a  mínima  pubkcidade^  ao  que 
biYiani  eQtf  e  si  es^puiado.  l^tes  viviam  v^ 


74 


MAR 


MAR 


ritalmente,  mas  as  leis  não  os  Êivoreeiam, 
nem  aos  seus  filhos,  nem  havia  commnnida- 
de  legal  de  bens. 

D'aqui  se  infere  quA  a  palavra  matrimonio 
exprimia  antigamente  a  cohabiiação  de  duas 
pessoas  de  differefite  sexo,  e  que  só  se  dava 
o  nome  de  casamento,  ao  que  era  feito  com 
as  formalidades  dei«^rmínadas  pela  Egreja 
catholica,  e  era  o  único  que  imprimia  cara- 
cter, 

A  esta  3.*  espécie  pertenciam  os  matrimó- 
nios de  mão  esquerda,  ou  morganáticos,  pou- 
co usados  na  nossa  Península,  mas  muito 
TUlgares  no  resto  da  Europa. 

Estes  porém  eram  quasi  sempre  contra- 
bidos  entre  soberanos  e  vassallas,  ou  entre 
grandes  senhores  e  mulheres  do  povo,  ou  de 
cathegoria  muito  inferior. 

Também  se  lhes  dava  o  nome  de  maM- 
momos  á  morganheira,  ou  â  morganica, 

O  papa  Benedicto  XIV,  em  Í7o0,  prescre- 
veu saudáveis  condições  e  regras,  com  que 
podessem  ser  elevados  a  sacramento  estes 
matrimónios,  e  occorreu  aos  muitos  incon- 
venientes a  que  estavam  expostos.  (Vide  Ma- 
trimonio.) 

MARINHA  (S.  Félix  da)— frepuezia.  Dou- 
ro, concelho  de  Villa  Nova  de  Gaia,  comar- 
ca, bispado  e  d  istri  cio  administrativo  do  Por- 
to. Já  está  descripta  sob  a  palavra  Félix  dá 
Marinha.  (S.) 

UARINHA  (Santa)— vilIa,  Beira  Baixa,  e 
fireguezia  da  comarca  de  Gouveia,  concelho 
de  Céa,  75  kiloroetros  de  Coimbra,  270  ao 
£.  de  Lisboa,  290  fogos. 

Em  1757  tinha  200  fogos,  na  villa  e  fre- 
gnezia. 

Orago  Santa  Marinha,  virgem  e  martyr. 

Bispado  de  Coimbra,  e  diàtricto  adminis- 
trativo da  Guarda. 

O  papa  e  o  bispo,  apresentavam  alternati- 
vamente o  prior,  coilado,  que  tinha  300^000 
réis. 

É  terra  muito  fértil. 

Grande  abundância  de  gado  de  todas  as 
qualidades,  e  de  caça,  grossa  e  miúda.  Pro- 
duz também  muito  mel  e  cera,  de  óptima 
qualidade. 

É  povoação  multo  antiga.  D.  Affonso  Hen- 
riques lhe  deu  foral,  em  Junho  de  ii60. 


(Maço  8  de  Foraes  antigos,  n.*  2.)  D.  Maiuiel 
Uie  deu  foral  novo,  em  Lisboa,  a  15  de  mab 
de  1514.  {Livro  de  foraes  noivos  da  Beira,  fl. 
92,  col.  2.-) 

Ve]a-se  mais  a  Inquirição  para  o  foral  lio* 
vo,  no  maço  único  de  inquirições,  no  armá- 
rio 17,  n.«»  20. 

Foi  couto  com  juiz  e  ifti  vereador. 

Está  extincto  ha  muito  annos. 

UARINHA— antigamente  dava-se  o  nome 
de  marinha  a  todo  o  territurio  próximo  da» 
costas  maritima:<.  Hoje  dá  se  este  nome  se- 
mente aos  terrenoH  baixos  e  planos,  prepa- 
rados artiârialmente  para  produzirem  sai, 
pela  evaporação  do  hydrogenío. 

Dizse,  marinhas  de  sal,  ou  salinas. 

MARINHA-ORANOE— freguezía,  Estrema- 
dura, concelho  e  comarca,  e  12  kilumetros  a 
ONO.  de  Leiria,  130  ao  N.  de  Usboa,  805 
fogos. 

£m  1757  tinha  268  fogos. 

Orago  Nossa  Senhora  do  Rosário. 

Bispado  e  districto  administrativo  de  Lei- 
ria. 

Antigamente  dava  se-lhe  simplesmente  o 
nome  de  Marinha,  ou  Santa  Maria  da  Ma- 
rinha. Hoje  chama-se  Marinha  Grande,  para 
a  distinguir  da  aldeia  da  Marinha  Pequena, 
que  fica  próxima. 

A  mitra  apresentava  o  cura,  que  tinha 
120;000  réis. 

Esta  freguezia  é  situada  a  distancia  de  1 
kilometro  a  E.  do  famoso  pinhal  de  Leiria, 
mandado  semear  pelo  rei  D.  Diniz  (vide  Lei* 
ria)  que  tem  24  kiiometros  de  comprionen- 
to,-  correndo  ao  longo  da  costa  do  mar. 

Ha  aqui  uma  fabrica  40  estado,  para  a 
extracção  do  alcatrão  e  outras  substandas 
dos  pinheiros. 

Modernamente  tem-se  feito 
n*este  pinhal  vastas  sementei- 
ras de  pinus  larix,  e  de  oatras 
variedades  de  pinheiros  e  ea- 
caUptus,  vindos  do  norte  da 
Europa. 

Ha  também  n'esta  freguezia  uma  fabrica 
de  louça  ordinária. 

O  melhor  ediOcio  da  Marinha  Grande,  é 
a  real  fabrica  de  vidros-^a  maior  e  m^ior 
de  PortngaL 


llIAR 

A  darmos  o  credito  devido  a  aigms  ma^ 
Bnseriptos  exUteotes  do  cartório  da  casa  do 
Côvo^  proxíBio  a  Oliveira  de  Azem^iá^  foi  em 
1498  que  na  viila  de  Coina  (margem  esquer- 
da do  Tfjo)  se  priocipioQ  a  íabricar  vidro, 
com  a  ieiiha  que  por  aquelles  sities  se  po- 
dia arraigar,  e  nVsta  indostria  se  oecupava 
z  maiciJf  parte  dos  habítaotes  da  povoação ; 
mas  cujuo  faltasse:  o  eombustivel,  se  madou 
(Dão  se  sabe  quando)  para  a  Mariuba  Gran- 
de, pela  abundância  de  lenba  do  pinbal  da 
nação. 

Adiante  tratai;ei  da  antiga  fabrica  de  vi- 
dros de  CoiujL  . 

Consta  também  de  documentos  ofSciaes^ 
que  antes  da  fundsção  da  actual  fabrica,  jà 
aqui  bavia  fabricantes  de  vidraça  e  dififeren- 
tes  objectos  de  vidro ;  mas  d'estes  documen- 
tos  não  consta  o  anno  em  que  esta  indus- 
tria aqui  principiara. 

Em  1769,  sob  a  protecção  do  marquez  de 
Pombal,  o  inglez  Guilherme  Stephens  (o  que 
deu  o  seu  nome  ao  largo  que  existe  na  rua 
das  Flores,  próximo  da  rua  de  S.  Paulo,  em 
Uabo^—tar^  dfi  Stephent)—fnuáou  siqm 
uma  vasta  fabrica  de  vidros,  emprestando- 
lhe  o  estado,  para  .esta  obra,  33  contos  de 
réis,  sem  juro,  nem  limite  de  tempo,  poden- 
do faaer  os  pagamentos  parciaes^  em  cal  pa- 
ra as  obras  publicas,  dos  fornos  que  Ste- 
phens tinha  em  Alcântara  (proximO:aLis- 
iKMy  e  que  era  cosida  com  carvão  mineral, 
importado  de  Inglaterra  sem  direitos.) 

D.  José  I  lhe  concedeu  ainda  a  permissão 
de  gastar  toda  a  lenha  que  lhe  fosse  neces- 
sária para  a  fabrica,  do  pinhal  do  estado, 
gratuitamente. 

Todtís«stes  privilégios  deviam  durar  por 
eapa^  de  15  aunos^  segUfndç.o  alvará  de  7 
4e  Julho  de  1769 ;  m^Si  foram  aceresoenta- 
dos  em  177$^  com  diversas  providencias  e 
j^ulame)atq%|>^Q^'X)  (iomecimento,  decla- 
rando-spi  i^a  frspectiva  provisão,  que  a/o- 
^rtca  ficava  sob  a  immBdiata  protecção  4o 
reis  como  útil  ao  bem  publico^  êaodos  pi- 
nkaes  (nsí  supposição  de  que  sendo  berne 
«OBscieneiosamente  dirigiâo  o.  corte  das  le- 
nhas, nao  prejudicava,  antes  melhorava  os 
pinheiros»  qoa  se  limpavam  da  lenha  sécca , 
mfHò  i.  o  que  s6  era  licito  aproveitar^ 


MÂR 


7S 


Por  alvará  de  dezembro  de  1780,  forani 
considerados  os  edifieios  da  fabrica  e  terre- 
nos annexos,  e  os  que  se  lhe  viessem  a  m* 
nexar,  como  praso  fateosim  perpétuOy  para 
que  tudo  se  podesse  conservar  indiviso,  e 
para  que  a  fabrica  não  cessasse  de  produzir 
vidro  em  tempo  algum,  por  causa  de  partí» 
lhas ;  com  prejuiso  dos  operários,  e  empre- 
gados, e  do  publico. 

fiOd  1784,  sendo  já  rainha  D.  Maria  ( 
terminou  o  praso  dos  15  annos ;  mas  o  go- 
verno prorogou  o  por  mais  10  annos,  coni; 
tinuando  a  conceder  lhe  a  isenção  de  direi- 
tos de  importação,  sobre  tedas  as  matérias 
e  objectos  necessários  para  a  composição  d^ 
vidro,  e  a  de  direitos  de  exportação  do  reir 
no,  e  de  importação  nos  domínios  portuguer 
zes  do  ultramar. 

£m  1794,  o  príncipe  regente,  depois  D. 
João  VI,  prorogou  por  mais  outros  10  annos 
todos  os  antigos  privilégios  e  isenções  df 
fabrica.  Approvou  e  elogiou  a  estrada  que 
Guilherme  Stephens  tinha  mandado  fazei; 
á  sua  custa,  para  tornar  mais  fácil  o  servi- 
ço externo,  e  attrabir  aqui  directa  e  oem^ 
modamente  qs  almocreves  e. agentes  quç 
promoviam  (por  commissão)  a  venda  dos 
productos  da  fabrica.  Foi  também  n'est9 
anno,  de  1794,  que  se  abriu  ^  estrada  reaf 
de  Lisboa  a  Leiria,  Coicobra  e  Porto,  o  qut^ 
muito  concorreu  para  a  prosperidade  da  fa^ 
brica. 

£m  1796,  ordenou  o  governo  que  se  At 
zessem,  por  conta  do  estado,  os  cortes  d^ 
Qiadeira  necessários  para  se  concluírem  a§ 
obras  da  estrada  real,  e  da  que  íizóra  Stor 
phens.  ,      .     ^ 

Sm  1799,  se  prorogou  p  praso  da  conces- 
são por  mais  outros  10  annos;  e  decide  eot 
tão  até  1802,  ainda  foram  concedidos  ooj 
tros  privilégios  á  fabrica,  sendo  um  d'elley 
a  isenção  do  serviço  militar  (do  exercito  # 
da  armada)  a  todos  os  empregados  e  ope^ 
rarios  do  estabelecimento. 

Todos  sabem  (mas  nem  todos  confessam) 
que  as  invasões  francezas,  desde  1807  at^ 
1811,  foram  uma  verdadeira  calamidade  pa^ 
ra  Portugal  e  Hespanha. 

Os  francezes  não  pouparam  cousa  algu- 
ma, na  sua  passagem  deyasta^ra.  Temp}os» 


Mlft 


flil<^#,  ftairv/  »a«»  ^^  009  4íaL«,  «  ié  M 

|iM  a  Utrr%  m  0!W  aoiíf '<  pnril-po*  e  . 

Víffkr*^íÊéfp  Gflilb^tnK  S^-^t^lK^,  s^ii  ir-  ' 
pí^^  M/^  Dí//|^/  Sl^lili^iH,  toOK/a  pf^^  da 
flrt^a  e  4a  MU  adfDioMraçào,  /Mo  fN<»- 
f»  Ji  #Ta  «TKb  de  M«  irmão,  tt'e«te  ettabe- 

Joio  Df/igo  Bl^^hfínf,  morrea  em  MM, 
tfrtxaiido  a  Ciíjrieai  é  todan  a§  soas  d»*!»^- 
âmrhn  k  laçâo  prirtofaeta  —  eomo  «m 
mfmwfUfUo  do  mm  alto  apreçô^  pelos  favo- 
t€$  0   prrfierção  que  n*eiste  pmz  me  tem 

$íâò  Concediam. suppli- 

ennd/f  a  t  gfvffno  tfue  haja  de  eie^er  e  n 
9kear  uma  audcridade,  para  e$ta  on  reger  e 
adininutiar  (a  íabriea  e  d»'p»'DdeDeia»)  ro- 
^nd4)  também  mãíi,  qne  não  deixe  de  kacer 
eontemptaçõo  para  &  actnal  aâmhUêtradorf 
§»0é  de  Bwi$a  e  Oliveira,  e  cmeeder-ie-lhe 
nquella  dignidade  e  remuneração,  que  tão  de- 
cida é  ao  êeu  merecimento, 

Bitta  elatiftaU  do  tettámento  ée  JdãoDio- 
§/)  Stppheúft,  é  bODrosisilimfl— para  a  na^ 
fortagaf*2a,  pela  ma  provada  lioflpiCâHdade 
IKira  com  ô«  eitrangfelros-^pela  gratMão  do 
leftador^e  pela  bènradez  e  foam  serviços 
A>  admlnUtrador  José  de  Sotisa  e  Oliveira. 

(Vide  RioMaior.) 

O  governo  tomoa  posse  do  estabeteeinfeo- 
lo,  e  sen  arrendamento  posto  em  praça,  eon- 
Iftmoa  a  trabalhar  sob  a  admiáffítraçaD  de 
eapretas  pariiculai^. 

É  belllsaimà  a  iihtta^o  da  Mrtta  è  pover. 


eanfo  éo  s:tioL 

Aíé«D  d?  niD  B'jícbj  e  de 

idos.  o 
ciffca  e  d^p>«iMttriKlas,  (>ri 
pfiedad?«  Cf  rrjda  por  nn 
S^.75  a  E^  «5^  aa  S^  CSf-,»  a»  OU  • 
SOfylii  ao  X^  fon  a  fama  de  ub 
zio,  e  eon  orna  área  de  f  8  hertaraL 

O  meibor  d*rsie  edílHo.  é  •  palácio 
dado  edíG^r  por  Siepliei»,  e  oade  cBe  r&^ 
eídia,  qBasdo  aqai  se  dettoravx 

Era  também  ii*elle  a  residcoria  e 
ria  do  adfflíoisirador.  Tem  um  bonito 
fim  e  am  lago  soffrivel. 

Unfdo  ao  ediício  esiá  a  cm  do 
fom  div^^rsas  salas  para  concertos  e 
Ho  tbeatfo,  ba  frequentes 
dramáticas,  p^los  artistas  e  erapregaéoa  ãk 
f^briea,  e  umbera  nas  suas  salas  tem 
bafi^-s  snmptaosos. 

As  ofllemas  da  vidraça,  ornais 
são  de  bom  aspeeto,  e  em  harmonia 
arcbfteefnra  do  palácio. 

Os  fumos  para  a  febrieaçao  da  Tidrafa  e 
o  de  temperar  os  eadfnfaos,  também  aio  ét 
bda  eonstmeçao. 

No  pateo,  que  é  a  entrada  geral  é>  cawa 
beleeimento,  eom  nma  grande  portaria  9tE^ 
es^  os  arioJadietfM  menores,  o  as  <;asaa  #è 
habitação  do  eoniranneâtre  e  as  de  osítros 
empregados.        *'         '    ^  ^A 

Ao  N.  da  offlcinade^eiry^tf^  há  mn 
Mro,  onde  se  Thz  o  deposito  das  Venhas, 
do  a  B.  «na  fileira  de  casais  abarraeada^ 
(fae  são  aí^  t^ffieinas  dos  carpíntoiriM^  seirs- 
ltte§ros,  olelroé,  etc. 

A  officina  de  estender  a  Tidraça  tem 
Ibrhos,  indepenâetfies  é  isolados  enM  «I.  A 
uma  casa  para  seéear  i^s  eadftihoa  è  ouiifc 
para  a  sèòea  e  talei  na<^  das  maieriaspviMi^ 


-H 


um 


MAR 


77 


com  CAUkeíras  d«  cobre  e  da  ferro»  pfirA  a  re* 
flnaçào  do  taliire  6  da  pu(as«a ;  e  uma  caíSa 
com  forno  de  coser  o  tijolo  refractário.- 

A  oíBi*ioa  d^  crystal,  é  uma  graúda  coo- 
strueção,  composta  de  dois  corpos  unidos 
longítudioalinento,  com  arcadas  de  eominU' 
meação,  praiicada»  na  parede  cami^uai. 

Ha  n*e»to  offlcina  dois  fornos  para  a  fa< 
iNTícaçào  do  crystal,  e  duas  p*«A|uenas  arcaa 
para  coser  os  eadintios,  e  tre»  isoladas,  para 
temperar  o  Tidro  em  obra. 

Ha  casas  para  as  pesagens  e  dosagans,  ar- 
mazene para  separar  a  obra  limpa,  do  rtfu* 
f  Oy «  para  ae^odiocionamenio  dos  ariefactos 
que  d'aqui  iKthem,  para  a  venda,  ou  para  os 
depoi^itos  áò  Lisboa,  Porto»  Évora  e  outras 
partes. 

Ha  a  casa  do  deposito  geral»  para  a  venda 
por  junto  e  a  retalho,  e  o  edifício  chamado 
das  flores,  onde  se  lapida  o  crystal.  Ê  um 
Tasto  pavilhão  envidraçado,  com  14  enge- 
nhos de  lapidar,  movidos  por  um  eixo  hori* 
aontal,  com  15  communica^'5es  de  movimen- 
to» cujo  motor  é  da  força  de  6  cavallos-ta- 
por. 

A  macbina^  que  é  de  alta  pressSo,  foi  as- 
sente em  uma  cosa  contigua  a  este  ediâcio, 
«  a  caldeira  estabeleoen*pe  em  um  telheiro 
amiexo. 

Ha  a  casa  da  composição  da  vidraça>  onde 
se  pesam  e  misturam  as  principaes  matérias 
primas  da  vidraça;  telheiros  em  que  se  faz 
a  lavagem  das  areias  e  a  apartaçâo  e  pra» 
paro  do  casca  (vidro  quebrado)  par»  sa  la«> 
var  a  tornar  a  fqndir;  casa  dafurja;  easa 
dos  pisões»  onda  está  um  bocardo  da  minei- 
ro composto  de  6  pilões  de  madeira»  coin 
•sóccos  da  ferro  fundido»  pasanda  cada  um 
70  kiiogrammas»  aos  quaas  wrve  da  «otor 
a  agua  do  aqaeducto;  armazena  da  vidraça» 
onda  ella  sa  corta  a  encaixota;  csvallaríçaa» 
cwraaa»  palhatros^  aic; 

FimilmaAte  esta  estabelecimento  asiá  ■Km- 
lado  com  luxo»  a  tem  tudo  quaoto  é  neeea- 
sário  para  a  fabricação  dos  artefactos  a  que 
4  d^stiaado. 

Fora  do  lanteao  morado»  ainda  ba  um 
grande  armazém  pertenoaniafé  febrica»  quê 
á  adminiatraçSo  geral  das  maitaa.destiaou 
fttr»  s»  az|Ma«<daa  da  rasinageaif  a  um 


aquedueto»  de  quasi  3  kilometros,  que  abash 
tece  copiosamente  a  quinta,  as  officioats»  a 
move^a  roda  de  um  momho  de  moer  o  quar- 
Uo  (stíixo)  calcinado. 

Téem  sido  eajpre^arios  da  real  fat)ri(*a  da 
vidro  e  cTystal  da.  Marinha  Grande,  deâda 
que  é  propriedade  do  Estado,  os  srs. : 

Barão  de  QuiiitdJa  (depois  coode  doFar* 
robn),  António  Esteves  Gosta  e  outros,  dea^ 
de  18!ii7  até  18&7. 

Manuel  Joaquim  Affonso»  desde  1848  até 
1659. 

Casimira  Joaé  de  Almeida» desde  1860  até 
186t. 

Francisco  Thomaz  dos  Santo?»  em  ld68i 

Jorge  Croft  (depois  visconde  da  Graça,  a 
já  fallecido)  e  o  commendador  António  Am 
gasto  Dias  de  Freitas»  em  1864. 

No  íotervaHo  de  umas  e  onfraa 
adorinistrações,  au  os  trabalboé 
estavam  suspensos,  on  eram  aé^ 
ministrados  por  conta  do  estado: 

Em  1866»  08  ditos  srs.  Groft  a  Dias'  dia 
Fr^^itas,  com  os  srs.  Nuno  PHulino  da  Brito 
Fr^fo*e^  José  Luia  da  (MiTaíra,  HAigael  Antó- 
nio Leitto  de  Lima  Pateâo  a  António  Cop* 
reia  da  Silva  Marques,  formarant^  uma  pait> 
ceria,  por  tempo  de  3&  annos,  com  o  ealpi- 
tal  social  da  90-  contos  da  réis»  dividido  em 
900  acções»  de  100^900  réis  cada  uma. 

Esta  parceria,  ou  sociedade  em  eommàu- 
dica»  ainda  existe»  saò  a  danominação  da-^ 

EBIPRBZA  DA  RBAL  rABmCA,  DB  YlOaOS  DA  MÂ'> 

muta  orands. 


Os  graad^a  privilégios « doações  a  iseaçõaa 
que  os  governos  concederam  desde  1827  até 
1^9  aos  empraaarios  da  fabricj^  nem  por 
is^o  concorriam  para  q«a  esta  induHria  tif 
vaasa.  medrado,-  acompanhando  os  progras- 
soa  da  sei^ncia;  pois  que  as  companhias  ax** 
pioraduras  só. curavam  de  tirar  o  aiaior  lor 
cro  fiossivel  da  sua  empreza. 

O-  governo^  a«  1859^  mandoB  proceder  a 
um  rigoroaissimo  inquérito»  por  homens  da 
acíenieia,  e  do  integridade  reconhecida. 

Pett  o  ioqilariiot  porém  lOm  triste  resulta- 
do; porque,  se  até  então  bottva  excassoda 
cobiça  da  parta  dos  oxploradora^  deado  eu* 


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MâB 


MAR 


Ião  houve  grande  falta  de  generosidade,  da 
parte  do  governo. 

O  estado  favon^oia  até  alli  as  emprezas, 
eom  avultados  subsídios  e  grandes  privilé- 
gios e  isenções,  e  obrigava-se  a  ficar  com 
certa  quantidade  de  productos.  Desde  então, 
nào  só  cessou  tudo  isto,  como,  ainda  por  ci- 
ma, impoz  á  empreza  o  pagamento  da  renda 
da  fabrica,  superior  a  um  conto  de  réis,  an- 
nual;  concedendo-lhe  apenas  gratuitamente 
(ou  antes  como  compensação  da  renda)  12 
mil  carradas  dt^  lenha  por  anno,  sob  a  vigi* 
lancia  e  inspecção  da  administração  das  mat- 
tas ;  obrigando  a  empreza  a  dar  contas,  to* 
dos  os  annos,  ao  ministério  da  fazenda,  do 
estado  da  fabrica  e  do  numero  de  seus  em- 
pregados. 

Antes  da  entrega  da  fabrica  ás  emprezas, 
procede-se  a  um  rigoroso  inventario  e  ava- 
liação dos  prédios  fabris  e  ruraes,  utensilios, 
material  movei  das  abegoarias,  etc,  para  no 
fim  das  emprezas  se  poderem  regular  as  in- 
âemnisações  ao  estado,  no  caso  de  descami- 
nho ou  deteriorações. 

D*estes  inventários  se  vé  que  em  1827,  o 
fundo  fabril  e  industrial  foi  calculado  em 
104:424^440  réis. 

£m  1848,  em  ^:000|;i20  réisl 

£m  1863,  em  58:078^(440  réis. 

Deve  dizerse,  em  preito  á  verdade,  que 
a  actual  empreza  tem  feito  grandes  melho- 
ramentos n*esta  fabrica  e  teus  processos. 

Os  fornos  foram  aperfeiçoados,  segundo 
as  indicações  da  scieicia  moderna;  de  modo 
que  fundem  o  vidro  em  muito  menos  tempo 
e  com  muito  menoi  combustível  do  que  an* 
teriormente. 

Fazem  por  semana,  3  a  4  afinações  em 
crystal,  e  6  em  vidraça. 

Gons^uíram  um  forno degrandes dimen- 
sões (carquése)  para  séccar  a  lenha.  Entram 
n'elle  12  wagons  carregados  de  lenha,  que 
séeca  rapidamente,  por  meio  de  numerosas 
hâcas  de  calar.  Depois,  os  wag<ms  marcham 
por  carris,  eom  pequeno  impulso,  para  as 
respectivas  officinas  e  voltam  depois  para 
eonduzir  nova  lenha,  por  meio  de  uma  pla- 
taforma gírante. 

Á  estuík  onde  se  seccun  as  pedras  para 


a  construcção  dos  fomos,  e  os  potes  (eadi* 
nhos)  é  digna  da  especial  inspecçãt  do  visi- 
tante. 

A  arca  corrente  de  templo,  é  a  primeira 
que  se  construiu  em  Portugal,  segundo  o  sys- 
tema  francez. 

£m  12  pequenos  í9ag(ms^  assentes  em  ca^ 
ris  de  ferro,  vem  os  productos,  desde  o  for- 
no, até  á  galeria  que  conduz  ao  armazém  ds 
eseolba  e  apartação,  atravessando  assim  as 
seis  graduações  de  calor  que  constituem  a 
arca  de  tempero.  Os  artefactos  entram  na 
boca  da  arca,  ainda  incandescentes,  e  saem 
na  6.»  graduação,  já  temperados  e  esfriados. 

Antigamente  fazia-se  a  mistura  com  gran- 
de perigo  de  vida  para  o  operário,  por  cansai 
do  veneno  que  aspiravam  constantemente 

Hoje  ha  aqui  um  novo  systema  da  lava- 
gem da  areia,  galga  a  vapor,  moinho  hydraa- 
lico,  com  pisão,  e  mistura  de  eopiposições, 
sem  o  minimo  perigo  para  os  manipulado- 
res. 

Esta  fabrica  está  hoje  em  excellentes  con- 
dições industriaes,  e  nunca  empregou  tanta 
gente  e  deu  tão  grande  prqducção  de  arte- 
factos de  vidro  e  crystal.  Dá  pão  e  trabalho 
a  umas  700  pessoas  de  ambos  os  sexos,  in- 
cluindo n'este  numero  os  empregados  e  ope- 
rários. 

Não  posso  fallar  u'esta  fábrica,  sem  que 
me  venha  á  memoria  João  Manuel  Aflonso 
de  Barros,  que  foi  seu  mestre. 

Nunca  vi  um  homem  que  a  tão  espantosa 
habilidade  reunisse  tanta  modéstia  e  docili- 
dade. 

Para  elle  não  havia  difficuldades,  nen 
mesmo  impossíveis.  Fazia  com  a  mazioa 
perftíição  tudo  quanto  imaginasse  fazer,  por 
maior  que  fosse  a  comphcação  do  objecta 
Causava  verdadeira  admiração  ver  este  ho- 
mem singularissimo  largar  a  goiva,  ou  o  for- 
mão com  que  trabalhava  no  tomo  mechani- 
co,  ou  outro  qualquer  instrumento  pesado, 
e  pegar  na  penna  e  escrever  desembaraçar 
damente  uma  carta  com  bellissima  letra; 
como  eu  mesmo  vi. 

Juntem^sea estas  já  tão  notáveis  qualida- 
des, uma  inteUigencia  provada,  variada  lar 


MÂR 


MAR 


79 


strucção,  trato  afabilissimo,  honradez  a  toda 
a  prova  e  ama  figura  sympatbica,  e  eis  o  bo- 
mem  por  quem  a  Marinha  Gr%nde  sempre 
chorará. 

A  perda  de  um  filho  extremeeido  (o  mais 
novo)  de  tal  sorte  lhe  mio^m  a  existência, 
qae  pouco  tempo  lhe  subreviv<íu. 

Fallecen  ha  m»is  de  20  annos,  e  ainda  em 
todo  o  vigor  da  idade. 

Aos  seus  filhos,  que  elle  tanto  amava,  sir- 
va de  lenitivo  a  uma  eterna  saudade,  esta 
pequena  comraeraoraçào,  e  a  probabilidade 
de  que  está  na  beinaventurança  gozando  o 
piremio  de  tantas  virtudes,  que  foram  a  sua 
partilha  na  terra. 

Reservei  para  o  fim  d'este  artigo,  dar  uma 
noticia  mais  circurnstanciada  do  principio 
â*esta  fabrica.  Mio  são  fundadas  em  tradi- 
ções, ou  esrriptos  de  credito  duvidoso.  Cons- 
tam de  doçumeutos  authenlicos  e  de  escri- 
pturas  publicas  que  existem  (como*  já  disse) 
no  cartório  da  casa  dos  srs.  Castros,  do  Co- 
vo \  que  eu  vi  por  varias  vezes. 

A  primeira  fabrica  de  vidros  que  houve 
em  Portugal,  foi  a  do  Covo  (ua  freguezia  de 
S.  Pedro,  de  Villa-Chan,  comarca  e  concelho 
de  Oliveira  de  Azeméis,  d'uade  dista  2  kilo* 
metros  ao  iNfi).  Nào  achei  dados  que  certi- 
fiquem o  anno  da  sua  fundação;  apenas  cons- 
ta que  já  existia  em  1484 ;  puis  que  então, 
D.  João  II,  ordenou  por  uma  provisão  que 
em  Portugal  se  não  podesse  estabelecer  ou- 
tra fabrica  de  vidros,  sem  conâentímento  e 
anctorjs^çâo  de  Diogo  Fernandes  (como  as 
letras  da  provisão  estão  bastante  apagadas, 
não  se  pôde  verificar  se  é  Diogo,  Domingos, 
ou  Dionísio ;  mas  parece  mais  ser  o  primei- 
ro nome)  dono  d*esta  fabrica. 

Não  se  sabe  se  a  provisão  de  D.  João  II 
foi  derrogada,  ou  se  o  proprietário  deu  li- 
cença para  se  fabricar  vidro  na  villa  de  Coi- 
na (no  Ribatejo,  comarca  de  Aldeia  Gallega) 
o  que  é  Certo  é  principiar  alli  esta  industria 
em  1498,  mas  em  muito  pequena  escala. 

Em  1580,  porém,  já  a  fabrica  de  Coina 

1  A  cuja  família  pertence  a  sr.*  D.  Maria 
Helena  de  Castro  Pamplona  de  Sousa  Hols- 
tein,  condessa  da  Ribeira. 


produzia  artefactos  de  vidro  que  rívalisavam 
com  os  do  Covo,  e  em  tão  grande  quantida- 
de,  que  lhe  faziam  prejudit^ial  concorrência. 
Então  o  proprietário  da  fabrica  do  Covo»  pre- 
valecendo-se  -dos  seus  antigos  privilégios, 
queixon-se  ao  rei  (D.  Affonso  V)  que,  por 
provisão  d'esse  mesmo  auDO,  ordenou  que  a 
fabrica  de  Coina,  só  podesse  vendnr  louça 
de  vidro  desde  a  margem  esquerda  do  Mon- 
dego até  ao  Guadiana ;  e  a  do  Covo,  desde  o 
rio  Minho,  até  á  direita  do  Mondego.  Para  o 
estrangeiro  e  ultramar,  podiam  exportar  am- 
bas, sem  restricção. 

Com  o  de(!urso  do  tempo,  esgotou-se  a  le- 
fiha  nos  arredor.es  de  Coina,  tendo  o  pro- 
prietário da  fabrica  de  mandar  vir  o  eom* 
bustivel  de  longe,  o  que  lhe  causava  gran-< 
des  despezas. 

Então  o  dono  da  fabrica  decidiu  mudai  a 
para  a  Marinha  Grande,  por  estar  próximo 
ao  piobal  denominado  de  Leiria,  onde  tinha 
eombnstivel  com  tanta  abundância,  que  ha- 
via a  certeza  de  nunca  faltar. 

Quando  Guilherme  Sl^^phens,  veiu  fundar 
a  grande  fabrica  da  Marinha  Grande,  já 
achou  a  antiga  fabrica  (que  parece  datar—- 
aqui—do  fim.  do  século  XVII). 

Não  se  sabe  porque  cAintrato  elle  tomou 
conta  d*ella,  o  que  ó  cerio  é  que  fui  a  que  o 
instigou  a  substiiuíla  por  outra  em  grande 
escala,  uiilisando  todos  os  antigos  operários. 

Em  Coina,  ainda  existem  vestígios  da  sua 
antiga  fabricado  vidros,  na  propriedade  dos 
herdeiros  da  sr.»  J.  Pouchet,  onde  depois  se. 
estabeleceu  uma  fabrica  de  zuartes,  que  se 
exportavam  em  grande  quantidade  para  a 
Africa. 

Esta  fabrica  foi  depois  transfeiida  para 
Sacavém.  — 

A  egreja  matriz  da  Marinha  Grande,  éum 
vasto  e  bonito  templo. 

As  casas  da  povoação  são  pela  maior  par? 
te  térreas,  ou  de  um  só  andnr,  mas  muita 
bem  caiadas,  commodas  e  bonitas.  Muitas 
téem.  canteiras  de  flores  aos  lados  das  por- 
tas, o  que  lhe  augmenta  a  belieza^. 

1  Ainda  não  vi  gira-sóes  maiores  do  que 
na  Marinha  Grande,  apezar  do  seu  soio  ser 
de  areia. 


80 


MAR 


Aê  ruas  é  que  são  de  areia  qnasi  toias,  o 
qne  6  bdstante  mcommodo. 

E*ta  poToaçAo  ti»m  melhorado  conAtd(^ra- 
YfíliBenCe  nVetes  nltini^  tt^mpos,  não  9Ô  p^^lo 
desenTolvimento  que  tem  tidu  a  iada^ria 
do  vidro;  mas  também  pelo  estabeleeiraento 
aqui  da  adminintração  das  maita9,  estação 
telegfaphi«^a,  lojas,  ele. — accrescendo  estar 
ligada  a  Lt>iria  por  ama  boa  estrada,  qne 
toma  fcu*ilima  a  saa  oommaDicação  eom  a 
eapital  do  districto. 

O  território  d'esta  fregopEia,  posto  ser  de 
areia,  é  bastante  produriívo,  e  os  géneros 
agriculas  são  em  geral  baratos. 

A  gente  da  Marinha  Grande  (quasi  toda 
empregada  nas  difTerentes  fabricas  e  no  pi- 
nhal) é  de  trato  ament,  franca  e  hospita- 
leiro. 

Vivendo  ha  umas  poucas  de  gerações  com 
as  commodidadt'»  que  dá  a  boa  remunera- 
ção do  assiduo  trabalho,  as  suas  casas  são 
interiormente  bem  mobiladas,  elegantes  e 
confortáveis^  e  seus  moradores  extremamen 
aeeiados. 

Faz  gosto  visitar  esta  bella  povoação,  on- 
de, em  vez  de  encontrarmos  aldeões  rudes, 
boçaes  e  ignorantes,  vamos  achar  homens 
il lustrados,  úteis,  bons  e  afáveis. 

A  freguezía  da  Marinha  Grande  foi  orea 
da  ao  anno  de  1600. 

Em  1590,  fízeram  os  moradores  da  Mari  , 
nka  e  Gracia^  um  requerimento  ao  bispo  de 
Leiria,  D.  Pedro  de  Castilho,  pedindo  licença 
^ara  se  poder  dizer  missa  na  ermida  de 
Nossa  Senhora  do  Rosário,  qne  tinham  con- 
Btruido  no  logar  da  Marinha,  o  que  o  pre- 
lado concedeu,  mediante  a  licença  do  cura 
da  freguezia  de  S.  Thiago,  do  Arrabalde  da 
Ponte,  a  que  estas  aldi^ias  pertenciam. 

No  anno  seguinte,  o  mesmo  bispo  consti- 
tuiu a  Marinha  em  freguezia  independente, 
ficaiido  a  fabrica  da  egreja,  capella^  sachris- 
lia  6  casa  do  cura  á  obrigação  dos  freguezea, 
que  taxaram^  ao  seu  parocho  70  alqueires 
de  trigo  e  iO  de  segunda;  além  d'tsso,  cada 
fogo  dava  1  quartão  de  vinho  (depois  davam 
30  réis  por  elte).  Mas  sob  a  condição  de  qne 
vindo  a  ser  t>s  fogos  mais  de  80,  lhe  aceres 
contariam  o  salário. 


MAR 

O  bispo  flcon  com  o  direito  de  apresenOt^ 
ção,  e  dava  ao  <*ura  3^000  réis  em  dinheiro». 
A  primittiva  capella  de  Nossa  Senhora  dh» 
Rosário,  ficou  sendo  a  egreja  parochial  da 
nova  freguezia,  até  ao  anão  dn  180k,  em  que 
a  demoliram,  para  se  constrair  a  afituaL 

'  Cumpre  notar  que  o  PoriugtÉÍ 
Sarro  e  Profano,  dá  ao  paroetio 
-  d'esta  fregQf^zia  (como  vimos  ttm 
principio  d*este  artigo)  420^600 
réi^i  de  rendimento,  e  o  Couseiro^ 
diz  que  o  povo  dá  ao  paroebo 
150^000  réis,  de  côngrua,  e  ao- 
coadjutor  401000  réh. 
No  altar-mór  da  egreja,  está  a  image^n  da 
padroeira,  em  um  nicho  de  pedra,  duurado. 
Tem  mais  quatro  altares  lateraes. 
Ha  n'esta  freguezia  as  capellas  seguintes: 

S.  Pedro  de  Mnélsô  existem  d*esta  er- 
mida as  ruints  da  capella-mér,  sobre  aoia 
rofha;  e  parte  do  altar,  que  era  de  pedra  e 
cai.  Foi  destrui  da  pelo  mar. 

S.  Pedro — ^no  mesmo  siiio  da  antecedente, 
porém  mais  para  a  terra,  está  outra  capella, 
quo  se  construiu  depois  da  demoii<;ão  da 
primeira,  e  da  sua  mesma  invocação.  N'ella 
estão  as  imagens  de  Nossa  Senhora  da  Pie- 
dade e  de  S.  Pedro,  apostolo,  que  estavam  na 
outra. 

Senhor  Jesus  dos  ^<'cí05— fundada  em 
1861,  próximo  e  ao  S.  da  povoação  da  Ma- 
rinha Grande,  junto  ao  cemitério,  que  fei 
benzido  em  1857. 

Foi  a  capella  benzida,  em  9  de  abril  de 
1865,  pelo  missionário  Lmz  Pivspeii,  ita- 
liano; e  no  mesmo  dia  se  celebrou  n'eila 
missa,  pela  primeira  vez. 

Em  1866,  se  instituiu  n^esta  capella  uma 

» 

irmandade  intitulada  do  Senhor  Jésus  dos 
AffllctoSy  composta  Jogo  de  228  irmãos,  que 
vuluQtariameute  se  encarregaram  da  fabrica 
e  da  capella. 

Em  2  de  fevereiro  do  mesmo  anno  de  1866, 
se  coUocou  aqui  a  veneranda  imagem  do 
mesmo  Senhor  Jesus,  e  n'esse  dia  se  lhe  ias 
a  primeira  festa.  « 


j 


IfÂR 


MAR 


!S1 


Capella  do  Engenho — exHún  alé  á  ínTasâo 
lirane«*za,  seodo  eutáo  queimada  pelas  hor- 
^8  de  Bonaparte. 

Nào  se  sabe  qtial  era  o  seu  ocâgo. 

Era  fabricada  p<'la  adoiioistraçio  do  pi- 
nhal de  Leiria,  e  tinha  um  rtappUào,  pago  á 
ensita  dainosma  administração.  IVpois  de  ia- 
ceudiada  a  eroiida.  passou  a  cap^il»nia  para 
a  fareja  parocfaial  por  alguas  anuas;  mas 
acabou. 

Santa  Barbara — feita  no  logar  de  Gracia, 
feita  pKJos  seus  moradores :  D.  Diniz.de  Mel 
ÍOy  hi<p<»  de  Lt^iria,  ifae  deu  licença  para  n*ella 
se  diz»*r  missa,  em  1635. 

No  t«>rriK»rio  dVsta  freguesia,  cáe  parle 
•do  pinhal  dVÍ-m,  que  oomeça  na  laffôa  Sa 
pinha,  que  está  á  borda  do  aceiro  e  ch^^ga 
até  á  Vieira  e  freguezla  de  Cat^ide,  (Vide 
Sttpinka  e  Vieira,) 

Por  esle  siiio  da  Marinha  Grande,  se  lan- 
çou f«>go  ao  pinhal,  em  4645,  o  que  causou 
grmde  prejuízo  ao  estado.  Tiraram-se  três 
devassas  (o  provedor  uma,  o  juiz  de  fora  ou- 
Ira  e  o  guarda^inór  dos  piuhaes,  ontra)  c^m 
insiguificante  resultado. 

Sf^ndo  bispo  de  Leiria  D.  Marfim  Affonso 
Hexia,  e  guarda-mór  dos  plnbaes,  Jorge  da 
Silva  da  Co^ta,  se  tornou  ^a  lançar  fogo  no 
mesmo  pinhal,  que  causou  lambem  enormes 
prejuízos  nas  arvores.  Veiu  um  dpsembarga- 
■dor  devassar;  porém,  como  se  disse, o biitpo 
e  guarda  mór  foram  os  incendiários,  e  nada 
fesultou. 

Dependentes  da  admimsiraçõú  das  mattas 
do  reino,  ha  aqui  quatro  es(abi*leeimentos,' 
inm  dos  qoaes  é  muito  importante: 

!.•  Fabrica  resinosa» 

%•  Fabrica  de  resinagem. 

3.*  Estalfin)  para  iujecçãn  de: madeiras. 

4.*  S«>rraría  me($hiniiea« 

A  fubritta  resinosa,  •só  produsia  péz  e  ai- 
eatrào.  Drpuis  iratea  sede  descHar  o  alfA« 
4rào,  pam  produzir  agua^^ráziengoa^^russa; 
mas  esta  ultima  eucontraflra^poaeaieaàidanos 
aQPfrjídos. 

Etta  fiibrtea  tMMpFehenáea^íBcnarilos 
J0j!(íod4^os,(o6numiapparvlhO'4H<8eytiadro8| 
iO  fornos  de  péz  (como  os  franeezeá>psira 


aproveitar  os  resíduos  do  tratamento  fabril 
da  terebintina  e  iO  fumos  raguzmnos. 

Em  1858,  lembrou  se  o  sr.  B«?mardtno 
José  Gomes,  zf  loso  e  imeiligente  empregado 
da  administração  geral  das  mattas  (d*^po&s 
do  sr.  Sebastião  Beitamio  de  Almeida)  de 
tentar  algumas  experiências,  com  u  maior 
segredo,  para  extrahír  a  resina,  tão  bem  lhe 
sahiram,  que  sendo  logo  apresentados  os  pro- 
doetos  doestas  experiências  no  minislerio 
das  obras  publicas,  e  u  algiMis  comoiercian- 
tes,.  foram  todos  c-oneorttes  na  approvação 
dos  mesmos  produotos  e  nos  elogios  ao  sr. 
Bernardino  Jopé  Gomes.  Goniinuunasfxpe* 
riencias  em  1859,  Já  então  au«'torisado  pelo. 
governo,  e  se  priaripiou  a  erigir,  sob  a  sua 
direcção,  um  dos  eéíâcios  que  deviam  ser- 
vir para  a  falNrica  de  resinagem* 

Esta  fabrica  tem  já  dois  edifl- 
cios  de  boa  appareneia,  com  mais 
de  20  tanques  para  a  gemma, 
com  a  capacidade  de  8<400  lUras 
cada  um,  6  um  poço  arteMano. 
A  aéminislraçào  das  mattas  propôz  ao  go- 
verno (attendendo  ao  interesse  que  resulta- 
ria para  o  estado  e  para  a  povoação)  o  des- 
envolvimento da  nova  indu^ria;  p»ra  o>que 
pedia  que  fosse  oma  eonimissàu,  dn  pessoas 
competentes,  visitar  os  niai^  importantes  es- 
tabelecimentos resinosos  do  sul  da  >  França. 
Consultando  o  governo  o  eousul  porta- 
guez  em  Nantes  (José  Manuel  do  iNasiúmea- 
to)  que  visitâfa  esses  estabeleoiment^s,  no- 
meou uma  comíbissao,  eofiiposta  dos  srs. 
Manuel  Raymundo  Valladas  engenh^^iro,  e 
Beraardioo  José  Gomes»  qne,  em  I86f^  fo- 
ram a  França,  parao 6m  ^xpoato,  dandona 
«vutta  o  competente  reiatofíu. 

Desde  enião  datam  na  prodresaoa 'da  fa- 
brica de  resinagem,  «nijo»  prudneioasão  óp- 
timos, «e  muito  .procurados  porn^cionj^s  e 
estrangeiros. 

■Eat««  tproduGtos,  sendo  examinados  por 
^mr.  fDive^,  ^diettneto  (-himieo,^em  Montiie 
Marsan^ficoil  lào  surpreheodido.ao  vera-ra- 
'4)a<^Ca  \da  •  gamma,  e  a ipei feição  c^m  qve 
iâ*elkitfle  exirahiam  na>seuiiipMu!Stos,fq«e 
não  só  confessau  eainn  snpenores  aos  4a 
^fifBVçai  mas  tiló  det^larau,  que  o«u»a  rvira 
gemma  tão  rica  em  óleo,  ei^iiâiiiuiaiafnada 


82 


MAR 


MAR 


coinp«tiri:i  vantajogaroente  com  todos  os  pro- 
dactos  raropeus  d*aqaelle  género;  porque 
os  de  Veneza  e  Chio  não  eram  mais  li)ellos. 
M r.  Charles  de  Truyat  (de  Bayona)  arren- 
datário das  roattas  do  estado,  deDoroioadas 
Duna$  do  SvU,  faltando  dos  productos  d*este 
género,  da  Maríoba  Grande,  diz:  (tradue 

4È  penoso  eonfessal-o,  mas  nao  podemos 
t  competir  com  os  prodactos  dePurtngal; 
«porqne  são  o  melhor  qoe  se  pôde  encon- 
«trar  n'e8te  género.» 

(Vide  Carmáe  e  Pinhal  de  Leiria) 

A  2  kiiomc^tros  da  Marinha  Grande,  no  si- 
tio de  Pedreanes,  em  6  de  março  de  1866, 
foi  inaugurado  nm  alto  forno,  constmido 
segando  o  sy.^tema  moderno,  para  fundição 
de  ferro,  pertencente  á  Companhia  de  ferro 
e  carvãOy  de  Portugal^  limitada. 

Na  Marinha  Graod»  ha  uma  estrada  (a  pri- 
meira construida  n'este  reino,  pelo  sys^tema 
ameri<«ano,  ha  mais  dn  10  anno^)  que  leva 
os  productos  dHS  fabricas  e  as  madf^iras  do 
pinhal,  para  o  purto  d^  S.  Maninho,  para 
d*alli  seguirem  para  Lisboa,  Porto  e  outras 
direcções. 

O  lugar  da  Marinha  portpncia  á  freguesia 
do  Arrabalde  da  Punte,  junto  a  Leiria. 

Em  1590,  fizeram  os  moradores  da  Mari- 
nha e  GracÍH,  um  requerimento  ao  bispo  de 
Leiria,  D.  Pedn»,  dizendo  qun  tinham  uma 
ermida,  da  invo4*açau  de  Niissa  Seuhdra  do 
Bosario,  no  lugar  da  Marinha,  e  pediam  li 
oença  para  nVIla  se  dizer  missa,  ao  que  o 
prelado  arcedeu. 

Em  1600,  a  requerimento  dos  mesmos  po- 
Tos,  creou  o  prelado  (ainda  D.  Pedro)  a  fre-* 
gnezia  da  Marinha,  desmembrando  a  da  fre- 
guesia do  Arrabalde  da  Ponte. 

Ficou  ao  bispo  o  direito  da  apresentação  da 
egreja,  e  ao  puTo  a  obrigação  da  fabrica  da 
egreja,  9ai*hrií4tia  e  casas  do  cura.  A  este  ta 
xaram  70  alqueires  de  trígit,  10  de  segunda 
^-e  1  qnariâo  de  vinho  cada  fogo.  (Depois, 
em  vez  do  quartào  de  vinho,  davam  30  réh.) 
O  bispo  dava  annualmente  ao  cura,  3^000 
réis,  e  deu  para  as  obras  da  egreja  (das  ren- 
das da  mesfna)  20^000  réis. 

Duzentos  fogos  constituíram  a  parochia, 
no  seu  principio. 


Ficou  a  eapella  de  Nossa  Senhora  d»  Bo* 
sarío,  servindo  de  egreja  parochial;  porta» 
com  o  desenvolvimento  da  população.  Cm 
demolida,  pelos  annos  de  1804,  e  no  mesoM 
logar  da  eapella,  e  aproveitando  ósseas  ma- 
teriaes,  se  construiu  a  egreja  actual,  que, 
apezar  da  sua  amplidão,  ainda  é  insufBciente 
para  o  povo. 

(Para  não  faxer  o  artigo  da  Marinha  Gran- 
de interminável,  vide  Pedreanê9.) 

MABINHâ  (Santa)  DA  COSTA-^Vide  Cdf- 
ta. 

MARINHA  — (Vide  Félix  da  Marinha— 
São.)  Antigamente  denoniinava  se  esta  fre- 
guezia.  São  Fins  da  Marinha.  Ha  um  docB- 
mento  de  1623,  que  lhe  dá  ainda  este  nome. 
È  uma  prova  mais  de  que  Fins  e  Félix,  no 
antigo  portuguer^  A  uma  e  me^ma  cousa. 

MARINHA  <Santa)  DO  TROFÊÇO-^fregiie- 
zia,  Douro,  comarca  e  concelho,  10  kilome- 
tros  ao  O.  de  Arouca,  40  ao  S.  do  Porto,  95 
ao  S.  do  rio  Douro,  300  ao  N.  de  Lisboa,  900 
fogos. 

Em  1757  tinha  140  fogos. 

Orago  Santa  Marinha,  virgem  e  martyr. 

Bispado  de  Lamego,  dístricto  adminístra- 
ctivo  de  Aveiro. 

O  papa  e  o  bi«po  apresentavim  alternati- 
vamente o  abbade,  que  tiuha  350il00O  r^ 
de  rendimento. 

Esta  fr^guezia  está  situada  na  serra  dos 
PausadouroSy  e  em  v;irias  das  suas  ramifica- 
ções, sendo  as  print*ip%e:<,  oh  inrmtes  de  S. 
JoãOy  Vergadellas,  Ferreiros,  Póvoa^  Corra- 
ceira  e  outros.  Ê  pois  o  seu  território  muito 
accidentado,  mas  fértil  em  lodos  os  géneros 
agrícolas,  produzindo  muito  e  óptimo  vioiío, 
alguin  azeite,  do  melhor  do  r«  ioo  Cria  mui- 
to gado  de  toda  a  quHliilade,  exportando 
grande  porção  de  juntas  de  bois  gordos  pá- 
ra a  Inglaterra. 

É  terra  muito  abundante  de  boas  aguas, 
de  fontes  e  mina»,  e  de  varins  regatos»  que 
todos  desaguam  no  Arda. 

Nos  seu»  montes  ha  muita  caça,  e  grande 
creaçao  de  colmeias. 

A  egreja  matriz  é  mui^o  antiga ;  mas  pe- 
quena e  pobre.  Está  edificada  em  uma  ba- 
cia no  alto  da  serra,  em  sitiu  bonito .e  san- 
daveL 


MAR 


MAR 


83 


Tem  a  capella  de  S.  Joio,  do  monte,  em  i 
um  ermo,  abaixo  da  aldeia  de  Vergadellas. 
É  povoação  maíio  aatiga,  pois  }à  era  pa- 
Tochia  em  900,  o  qae  coDSta  de  documen- 
tos existentes  no  cartório  do  mosteiro  eis- 
teiiense  da  vi  lia  de  Arouca. 

É  n'esta  freguezia  a  aldeia  de  Âlmançôr, 
•de  que  tratei  no  logar  competente,  celebre 
pela  sua  antiguidade. 

Foi  habitada  pelos  mouros,  do  que  ha 
muitos  vestígios  de  lavra  de  minas  metali- 
zas, tanto  no  sitio  dos  Sete  Buracos^  de  que 
já  failei,  na  palavra  Carroceira,  coroo  pelas 
margens  do  rto  Arda  (vide  esta  palavra)  on- 
de ainda  existem  varias  galerias,  e  tem  ap- 
parecido  algumas  mós,  com  que  os  árabes 
(e  talvez  mesmo  povos  anteriores  á  sua  do- 
minação na  Lusitânia)  moiam  o  quartzo,  pa- 
ra lhe  extrahir  as  partículas  de  ouro  que 
contiuha. 

T7o  monte  de  Pulgosinho,  logo  abaixo  da 
serra  da  Carroceira,  ha  uma  comprida  pe- 
dreira de  betia  calcedonia. 

No  logar  de  Vergadellas,  ha  uma  grande 
anta  céltica,  e  outras  menores  no  alto  dos 
Pou^adouros ;  o  que  prova  que  este  territó- 
rio já  era  habitado  pelos  celtas,  ou  pelos  po- 
vos que  os  precederam,  e  a  que  os  moder- 
nos,  não  lhe  sabt^ndo  outro  nome,  denomi- 
nam preeeltas. 

O  riu  Arda  divide  aqui  esta  freguezia  da 
de  Santa  Ghri«)liaa  de  Mançôres ;  o  bispado 
do  Porto  do  de  Lamego,  e  a  Terra  da  Fei- 
ca  da  de  Arouca. 

No  logar  do  Carvalhal,  dVsta  freguf^zia, 
está  lançada  sobrt^  o  Arda  uma  ponte  de  Al- 
venaria, de  um  »ò  arro,  mas  alta  e  de  boa 
construcçào.  Também  já  fatiei  nVlU,<quan- 
do  tratei  do  rio  Arda.  No  meio  dVata  pon- 
te, podem  estar  os  bi:4pos  do  Porto  e  de  La- 
mego, de  mãos  dadas,  e  cada  um  no  seu 
bispado. 

MARINHAS— freguezia,  Minho,  remarca 
de  BarceIlo8,  concelho  de  Esposende,  30  ki- 
lometros  a  O.  de  Braga,  3ii5  ao  N.  de  Lis- 
ix)a,  380  fogos. 
Em  1757  ttuha  318  fogos. 
Orago  S.  Miguel,  archanjo. 
Arcebbpado  e  districto  adoaínistrativo  de 
Braga.  f 


O  cabido  da  Sé  de  Braga  apresentava  o 
reitor,  que  tinha  ISOi^OOO  réis  de  rendi- 
mento. 

Está  situada  perto  da  costa  do  mar,  e  é 
muito  fértil.  Cria  muito  gado. 

MARINHAS  DE  SAL,  ou  SALINAS  em 
Portugal  —A  agua  salgada  sendo  recolhida 
em  reservatórios  e  taboieiros  conveniente- 
mente construídos,  passando  de  uns  para 
outros,  e  evaporando  se  ao  ar  livre,  deposi- 
ta por  crystalisação  o  sal  das  cosinhas,  ou 
chiorureto  de  sódio. 

Dá- se  o  nome  de  marinhas  ou  salinas  a 
estes  reservatórios  que  as  aguas  salgadas 
percorrem,  para  se  evaporarem  e  deporem 
o  sal. 

As  principaes  marinhas  do  nosso  paiz  são 
as  de  Lisboa,  que  existem  em  ambas  as  mar- 
gens do  Tejo,  até  áâ  alturas  de  Yiíla  Fran- 
ca ao  N.,  e  ao  S.  aié  Alcochete ;  as  de  Se- 
túbal, que  orlam  ambas  as  margens  do  Sa- 
do, desde  a  foz  até  Al<'acer  do  Sal ;  as  da 
Figueira,  que  comprehendem  prinrip^ltàen- 
te  as  de  Lavos  e  Morraeelra ;  as  de  Aveiro, 
que  oceupam  uma  superficie  de  mais  de  85 
kilometros  nas  ilhotas  e  lesirias  que  for- 
mam os  esteiros  do  Vouga  era  Aveiro,  Ilha- 
To  e  Esgueira ;  e  as  do  Algarve,  sendo  as 
roais  conhecidas  as  de  Alniargem,  Tavira, 
Faro  e  Vllla  Nova  de  Portimão. 

Os  trabalhos  da  sa  li  nação  principiam  ge- 
ralmente em  junho,  fazeadose  principal- 
mente a  colheita  em  julho  e  agosto.  A  agua 
recebida  directamente  do  mar  produz  msds 
sal  que  a  dos  rios  e  lagos  salgados ;  por  is- 
so as  marinhas  mai<*  próximas  da  Toz  dos 
rios  são  mais  rendosas,  porque  é  Inaior  a 
salsugem  das  aguas.  É  nas  marés  vivas  de 
cada  mez,  que  a  produoção  salina  é  nuas 
abundante,  porcpie  vem  do  Oceano  maior 
porção  de  agua  salgada.  Rsrá  calculado,  que 
na  foE  do  Mondego  12:533  metros  cúbicos  de 
agua  podem  produzir  600  moios  de  sal;  e  que 
para  produzir  esta  mesma  quantidade,  as 
marinhas  de  Aveiro  precisam  de  14:401  me* 
tros  cnbicos  de  agua,  porque  esta  é  de  me- 
nor salsugem. 

Esta  industria  é  uma  grande  riqueza  pa- 
ra Portugal,  porque  não  só  abasti^ce  com 
'abondanoia  os  .merca^bo^  nacionaei^  mas 


:84 


MAK 


MÂR 


eoDstíiae  xsm  ramo  de  grande  exportação 
imra  paizes  exirange iros,  onde  o  sal  das  ma- 
ritibas  portuguezaa  tem  maita  acc^itaçao. 

Ha  também  snlínas  perto  de  Rio-Maior  e 
da  Batalha.  Actualmente  ponco  ou  nada  se 
exploram.  È  provável  que  a  agua  salgada 
que  se.  enc^ontra  n*estes  dois  sítios,  proceda  de. 
depósitos  subterrâneos  de  sal  mioeral,  que 
ainda  se  não  descobriram ;  e  não  de  agua 
do  mar,  que  fica  longe,  e  mesmo  que  aqui 
pedesse  chegar  (que  nào  cbega)  teria  fur^^o- 
samente  perdido  as  partes  salinas  pela  fil- 
tração. 

Kâo  podemos  admirar- nos  de  que  haja 
n'este  reino  depósitos  de  sal  miueral,  visto 
que  ha  vários  em  Hespanba,  sobre  tudo  nas 
celebres  montanhas  de  Cardona,  cujos  pro- 
ductos  fornecem  uma  grande  parle  da  Hes- 
paoha. 

MARINHOS— antiga  freguezia  do  Minho, 
ha  muiu>s  annos  aunexa  á  de  Valia  dares 
(Santa  Eulália)  na  comarca  e  eoucelho  de 
.llonvão,  arcei)i.spado  de  Braga,  districto  ad- 
ministrativo de  Yianna. 

Foi  solar  dos  Marinhos  poriuguezes— que 
lhe  deram  o  seu  nome. 

Marinho  é  um  appellido  nobre  em  Portu- 
gal. Veio  dtí  Gallízap  e  alli  tomado  por  al- 
cunha. O  primeiro  que  em  Portugal  appare 
ceu  com  este  appellido,  e  que  veio  da  Gal- 
Uza  estabelecer-se  Q*este  nâuo,  é  D.  Afifun 
90  Paes  Mariuho.  Suas  armas  sáo — em  cam- 
po de  prata,  4  í.ixas  azues,  ondeadas.  Elmo 
de  aço  aberto,  e  por  timbre,  uma  sereia, 
com  eabéUo  de  ouro. 

Os  Marinhos  oriundos  da  exiincta  fregue- 
lia  da  Marinhos,  trazem  por  armas— -em  cam- 
po verde,  5  flores  de  iiz  de  prata,  em  aspa, 
•elmo  de  aço  aberto,  e  por  timbre,  uma  tse- 
reia  da  sua  côr,  cou  eabôilo  de  ouro. 

Outros  do  mesmo  appeUido  usam-^-em 
campo  verde,  5  flores  de  liz  de  prata,  em 
aspa,  e  por  baixo  d*elias  3  íaxas  de  ondas 
de  azul  e  prata.  Elmo  de  aço  aberto,  e  tim- 
bre a  sereia  das  arma»  anteCndeotes. 

Ainda  outros  Marinhos  in^z^m  por  armas 
-^em  campo  de  prata,  3  oiidaa^de  azul,  em 
foxa— timbre  e  elmo  o  mesmo. 

'PíaahneDte,  outros  Udafli-^em  campo  aial. 


0  melas  flores  de  ttr,  de  ouro,  era  aspa.  O 
elmo  e  timbre  oomo  o  das  antecedentes. 

MARIZ— freguezia,  Miuho,  comarca  e  eon- 
celho  de  Barceilo«,  24  kilometros  ao  O.  4e 
Braga,  360  ao  N.  de  Lisboa,  90  fogos. 

Em  1757  tinha  35  fogos. 

Orago  Santo  Emiliào. 

Arcebispado  e  distrietõ  admtoistrativo  d» 
Braga. 

Esteve  por  muitos  aoaos  aunexa  à  fregne- ' 
zía  de  Creixomil. 

Em  Mariz  ha  uma  fonte  de  agua  mineral, 
que  se  applica  com  bom  resultado  para  va- 
rias moléstias  do  estômago.  E'  tào  adestrin- 
geut^,  (|ue  cura  quasi  sempre  o  fastio,  (lil- 
de  Fragoso.) 

O  reitor  do  coDvento  de  Villar  de  Frades 
(de  fonegós  de  S.  Jt^âo  Evangelista  —  deno* 
minados  —  os  bens  hcmens  de  VUfnr)  apre- 
sentavam o  vigário,  que  tiuha  20M0O  réis 
de  côngrua  e  o  pé  d'altar. 

Esta  freguesia  fica  contigua  ás  de  Fraga^ 
so  e  Creixomil. 

E*  povoação  antiquíssima,  e  dVila  fffOce« 
de  o  nobre  appellido  de  Mariz, 

Lnpo  de  Mariz,  que  é  o  troeoo  das  íhmi- 
lias  d'este  appellido,  tinha  o  seu  sdar  no 
Po/çn  de  Mariz, 

António  de  Mariz,  fittio  de  Affonso  Lopes 
de  Mririz,  e  neto  d*aquH||e  Lopo,  residia  em 
Villa  do  Conde.  Requereu  brazio  d*arcnas^ 
que  Philippe  IV  lhe  mandou. dar,  em  14  de 
setembro  de  i6  >4.  Poi  eonstruido  da  ma- 
neira seguinte  :— em  campo  aaiti.  5  vieiras 
de  ouro,  em  cruz,  realçadas  de  negro,  ap- 
parecendo  por  entre  as  suas  pétalas,  «pua- 
trò  fuíhas  verdes  em  cruz  —  elmo  >de  aço 
akierto,  e  por  timbre,  meio  .leio  azai,  iam* 
passado  de  púrpura,  «oói  ama  das  vieinas 
na  cabeça. 

A  casa  do  Paço  de  Mariz,  passou  dspoís.a 
ser  morgado,  dos  Ferreiras. 

llAilKÊVA-~tributo  infame  que  sa  paga- 
va no  tempo  do  feudalismo,  em  algumas  na- 
ções da  Europa,  priDeipfiil.me.fue  nas  Gattíai 
e  na  Germânia,  sendo  quasi  gerarnas  mar- 
gens do  Rheno,  pelos  margp»T9S,'bargraves^ 
e  landgraves  das  cidades ecastellos  dssOoas 
margens.  Consta  que  na  Escnqia  também 
existia  o  direito  da  ma^êta^  que  o  ealhidi- 


Má» 


HÂft 


88 


eo  cei  lláleolm  abolia  em  1090»  ^oitstiittún- 
^o-a  por  0  imposto,  de  400  réis  em  dinheí» 

DÍE>se  que  este  tributo  também  era.iisa« 
do  Bas  ilhas  Canárias  (as  ForhmaéUa  dos 
aoiigos)  mas  qae  fíá  profaibído  desde  qnç 
08 .  bespanhoes  tomaram .  estas  ilbas.. 

O  tribato  de  markita^  consistia  no  direi- 
to qae  tinba  o  senhor  da  terra,  d»  dormir 
eom  a  noiva  d«  colono»  servo  on  emphiten- 
4a,  na  primeira  noHe  de  .easâmento  d*aile& 

Não  ha  um  só  doeamento  que  prove  com 
evidencia  ter  existido  em  Portugal  este  dt- 
reito  immoralissimo;  e  nem  ^UktoriAúos 
Úôios  falia  d^eiie  senão  como  tradição  .die 
cousa  já  passada.  É  pois  de  suppâr  quenmo^- 
ca  existia  na  Lusitânia,  a  nSo  ser.  sob  a  do- 
minação agarena,  e  isso  mesmo  não  ccmsta 
de  .doeamento  digno  de  fé. 

Ha  porém  varias  lendas  sobre  este  abo- 
minável direito.  (Tida  Gardiellos,  a  pag<  M6, 
«QÍ.  1»  do  2.«  vol.) 

MARMfiUAIi  vulgarmente  MAKMSI.Aa 
-^freguesia,  Alemtejo,  comarca  de  Cuba, 
•concelho  de  Vidigueira,  45  kilometros  de 
Évora,  i30  ao  SE.  dei  Lisboa,  70  fogios. 

Em  1757  tinha  36  fogos.     ■ 

Drago  Santa  Brisida. 

Bispado '  e  dístricto  administrativo  de 
Beja. 

(O  seu  primeiro  orago  foi  Santa  Ifaría.) 

Qs  condes  de  YaUe  de  Reis  apreseptavam 
o  prior,  que  tinh^  400^000  réis  de  rendi- 
mento. 

« 

fi  terra  maito  fértil,  sobre  tudo  em  ce- 
reaes. 

Provem  lhe  o  nome  de  haver  aqoi  qnui- 
tosi  marmelieiros,  pelo  que  se  deve  dizer 
marmellal  e  não  marmelar. 

HARHELLâL— nome  primittivo  da  actual 
vilia  de  Portel.  (Vide  Portel.) 

MARKELAL— vide  marmWío/. 

MARMELLEIRA— freguezia,  Beira  Alta, 
comarca  de  Santa  Comba  Dão,  concelho  e 
i2  kilometros  de  Mortágua,  25  de  Coimbra, 
230  ao  N.  de  Lisboa^  160  fogos. 

Em  1757  tinha  44  foges. 

Orago  S.  Migupl,  archanjo. 

Bispado  de  Coimbra,  disiricto  administra- 
tivo, de  Viseu..  , 

VOBUMB  V 


.Os :  duques  de  Cadscval  apresentovaÉi  o 
pi^r,;.que  tinha  ^300^000  réis  de  rendi* 
mentOk 

É  lèrra  muito  fertiL  Muito  gado  de  todaii 
qualidade  e  caça.  . .  i-j 

Pnoximo  e  ao  N.  do  logar.da  Marmeileira 
estio  Sanctuario  de  Nossa  Senhora  doCaií* 
mo,  cuja  origem,  consta  ser  a  seguinte :  : 

O  padre  Sebastião  do  Monte  Calvario^lsra 
prior  da  Marmeileira,  pelos  annos  de  iG06t 
JBra  um  varão  de  muita  sciencia,  de  com* 
portamento  exemplarissimo  e  eminenternsn* 
te  caritativo,  pois  tudo  quanto  adquitía  eia 
por  elle  repartido  com  os  necessitados. 

Tentou  edf Ôcar  um  mosteírinho,  dedicado 
a  Nossa  Senhora  do  Carmo,  onde.  vivesse 
ama  pequena  coosmonidade  de  religiosas 
carmelitas  calçados,  e  para  o  qual  obteve  li- 
cença dos  respectivos  prelados. 

Edificou  uma  egreja  suffieiente,  claustro, 
dormitório  e  maisoffieinas  necessárias;  pre- 
tendendo renunciar  o  seu  priorado  em  b^ 
nefício  do  mosteiro. 

Era  porém  padroeiro  da  .igreja  deSélli* 
gael,:0  cojude  de  Odemira,  que,  depois  de 
estar  o.edi&cio  do  mosteicoii  cosehiidft^ 
não  consentia  em  perder  os  rendimentos  do 
padroado,  em  favor  dos  ireligiosos«  Gomo 
estes  não  ppdessem  viver  siun  rendimentos, 
e  o  mosteiro  nào  tinha  outros,  porque  .o 
prior  tinha  dispendido  todos  os  seus  have* 
res  n*esta  construcção,  ficou  o  mosteiro  dea* 
habitado. 

O  bom  prior  erigiu  então  aqui  omair- 
mandado  da  mesma  invoeiíçao  de  Nossa  Se- 
nhura  do  Carmo,  com  seus  estatutos,  qoe 
em  pouco  tempo  conteve  grande  numero  49 
irmãos;  não  só  da  freguezia,  mas,|amhen 
da  viila  de  Mortágua  e  de  outras  fregue- 
zias : 

Faz-se  ^  festa  da  Senhora»  no  próprio  dia^ 
que  é  a  16  de  julho  de  cada  anuo. 

Em  5  de  novembro  se  faz  um  anuiver^- 
rio  por  todos  os  irmãos  fallecidos. 

Ha  também  n*esta  freguesia  o.^qtuarí^ 
de  Nossa  Senhora  da  Bibei^j^,  a^poacaidJA- 
ta^nçia  da  aldeia  da  Marmeileira,  e  .nas  imr^ 
gens  de  ^ma  caudalosa  ribi^a^  a  que  a  f#f 
pella  dcTa  o  titulo.  .x<b 

6 


ae 


>  AimftgoirdaNosábSeBhonáéè  peara, 
éb  nas  90  eeBtiáieth)^  de  altura,  ocpD  o  tts- 
nino  Jesus  no  braçe  esquerdo,  offerecéndo* 
ibef  GDiB  aimlo  direita  UBl  ramiiilio  d«  fra- 
ctos. 

'  I^ra-itó  (guando  etta-bapella  foi  ftulda- 
ia;DBías  sabe-se  iiue:jáesí8tiAémi64i^  e 
que  foi  ceedificada  e' ampliada  =€01 1747. 

Nossa  Senhora  da  Ribeira  é  objecto  de 
aofiiita  devoção  para  os  poVos  d>  estes  dias. 
^  lEÂia(ELI.EIRO--fregiM£ia,  Beira  Baixa, 
comarca  e  oonceiho  da  Gertan,  (M)  kilomer 
tros  do  Grato,  165  ao  SE.  de  Lisboa,  200  fo^ 
f  os.  Em  1757  tisha  5$  íbgob. 

Orago  Santo  António  de  Lislioa. 
«  É  uma  das  freguezias  do  ^graoprlorad» 
do  Crato,  aetuaimen^  aiiiiexa  ao  patriar- 
iSbado-HiisttlcCo  adiubiistratlrò  de  Caistélle 
Branco. 

O  grao-príor  do  Grato  apresentava  o  cu- 
ra^  <fue  tinha  SOIíOOO  réis  de  côngrua  e  o 
lȎ  deitar. 

É  terra  fértil. 

«âRMBlLCmO-^freguèzia,  Beira  Bblxa, 
eôneeiho,  comarca  e  18  kildmetroB  da  Guar* 
da,  315  ao  B.  de  Lisboa,  800  fogos. 

Em  1757  tinha  400  fogos. 
<  •  Or^go  Nossa  Senbora  da  Conceito. 
'  Bispado   e  distrietô   administrativo  da 
Guarda. 

A  mesa  da  consciência  apresentava  o  vi- 
gário, que  tinha  40^000  réis  de  côngrua  e 
o  pé  d'aUar. 

fi  terra  fértil.  Muito  gado  e  caça. 

IIARMELLBIRO  —  aldeia,  Extremsdtva, 
próximo  â  cidade  de  Thomar,  a  cujo  conce- 
lho e  comarca  pertence,  fi  prdasia  de  Tho* 
Mar,  hoje  annexa  ao  patrlarchadô.  Districto 
de  Santalrem. 

Nada  tem  de  notável  esta  aldeia,  sehio 
oiser  pátria  de  ^não  (Somes  {e  saptUêiro 
santo,)  Aprendeu  na  âua  jnvemudeo  offibio 
que  lhe  deu  o  cognome. Eraum  vai^o  ador- 
nado de  todas  as  virtudes  christans.  Exer- 
ceu por  14  annos  o  emprego  de  guarda  da 
miiveriftidade  de  Btora.  Por  variks  vezes  o 
tA  lhe  qtiiz  melhorar  a  condição,  porém  Si- 
liaio  preferiu  sempíre  a  que  tinha,  apesar  dá 
Imnlildlaãé  d'enay  e  elú  raíSo  da  Ibmildádè 
d^eilo. 


-  Xêfaiia»  ete'Bvon,Mt  ilMlf(Mã;«ni«aii 
cãoaque^  per  ftéar  debaiato  do  uqualiucia  db 
prata,  chamam  da  Cova.  D'esta  o  dàsenUr* 
rum.  muitas  -veJes  o  rot  D.  Seboatâo,  dha- 
mando«o  «o  paço,  e  ao*  eoncdlbo  Ab  estada^ 
para  Ouvir  okU voto  mb  matérias  de isaisr 
peso ;  porque  «ra  tanta  a  Itu  iiue  Beiullbe 
tinlia  GomffiiiniEado,  qtie,  nao  só  nos  noM»- 
rias  tbeeiogiaas^  mas  também  nás  politica^ 
eram  <«'  sãos  diaeursas  sup^iorés  a  ««dai 
as  iscieneias  bnmafias,  e  as  soas  rjkzdes^  a 
assombro,  doa  maiores  llettnidoa  do  sea  téra- 
pb. 

Dia  o  paire  meatre,  Hanueldn  Veiga  {W 
dado  ketOo  Simão  Ôomes)  que  o  seu^biogR- 
ptiado  tinha  o  doas  da  propbeda,  e  ^qae  m* 
nuwKiou  a  perda  de  ehrei  D.  Sebttstiio,-  n 
Afrka,  a  dominação  dos  Pbilippes  e  a>«B* 
clamaçâo  de  D.  Jo&o  IV;  oom  taaia  indivi* 
dualidade^  que  nio  omittiu  a  menor  cir- 
cumstauoiac 

Os  infantes  D.  Henriqde  e  D.  Luiz  ^filboi 
dé  D.  tfauuel  e  irmãos  de  D^  JoBo  Ift)  iie- 
ntik  l&nx  para  Lisboa  ao  sapateiro  ^atío^ 
para  âe  aproveitarem  dos  i<ens  acenados 
conselhos.  Morreu  èm  Lisboa;  a  iS  de  os* 
tubro  de  1576,  e  íbi  sepltiltado  na^greja  de 
S.  Roque,  hoje  Misericórdia. 

MáRHSLLETfi^firegttezia,  Algarve,  co- 
marca de  Silves,  concelho  e  12  kilonoetroi 
ao  O.  de  Blonchjque,  65  ao  N.  de  Faro,  3  ao 
O.  da  Foya,  195  ao  S.  de  Lisboa,  400  fO|^ 

Em  1757  tinha  )25  fogos. 

Orago  Nossa  Senhora  da  Eocsrnaçâo. 

Bispado  do  Algarve,  distrietô  administra- 
tivo de  Faro. 

A  mitra  apresentava  e  cura,  que  tinha 
390  alqueires  de  trigo,  e  90  de  cevada.  * 

É  terra  muito  fértil  em  todos  os  género» 
agrícolas,  principalmente  em  cereaes.  Qria 
muito  gado  de  toda  a  qteitidade,  évim  wbsIí 
montes  ha  multa  caça,  grossa  e  nríuda. 

A  situação  d'èsta  freguezia,  posto  seja  mui- 
to a^ecidentada,  pois  é  na  serra,  é  todavia 
muito  amena,  saudável  e  abundante  de  boas 
aguas,  causa  da  sua  fertilidade,  fla  n*e9ia 
freguezia  muitas  vinhaa,  que  prodtEtefli 
abundância  de  óptimo  Vitího.  Ha  tambtun 
aqui  grande  produção  de  castanhas. 

Tem  a  freguezia  varíoa  casaes^  edpaib* 


•r  ■! 


1 

J 


HÂR 

ê 

dè  Miriíeiiéta;    . 
:':A  fregaem  oonioai  ai  O.,  o6m  Aljtoiír»^ 
ao  N.,  com  a  províneia  do  ÂlemteJo-«*a  fi.^ 
oom  Monchique— e  ao~S.,  com  a  Hexilhoei- 


mh 


89' 


'    ) 


■A 


- :  lfillW6ftfrfW^fitegQezia;i¥ag^»IÍro 
eMMToa  t  cèaidellM)'  de Mft-aiideOá.' 

iJÚficéki»pMàò  de  Bpagá,  dfetrieto  aflmíÉB* 
trtLti^  de  Bragança. 

São  três  pequenas  fregtféziás  unidas^-^w*' 
ia;  ^^al  e  V€iae  Verd».  YMè  Barcel,  a  pag. 
dfO,  eél.  t.>t  <fiO  te)  do  l.«  voL 
i  lIá&U«)IBMHeoiTdp^o*>de  Memorial) 
logar,  Douro^  aa^Dregaesia  deVilla-Bôa  do 
Btepo,  -eòmaipca  e  coneelbo  dô-Marco  de  Ga- 
Mvbtes. 

Bispado  e  disfrieb  aditriuidlnMvo  do  Por- 
to. ^ 

Bata  Me  ântífo  e  eóMbire  Unonumento, 
«Itoido  001  «ia  bdtça,  M  Ni  da  estrada 
que  mò'êí^*k'gèX'iakí&mid»^piín  o  da  Ca- 
déMãl 

È  um  areo  of^vail  áê  a-^  êialtttr»,  «s>- 
aéÉtéF'M>ln>e  qilatiN>  Úiígl^s^  e  ébroidc^  eèm 
aba  e}mamlE^  com  seus^lai^res^aiittittstt 
a^sr  aiittma  sduiia  aitnHutda. 

iá  fhtièi  tt%ste  «MÉUfliêntiy,  na  aiflgo  pêt- 
ttílieytiaoArbr^^  CiMMiii^2^,  q^ialido  tra- 
tei da  freguezia  de  Santa  JásSíít  de  Yllla  Bdáí 
ãè  ffis^/è^d&s  dpinfôis^b  líivtárf|hattto  á 
^gmf  ^  e  aw^Iicfad^  do  >  morMídMr  /  iái« 
agiNPa  áèoresb^Urciiq&e,  âe  «liafdcídtibéiiliv 
de  1189,  consta  que  é  o  tumulo  de  um  èá^ 
Táaéfro,'cbat&aiio  D.â^wM^jlloi^^yalcái- 
diHttór  ia  oQL^Bo  la  Bugéâk 

iPàra  «v>iur  nváis  reiM^deti,  ytíu&Bufféfa, 

«imiBEh-Hsàiiq^  alagadiço,  h§Sá,  paàl, 
IMbUmo,  pAMra,  efe.;  Víáíbm  m  ckattA* 
íiimêéèiro,  ao'Qb«iti{Aeitia^  <m  tN^scaftof  doto 
^tí»Èm:  •      ■    ' 

DiiMk  )6Me»ittltoiés  aos  le^retlds  ledMnios 
dtf '1^,  lÉias  oM  tão  potsttsa  altíora,  qáe^pctt' 
eliesi^^^áektt  tateg^r  ipieqttettbs^bai-cab,  o«i 
bMèifW^ 

Mks^é^tite  lê'  IsMoa,  d^  IIM,  ttãhià  o 
M  XD:  ^ráia^)  i^ue  iilo  Ipáguem  fisima,  ^n^^ 
jteHiidia  de  pélze,  i«s  itte  mtítkiíí  m  áá<  fréii^> 


tnuitas'  pêêiúaê,  '^  ãú^eah  (eò8lilÉtoái)i|lav 
servir  por  galieêe$.  . 

O  DBnraei  mais  aètavel  em  Portuga  ê  o 
seguinte,  qoe  por  isso  descrevo  em  artigd 
espeéial: 

MájyfSL— jtegôa  eóle])n^  Douro»  na  ke- 
guezia  de  BfacinhaU  do  Vouga,  proxiÉia  á* 
antiquíssima  villa  de  Serem,  na  comarca  e 
conceBio  -de  Águeda. 

Bispslia  e  dlstricto  admibinistractiTo  de 
Atvftro. 

(Yidè  mcMata  do  Vovga.) 

Existe  esta  lagoa  na  estrada  deliáboa  ptat 
o  Porto  e  provindas  d^norte,  e  6  atravtis- 
sada  pela  ponfe  do  Mamei 


nmvB  aqui  em  tempos  antigos  a  viHa*  cika- 
nâidá'  de  ícmu,  on  do  Menml,  eoíjas  ruínas 
ainda  hoje  se  vêem,  ao  S.  das  ruinas  do'a&- 
tíqufssimo  mdstiííro  de  Santa  Maria  de  La- 
mas, oá  Santa  Maria  do  Mamêl,  pois  tam- 
bém se  U^e  davam  ambos  os  noflies. 

Na  viUa  existiram  osjMtços  dos  nobres  e 
floiosos  'SenkomdoMaihiei  (vide  Feira)  que 
tandss^  tao  assignalados  senriçM  prestaram 
a  Portugal  dUfÉhtt^  mi  Heiinados  dos  nossos 
primeiros  tnenarchas;  os  de  Fernão  Gonçal- 
ves do  Harnel  e  depois  de  sua  filha,  D.  The- 
résa  F^ralindiás  do  lEahiel,  e  de  sua  sobri- 
iiltô,-D;  Flaifihla;  os  de  D.  Bnderquina  Pala, 
e  os'de  <mf#os  nebres  cavaHeiros. 

Os  Souzas  do  If  amei,  eram  dos 
iftais  Bc^res  fidalgos  d'este  rei- 
no. Descendiam  des  reis  de  Leão 
e  dVsia  fttmilia  tratam—a  Hist. 
Gén:da  Caia  Reai-^o  Theat.  Gen 
êa  €caa  de  ^mza — Mon.  Lus^ 
'  patt.  3.%  L.  11,  cap.  10.%  pag* 

317  e  Í90^Benedict.  Lus,,  tom. 
1»,  tract.  l.<»,  part.  l.*,  cap.  18 
--^FU/m  de  Heêp.,  íe  outros  mui- 

tm  livres. 

No  lekkipo  do  cdnde  D.  Henrique,  e  de  seu 
filho,  t>.  .AÉofiso  Henriques,  era  a  villa  do 
Ifarnel  a  mais  notável  doestes  sities. 

Bednz-se  ista,  de  uma  doação  ièita  áegíis- 
ja  de  Santo  Izidoro  de  Eixo,  em  1095,  pelo 
fâmulo  de  I>M,Zoleima  Gonçalvesr-pre  Uh 
lerarUia  Fratrum,  et  Monachorum,  91»  sW^ 


88 


»IAB 


MÁS 


iif9i  hatUemtes  fuermt^  et  VUa  Saneia  per- 
severavmnt,  (Doe.  de  Lorvão.) 

J7'e8ta  doaf ao  se  declara  que  a  egreja  de 
Eixo  ficava— «ud^«is  Cmtatis  Marael»,  dis- 
currente  rivulo  Vouga,  território  ColhnbricB. 

(Eixo  fica  efectivamente  abaixo  do  liar- 
nel,  i2  kiloQietros  ao  O.) 

O  conde  D.  Gonçalo  MMides,  filho  da  cé- 
lebre condessa  Mamadona,  em  981^  doou  ao 
mosteiro  de  Lorvão,  varias  povoações  e  egre^ 
jaSy  e  entre  ella»--a  sua  villa  de  Lamas, 
junto  ao  Vouga. 
(Livro  dos  testamentos  de  Lorvão,  &.«  28.) 
Por  esta  doação,  consta  que  a  villa  de  La* 
mas^  partia  com  as  villas  de  Palaciolo,  Pa- 
dasanes,  Belli  e  Christovães, 

A  villa  de  PalaciolOf  parece  ser  o  actnal 
logar  do  Paço,  .coQjancto  ao  de  B^unhido 
(antigamente  BrunhêdOi) 

Palaoioli,  na  baixa  latinidade^ 
significava— pequeno  palácio— 
paçosinho. 

.N'este  logar  do  Paço,  ainda 
hoje  ha  uma  quinta,  com  casa 
nobre,  pertencente  ao  sr.  dr.  Joa- 
quim Álvaro  Telles  de  Figueire- 
do Pacheco,  da  Aguieira. 

Consta  da  historia,  qne  o  in- 
fante D.  Pedro,  conde  de  Bare^l- 
los  (o  auctor  do  Nobiliário)  filho 
bastardo  do  rei  D.  Diniz,  tinha 
umaquintaemBrunhldoQo,  de  ti- 
nha os  seus  paços,  em  que  residiu 
algum  tempo,  cotttrahindo  d*aqui 
mesmo  um  empréstimo  de  libras 
100:000,  portuguesas,  que  lhe 
».  emprestou  uma  senhora  de  To- 

ledo (que  por  esse  tempo  tam- 
bém residia  n*este  logar)  chama- 
da D.  Thereza  Annez. 

Ha  toda  a  provabilidade  para 
crer,  que  a  quinta  que  foi  do  in- 
fante D.  Pedro,  é  a  mesma  que 
hoje  pertence  ao  sr.  dr.  Telles  de 
Figueiredo. 
Este  infante  teve  grande  estado  e  casa,  de 

*  1  Note -se  que  lamas,  é  também  synonimo 
ía  mamei 


bens  da.  ooròa  '((|De  Iho-dáca  seupatl).  fw 
sua  morte,  doou  D.  Pedro  os  saúsiraai éò 
Eixo,  Requeixo  e  Lamaii,.ao  mosteiro  d#  & 
Thjrfso. 


A  villa  de  Padasanes,  é  a  actual  Pedaçi 
A  viHa  de  JB«^;  está  ho}6.3fièdiUitta:Al»e- 
quena  aldeia  de  Bêlhe^  qnè  tinha  sido  .«•■a^ 
prehendida  na  doação  que  o  conde  D.  HAn- 
rique  e  sua  mulher  fizeram  do  mosieiío  ds 
Lorvãoy  á  Sé  de  (loimbra. 

Vem  eata  doa^0  na  Natícm 
histórica  do  mo^eiredaVacea* 
rica,  publicada  pela  agadftmia 
real  das  soíeneias,  ^  pag4  3S. 

Entre  as  terras  doadas  ae  vft 
— Ft7/am  de  Paios  (hqjo  «Iteb 
de  Péos)  e  Bellu  jNot6*se  que  aan- 
tigamente  na  lingua  portugneai^ 
U  valia  Ih,  como  na  Hespanlut; 
portanto,  já  aniigamente  BéOm 
se  pronunciava  (como  hoje. 
A  villa  de  Costovães,  era  também  d&  co^ 
r^a^  e  pertencia  á  casa  da  Trofa. 

Teve  a  villa  dQ  Marnel,  ou  Lamaa»  por  4d» 
nataríQs,  grandas  personagens^  e,o  monte  éa 
Harnel  era  realengo  (reguengo-roi^.daoo* 
rôa)  como  ae  vé  nas  k^pUrições  de>9.  Af- 
fonso  II,  L.  2,  pag.  120-m:o1'  i.%  §  L%  na 
Torre  do  Tombo. 

Em  1384,  D.  João  l  doou  a  villa  dp  Xar- 
nel,  e  outras,  ^  Gonçalo  Vasjqnnes  Guedep^ 
(Jfon.  Lus.^  pari.  9.%  pag.  174,  tom^  8,%  e^ 
23.) 

Em.  1789,  pertencia  aos  duques  de  Awi* 
TO,  (Pegas,  tom.  2<%  pag.  671  e>739)  aeade 
então  oonfiscada  para  a  corõa«  como  todo 
quanto  pertencia  a  esta  desgragacUi  fanofilia. 
A  velha  ponte  do  Harnel  é  antiqitimtpa 
Era  a  villa  do  Marnel  acástellada»  segunda 
se  vô  da  doação  que  P^ro  Paes  e  sua  naa- 
Iher,  Gelvira  Nunes,  fizeram  aos  momggã  e 
clérigos  do  mosteiro  de  Lorvão,  em  liSl»  da 
sua  villa  de  Pinheiro  (hoje  aldeia  da  fregne» 
zia  de  S.  João  de  Loure.)— Diz  a  doação-^ 
et  in  con/initate  Gastelli  Mamelis,  int0r  fkê-^ 
mum  Vougam,  et  montem,  qm  dicUur  Mei- 
çom-frio.  (Doe.  de  Li^rvão,  tr^njsqríptoipfir 
Viterbo  na  palava— Çttfode,  a%  a  p^g.  Í9I^ 
Era  pojs  o  mm»  do..i(ar«<ifv,q$fi  j^  aw 


J 


^AUéUo^  um  ponto  militar,  no  princípio  da 
noftsa  mónarchia;  e  aqui,  segando  a  tradi- 
^to  e:  v|iriaa  memorias^iéeiti  havido,  desde 
xsmotas'  eras,  cércoB  e  iiatalhasi. 

Bmldi,  Bemmdo  I»  cedeu  oraino  de  Ovie- 
do, a  D.  Affonsoi  o  Castoh 

Bm  794,  expirou  a  paz^  (o  armistício)  que 
sen  átttoeessor  tinha  feite  temporariamente 
lètim  os  mouros,  e estesromperam  logo  as 
bostilidades  contra  os ehrístaos, invadindo  as 
iístorias  com  fonças  consideráveis.  O  rei  os 
«Bgniu  até  Lugo,  onde  os  desbaratou,  en- 
■Igando  os  chrisdos  triumphantes  na  Lusita- 
liia^  pelo  N.  d-este  reino}  em' quanto  Carlos 
Magno,'  rei  de  França^- invadia. pela  Gatalu- 
Qsreinoa  monriíteos-da  Península. 
811/  Bernardo  delۇrpio,  sobrinho 
de  D.  Affonso  o  CastOy  um  dos  mais  bravos 
•oãvalleiros  d^aqudle  tempo^  e  o  heroe  legen- 
éuio,  de  quem  ainda  hoje  as  Hespanhas  se 
tHánaiD,  e  qné  nb  tempo  de  tantos  guerrei- 
-iDg  ilhistres  soobe  merecer  o  nome  de  (hão 
CnpUãOf  espanta^m  a  Europa  -com  a  fama 
das  suas  aoçdes  homeiicas»  * 

Bm  quanlíO  Bernardo  dói  €árpio  desoruia 
«âbalalàa  de  Benavente,  o  exercito  de  Omar, 
jrei  de  Hórlda,  a  quem,  por  suás  próprias 
«nios  degokm  no  eombale^*-^Ali*Aton,  rei  de 
•€órd6vn,  entrava  pda  Lusitânia,  tomando 
mnitAs  praças  de  guerra,  que  eniregava  a 
Ji'Cama,  rei  de  fiadajoi.  Esta,  poderoso  com 
A8.  novas  conqulsèas,  pôz  céreo  a. Samora; 
fbrém  Bernardo  dei  Gárpio/Odtaeainopi- 
JMM)&iEnettte,  maiando^o  na  acção,  e^  anniqui- 
lando  todo  o  seu  exercito. 
y.Eín  M%  AU-^Aton,  «iuérettiie  vingar  a 
joone  de  AlrCama,  «9rr»«om'dDiaexerci- 
Mfl^  afia  sobffeCnsteUa,  outro  sobre  a  Lasir 
inikia,  entr^nda  peto  Alamtbjo,  pan  oonquisp 
tar  e  desftmir'a.0i4liea;  AqueUe^  faá  veatido 
pdo.  rei,  junto  a  Oreose»  i^  este  por  Bernardo 
dal  Cárpík),  na  baulha  de  YaUedtf  Mouro, 
«a  comarca  e  conoettio  de  TraneosíOL 
K  J1igiâo»:os  jiiauro8,'da  reglào  que  estan- 
ceia  entre  o  Mmba  e  o  Aour#^  tratou  o  rei 

t^Iii  cognominado  i^/kaí^.  por  nao  que- 
rer co-habuar  jcofo  sua  mulher;  pelo  que, 
nao  tendo  herdeiro?,  paissou  a  coroa  em  824, 


MAR 


89 


D.  Affonso  de  povoar  este  território ;  pan 
o  que  trouxe  das  Astúrias  e  Galttza  muita 
gente.  Passou  o  Douro,  em  busca  dos  mou- 
ros, que  encontrou  no  Hamel,  onde  se  deu' 
uma  terrível  batalha,  na  qual  os  mouros  fc^ 
ram  derrotados.  {Catalogo  doê  irispoêdoPw^ 
ta^  por  D.  Rodrigo  da  Cunha,  part.  i.%  pag. 
199  e  283.) 

D.  Affonso,  segue  os  mouros  na  sua  reti- 
rada, até  Li^a,  que  toma  e  saqueia. 

Em  824^  morreu  D.  Affonso  o  Casto,  suo» 
cedendolho  (como  já  disse)  D.  Ramiro  I,  que 
não  quiz  pagar  aos  mouros  o  infamante  tri- 
buto  das  cem  danzeltas,  (a  que  o  infame  usur- 
pador Mauregato  se  tinha  obrigado  em  783, 
para  que  os  mouros  de  Córdova  o  ajudas- 
sem a  usurpar  o  throno.)  ^ 

Os  mouros  invadiram  a  Lusitânia,  pelo  Sul» 
para  obrigar  o  rei  christao  a  pagar-lhe  o  omi- 
noso tributo.  D.  Ramiro  atravessa  ò  Douro, 
dá  uma  pequena  batalha  no  Mamei,  e  vence 
em  Coimbra  o  rei  mouro  Al-Hamar,  e  assim 
termina  a  guerra  e  o  tributo. 

Outras  muitas  batalhas  aqui  tiveram  lo- 
gar,  das  quaes  apenas  resta  a  tradição.  * 

Em  nossos  dias  (28e  to  de  junho  de  1828), 
os  generaes  liberaesi,  Saldanha,  Villa-Flôr, 
Stttbbs  e  outros»  esperam  a  divisão  realista 
do  general  Póvoas,  nas  formidáveis  posições 
do  Mamei  e  Vouga,  e  depois  de  renhida  ba- 
talha, os  liberaes  retiram  para  Grijó,  e  d*ahi 
pára  o  Porto!  Em  resultado  â'esu  derrota, 
aquelles  generaes  e  os  membros  da  junta  re^ 
vuludOnaria  do  Porto,  embarcam  a  bordo 
de  um  navio  britannico  (o  mesmo  que  os  t^ 
nlia  trazido)  e  fogem  para  a  Inglaterra. 

Desde  então,  mais  nenhuma  batalha  se  tem 
f^ido  n'estes  sítios. 

Alguns  varões  illustreis  nasceram  na  viHa 
do  Marnèl,  e  seu  termo* 
Os  priocipaes»  de  que  ha  noticia,  ^ão : 
Ayres  Manuel,  eremita.  Nasceu  na  viUa  do 

t  Mauregato/ era 'filho  bastardo  de  D.  Af- 
loaso,  o  cathotico^  e4e  uma  escrava.  Usur- 
pou a  corõa,que  pertencia  a  seu  sobrinho, 
D.  Affonso,  filho  de  fi.  Fruela  L  Mauregato 


iK'D.ltámiró%  lllhd-dè''D.  fiUrmudò  I,  quedera-  ímôd  (pelo  pae)  dd  célebre  infante  o 
èMrnbmeára^iei  ftMOMMr*  v>  '  cb       :  '^giuáeeapiotfiriaioraMip 


m 


IfAR 


Jbnnali  imOo  latitiiUâa  iiidide),  peto  an- 
jM»  de  lASrO,  sendo  rei  de  Portugal  e  Galll- 
n»  •  InfeUz  D.  Garcia,  filho,  de  D.  Penuoidp 
jffi  (o  Magno)  rei  de  CasteUa  (Vide  AlCaia- 
4e0>TiUa)  e  foi  cootemporaneo  dottoeso  cob- 
4efi.  Henrtinie. 

Casou  Qom  jàtgiray  de  qaem  teva  o  beato 
Martinho,  do  qual  abaixo  tratarei. 

Mocreudo  soa  aolher,  que  muito  amava, 
se  retirou  a  um  iilk>  áspero  a  iúhabilanwl, 
•piffiximo  do  Mamei,  dumadomonl^ilfinin- 
éhfiy  e  ahi  tennkioa  seua  dias  no  retiro  e  eom 
m  maioree  auslerUades.  Conota  qtte  o-seu 
•yaasamento  foi  a  28  de  maia  de  ii30  (no 
jmesmo  anno  em  que  morreu  a  rainha  D. 
Urnsesa^  mie  de  D.  Affonso  Hearimies.) 


O  heato  Martinho,  prior  de  Soure,  fiilio.de 
Jqsnras  Manuel  e  de  Argínu  Foi  educado  no 
^floiweuto  de  Santa  Gnu  de  Coimbra,  onde 
:proCessou. 

Feito  prior  da  villa  de  Soure,  tomem  eonta 
da  sua  egreja,  quando  ainda  havia  pouco 
40m^  que  ois  mooroa  a  tmham  saquoado  e 
deacruído ;  pelo  que  o  santo  varão  soffineu 
.mnllos  trahÃlhofi  para  oceoarer  áa  necessi- 
dades dos  aeis  parecblanos,  a  quem  soocor- 
lâa  eom  esmolas  que  fedia  am  eutras  par- 
-!«%  e  eom  os  quaes.  despendia  es  seos  min- 
^uadse  lendimenies» 

.  JBm  uipa  mUraia  que  aqui fiaeram  oasaen- 
,x«s,  finou  câ^tiva,  e  foi  lemdo  para  Sanla- 
onem  e  depois  para  £vora.  l>*alli  o  passavam 
«para  Sevilha,  e  d'esta  cidade  .para  a.  de  Gór- 
4i>ia. 

Em  todas  eotas  parles^  asÂmou  e  confortou 
M  capliVDS  ^iatioa,^  n'asfte^  trabalhos  fal- 
leceu,  no  dia  13  de  janeiro.  I^iao  se  sabe  o 
anuo  do  seu  falleeímento;  mas  8upp9e*se 
jsr  «tre  ii40  a  iiUL 

Foi  contemporâneo  de  S»  Geraldo,  arce- 
bispo de  Braga ;  de  abbade  ^loio  CirUa :  e  de 
&  Heotonio,  i.«  prior  de  Santa  Gnu  de 
Coimbra. 

Tenho  minhas  dutiidas  sobre 

a  naturalidade  doestes  dois  va^ 

;     '  roes.  Fr.  .^tonio  Brandão  (Jfon. 

z^.,  pvt.  ?,%  WR,  !$,.»«.  íoy, 

diZy  que  era  latural  do  WÊ/mlU 


liáE 

4á(oa,  trnnui  da  Mamei. 

Dewemoa  notar,  que  por  etl^ 
sitlea  nio  ha  povoaçaa  algoaa 
que  :se.  eh^me  Osseloa^  ou  ootro 
nome.  parecido  oom  esfe^De^naniB 
a  mais,  se  seu  pae  se  retiram  ao 
rnonlf  Aurtmokêy  sé  depois  de-cm» 
viuvar,  como  é  que  teve  'afi 
aquelle  filho  ? 

Pareee»me  que  se  podaria  dl- 
sem  grandes  teeeios  de 


lur,  qpe  Martinho  naseesL  emas- 
lãplla,  fregoezta  do  Bouro  (aofje 
orago  é  S.  Pedro)  no  ooneeVhae 
eomaroa  de  oliveira  de  Asenami^ 
da  CQJa  villa  disui  3  kiieaaÉira 
aB. 
Bsta  Cnegneiia  é  também  povoação  aaeiti 
antiga,  como  se  verá  no  logar  eompeteosi^ 
-e  é  celebre  por  uma.  grande  batalha  qmeafli 
se  deu,  em  9d^  contra  Al^Maaçor,  rei  moo- 
10  da  Córdova.  (Dlz-se  que  doe  muHos  ea- 
daveres  que  entío  flearam  insepultos^  ei^ 
carne  as  ai^ss  de  rapina,  auinaeafsDoaBas  e 
o  tempo  devoraram,  existiram  por  amiim 
annos,  paifliaras  de  ois^as  .por  estes  sitiei 
e  que  d'eBâa€ireumslanoia  ó  queápo^eafis 
se  ficou  chamando  Osaella;  mas,  se  os.oe- 
sos,  despojos  de  uma  f^ande  foataiha,  dena 
o  nome  à  tecra^  foi  tesa  batalha  muito  maii 
antiga,  e  dada  entre  ionitanos  e  romanas^ 
pois  Osselto  Ja  tinha  este  nome  no  anno  li 
da  era  chrislvi-  Spit,  éá  ka  MbL  pcft^  pag. 
209.— Vide  OsselUu). 

Bsta  OsssUa,  Asa  uns  16  kflometros  aé  N. 
do.  Mamei,  enoMa  pedia:  ser -de  seu  tonu^ 
poiso  fbi' desde  remotos  tempos,  aSÉJeotie 
e  alada  mais  de  ((OOannos depois^  do  Aa«i- 
^iod^  de  Savià  Muria^  hoje  vilh  da  Mta,  • 
Prosteo  a  OsseNa  estão^  as  ierfas  de  Ba- 
«JUfo,  de  Ksnmttm,  da  Goelkma  >é*ds  Cam- 
bra^ todas  offre^â  e  peahascésas.  Taivw  qoa 
a  alguma  d*ellas  se  desse  por  aqu^ès  tam- 
pes o  aome  de  Amênche. 

•Trsiaref  agora  de  célebre  mtoáMro^Sim-' 
ia  iíaf^fi  de  Lofhas,  ou  dó  M<tmel        ^ ' 

.  £sta,vasit^2^0;^q;^U(pdpsv9J|e9^9W^  , 
géis  do  Vouga»  fihamade  fWta  d^  iforail^ 


ICAR 


mm 


SI 


<ittaa  hiMt  um  poau^  ba  poofos  jbum» 
abandonada,  para  utilidade  da  noTa  estrar 
éãk  vcftl  a  mae^adaDi,  ^a^  da  Lislma  vae.^pa- 
Ok  o  jBorM^  e  6Qbse  a  qual  so  eonatraiu»  en 
IAM,  a  iiova.|Mifit0  dê  MamtL 
■  FoQoo  aeioia  di^  i^ote  veUia^  na  encosta 
esquerda  do  moute  que  flea  ao  lado  doeste 
•taUa»  enii  nma  etofaçao»  se.  Yéea  ainda  boje 
«•0  sestoe  TenerandDS  d'e8t6  fanwo  noateiro. 
A  sua  egreja  oeoiataTa  do  espaçoaa  oai^t 
la-ttòr»  con  uma  jAmUa  p«ra  o  anJ*  a  nma 
porta  lateral  para  a  sachristia.  Das  paredea 
úo  corpo  da  egreja  9é  existem  as  duas  late- 
aan  porqpe  a  da  frente^  eom  a  porta  prin- 
cipal e  o  areo  i^maaivo,  foi  demolida  ba  pour 
<Qs  amioa.  Bra  4e  arobitecuwa  gotbioa» 
.  Bataa  iH&iDaa  dBaactaa  e  aliandonadaa,  tií^» 
tes  e  caladaateaMMUoliaa.daíó^.eapwanea 
408  antftgoa  partngudicea,  i^valamiaMa,  pe- 
ia, auia  ampiitip  e  aumpluoaidade  (para 
áifi^es  tampoa)  qoa.  foram,  obra  d^  uap  brar 
^  poderoso. 

Segundo  coMla».Aii  fondad^i^  nma^e- 
nboiu  cbajnada  Emkr^imia  gaUt^  onpor 
algum  seu  ascendente ;  pois  que  esta  dama, 
«mi  Mi,  doou  ao  mosteiro  da  lJDrv|a«  a  sua 
é§itijiLée  Sania  Mmia  dê  Lmms  doMomel. 
Umítú  doa  taêmmHfo$f  do  Lovvão  n.*  fiQ.) 
•  O  eon4a  I>.  Gonçalo,  fttbo  .da. . condessa 
Mumadúiui,  (também  (em.Mi)t  doou.  ao  moar 
aeiro  de.Lopvio^aiana  TiUa  do-Lama^lna- 
^^Yoàga^  e  ootiaa»  (Ibíd.,  lu^J^.) 

Bm  uma  lapida. qie^ialam! embutida  na 
parede  d*esta  egr^Â^por  d0tr«E  da  poda 
innrama,  se  yíi  nma  iosefif^  gocbiev  4Qa 
4i|ia  fua^á  inesma  egvajai  barria  a^doaagrar 
-db  pela  bíbpó  de  €oimbra,no.aB«o  da  li70 
4a  iSnéartM^  (de  Jesn»  Gbriek>.> 

!  l^é9foiramri(quft9iÍKegi9Q- 
' .Ja.etthres$0  poit aagraff  aw^an- 
nos,  desde  a  doação  4a  Eadei;- 
i  í  qniáa  ^91  a  i)II0i)ht4;^  mais  de 
anppdr,  que  aitfmAa. arruinada, 
00  monges  è^Lajhrãota^BiaDdM- 
sem^  ModiAfiac  por  aqucdla^iem- 

Para  evitar  aos  leitonm-aliftkHosa leitu- 
ra do  latim  ia*  imdos^  d*i4Ufill0i  tempo;  ;da- 
'ããk  aá^senià  a  t^fc twartialSo.  Oa^  qua  dase- 
4Mwm>i8é»  aarigintlj  aw<nlrtiM^i<^<l«»<ai 


potO'  a  htttorUí  d&  kffUlaçSo  e  cêstmm  dê 
Poritiifa4  par  António  Caetano.  doAnanti^ 
mem.  4%  iiat<  i9fte Ufi. •- Tkegtrojgem:  da 
da  mma  d»  Soma,  pag.  Q7^filuaiâario,  da 
fr.  Joaquim  dío.  Sania  Boaa  de  Yitesbi^  verib. 
I^rtfãr-o  Sanct. .  ihr^  a  oi^tcoe  eacriptoaai^ 
Eis  a  inaanp0i^  tradoaíd^ : 

•  • 

O  bispçdâ  Coimbra,  D^Migjulniagra^  ^r 
ta  isreia.  no  oano  dtíiío,  (de  Ji^ai|s  Chriar 
to)  mídia.doti  santos  moftyres^  Gordianfi.ê 
Ef,ijnçfikio,  em  Aoffra  da  Santa  Virgen^  Mf^ 
ria^  a^.^^Utancias  \  de  Veremftndo,  presbUem^ 
reinando  D.  Àffonso,  filho  do  cçnde  D.  Hefi^ 
fij|iia  e  da  rainha  D.  Thereza.  Nqs,  altarêS 
doesta  egrfija  existeíjf  muitfu  relíquia^  dos 
sepulcbros  da  Virgem  Maria  e  de  Nosso  Se» 
nhor  Jesus  Christo,  e  dos  santos  FeUcissin^^ 
AgapitOy  Sebastião  e  Marinha  :  e  quem  ísêo 
escreveu  viva  eternamente.  * 

O  Santuário  Marianno  traxo 
original  (mas  escripto  em  cara- 
cteres romanos)  e  a  traducçao 
qoe  dou  acima ;  mas  cumpre  no* 
tar  que  no  letreiro  não  diz  a 
quem  pertencera  as  relíquias :  aò 
df2  que  existem.  Reliquiae  ha- 
bentur. 
A  lapide  que  contem  esta  inscrip^,  ain- 
da existe  na  nova  villa  de  Lamas. 

Ouando  fr.  Agositnho  de  Santa  Maria  es- 
creveu o  Sanctuario  Marianno  (tíiA)  Já  né- 
Qbuma  daé  feliquias  eriàtía,  e  só  existia 
a  tradição  de  terem  alli  estado. 

Esta  egveja  escava  edificada  aobrá  ama 
reaha; «  tanta  ella  como  a  de  Sonfo  MM^ 
(lai4ivo)*d»  Blxo^^ram  egnajas  ^nonaumíem 
(da  (unveiAo^  e  aarmals  antiga»  â'aèCéa  si- 
-lioíi.*-  .  ■ 


.  •  > , 


1  No  oriffHial  dii-sa^  «per  manus  Yana- 
iimiidi»M9^  SjêWlfJtfuria  Marimno,  ti^aduarr 
«a  instancias  de  Vereouindo»— quando  tal- 
vez fosse  melhor  traduzir  ao  pè  da  Tettra  -^ 
por  'miea  de  VaremaDday-^porqus  ^  bispo 
njjlignQl;lifio.  daria  aomm^sao  pífra.b^nair 

..^ Aqui,  por  viva  eternamente,  (Vivat  ià 
acterriãoô)  não  signiíleá  8erètemo,iiiSõrfiÊõ^'' 
-fiípy  tom  sim  S(doar*sê,<  aiiwr  na  pMk 


n 


MAK 


MâK 


Dorftíite  a  domihatatf  agarena,  moilõs 
tíiristãos  da-vam  os  seoslbenaf  áa  egrejás,  e 
ii*éltoa  víTiam  Bm  cominum ;  por  isso,  arai* 
tas  d*68tas  egrejaa  e  conventos  chegavam  a 
aer  nmito  rica»,  possuindo  muitos  bens  de 
laiz,  es<^ravos,  gados,  etc.,  o  que  passaVu 
9tíOS  herdeiros.  (Víàe  Púérúe(P09í) ' 

Ainda  liaje  se  vá  o  antigo  passal,  em  ro- 
da da  egrejdj^coinprehendendo  uma  plani- 
de  no  Vãlle  do  Marnel,  e  lerrenos  mais  al- 
tos occnpados  por  um  bom  pinhal.  Tudo  is- 
to '(qn6  foi  a  antiga  cerca  do  mosteiro)  eon- 
^nitne  o  passal  do  actual  prior  da  nova  egre- 
]a  de'  Lama^  (em quanto  o  governo  o  não 
mandar  pôr  em  praça,  e  reduzir  a  dinheiro, 
como  vae  fazendo  à  outros  muitos.)' 

Ao  N.  da  velha  egreja,  ha  uma  planide, 
i^a  qual,  segundo  a  tradição,  se  fazia  uiàa 
praça  (mercado.)  Ne  centro  ainda  se  vé  um 
eruseiro  de  granito  prophiroide. 

Em  frente  d'esta  egreja  está  a  casa  da  re- 
sidência do  parocho,  da  qual  só  restam  as 
paredes  vetustas. 

.  Yé-se  que  apenas  constava  de  um  andar 
eom  duas  casas,  e  que  tinha  escadas  exte- 
riores,, de  pedra,  para  o  lado  do  templo.  Am- 
da  se  vêem  de  um  e  outro  lado  ruinas  de 
varias  casas  pequenas,  que  talvez  fossem  as 
eeUas  dos  monges,  e  casas  de  abegoaria. 

A  casa  da  residência,  est  à  distante  da 
igreja  apenas  uns  S^jòO,  tirando-lhe  a  vista. 
Ten^  três  janellas,  todas  para  o  lado  da  egre- 
jf^  e  dos  outros  três  lados  só  tem  uma  se- 
teira em  um  d'elles. 

É  de  robusta  construo^,  como  uma  for- 
taleza. A  casa  baixa  communka  oom  uma 
j^nena .  torre  (ou  chaBiin4?>:  qme  sotm,  Ué 
41  altura,  do  telhado^  A  porta  da  entrada  é 
gothica,  e  parece  ter  sido  de  peças  aprovei- 
tadas de  um  outro  arco  mais  antigo  e  maior, 
âappõem  algonq  que  seria  esla  oasa,  a  re- 
sidência de^Enderquina  Pala,  ou  dos  anti- 
gos jsei^iores  da  egreja; 

O  sitio  d^sla  villa  e  egreja  foi  abandona- 
M  pêlo  povo  (profviavelmente  pordoebtíò) 
m»  se  mudou  para  além  da  ponte,  a  pouca 
oMlancia  da  antiga  povoação,  e  ota  um  alto, 
Jlygicnioo,  bottilo  e  fértil,  para  ondeloi  mu- 
dada a  antiga  matriz.  A  população  M  en^< 


eendo  «  eonatitue  he|e  a  nova  viHa  de 
mas.  ' 

A  'antiga  egreja  da  moMeiro^  era  no 
tempo  visitada  por  muKos  romeiros,  pela 
fama  dos  milagres  de  ffossa  Senhora  áo 
nel,  e  pelas  muitas  reUqoias  qii6  aqui 
tiam.    ' 

O  templo  em  minas,  qne  o  matto,  as 
vas  e  as  heras  invadiram,  era  tão  íàmom 
ancigamente,  que  em  Roma  ae  denoDitmTa 
— ^  muito  antiga basifíêa  de Saníã  Meniaê» 
Uámel 

•  AlguYnas  paredes  d«*roeadas,  planta»  pa^ 
rasitas;  alicerces,  pinheiros  purdindo  entre 
os  entulhos,  um  ermo,  a  desolação  •— eis  e 
que  resta  da  famosa  cidade  do  Mamei  e  de 
eétebre  mosteiro  de  Santa  Maria.' 

O  cihristão,  sentado  emnrna  pedra  doestas 
ruinas  tristes,  e  solitorias,  parece  ouvir  uiaa 
voz  plangente  dlzer*lhe  ao  coração — Mk 
Trcja  fiút  í 

MAROUÇOS— vide  Iferati^. 

MARQUEZ— (▼ide  4.*  vol,  pag.  297,  cai 
í.«) 

•MARQUSS—é  nome  de  homem,  porta* 
guez,  assim  como  Marqueza  ó  nome  de  ma* 
Iher.  É  pouco  usado.  Também  é  sobrenome. 

MARQUEZOTA— português  antigo--eBpe> 
ele  de  manteu,  usado  no  seeulo  XVI. 

MARRA— portuguez  anligo^margem  on 
vallado  Junto  do  caminho-^Ff  i  pér  as  par^ 
tes  ambas  na  nuirra  do  camkáko.  (TomlM  de 
Castro  de  Aveliane,  VSX&Í) 

MARRAN—portoguez  antigo  (ainda  usa- 
do, com  pouco  difibrença  na  aignifleaçao.)-^ 
Em  um  praso  de  Almnoãve,  de  Í!S2%  se  de- 
clara que  a; marram  è  umporcp  deèOarra* 
tela.  Muitos  phisos  antlgoà^è  modernos  es- 
tabeleceoi  rendas  de  marrana  ou  de  certo 
peso  á'ettas. 

Geralmente  fãllandb,  a  «lorraii  era  uma 
.leitôa  gnmdé,  que  aindanii»  tivesse  parido^ 
más'  qne  já  nio  era  âe<  eapéto  ou  freama 
(presuiAo:)— Hitd.  bâa  mttifrãã  recebonda  (de 
boa  qualidade,  gorda,  de  receber)  ou  cento 
e  tiàte  réis  por  elkii 
'  '  Hua  marran  de  30  arrae^ei* 

Jfeo  alqueire  de  wumtei§a  e  dmas  freamas 
iMJI^j^^eiae^èHm%pmw9ii^(mlmm^ 


^ 


IfAR 


93 


meò  fMrattaf  pór  el  (Doeameixtos  de  1319.) 

Hwna  léitôàyik  dncoenta  rêk  p&r  í^Ul 
(DoeumeDtos  «ée- 1541;) 

Hoje  dá'fl6  iiídi]stiil4)tftúi6iito  o  :iKliflíe  de 
mairan,  Ã  carne  fresca  de  gado  suíno,  seja 
dé  macho  o  de  fêmea. 

KARRAI9C0S-^fir«eiiezia,  Minho,  cdmarea 
é  eoneelho  de  ViHa-Yerde  (antiga  eonlarea 
do  Pico  de  Regalados)  15  kilometrrò  a  MO. 
4e  Braga»  37a  ao  N.  de  Lisboa^  70  fogos.  • 

E^  17^  tinha  687ogos.      ^         ^ '< 

Orago  S.  Mamede. 

Arcefol^adò  e  districVo  adminísirativtf  de 
-Bngá. 

Terra  felril].  Mnho  gado  de^  toda  á*  ^uali^ 
dade,  e  caça  grossa  e  miada.  * 

O  abhadede  S.  Tbiago;  de  Aroozéllo,  áf^re- 
sentava  o  cora,  coUado,  que  tinha  50M00 

Esta  ftiegaezia  eifteve  muitos  annos  aniie- 
Há  a  ArcoKdllo. 

'  l[ARIlANO--^rtQgaez  antigo-Hftome  m* 
jurioso  que  se  dava  aos  judeus. 

XARRAZES  —  freguezia,  Extremadora, 
concelho  e  comarca,  e  12'kiIometrciâ  de  Lei- 
ria, i30  ao  If.  de  Lisboa,  500  fogos. 

Orago  S:  Thiago,  apostolo. 

*  Bispado  e  distriéto  administratitu  de  Lei*- 
riá.  •  '    *   •» 

Esta  fregnekhi,  ainda  não  ^istia  quando 
se  pnblieáva  oFÓrtugal  Sacro  e  Profam  r  «6 
existia  a  do  Arrabalde  ia  Ponie,  qtie  foisup- 
primlda  em  i81i,  em  cujo  anno- foi  a  sede 
dá  parochia  para  o  logar  dos  Pinheiro»^  a  4 
kSometros  dé  distancia.  Em  1829,  pasBOU 
dos  Pinheiros,  pak-a  Marraxes,  (i,t  kHòtne- 
tros  do  Arrabalde  da  Ponte)  e  áhíle  con* 
serva  actualmente.  ' 

O  antigo  logar  do  Arrabalde*  dl^P^fcte, 
sede  da  parochia  snpprimida,  leni  hbjo^apef- 
nas  uma  dúzia  de  fogos,  áquem  da  ponte  (do 
lado  dà  cidade)  quê  agora  pertencem  Àfre- 
(fnèziá  da  ^  eoiítMs  t«it08  â!em  dápóiltè, 
^que  Kio  hojé  da  íirègtieeia^de  Hárra^li    - 

Dentro  de  um  quintal  (no  Arrabalde)  en- 
costado a  um'  muro,  alindá  se  ti0èm  ás  hii- 
tiaA  da  torre  da  aqtíga  egreja  4e  Si  thiã|q 
ilo  Arrabalde  ^  j^)nte. .  - 
'  rJa  oheii»  tinham  amtíBâdo  tanbo.  tsla^ 


egreja^e^  em  tôil,  es  francezes  azaram  d^efia 
caTallarlça. 

ITesse  mesmo  anne,  foi  o  bispo  de  Leiria^ 
D.  Maauel  de  Agníar,  em  pessoa,  ao  legar 
dos  Pinheiroo,  pedir  acapella  de  S.  João  Ba- 
ptista, d'este  logar,  aos  povos  d'eile,  para 
aài  estaltelecer  a  sede  paroehial,  ao  que  el» 
k»  accederam  de  boamente. 

A  tesçio  d3  prelado,  era  ^ue  a  matriz  da 
'dregoezia  aqui  ficasse  para  sempre,  pelo  que 
deeiârott  o  modo  de  se  poder  accrescentar 
a  eapella;  t  projectou  comprar j  para  resi«- 
dencia  â<V  parocho,  o  casal  que  lhe  fica  ao 
S.;  pelo  qual  ainda  offereceu  200^000  réis. 
•  (H  baptismos  faziam  se  em  uma  bacia 
grande;  mas,  em  1822,  se  trouxe  do  Arra^p 
baldeia  pia  baptismal  da  antiga  egreja;  po- 
rém o  pftrocfaO'(homeidò  no  mesmo  ánno  de 
1811)  nunca  se  quiz  servv  d'ella;  e^ootí- 
nuou  a  baptizar  na  bacia. 

Este  paroche  (chamado  iJoaquim  José  de 
Azevedo)  era  natural  do  bgar  de  Martímf 
Gil,  onde:  sempre  residiu,  mesmo  depois  de 
sèr  paroeho  da  nota  freguezia  dos  Pinhelí- 
ros. 

Em  1828,  principiaram  os  povos  que  fax^e 
não  pertencem  á  eapella  dos  Pinheiros,  in- 
duzidos peio  próprio  curare  pelo  fidalgo  do 
Amparo,  Gonçalo  Barba  Alarde  de  Lèncaw- 
tro  e  Bam>9,  a  edificar,  com  es  matedaes  da 
antiga  egreja  do  Arrabalde,  a  actual,  na  al- 
deia de  Marrazes,  que  eonclniramem  1829, 
com  o  intento  de  nadarem  para  «Ha  a  ma- 
triz, 6  qttò  conseguiram  n^esse  mesmo  anno;, 
e  para  cujas  despezas,  o  bispo,  D.  João  Igha- 
cio  da  Fonseca  Manso,  também  concorren. 
^  ^Os-  povos  úk  parte  dos  Pinheiros,  reclaáia- 
nmr  cernia ^apreteftdidà  mudança,  peraate 
•  mesxse*  pr^do;'mas  nada  <tonseguiram. 

Vendo  que  nada,  por  esse  lado  padiam 
(^ttr,i '  por  «o '  bispo  •datar  •  empenhadO'  m 
mudança,  requereram  então  para  àè  eonser*- 
tarem,:  formando  paipoehia  independente, 
com  a  soa  amiga  eapeMa;  que.  até  entio  h»- 
Tia  servido  de  matriz,  por  egre}a  paroeldaL 
.  O  bispo  recusou-se  ainda  a  esta  preten- 

'  'l|é^tiei;e^!entlq  ao  reE  O 'ministro  dós 
]ie§(^iQa  ecdesijsis&icoe,  iaan^i;^  (i  reqi^jri- 
mento  a  informar  ao  prelada dadioqeee,'. 


8t 


■■•'^^ífc^*.^ 


ffflspottdeiirrrqiie  a.  ctpaUft  6itai» mexio»- 
midade  da  fregnezia— fronteira  a». menos 4e 
mm  quarto  de  legoa,  da  Cregnwa  doa  Míla- 
greai—quo  a  «apella  da  Hanmzaa^  era  m  ceo- 
tfa  da  fregoazia  d'eate  nome,  e  niaia:pro9f- 
ma  da  demolida  fregaexb  do  Arrabalde,  e 
4a9  aldeias,  dos  Marinheiros,  Marrazes  e  GeOr 
darás— qae  as  poToacSea  doe  Piebelroe.e  ia- 
nardo  e  outroa  casaes,  sempre  ficaitaQ  iQais 
fMTto  da  matriz,  do  que  flcaTam  quando  elta 
«stava  fio  Arrabalde— que  o»  povos  de  liar- 
trazes  e.  Yisiut^aaçaa  Unbiam  feito  gnwdee 
éespezas  e  sacnâoios^  com aconstruQQâ9  da, 
boiml  egreia,  á.qoal  sua  magestade  tinha  aii- 
Ailiado,  daudolhe  madeíraa  do  pinhad  de 
Leiíia,  etc. 

•  Os  poYos  dos  Pinheiros»  Janardp,  9Ai70r 
«as  ft  Boar-Vista,'  obstioando^a^  em  quer«f 
Ibiiirar  fr eguezia  independente,  neonsaram 
entregar  aos  de  Marrazes  a  pia  baptiamal. 

Em  25  de  julho  de  i8S9,  iteá  uma  escolta, 
oomposta  de  d(^  pra^a^,  de  inranteria  t2, 
SDiliciase  voluntários  realisias  de  Leiria,, aoe 
Pinheiros;  porto  homens,  mulheres ecireea-' 
ças  d'aqQi,  se  opposeram  á  viva  força,  èa* 
i^endo  grande  balbúrdia,  que  depois  passou 
a..eombat6,.do  qual  resultoU' ficarem  alguns 
«oldaéos.  facidps  ás  peditadaa,  outros  cem  as 
«imas  quebradas — e  do  povo  ficaram  doiis 
mortos  e  vários  feridos;  masa.tropa  teve  de 
Uetirar  para  Leiria,  seu.  levait  %  pta;  pp 
téDOL  levando  vários  itfesoe,.,qiie.estlvenaQi 
encarcerados,,  nas  ea^as  de  JUisboa»  roais 
^u  menos  iempo,  segundo  o  grau  de  culpai, 
^  que  ei  sr*  D«  Miguel  I,  lhes  petdoou  e  os 
jnatiâou  soltar. 

No  dia  ii  de  a^sto,  uma  outra<  força,  mas 
«m  numero  respeitarei^  de  cavaHaría  e  fmr 
jçadoiresv  se  dirigia  aos  Pinàelros^  owQa  aUeia 
odlOE  abandonada,  porque  o  ppyo,  iiifiM*/na- 
jdo  da  sUa  vÂnda,  Unèa  /agido  |)araf  ti^Wif^ 
-âa  dos  Milagres  e  outros  siliid. 
.  A  tropa,  depois  4e  saqu/íar  alfuijias  ea- 
-aas,.  levou  a  pif  enm  sino.  O  safrarM  loi 
jnaistar4^A' 


•i»  ■ 


1  Os  leitores  que  quizerem  ter  ampla^f^a- 
.ç9e^  sobre,  .todafs  esias  desor^eus  e  seus.  re- 
sultámos, vfjâm  o  livro  Iblituladó— O  Cote- 
'êèiro,  oUrrieiHoriásâoInspado  dè  Leiria^  dfe 
'pâ§,^9Àé*m.       .1  - 


^  AaQtí8alireifu»U.dQA«nkildo». 
.hmdia  e^  .poieaçi(ih-M9a|6rfteal>  Aviôr, 
Marinha  (hoje  Mariola .  firii^d^  Rite-d^ 

4ve%  Ug&a,  RuivaqpMin^  ^  Caeal- 

■   •  • 

No  alpendre  da  primiltiva  matriz  te  Ar^ 
rabalde,  eetá  nm  pppfunneuip  dfa  B^dn.  la- 
vrada,.assente  aobve  onscaes  da  meami^iipaa- 
teria.  Serve  díe  pedeatal  a  um»  Og^n  ícm 
haMtos  tabres»  «rmwda  de  eaPAda  b  ro4e0a 
(escudo.)— Nao  (em  leta^ro,  neiPi  P9r  tradi- 
ção consta  o  que  signieiea,.É.muita.Mtíga. 

No  ^q.  Junto  4p^,alpfflldr^  eatioa^^  e 
ainda  outra  por  detraz  da  capella-ni<>r>  am- 
l>aa  lambem  depeOr^  e  asp».iuscrlpQ56»9em 
armas,  e  também  ningue»!  sabe  qneoa  re|«a- 
senfaqa*  SSo  egualmente  auliquUaiay^^. 

D'esta  fregnezia  se  desmembraram,  oaia- 
fvroe  de  Amor,  Mpu^&eal  e  outros»  Antes 
d*esta  desmembraçao  era  esta  freguesia  mna 
das  majores  do  bispado,,  pois  Unha  659  fo- 
gos. 

Tinha  a  cenfiiaria  dei  S.  TS^mp»  8«i:iida 
por  pessof^s  nobres 

Fazia; se  aqai,  de  tempos  remolo«i  ufpa 
grande  procis8.|o  no  dia  do  padroeiro  (9$  de 
julko),  que  satiia  de.  Sant*  Ai^na  para  a  «gffja* 

Em  um  altar,  que  era  dedicado  a  Safflt^ 
HartlMt  (Q  ilpti^  sida.primeiíe  4fi  Saum  .Mar- 
garida) ioetítuiu  SebaaUão  l4>pas,  do  Freixo, 
^anegoi  da  Só  dq  Leiria^  uip;^  missa  quionU- 
dianai  para  o  que  d^ixoii  nepsi  l>ens.  rlffí^ 
la4ofi^  ^  4le  que  foram  aÁuHoj^M^dorf^as  W 
eeu^  sobrptio  e<oe  (lorreian,  herdeiras  d'afif • 
.  Tiubaouira  eouft'«|ia^  Is^ituiada.d^  f^9m 
^nhora.dp  Pono  Q6vso. 


•  t 


.  HaFlA  m  frq0ie9^ia  dorAn^baldei  as.er- 
4U^daii  a^guúltei : 

. '    ■         •  .  •        .      ' 

,df»iYaUfH»óeeo,.  faítit  eni  jl^i  (eqiMi9  ^m 
de  LÓíriSkil^  f  r.^Ga^p^r  do  Qa^âl^.  por.  or49fP 
e  á  custa  de  Gonçalo  Correia  e  sua  mulher* 

cjrif^  iwmcQs,  que  sao  uns  pequenos  w- 

xes  (do  tamániiò  de  eamarSes;  qile  #é  crn(to 

nos  esteiros  e  pantaniM.  Ilatl^aiiaè  abundlil' 

ijeia  doestas  peíinBiiaa  immBdlaç&eadJAAlira 


um 

IgQOi  d^Veira»  em  uma  quinta  raa,  e  eata* 
beleceo^ot  renda  snfficimta  pan  a.fibiíea 
4a  MpalU.  (U  i/  do  Ae«ttio  da  ohaiMrila- 
r|9^  a  A. m  v:*HCaflorio  dP.(;abido  da  8é  da 

Wiía.) 

tida  iJTiee^Jiiiúiml^^-naQfre  o  logav  das  Gbana^ 
e  ^  rio.  Os  tMbiU^Ua  das  aldeias  Tiaintaas^ 
fWD  obrigadoa  i  sua  í^hrU». 
.  TUibA.dnaa  oQDfrariaa»  a  dis  Nassa  SanlMNTa 
^  K9flessíd2^d£is.  e  a  do  padipeiro  da  ca? 

.  Eftta  çapeljk^  ficaTa  pet»  pavia 

jdii  baixOà  e  .á  ^i^ita  do  «affânbQ 

we  Tae  da  Begaeir».  4e  PoMi!> 

•para,Lairía. 

.  I^ois»  era  ooal^ecída  v^dgannapte  for 

(teando  se  arramou  a  espolia,  foiam  as 
^uaa  «effiridas.  iiiw^iiSs.tra]i8Mdasrpara  a 
caiKlJia  da^  CbaftSi. 

Tanto  mii%  Gom^  Qi^tra  ima^ani»  foraiii 
objecto .  da  grands  y^awaçâo  dos  fieis  d*es* 
t^s  ^íiios,  qaç  lhes  faziam  tve(piej}ffis  romã- 
rias. 

,'  ,  Segifuâp  9^  tradição,  nas  casas  qpe  esta- 
vam continuas  (que  foram  residência  dos 
jtondadores)  vivia  um  eremitào. 

Segundo  documentos  existentes  no  cartQ- 
rio  da.  mitra,  esta  capella  chegou  a  ter  ^an- 
4â(  rendimentos,  todos  provenientes  de  es- 
ttíolas  é  óITertas  do9  romeirosj'  e  tanto  que, 
álem'  das  despezas  com  o  culto  divino,  cpn- 
áervà^o  è^  reparos'  da  capella,  ponde  dar, 
itú  i^6t,  j^ara  ajoda  da  obra  da  capella  de 
Santa  Anna,  das  Ghans,  93#250  réis. 

•  *'Em  it60^  deu,  parar  afoda  da  constmeçào 
tta  egfeja  maliíx  da  Cegueira  de'PòíKes;HPéli 
WliOOO.  Pam'  o  mesBfio  flm,  eto  1770,  réii 
lO^OOO,  «tn  f77l;  iOOfOOO  réis,  e  ainda  de* 
)^oí»  ffittiv  MVOOO  réis. 

*''■  Mo  8e'Si^sel6â8S  estas  quásllas  (brani 
emprestadt9,'ou'dadasi  e  qite  se  sabe  é  qte, 
lè  fotfanipar  emprestiatoynnricalbcam  res- 
«fttàidasi   . 

•  Ainda 'eayi767  neomplren  mn  sioo.para 
«  eàpeUa  4e  Sl  Miguel,  poF.iâtffiOi  Déte. 


Hikll 


§5 


i  t 


Ar .  SúPêànOy  a/Hn^oJa-iia  faíiMa.0e*£.  fitt 


áre  io  Liãe^  a  enja  íkbcioa  «rim  obtigáte 
os  possuidoras  da  quinta. 

A  ^ta.  ermida  bia  o  cabido  d^  Sé  df»  Lei- 
ria, em  procissão,  no  í*  dia  das  la^^ifAn 
de  ipMo;  depois^por  ser  distante  da  cida^ 
sp  ipudon  para  a. ermida  de  Sianto  A^dré^  ^ 
Ajrrabalde. 

Segundo  a  tradição,  depois  qn^ 
86  mudou  esta  procissão,  nu^ca 
mais  os  olívaes  da  Gandara  tor- 
naram a  dar  azeite  em  abundáur 
cia,  come  até  alIL 

4.*  ftassa  Senhora  da  Ptetladf— junto  áj^ 
lògar  da  Gandara,  feita  e  dotada  de  rendas^ 
por  Diogo  Dias,  do  mesmo  logar  da  Gandairaf 

6.*  Capella  na  ribeira  dé  Áifadifn--^o 
padroeiro  se  ignora.  El^a  ia  qufnu  d6s  ber- 
deipos  de  Luiz  da  Sliva  Gosta,  e  foi'  este  q«té 
a;  mandou  fazer  &  sua  eusta,  e  dotou,  em 
iei4,  obtendo,  ii*<e6se  mesfiie  anno,  liécsf^a 
para  n*elia  se  disèr  missa.  (L.  3.*  do  Rég;, 
do  bispado  de  Leiria,  a  fl.  109.) 

A  qninta  do  fundador,  eoooalva^se  ao  Qes- 
oer  dotogar  doa  Pinbeiffo^  para  os  Milagre^ 
pi»«^xi  depois  de  passar  o  r  19. 

Da.  ermida,  apenas  restam  parte  d^:pa^ 
m|we» 

$:*  Mossa  SejukorA  da  EncarnaçU^-rtunre 
umas  altas, e.gnandes  bJDenfaas^  no  inDAteoft* 
de  bote  e9tá  «  capeUn,  iá  ba«ia  de  lempof 
ren^otos,  ooia  ermídinba»  dedicada  a  S>  Qa^ 
briel  Arcbanja  .. 

.  J^levada  a  oidadn  de  Leiria  a  «éde  de  liar 
pado  (1545),  seu  1.*  bispo,  D.  fr.  Brac  dl 
Barrof,  .toi  eo?  ví4t*,  p^  epta  w»çíjai>.  e, 

prpu  o  meamo  prelado^  a  tevr?  e  m^ípít:  ^^ 
cessarios  para  ae,  íaferei^  camiiQbOf  |^ij| 
elL^  Mí*  até  ^taoin5o/(?flb^TJa,.>iBt4c|pse 
por  enijip  ^ra^a.^jquea  ^  matafí^.  . ;, 

0  tect9  àf^  capfíli|;nova,  era  de  M^off^ 

1  Çoçsta  do  Livro  das  visitas,  que  então 
se  acbaram  n'esta  capelfa  osàos  dé  pc(nias 
(líMas)  bmanasdenm  tamatthe  gigaottiaM 
afandanam  wuia^Mttgiiidaãf .    .  1^ 


MAB 


MAH 


VBfóailar. 

O  Mf po  rtfmèo^  tioba  ten^  de  ftudar 
aqtií  ttm  eooTento  de  capnctiof,  e  mandir 
i^elle  Uutf  %  foa  sepoltiira ;  mas  nâo  ehe* 
f ott  a  realisar  o  sea  iotento ;  porqne  lesi' 
gDoaobispado^esereeolbeaatiiii  mosteiro 
da  tua  ordem. 

Ifesta  eap«Jla  se  diiiam,  mnito  de  madni- 
gada,  nove  mlstias,  dos  nore  dias,  que  aca- 
baTam  no  da  AimiuiciaçSo  de  Noua  Senho- 
ra, em  honra  dos  nove  mezes  qoe  a  Santís- 
sima Virgem  trouxe  Jesus  Cbristo  em  suas 
entranhas  (Alguns  annos,  por  íncouTenien- 
tes  que  sobrevinbam^  se  diziam  estas  missas 
na  eapella  do  Espírito  Santo.) 

Eram  cantadas,  e  á  eusta  dos  devotos. 

Com  o  tempo^  vein  a  esfriar  esta  devoção, 
jpaiêsndo  mato  de  20  annos  sem  elia  ter  lo- 
gaf'  Cessou  a  etncurrencia  á  ermida,  que 
ficou  ao  abandono.  A  abobada,  e  as  portas 
eabiram,  e  o  eorpo  da  ermida  ameaçava  im« 
minente  mina. 

Umas  mulheres  devotas,  eom  esmeras  que 
poderain  obter,  mandaram  reparar  a  aboba- 
da, ladrilhar  o  pavimento  e  concertar  as  por* 
tas ;  pelo  qao  a  devoção  a  Nossa  Senhora 
eontinuoa,  supposto  que  a  ermida  sempre 
conservava  a  invocação  de  S.  Gabriel. 

Bm  11  de  julho  de  ISSS^  estando  n*esu 
ermida  a  marqueza  de  Villa  Real,  D.  Philip* 
pa,  com  muitas  outras  pessoas,  a  Senhora 
fsz  um  notável  milagre  a  Suzaaa  Dias,  do 
logar  das  Cortes,  que  havia  38  annos' eátavá 
tolhida  das  pernas,  ficando  com  saúde  per- 
feita. 

ApproVott-se  logo  o  milagre,  e  no  dia  se- 
guinte, é  cabido  da  cathedraf,  foi  em  pro* 
dêsio  á  ermida,  dar  graças  á  Santissima 
Yil^gèm,  Azebdo-se-lhè  uma  missa  eantada, 
iqúar concorreu  muito  povo. 

Fez  logo  o  cabido  doaçSò,  para  as  obras 
da  çapells|  dé  todas  as  offertas  qiie  n*aquelle 
attnò  viessem  i  mesma,  que  foram  muita^  e 
valiosas. 

\  tratouse de faxer npva ermida, e se jun- 
lanam,  em  poneo  lempQ  os  praeteos  vMt* 
rlaesi  grande  parta  tfttUes  levaAoa  ia  eoetái 


por  deveiOB,  ai»  se  poapttdê  a 
llioi,fleai  aesme  as  doBttUas  ftobroa. 

Bm  ffc  de  eelenliro  do  raesoM»  aana  de 
UMt  sendo  bbpo  de  Leiria  B.iMro^€al* 
tilbo,  foi  o  seu  cabido,  em  prodssio,  á  er- 
mida, hlndo  DO  acompanhamento  D.  Maniul 
de  Heaeses,  duqve  de  PAminha,  e  soa  ffiha, 
D.  Brites  de  Lara.  Houve  missa  cantada^ 
púk  deio  da  Sé,  com  musica,  e  as  clura- 
mellas  do  duque.  Benzeu-se  em  seguida, 
eom  todas  as  formalidades  do  ritual,  a  pedra 
fundamental  da  nova  capela,  que  tinba  es* 
culpida,  uuu  cruz,  o  nome  da  Santiseima 
Virgem  da  Ammnda^,  e  a  data  d*esu  ee- 
remonia.  Foi  levada  ao  seu  logar  em  uma 
padiola,  toldada  com  pannos  de  sdda,  sendo 
conduzida  pelo  duque  e  pele  deio,  de  um 
lado,  e  pelo  outro,  a  levaram  o  diácono  e  sub- 
diácono,  e  alumiada  por  S  tochas,  todo  ae 
sem  das  charamelias.  Assentou-se  da  paírte 
do  Evangelho  (N.)  no  principio  do  aKceree, 
junto  á  porta  principal;  continuando  a  nova 
reedificado  da  eapella  com  grande  fervor, 
pelo  que  se  conckski  em  pouco  tempo. 

Em  quanto  duravam  as  obras,  cahiu  so- 
bre um  dos  pedreiros  uma  grande  pedra, 
sem  o  offender;  o  que  se  tomou  por  milagre 
da  Senhora,  e  em  commemoraçao  d'elle,  se 
lavrou  na  mesma  pedra  uma  inscripçSo  qtfe 
o  recordava. 

Foi  o  referido  bispo  que  mandou  fazer  o 
risco  da  nova  eapella,  para  a  construeçao  da 
qual  deu  avultaclas  esmolas,  suas  e  pedida 

Em  1603,  cahiu  um  raio  sobre  a  porta 
principal,  e  outro  em  1606;  mas  pouco  dam* 
no  causaram. 

Espalhouse  tanto  afoma  das  çúh^Feada 
padeira  d^i^sta  eapella,  que^  (to ;  tod^  as 
freguozias  4o  bispado^  de  muitas  villaa  elre- 
guezias.do  de  Coimbra  fido aroebispado.(bOf 
je  patriarchado)  de  Usboa^aqipt  viei^am  7t 
prooissõQii  trazendo  todaf  ofliçrendas»  mais 
ou  menos  valiosas^  a  Nossa  ^enhfra.     , . 

O  eabido  kia  todoe  ea  .annos,  nor  dia  li 
de  julho,  em  procissão  á  eapella,  onde  ht^ 
via  missa  cantada  e  sermle.'  ^'^ta.iupotís* 
sao  hia*  uma  relíquia  doveitidoda  Santíssíp 
ma  Virgem,  que  está  na  Sé,  em  lun  relia* 
riò,  de  prftta  dourada,  em  fonda  dácciata- 


MAR 

iifu^  BUi  d^baliA^  palio»  coodozida  i^elo 
c^idgo  que  tinha,  de  cel^rar  a  misaa. 

. ,  JBotTA  as  oaniias  offectas  foítaa.a  esta  er- 
ipída^por  differenteafragaeziaa^sabresaheiD 

.  'Ávúffi^  éti  Monte  llór  Fctôo,  no  bUpado  át 
€oiq)bra,  deu  uma  alampada  grande»  de 
praia,  ornada,  com  quatro  esendoiiy.com  as 
AToiaa  da  mesma  viila.  Túaba  de  peso  30 
iiK|re!0a.4fl  prata*  Obngoii-âe»  além'd'i8to,  a 
nneama  viUa.adar  eada  aoQO«  aeis alqueires 
4e  ascite,  para.  a  meema  alampadft. 

.Á.villa  iefikão  do  Coucfl,  oatra  alampa' 
ân  de  prata»'  com  li  marcos  de  peeo. : 

O  povo  do  Pombalinho,  dea  am  grande  ei* 
tio,  qoe  se  conservou  por  muitos  amioa 

As  fregaeiias  de  Colmeias,  Santa  Gaúiari* 
«a  da  S^irra^  Yermoíl,  e  esta  do  ArralMdde, 
cada  orna  deu 'também  o  seu  cínp. 

Maitos  particnlares  fizeram  doaQdea  de 
ben^  de  raia  e  rendas,  â  eapella. 

Maitaa  pessoaa,  devotas,  deram  vários  Tes- 
tidos,  mais  ou  menos  ricos,  a  Nossa  Senho 
Ba,  e  diversos  paramentos  para  o  templo. 

Tem  cinca  aítarea  de  talha  domrada,  oom 
vetabolos  e  pintoras  de  muito  meredmento. 

FormoB-se;  logo  uma  confinuria  de  Nossa 
Senhora  da  Encarnação,  sendo  sua  primei* 
'saijulxa».l<^o  no  mesmo  anno,  a  referida  D. 
Brites  Ãe  Lara,  e  por  muito  tempo  andou 
este  juizado  na  casa  de  Tilla  Aeid,  e  desde 
I9fcl,  em  w^  foram  iostiçados  por  intidò 
ree»  o.dow^de  Caminha^  o  marqnec  de  Villa 
Iteal  (vide  Caminha)  e  outros  membros  da 
9IU  Ismilia,  passou  o  Joisado  para  os  bispos. 
:  Tinha,  misaa  em  todos  os  sábado^  e  nos 
domingos  e  dias  sanctiflcados. 

7/  Nçssa  Sexéora  dos  Anjos— ^  antiga  er« 
mida  estava  no  mesmo  logar  da  actual.  Era 
pequena^e  tinha  um  alpendre,  no  qual  ae  pré  - 
gavam  qs  serni5e8b  e  a  cuja  Cabrita  era  obri- 
gado o  j)rior-m6r  d^  Santa  Cruz  de  Goun- 
bia,  não  havendo  devotei»  que.ajudaasemás 
^Qspezas  das  obr^s  e  fabrica  da  ermida. 

.HiamaeUa  as  prqcâ^sdesdojCocptifl.Cbris- 

'•*  ^ta  Mliqaia fòidaâa 4 Sé^  pélobispo, 
D.  P«iiro  :âo  C^atiltao.    .  . 


IfiUíl 


s? 


ti easladainbas. Nò  aabbade  qnetinhadaii^ 
tro  do  oitavado  da  Assumpção  daSenhení» 
depRoia  de  vésperas^  a  que  assistia  o  eali^do, 
hia  a  mesma  Senhora  «n  procissão,  em  uma 
tumba,  feita  só  para  este  dia,  repnssenlandú 
a  Senhora  morta.  Era  acompanhada  da^is* 
mandado  da  Misericórdia  edas  nuús  irasanh 
dadas  .&•  confrarias,  e  a  levátvam  i  Sé;  Na 
volta  para  a  sua  capella,  já  a  Senhora  vinha 
rèBUsciUida,  «  em  uma  rica  eharóla,. haven- 
do à  stta  chegada,  missa  cantada*  eaennãoj 
Tanto  á  hida,  como  á  vinda,  era  levada  po9 
quatro  clérigos  de  ordens  sacras^  veslidw 
Ãb  alvas,  amites,  singulos  e  estoiaa. 

Esta  procisâo  durou  até  16)6^  deixando 
de.se  fsEcr  pelo  mau  estado  da.capeUa.   k  . 

Em  1628,  por  estarem  estado  de  imni* 
nente  mina,  se  demoliu,  e,  ainda  iiue  logo 
se  reedificou,  nunca  mais  se  tornou  a  fazer 
a  procissão,  aité  1651,  em  que  alguns  devo- 
tos a  resnscitaraoL.  ^  *       ' 

a*  âon^Oiin/ento— a  antiga  eapella  estava 
também  no  sitio  da  actual.  Foi  construída 
com  esmolas,  mas  não  se  sabe  quando.  Foi 
reediicada  também  oom  esmolas,  em  IMi» 
pelo  infante  D.  Henrique,,  depois  cardeal^rei^ 
sendo  priornnór  de  Santa  Cruz  de  Coim- 
bra, e  por  isso  lem  as  suas  armas  na..capti( 
la-mór.  >. 

É  tradição  que  foi  feita  no  mesmo  lo|;ar 
em.  que  Santo  António  de  Lisboa  esteve  a 
descançar,  á  sombra  de  uma  oliveira,  quan* 
dó  de  Lisboa  so  dirigiu  a  Santa  Cruz  de 
Coimbra. 

9.*  S.  Bartholomm-^iai  fundada  (não  se 
sabe  quando)  por  um  fidalgo,  cujas  armaa 
se  voem  na  fachada  da  capella;  mas  não  se 
lhe  sabe  o  nome.  Teve  uma  confraria  de 
Santo  Amaro,  e  outra  de  Nossa  Senhora  do 
Soceorro,  e  duas- missas  quotidianas,  iosti^ 
tttidas  por  António  Fernandes  Nato. 

Teve  também  merceeiras. 

JO.*  S.  Sebastião  de  For  lo  Cato. 

/i/  S.  Miguel  Ârehanjo-HOíO  mesmo'  sido. 
Tevê  nma  rica  e  grande  confraria,  do  rap- 
zea  solteiros;  e  por  miiitos  annos  leve  uM 


im 


MAR 


MAR 


Esta  viilá  é  composta  do  tecç5e8  Aaa  frO' 
gnezias  de  Lobrigos^SeTère outras.    • 

Foram  senhopes  de.Peiiai:iuao^  os  marcpe- 
zes  da  Fontos^qae  apresemayiin  as  JoaÃças 
e  gotemavam  nas  Fcn^  M(Mir««lferta  e  Och 
dim. 

'  Tinha  ééte  toneelho,  ató  1834,  daa  eQtnpa- 
nhias  da  ordesanças,  cemaunídadas  por  am 
eaj^taormór,  sujeito  ao  general  de  Traz-os-r 
Ifóntes. 

Era  senhor  da  honra  de  Fontes^  D;  Rodri- 
go Pedro  Annes  de  Sà  Almeida  eMeoetes, 
deseendente  de  João  Affonso  de  6á,  senhor 
da  qninta  de  Sá,  em  Galmaries,  pae  de  Ro<- 
drigo  Annes  de  Sá,  que  sendo  embaixador 
de  Portugai,  em  Roma,  em  1320,  casoa  com 
Gecilia  Colona,  filha,  neta  e  bUneta  dos  Co- 
lonas, senadores  romanos.  Yinhaeata  senho- 
ra a  ser  i3.*  neta  de  Caio  Mano^  sete  yetes 
eonsnl  de  Roma. 

*  Rodrigo  Annes  de  Sá  e  Geeiiia  Colona,  fo- 
ram pães  do  famoso  Joáo  Rodrigoes  de  Sá, 
cognominado-to  dai  éroM— pelo  eombate 
que  teve  contra  a  esquadra  castelhwa  qne 
pai;  ordem  do  sen  rei»  D.  Joio  I,  bloqueava 
Lisboa,  em  1384. 

,  A  esquadra  ponagueza,  sahira  do.  Porto, 
em^soccorro  de  Lisboa^.e,  apeaar  de  muito 
inferior  em  numero  de  vasos  e  de  gente  de 
guerra  á  castelhana,  entrou  a  fóz  dp  Tejo, 
por  entre  as  naus  intmi(M  qne  derrotou  e 
pôx  em  (uga. 

Foi  n*este  eombate  que  João  Rodrigues  de 
Sá,  tanto  se. distinguiu  peia  sua  sciencia  e 
intrépidos,  que  adquiriu  o  oognopie  glorioso 
de-^  das  Gates,  (Vide  o  4.«  vol.,  a  pag.  38S.) 

D.  Constança  Rodrigues  de  Sá,  irman  do 
das  Galés,  foi  casada  com  João  Gonçalves 
Zarco  (oreado  do  infante  D.  Henrique,  filho 
de  D.  João  1)  descobridor  da  ilha  da  Madei- 
ra, em  1419. 

O  das  GaléSy  casou  com  D.  Izabel  Rodri* 
guês  Pacheco^  filha  de  Diogo  Lopes  Pacheeo. 
Era  filho  do  das  GaUs  e  de  D.  Isabel,  Fer- 
lâo  de  Sá,  que  morreu  em  20  de  março  de 
1449,  na  baulha  da  AUárrotoifa  (a  24  kila« 
metros  de  Lisboa),  em  defeca  do  infouie  D. 
Pedro,  tio  e  sogro  de  D.  Affonso  V. 

João  Rodrigues  de  Sá,  filho,  de  Fernão  de 
Sá,  casou  três  vazes. 


.  De  «aa  i^  mulher,  D.  Cathanina  de  Mease* 
ses,  ilha  de  Uiiz  de  A;Kevedo,  teve  Beariqoa 
de /Sá  e  Menezes;  senhor  de  Cantanhede»  por 
saa  mulher,  D.  Reatriz  de  Meneses. 

De  sua  2.»  mulher,  D.  Leonor  da  Silva» 
teve  Jbão  Rodrigues  de  Sá— o  Vdàa — qne 
casott  com  D.  CamiUa  de  Noronha,  filha  de 
D^  Marthibo  de  Castello.  firanco,  !••  conde 
de  Yiila  Nova  de  Portimão. 

D*este  casamento  nasceu  D.  Francisoo  de 
Sá,  conde  de  Mattosinhos,  que  morren  sem 
geração ;  passando  a  sua  casa  a  sen  sobri- 
nho, João  Rodrigues  de  Sá,  casado  com  D. 
Luísa  Henriques,  dos  quaes  nasceu  D.  Joio 
Rodrigues  de  Sá,  l.«  coims  db  FBKAGCiSe, 
por  Philippe  IIL 

Foi  2.*  conde,  seu  filho,  D.  Francisco  Me- 
nezes e  Sá. 

Foi  3.«  conde,  o  filho  d'este,  D.  João  Re* 
dt^fgues  de  Sá  e  Menezes  (no  reinado  de  D. 
Jeão  IV)— succedeu-lhe  seu  filho 

4.*  conde,  D.  Francisco  de  Sá  e  Menezes; 
ao  qual  D.  Affonso  VI  fez  l.""  makqubz  m 
PONTES  (fiiegnezía  d'este  concelho.) 

.  Foi.  S.»  conde  de  Penaguião  e  2.«  marquei 
de  Fontes,  D.  Rodrigo  Pedro  Annes  de  Sá 
Almeida  e  Menezes,  que  casou  com  D.  Izi- 
bel  de  Lorena,  filha  única  de  D.  Naoo  Alva- 
res Pereira,  1.*  duquk  do  cadaval,  e  de  sua 
mulher,  D.  Maria  Henriqueta  de  Lorena,  t- 
lha  do  príncipe  Arcourt,  em  França. 

Para  evitar  outro  autem  ge- 
nuit,  vide  Cadaval. 

A  actual  freguezia  de  S.  Miguel  de  Lobrí- 
gos,  denominava-se  antigamente— $.  Migttd 
de  Penaguião,  (Vide  Lobrigos — S.  Miguel) 

MARTIM--*freguezia,  Minho,  comarca  e 
concelho  de  Rarcelios,  10  kilometrosa  0.  âs 
Rraga,  360  ao  N.  de  Lisboa,  180  fogos. 

Em  1757  tinha  132  fogos. 

Orago  Santa  Maria.  (Nossa  Senhora  da  Ex- 
pectação.) 

Arcebispado  e  districto  administrativo  de 
Braga. 

&  terra  muito  fértil.  Cria  muito  gado  da 
toda  a  qualidade. 

:  O  papa  e  a  mitra  apresentavam  alteraatí- 
iramente  o  vigarip,  que  tinha  SO JtOOQ  réU  dl 
Bondimeniei   ... 


MAR 

KAUXa^frefaetia,  TpÀ»-oMloDle8,  no 
bispado  de  Mlraoida^  boje  Bragança: 

Em  1757  linha  24  fogos. 

Orago  S.  Martinho,  bispo. 
>  Poi  snppriínida  por  pequena,  no^priacipio 
do..aeeulo  XiX« 

A  mitra  apresentava  o  abbade^  que  tioba 
Í604ao0  réis  de  rendimento. 

IfARTiM^ILr-Vide  iíamim. 

|lâRTIII^L01l60*-»^fregnezia,  Algarve  co* 
iBãrtaMe  Trritx,  concelho  d<5  Aleomlm;  ^5' 
InlomeirDS  do  FároijflSO  ao  6.  delilsboa»  600 
fegos.  ■  .  - 

£n  ft7â7  tinha  !{34  fogos. 

Orago  Nossa  Senhora  daOonoeição.   . 

Bispado  do  Algarve,  districto  administra- 
tivo deFáro. 

Q  :papa  e  o  bispo  apresenta^malternati-« 
'vametite  o  prior,  culiado,  que  tinhaSOO^OOD 
Téis  de  rendimento,  fóra  o  dizimo. 

*     ■  •  ■  • 

Martim-Longo,  é  uma  grande  e  rica  aldeia, 
eon  boas  casas,  e  o»»»  malarnu^^.eá- 
tpaáa  a  «gual  distancia  de  duaa  ríbdras ; 
Vascão  ao  N.,  e  Foupana  ao.S. 

EiAá  asaenlo  em  uma  collinav  jà  fóra  da 
serra  40  Alganfe,  dominada  de^tedoe  os  la- 
dos por  graodes  alturas.  .     .    v> 

O  rio.finadiaoa,  fioa^lhe  25  kilomecros  a'0. 

A  egrcja  miu%  énn  bom  tempkwlle  trez 
narres,  «ia  mais  antiga  dVstes  arredores* 
-  O  prior 'roçebía  o  dizimo  das  nUúç^s,  qp,e 
SBdaTa  por.  ioOMOO  réisi 
. 'Eca,  o  unioo  do  Algarve  que  recebia  pri- 
midiM*  . . 

A  uns  350  metros  do  povo,  ha  uma  lagoa, 
fnmdiáà  pdasisguas  darbava^goiB  a'dla/8e 
conservam  todo  o  anno,  o  que.pr4i|iij4iea  a 
sande  4os  povos  visiobos. 

,S  va»to  o:  t^trr itorio  d*«sta.  parochía»  pois 
tem  18  kílometros  de  comprido^, por  12  der 
lasgo* 

'  ÊtK>iApo9ta'  a  fregnesía,  de  M»  M»m  pe- 
4B«inas« 

.  A-prMr.de^r  poaeo  abuod4Dt«.d'|igU4i  é 
tarxa  ler  tM*  e  cria  mu^lo.g|ido  de  loiia  a  qus^» 
lidade.  Tem  poucos  arvoredos,  ... 

Fahrieai|)*8tf  aqui-  tecidos  grosseiros,  de 
lan  (sut-iams^  utameniMê^i^JfjMi),  Tf^mbem 
se  fazem  aqui  muitas  meias  de  Ln.  Expor 

VOLIUS  V 


ma 


101 


tam  de  todos  estes  géneros^  em  bastante 
qnantitMé. 

Hb,  aqui  uma  grande  feira,  no  dia  de  Cor- 
pos €hristi« 

Haaafregueííra  varias  okfrías  deloiiça  or- 
dloárla,  que  tatikbem  se  exporta. 

Ha  aqoi  muitos  almoereves. 

Nos  seus  montes,  ha  IfraUde  abundaníAa 
de  caça,  de  toda  a  qualidade;  pelo  que  ha 
na  fhegoezia,  nmitos  e  mu!  destro»  caçado- 
res de  profissão,  que  exportam  0(Mlbo8'O= 
(sobre  tffdo)  perdi^e^;  paht  varias  terrasí;  e 
até  para  Lisboa. 

Também  ^'este  território  ha  a  celebrada 
gran  de  carrasco  (feermes),tào  querida  e  ta<^ 
explorada  pelos  romanos. 

'VsiCáva  dos  ifOttro^  d' tota  freguezfa,  ha 
uma  grande  mina  d»  ròbre,  expl^irada,  pe< 
1(18  srs.  -visconde  de  Gan^ègóso*  e  António* 
José  Pereira  de  líágalbáeè.  Já  foi  explorada 
pelos  romanos,  ou  pelos  aribes;  do  que  ha 
muitos  vestígios.  Dá  22'por  eènfôde  pyrites 
e  cobre  pafiaché. 

Fica  próxima  á  aldeia  de  Vaqueiros. 
'•  Foi  comprada  àe  sen  primeiro  proprieta- 
rio,  por  50  contes  de  réis. 


Está  frègaçzia  flca  no  termo  da  viila  de 
Alcoutim. 

No  logar  da  Beí*mgnfa  (Berengirfa,  notfie 
de;  mulher)  pariu  uma.  mnllter,  em  31  de 
agosto  de  1728,  cinco  creanças  emiiáíia  tar- 
de. Quatro  delias  'r^cebnram.  O'  bapiÍsmb:'.A 
mão  não  sentiu  mais  encèmtoodo  dtai  qoe 
jsenriria  se  o  parto  fosée  de  nmáaó  creai^Qa. 
Chamava-se  Britas  Lopes^e  era  casada  cofD 
Manuel  Ootft^Uííes.    ^ 

MARTINGHBL  ou  MARTBSXBL-rúiçgae- 
zisy  £xtrémadara^  cúcbsrda  e  eoòcelbo  de 
Abrantes^  180  kHometms  aj).  da  GUarda^ 
130  au  ^B;;  de  Lisboa,  W  fogos. 

£m  1757  tinha  91  fogos. 

Orago  ^.Miguel  Arcbanjo. 

Bl<pado  de  Casielio  ttraseo,  distraeto  dft 
SaniareiOv..         ■     •    \^-i  . . 

O  -prior  do  mosteiro,  de.  Santa  Crnz  de 
G<»iiiibra,  apreseutava  o  vigário,  que  tiaba 
6Q#t||0  *As  e.u  (ló  de  altar. 

HiRTINÊGnAS  ou  MARTINÊ6AS— p«f* 
tttguez  autigo— lôro,  triLuto  ou  peosao  que 

7 


</ 


lOâ 


MAR 


8e  pagara  em  dia  dd  8.  Maitíolio,  e  d^esaa 
cirenoNifóiMía  umdoii  o  doom. 

MARTINHO  (S.)  e  8.  THIAGO--rregiiexia, 
Ti4e|ifJMKi, 

líARTINHO  (S.Hfregaezía,  Beira  Baixa» 
eomarea  de  fioateía,  eonoeltio  de  Géa,  70 
kílometros  ao  NE.  de  Coíintara,  2S0  ao&  de 
Lisboa,  210  fogo». 

Em  1757  tioba  62  fogos. 

Orago  8.  Martíoho,  topo. 

Búpado  de  Coimbra,  díatrieto  admíníetra- 
livo  da  Guarda. . 

]>eiioinioa^e  vnlgarmeate  (e  é  como  ee  Té 
«en  todos  os  doeumentos  antigos)  5.  Marti- 
nko  d^apar  de  Cêa,  para  dístiagaír  esta  íoe- 
gaescia  das  outras*  do  mesuio  noaie. 

O  reiior  de  Céa  apresentava  o  cora,  que 
tioha  8^000  réis  4e  côngrua,  e  o  pó4e  altar. 

HARTINHP  (3.)--Aregnezia,  Extremadn- 
ra  (mas  aO)  &4o  Tejo),  oômarea  e  concelho 
de ;  Alcácer  do  Sal,  50  kllometros  a  O.  de 
Évora,  60  ao  SB.  de  Lisboa,  70  fogos. 

Bm  1767  tinha  os  mesmos  70  fogos. 

Orago  S.  Martinho,  bispo.. 

É  terra  muito  fértil 

Arcebispado  de.  Évora,  districto  adminis- 
trativo de  Lisboa. 

A  mesa  da  conciencia  apresentava  o  prior, 
que  tinha  .180  alqueires  de  trigo,  90  de  ce- 
vada e  lO^íOOO  réis  em  dinheiro 

lIARTINHa  DE  ANOnEIRâ  (S.)— fregue- 
zia,  TráiM)8^Monles,  vide  Ángueira  (a  9.*), 
a  pag.  216  do  l.""  voL 

MáRTIirHO  DANTA  (8.)— Vide  Anta,  a 
pig.  21*9,  ooK  1%  do  l.^^vol. 

MARTINHO  S^ANTA  (S.)-^Yide  Anto,  a 
pag.  220,  col.«  l.«,^de^.'>  voL 

MARTINHO  D  ARVOKE  (S»)b^Tíde  Arvo-' 
re,  a.,pag.  243  do  i.»  vol 

MARTINHO  DO  CAMPO  (S.)— Xá  a  pag. 
63;  col  1.%  do  L«  vol.,  sob  a  palavra-^Cam^ 
po  (S.  Martinho  do),  descrevi  esta  frègoezia ; 
mas  repito-a  aqui,  nio  só  por  ter  dito  no  2."* 
volume,  que  era  do  bispado  do  Porto,  quan- 
do ó  do  arcebispado  de  Draga  (erre  a  que 
me  induziu  o  Portugal  Sacro  e  Profano)  co- 
mo porque  desde  então  obtive  mais  alguns 
apontamentos. 

^  Ha  n*esta  freguesia  duas  capellas  pjlbH*' 
cái: 


MAR 

i 

Noua  Senhora  do  ^<í»iiAo-hm  BMXBte  ds 
EspínlM^  jnata  ao  ria  Viwlla,  ottdeatitt 
uma  festa  e nmaria»  ao  altimo  domingoéa 
julho. 


SanHtíima  Trindade  (vnlgarmeiíte 
minada  do  Espirito  Sanfo)— jontft  ao  lo|» 
do  mesmo  nome,  i|ae  aerva  de  CTfisffhi,  odIb 
vão  as  procissões  da  ítogiieziá;  e^ina  laq^ 
feira  das  ladainhas  de.maío,.qntM  dâtm- 
reêy  d'esca  freguesia,  da  ^de  8.  Mamedeis 
NiBgrélloe,  da  Salvaim*  do  Campo  e  de  Bk 
ria.  Foi  fendada-eoi  1680;  por  Luiz  Fcni** 
des,  prior  de  Roriz,  segundo  consta  do  Tom 
bo  da  fireguezia,  IDúto  em  '1539,  no  tempolo 
mesmo  prior^  qm  então  se.  denominam  ú- 
bade  e  reitor. 

Está  muito  arruinada,  mas  ainda  se  póè 
lér  uma  ineeripi^  que  está  «a  vergaà 
porta,  que  diz: 

LUIZ  FRZ.  PBIOR  DE  RORIZ  POSITIT.  1550. 

Ha  mala  quatro  capidlas  particulares,  ih 
casas  do  Ottf«tro,Anie£átta,  Souta,  e  Autfia; 

A  melhor  casa  da  fregueziai  é  a  de  ànf 
zélla,  perteoeente  ao  ar.-  João  Bi^mgeiirii 
Maehado  da.GiInha  Fana  e  Almeida^  oon» 
seu  brazâo  de  armas,    i-  • 

O  rio  Yisella  faz  mover  var»d  aienhiB^e 
dois  engenhos  de  preparar  linhOi    . 

Também  «por-  -esta  Iregvssia  passam  dsii 
pequem^  rtbeivos-«um  que vemde &iM' 
mede,  e  aqui  se  junta  «ao  Vieella,  chamai 
F%niêlho,  outro  que  vem  do  BmUíIo  (eaS. 
Fins  de  Ferreira)  e  morre  no  Ylzella,  neii» 
gar  doMonto^  . 

Amboe  regam  e  moem,  e  trazem  algos 
peixemiudo.  - 

Havia  n*esta  freguezia  umas  rteas,  qoso 

povo  denominava  mal^rezaâas,  cuja  ortg«B 
é  a  seguinte:  >      >  ' 

Dois  individues  d'esta  fregaezia,  leganB 
á  eonfiraria  ée  $uò<4áno,  uma  leira  de  M& 
e  uma  casa,  com  a  obrigação  dos  innioi' 
resarem  por  alma  de  cada  um  dos  doad(M 
25  Padre  Nossos  e -26  Ave-Marf as,  emltdíH 

mingos  do  anno.  *'      ' *     '  ' 

Em  virtude  d^sto,  detmnSnavam  os  esta- 
tutos da  confraria  que^  pai%  maáor  eemot' 


*n 


II 


>^IMadl9  idd  povo;  96^ i^oMAêe  tudo  énrtinf  M 
-ddift  domingos,  desi^aidós  péh  jufo,  devim^ 
do  eaáa  èhèfe*  de  fainillà  â|M*eBekitár-^  M 
egreja,  sob  pena  de  SOréisde  mctltii. 

*  N€>  dia^p  Asade^  fieimia^e  o  povo  no  adro 
da^egrajft^e  o  juiz,  ou  ^emp  representava, 
príndpiftmainterorinaTel  reza,  qae  consta- 
y^úòil  êabido9,  por  alma  de  cada  um  dos 
taes  doadores.  Caída  cahi^o  constava  de  25 
Padres  Nossos  e  25  Ave-Marias,  o  que  mon- 
tava a  600  Padres  nossos  e  600*  Ave-Marias 
' — quando  se  rezasse  tudo  em  um  só  dia. 

Decorridos  paucos  annos,  nao  podia  uma 
tãa  comprida  reza  deixar  de  aborrecer  á 
maior,  parte  do  povo,  que,  em  vez  de  rezar 
com  attençào,  dormitava,  ria,  conversava, 
etc..  Foi  por  isto  que  j)rimeiramente  deram 
a  esta  reza  .o  nome  de  monda  e  depois  mal' 

Os  que  tinham  obrigação  de  assistir  a  isto, 
se  foram  poueo  a  pouco  exiinindo,  até  que 
o  resto  deixou  de  alli  comparecer  totalmen- 
te ha  poucos  annos. 

HAàTlKHO  DÊ  CEBOfl^Eitl  (S.)— fregue- 
zia.  Douro,  na  cidade  do  Porto,  bairro  Occi' 
dental,  comarca,  bispado  e  districto  admi- 
nistrativo dá  mesma  cidade ;  sendo  um  dos 
seus  arrabaldes,  forma  boje  (com  o  augmen- 
to  das'  ruas  do  Porto,  que  se  foram  esten- 
dendo em  todos  os  sentidos,  do  lado  da  ter- 
ra) uma  parte  integrante  da  cidade. 

Em  1757,  ainda  esta  parophia  era  consi- 
derada suburbana,  e  tinha  então  500  fogos. 

Orago  S.  Mai^tinho^  bispo. 

O  parobho  é  D  Priof,  e  era  da  apresen- 
tado; ff>  sdidum,  do  papa/Tínbá  um  rendi- 
mento calculado  em  2  contds  de  réis ;  mas 
excedia' teuitf  esta  quantia. " 


Na  ileseiipçab  da^cidade  de  Porto,  trata- 
rei é^ssta  fregiieiia ;  aqoi  96  direi  o  seguin- 
te.'»^4ieje  tem  2:400  (ògos,  e  é  administrada, 
no  espiritual,  pelo  D.  Mor  (a  qoem  vulgar- 
mente denominaiB  abbade)  e  dois  curas  pa- 
rochos» 

k  egreja  matriz  e  collegiada  (a  que  alguns 
chamaaa  Sé)  de  Cedofeita,  foi  fuudâdarpor 
Theodomiro,  fei  dos  mievos,  «n  -  5IW$ieii'Mla  < 


mM 


fm 


M1)8Qptf8adoombsmo  rei  (depeSs^de  abjurar 
o  ai^iánisfflo}'èom  seu  filho,  Ariamiro. 

Foi  Theodomiro  que  dedicou  esta  egreja' 
a"S.  Ifarttnho,  bispo  de  Tours,  estabeleceu- 
á»'\\xí:  coiri  rendas  pana  a  sua  sustenta^, 
uma  colleiglaâa  de  cónegos,  que  por  mui^* 
tosramiòis^  viveram  em  coimnunidade  e  cotaí- 
ventualmente,  observando  a  regra  de  Santo' 
AgostlfidH)';  mas,  pelo  decurso  do  tempo,  al- 
cadçaram  buHas'  apostólicas,  para  vi veiBin- 
sep^raHweem  casas  próprias.  (O  mesmo  w 
deíl  eomiodos òs cónegos  das differentes ca- 
thedraes  do  reino.) 

A  arehUectura  doesta 'egreja,  fió  se  recoiti- 
menda  pela  sua  antiguidade'  incontestável^' 
É  de  grosseira  architectura  gotbica,  baixa' 
e  òem'  tôse&8  esculinuras.  Foi  sagrada  ^r 
LiierédDi  bi^o  de' Bra(i[B,  no  pontificado  de^ 
João  III,  que  governou  a  egreja  de  Deus  ^ 
desde  5^'|Lté^575.  Isto  coi^taVa  de'uma'&i- 
scripção  que  existiu  sobre  a  porta  prinel- 
par  da  egreja,  e  que  um  pedreiro  estúpilo 
desfez ;  mas,  para  que  sb  não  jferea  da  mé-' 
morta  dós  homens,  esta  antfguálha,  a^  a 
dou— -dizia' : 

THEODOBÀR.  REX  GLORIOS.  T.  XtUEt.  VT 

.  coirsTacx.  hog  monast.  can.  b.  íiVg. 

.      .    AJ(>  GLOB.  n.  ET  V.  M.G.  D.  BT  B.     ; 

AÍARTlNi  ET  FECIT  ÍTA  SOLEMNIT.  SA- 

CRARI  AB  LUCREI^.  EP.  BRAC.  ET  AtlIS 

SUbTIi.  III.  P.  M.  PRmiE  IDUS  NOV.  AN. 

D.  DLIX.  POST.  m.  REX  IN  DAG  BGCLBS. 

AB  EOp.  BP.  PALAM  BABT.  ET  FIL.  ÁRIA* 

MIR.  CUM  MAGNAt.  SUIS,  ET  OMN;sS  ' 

Goi^vBkst  AD  rin:  òb  v:  reg.  et  MiRABr. 

IN  FIL.  EX  SAC.  RELIQ.  B.  M.  A  GAttlIS 
"    80  BXO.  POSTUL.  TBAKSLATIS,  ET  mC 
ASSERVATIS  K.  JAK..AN.  D.  BLX. 
HANC  INSCRIPT.  AN.  N.  D.  LVI.  EX  PER- 

VET.  LAPU).  TRANSGRIPTAM,  AG  IN 
ARCmV.  HUJUS  BGGLESTAE  )[NVENT.  OPT.   ' 
PAR.  IfAfiT.  FILtl  POSUBRE 

ANN.  M.  D.  GGLXVIL  .     « 


Gompunha*se  esta  coltegiada,  de  um  D. 
prior, '«em  clnéò  mii^crusados  de  renda 
(2:00aW0O '  réis)  umf  chant^  uin  mestre-' 
escola;  um  thesoondtfó-mór,  uito  con^s' 
pi^ebendtldòs^itres  de  meia  prebenda,  oito*' 
ca})dllés,  -sadirístitii,  ^coristas,  serventes,  e" 
um^iéum;  pkrk  àdmldistrar  òs  saèritmentds/ 

Durante  i^ttomínió  agafãúío,  sempre' a^^ 


1041 


MÁR 


se  efllebranm  o*  offioios  dim«9,  nntfaiMi 
eerto  tributo;  como  «ooniiecia  em  oairas 
partda. 

Os  doeomeotos  mais  antigos  existentes  no 
tartorío  d*esta  egreja,  são  .de  i316.---08  oa* 
tros^  se  os  bavia,  desappareoeram. 

Gosava  esta  egreja  grandes  privilégios  a 
iaenções,  e  notáveis  prerogativas.  . 
.  Apegar  de  ter  boje  (4875)  mil  trkzbiitos 
B  DBZB^sEis  ANN08,  é  dos  poucos  monuDx^ntos 
religiosos  do  seu  tempo  que  nança  foi  re- 
ediflcado,  soffrendo  apeaas  «leves  concertos 
•  pinturas. 

Grande  numero  de  varões  iUastres  per- 
tenceram a  esta  coUegiada,  extremando^se 
08  seguintes: 

S.  PascluuiOf  diícipnlo  do  seu  primeiro 
inlor»  S.  Martinbo  de  Oume,  foi  aqui  có- 
nego. 

D.  BtUrao,  de  Monfaveê,  foi  JD.  pr«^  com- 
mendalario  e  depois  cardeal. 

D.  Jorge  da  Costa,  D.  prior  commendata- 
rio  e  dt^pois^eardeal. 

D.  G(4içalo  Pereira^  deão  do  Porto,  arce- 
bispo de  Braga  e  depois  de  Lisboa.  . 

D.  Manuel  de  Sowa^  bispo  de  Silves  e  ar- 
cebispo de  Eraga. 

D.  Henrique,  infante  (irmio  de  D^  João 
III)  arcebispo  de  Braga  e  dé  Évora,  cardeal, 
e  dt^ois  rei  de  PuriugaL 

D.  João  Caetano  Ursini,  cardeal,  D.  prior 
commfi>ndatario. 

D.  fficoíau  Monteiro,  mestre  dos  reis  D. 
Affuoso  VI  e  seu  irmão,  D.  Pedro  II,  e  bis- 
po do  P«>no. 

D.  fr.  José  Maria  de  Affbnseca  Évora,  D. 
prior  eommendatario,  e  bispo  do  Porto. 


Os  fonegosr  d*9$ta  coll«>giada  eram  anti- 
gamente senhores  absolutos  dos  direitos  de 
todo  o  pescado  que  se  colhia  desde  Aveiro 
até  i  Galliza,  e  de  outras  muitas  rendas 
qua  tties  deu  o  rei  Thejodoroiro. 

Ainda  boje  o  rábido  de  Gtrdofeíta  recfbe 
na  cidade  di»  Purto,  e  outras  partes,  grandes 
rendai*,  as  abnurdas  lucíuosas  e  os  ifnmora- 
liisiiiios  dvmimos,  que  >ão  quasi  todos  de 
€inco,  tim^-e  até  de  4,  um-— isto  é,  SO  e  25 
por  cento  do  valor  da  propriedade  vendida, 
apesar  da  lei  que  determina  qoe  m  domi- 


9    { 


um 

«08  de-  ben8  de  praeo  provení<|nte8  éím 
TÒa,  sejam  todos  de  40— um— iaio  é— !>/| 
por  cento ;  o  que  tem  dado  cansa  a  mmtai 
e  renhidas  demandas. 

lá  a  pag  502  do  4.*  vol  disse 

o  que  é  Imctuosa:  accresee ntani» 

aqui—fste   tributo   atisurdo  • 

cruel,  paga -se  por  falledffleDli 

(         do  emphitcttta. 

A  viuva,  cercada  dos  filhov 
desgraçados  pela  sua  orphaoda- 
de,  e  muftas  vezes  sem  tereo 
com  que  matar  a  fome,  tem  ais- 
da  por  cima  de  pagar  ao  sen  u- 
nhor,  ou  a  renda  dobrada^  n'es8ê 
anno  em  que  a  morte  do  chel^ 
de  família  a  deixou  ao  desampa- 
ro, ou  dar  ao  rico  (que  até  eon 
a  desgraça  dos  seus  colonos  ei* 
peeút^  I)  a  melhor  peça  movdm 
semovente,  do  casai, 

Hnitas  vezes  acontece  ser  es- 
ta  peça  uma  junta  de  bóis  anui- 
ca,  a  que  ajudava  a  ganhar  o  (Mis 
da  fauiília,  e  um  roubo  le§'jU\\\i 
>  arrebaia,"  para  cúmulo  de  des- 

graça. 

Não  é  menrr  absurde,  desps* 
Usmo  e  crueldade  o  pagamento 
do  domínio.  Paga-se  quando  se 
vendem  ou  troeam  bens  de  pri' 
so.  ExempliGtiuemos. 

Pedro  emprasou  a  Paulo  umi 
terna  estéril,  que  de  nada  Ibe 
servia,  mas  o  futuro  emphitenla 
projectava  arrotear,  e  construir 
alli  a  sua  choupana.  A  terra  oâo 
valia  mais  de  5^000  réis,  mas  o 
senhor  impingiu  a  por  iOlOOO 
^  ^  réi!«  ^  impondo  lhe  uma  rendi 

correspondente  a  5  pof  canta  dl 
segunda  avaliaçào-^isto  é— ^ 
réis  annua^s. 

Aqui  tnmos  o  caseiro  pagando 
10  por  cento  de  juro  ao  anoo»  • 
portanto,  o  senhor  mais  qae  1(h 

^  B^^dnto  isto  a  dinheiro,  por  ser  de  mais 
facll  conqirelieoçàQ  a  bypotbese. 


MÃR 


MAR 


105 


tQfileUdo  do  Taldr  dâ  proprie- 
dade.   • 

O  emphiteáta  redoK  o  brejo, 
Diãtafral  oa  pf^n^^diâ,  a  terreno 
^uhivado,  e  eonsirne  a  6na  casa. 
Compra  (às  vetes  eom  dfnliHro 
a  Juros,  e  Dão  poacas  á  eitfta 
"dos  maiores  sáeríficios)  ttma  Jod- 
ta  áe  boíSi  por  00|M)00  réis,  pa- 
ra os  trabalhos  agrícolas.  Morre 
—a  mHhor  peça  dó  casal  é  a  jaa- 
ta  de  bob,  e  lá  vão  para  o  ie- 
nhor^f  que,  tendo  recebido  Juros 
dobrados  do  valor  da  tua  te^rra* 
recebe  agora  li  vezes  ò  seu  va- 
lor, e  a  renda  continua  I  -^  Isto, 
lantas  vezes  quantas  tiver  logar 
O  fallecimento  do  chefe  de  fami- 
ila. 

Vimos  que  a  terra  emprasada 
apenas  valia  5^0P0  réi;».  O  em- 
phitt*uta,  á  fori;^  de  trabalho, 
^espezas  e  fadiga^  transforouin* 
do  o  terreno  em  terra  de  lavou- 
ra, o  faz  valer  200)^000  réis  (ás 
vezes  gasta  esta  quantia,  e  mais, 
na  arro,teia.)r-Constiue  uma  ca- 
sa» que  V4ie  200^000  réis,  para 
sua  habitação;  aias  tf  m  esgoudo 
4odos  os  seus  recursos,  deve  o  di- 
nheiro da  pompra  dos  bois  e  to- , 
do .  ou  parte  do  des|)endido  acp 
obras,  e  vé-se  obrigado  a  vtínder 
tudo.  fia  de  o  comprador  pagar 
o  domínio  de  5,  um,  que  ^o 
80^000  réis>~e  toma  o  senhor  a 
receber  16  vezes  q  valor  da  ter- 
ira  que  emprasára. 
.  Mais:  o  comprador  ipanc|a  edi- 
j^  ficar  um  palácio  n'esta  tçrra^  é 
gastou  na  sua  coustrucção  4  con- 
;  tbfi  de  réis.  Pois.  se  o  quizer  ven- 
4er,  tem  de  pagar  ao.  senhor  {A; 
le  ou  o  comprador,  copíurme  o 
iguste)  800^000  réis  de  ^oa^im 
-pislo  é,  fiO  vezes  o  valor  prj, 
iníttivo.  da  prgpriedade  t^-e  }siff 
tantas  vezes  quantas  forem  as 
jendas  pu  troca^ 

Eu  bêqi«j|êi/«Mi<jltijllt]M^ 


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ir;  I 


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'í 


mandar  regular  o  pagamento  do 
donrimo  segundo  o  valor  de  solo, 
íúSA  o  senhor  illude-a  com  as 
cokéiçdes  da  escriptura  de  em- 
prasamento,  e  recebe  o  domínio 
todo. 

;  Mas  ainda  ha  outra  hypothese 
-«-o  objecto  emprasado  é  um  ca- 
sarão, que  o  emphiteuta  recon- 
struiu, gastando  muitos  centos 
de  mil  réis,  e  atii  temos  o  paga- 
mento de  todo  o  valor  da  pro- 
priedade assim  prodigiosamentô 
BQtfihoradâ, semqueo  infeliz  co- 
lono ou  emphiteuta  possa  empre- 
gar o  menor  subterfúgio  para  se 
eximir  a  este  pagamento  escan- 
daloso. 

Muitas  esorípturas  de  empra- 
samento.  são  obscuras,  mal  re- 
digidas, ou  esctiptascom  as  clau- 
sulam a  que  o  vulgo  dá  o  nome 
signiOcaiivo  de  elaumilas  de  át- 
çapãa,  é,bem  entendido,  sempre 
contra  o  pobre:;  q)ie  se  limita  a 
aeceitar  todas  ás  oondições  que 
o  rico  lhe  quer  Impor. 

Todas  estas  circumstancias 
teem  dado  causa  n  obstinadas  e 
di^endlosissimà^  demandas,  nas 
quaes  ttiuilas  vezes,  cada  par- 
ter'gai»ta  maisdb  que  o- valor  da 
propriedade  que  d  objecto  da 
disputa. 

Os  modernos  legisladores^  «ea* 
baram  oom  a  barbara,  absurda 
e  anachromca  insiituição  dos 
morgados,  e  promulgaram  leis 
Jus^ta^  equitativas  é  beneficasieoa 
favor  dos  filhos  segundos,,  tom 
respeito  á  successão  nos  bens  de 
pradp;  tQaB.amdft  se.não  leia« 
brsramvde  provideoeíar  sobre 
pagam«itO'de  A^^mof  e  Ivctuô- 
sus,  e  as  extorções  e  a  escanda* 
.-losa  mura  tcontioúa. 
:  Ufn.|rand#^iiua(ieroâ6mor«y 
JUa>  d«  cjjisas  (em>l|pmas:  pg^ 
les»  ruas  intéims)  são,  na  cida- 
de do  Porto,  A>^«ínN!;a9kiMf>id§ 


.106 


iMAA 


de  CeSojTeUa.  Ponuaissimas  se 
Tendem,  por  caoiM  do  monstrao- 
so  domiiúo,  e  o  cabido  tem  gas- 
tado e  feito  gastar  rios  de  dinhei- 
ro^ em  pleitea,  que  eram  escusa- 
dos, se  houvesse  .uma  lei  geral  e 
conscienciosa  que  providenciás- 
.  se  jsobre  a  matéria* 

Apesar  4e  ainda  hoje  o  cabido 
e  o  D.  prior  de  Cedofeita  rece- 
berem grandes  rendas,  são  pou- 
co mais  do  que  a  mlesima  parte 
do  que  podiam  ser.  Os  prasos 

antigos  diziam-*0  casal  de 

pagará  de  renda. ....  alqaeires 
de  trigo j  ou  por  cada  alqueire  20 
réis^  á  escolha  do  senhoiio. 

O  cabido  preferia  o  vintém  ao 
alqueire  de  trigo,  e  assim  rece- 
beu por  espaço  de  muitos  an- 
nos.  Quando  o  género  principiou 
a  subir,  o  cabido  pretendeu  re- 
ceber em  trigo  e  nao  em  dinhei- 
.  ro;  mas  os  foreiros  oppozeram- 
se,  apeg.ando-se  á  po^se  de  mais 
de  40  annos,  e  os  juizes,  por  es- 
ta vez,  deram  a  sentença  em  fa- 
vor dos  opprímidos  contra  os 
oppresseres. 

lato  coneta  de  documentos  an- 
tigos e  da  tradição :  ha  porém 
e^criptorea  que  negam  o  facto ; 
mas  parece  ser  verdadeiro. 
Por  as  achar  curiosas  e  da  reconhecido 
interesse  histórico,  dou  em  seguida  a  cópia 
da  carta  de  Abdeli-Assis,  senhor  do  Por- 
to» auctorisando  os  ^hriâtãoa  a  exercerem  o 
culto  catholico,  na  egrcja  de  Cedofeita,  e  as 
doações  de  Theodomiro,  D.  Affonso  Henri- 
fOds,  e  D.  Affonso  II. 


la  foal  «trdeno  ^Qi^,oaipir^bsrteros  e  cfarií- 
tãos  do  mosteiro  de  Cedofeita,  que  mom 
Junto  á  dita  «ida^  do  Portos  e  seu  mosi»- 
ro,  poissúam  os  aeu^  bens  em  paz  e  qoie&- 
ç^f  s^  oppreasão,  vexamei  oa  força  te 
a^rracienos ;  com  a  condição  que  não  digai 
a%  missas  senão  cpm  as  portas  fechadas^t 
joSo  tofu^m  as  suas  campenbas,  e  pago» 
pelo  consiçniiiBento  c^içoenta  pesantes  ^  è 
boa  pcaia,  annualmente^.e  pos^^aoi  sahire 
vir  â  cidade  com  liberdade^  e  quando  qm- 
rem,  e  não  vão  íora  doa  termos  do  meu  uni- 
do sem  meu  consentimento  e  vontade;  u- 
sim  o  n^ando,  e  faço  esta  carta  de  salvo  oa- 
dacto  e  a  dou  ao  dito  moateiro  para  qoei 
possua  para  seu  jnsgo.  Feita  esta  carUn 
era  dos  çhrlstãos  de  DCCLV.  lAinar  a  qu) 
£u  Abdelassis  a  firmei;  e  recebi  pela  confir- 
mação 50  pesantes,  e  coníirmeit 

Doação  que  fez  ao  mosteiro  de  Cedofei- 
ta Theodomiro,  rei  suevo. 


<Dftrta  de  salvo  oonâuota  a  favor  do 
mosteiro  de  Cedofeita  no  tempo  da 
dominado  dos  mouros. 

É  esta  carta  de  ]usg<^  ^  o  consentimento, 
de  Abdelassis  Abem  Mabomet  senhor  da 
do  Porto,  B  da  gente  de  Kazareth,  pe< 


1  Vai^  aoeego. 


n 


In  nomine  Dei  Alpha,  et  omega.  Eu  Tbed- 
domiro,  rei,  prostrado  ante  o  altar  das  » 
gradas  relíquias  do  bemaventúrado  Maiti' 
nho,  bispo  de  Tours,  as  quaed  mandei  n 
de  França;  illumínado  da  Verdadeira  fé»e 
as  fiz  coliucar  no  templo,  agora  chamado  dt 
Cedofeita,  que  fiz  consagrar  á  sua  memoria, 
em  honra  de  Deus  Trino  em  Pessoa,  inse- 
paráveis e  indivisas  e  da  Mãe  dé  Deus,  Tem* 
pio  inefável  de  Jesus  Deus  humano,  em  qoe 
fielmente  creio  de  todo  o  meu  coração,  e(h 
nhecendo  os  beneficios  que  recebi  da  nau 
de  Deus  pelos  rogos  do  bemaveoturadoUtf* 
tinho,  pela  saúde  de  minha  alma,  e  da  mi* 
lâgrosa  saúde  de  meu  filho  e  povo,  doa  e 
faço  perpetua  renuncia  ao  altar  do  mesmo 
glorioso  santo  da  herdade  que  fica  conti- 
gua ao  mosteiro  com  todo  o  juro  real,  qne 
n'ella  tenho ;  e  faço  couto  demarcado  pelos 
termos  de  parochia  até  b  rio  Douro,  coo 
suas  pescarias  de  dito  Douro,  e  Galllza,  eo 
que  se  estende  o  meu  poder,  e  lhe  dato  os 
meus  çasaes  e  mais  herdade!^  que  são  de 
meu  }ur  e  em  terras  de  Fanic»  Farin  e  Ter- 
neo,  còm  todas  ás  suas  pertenças  e  territo* 

I     1  Pesante,  era  uma  maedi  8e  prata  do 
/wiMaiodemtditãOé 


^ 


HM 

MAR 


fíku 


8(U 


iraição  do  culto,  divino  de  Dcms  o  da  Tirgem, 
».i4as*ia»Mnaâ^ agradas- reiiqiiifltBíe  para 
iWMtaofagio  dbs  sae^rdotea,  ^nè^  sc^veia  *  áo 
f^iânie  aervirem  ao  áíto^  altar,  em  louvor  pe- 
Mtme  do  mesmo  Dena* 


I. 


- ',  iB  a  ti,  Jfartiiihoi  eenu  o  teu  coB^vanto, 
'«MBítae  este  testemunliò  Aé  fiitDe' doação,  e 

óiMa  na  etfsttiâeDeiíajpormiiiipeoiador. 

'  '  Foi  feita*s  cflrta,  Bona»  de  abrii,  amio  da 

salvação  560. 

•i  • '  'JBa  Theodomivo,:  Utssnúú .  de  Deus,  icoiá  as 

'Proprias  mãos  a  robéro  e  coDârouK— Theo- 

4eiDire. 

Xioaçftò  do  denhor  rei  P.  Aflbnso  £D»n- 
-ziqnes.    ^ 

Egoi  AUSmsasPofftogaliaQ^Rez,  Simaleutti 

-Aif  ina  Uxeõre*  nostra  Dom&a^  Mafalda  dona- 

mvíA  et^conoedirai»  Eelsiaei  sea  Monasterio 

€ètpfoctae,  et  Aèbiili,'et  Gmonioes  ejusdem, 

•ireOíttai  saeesbsoríbBS  emaés  'haereditatis 

flrosimas  ipsinet  fieclesiae 'qoae  èebfiliaDt 

mm  haereA^tibi%  4t  eosst  eattto  Eodesdaé 

IIsrtiigaleiMM^idM,^  ^  levwD,  <{iie  vecatut* 

dl  MenehiqiM^tper  gefminaldmn  (Bvrmálái^ 

«IlDOBtè  Cativís,  eftfor  Paramioiíl  deinde  sí-^ 

•a^^dwrrit  la  Dadum  per  limites- <Bj«èdem 

BMrrodae Citofaduo» quein  Dmriam,  ef li* 

eiiias-  ipsas  mét  iiíereditatea,  et  térrltoptam 

emtani'  perpetofaBL'pe»peiaa'ata]M(Hu«ft'âr- 

mlssMam  per  anDs*' términos 'rellatos,  et 

diottim  Cadníta  eonfli^Monas  tam^stúb  peè^ 

oMiSy  et  pertineotiís,  ttt  enm^^et  eas  \ilit 

perpetuo  possideai  Ipaa  Eci^la  Citlyfiieu 

ik tmojTum  Béatae  M àriae yi)rgkiis  étBéati 

Knrtioi  EfnseopVTiit'eMs,ei4os«aer6^Saâ^ 

«e  'ReliquiafeiapraMaetáf  IlE^sferia  8ér« 

ttttar,  el  tDiPemeáiUÉi  áiílmáiráMi 'nnslfb' 

iQBii  et  pro  réHnissiOiie>fèi$daiòhiiá>áostrò-' 

mm;  lleaiio  auuetó^ienoitim;  ^^rè^nqud^ 

ratt  noitroiíaai  bane  Cái^lulam  denationis 

inftÉigfere  va9eaá.     •  "^^  ''"  • ''-;  ^  ''   '••  -' 

^fá  (foloffvere  dè  préfKái}dio  méis,  Vel  Si 

«Mil  lHakd'Oi(n&laiii  'dbnáiiobil^  Mií  CaÈtf- 

tltf»errãa}{ièfre;  atfVifre;  séif!d!HÚ^i^#)^ií-' 

XMIÍíf  i^ài  iM^itieuírá^  éfiá  BêàmiiMd 

Gorpore»  et  Sanguini  Domini  nostri  Jesus 


ÊUrísti  álienuà  flai;  è^  Ikt^tfii^abeat  iaéva 
peramè,  ét  In  seéMafe  ^áé^íiiHrlifbl  ''"^'  *^ 

Bgo  Alfíiiiisòtíl>nx)õrr'ào^rá  Kè|^iná1M%r 
èiaádaviMLS,  ettlh  mémArrtám' praekèátiuti, 
et  futmv^tiin  ttafâblik  noèli^is  tòbdfáifahâ, 
et  boiiârmamUSi  eorám  iúfra  sub'  scriptfs 
'testibús.       ■  •  ''í'^  •  •■■"  '■  '■•""^'  '■  •  '"'^ 

t*ãcu  Gbarta  ápud  GioKiQbrlán);  erk  i)df- 
l^sima,  c^nésf^na,  octa^tniá'  se^tá/liíé  ^- 
ginte  mensis  juIii,'Efeò  Ald^fbnstid,  Rê^Pof- 
tugaiiae-^Ege  Mafalda  Regina  contfrtno^iT. 
Colimbriae  Episcopos -^'P.  Ptínu^alèndí!» 
ípíscopns  —  í:  Prior  Perdinaódòs  Donató- 
rios  Regis  Guriáé -^  Pétrtts  Pelagiiís  Ceriáb 
Signifer— Vérasctis  Sahcius— GondisalVtts 
Rodêricos  ^  Alfonsus  Menedfuá— Gondtsal- 
vlis  de  Souía^Perdínaiidtté;  testis— Pètrúl» 
Alfonsus,  testis—Guilhelmos,  testis— Àlber- 
tús,  Goriae  Regis  Ganceiiarios. 


•j 


Doação  do  senhor  rei  D.  Affonso  ti 


/      1 


'D;  Aífoiíso  por  gra^  de^Deus  rei  de  Pbi^- 
tugâl,  a  vós  meirinhos,  jtdzes  ô  justiças' tfò 
nosso  reino  e(^tòs,  quaesqUèr  que  d*estò 
bouvereni  conbeeitíiento  e  a  quem  esta  carta 
fôT'  mostrada,  saúde. 

Siabéi  qtie^  o  ábbádè  e  cobèfgòs  do  mos- 
teiro de  Cedefêftá;  do  pé  da  cidade  dò  Portò^»  ^ 
nos'  disseram  tiu^  D:'  Affòti^o,  rei  nosso  se- 
nÀior-e  avô;  a  quem  Detis  aèlcreisceniè  éixi 
sua  gloHâ,  repairataodltb  mèstéirà  e  aúõ- 
vadamentèío  dòtâra  é  lhe  limítMi  è  dèii  còtl- 
to;  mareado  é  'dívià&do  com  divisiõéi  éirctuil- 
dadamente  no  teísmo  id  cotito  de  an^edbr  dlí 
dito  mosteiro  até  ò'  rio-Dburd,  e  máildáá  í( 
omhorgou <iue  ò  dftò  eolitò  asáibi  dòtadofí- 
eaisàe  tfradõ  96  seusénhdrio  èl'llos  6dtr{/i' 
i^is  quedpòs  d^èlie^^^ésseitte  4tfe  íbsáeúiáí' 
rá  èeiQpré  lio  dHò  ikiòStéiyfi  á  lòtíVor  htWli 
ir^  VÍTgétà  áWmtt»  e  S.  Martinho,  bisp^  W 
Tnron,  cujo  é  o  dito  mosteiro,  e  isto  em  "péi^ 
itfèdio'de'âua  ál#^e  da  ráinhá'  (kH  múliíèr. 
derèndeádó  'sdtr  Uottènda^s'  peií^as  qúia  íié^ 

ntom  m  beili"óu(ra'^á^òà^1h'òVÀ§^  ^^o- 
\htíf\  t^mò  itàú  - 1  èbnthèbdb- Wi^  UAà  fioi^i^ 
ção  eéíná^àéih&intíBiíkiíi^^ 
á  morte  de  el^rei  nosslTpae,  a  que  Deus  per* 

se  julgaram  por  sentença  para  que  os  nos» 


1 


108 


MAR 


MAR 


•ot  juizes  e  meirintios  não  entnssem  no  di- 
to eouto  e  «lusp^^seadaras,  e  que  se  tSfi 
deixem  entrar  no  dito  rio  e  foz  da  barra  da 
jnesma  ^'idade  do  Porto,  aié  Gallita,  a  bzer 
pesca  alguma,  sem  outborga  áo  dito  abbade 
e  mosteiro,  para  assim  laver  os  direitos  da 
dizima  de  todo  o  ppscado  que  se  aeoltier  oo 
dito  rio  Douro  e  dito  termo  até  GaUiza,  as- 
sim como  sempre  o  boveram  a  se  ha  julga- 
do e  dizem  também,  o  abbade  e  cónegos  que 
alguinas  pessoas  poderosas  lhe  entram  no 
seu  couto  contra  dua  vontade,  oo  que  tem 
damno  a  soa  egreja  e  mosteiro,  e  ihe  fazem 
muitas  sem  razões,  como  nos  devassos,  e  que 
lhe  Ui^urpam  seu  senhorio  e  jurisdicçào^  e 
que  lhe  nao  guardam  seus  privilégios  e  car- 
ia de  ei-rei  nosse  avô  e  pediram- nos  por 
mercê  que  bouvessetnos  sobre  elle  ao  dito 
mosteiro  remediq. 

E  nós  vendo  o  que  a.  esta  razão  nos  pedi- 
ram, temos  por  bem  e  mandamos  a  vós  que 
cumpraes  e  façaes  guardar  a  dita  carta  du 
dito  no»so  senhor  avô  e  sentença  que  sobre  al- 
ie tem.  a  dita  egrf  ja  e  mostnjro  e  tudo  façaes 
cumprir  como  nos  dlios  papeis  é  contbeu- 
do,  e  lúu  sitffraes  uom  consioiaes^  nenhu- 
mas pessoas  de  nenhuma  condição  que 
lhe  entrem  e  devassem  o  djto  couto  e  seus 
mentados,  nem  ihe  talhiem  a^adeira  que.hou- 
vei;em  dentro  dp  dito  seu  cç^to,  nem  Jhe  de^ 
vassem  os  seus  maninhos,  nem  lhe  vão  pes- 
car e  fazer  pescadaras  ao  rio  e  seu  distri* 
çto  até  Gaiiiza»  sem  sua  vontade»  nem  ihe  fa- 
rão algum  dezaguízado  de  nenhuma  outra 
guiza,  seb  pena  dos  nossos  incoutos  e  de 
seis  mil  soldos  que  mandamos  que  pague 
para  nós  qualquer  que  comra  isso  fôr.  . 

E  mandamos  a.vói  que  assim,  o  façaçs 
cumprir,  por  ser  nossa  mercê  de  haver  ao 
dito  mosieijco  a^ardado  e  defensado  em 
tudo»  pela  guiza  que  na  dita  doação  e  privi* 
legio  e  ^lentença  é  contheudo.  Vós  ai  não 
façaes. 

Em  testemunho  d'este,  mancamos  dar  ao 
dito  mosteiro  esta  nosfa  caria  de  sentença» 

Fernam  Seares  a  ^  por  iu)sso  mandado» 
em  áantarem,  a  tn^s  dias  andados.de  abnl» 
mi  de  mil  duzentos. i^  cincoentâ,  e  aei^. , 

uífMí  Qif.  fit^m  p  l^(or,  lEUlA  d^u  pa  au^. 


mtegra  as  doações  feitas  pelos  reis  de  M 
tttgal,qQB  aoecBderun  a  D.  AÍiHittaD;Í 
milando-me  a  dicer : 

D.  Affúmõ  W,  doou  a  YalMoe 
abbaAe  de  Cedofeita  (abbts  de  Gintela) 
dirimo  do  peixe  eoMnéo-  nas  varf^a  ( 
do  rio  Douro,  em  ÍTmÊ»úb'¥«páugo^ 
ra  de  Abbade  (aldeias  sobre  a  margem 
Douro)  •  um  saveA  tK)r  cadatlva  (I) 
dos  BoeoniQ-  de  Gampaihia,  em  tem 
Gondomar.  Bata  doação  é  daiMla  das 
das  de  abril,  dá  era  de  130?  (IH»  de  km 
Christo.) 

D.  DimTty  estanda..  em  Braga,  eat1ioi«o« 

um  alvará  (en  7  de  jUUia  de  ISOO)  ccpei- 

dendo  a  confirmação  ao  abbade  da  collegiip( 

da  de  Cedofeita,  de  Porto,  do  privilegio 

aeu  couto  (as  fregaesias  de  Gedofeiu  e 

çarellos)  e  que  os  olBeiaes  do  rei  não 

baraçassem  a  tiragem  do  sal  das  mar 

de  liaçarellee,  que  eram  da  eollegiada. 

Esta  alvará  foi  origem  de 

ves  demanda»  entre  os  ««is  e 

cónegos  de  Cedofeita»  e 

entre  estes  e  os  bispos  do 

D.  Affámo  /F,  por  uma  saa  provisão 

3  de  julho,  4a  era  de  136»  (132S,  o  i: 

do  $eu  remaáíHr^cmáo  mm  IMoa^  dia 

Francisco,  procurador  do*cardeal  abbade 

Gedoftjita»  lhe  diz  que  «jpo  conto  de  ^edafel* 

ta  ha  uma  aldeia  chaolada  Maçareile%  s 

que  os  homens  que  a'ella  habitaai,  Ytventt 

sempre  de  pescaria»  e  que  doe  sáveis  eáM 

lampreias  que  peseam,  no»  tempo  daa  tt* 

dainas^  davam  a  oitava  parte»,  e  que  d'esMS 

do  ai,  dão  a  decima  á  egreja  deCedofeita^iS 

não  mais.  E  diz  que  esses  honaens  dodiis 

togar»  usaram  sempre  comnesco  e  ooqief 

de  Yilla  Il^ova  do  Porto  (VUUí.NwaM 

Gaia)  Qomo  com.seias  visinbos»  jde  qneúA 

e§tes  kMNuens  de  Odofeita,  não  ousam  em 

bir  pescar  np  mar.nem  no  J^ouro^  nem  bif 

ã  Galliza,  pqrtar  ifenar)-  mflreandias  (mer* 

\cad(Hiasl  ^issim  como  antes  soiam  pprqo^ 

dizem  que  os  aohaquados  {preiudicados^M 

temem  de  lhe  fazerem  maLe  dttfaguiaade-* 

fi  isV)  (diz.  o  rei}  não  o  (f^ho  ea  pof  tW 

se  assim  ê»tpelo  que  vos  jma^o  (aq§  Jmm 

e  ao  akaid^  de  Gaia)  qqe  os  ditoa  iipfaeaii 

qp^ .jpofff^ .m  djita  oont^de CedoMia.. 


.'* 


MAR 

« 

-«no  logar  de  Maç^rellos  que  os  deixeis  nas 
«âitas  euQsas^  nstr  codvoboo  como  até^oi 
«nsaran,  e  jâo  'os»  aehaqveia  neia  íaiçaés 
«mal  nem  força,  ete.  ete.t 

O  rnismo  m  D.  Affonêú  IV,  a  i4'do  refe- 
rido met  de  Jnlbo,  tamí»em  oaiborgoa  uma 
proYÍ8ao,  na  qual  seJé — •£  peálft-meon* 
«trosiffii  (o  dHo  piitcurad(fr  FràúeUco)  por 
«mercê,  que  ea  o  mandasse  que  lhe  goan 
Adaasam^  as  eartaadas  tntítcèà  que  lea  de 
^Bóe  6  dos  rds  dV>ndenós  vioios,  como  em 
<»èUaft'ié  oontheodo ;  e  eu,  veoAo  o  qae  mo 
«l>edia» eptír  querer^lhe  fe«er  graça  e mer* 
«cé,  ontorgo-Jhe  e  confirme  todas  as  gra^ 
«mercês,  bemfeitorias  e  liberdades  (\\íe  nas 
«ditas  cartas  sãò  contheudai^S  êtc.  etc. 

D,  Pedro  Ij  estando  no  Pòrto^  outhorgon 
em  i2  de  maio  da  era  de  iiQ3  (1365)  uma 
provisão,  na  qnal  dixr— «sabei^qne  a  miai  foi 
"•qoerelado,  pelos  cónegos  e  cabido  do  mos* 
«teiro  de  S.  Martinho  de  Cedofeita,  do  pé  da 
«cidade  do  Porto,  que  nào  podia  bayer  todo 
«o  derradeiro  ^romprido  effelto,  por  oaja*« 
«■es  e  ofiSciaes  dás  minbas  justiçaa,  para  o 
«seu  mosteiro  e  egreja  haver  a  dbima  da 
«piescadara  ^ne-  se  coibe  do  mar  em  fora» 
«até  Galiiza,  como  sohia  haver,  e  jsmpre  o 
•b^averam/ enforca  da  carta  do  senhor  rei 
«D.. :  Affontó,  etc^,  etc .  ^ .  £  f.qne  ^  oõtrosim 
«lhe  devassavam  a  pescaria  do  rio  esen 
«oonto,  e  os  seus  oiaainbos  e  montados,  fa^ 
«sendo^lbe  oatras  semmSes  e  desaguisar 
«do8^  «tcVeié.» 

>TeiWna  por  confirmar  .iio  mosteiro»  de 
Cedofeita  todas  as  suasantigas^  dòbçães  e 
prmlegio/r.  :-     '  ' 

B,  Jbãe  /,  esia&do  so*  Porto,  eonfirnon, 
per- alvará  de  7  de  outubro  dá  era  de  li^ 
41385  da  JisasGhnsto)  â  collegiadade  Gé« 
dofeita^  osdilos  privilégios e doaçdes.      '    m 

D.  Duarte,  tez  o  mesmo,  em  .5  dè  dezeofe* 
bro  do  anno  de  1433. 

•  D.  ÀffáuoV,  etb'.i7  dtf  març»^  do  anno 
de  1439.  • 

'■'.ijhda  confirmou  este  álvar^por  ontrô|. 
da^o  em  Camaraiej  a  30  de  9g03to,  do  me^.- 
m>auioi  de  t439.  • 

•  n:João  11,  em 'Setúbal,  a  7'dè  sètembfò 

(fóitói.  '*  •    •;      '  ■;  '; 


\  1' 


M' 


••  r    •  :  •» 


MAR  i09 

A  antiga  freguezia  de  Cedofeita  era 'mui- 
to ,  mais  vasta  do  que  aetuaimente,  pois 
comprehendia  no  seu  âmbito  o  seguinte-^ 
principiando  no  fim  da  actual  rua  da  Rai- 
nha (antiga  esteada  do  Séricf^  oode  ha?ia  um 
maiwo^  corria  a  medição  peio  Monte  Pedral 
até  ao  Carvalbldo  (aioluai  ma  da  Naiária) 
tudo  da  parte  do  N«,  confrântando  com  Pa- 
ranhos. 

■ 

Do  Garvalbido  cortava  a  medição  para  a 
rua<ia  Careereira,  até  Cova  dò  Monte,  fím.da 
quinta  dos  Wanzellére»,  tudo  do  lado  do  Q. 
(do  mar)  pariíndo  com  Ramalde,  hindo  do 
mesmo  lado,  fazendo  uma  curva,  aié  perto 
da  propriedade  do  Saliibert,  alé  uma  casa 
térrea  que  está  á  esquerda  da  estrada  de 
Lordéllo.  D^alli  seguia  até  terminar  no  rio 
Ddure.  D'all|  cortava  na  direcção  de  E.,  pe- 
ia margem  do  rio,  até  á  calçada  de  Monchi- 
que, que  era  toda  dVsta  freguezia. — Seguia 
pela  travessa  da  Bandeirinha,  comprehén- 
dendo  o  célebre  paíaciò  dos  Cunhas  (Ban- 
deirinha) e  a  sua  quinta. — Subia  a  rua  dos 
Carrancas,  que  era  só  doesta  freguezia  o  la- 
do esquerdo  (o  direito  era  da  freguezia  de 
S.  Pedro  de  Miragaia.}— Dirígiase  a  medi- 
ção até  ao  adro  dos  eufurcadòs,  partindo  ahl 
com  a  freguezia  de  Santo  Ildefonso,  e  se- 
guindo pel^  rua  dó  JPaço,  lado  esquerdo,  bia 
até  à  cerca  dos  frades  do  Carmo,  e  d^ahi, 
pela  travessa  do  Carregal,  a  topar  no  cu- 
nhal do  hospital  dò  Carmo,  oude  estava  o 
marco  divisório,  que  •  separava  do  de  San- 
to Udefonso,  bindo  cpnforme  á  configuração 
da  piiaçâ  dos  Ferradores  (boje  de  Carlos  Al- 
berto} até'  ao  cunhal  da  casa  dos  Viscondes 
de  ÓahemSò  (tio)e  propriedade  dos  viscon- 
des da  Trindade}  fado  esquerdo,  e  em  volta 
do  muro  (onde  agora  ha  um  jardim)  até  a 
rua.  das  Oliveiras,  e  d*esta  peia  riia  da  So- 
vélíá  (hoie  dos  Martyres  da  Liberdade)  at^ 
ao  campo'  ds  Santo  Ovídio  (hoje  dá  tíe-^ 
generaçio}  féío  lado  esquerdo  da  rua  dà 
Lapa  (antigamente  Germalde)  e  d*ahi  pela 
ra^  da  Rainha,  Mdo  esqueiido  (0.).  até  onda 
princijjlou  esta  medição.     ,^    .       , 

Jlsla 'med^jãD»  .qQia.era.a<pi!ÍBiUtÍTa»  foi 
alterada  no  maiáisr  dd  sefculo  JLVi^  quanda 
se  creou  a  freguezia  da  Boj^  Viagem  (Maça^ 


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MAR 


reUps)  qae  todam  fieoa  sendo  filial  de  Ge* 
dofeiuu 

É  Cedofeita  uma  das  flregaezias  goAinais 
tem  prosperado  e  time  mais  se' tem  desen* 
volvido  e  ampliado,  Ha  eidade  do  Porto. 

A  estrada  —  raa  da  Boa-Vista,  ama  das 
mais  bonitas  do  reino,  e  com  certeza  a  mais 
comprida,  pois  virá  a  ter  5  kilometros  de 
comprimento,  é  n'esta  freguezia. 
^  É  n'eâta  raa  o  bello  iiospitalinili^r,  con- 
spraido  segando  tpdas  às  regras  hygienicas 
indicadas  pela  sciençia  moderna,  e  qae  está 
^oasi  conclaído^  contendo  já  todos  os  doen- 
tes da  guarnição. 

A  nas  400  metros  ao  S.  da  raa  da  Boa 
Vi^ta,  é  o  cemitério  d'Àgramonte,  o  melhor 
e  inais  formoso  e  moderno  da  cidade  do 
Porto.  É  ama  vasta  planicie  horisontal,  com 
bonitas  vistas,  tendo  ao  centro  ama  formo- 
sissima  capella,  de  architectarãgothica^ejà 
aqai  se  vêem  laxaosos  maasoleas.  Foi  pri- 
meiramente cemitério  dos  irracienaès. 

Muitos  ediQcios  antigos  e  modernos,  de 
grande  magnificência,  estSo  situados  n'esta 
.  freguezi^,  sendo  um  dos  príncipaes,  o  palá- 
cio dos  Figu^irôâs,  que,  por  herança,  per- 
tence acluaimente  à  sr.*  condessa  de  Rézen- 
de,  viscondessa  dè  Beire.  Tem'  dois  peque- 
nps  jardins  aos  l^dos  da,  entrada  priucipal, 
aín  vasto  e  bonito  jardiqa  ao  O.,  segoido  de 
am  grande  parque,  lambem  ajardinado,  e 
depois  uma  quiata,  que  é  a  maior  que  se 
vé  dentro  da  cidade.  Ao  fundo  da  qaint|i 
(raa  de  Cedofeita)  dá  entrada  para  ella,  am 
soipptuoso  pavilhão  de  cantaria,  tendo  na 
fachada  as  armas  dos  FigaebrOas.  Está  porém 
en)i  abandono,  e  precisando  ardentemente  de 
reparos.  A  freote  da  quinta  olha  para  o  vas- 
^  Capipo  de  âainto  Ovídio,  çnde  está  o  quar- 
t^i  de  infànteria  ,nl* .  18,  que  é  o  melhor  e 
n^âior  do  t^orto.^,,  i 

|A  rua  de  Cedofeita,. é  também  ama  das 
mais  extensas  da  cidade.    , 

Segando  Agostinho  Aebello  da  Costa  (Dei- 
crip.  Topogr,  e  HisL  da  cidade  do  Porto,  pag. 
44)  tinhai  cita.  fiiegCMuav  em  £787, 805  fof^os, 
Sid89  liOBièiis»  e  i:6»  mmUieKs. 


Tado  o  mais  que  se  desejar  saber  d'esta 


frecottia,  6  que  se  não  aeha  upà^ 
deseripçào  da  cidade  do  Porto,  onde  se  dst» 
procarar. 

KARTmHO  (S.>-^Vid6  Arvart^  Camf^ 
Bimgmáú,  Rtcmnhos,  Chans,  GcMÃara^  JHw- 
r€  e  Mowám. 

MARTDilO  DA  CORTIÇA  (&)— Vida  Car^ 
tiçcL,  ajÃg.  401  do  2j>  toL 

MARTIKBO  Ifi  COORA  (S.HV^id6  COHML 

MARTINHO  DB  M0QR08  (&HvUla,  Bei- 
ra Alta,  eooMurea  e  coocettio  de  Bézeaéit^M 
kilometros  ao  NO.  de  Lamego,  335  ao  K.  èi 
Lisboa,  550  l^gos. 

£m  1757  tinfajk  4^45  fogos. 

Orago  S.  Martinho,  bispa 

Bispado  de  Lamego,  districto  adminisfin- 
tivo  de  Viseu.  .  <      ;        :     . 

A  oniversidadedeGoimbna  apresentado 
reitor,  qae  tíàhà  3M00O  réis  de  côngrua  « 
o  pó  d*altar«  i 

Houve  aqoi  a  honra d^Caríkuos^ Riflai 
foi  morgado,  Luiz  V»  Cardoso  dd  Meneie^ 
tronco  doa  Cardoso»  do  Amaral,  e dosAma- 
rites  Cardoaos,  dos  OtUvaes,  no  termo  deLis^ 
boa;  de  Viseu  e  outras  lerraa.  Ainda  aqui 
é  o  solar,  dos  Cardosoa.    *  .  •  >: 

£m  1S95,  dea  o  mostetr»  da  SahódM^ 
carta  dê  foro. ho^  iogar  de  ViUa.Qiani  .na  ai* 
deia  de  Quou^m»^  d*eB|a  ireguetia.-^  Segui* 
do  esta  carta  (foral)  nao  pagavam  os  nw»* 
dons  de  Villa  Chan^  ao  rei^  eós  nemooifta 
(coima)  salvo  de  rottso  (violação  da  moMiar) 
homem  morto  (iiomieidio)  e  fnerda  m  (môOL 
(Viéd  Merda' em  bôcca)^  . -w^ 

Nas  Inquirições  reaes,  de  1258,  ae  neba* 
ram  três  easâes,  que  a-^rdemido  Hospital 
tínha,  tt^esta  freguezia»  no  Iogar  defiorlngééi 
(hoje  Porfiisfé»).perteQeen)tes:A.commendl 
de  Barro — quae  fuerunt  de  Mímho  (senhor) 
doffino  Egea.  t        . 


a 


t  j(oa  seenios  Xil  e^XUi,  se  dav««  Mo* 
roso  tratamento  de  meonaemeana  aseflM^ 
raa  de  Idade  avançada,  ou  a  viavas.(àiaâi 
qae  fossem  novas)  da  primeira  nobresa.  Wbo- 
na  ou  fubana,  vinha  a  ser  o  mesmo  iq^«N^ 
dama  ou  madona.  Com  o  (temt>0}  meemam 
\%io  a  corromper  eoi  mana^  com  • «  me^fo^ 
significação ;  e  por  fim,  mana  veio  a  signi- 
ficar irmún  (qaando  a  esta  se  queria  sn^tf* 
car  ama  expressão  de  mimo). 

Boje»  moita  gente  diz^mtiiAa  mania^ 


'MAR 

BgaslEòDiz  6  sna  tíitilher,  t).  Dòrdla;  com- 
praram áJoSo  Súnilo  e  súa  mulher,  Élvli^a, 
~èm  il€5,  tíma  hef  dade,  em  Pàrétaes,  de  S. 
'Martinho  de  Ifonros,  por  IO  módios,  Jà  os 
nte^mos  (Egas  Moíiiz  e  mulher)  (inham  com- 
prado no  mesmo  sitio,  outra  herdade,  a  Joab 
^  sua  mulher  Jalia,  em  1099.  {D.  Dórdia, 
morreu  antes  de  ili6).  < 

A  Vilia  de'  S.  Uartlnho  de  Mouros,  foi  ca- 
btgça  de  concelho  desde  os  primeiros  tempos 
dá  no^sa  taionarchía;  que  fòi  supprimídò  em 
^  ãe  outubro  de  186$. 

A  rainha  D.  Théreza,  regente  dó  reino, 
tta  menoridade  de  seu  íllhò,  D.  AfTonso  Hen- 
riques, deu  foral  a  esta  villa,  no  1.*  de  mar- 
ço de  Ittl.  (Maço  8  dos  foraeà  ántígò^,  n.*" 
6.  Acha- se  impreáãío,  com  os  Costumes^  no 
tomo  4.<'  de  inéditos  de  Híst.  Põrt,  p^.  679). 

B.  tfanuel  lhe  deu  foral  novo,  ém  Lisboa, 
a  20  de  outubro  de  1513.  (Livro  dos  fòraèè 
iúwos  da  Beira,  fl.  83  v.,  coL  !•) 

Aqui  nasceu,  em  i^^4,  D.  José  do  Coração 
de  Varia,  cónego  da  Sé  cathedral  de  Lis1)oa, 
que  falleceu  B'esta  cidade,  e  em  abril  de 
Í874.  Era  um  varão  de  muito  saber  e  de 
exemplar  virtude. 

Está  a  freguezia  situada  eín  terreno  acci- 
d^tàdo,  nas  vertentes  septenirionaes  do 
monte  do  seti  iiotne,  sobre  a  niargem  es- 
qUètda  do  Douro,  a  7  kiloiotiétros  ao  Ò.  da 
vtila  do  Poso  da  Régua,  e  quási  em  frente 
da  villa  de  Mezão-Frio. 

Ê  freguezia  t)ppulosa,  cohtéhdo  uiú  éx- 

quando  falia  de  sua  irman  a  um  terceiro ; 
mas  é  tolice. 

Tddo  islò,  mktátié  tnftídHâà,  lekh  àppllca- 
{io  S9  sexo  maseldino. 
,  4  MódiQ^  era  uma' medida  agraria  .(mâio> 
0  também  èe  suppõe  ser  certa  mo^  anti; 
fô,  que  existia  ainda  nos  sécúIôí*XI'e  XU. 
O  módio,  quer  fosse  medida,  qtt^rníoédá, 
ifio  dra  igual  em  todo  o  reina  Cúíoaf  mM- 
4|»  «n  uiEMa  partes  eiyi  um  almudt^.amo^*^ 
trás  um  alqueire^  e  em  outras,  muito  mais. 
Eu  supponho  qtie  fàâdw,  moeda,  éti  o  va- 
krr  em  ofotíefifo,  equiratehte  ad  ^^ío;  nhe- 
éÈkf  datetfn^wqoa  o  emivaotaso  nttria. 

<  Yide^a  palavca  i/mmí^ia^pag*  157^  1.^ 
eol,  do  i.«  voL,  onde  trato  d*isto  mais  eif  • 
enmstaociadamente. 


iíM 


111 


1  '  'A. 

tenso  território.  Confina  ao  N.  com  o  ri 
Douro ;  ao  S.,  com  as  freguezias  de  Pcnude 
é  Almacave  (esta  jà  dentro  da  cidade  de  La- 
mego) ;  pelo  E.,  com  a  freguezia  de  Ba^r^; 
e  pelo  0.  com  as  de  S.  João  de  Fontoura  e 
S.  Pedro  de  Paus. 

O  seu  clima  é  am^no  e  saudável  até  meia 
encosta  do  monte,  bóias  áspero  o  desabrido 
d*ahi  para  cima,  até  á  raia  da  Penéda,  com- 
prehendèndo  parte  da  serra  áas  Meadas  JqfXf^ 
de  inverno  está  coberta  de  n^ve,  em  quanto 
que  na  parte  inferior  da  freguezia  (margem 
do  rio)  se  goza  de  uma  temperatura  agra- 
dável.* 

freguezia  antiquíssima,  pois,  como  diz 
o  próprio  nome,  foi  de  Mouros;  mas  cré- se 
que  data  de  tempos  mais  remotos,  e  que  já 
fora  povoada  pelos  godos  e  romanos. 

A  egre]a  mairjz  é  um  templo  respeitavel| 
de  construcção  goihica,  e  muito  antigo,  mas 
muito  bem  conservado,  por  ser  todo  de  gra- 
nito. No  arco  cruzeiro  se  vé  a  jlata  de— 707— 
mas  é  tradição  firme  que  remonta  á  occupa- 
ção  dos  mouros,  e  que  fora  obra  d^elles,  co- 
mo outros  muitos  templos  da  peoinãula. 

Tem  esta  egreja  uín  órgão  que  passa  por 
ser  o  melhor  de  toda  a  àiocese. 

à Universidade  de  Coimbra  pertencia  o 
direito  d*  padroaáo,  e  os  parochos  d*esta 
egreja  apresentavam  os  de  Gosende  e  S.  João 
de  Frontoura,  e  nomeavam  os  oito  benefi- 
ciados do  seu  coro:  mas  tudo  isso  passou  á 
historia.  Rest^  porém,  ainda  um  bom  pas- 
sal, doação  da  condessa  de  Marialva,  D.  Bri- 
tes. 

No  sitio  denominado'  o  Castello,  suppõe- 
se  que  tifèram  os  mouros  (e  talvez  os  go- 
dos ou  romanos)  uma  fortaleza^  e  alli  sei 
admira  aíndauma  gruta  espaçosa,  (j|ue  tem 
sido  visitada  por  diversos,  mai.que  aindfí 
naò  foi  convenientemente  estudada*;  e  em 
òutrbs  muitos  pontos  doesta  freguezia  se  eii- 
còn(ram  vestígios  de  remotíssima  ocçiipaçaç). 

Esta  freguezia  t(Ã  muitos  ánnos  sede , da 
um  concelho  independente,  coni  seu  tribu- 
nal, cadeia,  pelourinho^  etc^,  e,  teve  um  ftm- 
plo  fprái  com  grandes  isentes  e  p;riTUé;' 
l^os,  concedido  péla  rainha  D.  7[l^eraa"e,o 
ín&hte  D,  Allfô.íso,  sèfn' filho.  líà&  dfisaQ  o 
aáno  de  léSi  foi  esicórporada  no  conieího  e 


112 


MAR 


Comarca  de  Rezende,  d*onde  dista  5  kilo- 
metros. 

Ba  n*edta  freguesia  casas  antigas  e  famí- 
lias maíto  notáveis.  A  casa  do  Paço  dè  Car- 
doso, tão  antiga  como  á  monarchia  pprtu- 
gaeza,  senão  mais,  é  hoje  propriedade  do 
sr.  Ascensio  de  Sonsa,  presidente  em  Li;<boa, 
e  descendente'  dos  antigos  e  muito  nobres 
condes  de  S.  Martinho. 

A  casa  de  Porto  de  Rei,  que  foi  de  D. 
Chrystovao  de  Noronha  Mello  e  Faro  de  Bar- 
reto; feita  por  nm  seú  antepassado,  Tice-rei 
da  índia,  é  nm  dos  palacetes  mais  notáveis 
que  se  encontram  nas  margens  do  Douro,  e 
teve  uma  custosa  baixeUa;  mas  em  toda  esta 
freguezia  a  casa  que  hoje  mais  avulta  é  o 
palácio  da  Soenga,  do  ex."*  sr.  D.  Joaquim 
d' Azevedo  Mello  e  Faro,  sobrinho  paterno  do 
muito  illustrado  sr.  D.  Frederico,  lente  ju 
bilàdo  de  direito,  na  Universidade  de  Coim- 
bra. 

Casou  o  sr.  D.  Joaquim  con  uma  filha  do 
sr.' Francisco  Carlos,  de  Penalva;  tem  suc- 
cessão,  e  é  um  cavalheiro  que  dá  lustre  á 
sua  nobilíssima  família,  alliando  à  nobreza 
herdada  a  nobreza  própria,  pois  é  um  cida- 
dão probo  e  muito  illustrado,  e  um  distincto 
amador  de  floricultura  e  horticultura.  E  suc- 
cedenòo,  como  único  alho  varão  que  era,  na 
casa  de  seus  páes  antes  da  abolição  dos  vín- 
culos, posiiiue  uma  boa  fortuna. 

Um  dos  monumentos  que  mais  distingue 
esta  freguezia  é  o  Sanctuario  do  Senhor  do 
Calvário,  na  aldeia  da  Feira  Nova,  cuja  ro- 
maria é  no  ultimo  domingo  de  agosto  e  a 
mais  notável  d*esta  província,  depois  das  de 
Nossa  Senhora  dos  Remédios  e  da  Lapa. 

Alli  aflDue  n'aquelle  dia  extraordinária 
multidão  de  fieis  das  freguezias  circumvisi- 
tibas  e  das  províncias  lemitrophes,  até  gran- 
de distancia,  podendo  calcular  se  em  réis 
ISOOMOO  por  anuo  as  offertas,  stmma  que  se 
empregrnas  obras  do  sanctuario  e  nas  des- 
pezas  com  a  festitidade,  sempre  muito  so- 
lemne  e  apparatosà. 

Por  Occasião  d*esta  romagem^  tem  bavido 
aqui  ndiíitas  desordens,  apezarde  vir  todos 
OS  annos  de  Lamego  um  destacamento  de 
70  a  80  praças,  só  para  polijciar  o  arraiaL 

Oa  povos  cirôumvisiohos,  costumam  ir 


MAR 

D*aqneUe  dia  á  fçineção,  agrupad»»,  e  oomo 
que  arregimentados,  levando  por  musica  lun 
enorme  bombo,  duas  ou  três  violas^  íerri- 
Dhos,  um  clarinete. e  duas  rebeca-s  tocando 
a  clássica  chula  da  província,  e  á  frente,  dan- 
çando ^m  columna^  dois  a  dois,  ás  T^Tem  por 
espaço  de  léguas  e  caminhos  dialMjiíoaa»  os 
moços  e  moças  mais  janotas  da  t^rm,  eapii- 
chando  em  jque  o  seu  descante  dé  na.  vista,  e 
distinguindo  se  sempre  entre  todos  o  descan- 
te de  Rarqueiros  (freguezia  fronteira»  e  t^nt 
natal  do  infeliz  dr.  José  Julio)^  peia  força  e 
garbo  com  que  $e  apresentam,  e  pela  gene- 
rosidade  em  distribairem  grossa  pai^adaría 
ealgo  más,  quando. alguém  pretenda  contes- 
tar-lh^s  a  primasia— não  trepidando  mesmo 
em  frente  do  destacamento  inteiro. 

É  realmente  Barqjueiros,  uma  terra  de  Ta- 
lentões,  como  poucas  nas  margens  do  Don- 
ro:  e  embora  entre  elles  baia  attritos  edes- 
intelligencias^  n'aquelle  dia  cessa  tudo  para 
formaram  no  imponente  descante,  e  darem 
as  leis  no  grande  arraial  do  Calvário. 

Esta  aldeia,  denominada  Feira  Nova^  é 
importante.  , 

Ha  aqui  feira  nos  dias  i  e  i3  de  cada  mez; 
praça  duas' vezes  por  semana,  e  muito  com- 
mercio,  pois  tem  sete  lojas  bem  sortidas  á» 
fazendas  diversas,  riyalisando  algumas  com 
os  bons  estabelecimentos  d^s  grandes  cida- 
des;— nomsadatnente  a  loja  do  sr.  Narciso 
Ferreira  Bastos^  cujo  movimento^  occupa  per- 
manentemente cinco  pessoas  no  serviço  do 
balcão.  .      . 

Falleceu  ^qui  ha  annos,  de  provecta  ida- 
de, Maria  Joaquina,  que  do  seu  casamento 
com  Luiz  de  Magalhães  deixou  prodigiosa 
descendência.      '       ^ 

Quasi  todos  os  habitantes.  actuaesd*e9ta 
aldeia,  são  filhos,  netos^  bisnetos  e  terceiros 
netos  da  tal  sr.*  Marfa  Joaquina,  a  muiCo  co- 
nhecia Tenáeira  da  Feira  JVot^ó,  respeitável 
matrona  que,  sentada  no  seu  pateo,  dizia 
coiQ  orgulho  e  muita  satisfeiu  que,  se-de  alli 
erguera  a  vós;  podia  reunir  um  batalhão  dê 
pessoas,  todas  de  sangue  seq. 

Tem. também  ^ta  ^Ideia,  eorrejio  diário. 

EsUtifreguezia^éaque  dâoiiialo  aot^rs^ 
Condes  de  S.Martinho,  do  ái)|)«ll9do  SeqcM' 
ra  Freire. 


í  •• 


.• '  «• 


MAR 


MÂR 


fl3 


Êm  7  de  fevereiro  de  1875,  falleceu  em 
Lisboa,  a  sr.*  D.  Maria  da  Graça  Lobo  da  Sil- 
veira (da  Doblissima  easa  dos  condes-barõeis 
-^hdje  marqaezes  de  Alvito)  condessa  de 
S.  Martinho. 

Erá  uma  senhora  virtuosa.  Tinha  nascido 
em  1800. 

Snquftira  é  nm  appelHdo  nobre  em  Portu- 
gal, cuja  familía  descende  de' Gonçalo  Annes 
Redonda,  cagado  em  segundas  núpcias  com 
D.  Urraca  Fernandes,  dotada  com  a  quinta 
e  honra  de  Sdqueira^  na  freguezia  de  Santa 
liaria  de  Sequeira  (termo  de  Barcellos,  an- 
tígamt^nte,  mas  hoje  concelho  e  eemarca  de 
Braga.)  ' 

Tomaram  seus  descendenties,  por  appellído, 
o  nome  da  quinta,  onde  fizeram  o  seu  solar. 

'Trazem  por  armas-^em  campo  azul,  cinco 
vieiras  d*)  ouro,  em  aspas,  realçadas  de  ne- 
gro. Elmo  de  aço  aberto,  e  por  timbre,  4 
plumas  asues,  guarnecidas  de  ouro,  com  uma 
das  vieiras  das  armas  no  meio. 

D.  Fernão  Rodrigues  Sequeira,  foi  mestre 
de  Aviz,  no  reinado  de  D.  João  I,  e  tem  a  sua 
sepultura  na  egreja  do  convento  de  Aviz,  na 
qual  sepultura  se  vé  o  escudo  de  suas  ar- 
mas, e  aos  quatro  cantos,  as  armas  de  Ga- 
láirava,  de  ouro  e  negro,  e  sobre  ellas  um 
penacho.  Timbre,  uma  arvore  da  fofiuna, 
com  a  legeúda : 

AVES,  AVIS.     ' 
SEQUEIRA  SEQUEIRA. 

•  Para  a  família  e  armas  dos  Lobos  da  Sil- 
veira, vide  Alvito. 

ICÁRtlNHO  DO  BISPO  (S.)'— freguezia, 
Donro,  concelho,  cx)marca,  e  3  iLÍlometros  ao 
O.  de  Coimbra,  205  ao  N'.  de  Lisboa,  800  fo- 
gos. •     ' 

Em  1757  linha  703  fogos. 

Origo  S.  M^minho,  bispo. 

Bispado  e  dístrícto  administrativo  de 
Coimbra. 

O  bfepo-Coftde  (de  Coimbra)  apresentava 
a  vigário,  qúe  tinha  200^000  réis  de  rendi" 
mento. 

È  uma  fregiftf^zia  grande,  rica  e  fertfl,  em 
tedos  08  géneros  agrícolas,  produzindo  oquí- 
Id  bom  vinlio. 

Ê  abundante  de  peixe  do  Moadeg«  (que 


lhe  fica  próximo)  e  do  mar,  o  qual  lhe  vem 
pela  Figueira  da  Foz. 

MARTINHO  DO  p£S0  (S.)  —  freguezia, 
Traz-os-Hontes,  comarca  e  concelho  do  Mo* 
gadouro,  30  kilometros  de  Miranda»  450  ao 
N.  de  Lisboa,  150  fogos. 

£m  1757  tinha  95  fogoi 

Orago  S.  Martinho  bk^po. 

Bispado  e  distrícto  administrativo  de  Bra- 
gança. ; 

O  real  padroado  apresentava  o  abbade» 
que  tinha  100^000  réis  de  rendimento. 

MARTINHO  DO  PORTO  (S.)-villa,  Extre- 
madura,  comarca,  concelho,  e  15  kilometroa. 
de  Alcobaça,  95  ao  NO.  de  Lisboa,  300  fo- 
gos. 

Em  1757  tinha  193  fogos. 

Orago  S.  Martinho,' bispo. 

Patriarchado  e  districto  administrativo  de 
Leiria.       . 

'0  0.  Àbbade  geral  de  Alcobaça  apresen- 
tava o  prior  (por  ser  esta  uma  das  viiías  doâ 
seus  coutos),  tinha  (o  parocho)  de  rendimep- 
to,  1  alqueire  de  trigo  de  cada  fogo.. 

É  porto,  de  mar.  A  sua  barra  está  entrd 
duas  serras  formadas  de  grandes  penhascos. 

Ainda  no  século  XVilI,  aqui  entravam 
naus,  e  aqui  mesmo  se  construíam.  Hoje  ape- 
nas aqui  podem  entrar  biates,  r^cas  e  eip- 
bareaçdes  miúdas;  e  ainda  aqui  ha  um  es- 
taleiro para  vaàos  doesta  ultima  qualidade, 

N'este  porto  embarcam  os  productos  daa 
fabricas  da  Marinha  Grande,  e  do  pinhal  de 
Leiria,  que  para  aqui  vêem  por  um  cami- 
nhe americano.  (Vide  Marinlm  GrçLndí.) 
'  Dista  está  villa  3  kilometros  ao  N.  de 
Alfeizirào,  em  um  alto,  junto  a  uma  serra^ 
que,  pela  parte  do  mar,  continua  até  S.  Gião 
(S.  Júliâo.) 

O  mar,  entrando  por  entre  os  penhascos 
da  barra,  forma  do  lado  da  terra  um  braço 
de  mar,  ou  enseada,  cem  3  kilometros  de 
•clrcuajferencía.  Dão  a  esta  enseada,  vulgar- 
mente, o  nome  de  concha. 

A  sua  profundidade  é  muiro  pequena,  tei;i- 
do' i^ctnalmiente  na  barra,  apenas  uns. 5  me- 
tros, quando  muito. 

A  largura  da  barra  é  de  uns  290  metros, 
e  o  seu  comprimento  não  excede  a  l:i  10  me-, 
tros. 


114 


¥AB 


A  1:500  metros  aio  O.  âaeoncAa,]ào;mar 
tem  mai3  de  40  metros  de  profaDdida4e. 

Em  eras  remotas,  era  este  portp.  impor- 
tantissimo,  pois  aqui  afilaiam  muitas  embârr 
«ações,  éstendendo-se  então  as  margens  da 
enseada  atá  à  rillá  de  Alfeízír^o;  como  cons*. 
ta  de  documentos  do  cartório  do  real  giestei- 
ro de  Alcobaça.  No  principio  do  seçulo  XYI, 
vindo  aqui  um  syndieo  d*aquelle  mosteiro, 
encontrou  80  navios  fundeados. 

Fica  o  porto  entre  Nazareth  e  a  lagoa  de 
Óbidos,  e  a  iO  kllometros  dás  Caldas  da  Rai- 
nha. 

I^os  mappas  hydrographicos  ainda  se  dà 
a  este  porto  o  seu  antigo  nome,  qu^  era 
Sallir, 

Era  de  urgentíssima  necessidade  a  desob- 
strucção  d*68te  porto,  para  que  elle  e  a  villa 
tomassem  á  sua  antiga  importância. 

•  f 

0 1.*  foral  d*esta^  villa  lhe  foi  dado  em  1295, 
pelo  D.  Abbade  de  Alcobaça.  (Livro  Preto, 
da  cathedral  de  Coimbra^  fl.  89.) 

B.  Manuel  lhe  deu  foral  iiovo,  em  Lisboa, 
no  i.*"  de  outubro  de  i518.  {Uvro  dos  foraes 
novos  da  Extremadura,  fl.  Í34,  col.  l.*— Ve- 
jam-sè  apontamentos  para  o  seu  foral,  no 
lúaço  i.*"  de  foraes  antigos,  n.*  i^,°) 

Consta  que  nos  fins  dò  século  XVli,  30 
construíram  n'este  porto,  as  naus  Nossa  Se- 
nhora de  Nazareth  e  a  Olweiíinha,  ambas  de 
60  peças,  e  que  rio  principio  do  século  XVIII 
também  aqui  se  fizeram  2  fragatas,  de  30 
e  tantas  peças  cada  uma,  sendo  constructo- 
res  António  da  SiWa  e  Manuel  Vicente. 

Também  corista  que  foram  aqui  fabrica- 
dos á  maior  parte  dos  vasos  de  guerra  com 
que  o  infeliz  rei  D.  Sebastião  foi  inva^ir^a 
Africa  em  1578,  e  que  deu  em  resultado,  a 
desastrosa  batalha  de  Aleacer-Quibir. 

A  villa  de  S.  Martinho  do  Porto,  é  peque: 
na,  mas  bonita.  Estendese  em  amphithea- 
tro,  á  beira  das  aguas  plácidas  da  concha: 

O  vetusto  castello  que  defendia  a  barr^, 
está  ediflcado  em  um  morro  alcantilado  e, 
por  isso,  de  incommodo  accesso. 

Está  em  ruinas,  como  quasi  todas  as  nos- 
-SBS  fortificações. 


EçEi  o«tro  lAPpte  não  menos  p^nhMOWo 
do  que  o  do  castello,  .está  a  capella  de  Santo 
António. 

Tanto  d'este  sitic^  como  da.velha  fortale- 
za, se  gosa  um  imponente  e  vasto  pai^oran^ 

Sobre  outra  píncaro  elevailQ,  está  9,  enpida 
de  S.  Domingos,  que  serve  de  guia>  aoa  na* 
vegantes  do  alto  mar«  que  demandam  o  por- 
to. O  povo  tem  por  devoção  aceender  uma 
luz  n'esta  •apellinba,  para  que  se  avistô^dt 
mar^  e  os  marinheiros  se  guiem  por  elUi 
.  MAR^THESf— fregu,ezia,  Alemteio,  cornar^ 
ca  de  Niza,  concelbo  e  6kilometros  do  Cat 
to»  190  ao  SE.  de.  Lisbo^  120  fogos. 

Em  1757  tinha  91  fogos. 

Orago  Nossa  Senhora  dos  Martyres. 

É  nO,  grào-priorado  do  Crato,  e  por  ia» 
annexa  ^0  paitriarchado,  di^trl/^to  admiius- 
trativo  de  Portalegre, 

O  grãorprior  do  Crato,  apresentava  o  <%k 
ra,  que  tinh^i.  150, alqueires  de  pãp  e  1  pífia. 
de  vinho. 

£  terra  Xertil  em  cereaes. 

MARUJA-rVidç  UerHJe. 

MARyiO-- ribeira,  Aleratejo^Vide^Sf- 
vêr,  rio. 

MARVÃO— villa-rpraça  d'armas — Meor^ 
ie]%  comarCfi,  e  12  kilometros  ao  NE-  ^ 
Poralegre,  cabeça  do  concelho  do  seu  nomdf 
10  de  Araménha,  6  kilometros  ao  SE.  de  Gasrs 
tello  de  Vide,  180  ao  SE.  de  Lisboa,  360  fo- 
gos. 

Em  1757  tinha  353  fogos. 

Orago  Santa  Maria,  (ou  Nossa  Senhora  da 
Estreita.) 

Bispado  e  districto  adipinistrattvo  de  Por- 
talegre. 

A  telha  poucos  aqnos,  teve  duas  íregnezia^» 

Nossa  Senhora  da  Estreita,  com  114  to* 
gos. 

O  grãoprior  do  Crato,  apresentava  o  prior 
que  tinha  500^1000  réis  de  rendàmenlo^ 

S.  Thiago,  com  139  fogos. 

O  parochQ  era  também  prior,  e  da  mesna 
apresentação;. tjn^a  ClOOi^GOO  r^  de  rendi-t 
mento. 

O  concelho  de  Marvão,  é  apenas  eompoio 
de  três  freguezias  (todas. no  bispado  de  Por- 
talegre)—Araménha,  Areias  e  Marrão;  iodai 
com  960  fogos* 


MÂA 

Está  situada  sobre  à  escarpada  serra  do 
<ea  teme  (o  HmmríniMiniMr  des  romanos} 
com  3  kilometros  dè  soMifti  (tOO 'metros  tO' 
bre  o  nível  do  mar)  da  qual  se  goza  um  yasto 
panorama,  Tenáo-se  a  serra  daBstrella,  (o 
Herminius  maior  dos  romanos),  a  serra  de 
Béja^  muitas  povoações,  «toontes  e  -valles. 

Esu^  praça  é  áa  raia,  a  6  kilometros  aa  O. 
da  Estremadura  haspanhdla.  (A  povoação 
do  reino  visinho  que  Ibe  fie»  mais  próxima, 
é  Yallença  de  Alcântara,  a  i2  kilometros  ft 
O.) 

\â  povoação  antiquissima,  fundada  pelos 
Avrmtnm  (povos 'da  serra  «da  Estrella)  44 
ailnos  antes  de  Jesus  Ghristo,  com  o  nome 
áelAremenha.  (Vide  esta  palavra.)  Outros  di- 
vsm  que  o  séu  primeiro  nome  foi  Meióbtigá. 

•Piareceiqoe  os  mouros  aqui  fizeram  gran- 
de mortandade  nos  ohristãas,  ^ándo  inva* 
diraiDa  Lusitânia,  em  7i5,  e  que  os  que  «s* 
caparam,  se  foram  refugiar  na  serra.. 

Bm  770,  Jfortfan  ou  Manoan^  mouro  (afri* 
cano)  senfaor  de  GoimiNra,  a  mandou  povoar 
dando -lhe  o  seu  nome. 

<<i   .  Jlfart4(m,  é  palavra  árabe,  si- 

gnifica—suave,  agradável,  ame« 
noi  ete. 

D.  Affonso  I  a  tomou  aos  mouros,  em  1166. 
D.  Diniz,  11»  mandou  construir  o  sen  cas- 
telio,  e  cercou  de  muralhas  (banhadas  pelo 
rio  Aramenhc^^  em  1299.  - 
:  Tem  Misericórdia  e  hospital. 

Tiáhá  vato^m  cortes,  com  assento  no  ban- 
co 11.^ 

Pára  dos  muros  ha  um  mosteiro,  que  foi 
de.  frades  franciseanos. 
<  Foi  xoN^o  do  remo  (ou  de  hcmsiadot)  in- 
stkuide  para  reftigio  de  malfeitores,  que 
aqui^não  pediam  ser  molestados*  (Vide  éTdu- 
/a.  a  pag.  i415,  èol.  I.*.  do  t^  volume.) 

Estes  coutos  foram  abolidos 

por  uma  lei  de  1790 ;  maS'  fn- 

«ventaram^^se  as  cartas  d»  seguro; 

vindo  <  a'  ficar  a  emenda'  peior 

que  o  sonetd.  ♦«  '      ' 

Segundo  alguns  escriptores,  era  aqui  o 
assento  da  ctiebre  cidade  romana,  por  elies 
chamada  Medobtica  (corrupção  de  MedoM* 
ga,)'   ' 

tf  eerto  que  por  estes  sítios  tem  appara- 


MAR 


115 


t         i 


eido  muitos  restos  de  construcções  roma- 
nas, e  Outros  .vestígios  do  seu  tempo. 

Em  uma  quinta  do  seu  lerme^  que  foi  dos 
marfilesos  de  Tattcos  (oondes  da  Atalaia) 
se  tem  encontrado  muitas. amphoras^  dobar? 
ro,  aiedaihas,  inscrípçdes  e  outras  antigui- 
dades de  grande  valor  archeologico ;  assim 
como  restos  do  grandes  edifioios  soterrai 
dos. 

*  Dentro  da- villa  ha  doas  dsteraas,  uma 
das  quaes  pôde  conter  agua  para  foroecer 
por  6  meies  a  guarnição  da  fortateta  e  os 
habitantes  da  villa.  Está  no  castello,  jtmto  á 
entrada.  D'ellas  se  fornecem  de  agua  os  mo- 
radores da  villa. 

A  mais  pequena  é  de  agua  natira. 

Também  se  vae  buscar  agua  a  uma  fonte 
que  fica  nac  encostado  monte»  próximo  ao 
caminho  que  vae  para  a  vilia.  . 

JD.  Sancho  II  lhe<  deu  o  seu  primeiro  fo- 
ral|  em  Í2S6.  (Maço  11  dos  foraes.  antigos» 
n.«  9.) 

D.  Manuel  lhe  deu  foral  novo,  em  Lisboa, 
no  l.""  de  junho  de  1512.  {Uvro  dos  foretes 
novos  do  AíenUejOf  fl.  67,  cql.  1.*) 

Os  condes  da  Atalaia  (marqueses  de  Tan- 
cos) eram  alcaides-mores,  hereditários  dl 
praça  de  Bfarvão. 

O  braaão  d'armas  d*esta  villa,  é— em  cam-t. 
po  azul,  um  castello  de  ouro,  e  sobre  elleo 
escudo  das  Quinas  portuguezas,  entre  daa6 
chaves. 

.•  •     .  •  * 

É  a  serra  de  Marvão  um  ramo  da  sennu 
de  Portalegre,  e  no  .plató  de  um  dos  seua 
mais  allos  ci^tbeços  ó  que  está  situada  a  vil** 
la  e  a  fortaleza. 

Para  oN.,  S.  e  O.,  é  todo  o  monte  forma- 
do de  rocha  viva^  e  como  que  cortado  a* 
prumo,  até  um  profundíssimo  valle,  coifti 
taes  quebradas  e  tão  escarpada  penedia^; ' 
que  o  accesso  é  impossível  por  allí. 
-  ftobe^e  pai^  a  villa  pela  parte  de  leste, 
onde  o  mofite  nã^  tem  rochedos  e  se  eleva  com 
um  declivcmenok  precipitado ;  mas,  mes- 
mo assim,  ha  apmas  para  a  subida  duas'< 
calçadas,  :ingreme8,  tortuosas  e  de  penosoo 
transito.  '  ' 


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116 


MAR 


Gomo  a  froBteira  ó  doeste  lado,  sao  aqoi 
IB  prioei)Hie8  fonfflcaç^  da  prai^'. 

Bes  omros  três  lados  é  €lla  lerrivelmeiíte 
inexpagnavel  por  Damreia« 

A  prlfoeira  muralha  esUr  constraida  ao 
l&iido  do  monte,  serviod^-lhode  ftjsso  o  rio 
Mamenho :  df^^^tro  dá  villa  e  a  O.  (i'ella  es^ 
tá  o  cadtfUo  com  aens  baluartes. 

Domoiô  a  guerra  dos  27  anãos  (de  I6&0 
a  1668)  foram. eoDcertadas  as  fortifleações 
o  86  lhe  fizeram  algumas  obra^  segando  o 
systema  meídernoi 

♦       *  '■ .  '  '. 

Ha  na  Tília  4  ermidas. 

De  vários  8iiios  da  vilia  se  deseobre  um 
dilatadiSKlujo  hurisonte,  como  já  âca  dUo. 

O  rio  Aramenho,  rega  e  fertijiia  os  cam- 
pos circnimvisinbaSy  onde  ha  aigomas  bor- 
las e  poniartí?. 

Ko  termo;  ha  abundância  de  cereaés,  le- 
gumeSf  fructas  e  azeite.  Cria-se  por  aqui 
bastante  gado  de  toda  a  qualidade,  e  nos 
seus  montes  ha  abandancia  de  caça,  grossa 
6  miúda. 

I 

Feias  immedia^es  de  Marvão*  se  teem 
descobrido'  varias  mioas  de  ediâcios  anti- 
quis{iiiii08,  era  uma  vasta  extensão  de  terre- 
no;  o  que  prova  ter  aqui  havido  uma  cida- 
de ou  p(»voação  importante.  Sf^gundavarius 
eeeriptores,  foi  a  cidade  de  Mi^dobnga,  po-- 
rta  o  padre  Luiz  Cardoso,  4a  congregação 
de  S.  Ptiilippe  Nery,  e  um  dos  nossos  mais 
esiudiuâO:»  aiTheulogos,  diz  que  era  aqui  o 
assento  da  velha  cidade  de  Arménia.  Fun- 
da-se  elle  em  o  nome  de  At^menhà  dado  á 
Tília  p/(txinia,  e  do  de  AramenhOf  dado  ao 
rio  quH  pas^a  na  vilia. 

SaivO  o  devido  respeito  a  este  illastre  es- 
cripior,  não  me  conformo  com.  asna  opi-* 
Diài>.  É  davidvsa  a  existência  da  tal  cidade 
de  Arménio  e  ainda  mais  duvidosa  ;a  sua 
situarão. 

Quanto  á  significação  da  palavra  iárdmé- 
^UiUy  uão  é  preciso  hir  busoii-a  á  A^ia ;  pois 
soantigu  lusitano  i^mos  herminho  (que  os 
romanos  alatiuisaham  lázendo  heititímó)  e 
qoeé  uin  a^ijei^fivo,  significando  áspero,  ru* 
de,  iutratavt  I,  etc. 

Para  ev.tar  repetiçõís,  Teja-se  o  que  di« 


MAR 

go  com  respeito  a  Medebriga  è  àramméã,  a 
pag.'2t6, 227  6  229  do  l.«  Tohune. 

*   RedfciílcaçãD  luMorioa 

Entregando  ao  dieCe  do  estado  o  aatogra* 
pbo  do  auto  de  iaangaraçio  da  estatua  de 
seu  augusto  irmio,  em-Castello  de  Vide,di|p 
se  o  senhor  António  Mareelltoo  Gamlha 
fiello :  (29,de  .setembro  de  1873.) 

tSenhor  1  Este  Tdho,  qne  sincera  e  eop* 
deàlmeftie  se  confessa  muito  boorado,  por 
se  achar  na  presença  de  vossa  magestade^ 
foi  quem  lembrou  aos  seus  compatriotas  di^ 
extlio  em  Hispanha,  em  1833,  a  iieeessida* 
de  de  tomar  a  praça  de  MarvM,  feito  qaa 
se  realÍBou  na  madrugada  do  dia  12  de  de- 
zembro d^aqutlie  annOi  Foi  eile  o  teroeir» 
que  a  escalou*  e.qnem  pouooi  dias  depoi» 
se  encarregou  de  voltar  a  Hespaoha»  paia 
obter  o»  meios  necessários  á  eonsenraçãoda 
mesma  praça  alé  aa  fiku  da  lacta»  que  eniãiK 
se  travava  entre  irmãos  1> 

(Diaiio.do  (TotMTtio-rsabbado  25  de.  abril 
de  I87i)     . 

Quem  lér  esta  breve  narrativa,  em  que  o 
sr.  António  Maroellino  se  pavohea  de  Aatvr 
escalado  Marvão^  dcTO  naturalmeuie  ooo-^ 
cluir,  que,  na  madrupda  do  dia  i2  de  ds- 
zt^mbro  de  1833,  se  pelejou  sangrenta  bata-^ 
lha  junto  das  muralhas .  de  tão  formidável 
furtakza,  na  Qual  se  entrou  jkt  aoakuÈal 

Mais  se  convencerá  ainda  o  leitor  de  <tus 
seriam  necessárias,  em  Caaianèa  faição  dt- 
meroHas  forças  aguerridas  e  grainde  mate- 
rial de  siiioy  para  se  lúíúut.poi^-esóalada  âo 
uutavel  praça,  se  Uver  alguma  noticia  das 
naiuraes  e  importantes  eondiç5es  de  defrza^ 
que  possue,  e  a  toruarati  ceicbkHnas  guer- 
ras qUe  temios  tido  com  os  nossos  visiohos^ 

A  verdade  pcNrém  é  que  na  tomada  de  Mar- 
vão, a  que  se  referiu  o  sr.  Anionio  Marcel- 
Imu  Garrllbo  Bt  Ho,  nem  houve  batalha,  nem 
sequer  choque  ou  barulho  bellicí) ;  porqoe 
o.  ^r.  Manuel  Maiheus  Brandão,  sargeoio  da 
praça,  a  entregou  aos.ltberaes  portugo^zei^ 
vindos  expressamente  de  Bespajiha»'f«»cili* 
tandu  lhes  o  accesi^o  pela  Cova  dus  Coelho^; 
é  por  este  serviço  hi  remunerado  cu|o»  4  pa- 
tente de  alferes,  vivendo  hoje,  em  Castella 


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'^€6/^Viaè»  eòfti-  d^poflb  dB^b&IdrrèfbnímdOi 
'-  Ptol5lài)M^(9  embora  cómd  pCèHâb^a  «nc-' 
ceHú  ukútntíêíL  áe  lferv3{^  ett»')833^*  êiiao* 
berbeça-se  de  Aat^«A^aíd^«dt& 'praças 
«r;  Atatotilò  MftrtelHiio  Gi^rrilhò^  Bello.  [ 
'  Se  um  dia  sé  eserevèr;  <ioino'  dère  ser  ésr 
«ilpta,  a  historia  do^  aòdfilecimetitod  é^essa 
épocha,  n'ella  appareéerá  registado  O  útíàí$ 

'do  sr.  Mannel-MathéUsBraiKMecom  aqaa« 
IMeaçaò  que  mereee.  -    -^  .    .  ; 

'  ^Mari>õ&  é  appeHálò  nobre  em  Portiígal^ 
tòmàdo  doesta  tHI^C  Tem  por  armas-^seuf 
do  dividido  em  pala  ^  a  l.«;  de  prata,  é^  a 
S>'de  atai,  é  sobre  tudo;  3  rodellas  de  púrt 
|)tíi*a;  em  fata.  dtla  de  prata,  carregada  da 

'  8  ledes  de  púrpura.  Elmo  de  a^,  aberto ; 
e  por  timbre^  um  dos  ledes  das  armas.  ' 

'  lá  a  pag.  296  6  seguintes  do  l.«  Tolvtme, 
tratei  eircamstancladamente  da  èidadé  de 
Mtdebriga,  e  para  lá  remètto  o  leitor.  A^i 
só  direi  (para  evitar  stispeítas  dé  eóntradi- 
çlò)  ^ne  à  antiquíssima  cidade  dè  Meâobri' 
fa,  de  que  fatio  eo^  Aramenbá  e  em  Marrão^ 
'  é  nota  e  mesma  cousa;  visto  <iue  ia-t^lani- 
eie  em  que  ella  existiu,  e  onde  ainda  se 
eiieofilram  notáveis  vèstigios»  â  entre  as 
doas  vilias  áctuaes.     ' 

É  de  supp^  que,  dèsirnida  esta  ddade 
pelas  guerras  contínuas  dafedade  média,  e 
estando,  pela  sua  posiçio  topographii^a,  su- 
jeita a  frequentes  invaíiões,  o  povo  a  ában- 
detíaase,  hindo  estabelin^r  o  seu  don^icilio 
nos  amperes  alcantis  do  Hermínio  menor,  e 
ii*outros  sítios  de  difficll  accessò  e  facH  re- 
sistência. 

Também  é  probabílíssimo  que,  acbando- 
se  os  agarenos  senhores  pacíficos  da  Lusi- 
tânia, e  vendo  na  povoaçáo  do  Hermlnio- 
menor  uma  posição  militar  quasi  Inexpu- 
gnável, a  aproveitassem  para  construir  alU 
•uma  eidadêHa,  que  os  defentdesse  dos  ata|- 
quês  dos  christios,  e  que,  sendo  Mamão  ô 
seu  fundador,  e  o  povoador*  da  aldeia  (oi|i 
villa)  abandonada,  lhe  desse  >o  seu  nome.  i 

(Vide  Marvõúi  serra.) 

KARViO-^-^rra,  Aiemtejo,  no  concelho 
da  villa  do  mesmo  nome,  comarca,  bispado 
e  districto  administrativo  d6  Portalegre.  As 

VOBUMB  V 


'imÁ  mimeadio  estid'  a  600  metros  acima  do 
«iveídomAr; 

i '  Gõmo'}á  disse  em  Âranmiha  e  em  Mar» 
vãúy  ^illa,  é^^  Herminté  menor  dos  antigos. 
A  paginas  tSlOj-col.  ii>,  do  i.«  volume,  dis- 
se qualiera  á  ^molegia  da  palavra  HemU" 

'  Aètttalmente,  dá  se  a  esta  cordilheira— o 
nome  vulgar  dé  Serra  4e  Portalegre,  e  se 
divide  em  vários  ramos  menores,  que  to- 
mam os  nomes  das  povoações  que  n^elles 
estanciSam::      . 

£  pois  esta  "serra  em  grande  parte  baU- 
tada,  e  n'ella  estSo--a  cidade  :'epi6oepat.(e 
capital  de  dlitrtóto)  de  Portalegre  j  e  ás  vil- 
las  de  Arronebes^  Marvão,  Alegrete,  Arame- 
nha,  o  outras  muitas  Ireguezias  e  aldèi». 

É  nas  faldas  doesta  serra  que  existiu  a  d- 
dade  de  Medobriga. 

A  form^fãb  geológica  *  d- esta  serra,  é^  a 
muitos  respHtosy^lorílhanie  á  da  Bsfiri^b, 
da  qual  é  um  ramo,  e  pertence  ao  systmba 
denominado  carpetano«vetonieo.  Ha  aqui  mi- 
nas de  ouro,  de  p^ata,' de  chumbo  argettti- 
fero,  ts  de  fàrmosò  crystal'  de  roefaa.  •  ^ 

É  ineoatdstiavel  que  estas  minas  foram  eoc- 
ploradas  (lavradas)  desde  tempos  immemo- 
ríaes.  Talvéz  que  os  pbenicios  e  seus  co- 
inéUgenaSy  os  carrhaginezes,  dessem  priocí- 
pio  á  sua  lavra ;  mas  é  certo  que  os  roma- 
nos, e  depois  dVllès  os  árabes,  aqui  izeram 
grandes  trabalhos  de  lavra,  do  que  ha  mni- 

tOS  V€J8tlgÍ08. 

No  dlstricte  da  fregueaia  de  Arameidia» 
está  um  monte  (ramo  dVsta  serra)  chamado 
'êerra  da  Fúrtagem,  nas  abas  do  qual  (a  O.) 
ha  uma  extensa  caverna  de  grande  profon- 
I  didade,  e  com  33  metros  de  altura. 
(     0*6  lia  segue  subterraneamente,  em  direc- 
!  ção  ao  N.,  entra  caVeroa  ou  galeria,  oom- 
•  pridi.^sima,  onde  os  curiosos  se  não  teèm 
{  atrevido  a  penetrar,  senão  a  pequena  dis- 
tancia, por  falta  de  luz  e  pela  decomposição 
do  ar,  que  se  torna  irrespirável. 

As  paredes  e  abobadas  da  caverna  do  N., 
são  de  rocha  viva,  e  parecem  fdtas.a  picão. 
Segundo  a  tradi^,  conservada  por  estas 
terras,  foi  uma  grande  naná  de  cbumbo. 

8 


^tfê 


lUA 


-  \ 


A  tilstoFii  ooDflrauí  A  tmdi* 
ção ;  porqae  os  roiOíiDO»chai»a< 

r  Dcíros  de  uánêB  4e  chaiobo)  aos 
pdvoB  de  Medobrlga.  Os  latínos 
ebamaoi  indislnctanieDte  jp/tim- 
bum  ao  estanho  e  a^.ofcdsibo. 
Vô-se  pois  que  aiodnstriamí' 
neira  datr,  u^estss  sitios^  de  tem« 
poa  remotidsiiDos. 

N^estaâ  casernas  tem  appareoido  cola* 
mnas,  capiteis,  arophoras,  cippos^  medalhas 
>da  {Hratar  e  da  foroDte,  o  oati*08  ol^octos  de 
muito,  valor  arcbeologico. 

E*  na  raiz  doeste  monte  que  exf  Mea»  as 
minas  de  Hedobriga^  próximas  d»  castello 
d&  Blarvão,  ci^o  altissimo  viso^  deitando  so* 
:J»iie  a  cidade  distraída,  aindn  conserva  o 
primittivo  nome  de  Hermmioi  •  o  local  on* 
de  foi  a  cidade,  á'Aratnenha,  corrupção  de 
Hermínia  —  IpM  etiam  deatrw^  eivUas  a 
HÊonie^  etíi  ^hiecia  e$t,  Hermínia  ttdgo  dki- 
iur^  sive,  ut  lustíane  loguar  Haraminia^— An- 
dré de  Resende,  Àntiqutíãlibtiê  Luaitanae^ 
lák  L%  tbm.  L\  pag.  68. 

J^SL  serra  dê  Marvão  ha  varias  gratas»  al- 
emãs das  qoáes  possaiam  íormosisaímas 
atalactitea  e  staiagmifies. 

Em  1869  am  vândalo  qnebroa  e  n^nboa  to  • 
daa  aqoeiias  a  qae  po«ide  deitar  o  oaman«tto, 
eaadoa  por  ease  reino  oomeUas  em  exposi- 
^o^para  as  vender  a  quem  as  quizesse;  ga- 
bandose  ainda  por  cima  â*«8te  vandalismo 
estúpido,  como  se  fosse  uma  grande  façanha. 
Yi-as  no  palácio  de  crystal,  do  Porto,  e  mui 
fas  eram  admiráveis.  Também  trazia^  algu- 
mas dendrites. 

(Vide  Aramenhay  MarvaOy  villa-*^  Parta- 
^m^  serra. 

MARVILLA-- aldeia,  Estremadura,  fre- 
guezia,  concelho  e  %  kilometros  a  SE.  dos 
Olivaes,  comarca,  5  kilometros  a  E.  NE.  de 
Lisboa,  35  fogos. 

Patriardiado  e  districto  administrativo  de 
lÂsboa. 

Sahindo  do  BtaJta  Antwdo,  por  umasof- 
írivel  estrada,  paralella  ao  Tejo  (margem  di- 
reita), nos  fica  ao  N.  o  palácio  patriarchal 
de  Marvilla,  vulgarmente  denominado  palá- 
cio e  quifUa  da  Mitra.     . 


É  odíficio  muita  antjgoi  •.tanto 
aabe  qq«si  Xoi  o  preMer  lisbonense  «qjie  Am* 
doa  o< pKifflUUvQ  paJaci^i)  oiae all^ Uin I» 
dado  jáaionstfQido^    ^ 

Varíoii  ajrocbifspos  d*eata,dí«caief  eorincí* 
palmente  Of  cardeal  ar^cebispo^^J).  Liaiz  de 
Socisa»  Iba  fizeram  aogmeni^  o^repançSes 
4ilfiante<o  aeenio  XVU. 

D.  Thomai.dja.Abpeida^.^bo^doseoiiâeB 
de  Avintes  (pojaco  depois  €^ovado3  a 
quezes  do  Lavradio)^  i.«  cardeal 
dQ  Usbpa»  deade  i7i(l  a^  17Mi  Uà  mwÊè 
estimado-  poi:  O.  João  Vt  quf»  lhe  dav^uva 
dotação  eondigna  co«i  as  iKmraa  de  ioCufle 
da  Portwd^  que  cpnn^d^m.aos  p^i^fcta; 
pelo  que  vivia  com  grande  ,ost^ntl^^'a  kn 
obras  importantes  ein:to4as,ae  proprMtodti 
da  mitra. 

Foi  este  prelado  qae  reconstruiu,  desde  a 
alker^ses^  o  aotual  .palacío^da  Marvilla,  dan- 
do ao  novo  edificio, maisgr^ndej^t « 
nobre  appareneia;  porqae  o  antigo  ora 
fiãè.  uma  modesta  ,easa  de  campow 

A  3ua  architectora  é  regalai*,  e  4djh6ai 
pr^fiorQ^ea»  mas  ao  estalo  desengraçado  di 
aeçttlo  WUl,  de  qoa  p  marquoz  do  PoB)hil 
4aiite  gostava. 

A  Inchada  principal,  olha  para  o  S^.ecii 
sobre  a  estrada.  A  face  do  0.  dotta  |»aja« 
pateo  da  entrada.  A  d*fiU  esteada-se  pot  uh 
jardim,  que  se  eleva  até  â  altura  do  nndar 
nobre.  A  do  N.  está  voltada  para  o  jardúa* 
para  a  quinta. 

O  poriào  da  entrada  para  0:patei>,  eooia 
soa  coroa  de  balaustradas^  pyramides»  é«s« 
btílto  e  de  boa  archíteelura.  Junto 
para  o  lado  do  O.,  está  um  edificio^ 
aeommodações  para  ereados. 

As  salas  do  palaelo  são  grandes,  mas  po- 
bres de  ornamentação,  sç  exceptuarmos  os 
quadros  a  óleo  que  aa  goarumam. 

N'aqaelle  tempo,  e  j  â  muito  an« 
tes,  a  riqueza  doa  qraatos,  tanto 
d'e3te  paço,  como ;  doa  dos  noams 
rtís,  e  graiides^do  reÂaOtGonaiatia 
simplesmente  «em.  damascos^  vel- 
ludos,  brocados  «tapi^ç^riaa  com 
que  se  vestiam  as  p arnda^  ador- 

•  •'     < 

t  Vide  A  paf.  S7fi  do  VvoL  . 


Mm 

'iisnm  M  iMrt»!«'JamliB,  è  CO- 

briftOQ  M.lmfé(08^  as  eaièlliá«  o 
paffimoBto.  I      .    .4 

€s  quadros  a.  ol«o  éà  <qiie  ftiHev<mn  os 
retratos  de  varíos  prelados  lisbèoeBseitypiti- 
tadss  por  artistas  laeíoates,  aiatigo^  e  que 
foraoi  mawMos^  retocar  por  D.João  V,  sen- 
.do  o  seti  irestautador,  o  l4(mosál'Ff«iicisoo 
.  Vieira,  valgo,  Viêirút  Luátemo, 

V^xit  d'e8tes  roíratoe,  }á  «stataM  nè  pa- 
tada antigo,  qoe,  se  demoliu,  o  o  mui,  no 
poço  dos  a/eebi«po8>del.islM»,  de  (|iie  ain- 
da ba  yestigias»  no  logar  agora  elxamado  pa- 
teo  da  Sé»  junto  «  aBMEk  da  Só  eatlwdral» 
(Yide  a  pag.  itôdo  kL""  v<d.) 

firam  id.  08  retratos : 

i.*  Não  tem  nome,  pelo  qae  nao  se  sabe 
a  iqne  prelado  pertenoe. 

l*  Era  d6  D^Jkntoniode  Mendonça,  !&• 
bispo  de  Lisboa,  (filho  do  1.*  conde  deVi^e 
do  Reis.)       ••  . 

3.^  Do  cardeal  D.  Lnhs  de^onza^  19.*  af  • 
.«Bblspo  deii^oa. 

4.*  D.  Rodrigo  da  Cunha,  17.<>  arcebispo. 

5.*  Do  cardeal  D.  Jorge  da.€o8ta  (o  -car- 
.dpal  dê  ii^p^drmAa),  8.«  arcebispo. 

€.«  De  D.  João  Manuel,  iO.«. arcebispo,  (o 
que  foi  Tíce-rei  da  Portugal,  por  Pbiiíppe  III 
•»-*Bra  da  familia  dos  condes  da  Atalaia.) 

7.*  Era  de  D.  AíTonso  Furtado  de  Men- 
donça, 15.*  arcebispo.  (Este  descendia  dos 
dncpies  do  Infantado,,  eok  Hespanha.) 

8:*  Era  D.  Miguel  d^e  Castro,.  14.»  arcebis- 
po. 

9.*  Era  de  IJ.Jsrge  de  Almeida,  13.*  ar- 
cebispo. 

10.*  Era  do  cardeaMnfante  D.  Henrique, 
depois  rei,  e  que  foi  o  11*  arcebispo. 

11.*  Era  de  D.  Fernando  de  Vasconoellos 
o  MeiDttzes^  11.*  arcebispo,  e  filho  dos  condes 
de  PeneJIa. 

12.*  Era  do  cardftál-infante,  D.  Affonso, 
filho  do  rei  D.  Manuel,  e  10.*  arcebispo. 

13.*'  Era  de  D.  Martinho  Va2  da  CostSy  ir- 
mão do  cardeal  de  MpedrifUia,  e  0.*  arcabis- 
po. 

Gnardavam-se  nas  cocheiras  d*^te  paço 
os  magnidcos.  coches  de  que  se  servem  os 
eardeaes-^patriarchas,  nas  grandes  solemni* 
dades.  .... 


mR 


im 


Fóramfóitos  «oik'l7C8(|iapa«o  paUimiMt 
£>.  Thonasidé  idmelda. 

O  jardim  estava  pobre  de  flores^Oiaquifi- 
ta^  falta  de  arvsrado. 

Bsta  magniftsa  propriedade^  ^ti  ^ilaa4& 
enS'  tfflrreoo:  elevado,  sobre  «marnem  diifilta 
do  Tejo,  de  maneira  que  adestrada  dosoo 
para  amboa  os  iadeo.  Dias  janellas  e  do  jar- 
dim se^goxa  A  soberba  "viHa  do,  magestoao 
rio,  qoB  tem  attw  A5  kiliHQetips  de  largura. 

Bm  f^ttie  dè  palaci9»  sobre  o  muro  q^e 
orla  a  estrada,  ftevantam^se  diw  pyramids;» 
osL' /agnUiaa,  de  pedra,  tendo  e8cU|lpí4a^  f^ 
armas  de  D.  Tbomaz  de  Almeida  <as  <|08 
oopèes  de  Avintes,.) 

Foi  lambem  este  patriareha.que  ^^h()íiiii 
construir  á  sua  custa,  todo  aquelle  lança  4s 
estrada,  e  o  moro  de  snpporio .  fue  a  Mjksíenta 
dn  ladn  do  rio.  {$») 

Bala  ptT^riedade  foi  julgada  bensnadfí* 
ttotfs^  vendida  em  asjta  publica,  ao  sr.niar- 
quez  de  Salamanca  (hespanhul),  que  reedi* 
ficou  o  palácio  e  a.  quilata,  com  grande /|fim« 
pínoflidade,  e  é  hoje  uqia  beMa  e  magpifica 
vivenda. 

Em  tô74|  tornou  a  spr  vendida  pel^  sr. 
narqnez  de  Salamanca,  ^  um  cavalheiro 
americano,  casado  com  tMiia  úgmA  hespa- 
nhola,  que  reúna  a. uma  earidade  sTameli- 
ca,  e  ás  mais  exemplares  virtudes,  um  no* 
tavel  talento  para  a:po(^ia.. 

:  Ma  extremidade  N.  <ia  quinta,  maç  ^« 
da  por  dentro  âWh^  pissa  o  caminha  ^do  jkr* 
ro  do  Norte  e  Leste. 

É  ahi  que  está  a  aldeia  .dsMarviUv a i?s« 
cola  normal  de  Lishoa,  eiccupando  um  p^la* 
cio  pertencente  á  «sasa  dqs  marqnez^s  de 
Abrantes,  e  o  mosteiro  de  Nossa.Seuhora  da 
GoneeiçSo,  do  religiosas  de  Santa  Brígida, 
fandado  por  Fernando.  Cabral,  que  lhe  lan- 
çou a  primeira  p^dra  nos  alicerces»,  no  (Ua 
18  de  março  de  1660. 

.  N'esteçonveniio  aefciztan^Qs^faqoososjpas* 
telUnhas  de.MarviUai,  tão  e^im^dos  eçi  Uf- 
,boaes6U$  arredores;  advertindo  porém  ()^e 
a  maior  parte  dos  que  Sfi  vendiam»  er^o^tfs- 
bricados  em  outras  parttífl^  e  de  Maryilia 
apenas  tinham  o  nomQ; 

iJUma  ofiftf  de  lei,  de  abril  de  1874,  san- 
cionou o  decreto  que  concedeu  a  ej^i^a.e 


%<âb 


^ibós^ò  de  Nott^Sóiíhon  éOiCòiim^  de 
Marvilla,  para  n^elle^  te  «itabeleeeff  o  às^da 
'4e'D.Lufí.' 

A  adminiitraçao  d'e«ti  asylo^  lrat<Hi  im- 
védiaumeme  das  obras  neceisarias  para 
*  cpie  o  édificjo  preescba^  os  fios  a  que  se  des- 
tina. 

'  Âd  obras  téem  eontiatiado  com  selo  e  io-, 
teDlgencfa,  estabelecendo-se  am  systema  de 
-TéntilaçSlo  em  que  se  òbserTaram  todas  as 
regras  da  sciencia  mod^tia,  para  salubrida- 
'de  dò  edifick)  e  commodidade  dos  asyla- 
des.  Constrnirsin-se  dois  paTilbdese  outros 
atierfeiçoamentos,  e  o  edificío  está  dentro 
êm  pouco  tempo  em  estado  de  receber  aquel- 
tes  para  quem  é  destinado^  (foTereiro.  de 

1875.) 

MARZAGiO— fregtiezia,  TyazH)s^oiles» 
comarca  de  Moncorvo,  concelho  de  Garrazô- 
*da  de  Aneiâe^  115  kilometros  ao  NE.  de 
'Bi^aga,  375  ao  N.  de  Lisboa,  121  fogos. 
'    Em  1757,  tinha  87  fogos. 

Orago  9.  Joio  Baptista. 
'    Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
tratiYO  de  Bragança. 
'    Tém  aíméxa  a  fregueiia  de  Lucéllos; 

O  í^al  padroado  apresentaTa  o  reitor,  que 
tinha  ÍOO#0(X)  i^éis. 

"    HASA  (de  ferro)— portuguer  antigo— o 
Inésmo  qa^  bsrra,  ou  Ituguaio,  de  ferro. 

KASARÊFES— ^freguesia,  Minho,  oouce- 
'lho  de  Vianna  do  Minho,  eomtrca,  e  30  ki- 
lometros a  ONO.  de  Braga,  375  ao  N.  de  Lis- 
boa, 160  fego9. 

Em  1757  tinha  101  fogos. 

Orago  S.  Nicolau. 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo de  Vianna  do  Minho. 

A  casa  dos  Pereiras,  de  Masaréfes,  apre- 
sentava o  abbade,  que  tinha  300^000  réis 
de  Irendimento. 

É  terra  ffrtil. 

MASCARENHAS— -freguezia,Traz-os-Mon- 
tes,  comarca  e  concelho  de  Mirandella,  60 
kilometros  de  Miranda,  405  ao  N.  de  Lisboa, 
190  fogos. 

£m  1757  tinha  180  fogos. 

Orago  .Nossa  Senhora  da  Assumpçi*. 

Bispado  e  districto  administraUro  de  Bra- 
flnçt 


MAS 

AjBoÊm  npnMQAlif»  o  feitor,  que  Unha 
100M(»jnéia.4e  raidiíaento. 

É  d'esu  freguezia,  ^ue  os  Mascarenhas 
tornsam.  «ate  appelâdo,  um  dos  mm  nokrcs 
de  portagai 

Para  a  ana  genealogia «atmas»  e  pjtfa o 
triste  fim  dos  Masoarenhaa,  dtt^nos  de  ATef- 
ro,  vide  Chão^Salgado^k  pag:  231  do  t «  Tcd. 
e  a  pag.  240  do  a.*  toi.,  còl.  l.^  onde  inia 
do  á.*  marques  da  Fronteira. 

MASCOT£jU.€S-~  freguesia,  Minho,  co- 
marca e  eoneelào  do^Suimarâês,  18  kílsme- 
três  a  Nfi.  de  Braga,  360  ao  K.  de  Lisboa, 
40  fogos.  Efia  1757  Unha  28  fogos. 

Orago  S.  Viseate,  martyr. 

Arcebispado  e  districto  adaúnistralito  da 
Braga. « 

O  cabido  da  collegiada  de  Oulmaries,  apre- 
sentaTa o  cura,  que  tinha  30^000  réia  e  o 
pé  de  altar. 

MASGUSINHOS— aldeia,  Traz-os-MMtes, 
freguezia  de  S.  Thomé  de  Caitfllo,  eoaoelho 
comarca  e  districto  adminislrativo  da  Yilla 
ReaL 

Arcebispado  de  Braga. 

As  pestes  de  1503  e  1505  cansaram  aqui 
tal  destroço,  qhe  apeuas;  escaparam  duas 
mulhHrns.  Vide  Castello.  {B.  Thomé  do.) 

'MASOR— português  aAtii^^-^tastameatei- 
ro. 

MASOUGO -r.  ff eguecia,  Traz-os-Mootn^ 
comarca  do  ftlagadooro,  concselho  do  Freizo 
de  Espada. á  Ginu,  180  kilometros  a  NB.  de 
Braga,  400  ao  N.  de  Lisboa,  90  fogos. 

Em  1757  tiúha  68  fogos. 

Orago  Santo  Isidoro. 

Arcebispado  de  Braga  edistdcto  adminis- 
trativo de  Bragança. 

*  Os  bem^flciados  de  Freixo  de  Espada  a 
Cinta,  apresentavam  o  vigário,  quotiiaba  réis 
30^000,  e  o  pé  de  altar. 

Ha  n'esta  freguezia  uma  fonte  chamada  do 
Xido  (ou  Ensido),  que  pifiocipia  a  déiiar 
agua  no  mez  de  março,  e  oessa  em  seteai* 
bro. 

Diz  o  padre  Carvalho,  que,  quando  o  anuo 
tem  de  ser  fértil,  lança  á  fonte  muiio  pouoa 
agua ;  e  quando  tem  de  ser  estéril,  a  dda 
em  grande  abundância. 


J 


MÂS 


MAS 


kÈl 


Aerêdite  qawn  qixizer;  - 

MASSARELLOS  òuHBOA  TIAGfiK-^re- 
gtieria,  Doiaro»  éomarca éUairtpo oceídcátàl 

Ao  Porto^  «te. 

'  lá  a  p&g.  8d*Mte  5.*  voL^  iratet  d'08li  frd' 
gnezla,  sob  a  ipfAvfr^^MdçmMòs;  ma%  é»^' 
pois  dd  esurfmblíeado  0  respectivo  lásd* 
çalo^  reoebi  mat»'e8olftrediiiealo8,  de  qoe 
ttSo  quero  privar  o  ieiíor,  e  por  isso  o»  dou 
n-eaie  iitgar;   ' 

Fbt  até  1^5  um  simples  euratOy  e  eom- 
^tieaiâiá  um  pequeno  suméro  deeasaana 
PrmOy  Corpo  Santo  e*  proximidades,  ma» 
com  a^xtiaçãò  dos  padroados  e  apresenta^ 
ç9e8,eml834,  Qcoa  sendo  parochía  iaéepea* 
defice,  e  do  arredoDdameiMo  paroehial  d*e8ta 
ddade ;  feito  em  iâ41,>  se  ihe  addIccioDou 
puidè  Dubieiu  de  casas^ peneoeeDtesáfre- 
guezía  de  CedolS9ita,-e  boje  eonia  esta' flre'^ 
gueaia  db  MassareNos  i:Í0O  fogos  (e  não  500, 
demo  disse  a  pag.  ^) 

Tem  boje  tahibéin  o  titule  de  abbadia,  e 
^i  'O  rev>  José  Gomes,  o  primeiro  presby* 
tero  qoe  oTeitá  se  collon  com  este  tttblo ;  e 
o  S.*,  o  sr.  João  Glfmaco  Vieira  4a  Moita,  pa* 
voeAo  actuai,  nascido  na  freguesia  de  S.  Sal- 
tador de  fbuyas»  no  concelho,  do  ilanío  de 
Gáuavetes:'-  ■     ^  • 

A  matriz  de  Massarellos,  era  um  templo* 
que  existiu  uaí  calçada  da  06a  Viagem,  ao 
Ãindo  dá  rua  do  •Gólgotha,  onde  se  vêem 
aiilda  as  paredes  derrocadas^  mas  como  além 
dè' extremamente  singelo,  se^achaise  eni 
ruibas,  foi  b  Saotissimo  trausiérído,  em  I) 
4e  março  de  1868,  para  a  capeHa  do  Corpo 
Bábfto,  po^  ordem  do  sr»  1>.  Joio  da  França 
ílfifstpo  e  Moura,  eb^o  bispo  da  diecete,  e  do 
sr«  conde  de  damodSes,  entie  governador  ci- 
m  do  Porto. 

*'  A  Iransfereneia  foi  provisória,  em  quanto 
.  se  não  rei^dfficava  a  velha  matriz,  ou  se  não 
cèisfruiá  outra;  mas;  como  éUocede  multas 
li^scíra casos  analogoS"H)pròvleorio pro - 
ttéttè  'tornâtr  iir  definitf Vo:  e  permauebte:  ^' 
<  É pois adita^apieMa 4ò Gorpo Sànlo, junto 
ifjMrftIa,'  91  áiatrne  abtuál'd*e^ta  ftegúèaia,  qoe 
ttei^b,  pò^qÈe  a  antiga,  'como  dièse,  era  sin» . 
gtoH^siÁô',  etotâvâ-maVsitttada^^a-desabar^  em 


bastante  espaçoso,  bem  ooostruido»  iqilttò 
dricente  b  mlaisicentral..      >       :  .mi 

Tem.  duas  torres  (unta  á*ellas  com  irelo^i 
gio),  4  altares  lateraes,  áiem  do  alu^rrmór^* 
uma  boa  saebristia,  elegantes  :decoraçdes  lui; 
tenores,  a  obra  é  de>  taltia  donnida^  bom  oAro^ 
um  órgão,  alfaias  8offfiveia,.ura  cakx  eiuuMi 
custodia  de  prata  antiquíssimos.  ;  i 

Esta  egrejs,  foi  fundada  por  devotos,  em: 
grande  parte  marítimos,  e  se  deuominoa  do 
Carpo  Santo,  por.  ser  este  o  uoibe  dó  leoai 
onde  a  construíram.  Era^  eé,  propriedade  dò 
uma  irmandade  das  alrafts^^ue  tem  poff*pani 
trono  S.  Pedro  Gonçalves -(S.  Teimo.):' 

A  egreja  está  multaproxima  do  Douro, 
passando  .encostada!  a  ellaa  estrada  márg^. 
nal,  mas  tem  a  frente  voltada  ao  N.,  sabrb  a 
antiga  rua  de  Ghristéilo,  que  era  o  caminho 
do  Porto  i^ara  a  Fóz  do  Douro,  na  data  enij 
que  aegrela  foi  eoDsirttida,  ou  antes  rny; 
coustruidn,  data  anterior  â  abertuea  4a  €|i« 
trads;  marginal,  uma  das  obras  de  D.  •Fraut. 
ciseò  dé  Almada  (v.  Porto),  esse  exímio  o 
benemérito  cidadão  que  tantos  serviços  pnsa^ 
tou  â  cidade  do  Porto,  como  corregedor,  Ht«i 
tebdente'  da  policia,  etc. 

A  diia  rua  de  Chrtstéilo,  era  muito  estrei<* 
ta,  epor  isso  acanhada  a  entrada  para  aegre*: 
ja,  mas  dO' ultimo  annõ  (id74^'a  eamar»; 
omutcipal,  a  instancias  dos  párochiaaos  do: 
Maasarellos,'  que*  para  esse  fim  se  coiisaram/ 
-expropriou  os  quintaes  e  casas  que  baviaf 
enire^a  egireja  e  a  nova  rqa  da  Restaurado,, 
edeu  á  egreja  amplo  e  fácil  aooesso;      «<  :j 

O  ^  templo,  que  é:  hoje-  matriz,  uio  revala 
pelas  suas  formas  e  elegância^,  muita  anti*, 
guidade,  mas  sabe«se  qoe  é  reconstrucgaoi 
de  um'  outro  que  havia  no  mesmo  Ideal,- e. 
que  era  antiquissimo. 

Diz  alguém,  ser  anterior  a  fundação  dft 
primitiva  Miserioordiado  Porto^  o  coevo  dâ* 
egreja  de  Cedofeita. 

'  As  'festividades  priueipaes  que  se  fazem 
actuarmente  n'esta  egreja,  são;  Corpo  d« 
Deus,  Sanio  António  da  Bstreba  e  B.  Pedror 
Géfiçalves. 

Ha  n'esta  freguezia  muitas  fabricas^  couir 
grande  numero  de  operários  e  empregados, 
o  que  muito  contribuo  para  o  sebdvel  ang« 


qHiít<^  ^  á'  kctual  é  uui  templo*  ingi^ari^  I  mfemo  tpk  ae  nota  sia  população^ 


MAS 


BÂS 


'Jtpriad|Mílé'MCa0  fibriea^wfea 
IO  a  prioeín  do  Porto,  é  «  dÉ  teoái^  úb 
fBffv  na  Praia  áe  MaMarellM,  propriedade 
da  eompaDbla  Alliasça»  e  lia  aiàda  aqui  mais 
4  do  oiesiDo  gewro:  aaia  na  Arrábida,  de 
Mumel  loeé  Fenuodes  Golmariaa,  outra  de 
DfonMa  Gbavea,  na  Restauração,  e  doas  no 
Biealho,  uma  de  Aflionio  de  Oliveira,  e  oa- 
ira  de  Eogenio  Ferreira  Pinto  Basto. 

Fei  eita  nltlrns,  ama  das  primeiras  fabril 
ena  de  faodiçio  de  fn*n>,  qoe  hoave  bo  Por* 
tO|  e  gosoa  moita  tempo  lions  ereditos,  mas 
ha  aoBos  não  trabalhai 

Ha  tamiMm  Doesta  fregnexia,  jonto  á  ma 
de  Gólgotba,  oma  boa  fabrica  de  soUa,  pro- 
priedade de  Aolonio  Tbomax  Leite  de  Mo^ 
nes«-*<mtra  de  eervf  ja,  na  roa  da  Piedade 
-^atra  de  louça,  janto  ao  cães  da  Paixão^ 
psrtaaeente  a  Antoaio  Rodrígoes  de  Sá  Lima 
&'Filbos«H)atra  de  moagem  de  pio,  a  vapor, 
ho)e  de  Dl  Fisla  Peraandea^  Sobrinhos,  na 
ma  da  Bestaoraçâe— «outra  de  agoardente 
de  vioho  e  eereaes-,  também  nn  roa  da  Res- 
tanraçio,  propriedade  de  Maonel  José  Bar- 
reto» 

Os  ediflcios  e  easas  mais  notáveis  d'e8ta 
frègaasia,  sdo:  Palaeio  de  orystal  oem  as  suas 
três  naves,  bonito  ebalet,  magolfico  oírco 
pava  eavaliinhoSi  f:rmosos  Jardáas^  lindo 
bosqve  eom  jogo  de  iioiia  sllemão  e  oatroe 
Joges  de  gymoastiea,  carreira  de  tiro ;  nm 
bom  estabelecimento  de  horticultura e flori-- 
enltura;  vistas  sorpuehrndeates  sobre  o  mar 
e  o  Doure,  e  sobne  a.  ddade  e  arrabaldes,  etc. 

Eeto  magnlftoo  estabelecímeuKv  manifes- 
tsifio  arrecada  do  génio  emprebendedor  da 
nossa  capital  do  Norte,  a  casto  SO'  tem  oon* 
servado,  depois  que  o  governo  lhe  reiúrou  o 
subsidio,  mas  dias  melhores  especa  breve* 
Mnte,  eom  o  rápido  progresso  da  eidade, 
peogresso  que  vae  aceentuar^sedeom  modo 
particular,  com  as  linhas  ferreaâdo  Minho 
6'  Oenro,  a  primeira  já  oonstroida  e  prestes 
a  insQgorar-se^  e  a  segunda  já  muito  desen- 
voDrida  r^-«  eom  caminhos  americanos  ^ue 
a  companhia  Carris  de  Ferro  do  Porio  anda 
eonstraindo  em  toda  a  eidade»  entrando  os 
ralis  iá  dentro  dos  jardins  do  Palácio,  tean* 
do  este  aU  ligado  peln  ooeimoda  viação  ame* 
ricana  em  toda  âcidade;  estaçio  dõfi  eami* 


nbos  de  ferro  do  Miçhe  ♦  Botmo,  rnaipaiMi 
Fda  do  BMUo,  Mioaslnhoa^  elQ. 

Jte  finente  do  Macia  deCryslal»  auidito 
limite  d'esta  parochía,  se  vé  o  palacete  to 
srs.  marqoetta  de  Monfalin  (ea  das  Tereoai)* 
com  a  sua  veUia  torre  aneiada,  antiga  ii* 
venda»  segando  a  tradieção,  do  frande  eor* 
golboso  negseianto  e  capitalista  Pedresseo^ 
oa  Pêro  d'Ossem,  mais  eonheeido  por  Ml 
Sfm,  do  qual  é  ainda  viva  a  lenda  4jae4ii 
origem  ao  drama  Pedro  Cem. 

BesoM>ronando-86  rapidameuto  a  giande 
fortuna  d*aiiaeUe  capitalista^  jcompraraa  « 
ascendenits  do  eende  do  Terena  esta  p» 
priedada,  e  para  eUa  transferiram  a  saa» 
sideacia. 

Do  alio  d*aqoeUa  torrs^  ou,  tomo  quer  d* 
goem,  d*onira  qoe  o  legendário  «apitaiiii 
tinha  nas  proximidades,  i  qoe  oUo  via » 
trar  os  seus- numerosos  navios. 

È  notável  e  hiscdrlea  a  casa  de  Bngn» 
Ferreira  Pinto  Basto,  em  Entre- Quinta^i 
parliff  com  os  pnrqpes  do  Palácio  de  Gns» 
tal,  por  ter  vivido  algum  tempe  e  faUeeílv 
n*aqaella.  casa  o  rei  Cartos^AJNvto^  air6à 
sr.«  D.  liaria  Pia  de  Sabova. 

Aa  Sal  do  palaeio,  e  próximo  sielle,  esiâi 
capella  qnei.a  princesa  Augusta  dg  MMi0 
mandou  erigir  á  memoria  de  seo^augiili 
irmão. 

É  notavfl  lambem.  n'eata  ííregQecâa,aein 
do  sr.  ioao  Pacheco  Pareira,.em  Villai;l» 
dalgo  distiocto  e  senhor  de  grande  lijrtoik 
Tem  esta  casa  uma  capeIla^eom  alísias  a* 
(piíssimas  6  a  eerfa  contigua  é  extensas  pi- 
voada  do  arvoredo  admirável- 

É  também  digno  de  mengao  n*es|&  frefit' 
£ia»  a  casa  e  ipiiata  do  Bom  Snceesso,  # 
foi  do  desembargador  Sá  Lopei^ «  áhojeli 
seus  filhos,  e  a  montante  d'esta  çasae  qoíoli 
está,  ainda  n*esla  fregueola^  o  ecymiteriQ  f^' 
blleo  de  AgnMDonte,  de  que  já  Calloi» 

Também  devo  mei»cionar  a  quinta  dafli* 
no,  do  -sr.  desembargador  Ifovaes^aoilil 
d*esta  IregttBiia,  prédio  vnste  o  rieo;el 
asylo  da  inCinciai  «n  ViUar>  •montado  Iw* 
no  palaceto  que  foi  do  eoode  de  BrjtiaaM 
junto. á  casa  do  sr.  João  Paoheo^  Pereiri*! 
um  ftofeitavel  menumeniodo  saridatf^ftP^ 
dado  pelo  virtaoeissimo  »r% 


UAM 

leii  im0M09(  «0táâl4e  OllveM  4o  Dimr^ 
wiia  (fta  âifniikâes  èD  nakido  aresta  8é  do 
Vdrto^  e  ám  Oos  oariraeteres  mds  nobres  • 
respoitorf eis  dé  ^<è  n^esta  eidad^  ha  «emo- 
lia. 

É  muiPâ)  d^siita  fregdezlao6X:>^'Pr«laâo 
aénud  ú*<ôM  dioeee^,  D.  Américo  Ferreira 
dda  Santos»  ÍINio  do  barão  de  Santos,  aere* 
^Klaâo  Aegodante  que  foi,  n^-esta  |»raça  e  na 
de  Lisboa,  onde  passon  o  nllimo  quartel  da 
iMa. 

Cóna  esta  firegneiia,  pela  estrada  margi- 
nal, a  lioha  férrea  americana  do  Porto  â  Fóx 
e  Hatloihihos,  montada  em  ÍS73,  formando 
Bà  Pmia  ott  Alameda  de  Maisarelles  xxm  en* 
mMKMMBsento,  d*onde  a  empresa  estendeu  mn 
rannaVoíB»  4974,  pela  roa  da  Restamre^para 
o  Campo  dos  Martyres  da  Pátria. 

ilM  linha  oraeilfiMia,  a  prla«3ira  d^eite 
sysiéii»  qQe'8e  menten  no  nosso  paii  pava 
w&tAqo  publies',  M  foita  peio  eapitalisia  fia* 
§ná0  Petrelra  Pinte  Basto  e  peio  depvtado 
3.  Di  4elfeile  fr#^ro,  qne  Já  em  It74  a  passa' 
rwftiyeom  fol^te  lacro,  a  nma  eompanUirinti^ 
tittHiar^Baípresâ  doscarroa amerleaBos do 
Porto  à  Fóz  e  Mattoslnhosi 

Oaotoai abkiáe de  Massaréllos, é filho  de 
fii.  JoaqniaU  António  Soares^  qoe  foi  sargen- 
MHDiér, '«  da  wj"  D.  liaria  Vieira  dos  Reis, 
iMan  do  tirtaoso  padre  Joaqnlai  Vieira  da 
]|étta,>  qo»  foi  seopBUrlo  no  Paço  Episcopal 
d»'Porc^  e  i|Qía  pela  sttaeitraordinaria  mo- 
èmla^alittegaQào;  nimea  ^issfer  parocho, 
apefear  dè  Ihè  seiie«i^eréeMa%  por  vezes, 
boás  sMwdlaá. '- 

^  E^4o>psrooho  aetval  d'esia  fregnezia,  pri- 
mo do  dr.  Carlos  Vieira  daUsita,  dezembar- 
gador  na  Rela^  dos  Agcms,  fldalgada«asa 
fsal,  eemaaendador  davifésm  de  Nossa  âs- 
nMra  da  Ceneei^  de  iVlUa  Viçoea»  o  ^sara^ 
eiep  «oUlisstaie,  lllho-do  oomelMio  e4ai»* 
bem  fidalgo  da  casa  real,  BetnasdeJosé  Viei- 
ra ia 'Motta^)qw  Cri  Joiínp  SB^remoffriba- 
ialf«ca.- 

*•'■•-     í  •.'■••       •   .  . 

H&ando  mieldo  oeibiteaio  de  Afipmonlei 
esqueestUMo  de  menaiaaar  orefi/^AlsoaV; 
Aft'  Msfta  Plolieifiv  digno  capeMãer^  admit 
nlttadari4'elKae^iaiálQ»  qollidtnteie  io* 


MkV 


im 


tos  de  eeatorliH  e  eoDstante  aoeio  einq&e 
se  acha. 

O  sr.  padre  Aleonndre^  habila^aqni  «mes- 
ma^ bem  eenOi  o  saeristão,  em  residência 
construiia  expressamente  para  elles  e  sn»i 
cessores»  unida  á  capella,  e  de  bella  e  alegre 
appareneia. 

MASatA-^portognez  antiga  •^teajria^  eii: 
casa  rustioe,  para  a  gente  ia  lavoura. 

KASSÚA  ou  MASSÚQA-^dB  lLUho-*^pa« 
qneno  malha  ifte  liaho,  a  que  em  algonas 
partes  dSo  hofe  o  nome  de  muç&dUra  o  em» 
outras,  de  tnaçadoura.  . 

No»  "donamentoa  de.&  Pedro  éas  Águias, 

de  iâM^  selha  dájâo  nome  de  maçaámFO^ 

Depois  de  arrancado  o  liataa^ 

é  de  se  lha  eauraUIrsIn  as  eapsiQK. 

las  que  jcantéem  a  Éemflate.(a  :Imk 

"  ganha)  se  áta  aosimolhos;(a9«Éi»*. 

douros)  e'0a  deiia  em  ribebMi^ 

•OQdm  prdiaa^  fermentar,  ie^ 

poi8$  tij»m»se  os  molhos  da  agn^ 

a  se  põem,  desfeitos,  a  eeocar  aa 

seV.  -Qiumdo  eslá  séceo,  se  faa 

em  peqoenosaasÀihos,  alados  par 

oauk  te  axiremidades  com  lé^ 

'         veaas  do  próprio  liÉhev  e  .eslá 

preparado  para  maçar,  que  Aat 

'  sua^irimeb»  operação.  É  a  eslaa 

'    pequenos  m^ihos,  qoa  os  antigoa 

chamavam  ntossuos,  ou  mo^st»* 

•  óasf  e  depois- ntÉfiid«irq[,.  oa  aio* 

fodsifra.  Jà.so  nô  qne.éo  Unha 

aioda  eea  broto  a  por  limpar  das 

partea  naa  aexiis.  Cada  maçadoBH 

ia  vem  depois  a  4ar  10  a  áS  ^-• 

Irigaa^ 

MASSÚGA  de  ferro— portuguez  anligetr* 

pefoana  barsa  de  Inro»  ainda  nao  puriflea- 

do,  soas  broia  lO  .inf<nine.  Bêz  aiasnatas  dlí 

fmêL  ^mrentitfio^  de  Moiífiorve^  de  íMSFí) 

f)erwmuiçuqmi*^Kkmaçaiíqua,  ou  nionios^  i 

foivo..gros3lÍroí>eBa  ituMsa  aa«fli  ^tra^û 

sim  se  aaha  denoi^iaadoam.moáloslarasi 

da  rei  D.  Manoel,  na  seonlo  XVL 

1IATA*Ci£ia  ^.freguaiiB,  BrireaiSfiiBf» 
oamareaía^eoBcdlKi  de  Torres  Vedras,  tAUr 
lometros  ao  NO.  de  iiaboa,  SfXK  fogos.     )  ( 

fio^  áWllinlu  ia3  iafos.    . 
1  (toago^Mossa  Benhofó  da  Qliraira*     / 


mi 

£atriarchado  e  dlslrido  ad«italfllratifD  de 
Lisboa. 

"O  parocho. Unha  o  títnlè  de  cara,  %  era 
um  dos  beneficiadoa  de  S.  Mtgael,  da  viU* 
de  Torres  Vedras.  Bendia  o  beneficio  réis 
iOD^OOa»  e  o  pé  de  altar. 

Era  regaengo  do  mosteiro.  (Sentença  so^ 
bre  o  qaarto  dos  legames,  dada  aK^de  fe- 
vereiro de  i55i.  Livro  da$  sentenças  a  f<war 
da  coroa,  fl.  113,  eòL  %*) 

Maia-Cões  é  unia  bonita  povoação,  siina* 
dfentre  Rana  e  a  viiia  de  Torres*Yedra8y  e 
próximo  da  estrada  real. 

Ao  O.,  «ntre  está  povoa^  e  a  da  Ordas- 
ipieira,  está  o  bonito  monte  do  Calvárw,  e 
no  seu  cume  8e>  vé  a  pequena  mas  formosa 
eapelta  do  Senhor  Jesus  do  Galvário,  ima* 
gem  de  grande  devoção^  dos  povos  d*estes 
sities,  que  lhe  faz  em  uma  grande  festa  e  ro- 
maria, no  mes  de.  abril. 
-  Vem  esta  capella  um  lindo  ponto  de  vis- 
ta. De  um  kdo  se  vêem  as  antigas  mura- 
ItMs-.ameiadas  e  os  muros  desmantelados, 
do  velho  casteUo  de  Torres  Vedras,  recor- 
dado histórica  de  tantas  ^cçdes  gloriosas— 
do  outro,  o  asylo  de  Runa,  onde  existem  os 
Keieranos  da  pátria.  (Vide  Runa.)  — Mais 
além,  extensas  teordilheiras,  cobertas  de  ver- 
dura, olivaes  e  vinhas,  e  para  toda  a  parte, 
grande  numero  de  povoações. 


^  t 


-  Èí  egreja  matriz,  dedicada  a  Nossa  Senho- 
ra da  OKvelra,  foi  em  tempos  antigos  o  san- 
ctuario  da  mator  devoção  que  havia  por  es- 
lea  sities,  eVreqnentadissimo  pelos  fieis. 
*  S6{|undo  o  Sanotuario  Marianno  (vol.  7.% 
pag.  201)  a  origem  d*esta  egreja  foi  a  se- 
fuiiM: 

'  Bm  eras  remotas  havia  n^este  sitie  <em 
i|ue  depois  se  fundou  a  aldeia  de  Mata  Cães) 
úma  ermida  dedicada  Jio  Espirito  Santo,  e 
juMoa ella,  um  pequeno- reciõ^  ou  terroiít)^ 
'  no  qual  se  via,' para  o  lado  do  N.,  umaoni^ 
W  mas  grande  oliTeira,  no  sitio  mai»  emi- 
nente.  EstaV&m  aqui  algnoias  dásinhasroii 
dMdpanas,  nas  quaes  "viviam  séus  pobres 
iiiéf adores.  Ghamava-se  enlãoaestaaideQla, 
o  logar  do  Espirito  SonkK 

Na  oliveira  referida  appareoeii  ifUia  ima- 
gem da  Santíssima  Virieid^  *  certo  indi  W- 


djiOi  qo^  |^ubUcm«4aftrofABtfignMa9» 
pariçâk)«  Foram  dar  parte  to  parodio  ii 
egceja>  de  8.  Migiiely  dd  To«re«i  Vedras  • 
aos  seus  J>eneficiadoa  (a>  ci^a  firegueiia  o  !•• 
gar  do  Espirito  Santo  então  pertencia.) 

Veio  o  parocho  e  ee  benefieiaMlQS^  SíKm- 
panhado  de  grande  multidão  de^povo,  aesi- 
tio,  e  alguns  d'elles  viram  a  aant^  imagm; 
6  querendo.  aproxim2a'-«e  para  a  lirann 
d*aili  para  a  ^(reia,  elia  desappareceu. 

Retiraram  muito  tristes;  mas,  passaAa 
alguns  dias,  tornou  a  ser  vista  n  Senhor 
na  mesma  arvore. 

Dez  vezes  allà  foi  o  parocho  e  moito  po- 
vo» para  a  trazerem  para  a  ^nreja ;  masoi* 
trás  tantas  desapparecia  a  imagem,  quanà^ 
com  aquella  tenção,  se  aproximavana  da  » 
vore. 

Entenderam  elles  que  a  Senhora  qami 
aiU  eer  venerada, e logo  decidiram íaaerfti 
um  Banctuarto;  para  o  que  em  tapsv^  se  Ji» 
taram  bastanies  oflertas;  mas  fiuando  i 
capella  estava  constniida»  Unha  a  Seabn 
desapparecido ;  pelo  que  mandaram,  liar 
uma  outra  imagem^  de  pedra^  que  coite 
ram  no  altar  da  ermida. 

Tinha  o  povo  d^qui,  a  tna 
crença  de  que  as  fDttuúi  da  oli- 
veira, ou  qualquer  iasca  éo  m 
.  tronco  ou  ramoe, .  de  ínfQsio  « 
fervida-  em  agua  eJbebidaeii^ 
era  remédio  iolalivei  para  » 
las  4oençai»'0  fp»  uriaiaairi 
grande  ttunMm  de  lovotim 
constantemente  e  todos  lhe  éi' 
xavam  ifs  suas  offerla^  maii«i 
menos  valiosa». 
Com  o  grande  concurso  dos  romeiro^n 
foram  censfrufaido  no:  sitio  varias  casas  it 
habitação  permanente!^' vindo  o  legara itf* 
nar«se  nau;,  grande  aldeia,  eom  o  litaloà 
Noisa  Senhora  da  OiíMtra«. 

k  arvore  dia  appaci^  enponea  tMf* 
ficou  despojada  das  suas  folhas,  e  da  mài 
parte  do  seu  tronco,  que  os  romeiros  Ibeti* 
raram  paUa  â  cura  doa  seus  padedmsUo^ 
de  modo  que  o  troaeo^  qne  ora  muiíeiptt* 
so^  ost»va.  rednaido'  á.grQSsncaâouailii' 
ço ^mhs «em  por i8so,a arv/smdavaMtfi 
ftaM^!o  tanto  jque  chegou  ^avajaelHiri 


fa.  i 

Consta  que  n*e8ta  olÍvielrâ'fòl  coflocaâo'  o 
prlméíf»  tino  dâ  oapelU^  o  qual  áiada  alli 
86  conservoa  depois  d*ella  estar  convertida 
em  egreja  paroehtal. 

Segando  a  lenda,  nm  eremitao  da  «apel* 
k»  c^irtoti  a  otifeire  para  a  qveiaaar ;  lóbs 
pagou  caro  o  arrojo ;  porqae,  darante  um 
inei»  foram  tantos  os  trabalhos  qne  ellft  o  os 
sens  parentes  soffreram/que  aqaelle  morria 
em  breve  e  estes -ficaram  pobrU^oios. 
-  Desde  qne  desapparecco  a  arvore,  foi 
^roQxandô  á  devoção  ^os  fieis,  até  qne  qua- 
8i  oessoQ  de  todo. 

Sappõefrei  Agostinho  dè  Santa  Maria 
<obra  citada,  pag.  204).qtfa •  appardchnefi- 
ta  da  Senhora  teve  logar  pelos  anãos  iSOO» 
ou  pouco  depois,  porquanio,ea»  1544^  inst^ 
tnlu  na  reiérida  erõiida,  uma  eapella  4t 
9ms$as  pelas  almas,  um  devoto  d'e0lo  lo^ 
gar,  o  qual  ordenoa  qáé  ae  lhe  disbessem 
duas  missas  em  cada  semana';  para  ^  ique 
af plicoa  renditoèuta  perpetuo  snffittieiíte- 
fiste  mesmo  devoto  colUieoli]ia.capelia  uma 
imagem  de  S.  Braz,  no  nfesmo  anne.^e 

A  pouca  distancia -6  ao  N.  d'este  logar, 
«siá  Um  bosque»  no  qual  deram'  principio  os 
padres  arrabidos  a  um  ediielo,  destinado 
para  nmsteiro  da  sua  ordem;  mas,  como 
èè  wrao  experlaemaasem  MM  áJê%o\ 
desampararam  o  sitio,  e  foram  fundar  o 
moBtãiro  do  Airrp,  do  qual  tomaram  posse 
cái  i570,  e'  aqui  assistiram. arguiu  tempo, 
pelo  que  á  aldeia  sé^ficon  ehamaiidoilo^* 
rêy  cujo  noflse  ainda»  eossearfa.  •    > 

, '  'fiegundo  frei  Agostinào  de  Sania. liaria 
iSoMiuariQ  ããariafmo^  iúOk  TA  pag.  204)  a 
aMeia  do  Barro  ^  era.f^egUttia  em  1970 ; 
porque^  c^m  os  milagres  do  NoãiaSemhoru 
4a  OUoeirOfifÀ  tanta  a  ooncornstioia-do^po^ 
Vfy^eo  dfisenwlvimcntQ  da  população,  4iiQ 
a.  «greja  áè  erigiaem  maaríA  mas  firáuda 
«Bippe  enjeita  á  d»i^.  Ifiguct  de  Tcfrres 
Vcérasy/em  cuja  depéndendai  se  DOBservoíi 
aló  1834,  mandando  pantlfataèittaparior 
rocho.uondosBens.bmiEfteiadús.}  • .  .->.  -.v  . 
z: Minta  tempoiohiBlaBamjblagaiv JVioifa 


MáT 


IS5 


vemto  passa  uma  riheira  chamada  de  Mata- 
CAsi,  é  a  deiveçao  para  com  a  Senhora  Iões» 
esíHaudo,  pouco  a  pouoo  o  nome  de  fregue* 
zia  de  NoesaSdnfaora  do  Mosteiro  seloisub» 
stttuindo  pelo  da  ribeira,  até  que  o  sen  aa-^ 
tigo  nome  é  hoje,  vulgar  e  offioíalmeute, 
fregueiia  deMata^Câes. 

Consta  que  o  nome  dado  á  ribeiíi^  pro«* 
vem  do  facto  seguinte: 

Quando  os  mouros  viviam  por  estes  si* 
tios^  foram  um  certo  dia  atacados  inopina- 
dao^nte  pelos  ebrisiãos,  aos  quaesseuche* 
fe  animava  dizendo :  Maia  $uei  cães.  Os 
mouros  /oram  desbaratados,  sendo  tanto  o 
sangue  dVlles  derramado  aqui,  que  as  aguas 
da  ribeira  hiam  côr  de  sangue..   • 

O  sitio  da  maior  mortandade  foi  junto  a 
uma  azenha,  que  desde  entáp  se  ficou  cha- 
mando Azenha  do  Sangue. 

A  egreja  tem  soffrído  varias  reconstrnc- 
çõea  e  aropliaçes,  em  razào  do  áugmento  da 
populaçõéo.  f)m  Í6i8,  alcançaram  os  paro* 
chianos  licença  para  terem  sacrário,  e  n*esn 
se  mesmo  anno  foi  o  templo  forrado  de  azu- 
lejos, como  consta  de  uma  data  que  eslà  so- 
bra p  arco  cruseiro. 

Sobre  a  porta  principal  da  egreja  ha  uma 
inseripção  gothica,  e  na  porta  travessa  do 
lado  do  S.,  outra.  Teém  as  lettras  tão  apa- 
gadas,  cem  o  tempo,  que  são  ilegíveis. 

lÉáTAÇlO  —  portuguet  antigo  ^  pensão 
perpétua  de  cousa  cetta  e  sabida,  {drdnn 
do  Reino,  livro  !•,  tlt.  33,  J.  IO») 

MATÁHIN60— portagnez  antigo--coiltÍ- 
nhãs  itíiudáls  ãe  vidro,  missauga. 

MATA-MOUROS— fui  appellido  nobre  'tfm 
Poriugal,  que,  ou  se  perdeu,  por  âe  extinguir 
a  geração,  ou  por  mudar  para  outro. 

Tinha  por  amas— eseuéy  esqnánellado, 
no  Ia  de  púrpura,  um  braço  armado»  dè 
oure,  pfgando  em  uma  espada  de  prata,  eom 
guafdiçõeB  de  -ouro,  com  a  ponta  para  cirnam 
--n<$  %%  de*  púrpura,  3  cabeças  do  mosnr, 
eneanguentadas^  toucadas  de  prata,  e  aiul; 
em  ro(]Uéle*-Hao  3^*,  de  púrpura^  uma  oabe^ 
ça,  também  de  mouro,  com  o  mesma  lúrbans 
l<PA4M'4.'«,  úe  prata,  3  bandeiras  verm^bas» 
eom  hasteas  de  ouro,  em  roquéte-^mo  de 
aiçfl^.alisnD);  «por  timbre,  uma^dM  eaba«aa 
do<tt<H]frQida».armaa^ 


fiS 


MAV 


OvtroB  áú  maena  i^ptHido^  uiMam  por- 
maas,  «eado  esquartelíado-^HM)  i.%  èB.oo* 
rc^  Seabe^sés  mouro,  cortadas  om  sangue^ 
com  barretes  de  púrpura,  em  roqaât^-^no 
1%  de  párpora,  um  braço,  da  soa  ete,  ar* 
mado  eon  ama  espada  nua  e  uÁ  gBim  braa* 
eo — no  3.*,  de  azul,  3  lanças,  oom  hasteas 
de  púrpura,  com  os  ferroa  da  soa  câr,  pos- 
tos em  oontrabanda— no  4.%  de  prata,  outra 
cabeça  de  mouro,  oomo  as  do  i.«  quartel*- 
elmo  e  tio^re,  como  o  dos  antecedentes. 

Actualmente  a  palavra  matanumras,  ape- 
nas sigDífiea  tim  figurão  eom  (grandes  bigo- 
des e  cara  de  leão;  ameaçando  céus e  terra; 
mas,  em  caso  de  perigo,  transformasse  em 
cordeiro.— Fanfarrió. 

HATANTE — por tuguez  antigo — brigão 
facinoroso,  duelista  de  profissão,  etc. — d'a- 
qjai  matanteria  á  reunião  de  assassinos. 

KATANÇA— villa.  Beira  Baixa,  comarca 
de  Celorico  da  Beira,  coi^celho  de  Fomos 
de  Algodres,  35  kilometros  de  Yíseo,  300  ao 
N.  de  Lisboa,  170  fogos. 

£m  i757  tinha  106  fogos. 

Orago  Santa  Maria  Magdalena. 

Bispado  de  Viseu,  districto  admínistrati' 
TO  da  Guarda. 

O  real  padroado  apresentava  o  prior,  qcie 
tinha  350^000  réis  de  rendimenta 

£*  terra  fértil.  Tem  muito  gado  e  eaça. 

E'  povoação  antiga. 

D.  Affonso  III  lhe  deu  foral»  em  Évora,  a 
31  de  janeiro  de  1270  (Ltvro  i.»  iô  Douffes 
de  D.  Afíonso  lU,  fl.  98  col.  l.«.  in  fine.) 

D.  Manuel  lhe  deu  foral  novo^  em  Lisboa, 
a  17  de  julho  de  1514.  {Uvro  de  foraes  no- 
vos da  Beira,  fl.  61,  coL  l.«) 

Segundo  Mendonça  e  Pina  (1lemoria$  da 
Acadâmia  Eeal  de  Historia  Partugmza)iun- 
to  á  villa  de  Matança,  havia  um  ádwsem  (a 
qpift  elle  chama  aaUa)  de  6**6  de  eompiido. 
Segando  o  mesmo  arch&ologo,  perto  da. Car- 
rapichana (a  pouca  distancia  d'esta  vúa  da 
Matança,  e  não  iosie  de  Celorico)  ha^í^  oq* 
V»doimen, 

MATANÇA  (monte  daj-^IraMeiMontea: 
<Tide  Cirr4^.) 

^KATÊLLA-^íreguezia,  Traz^os^Momes» 
comarca  e  30  kilometros  da  MlMidai  con^^ 


mu 

cell»  dei  Tiado«9^435  l^flimetroa^  m  Jíék 
Lisboa,  150  fogos. 

Em  471(7  ttoba  «3  fftgoa. 

Orafo  Nossa  Santaoni  da  IteiAsa^  ^Can» 

Bispado  e  districto  admiaialrativo  da 
Brsfança. 

£'  temleftíL  Tem  omito  fado,  oaça^cé» 
ra  e  mel. 

O  reitor  de  Algoeo,  aprasenlava  o  vip^ 
rio,  eonfirmado,  qoe  iteba  80M0D  raia. 

MATER  mz  00  MATU  DDLGfi--iMrt«. 
guez  aaligo^-Borneprepriode  mulher,  «pusss 
aeha  desde  o  século  X  até  ao  Xlil — mim 
como  o  seu  masculino— -Patfipfcomis,  cqjo  pa* 
uronimíco  eea  Pa/fvftoiíáa.  Também  se  diida 
M&ére-Dwí,  A  molliar. 

MATHSOS -<- freguesia,  TiaaoaMome^ 
concelho,  comarca  e  prommo  a  Villa  Aei^ 
Tft  kilometros  ao  NE.  de  Braga,  365  aoJL 
de  Lisboa,  200  fo^oa. 

Em  1757  dQha  ilJ»  fogos. 

Qrago  S.  Maninlia,  bispo. 

Ai«ebi8pad#  ét^  fin0a»  áiaMieto  adoninia» 
trativa  da  Villa  BmL    . 

A  «amara  aoeleaiastica  de  Braga,  aproam 
tava  o  vigário,  que  tinha  150M00  réis. 

E'  n*esta  firegoetía  o  somptneso  palada 
doa  srs.  «ondea  de  Villa  Eeal,  uma  das  naii 
vastas  a  nobres  residaoctas  aristeeiatica^ 
nio  só  das  proftadas,  msM  alé.  mosias  ál 
Lisboa. 

N*este  aitlo  inaUtiiiii  o  dr.  António  Alta* 
roa  Coell»,  em  ÉdlO,  um  grande  moinada 
e  capella,  ao  qoal  soceedensna  fliba,  Dl  Mi* 
ria  Coelho,  casada  com  o  dr.  MaUdas  Alva* 
res  MoníSo,  leoie  ia  Coiaobra,  deputado  do 
fisco,  da  mesma  «Idade,  o  depois,  deaembar< 
gador  da  casa  da  suppllcaçio;  que  falieen 
sem  ÍHios,  deixando  por  herdeira,  soa  moi* 
Iher,  eomo  brfgaçdo  de  (bser  um  vfnealo  ái 
todos  os  bens  da  beraiiça,  o  oomedr  n'eUaik 
pór  suceasaor,  Maibias  Alvans  Momrio^io» 
brlDbò  de  ambos,  detewdo  andar  estes  bmi 
vioeulaáos  tm  moffado  éoa;^  o  de  Maibsait 
impottdo<UM  a  piolúbiçio  dese  poderes 
alhear,  nem  mésÍDa  por  provisid  raal. 

A  .^Uu  éo  instilolÉir  prií^áttiiro^  diafoi 
qoo^  Ml  |Nifi(DOfln«ndo«Air08i^cadaii 


MAT 

]iri99aa  por  nemwBo^  na  capellia  4e  N^s^Sa- 
nhor»  dos  Praierae,  .qae  Qsti  unida  á  «aaa 
de  Matheas. 

Kittrços  bens  qp»  D.  Maria  CoeKiD  tinea- 
lOB  á  casa  de  Matheas,  entraram  li7  «rra- 
leis  de  prata  lavrada  e  3  arráteis  de  ourQ, 
PAz  por  condição^  que,  oada  nn  dos  adini- 
nlstraideres  dieste  morgado^  dantro  doa  pri* 
meiros  quatro  annos  da  sua  admíBíitroçàe» 
irineolaría  lOQMOO  róis  de  baa  faieoda,  ia 
vaflâo  de  OOjfOOO  róis  por  anno;  eqoe^as  la* 
zendas  fossem  o  mais  proxioio  posaivel  á 
oasa  de  Matiiens ;  e  qae,  nao  havendo  bens 
pavar  comprar,  poriam  o  mesmo  dinheiro  a 
juro  de  (  por  cento,  até  se^ectnar  a  com- 
pra. 

António  José  Botelho  de  Monrio,  um  dk)s 
suçeesaores  doeste  morgado,  cason  com  IX 
JkrtkíBoa  de  Sonsa,  filha  do&  maniaezes  das 
Minas,  e  4'este  matrimonio  nasceu  D.  Luís 
Antenio  de  Sonsa,  pae  de  D.  losé  Maria  de 
Sousa  Boteibd  Minarão  e  YasoonceMos,  o  cé- 
lebre morg^  MâUheus,  fidalgo  da  4)asa  real, 
senhor,  dos  morgados  de  Maibeu^  Gumeei* 
isa,  Sabrosa  e  ouAros  vínculos  em  Tnuosi 
Montes^  o^nseUieiro  da  fazenda,  enviado  ex* 
traordinario  e  minit^tro  plenipoleBciario  de 
Portugal,  nas  cortas  da  Sueaia,  Dinamarca 
^Franfa,  e  que  morreu  em  P^rís,  em  iSVk 
Foi  este  pssríote  benemérito, 
o  primeiro  portQgnezqueletan- 
4oa  a  Lula  de  Gamões  um  mesa* 
mento  predoravel^^fei  a  magni* 
fica  edieçio  dOB  j&tftâodar,  fèilaam 
Fariz,  na  offi«ina deDídot,  no  for- 
mato de  quarii9  ^(ofiríM^  com 
primorosas  gravmvks  em  a^o,  no 
imnode  49i7«*a  qae  voigarmon* 
te  se  cbama*«n0diVâe  4q  morg^i^ 
de  Mathem. 
Foi  o  avô  4*este  morgado^  o  j^  refen4e  AU' 
UmiA  José  Batelbo  Monrâo,  que  deu  princi- 
pio io  soberbo  palado  de  Maibens»  e  re(or* 
moa  o  embeleaoit  a  grande  qainita«|ardiQa 

CSiBlJgBfli 


B.  Faroando  4a  Sovw  Bivtelfao  Hoono  • 


mv 


m 


I18S6,  era  neto  do  famoso  «lor^a^  de  Mo* 
tbeue^  da  òdiQão  dos  Lusiadas.  . 
.  (Bate  D.  Fernando  também  fez  bastantes 
melhoramentos  no  palácio  e  dependências* 
È  actual  conde  de  Villa  Real»  o  ar,  D.  José 
de  Sousa  Botelho  Mourão  e  Vascoacelloi^  fl* 
lho  d'aq^elle  D.  Fernando» 

Nute-se  que  os  acuiaes  condes 
.de  Villa  Rsal,  nada  téem  com  os 
antigos  marquezes  de  Viila  Bib^ 
(Noroohaft>i 

B^te  marquezado  findoí^  com 

o  9eu  ultimo  ^)arqu^l;  que  foi 

degolado  por  traidor,  em  iô^l^ 

(Vide  CotTimAd  e  U^boa.) 

Para  a  noblissima  fiimilia  dos  Sousas,  e 

suas  armas,  videXa/õM-^ra  a,  iâq  menos 

nobre  dos  VAicqnceUoSi  vida  Cattello  Melhor 

e  Usboa. 

Mptirôo,  ó  lambem  um  appellido  pobre  em 
Portugal  O  L*  qoe  se  acha  com  etle,  ó  O* 
Gonçalo  Moarão..  Suas  armas  são^-em  cam- 
po verde^  duas  faxas  de  paro,  e  no  meio  d'et* 
las,  um  castello  de  prata.  Elmo  de  aço,  aber- 
to^ e  por  4imbre,  o  castello  das  armas»  . 
.  MATREUS  (S.)— Ireguezi^w  Alemtejo,  co-> 
manra  e  concelho  de  Monte-Mór-Novo^  30  ki* 
lometros  de  Évora,  90  ao  SE.  de  Liabos^  IfO, 

fi)gO0. 

Era  1757  Unha  W  fogos. 

OrsígQ  S.  Matheus,  erangelista. 

Arcebispado  e  diatricto  adininistrativo  de 
Évora. 

A  mitra  apresentava  o  cura,  que  tinha  S53 
alqueires  de  trigo  e  94  de  cevada. 

Ê  terra  fértil  em  cereaes.    .        .      * 

MATHEUS  PA  «AROSA  (^.)  .--íreguezia, 
Extremadnra,  concelho,  comarca  e  2  kiio- 
metisoa  ao  O.  de  licíria,  132  ao  N.deiíisbíis» 
IÇSefogon. 

Em  1757  tinha  120  fogos. 

Orago  S.  Matheus,  oTing^lisla.     • 

Bispado  e  districto  adsúnístvalivo  de 
ieiria» 

Já  a  pag.  335  do  1.*  volume,  tratei  d*eslUi 
(Nf  ueaia ;  ^aa,  i(K>mo  depois  obtive  mais  in- 
formações A  seu  respeito,  as  doa  n'es(e  lq« 
gar. 

Os  morsdoras  da  aldeia .  da  Bariís^  cqu- 
sinúrm  ^quí,  ítm  1609,  orna  capeUa».  dedi« 


Í38 


IfAT 


MAT 


cadft  10  artofsIlfU  S.  Matfeeiís,  foe  em 
1714  fí/í  ekrada  t  egreja  natrá  da  frefoe- 
zfft  da  Btrofa,  ereada  n^ease  anuo,  flenido 
por  padroeiro  o  meimo  «anto  eranfeliata. 

fi^úco  tfial  mo  erro  que  foi  na  palatta 
Bar&ia.  Dls  1.  A.  da  Almeida,  no  seo  DíT' 
r/dn,  i4^r^,  ds  Chorogr.^  pie,  em9éê  imíu- 
hro  de  Í8íú  houve  aqui  um  e&mbate  entre  at 
alUadoi  e  as  iropae  frameeioi.  Copiei  isto 
na  boa  íé ;  mai  depois,  vfm  a  saber  qneiião 
boora  nVsta  sitio  similhaote  eombate. 

KATHEUS  DA  BIBEIRA  fS.)— fregneria, 
Mioho,  comarca  de  Vílla  Verde,  eooeelho  de 
Terras  de  Bonro,  êS  Icilometros  ao  190.  de 
Braga,  370  ao  N,  de  Lisboa,  75  fogos. 

Em  1767  tinha  W  fogos. 

Orago  8.  Mathetis,  eTaogettsu. 

Arcebispado  e  districto  administratiTo  de 
Braga. 

A  mitra  apreseotaTa  o  abbade,  que  tinha 
300^000  réis  de  rendimento  attnnal. 

É  terra  fértil  em  eereaes,  legames  e  Atl- 
etas. Cria  multo  gado  e  nos  sens  montes  ha 
multa  caça,  grossa  e  miada,  eéra  e  mel. 

Passa  tt^esta  fragaetia  o  rio  Homem,  que 
rega,  móe  e  trac  peixe.  É  por  isto  que  a  fêta 
f^gneela  se  dará  antigamente  o  nome  dffl* 
eial  da  Ribeira  ié  Homem, 

MATHIA8(3.)-- freguezia,  Alemtejo,  eon- 
eelho,  comarca  e  64  kilometros  ao  O.  de 
ETora,  106  ao  S.  de  Lisboa,  190  iogoê. 

Em  1787  tinha  183  fogos. 

Orago  8.  Maihias. 

Bispado  e  districto  sldministratiTo  ds 
Beja. 

A  mitra  apresentara  o  cura,  que  tinha 
140  alqueires  de  trigo  e  86  de  cerada. 

B*  terra  fértil. 

'  ICATHIA8  (S.)— freguetia,  comarca,  con- 
celho e  6  kilometros  de  Erora,  116  ao  SE. 
de  Lisboa,  liO  fogos. 

Em  1767  tinha  160  fogos. 

Orago  8.  Mathias.  i 

Arcebispado  e  districto  administrativo  de 
Évora. 

A  mitra  apresantava  o  cura,  que  tinha  SIS 
alqueires  de  trigo  e  76  de  cevada. 

E*  terra  fértil. 

Ha  <i*esta  freguai ia  uma  rica  propriedade, 
chamada  §umía  4o  Pae  Cão.  V  da  sr.^  B. 


Asna  da  Piedade  Cedto  ^Vilas-Boae,  qu» 
caara  eoi  artembro  de  1973,  com  o  ar.  Aa*- 
giMo  Carloa  de  Lemos,  eapiâo  de  cavaOa* 
ria  a*  5. 

MATEUS  Dl  METES  CLAEOS  (8.)- 
fragaezia,  Alemtejo,  eomarca  e  concelho  is 
Niaa. 

Hoje  dá  se  a  esta  firagoefia  o  nome  da 
Caixeiro  on  Caieceiro.  (Vide  a  pag.  26,  col- 
1.*,  do  t.»  TOl. 

Compre  rectificar  um  erro  typographftt» 
que  então  escapou  na  revisão.  E'  Cackeifô 
em  Tez  de  Caixeiro. 

Ha  porém  quem  diga,  que  affedivamflms 
ao  íogar  se  deu  o  nome  de  Cadu^lro,  em  ra* 
zão  de  atli  existir  um  rico  lavrador  que  ti- 
nha a  airnnha  de  Cacheiro. 

MATIUMOEIO— Já  na  palavra  Marido^ 
tratei  das  trás  dirersas  espécies  de  casa- 
mento, coQheeídas  em  Portugal,  e  em  outras 
naçdes  catholieas :  darei  aqui  mais  algomai 
explicações  sobre  a  matéria. 

Todos  sabem  que  o  matrímoiiiòrd'deva* 
do  a  saeramento  (o  7.*)  pela  egreja  eathofi- 
ca,  e  que  é  um  dos  que  imprimem  earatíer. 
Tratemos  agora  de  algumas  curtêêiditdêi 
históricas  sobrô  o  casamento,  das  qtiaea  nem 
todos  os  leitores  te^  conhecimento. 

Os  wMtrimonioe  e!aude$tino$f  foram  un* 
dos  francamente  entre  os  portugueses^  até 
ao  fim  do  século  XV. 

Ei-rei  D.  Aflònso  IV,  na  sua  carta  de 
1362  sobre  reformas  éeclasíasticas,  que  man- 
á(M  a  toâO!Í  os  primados  do  reino  (Synop. 
ehrtm.f  tom.  1.*  fL  10)  mostra-uoe  claramen- 
te que  existia  então  este  abuso,  que  deseja 
exterminar  por  uma  vez. 

Dil  qua^tmtijfoa  cUrigoe  se  achacam  ee^ 
iftíioêy  um  cem  mulherei  virgens  e  oitítvt 
eom  mulheres  corruptá$y  è  depoi$  dixiam  f» 
fido  eram  coiodof. i—^D'aqul  se  seguia  que^ 
por  faka*  da  prova,  não  ficavam  os  filhas, 
lagitfmoa,  è  outros  damnos  alHmetfckHia*- 
dos.  Ordena  que— tfodas  o«  reeèhimentm  se- 
jam fíiiõi  peh  respectivo  parocho^  perauts 
um  tabelião  da  mesma  freguezia,  úe9tinêk 
para  escrever  em  um  livro,  todos  os  easo' 
mentos  que  alli  se  celebrarem,  para  $e  saber 
depois  os'  que  sãê  ou  ie(x<m  de  ser  oasaãot, 
e  a  €ondiç9é  doe  eontrt^eniis.t  ^ 


MAf 


ItAíT 


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ifliatrfiroY»*  qiM:AQ|Mii'flqaetlU'é|koei|,  os 
casameatosi  oa  grande  parte  d^eltesi  se  980 
Ittlam  Al  presença  do  paroeho,  ^  qpe  o  «tu- 
lua  tfiiu^nio  era  ioda  a  sabstaneia  e  fórma 
do  matrimonio»  na  raxão  di.  eonlrato* 
'  Ao  que  parece,  eata  real  ordem  não  sor- 
tia todo  o  sen  effDÍto,  porque  o  aboso  tinèa 
lanado  profundas  ralaes. 
.•  Tomaram  se  ainda  mais  rigorosas  provi- 
deftdas.    . 

Em  1499,  O.  Manuel  I,  decidiu  fáaer  ces- 
«ar  os  iaconveniemes  que  os  casamentos 
^clandestinos  traziam  á  egreja,  ao  estado  e 
.ás  famiikis:  Por  umai  lei,  promulgada  a  i4 
de  julho  d'este  anno  {Ord.  do  MeiM  de 
Ui4,  liY.  5a  tit  S7)  determina  qne^  sem 
excepção  de  pessoa,  todos  se  receitam  pu 
blicamente,  em  face  da  egreja,  enafórma 
que  os  sagrados  eai^ones  decretam.  *B.ea- 
Bàndo^se  enmdidametUe,  pai'  $sse  mesmo  {ti- 
to,  oisim  o  noivê  como  a  noiva,  percam  te- 
doi  u  seus  benSy  metade  para  acamara  real 
0  metade  para  captivos,  E  toioe  0$  que  a  si- 
miUumie9  caéamentos  forem  preeeniei  ouies- 
temetnhaSj  percam  também  todos  oe  seuê  bens^ 
^íom  a  mesma  applicaçõo^  e  sejam  degrada- 
dos por  dois  atmos  para  Ceuta,  Mas  d'estas 
penas  serão  isentos  os  que  taes  cas(imenios 
fizerem  por  prazer  e  consentimento  dos  pães 
s  mães  dos  noivos^  se  os  tiverem;  porque 
n^*esse  caso,  haverão  somente  as  penas  do  di- 
'  reito  canónico, 

'  O  papa  Pâulo  III,  conTocou  o  concilio  tri- 
dentíno,  que  durou  desde  1545  até  1563. — 
N*este  concilio  se  julgou  impedimento  de- 
rimentp,  o  casamento  clandestino;  mas, 
como  ainda  esta  decisão  não  tivesse  inteiro 
cumprimento,  o  rei  D.  Jaão  IV,  em  13  de 
novembro  de  1651,  decretou  que  podiam  ser 
desberdados  es  filhos  dos  que  conirahissem 
matrimónios  clandestinos. 

O  me^mo  concilia  só  considera  como  sa- 
Gramento«o  matrimonio  canonicamente  con- 
trahido,  e  os  outros  um  mero  contrato. 

fla  documentos  antigos  que  provam  a 
existência  de  uma  espécie  de  arrhas^  usa- 
das u'aquelles  tempos. 

No  cartório  do  mosteiro  de  Salzédas,  exís- 

-  tiam  duas  doações,  pelas  qnaes  consta— de 

uma— ^ue  Martim  Paes,  caYaileiro  de  S.  Mi- 


guel de  Lobrigas,  doou  a  soa  mídlisr,  II4- 
ria  Lourenço,  certos  bens,  em  Santa  Combjie 
em  .outras  partes  per  compra  do  vos^  corpo, 
com  a  .condição  de  os  possuir  tão  somente 
em  sua  vida;  mas  os  perderia  se  casasse. 
(Documentos  de  Salaédas»  gaveta  7.%  maço 
L\  n.*  13.) 

Est^  coniprA  do  corpo,  parece  ser  ao  que 
no  reino  chamavam  herança  do  mando,  ou 
confirmação  do  dote.  ^ra  feita  pelo  marido 
a»  sua  mulher,  passada  a  primeira  noite  de 
casadosi  e  por  idso  também  se  dava  a  estas 
doações  o  nome  de  praetium  virginitatis. 
(Segundo  o  sn  Joaquim  Pedro.  Ribeiro,  nas 
suas  annotações.  a  Viterbo,  ó  mais  natural 
que  compra  do  corpo  fosse  o  a  que  hoje  se 
dá  o  nome  de  arrhas;  mas  ha  documentos 
que  distinguem  uma.  cousa  da  o^ura.  Tal- 
vez s^a  a  chamada  propternupdas,) 

Entre  os  longobardos,  não  podia  este  do« 
nativo  exceder  a  quarta  parte  dos  bens  do 
marido,  e  por  isso  se  chamava  também  quar-- 
tisio,  e  vulgarmente— mord^ati^^òa  (dadiva 
feita  pela  manhan.) 

Veja  se  a  Memoria  sobre  ca^ 
»  mora  cerrada,  pelo  sr.  dr.  Levy 

Maria  Jordão,  i^ipressa  em  Lis- 
boa, em  1857,  em  opúsculo  sol- 
to, e  também  eocorporada  na 
Historia  e  Memorias  da  Academia 
Real  das  Sàencias  de  Li&boa,  no- 
va serie,  classe  2.»  (Nota  a  Vi- 
terbo pelo  sr.  Innocencio  Fran^ 
cisco  da  Silva.) 
Não  havia  ^ei  nenhuma  que  imposesse  ao 
marido  a  obrigação  d'esta  dadiva,  que  sá 
dependia  da  sua  .vontade,  e  du  grau  de  aflfe- 
cto  que  consagrava  a  sua  mulher. 

Da  outra  doação  que  existia  no  cartório 
do  mosteiro  de  Salzédas,  consta  que  —  em 
1190,  Soeiro  Viegas,  fez  uma  caru  de  ar- 
rhas, a  sua  mulher,  D.  Sancha  Vermudes^ 
na  qual  lhe  deixa  muitas  e  grandes  proprie- 
des,  que  só  possuirá  se  não  casar.  Esta  doa- 
ção é  cruel  e  absurda,  porque  determina 
que— se  a  mulher  ficar  viuva  e  casar,  os  fi- 
lhos que  tiver  do  segundo  .mai;ido,  nada  her- 
darão do  que  era  d^elles  ambos ;  mas  tudo 
será  dos  filhos  do  primeiro  matrimonio.  Mas, 
vmHimdo  Soeiro  Viegas^  se  castor  segunda. 


{30 


ímt 


íbííz,  naãa  heriarã»  o$  /Uhúi  quèhmwêu^  te 
swí  primeita  mulher  I 

Achava  se  68t6  ^ocamento,  tio  ootttrarfo 
Ifi  leis  da  eqn^dadè  e  âa'imlareea,'iift  gate- 
ta  4.%  maço  !.•  !!.•  6. 

É  profaTel  qae  algtín»  leito- 
res achem  aborrecidas  estas  ex- 
plicações; mas  o  mm  ifitento, 
emprehendeoído  esta  obra,  é  dar 
o  maior  trnmero  de  iiotícias  qtte 
me  fôr  possivel  celligir,  de  indo 
qnamo  sobre  atiffgos  uso5,  cos- 
tumes e  legislação  tratam  os  es- 
criptores  portuguezes. 
Estoa  eertò  de  que  nem  a  toAos 
serão  estas  ãhagações  Indifferen  - 
tes. 
MâTYA^rregtiezia,  Beira  Baita,  conce- 
lho, comarca,  bispado  e  distrfeto  de  Gastel- 
'  lo-Brattco,  80  kllometros  da  Guarda,  240  ao 
E.  de  Lf !«boa,  B5  fbgos. 
'    Em  1757  tinha  45  fogos. 
Orago  Sahta  Margarida. 
O  povo  apresentava  o  cura,  que  tiniia  réis 
'iOfOífd,  e  o  pé  d*altar. 

MATTA— ribeira,  Douro,  nasce  na  Marga- 
raça,  desagua  no  Alva,  }uniô  à  villa  de  Coja. 
Rega  e  fertiiisa  a  ribeira  (veiga)  de  Goja,  e 
cria  muito  boas  tructas. 

Era  no  antigo  conbelho,  suppriroido,  de 
Go]a,  e  actua!mf!ate  é  no  de  Arganil. 

MATTA  ALTA  ^  (vulgarmente  Mattalta) 
serra,  Douro,  na  ft*eguekia  de  S.  Miguel  do 
Matto,  comarca  e  concelho  de  Arouca.  É 
um  ramo  da  serra  de  Cabeço  de  Sobreiro, 
e  flt;a  a  5  kilometros  ao  S.  do  rio  Douro 
Apenas  produz  carqneija  e  urze;  guando 
podia  ser  aproveitada,  não  só  por  ter,  em 
grande  parte,  bons  terrenos  como  por  ser 
abundante  de  aguas,  que  fae itmente  se  ex- 
trahíriam  por  galrrias  subttTfaneas;  pois 
quasi  no  seu  cume  se  encontram  nascentes. 
É  quasi  toda  baldia.  Traz  muita  caça  do 
«hão  e  do  ar. 

MATTA  DE  LOBOS— frpguezia,  Beira  Bai- 
xa, comarca  de  Píuhel,^ORc«'lho  de  Figuei- 
ra de  Castnllo  Rodrigo,  90  kilometros  de 
Lamego,  365  ao  NE.  de  Li:)boa,  300  fogos. 
Em  1757  tinha  1!50  rogos. 
Orago  Santa  Marinha,  virgem  e  martjr. 


KÂtr 

Bli^piâ»  dè  Pinhel,  diairfct«  aiaiMira- 
tfvo  da  6uarda< 

O  papa  e  o  bispo  da  diocese  apreienlatMii 
iHiemaUvatteato  o  rekof,  qoeikihik  404860 
réis  e  o  pé  d*akar. 

-  É  terra  íbnii  ea  iodos  os  «eiisiw  api- 
eslas.  Cria  muito  gado  d^  tsda  a  ^mliàh 
de,  e  nos  seus  vastos  moMes,  ha  lobM^  ia- 
po£a$;  ás  veu»,  javiardos  (porco»'Bs«M«ie!^ 
javalis)  e  muita  caça  miúda.  Ha  lantai 
aqui  bastantes  eolmeias. 

MATTA  DA  MARfiAfiAÇA-^  importaste 
naalta,  no  extincto  coneeiho  de  Goja,  h^t. 
concelho  de  Arganil^  na  província  da  Doon. 

É  muito  antiga.  Foi  primeiipaiDeDle  As 
bispos^coodes;  mas,  em  183i,f4ii  consiáfiil- 
da  bens  naeionaes»  e  está  nu  domínio  da/s- 
x&itda  naeionat. 

É  pehi  maior  parte  povoada  ds^oaFvaUua, 
que  dao  oplima  madeira  para  eonstrOíGçSes 
Bavaes. 

Os  bispos*ooDâes  lentaram  reávi&dícal<4, 
mas  inutilmenca. 

IfATTA^iA-^freguezla,  Minho,  Mmam 
e  eonoelho  de  <Suimaràes»  24  kitotuetros  u 
NS.  de  Braga,  3tiO  ao  H.  da  Lisboa,  ms^ 
gos.  Em  171^7  tiuha  45  fugos. 

Orago  Santa  Maria  (Nossa  Sealiora  da  Na- 
tividade.) 

Arcebispado  e  dístrioto  admkiktrmtâfs  k 
Braga. 

O  thesoureiro-mór  da  collegiada  de  Nos- 
sa Senhora  da  Oliveira,  de  Guimarães,  apre- 
sentava o  vigário  confirmado,  (}ue  Unharéíi 
30^009,  de  oongrua  e  pé  d*aluir« 

Eslá  n-esta  íreguntia,  a  casa  e  quinta  à 
Corvjeira^  que  fui  de  D.  Manur  1  de  NoroniU) 
deiceadenfie  dos  marqut  zes  de  Vilia  ReaL 

Para  armas  e  gt^Ufultigia  dos  Noroniias^ 
vide  Caminha  e  VitUi  Betú. 

MATTA-MOURiSGA— freguezia,  Extrenu- 
dura,  comarca  e  concelho  do  Fombal  (foi 
até  1855  do  coacrlho  do  Louri^ai,  supprí- 
mido  a  34  de  outubro  d'esse  anuo)  40  kilo* 
metros  ao  S.  de  Coimbra,  165  ao  i^.  de  Lis- 
boa, 500  fogos.. 

Eoi  i757  tinha  233  fogos. 

Orago  S.  M»mede. 

Bispado  de  Cuimbrai  e  disificto  adoiflii- 
iratívo  de  Leiria:  . 


_^ 


A  tmhrersiAaí^fe  éeCvfmbmiapiieBeiitiva  o 
«vra^  ()iie  títtUa  tOiWX)  i^«  o  pé  é'ftlur. 
'É  terra  fértil. 
-È  ^UHadA  j«iato  á  e^Ma^dé  ÁtlAMico. 

Bki  niai  dêlítaria  «as  Kgradarel  phni- 
€ié,  A  Tist» do  mav,  aè  ^ «maâilacada  «la- 
iníM^Ki  (praia)  ^n^.odnre  âatda  a  foK  do  Mon- 
dego, até  à  de  Octavim,  no  sitio  atitigameií- 
te  chamado  Logar  on  CúboI  dm  fmn^zes 
-011  Giísal  da  Serra.  Pfea  este  logar  na  dfri- 
ifio  qm  faz  o  bispado  de  Goimllra  com  o  de 
Leiria. 

E'  uma  pequena  aldeia,  hoje  ehamada 
Nossa  SenJwra  da  Guia,  a  1  :fiOO  ntetres  4a 
egreja  matriz  e  a'  6  kilometros  da  villa  do 
Leoriçal  Gencam  «ale  log«r,  os  de  Outeiro,. 
Uartinh»,  SeiAo  e  Cãsai  da  Seftà. 

Em  lo20,  08  moradores  d'estas  qaatro 
«Ideias,  nesoiTeran  eonstroír  uma  ermida 
dedicada  a  Noss4  Senhora  da  Guia,  para 
d^elia  lhes  serem  «dministrados  os  saera- 
mentos. 

Era  um  templosinho  pobre»  coaio  pobres 
«nMu es  qaeo mandaram  oonsAnMr, que aó 
«ram  rieos  de  devoção,  á  Santíssima  Eslrel- 
la  dos  navegantes  ^A»B  Maris  Siella). 

Foi  a  ermida,  no  sen  principio,  constnii-> 
da  de  aiá^à  {espécie  de  tijolos  âe  terra, 
«éeeos  ao  sói)  eom  4,"IS0  de  comprido  e 
3,«dO  de  largOv.  oom  %'^  da  aito.  Era  oo^ 
l>erca  de  tdlut  van,  e  só  passado  algum  tem- 
po, uns  devotos  a  forraram  de  madeira,  (1) 

A  imagem  M  feita  por  um  tài  Francisco 
fiejiriques,  morador  na  viliá  da  Reéinàa, 
que  se  di^ia  eseulptor,  e  ^ra  natural  de  Lei^ 
ria.  Sabiu  pois  a  itoagem  ebfsia  de  impei  fei- 
ções e  de  péssima,  eecuiptura  em  todas  as 
euas  parles  ^mas  depois  foi  aperfeiçoada 
por  nn  fcom  esculptor  que  lhe  ttou  es  de* 
feitos  que  ponde).  . 

(I)  Mas  com,  o  tempo  ,e  o  descuido,  foram 
ciabiodo  as  portas  e  abaodonanno  8e  a  er- 
mida, quH  <-ht^gou  a  estar  redbzída  a  curral 
>ende  aa  cabcas  dos  arredores  hiam  seatear 
no  rigor  das  calinas. 

A  imacem  da  Senhora  estava  apenas  en* 
costada  a  parede,  sem  altar  nem  outro  ai* 
gum  abrigo. 

Assim ^stéveramad coisas  por «^aço  fle 
«aQOa^opa*: 


wa 


J3tl 


Foi  Irrada  da  Redlnlia  para  a  sua  «a^- 
la,  no  mesmo  anuo  de  ifitO,  por  Ameaío 
Fenunies  Malho,  do  Ca$al  doe  Franones. 
Ainda  a  capaHa  estaiva  por  acabar,  peio  que 
a  ianagem  foi  depositada  em  casa  de  Marti- 
nho Fernandes  do  aiesmo  logar,  e  abâ  este- 
ve atá  liir  para  a  sua  easa" 

Septido  a  ieàpda,em^a(nto  a  Senhora  fos- 
teire  em  caai  de  liartinfco>  Fertiandes,  ti- 
ve elie  e  sua  famiiia  moica  ventura  em.tb- 
das  ias  ifUas  coisas,  e  por  muitas  Teases  se 
vtramaMi  inaes  sobrénatturaes  e  se  aeotíraai 
odorei  sonviíaiiaos» 

Goneluida  a  capena,  foi  para  ella  lavttda 
a;  Senfbora;  mas,  como  os  poros  d'a<ftti  eram 
pobríssimos,  nào  sé  chegou  a  fazer-!he  allat, 
nem  a  padroeira  era  conhecida  s^io  da 
Isente  áa  fréguezta,  que  apenas  nas  ladai- 
nteta  de'  maio  aqui  vinha  oom  o  paroelu) 
de  S.  Mamede,  em  proclstio. 

Nas  ladainhas  de  maio  de  i67S,  edtauáo 
a  dizer- se  missa,  viram  os  que  a  ella  assis- 
tiam, que  da  imagem  manava  um  suor  eo- 
pioso,  o  que  lhes  causou  grahde  admira- 
çaõ. 

Correu  a  fama  d*este  milagre,  em  que  os 
que  o  nao  viram  naó  acreditavam.  No  dia 
18  de  dezembro  do  mesmo  anno  (dia  da  Et- 
pectaçio  de  Nossa  Senhora,  ou  Nossa  Se- 
nhora do  Ó)  em  que  se  fazia  a  festa  da  San- 
tissima  Virgem  n*esta  ermida,  a  ella  con- 
correu muita  gente;  e  estando  á  míosa,  to- 
dos viram  o  mesmo  milagre,  mas  sendo  en- 
tão o  suor  ainda  em  maior  cópia. 

» 

Em  breve  a  fama  do  milagre  percorreu 
por  todas  as  freguezias  circucnvisinbas,  e 
grande  foi  a  concorrência  de  povo  que  veio 
á  capella,  uns  por  devoção  e  outros  por  cu- 
.riosid|kde.  No  sabbado  posterior  á  festa,  c;s- 
taodo  a  capella  cheia  de  gente,  se  repetiu 
o  milagrs,  ficando  todos  d'elle  desengana- 
dos e  apregoandoo  por  toda  a  parte. 

Em  todos  os  sabbados  que  se  seguiram, 
,foi  continuado  o  milagre,  o  que  augmentou 
progressivamente  a  devoção  doa  povos  para 
com  esta  Smhora. 

O  que  mais  se  distiaguin  foi  um  fidalgo^ 
morador  na  villa  do  Louriçal  chamado,  Au- 
tonio  de  Almeida  Casteflo  Èr(^ncg^  fua  fe 


'£32 


MAT 


aiAT 


Ufàoê  os  miltfnr^s  de  Nossa Seabonda  6aia 
osefisTfii*  nm  )ívro. 

Morava  então  no  Lonriçal,  1>.  Fernando 
dè  Menezes,  eondoda  Eríeeirs,  que  per  seus 
próprios  olhos  se  qpit  desenganar,  e  foi  á 
eapeHa  pfeseneear  o  milafrre. 

Deliberon  entio  eoni  Castellò-Braneo  e 
OQtiras  pessoas  nobres,  erifrlrem  noia  eon- 
iraria  de  Nossa  Senhora  da  Gnia,  para  eoi- 
darem  da  reedifleaçao,  angmento  e  aeeio  da 
eapella.  O  eonde  fleoa  jnix  e  Gasiello  Bran- 
eo,  eserivao.  Foram  feitos  mordomos  o  pa- 
dre MannH  de  Andrade  Mesquita^  Joio  de 
6óes  Sílveiro,  Francisoo  Cardoso  Pereira  e 
Antopío  Martins;  e  para  thesour^iro  das  of- 
fertas  e  esmoías  ofTerftcíd^s  â  Senhora,  foi 
nomeado  loão  Gomes  da  Serra; 

Fez-se  am  Urro  ein  que  estes  todos  assi 
gnaram  rem  o  licenciado  António  Gomes, 
eura  da  fre«raezia  da  Malta  Moarisca,  eom- 
fromettendo  se  a  empregarem  todo  o  sen 
zelo  para  o  angmento  do  Sanetoario  e  do 
enlto  da  Senhora. 

'  O  parorho  ff  z  no  mesmo  acto,  e  por  ter- 
mo no  livro,  desistência  de  todas  as  oír<»r- 
tas  qaa  lh<>  pertenciam  da  dita  c^ip^Ila^  pa- 
ra serem  empregadas  em  obras  da  mesma. 
Todos  então  (sendo  o  eonde  o  primeire)  of  • 
íereeeram  esmolas  para  a  Senhora. 

Foi  o  livro,  acompanhado  de  ama  peti- 
ção, enviado  a  D.  Fr.  Álvaro  de  S.  Boaven- 
tura, então  hispo-conde,  qne  por  uma  pro- 
visão  auctorísoQ  e  cenfirmon  a  confraria. 

Novi^nta  e  nove  vezes  suou  a  Senhora  no 
espaço  de  qnatro  anno«,  o  que  foi  visto  por 
mais  de  cem  ml]  pessoas,  e  d'isto  mandou 
fazer  um  summarío  o  referido  bispo. 

Estes  suores  duravam  de  4  a  6  horas, 
com  a  rircurnstaneia  de  que,  emqnanto  sua* 
va,  estava  muito  encarnada,  e  depois  se  tor- 
nava branca. 

Emquanto  a  Senhora  suava,  também  do 
tecto  da  capelfa  manava  muito  stu)r,  a  pon- 
to de  molhar  os  cirrumstantps. 

Cessou  a  maravilha  em  1680,  succedendo- 
lhe  annos  de  fome  e  calamidades. 

O  primei re  cuidado  da  nova  confrarit  fei 
construir  à  Senhora  um  templo  mais  vasto 
e  digno,  no  qual  se  dispendeu  uma  conside- 
rável quantia  de  dinheiro. 


Tem  o  corpo  da  egiKija  iSinotroff  do  ^qbi- 
prid«ke  9  de  kryo,  eo»  ennbaes  éè  pedra- 
ria lavrada,  rematados  por  bonitas  pynni- 
des.  Tem  porta  pcioeipal  e  duas  traveipa^ 
três  boas  tribunas  com  grades  de  forro. 

A  capeUa^mór  aaiá  dividida  do^orpo  da 
egr^a  por  ma  sreo  do  pedraria»  o  tem  tra 
altares,  o  aUar-mór,  oAde  eacá  a  padroeira, 
e  dois  lateraos. 

Tem  este  templo  uma  Ibnnosa  galilé,  e  é 
cercado  4odo  em  reda  do  varandas»  comes- 
lumnas  de  pedra,  muito  bem  lavradas,  eon- 
cluidas  em  1710. 

Sobre  a  poru  principal  da  egreja,  se  vft 
esta  insorlpçào: 

BSTÀ  OBRA  SB  IfBZ  COM  ÀS  BSMOLAS  nOS 

rusis  E  Ajuna  dos  ponnas 

A  festa  da  Senhora  eontimioii  a  ser,  es- 
mo antigamente,  a  18  de  dezembro;  ma 
veio  depois  a  mudar  «se  para  o  dia  da  As* 
cenção  de  Jesus  Ghristo. 

fi'  esta  romaria  concorridissima  lub  só 
pela  amenidade  da  estação,  como  p^o  agra- 
dável do  sitio,  qne,  como  já  disse,  é  noM 
dilatada  campina,  onde  a  vista  se  espraia 
com*  deleita. 

MATTINHA  (QuinU  da)^iogar,  £zin- 
madura,  freguesia,  e  concelho  dos  Olivaes^ 
comarca  e  6  ktlometros  a  NE.  de  Lisboa. 

Patriarchado,  districto  administrativo  i» 
Lisboa. 

A  primeira  estação  do  caminho  de  ferro 
do  norte  e  leste,  ao  sabír  de  Lisboa,  6  o 
Poço  do  BUpo,  Passado  este  logar,  encofl* 
ira- se  o  bonito  sitio  de  Braço  de  Prata» 
composto  desvarias  quintas  (vide  o  1*  voL 
pag.  432)  e  de  alguns  armazéns  de  retém, 
eonstruidos  sobre  a  margem  direita  é» 
Tejo. 

E*  um  sítio  extremamente  pittoresco,  e 
com  formosas  e  extensas  vistas,  quer  sobro 
o  rio  (que  aqui  parece  mar),. quer  sobre  a 
Ottíra-banda;  vendo^se  também  um  vasU^ 
território  da  margem  direita. 

A  quinu  da  Mattinha  foi  antigamente  dos 
marqui^zes  de  Bellas,  (condes  de  Pombeiro), 
O  pala<*io  e  mais  oflScinas  da  quinta,  qoo 
chegaram  a  um  estado  de  deplorável  raiiM» 


4elUni  para  teitrada»  qiie  do Po{D  do  Bis- 
po condáz  aos  Oliraes. 

A  quiata  é  composta  de  terrenos  cultiva- 
dos e  de  qma  matta  (que  ibe  dá  o  nome) 
eomiposta  de  pinheiros,  sobreiros  e  outras 
anrores  silvestres;  sendo  esta  matta. ém  nm 
terreno  bastante  elevado  e  com  grande  es- 
carpa sobre  o  Tejo.   . 

No  k)gar  mais  alto  da  matta,  ba  uma  casa 
qae  em  tempos  mais  prósperos  servia  da 
aga^albo  e  descanço  dos  caçadores,  quando 
os  antigos  senboresd*esta  propriedade  hiam 
>  ella  passar  alguns  mezes  do  anno. 

Conta-se  que  no  principio  do  século  XYIII, 
víudo  pela  matta  um  cavalleiro  atrazde  uma 
lebre,  correndo  a  toda  a  J^rida,  viu  esta  es- 
eonderse  entre  umas  urzes;  mas  quando 
reparou  que  estava  á  borda  do  precipício, 
já  não  poude  soffrear  o  cavallo,  que  se  pre- 
.dpitou  d'aque]la  medonha  «Itura,  despeda- 
^ndo-se  e  mais  o  cavalleiro,  nos  rochedos 
que:  bordam  a  praia. 

Na  quebrada^  enure  o  monte  da  matta  e 
outro  outeiro^  estão  uns  edificios  pertencen- 
tes á  mesma  quinta,  que  serviram  de  arma- 
lens  de  retém,  de  vinbos  da  Extremadura, 
para  exportação,  antes  do  oidium-tukeri. 

Esta  propriedade  fica  perto  de  Cabo  Rui- 
vo e  de  Beirollas. 

MATTO— freguezia,  Minho,  comarca  e 
eoneelho  de  Ponte  de  Lima,  18  kilometros 
a  O,  de  Braga,  370  ao  N.  de  Lisboa,  70  fo- 
ges. 
.    £m  1757  tinha  60  fogos. 

Orago  S.  Lourenço,  martyr. 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo de  Yianna. 

A  mitra  apresentava  o  abbade,  que  tinha 
ISOilOOO  réis. 

E'  terra  fértil. 

MATTO  ou  S.  MIGUEL  DO  MATTO~fre- 
guezia,  Douro,  no  antigo  concelho  de  Fer- 
medo,  que  foi  supprimido  em  1855,  hoje  da 
.comarca  e  concelho  áe  Arouca,  d*onde  dis- 
ta 30  kiiumeM*os  ao  0, 30  ao  SE.  do  Porto,  8 
ao  S.  do  rio  Deuro,  285  ao  N.  de  Lisboa, 
200  fogos. 

Em  1757.  tinha  40  fogos. 

Orago  S.  Miguel,  archaojo. 

Bispado  do  Porto,  districto  administrativo 

V0LUM£  V 


HAT 


133 


de.  Aveiro,  d'a^de.dista  60  kiloinelros  a  NE. 

O  real  padroado  e  a  mitra  apresentavaip 
alternativamente  o  abbade,  que  tinha  de  ren- 
dimento 400íf000  réis.  Tem  uns  grandes  a 
bpps  passaes^ 

Está  esta  freguezia  situada  em  terreno 
muito  accidentadOy  mas  os  seus  pequenos 
valles  são  muito  férteis,  por  serem  abundau- 
tes  d'agua.  Passam  pela  freguezia  os  ribei- 
ros de  S.  Miguel  e  áe  Govellas,  que  se^  jun- 
tam ao  Inha»  e  todos  morrem  no  Douro>  na 
foz  do  Inha,  um  kilometro  abaixo  de  fí^áfi 
Moura.  Regam,  moem  e  trazem  peixe  miú- 
do.     . 

Gria-se  n'esta  freguezia»  mu^to  gado  bo- 
vino, que  se  exporta  para  a,  Inglaterra.  • 

O  seu  território  é  muito  arborisado,  príQ- 
cípalmente  por  pinheiros, 

A  egreja  matriz,  é  muito  antiga  e  peque- 
na, e  no  seu  adro  está  o  mausoléu  do  dr.  Ma- 
nuel António  Coelho  da  Rocha,  lente  de  Coim- 
bra e  um  dos  três  melhores  juris-coosultos 
e  escriptores  .de  direito  civil  portuguez,  4^ 
século  XIX  (Os  outros  dois^  foram  Jos^  Ho- 
mem Correia  Telles  (Vide  Estarreja)  e  Ma- 
nuel Maria  da  Silva  Bruschy.  (Vide  apag. 
340  do  4.»  voI.)t 

Manuel  António  Coelho  da  Iloeha,  nasceu 
e  falleceu  ná  aldeia  de  Covellas,  doesta  fire- 
guezia. — Vide  Covellas. 

Ha  na  freguezia,  a  capella  publica  de  San- 
to António  do  Forno,  muito  antiga,  peque- 
na, pobre  e  quasi  a  cahir — e  o  oratório  par- 
ticular, da  casa  dos  Rochas,  4o  Covella^  so- 
brinhos do  lente  referido. 

Esta  freguezia,  faz  bastante  eommercio 
para  o  Porto,  pelo  Douro,  sobre  tudo  em  fia- 
deiras, carvão,  carqueija,  cortiça  e  lenha»  que 
tudo  embarca  na  praia  de  Pó-de-Moura,  ou 
Sante. 

MATTO  ou  S.  MIGUEL  DO  MATT0->fre- 
guezia.  Beira  Alta,  comarca  e  concelho  de 
Vousella  (antiga  terra  de  Lafões),  18  kilo- 
metros de  Vizeu,  280  ao  N.  de  Lisboa,  300 
fogos.  Em  1757  tinha  115  fogos. 

Orago  S.  Miguei,  archaojo.. 

Bispado  e  districto  admininistractivo  de 
Vizeu. 

A  mitra  apresentava  o  abbade^,  que  Unha 
300j;000  réis  de  rendimento.    .        .  . 

9 


m 


Mt 


^'%HètrsL  mito  fèhfT,  rim^Má  a  qnalAâite 
Veifrúbtoà;  Cria  mníto  gádò,  e  adstias  vhel- 
làs  são^aboroífisfiMáâ^  Nos  detlk  ihontes  ha 
tifuita  c«ça. 

HATTO  e  S.  TORQUATO— fireguezia,  &x- 
^itíàâtífa,  comarca  de  Benatente;  concelho 
1*6  Cè^och^  5Í  lifómeiròs  dé  Evow,  70  aò 
SE.  >dlé  Lisboa,  fôO  fogds. 

Eih  1757  tinha  98  Ibgoâ. 
'  'Orágo^SanrAnna  e  9.  Torqttátb. 

Arcebispado  dd  Évora,  distrícto  admibis- 
tfátiVo  de  Santarém. 

'fista  'f^egtiezia,  segundo  a  moderna  diVf- 
saOy  pertence  á  província  da  Extremadara; 
itafasf  está  ao  S.  do  Tejo. 

É  Wrra  fértil. 
-  'Eram  dttâs  fregueilaB  (Saiit'*nna  e  S.tor- 
quato)  qae  se  uniraih  tio  século  XVni. 

A  mftra  apresentava  o  ^apeilão,  curado, 
■que  tfetea  iWjSOOO  réis. 

MÀTTO— Vide  Càlhànãrfz. 

ICATTO  0E  limANDA—aldeia,  Extrema- 
dura,  comarca  e  concelho  de  Torres  Novas, 
94  kilò^metros  ao  N.  de  Lisboa. 
'   'E'  aqui  a  15.*  estação  do  fcaminho  de  fer- 
ro' do  Norte  e  Leste. 

MATTO  ou  (S.)  BENTO  DÓ  MATTCMfre 
^Iguexia,  Aleíhiejo,  concelho,  coiharca,  arce- 
bispado, dtstricto  administrativo,  e  18  ki 
lometròs  de  Évora,  125  ao  SE.  de  Lisboa, 
290  fogos. 

Em  17l$7  tinha  191  fogos. 
■•  Oíàfgo  S.  Bento. 

A  mitra  apresentava  o  càpelllo,  curado, 
que  tinha  370  alqueires  de  trigo,  103  de  co- 
tada e  3OÍÍ0OO  réis  em  dmheiro. 
,  E'  terra  ui lilio  fértil  ém  céreaes.  Tem  ga- 
do de  toda  a  qualidade  e  caça. 
*  MATTOS— Vide  Lourenço  dos  Mattos,  (S.) 
a  pag.  457  do  4.»  vol. 

MATTOS  otiS.  BRAZ  DOS  MATTOS  — 
fregUe2ia,  Alémtejo,  comarca  do  Redondo, 
concelho  do  Alandroal,  24  kllometros  de  El- 
vas, 165  a  E.  de  Lisboa,  §0  fogos. 

Em  1757  tfoha  75  fogos. 

Orago  S.  Brafc. 

Bispado  de  Elvas  e  distrií^to  admin!stra- 
tíYo  de  Evofíu 

Terra  fértil  ém  céreaes. 

A  mesa  da  tonscíeacia  apresentava  o  ca- 


-piétlió,  òõírabo,  (fàé  úálíiàiiM  àl^áMÍ  ft 
trigo  e  106  de  cevada. 

-HATTOS-^íregtteriff,  Douro,  na  eomim 
6  concelho  do  Mardo'  de  tSanavieees. 

Bispado  edi^ricto  administrativo  do!^^ 
to: 

Está  ánnexa  à  fregue^^ia  da  AlpendurÊk 

A  pag.  160  do  l.^*  vol,  sob  a  palavra  AK 
pendurada,  tratei  dVsta  freguezia,  sem^ 
élar^r  que  tinha  afihetà  a  de  Mattc». 

Alem  d'isso,  desde  enâò  tenho  oUf do  mi 
esclarecimentos,  que  dou  n^éste  legar. 

Afreguetla  de  Âlpandurada,  tem  por  orip^ 
8.  ioíSo  Baptista,  è  o  D.  Abbade  do  moaim 
d*eèta  íreguezia,  apresentava  o  vigário,  tritt- 
nal,  que  era  um  ttion^  bene^èfctíDo  deili» 
mo  mosteií^,  e  tiúha  4OJI000  réia  de  re]ii> 
mento. 

Esta  freguesia  em  1757  tinha  130  fogoi 

A  freguesia  do*s  Mattos,  tèm  por  oragol 
Miguel,  Archanjô,  e  o  papa,  o  bispo  do  í^ 
to  e  o  D.  Abbade  do  mosteiro  de  Alpeddm 
da,  apresentavam  alteroaiivameDte  o  &&)»• 
de,  que  tinha  300^000  réis  de  rendimeflíi 

Esta  freguezia,  em  1757  linha  fSt  fogos. 

Hoje, como  estas" duívàfreguézias estão» 
nexas,  téem  dois  oragos,  S.  João  BapiisUt 
S.  Miguel  Archanjo. 

Pertenceram,  até  1852,  ao  concelho  déBe» 
Yiver,  comarca  de  Soálhães,  e  como  o  «ou- 
celho  e  a  comarca  foram  enti[b  extinetai^ 
passaram  a  formar  parte  do  novo  concdi* 
e  comarca  do  Marco  de  Canavezes. 

MATTOSINHOS  — fréguezía.  Douro,  co- 
marca, bispado,  districto  administratíTO,d 
6  kilomelros  a  NO.  do  Porto,  concelho  de 
Bouças,  315  kilometros  ao  N.  de  Lisboa,  IM 
gos.  Em  1757  linha  413  fogos. 

Orago  o  Salvador. 

A  universidade  de  Coimbra,  apresenlan 
o  reitor,  que  tinha  40í;000  réis  e  o  pé  fal- 
tar. 

Já  a  pag.  425  do  !:•  vol.,  tratei  doesta  fr*- 
gueziâ,  sob  a  paiaiTa  iBouças  de  MattoshAufl 
po'*ém  álli  remeili  o  leitor  para  a  palam 
UfaitosinfioSy  nao  só  por  ser  mais  conhedlh 
sob  esta  denominação;  mas  também ps^ 
ter  tempo  de  obter  o  maior  mimero  de » 
clarecimentos  que  me  fosse  possível,  p»* 
formar  este  artigo. 


>  Bí9láico:poli  todo.  fuantodmsoiioi.^'  v^ 
e  accresoento  o  qae  je  segue. 

• 
iDá-se  a  esl»  eonoeUK)  a  daDominação  le-: 

gal  de  concelho  de  Boaças,  em  nsio  da  v4Ua 

õ^èÁle  nome,  qae  exi4le  na  fregaezia  de  Mat- 

tosinhosw' 

.Pretendem  algnn^  qae  antigamente' 'só 

efeistia  a  ír^gnesia  d6.fieaças  e  gae  lfatS06Í<< 

nbòs  aãa  era  miie  do  que  uma  aldeia  d'eaia 

parochJa;  e  lanto  que  ao  Senhor  de  Blatto* 

se  âa?ao  nome  de  Bom  Jesui  de  Btm^ 


MiX 


m 


ças. 
'>â  eerlo»  porém,  qtie  a  J^rtu^al  Sacro  e 
Profano^  publkaâo  em. 1757,  irazafreguezia 
da  MaUoiimhM  enão  trai  a  de  Bouçai. 

O  eoncelho  db  fiouças  ó  con>po8to  das  13 
flpegneziae  genjaintes : 
.  Aidoar>  Castons,  GnifSesy  Infesta,  Lahrú- 
ae,  La^ra,  Léça^do^Bailia,  Leça-da^Palmei- 
jra»iMatto9iabo8,.Npvogiide,  Perafita,  Bamal« 
de;  e  Santa  Orne  do  Bispo.  Todas  estas  íre^ 
goezias,  ao  bispado  do  Porto. . 

fem  este  cqnee&o  3:700  fogos.  Tem  esta« 
fão  telegikphica. 

Bas  1873,  se  principioa  aqoi  a  eonstmír 
bonito' Ibeatro. 


BasiQtiuurio  do.Beahor  de  Mattoslnhoa 

'  "  .         ' 

.-.  B'  este  mageatoso  sanotuario^  am  dos  mais 
justamente  famosos  de  Portugal,  e  o  seu  di- 
vino padroeiro,  objecto  da  maior  devoção 
dos  pevos  de  deseoas  de  léguas  em  circam- 


A  QQs  9  kilometros  ao  €NE.  do  Por* 
10,1  junto  ao  mar,  se  eleva  em  uma  am- 
pla e  ameaa  piaaicie,  o*  antigo  e  magestoso 
asbctuario  do  Senhor  de  Maitosinhos,  onde 
ha  muitos  séculos  se  guarda  e  venera,  com 
a  âevoçao  de  que  ó  digna,  a  milagrosa 
imagem  do  Senhor  que  dá  a  invocação 
áqnBiie  magnifico  templo. 

A  grandeza  e  religiosa  magestade  de  tão 
devoto  sanctuarlo  ó  bemr  conhecida  dos  mi* 
JBUres  de  fieis  que  lodo  o  anno  concorrem 
a  levar  soasí  ofertas  ao  mesmo  Senhor,  e  a 
•oppliesr  df^elie  remédio  e  auailio  aas  suas 
eafemidades  *  iribniações,  e  dos  qne^  em 


tao  pnodtgiosa  quantidade,  afilacmi»  especial* 
meate  aos  (res  dias  da  soa  romaria,  a  faaer 
suae  oraQdes  diante  da  sacrosanta  e  mila- 
grosa imagem.  Porém  isso  não  nos  dispensa 
do  fazermos  aqui  uma  resuiQida  des^ripção 
d*esto  logar,  consagrado  pela  devoção  gerai 
ao  culto  do  Rei. dos  Reis,  debaixo  da  mira* 
culosa  invocação  do  Senhor  de  Mattosinhos. 

No  ^opo  dç  um  amplp  terreiro,  assombra- 
do por  corpulentos  e  copados  álamos  e  pára 
o  qual  se  sobe  por  uma  espaçosa  escadaria, 
eleva-se  magestosa  a  ^rêja  no  meio  de  doas 
soberbas  tprres,  formando  um  to^o  da  mais 
agradável  vista  e  do  mais  venerando  aspe- 
cto. 

E  formada  a  egreja  de  três  navçs,  cujo^ 
arcos  são  sostenj^dps  por  seis  columnas  de 
ordem  coriptbiai..e  teinao  todo  sete  altares» 
incluindo  o  da  capella-mór,  sçndo  dois  de 
cada  lado,  no  corpo  dá  egreja ;  dois  ao  lado 
do  arco  cruseiro,  e  o  altar-mór,  em  cujo 
throno  se  ergue  cheia  de  devota  inagestade 
a  veneranda  e  sempre  milagrosa  imagem  dà( 
Senhor  de  Mattosiuhos. 

No  jprimeiro  altar  do  lado  da  epistola,  ou 
á  mão  direita  de  quem  entra  a  porta  prin- 
cipal, venera-se  o  bemaventurado  apostolo 
S.  Pedro;  no  seguodo  do  mesmo  lado  vé-^e, 
èm  devota  representação,  a  arvore  de  Jacbb; 
no  do  lado  do  Evangelho,  ou  á  mão  esqner^ 
da  de  qnem  entra,  a  imagem  de  S.  José,  es^ 
poso  de  Nossa  Senhora ;  no  segundo  venè- 
ra-se  a  Senhora  da  Graça. 

Ao  lado  esqnerdo  do  arco  cruseiro,  fload 
altar  do  Santissimo  e  do  lado  direito  o  altar 
do  Seohor  dos  Passos. 

Todas  as  imagens  são  próprias  aioftmdir 
devoção  e  respeito,  que  effectivamente  lha 
tributa  o  crescido  numero  de. fieis  que  oon* 
tinuumente  frequentam  aquelle  templo. 

No  altar-mór,  n*um  elevado  throno,  ex« 
pde-se  á  veneração  dos.  devotos,  como  dis- 
semos,  a  santa  imagem  do  Senhor  de  Blatto-* 
sinhos,  à  qual  anda  ligada  a  historia  de  tão 
numerosos  milagres. 

No  mesmo  terreiro  ou  alameda  em  qua 
esci  situada  a  egreja,  se  eleyam  do  um  e  de 
oátro  lado  differeates  capellas,  que  a  devo- 
ção tem  feito  construir,  enas  qnaes  se  re- 
presentam 06  principaea  Passos  da  Paixão 


136 


MÁT 


MAT 


de  lesQ9  Chrfsto,  nosêo  SalTador.  Sio  estas 
eapellas  em  ncimero  de  seis,  em  cada  ama 
das  qaaes  se  representam  os  sefaintes  Pas- 
sos do  Senhor : 

Na  1.*  ^pella  do  lado  esqoerdo  ao  sahir 
da  egre}a~-o  Horto. 

Na  2.* — a  Prislo  de  Jesus. 

Na  3.*— •  Senhor  açoutado. 

Passando  para  o  lado  opposto,  na  1."  ca- 
pella  à  mão  esquerda  de  quem  sobe  a  esca- 
da do  terreiro— o  Pretório. 

Na  2* — o  Senhor  Ecce  Homo. 

Na  3.*,  junto  á  egreja— o  Senhor  com  a 
Cruz  ás  costas. 

As  capellas  são  separadas  umas  das  ou- 
trás  por  canteiros  ajardinados,  guarnecidos 
de  grades  de  ferro,  o  que  lhes  dá  mais  fres- 
co, deleitoso  e  agradável  aspecto. 

A  egreja  data  de  i8^,  em  que  pela  ruína 
do  antigo  mosteiro  de  Bouças,  em  que  ha 
mais  de  14  séculos  se  venera  a  imagem  dó 
Senhor  de  Mattosinhos,  foi  n'aqucUe  logar 
edificado  um  novo  sanctuario  a  expensas 
da  Universidade  de  Coimbra,  a  quem  per- 
tencia o  padroado  de  Mattosinhos,  por  con- 
cessão de  el-rei  de  Portugal  D.  João  UI. 

Parte  d*esta  egreja  é  a  que  ainda  actual- 
mente existe  e  que  comprehende  a  capella- 
mór  e  metade  do  corpo  dq  templo.  O  res- 
tante foi  reformado  ou  accrescentado  depois 
em  princípios  do  século  XVilI. 

Na  frente  da  egreja,  erguem-se  aos  lados 
duas  torres,  n*uma  das  quaes,  a  do  lado  es- 
querdo, chamada  torre  antiga,  ha  três  si- 
nos. Na  do  lado  direito,  ou  torre  moderna, 
foi  recentemente  mandado  collocar,  pela  me- 
sa da  irmandade,  um  carrilhão  de  bem  con^ 
cortados  sinos,  que  com  seus  accordes  e  har- 
moniosos sons  alegram  e  deleitam  a  quan- 
tos os.  ouvem. 

O  templo  é  interiormente  de  vistosa  fa- 
brica, inspirando  respeito  e  religioso  acata- 
mento aos  que  n^eile  entram  a  dirigiras 
suas  preces  ao  Tudo  Poderoso,  sob  a  invo* 
cação  do  portentoso  Senhor  de  Mattosinhos. 

Na  capella-mór,  do  lado  do  Evangelho, 
Vé-se  o  tumulo  do  bispo  do  Porto  D.  Geral- 
do Dommgu«>s,  que  morreu  em  Estremoz  no 
anno  de  1321,  e  cujos  ossos  foram  conduzi- 


dos para  agoeDa  egreja.  Ui  aisim  o  epfli» 

phio  que  n'esta  sepulfira  ae  14: 

«Aqui  jaz  D.  Gíraldo  Domingttea  XXII^ 
bispo  do  Porto.  Foi  morto  em  Estremoz  ao 
aimo  de  1321.  • 

A  existeoeia  do  corpo  do  venerando  bíi* 
po  do  Porto  explica  se  pelo  seguinte : 

Foi  a  este  religioso  prelado  qna  eireí  Oi 
Diniz,  iio  anno  de  1306,  deu  o  padroado  k 
Mattosinhos,  e  (bl  elie  que  Q*e8ta  egreja  dá- 
xou  instituídas  dneo  eapelianias  com  eertai 
obrigações,  instituição  que  mais  tarde  M 
alterada. 

A  pouca  distancia  da  egreja  do  Sei^orda 
Mattosinhos,  para  o  lado  éo  mar^  está  sln» 
do  o  Padrão,  assim  denominado  porquê  elii 
foi  levantado  em  memoria  da  milagrtMaip- 
parição  do  Senhor,  que  só  Ycrífieoa  n'aqiKÍ* 
le  logar.  Compde*se  este  padrão  oa  msa»- 
ria  de  uma  espécie  de  pavilhão  oa  oobede 
de  cantaria,  sustentado  por  quatro  pilara[ 
levantando-se  no  meio  dVlie  uma  cruz.  h* 
la  parte  de  dentro  e  encostadas  &  estes  la- 
lares, estão  as  imagens  dos  quatro  evang»' 
listas.  No  pedestal  da  cruz  que  ptba  parai 
mar,  lé  se  em  caracteres  arábicos  a  datale 
162  e  pelo  lado  opposto  a  de  SO.  DesceiÉ 
dois  degraus  para  a  parte  do  mar,  ha  um 
fonte,  de  bem  lavrada  caalaría,  com  qoain 
faces,  em  cada  uma  das  quaes  se  lé  ou 
inscripção  latina»  tirada  dos  logares  saaloi 


A  milagrosa  e  veneranda  imagem  de  St* 
nhor  de  Mattosinhos  é  das  mais  antigas  40 
se  veneram  em  toda  a  christandade.  Podemoi 
mesmo  dizer,  fundados  em  boas  conjectom 
e  auctorisados  por  l^s  testemunhos,  qsi 
foi  uma  das  primaras»  senão  a  primein 
imagem  de  Christo  Crucifieado»  que  se  fei 
no  mundo. 

A  invasão  dos  povos  bárbaros  nos  paiifli 
do  occtdente  e  a  perseguição  que  os  chn* 
tãos  primittivos  soffreram,  fizeram  desappa* 
recer  documentos  preciosissimo^  muito  as- 
tigos  e  que  nos  dariam  luz  sobre  moitt 
pontos  da  historia  das  imagens  sagradas^ 
sobre  a  sua  origem  e  seus  artiôoes,  ficaadtf 
por  isso  embrulhado  na  si»mbría  noite  dtf 
edades  remotas  o  conhecimento  exacto  à 


MAT 


ÍILkT 


137 


época  em  que  foram  feitaí  essas  ovinas  c6« 
pias. 

-'.  As  trevas  éo  passado,  nao  rasgadas  piela 
Im  da  historia»  DÍo  deliam  saber,  portanto^ 
ao  oetto  o  anno  em  qae  foi  feita  a  saero- 
santa  imagem  do  Senlior  de  Mattosinhos. 

Porém  a  oradiças  perpétua  e  ínTariaTel 
de  muitos  séculos»  estabelecida  e  arreigada 
na  memoria  dos  bomeas,  eontíDuada  e  per* 
petnada  de  geração  em  geração  tomo  he* 
rtoiça  feliz  e  confirmada  pela  saccessão  de 
eatopendos  prodígios^-a  tradi^,  qae  nem 
as  invasões  dos  selvagens,  nem  os  vorazes 
incêndios,  nem  as.perseguiçSes  atrozes  mo* 
«ridas  contra  os  christaos,  nem  o  destruidor 
Tohrer  doe  séculos,  podem  consumir-^ essa 
âiz^nos  que  a  milagrosa  imagem  do  Senhor 
de  Mattosinhos  fora  feita  por  Nicodemos, 
varão  iilustre  convertido  á  fé  pelos  mila- 
fites  ^uo  observt)u  no  Calvário  e  que^  com 
José  de  Arímathéa,  despregou  do  Sagrado 
lenho  o  corpo  de  Cbrísto,  oonduzindo«o  ao 
Santo  S^raiebro.  £  quem^  como  Nicodemos, 
podia  copiar  melhor  os .  traços  sacrosantos 
do  Crucificado?  EUe  fòi  testemunha  occu' 
lar  dos  tormentos  de  Jesus;  ajudou-o  a  des* 
pregar  da  Cruz,  a  depositai  o  no  tumulo  e 
rseolheu  os  instrumentos  da  Sa4[rada  Pai* 
xão^  conservando  em  seu  poder,  pornnttitò 
tempo,  o  Sudário,  em  que*  ficou  esculpida  b 
Sbnla  imagem  de  Cbrísto^ 
•  Esta  tradição  é  perpetuada  por  notáveis 
«  amtiguissifflos  escrigtores  portugueses  e 
estrangeiros  e  mencionada  uniformemente 
pelos  seguintes : 

.:  Manuel  d»  Faria  e  Sousa;  Ir.  Luiz  dos  An- 
jos; padre  Carvalho,  na  sua  Chorographia; 
dr.  António  Coelho  de  Freitas;  padre  Antó- 
nio do  VaseoneeilÉs ;  lorge  Cardoso ;  Rodri- 
go  da  Cunha  e  António  Cerqueira  Pinto,  na 
soa  Historia  do  Senkar  de  MattomnhiMty  pUf 
bUcadaem  1738. 

iO  segundo  concilie  niceno,  celebrado  der 
pois  do  amuo  de  ZÍS  da  era  chrislã,  iato  ó, 
ha  perto  de  dezeseis  séculos,  occupou-se 
das  imagens»:  feitas  por  Nicodemos^  avcgri- 
yitanda  se  que  ama  d'ellas  viera  para  aLu« 
altania,  para  i»  logir  de  Mattosinhos. 

Antigos  e  abalisados  escriptores,  e  entpre 
outros  Pedro  de  Mariz,  asseveram  que  Nico- 


demos  fizera  quatre  hnagens  do  Crucificado, 
uma  das  quaes  se  venera  em  Derito,  na  Sy- 
ria;  a  segunda  em  Lueca,  na  Itália;  a  terr 
ceira  na  cidade  de  Burgos»  Castella;  e  a 
quarta  em  Mattosinhos. 

Quiz  Nicodemos^  segundos  estes  auctoreg^ 
que  as  quatro  imagens  fossem  espalhadas 
pelas  quatro  partes  do  mundo,  então  conhe- 
cidas ;  mas  outros  opinam  que  o  piedoso  es- 
culptor  fizera  cinco  imagens  de  Christo,  co- 
mo symbolisando  as  cinco  chagas,  opinião 
que  nos  parece  mais  verosímil,  pois  que 
aliás,  fazendo  Nicodemos  as  imagens  por 
inspiração  divina»  deviam  estas»  pela  vonta- 
de do  Supremo  Creador»  encontrar-se  nas 
quatro  partes  do  mundo,  o  que  não  acon^ 
tece. 

A  quinta  imagem  que  se  attribue  a  Nico- 
demos venerase  na  cathedral  de  Orense,  na 
Galliza,  segundo  a  opinião  de  alguns  escri- 
ptores que  se  oecuparam  d'esta  assumpto. 

Snppõese  com  boas  razões  que  a  mila- 
grosa imagem  do  Senhor  de  Mattosuihos  Í5- 
ra  a  primeira  feita  por  Nicodemos  e  a  mais 
perfeitf  eifigie  do  Christo  Redemptor,  quan- 
do estava  agònisante  na  cruz. 

A  posição  dos  olhos,  um,  o  direite,  meio 
aberto  sobre  a  humanidade,  o  outro  aberto 
para  o  céo  como  supplicando,  dizem  quosi* 
gnifica  que  Jesus  Christo,  quando  agònisan- 
te^ implorava  a  aeu  Divino  Pae,  perdão  para 
o  mundo  que  viera  resgatar  com  seu  divi- 
no san^,  lançando  ao  mesmo  tempo  um 
olhar  de  piedade  para  os  filhos  de  Adão,  por 
(a}]os  peccados  acabava  de  soffrer  os  mais 
tormentosos  flagícios.  Prova  eloquentíssima 
da  misericórdia  do  Filho  de  Maria,  que  sen- 
do açoitado  pelos  homens,  ainda  assim  não 
se  esquecia  d'elles  no  momento  em  qae  es- 
tava para  deixar  a  terra,  pois  que  para  el- 
les  implorava  perdão. 

Nicodemos  fez  a  imagem  do  Senhor  de 
Mattosinhos  ôcca  no  tronco»  para  n'aquel]e 
vão  esconder  os  instrumentos  da  Paixão. 

Aeparando  bem  na  imagem  vé-se  effecti- 
vãmente  que  as  costas  são  anteparadas  de 
9ima  tela  fina,  que  parece  confondir-se  com 
a  matéria  de  .que  é  feita  a  sacrosanta  effi- 
1^  tóia  tio  bem  preparada  que  tem  resisti- 


138 


Wít 


MÁf 


éo  ài  eormpçâo  úm  tempos,  pdis  que  em 
nada  se  encobtra  deteriorada.  A  mesma  tela 
forma  a  toalba,  com  qiie  foi  envolvido,  pa» 
ra  natural  reparo,  o  corpo  de  lesus  Ghrtst«» 
Esta  toalha  que  deste  da  cinta,  cobrindo  a 
pema  direita  até  ao  joelho  ea  esqvíerdaaté 
á  eanelia,  está  tão  ligada  ao  corpo  qve  pa* 
reèe  egualmeme  conftindlrse  a  ponto  de 
muita  gente  imaginar  que  é  de  madeira,  o 
que  é  engano,  pois  que  nós  mesmo  já  Uve- 
mos  eecasião  de  a  examinarmos  attentamen* 
le,  verificando  que  era  tela. 

Um  dos  milagnes  bem  manifestos  do  Se- 
nhor dd  Mattosinhos  é  a  conservação  da  sua 
Santa  imagem.  Tem  ella  dezoito  séculos  e  na- 
da indica  que  deslisou  por  sobre  ella  o  vol- 
ver de  tantos  tempos! 

N'este  larguíssimo  período,  n^esta  immen- 
5idade  de  annos,  não  ha  granito,  por  mais 
dttvo  que  seja,  não  ha  mármore,  ferro,  aço 
ou  bronze,  que  sustente  a  sua  primittiva 
consistência. 

No  decorrer  de  tão  largos  séculos,  desmo- 
ronam se  os  palácios  aoals  solidamente  con* 
9MidQS,  desapparecem  promontórios,  so» 
mem-se  cidades  inteiras,  cahém  reinos,  fi- 
cam em  minas  os  mais  populosos  e  flores- 
centes impérios,  sepulm-so  um  mundb  in- 
tdro  no  sorveá^o  iminens*  do  passado,  e 
aquelle  frágil  lenho- resiste  incólume  atra* 
vec  de  tanto  séculos,  oomo  se  por  ellè  não 
passasse  mais  que  a  curtíssima  eéadede 
om  homem!  Não  será  isto  uba  estupendo 
milagre?  Não  será  também  elara  prova  de 
que  aquella  Santa  imagem  foi  feita  por  Ni- 
eoderaos  e  é  o  retrato  fiel  do  Kedenqptor  do 
mimdo?  É  por  Isso  que  Ghristo  qoer  que 
ella  dure  atravet  dos  f^eutos  até  á  sua  wú' 
snmmação; 

•  ■  t  • 

Nicodemos  sobreviveu-  bastantes  annos  á 
Paixão  do  Senhor,  e  os  judeus,  pofdle  ter 
dado  tantas  provas  de  piedade,  trataram  de 
o  perseguir.  :j         - 

Aquclie  illustre  varão  íOra^mestre  em  Is- 
rael, cargo  que  não  eira  exercido  setião  por 
altos  personagens,  o  ditem  alguns  auctoreS) 
qtie  elIe  íôra  príncipe  na  Jiuiéaj 
■'  Os  ladeus^'depoMrain>#  éo^seu- magiar 


rio,  confiseafam^lhe  os  tens  e 
açoitai  o,  como  diz  Calmet. 

Bm  vista  de  unta  perseguição»  fàginè 
Jerusaleia  pam  um  logarsolitanOyondaia 
tio  iJaniahel  tinha  uma  herdade.  Foiallip 
fez  a  imagem  do:  Senhor  de  MaatoaiDbos  ea 
outras  maia  qne  sb  lhe  attilbiena. 

cN*e8ta  soledade,  dii  H  dos  Reis  Bennp 
áeSj  pastava  Nteodemos  em  vidacontem^ 
tiva ;  e  como  na  sua  alma  tinha  impraa 
a  effigie  da  seu  di^no  mestre,  não  Ibe  ftf 
frendo  o  amor  que  aquella  impressas  I 
casse  só  na  idéa,  íez  praiea  a  men 
idéa,  formando  aquele  sagrado  transo» 
pto.  E  aqui  temos  âppareâda  no  mal 
em  uma  anu,  a  imagem  do  filho  ^  Denu 

Ás  violentas  vexações  dos  diristãos  b!» 
quella  época  correspondia  a  nrPèTerentep» 
seguição  das  imagens  sagradas. 

Foi  assim  que  -muitaB  foraoi  eseondièi 
em  suhterraneot  e  ouiras  lançadas  ao  ■>; 
para  as  livrarem  da  fogueira,  aonde  o  eii 
pharisaieo  arremessava  as  que  eneontnA 

Nicodemos^  tende  então  feita  a  que  è 
pois  se  chamou  do  Senhor  de  Mattosinhos»! 
querendo  livraL-a  d^aqnella  persegniçi^ 
guiado  por  inspiração  divina,  desceu  « 
porto  de  lob,  que  fica  .nas  eostas  da  JihUí;| 
banhadas  pelo  Mediterraiee^  e  allí  a  oonin 
da  inconstância  daa  ondas. 

Novo  milagre  se  operbu  enâe^  digne  è 
admiração  das  gBntes'e  que  dá  a  enteodtf  i 
quanto  éabeiiçondo  por  Deos  esle  eautii^ 
do  mondo. 

Lançada  a  sagrada  e  venermàa'  inags 
ao  mar  Mediterrâneo,  suleoa  este  em  I6à 
a  sua  longitude,  desde  o  nascente  ao  poeBto 
alas^ndo^se  dos  eâlies,  dos  promonldrioii 
dos  bancos,  das  ilhaií  e  dos  pertos/  p»^ 
o  estreito  de  Gibralur,entrando3ioOceM 
o  aqui,  en  ver  de-segoir  a  ibesma  doinli^ 
virou  para  o  norte,  senda  le^da  sotarsti 
aguas  até  á  altura  da  nossa  costa,  aperitB- 
do  por  fim  á  venturosa  praia- de^  Matit^ 
nhoB.  ■.}'.'•' 

IHr-se-hiav  á  vista  de  âo  predi^osa  ibi^ 
ravlihai  que,  >  como  nó  prhwipio  do  moadi 
o  espirito  ái  DélUi' era  Uxmáa^ifílifn^ 
a^Uos.'      .  :.  '  . 

.  •       •  ■  •  *  •     ^^  .  í .    ' ;  w  » I 


W^í. 


mjii 


m^ 


\  .A  ioif^em  appaipçeqiii  seni  Vfn,  braço,  Ç( 
ii*esta  falta  qniz  o  Senhor  operar  novaj^ai^ 

I  Vàfft  como  mai^ ^'b^^  ^Y^t^  , 

I  Poiíque:  é  ;q^e^  ten^  Mi^eU^  Pivina^ÇÓRia» 

I  alra^r^sado  luna  t^  «gr^^Ml^  d/stfiiiçia^a  |ter 

I  iih^m  porto  ou,  ooira  parte.  4o  miuido  arri- 
b[)n  aenão  a  este  cantitibp  43  PormgaIT 

I  Dom,  em.  sua  .^ta  bondaria,  pef»mi^^a  qoe 

t  estes  poYos  fossem  4q&:Pninoiiro8  illuinin^- 

I  do^»  pela  redemptora  Iqz  d^,  Gr^,  e.TiE|Q- 

I  4llrQs.tào  prop04^s.»  r^Qeberem  táo  .vivi- 

I  fimdoKJi  luz»  qui2  premiai  09  com.  ttiiya  das 

(  suas  sagradas  imagens,  de  quem  esses,  po- 

i  TOS  tinham  de  receber  tao  grandes  benefí- 

I    . .  Ko  Orienta  tUiha.  o  ôlbo  de  Peuft  prega* 

,    4a  a  Dj&va  religião  e  iosij^do  no  aniiiap  dosi 

I    gentios  d^aquellas  regjoQ^  o  espidtoi  rege>» 

sacador  das  soas, doutrinai:  era  pceciso 

fRA.  no  extremo.  dp<)|[H^den(p  xv^m^  Um- 

b<H9  a<Eova  ]q^  . 

Foi  MatU>s]i))hos  o  Ji^g^  9s<H>lbid<>  parasQ 
«apAUtar  .pelj»:  primara  y^  a  hiz  da  redem- 
lifSo^  e  <|Qiz  Detts  qu^  ipsp  ^  operasse  d^ 
Hfi^  jmneira  prodigiosa* 

Resam  antigas  historias,  qu^  se^do.  eo^^ 
4mid<;  o  .ead«^v«ir  d.9'&<  Tt^iago^  fo  qi^L  foi 
«mrtyriafdo.  em  Jç^cnis^lem  por  .ordepa  da 
Herodes  Agrippaj  a  bordo  de  uma  Aâc^  qn>9 
naTegava  para  am  dos  portos  de  Galliza, 
-  M».  fle  aproixjipávi^  epnlara  a  vontade  dos 
tripotonites,  da  OQsta  da.MattQsiiih93,,.paraQ7 
(toi  aUi  eoma  em  oatoaria» 
'.  Cetebpavana-sa  por;  essa  oecasl^O;  is^^esta 
praHu  ^.refios  de^p^rÂos»  do  régulo  Cajp 
Carpa.  com.  fes(a9i  t^rneioy^  laoças  et  o«trA>9 
applaasos  ao  antiquíssimo  usp;e»  somdo  ufli 
é*68^s  i^Qs  entrar^ai  m  cafalleiros  em 
^eeptados..  meneioa..pie)a^  ..«andidas  espu* 
oasídK}.  Qeeano»,o  que  s^  4))iaiR9^ya  ««dar  ko^ 
fimiohdé^,  fí^nmom  gne  oi  cavaVo  que  .o 
afibro  moDIava» 't4kai|»sw  o:4reiOinoa.denii8p 
moMtiãm.  ioiAeindp]  pelo  mar  deutro,  jra^r 
iMído:.a«  agiM.i«eflft;a{mMpr  .petuge  par» 
•ii  nen  *.i^;í,  o  oamaUeico^  cbegaodofífp  pé 
dft-KíiiL  efajfaoivinhi^io  ^aAa^er  do  sania^,  i 
t/£;ft9heMida.o0  4iaolputoA.Aei  &  Tbiago  ^ 
Qilaiire.e.  pa»at4Mdo^'t>89&Md<»  die  ão  aUo 
4ti|MerM^  4Qini9tfactfm  .<1q0O(.oi  bapiimo  4t 

Cayo  Carpo,  o  qual,  estupefacto  por/Off$^ 


prodígio,  jpis-vvi  .qsn«  flãf i.sp  í^fogav^a.iieípi 
masoiq.  se  moÍbavay,i:^cebeu^Oi  d^t^O)  fíZn 
dq,  çonverteudo-se  d'ea^.m94p  ao,  (^t^r^tl^^ 
nismo. 

Operada  % .  singnJiarai^eQj^jei  ^ta  conver- 
são e  termjoada  a  cerimonia  do  bap.ii^nu)^ 
Ca^o  C^rpo  sahiu  sem  o .  menpr  perigo,  d^, 
salsa  elemento,  o  que,  visto  pelo  gentip  qi^a 
celtíbrava  as^festas,  foi  çbjeetp  die  iode^cfi- 
ptivel  admiração,  convertido;  se  todos  if  ^ 
catholica. ,        ' 

Çayo  Carpo  yinb»  to^p  coberto  de  con.^, 
chás,  dando  isto  legar  a  que  aquelle  sitic;^ 
etQ  memoria  d>ste  noivei  ^uu)ntecimeQto» 
se  chamasse  M(Ui$adinhos,si]hx^t^Q  ^o  ma^^ 
tis^^Ao  das.  conchas. .  ... 

Peio  andar  dos  tçmpQs  o  AOjo^e,  d^  Ma^? 
sadiahos  coAvorteU;  se  en^  W^Uosinhos^^s^ 
memorar  a  alegria  que  sentirai^  a^juellof 
POVOS:  por  tao  i^aro  njâlagre,  ppz-^e  ^,  no 
que  p33sa  90  pé  ojofíjf^  de  I^/ji7z(^  ,palavr^ 
latina  que  quer  dizer  alegria,  ^a  L^.litia  sf^ 
derivoji^.  segundo  alguns  au/ctp^çs,  o  VfQ® 
de  Le^ga^  pojrque  hoje  é  coohecjdo!  o  i;io«, 

Fofao).  pois  os.  ppvos  de  Ma,itosiobp3  0^ 
primçiros  quç  no  OccideAtê,rec.eb^f,aj9ai  à],u^ 
da  fé e foi  poi^isso que a,n)ila|[rpsa.in^CÍ^% 
feita  e  laoci^^avaos  marej^poi:  NícudjBi¥¥>s> 
escolheu  aqueílag  pajrag^s»  onerando  se.  ti^* 
do  isto  por  inQuenciat celttste.  .., 

Não  é  averiguado  o  anno  egi  qiie  a  vene- 
rável e0igio  40  Cruciíicado  appareceu  em 
tão  feliz  prai^. 

:J)i;fem  uns  .que.  foi  j}|}  aupo  50,4^  fra 
çhristan ;  ovt(rosaÍQirm^ni  que,  fôrf^  no  ^^ 
Wt  ovArAs,  por^^m,  e,  esfps.pajçecQ  qjoe  ÍUJQ^ 
dwioa  em  m^ll\ores  ;raz^esi,  4ão  est^  miraT 
oulo6a  iayiei^o  p^  ^po^o  4^.124^  4a  if^esm 
era.  .:..-] 

No  logar.áo.Jff4píít&Wro,,qnd^  foioi)coflL- 
(rada;  ^^SapU  Içq^g^e^  foi  ^Xigiàçi  ua^i  9^^ 
numento,  como  n'outro  logar  di^eqpp?,  pai!^ 
perpçtn,^'  o  awajracjimentp.  de  t^  DSÍlW» 
jíeliq.gÂa,    ,...{...;.        ^    ■  •.  •     .   .,  •* 

Deaamiiv^Vft-9^.JP/wf^5a  e^8^.  WfiPW)f;ÍA  :ô 
1)4  bamids^iori^ii  que.  dentro  d^ella.  eat^^fice- 
ctJi,  '^QcontrAm^A^'  os^  algarJUmpç  a|raf>68,  i6^ 
p  qm  4  certopente^  ^  4r^^  eip*  Qpe.^lfi  f^ 
ençpott-o»  Q..S«i*ar: Ae.M^ttõsmhqs. ,i^ 


140 


MAt 


ék  eapella-mór  dá  egreja,  onde  hoje  se  ve* 
nera  o  Senhor;  está  porém  coberta  pela  ta- 
lha dourada  qne  reveste  o  magestoso  tem- 
plo. 

Estes  algarismos,  eseríptos  n'aqaella  épo- 
ca, nlo  podiam  deixar  de  referir*  se  i  era 
de  César;  pela  4ual  se  computavam  então 
osannos. 

Ora  o  anno  162  da  era  de  César  corres- 
ponde ao  anno  124  da  era  christan.  Tem 
portanto  de  existência  em  MattosiDbos  a  mi- 
lagrosa imagem  do  Cmeificaáo  1748  ân- 
uos. 

Está  também  averiguado  que  aquelle  faus- 
toso apparecimento  teve  logar  em  uma  ter- 
ça feira,  no  dia  3  de  maio,  razão  porque 
n^este  dia  vÍo  todos  os  annos  ao  Padrão  em 
procissão,  solemnidade  qiie  remonta  áquei- 
les  tempos. 

Como  ègualmente  acima  referimos,  do  ou- 
tro lado  da  base  d'aqutlla  cruz,  eneontra-se 
o  numero  50. 

Dizem  auctorisados  escriptorés  que  este 
numero  indica  que  o  braço  que  faltava  k 
imagem  appareceu  depois  doesta  50  annos, 
o  que  é  corroborado  pela  tradição  constan- 
te de  muitos  séculos.  * 

Durante  50  aonos  foi  o  Senhor  venerado 
sem  o  braço,  com  que  appareceu  de  menos, 
pois  que  muitos  braços  se  fizeram,  mas  ne- 
nhum d^elles  Se  ajustava  ou  prendia  ao  tron- 
co, tornando*se  logo  manifesto  um  novo  mi- 
lagre d'aquella  sacrosanta  imagem. 

AndaVa,  porém,  um  dia  na  praia  uma  pobre 
ínttihereioha  de  Mattosinhos,  apanhando  nos 
desperdícios  do  mar,  com  que  alimentasse  o 
kime,  e  aconteceu  encontrar  um  objecto 
qae  lhe  paceceu  bom  para  queimar.  Che- 
gando a  easa  deitouo  ao  foge,  mas  aquiUo 
qtte  lhe  parecia  um  bocado  de  lenha,  saltou 
íóhi  da  fogaeii*a  tantas  veíès  quantas  ella 
áiil  o  deitou. 

Tlnhia  esta  tnulheròitaha  úma  filha  muda 
«olhando  esta  para  o  que  a  mãe  fazia, com 
grande  agsombro  de  rodos  fallou  e  disse: 

-^  minha  mãe  não  teime  em 'deitar  is- 
so ao  fogo,  olhe  qUe  é  o  braço  de  Nosso  Se- 
nlior  de  Bouças,  (porque  eii^  se  venerava 
ainda  á  imagem  e  VeneroU  até  ao  melado 
éi  líecolo  XVl  no  tenqpl*  qu^  em  fiooças  ie 


MAt 

lhe  erigiu  pbueo  d«po!á  do  sea  appand- 
menm.)  - 

Attonita  a  pobre  mulher  pelos  milagm 
que  presenciaTa,  correu  a  dar  paite  d*e&H 
á  poToa^;  a  qual  foi  verifiear  se  aqodh 
era  ou  não  o  braço  que  faltava  ao  Senhor, « 
com  assombro  tíu  que  tão  ajustado  Itaai 
cava  que  depois  náo  se  conhecia  já  qoil 
d*6lles  lhe  tinha  (kltadol 

A  romaria  jque  a  devoção  catholiea  cék- 
bra  na  2.*  oitava  do  Espirito  Santo,  foi  is- 
stituida  para  solemnisar  aquelle  grande  iri* 
lagre. 

N*outra  mulher  permittiu  o  Senhor  p 
se  manifestasse  mais  uma  vez  o  seu  poéa; 
obrando  novo  prodígio  por  invocação  fc 
Senhor  de  Mattosinhos. 

Andava  ella  ao  pé  do  Padrâo,  e  com  t» 
ta  fé  pediu  ao  Senhor  que  lhe  desse  oa 
agua  para  curar  uma  mancha  que  tinha  ii 
cara,  que  logo,  pelo  lado  debaixo  d'aqiuii 
monumento,  rebentou  uma  fonie  de  saiíSl* 
feras  aguas.  A  mulher  lavouse,  e  eom  gru- 
de confusão  dos  incrédulos,  se  corou  i» 
mediatamente  I 

A  fonte  lá  está  ainda,  resguardada  de  gn* 
nito,  com  piedosâís  Inscripções  de  qaeadai 
falíamos^ 

Até  o  melado  do  sec{ilo  16  foi  a  sagnà 
imagetn  do  Senhor  de  Mattosinhos  réwák 
no  templo  de  Bouças,  onde  esteve  escoodiA 
entre  a  parede  da  capelhi  mór  e  outra  cos 
que  esta  se  forrou,  para  se  formar  este  » 
conderijo,  durante  os  annos  mais  nelasM 
para  a  Egreja. 

Esteve  alli  ocenlta  no  anno  412,  em  <|0i 
entraram  n'esta  provinda  os  alanos,  snefvi 
selingos  e  vândalos ;  no  de  633,  em  queS»* 
zinando  foi  aedamado  rei  de  (oéa  a  Ete/i^ 
nha;  no  de  713,  em  que  os  árabes  estiva 
ram  senhores  d'esta  provfntfia ;  floaloMni 
alli  este^  oecaha  pelos  annos  de  982  eMi 
até  que  os  gascdes  entraram  pela  barra  è» 
Porto,  derrotando  eompletam«ttte  a  Ataiit' 
çor,  capitão  mouro  dos  ireis  de  €ordòvaál* 
li  foi preseveradoesteUfeworo^sahiaéoii' 
eolome  de  tantas  e  tão  barbaras  perssfoi' 
(to.    '     •■ 


HAT 

A  egreja  de  Bouças  «maaçava  porém  mi- 
na 6  necessário  se  tomaTa  a  edificaçao-de 
novo  templo,  pai*a  veneração  d^aqqella  ima- 
gem de  Ghi^isl*. 

Hoave  dispnta  onde  seria  edificado  4>  .no* 
▼o  templo,  qaerendo  mis  qne  fosse  n*esle 
faffar^  ontros  escottiendo  outro.  Lembrança 
feliz  foi  então  a  de  uma  creatnra  para  ler* 
'minar  rasSes  de  preíS8rendl%  propondo  que 
a  imagem  fosse  levada  sobre  uma  burrinha, 
6  onde  esta  parasse^  ahi  se  levantasse*  o  lo* 
vo  templo.  Com  effetto  a  burrinha  parou  no 
logar  onáé  agera  está  a  egreja;  e  tão  manifes- 
to foi  este  novo  prpdigia,  qne  por  mais  que 
tocassem  o  pachorrente  animal,  nao  se  movia 
d*aqu«lle  logar. 

•'  Grande  6  o  nmoiero  de  milagres  operados 
ptAo  Senhor  de  Mattosinhos :  para  os  rela* 
tarmos  com  todas  as  dreamstimcias  preci* 
aas,  filo  nos  chegariam  annos  e  encheria^ 
mos  muitos  volumes.  Fazemos  só  poriaao 
menç2o  doe  mais  notáveis,  e  d^aqueUes.^ue, 
pelo  andar  do  tempo,  possam  estar  esmaeci- 
dos: 

Os  habitantes  dá  cidade  da  Virgem  íò- 
ram,  em  todos  os  tempos^  testemunlias  dos 
grandes  e  beneíleos  prodígios  do  Senhor  de 
Mattosinhos,  correndo  todos  os  annoâ,  em 
BÉimerosa  concorrência^  á  soa  egreja  a 
festejar  tão  milagrosa  imagem. 
'  Algumas  veies,  tanlb^m  aqoeite  thantna- 
tmrgo  santo  veio  visitar  es  piedosos  filhos 
d*esta  cidade  e,  com  sua  divina  influmeiai» 
afetston  os  flagpUos  que  açoitavam  niiitpó^io 
Porto,  mas  todo  o  reino. 

Asseveram  antigos  cbronistas,'  qpíe  cinco 
vezes  trouxeram  os  portuenses  em  solemne 
procissão  aoPono  aqueila  mHagroaá  ima- 
f  em»  e  que  de  todas  as  veies  foram  obrados 
|ttt)dèglos  celestes  em  favor  d*elles  e  de  teda 
a  lusitana  gente. 

•  'Veriflcou«se  a  primeira  no  annoid»  1126, 
no  reinado  de'  D.  Joio  1,  e  no  pontificado 
de  Qerneote  VII,  sendo  bispe  do  XH)rto4). 
FBdrò  da  Costa.      . 

Eram  por  esse  anuo  tão  continuadaa  as 
lempestades  e  tão  rigorosas  as  chuvas,  que 
tacto  aigusi  escapava  ao*  ngo»  de  tia  lail- 
ge  e>desabridainveniik,  dednâoido^aeo^fla» 
gaito  dafome  p<v  Ioda  a  parte. 


MAT 


IM 


.  Conduzido  â-  cidade  4o  Porto  o  Senboç 
de  Majttosinhos^  em  solemnissima  procissão, 
serenarami^e  os.  cóQS^  alegraram^se  ^ho- 
rísontes,  succedendo  ás  horrorosa^  borras* 
cas  os  Haais  lindos  dias  de  yivifieante  spl ! 
Foram  mais  4»  quarenta  mil  as  pessoas  qos 
acompanharam*  a  milagre^  imagem,  m  sua 
primeira'  visita  a  esta  cidade. 

Teve  logar  a  segunda  procissão  *no  d^  7 
de  juAbo  do  anno  del88(S,  reinandie  em  For- 
tngal  Philtppo' il,  de  execranda  memoria»  o 
na  Egrf  ja.  Xisto  V.  F4Nram  ainda  as  eo^ío* 
sas  chuvas  d'ess0  anno,  as  quaes  ameaça- 
vam alagar  a  terra,  que  fizeram  receorrer 
os  portuenses  á  maravilhosa  influencia  do 
Senhor  de  Mattosjnbos,  o  qual,  como  da  prí- 
mmra  vez,  fez  succedcrti  tempestade  ar  be^ 
sanca  e  a  abuoàaneia  4  pennría. . 

A  terceira  prddasão  foi  feita  peio  mesmo 
motivo  e  o  mesmo  milagre  operou  4'esta 
vez  o  Senhor.  Teve 'iDgar  eate-novo^pnodí^io 
no  antto  de  1696. 
'  Qparta  veto  recorreram  os  portuenses^ 
açoitados  ainda  pela  indemencia  do  tempc^ 
á  mtta|(roaa  imadem,  eeguaknente  foramou- 
vidos -es  éeufií  rogos;  e- supplicas  ferfVenteSh 
Esta  quarta  prodíssio  foi  no  dia  90  d0  ya^ 
nho  de  i64fcj 

Da  quinta  vez  que  o  Senhor  de  Mattosi* 
nhos  foi'  cdidázido  á  cidade  do  Porto  não 
tiv^am  os  portuenses  que  agradecer  á  soa 
bsmdita  misericórdia  mcttor  favor  qUer  das 
veaes  precedentes.    •' 

No  reinaddi  dé;  a  Pedro  U^  i606,  monâlé» 
rti  epidemia  oeiiava  as  tidas  dos  filhos  da 
cidade  da  Vvgem.  Os  hospitaes  eram  peque? 
liòs  pal*a'Coínter  tão  grande  nuínctrode^n- 
fermos  eiaS  valias  dos  cemitérios  eram  atUf- 
Ihadas  de  cadav^eSk  A  medicina  deséspe» 
rou  dfl, cortar  os  progressos  d^aquellihonrl- 
vel  contagio,  e  os  portuenses^  affltetoe  eceti» 
stemados,  reoerr^wn  ao  quê  por  sueoessi* 
vns  maravHhaé  reconhaoiam-por  segurorjO 
^eaztemedio. 

Fei  pois  cmidusida  g. imagem  4o:  SeniUNT 
de  iiattosinos  a  esta  cidade,  com  tal<  een- 
icerpeaeia  de.  devotos,  foe  nfio  cabraido  nas 
Mtradas^-eabriam  os?  dioiítes  e  as  colliiiai^ 
a^r.esentai|do^«8le:aoto>  um  espectáculo  map 
gestbaoi^oi  tão  gnoUeo  milagre.eilo  di^ 


m 


IIA¥ 


fiio  de  veneraçlo  dos  homens,  ifoie  dias  de- 
pois d^atjuellh  procissio,  todos  os  eâfmDM 
dâtiram  grâças  a  I>eus  pela  saade  (|tte  sen* 
tiaróiá  Tig^orar  lhes  o  corpo! 

Bepòls  d*estes  iúnnmeros^faelOfS  (pie  at** 
testatn  o  nilagroso  sotooiro  d#  Seohbr  dê 
MatMinfios,  se  tetn  repetido»  em  todos  es 
tempos.  Mas  vfst»  <|ue  os  nSò  podemoe  re* 
ktai^  todo^  falie  por  nós  es^a  assombrosa 
quâ&lidade  de  retábulos  que,  saspensoe  dM 
paredes  do  templo,  se  efií^eeem'  á  devoía 
coBtemplaç&o  dos  fieis. 

(Hhtaria  é  milagre^  Ào  Senhor  4ê  Màttim* 
nhm,) 

PhiKppe  II  de  CasteHa,  ta  conde  de 
llafttesi&hos,  a  D.  FraneiBOO  de  Sá  M eoezea, 
que  morreu  sem  deseenéenoiay  morreido 
eom  elle  o  titulo  doeste  eondado.  (Vide  Mar- 
tka  (&9AtB)  4e  Penaguião.) 

D.  Pnaneteeo  de  Sá  Heneaes,  era  um  no- 
bre cavalleirOy  intrépido,  generoso  e  às  bom 
eoneelho;  Foi  eamare(P0>4n6r  do  prinoipçD. 
Mí^  ^filhe  de  D.  loio  lil  e  pae  de  Dl  Ser 
basUio.)  Foi  mvito  estimado  tantodo  pvinr 
dpe  «orno  doa:  dois  reis  e  depois,  do  ear- 
deal  D.  flenvique,  tfio  de  D«  Sebastião,  e  que 
por  morte  d*este  occapou  o  throdo  |K>f ta* 
gnet. 

O  dardeai  rei*  nomeou,  a  D.  Franclsoi^  de 
Sá  e  Menéaes,  nm  dos  cineo  govemadoves 
doreèao,  o  que  lhe  deslustrou  «brilho  do 
nome,  pois,  eom  seus  cottegns^  «atr^gou  .o 
reino  ao ,iMàrpadop.PbiLij^peIL 
'  Conta  sede  D.  Pranoiscode  Sá  a  seguinte 
aneedota: 

■'MêAo  pagem  da- campanha,  deD»io|oIII, 
-n  estando  noe  paços  reaes  da  Ribeira,  lhe 
ysdíu  o  rei  um  eópe  de  agua*  Reoèbea*a  0. 
Traneiéeo  da  Inao  deuni^  mulher  que  ser^ 
^  no  paiço,  è^  por  deaeuidoí^  aeoateeanqtle  a 
água  se»  t í  rou  de  pma  ginr^a  (bilba)  onda  pd- 
neiro  estivera  tinagr»  rosado.  O  rti  bebea» 
nas  estranhando  o  sabor  acre  que  linha^disee 
«Flrantieeotde  Sá^  que  meideaie  n'ea|a  agua, 
ifÊO  ma  mataste  tí-^IX  Francisco^  sen^diser 
mia  ^palavra,  bebeia  ioda  a  agita  que  o  rei 
4aliárai;  ecntan^dedarou  quanlh^^déra, «, 
«mheisid»  o  eagana  aom>noiiseqneneia,  (oá 
^a  acfio  wiito  edétaaiiii  e  aiHi^Iáadidlt  . 


HAT 

D.  Pranelaco.  Borren  a;  47  da  março  de 

188$.  •^-' 

Aqni  feUeoeu,  fimM  de  Julho  de  18» 
(tendo  nascido  em  1470)  Simãô4hnfai»esái 
Coimara,  3.*  eapitão  e  goTomador  da  iUu  di 
Madef  ra;  neto  do  descobridor  da  meaaaaillii 
(Mo  GonçaUea  Zareo)  progenitor  dos  cofr 
dea  da  Calheta. 

Era  12o  liberal,  que  foi  eognonaiaado-^ 
magni/ko. 

'  Poueoa  Tasaallos  despenderam  UBto  ea 
eerv^o  de  Deus,  da  palria  e  do  reL 

D.  ioao  II  e  D.  Manuel,  lhe  deventnv  en 
grande  parte^  a  conservação  das  praças  por* 
tqguetas  da  A/rioal  -  = 

Em  vida  de  seu  pae,  o  mandoa  D.  João  II 
solBcorrer  AnlDa  (Africa)^  para  onde  partis 
immediatainente,  .eom  2M  hemeae,  qpue  ^ 
seis  mexes  sastentoa  á  sua  eostjt  em  ÂÊnOt 
farendo  repetidas  e  T^eroaas  eniradaBea 
terras  de  mouros. 

Durante  o  Jnesmo  reínadii^  pasaou  da  íDs 
da  Madeura  para  a  Qraciosa  (Açorea)  e  af 
assistiu  todo  o  inverno ;  sendo  d'alli  chaai' 
do  pelo  rei,  que  lhe  éacrewa  uma  eam 
muito  honrosa,  ^con^âáande  o  a  vir  a  LIj^Ihm; 
aasistir  ás  festaa  que  se  ficeram  ao>  prlndii 
D.  Affoiae,  seu  filho,  e  ás  quaes  coDoorriaa 
todos  os  grandes  dePortugalrO  nmUoséi 
CasteHa.  .  . 

Fez*se  Simão  Gonçalves  admirar  pelafon- 
pa  e  Insimento  oom  que  se  apreaentouai 
eôrte,  trazendo  |K>r  séquito,  grande  nuBMii 
de  pafantea,  pagens,  lacaios  e.  cavaUoa,  ooe 
riquíssimas  galas,  librés  e  jaezes. 

Foi  dipola  soeaorrer  Safim  (AMea),  cba* 
made  por  Díege  da  Azambuja,  levando  eaai' 
sige  QOOhpmms»  tendo  já  maúdado  aiitieeípa* 
dameáte  309,  cem  muitas  armaa  e  mnoifdfll 
ca»  íl  navios  seu^e.  alli  s»  demoroa  tre 
mezes. 

Sòoèbnreu  também  por  duaa.vaaea,  «mi 
dlSO  homens,  o  canlella  raal  de  SaoU  Cnf 
(ACrioa),  nò  teq>po  doa  eapities,  Diogo  lopl^ 
de  Sequeira  e  do  referido  Diogo  da  Aiaa^ 
buja.  .  1  ..    . 

MasdoQ  á  eonquata  d*AzaB<uV'ata  tt^ 
Joio  GonçalTÇft  da  Gampra»  tco»  Si  naiM 
600  àomeaadB  póa  MO  da  catalle;^eam(i» 
dem  de  ficar  ■apraca»:eamofe(Ni^BBi4Bia^ 


MÀV 


MÁS 


143 


ta  a  nao  jnl^fasse.segiurx  das  4{m83e»repe«> 
ttdas:  eom  qne  os  moorosi  pretenderam  re- 
cnperar.  (Note'iS6<)ae usuários^  tiiis eram 
seaSy  oatros  alagados  por  elle,  e  qfiÁ^  gente 
«ia  armada  e  paga  â  soa  custa*) 
.  Beseotiúdose  porém  Simão  GongaWeSy. 
por  não  ser  atfeiuiid»  em  certa  pretençâo, 
como  esperara,  pelos  seus  assâgnalados  ser* 
TÍQ06,  tratou  de;  se  desnaturalisar;  e^  com  èf- 
lieíto».  se  embareoa,  com  toda  a  sua  famBia, 
para  Gadix ;  mas  um  grande  temporal  o  fez 
arribar  a  Lagos.  (Algara) :  i 

AUi  soube  que  a  praça  de  Arnlla  (de  que 
então  era  capitão  D.  João  Coutinho),  estava 
a  ponto  de  peràer^se^  pelo  céreo  qne  lhe- ti 
nha  posto  o  rei  de  Fés:       ' 

Nio  consentiu  oanipio  generoso  d'^te  pa- 
tBiota  sincero,  que  tão.boa  pra«^  cabiaseon*- 
tra  ver  em  poder  dos  loâeis;  p«lo  que,  mu- 
dando de  ten^^alistoB  dentro  em  Ires  dias 
VOO*  bomens  de  guerra,  e  com  eUes  nlarchou 
nunedialamente  em  soeeorro  de  Arkiila,  e, 
depois  de  fazer  levantar^  o  cerco,  âoft&do 
qnasi  arrasadas  as.fortifisaçSes^  nenbnm  ea- 
j[)itão  queria  ficar  govesoando  a  praça. 

Então  Simão  Gonçalves  da  Camará,  alli 
finou  volrnitariamento  com  os  seus  soldados, 
até  qoe  íet  reparar  e  reconstruir  todas  as 
iortifieações.    /  ' 

De  Arzilla,  pirtlu  para  Gadix,  para  onde 
ò  rei  D.  Manuel  Ibe  ^creveu  uma:  carta, 
muito  amaiyel^.  e  cbeia  &f^  elogios  á  sua  bra- 
mra  e  ps^iotisn^  fazendo-lbe  latgaa  pnȒN 
messáseccoBTidando*o  para  voltar  ao  reina 

Movido  4a  beaBvplaneiado  inottareba<qne 
foi  nm  dos  ttajs  felizes. e  dos  maia  ingratos 
i|lie  to  setítaram  no  tik*0M),  das  saudades 
da  paitrid,  e  do/s^u-anieQtedesajofdelhe 
I^èsfar  serviços,  regressou- tf)  Porti]^,:  oiide 
o  liei:  o  recebeu  oqm  asonalores  demonstra* 
ções  de  alegria  e  estimação.  .  ■  '  > 

Outras  muitas  vezes  soccorreu  as  praças 
já  nomeadas/a  4i  de  Tadger^  Ceittta,  Maza- 
gão  e  Alcácer  (todas  na  Africa),  com  grande 
Mmem  de  aoldadee  e  grande  eopia  do  mu- 
nt^^offeroàida^ipor  ái,  por  seu  fiibe  opor 
seu8iMÉ'enteseereados.  i 
<  Qtiasdó.suooediá>Sjiieèfntar^s&!da:ttba:da 
IMélra^  dèfgmvtt  oPAeái'emifltaaipisa,  para 
9te^i  w  heiimse  :ábtfèía<4e^  que  aUgo^aa 


dlaquellas  praças  dè  guenuafrloania^tt^aii 
atacaiâa  pelosi  moõiros  e  liireo$^^.ib^  wmA 
dassft  logo  BoeaoiYo  de  i^nte^  nanráese  mliolf 
çdes^  como  so  elklo  estivasse  praseiitô;'0:qufii 
aeontecea  itepetidas  veses. 

Sustentou  sempre  à  sqa  custa  a  geiítè 
que  o  acompanhava,  e  Ibe  dava  muiores  soU 
dos  do  que  os  que  recebiao^  os  milltareadfi 
exercito  real,  dando  niesai  a  todos  os  offlciMft 
o  pessoas  nobres  que  a  queriam,  aceoitaf!.  > 

Sostontava*  também  em  sua  cata  aomitaq 
pessoas  nobres  e  grande  numen»de  ereadoí^ 
o  alli  tioèa  uma  capeUademusáeos;  cem 
pouca  éifferonça.da  reaL 

Mandou  ^0  papa^  Loâo  X,umpresetitetãd 
rico  e  curioso,  que  o  pontifico  fez  d*elÍB  siui' 
guiar  çstimaçap. 

Livoui  este  presente,  um  ooitego.do^Fuu* 
etud,  com  grande>nnmâro,do.eDea4es^  vestia 
dos  enstosamenâe  coma  libtédos^amaru^ 
e  fez<tto  saqro  palácio,  peranftaio  pontiAcee 
cardeaiif»)  nna  ocat^.  laUna,  {auiteteiia^ 
Simão;  Goaçalrds)»  queifoi  ouiiida  com  gvaOfi 
de  attenção,  e  muito  applauáidav  pela  sna 
eloquência  o  elegância.: 

O  papa  lhe  es($reveOtdoinia<;pc0priaimãe| 
dando-lbe  grandes  lottVores,  compatemaos 
expressões  do.  grande  apt e^  ^e.  fiseca  dtt 
sua  embaixadq,  e  miBgiiJflcoppestnaB,  quepl^ 
receram  mais  de  rei, -que  de  vassallo. 

A  esses  grandes  despendios  acarascemava 
contínuas  e  avultadas  esmolas;  coai  ^e  sam? 
pre  soccorreu  a>tõdoiO>'geQerade-neeeàsita? 
dos,  -sam  que  jamais  diixassoáe  rèmediac 
miser»;  oa  afllícçãa  alguma  do  que  ti  vosso 
iiotiqia;e  oomtautiigenferostdada-e  profu- 
são,.rqueveiu.a.monrerpobre^  tenda  sido  a 
sna  «asa  a  mais  rica  de  Poitugalv' depois  da 
de  Bragança^ e  da  ds.D.Jor^mesUte  deâ* 
ThiagOk .  ...:.,.  í  •     «j 

Nos  últimos  annos^da  suo  vida,  HBuuncioa 
•  gévemo  da  ilha  da  Madeira^- em.«oift.â|hd 
e  snceessor,' João  GcmçalYeEisdar Camarate 
voltando: ao  nano,  so  mtirett  â  viUa<de  Mat^ 
tosinhos,  onde  falleoeu^como.áissélno  pviati 
oípio  â'èst6ifl|itigo.  •*  ■■  i  i.' i.;  .  '; 
^Staqio  fignçalve»  da,GaHM«a^ié.o  prUigeni** 
tor  dos  actuaes  condeo  da^RAairaiCrxattdoi 
^allbbidftMadeifa.) 
.4^.,M«Mi3^^(tenfiivea  d^i3aiQaiB^.bístittq 


144 


MAT 


MAT 


4a  Simio  Gonçalves,  foi  o  1,«  conde  da  Ri» 
beira  Grande,  feito .  por  D.  Affònso  VI,  em 
18  de  setembro  de  1661  (Sen  pae  e  sea  avô, 
Já  ^ram  condes  de  Yilla  Franca,  e  o  rei  lhe 
mudou  então  o  titulo,  para  a  Eibeira  Gran* 
dei) 

O  appellido  Gamara,  provem-lbe  de  qae-« 
quando  João  Gonçalves  Zarco,  descobriu  a 
flba  da  Madeira  (1419t),  aportou  a  um  sitio 
onde  em  algumas  cavernas  se  tiram  muitas 
pbocas  (lobos  marinhos)  pelo  que  se  ficou 
diamando  ao  logar-^-Oeunor a  de  Lábes. 

D»  lianuet,  em  memoria  d*esta  descoberta, 
determinou  que  os  descendentes  de  João 
Gonçalves  Zarco,  usassem  do  appellido  Ca- 
mará. 

As  armas  dos  Gamaras,  cujo  ramo  princi- 
pal são  os  condes  da  Ribeira  Grande,  sào— 
em  campo  negro,  uma  torre  de  prata,  coài 
saneias  e  >coructaeu,  que  remata  em  uma  crus 
de  ouro,  e  dois  lobos,  da  sua  própria  côr, 
em  pé,  rom|[)endo  contra  a  torre,  que  está 
posta  em  campo  verde.  Timbre^  um  dos  lo- 
bos dâs  armasw 

É  actual  conde  da  Ribeira  Grande,  o  sr. 
D.  José  liaria  Gonçalves  Zarco  da  Omars, 
casado  com  a  sn'  D.  Maria  Helena  de  Gastro 
Pampiona  de  Sousa  Holstein,  da  Gasa  dos 
Clastros,  do  Gòvo.  (Vide  Cavo.) 

Em  Mattosinhos,  nasceu,  pelos  annos  de 
1000^  o  padre  Belchior  (ou  Melchior)  da  Gra^ 
ça.  Era  de  nobre  geração.  Estudou  e  foi 
graduado  em  ambos  os  direitos  (civil  e  ca^ 
nmiico),  na  universidade  de  Salamanca. 

Regressando  a  Portugal,  foi  feito  capitão 
de  uma náu  da  armada;  mas,  desenganado 
das  vanglorias  do  século,  entrou  na  congro^ 
gãção  dos  cónegos  seculú'es  de  S.  João^van» 
gelista,  e  em  serviço  da  sua  ordem,  foi  três 
vezes  a  Rema,  onde  se  fes  perilíssimo  nas 
línguas  hebraica,  caldaica,  syriaca,  arábica 
e  grega ;  que  aprendeu  com  os  insignes  mes- 
teres, Abrahão  Bschelense  (maronita)  e  Ga* 
nhachio  Rossioi  (grego.) 

Foi  eloquentíssimo  nas,  línguas  latina  e 
castelhana,  e  n*e6tás,  como  na  portugoeza, 
fatia  formosos  venoe. 

Ao  nome  do  pontífice  Urbano  YIIl»  fez  e 
publMu  Offl^iivrO)  com  cem  anagranue,  que 


tinha  o  titulo^-csifroir  ^nagraiulta  ni  uo» 

DSM   S.    n.   H.  VEiaifO  VIO^  MHTIFIGni  OPOM 

MAxniL  VeUtris  ajmá  Alphonium  de  bis¥k. 
Ânno  1644, 

Publicou  um  opúsculo,  sobre  a  jturisdicçis 
metropolitana,  para  eom  os  snffraganeoi. 
{Decisdeiy  do  dr.  Manuel  da  Fonseca  Thenn- 
do,  part.  2.%  deds.  %k3k) 

Escreveu  outro  epusoilo,  por  parte  da  ja* 
risdição  do  coteitor  apostólico,  Alexandra 
Gastracaoi,  sobre  o  interdicto  que  este  pk 
em  Lisboa,  em  1639. 

Este  conservou-se  na  livraria  que  f<»  do 
cardeal  Sousa. 

Escreveu  e  publicou  w^^Braxis  Pemk^ 
num  exigendarum^  etc. 

A  Vida  do  venerável  padre  AsUoiuodaQm' 
ceição^  cónego  secular  da  congregação  de 
S.  João  Evangelista,  que  ficaram  manuseii* 
ptos.  (esta  obra  e  á  antecedente.) 

Em  Itália,  França  e  Hespanha,  foi  maili 
estimado  pelos  sábios^  enas  obras  de  algoM 
é  celebrado  com  louvor. 

Morreu  no  convento  de  Santo  Eloy,  de 
Lisboa,  em  26  de  setembro,  de  1650. 

Foi  àenhor  dé  Mattosinhos,  João  Rodrigoa 
de  Sá  de  Menezes,  aleaide^mór  da  cidade  d0 
Porto,  cavalleiro  tão  famoso,  como  os  maii 
do  mesmo  appellido. 

Soube  com  perfeição  a  língua  latins,  e  M 
eximio  em  philosophia  e  bellas^lettras.  M 
mimoso  poeta,  e  a&auas  QmntUèas^  sobre  as 
armas  e  famílias  iUustres  d*elte  reino,  foran 
muilo  celebradas  e  se  imprimiram. 

Era  generosa,  prudente  e  politico. 

Foi  embaixador  dos  reis  D.  Manuel  e  IX 
João  ÍII,  ás  cortes  de  Saboya  e  Gastella. 

Morreu  no  dia  2  de  novembro  de  iinn, 
com  115  annos  de  idade,  pois>  tinha  nascido 
em  146&. 

Ckmyeiita  das  Penhan 

Pek»  annos  de  1392,  deram  prindpii^  oi 
padres  fr.  Gonçalo  Marinho  e  fr.  Diogo  A|* 
res,  ao  convento  de  S.  (UemetUe  doe  Fp^ 
a^im  chamado,  pelo  eminente  e  penhaasoso 
sítio^  em  qneiiei  fundado,  na  costa  do  <M* 
no,  tento  ao  legar  de  Matlosinboi^  m  v» 


IIÂT 

IBO  kgar  em  qm  Jáà&?ia  uma  antiga  emi- 
4»,  deâieada  a  S.  Glamenle,  qae  ficoa  ser* 
vindo  46  egreja  do  moetelrov  1^  porque  o  si» 
tio  era  noeivo  á  lÉaode^  e  havia  a'eUe  outras 
incommodidtdes,  se  liansíeritt  para  oode 
hoje  exisle»  Das  margens  do  rio  Leça»  pouco 
distante  de  Mattoainhoe;' dando  o  chio  para 
o. novo  mosteiro^  Simão  Coutinho  esna  nm- 
Iher,  D.  Karia  da  Ganha.  Hodon-se  então  o 
titulo  e  a  invocação  do  mosteiro,  ficando  a 
denomiDar-se^Abisn  SenharíL  âa  Céncei(fio, 
de  Matiosinhas. 

È  de  muita  devoção  esta  imagem  da  Vir- 
gem. É  de  pedra,  dê  qoasi  2  metros  de  al<> 
tnra,  com  o  Menino  Jesus  no  hraço  direito. 
Foi  feita  em  Coimbra,  por  nm  insigne  eseul- 
ptor,  chamado  Diogo  Peres^  por  ordem  d^el- 
rei  D.  AffoQso  y,  custando  7M00  réis  a  es* 
eulptura,  e  o  pintor,  de  a  encarnar  e  dourar, 
levou  menos  de  3ifQ00  réte. 

Foi  a  imagem  mettida  em  um  caixão,  e 
levada  pelo  Mondego,  até  á  Barranca,  pasr 
aando  ahi  para  uma caravellaque viajava 
para  o  Porto,  onde  entrou  com  felis  viagem. 

No  Douro,  foi  passado  o  caixão  que  con- 
tinha a  imagem,  para  hprdo  do  esquife  (es- 
caler, ou  chalupa) .  da  nâu  Nassa  Senhora 
ila^iVífi?^^,  equipado  eempavesado  tudo  com 
muita  variedade  de  bandeiras  e  flâmulas, 
com  roqueiras  (pequenas  peças)  e  jnnsiea» 
eervindo  de  remadores,  vários  meatres.epí- 
letos  de  navios  ancorados  n*este  porto,  ves- 
tidos de  gala. 

Fez-se  a  viagem  para  Mattosinhos^  com 
grande  alegria  e  magnificência,  híodo  mui- 
tos barcos  embandeirados^  com  musicas,  e 
dando  tiros  com  as  roqueiras,  e  assim  foram 
até  á  fóz  do  Leça. 

Desembarcada  a  Senhora,  foi  logo  coUo* 
cada  no  seu  throno. 

Teve  isto  logar  em  véspera  da  Âseençao 
do  Senhor,  que  era  uma  quarta  feira,  7  de 
maio  de  1483. 

Entre  muitos  mlagres  que  existiam  n*esta 
egreja,  se  viam  duas  grandes  pelles  de  la- 
ganoé  empalhadas  (provavelmente  jacarés, 
caiuiões,  ou  cl*ocodiioB),  testemunhas  de  dois 
milagres  acontecidos  a  dois  imarinhdirQS.  que 
no  Ultramar. escaparam  dos  dentes  doestes 
amphihios,  por  invocarem  a  protecção  d*jasta 


MT 


I4S 


Senhora,  com  ajuda  da  qual,  matâramaquel* 
les  monstros. 

Também  aqui  havia  dois  esporões  de  es* 
padarte,  que  sem  peneúrarem  o  costado^  se 
pregaram  em  duas  naus  de  gu^ra  portut 
guezas  que  navegavam  para  a  índia. 

Pedaços  de  amarras,  grilhões  e  cadeias  de 
ca{]itivos^  salves  pela  intervenção  de  Nossa 
Senhora. 

i  Mnitas  pessoas  devotas  d'Ó8ta  Santa  ima- 
gem, concorreram  com  grandes  esmoks^ 
para  que  se  lhe  edificasse  nova^  egreja,  o  qoe 
ae  levou  a  effeito. 

D.  Margarida  de  Vilhena,  mandou  faser  á 
sua  custa  a  capdbMuár,  e  D.  Affonso  Y,  que 
em  muito  devoto  d'esta  Senhora,  e  que  mui* 
tas  vezes  a  visitou,  lhe  mandou  f^r  o  cor- 
po da  egrefa. 

< 

Fica  a  freguesia  de  Mattosinhos  separada 
da  de  Leça  da  Palmeira,  pelo  rio  Leça,  com 
a  qual  communiea  por  uma  exoellente  ponie 
decantaria. 

Sstàligada  ao  Porto,  por  duas  boas  estra- 
das a  mac-adam-^uma  em  linha  recta,  em 
constmcção,  que  é  a  estrada-raa  da  Boà" 
Vista,  da  qual  já  fallei,  no  artigo,  Martinho 
de  Cedofeita  (S.)'-*e  oaira  pela  margem  di» 
reita  do  Douro,  até  á  Fóz,  e  depois  pela  bei- 
ra-mar,  até  Mattosinhos,  concluída  em  1868. 

Esta  estrada  é  plana  e  beliissima.  Está  or- 
lada de  arvores,  que  lhe  augtpentam  a  for- 
DMianra,  podendo  dizer-se  que  daFózaMa^ 
tosinhos,  é,  não  só  uma  estrada,  mas  tam- 
bém um  passeio  deleitoso. 

Desemboca  em  Mattosinhos,  na  sua  for- 
mosa alameda,  vasto  quadrilátero,  arborisa» 
do  e  guarnecido  de  bancos  de  pedra. 

No  centro  da  alameda,  e  sobre  um  elegan- 
te pedestal,  se  ergue  magestosã,  a  estatua 
de  benemérito  cidadão^  Manuel  da  Silva  Pas- 
sos, nascido  na  frt goezia  de  Quifões,  d'este 
concelho. 

Foi  erigida  por  os  seus  conterrâneos,  em 
24  de  agosto  de  1861. 

Parallelo  á  nova  estrada,  está  o  poético 
monumento  do  Senhor  do  Padrão. 

É  um  zimbório,  formada  de  qnatro  ancos 
abertos,  rematados  por  uma  bonita  e  elevar 
da  abobada,  guarnecida  de  oito  pirramideB, 


lU 


Hâl? 


0  tepnatisaúx  no  toi  urtieeã.por  «oom  eni£ 
EDtre  as  colamnas,  e  pela  parte  de  «daituo^ 
eitàaas  estatcia»  áosqiiatreEnuHiíeliâlas. 

No  centro  eslá  nina  ait&ieruz,  comaitiui- 
$tíak  4q  Jeans  GrtteifieadOy^iotàdft  em  «zur 
lejo. 

'  Ivttto  ao  padrão,  eslá  mos  caâoha  de  eàn- 
taria,  quadrada,  com  os  manyrioe  do  Saha* 
dor,  esculpidos  na  pedra. 

Em  cacfci  fachada,  tem  uma  kiacripçãoJa- 
tíoa  oomm0mor.ande  o  milac^e  feito  a  ama 
miilher,  em  Í7A6,  a  qoal  padecendo  de  ele« 
phancía,  foi  a  3  de  maio  d'aqiielle  amio, 
á(^eiÍB  Jttio,  e  alli)  cdm  as  próprias  nãos  e 
sem  oQtro  algum  iastarumemo,  atou  na  areia 
ama  poça,  e  d^^lla  e  de  mais  qoatro  partes 
(em  forma  deoroz),  brotaram  cineo  fontes 
de  agua  perenne  (que  ainda  existem),  e  lar 
vando-se  com  ella  três  dias,  ficou  perfeita- 
liwntesan. 

Esta  «asiofaat  fez -se  para  conservar  a  agua 
lèchada,  e  d'alii  se  tiram  censtantemente, 
garrafas  e  garrafas  de  agua,  que  vSe  paita 
differentes  partes,  onde  0|)>eram  cUraa  ma- 
ravUlio^aSi  em  varias  moksiiaa. 
-  MAURELLESr-^fregaezia,  Douro,  comarca 
e  eonoelho  do  Marco  de  Cana  vezes,  45  kilo- 
metros  ao  NE.<do  Porto,  360  ao  N.  de  Lis- 
boa, 95  fogos.     - 

,Sm  i75r  tibba  60  fogos. 

Orago  Santa  Maria  (Nossa  Senhora  da  As- 
sumpção.) 

Bispado  e  dístrictD  adminfstrativo  do  Por* 
to. 

O  abbade  de  Abragâo,  apresentava  o  cura, 
qae  tsnba i2 JiOOO  réis  de  côngrua  e  o  pé  d'al- 
lar. 

É  terra  muito  fértil. 

(Vide  Marco  de  Gaiiaveses.) 

MAURO'— portuguez  antigo— seglindo  uns, 
é  abreviatura  de  maurobolino  (maravidio)  e 
«egundo  outros,  era  mouro  captivo  (escravo) 
que  se  dava  como  preço  de  qualquer  com- 
pra. (Vide  Tarouca.) 

MAXIAL— freguezia,  Extremadura,  co- 
marca e  concelho  de  Torres  Vedras.  Já  está 
descripta  a  pag.  14  d'este  Vol. 

HAEACrá{Ntá-*-p(NrtugUiez  aoftigo — do  ara- 
èe  mo^^jBrantf^t— soldados  pagos^e  nao  anxi- 
JíaireSy  que  nao  tem  aoldo» 


j&aMèanbi;  «asmi  fAflium  aos  wldidii; 
<|iie  eatâo  eni  aotoal  serviço,  e  dutviUÉ  esto 
neme  de  |fÁ;ÍMxaii*>-^rá^i(v  ou  thesom 
d'onde  se  oalUge,  que  são  hsmensy  que  psp- 
iMcemiao  erário;  e'A'eUe  ^e  sosSBiiiafli,  oq 
cobram  ^oldo.  A  pox  4iU'VinlM  o  Aicãidefm 
s»4i.ifo2afaidii(istoécofliplnBbia),  eamoé' 
kê  Iki^  ckomão^  na  siuiUn^augem,  Danfi» 
Gim.Chrcnioa  d^eírêlD:  Manuel^ 'pàtl i\ 
eap.  44. 

If AE^NARIA^^-portaguea  antig<H-fonr 
de  macieira.  Os  bespanhoes  dizem  Jfoiu» 
fiaV,  e  d^aqiii  vem  o  neme  ao  rio  MÊamzaã- 
rva  que  •corre  em  Madrid,  e  q«e  significa* 
rio  dó$  pomaret, 

MAZAR— ponnguez  antigoH^lCíd^M  ^ 
o  nome,  que  até  ao  século  XfV  se  dava  âim* 
dre^péreia,  estão  diai  '•  rara  e  por  isso  de  ais 
preço. 

No  testamento  de  D.  Pelagio,  bf spo  de  U 
mego,  íèito  em  t246,  se  lè-^i^ :  Mandat  Pno- 
n  de  Oreaii  (Gárque^o)  fnaníum  4e  coh^ 
Uno,  et  oaj^i)am  de  griian,  et  tipkum  deUt 
xar.  (Doe.  da  Sé  de  Lamego.) 

MAZGABO--port|igaez  antlgo-^faiha,  d6> 
trímento;  também  pena,  mjuria.  Peif^daM* 
tr^Jt  parte,  q«e^ê9tt  Orêinhaç(mçuúréaf,ni 
lièraa  êê  díitAeirai,  en  n^me  de  viazcàboit 
toda  via  a  ssa  Oidinàaçem  ser  est<wil.  (Dift 
da  Guarda,  de  1298.) 

íMAZÊDO— freguesia,  Minho,  toolarai 
concelho  de  Monção,  60  kilomptrss  aNO.è 
Braga,  420  ao  N.  de  Lisboa,  360  fogos. 

Em  i757  tlDha  304  fogos. 

€rago  o  Salvador. 

Aroebi«>pado  de  Braga,  districto  admioii' 
trativo  de  Vianna. 

É  terra  muito  fértil. 

A  mitra  apresentava  o  reitor,  que  liai» 
125^000  réis. 

O  vinho  d'esta  firegnezia,  é  multo  velde, 
e  diz- se  que  o  some  d*ella,  vem  d'estacir' 
cumstancia, e  é  contracção  de — máuecsaiê. 

Os  dízimos  foram  dos  jesuítas  de  Brags» 
que  lh'os  deu  D.  fr.  BaHbolomeu  dosJftf* 
tyres,  quando  arcebispo  d'esta  diocese. 
'  Por  extincção  da  Companhia  ée  Jesos,^ 
ram  os  dízimos  para  a  universidade  deCoiS' 
bra»  que  os  recebeu,  até  1834. 

Ha  aresta  l^eguezia,  as  antigas  casas  * 


Smrrod&eféoef*  Uznml  ]f^mW^àe  Moseoso. 

MAZELLAIl^Sfi^portiiguet  «ntigo-- afSi- 
(^  se,  doér-s^,  coc^rísUr-^SQ,  etd. 

MAZBIORRA— portugaez  antigo— do  ara- 
l>e  africaço  matsmórct^  ep^onuncíavam  como 
Jkàs  ma^môrra^  que  écomo  heje  se  escreve 
—casa»  «óva,  oo.  prisão  subterrânea,  á  ma- 
ilieira  de  uma  grande  cisterna,  sem  ar,  nem 
claridade,  mais  do  que  lhe  entra  pela  porta, 
ou  bôcea,  a  qual  se  fecha  com  um  alçapão. 

Em  Marrocos,,  as  yaimorras  são  debaixo 
4o  palácio  do  pei.  Deriva-se  do  yerbo  tâma- 
ra— guardar,  íecha^,  esoonder  debaixo  do 
ohào;  cobrir,  com  terça.  Girarão  João  Vos- 
sio,  sem  rasão,  deriva  este  nome  do  verbo 
bebraico^jz^on^aro,  cantar,  j?5a/m^ar.  É  pois 
làQ  extravagante  esta  derivação^  que,  sendo 
as  masmorras  prisões  horiiveisf,  possa  o  seu 
nome  derivar ^se  de. um  verbo  que  significa 
— alegria,  como  é  cantar  e  psalmear.  Vide 
Jornada  de  Africa,  Liv.  2.%  cap.  6.»  e  pag.  71. 

MÂTORGA—Vide  Maimca, 

M£A— portuguez  antigo — medida  de  6 
quartilhos. 

Aiada  se  asa  em  algumas  terras  do  dis- 
tricto  de  Coimbra;  mas  na  província  do  Mi- 
nho, mêa  ou  mêya,  eram  2  quartilhos  {meia 
canada.) 

MEADAS— freguezia,  Alémtejo,  comarca 
e  24  Icílometros  de  Portalegre,  concelho  de 
Castello  de  Vide,  180  kilometròs  ao  SE.  de 
Lisboa,  245  fogos.  Em  1757  tinha  161  fogos. 

Orago  Nossa  Senhora  da  Graça. 

Bispado  e  districto  administrativo  de  Por- 
talegre. 

É  terra  muito  fértil,  e  nos  seus  montes  se 
cria  muito  gado,  de  toda  a  qualidade,  e  ha 
muHa  caça. 

A  mitra  apresentava  o  cura,  que  tinha 
4OÍ0OO  réis,  e  o  pé  d*allar. 

Esta  fregueiía,  está  unida  há  mais  de  100 
annos  á  da  Póvoa,  e  por  isso  o  seu  nome  of- 
flcial  é  Póvoa  e  Meadas. 

Meadas  fica  a  5  kilometròs  a  E.  da  Povoa. 

Dnrante  a  usurpação  dos  Philippes,  foi  re- 
sidência dos  condes  de  Valle  de  Reis  (de- 
pois marquezes,  e  por  fim  duques,  de  Lou- 
lé.) Ainda  se  vêem  as  ruínas  do  seu  palácio. 

É  terra  muito  abundante  d^agnas,  causa 
da  sua  fertilidade. 


mií 


**? 


.  Çf\áe  Póvoa  f^  Meadasli    ... 

MEADÊLLA^-^Oreguezia,  .Minho,  x;oocelho^ 
fiomaroa»  districto.  e  próximo  de  Vi^nna»  35 
kUoaietros  a^o  O.  da  Braga^  380  ao  N.  ^ 
UiibQa,  220  (ogoa.     . 
.   £aijl757  tinha  82  fogos. 

Qrago  Santa  Ghristina, 

Arcebispado  de  Bimga.    ■ 

É  terra  muito  f^nil. 

A  mitra  apresentava  o  abbade^  que  tinha 
UXUOQO  réis  de  rendimento  annual. 

Foi  até  ao  reinado  de  D.  Dioi^  do  padroa-* 
4q  real ;  mas  este  monarcha  a  trocou  por 
outras^  ^pa  D.  João  Fernandes. ^ottp-Major» 
bispo  de  Tuy,  ra  cuja  diocese  e^tafrègu^ia 
antào  pertencia. 

.  Pasisou  a  ser  do  bispado  de  Ceuta,  na  Afri< 
ca  (líidd  fraga),  e  por  fim  dos  arcebispos» 
portroqa,  com  o  bispp  de  Ceuta. 
.,  È  n*esta  freguezia^ a  quinta  e lorre  de  Pa- 
rsde^,  aclarados  Bezerras. 

O  1.*  senhor  d*esta  casa  (então  coutada) 
foi  D.  Pedro  Hermiges  de  Paredes.  Foi  her- 
deiro d'esta  casa«  seu  filhp^  Martim  Cabeça» 
pae  de  Maria  Martins,  que  casou  com  LoUr 
rençe  Paes  6uedes.0u  por  extincção  d'esta  fa-^ 
miliày  ou  por  outras  rasões  que  hoje  ^e  ij^Oo 
ram,  passou  esta  propriedade  para  a  cprô^ 
e  D.  João  I  a  deu.  a  um  colateral,  de  appéf- 
lido  Martins,  em  premio  dos  seus  serviços^ 
na  guerra  contra  Castella,  e  sempre  com  pri- 
vilegio de  couto. 

Passou  depois  pai^  os  frades  bernardos 
de  Ota,  na  Gallíza,  còm  outros  bens,  e  a  tor- 
re dè  Pérre. 

Fernão  Gonçalves  Bezerra,  fidalgo  galle- 
gò,  còmmettendo  certos  crimt^s  na  Gailíza, 
fugiu  còm  a  sua  família  para  Portugal,  e  to- 
mou conta  da  casa  e  rendas  áe  Paredes,  que 
liouve  dos  frades,  dando  lhe  emirócaassuas 
propriedades  de  Galliza,  e  fazendo  aqui  o 
seu  Solar. 

Este  fidalgo,  era  parente  dos  condes  de  Al' 
ta-Mira,  e  dos  Moscosos,  principes  de  ban- 
gue  e  grandes  de  Heapanha. 

As  arlnas  dos  Bezerras,  são— em  e&mpo 
verde,  duas  bezerras  de  ouro.  Timbre^  uma 
das  bezerras  das  armas,  sem  pontas. 

MBÀLHA^portuguez  antigo— A  mec^lha^ 
não  era  uma  moeda  cunhada  sobre  si :  en 


us 


HEA 


BiaUda  da  fim  dinheiro  (ienario)  qiu  m  par- 
tia eom  qoalqner  fostrameoto. 

De  0er  fn^a,  se  ebamou  mealha.  (De  meã* 
liiâ  vem  o  nome  de  mealheiro,  qne  se  di  a 
mn  vaso,  oa  eaíia,  bem  eonbecido^T^de  sé 
rae  Jantando  dinheiro  miado.)— Também  á 
medalha  se  dava  •  nome  de  pogeya,  oa  pa- 
(fUêja.  (Chran.  do  rei  D.  Fernando,  pag.  438 
'^Collec.  de  Livros  Ined,  da  Hist,  Port.,  pela 
Aeademia  Real  das  Sdenelas,  tom.  4.«) 

Com  o  tempo,  ás  mealhas  se  deu  o  nome 
de  medalhai,  e  aetaalmente  dá-se>  nome  de 
tnedalhaê,  a  todo  o  dinheiro  anti|fo,  qaalqaer 
qaa  iei]â  a  saa  íárma,  peso,  oa  metal. 
'  O  rei  D.  Mannel,  extinguia  as  mealhas,  e 
se  contava  por  livras,  posto  qae  também  já 
se  nlo  canhassem  (como  depois  se  veia  a 
contar  por  cruzadoê,  mesmo  qnando  Já  nie 
havia  moeda  cunhada,  com  esse  valor.)^ 

Também  havia  mealhas  de  ouro,  que  sem 
duvida  eram  medalhaé,  ou  moedas.  No  foi^l 
de  Santa  Cruz  de  Vil!  a  ri  ca,  se  áii— Et  qui 
pêTCUserit  Preibiler,  pectet  quingentos  soUoe, 
et  una  manalia  de  ouro,  (Doe.  da  camará  de 
Moncorvo,  do  annò  de  1925.) 

Já  disse  quo  medalha,  era  o  mesmo  que 
mealha.  No  foral  velhoda  Covilhan,  dado  em 
1186,  se  diz— D^  corio  de  vaca^  ve.lde  zevra, 
duos  Denarios :  de  corio  de  cervo,  vel  de  ga- 
mo, III  fneddlias. 

Devo  notar  quê  zevra,  nSo  é  o 
quadrúpede  a  que  hoje  chamamos 
zibra,  que  nunca  exbtiu  em  Por- 
tugal, senão  nos  mu<ieus  zoológi- 
cos. Aniígamente  dava  se  o  no 
me  de  zevt^,  ao  touro,  ou  novi- 
lho, o  zevra,  á  novilha,  ou  vitella. 

No  furul  velho  de  Lisboa  (de 
.    1179),  tó-stí— Df ní  de  foro  de  va- 
ca l  ienarium,  et  de  zevro,  tinttm 
denarium.  De  coriis  boum^  vel  le- 


»  N*esta  o  em  ftulra^  maltas  mate^^a^  po- 
dia dar  uma  vnsia  explioaç^ ;  mas  isso  fa- 
ria unm  obra  volutuosHi^íaii,  e  aborrecida 
para  muitos  leitores*  NV^tes  ojisos«  indico 
os  livros  onde  os  curiosos  podem  achar  lo- 
dos os  wcUrecimenm^í  que  exigirem.  Para 
leio,  veja-se  Bheidarh  de  Viterbo,  a  pag. 
61  (da  ediçia  de  iWS,  viurbo  lÀwra ) 


MBA 

viaruii^  wf  fvrrarMMs  «mf  ws- 
mhsm  fNOfodf/HNnn. 

O  desejo  de  acertar  e  o  acaU- 
mento  á  verdade,  obrigam-iM 
maltas  vezes  a  mendoiiar  n'e9li 
obra,  opiniões  diametralmenls 
oppostas  ás  minhas,  deixando  ao 
leitor  a  liberdade  de  segair » 
que  lhe  parecerem  mais  verosi- 
méis.  Por  esta  rasâo,  deelaro  qoi 
o  sr.  J.  P.  Bíbeiro,  em  uma  noU 
a  fir.  1.  de  Santa  Rosa  de  Yiteito 
(pag.  479),  ã\T— zevro,  zebro,  es 
pedra-zebral,  nada  tem  com  gak 
vaccum.  É  um  animal  bem  ^ 
nhecido,  e  que  entre  nôê,  em  ou- 
tros  tempos,  era  vulgar,  tktndo» 
com  tudo  ás  suas  pelles  mais  va- 
lor quê  ás  dos  outros  animaes.Ã 
Africa  é  que  hoje  abunda  na  wc 
creação. 

Com  o  devido  respeito  a  tio 
illusirado  escriptor,  nâo  me  poi- 
so conformar  com  a  sua  oplniia 

Nos  dois  trechos  de  foraes  as- 
tigos,  que  deixo  transcriptos,  vé- 
se  claramente  que  não  tiohaa 
mais  valor,  mas  o  meamo,  as  pel- 
les de  zevra,  ou  vacca-,  nem  po- 
diam ter  difíerença,  visto  sereo 
uma  e  mesma  cousa.  Em  toda 
os  escriptores  antig(»s  se  toiu 
zebro  por  boi,  touro,  oa  novílbo^ 
e  nunca  por  animal  chamado  ss- 
bra,  em  que  nunca  faliam  es  li- 
vros, senão  como  synonimo  de 
gado  vaccum.  Na  Península  ibé- 
rica havia  ursos,  e  ha  lobos,  ja- 
valis (javardos,  ou  porcos  mon- 
tezes)  corças  e  veados;  mas  aio 
consta  que  em  tempo  algum  boa* 
vesse  zebras,  propriamente  di- 
tas. 

Em  922,  se  fez  a  demarcação 
do  grande  couto  do  mosteiít)  (b 
Crestuma,  que  se  estendia  pelas 
.  duas  margens  do  Douro»  tcrau* 
aando  na  terra  de  Sousa  do  ÍÊ0^- 
te  Zewrafio,  isto  4  Mtmiedçs  Ftf  - 


'  .  '    ••39.)  -      ',•!''>     "  .      Ii:    t" 

\.  Bi»t6  e  ootrof  IbriM,  em  qne.BeilálU:  Ae 

mtinoê;  é^..qnMift  a  ioiiD«yqiie:4«i  ofigemit 
dizer- se  que  em  Portugal  houve  antiganeUf* 
te  dinheiro  de  sola. 

'  >  fle  íosMmos  á;  eutendar  os  pa|Mis  amigos 
aapé  éatletra^icptaa  fiodiamoii.iaiiibeviaM'- 
40sur.qne  aatigamenta  havia  diol^jroMM) 
-ASi.picH  4a«e^]uia^  áe.Tiiiho  ft; deitados  os 
joaisifeiicroB^  e  até  de|iropriedades  4^  rata; ; 
mâa-a  verdade  4  qn&^-vma.dinheirada  de 
UtrOf  oitídê:vinha,.&nL  a  porção  de  terreno, 
4fiÊtt  yaliaismdlnheiroda  renda  annual.  Di- 
mheirMda^  dí  |»^9ifiAo,/cer/i^.ete.i  era  a  quan- 
•tidaááif^ssea.  géneros  qnasse  comprara  por 
Hm > dinheiro.  <  <<:       ^        .  .^ 

i/Einafi  i^raao  do  convento.dA  Alpendura- 
áa,  íhita  em  á289,'Be  lèri-Deti^MnnuatimRe' 
ifBCÉÊrio  JF^rim  XII  éenemaàis  panis,  et 
Moypieúis  caneê. 

.  Em  á860^<  m  QiaadoD,  por  oma  provisão 
4ei>.Pâdro I, que naoidadejie  Porto bou- 
"«asat  ae.sagai9tes  medidas  defiquídos— «m 
dtn^ro,  dois  áinkeiroSi  almttie  e  meio  ai- 

1  Sm  um i  deeameniq  da  Alpendurada,. de 
:iM7^eeJé-r*ii  cada  hftuwkFruide^iquatrodi' 
jiftfliroi  de-  .pain/^isto  è»  a  'Cada  frade  ama 
•perjçãe  4e  pão  que  valesse  4  dinheiros. 
>  ^TíQhames  quen  lazer  se  fussemos  aqui.  a 
-incQcionar 'todee  os  dQ0ttm9ptpfli:antígase 
modernos,  em  que  se  declara  a  porção  do 
,gBniroy  OU:  da  proprie4ade .  de  raia»  pelo  seu 
vkúer  em  dinheiro;    i 

.  1  :Osi  leiíoraa  que  sobre  este ppnta  deafja- 
fam^amplosesoiarecimentiis,  podem /oonsul- 
.lanaB  obras  segointe^^ViierhP)jVerboJ9i- 
ifémrfltfa*  tDimheir^^Memorias  joíbr,e  pesqs 
jemtdidanpartUffupxaSi  por  Sebastião  ír^n- 
-cisjDO  Mendo  Trigom.^ue  vem  nas  Memorias 
•^eoiMmitíaê';43k  Aeademia  Real  das.  Seieneias, 
-d0iiisboa,'ttora.,&%  pag..«396.)  < 
vnHíoiOiéfeÊca  do  SysUma^monetariodos  ra- 
ma^^s^  idoí  siv.  AntpuíOi  José  d*Avila  <bo||e: 
-marqne&dlAvUa  e(Boisma.)*rrEsta  lutfiii  vem 
na  versão  dos  Fastos  dOvidio,  desr.  Anto-i 
-nio  Feliciano,  de  GwMhflrBanreCfi  e  Noronha 
'lív^'  liaooDde  ]de.£:astilhoj^.pnbIícada^em' 

VOLUME  V 


.^1W«7<^^ 


m 


4MI<í1rffa,{l^jl)o^Xno  tem.  M>  «ags^  a 

384.— Veja-se  também  o  Dicd^nqrip  ntMfHfr 

Itrac^j9S;Nars#baaJ  ::   ..    .  ;.  s  . 

. . .  IffiiiTtBdBI-nvillai,  Pqnro,  capM  dojcqn^ 
«9)bP  da  «P  iionie^iui  freguesia  0  3  kiiç^^f 
t|*Qs.i|#.:4aA?aoearúHt.](pelo  ^/iQ^  tiiadien^ 
guns  dizem,  concelho  da  Vaccariçai^^  I^^Vft 

eai  dajA9»dia#  O'  kttomeiros.  ao,N„0^iC#i- 

hra,.|lô,aj>,]!l.fle,lísbQa,  mMoh^hkttr 

.  .Eni47Mftipba.4fiOjhgos.  .1/ 

..Qrago;5*.yiwMe,.flwrtyr..      ,. 

Bispado  de  Coimbra,  distrícto  adminj^^af 


:;í 


1» 


'    ( 


/ 


L ;  Vfm^^  ím  as  distancias  ow: 

cadas  n*esta  obra,  para^.i^^ltfnís 

por,  oinde  paw  9  e^inho^de 

UnOi  não  são  as  d'e8S9  cam{nh% 

Qaas,:as  das  estradas  ordínf^rJtM. 

f eto '  camiohi^  de  feiro^.Qq^  a 

Hí^lhada^  disunte  de  Lisboa»  2.$r 

kilomietr^  i6ÍdeSai|tar^mil^ 

dp  .finuapeamento,  ^7  ^jfpj^ 

bal,. 4Q.de  Coimbra  ao  N,-n?7 

A^  Avejre,  97.de  VilU  Nova  4^ 

.    jGsÂsf^fvS.  e  300  d^  raia  heapaohqlf 

(ao  Ò.  d*eIlaVi(,á(^m  de  Elyaa^ 

.  Tem  .estação  tel^graphic^,  e  d  a29.*eata- 

çâo  do  «aminha  de  ferro  do  Norte.  £  na£!^|(i> 

rada^'     •*   .  i    •  ,  .  .  .     .  : , 

. ;  O  cQliegíada  Graça  (agostinhqs)  dfi  Cof 9^ 

bra,  apresentava  o  víg^rjv),  ç4  ^tU|(n»,>qQp 

4íiiha:i0Q#4OD  réis  de  rendimento....:  ,. 

;  Oi  GODceUio.daUí^lhadaé^oinpqste.dta 

6  fcegiwiaa .  seg^iBtes — BarcouíOi.  jÇswlr 

Comba,.  Lttso,. Pampilhosa,  Vnccariw  .(Mí^- 

Ihfids)  .e.Venfosa  do  ^airro;  todas  no  l)i^ 

p^dodí^.GoiípbrA.,,  .....!, 

r^Tfimmí^  mmtúo  i:700  (pgos.. 

O.  Manuel.  Uv^  deu  íoraí,  em  Lisboa,  4  i2 
d€j  setflKbno  d^  iSiH-  (Wt?*^  de  fgraes,  novos 
dá  fi^ffem^rq,  JQ(.  (49  y.».  f^  col«).  .■.,-[ 
;  /Na  mesQ^  ,cidade  de  Lísbo^  e  com  a  m^ 
mS:  dfta^  idei^  QTei  foral,  á  villa  da  Yacgul- 
j^  Vefn  np  nieswp  Svro,  a  fl.  1^.  .  ;.,<, 
.  E^te  >&>ral  s^ve  Umbem  p^ra  yai:?:|^. 
(gra.qojMoílioshisposTCondes.)     ,.    ...... 

É  povoação  muito  antiga,  e  parece  qjc^ jiá 
.«xistiaoif  («wq  dps  rpmaap^.  Por  j^gi^Jtl^s* 

10 


m 


T^HFMlL 


dava  a  constraír  o  camihho  ^tèffro^áb  Not^ 
tS,  "se^  áèbdtl 'ei9ilé<riiádo  iim  4Afrèí>  áMIar, 
«íméaáo  k  €áfii«íta;  étím  f^ni^^n^  fAdiímiè 
iMé  áMLl^'dl^QÍ9ttyDeialifttt«iítè^-ilb(a^«à^ 
tlitiilha.9. 

]lúiift^^i(éraiiè)^-Uie;ete^  partes,  táfaf^a-^'- 
rectriz,  aqui  levaram-a  pelo  seu  antigè  IdflâL 
No  reiaado  d«  D/Btárial^-táioKelll  i)or 
aqui  passava  a  •estrada  teal  de  iifslMá'ao 
Vaito.     -     '  ••  ••   ^ 

A  noTa  estrada  a  mac-adasfr  principiada 
i}^iiÂÍi*(í&r  m  i9lft,  tamllem  passa  pela 
Keálfiadai  ^^  i  -  '   > 

''A9'lláffàd  i^rifiêipttes '^e  ficam  próximas 
4^ti  pòtôàçlo,  9ii^^  ViUa'  da  Anadia,  a  9 
ítsmtíúeè%  á'  Nf9E.^€knCaDbéde,  12  a  O. 
'-  0'Íi!otfeè1bo  eífnfififá  ^úm  o  4^ l^enacoTa,  ao 
8/0  SlBl^^m  b  'dè  lf^ái^a'()á  districto 
^í^itiiiMt&tiVo  de^iM);  láo  'NE.^com  os 
dk  J!!nl&biá;'&S.  Dòttr^tt^  db  Aairo  (distrí- 
i&radfnffiistratfto  de  ÀT^á^o),  to  N.,  e  com 
i^^sé^éd^  fófaitiem  a  NO.— «eotá  o  de  Canu- 
!Él^é'fi&  '0>-bon)  o  de  ÀDçflttáo  SO.  e  com 
d^de  fcofctíbfi  aMS.  •     . 

-;6^  aÃtígôá  cohtÀB  de'  Agttim,  Gàsal 
tkitaa\>a,  é  VaecaHva;  qúe  hojB  êid  n^esle 
concelho,  receberam  foral  de  D.  Manuel )  o 
l^imèirb  Ho  1>  de  jUlho,  e  o'  seg&ndo  a  12 
d&  sé»dtnt^o'  de  1^14. 

Todas  ^às  t^vda(ç5es  é^bQmtS'maltais 
iriesté  totlbélhò,  l^So  jDdáAs  antigas  do  que  a  {    O  kr^  Joaquim  Lopf»iGafrdira  dsUA 


^onsírohiá^Y>o^(^i^^^ ;  P<^^  qne  d'éUas  dig- 
iro ièòtídè  D/  HHymiittdo;  genro  de  D.  Aí- 
ibiiso  VI  úé  Lelâ,  to  testatttònto  em-  que 
doou  a  D.  Crescoiiio,  bispo  de  Coimbra,  e 
aos  clérigos  dá  KgrV/^a  de  SabláMariáí,o*an- 
*ttqiii8sitíio  tnoi^ieJFò  hobuUnsê  da  yaccalíça; 
qne  seguTido  uns  bavia  ^ido  fbndado  por 
Paulo  Orosip,  no  ^èéufo  V,  e  segundd  ou- 
tros, pd(^  pairíanha  t,  Bemo,  no  seculò  VI. 

'Ê  mais  adiiii^^síviei  esta  segunda  opiniio, 
porque,  sendo  o  mosteiro  de  monges  be- 
Heiífietiúos  (4lufiTe:it)  não  podia  ser  erecto 
anttss  do  iner(9duccur  d'está  oMem,  na  Eú- 
Itopã.       ' 

IxiMiu  este^couvenfo,  babflado  pelos  i^eus 


ÉkomfeB^!  élDí  ilcfiio '^  (tm^-  4a  domina^ 
mourisca,  e  só  no  século  XI  (pelos  anaoiii 
'fOM40  4edlQ  Gbci8«c^«  desde*  9»  fton 
«^do^ipiuiatfo  dos  Itiiyds  de  Onhnbn^dB* 
&eft  '4e.  êsisttr  «omc  eoMHopdade  lét 

QtAúnmm  n^esié  eotieeUío  todos  os  inn 
d«etea  agiiéola0  4i<«)fso'pak«;'aia»afli 
ettMura  fier  exeelkncia,  é«'doB  Tiuhoi^a^ 
nheeidds'  em  iddO'  o  lreiao,:pela4eBow» 
çfSe  de  tMíof  úaBaitrúàm,  (wdoL 

^      DA)>8e  e  npnse  da^ione  etil» 

■  totre  ^  Baiiraáa,dá  fjmgoeái 

■'' '  d^Caial'Comba,Taaiieiig08,?» 

'  cariça,«VeAiosadeBairre,if» 

' ,   te^  eene0|ho-4.á'firegiieilei'dnir' 

cos  6  logar  .de  Mogofdrtt»  tsià 

-  Aiiadte--^À  pequena  4re|iâiiaè 

Óis  dok  bairro,  ò.â  nriila  dB  1 

'  LoQreD^'*âò  Beiíro;  le  a^ttl 

algumas  poToaçèeew)  &'eâJ 

fkieeuezja  4e  S.  itOBirSttco^ 

r.  '^  legar  deUurtéde,  e  átfiÂgdeil| 

de  Gepidi  (ou  ^Sèfina^fie 

ItM)  de  Oanta&tiède:    • 

Os  Yinhos  da  Bairrada  sao  exportadèa-* 

lima  graiié  parte,  peto  caminho  de>fim 

pára  a*  eidide  do  Mrtov  onde,  miettueii 

«em  es  do  Ake  Donrov  vae  eornfr  muâi^ 

sob  6  titvdo  de wtíúioi da jPmto.O iMStO) ft 

he  pela  barra  da  Figueira  da  P4)s^|niit 

estrangeiro^  principalmente  para  :& 

rica.'     •.:■»:' 


■ .  / 


cayalheiro  activo,  emprelienduéoi^  ítíà^ 
-gente,  eferdad«iro!  amante  dai  sua  pum 
(é  natural  da  ICealbada)  bamuitpsaM 
tem  empregrado  todos  oft.meio&'Éttasori0i 
para  lefsar  a  eíleita  »  femôçáo  Ab  vm 
granide  e  poderosa  eoiBpapiifai'\qaé'nnMi 
seu  eargo  o  desenvot^Hmento  eiapdríoQO^ 
meutb  das  tinliae,  e  dos  seus  preÃieK)%  ^ 
zendo  estes  adquirir  os  seus  atitifoa  elei- 
tos, que  as  adultera^dies  ttie>  tíAatt  èâ» 
jjlerder;  é, 'finatmentp,^  pnAuovereÉi  a  pM- 
ta  venda  dostvkihosdaBakTadA^  notpatv 
estrangeireis* 

O  sr.  Garirdr^  deilfteilo^,  aíeaba  de  vérco* 
roadas  de  bom  enicoas  suai  nokies^fi' 


fiO  íaiuro  á  nova  epy^e^aiii.Mt     .  . ;,  .    n 

pela  e&trada.incrfiOfâiiiaiiÍ4ybmiHa^lf^>N 
tí|  ^bÊkií4  6"4enur<x  4a.v«eiaa^iiifijimta  Oa 
Bairrada,  a  mais  importante  a.fsH^FW^, 

prosperado  prodigiosamente,  e  o  B^AitfMTP 
aerá  dos  mais  felizes,  e  em  termo  breve. 

Os  banhos  de  Luso  e  as  continuas  digrcs- 
A^ae*  dosv  (outiM^Á  «eiira4i»:9ns8a«p  ffíae 
KÉM^  A^esifr;  eeMírtki>  #  Ifae.  Am  Wfivm^B) 

tiêa  (dDi4»iiiiiitM  de^eimok  (tupti^-fv»  ARW- 

vem  A».)UOste;  eomQi/to.avlífpaiiidl  çM^ide 

idfi  Vi^en  a  grande  ^  parte ida^  diw  Beijas, 

-iMraoii9ii0Aemwia«9[^Uei4i»  estuada  poò- 

Atromt.a  iiifieiadi«,ie  4iiaa  diligoiiciAs  dia- 

-  itea^Mandelited  ie^.^UAS  4#^oen46nt^,<  al^ 

••dâ:|ifai)dfli9Mievo  de  ontmi  y^ieidos  pai^a 

condacçao  de  gente  e  mem4orías>  teçpi 

OQOecawidD -par a.  (lue  e^povpncão «begue 

.»  nm^erâa.da:pcoêpe^dade,a  qiieD«nhupia 

outra  chegou  em  tâo  pouco  tempo<       .    • 

P(i8deque  a(]pit  ee  estab^acep  a;  estação 
-to^amilDiía  de  touro  (I8fii)  se  team  €^idea- 
4o  nmiios^pfodioa^  seàd^gça«de -parle  dW*^ 
lei  lAei  actoid  eielegante  «ooittucçàw;;  lwdi«i 
flcado  ouuros  que  estavam 'em. UHai  ibaD^o-^ 
iM^i  e  :ftuidado  ir^atas»  eeaim<4ae>  ie  elegan* 
^tes^lKMpedariai,  opiimaa  IpjaiidiBt  ceiimer«íq 
eMttflis  grandes  «MthoraAemo&. 
•  As  c^aMaa.manioipacft-itaflDkbsm  ae  ieepi 
idesvfiU4de<no  eacraadecimeaio  da^  vilj^, 
(liBQando  nova*  e  espaçoeas  maa^  aUntaandq 
'eispanmda  o«tcis;  íiuenda  «tandes  plan- 
Ia9i3e$r.dè  arvores;  e  ;e«ipreg(tnda  oottos 
meios  efflcazes,  para  tomar  a  povoação  eada 
V0»feaafo  eivílisada.e  fiocescenta 
:nfiei^»MÉinBari^como.é4e.ie«iperaB)  m>  au' 
*  gnemo  pffogressvve  qo^itMilide^ha  lian- 
M  a  esta  parte,  deitro  eos  poucos  se  tor* 


rriifr 


éH 


' 


\l  • 


ÍA  4í*?e  que  691,1,850,  ?ô  .^chq^  j^qwi  ^m 
Wí^rw  ciliar  ,d%  xls^rc^aiwa,  Appareçeíí^^a 
630 .filtros  4®  dj^^nçia  da  yUa.  É  ub  cip- 
po,jqn  íjRf«i^4e  íft^^e.dè.colH^na,  de  2-,04 
de  altç^,^  i"^  de  (jírc^mferçacia. 

Tem  uma  inscripçao  que  diz : 


,1  ^ 


.  í, .» 


f  •  • 


SA^  ntvi 

ROM.  AVG • 

MÁX.  TBlfi^...: 
cos.  DXSÍ«**«^ 


I' 


:■,  ..1 


.  r^ó  ^  pôde  adivipb^r  çsta  itu^ipçàjo, 
.i4âle.qae(catàch.  ioiQODNpte(f«9  a.^.s  p^Vã.'  ^ 
fi.*-iUAhas«-     .-•.«:   .  ..  í,.  ,.  ^., 

' .  Ka  i^itMta^o  i^ofl^  doJmperafiorsVeiidii)- 
ae  •  apenas  a  teranipaoào  da,p2^Uy^a',<;(«sar 
(iOÊT.)  \  talvez*  o  nooQie  do  p^^,  adiante  dd 
êm,   •  •.•  •  ?.♦.."' 

'  jía  9L%  fáltim  letras,  npprmcipioe  00  fip. 

Na  3/i, éprovaiv^el queaa^tes de,maf;y.i9/i- 
ilv0$se,  jonm^i  6  diepQis4e  fn^  devia  estar  i^. 
:e  alguo»  aii^ismo  que  iadícas^^  o,)»ap|}fip 
d6  veaea'qae  foi  úxvealldo  do  poder  trlbiin|- 
cio.       ...  I  ^ 

A  4.%  está  cojQ(^eta,  e<quer  dizer :  iC^ít^i 

A«5i%  também  está  completa,  e  sigoifie^ : 
pater  patricB. 

Na  6.%  Calta  o  nome  da  povoaça^i  4*^^® 
até  aqui.  se  Gonuvan)  as;  12  milhas  (AJ.QOO 
passosi)*^  pKOvavel  q.ae  ío^se  Comw/briçfi 
(Condeixa.  YalhaX  qoe.  regala  por  essa  4t9- 
taoela.' 

A  via  wlitac  romana  de  Ua- 

.  boa  at  Qaile,  e  ,d*abi  a  Braga,  não 

>    '  iPaasava  iior  CoUmbriGq,  QuGp- 

'      ftmòrÂa  (a  aetiial:GDiq)bra)yií)ha 

da  actuai  Condeixa  Velha,,  g^i 

em  lioha  recta,  alravessati^o  o 

.    camfvo  .|de  x:kwx)br?,  tej[,à.M^- 

UiaMi>^uiodo  d>hi  para,7aia- 

<brica  .(A^ifo^  LãAcobrica  (Fei- 

.  rft)  e.QBí^e  ((iaiat> 

É  pois  «sba  eippo,. incontestavelmente  a 

;biu9e>  ou  pedestal,  onde  f  sseotava  um  marco 


^5^ 


mk 


millíariò; Das^léti^áil  ^úééxií^etai; ifkiÀn  fc 
p6d«  coUigir  que  foi  dedicado  af-».  tUsá}^, 
divino^  augusto,  pio^  pontífice  fnaximo. . .  •  • 
kvèètião  do  poder  tribitnièw,  desigfMo' àon- 
SUÍ  e  toe  da  patríà,  D'aqúia. .  •  id  milhas. 
,^'\  '    Díz-sô  todavia,  em  papeis  àn- 

'   *       ti^ôs,  que  este  marco  toi  dèflica- 
do  ao  Imperador 'CaKgtilài.  '  '  '*  • 

I 

O  rio  Cértoma  (Céfiema  ou  Sértoma)  rega 
esta  freguesia.  Já  i}pBg,  233,  do  f.''  vol.,  tra- 
tei d*este  i:lo  i.aqiii  dou  mais  algumas  noti- 
cias a  seu  respeitOb'! 

Duas  nascentes  mini  próximas  entre 'si,  no. 
declive  do  Bussaco,  ^i^ára  o  0.,  no  sitio  cha- 
mado Lameiras,  ou  Arruido,  perto  da  aldeia 
de  LouiMo,  dâó  pMàòfpk)  sí  esle  yio^  que, 
correndo  na  díree;^  dé'  E.  a  O.,  o  espaço 
comprehendido  entre  a  serra,  e  «•«BfraÃa 
1^1,  atravessa  esti,  na  ponte  âd^Viadóres, 
camiòbando  tniSb  paralletàmente  oqm  eUa, 
)á  ettgreii9sado<ootti  M  águas  éá»  ri)>eiraB  de 
Murtéde,  e  Póvoa  do  Bispo  (no  GoncelkK>4e 
GaUftbèdèX  de  Hom,  de  Mailâ,  -de  Lwd,  de 
Ifonte-Kovo,  e  éoi  iregatos  do  Freixial  (Jun- 
to a  Tamengos)  do»  Mirógos  (jtmio  a  VHia- 
Pranèa)  e  outros  mendree ;  que  t«dos  «egam 
e  íéftílísam  efsle  cenoellto,  e  08  da  Anadia, 
S.  Lourenço  do  Bairro  (extincto).  Oliveira 
do  Bairro  e  pai*té,do  dé  fiix^  (extincta) Des- 
agua no  rio  Águeda,  perto  de  Requeíto^ 
-  ITellé  e  nos  sèusí  Ifraços,  ou  «filuelites,  s^  co- 
lhe algum  peixe  miúdo.  * 
-  O  Tio  Gértotua,  pôde  ainda  vir  a  ser  um 
grande  mánahei&l  de  riqfiièEa  parai  tt.Bainra- 
da,  pois  que  correndo  em  leito  t>laoo,  mLo  é 
nmita  difícil,  níem  dispendioso  tornal-o  na* 
vegavel,  em  toda  a  sua  extensão,  facilituido 
aecesso  à  barra'  de  Aveiro.  ' 

Na  séSsSo  de  16  de'júlho  de  1853,  alguns 

'deputados  àseraih  úm  reqctorimento  ás  ca^ 

maras,  que  foi  approvado,  cujo  theor  era  d 

seguinte :  '  ! 

Considerando  a  (^nálisflção  da  ria  de  Avei- 
ro; e  dh^s  rios  qãe  ti'ella  desaguam,  e  o  en^ 
xngamentò 'dos  vastos' terrettos,  que  hoje 
se-  acham  alagados  pela  mesma  ria,  como 
obras,  das  mais  ateis'fara  "o  pftiz— requeirc^ 

l.^»  ^uè  para  o  é^tudoide  Ues  oibras,  o  go^ 
verno  sejh  donvidado  a 'fiiandar 'levantar, 


ief'ioda'á  ri»  de»  Avéii^,  «oim  do  rio  Tdii|i 
àlé  S.Pédro  do^Ml,  e^èoAiMiOditeaii 
A^iieda,  áiè  Máb  fMèfls  msMyH^eit  éMi- 
tem  na Vetfsdoa;' einM  «Mgfta^Sd  Aoi  MtoH 
eatefroy  e>ttiUàa<  de  ttftvegiçâtH^^Jéá^ilMi 
da  agua,  em  todafaitii)  i '  ..  >.  >.:  )it> 

2.""  Que  a  factura  d'esta  planta,  se  o  go- 
verno assim  o  julgar  conveniente,  seja  ii- 
«umbidá'  a  quètn,;  «É  <A>MMr«è  piifalieÉ^  k 
pi^edfe  a  ftudl>^  i/tá  «leHiarasJ-tenMt  * 
selettda;  èrevtdftd^ift  éeoiiomia.i».. . 
^  {DfWify  do  «o9^o»]».<i  iôd;  dtt  ilMi^  k 

I  Infídfiuneiite,  mk  MMlidelà  Bio  psM 
ú&  papel:     ••'.••ii'^-!     .-•  .1.4  ....;.  . 


>'Ui 


É  nos  llÉàiiéB  ^esi»^micélliO|  qu*  estti 
semr  M  >BtMacoj  JustámeMe  oáMm  pk 
ím  ^vA(M,  qué  tfomfnaidmitaiv  legnt« 
efrtftiÉiMeiíolar  pm  Isea  MMi|ofosiiifo  an- 
leire;,  fttfâiidc^fto  auo  de»  lIAly  paria  om- 
fee  e^  motijas  daérdem  de  4.  Bento,  é  q« 
âtipels  passou  iiHer  de  fraAeiteaniHAiCas  d» 
calços;  que  o  reedítearABi  k  tinptlai^aff^  I» 
^çatfdo-ibe  «  pritteirm^^eimdasvums^» 
sirueçiSes,  fr.  Thosaaz  de  S^  Gyrillo^ieii  7é 
agosto  de  íflfr.  •         :  -    '»    > 
'  Deiionilna*se<  osle  cOKpeii/ade^&iiilo  Ov 
do  Bunaciú^  ou  do  Desert&.. (Vidft «tl^vá, j 
pag.  509.)      -  •■•  •'    I  '        .  ii-j  ..'•.. 
'    Sendo  lambetn  notável  o  Bnsstfee»  ^ 
tlorlosfttalalha  do^a  nome,  dadayeloeii* 
cilo  Ituie^-aÉglet  contra;  csliortes  AnneeMii 
a  t9, 26  e  f?  de  «etémbro  ide  1810;  (fiài 
f.^vú).,  pag.:01O.)' 

A  serra  do  Bussaoo,  princí|tiana» 
g«ins  éo'  MbAdego;  cárea  de  I^stta-Céià, 
tende-se  na  dtrecçlo  de  S.  a  N..  es^dls 
de  18  kilomeivos;  e  tem  de^levaçSo,  no^iei 
píncaros,  *5S0'  methes  set^e  ainívt»l*i4e 

Quasi  na  sua  extremidade  septeíDt 
e  na  aprastiei  encosta  a  Ei;  é  q«4  estiai»* 
telitH  de  qo»}A'Mld  n(is'iagares 4101011^' 
lados*  '  '•  li.ii '"!<•.  *\  ,<  i}*'>\i^ 

A  matta  donmostelrojé  cereadaidfirt 
mure,  oom  ft'kilsmesiDrdeí«lr8«ntoiM^ 
co^tadaiettidBas^paniee  tpiasí^^Das^;?^ 
avenidas  i*»inDsteitfo,'è  poveadâidegiía'^ 


muDltdsla  de  anqw  IMtlInil  <«lmM>' 


iWSi 


m 


Os  que  desejarem  aiQplaiiffi»]-. 

»  Benedictiwi  Lmiteoio,  q^)-^ 
,.11  -:  /''  £b)ÍA  4(t:^&  ¥b«BÚ(  ÇAO^WV- 

cl;  ,.]:- 1^1,  M«<|Ntailr.4i<tíã«iPerw».^E;j 
-1..  ,i  i-.r  -<>Jftid»'S«i|ipMo;.  ,.,,/,  .,. 

tósOfi-Joatiilfib  Lopétártèira  dtflfcte,: 
dè'liaefl>'tà  faflbf/própí-Hstáílc;  e  àifiíííttr^íò' 

rda'  ak^ÉsperÀDlíáy^^^ittiíi  âáslbemi^èBca'' 
ãiiiíié  €áitíiii^oá'Uiilííh'~é  d  abtl^,  'o  si: 
dr.  António  AaMlq'k'Cb$ia'^hi)3(»,M&é' 
^ÍÁí^biéãiciíâ^Ái^tiiA^tMidádã^dê  HM^'4le 


tBl^(ie.^uf«^,íH^aí\-j^^,el^l  Povo?  (la  S^-, 

««leifS.SWtfl» noiMÍn)  JçÉKlifllí^SsMÒ, 
que  foi  doa  religiosos  arrabidq^.  t^  ft^j^-, 

'Mnr.'  Wi.Sí  fi»>|rp,íi?  w»  (erçiBsilpf 

4M  po9|te^  dft  Ç^í^tiSCÃpaJ,  em  íjS7,8, .,  .  r;  ^ 
.  Q,.^licio..d9  f^pvçpta  9  0^  peçiòúif^, 
eÁ-ee  cónligoA,  são.fiqj^  pfopi^i^dide  i}*>  Sfr 
conde^^^lípBlar.,,.  ,!   „    '■':.! -r-i\,ií 
A  poiíca  dislAncift  da  MeaJI)A4f  %^  W^' 

Fríéliat,  situado  nas  Caldas  dq  i^  i^qqf^^j 
sar  por  Santo  Aatao  do  TojaJ,  e  m  f^^rer 

m  mmi>0fH  4».-  í»ípi,  m'»F»r«»' 
'".'wp.ímpflmç**!'!»?.,!'*''*)— PS 


^"^iUiélíliAlHtóiiitt,'^ 

l/tfliiik'-Íil'Sdà  l6iiii''d«<Ljlirij;'ttú£; 
Ibo  dos  piivaes,  comarca,  pfxUlHilâSé^ils-* 

*i"iijw  6tà  im^m  imidaVwws 


iKmPJ- 

,,|m,o  li 

\s,m&m£hm 

da  Ameixoeira,  céleW#' 
LnMeHpWA 

^õ,  ♦'-  f»*Hs'-~ira»e8iaíáff  'M,  f^íTo  sr. 

Wiiijl  fli«l,»%  liiWWif  <#íl|i 

lM».i«íUWea^eaMr4ÃiMlk  tíutsittui^ 
IH  «niesaaii  «niiiMinMp  jaaltes» 


[syai 


*!   ,r;iw.i;)   nb 


Orago  S.  Sebastião,  martyr. 


camp 

M« 
■« 
WPf 

rapaz 

aquelle,  e  uma  d'<u|j),s-,||S^a(j(5af^«flfl^-" 
'"^  _.vl,,,„,,i,..,„|.i,6.,™.,0 

#  «WM6(ll.l»W»«HB)f  '8'  •#,««• 
gueogo  da  coroa.  iiiinii    ) 

-Vide  Bspiçatideira  e  JKc<i,^|^ 
MErHAllE  I  luifnn  de  «ma  das  jxirtu  dsi 
ctudd,  que.  Bignfica— jwrta  <ío  i»ip|^^(jj(j 


f^tllf 


\i  i  ^19 


fttp^j;'4x>  ácçdmtDèttftneAio;  éuí.—1ftm  'do 

Foi  por  esta  pom  qildiniiiòTi^òi  entralíW 
4áâDdòiomàrajn~^^a'^dade.      *        '      ' 

-  ÍIÉCO— bòHugtíek  aiitigo-4d«Miib;  dif^ 
vásiro;  aAúíteh).  '      ' 

'  lttM--:tíHá;  Beira  Baila,  cafe^  áó  éon^ 
celbo  do  srétl  boina/èolAlu^cãC  dé^YTHk  M(m 
de^Tozcda,  51  kílométròs  de  Lámégo,  SMio 
lífi.  de  Lisboa;  tSÓ  togosl  ' 
Em  1757  tíDiía  os  mesmòè  !Í50^ogos. 

■  ôifagó.  SI  Bento.  '       '        ^  / 

'^fspaáodé tatuègo,  disttídio admtúii$ti*i:-' 

tívo  dk  Giíartia.^       *'     ;'       •  •  "    '    /   • 

A  myèá  dá  cottSÊiehda  apreâbutata  b  tf'' 

gárie,  (|Qe  tiobá  iW/OOO  réis  de  rendimèfii- 

"O  còiliS&lh6  da'  Aédá'  «'cdiApòno  djfi  1»' 
áéliddtíiò  ikia\mi,  tobás  bò  bi^dò''aé 
ti^Í&^Á^^\oiÚ,  C^teíçSo,  FdÀte  Lòflíga; 
Cõn^f^  Kted^  iÇ^teiro^âosieáiosiPoçd 
do  Conto,  Pròvií,^  Hátitíádoi^,  Vàlfe;  de  La-' 
dKCeis^' Pa^-PéiieHa,  C^iTíi!Kri;ilali^'Co- 
ftiáLÓk.  Mat^)Vl  e'  Bbteirâ:  iodas  com 

É  povoação  midto  aniii[á,  è  foi  eoUbc&i- 

da.  *  '•      ■    ^ '  •  •  ■  ■   > 

"b:  itfáàaèi  Itie  Hèà  tòrai,'éàí  Vróra,  bo. 
1.*  de  junho  de  1519.  (Itero  de  foraes  nobòt 
da  Beira,  fl.  155  ▼.,  cdl^  i}:—Mittíàí'^i 
éáiíftoM,  tu  pi^^ii  M,  nóM,  ÍXíLH.}' 

'.^  màái  ein  Wè' áNo,  t»m  nau  toiM 
Óftdçlibjefeaíàttofttoglb. '" 

'^É"  fértil  efai  todbs  òs  ifeaéM  éfò  pálz^  v 
&ti  tiitiiro  é!lè>tfó' tddal()ttaRdáae:  ''''' 

"ÉÈbiL  ti  tOXJMi^tt^taUíi,  ntitíto, 
<ii)ina]HJa  'è ' eòdtiéltib'  dà f&bflkjlS^kilòiA»- 

'•ha't'/Íi'ltíiítaWt»ltt)s. 

Orago  S.  SebastiSo,  martyr. 

itípiÚM  '%'  iOsitiào  iOtuihistrá^iy*  1le 

Coimbra.  "   •  '  " '■ 

'O  Vl^odeÇòji'  ^MytèíriMH-b  «tira, 
qae  ItiUiit  lOMMbfit^^de  6i%Htlk'«  m 
d^tíar:   ■''  •■  :■•"••     '.  •    •*     *'^í^ 

MfiDáS— fregnezia.  Donro,  ÒMbái^ «)  4ÍÍf 
lÉoÉâMb^kb  fU-floioild  Ytr^y^«!Me- 
DM-  e  16  -iifott«lrbs  aèf  K.^  (fe''  GMiddtakr,' 

miiéí»:    •■■        "'-■■■■  ■'•''  ■■■ 


4 


Orago  Santo  làÊitét^jUmÊk  tMÊmt  dll^^ 

tivfBidei)'   .J'-.  •  ;  •  .  -n 

'^BIstMiié^  •  è"  éUtílIM  MflUHlilntiio  k 
Pòntoi'    ■=  '^^   ••••  •-     *-^^'  '.    *» 

Otéfnyi^  4è'  LiM^  ^r ^mttia  da  fèii^ 
e  «tt  IHmie'  das^  Wiito^  niks  «d  margem  » 
qtttf^É  A»  tKMt^)  «pi^eMittMtf^  cora»  ^ 
Uàbà  tfta»  MH  M4mi^^^  pé  d'aliir. 

flMtá^  ft^g«etiK  é'âiluda'«M«rraio  imá- 
to^  aMiidiltád6;  aiMe  «^  aiMBW  direíu  è 
rio  Donro.  Nao  é<iiatl»letiil;fipr  ter  p» 
eos  terrenos  cnltivados;  mas  os  seus  peq» 

«4«>i.vwb%«tOttirps/rifpUíS,/Í9,  Pffe> 
P»f*^í»íl^/,!WWôa,  .arjir(jjce4p9  ptff 
(HfA:g«fb;.de.^;^ana^adf^  9  ^ 
bem  lia  aoni  moitas  eolnaftm,  £  abni 

de.  <«MÍiW.  V^  í^.flonWf.JÍwbÇíltõjf^J 
eíç^aW<íf;»»ws..\*f»preíe». » »nictt»j.u> 
la,jri«í  Iti^.  fiwi  Rei^e  do.  mar.  .  „„;.  ,  , 
..JflEMWJH-^Tma,  $íirj^„$alÍM,  coó^ 
,  e,,0Qiicglb»  de,.  Idfinbai  Nor^  5k  Idlomêfiii 
,dá  óuardã,  ian  a  E.'de  LàfaJD^  '^'  i«» 
Em  1757  tinba  S66^  fogos. 

.^WRaçte,  s,  ;dtt,HictOi,  adwwítfr»»!?  * 

prior,  gne  Uplb  3004000  léis  de  rendíoM 
,„É,i)oyoa,^  yiM4a>38i^M);oi  cid»*)f 
RorUi»te.na  ^mjfo  doa  í^maiíos.  qepío  W 
das  emeo  colónias  da  Lositanliv,  comoijP' 

ffli^ço  úe  «í».  ipíneraçdo,i;ij^««}j  ^ 
Eusébio  e  9  companheiros.         ■    i     x 

Tambe^  a|)|!ui  .nasceu  S.  ^e«aQro{«# 

ino  3QQ.  .  ,f.  j 

fimora-ae  o  nome.prmiutivo  nesià 
▼pa^o  e  o  one  Unha  do' tetppo  dos  ronuL  .^ 
o'a<5túàI  é  árabe,'  e  dimuíntivo  iii  ^^^^^^ 
vem  a  significar  cidaÃinka, 

^^  M  guerras,  ioterminayeis  enMtf 
WWt^»  <5  maít^p3,.e  .4^ot4,fiW^/||»« 
oftiiraiiM^vM  <0ii»itii^iaftoíOi  4MmlvJN 
oendliÉf  -^  áiimjdl^  |W  wt»>  vMI  ^ 


M6» 

tava  abuidoDadâ  »  sem  ler)ffednimtu»4R«i 

Ai9(^lk£iaglKVi  SMuMnijKrtowiwi  WO- 

HSo  lDfti«IUNtnqiM.h*}wi.MI9Í;8qÍiUl^lriPii 
po«30ili«iMlM  OHMWW  antfgoHMM ; 

i-VhnMltf  BUUMMDBklbM  detiMjtaB. 
tigo  OD  mftderD«;id»dD«.'«Bik'iill&:'  •if--.'. 

mn.  B.«M(iA«rtinMM>fs  niHiiiaipicia ;  vm 

MfiDES— porni|n«B  apiigot^  mpHfAn-, 
M  plenhriilãdMflh  r     '  '     '  :  i 

MBDEUO— r»é«il«tti,  'Mlriw,  ooanma  é 
1)NK»UM  dfrPtôSíf30'ltUwetfos  n-JiS.  de 
Qlifigfc  3^  na  N,.dA.M.eboi,,70|^4fl. 
-.Eml7»IVihit.-«Qf>Ko«....  ,. 

Orago  S.  Martinho,  bispo.        ,/      .  , 

-\MvMa9nia  e^at^icta  wlqttRiítiaiivf-de 

A  mlserieordfa  4a  'Pfíigk  .aprewnítan  Qi 

;Ur,  ,-,.  ..,.-,,  ...,  .,,ua.  ;,,..:... 
. ,  V&SM-^tieamift  ■  tr^-çtflIioiiHa, .  Ç0r. 
marca  do  Peso  da  Itécaa,.0fft(nUw4e^* 
W^Hantu  '4*Í'4i>^n>Ío>^  4li|Qi«etro(|iao 
KB..iÉ>teno,36i^a«N,dãJLMw»..  .  ,  ,.. 
Bm  1797  liDtia  65  fogo%,4i^ai:tW>  %}0, 

,    ÍW^.3Wl«â9^  .■!.,-:     ■-.-!>..  ^n,,-..    . 

,  m,™'í.?!fíi-..,,...;  ..,•■...;  ;;,;-.■.„;■ 

o  orago  de  Hedim,  taik.O',¥SM  HuAVê 
,    ftH<aWln*3M>CHAl)di:<tl'W4(!i»l9ti      .'; 

^AuiiiKA.<apramiT9. -Pinfm  .v>tl*4fi 

.    qae  linha  ISOxOOQj^,.      ,      .  -f._  .,;,     ^ 

bOÍ«,Rna  ,86.traai|»ii».  ,(VMfl  ^MMw&nfr),  l 
MEDlXA— patana  árabe— signtBea  eMw 

mm^-Mftta  ,tMM|4e  ,«a  i(l4pMdã»i6 
«•,||fr.Mbawi^.«jli,  Si]H#  ».|PCp(Hm^ 

nkmwuflien  íoMii^estmftiiin0»mmiiA 

Um  1*.  pag  161 )  ~~  Vida  ^«uilHta  e  41^ 
«rtto.  a  pag.  li»4a  trtrv«tf)net;-:i  nir^ 

lIÈlW-aMeia,HiDho„i»lwiAit«#fli- 
llk4liAMWWi««E^oi«,4  UMwHvnao 
8.  de  Caminha,  comarca,  #UrieMli«daBiM»- 


HH)! 


m 


ga,  3»  ao  N.  de  W(A(*.-:  ,.  -i.-..,  ',!■  n  ^Ul 
/1^a;^Mf.|U.lflR0^'u    ,>    lil.    'I 


(o 
Os  persas  vencecain  qb  medos,  e  detótí, 

é  moi.'Viit  ftló,  no^t^ínp/^IU^eHMiF 
Atigàsio,  oiV^-sb  6  nó'à)e'd>e^ir%%,-Vttt^ 
tes.AQ8  nersaa  o  aos  medos.      ""'  "  "'^"  ' 


qi 

P< 

nUrtksiUo  i^iUtt  ifiíitíraf «ílMiUiU 

n'este  sittéj « <a|tifl  M-èBÚBOftsllMtfr.-bMMJ 

Im  jH" ngttttMnpof  w MM  BttfWjswio 

aos  nossoso  lho».  '''  '"nei^f-  .r^^  •' 

■■'^l^tfim  '«p/e  V'Vetj^'-d!d'1Sa^^Ítt  4pe- 
nas  ikiWif  ^tmiMfoá^Uf  ÍMt«;«<^ 

(/ lbé#  «t>"toM,  íbtá'biifcKi|iM  ■fiiMrti' « 
B!re:iíiftft«af'-*W|tlt. '■■■'■'''■'  -^'^v  *'■■ 
É  eeno  qn«  estes  m<íi,'È«íM*)ê'McÊfí 
Bia  tiUbáViU  FMM^iáitoiiHKC  V  a  qaOM 
MOipsidoLMiwieaiiAe.DxHBHiri^Maii» 
depois,  se  dan  o  nome  de  MorinMa  ia  Jlh 
ImilA  niJ«-'A-.AMM,*[poifeadB.iUBa»  a 


nm  éolmen  e  miiiu«  conu  qne  aÍnd»Mto; 
uMq^viMeAllleitjiaiÉ1tQ»a(«lteoMfts> 


-íLiVItfaiiilconUfde^uMMnfNputii^AH- 

■EDOBHmA  ~~  Tide  Aramgnháí  HmBtS» 

-Qaandfl.)l»n4»v*>fl»f«nl[W)|f£*,^D}r>l9r 


m 


m» 


yoÉúf. 


dfltyA  iâlftií8''fflL'i«Ihii4Moliriifa,'V«<íM^ ,  rmar;<lÊg'9Mim'ê^alíamií'i'maçm 


dalhas  de  prata,  rotiiaisÉÃ  ^'    ''  " 
L*— diz  de  nnr  }iAò-^MlÉ&:  ROllA. 

HttPa  »fie^  de  Pâitesá  dítwitá;'«oaaí''i>%a- 
piiJéM ««'Uao-^ «dfaitw-lL>' ' '<  '  '-'  '<' 

•[ÍP}_  i^ptròl-rÁBL  Wiim  JapUéM'^- 
i^M^  m  xm  'eaVrb,  djlopaado  pah  â  tf - 
relu, 'cpà '  o.'  raio'  e  á  laíiçai';  ftíi  lúdxo  dos 
<iiv!dilbív.tiiííe8iíorfo  dénaVio:''  '  ' .''  < 
"i>í-í^ílz,  de  um  lááoi-ttOltÀ.  Tem  ii  &-' 
iS^^dé  panas  á  díreiu:  Mlo''ápMU»i6 

lado.,    •■^■■•'-••^     ..-'r--,!., 

p^JDp  pqlpi)— HL  XVLÍ  yíctorU  em  uip.ca 
^,jouj'íw^  dfrjála/pto  a 

Pf|j[qa.J^Q|r,çi(aa  um^  çorôi^^  Porbaifo  4fl 
cavaílos,  um  X.     , .    \  ,   ,  ' .      ^  ..,'/'>•■ 
t3-?in4ft » ijni  lado .  teqai  ^à  cabçça;  h  jífâlfrâ,' 
♦«fSfflWft*»  ^'^  capacite,     ....    ,;  •  .  ^. 

çjm  flm^íach^,  i»a  (ju^írigap  a  galopp,  ^  di: 

r^.Ppç  baixo  da^quadrífia,  um,  ?.  ., ,  ^ 

,;í^,--HHiz4f5  um  fado  tltlt^,  Oí^^»,^?/^. 

^IH*  ^.^yurtíUtÇqm^o  c%paçôle  ao  la^dQ^  adiaft: 

ríDo  wtroHtr-liviSBpiP.  ?JpílA^-^0|i4íWíM 
rilpa.eauwUo^pWBliaiido  ^  d^ 

M^.,d#,(^alttr|i^ Â, es^^df^ ;.  .^^  iv»^ 

foice»  adiante  S.  .>   j,  ,,. .  ,  o  v^ 

o9p  (Mr9r^*^.w4ápq(^.9Af...y#paai«^a, 

fi  <ktT^Ae|«a(Ni:4i^*d^  ninr4adfH^¥At 

Cabeça  de  Palias,  â  d¥l>^'<WI«4  m>9l^ 

!>cOi»rioatro4M4j.  FliAiliNLi(aLa^¥iMoiia 

■ÉlOrtKt^tpleiHaldo' iáAimta^iiM[i.4oi^M< 

c  9t^*«4t6ili  d»  ^pn  Jràfti#  cabeçit^  Wúmí 
AmiqtfÉrda;  Dom  phntitt.  natcineim-do.iMpf 

M^  ariaidò8t黫lpBdajie)eiaiâ«^  OQtoba» 
tendo.  No  centro  um  soldado  cahidlLí'ri  <-!'; 
^^«;^«ate;4ei^VK  la«fcK-tfalBOw' fiàbtta/ de 
Palias  à  direita,  com  c  eapafpáte^Oihtoi 

ialBlllx^A.'^.(>T^^^  '.hiv  >.  AÓiaaoaaM 

l(iL*i'A«allb>  «»)]^dQr#n^  - 


<^IM  im»^^«ElflH«âK.  HM»  «afU| 
a  t^&sÉé.iAidiMIi^^liot^Aâi  poi^Oa^^  < 

.tfcDIW^E  RàTfi»  PMOlU&rCMfli^ 
reada,  dft;Aiignlo,'á  dimiUkri  t(...,fn  ; 

Dfl^ottth)  ta(b-^.'L.  GAE8ARB8c'A?9- 

Lúcio,  eor  pé,  óodi^^aí  lâffl^b  enafein 

catt)^  O'  simpi&é'  &Hfuus:  '    :  -  -  a  at^:?» 

11.*— de  tim  lado  a  eabe^^-teomadiil 

^ Juptarldípeila.' Atráx Si.Qí'    O  :  í:«C"f* 

'Dó-euttx)Mi.  Affrt):  BAI^;  PIL  TicM 
à  direita;'6Ítf  õartio,'falõ]MA<'  tta''í|t»ári| 
com  uma  coroa  e  apalma;  )^r4>iix»i 
cavaílos,  M.        "     «   -  \  -uy  A   .^ 

llA^-^^r^aiÉ 'kdo^R6ttA*.  OidMCA^daft 
las,  â  direita,  com  o  capacete  coroait'! 
j^iA&ftii^^  e  d4as  «strÀllaV;*  > n. .  *  • ;  -^i .;  ' 

Do  òufró^a  LVTAÍÍÍ  tt.  (Sáltef,  liíj 
cabeça  de  mulher,  com  capacete,  á  prôi,1 
(^'^Timtmêhík  ^Ú  a  todéi,^i!fatilíaè^1ii 
Certa 'de 'drftáttò.'  '•  •'  íi  •  í-  '•"  'í  -'•  ^-  ' 
'  i8/^^^  Há  bd^,  ealM^  A^l^aittíi^I* 
reita,  coiA  e^tíaj^bété  ao;  Mo  ;<álrta  lèié 
8d,'e'M[lafite'IXíir   i  '  '"*    "^'»  ^''"^  ^''' 

Do  outro~SBX.  PO.  ROkA:  Rl^stlh 

mulb,  'atéitadoá  pkIá'1^|^tt^V*<i'1^ 
Faustulo,  em  pé,  no  eentro^lflf^iitríríh» 

i4.«-de  lAn  ItfdO^GÀBStR^  A^WM 
f/ní<  P.  FlktEBPimm&^QâbéfáilInA^ 

da,  de  Augusto,  ádiretfal''-^^'!  '  ><ií! 

da,^  á'  dfrltffa,  eèfá^  o  Mâ^M^VD  'MMi 

'ÉSBMIOtfO^l^brtV^CII-^iiltlílb^MM^ 
tiibtogMò  ddM^^((^  tMMMlic^^^^JMdldBa**^ 

tiMtiá»Mi:  dé  <l^iA(»^'aa' tlegltl]'  «ÍMicMb^l 
BUfÉíHáíhMidty  l^^étitfitUioi  MTHIMMM 
nÈ.éA^  Poi1b,''M0io  Jk\Ík^\Jlàitíi{W^ 

Em  i757-1ftRla'10*  ft%ó0ll    sjRq  r  «í^^ 
mspatfèfM  l»<»*to;  'tettfòte^MiÉilM^ 


01 


i 


cy^: 


esi 


róis  de  rendimento.        'i'ip«riTif>(;<^T  '^n  ^Ivi 

iV.  B.-— Nao  le  conítanda  com  JfoiuMki^ 

«M  Aé»  «mettio^êaVáttiíiJIáL^  •«fébbttpiH 

-IDUtele^^^èMiili^  «togwft-MoBieieW^ 
nho.  A  coidiMMlvá  *st  PjtfeaÉMf  Un^afiV') 
fmflMir^Mit^  t«UWifai)do»9lifl^^  o 
BMiite  «iioè 'Mif oaaiiw*  etiftiMviBrJI^ 
IQiMMtv'«^4<M  iWiiMi  borram  psli  6allii%-»Ai»i 
Mfia^<«'»'UiilgstGaniábria.  i  ..-:i  v  ;'r"«:  •';* 
Orosio^^ittftradiMCâiiH-ei  P|ffMM*  Ai^ 

,    IX  V».)  "  '    '^'-í  ^ -'í'  hj-: 

bHtmticâj  ^d^ciu  iMúmí''j»ai>m  $et9fk;*mH 

fvnâidoi  por  toda  a  HespanhOtt  dm§tm^  âm 
*    pmMpiíiUêatniA-íkaiâaaêit])  ->/  »•  ri 

m'$ipíêmMmm$..y\Á  'Adu-»  oh  mit  -.n  >!> 

nOtt-tdet  MaM  nÉKWi  prtueipaei^teiK^iK 

«MUto  HiMvifinnHMu  Variirt))É«nripçtai 

MUéf  4D0fnd|»èB«  do^inaúdè  íéIhi  «fai4 

I     da  de  ontroa  dois  ramos  dos  Pyrenad^ifo» 

ntXMBloTiadii:»  ^aBda*  BtckotDm,^agfi 
ifâ^iM#  osi^yniíèiHf«olifen9aApMQa}'(lio<A 
jé^f  râ^  ^d^ármai  «'^^oivíial  ^êm'Víwmmtm 
HMVUlMlwmNra  petttvIdJBiB  doiiHciftâÉ 
(GalllMirft^»imtétchB|ai^  «qÉDaittf«alranai« 
fWiaiid^taMe^fM  dMdii^  edi  dúafciffiwMi- 
Bliiits^d#MWnihiii(ii  i  wwBailniÉ  hteMtow 

^ákUflitàfinÈtímòJdfwé  S^voMaori votos 

f>bi\piiM«itafa|rskirià^«iln«ÉnUMkií^ 
^  «oaumi  ommiÈb  êBimmUêméÊifiM^eWsiV 
O  Flmitò  projectara  para  o  aaadi  gbiab 
A^lrftò*'^»  milMrfiÉ  ÉiIWiifcuti^  áss- 
Yiadas  algimi  tanto  do 


BunmM^  pMiii9f)B4  dfseii  mlomanintina 
eeiíir^  » l^emnf  (Ponfc!»íáia^«.ibteiga^ 
eaeènltaíniiA  Alé  iiatetoon  Mtari0)9inm«Br 
àk^ian^UUmdM)  éH  BQnro^yHeíBMke  dse 
Espada  à  Cinta«  formando. 'graaOeiitalm^ 
etfiPofiBfÉrailttMtfltflkòolitftt 
(AmtetonlínmQ  4aaieetáíTa')A09tiiBha'4ei 
JMMM^tide^A^Míu  5ly  eofc  ft>  do^tk^  itoL)r 
áJ^qnaiVM^oltaaiiàs  dimiio  nenie  d$^  Jfoiílt 

pVsiKn  ittonleaMfiHtoK  ^kfatnçao  asast^ot 
liistoiirf^>raaunemvoa^  fBognphòi^  tali|paii^ 
senão  Mrálèa|^iltltLVl9i&^Lt>|lat^iS  x^qi^ 
tnAioflmHBBiiípçioivloimpt  DOitls^tfltte 
mopie^''<nie idiR'  }•  'V','^^  ••'•'••^  '•**  \^U\.\  -n  .«it 

[f  ,i"^U'  <  'ih    '>  AvituanCl^  .'\\'  y«-««t »  '.■«».' 

dtellrfaRrik^£(Mi6ffi>{    - '«fs  f.br"-i  >-b  «iif^-f 

Continua  o  tronco  d*a<|aeliiÉ  aywtahlMl^ 

êÍÊgi^ftam^-èm^ià  «fl^iiArdejMttBii  o 

ramo  de  Laroneo,  e  segne  direito  ao  O.,  ca^ 

alMdsrt>diiClMW<^  e^eecniia— idiyaf<»|to» 
fmowtÊ9ê^  •MlMdoftVfMr  aDdMt  flaliiai»\# 
oceBpam\«0BO\«Ba«ÉÍ9,  aiA*ai«tMlM«kV\'uv 
>.'N*ttla<<adeia  Af^imbiééIm  es^«Miii% 
MtàáUttfvfÊÈ^  íOttíhWMíê-tm^itêKWp  «pp9a«en 
a'i«|taiè«eiáà  (d«^Affa"(iUi  <«iMtpalainltf 
no^fln  dai^iai«\  de'|i«9«;IMIi«dti>ÍJ^iak> 
')t)On«ta)lnmttoaiMiaiyvaMiooll  hislariM^ 
res  antigos,  diz  (Oros.  HUt.  Liv.  6.*(  tt|» 

M^  pM^íám <mdifftiff)An >'>n6  .toii  fo.i 

dsiwÉniiij  rfif  niiidy^tFwwttdqiiftnfiiiÉnui  jrti M^w 
iflr  MMtoref)^da\  âiilÍHiiff^r.f4i0,s)C0K»M^jdt 
tofçties  e  motUet,  confinaáintoism\MEkstMò;i 
p^]fm  miD(Diaa^40lf itmÁfofeM»  ■flqmro 
ieguas  de  extensão^  o  WÊmíê  MàãiH^fm  éè) 
íé^fUmiámwlêníao  ,fdniV|iil^i)fiidi-lllife- 
/toMÍJ^Mi#^1Mliáilidft0M«fnA  «oh  offl 

0(ipj9deàl<|riB.dBtR  tMttKagiifl  mmmm'^ 
qae  Ptolomen  dá  o  nome  de  Edulio^  (M^T 
Tábua  da  Earopaf<isvigL  tt)  itiit  T^.TI  mH 

Era  pois  o  naflU  IfsBUlIftMioepiinylos 
iJMMMtiS  1  iBiKèMacfcifiÉO  Mba>ai4iMi'>{iB0- 
ríor,  e,  segando  as  suas  awiirlwmrWsMma 


fi8 


acenai -aferra  J'ulff^  oiidntistov^lii^iMM»^ 
iBlB  viiCitpw  aMaiwitliHti  ééeáilflia^tta** 
sds  eitHtHlMçdaí^  4  aiè  da.«aleMaM*a»/dé 

^  MBBRSUft  ott^  mEUaiBWtÊiMi**^9títm^ 
fÉestaUgo^H-contenri^fl^  ftonlnaattilnMi- 
tto.  BâiàtfúM  u  émiQ^'jm^ido^iUi90á^\dmA 
ptwitdà*  oc  aocmflMMldt  d»  iltte^oMrw^ 
porque  eram  barregueiroi  ^amancetedoi) 
^ttMen  e  ptfátondáiMipoai  Mi'  f|yn9Â<)  ^ 
VèUl^á'êlk^ãB'^um  9teriaminmmfbÊkmúu 
almitfoaf.iXCaêLiúL  bif^«^  tlt^iH^  SI4.«)>.! 

MlRFmiTO-tpogftignfti  iptágo^^-SMOii»' 
to.  Df  retida  em  esse  logo  Oogati)  4r  PMifáoy 
e  formal  do  dito  casal,  V  maraviOs  e  meo, 
pêra  o  meéfesto.  (Doa  da  Paço  de  Sonsa,  de 
4425.) 

Esitom^iefyUoioB^^atwdkstomfktõèt/^ersi 
parte  dá  renda  qae  se  ftoeatavio^áiritoaa^ 

oMria^aeeleiMitiBo/ 

'  Bii!lHB^>^  pertqym  aiitipL««^jnBdipiieii' 

Oinflnnii^  «iIUniBtiH<4pilrtagtaB 

alMffiin^^^flteiaft  naelnalm^ /aMist^iqna^eiert* 
ae^oriíiiierflnstet.*''^  giys  iwfcilmarfi 
^uefím^^à-miánúrmmfiMaímáBBiêemmucçm'' 
pridíàsrêê^èm-^Mi^  .pHas^mmttm^quBt^m,'  e 
fÉtiwii  yyar  d>iéfti0faMi0ia>«olNO^tait»*lM: 
afMS/aqm  jiDfta^i^M  (èeteiniiia.qQB>iao§(> 
tia»2a'jlívailo  *s  pmtãi^M)  Hi»^n&m)9me* 
Témfiãaír^eiMltn4gtlêàpotíiɧen$'9  cNt^x 
niitpigiiig;  (Hooi.^a  cai— ra  /dg»  PffBt^T  de 
1901.)  .•  '..:  -'.vx  ./.  ••'  -if  ,  . .  ^sT 
Em' i40i,  aecordaoi^Mbiaa  eâfiw^  ^ 
PoUa^  ^ae'*^^!  «Mtfmtai^  áa  miMa  .tiãade 
fOlií^façm^íbfm^df^Êma  àMe  pr  )iaàkNÍèi.«è^ 

iHHúM  MÁtmPOsa^  ->  \      .         .   •    ,        .. 

MSBBO  e  depoiiini^poDlagiifli  avfifo 
(daMWjd<^>llilI)  ■  ymm,^  /  >  -  ■ 

lIII-4nf  oaífa^Víaba,  eoiiMiMi^a^Mlie#>« 
lho  dos  Arcoè'^ lallaf.da' Vet^M jdlfllMa^ 
M»««daBiag%fMi  «)N.éaLMbaa»M60 

Em  1757  tinhaiiy  |pfDSfii)<  -!);.»)  i[*  *  r.n^  ) 
iOrai|0}&  IfartioM^  liiipauí  ^   :.,:|  .^^ji 
*  ArciMitnida:deBiafá,>diitrie|o  aÍBÍBái4 

t^Os^^AsdondM/de^Ha  Jfoitf  da  £«aaiill 


V 


róis  de  rendimento. 
O  antigo  nome  doesta  tnffmÊ^ 


Ni  D.>  lMaíaaiteiliv*i|kOr  lnwa«M»  «líivi 
D.  Joio  Fernandes  de  Solto  Jfaqnr»  «a 
ia&^FaaM>K4epQis«i  parpadnttia-AMiÉ' 
cMdas.úé  VáHa  Hfota^da  GfiPittlm.     ; 

MiliUWHQ  ^a  liEiaA-ir|»ac«il9iM» 
tiga-^mmelBi  u  o-qaaiiem  maúé^iflV  ada 
ma  emkL  o  at»  ^rae  feiío-  for  ^maiaêa  m 
qnalqner  negocia;  ojqna  dá .  m  jnacièt  m 
tada  da*>ma(la  de  nma  jNriqiriedail04 

■âiadahqtaaeséá  o>aome4a  mmêim  aoJ^ 
gàr OB aMeiai qaaiiiMeAM  a -iOãA frag» 
zlas  Silifnatj^amtfnai^.oa  aov  vIÁiiihO'  f« 
tem  dois  parochos. 

rl8.|KMroaç^  4te.  astia  ii'fl»taA.  «ima- 
siMNíai^  MMuMLtA  pmceirosiaaMHlnagri 
maea«paga»aail)enfeaw^.f^m  awMaaoa 
paao^^^B  fta  sagoíala  a  ontni.  .Oa  aaaa* 
martoaaigiiom  a  ■Mfcma.\prttíea;.i9aaa 
eatorree.  ne^geraè  oastnaum .  ser.  »m  oa 
aô- finaparia,* .  <•    •  <  ..      ^.*. 


Já  se  Té  qna  «dUt  irdem  ia.aoaaM-tt 
emÉsIgp  awiitD»  tnéoatwpieiíte^je,  émimni 
daifaniea  FMBoa  imiiasiiiTal  4na  aíMda  q» 
si  no  fim  do  seenlo  XIX«  aa  «aaaartf  ^eiH 
absardov  a^íB^fèat  moâlM  aanaaaafdmrt 
tar  «ptifaiiÉidii^  lati  muna-  devaila  Mkmt 
Para  padM  éè  iaaaaiiOidiB|«mlaf  daniM 
euqpoi^lfB;  >!'  i  "'.'.-  •  .   . 

No  concelho  da  Foiva  lia-aiiia;aUato.á* 
tuada  na  margem  direita  do  rio  Inka,  dbt 
mada  úiôMta:'  TéM  Mlègba>ff«aaio«^ 
tMòsí  dÉ.telneiia  ^/ilflnMi^.%itf'A^ 
a9B.anDoid*6ila  beapeaia»  entnada  éf^^fút 
kabA  irdaiada.úiirtMia^  um  anpa^^.^ 
oam  da^mratdaa  firapiéaias^qaaalia* 

.«Aaalddis  da  d4m||b  a^da  Arriilaaii* 
Baaam 'âa.;fraawaiaA  <6aaádai{)a»ailM 
4a  dfia  inaiMia  dç  Yalla^A  aldeia  tePtt^ 
eegBeivMii^iDBa  k^pmimMns  da|Cj|aM» 
e  os  mais  meieiros  do  Valte  e  de  Cmêái^ 

í  AdMBUidaiFaraMh^-é^yaataMMra^* 
Yalle,  >a  ^pdau  «MMitNi  dSeaiao  tafiMiil « 
daidalfattA  •  ^.-^a  -'^.     >,n  -<.m'<  c 


A  aUMidaiGlutt  éllMbeai  mimaMm 


Iffil 

os  prejuízos  que  esta  barafttililí  fláisH  iM^ 
piv9%  .Wiijyfeftmhot/B  <âtè  iás.UUMUvttA* 

í;  .Bá^t«ildi0ni>Bantt«i'iôàiiàBaB,.  ipiè  ji 
tám»tivaiqpitf0íé»^.^ma.irfiflnrin :  i  *    l; 
i^tAiBM^hírlép  ^aoDlaiilaite:  ItooM^  pottl 
«i|á*flkn«iaitoft  oiÉs»«ttqBfèM.irfflla  oUIép 

^pntp  ^ttiteMoroBiMundiaié  ifeiwvdK 
^om  tinha  hwné€V»^m»milámmkm>{\má^ 


O» 


!):* 


;>\.).j: 


:»•  -íp,  í.M    M'.    ^ '. 


/  f^aíUiI 


tèil^^Mteb!  Kéiii^  itfta»j  ^íhMo,  «io;  « <^  > 

meqne  se  oaTa  aos  frnctâ^  qae  se  venciam 


HêWHAi 


MEIATÁDE— portagaez  a^tfgpr-tfivf tad^ 
(DodUBento  das  (r9irM^4ejS,.6ef)l9.d^4ve 

-tíl*,»Wf4|8^*í  .9t  ftoWV  a^  »e^^lx 

ma  signifieação.  u:».  o*  :  .  v    o^, 

-7inBBI4QamrpttrtwiM,  a«l^|»mfiiXlÍldo 

idiòWéb  tíiki!Íd(^iídíkMiiféMíl^^ 
lia  iromerosos  Testlglos  \Éè^^éM«frdb^ii 
áttfVMtnMij^Mf  HMi  W  fliMíWAIlifein 
4NM«s«  doYidMlíó^oiiMidait  MÊMmtítfj^f'^ 
'^mfi«lítttzte'«|)B.  1)liÍÉ^'dfiPCMIM'(«Éo 
jánao  existe)  appiÉMil>«iáu»biitMiK«oiÉ 
esUPlÉMHp^iii-i*  t      MUxMOHmaau 


tASTELL^.  |^£¥)yifO|   t,,:>  ,:.  ,     , 
MONUMENTUM  FEGE- 

I  'iAiitíMiatt'i  '.'».«•  '•""  /'li*... 

MEXEmO— Vide  JSffúufMfo: ' > ,-  >>  ^i    i'  • 

PUêcom^  (Déto:v«i^'AlpM|aAda,  de  1379.;j 
uMBiranO)»  ouv  lIBIMimS— fregaezia, 

Btftwilliá^  «MWilMHIt  Aunáca»  eomarca» 

Mpatfo  «  e  >lcHiMb0iMi>  da  l»amego,  3M  ao 

Ml-^ysM^^aO  fiiboaj  ^<iit".-u) 
Bm  iWTiiiliflia  14  ftHpél  •  t> 
^•Olraitci-^SfitoilItaria  f^BMlk  Senhora  da 

í«ttf1ttoi\adiiilatatnM^  dsriViseiL 
^€lsiiii»|Mmid»TPaiiiltaí«pr68entaTam  o 

mfaiífíi'^^€>)UdÈikíWm(MM^íréis.áe  rendi- 
mento. .í;:.t  /  »Mí.  '» 

^MEMitMIiregikMlii  BeiÉaJliiísMoalDiíI^ 
ca4è*ldlilitaai9lofB,  OMieèlha>dd>fiWMHM<W.v 
a0bkiliiMiMá»iGim«aijÍ8(HLGEa;«iBs- 

JkaísmiiíAaíW  titò^  >. '-h   ^  ...4  ..: 
Orago  o  Salvadoí^'^  « *    *    :*:  Vi-  i  .<i3 
'Kispaioiáa  feaida,  Hiiatâc»  admftiitfa- 
tívo  de  Caatello  Branco.  .m-*/'*/^ 

^"Ovitíilfadiíoadò  apaaaeiítiffvbiiiv,  qoe 
tinha  200^000  réis  de  smÉimoatau?/..  < 
^O«iMtmi^d/ésláf/íregKMzla^](segniiil0rjlkU  J. 
de  Sonsa,  Vestígios  da  Lingua  arábiga)  A 
ãMVafiiiiiaKpftiatr»  attba*  iísamÊá,  niHDe 
preprivéi  'ttooiàmi  i  ttgoiiw  *%-^<Hm«áfiiiaiif^ 
seguro^iptiMadot  #.i/  •:  -f»  i  li.í.;  v  a;:':  i  'if' 
£fiRar6C9^meviiis  f  nvoíveli  «ep^  eettmptSo 
da  paUrra  ee\úos»^mímem.Tíié^m]líiúák 

i)|aai<ML4e*a|i|eilÉ^BeÉn  iâisaiHvnniH 
ca-jdBiidairitaNovQijeoofelteids^AaÉttlMiqi^ 
40  kilometros  da  Goarda,  275  ao.&láe  bia^ 

toa^litOJfb|fOsL^nx!<i  >.';>.  •>  :>ôuo'i  •»!>>  iu4 


aa 


.  u 


Ongo  No0M  BiwtWTE  4»  <G<pcei^. 

BIffpado  da  Gotida»  4irtrtBto  adminktn- 
tíTO  de  Caslellor'  Branco. 

A  mesa  da  conseieoqã  apresentaTa  o  vi- 
gário, que  tinha  eo#iMO  léia. 

Segondo  Cr.  Jisãtitúe^8Êúa^  fVetíigios  da 
Lmgua  Arábica)  o  nome  d*e8ta  (regnesía, 
dm¥li*«»  de  3í<MMa,|»cAiapMpcio  éi^liNi- 
Unr»  q^otvenido.DMaMifirbo^á  «imiai  41M1 
qner  dizer-^^esiar  «igafi».  fiiac^  eoantonlo» 
conservada»  eto.  ^  ^-.yx.-,''^-' 

-  ftÉeefrfPe»  ^^naot  dist» ,  atgMitBlq;:  MPe 
tottmaia^  probâMIádaAi  vir  áei  iíteiM^  qm 
taatfMiftM^proniuwUvairMiíSA..         v    "« 
i  vf     I O  #adr«'CUtTatto  na.  au 

floD»  toa  «  aegM^  ^iiiiir  4M 
.e^latf  dnaa  «iNittetiai  <A»  «• 
provineia  doi  MiokiM-Uâfftdv 
do  BMtoi  S  dMUiifcm  (éfto. 
g%Ma  aanprer.éiL^Baioa-Aú- 
xa,  e  desde  tempos  reiMisif^ 
tom  ^pèirmifltiQinbA:  maia  ide 
•  qul  atmos^  ns^tenrilSfrW  dkvUs- 
;  fMátt  4a  idaitià  (a  ífelM)  «M 


1/  •' 


6  0  da  Guarda.  <•  '  jr 

MEIMOA— ribeira,  BÉIr»Btfxa;mífaace 
Ui6fiaí»eanadiaeér  «  Vmaia^^MaokmiÊÊX' 
pn  8^pii«dadaíiZdBere,'imiCDia:AiMríi.».'* 
-laoiraOM^ÉSigiMiai;  íDfliu%!  jaenátaai*.^ 
eonceiho  de  Lousada,  iSjkíiooislfosd»  H& 
do  Porto,  345  ao  ILjdd  Usboli;  MMIbgQli 
Em  1757  tinha  3i4  fofoa.,   .<(.;..  z* 
' fOriv» Santa  afarfa,:(Nonli  âeièoir»  ias 
Neves).  .•  ••í»  i-í  <-•  -t .  'j  ■•.  ."/ít 

'i^  aMffrimetfo  «iage  Jbi*  SàBi|o(91iytBo, 
eomoadiafli^eattrA'-!!  .  .-r  .xvi.*./:';  ^.•,. ; 
iBllpilioíse  distrklt*^daúúlBtnltarD<  ^0 

ÍOrtOt"l    \»»     ^o     "M  ^     «.'«     ><'.v\>.>'(      .'  r.TW  >     'il 

h(MÍ  ímansh  eottt^  a-éritiwra^íÉiuifa  ImH 
^  lodaa  os-geoBícuuijpifleiaadD  iKssiiDrgaici 
Cria  muito  gado  de  toda  a  (lairtídatfeionv^^t' 
cf  ^rmdtta  apieáeotwai^^  «fgario^Tqiie-tiaha 
ll«OtttréibIe.ieMteealiili(M:i  ;:;/,•.:<(  r.b 
Os  bispos  do  Porto  eram  senhores  d'eila 
lnaníi^''quíttl  iMBiiilaípir-AmMWlVor 
<nMllMo'fbBbeiii'4ne<aqnitfiihla  a(>lutf)ca*» 

Foi  este  eonde  que  no  annoMI§Oltfilitz^atf 
relíquias  de  Santa^>llÉíi,dridluMllefne- 


de  Ajntlnniai  aa  pw^wa-  íleMna^aAft 
doeste  aM(».iparttr  ».>».»diiiw>i»i.  > 

>Pae»idini»algWMt<t|ie.es»>#ofiiHÍol 
Sff  ^ftdf^fMBMwmili  ttoaio  juosa  íés  JIh 

Qna-  ím  4a  ^Tifani  ^do  iSfwiaa  q  aaiasÉ 

QWiM.MaMlair'.. ; 

loa  Uaá,  áeaíD.  AfciJwflpigiqpifH 
Hugo,  bispo  do  Porto^  a  egrefa  de  Sê 
lííypm,  dnAfeánAte, JBsta  ipija  lirtiiái 
de  um  nihinÉHlmn  iriBintfnífimMe  im 
M  d«  maiigaá  beÉfldWiio% 


^^ 


eilataiiava..8ii9pO«4aff  qva-^enb 
Ml^wnii  FeiiÃaauVol'piilreai'UM(i  p 
prineipe,  com  aaMorisi^iiâ»  pafránii 

cbiatA^d»«aiilii(i.MiMiHk    .'.\ , .. .    1 

-MliO*-9if«BBiia»  wtfMb,^  «iliaa^t1M 
muitas  vezes  na  mesma  aocepçao^^^vÉaiM 

(Doe/  de.  Al»endpvM«iii  <^.Mt7HVMB  J 
BEÍcm-portQéuek  intigi^&iei&^J^'' 

comarca,  bispado^  distrieío  adminjutoOTi 
9  kilometros  da  Goarda,  900  a  E.  le  ti 

b<iâ,'«»-lbtbí.'  ^  .'it-v-aaATAHi 

Orago  Nossa  Setíbot*  9k  AiAdi^.''* 

grua  e  o  pé  tfaltar.  "  .  «'"""5"' '" 

ritorio  eoiDpreheádM«iiiai'ÍiiBMic(iaurii 

rnijPHIIBnilr<-PArUUieMBt|fftrriMR^ 
ekeotttaiV4M  alliM»gM(.G(M|iMkW«  iNUM^ 
9if>:derfitnMld«pnti(|»  .0(M^«fli|(WrMII'' 

MEUUIiHO-MÓR  —  porta0M9tiifMÍ|ib!! 


Kl» 

fMt*(fti2er^TnâNMtt  que  ^eM»  86^n- 

ieSy  vi  lias  ou  comarcas,  pari  te^reioi  }Mt- 
Ca,  segifbdo  0'1M!l'')bèB-âetetttifiMr^<;  e^ha* 
via  meirinho-mór  de  tdtfe^^r^iH^  A«8te 
IJttVtciáMIáÉlfiâè^iítoMíii  Ú9ik  fiÉ^mànm  co- 
mo prender  fldaldos  elMOMm  degraiíáeéa- 

má&,  tík^áiMf^ifõí^n^  ^Btktm  otmM' cotos 

«J|(tte^l»'  cii^va  a  «OMoridalSe  daé  Ittáti- 

[Cod.  Alf.,  livro  1.%  tit.  60.)  Vtdé  Jtf AiMifo. 
^1)  O^^yffldbide  doMiiiAíiii-tílôr,  ent  Já^^he- 
4Íliid"Mi  PéHdifal  anfte^da  conde  D.  HéoH- 
-q^^ipéte  ett^l074,tdAaMdán  Leaú^eOas- 
tella,  t^.-Fém^liiéo  Iil>(^t9afiié)  sCttlEnado- 
-Há  iDfoKo^TnictésMdès,  meirhiho^inór  na 
'Qia^ti^ibiiaâiiréí  j^Hngtiesa,  e  áen  illio,  Mèii- 
-«^«'Dffts,  na*  Beira.   * 

O  nso  antigo  doeste  reino,  era  li»yer  qua- 
ntia ttei!^Ínliò9=Aâr^,'^4áido9  pelas  ^tHitro 
iJ{Hifioipae»'ix)nÊapea^-^it/«^-llotff^  (Entre-^ 
i^Bobto  ê  Hinliol  ê>TraS'0a-]fòotes)  BeMt  (as 
I  daas,  ou  Aquém  Douro)  Extremaâuta-^  En- 
(^^eTeJò  €  iGMéHááa.  Depois  se  fex  tífMs  um 
ílK)  AP^fve: 

<  '  Iffa  «^miròa  de  Aíém-D(mro,  se  cottipre- 

^  hendiam  as  proTincias  de  Enm  Dotiro  e 

Ifinbo,  é  Traz^os-Monfés,  que  depois  se  vie- 

r^YUrn  a'  sépàífar,  eito  diflérentés  meiritAio»^ 

'!liói'es.'Táftnt)en},  algumas  veees,  andou  a 

'fieil^a,  orú  nio  tnefrinhsdo-viér  de  Além-Dou^ 

>f Oj  01^  no  ãd  Extremadura.       '    '      ""' 

'  |'AIM  d^^ted  meirfotios-móresdascomár^ 

-'«kl,-  baVia  0^  fHièirMuHnêr  étó  reino,  que'  era 

o  seu  chefe;'   "í  !  -  •    • .       ■.!•!.. 

.'  'í0'j[írfinefré  -melrlnho-mór  que  vi&fo  inen- 
''^iúúHãú.if  D. 'fero  Louréé^o,  que  settSSri-» 
ga»  iíi^»4viíiiir  iikit^ím  Pofftft;:  em>  Utaa  di^i 
çao  que  à  ordem  d!e  S.  Thíago  fez  D.''Sáii^ 
cho  II,  da  villa  d«  AQtisftêl;  etn  Lisboa,  4 
3idemarQOídni35.'"  :/•.'•-  ^«'  i 
L  DiYadcO MaiP(fbl^1^ineriteV^r&«efrAiho4 
mór"d^  ;mèd  é  fkim,iú6'MàiMèé^D:im 

•í(rtiáé'-!tt, 'eiej^  •  ••■  ••'  -  --     ; 

"08 'que  desejarem*  saW  V$9 'ne^ 


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lí  »'; 


■'  ,:.   ' 


/ííffVMeffcíáSqúe  òáíttíalgos  feziádi  aos  sôua 
'»^a8áHteí-íbtta#''péT6.  •' :  '^C  '-    <^^  ^* 'J^í •  » 


1M0I  d0  toiMiesflMfarifiliiNMl^ 
ife»  qna  bottfve  teou  Pòrtugiimiai- 
dè  DJMwAo  B^vté  11:  All^iao 

de-^Di^  Loit  >4]tfÉttiMi  éeitmâi, 
»  ^lem.'i.«/pagr4et^M|[0Ítiie;?i> 

Durou  o  uso  dos  meirinbos-mérei-idis 
'pm'iin0ía8,'defiNÍe  • -priíft^^io  droMuai^ia, 
até  én»  tèliiái  dto  D/  AffdDMr  Y/  qMftMki 
«»  inairfnbdMiiórea'  dás  «oiBifeàs^^^soÍMMr- 
'^KáMdo  illnr^sóteelritiiio*mér,*qtiiideMi[)iiiita 
MtriUkihmóír  vio  oM»  irf^o.*0*t)ríméífio 
que,''depols  ^da  áuppfeisiio^  d^^oocroa,  M^ 
este  emprego,  «uptàieNse  aer  D.  Oenfalo  Om- 
tlntoçpoiaqte  omesaKyrel é  âMifUd em 
4446,  AoméandaMarAm  de'TáVoto,«á>li4e 
abril' 4*esêe'aniMí;<Na'earta.  de-uèmea^^  diz 
o  rei  que  o  ínmínieirMMiiiié^daeMíie 
de  todos  0$  seus  senhorios,  assim  como  era 
D.'GonÇalb  CoíOhêkõ,  qae,  pat  êH^^dè^offi- 
tio,  periêí^  este  loífàii^:"  "      '  • -íJ 

nnbam  osmefriíiboe-aiórss  JvHsiie^ 
9olire  os  niobres  e  fidalgos,  da»  snaa  ootúareaiB, 
e  que  consta  lie  uma  *èarta  régfarqvio  ^Mia- 
va 110'eaftoiio  do  mòsleiro  «de  Pedroso; 'fdi- 
tft' por  D;  DMfe,  ne  aniiò  de  I1H^9,' primeiro 
d0  9eu  reittâde.    '  *  •      •> 

Pnyftam  'os  Juizes  ordinários:  daa  vitM  e 
concelhos ;  tomavam  Conbeefttietlto^das  èáU- 
áas  eiveis;  passavam  cartas^ée  ^ngitimaçCes; 
flnaimentcl,  era  tie  graude  a  suà^iuctorMá- 
te,  que  etMrespondia  á  dos  adkmtadoSy^^à," 
eedende  á  dos  governadores  das  oasas  do 
eivei  e  regedores -dad  rèíações'.  ■  .    ^  '-»*í 

Tratando  as  OrdenaçSes  do  Rãii^,  d^  of- 
#cio  de  itíeirinbo-mór}  nó  livro  4>  titi  IV^ 
«e  dls-^Ao  s&u  of/iciofêrÊenée  fréndt^pessóHs 
de  èstado\'.e  grandes  'fklafgos  esenhoresde 
tertaéy  e  taès,^^t&  as  oiêtrn^  juêtiças  oe  mão 
possam  bem  prender,  e  assim  levantar  aSfér- 
^s  que  pélas  toê»  pessoas  éefnm  feita»,-  ^an- 
é&por aòs  /A«  j^m(}nAz(l^r— Dii miilsi fie 
— Ao  meirínho-môr pertence  pôr,  da  sud  in&o, 
>ikní'i»kfrinko,^*'que  Mnde  continuamente  na 

' '  Dft  C/lroitto  d^'  I>.  Jóbó^il,  i^or  Garcia  de 

Vézênde,  se^vê/que  Ds-b^fehrinhosmóres 

flM^Éta^^èMgadòsf-faiadstítitf^-â^Jexecuçôes  de 

*teie#te,'idas  pessoas*  frandes^; 'forque,  recu- 

sando-se  D.  Fraucisc<^49oMnho,  conde  de 


I6S 


Mirtdtft  ii^m  «ml^  lei».  OAvrinho-mór  do 
rtbuiJiAjftiliiltíc^  WMUIQMi^da  Aaqoe  de  Bn- 
i«D03^  W  1M}|  «UafitdQBerparente  d'e8- 
M^  #4Wi  ibe  fie^iioa  »ide«eqlpa,  e  mandou 
aanrtr  de  nwíriiite-jnAéi»  Of*f awiiacto,  a  Fran^ 
cÍ8eo4aJUveir»;qoer^Íil}a>^cio  de  coa4 

'  ^«Blrtiieiaco^iitttho,  lu^f0ita,m»rúibo( 
«óff.|MW(D;/AffiiDlQ'.  Vv  em  W%  diuido^boi 
tniío^^  (erraa  d&  l!oQ»>rada;<e: Aiaiaon^n 
Ihe^.yoff earlur^gia, dAiada.4e  Sai^iiiww,aj 
SO  de.  maio  d'eese  ^mii-^em/CéinHiínraifia 

mr§Lm  aetMio  anfmsíto  /tm'parte$\4^  ui/HodJ 
•  HambeiD  M  «MkiAborin^.Pi^f^ívaÁ^ilQ 
D.;1pH  Jjy  Jiify  id<»  8«im,  e(wb^r4e  9írip-| 
Cél  e  de  Sagr(ie»i0  ,aaceinlei»te  4e»  eondeatdoí 
«Kndo^etBwqtteiea  da  MIaaa.  • 


\  1 1( 


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-♦t. 


Dl  P4»dro  U,  (ez  oDeirinha-nár  a  D.>Fer 
nao  Martins  Marearente^  %,9cwá»  de  Obí-; 
4Qe«(a  UAbeai  €^de  da  JPatoa.e  do  Sabvgal^ 
por.  ana  miklher».  a  eoodessa^  D.  Britea  Maa-: 
oaMoliafl,  filha  .de  d!  João  llaaeareotàae»  li 
eende  da  Fatea.  e  S.""  eonde  do  Sabogal,  < 
'  «Fei^i^o  liascarQnbAaeontíowaiaaer.meíi 
rinho-mór  no  reinado  de  P^  JeSo  Y,  aendq 
também  410.  doa  irmioa  deace.  nomarcha.. 
raUeeeaemJ19Mi.ro  de  Í7i9. 

8egaia-ae  no  eqiprego,  aea  >  âllv»  .1%  Di 
Xa^ttel  Maacarenbaa  e  Ç*8tello  Branco,  iieit 
Mleolmeoio  do  primogemio^  q^o  era  D^ 
Franeisoo  de  Asais  MMaareobaa,  conde  dai 
Palma,  que  morreu  em  vida  4^  aeu  pae.     i 

Desde  entaa  tem*se.  sempre  conservado  g( 
oflcio  de  meíripho-Diór,  aos  condes  de  Obti-i 
4oa  e  Sabugal,  peio  que  ae  denominam  cen-j 
dé9  mãmnhos^-márfis,  ocyo  emprego  nãos^ 
aotuaimenle  p^iala  do  que  ^m  Ululo  bonori-> 
flco.  . 

JÍ^.aalual  eonde.de  Sabugal  e  Objdoa»  oarJ 
D^  jàuia'  de  Aaa&a  llaacareiibaa«  (Vide  M¥^ 

Nao  é  bcye  facili  peba  aa8igna«< 
turas  nos  diversos  documento^ 
d*a4UPÍIe8  tampoa^aaber-seqpaea 
eram  jQe  meirínbos^móreado  nd-* 
AO  OH.  de  comarea;  pocfue^  m^\ 
|od^  aasignavam  simpleamMite 


'|-||BBMWWg^egiwt»;,TniT  peifcpi 

cornara  ftieeimiflMn40'lfegA4#w%  491 
]ie«e»rM.i^  MS.  de  Kiii^  Mff :«»!  %*ii 
boi«  470 fegpaw  ..  .   t  .  -  ..       1 
.•  {Kra/Í707  MnbaiMtfogep.     «     * 
•  Orago^&^Benio..  /     .         ;,  ^    . 
AMeMeMMle  da  Bracib  4iaiEMÉ»  ndnÉ 

, aabbade  # qaeceUo^4|niDOii MUm.  e fe 
meaia  d'eilftittflaiBO  flonfyiibifcl  iMwaaii 
o  vigário,  que  tinha  6^000  r#ft  4^,4mepi 
eOipéd*a|t^.  ,         .  ^ 

JWItOK— foiiHwieit  iHHJge^THdeimáii 
.jBfim,-*maí4MiTnoaae»  halitMi€«9»  «kH 
Alaee  qiie^ loiw^iee.leeqilarm  4M^â» 
^wriPt^Bate^i^ttieiaim  en.Pjemagaki 

ffipa  domuentoe  deaeeiHMoa  ^lie  JUEbff 

casa  ou  mosteiro  do 


to.de  teiqpiiarioiu 

4fElTE(ikloa44JiSjPqCM^MWn»i 

4von^atoâ9Q  4t^q  8a(|ai¥a.i»p*iiiwdnm^ 
9r^i»^meirjo^  ^qa.pediai  media  «  lurreeidJ 
1^  íóroa  9^^$*   . 

Faaiammitae  e  tao  gmidea  .exionieii 
povo,  estes  beleguins,  que  os  rete.af»  fim 
na.  aeceasidadede  p4r  Ireio  â  aoa  eiM 
inaaeiavel.  ,       .   .  1 

i)..Diaii,;aa  earU  de  iôm  fae.pMn' 
A  Aot^nio  £a(eve^id^.F<0^ti#tna.áfe  CakHk 
junto  a  Lamego,  em .  128Â,.^piie89aflai 
4xí:--^Et  jyro  aimiUigo  4mi.fofid^  JB«|# 
troa  documento»  dq  aeculo  XIV». ae  declia 
•qu(9  se  daria  èor^  ,ao  mpràon^Q«  pacav» 
vexar  o&  lavradorea»,  obrigai^ -o^  a  ^ 
sentarem-lhe  manjares  delicadoa* 

HEIZf  DQ -^  freguetta,  Tr^H>fr^QBia, 
eoncelbe^  .comarca,  bispadp  ^  dístríeto  ^ 
BragaAjQa;  60  kilometros^di^  Múrandas^^ 
N.  Hle  Lieboa,  75-  fogos; 

Em  1757  tinba.6aíogos. 

Orago  Santo  André,  appstpicu  . 

A  casa  de  Braganga  apreaeiKa^va.  o  abM^  | 
ique  linba  4004000  réia  de  ve^dkneiHo, 

Estou  convencido  que  o  nocjee  d^es^  fit* 
gueiia  e|  das  seguinte^  que  «  téem  egM^ 
corrupção  de  Ameixêdo  (ameixial,  ou  somÍ' 
xoal),  por  que  em  9)9,  os  condes  Ludifio Ti* 
marSes  e  Rodrigo  Locidlo»  è  outros  ftdalfv, 
I  entre  as  egr^jas  que  ^ram  ae^,mes|áPo'^ 


4llBtNniMfi^<»i'lioitiiá«aí-u' ^ 

Ameixêdo.  (Vide  Cresinma,  pa((í  i4T  ib  ^ ; 

.  ■  ^  HBUrog**^  ftrétWBifa^^  MíiituH>  teoiwdlifo| 
owuurer^«  ídiBirlotDidft^iliiM;  iW^Usaict-  ] 

'^  Bm6f7ll7,4hlh«.'97nfb||ip.  *o>.:»i         <    n  ; 

'Anusbispaâo  db  Braga;/  *'.^  vui^i  ,.:ui.\vu\ 
A' «0ttrá>  apreAntáfto  «latobaflei^^aa  tkrtia 
»lW#(m»réif  «da  reiMttiiieiíto.^   :   '.   /^  \u  > 
I    X' Vmq  Itt  MoHos  aaiids  lÉMiiiima»  firaguetía 

I  *«diii,*«a^Oibattiíiiii)    >  '*>  -^  ':''•  ->>'•>  :^^'" 
I    '.  o  JaMiada  i^ódo»  rmdir  «lii  cpiaàiaeiy^das 

I  '  *  Ai^ninfei  úà^fióéí  eoáiiveBdatarJtt^oswMi- ' 
I  teiros  de  S.  Salvador  e  S.  Glaadio,  DaàSaaÊoi 
'da  RooIh;  líue  tetéttlioèi  ^luiseu  dnéen-; 
I  dente,  Francisco  da  Rocha  i«Gdx%fleoll0r'A) 
|-  moÉgsdo  4a  PonciHaa  ''-"-  ;• 
I  A|[BIXfiDO>ol&  M&iXE»a  *Ht  fregOBiia, 
DÉrãft-^od-MotíuO)'  eomafotie  ooiicellip,  adltí- 
,  lometros  a  E.  de  Montalegre,  72  kilaoulvds 
j  âiNBi 4e^Brafia^ 420^10 ilide liltaii 65 fo- 
^    Oeéí  ••  :'.!.:•.•»■ 

fim  Í7S7 tiõlia 70ifogaa.:<  -  s  >  ^ 
Orâga  S. >lí«riA  0<<M8a  8diilii»à4ft'ABSiiBi- 
I    pção.) 

^       Aveebíspado  de  firag8;idi8Crjeio^.aifflíliis-< 

nU¥d  4d  Vilta  Heaii 

Fei  iKMira  e  fOlAí  ÈjkSMímfaêdBSatmao.' 

0<{»a^a  e  a  mttra  apresentavam  alterÉaiti-; 

távMnte  o  abbadoí  que  jtinha^  JUtOjIOM  seis 

de  rendimento. 

Á  egrejaf  matrii;  é'pe<|«ena,  mas  das  me- 
lhores d- estes^aitioK.  r 

fi  Situada  èm  UDiaVcoIlitia,  ao  Sal  da  ser-! 
m  de  Laroueo,  entre  vxks^  te*  origens  do  rio; 
Cávado,  éda  de  um  ribeitx>^.<afaQente  do  Tâ-. 
mega. 

,  Goaip|õe-se  esta  fregUezia,  apenas  de  ^nsíS' 
jpóvõáçCie^.  ^^dch  (onde  ,està  a  r^grêja)  e' 

O  terríterie'*â'iKpiii  éarenoso,  fnki.e-dei*! 
âj^ríttado,  é5ó  ^múz  centeio,  bàlàtài^,  tfàbosi 
e.algipãfhortííiça,    ,  ,  .  . 

.  Ha  m  fregiiie^ih  pvoxiaia  a  òp  O»  áe  Hei-: 
xédo,  a  capella  dl  S: 


I8B 

ojfcmsAfideii  daiOnéè^Bo  da  Ghan,  nas« 
^iO>  f iâ»iliíuiraila»  i(Wd0<eaMi^avra.) 
■':*0^oaÉe(dfeBla>ilregBeiiaí»ida8  doas  ante« 
(cedéntefe^  ^é  iinil9)<pnipair)|b4ae  seja  corra- 
Kiepoiii«Barpe^eiáBiitiimK^,  como  dis* 
^  aa  ^qi^níneirái^ipofftejcâl^iiDa  pretendem 
(qa0.veBltt^/|iNia4iiBi(dMri(^^  significa 
iMenttola^lKiQltíita^áiaiietOydlrropçã^^  ete.— ^ 
dq-  >ir«itb  ^auHUá^^Meitniré^^SMÇa,  impellir, 

-  ':iftlBtBISíntfaeywtiat  MatOf -Montes,  eo- 
^]iiavo»!eKÇO0MttàOKdii  Montalepè,  80  kilome- 
tifaai^^NBd  áenfinm^  480'^  |C.  de  Lisboa, 
.4ftiffl(pM.  «'H'Hb  '.;t;  .'•...;-■      > 

:  ^(BflléiCK7»tiiÉ«{46ila«as4w. 

•ôrag«]BaBta4tfalria  tfiaasaifiânhora  da  Na- 
ítÉridadi.^  tíb  niht^tl}  Ui  < .  -  .-^ 
'  {jAnoáUbpadoíidBdkBgàildUlHcto  adminis- 
«ptmMdeiyilteAeâkn  [  ../(.-!'• 
^Qifmtimá&íL  liiiQalfda-Babadélla  apre- 
.Mnlalra^^Ofmgri|fiQ^^qaB  liiihai^MOO  réis,  e 
■Ofpè  á^àltíÊ^.'''^  .'*'•••       .    ,  i-' . 

^Qí  4a:4Mlnnuiida  ^a^jBnba^élla,  qae  re- 
cebia metade  dçs^dtttoicw,  e  %  ^atra  metade 
o  Inasgada  «le\VíUa)F  da^FerAítts. 
,  <  ti^juÉoada  anfQBUpianicl^  qae  olha  para 
a  lii)^)fta«Ei9aai?dorio<3éta,>^na  margem 
^úvfifab^éo-tiá^éa^áçinitQi  caaflaente  do  Tâ- 
-mâga.  A  - 

A>k  idtíma^dBegaeiia  aB^  áa  concelho  de 
Montalegre.  Gomp9e>^ia40  ilatt)nnica  aldeia, 
Lqwiha  dàoiBome^:'-.       \:''\  -t.  ..  .j 

O  isé^i'd*«8ta;  tfiregiietía^  aAtfdaqqete* 
abBlgadq^  pi>odiK  eeniÉip,tiiiU»)^>fata<vhot- 
taliQa^•'algikilía^ínlc&a^  .r:j)  •; : ,. 

.    ficar^iK^^N^â^MM^^^^v^aAnCMvei^ 
ç«b>)y  e^  pagava  jm  c0BniandatariOí)ãKSif 960 
fóísrde-ilni  aapaali»^> '• . 

D.  Abril  Peres,  senhor  de  BobadMIaj^i^ 
dbtt  Ibratyemagoslio  de  Í3aA.i(£ÀvtOi4a$  fo- 
f>aer:aR<u)raajdr  iasturoifuraa,  fl.'i4S>y.^*aQL 
l/^ia;priÉdiHa)  !    .  \i 

:  .  i2oaia  •aqvi  se  (átift'efa  caM 
' «:  '(vrriMto)  qn  «itca&^^iaiílQi^eiuaiwe- 
.  f     '      me  ;£xpltf!adr  (aos  q«e  (Oilguara- 
rem)  o  qae  isto  é. 

O  reguengo  (propriedade  qae 

era,  ou  tinha  sido  da  coroa),  era 

.  €D^«oraL  jiroio /a^0ii«ti9,  me  se 

for-  todoa  os.hjSKdairoí», 


•  •• 


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«    M  4 


• . :/ '  :4pjaBidliihetmcl»^pâttiÍãs«iQ»- 

>   i!  -«alentas  ape » a— i><ip 'Jtoéoiloa. 

.  iiOf».  ^0Lp  imo  ae  iíTidií^D . 

..      •  )|ii»«ettnlBBUIra4WDleiiiaDl%A" 

-.»;•    ;   1  •i0.ea89è.eQfi|^iâç»á(k:tiiiiuiBBi; 

era  obrigado  tu  «oiídwNiana- 

'  ;  •. !/  fpondaf  pelaiipeBfiaoAÍãtaOByjco- 

linaÉdo-oft'  dDs  .mais'  TMMom», 

^iifelloi  4p9iiâo>«  etttte§aaâa* , 

os,  elle  8Ó,  ao  direito  aaq|ioiia.. 

«  No-tanl  ^aaadret  DJ Mutuei 

.  .itdéo.  â-Mira.éa  Paiva <luijia>eDQ- 

celho  do  Castello  de(^«a).eai 

..  ->:'iltl9^fMtenáDáaaluii(iiai«i0dev 

clarando  o»6aiàoi#  (leiíoaa  qm, 

u  'i>'  .tudcamentoJidetiaiirpafaFvdiz; 

ou  peça  movelly  que.fkát  ao$  Re- 

•  <  jh   ^    giMDjimeJros  •  BooabeçaAof»  ique 

V  '  '|Mir  si4iio»i«if*i^!«fliQi3rini0tii-|iQr 

f6m  1100*46  lemavái  áí-mitn^es, 

poflo^gtM  por^&vmíBi  OBcaiéça- 

'1    '-    '"da%  6  Reg«6Dg*eicaa>.iiaSiáftos 

ciua^j,  nem  de  tienAtiti^  jm^tras 

i   'kerdétrot^toMaÊçitÊifiB  i(»dí' 

^\i'tot BeilHen§os,  •■>.■-• 

Campre  também  aqui  EeetiAaaar  sm-orro 

eiÉ  ^pie  Ideia  c^ida,  vario»  «seriares  de 

iíecjottatida  geagrapliloos  e  ehofogíspbidos 

de  Portagal— 4  o  segnhite^TaaqareaQj^oitias 

TMed  VUlar  AePerdiíea  e  Bobpdélla^  par  Jtma 

s6'  frégoBBiÀj  onoas,  tomarem  estas  daas 

freguezias,  eomo  formaadoi^^teide  limaaó 

pèveaiçio/'  •'.    1  '   :    '  .'      .  .  .  /.  .'.1 

Nio  é  BÍBlnk  Bòbadélift,  ó  no.concellio.das; 
<Bdtieas^'  comarca  de  Mootategre^  e  tem  por 
orago,  S.  Migael  Archanjo^e  Vittaq  de  Per- 
Aees^  posto  ser 4a  «esma-oúrnarca,  tem  por 
«itago,  8aiiio  Aiidiié,  apostolo^  e  é  mesmo  do- 
^«neelho  ée. 'Montalegre,  e  naomo  das  Botí-r 
cas. 


,'•  ■'.'<. 


. ' »  '  ■  '. ' '  í  ■* 


Pére»,  apt)€llido  4os  antigos  senhores  dei 
'  BdÍNldélfe,<'VÍil4p  da  Ferdiaeii  e  Meixíde,  & 


196  Éi  ASrdá. . 

Nio  ae  sabe  ae  os  primeiros  Peres  tiobi 
•bttMio  à^mtiÊáí  Ami  qpiAd'aatiiiMilni 
^attí  GuteU%ae|iMaa  J»aaao.d'armi^p 
\m  inlift.  jQiístâda.  m  cMõtto  ifi^sim 
como  refere  fr.  Maonei  de  Santo  Amaiii; 
mas  nao  noa  diz.fHfgido^  por  «tnomeia^pa 
íoi  passado— Soas  armas  aio-reoi  caa^^à 
púipora»  croz  de  cofkaa  de  oororfinnlie 
joíÊmm^jú^  iinajfl4r..ée  liíB,daJR»»o; 
contra-chefe  da  ondaft  4a  pr«ta  4  mMik 
aia  iviim  oauBfaia  dOi  oito  áspaa  4i  páiffr 
•o^i«kt)9mliatoaai(na  daa  Ispaa  4a  mé, 
com  uma  flor  de  liz»  de  púrponv^d  c<M 

ijAi  iipitlif  doa  Hrea»  aatájiqia  mnitoií- 
mifleada  n'esto  reino,  e  as  saaa  aram  tf» 
■Míta  ;allBnda% iMlaaligaQSaa oantatfn 
(lBna11iaa&. 

liaia.  aa  páde  diaat  derf;ram^  Mmerol 
•IraaãBa^d^peinás.  • 

Julgo,  a  propósito  nainsar  ftqai  luaiíet 
da  mfm  i^úottidaiaila  das  eacDasf  d 
Mau  .qObvtaYB  tanta  da sabUme «im^ 
•barJaaao^  ... 
•  i  Oa  piratas  afrioanos  infestaTaoi  aa  noB 
aostas,  tendo  os  povos  do  littoral  em  comt» 
te  alarma,  e  soffrando  por  iitdtaa^Btei^]n-| 
boa^.  íaoeiídiDa^  davasta^Bea^  lâoleacias «  « 
ptiveiro. 

' .  Bl  iaãa^  ly.deeidiíL  fair  atacar  oa  moom 
nos  seus  próprios  covie^  áleni4o  Atiaotia 
Janta.:  um  íotmoao  ei^rdst^  e.ooQLQsi» 
maáa  aalboa  do  seus  filbos»  paaaa  ÂJMk^ 
en  Mklt>'e.a.  i4  j(oa  a  Sá)  do  agoato  4«P 
anno,  tomaa  praça  de  Ceuta. 

<  1. ". ...  ,úteuv^  até  então  ae  ia0t- 

lava,  como  oa  aetosanlepasMAUí 

^^r,  .deade  D. ;Aft>nsom,  r<t  ietor- 

.    .1  lu^adoa^lforç^Siireianetitt 

.iútitoio  da3iN/i^  dâ.CeiaQ.. 


,  I  EÓtre  oh  cavalleiros  éstrángelm  p 
eb  1W5,  vféram  pafa  Pdrttigal  coiíifocon* 
D.  Henrique,  vinha  um  franèé^fM^lWi 

Sr  .nóne»  oa  appelliftor-nfíimifHioi  aeos 
^çen^eo^çs  .tpmaraq  por  pa(roi)|in|B^ 
Pien^es,  que  cóm  o  tempQ  degi^oí^rbu  etnff" 
res.  Coroo  Pierre  çorrestxMffè  iPH^^ 
ifgimbntè 'Fffp),  tMDbamMM  algtflM% 
lho,  ou  da  (aáiilia  ^  Pedjto^.j.  -^  .i . 


Mltt 

M^res)  e'  V.  fcftlaftdb,  fiRM  flê^4.  ^kàk  Ij 
\tiò  éonr  iifâa  «é^iiaâifâ  4  èoii(itii9tá  ^  taâ^ 
ger ;  mas  sao  fttllÚttefs-taiikl^toaeiíipiMá/^ 
Fernando  teve  de  ficar  em  reféns,  pela  en- 
Irèffii  Hé  fleikta;'iifa9  ^lo  Mentri^Hdcif  iiata 
pnçá  aòs  AMIro^  o  tiifiuttté  taiorre  no  eaptfi' 

vêirò.      *' ■    .     /  ■!  fln 

B.  Affó^b^V,  àhri^ma  AfrS^a  ásMà^^ 
quistas  de  seu  avô.  Reunira  uma  esqnadirií 
tom  'gente  Aé  pxms;  pari  Mi^á^eoúnitiftu 
dôá^logkn^d  s^tod  da  Paiestina;  dás,  edmo 
se  ím^tròn  esta  «mpreza,  dfHffe  as  snas  Xrtí 
pks  para  a  AfHca,  é  toma  a  praça  ilKmris^ 
de  AleacéMJeJiner,  em  Utó.    *  ' 

Foi  por  essa  òceasUTo  tpxe  6  tÁ 
'     ittstitcda  a  òi^em  de  Tôirre-4^' 
'    •   pada.''        ■      "  :   -.   :   í 
Bift  iWí,  tómn,  o  rei  á  Afriea,  e  toma  Ar- 
zilla  e  Tânger. 

Desde  èntio,  tomaâíÀ  os  sobe- 
ranos poringnéied,  o  tftdlò  de-^ 
rei  de  Portugal  e  'Algaras,  d'à* 
^ntfttk  e-  á'&íem  mar  em  Aflrièa: 
D.  Aifoi^o-V,  ganliâ  o  cogaò- 
■  mt^^  Africano.  ' 

Os  mònros  desesperados  por  verem  taít^ 
tas  pr&çáíl  africanas  eúi  poder  dos  portngaèi<^ 
ees,  que  assim  os  privaram  dos  sens  vaHia* 
edmbs;  e  depósitos  úé  ^nas  rapinai,  pQètii 
cISreo  à  AndRa ";  ma^  o  teàior  das  noèsas  ar- 
mas tinhaos  a  distancia  respeitosa  da^^rá^: 
'  Era  governador,  è  caípião  de  ArtíRa,  o 
l^t^denté  e  valoroso  D.  JóBo  iContibtt/),  da 
casa  dós  condes  de  BorBa  e  do  Redondo. ' 

Dhgo  Perh,  da  família  dõs  senhores  de 
Bobadélla  e  ^Har  de  Perdizes,  èra  nm  sol- 
dado velho,  géralmeiíte  estimado  pelas  snas 
tôãs  manhas,  e  pelo  sen  valor,  nunèa  des- 
mentido ;  ttas  padeèiá  dè  pthisiea. 

A  nns  3  kilometros  da  praça,  corre  nm 
Tio  è^Agna  doce.  Vinte  cavaileíros,  amigos 
de  Pbred,  lemlMm-se  de  hir  ao  rio,  Inficar 
lE&tades  ^ara  ealdos  do  doenfe,  e  ditoe  fefto. 

O  èllma  adusto  d^acjfuellÀ  paisagens  ol 
coavMa  ao  banho;  mas,'gnanjb'mafs  eriii^ 
bebiaos '  HUIfovám  ná'  pesca  e  lia  bàfaèJáçKií, 
iritaàdo^^^  cantando,  foram' icc^nknéktidèé 
de  $É^roviíil^t>^lo  réi  de  9et,  ^ué  cdéí^  MM 

VOLVMB  V 


cRi^melHM  kgtiaedMiiãefaikMtâito,  etaèjo 

paipa'tilgéi!Mi  snrpUBSii.  -  ^ '  •- "  •:-'( »  y  >- 
'  09  i^mgèéies  nÍe'tivèraÉii maisleiip* 
do  que  miMíur 'a  ^^iiíváNa,  tÀmmià^ítímwi 
èâpadif^  è  oàrd8i<i^f  ^nIo'teren]li«itípo  pára 
màs))'  ás  làhçâs  a  <quooê^c«iralid«^eMàvMi 
pi^^8,'è,  asèí«i'mesttfo  ndaB6'arrealUBçaim 
ás"tattçaMas  e  enfibdaá  aòs  ifonin%}0  pat4 
siMò  pM  émre  «lies,  sediHgíram  á  ffrafl^ 
dtttièiidd  giinde  Untnere  4»  taiMfoS'  feridos 
e  alguué'  tnirféii,  sem  que  dM<pbHngàeai| 
tim^^lbâ^  ferido.    * 

'  D.  Mo  Cantinho,  ouvindo  para  o  lado.  do 
rio 'tldlgralideí  alarido,  sahira  da  prai|?a.conÉ 
alguns  cavalleiros,  decidido  a  vingar  itmoiu 
tè>dos  éeusèòldadòs;  Tíoisjuigaira  qn^nem 
cnábd^A^éllas  e^caii^ar ih ;  mas  vé*  osvir  mito 
contentes,  e  taoi  or^ltoads  «orno  se  veetlt^ 
^úf  custosas  gála^. 

'*  Absfim*  étotraimi  nA  pi^aça,  o  que  :nio  potkh 
CO  fez  rir  o  sen  govemadoi^è  aigaanriíi^ 

O  'Próprio  nsi  dôFctt,  que  era  extremado 
eavalRtfhv  Ibe  Idnvou  muito  o  valor/ iq^flf 
tandòosT  como ^-exèaiplo aos  seus aoldadoa. 

Oii  frioetás  de  «ntãó,  imiito:  sei  divértirani 
e  por  'nMto  tempiá,  com  esta  eseatamnçú 
dos  nus,  quetantosepnsstavaaosrrsdarii* 
Aos  ^e  (gongo^ceà'  dos  vatestquii^eBtistaa^  /y 

HBEMUttL-^frifgaeziá,  Dôáro,  conarea 
de  Loásàída^  òooMhe  de  Paçesf  de  Férreifi 
(feíi  dá 'comarca  de  ft.  Thyrso),  24'lcilomeA 
trosaò  HEi  do  Portò^^aaoN.  de  Liabòs^ 
i80  fogos. 
'  Effa>1757  tiohii  ftt:' 

Orago  o  Salvador. 
'^Biipádd  èdistlricto  adninistratinre  do  Por- 
to.-' "ff-    i  .      '. 

o  reitor  de  Pena  Maior,  apresentava  òvl« 
gario,  4^e  tinha-^ll^lOOxéis  de  côngrua,  e 
o  pé  d*altar. 

Ha'n>8tti  freg^iezia,  <res  oapellas»  nnà  no 
logarila  Itliidade,  e  duas  no* de  Sóbrio.* 

Páása  pela^frègnena,  ii  rio  Ferrèina^  que 
rega,  móe  e  traz  peixe  mindo,  muito  salEie* 
rtoò.MoitenoDonrou'  <  i'  il 
'  enti^e  as  alfailaada  égrejft  itotrti,  há  doft 
véd^'  âe^cali]^  que  iem  estampadas  nnaa 
ibeMI/^^tte  deCiUdes  o  dr.  Anêebiohde  A«% 
vedo  Moura,  da  família  dos  Azevedos^dúeSd^ 
b'Ab'»  »'*'  ••  -*''^«*  'i-' '  i-'  ■  V .  '^  (>ii  .'.líii  Ml 

II 


m 


que  aqui  se  conse^YalSb'4ll9<tée^4^lffMW 
%9}«ll»tmloao^»  âtipaii(ju}  4^  Jkt^m  CMatOy 

ianmíoSufmúQ^  por  mu  (apoiM^^ 

c  £r  nc^uivcl  a  Mferid4« a^m 4».  Sobiio  (a 

)r#<)^)  ^íAaaa  Jb0  peto  BaeiO|iimx4k>eire  ebaq 
i«a(|o^,(«mi)  Aio 41  Sotkr«9»  qoa  r^^miQ  « 
(Via  ipeixd  mtudo^  muito^gostosO)  yríoc^^ 
M0te  a&amairiMaãbea^cÀlQi*  Nasoei^ír^. 
0(raa  4e  liawoso  e  owNrreji»  Fensdírja.' 

N'esla  aldeia  nascea  (q&c^se  d^ ipaiigiiim 
elqOBrda  do  ribeiro)  a  k  d^  novembro  de 
Uê7f  D^fiV  Cartoa  de  S.  Jeeó  e  Aiev^do^lijai 
podaiiiiarda. 

f;  Bmroa  Bo  coaveato  de  $.  Fraiieiseoí.dQ, 
GMtearãea,  a  8  de;  jonbo  de  Í7â4,  e  tUi  pf»r 
fMeaa7.dajuiiba4ei78âL     .       ,     . 

Na  qualidade  de  pregador  dac^apella  ri^ 
aoomiMtQboiía/aimlí^  roal  por  Migueaa,  para 
Q  DcwU,  em  mi. 

*  bFoi  eleHo  b«BPQ  de^ifo^^  e  HatAo-fireiso 
(Bra^l>y  a  i9  deabril  de  iSili ;  oon&qiolia 
accalUMieaUí  BiejTCéy  f^vâearadiocâae  nyai^ 
hmpida  to&^palm*  D.Jaao  yi,Uie.prQmet- 
teu.  cotio  o  primeiro  bispado  q^  vag^^sa 
eikivBortiigal;eoorao  ftiase  o  da  Giaacd^  foi 
Boxaaadotsen  bispo,  em  U  de  ]olho  ^  Í99^ 
rnpado  a  &5  de  fevereiro  de  tíHtkW^' 
ptlia  idoí  real  paçf0  da  Bejupoaia,  em  JLisboa, 
asôsiáodo  a  eaia  JelemQid^^d^  d»  rei  a.tQ4a 
a^lmilia  real,  que  moÂlo  eatímavam  tào  ai^« 
bio  e^ virtuoso  sacerdote. 

A  5  de  agosto  de  iSSC^  fea  a*  soa  entrada 
solemne  na  cathedral  da  Guarda. 

!  Flillbceo  em  Lisboa  a  Ikda  abril  deií^S, 
e  foi  sepuitado  no  convento  de  S.  FrámciseQ 
âa  Cidade.  (Lisboa.) 

'  ¥o\  par ^o  reino,  e<era  respeitado  de  qoaa« 
tos  o  conheciam. 

Morreu  mo^lo  pobre,  eale  inaigOíe  var^o, 
qu&  60  doo  foi  de  raras  virlndei,  0  de  tão 
aorisalada  iaaldade  ao  aw  reie;Áj»aapa- 
tna. 

Era  tio  da  mãe  do  ar.  f  adre  Ifamiçd  d9 
AabcineBio.Oedbo  de  Sonsa  iiíeào,  iUnatra- 
éoieadeeiaatiao^  da  easa  da  Moote-Sô^ma  U^ 
lliiftia.4ai  BAt%  no  ooMslho  e  69iiiaraa4f 

Era  fllbo  do  dr.  Hanuel  de  Azevedo  Miiiit 


ei  49  p,4iM!^^.j(f||f]mi^.44'4^lia^ 
da,.f  abriqat  do  T;^)^  XragPW^  4(i  Sal 


j  •  <. 


.  .fia  iiaeama  ^Idei^ 4a  SobrAi^  iiMçe^ii 
dQ  j9Vk)  da  .yi^  if,  vil) uoa(i^.,|^f4ra  Jgei.1^ 
ria  de  Aie vedo  Moura  (irmão  maisTeUiaè 
b^ipo  P.  Or.  Cafl^s»  da  quen^  aa^batem* 

,  Aacaban  a  ardam  de  praabytero,.a  I5é 
aiHM):.4a  i7^[).  A  9  de  aetaoibro^eM 
foí.Dawíiaade  cooego  da  S|6  da  Gcut^ca; 
da  ipaio  da.  1(9)7,. fui  nomeadp  chanttefc 
mesma  cathedral.  Era.  c^Vf^lietro.  da  oiÉi 
da  Nossa  âepibara  ^£oncaiçao,  de  Vilh?^ 
çoaa,  apifúto.yersafto  ^o»  opUcf^s  litorpa 

Falieceu  na  cidade  da  Goarda,  a  9lé 
m^Q  da  1840,  a  ja;,  n(X  ceçUtarioi  í^im 
cidade. 

.  Dasda  i!A%..pn;)|e^ maia  ae*  lhe  pagoa 
reat  das  aoas  rend^;<q»a  aiMiUvam  por 
coaiio  darói^,  par  çriif^ p^i(ico,  apezar 
aer.  npp  :Varà9  axamplari^^^o  f  que  j 
oílaadea  pfifaoa  ^gwna;  'peia  que  chegn 
soffrer  (com  a  u^r  resi|piaí|^)  basti* 
privações,  e  teria  morrido  de  fome,  »à 
fosse,  a  caridade  da  alguna.amíflpse 
mensalidade  dp  4^800  réif,  qijba  ibe  dini 
Santa  Çaaa .  da  ])|isericoi:dia,  da  iGauàl 
qpa^itfiQ  astô  Saolo  v|rão«  já  ootogeaaiiftt 
eip/ormo,  nao  {nodia  fazer  uso^  da^  sons 
daoa-^  ,    , 

.  AÂ^  h^.  poucoa  aono^  sua  aobrio^i 
sr/  fy  àiia  .AugU2|ta  4e  Aiavedo  (qua  elieâ 
stitulua  hepl^ra)  ira.tia  uma  demandante 
a^  rei^  de  ^^u,  tio,  cam  o  cabido  da  S^^ 
G9ai[4a,  a  qu^l  (^pesiir  daa  grandefi  ioflnei- 
ci^  doaste)  filia  venceu,  porque,  ialitt^ 
ainfda.oa  magistratura  portuguesa  basisi 
quem  saiba  e  queira  ba»j^  jffstíça. 

No  dia  i6  4a  dezembiK>  de  i80|$,  J^^BCsf^^ 
hem  qa  mf  sq^a.  aldofa  de  Sabrao,  Ibaivl^ 
Aievedp  Moura»- aobriuho  doa  reifarid|».lia 
po  a  eba^tre.  JBra.íoriRada  em  dimfs,  P^ 
lJiuviBr^id9#  4f|  Coimbra»  maítjoriivtniih 
iqiaWgaJiHe,  a  4oMtda  de  nãa  vAlgf^|alQ««i' 
tíêr  D.  Jaão.yii  O  fez  oav^Uaíro dA OÍ^ 
#<:  Cristo»  Foi  fiais  :UM^de„pn  dM.^ 


Mm 

pa  pfyf ji)  ipest^e  í^qs  fiIbQ$  jda  Se^of  D. 
çiuel  d^  Brfigança»  e  foi  por, estes  sijl^QS  o 
èfe.dbp^tido  legi^aMSt;^.    . 
*  :^  ^^46,  foi  foilp  piQrí^-ppfieU,  jQÍzde 
j^^  ib9  j&iiiiparàes.        ,,.  .  ,  ,^  , 


JttlKi 


«67 


ro  .de  i862.  Era  ifjgnap  daiDíie dQsr. 
}a.dse  Soua^  Uào,  de  9uem,ia  ía||ei, ... 


iia4ictiiia9  e  depois  (^  oQiiefii^i^^QoidaiiB»  dp 
S..Joàe  Eya|^Q[i^<4oyfs>ijn)m,«ci«iO'toitQr 
pai«arpaAana.ii9(;i^^    .    n  -t  <.:    ..  ?. 

JÍ£l.E$  OQ..Í|£l»MS&r-flPâgn6zm,Ti9UEp»* 
IfoQiea^  iQip  ^x^D^M)  foneajtap»  .âa:T«rre  éà 


Falleçea  na  vilf^  da  Bégi\a,^  a  27  de  ser    I^on^  |C;tia^,,si|pj)^4nK^o.;9m:^|8{^,e'iiç94^ 


:i 


t  • ' 


Parte  da  aldeia  de^  Sobrãp^  fica  dp  lado  di- 
tei to,  ç  parte^  do  Ifdo  ^gjiffdo,  dp  rU^ro, 
Sjâ^sajido  se  de  um  pa;'^  Qujfro  la^o»  por  ^xs^ 
^^tifSL.pmfi,  de  aiQ  só  ar<;o.  ,  . 
f  dNo  la4o  direito  ha^i^^  eapeJÚa  dedicada 
yi  j^ossa  §e9bora  da  Áf»T)mV^  valgskripen- 
tente  chamada  càpei^  díf  Sai>t(ii,QYÍdi0i  em 
^ip^zão .  de  p*4l^  l^ver  msa  iinagetD  doeste 
liapito^  cpn  qpe  ps^  povos  d>9i2\tteem^a^ 
*de  devoção,  e  íhe  fazem  tima  grande  (est^.e 
q<^iC0i:rl4lssim^r  rç^oi^ri^i  a.  9,  .de  ag^sto^/ 
^.  N^3  OQStas  d*«|sta  eapc^,  bà  ootra  do  Cal- 
ir^o»  qu^  ten^  nm  bQ^i  /^ruoifixo  de  pedra. 
^11^  adiante,  tein  optra  cap^llinha»  dedica- 
'^  a  ^oasa  Senhora,  da. Piedade,. mandada 
'fiskzer  pelo  dUo  doutpr,  llanuel  d«^  Azevedo 
^  Moura  (pae  dos  bispo  e  cbaatre,  qae  meu- 
'^  eionei)  eni  i726. 

<     MSlG0BS'*r^i'^8^2Í^-  ^^íra  Alta,  conee- 
'U^Oy  coiparca,  bispado >e  6  Mlometrçs  de 
^  lÀaoicgç,  315  ao  N.  de  Lisboa,  60  fogos. 
>      Em  1757  tinha  19  fogos. 
'      Qragp  S.  Çilvestçe,  pap;^.  .      ^ 

Diytri(;to  f doúpistjrativo  de  Vi^^iif  . 
^      O  reitor  do  cf,ny(Uito  dQ  Santa  Çraz^  de 
i  l^mego,  apresentava  o<  cura,  que  tinha  de 
I  r^ifidimento  liQ^OOO.réis.  « 

E^&ta  fr^guezia  está  ba  muitos  annosan-l 

I  ||0xa  á  ,dQ  fepde^  (Nossa  Senborar  do  Rosa-' 

fio)  e  por  isso  se  denomina  vujgarmentej 

Ç^poâs  e  UeicoeSrQ  tem^agor^  dois  or^gos— | 

^pa^, Senhora  do  Rpsari^  e  S.  Silv^stre. 

(Vide, a  pagi  240,  col  «.*,  do  2.*  vol^ine.)    i 

y  Houve,  aqui  um  paroebo  (a  qi^e  Viterbo 

dá  o  titulo  de  abbade)  que  no  século  15  sei 

fprnou  oélebre  pelos  seus  amores  com  uma' 

keiF»  beDtdletin^  do  oonvMrto  de  R^oião,<*e( 

*é6»<|utes  lioDve  deseendencl».  Gomo  tunhoi 

'Bb.  narrar  e$^'  e  fiflito^  f^ciòs  curiòálo- 

^issio^os^.ç^m.. respeito  ao  mosteiro  de.Qe-i 

ciao,  que  primeiramente  foi  de  mqiôM.te-j 


epiào  foma^e^  QCQ^^^o^dí&AIaitModA^Ga- 
valJi^jros,  70  kjI<^nH^a  d^JfHwdi^  480  ao 
It  dâ  Lisbom  Sp^lj^g^      . 
Em  175?  tioba  44  fogos. 
Oragp.  $.  Pftdro^  apost^lo^     ..    »  : 
Bispado  e   distriçtOMjtdviji^stFatlvo  de 

Bragança.. ,.- .    n  «:;     .i  •>  -  -i  -  •       ') 

O  jpeit9r4^Ál^,  Sipre^enita^  o  eura^  cm- 
drmadet  que  tinl^i  a#OOQ  riisde  e(i>ngrua  e 

MELGAÇO —vilia,  Minho,  praça  de  guerra, 
capitaf  ^  Q0gL9krca  e.cQoi^bP  4^aeir.n<Wíie, 
72kiloi«)^r<»s*.a  t{Q*de.Br^«^  430.aQ  ff.  de 
Lisboa,  670  fogpft,  em  duas  (teguezias,(San- 
u  M^flA  da  Porta  da  VilM^  MO,  e  &  Payo, 

450.h 

Arcebisj^ado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo de  Viaqna.  < 

Em  175>7,.iíoba  a  freguesia  de:Noasa'Se- 
nhora  da  Porta  da  Vílla,  158  fogos, 

O  Poitfigai  Sacro^  e  Profano  nao  traz  a 
freguezja  de  S.  Payo. 

A  miu*a  e  a  ^^aasn  de  Bragança  apresenta- 
vam aliernativ^mentif,  o  abbade  de  Nossa 
Senhora  da  Porta,  que.  tinha  400^000  réis 
de  rendimento  annnal.  ^.    ^ 

O  concelho  de  Melgaço  é  composte  de  18 
freguezias,  todas  no  arcebispado  de  Braga, 
sãor-AWarédo,  Castro  Laboreiro,  Ghaviães, 
Christoval,  Cousso,  Cubalhâo,  Píáes,  Gáve, 
Lamas  de  Mouro.  .Melgaço,  (Santa  Maria) 
Melgaço  (S.  PayoD  Paderne^  Parada^  Passos 
(ou  Paços)  Penso,  P<rad0j  RemoaeS)  e  Bou- 
ças, i 

Tem  todo  o  concelho  4:000  fogos. 

A  comarca  tem  os  mesmos  fogos,  porque 
ó  composta  só  do  seu  jqlgado.!. 

O  primeiro  foral  ;d'eeu  ,vills^  foiribe  dado 
por  D.  Affonso  Henjciquds»  em.  21  dd  julho 


1  J.  Avelino  de  Almeida,  no  seu  Diccioiía- 
rio  'Geegraphico,  diz  que  era  a  cas^  de  Bra- 
gança e  o  morteiro  áefiãea^ aueaprea^a*- 
tavam  alternativamente  o  abbada.         i 


i6S 


um 


êB  1184,  eoiafirmaâtí,  ett  S.  Thiago,  em  dg^os- 
to  dé  1219,'pér  d:  Afbnso  II  (ó  ISfônio.) 
(Maço  12  de  Foí-o^s  «ftót|jfo)5,  n.*  é,  fl.  2t  v^ 
col."  t.^^Livi^  ãi  prài^emiigoi,  ^^titra 
iMwa;^.  ^fleòi^^^^lÀtfr&l*  de  doações,  de 
0.  Aflfonso  III,  fl.  80,'<íòl  !.•,— e  nó  Lirrú 
&•  dós  bens  dos  preiptiàs  de  et-tei,  ft.  50  t., 
— Fòi  e(ft^má6  segânda  vèz,  em  Gaima* 
rães,  a  9  de  fevereiro -de  1261,  por  D.  At- 
fonso  Ul— Livro  /.*  dk  doaç^s  d'feste  rei,  fl. 
50,  col.  1.» — e  uo^lXvro  ã,'^  dos  ^e^sdâs  pró- 
prios dê  èt-vèi;il.^\.y 

O  mesmo  D.  Affonso  m  lhe  dea  outro  foral, 
em  Brai^a,  a  29^e  abril  de  1258.  (lAvrò'!.'' 
de  doares  â'eíté  rei,  fl.  i7  V.,  col,  !.•— -e  no 
lÀvro  3.%  dos  bens  dos  próprios' âpeí-ref,  fl. 

11.)'  •  ■•     •■':   '  :.-'-.  /.. 

D.  Mâtine!  lhe  deu.  fora!  nomo,  em  Lisboa, 
á  3  de  novembro  iiei5Í3,  (Lfrrt)  de  foraes 
n&eordú  Mkifiò,  H,  47  v.,  ébl  1.") 

iVata-se  n^ste  fcn-al,  das  terras  seguintes: 
— Chançoans,  ^  Christovel,  Louridal,  Paços, 
Prado,  Bòuçãs,  Seanpaiò,  e  Várzea. 

Está  esta  villa  situada  em  um  alto,  sobre 
a  esquerdado  rio  Minho,  em  frente  da  6ai- 
liza,  a  18  kilometrós  â  NE.  de  Monção  (a 
cu) à  comarca  pertenceu  até  1853*.) 

É  terra  triste,  e  não  muito  fértil,  em  ra- 
zão da  excessiva  frialdade  do  seu  clima. 

Alért)  do  Minho,  que  rega  a  fregueeia  pe- 
io N:  fe  que  a  «epára  da  Galllza)  lambein  a 
ribeira  de  Várzeas'  a  rÔga  pelo  E.,  e  niorre 
aqui,  tio  Minho. 

São  justamente  famosos  oe  presuntos  de 
Melgaço;  e  do  sen  concelho;  e  se  exportam 
eni  grande  quantidade,  para  todo  ò  reino  *e 
para  o  B^asll.  É  eíTeetívatnftnie  a  carne  de 
porco  tíiais  saborosa  de  Porttigal,  e  o  fiam- 
bre feito  d^esteà  pi^ésttntos,^  Optilno;=  ^ 

Tem  misericórdia  e  hospital,  com  bons 
rendimentos.  •  ' 

É  certo  que  Melgaço  é  povoação  anfiquiç- 
siib,  fundada  pelos  amigos  lusitanos;  ou  pe- 
los romsÁioS';  ma^ ignorasse  quaniloiíDi  fun- 
dada e  o  seu  primeiro  nome. 

*  Supponho  sèr  êtro  de  Franklim,  ou  má 
irttííucçdó^áe'  gofcieo  do  foral.  É  proVaroJ 
que  seja  €k«m^^. 


MÉt 

'  o  que'  se  sabe  com'  certezas  é  que» 
bes  tinham  aqui  uma  grande  fortalea, 
mSiásL  castelh  dei  Minho,  que  já  no 
do  conde  D.  Henrique,  estava  arnnuà 

Ê  de  suppôr  que  á  existência  d^eA 
tello  se  deva  a  povoa^  que  o  circoaà 

D.  Afifonso  Henriques,  achando  i 
deserta,  por  a  terem  os  mouros 
do,  a  mandou  povoar,  em  1 170,  r< 
do  lhe  o  seu  vasto  casteflo.  i 

Em  21  de  julho  de  1181,  quando 
deu  o  !.•  foral  à  villa,  doou  aos  seus 
dores,  a  aldeia  de  Chatiães.  ^Outros 
que  esta  doação  foi  no  dia  seguinte- 
D.  Diniz  enobreceu  Melgaço  com  á 
ta  de  muralhafi,  éni  i289. 

Estas  inúralhas  tihfaam  apenas  doíri 
tros  de  altura,  e  a  sua  <K)nfigafa^  é 
quadrada. 

No  foral  que  lhe  deu  D.  Affonso  1^ 
confirmação  do  que  havia  concediík» 
avô,  se  diz  que  a  povoação  ^ossa  \a 
vísiuhos,  e  que  escolhessem  alcaide 
que,  sendo  benemérito,  elle  o  confina 

Ha  no  seu  tertno  boas  quintas  6» 
sas  nobres,  algumas  mtiito  autígas; 
as  principaes  ab  dos  srs.  Gasti^s  e 
qae  teem  dado  bravos  militares. 
Aranjos  e  Rosas,  tem  duas  sepulta» 
egreja  matriz;  porém  uma  foi  compn&p 
los  Gasiros. 

Esta  villa  era  da  casa  de  Bragança,!» 
dos  osofficioá  eram  dados  pelos  doqo& 

Porain  aleaides-móres  de  Melgaço,  aC» 
tros,  depois  de  Villa  Nova  da  Cervein,)» 
je  do  Covo,  junto  a  Oliveira  de  Axemei&lí 
esta  uma  das  mais  prolíficas  famili»* 
bres  do  Minho,  pois  ^de  em  Melgaço,  lil 
ção,  Vallença'  e  outras  partes,  ha  nmiti!* 
mílias  descendentes  doestes  Castros  de  t 
gaço,  que  são  também  Magalhães  eftt 
zéz.  As  várias  fôrailias  de  appellido  Oâi^ 
que  ha  por  estas  tei^ras  è  em' Braga,  i» 

t  A  torre  e  fortaleza  foiráín  manflsdStórf 
•ficar  por  D.  Pedro  Pires,  prtor  do  mes» 
á» crestos,  de  Loogovares». e  iitQi<^ 
como  diz  D.  Sancho  JL  na  carta  de  coQto>f 
déu  ao  mosteiro,  em1íl97.  (Vide  aí4*^ 
col.  2*  do  4.*  volume,  na ' paUVn 0¥^ 
VaUes:)  •    -í-  '.'  .'i  ■  . 


6sf 


|pi^830  d^  mesm^ a  .fjMUía,  de^çeadoateâ,  do 
pfi^ado.  ^e  *t(XfSi^  (Gaspar  de  Castro  Cal- 
as) senhor  de  Lapella!  D*68ta  mesma  hp^-. 
a^saa  tan^Qi  osiíQwqaezes  de  Cascaes 
|iarqaeze^  de;  Niza,  dê  q^^  é  boje  chefe  o 
:<  Ctín4fl^^  "V^^gueíraJ  03  cçndes  das  Gal- 
iias;  a  aptual  CQAjiies^a  íb^  Bibeira;  o  novo 
!urào'  40,  Proeps^ 'a  Vellia;  os  Castros  Pittas, 
p.Cammfia^jlde  çí^  íamUia^é  o  dito  barão) 
f  aotigp^  oon^es  d^  Yjap^a,  e  eatras  (ámi- 
^  pobres  de  PoriugaL,  *,* 
.Nas!refi^Udas  g^áerras.  de.^ortugal  contra 
^a^lla^  de.a  tf elj^a^o  e.  o  fea  concelho,  sol- 
lados  ^jyç^pjdos^  que,, no,  campo  da  honra 
ouberam  defender  com  bravoíra  a  sna  pa- 

^  £  aem  ^  9^  bomeps,  também  as  mulher 
es  .d^^uV^e  t^em  pgtr  vefes  t^ostrado  Wa 
jpo^  n^afícoli^Qs,  e  adquirido  ciam  J¥LS,ti^ 
í,lUul(}..d^heroinas.^;  .; ... 

...JNas  ;Kijj^ras  à^^p.Jç^  1  j^  Pofiugat 
íonlra  D!*^^o,í,de  Castela,  e^conMra.^p 
yi,q,  D.;  ilç^isae  .iIl(^^\,,a:;i393);HÍ:fez 
í^lpbre  7(}w^^ ,%%  wuural,  d^  Alelgaçq. 
^ara,  çf>j^i%y .  o  (i^to^  glorioso  ^  d>^ta.  heroíAa 
WrlugFf^^^filfmpre  4izçr  o.^gtfiftíe:.,^,,. .. 
f  O4  çast;)bfU|os  m\  (tíobao}  ioip^do  .^  .jpi^or 
l^furte^  das  povoafões  JCo]:fl4c4da6  do  Â{tP'% 
!#o;  »a?.ff.iya|qr  poríRguei;,  .Unba  íOjfigaíò 

Koye^nad§.po>;ya9cp,i^areaço  de  j^rs^  jj;^- 
telhíiflp,.  Uçbj  .HflPdido .  ft  jni^o  he^p^ii^ol, 
jj(ílaj^;^y.^r^4euoi  ^mfeíro,  app^idâ^p 
o  Fmtw,  que  p<}pdo;5?  4<^H  Aíj  poiYPy-ata,- 
tt»*  ,<í..c^^eUo,;fíjzeA4íí  pi:iqioneif^;/o^  a 

P*  ?of  f^«ftfí^da,,pplç  yaloj;  (lej||lgi9^s  4ps 
nag^oa  cQH9$fr  ,f^  .^tos/scín:*. ^i^iVergas 

nho,  aó  Melg«»  f|^(fn»tMlj)>X(«,|)fl  fííííftH»- 
gumaifl^  %0.iftfWtes  e  3PQ,c«iralk»,  prq- 


wm 


m 


'o:? 


jjf/.  (WaYia  d^^  ^hmd..Oi.^s%^to,4pfM9t 
^(^  outra  con^qiM^ci^^«^  4Qi4fie  e^a» 
Í^PW»  ««^  nad4\dwdiíMW».ft^*),AQv\íei 
portngaez,  mandou  fabricar  um  ca«Ki^||o  ji^ 
»?*prí,i<iue  4çaííífíaji,c^Yaltei||(^^^u- 
ralhas ;  cuja  construcção  leYQfli  oiys  âlO)diaj|. 

ft^.  c^jçfadPíf,.  rcgseai^do  p.  ^p^alto,'  d^fam 
,^al  dg  ^inislicío^ejQ|.>^pra«íí,  JoSop^r- 
íWd^  P^SWcftj  PíM^í^lyvQ^^e^pjTQptt- 
Olu  .í(»e^„poudisS^,,^iUft^  ff^  #Q  .CDn^fg^Aio. 

O  ;f^  .maiM)^i]i  aaiy^  f^  prepariatiyas  .do 
assalta^  jcMraada  iff^  aileisK^pri^  o-tcomman- 

Tmb^  q  fÇL  ç^do  havia  pQU- 

co  tempo  (13(87^  ,'pp^m^b.PhiÍip- 

pa  de  Alencastré,  e  a  rãíaha  es- 

.  . ,     .  i  >^*.«,na  ,^j)«<}a(),,C9j»..as.vias 

...  damas,  e  Af9mpaífh^a..^)elp  fa- 

, ,         moso  .dr.  ío^ão,  daâ ^e^ças,  e,.por 

\^      I       Jo^  A|fanso  ^e  Sájíifar^,  viàâo 

>  cldkde  (^.Çori^í  alli,  nar^  vi- 

^siiar  sen^maçiàfl,  p  iei;^ç&)aagào 

i  ^W9^  ^  Pi»»  tíavxa  uma  mujbef  mvi- 
to  valente;  parcial  dos  castelhano%.,q^  ^e- 
oegarík^,sflap,;iW:Í3,,jfPífQfra  daqui  mes- 

. ;  5»^epdo  ej^^ejfp  b^^f^dos  portugae- 

^o^3;if,{C0pq«ll^,j|,ii^do.qi  desafiar  a  am 
fif^mb^^offiijif',,^!^  Ji^íi  (a  desafiada) 

■*Çpy^í*ft WÍP^  .S(.S§-ifltí"í«ÍP  '»«o  par*  » 
J!0flt9.Wií|iWÍo,,(m  ?^A/n«ia  distancia 

d? ^41^1,  ?,  dS,vM|<»,!%|(|..,Çfí»'*  *  arrene- 
gada, (como  ei^ão^S((,^jj^a^^^|0  combate  co- 
meçoa  encarniçado,'  terrível  e  desesperado, 

A  aggressora  ficouilebaixo,  e  teve  de  re- 

'  (f> DUAVie  Jli|Mii4iB  LeRdi(Citr«i.  Me  D. 
/oão  i)  não  di«^q||^:maM»«ifr^^^MPlas 


m 


JMEiu 


tirar 'i^ra'  a  villâ,  l^riaii^^  ferida,  e  tiuasi 
seifcálléllo'  «rn^áritfo  'Vtòf  fócinhof  mtHtas 

▼íctriffosa.  '  •   »     ■ ''     "■''    •     •        "     í 
Ospórmgnezes  "fizeram  grande  algazarra 
aos  (^stelfaaiMys.  •  •   .  ^    * ' 

No-  dia  seguintd  era  a  praça  dos  porta- 
gttékes,  6  Igneis  Negra,  «Cercada  debCsteiros, 
estava  BO  alto  da' ^la^feKÍbhna,  onde  o  pen- 
dão daií  Qiílftai»  Mdeèlva  OTante,  no  mastro 
ém  liae  na  «reáj^^tia  ^ '  osteétata  otgitíihosa 
a  bandeira  dbs^léflés'  e  tdtre»  de  Gastèlla,  e 
dizia  no  seu  transporte  ^de  alegria-^«ifos 
veiíeemoS'te  f  Jbmaste  ao  fiosso  poder.  És 
do  rèi  dê^PMu^lt '     ^ 

Nao  menos  patHonsmô' ostentou  a  praça 
detteIgáío.,.quMop8tógnioàrioBaona. 
paHe  pata  áqu!  'máiídòú  o  malvado  Janot, 
tòúbar  Portúgál,;em  ídÒ7;  pois  foi  a  pri- 
meira praça  (ripiísiM  ponugueza  que  sacu- 
díti  p  ^(^0  otnlno^  dáò  "hordas  franeezas, 
ac(;lamâpdô  6  réi  D.  Jòãç^  Yí  e  a  liberdade, 
a  ii  âe'janhò  de  iM6.  Bragança  Ibe  seguiu 
o  e)cebÍplò,^?azekiâo  a 'áícctamaiiao  a  11,  ^on- 
do-àé  a  ft^ente  dos  riaístáutádore^  o  general 
Sèptrtvfeda.  .'  '  ' 

^     '      In^â^taúi^niente  á  revolu- 1 

S'*o  se  propaga  pelas  duas  pro- 
tiêiáâ  ^tfo  tiòrtè,  e  o  Porto 
;    ^az.a' àua  'iiíèblámlâçito  a  19  do 
meãmo  mei:  de  Junho.  O  AI- 

ÍláWe  slèéttnAa 'ò  ínovin^ento 
atirador,  e  o  Àlemtêjo  (ape- 
nsar áé  ^tlfta  subjugado  pêlo 
'  cruélKélleiíUaiiy  dà  o  grito  de 

'  ^  libértóàe;  a  ià}    '-' '      '■ ' 


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'  o  dia  ff  Qe  nôVÔk^blt)  ú^i»H  tâíék  grau 
de  régosijopàrti  êi  báb^tesdeííél^ço  ( 
immediaçõei.  F(]íi''éhtãb  !à!sitt'^râda  á  esta- 
ção telegraphíca  d*esta  villa  á  de  Monção, ; 
atí  som  de  iiia»lea^^  grtmde  numera  és  •  ft- 
guetes,  e  de  todas  as  mais  demonstrações 
de  regosijo  publico. 


1  't ' 


Anda  em  construoçao  (março  de  1875) 
tímboBè eemit^ii)  mnnifiliifli  malheramen- 
to  túrgoitetteáie  l^laiiÉâdòii  (  { 

Também  se  aiída  tooíitririíidor  a  estrada^  a  ' 


mae-kaiòn,  d^Àta  Vtfiá'^krk^ 'ií  dá  . 
para  cuja '  obra  o  govenio  Òá  uai 
dlo.  '•••'••••    •■     ■    »  -í 

'-''■'  ISto^idènoremlirodei 
estando  em  Muoj^o  o 
Carddéty  Àvélido, 
obras  publicas,   Teio 
vina  umá  couimissâo 
gaço,  pedir  Ih6  o  an< 
da  estrada,  e  o  aii| 
subsidio,  ao  i[ae  o 
prométteú,  qué  í^a 
gencfcs  pára   qne  nio 
pretéttçSo  tosse  sâiisftii 

A  um  kilometro  da  praça  está  o 
rio  áeNòsiftt  iènhol^á  da  Chiada, 
sobre  \y  6txtíÉ»  de  udi  iúóaX^  iitimiáêiít 
Minho,  qtié  Ihé  fica  aò  N.;  em  pgM 
cia  do  arrabalde  eda  piíaiça;  *é^(íai 
uma  esfradà  "púbtiòa,  "què.  pa^satidi 
átrio  do  sanétuarTô,  sè  dffige  á  ÃaVi] 

EN^dis  a  ;casií  da^  Senbork'  atá  á 
Té  a  etoadfa  j|M>voádâ,  db  uma  e  outra  | 
de  éasas,  hoitas,  grados;  tòhtea  ^ 
o  que  fax  d^esla  estradi^  um  Uòirfto 

O  templo  é  dê  excelletkté'  éstnv 
btlcado^  de  l)6a  eantariá.  Foi  M  18j 
}úri8dleçIo  Aos  ttionged'  dò  con^ 
âautá  Maria  de  ti&!( '  pdr  dóàçio  de  ^^ 
chd  {,  qÀe^o  haVia  herdado  dè^u  pse.' 

É'tSó  antigo  este  tbiíipld''qu6  se  ígMni 
data  da^  sua  funda^:'  è  cettor  'poréttf 
já  existia  hô  témrpo  dós  godos.    ' 

B.  Àffonso  Bentiqttes,  aehandòr  o  en  n 
nas,d'mandotireedificair,palos  áittiOsdel0 
Isto  còtráta'  de  tímà  éseritytura  def  dnpi 
feiia^r  B.  éaného  i;  éb  Bantarân,  i« 
dos  íAai  dè^séptémbi^)  ^<£á'èra  def  ttUil 
de  septètaibrò  dô  anuo  de  ^1M^>  a^rifòl 
pelo  rei,  todos  os  seus  filhos,  e  pt%iidtfi 
reino:  Esta  éuriosikstiiiía  eseMi/uiraiiéM 
sorvou  até  18S4,  ilÒ  LWró  ãáè  DalBSii 
mostdfrtf  de  Piãés;  a  &.^4  e'i5r'«lftádé9| 

par^eéti  ehãki^  dòitti  tliOd-^  ttab:   ' 

É^oj^  SMhdfa  ^da^Orate  im^  < 
tiiuiait  ^evdçab''do^  pli;voflfd^Jlm'rrid0iií 
ias,  cr  desde  dMia^cfò  Aseèbt&b  deÁsH 
até  á  festa  do  Espirito  fiáaéild;«4àriN^ 
esb  libaria '^ttbiéi^^^iMfdab  ftto^ 


Ib»  céMeHufs  dê  MéftÍAço,  VálIâfaâtiW^VM- 
ao,  offerecerem  á  Senhora  o^vMSttè^dé^t^ 
io  pasehaL  levando  o^'  flèii^'tM|^tTdèíÍ[>a- 
'ocbos  e  ao  meitò»  ^uHI'  fésèéit  S  ^dlt  W 

;o,  feito  poroceasiào  de  uAili-i^lAle^fiéèflé,! 
lé'  "ta^  tki^''  téHiA  ^esUHí  «án«f  l^írAer- 
ÉfAd»9^*tMêD^(rrfd0^bitiao4i«tl(!^r.    (  ']  , 

ies ;  mas  hoje  a  indifférença  do  sectflí^  téfli 
Mfo  <árnÊffèóéi'  ^-tedto^éítá»  'e  iélBitt4^'d^vo-  i 

^  *T«M!iièin'Ml«  g^fadMiAíltàí^  dè'€h«itad,  OU, 
i^aàndi»  lèriftèr  ^h-aiA  ]^ttdiei«ei9/póPdd&tf-! 
liMms;  lif  am  á  S0ta»M<a  «aOIMá' teiíMs; 
ÚttàiáfMàs  é  itMêltèsdee  éé!pÀi(ieiidla,  htf|»l«- 
Tar  o  sea  patrocioio,  para  ^oe  AMhsié-a' 
Hááfáftitdâde.  >'  '  •'"  ''''  '-  '  '*  -•■'<-» 
r    1ã('^thidítko  ftottiifa,  ^  |»êla  piielM^< 

iqae  estavam  eml€M^  Oermooros,  e'4)iÉ)B. 
i  reoòfftMo  i  fi^ánãb^dlft  Yírgem,  npi^i^ee- 
iram  «ê^tKiirtae'  didste  tetoffld^fbiii^M-^è^ 
hRiMs  ^  eadèflai  edád  (tne  estavam  t(i*eêM 
I  fervo  ia''Mé  tefopiè,  haUar-nàna  )^|MN«- 
I  dade;  "UkftttMldft  pttiés^^iíéiinh  ^Ok^ 
I  (Sfiie  à  toiideiiéá^l).  P^ottHla  dttb  MO^^ostèiro 
I  Aé  SaMA  MWfá  d^^M^,  «iMÉi>eott)6  tt  tfMi- 
I  fa  ãá  áké(âílA^o»;'M  ln%!ièÉ(a  de  lletfii, 

d^AeM  eMèèfhV;  M  M  B^WM6MM<e'4^ 
I  de  iíXA  (HMdd  deMábf^  d(JMtflftQriliè6<4e 
I  Jesus  Christo.) »       ^  ^   'í>»  ^  -  c: J JJ^ÍM 

'liteM  "ifldb  \tMi*tèáiMrf6^'W^flt>o^>íiiM- 

!  vera  o^t^l^i^è^^t^a^^a^»  ^  •áiâ'«tfMÍhi«l»A. 

pMa.  Frei  AgotfiNIIÀ  dé  SêllM  llSfcáPiega 

ist0(  fandandose  em  qa^^^Hrfteíb^dd^^Q^m- 

Nao  coíbe  esta  negativa .  podiam  as  éllla 

tid(Mdr^iy^at«'l(^eóAd6l«!te 
]^'4hMik'l9ti^èÒú^t^Ht^        b§Helfrt)M- 
ms':  ^»¥tílêê;'k^^kg:  <18d^  è^flbli^  de 

'''»ii4)  vi^ifAiK^' W'  4tím:^  mmà  i^- 

CMt(OiMnm«ÉKj  tomu4t^^  pafc.  atflMtt  4&a 
o  padre  Carvalho,  na  soa  Cfoffiffi 


JifflL 


4^ 


lÉMBéá  •tf'  iiit«iiioÇ^'^atfagêi^viata4«di^ 
tli(ttÍM%âle  « iiiMtt^'^mid^ 

xto^  ás^  éi|!Níii(cf'(ld«9erwA  iDMifiési  oè^dh 

^  <llttifdÉF«MA6&tM)d^áemiftrfiKeáet(oittL 
^M)M>%Il4^ditt>Mft«Miff4So^^  -'^^ 

''  Jitinkfci^AâftltiliUtM^ddsCíulro^  pniee- 
dèdtdê^SM  ifles(lè«éittí6tf^d6  IMgiço  ti«lé0« 
'i^k^Mliret»  de^^fltiÉiii  AiMlláE,  (jne  tinha  é  Mi 
solar  n'esu  villa.  São  os  NáboUê^^^^â}  M^ 


Ȓ> 


"1..; 


'^  Atò^^ém  «ipp«Mli6  lloM>e  «Hl'  FdMUitf. 
^¥bid  1ié'hék${Mfeíbi^uotliadoi>«o  eéneellM»4s 
Nélfe^h-  fl(à «iÉkku ' IbftáM  ^  Pohdtftíiiila 

des  è^Mfeidh,  âè  réiâad^  dh  tMttsenDPfêlb 

'"Htt' iWV^ieAi  i4i]d' Cl  «oM^A^CéMIIo 
Soares  de  Noboa.  As  armaft<âf^âté^«^fpMiÍA> 

^iSdK^Hkàf  Mbipo  âtttMTò,  léfiê  de^pdrpÃra; 

4ttlutt6léllà^^ol.*«átei^de  WsÉlW^^ 

•#«|||f(>^ll6  2>iide  i^ráliK,Mtofio  att<)^rp^ 
BIMo  dé^ií^t  «bMéN- tMM^  W  águia  dia 

ilrtóWi'^-'    '  •'  ••    '  ^  "      .:  .^  1  *  .*'  •! 

-/a:      u/  r  ^ittepipHiha^liJfrldAoiiriiilíòfafv^ 

-i.r,::i  .w'.v:icpiB?JÍMOobi*L.Ailh«d|^Adntti- 
.yji^;tj ^lomi  áMlii.i»(|iHii^i|haii.ia 
m^  I /; :  <!>  <  <|fliiqailtt)  ih«talha>-«iittJii  nailn- 
.;;>/Ufb  >:idia;MditrotaâdQjja/0ii|iiaéciíál6 
i^Aiq  ,B<  f^.iQiQeémí^lifelJléxiHiftiidMllem 
cj^jfigoii  .>ié€òetaim  .é  CaifiiMlr ;  .^  4»,  Jlo 

regresso  para  Portiii^tdAieR- 
lofiíwa-  liitiiailIvidlaiâiAtaiHÉlhilM^ra 
'»i>.ni(/i  .bd^flng'lltnyiMl;ruaiqiA{>ap«m- 

gnezando  o  nome,  se  appfeHMéa 

^\rà  bb  '..•i<i|ftaiplfta;boiieelilrav.-'i/i    ••>   V' 

^i^lqigt^denMTiláqÉi^^eotaBend^ait^  pov^aer 
dftsiMtol  itaBiUa>'d09Í]afiii«s  d^Me^aiçii^ 
éoai#:  iffinòsdUoiBiaiio  j  da  «ihhmèo,  .Jfortí- 
fiAo  âe  MeUo  e  Castro^  nome  ainda:»dk4e 
-04  pdpiijaSUn.^ftonilgaL''  .WS:niu£l> 
-oI>Miib0rf»eiÉ<  iluda  ]íDv«iiliro»>d0ill7áÍJ>&ei 
£  nI)nòt289i<foi*leíloinBai(i  ^^S^ipatriaí* 


.i<iwMiM{Ai6diaet»«»ipi't€«lou  'iiiiúnq  iOgbMfcil>ep(>mo^lrnn pauiaweíya diièiaa^l 


ín 


guando.  icebestQa  a  gKLerr^.esM  iiste  reliH 

eiiywid<i..QQP  >.iiUMPC  sQllieilqderO.actiyi- 

mas  e  munições  de  guerra.  Foi  eUe-49e,aft- 
^BnpH  a/paii;icvn  Pami.pQM«at|ua4Q.«0JP  a 
soa  pfQX«ri»al  w^m,  4  bp9m<e  m  Mlteçe»- 
aes  da  soa  pátria.    .. 

,'S^  i777,  foi.m»m9«4i(^P<«:P<'  JM  íi.(no 

•i^iimo  aim^k  da  seo  mmSi^ym^mí^iú  tr^^- 

lerelariô  i  de  eeta.M  49«t  Q^gdciof  da<  n^airiíUii^ 

.«'/Uliramar.  •"•.?•.-.  -^ 

Apesar  de  ser  ecclesiastico,  dea  vig()ro30 

tajkttiaor  á. nossa  narâi»a^.,coj|^x<M||  as 
^randeSiireforoiaa  dp  iiu^4KK^,i4a.(P(«qi)^ 

^M  ^idoe^.da  «uéda  do  m^i^o^^A^- 

negócios  da  sua  competência ;  emquanto  qs 

.  rapMlftttles  M  auMras^  j^ti^  iii^  f^^  ^m- ; 

jtotaic^ddmsia,..-.;-  •  ,..-:  .^ 

•>A,ei9te vliahii  e  enc^giísQ  jqirioistrp.âQYç^. 

>£^&a€fti  luna  poderosa  feA4ua#%  .e,/»jy|^da 

.11010  APOP&  d^PW  ida  ;|ua'iiHfftei,w^a4p 

a  k^  yi».m4^  prJiaeipe  feienlç,  (míii 

para  o  Brasil,  com  a  familia  real,  en^^  4^' 

iiOYei&bfio  dei80St  setconspanha  a  nossa  ma-' 

-ffiiâiã d^ g«srra, áeiSnáiis-diriiaba,  i% íra-j 

^fHaSy  amnilestoaifol  naviosAmenores.       j 

'  Foi  DÉioiílro  dà  màrioha^iaió^o  dia  do  seU: 

->llilieeíiikfBto,ique  foia-Muleiíttarço  de  1795.. 

v^MÈiãOi  oa  lllÊiLSE-HiYiító)£drosa,  pag.^ 

•O, ,«otk  é.% -doiâj*  Wb,  ác|iialjsta  fregueziai 

-«átâiankiiQ^.- ')  :,.<]  '."m-^-í  > 

^i^MEiíHIIRi^fMrtagiièc  aitUgo  — melhor. 

4lteii'da0iÍjreiras.]MÉiedíBtuia6^do  Porto,  de 

a5  imjriMS>^^agifcMia;. Bttiemadura.  (ao; 
S.  do  Tejo.)KiM6  jift  de^deietsbro  de  i874^ 
foi  do  concelho  de  S*  Thiago  de  Cacem,  co- 
iiaaroii  4BíAIi»oar^da>Sàip  deaáetentii^iiben- 
4o  j94X)Ébelha«ifiváia  aitxmiiro^  fioouiseli- 
d»  «00  eteJoeUK)  ^e*  conananda  &iXbiaf Oi)de 

•/CafeeBL.ii''    .f.  • »  ,.\'.r«  s  (-VA"   '.!>  ..<M 
(Já  em  24  de  oUU^vo*  Aí4866  Itaib^  pai- 
8ad0>à1ènfiariiterter.do  ct>ittUi(»da)6Mtodo- 
la;i!fluts,  .eoa  éíMemtot^  éQA^20;iomêu  a 

-  MiieÉcúr  av  sim  •i^^fcf-r^^^MnnnihriíVi  lilliteflí^ 


Jfli!Detiii»i:»o  P.  de  K|!Qfaii90ai|&di 
J)^.4S;(ÍQg^  .,     . 

.  Em4757.ii«lui  iM.foflo^. .  .   i      - 
• .  Ânsgo  S^  Fedjnv  ap«AtoÍo< 

,t9atÂ?o 4»  Msli^:    »     .         .,.  -r  . 

pellãa,  ^orAdQ^.qoe,  tinhisASO  ^a^eiwà 
liWV.  iSP  da:49«9fd9^  em^pQO  |:éiae»fr 

.  vA  9  kil^eu^ia  &  d'#»^iM»TiHfiÃ<^» 
ee,  nos  Montes  Asues,  o  pequeno  rio  Dm, 

iflue  dasaiEiia  na  eMaecda^JSaââ.aciiiiè 

.^.IdloDioHV)^  de  corso,  regando 'as. 
.diati$es  dlesUi  ír«giiesia»  .(Vj^Ikw^^K 

Diz-se  que  o  nome  d'esta  fregy^t» 
ifiQii#o<  :^er  líi7  Lw^«,  a  q^e  esf^,  nonsl 
.pff^ii^.d«i  «m^isriu^s  J}atattiA«:  gaa 
^ovê  lem  twp^  aiitíg(^. ..       .  . , . 

,  Ai,S.  líilQmetm  w  Jí*.,^**^  «"^ 
4i4>^l0m,ai^da.oa  jrastQs  d»  ufli*d(4a^ftt. 
S»^  .'Usea  «raodea.pc^rfi»  lôaqaa,  dii 

tícahneote,  faclmdp.ivnipeq^f)||Kft.«tV<C0' 
;..  Os  >UAi(a4of;e^  ^  t^jBsçiijrflia 

IMIV^O  PA-  G^rp  ^*^t^^QBfUIȒ^^ 

.fiKffam  ipi9l¥ur.a^p^aa  1^1 
,|ttk4lpUa.9ft(icif^ l^miM^ aj|Df94  ,  .: 

MÊUES— Vide  lfé/<?5.   i^orin' 

. ;  ||$UW^vi||^3fNiraBaÂ)F^ 
.oriliO(,40'^i9»vei^j»(^;^piD^(^db9  juoifr 

.£;Oriip.S.íIsÍd<«ro*...  .  :■   „      .^(..,  ,> 
.  í-  iWpQi49<e  disiríetfia4i9mt^^y<)  daGui- 

mw.qod  típha.iSdt^réJii  (^r^âdifpeoto 
lí,t>  ,BHá  «M  idl!a.Mi«iada,fi^í|iWaadaSíi» 
da  Estrella,  6  kiiometros  ao  S.  ^.I9]|1U.^ 
Linhares. 

\')áp  oàm^òkHdai!  Mgkunicfatsioiovmnaao»  w 

,id^d^,.e  {Kiy<^dpr.4a.acbial;^lU.£|écw 
primeiro  o»iJ0UyQí«4».¥iikeliâáifMi 


Qlim 


Jíga  dcwiteoMis  anis  BoJtieitt>»iaveBtigadDiei 

contemporâneos.  Diselle!.   ' 

'-   «dâbcndo  D.  Soéir«  Ra:fàiiHido»>>qtie(Ri- 

•  «cardo  «Coniçio  1I0  ijeã<»,  rei  de  inglálecra» 

«bei^pneáéQtâva^  com  grande  exertito,  pàra 

'«llir  à  cíoaqaistft  da  Terra-Santa^  reBoltreb 

-<aeèfaapaDto^*6  aí^flttta)h0^oica^eTeiisio«l  em* 

«preza.^ 

^  .  4dalriii  pois  da  Itortiigal^  para  iá  ttnír  àos 

^iMvodádds,  m»  anuo  da'ii9i.  Depois  dà^lia- 

-^m^  'dado  prom8<<dó'seii'talor;«'0orag»m^ 

«ppL.exIpiitnaçio  de^  Chipre,  via-8efiÉalineni> 

«te,  com  o  exercito  dos  crAsadee^dúBle  dos 

'anuros  ili^  lãé  suspirada  lenisalem^r' 

.  «A-ordem  para  o  assalto,  nlo  se  tet  espfs^ 

'àfUt  ibuito tempo, eao BòssoD.:8oeiro,€Oa- 

•  «lie  tia  disposi^  das  forçai  para  o  oodiba)* 

«ta»  rúú  laaç»  do  flaan>,.i}iie,'toáiaBido  o  no- 

«tteâaam  y^^  eavorageiti  qnsilhe  ficava 

Wisinha^  se  oUama*  JfáUq. 

'.  «O.  ^iifo  pratieaaaki  singtilariBSijâctos 

«de  valentia e gentilezas deavm^^toni qiiB 

4deíxiéa  naraviilMdos  od  aeos  «amaradas, 

.«)qaè^  écfideientão^  c€iBtçaram«  appeUídai-o 

f)-  «o  fim  d*aiiQeUa  empreta  ó  sabiáo  qúe 
«íoi  desgraçado,  pois  que  a  peste,  ai  fòitto!e 
tas   dissidincias  disimaram  os  crosados, 

MOtovtgBodo-oáa'  demandar'  ossenwrpal^s. 
•  UVoitátida.Di.  /Soéiny  aiParft^aI,«'(|<M|- 
«renda  eommemorar  -ca  saosi  floriosoa  feí- 

^.•tos^  ftadau  íM  faldas  daderkui  da^  Bst»l- 

'4la,  ama  qainta,  eom  o  inocoe  de^MéUo,  e 
«n*ella  dea  principta'a^mma>ovaagaosiâha, 
'^joonwdo^o  aaDQ.de  IMk,  eoa ^e^teiiava 

tNo  ttgiiiiite  i«iaado,  dai  Dt.A&mO'  U, 
''d^imieíJ^é  Soeiro  nooaeaéo  aifexoMnór;  e 
iÈKkêea^  áétoi  Dl  Mèiq  Soaria  de  Mella^  foâ  f 

v«feftQiSS|il^'de  ifeil0ieitamben\<alfi»ea«JBiir ' 
«de  D.  Affonsa  111.         :  -  .1  íi  .  . 
ií\tf%MBJ/é'é  sea'd9(SBiid€lite*eíffepvesentaiite, 
•ioív^toQdaideHéUD»>i0i5â$Qtaar^d0lftUa> ' 

(■>'■*    '  f.í  -r        •  !.-f<.   ..       -í)      ;  .13,;'    IJ.r   .•  .    j 

c  i^  Vgamoa  a«sta  a  C/0*oMíb(i  ddlTivm^^ 
<ÍminM  SaM^dgaitinho  <QnisjfiB),.4aqiitl 

«'tV  .'..III'/  >..\'-   /:  í  t/<j  'M.f...fí    .  '.fc*.,:"   II,  .    {i 

'  :i'M  Veálf^(Mip«'atlditi''d»<«:KyM,>'0| 


JtSSb 


m 


paaaa  a  dar,  emptsxuão^  oqae.^la  da.^a- 
vei|lo  dolrairaade Saaio Afostialufe,.|m)Ko 
^'Yitla^âelleUou   .  ■•  í  • 

Fdi  este  mosteifo  ftmdado..eniti39^ip9r 
D.  Maoi  Soarea  4'Álvimi  SíSiilior..df(,)lfiUp, 
qae  lhe  den  o  titulo  e  invocação  de  i\Nf  |i 
Smikwréd»  Couta;  parem».  esi6rJKiAIem  Soa- 
res^ só  fea  a  egreja^  v  .  ( 
.  Teve  «lie  oQflívaní^  arigem^^lQ.  U^ef^^  sar 
gttinta:  •      ••,•».,  ,r  .•  r  .!  .f. ^ 

No  mesmo  ,anno.dí^ri539»'0bm#Qii.^,  Joiío 
01  as  eDnegaa4e  Santo  Agoatinho  a  qaetgiiar- 
dassem  claasara  {porque  at^  eotiíç^eDaaf^- 
biam  f  uando  qaeriam»  a  visitar  aea»  pareor 
tes,  oa  a  oatras  quaesquesr  visitas»  .eompcn^ 
atc.^  soai  licença  «preivia  de  sapfriora9«}{  > 

Poréoii  miuyi&  d'eBtas  r^Ugiosasi,  não  ^e 
qaizeram  sujeitar  a  clausura  p^rpéto^.Q^ 
hiiwi  dos  doQvea^n,  '         •      , 

Si0  convento  de  €heUaSi  prA^imoj^(4%- 
èoA,  Qstata iim^sanhoni^ chamada D^jlfaria 
Boitrea  Tdixein^  priQairo(Hirmfka  deD^Isv 
hei :  Ti|iieirm'  vioiíri^.  d^:  Bitisvão  Soares  ^ 
Mella»,  senhor,  d'9su  vÂlta;jLquMi  por.ijâp 
qDer9r  guardar  elaosura  jmrpétua»  sabia  de 
Ghellas  com;  algamas  suas  amigAs... 
i  Soa  pfima  Ihesmaadoit  oflorecer  a  ermida 
4e  Mossa-Senhota  do  Geoi^  d^:qu^M:aiP^ 
4raeirf^'  para  vir  atli  ftwdac.um  .cpav^nj^; 
o tcomo  O.  Maria  &9i:ges  era  rica^  ^oi^íi^ 
sa,  facilmente  alcançou  do  nonoio  apos^U- 
cet;  Ueença  para  (andar.  este.  opoveato»*  em 
13  de  junho  do  mesma  ^aano  d^  J1539»  '  .^ 
.A  aatÂga  erwMd  AQpiv,aaa;lo.a.Gap#Ua- 
mór  da  novaegreja.  Pov-lh^Jjmç^dà^^  pri- 
mai»'pedrAí^pelQfi)i9po4e'ÍjoA«ihC%  Qi:4or- 
jfi  de  Almida»  0lbot  do<  L?  m^^  4e  A^r^ 
tee^  Ipgp  am:8  de  seteoibro,  ta«9))em  d*aqa^ 

cias  de  receber  as  freiras»,!^  naf])  ^Ã|- 
ram  logo. 

D.  Isabel '  Teixeíror  ^9m  fllN*'  Francisco 
de  Mello,  fizeram  doação  ao  mosteiro,  não 
só  da  ermida,  mas  de  todas  as  terras  imme- 
4laUui»  soht-MMlicãQ-deffuefn^B^^V  vffssE 
>>;naspaiiMi  o  «losf^aii^f^r/ii^RaiM^  >tuihiiá 
caninos  nwAoh:'^'.  /  .\    ,  mI  ^'•:. ..  ut  •. 

Estas  freiras  parece  que  goslavjUD^-daivK- 
^evdad»;.  e^  (9omaM  tmmoê  pramHscimas 


174 


KfiCt 


3i'1fntiiiA  tmlltio  TDàte  «npla,  nViMe  tenpo, 
ifo^^ne-  «ê  ^»g«gltêlM,  famo  lidaram^  qoer, 
por  consentimento  e  auctorí^^dd  parpa 
Mio  ntj  détxaiMi  a  itegn  e  habito  de  Sáfato 
AgoMitiho,  tomando  a'  de  8.  Prsnoiíeis  etâ 

Ó  foodador  da  prtmvttiv^  eritííâá  de  Mmi 
Senhora  do  Conto,  D.  Heot  SoanBS,'loÍ  o  fftt^ 
íàtitò  que  UteBOQ  o  app^tlido  de  MeMa.  %ra 
casado  com  D.  Theresa  Affonso  Gata;  flNia 
^  b.AffdWso' Pitões  Galo,  rioo^homem. '' 

Eau  D:  Theresa  herdoo  de  deu  lio,'D.^òtti> 
.1^6 -dè  Sá,  o  se&horlè»  dé  Mello,  w  ctfSk-nL" 
Bji  PòtiA'  t!aA  e  vKiifBitio  MVOAitob ;  porquê 
«Kè  morrett^^ete  de^eendeocia.    >   /    ' 

D;^  Gó&f  áto  de  Bà,  tf nha  a  wa  oasa-  e  ao>- 
lar,  iitL  rte^eM  de  Saéta  IfãMi  da  Sà^lnl- 
í«dO'deCôa.     i.    !  '  ... 

Martim  Affonso  de  Biello.ileo-homMa-dé 
f^M^ttigâ!!;  senhor  dé  Cèa,  Goii^h,  Linhares 
é  déloríe^  dtf  Beira;  ttetod*ffqiietta  B.  The^ 
rda;  foridqne-fezr  MeHd  tina  e  Ihé  des  ap- 
Éas  ^t<)^,  s<^ikdo  a  6)iAha'«piâ16o,  qner^d»- 
'ttíf,  K}vie  Mártita  A4kmB(^  de  HeMs^^d  que  so- 
ikmú,  eeoisièifiiitt,  dè^>D.  Affetitt)i^; qiie 
d*esse  ariâtfl « fôr»  dé  vlllà  &  povoaçiò.) 

9)la^  a  ttíeút^  Afl^dso^Gáiia,  ipimeideram 
o^!Oòtiâe€iidè>aii^D^a,  ¥eiitnía>^&  Lorfreé- 
^,']/k^sbmat«,  Osíiáafttti^sdíe  Ferrelris  ho}e 
^iq^ea  de  GadaVal,  e^#aS'lM)ftiItasiMAS'faH 
ilÍ!1ía9:d*eMMnò:    *   ' 

de  Metro ;'^fSò  9e Mabè^^títntíoêe^muikub àííu 
nê^  j)(ird  'JV^ffov  f)M»  ^M]qii»-j»  fUi^  /ol  no 

Èdif  ttih^^aetè  ántifo  âaffièsttiáTilH^<qQe 
^  l)òiis€irváttt  no  krdhivo  da  éUMârà  dPèUa, 
iáe'iâám  aâai'fllaêrdá>?ftH,i]tie  eraktt  aai^eaoe, 
no  meio,  e  de  cada  lado  uma  arv^re^aoih 
iBOti  íMfi^  tm  eiáàa  de  eatta^uiiiá )-  e^m  a'se- 


j    ri  ,  \ 


'^*'>  >^LLÒ  lia<20I«C]ttÂ<y  t>d  IffeLtlO' 


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l. 


ív> 


TéfnR»  'poi9  quelha  Chtoliteá  doi  erdatte 
nid  se  I^óÍM'  «ombiftlúr,  «kn  alguns  i^toa, 
com  o  que  diz  o  sr.  Vilhena,  é^inais^segfil- 
Ía»ífrâdiç§tf.-'W  ''»l       -iHí  -'  í-'-  -  "i 

O  tiM^  '1^^^'títtda  ía  airtta^  áclbito  da 


TiHí^  parti»  dWQeátlraa  a«Hg«ni  éd  mi 
d&#(n9Mií^'>e^a)  historia,  do  fsvie.JMai,^ 
Jerusalém.  ReflexioitomMi  .     -  - 

;D. Dhcvtai  <AffadS9  aaia,'lieréoBdftfe 
Mo,  D.  ibUfètó  d»  Sà,.^  dealiorío  '4e  IM 
>  dl  ae^vé  <|Be-òt  «phoresi  de.^Meilo  aai 
tínliaiii  (eatio^  ocm%  fAniáiaidoA  fioiwiK 
doa  &MWI- (fiMP8f  íéipaiBOftiitiftt^  db  Am 
ro).  ' .'     . 

<É'.vevdfldB:(ppi0aiDaiitÍo>ièBu  llbditti, 
foÉdáderai;dfif  eMIMadafienhora^^Cinli 
^'dnrnana^DL.IIaiftSòaraa;  m^-wSóM^ 
la  ina  MéIm  que  aiQaaá.vdio  9sa<MíMoê^ 
i^ém  ptlaiido8Lfláa,>do  Géa. 

D.  Menii88aoea  pkopi[imem  qúm  4amm 
úippellSA)  de  Jh/(o;ift^Ba^  pan|  a  qtMStio  è 
sater  qaett Ibi a faulaidçiPjdiLVillflifâe  Má 
lo^iékkáiStmBiítK^pBmàÈ  pmm>qclft  «ta^ 
foBção.Jáia/^aaBBffmpoiaa  chaawv^  âUloi 
/  A  chitènaca  doa  cmzioa  diioxpnoaflUMa 
ie  qne  o  primeiro  fmendar^  viU»  âa  lai- 
vo foi-  fiu  "flongal»  de*  MMogo;  •  raio  lai  Di 
-Soeíio^iUviBiUíddk  -     ^.' , 

CoiUv»-^  lanhem  dTaftalbichrQMQaqK 
a'péTtta^jeEa.já>«íMlga>no  Mapê^M^ 
Gonçalo,  ao  qaal  não  dá  o  titulo  d*  /Miáf- 
itir;  «Khaim  de^MooiItíp,  »  quA-ê  ttnili 
diflefhBte.'' 


t     í^    '• 


'■I  I » 


''     ri. 


;«  '".    »  ♦^.''. ..     íi. 


'  A  iraditão'  da  ftevanieiícia  -dariíMMMí 

piffoaç3o^idrtdl  forts:  d^MeJlb,  Mufifiãi  ^ 
Mth»)'Oi»iéinMttlimBa^  'Oa^HMMo  «  aA 
ddw  iirm6aKdi  áMítriftof  de  Lli«iiYV«f  4K^ 
aroM^dal^ivUla^iqua  ainda^aioiaa  naoamasík 
JittD/--'4»ni«a'<dâi'*t«íirac^">  -•  i^,  L^b  £.' 
'Oqias^iio  sMlKl  cdm<owtex%Jér^iaaè» 
a  poToaçãe  deixou  de  ser  Mdlni)  paia« 
Ifelio*  A/eiiidaiichiK»h»'fió  díBqu  aejifp- 
p^^acriioiliaiaèodo  aacnlo  X<f  I^!BO  # 
idmkéiA' saUengam^ pdaeál  llliSJÉ*«ftiAi> 
aava  VéNO/^oolDa  HogoíTll^elnoeiiqnBdis 
tratar  do  seu  foral.  Hl  «^'  J<a  .  .» 
.  D«vo^piffém'COlifei8«rqde«^tedth|piliBl» 
6id '  JèltMdeiÉu  ba  vjlii  u«à  alUo  Khdaai  ta^  for* 
te,  ou  lanço  de  muralha)  chamado  Jí^ 
poiíiá^vd^No^  telia*^  o  PaMdèpiímeiMvlifiv 
%s^  cat).  'Mi^unaa^^áel^r  S«6lnb  RayMi» 
d*aqui  tirasse  o  nome  para  a  9ua  vUla,  não 

^^«uirfati^eHfthiiida,  p<ir  900  o»  Mitt«* 
annos  •  èsd^^rimftltlWMÉae  iMMBaíu  i 


mu 

um  adotMér  i  que  Julgar  mais  tefMiàlU.'  '^ 

f^oncd  iétú  t^^^ào  em  Kt^sòé  dias  a 
indttòtrfa,  6  eómbierelò  e  a  po|mfa(S6  d'está 
villa.  PaTrrieam^se  aqui  ífons  pâimos  de  lati 
«  baetas. 

Tem  Misericórdia,  hospital,  e  cinco  ermi- 
das- 

l>te  o  sr.  Vilhena  Barbosa,  e'Vi2  nlid^ 
bem:  -  •    ^    • 

<A  saá  poâiçSo  (da  vtlfo  àe  Héllõ)'iitftiitò 
t  arredada  dos  portos  de  mar,  dos' grandes 
«eentros  commereiaes  e  até  mesmo  das 
«principaes  estradas  do  reino;  e  a  jRáltáde 
•cbmmtíQf cações  fáceis,  s3o  astíttsá^qlí^ 
«teem  obstado  ^ad  desenvblviníinto  #eMa 
«villa,  porqaaoto  o  sêa  território  é  muito 
«produeti^ò  ê  adaptado  jyata  culturas*  triui- 
•to  làci^tívak         , 

•Assentada  edttedbas'  f)r6s(|tíissfmâ£r  M- 
^b^iráè;  possuo  esu  fiita  lindos  arrkbàídés, 
•p^dtá  .qné^lindlòs  sSo  todos  ik  ytflé^^iástf- 
•fâ  'àá  lístMflá,- pfelâ  pompoèá  vei^eVáçIò 
«qbe  nVlíéS  éíbtrèteVn,  e  em  tdiiiíi^  ortá- 
«çõès  do  jâinò,'os  ífaUditòi  áfroMb,  tot^ieiit* 
«tee  e  rios,  que  se  desprendem  do  ^Ito  dós 
«sarros,  órx^qaú  iMbentaín  da  iáh  da  mbn- 
•tahha.i      •••*'•      •"••'  ^  '  "- '  •»•    '   'y 

O  território  d*está;#éj^èiiá  é  jfio\s  mdKo 
feral  «aí  ceréae^  l^^nfes,  frdctâ!^  e  T]n'bo; 
mas  a  álàpi^nclpài  filjueta  iph)Vém'tbé 
das  suas  ibÍ|(iíífefcàs^e'Vastl>  ))astágetts^  db- 
dé  c(e  crliá  g^dii  quantidade  dé^ifido,  "Át 
toda  a  qualidade,  iitte  Je  êtpbi^ta  em  gl^'- 
de  esc^a. 

(ãb  setíé  nídbtes  9^  àíbbndatités  dâ^l^a 
grrosííi  á  fcftida; "     ■'  •■'"* 


Mê: 


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:;i 


'P<*Manu6l1bêd«u  fbrál,èmiJiMMa,  a  19 
«e  féHhèrde  Í(H5  (Lkra^dê  fotoês  iè<)vo9tfti 
Bis&kM,  ãíAW^  eel.  il^-^Vejáí^eé  tr  (ítoéxssáo 
pàtiréaté' Ifefál^ba  gáVetà^SO,  maço  •n/ill» 
"8:)  IA  emta  sê  detídtbinaya  viUtí'dê  jíWA^i. ' 
O  brazao  d'armas  d'esto  villa  já  floA-dItl- 
«Hlpfio;  fiSás  M»  leal  a  regettiá^  <iu»>arí(  só 
precisa  no  séllo.  - ' '-  •  •'     i  ,  -.• »   i 


n     h-I*  'í   *.'.  1! 


'li 


•1   1' 


í>w./ 


Fdl^ièÀta^HIlá  pw^mais-^etOO  alin<ss«fl- 


Bn]^^^e||ad««*tiinQkip)ipM>;  chia  ^  tSádnpi^ 
piilóUfMhe  ^Msls  âi^tfttotfVds<4Ía  ftuaaut^ 

Este  concelho  foi  supprimido  depois*  èH 
1881.  •    •    '-í  '■ 

' Nbèt mauuscHpios dá^bMimhèMMidos 'íMl 
tbii^ue^ei  de  Páimèlfa,  se  vé  sobrè^^'  fatnfi 
IM  do9>1MMs,  d  mesÉm  qi^o  éf/  Vilbebk 
Barbosa  dis^èbníi  ^rê^p^SHè  a  D.-9èeire>  Itay^ 
mundo  ea  o  forte  de  Mello.  (1) 
. .  Pwa. evitar  ri^^iç^^vl^^ieça  Çutiw- 
rm.  it.feneologiae  am»s.;4o8  IMçs.  -„ 

.  I  .  1        .*}       •     ,     V 

É  aotud  condessa  de  M^Up^  a  sr/  D<.Tbej 
resa  Fraool^ca  Á»  |fejlo.S^va  Br^y^er  Soo^ 

.sa Ti^irares e  Maufa^i;      ..   ^  *.   .; 

MEIfBitP—yíltot  PoQfo,.co«içeUH^e.a9:ktr 
loraetroe  a  £.  d^  Gondomar^  eDui^Qa„Jaj#f 

paAOf.^iairicto  administrativo  p  30  kilooíor 
tros  ao  E.  do  Porto,  310  ao  N..d^  LisM^ 
300  fogos.  í    • 

Em  li;67tÍJíhaâ3Çfrg99^.:    .       ., .    1 
.  Orago  santa  Maria.  rrn  ; 

Qs  .margoesea  de. Marialva  apr^aen^v^m 
o  aM»ad^  Qi^  li^a  «OOMOOi^is  de  rendir 
n^0ntf'.a«iioal.  •, 

■'•  A^niia  t  iwilo.  antiga  e  foi  M^fl^ 
IHO)  ,499  41ÍIOI9.  d^adr/esV^a  ofV<!ltiirj|!  ií(^f;f^ 
4f(íi»/ftt«..(Vide>  Ç/w^,  Miuf^,j^  IPf^t^ò-i 

i  ffiyoti^  anfiqui^sioM^  0|aa  nSp  ^  m^ 
b^.  guando  ourQoi;.^ue«Pi,  foi  fiwf)^4A*  ^.VFr 
to  q|i«  ji  exi^tlai  j^  manca  i^^t^mpo  4^0 
árabes,  do  que  ha  vestígios,  oqíQOt  ai^ai^l^ 

.  HiludiSts^fPpiAiãifiysoIm  9  6|in«^|  4» 
aeii-rMmeii  ^ba8:.9idmi#aiHei9.|.Sepkii^9ii4L 
fffinejn^  é.  «orrQp^Oi4a.i*M/no«» poc.^^fipji 
ha99r  mfii^  d'est94,i^K99.'-:QiM^  F^MBt 
dem  ser  corrupção  da  palavra  j4vrabe  fi^ 
çul'tema,  que  se  lé^-^ínercultem. 

Na  Africa,  perto  de  Azamdr,  ha  uma  po- 

fbist^ò  tabbem  assibii^iámida.  -  <<  ^  '- 

•K^  j^alaVri"  é  àmpàkUt  dè  dttisillBj^itf- 

'flVbs^è^M  úlbà  pkrttefnhf'l>d'âdvèirMdiMI^ 

^í,'  a^Jàftbfi'^  mo^  ^a?-te)  dd'ial)d  md» 

*;?  (4f'6  Me'''CirV?íy 'Ãi  sàa 'tí^ 
^W,  segUé á  tlpfidlo  que  de|bli'Mo^tt6 

étJ Vihenav    - •      ' '  -'h  .  i. .   li ;/.  -v »fli 


n% 


MBL 


r»  blf  ■  ik  0i4  (eóme)  do  verte  ofista— 
eoQMr-— e  4o  jMlverMa  íàna  (ahi  a'etio  lo* 
gtr)— fleado  astiiDy  significava — uie  eomer 

E,  com  effeito,  estando  esta  víUa  sitoada 
sobre  a  margem  direita  do  Douro,  ó  desde 
muitos  séculos  iosar  de  deseaoço»  ponsada 
e^  eomída«  para  os  qçe  navegam  p^  rii^  • 
dos  que  vem  pela  estrada  do  19.  p«ra.  aiqui* 
■a  baici^  para  a  outra  m^urfem. 

'  Desde  Avintes  para  elma,é  Melres  anais 
bonita,  fenfl  e  sprarivel  povoação  das  mar* 
genM  do  Dooro.  Desde  a  aldeia  de  S.  Thia- 
go  fatéf  á  de  Merdra,  d'esta  fregaetis,  por 
espaço  de  i  kilómetre,  ponco  mais  ou  me- 
DOS,  se  estende  a  formosa  ribeira  de  Métre$, 
ftttflíssitna  em  milho,  centeio,  íínlio^  legu- 
mes, bortâliças,  doín  bastantes  aivcres  de 
viriho  (carvalhos  ou  outras  arvores  que  los- 
tentam  videiras.) 

Ha  também  aqui  grandes  e  beilas  noguei- 
ras, que  produzem  muilo  íráeto,  que  se  ex- 
porta. '  • 
'  O  resto  da  freguesia  è  em  terreno  acci- 
ilkftado;  em  iifande  p^ie  coberto  de  pinhei- 
ros, carvalhos,  sobreiros  e  outras  arvores 
MlVé^tres,  é  d^aqnf  se  extrahe  bastame  òor- 
tfça  e  miiAeirâs,  que  v8o  par»  o>ortK(^  dosft 
cijík  cídado^foz  eíta  frèguézia  grande  etoti- 
Mme  nègoeicf,  peto  riò,  ebndnHodo  áqáella 
iStfàdlí,  ktíáú,  earVSo,  :eárqb0i]a, '  madeira, 
iMfeéd,!  e'  cetros  g!eneros,  em  barcos  ppsprios 
'dá  fr^gúéJía;  í;- 

Fica  Melros  e  S.  Thiago,  em  frente  'da 
«l^guecla  >dè' Sattto  AAMiM^da  Lomba/;  e 
«m^ft^eute^dóiiogar  de  Moreim,  na  mirgem 
^òl^sta,'  é  o  logar^de  Arêfa,  célebre' por iier 
Mo  Uma  antiga  cMade.  (Vide  apag.  S3(^I 
do  !.•  volumi^:)    '  •  . 

A  causa  ^  ferUJád^  do  solo.  baixo  ^*^- 
%  DtWi^íA,  i{,9M}m9:  qup:9  bouró;aquí 
4epóeita«aiaiiieqcb9«^i;  .mas  ;ie  quasi  sèip- 
4ie^  6.l^4i|iflador,  taiÂbeis^  alguj^g^^  v^ 
causa  grandes  prejuízos,  pois  tem  haviáo 
chfiafl  q^e  cjhe^^ram  a^e^itraç  dej^try  da 
^gr^  i^atru,  qúf|  e^tà;  a  ,i9als"iáe  9  ou40 
metros  acima  do  nivel  ordinário  do  rick  fià- 


MSÍ4 

lio  o  Dooio  amsta  em  aoa  coircale  ta»- 
sa,  páie^  arvoípsa,  casas  e  camyoa» 

Ha  aqui  uma  boa  feira,  naaldeU  deBai- 
zéllo.  Até  agosto  de  1874,  lázia-se  no  díaS 
de  cada  mez— desde  então,  tax-se  no  L*  à>- 
mittgo  de  cada  mez. 

Foi  concelho  muito  antigo,  com  camarás 
justiças  próprias»  qae  íòi  sopprimido  de- 
pois de  1834.  A  sua  casa  da  camará  sem 
boje  de  easa  de  escola  regia  de  inatrue^ 
primaria. 

D.  Nanuel  Ibe  deu  foral,  em  Lisboa,  a  15 
de  setembro  de  1524  (Xíih-o  de  foraes  fum 
da  Jfêira.  fl.  UO  v.  coi,  1.-!)    • 

Tem  uma  nova  e  grande  capella,  da  is- 
vocação  de  Nossa  Senhora  do  Calvário»  coa 
b4a  torre  edois  sinos.  Foi  construída  áco»- 
ta  de  habitantes  d*esta  freguezia,  qpe  ^ 
quiríram  oo  Brasil  meios^da  paS^sarém  o 
resto  dos  seu9  dias  n^  terra  q^e  00  viu  ms- 
cor.  T^iQbem  a  éiles  se  d^véim  p^  pielhora- 
i)aentfts  qw,^  y^m  nas  casas  e  quialis 
d'e8ta  treguezia..  , ,, 

É  em  Ifelrça  ond^  na  S.v.dpminga  ^ 
quaresma,  se  faz  a  melhor  procissão  defas- 
^0A  de  todo  q  co9celbo.  ,      ^  'y. 

Pe^L  aldeia  ;4e  S.  thiago,  passa  a  »u 
carbonifefa  (antbraci|ies)  ^ne  vem  do  Bar- 
ri^ (margem  esquerda  do  OoúrôXe  segoia- 
do  a  direcção  NO.,,vae  p^saír  ao  dovéUo» 
Valia  de  Áfiim^  e  ^.  Peiíiro  da  Cova.      . » 


.» ./ 


Ha  em  vários  ^iUoa  d*e^  fjrç^exia,  moi- 
tas galerias,  que  bem  most|raq[f  ^s^i;  fjosigfi 
minas  metálicas.  Supponho  serem  anterio- 
res à  ,doBiiaaf}iq.rQmaf»a:;  parqueiteemap- 

parecido  por  estes.sitfç^vma  9^91^  ^ 
mós  grpsseicai^  c^m  que  |os  Ij^faups  tr&i' 

raysm  o  seixos  (quartzo)  pava  Jbe  exirMi^ 
rio^  p^la  lavagem«.ae  pariicolaa  da  ouioob 

prata* .:  . . . 
Segui}4o  a  tradição,  Mbmbeai^  fqram  a»^' 

radas  pelos  mouros.  

Ainda  por  aqui  ha-algiuias  minas  da  co- 
bre iO  de  Cirr^.ma^^^defprçsada^por 

^pii«eeremjp(kbttea>;9H#erAide^  e  Qào  aaf»- 


MEL 

rèrem  aventurar  os  ibfii«in>s  a  fázerom  re- 
ooubecimentes  e  pesqniias  protandas.       ' 

,  Hl^UYe  Bqu\  «D  Tii^ulo  dos  ftr^t  4e  Mei ' 
xide,  admimstradoraf  do  ptorgádo  de  ViUfr 
de  Perdizes  (na  comarca  de  Chaves.)  Ha  wA- 
toa  anãos  que  deUou  de  e:^niiTt  e  o  s^u,  so- 
lar, qae  ó  um  vasta  e  bom  edíãcio  nobre, 
ai^da  existe  ao  fando  da  vil|a,  em  bom  ^• 
lado ;  mas  madoa  de  possuidor. 

Há  também  aqui  ama  grande  e  belía  casa, 
que  foi  paço  dos  Telles. 

Foi  comprada  por  fr.  José  da  Graça,  que 
a  restaurou  e  aformoseon.  Ê  hoje  dos  seus 
herdeiros.  Poi  solar  dos  PortoGarrèiros.^- 
de  Porto,  no  palácio  da  Bandeirinha. 

Também  foi  solar  doe  Telles  4e  Menezes, 
que  procedem  de  D.  Tello,  grande  sênbor 
ias  Astúrias,  e  rico*homem,  no  reibado  de 
D.  Pavllla,  pelos  annos  de  730  a  750. 

Bstes  Telles  foram  os  progenitoras  dos 
condes  de  Cantanhede  e  marquezes  de  Ma- 
rialva. (Vide  esta  ultima  palavra.) 

Ha  em  Melres  a  antiga  casa,  denominada 
^Mira  de  Mello,  dos  srs.  Coelhos  da  Rocha. 
Foi  d*e$ta  casa  o  pae  do  justamente  célebre 
doutor,  o  padre  Manuel  António  Coelho  da 
Aocha^, lente  de  Coimbra,  e  um  dos  melhq 
res  j\iris  consultos  e  escriptores  públicos  dps 
nossos  dias.  Vide  Covellas,  pag.  428,  col.  2.* 
do  !•  vol. 

O  sr.  Joaquim  Coelho  da  Rocha,  com.  es- 
tabelecimento photograpbico,  na  rua  da  Ale- 
luia n.<*  lli,  em  frente  do  Passeio  Publico 
do  Rocio  (em  Lisboa),  é  da  casa  da  Eira  de 
Mello,  ,e  sobrinho  do  dr.  Manuel  António  Coe-, 
lho  da  Rocha,  de  Covellas. 

MELRlÇO--Pequeno  ribeiro  do  Alemtejo,; 
que  passa  a '3  V2  kilometros  a  NO,  de  Cas-' 
tellò  de  Vide,  e  800  metros  dá  casa  perten- 
cente â  fazenda  denominada  Mensoares  (Mem- 
Soares.) 

Junto  á  este  ribeiro,  e  no  meip  de  um  cam-' 
po,  está  o  dolmen  de  Melriço, 

A  mesa  era  sustentada  por  sete  i^as, 
ou  esteios,  dos  liiuaes  sd  três  se  eonservam 
inteiros;  M  mais  est9o  por  alli  eèpálhàdòs' 
e  partidos.  A  mesa  aln^  ést'i  Intacta  %oète 
<)s'trei'^Jeíos  que  restarff '^    '  ^'^'-  *' 


MBM 


m 


nattltO— portttgoez  adUgb— moeda  usa- 
flU  Éoii  reinot  de  L^o,'Ovie<io  e  Castella,  e 
4tie^  Ifi  passou  pafa  tNAimgal  não  se  sabe 
ÍáàBê6i  flsas  mm  certeza  alites  tte  1067,  pois 
qtí^  een^i^  t>.  (&aí^fa  ffllho  ékJà.  Fernando, 
o  €raiide)  fèfto  rei  dePoAiigalfesse  anno, 
iktà^áíktWmmbt^i  (Vide  Alfaiates,  pag. 
lUdoi.*vof;> 

'  Os  ttosêos  aroheelogòs  ie  uumtsmographos, 
não  são  concordas  quanto  <  ao 'valor  doesta 
pequena  tnoeda :  dizem  tina  Ique  era  o  mes- 
maque êMò,  oÀ marafndim;t  outros, que 
era  uma  fracção  d^eetá  moeda;  mas  a  opi- 
nião mais  «eeeisaiteli^é  que  íHembro  ó  o  mes- 
nfo  4iie  Mêa^a :  ainda  qá^  Viterbo  diz  que 
— come  antigamente  as  escrifiSluras  tinham 
muitos  breves,  ara  ^possível  que  dissessem 
memb;por  maravidiM^  e<i'aqni  se  podia  ori- 
ginai^ o  engano,  e  a  inven^  de  uma  moe- 
da, ^e  talvez  Jamais  existisse. 

Entre  muitos  e  diversos  legattosque  a  rai- 
nha Santa  MàMda  deixou  no^sen  testatàén- 
to,  feite  BtíítíS6  (Tom.  i.«  ia  SM,  6en.^ 
Casa-Recíí),  é  O  de'umacrusi'deQBrb:oofai 
Santo  Lenho,  que  tii^a  sido  da  rainha  Sania 
Heíena  (mãe  do  imperador  Constantino  o  ma- 
gano, o  I.*  dos  imperadores,  que'  sé  fet  ehite- 
t8o,  convertide  por  sua  m&e.)— U  ducenUos 
membro»  vetens,  aos  dominieos  do  Porto;  e 
ao  convento  de  S.  Francisco,  da  mesma  ci- 
dade. Cem  9nen^rús. 

Em  Dofresne,  na  palavra  Kalenice  traz  o 
documento  que  se  segue— £1  donat^ê  cei¥' 
êum  9  denarios  PogeMs,  ei  ad  kalênêtu  iuos 
membros. 

"  Nota-se  que  a  era  de  augusto, 
era  dividida  em  mezes^ei  estes 
em  kaiendas,  ido$,  e  néàs: 

Nas  kaiendais,  que  era  o  prin- 
cipio dos  mezes)  reuniam  4è  bis- 
pos o  seu  povo,  para  b  iiisumft- 
re»  nos  dogmas  da  religfêo.  Com 
o  tempo  se  deu  o  nomedeill:^* 
leitd»,  ou  $yi^oda  a  estas  mesttks 
tBVtoAò&ê.  Pém  fnr  úà  SígUbdú^ 
ou K^Umiam),  (t>oe.  daunhev- 
slAade,  de  442»)      '  «^ 

Também  se  dava  o  nblM  éò 
Codlimiairúk  p^osissSã^*  ou  tla^ 


I  !•  . 


mâr. 


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P#t!fad«l4M  ie.dfefttlRR  os 
nmw»  %m  âifléveate^;  tecu/i  de 

>    João  Ib  proliiàia  qae  m  popua^ae 

yel^  «mife  €e8ar  ( V  âUMW  ma- 

.    ooft  iii  dias^  mU  amiga  ilí>  qa!» 

camentos  se  coa^aase  |i'aUi  eo 
.     4iaiile'{ielo  aaoo  fio  aasdoiepto 
deJeaos  ChiiUlOb 

Tambom  »  dava  o  mam  d« 

ii4lMto4,  Aoa  díreJtOB  de  porta* 

1  gCKD  eoQlmsi. que  nas  Curas,  ou 

mereadqsy  ^  pagi^vam  ao  rei,  ou 

áque]l(|3  aquém  a  coroa  os  iiuha 

De  sereiDi.aa  feiras  no  1."*  dia 
de  cada  me^se  deu  eate  npme 
(derivado  do  verÍM>  grego  kaleo) 
ao  tal  direito,  ou  comrUMJMção. 
iUefp.  Sagr.,  tom.  40,  fl.  227.) 
.  MfiMFAATOR  oa  WAHPASTOR  --  RorUir 
guez  aDiígoHi^*^  <>u  qualquer  outi-o  official 
de  juBiíça,  que  civilmeui»  tomava  coobeci- 
meoto  das  eausas,  e  m  Aeeidia. 
•  Em  1324  D.  Afaoso  lY  irobibitt  ao  mos- 
teiro de  Castro  de  A^vellaos  o.  introoietter-se 
a  pôr  Juix,  ou  f»émpastoi\m$  aldeias  e  io 
gares  em  que  a  jorisdieção  eivil  perteocia  ao 
-tei* 

Em  outro  documento  de  4340  se  diz  num- 
p^toi-  ({)oc.  de  Bragança).  Vide  Mmtmnhos 
e  QmU€mlha. 

Segundo  Poarte  Nunes  de  Leão  (na  sua 
OiihographiaJ  mempastor  e  mampo9teit'á^  é 
o^meâmo  que,  homem  posto  por  alguém  pa- 
ra qualquer  negocio. 

Depois  só  se  dará  o  nome  de  mampostei- 
ro  ao  que  recebia  as  esmolas  para  a  remis- 
são dos  captivos  e  para  alguns  sanctos  eu 
sanetuarioa. 

Por  fim  só  ae  dava  o  nome  fie  mampos- 
leiro  ao  que  reeei)ia  o  dinheiro  das  esmolas 
das  hullas  da  Sanía  Cruzada, 
'  MSUDteA^regw^zia,  Estremadura,  eo- 
«ateará  coaeelho  de  Porto  4e  Mós,  18  kilo 
metros  de  Leiria  .130  ao  If.  de  Lisboa,  120 

lagos* .•:.!'. 

£m  iW  jUnba  183  íoi^. 
Orago  S.  Julião. 


^iipado  e  ^dislrictp.  admjniionfiii»  4i 
Leiria*  •    •. 

A  coiiegiada  de  Perto  de  Mós  apresenta- 
va o  áuii;  que  tinlia  %OW09  rgia  «  o  pftde 
aitâfr.  Isto,  segundo  o  Fo^/u^aí  Sáon^e  Fnh 

O  Couseiro  diz  que  o  vigário  e  beuefieàa- 
dos  de  Porto  de  Mós  davam  ao  cura  40  al- 
queires de  trigo,  e  òs  freguezès  casados,  ca- 
da um,  um  e  meio  alqueire  de  trigo,  e  os 
viúvos  e  solteiros  metade. 

Havia  aqui  antigamente  dois  bôdos^  rm 
na  primeira  oitava  do  Espirito  Santo,  e  oa* 
tro  em  dia  de  S.  Mjguel,  arcbanjo  (t9  dese- 
ptembro). 

N*esta  fregnezía  nâo  ha  ca  peitas. 

A  oôgem  d*asta  iíBgu^úá  é  a  aegtt|i9le. 

Na  aldeia  do  Arif mal  havia  a  ea^Ua  à 
Sanio  António,  e  aa  da  Mendiga,  a  de  S.  M- 
líào.  A  estas  duas  capellas  eram  obrigados 
os  vigarioa  de  8«  Pedro  e  8.  João,  a  virem 
dH;er  missa  e  administrar  os  saframeotos 
aos  freguezès  d'eUes(que  entào  eram  40)  m 
domingos  alternados. 

Em  1525,  sendo  arcefiispó  de  Lisboa  o 
infante  D.  Affonso  (filho  do  rei  D.  Manuel) 
cardeal  do  titulo  de  S.  Braz— mandáramos 
seus  visitadores,  que  os  seus  vigários  e  be- 
neficiados lhes  dessem  capeilao,  que  lhes 
dissesse  missa  6  administrasse  os  ^en- 
mentos.  O  mesmo  arcebispo  confirmou  es- 
ta ordem  em  1526,  e  mandou  que  p  capei- 
lao assistisse  sempre  em  um  dos  ditos  lega- 
res, e  lhe  taxou  côngrua;  mas  p  vigário  t 
beneficiados  de  Porto  de  Mós  se  opposeraffi 
a  estas  decisões,  tendo  logar  um  pleito  qae 
se  sentenciou  contra  elles.  (£sta  sentença 
está  no  cartório  de  S.  Pedro.> 

Cqm  o  tempo  foi  crescendo  a  população 
d'aquellas  duas  aldeias»  e  se  dividiram  eo 
duas  paroçbias,  como  ainda  hoje  estão,  nus 
até  1834  foram  dependentes  da  coiiegiada 
ip  Porto  de  Mós»  qiie  apre^eioava  os  curas^ 
como  fica  dito. 

■ 

mffDlGAr—^erra,  Extremadora,opde  es- 
tão as  íregueziaetdo  Arrimai,  jtf eA<tiga  e  ott* 
tiras..  Para  evit^  repetições^  vide  A^fr^Mf- 
S9^  a  pag.  302  do  i."  voU 

MEMESTERIALou  ]|£KSÍ}T£IgAIr^ii»^ 


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tBpm  á]Ui40'tMdMÍJto,.,«p«iaiJh(f'>>Bia^ 
ro,  ereado,ierftnl€^.jãU3i    .  i  ,  .:i  .?  >/•.; :  \ 
w  MÊllM  Ai«-^poitiH|[Ut»iilÍ9»^H^  - 

tft^JiwQesndBdfL  \  "   'í  ••'       -'..i    .mc 

4a^  íáltè,'4es9fO¥idd»'.8tC3       •'.•       •  .   7 

vo)t  /Soou  Men^ofUUt  d»'  gemíê  ^  «Mfi|»«Ai«( 
«  esteve,  e  está,  em  gram  perigo  dr  9ê 
pmrdeF  e  éispobrur^  \  ele.  (Garta  •  áo<  lelD. 
Pefnàiido  à  eavMtfafd&MoBMrvoi,  em*  tíSQ^ 
•  MBKt-^-fodimiaet.aBliecH-baáia  de  4M 
as  mulheres  do  éampd  ía^iam  ai  aQas.man* 
tilfaaB.«^*^r  ^/Ifi  dita  mka.vBsUda^ái^íiies- 
éidas  novoi.  dê  étímde  voda,  s.'kuawm/tíUha 
demmU  e  hma  qae^  ádécoui-tanqi,^  Mima 
ffiidrilha  ^aioíp)  dt:brtít^.DQ9,  de  Alpen* 
durada^  da-iiSdi)         ••'  > 

'   Dava^se  antígaoMiite  o  wú* 

r    .  >     me  de;  bitisiol  a  wm  pano  farte 

,  »  gRW8etre,Cabfficadoiia  eida» 

de  iagleza  de  .>Bri6lol,  sobre .  o 

Fio  ÁToa.  Doesta  ilha  vteba 

para  Portagal  .muita  d»  tal 

..  panno. . 

Nas  cartes  d'£¥ora  de  1481 

requereram',  oa  pÓTOfl^  que — 

»  prohébam  com  gravissimm 

i>     peM$j€svestidosdf8edaeãr'' 

naaieniosdeouíroe prata  ato- 

das  as  pessoas,  com  >  ceirtas  >/iV 

.  nUtaçõe^  a  respeito  da  primei' 

m  iiúbrega'^'fiúrêm  fueidoura- 

'  da.«  prateado'  iM^i^u^m-  o  use 

*-'Qiíe  kaja  differença^  peios 

fre9^sda^p90soaS'-^iiue  os  no^ 

bre^useuk  de  iati/(fia**-rOs  ofíi* 

ciues  mechanicos,  de  kins  gros- 

saSf  fnureiy  brisltí^  eie»-^Que 

as  rameiras,  e  que  só  fazem 

porum  hameiH,mo  mem  de 

me/tííifhas-r^^foe  andem  em  oor^ 

po,  e  sem,  ehapkUy  com  véos 

açafroados,  pafn  se  distmgni^ 

y  .  rem  das  miê(heru^haneêkís^ 

'  ]ISN0B£T<&S-*4H)rittgaea  antigp-^davir 

8ee8te,uQiaȇȒmicaa  da  SaDtaGlar%per  o 

mvL  patriaiyiba.  (B,  Frauciaoa)  s^  deoaBainar 

Mmpre^r^  mmor^  (Doe^  da  aeculerXIH.) 

JBHSeua^pd^liiluaa  aQU9»nt-iado.<) 


flue  ,^at  r(Nip% .« .app aneNiiv  ^9°^  ODOMrde 
uma  môsa,  como  toalha»  gu»r4MMip(9,'t4Jft^ 
re^  eopp^  m^nA  da  wmU^  X-  JSpi^^da- 
va-sô  á  mesa  o  nome  de  mênza,  comi9f  MufU 
híQjediflefa  ui^pvóviacia^  da  SuVji^pi^iipas 
mi^Aos  ii^yrBidãs.  .- 

.  W^KSQiU  e  MEKSUfUUl-r  português  ^r 
tigo— medida  e  medir.  Aiuda  hoje  >9^,:dK 
OMASBrar»  :pw..  medir»  &  ^  muito  ilMilosn- 
Gomen^pravet,  com  reapeÃlaaQ.que.p^r.FFA^ 
se  jaã<»  4)óde  mfMlir«  ou  avaliar. . 

Iliffirifaa,  IVSVr^MOw.eioAiA  amigo 

r*-|(filiTAXR.O.  e  IMEflíTAIRO -r-pormg»Q^ 

antigo-— iaveQKari^'^djiVisaob  partUb44«  eto. 

iOaru$Ueo8'da8'pi!oviiiQiai  dp  Korli9,<|ti)ii> 

dadic^m  tme^Uatro.,.  . ;. 

]CSIITB8^paniUjW&  ^^tigot^'Cui4a|dk^ 
peflaameut^,  lembrança^  iQ§mjOfiia.:r->.p  fw 
awe  medOt  ^  desampara  o  feita  4f$  ati^i^ 
mm  mteo  kimuis  itmé<es*'(D(K,  da  Aipeu- 
diurada,  de  ii09.)  Tetn  rnsnie^r^esà  o  ^u»t 
mo'  que  úiz^t-^lama  semUdo»       . 

MSNTfiS  e  M£NTJlfi&TT7PortDgue2  antiga 
-^aii^  usado  pelo  1^90  poyo^O.  meivoao 
que  emquanto,  (Doe.  de  Almoster»  dei  iSS7^ 
é  eorropoào  do  cafí|eU|2^o*-Hntpfilra4. 

JIENTU)EHlO*^ortug«ea  aatigo^rnii^ti- 
raso.  .Nas  pn^viociaa  do  ISc^te^  ainda  se  dia 
tnetàUreito, 

ll£lfTR£Si;l|DiO  ^  fregueúa»  MinJ^o^.^pr 
marea  e  í%  kilometroa  a  .0.  de  Vall^nçA,  «ma- 
celho  de  Villa  Nova  á^  Oerv^ira,  4£|  kjiomdr 
tros  a  ONO.  de  Braga,  405  ao  N.  de  Usboa, 

iiO  Jogos.  Em  &707  ^ha  áOll  / .  ,. 

Ofago  .SaAta  Chrisfiaa. 

Arcebispado  de  Braga,  dialrktaadminiS'- 
trativo  de  Yiaiina* 

£\  terra  íértii  .    i 

O  abbade  de  Sant^  Maria  da  Cui^a  apre- 
9entava,o.  vigarle^  ooHadp^.que  tiaiia.iOOMOO 
ricis.  ii      ' 

Foi  antigamema  abhadia  do  real  padroar 
do.  D.  Díbíi;  em  1308,  a  trocou  eom  o  biapp 
de  Toy,  D.  Joòo  Fernandes  Sotto-liaior.Dar 
pois  paaapu  papa  o  abbade- de  Qunba,  que 
recebia  tmisá»  dos  diximas»  a  «  ooira  me- 
tade era  beneficio  simples  do  ordinário. 

XtO^rrlieruiRiie^  antiga^ikeit. 

MfiO  B{làNfiO-^oml0l^^antigor— melo 
jmI  bciMO»  eu  3  o^tia.     < 


1^ 


IfBK 


VI' 


HfiOOO-^portiifQeil  ftnli£fO«-^)' DMfo  ou 

IfECNÁ  é  MEOlfO^portagaet  aiilíg^)^ 
Viâè  ifetma. 

^  WBRCABi— no  antigo  poftngcidiiião  «goi- 
ficava  somente  comprar,  mas  Mttbem,  eo»' 
tuatar,  trocar^ yehder, etc; hoje dkse mer* 
eade}ar. 

ifÉlUiÊ--M<)d  prf  oftéiro»  sMOlos  te  aao' 
narohia  portugaesía,  davu*8e  aos  reis,  o  mo- 
desto titulo  de  Mertê  (vossa  Hiercé.)-i-Á  mer* 
c&  segai«l-se  a  «MiAonVi.tfesie  traítâiaento 
ncíiavftm  os  reis 'das  Hespanhas,  até  aM  ireis 
Cfttholieò»  de  Castellá',  Pematfilo  e  Isabel^  e 
D.'  Ilaniiel  de  PortagaL  Desde  estão  se  in- 
trodasia  a  aUeza,  á  qaa!  se  segola  pouco 
dêpofs  o  de  magestadê^  trazido  da  Alterna- 
nha>  *pelo  imperador  Carlos  V  (pae  de  Fhi* 
lippe  II)^Mas  os  reis  de  Portugal  e  Gastei* 
la,''na  eorrespondeneía  privada,  sempre  se 
trataram  reciprocamente  por  éUeza;  até  que 
na  entrevista  da  Gnadalape,  Pbilippe  11  de 
€Astella,  logo  no.priíneiro  encoBtro,  se  apres- 
sou a  tratar  por  magestade  ao  nosso  rei  D. 
SèMst^. 

Com  os  PhHtppes,  radioonse  ^em  Portagal 
este  real  tratametttó,  que  hóje  é  o  de  todos 
os  reis  dÀ 'Europa  e  outros,  e  se  conservará 
provavelmente ;  porque  nas  línguas  conhe* 
toldas.  <kão  ha  outro  mais  no6ré,  que  ò  possa 
snabstitfKir,  sem  usurpação  dos  atributos  da 
divindade^  (Vide  Magêstade  (a  i.*),  pag.  34 
d'estev0l.)  •' 

MERGEANA  OU  MBRGIANA— Yidâ^i4/irài 
Gallega  da  Mercea/na,  pag.  82  (na  íim  da  2.* 
col.)  do  l.<»  TO*. 

MERCÊS— freguezla,  viá^lÀshoa;, 

MERCÊS— Vide  Cai-valhalBem  Feito,  pag. 
134  do  2.(»  vol,  eol.  2.*,  no  fim: 

MERCÊS^aldeia,  Extreiíaadura,  proiima 
às  abas  da  serra  de  Cintra,  fíreguezia  de  Rio 
^e  Mouro,  •oclmarea'e  concelho  de  Cintra, 
patriar diiadoi  distrlctoe  30  kilomeirt»  a  NO. 
de  Lisboa. 

Ha  áqui^unia  iòroiosa  capella,  dedicada  a 
Ilobsa  Senhorsi  das  Mereés  (q^e  deu  o  nome 
á  povoação.) 

No  diaW  de  cfOttíbrO)  sé  faz  tfma  grande 
romaria  ii  estl^  Senliona,  qeo  é  isônoerríd^ 
dos  povos  d*estas  redliádesas^  prf unfpalflkM^ 


te  4ii%rfa«8éqBi,  ÈàalMiea^iCmmk 
Cintra,  Bellas,  Rio  de  Mom%  «Ic 
'  £  esu  iSoleimUdade  ^igiosa  feMa.M 
grande  magnificência,  com  musica  voali 
íMUwiiental ;  proeteaio^  qobí  «iail#  aHo- 
res^  e  grande  acompanhbneito  de  ktiSn; 
fjrâá»  quantidade  de  fogo-  pree^  «  do  n;  e 
toéaa  ti  amis  deBMUi8traçde»4«  rogosijo  ^ 
Mico. 

PoF  essa  occasião  se  faz  também  aqui  ua 
grattde  (éíra;  ima  dás  melkores  em  gadol»> 
viao  e  scrino,  dos  arredores  de  liisboa.  De- 
nomina-se  feira  das  Mercês. 

MERD. . .  EM  BOGGA---oa  Uxo  êmlm 
«-metter  eser^mento  humano  na  bôccaè 
qualquer,  ou  esfrâjgala  cçm  eHe^  eranii 
das  maiS'  atrozes  injurias  que  ael>odial 
zer,  e,  por  isso,  punida  com^otmaiorriga 
Cinco  eram  os  crimes  princf  pães  dos  antigH 
porCnguezeiy  que  oe  íbraés  a  leis  castigaía 
mais  severamente^Aomêddú»;  furto;  rapt^ 
ou  violação  de  mulher  {romé^  arrombanuk 
ta  de  portas,  com  mão  armada;  e  esterco  i» 
manoii,  mettido  na  bêccA  de  edguem^  ou  met- 
mo  a  simples  ameaça,  por  palavra,  de  fs 
lhe  fariam  esta  injuria. 

Innumeravei»  são  t)s  feraes  que  imp9ea 
graves  penas  a  este  erime,  a  que  por  ioâí- 
guo  e  immundo,  alguns  chamavam  nefandu 

Os  termos  de  que  em  regra  se  servem « 
foraea  para  designar  este  crime,  é—stervu 
in  ore;  mêrd. . .  in  bucca;  e  lixo  en  bôa. 

No  fbral  de  Tbomar,  de  1174,  tradaziè) 
no  século  XIY,  se  lé^Se  alguém  (cometter!) 
rcussOy  ou  omesfú,  òu  romper  casa  con  tf- 
mas,  ou  eon  feridas,  òu  quebrantar  portei, 
ou  entrar  i;asa  no  couto  da  vUla—peyte  çv* 
nhentos  soldos.  Se  aifftíem  (eometter?)  rm- 
so  ou  omisyo,  fora  da  vUlafezer,  LX  soli», 
peyte. 

Mando,  que  cada  huum  fUhe  ssa  molker, 
que  aia  recabeéada,  ou  fUhasua,  que  ats^ 
non  foi  casada^  hu  quer  que^u  achar,  sen  (»- 
omhu,EofUho,>que  seupadretenenssaco» 

por  séwmancebOi^fUhe^ihuquer  que  o  Qá0 
{tirado  f|M  non  briU  4obrdí^poirtuSi  mff 
ra  alffueni^  sentoomka.  Formerd^ ».  enM 
mehtáa,en  qualquer  lugár^qu^o  faíõr-ft$ 
LX  ff,^Se  utffuetàr  ferir  ton  armas  nmsieti 
4é  S9U  gre^yê pêt ird^  no toâWiUtA^ 


pe^e  tX  fí.—e  se  for  iora  ia  eilla^  peytê 
XXX  ff.  (DÍoc.  dé  Thocíiair.) 
-'  Vò  foral  qtié  d  mosteiro  de  LorvSo  déa  á 
siia  vina  d^Abitll,  em  im,  lésé— iVon  site 
Otíèr  vos  cafumnia,  ntíi  rausum^  et  honíici' 
dhmy  £t  stercus  in  orêy  et  Casa  disrupla  cum 
annfy,  aut  èum  feridas,  avà  fregerit  portas, 
tt  imravèrit  ãomum  per  ^n  {in  cauto  vitla' 
2)  sólidos  pectet)  et  fiirtufn.  Omnes  istas  ca- 
iumnias  sint  pectadas  per  fórum  terpm  Pa- 
himbaris,  •    ' 

Porem  no  foral  que  a  Abiul  tinham  dado 
Diogo  Peait  e  sua  mulher,  D.  Eximena,  em 
lí&T,  se  diz  que  por  todas  as  coimas  peque- 
nez se  paguem  sinco  soldos;  mas  pelas  gi^an- 
dês,  que  são — Otir  furto,  rauso,  homicídio, 
merd. . .  tn  bueca,  et  casa  derupta  in  cauto 
rntus  in  villa,  sicut  est  Foro  de  terra,  LX 
sol  pectent.  (Doe.  de  Lôrvao.) 
'  Finalmente,  pará^  nSo  cançar  o  leitor,  di- 
rei que  na  maior  parle  dos  foraes  se  faiU  nò 
crime  de  lixo  em  bôccá,  sempre  como  nm 
dos  mais  graves. 

<>  te!  D.  Ditliz,  fmpoz  a  pena  de  morte 
pata  este  crime,  e  esta'  léi  se  compilou  din- 
dÈa  nas  OrdenaçdesAlfbnsinas.  (Livro  S.*,  tit. 
3Í,  8  !.•) 

HERELIM— freguezia,  Minho,  concelho, 
eomirrea,  arcebispado,  districto  é  3  kítome- 
iro^  de  Braga,  360  ao  r^.  de  Ltsboa,  230  fo- 
lgos. Ekn  1787  tinha  87'  fogos. 
*    Òrago  S.  Pedro,  apostolo. 

O  reitor  de  S.  Payó  de  Mêrelim,  apresen- 
tava o  vigário,  que  tinha  100^000  réis  de 
rendimento,  tir  terra  muito  fértil. 

Houve  a^ui,  em  tempos  remotos,  um  mos- 
teiro dfe  monges  benedíctihos,  que  se  anne- 
xou  ao  de  f  ibães,  que  fica  a  4  kllometros  de 
diktáhcia. 

MERELIM  DA  PONTE— freguezia,  Minho, 
concelho,  comarca,'  arcebispado,  districto  e 
^  kilometros  de  Braga,  3t0  ao  N.  de  Lisboa^ 
100  fogos.  Em  178?  tinha  181  fogos. 
Orago  S.  Payo.  É  terra  muito  fértil. 
-  O  pfaroeho  era  reStor,  [lor'  concurso  syno- 
dU,  e  tinha' 180^000  rás  de  rendimento. 
Em  fevereiro  de  1874,  fálléceu  em  S.Do- 
ttingos  de  Nítteíi^ohy,  (Brasil)  ò  éommendá- 
dbr/Jòsé  Narciso  de  Sousa  Correia,  natura) 
tré^ta  iflfegthezia.  Déiiott'  í  égreja  d'èU^^ 

VOLUMB  V 


Wà 


lèt 


.'.  • 


oito  contos  de  Mis  de  moeda  brafjUleini. 

MERENDA— portQ|pf;E  anti({Q— c^rtoiC^ro 
que  alguns  caseiros  p^i^gáyam  ^oç  senhprio^ 
quando  aquelles  entravam  j)aiCAp8praso^ 
isto  àlem  do  chavddégo  (luya{[^  molhad^if^ 
agradecimento.)  EstovQJf  ffazemosporhu^ 
maraani,  e  hua  ffogaça,  e  huç,  quqbaça  de  pie 
nho  de  merenda^  e  dar  chaoadégo^  exevoírà 
aós  /frades.  (Doe.  de  Paço  de  Sousa^^de  í^^ii. 

HEBEND AL '—  portuguez  antigo — certo 
pano  grosseiro.  (Doe.  da  Alpendurada^  d0 
1277.)  Tambeni  era  a  merenda  que  o  ca39Í- 
ro  pagava  ao  senhorio,  ou  ao  seu  mordomo^ 
quando  hiam  ao  pra^o.— Í7a  maior  parte  do# 
prasos,  merendai  eira  metade  de  um  brafá^ 
ou  3  varas  e  meia.  E  huum  merendai,  que 
som  ires  varas  e  mea  de  brajmi^  (Doe.  da  Al- 
pendurada, de  1431  .'        \ 

UÉKIDA— cidade  capital  da  l^uçitania  por 
muitos  séculos,  e  quando  a  Éxtremaduira 
hespanhola  formava  parte  do  nosso  reinp^ 

Gomo  tenho  falládo  tantas  vezes  n*ésta  ci- 
dade.e  tenho  ainda  de  fajlar,  parece-me  bem 
fazer  aqui  d'ella  menção  especial. 

Foi  Mérlda  uma  cidáide  importantíssima 
no  tempo  dos  romanos,  no  ^03  godos  e  afa; 
nos,  e no  do$  arames;  e  posto  tenba  perdíd]> 
grande  parte  da  sUa  ai^tigaimlpòrtancia, 
ainda  é  célebre  péla  sua  anligUí(la(Ji\^  pelas 
suas  tradições.  /  .   ^.  * 

O  bispadd  de  Mérida,  era  um!  dos  maio; 
res  da  Peninsul^  poi^  abrangia  parte  d^  Ex- 
tremádura  hespanhola,  da  nossa  actual  Bei- 
ra Baixa,  os  dois  bispados  de  Coimbra  e 
Âveií^o,  e  grande  pairtê^do  actual  Uspado  do 
Porto,  pois  que  a  diocese  de  Mérida  chegava 
até  â  margem  esquerda  do  rio  Douro,  que 
a  dividia  do  arcebispado  de  l^raga. 

A  fundação  d*6Sta  cidade  remonta  ao^ 
tempos  obscuros  da  antiguidade ;  mas  as 
suas  magnificências,'  esplendores  e,  impor- 
tância, deve-a  áos  romanos,  que  á  fizeram 
capital  da  então  vasta  região  ^a  Lusítapia* 

Em  418,  os  alanos  romperam  uma  nova 
gaerra  contra  os  vaudáloç  e  âeliogois,'epi; 
quanto  os  ròmádos,  colligádds  com  os  go- 
do^, faziam  por  sustentar  o  dominio  do  im- 
pério nás  Hèspanhas'.  Junto  a  Merída  Í,ovi^4 
uma  sanguinolenta  batalha,  na  quà^^Atafes 
(vide  €eimbra)  perdeu  atida,  e  os  restos 


m 


Ti?ur 


01 


da3  suas  tropas  fiigiram  para  o  Alto-Mioho 

'^"^^ÍTéílnénéricô^^ío^*  iftinericoj '  o  primeiro 
Tèi'tfos  dúe^oi/õ  mats  iíraslradò  chçfe  ^as 
raç4^  4^  úòlrtó  q^ie  tinham  invaáiáp  ^s  Hed- 

?\ihhú,  e  tim^j^Wé  politico  e  bravo' gúer- 
ytro,  vendo  á  ánarchiá  (^Qc;  dominava  no 
tèirrlto^iòi  qué  bavia  sido  do  império  romá- 
bd^  6  conbécendo  ò  patriotismo  e  a  brava- 
f a  aos  lusitanos^  os  admittln  â  todos  OB  em- 
j^egos  e  honras  (^a  sua  curte,  entregando- 
Ihes  o  cemmando  de  tropas,  deizando-lbes  p 

Íoblico  e  livre  exercício  da  religião  catholi- 
i  (d  rei  era  ariano)  de  modo  que  qs  sae- 
Vòs  6  lusitanos  se  confundiram,  forimando 
tuna  só  nação. 
^Gundèrícò,  rei  dos  vândalos,  qnerendo 
apossar«e  da  tusitánia,  e  da  Andalazia, 
rompea  a  guerra  contra  Hermenerico ;  mas 
íbi  .dérrptadb.  tendo  de  fugir  pára  as  ilhas 
Biâleares.  Ainda  voltou  depois ;  mas  foi  der- 
tótado  é  morto  junto  a  Sevilha, 
'Os  romanos  não  queriam  ainda  largar  a 
presa,  ò  o  imperador  Yalentiaianò  III,  que 
tinha  succedidò  a  Honório,  Qiandou  (em 
tíà)  um  exercito  contra  a' Lusitânia,  sob  o 
commando  de  Seí»astião,  que  reconquistou 
)Ítericla'e  Lisboa ;  alas, 'arrastado  pela  ambi- 
1^  de'reÍoâr,'se.fez  acclamar  rei;  por^m  o 
povo  Ibé  tiròa  á  vida. 
.  JSerm^eriço^  ata(^4^,  de.  nipa  moléstia 
chrônica  (Í2fÉ)  entregou  à  Lusitânia  a  sen  fi- 
lho, Rechila,  que  em  ÚQ,  derrota  o  general 
romano  Àndelabò  (ou ;  Àndevoto,  cómo^  lhe 
chama  Ái;gote)  emXehíl — e  em  seguida, 
resgata  M^irida,  é  conquista  toda  a  Andaluzia^ 

Morreu  '.este  iponarcba  valoroso,  em  Me 
rida,  na  flor  dâ  edade,  eih  450. 

Tinha  conquistado  aos  romanos,  além  da 
Andaluzia,  as  duas  províncias,  de  Carthageua 
e  Cárpetania;.mas  alliandose  com  os  ro- 
manos, lhe  cedeu  estas  para  poder  em  paz 
conservar  o  te^to. 

Â^suâ  corte  Jfoí  sempre  em  Merida. ,   ., 
'  'Siiccedéu-lhe  àeíi.mho  Recprjo  ^(que  era 
ca(holico)  ò  qaal  quebrou  as  pazes  cqoíi  os 
reithai^os,  invadindo  jkS3ijLas  tenras  e  ás  dos 

*^.  !^'???4?  )m-  ^?â^^  .^w^ií^  Wí^ 

a  GaHiz^. ^  ^  ..  ,   ,  , 

^heòdodcd..réi  dós  godos,  êniao  alliadp 

ti 


fffHfr 

dos.  rpm^mpe^  I^V^F^  W^  ^>f  ^]pi4)ml 
exercito  na  Hespanba^  iiinradia  (it^  Gja^uaV^ 
nj^,,margei^  fio  ^o  Oi^Q'(a  MWW  de 
Àstori^aj  se  jÇjDÇM^foa  C9fn  ç^'exe)rQHo  Sfw- 
vo^  qi^e  d€|rrqlón^  ft^jindp  R^wto»  M4f^ 
para  á  cidade  do  Po,i;to;  o^^i^  íoipraaae 
co^d^zidp  a  9i»f  a,  éoi^^istada  h^vi^  pqiii- 
cò  por  TheodoriçQ,  qo^e  (felia  ti^iha  (^  a 
sua  çôrte.  Àlli,  a\çi  godo  o  manda  dc^goUr» 
com  algui^  doa  seas„  cm  dçzeinbrp  4a>8ft 
(ou  456,  segundo  diz  o  sr.  Carreira  dâ*  Melto.) 

Kão  é  i;nea  praposito, fazer  aq9i  um  rtsn- 
mp  da  antiga  historia  da  lAisitanla,  e  a6 
mencionar  os  factos  mais  notáveis,  com  re- 
ferencia  a  Merida. 

Vencidos  os  suevos  pelos  godos»  occapa- 
va  o  throno  doestes,  em  459,  Agiia,  qae  aea- 
do  desbaratado  pelos  cprdovezes,  sve  relmm 
para  Merida.  Reforçandp  aq^  aa  suas  tro- 
pas, marchou  contra  Atanagildo  (que  em 
S^vilha  Unha  tomado  o  titulo  de  rei  de  B6i- 
panha,  auxiliado  pelas  trppas  romaii^  do 
imperador  Justiniano.) 

Teve  logar  a. primeira  h^^Uiajunio  aJSe- 
vilha,  Stendo  n'es^  e  nas  segointe»,  sempre 
vencido  Agiia,  qne  reUr^odo  pa?^  Moiída, 
alli  foi  assassinado  pelos  seas  proprips  ya3* 
sallosejOQ  Ç60.  •  ^       ..  :  ^ 

Foj:  Merida  ^capital  da. Lasilania  até  ao 
reinado  d^  D»  Rpdf  igp,  .uitimo  rei  djOa  ^fk- 
des,  que  ainda  paraaqi|i.  fagict  d^is  4a 
fatal  derrota  de  Gn^a,l.et^r;I)*4iir.i^ôco|lmi- 
do  seao  mosteiro  de  Gaulifiapa^se  ddacohrín 
ao  abba^e  Romano,  ,eju(^tos.  fpgiraoi  para 
as  costas  da  Lusitânia;  parece  qaep^&a 
Nazareth,  au  parj^  a  viU^  da  Pederneira. 
Consta  que  foi  morrer  na  freguezia  de  San- 
ta Margarida  do  Feital,  juutp  a  Vis/íu.  (Vicie 
Feitaly  a  pag.  161  do  3.«  vol.— iVaxarel^  P#- 
demei9*a  c  Viseu.) 

Desde  então,  deixou  Merida  de  ser  capi- 
tal da  L^ositania ;  porém  o  squ  bispadOj  aiiir 
da  por  alguns  sdculoachegyu.a^é  aoBpnr». 
(Vide  Coimbra  q.  Grifo,)  •»         ... 

,  Qn^andp  o;». árabes  ^tr^ram^amiMfi^í^ 
em  7i4v  consta  que  acharam vaqni  um  e^ 
tar^,  /eito  ^,  ]xj^  pero^„qi:(e,airi  reâ  ap^^iro 
tiba  xra;&ido  da  |(íej;mania,,  e.que  liai»  perpfs^ 
9140  àp  templo  Áp.  lero^atem^  c  Órai  d>Ih 
I  roubado  pw.  J!fab^cpdQiiozo{*i  tuai^Q  áí^ 

V  V:  .MV 


íWro 

^ip  »,c^^^e  mítfXo\  depois  Hva^OTegte 

Tia  sido  roubado  pelos  suevos.     ^   .       , .. 
-^.JFo}  .í)lÇtíd^,a.j)*tri^.íe.mwíO)i,i»»^ 
^^rç§  ^j^dps  ^e^  talehtos  q  virtudiss.  He^- 
,f  pjarei  jOSr  principias,  4^  ^ual^wjho  flpií- 

.  ,^  fienovato^, bhpo  de  ]tfend^  nipxj|jç„|le 
S.  Bento,  no  mosteiro  de  Caulina»  que  f n- 
t^.  era  jm  awiQario  .de  y^rãès,  sabias  e 
^^jaftlos,  e.d^. prelados  insignes. 
,',,í?^Úpcea  Wj  S  de  janeiro  dç  633..Jppi  ^; 
pultado  junto  ao  aitar  de  Santa  Eulália^  .y]{;- 

. .  |5..  F/^. bispo  de  M^ída.  Fallppeu  ^.7  dpi 
l^verejro  .dje,!$70.  ^caQou.e,feD^u  os  ixçfi^' 
Qiea  4a  mais.  4ta  pe^(|^Âsà^  e  toabe  4^36^1- 
y^obar.por  madoj^Mjgi^fl^iinc^yai}  pbílga* 
{oea  do  4ea  nome.  .:    i.  .: 

.  S, .  BffmnOj  .monge  beo^dietino,  ^o  ,  9109- 
taiip  lie  Çs^Ú^3L,  natural  de.MQrifia>.«  ab- 
%d^  40,^^3900  cpQTeiiiaQ»  4\^nd9  a  iixsjit^- 
nia  foi  invadida  pelos  árabes^  ei^n  71^^  Já 
4j^  qpQ  fqgja  de;^e;:ida  com  D.Bqddgo, 
^JirazçDdQ  ^poo^go.  a.  antiquíssima,  e  devpffi 
imagem  de  I(os^  Senbora  da^azaretbi,fi 
IDOita^  r^iq9iaâ  dp  sao^^s.  Na$i  pra^a^  da 
jpjj^r^tt^  yivea  o  aanto  mooge^  em  lUma  cg- 
.yj^  (pA,eavqrnaj.em  coptiauas  of;aç^e^  i9i,çip 


rPWw 


.» 


•    r 


I    I      <> I 


•iíi  .    • 


perenne  exercício  de  penitencia.  Fallacea  a    <)lp^,Depois  de.b^ypr  presidido  a  dois  conci- 


ia.de  Ji^anço  H^  7^6,  ^  . 

r  $,  JfuM^iaíúQ,  JA»^igne  poeU,  philosop^O:  p 
^rihcqn^^)^).  Na&c^u  n'eala  cidade ;  fpí  re- 
í^áit,  aip  ^oma»  pn^e  (pi  muiio  estimadp 
]^)ps,  seus  grandes  taleA(os  e  egrçgia$.  vir- 
tudes. O  famoso  Marci^  o  tqmou^eni  vários 
.8^ip^  (If&efiv^Epigramw^  e  o  coUoca^n* 
4re  PB  .vaspes  mais  inii^es  do  sea>iempp. 
O  papa  Evaristo,  que  governou  a  «gr^ja  de 
D^mt .  deede  iió,  até  119,  o .  converteu .  ao 
«briâiiaBiamo,  e  o  «ovp  confessor  .foi  um 
4Qa  mai&  ftirvoroa(]^;ca(tbaUeQ|í  d*aqueUe  ao- 
calo;  sendo  martyrisado  pertos, 9P«^^0fii,.ea) 
4i4a  jmUio  do  aAna*'i^>  impBranido  Adcia- 

Santo  Innocencio,  bispo  ée^;Jã^\^t^^()f 
um  varão  virtuosíssimo.  Falleceu  a  2i  de  I 
nlio  dtí'"6it.'  '■' '  '  ;•  •  '*'*•*  ^'''•-  "^'^^'^  ■  ^  ' 


ram  martynpi^  uq  ppib,  dps  maia.atrÒ2;c|9,  tpr- 
.Wyi»V>8^.}Pí)r  ordep.  dp,  fero?,  pfopjeci^^^ 
sendoi  seutlefiado  «a  /LÚ^itaipia.p  sf^ifin^rio 
.Paciano.  Teve,Io^r.asua|i^oripsa  wpvlfíj^o 
dià,Í4  dpj[ulhp,  da  anuo  300..,^,.. 
.  ...j  r  ..,  Foi  esu. a, ultima. parsegijiiçSp 
,  que  soffrefaiQ  os  ôhristàos  âo 
yastp  iipp.erio  .ro^no ;  porjpe 
.sp^do  impp^^adpr  ò^gifande  Cojp- 
stantipo^fllbo  de  S^ifa^Hèleiía, 
4^ue  o  ^avia  conver|ido  ao  cbrja- 
^ianísmo,  poudç  ^  ífiligi^o  4?,;??" 
.  ,^  .  j  sijs  n^rlslo  açr  p^pfessa^la  W- 
,  ,.,,.,,  ..blicamíente  çm  todo  ^p  império. 
.  'S,(mia  Sabina  o  .Santa  fé^  irmana,  nâ^tiU- 
£aes..j^*çsta  ci^de,  Jípra^i  j^artyjrisad^  a'el- 
la^  pp)r  ,ordem  dp  çrvielpaçlano,  legaijio  do 
nàp.vQenos  cruel  Dioclepiano,  ao  dia  6  de 
p^tubroi,  do  anno  300.  ^offreram.  copi  a 
maior  resignação  os  mais  bárbaros  tori^ein- 
.^s,  âté.expiírarem.no  n^eip  d'e)les»  inxocaii- 
4p  senftpre  o  nome  do  Senbpr. 

i$.\}fate^af^a,  bispp  e  natural  deMerida.; 
jfoi  ,^  varão  fjitnô^o  em  lettras  e  virtudes, 
e  um  gelado  exempiarissimo,  Foi  persè- 
gpidp  j^elpa  arianos,  qçe  por  varias  vezes  o 
quizerfUA  a/^sassinar  Foi  por  etles  expulso 
da»  su^  egreja ;  map  por  âm.a  ella  restitui- 


3^ 


Ups  toledanos,  J(alleceu  no  i,°  de  novembro 
de  §0^  '  V   .    '  , 

.  Jdacio.ClarQ^  bispo  de  Merlda,  ijnencioua- 
do  por.  $^ntp  Ipdoro.  nos  seu9  Claros  Va- 
rões. Foi  um .  prelado  sábio  e  virtuoso.  Es- 
creveu um  livro  contra  a  seita  dos  presci- 
lianos.  Falleceu  em  5  de  novembro  de  37$. 
Santa  Lucrécia^  yirgew,  naiuial  d'esta  ci- 
dade, e  aq^ui.  martyrisada  por  Daciano,  no 
dia  Í3  de  novembro  do  anno  300.  tinha 
j^pieQas  42  annos.  quando  os  romanos  a  mar- 
tyris^r^u».    ... 

S,  ^ervanio  e  S.  Germano,  naiuraes  d'eg- 
^Ksidadp,^^r4fl?  de  nobre  geração.  Seguiram 
q[(uit(^i  annos  a  vida  militar,  até  qUe  foram 
íjíàrt^risados  coín.  cruelissimps  tormentos,  e 
depois  dego^dQ(^,  no  mesmo,  dia  e  anno  om 
q^  f^  fl)|ir f y irisada  Ça^nta  J^iUcreeia. 
',  Sanfò  fl^éçene^js^S.  DÒnaÍò,'foram  mar- 
lyrisa^p^ípiír  q^^ei^.  dy  çaalv^do  Daciano) 


f^ 


mk 


c6p  mais  i^  eoiiít'paDbeiròs,  nVstá  èidâfl^ 
Ào  (íia  i!2  'dé  dezembro  de  ^00. 

'  Santa  ÉulaiiU,  vlrgeim-—padfoáirá  dê  Me- 
ti^ e  d'aqi^  iíatnral,  de  uma  fámilia  d^^ 
i^iriádpáes  da  cidade.  Sem  pães,  vendo  que 
em  tão  tenros  annod  (tinha  apenas  1^)  se 

Seria  votar  ao  tnartyrío  pela  fé  de  Jesus 
rísto,  a  levaram  para  uma  propriedade 
ÉUÁf  longe  da  cifláde;  mas  e!ia  allí  soube 
dos  grandes  tormentos  que  os  romanos  fa- 
ziam stfffer  aos  christSos,  e  poude  fugir. 
Dirigiu- se  á  cidade,  e  á  casa  do  cônsul  ro- 
mano, ao  quat  íançou  em  rosto  a  sua  co- 
bárdè  tyrannia,  contra'  homens  indefesos  e 
obedtentes  ao  Império  e  cujo  único  crime 
era  adorar  o  Deus  verdadeiro.  Assombrado 
o  tyranno,  de  tanta  formosura,  e  tão  grande 
discrição  em  tão  verdes  annos,  a  pretendeu 
seduzir  com  <^aricias;  para  que  elíá  deixas- 
se á  religião  de  íesús  Ghristo;  porém  â  3an- 
ta  menina  Ibe  respondeu  com  o  maior  dès- 
preso.  Então  o  monstro  lhe  mandou  Infligir 
os  mais  incomportáveis  tormentos.  Foi  prí- 
ibd^o'  despida  e  açoutada,  e  moída  com  páos. 
Depois  Ih^  untaram  o  corpo  com  azeite  e  a 
metteram  em  uma  fogueira :  enterraram-a 
èm  cài  virgefn,  onde  se  lançou  muita  agua; 
coUocaram-a  sobre  um  leito  dè  ferro,  lan- 
çando-lhe  muitas  caldeiras  de  chumbo  der- 
retido :  d*all1  a*tiraram,  pára  de  noVo-a  açou- 
tarem. Foi  arrastada,  e  séU  corpo  coberto 
de  laminas  de  ferro  em  brasa.  No  méiò  de 
tãè  cruéis  tormentois,  não  deixava  a  santa 
menina  de  dar  louvoreò  a  Jesus  Christô  e  à 
Santíssima  Virgem,  com  o  rosto  alegre,  e 
como  insensível  ás  cruciantes  doreò  que  a 
faziam  soíTrer.  Enião,  desesperado  o  tyran 
no,  á  mandou  crucificar  em  uma  cruz,  fora 
da  cidade,  e  cercada  de  fogo,  rendeu  Válma 
ao  Greador.  Segundo  a  lenda,  na  hora  do 
seu  passamento,  se  viu  a  sua  alma  voar  pa- 
ra o  ceu,  em  figura  de  cândida  pomlia. 

Querendo  o  malvado  cônsul  que  a  santa 
estivessQ  três  dias  expOsta  na  cruz,  eabiu 
tão  grande  camada  de  neve  sobre  ella,  que 
lhe  ficoií  servindo  de  basto  véó,  até  que'  os 
christaos  lhe  deram  Sepultura. 

O  excellente  poeta  hespanhòl,  PrudenlSlò, 
escreveu  a  vida  de  Santa  Eulália,  eo  Seu 
martyrio  em  elegantes  versos  latinos.      ' 


tevê  lògaro  'passamento  glô^oso  d*c 
fefaiosa  ibartyr,  nó  dia  ÍO  de  d^zeíobro  dò 
anno  300. 

|tÍBRIDIÂlfó--é  um  circtdo  movet,  ip» 
passando  pefos  dois  pólos  do  mundo/ «o 
ponto  tei^tica!  de  cada  localidade,  corU  o 
equador  em  ângulos  rectos^  e  divide  a  terra 
ein  duas  partes  egu^es  (emispherios)— K>r)0|i- 
tal  e  Occidental. 

Esta  palavra  vem  do  hiiaínieridiês;  por- 
que, q[uando  o  sol  chega  a  este  eiirculo;  é  meb 
dia  para  lodos  os  paizes  quèf  esâo  debaixo 
d*elle:' 

Pôde  haver  um  grande  numero  de  efrcn- 
los  meridianos,  assim  como  são  muitos  e  dif- 
ferentes,  os  pontos  vertícaes;  porém  os  geo- 
graphos  os'^eduriram  a  360,  e  doestes  m 
apontam  somente  36,  nos  glcòos^  na  distan- 
cia de  10  graus  entre  eiles.  Más  estes  meri- 
dianos não  dão  círculos  Inteiros,'  porém  ao- 
micirculos;  e  assim,  nio  passam  de  180; 
j^orquè  o  1.*  meridÍano'e  ièO;  fazem  "um  ^i^ 
cuio  inteiro. 

Nos  globos  (para  estudo),  ha  dois  merfdlâ^ 
nos  príueipaes— o  grande  nieridianú  e  o  a 
que  se  dá  o  nome  de  1  ."^  meridiano. 

O  grande  mefidkmo,  é  o  circulo  de  meta^ 
(iae  rodeia  o  globo  do  Norte*  a  Sul,  e  serv« 
pira  contar  os  graus  de  latitude,  ou  eleva- 
ção do  pólo.*  '    ' 

O  i.*»  meridiano,  é  o  I.*  círculo  dos  360, 
oil  dos  96,  èim  que  commuttente  se  d^idem 
os  meridianos.  Estes  servem  principálooenlè^ 
pai^a  contar  os  graus  de  longitude,  bindo  de 
poente  para  o  nascente;  alem  de  contar  tán^ 
bem  os  graus  de  latitude. 

Ha  nraita  Variedade  no^assemo  d*este  !.« 
meridiano,  por  onde  se  cotneçam  &  contar 
as  longitudes. 

Oá  portuguezes  ó  assentaram  ba  mnitda 
annos  na  ilha'  do  Cârvo  (Açdres)  mas  depoia 
se  veio  a  colloeàr  na  ilha  do  Ferro,  a  mati 
Occidental  das  Canárias. 

Os  franceíé»  e  bòlkndeKés,  estabeleceram 
o  sem  meridíane  no  pico  de  Teneriff,  também 

has€linarlas.^ 

•  ...  ' 

^  As  Bhas  Canárias  (a  que  os  antigoa  dia- 
mavam  Afortunadas^  ou  FortunatasiySio  n6 
Occeano  Atlântico,  aó  O.  da  Africa,  em  frálita 
do  reino  de  Sar .Sãe  nove  as  ^riaelpèes, 


¥1* 

QiuQdofDieridi^deLbtK)a,iD«rQi^iiuÍo 
m,  nas  ouiras  cidades  da  rf  íaoe  fltias,  e  pju, 
poBsesaSes  do  qlirãmir  sé  cÓDtarãg  apií&j^- 
niádatneate  u  bons  que  lhe  qne  thé  7Í9, 
desipiadaB: 


^^ 


Setúbal......... 

Tlànoa 

LAirlá:....^.... 
Su^Jamn. ...... 

Aveiro ..'. 

Porto '..... 

lAgos...'. 

ftaga. .:...:... 
Coitnbra........ 

fbamar 

SílTés.......... 

tíaimaries...... 

Pena^ ........ 

Vísèn 

Paro...^ 

Évora.; 

Beia..:;....... 

IiUbego ........ 

Tavira 

Covilban.. , 

CaakOo  BrsDco.. 
Portalegre  1^  — 

Gnarda 

tilVat-.lll 


1     i 

I    !6 

1  SQ 
,  I  '56 
,i    ífe' 


«na«»"ii'<m6  *8ti'iiufis'iMi%iafl  tijllra,  ^' 


mais  ^asta,  e  eoj  opíco  é  tan_ 
indo-T-Ferro,  qas  ^t 


GoHtnw .  UliiB  t*  o'o(HM.«^(»olira>)-TÍrni«- 

rtfíe,  qae  e  a  — '-  ■*- —  — '  '  — 

wts  niais  alto 

■  ffimn  d«M!obeius  f*t  Joio  Muacotii; 
IHMvMTmtaiitt  «w  «mHiisioft4aM.d'^-. 
UiiL  tttk  J417. 

^So  ,l&lUlsslbias  e  p^t^nii^m  â  tTeSpiÁ^hit'.' 
Sciuado  mollM  gpi^tkAM  é  MblO^'^' 
Guarias,  os  A«<^ilUdBli!a,Pani><SanUi 
e.«l4it.pr(i#rt%.Ai»n«h'Siío,^w»tpa  dajmRr. 
de  liba  Atbmtida,  lao  Emiosa  para  os  intl* 
ns,  e  cojas  panes  menos  elevadas,  foram 

^8|  abdn»  M  pa< 

e-4.A}lrtaa,iudD  na' 

AfttedarMn  Mpt 

Bo.  (Vide  Cortíia,  pag.  131 4»a.^M>  A^ 


flor.  Ifio.  S<f. 

PinheU ■....>..  —  S  IS 

Bragança.. ,^ —  9  13 

Uinnda —  11  18 

CabodaRqm-. 11  S8  31 

Açore» 

Ponta  Delgada. 10  «  SO 

Angra 10  Kl  — 

Horta 10  U  — 

Fnncbal 

>-      OOo  Verdt 


Ilha  «sSaàto  AnO». . .  /.  ití 
Rffieha  Orande*:. . . . :  i . .  11 

Praia. 11 

IBiâí»B»Thl«.-....-..-l* 

■'■■     Bbíi«V     '• 

Caba  Boro....  ;.;.;'!■;  :•:'«' 
BissatL. '..:<...>...;.'».. .'II 

fi«M......,-....i..v».lt 


&«UMMi'.i»-;i...'tvi. 


»7    M 


U  '   • 


■  ■■!i<    .-.í-9h 


aiibô»aw:i-.JLi.....vJt:-l  ;' 
LaaiaaQa:lUrqaai>'.  i-ívi  I  .'- 

Hocambiqoe  —  Ji;ua.'i  4'  l 


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m(^ 


Inma 


Dm..:.-...'. í^  le  ^  >  - 

Damãor^a. .  .*.» 5  24r   -i  #  f' 

Gôlf. .  .i. . . ;';. . /.:. ... . . .  ò  W-¥^  • 

CAtna 


I  • 


TàçB  ècttiáíó,  èúftmi  da"ei()'ade Si\^guC' 
^  ÍVi'(Mfili'^*tf,á'paJí.tóàí^do  í>Voi:jW 
98»  eh  a  VUlá^À^Âfóuca  Vá)eiút  a  f|8ta/à^' 
jdade  d*iir«^a  hoje  ama  aldeia  idsIpiÍMtn'*'' 
itissiúoa  da  fregnezía  da  Lomba,  sobre  a  mar- 
gem esfiperd^  do  ^oaro,  em  'freáte  aá  fre- 
go^^ia  de  Melre|L 

^ova-se  o  poder' dè  D.  Àiísar'  Godsiiá^i 
pelo  qúe  fic^  referido  a  pag.  SM^  col.  't/^' 


Occeania 


Dilly. 


8^SS  ■- 


•  I 


I ' 


MERINDAOE— portugaez  antigo— era  o 
districto  comprehendido  u^  joiris^ii^  de 
um  meirinho -mór.  Esta  palavra  era  mais 
usada  pelosefuts^hanos;  ^^^^zii^ijips  foa^i 
seippre,  .fn^innAfífío,  que  vem.S(.8^r9ffi!sa* 
mo,  í 

KÈJ\q  R  MIX3PÒ  MPEÇípT^pí^Ftagç»; 
antigo— Era|  senhor  de  mero  e  mixto  impé- 
rio o  fidalgo  que  tinha  em  qqf^g^er  terri- 
tório poderes  eguaes  ao  soberano.  Os  hes- 
pa^ho^  lh«f|^  cl)S|mayam  senores .  d$  f^ogof  .e 
cuchill0^i  e  ii4s,  íâihãr.  de  baraço  é.  cuteUúé 

Diziat6e  Mo  d  falta  e  bíuxa  iw^ia..  i.  J- . 

O  mero  ou  aUo  império  era  o  poder  ou 
jurisdicçao  alta  e  suprema»  |laiAQfavat^'tudo 
o  que  fosse  a  beneficio  da  republica,  e  sem 
pariicuUr  interesse  do .  imperante;  paiiiflKt^ 
larmente  no  crime,  em  que  decidia  sobre  a 
Tida  ou  membros  dos  vâiMltos^^íâttlIfMD  ou 
confiscação  de  todos  os  bens,  e,  por  isso  se 
chamava â^orid^  .cuisUa,  É  verdade  «yier 
nao  podia  e(hort>itar.  das. leis  éstabo^tídàf i 
•na  sua  jurisdicçao  ou  comarca. 

O  império  mixto  ou  iKtoiíita^^pieilaipItem 
se  dava  o  nome  de  jurisdicçao  media  era  um 
poder  4iae  i&naò  estendia,  á  pena  .dauuaK 
gue,  e  que  ofdinlAriamenteaó  inlÃrválihanai^ 
causas  <Givis,^sob  a  sujeição  bo  senj^^ 
mero  e  mixto  império.  Este  recebia  certos 
ordenados  por  administrap^fiittlçaá»  par- 
tes. 

Muito»  dlMte&^senhores»'.  que  quasi  tôdúK 
abusavam  âtí  sett  poder  illini|add^honiv»Mi 
Heapanha;  eitasiantea  exemplos  temos*  4a^ 
soa existendu  eu  Portugal        .;j^'d.     .^M 


£lji4jul  » 


4.»  voltÍme,'na  fregúezía  déLúzim/còmréso. 
ipeíto  aQ  padre  AduITo. '     • 

No  úpro^ das  Doações,  dò  mosteiro  &nt-' 
jço  de  èò.us4  a  fl.  32,  sè  Vfa  còmò  mèirinii^* 
ido  conde  do  Porto,  um' tal  AfToksò  Spiúíii^ 
'tdiz\  o  ^al  j(ez  prender  um  mòçò,'què  tipâia' 
'fartad<^)im^s  ovelhas,  e  pór  Isso  lhe  qaêtà* 
arrancar  oj)  olhos,  e  que  seu  pae  as  pana- 
se.'Po^ Intéfcessao  dosmonges  dò  mosfê&o 
foísoltô  e  nvre,  depois  de  pá|^  itkão-ppê*, 
ta  (a  prisão)  e  carcerágèin. 

lá  se  vé  que,  não  só  os  senhores  dê  tíain-! 
.ço  e  ci}Çallo  tinham  poderes  lllimitados  som, 
',a  vida  e  os  beivs  dos  seus  vassallòs,  mas  a^! 
imesmo  os  seus  meirínliòs  òu  delegados. 
I  t,  }Íqjúo  (ou  Henihhb)  Yíegais,  èra  seôlíàr ' 
-de  barato  i  cutêlío  hà  cidade  de  Bèmi^TOrJ' 
jem  1068.  U^a  mulher  dò  GestaçÔ,  cUqiaãa 
•Bona,  tinha  um  filho,  pôr  nome  DIogcL  <ròs 
tinha  copimettido  um  estupro  em  casa  Bm 
|donatar|ps;4)raticadò  muitos  roubos  e.feiío' 
^and^>na{/i^on(»,  pêlo  que  óstâvá' presa 
^a 'cadeia  da  cidade  de  Beinvíver^  e  pára  W"^ 


Jk  Mona  Al  miada  eiil|ai}o,iAiaiao{;Mphor' 
a  saa'herdaiéidd^èeM&9ô,^>eKéll«t^viPgm'm^ 

SBétótenca.*''-   »"^  ^  ••^""  "^'''^  ^r  '''•   -^"^ 

I  Bastos  exemplos^  Aí*í9rn^,í*..í*íW^ 
ld*MeaMiiharei;.OBiii|ai0iam'Só  osísaoulà- 
res,'  MiHéW  al|f«ft^yela«os  é  iÉ|Miâ(to^«Wif  • 

da  que  s^.  vá  e^c^lj^MU  nos  tUff^u^^A.i^ 
iguna.bispeo*eabbddeH,  iodiotf  que  elles* 


jBh&tfltttfiéaitieflfte, 'preittdbs,  aleaIde«Mid6iP«l^ 


»•••'» 


II 


.♦  »• 


(i)  Bste  1^.  <AiisBli,  siism  «Bttlfaer  ILiÃfi 

Si^aJIttidtfanioi  jqotteivo-ite  amam,  mu 
í^  deolaEaDdDi  qu  I  «sia  vUlti.fada.tuia 

do;  tec»ltoiiio«do  BoUlD*  (Wb  Jánmcà^òí^fSíi^ 
ia Meêéjé^aui^U  .j . :     •    ••  V  A i' 


I 


tnatãní,  a^&Ãesmdtèi,  e  ulihoM  de 
ban^  e  CQtello.  , 

O  tettipo  moAtba  ads  lidssóS  fei^  qbe  o 
iSmUo  de  vids  e  teoilâ  úbi  setk'  Tãss&llosi 
86'&'  «]r«s  devia  pérUUcer. 

nM-áta,  pois,  oh  «olèri&os  eóannaòdó  éi-' 
UÍ)ÁrS^dlè^eéJ4'râatuttta'ò-aas  n^  esirèt-' 
toslltaHfei     ■  ■■-■..  ^  .   ■..■   ■■■■■■■ 

kitiV  <dâ' fevereiro  de  13S6,  Ãstáúao^Ò:^ 
Joio  íai>  'aivatíl  áe  sà^é  Çhaces,1è£'ííoÍ- 
i^s  Riifc  ftodtií^  Wre^^  srá  Vasiallo;  de' 
BUIare  P4^s,'e  lít^o  v.'Ááú  taestúd  mé^  e 
ablio;  lb«  deá  o'  ]ii!i1^o''âe'  ^enafld^;tiiá(> 
4»JUHie  b^SáOê.  çtíé  ttlda'i  íftHwltc^  «- 
vri  e  trímí,  tn  jh>'  e  tolilb  laperto^réier- ' 
TUido,  porém,  a  correição  e  alçádá. '       ' ' ' 

DJlcSbi Ifi  Aindo^thã' 'gtãtade  e  profundo 
Stílpe  noa  abaafilòt  tf  iliútiliiishiibs  poderes 
dtM  grandes,  a»bóu  èm  (ifánde  parte  com 
i)-poâii-^ bWiJ^dV àaèU6,6  òs seus  SDCces- 
aofts  Ibraib  pòúco  e  ptfa«)'  acabando  com 
eêfe  â«á[)otl3ma  arHtúeratiety. 

OdidrqHèt' dé'  PòteBal  lhe  deu  o  nltimo 
jpAté;  e  ãeádeec^  'ia '  séoltafeí:  de  mero  é 
nfiRtfImtKrití,  dli  Sb  ftarliço  ecòlello,  flca- 
rtíu  'pínéncetidd  á  hy«toHÀ  t ' 

mATOLá  —  'vllt^'-'j^emtejo,  cabeça  do 
«òMdUbo  (16  líen  nboié,  na  comarca  de  Al- 
iiM>d6vàí:  6$'kibmetrtts  a  K.  d[i'k>ceana,  S& 
a«'9:  dé  Bejà,  líO  M  d  «fiírtra,  180  ao 
Sl*:Ensfcoa,8í»(í(i(oíl'  '■ 

Bm^íTBÍfirfíaWtffogds;'  '- 

Onao  Nossa  Senbou  da  Anfinnciauo 
<VlifÊiB^tó'"'  Soa^  Sw^iwií  de  ÈlHi^Si. 

jBiafihdi)  O'  dktri«ò'hiittJBfBtrMMKd»| 

'dlíioiiiiaíJám^  dá  c{|piç|t^ÍA,ó  «r.-.f 

qnrires  dd  M^jifMft  !«&  «mia!«»«O0O' 

rtiííítftoiKíi^ra;''',;^''!"',;;'"; ,;,;"' ;;;'  *'■■■ 

d«.grdenimi|iw  de  S^íFhikioKj  '  1 1 :, 
.o^odMMko  n  >ilé«wia  «OAmjpentf  >to'9' 

irtiitólafe^^sé^ 

Bjipíril»fiaBU,-lléi1ol«i  S»  Uigmldv  Piibai- 

r»«'Vte^l»>ti<^  TMui«o  bbpMtt  «ea^' 

•istówWM.'  ='" .;,',  ;■ ;  ;.;■ .  ;;■;■>' ; 

Tem  esla^  telegr^ihical' 


Tenidtiás  ftíiraa  ann|Qj^«(},,óma  a,  1^  4^' 
ItiidlU  (líeiíoiplnada  ^ír!^  ají'^nto  Í^^x^}if)t 
eòàtjfa  a  31  da  setembro,; a  gaa  cba)o^% 
feiradí  S.  JfalAeiu.'     ..,  „      .,',',  ,^,''. . ,,; 

Esli  a  vi  lia  situada  iio  altp  b  oa  enoe^ 
meridional  do  monle.^o  ^ei^pooie,  s^j^'.li 
qiár^m  direita  dò'  Giiiidiaaa^'.^.i^'3(^£ 
naTegavel  até'  ao  iiiar;^'.e9Júi4o  ^  Ti1Í;|,{mL 
commdhicacao  fluyiai  com  o  Pomar^^jp* 
,cónlim,  Castro  M!^íine"yÕl^||èal  áe  Sw- 

ito"Àittónío,"alãà)  â^.ói "" 

çSei 'peçiDepá),  e  eoit 
Áyamonte  DaAqdaliiiis 
ca  na  inargem,  esquer^ 
tro-Úarim  e  Villa  iim 

;  |felf).S.,^villa,paMa,o.ppqjie]pft.p[Uj^^-. 

do  no  Mr^at,   ,       ^     ,^^       ,  ^,  .^, , 

.  Tsnp^  ^séricordiá  é  ht^pTúl.'  ')rmnjk''y<)(ft^ 
em  curte;  com  assento  HQbwco  (&*  .  '.., 
Ò  seu  território  é  baptantç  iejlf|  eifl  ^^4i\ 
ios  gBqe|ros  agrícolas  'do  nosM  |3ji^''j)^!p^ 
muito  ^«do  .de  to^^  a  qQ^tidade^  ÍJue  &s|;<^- 
ta.^us  inònUs  s^o.  atjuDdaQléi^de  ,(^.C<^„ 
grossa. eiriíud».'  ,  ,  ' ',,-.  ,^  ,^  .■,.,.  ,-.,,■. |, 
^  abnudanfe  dç  optlniç  peixe  4^.>^Kil>4,i 
dòçe,,^tíe,lbí!,fori^BCe'  o' Guadiana,  ^  {l9;4(i^^ 
tnsr.iaiie  j^é  y^tf^^pçlo  rio.,.íQs^»o^'[,4(l., 
ifipadi^naijio  opUfflm,' e^pescam-í*  eq  aiio»-^ 

"'ÍPÍ'^',  •■  ,  -n-  .nu-  :,  ■  .11  ^  -l.  i^^Z 
i  Hértola  é  nma  das  mais  antigas  povoa- 
sses da  LnsiUnia,  e  ftegni:|do  a  maior.parto 

dóftnpsjtós  |^á,iiiciitj^';e_.ari;heo;^lf(}s,j|iff,, 

fundada  pelos  pbenícios  dá  cidade vjfli.IlYtl) 
r941>ie'riM'  ymàváú;  (filb^aàMmimiiÃa 
da  sua  patr^  quando  esta  foi  iif  AUISl^)^* 


i 


Alexandre  Migno,  rei  de  Hacedonia  (1)  itó  i 
éttbdi inXei  dóçfás^meato dé  Jésiú  Cbrlsio.  1 

OspheoicloB  deram  a  esla  cidade  o  oome 
iKÉyrtiUi,  qde  dtieffl  BígníBcir  Jfoca-Ti/ro. 
(Qae  depoJB  se  eoirompea  em  Uértola.) 
'  TTIÍo  á  inverosímil  <iuè  os  phenieios  edíD- 
C^sum"  esta  cidade.  £ram  elles  um  povo 
OoInenKmetiie'  eúlprebèndedòr,  co  minerei  ai 
^^iliEo  adianUdo  ná  sdeacia  nautical 
''Emumá  épou  em  qae.as  viagens, por 
jÒiTiò  'ie  raziatla  terra'  d  terra,  pela  Cfij-en- 
ci^  de  fqst^bméWs  matbématicos  e  mappas 
hyArbgrapliÍcos,éllés' percárfiám  Iodas  as 
IDÍaa  da  afchipebgo  Jónico,  todas  as  costas 
do1l^iierrãD^'érios4ii0D'eUB  desaguam. 
Potath'  09  primeiro  j  depois'  dos  grego»,  que 
tnnspnieram  as  temerosas  columnat  d'Her- ' 
ãtiti  (Catpé%  Àbiti),  boje  estreito  de  Gibral-, 
tar;  ftiDdaiam  ni  Africa  a  cidade  de  Carllu- 
go|  é  na  éosta  de  Hespanha  &  cidade  de 
Carthagebi,  è  algbmks  povoasses  do  nos^ 
lltoHI  íhe  deVeni  a  su^  origem.  ' 

E  bio  iòii  áoasas  cosUs  foram  exploradas 
por  ^ite  p&va  Indiitlrloso,  sebão  também  al- 
gtms  doí  DÒssds  rto^'pIÍDCipalmeDte  ò  Gna- 
dlana,  o  Sada  e  o  Te}o;  e,  onde  lhes  eenvi- 
nha, 'Tijláda^am  pèqa«na>  colónias,  onde 
wtpueluviDl',  ttafa'  o  sea  comniercfo,  os 
prodáctOB  dás  ttúsiUs  minu  de  ouro.  prata, 
taiítt,  íb  clrambo,  oa  geâieros  agrícolas,  a 
fran  de  carrasco,  o  stimagre,  e  o  mais  qite 

,(|)  Aleiiaridí-y  IJagno  (ou  o  Gronáe)  era 
O)no'dff'nilllpp«,'reí  de  Hacedonia  e  de 
OlffcilftM.'" '    •■''■■     ■"  ■■■         ■'■■'■' 

■HMMi^iPdi^  aiSfranuM  aalas  delle» 
■WprteVm  :,.-, ,  :       ..  -      .      ■■ 

e.Ái-1-aAMYiAn    3     mn   nsA      rtnan^g    apenas 


Ibe  ofTereeia  va^itageas  nas  kui,  eompai  iJ 
vendas. 

ti  pois  mnlto  provável  qne  «ta  poTOi- 
çio  tivesse  prineipio  em  alguma  ealouaoa 
feitoria  phenieia,  que  o  eommereio  e  a  » 
'ega(ão  fizeram  jirosperar  rapidaatMH; 
pois  quaod^  ,  os  rem^nos  Invadiram  peli 
primeira  vei  a  Lusitânia,  já  acharam  ^|ir 
lijff.pma  poToat^o ,aores<;«nUv  e  di|na^ 
Ibe  ser  concedida  ».  bonra  e  o  privilfigio  4i. 
cidadã  municipal  do  aWigo  àir«l\t  Utin^ 

Desde  o  tempo  de, Imperador  lolfo  Cenii 
(44  anaoB  an^a  de  Jesi^  Çbi:ÍBto),:loiii||i 
esta  cidade  o  titulo  dt)  iíi/rtilit  ivlia,  oa  im- 
posto por  aqi^Ue  imp(fadi;>r(  0°  P^l*  sm>' 
dão  do  povo.  ■  -  . 

Jnlio  C^aitr  yebi  aiprlamn 
^ef  á  UuUanla,,  por  qnwtior  («1 
prefeito),  4<i  .TuberoB,  no  aia». 
'63  antes  da  Jesus  ChrisM^  pnú- . 
,eaDiloaainaiare«,cmeldadef«o^> 
u^  os  «eps  babiuucttes  «  pqvoa-^ 
çÍSeg;mBs  qoapdD.veiOiJ&eH» 
impera<|9r,|JD]^-se  o  lobo  iraai- 
fannadC] ,  V^l*  P>  loaitapt^^a 
cordeiro;  derramaiido  por^edi 
a  pane  bonrae  e  liberftlMa4l(- 
Ajustou,  em  Beja  a  paz  c 
liuitasoi^  e  deu  a,  «sfa,  cidadã  ft  ' 
Utolo  de  ^az-JnUa ;  den  a  Kvera 
o  direito  de  mooicipio  do  aoti|» 
LacÍo,^e  o  tltolo  de Xtbnfijfai^ 

tasson  depois  ao  Ggyplo,  e  alU  Aibdoda 
cidtda  de  Alexandria.  - 

Finalmente,  depois  de  ter.  subjugado  1>* 
da.«  Alia,.  tUM  .índias^  p«la  derfot^  de 
Poro,  morreu  na  cidade  de  Babrlonia  úm>. 
AsúrU)  na  edade  de  32  anno%  33Q  úUt 

Diiia*s«  ftilto  4e  iMplterf  'Bfoi  ott  è» 
maioiv^gnenwires  lU  antifvMada,  e  «a 
S4gai  politico;  mas  linha  dois  .^g^^  ^ 
feitos — era  mpilo  arrebatado  nos  wiis  ac- 
CflSeó(''de'díKn^  e  OadV  iuis  pfÉié^  da 
mesa,  embriafasdo-ie  «aA  freqneotiKCDl 
uiNilH  MUfl.orglavwuotiãii  (NuMadai, 
Clito.  o  seu  maia  amadae|miisae|,nlÍ!d^< 
Poi  ImcipialO  de  AríAoteW,  que  bonrod  m-, 
di  a  vida.  Uontym  «i  ímat  e  traila  Mfli^ 
eoraá|»'a/ii(ida'dft^aomárd.'S6«(wkaathi'A^ 
PijKxi^lff»  qae  o  eswlpiu^  a,ApillM  '(|P*' 
o  retratasse,  e  a  Lysippo  qoe  aj^  HiBwipB, 
a  eitatiu  em  bronie.  '     , 


08  iQaiUQ^  gratosiaoalHKi^ 
ficios  d'e.»te  imperador,  lhe  464ir 
caram  templos,  como  a  am  Deus, 
e  lhe  levan^ram  padrões  e  esta- 
tuas, emJtertóla,  Évora,  Santa- 
rem^  Lisboa  e  ontras  cidades. 
O  muito  que  o8«8erfpto|M  antigos  faliam 
de  1f értola,  prova  â  sna^  grande  importância 
ii*aqaelles  tempos;  ebs  muitos  vestígios 
que  se  téem  aqui  encontrado,  são  dUssç  um 
testemtiúbo  iácontestavel. 


.1.  ' 


I  '-' 


íA  iavasiúi  doe .  baibane  do  Norte,  .no  prte* 
dplo^  seenlo  Tyt  ea  àes^  tirabes,  no  prin- 
cipio do  VII^  foi  IMal  á  (oda  a  Península 
Ibérica,  ^  líértola  Wár^u,  como  as  outras 
povoações  da  Lnsitaiiia^^es  saques,  as  devas^ 
taçSes  e  o  incêndio  dos  seus  ediâeio^,  e  z 
morte»  òu  dfspérsSo  de  seus  habitantes;  r^: 
diuio4o  e^ta  florescente  cidade  a  uin  mop- 
tSa  de  niinàii  ensanguentada»  e  fumegai* 
tas.:  . 

'  Os  át^bès,  passados  òs  píiúiéiròs  ím^ul* 
sor  dp  9eii).odip.eonn^Qscl^staos^  ti:aia- 
ram  de  reoooilniir  a  antiga  MyrtiliB,  naor 
cma'4viscidio  eBâiâgfiiflpenflia>ia  wobfé  lei- 
dnde  ròmkna;  mas  afnds^  0cou  sendo  Uína 
'  poToaçao  de  bas^mle  ifnportanci^i  pela  sua 
óptima  situação •tppúgraphiea^Y' 

^  Asgueitaaque  deade  òs  flíss  do  Tlllse* 
colo,  até  ao  XlH,  titeraoi  log^  entre  os  móti- 
rôa  e  (;hris^s,..tfun|)ein  emparam  g;raif^ 
roinas  a  esta  povoação,  4iHtf)t  iiaá>  vçmtítíâ 
o  nome  de  cidade. 

D.  Sancbo  II  (segundb  alguns)  a  conquis- 
tou aos  mouros  em  i239,  e  não  tornou  a  per- 
der-se.  Outros  dizem,''q«e  foi  o  mestre  de 
S.  Thiago,  D.  Pap  ^eres  Cok^reia,  em  Í242, 
o  que  me  parece  jt^af^  prçVavel,  a  não  ;»er 
que  os  mouros  a  ttaesMOiineonquistado  de- 
pois de  1439,  e  que  D. f^cye^  depois  areou- 


y  Foi  Rechila,  rei  dos  sue 
enefíc^i^^  l.«!f«ih  <»&«'! 
rt  a^eid«tB4«Wmili&  eái 


suevos  (alho  de  Her< 
menefíc<ij^^  l>!f«ih  <tQ«'libiW-áeh  MJbá< 
nêé  a^eid«tB4«ilI)ytili^  ^mvm:  Dtfpèís  õM^' 
qaistou  a  Andaiitels'ii  a  p^lftèh/^sápMgi^ 
nense.  (A  cidade  de  Garthagena  e  o  seu  ter- 
riU)rio.)Vide4f*r««,  ,,,^.^^,    ,..  ,i,  .r  - 


:/.í;>. 


pmim;  mas  m  habJUantea  de  Mértela  (fo- 
Iram  os  árabes  que  lhe  corromperam  o  sea 
antigo  nome,  dbaiBMDdo-lhe  MirMah\  se  de- 
feoderam  çon  branira,  poia^qne  qosai  to- 
á»$:  fora»  iQorM  pelas  espadas  e  laaças  do» 
^piK^tuguesee,  eseM  edificios  ficaram  em 
jgrande  parte  arruinados. 

O  rei  a  mandOBfoiraar  por  nhristaos^  dHh- 
do^lbe  Joral,  .coOkin  tttulor.de  vUla^  e  doaa-. 
do-a,  no  meando  anno-de  IS39>,á  ordem. mi- 
li<lur  do  S.  Thlaco^  coJim  aavalleiros  moita 
ÍcopeojrreFampana;a8tta.o)nqiiistai.  .  . 
•  ImpozD.SanchoaMe»«aljbBÍrosdeS.Thia- 
'go  a  condição  de  a'(éi)tifiéart»m  e  defende- 
irem  das  nomnoii  que  nq  Algarve  e  ABdaKi«> 
zia,  países  iimitinplws,  oonàervavam  gran- 
des e  poderosca  eatadea^^ 


•  < 


meo  «fieseeu  a  pepuia^  da  villa,  até^ 
JX  Affonso  m  eipulsQU  paro  setnprs  do 
Algarve,  em  12IS0,  os  mouros;  floaH^  lOf^: 
lihor  único  de  Portugal,  com  os  limites  que 
hfijeleift  •  .   .  :  .v,,..  /  •« .' . 
;   Consta  qn»  D;  Dinii  também  deu  íbnal  a; 
Mértola,eoiiflrmandO'UM  os  aeos  antlgnvfÉi*» 
vlk||;i08^  001.1187;  snas-  FranklimtandMm 
Dão  Cu  mansão  d'eite  feraL 

D.  Manuel;  lhe  déu.taal  iieTò^em\Lisboa^ 
lia  At  de  jtílho  de  iâit.  I^Âoro  de  fotfau^MB* . 
jpM  do  AfnN<9'«^  fli;4A,  eol.  fif)    ... 

Aa  armas. de  MáfMa^  são-t-^m  campo  de ' 
poaUy.Mn  e^vatteiro  de  S./niiago  a  «avalio, 
artaadoj  d4  esoodo^eespadi^.  em  àtofão  da 
ataear.Ka  pariés8ppel9ío]\yoDSeB,/auili  ean-^ 
lodpnscnâe^  dqisBwneiloBi  »  K  ^  ^    -> 


•    I 


:  'Está  a,  vfllà  em  t^na  bcístçãó  de  átcll  de- 

EiÈía,  '^ué  8s  cavahéli*òs  de  S.  ítfàgo/âpró-" 
rèitaram  convenientemente^  fortificando- a, .' 

bom  castello  e  mufattias.   '        '     ^ 

!   Os  arredores  da  villá  são  bonitos  e  apra- 

^UNMn  omrb^^cfiptores  qtie  o  ifeu  {> 
jR>ittl,íltie  fái  dai»  leib  meeire  deiSi  Thiago, 
b  gue  pôde  loiúla  bm^I:>  visto  qiie|!ran« : 

\  ^k^v^^^W^É^  oráem  àe  Si^TPhli- 
p,  M  tto-iMo^téfiró  de  Sántos-o-Velho,  d» 
Lisload  dttolB,  undou  pára  'MÉrtota,  a  d'a^  > 
Quí  parAAk^  doM  e  diaqsi  pwi?al- 
>^> »  tt*^.  (yM?  m^  ft  ?f»*H/í  .i. 


C9a 


sWêfs^.e  o  Gakâiatu  e'a<MrM08  lonmB 


O  seu  UàtíkOy  qne^se  eMnâe  até  ár^sexrft» 
do  CtkMri^.  Atfin  e  «auto  Vaiio,  é  iMil^eiii' 
do9  Biaifl  feital»  4o  Alènitisfo;  BObte  tádo, 
em  careaes,  Iq^viiiflB,  ftmtas,  vinho»  e^ 
mel,  gado  e  caça.     ' « > 

Unto  no  teneoot  oocopado' pela  ifoivóa- 
çio^  éomo  nas  saaki  ímmediaçõee^  feem-sé 
eDcontrdáo,  em  4ííférentes  época%  'mokoi' 
objeetos  antiqnlislinífis,  aendeí  adiada  '4è' 
grande  a);>r«çfoiafti9tioo^  eotto  astamofl^  Tt^ 
eoa^  colAoMias,  ei)^fMMy  ele. 

Também  ainda  ha  ^tigiok  de  umaponte 
qaé  69.toraanoi  itqni  ocostraira»  8otor*H) 
Goadiamu  Siipp5e-«e  qifo^  oii  fòl  deetrtida 
pelos  bárbaros  do  nòrie^  oa  ao  soo(doiXIIIj< 
pelos  portagaezes,  para  estarem  mais  a  co- 
betto  das  thTasdeá  'fopeBtinas  ^oe  meares 
do  snl  do-Goadianai  bio  |»dróm  nfift  pasMt 
de  eoiQeetúraa.    .    .  -     =    . 

D.  frei  Amador  Arraes,  bispo  de  Beitale* 
gre,  e  um  Aoshòmoí  pais;  conoBps  fntestl- 
gadisp^  .de*  antígoidaiÉS^  <dir  q;n6*-^iitrd  9á 
estatuas  ide  manriore  qaeloram' achatais 
quando  se  andavam  â  abrfrosaioaroaà  da 
lUseHedrdta,  havia' oniaidé  mnlheiv  prime 
rosamente  JaVrada.  Dit  tiOB :  ^  tTinhâ  nSMu 
roupa  até  aos  pés^-comanuflas  pt«f^  Md* 
to  bem^eompostas;*  eftugidk  por  baixo  dbs 
P0ÍtOB(jqaa  a^oftaâatd  seMbtergavaaiy.eMíi 
um  eófdão.toririHot„dagnnBura  dèuméá^. 
do ;  e  dinha  «Oiiiieio  .dojnilo;  dois  tótjoi*^^ 
gos,  com  dois  cahodiegiiaeBy-qilBdéadamila* 
ra  baixo.  Tinha  seu  roupão  muito  fraldado, 
até  aos  jpéa^  pos^o  pos  Jbombro8,^e^  com-a 
mão  direita  t|nha  í^ecollíldó  grande  parte, 
d*eUe,  e  p  lançava  sobre  a  esquerda,  do  ce- 
tovéllo  at^  á  mãó,  coini  gentil  arte,» 

A  maior  parte  dos  monumentos  romanos^ 
for^  de9tra(d9s  pelos  godos^  ^  dfymin  .pe- 
los arabesf  pm-a  aproveitafeift;Os  aeuattiate* 
riaeê  j^anfas  muralhas*  da!  praça:  ' 

Béi:en^e  ,âíz  que  i|p)i»àk'i«er^tQ  aqd^^ém 
umas  escavações  qóe  ^Ue  m^md^u  ÍAíeri  10 
estaUiae  rosMasy^de  priteoaosá  ^pmilptQta» 

0'p$atf&  Mgbdo  {Ijfàn.  BúbUéJ  âB' Mif.];^ 
tom.  f.H  títjií  S/,  págt  í»/ilot.*f)  dit,  ÍJUBH 


:./ 


viu  ria  TifíTé  éê*VUU  íkãofffiãb.  defronte 
ealpeRa  de  NoáSÀ^BiiMôra  á^'  Neves, 
lapide,  em  forma  de  5dM^  4^e  denotai 
s^a  sepftltuh  ia  ttíSèí d|M  Sef tório,  poisi 
nha  a  seiialaté  hlM^fp^ :  ' 

71^  sanTOT 

RIVS   NIGSIi- 

uo  posvit!  ' 


Todos  sabem  que  o  sr.  CamiUo  Gastelto 
Branco  é  o  nosso  primeiro  e  niãis'  fecon* 
do  romancista;  mas,  o  que  nem  todos  u-' 
bem;  é  qimétaihlMai  omido^^malalKi^ 
çavefi^  e  dos  mis  <9li«e9  içveatigadores  4». 
nossas  aaijiguidades  e  quetemif^eontrad^ 
á  forca  de  trabalhos  e  de  buse^y  míiíuelo- 
sas,  autographos  e  outros  documento^  me 
julgados  perdMo^  oauraa  oafa2'e](iateneia  m 
ignprav^ 

Qas  suas  {Qyestigaçdes  me.tenho  aprovei* 
tádô  em  muitas' yartes  d*estâ  obr^ 
>Desbidò  -de  ínteja  e  de  egoistkio,  como 
vevdaoeirò homemde mento  qiieé,DiDii 
faculta,  pedindo-lhe,  mas  até  offereee  am 
que  trj^^tl]^am,.o  fructo  4^  suas  locubra- 
çòéâ.    '         ..••'. 

S  pòi^  à  nòbbè  generoáfdadéd^Ae  iilm* 
trado :  tàvátlfeiío^  que  devo  aadnoD  lAurio* 
isi9síi9i^  liscripi^  romíBAs  qix^  0»  m^am 
^-T^ncontr^ds^  em  MertoU,  e  que  nãq  4uM 
nos  numerosos  liví^os  que  tenho  consúitaèi 

B^tio  ««triptás  em*  meia''Mha  de  pat«( 
almaço,  e  tanto  o  etmòyp,*como  o  MtMt 
mostram  oer  49  fim  d«  socalo  3í:Yai,in 
principio  do  ^liL-^-Sàp.  aa  sefpjatça  ;    , 

< tóscripçôens '  de  Méirloiá,  nós*  marnííorA 
«^  amamente  se  maudatanf  Mr  pM 
,<LlslNm,.eaiá)94i»^'  .  ..  -  •  w  • - 


I  . 


'I.         ■  . 


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■       >       •      • 


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jL,  riBiaoiuÃ, ;;  .    . 

PKHBGRINUS  ^ 

'••  VWcÉKsiS""  •'■"<      ■• 


•■'    ■  1 


Piímdio  &erwii#.  ^  Húmm,  «no  vim 

60|8mii,A;Mirralb^e«Íal9íVf»*)   /.. 

.  I  ■  *  .         '  •  .  ^  •  •  • '  i .  I  * 

i  T.  <       ,1        ••••  '.  .•I'»'» 

t  Ha  de  sei^-niertf^TtniiJL'     ^ ' 


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SBoBR 


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i..j. 


•  <    »  « 


S4 114.&'  • 

.  LUP.  YIX..AlfN.  HL  M. 

NsiúVss  Lx.  Filme 

'    .       f ILO  PUtnÍBS 'VIT. 
.    t  >  H.  8.  K^  t«  T.'  b; 


Aride  a  nota  no  Úm  das  cinco  in3cari:,^ 
pçoes.) 

3> 


»  I 


í  I .{ 


Et.  ^.li.  V.  SS.lt  MTá' 

»IU  «&  IVUVM.'  iUMNVIf  .' 

Cr.MAl^CIUM.  qPTAXOV*  ^.  YlfL 


4.' 


HBBS^nHAjSE* 
CVNDI^A.  YIJ^T 
AK,  LV.  PVBFCIX 

•  ttspmtipos. 


1 

•  'li 


5.- 

>  '    '    < 

D.  M.'6.      > 
KA¥-  UU< 

.  nr.  VU8.   . 
'  jà^o.  I.  to. 
Hlff  sitv. ' 


mt^oce  impoMivel'  ginf  estas  InscripçSes 
estivessem  assim  nas  lapides  fettdentemente 
tsíÉtllSii^)  a  áSo  séi*  qae  íbssè  analphabeto 
^•pdârèfiróitaeasgnívou.  íwals  provável 
pòtt^in;  qiiè  ibM  erro  da  copia;  porque  os 
fINtiUM  tlntiilttr  e  ittatier^cMkkde  comaor- 
«hèifHtphia^  daé  ittiis  liíseri^^. 

Íê'k  fadlvlduo  qtiéfetf  a  oòpfa,  que  pos- 
aoe  o  sr.  Gamillo  Gastello  Braiioa/  nota  estes 
nléÉttk»  érrds.  CeBêtam  ellds^^^m  nmas  par  • 
tos;  dè  palà^afrlmiKÍaÉ  inâtvidiattiente— em 
otUfáSy  te  leflrái  éè  máis^-eoi  tiutras»  de  me- 
nos: accrescendo  a  isto,  estaiMft  apagadas 
asMí^iéiik»  lêiirâs  dà  l.^^b  2.>  háha  da  3.*  in- 
scripção. 

A!  eu*  tmdttc^,  ttfrna-sè  (ao  mtíSk  j^tira 
mítiiydffiefledavidosa.'        :  >  >  .  . 

A  !•  inscripçâo,  Miwir  i6  pbaak  tPiMit^ 
atster  '• 


ááHiB)  jdeâbícr. . .  A  téa*a  íhe  àejc^^e: 

A3.T 

Aòê  ãèu$ês  tn&iuè:  Aífui  jaz  ÚóíóJnUò  Jftt-' 
tino,  prefeitê  de  Mordo  Optato,  duumvírtí. 

A4I>:    •  *       ••' 

Aoi  iittíies  ihai^.  AyuiJasíVetiBàkcí^ttà- 
dhíà, 'quê  éiveú  66  mnoi.     ! 

O  resto  da  inscripção^  é  para  mim  inin-' 
teBigivel. 

A  8.^':-  "^      ■■  ^ 

Aò9  ietc$e$  liáatíês:  Aqui  jaz  CaííiiUa  ffj[ 

qvit  tHveuquaírórafinós,  Átérráthè  èejatèúè.' 

'^^     '..•••• 

Diz-se  qtte  aqnfnascerani  S^FdMdott. 
Bjrbsés;  bispos  e  martyres.  'Éu'  fhlgo  (pie 
BHsào9  6  contrac^,  t^tí  abrèviatnrá  de  Fa-^ 
Meio, e que  esteéé&f ^'santos n36 vdnr aser^ 
senSol  ttm.  O  As/hm  BSstoHto,  nãotm  S.  Fabii- 
cio.  '  '   ^  '     .   •'••  ■ 

IMIívíSbí,  e  para  me  bSo  fieárena  esert!pii« 
los  (pò^e  pódé  Èt/tquk  eu  ebtéja  engana- 
â0)'Vbtr^26t  ò  qtié  coAsta  d>stes  dois  (?| 
santos. 

S/BAsos;  íi^idha  dé  H^/ti,  bisj^o  de 
Et^ht,  peri^grf^tt  pòr  mtiftas  ph>iriti6ia8  de 
BéspaiÂá,  pré^bdo^  o  Itaégèlho. 

Foi  má^^isádo  pelos  foftíáííos,  a  9  dejtl'- 
Itto,  do  ánno  30(>,  imperando  Bíòcledíàtio  e* 
MaxhàianO;  (Akno  ISa,,  tomf.  Ivpag.  3Í)b.)- 

«Na  antiga  Myrtilis,  padecétí  ròàrtyriò»  o" 
«bispo  S.'  f  idbríefo  j  e  n'e)ia  naseea  Santo 
«VarÉd,  im]i(/d«'9sina  Barbtfa  ede  S.  BHs- 
«ste;>o  qáal,  vfveiídiíf  Vida  erettiitfòa;iia  serra 
«a  que  deu  o  sen  nome^  ahi  morren  pèíos 
«áiiitoraM^-dieiraifiristsk  '\ 
'  «No  tití&  da  sna  sepulttii^  ftdMòn''^  de* 
*pptí  tApa  6rrbiai,''qAiBJ''leTÍBC0nBtnicçSúí 
« iníriidòíâMt^,  xkm  idhe^dò  até  aos  nos^ 
^S^^KèiDpòs^  e*  é  n^tdtovèherádà  e  proòtt- 
Prtíâ^'a(íti(íUés'povri8.     '  -  ' 

«Protímb  iá  ehnfda,  Uosttíí-se  a  ítísUl 
f  étf 'qné'b  santo  el^lt^  vfveu.»  '{Ciâadèi  e 
raias,  Í>élo  si".  Igáacto  deTIltièda' Barbosa» 
tom:  *•,  pag.  «40   ' 


'I  > 


1  Nao  foi  o  santo  que  deu  ^-âfía  nome  a 

•eiyffc  í^ji*;,*»^^  W  orçlbo  impróprio  d^ 
hamildade  de  um  anacnorôta),  foi  o  povo 
que  me' itopot  atiomé,  oêikbls  da  morte  dd' 
SaMoVarBo;  ^'  ..>•  •:     * '    ''•    - 


m 


vm 


J4  86  Té  gqe  iiio  é  beil  de.  cr^  que  pelo 
mesmo  teoiipo»  (loavessem  dois  bispos»  nata- 
raes  de  Mértola,  ambos  do  mesmo  nome.  ( ? ) 
TaHd)em  ninguém,  diz  d*onde  era  bispo  S. 
Fabrício. 

Santo  Varão,  também  não  era,  nem  podia 
s^r,  irmão  de  6.'  Brissos,  pprqoe  estç  mor- 
reu em  300  e  aquelie  ep  700,  cemo  se  vaa 

A  distancia  de  10  kilometros  de  ^tota, 
existia  um  grande  mosteiro,  benediçtino, 
daple]^  fbúdado  por  S.  Salvador^  natural  de 
Paneyas  (Traz-os-Montes)^  no  amo^o  630.  No 
meio  de  uma  charneca,  está  ainda  a  egreja, 
cbamada  de  S.  Salvador  d0  JUosteiro» , 

Ainda  «n  i847,  s^  viam  alll  amas  pai»- 
d^desmaQfeladas»  ruioas  do  mosteiro.  % 
provável  que  ainda  existam. 

Foi  destruída  pelos  mopros,  commanda- 
dos  pelo  feroz  Al-Mançor,  rei  de  Córdova^- 
nouseqalo  X,  de  i^us  Çhristo.— O  mesnpo 
fez  então,  ao  morteiro  tam1)eq[i  bened^ctino, 
de  S,  zWifHjmi  it  Cambas^  a  uns  i5  kilo- 
metros a  O.  d'este. 

Os  mQuros  lassassinanun  todos  os  mepgts 
e  monjas  d'estes  dois^cooyentos  (que  ambos 
eram  dobrados.)  O  mespio  fizeram  eiitao  Al:. 
Mançor  e  os  s^ui^  às  freiras  de  Santa, Com- 
ba, junto  a  Lamego ;  ás  de  SismirOy^roximo 
de  Truncoso ;  e  ás  de  Monzedarem,  ^m  Yian- ' 
na  do  Alemtejo» 

perto  d*esta  egreja  ^  gruta  (a  que  o  povo . 
dá  o  Boime  de  cella)  4e  Sapto  Yarlp.  (Veja- 
mo^  o  que  dii^  q  {Ànno  ííisí^  tom.  L\  pag. . 
350.) 

«São  Vario,  ou  Varauo^ .íe;  yidaeremiti- 
«ca,  em.  boma  serra,  que  se  chama  dq  aeu 
tueme,  situada  quasi  áiofifi  léguas  da  vttla 
•de  Mértola,  na  provinciâ  do  Alemtejo.  Alli 
«viveu  muitpa  annos,  no  exei^cicio  de  peren- , 
«nes  contemplações,  e  rigoro^  ppnitenqas. 
•Foy  seu  transito  n'estf3.  dia  (17  de  iwqq) 
«anno  700..  Jaz, o  sieu  corpo  epi  hqipa  ermi- 
«da  do  seu  nome,  que  edific^ap  os  .fieis,  ^ 
«n*ella  o  festejão,  agradecidos,^  ^os  continuou 
«favores,  que  recebem  de  Deus,  por  meio  da 
«0ua  inmreenioi* 

'É  advogado  contfá  a  eMériliaade  das  ma- 
Ih^resif  e  pro(éc|pr  da  paz  ^ntre  os  casados. 

José  Avelino  da'  Almeida,  no  seu  Dkoio-' 


nario  abreviado  de  diorographia  (tom.  2.% 
pag.  287),  também  se  engana,  dizendo  que 
Santo  Vario  era  eremita  de  Santo  Agostinlio, 
'e  que  morrera  em  7 'de  janeiro. 

Era  eremita,  porquç  víVia  em  um  ermo-- 
anacheréta-—m^s.  pertencia  á  Qfdeqi  benedi- 
;ctina.  O  seu  passamento,  foi,  como  diz  o  i»- 
no  Histórico^  a  17  de  março,  e  nao  a  7  de  ia- 
neiro. 

Outro  engano  maiof  traz  Almeida.  CoUo- 
jCa  o  pego  de  S.  Domingos  em  Mértola,  qnan* 
ido  é  próximo  de  Alcoutim,  ^  a  distancia  à» 
j35  kilometroa  da  fóz  do.  Guadiana  (e  nao  i 
uma  legua^  como  elle  diz),  e  30  kilometros 
abaixo  de  Ifértola. 

Querem  algans  que  este  Santo  Vario,  foi 

0  eremita  que  annuncioua  D.  Affonso  Hsd- 
jriques  a  victoria  de  €urlque;  mas  é  éiro. 

1  Este  eremita,  chamaVa  9e  Vígildo,  ou  Lao- 
vegildo  Pires  (ou  Peres)  de  Ahneida.  Vide 
JUriz. 

£  o  território  d'este  concelho  abondantis* 

elmo  de  minas  metalloas. 

'  Só  em  defiíMbro  de  1872,  fo« 

ram  regjsudas^  n'este  concelho, 

22  minas  de  manganez,  3  de 

chumbo,  e  1  de  «galena;  alem  de 

outras  mais  que  já  estavam  mz- 

nifestadasi  d'estes  fi  de  ontjres 

.  metaes.  ^ 

,  Junto  á  alfieia  de  Sanfi^uii^ 

suhHft)ios  da  villa,  ao  deseohrúi, 

.   I  em  1843»  uma^mina  de  <9/fi«t/aii«. 

(f u^hqrftçi  de  c;hamb^)  CkHMia 

81  par^s  de  ^t^pCre»  &de  .qpsr» 

tzq  e^soiphareto  .4ai  (erro  e  iX^ 

São  n*e$tei«qp|kcell?ioasfaiBW» 

^      Di^inaa  dq  çobrjSt  de  9^  Demiqgoi^ 

.  as  i^als  T'm^  de  Pojptugãjl-.  Vida 

, ,  Vifle^t^mjíe»  ííííW.dfl:*»*^* 
mingos.  ,    m  ; 

Víu  marçQ  4e  187%  abateu  iunlft  á  viliir 
^ma  mina  metálica,  s^pItAQdP  em  mm  ftír . 

nai9»i«ai«de.2QopefaríoSv     ,  '^  ' 

j  Depois  de  estar  composto  o  artigo  conetf** 

uente  a  Hárlçlã^oona^i  a^  ficara  .fiimM 


úo  pftAre'  Praneiseò  dà  Pònsecâ,  é  a  pág.  MK, 
4fa(Sontfo  o  segQftite : 

'A  S.  Jordio  (bispa  de  Etora),  succedén 
tto  epfseopado,  e  depois  no  martyrio,  S.  Bris- 
SOS»  natural  â6  Mértola  e  irmSo  de  Santo 'Ya- 
Aoe  Santa  Barbara. 

S.  Brídsos,  para  evitar  o  rigor  da  pérse- 
l^fi(^,  e  gosar  as  delicias  día  vida  solitária 
e  contemplativa,  se  retiron  aos  estevaes  do 
Campo  de  Oaríqae,  onde,  em  ama  pobfe 
Hshoça,  paseoti  mnltòs  annos  em^vida  de  pe- 
*itédè!a. 

S.  Jordão  ò  tifbtt  do  deslerto,  para  ò  orde- 
nar sacerdote  e  fa^él-o  sen  coadjutor  e  fa- 
toro  sticcessor,  na  cadeira  episcopal,  à  qual 
^bin,  pela  morte  de  S.  Jordão,  em  305. 

I^nto  que  S.  Biissos  se  viu  investido  da 
'd!|nidade  episcopal,  começou  a  exercitar  o 
-seu  officio  com  tanto  2élo  e  liberdade,  que  o 
presidente  Marciano  (obediente  aos  decretos 
dos  imperadores  Diocleciano  e  Maximiano, 
que  então  reinavam)  deu  ordem  para  que 
Ibsse  preso  e  martyrisado,  come  o  tinham 
9ldo  ds  seus  antecessores. 

Avisado  S'.  Bríssos,  d'esta  ordem,  e  a  rogo . 
idos  christãos,  se  retirou  para  Mértola;  mas 
ftlli  foi  preso  pelos  beleguins  do  presidente, 
em  908. 

Sabendo  Marciano  que  em  Mértola,  havia 
Uma  florescente  colónia  de  chHstãos,  para 
os  atemorisar  éom  um  só,  mas  exemplar  cas- 
tigo, passou  a  Mértola,  para  processar  o 
santo. 

Levantou  um  fofrwn,  na  praça  tnais  pu- 
l>llca  (como  era  de  uso)  fez  trazer  perante 
si  o  santo  bispo,  perguntou  lhe  que  lei  se- 
guia e  que  doutrina  ensinava,  e  veido  qtie 
■é^íL  chfistão  e  presistia  constaúte  na  profis- 
são da  Fé  e  abominação  da  idolatria,  ò  man- 
dou, não  só  açoitar  rigorosamente,  mas  que- 
brar-lhe  todos  os  dentes  e  glngivas :  stippor- 
tsndò  o  santo  estes  tormentos  com  tanta 
constância  e  alegria,  que  isto  serviu  de  ali- 
vio aos  eathòlicos  e^dé  «onfbsão  aob  gentios. 

Mandou  o  presidente  recolher  o  santo  ao 
"cárcere,  ná  lenção  de  lhe  dar  no  seguinte 
dia  exemplar  e  rigoroso  martyrio;  mas,  so- 
brevindo um  terramoto  que  o  sepultou  nas 
Túhiáá,  ficou  o  santo  livre  do  martyrio  pre- 
meditado ;  porque  -aterrados  òd  ministros 


IfÈlR 


193 


subalternos  com  a  morte  dó  séu  presidente^ 
única  victima  do  terramoto^  lhe  deram  a  vi- 
da e  a  liberdade. 

Viveu  ainda  o  santo  quatro'  annos,  que 
empregou  com  soUicitude  nó  cumprimento 
dos  seus  deveréíf  episcopaes,  até  que,  che- 
gado á  ultima  velhice,  passou  a  receber  no 
ceu  o  premio  das  suas  virtudes,  no  anuo 
312  de  Jesus  Ghristo. 

A  três  legtus  da  cidade  de  Évora,  ha  uma 
egreja  parochial,  dedicada  a  S.  Brissbs,  no 
concelho  át  Monte-Mór-Novo;  e  outra  da 
mesma  invocação,  no  concelho  e  próximo 
da  cidade  de  Beja.  (Vide  i.*  vol.  pag.  490, 
col.  9.*) 

Não  se  sabe  se  estes  templos  foram  con« 
Btruidos  por  devoção  e  em  memoria  da  san- 
to bispo,  se  por  elle  ter  residido  algum  tem- 
po n'estes  iogáres. 

O  auctor  da  Etora  GlóHosa  traz  em  se- 
guida seis  opiniões  em  contrario  do  que  fi- 
ca dito  com  respeito  a  S.  Bríssos  e  a  S.  Jor- 
dão, e  negando  até  algumas,  que  etles  fos- 
sem bispos  de  Évora,  mas  o  padre  Fonceda 
as  destroe  pelos  ítindamentos^  como  se  pôde 
vér  no  logar  citado.  (Não  as  trago  para  aqui 
porque  fariam  o  «rtlgo  aborrecidamente  lon- 
go, ainda  que  contseem  factos  bastante  eii- 
riosos  da  nossa  historia  antiga.) 

Fof  S.  Brissos  a  ultima  victima  que  Évo- 
ra offereceuao  eeu,  como  martyr  do  chriv- 
tianisino ;  porque,  tendo  O'  imperador  Con- 
stantino principiado,  n'este  mesmo  anuo  de 
308,  a  favorecer  os  christãos,  cornou  tam- 
bém a  religião  catholica  a  exereer-se  mais 
desafogadamente;  e  tanto  que  Aurino, 
succéssor  de  S.  Brissos  no  episcopado,  não 
só  poude  conservar  na  fé  os  eborenses,  mas 
pregar  e  converter  muitos  povos  e  terras 
vislnhas. 

A  Auríno  sucoedeu  FúnucXò,  em  cujo  tem*- 
po,  S.  Silvestre  (papa  lusitano)  dividiu  em 
metrepoles  as  égrejas  das  Bespanhas,  que, 
poi*  causa  das  frequentes  e 'Crudelissimas 
perseguiçSès  d<^s  romanos,  estavaiú  dèsoi^ 
denadas;  escolhendo  as  seis  cidades  mite 
importantes,  para  sedes  de  bispado. 

MSR0FE--flpegUé2ia,  Mlnhò,  comarca  e 
conoeHU)  de  Monção,  114  kilotnetrosaNCX 
de  Braga,  405  ao  N.  â6  Lisboa>  080^  fogos.  - 


m 


ffziWr 


Em  1797,tíDl)|t6lJ6|piD9^  > 

Oríi^o  8.  P«dro,  ^po3U>U)». 

Arcebispado  de  Braga,  dbpncto  {idminip- 

tr^livo  de  ViitfWMi, 

Amiira  apr^seiuava  o  reUory.goe.tíi^ 
20q^0p0  róis  de.  re&dúqaeQtQ. 

O  aome  doesta  íregaezia  é  arabeT-JUaent- 
/f—signific^t-T-cousa  conhecida*— -Deriva-se 
do  verbo  áej-efa,  saber^  conhecer,  aprender, 
letc.— Vem  poia.^  sn^^povoçção  dasapitrUe 
(9a  da  «^(^eaAona.) 

Foi  esta  fregxiezía  commenda  da  Ordem 
.de  Gbri^to,  possuída  em  i82i  por  o  moor 
|^iro-m)ór^â9*  reino» 

Houve  aqui  um  mosteiro  de  freiras  heoa- 
4Âc4iaas,  que  aiAda  existia  em  1481,  Qm  que 
a  ahtMàd€{8s^,  D.  Guiomar  Rodrigues,  reprer 
j9^n|ou  a  D...Joào  II,  a  9mita  pobreza  em 
que  viviam,  e  que  se  não  podia.suaten^r.a 
GooQimuniflade.  Orei, com  auctoridaçào  do 
piapa  Xixto  (Y,  reduziu  este  mosteiro  a  rei- 
ipría  secuiar>4apdp'a  aos  arcebispos  de  Bra- 
ga, eipandando  a^  freiras  para  outros  co^" 
veatps  da  sua  ordem. 
.    Foi  seu  i.*"  parQcbo  Estevão  Lourenço. 

Aq^i  foi  rfâtor,  o  liceneeado,  Manuel  de 
J^r^ujp  e^  C^stiro  .(da  casa  dos  Castros,  de 
Villa  Nqva  da  Cerveira)  varão. sábio,  e  mui- 
to intelligente  em  genealogias  e  aiptiguida- 
dee ;  sohr/d  cujas  matérias  escreveu  pxâto, 
jqp6  se  não  imprimiu.  Uma  grande  parte 
^enão  todps).^s.  seus  escrlptpe  sobre  genea- 
logias^ existe  ainda  no  cartório  4a  casa  do 
Gôvo,  junto  a  Oliveira  d^  Azeméis* 
.  I<i'eâta  freguezia  ha  uma  torr^.  quinta  (quç 
foi  coptada)  com  uma  aldeia  ebamada  Pica 
de  Abreu  (Pinheiro  de  Abreu)  solar  dos 
Abreus,  dos  quaes  ed'£s«tatorrejàsead^am 
noticias  no  iempo  ^  conde  D.  Henrique. 

Era  então  senhor  da  Pica,  Gonçalo  Bo- 
d^igues  de  Abreu,  que  foi  vassaUo^e  com- 
panheiro do  coade  nas  suas  batalhas ;  e  de 
seu  fiihp)  {iOureaço  de  Abreu,  senhor  ç|o 
jueamo  cout^t  ^^  ^^  achou  cem  D-  Affouso 
Hem^iq^e^  ioa  batalha  de  .Yalle  'de  Vez,  em 

«29.         . 

Foi  e9l^  Jip]QureQÇ0'4&  Ahrieii,,qu^  par  or^- 
4ein  4a  D.  Affiwio  HeAríques,  (iciaytnw  o 
.casteUo  ei  t^m.de^^tiapell^,  «ontra  os  galle- 
goa.  YJd»  o  ík.*"  wlamo,  a  pag.  U  ^6%.}   • 


cada  morador  lhe  pagair^-MR^  algo^À 
çeyadil.  Yi^io  áfias^  da  Teporii),.pf)r  aq?eUe 
m^líiez^er.neto  4^  D.  Maria*  d^Abíw  4b 
NçrpuiJa,  ooudei^a.de  Cres/eeoteL 

A  alcaidaria-mór  de  JL^^pelia,  audop  m 
caaa.dos  ^hreas^  deMeruJOs,  até  que^Aw- 
deram,  ao  marquez.ce  Yi(la  {(eai|.quoa9ir- 
deu,  com  a  yida,  em^  1641,  ppr  traidoi;.ipa- 
tria. 

Eotroi  a^  niuitaa  e  grandes  quintas  que 
03  Abreus  tiveram  nVsta  ribeira,  tiàbiiiB 
lambam  fóroa  em  YíllarBâa  e  Yalladaref, 
com  titulo  áe  direitos  req^s, 

Qs  Abreus,  viveram  .em  Melgaço  a  a*w- 
trás  ptso-tes. 

De  Lonrençp  de  Abreu,  foi  filho  e  heriei* 
roy  Gonçalo  Rodrigues  de  A^r^u,  rico4»- 
mem.  da  D.  Sancho  I  e  de  D.  Affonao  n,  e 
se  achou  na  tomada  de  filvas,  em  Í2%IL 

Foram  'Os  Abreoa  senhores  de  Yallad»- 
res  e  Begaladps,  até  1040.  Eatãp,  Pedro  Go- 
mes de  Abreu,  sangue  degenera  de  «eus 
leaes  ascendentes,  tomou  a  partido  o»  fíà- 
lippe  lY  contra  o  nosso  rei  D>  João  IV,  e 
receandO'a  sorte  do  duquade  Gaminhi^in»* 
quez  de  Yilla  Real,  e  os  outros  fidalgos,  k 
quem  se  tinha  tornado  cúmplice,  fngni  pa- 
ra Gastella,  em  1640,  com  sua  mulher,  ma 
filho  e  8  filhas.  Era  tão  acceito  aos  caste- 
lhanos pelos  serviçot  qQe  lhe  tinha  presta- 
do, que  a  corte  de  Madrid:  o  veio  esperara 
grande  distancia  da  cidado. 

JDos  Abreus  de  Meruffe  prooedemos 
Abreus  4^  Torre  d^  Grade;  os  da  casa  ée 
Anquião  em  Fcorn^lios,  de  Ponte, ,  4o  Lima; 
08  d* Alães  4e  Moure;  os  do  Sol;  o?  moiia* 
dos  da  Tábua;  os  4e  Yillar,  Junto  a  Yiaen; 
os  4a  quinta  de  Gousinguem;  9S  dos  Arcos; 
os  da  Barca;  muitas  (amilias  nobres  am  vi- 
rias terrfis  d*este  reino.  >         * 

Também  os  Abreius  foram  seohoriãf  4e 

Fenapôr»  na  índia. 

.  Os  Abreua  deficendam  do  íRjmio  canl- 

leiTO  ArcãO' de  Cotos»    . 

A  casa  dos  Abreus,  Limas,  ra9K>  das  9» 
foram  alcaidesrméires  da  tapelJA,  a  sep^ 
res  ^  -Bse^aJadosy  é  a  ac^iu^l  do.  Am(^ 

Qs  A|[V^aus,d{|.  cai^'  d^  Anquiãúiipo^ 
á»,  D« .  Rodrigo  d^  rMeUo  .da.  Umíh  »?»^ 


msài 


195 


.  4f  yiJiU  NoTa  ^  Çer.f0Ín.  li  ^ofrigy.d^a 
a  casa  de  Anqaião  a  soa  filha,  D.  Jk^na 
de  Mello,  que  oaçpioi  tQm  J()ão'€toi(iw  de 
Abreu,  filho  segundo  del^^opet  deÃJliren,! 

As  armas  dos  Abreas  são — em  can»yí^  ^e 
fiilirpora»  ci.Qee.côu»itd*agpía»  d'oara,,esieD-; 
didoa  em  asp^^  Timbra,  iam  'dos  €ôios  4as 
armas. 

Lima.é,N>pelUd0,pv>beei  emBertaga^  Yeio. 
.^  BeApai^ha  (Qa^Hza)  (om^  i(ffp»:imB, 
juoto  do  q^al  Vyiyia.  aíamilia  ^qae  o  adçjj^toja 
.  por  appeUidQ.  Passqa  ^  P^ctufial^  oa  pessQa 
,4e  D,.  Fernão  Anões  «de  Uma;  e.as  arnas' 
^e  J).  Pedrp  I(  de  Avagao  i^en  a  Jpã^  AiQ^ 
^de  Lima,  emi2i2,  pf^  iseu  w^Iornae^ie- 
bre  batalha  das  Ncfo^,  ^  iTolosa-.  (4)  ^. 
.aa  ^pesn^as  qu^  irei  Maaael  -dá  j^  efita  faml- : 
lía^  epa  bra^  jnoçqipleto,  e  saQ-r^m  campo 
40  oir(V  4.pateA.4ft  piUrppra^-^Casapdo; 
aqaelle  D.  Fernão  Annes4ie.|iiaia,  eom-D.l 
T^i;ea  da  ,$il¥a^  :fiUia  da  Hiay.  (i^mes  da- 
f&Uva,  cqmppz  açu  filho,  JU^p^el.  de  Lima»  o! 
seu  brazão  d'j^ip^  da  fprmaflegoinla:— ^«4-: 
qpdo  em  3  pala^^nai/  d*Qi]ro,  .&  paUaS| 
0a  pi!urpai:an-:a  2f*  .e  Ji,*  e^qnactaUada^»  bp 
JU^ei'4A«lÇ|ú>  de  púrpura»  lunpassa^o  daí 
azul  (armas  dos  Silvas)  no  2.?  6  3.%  de  pra- 
j^i^  ?faxas,  ;][adre^d((8  de  quro  «e  púcpmra, 
4e  duas.ord^,  (armaa dos SoiuosMaiofeç, 
por  ;»iia  avo  pat^09,  D.  Ig^e^  de  S^Molo ' 
JtfaÂ9r).elqa|0.  .d'acp  aberto,  e  por  timbre,  o 
ieai^  das  arm^s. 

Oatros  do  mesmo  appeliido.nsaQ-reApar 
do  dividido  em  pab,  na  i.*  de  ouro,  4  pa- 
jas  de  p^rpora;  a  2.*  dividídft  vm  f^xa,  na< 
JL.%  as  armas  primeiras  dos  Britos;  na  }.* 
4e  prata,  banda  xadr^zada*  de  oqrQ  e  piir- , 
para,  de  5  ordens,  em  pala^  sf)ndio<a.i»«:  ta- 
pada com-  nwa  verguáta  de  prata*     . 


f , 


(})  Mahomet  IV  projecta  conquista  a 
Hespanha,  os^rlúcipes  cHristIes  í;iuem-se.  i 
Um  exercito  pormgnez  passa  -  a  €à^teflá, 
por  ordem  do  B0860  D.  Affon9o>Ii,  e»  dis^ 
t|mgi)ia  lOíiía , qm  nei*um  o^ro. .pielQ  ,m 
valor  na  celebre  %itama  d^s  N.avas  deTo/ 
losíj,  em'  f212;  ha  iaúal  ôà  motiròà /foram 
desbaratados,  e  llatiomét  fiítgin;  pèMeÉdo 
«ijiptiMiigae4a  «ita  pn^oiada  oooqaâta. 


u>)Omv«Kl,iifaiBh-flSfiiidoi:>terebaé^  em  ^ite; 
aat.^ asflA/?. amaaiidoA  Umati  as  oairaa 
4»^.  e9fliifu!te)ada$,  m  h^  e  V^  as  atrmas 
d#e  Bn^]s-t4MK2«^•e  i3.?  as  doaiNognaiias» 
-  Otatips  naam  ****  escMdo  e^quartelado,  ao 
i\^  qnartei  as.,arma8.  dos  Limas;  ao  tj"  as 
doei flogmôra^;  a^S-*^ a» das  Yascaacelios; 
np  i4.«  aa '  dos  BcUoí;.  Timbre, .  um  leio  de 
púrpura. 

•  QitirQA  mam-^eacodo  partido  em.3.paias 
^ia  1/  d*Afai^,  e  as  doas  esquarteladas, 
dos  Sitvaa  e  Sootoa-Maiores. 

Oatros  finalmbnte,  trazem  apeiiaa  quiitro 
barras  d*ouro,  em  campo  de  púrpura.. . 

KERUVEr^reraezia,.  Demro,  eomarca  da 
Tábua  (antigo  coooelho  de  Midões)  concelho 
do.  Oliveira  do  Hetspital,  75  kliometroa  de 
Coimbra,  2S0  ao  N.  de  Lisboa,  2^0  fogos^. 

Oi^ago  S.  MtgufiJ,  archanjo.  .. 

Bispado  e  dbúicto  adminiftcatívo '  de 
Coimbra. 

Amigamcmte  tiaba  esta  fregaezia  o.  nome 
.dl»  'M<m4a^  que  ainda  lhe.  dá  o  Portngat 
éacTQ  e  Profamj 

•  A-  caaa  de  HeUo  apresentava  o  prior, 
que  tinha  2004000  rtía  de  rendimeuto. 

É  terra  fértil  Cria  muito  gado  e  gaça» 
.  MERIFJAli-*  aldeia.  Douro,  próxima,  a 
llome«Móp Velho. ;,    : 
Bispado  6: dlsiricto  administrativo  de 

Coimbra. 

Em  frente  da  viUa,  «a.  margem,  pppasta 
dojjrio  Mondeis,  está  a  quinta  que  foi  dos 
Vahioi  e  junto  a  elia  a  ermida  de  Santa 
Leocadia,  virgem  (ou  mais  verdadeiramente 
a  Nossa  3enhara  da  Graça),  tão  antiga,  qoe 
é  tradiçab,  fora  parochia.       , 

N'esta  ermida  é  venerada  uma  ima^^m 
da  Saatiaslmai  Virgem,- sob  a  inyoea^^  de 
Nossa  Senhorai4aOraoa.  S<^aadoatradir 
^0^  a  suaorigem  foi  a  seguinte: 

Junto  a  este  aitie.appareceu  umaimageffi 
de  flánta  Leooadiat  ff<dbre  nm^  monte  de.  pe- 
dras, aaltaa^  Foi  levada  para  a  egreja  matu^z 
aia  coHocaAma^  altar  ;maa»po  diasegainr 
ta  dtaappare^.u  d/alli;  eifoi.aehada  9Q^e  o 
mf ama  níQntf  de>ipedraa  oirf|(ijftíB^a  ^pp|^- 
redidoíSí;giiadl;/vez  aJ0yacaia>paraMf  egK^ 
ja^etoBDoaafugirpamaspadm';: ,. 

Então,  um  individuo  que  estava  prerat^ 


196 


BiBR' 


ttaidoa  rávolrer  9  monte  to  pedras»  e  de- 
biiKO  d'el]e  adoti  }am%  itnageiade  Motta 
tadiDra  da  Grai^  que  levarão^ pana  egre- 
]a»  }imtaiiiéDte  com  =a  dc^  Santa  Leoeadfa ; 
'flias,  poneo  áêj^iê,  Hkè  eonstniiram  atua  er« 
mtda,  00  sitio  úsl  apparlfio,  e  úU  eolloeá- 
ram  as  duas  ímageDS/qne  Inrani  por  asai- 
los  amios  objecto  da  particular  devoção  dos 
povoa  d*estes  sítios. 

1IÊII¥A— aotiquissfwa  cidade  da  liidta- 
Dia,  na  jarísdieçio  da  chaDcellaria  de  Braga. 

Segundo  Ptolomeu  (t.^  tábua  da  Europa^ 
cap.  VI)  estava  em  7%a0'-âsioiig.,  e  49*40' 
de  lat. 

Era^  a  capital  êàs.tMntos,  Ignora-se  a  sua 
situação,  e  nem  pelas  indicaçõets»  umas  er- 
içadas outras  confusas,  41'aquelle  geographo 
(oiiBico  gue  falia  em  similtiâtate  ddade)  se 
pôde  conjecturar  onde  estivesse  situada. 

Nete-se  porém,  que  desde  o  litoral,  até  às 
serranias  do  concelho  de  Coura  (de  O;  a  E:) 
6  desde  o  rio  Lima  até  ao  rio  Minho  (de  S. 
a  N.)  estanoeiam  a  flstmosa  serra  de  Arga 
(o  Medúlio  dos  antigos)  e  todos  os  seus  nu- 
merosos braços,  que  se  projectam  s<^re 
Vianna,  Caminha,  Yilla  Nova  da  Cerveira, 
Yallença,  eto.    •  *  ' 

Por  toda  a  pai^  d'éstas  serra»  ha  ionu- 
meraveis  vestígios  de  povoações  e  fortale- 
zas, constnitdAS  talvez  pot  povos  de  raças 
diversas,  comb  gregos^  phenicios,  earthagi* 
netes,  romatíos,  árabes^  godos,  etc. 

Todo  ieto  a  mio  do  homem,  e  a  fouce 
Inexorável  do  tempo  destruiu  e  aníquíRoA, 
nlo  nos  deixando  nem  sequer  lembrança  da 
soa  historia  e  d»  sua  destruiçio.  . 

Aquellas  paredes  corroídas  e  desmante- 
ladas, Cobertas  de  heras,  cardos  e  silvas ; 
aquelles  fossos,  reduzidos  a  brejos  ou  charr 
oos,  se  podessem  faltar,  quantos  mysteries 
nos  desvendariam!  Quafatais  glorias,  lagri- 
mas e  crimes  nos  revelariam  i 

Hoje,  o  pastor  indifferente  e  diescnidoso^ 
ou  o  caçador  aventureiro,  atravessam  essas 
tristes  Tuinas^  dessrtas»  esquecidas  e  melan*- 
colicas,  ond€f  outr^ora  um  povo  bárbaro 
obréu  prodiífios  de  vabr  e  patriotismo  ;  a 
onde  por  fim  o  ódio  e  a  vtngançsr  dos  ho- 
mens, tudo  transformou  «m  cinxas  e  devas- 
taçit>f  -     .  ^ 


USitf-FIIIO— ftegueaia,  Hnbo,  éonrtr- 
ea  «  coneettio  de  (ktimariU»,  18  kilomelros 
a  NB.  de  Braga,  900  ao  M.  de  Lisboa,  110 
fbgoa. 

BÉf  ITS7  tinha  95  fogos. 

Ongo  S.  Ròttio. 

Arcebispado  e  dfstrteto  administratívo  de 
Brã^.  ' 

O  real  padroado  apresentava  o  nbbad^ 
que  tittlà  90D#00a  réis  de  rendimento. 

E*  terra  fértil. 

Para  a  etymõlogla  vide  a  seguinte. 

MbSÃO  ntf0--villa,  Traz-os^Montes,  ca« 
pitai  do  coíncelho  do  seu  nome,  eonuorca  e 
13  kilometroe  a  O.  do  Peso  da  Régua,  25  ao 
SB.  de  Amarante,  80  ao  Nfe.  do  Porto,  5  ae 
N.  do  rio^  Douro,  330  ao  N.  de  Lisboa,  %to 
íbgos  em  dtiae  fregnezias  (Santa  Chiiatina 
280,  «e  S.  Nicolau  180.) 

Em  1757,  tinha  a  firegueíiia  de  Santa 
GhriSllna  142  fogos,  e  a  de  S.  Nfeolan  89. 

Bispado  do  Porto,  distiloto  administrati- 
vo de  Yilla  Beal. 

O  rsltor  de  Vila  Markn,  apresentava  o 
cura  de  Santa  Ghâistlna,  qde  tinha  18#009 
réis  de  oongttia  e  o  pé  d'a)ur. 

O  prior  do  mosteiro  crusio,  da  Serra  da 
Pilar  (Vala!  ifova  de  Gaia)  apresentada  o 
reitor  de  S.  Nicolau,  que  tinha  150#00Õ  réb 
de  rendimento; 

O  còONselho  de  MesSo-Fyíd  é  composto  das 
7  freguesias  segtrlntes :— Barqueiros,  Cida- 
déthé,  lte^-Ftio-(Santa  Ghristfna)  Vesio- 
Frio  (8;  Nicolau)  Oliveira,  Villa  Joian,  e 
Vilia*lfarim-*toda8  no  bispado  do  Portoi,  e 
oom  2:l(X>fogos. 

Está  a  víHá  e  freguezia  situada  sobre  o 
))lató'  (mesa)  de  uma  montanha  bastante 
elevada  (Tamodo  MarSo)  immfnente  ao  rio 
Douro,  na  sua  margem  direita; ' 

Tem  boae  casas,  mas  as  melfaoi^es  isio  as 
dos  srs.  Lemos  e  Fragosos. 

Era  uma  das  dez  behetrías  do  reino,  pele 
que  tinha  grandes  privilégios.  O  seu  noma 
é  muito  adequado  à  sua  posição  e  ao  aeu 
clima.  Vém-lhe  de  mesa  (plató  ou  cttapada) 
e  de  /Ho,  porque,  com  eíTeito,  o  seu  dlnoa  é 
exc^Hvo.  (Vide  adiante.) 
.  É  tpm  fertilem  todos  os  9QMnMw«gfi^ 


I 

^ 


:  crtiiMm^mritosatailMre.i^itfliii  «bvntoieto 
4b  opto»  agn^  iMHaYet^ ,  :  .^. ., ,.(/;.« 

D.  Affonso  Henriques  lhe  deu  foral,-  «eoi 
^MWriíQ  de^  kUK  is#Qllniiiidfti  iK)riIMi9)ii- 

,IH7.  <ifa¥eta  ifi^.iiia90  Zi.íL^B-r-Jmrtí  t«» 
id44o«(jto  46B.  AflfoDS»  Ul^ifli  30^.  maço  tt 

nora,  11.  7i  y.|i0oL  U*) 

D.  Manael  lhe  deU4òral  novo,  em  Liahoa, 
^.17  de^floveoihpoidQ  iUZ4tât>fú4e  famet 

.líejA^M  taotem  o  |iroMiQ;.pan  e$t^  fimd, 
gaireta  20,  maço  18,  n.*  7.) 

itO  foral  tfata  tambcoí  4a>  ViUa^Marifli.' 

Oe  paçé»  4o  coioelh*,  qip»  são  amptot-o 
•xfiiUeBliSy  esât  jio  «fdiieioi  iqna .  M  Miqlii»- 
jrio  do««nigto90s:flraBOi9eaao^daVaratojo. 

Bsgo  a»ii  Mas  as  repartições  poWap 
do  eoneellú^  mm  mvà^^  eapaoldade  pasa 
io4a^  6  JeaiidOrUio  i^roxiasa  ai  eadeía^  de 
;idttAa  eottstmeçio. .       .n  ,  - 

A egreja.  que  foii doi sMoi^irio» étoj^a 
aalrlx  dft.  fregaesia  de  Saata  Ghrátíaaira 
ip»fX'U>i  coneedida  pelo  goíreriiQi  poéBotdo 
bambem  a'ella  «^ereer  as  ftmcf^ea  <|o.cRilfo 
divino,  a  irmandade  da  Ordem  Terceira  de 
&  Franoioc^p^ 

fista  irmandade  foi  iaatitiiida 

«  por  Gyiiriano  Rlbein^  e'4  nn 

dos  ríeos  estabeleepmButog  pios 

d*6sia  viUa,  e^jo  ediScio.  Mk  ao 

lado  da  egreja  dos  religiosos* 

A  agre ja  de  &  ^ieolan  ó  notaTeá  pelavsna 
antigaidade,  e  consta  ser  fandaçao^da  rai 
nliA  D.  Mafalda,  mulher  do  nossolprtMiro 
«ei,  o  qne  se  confirma,  pelo  seguinte : 

Pai^a  o  0<,  ao  fundo  de  uma  pequena  la- 
deira, onde  corre  o  rio  Teixeira^no  skio  em 
4pãB  defroptam  dois»  caminhos,  aindai  hoje  se 
«haom  d  p»U  Henrique»;  por  aqui  ter  h»* 
Tido  uma  ponte,  de  que  nâo  restam  vMt-  ; 
^fioê.  É  provável  que.  fossft  defliniida.a;ar  \ 
rastada  para  o  rio  Doaro,4pe|aa>aguaa-4Uf  ' 
«aidaverno  aqui  comem;«B^^od0iqilttti- ' 
dade,  rápidas  e  ia)petuo8as,.dfad0  <è  mais 
alto  lAifiMt^^lIttãa,  ^  : :  ,    ri :  ^  .'LA     ) 

TOLUM»  V 


e.í«ii».jNinM  do  confeBiq^  IK>9  qu^ 
hoje  anda  ligado  o  nome  d'aquella  iUustre  e 

hAqí  fPM^o  4o  «mu  em<qia«^49tá  edMe%- 
4f<  IWU  .iriiia,  ^tm{ri9.D«uvo«!ealia  os  fsn- 
i98.(ou<.^  prMpiosT)  daeelskvepu^niejda 
^m  foui  Mhict:  mwAida.  câBsinurnDalft 
mesiia.  ^^oberaasK  (VMe  fionrK^.a  pag.  8U» 
xoLifti^Ql.':  volume.) 

Ilias.acima  A(i.Aiirye.pr!Bxim9'4iriMi1t 
df^iAfrff,  czistp-wm  pi9qneua«  aldeii^  cha- 
mada a  Gafaria,  e paja adiante^ abarea 4o 
IMUdo;  (a  celebre  barca  Pòr  Detu.)  gratui- 
tm^e  cqjo  baTiiUíMm  se^auiMfava  4o  pro- 
^n\»M  terreno  pfoximp^  doado  pajt»  ena 
4m  pela  mpwa.  ndoka.  (Yid^^  Bar^ii0ír«v« 
pagi  Sao^cob S.% do >i/  vokuM); 

.1^  mesma  o|rqa  de  &  Nlcolaii^  ba.ffm^ 
<ma|o4im  «gml^  oa  forma»  a  oui^a  qi»a  c«||^ 
19  uit  .^gpeia  d^JNo6^||  Seuboi»  da  OKVieilf» 
4<^  ^rP«iajri(çs.  Vd-se  ta^pbem  a*aata,«egm|a, 
j9i«o^4.pQcta> travessai  q  tumnlotfda^m  9Êr 
pifào-fieueralrda.  |q4m^  obamfid^  ^nmH^ 
Sotto-Maior,  çBjo  aolar.efa  .u"^t^  viUai  e 
qua.é  a^otadme^le possuMoi pela jn  Affto- 
qio  AÔflusto  4a  AUpeida.  o  GastfQ^  ciMOíAP 
a¥dt  A|i4v^  4a  FpBsecm  fi4al^  da  C|Ma.iseal^ 
foi  o  fundador  e  i.*  pjRo^Mdorn  da  âauti^  Car 
9a^4allif^deordiad*e^viUa.  *  . 

£m  frente  d*este  tumulo:  eatâ  a, capelfl^ 
dedicada  aos  Santos  Innoeentes»  fundada  por 
António  de  AxoTedq,  bisneto  da  diíto  Mdr6 
da  F<weca.  e  d^  sua  miilher»  Yeroiiioa  4^ 
Mesquita.  • . '  i     ; 

ft  J^saQFi:ip:<)( ceutrp çqimpemial  deita- 
do o  cooeeUio,  e  4e  muitos  outroft>  pqiiqs 
circumvisinhos,  qua  aqui  sffluem  diária- 
mente ;  ande^  além:  do  .^mmercio  ordipa- 
rif^  tia  em  cada  semapa  tree  aafMrcfidaa  dp 
cereaes  (eos  domingos,  terças  p  quintas  fe|- 

.ra%)     '     ,     •  *: 

Ha  também  duas.feiraa  mensaes,  noa  dias 

15  e  ultimo  de  eada  mez,  e  uma  annual  dp 
Santo  Aadré^  que  principia  po,  dia,  3|()i.de 
;iiavaa>|>ro».e  dura  três  .dias.  £  -mjuitiit  ^^ 
oarrida^  e  dá  glraude  inponapoiai  â,  iiiUíb.  j 
.  Safieu  muito  psta  villaj  çom.a  «Wma  im* 
vasao  francesa  (18H.)  ...í,  .íu*  ç,íu 

i3 


'• .  -.lí-iUi»  '   •  J  '   .'b  •  i»:-Jí      «iÍh  .  i:  í  ^i-  ■  *  • 


.1 


No  dia  15  de  fevereiro  de^Í9H;  «»<liiMi- 
•faMr  éHbtíÊMò  («e  lMi».FÍKd/-fM^  iâlbia- 
1M  "úo  %r.-ptiave  GufnMiiie  íIMbs,  eoadjé- 
tibdd«-p«IM  'sbâs '  inifígoé.  iNM^trálAHios  de 
«Ic^iV^^M  gaiito#alii -^OAfMO  rito.  A^ó- 

então  á  scena,  o  dráiMiÉ>  sr.  Cà<(iiA<^  Oad>- 
«èlk/iBi%iieo;\ei)H'i(Adà^^èí  11(^1^;  e  a^vdfee- 


I        4  1 


"No  diittP  dfif'<eteiii6hy'<id<  I8T4,  d«  tar- 
«e;*  lia  ^èstbdá  ^'^ttíttAutdé  Amarante^ 
<Mé^'m(»;^iM>-bAio  dfa'KoDò)^éâfi,  íégo  Ml- 
Bia  da  pb^o^itâo  dènomibadà  PafdorDêllo, 
^ittm'  iltAii  tlivoaâá  túHftò  areo^hAtíra- 
-^  eái^araim'  a  estrada  ã  i^Mitidldftde^ae 
mrtÀíJtai;  fffcattdior  ioopeãidb  o  1l%ti9itt)  de 
•«ai¥ove'léfidò(tò^sdàf[éi/o8  cpielilatif  pa^ 
-fk  iP9léfíftM',  dé  bpt^ar-^se;  é'9eif(ifl>ete'»i^:^ 
«òttti^i^faittího;  áitrtAMki  iil^atrè  òarro^titiè 
'D8  %é)[yfer&w  Ido  Mo  épposlé.  ^" 
'><Rjta'lelill9édta^  ibf)  (i6' viokMa  (|tleí•ft^ 
MdMíi^ii' litf raf' 1  ^râidlsi'pefied08'4ftéá^  qttè 
^6  -aetM)i8  de  «fdebt^ados  a  fógiy  é  qàéès  ^ 
•á^^ÈíiTftRirètíMWer.'    *     '  ' 

Sappde-se  cfiier  fofa  iTestlltaido  dò-^lg^ilia 
IHittfba 'mlifftkba.' 

'  '^1^8  MlòAetifOB  l&b  E.  d*eft<a  villa,  '8òbre 
'ú'  téàf^g^'  esi4[ink*da'^  Douro,  e  taorfbètt 
no  Í3Íto  do  mesiDo  rio,  em  frente  dá  C^rt^ef- 
^rú  kh  éòMòllêdòyhK  tárias  náseentes  de 
ligtta^  miiieifal,  dulphtire^  (Vide  Uotlêdò.) ' 

'^<#lfesiò4^ife,  ihna  povcfáçSo  antiqtiisil- 
ma,'  étèttf  IGro dervilla  desde  1189  (em  4ae 
-K*  Aflottso  HeDfiqtie»  lhe  doneedeu  eftta  <ca- 
thegoria,  no  sen  foral)  o  qne  prova  ser  já 
^tão  poveaçàO' importante:  Nao  se-èabe 
^rém,'por  (|nem  e^aando  foi  fUndada;^ 
u^fíAk  o  áeu  primeiro  nome;  apêtoas  se  sabe 
ifM  JÉekfeiia  no -tempo  doa  godos.  Nfto  ha» 
todavHi/iMimiico  iaomiméato'qae nos-at^ 
«ftt»  ^lísa '  afOtigttiilttde»  que  só  a  irMitão 
Ibeattribae,  ( '    J  •  .^     •» 


gia'  que  se  dá  geralmente  ao  nome  artÉI 
d*Mi'>flte^i]iaa,'-idM^a>ièMdiriii4^ 
aos  etymologistas  4v^  MM  ineeMifli)  •> 

•^tféanaiy^  «Me  iDiifieiMtAe  tOMorN» 
tk  #ii«diídaAo^(PonQgkl,MMii  ilM3,.ii!» 
81  a^tk-pdVòataò  o;  Minéida^iiMgfta^ 
^  é: M6  aiiUa*  d  iemé<  4|aè'  ftfê  "éi  •  M 
46>  »/*  Xffdnâtf  Henriqtte^^eM  -4191.  <«n 
HWjM»»  'deJMinifHÍViae  eaiá  fitfa«n(k 
pag.  162,  CO).  2.*  á*Má  vbliUDe.)^  ^   ' 

.        •   ■    .  .--^i         •  •;       ..   •   tf    'i 

'FOt  è8tâ'TÍla^lòlartdoSiJiroMÉiM,dDi 
appailto  lMcétte^l»t6resiafànilllaoM 
t>rtaibí|lit»,  m^WÊàúklPíími^Mêktênki^ú 
Beira.  í     ^      .'  '    ' 

Saaaiailtaiáâ  éaoUtamieaibHi  atill»  ^m 
cabefasr  d»  serpe,  40  <>iito;  odrtadba^miii' 
f<K,n|8tt^iaMida8NÍii|iiúrpara;  bméIoéíI^ 
Oi  no «meit»  d^lk»»  ama')fkir de  llr<de ama 
«Iflie^Jiie  aço,  >abaftei;  ^e^pbr  t^iidn^íÍBi 
^aicabe^sfdía-serp^;  4as'anna8«  • 

Oatito'd0  «M8ino>ap|ieMiivilateni>)tt 
arma8---em  campo  verde^^oaM^deMii 
de  .oéro,1inapa«8adaé^  d8)>ihi|mra;  .«otlda 
%m  «tagÉís,  ««M  ttieionreUasuBla  flotè 
Hs,  éè  H)»Po.  •  SImo'  ae  b^-alMrtore^fV 
«tiiaibrei  amar  4aa  «abec»  úd  leSo^dai» 


MESiO-FRIO— monte,  (antigattenta^il» 
madò  IAítVoifo-IM))f  Draro,  próximo  à  aiti- 
«a  vttla  do-lfbhMlj'(Vide  'estat  palavra,  n 
00I4  9^,  4a' pag.  IM^  d'eaiéiv<ridme.) 
iHBSaàtl^peQrtttgaèa  antigo  —  lasdic^ 
desiioneaib,  aedbcierj  eta 

iBI9(âiA-*-5)orta{|iiez>  anttgo  "^jolatahr, 
OM^br.    '     •  •  ■! 

•imKBK^pdrtngaea  antiga*^ o- ^sam 
que  trabatiiava  Bás'tierdaAeB  do  aeii(;ar  # 
natario.,fira83ttoiiim6>âeiíttfelia.  Hijalit 

é  ají  palavra  aifabe  fMsq^p9^^j^<Ax%^ 
sero,  indigente»  ete.  i](eFivá48e*idA  rdA^é 
<i«ii«i-iuser  pobrA  indig^te^  oie. 
<  IffiOIAKBBrTE-^portpgiíee  aotágd-^ 
iB«8ma'  sorte^  dn  meama  maneira. 

•IBSNADO^Iportagiiea  antigo  *^ooaf» 
nbla  ée  ttopku  •    i  -     .   ' 

ME80R— portoguec  aoMgaMnlafc 


'/  <*.• 


lÍoUa4a.4e*flHVV  ioCtfHuuto..',  ■.<,■  .nV//^- 
Httrca  e  coMMlhA^dpi^yM^fciteiiHffltas: 

,*iO|.Ki,-.j )..-:,!,  ^  IM  .<..-r.  W  -,1.  -.il''.liu..   ■. 

Ora«o  S.  ThiagQ^»pHgal(k;ii  .'::  ^r.A 
Bispado    e  0\tii^_  i^^/^i/^i^ffijf^ido- 

ffHÍVH.i     ■VH\u,\.   ni-nll  '.^■■^.:■■'^■l■.■,^/. 
Foi  até  1839  do  C0DC«)j^i^&^%^,|i^ 

^  A^  míliíi,S(í<OÍ)(í|fÓ4,^p  r^iutímí^tD,  e 
JífRéi^iiíllWV  í  !■!   ii')!  iiii''  ^^    ■'         'i'  ■ 

i»r|<*ff*<-|«íniífi»-;W*tpção  .'íos  riWfW 
■«?ilf.,»»rfirífit*  vmi^  n)i  *ocii*di«iai  gvp 

pouco  se  distinguia  dos  escravos.     , 

fica,  Zi  i,  j),eiiv^-se  do  ver^ 

^ani  i  çoDJ^gacao.  sí^^UlÁl^ 

— aer^  ^'  necessitai^,'  pic.— 

,  ,Q  f)  twatà,  .qusDdo  a  ven- 

^a,  0^.,  _-  _^^_,,_i(^-a'3Í)  navó  possui- 
dor^'çom  os  'seus.me^friííoj,,  dú  íéíiioj  áe,  jjtó- 
^ii;  '^iliaibaY^')},  \!^l^a■,b4^bJ^■ida[|e,^,Jé-■ 
g|s{4^ '  gpibíca  —  a  coudi^ao  de  mepKiòo 
W*<oerBdiUríaI,^.âlho  do' me»kiDo,  tam- 
iffins)  era,,e  todog  os  seus  iáescendeotes. 

Na  Europa  sép)eDtrioiial>ÍDd^  ha  d'esles 
tervús  de  gleba;  mas  o  actual,  imperador  da 
TWsWi,''  ino^  ■òJntrá''ÒB  sèírtíore^-á^lem' 
qtiaii  aÚQiqaillÂdri  esta  Uarbu'a  e  ànaclirU- 
rica  ifWilttliçãò.^  '  "■''■  ■  '""'  ' 
'  NoiMnos  pórètn  que'»á'iio'Ssòs  jJHmEiíós 
nb,  e  páilicnlarmèntâ  d.'A'ffl}Íi^oT,  D.  San- 
cho I,  p.  AffoQSo  I][,  e  mai^^  do  qne''DQ- 
ohuní,  o  grátide  'tei  D.  Diniz,  Ihitarain  de 
•quebiUr  os  grilhíIsB  doâmestinos,  a  iftaar-' 
'■Ur  a.'pfepotendtí'eeitorsOè8  dos  grandes. 

Depota  de Dr  Si«fi,  D.'?Sdm  1,  acabdu 
'■Hirtinan  Maàa»  tnat/niti&aai,  e'D.  Sulo 
■U''  M'>alK)tla,  <ãe>-iUtto  «  -dfreita^lportutda 
vei.  (Vida  Miief*iuUH  dtt  Vaa^a,  t. pagíli? 


Mum^zoittíba  ■eSííà\»aaauJk'fMlt  de 
•aelattianok  Beirai  M6  >A«<(icilari)R|,-80&^ 

Em  17B7  linha  79  fogoSii.M'^  ■  ->  ,^:  ■ 
Orago  Nos9ar<SaatiQini4oiffii3trhh"t 
Bispado   e   distráct*?  admlnlMiãtiffilí  da 

Guardíiiiii.t  ■t.  --n.  '.i-íji;--.:  ,■  ■  ■,  ;,"i 

'  .iiÍDi^Mt  t86Si<ldo>cmMBlhn.ilo:LinlnrA. 
A  casa  do  infantado  aprfs«itavia>a^igl- 

tt»tii|betliiÉI»'Í0e«00OT6iailaniidiibebto.. 

•  ti  UuBdwHi  lUM  ptamifi*,  ^upto  áa-.Bti  d» 

)  >Bj  M0<i1ft  a  lé£'<iU)a'  »  tfce  ám  -fonl, 
em  16U.  (Ê  das  poucas  leirlsds  Póitii(al 
que  leve  foral ttocinJudi)'  ""i.-  i:  ,' 
.'VoiimMça  d»  inndftdft^A-iáeu^íp^liÉeiro 
-Mbar,lD.'HaáBiROldei-Gastto,'Beither  ia  mot- 
<gddo'-âd'i:tinfio,^deicáWeaie'd«  Lain,  eofe» 
do  qual  era  18.°  neto.  Este  Lain  Calvo,"ftI 
juiz  nas  dÍfrereBfu'dd  T«  iDi  FViielta,' aia 
824.  Era  D.  Rodrigo  pafente^Me-D.  Ltúnor 
ié  (Astro,  DQthn^de  .5.'Pnãidsci>.<te'Sor- 
ja,  e  8.°  neto  de  D.  Fernando,  de  CasD^ 
(iQndeitf«<]aBlr^Xffe£,  IO.*.  bMo  de  Fernan- 
do deCfcilro, ieúadoicom  Dj  Violante  San- 
ches, Giha  de  D.  SdMbo,  rei  do  Castra,  e 
1S,°  neto  de  D.  Macia  lAMre»  de  Qasiro  e 
dd  Ik:4BDeiio,  flitao  bastsnda  da<D.  Sàacho, 
-r4i  d»  Hamrra: :    • 

•■  iO^^cMsèieoade-de  lfe8qHiteUai'éo  sr.  D. 
JoftoAflono 'daOosta  Sousa  de  llacedo« 
Albuquerque:   ■■■ 

Van  as 'krmaB 'pestes '^pdlidos,  vide 
Lafões,  Soure  e  Usboa  (Cata  -das  Bicc»}. 
•-'  NfflsU  Tillaié  multo- venerado  e  ft^quen- 
teKIO'Ogaii(itDarin;deiNoesa'8eDhora  daAju- 
dtj''ã  BWB ' i;apell&  muito  mitiga,  e  não  se 
sabe  por  (fi^a»  nem  guando  foi  fundada. 
Segundo  a '  Iradi^,  edificando  se  a  E.  Se- 
bástiSo,  mariji:,  iuma  ermida,  t».  mandoQ 
-pintar  lío  r^i^lo-dasuacapeUa  móF,uaift 
Imagem^da  Santfaaini a. Virgem,  á  qual  pa- 
MTsoi  o  titulo  de  Nossa  Senhora  da  Ajuda, 
e  foi  esta'  elrotumiiihcía  que  deu  eauea  % 
(jBd  ^  paitMiro  original  fosse  snbetit^do 
B»  OFigo  da  bapellii-pela  SenhorK  da  Ajadã. 

-Q  f^fuatnaiiltaniutndlDlO'di(imaÍ3>U- 

ék^  a^eate  i«Bp«fto.'  ■  "  ■■ -b  ■ 

iinqmièUá.  ó'4U»l»litÍTO  de  i 


mb 


'  MBSQUmUiàH^rètQedfli  fisirai  Eiín, 

ccfitíitriui  ^bkpado  iki  Pinhd,  eoneelfeòiae 
Almeida,  80  kilomeMn  ;âêí.yi8edf  i36ô  aX 
de  Lisboa,  60  fogo&,     r       :>  ..    t  j.  H 

Orago  S.  Sêbsstâo,  Biirtyri^//.    <}...) 
..   EiE  i7i^7,  tinha  7i'ío0es.  k.i 

Distrieto  administrativo  da  6aarda«  >•     > ; 

A  iBitra.  apreflentâTi:  o  ftbbadfe^  ^tei^tSnha 
fOO^OOO  TéiB.  ■  /. 

Esta  fregudciaeradio  eoncelh» de!Qa9liél- 
to  Mendo,  ^oe  í<»<  eiti.  1805  anieàtoaftdo 
Sabugal.  Em  dezembro  de  iSTOy-fiiooiía 
fiuer  parte  dó  eon<telho  de .  AkiicMaJ  (Vide 
QasteUóMBndo.)  i»  j     •:-•}■ 

A  mesma  etymdlogi»;.     "  ^  >.' !  ^ 

ME84mT£LI.A--llrociieda,  B«ira  Alta, 
eomanc&e  ooncefto  fl^MnngínMe»  l&íkilo- 
nfecrofi  de  Vlsen^  Mft  aoíN.4«  Jisb^ia^  i80 
fògos.  .  . 

.    Em  1757  tidha  433  fogos. 
<    OraígoS.  Mamede*-        i*       < 
-  Bíspado-edistrido  âdnitíistffati^  de  Vi- 


c 


seu. 

O  \igario  de  S.  JbãOi  d«  Mangualde,  6  que 
•apriesentâva  o  oai^,  que .  tinha  6M00  réis 
de  oongfna  B  o«  pé  d*altar. 
•    Amesmaetynlelogía* 

1IE8SAR— ponngfiez^  antigo  ^pUxar  pe- 
las barbas  a  aJgaem  —  o  qnj&'  era  ama  áas 
ffijapias  otáfs:  atrotts  qae  se  pedia  láxer  a 
om  paHaffiiez.-^^Aqtêgli  que  \g  .m»  eonfmâs 
der  punhad,  ou  lhe  messar  »iifaniha,  in- 
49V  em  cami^  a  V  tagantes*  (Doe.  da  Dho- 
mar.  de  4388^ 

Tagatae  era  um  açoite  ou 
atorrague  qae>  cortava  e .  re- 
'  ialha;va  a  carn^.  D^aqui,  íagan- 

todas — ehiGOtaéa&       . 

l[SSSB--portagtiez  antíge— centeio. 

Em  1289  se  obrigou  o  reitor  de  Santo  Es- 
tevão, a  pagar  ao  mosteiro  de  Vairão*^ 
Dou»  nwyos  de  milhe  (miiho  miado)  e  dous 
myú8  âè  messe,  e  hwm  moya.dè  IrigOy  psr 
hnuá  medida,  ime  ê  chamada. teeyga;  aqual 
medida  dixe,  que  xkya^  soo. atíár dessa  sha 
Sgivga:  E  dixe  que  essa  medida  em  Anua 
pedta^oapúda:  E  dixe  que  per  essa  medi- 
da avyam  a  dar  os  ditos  cmqu^^Koyõs  ao  dèk> 
Moestêiro  per  trevudo<,  (Doe.  de  >. Vai^uio^ 

Em  muitos  prasos  de  S.  Shnão  ^  loa- 


^  " 


Mf^'ro  de  me9i^4  kwm  sâiMWde  «Úk 
Novipraioa  de  (fiti]«,  eJb&Mr^Mfliiíb. 

>ilU8£fiitS^freg«e^ia,  mákfS'taáànk 
e  concelho  de  Monção,  60  kílometros  IfW. 
de  Braga,  4S0  ao^N;  de  Lisboa;  IMlfogiii 
Em  1757  tinha  IOlifogO0<'       "- 

^  0^  S.  Miguel,  árcUai^ò. 

Arcebispado  de  Braga,  distrieto  adttáiib- 
««#(>  deiVítoftl  "•    ■•'  ■■  '*•'•' 

A  èittkdò  infthtádofápt^sentrrá  oMnr, 
4âe"tinlta  imioeo^téls  dé^  r^áfmtím: 

  pffiteeira  aprè^s^táçSo  era  Ai  dUAdot 
marqueses  de  Yilla  Real;  mas,  terido-^iéÉiif- 
dcna  viOk;  por  iHÍ&cff  á  ifMria^  ò  tttthii 
mat^quet  â*este  titule,  em  iWr,  ei^iNi 
D.  Jcâ(^  IVá  casa  do'  itifálitado;  ^ki^Êltkà 
pái*a  (^  a  maior  i^iuté  dòs  'békié>  ntíà 
doeste  marqucifcaâò,  quelHè  tlnhátu 
flscados.   '  .  .  '  )     ,  j 

Os  dttíúàòk  *  d^^está  fjrégtíézfà  faziam  no 
prestimonio  da  orâéín  de  Chrísto. 

Esta  fregúêzía  foi,  pòi*  ^ectilós,  dò  cones- 
Tho  de' valladares^  supprimido  em  (85$.. 

Messegaes  é  portuguez  átiiigõ— signfBet 
cearás  de  ceiíteio.— Aos  cambos  .onde  este* 
ve  a  êgreja  antiga  doesta  freguezía  (dénkffi- 
d^  pelos  aniios  de  1816.  para  âe  constnitrt 
actiiál)  e  onde  àiúdáèm  a  restdéttcla  pato- 
chiai,  se  dà  ainda  o  hòine  de  Cearas,  Mssíé 
gaes  com  o  tempo  se  corrompeu  eni  JÊéi 
ségãíís—còmo  quiniaes  età^quitUànsiGoijfi 
nhaeé  em  Gonãinhâés,  eic 

MSSSEJAJNA— villa^  A^lemtejo,  cono^lUHB 
6  kiiqmetros  n  Q.  dê  Alj.i|sti:el^ '.coi|9CC^ 
distrieto  administrativo  e  bjspàdq  d9,  B(^ 
2V  kilomctros  aoJK.:  de  Ourique,  34  ^  0. 
de  Evorm  130^  S.  de  Liâb^ay.JSlO  íogoSt 

.Em  Í757  tiníL^  340. fogos, 

Orago  Nossa  ^n^ra.flojS;I^euiedioa.,  „ 

A.  mesa  .da  consfiiencU.  Apresemasra  « 
prior,  que  tinha  180  alqueinea  áB^Xfi§fi,W 
.de=rf>vada  e  SÍWOOO  rMs  em«l)inheiffOi'  (i 
.  D.  Manuel  lh«,4ea  forat  iiia  I*i3l;|oa».4D 
.L^d»>|pUio.  dÁUU%.:Hkivm  dú$  fimaes^^ 
:úosdq  MefítefOi  ai>48'  ifiHíBOk  i.*)l..  /)    « ^ 

Tem  um  convento  de  fradeeitaJMiaoM 


MBR 


iOt 


i«(IOfati«»ite4MotiMi4U»da  pntvíMíi.<^:) 

cenr.  .o!i.    -  b  •  •, 

MajMto  lemp9:4oiTojDaa08»  áltediífiâdlfeK) 
iWU^  fiifi>lhii(Í6Mia^ikatDe^qii6iAiaijr 

tomí^n^        .'■  '  >\ .  •  *      •••  '.  •*   i' 

Foi  resgaUdA.  4o  poièr  dia  mOtttò^  ^r 
D.  SaDcbO(II^e«iiWl^.qtiaii4i>talDbaBi(he 
louNtoá^fiatMleMÉras  pottiàçSiBado  Aldti- 
lejo.  .'i.'!  -l!  (wii 

Foi  solar  doa  iBMHMte.OSla  Taritii^iltt: 
ai»|MiNído;.iiQfave  em  PortBC>i*''en)^  Mcollia 
m  iaieléâd^AsB^akjNo^miM^éaDirM 
fSUMO  D^  vivMim;iDk^o  Lopeadèltoieíé^cÍ! 
SM  ifsík»  ADaFH  LsfCB  de  TarBeâp.  Foi  ^ 
aiia.Yj«i&ia,.ilIaniieliJaeq«ieB(iiObo  de.Tdr*^ 
neio,  da  Yillaídtf  Mass^ana.  - 

baliam  es  Tatmeios  pOFiaramrt^escgdo 
éstp6iTiira»  íaiiigÉKm|Miias4iipata^  cana  aa 
pMiuai.tmaiJbaistir  6iit)^fl|li-:*rUiabie^Q0L 
teaQO  ansad^rdi^  prata^^om  ora  puatul^d» 
mesmo  metai,  na  mio,  levantado.    -  *;<.'.' 

AIbergaaia.itij;fLilA^,11ui  dá(«ae|idQ  anl, 
t'.Mí4ixl^eliKappeUidQ./ol4oaiad0  |iar-«un 
oftvalMfo  4*eale  aeino^^qBe  o-adquiriai  pelas. 
laitiiM  prenies  ipiiiabmçeisMKeerfier^Uir' 
inlOií  .r.oío.^i*'  '.-...••  :..v-»i»í 

(K'MWKmâWAi >!%iiiBta,<  £i9itreBMlQfa»!iia 
lN«Qf  «iaíida-âaAtaiSvisn  .(Uatíalh  eoooapt 
Ih«'e  «Mttroad&Tmres  Vedf asr  natríiitslia^ 
dfeAidistjrleti(de^LWWé{'ic  <- •  i...,i  i!.j';« 
ivViM  e$tár.qiiiiita,,4eimai4oIpgardeAl<) 
Maffifiaudtt' .'[.  ^m.  vi*,  r*  -  •  i-:  :'".  i  <-(.> 

u^elastafatti  l«K)^Il;£riteifiiMdtekmin 
Iber  4aifl4*Bnz  Heiifi«is^.eiBbaÂaadea  4a 
Portagal  (por  Philippe  III),  ao  papa  CleoNtr) 

le  JJIIi  .viiria.iia;sa«giifAiaidaMen4a«a; 
•iiaiiaii  dMiieii  teVuoiM4nn9siiiidf!,Kaa»a 

Si»lMir9^d«fG<M«lçaíS»(.'("r>}  ^  i-^:» .  -v. ji|  h- 
•  .iBaciMeii  aaen  aiarida»|)arafMo  ite[PMii 
dasse  tmít  ^Mh3mo»^wm^^p»§ffBki^Sím^ 
4isatiiHí)nigeaiii^M.WM  eUe  IsfoawNiin  e 
Oto  4fisiMlaa  t  tt«a  p^rfeíUsaiaMi jtnatBiarift 
liwabBaldiara^  MiniilamMiiMlQidaiikai 
Go]iceÍçÍo..(ni  '..tT-^íj  *(j'  íiii  ;i  1-  I  ;*'nT»',no-' 


VaÉnáiA  amos  (dit  aí  lenda).  eMiÉliBMa 
a  teamiiissIoíávDioBcaz  iHjBori^^  >  «legns^. 
siva  eile  ^  •&  pátria,  {tor 'mar;;  porém'  fenooiíK 
trando-se  o  sea  navio  com  am  chaveoo  da: 
moiRDs^esles  o  leioilto  isapUvt^  como  resto 
daitrinalaçaoÊc  'lii'-  !•:;  -i#..  .i- 1 -im  <'| 
'  iDi'liraz^)i»rQeate^dÍB:e  «eilB  a.pn»lécçiof 
dèHI(pssa  Seaièaa  da:<Geaaelçioi'{iara;  q«»úf 
lifi«aBe*4oa''l^fF08^  e'eia'4Bba*ttnuiínttiluui 
appaveosvina  saa'qaintta,aiad!a.com-e8lgrÍK 
Ihões  do  eaptiveiro.  .2>. /    'W 

JBin  rM0BliecimentA^%  tfto  frande  ifeiBa* 
gra,!FSs41veo  arigir  mBaibôaiOspiflla-a  Host 
sa  Senhora,  e  principioallogd  a  pAr/ém<pnai»; 
Ma  O'  4A  ^rofiidta^ficonièbaHlaate.magnlfi- 
oeMrfa;  •  pòpte  <i  iborla  que  IheíaolarevBio» 
oÉão  ésiaiMi>eaiieinir  Aiel)iia,iqaa  fleotittpe* 
nasrna  capBUa^s4fcòic!  ^^-^  •  .^<!di>»  >4;  km>  .• > 

Di^fifitea  toina«:á  am^aonia  a  eènrlosio 
da  obra,  e  acabada,  a  efmida,  'foi&'ella  cqI<» 
looadá  a>l^ta' tòiafBmiiqBailQjjD;  pnMipioa 
a  idHtàr  mnitotilDilsf  res^  e  lift  grnnáss  m» 
ra^fjíMias, '  qpetdhegatam  ú  notioia  dei  Philípf 
pe  ilii/.  o  fiial  i^aadon'  dar^i  iSenluHia:  doía 
arrobas  de  cera  em  cada  anno,  páfaa  pelo 
j  atai^uarifikio.ideiSanlireBi^íPQr  moajMÃfiío 
qoalhsíjecmqdia  «siiídraadayaié  aaaMíS^i» 
ms^ \  >maií.4q[K>isi'*cí.  masoUo  Pfailipiie  UI  * 
fezfpeifMtiUM'  --  •-  ti'  ■  •>  •''''"'  >: 

Bm?}aMl»o  de  Mi^y-veaiDai) U^rtlei. 
empengo-da  lida^fea  o.»idateimaM0ill^Mli 
3Ii4q  dito  ;pM%e>  por  lelfo  jD8lilQiiir«mtvili* 
Qiilo^*i'ao  qsal  ■nintodaa^as soaa Hueada^ 
sendo*  a.iptfiiiMirajOipnooÍpal,íA  asaíQuíMlar 
44 Ma8SQ|aaa;j  *   «ik"  •  i;   ••'•  /mp  ^(  -  mm{  .^f- 

Eram  estes  fidaÍ0aa,i>pa4r»eiroa  doioíaif 
I  v4nta4aiiaoo]Mtot«laL9ariBbaii<(9odfreaiio 
s^iUlailot^aia  eapeUar4m6r>^  a  jqnlt  D.  Brt^f 
tes..qnartiiniorga4d>  fleasse  oiif(gado^^40ip»i 
droado  do  convento  e  aos  sens  ettoargoi^! 
(pMííeiMa  aaMDO  feia  anjiniiea»  ijla<'rdi«i- 
frto,i!p*rar«^,ndigioa#s».i»  nd  moio.  4a  trig» 
aiMOQftfféis,  imra  dioas  «Mroraifm^  qoemr 
saasamilielaiaiimaf  dds  paèroeíaos.  • 
.(NMtdvaiX  Boitasifliboa  4o  aas^  Qaaamfi»>^^ 
tot  patoíqatí  aomooa  para;primeira<«|aeetf^ 
asaiiMiTliMi|c^aD.liária  dajftlmaidAttraiit' 
dôa,  e  a  seus  filhos ;  e,  na  (àltaí  d'elka,a  sea 
ii«MiM)niM>ci0eD^a«rrio.do.Almfiidyi.i.:  /. 

.l^BtoofAa:4ieste6»  vqiu<a  AHoqio  4e  Bri^ 


992: 


HBS 


■  •  "'i>  ir 


.••/i/i  ij«j*  íj 


■tWíi.".!? 


do  vinculo»  causaram  entre  OMis^úffírtVLh 
tet,  dftmi|nda0(iaiGaiiÍçida«^i«iQ\eiiio<tte 
NosHp  ãiaBboM;lab  nilècKbni|píè%«  a:««|MlU> 
e0qiieeida«iBab»4oBada;  iftbtpíndoiatéftnFii 
YirjdearreoadfaLçao  .âaigcpoDM  aiiwyniDiiiifr. 
tos  de  lavoura.  .uii^vjiq.. »  oL  r-^ixlj 

•ilWD»tlEniH|9'4B  Í70â^t6BaÍ:O»jiÂtDtll0Íll1|[O 

derSbvsBiPQranbilasoirei^^  paeifie^spM^i 
siJâdprnd'eál9iiru)9nilcujj>{;';dnq  o  ,fiioiin'^  &8 
o  íTPtiihfíi  etf9íAàdin(iiiniifiUk02d6#jBaiuuM 
annoS'iéí>klaite^^eaoridA  D.iMferi^  GaMM) 
de  íBiKo))  aiquah  fM/atodmiD0Uídii4b  «ffaia. 
moléstia  de  olhos,  e  os  oieiie«lj:l|«a  conM« 
dtei|iplicflratti  parara  ewaidaidDenià,  fie 
ainieBÍbàr]âcdar|Unralílicai;!)MJ'.'  i;  >  ,>/!  *  •  í.\j 
iJgi|iflnmi»gejiiDaByd<ifflBpdmoija<(gig  AMatm: 
dunatiMiosi  iMlhoiiw^iCiftrte^ieros  «daim-^. 
]iilJi^«i9o(áB]9m[iloiB<riBidlsi^o'íbiiipQ'aoMt>^^ 
d0cibíi«atiiib>  dk  iídMÍitB('toi.|wÉUqt  aÚQllft  «ij 

^^RMi4iAm  cmiivaaB  ^daífãenina/teúi  i>Í6bid^. 
»kʧmdM  ttdoBUn  mafioi  edip«e«adiéipffBf 
jadiéiaKmttiMípela  iDidlciiiai<^:»ataBndo<Víâi! 
tradição,  dos  muitos  milagres  (|«aiek)iáqa.  & 
MÉiik^âKilâft  (Att >«#elttt  ide  Menfjanáí  a 
MOtaááMDitUpiaíÊisboi^i  orida  afwoUbcaram' 
8(lbr6íi«tiui'itRtosi,  ^ilroai:er9ai:pattb  jdnld 
d^^nv^dienlna^iqiM^sófooii  ò  «pntactgjda» 
sMia^  cimaiesiv  ipoonqpsBú^noitali^lâeidhf' » 
em  poucos  dias  ficou  completaiaoatdrBatt  ée 
tdda8'M8caia|aiif6ipitd«|ltt6;i  ''>''^.<  'n.'.i.d 
'  >)9)iiV64ocí>^  -^M  f mia^  enUtaMnbididar 
itCS,è(  Rodrigo  id0'Sodst|'>1èSiiiaiat^llQjÉOi 
a^ordiíiáiiiei-pkra^^fiaei^lIc^iiDanAaMq  aoN 

tlMnniíKSMri^  '•íi'^'<  ^''>'  '>  4^}n')>^nn.  (.b  ní)!',!!! 

'Fiierafxi^  (f  pie^ta  mia  è«á^âiiiéDÍM9')Uii9> 
nmmrfo»  à  eapeiltf  da^^iibtim,  ^piatiqluiiiit 
niaiiâiida^vaMxiirMr;'^^  íam^^^mí^^^tt&kç» 
milagre  (^«da»  oérm  diij  I^uHariat  Castaia)^. 
e«^)bim&p6Kc(rfr6afilòdoai<aèi  áirsdiam^de 

]i»ft^8&a^  dio ciiliOfeiaBf^nnnrteiádtpeM 
]i(id«»f«im'SéDi«iniiáGte0l^]^^^ 

a  TestãMedev*yiJ  ^n ,-« .  h /.'i'(i  ^i'--^  /.  v)  ,* t.[i 

A  imaitémi)i''dei}aBp«(b&iiooi  4ídi^ip|jmr»i 

ros«i  eAculpuurI  esitpdva»  ^eífteildeirila  4jhe 


o>pftj#»iH«aà  « kiw  aVfSÉlMaJvli^ 
ria.iiwiuJh»eiafcaap^yBi»i#odflfc  mmmyl^ 
quês,  a  raspavam  constantemente»  a  ponto 

dB>jÍ[>B8llV  «MÍta'f)ttt8»áCIM5MU)4Mi  ftt 

094Muir6ete«ivda)'laBvelh  HtbiiáMjdi  h^-mi 
pio  desacato.  .'^^^ 

jasffiia6/x)u;!#ufSAaflnQioiiiii  ie 

MBSBqOttMfaeituttia,' '  Algim/rmUiima  « 

(xÉRflltmiideiíSilreB^rilhkiMhflaipB  a^^mi 
de  Faro,  i95  ao  S.  de  Lisboa,  l:3Mifki|iiv 

I  'i0ii«dt8i;BaMmlDi9íÃí^iaiKMdlM  • 

Bit^adp^dí^^áJgaqvB^TiiBtrièto^aaiWBÉiMi^ 

tivo  de  Faro.  .í^*i 

A  mitra  apresentava  o  prior,  que  tiihi 

d0iMakTiiàidâreMiináft(Kob  i^i  .■<  •  i 

r  ifipJièsatoes.knpiíiyiVnd»  pwtNi(àot>#ito 
dWqdè  «Mt|«  4a»'ItoêíBa9«rQMi»tirilll^aa 

í^láftsqaiéiridloBtí9e.aa)«KAtndaivd«  AuMi» 
6Miaiiilè,.qM  «èlà^ieolNiEld  <Bs<iif<ÉÉHft^ 
roMnb  <dà^ialtepoMihtií)xaIfigaatM^eii 
algumas  fontes  ^tgnàs^ttoik  hbriáiL/  <  «^ 
^Diai^paiteaionifi  etevadai  aatãiMt^- 
■ndaeTMtti^iqnáBliàKiisafllQnieia»  >  imr  í0QM 
(190  socttadè^AiKqaiaiaealioti^dbmtdas^Ji 
báiilailaffli  nusnealçjdas^i  pbréteaniíl»)»i 
minadas,    oí-nn^ii/'-'  ,cí".(ií  ku  .1  r.í.j  jmu- 

^iAi«gt)^'iaalrtalé.iMlt«í?aali««L-  -^.^ii' 
a;Osié)ztiho0iâàiuiMâi{iè»i(iraiÉK:^dií*'i^ 
dftiagnji9<t>'«»»d«i>nttiitta  9l«iâa<>inÉi49 
cabid».^  AqMiM -.midíaiii^  "«éna»!  aiM« 
4001000  réis,— e  estes,  90  moios  de  ti(|i| 
o0litd^ikcMnaaúaiâ0«|Mie«ilàlWWMM(l 
réfeiauo  abi4iBb,  M|MOiiMa«i-éc>d0»  gaUi 

iSOMOO^i^a^^^^i^tfs-iiMliitottaKWmir^ii^ 

Calculando  o  alqflMlleiidiilHm)tduié 
'e'/ce^âafa'4iOft(Véla,r>3Httfajntfi«^  mier 
lannualmente  os  dízimos  d'e8ta>><llrflibt# 
I  mui  4e4fe8'^ool»|{idéi  MhlJ  0%4pi  ''ié^^o- 
.  di»  dafeidirJai  piodNMtOoHe^^i^^ 

.  iAH««fW/eBtá''lMlwt0»ída£tatnbtt 

!  tMfr  álgdbfqfimitHdMPCiniiN  sn «rboil  IMIi' 

,tes  porcos.  Cria  Umbew^iiló)giao^iM<a> 

dtf^iiqtialidiiléva^Mi^twaa  mentttbinèli' 

diifèl»)lei«aí^igF(Miii  «imlhdX}  y^^^^  -^^i' 

,  ^  RHtiMm^eiii  :fl«|^9ía''QqttvgfiãídifTlW 

a^^^i^iigoM;-  poriitse^ftliaMteidB  A 

BmiiblM«t^/|iáifiiíM^Mlo^:iaibMb^^«^ 

concorrida  romaria  ao  padroeiro,  «s;^^  - 


í 


^^4Mé0^4^  4«^9gi«lAía(»  9Mooikt'P^e 

na  serra)  desde  o  sítàQiidi^^rdftoiiMiM 

Fazem  iiario»  d'e9ia^^ft«fiiMlih  >as  4l4fim> 

A  fregnezia  é  regada  por  algumas  rihetf. 

«t8,(«nNÍitaaS(||rÍllllíii^illiÍ^-fimriRrawe 

1411^990»  ifíMfidoeiiimA-annadtea^ 

qne  vem  do  «Mjifi  i^iMMmà  fte0|eibt4% 
S.  Bamabé^  a  íaUtcmtWftAlidÕMieií^^o 
N.,  e.<a|n((^iM^A:UftEMmtt,<JllBtaiPn«(  W 
bMjMiffiiii»  4eínSaftt:Aoi)%(A  3iUtoj^è«iP8 
do  povo.  .oif  .1  ».f»  o  ii 

jAkiÍe;^Bp^inrfefeAti4a.Jlte't^r«i«NL  A 
llétte  se  no  rio  d»v8Nvfli,*M  «íUft  tol 

S«MiiKNÉri(L.Aií«qa#^miu*ffnif^(Ainko 

l9R|ei%(^olmnlndO|,«iaivteh9r^lQUt|Oin  •  ,i  •« 

6i9^  ft*efM^>fmatria<jam<iii«iteAM^ 
ftndiíiOitNHr  £ttMHW2^iftWslft4tittAh 

a4iMMsiilq<in»9ii  oisju^íàsttpih ^qnftiiw^ 
dtnWiP«;»ami<«pwMtaii ««« jurr^dfliMi.ir 

^KttTHMV^smjqi^  MSK|d^pil%WÍd01i  9ki 
gam»  emqaanto  não  chegasse  a  10  moios. 


f) 


Vfftnú^úOípmkmmMst^^  JD«rfl\a^. .\  uV)  ^^A'\\^ 


qpÉAi»Jti«ilolVpl«i4idlK«*  lMa«M«)OMBi 


(MHIBBE;ViK«|^iM  «figo— o  mesmo 
«^  <ÍWím9ff  4Bi  4ím«>iE)fÍ9iritaal.  (Vide 

le^aWdV  .CP91W-T]e9fftagaez  antígo 

-•TMm^«ipi>e9»iMism^  (typos) 

e  Ai,!QWis»<lA0^aa^jeHpp$«ai)H)|  detypegra- 

|IEil^n|E-A4Mni0ie,mn  «igons  antiquá- 
rios qne  o  offleio  4MIM^II!ft<#iU  seja  tão  an- 
tíg»i<W«e  |k  IQqiMl^ía,<MriM»Q^ 
gnam  alguns  .4irt^TMmi^(IIQPí»T«Wlim 

de  D.  Affonso  Henriques»  e,  coiw^f4fi^b^n 
:  gmiii'.  a,  isoi|fliyMlç%èj4ft)«Ki[to  mMMÉ  * 
SailtftiCll»i^«4oi«riWfteflgi,4A9J^;  .•  viJimco 

firmou  tfqdwi)fiaj»iQirt9l0ií«4fl«ii9^^ 

d^.i8«iíiiiiifiinftgmted«iiii9bffii4&  iMtein»- 
.i«v>  ^í^M^idf«^oMldM^.)git.>aMigM 

JM<^^8^ivwdOH;iiwi9npw4<»» 
yiU(4atAsai|^M^^«; A«>Itoifi9,v V,  ...u/ ^- 1.^ 

n^AYirdMe.v<PRi;n'#sl»|  AttSiUste^daHn 

;iu0i«^^epwríN4M>  taiiimmf4iir0^^  mk 

Ul  emprego  dM9Me,<will  liiar!5Sj0Q«»  9Wh 
afiiMa»,4|á.aih)l»Í«adexd^Boi|oão  i^^ 

toiM;  laMIMF^feq^^sei^r^ilaftfMa^^ 

;m«ttrMal(i^fiílBeioAliaii0f^.(RM«W'<?4^ 

iQ0k>  Tawteoi  Mw^iRf^salAt^'^  ^,4' 

<  No  reinado  4^(04  i«iq»ll^rí9â^  «Hf  (Ht 
raia[>siasineHgiftiialaeii|itoB<i^ 

'  >UKfc  t«ÍMdb  ,4^\D^^llMíl4  >iai9MMf  ^pv 

misi|Mt\lQ«g»\d0'JM|p,nmiplii^^  dec,r^ 


•x-.V.^    T'.  1 


pag.  73,oi«k>iL9ola0.Melpftie4i 


iveram  mestretHMdiAi' v,  -^hr;^  .flAHaP!!H 
^u  •  ^'"^  '^^^^"^  "  oflfbniilip|ill(iDf>M>]^ilÍ%i 


Mn. 


cmp^iTf 

0 

•.•"!.'••  : 

'    •   *  •  ■ » 

-í.  IVÍ  <     ' 

1 

Umbem  foi  meàtrenflk  de  IK 
Idâo  fV^é  fSi  ^  'dÒ6  <^  o 

iMV  te:l9i0^j »,  oènio>iM8tre- 
sala,   assistia  ao  jaraméttidr 
do ' rei; ' éin  48  -de  •^déEéaAro 
'  d'6sâto  «rnuy.'  •  *  >  i 


taml$»ã]itftéra«itti«strMSáíM.  • :    i'  '•• 

ébftinedá  t&efta nm^tí  ^mi^0  ie  ^èèmào- 

■iSVáM^l^rtiiíiadi  áfitlgd^  ébciíltii; 
comitiva,  aoomj^anbaaMhtd.  ^oiildf^biMttí^ 
M'iÍD  HoiíBê  êMufH^  tmminiêni&i},  mst^T^- 
rt»  Nói,  €aià& petwúsr  Lán^  da  Nktà  iNI^ 
^iMMflr.  (GOitetdèLidboií^dé^taM^V  '>  > 
-'IÍ0SM6l--ponàgllêv'  aMgé^'di4fl!ttidáM' 
d^i  Mrféiífo,  \xMP9í;  íÊÊÒáèiíH\'t^^ 

$êré^$êgm^  èú^é  mdni/qii^^tíb  $9ê^i^  da- 
MtiiWéêPríkta  taá't^Mmad(tí»}^piçôaaf 
sa  mesura  del&ê'hmíimO>réiiw}^(>aíihp^' 
fiii^' evMla  dtb  kmà  MMA,  ètfé'iMr /rMa 
dAMÉ.^  tMmiMilfb  ãè  FoiMm  Oi^  IhcMU''' 
rMA  dâ^^aarda;  Dde;  do  m9i) 
t«l8ÍRà  <^  'poftat^oi  «fttigo  -^  ttedMa; 
téMkH'Mtata«taak»i^af  (Jo^^Mtfi^oi  « i<f^' 
fèkUéii  ^FMtihory8'ímUx)S!'ÍÊiàek^a$$,^kí^ 
âM^Míi^fmíi^a.&cdlçadtyeaimk-as  o^* 

<tf  amostram  (^rom  malicia  em  $téèsmlâê$êf' ' 
m.  (M6.iloSiltè8;d6  at)i.]l    : 

dade,  primor,  magDaniniid&âé^  «lo^^^S^  d 
iiÊe  Èêíámi'$eé  fitíãb  pééfeii9,  tímmal  dM- 
Riii'^p^  Ihê  Md  tí9er  jtílSçiBÍ^póiè*thêip9r^ 
àikK^  Bt-B^  por^  mm^íMmrãi»'4^U&rfK 
deve-lhe  wUro-sy  fazer  direito  do  twitff» 
ofêééUtínrfcMiú.  ^Jod.  âiiroisi  Lilr.  V,  *;  1>) 
MESURAR— Vido  Menmkfãn  v^ 
"flBVHÚâBt^  oti  MSfKâBS  —  portugnez 
aiMgdfiMa^Éiifdo^^m'  ardMologia  e  na- 
mismngraphia— o  metSK)  «(ao  medalhas, 
jModaá^oittidiàhoiío  di<'dttK>  e  prata,  por 

0$  romanos  Ibo  chataà^iWíl  melalla;  oa 


zUlftírilÉíifMíbw 6  ós  iosiMM^  meUsÊit. 

Em  ili4  venderam  os  monges  de  Lor» 
vao^vttb-^eifta  ^áo^íáhátti  Juia^  i^ogi^Jalla 
3:Í»6éro'  èM  Gdifdbra^ X^  1^  p¥kM4â4á 
Imthèakê  íÈum»(dêz:ÍfiiAoi^^ 
motheMs  maífltvUlinB/)-       ;, 

No  principio  do  seeoio  XI  os  mAmw 
eram  as  oioedas  maloréé  de  ediia 

HBtlCáfi^Hioriagaèz  mitigo  ^  do  ihki 
metcai:Qtítu^  peeb  qtte  «savuh4is*««ni^ 
(fPtíáM  xmk  dfttctta  i^  dõiÉr'to»9di.  <0f  afti- 
miMi^mktoimeMíwumíxií^  ^4^ 
nha  IMOO  róis  pwtagOéKoá.  Ikièad«;> 

òR^'48  'e(nic9h<m  pw  Mfíta-mãieifás  dkè- 
rú,peiôdi£tefretVllfoíMíí[qtlBi^^tU0  met^ 

'MuiÊiiitíaiiè^iêêisê  MA^dà.  (CtmnieiirdiiU 
MaiHiél, |»èr iDàtÊàítí daGòés^  pam Ia tf)^ 

'  Of  \<'        ,'        '■•kl'      ■('     I    '!        'i»           •■    •     ■••''if 
Ol,)'    •  ■    ••  '•        I     ,>       V     ,,  I  T     (1   ^ 

'  llSftoO^pérttigQM'afltl|0()^aiéMQ 

niBí&ÚnRA  ORflinBit^fiNsgftélia;  át- 
gaNe,  eoM&rea  dé 'Lâgo^cdocélbo-Mtiib 
Né^  de  t^oÍ^tidi9d,  WilfiilcÉttiett^s  dl»  ffilQ^ 
,315  io  8.  dé  LisliM,  4lé  íb|j^  •    < 
fiaii98f^inlli«tt41^.     - 
t)f agitr  1f OM  SeMdfa^  da  Á^omptao. 
DMfiado  dò  Ál0Uivè,idi0triGto  tdinittltin^ 
tivo  de  Faro. 

A  mHiMi^apre^atavao  em,  ipie  líib 
íM  at4lieiMs.deirigov>  '  ' 

Omidr^^fltt  aldefaj^«ildadfr  liá  òhtffli* 
ca,  emiÉàiallov^vièiidose  6  Iiat,  (que  li 
fica  á  M  klloiMin>t  ao^.)«*4ia-eitrada  0b 
vaè.dd  t»a|[0^  para  l^òrtitniò,  entrou  li* 
bdimiide  reu^mí  t  ^^Arã&;  Uf^iX^  tfl.% 
iBSiQiaOiy  é  4iWaBilyaif'de8agdàitf'tto  rb^áW 
vôit  liai  pfikiíeiíu;  tiaiiiifta  ponfb  de  atMi^ 
Tiáv  de^tiiteo^  ia  tW  mmros  dn^tldelti» 


'  tV  r^.  J^èrDaháo,  de  Jdadteitai  'to 
:(í8i\SbiiyDS  te'oa^b8,i  SÍ{  ãe  jtíífad  OèMIl 
qttia  dlTd  «Maétiao»  (iraéMdff  ti0r?Idt'« 
pmnia  4o8  igiwdes  aanfiooa'pro9«4iM  fur 
el)^  ipiate9tai|^  9  ^i^rplW  .»<¥  AffS 
porém  os  monges  não  quizeraoíi  aceel 
niát^  do  <tttto  a  éfi^  dé  S.  TMi^eJ 
casa;  (Vido  e«li  Ic* de  paigj<8ti^>d» ±^(tíÊf^ 

^  ?  ,níi  seibe  X)  xi^me.  ds^epOfíoeira  ^ 
áé  iíatò  ad&tfbg^r  áT^exEúeirk  /m& 
i*í,  líéia^õéVr^ii  od  JKfl^i<0M  W  W" 
regadourOf  qoeé^perto da^loido^ffio.' ' 


Ué^'«o)Mn  lancfeM  4e  400  |ynf)o|M>te 

Portimão  ínictas  da  terra,  e  moita  jubii^ 

em]ffwaelkbri^da...rtfM,  .nf,    rfnlíT..:) 
,  A  qoa^i  ec;aal  4iftt#Qçia  lã  Qi^r^  j>QW^^ 
t^bem  (te  dola.aFeoa^.^oJbre  ó  Arj^v^v^ 

oprta,a  estrada  Qaf;^Lago8,^eaté^.4  W^^mii- 
bom  ^hftgayn  lAfw*rhÂ#  da  lotação  das  ontráa. 

eparaoa,me8mo&flns«     ,  .,  . .,  ,.   .\[    , 

. ,  A.^OO  fftetro9  ajtkaíío  d;efiía,jpQ4ta,  ha,.iwi^ 

bom  embarcadouro^  n^ai9  pri^^í^o  4oMPPXt9» 

no  «itlQ  da3  Fctntrnihos^  offfif^  i^tá  ^ína  i(ipia-. 

t^  moito  abau^a^ie.  de  iH^  ^  ,âf^a»  qne  m4^ 

Pro^ipo.  da3  JPpniMinb^  lijo  sít^)  êban^o 
ftêifuita^  9ei  ^em-xuinas  de  edjLQçjp^  ^ti- 
«qgiú^Wi^i, feito;»  die  fmvúgSoJakOífj^séo^ffif^ 
lã^nimantoa à^ii^f^eoas. c^l^  i.vmpi' 
Çftda  £eU^.  S^  30  sabe  o-  qjgb^  aqoillo.^ 

'K^  m^lfemí.da  fU)f^f  •e.ç^íejidep  jfor- 
o^uoaa»  caiQ|)Íiia8  mpito  feitçii^  assíii^  ç^ 
qaa9i  todo  o  território  <b  /regi|ípda^f^^ 
abooda  .ejDi  oliveir^f  âgúei];fy|^  e.  iqanii^- 
neirasy  queprodozem  bastante  azeite, ^qlèf 
de  mamona).  Ha  por.^tqoi  ^nnita  caça  gros- 
sa e  miada. 

A  egreja  matnz  é  um  bóm  lemplo,  de 
irez  naves. 

Tem  Misericórdia  6  hospitsi/eòm  ^^OOÒ 
réis  de  renda,  pára  tratar  os jpobresem  soà 
caia,  porque  pai^  o  hospital  plíô  vaé  niá- 

Fa2-se  á4m  uiná  grande  e  conêortídlssima 
(e^a,  chamada  de  S.  Bartholoibetí;  qUe  dti- 
ra  3  dias.  '''."'*;". 

Pelo'  terramoto  do  l.«  dé  bovettíbi^õ  '^é 
i72K^  (leoa  esta  fregaezia  isenta  dás  flesj^- 
çiè  e  das  eaiámidades-qiiè  eHe  éattaoittá 
ttaiòr  parte  do  Àl||aírve;  aípeoaií  a  "BgM 
áoÉreti  rikmnâ  eoisa. 

nt  sfqtir  dois  lagares  de  kieite.        '  '  : 

A  3  kilometr6i^'a{fHBL4éá!a  èrWinagiritt 
é«HPápMKrwqibf/>OBdb  faa.«lnaí  bonita  qiÉhi- 
la^-eMp^oas  easasrda  hatjjtijaii. .  'jn*- 

iMBXILMfilBft.  IHQiSn*  MUUaKEI^ 
BmUL  SB.'  MBXIUKIBIlá)  DOi  rC^BMQáif 
MOn  ;(oii  éar  AAn^GâÇáO^x^deia,  \Èà^ 
tumÊ^  Éragaezia  te  copeeUm  és  ytíkà  .Hbam 


i-i,' 


SOS 

la^id^'prilik»gi0  d«  (mfo-dawemíOJkAoei 
z«b|»iK«^m«^i4il»aqÍA-^i»wm  estabetar 
cer  se  e  morar#*fikMMi(í»S'doia  mm»^lK« 
iflMw  (iiÍQMiilovfiriaiis  dft.trai|a0  onalelre) 

ViramÊkâtM^ieim^  d'nwf  li<i  suno»  a 
vaf|!ieri«M0iQ:diir/O|iiiMMida  $íkriMk.iComt'i» 
fiiiíiift;4frtar  o  oQgMmdo,.iMHr  wc  «fte^k* 
tio  Q  Mffi  aefowmtdadd  pata  a  ^arveg^lo 
dwgMieiqaiio  paiv^  4o  pescaáo.  i .  .  .^ 
'  A  MPHirgevi»  eafimdai.do  iife  PerHoiMk 

vem  embarcar  todoaiie  pMtuciPlhdQe.aMT 
eelbiiiQdaieiiveflkUitepe.  AlboMr^  qHfifi- 

€iiia<tJtííki*río»uMri«c ..';  j  í- ■••  .  '..■  ffn 
•  fiifia^ibltaveirQfti^  NJb<dt'(oiio.4>.«Ni 

Ot  êi«iaMM^JMi0.pfai4mossdo  logar  # 
efliharQM«><pbamad02)MKnW.) . 

\  4}oim«i)im  #qak  amiti»  smbai«aoi««  iMt 
cÉmfiie  oMMiifeimiiiii^  earrtfur  flwsHii^f 
toa/ioalMb  •m#iiaiiia'A*cai.Qibia..aoMiiáaa& 
azeite^  al&rrobas,  e  outros  vários  getam 
dO'|i^D8^iiob9e4iido,.  sal  Impensado.;  !> 
.  JM/iei^  '<Ml»'pnniíirttrmtti<ft»poTOii*^ 
fb^  ^iia.liWi'M0;aKWiiidaa  d»i  oaiaa  Qogth 
■Mi  atmaami»  tMft  iWÍi^  sãTin^^qm  s9iP^ 

baiW   ^    'i'    'í#-'  !  ..  -.l.MÍ    í-J..     -  '.  :j.ij    .;.  •  .w-t 

Mlialoi  I  ,    •' í -:  ú." -'ir  •. .   •!   .  í>ir;     .   » »»j 

Pelo  antigo  foral  de  Siivea,'tMuitMte  Rorit 

lo  jttrt|»gt»4o  ♦jPr^pfi  UotCêfmfmrtí/n .. 

,.f^^  «l^idaytio^  lAeiau  JWii  ft«»i4  ^Mpi» 

na  AiitiMMaUtf  álip  40  Íga.4Bd  sabi^agM 

aftr.fmd)doi  |mAe«MiaMi;«ifi0  é^iiii^>a 

d«(^uaf«io>piigaiTi|.sita»'  ^-:: 

fTliãfcílM  fagasv  1.  •.  -in  > 

fr^P^miMDiaiiielttonQfi  Ibeft.vaotdizeFSiia^ 

say*  áieapeUaí4a  Santo  Antoaio^iqna  floaiM 

alto  da  povoação*  .  >:• .  rr  !> 

^  <  >llii|iHli»hlii  iaiMirtla^«witi»íftrtreaa- 

dam  ^iMk|aiàlra.tefiaae8QMÍWto4flfe 

lebff0{JMMi:dai;Íi^^!vpMU'S''  "*-i'  '^ ''^'".i''' 
(í'fiaaift  aifat.i:iii(do.i»*  .voJW^tMehciiftt 

dàflMtta;4fifMao  aocadMo^avaiiOona^ir^ 

Ddfcgia.giaiaiaantfllhoi^f»raM  leaaimi) 


«oe 


geado  ir»iilí^MI«ail»»iosj(friiiiM  4la»U^tv^ 
t6Skm  mAi9  b^mitíkmÉiOíH:^  '  i  ^  *" '^  •'■ 
•  No  dl»  8' <i»  òniQlHW  dé^^iTB^éiitátflII^ 

Mim  altMará'^  pHiMlí)»è¥eall'D.  ^toriòfl  #fii4 
^tè^D.  Xffotise,  dtfiíiéMM,  M-.*«lKi6âitrMu 
lè^ae^SoifátL  CôMínlfò  é  Di'  Harf*  Dievesa^  «f 
do  veador  ésh  ^rvi^jafi«Aseèa(tóiÍllipUm>' 

SM^ddS, '  SáfU  do*  «€«  imlMÍO^éMCftSCÍUBS, 

«ttf^direo^  là^Arrlba^^porliio  è^oIMdo  )^anr 

dirigiram-se  a  pé  até  aqQelleí>flttM|f  sidèM* 
ilftigeêtád^  .oWteiiAá  i|il»>lto1lwWcÍiaBilif  o 

Meves,  para  atuMlPtittM^ifMkAé/os-jpivlft^ 
«ipéiB  ^  réijla  Mttfim^^liá  Í0WMti«ié  à<fO' 
cha,  chamada  â^  MibtílbbêM^papAm^edÉao 
^4kM^'^'Qtá9k'mê  ànt-é  nipvrtorua- 
T«k^  fi  RtlMaÉtiM,  MiMnaitMUfdd  faMliM,' 
tfiM«  4l<iiti^9^  ot)yiiai«0lil9Oi1r  dentaM»  á 


IMIM.* 


'Ai/    «:'.Iij'W    j    .»*•  •^    4,0i::        ti  «'í: 


Os  doib'prliil0irbrl»Mèè  difiMd»Mifii' 
ettl/  dè9èéMttM>9  Mft-BdWdiftde, «  d*ailfrfo- 
riMkpehPMel»  68iMd)roMi  •  dbsi|i«ad^  9Biiià# 
«'flr/vHDoii«è'â6r  MiWfaM»d6a^ai»0to>tog 

cáMIrifo,  <ottilaiiiio^^ttè^ni«attW<ii;^o»  pHiiJ^ 
eipes  6  as  damas,  ora  tcimando-os  nos  bn^ 
çoêf  ôM  att^fffMio^^aié  <|lie  tadmiiÉte 
ctkigttrãÁiflbllMttlboeito^*  mioèé^*  9i  Mt^f 
qae  o  ajadante  do  pharoleiro  se  apreitiiMi 
a^sila-lâagirtlâae.'''-'^-   i- >"  -  •--'' 

Qaando^i^  m*  D.  káijsi  K»4e>ilf9pttblii3t  á 
sl|!iii|!'a'df  »«CQia;  dii  MoMijilalh/^uij  a^da- 
0a«i^KiB;  MiiMla  pefiRiittUi^JBtf  ta}iidà«nf 
«oíijpfiaroMiiQ  AoèVM'dt  muH  Né^iAdiNiâi 
a^llett^^tié  a  iiwê  '^mMl  ;  ffèrém  dtflMMi^ 
do  a  sr.*  D.  6abri^t#(|aé*ite'ÍMiiN(adMb 
tinha  tomado  banho  com  alniri  MMiâ)'ctn- 
eovdm^^htão  o-ajádmie  do  ||ttr«MNi;ítne 
•aqaiié  diifia'  «iiehc^,  o  ipiè  dle^éèd  shi^  e«« 
ganado.  ■•  -Vv'/  -q  ;;:•    :;r. 

flroscviíiii:  soaHM8êitai4UÍi(*ttíí|Uto8 
Mlioè  0'Végliir'Connlita'lio>itoipaM4a^  #vsm 
parando  poaco  depoi»«iiQ^Aã»{)OiÍiiÉitsoiiM 


ti^ã^tMàoÊ^JíL  p«nw  «»^%à¥AP^<M(nidè 
rfMaiM^êi  igtt<  ém  táribMMo«i4l»Jpi»í 

Caminharam  então  '^tí'iúéÁo%  iHffltetfl 
*íft^ltê^àf%é!ia  'do-lrbxTIhoeiro,  fpíÀ^éio 
rfóè^nâA,  %  éàvàdá  èm  ãfí^rentee  |^átoè;"8t 
n)itt^atidi()  t)s  biiracos  útiiá'  espécie  'dé^; 
qttáQt)i<  ))ò^^  ^  profcnídidade  áproxítibíâs 
a  qnatro  metros,  estando  é«rfe  íiffo  dtKo 
fortemente  bstMo  trelas  btidas,  cslSi  irei  i^ 
eVèíeéntès.  '(jr^vt.  VfsConde  dé  Mossaàieibí; 
y^do  ^'p^gif  iqíae  côtHa  sna  in%^[0stiM» 
se  paiisásâligr'aQiântè,  ádt^fú  ámêsftfi.aá'' 
gçsta  senhora  de  qne  seria,  melhor  totfafll^ 
pétíf^ átaíftjS^^áútJtertòr  4 ' tòdià  f  snà' 'ààgbr 
lâdíf  ítfí^^Jái^aa  * étítrtvér'  n^fessé  swl« 
át^énas  itib  iéx^edãò  de  Mo^  è  ^éiíKó Ifih 
via't)èf^i^oif|t^/e  òrdéxtott^ap  à^ldaíátedi 
pfei^òleitof  (^élevà^  o  prthcipcr  Ib.íitç^ 
pèlà  inlb;  (fiíe  tonlia^se  cnidkdor^tttiib^úíno 
tonmtefD?  AffdflSpT*  ftcandb  ò  sr."  *v!síim« 
dèr*lles^medeb  'déséáíbara(^ádò  p2tra'ajnd» 
stta^tnàgestadé^ti  as  damas  na  dbòèida'ifítii 
ârocháí.  '*"-  ^.**^"*  •'•  •"  '"'      •   '"'  *'  ■• ' 

Cotaio  o  CammDo  alli  é  tnnito  ç9ti;eito^  tl- 
veran»  to4ps  me  ir  a.nm  e  um,  a  pVbppr- 
çao  que  hiam  descendo;  no  mais  ^stratQ 

d*  ÇftM^^iip,  poréi^  ?^..í>Ç^  ^^^^' 
Q^enip  leyâintarámsei  s^^i^^Q^de  ajtprâ»  9  ciuq 
taliixm,  qae  Wolveram  tpjlòsaíiajiíos  il- 
li  estavam,  devendo- notar-se-  quB  a  COAl 
dp  MçxílíioeifQ  ó  cQTUdi^  Dor  wqiabe^' 
eporo)^  qi;ej^  ^^r^yefpa^eiQ  topa  j|  3fi.a  ]|r^ 
gafa,  difficuttando  naò  só  á  pâssaj{ôí?9f  ^ 
a^  o  pQi^ermjíéTfe^peB$o^^^(fu^^' 

:  P  tí»4M*sdaj{tonitelwiiWt^ 

príncipes,  mas  foram  tçfdf^,  4*0».  .^qlii^ 
pelas  ondasijfins  spa^.s^d^j^is  !9:3W)>li4§llte 
ilua,.rD{mm  fim  qi^mo^..  ..    ...  ::  /. 

u84  a.in^«iDL:)liaiia'9Éu>d9^9Qâter«iriiiié 
então  estavjyvé 'qtnl  viO'  o  .^qna^^pasi»! 
viOálftilli  !tQi«JA;^  è9iia9i«è^^ 

eòferçsi'  i|irosaai4ak;jpâfl/Uh]Biille  ilitfsiM 
fli«b6mi:db  iÉfaBtb^.^ne  ersia'«ite4Bi[9Q:0 
único  qae  estava  envolvido  naa^imdii%4iDi^ 
fA  .4iliiUM)a}iid«álè  dii  fkfMíMDm$ÈiÊ/r 


-     -     T     »     ■) 
li'* 


extremosa,  quatro  onda»  fff^-ipw  j^iNS&Al^ 
forços  de  sua  magestade  para  acudir  f  Mm 

Sua  m9«Nrt»4ft^afto^Ki79^PQâk^0(i!PMIn 

quasi  toda  â  sM\tliir0ifi^')eki\MaMMuteb4í> 
aiiiítoiíi»  d«piiMi»leir%tM49^iB9D9f«pwt»l- 

iAr,««iift»i>«limM  vmi^A^.qníiicoatríbiiiiiiAi 
«3|tMí]&Mai  il»aJ»dAciie)Peiu^Ovfieii^i]il^ 
amor  maternal  e  o  sea  ptiiiviadDiaiiimMiTiito 
l^flKiti  jl|#^  piwvei)ifdliKeflij!fiaaei{'  tcBbMos 

iQ(iPtaR«ida4íHaA^r^(faí9adl^  íIím 

^9OÉiSQ0Miio.  Al  f^M^  ftol9<}  Dl  (iaipiWlii 
'qilft'i!fàl«ríarrebAUdiiipólmmdA$rP«lft:}^ 
^das  maiores  cavidades  da  rocha.  v'\. .  ,v. ..  n 
t^rAimyisaMb  dfilbsçilwi^iesuoailin- 
-daondiílásc^itt-ikbcralidAlpeita^  a  púnwi^ 
m}|s«(itt9UiUiid^eiTér  <a  qo^j^/tMiaHyii 

do  outro  lado,  seoAiul  ptfMiila  pai«)«D9ie 
o  sr.  viscaadiíSSQ^arJid«M^aí)JlrAiD«^^lllria 
IkivéiMineaetoastanbMQiefe^ 
8i  á  beira  do  precipício,  soffctAdoiAioA  Ml 
MMpM-Dtt9fe«ã^  ^  «tt(rim>t^dlQ9i«(|l9ti9os 
«Ipeânr  iso^rmiiâ  asajyMmodeioonBatrajii 
tnediatamente  e  em  heiííâo  i)lis,^qBn9tHi* 
BlÍ[iiHi:ilabçad)áhfloaft.iDSúsi;a«:  miltefl  e 
aafaryir>ai(|i»ftif9i«BiilloMbde  mBasonfDrltímsif. 
ta^iYiatDiqiia  esMfBr  ii.^oi|to'.dft  nÉnnlaf):dft 
xcMÉaonè  6iaa!oidériâlalá.fiMlaáariqttariu| 
pitÉmope  (ilnéeift]afn^4>iiite4is^}^  ^b 
O  sr.  \iBámM  tòkttmJiaiitlJl^ifÉS  anlAni* 
«  acf<rd2)ti  Mairiximèrçú^oe^du^a^^aim 

pteCJDi^aagttro)^  tiQi^,<íefti-]i'ittftftínmtteiitov 
recupenaAè  (as  «aiáidost)  dbaas  Mrai^jpriíH 
eo«^íÍBqáie<89]aimai8pfkAã:  esteta  ^m 
ottqno  int  lumij  ifue  Miiitfliatalimplflí  ooMse 
em  procura  da  sr.*  D.  Maria  Pia,  e  .if ffH 
fatuteque^iUlupéti  dB8i»tmageflladei)âa- 
'wkâíiiaasb  (|^^^idlEdfa^^(pnE(aipâolL*86&lliBi 

lizmente  i^  encoautít)pÊirqaBt^iOÍÉéd9^ 


ài^Vf^\]!>i}hin§i!fh§Tfm:^9^  ai«[«iaolav 
No  nHWfflt»ifi<ré«i4»af3^TWiipíir'  eihln 

^  cnADd&mMdii  wioMeQniiMKlaiir, 
«mi.pmp»  !da  ftj«da4)tQ(4^#aR»le«p  eodat 

ÇHR  fq«MMdi(ic^#4«i.í9Oi}iii0ba  >d«nMh 
nha  de  tal  modo  agarra4ot4^p«ibmiâ|i%lliii 

te»^mAilke  (Miiyissmn  Qfl«i»¥iiiieDOã;.f  m 
<  fAi^^íii^iaitWeJIieií^at^n»  :«iaA  aideaU*» 

lM5»r,ca«ncÍPtt;|êncÍY»Í$f*l«9i||M[^ 
agua  que  tinha  engulido;  um  só  seguia 
de  demora  talvez.b^fftise^  psniSi»xêàkWr. 
N'este  esudoíJjMtf«K>^,r)l^*.a.|i()|piBide- 

do  pharoleiro  para  junto  de  sud^KgMad^ 

giift:4â>íe9iiqE.r9e  -ack^nai  eniftont^aitMiro 

Sahiram  afinal  d'aqnelle  verdadeijKbiilIn 

pMd  .4ÍVIV  Ahfiu  vi0oqitoieoto)4jgá»[ii0^ 
08  criados  de  sua  magestade  apparecerMi 
VWA^tlxlM^l^tiniM  aatoqs  ajfiiií  4a  jto- 

li6fc»-a><ft(>Gfn<yfc  e^ignii  «burafii»0f4íp 
tidcondA  «riataai  fbiMlff4da^^jd*Mioh«i^ 
eccffe^  tliie,dM9(i|| saMm iMAtioihai» 
visto,  por  causa  da  \ãiaMie«fc:V jMtUaPElffr 
Bioi  pceiÉi|iriftiaifiri9d%i]eiwda;p(«^kM9Qa 
a-iir.^'A#fiab|ieil{ka'<.iií.:in<  aii:^U  v.v»ii':rm 
Sua  mapaM%  iiriáii/«ik^ipajia£ftiMnM 
aftwbpaidrtdp  dAtNtSiBpgDiMidllfeMijMe- 
Btmdt^fé  «9]reiMbvoij)|tfM(f  QHMlatfQirJiMl 
aiisa!as»4BSKii3oe.jMwtoB.u  •  jip  r.r;j''i{a  .  .ou 
'itJM,JMi|BiAa  Milft|éi4ne4u«WMfhi 
oMfao«ijaaqiiii<i0poMQii%ap«  á?iMlw,B<n 
levasse  uma  carta  a  el-rei,  narrandpyH^i^ 
MiiMr^ÍQ;ii0itaieimA|Mta4fr'if¥Dibum;xe- 
ea>b/9atttc«lanid^tai^  iM«(Hii«é;|(âl  «elMi 

«ÍBdillMS  dlppl»mlplfi(Wiailll:âMi  IfitftiteK 

dicaçâo  se  arriscara  nasaivai^tonif  nai) 
gmâdab^Lte  uriifcliwi  MAaMíbtfm  vr 

dseiéâilail|arr.»fci«lNDÍAft  íijtldMlfis^lItlili 

mflflMné-i  a&âilBBR(^atf0ddllMil»ííek]toÍo^ 
iifiemdoj^jpri^i^itfedb  a^Mb^MD,  nacMMi 
eidai)BQft  eonqpftiamDta»  a^vtffibNiiiipA!  a«a 
ber-seaia^doaiamiitib-qainíiimftaii  imrtt 


fii;  •  ^pani  agrtuwi  a  tida  «%iii  iiedAcÉ* 
10  a»  iMpf«ftet#  qdtMi  iaMWBla^«L 


<  **:  I 


i'Í    "* 


flto  qM  !•  pagava  paf*  a  enfenaafla  i» 
«Mtaira  do  BustéUo^  jiuito  a  VoiiM.  (Da* 
eODMflM  d^aM  ttMteiM,  de  1317,  I9M; 
IMIi^  1379  e  1443.) 

MEZÍO-i--ft«g««ria,  B6lra  Alia^  eotttfta-e 
etaeallio  de  Qufiv  Baira,  It  IdMieilM^ao 
tB0;rdaiiíiBMia,  Ml^ao  N.  de  Llilifta,  í» 
fofDa»  '  ■  ^  '  ^/ •     ":í  -♦]•,   #*.-:• 

Ba  1757  Uttlia  03  CègM.    ' 
Oragki  $.  Mífiael^  iMiiatiioi  >  "^ 

Mipado  de  Laaiête^diilrifcté  idditiileM- 
MadeTIaettr 

'  Mr  i  moftrféifll^  Éias  «ria  aaaito  gad«g 
e  noa  seus moateilia tattifa eifta, irosia e 


'  aaMadedeBfefliiideapMMílavateema 
foèittelui  dlOOOiíéài^eeoiigriiaeopó  dtal- 
far.'      •    >.  *    '• 

'Éévídeiite  «ine  a  amae  d^eMa  fregtieili^ 
éiaonnpcM  de  Mm^h;  laei  jâa  oooaií^ 
qlie^alla  teie  «ai  leaqpa  dfum^cdàsMefâda 
ftfflhnaolé^  ea  de  4I1mH4I^  ê&ula>dê  kmizíOt 
m  Al'  rl^Mi  (VMa^  pag  418,  eol.  1.^  4»  %* 
vaii^tnaipaUtivOiéio.)  :-  ■  ^ 
'  W#ea  que  «aa  algim  faaipo.  npH  acr  ho^ 
misisMe  algnm  criminoso,  a  qria  d^tlèadr» 
eofeMcaoelaibe' pfovMlHfc  o  BOBM. 
'  "Naie^aéilaaibafli  qaetariae  qUdtaedall* 
dMtfos  ttabam  pvtvikgfo  der  «oito  de  ttoni** 
zío,  e  bastava  qae  o  ariminowKtoeatteoaaiBi 
araMa,para'^'ttio  podar  ser  pieaò,  saáSo 
pilM.ertMâ  eRcepttiadoaiioTaapeatíffoeprl«> 
ttt^oá'-''  ■ 

'Eiii'  differeaieafiiloaidePonQgal^tesba 
aakada  lofafei»  aam  otioia0>de  líMft>,  Jfii^ 
jNoi' a' Amênkê.  É  provável  que  edifeniMo 
aaif  gita  peneacomm  aqalmaa  qiie  daeaatvi 
oiat {vivilegio/ ' 

« lfaiMiiadod«a9parariaâeaMlda^i7ai^ 
kfn  Iscar  aa  ogrc||a  teatría  4'esia  liseipeáti^ 
«Éa^flesaeiMol  Foi  afroiâbada  a  etralairoa^ 
baram  do  Sacrário  o  vasoSagradé^  dè  pn^ 
fa,'  íboés  as  boitiaa  ^ao  wniaia^  r^obacam 
famtieia  doiá  olUcea  de  prata^  qae  èstavaas 
sa  saablrlAta  e  mktroêrMi^tíot^  de  prata. 
Jtaaaa  «e'po«tfe  tssecferfr  « laek^Uego. 


WálkíÊêtú  imtti^àe  aiiÉtoprmstite 
de  penileiíeia  e  desagravo. 

au-^-porfligiMi  anogo-^-viâittL-!^  dos 
sariaiw  xm  e  ST.) 

(Doa.« 


HÁâ^pMilgiita  aÉtfga— «tifla.  Am* 
hPm  MM:d0  mei  ós^pa  <aaaâqiae  easM»»^ 
và  aadar  aioaiadoH^Maaiaiita  « l>.  J^ 
menifomça,  feito  em  1394;  quaastMsiiaetf^ 
tMo  do  moiielra  da  dlpttidnMa^ 
^  *BtfiiiiMBtrõa  dbenmeiíios  iTaqaalIa  teÉp% 
se  dia   éMâní*céiffúrt9'^mÊík    •-    - 

Bm  im  dodnasMio  do'iBeaMirb  ialiai» 
t&tUhf  se  M''  "JIMi  aSfa^na  atataii  atiilMi,ai 
«M  i|^  aaiAato.  l(Déía4áflRttioMDM;a 
maUaam  qoe  aado.) 

iMB^Híiortiigiisi  aiiiigb--^a8er»  êeriv^ 
galiicisma  aatlqiiissimv  pvovaveliiMB4aw> 
zito  para  íertogai  peto  gasedea<Q  nenurilh 
doe,  00^  depois^  peloa  ftaiaeiisa  do  eabde^ft 
Hémiiqíie,  tía  piioa  qaaajodaraaiaeii  iilla^ 
aai  gaiftas  eontra  osvasoroa.  ymi^àúlsm 
eez  Missire^  ":•    .  • '  '•  *'  ^-^  f»  *  -•  '    ' 

ilfiiia^fttigMiia)  .Béifii  Beta»,  eomáltt 
de  Pinhel^  eedeelbodeiAlaielda,  70 kilaaM^ 
trot  de  Visei^  315  aorKdei^lsM^  5Qlsfaa 
'-rBa'ft75'7llÉto4Qiògéai 
.  (MgòiSaato  MNaÉio.daLisiaa. 
. Btopadade Ptdwl  è diinffeto adntaftttai 
ttvadb<6iiaáda.>'  -  -  -  ■   ,(''.. 

O  vigário  de.&Vitaeai»  de  £aaietio-ltodi 
apresoitivaocMa^  que  tfbbai  d#50ê  rtis^di 
cettgraa:eo.péd'aliar.  í 

Bsial  fregnêaia^^fói  do'.coBaelbo)de)CaBlab 
MsDdoi  qoe.iem  li855íbiaQppHq^ido;pssi 
sándo!  todas  aéfcagofifziaa-qaa^  eoipinialMi^^ 
para  «{ ooaedko  deiBabbgal^Bm  dcseadxa 
de  iSaa,  pasúma faicr panèdo «onedhs 
deiÁtoeMa. ¥lda£aKM(0 Umá^^  t-  * 
í!  |[U)0B$4f^ílregiieaia; :lllttho,.  mmarea s 

QOiíeflthoitie  Wrcdl06,i45'ici|oBFaa9a  aOidi 
Dniga^  395  ao.'9L  de  Lisbea,  M  I6«ML   o" 
..Dbií^57  tiaba  7ftibgQSi  Oiago  3u  Pajpsb: 

>Ayeebhpado:e;dístaioto  admiiiistnilhDydft 
Braga.    .»• .     •  ;■:  <í  -.i'    ,..•'/•  .'^u  :i- 

'OMtor. da  mosteiro  dòq  atmegoe  soddi* 
realle'3.>loãq  {Bvapgeiiata .  ^eqrasX  da  ddsás 
da  Farto,  apresentana^^a  vigastev^qo^  ^obi 
tSm  dOfOQO  eu  pé  d!aharw 


>  ■' 


a  ser,  com  pouca  A\fíet&^i9^  q  f^  goa  hpji9i3e 
iU  Q  i^piQe  de  ft)(p0(fa-omo. 

Fiírt-am  com  os  pfouros  á  esgç^^fff^iím 

{Commentarioê,  da  ASons^  d!AJy^ú|aeJMli;i/f, 

:  MWO^--»ldeia|  I)oo(i>/^a.  fragni^^í  d^ 
^,.jQfH)  B^pti^t^  da  Bfdv^çóaçemp  ç.?  fe- 
loimetros  a  ONO.  da  villa  de  S^ljírf  d(|i,.çj^)fl9^ 
do  .coiice41]\a  do  CasteUq  de  Baiva»  c^ov^ca 
«I  23  JcilooiçAro^^  NQ.  á(b  Âfpupa,  b^pi^g^e 
ái  kiUm^TO^  a  0.  de  Lain^Q»  distríc^to  ad- 
jpiQfatrativo  e  6£{  kilpme^ros}^  NE^  de,4yç4' 
roí  23  kilometros  ^  £..do  JP^rto^^iO^o  (f. 
de  Lisboa,  dO  IjQfQS.  .y  ,  . 

^,Tem  uqiif.  c^^pU^t  puM$ç«^  dedic^^.a  S. 
^mxet^fp,»  pôia  .particular,  .daiavocaçao  d^ 
IJTq^  Seubora»  na  casa.  do  ^f .  Lq^  JPauliop 
.Pereifà  Pioto  de  Almeida»  o  maior  e  maj3 
jfico  proprietário  d*este  concelho. 

.,  Situada  ,^m  terreno  mpitp  aecideiutado, 
spbcç  a  ip^rgem  esquerda  do  Donroi  em 
frente  da  quinta  da  Ãbetureira  (pregoiíiia  ^e 
a^boítído),,  da  v,*.  yinva  Aílen, .         . . 

É  teiíra  muito  fértil  ^m,  oereaee,  legumes, 
linho,  vinho  e  fructas,  mas  sobre  tudo  em 
nozes. 

Na  IreutA  da^;ddQia,.ba  om.  vasto  azisal. 
(SQsépn^vaydmeQie  o  qoA  Ihedàanpma*) 
Ha  por  estes  sitiosi  mililos  vattigiM  de 
nm^a^o.  aoilquíasima,  e  yanas^  minas:  me- 
laHcas,  mas.  qaasi  todas  pouco  prom^tado- 
n»*  Passa  por  aqui  a  veia  de  galena  Ae,  Gon- 
darem  (que  é  uma  aldeia  proKima.e  ao  0«), 
;de  que  é  icoiroesaiaiiano  o  sr*  viscmida  do 
Ffeixo. 

.  IKÍo  RibfiTQ.ie  €m¥)e,  junfioá  quinta  da 
Abetuitaica,  M  uma  mina  de  cojbre,  meamo 
no  leito  do  ribeiro. 

,  No  mimte  do  Aitn^aaí,  i  kUometiio  a  ENE. 
de  Midões,  ba  ai  célebre  Cora  4^  JMtmrU'^ 
im  pôQo  e  duas  galerisi,  do  tempo  do^ro- 
jttanoa^  ou  dos  árabes  ;vqn6aiiiHfiserftm 
grandes»  trabalhos  dd.iavjea^        :  \  i.  <. .  ; 

•  Baraoe*ser  cobr^^io  miDaiii}qu4.d:aiHtex- 


Inhira^m;'^ » 


.^  • 


^j  .•■»:,  -* ; 


:í|.-; 


>?tó|rft  es)i1^í(iua^,^pw;pÇo  foram  ««ir 
tadas,  mas»  de  ;propo«iJ|tQ  lemmildfP  t^ioa 
mauK*^fl«  qnftíie  v4^mIin4içios  atowní^  Va- 
lia a  pena  serem  desentupidas  por  umilM- 
JV^,M  a^t^A  fi»iPHM|íaí»iíi^t|||s(Qrinwte, 

,0,miwif>e$\fL  mc<^ifipifha4a,  ^qa.am^  esr 
pwia  4e  basjM^^  tào  durp.a\pefa^t9Piiip 
bronze.  \   \  »  .  •  <.^  * 

P^a  se  .X^Lza^  .ideia  da  diirez^  f  esiapa- 
4»,  Â^ta  i^r  o  grande,  num^rO:  4^  «ui;^^ 
d'ella  qipe^  ^hiram  ^os  c^sf^ntes..  Bi- 
t^  ^ipontmidas  |Mlo;(.aiiredo^ea  df3  galerias 
b^  maj»,tde  ^:íàBflfl%  araiqda.nàa  gimb4r 
T«m  i^em >  pwjf  í^v.e »m^l demusgo.: ^pn- 
rece.quefor^magoieaiqiMbri^l .'  ./  ^» 

MIpÔBS-^-viilat^Don^ro^antiga  Bçir4.A|tiO» 
comarca  e  concelho  da  Tábua,  30  kilanue 

tros  4^  Yiseui  5^  a  Ni;  da  4otm|«%^da 

Quarda,  240  ao  N.  de  I4sb0«,  «OÒ  loi9i^    . 

£m^  1757  tinha  300Í(kg(iS.    ,    . 
. ,  Orago  Nossa  Sei^hora  ,da§  Nevcn»;  (^ntígi^- 
mente  Noi^sa  Senhoia  do  P/autp.)  :      .i  ^ 

Bispado  a  ..d}su^c(Q:  ^admimsttrafiva  4fi 
Coimbra.  -  .;.  .   . 

A  mitra  apresentava  o  vigário,  que  tinha 
70i|000  réis  e  o  pó  d>ltar. 


A  nesma  etyra^logfa  do  i.*  IMd^. 

Era  um  concelho,  tóú  1:300  fogòs,  e  uma 
comarca  com  6.000,  ^ue  foram  supprímidos 
em  1833,  por  causa  das  atrocidades  dos  tris- 
temente célebres  Brandões,  e  ficou  perten- 
cendo á  comarca  e  concelho  dá  l^àbuá,  então 
creada. 

Fica  o  extincto  concelho  de  Hídõe§,,sítpa* 
do  sobre  s^  niargem  erquçrda  dò  .Ifondegji^. 

Pica  a  ègual  distancia  dè  Gouveia,  Man- 
gualde e  Viseu  (34  kiiomçtros)  e  18  de  Ai;* 
gani],  Céa,  S!ant9'cõm))a-tlào.e  Tondella^ ' 
,  Tanto  esta  villa,  como  as  do  CoWo  de.  Mi' 
4Ses^  òliveiiitiki^f  Candeia  e  Perfdlada^  to- 
das hoje  da  comarca  e  concelho  da  Tâbmi, 
foram  aQtigs^nenjle. da  prçyedoria  da  Guaii- 

Gònfioava  o  concelho  de  Mí<}5es,  ^  N.,oom 
o  do  Ervedal  (districto  administrativo  da 
Guarda),  d^.qu4  ^'F^  sep^ado  pe]o  r|9  Céa, 
e  com'  o  áo  Carregal. (districto  administra- 
tivo de  Viseu),  do  qual  o  separava  o  Monde- 
•i»-7aou]S.»c4b9m  (O:  il8j  91iTei«a<  to-  BOB^iâl— * 


eis 


iNMafMt  eoonMto deídAttkat  Itovi, AOki' 
3S0  fogos. 


I  •,. 


•  t  ■  < 


tm  i7fJ7  tiotia  189  lÒgtM; 
'  Of »go-S.  Hignel-ArctiMi^  - 

Bispado  d  dlsirieia  idmMMiUro^de  Gm* 
talto  Brando. 

jt^oil^d.  ■...••..-..'...■- 

A  mesada' (MNifleieiíeíaapnsèHlttrj^oYi- 
gario,  qbo  tín^  4(W00D  «éi»  o  o  pé  4*allar. 
>^08Co  sor -UiDa  fovoafio  Bivito  ancifa, 
yois  já  oicistia  no  ^Map»  doa  ttOttros»*nêtti 
ai^o  om  livra  nanlioiíi  apoiiiaiiieotoa  a  toa 
liOspeHo,  DOm  toro  foral  antigo^  ommcdenK». 
^  Bsèrovi  a^  sMiito^  rovonndo  paroelio  a  po^ 
4iNhe  iDfõnaiaçSea  (ha  maio  do  mi  amio)^ 
«aiM»iiioro<M*iKspoota.   :  ' 

Ha  aqot  «una  bôa  iniaa^áê  obimbo^^om 
lavra.  .:"i.i    :í       '.i.-. 

'  l*òBtoquo'OiioiiiO'dfoilayévoata»iejain- 
eontestaireliiieiito^  árálO)'  ha  doas  OfykilQol 
sohrosrooaotyihologia.  '        ^ 

Díxom  aod;  qio  vom- da  paltfvr a  aâsvol^ 
itue  significa  oi^í^  OTittha  então  asar,  jiOf 
i>6ú/çÍo  àa  ovelhái  A  opiniio  mais  flècsoMi; 
porém— e  a  que  tem  maia  visoB^áa  provabi- 
iidade^-éqne  Tomtie  Aym^  ou  Aixa,  nome 
próprio  de  mulhor^^^lgnit^  a  f^iomti.  Do* 
riva^se  do  vorlpo  dica,  vivar.       ^       i 

(A-  ttial»  qaertda  4aa  niaihive94e  Mafoma) 
«âiamafa-Mf  Âkcai  Bale-  tome  era  bbuííd  vnl^ 
gar  entr&os  araèes; 

'AyaãAnêoni  (que  nós  dfoiamos  i4^a;^ 
%uíi*es),  sé  ohamanra  á  mulher  de  Bcha  Uar- 
tim,  niamo  rol  mouco  de  Lamego.:  (Vide 
Aroma.) 

.  É  provável  qtíÁ  esta  rainha,  ou  oatra  qnal» 
*quer  Aiasa  qoe  foese  senhora,  ou  fundadora 
-dVsta  povoação,  lhe  impoeèaso-^  sou  nome. 

É  terra  •fértil,  e  h»DOS  aona  montes  SMlita 
^ça  grossa  e  ntuda.  Tom1»eai-crJa  hastanto 
lado,  de  toda  anualidade. 

MIGUEL  l^ALFAMI  {S.)^yiá^>ÊJÍêk)a.  i 

MIGUEL  D*AUREaA  (S.)  —  antiquíssima 
ittiúÀiUi  lílnhó,<^oma^Éa,  ooneeMNTo  janto 
á  villa  de  Ponto^^-Umat-  '  •  -  ^  V'  • 


tratívo  de  Yianna. 

'  -^  IgBoia^^e  lyifM^  lai  snppdmidn» 

Em  15  de  outubro  da  iltt(4éBonlDbn 
'da^en^deCeiar  daiiBd),aiaiahafiLlhena 
•^'=a«h  iUio,iB.J\jronaoHenii^e%.Í8ena 
daaçUâ A6  áa  Tay,  aendo  aou  hía^,  D.  Af* 
AAuo!]!,  da  agr^a  da  B.  Ifignál  io  Aor 
rega^.  '  ...  -.^ 

'  áasignaram^D. Peiagio^ arcahi9|Mitdo Bra- 
ga, a  na.epndes.  De  Eemaádo.o  D*  fionm^ 
alem  de  outras  pessoaa.da  corte.     . 

Pof' eiiai feagiieaia^  paaaava a TiainilfUr 
romana,  dç  Bra^para  Aatorga^a  tèani  agai 
apparaddo  iiarJDs.manoA  miUiâi»ak 

.  I^uroQoqneáfregueaiadoB.Migtuild'^»' 
iwga,  perleiMsiaoit  a  rua  d'jita»  éa  PaiUe  (I» 
Pottlis  do  UaM)va  os  iogarèa  áe  Freiria  ài^ 
tepaeo,  Outeirê,  VaUe  de  Femra$  e  ouM^ 
que  sio  hoje  da  fregoeda  de  Santa  Marinha 
âe  Àr&oztíh:  (Vida  AfeoaMa) 
'  Ainda  «xiate  (de  nertOv  por  mnitaa  vaav 
reedifieada)  à  agr^.  que  foi  matriz  da  fta* 
goaua  de  Aorega^  aitiiada.no  iiim(a  ifo  8ml9 
úMiBy  quer; também  ae  chama  Maiiie  4ê  i 


irednzida acapcHa, a  ao  meaaao  ailtf 

estão  as  imagens  de  S.  Miguel  e  de  Santo  Otí« 

idio,.e  por  isaoinjaiotttõ  tem  os  doia  noflles. 

'  O  povot  também  dia  e^  monio  0:BQON 

do  Agra  oo  Aorvpo* 

Notese  que  Aurega  é  waaa  freguesia  a 
Arcozéllo  outra,  também  muito  antiga;  po- 
rém a  primeira  era  no  século  XII  muito 
maio  importante  que  a  segunda,  visto  ^ 
merecera  a  diaténcçao:  de  vhrem  os  bispos 
deTny  i  ao  meaoemna  vez  cada  anno^es" 
Mbtar,  uma  missa  t*!eBta  egr^;  por^, 
com  esta  obrigação  Ihaa  foi  «Ha.  doada. 

Qnanrdp  -se  uniram  aa  duas  f^egueoai 
(Aurega  e  Areoeélie)*ioou  a  abbadia  di 
primeira  reduzida  a  >beniBficio  rioaples  e  por 
muitos  anobs  ainda;  teve  a  segunda,  doii 
abbades^uia  com  ura,^  qoejera  o  de  áito* 


>  Q9JEno  }â  tenho  ditok  eqa  variaf  P^^^ 
bispado  de  Tay,xhegava  (até  ao. reinado  oo 
nosso  D.  Affonáo  V)  àmarijetri  dlréftá  oo 
•Ho  Lima.  (Wde  dtaga:)  l>iy  fica  80'  tio- 
metros  a  NB.  de  Aurega.         .^o..:      ,:- 


zéflo,  6  ontTD  'sem  eúfa,  qtie  en  ^  sinales, 
4e  Aurega. 

Ainda  do  i^inado  de  D.  Diniz  existia  es- 
ta fregnezia ;  pois  qae,  em  16  de  oatnbro 
de  1279  (o  primeiro  anno  do  sea  reinado) 
tendo  os  bispos  de  Tny  perdido  o  padroa- 
do da  egreja  (talvez  pela  falta  de  cumpri- 
mento  das  obrigações  impostas  na  doação) 
a  doou  o  rei,  a  D.  Fernando  Árias,  bispo  de 
Tay — pro  multo  servitiOf  quod  tiUki  et  Do- 
nae  Beatrict  Serenissimae  matri  meae  m- 
pendit,  eidem  et  Eeclesiae  suae  cunctisque 
^8ucc9S8oribuSy  ete.  Dat.  Coliníbr.  5  die  Octob. 
Bege  mandante.  Era  MCCCXVU.  (16  de  oa^ 
tubro  de  1279  de  Jesus  Gbristo.)  Flor.  Esp. 
Sagr.j  tom.  32,  pag.  1^2. 

Succedendo  depois  (como  disse  em  Bra* 
Sa)  a  separação  das  egrejas  de  Entre  Minho 
«  Lima,  da  Sé  de  Tuy,  e  a  creaçao  da  col- 
l^giada  de  Yallença,  passaram  osrendimen- 
tos  (que  eram  importantes)  da  egreja  de 
Anrega—já  unida  a  Areozéllo,  oa  que  se 
uniu  então  —  por  graça  de  D.  Affonso  V, 
IX  João  II  e  D.  Manuel,  ao  convento  dos  ira- 
stes franciscanos  de  Valle  de  Pereiras,  que 
depois  foi  de  freiras  da  mesma  ordem. 

Jnlga-se  que  a  suppressão  da  freguezia 
de  Aurega,  teve  logar  quando  se  fundou 
-este  mosteiro  de  Valle  de  Pereiras ;  concor-  | 
rendo  o  sitio  agreste  em  que  estava  a  egre- 
ja, para  que  o  povo  consentisse  nasuppres-. 
são,  visto  que  podia  acudir  á  egreja  do  con- 
vento, para  os  exercícios  espirituaes. 

Idacio,  límico,  bispo  de  Chaves^  contem- 
porâneo de  Theodorico,  rei  dos  godos  e  de 
Remismundo,  rei  dos  suevoe,  verídico  es- 
«riptor  do  século  V,  e  Santo  Izidoro,  falleci- 
do  em  636,  e  que  escrevem  a  Historia  dos 
suevos,  dizem  de  Aurega  o  sèguintç : 

Os  aureguenses  são  os  povos  que  habi- 
tam a  cidade  e  território  de  Aurega  e  o 
monte  Arga. 

Remismundo,  rei  dos  suevos  invadiu  e 
conquistou  estes  povos,  em  460; 

Os  suevos  habitavam  os  confins  da  Galli- 
za,  (isto  é.  Entre  o  Minho  o  o  Lima)  e  sa- 
bendo da  morte  que  o  rei  godo  Theodorico 
fez  dar  ao  rei  suevo  Rechiario,  elegwam 
para  seu  rei,  ou  chefe,  a  Madras  (ou  Mal- 
dras.)  ^ 

VOLUME  V 


ms 


3i3 


Cmno  Theodorico  sahisse  da  Galliza,  pa-^ 
ra  conquistar  Merida,  e,  depois  do  anna 
497  de  Jeeus  €hristo,  passasse  ás  Galliaa^. 
se  dividiram  os  suevos  em  duas  parcialida- 
des, reconhecendo  os  dos  confins  da  Galliza 
por  seu  rei  a  Madras,  e  os  que  habitavam 
desde  o  Douro  até  Braga,  a  Franta. 

Franta,  morreu  em  4^,  succedendo-Ihe 
Remismundo,  que  ficou  sendo  soberano  do 
Minho  actual,  tendo  Braga  por  capital  do 
sen  reino. 

Madras  foi  assassinado  pelos  seus  vaasal- 
los,  e  lhe  succedeu  Frnmario. 

Os  aureguenses  tinham  jurado  obediên- 
cia ao  império  romano,  e  se  lhe  conserva- 
vam fieis,  obedecendo  aos  seus  generaes  e 
legados ;  pelo  que  eram  perseguidos  pelos 
suevos  d'aquem  e  d'alem  Lima. 

Frumario,  e  os  seus  suevos  passaram 
em  460  á  cidade  de  Aguas  FUwias  (Chaves) 
assolando-a  e  ao  seu  território,  e  prenden- 
do seu  bispo,  Idacio  (que  conta  a  historia 
de  visu)  soltando*o  d'ahi  a  três  mezes. 

No  mesmo  anno,  e  ao  mesmo  tempo,  Re- 
mismundo, com  os  seus,  invadiu  e  assolou 
as  povoações  dos  auregenses  e  a  costa  ma- 
rítima, que  eram  do  convento  jurídico,  ou 
chancellaria  de  Braga. 

Remismundus  vicina  parites  Auregencium 
loca,  et  Lucensis  Conventus  marítima  popU' 
latur. 

Isto  confere  com  o  que  diz  frei  Philippe 
de  la  Gandara,  chronista-mór  da  Galliia, 
nas  suas  Armas  e  Triunfos  de  Galliza,  livro 
1.%  cap.  24— e  com  a  Historia  de  S.  Thiaga 
(livro  2.«.  cap.  22,  fl.  i92  v.)  escripta  por 
D.  Mauro  Castella  Ferrer.  * 

É  provava  que  Arga  seja  abreviatura  de 
Aurega. 

Eram  os  auregenses,  povos  bárbaros,  mas 
destemidos  e  indómitos.  Todas  as  historíaa 
são  concordes  em  attribuir  a  estes  povos 
uma  grande  bravura. 

Os  cônsules  romanos,  Firmio  e  Antistio, 
tiverapi  de  sustentar  terríveis  e  sanguino- 
lentas batalhas,  e  perder  grande  parte  das 
suas  legiões,  antes  de  conseguirem  domar 
estes  intrépidos  lasitanos. 

Existiu  a  cidade  de  Aurega  no  alto  de 
um  monte,  qua  ainda  ao  ionge  representa 

14 


n 


114 


Mltt 


mu  easfello,  na  margieiii  á»  «n  fio.  Br«  a 
primeira  fregoezia  que,  passada  a  poate  do 
rio  Lima,  e  confinante  (até  D.  Affonfo  7) 
com  terras  âo  arcebispado  de  Braga^  se 
encontrava,  hfndo  do  sul»  pertencente  ao 
bidpado  de  Tny,  segimdo  as  antigas  di?i* 
soes  doestas  duas  dioceses* 

São  pois  descendenles  dos  bravos  anre- 
genses,  os  povos  que  habitam  a  serra  d^ 
Arga  e  todas  as  snas  raroifioações»  desde  a 
margem  direita  do  Lima  até  á  esquerda  do 
rio  Minho,  e  desde  Yianna  até  Caminha»  pe- 
lo litoral,  isto  do  S.  ao  N.-— do  E.  a  O.,  é  a 
regiiò  comprehendida  desde  as  serras  de 
Arga  e  Coara,  até  ao  litoral.  {AtiM  GereU, 
de  mr.  Brion,  mappa  84.) 

Temos  memoria  do  chefe  dos  auregen- 
ses,  em  460,  e  qne  os  commandoa  contra 
os  snevos.  Chamava-se  Aspidio.  Só  depois 
de  prisioneiro  este  chefe,  com  sua  mulher  e 
fi!ho9,  é  que  os  snevos  conseguiram  dcxnar 
estes  povos.  Leovigildus  (diz  o  Rielarense.) 
Aregenses  montes  igreditur,  Atpidium  hei 
senhrem  cum  uxcre  et  filiis  cctptitías  dmdt, 
opes^ue  ejus  et  loca  in  suam  rediçfU  potesta- 
tem. 

Cidade,  simples  castello,  ou  apenas  uma 
parochia,  foi  Aurega  reduzida  a  ruinas,  não 
só  pela  resistência  dos  seus  povos,  conU'a 
os  invasores,  mas  também  pelas  continuas 
gueras  que  por  algum  tempo  houve  entre 
godos  e  suevos. 

Longe  me  levaria  o  estudo  de  tudo  quan- 
to n*este  território  ha  de  notável ;  mas,  li- 
mitar* me-hei  ao  que  aqui  fica  dho,  e  com 
o  que  disse  em  Ancora,  Arga,  Areozéllo, 
Gorrelhao,  etc^  e  com  o  que  tenho  ainda 
que  dizer  em  Ponte  do  Lima  e  Yianna. 

Se  fosse  a  fazer  de  todas  as  nossas  anti* 
guidades  um  estudo  mais  completo,  seria 
elle  curiosíssimo  (e  valeria  bem  a  pena) 
mas  o  Portugal  Antigo  e  Moderno  tomar-se- 
hia  interminável. 

MIGUEL  DE  COIMBRÃO  (S)~rreguezia, 
Extremadura,  concelho,  comarca,  bispado, 
dtstricto  administrativo  e  18  kilometros  de 
Leiria,  1£K)  ao  NE.  de  Lisboa,  250  fogos. 

Em  1757  tinha  232  iogos. 

Orago  S.  Miguel  Arehanjo. 

ià  a  pag.  357  do  2.*  voL,  tratei  d*e8ta  dra^ 


g«àa;  mm^  como  depoia  obtive  mais  »^ 
clarecimentos,  os  dou  n'este  logar. 

£m  I/U6,  o  biapo  de  Coimbra»  D.  Dirá, 
deemembrou  da  f^egueiia  de  BloDte  Redi»» 
do,  a  aetnai  de  Coíiabrào»  dando^lbe  por  pi* 
dreeiro»  o  Arcbanjo  S.  Miguel,  porque  ji 
afui  bavia  uma  ermida  d*e8ta  invoca^ 
(ConsU  de  Livre  Z.^  do  RbçísU,  a  fl.  77.) 

Em  i637,  o  bispo,  D.  Pedro  Barbosa,  dn 
licença  para  que  Qsta  ermida  fosse  benzidi^ 
e  para  n'ella  se  poder  dizer  misea.  (Go&tti 
do  mesmo  Livro,  a  fL  81) 

A  capella--mór,  sachrístia  e  casa  de  resi- 
dência do  parocho,  foram  feitas  e  são  eas- 
sorvadas  i  custa  dos  fregueses. 

A  actual  egreja  foi  oonstruida  pouco  d»* 
pois  da  creaçlo  d'esta  freguezia. 

No  logar  da  Ervedeira,  está  a  ermida  * 
S.  Thiago,  mandada  fazer  em  visita,  pani 
administração  dos  sacramentos,  em  1601 
(Consta  do  Livro  do  Registo,  a  fl.  16  v.) 

Os  moradores  da  Ervedeira  sio  obiigi- 
dos  á  sua  fabrica. 

Na  Ervedeira,  ha  uma  lagoa  que  nw 
secca.  É  grande,  e  no  inverno  inunda  os  á* 
tios  circumvisinhos.  Cria  Ruivacos  fpeqiv- 
nos  peixes,  como  camarões.) 

Fica  esta  lagoa  3  kilemetros  a  E.  do  mar. 

Ha  n*esta  freguezia,  um  pinhal  do  moní* 
cipio  denomiDado  Pinhal  do  Concelho,  aâni- 
nistrado  pela  camará  de  Leiria.  Produz  )à 
madeira  e  dá  bastante  rendimento  ao  mu- 
nicípio. 

MIGUEL  DE  COLMEIAS  (S.)— EsU  fre- 
guezia Já  está  a  pag.  362  do  2.<»  voL  Agon 
accrescento  mais : 

Tem  as  capellas  da  Piedade,  da  Egreja 
Velha  e  a  da  Memoria. 

A  fabrica  da  Sé,  fabrica  a  eapella-máre 
sacbristia^  de  tudo,  assim  como  a  residência 
parochial.  Os  freguezes  fabricam  o  corpo  da 
egreja. 

A  matriz  eslá  em  um  valle,  sem  visiobiD- 
ça  alguma,  em  sítio  triste. 

Em  1699,  ardeu  a  capella-mór  d'estae|r^ 
ja,  com  tudo  quanto  n*ella  havia. 

Foi  reedificada,'  por  conta  da  fabrica^  mi 
1641. 

Em  1567,  tinha  esu  parochia  i80  ftf» 


um 

flivift  no^  ttSBIIte»  Mità  frègõetis,  as  er^ 
UMAS  de: 

Santa  MáirgàFfdà  do^  PitAoiF»,  qttd  tf9k 
HMfto  amiiflr.  "^ 

A  de  S.  SilYes^e^  que  eMfá  nflt-  Rlbèfara. 

P«»âÉi  dttiDOiíiiw,  por  oráem  «(►  btóp^  D. 
M ÉDtnl  dd  J^Êkir.  A  de  IS.  SítfMtre^  em  i903 
a  iad(^  d  a  de  toita  IforfaHda,  em  fWk-* 
á  e«Ma  dá  •egn^ja  paroefeial»  iiD|icnrWildo^  a 
9iiá  dwioHçiG  èm  SMOO  réh. 

A  imafem  de  S.  Silimt^e^  foi  pant  a  egre^ 
ja,  onde  ainda  «kfóle^  e  a  de  ^aeu  Ifoapga^ 
riéay  efitá  em  easoide  um  parUeoiar. 

Bftte  meBfflO  bispo,  D.  Manoel 
de  Agaiar,  mandoQ'  demolir,  du 
prefefiâfT,  lÉnilOB  «atros  templos 
da  diocese,  taNes  por  os  jcdgar 
desUBeesBarios^  e  êíffitii  a  eon* 
servaçao  dooente  de  lodos  elles. 

A  eapella  de  &  Stivestrs»  está  próxima  á 
Vtnda  dff  Galkg^  Fat^-se  aqui  ama  Mn  e 
bodo,  no  i.*  doiniflgo  depols^do  dia  do  santo, 
eran  mlsea  e  pregação. 

As  offertas  são  do  pieiado,  qoe,  por  tosov 
é  obrigado  à  fabrica  da  ermida. 

Na  qninta  qne  foi  de  Ray-B«ri)a,  Mavia^ 
mna  eapella  de  Santa  Maria  Magdalena.  Tan- 
to a  capeifa  como  a  qnmta  (que  era  em 
volta  da  ponte  da  Magdalena,  acabada  de 
construir  em  1856),  já  não  existem. 

A  eapella  de  Nossa  Senhora  da  Memoria, 
esci  em  um  ermo.— Foi  feita  pelo  povo,  em 
1628;  sendo  5«'i(l^  iíaeawte.  (Consta  do  Livro 
».•  âtt' Registo,  a  fl.  42  v.) 

No  logar  de  Sirões^  nasceu,  em  1799,  o  pa- 
dre Mannel  Rodrignes  de  Faria,  que  morreu 
cura  da  Vieira,  em  29  de  setembro  de  1867. 

Escreveu  varias  obras,  sendo  uma  em 
Terso.  Foi  o  melbor  antiquário  do  bispado 
âe  Leiria,  no  seu  tempo. 

Sobre  esta  freguezia,  entre  outras  coisas, 
deixou  escripto  o  seguinte : 

A  freguezia  das  Colmeias,  foi  priorado,  ta- 
xado em  270  libras. 

fiin  1320,  a  egreja  parocbial  eslava  perto 
de  Lagares,  d'esta  freguezia.  Depois,  foi  por 
Mitti^  aiiaofs  egreja  parocbial,  a  eapella  de 
Mkm  Senhora  da  Piedade,  da  figreja  Tetba, 
âl#  qcte  se  eonstmifi'  a  actual  matrie. 


WKH 


2t* 


Ob  povos  qdè  pertMeeram  á  SLtttíiíst  fire^ 
gnétiã  da^Golmeias,  erátti-^a  aeitial  frègtíé*' 
zfá'  dé  Terfá&ii,  de  S,  SHnão,  de  ÈsflHe,  áà 
Oarimgnêjéittt  (até  ao^iribf  d'este  noM)  os  lo^ 
gareêí  do»  Ve^kê,  da  Barroeária,  de  SanM^ 
rem  dos  Tejos  e  dos  Cardaes, 

A  fk^eg^2ia  daS'  Colmeias,  era  mais  rica 
do  9ie  af  das  F^ijtiafddas ;  porqtie  aquellá 
pagava  de  decima  270  líbraS'(9V720  réis),  O 
eeta  pagava  60  libras  <2M€0  réIs.KfJá  se 
vé  4ne  cada  Mbra  valia  36  Md.) 

O  terrene  eoy  queestává  a  prtmHtiVfc  ma* 
tnz  d'estft  í^guezia,  é  hoje  de  Anfotíio  dos 
Saatest,  de  Lagares,  e  esià  agora  aHt  um 
moihbo^  de  vento. 

Chamasse  aefikalmente  a  este  sfitfo  Ctíbê^ 
dó  Tf^al,  e  ainda  se  vêem  vesifgies  da  antiga 
egrb|â^  que  por  eitos  se  conhece  e  fof  gran^ 
d«i 

Ainda  aqvi  se  véemr  espalhadas  tnUíta» 
oarrada»  de*  lelhaíB^  pái^idast.  Quando  sé  con- 
struiu o  moinho  dé  veMO',  appareceram  muf^ 
tas  caveiras  e  os^os  htnnattos,  que  denota- 
vam grande  antiguidade,  pelo  seu  estado  de 
podridão. 

O  moinho,  occnpa  mesmo  o  sitio  onde  es- 
teve a  capeila-^mór.  á  porta  da  egreja  (para- 
o  O.),  havia  um  alpendre,  do  qual  se  adia- 
ram alicerces. 

Era  este  logar  muito  bem  escolhido  para 
assento  de  uma  egreja»  por  ser  em  um  ca- 
beço, elevado  docemente  sobre  o  terreno 
que  ecircumda. 

A  uns  1:000  metros  ao  O.  d'esta  aldeia  de 
Lagares,  ha  um  teso,  ou  cabeço,  com  uma 
pequena  chapada,  ou  plató  no  seu  cume, 
que  é  hoje  um  pequeno  pinhal,  entre  as  duae 
estradas  (Veiha  e  iVot^t).  Foi  aqui  o  assento 
da  capMla  de  Santa  Margarida,  no  sítio  on^ 
de  agora  se  vé  uma  grande  cova,  coberta  de 
junqueira,  e  rodeada  de  caliça,  telhas  e  al- 
gumas pedras  de  alvenatia. 
'  Ainda  a  este  sitio  dá  o  povo  o  nome  de 
cabeço  da.  Sania,  e  uma  fazenda  contigua, 
também  se  chama  da  Santa. 

Entre  o  cabeço  onde  existiu  a  egr^  ma- 
trie e  o  logar  do  Barreiro,  estendendo-se 
qnasi  ató  á  actual  aldeia  de  Lagares,  existltl 
a  antiquíssima  vHla  de  Alcoeim. 
'  Perfo  do  assento  doesta  viUa^  ha  a  aldei# 


nê 


Mfii 


do  CrastOf  que^  segoadp  a  Qradiçao,  ó  eade 
existia  o  caatello  cia  Âkovimf  qna  ontrava 
na  liaba  de  íortiQcações  que  corria  de  Soare 
a  Tbomar.  Ainda  ha  poucos  aanos  aqoi  se 
xia  uma  calçada,  e  aiada  existe  ama  ponte 
chamada  da  ViUa 

Díz-se  qae  esta  vilia  foi  dos  templário^  e 
é  certo  qnea  ermida  da  Egreja  Velha»  fd 
d'estes  cavalieiros. 

A  denominação  de  Freiria^  que  se  dá  a  j 
um  logar  da  freguezia  de  Espite,  diz-se  tam- 
bém que  é  por  ter  sido  dos  freires  deChris- 
10,  herdeiros  dos  bens  dos  templários. 

É  certo  que  desde  a  Freiria,  até  á  egre|a 
doesta  freguezia,  seguindo  a  sinuosídade  do 
valle,  a  maior  parte  das.  propriedades  que 
se  encontram,  foram,  até  1834,  de  differen* 
tes  ordens  religiosas;  sendo-o  lambem  va- 
rias propriedades  da  freguezia  contigua,  de 
S.  Simão,  e  o  logar  da  Barra$a. 

Os  passaes  do  parocho  da  freguezia,  ainda 
são  no  terreno  em  que  foi  a  tal  TiUa. 

O  nome  da  vilia,  iok  mudado,  não  se  sabe 
quando,  para  o  de  Colmeias^  que  ainda  tem 
a  freguezia. 

Diz  um  antigo  manuscripto-- Co/m^o^, 
antiga  vilia  de  Portugal,  na  província  da  Ex- 
tremadura. 

Hoje  é  apenas  uma  freguezia  rural.  Foi 
habitação  de  templários,  e  assim  o  indicam 
uma  captílla  e  uma  quinta,  situadas  a  pouca 
distancia  do  logar  d'onde  fora  a  viUa. 

O  arco  ogival  da  porta  principal  da  ca« 
pella,  slgupaas  pinturas  das  paredes  e  vários 
marcos  que  se  tem  achado  em  algumas  es- 
cavações, provam  de  sobejo  que  tudo  isto 
foi  de  templários. 

As  pinturas  são  a  fresco,  e  véem-se  algu- 
mas figuras  representando  cavalleiros  do 
Templo.  O  povo  as  mandou  cobrir  sob  uma 
grossa  camada  de  cal. 

Nos  marcos  se  v^a  cruz  da  ordem.  Doesta 
capella,  passou  a  parochia  para  a  egreja 
actuai,  não  se  sabe  quando ;  mas  ainda  alli 
existia  pelos  annos  de  1740. 

Vindo  a  esta  freguezia  o  governador  civil 
de  Leiria,  António  Vaz  da  Fonseca  e  Mello, 
em  1853,  se  procurou  a  edade  d'eUa,  no^  pa* 
peis  antigos,  que  estavam  na  residência  pa- 
l^ochial,  e  se  verificou  que  tinha  então  99  an-* 


nos,  vindo  a  eer  a  soa  odífifaçio^m  UM, 

Consta  que,  pelo  terramoto  de  1755,  ah- 
da  À  parochia  era  na.  Egriçja  VeUn. 

O  que  apenas  se  sabe  com  certeza,  é  qoa 
a  egreja  já  existia  em  1767. 

Os  da  Egr^  Velha  se  eivposerain  â  traas- 
fermcúa  da  matriz.  Para  se  mudar  a  piad» 
baptíimio,  foi  preciso  ser  de  noite,  faxcido 
callar  um  guarda»  ou  espia,  que  aqui  esUYa 

O  bispo  que  então  era»  de  Leiria,  paia  ff 
zer  callar  os  da  Egrejja  Velha,  se  obrifoa  i 
conservartlhee  o  sacrário  14a  sua  câ^^ella,  e 
a  fazer  lá  residir  os  coadjutores  da  fregna- 
zia,  que  ao  mesmo  ten^o  diriam  missa;  o 
que  durou  até  1811. 

Tinhaçi.os  coaii^utores  que  aqni  residian^ 
a  obrigação  de  curar,  os  povos  da  parte  da 
freguezia  situada  ao  N.  da  estrada  que  desee 
da  Memoria  ao  Barracão. 

.Em  1849  se  tiraram  os  quatro  altares ii> 
teraes  da  Egreja  Velha,  e  em  1851  se  lhe  po- 
zeram  os  dois  que  hoje  tem  no  cruzeiro. 

A  torre  da  nova  egreja,  foi  constmià 
quando  se  fez  o  templo ;  mas,  dQ  calhái^t 
se  veiu  a  arruinar,  e  foi  acabada  de  deoft* 
lir,  em  1803- 

Foi  reedificada  em  1806;  mas  só  se  to 
até  à  cimalha.  Gontinuou-se  a  obra  em  ja- 
neiro de  1851  e  ficou  concluída  em  março 
de  1852. 

O  sino  mais  pequeno,  veiu  do  mosteiro 
da  Batalha,  dado  pelo  governador  do  bispa- 
do, João  de  Deus  Antunes  Pinto,  em  i83Sl 

No  altar  das  almas,  está  uma  inscrip^ 
gravada  em  uma  pedra,  em  1857,  que  dii- 
EsU  altar  das  Almas  é  privilegiado,  por  bn- 
ve  do  Santíssimo  Padre  Pio  VL 

O  cemitério  parochial  foi  principiado  em 
1856,  benzendo -se  em  maio  de  1857,  sendo 
a  primeira  pessoa  enterrada  n'elle  Manuel 
Francisco  Custodio,  de  VaUe  Longo,  em  S 
de  agosto.  Custou  à  freguezia  2i2^ 
réis.  No  frontespicio  tem  esta  inscripção: 

NOSTROS  EXÀUDI  GEMITUS  NOSIFROS  CRUCUlQ 
£S  QUOQUE  PÀSSURUS  GBATl  ALIQUANDO  EBIIIOS' 

Fez-se  o  desaUerro  da  egreja  em  i86ii 

o  espaço  central  d'ellfi  foi  lageadp  em  JBft 

Já  disse  a  pag*  362  (no  fim  da  coL  tí 


BHnr 

úo  9.*  TOhime,  qw  nó  legar  ^  Botiçã,  does- 
ta fregaezia,  nascen  José  Daniel  RcrMtf&es 
da  Costa,  que  foi  capitão  de  mn  dos  bairros 
de  Lisboa.  Nascen  pelo»  fins  do  secold  XVin 
6  talleceu  em  Usboa^  no  principio  do  seca- 
lo  XIX. 

Esfereven  irarias  obras,  séndo  as  ntafá  no- 
táveis—O  almoctetJê  dán  petas^  O  barta  da 
túirrèira  dos  fofó«—e  algnmas  comedias;  to- 
dlâ  com  mnito  espirito,  e  satyrisanâo  os  rí- 
dicnlos  do  sen  tempo. 

HIGUfiL  BO  FETAL  (on  FBtTAL)  (S.)— 
Vide  Peitai,  a  pag.  Idi,  c(H.  2.«,  do  3.»  vò- 
Itame. 

MIGUEL  00  JÍDÍNGAL  (S.)— Esta  frêgue- 
xia  jà  e^tá  descripta  sob  á  palavra  Juncal, 
á  pag.  427  do  3."*  volume.  Accrescento  ago- 
ra mais  o  seguinte: 

No  legar  do  Jancaí  bavia  uma  ermida  de- 
dicada a  S'.  Hlguel,  ardranjo,  que  era  an- 
nexa  â  de  Nossa'  Sétlhora  dos  Mtirtinliós,  e 
os  beneflciadiDS  d^  Pófrto  de  Móií  iam  a  eHa 
dizer  missa  (por  turno)  nos  domingos  e 
dias  santificados,  peio  que  os  moradores  lhe 
dáVam  certo  ordenado  de  trigo,  e  ao  |f)adre, 
4^e  ia  dizer  missa,  lhe  davam  de  jantar;  ou 
.meio  tostão  para  elle;  mas  os  sacramentos 
6  enterros  eram  na  egreja  de  Nossa  Senho- 
ra dos  Murtinhos  (Porto  de  Mós).  ' 

Vo\  erecta  em  freguetía,  com  a  Invocaiçao 
de  S.  Miguel,  que  tinha  a  ermida. 

NSo  se  sabe  com  certeza  a  época  dacrea- 
<^o  d*esta'ft'eguezís,  mas  há  bons  fbnda- 
mentos  para  crer  que  já  existia  em  1851. 

Consta  de  nm  antigo  livro  dás  obrigações 
4as  missas  e  assentos  d*eétá  fregnezia,  que 
Jorge  Fernandes' Sondo  e  sua  mnthéi*  Guio- 
mar Braz,  da  Boeirá,  encaram  n'e^  egré- 
]a  uma  capellk  de  Nossa  Senhora  da  Con- 
ceição, sendo  lavrada  a  eéérfptura  da  insti- 
larão, 1160  nota  dd  taMNio  Lnis  Dlog  de 
Aljobalrrota»  0m'étf54w 

E^te  JdrgePetuaíidés  Sondo  era  um  mor- 
gado muito  rico  d'aquelle  tempo,  é  titífia  tia 
sná  própria  aldeia  nn^a  ei^mída  (de  S.'  Bién- 
io) que  aitrdà  existe/  com  capéHIo  álil  ^é^ 
aidente,  pago  e  sustentado  por-étle;  e  M 
éaé  insãmiuná  e(^eja  db  \miicaí  tnuà 'ca- 
JíeQa,  que  íÈmito  beW  pddfa  IftímtBk' 'ni' rfa 


24^ 


Boeira,  é  porque  aqndla  era  já  então  má^ 
tril 

Outro  feeto  que  prova  ter  a  egre}a  sido 
construída  em  Í554,  é  que,  quando  se  de- 
moliu a  antiga  egreja,  em  i777,  para  se  h» 
zer  a  actua],  conheceu-se  entlb  que  a  cá<- 
pella  estava  de  tal  sorte  encorperada  e  trava- 
da, pelas  suas  paredes,  com  a  egreja,  qné  não 
podia  deixar  de  ter  sido  construída  camélia, 
deádé  os  fundamentos.  É  este  facto  que  pro- 
va que  a  egreja  foi  construída  em  Í8IMI. 
Também  consta  que  o  referido  morgado 
concorreu  com  avultadas  esmolas  para  a 
eonstrucçãò  d'esta  egreja,  para  a  qual  se 
aproveitaram  as  matérias  da  antiga  capHIa 
de  S.  Miguel,  que  existia  no  mesmo  sitio. 
Outros  dizem  qtie  a  velha  ermida  ficou  ser- 
vindo de  capella-mór,  é  que  o  corpo  da 
egreja  e  a  capella  de  'Nossa  Senhora  da  Con- 
ceição foram  constmidas  então,  unidas  à  er- 
mida.- 

Jâ  disse  a  pag.  427  do  3.«  volume»  que  era 
o  povo  quem  apresentava  d  cufa:' Segundo  o 
Fortugal  Sacro  eProfam,  recebia  elIe  annual- 
liiento  3S0  alqueires  de  trigo,  e  segundo  o 
Couseiro,  o  povo  apresentava  o  cura,  paga- 
va 9É  despezas  dà  fábrica  dá  egreja,  ta* 
pella-mór  e  casas  do  cura,  e  lhe  dava  de 
porção  um  alqueire  de  trigo  cada  fregnet 
casado,  e  meio  alqueire  oâ  viuvòs  e  soltei- 
ros. O  commendadbr  da  egreja  de  Nossa 
Senhora  dos  Murtinhos,  lhe  dava  16  almru- 
des  e  8  canadas  de  mosto,  e  o  vigário  e  be- 
neficiados de  S.  Pedro,  de  Porto  de  Mós,  B 
almudes  e  quatro  canadas  do  mesmo  vlnhò 
mosto.  Tinha  mais  o  cura  as  eflèrtas  da  pa- 
rochial  e  suas  ánnexas. 

A  egreja  temi  um  alpendre,  como  qdasi 
todas  as  egrejas  antigas. 

Em  1777,  a  instancias  do  zeloso  parocho 
João  Coelho  de  Brito,  um  do^s  mais  virtuo- 
sos dò  bfspadô,  no  seu  tempo*  foi  accrescen- 
tada  a  egreja  em  fundo  e  altura,  adornada 
éom  boas  cantarias,  e  ficou  tsm^  das  ibais 
bonitas  e  elegantes  ejgrefas  do  bispado  de 
Leiria:  t^em  timá  esbielca  torre,  com  quatro 
sinos,  enm  relógio  alli  collocado  em  1857 

O  corpo  da  egreja  tem  interiormente  ci^ 
nnàílbi  teHI,  pai^eé  esttiéadas  e  piitttadas  a 
fresco,  rodapé  d*aztdejos  dé  dbis  metros  de 


w 


0  tecto  é  estacado,  com  muitos  relevos^  e  - 
jHAta4a  a  irewBo^  tend^no  õ^tuo  «ma  gran- 
ito elipaa,  com  a  imagem  áo  padroejiro,  pio- 
jll^^a  oLeo.  9ytar4e  No^sa  Senhora  do  E^ 
j^rio  é  4e  mármore  b^ranoo,  dourado.  O  ra- 
.VriMo  da  iB^U-w6r4  da  mie^ma  mataria 
e  còT^  ^  também  doarado»  toado  dua9  cola- 
9)P^3  da  «mármore  encarnado  e  branco. 

O  interior  da  oaptila? m6r  está  em  tudo 
aguai  ao  corpo  da  egrej^.  Tem  du^is  sacbria- 
M^  a  40  toido  esquerdo  tesn  n^imalha,  t^oio 
asMic^do  a  variou  aip2^(en»ás  do  gantiasÂmo 
.Sacr^ipentOs  ^m  r^vo,  T^do  qnanto  ba  de 
trabalbo  de  cíq;^!  A'eate  lemplg^  é  dos  aXa- 
mados  c^ntçi-ros  Joap  Jlodrigoas  da  Silva 
e  Sonsa,  e  dç  seiu  irmão  Jpsé.Eodrigues  4a 
SilvA  a  SoQsa»  Aato^aeado  juncal.  Foram  ai- 
j^  a  lau  pae,  Joaquina  4a  Silva,  e  se^i  avô 
^ae  asaram  o  magestos(^  ^n^plo  de  Kosao 
Senhor  dos  Milagres. 

A  capalla  da  Nosaa-Sanbora  da  Concei- 
^Câ^V  4^0  mandou  fazer  o  morgado  referido, 
fr^  de  abobada*  O  saiQiia3tÂtuidQr  deixou  nm 
Jegi^da  annual  da  i2  missas  rezadas  .e  uma 
.Qsi^ada,  .a  âO  réis  ao  visitador,  am  cada  aii- 
j^  para  saber  saaa  eumi^ria  o  legado. 

Eram  da^  misssd  pala^  almas  dos  institui- 
4i9Jces  a  duas  palas  almas  de  seus.  pães,  Á 
cantada  cira  am  dia  da  Nossa  Senhora  da 
Conceição  (8  de  dazenibro)  e  ^'esse  mesmo 
dia  vesMa  o  administrador  do  vinculo  (em 
Oovnprimanto  da  obrigação  imposta  na  in- 
atitidçâo  d'e|le)  quatro  pobres,  com  roupa 
da  panno  da  lan,  d^  fabrica  da  Alcobaça. 
Jorge  Coalho  abolia  .  esta  margfido,  am 
1770,  e  com  elle  acabou  o  legado. 

O  administrador  do  vinculo  era  obrigado 
á  fabrica  d*esta  capalla.  Foi  também  demo- 
lida am  1777. 

Nas  trazQiras  da  agrega  está  um  axaeUeQ- 
j^  cen»ite^io  facbado,  conslnUAo  âm  iSiO. 

ÍUfi  logar  da  BoHra  esiia  ermida  da  S. 
Semo,  da /que  já  faUaL 
No  da  Pica-Milho,  a  da  Sw  gebastiãp. 
No  da  CftaHpar40|  ^  âa  Ngai^a  ^iinbarA.da 

Todas  7<Qram  AHtttroidas  paias  pniadp' 
iKs  4'MMs  iofma,  ^Am  viidnhafu 


Jffocwiliitp  ^09n  .adnajjpfftiiiifwín  df  Hr 
«riao^antea. 

Ai^ma  do  valia  da.  ftibeif^éê  Antão,  a  de 
(S,  lil^ql,  do  Pani. 

B  a  apatia  da  Santa  taftna,  no  «Mia  de 

mesmo  nome. 

Todas  astaa^  cinco  capeUaa  são  AQftítfM. 

Ha  mais  as  modarnaa  aagiúntas: 

N09»  Senhora  4o  De^emo  .(hGjie  da  Santo 
Amaro)  vAUitàUàçtmiíadoJymtUy  bcija  cha- 
mada quinta  da  EscaUè^O' 

Jiássa  iSe^húraão  A»gwro  na  «mila  ds 
Patvotoét,  na  Cum^iY^*  Foi  feita  pelos  amNS 
de  1750,  por  Silvério  da  Silva,  fidal]^  ds 
Alcobaça,  a  pessoa  da  muita  virtade^  qm 
também  íez  a  capella  do  Bom  Jesus»  de  Ck. 

Nossa  Senhora  do  Cçurmo,  no  VaUed^AdW. 
Foi  feita  por  um  particular^  am  1744. 

Sof^  A$Uanio,  no  AndUo,  faita  em  179^ 
com  esmolas  q^  arranjou  Manoel  Fnmeii' 
co^  da  Andío.  |^ra  jà  um.  pequeno  aratam 
antigo,  4>nda»  â  noite^  biam  os  moradoras  do 
logar  fazer  as  soas  orações. 

jaCUEl  DO  WtHARAnp  <S.)— fre0» 
zia,  Extremadara,  co^A^bo  da  Mafra,  «1- 
marca  de  Cintra,  24  kilomatros  ao  W.  ê$ 
Lisboa,  650  fogos». 

QragQ  S.  Migoal^  arcbanjo. 

Em  1737  tÉiha  342  fogos. 

Patriarcb^o  e  districto  admifustrafivo 
de  Lisboa. 

OÍ  prior  de  S.  Nicolau,  da  Lisboa,  apresso- 
tava  o  cura»  que  tinba  lOOifOOO  róis  dano- 
dimanto, 

N*aí«ta  quantia  aram  av^ia^o»  0^  ímf^ 
que  recebia,  qoa  ^ram  om  moio  da  tngi^ 
to  alqoaires  de  cavada»  um  looal  dç  viakD 
a  MOOO  r4is  am  dinhairo* 

Foi  4o,  antigo  concalbo  do  Enxára  An 
Cav4lMuroS|  comarca  de  Torras  Vedras. 

Tánha  simà  amiga  albergania  para  visjur 
tas  pobres,  a  cada  um  das  qloaas  :daífa  M 
jf^is  dwiofi,  maa  AJío  poiUam  «Vú  oitar  anis 
datraadjas* 

A  terra  fariU  am.  ;o4os.os  genaros  airí- 
c(4as.4opfm^  a  aria^miuta  gado  denodai 
.^pialidada. , 

mam^  SO  ORTEJRQ  (S4-TTTJilia,3eii>^ 
AJtii^cfmwo^^/BoiM^Uio  4o  tW^  ^^ 


Imnetrofl  de  Viseu,  306  ao  N.  ie  LiAoa,390 
Ibgos.  Em  1757  tioha  t39  fogos; 

Orago  S.  Miguel,  archíBojo. 

Bispado  e  districto  adaiInlMrativo  de  Vi* 


IJIG 


*» 


O  real  padroado  apreeemava  «  vigário, 
que  tinha  iOOMOO  róis  de  rendimenlo* 

É  terra  nraf to  fértil.  Cria  woAio  gado  de 
toda  a  qualidade,  e  nos  seiw  montes  ha  moi- 
ta caça,  grossa  e  miúda. 

Era  am  amigo  ocncellio,  eom  1:100  fbgosy 
Hpste  foi  supprimido  depois  de  1834. 

D.  Diniz  Ibe  deu  foral,  em  Coimbra,  a  90 
^e  maio  de  1288.  (Um^o  doi  faraes  véíkm^ 
gav.  11,  maço  11,  d.«  36,  %  36.) 

Nao  tem  foral  novo. 

N^esta  freguesia  está  a  aldm  de  Parada 
4e  Gcnta,  pátria  do  sr.  Ttiomasiiibeiro,ba« 
ebarel  formado  em  direito,  pela  universida- 
de Coimbra,  e  mimoso  poeta  da  aduaUéade. 
Foi  governador  civil  de  Bragança  e  depois 
de  Lisboa. 

Para  a  sua  biograpbia,  vide  Parada  de 
^kmta, 

No  logar  de  Parada  de  Conta,  que  fica  a 
Z  Irilometros  de  distaneia  da  egreja  matriz, 
«tá  a  antiga  capella  de  Nossa  Senhora  da 
Concei^,  que  tinha  «apelido  privativo. 

A  imagem  da  Senhora  é  de  pedra,  e  foi 
feita  em  Coimbra,  pelos  anhos  de  1500.  Tem 
i  metro  d*altuFa. 

Está  esta  capella  edificada  sobre  uma  gran- 
de iagem,  que  occopa  todo  o  chão  da  ermi- 
da e  lhe  serve  de  pavimento. 

É  um  templosinho  pequeno,  tendo  apenas, 
114  palmos. de  eomprimeàto  e  15  de  largo,  e 
não  tem  capeUannór,  e  tem  um  só  altar. 

Foi  edificada  esu  ermida  para  n'ella  ou- 
virem missa  os  povos  de  Parada,  por  lhe  fi* 
-caor  distante  a  egreja  paròchial,  e  serem  d'a- 
-qni  para  ella,  péssimos  os  eaminhòs. 

Fae-sa  a  lesta  d'e8la  ermida,  a  8  de  de- 
xenibro  (dia  da  padroeira),  e  é  basunte  con* 


A  villa  do  Outeiro  é  rnuiu  antiga;  mas 
aio  {Hide  saber  quando,  ou  por  quem  foi  fun-. 
jdada,  e  qual  foi  o  seu  plimabro  nome,  se  á 
^e  lave  outro.  O  actual  ttie  provem  da  sua. 
posição  sobro  uma  emitcMia; 


HUOU  &A  PEDBBIRA.íSO-^frefiieiiii» 

Extremadura,  comarca  e  concelho  de  Di»- 
mar,  110  kilometros  ao  N.  de  Lâsboa. 

Era  da  prelaiii^  de  Thomar  (bqí^  patriar- 
ekadtí)  e  diatricto  administrativo  de  Santa- 
rém. 

E^ta  fregueria,  que  tinha  iOO  fogos,  3stá 
há  muitos  annos  supprimida. 

No  logar  da  Senhora  das  Neves,  no  síllo 
de  Prado,  que  pertencia  a  esta  f roguezia, 
houve  fabrica  de  fundição  de  balas  de  artf* 
Iheria,  com  motor  bydraulico^  com  us  aguas 
do'  rio  Nabão.  Esiá  aqui  uma  pente  de  um 
só  arco  (mas  gráud^  próxima  á  quinta  iqae 
foi  dos  ÍMros  de  Christo,  de  Thomar. 

Em  Valle  de  Carvalho,  outra  atdeia  que 
foi  doesta  ft*eguezia,  ha  uma  fonte  d'âgu&  mf  • 
neral,  chamada  a  fonte  de  S.  Miguel^ixintòi 
egreja,  muito  efflcaz  para  a  cura  de  molés- 
tias cutâneas. 

Por  esta  extineta  freguesia,  e  Junto  á  ca- 
pella de  Santo  António  dos  Péfiet,  passa  a 
agua  que  vae  para  o  convento  de  Christo, 
de  Tbòmar,  por  um  aqueducto  de  muitos  e 
altos  arcos,  formados  uns  sobre  os  outros, 
e  todos  de  pedra  lavrada,  quando  passa  em 
baixos.  Qoando  teih  de  passar  em  elevações, 
vae  por  tnnneis. 

Tem  três  reservatórios  abobadados,  no 
convento,  onde  se  recebem  estas  aguas.  (Vi- 
de Thomar,) 

BiIGUEl  DO  PINHEIRO  (S.)— freguezia, 
Alemtejo,  comarca  de  Almodovar,  concelho 
de  Hértoia,  120  kilometros  a  0.  de  Évora» 
180  ao  S.  de  Lisboa,  420  fogos. 

Em  1757  tinha  336  fogos. 

Orago  S.  Miguel  Archái^o. 

Bispado  e  districto  administrativo  de  Beja» 
A  mesa  da  consciência  apresentava  o  ca* 

pellão,  curado,  que  tinha  120  alqueires  de 

trigo  e  30  de  cevada. 
É  uma  freguezia  rica  e  fertíJ.  Cria  muito 

gado  4e  toda  a  qualidade. 

MIGUEL  DO  PINHESRC  DB  AZERE  (Skh^ 
Vide  ilff^ri. 

iOftUBL  DE  POIARES  (S.)  — fr^guesi», 
Trazos-Montes,  comarca  e  concelho  a  8,kf* 
lometros  a  NE.  do  Peso  de>  Atguiw  W  hilo* 

ràmak  a  N&  de  Drap»  iOI »  BN&  dQ  for* 


iío 


IflG 


tQ,  13  9lo  N.  de^  Uinegò  e  33^ao  N.  fli  LiliK)a, 
000  íbgos. 

Em  1787  tinha  iOi  fogoa. 

Orago  S.  Miguel  Arehaiijo. 
i-   Arcebispado  de  Braga,  districto  admiab- 
trativo  de  Yilla  Real. 

O  Partugai  Sacro  e  Profano^  ni^  traz  esta 
freguezia,  de  oerto  por  esqoecimeato»  pois 
émaiio  antiga. 

Foi  por  muitos  amios  do  Julgado  de  Pa- 
noyas. 

Em  1290,  reinando  D.  Diniz,  se  proeedea 
a  inqoirições  para  o  íoral  de  Poiares,  mas 
imnca  se  aliegoa  a  expedir» 

É  A*esta  ílreguQZia*a  pequena  villa  de  Ca- 
i-las <oa  Camélias  dePotfares)^  qae  foi  por 
aecoios  eabeça  do  concelho  do  sen  nome, 
qoe  tinha  1:060  íogos  e  foi  snpprimido  em 

Ainda  tem  o  edificio,  que  foi  casa  da  ca- 
.mara  e  cadeia,  e  i  pequeno  e  inaignificante. 

Para  o  ojtais,  vide  Canellas^  pag.  88,  col. 
i*%  do  í.»  voL 

MIGUEL  D£  POIARES  (S.)  —  freguezia, 
Douro»  comarca  da  L«ousan,  concelho  de 
Poyares  (Santo  André),  18  kilometros  de 
Coimbra,  190  ao  N.  de  Lisboa,  170  fogos. 

Em  1757  tmha  120  fogos, 

Orago  S.  Miguel  Archanjo. 

.  Bispado  e  districto  administrativo  de  Gohn- 
bnu 

A  universidade  de  Coimbra,  apresentava 
annualmente  o  cura,  que  tinha  30^000  réis 
de  rendimento  e  o  pé  d'altar. 

(Vide  PoiareSy  villa.) 

MIGUEL  DE  RANS  (S.)~Yide  Canas  e 
Rans,  pag.  77  do  2.<>  vol. 

mGUEL  DE  RIO  TORTO  (S.)— freguezia, 
Extremadura,  comarca  e  concelho  de  Abran- 
tes, 120  kilometros  da  Guarda,  140  ao  É.  de 
Lisboa,  2M  fogos. 

Em  1757  tinha  201  fogos. 

Orago  S.  Miguel  Ârchanjoi 

fiispado  de  Castello  firanco,  distiicto  ad* 
miÁistrativo  de  Samarem. 

O  vigário  da  freguezia  de  S.  Joio  Baptis- 
ta, de  Abrantes,  apresentava  o  cura,  que  ti- 
nha 50M00  réis  de  rendimento.         * 

B'  terra  fidrtiL 

maUEL  BK  VILLA  BOA  OS  OUIILHiO 


(&)— Aregoeii^  Traanis-rMontes,  cornara  • 
concelho  de  Vinhaes,  60  kilometros  dal* 
randa,  470  ao  N.  de  Lisboa»  75  fbgos. 
Bm  I7S7  ttnba  70  fogos. 
Orago  S.  Miguel  Archanjo. 
Biepado  e  districto  administrativo  de  Bn« 
gan(^ 

O  reitor  da  freguezia  da  Soeira,  apreseo* 
tavi  o  «ora,  que  tinha  8if  500  réis  de  côn- 
grua e  o  pé  d'altar. 
Muito  gado  e  caça,  do  mais  pouco. 
MILAGRES  —  freguezia,   Ej^tremadan, 
concelho/  comyarca,  districto  e  bispado  de 
Leiria,  i30  Kilometros  ao  N.  de  Li^,  221 
fogos. 
Orago  Nosso  Senhor  dos  Milagres. 
Evito  a  descripçâo  d*esta  freguezia,  co- 
piando aqui  o  que  eetà  escriplo  nos  aiuk* 
jos  da  eapeilarmór  da  soa  egreja  matrix.t 
o  seguinte: 

«Até  ao  anno  de  1728,  da<n 
vulgar,  em  que  Deus  Nosso  Se* 
nhor  qfkxi  mostrar  n'este  sitio  a 
sua  omnipotência,  era  este  )a^ 
um  deserto,  cujos  matlos  dinni 
paetagem  aos  gados  do  povod'e3* 
ta  ribeira  visinha,  sempre  dfloih 
minada  as  QuMas  da  Ribeira  à 
Godim,  que  n*e8te  tempo  pena- 
da á  freguezia  de  S.  Sebaitãt 
de  Regueira  de  Pontes,  d*iM 
bispado  de  Leiria;  d'onde  eoút 
era  bispo  o  ex.""*  sr.  D.  Alm 
de  Abranches^,  e  lhe  suceedeao 
ex.**  sr.  D.  Joio  de  Nossa  Si- 
nhora  da  Porta,  depois  arcebis- 
po, d'£vora  Cidade,  cardeal  <t 
Cunha,  regedor  das  justiças  e  ii- 
quisldor  geral,  que  foi  o  mesmo 
que  fez  este  templo  freguezia,  d^ 
pois  do  passados  algunaaniM 
áe  soa  erecção. 

<N*este  mesmo  amio,  que  en 
o  de  1728,  vivia  fta  falda  d*aiie 
monte^  na  frente  d*este  meiBio 
templo,  um  homem  chamadoMa- 
nuel  Fraftdsee  Maio;  qoeen 
leso  da  cÉutura  t>ara  tbaixo,  ^ 
apenas  se  podia  mover  em  dit 
dê  uttit  cortiça,  ajudado  si  9a 


WL 


MIL 


S»l 


snas  mãos,  e  asrtin  passava  a  vi* 
da,  mendigando.  Um  dia,  dia 
à'êst6  mesmo  anno,  laliin  este 
homem  para  a  soa  oostnmada  ta- 
refa, de  pedir  esmola,  e  Yein  ar- 
rastando-se,  por  entre  os  mattos, 
até  ao  lagar  em  qae  agora  se 
aeha  collbcada  a  capeila  mór,  e 
aqui  a  cortiça  se  lhe  despedaçou 
e  ficou  inhabil  para  d^aqui  poder 
passar.  N'este  mesmo  lempd  soa- 
vam por  toda  a  parte  os  contl- 
nnos  milagres^que  experimenta- 
va qnem  com  fé  se  valia  da  pro- 
tecção do  Senhor  iesns  d'Avei- 
ro.  Este  afflicto  homem  cheio  da 
mais  viva  fé,  dando  sentidíssimos 
ais,  gritoH  pelo  Senhor  Jesus 
d*Aveiro,  que  o  melhevasse,  e  lhe 
prometteu  que  lhe  iria;  levar  um 
painel,  se  o  Senhor  fosse  servido 
que  elle  podesse  caminhar.  N*es- 
te  mesmo  tempo  (caso  maravi- 
lhoso !)  ficou  em  um  profhndo 
somno,  e  passados  alguns  minu- 
tos acordou  são  e  sem  sombra  de 
moléstia ;  e  logo,  dando  louvores 
a  Deus  por  tão  asslgnalada  mer- 
cê, se  encaminhou  para  sua  ca- 
sa, deixando  n'este  mesmo  logar 
os  fragmentos  de  cortiça,  que 
por  descuido'  se  lâo  conservam 
para  memoria. 

«Admiravam  todos  os  seus  vi- 
sinhos  tão  grande  prodígio,  de 
verem  são  e  llvrè  de  moléstia 
aquelle  que  ha  poucos  minutos 
tinham  visto  sahir  arrastando-  se* 
E  logo  no  dia  seguinte  foi  elle' 
dieto  Blanuel  Francisco  Halo,  ao 
lugar  des  Balres,  d-esta  mesma 
freguezia,  onde  assistia  bm  pin- 
tor, chamado  José  de  Abreu,  e  lhe 
lev<m  uma  tábua,  em  que  o  dieto 
j^intòr  lhe  fet  a  iKsagem  do  Se- 
nhor Jesus,  a  cfual  elle,  cofai  mui- 
to contentametíto,  trouxe  para 
sua  casa.  E  cfoiúfo  era  muito  p<^- 
bre,  no  espaço  de  dohi  anitos 
nunca  se  poz  a  eskninho  para  Ir 


levar  o  patnel  ao  Senhor  Jesus 
d' Aveiro,  como  tinha  prometlido. 
Confessou  a  sua  falta,  e  o  seu 
confessor  lhe  determinou  o  col- 
locasse  no  mesmo  logar  onde  ti- 
nha recebido  o  prodígio ;  o  que 
elle  logo  fei  no  mez  de  maio  d 
1790.  Gollocou  n'este  mesmo  lu- 
gar o  dieto  painel,  em  uma  cruz, 
tosca.  Depois  de  estar  assim  ar- 
vorada a  cruz,  com  o  painel, 
observou-se  que  os  gados  que 
aetualoiente  vinham  pastar  a  es- 
tas charnecas  visinhas,  fugiam, 
obrigados  da  mosca,  e  vinham 
]untar-se  a#  pé  da  cruz.  Alli  pa- 
ravam e  se  deitavam,  virados 
para  o  Senhor,  formando  um  cir- 
culo, em  torno  da  cruz.  Causou 
isto  tanta  admiração  a  estes  po- 
vos visinlios,  que  todos  em  ran- 
chos, vinham  visitar  o  Senhor, 
a  quem  n'este  tempo  chamavam 
o  Senhor  do  Maio;  e  como  o  Se- 
nhor foi  servido  logo  fazer  innu- 
meraveis  mercês  a  quem  o  mvo- 
cava  com  viva  fé,  todos  exclama- 
ram :  Senhor  ics  Milagret !  e  os 
mesmos  que  receberam  os  pro- 
dígios, lhe  pozeram  este  sobera- 
no titulo.  E  em  pouco  tempo  fo- 
ram tão  copiosas  as  esmolas  de 
dinheiro,  trfgo,  milho,  cera,  azei- 
te, novilhos  e  outros  géneros,  que 
logo  se  deu  principio  a  este  fa- 
moso templo,  para  cnja  erecção 
cJhamaram  o  mestre  José  da  Sil- 
va, do  logar  do  Juncal,  que  foi  o 
que  construiu  esta  obra,  mais  o 
mestre  Joaquim  da  Silva,  seu  fi- 
lho, até  ao  estado  presente. 

cEra  assombro  ver-se  n'áquel- 
les  tempos  a  multidão  de  enfer- 
mos que,  de  muitas  partes,  vi- 
nham a  este  sitio,  a  implorar  a 
jBiisericoiidlado  Senhor :  deixan- 
do os  aleijados  aqui  ficar  as  mo- 
fêtas,  e  outros  oflérecendo-íie 
muitos  quadro^  em  que  temi- 
mente  eonfessavatn  os  fátores  re- 


USL 


UBj 


eebldds.  B  iofo  qoe  se  começa- 
ram estas  obras»  oatroa  a  traba- 
ibar  &'6Ua8v  eonio  trabalbaâor, 
o  dUo  Manoel  Francisco  Maio. 
Estando  a  obra  )á  na  altura  da 
cimalha  real^  tabln  uma  pedra, 
de  carrada,  eo  leiAm  comsigo  ao 
cbão,  onde  todos  o  esperavam 
morto ;  este  se  leraaton  são  e  foi 
continuando  no  nsesmo  trabalho. 
Passados  alguns  aanos,  andava 
eile  èm  dma  de  uma  escada  ar- 
mando de  eortínados  o  Apostola- 
do que  eatá  por  cima  da  dita  ci- 
m^ba ;  e  cabiado  a  escada,  elle 
fieon  em  cima  da  eimalba;  sem 
o  menor  perigo. 

«Yivea  este  célebre  homem, 
sempre  pobpe;  morreu  decrépi- 
to; e  jaz  aqui  mesmo. 

<E  eu,  iosá  Rodrigues  da  Sil- 
va e  Sousa,  neto  do  dito  mestre 
José  da  Silva,  fiz  esle  azulejo  e  o 
mandei  aqui  collocar,  na  era  de 
i795,  e  escrevi  fielmente  esta 
historia,  escrípta  pelo  reverendo 
padre  Luiz  Gomes,  thesoureiro 
actual  d*eBta  egreja>  sendo  bispo 
de  Leiria,  o  ex."*  sr.  D.  Manuel 
de  Aguiar,  inimitável  devoto  e 
leloso  do  culto  de  Deus,  que  para 
sempre  vive  e  reina.» 
MILHA— Antes  da  introduoção  do  syste- 
ma  meirico-dêcimãl,  era  a  milha  uma  me- 
dida geegrapbica  de  longitude. 

Uma  légua  terrestre  tinha  3  milhas,  e  ca- 
da milha  1:000  passos  geométricos,  com  pe- 
quena, dífferença,  2,  kiiometros  da  medida 
actual.  Esta  medida  íol  introduzida  nas  Hes- 
panhas  pelos  romanos.  A  milha  romana,  ti- 
nha 10  estadiosy  vindo  a  ter  cada  um  d'es- 
tes,  100  passos  geometrieoe.  Cinco  estádios 
formavam  um  dos  actuaes  kiiometros. 

(Vide  Ustaiio^  a  pag.  68^  col.  1.%  do  3.* 
voL) 

HUiHÃO^-íreguezIai  Trazoi-Montes,  co- 
marca, concelho,  bispado  e  districto  admi- 
BÂstrativo  de  Bragança,  40  kiiometros  de  Mi- 
randa, 475  ao  N,  de  Lisboa,  100  fogos. 
Km  1757  tinha  37  fogos. 


Orago  S*  Loivoífo. 

O  cabido  da  fié  de  Miran^  (Bragança) 
apresentava  o  enra,  que  tiidia  iMOOO  réis  de 
eongma  e  o  pé  d*alti»'. 

(Vide  MUhom.) 

MILHAR  BO  CAB£ÇO--^o  do  Alemtijo, 
na  coutada  de  Alco(f6^  (propriedade  do  ar. 
Lftcocq)  que  foi  da  alcaidaria-mór  de  Cas- 
tello  de  Vide^  e  fica  7  kiiometros  a  0.  does- 
ta vilia,  sobre  a  margem  esquerda  da  ribei* 
ra  de  Niza,  e  distante  um  kilomelro  d*MU 
ribeira. 

fia  ft'eita  prspriedade  5  d&mens, 

l.^^^^o  sítío  do  Milhar  do  Cabeço.  Nu 
escavações  aqui  feitas,  appareceram  qnatn 
machados  de  pedra,  dos  tempos  pre-oeUi* 
cos. 

^.''-^A  36  metros  da  antecedente.  Nas  » 
cavações  que  aqui  se  fizeram,  se  encontn- 
ram  também  três  machados  de  pedra,  e  mn 
pedra  de  os  afiar. 

3.''— Na  coutada  do  Porto  dos  PmAetmi 
também  do  sr.  Lecocq.  Está  servindo  da 
curral  de  porcos,  e  raettida  pela  parte  ap- 
posta  á  entrada  actual  da  coutada,  emm 
muro  que  a  separa  da  coutada  de  Aleo|&« 
lo ;  mas  hoje  teem  ambas  as  coutadas  eslt 
ultima  denominação.  Para  transformann 
este  doloEien  em  curral,  encheram  de  pire* 
de,  os  intervalos  dos  esteios  perpendieob» 
res. 

4.*"— No  sitio  da  Torre  da  Coutada  de  M- 
cogulo. 

5.*— A  pouca  distancia  da  antecedente: 
apenas  d*elle  restam  vestjgio& 

O  abbade  Audieme  {De  Vcrigme  et  de  Tis- 
fofiiee  des  arts  en  Perigord,  pag.  34)  diz  que 
Voronge  (espécie  de  eoguméilo)  ainda  en- 
volvido  na  sua  capsula  (a  que  os  franeens 
chamam  bouU.  e  os  portuguezes-antígos-be* 
léto)  é  chamado  cougoulo  (cogulo)  da  pala* 
vra  ceka  bardo-cmullos.. 

Parece  provável  que  o  nome  de  Akog6l»i 
dado  a  uma  vaela  floresta  de  earvalhos,  te- 
nba  a  mesma  origem  (antepopdo-lhe  o  tt^ 
tIfO  edf  árabe)  ou  pela  abundância  de  cogo* 
méilos  que  por  aqui  houvesse,  ou  porqie 
também  se  chMnasse  cogulo  ao  frusto  à 
«irvalho  (landre)  por  caoisa  da  capsula  qnt 
eobre  asuab^* 


mi 

yt^iiÂiy-Hr  imHAfBS  -e  MOBAIBENS 
^^fregaezia,  Minho,  comarea  e  concelbo  4e 
Bancettopy  24  IúImi^^Upp)  «o  0.  4e  Bntga, 
iat».4u>  If.  4e  Liahoa,  170  fagoff. 

Em  1757  tinha  69  fogos. 

Areetki^paAo  6  dJMiciQ  ad«»sttratiT«  4e 
Braga. 

O  O.  prior  da  iM^Uligíada  <1^  Baioollos, 
apresentava  o  vygamo»  eoAtodOí  q«e  tiaiha 
'fOQfOOa  réis  de  reBdimemQ. 

£'  terra  fertlU 

Esta  freguezia  esteve  muitos  annos  sam- 
ji»  á  áí^JPkim.  (ViAe  a  pag«  i39,  c«l  i.%  do 
^.»  voj.) 

Seigmâo  ^  iradi^  tem  çeia  flrqgnevia  o 
fioM)  actuai,,  porqua  em  uma  s^ngniiiolei^a 
liatattia  qne  aipi  ámm  oa  fiortogaeies  <w 
(ra  os  monrosy  morreram  muitos  milhans 
^'«fltesL  i  poníoa  iviato  fAWiirvel  «oe  «  aen 
oeme  veaha  de  mUhtifaiã,  em  jw^  dou 
4Mua  eampot  piFodiuirem  mxiio  milhio. 

lOUBBA-^poptjEigiAea  avatigo-^iihjilha. 

mUSIRá»  M  lUU-T^rogiieiia,  Dpa- 
ro»  moc(mttíh»  da  Maia,  eaiwroa»  bisj^ado, 
districto  administrativo  e  6  kilometro^aiP 
27.  do  P«V(&,  ai8  ao  Jf.  de Xiaboa,  300  fo- 

^Df •  ... 

Em  i7(7  ti9l)a  W  fogifes. 

Orago  :S«  Tbiago  Matoi^  apoiMo. 

«O  real  padroado.  apreseiMava  o  abbada, 
que  tinha  250^000  réis  de  i^endémento^  íóira 
•os  dizimes.  (VÂde  adiante.) 

Tem  «stalregu^zía  tido  18  pa- 
Toebos,  incloinda  o  aotual  rev^- 
readp  id^bade. 

Cala  fragioesia  ara  naia  aldeia  da  varo- 
•chia  de  Aguas  Santas,  que  d'e]ia  foi  dea- 
tntBM>rada  a  coustiiuida  fre^aetia^eni]!^  os 
MA08  ij^7i^  a  1680»  AO  reinado  do  eardeal 
D.  Henrique. 

Os  rios  h^ke  Alfaanodfb  regam  esla  ire- 
.goeila»  aquaUa  polo  fi.  e  S.,  e  eate  pelo  O. 
^«^  O  A|ttoiy>Ae4^[QA  é  om  ribeiro)  á^H^ 
«o  Leça,  juQto  aMiJbelr^  maana.firtgaa- 
9U  de  GinfSea.  AJVd)oa  tia»m  oiaiwa»bó- 
l^aa^eseaUas,  barbo%  tnitis  e  eDuniae.  Rega 
e  mde»t  í    • 

P«a  'aignss  dJiHiíkwarioa  g^ograpbieoa  ae 
dà  ao  Leça  o  nooaa  de  m  ébMiSMfí^. 


MUi 


W& 


t  iterra  abnadaote  de  trlgo^  coft^,  mi- 
lho, vinho  (verde)  linho  e  ^um  azeite. 
Cria  muito  e  bom  gado  bovino,  que  em 
grande  paria  vae  para  laglaterra. 

Consta  que  «o  primeiro  nome  d^eata  po- 
voação foi  MUiarás,  deriyado  do  latim  im- 
lium  (milbo)^víndo  a  aer  imra  do  milho. 

Fica  e»ta  povoação  entre  as  duas  estradas 
reaes,  que  vao  do  Porto  pára  Braga  e  para 
GuiHuraes.  JÈ  limitada  ao  N.  pela  freguezia 
de  Nagaeijra,  a  £,  pelo  rio  Leça,  fireguezias 
de  Águas  Santas,  e  S.  Mamede  de  Infesy^ 
e  ao  O.  pelo  ribeiro  Jlmoróáe  e  freguesia 
de  S.  Faustino  de  Guifõea. 

£  eata  freguezia  uma  perfeita  península, 
da  íórma  quasi  quadrada ;  porqu£^  a  E.,  S. 
e  0^  «stá  cercada  pelos  rios  Leça  e  Almorò- 
<ia  6  só  pelo  N.  tem  um  isthmo,  qw  a  une 
á  ^egpazia  de  Nogueira. 

Tem  de  coOHirMo,  de  K.  a  &,  desde  o  lo- 
far  de  Motcalhos  até  aponte  da  Parada  (so- 
bne  o  Uça)  947  metros— e  de  largo,  de  E. 
a  O.,  desde  a  ponte  de  Além  do  Bio  (tam- 
bém sobre  o  Leça)  até  á  ponte  do  Arquinho 
(sobre  o  Almorode)  778  metros^Tem  6  kUo- 
metros  de  circumferencia» 
'  O  seu  território  é  quasi  plano,  apenas 
ondnlado  por  pequenas  e  formosas  coUinas. 

O  logar  do  Pinheiro  (ao  SJ  está  sobre 
um  pequeno  outeiro,  do  qual  se  descobre 
toda  a  freguezia  e  algumas  circumvisínhas. 
Ao  NE.,  está  o  monte  do  Penedo.  As  ouU-as 
elevações  são,  ao  N.,  o  monte  das  Cruzes,  e 
a  Pedra  Cuca  —  ao  80.,  o  alto  de  Covas,  e 
ao  SE.,  o  monte  da  Carriça. 

É  composta  esta  freguezia  de  Id  aldeias 
que  são— Agra,  Agra-Nova,  Agrell^^  Alvura, 
Arco,  Arroteaça,  Arroteia,  Bacéllos,  Beça- 
da,  Calvilhe,  Cima  de  AJdeia,  Egreja,  Fun- 
do*de-Villa  (ou  Fundevilla)  Monte  das  Cru- 
zas, Pinhftloo  a  Ponte. 

Todas  estas  aldeias  finam  muito  prox}- 
poaa  umaa  das  outíras,  em  razlo  da  peque- 
na área  da  freguezia. 

A  aldeia  de  Fundevilla,  é  muito  linda  ^ 
aompaata  de  ricoa  lavradores» 

Calvilhe  umbem  é  uma  bonita  aldeia,  nu|a 
p»  sni^  habitantes  aao  pobres. 

A  aldeia  de  Monte  das  Cruzes,  tem  «ata 
AQma^pnr  eaur  alU  o  Calvário  da  paroebiâ. 


m 


MEL 


A  àò  Pinheiro  é  assim  chamada,  por  eaa- 
^  de  nm  grande  pinheiro  qae  aqni  houTe 
antigamente. 

A  de  Agra-Nova,  é  uma  povoação  ftmda- 
da  pelos  annos  1830. 

Ha  n*esta  freguezia  óptimo  granito  paira 
edificações,  pelo  que  não  só  se  exporta  pa- 
ra as  fregnezias  circnmvisinhas,  mas  atô  em 
grande  qnantidade  para  o  Brazil. 

Os  melhores  edificíos  particulares  d*esta 
fjregnezia,  sao  as  do  sr.  Hannei  Martins 
Ferreira,  de  Cima  da  Aldeia,  e  da  sr.*  Maria 
Rosa  Alves  da  AscençSo,  da  Agra. 

Também  são  dignas  de  menção,  as  casas 
dos  srs.  António  da  Silva  Bálthazar  e  Antó- 
nio Ferreira  da  Silva  Torres,  em  Pandevil- 
la,  a  de  Hannei  José  da  Cruz  e  a  de  Maria 
Gonçalves  Ferreira,  em  Alvnra — e  a  resi- 
.  dencia  do  parocho,]nnto  á  egreja  matriz. 

Esta  altíma  é  das  melhores  do  concelho. 

É  um  vasto  e  sumptuoso  edificío,  funda- 
do no  meiado  do  século  XVm,  sendo  então 
abbade  Manuel  Luiz  Caldas  Falcão. 

No  logar  onde  hoje  se  véaresiOencia  pa- 
rochial,  houve  uma  antiga  capella,  dedicada 
a  Santa  Luzia,  onde  concorriam  muitos  ro- 
meiros. Jà  não  existe. 

Perto  d*esta  ermida  havia  uma  fonte  (no 
caminho  da  egreja),  que  foi  entulhada  em 
1859. 

Com  respeito  a  esta  fonte,  ainda  por  estas 
terras  se  canta  a  seguinte  quadra : 

Bôa  terra  é  Milheiros, 
Dá  de  beber  a  quem  passa : 
Tem  a  fonte  no  caminho, 
Santa  Luzia  na  praça. 

Disse  que  esta  fi^^ezia  tem  tido  18  ah- 
bades,  são : 

í  •^Bernardo  lute— desde  1S86,  até  Í8 
de  setembro  de  1613,  em  que  falleceu. 

Í^^Manuel  Jo^o— que  moríeu  em  1618. 

S^—Francisco  de  Torrw— que  morreu  ein 
16Í7. 

4  •—Gaspar  Coelhode  CárraíA()— que  mor- 
reu em  1629. 

õ.^^-^Antottio  do  Ca^fo— que  mòrícu  etú 
á«59. 

e^-^Poèntatèio  de  Soujo— ^ue  morreu  tx6 


Mj 

mesmo  anno  de  166^,  em  qse  ibí  feiío^ 
bade. 

Era  pensionario  perpettu)  da  egreja  de  & 
Salvador,  de  Folgosa,  d'este  eoncdho  h 
Maia. 

l.^^-^-João  Soares  dê  Bulkões—ipiB  totton 
posse  em  1661^,  e  morreu  a  4  de  ouinfatoife 
1666. 

Até  à  vinda  do  novo  aU)ade,  foi  anooDh 
flUendado,  o  padre  Pedro  Freire. 

S/' — Domingos  Cerqueira^^txmon  pow 
em  1667,  e  morreu  em  S5  de  outubro  d» 
1685. 

Serviu  de  eneommendado,  «té  1687^  o  p^ 
dre  Domingos  Alves,  d'esta  freguezia. 

Q^-^-PêdroHeiMrtque  Tavares — ^tornos  poi- 
se em  1667,  e  falleceu  em  21  de  abrflè 
1717.  Foi  um  dignissiflio  pastor  d*e8U  ft» 
guezia. 

No  seu  tempo  se  reedificou  a  egreja,  |m 
o  que  ene  muito  òoncorreu,  fazendo  í  A 
custa  a  capellaHftiór  e  aí  sacristia,  eojosi» 
ctos  mandou  ornar  com  ricos  refabolõiL 

Pbr  sua  morte,  serviu  de  enoommeiÉiiit 
o  padre  Domingos  Jorge,  natural  d'e8ttin> 
guezia. 

íO.^^-^ancisco  Velho  de  Maúêéh^tku 
sabe  quando  parochiou.  Morreu  em  13  è 
novembro  de  1703.  (Vide  adiante.) 

ll/^—João  da  SHvú^vMú  se  sabe  o  aau 
em  qae  morreu  este  abbade,  nem  o  teni» 
que  fòi  parocho. 

Sabe-se  que  foi  coitado  ^  1704* 

Também  se  sabe  que  Pedro  Henriques  T^ 
vares,  era  abbade  no  anuo  de  I703,eemtt 
de  novembro  de  17Õ5,  conttntianjlo  semio- 
térrupção  até  ao  anuo  de  1717,  «m  qoeU- 
leceu. 

Por  conseguinte,  João  da  Silva,  sé  pod»" 
riá  pàrochiar  ntà  anno,  e  Pi^ncisèo  Yei» 
de  Macedo,  apenas  alguns  meze^. 

talvez  o  a^^ttade  Tavaits  deshtisse  dolie 
nefleiò  em  1703,  sendo  íi'ellõ  eoOado  Fni* 
dseò  Velho  de  Macedo,  e  qtte  ftlleeendo  «^ 
eái  13  de  novèmbrb  do  éiesmOiaBne^  ^iei» 
Jota  da  9ltta  em  1701,  eMlecendo  taÉM 
este,  entrasse  de  imSvò  Tavares,  em  190& 

O  abbade  Joio  da  Silva,  era  nattKnl  à 
freguezia  de  S.kf&o  B^X^bu,  éáè^lntt 
cura,  nb  bispadBi)  de  Ttseijr. 


MDL 


m 


12.*— Domingos  (U  Fígiieiredo—^aBUsnl  da 
freguesia  de  S.  Pedro  de  lofias,  no  bispado 
de  Viseu. 

Tomou  posse,  em  29  de  junàp  dis  1717,  e 
falieceu  na  sua  tenra  natai^  ^m  4  de  novem- 
bro de  1747. 

Foi  eneommradado,  até  1750,  o  padre  José 
Pedro  Pacheco  Pereira. 

ia*"— O  dr.  Manuel  Luiz  de  Caldas  Foi- 
«ao— natural  da  fregnezia  de  S.  Salvador  de 
Sarbeita,  comarca  de  Valença  do  Minho. 

Morreu  em  9  de  novembro  de  1781.— Foi 
^Uu*anle  o  tempo  d'este  venerando  abbade, 
^ue  se  construiu  a  residência  parochial. 

Este  abbade  assigijiaiou  com  brilhantes 
acções,  a  sua  carreira  parochial.  Foi  modelo 
dos  paroehos,  e  muitas  cousas  que  elle  fez, 
ou  promoveu,  em  beneficio  espiritual,  reve- 
lam o  seu  zélo  e  inteligência. 

Pelo  seu  fallecimento  houve  dois  encom- 
mendados-^o  padre  José  da  Silva  Pinto,  na- 
tural de  Campanhan,  que  falieceu  em  16  de 
dezembro  de  1782,  e  o  padre  Manuel  José  da 
Silva,  natural  da  freguezia  de  Villa  Nova  da 
Telha,  que  serviu  até  1784;  hindo  depois 
para  reitor  da  freguezia  de  S.  Félix  da  Ma- 
riaha,  então  comarca  e  concelho  da  Feira, 
6  hoje  no  concelho  de  Gaya,  comarca  do 
Porto. 

14,''— José  Joaquim  Pereira  da  Coíía— na- 
lural  de  Villa  Nova  de  Gaya.  Tomou  posse 
^m  18  de  novembro  de  1784,  e  falieceu  a  27 
de  agosto  de  1804.  Foi  um  parocho  exem- 
plarisssimo,  e  a  egreja  de  Milheiros  lhe  deve 
grande  parte  dos  seus  adornos.  Era  um  exí- 
mio calUgrapho,  o  que  prova  a  bélleza  da  le- 
tra dos  assentos  nos  livros  de  nascimentos, 
casamentos  e  óbitos  da  freguezia,  feitos  por 
«lie. 

Por  sua  morte,  foi  encommendado,  até 
i80^,  o  padre  José  António  dos  Santos,  na< 
«oral  d'esta  freguezia. 

lò.^^-^^Manuel  José  Dias  de  Abreu  e  Nobre- 
^a— natural  da  freguezia  de  Nossa  Senhora 
éa  Assumpçào,  de  Aboim  da  Nóbrega,  no.ar- 
clebispado  de  Braga,  concelho  e  coioarca  de 
Villa  Verde,  (então  de  Pico  de  Regalados.) 
TTomou  posse  em  lOée  abril  de  1805,  e  mor- 
reu em  31  de  março  de  1826. 

Por  sua  morte,  foi  encommendado,  o  pa- 


dre Manuel  Alvaces  dos  Santos,  natural  d*e8ta 
freguezia.  (Este  eeclesiastico  viveu  depois^ 
muitos  annos,  fora  da  freguezia  e  falieceu  em 
1868.) 

iff.o — João  de  Almeida  Magalhães  de  Sou* 
aa— natural  da  freguezia  de  Santo  André,  de 
Villa  Bôa  de  Quires.  (antigamente  comarca 
e  Gonceihe  de  Penaâel,  e  hoje,  comarca  e 
concelho  do  Marco  de  Ganavezes.)— Era  cura 
da  freguezia  de  S.  Miguel  de  Oliveira  do 
Douro,  na  comarca  e  concelho  de  Rezende, 
bispado  de  Lamego. 

Tomou  posse,  em  15  da  setembro  de  1827, 
e  falieceu  a  7  de  janeiro  de  1856. 

A  menioria  d'este  virtuoso  parocho  será: 
eterna  entre  o  povo  d'esta  freguezia. 

Era  um  varão  de  vida  exemplar :  muito 
zeloso  no  cumprimento  dos  seus  deveres  pa- 
rochiaes;  muito  instruído,  e  (aliava  com  mui- 
ta elegância.  Era  respeitado  por  todos  quan- 
tos o  conheciam. 

Por  sua  morte,  foi  encommendado,  o  pa- 
dre Agostinho  Alvares  dos  Santos  e  Silva» 
natural  d'esta  freguezia,  até  ao  dia  30  de  ou- 
tubro de  1856. 

É  actualmente  abbade,  coUado,  da  fregue* 
zia  de  Santo  André  de  GanidéUo,  no  conce- 
lho de  Gaya. 

IT"— António  da  Ascenção  e  Olweirar-ikSí' 
tural  da  freguezia  de  S.  Lourenço  de  Asmes» 
no  concelho  da  Maia.  Tomou  posse,  em  30 
de  outubro  de  1856,  e  parochiou,  até  18  de 
outubro  de  1867,  em  que  tomou  posse  da 
freguezia  d' Aguas  Santas,  contigua  a  esta. 

No  pouco  tempo  que  foi  abbade  de  Mi- 
lheiros, o  sr.  Ascenção,  vinculou  o  seu  nom^ 
em  Milheiros,  ás  grandes  obras  que  no  seu 
tempo  se  fizeram  na  parochia,  e  para  as 
quaes  elle  era  o  primeiro  a  concorrer  e  a 
tomar  a  iniciativa :  taes  são,  a  torre  dos  si- 
nos, o  cemitério  e  outras. 

É  também  um  distincto  orador  sagrado. 

Ficou  servindo,  como  encommendado,  o 
padre  Esmeraldo  Moutinho  dos  Santos,  que 
principiou  a  parochiar  em  19  de  outubro  de 
1867,  até  1869. 

Ê  oriundo  da  freguezia  d' Aguas  Santas, 
d*este  concelho ;  mas  natural  do  Brasil,  fi 
um  sacerdote  illustrado  e  virtuoso. 


asa 


MBi 


aqui  transferidOyda  admiflittn^  do  eon- 
cdho  de  Villa  Nova  da  Gaia. 

Este  cavalheiro  janta  e  allia  ao  maior 
zéllo  no  oompriíoeiuo  dos  seus  deveres,  o 
respeito  e  acatamento  devido  á  aaersea&ta 
religião  catholica  e  apostólica  romana. 

É  com  o  maior  prazer  qae  transcrevo 
aqni  ama  circalar  qae  elie  dirigia  aos  seos 
regedores,  por  ser  um  documento  altamen- 
te christão  e  civilisador,  que  lionra  sobre 
maneira  tão  digno  magistrado. 

£i8  o  documento  precedido  de  algumas 
palavras  do  jornal  do  Porto  a  Palawra : 

«Ha  dias  publicamos  na  Palavra  um  offi- 
oío  que  o  sr.  Manuel  Rodrigues  da  Croz,  no- 
vo administradar  do  concelho  da  Maia»  diri- 
gia aos  regedores  do  seu  coecelho.  N'es8e 
officio  lhes  erdenava  o  sr.  Cruz  que  tomas- 
sem nota  das  pessoas  que  não  prestassem  a 
devida  consideração  e  respeito  aos  paro* 
chos  e  mais  ministros  da  religião,  afim  de 
serem  punidos  os  refractários  a  este  dever 
sacratíssimo. 

«O  digno  administrador  da  Maia,  mandava 
que  os  regedores  empregassem  os  meios 
mais  enérgicos  para  reprimir  taes  abusos,  e 
que  fizeszem  sentir  aos  seus  administrados 
que  sem  ministros  da  religião  não  pôde  ha- 
ver religião,  e  sem  religião  não  ha  socieda- 
de possível,  sendo  a  consequência  a  dissolu- 
ção social. 

«Não  é  menos  digno  de  ser  conhecido  de 
todos  o  offieio  que  anteriormente  o  mesmo 
administrador  transmittiu  aos  parochos  do 
concelho  da  Maia. 

É  o  seguinte : 

tlil."»*  e  rev."»  sr. — ^Nomeado,  por  decreto 
de  18  de  março,  administrador  d'este  con* 
celho,  é  do  meu  dever  fazer  d^isto  sciente  a 
v.  s.*,  e  significar-lhe  que,  sendo  os  paro- 
chos os  membros  sociaes  a  quem  ligo  a  ma« 
xima  importância,  pela  convicção  profunda 
em  que  estou  de  que  d'elles  depende  essen- 
cialmente, como  primeiro  élo  da  cadeia  só- 
cia), o  bem  estar  dos  povos,  o  socego  das  fa- 
milias  e  a  tranquilidade  publica,  não  devo 
eximirme  a  pedir  a  sua  coadjuvação  para 
o  bom  e  fiel  desempenho  da  missão  de  que 
estou  encarregado. 


<B,  por^e  estou  eonveneido  queeUaiM 
será  prestada  com  toda  a  lealdade  e  fra- 
queza, desde  já  asseguro  a  v.  s.«  qae  no  ad- 
ministrador do  concelho  encontrará,  aléa 
do  executor  da  lei,  o  magistrado  que  mmet 
se  recusará  a  prestar*lhe  qualquer  9txúi;^ 
que  não  vá  de  encontro  á  mesma  lei ;  o  <pe 
importa  dizer -lhe  qae  garantirei  e  farei  gana* 
tir  todas  as  prerogativas  que  lhe  são  ooaee- 
didas,  e  a  força  que  todos  carecem,  nomei* 
damente  aquelles  que  vivem  em  ooncelhoi 
ruraes. 

tDeus  guarda  a  v.  s.*--Maia  26  de  ma^ 
1874. — 111."*  e  rev.""*  sr.  abbade  de..  •  — O 
administrador,  Mnnuel  Rodrigues  da  Cfu* 

MILHEIEÓS  BE  FOABES  (ou  POIABI^ 
fregoezia,  Dourov  comarca,  concelho  e  11 
kilometros  ao  £.  da  Feira,  30  ao  S.  do  H 
to,  SO  ao  NE.  de  Aveiro,  10  ao  N.  de  Olin 
ra  de  Azeméis,  280  oo  N.  de  Lisboa,  20Dk 
gos. 

Em  1757  tinha  116  fogos. 

Orago  S.  Miguel,  archanjo. 

Bispado  do  Porto,  districto  admifiisliiAP 
de  Aveiro. 

Os  cónegos  regrantes  de  Santo  AgostiÉ» 
(crusios)  do  convento  da  Serra  do  Piitf 
(Gaia)  apresentava  o  cura,  que  tinha  ò0 
réis  de  congroa  e  o  pé  d*altar. 

Foi  mrimeiro  do  padroado  do  mosteiro  d» 
Gríjó  (da  mesma  ordem)  e  quando  o  eoi* 
vento  da  Serra  do  Pilar  se  tomou  indepeo* 
denta  d'este,  passou  o  padroado  d*esta6de 
outras  egrejas  para  o  da  Serra. 

O  foral  da  Feira,  dá  a  esta  fregaeziao 
nome  de  Milheiros  de  Poyares;  comtadi^ 
parece-me  mais.etymologieoPoyar^^.  Pos- 
reSf  como  se  diz,é  impróprio,  pois  não  é  pa- 
lavra portugueza,  nem  árabe,  nem  celta,  nei 
castelhana. 

Poyar,  é  portuguez  antigo — significa— sb- 
bir;  trepar;  fazer  pouzo  ou  escalão  de  algo* 
ma  cousa,  para  tomar  um  posto  ou  1(H^ 
mais  eminente.  Cortávão  braços,  e  mãos  a  ^ 
dos  aquelleSy  que  viam  travar  nas  bordas  f^ 
ra  poyar  acima  das  gallés,  (Gomes  EaoBtf 
de  Azurara  —  Chromc»  do  conde  D,  Psin» 
liv.  1.%  cap.  «.•)— Vide  Poymenío  e  Fogo. 

Esta  freguezia  é  fértil  em  todoe  os  g<A^ 
ros  agrícolas  do  paiz.  Tem  muitos  pittbM 


^ 


mu. 

e  iibmimriB  da.  ârf«9m  iil?«0m»» 
multo  gado  bovino,  exportando  a  maior  par- 
tO'  para  a  Inglaterra.  CriatamMDi  battnte 
fiA»  miiido.  leapodatmome  QveUias  e  por- 
eos. 

jHa  w  exMmMMe  ^siiiiaitríoi»!  /d'6«ta 
ír«gnetía,  itnu  aldeia  ehama^  Mámmn  pre^ 
Taveknente  por  ter  aqal  existido  algum  mo- 
mmento  ceka  d'e8te  nome  (Yide  a  pag.  46 
4*eete  volume.) 

Foi  esta  freguezia.  solar  dos  Ferestrélles, 
qiue  ainda  boje  aqui  teem  descendentes  la- 
vradores» -       . 

Era  PerestréUo  um.  appellido  nobre  em 
Portugal,  que  veio  da  Lombardia  (Itsiia.) 
'  t^roeede  de  Pbilippe  I^erestréllo^  eavallei* 
ro  lombardo»  da  «idade  de  naeencia,  que 
veio  a  Portuga],  no  reinado  de  D.  loao  I, 
en  i43l,  oom  IX  Leonor,  molber  do  prinei- 
pe  D.  Duarte,  que  subiu  ao  throno  em  i433, 
por  morte  de  D.  Joào  l,  seu-  paa* 

Em  1433  lhe  mandou  D.  Duarte  passar 
«arta  de  nobreta  e  lhe  deu  brasão  d^armas, 
iptA  mandou  registar  no  respectivo  livro, 
tm  1437. 

O  brazao  d*armas  que  o  rei  deu  a  Pbilip- 
pe PerestréUo,  para  ette  e  seus  suecoesores,' 
é-*es6Udo  dividido  em  palia— na  i^,  de  ou- 
ro,  leão  de  púrpura»  armado  de  negro-»na 
%*f  de  prata,  banda  anil,  carregada  de  3  ea- 
trellas  de  ouro,  de  8  pomas,  e  entre  6  ro- 
sas da  sua  oôr  (3  de  cada  lado)  com  sua  fo* 
ilia  verde,  em  palia.  Timbre,  o  leão  do  es- 
cudo, com  uma  estrella  do  mesmo,  na  es<» 
padua. 

Outros  Perestrellos,  trazem  —  em  campo 
do  púrpura,  banda  azul,  perfilada*  de  ouro. 
^oarregada  de  .3  estrsllas  do  mesmo,  de  8 
pmitas,  e  enire  6  rosas,  de  prata,  3  de  cada 
lado,  de. quatro  pétalas»  sahindo  de  raitreel- 
laa  uma  íeJha  de  ouro. 

Era  d'esta  família,  Bartbolomea  Perestrél- 
lo^  célebre  navegador  portoguez. 
.  JOLHEUr-portoguez  antigoHQÍ|f&-ee  ser 
Cfrto  panno  que  vinha  de  França.  Futim 
tatmto  fmu  de  milheu,  sarado  com  cendal 
f>0t^.  <Doc  de  8.  Thiago  de  Coimbra,  de 
UM.  ( VMa  Mirleu  e  Mirleu$^ 

VOLUtfl  V 


MH 


a» 


lULHO-vide  mhan^ 

iHUO.MBGM^pormgnaz  antigi>rHtti- 
Iho  miúdo,  que  tem  a  côr  de  um  rôxo.qna^ 
si  preto.  Também  se  ebama  mUhú  isáburpo^ 
e  mSkê  da  Senhora  da  Lapa/Nh  Terra  da 
.Feira,  dao-lhe  o. nome  de  mUho^rfllo. 

MILHOM— portuguez  antigo-^milbo  miu- 
do.<— Em  um  testamento  de  8.  fiímão  da  Juu- 
qu^ra,  feito  em  i289,  se  diz  \^IL  a  Sievãa 
Joqnnes,  de  Perafita,  ou  açs  seos  heréét  (her- 
deiros) hum  quarteiro  de  nUlhom. 

Em  todos  os  documentos  antigos,  onde  se 
falia  d^  milhom^  deve  sempre  entender-se 
milho  miúdo  ;  porque  não  havia  outro. 

O  a  que  hoje  chaibamos  simplesmente 
niilhOy  milho  grosso,  milho  maiz,  milhão^  a 
milho  de  maçaroca,  sô  foi  CQnhecido  em 
Portugal,  no  secalo  XYIl,  trazendo  o  da  ín- 
dia, Paulo  de  Braga.  Consta  que  ao  princi- 
pio era  prohibido  semealo,  e  só  alguns  cul* 
tivavam  poucos  pés,  nas  suas  hortas  e  jar- 
dins. 

É  tradição  que  a  primeira  cultura  em 
grande,  d'este  cereal,  foi  no  campo  de  Coim- 
bra. 

Ainda  no  princípio  d'este  século,  pouco 
milho  grosto  se  cultivava  na  Extremadura, 
Alemtejo  e  Algarve ;  hoje  constituo  a  prin- 
cipal Cultura  de  todas  as  pfovhioias  dePor- 
tngal  e  ilhas,  e  é  o  pão  da  maior  parte  doa 
nossos  lavradores  e  de  muitas  famílias,  so- 
bre tudo,  de  Coimbra  para  ò  norte. 

MILHORlA— portnguez  antiga^~e  mais» 
ainda  mais  alguma  cousa — contrapeso.  E 
cada  ires  ferraduras  de  asnar  pesaram  meh 
arrátel,  e  melhoria.  (Regimento  de.  1480,  no 
lÀvro  Vermelho  de  D.  Affonso  Y,  n.«  61.) 

MILITES— portuguez  antigo  --  oavalleiro 
-^0  latim,  mUes,  òu  miUites.  Milites  de  Co- 
viliana  stnl  m  Judicio  pro  Podestades,  et  In^ 
fançênes  de  Portugal,  (Foral  da  Govilhan,  de 
ii86.) 

Em  outros  muitos  documentos  mtigos  ae 
véa  palavra  milites,  significando  cavalleiro, 
plebeu  ou  fidalgo.  (Vide  Viseu.) 

mUUNDOS  ou  MSLHUNDOS-^fregue- 
zia,  .Douro»  comarca  e  concelho  de  Penafiel, 
3fii.kilometroa  a  NE.  do  Porto,  330  ao  N.  da. 
Lisboa,  iOO  fogos. 
JSm  1757  tinha  47  fogos.     . 

15 


]» 


Orago  S.  Martinhoi  biipou 

m»p94o  e  dlslriole,  ateMftrfttf¥ot  do 


0taMbid»  dOMMMlcirabeiiedlctiiio  d6Bts*^ 
téil<v  apresentava  o  evrl  qiw  tiiriNi  ISMOO» 
réis  d»  OMigma^e  o  pé^d^alCar. 

Éíterpa í^niL  • 

miHiniDRES  OQ  IflTLHUlinRÉS^—salar 
e  tHolo.de  viscondado,  do  sr.  António  Pe- 
reira de  Sá' Sotto-Maior.  Éno  concelho  dos 
Arcos  de  Yalle  de  Yez. 

Sotto-lfaior  é  nm  appellido  nobre  em  Por- 
ttigal,  cuja  fatíiilia  ó  de  Galliza,  onde  ha  a 
easa  dós  dnqnes  de  Sotto-Maior.  Passoa  a 
F6rtag;al,  na  pessoa  je  D.  Pedro  AWares  de 
Stotto-Maior-  (senhor  da  easa  d*este  appelli- 
do) no  remado  de  D.  Aflbnso  V; 

Foi  n'68te  reiqp,  conde  de  Caminha^  da*. 

SQU  com  D.  Therezar  de  Távora^  e,  tiveram  fl- 

'  lhos,  que  foram  para  Castella,  depois  das 

pazes  qaô  fizemos  com  aqaelle  reino,  fican: 

do  somente  D.  Nuno  Sotto-Uaior. 

Qeppif  voltaram  para  Portugal^  D.  Cípiria- 
tovão  e  D.  Álvaro,  que  viveram  em  AbraA- 
X^fò  em  Casteilo  BraoicOí  sem  saccessào. 

Èl^  Du  Naiy),  pois,,  procedem  09  Sottos- 
Hjj^iojTe»  à»  Portaga)^ 

Tiiazei9  por  awas^— em  campo  de.  prata, 
3,.cotlea^  eop^  faxi,  xadresadas  de  ouro  e 
p,Açpuni«,de  S.pieçaa,  em  palia,  perfiladaçde 
negro.  Timhre,  hm  leão  de  praU»  carregado 
dfi.  três,  cólicas  do  escudo. 

OntVQs  de  mesmo  appeWdo,  traaemi  aa 
iMNDaAiaRBia|9,  poEÓm  com  abordem  do  mèéo 
4o;xodl«z  das  cotieas,^  tapada  de  «pretOv 

Elslas  sào  as  dos  Sávedras;  por  vineoii  de. 
wax  iraio  dos  Sottos-Maíoresw 

AiDda^  outros  ramos  d*estaíam*lia «usam. 
aa^  soas  armas  mais.  ou  meniis  a4|uradas  e 
aocreseesDiadas,  em  razão  de  «e  ligaram  oom 
outras  famílias. 

MLLIA^Era  uma  parochia  da  provnMia 
dò  Mloho,  no  arcebispado  de  Braga.  Aioda 
existia  no  reinado  de*  D.  Aflònso  II,  o  que 
consta*  do  Ifvro  dos  padroados  rèaesdo^ar- 
eeblspado  de  Braga.  Não  se  pode  saberhoje 
a  simaçâo  d*esta  f^eguezia.  Alguns  preieii- 
dem  que  seja  a  de  Milhares  ou.  Mãhages^iSi 
Bomão)  na  comarea  e  ccttcell»  de  BaMol- 


kM^  aredbtopsA»  •  dlstHetot  idjriiliinmdii 

deiB|r«gAi  r 

■UUâMMI  (Ifareos  iMUans)  w  ^Mtf 

Mtíha.  > 

MILRBII;  MBÚU,  MOKbâil  MBUR 
e^  IIIUUII^poitQ8iiMianti||(>->-d^  totoUH 
tea  modo»  8»<eBa«niietia  palaira,  qovpal 
paêe  nada  mais  sigoiteaf  do  qvt&fraiietÊ,^ 
estrangeiro,  coisa  de  Frahça  oa>  eatmagii^ 
ra. 

É  cMo>q«o  ao  prinolpio  da^monidii 
portQgaeia)  vieMD  a^  este  reloo  mniios  «k 
trangeiros,  principalmente  de  França,  m 
quaes^  íéila  a  su»  veniaga^  oa<  se  domisiHi- 
vam^i^i,»  oa  regftestfatam  >  ás  sQUa  tèmt; 
íBOêi  eoniiMMMo  aK|Ci  'eslainioi,  precisava 
doihospltaes^  àa  ailMHtariaa^oai  q«esar»« 
cdlti08sém>e' curasse». 

BnnuMita»  partesitlfemn  estas*  casu  è 
abrigo,  eaea  sitioS'ondeellasiestiív«ranai» 
da  se  dá  o  nooieida  Ifilléiv  Viteu,  M»m 
oaMmlm, 

Em  Goimteay  onde  depaissè  fhiiÉi4 
collegio^deSj. Paulo;  havia  uma^d'estiiC»>' 
sas;  que  principiou  logo  desde  a  conqoisi^ 
d*«Bta:  cidade  por  D.  Remando  M aga%  «n 
iOM;  poisjá  no  tempo  do  governo  doeiíh 
dO'  Bé  Sianando^  .9e<ftindoo  o  mosteiro^ 
S^Jerge  d*apar  de  Coimbra,  na  maiíã^à 
ÈkflauSi  (Ckwmi  do$  (kmêgoí  Rtgrtmtis,  pus 
IX  Fr.  Iffeolaude  SáttU  Maria^  M&nmA. 
Lmitanck,  Liv.  d.)»,  eaf  .  4.%  fli  11;  eol;  1*) 

É  provável' qiM<  este  silio  foese  pertâD{i> 
de  dita  hospital  4e  estraif  eirosi 

Em  1093,  quando  o  conde  D.  Heori^ 
veio  para  Pertogi^  o  em  dias  de  Ih  íMir 
nh9  MuniZy  e  dt  tua*  muMiíer\  BMr&  Si^ 
nanUzimiA  do  oonáe  D«  Sisnando)  fè^M^ 
Gíid$ssenáiz  uma  doação^  ad  AuíãmSoÊBlí' 
Séãoaíoris,  Obèdien^Hm  VMcMriu^  qimM 
fundata  in  Colimbria  >  OMtaie^  jnàta  íSb^ 
Mirleus  qui  dicunlur.  (Doe.  original  do  ca- 
bido de  Ooioitai.) 

'  Al  egreja  do  Salvador^d» 
Ooimfera,  «^obedientía^  piit- 
radOj  00  pequeno  moslsinv 
d»  fllta^e  de  da  Yaieearíf% 
•  emquaatõ  este  não  feA  doai^- 
pato  eaiide  m  RàqraiHrfoei^ 


m 

faffihí»:  Uifáeà  tfSfe  tfe  Cofiai' 
bra,  com  iddbd  òáí  déi^  fiéUif 

bfó^b  (Téstta  cídádér,  D.  tíM- 

èoúió. 

e^úmi  ém  he/íji)ftdlf  ott'  álbérc^tfa'  de-' 

baixo  da  protecção  i^àl/etitl^è  á&  éi[i^á^  db' 

líla(Mdb^'ea'dè  S.  Pèdrò;  cbhib  eòú^  de 

títeá  sAStífeiiça,  da  c^Ubgfiadá  db  SI  tbiágb, 

ly.  Mántífeír  ag^girégou  éstk  è  oiatfib  aU 
Mf^átíaB,  ão  bb^ital  t^éál  de  âofnlbrá: 

tatóbétíí  se  VÔ qtíèJtoWfa  é  càisa  é^fran- 
azes,  pela  doação  do  conto  da  ermídlà'  dé' 
Siata' Comba,  jti^nto  aorioCórgò  (oti  Cór- 
i^oí)  itot' I);  Affònso  BteilíiqTlés,  etó  il3dí 
ili  qbál  ^  fãtla  úá  /b^^?  (fe  jrfWé>i«,  jaútò' 
aÒ'p'atótíd  É^mciscài  (Vídfe  Franawo.) 

Já  disse  na'  Ékiarda,  que  proxibao  é  ao  E. 
dTeáta'  dd^áde,  ba  ntb  sitio'  chatlíàdo'  ttMeu 
0tb}eí  Míteru}  onáe  botiVé  nmà  albergaria'  do 
diésnrd  tfome,  e  jtiiíto  d*ella^  btínve  támbeni' 
emparedadas, 

Snpp?5e-sè  (itiG  os  pôrtiignézés  dòs  i/rítí- 
dt)ib9  daifossa  monardiiiá  dávatú  aos  fran- 
cezes  o  noittè  d^  mMísus,  derivado  do  alie- 
itSbtnirféotiÉchfíiirling,  uma  eà^íecíede 
á'^Or  (fé  gràUdeza  db  lím  ibélro,  òii  poncò 
maior,  a  qne  nós  cbamanlos'  eimèriíhão. 
{títittoú  átíem  que  é  o  a  qUe  boje  se  dá  o 
líbtóô  de'  frMcêihOy  que  vem  a  sèf  synoni- 
AÒ  á^  niirleU-ftSLÚGet,)      '^ 

ÊstáB  aves  de  ráphiâ' são  nattír^ês  da  Sué- 
cia e  da  Noruega,  e  arribam  para  a  pebiii- 
sula  bt^paúlca,  nò  prinéipio  do  ibvérno,  e 
sèí  vSò  com  eHé. 

rtttRIltJ— siiiò  do  Algarve,  jímtò  à  gran- 
de aldeia  e  fré^éíia  dè  Estoy,  concelbo; 
comarca,  bispado,  dístrícto  adminiétrativd  e 
próximo  dé  Paro.  Efstóy  está  situada  ism  um 
câbeçò,  em  cQjos  arredores  tem  apparecidò 
muitos  vestígios  de  antigos  edifícios,  qué 
aTgtíns  pretendem  ser  os  restos'  dá  antiga 
Osàonóia.  (tlde  Estoy) 

ttílreu,  como  disse,  fica  próximo  a  Estoy 
e  aqui  se  acbam  vestígios  de  antiqui^imaà 
cbtátrocçoés.  Ainda  aqui  existe  um  teúQpIo 
qtie  parece  ser  romano;  ainda  ba  pouctíãf 
afihòs  se  cotiservavam  as  suas  formosissimáãf 
malhas  de  ordem  corintbiay  e  no  interiòi' 


m 


mi 


ésláta  irgmí(ío  db  l^èms"  hòmós  iénd- 

fé^^d^i^ftyiiui)  dé'(]eitios'dé';dgyir. 

Tídha'  extéríòÂieiite  tHúií  ^bàidái9a'd^  t' 
àW  t  iéígãtis,  táhítiè&'  mmik'  ííê  M-' 

£m  úM  éséà^^U  áàbi^  fbítí;  òb' ítiâS,^ 
8d'a^bdtiumá'  sè^nlttirá  dé  tiiáittòrb'  cdili' 
dU^^aúipbáras^tfe^^: 

fèdl'^é  ^dòntíid^'  outras  ifaúlta^' s^ãli* 
ttitifò  átitl^aisifittaâ  n^mett  eáflipòi^,  ^faéíto- 
Je^^  sld  ViDtia»: 

Havfa^  tftifibett^a^  tun  granderaí^Qèattbto; 
do  4Uál  ainda  iMt  b»Btatitèis  vestilgioi^  illM^^ 
mo  á^fldr  dactèfrai  Yéétô^&e*  afnOti  tkÀtMf 
alit^reès  dear(ifánía9Élâ  è  «ãíIlMtUiáiiiòSií^  M' 
cifriMò  rtmmnôi'  a*  quer  oS  atatf gi6ê'  eâèl^ipto^' 
reá  &eía  6  nótííé' ^'  pkenfáiú;,  fomáííUM' M 
fóhimtirk.  HPifem  ^tté  é  d'iêtó  qtfèf  nôtS^' 
zemos  formigão.) 

Tedás.éstaá  mitiasseiréenLdesâeFjiro  até 
Esloy,  úú  õankpo  da  TiHikâtaei  &  etnUfimi^ 
4ae  âeapl*oximo.   ,         .     . 

Be  varioadòcQ!ai8nt08  antigos  aedeprehon^ 
de  que,  na  baixa' do  sitio  denominado  Santo 
António  áoÂUo^  ou  mai&  propr  iaiúeate  Com* 
po  da  IWn^ía^e, 'junto  a  Faro,,  bavia  uni' 
grande  estueio  ou  estuário  .(esteiro)  qne  dava» 
ingressa  ámaréy-qaasi  atéjubto  de  Bstoy, « 
d'ahí  lhe  veio'  a  denominação  de  Estmriuy 
pelos  âtíeiás  que  cortavam,  a  soa  campâa 
em  diwfsas  direcções.. 

Em  Ossonoba  se  eanboo:  moeda  no  tempo 
dès  romanosi  Dir-se  qne  no  monetário  do^ 
bispo  de  Beja,  Cenáculo,  havia  uma  meda-* 
lha  de  Ossonoba  (egual  a  outra  d(«cripta 
pelo  padre  Flores,  MedcUhas  d^^espanha, 
pag.  111,  Madrid  1773  e  corresponde  à  Tá- 
bua 65,  n.«  4)  que  tinha  de  um  lado  um  na- 
vio com  velas  larg^,  e  no  reverso  um  pei- 
xe, com  a  palavra  Ossonoba  por  cima. 

O  Algarve  cabiu  em  poder  dos  tadjehitas, 
allíados  com  Abdallah-ben  Aíafiz,  o  qnal  se 
tinha  declarada  emir  soberano;  ficou  porènà' 
fora  do  jugo  dos  Beni-AlláíTtuz,  o  moderno 
Algarve,  que  se  constituirá  nm  principado 
intfeiièbàênCé,  regido '  pêlo  Wasir  AUm^H- 
béb-Siíd;  a'  quem  succedèu'  séu  gehro  Sald- 
bétí-Hâfuh:' 

iíMò  Ofmyab.béil-Isàli-Abu.Iahia,  al^káié 
dli*Mtiúi^,  e^sêtilrdíãDUclbâtnhléd  vís^if^^ 


93S 


MIN 


MIN 


OU  conselheiro  na  corte  de  Córdpya,  tevo 
o  kaiifa  motivos  de  queixa  contra  Moham- 
med,  e  o  mandou  matar.  Em  razão  d'e8ta 
barbaridade,  se  iroa  contra  o  kaliíá  o  al-kaid 
de  Santarém  (irmão  do  asâassinado)  e  ligan- 
do-se  com  o  rei  D.  Ramiro,  de  Leão,  lhe  pres- 
toijL  obediência  com  um  grande  nnmero  de 
cavalleiros  mouros  do  Algarve,  entregando- 
Ihe  todos  08  castelios  da  sua  dependência. 

Ossonoba  estava  então  muito  arruinada, 
assiín  como  Faron,  e  os  árabes,  julgando, 
melhor  sitio  para  a  moderna  cidade  (que 
queriam  alli  fundar)  aqnelie  de  Faron,  a 
reedificaram  á  custa  das  ruinas  da  velha 
cidade  de  Ossonoba.  £  tão  verdade  é  isto,  que 
nas  muralhas  e  torres  aindaf  se  vêem  pre-. 
ekMos  cippos,  lapides  (algumas  com  as  le- 
tras voltadas)  e  columnas,  servindo.de  al- 
venaria. 

D.  Joaò  y,  por  alvará  datado  de  Lisboa 
Occidental,  aos  90  de  agosto  de  i72i,  orde- 
nou ao  ouvidor  da  comarca  de  Paro,  José 
Barreto  Soares,  que  d'alli  em  diante  nenhu- 
nui  pessoa  de  qualquer  qualidade  ou  con- 
dição que  fosse,  desfiiesse  ou  destruísse,  em 
todo  ou  em  parte,  qualquer  ediflcio,  cippo 
ou  lapide^  que,  tendo  letreiros,  mostrassem 
ser  do  tempo  dos  phenidos,  gregos;  roma^ 
nos,  bárbaros  ou  árabes,  recommendando  à 
camará  de  Faro  que  tivesse  muito  particu- 
lar cuidado  em  conservar  e  guardar  todas 
as  antiguidades  que  houvessem  ou  viessem 
z  apparecer  (Liv.  2.*  do  registo  antigo  da 
camará  de  Faro,  pag.  126). 

D.  Affonso  m  e  o  famoso  D.  Payo  Peres 
Correia,  tomaram  o  castello  de  Faro,  abs 
mouros,  em  S8  de  março  de  1249. 

MINA— portuguez  antigo — o  mesmo  que 
módiú.  Era  uma  mediáa  de  superflcie,  de 
que  usavam  os  antigos  portnguezes.  Tinha 
120  pés  de  comprido  e  o  mesmo  de  largo. 
Levava  um  alqueire  de  pão,  de  semeadura. 
Vinha  a  ser  uma  área  de  1:00#  metros  qua- 
drados. 

MINA— serra.  Douro,  no  extincto  conce- 
lho de  Maiorca,  hoje  comarca  e  concelho  da 
Figueira  da  Foz.  É  a  continuação  do  Gabo 
Mcmdégo,  que,  começando  alli,  vem  que* 
brar-se  em  S.  Fins,  depois  de  passar  pela 


Brenha  e  Alhada^  onde  ae  divide  em  p 
quenaa  ramificações. 

MINA&— Parece  que  os  antigos  Insítoi 
se  não  oocupavam  na  exploração  de  nn 
emquanto  os  phenicios»  os  carthaginen^ 
ronianos  e  os  árabes  lhes  não  ensinam 
maneira  de  as  lavrarem. 

Se  dermos  credito  a  muitos  eseriptpi 
antigos^  o  ouro  e  a  prata'  se  «leontm 
em  tanta  abundância  á  superfide  da  ta 
que  os.lusitados  o  empregavam  nosni 
baixos  mistwes,  como  fenramentas  delm 
ra,  armas  e  outros  instrumentos  do  uaoen 
mum. 

Os  diversos  invasores  da  Lusitânia,  dtpi 
de  se  apoderarem,  por  bem  ou  por  maj^i 
oure  e  prata  que  acharam  assim  tasi 
empregado,  trataram  de  explorar  as?É 
metálicas,  no  interior  <ía  terra.  | 

Em  innumeraveis  partes  de  Portugal 
vêem  ainda  hoje  claríssimos  yestigioi 
mineração  em  grande  escala,  e  mvàm 
vastas  galerias  nos  mostram  hoje  qn«iA 
vra  de  minas  se  effectuoupor  mnitoi» 
los  consecutivos,  a  ponto  de  esgotami 
nossos  mais  ricos  jazigos  mineraes. 

N*aquelles  tempos  só  se  lavravam  as» 
nas  de  ouro,  prata,  cobre,  estanho,  cfaoit 
e  poucas  de  ferro. 

Expulsos  os  mouros  de  Portugal,  «Éj 
os  portnguezes  continuaratu  a  lavnr# 
mas  minas;  porém  a  descoberta  da  Ibíii 
do  Brasil,  foi  pouco  a  pouco  acabandoU 
industria. 

As  nossas  antigas  (eis,  longe  de  pnM| 
rem  as  emprezas  mineiras,  lhes  oppofllfl 
tantas  difflcnldades  e  as  sob: 
de  tão  grandes  impostos,  que  isto 
concorreu  para  desanimar  os  mineiroi 

No  primeiro  quartel  d'este  século, 
poucas  minas  se  lavravam,  e  todas  por 
ta  do  estado. 

Mas  nós  perdemos  grande  parte  d» 
sas  possessões  da  Ásia  e  da  Africa,  e 
fim  o  Brasil,  e  então  reviveu  a  indn»lria 
neira ;  e  pouco  e  pouco  se  foram 
emprezas  ou  companhias  de  nuneraçi^ 
gumas  das  quaes  são  hoje  floreseeniea 
principaes  vão  nas  terras  onde  estia 
das. 


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Xm  1M7,  j&  86  contavam  em  Portagai» 
perto  de  300  mina-s  empregando- se  n'ellaa 
mais  de  5:000  operários. 

Os  principaes  jazigos  em  exploração,  ão 
de  cobre,  estanho,  chambo,  antimonio,  man- 
ganês, ferro,  carvão  de  pedra  (lignites  e  an- 
thracites.) 

Os  mármores,  argilas,  ardósias  (lousas) 
6  outros  maCeriaes  para  construcções,  para 
a  estatuária  e  para  a  industria  cerâmica, 
também  abundam  em  PorttfgaL 

A  collecçao  de  productos  mineralógicos 
portugueses,  que  figurou  na  exposição  de 
Londres,  em  1862,  e  na  de  Paris,  em  1867, 
foi  muito  apreciada  pelos  entendedores,  e 
revelou-lhes  as  riquezas  mineralógicas  do 
nosso  solo. 

As  differentes  amostras  das  nossas  aguas 
thermae?,  também  foram  escrupulosamente 
analysadas  e  devidamente  apreciadas,  pelas 
soas  incontestáveis  virtudes  therapeuticas. 

É  pena  que  algumas  d*ellas  (a  maior  par- 
te!) estejam  tio  descuradas,  revelando  o 
nosso  desmazéilo,  em  objecto  tao  importan- 
te, e  do  qual  tantos  beneficios  poderiam  vir 
à  nação  em  geral,  e  ás  povoações  onde  nas* 
eem  essas  aguas,  em  especial 

MINDE  ~  serra,  Bxtrenladura,  principia 
nos  Pyrenens  e  finda  em  Cintra,  no  mar. 

Os  antigos  lhe  chamavam  Monte  Tagrus. 
(outros  dizem  que  este  nome  pertencia  só  a 
M^éhmto.) 

Em  Portugal  tem  varies  nomes,  segutfdo 
a  sua  posição  topôgraphica—vgr.— -serra  da 
Bstrella,  serra  de  Aire,  Monte- Junto,  ^erra 
úé  Cintra,  serra  de  Mihde,  serra  d'Albardos, 
ete.;  mas  é  tudo  uma  cadeia  de  serras  e  col- 
Hoas,  ramo  do^  P^reneus. 

Tem  minas  de  diversos  metàes,  azeviche, 
erystal  de  rocha^  carbonato  de  cal  e  mar- 
ttore. 

Já  ninio,  descrevendo  esta  serra,  dic^e 
dia  é  abundante  em  minas  metahcas. 

'  Bflta  de  Torres  Novas  6  kilometros.  N^ella 
ttftsce  o  rio  Almonda,  que  passa  a  esta  vilTa. 

A  serra  de  Santo  António,  que  tài  paite 
doesta  de  Minde,  é  muito  linda.' Produz  mui* 
Í$M  flores  e  muitaa  pedras  de  varfa«  cdires. 
Tém  muitas  cavernas,  cheias  d'agua,  edt- 
lemas  artiflciaes,  algumas,  obra  dos  mou- 


ros. A  serra  de  Santo  António,  tem  6'kilo- 
metros  de  comprido,  desde  a  aldeia  do  Co- 
vão dõ  Fêcto,  até  AltadoSf  ou  Albatdos. 

Na  serra  de  Minde,  téem  os  moradores 
d'aque]les  sítios  feito  muitas  casas,  que  ar- 
rendam aos  ^tudantes,  que  de  todo  o  reino 
aqui  téem  affloido,  a  estudar  o  que  lhes  eU' 
sinam  dois  frades  do  Yaratòjo,  que  aqui  re- 
sidem. 

No  cume  da  serra,  está  a  capella  de  Santa 
Martha. 

Vide  Aire,  serra,  e  MotOe  íunto. 

MINDE— freguezia,  Extremadura,  cornai*- 
ca  e  concelho  de  Porto  de  Hóz,  30  kilome- 
tros  de  Leiria,  11$ 'ao  N.  de  Lisboa,  430  fo- 
gos. 

Em  1757  tinha  409  íògos. 

Orago  Nossa  Senhora  da  AssumpçSo. 

Bispado  e  districto  administrativo  de  Lei- 
ria. 

É  terra  muito  fertiL 

O  prior  de  S.  João,  da  villa  de  Porto  de 
Mós,  e  os  beneficiados  de  Santa  Hatia,  da 
mesma  villa,  apresentavam  annual  e  after- 
nativiímente  o  cura,  que  tinha  lOOlÓOOréis 
annuaes,  ou  60  alqueires  de  trigo,  1  pfpa  de 
Vinho  mosto  e  3^000  réis  em  dinheiro. 

Tinha  mais,  as  ofiértas  e  pé  d'aítar,  e  al- 
gumas amentas  voluntárias,  de  meio  alquei- 
re, Âe  trlgò.  bto  tudo  era  avaliado  nos  dito» 
100  jOOO  réis. 

Ê  esta  villa  que  dá  ó  nome  á  serra  ahte- 
cedente,  por  lhe  ficar  próxima. 

Esta  freguezia  teve  príndpio  em  úmá  er- 
mida, da  invocação  de  Nosm  Penhora  d&Ce- 
refal,  onde  hiam  4i2er  missa  aos  moradores 
d'este  logar,  os  beneficiados  de  Sadtâ  Maria 
de  Porto  de  Móz,  por  turno.  Os  sacramentos 
è  os  enterros,  porém,  eram  na  matriz  de 
Santa  Maria. 

Foi  depois  erigida  em  curato,  com  a  mes- 
ma invocação,  que  depois  se  mudou  para 
Nossa  Senhora  da  Assttmpção,  qneí  é  o  actual. 

O  vigário  e*l)eneficÍados,  fabricavam  a  ca- 
pefia-mói'  e  sachristia;  com  os  ornamentos, 
e  a  casa  da  residencial  O  vigário  contribuh 
com  uma  parte e  os  beneficiados  com  duas; 
porque  a  egreja  de  Santa  Maria  tkha  thab 
rendas  n*esta  freguezia,  dó  que  a  de  S.  Joio. 
O  corpo  da  egreja  era  fabricado  pelos  ftre- 


IMÍIL 


m 


danjfd^.  49  cura. 

p. j[Vf%  A#oow  ^V^  w  ?ri3H?,íno  ?i^^o 

Tiavas  qae  ficassem  em  casa,  resan^  por 

Ha  doas  sachristias.  A  imagem  da  ^DlfO^ 
ra  do  Cf^m^  ^91  ijmJ^fiflíqQ  íesiiç^^/com 

.P  ^cf^iíí^^de  p,ç^^,edoftr,í49;  íoi.fei^o 
.  ^  i{f47.  ^  ;ep'^à  il  sijDfiptuoíia, 

Fica  esta  fregâezia  a  3  kiiometros  de  )f\' 
ra,  Diz-se  qae  ^fjt^  f^f^Of  ^P^  çhiiSAada 

pen^òactpM. 
£stá  collocada  entre  as  duas  povoaçõ^ 

de  Monte  de  Coelho  pfj^pcjk^  S^p  Apto- 

■.  flf»R'^tofrftW?Wdwcape^a8^^^S. 
!^h^\^  Çf  j^  de  S^nlo  ABÍ9iff o,  H^yi^  .^.q^i 
nm  t^^olçÍQ  4«  re^jp^fioii  arral^ido§,  ^ue  ípi 

.  fí^briçam-a?  p^U  fr0<[ue?ia^  feurei?  ».3a- 
jrfif o(^  S  i(  leirra  dos  çardiai^pres^  .^ uf  y^o 
exercer  o  seu  oiffièío  por  vari^  ppii;oaç^. 

l-oi  Y^^a^,  ^  ^  j(n^|9  itqtigai  pias  juíp  se 
sabe  quando^  j^jb  por  quçm  fç^i  fardada. 
J^jDpc^  tpy^  Ipr^. . 

A  wejíji  «9  Santo  Aifto^iio,  flça  4  eW?»- 
df  da  ppyp9;ÇãQ,  j^o  ajtiQ  clí^^d^^  Eim.  A 
^ip^ep  4p  padroQ^p,  fo^  qáeima(|a  p^lqs 
^^fpppjtes,  pip  .i8iQ7.    , 

pepbis,  jpn  ÍM<|iiyiduò  d>qm^  cbat9t?dp  Jlq  • 
miOy  que  andava  peias  outras  ^r;is  a  c^- 
^  la^  «cbpa  f/ofk  Tfmf  ^jp^l^  i^^  siQgpra, 
1^  ipigçm  djf  Si^to  »WW9'  Fw^iO 
f^  e  ípejwçijdoo^i^íntfo  ^e  1^^  ^^fco,  p  }»- 
yptl  pfra  ^  f ufi  terfrf  C^íf iwwfp  í^yi^  de 

t^çfr  04  i|íQf^  19  s^^p  jpar»  p.  q]i^  ^rf 
4^^i^iij  pe  D$p  hiapii^prppls^;  p(^ç- 


DÁP  f  psoréin  .03  4jíi  í:ir^  pfm  «p  iip- 

Pozenm  o  santo  (fo pjfíj^^t^tí mm- 

Oh,  4^010  S^4iip, 
De  Jestu  amado, 

P  t(õp  ^1,9  j«npiW»r 

.  J5cpwp•)^e  o  llq^ft 
Oh,  António  Sanío* 

0|i,  Apton^  Sa9(f)y 

Pl^JewW«ri4*i 
Trppf  ç-te  .p  1^m¥h 

(Devemos  confessar  qne  os  |lf  |||||lf  ff 
mui»  íf""»«>P  em  flqeai^,  ftote  ^^çIijíj»!* 
|»(^ipimt;e  .coasoantei^  {lo  .«qe  «s 
,  J^offA  ^ffiXçífisfme,  |ia  | q^  flois  J)|# 
4e  ^10  Apií^^fli— oft  do  Sftf^)  iftm* 
o»  do.d»  c^%»  .«•  WW  «!|#  l»í«* 
vem  o  Santo  da^Hifif%(ncMii9ll4vlÍI 

K^e9ío^W4l-_ 

Á  entrada  do  logar  de  Uinde,  da  pii^l 

^nf^o  4e  ]N^nf^  .SepJwFlhfiP  <*WM 


Na  serra  de  Minde,  ha  a  detSaMa»  Martha, 
<>fiila«i4MaL 


MM 


(ffiffi 


•  I 


.  Na<e»im4a4a&le)iirule|liiid0i9Qiitoá68- 

iisad»  iue.^»fiHi}4e  ^Tonm diiiofl^^eiilâ. um 

r4i^mi|ie»to.5  4et|pedK  Mjr^MPíflobreTde- 

40ra«%  ooqiulk^a^gQilda^atfAdiisSú^  fei»»- 

pultado  am  jD.  Dat»^..  .  ,  ^ 

.  Fei  abefjta  DP  atraio. ^VlJ^e  Be  afifou 

rdemro  d*eUe,Qai.Dsaa  e  álf^nma  terra. 

Ha  íuQto  a  Minde,  um  campo»  ou  veiga, 
com  1:800  metrps  4ecoaK»ijdo,.  chamado 

.^fAjfgôa  M  Mindejf  no  qnal  ha  militas  Tinha3, 
a  algiiouis  ceara3.  N'elle  rebenta,  «no  inv.er- 

juç^.oifi  cai[io4*94Pi^.IM»rrjiq)a  bôcca  de  ons 
i  metros  de  aliara,  que  é  a  sahida  de  am 
capai  sHhterraneo,  de  1  i^ilometro  de  com- 
prido. <  \      \ 
Esta  bôcca  está  janto  ao  logar  de  Uira 

'tfregtieziá),  d'ohde  Vem  sáMnão  (atervet)  a 

'^^goa,  e  szQ  Jantaménte,  por  algares 'subter- 
talieos,  nò' mesmo  campo. 
YelCn  sido  explorado  esfe  cáhál,  que  nSo 

^ih  sabida,  sépâo  eéta,  e  ió  áe  téhi  eAcon^ 

trado  a  agua  que  corre  pelo  Sèu  pavfmentò. 

Vem  aeoitteéfdò  trasiboMKArMreíitas  agaas 

«Hlatattdo  o  esatopò,  e  ebiMrvataâoMseii^èflte 
algans  meies.  Já  aeontbeéà  làsurlstai  'ás  tí- 

Mtihas  itftmâtfáad  aíC6^24  desgosto,  Miifté  de- 

^pft&  podadas,  e  meMnò  as^m  ptDdtiííMtn 

-«rtifto  t4!Éhe. 

Ifo  tetto,  aagoá  desaptfafece  pelM^mes- 

^^tÉM  "algatres  siMérrâtKios. " 

Búti5  se  'ptiái^rtili  xsoHd  ijÉiiMt  fáéHMádé, 

smnáÊm,'^[amàM  ewbahN»  elroatei 
'A  <BMè  '^■pio  >mdMp)'  4S»^'wst»  deJbtf  • 

<Hlámjd8  Ifírn^iior  Abái^rQiidMMM>«lu(|Mr4leB> 

nlBiiMiie.' 

!*  MnèMiqQt,  i4«ia軫l«iri0<8|nii  m  ag«a, 
sttímÈn  narliaiM  6  tíMim  #aa  tvpmlas 

i  'lBlllltía.O»'><fifcaeKiarDaiMt^  en—wa^e 
aMieMUo  «e^VilUai^t^tiawiiv^tAB^lfllkmiAnis 

tmhSk.  do  puto,  Mkio  R  4»liÍl»o%  IflO 

fogos. 


tói 


iWiirM)  emi,  tqneUaka  (IQlKXM)  iiis  e  Oifé 
d*aluur. 

Éitm»  lirti)^j|ca(«a  eosii^  «avilHQi  se- 
;PleiiHrlmd.d'e8ia<provifioia« 

TeídMieii|^ipeisip«Mfeo0^>4teetti'4tw>a#r. 

M^pvàAar  deilfiiidéno,  Mr8<deqidi|oiAcBltti. 
«Moiítfiil.  BeswMraáito^^miKn^^iMMieao 
;poMO|  «s  ^m9íêonifOi^tmiAê^pM$ídêê\J[Á' 
iMif,  fAMtímo  ma^logiirae iAMiota»iÍ9^<»li- 

-N^:* «  «àaco^e  «istti  sMb-ttiiMs  «Ite- 

<Poi  f4à:aeiaflMMe(ii%ste  W|[«f  'qoe'  Mbn- 
%ffani'«*«seretooUibei«l,  e  lAe^emtoiím. 
(Aiiiiíeeiefiglli  Éa-ip<Rieoea«nosiim  t^wà- 
'  «hi  noQttuisiiei  «etft  iiiiBMMitdoK,^ 
(tanloe^  iqnJdaiiilo^se-Hie^iioviinoniBSIe 
fip9«MisA^iI#elrS»,<)iara  o  deJMflmorlh^  ifaa 
^^coflM  hoj^ise  lhe  ttema. 

BSp^^e^tietthtim  4ibet^  4e  %ta  ^  Ws 
levará  a  mal  esta  rectificado  historiteò^- 
IMgdaphte»;  poINto»  a  aninha  «hvigaçio  é 
-namr  os  ifaetxM  (jhmiio  ilies-se  paBS«raM,w 
«oUocal^òs  ao  jlogar  qoe'  lhe  fttrteace.  Itau 
o  nome  do  sitio  depõe  couii^^Q^a^fa^Qr^áès 
<llietn!eiye  defidmbArcarami.4(  VMle  £Mt>r%9ag. 
59,  ^L  l.T,  de  4.°  voi) 

âMIMO*  -glotf^qBp  éhndèáliosAftvmia- 
4ia  léo  iMinlK^ila  úBíQtíWa^fí^BKn^eiiBíFíÊm' 
f«  iima,«na)pmirvtadaèsLage>(  l^- 

slmo  9tãlmikin*êoi^iwaí»MiifíT9^è^^- 
ifKT  i4e ^QaAtaide^Rel,  «poveas  legaafrida 
•rate  da»  A8tliriiB,>etii  tinia  lagôa^<iaeiestáia 

ff77  ^e*oê  sabre  o  oi^  dD{BMw,^«iv"'^- 
sando  logo  a  soa  corrente  com  vários  lios 
ipnionBf  dihwie  eUe^  (lue  perdepi  o-se^iin^me, 
.4HHra  lei«iaii»m  a  lúnl^o, 

áBtfwèeD»  %  prateia  <áe  Mgo»  «vinQa 
.iXMttidaie  jfá  ireoi  aMiaiáffile  éi  agn. 
Crosa  a  província  de  Orenae,-  e  ]>'eila,  Ai«a- 
mída  qfie  veoa  deFífo  a C;mí11%: regppdo 
iVjyUeftfBitikaiMosô  «  .dopeia  éft. dividir  <a 
.<telllaar  ett  dMiapaites  t^asi  egvMe%,Bff¥e 
dcf divisão  entre  Portagal  a  Ii««paPhar*4slo 
iiifde  #  «wAikeiMte^de  via  TH^Aceio  <*  ki- 
.|fU9iliOi^eifl|Mu.da  AfeliaigpK  até  4wa  Mz 
^  tíkN»6ir<i^)-H9  «ea  iwao  t#tal^4da.S^ 


S36 


MIM 


tfST 


kiioi&ètfw.— 'Tide  Butís,  CímMú  e€mi% 
rio. 

Rècsebd  if  tíô  Barfaê,  perto  do  Melgaço.  É 
navegável  apenas  40  icll6motros,  deede  a  ioa 
ftXi-^asaa  estie  MalgaçoetAregneèiafial- 
Mga  4e  iMlBliOfr-**onliie  JHonçào  o  a  firogae- 
úk  galiéfa  de  Saivaterfarf^^MM  Yaleofa  e 
a  cidade  ^Ifteofal^  (fallég»)  de  TosM^atre 
YiUa  Í!{CY^  da<CevTeiraeaAwpieibg«Uéga 
de  Cralio-^^^^ntre  Gaoiintia  e  a  ^aldeia  (faUé* 
ga)  da  Pateageoi,  da  fregoeziada  peqtM» 
villa  daOnardla,  ficando- Uie  do  Jado  dafiaí- 
Usa  <If .)  o  alto  piac^fo  de  Sant»  Teck^  iine 
ae  vô  a  moitas  legaaa  do.4lataneiai- 

Dk-se  que  deeag^lá  nomar  por  diiáa'^af - 
ns;  maa  nio  é  exado.  Este  rio  ten  acss-tò 
barra^  mas,  como  no  moio  4'ella  eatá-oiOiéa 
e  o  forte  da  Imm  (qne  é  portogiMa^,  avolgo 
dá  'O'  nome  dcèarrd  fãilêga^  à  parterda  rio 
^pie  fica  eótre  este  Útien  e  »  GalliEa^e^á 
parte  que  fica  entreo  mestti»  iUieil  oa praia 
de  Caminlia»  dào  o  nome  de  terra,  j^/u- 

A  chamada  barra  ga9ég8,  só  tem  tmào 
para  pequenas  embareaçòea;  ânossa  dá  in- 
gresso alttate^y  logres»  brigões,  ete.  (Vide 
Hama  b  CamnhiL) 

Ba  pélò  melo  feste  rio'  vários  ilhote^  a 
qoe  aqoi  dlo  o  nome  apropriado,  de  insuas 
(do  mstsfci,  iUia):  qoa  apenae  {MPodniem  her- 
vav  mas  de  má  qualidade,  pára  o  siistettto  do 
gado.  Dão  a  esta  bervaènone  da  cailoio.  É 
ittoa»  espeetá de  murraça^  &o  teneito  em  qoe 
ella  expontaoeamente  se  itria^  ó  o  a  ^e  nas 
provinolasdo  Sal,de  Portugal  se  dá  o  some 
de  wiÊrraeeira  ou  murrafoi.  (Vide  iítirra- 
ça.) 

Eiitas  insnas,  perfeaeem  iiÉiiaSr^áOalilíà 
ootras  a  Portugal,  é  outras  s3o  cemmtma. 
Bataft^são  objedo  de  varias  desordena  entre 
pmiogflezea  a  tgaMegos^  por  lodoa  quoferen 
eoiher  a  eanosa. 

B'  o  rio  llinhoabaiHlabtiesimodao|ftii»o 
peixe;  distinguindo  de  o  fMiioeo  'saifloiev  o 
aaliorosíseimo  solho,  o  eteellBntê^  safei,  e  a 
liostosa  lampreia.  >*  «* 

Mio ae  pôde  diaerhele com eèrtefea,  q«al 
foi  o  primt^ro  uosba  doeste  rio.  Qoereni  ai- 
Httna  qoe  fosse  Stf,  e  Bochart  âii--ftl  prú* 


menta  mêímúr. 

E'  certo  qoe  o  rio  Si2  é  oa  dosaioeMiB 
do  Minho,  porém  aqoelle  nasoe  acima  de 
Pottfertnda  30  kilométtos^,  e  a  mesmadii- 
lanciar>dè  Yilla  F^^èa  dei  Merzos  e  de>áH 
soo  nafcimento  até  se  meiter  na  Miabo^tM 
maia  oomprímento  do  qoe  eate  riO|  desAa 
soa  origem  até  ao  mar. 

Dts-se  que  depois  se  \hè  deó  o  nome  dt 
Minmk,  em  razáo  dàs  minas  fle  mimo  oa 
zarcão  que  havia  junto  dás  soas  margem; 
mas  é  ibais  flrovavel  qõe  o  home  actual  à*m 
v\ò  provenha  dos  limos  encárnkdbs  (lim 
rubri  eòleitU)  q\íe  Se  encontram  em  aigom 
sitios  d*este  rio.  E*  certo  qud  Plmio,  StraUí 
e  ootros  éácríptores  antiquissimos,  ]i  Ib 
d9o  o  nome  de  Mintu,  e  o  sabiò  bispo  Õfd* 
sio  lhe  dá  também  o  nome  de  Hinho. 

Strabao  diz  qoe  este  rio  tinha  doisnomet 
Bem.8  e  Minhih-^  primeiro  era  ò  naciomle 
o  segondo  o  qoe  lhe  davam  os  romano9.hv 
reçe-me,  porém,  qué  o  nome  de  Bem  w 
antigo  do  rio  Cotira,  que  em  Caminliifr 
janta  ao  Hioho. 

£*  este  ri^  ooi.dos.  cinco  principia  te 
Portogai  (os  autços  aão-r-Guadjana»  T^ 
Moi^egQ  e  Dooro.)   .  ,     ',  .      ' 

A,  (oa  do  Minho  não  tea^  ^ífridÓ4U(enni 
algiuni^  ha  dois  mil  annos  a  esta  parte.  Stti* 
hão,  no  livro  3.%  pag.  153,  diz  qoe  na  m 
foz  tinha  uma  ilha  edoia caas»  qoeíáiiaa 
dois  portos.  (Ame  ostia^^,êUa  est  insule^ 
et  dmê  crejfidiníes  p<0ui(us  praeditM) 

Diz  eate  9sogca|»ho  400  n»  aair4eBi9a«i 
eate  rianavcgafal^^forseapafOide 800 «tt^ 
díos  ^ legneAtOQ  IWidkiflietrQa)  oqM 
manifesto  engano  d*este  escriptor^«itiD 
da.  copia»!  porque  eaiaMáa  Uvro.neebadi  e 
eneoflttra  qne  eate  rie  fosea  iMrasfavvfcacim 
de  Menção,  que  está^dKinlimelnadaÉi; 
^  vmm»  aaaim^  aé.até  UpeUa.éiv<c^pelea 
ir  àaacoa  de  matar  lata(flúv  9»¥^  d^ptft 
dma^  até.Meeça[>,4Slilln»MQs)aó  va0ln^ 
cos  de  menos  tonelagem. 

De  Monção  paie-iclieá,  MiS^GMiMnl 

(24  Icilometros)  s6  li»4)M«as.de^a«i|nt 

éè  peú^  è  áigUM  |MM  OdddjBtfar^vaHoMli- 

'j<Hito8  ée  tiawf  para  òufintsftoguâdiaffifr 


}m 


MIN 


m 


mis;  ma8  iiié  paftt  o  qne^se  pede  éttámàr 
viagem  fítLvM. 

MBIIO-^imfvfiieia^-^dégimaa^  »•  úMfío 
anterior  a  1881;  'a  provinòla  da  ttaio  (Ba* 
tn  Domv  e  Minho,  tomo  Jadiciosamente  se 
deiiomiDaV8>  imiiailava  m  N.,  eMteCkillIia 
«^  B.;  eoM  i  6MlHiáeTrÉf-ortmoiitea<aiii- 
ttt'ctaèei*n  estoa  Ma  lfttfM)-^e  &,  eom 
o  rio  Dooro-^  ao  O.  êoài  o  mar.  Tibha'i7t 
léguas  quadradas.  Depois  de  183i,  se  lhe  ti- 
rou um  grande  traelo  de  lenritorie,  para  bom 
elle,  e  eom  parte'  da  Beira,  formar  a^  aè^ 
proTioda-  do  Oouro} 

As  principaen  moDtairin^d^estáimivkioia 
são— Gavieira,  Gervéi,  Santa  Gatharina,  Vai* 
longo  e  oatra»  menores! ' 

(h  seus  rios  prinelpaes  sãõ-^-HinliOj  -Ta- 
mega/ Lima,'  Cávado,  Até,  e  Homem  (que  se 
Jnnta  ao-Gávado).' '  - 

A  capitai  actnal  d'esta  provineia,  ó  a  d- 
dade  de  Braga.  Tem-mais  as  ddades  deTfan- 
na  e  GuimarSes.  Tem  muitas  e  bonitas  yil- 
las,  que  vio  nos  logares  eompetentes.  B*  toda, 
ifo^  aroebi^pádo  de  Braga  (que  também  ebm- 
prehende  uma  grande  parte  da  provinda  de- 
Traz-os-Mòniés).      '        ' 

Está  dividida  etii  dòls  dUtrletos  adminis- 
trativos, Braga  é  Tiani^ 

E'  o  Mtnlio  a  mais  povoada,  fértil  e  for- 
mosa província  de  Portugal,  e  onde  o  geó- 
logo, o  historiador  e  o  areheologo  encontram 
vastíssimo  é  inesgotável  campo  para  ossetts- 
estudÔs.  ' 

NIo  canço  .o  letfor  eom  â  narra- 
ção de  tudo  quanto  aqui  ha  de  nq* 
tavel,  visto  que  yae  descrípto  nos 
logares  competentes :  só  direi  (^ue 
o  Minho  nao  s&  é  uma  região  for- 
mosissima,  mas  também  a  mais 
fertiide  Forlopl,  ^m  todoí^  ^ge- 
iieros  do  nosso  clima,  Produz  tam- 
bém muita  e  òptiòia  madeira  de  va- 
riaá- quaiffdaitès,' e  erta  ^^^rta 
' «  em  glande  escáAf ^  «elàor  gaéo' 
bovino  d*esie  kAbo.  Or setiil'mbn- 
tes  são  abundantíssimos '  li  dri^ 
grossa  ettfudí,  e^és^sewrrfateo 
mar  lhe  fomseem  oMiito  eiabèro- 

Tinha  esta  provinda  antes  da  eitee{io 


dis  oirdeto  reMglosas,  em  i83i,  iSDeonvea- 
M  d'attibo8  ot  sexos,  pela  inaior  part^  be- 

nedietiÉos  e  cruzlos.   * 

«^  -  •  ♦ 

0'sr.paApe  MaÀnd^José  Martins  Gápdla^ 
paroch&«noemmMidadi>  dl»  6.  Pvyoda^ar- 
váMMira,  emTerraá  de  Bouro,  e  kctnslmente 
dfoadexde  Paini&elia,  em  Cabeceiras  de  Bas* 
to,  Cailattdo'  doesta  provinda,  diz  a  pag.  1)5 
do  semanarlé  Voai 4o  Douifo^o  seguinte: 

«Que  formosa,  quo  poética  não  é  á  pro- 
vinda do  MNdiot  Gonv  Justíssimos  titules 
se  ihe  chama  ô  jafdim  de  Ponni^al,  e  edm 
moita  ratão*  coUocaram  os  antigos  n'eêta 
bella  região,  os  seus  Compôs  Blysws. 

«Que  outra  paiz^  mundo  aprasentará 
simnltaneamente,  avista  do  viajante  encan- 
tado; campos  mais  feneis^  prados  mais  ver- 
des, moátenhas,  rochedos  e  penedias  maia 
pittorescas;  vilfos,  ddades  e  aldeias,  mala 
bonitas  e  sauda^veís,  o  i^ios  mais  poetica- 
mente formosos?! 

•Quem.nã»  viu  o  rio  Unho,  deslísando- 
sé  ptaeMo  e-  seiMo,  por  entre  campos  de 
etérea  verdura»  eiíeaitilhades  em  serras  ^ 
montes,  já  eôberios  de  frondosas  arvores» 
já  eiriçados  d*alcantiladas  penedias,  tendo 
ao  sopé  lindais  aldeiiis  e  víltas.  Beijando 
com  suas  ágtías  d*anit,  já  fortafozas,  ou- 
tr^ora  formidáveis,  como  as  dè  Monção,  Va- 
lença, Yilla  Nova  da  Cerveira  e  Caminha; 
Já  pequenos  reductos  e  fortins,  como  os  de 
Lapella,  S,  Pedro  da  Torre,  Lovelhe  e  La- 
nheílas. . 

« Quem  não  viu  o  Tormos{s8imo  Lima,  com 
suas  pondes  torreadas,  suas  margens  sem- 
pre coWtas,de  esmeralda,  seus  arvoredps 
frondosos,  seus.  campos  íeradsaimoSy  sufi 
viUaj^  d^Udosas»  seus  (^stellos  memo^av^iB, 
seua  paços  aristpçraticos,  suas  jegrejaa  go- 
thicas,  com  seus  esguios  campanários  a 
surdirem,  por  entve^  afíoábagem ;  suas  al- 
deiaai  íáeatendapdo>fle  pregasçeaas^Ba  pU- 
nidiV  já>  onanéndorie  sobre  os  aleantb, 
como  ninhoft  d'agiiiasv 

«Quem  não  viu  a  extensa  veiga,  sempre 
cobertt  doteana  M  míHmvaei,  que  ae'«b- 
tende  é^VlmmaaCaminln,  termlnasido  ao 
O.  peloMbaa» A^atttiee,  e «o E.  por seÉ- 
ra§  e  oiitefros. 


•    •    X 


iSlÈô 


'^-■f  n 


«bes;  com  as  suas  tra4ÍQ9^4uaiaiiMMíl> 
«com  o  seuBiagestoaissimo  Saactoario ;  com 

./i49  BagH?7eirpt;  Bi||i|o,^qo«i»igifej9iiifAiCitAa 
.  «^Ça^Urna;  »s  .flanr«»  4e  íUi||a,|M(ífiie.i4a 
«A'0Ç{^  ,€9m.s«Da  JipwM^  iagr^iM^.«}#BM 
.  Al^Qbas.iAae^&aivâú. .. 

ciib0|»(a\» 

X<sniHQQ  CM»-  lartigç  iqoqi  #«  jpfnoaMma 
.p0«|jbi  d»  «ff.  Sebas|iã9  Pfir4yMra.tfa  iCiiiiha, 
. (Uho  da  00990 ek^Mt^ 4piQ9M(tor .auM^ctoso 
iPOftt^.tp  «c*  Aiiioaíp  P^rew  A»  fifuibiwe 
^Mlp  d<^  «pr.  eoQda  A» 


ÕMiiiIio 

SpJp  4}ei>lé w^  .  ando  a  ■  vidi^  atoftç^u 
Com iteriu^iraça,  otcaaiaoteipo.MiAâr I 

.01*  patllíanitoba4e.»imii|tad(»  amori. 
- 

Qaero  ^antar-rte,  eoipo  ^  râl^,  ^lUientQ, 
C^Ut»,p)aofpofa,  oa  atricaoou  cem,     . 
.  iC^mp  eUa  j^^lr^  ao  aeu  dia^ote  rOioibPy 
.  Aipíro^  ^  Míobo,  sm^  4Urac(>voa  .(#aa. 

Amo  os  tens  campos  jcom  períames  vai^os. 
Verdes  sacrários  de  um  constante  abril; 
Amo  os  tens  montes  coliossaes  d'á1tara, 
"E  a  luz,  lao  pui^a,  do  ten  ceu  d*aânil. 

'  Veias  de  prata,  em  teu  fèetrnd»  èeHò, 
Passam- te  em  meto  lios,  nSt)  eaiídaes ; 
i;d*entre  a!(  flores,  ^eotèvebSo  trttkriKieem, 
CHdâdes  crescem,  qtie  não  teèm  ritates. 

•firafa,  a  prtaosíBa  d»  noou  lám, 
Virnide  asseara  aioda'4«iiM9fit«*«ié'; 
X^eterra  ás  navens^m^^iMMIi  de^gloiifty 
A  nobre  bistoria,  de  que-bardelna  é. 


%      r 


B  4eoi  por  eof Ãa  4e  KpjMiltnrii  Knta, 
A  Virgem  sancta  do  Samelr^i  d  a  Cm,, 


'Mm 

rAfiw^^a^MtftJMWil^-Aoriíiiff,^    • 
Faustoa  yestidos,  com  doira^^ip}    . 

:RMjMiqilii$es  noia  SdahutrfidMii,, 

Ane  dix^  aa^nuwdo,  :«pa  deixNíV^^Ãvinpi 
^QifuiiD  bei^  do.4ikaiQr  .dps  nía^ 

Gai9Muk  Ar|i  jp^l«4y)aiiiah^m^^ 
S^  PíMa  «nrelia  do  «ipjwnoao  lair. 
Monsão  eoTolta  nas  8epi%mii;aibai^ 
jCoiHa^as  hatalhap nnftiqgrwi ganliiy.  . 


VíUa  dos  Arcos,  4|i]a«a.«in9i^4eiMas  ^ 
DiêiHiN^ititfci^las^  qod  deUciaatdào.. 
aaripelt^f^iFRc^  adoroi^d^  m^emiita 
Sobre  as  alfombras  do  vioeiíid  abâQj 

BMuL  fje.fi^e^,  Jioa  ^  b^eaeara  ^MPámi, 
p^me^^oJbimiiyigike  ide4  Uiéa; 
l^iagAs  o^i^ypi^  .a  retractar  a  face 
K'4g9a,  iV9A  mscç^  ^  guo  te-eomo  vt^t 

Vianna...  foge  ao  inoessant^^beycir 
Obo^-o  IMo»,  iMiio  AJba  teat^  4epôr ; 
£  da  montanha  na  outiBriut  iODOoitj^ 
Lá  86iTa(Bostii  ,q^  geQtU  pndAr» 

EãtSO^.^aspeito,  |>orqae  son  teu  filbo, 
È  <^m  teu  brilho  não  direi  jamais. 
Qae  o  diga  qoem,  ao  respirar-te  os  imi 
Te  entrou,  nos  bres.e  passeou  ten  eáes. 

í^cílo  d^ehlSto,  onde  i  Tida  abraça, 
Com  tema  graça,  o  castanheiro  em  flôrí 
Abrè-me  o  seio,  em  qnè  Um  vergel  seapiA 
(f  pátria  tnínha  de  eneantá&o  amort 

VlãAtta,  M  Se  JnAe  de  M^4: 

.  .JHHKHQffM»  ifrega»|Mi,yeir4^n,» 

Jlíjiími«»a4a  <^iMrd«i  S^ 
.Ml/oips^ 

PfMtt&MoIlMiffta.   i 

Bispado  e  diatriM»  .#4taM|iratN  ^ 


EsU  freguezia é  compcj^^Tm^^m  ÍP,W^^ 
agradável,  a  4  kji|<^p^fr.9^,4a  Boa^rgem  dipeji(a 

voaçao  do  Mínhooal  çsteye  pripieirapBii^ 

^q,  sUip  t^je -di^noiDipa^  Quinta  dfi  ^  <foão, 

propriedade  perteneeptç^o  sr.  ^Atonio  V^l* 

;jg^),,e  ^iz-aç  gjje  fi  |xan5feRirw  pqr  causado 
^ijim^  epidi^â,  ou  praga  de  lorpi^g^  ,fq;^e 
alli  se  tomara  iosapportavel. . 
.  .  Ao  W^9  m}iW  W  «tfrUíVe  ^  Wd#nça 
.j^p  PWP?,  ninjfc^  |W)vp3,.(]59  ^psao  p9Í^m 

formigas  nao  a^sIls^lp,  i^eip  fytfiffi  /xi^r 
mais  niDgaem.  )f  vid^r^  cqo^id^ayeJiiapDte 
as  condições  ci^a^rjiças  ^  JtoQtigii^L 

^  lij;94iMJç5p^  íprjinçjpw  d'^ta  írwie- 
,zíí,  ^0 :  yiçjip  ^  pjelhpr  4p  í!opdéí|[9). 
azeite,  trigp,  çfafji^^m^     ^bi^^fí^. 

Ires  e.^ic^— ji  4p  ^.  Çjti,rystoYíM)  Op  MqUo 
Cardoso  Telles  Sampaio,  na^2^  A*^^l»  ^' 
j(fU  íí  sr-s*  D.  ^i9^  A^  P^iflfaç^Mí  Corte 

JU^V'  ^  jCnigffpii^^  dê  Vinho, jio.jcqnçelbo  4e 
iÇpqy^ili,^  ft^j)  »T.  ^ptppip  V#)9p;  d?.Ç.Q9- 

,,to  4rjgi|SM>,  dp9.Jpppa«8,  tio  .^s  ar3.  :^yr*es 
ilerveira^»  4^  ír^^.e?;ia  4^  ye^uiteUa,  ^ej»te 
«oneelho  de  Celorico,  e.jig^^fptp/;^^  da 
quinta  da  Cernad^  pf  n^m^p^e  Vonzél^ 
k  qWÍte  <5fW  a  fr.-  p.  Jo^nna  SçQilj»  de 
^ptp^  ÇQi;le  Rç4  ^tp^aa  4qyiMw^fto 
concelho  4e  &  Joào  da  Pes(|aeir^  4^|ia  1|9- 

íjí*tíffí  dô  AnUWà^pÇv4oao  4e.  Serpi  4a/re- 
jpaçíia  49  flraç^,  n'estó  cca^c^l^p  dç  Ç^to- 
rico,  coronel  qae  foi  do  ref^QP^ip  4^  ^^^' 
i^f^  4A  'Sr;ipcp9P,  A  4fl  j?i>*Wi  J<^iíi4ej^r- 
f^Çqrip  JMI,  4q  ViHa^,  PK9^m  9¥m; 
te  do  fallecido  visc9n4e  de  QQPfiii, 

^     l-fWíJltt4?  SxH^'9»4f  yiniidp  ^  pi^de, 

«su  fregaezia  jfif^tífo  f^\T^  W^  JbW  M' 


>*«íí 


m 


lita^a  administração  de  sados  .caaafis  une 
possaem  nas  circamvisinhanças. 

m  «W  ,fia»i  ipdíi.pvlW5e.^ie«lrju^fft 

ppftQ,^  Ai;|.  .^ilí«e?,  íft  Çe4ft?w»;  .0»- 

fios,  4p.}:^R^gp^  ffW>W  ?»*  4e44ní*- 

f:^;  ^Qjj^re.de4brei},4^jRQr|í<3líB4'At89- 
4i:ea;  fípp^e  4^  yav^e4/B;  4e  Xrailfipsqi.e^es- 

ftlfnb^gf^dor,i09í6  Jíp^qujipjií^ope^  ^e^c^^l^s 

.çppceího  4q  J^^9p;  .tçndp.wii4a,íiqgi  pfg^- 

.^9s  de  iinp(yrt;^Dpia  p  cabMJiP  M^  Yi^if^Oi 

P  clirn^  4>§l^  .fre<5ie«^í Aen^p W4íVP*« 
j^ç^cp  ^^day^.  ,p^  <|n<3  p  rihçica,  AUp^^ 
HiiphQp^  We  ps^sfi  AO  Xi:|p4o  |4*/99ta,(i;f^- 
zia,  é  mnito  plano,  e  no  ve^  4^Í3c^<WttÍÍa 

4..in4«i^ria.  jprií^ejypfa  4:ea^.fr^o«i^,|é 
p  i^br^co  i^  ,telb^  d^-^^^peill^^i^f^- 

Ha  aqni  seis  fomos  que  Bbi^fA^^flf^^- 
M^  ^tsmjAàffix^  ^.j[egp^,49.4i|*an- 

fi29^  jk^mp  d'iflní  a,  ^^  wl  *  fl»ac. 
il4it^^49  (W«ri(K);^Ti;i«HHW».^Ov4í^<5flí^ 

E^ta,  j^^«$ifk  Al^  /ç^U9>^i,irt«8;;M)Çj:«pi 
WUlo  ^teiio^ 4^ifW* m WW Pf "ito 
forçado  para  p^w^pitq^  .^p  .<|^  ,r^i^  flf  4Í- 

rítów  ap  wpiío  4p  ww  mh  w  xw-^^^r- 

^  (^{po  sp<M5ç4e^  çpp  >  iJ^y^  4p>  Uw 

f^ff,  .^np  |ip4o  R9?  ^S^i  ^q^earaín^^díp- 
.  :|ippp|ÍJE9Hr^|WZi^  1^ 

de  Braj3i,  ?ÍÇ  ,ap  JN,  *5^JWsl^  í W  ^p^. 

J^(pÍ7P7*ipl»#l9|[«- 
Orago  o  Salvadpfr       , 
A)|p*^llí^p.e,,4^lfifif9,?4p^i^^^^^  de 

A  ji^i^a  s^ij^nt^vfi  p  fflí^w,  OT«  fW^ 

íW*PPQrtiií.o|é4'<^«ir.   . 
1*/^  pppujP^4^  4a  pi:4m  4o  3;^Wil9«.f^ 

^344,  ^  4*  QF4flW  4e  Çlvwí^  .4í^*í  A^W, 
Minhotãe$ji]íf(^  M>i(j(í9  j^fftiigpe^.i|i|l[PÍMl- 


â40 


IflN 


tm  otitras  paires  chamam  milhano,  ou  mi* 
Ihafre.) 

MINHOTO  oa  MraTB-ltOIBdtO— serra, 
Bdra  Baixa,  na  freguezia  de  Gernacbe  do 
Bomjardim,  eomarca  e  concelho  da-certaa, 
no  gi^ò  priorado  do  Grato  (patriarchado), 
districto  admioistratívode  Caatello  Branco. 

Entre  as  serras  qáe  de  ambas  as  margens 
cercam  o  riò  Zêzere,  se  eleva  o  monte  BK- 
iM5\o.  È  ínuito  alto  e  coberto  em  grande 
parte  de  penhascos  gigantescos,  e  ínaito  in- 
greme  e  despenhado,  para  o  iado  do  Zésere. 

Sobre  um  dos  rochedos  d'este  monte,  está 
a  capella  de  Nossa  Senhora  da  Rstrella.  É 
imico  antiga,  e  foi  edificada  n*este  sítio, 
quando  aqni  apparecen  a  imagem  da  San- 
tiÉ^ima  Virgem* 

Affirma-sd  que  em  nma  grau,  oa  caverna 
qne  está  junto  da  ermida,  fora  a  santa  ima- 
gem descoberta  por  ons  pastores^  em  tem- 
pos  remotos. 

A  ermida  ó  grande,  com  altar-mór  e  dois 
lateraes,  mas  estes  estão  desornados  e  sem 
imagens. 

Tem  nm  alpendre,  e  jtmto  á  capella-mór, 
estão  seis  pequenas  casas,  parai  habitaçib 
do  eremitão  (qaando  o  tinlia)  e  para  reco- 
Hier  os  romeiros.  Está  tndo  em  minas. 

Perto  do  templo  ha  mm  poço,  de  bôa  aiíoa 
potável,  e  nma  fonte  perenne. 

Também  aqui  havia  dois  grandes  sobrei- 
ros, tão  antigos  como  a  egreja,  e  qne,  se- 
gundo a  tradição,  davam  uma  espécie  de 
contas  pretas,  que  moidas  e  bebidas»  cria  o 
povO"  que  curavam  muitas  enfermidades. 
Gessaram  de  dar  frneto,  quando  o  eremitio 
o  principiou  a  véoder  aos  romeiros. 

Junto  á  casa  do  eremitão,  tinha  este  uma 
pequena  cerca  cultivada. 

Unidas  ao  templo,  estão  asruinas  á»  an- 
tigos edificíos»  e  d*esse  lado,  na  egreja,  uoia 
porta  tapada  de  pedra  e  cai.  È  tradição  que 
era  um  hospício  Ibitiflèado,  dos  templários, 
•  tambéin^e  diz  que  estas  ruínas  são  o  r6sto 
de  um  convento  de  monges  bêtteéieãnos, 
que  foi  destruído  pelos  árabes,  no  secub  IX. 
É  certo  que  a  grandeza  úò  tempb  indica  ter 
aldb  egreja^  álgilm  ihdsiefro. 
' ^  Os proviseres do grãopiioilLdo do GrM, 
é  que  api^scoitavam  os  eremitães  de  Nossa 


Mie 

Senhora  da  Estrala,  e  Ih^  davam  Ifeettt» 
para  pedirem  esmola  por  aqueiies  eomor- 
nos,  para  o  seu  sustento,  pois  não  linliafli 
outros  rendimentos. 

Teve  uma  confraria  de  Santo  André,  eon 
capellão  que  vintia  aqui  dizer  missa  nos  do- 
mingos e  dias  sanctíficados. 

Fica  esta  egreja  a  8  kilometros  da  de  1 
Sebastião,  matriz  da  fregueda,  e  dlatáms 
1:000  metros  do  povoado. 

A  ibiagem  da  Seolidra,  é  de  pedra,  e  és 
meio  metro  de  altura. 

Poi  objecto  de  muita  áò^o^,  dos  pow 
d^esu  freguezia  e  Immediatas ;  mas  a 
crença,  ou  a  índliferença,  tem  causado  o 
firiameoto  d'esta  lèvoção  e  o  atMindono  4k 
sanctuario.  * 

moiU— freguezia.  Beira  Alta,  eonee&i 
de  Sattam,  comarca,  bispado  e  distrido  afr 
ministrativo  e  18  kilometros  de  Tiseo,  911 
ao  N.  de  Lisboa,  310  fogos. 
'  Em  1757  tinha  171  fogos. 

Orago  S.  Pedro,  apostoío. 

O  vigário  da  villa  da  Egreja;  apresobR 
o  cura,  que  tinha  12if  000  réis  de  cobgm% 
o  pé  d'aitar.  È  tdrTa  muito  fértil. 

P  nome  doesta  freguezia,  é  6omipç3iià 
palavra  árabe  tnaótno— que  significar— afa- 
gada, inlmdada. 

'  MIOMiESoulinnitiEt-fregnezfa^lW- 
ra  Alta,  comarca  e  concelho  de  Rezende  ^ 
tigo  concelho  de  Arégos),  24  kilometros  aO 
de  Lamego,  353  ao  N.  de  Lièboa,  60  a  K.  dl 
Porto,  bispado  de  Lamego,  districto  adiai- 
nistratívo  dé  Viseu. 

Drago  S.  João  BiiptistSi. 

O  abbade,  collado,  era  apresentado  peb 
ordinário,  que  tinha  550^000  réis  de  rendi- 
mento annual. 

É  Uma  f]*eguezia  fertilisshna  em  íaâm  m 
fructos  do  nosso  paiz,  e  cria  mtiíto  gado  ét 
toda  a  qualidade. 

fistátítuada  a  91ik)metros  ao&  da 
gém  esquerda  do  Douro,  em  terreno 
te  aceidentado. 

fia  aqui  as  minas  de  um  ântiqoissfai» 
eastelTd,  chamado  de  8.  hlfá.  Mo  eeattio  * 
retinto  d'está  fbruteza,  est&  um  pêaMi  #^ 
gantesco,  què  é  uma  anta  céltica»  das 
res  que  existem  n^este  reliio.   • 


Ba  tambein  no  castello  um  baraeo,  que 
'diiem  ser  ooui  galeria  snbierraoea,  por  onde 
08  mouros  hiam  ter  ao,  rio  Douro. 

Ha  n*esta  f reguezia  dua»  bôaa  feiras,  a  S 
^  16  de  cada  mez. 

MimàeSf  no'  antigo  portaguez,  significa— 
terra  .doa  lagos,  das  lagoas,  dos  pântanos, 
«tc^Yide  iÊiâma. 

XlRA  ou  ODEMlRA— rio,  Algarve  e  Alem- 
tejo,  nasce  na  fregnezia  de  S.  fiamabé,  em 
um  siti«  da  serra  do  Algarve,  chamado  Cu- 
meada  dos,  Cançados»  Depm  de  receber  al- 
guns pequenos  ribeiros,  passa  pela  viilá  de 
Odemira  e  desagua,  no  mar»  próximo  .de 
Yilla  Nova  de  Mil  Fontes.  Béga,  móe  e  traz 
peixe.  Vide  Odemira,  villa. 

MlRA— (lagoa  de)— Vide  Arão. 

MlRA— viiia.  Douro»  cabeça  do  concelho 
•do  seu  nome,  comarca  de  Cantanhede,  i5 
kilometros  ao  S.  de  Aveiro,  24  ao  O.  de  Goim* 
bra,  240  ao  N.  de  Lisboa,  1:700  fogos. 

£m  1757  tinha  679  fogos. 

Orago  S.  Thomó,  apostolo. 

Bispado  de  Aveiro,  districto  administra- 
tivo de  Coimbra. 

O  prior  de  Santa  Cruz  de  Coimbra,  apre- 
sentava o  vigário»  que  tinha  300^000  réis  de 
rendimento  annual.  . 

O  concelho  de  Ifíra,  é  compesto  das  fre- 
guezias  de  S.  Salvador  do  Covão  do  Lobo,  e 
S.  Thomó  de  Mira,  e  tem  2:300  fogos. 

Foi  da  comarca  da  Anadia. 

São  pescadores  a  maior  parte  dos  habi- 
tantes d*esta  freguezia — que  está  situada 
perto  da  primittiva  barra  de  Aveiro,  a  3  ki- 
lometros do  Oceano. 

A  villa  compõe-se  de  uma  s6  rua,  com 
mais  de  1  kilometro  de  comprimento,  e  al- 
gumas pequenas  travessas. 

As  casas  são  ordinárias— as  melhores,  são 
as  da  camará. 

É  terra  muito  fertiL 

As  cheias  do  rio  Vouga,  em  novembro  de 
1852,  trouxeram  grande  quantidade  de  ra- 
tazanas mortas,  e  ainda  maior,  de  cobras  vi- 
vas. 

Só  na  costa  d*est;i  villa,  appareceram  mais 
áe  15:000,  algumas  de  3  Vs  metros  de  com- 
prido. 

£  povoação  muito  imtiga,  é  Já  existia  no 


IIÍB 


au 


tempo  dos  árabes,  que  lhe  deram  o  nome 
actual.  É  mesmo  provável  que  fosse  povoa* 
ção  romana. 

Os  Tavaves,  eram  alcaides-móres  de  Mira. 
Para  o  appellido  Tavares,  vide  Assumar, 
Faro  e  Fronteira, 

Dizem  alguns^  que  D.  Manuel  lhe  deu  fo- 
ral, em  Lisboa«a27  de  agosto  de  1514;  ms 
não  é.  verdade.  Esjte  foral  ó  o  da  Mii^qi,  se- 
guinte. I^ão  me  oçnsta  que  tivesse  foral  ve- 
lho ;  pelo  menos  Franklim  nao  o  menciona. 
Na  doação  que  o  conde  D.  Raymundo  fez 
aos  novos  povoadores  de  Monte  Mór  Velho, 
em  fevereiro  de  1095,  se  dbmeia  particular- 
mente Zo/^ma  GodjfiA^,  a  quem  dá  e  concede 
a  villa  de  Mira,  com  todoa  os  seus  termos, 
e  um  moinho  que  está  Junto  á  fonte  de  Ca- 
raJbôi—^qm  omnia  us^ue  m  hodiemum  diem 
m  atondcs  et  presmo  tenuU,  (Doe.  de  Santa. 
Cruz  de  Coimbra.) 

Àtondo  era  o  direito  de  rotear, 
romper  e  cultivar  algum  terreno 
inculU);  não  o  podendo  poróm 
dar,  doar,  trocar,  ou  vender— 
isto  ó— sendo  um  mero  usufru^ 
ctnario.  Tinha  pois  Zaléma,  as 
terras  de  S.  Thomó  de  Mira,  só 
para  as  romper  e  arrotear,  e  só 
pela  doação  do  conde,  ficou  lo- 
grando a  propriedade  e  senhorio. 
Este  Zaléma  Godinho,  fundou  a  egreja  de 
S.  Thomó  de  Mira,  onde  seu  filho,  Godinho 
Zaléma,  foi  o  primeiro  parocho,  e  depois, 
um  dos  primeiros  cónegos  regrantes,. de 
Santa  Cruz  de  Coimbra,  a  cujo  convento 
uniu  a  £ua  egreja  de  Mira. 

Foi  depois,  bispo  de  Lamego,  e,  renun* 
ciando  o  bispado,  se  recolheu  ao  mosteiro 
de  Grijó  (da  sua  ordem)  onde  morreu  e  foi 
sepultado. 

Mira  é  corrupção  da  palavra  árabe  Mir, 
eu  Emir.  É  nome  appellativo  de  príncipe, 
chefe^  senhor,  e  governador.  Também  denota 
honra  e  nobreza  de  sangue  rpal.  Vem  a  ser 
^^povoação  do  Senhor, 

MÍRA— (lagoa  de)— Douro — está  esta  la- 
gi&a  situada  j[5  kilometros  ao  S.  da  barra 
de  Aveiro,  e  a  egual  distancia,  ao  N.,  da  da 
Figuein,  no  litoral. 

£  preciso  notar,  que  na  fcú^^ 


^1^ 


mi^ 


gtféiir  d'AySo*  (líttíltojrciÒnYíiftíri 
é'  áb'  O!  (te^^âlençà,  tatttbem  ba^ 
nma'  lagoa  chamada  <fò^Jtfi^âi  otb 

íSíÇ'  cdi.  !•>;  èo -fyvòiiy 

MlRA  (lagoa  de)  — Extremiadtii*a.— Viâb 
Jfínàè  e  Jfíra  (Sèvhorá  dó*  Amparo. 

MSRA^fregtiezia,  Ekttemádtirá,  coma^ita 
e  coihjettiò  d*' Porto  de  Mói,  30'tólométròsf' 
de  Leiria,  120  ao  17.  dé  Lisboa,  fSd  fogt)S. 

Càf  i?57  tidtla^  190  fògo^. 

Oi^ágò  IVofisa  âènliofa  do  Ataat)a^.) 

Bt^f/ado  e  dístrieto  admbíisvrativo  dé 
LeiHá.  * 

O  piòTò  a^pfresrentílta  o  cura,  «jqô  tihba'  dé 
rêktdtmento  701000  réis  e  o  pé'd'alàtr: 

Ssta^  aldeia  pértetlefa  á  fr^^ezia  de  Min- 
de; dà  (}ual  fbi  desmembrada  para  formar 
f^gtiezia'  iúdependente,  no  âm  da  seenlò 
XVII,  ou  principio  do  XVIÍI. 

O  (pie  se  sabe  com  certífza,  é  qne,  em 
1726,  jâ  era  íl'e^ezia,  como  adiante  se  verá. 

No  logar  da  actual  matrli:,  jã  havia  uma 
capelta  muito  antiga,  dedicada  a  Nossa  Se- 
nhora do  Amparo,  quiB  foi  ampliada,  para 
servir  de  egrejá  parochiai.  Nd  seu  frontes- 
picio  se  vé  esta  inscripçSo : 

17S0.  EStA  OBRA  VEZ!  SS, 
SENDO  CUBA,'  FRANCISCO  MJ^^DES  DA  CRUZ, 
'  JtJIZ,  ANTÓNIO  DA  CRUZ, 
S  PROCURADOR,  JOSÉ  LOPBS. 

Para  a  lagoa  de-Uira  ou  de  Minde,  vide 
tttnde, 

MIRAGAIA— fregueziâ,  Extremadura,  co- 
marca dff  Torres  Vedras,  concelho  da  LoU- 
rínhan.  Vide  Francos  (a  dos)  <m  Miragaia^ 
na  col.  2.*  da  pag.  Í27,  do  3.»  vol.  jfVldtí 
também  Lourinhan. 

MIRAGAIA  —  freguezia.  Douro,  concelho 
(bairro  Occidental)  e  comarca  (3.*  vara)  da 
cidade  do  Porto,  da  qiial  é  uma  parte  inte- 
grante ;  pertencendo  portanto  ao  seu  bispa- 
do e  districto  administrativo. 

Tem  por  orago,  S.  Pedro,  apostolo. 

A^mitra  apresentava  o  ábbàde^  que  tinha 
240(0000  réis  de  rendimento  annual. 

Tinha  esta  freguezia,  em  1757,  apenas  4dl' 
fogos.  . 


i^M'  rata  fa!^  dó'^hitoiiai 
ardgò  âbextèiiíátréolllònâerw- 
boa,  resò1Vifát^'dé^lgúitíáiflMi' 
gúe%ía3  doesta  d^áe;  airtf gorte- 
parados  e  indepêúdéiltés,  eòkha' 
já  fiz  dê-  úe^éitu  e  mmm, 
Jttlgó  ser  isto  menos  aBòítdeiioí 
para  os  leitores'. 

Contínuo^ pots'  cõm  o  ((ttélts- 
pèiâ  á  ema  tr^gnetík. 

;  Seguhdo  o  iHiiêràírià  de^  AiaâifUno'  2^ 
(edição  corrbcta  dePariy  e  Pífidfer-Bferllií 
18ÍÍ8)  etistia  na  margetn  dirdta  do  Ooitfí 
iuma  povoaçllo;  dè  pequena  impbrúiiieia,  dè 
no^e  Caiu— qne  qliér  dizísr'—  déttòmislÊ 
Gaya— era  a  priméUa  pfotisaâa  dós  qttrTi- 
nham  de  Bracara  Angustta,  b  ^c(dirig1aoiil|ie' 
la  estrada  militar  parao  std:  éhegavaini 
Calle;  embarcavam  nòpmiiSf  e  segninâoii 
nascente  dò  castèlto  dè  Gaya;  caminhavioí 
para  Lanoobrica  (Peirá)  Talabricà  (Avleiro) 
£minium  (Aguedá)  etc. 

Nãoé  duvidoso  que  Cattetòs^  aiHoMa 
Gaya,  como  afflrma  por  exemplo  A^goirtílilií) 
Rebello  da  Costa.  Neste  tempo  não  exístíi 
ainda  o  Porto,  que  nasceu  deptiis,'qtú]iib 
Ataces  andava  em  guerra  cpm  os  snevoi; 
estes  edificaram  o  castello,  nuòleoda pos- 
terior cidade,  ho  logár  mais  elevado,  dito 
Penaventosa,  e  onde  hoje  é  a  Sé.  Ê  tambefli 
obvio  que  a  Calte,  lògar  de  descanço,  mar- 
cã^do  no  Itinerária  de  AiMúninOy  fosse  u 
margem  direita  do  rio,  visto  ser  natoral  # 
os  passageiros  repenicassem  antes  do  em' 
barque,  mesmo  porque  os  meios  de  trans- 
porte não  estavam  sempre  promptos,  tm 
seriam  muitos :  e  dizemos  que  este  logar  de 
descanço  era  na  margem  direita,  porqQds 
via  militar  marchava  do  N.  paira  o  S.  Â# 
la-notOy  de  que  falia  o  Canon  Itrãò  coad- 
lio  de  Lugo  (annos  de  Ghristó  de  568)  etii 
antiga  Calle,  burgo  fora  dos  muros  da  d* 
dade  Fesiobole  —  porto  chão.  Ga^a,  dift  » 
castello  antigo  dos  romanos,  pertencia  á  ea- 
thedral  de  Coiíhbra,  como  se  vé  do  Caihní 
V  do  citado  concílio,  que  trata  dá  diviâ» 
dò  território  da  sé  conimbricense. 

Depois  da  derrota  dos  godos  na  grâDiHf 
batalha  do  Gnadalete,  (7Í3)  a  peMhsuliHlttis 


mnf 


m6i 


MÔ^ 


xoêv  pasflOQ  fto  domiitío  dòs  árabes,  e  por 
esm  tetepe  féram  b  eMMlIò^  éto^  FbHb  &  o' 
bta^^, Httazàâbs: AííUla uma,  i«l(y é^-a^ an^ 
\igie  CúXlè\  sofflreti  próvavefmeiite  o  meiínò  - 
destino,  apesar  de  que,  se  é  certo'  o  sal^^O' 
oMMtieto  féito^^m75B>por  Abdiel^Azis,  ar  fa- 
vor^ do  mosteíror  de  Gedofèi€a,  m}b  còWO- 
abrangia  parte  de-  Miragaia'  fliòo>^b!qtfe, 
Baiidefritihá);  e  ítei  iúeiltfiiíâb  per  Itkéedò* 
mtiPo,  rei  tm^  Sbevos,  eiilr  Ma  de  Cbi^átb; 

Hàa^netar  t}ãe  n^iima  das  itttas^er  áòs 
aitd^d,  ellèfl  se  insfaiàram  tambenr'  ém 
IffrâfajfH,  >ist0qaeo'esfab^eiitiei»to  d^baí» 
niiídd,  que  aqni  benve»  só'àqilelies  poros  se- 
pMe-  attribufr.  Quando  péréth  se  eontnit^ 
ràifi  os  banhos,  vSití  o  podetnos^determinar; 
ià«9*é'eem  qae  pósteríormehteaoseixes- 
taKèlecfttièttto;  erhtte  mu  documento,  dè^ 
iSBI;  qbe  é  cm  aeoordo  entre  o  bbpo  e  o' 
concelho,  no,  qoal^ieste^se  obtiga  a  restaurar 
ofMbanbos,  caldeiras  e  perienoes,  no 'sitio  da 
ItHnkbta,  oa  rocio,  abatxoda  Gividáde,  fi- 
cando os  rendimentos  pertencendo,  inetad^ 
ao  bispo. 

Aitida  como  eommemoraçib  aos  banhos, 
d^^  origem  árabe,  existiam  ha  pouco  tempo 
— b  Postigo  dosàan/hs  e  a  Rua  dos  Banhos, 
qu^  desappareceram  pelamodérnavabertura 
da  rua  Nova  da  Alfandega.  A  Múnhotu  era 
contigua  à  rua  do  Forno  Velho,  junto  ao 
lio,  e"  pâralMa  a  elle.  Ainda  hí  outras  ruas, 
q«é  eoDítervam  lionês  commemoniiivos,taes 
ceata^Rua  doá  Judeus— Monte  dos  Judeni 
—asseadas  dos  Jtiâeus,mattfflôstamefnteamè« 
rioreB  a  i49fr,  anno  em  que  D.  Hánnel  osr< 

expulsou  do  reino. 

' .  '• 

Efhquantò  á  antiguidade  dá  parochia,  ha 
quem  a  remonte  aos  primeiros  annos'  do 
christianismo.  Na  parte  externa' dá  actual 
eg^èjà,  Miás  de  eònstrucçao  moderna,  existe 
m&a'  inscrípçló,  também  moderna,  em  qne 
se  1é  o  segttfote : 

«Prima  cathedl*afísfóeIthaec.B!á8ilfus;ob 
egitl'qnampeâibtis  sanus,  condfídít  fnde  Pè- 
tM:— fiètà  {ó\  a  primeira  cathédral  do  Por^' 
\».'  9.  Basílio,  apenas  se  riu  ^ò^dtts  pés,  a* 
eméeu,  e'  por*  aqttelle  ínotito  a  dèd^ioiíí  a 


Síite^  a  BásHtÒ,  dit  ôf  Iffiârrjrròlógio.  níor^' 
reU'  no  antío  de*  57*,  e  tio  úattaè^o  dôs  'blsi^* 
poá  dòFbrco df^serter elfosidi^^  primeiro' 
d^edtá  dfdlsesej  Ora  ocastèlR)  de  Pena-Ven<- 
tos«  (Sé^té!'edlfl<5ad([^;  como  já  fi^  dito,  UTe^*' 
los^úe^os;  aúòmi\b  Vl^i^só  postèriormenteé- 
que'  se  etÍMeou'«  cidádé;  em  torntt'  a  essé^ 
pritnilivo  liiiiêltto  dó  poVoa^o;  do  que  re- 
sulta'tíSa?  haf  erbisjiodôr  Porto  tfèstaépo- 
cha.  VSo  temos  f  ertehto  como  eetto  a  eitt-' 
ficação  da  primitiva  egrejá  durante  o  secnlO' 
I,  apesar  ák  sua*  gfánde  amiguiiadèi  'Rkl^rez 
que  a  insàip^,' traduzindo  mat  atradi!^' 
e  mterpmándò  rimi'a  lilstorfá,  queira  aOtír'^ 
mar'  qae  a  egiíejá  déS.'  Pédto  é  a  maia  aiH 
tigá  dis  do  Porto;  o  qhe' se  pôde  admretiir' 
sem  eseMpalòi  Tiâto*»er  natural  que  os  an- 
tigos habitantes'  d^íésta^  pequena  povoado; 
díátante  de  outras  importantes,  erigissem* 
modesto  tempfo  pára'  prestar  culto  ao  seu  ' 
Deus. 

Depois,  Mifagaya  em  épochas  bem  proxi"' 
mas  ainda,  estava  extramuros  dá  ddáde,  e 
é  bém'  pouco  de  presumir  que  aprimitiva' 
sé  do  POrio  fosseem  qualquer  épocha  esta- 
belecida em  ^itio  que  eslava  afastado  da  po*> 
voação  importante  desde  o  tetnpo  dos  sue- 
vos,' e  que  pela  sua*  disposição  topographfca 
tendia  a  desehvolver-se,  como  efrectivamente' 
se  desenvolveu,  emquanto  que  a  pequena 
ViUa-MúVã,  burgo  do  Portb,  eii^elle  por  en- 
tão afastado,  carecia  de  importância,  e  até 
foi'  aquelle  o  sitio  que  nos  fins  do  seculò 
XVse  julgou  atado  para  n'elle  estabelecer; 
a  povoação  judaica,  tfda  como  badtarda,  e 
para  a  quat  sempre  se  escolfetia  sitio  menos 
conveniente,  como  que  para  castigo  da  sua 
crença. 

Além  d*isso,  como  teremos  oceasião  de  vér, 
Miragaya  era  local  de  mariautes  quasi  na 
sua  totalidade;  povoação  pouco  estável,  e 
também  de  certo  a  menos  própria  para  no 
seu:  seio  abrigar  o  prelado  de  um  impor- 
tante trato  de  t^eno. 

Di2-sè  também  que,  no  primeiro  século  do 
christfinismo;  existia  em  Gãya  uma  capel-i 
linli^,  de  invocáçlú  de  S.  Marcos,  onde  3. 
Basílio,  di^eitiulo  de  S:  Paulo,  ministroa  os 
priknelròs' saeramentos  da  egrejan*estas  pa- 
l^ag^s;  e  qtte  úotahdo'  qtie^  populáç&o  ten^' 


24.4 


Wfk 


dU  a  descer  das  jhoqím  de  Gt^n^epor  faUa 
de  terreno  apropriado  oo  sopé  dos  alpestrjM 
alcaati^  ^e  passava  á  praia  froiiteira,  ondeio 
terreno  era  largo  e  espraiado,  e  qxjiejaato 
d'es8a  iNraia,  qne  4  boja  a  psodema  Mira- 
gaya»  edificara  tempjo,  mode^U)  sim,  mas 
que  se  mais  coadunava  com  as  necessida- 
des do.cuito,  e  aogmepto  da  população^  on- 
de administrava  sacramentoi^  isto  antes  de 
ir^  para  Braga,  onde  foi  preladp,  pelos  annos 
de  40  da  era  christL 

No  Catqloffo  dos  bispos  do  Porto,  de  D. 
Rodrigo  da  Cunha,  diz-se  qae  S.  Basílio  fò-. 
ra  o  primeiro  bispo  d -esta  diocese;  no  Áffior 
io(fio  Lusitano  afflrma^^e  que  dos  discípulos 
de  S,  Tbíago,  um,  natural  da  Jndéa,  ede  no- 
me Basílio,  depois  de  ter  sido  baptísado  pe- 
lo santo,  com  elle  veio  ás  Hespanhas,  onde 
ficou  com  S,  Pedro. àe  Rates,  qne  reconhe* 
cendo  n*elle  talento  para  o  ministério  da 
pregação,  o  fez  primeiro  bispo  do  Porto,  on-^ 
de  se  conservou  por  sete  annos,  até  que 
sendo  martyrisadp  S.  Pedro  de  Rates,  bispo 
de  Braga,  S.  Basilio  lhe  succedeu;  e  que  es- 
te S.  Basilio  fora  o  pobre  iileijado^  que  es- 
tando a  pedir  junto  á  porta  Spêçiosa  do  tem- 
plo dd  Jerusalém,  foi  curado  por  S.  Pedro. 

Diz  mais  o  Agiolagio^  qne  constando  em 
Hespanha  qúe  o  apostolo  das  gentes  estava 
preso  em  Roma,  os  povos  da  i^nsula  es- 
colheram a  S.  Basilio  para  ir  em  companhia 
de  Santo  Athanasio,  bispo  de  Saragoça,  e  S. 
Elpidio,  bispo  de  Toledo,  visitar  e  confor- 
tar o  santo  apostolo  na  sua  prisão,  e  offere-. 
cer-Ihe  a  coUecta  que  as  egrejas  das  Hespa- 
nhas lhe  enviavam.  Ne  Fios  5anc^orum  tam- 
bém se  diz  que  S.  Basilio  fora  o  primeiro 
bispo  do  Porto,  e  fallecéra  em  23  de  maio 
do  anno  de  60,  no  principio  da  perseguição 
ordenada  por  Nero. 

Já  dissemos  que  não  nos  parece  provável 
ter  sido  S.  Basilio  o  primeiro  bispo  do  Porto, 
pela  simples  razão  de  não  existir  o  Porto  no 
século  I;  e  as  afflr mações  dos  escriptoreç  ci- 
tados, que  se  copiaram  uns  aos  outros,  re- 
produzinde^se  e  ampliando-se,  não  mere- 
cem grande  fé  histórica,  porque  bem  sabido 
é  que,  mais  crentes  do  que  críticos,  apro- 
veitaram quantos  subsídios  eneontraram, 
sem  os  purificar  pelo  crisol  da  crítica.  Pa- 


ra  exemplo  basta  citar  D.  Rodrigo  da  Ga* 
nba,  jcaraeter  respeitável,  n^s  dotado  k 
nifoia  baa  (é,  e  que  por  maifli  de  lamm 
tem,  sido  contrariado  na*  ao»  affirmaçte 
absolutas, 

Agostinho  RebeUo  da  Costa,  um  psnii 
nmnos  crédulo,  ^z  sva  Descn^^^  da  itfi- 
fi«  io  Púrlo,  diz  ^g.  63) : 

«Preside  n*esta  só  um  bispo,  que  ó  de  Io- 
da a  diocese»  com  oitenta  mil  cruzados  ée 
renda,  ^  qne  paga  a  tei^  parte  á  patriír* 
chal  de  Lisboa.  ^  catalogo  seguinte  expo* 
nhpcom  a  brevidade  possiveU  ordem  cfarO' 
noiogica  de  todos  ps  qne  hpuyeram  n'eita 
cidade,  desde  a  sua  fúndagão  aló  ao  prescs* 
te  tempo.  H  fica  adimfido  nacofii^l 
que  S.  Basilio  0  (mtros  bispos  de  qm  o^ 
catálogos  dão  notida,  não  devem  enirmr  a'» 
te  numero  pebsraz5es  que  es^poreí,  qpuk 
faltar  da  egreja  de  Miragaya.  < 

.  «CoMSTAjyGio»  prtm^tro  bispo,  govem» 
pelos  annos  de  quinhentos  setenta  e  mm 
até  quinhentos  oitenta  e  noye,  ele.» 

No  cap.  I,  diz  o  padre  RebeUo:  «O  taÉm 
do  (roya,  em  Yilta  Nova,  foi  fundado  (d) 
pretor  romano  Cayo  LUio  para  d*e8te  «lii» 
reb^r  as  forças  de  Viriato;  e  a  cidade  di 
Porto. /bt  fundada  pelos  suevoSf  muitos  » 
eulos  depois.! 

£  em  nota: 

€  Para, abonar  esta  opinião  basta  porH* 
dos  o  eijudito  portuguez  e  bispo  IdãmtU 
sua  chroniea,  em  que  diz>  Âd  castrum  ^ 
Fovtucaleappellatur^  etce  muito  maisqssi- 
do  chama  a  Braga:  extremam  dmlatemGtl- 
lacicB,  etc. 

A  pag.  104  e  seguintes  novamente  o  ps- 
dre  RebeUo  corrobora  a  sua  opinião,  eoo 
fundamentos  não  destitqidos  de  pese  e  boa 
senso. 

lias,  admittindo  mesmo  que  a  egnjad» 
Miragaya  seja  muito  antiga,  não  se  deds 
d'ahi  que  fosse  a  primeira  sede  portno^ 
se,  e  a  invocação  do  seu  orago^  de  per  si  si 
não  ó  argumento  bastantes  para  terrse  pff 
certe  e  irrecusável  que  fos#e  S.  Basilis* 
seu  prim^o  edificador,  com  o  moiivi  A 
prestar  culto  e  homenagem,  ainda  eu  vb 
ao  santo  que  na  porta. ^p^ciosa  lhe  sarin 
08  pés.  O  padre  RebeUo  também  o  nioMn* 


IflB 

•dita,  jalgando  iBcrivel  qve  em  irida  dos  apos- 
tolas, bonvesse  qaem  consagrasse  temploá  i 
soa  memoiia,  e  que  pela  tradição  apenas 
constava  que  a  Maria  Santíssima,  S.  Thiago 
^eéieira  um  templo  em  Saragoça,  entro  o 
«▼angelista  p.  João,  na  Ásia,  e  ontro  S.  Pe- 
dro, em  Roma  (eap.  cit.  pág.  i05.) 

Sfja  como  fôr,  apesar  das  -encontradas 
opiniões,  Yé  se  qoe  a  egreja  detMiragaya  foi 
orna  das  primeiras  erigidas  n'estas  regiões» 
«mbora  nio  fosse  a  primeira  Sé. 

Nio  aífirmamos  qne  a  egreja  aetnal  este- 
ja sobre  o  terreno  da  primiltiva  edífieaçào 
attribnida  a  S.  BasiMo,  pela  disposição  do 
terreno  em  qne  assenta.  A  egreja  está  em 
terreno  poneo  snperior  ao  nivel  do  rio,  e 
nas  grandes  cbeias  ó  visitada  pelas  agnas. 

Ainda  em  1860  a  agua  cobrin  qnasi  todo 
o  pavimento  e  se  rémoven  o  Santíssimo  Sa- 
cramento para  a  capella  do  Espirito  Santo, 
a  montante  da  egreja.  Demais  sabe*se  qne 
as  agnas  se  teem  affastado  da  nossa  costa, 
«  angmentado  na  costa  froilteira,  estando 
hoje  a  deseoliertd  mnitos  terrenos  qne  em 
épocas  não  muito  remotas  eram  aneoradoi- 
ro.  Este  phenomeno  hydrographico  é  sobe- 
jamente conhecido  em  geographia  physlca. 
Posto  isto,  parece  qne  a  egreja  primittiva 
foi  em  Jogar  mais  alto  do  que  hoje  está. 

Para  corroborar  a  importabcia  qne  a 
egr^  de  Miragaya  teve,  não  esqueça  com- 
memorar  qne  n'eUa  esteve  o  corpo  do  glo* 
rioso  padroeiro  do  Porto,  o  martyr  S.  Pan- 
taleão,  que  foi  transferido  para  a  Sé,  a  12  de 
dezembro  de  1499,  por  ordem  do  bispo  qne 
era  então,  D.  Diogo  de  Sousa.  O  corpo  de  S. 
Pantaleão  estava  em  Myragaya  desde  1453, 
notando  se  que  então  a  paroehia<era  extra- 
muros da  cidade. 

Da  egreja  primittiva  não  restam  vestígios 
tendo  soffrido  successivas  modificações;  ain- 
da em  1742,  no  Catalogo  dos  bispos  do  Porto, 
ampliado  por  Aitonio  de  Sequeira  Pinto,  se 
dls  qne  o  edifieio'  se  achava  demolido  até 
aos  alicerces.' Foi  esta  a  terceira  reediflca- 
ção  de  que  ha  noticia;  mas  ainda  em  1873 
se  fizeram  importantes  reparos  na  egreja. 

O  edifieio  aetnal  não  é  dos  mais  pompo- 
sos do  Porto,  mas  está  limpo  e  aceiado,  ten- 
doHie  soalhado  o  corpo  da  agí^ja,  oide  se 

VOLUMS  V 


mm 


245 


não  faiem  enterramentos  desde  1836. 0  tem- 
plo é  de  uma  só  nave,  e  asnlejado  nas  pare- 
des. A  capella-mór  é  dê  boa  talha,  feita  em 
époeas  diversas  e  até  proveniente  de  entras 
egrejas.  A  propósito,  ha  memoria  de  que  o 
corpo  da  egreja  fora  em  tempo  revestido  em 
parte  de  ebra  de  talha,  bem  oemo  os  púl- 
pitos, mas  que  um  UluiOrado  juiz  da  confra- 
ria do  Sacramento  (já  fabriqueiro)  desgos- 
toso ao  contemplar  aquelles  dourados  esmo- ' 
recidos  pelo  tempo,  Hmpára  as  paredes  d'a- 
quelie  pejamento,  e  as  mandara  caiar,  paora 
dar  roais  luz  á  egreja.  O  vândalo  queria 
também  nãtaurar  a  capella-mór ;  mas  por 
fortuna  escaparam  a  este  génio  reformador 
os  magníficos  alto-relevos  que  a  decoram. 
Este  benemérito  juiz,  foi  também  o  mes- 
mo que,  ineommodado  pelo  sombrio  de  um 
quadro  existente  no  altar  de  Santa  Rita 
(quadro  a  óleo,  e  que  não  carece  de  mere- 
cimento), representando  a  profissão  religio- 
sa da  santa,  o  mandou  pintar  a  branco,  de 
coUal  E  o  quadro  esteve  largos  annos  as- 
sim^ até  que  juiz  menqa>  illustrado  o  man- 
dou lavar  e  restaurar,  ficando  ainda  alguma 
cousa  deteriorado. 

Além  do  altar  mór  e  do  altar  do  Santíssi- 
mo, ha  mais  na  egreja  os  de  Nossa  Senhora  do 
Carmo,  de  talha  dourada,  que  veio  da  egreja 
do  extincto  convento  de  Monchique — do  sã- 
.nhor  Jesus-de  S.  João  Evangelísta-de  Santa 
Rita— do  Senhor  da  Cana- Verde — e  Senho- 
ra do  Pranto.  A  imagem  de  maior  devoção 
é  a  do  Senhor  Jesus,  dito  de  Miragaya.  Nas 
grandes  calamidades  era  esta  imagem  leva* 
da  procissionalmente  até  á  egreja  conv^sn- 
tnal  da  Ave  Maria  (liargo  de  S.  Bento.)  Ha 
pouco  mais  ou  menos  30  annos  que  teve  lo- 
gar  a  ultima  procissão  de  penitencia  ad  pe^ 
tendem  pludam. 

Os  parochos  de  Miragaya  tiveram  em  tem- 
pos o  direito  de  aeempanhac  os  cadáveres 
dos  seus  freguezes  que  eram  sepultados  no 
mosteiro  de  Santo  António  do  Yalle  de  Pie- 
dade (margem  esquerda  de  Douro)  o  que  se 
vé  de  duas  sentenças  obtidas  contra  os  vi- 
gários de  Santa  Marioha,  uma  de  1652,  ou- 
tra de  1732,  por  quererem  contrariar  este 
costume,  e  opporem-se  a  que  os  abbadea de 

16 


246 


Wnpja  entnsMm  na  soa  vIgarUria,  sem 
làes  pedirem  líeeoça. 


A  ^grefa  de  Hfírâgaya,  de&ofmiaada  reito- 
ria  em  algODS  dOGomentoa,  fòí  da  apresen- 
tação e  collaçio  do  prelado,  que  oeeorrfa  ás 
liespézas  da  fábrica.  A  fl.  ^  de  «n  li^o 
existente  no  archivo  da  egreja,  e  eseripto 
pelo  abbade  Jaeínlho  de  Sonsa,  foHando  "dos 
usos  e  costumes  do  sen  tempo  (1640)  diz 
que  os  prelados  e  eabido  tinham  obrigação 
de  prover  esta  egreja  de  todo  o  necessário, 
sem  qne  os  abbades  nem  os  fTegaezes  tives- 
sem parte  alguma  n'essa  obrigação,  e  que 
sô  os  freguezes  tinham  a  seu  cargo  a  fabri- 
ca das  diversa^  confrarias,  cujos  capellães 
de  todas,  podiam  séiros  abbades,(querendo, 
oti  os  seus  coadjutores,  ou  quaesquer  sa- 
eerdotes  eleitos  pelos  abbades.  No  mesmo 
Ifvro  se  diz  que  os  prelados  e  cabido  da- 
vam aos  abbades  t^OOO  róis  annuaes  para 
despeza  de  residência;  «emquanto  se  não 
proverem  de  próprias,  porque  as  antigas  não 
edtão  capazes»  e  mais  — 10^^000  réis —  em 
dois  pagamentos,  um  pelo  Natal  e  outro  pe- 
lo S.  João,  sendo  duas  partes  pagas  pelo 
bispo  e  uma  pelo  cabido;  e  o  coadjutor  per- 
cebia d<ís  mesmos  senhores  e  pela  mesma 
forma  a  annualidade  de  8#00Q  réis :  e  que 
os  abbades  estavam  na  posse  da  conheoen- 
ça,  mas  que  pelas  offertas  d^ella  pagavam  ao 
cabido  i^040  réis. 

As  conhecenças  eram  20  réis  que  pagara 
cada  freguez  pela  quaresma,  e  rendia  réis 
mOOO.  Mais  tinham  os  abbades  os  dízimos 
da  freguezia  e  as  primícias  do  pão  e  vinho, 
qúe  eram  de  40—  i ;  e  pagavam  também 
premícias,  por  antigo  costume,  os  freguezes 
cpie  tiitham  fazendas  fora  da  freguezia,  mas 
que  as  grangeavam  por  si  ou  seus  familia- 
res. 

Havia  também  por  esse  tempo  grande  co- 
pia de  missas  de  legados,  qne  eram  no  geral 
ás  resadas  da  esmola  de  80  a  00  réis,  e  as 
cantadas  a  200  réis.  ^ 

Posteriormente,  o  abbade  Manoel  da  Cruz, 


1  Ha  nos  archivos  da  egreja  institniç^s 
de  legados  com  missas  da  esmola  de  20  réis 
!(fint6réfs)?f... 


per  Mb  qne  de  loma  oblaire  em  1736^n 
dozíQ^llie  o  numero,  flisando  por  eiuãoiai 
do  a  esmola  de  120  réis,  e  30  réis  degi 
ssBKDtd,  lotai  tíú  réis. 

Depois  do  amo  de  1634^  em  qneloni 
eitinetos  os  dizimas,  ficou  a/abnea  âaign 
ja  a  cargo  da  coifaria  do  SaáiissiiDO. 


Abbades  de  Xirasaya 

Com  o  incêndio  que  houve  na  caman» 
elesiastiea,  no  século  XYI,  desappareeeni 
importantes  documentos  historicoa^eoi 
eiles  o  registo  parockial  d'e6ta  egrc|a  m 
ríor  a  iS81. 

No  arcbivo  da  oonfraría  de  Miragayis 
se  encontra  noticia,  anterior  a  essa  âatt,è 
três  adobados : 

il-^l450^Affonso  Martins,  que  assip 
o  titulo  peio  qual  a  camará  trespassosa 
mareantbs  de  Mirogaya,  a  adoiinistraçâol 
hespiul  do  Santo  Bspiíito. 

J?— i460-~Yasque  Annes^  qoe  aapi 
um  contrato  com  os  mordomos  do  Itifiià 
(Bspiro  Santo),  relativamente  a  offerta 

£^— 1046— Bartfatolomeu  dos  BanlMii,fi 
foi  demandado  por  Gonçalo  AnnesBo# 
qua,  provedor  do  hospital  do  Espirito  &l 
to,  por  mCentar  fazer  uma  capeUanoaii 
do  hospital. 

Passemos  agora  aos  abbades»  de  qies 
zam  os  registos  parochiaes,  por  soa  oNa 
ehronekygiea: 

l.*"— Manuel  Pinto,  abbade  por  miisA 
sete  annos;  renunciou  no  immediato^slí 
cónego  da  Sé  do  Porto. 

2.*— Aivaro  Leitão,  presbytero;  eoilODi 
em  24  de  abril  de  i596.  Para  o  efiniol 
collação  apresentou  ao  prelado  um  reqitt 
mento  do  theor  seguinte : 

tIU.*>o  Sr.  Diz  Álvaro  Leitão,  sacêrdoiei 
missa,  nat.  da  villa  dourem,  do  bispiA^i 
Leiria,  que  S.  Santidade  o  proveo  lAté 
fia  S.  P."»  Miragaia  arabalde  «desta  ddaM 
Porto  per  renunciação  que  nelie  fei  IL^I^ 
to.  Cónego  na  Sé  da  mesma  Gidada^  JM^ 
qne  foi  na' dita  Igreja  de  Sam  P.^^eptf^ 
as<  b«dlas  e  maadato  de  proiideodo  vcn' 
riglte4t  V.  S.  »Mrisámk^.^9n0 


Min 

• 

de  V*  S.  pat  Jaiz  e  lhe  mande  íiMer  as  dil* 
ligeacías  ordiaariaa^  e  satisfeito  «om  as  pre- 
laissas  das  ditas  l>uUas  o. proveja  da  dita 
Reitoria  e  o  coaflriiie.-*iL  L  li» 

£  logo  ajwtoaoiattçstada  de.ser  ehríatâo 
ytíha,  cujo  theor  ó  coaoo  se  s^gAe : 

« Asriqae  de  Sousa,  do  •Con.'^  de  S.  Md*' 
#  Gd.""  de  soas  Justiças  na  Jtelaçào  e  casa  do 
Porto,  etc.  Faço  saber  qoi  conheço  ao  Padre 
Álvaro  Leitão  como  filho  de  João  d*ahrea  e 
de  sua  molher  Isabel  Lopes,  qui  D/  perdoe^ 
a.*  na  villa  de  ourem  e  nenhum  deiies  teve 
xaça  dí  mouro  nem  christão  novo,  e  teqho 
ao  dito  P.«.por  di  boa  vida e costumes,  e  por 
JMsy  passar  na  verdade  o  asima  dito  o.juro 
pelo  abito  di  S*  Tiago  que  recebi*  No  Porto 
a  2i  di  Abril  de  11^96.— Aorique  de  Sou^ 
fidor.» 

3/"— Francisco  Correia^  bacharel  formado 
em  cânones.  CoUouse  em  (?) 

4.r^Pedro.  de  Barros,  natural  da  fregne- 
zia  de  Barqueiros,  bispadp  do  Porto,  fiUio 
legitimo  de  André  de  Barros,  e  Isabel  Dia^, 
collado  em  i5  de  maio  de  1610  pela  renun- 
cia de  Francisco  Correia,  ao  qual  se  obrigou 
a  satisfazer  a  pensão  annual  de  504000  réis. 

Falleceu  em.junbo  de  1624. 
•  5."*— Gaspar  dA  Costa,  sob-diaGqDOj  bacha- 
rel em  cânones,  natural  de  S..Aieixodo  Bec- 
CO  (Coimbra),  filho  de  Braz  Mendes  e  Isabel 
da  Costa. 

Por  fallecimento  de  Pedro  de  Barros,  foi 
pelo  cabido,  séáe  vacante,  posta  a  concurso 
em  1  de  julho  de  1628  a  abbadla  (reitoria  lhe 
chamava  o  cabido)  e  collado  na  egreja,  este 
sub-diacono,  em  S  do  dito  meseanno  «por 
ter  vagado  no  mez  de  junho  (dizia  o  cabido) 
q/aa  he  fau  dos  do  padroado  ecclesiastioo,  e 
por  que  a  apresentação  perteuce  ao  cabi- 
am*..»  Foi  porém  querelado  pelo  novo  pre- 
lado, que  era,  parece,  fr.  João  de  Valladares, 
e  aos  Uins  do  libello,  diz  o  promotor :  «P. 
Que  o  dito  mez  he  hn  dos  da  apresentação 
ordinária  (assy  o  em  que  vagou  como  o  em 
que  foi  provido)  e  como  olU.-"*  Sa  Bispo  ti- 
vesse tomado  posse  do  Bispado,  e  a  elle  só 
^MMMatia  a  apresentação  e  coUação  dell^ 


MIR 


S4I 


principalmente  per  as  djsias  parles  doa  fruir 
tos  da  d.*  IgK\ia.  serem  noidos  inperpetuum 
á  mitra  e.meza  Pontifical  d'este  Bispado; 
outro  syHR-Que,  dado  e  não  concedideb  que 
o  dito  Sr.  Bispo  nãp  estivesse  de  posse  deste 
Bispado, ;  sendo  o  embargado  provido  pelos 
P<*  do  c^ido»  devia  ser  confirmado  por  le^ 
trás  Ai>**^'  conforme  as  regras  de  d.^*  da  Ghan- 
cellar,ía,  ap  que  não  ha  duvida;  o  que  nao 
foz.^P.  Qiie  havendo  todos  estes  defeitos,  e 
correndo  letigio  com  o  embargado  ha  mui* 
tos  mezes,  sotHcitou  e  obteve  Bulias  da  S« 
Santidade,  para  renunciar  como  renundoa 
sem  declarar  o  estado  em  que  estava.— P. 
Que  as  d.*'  BuUas  por  serem  aleançadas  per 
suppliea  falsa,  aào  nullas-  • . — Proceda-se 
pois  centra o.embari^do,  e  jolgueae o  Be^ 
nefieio  vago.* 

O  embargado  appellpu  para  a  relação  d^ 
Braga,  mas  o  vigário  geral  não  acceitou  a 
appellação.  Mâo  sabemos  como  o  processo 
terminou.  ^ 

6."^— Pedro  Fernandes  de  Sequeira,  íalle- 
eido  em  3  de  junho  de  i638. 

T.i^-nJacin^bp  de  Sousa,  notário  apostóli- 
co; apresentado  em  â  de  setembro  de  Í638, 
e  collado,  em  30  do  mesmo  mez  e  anuo,  pejk» 
bispo  O.  Gaspar  .do  RegO:da  Fonseca,  então 
residente  em  Madrid.  Falleceu  a  13  de  se- 
temt^ro  de  1659. 

A  propósito  aqui  transcrevemos  ikprovi^ 
são  do  bispo,  que  nos  parece  curiosa : 

«Tomei  todo  este  tempo  que  hé  passado 
depois  da  vacatura  da  igr^a  de  S.  Pedro  de 
Miragaia  para  me  informar  do  dito  que  me 
avisarão  pertendião  ter  o  mt.<>  Ryd.**  Ckibido 
juntamente  comigo  na  provisão  delia;  agora 
que  me  consta. que  o  não  tem,  a  mando  pro- 
ver, e  não  mQ  pezára  que  o  mt.°  Revd.*"  Ca- 
bido o  tivesse,  porque  igualmente  des^o  e 
zelo  o  seu  direito  e  o  da  mitra,  nem  aqui  se 
poderia  considerar  direito  que  quando  ha- 
via de  ser.  por  a. . .  parte  e  isto  se  não  po- 
dia reduzir  a  pratica  emJgrejas  de  concurso, 
nem  Oiaeto  da  Se  vacante  pode,  conforme  a 
direito  fazer  effelto  de  provisão  a  que  se  h^a 
de  ter  consideração,  maiormei|&et  contri^  oi  dft 
.lliltral  Assi  o  diga  Vm.  4a  mlnluupaste  a 
eseesSa.'*,  assegurando -es  do  measoltto 


348 


MR 


que  he  e  swâ  âempve  fávonvM  ás  saas  eon- 
sas.  Sapponhó  qae  não  ba  duvida  em  ser  a 
igreja  de  livre  collação  ordinária,  e  qae  a 
my  me  pareee  que  não  he  unida,  á  mesa 
Pontifical  nem  capi talar  polsnenbos  frootos 
percebem  délla,  e  supposto  também  qae  he 
Igreja  perpetua  me  parece  mais  seguro  pro* 
Ter*8e  em  concurso,  na  forma  do  stilo,  com 
termo  breve,  e  dirá  Vm.  da  minha  parte  ao 
padre  Jacinto  de  Sousa,  que  havendo  res- 
peito a  ser  virtuoso  e  honrado,  e  servir  e  ter 
servido  com  applicaçao  e  satisfação  ao  Bis- 
pado, e  sendo  approvado  e  havido  por  di- 
gno ou  exame  synodal,  Vm.  o  coUe  e  insti- 
tua por  parrocho  Abbade  delia,  em  nosso 
nome,  sem  ser  necessário  vir  perante  nós,  e 
esta  carta  sirva  de  commissão  quanto  a  isto 
que  digo  a  Ym.— Madrid  %  de  Setembro  de 
«38-rG.,  Bp.«  do  Porto.  I 

4 

8."^— João  Nogueira  de  Barros,  apresenta- 
do pelo  Cabido  sede  vacantêf—for*  a  coUa- 
ção  e  confirmação  d'eUa  (da  egreja  de  Mira- 
gaya)  pertencer  a  S.  Santidade  e  Santa  Sé 
Apostólica,  como  dizia  o  edital— em  23  de 
setembro  de  1609.  Renunciou  em  seu  sobri- 
nho e  successor,  reservando  para  si  a  pen- 
são de  trinta  e  tantos  mil  réis. 

O.^"— João  de  Barros,  sobrinho  do  antece- 
dente, foi  coUado  em  29  de  agosto  de  1671. 
Renunciou  no  seguinte,  com  a  reserva  de  réis 
30^000  annuaes. 

10.<>— Luiz  dé  Brito,  natural  do  Porto,  fre- 
guezia  da  Sé,  filho  de  Thomé  de  Brito  e  de 
Maria  Lopes  Carneira,  foi  confirmado  pelo 
papa  lonoceneio  XI,  e  collou-se  em  21  de  ju- 
nho de  1685.  Alem  da  pensão  que  se  com- 
prometteu  a  dar  ao  seu  antecessor,  acceitou 
o  encargo  de  pagar  a  pensão  ao  também  re- 
nunciante, João  Nogueira  de  Barros.  Depois 
de  parochiair  a  egreja  de  Miragaya  por  mais 
de  dez  aonos,  passou  para  a  abbadia  de  S. 
Thiago  de  Priscos,  arcebispado  de  Braga. 
Resignou  no  seu  successor,  reservando  a 
pensão  annual  de  50JÍ000  réis,  e  passando- 
Ihe  o  encargo  das  pensões  que  percebiam 
os  resignatarios  João  de  Barros  e  JoSo  No- 
gueira de  Barros. 

ll.^^-Gonstantino  Homem  de  Carvalho, 
patural  de  Lisboa»  freguezia  de  Santa  Justa» 


lOR 

filho  -de  Pedro  de  Garvdho  e  Báo-beraSoi 
res.  Pôra  reitor  da  freguezia  de  S.  ITrgíii 
deMesão-frio,  que  renunciou,  reservandHi 
a  pensão  de  3Ã^0Ò0  réis,  e  depois  ÚM 
de  Santa  Maria  de  Frende,  que  também  n 
nonciou  em  Pantaleão  Rodrigues  Marm 
ficando  a  receber  d'eile  SOfOOO  réis.Pao» 
do  depois  para  a  egreja  de  Miragaya  tn» 
feriu  a  pensão  de  Santa  Maria  de  Prení^ 
para  Luiz  de  Brito,  seu  antecessor;  mm 
abbade  Pantsdeão  (o  de  Frende)  conteaMt 
direito  a  Luiz  de  Brito ;  poz-lhe  demaflà; 
mas  por  fim  pagou. 

Falteceu  o  abbade  Constantino,  enrSOl 
junho  de  1701.  Por  seu  falleeimento,  o« 
bido  tentou  fazer  valer  os  seus  pretendil 
direitos  de  apresentação  dos  abbadesdei 
ragaya  em  certos  mezes,  como  se  vé  di»i 
querimento  por  essa  occasiio  dirigièi 
prelado,  e  que  existe  na  camará  eedei 
tica  do  bispado,  no  processo  intitulado-4 
tos  de  Petição  do  Rvd.*  Cabido  sobre  a  If 
ja  de  S.  Pedro  de  Miragaya. 

12. «—Heitor  de  Almeida  de  Amiii(ii 
charel  formado  em  cânones,  e  desentop 
dor  ecclesiastieo,  nasceu  em  PeniÍM!;i 
apresentado  abbade,  pelo  bispo  firei  Ml 
Santa  Maria  Homem,  em  23  de  jQDteè 
1701,  e  coliado  em  30  do  referido  mezil 
no.  Resignou  no  seu  successor,  com  ts 
serva  de  12OW0O  réis  annuaes  para  8í,ei 
servando-se  sobre  a  egreja  a  antiga  pM 
de  11  ducados  de  ouro  n'e&a  imposta  il 
vor  do  abbade  resígnatario  e  ainda  por 
tão  vivo,  João  de  Barros. 

13.«--Manuel  da  Silva,  nStural  da  Ihi^ 
zia  de  Miragaya,  onde  nasceu  em  1678.01 
lado  em  19  de  setembro  de  1718,  em  Bn| 
pelo  arcebispo  D.  Rodrigo  de  Moura  M 
a  quem  vieram  dirigidas  de  Roma  as  Ml 
por  estar  vaga  a  Sé  do  Pwto.  —  FalleflH 
27  de  julho  de  1730. 

14.»— Manuel  da  Cruz,  natural  do  Wl 
coUado  por  bulia  apostotiea,  tomea  0 
da  egreja  em  13  de  fevereiro  de  173J.I* 
leceu  a  3  de  janeiro  de  1768,  e  foi  se|# 
do  na  capellamór  da  sua  egreja  nasepik 
ra  dos  pa?t>cho8.  Foi  o  escolhido,  dosS# 
correntes  que  houve  à  egreja,  a  qaii  ^ 
posta  a  concurso  pelo  cabido  sede 


Mffi 


Mm 


249 


>Por  pertenoer  a  eolkçio  da  dita  egr^a  à 
>ó  apostolioa,  a  mandei  pôr  em  concirno  • 
liz  o  edital,  de  7  de  agosto  de  1730»  asai* 
piado  pelo  proTisor  e  goiwrnader  do  bispa- 
lo,  o  dr.  João  Gaedes  Coutinho,  do  conse- 
lho de  soa  magestade  e  do  geral  do  Santo 
MBcio* 

Nos  aatoi  do  eoneareo  lé^se  o  seguinte : 
■Visto  o  termo  de  exame,  e  consideradas 
xidas  as  mais  cireornstancias,  jnlgo  o  padre 
Manoel  da  Crax  por  mais  idóneo  para  ab- 
bade  de  paroefaial  egr«ja  de  S.  Pedro  deMi- 
mgaya  extra-mnros  doesta  eidade^  d*este  bis^ 
pade  do  Porto,  e  selbe  passem  os  doeomen- 
M  neeessariot  para  requerer  na  cnríà.  Po- 
lém  nio  se  Uie  eolregará  a  certidão  sem 
[irimeiro  recorrer  a  soa  magestade  qoe  Dens 
[fnarde,  pela  secretaria  de  estado  na  forma 
los  seus  reaes  deoetos^  e  mostrar  licença  do 
IMo  senhor  para  reoorver  a  Roma  com  a 
mrtidio  do  eoncarsov  Porto,  19  de  agosto 
ie  17dO.-^J.  G.  dr.  (João  Guedes  Coutinho, 
{orfsrnador  do  bispado*) 
;  i(L*-^Francisco  Caetano  de  Sonsa  Sar- 
Bento,  clérigo ««  nUneribut,  do  habito  deS. 
Miro,  bacharel  formado  em  cânones  pela 
Jniyersidade  de  Coimbra,  natural  de  Alfan* 
hega  da  Fé,  filho  de  Frandsco  Xavier  de 
tonsa,  e  de  D.  Antónia  Sarmento ;  nasceu  a 
f  de  agosto  de  17S8.  Foi  apresentado  pelo 
dspo  da  diocese,  D*  António  de  Távora,  em 
¥  de  abtil  de  Í7ff8  e  coilado  em  t6  de  maio 
lo  dílo  amo.  Passou  depois  para  a  egrcfa 
Ie  Santa  Maria  de  6c(lpilhares. 

M.^**Aleauttdre  Ribeiro  do  Conto,  natt* 
"ai  de  Varziella,  filho  de  Thomaa  Moreira 
y^iro  e  Mhria  do  Couto.  Apresentado  pe- 
o  bispoi,  D,  Cr.  António  de  Sousa,  em  S8  de 
ilnil  de  i7S9i  e  coUado  no  messeguintei 
^alleceu  em  3i  de  agosto  de  1770. 

l7/-*Andró  ILavier  da  Gosta»  bacharel 
ormado  em  cânones,  natural  de  Bragança; 
ipresentado  pelo  bispo  ii#eesano,  D.  fr.  Alei- 
10  de  Mimnda  Henriq^ei^  em  30  de  setem- 
«o  de  i770,  e  ooUad»  em  90  do  mei  se? 
[Oifite. 

:  ílS.«--4ea^im  Joeé  Peneira  Gediobo,  prés- 
lytere  secular»  bacharel  formado  em  cano^ 
lee,  natural  deOUveirade  Asemei^fllhode 
lamardo  Pereira  da  Silva  e  de  JctteláCae* 


tana  de  Andrade.  Apresentado  pelo  bispo  D. 
Jo|o  Raphael  de  Mendonça  em  11  de  no- 
vembro  de  17H,  eoUado  em  19  do  mesmo 
moE  e  anuo.  Na  provisão  diz  o  prelado :  «e 
porque  a  ditaabbadia,  conforme  asnacrea- 
ção,  e  dotação  é  da  nossa  ooUação,  confir- 
mação e  apresentação  in  solidum^  em  qual- 
quel  lempo  que  aconteça  vagar,  por  ser  um 
dos  beneficios  da  nossa  mesa  e  camará . .  • 
eem  concurso... t  Renunciou  o  reverendo 
Pereira  Godinho  a  abbadia  em  favor  do  seu 
suocessor,  com  a  reserva  de  SOOMOO  réis 
annuaes,  por  haver  subrogado  no  beneflcip 
o  seu  património,  reserva  que  receberia 
«emqnanto  fosse  coadjutor  de  beneficio  e 
prebenda  (inteira)  de  que  havia  tomado  pos- 
ee  na  catbedrai,  pensão  que  cessaria  logo 
que  fosse  sua  a  dita  prebenda.»  O  rendimen- 
to da  egreia  estava  então  lotado  em  réis 
460«)Q0. 

19.*^José  Pacheco  e  Sousa,  da  congrega^ 
ção  do  Oratório^  do  Porto*  filho  de  Manuel 
Rodrigues  Pacheco,  de  Beire,  e  -  de  Joanna 
Luisa  Rita,  de  Bitarães.  Gollado  em  10  de 
maio  de  1802. 

SO.""— José  Coelho  Antunes,  presbytero  se- 
cular, natural  de  S.  Pedro  de  Castro-Daire 
filho  de  Manuel  Antunes  e  Anna  Marta,.; 
apresentado  pelo  bispo  diocesano,  D.  João 
de  Magalhães  Avellar,  em  .10  de  janeiro  de 
1890,  e  collada  em  18  de  fevereiro  do  mes- 
mo anno^  com  a  obrigação  de  pagar  dos  ren- 
dimentos certoa  e  incertos  daegreja  30^0000 
réis  «para  outro  ecclesiastico  benemérito.» 
Na  provisão  de  apresentação  diz  o  prelado. 
« por  ser  esta  egreja  do  nosso  padroado  m  sol 
lidum,  em  qui^quer  oopasião  ou  tempo  que 
se  verifique  a  sua  vacatunu 

Desistiu  o  padre  Antunes,  da  abbadia,  fa- 
zendo a  desistenda  perante  a  camará  eecle- 
aiaatica. 

,21.*-*Domingos  de  Mesquita^  egresso  ifL 
Ordem  de  S.  Domingos,  filho  do  dr.  Domin- 
gos 0a  Mes^ita  e  Mello,  e  de  D.  Bernardi- 
na  de  Freitas  e  Mello ;  foi  apresentado  na 
egreja,  vaga  por  desistenaia  4»  antecedente» 
por.  decreto,  de  tZ  de  dezembro  de  1844,  e 
coilpu  fe  em  Ide  abril  de  1845. 

>!•— Pedrçi;^alvador  Ferreira» egresso  da. 
mrAem.  dospregadores^  bacharel  íòroMdo  em 


^m 


im 


fheolog^a,  namràl  de  PAçoif  d%  Sénst,  iltiô 
de  Joftqmm  Ferreira  è  Theresa  G<yeltao.  Era 
paroeho  collado,  na  egréja  de  S.  Chris- 
tovão  do  Muro,  e  eollon-se  na  de  lUragaya 
em  1660,  de  onde  sabia  para  a  de  Refojos, 
onde  se  eolloa  em  23  de  oatobro  de  186). 

J3.»— Pedro  Augusto  Ferreira,  bacharel 
formado  em  tbeologia,  caTalleiro  da  Ordem 
de  Nossa  Sebbora  da  Conceito;  nascêu  na 
Corvaceira,  fregnecta  de  Penajoia,  a  14  de 
novembro  de  1838 ;  filho  de  losé  António 
Fen^ira  e  de  D.  Maria  da  Purificado  Fe^ 
reira. 

Ordenon-áe  em  2S  de  janeiro  de  1867,  em 
Lamego,  (concluiu  a  formatara  em  1866) 
sendo  em  seguida  nomeado  pelo  bispo  d*a* 
quella  diocese,  D.  José  de  Moura  Coutinho, 
examinador  synodal,  e  no  mesmo  anuo  pro- 
fessor de  Instituições  Canónicas,  disciplina 
que  leccionou  desde  1857  a  1860,  e  n*esse 
mesmo  ánno  reg<eu  a  cadeira  dé  Historia  ec- 
desiastica,  novamente  creada  (1859). 

De  1857  a  1860,  eterceu  por  vezes,  por 
eommissão  do  prelado,  as  fttneçdes  de  vigá- 
rio geral,  no  impedimento  do  próprio,  o  dr. 
Diogo  de  Macedo  Pereira. 

Em  1861  foi  apresentado  na  egreja  de  S. 
João  Baptista  de  Távora,  onde  se  coilou  em 
S7  de  julho  d'esse  anno,  tomando  posse  em 
10  de  agosto.  Vagando  a  egreja  de  Miraígaya, 
foi  netia  apresentado  por  decreto  de  9  de 
ábrU  de  1864,  n'ella  se  coitou  em  St  de 
outubro  d*e8se  mesmo  anno.  È  o  abbade 
actual. 

EbooIbs 

No  fim  do  anno  de  1874,  havia  em  Mii^a- 
gaya  1  collegio  e  9  éàeofas  de  ifistrtic^  pri- 
maria, frequentadas  por  )41  alnmnos,  do 
sexò  masculino  e  140  do  feminino,  e  t  col* 
legio  de  instracçâo  secundaria,  frequentado 
for  119  alumnos  do  sexo  masculiho  e  1^  do 
feminiho. 

Das  escolas  de  instrucçSò  t^rimariá,  t^ 
dUa^  regias,  uma  para  o  sexo 'masculino,  tfe 
que  é  actualmente  professor,  António  Fer* 
reira  de  Jesns,  e  outra  do  sexer  femitilno,  re* 
gída  pela  sr.*  D.  Mariá  de  Sa  Rebeilo  Vas* 
ooncelios  e  Albergaria,  dâ  tan^tlhãt  dos  Sás, 
de  Arcozl^lo,  comarca  dé  MditÈfentà  dá  È^* 


ra.  Dte  aulas  gratuitas  a  mais  importaiÉ 
a  estabelecida  em  S.  Nicolau,  e  também  pei 
tenoente  a  esta  freguetta. 

Doesta  escola  mais  largamente  tntln 
em  seguida. 

ESCOLA  DAS  FREGUEZIAS  DB  S.  RIOOUV 
B  ftPB>RO  DB  MR^QATA 


A  escola  primaria  ]>ara-H>  sexo  ntMÉ 
das  dua^  fireguezias  adma  meikckmad^l 
fundada  em  1771,  por  um  éouativQ^  cni 
que  de  3:000#000  róis,  feilo  à  confruâi 
Sanlisaimo^  de  S.  Nieokii,  por  fgnaeisl 
beiro  Machado,  oapiuiista,  resideBte  cai 
ragaya,  porque,  aeguiido  corista^  a  eoM 
Miragaya  nãtf  qaiz  acoeitar  a  doa^. 

O  encargo  era,  ftmdar  una  eseoltii 
•alnanios  áu  doas  fi'egiieBias. 

N^esta  epoefaa  «stava  em  vigor  uni 
que  não  permictia  ^ás  eonflrarías  recdMi 
legados  para  tal  fim,  e  a  oonAraria  foi  é 
gada  a  restituir  o  dinheiro  eiia  1774^  ■ 
por  una  escriptsra  simulaâa,  aeoÉii 
doação,  ficando  a  escola  a  íiuiOGÍ0Bar,M 
se  o  dinhefro  para  a  sua  manutençloliií 
agenciado  por  esmolas. 

Era  1809,  pela  òccasilo  da  oiktndili 
franeeees  n'esta  cidade,  por  ordem  écpt 
ral  Souit,  foi  levantado  metade  do  fositi 
escoU  a  titulo  de  Contribuição  de  gna 

Apesar  d*6Bta  vicissitude,  a  esoobeod 
nuou  aberta,  snsleiKada^peÃos  rendiM 
da  confraria,  a:té  xpie  pol*  oceaslio  da<M 
(tSM),  o  réito  do  ftinâu  fòi  levado  taiÉi 
pars  despesas  iia  goeirdé 

€oneervou*s«f  a  escola  por  a^fofl^tnp 
fechada,  e  se  reabriu  depbia  da;  guemi» 
bdr,  sendo  sustentada  iinda  p^a  ooafn 
mas  n'udm  casa  péssima,  éteura,  seox 
hdm  oondtçSes'  para  o  fiid  a  qusrssd^ 
nsLva. 

Féz  edtao  a  eonflraiia  a  compra  âieti 
oaa  que  a  idscofe  fdnceionou  afté  I8SI>  ^ 
couto  a  sala  da  eieola  não  tivesse  eoadcli 
hygienicas,  foi  reformada  em  187S,  poif^ 
dativa  do  nmHè  boMneirlto  UMHTd^ 
escola,  o  sr.  Franèiscô  PerelraLebo^  1>^ 
tomou  incansfttel  no  augmenio  •  pNi^ 
dadè  da  neséia,  prémo^ndo  os  tíÉM^ 


BOR 


Mia- 


25t 


fltoi  do8  aiiBM  lectivos)  4106! já  le  nâoliriam 
ha  muito  tempo)  distiitaiftdp  premíoe  aos 
alaomos  di8UactoB|.ele.».tira]iáa«a>emfiiii  4o 
abAtámento  em  que  juia. 

O  atimero  dos  aiamnos  que  frequeataTam 
a  eecola  era  de  ISÚ^  antes  da  reforma  feita 
pelo  sr.  Lobi^  e  depois  da^refonna,  foi  o  nu* 
mero '  elevado  ;i.  78. 

Com  as  demolições  f^tas  para  a  Bora.ma 
da  AiCande^  fiooa  em  frente  da  casa  da 
«scola  um  terreno  para  as  habitações  visem 
a  alinhar  oom  a  ma  do^  Ingleses; 

▲'  casa  escolar»  eatava  jeouprehendida 
ii*eete  numero;  e«ono  em  uma  ooça8iio4e 
-exAines,  fosse  a  eseoia  visitada  pelosrk  eom- 
meadador»  Joio  Coelho  de  Àlmeidai  abas- 
tado capitaiisUy  residente  na.lregaeziade 
S.  Nieolan,  e^ste  benemérito  cidadâoiaobas- 
ae  a  sala  inanfiSiciente  para  tào!grande>aa« 
mero  da  alomios,  effereeea  Iqgo  à  mesa  da 
oonlraria  a  quantia  ile<  4504000  réis,  para 
a  casa  ser  ampliada. 

.A  mesa  acceitea  o  generoso  donativo^  e 
laoçoQ  os  alieerees  para  a  nova,  em  iB73, 
6eado  então  juis  da  confraria  a  sr.  Joa**. 
^m  Eerreira  iianfteiro  Guimarães. 

O  edtfieio fod eoasti^oidoà onstade.esmo* 
las.  dl»  papocbíaao»  e  outras  pessoas,  que 
subscreveram  para  tiaotil  âm,.  sobresahin- 
do  o  sr.  oommendador  Jeio  Coelho  de 
Almeida,  que^  oorao  óbolo  doe  seus  amigos 
conseguia  entregar  á  oonfraria  i;0004000 
réis  aproximadamente. 
'  Ficou  coBektida  a  casarem  i^4.a  aJMu- 
goração  solemne  fez-se  em  30  de  junho  do 
mesAo  anno,  para  eújo  acto  foram  convi« 
dadas  as  anctoridades,  eommissarfo  des  es* 
tudos,  etc. 

No  acto  da  inaugura^  foi  coHocado  na 
sslè  o  retraio  db  generoso  benfehor  o  sr: 
Ceelbo,  mandado  tirar  a  expensas  dos  me» 
saMos. 

Anova  saiii  eMelanóbem  airc^ada;  ^m* 
mnita  las,  e  beae  eendi^des  hygienioas^ 
oomportando  iOO  aluénos. 

A  mobifía  é'  magnifica  e  foi  dad»  pelos' 
sm  kãb  Pranelseb  4}oaès  &  Irmio,  nego^ 
cHaátes,  moradores  vt  freguesia  è^  S.  W* 
oslÉQ,  é  oom  éHa  dispeiideraiol  cerca  4^ 
dOWmn^is. 


Os  i6Q  aluamos  toem  vestuário  uniforme» 
dado  peia  confraria,  e  consta  de  blaza  azu^ 
calça  preta,  e  sapatos;  e  são  obrigados  a  as- 
sistir na  egreja  paroehíài  à  missa  do  dè- 
mingo  terceiro  de  cada  mez,  aos  enterros 
dos  irmãos  da  confraria,  e  a  acompanhar  lo« 
dos  os  annos  o  sagrado  viatico  aos  eafer^ 
mos,  etc. 

A  confraria  fornece  também  papel,  pen^ 
nas,  livros,  tinta  e  mais  accessorioa  preci- 
so» na  escola. 

0 

.  Esquecia -meinencionar  que-^não  haven-^ 
dèfando,  pelas  ra>z9es  que  apontei,  nm  de*< 
putado  eleito  pelo  Porto  (creio  que  foi  Pas» 
SOS  Manoel)  instoa  com  o  governo  para  que 
restituísse  o  dinheiro  que  devia  á  confraria, 
e  esta  recebeu  8:00OMO0  réis  nominaes  em 
inscripções^  que  constituem  o  seu  fando  ae- 
taal; 

É  ainda  mordomo  director  o  sr.  Lobo,  e 
professor^  Henrique  o  sr.  Marques  de  Sousa 
Viterbo,  irmão  do  bem  oonfaecido  poeta,  o 
sr.  Sousa  Viterbo. 

A  esoóla  de  meninas 

Como  a  casa  da  escola  tenha  dois  anda- 
res, e  um  só  fosse  ^oocupado,  o  sr.  Lobo 
consegotu*  que  a  sr.*  D.  Rita  Emilia  dO 
Carmo,  vhiva  do  sr^  José  Joa^im  Haga^ 
iha^s  GarmOi  institnissouma  escola  de  me- < 
oinas  no  andar  devoluto,  doando  para  este 
dm  4  contos  neâiinaes  em  insoripçi^es,  cor« 
rendo  com  a  mais  despesa  a  oonfraria. 

Efectivamente  foi  inaugurada  a  escota 
eiiir*22^e  Janeiro  de  1871^  com  ioda  a  sele- 
mnidade,  dando  logo  entrada  a  50  meninas^ 
das  mais  pobres  da  freguesia. 

As  meninas  teem- também  vestuário,  que 
lhe>  foi'  dadO'C(kn  o  prodncto  da  venda  da 
um  opuseulo;lntltttlado  Questões  Memadà^ 
metes,  do-sri  Augusto  Carvalho,  distineto  es^ 
criptor  brasileiro,  que  oífsreceu  mi)  exem* 
piares  á  escola,  na  occasião  daitiauguração, 
depois  éfíikíú  brilhante  discurso. 

E  diredor  dia  escola  o  sr.  António  Au* 
gasto  Marqtoes  Oaimarães^  e  professora,  a 
sr.*  D.  Rosa  Augusta  Marques  de  Sousa. 

Na  sala  vé  se  o  retrato  dos  doadores. 


%2 


lOR 


Mm 


Quartel  da  roA  do  Tviíunplio. 

(Torre  da  Marca) 

Eâte  quartel,  ao  S.  da  roa  da  Triumplu) 
e  qaasi  em  frente  do  palácio  real,  ó  bastan- 
te aqtigo,  pói8  qoando  em  i769  a  Miseri- 
córdia comprou  a  João  Ribeiro  e  Rosa  An- 
gélica de  S.  José,  o  casal  dito  do  Robalo,  pa- 
ra edificar  o  seu  novo  bospital,  como  se  vé 
daescriptara  lavrada  nas  notas  do  tab^Uião 
Manuel  da  Gunba  Yalle,  Já  se  disse  que  ^ 
ditas  terras  confrontavam  a  poente  eom  os. 
quartéis.  Antes  de  se  denominar  rua  do 
Triumpbo  a  roa  onde  ea^&o^  denominoa-se 
— rua  dos  Quartéis. 

,  São  pois  anteriores  a  1769,  mas  não  po- 
demos marcar  a  data  da  s.ua  fundação. 

Poucos  quartéis  militares  baverá  no  paiz 
em  local  mais  bonito,  mais  vistoso  e  mais 
saudável.  Quando  ali  o  edificaram  era  aquef- 
le  sitio  um  ermo,  emquanto  que  boje  está  a 
meio  da  rua  do  Triumpbo,  uma  da^  pri- 
meiras ruas  do  Porto,  e  toma,  oom  a  sua 
cerca,  mais  d&  metade  S.  d*esta  rua  desde  a 
da  Liberdade  aié  à  rua  ainda  sem  nome, 
que  a  camará  principiou  em  i87i«  para  li- 
gar a  rua  do  Triumpbo  com  a  da  Restaura- 

çãou 

Do  lado  dos  quartéis»  a  parte  restante  da 
rua  do  Triumpbo  foi  leinada  pelo  Falácia  de 
Cristal,  de  que  não  fallaremos  n.'eate  artigo 
porque  já  pertence  á  ireguezia  deMassarisL- 
lo4,  pois  n*este  ponto  a  Unha  divisória  en- 
tre esta  freguesia  e  a  de  J^iragaya  é  a  elu- 
da nova  rua  ainda  sem  nome. 

O  quartel  tem  a  facbada  principal  volta- 
da iao  na^ente  e  sobre  um  bonito  largo  ar- 
borisado,  e  outra  face  com  casernas  voltada 
ao  S.,  estando  principiadas  ba  muito  ^mpo, 
e  ainda  muito  atrazadas  as  outras,  doas  Xa- 
cee,  sendo  para  l^^nentar  9  mau.seatro  que 
tem,  perseguido  estas  obras,  porqiie.d^ois 
de  acabado,,  ficar  ia  e^tç  quariel  em  ipagnifi- 
cas  condições,  e  muito  embellesana  a  rua 
em  que  se  acba. 

N'este  quaitei  esitá  b<3|je  o  regio^nto  de 
iniantería  n.*  10,  comman^adio  pelo  fou  di- 
gpo  coronel  M.  Pinto  Jtuniotie  teo4o  por.^^ju^ 
dante  o  alferes  José  Joaquim  Fernan^^s  ^ 
fiilva. 


fiateve  aqui  tami>em  mniloB  aanosofiái 
iniantería  até  que  M  chamado  para  Uitiot 
--por  ser  um  das  regimnUos  mais  bemêh 
cipHnados  que  ao  tempo  haxiiamonoseQem'- 
Oto-— graças  ao  seu  digníssimo  eoroBsle 
commandante,  Imje  general  João  José  fiar* 
reto  da  França,  que  até  ser  promovidsi 
general  soube  manter  com  tanta  firmeis  t 
disciplitta  do  corpo  que  coamanAava—Mi 
violência  e  sempre  estimado  pelo  regimei* 
to  inteiro. 

Esteve  ^imbem  aqui  muitos  aonos  soIh 
do  {S^  o  regimento  de  inluiteria  n.*  6,  e  qm 
do  eile  aqui  estava  deu-se  o  faeto  segniote' 

Bm  frenle  de  quartel,  no  chão  que  é  te- 
je  campo  arirarisado,  viveu  moitos  un 
em  umaa  humildes  casas  uma  DMzlher,  dift 
giado  uma  taberia  e  uma  pequena  kijiè 
consumo,  e  na  decrepitude,  não  tendo  ffihi 
nem  parentes  próximos,  e  lembrando-sei 
que  devia  a  sua  fortuna  em  i^andeparua 
regimento  6,  nas  suas  dísposiçdea  testas» 
tarias  le§ou  ao  dUo  regimento  a  quisna 
cerca  eontigna-^hoje  propriedade  diiH' 
tante  valor. 

A  sua-  intenção  era  erear  «m  boumOf 
dusivamente  para  o  sen  querido  regisiafe 
6 ;  mas  como  este  d*aqui  fosse  ramovidi^i 
mais  tarde  dissoivido,  o  ministério  da  gsfr 
ra  tomou  posse  da  dita  eéica,  c  por  ebi 
arrendada,  sem  a  mínima  vantagem  pana 
regimentos  que  aqui  estaeionam! 

Musmi  munieipaL-ou-mQaeii  Allea 

Sito  na  rua  da  Restauração  n.*  275,  d'» 
ta  freguezia  de  Miragaya. 

£ste  mjoseu  foi  fundado  por  Joãe  àH 
penúltimo  filho  dos  10  que  seu  pae^  Diudi 
Guiiberme  Allen,  houve  do  seu  primeiro  m* 
trimonío  com  D.  Joanna  Mazza,  perteoeeili 
a.  uma  família  italianl^  aparentada  eon* 
celebre^pontifice  Gleiçente  XIY  (GanfsaW 
Era  seu  pae  subdi^  hrítauico  e  negocíiiií 
e  lòi.  ceniul  da,  sua  qação  em  ViaastA 
Casteklo,  e  dqpois  aya  cidade  do  Fundul* 
de  possuía  um  g^agnifico  prédio  que  c|# 
aÍQ  governo  ^rtuguez  durante  agueiracp 
a  França,  por  ser  predso  para  re^ntíC^ 


WR 


Mm 


253 


poblioiks ;  e  o  eedea  om  troe»  de  doas  la- 
goas quadradas  de  terreno  ineolto^  no  Bra- 
sil, terreno  de  que  nem  eUe  nem  Bens  her- 
deiros chegaram' a  tomar  posse. 

O  filho  mais  velho  de  Duarte  Guilherme 
Allen,,  loi  eonego  na  Sé  do  Funchal»  e  três 
de  soas  filhas  casaram  com  homens  nota- 
Teis-***uma  com  José  Monteiro  de  Almeida» 
rico  negociante  portuense»  edificador  da 
grande  e  bella  casa,  em  que  se  acha  o  cor- 
reio gerai  na  rua  de  S,  Bento  da  Victoria 
(hoje  propriedade  de  José  Gaspar  da  Graça) 
a  qual  senhora,  pelos  seus  serTíços  presta- 
dos durante  a  emigração»  íòi  agraciada  com 
o  titulo  de  baronesa  da  Hegaleira. 

Outra  casou  com  o  dr.  Velloso,  m^ico 
do  paço  no  Brasil  e  veador  da  primeira  im- 
pei;atris,  e  cujas  filhas  casaram  cora  os  dis- 
tindos  estadistas  brasileiros,  os  drs.  Franga 
eXotta. 

A  terceira  caeoucom  José  Ferreira  Pinto 
Bststo,  o  fundador  da  Vista-Alegre  e  notável 
i^ndilho  setembrista,  sendo  assim  Juie  do 
aotnal  sr.  José  Ferreira  Pinto  Basto  e  de 
seus  numerosos  irmãos. 

João  AUen  nasceu  em  i785,  e  aos  li  an* 
nos  de  edade,  íoi  mandado  educar  por  seu 
pae^  para  o  coUegio  de  fGeorge  Tonn»  nas 
proximidades  de  WhashíAfton,  capital  dos 
Estados  Unidos  americanos.  ooUegio  catho- 
lico»  mas  com  organisaçao  oulitar,  dirigido 
por  derigoa  franceses ;  e  Toltsndo  ao  Por- 
to^ quando  todo^^  se  armavam  contra  a  Fran- 
ça, prestou  bons  serviços,  concorrendo  com 
os  conhecimentos  que  adquirira  na  America 
psra  a  melhor  órganisação  dos  corpos  de 
milícias  e  de  voluntários,  e  alistando-se  em 
seguida  como  voluntário  no  exercito  anglo- 
luso,  to  toda  a  campanha,  íervindo  a  espen- 
90»  suoê  e  distinguindo-se  em  algumas  ac* 
ç5es,  pelo  que  lhe  foi  conferida  a  medalha 
da  Torre  e  Bspada.  Findu  a. guerra  penin- 
sohu*  estabíelecett-se  como  negeclante,  pri- 
meiramente em  Londi^s  e  depois  no  Porto^ 
hindo  para  ahi  como  principal  sócio  da  ca- 
aá  Monteiro  Dka&OfS  C,\  per  morto  de  sea 
cunhado  José  MonteU*o  de  Almeida,  que  casa 
d*ahi  por  diante  flco9  tendo  por  firma-^Di- 
xon,  AUen,  Figueiredo  dt  C*  (entrando  pa- 
ra sócio  o  pae  do  actual  sr.  visconde  de  Fi- 


gueiredo) firma  que  mais  tarde  se  transfor- 
mou em  AUeOf  Morgan  &  G.%  hoje  em  par- 
te representadia  por  Morgan  Brothers  &  G.% 
grandes  exportadores  de  vinho  do  Porto. 

Durante  a  sua  laboriosa  carreira  commer- 
cial,  concorreu  João  Àllen  para  a  creação 
ou  aperfeiçoamento  de  todos  ou  quast  todos 
os  estabelecimentos  úteis,  quer  pbilantropi- 
C09,  quer  financeiros,  que  no  Porto  succes- 
sivamente  se  organisaram,  tomando  nomea- 
damente parte  na  fundação  do  Banco  Com- 
mercial—o  primeiro  banco  do  Porto — cujas 
notas  foram  gravadas  por  desenhos  seus- 
Teve  também  parte  importante  nos  traba- 
lhos preparatórios  para  a  creação  de  monu- 
mental «dificio  da  Associação  Gommercial;. 
foi  membro  da  feiíoria  britannica  por  ao- 
clamação  expontânea  da  mesma,  etc. 

Ainda  estava  solteiro,  quando  deu  princi- 
pio ao  museu,  coileccionando  armas  de  di- 
versos povos,  medalhas  e  louças  curiosas,  e. 
depois  foi  pouco  e  pouco  adquirindo  e  con- 
gregando muitos  outros  ariigos,  em  glande 
parte  durante  as  suas  repetidas  viagens  por 
França,  Inglaterra  e  Itália,  onde  pouco  de- 
pois do  seu  casamento,  em  1823,  com  D. 
Leonor  Carolina  Amsink  (filha  de  Rodolpho 
Amsink»  cônsul  de  Hamburgo  no  Porto)  se 
demorou  mezes  com  sua  esposa  e  cunhada 
D.  Ermelinda  Monteiro  de  Almeida  j(depois 
baronesa  da  Regaleira)  passando  muito  tem- 
po em  Roma  em  intimidade  coro  o  nosso 
abalisado  pintor  Sequeira,  e  adquirindo  por 
bom  preço  vários  dos  melhores  quadros  que 
ornam  a  galeria  municipal. 

Mão  cAbendo  já  na  sua  casa.  (n.«  281  na 
raa  da  Reslaaração)  as  numerosas  e  varia- 
das collecçfSes  que  havia  adquirido,  edificoa 
no  quintal  contíguo  (em  1836)  uma  casa 
composta  de  três  grandes  salas  com  lux 
vertical,  e  n'ellas  colloeoa  essas  collec- 
çães  encycic^dicas  que  se  acham  minu- 
ciosamente descrlptas  no,  Troado  de  Geo^ 
graphia^  pubticado  por  .0.  José  de  Urçulln» 
voL  i.'  ari.  Porto.  No  3.*  voL  da  citada  obra 
se  vé  iMna  gravara  representando  o  exterior 
do  qmsai  e  CMa.  de  João  Alle^. 

iFoi  visitado  por  grande  nuanero  de  nih 
turaee  e  estraogeiros,  principalmenjie  noa 
dias  idemiogos>  em  que  o  sr.  J.  AUeu  o 


ífôt 


um 


JlIlfC 


fraaqneftva  ao  pnbiteo.  Uín  doestes  tisRâiH 
te»  mais  nataTds  foi  o  conde  Raosinsky,  en^ 
tão  (4846)  minislro  da  Prasaía  em  Díiboa, 
o  qual  na  ena  obra  Lettrm  wr  kê  Arte  en 
Pértngalf  falia  âetidameme  de  Tarías  pinfo- 
raa  do  masen. 

Tandem  foi  yi9itado  pelo  eonde  de  Yar* 
gas— Bedmar— natnrallêta  dinamarquer,  o 
qnal  tanto  gostou  da  collee^  nioeralogi- 
ca,  que  regressando  ao  seo  paiz,  de  lá  man< 
dou  por  duas  vezes  ao  sr.  AHen^  enrioeos 
espécimens  colhidos  nas  suas  viagens  pelo 
norte  da  Bnropa. 

Angmenton  também  consideravetinente,  o 
ST:  Âllen,  a  cotlecção  de  pinturas  e  outras, 
eom  as  preciosidades  da  casa  de  Abrantes; 
que  se  venderam  em  Lisbea  noa  annoe 
sobsequentes  à  guerra  dvil  que  termi- 
nou em  1634»  sendo  n'essas  diligenoias  eí- 
fioaziiaente  coadjuvado  pelo  nosso  insigne 
pintor  Jeáquim  Raphaeif  a  qc^m  as*  egrejae 
e  esuJt)eleciment06  portuenses  devem  tantos 
quadros 

Porfiaram  em  tirar  lhe  o  retrato,  por  essa 
oceasiâo,  os  artistas  lisbonenses^  e  o  dito  J. 
Baphael,  fez  lithographar  na  oflieina  da  ma 
Nova  dos  Martyres,  um,  eom  a  legenda  se- 
guinte : 

As  artes  agradecidas 
Contra  o  tempo  que  as  consome^ 
Te  erfgem  um  monumento 
Que  vae  basear  teu  nome. 

Nada  mais  incoberente  porém  do  qam  a 
fortuna.  Assim  o  proveu  o  tt,  Aileui  nos 
ultitoos  annos  da  sua  vida,  sendo  atraiçoar 
do  por  seu  sdeio  Morgan,  qve  em  Inglaterra 
abusou  da  firma  da  casa,  tendo  também  de* 
pois  em  Portugal,  dissabores  com  pesaeas 
que  a  uma  nobre  dedicação  pelo  seu  cliefe, 
preferiram  salvaguardar  os  seus  próprios  in- 
teresse!^ aproveitando*  se  da  ausência  do  sr. 
Allen,  em  Inglalem. 

Nio  pôde  seu  nobre  eorafloreelstirn  ãk» 
grande  oatastrophe,  o  fáHeêeii  osto  cidadão 
benemérito,  no  dia  i9  de  niaio^deiâ848^'al^ 
guns  metes  depois  do  seu  nsgreseo  ao'Por- 
to,  havendo  resolvido,  depeis  de  terminada 
a  HquMaçao  da  sua  casa»  Mtitaah^e  do  nê*- 


gocio  eom  os  saldados  doiitnlhiglo,e 
saro  resto  dos  seus  dias  na  sua  beHa  qai 
dê  Gampanhan,  lioje  pertencente  a  sen 
Alfredo  (visconde  doVillar  d^Aflen^X 
raoUo  a  tem  augmentado  e  embeilezaâ<\f 
0n|e  amor  pela  agricultura  e  pelos  nwllioi 
ramenlos  pnMieos,  o  levaram  a  ser  un  doH 
mais  enérgicos  promotores  da»  expesiçM 
agrícolas,  no  nosso  paiz,  principal  fundiMl 
do  Palaeio  de  Chnstal,  e  activo  infeiader  li 
fficposiçio  intemaeional,  eom  que  em  i8# 
setembro  de  1861^,  se  inaugurou  aqueHe  m*»  i 
numento. 

Deiaou  o  sr.  João  All«i,  mais  dois-filliov 
e  uma  filha--Bduardo,  Adelaide  e  Joio. 

O  maisvelUo^é  digno  director  de  um  aen* 
ditado  coHegio  de  instrução  primarlaeai* 
cundaria^  estH)iBleetdo  aetuataiente  nacM 
que  habitou  eom  seu  pae,  contigua  ao  Mb* 
seu  (rua  da  Resuuraçio,  n.*  t81)— pref» 
sor  do  varias  línguas  e  matlManatica^  din* 
etor  do  piHiprio  Museu,  que  f5ra  ^  seu  ^ 
%•  bibfiothecano  da  Kbliotheca  poctbesM^ 
desde  188^— e  inteHIgeote  manusoadvè 
coUecçdes  biblíologioas^  naturatietícasen- 
mismatieas. 

O  uliino,  era  um  eeperançosojovso^i 
quem  uma  terrível  moléstia  menul  cerM 
a  brilhante  oarreM  que  seus  trinmplNi 
seientiflcos  na  Academia  PoljFtoebniea  # 
Pone,  lhe'  auguravam,  e  que  boje  se  adi 
no  HeepHal  ds  RilhafoRe^  sem  eai^erançai 
de  resubelecer  s^^nnoiesiia  provenleaMil* 
vet  do  seu  estremo  afinco  ao  estado  e  dei- 


1  Casou  com  D.  Maria  José  Rebello  Ya- 
,Iente,  filha  de  José  Maria  Rebello  Valente, 
'que  foi  um  dos  meie  acreditados  negociía- 
tes  do  viDbos  d'e8ta'  praça,  capilallsta  e 
grande  proprietário,  morador  na  soa  caiip 
da  rua  da  Bandeirinha,  n*esta  freguezia  de 
Mfragaya. 

^  Eduardo  Augusto  Allen,  baehai«el  kh 
mado  em  dirof  to  pela  Uoiveisídâde  do  Cqí9* 
bra»  bacharel. em  littaratura  pçla  Uoiveni- 
dade  de  Pariz^  premiado  com  a  medalha  dt 
prata,  da  sociedade  ifonthyon  et  fyoMk, 
sodo  oorrespendente  da  Academia  Realçai 
SeieMAs  de  Liaèaa»  e  de.  outras  ooapongãii 

sciemJficaa* 

3  Colleglo  inelez  de  Nossa  Senhora  da  Di- 
vina Providencia.  Tèm  iS  alumnos  iniénm 
e  90  externos. 


litm 


^S^ 


taramettte  das  neeessidades  do  eorpo,  pofs 
Donísta  qQ«  passara  dias  sem  tamer,  6  hòites 
e  noites  sem  dormir,  Coando  estava  em  Pa- 
ris eomplêitaiido  o  carso  de  engenharia. 

Passados  dois  annos,  depois  dotalieeimen^ 
to  do  fandador  do  Museu,  e  tendo  o  respe- 
e(ÍTo  eonsefho  de  familia  ordenado  a  venda 
do  mesmo,  todas  as  pessoas  lâais  notáveis 
do  Porto,  mostraram  o  mais  vivo  desejo  de 
cfne  este  monumento  não  sabisse  da  ddade, 
nem  se  desfizesse  n'mna  venda  em  almoeda, 
e  os  dois  corpos  administrativos,  de  qoem 
dependia  a  sna  aeqnisição,  apesar  de  se  acha- 
rem em  guf^rra  aberta  no  momento,  depoze- 
ram  ttítritos  e  animosidades,  e  unanimemen- 
te aceordaraín  em  comprai -o  á  viuva  e  Ètkos 
do  sr.  J.  Alien. 

RealisoQ-se  a  transação  pela  q[aantia  de 
19  contos  de  réis,  era  que  fora  avaliado  pot 
l>eritos  competentissimos,  taes  como  os  srs. 
lósé  Victorino  Damásio^  Joio  Baptista  Ri- 
beiro, Manuel  José  Carneiro,  etc,  reforçados 
ainda  extra-offlctalmente  pdo  sr.  Carlos  Ri- 
beiro, hoje  a  primeira  notabilidade  minera- 
lógica e  geológica  do  nosso  pai2« 

Foram  porém  esses  dezanove  contos,  pa» 
f  os  em  lettras  de  um  conto  de  réis  cada  uma, 
A  vencer  de  3  em  3  mexes»  o  que  retardou 
o  pagamento  integral  por  espaço  de  quatro 
annos,  perdendo  os  herdeiros  do  sr.  AUen, 
«ott  deseomos,  cerca  de  2  contos  de  róia.' 

Deve  notar-se,  que  na  compra  lelta  paio 
município,  não  se  pôde  incluir  o  que  já  em 
kildes  se  havia  veoãlido,  pois  pelos- juizes  do 
titéntak-io,  se  havia  ordenado  a  venda  eoa 
basta  publica,  de  objectos  de  valor  intria* 
aeco  (alguns  d'elle8  pertencentes  ao  Museu) 
«cano  V.  gr.  dois  ricos  cálices  de  prata  dou- 
rada,, estylo  toihico,  etcr-venda  que  se  re^ 
alisou,  sob  a  presidência  do  referido  jQtsQ 
#rpkanologico.  (cartório  do  escrivão  Fon- 
aeea.) 

Feka'  a  ac^nisi^  pelo  maaicipio,  peiiu 
a  camará  licença  para  conservar  o  Miosm 
no  ediflcio  em  que  estava,  durante  um  anuo, 
em  quanU)  lhe  não  .arr/uijivat  acçommpduQão 
apropria-la,  |io  <iue  os  vendedores  muito  .ge- 
nerosa e  grattmamente  fiíe  prMM^m. 


Não  tendo  porém  a  camará  aciíado  local 
conveniente  para  aquelle  fim,  e  resolvendo 
expol'0  ao  publico,  alugou  â- viuva  do  fun- 
dador,  a  casa  em  que  o  Museu  se  achava,  e 
alHse  conserva  aluda  hoje^-sendo  para  la*^ 
raentar  que  a  camará  ainda  se  não  determl* 
nasse  adarlhe  casa  em  melhores  condições, 
apesar  das  refleradas  instancias,  do^seu  di«^ 
(fno  director,  diesde  que  se  inaugurou  a  aber* 
tura  em  iSttt,  o  qual  tem  submettido  e  apre- 
sentado â  camará  vários  alvitres,  miuncio- 
samente  desenvolvidos  e  documentados  para 
ver  se'  a  resolve  a  collocar  o  Museu  em  con^ 
díçSes  de  poderem  devidamente  coordenar*' 
se  e  exporetía-se  tbdos  os  objectos  que  M 
actual  casa,  pbr  falta  de  espaço,  se  acham 
atnontoados. 

No  primeiro  projecto,  propunha  a  con- 
strucção  de  uma  ala  nova  nos  Paços  do  con- 
celho, peíó  do  lado  pòènte,  unifòrmfsando  a 
frente  dos  Paços  actuaes,  e  da  casa  contígua 
já  comprada  e  occupada  pela  camará— ala 
que  ficaria  ao  longo  de  uma  nova  rua,  que 
ligasse  a  Praça  de  D.  Pedro,  com  os  Lava- 
douros. 

Nq  seguodo  projecto,  propunha  a  termi- 
nação pela  parte.  Norte  do  edificio  da  bíbllQ- 
theca,  em  S.  Lazaro,  oude  existe  já  a  parede 
fronteira  ao  jardim,  faltando  só  outra  do 
lado  d&  rua  da  Murta»  e  uma  mais  pequena 
pelo  lado  do  nai^nte. 

Podia  aUiformw-se  um  vasto,  sal$o^  eom 
Uu  vertical,  e  magnificas  condições  para  o 
Mueeu;  mm  nés.eptariamas.peio  priíoeiro 
projecto^  já  por  que  os  Paçosrmwieipao^ 
■âo  estaeiíá  allivra  da  s^guuda  otít^áBào 
reitto»«e  osva  as*  obraa  e^desAnvglvi^ntf»  q^^i 
deimiBdam,  {léAa  beUa^Mi^  bprinoniiJN^  ae 
a  casa  para  o  Museu,  j4  pof  que  este  flçana 
maia  eenirfil*  do;<ine  em  B.  Lazaro,  e  muito 
mais  accesst^l  ao-i^cibUeo. 

Depois  de  compradé  p^  camará  tem  é 
Museu  augmentado  al^ma  tfoisa,  já  com  of- 
fertab  pàrtimilares^-infdtimaite  ainda  raras 
entre  nós,  já  com  a  coibpi«i  de  pequanat 
cilIlédS^  e^bjisolNM  avulsos^  Mído  «mais 
iitlportoâte  d^tes;  o  curiosíssimo  sarco|^taa<' 
g&  romtinoj  4e«coberto  no  Alemtejer-e  des» 
drij^  em  tima  Memoria,  publicada  peloar. 


250 


Mm 


Bdnaido  AHâgy  if^f^H^jj^n^t  éureclar  do  Ma* 

MU. 

Pablieoa  também  o  mesmo  teabor  um  Ca- 
UUogo  da  Galeria  de  PitUurai^  L*  toL  4e 
Catalogo  do  Gabmete  Conchytíologka,  Tarias 
moQograpbiaa  iiatiiralistiGas  e  numlsmati- 
eaa;  e  tem  prompta  a  classifica^  de  todas 
as  coliecçQes^  para  serem  eiiqoetadas  e  con- 
Teaientemente  expostas^  logo  400  o  Musea 
teaba  casa  qae  o  permitia.  £  esperamoe  que 
em  breve  a  teri^  por  que  a  merece»  e  por 
que  alem  da  yergo&ba  de  aõdar  nm  mona- 
mento  pablico,  em  casa  de  rendado  exposto 
a  que  Ibe  intimem  despejo  de  om  momento 
para  o  onlro»  o  edificio  qoe  actualmente  oe- 
eopa  não  tem  o  espaço  preciso. 

Nem  essas  obras  podem  faier  trepidar 
ama  camará,  que  dispendea  mais  de  300 
contos  de  réis,  só  com  ama  da  nova  Alfan- 
dega—qae  poaco  menos  deve  gastar  com  a 
de  Mousinho  da  Silveira,  já  principiada,  ou 
com  a  de  Barrédo,  em  continuação  da  roa 
dos  loglezes,  até  á  ponte  pênsil  —  que  se 
atreve  a  levar  em  linba  recta,  a  da  Boa- Vis- 
ta, cerca  de  5  kílometros,  desde  o  Campo  de 
Santo  Ovidío,  até  á  beira- mar,  e  que  levan- 
tou para  peixe  e  fressuras,  uma  praça,  ou 
antes  um  palácio,  que  se  não  conclne  com 
SOO  contos  de  réis. 

João  Alieo,  o  fundador  do  Musèa  Munici- 
pal, era  tio  (e  sócio)  do  infeliz  José  Allen, 
qne  perdea  a  vida  eom  doas  innocentes  fi- 
Ibas^  no  memorando  nanfiragio  do  vapor  Por«> 
to,  em  19  de  março  de  1852— predsameme 
no  dia  em  que  por  occasião  da  segunda  in- 
vasão francesa  (em  1800),  tantas  mii  pessoas 
pereceram  nas  mesmas  agoas  do  Douro, 
qnando  em  tropel  fagíam  pela  Ponte  de  Bar- 
cas, para  o  Sul  do  pafz. 

Depois  da  catastrophe  da  ponte,  M  aqaeU 
le  naufrágio  a  scena  mais  horrorosa,  qae  o 
Borto  tem  pr^senoiado;  eoem  ha  memoria 
de  naufrágio  que  tantas  victimaa  fiiesaeeo* 
ire  os  sinistros  sem  conta,  que  se  téem 
dado  na  barra  do  Porto. 

Toda  a  cidade  se  vestia  de  lacto,  perqqe 
sendo  aqaelle  vapor  am  dosda.earreira  en- 
tre o  Porto  e  Lisboa,  segaia  para  a.oapital 
oem  grande  nomero  de  peswas^  qaasi  todas 


do  Porto,  e  arribando,  se  pecden  jánsssgias 
do.Dooro^  a  peqoena  distancia  da  terra, e 
com  elle  se  submergiram  lodos  os  passagei- 
ros^ á  vista  de  soas  íamiiias  e  de  milhira 
de  pessoas,  que  á  voz  do  sinistro  correram 
á  pressa  e  se  estorciam  de  dôr  e  desespera- 
ção, sem  poderem  valer-lbesl. . . 

Temos  sobroamesa,  am  sentido  peemeio 
qaoo  sr.  Luiz  ML  de  C,  S.  Donas  Botto,  poi 
essa  occasião  escroveu,  sobro  o  assompto'  e 
dedicou  aviava  de  José  Allen,  aar.*  D.Eaii- 
lia  Allen,  qae  ainda  vive,  na  roa  da  Baa- 
deinaba,  n'esta  Iregoezia  de  Miragaya. 

Fabiioas 

Ha  na  praça  do  Daqoe  de  B^a,  n.*  H 
n'esta  freguezia,  uma  fábrica  de  tecidos  4b 
a^iodão  (cetins);  foi  montada  em  18U  por 
Manoel  loaqnim  Machado,  (állecido  ha  a» 
nos,  e  é  boje  propriedade  de  um  seu  aoln* 
nbo,  o  sr.  Luiz  Monteiro  Machadiy  prima  da 
sr.  Felisberto  de  Moora  Monteiro,  am  èi 
quarenta  maiores  oontribointes  do  baín 
Occidental  d'esta  cidade. 

£  fique  de  passagem  aqui  consignado,^ 
esu  lámilia  Monteiros  Machados,  da  pr^t 
do  duqne  de  Beja,  é  hoje  uma  das  (amiliii 
mais  ricas  de  bens  e  de  virtudes,  qoe  M 
n'esta  freguezia. 

Tem  a  fabrica  36  teares,  e n*ella  ases* 
pregam  80  pessoas,  eomprebendaiido  aU- 
tose  menores. 

Ha  n'esu  freguezia  oatra  fabrica  de  teó- 
dos,  mas  de  seda  (largos)  na  rua  da  fianéei- 
ra,  n.*  66,  propriedade  do  sr.  António  de  Oli- 
veira Lessa.  Poi  fundada  por  este  se^ioriia 
antiga  rua  das  Carrancas,  hc^e  raa  da  Ur 
berdade;  passou  para  a  Bandebrinha,  ea 
1860. 

Os  artigos  que  fabrica  são  variados,  e  im 
acabados;  confandem-se  com  os  estrangei- 
ros, e  como  taes  o  publico  os  acceita. 

Tém  sido  premiados  em  varias  expoBiciei 

Aaeioiíaes. 

^  Paz  parte  da  eoUecção  de  poesias,  (fsv 
COSI  o  titulo  Lyra  do  DourOft»  publicou  m 
i85i,  na  t9fographia  de  Faria  OuimaiiM^ 


Mm 

Existe  nas  Escadas  do  Monte  dos  Jadens, 
II.*  6  a  8,  também  nma  fabríea  de  fandiçao 
de  ferro,  desde  1860,  propriedade  do  sr.  Joio 
Ayres.  Tem  nma  machina  da  forçâ  de  8  ea- 
Tallos  e  occnpa  S5  operários. 

No  mesmo  loeal  teve  o  sr.  João  Iglesias  até 
1860,  nma  fabrica  de  eerreja,  aguardente,  li- 
cores e  genebra,  e  nos  baixos  do  primeiro 
pavimento  nma  ontra  fabrica  de  serrar  ma- 
deiras, movida  a  vapor. 

No  mesmo  loca!  onde  esteve  a  aqnelia  fa- 
"brica  de  serrar  madeiras,  está  boje  (desde 
1870)  uma  fabrica  de  moagem  a  vapor,  com 
dnas  rodas  e  nma  machina  da  força  de  6 
eavallos. 

E*  propriedade  do  sr.  Francisco  José  Go- 
mes, e  móe  cereaes  para  qneimar,  seixo  para 
Tidro,  sarro,  e  príDcipalmente  enxofre,  pois 
-só  d'e8te  artigo,  no  anno  nltimo,  moen  cer- 
-OL  de  cincoenta  mil  arrobas,  e  este  anno  de 
1875,  nos  disse  o  sen  proprietário  qne  es- 
perava moer  muito  mais  t... 

Todo  este  enxofre  é  destinado  a  combater 
t>  philoxera  e  o  oidiuim. 

* 

Existiu  muitos  annos  na  ma  da  Esperan- 
iça,  n.*  3,  uma  fabrica  de  louça,  da  familia 
Rocha  Soares.  Era  um  estabelecimento  vas- 
to, e  Agostinho  Rebello  da  Costa  o  Indica 
na  gravura  que  fez  intercalar  no  texto  da 
sua  curiosa  Descripção  do  Porto,  Fechou-se 
porém,  e  extinguiu-se  esta  grande  fabrica, 
pouco  depois  do  fallecimento  do  seu  ultimo 
possuidor,  Francisco  da  Bocha  Soares,  de 
quem  falíamos  em  outra  parte. 

Depois  da  extincçio  do  contracto  ou  mo- 
nopólio dos  tabacos  em  Portugal,  montou-se 
na  mesma  casa  onde  esteve  aqnelia  fabrica 
ide  loiça,  uma  fabrica  de  tabacos,  aproxima- 
damente em  1865,  mas  fechou-se  logo  no 
anno  seguinte. 

Houve  também  na  mesma  rua  da  Espe- 
rança, n.*  2i,  nma  fabrica  de  moagem  de 
«ereaes,  propriedade  e  perdido  de  António 
5osé  Borges,  contemporâneo  do  grande  in- 
"dustríal  Francisco  da  Rocha  Soares  Sénior. 

António  José  Borges  foi  câpitio  de  ordé** 


Mm 


257 


aanças,  negeefante  e  proprietário,  e  dispõe 
de  boas  sommas. 

Yiven  nraitos  annos  nas  casas  que  man- 
dou fazer,  e  em  que  dispenden  nmito  di- 
nheiro, no  largo  de  S.  Pedro,  n.*  7,  junto  á 
egreja  de  Miragaya;  fondon  nma  grande  pa- 
daria na  rua  da  Esperança,  n.«  24,-^adqnt- 
rin  todo  o  terreno  desde  a  padaria  até  i  ma 
Arménia,  e  sobre  este  levantou  custosos  ar- 
mazéns com  nm  segundo  pavimento  part 
deposito  de  cereaes;  e  como  )he  cansassem 
transtorno  os  moleiros,  que,  principalmente 
no  verão,  nio  lhe  davam  a  tempo  a  farinha 
de  que  necessitava,  concebeu  o  piano  de  K- 
bertar-se  â*elies,  e  a  fatalidade  lhe  deparou 
nm  industrioso  francez  que  se  prestou  amon- 
tar  uma  fabrica  de  moagem,  com  a  pequena 
porçSo  de  agua  qne  já  tinha  a  padaria.  ■ 

Ficou  louco  de  contentamento  o  ingénuo 
capitio  Borges,  e,  sem  regatear,  tomou  logo 
ao  seu  serviço  o  francez,  que,  pelos  medos, 
nio  era  completamenie  leigo  na  matéria, 
pois  ao  fim  de  mais  de  nm  anno  de  obras, 
e  depois  de  consumir  a  paciência  e  a  fortn* 
na  do  capitão  Borges,  conseguiu  pôr  em  mo- 
vimento um  engenho  digno  de  ver-se. 

Por  um  triz  não  resolveu  o  problema  do 
motu-continuo! 

Com  nma  pequena  quantidade  de  agua 
formou  um  deposito,  e  d'este  a  agua,  cahin- 
do  no  apparatoso  engenho  o  obrigava  a  dar 
mil  voltas,  vindo  a  agua  por  ultimo  caMr 
no  mesmo  deposito  d'onde  sahira  (  E  assim 
aquella  pequena  porção  de  agna  alimenta* 
va  o  engenho,  e  o  fazia  trabalhar  incês$an' 
temevOê;  mas  nm  palito,  por  assin  dizer,  o 
fazia  estacar  I 

Era  nm  vistoso  jogo  d'aguas — nada  maia. 
e  creio  que  o  pobre  capitão  Borges  não  che- 
gou a  ver  um  único  alqueire  de  pão  moido 
na  sna  tõo  tara  foMea  I 

E  com  e^tejogod^aguas  e  casae  qne  man- 
dou fazer  no  largo  de  S.  Pedro,  e  outras 
junto  à  padaria,  na  ma  da  Esperança,  n.* 
S6;  com  os  armazena  da  ra^  Arménia  eoo* 
tros  que  ainda  nltimamenle  fez  na  ma  da 
Esperança,  n.»  2i  a  f  7,  consumiu  toda  a 
anã  fortnna  o  bom  do  capitão  Borges  t 

D*eHe  existem;  além  d*outro8Alhos,a  sr.*  D. 
Leonor,  eaaada  eoin  o  sr.  Antonk^  Ae 


S5$ 


MR 


4a  MáHaarolIflfl»  rico  proprietário  e  íabric»- 
te  de  louça,  e  asr.*  D.  Rosa,  que  eaaoa  na  ilba 
Tereeira,  e  poasoe  ama  daa  maíerea  íoita- 
aas  d'«flta  ilba. 

HoQve  tamtieiii  aresta  fregoesia  uma  fa- 
brica de  velas  de  eebo  na  traveasa  da  La- 
^e,  propriedade  dos  sr^.  Âzevedos»  ricos  ne- 
gociantes da  roa  dos  Fogueteiros;  e  ba  Bhk- 
4a  n'e8ta  freguezía  duas  f^úi^ricas  de  pós  de 
gomma,  uma  na  rua  do  Galvano,  n.*  iQ, 
propriedade  do  sr.  Praaeisco  António  Villas,  e 
outra  na  Cordoaria  Yelba,  n.<>  38,  pKoprie^ 
dado  do  sr.  Carlos  JNobió. 

£liarinaoiado  Hospital  daMlBerioordia 

Esta  pbarmacia  é  boje  uma  das  primeiras 
de  Portugal,  sendo  seu  director  o  sr.  Agosti- 
nbo  da  Silva  Vieira^  professor  na  Academia 
Polytecbnica  do  Pvrto,  caracter  probo,  mui- 
to intelii  gente  e  estudioso. 

Nasceu  em  3  de  setembro  4e  Í825,  na 
fregoezia  de  Cottas,  coneelbo  de  Favaios 
(boje  de  Alijó),  districto  de  Yilla  Beal,  #»ba- 
vendo  alli  estudado  instrucçao  primaria  e 
francez^  aos  21  annos,  veio  para  q  Porto  (em 
i846)  assentando  praça  no  batalhão  acadé- 
mico, estudou  particularmente  ioglez,  lógi- 
ca e  geograpbia,  e,  feitos  todos  os  exames 
de  preparatórios,  entrou  para  a  Academia 
Polythecnica,  em  outubro  de  1847,  matri- 
cnlando-se  em  matbematica  e  chimica,  em 
que  ficou  approvado  e  distincto. 

Em  1848  a  1849  cursou  na  mesma  aea- 
demis,  as  aulas  de  pbisica  o  botânica,  nab 
quaes  foi  também  approvado  com  distioo- 
çlk),  concluindo  os  preparatórios  para  en- 
trarar  na  escola  medieo-cirurgica,  onde 
ae  matriculou  no  mesmo  anuo,  em  maté- 
ria medica  e  anatomia»  como  alumno  de 
pbarmacia. 

De  1849  a  1850  seguiu  o  segundo  an- 
uo de  pbarmacia,  e  abandonando  a  car- 
reira medioo-çirurgica,  estabeleceu  uma 
pbamacia,  e  seguiu  n'esse  afino  e  nos 
iffimediatos  todas  as  disciplinas  jieoeasarías 
para  obter,  €omo  obteve,  Mf ia  d^^apacié»» 
de^  em  agrieultBfa,  naaoadeffiia,:e  na^seóla 


Mm 

primeira  alaaae.  €onsenroa«ae  estabftocMft, 
até  que  no  l.«  de  janeiro  de  1855  tonm 
poflse  do  lofar  de  pbarmaceutieo  de  floBjâ- 
tal  Real  de  Santo  António^  e  a  iostaneis 
suas,  e  por  sua  direcção,  161  reformada  & 
pbarmacia  a  seu  cargo,  boje  uma  das  pri- 
meiras de  Portugal,  dotando- a  comaJganii 
macbinas  de  sua  invenção. 

Por  convite  da  mesa  foi  encarregado  da 
organisação  da  lavanderia  a  vapor,  do  mes- 
mo bospital,  a  qual  foi  montada  em  1864  a 
1865,  e  tem  por  elle  sido  dirigida  até  hoje. 

A  despesa  annual  da  lavanderia,  é  deceh 
ca  de  2;800^;000  réis,  dando  um  Incro  li- 
quido por  anno  de  450^000  réis  aproxima- 
damente, calcttlando-se  o  custo  das  la?i- 
gens  pelas  do  antigo  systema,  além  dos  bb- 
noficios  bygienicos,  que  .d'ella  resultaiD,i 
fornecendo  ao  mesmo  tempo  agua  quente  i 
iria,  elevada  pela  macbioa  a  toda  a  aluu 
do  bospital,  para  baabos,  lavagem  da  mt, 
etc. 

Em  15  de  maio  de  1860  tomou  poaseái 
logar  de  primeiro  oílicial  do  Jardim  Bom 
CO  da  Academia  Polytecbnica,  por  deenft 
de  24  de  abril  do  mesmo  anno,  precedâià» 
concurso,  e  exercendo  muito  intellígaite- 
mente  este  logar  alé  13  de  janeiro  de  i87Si 
data  em  que  pediu  a  sua  exoneração. 

Por  convite  do  conselbo  escolar,  foi  7  la- 
nos  preparador  de  pbysica  e  cbimica  nok- 
stitato  Iudu8ti'ial  do  Porto,  gratuitameoie^ 
e  regeu  a  cadeira  de  pbysica  no  anno  lecii- 
vo  de  1866  a  1867;  por  poruria  de  14  dt 
maio  de  1867  foi  nomeado  lente  auxiliar  è 
cbimica  e  pbysica  do  mesmo  instituto,  pas- 
sando por  outra  portaria  de  dezembro  de 
1871  a  reger  a  cadeira  de  cbimica  appiica- 
da,  sendo  despacbado  para  a  mesma  cadei- 
ra, precedendo  concurso,  por  decreto  de 
dezembro  de  1874,  e  tomou  posse  em  13  à 
Janeiro  de  1875. 

Além  de  algumas  publicações  de  menos 
importância,  publicou  em  1860  uma  obra  if' 
titulada  TtuMuro  inexçotavel^  da  qual  ae  feijt 
segunda  edição;  e  em  1865  uma  Sffnomm 
^mi(M  pharmaceuticíif  qvíQ  foi  moitobett 
acctíite  pelas ,  pessoas .  competentes,  e = parií* 
«atarmente  pela  Sociedade  Pbannacèaii0 


.medioo^eírttfgíoa  a  4e  .phaovaaceotieo  >d6to3íAanl^  ^pie  ibe  ccA  ferúi  o  tís^M^ 


Mftt 

«ompcansa  e  o  dipkHB»  de  docio  hfímèxmio., 

£000111  Hedioo^Cimr^oa  âo  Portp 

EsU  escola  íoi  montada  no  hosi^ital  Teal 
da  Misericórdia,  liojo  d*«sta  frèguezia  deHi- 
railfayay  onde  ainda  se  eonser^a,  e  (Myrâsso 
DOS  cumpre  mencionàl-a. 

Alguns  homens  affeiçoadosrao  progresso 
dos  estudos  médicos,  e  partieularmenteThoo- 
doro  Ferreira  d' Aguiar,  cirurgíão-mór  do 
leinoi  e  amigo  miimo  de  el^rei  D.  João  VI, 
fiteram  com  que  o  ministro,  José  Joaquim 
.d*Alffleida  Aranjo  Corrêa  de  lAcerda  propo- 
'  Msse  e  rtíferendasse  o  alvará  de  %^  de  junho': 
de  1825,  que  creoa  as  reaes  eseoias  de  d- 
rorgia  de  Lisboa  e  Porto,  a  1/  com  7  cadei-j 
ras  e  a  2.*  com  5,  e  ambâs  sob  a  superinten- 
dência d-aqu^e  cirorgiâo-mór.  que. era  o 
aen  director  geral,  presidindo  á  de  Lisboa, 
e  nomeando  um  delegado,  para  presidir  á  do  r 
.Porto. 
I  Estes  e  outros  actos  revelam  os  sentimen- 
I  tos  d*aquelie  monarcha  e  dos  homens  que. 
I  elle  escolhera  para  conjurar  os  males  que. 
I  «aosára  o  ministério  do  conde  de  Subserra.' 
I  '  InMixmente  a  sua  prematura  mortie  a  10 
I  de  março  de  1826,  que,  como  a  do  seu  cirur- 
gião Aguiar,  Coi  altrib^ida  a  crimes,  que  a 
historia  averiguará,  inuiílisoa  aqueiles  pla- 
nos, e  deixou  sem  protectores  valiosos  aquei- 
les estabelecimentos  já  ereados* 

Por  decreto  de  8  de  outubro  do  meaipo 
anno  de  1825,  foram  nomeados  os  professo- 
res para  a  escola  do  Porto.  Foram  elles  Ber- 
nardo Pereira  da  Fonseca  Campeão»  delega- 
do do  cirurgião- mor  do  reine,  director  e 
lente  do  S.*»  anno,  durante  o  qual  ensinava 
pathologia  interna  e  clinica  medica; — Vi- 
cente José  de  GarvalJ^,  que  havia  «ido  de- 
monstrador d*anatomia  no  hospital  de  S.  Jo- 
sé, lente  do  i.«  anno,  durante  ô  qual  ensi- 
nava anatomia  e  physiologia;  —  Francisco 
Pedro  de  Ykerbo,  lente  do  2.*"  anno,  em  que 
ensinava  aat/eria  medica,  pharmaeia  e  hy- 
fíene;— António  José  deScõsa,  lente  do  ái* 
anno,  durante  o  qual  ensinava  .palhoie^ 
ieslerna,  terapeutiea  e  clinica  cirttifira.;^^ 
0,  Joaquim  Igãaeio.ValeBt^^  aaiigo  eiiHurgião 
Ae  enfreiíOyianiftido  &.*  Boms^j^mpt^aii»' 


ím 


25^ 


lhe  o  ensino  da  medicina  ofueratoria  eob«> 
stetricia,  com  a  parte  forense  que  lhe  res* 
peita.  ^ 

A  abertura  das  matriculas  foi  annonciada 
.por  um;  edital  do  provedor  da  Misericórdia, 
cargo  que  então  exercia  Francisco  Barroso 
Pereira,  ea,prinieira  abertura  solemne  da 
escola  teve  logar  a  25  de  novembro  do  dita 
anno,  começando  aa  aulas  em  2  de  deaem- 
bro. 

Desde  aorganisação  da  escola  todos  o» 
professores  se  esforçaram  por  gran(^ar*lhe 
créditos»  mas  os  tempos  que  corriam  não 
eram  de  feição  a  favorecer  a  cultura  das 
scjenctas  e  das  lettcas.  As  tormentas  dás 
ambiçOes,  que  se  desencadeavam  para  em- 
polgar o  poder,  não  deixavam  medrar  coisa 
que  servisse  a  bem  da  causa  publica. 

Gom  a  entrada  do  senhor  D.  Pedro  no 
Porto  em  8  de  julho  de  1832  continuaram 
os -professores  que  pormaneceram  no  seu 
posto,  mas  o  estado  anormal  da  cidade  du- 
rante p  assedio,  e  a  Ímproba  tareia  de  cui- 
darem dos  doentes  e  feridos,  mal  Ihea  per- 
mittia  o  cumprimente  do  seu  miaisterio  es* 
colar. 

Melhores  dias  raiaram  porém  para  este 
estabelecimento,  com  a  passagem  das  tor- 
mentas poiiiicas,  e  com  6  decreto  de  29  da 
de  dezembrode  1836,  que  ampliou  e  egualou 
o  quadro  das  escolas  de  Lisboa  e  Porto,  e 
com  a  portaria  de  16  de  janeiro  de.  1837,  que 
mandou  ao  opnseiho  d*esta  cumprir  o  sobre- 
dito decreto,  o  que  [et  a  congregação  de  23 
de  janeiro  do  mesmo  anno  do  modo  seguin- 
te:^ 1.*  anno,  anatomia; — 2.%  pbysjolt^ia  e 
hygíene; — 3.%  matéria  medica  e  pharmacia; 
pathologia  e  therapeutica  externas;— 4.°,  ap- 
parelhos  e  operações  cirúrgicas  e  eirurgia 
forense,  partos  e  clinica  cirúrgica;— 5.%  his- 
toria medica,  pathologia  geral,  pathologia  e 
■therapeuiica  internas,  e  clinica  medica,  hy- 
giene  publica,  medidna. legal  e  clínica  ci- 
rúrgica. 

Eis^aqui  o  período  moderno  e  brilhante 
doesta  escola,  constituida  com  as  suas  nove 
cadeira»;  b  por  deeraio  »de  16  de  maio  de 
1863  feram  ereadas  ainda  mais  duas  cadei- 
ras—uma de  pathologia,  e  outra  de  medi- 
cina legaL 


â60 


liffi 


lOR 


0  sen  trnâdro  aetaal  é  o  seguinte: 
Senhores: 

Director  —  o  conselbeiro  e  lente  jubila- 
do —  Mannel  Maria  da  Coita  Leite. 

Secretario,  Manuel  de  Jesus  Antunes  Le- 
mos. 

I.*  cadeira  (anatomia  deseriptiva) — lente 
JoSo  Pereira  Dias  Lebre. 

1*  (physiologia)  —  dr.  José  Carlos  Lopes 
Júnior. 

3.*  (matéria  medica)— João  Xavier  d'01i- 
veira  Barros. 

4.«  (paihologia  externa)— Hlydio  Ayres  Pe- 
reira do  Valle. » 

5.*  (medicina  operatória)— dr.  Pedro  Au- 
gusto Dias. 

6.*  (obstetrícia)  —  dr.  Agostinho  António 
do  Souto. 

7."  (pathologia  interna)  —  dr.  José  d' An- 
drade òramacho. 

8.«  (clinica  medica)  —  dr.  António  d'Oli- 
veira  Monteiro. 

9.*  (clinica  cirúrgica)  —Eduardo  Pereira 
Pimenta. 

10.*  (pathologia  geral  e  anatomia  patbo- 
logica)  — António  Joaquim  de  Moraes  Cal- 
das. 

ll.«  (medicina  legal  e  hygiene  publica)— 
dr.  José  Pructuoso  Ayres  de  Gouveia  Osó- 
rio. 

Snbnituto  de  medicina  —  Manuel  Rodri- 
gues da  Silva  Pinto. 

Dito  —  António  d'Âzevedo  Maia. 

Substituto  de  cirurgia— Manuel  de  Jesus 
Antunes  Lemos. 

Dito — vago. 

1  É  actualmente  deputado  ás  cortes,  onde 
aeaba  de  ser  approvado  um  projecto  para  a 
eonstrucçào  ài  nova  escola  medico-eirur- 
gica,  da  qual  este  sr.  é  disUnctissimo  orna- 
mento. 

A  construcçlo  da  nova  casa  já  principiou 
no  anno  ultimo  (1874)  e  as  obras  continuam, 

Í)elo  cofre  da  escola,  com  as  rendas  acumn- 
adas  da  cerca  onde  a  casa  se  levanta,  e  que 
é  propriedade  da  escola. 

Aqueila  cerca  fez  parte  da  do  convento 
dos  fí*ades  carmelitas,  e  fica  ao  nascente  da 
praça  do  Duque  de  Beja,  cpntigua  ao  Horto 
Botânico  e  ao  hospital  real  de  Santo  Antó- 
nio, onde  foi  primitivamente  montada  e  ain- 
da se  conserva  a  escola. 


Demonstrador  de  eirargiâ— AngDStoHBi- 
ríque  d'Almeida  Brand2o. 

Professor  de  pbarmaefa  e  toxieelogii- 
Felix  da  Fonseca  Moura. 

Preparador  e  conservador  do  muaraan- 
tomico  —  Joaquim  Pinto  d' Azevedo. 

Thesonreiro  ^  Agostinho  Duarte  Mk- 
zar. 

Amanuense  e  1.*  oíBeial  da  bibliodieca- 
Mfguel  José  Maia. 

No  alto  da  parte  do  edHicio  onde  a  oe»- 
Ia  funcciona  (hospital  real  da  MIserícorAj 
foi  creado  pela  escola  em  tô70,  um  peqoai 
observatório  meteorológico,  sempre  aeti|D 
do  lente  mais  moderno  e  demonsoradõrè 
medicina. 


É  este  um  dos  melhores  estabelecimeoi 
d*instrucçio  superior  que  ha  hoje  em  Pt 
tugal  Possuo  uma  livraria  medica,  de  tm 
de  7:000  volumes,  grande  copia  de  iosm 
mentos  de  physica  e  um  bom  gabinete» 
tomico. 

Entre  os  lentes  mais  distinctos,  que  M 
abrilhantado  esta  escola,  meneionareoMsa 
seguintes: 

—  Francisco  d* Assis  Souza  Yaz,  que  ft 
creveu  sobre  vários  assumptos,  e  nomeifr 
mente  sobre  hygiene.     . 

—Januário  Peres  Furtado  Galvão,  que» 
creveu  sobre  hygiene  e  medicina  legal 

— António  Pereira  Braga,  que  escreia 
sobre  pathologia. 

— João  Ferreira  da  Silva  Oliveira,  gaed- 
creveu  sobre  philosophia,  e  a  primein  ft- 
zeta  Medica  do  Porto. 

— José  Gregório  Lopes  da  Camará  SíflH^ 
que  escreveu  sobre  obstetrícia. 

Todos  estes  já  são  fatlecidos,  e  dos^ 
ainda  vivem  eonsignaremos  sem  lisoiij»« 
nomes  dos  srs.  José  Pereira  Reis,  qne  W 
escriptos  importantes  sobre  matéria  Bi* 
dica — José  Pructuoso  Ayres  de  Goinik 
Ozorio,  sobre  hygiene,  redactor  prinelpalà 
segunda  Gazeta  Medica  do  Port(h-e  Aato* 
nio  Bernardino  de  Almeida,  cujo  tiM 
operatório  tem  feito  progredir  muiioaá- 
rargia  poringueza.  É  nroa  das  maiêrtffi^ 


_J 


riaa  4a  e«ftola»  apesar  de  nSo  ler  publicado 
trabalho  algum  sea. 

Quarenta  maiores  contribuintes 

■ 

Pelo  jeeenseameDto  feito  Já  este  ano^  de 
i&75  doe  40  maiores  ^eoa^ibuiotes  do»  ba^ir- 

•  ,  » 

ro  Occidental  d*e3ta  cidade,  couberam  a  esta 
fregaezia  de  Miragaya  iO,  o  que  ó  dígoo  de 
menção,  porqae  este  bairro  comprehende 
além  da  freguezia  de  Miragaya  as  .da  Yi- 
ctoria,  S.  Nicolau,  Foz  do  Douro,  Lordello, 
Massareiios  e  Cedofeita,  tendo  só  esta  oiti* 
ma  fireguezia  cerca  de  6:000  fog«s  e  a  de 
Miragaya  pouco  mais  de  i:0001... 

Segundo  uva  nota  que  nos  foi  subminis* 
Irada  pela  administração  do  bairro  occidep* 
tal  do  Porto,  a  população  do  dito  bairro  em 
3i  de  dezembro  de  1874  era  a  seguinte : 

Foz  do  Douro»  fogos  cixis  i:i40,  habitan- 
tes 4:300, 

Lordeílo,  fogos  798,  habitantes  3:953. 

Massareiios,  fogos  1:985,  habitantes  3:725. 
'      Miragaya,  fogos  1:089,  habitantes  4:653. 

S.  Micolao,  fogos  1:489,  habitantes  6:500. 

Victor  ia,  fogos  1:915,  habitantes  9:619. 
'       Cedofeita,  fogos  5:983,  habitantes  14:073. 
'      Toul,  fogos  13:499— habitantes  47:223. 

Note^se  que  das  freguezias  d'esta  cida* 
de  é  esta  de  Miragaya  a  que  relativamente 
conta  maior  numero  de  pobres. 

Para  que  saibam  os  vindouros  quem  sâo 
os  dea  maires  contribuinte  d*esta  freguezia, 
aqui  os  vamos  consignar. 

— António  da  Siiva  Monteiro,  morador  na 
ana  luxuosa  casa  n.°  140,  na  rua  da  Restau- 
ração. 

—António  Josó  da  Silva,  morador  também 
na  dita  rua  da  Restauração  ^  n.*"  180  a  190. 

Nasceu  na  freguezia  de  S.  Nicolau  em  6 
de  abril  de  1816,  e  é  filho  de  Josó  António 
I  da  Silva  e  D.  Thereza  Theodoiinda  da  Silva. 
I  Casou  em  5  de  janeiro  de  1844  com  D.  Tbe- 
reza  de  Barros  Lima,  filha  de  Josó  Pedro  de 
Barros  Lima  e  D.  Anna  Margarida  da  Gra- 
ça Lima. 

Tem  um  filho  e  uma  filha— António  e 
Tl^areza,  ainda  solteiros. 


>  Esu  rua  é  a  flor  da  freguezia.  Nio  tem 
una  uAica  Aunília  polMVt 

YOLIMKY 


Mm 


S61 


JÍ  proprietário,  e  dos  mais  acreditados  é 
maia  antigos  negodames  de  vinhos  d'.eala 
praça.' 

--^Manuel  Joaquim  de  Arauj»  Costa,  mo* 
rador  da  soa  easa  do  largo  de  Viriato  il^ 
7  a  ii. 

Nasceu  em  22  de  fevereiro  de  181^,  na 
freguezia  de  Santo  Ildefonso,  %  casou  em  il 
de  janeiro  de  1845  com  D.  Herminia  de  Mi- 
randa, na  fregueiiia  da  Sé,  n*esta  cidade. 

Tem  cinco  filhos  —  Boaventura,  Manpei^ 
Maria,  e  Maria  Josó,  solteiros,  e  Emília,  ca- 
sada com  João  Pinto  Pizarro  da  Cunha  Por- 
to-Carrero,  senhor  e  representante  dano- 
bllissima  casa  dita,  palácio  das  Sereias,  da 
Bandeirinha. 

É  proprietário,  capitalista,  e  director  do 
Banco  Commercial. 

— ^Francisco  Pinto  Henriques,  morador  na 
sua  casa  n.*  27  na  ma  occidental  do  Cam- 
po dos  Martyres  dá  Pátria,  ou  Jardim  da 
Cordoaria. 

Nasceu  em  1818  na  fireguezia  de  S.  Mar- 
tinho da  Cortiça,  bispado  de  Coimbra,  e  é 
filho  de  António  Pinto  e  Anna  Henriques. 

Casou  na  freguezia  da  Victoríá,  em  1850 
com  D.  Francisca  Alves  de  Jeâus,  filha  de 
Francisco  Domingues  da  Silva  Alves  e  de  D. 
Anna  de  Jesus  Fortuna. 

Não  tem  successao. 

É  negociante  e  proprietário. 

—Manuel  Correia  Machado  Lima,  mora- 
dor lÀ  rua  do  Calvário  n.*  17. 

Nasceu  em  14  d)9  janeiro  de  1837,  na  fre- 
gtiezia  de  8.  Nicolau,  e  ó  filho  de  Joaquim 
Jesé  Correia  Machado  e  D.  Francisca  de  Cás- 
sia de  Araújo  Lima. 

Casou  em  21  de  julho  de  1866,  na  fíre^ 
gueúa  de  S.  Paulo,  em  Lisboa,  com  D.  Ma- 
ria José  Bettencourt  Pereira. 

Tem  um  único  filho— ManueL 

É  proprietário  e  capitalista. 

Joaquim  de  Azevedo  Sonsa  Vieira  da  Sil- 
va Albuquerque,  morador  na  sua  casa  e 
quinta  das  yiAude3  (rua  dos  Fogueteiros 
n.*"  6)  nasoeu  em  16  de  agosto  de  1839. 

Cursou  com  dtstincçao  a  Aeadsmia  Poly« 
toehnica,  obtendo  carta  de  engenheiro  civil, 
em 3d6  agosto  de  186L 

Dedicou  se  ao  ensino  das  seinncias  nuu 

i7 


t6â 


SOR 


um 


feemmhicws  sando  provido^  em^  «mcurso,  j  dTagte  Mbdotcto'  tem  4  Mios^^PbliMi 


{Miift  áistinetj»  qmliieatGiis  qae  obtwti^ 
substituto  das  cadeiras  de  matbematieà  etor 
mentAf  «  de  prinei^s  de  ohiísiftfl  e  physi- 
cai>e  litroâuoçao  à  lifetori»  namn^y  do*ly^ 
ceu  nacional  do  Porto,  em  1862,  é  noiieadb 
BocreUfi»  do  mesmo  lyeeu^  por  cartar  régia 
dè  §  de;  noTembro-  de  1674. 

Casou  n'esta-  frégfuezia  de  Miragap,  em 
5  de  abril  dè  1869  com  D:  Helena  Eulália 
éíonçsdVeô  Ptato,  de  cujo  consorcio  tem  4  Q- 
ibost^Hei^a,  Álvaro,  Láura  e  Catlòsi 

É  filho  de  Joâò  dé  Azevedo  Sousa  Vieira 
da  Silva  Albuquerque  e  de  D.  Joaquina  Car- 
lota Barreto  da  França,  irman  do  general 
João  José  Barreto  da  França,  actual  com- 
mandante  da  segunda  divisão  militar  de  Lis- 
boa. 

Seu  pae  pelejou  pela  causa  da  liberdade. 
Tendo  assentado  praiça  foi  reconhecido  ca- 
dete e  logo  emigrou  em  1828 ;  de  volta  â 
pátria  com  o  exercito  libera,  assistiu,  ainda 
como  cadete,  pprta-bandeira,  ao  ataque  da 
Serra  da  Pilar,  sendo-lbe  dado  por  disr 
tincção  o  ppsto  die  alferes. 

É  neto  paterno  de  Joaquim  Pinto  de  Azer 
vedo  MeireUes,  doutor  em  direito  pela  Uni* 
versidade  de  Coimbra»  cayalleiro  professo 
da  Ordem  de  Christo  e  juiz  de. fora  em  Mer- 
tola — e  de  D.  Maria  Gl^a  de  Azevedo  Sou- 
sa Vieira  da  Silva  Albuquerque,  descenden- 
te de  uma  das  mais  nobres  casas  da  Beira- 
Aita*-a  casii  dos  Azavedos,  depois  denomi- 
nada Casal  Vaseo^  no  formosíssimo  vaJle  de 
Besteiros. 

É  bisneto  paterno  de  José  Pinto  de  Mei* 
relles,  cavalleiro  professo  da  Ordem  de 
Christo  e  de  D.  Francisca  Clara  Pinto  de 
Azevedo  Meirelles,  fundadores  da  casa  das 
Virtudes  (em  1767.) 

—Felisberto  de  Moura  Monteiro,  morador 
Da  Praça  do  Dnque  de  Beja,  n.«  46. 

Nasceu  na  fregueda  do  S.  Thfago  deLus* 
t^sa,  arcebispado  de  Braga'e  foramseus  pa^ 
José  Féf teifa  de  Moura  e  de  D»  Anna  Iteria 
Feri^ira  Mé&teiro. 

Casou  em  1^68^  com  D.  Maria  Maehááo 
áe  Moura,  filha  de  António  Teixeira  de  Ma 


António,  Maria  e  Júlio. 

Fçi  negociante  de  panno9  na  xxut  dailli- 
res,  e  um  dos  herdeiros  do  rico  negoet» 
M>  Anumio  Mé  Monteiro  GQimaiftt. 

íixxtÊ  dos'  quatro  propriêftarfos  dtW 
ca  âé>  È9í^o  ê&  Bomfim,  que  no-  seir  im 
é>ho|e^a  primeira  dè  Portugal^ 

Mjfamiel  fflarfa  4a  Costfe'  Lotte,  mnir 
ua'  9«ia  casa;  no'  tergo  da9  Virtade^  vi 
n'esta^  f regvtezia  de'  Ifíngti^Sk. 

— Dr.  José  Pereira  da  CostaCardosoi» 
mder  na  sua  casa  da  rua  do  Rosário,!' 
Ilâ,  n*estft  freguesia!  de  Mira^^ya. 

IBIátaÊbeleeiBieiito  de  Ho^rtiícniltiàt  I 
e  Floxloiiltura  1 

^    I 


de  José  Marques  Loureiro 


gaibães  0  é&  Dk  Maria  tequina  Machftdti^  e  ■:  anuo  de  1870,  comr  un^  medalba  di  P^ 


í 


SHò  na  qínhtn  dtts  Virtudes,  com 
peln  rua  dôs  Fogueteiros,  n:  5,  n'akjA 
guezia  de  Mfrttgaya. 

Veio  José  Marques  Loureiro  pan  a 
quinta  das  Virtudes  em  18i4,  enconlni 
já  alli  Pedro  Marques  Ribeiro,  cnltiiaÉ 
apenas  camélias,  alecriús  do  norte,  miii 
pouco  mais. 

Foi  J.  Marques  Loureiro,  trabalbsBAt 
augmentando  eo!lecç9es  que  mandos  t 
de  paizes  estrangeiros,  e  já  em  1864  pril 
eou  um  catalogo,  o  primeiro  d*aqnettsf 
nero  que  se'  publicou  em  Portugal;  e 
essa  data,  o  seu  estabelecimento  tem  p 
dido  consideravelmente,  sendo  hoje 
derado  o  primeiro  da  peninsula. 

Tem  concorrido  a  diversas  exposiçie^ 
sendo  distincto  em  todas. 

Na  de  1866,  no  palácio  decrystal,foifi» 
miado  com  uára  medalhado  honra e  10 
de  prata  de  primeira  classe;  na  hortieoli* 
Porto,  com  6  prémios  de  primeira  clâSse^* 
um  de  segunda;  na  de  rosas  em  1870  (I* 
bem  no  Porto),  com  os  primeiros  pnaiK 
na  exposição  hortícola  de  dé  1870^  il0 
bem  no  Porto,  com  4  prémios;  oa  it 
posição  hortícola   de  Lisboa,  no 


-» 


y  :. 


Hm 


36^ 


k^4eLiahot,<6is  ád7^  eoQè.ntfâ  dieídaibá 

V  lém  pidutioa Ao  já  41  >  cutalof  òs^    ' 

Em  1870  prineipioa  a  publicar  o  sea\A)f^ 
nal  de  Horticultura  Pratica,  com  estampas 
coloviíte  e.0nLviira6^^ipri«ieiro'  âe-Ffftu- 
gal  no  seu  género,  e  que  foi  premiado  com 
S^iaeda^ha  de  praia  nki  «ipoMção  boi^imila 
4»  Í8M,  em  li^boa^  d^i»A87f  conH^meda^ 
Iba.  de  prala^  ett  Gaba  fBdl0icaf)i 
.  O  eetabelecimeattl  tem  ft»  ettafat^  fl^ndO' 
9 cqm  calori/eros  piâraf  conflonraçioe  pro* 
pagação  de  plantasriropicàesi 

Tem  outro  vasto  estabelecimento,  depen^ 
àeme  doeste»  ^«  quinta/  da  Pena,  em  Viilar, 
Mude  ouUiva  só  arvoriBs  fimctilèFas;  na  roft 
Ponmoaa,  outro  filial  ou  deposito,  oooi  aina> 
po^iiiena  estufa;  e  em  Lieboãi  montou  tam* 
bjew,  na  nto  do  8aliira,!iima  ittecaraal,  em 
1874. 

.  rCaibula^ae  em  9ò  oontoa  de  réis  o  TaAor 
Vfete  HwgniOco  estabekciOMMo^.proprte- 
hadeí  do  sr.  Josó  Marques  Loureiro. 

.  Palaoio.' veal 
.-.■•,• 

.0  palácio  reaU  MtP'  noínia  do  Vriumpho, 
k*iesta  :fregaezia  de  Miraigay^- «foi;  mandado 
X)n8truir  era  179S,  por  Manuel  filenlet  do 
llora«a  e  Castro,  e  Isidoro  Mendes  dQ  Momes 
li^Gas^Q,  capitáâe  d^  miliciM  e  barões  de 
liovogilde. 

fiste  palácio  é  deaominsdo  doe  Garran- 
oa,  alcuníba  de  seos  fundadores^  p€n*  vive- 
■om  com  suai  £amilia  muitos  annos  na  .anti- 
ga rua  dos  Carrancas  (hoie  da  Liberdade), 
I  oavem  alli  a  famiha  mais  ^saliente,  pela  sua 
kYUltada  fortuna,  e^por  temm  alli  montada 
itna  boa  fabrica  de.gall^  de  ouro, por  pri- 
ilegio  concedido  pelo  governo,,  pois  bV 
laelle  tempo  só  aí  fabrica  reai  de  Lisboa, 
irépar^ya  aquella  manufactura. 

O  privilegio  caducou  «com  a  maior  parte 
Ml8;privilegios'porlQgQ0US,  em  1834; 
.:0â  iundadores  do  palácio,»  efam  fiihbs  de 
iváz  dei  Almeida  de  Moraes^  ceofulnápaU- 
mp^  Bo  aPoFto,  OMde  suaiimiliiQr  D.  BÍnteot 
teiíKarda  de  Casâ)o<^p!netQd  doiliiManiàDfi 
iàbdá>AMiki  ofCoaiso  oiIb  Jbi&idè  MiriMá/; 


o  GaoliO(jde9oeBdentoê  dos  Castro»  do  €ao« 

teHai 

.For  marte  dos  fOadadore^  pasftou  o  po*« 
lacio  par»  séairmio  Henrique  iosé  Meodco^ 
do  Moraes  e  (kstiro,  3.«  btirao  do  Novogilde 
e  eomm^dador  da  Ordem  de  Nossa  Seftbo«' 
ra  da  Coneeiçao  do  Vills  Vifosa;  e  por  fai- 
leoimeiílto  d'e9to,  passou  psra  sua. sobrinha^. 
D^  Garleta  Rita  Borges  ide  Moraes  e  Castro,; 
4v«  batonesa  do  Nevogilde,  filha  de  D.  Felifl* 
berta  Henriqueta  Borges  de  Moraes  e  Castro 
(Irma»  dp  legatário)  e  de  António  Manuel 
Borgies  da  Silva,  dessecnbargador  na  relaçSo 
do  Porto  o  cavfllleiro  da  Ordem  do  Cbristo» 
Caeen  eom-  seu  primo  Luiz  de  Almeida  Mo« 
;  raes  o  Ca^ro,  que  foi  major  do  exercito,  o 
'  caiTaileiro  das  Ordens  de  Avis,  Conceição  o 
Torre-Cspada^  falluddo  em  184i,  em  caoe* 
sequencia  dos  graves  ferimentos  que  reco- 
boQ  na  gunrrte  do  eéirco,>em  1839  e  1833,  fa- 
zendo  parte  do  exercito  liberal. 

A  viuva  ainda  vive^  bem  ccftno  o  único  fl- 
Ibo  que  teve  d*aquelle  matrimonio^-David 
Augusto  Borges  de  Alvim  Moraes  e  Castro, 
casado  com  D.  Sybillína  da  Gloria  Pinto  da 
Fonseca  Rangel  e  Castro,  filha  única  de  D. 
Maria  José  Guilhermina  Pinto  da  Fònseoa 
Rangel,  brazileira,  é  de  José  Pinto  Ribeiro 
de  Carvalho,  jà  falleeido,  proprietário  e  ne* 
goèiante  de  grosso  trato  na  cidade  dè  IHorto. 

Do  Consorcio  do  sr.  David  Augusto  B.  de 
A.  M.  e  Castro,  com  a  sr.»  D.  Sybillina,  existo 
um  filho  único,  ultimo  descendente  da  fami* 
lia  Castros,  e  vive  com  seus  pães  e  avó  pa«' 
terna  (baronesa  de  Nevogilde),  na  sua  casa- 
da travessa  da  Fabrica,  n.<>  i7  a  21. 

O  palácio  tem  na  face  principal,  11  por^ 
toes  e  11  grandes  janellas,  e  decora  esta  fa- 
diada,  uma  varanda  de  granito  abalaustra- 
do,  tendo  ao  centro  um  tympane,  em  cujo 
centro  estiveram  as  armas  dos  seus  funda- 
dores; e  a  rectaguarda  do  palácio,  sobe  a 
quatro  andares,  e  tem  eommodos  para  nu* 
merosas  famílias. 

O  atodar  nobre,  compõese de  dnco  vas- 
tos sâl&é^,  quatro  gabinetes,  dois  guarda* - 
roíit^ttsj  um  quavto^de  banho  e  dnas  salaâ  do 
jantar. 

Todos  estes  compartimentes,  sâo  matisa- 


264 


de»  de  mage^ioBtt  «legoriu  e  paisagens  a 
fresco,  obra  de  artistas  mandados  vir  expres- 
aanente  de  Itália,  e  qae  no  palaeie  repro- 
dasiram  varias  pintoras  do  Yatieano. 

O  salão  de  baile,  é  estocado  primorosa* 
meftte  em  relevo,  com  pidtoras  alegorieas. 

Tem  ao  rez  do  chio,  um  grande  pateo^  e 
aos  lados  grandes  cocheiras  e  cavallariças. 
Tem  mais  na  reetagaarda,  nm  elegante  Jar- 
^m  e  una  bôa  cerca,  e  do  andar  nobre  se 
gosa  úm  vasto  e  interessante  panorama  ao* 
bre  a  cidade  e  arrabaldes,  e  principalmente 
sobre  Yilla  Nova  de  Gaya  e  o  poético  Gan- 
dal,  e  a  mesma  roa  sobre  qne  dá  a  mages» 
tosa  frente,  é  hoje  uma  das  mais  espa- 
çosas e  de  mais  movimento  que  ha  no 
Porto,  toda  ornada  de  prédios  modernos, 
tendo  na  extremidade  Sul  o  Palácio  dé  Gris* 
tal,  com  os  seus  parques  e  jardins,  o  pri- 
meiro monumento  da  península  no  seu  gé- 
nero. 

O  Palácio  Real,  foi  primorosamente  con- 
struído e  luxuosamente  decorado  e  mobila* 
do,  mas  soffreu  bastante  com  as  invasões 
francezKS,  não  sendo  saqueado,  por  haver 
n'elle  fixado  a  sua  residência  o  general  em 
chefe.  N*elle  se  hospedaram  também  os  gene- 
raes  Wellington,  Ilson,  Beresford,  o  príncipe 
d*Orange,  etc,  e  em  1832,  n'elle  residiu  o 
sr.  D.  Pedro  e  n*elle  teve  «  seu  quartel* 
general,  pelas  vastas  proporções  do  edificlo, 
e  por  confiar  muito  nos  donos  d*elle,  a  quem 
tratou  como  família  sua,  tendo-os  sempre  à 
sua  mesa;  mas  como  os  sitiantes  fizessem  alvo 
do  palácio  e  sobre  elle  chovessem  constan- 
temente balas  e  granadas,  que  muito  o  dam- 
nificavam,  entrando  inclusivamente  um  dia 
uma  bala  de  calibre  24,  pelo  quarto  em  que 
dormia  o  imperador,  despedaçando -lhe  a  ca- 
beceira do  leito,  resolveu  sua  magestade 
deixar  o  palácio. 

Aquella  bala  ainda  pôde  ver-se,  por  que 
a  guarda  o  sr.  David  de  Gastro,  no  seu  cu- 
rioso Museu  d'armas,  muito  digno  de  ser  vi- 
sitado, pois  é  difiieil  de  obter  uma  collecção 
d'armas  tão  variada  e  numerosa,  e  o  sr.  Da- 
vid, caracter  nobre  e  cavalheiro  nmito  tra- 
tavel,  o  faculta  generosamente  e  sem  mys- 
terios. 


A  sr.*  baroiWMi  derf^evogiMe,  nueàsii 
David  de  CMtr«,  vendeu  o  seu  palácio  ffv 
trinta  contas  de  véiMtf. . ./  ao  ar.  D.  Piidisl 
em  1861,  e  dasde  8AtÍ6  ficou  sendo  PsM 
Bêàt. 

Roas  da  .firvgi^ezia  de  Xiragagn^ 

Hoje,  as  rqas  prinoipaes  doesta  fragiMB 
fM  a»-*-da  Réstsof açio,  Miragaya,  Gah» 
rio,  RosariOv  Liberdade,  Tríumpho;  pn(i 
do  Duque  de  Beja  e  Esperança,  sfiodoí 
mais  importante  a  da  Restauração,  per.«i 
larga,  bem  alinhada,  e  não  ter  umumeote 
bitante  poiNre. 

£sta  rua  foi  aberta* em  1820,  e  oseaiii' 
meiro  nome  foi  ítm  dê  D.  Miguel  /,  diilíi 
que  esleve  até  1632  gravado  em  letnsèi 
radas,  ca  casa  da  esquina,  que  tem  omil 
oe  vokada  para  a  nu  da  Liberdade,  ef 
é  da  família  Allen.  I 

Antes  de  se  abrir  esta  rua,  o  caminho  J 
ma  da  Liberdade  e  dos  Fogaeieirorm 
Massarellos,  era  pela  rua  da  BândeifllM 
rua  de  Sobre  o  Douro,  que  seguia  pdiff 
tremídade  N.  do  convento  de  Monchiqia 

Quando  o  imperador  occupou  addÉ 
com  os  seus  7:600  soldados,  foi  speÉ 
aquelle  dístico,  e  dado  i  raa  o  nomeè 
Bestatiração. 

Esta  rua  devia  custar  sommas  eDom 
por  ser  bastante  larga,  ^tensa  e  ben  é 
nhada,  e  em  terreno  accidentadoedei^ 
cha  viva  de  grúiito,  uma  boa  parte,  eo0 
era  na  baixa  da  antiga  Torre  da  Marca  (I» 
je  palaeio  de  crystal)  e  no  siiia  onde  W 
estão  ò  palacete,  cectieira  e  }ardins  doiis 
negoeiaute  e  capitalista  António  José  M» 
teiro.  (Adiante  faltaremos  também  d^estef^ 
laeete,  que  passa  por' ser  boje  a  «asa  otf 
luxuosa  do  Porto.) 

E  pafa  nivelamento  do  leito  da  mlí 
mister  levantar  muros  de  supponedeoBto 
preço  e  grande  altura,  como  sobre  timàá 
Fogueteiros  te  ribeiro  das  Virtudes,  oiii 
deixaram  debaixo  da  rua  um  vão  tiifl 
abobada,  qne  anda  arrendado  coo»  tf* 
maseoi;  e  sobre  o  convento  de  MoK&ipí 
mede  o  moro  de  supporte  tal  aluva  fi 
aMtat  ao  dia  4  de  fevereiro  de  187(1;  «ê* 


iim 


9m 


Ud*eUe*8e  pTerítpàm  Aaloiio^  Sium  dt 
RoBfMea^  moço  do  10  annosi  o. caixeiro  na 
tnsveisadanudo.Ç.  loSo»  morraido  ias* 
liBlaiieaiDepte. 

A  roâ  dã  Literdade  Umbem  se  denomt- 
nonr^raa  dos  Cavrmca^-^tfsin^  a  nu  do 
IViomplio  umbem  ae  denonioaTap^-nia  do9 
Quartel»,-^  antes  d*iaso^nia  da  Tbrte  da 
Haroa;  a  praça  do  Dmnie.dB  Ba|ir  era«-nia 
io  Cacregal  ou  na;  do.  Fa^o^r-o  ama  de 
Hiragaya  já  se  den(UitfnM*^^CQbeFtoSi-*Tpof 
larenas casa»  d'ella aírenie  tobre  arcos, 
daede  o  n.*4  aité  ao  ia.*  187^  e  desde  o  s.» 
17i,  casa  eoLei^a  frente  so  acha  ai^da  a 
iDtíia  Fonte  da  OM^,  aió  ao  a*  lAÔ»  eom- 
prehendendo  o  vao  oq  Mreíio  ondaseaoha 
iiosução  teleciapliica  da  alfandega,  eiijaê 
Diias  foram  todas  expropriadas  o  demoli- 
lai^  qaando  sepi^parava  «o  tenreno  paia  a 
BOiva  aKandega.  £  também  se  denominmi 
-Hma  Direiía-^  Praia  de  Hiragaya.  O  vao 
lem  Aroaria»  desde  a  easa  n.*  Í2H  até  á  (bi^ 
0.4»  Cioiber,  o  â*oiiâe  saèem  a  viella  boje 
yta^da  Gompaobia,  a  ma  dos  Armaaens  e 
i$  escadas  do  Mente  doe  Indeoa»  também  se 
IfiBQminoa  Easampado^  E^Boampadonro,  Lar* 
:o  dos  fiayioa^  e  laitso  da :  Sonte  4a  Colher. 

E  DQtese  que  a  nwneracao  das  casas 
TiOsta  roa  de  Hiragaya  qi^e  acttiateente 
tindiNa  do  naseento  para  o  poente,  em  eraa 
woftas  foi  ao'  inversp^.poia  priotipiara.do 
tonYento  de  Honohâqq^  a  s(«iiir  para.  a 
^^rta  Nova^  o^qne  prodnsín  «grande  eonta* 
Í0J19S.  apegat^^s  de  praaos  antigas. 

E  aole-9^  aiada  que  iaeta  roa  de  Mira* 
Mra,  ci;0io  qne  jéanteadeaelasefemos 
Durosida cidade,  (a  teccfsira  eintadoimnros 
[UB  lerminoílJiaPoru  l^lire,  irtndo  da  Puc* 
a^de  <jajro8>itaDib4aisa  ^^oonínon  màAn 
topboe,  desde  a  FQSte.:do  !llpiirOj<^liae  esM'» 
1  Ms<..traaNnts  éktím^Mâ-Adixi^ii  Is*  oor 
upada  até  197t  pala:  Intendência.  daiMarit 
ib|»  e  ique  foi  ama:iias  m«ftas  que  a  eama^ 
•loppoprioa^deinoiinpafa  a.abertncaid^ 
im  ma  da  Alfandega^  até  â  Porta  Nqva; 
loia  em  parte  da  roa .  Joa  JlaBbes  (aniig^ 
Buitioia)  flBÉ.  4Ui;iiffiib^s  da.  ddad^.cor* 
uraiÉ,  eiqne  perieftBft  toda»  eQBa;o*taaisro 
Iq  Remo  Vdho«  qnaat  |Lté  ao  -^Sptí^Qâ^ 
taokai)  âiftogoeaia  deifiiítpf  a^      ;. 


Gom  o  tempo,  easa  parte  da  ma  dos  Ba- 
nhos^ qne  ficou  além  da  Porta  Nobre,  o  ex- 
tra-mnros»  se  incorpórea  na  'ma  Direita 
boje  ma  de  Miragaya,  e  se  denominou  com 
ella»  em  commmn«-ma  de  Miragaya,--per* 
dendo  o  nome  originário  do— roa  dos  Ba« 
nhos— «qne  fleon  designando  a  parte  án(mp 
nmro$,  até  qne  a  nora  ma  da  alfandega  a 
abscurrea^  e  a  ma  dos  Banhos»  depois  de 
feitos  os  mnros^  se  denominou  também— ma 
da  Povta  Nobre,  por  ficara  dita  porta  da  ci- 
dade sobre  aqnella  ma. 

'Endo  isto  sé  oollige  de  diversoa  titidol 
de  doaçãss,  vendai,  pvasos  e  outros  que  bê 
no  archivo  d!eata  confraria  de  Miragaya»  a 
datar  de  i434. 

A  ma  Arménia  se  denominmir-nia  Almo^ 
nia,  e  ma  de  Traa,  e  ma  da  Barreira,  des- 
de os  mnros  da  cidade  até  â  Ponte  do  Touros 
que  ficava  em  frente  da  casa  n.*  38  a  &0  da 
ma  Arménia. 

E  a  ma  boje  Ancira  se  denominou  mit 
Alairar--e  a  roa  de  S.  Pedro  se  denominou 
ma  de  Rio  Frio,— ^  a  da  Esperança,  cal^ 
cada  da  Esperança,  antes,  das  obras  n*^ 
feitas,  aheando-lhe  o  leito  desde  a  rua  de 
Miragaya  até  ao  meio  da  dita  ma,  tomaih 
dqdhe  o  declive  mais  suave.  E  anteriormen- 
te se  denominou— rua  da  Cordoaria— por<> 
que  n*ella  viviam  e  trabalhavam  eordoeiro% 
desd/i  A  egreja  de  Mirai^ya  até  ás  Virtu- 
des; jB  depoSa  que  se  moattou  a  CordoMnía 
com  o  apparato  qne  descreve  Agosthiho  Re- 
belk>  da  Gosta,  no  Campo  (hoje  jardim), 
da  OfNodearia,  tomou  este  largo  o  mr 
me  der-Campo  da  Cordoaria  Nova,— tem  4 
entra  rOa  da  Cordoaria  p  nome  de  Cordoa- 
ria Volha  Qu  rua  da  Esperança,  em  rasio 
da  «aj^eUa^om  a  iofooai^  de  Nossa  Senho? 
ra  da  Esperança,  quei  estava  a  ^aeio  d'aao0l* 
la.tua  (hoj^llo  aUo.dar«ada  B^iMiimçâ) 
>«nto  ao  PostigD  dos  Fradea,— prevalecofido 
o  some  de  Cordoaria  Velhi^  que  ainda  MA 
apenas  no  lanço  desde  a  capellinha  de  Noa* 
sa  Senhora  da  Esperança  até  ás  Yirladea. 

Ayrttimariameolft  até  ao  anno  de  1750 
hwiana.  publica  e  iMSsagem  (iranca  m 
vqtta  da  op«éa  de  Miragaya  pelo  lado  N^  e 
um  pequeno  largo  que  formava  esta  rua  Af 
rMitapsarda*<da;  egi!<w^  qu  da  oweUa  mór» 


fe'âeiionÉiuurA--*lai|fa  do  M0itfiiih»*Hiii- 
dl  no  annode  1495,  como  9ê  Té  do$  antos 
4e  onA  sentença  obtida  n'aqaella  data^  fMir 
Veriiio 'Pereira  Sseudeiro,  entio  proveéaf 
do  bospiul  oa  albengarta  do  Semto  Spíita^ 
oontra  o  vev.^  Pedro  Farinha  (foi  juiz  o  df . 
Vedro  Aunes  Macliado,  vigário  gera)  da  dio< 
«eae,  no  $$piriiual  $  Umparal,  por  o  fie 
lado  E>.  ioâo  de  Azevedo)  por  querer  aase^ 
tfiorear-ee  do  roeio  perteneence  ao  diio  hos<» 
pitai  e  V^  confinava  com  o  lai^-do  Falon- 
rinho:  dizem  os  ditos  autos  que  se  eneon-- 
lra«i  por  cópia,  no  tontK)  d'aquelle  hespí- 
tal--^mbo  í^e  é,  e  íaz  parte  do  «rcbivo  da 
eonfraría  do  Saittissimo  de  lliragaya,  como 
administradora  e  representante  do  antigo 
hospital  e  capeNa. 

Não  ba  memoria  de  peloarifdio  em  lai  ai- 
lie,  mas  o  nome  d*aqaélle  largo  letaa  orer, 
qoLê  elle  alii  existiu.  E  eem  iate  se  ooadona 
o  neme  de  villa  dado  a  esta  Aregnezia  de 
Ifiragaja,  na  provisi^  que  se  eneontra  no 
CõÊiêual  de  eabldo  d'6aia  diocese  ^  dne^tr^ 
Provisie  doliispe  D.  Hugo,  pela  qual  cenost 
4lèa^o«abido  a  faculdade  de  nomearas  au« 
eioridadesnaffeilaria  da  ermida  e  viHade 
ifivagAyas  Arrabuldo  da  cidade. 

Algoem  quer  ^ne  iO  dito  reciti  o«  lairgo 
do  'Peienrinhe,  «ra Junto  á  fiMMe  da  egreja 
deiliragaya. 

O  dito  largo  do  Motrinho^  em  4443^  «rs 
Hoiitado  ao  S.  peta  rua  doa  (iordofinos^  ;ko^ 
jerna  da  Esperança;  ao  poente  pala  cgircfa 
deiíiragaya,  o  ao,N.  peiea  maoiefr  qoe  aram 
de  CâiheniMi  Aflbnso,  sua  irman  Mavgarida 
Aflbnso,  e  outra,  %  que  estas  doaram,  em  A 
de  junbo  de  4449,  <per  escriptuta  feita  nas 
Mias  do  tabelllio  4il¥aaqaei,  e^cai  casa 
daa  doadoras,  ao  Irade  de  S.  Dooaiago^  Vaa* 
que  Annes,  para  ii*elle  se  (aterei  hospíM 
toa  Albergaria)  do  toUo  Spímê,  q^e  «ntao 
ae  prtneipiaf  a,  ^mo  se  vd  das  ditas  eiarii 
pevas,  que  ainda  n^estn  data  (1878)  ce  en^* 
eontram  no  ^Dsirtwdo  dito  lnupiíai,  no  ar^ 
cbívo  da  cooCiraria. 

Obm  o  volver  dos  trtipca,  egto  laifO  e 

ima  fw  to  ante  S,  Beiro  (dizem  <aqatllaa  oet 

driptuM^  foí-se  Umkaatto  aié  que  de«p^ 

papsoeu. 

•  Sesia  d^cUe  mn  pequem  tanviro  (OttfM* 


la,  ao  mitonla^  sm  aaiiqpe  eom  'niaa  ba 
ds  agua),  para  o  qual  se  entra  porniafv 
tio  de  íbrro^  qqe  dá  pasa;  a  rua  dalãps 
rança,  e  ó  limitado  ao  poente  pela  fmà 
(boje  aendeircutar)  da  òapslIaHiiér  és  e^ 
ja^  ao  6.  pdftTua  da  JBiípa*aDça,  a  ao« 
eent»  a  norte  per  casas  ^pie  foram  lU 
em  4871,  do  negociante  António  Joel 
Otvetra  Motiiiado,  «.anlerlonpenie  IM 
de  iiibaco%  iendo  «ido  Mf  ica  do  lougi,  i 
Pmneisooda  JkHte<8oaires. 

6  dito  teirelM  ólboje  prepriodadedaa 
sas  indleaflas,  edá  entrada  para  es  m 
aens^  que  ba  noa  baixoe  das  mesmas. 

IMurimàiu  cambam  aquefleontigo  kir|M 
Pelourinho  em  1^799,  porque  a  osnfiaríil 
Santlsslaiode  8.  Pedro  de  lliragaya,ini 
que  «as  expeaiçOea  4o  Senlmr,  qus 
mwKi  fatssr  mo  akar  dar  eapella-asór,  se 
rumava  muile  a  «era,  porque  o  aHir 
tiBba  fundo»  neii  tbrono,  por  eatar 
da  á  parada  da  «afwihiwnéf^^aoemrMi 
guAar,  como  eoámmávam  ser 
d*essaa  dras,  mandou  reooair  ao  pareÉ» 
te  a  oito  palmos  para  o  oasífeBle  <s6Ali 
7  de  setembrode  4990^  Asando  (coDidl 
emfórma  oitenlar,  sabre  o  dito  larga 

S  o  diáo  largo  e  mu  que  segiria  pir4 
trae  da  •egreja  porderaas  a  raaio  ds  ser  4 
pots  que^apreoDlBiadamente  no  saaiê 
lS4d-^  ToftMrmou,a  ruada  Bsperasfiit 
RndOMt  segsir  a  direM,  pdo  lado  t  i 
egnsja,  aotoe  o  targò  de  flk  C^adro.  B  ifl 
do  lado  do  H.  da  egreja,  foi  somada  m 
dbNM  q»e  4  tegreja  acorseeeram  #s^ 
ladi^-tteaaflo  tednJãda  a wa  depois  ds 
cimo  aliábamenio  da  roo  da 
uma  vleUa  im^tl;  que:acooffturia 
¥edar  com  uma  poria  para  resguarlsl 
dfio  oetdgoodò  lado».  daí-vMa,  fàà^ 
ra onde r^movenas ossadas,  qsRi  badf i 
terreuOâ4]ue  orá  dá>deroa  tl4  Juspital,  ef 
emqpiaaon^oiiapMk)  AoMuId  loséBi«i 
para  uTellO' fazer,  gomo  fot^a^oaBasnilP 
4*egríeja,  eémeúiaâlNMa  *se  acfaaafttf 
piMlca,di<eMtlida  dawaide  S.  Mn^pl 
em  segáuaaoirmpiàaMMino  dfaquiiidl 
aiaontriiria>veadttd  taoAiem  |lo  wtMbê 
pitto  Sorgis  «ma  penna  de  agua  ds  ^4 
tal,  com  a  eoidtfiodleielleooiocai  gadi^ 


unst 

tr4a  Mm  MM  totft  e^eluilamfHra  nwfvot 
Íft<ddt||«bUe^  potente  4tfdi  c^flipradon 
MíUaar-M»  temeamft  pwia  Anágua <p«ttim 

PMiiii»MnílM90(|>i4uiia.4as  i6i!MM.ii^ 
lOlaimB  <i>eUiínigQMla'd6  MNÍaga^Ai -Ditar 
loaaó  a^oi  4b  ifaaadgawqiia  onâboiotiii: 
ti&.fl»fa^de «i4ir'0%teUa9 'oaaa9  áeanffiaf 
ria^aai  pagaoiedto  da.  «aintti&iiqQe  aia^r 
ona  confraria  Ibe  havia  «mpraalaéa;  a  jpor 
iaaa  af«Màa  caiaa  mo  boie^^'  oopÁiria. 

A  eoateria  rasolvatt  vaâar  a  tal  vifilte  a» 
B. <áa aps^a, iiam  MBâirar  paiiaf  Kertana 
MíJiMil^  aa  íO»»d«a^Qa  liaria  Aa  ayú>  •aaot' 
^za4o  20 teapiíao  BoiffiBiO para m uma* 
ISO  aorreno  iíj:'^tíi^fKttM.Qa9(iPÍQaer4$>^ 
íffóffodos  que  apparecessem  d^  !a<aiila:d'«- 
IBallibaeMio^.aoilio  86  lâ  em  «m  Uhpq  4os 
UriDoa^  vqo0  tfas  iMia  Kk>  arcUv»  Ja  oaoirat 
ria).;     .     i  •    ,•   . 

dtor  ai|c»Ua(amigaaiejyiaiaindaí  Oipayo4am 
KDèítt)  ,a  faw«r»  pof'  acaaiiia  4aa-gMMlea 
sheias,  como  passou  na  de  i860. 

J>6  pa9sagem  direi  também  aqui  ^ae 
i^to  âaaella  vkllai .  a  oa  cerca  i3o  anUjg^ 
lospital,  montes  doados  /^para  «a  landaoàa 
raie,  em  iltíb,  )iavia  m  antio  4a  40U 
jpíi  íoaii^atosò  pfálieíro  (em  167^  se  tctr^ 
^aoA  ouiro»)  ornsmo  jimto  â-.  capeUa  a 
M^tal,  peèá>iqiiaes.;daa  a  «aapitio  Ma^ 
iliel  Goeiho  Aai^iniia  14!0í9a  Iréld)  'tioa 
)|^  penâa-t  ^dbre  á  ^é}i,  e  .at^eaçat 
sihic.-^BqlNre  eU^,  o  provar  df^  h^Ual  f» 
Éaaéoa^t)^^  a  teçaana  piaça  daciáadi^ie 
!|^t  át'i^mataé\r  j^  ftfMO  'té»,  éfâè^^élfOsi- 
gloíidlam  a  «BJ^  òa  'SO^OOa  réU  ãe  )i(^ 
|)avíaaer.iun.pi0Wí9oa^beíirbo(.  . 
>í'lMa'ODni^  da*iua»ima  daiièaéita  e>àfl» 

{jièite  «dji)  bbsjmai  {(Hi^^^a  MifV^tfta}.  ^ 

i>0#«.i^MMT(«0a(fi^.'nt.j^aa.  iwegaç^  de 
pAioaaatf0Os  aa  te>nênf)ao(da-4«Ai^ta'fis- 
òtArreg)â|i,-^é  fibafva  Mi  ^fonèb  mstk> 

^tòm  das  .Vjaodes^  l^to  ií  )raa  4e  S. 


'  t 


Mua  4a  Via  &i^a.^Aàsim  sa  áéUbiÉiaèli 


26? 

aiffoadpia^iiotaaa  denaaMfia-MSapdaaria  Ve- 
lha. JB  ta  vaaiioatta^ioaae»  parqte  os  (Mas 
antoninos  do  hospício  da  Cordoaria^caatoma? 
«ttmyoa  toaiaima^  l^cer  «Tta  wcfa^  pciAci- 
ptaiiydo  na  eapfiâliiâul  da  Eapecança^-segiifiiir 
da.ptíaiGMrdDaffía  Valha,  jxm  4o  Gatvario» 
campo^  <)a  fiovdoflría  .Nara»  tarmittàndo  á 
partai  doa  firadeaida  Carcna.  V  havia  dois 
aaaBNf!Qa.nalGarâoaria  VlsUia,  e  tresieili  toòút. 
teida  hosfieta»  reeandoaaaa  esiafão«  cada 
OBi  dos  Sitos  «BOBairoa^  ^qua  ha  popíto  a  cat 
ffiaoa  TaoioveAt 

f 

Vtscaaée^  Vtllatmfao  de  S.  Rmodíii,  mo- 
jrador  na  sen  palaicete  éa  traveaba  Ao  Carre^ 
gal  d*esta  fregaezia  de  Mmgaya. 

fitáramos  'tuna ;  hrava  Boiima  geaealogica 
dla&la  íaaulia.  _ 

•^0  eonttè  D.  jyvava  Berrara,  «fidalga 
hespanhol,  veio  a  eèies  «Mnaaeam  o  éotda 
B.  'mDt^%  e  eadasldo  ^aohi  f^pa  AliMsieve 

^B.  ^eÁMàiéa  Al^és  de  f^ll^a  ^  qttè 
aasoti  com  D:  VlélaBáa  Més  eiéva 

-—Estevão  #ei¥árra,  que  aáaoa  (igadtw- 
liiòs^iii  4«èm)  ale^ 

— WètliÉi  PervMaâ, '^fsa  ^easaa^aoâi>B.  Ha^ 
rifttAia 'P(tr^i%,  siia  fÉtrenia,  a  lai^' 

—Gomes  Martins  Ferrèil^  ^ttatasau^aai 
fr.  Waidi*^Loiifett^ tnHzèaa  Um 
•  "-^kai^iita  VMreil^a  *  t}iia  aaâo(i<  ema  & 
Ylolbatò  da'G«Dha^ « itava 

—João  Ifartins  FerraM^^albl  méQoâ^ 
diâge  do  fhfante  D&jPemaáio  eiÉMitfeftii^m 
amÊ  o^aoapgado  éas  Verrèfiraa  iio>GaR«gaK 
lioja  #égae^ia  Jdetffiragaya,  bnde  tive^>  sMi 
actual  rèj^saitta»le,"i5èma  'vf^wton  mttlíaa 
{lòa  sana  máfic^íos. 

'âasan  ooffl  Violante  iMM^  doa  paMita, 
e  teve 

^  B.  àMro  ^HérMIra  di»da''^  9b  dKttii^ 
<MiD*<^I»éíftiigal,  «fhdá  aÉtâa>  tf^ 

^  a  ^  éèiito  rérfãrá,  ifttafof  poiM#o^iia^ 
dos  reis  D.  João  II  e  D.  Manael,  e  ca^Mh^dom 
q>.  mmt  #0  19ràtab  'illik  '4<Mr  «oMm  de 
<ebitMM.  I^^aiaa  aeséeniáe  a  cáiia'4e'CiM^- 

'leHfDSi 


868 


um 


e&Ma  oom  iX  Anua  éb  Mmqoit»  e  Mv«y4ni» 

^Jijfiía  Martins  Ferreica,  qna  foi  moço-fl" 
dalgd  da  oaaa  de  D«  João  III,  eapitao-mér 
da  índia  e  fmz  de  Gôa.  Casou  oom  D.  Joam« 
na  de  Vilbana  esteve,  entre  ootroe; 

'^-Álvaro  Ferreira  Peoreira,  fidalgo  da  ea* 
sa  real  Casou  em  Lisboa  eom  D^  loanvade 
NovaoB  6  te?e  D.  Ifarianna  Ferrma  Pereira 
Goatinho»  qoe  eaaon  oom  Diogo  Gomes  de 
Lemos,  sentior  da  Trofa,  de  qnem  eniriavou 
sem  successão ;  e  casou  segunda  vez  o  dito 
Álvaro  Ferreira  P^pdra,  com  D.  Maria  Soei- 
ro, e  teve 

«-Manuel  Ferreira  Pereira,  ^  (jpie  casou 
eom  D.  Maria  Leonor  de  Lemos  e  Sampáic^ 
sua  parenta,  e  tere 

•^D.  Marianna  Ferreira  Pereira,  filha  úni- 
ca, que  casou  com  seu  primo  Vicente  Car- 
neiro, filho  de  seu  tio,  Sebastião  Pereira  Fer- 
reira, e  assim  continuou  a  linha— Fi^retreu 
^pois  tiveram,  entre  outros, 

-—António  Ferreira  Carneiro,  qa»  e^so.u» 
M  sua  eaaa  d^  Villarinho  de  S^  Aopão*  com 
D.  Cecilia  Qietana^-  filha  da  João  leiloeira 
LobQ,  e  tiveram^  entre  ouf roa»   . 

—Luiz  António  Ferreira Csariii9irQ|fmefij^r 
sou  eom.p.  Theod^ira  Igm^  de  A^edo, 
herdeira  4a  cami  e  quinta  da  ^spinheir^  e 
tiveram»  entre  oitfros, 

—Custodio  Ferreira  :CameírQ,  que  oasoi^ 
comI>. Fllai^^cia.Jpsepha Soarei  de  Alber- 
garia, da  casa  de  Oliveira  do. Conde»  e  ti* 
verauH.  entre  joa^cea,  .  .    • 

•-rAntpnio  Ferjf eira  Carneiro  deVaecou; 
celloa^  que  caaeu  epm  soa  prima^  {)« Ifari^ 
Aurélia*  Ferreira»  da  casa  de  YiUariíiiho,  e 
tiveram-rrMarla  da  Salvação  e  António,  qm 
morreram  de  tenra  edade— M^ia  Jofié^  que 
Meoeu  em  Lisboa,  solteira --António  liiiz 


t  e  Violante  Correia,  que  casou  com  JosA 
Correia  de.  Mesguita,  de  Villa  RjhiI,  e^  leve 
ígnea  Correia,  niba  u^icl^  q^e  jcasou.tHWP 
Gonçallo  -tobo  de  Barbosa,  moco*flda|go,  e 
inatiluidor  d^  yinenle  de  ,V^lannho  de  S. 
•Bíomio.  ■   .  i 

-.  ^.  e  Sebastião  Pereira  Ferreira,  qoe  «tsen 
com  D.  MarianQa  de  Vaaeoncellop  Carneiro, 
da  casa  de  Coura,  e  teve  Vicente  Carne^rp. 


itamlra  GMo,  4ue  ^iate  e  é  teèhmilDr 
madc^  em  mathemaiioa  e  pliilMoi^iapA 
Unitenidade  de  Coimbra,  sedo  da  Aeiift 
mia  real  das  sdencies  de  Lisboa, « lemeii 
tinctissimo  da  i.«  cadeira  (ebliiiie%  sM 
ehiOKieas  e  lavra  de  nÉinas)  na  Acaáemiap» 
lyteehni«sa  áo  Perto  ^-^.  Maria  Censliiii 
que  caiou  em  Fontellaa  no  Douro  conni 
primo  Felisberto  da  Cunha,  éa  eaaa  de  ft 
tremadmro,  e  viuvando  passou  a  asienÉi 
núpcias  oom  leio  Lobo  l^ixeira  ée  Bvni 
m^or  do  exereito^-e 

-««Álvaro  Ferreira  Carneiro  GM»  (e  fA 
ttogenito)  !•  visconde  de  Villarteho  d(  & 
Roaio  por  decreto  de  15  de  desenbnè 
i860,  e  seKhop  do  vinculo  «  caan-de  Vm» 
nfao^  por  foUeeimento  do  seu  tio  o  i«ift 
eonde  de  Villarínho  ^  par  do  reino,  en  ff 
de  março  de  iS61 

Casou  oom  D.  Julla  deClamowseftvm 
filha  de  Haatiel  de  Glamovrse  Brovm  «I 
Maria  da  Felicidade  Browoe,  e  tiveran 
---Alvam  Ferreira,  que  morreu  ds 
edade— Luíe-^uIIo  e  António— «tadai# 
ros. 


'■i 


í  É  solteiro,  e  vive  com  o  YÍscottde,A 
Irmão,  nó  palacete  do  Carregal,  n'estil» 
guetia  áe  Mirftgaya*  - 

^^ntetnioLoboiíteBarbosaPeareiraTd» 
ra  Girão,  L""  visconde  com  grandeza,  &*» 
nhor  do  morgado  ide  Vinarinho  dé  8.  Roai 
fidalgo  da  casa  real,  do  conselho  de  soa» 

Sade,  oommendador  da  Ordem  ds  M 
hora  da  Cpnfipição  de  Villa  Viçosa,  p 
do  reino  e  socio  da  Academia  real  oas  seíft 
cias  de  Lisboa,  da  Sociedade  promotora  a 
Industria  nacional,  e  honorário  di  Aê* 
miadas  beBas  artes  de  Lisboa,  da  fiecMife 
pharmaceutica  luiitana»  presiíMote  tua» 
rio  do  Instituto  de  Afric^  antigo  pi^^ 
Traz -os  Montes  e  da  Eitremadai^  âoqp 
inspector  das  Aiuas-Lfvrés^e  daá  lá^ 
anneKaa  de  faianças  o  de  aedasi  proveéarà 

Sapel  sellido^  e  .adooinistrador  da  wf 
[oeda,  nasceu  em  Vlilarinho  de  S.  nM 
em  5  de  novembi^o  de  1785. 

Qnem  quizer  saber  como  e^  hMlHo* 
lib  juntou  tanto» ititnlos  ée^notMii^ 
bresa  qne  becd^^  leia  a tetereMtfjB» 
tida  biograpnica  ao  visconde  de  F^WJ 
de  S.  RomãOj  escripta  por  seu  sobrimO|f 
António  I^ik  Ferreira  Gír3o.  sedo  úê» 
demia  real  das  scieneias,  e  editada  poio» 
JiWAi.»0  fort(^:^  1870.       ... 


voa 

— Viteo^  ie  Uac0do  Pkuo  (António 
jPorreira  ó»  llaoodo  PiatOj)  morador  na  aoa 
lia»  da  roa  do  Tjnnippho,  n'eBU  frqgoeaa 
de  Miragaya. 

É  âitio  49  MaDuel  Forreira  do  Macedo 
Cinto  (de  Talaioafo,  dUiricto  de  Viseu)  ^e  de 
D«. Maria  de  Deos  Rodrigues  Monteiro  <de 
fipedoeiros»  íregueaia.  de  Seiidím,  oo  mesmo 
districto.)  NascojQLa  20  do  Jwho  de  i8i0  e 
Sok  baptisado  a  36  do  mewio  mez  m.  dita 
Xk«gmeâa  de  Sesdim,  e  eason  eom  D.  Aafu 
.  Cloaientilia  Peres  Moreira  Guimarães»  da  ei- 
/dada  do  Porto,  fittia  de-  Manoel  José  Maria 
-fiaúnaràes  e  D.  Anpa  Uúza  Peres  Moreira 
XrQimaràes,  da  mesma  cidade. 

i  ])aeharel  formado. em  medicána  pela 
Universidade  de  Coimbra  (l836)^eayaUeÍT 
n  da  Ordem  de  Nossa  Senhora  da  Coneei- 
ção  de  Yiila  Viçosa  (i836)  —  cavaUeiro  da 
Ordem  de  Ghrísio  (i85S)— comnisndador  da 
Ordem  de  Nossa  Senbora  da  Conceição  de 
Villa  Viçosa  (iSM)  *-  fidalgo  eaívalleiro  da 
j  joasa  real.  (i866)  do  conselbo  de  sua  mages* 
j  lade  (1860)  e  vásoonde  de  Maeedo  Pinto  for 
decreto  de  li  deian^o  de  iâ74. 

Foi  medioo  do  bo^ilal  militar  e  partido 
4e  Bragança  de  i837  a  1848  ^  delegado  do 
;  -^nselbo  de  sande  pobliea  do  reino»  no  dia* 
iricto  de  Bragança  desde. 18S8  ali  á848<-^ 
administrador  do  eoneelbo  de  Bragança  em 
^IBM-^por  4na8  vesea  procoradoc  da  juma 
Seral  d'aqneUe  distiicto»  e  por  ootras  dnu 
alli  substitmo  do  iois  do  direito  ^^oardar 
mér  de  sande  no  Porto  por  pcMlana  delT 
I  4e.omabro  de  18111,  legar  qne  oecnpon  at^ 
aer  despachado  domooatradpr  da  a^íoção!  m^ 
jdiea  na  escola  medioe-qiniiig4ai  de  Ponto^ 
por  deoreto  de  26  de  abril  de  ia72~pro^ 
movido  a  lente  snbetitnt*^  da  mesm^  escola 
em  181^— «  a  lente  profopetariQ  da  8.*  ca.- 
I  deára  em  1857--4obttimdorse  em  la^SKvo* 
gal  eflsctiTo  do  conselho :  geral  de  inslrne* 
^  publica  por  deeceto.  de  7  julho  de  i99fi 
<legsr  qne  «ae  aoceitoa^-dciputad^  ;4a  çôrt 
les  oa  .le«is^tQlsa  4e  1803  ar.l8S^iK>gaN^ 
commiisfio.fiiialrde.b«ieftpeneia-  d»  diauipií^ 
dQjpçirio^ppr.doerc(Q:/de  1  de  daiembre  de 
il868THBQÍembrft  44  çwssilho.de^Mmll^So  ^^ 
ma  idos  ImidaAwr^  4>h  companhia  gfraj  d9 
tfsdiío  p]çedlalportBgO0E(U#boa)-HUi;eGítqr 


309 

presidente  de  emiselho  de  administração»  e 
um  dos  íundadores  da  nova  companhia  uti- 
lidade publica  (Porto)— 'membro  dè  varias 
sociedades  Utterarise  e  scientificas^  naeio- 
naes  e  estrangelrasi  e  por  varias  vezes  con- 
vidado para  ministro  da  fazenda,  eargo  que 
sempre  recpson  até  esta  data  (abril  ús^ 
1875.)  _ 

Foi  um  dos  fundadores  e  principaes  re- 
dactores do  Pharol  7Van«mon<anP^  periodit 
CO  mensal  de  ins^ucçio  e.Tecreio,  que  se 
publicou  em  Bragançga,  em  1854  —  publí- 
fiou  um  projecto  de  estatutos  e  um  relator 
rio  da  caixa  de  credito  e  soccorcos  nmtuos 
da  .Associação  industrial  portugueza,  em 
1854,  e  foi  um  dos  principaes  redactorfs  do 
jornai  da  mesma  associaçSo-^um  relatório 
da  eommissão  da  Companhia  viação  por- 
tuense, nomeada  em  assembléa  gerai  de  14 
do  janeiro  de  1856*-a  oração  inaugura)  ror 
citada  na  Escola  medicocirnrgica  do  Portos 
na  sessão  solemne  da  Abertura,  em  1858^ 
o  prqjecto  de  estatutos  do  banco  União 
portueose  ^  estatutos  da  noTa  companhia 
Utilidade  publica,  e  contrato  do  emprésti- 
mo ao  governo  de  1:500  contos,  do  qual 
contrato  foi  elle  o  negociador  «^relatório  o 
balanço  da  mesma  companhia  em  1864**e^ 
tudo  sobre  a  parte  financeira  da.  proposta 
de  lei  para^  a  construcçao  das  vias  Isr^^ 
ao  N.  do  Douro,  publicado  em  vários  núme- 
ros. dQ  Commercio  âo  Porto,  em  8.*,gra|^de 
e  tiritem  sepaitada^-tostiMlP  reproduzido  na 
Óinzeta  de  Poi^ugal.f^  m  Benolugao  iêjSã' 
(«ni6ro— vários  artigof .  sobre  a^umptps  de 
mediei^  publicados  no  JonuU  da  Sode^Ui' 
de,  dof  Sqieiȍifl^  Medicas  de  Ueboa,.  ^  aos 
Àn'ífftie».\d^  Çoemlio..de  Saúde,  Publica  do 
J^'iM^— uma  memoria  sobre  a  reforma. da 
instruc^  secundaria  no  districto  de  Bra- 
gança, publicada  com  q  relatório  da.c^sul: 
ta*  da  Junta  gwíA  domis^mo  districto  em 
1839,  e  outroa  tr^^Utos» 

.*••"—.  •  .  ,■ 

.  £  pessoa  de  muiu^iUustração.  e  muiv> 
merecimento— geralmente  respeitado,  como 
organisador  e  director  de  bancos  e  com- 

»u\ii9^.  0}  m^tç .  Teraa^  .jun.AoaiK^^  e 
p^r  isso  Yarlas  situações  o  teem  convidad)(^ 


871 


pafa  <g«rÍF  «i  ^3ta  da  fiiiseiiAa,  seilâo  {wlrà 
lamooLtar  <^[tie  al6  hoje  ^  'liSo  fesolveste  a 
Moeítar  um  tal  eargo. 

'É  S^BfSè  do  Âf.  dr.  loisé  Peiteira  4e  ttflh 
!)edo  Pfnto,  lente  j^xbilado  de  fnedi«tna,  dia- 
tkieto  ohiameirto  dá  õfossa  Uni yensídade  ^ 
aticter  de  rarias  obras  notareis  ;inasiA'es- 
tas,  e  dos  oníros  irmãos  de  fallaremos  no 
artigo  Taboaço. 

\Jo9é  Carlos  Lopes  hmiar,  morador  na  rua 
da  Liberdade. 

Natccía  na  freguesia  de  6amo  Ildefonso, 
«n  4  de  junho  de  1838,  e  ^  fliho  de  José 
Carlos  Lopes,  director  da  no^a  companhia 
fJãlMade  Pabliea,  —  um  dos  mais  acredita- 
éo8  negedantes  doesta  praça,— e  de  D.^Már • 
parida  Cândida 'Iforaira  Lopes. 

ConcIolQ  a  sna  formatftira  ém  medierna 
e  philesophia,  pdk  noisa  anf?enidadb  de 
Giiittbra,  em  M61,  e  em  I38G4  doateron-ve 
M  nedleflna  em  Paris.  Emroapor  conanr- 
«0  pafra  a  esedlá  medico- drurgica  do  Port», 
^m  t8($d,  como  snbstímto  da  secção  medica, 
«  em  iW7  foi  provido  de  propriedade  na 
«adehra  de  pfaysidagki,  qot  ainda  rege. 

-GaaoQ  em  1869  com  D.  'Emília  Duarte  de 
86Ésa  Oirveira,  fiflha  úo  tico  projyrietarío  'è 
«tegociante  da  ma  dos  Clérigos,* -^fiSinio 
Bnarte  d^Olirdl^,  e*  de  D.  Oíivia  da  Concei- 
tfio  e  Séttsa  Oliveira. 

▼lavando  em  tB71,  ficoa  éom  cm  onico 
ttho  de  nome  ^^  José. 

6  irmão  de  Cariou  Ldpes,  negodante;  ahi«> 
9a  aeltdto,  ipie  nasceu  ein  f  5  de  Janefro  de 
tBi%  e  fo!  edttcado  boi  odebre  eollegio  dó 
^mor  Pischer,  em  Raaibttrgio.  ' 

ti  o  anctor  d^eséá  dbrà  6o  interessante 
tomo  despretenciosa  ijne  em  f874  via  á  íttt 
ibi  pãbKeidadeeom  csíngdbtitulodeCemfo», 
e  qne  'havia  já  ptíblicado  em  fdhetltts  no 
Commercio  úo  PÔfto,  fob  o  psendotíkno  tpe^ 
*it)'ft7(r».  : 

Atéboje,  qnenlMi^lbamds,  comtamana- 
toralidade  e  tão  admirável  dngéleKa,  aô  6o^ 
mes  Coelho  (Jalio  Diniz)  produzia  em  por- 
kngaiez  escríptós  de  tanta  moralidade  ^  tan- 
to hiterease. 


ÊbnhfíH  iiáría  itg  tosta  2>Kv,  morador  n» 
largo  (ha  Vlrtúdas  xL^i,  uTeiita  fregueaia  da 


mil 

Iteragaya,  naaèea  ^ná  "MUa  Me  Bafedbaas 
It  d^abrH  de  1619,  enfaram  eei»  pães  LbIi 
José  da 'Costa  Leite  e  £k  Aima  BmfiiaM 
xeira  Leite. 

Fee  os  sens  primein»  «atados  n*aqiiil]a 
mesma  vlHa  e  M  Brafga,  «  depois  de  ati» 
vessak*  eseetongo^periedo  de  eoiFrQMea> 
titicas,  soffrendo  baataniie  par  sefoir  o  p» 
tido  liberal,  -etutsaa  a^eacda  medico-eíi» 
gf  ca  #0  Poito,  fia  qnál  ae  toatricvdoa  en  » 
lembro 'de  1834  «  fea  oeia  ^«id^  em  flè 
jolbe  de4839.  Inscreveu^^se  logo  no  eonev 
ao  entio  aberto  *na  mesttm  eaeola,  t^ni 
pnyvimeato  do  logar  wigó  d»  demonÍMar 
da  secção  cirargiea,  j^ara  o  qliai  foi  nea» 
éo por 4eéralo  die  5 de^désand^iroéa reftri- 
do«mio  de  1899. 

<)eciipofi  esta  iogar  «té  4  áPerHtnbia  *| 
48{M,  ep€ica  em  qiiefol  promo*v4do  perè 
cveto  da  meama'  data,  a  lente  'SctbatiliitoÉ 
respeetiva eat^;  apor  deereta de  3f  im 
tabrode  Wfó  fd  nemead«  eiecpeiarío  «I 
blta^Mii^io  da  «aoola,  4Ctt}a  eeataiasâoèi 
èavpenhaa  atélif  de  OMU^  de  4888, ^dô» 
do-a  por  havei*  ddo  prafeuml»  a^leaa» 
fbedMloo  «em  eiceMh^io  na  preaféendià 
eècota,' por  deoretd  de  4  áe  4nn3o  de IM 
Ta^e  o  angmiento  >do  Mnfodií^orAeBaAoft 
decMte  de  4  de  metenibm  de  d6#0,  é  íbi)i 
Mfi^  por  diatunildatte  de  serviço  ^m 
iibi9  por  deordto  de  6  da  deieaii>M)  «de  Mi 
ei$dio  porém  a  caMoianto,  pid#  i^oa  ôod^ 
lÉtlon  HA  regiftflida  da  stia  eadeittiL 

Oemó  dècatiúi  aàsntiíla  as  ítaetèe»  dã4 
feeter  da  escoíla  no  íiapedtm^Uo  do  efbé 
vo,*a»  jamio  l&csiilm  da  it88,  e  M  ooneli 
dVMCtor  eieei^  «por  deerbta-  da  ti  d'iM 
do  1870,-  oonthtaaiêe  oem^i^gendadal^ 
«addra,  a  qnal  detnéOrnè limado  «mo letft 
YO  de  1893  p«tfadÍ79,:por  Ihe^teraideeotf 
do  oeabknemo p«r  doesto ^ 4  da  Jtaela 
d'eaie  meamo  anme,  tfleando  deade  oMoi» 
Baentecom  adkecf{âoda  eacal\  a  <|Qiiaa^ 
cé  gnftatitamedte  tlaada  o  1.»  ^ie  jnofta* 
4878,  'pbrbaver^âinto  èa  »éH^aattva|ftfr 
iiBB^  em  fttvor  da  HiêboWa  pbbKa». 

BciaedipeÉhoa  kittitaa  e  ntriáiia<eo«i*' 
aSea  ift  a«f>vi^  eitoto,  a^pdaèli^^ 
ia  félaior>tta'qttoMft»iJ4K)iifaidai  ^  m^ 
der  á^eonsttlta  padiia^tMA^ttiMileiiadal* 


USk 


«^ 


w>f  «m  f^'éè  fcSli^  ide  iM9»  sbbre  86  rotor- 
mas  a  fazer  na  instnieçio  superior,  sendo  t> 
^seatprojeeto  <id  reepoMa  approt&do  tom  pe- 
quenas modificações  pelo  conselbo  eseolar. 
Hócâtoii  no  annoie«âvo>ée  1^857  a  oração 
^«sapiência,  qtie  imprimin;  e  no  ánno  de 
i872  de  novo  foi  eleito  para  o  mesmo  im, 
/OilPiiiaadato  aaftisiBZ»  coiMenvitidf»  inédita 
$i'M^]9p,  :bem>o«aiQ.varimt«9cmptos  sobre 
«6iMipiQ8.da>9iiiciH)eina. 

Foi  cirargiãomór  do  batalhão  de  empBf 
4ia4o8  pvMiets  d#iPDetp;iem  i€45^  e  do-ba- 
âatttãofixoda  voIostoríOB  -en  (I846»ipasfláni- 
Í0 ,  dMde  >eaâo  a  ianr  Bemço :  no  hòspkal 
SDitita^ide:S.:JaàD  NDV0:.alé  á  eottrada  doridii- 
que  de  Saldâfifeafno  Porto /£ni  I8i7^  senio 
4p(]^s.p(]imeadQ  ii\swff^  áoX^^MMm  de 
ID^Qa49i]i;?3  âe  vúlum^ios  ido  p^m;f^L  j^pd 
^  ,mvoifm^^  ^^itArias  que  ,^  ínslallA- 
Tfm»  ^'es^ui  eidad0  qii^ndp  í^í  4nvf^4i4»  iPi9lp 
eboteira  e.pel^  A^bre  aipar^^w.P  }»m  l^^fiA' 
4q  ^^(^fj;»  çofíi  dÂsMnQçSo :  ^\cU||i£a  «^dico  • 
i     jQúrm^ca,  Qultivan^  ^âspeoiniln^Bie  ,a  <(4>alf^ 
1     tricia  e  a  medicina  operatória. 
I       ,  ;£  pfjQsideiU^  d^  ^la^t^Iéa  gerp)  4o'^anco 
I     |fl(^i{^tÂI  Parmeusfí  s .  da  <<soippaabia  40  .l»r 
nificios  de  S.  Autpfoi^^  do  Val^  .da.iPie^aita» 
-7^TÍcepre9Ídent0  d^  4uri0cía  a  ^ir^tor 
jpresidente  da  4e  ,s^iws  —  Xrap<)[\iiHi4a4e. 
fQi.agjçacia^o  como^a^  de  ea,yaUdro 
jJa  ordem  de  Noas»  .30Db(u:a  da  Coi^ci^içS^ 
ifò  Vílla  Viçosa,  por  cl^^to^e  iP  i^iwh^ 
de  1853,  —  com  as  honras  4e  cÂrorgía^  ^ 
^Qal  caipara^  .em  6  áp  maio  do  i$lS(S^  -— 
opj|i.br^]âo  d'armas  em  ifc  dei  setembro  4^ 
I      f8{(7,— com  o  foro  4e  fidalgo  pavaUeijco  eo^ 
,      )(p  4*oyatpbro  de  JL8Si7,-rCoqi  o  ,^r^a  de  cpm- 
'|poi.eQda4oT  da  Conceí^  de  Yjjla  Vjçosa  eo^ 
I      ti  4e  juRho  de  186?,-^om  o  «f au  de  Çjival- 
,      ][çiro  da  j)rdem  dp  Si.  Uíauricio  e  3-  Ú^^cp 
I      de  Italià  em  1  de  setei](itvp  4e  l80Ír-^  fí^ 
I      a  medalha  das  campanhas  da  liberado  n.* 
I      8,  em  8  de  Janeiro  de  f&&S^  —  e  Onálmente, 
tem  à  carta  de  conselho  em  3  d'afi;o8to  '4e 

mo.  "':''[ 

fitn  t$  Aa  jtdho  de  Wtô  casón  em  PUmd- 
ras  núpcias  com  D.  Anna^ltenoT&va  cte^imt 
tiiptfm,  la>q«ul'fcè«!iiritift>,  o  Mm^Meèn- 
toda^  em  M  de  jaiMfir^  «o-  Mil;  #  0m  M 
4«}iinto4itM^fBM€tt  a«ci«ittti  BOpeiâÉ 


iBom  D:  Albertina  Borges  iÍe€astro,1fiIba  âb 
íaHecido  Gaspar  Joaquim  -Borges  de  Castro, 
grande  proprietário,  negociante  e  capitàii^- 
ta,  moraier  qae  foi  na  sna  casa  n.""  16  da 
rua  do^^riampho,  n*e9rta  fregueria  de  Mira- 
t![aya,-^pae  da  sr.^  tiscondessa  de  S.  lòao 
da  9^6sqQe!ra.        ■      "         ' 

*Do  sen  segando  consorcio,  tem  o  sr.  Ha* 
nnéi  tttfia  da  Gosta  Leite,  doi^s  filhos— Ma^ 
nael  e  Gaspar. 

JoãoPizarr^4^0mkaJfíprtO'Cairreiro,vio- 
rador  no  seu  palácio  das  Sereias,  ou  da  Ban- 
4f inpha,  «losiaír^guieaía  de  Miragaya.  - 

AdianO  4ai;ei>a  gdoealogia  d'^iia  luoSta- 

Auiliido  looi  il8W^.fran60<e6,  .commaiiter 
dos  por  rSeplt^  rsa^a^rociíiiaiiiaim  ido  PoM^r^ 
a  pUbe,  oftQirvc^  if^(Mmà  .qo«Df(M<  enm 
nm^lMdadOi  jaocibiBosi,  loi.pqr  es4e  jnoim 
<i)aaharMiiei|ta  af^awkMdo  bSo  4a  GmAa 
Atavu^  Pono-.G«nieii^da «asadas  Sanatai, 
tenente  coronel  de  infanteria  6,  no  diafi^de 
(manco  é»  dllo  ano^»  Junto 'ao  ^adiriia-das 
Aimoifit  ao4Ja  wgMiate^ ifoi  oaeu;q|davir 
airaitAdo  /até  á  goji^k  id»  AalatlQ,  ^  4*âlU 
ifími  m  .;€«d«r9rea  4m  dl,'  on  id  «iofcAtea 
pmaw  4a  {pcoofld«wi»>  ^las  ruda  da  oida- 
de,  atóVilia  Nova  de  Gaya,  sendo vpor  uM- 
.moifWwdCa^^^  Caai  da  Bíoa/iio  Douro. 


Yiare  !p'eâta  fin^fue^ia  .4e  Wiftgaya,  no  «p 
pa)apQt6'4aflrKa4o>BiO(iari<i>n/.M,  a/sr*^À 
jQaiaiila  ]ft)tem  die  Faffia,.v0pim»iaAto  4is 
uma  das  casas  mais  ricas  e  mm  ttojHnss 
4a  pmvioQiat  p<riaiéii)iiarii«Dlfora  Mba  de 
FnanetaQo  tttein)  4e  fianif  e  doiaíRosaili^ 
ma  4erFarja»  lanfiíJl^  40iJoio.  do  Albníiiierk- 
que  de  KoUo  »nMrairaieflaottPea.t(bUecldo 
4ki1tS<40  Me«iM(4e.iifde.)  l9M«Mberdo 
ab>i)0iiieide  CeaalfTasep^  U.''  fdo  Am  Btelto 
A  l«»ftwi»  >6if  :d0  da  l^sna  e^ioaher  tam- 
bon  do  de  flapliAel»  dado  por  .9.  XaiwMt 
ii« tliAriagoito 4e tf M a^IK  0^*naH> Can- 
iiifaUd»^Qiie6ttio  jfe  dMinii^wtadeici  AiriM»r 
da  viila  de  Leives  e  instituído  por  sen.iwlp 
Diogo  Pereira,  em  16  de  novembro  de  1!^1. 

de  Mello  Pereira  e  C^émm,  «f>i«;a«r«^4X  Q»- 
milla  Ribeiro  4e  Faria»  eiÍB|em*  Ma  flUios, 


m 


m 


ainda  solteiros,  que  vivem  com  ena  n^e^  r 
Manuel  de  Albuquerque  de  Mello  Pereiras 
Cáceres,  que  nasceu  em  10  de  junho  de 
18631  e  Francisco  de  Albuquerque  de  Mello 
Pereira  e  Cáceres,  que  nasceu  em  i9  de  no- 
vembro de  1856  2  e  por  que  estes  senhores 
são  em  Miragaya,  os  últimos  representantes 
dos  Albuquerque^  MeUose  Cáceres»  dare- 
mos aqui  uma  breve  noção  genealógica  d*es- 
las  nobilíssimas  famílias. 

Albuquerque^ 

-—João  de  Albuquerque  e  Castro,  que  foi 
alcaide-mór  do  Sabugal,  e  que  depois  se  re- 
tirou para  o  concelho  de  Penalva,  onde  fun- 
dou a  casa  da  Insua  (depois  de  viuvar  orde- 
nou-see  fd  abbade  de  Sattan),  tinha  casado 
em  Penalva,  com  D.  Jòanna  Telles  e  teve  Ál- 
varo Annes  de  Albuquerque  e  Castro,  fidal- 
go da  casa  real,  que  easou  em  Penalva  eom 
Brites  Nunes  (ou  Gonçalves^  ou  Ooutitíio), 
é  teve 

—-Joio  de  Albuquerque  e  Castro,  fidalgo 
da  casa  real,  que  easou  com  I>.  Brites  de 
Almeida,  ftttia  de  Ruy  Lopes  de  Almeida,  al- 
calde-móf  de  Nnmão  e  de  Portimão,  primo 
do  l.«  conde  de  Abrantes,  D.  Lopo  de  Almei- 
da, eteve 

«---0.  Joanna  de  Sequeira  de  Albuquerque, 
que  casou  com  seu  primo  Pedro  Vaz  de  Se- 
queira e  Albuquerque,  senhor  da  quinta  do 
Outeiro,  filho  de  Diogo  de  Albuquerque  e 
Castro,  iruiio  do  João  de  Albuquerque  e  Cas^ 
tro,  e  teve^' 

-^Dfogo  de  Albuquerque,  fidalgo  da  casa 
real,  senhor  da  quinfe  do  Outeiro  e  institui- 
úor  da  cápella  de  Sráto  António,  pdr  lesta» 
mento  íbite  em*  13  de  janeiro  de  1538. 

Casou  este  com  D.  Isabel  Saraiva  dal^oB» 
«eesf,  fiHia  de  *Pedro  Saraiva,  abbade  dè 
Aguiar  da  Beira  e  pHor  de  Merelim,  filhb  tfs 
Atttonto  Vae  Batalha  e  de  Isabel  Perfiantfes 
úa  Fonseca,  filha  de  Vioente  PemaAdèi  8a> 
ralva,'fidalgo  castelbaÉo,  que  Viveu  eoi  Ti«fi( 
eoso. 

>  É  áTumno  do  S:*  atino  de'  niathematíca, 
na' Aèadsmia  dd  Porto. ' 
.^  ^  Q\mi  o  iiyMi  ^:Porta 


ha  G^Qgo  de  Aiboquarfue  e  Isabel  Sai» 
va  da  Fonseca,  nasceu 

—Diofo  de  Albuquerque,  que  <atfaa^ 
ra-se  com  quem),  e  teve 

—Pedro  de  Albuquerque  e  Castro,  fiMfB 
da  ($asa  real»  casou  eomD.Maria  de  Aali» 
d€^  e  teve 

-^D.  Isabel  Saraiva  de  Albuqaerque,  qn 
catou  com  Pedro  Fernandes  de  ÂMà 
Castello  Branco  (da  taronla  da  casa  da  1» 
8iia),e  teve 

^Diogo  de  Albuquerque  e  Caam,  einl> 
leiro.  professo  da  Ordem  de  Christo,  eassi 
eom  D.  Guiomar  da  Ro<^  filha  de  loioà 
Rocha  e  Silva  (dos  Silvaa  de  Coimbra)  eè 
sua  mulher  D.  Maria  de  Seixas,  e  teve 

—Rodrigo  de  Albuquerque  e  Castro,! 
dálgo  da  casa  real  e  cavalleiro  da  Ordsoii 
Christo.  Casou  com  D.  Maria  Toscano  dei^ 
buqum*que,  filha  de  Bento  Toscano  e  èl 
Guiomar  Albuquerque  Cabreira,  e  tev« 

— Dfogo  de  Albuquerque  e  Castro, 
da  casa  real,  que  casou  e  não  teve  «u»^ 
são,  e 

— Francièco  de  Albuquerque  e  Casth,ft 
sucoedeu  na  casa  de  seus  pães,  por  ftW* 
mento  de  seu  irmão  mafs  velho. 

Foi  ^dalgo  da  casa  real,  commíssaríoà 
cavallarla  na  corte  de  D.  Pedro  II  e  tenol 
general  da  cavaUaria  da  Beira.  D.  Áini 
YI  lhe  deu  carta  de  privilegio  de  fidalgotes 
8  de  outubro  de  1669,  e  a  commenda  dei 
Martinho  das  Chans,  na  Ordem  de  Cbiiia 

Entrou  na  guerra  da  acclamação,  eoM 
capitão  de  cavallos  e  se  distingaiu  nabillr 
lha  do  Ameixial  (Port.  Best,  L.  3.»  pag.  ffl 
— e  L.  4.*  do  conde  da  Ericeira).  Í0iA 
parte  em  outras  batalhas  (iogar  citado}  ett 
de  Montes  tllaros,  ficou  por  morto.  (Mii 
Paneg.  de  D.  Diniz  ãe  M^/Io,  por  Jolioll 
Mellq,  L.  4.%  ri.»  60.) 

Foi  esperar  a  prínfeaa  de  Sabo]»,nudltf 
de  D.  Affonfo  VI  e  D.. Pedro  tt,  e  o  (hup 
de  Saboya,  lhe  mandou  tirar  o  retrato.  (4i- 
Içç.  Gen.  da  jfom.  Jtofifejipçr  Baro^jin* 
gel,  1609,  psifr  .3370  ,>.    •    .  ' 

T  Gasta  «ftm  Pt  Jiuto  n^^ 
âlbnfuerqte»  so»  iHámai  filhae  herdflka* 


MER 


Am 


1  «•    ' 

273 


bi  Ordem  de  QbriAò  e  oapllio-ttiór  éd  Fe- 
udvs,  e  teve 

—João  Rodrigo  de  Albaqaerque  Pereira 
^  Castro,  fidalgo  da  casa  real,  commendador 
le  S.  Martinho  das  Chans  e  capltSom<^  de 
i^enaWa. 

Casca  com  D.  Margarida  Franc&ca  Sotto- 
naior  e  Vasconeeiios,  filha  de  Luic  I^ibeiro 
letto-maior,  cápitâo-mór  da  vrlia  de  Ceia  e 
ie  D.  Helena  Maria  de  Vasconcellos,  neta  de 
òtíit  Ribeiro  da  Fonseca,  fidalgo  da  casa 
real  e  desembargador  do  P^o,  e  de  D.  Se- 
rafina  de  Sotto-maior  Arriaga — e  neta  ma* 
ieriia  de  Mathias  de  Andrade  Grineíl  e  de 
).  Margarida  Pereira,  filha  de  Manaeil  Pe- 
neira de  Vasconcellos^  senhor  de  Mossame- 
les,  e  de  sua  mulher  D.  Helena' de  Barros; 
í  tiTeram 

— Francisco  de  Albuquerque  e  Castro,  fl- 
lalgo  da  casa  real,  comméndador  da  Ordem 
leChristo,  em  S.  Martinho  das  Ghans,  e  mes* 
rd  de  campo,  da  comarca  de  Yizeu. 

Casou  com  D.  Isabel  Antouia  de  Mello 
k)tto*maior  e  Menezes,  filha  de  António  Luiz 
le  Mello  Sousa  e  Cáceres  e  de  D.  Isabel  Pe- 
dira de  Sotto-maior,  e  teve  Luiz  de  Alba- 
[aerque  de  Mello  Pereira  e  Cáceres,  D.  Mar- 
[arida  Josepha  de  Mello  Albuquerque  e  Me- 
lezes,  (qae  casou  eom  Jeronymo  Vieira  da 
Klra  Torar,  10.*  senhor  das  Honras  de  Mol» 
elos  e  Batalha,  e  Manuel  de  Albuquerque 
le  Mello  e  Cáceres. 

—Luiz  de  Albaqaerque  de  MeHo  e  Cace- 
es,  fidalgo  da  casa  real,  do  conselho  de  sua 
nagestade,  governador  e  capitão  general  de 
ifatto  Grosso.  Falleceu  em  Portugal,  soltei- 
*o,  e  succedeu-lhe  seu  irmão 

— Manael  de  Albuquerque  de  Mello  Pe- 
reira e  Cáceres,  desembargador  na  Relação 
lo  Porto.  Casou  com  D.  Anna  Benedicta 
p'orbeâ  de  Almeida^  filha  de  João  Forbes  Es- 
tíator,  tenente-general,  e  de  D.  Anna  Joa- 
laina  de  Almeida  Portugal,  e  teve 

^D.  Cbristina  de  Albuquerque  Forbes, 
[).  Constança  de  Albuquerque  Forbes  (ainda 
lolleiras)  e  JeSo  de  Albuquerque  de  Mello 
Pereira  e  Cáceres,  que  nascea  em  tíO^  e 
sasou  eom  a  sr.*  D.  Camilla  Ribeiro  de  Fa* 
ria»  em  S9  de  Janein>  de  1851 

Doxoa  a  residência  da  Insua,  em  ÍBSO, 


passando  para  Cedofeita,  e  d'aqui  para  o  seu 
palacete  da  rua  do  Rosário,  em  i860. 

Mellos  da  Louzan 

—D.  Pedro  de  Trava,  ou  de  Traveriz,  teve 

—D.  Pedro  de  Trava,  dito  da  Riba  de  Vi- 
zella^  e  este  teve 

—D.  Payo  Peres  de  Guimarães,  que  casou 
com  D.  Elvina  Fernandes,  e  teve 

-—D.  Raymuado  Paes,  que  casou  com  D. 
Dordia  Affonso,  de  quem  teve  um  uoico  fi- 
lho legitimo— D.  Guilherme,  que  fallecea 
sem  successão  e  um  filho  bastardo 

— D.  Soeiro  Raymão  {Conde  D.  Pedro^  not. 
48,  pag.  276),  que  foi  perfilhado  e  suçcedeu 
na  casa  a  seu  irmão  D.  Guilherme. 

Casou  com  D.  Urraca  Viegas,  filha  de  Egas 
Moniz  Barroso,  e  teve 

— Mem  Soares  de  Mello  ^,  que  casou  com 
D.  Theresa  AíTonso  Pires  Gato  e  de  D.  Ur« 
raça  Fernandes,  e  teve 

— Affonso  Mendes  de  Mello  (3.*»  senhor  de 
Mello,  por  succeder  a  outro  seu  irmão).  Ca- 
sou com  D.  Ignez  Yasques  da  Cunha,  filha 
de  Vasco  Lourenço  da  Cunha,  senhor  da  Ta- 
boa,  e  teve 

— Martim  Affonso  de  Mello  (4.''  senhor  da 
Mello),  que  casou  em  segundas  núpcias,  com 
D.  Marinha  Vasques,  filha  de  Estevão  Soa- 
res d'Albergaria,  senhor  d* Albergaria,  e  de 
sua  mulher  D.  Maria  Rodrigues  Lucena,  e 
teve 

Martim  Affonso  de  Mello,  que  falleceu  sem 
successão,  e  lhe  succedeu  seu  Irmão  segundo 

— Vasco  Martim  de  Mello. 

Foi  guarda  mór  d*elrei  D.  Fernando,  que 
lhe  deu  os  senhorios  da  Povoa  e  Castanhei- 
ra, 6  casou  com  D.  Maria  Affonso  de  Brito 
(em  segundas  núpcias),  filha  de  João  de  Bri- 
to, senhor  dos  morgados  de  S.  Lourenço  e 
Santo  Estevão,  e  teve 

—Martim  Aflbnso  de  Mello,  alcaide-mór 
d*Evora,  senhor  de  Barbacôna  e  guarda-mór 
de  D.  João  I,  casou  com  D.  Brites  Pimentel, 
de  quem  não  teve  filhos;  mas  por  bastardia 
teve 

1  D'esta  familia  Mellos,  é  hoje  represen^ 
ta&te  o  ecMide  de  Mello. 


%1^ 


vm 


reDço  de  Ferreira^  fillw  de  João  Lonreago^ 
de  Ferreira,  que  foi  alcaide-mór  de  Tran- 
coso e  embaixador  a  Aragão,  por  el-rei  D. 
João  I,  e  teve 

—Gonçalo  Vaz  de  Mello,  que  tomou  o  ap- 
pellído  materno,  e  seus  descendentes  se  de- 
nominaram— Mellos  de  Coimbra— por  vive- 
rem n'esta  cidade. 

Edificou  à  sua  custa  a  capella-mór  de  S. 
Francisco,  em  Viseu,  onde  jaz  sepultado. 

Casou  com  D.  Maria  de  Freitas,  fillía  de 
Fernão  d'e  Freitas  (outros  dizem  casara  com 
D.  Mana  Falcôa,  filha  de  Vasco  Falcão),  e 
tQve  quinze  filhos,  sendo  o  mais  velho 
\  — Manuel  de  Mello,  fidalgo  da  casa  real, 
que  teve  de  Isabel  Nunes,  entre  outros  filhos 
bastardos 

—Duarte  Vaz  de  Mello,  que  foi  cónego  da 
camará  do  papa  Paulo  V,  na  cúria  de  Roma, 
que  lhe  deu  os  beneficies  que  foram  de  seu 
pae,  e  o  de  mestre-escola,  da  Sé  de  Coim- 
bra, onde  fundou  a  casa  que  os  Mellos  téem 
n*esta  cidade;  e  de  Maria  de  Carvalho  teve^ 
entre  outros  filhos 

—Manuel  de  Mello,  que  casou  em  Coim- 
bra, com  Isabel  Mansa,  filha  de  Gonçalo  Lei-, 
tão  e  Isabel  Mansa,  e  teve,  entre  outros  fi- 
lhos 

—Luiz  de  Mello  (S.""  filho),  fidalgo  da  casa 
real,  casou  com  D.  Joanoa  de  Mello,  filha  e 
herdeira  de  Francisco  de  Mello  e  Cáceres  e 
de  sua  mulher  D.  Maria  Metello,  e  teve 

—Duarte  de  Mella  Sousa  e  Cáceres,  fídal< 
go  da  casa  real,  e  senhor  do  morgado  de  Ca- 
salvasco. 

Casou  na  villa  d'Agueda,  com  D.  Sebas- 
tiana  Vellez  Castello  Branco,  filha  e  herdeira 
de  Lopo  Vellez  de  Castello  Branco,  fidalgo 
da  casa  re^il,  senhor  do  morgado  de  Espi- 
nhei, em  Águeda,  e  de  sua  mulher  D,  Luísa 
Perestrello,  e  teve 

— António  Luiz  de  Mello,  que  viveu  em 
Coimbra,  e  foi  fidalgo  da  casa  real,  senhor 
dos  morgados  de  Casalvasco  e  da  Louzan  e 
capitão -mór  da  Louzan. 

Casou  com  D.  Isabel  Maria  Pereira  de  Me- 
nezes Sotto-maior,  filha  de  Gonçalo  Affonso 
Pereira  Sotto-maior  (fidalgo  da  casa*  real, 
senhor  do  líiorgado  de.l^/^ab^ita^p  al^ai^- 


mér  40  C«<níidiA>4'^  deBmmiinMrllLS» 
bastiana  de  Valladares,  dos  Pereiras  do  U* 
go^ » leve 

L«  Duarte  de  Mello  de  Soosa  e  Cusfí^ 
•enkor  di  (^inta  da  Várzea  e  de  Caiali» 
CO,  que  morreu  sem  succe^são ; 

f.""  Luiz  de  MeHo»  que  seordenoaelí 
frade  dp  S.  João; 

Z»"*  D.  Sebastiana  Ignez  de  Mello;  pape 
morte  da  seu  irmão  suecedea  na  um,%tk 
sou  com  Ayrea  de  Sá  e  Mello,  ^ea^ven^ 
secretario  d*estado  e  embaixador  de  D.  Joâ 
a  Castella,  mas  não  teve  filhos; 

4.°  MariaJoannadeBlellOyqQecasoaeei 
Bento  Ferraz,  capitão  de  ínfanteria  naediH 
e  commeadador  da  Ordem  de  Ghrlsto,evii' 
vando,  casou  eom  Lais  António  Pereinè 
Sequeira,  dos  Pereiras  de  Villa  Viçosa, 
nao  (eveilbos; 

S.""  Isabel  Antónia  de  Mello  Sotto-naim 
MenezeSy  ^e  suecedeu  na  casa  de  seus  ^] 
e  foi  8.*  senfaura  do  morgado  de  Casal' 
e  7.*.  do  dos  MeUos  da  Louzan. 

Casoa  eom  Francisco  de  AlbBqueip« 
Castro,  vJBavô  de  João  de  Albaqaerqttl 
Msllo  Pertâra  e  Cáceres,  da  casa  da  IiMii 
de  quem  viuvou,  em  1860  a  sr.*  D.  Gani 
Ribeiro  de  Faria; 

E  assim  se  incorporou  a  casa  dos  MeUs 
da  LoQzaQ  na  dos  Albuquergues  da  Insi^ 
com  os  morgados  de  Casal vaseo,  EspioM, 
em  Águeda,  e  o  dos  Mellos  da  Louzan^  defi 
é  actual  administradora  a  ar.*  D.  Giiúb 
Ribeiro  de  Faria. 

G&oeres 

—Álvaro  Gonçalves  de  Cáceres,  fláalfB 
castelhano  que  veio  para  Portugal  no  ^ 
po  de  D.  Fernando  I,  teve 

— ^Mem  de  Cáceres ;  e  este  teve 

—Luiz  Mendes  de  Cáceres,  seabor  éã 
villas  de  Fornos  e  de  Algodres.  Casoa  ooi 
D.  Leonor  Vaz  Coutinho»  fílba  dos  e«ndes^ 
Marialva  (hoje  oendes.  de  Redondo)  e  teve 

•-«Al varo  Mendes  de  Cáceres,  qne  eaii 
cpm  Dt  Theteza  Manjoel  de  VasooneeM 
filba  4eD.  Joiode  Vascoiieelloflyicoad»^ 
Ruella,  e  de  sva-ituftttàer  D.  ÂxmsL  Maisel» 
teve* *  ,  -.1  •  ..j  «.. ' .     .  •'  ii 


vm 


S7» 


— Uú^  4e  CaiereSi.  ipaUtvidiiff.  de*  moif ar 
In  te  CasalvasoOtie  eaaoa.ODm  Ur.  Ii»lieli4e 
iello»  e  lave  Franemo-derliillo  e  GaiMraa« 
íoSa  de  CaoBres^t  fllko  .aegnadoy  qve  ííA  p«t 
hra  e  wâtitoiíi  a.oape]laftnfi6rgaA»  doatlM* 
os  d9  Loiuan  «a  4  d^ioUiorée  lfi4B^ 

— PraDcisco  de  Mello  eCaeerea  caeon 
^m  D.  Catharina  Coelho  de  Akneida^  filha 
U  Marlim  Coelho,  fiilio  de  Garcid  Coelho, 
irmão  de  fr.  João  Coelho,  fpràu)  prior  do  Cra- 
to e  chanceller-mór  de  Rhode,.  e  teve 

— Francisco  de  Mello  e  Cáceres  (que  yen- 
Aen  ao  conde  de  Linhares  os  senhorios,  de 
Fornos  e  de  Algodres,  que  depois  passaram 
para  o  iniantado.) 

Casou  com  D.  Maria  de  Sonsa  Tavares,  da 
casa  de  Pedrógão  Grande,  e  teve^ 

— Francisco  de  Mello  e  Cáceres,  qne  ca- 
sou com  D.  Maria  Mètello,  filha  de  António 
Iteiello,  senhor  do  morgado  de  Yallongo,  é 
teve  só 

— D.  Joanna  de  Mello,  que  casou  com 
Luiz  de  Mello,  da  quinta  da  Várzea,  de 
Coimbra,  bisavô  de  D.  Isabel  Antónia  de 
Mello,  ultima  representante  da  casa  dos  Mel- 
ios  da  Louzan,  e  que  casou  com  Francisco 
de  Albuquerque  e  Castro,  também  bisavô  de 
João  de  Albuqnerque  de  Mello  Pereira  e  Cá- 
ceres, da  casa:  da  Insúa. 

Forbes 

—João  Fòrbes  de  Porbes,  que  viveu  na 
Bèeocia,  no  reinado  de  Roberto  Hl  em  M05, 
èteve 

—Alexandre  Forbes^  !.•  senhor  de  Por- 
bes, e  este  teve  João  Porbes,  que  fálleceu 
sem  snecèssão  e  lhe  snecedeu 

— Dncano  Porbes,  seu  irmão,  2.*  senhor 
da  casa  de  Brex,  e  casou  com  Isabel  Gripi- 
ton,  filba  do  barão  Conlad,  e  teve 
-  —Guilherme  Porbes,  que  casou  em  se- 
lundas  nopoias,  oom  Caihartoa,  filha  de 
Alexandre  Geton^  e  teve 

—-Alexandre  Porbes,  que  casou,  em  se- 
gundas núpcias^  oom  uma  filha  de  Patrício 
^IwrdoD^  conéade  AbepAèea,  0  tevê 

—João  F^rbeSy  que  casou  ckmh  Margari- 
àiv  filha  d» João  Campbeli»  B&abwr  á^Col- 
4lii,  poff.  meicé*  da  nainlia  JJAlda.  de^Esco^ 
tta>>.de'i8deid«unil»ni  delMfil^i  a  leve;. . 


-^oM  Perbea  (hn^.  dB)  e  easoa  omi 
babel'  lÂ^HtwiSbíii  e  itava . 

ioao  Forha^  1/  harãot  d^^Skallatei^.qiM 
que  oaaon  õom  Iiahel.  Grant,  da^  famiUa 
Bulttdaliargr  e  tova 

'  -^lome  Fanfeiea  de^  Skcttateri  barão  de 
Slwllater^  a^  patasi  daNlança^  d»  d*rak  G»- 
sou  oamiMargaorídviIgQdi^  banonsaa  de  Ba^ 
loiQSi  e  teve  1 

— GuittieroiB  Porbea^. barão  deSfe^ater» 
que  casoavOomAima^  Golflna^  e  teve. 

-^orge  Fofbea^  barão  de-  StcaUater,  que 
catfOtt  eom  Jeemia  Leviaaf  e  teve 

«-^orga  Fopbes,  barão  de  Skellaler»  qiae 
caaeu  e^m  Cbrislma  Joanaa  Gorden^  e  teve 

i."  GaftlhermeRorbeB^  barão  da  SkjeUater 
e  senhor  d'eaia  casa  em  E8eooia4 

S.P  João  ForbeeSkellaiBrj  que  loi  tenente 
gefteral  e  inspeelor.  de  Ànlaiitaria  em  Portu< 
gal,  grau  cruz  da  Ordem  dei  Carlos  IH  de 
Hespanha,  gnmorua  «da  Ordem  de  Avli  e 
ceBimendador  da .  de  Cbffiato  em  PortugaL 

Casou  em  Portugal  cqm  D*  Amia  Joaqui- 
na de  Porlugai  e  Almeida,  filha  de  D.  Dioia 
de  Almeidik  e  Portugal  e  de  sua  mulher.  D« 
Joawa  Theveza  d* Antas  e  Vilhena^  e  teve 

—D.  Anna  Benedieta  Forhes  de  Almeídaj 
que  caaeu  eom  Manuel'  de  Albuquer^e  de 
Mello  Pereira  e  Cáceres,  senhor  da  casa  da 
Insua— pae  do  fallecido  João  de  Alhuquev^ 
que  de  Mello  Pereira  Cáceres^  da  quem  viu* 
vea  a  sr.*  D.  Gamilla  Ribeiro  de  Faria. 

BeUezas 

Viveu  muitos  annes  n*esla  fregoeaia^  ao 
aAtigo  bairro  de  Mhugaya,  nm  ramo  da  no*- 
bre  família  Bellezas,  de  Mattosinboa,  ottáe 
falleoeu  (suícidaiido-ae)  em  i870,  o  ultimo 
representante  da  casa — António  BeHeaa  de 
Andrade,  deixando  4  filhas  e  S  filhos. 

Ainda  posaue  esta  lámilia  varias  casas  na 
roa  de  Miragaya  e  escadas  do  Monte  doa 
Judeus,  e  uma  eom  brasão.  d'armaa  na  Ilha 
do  Ferro»  n.«*  i  a  3. 

Rool|»  íik>air0ft 

itaneíseo  RediaSoRrofl»:  filha  do  nego.n 
danta»  piepdetprn*  jB.dndMidakdDiflMame 


27S 


Mm 


MtR 


iKHne,  e  de  D.  Rosa  Raynmnda  Pereira  da 
Rocha  Soares;  naseeo n'é8Ca  firegtiezia  de 
Mlragaya;  em  24  de  janeiro  dei^,na  rua 
da  Esperança  a.*'  3  a  18,  ^sasa  ooncigua  à 
fábrica  de  louça,  propriedade  sua»  herdada 
de  seus  maiores,  e  jâ  indicada  na  gravura 
que  se  encoBtra  na  Dêscripçãa  âo  Porto  pu- 
blicada por  Agostinho  Rebelio  da  Costa. 

Educado  no  seio  da  abundância,  estudou 
preparatórios  em  diversos  collegios,  cursou 
a  extinda  Academia  de  marinha  ecommer- 
cio,  onde  fez  os  exames  das  línguas  france- 
za  e  ingleza,  e  malriculou^se  na  nossa  Uni- 
versidade de  Coimbra,  para  seguir  o  curso 
de  mathematica  e  philosophia,  que  não  con« 
cluiu  por  causa  das  convulsões  politicas  de 
1826,  em  que  tomou  parte,  atistando-se  no 
batalhão  de  D.  Pedro  IV  organisado  no  Por- 
to, no  qual  foi  sargento  da  4.*  companhia 
até  24  de  ab^il  de  1828. 

Forçado  ^  emigrar  em  1828,  aprovdtou 
este  ensejo  para  viajar  o  instruir-se,  percor- 
rendo a  França,  a  Inglaterra  e  o  Brasil.  Vol- 
tou à  pátria  em  agosto  de  1829  por  se  achar 
seu  pae  a  expirar,  mas  teve  de  viver  reclu- 
so e  homislado  até  1832*  Apenas  entrou  no 
Porto  o  exercito  liberal  correu  a  alistar- 
se,  còm  três  caixeiros  seus,  no  2.*  batalhão 
nacional  fixo,  fardando-os  à  sua  custa  « 
sustentando-os  na  praça.  Fez  alistar  também 
18  operários  da  sua  fabrica  de  louça  no  1."* 
batalhão  movei/  a  quem  egualmente  far- 
dou. 

Por  eleição  popular  foi  feito  tenente  coro- 
nel commandante  do  S.""  batalhão  da  guarda 
nacional,  e  confirmado  por  decretos  de  13 
d'outubro  de  1836  e  17  de  novembro  de 
1638,  servindo  de  commandante  geral  da 
mesma  guarda  por  occastão  da  revolta  da 
Barca  em  1837. 

Foi  eleito  procurador  ajunta  geral  do  dia- 
tricto  em  1835,  e  substituto  em  1838,  e  em 
26  d*agosto  d'esse  mesmo  anno  eleito  depu- 
tado substituto  ás  côrles,  por  5:983  votos. 
Foi  nomeado  membro  da  commissão  crea- 
da  no  Porto  para  auxiliar  a  permanente  das 
pautas  das  alfandega^^por  decreto  de  6  de 
d'abril  de  1837,  e  por  outro  decreto  de  20 
do  dito  mex  o  anuo  foi  nomeado  ^widente 
4a  mesma  oomafaMâo.  Foi  agraciado  oom  o 


habito  da  ordem  de  Nossa  Senhora  daQ» 
ceição  de  Villa  Viçosa»  por  deoeio  de  Sli 
selemteo  de  1836»  -*  com  o  da  orta  1 
Ghristo,  por  éecreio  ée  17  dVMitiAio4 
mesmo  anm)»  e  «idi  a  commefeáa  danoÉ 
ordem  por  decreto  de  4  d'aiMrfl  de  1S37. 

Em  abril  de  1846  foi  preso  e  recoDndoí 
castello  da  Foz,  quando  rebentou  a  reroli 
ção  do  líinho,  e  sendo  solto  em  mún  I 
mesmo  anno  formou  o  batalhão  d^atinè 
res  nacionaes,  ao  qual  deu  por  quartel  a  a 
casa  e  quinta  de  Paços  de  Rei. 

Tão  relevantes  serviços  prestou  á  esos 
popular,  que  os  patriotas  do  Porto  lhe  oi 
receram  um  habito  de  Christo,  uinae» 
menda  e  uma  espada,  como  testemmdnt 
sua  gratidão. 

Depois  da  reacção  da  corte,  em  6  â'oit 
bro  de  1846,  fez  reunir  de  novo  o  seu 
Ihão,  do  qual  foi  nomeado  coronel  co 
dante  por  portaria  da  junta,  e  ao  mesmo 
talhão  deu  50  armamentos,  pelo  que  (d 
vado  pela  mesma  junta  em  portaria  deA 
março  de  1847. 

Foi  um  amigo  leal  è  sincero»  sempitl^ 
neroso  para  com  os  estabelecimentos  piH 
para  com  todos — sem  ^istincção  de  ^f 
lítica,  que  imploravam  a  sua  protecção. 

O  muito  que  dispendeu  com  a  politica  fr 
rante  muitos  annos,  uma  fabrica  de  ?iâif 
que  montou  em  Villa  Nova  de  Gaya,  (T^si 
de  Rei)  o  abandono  forçado  e  quasi  absoli 
to  dos  seus  negócios  e  dos  seus  esubek' 
cimentos  industriaes,  oom  outras  dreoB» 
tancías  imprevistas»  o  obrigaram  a  aprao 
tarse  aos  seus  credores,  e  desde  essen» 
mento  luctou  com  graves  diíficuidades  pan 
poder  sustentar  a  sua  dignidade  e  ednari 
amparar  sua  numerosa  familía. 

Precisa&do  de  todos  foi  cruciado  porfr 
ras  decepções»  o  dos  seus  inimigos  poiilitf 
recebeu  as  mais  significativas  provas  de  eft 
sideração. 

Seu  génio  forte  e  irasoi  vel  ^a  o  sen  naif 
defeito,  mas  paasados  momaaios  era  1# 
calmo  o  sempre  nobre  e  geomiso. 

Casou  em  primeiras  núpcias  com  B.tíf 
Ha  Cândida  de  Masquifa  Faria  a  Ckwti,  eii 
segundas  Bupeías  com  D.  Emília  Perà«* 


«ha  SokarM»  idaixtpdOè  d'«8i6f  oonaoMio  7 

los. 

|>e¥^Fa4o  por  affeoções  iDoraee  e  per  nnoa 
iirt  aBlbéoMa,  e  venâei  japru^íBiar^e  d  pafli- 
loento»  G0I9  a  maipr  aereiíiâaie  fez  cha* 
i|r  os  seua  parentes  e  amigos  e  as  pasmis 
i>qiiem  aEdára  distandado,  oonfessaiido-ae 
I  segaida,  e  reeebeodo  o  sagrado  vjatioo-e 
nUiina  Unçiâ  no  dia  19  de  março  de  1^7; 
fL  todos  os  seus  eonvidados  padia  que  jaa- 
saem,  e#mo  jantaram,  em  soa  casa,,  e  ter- 
jnado  este,  quiz  vél<os  ainda.no  senqnar- 
;  abi  lhes  fez  servir  o  café,  e  com  as  mais 
Moamoventes  pbrases  de  todos  se  despediu^ 
|raçando-os  e  be^j^do-os»  principiando  pe« 
idolatrada  espoaa  e  filhos^*  e  derramando 
dos  copiosas  lagrimas.  Expirou  no  dia  se- 
linte  ás  7  boras  e  meia  da  manbaiiy  aos  5i 
mos  de  edade. 

O  Tiseonde  d* Almeida  Garret,  naseen  na 
ia  do  Calvário  n.«  35,  onde  está  boje  o  con* 
dado  inglez,  n'esta  firegUezia  de  Miragaya, 
>]e,  e  n^aqnella  data,  fregaezia  de  Santo  U 
^onso. 

Na  frente  da  dita  casa,  mandon  a  camará 
iimicipal  pôr  nm  medalbao  de  mármore, 
m  a  inseripçao  seghiote : 

• 

ÍSá  0in)B  NASCEU,  AOS  4  DE  FEVERBmO  DK 

1799,  JOÃO  BAPTISTA  DA  SHLVA  LEITÃO  D*AL- 

MIIDA  ^ARRET, 
^NDOU  GRAVAR  Á  MEMORIA  DO  GRANDE  POETA, 

A   GAMARA    MUNICIPAL    d'eSTA    CIDADE,   EM 

1864. 


— Aq  fundo  da  mesma  ma  do  Calvário, 
a  extremidade  Sul,  do  largo  das  Virtudes, 
'esta  fregaezia.de  Miragaya,  esteve  duran- 
3  o  cerco  do  Porto,  em  1832  a  1833,  mon* 
ida  uma  bateria — exactamente  no  sitio  que 
boje  parque  ajardinado  e,vedado  com  gra- 
les  de  ferro,  na  frente  da  casa  de  Alexan- 
ire  José  d'01iveira  Brandão,  que  por  con- 
raeto  feito  com  a  camará,  se  apropriou  d'a- 
[ueile  cbão  ba  cerca  de  3  annos. 
—Esteve  outra  bateria,  no  alto  da  Quinjta 
ias  Virtudes,  hoje  tomada  pelo  estabeleci* 
neato  de.h(Hrticultu.rae  floricultura  de  José 
iarques  Loureiro. 

VOLUME  V 


MIB 


m 


Até  i83S  o  pHncipios  de  l$33i  os  eater-< 
ramentos  dos  .íregtmes  Éle  Miragaya,  eram» 
feitos  na  egreja  matriz,  excepto  quando  em 
seus  tesumentoa  dhpuibam  <y  contrario,  ou 
ersfl»  irmios  de  alguma  Ordes»  por  qfii» 
n'este  vtlimo  easo  costumavam  sepultarias? 
no  cemitério  d.'essa  Ordem;  assim  foram^ 
muitos  parocbianos  de  Miragaya  sepultados, 
nas  egr^as  4m-  Gierigos,  de  &  Orlspim,  S. 
Francisco,  etc.,  e  mesmo  além  do  Douro,  na 
egreja  dos  eapuobos,  ou  a&toninos:  de.  Vailn 
de  Pjedade-^<;o«i  acompanhamento  do  paro^ 
càto  4e  Miragaiifa,  motivo  porque  duas  vezes 
(que  nós  saibamos)  se  travou  pleito  entre  o 
reitor  da  Sanita  MaríDba,  de  VHla  Nova  dd 
Qaya»  e  oabbade  de^Miragaya,  prevalesoen-' 
do  os  direitos  d'este,  baseados  em  costume 
antigo. 

Por  oceano  do  cerco,  ou  no  anno  de  1833; 
por  ser  exiraordínario  o  numero  d*obit06» 
já  em  rasão  das  baixas  proveaioitea  dagner«< 
ra,  já  por  causa  do  cólera  que  se  aleou  na 
cidade,  foram  os  enterramentos  leitos  na 
adro,  desde  março  do  dito  anuo,  até  julbo 
de  1834,  e  desde  essa  data,  na  cerca  do  con- 
vento de  S.  João  Novo;  até  que  em  18&0  prin* 
cipiaram  (em  fevereiro),  a  fazer-se  no  Prado» 
do  Repouso,  ou  nos  cemitérios  de  certas  Or« 
dens»  nomciadamente  no  clansiro  da  Graça» 

Em  épocas  mais  remotas  também  se  eu-^ 
terravam  os  afogados  no  adro  dito,  do  Es<* 
pirito  Santo,  no  cbão  que  fòi  emprazado  ao 
capitão  António  José  Borges,  e  onde  este  le«* 
vantou  o  prédio,  que  tem  na  frente  tim  cha- 
fariz publico,  á  entrada  da  rua  de  6.  Pedro» 
junto  á  egreja  parocbial^  destínando-se  em 
seguida  novo  local  para  aquelles  enterra* 
mentos,  a  norte  da  egreja  matriz,  •entre  esta 
e  a  capella  do  £spirito  Santo,  e  para  alii  se 
removeram  as  muitas  ossadas  que  havia  no 
local,  onde  o  capitão  Borges  fez  a  casa. 

E  não  podemos  averiguar,  se  aUi  enterra*- 
vam  alem  dos  afogados,  também  os  pobres 
que  falledam.no  l)ospital  do  Espirito  Santo 
e  quaesquer  cadáveres  mais. 

Hoje  os  cadáveres  dos  parocbianos  d'esta 
freguezia,  bem  como  de  todas  as  outras  da 
cidade,  são  sepultados  em  qualquer  dos  dois^ 

18 


m 


magníficos  c€iifti«rto»inttflláès— Repouso» 
oa  Agraimonte,  e  muito  poucos  nos  oemite- 
rios^éâ  Lopá  é  Géâ6fott«,  qttandò  os  falláci- 
dDs  pepteniMBi>  á  algum»  âas^rèspeeti^ács  IN 
BUidhdem 

E  se  o  eâdsrer  é'lmá^  á  mSo^^parodho 
sncA  o  aoompatitia»  m^se  elevado  em  earro 
ftnerairlo  é^costnmeio  paroeho  aeompanM-» 
mas  itido 'Sempre  em  coupé^  dadopelds  dori- 

OSKmmâoripçSo  da  ftegUBíM 

Desde  tenq^  immãmorlid,  foi  edia  rregao* 
tis  de  Ifiràga^m^  pouw  populosa  (Agõ8thlh<^ 
Rebello  da  Gosta,  the  éà  ^H  to|{bs,  cem 
It7d7  almas,  e  hoje  deve  ter  eeràt  de  ÍAHO 
hios  com  ce^ca  de  4r:500  almns),  é  era  li- 
mitada pisto  Douro,  eáiçada^delfoBdM^é^ 
BandisirlDba,  Fogueteiros,  Virtudes,  rua  da 
Via  Sacra  (hoje  Cordoaria  Velha,  mas  com« 
pirebendendo  só  o  lado  dfrdto  doestas  ruas, 
seguiudk)  pela  ordem  por  (pe  as  mencionei), 
Eieadas  do  Caminho  Moyo,  bairro  do  F<Hme 
Velho,  rua  da  Munhota,  até  ás  proximida- 
dia  do  sitio  onde,  feita  a  3.*  ordem  de  nra- 
Talhas,  ficou  o  Postigo  doa  Bsnhoe. 

.Quando  esta  3.*  ordem  de  muros  seguiu 
da>Pof  tá  da  Ribeira  até  á  Porta  Nobre,  e'd'a- 
t<ii  pélas  Taipas  e  Olival,  até  á  Porta  de  Car- 
ros, as  condições  da  estratégia  militar  nâ0 
altenderam  á  circumserip^âo  das  diversas 
parochias,  e  assim  ficou  «tUra-mitrw,  éden- 
tto'  da  Porta  Nohre,  o  dito  bairro  do  Perno 
Velho  e  rua  da  Uúnhota,.eom  algumas  eaeás 
que  depois  se  levantaram  sobre  o  muro 
fevam  ultimamente  II),  e  Iodas  estas  easae 
pertenceram  á  freguezia  de  Miragaia,  nté  qne 
em  i8y,  por  decreto  de  3  de  junho  de  1839, 
ae  fez  arredondamento  paroehiai  d'esta  dda- ' 
de,  que  ainda  vigora  t,  e  por  elle  perdeu  Mi- 
ragaya,  todas  as  casas  qne  tinha  nUra-tnuros, 
6'  recebeu  da  freguesia  de  Santo  Ildefonso, 
a  rua  do  Calvário,  rua  oceidenial  do  Campo 
dos  Martyres  da  Pátria,  seguindo  peto  lado 

1  O  arrendondamento  da  cidade,  foi  or- 
denado por  decreto  de  3  de  junho  de  1839, 
mas  a  commissão  nomeada  só  em  1841  con- 
cluiu aqaelle  trabalho,  que  foi  confirmado 
Sor  decreto  de  11  de  dezembro  do  dito  anno 
é  i8lf. 


orleiml  4a  Praieá  do  Doqiiè  de  Ré)i,flN 
extremo  da  Travessa  do  Carregal,  lado  oHt 
lai,  e  desceodo  ^ítí  pefia  Praça  de-Bttp 
dé  Beja  e  ma  da  Liberdade,  ané  ao  slto4i 
nttt  ^  BaerdeMnha,  tMe^  o  que  fiei  ii 
qoerdaé  B  da  firegueaia  de  Gedefêíts,  ni» 
bea  0  convento  de  lií»nelilqu&*-niad»li 
bre  o  IK)Qti9^  até  entrar  aa  dli  Restatn^ 
e  teáfai  esta  desde  alR  (oo  da  nia,aindin 
nome,  aberta,  da  ftestaura^^  psraa mé 
THunpho),  até  á  rua  éa  Liberdade^  {li 
eíyqtterlo^  doesta,  suMndo),  a  Tua  dd  TM 
phoj  até  á  do  Pcmíbai  eítelusivê,  eottpreèa 
detido^Quartel  militai  e  suM  dependâoda 
a  rua  do  Rosaria,  até  á  do  Prtndpe-lli 
vessa  da  rua  do  Rosario-*-Viefia  ennè 
Paço,  e  o  lado  esquerdo  da  travessa  doâfj 
regai  (subihde),  até  à  rua  de  GèdofeittJ 
clusivé.  I 

Augmentou  pois  consideravelmente,  J 
aquelle  arredondamento,  esta  parechivj 
população  e  riqueza,  per  qae  a  partol 
tem  multas  casas  boas  e  famílias  cooM 
nas  importantes.  Basta  notar-se  quefitt- 
cem  a  esta  parte  da  freguezia,  todos  o^ 
dos  quarenta  maiores  contribuântes  dobe 
ro  Occidental,  que  este  anno  de  1873^» 
beram  a  Miragaya;  principiando  peloscl» 
tonio  da  Silva  Monteiro,  que  é  hoje  talvai 
homem  mais  rico  do  Porto — sendo  pan^ 
meútar,  qne  as  íhmilias  d'esut  parte  àti 
gnezía,  aliás  sinceramente  religiosas  e 
morígeradas,  raras  vezes  se  vejam  na 
ja  matriz,  por  lhes  ficar  esta  muito 
te,  e  na  parte- mais  baixa  da  parochia. 

Quando  em  1834,  foram  extinctâs  as 
den^  religiosas^  o  abbade  (RaymRmdo 
Sá  e  Alves),  pediu  para  matriz^  ao  im 
a  egreja  do  convento  dos  Gracianos, 
S.  João  Novo— templo  vasto  e  muito 
— e  o  imperador  annuiu;  mas  aparte 
de  Hiragaya,  tao  tenazmente  se  opp^f 
o  abbade  (bi  obrigado  a  desistir  do  satt 
penho ! . . . 

Appellidos  maia  notáveis,  de  pefls^ 
6  familias  d*esta  fregruezia  delOí^ 
gaya,  em  outras  eras. 

Bbquica,  Pavella,  Domingues;  Anae^*^ 
liago,  Baldaia,  Manteigada,  SaBdio,Ui^<^ 


lltft 


Í9§ 


cio,  Mmâo,  Béliesa,  Figtlrro,  Pb^éd,ing(i«l* 
t^  Pontes,  Sobiliiho,  Haya,  Faritlhl^  Yaref^ 
to,  ItorfKlho  é  Sslteilla. 

Belativas  á  egreja  de  Miragaya  e  capella 
do  Bãpirtío  Smto 

A  fl.  38  do  Tombo  da  codfiràriâi,  se  aéha 

0  testamento  de  IHntiel  Peomandes  Keves, 
tèfWtragaya,  escH|[>to  por  elle  proprfo,  nò 
4àal  defira  sèi$  mil  missas  por  sna  alma, 
além  de  oatras  moitas  por  divei^s  teir« 

liii'  18419-1850,  mandOii  a  confraria  íiuer 
4e  novo  o  altar  do  Sentior  Jèsns. 

't!in  f858-S9,  mandou  a  eonfraria  fazer  8 
lantéi'nas  dè  prata  eotn  9:128  oitatas  de  peso 
a  125  réis  e  40^000  réis  de  feitio  cada  uma 
-^1:461'^000  réis,  isto  pelo  cofre  dô  Làuspe- 
rmn»^,  ficando  ainda  n*esse  anno  de  saldo  no 
60/^*-1.44e^3d3. 

Em  1860-61;  pelo  mesmo  cofre,  mandou 

1  confraria  fazer  8  varas  de  prata,  por  a 
luantia  de  617)^040  réis. 

« 

Sm  sessão  de  18  de  maio  de  1760,  se  ele- 
rou  de  80  a  120  réis  a  esmola  das  20  mis- 
ias  por  alma  dos  irmãos  e  se  determinou 
|tte  fossem  ditas  na  egreja,  no  altar-mór  ou 
sm  outro  privilegiado. 

No  anno  de  1761  se  principiaram  as  obras 
fa  nova  sãchristia  e  casa  de  despacho  com 
>  legado  de  Pedro  Gomes  Sim5es,  que,  além 
le  instituir  o  Lausperenne,  etc,  dispoz  que 
í  remanescente  da  sua  fortuna  fosse  dividi- 
lo  em  três  partes  eguaes,  sendo  uma  para 
\B  ditas  obras. 

Em  sessão  de  17  de  março  de  1783,  se 
«solveu  com  urgência,  reparar  as  paredes 
la  capella  do  Espirito  Santo,  que  ameaça- 
ram imminente  desabamento  sobre  a  nova 
ttsebristia,  pela  sua  antiguidade,  grande  de- 
iUve  do  terreno  e  muita  humidade  do  local. 


Bin 0èMio de 27 dèdézembro  de I78l^8tf 
eotfcedeu  lotear  para  os  omàiíMAito»  ealftinui 
perfènceÂtes  ádevo^ode  S.  Joãoevan^ti^ 
(ft^  até  i  feítutti  da  nova  sactiristia  se  guando* 
vam  em  càUtões  e  guarda-roupas  na  nme  da 
egtèja  que  foi  Umada  pelas  obraSy^  como  se 
suscitassem  questões  é  desaguisados  Tories 
éoffl  a  coiiQfft*aría,  por  causa  dolooal  para 
alttimação  das-  ditas  alfaias,  a  devoção  ou 
Irmandade  de  t.  João  Evangelista  dirigiu 
um  requerimento  ao  ordinário  da  dbcesè^ 
pedlndo-ihè,  como  legitimo  senhor  Sesta 
egreja  (diziam)  a  graça  de  assígnar-lbes  Io* 
gar  determinado  para  as  suas  alfaias,  vlst4 
que  ò  local  em  que  as  tinham-  haicia  wna 
immensidaúe'  de  annos  lOra  tomado  com  as 
obras  da  nova  sãchristia  e  sala  de  sessões, 
à  qual  petição  o  prelado  deferiu,  tendo  ou* 
vido  o  reverendo  doutor  provisor,  que  veio 
ao  local  cértíficar-se.  E  sendo  apresentado 
aquelle  requerimento  e  deferimento  em  ses* 
são  de  23  de  agosto  de  1787,  a  confraria  obe« 
deceu  e  cnmprtu. 

Por  uma  bulia  de  13  de  novembro  de 
1606  o  papa  Clemente  TIII  uniu  o  aggrêgt^U 
esta  confraria  de  S.  Pedro  de  Miragaya  á  de 
Santa  Maria  Supra  Uinervam  em  Roma, 
concedendo- lhe,  por  este  facto,  todas  as  gra- 
ças, indulgências  e  privilégios  d'aquella. 

O  reposteiro  bordado  da  porta  principal 
foi  feito  em  1790;  deuse  pelo  risco  1211800 
réis  de  feitio  a  Rosa  Margarida  de  Sousa, 
que  o  bordou,  721000  réis;  por  20  «ovados 
de  panno  azul  21/6ÔOréis;  por  panno  ama- 
rello  e  forros''33^625  réis;  por  lan  de  va* 
rias  cores,  requife  e  retroz  28^355  réis; 
além  de  varias  contas  menores,  sendo  o  seu 
custo  total,  153^890  réis. 

■~~  • 

Ainda  em  1785  os  abbades  recebiam  por 
anno,  da  confraria,  de  vários  legados,  réis 
46i058O,  e  recebiam  mais  de  diversos,  de 
pensões  e  legados  por  anno  cerca  de  ISOIíOOO 
emquanto  que  hoje  (e  ha  muito)  não  recebem 
da  confraria  um  único  real,  e  dos  estranhos 
apenas  4i9800  réis  de  Simão  Duarte  de  Olivei- 
ra, negociante  da  rua  dos  Clérigos,  por  uma 
pensão  ou  foro  a  que  é  obrigada  a  casa  onde 


390 


vWe^kataalmeateoreyaraiáoabbidMiobrgo 
de  S.  Pedro  n.*  14,  e  isto  porqua  falleeeado 
em  1810  o  abbade  José  Pacheco  e  Sousa»  fi* 
eou  encomraeodado  aresta  egreja  o  reverea* 
do  António  Pacheco  da  Silva  eSonsa,  irmão 
do  faliecido  abbade,  e  empenhando-se  para 
goe  esta  abbadia  lhe  fosse  dada,  e  não  o 
conseguindo,  deu  sumiço,  segundo  consta^  a 
todas  as  escriptoras  e  testamentos  queexis: 
tíam  DO  archivo  parochial,  e  que  eram  os 
títulos  d'aqueUas  pensões  e  legados;  mas  fi^ 
eando  na  cidade  por  occasião  do  cerco  em 
id32  a  1833,  foi  preso  e  muito  maltratado 
por  suspeitas  de  intelligencias  com  os  si- 
tiantes, passou  duras  privações  na  cadeia»  é 
obtendo  soLtura  depois  de  1834,  poucos  an* 
nos  viveu,  fallecendo  ralado  por  privações  e 
enfermidades. 

Fronteiro  ao  convento  de  Monchique,  e 
com  entrada  pela  calçada  d'este  nome  (n.* 
8  a  10)  era  o  hospício  ou  cas^  dos  capdiães 
do  dito  convento.  CompuDha-se  de  uma  ca- 
sa de  um  andar  e  um  pequeno  quintal,  o 
que  tudo  foi  absorvido  pela  casa  que  apro- 
ximadamente em  1840  ali  edificou  António 
Maximiano  da  Rocha  Leão,  casa  que  ainda 
o  mesmo  possue  e  habita. 

Hospital  in£*lez 

Ao  nascente  d'esta  casa  está  o  hospital 
inglês,  em  uma  casa  e  cerca  que  foram  de 
José  Maria  Rebello  Valente. 

Tem  uma  botica  singela,  algumas  camas^ 
um  pharmaceutico  ioglez,  um  enfermeiro. e 
um  criado.  Ò  seu  movimento  é  muito  limi- 
tado^ porque  a  colónia  iogleza  estabelecida 
aresta  cidade  é  rica,  e  dispensa  bem  a  hos- 
pital. Só  alli  costuma  tratar-se  algum  úiari- 
njieiro  ínglez. 

N'esta  casa  já  esteve  algum  tempo  o  asy- 
lo  de  mendicidade  (só  para  homens.) 

Os  últimos  estatutos  da  confraria  foram 
feitos  em  1824,  e  approvados  em  deffinito- 
no  de  7  de  março  do  dito  anno. 

Em  sessão  de  .10  de  março  de  1801  o  the- 
soureiro  do  Lausperenne  fez  sciente  á  mesa 


ma 

da  confraria,  de  que  0  esoivio  da  pm 
ria»  em  nome  do  provedor  da  eomam 

glá—até  ao  sabbaio  próximo  I...  ttei  m 
de  réis  para  o  erário,  por  empmtkm^ 
mesa  respeitosamente  se.  curvou  e  o» 
entregar  a  dita  somma! 


Altar  do  SanííiMtmo— Este  altar  foil 
em  1867  a  1868  por  Zeferino  José  Piote, 
talbador  da  casi^  real,  e  mertre  das  i 
de  talha  da  casa  da  Bolsa  d'esta  pnçi 
Pprto^  artista  de  muito  merecimento,  li 
no  desenho  como  na  execução  reveloiJ 
o  seu  talento  e  bom  gosto. 

Não  é  só  um  altar  propriamente  A 
uma  áUa-ara  ou  mesa  do  sacrifleioH 
também  o  tabernáculo  para  o  santo  dli 
levantado  no  meio  de  uma  espécie  à| 
pella  no  oratório,  de  que  faz  parte  o 
oonstituindo  um  todo  harmónico, 
as  regras  da  ordem  compósita,  no 
renascença. 

Este  artista  tem  sido  premiado 
as  exposições  do  Porto  e  Braga;*-tta 
ris,  em  1867,  foi-Ihe  conferida  uma 
honrosa  e  uma  medalha  de  prata,  em 
de  Tienna  d' Áustria,  em  1873,  còi 
diploma  de  mérito. 

Praça  do  Peixe,— Ebíâ  situada  do 
da  rua  Occidental  do 'Jardim  da 
nos  limites  doesta  parochia  de  Mi 
occupa  o  chão  denominado — os  c^ 
por  ter  havido  alli  celleiros  publidl 
mais  tarde  se  transformaram  em 
uma  companhia  de  infantèria  do 
guarda  real  de  policia  doesta  cidade  (i 
substituído  pela  guarda  municipal)  e  (i 
te  quartel  completamente  devoraif 
chammas,  em  19  de  março  de  18^ 
do  alU  se  achava  também  nmd 
mento  de  cavallaria,  da  mesma  poli4 
recendo  7  pessoas  e  15  cavallos. 

Foi  çollocada  com  solemnídade  e 
tencia  da  camará  municipal,  jiuuad'i 
etc,  a  primeira  pedra  doesta  praça 
nhal  do  angulo  truDcado  (extremUi^ 
da  fachada  principal,  em  abril  d»  M 
n*ella  uma  laiyína  metallica,  tendo  f^ 
a  inseripção  seguinte,  co^^)^sU  pe^^ 


Mm 


IfiR 


28i 


gno  6  Iiltdligaite  <sartonrio  paloagnplio 
.  eaman,  o  sr.  Antenio  Autino  Pereira:— 
)ÊOaríum  hot  Farum,  pMieis  expensiSy  a 
nittealensi  Umkipio  eonstUúhkm,  ãnno 
Mêsimo  octogentnimo  texoffésimo  ntno, 
arto  lãus  Aprilis,  regnatúe  Ludovico  Pri* 
»^  E  tom  esta  lamina  se  ooUocaram  tam* 
IH  altl  exemplares  das  moedas  de  prata  e 
tro,  d'este  reifto,  correntes  n*aqàella  dala; 
lido  presidente  da  eamara,  ò  sr.  Francisco 
[nto  Bessa,  deputado  ás  cortes,  etc. 
Celebi^u^^se  a  abertura  on  inaagaraçlo 
i  diu  praça  eom  masica,  bandeiras,  fogo 
tificial  e  extraordinário  concurso  de  yísí* 
tHes,  no  dia  8  de  março  de  1874. 
Um  espirituoso  jornalista  dontemporaneo, 
liando  d'esta  praça  do  peixe,  a  denomi- 
rti  palácio  do  peixe,  pois  em  verdade  tem 
npparenda  de  um  bonito  palacete,  em* 
lafito  que  a  antiga  praça  do  peixe,  e  que 
Ift^a  no  local  que  medieia  entre  a  faebada 
faicipal  da  nova  e  a  rua  Occidental  do  Jar- 
ID,  -era  a;  eoisa  mais  immunda  e  maift  hu- 
iMequ^  imaginar-se  possa,  e  o  maior  fó- 
'de<iaíèeçao  que  bâvía  na  cidade.  Hes- 
[>:  dentro  do  Jardim  militas  vezes  se  nSo 
^diam  supportav  as  suas  pestiferu  exbala- 


gundo  pavímeniô^  ou  terreiro,  á  face  4aa  «h 
leiras  ^as  portas  de  entrada  do  corpo  pHu* 


Reduiia-se  a  um  simples  teibeíre,  ou  co- 
rto, voltado  para  o  nascente,"sem  divisio 
gmna,  tom  baneas  de  pinheiro,  encrusta- 
;8  de  immundície,  e  uma  duzia  de  camn^ 
lòBâs  barracas  de  madeira'  Toltàdas  para  o 
iieiitè,  eiktnlhadas  com  fressuras^  peixe  sai*» 
Ao....  d  Hxo. 

O  novo  pataeio  do  peixe  é  uma'  ^rà  mo- 
anental,  que  reeommenda  o  Porto.  Tem  a 
m\o  voltada  para  o  Jardim,  e  enMta  pelo 
leme  com  a  rua  dos  Fogueteiros,  em  ler* 
lio  muito  em  declive,  o  que  favorece  os 
goloft,  e  lona  o  chão  que  occnpavam  mui* 
a  casas»  que  foram  expropriadas,-da  rua  e 
iv«ssa  dos  Fogueteiros.  Pelo  N.  conina 
tti  a 'traveasa  dos •  Fogueteirea,  epèlo  S. 
m  o  hospício  dos  expostos; 
Tem  qdàtro  pavimenM  o  edifleio  ^ 
n  ao  nivel  iatua  Ooeidental^do  Isrdim, 
nnando  um'1indo  terraço  (ainda  emeon- 
mcdPio)  lageado  a  granito^  tendei  maio 
te  aíbpla  escadaria,  que  desce 'para  o  ae- 


cipal,  tendo  este  terreiro  ao  nascente  14 
compartimentos  destinados  para  carne  de 
porco  e  peixe  sáigado,  e  ficando  estes  com- 
partimentos  debaixo  do  terraço  do  primei- 
ro pavimento,  e  divididos  pela  escadaria  em 
dois  grupos  de  7. 

O  eorpo  principal  tem;  na*irente,  ao  cen- 
tro, três  grandes  portas,  €f  uma  em  ^ada  ex- 
tremidade, com  dose  grandes  Janelks  que 
occttpam  oresumte  da  fachada,*  e  na  face  N. 
dneo  janélfas  eguaes,  e  dezoito,  também 
eguaes,  na  íkce  do  poente. 

Todo  o  vio  d'e8te  pavimento  é  coberto 
com  telha  sobre  armação  de  ferro  e  madei- 
ra, formando  3  cumes  sustentados  por  16 
eolUmnas  de  ferro,  e  decoram  a  firente  d*e8- 
te  corpo  as  armas  da  cidade  e  4  pyramides 
de  granito,  primforosamente  trabalhadas. 

Naéoxtremidade  do  S.  d*este  pavimento 
ha  uáia  larga  escadaria  de  commanícaçiie 
com  o  mercado  das  fressureiras,  que  fica 
em  plano  muito  maia  baixo^  é  tem  H'  com- 
partimentos voltados  ao  nascente  sobre  um 
lerreii^  descoberto^  e  a  melo  d^te,  eocoa- 
tadoao  muro  de  supporfo  do  j^vfiAento  in« 
feHor,  um  chafiuris  com  duaa  bieaa. 

Tem  este  mercado  das  firessuras  5^,  de 
comprimento  a  nascente,— 61«,30  a  poente» 
-^16«,80  ao  8nl,'^e  19",  10  ao  norte.  Total 
em  metros  quadrados  107t>*208.--  £  o  cor- 
po principal  tem  de  oemprimeAto  ao  naseeií- 
toW»  ^ao  péenue  59,16;— ao  sul  lt<^,dO 
-^  ao  norte  90^,10.  Votai  em  metros  qia- 
drados,  1871'%8(>. 

Galculft-«e  em  porto^4e  190  comos  de  f^s 
o  custo  lotatda  abra,  oomprefaendendo  as 
expropriações. 

Bm  18tt  ostObeleceu-so  na  rua  i»  Car- 
regal (hoje  praça  do  Duque  de  Bela^  fre- 
gneida  de  Mlragaya)  Hw*  38,  o  ceUegiO  de 
Nossa  Senhora  das  Dores^  dirigido  por  loão 
LniE  ^mer<  NIsUo  se  ensinavatportugveK, 
fraucez,  Inglei^  Hiesorica,  phitosopliia,  geo« 
graphia  e  latint  EsCeeollegio  esteve  prlmM« 
ramento  na  rua'4o  Oedofeiía. 

-  Cajwjfo  <to  2Wfia#  (i(i  Giridoai^  (ho^ 


388 

àm  fiades  wiKímmtli^A  «»ftillft  ou  HKm 
imtmeêé  a  caia  n.*  i  da  nu  Ouáismià 
é$  Janiiin  da  Cordoará. 

Pr«eÍ8ani9Dle  n^  parte  qiu  Sx  e  «Q^po 
d'a4pieUa  egreja  é  que  êò,9^9m  boje  aa  ca- 
TaUãriQae  da  d^paakia  Trãnupínies  Por- 
tuense ereada  em  i87k  eom  o  capilai  de  40 
eontos,  para  se  empregar  no  traB9p<»te  de 
OMneadonas  eo  quaeaqiier  ol^ectoa»  em  car- 
ros tirados  por  brâ  od  moares. 

A  diu  ci^ella  está  prefajuda  ba  mfàíOf 
nu  e^oserva  asperges  iniacias.  com  ia  (6c- 
ma  primiHira  d'4im  tempto  cbrMt^  aíflg?^ 
10,  e  é  am  escândalo  q^e,  ppeamo  i^t  Dre^ta» 
aliás  muito .  regni^i  da  egrej^y  e  siifaqD  a 
porta  prioeipa},  se  leia»  em  letras  jnaiii8«% 
tas— C«ontiNwAfa  4f  Carros  TrcmnpwríeM  Pqrr 
tmm^  -^^qflfi  todo  «  Tàe  ^da  egre|a  e9MÍa 
eanpoe cbeio  de  bois  e  lopare^  e  isfo.  n? 
ceatco  d»  cidade  da  Virgm  ^ 

Se  queriam  dar  á  ^ej^  aqn^  dcutípo, 
»odiAcMsem-Uie  a  Isfía  e^rí^.  pelo  mr 

ftO$. 

Taii|« seta  egircji^como  toito omiôt q»e 
pA9»iirMn  aUi  os  tríops  4  bpj^  proprioM^ 
do  rico  oegectet^  «  grpa^a  .proprietArip  o 
SC*  José  €a»pi|r  da  (invh '  4^  ^^^  eomPiri(M|i 
ao  sr  AlsKWDdreilosé  ^0P9ea.Kb)ftt«!li:Q,  por 
I:1QMD0Q  niís,  em  «de  aao»mrt)ra  de  1^62. 

JSsii^  «casa»  A^^paUas  tiveram  ifffii^o 
emimatamiiUe  çapeUint^Xmai^  tarde  isa* 
chriaiiaD  eom  aiQvtoaçíp  do^eiAor  ie^m 
d#.Câtarano  fibvs^  porquAApiJmeifra  eapel- 
ta.do&Qlior.  lesos  de.Gabrarip  <diu  ^eppis 
-Raivam  Fe/i^o)  eslavajie  tenwe.  qvte  íoi 
tomado  pela  egreja  e  convento  das  religíoseg 
CaimeliM;  e  4irmaDrta#^..fta  devoçÍQ  do 
tenbor  Iseos  dpCalyaito.Noyo  lhe  addieiot 
noa  primeiramente  um  chão  a  eeMq»  pi^ra 
casa  do  sacristão,  em  1694,  por  emprasa- 
mento  feito  á  caDiara«  pet  q«A  «inAifii'aqiel- 
la  Aempo  tudo  em  Yalta4a  mi^  qap^Uíii^ 
ena  Jbaldio  m  Iqgradovp  çommmi;  e  a4^ 
rlmn  ny^^tavAt»  por  empraasmento  tam- 
isem ieíto  ÁfiãKMou  em  21  de  maio  die  iTtíã, 
os  r^prsft^iMaiitep  da.  capcHioba  um  peqmi 
í».tíi$^  9%  Irante  d'e])ar  j>ava  tovaiit«|siih 
como  levantarão^  Muajg^è,  pmtiHr.aoê- 
pellinha  tão  pequena,  que  mal  podia  conter 

<tois  jMUanv  omM  «d  líâ  iMp^iQSft4i^ajre- 


niflrsiitii  iO  HAJBAflaaA  temno  JáLHíiss 
corri4a  p^los  ftei%. 

IMÂn  taf de  tomou  a  app  eaq»  a  jnpn 
de  dos  Cen^wúrqs  (;Sirgywiros)  adii 
p#UJÍ»  do  Smriu^  lesus.  eno  am»  à|| 
por  ae^rdo  com  4  or^em  4oa  liWMi 
SanMssimaTffiitdade,  d^íxaçapj^tfluei 
linb^  da  Pat^ttia,  onde  se  J^viam  i]|tt| 
desde  o  dia  i.*  de  uovemtao  de  H^^ 
pois  da  soa  restauração  (a'essemmmi|| 
e  fomumdo  iupçâp  i^m  a  imaapdadsM 
gneiífos^  imf  nçceb^aqn  o  habiio  dmQj 
ecom  o  habito  o  mesmo  nome,  pmío^I 
dos.Trioee  ^•c^Mi  do  Sen)w»r>mi4it 
vario  Noyp,  ^  o  papá  Bento  ZTf  oid| 
por  ^fs»  QUimo  a  lrçbíconftw»,iiii| 
meUi^rps  día^»  t^nto.par^  a  oidsm  M 
noa  cfw^P^raa  di^  cap(èl^  piois^ 
pqr  eiqprafaipeiM^  W^  A  eamanP» 
jUlbo  de  P9fif  Ibe  addipicma^m,  a 
ift  q^^pcepite  vaiâos  jdp^,  <<pe  {Com  a 
PMte  d^,.9»tig^4ApeW|nba,  ^najtMvp 
prif  pfij^d^e  qi^  Me  .ali  pom^  o 
filspni:  4a  Grj«a.  p  os  Trjppfi 
mMo  vm  loQge;  di^pjw^am  da 
pr#teiadiMii  ali  Jei «pt^  pp»  viela 
mfta  t»eaptot»0n<os  Ibo  oppp^i;«B 
visinbos  firades,  e  tanto  os  p 
OiU9tiomiA  iCQm  IJ1Í4AS  ft  pl^l9i» 

varam  par  maiA  pr^id^t^  ta^jm 
dp  tao  incommpd^  v«inba«6a.  £• 
dePTae  o  eegniite: 

Sm^ijts  soHieitaram  eobtifem 
dee  Apiopijioe  de  Valle  de  Pí^^id^ 
do  governo  e  da  camará  mw|ii9i^ 
coBsunir^em  nma  empla  ett^mem 
§m  A  capffifldQ. Senhor  J0m$  4fi 
Nono,  lado  JiçrAsw  9Q^  mgAds^  m 
mupMpiQ;  mas  em  i^i  ia^^ 
fia  Awam.  um^  casa  An9ia  eiMviff 
be^pieiiu  qpp  d,  e<mi  Uí<m 
oaM».Qnd^  ee  ae))»»  moutidp  o 
Bspestosi  e  .apenas  Jeyrawmi  f^iHt 
c»aa  tiiaMVPaqn  foaer  vmw^s^Ãi»^- 

zesse  em  commumwj^^  4)im  l^^i^Al 
doCalrorjo.  OmmWM^imf^^. 
çentaiMies  da  eaiMdIa,  ejrti^oMWVi^ 
iaielaiMiaa  pe  bpua  i4wrliradi9P».  dMNr 
raifiP  »  pgdtí^timdí^fpequm99iM^ 


mm  tom  riUgmos  qu^  mm,  fi94mm^  ofi- 
liatfr  oof  $fiífm  áic>m9«;-r  nuiftííNOi  eoatrA'- 
MM»  .diAUoi  e  di^serjun  ^empre^oa  sicr 
pMiioa,  i!cipiwieDla4t09  4i  oapelUnbt»  a  d^^ 
K>i«  a»  urinou,  —que  o  jt^ãUHç^  it(k  w» 
iarpéu  com  que  os  frades  qtêeriamUmf^Êr  a 
mi^  6  doesta  eoflKvicQão  :imimA  00  fcades 
sonsegair^m  demorai «^^  par mifs  (g^aleir 
nutram  e  se  esforçaram  por  aparar,  a  arga- 
«iHa^a  íSMiors  <e  aimofli  daiaado  a  qnastao 
IMi  «^.ivibaMbaa,  qae  par  ^peaea  sa.pcamtiir 
liavan  pâki8.triiios  .comia  a(»  Aradaf^*»  por 
raias:j)ãlosícade8  aonra ,os ttinas.  Uoa^ 
imiros  aa  dírigifam  ao  gQvanu>v<»>dW9iatde 
Hieoi'  08  irMoa  alfiangada  pnoYísaa  oragia 
[Mra  loMaran  pai  Aama  -m  obras  am  prp- 
iaaiD*  ooaaagvHnna  ob  aoiooiMa  (da.  sr^U 
Haiôa  li  aaur4f  rairisãa  oasaa^da  aqivíla, « 
amigando  qoe  oa  %rm$  m»  mas  prosei 
l«iasam  «lonàM  soaa  obfaa*  S  iaio  depais  d^ 
teratem  os  32riiaa  apfoaefitl^o  a-pbmu.da 
laa vàaia  ladiloio  ioaiqiiafa  <a  4a  aaDioltiveiB 
Telia  a  devida  <panaMaaia,  aUacaoda  pi^am 
B»  afor  iMSíHnaQta^aaidaKirve)  iwa  «  xas  • 
tftiQampD  da  Cordoaria  a  mu  «nítida  Aiaaar 
hâo/panan  oida4i^  o  jfaie  Mbidopaloa  fradsi^ 
iaaevoáiaa  danmi  ignara  eami»a;tiiub(m«  ra* 
branda  ip  iiaaia  Iih  m^nhMi^  *a.  laeái  a 
lap«ia^^aiaaprBidadaâi^ati0k^,^JBA^ 
MtQinMn  oa  anioainoa  m^  oa^OMCrai  ¥ar 
readores  se  dliidisaaM^in^wilpi^iiittO.daf 
tMiisiaqa  ^  raaD6Biiia»ta>  Ao»  Irimoi  aU^i  ate. 
M^4|Qa  as  iriaask  pamisa  vaimillvraa  4as 
bades,  nasoiveraaaidaiur  ladaiotuuai  tMham 
iiai(40(rdoaoia:a4afaM9  ^sob9e.o  Jirgiidftiiiit 
rsDjal  o  vasio  templo  e  o  graoda^edfQeío.gM 
iMfoaU  Mn»  a  qm  dn^vsbgga  jSkftoiqa  de 
i»^»ltol;^dbnáMkkBdatol^lia  a  SMica^^a 
MpiiUa  da  Gardoaria»  jmo  tuam^nsni  loam 
Miradas  iM»  Uia  eedaranDoiaa  aigiqna  4a 
IM4i|iliaaaiii«n.  J^iolmaDsoi  aiaweUa,  4ea- 
phMíTBa  da  mmuaa^  ■•  rmi^mfh  á  oqntoria 
la(Sa»ii0Siflio.daMingaya>loia  aharai^  M»a 
tfiipnaft  tt'aiiira  ptn^  par  a(UWQ«éia;.dar 
anp  iaTandcíiraQi  a.di)farias  ao]|M»rae9iai|4Nir 
MapoM».'  4inp|iainps.qM  lan^i  eratda 
sgi^a^M  ifiiMiS'P*tta>4Aiotead»taB>a(qpa 
dialrè  aiaapaUa  mte  da.air4».deMi8agaya) 
fMWiiMíW.nwÉadfliM»  ^.lMiadaa.<d^  gqa 


agr^  c^tt4o  omia  amyplMt^^tflca^Ami- 
isi^ep  JQs^  Gogn^  tfoaiairoi  an  i8t^  par 
iseoO^OOOr^Hi,  q«andp  já^ate^iKinm  ioMl- 
Mio  Jia  aqa  iMV4  casa,  pais  daram  comago 
átiM^b»^  enviiapço  da480âi  ifida  o  ar 
«Li  lAoiaiklo  da  Sv  José .«  €aaura,  pgal«d#  dn 
dteoaaa^  t)aaiar  awagrando  pompa  ^  aolft- 
mnidada .»  j^rimeira  pAdra*    ; 

S  sp.aaaiai  podaran  os  trioos  laspírarii- 
vranema  aiivrsraaiísa  d4.iiHxiqMnoda  i«íai- 
nbaoga  d^s  aAttaípos.. 

Ka  Qfx^.JiRTjpo  m^aarrip^  vpHa  curio- 
so» pa  -arabiva  da  eieijI^aUal  ordem  >da  Tgiii- 
dada  eom  astA  tílolp :  iUm^ançtis  4m,  Sk- 
ifioria  dm  epaça^  que  ide  fMturo  pc^m  «ar!* 
<ff«r  far(i  mattar;«?aflUiaçiafhM^o  doi  sufcas^as 
*éPeM^  €(m§ppe{l§çjSia,e  ãilestml  ordem  da  Sq^ 

.Hm^erêrta  nlest^  wMe  por,  titímQõQ  án 
««fMraaaf  mdiem  Texmm  do  poifUrnsh^S. 
.tÁminnoá,  intftuM^<Milíieia  d&Jtãm  Chm- 
ní0,0m  H  dê  im^.dê  xiôdi,  p^Q  S^»Mf9im 
< Jí^ Amfa XTfV ^Mí^  eo^f^firmoí^pelm 
f.$iifi»fiiaa  Pmiff^  Cimente  Mhym  jíTW, 
.*e Pio, VI m XTãi.  TQmoj-r-Pmoi  àsm 
rf4ai7ftL» 

O  i«Mor;Bio  aaiigDWi^ata  Iknpt  maa  dP 
«aii  cqfMjm  sey^qaa.ÍQÍ  failo^  Mpalp  otfh 
Aaa>prjMaiPÚidi)u  par.l((9«iial  Barbo;iaid!Anft- 
jo;  e  d*ali  extra«M  d  s^gotelf :  fÁf^  i>  eJNh 
0irirtm»At9Í^»M  ardeiP  da^SawtfsainiaTriíi- 
dadoiiairoia  mf^  origçflHRiaerdam^iHlilar  diiii 
«svaUairos  wi  isaaiUaiiiwn  pana^icpAinii- 
^ilto^TairaSaMit  oj^^ua^rstigàp  aa^fii^dam 

aio  ni,  (aamt  afmsva  da  Cbrwiaa.» 

a]i»dada!ôBisd^Hii^  Am  G«g>tblros^foíeJn• 
«ite  Dt*aata  afdada  do  JPpvtai;  jm  i76(^  pala 
SnêmíifMiao^  Baoloi  X/V^iaiiqadiafaqm- 
4a  á  asMfMtao  d^  i3»*  Ordem  damtaiea^  |>^ 
maainp  Vopi^ab  «m  IK  d^  abril  da  rnsmo 
amic^  4M  ii'eisii  ddada  ibi^via  aMo  JlaqdMpt 
<M  iSffi,  a  aaa^Ha  em  M76/ 
,  .IMarabi^)a()i^taiuiiid«da,^A«!Qtoairâ 

qgaboMv^  Akei4  raiop,  Df^ppis  Aa  fxppdidpL 
AjbMU»  da  sua 0rais|^daiMroii«9:n)«f|p 
tomBP  Ba  amaim  d'pa(«d(f,  j^r.entiK** 

ços  qMAgomawHi  Alft  ifBV  fM  QtMM^ 


MMt 


%  ATA  D.  Mkrl*  I,  eo&eeAètt  o'8dtt  reglo  be- 
IMpladto,  em  1781*^  ènMCa&to  foi  soltici- 
Uáa  do  Biesmtf  Pontiflceé  por  elle  expedida, 
•Mtra  boita,  ereaado  s  Ordem  2.vaggregidã 
aos*  religiosos  Trinos  de  Lláboa*«baUa  pos- 
terior áéa  «reaçio  d*esta  archi-ooaffratMiíi- 
dáde-^mas  oomo  aqueUa  balia  senão  de- 
morasse fias  secretarias  d*€sUdQ,  eomo  a  ou- 
-lira,  6  fosse  também  oom  mais  promptidSo  o 
régio  benepladto,  foi  a  Ordem  1*  de  Lisboa, 
erecta  em  i757,  o  que  iHo  lira  a  primaaia  á 
do  Porto. 

O  papa  Benio  XIV,  para  acabar  os  inter- 
fiilDavèis  pleitos,  eotre  es  frades  de  ^í  Do- 
-mhigos  e  .o^  T^ceiros  Domf nioos,  a  mstan- 
das  d*el-rei  D/José  I,  extingaiu  esta  Ordem 
6  creoa  a  dá  Samissima  Trindade,  doando- 
llie  todos  os  bens,  direitos;  aeçQee  o  ebrtga- 
5tOes  da  OiHlem  extineta,  exòeptôando  oni- 
èamente  o  materitU  da  oapelia,  que  linbatii 
•ém  S.  Domingos— mas  ineradiando-se^por 
«isa  oeeasião  nma  pequena  parte  da  egreja 
*àoê  idades,  pedkam  estes  a  sna  magestade 
a  egreja  eontigna»  que  so  aébaTa  fechada,  e 
o  rei,  deferindo,  os  frades  se  apossaram  4'ella 
<eom  todo  o  que  aiii  bavia^  e*  nãD  mais  a 
largaram,  apesar  de  serem  demandadas  péla 
«lova.  Ordem  da  Santiasima  tVindade^  para 
Hktíb  reaiiiaire»,  eomo  lhes  campina,  teéas 
'»  alfaias,  <ète.,:  exoeplb  os.  màteliaes,  «omo 
dizia  èxplrássamenie  a  bulia. 
' ,  •  Oreada  a  Ordetn  dsi  Trindade,  instalMHse 
yiúk  oaípdlsi!  da  BauAln,  no  dia  de  Todoè  Oê 
Sttttee»  1.*  de  novMobre^  de  Í7S$  (dia  ein  que 
leve  lojpir  o  célebre  e  fdnestiiMiine  terramolo 
^e  deeiruhi  Lisbõi^,  e  nidsse  mesmO'^  se 
fechou  a  egpsja  da  Terceira  Ordem 'èm&. 
^Miinges^  lomande,^  cemodispmíba  a  bol- 
fe^  o  prelado  da  diocese^^posse  dòs  bens  e  ao- 
'^es  da  extflM^ta  Ordem,  até-^ne  baixasse  o 
f^gio  benef^laeita,  pa^a^timpriíÉenio  ia  bui- 
la^  pois  apenas  so  expediu  om  tiui^es  avi- 
ão Mgio  n-aqtiella  data,  em  eegnida  i  ree»^ 
'pção  da  l«ilia^  para  ee  feciar  a  Ovdem  dos 
Terceiros  Dooltniêattoss  e-eMio  o  térrsnioio 
idesorganison  ledos  os  sèpviçoe  em  Lisboa, 
%6  em  17^1,  baixou  áqnéile  beiaepiaeito  re- 
gÍo«  Na  Balatba  eetebrdu  esta  Òrdeai  dos 
THbm,  a^saa  pirimei^  iésilvtdade»  no  dtade 
â«  PiBdroiaiM  da  Jm^o  tto  ^loattM.- 


Gon8ervo«*se  na  Batalba^  aié  tM,  se 
26  de  novembro  do  dito  anno,  se  traasM 
pura  o  Campo  da  Cordoaria,  por  eoaoid 
feito  com  os  representantes  da  eapeUaésA 
nhor  Jesas  4o  Gaitaria,  na  notado  talnli 
Luís  Pinto  Rosa,  em  e  i.*  da  deaeobrsj 
dito  anno. 

Da  origem  d'e8Caeapella  do  Galvaiifl^l 
o  mesmo  livro  o  seguinte: 


«Sm  i709«ampraiaram  áeaiMra,esM 
domos  da  eonfiraria,  ou  devoção  da  eapd 
doSeirfior  Jesus  do*  Calvário  Novo,lisúi 
--deaomiaado«-Sealior  Mus  da  fionçii- 
um  chio  para  reedificarem  a  honilde  e  ■ 
10  antiga  •eapalliidia  e  lhe  addidonare&in 
alpendre,  ou  galtlé;  aoèafam  o  eorpo4h« 
pella  em  i7^  mas  eoaitamacam  as 
até  i737,  ^mo  se  vé  do  iivro  da 
liojeao  arehi^  d*esca  oeiesUal  Orden; 
}á  em  4784,  foram  inqoieMoa  pelos  i{ 
nhos  aapuehasy  que  pveteadeAdo  aprqpÉ 
se  da  dita  capeiiaia  pedifamaeiHmR 
y,  maa  ABo^imim  atteadidae* 

Rm  Í7I7,  iaetam  os  mordomos  it«a 
IHiria  do  Senáior  Jesas  4o  Calvário  Moisa 
sentoe  de  pedrsv  em  valta  da  capelliibMa 
trás. obras,  tudo  àcosia^áaaoiiAraiiaiai 
rosava  uma  Inasiipçie  que  maadann  d* 
em  uma  pedra  :-f£stoo6ru^aaaMa<Misp 
têô  t  tuêmim^  temmdm  fasser  á  owttA 

•Eih  1739  a  i94%  ae  liMU.a  emási» 
dra  eeeoollaeou  oateactoistla,essei* 
earam  na  eapeMa  aa^mageaa  (fua  se  tioln 
mandada  iterem  vaito^da^-SenhoiM 
fieido  e  Mortb.   • 

«De  mH  madb%  os  Gapoehoa  inqniilia 
os  bmtflldes  féprámltahtasâaeapeliiDhià 
Galvarfo.  Mnelpiaràm  por  minar  a  espl 
pela^  parte  4a  trai,  por  onde  aosfinanii 
a  eerar  drolles^  Os<&Biordomo»  emèniMa 
a  obra,  e  eorMt  pieito  Judieial  eomvisMl 
«blenáo.'  os  mordomoi  id'esta  ves seaMV 
ecftitra  es#luleé,:ao^*4iiioa>mordofliiosfiP 
aanjutarem  nova  tempestade- 4'eeifrM^ 
^ram  nm  paredioiaoipoiíiiat^e^riii^ft 
escrivSo  ii'^etaieauía,  iesé^Nnlo  Mit^ 

«LemUrou-ee  tambem^^um*  tal  sr»  MA 
^406  9elo  noaaa  imo  pMaa^46'bif  ter  w 


f»ft&8  teneas  ao  Norte  da  ea^^íellhiha  e^o 
láâò  da  vleUa;  eneosUda»  ao  muro  io  pas^ 
ado  e  kignddoro  da  diNi  eapella,  e  ttímo  oê 
mordamos  te  oj^potosém,  4M)itaii  pleito  ]«• 
(íHeial,  taittbeiii  cafiD  veiteria,  j^ofériíMlò^se 
afinal  sented^  pela  qaal  sejulgoa  ser  aqtiel* 
le  terreno  do  publico.  Foi  eéeH¥itf  ii'eBU 
tansa,  Joàa  Bodríl^o  de  Carvallk>. 

•Effl  1784,  tomaruD a j^áti" oseapnelios 
a  eapella  a  soa  megestade  a  èr.*  D.  María^I, 
ê  depois  de  longos  tral^alhos,  teraif  noiMipeii- 
tfeneíapor  transação  feita;  já  entre  eeta  Or* 
Sem  eos  *  eapnelios  nos  termos  da  est^ptli- 
Tá  lavrada  nas  notas  dò  tatwHíio  Litfz  Pin- 
to Rosa,  em  I  de  dezembro  de  1785; 

«Mas  logo  em  1789^  voltaram  á  carga  os 
iKma  do»  antoninos. 

«Resolvera  a  Ordem  n'aqoélle*aaBO  aab- 
stitalr  o  humilde  campanário  da  antiga  ca*» 
pelU,  por  uma  torre  para  os  sinos,  e  apenas 
principiaram  a  obra  (|M)r  de  traz  daeapella- 
mór),  logo  08  capuchos  a  embargaram.  Cor- 
reu pleito  Judicial  muito  curioso,  em  que  os 
flrádes  sdlegaram*  eoisai^''do'aroo'da  velha, 
artó  qèe  em  1791,  obtlvei^m  sentença;  man- 
dando que  se  dettiolfMI  a-tttlre,  e  se  eon« 
Mvvàesem  os  sinos  no  telho-eampatiario.  E 
àUida  tffto  satlsfeiíes  es  frades  aggnmram 
^)nk  a  Rela^,  mas  eérta  oettfirfflou«  sen- 
tença. Bsiadeàiandá  foi  pela  eorreiçiodo 
ctteP^escrfvio,  José  da  Silva  Lima^E  o  em- 
bargo íbi.  feito  peio  guardião  d^Skiito  Aú» 
Máo,  de^  Yálledemediide. 

«Em  1788,  sairam  os^lVfinos  péta^priMei- 
ira  vee,  oem  a  snaapparaldsa  proeisâSò  de 
Iládii9,'d8  sua  capeila  do  Gadvarto; 
'  «Os^  «apuèbes,  -  nhi  désf^indo  do.  fiíeiito 
de  se  apoderarem  da^eapella  dor  Gttlvai^, 
fembrarani-iie  dè-  pedir  prlinêlmnente  li- 
eénça  para  taereiA  -nm  passadiçe  'qlie  'déese 
paMafgem  da  suaenAirttaria  ]^ra  a  ea)^âiia, 
tfleganda  motivos  tie-4finoeebie9  e  'de  ian- 
ta  piedide  que«  as  pedras  'Beeommove- 
yiàm;  mas  por  itíaisf-  qud  Mesarám  e  redo- 
lvaram'as  éupirtieas  e  argftmentos,  tfio  eon« 
segtfitun  iMttbalr  os  moirdôiiios  ta  eapeKa, 
jfM  no  paMdiçe-id  viam  um  'hmfé&  im- 
rodo,  4  friBpàtúiio  'ec^  ^wrnd»  ^mu  )wfM 

«Vendo^qHètom  ^pásbadíço^MIa  êMse^ 


atss 


gttimm,  l€UriMraQhse  de  ouiro.  eatratage- 
nia.  i)irigivain  um  requerimeBto  ao  dian- 
oeller,  e  goveniador  éa  ddade^  José  Rober- 
to Vidai  da  Gama,  peiiiido  Ibes  ooneedeasé 
a  eapella,  para  n^eHa  poderem  cmtfeasar;  e 
como  o  ebaneeller  deferisse,  dirigiraa-se 
logo  os  frades  eom  bancos  e  eonlèssionarlos 
para  a  eapella;  mas,  <fuaBdo  tentavam  en- 
Irar,  úcnd^  o  eaptÚSo,  $  a  pcmíapéê  tacu" 
dft»  mdo  p»la  jmrt$  fára  (livro  dito,  fl*  67 
V.)  e  assim'  d'esta  vez  a  confraria  ainda  pô- 
de salvar  a  eapella.  N2o  desistindo  os  eapn- 
<ftM>s  do  sen  smtíê proposUoy  dirífiranasna 
pétíçio  ao  Desen^bargo  do  Paço;  mas,  man- 
dando Sua  )iagesude.  oavir  a  confraria^ 
nada  eensisguiram  os  religiosos  antoninos. 
Mio  soldando  por  venddos,  ainda  duran- 
te sete  annos  fizeram  novas  e  repetidas  pe- 
tlç9ea  a  fina  Magestade,  sendo  todas  indefis- 
iMas  em  vieta^das  resposta»  e  informações 
dadas  primeiramente  pela  conllraria,  ede- 
pois  por  esta  celestial  ordem,  na  qual  se  tan- 
diQ  aqoella  confraria;  até  que  esta  Ordem, 
pseotvendo  levantar  ali  um  templo  mui  am- 
plo e  «m  edtfieio  vasto^  saWeitou  provisio 
r^lte,  para  adquirir  im  terrenos  adjacentes, 
de  (pie^  neeeesifava^para  âquelle  fim,  eto:  IK 
o  proeurader  da  corda.  Joio  Pereira  Ramas» 
praderando  osr  mulie»  requerimentos  íbitos 
pelo» eapucbos  durante  7  anuos^'-^ aareá- 
posus  e  fúlb«naç9es  dadas  por  parte  da 
ooiifiratfa  do  Senborleeas  do^  Galvarlo,.e  de- 
pois por  eéta  Ordem,  eomo  represeniania  da 
difa^eapella  reepondeti^-que  era  jusie^ae  fl- 
aeese* a egrslá é.  a«  obra» coiaiiantefrdaipe- 
Hçio,  yor>f|a«i4o  a^Mpella.era^  da  Ordem,  e 
os  aniigee^lMlêst  Ho  Benboriesus' do  Cal- 
vário eram  os  mesôaoa  «inos-si^iplícmites 
^e'tM  êê  fmáèt  USo-fMèm  úlnitoa  pe- 
4il*ai'4ó  p^'4if9tío  éê  pètà^em  Mapih 

-^Fol  eoaioettlda.  a  eotôcnçio  da  provisio 
tfigia  ao  celebra  eorregedor  daeomareae 
Ifsvemadoréa  cidade;^  eie;  eie^  D.  Prancía- 
túúé  iíbneida,  mas  apenas  aOrdem-piteol- 
pien  as  obras,  os  capuebos,  eomo  fancos, 
trataritt  de^empeeel^ v  fazendo  qnestie»  de 
tudo»  Bttbarganím  o  telh^ro  ^  oal,  «ilgf- 
Mra-a  vèBio^  da  pidraqui»  estava  na  tes- 
tada^ âeu  pfddiOi^eiarf  e « qpuidoaeittata 


«Maçando  w  tiabalbadonn,  nhidr^m  eerio 
eoDfliDtO)  e  fizann  oon  qMtAftraprasanMh 
M  í^oao  éa  o  livro  p«r  gqem)  a  0ua  niafea* 

/éifiom «iiitío  MimitftiiMa  r^irfriuí  obriu mi 
^«tf  josAouría  «  cofir$.Âa  Rtdin^pi§SQ  iog  Ga? 
ptwai;e  ^/m  a  àiêaegriiasefmmwijd^mir 
CBêioria  pot  iiacer  n*^k|^€^e  êUm  mmki$ 
eçr^s,  como  a  famMa  (foa^omt,.JiD$pdt» 
da>  Sêmkora  áaiêperas^a^^^  ée  fiêdro  Bor 
àkmà  Pêvek^ivsxí  ViiUr  en.Ballonioiile)-«« 
ia  CoMf^oiiAift  ioi  VMkO»  <M  vMla  da  SnKr 
na)  <iutra  defronta,  e  a,MpfUa^ios  Bm  Ho^ 
foiy  á  Praça  Nooa^  comsmmtoê^  omtíHu. 

iVaio  o  peqperitnentQ  a  inAurmar  m 
dbãomUsTy  V^iga  Mugvo,  qiieipim  Mtinftiper 
ás  iBBtftsoiaa  de  aea  tio,  o  fr^  epair4  Satr*^ 
rnonto^  Fe^pondea^  ^rutf-^fV  f»^ÃMf«  «  oMr^ 
^áo;  pelo  q.ae  JtoUPB  um  aviía.  régto  n«»r 
dando  swtiar  a«  obi»»,  d  ropAr  lodo  ni^iaot 
tigttettadol 

«Snspeiideraiii-M  effeettnmnlftaaoit^iiiii; 
maa  ainda  nao  satisfeítoa  oa  fradM,  liirteir 
ram.nm  reqaerineot»  ae  gowrAadw  da  ara* 
la^o  dú  PoriQ,  «xaggmoidQ  o»  ii|caii9#< 
tásoiM  qna  ara^tavaip  d^a  B)aiii|jaefi,.q]|i9 
paraaa  obras  tioba^la  Qpdm  «aCQDdcíaitia» 
aib^gando  iMtamramiwiia  4^  já  mhí  nallai 
doA  úifi^ww  ímhani.  miimio  shomfmf^oif^ 
elaindo  por  rpedimv^  «m- nima  aau  e  do  pn^ 
biieo,  (pa  ae  vaiidaaaa  vf^vimv  oa  díma  m^ 
tariaaa  oarraaait  oa  :T«llad4a  9bM^  ao  qioi^ 
o  «awmudor  dafteno»  aii#  anmMdp.» 
daipaakia  fl»«»Mea9daíoift  priyal^PQia  paW 
jflúa doa orpluM^  a  PMt« dfkidiwr  qi^e  aan 
Ordem  nào  Untia  oDdajrmwaiaiio  m  padra9i 
•ajmitiaiiia  Baapr^d^l 

■  #Por  imia  atiocooa  twiBiiiiMyifiai  nata  Or- 
teaydBoinaadanieate  pd^  priois^lãaQaldla 
Nascimento  e  pelo  benmorito^  jmio  Ma* 
omi  dia  Souaa  SA^fiíiia,  da  Miraga^a^  piara 
leraiNtaria»  o  iiiMdH<»iiiipas<(apeIa.gpi^ 
na,  Aada  eoiifi9gaíraiQ,:paff'45aiisa.4aa  Míf- 
nmtíiff^:  dadaa  fi^tí^w^Xt  Vaigi^  Hagi^ 
aió  qar  a  JSmUMmm  Wmtai^  (diz  o  citada 

«itoM  vMiã  inmM  Q  fnmtmmm  ^wim 
ém  mnjifpa  pmrkK  w  iQ«f  a.PMaa>aan(B«rda$t 
(d<aoawiifti«Mlo  atfa  ?wiimPii^air».4f 


a^  íQmmr,  g^Tanmdorda  rabipo»» 

aa  .qfiajie  Iba  qjbfiari^a  .qna^am^aadr^ 
aM^^AKf»,iiiaf  qae  a  OM««a  das^iaafm 

dott.    ,  • 

«Bto  XDargot.4s  i80^  aa  aoUocoaowm 
de  solemipdfida  ia  primeira  po^ow^iaiMli 
Offdam  -am  ps^pimo  datsgs.  capaHa  da4)i 
TarHi,4eoiDp«iihada  pela  Ârauiiidada4fiii| 
maa.  da  Sanla  CailiarJiML  Dolaa  Jiias  daU 
lam«ala,  Fif^irea  e  BoQyardiai»  kniiiidsi 
4n^r  da  ^ntisaíma  Triodadiv  »  djtajNii 
^a  ena  pipilada  de  ai^il  aom  uma  'mek 
pçao  em  â^Vrsa  dw^adaf.  Apenaa  elMUfa 

AO  dífto  Urgf^  do La^aaisl  (bog*  fc«V^ 
Trindade)  o  prelado  Antox#  da  S*  lojíi 

CastnvteDiaa  o  laiven^  ecçUnaaiii* 
PAd»4» 

C/asa  àoB  onrás  de  IClra^aTa 

i,  dliUiita  4>meUa  caaa,daa  lbfaiiooi# 
va  4^  oaaa  i^  cwi%  qua  eu  %  aitíniir 
deupia  paropbífi  Tem  iM»e  o  a-*  iAiÉV 
4im  laaio  (to  S.  Padao.  Ba  mAtá^.  p^ff 
áMi  nagfinktifl  a  naa  MVMFiff^  sor  as  ali 

em^u^Udfmm^  e «oma «s aM^ldiP AwI 
of^cig^d^  a  tomar  oaaa  da  raid^jof  vAr 
dm  da4kmi!iB.^amQ  padmeiíw  a'4M4|» 

ji^4a  >&K3|gNr\  «  o  f^^iPf  «apiAib^q^jf 
que  titulo,  lhes  daaram  >#QQP  V^P4r4» 

par^i4q4adaja9da. 

Q  ,ea)Mdp  dava  iKda  8a«pfe)M»tfeiiíi« 
mez  de  io|lp#  df^^cada  amyp»  aiH^  abMil 

IIÍMÍI3HI)  6M  J^a umb^miMm  «n** 
aJmvM  da  Re^enalat 

Sc«a.4a9ft  loi.aippm^vicam  9,im^ 
MWO  ffíiía  aMi^»  Pivra.  oa  4Mh^ 
jmgai^por  pm  M«(w4mi(adfHr^Sm^^ 
ía4eQlii«ii%r4ao4Higa«iaitfaí$kmt^^ 
j:}i^j,.i^t«ara«ia  ;iava«uu9^  solii^ifkí 
iDia^aemáfam  aqiwUaajEvii^aíii  mi.fl# 
Âim^tik  INífi  Mfme4ada'#)^|rrM 

JDfMft^  Al  <ttiff^f»t  Pi^ft  flif  MMíf 
aaiBaiafalMdcLiMiKanáa  randa  íflíMnai^tflfr 

41^800  réis  de  pensão,  e  pagando  o  Mt 


£^.  Qjubi  0xisl6  doa  diiiicKiissiaos  mul; 
4w  dft.Obina  par»  ^  oap^^  do  EffpijrM^ 

Ss^^y^aUpp^^  p^Mrmwi^^  de  q^  «e  <»?;  n^t 
\^  fiffx  dmr^aa  iiw^(a,ri^s  d^$  bfm»  e  ^• 

CM^If^  (emi  W^  CiUN^  ^  WPÍPPiUa  bprc|«- 
^  a  QM4z»  l^di^.i^  j^tQpiOfftertor  ajuoia^ 
9^  de  t^Qaaa*  SfiDi^Mpa  4?  C^^Çf^ff^^ 

ea/^  MDOj  1^0 .4U  £yo%  qua.a  agr^a  connoar 
iqif^a  a  Çoncidifiiíp  .dâ  JKÍ998a  Senbora- 

Foi  a  4íui  ca8ttla*jnaQi4a(li^Kir4a.F^i 
4i^,((;9oi  mi»  pawtf  rqpre^^ntaod^  o  4Wr 
^jmipto  da  trm  erâ$siUTeiç^>j)Q]r  p.  B^^ 

{«m  wi^b'^,  mprai^a  pa  maAnomia, 
nlfim  fwgp^  A^  HiragaK^  ^  ppr.eU^,dat 
4íh.iBp«  o  dUo  paiPilli  (49  w^  Q«ia  iM^  Wk 
«M^l^  e  QofjTQs  par^9»eiupa  e,.air^  a^.al« 
U|r  4a  ^09#^  SanApra  da  >  Co^iaeiçã^  .q00 
li«iiivia  .D*aa<a  ogreja  d^  S.  Pedrp  4a  Wra^ 

Sya«  a)^F  /w  QQA  ^  diu  Di  Bv ^a  Mim 
Fii^r^  wtitp^H  nma  i:ap4bHito!Í4f^  ^ 

fi^^fi^il»  ^  «ua  «i4a|f)  oft  aralúiiP  da  cQi4ra^. 
ría^f^iio;  aps  Ift  4iaa  d^  «»a^  4e  teti^^fi 
4^  l(^m«o|j^4atabaUíSa..Ri9yd»Cmi 

Aeiir9  fWtar  poia  a  dita  «mía»  a)iá9  m^ 


^  egreiia^  m  a«iiiidai(a«imçae  4pa4|»T 
qpi^  pa4fpa4pai  a  pâpi  ^n4<^.^  jvpta-df 

fm^  «>erm»ii(a  cojemitixfí)  ar<f(f#fra99to  d# 
flMíaawio,  Sa^r/H^^^,wii(0 .4^popiai^.9 
«MP^cwapmie  aa  eaaacpegapAa  diAa4a^i4? 
«9»  ,#.,a^tadaa  a».  n(90Af«»dad99  d'al^ie^ 

^iHT^í^;  R^rqqq  alte  das  swf.ripdaaii^ 

tiPidamjda  ^aapsiia  ^EapiâMn  ^w  í^iffi 
àf^Mfm  te>iwiM^  a  a)^C¥J»  49  <s«^  i^ai 
fMítf^^a  fAi«»  49  4fiira«Ktiiai  0rw4i()fi^  4ft 
BMtV^mp  diflgliW.  ailiyaejr9.4<>a  .alHM 

W  4^  Hmm  A^ntoqra  4(9^  Pra«^  S.  4(Á^ 


RiNtngaUiU  e.Sw)H^r^a9i^  oi^iWta^  tAdoa 
aiAA?'  .^nmvim  alo^na  JtaadímmUQa  pror 
ppgar*^  i  tAf/Aím  ^dmif^jatradara  .4aaXwi* 

4p4  d9  jUanap^rapuer  ao  qnai  ofiH^damaiir 
l^.;dfire  a  pçQ^itíiada  daa  ama  fioanfaa^ 
por^pi»  aand^  ínatiMido  eam  quinze  i«4 

cin»adq%  e  oq^i^condiçàP  à»  ^^^attJMMIt 

dp  aquella  «pfPBoai  i^  m4ra  da^  aata  coMoaif 
d^saialaa  wi cajapod^ría  a  masa  diapOr .d# 
ezA^da^^  a  bw  da  c^Iie  a^-^i^J^»^ 
DKiUpiq^a  <)í||«do  inicial  uUEapasaoaa^^ 
hm^  e;PPr.iaao.  <y>m  a  a^^ead^iMa»  a  ^lím 
(ri4ria,Mift{(ai(a  ol^raaisQaaideiiayeia  na  efcar 
ja.  9  faippra4p  moi^aa  aJ/aiaa  da  valar^  amr 
dí^  jli^nellas  (padoa  bH^ .  qa .  aegpiataa : 


9(il|la&d#.|íQO^IO(W|.'Mt**..r. 

A  ap9)iflaa  4p  :bAn(H>  IN^^iaiitil 
lPqíí^9^Pi9^n^  • .,, » .  4.»  *  •  ^  •  •  i  .^t 

i$  ac«j||)ft  da  díip  bauíço^  •  •,  v^ 


4001000 


Valor  em  alfaiaa  de  praU,^...   i;3aW7(W 
fA  í^M)^  4q^  $0fi^o  ;$fr49.  (i.  mm.  daa 

p^iA4(qiyQ^iAaaMa4ftliúragaya  ».p9r  ym^xm 

d(i,  PQrMf.pâo.pf4a.aiia.ff)fQ9a  ai;<h)t(9C)pwr 
£&.  nani  hplliiJifl  âctuae^inaa  olhada  Dela 

>  A  'GfWti*.  4§  Jíflif^^iSffUQt  4'ffl^^taT» 
amaia  aiaK>Wj|ia;rMk  daitadp  aa(»ao;Xyj,a 
w^  .nnwitiTa..4^i0Pa^o  h  ^  Hmit^ 

9m^  tílfff^  A,iQapçl^,aAmíojr  A  fpndasap 
4'/*|.      ... 

vi^H.dp,Ao(^  ,da  «apeUa»  (<V.  íP  V,  e^aag,) 
ar4qa^  lbi(a.fi9ai«A9»d9aiii9rf^fV)afi^qpp 
^^9ílili9m^  attmffMrla<4«ta.eip  .twpp  «am 

gpata  jK^pMai^aat  a^ttxa  £ppaMFPMP  ^ 


o 


«Sifllâo  iiaaiiioa  eató  ddUíco  Inatínunei^ 
to  .4aíCra«lMq  ap)  tuU^  Annpf  Yíiraw  ani 


288 


lOR 


«ono  oo  aoBO  4o  Rassimeiíto  de  Nosao  Se- 
idior  Jesoi  Glui^to,  ét  mil  iquAtro  centos  e 
fpiMrenu  e  três  annofi,  aos  dennove  dto  éo 
mes  de  Agosto,  na  ddade  do  Amio,  na  nu 
da  ReboUeyra,  estando  aby  preiente  Álvaro 
Mas,  Bseadeyro,  eidadio  YerMor  na  dita 
ddade^  Jnis  em  ella  pella  Ofdenação  em  ab- 
lenela  dos  Juizes  ordinários^  que  em  ella  ú» 
prezentes,  e  eUe  c»  pfiftea^a  de  ndm  Gon* 
falle  Annes  DartíoziDlio,  Taballiam  geral  e 
expeelal  de  Nosso  Senhor  EfiRey  na  ditÂ^i- 
dade  e  sen  Bispado,  e  das  testeoinnltts  ^|ae 
aa  diante  iSm  eseriptas,  pareserio  Lais  Af* 
fODço,  Mestre  da  Nan  Gallega,  e  André  Pires, 
Pilloto,  e  Mo  díspyzarro,  e  JòSo  de  F%neí« 
ró,  todos  moradores  em  Miragaya,  a  Ral>alde 
da  dita  eidade,  em  nome  sen,  e  doe  oairos 
inòradores  do  dito  Lugar,  eomo  proeiffado- 
res  do  espital  do  Sancto  E^prito  qae  está  si* 
toado  no  dito  Logo  de  Miragaya:  Aprezen- 
tarão  certas  escriptnras  publicas  escríptas 
em  pergaminho,  e  diserao  qoe  pertenciam 
ao  dito  Hospital,  e  sé  temilo  de  sélhe  per- 
der por  ágoa,  on  fogo,  oa  porontro  cazo  For- 
mhido,  e  pediam  ao  dito  jnis  qae  lhes  man- 
daçe  dar  o  Trasiiado  delias  em  pabliea  for- 
ma; As  qoaes  escríptoras  logoahyftirSo 
aprezentadas,  homas*  atras  omras  como  ao 
diante  se  segnem : 

«Em  Nome  de  Deos  Amen.  Siryblo  os  ^e 
este  Instròmento  de  doacio- tirem  quê^no 
attno  da  éra  de  ttiil  e  qoatro  centos  -e  qaa- 
renta  e  três  annos,  áos  dezentodias  doons 
dè  Abril  da  dita  era,  emadiu  eidade  do  Por- 
to, dentro  das  ponaadas  e  moradasde  ca  The- 
rinoa  AiTonço,  raalher  qne  Iby  de  Pe^r  Qar- 
neyro  mereador,  e  morador etn  a ditacida- 
.de :  a  dita  ca  Therfnaa  AIImiço,  qoe  premen- 
te estava;  olhando  em  como  ella  heraihett' 
da  e  dbrigada  afezer  abem,  por  lés  almas^- 
qúelies  de  hoorra  (iiter,  e  entro  sy  por  sd» 
ta^  da  soa  ahna  eRemonento  de '«ens  pe- 
cados; éila  de  seu  Moto  propHo,  sete  eeMozi- 
mento,  nem  promessa  qtie  lhe  eeja  lUto,  néin 
algom  qoe  sesja  dado,  nem  ootorgado;  nem 
promeâdo ;  se  nio  tamsomente  por  saMiçao 
do  qoe  sozo  dito  he,  êMa^elot  bom  corado, 


m 

e  bondade* pêra  serviço  de Beos, opor 
prír  as  obras  de  Mizirieordia,  e  piedadi;  ^ 
Deos  ama,  emsigna,  aqoelle,  oa  aqu^p 
de  sy  bem  oza,  e  segoe  e  Preseyto  da  sawa 
Ley,  todo  seguem;  qoe  ella  fazia  Punfioíi' 
sim  Vailedoora  pêra  todo  oaempre  antrasi 
vivos  ao  Hospital  do  Sancto  Spirito  Sia* 
que  se  hora  fazia  ápár  de  Sam  Pedroéel- 
ragaya,  qoe  he  á  cerqoa  da  dita  cMade,è 
sua  direy ta  parte  qoe  ella  ha  ena  orna  ft^ 
digo  ha  em  htmi  monte  qoe  está  no  dito  Li' 
go;  o  qual  ella  ha  com  Margarida  AflÉp 
soa  Irmia,e  com  Thereza  Domingues  ;■> 
Iher  qoe  foy  do  Bêlliago;  a  soa  Prima  «a 
JoSo  Aflbnço  dagrella,  seu  Irmio,  moraMi 
em  a  dita  cidade ;  o  qual  parte  de  Im 
parte  com  herdade  de  Manlm  Farii^ 
e  da  ootra  com  cazas  qoe  forim  de  liii 
Dei^ido,  e  portanto  comrua  publica  qs 
Vai  perante  Sam  Pedro,  e  Intesta  eonirtó»! 
minfao  pêra  á  cordoaria  do  pár  do 
do  Moro;  éqoe  lhe  prazia,  qoeria;  e 
gava  que  no  dito  Logair  se  llzeee 
eloda  ootra  cooza  que  fose  serviço  dehf 
e  saudeitfe  sua  áhna;  deHa  e  daquellai^t 
delhe  o  dito  seu  qOlnham  do  dito  motui- 
cou  a  ella  de  direy  to  pertenseate,  difià 
díreyto  peilehsa,  e  demetido  disso  têèri 
dfreyto  e  Aoçâo  actual  e  Real  que  ella  isà 
no  dito  monte  onde  agora  se  fazia  óil» 
RMpItal;  e  demetfa;  dava,  e  dotava  astti 
Hospital  por  Mia  alma;  édaquellesM» 
ella  houvera;  e  ficará  Regido;  e  maaM 
a  todos  seus  herdeyros  qué  depus  ella  Tn- 
i«m  qtte  nao  fatjio  éentra  eèta  deaçioMi 
parte  delia,  sob  penna  de-sua  llien^,'sito 
por  tete  quis  esutorgou  que  d  honrado  M* 
ter  Prey  ▼áiques  Annés,*de  sa»  Denfai» 
da  dita  eMade,  qne^eta  obra  deite  HosflM 
couesed  e^quer  feneser,  pèfá  Iteer  eaeátfí 
por  bem' fazer  Pesea  por  sy  ou  po#4i6# 
zer  Thomar  Posse ;  propriedade^  e  seoluiii 
do  dito  hiente  pêra  ^to»  Hospital,  ptnf 
ôoporoutrein,  e  feçionelle  aqilillo (iii0«*' 
mesotij  e  quer  cumprir  eaeabar  por  M- 
taer;  e  porque  b»  oenza  dd'eafid<## 
pertence  a  imbrds  evergoneados,  e  caftiil^ 
tes,  e  peHengrfnes,  estrangeires,' de  Ml* 
Províncias,  das  qoaes,  eoua» a  dUa  tiAt- 
rtena  AftmQo,  mandou  tunlm  Wtêtímé 


■A 


W3à 

diaote  eacripto^  dar  hnm  Instromaalo  emaift 
aodito  Prey  V^^qiie»  Aimes,  Domor  sobre- 
dita que  adiu  obra,  eo  hospital  qoer  íène-^ 
fer  e  acabar ;  Testemanhas  que  preaentea 
lorio  Joio  Brás»  da  Ribeyra^  Al?aro  Pires^ 
Selleyro,  Àfifonco  Pires  BraQqiilador  da  moe* 
dMla  dita  cidade,  Gonçallo  GooiçalYes,  Genrro 
da  dita  ea  TberiDiia  Affoiigo,  moradores  na 
dita  cidade^  aea  Gil  Vasqaes  e  Taballiam  Ger 
ral  de  £1  Rey»  daatre  ó  Douro  e  Minbe  qae 
^este  lostromenlo,  e  outorga  doprezeatefiSp  e 
este  lostroioento  escrevy  em  que  Fls  meu 
^go^  que  tal  he.  *  •  >  ete. 

Seguemse  no  Tombo  a  2.*  Doação,  feita 
por  Margarida  Âffonço,  mulber  que  foi  de 
YasGQ  Fernandes  Ferraz,  e  a  3.%  feita  na 
mesma  forma  das  antecedentes,  por  Floren- 
ça Domingues,  viuva  de  Gonçallo  Annes 
Belliago,  feita,  bem  coçio  aquella,  a  6  de  ju- 
nbo  de  1443,  todas  pelo  mesmo  tabelUào^ 
Cril  Vasques,  ao  dito  Dr.  Fr.  Vasques  Annes, 
de  S.  Dqmingos,  para  acabar  a  obra  do  Hos- 
pital. __ 

A  aAministraçâo  do  hospital  de  Santo  Spri* 
lo,  que  estava  commettida  aos  juiies  e  ve- 
readores da  cidade,  passou  depois  a  estar 
a  .cargo  dos  mareantes,  sendo  esta  resolução 
tomada,  em  sessão  de  25  de  junho  de  1454, 
à  qual  assistiu  .o  abbade  .de  Miragaya,  Af* 
lonso  Martins. 

A  administração  do  hospital,  foi  n*e8se 
acto  solemne  entregue  aos  mareantes,  João 
da  Maia,  mestre  da  nau  F^err^ra;  ^or  si  e 
por  Lopo  Nunes,  mestre  da  nau  Armadinha; 
Salvador  Annes,  mestre  da  nau  Nowa;  Mar- 
tim  de  Figueiró,  mestre  da  nau  Rosto  For- 
$noso;  João  Lobrinho  e  Nuno  Annes,  por  si 
e  por  João  Farinha,,  pilotos,  e  outros  mes- 
tres e  marinheiros,  uns  e  outros  confrades 
da  confraria  de  Miragaya. 

Na  eleição  dos  provedores,  seguíam-se 
determinadas  clausulas,  não  o  podendo  ser 
senão  os  indivíduos  que  tivessem  sido  mor- 
domos da  confraria  do  Santíssimo,  de  Mira- 
gaya, e  os  votantes,  individues  que  tivessem 
servido  já  de  mordomos  do  hospital. 

A  importância  que  o  hospital  do  Espirito 
Santo  alcançou  logo  apr>z  a  sua  fundação» 


lOB 


989 


d#a  eausa  a  vario»  liM^  e  qaestisncalar^ 
entre  os  provedores  d'elle,  os  abbades  de 
Miragaya,  a  Mtserieordia  da  cidade,  e  até 
C091  o  -cabido.  Por  oar  Josos,  traaserevemos 
aljpms  dos  mais  notáveis  documentos,  que 
são  em  geral  desoonliecidos,  mas  que  exis- 
tem iK»  tombos  da  eapeUa,  tombos  que  por 
maravilha^  teefn  escapado  apesar  das  vicia», 
situdes  que  este  estabeledmenco  tem  sof« 
Árido. 

Em  147...?  susciton-se  questão  entre  o  pro- 
vedQr  do  hospital  e  o  abbade  de  Miragaya 
sobre  as  offertas  que  eram  levadas  ao  altar 
e  capella  do  hospital,  e  de  eommum  accor- 
do  foram  (aos  21*  de  fevereiro  do  dito  an« 
no)  ao  paço  ^episcopal  Vasque  Anões,  ab« 
bade  da  egre]ã.parochial  de  S.  Pedro  da 
Miragaya,  e  os  provedores  e  administra- 
dores ^0  hospital,  que  então  eram^  João  da 
Maia,  João  Dias  Pigarro,  André  Pires  e  ou- 
tros, todos  mestres  e  pilotos^  e  alli  na  preseo* 
Ça  tdo  muito  virhãoso  e  muito  revenndo  se- 
«nhor  bispo»  D.  João  d*A2evedo>  dos  disere* 
t  tos  Pedro  Afitoso  d*Aguiar,  juiz,  Fernão  da 
«Luz  Bayão^  vereador,  Diogo  Martins,  pro- 
•curador,  eyasco  Luiz;  cidadão»  aocordaram 
no  seguinte:  que  o  abbade  houvesse  todas 
as  offertas  de  pão,  dinheiro  e  candeias  dê 
cera  que  no  dito  altar  fossem  postas,  exee* 
pto  alguns  drios  grandes  e  candeias  de  roda 
que  ficariam  para  ornamento  da  capella  e 
altar,  e  que  também  o  dito  abbade  houvesse 
todos  os  frangos,  gallinhas^  cordeiros  e  ou- 
tras cousas  eomesinhas  que  fossem  offereci^ 
das,  exceptuando  os  oarneires,  que  seníam 
para  os  pobres  do  hospital.  E  que  não  have- 
ria  o  abbade  joía  alguma  de  prata  ou  ouro 
que  ao  dito  altar  fosse  ofifereeida,  ou  por 
qualquer  pessoa  dada;  e  que  se  algum  de- 
voto quizesse  offerecer  olhos  ou  coraçdes 
dos  que  estivessem  pendurados  no  altar, 
por  não  hir  comprar  outros,  o  abbade  pode- 
ria receber  o  preço  quando  ndo  excedesse  a 
quantia  de  16  ou  20  réis,  de  cinco  ceitis  o 
real,  e  mais  não,  e  todo  o  excedente  seria 
lançado  no  cepo  da  capella  para  as  obras  do 
altar  e  hospital;  e  que  o  abbade  não  teria 
direito  a  qualquer  outra  cousa  que  ao  drtò 
hospital  alguém  offarecesse;  e  n*isto  accor- 
daram  sob  pena  de  pagar  o  que.resilisse  de 


m 


im 


ad  attibpHmento  dò  êétiptiláAo-'^'^»  prbVedd- 
fé»  do  hospital  ás  còodás  6  jMaâ  d'elle^  e  o 
Abbftde  a»  rdúdas  e  jóias  àk  egreja.  E  api^ro- 
iMo  que  Ibf  «ste  contrato  piflo  senhor  biip«o 
6  offlcfáes  presentes,  Pèdtalvei^  de  Landim 
tftbeliíSo  o  escreveu  e  ass4giioti,  è  reeebeii 
dis  partes,  com  o  éamfebo,-^fWnA!i^  fi^^f . .. 

NB.  Canãéade  cmr,-^terii  à  sér— tela  de 
offerta,  nas  3.misí>as  particaiares. 

A  propósito  das  pretetiç5es  da  Mtserfcor- 
éHk  da  cidade,  oopiarei  dò  Tombo  do  Hos- 
pital (foi.  408  Y.)  o  alvará  seguíáte,  com  o 
qual  se  terminaram,  por  entao^  as  questões: 

•Mb  EhRey,  fazemos  saber  a  vós^  Btartim 
Lopes  de  AzeYedo,  Fidalgo  de  nossa  Casa  é 
Contratador  das  obras,  terças  e  rezidaos  dji 
Gototíiarqaa  de  Entre  Douro  e  Minho  que  a 
sós  praz  •  qae  o  Hospital  de  Santo  Spirito 
di  nossa  efdftdé  do  Porto  de  qae  téfm  a  ad* 
Bffnistraçamos  Pilotos,  Mestres  e  Maréati- 
te»,  é  omròs  homens  bôos,  este  eòtfio  está,  e 
senão bnia  comelle,  nem  dl^ a  dita admi- 
Aistraçam  á  Mfserieordia,  porqoanto  nós  lia- 
remos por  tyém  de  se  com  elle  nao  fozer  ma- 
dança  algnma;  e  visto  o  Alvará  qúe  paçamos 
á  dita  Confraria  sobre  os  ditos  Hospitaes,  e 
aiishtt  outras  razbens,  qae  nos  pêra  isso  fo- 
ram dadas.  Feito  em  Lisboa  a  desaseis  de 
Mrlo,  Gosme  Rodrigues  o  fòs  de  mil  e  qni* 
nhefttos  e  vinte  e  nm.  Rei.  Pêra  o  Contador 
dos*  Rezidaos  de  Entre  Donro  e  Minho,  qtle 
nfim  faça  mudança  afgttma  com  o  Hospital 
de  Santo  SpiritO  da  cidade  do  Porto,  de  que 
a  aáministraçam  he  de  Mestres  e  Mareantes 
e  outras  peçoas,  e  este  assim  como  está,  sem 
sem  se  dar  à  Misericórdia.  Pagou  quarenta 
reis.* 

Das  questões' com  o  vigário  geral  do  bis- 
pado existe  testemunho  ainda,  no  tombo  do 
hospital  (£[.  60).  É  um  alvará  de  Filippe  II,  o 
eathoilco,  mas  que  não  deixava  invadir  os 
direitos  do  padroado  real. 

A  fl.  99  do  dito  Tombo  se  encontra  a  In- 
stituição da  capella  (missas  é  suffragios)  de 
João  Affonso,  no  hospital  do  Santo  Espirito 
de  Miragapa-^em  4W5. 

Alli  se  diz  qae  o  dito  João  Affonso,  mo* 
rador  que  foi  em  Miragaya,  doou  ao  hospi- 


tal  ou  âlbèrgárfk  do  Espltico  Sánlo,éH 
outl^s  mtiftas  propriedades,  nmá  qhintaií^ 
nôtkrfnádá  Afo  Coto,  na  freguétía  dè  Sitti 
IMtíenhi,  téMio  de  Barèellôs,  e  o  âisálft 
Rio  tíoVo  é  o  Cumpo  do  Pofto,  sitdS  na  Ai 
fi^guena,  o*()tie  tudo  faaVla  comprado  ate' 
tro,  por  MOjKM  l-éls  a  Gaspar  Perfás  éLit- 
creda  de  Piguéirda,  e  declarou  eite  qtiett 
aqtiella  venda  se  annullasse  (ÍI.  30,  v.)  tp 
tf^azãú  do  dito  ttetro  que  toãú  o  dl&o  àiiàein 
^qae  por  dte  derão  que  se  ha  ãe  toniar;^ 
«desfatendoçe  a  dita  compra,  ^e  se  ean* 
'cprará  dello  vinte  mil  réis  dè  juro  em  afe 
chum  anno,  de  -fazenda  Del  Rey  Nosso  Ss- 
cnhor  e  foro  a  Real  a  este  Reyno  ou  de» 
«tra  qualquei*  fisizenda,  etc 

Em  i&  de  abril  de  1408  loSo  Dias  PiíÉf- 
ro,  provedor  dò  hospital  do  Espirito  SaUi 
no  logo  de  Mirâgaya,  requereu  ao  juiz  orft 
nario,  por  certidão,  a  Verba  do  testamei 
com  que  fallecera  Gonçalo  Gonçalves,  fê 
dddor  do  dito  hospital,  que  tinha  sido  ta 
dado  c  havia  cidcoénta  annos»,  disse  efti0 
requerimento,  e  na  qual  verba  doána 
hospital  metade  de  umas  casas.  O  juIzÉh- 
riu,  e  o  tabellilo,  João  do  Porto,  certífiai 
que  a  dita  verba  era  do  theor  segtiinte: 

«Primeiramente  mando  que  d*esta  miiAi 
casa  que  a  metade  d'ellas  todas  hajaafili 
Breatis,  minha  sobrinha.— Mando  que  a« 
tra  araetade  que  a  haja  o  Hospital  do  Satfi 
Sprito,  a  quem  d'ella  faço  pura  doação  pn 
sempre,^  e  mando  aos  regedores  do  dito  bus* 
pitai,  que  do  que  a  dita  casa  render  qneea 
cada  um  anno  façam  dar  pitança  a  todos» 
pobres  que  alli  estiverem.* 

—Em  1459  doou  o  abbade  de  S.  Peèn 
de  Mirâgaya,  Affonso  Martins,  ao  hospital  di 
Santo  Sprito  uma  casa,  que  também  Ibe  li- 
ra doada,  com  seu  enxido  em  o  dito  loffoè 
Mirâgaya,  á  Pedra  Escorregadia,  com  a  coa- 
dição  de  n'eila  viver  um  pobre  sem  papr 
renda. 

Em  1512,  em  audiência  publica  no  pf 
do  concelho  do  Porto,  sendo  Juiz  ordinariA 
o  muito  honrado  João  Paes,  e  tabelliioJa* 
dicial  Pj3ro  Gonçalves  pareceu  ahi  João  I^ 


i,  meMe  pi]»tô,  monAw  em  lÊAgÊfà^ 
rovedor  do  hospiul  do  Siídtèt  E^itílòi  e 
HiOii  Lúpeé,  vitttia  dd  JDtk)'  Attnef^  uma- 
éfn  tavbêfDd  em  Ifí^&gafya^  e  dtesè  ly^Até* 
ròtedòr  efti  nome  do  hds|iital,  <|lMr  elfe  ti- 
feia  Qftiá  ^(líira  cliantoada  tx^m  ferçae^  á» 
m  últas,  áUhatgá  ikt  sua  tmcu  juiOoa^ 
úfò  âè  8.  Pedro  dó  dito  Id^,  o  que  a  diia 
ideira  totOÀva  pane  do  adro,  e  ássôwibrtíwi 
dito  logo  dó  Santo  Sprito;  e  qaeellaJBHa^ 
i8  fizera  «ma  dália  na  ilharga  da  suá  casa, 
nde  lavava  e  lançava  toda  a  agoa  ifflinan- 
ia  que  se  Cazia  na  saa  casa,  e  corria  para  o 
ito  adf o,  o  que  era  de  multo  feda*  e  SQji- 
ade^  e  que  portanto  requeria  a  elle  juiz 
joe  maàdasse  despontoar  a  videira  e  desas* 
on)brar  o  adro  e  vedar  a  dita  agua  e  a  50- 
ídade  da  dita  dalla.  £  o  jul«  perguntou  á 
iita  Briatis  Lopes  o  que  respondia  a  isto,  e 
lisse  ella  que  emquanto  à  parreira  era  ver- 
iade  tel  a  á  muito  junto  á  sua  casa,  mas. que 
mqaanto  à  dalla,  só  lançava  n'ella  agua  lim- 
ta  da  servidão  ^a  sua  «asa,  e  nao  safidaêes. 

E  <^  jai2,  visto  par  eile  todo^  diise  e  maik^ 
mL  que  a  ^a  Briatis  desponUisse'  a*  dita 
Idéira,  0  deiBocenpasse  o  adro  por  todo  o 
i^oxliofo  mez  de  òufabro,  sob  pesa  de  800 
é\^  para  a  eiiade  ecaptivos,  è*  que  q«an- 
0  à  dalla,  que  a  fossem  ver  09  vedores  da 
idade,  que  era  isso  attrlbuiçao  d^elles,  e 
iue  elles  }ul|:asseúi  o  easo  como  Ihespare- 
»s9e« 

B  em  cumprimento  d'esta  sentença,  Ibí  ú 
redor  Pêro  Fernandes  ver  a  dita  dália  e 
Hsse,  que  se%t  parectr  e'  detertninaf&d  era 
^  a  dália  se  tirasse  por  respeito  da  sofidor 
le  que  d'etla  vinha  e  ia  tèr  sobre  os  finados, 
)  pòr  ser  adro  de  tanta  serventia  das  pes- 
soas que  hiam  para  Santo  Espirito  10  feder 
le  ckêirar  fnuUo  mal,  de  maneira  que  por 
testes  convenientes  i  muitos  era  com  razoo 
tque  a  dita  dalla  se  tirasse  d'ãlli,  e  que 
ise  a  dita  quizesse  trazer  augoa,  e  sujar 
tem  sua  casa,  que  a  fizesse  lançar  fora  as- 
isi  como  o  fazem  em  outras  casas.  E  com 
tistô  foram  os  autos  conclusos  ao  dito  Juiz 
tque  á  Reverta  das  partes  proferiu  a  sen- 
itençoy  que  tal  é  a  seguinte— Vista  a  xfedo- 
ma  de  Pêro  Fernandes  vedor  das  obras, 
amando  a  Briatis  Lopes  qUe  tire  a  dalla  da  \ 


TÊSit 


•MdMáOf  4õb  perna  át  ã(»  réis  pa^a 
tMadie  éaptiv9eLA  fiud  setUençã  fté^pet^ 
«md»  TíibMaó  puMeada  á^  ditA  Britíík 
*tê^  em  SU0  fe$SQf^  em*  m  áHo.logê  4$ 
<Hlr«|ayi^  e  porHlo'  nne  foi  dito  qwe  tai^ 
•HtfaiHa  a  Mtti  sentença  ^eoma  n'Ma  era 
t€omi9ewd&  UstémuÊnMs  que  para  isto  fo»* 
^ràmpreêentêt  Affamtodoê  Bankos^  Mba^ 
id»  êa  IgrefU  do  dão  togo  de  Miragaiya  # 
4P4drú  Álvares,  Clerifo  àe  missa^  morador^ 
«MH  o  dãb  logo.  Pagou  80  réán^ 

A  i.  39- VI  do  éifo  Tiinnbo: 

«Mais  M1ÍO8  João  de  Deut  em  cada  o» 
«anno,  de  renda  ao  dUo  Hospital,  mH  réia^ 
«os  qaaes  maiidoa  pagar  por  todas  suaa 
«Herdades,  0  Hw  ham  de  dizer  em  oaéa  «n 
<anno  sinco  missas»  em  Santo  espirito,  por 
«sua  alma,  a >rtnte  réis  por  missa.  *.t 

«Hum  eham  de  Immas  oasas  que  esta» 
«na  ma  daâmenia  «910  leixou  Joio  Feman- 
«des,  da  venda,  ao  Mo  esprUal  em  que  vjfva 
«Maria  Annes  de  Figueiró,  de  que  paga  em 
«chda  um  antto  ao  dito  esprital  esmo  e  trin- 
<ta  ráis  e  moyo^i' 

fim  SêBsão  de  9  4e  Junho  de  1809,  resoU 
Yèu  a  eonlhnia,  fazer  novas  escadi^s  para  a 
eápellfl  do  Espirito  Santo  e  demolir  a  tonra 
d'esta,  por  ser  inutit  e  se  achar  em  rniaas) 
e  substitttil-a  por  um  simples  ^mpanario 
do  lado  onde  estava  a  torre,  que  era  o  an- 
gulo Sudoeste  da  capdta. 

Resolveu  também  que  se  tratasse  de  pre- 
parar noto  adro  (entre  a  capeHaeaegreJa) 
para  onde  se  removessem  as  muitas  ossadas 
que  havia  no  local  emprazado,  e  onde  se 
desse  sepultura  aos  *  afogados  que  appare^ 
cessem,^        » 

Por  um  novo  aecordo  o  capitão  Borges^ 
fez  à  sua  custa  as  novas  .escadas,  que  são  as 
actuaes. 

-*Bm  sessão  de  4  de  setembro  de  1802, 
se  resolveu  que  na  reedifieação  da  capella, 
ficasse  esta  mais  curta;  porque  a  antiga  era 
muito  estreita,  muito  baixa  e  muito  compri- 
da, e  mesmo  para  desaíirontar  o  adro  e  ca- 
sas do  Hospital. 

-—Em  defljútono  de  2  de  fevereiro  de  i82i 


292 

resolfua  a  eonCraría,  empraz&r  a3  eMM  e 
qainlal  da  aatiga  albergaria,  contíguas  á^« 
pella  do  Espirito  Santo,  por  90M00  réis  4s 
íôro  annnal  (como  omprason)  e  foi  41vidida 
a  agua  em  três  pailes  egaaes  (alem  da  que 
hia  p»ra  a  casa  onde  estava  a  labríea  de  lou- 
ça de  Franeisco  da  Rocha  Soares,  por  ven- 
da feita  em  37  de  junho  de  i677|  e  eseriptn- 
ra  lavrada  nas  NoUs  do  Tabelliào,  António 
de  Carvalho)-— uma  para  as  casas  e  quintal 
que  no  momento  se  emprazavan^'  eduas 
para  o  publico  e  sacbristia. 

—Em  um  livro  com  ilfiS  íelhasi  perten- 
cente  ao  Hospital  do  Espirito  Santo  e  feito 
em  16S7,  pelo  escrivão,  João  Alvares  Oni- 
marães,  para  se.carregar  a  despeza  e  receita, 
a  fL  5,  se  encontra  um  inventario  das  alfaias 
pevteneente  à  fabrica  do  Hospital,  e  entre 
elles  o  seguinte :  uns  órgãos— uma  bulia  de 
indulgência^^  um  livro  deouito  que  serve 
no  eôro  e  que  ehamam  laquirion,  ete^ 

Dos  órgãos  e  da  bulia,  já  não  existe  memo- 
ria, mas  o  celebre  Inqmion  ainda  faz  parle 
doarehivo.  • 

Ê  ura  livro  impresso,"  a  vermelho  e  {Nreto, 
quasi  todo  de  cantochão ;  a  musica  é  de  ca- 
racteres moveis,  fundidos,  e  que  parece  ter 
sido  impresso  em  Coimbra,  no  século  XVI. 
(Em  1(32  já  em  Lisboa  imprimia  Germão  Ga- 
lhardo o  Tratado  de  ocmto  Uano  de  Mateo  de 
Aranda.)  Olivro  está  ioíelizmenle  mal  trata^ 
do,  e  falta*lhe  o  rosto  e  o  fim.  A  encaderna- 
ção, de  pergaminho,  parece  ser  a  primittiva. 

A  £1.  47  do  dito  livro,  diz-se : 

Ao  pregador  do  sermão,  6(X)  réis. 

Ao  padre  João  d*01iveira,  de  tanger  o  or^ 
gão  todo  o  anno,  1#500  réis. 

Por  2  alqueires  e  meio  de  cal  a  30  réis^ 
75  réis. 

Vestuário  a  3  pobres,  legado  d*Alvaro 
Pinto,  3^600  réis. 

Isto  no  anno  de  16K7. 

Do  díio  livro  (fl.  110,  v.),  consta  que  foi 
a  dita  capella,  completamente  reedificada  no 
anno  dê  1673,  e  que  se  dispendera  com  a 
reedifieação  n'esse  aono  e  no  seguinte,  réis 
295^660. 

E  do  mesmo  livro  consta,  que  já  em  1704 
a  1705,  estava  a  capella  a  desabar  sobre  ^a 
egreja,  e  que  foi  mister  despender  em  obras 


1Q& 

3OOM0O  réis^  que  «diantoao  promete  Dt- 
mingoe  Fernandes  Jorge. 

Gonsu  ainda  do  dito  livro,  qoe  o  pnn» 
dor  do  hospital^  arrematou  em  1673^  na fi» 
ça  da  cidade,  por  6^000  réis,  um  enoiai 
pinheiro  que  havia  na  cerca  junto  á  egr^ 
e  que  ameaçava  cahir  sobre  ella,  e  qoêis 
mesmo  anno  vendera  outros  pinheiros^  p 
havia  no  quintal*  da  capella,  ao  capitão  íb' 
npel  Coelho  Marinho,  por  24MQ0  réis. 

p  provedor  do  hospital,  Manoel  Pintoi^ir* 
dozo,  morador  na  quinta  tias  Virtudes»  mu- 
dou fazer  um  tombo  das  propriedades  e 
mais  pertenças  do  hospitaI(1740-17419,pff 
provisão  régia  que  solicitou  e  obteve  em  i 
de  abril  de  1740,  e  foi  juiz  do  tombo  o  t 
Domingos  â*Affonseca,  juiz  de  fora  dos6^ 
phãos  na  cidade  do  Porto;  e  escrivão,  Ifarj 
cos  d'Affonseca  Lemos,  que  estava  por  i 
servindo  de  escrivão  da  conservaloria 
burgueza. 

Ha  na  capella  seis  pinturas  maito  amjii^ 
sobre  madeira,  eneaixilhadas  em  taliá 
merecimento,  vasáda  e  dourada,  e  \m 
precisamente  o  topo  da  capella,  represan- 
do a  do  'Oentro,  que  é  a  maior — a  deseià* 
Espirito  Santo  .sobre  os  apost<rios,  e  ais* 
mediatamente  superior^— a  Ascen^  kk 
sus  Ghriflto. 

Todos  estes  seis  paiaeis  estãírf>asta]iteft' 
teriorados  com  os  insultos  do  tempo,  mii 
em  compensação  nada  soffreram  ainda  Ai 
restauradores... 

E  apesar  de  que  a  capeilinha  está  em  sí- 
tio recôndito,  e  quasi  todo  o  anno  íeétak 
(abre-se  apenas  para  a  festividade  do  Espi- 
rito Santo  e  distribuição,  por  sorteio,  de  tia 
esmolas  de  3^000  réis,  cada  uma,  porvis- 
vas  e  orpbãos  de  Miragaya,  em  cumprioMi' 
to  de  um  antigo  legado)— são  aqueUflidi* 
fumados  painéis,  conhecidos  e  admJnda 
por  distinetos  amadores,  e  um  inteUigeatte 
rico  titular  de  Lisboa,  alH  foi  ha  annosei- 
tudal-os  e  fez  propostas  á  confraria  pan 
lh'os  ceder  com  a  mesma  talha  em^vea^^ 
encaixilhados;  ma?  a  confraria,  deviduneB* 
te  prevenida,  não  «cceitou  a  proposta. 

Um  distincto  lente  de,  pintura,  qusoi.vii 
e  examinou,  diz  que  vajem  contos  de 


Mm 

B.o8pital  real  da  JGaerloordia 

(Aáditamento) 

Na  secretaria  e  cartório  da  Santa  Casa,  ha 
rande  quantidade  de  painéis,  representando 
»s  seas  principaes  bemfeitores,  mas  no  edi- 
icio  do  Hospital,  vé-se  apenas  um  grande 
[oadro  a  óleo,  na  casa  da  acceitação^  por 
«r  este  um  dos  logares  mais  aceessiveis  ao 
mblico.  Representa  nm  homem  já  idoso, 
ninistrando  caldo  a  nm  doente,  que  está  no 
eito;  e  no  fando  do  dito  quadro  se  lé  ain- 
lerípção  seguinte : 

A  Meza  d'esta  Santa  Casa,  de  1840  a  1841, 
handau  tirar  á  suâ  custa  o  retrato  do  Irmão 
Tose  Antofúo  dos  Santos  para  dar-lhe  um  tes- 
emunho  da  sua  gratidão,  e  excitar  a  poste- 
^idade  a  imitar  a  extremada  caridade,  com 
jrue  etle  tem  curado  por  maisdeSO  annos  os 
íoentes  do  hospital. 

i 
Durante  mais  de  30-  annos  consecutivos 

como  diz  a  inscripçao),  frequentou  aquelie 
rirtuoso  homem,  o  hospital  da  Misericórdia, 
infundindo  a  todos  a  dedicação  e  caridade 
»m  que  ajudava  os  enfermeiros,  no  trata- 
nento  dos  doentes,  pensando-lhes  as  feridas, 
M>ncertando-lhe  as  camas,  ministrando-ihes 
IS  dietas  e  eonfortando-os  com  a  palavra  e  o 
axemplo;— e  isto  muito  espontânea,  humil- 
le  e  generosamente;  levando-lhes  muitas  ve- 
tes de  sua  casa,  marmellada  e  caldos  de  gal* 
linba,  sem  jamais  se  fatigar,  nem  afrouxar 
dO  seu  santo  zelo,  e  sendo  tão  modesto  que 
I  muito  custo  se  soube  o  seu  nome  e  onde 
morava. 

Era  este  homem  admirado  e  venerado  por 
todo  o  pessoal  da  casa,  e  a  meza  adminis- 
tradora, em  1840  a  1841,  para  dar-lhe  uma 
prova  do  seu  reconhecimento,  mandou  ti- 
rar-lhe  o  retrato  sem  o  consultar,  e  apenas 
Eéito  o  retrato,  o  collocaram  em  uma  das  en- 
fermarias que  elie  costumava  visitar  mais 
repetidas  vezes,  imaginando  preparar-lbe 
^Qoa  surpresa  agradável ;  mas  tanto  se  me- 
lindrou a  modéstia  d'aquelle  santo  homem, 
que  apenas  defrontou  com  o  seu  retrato*<~ 

VOLUMB  V 


293 


retircuse  muito  amtritíado,  e  não  mais  vof- 
rott  ao  hospital  I .. . 

Este  facto  impressionou  profundamente  a 
meza  e  todo  o  pessoal  da  casa,  e  aquelie  re- 
trato ó  tido  em  tanta  veneração  como  se  fora 
a  imagem  de  um  santo. 

Mais  homens  notáveis  d'esta 
fireg^ezia 

AtUonio  Joaquim  d'Olioeira  NasdmenUh^ 

Nasceu  em  Miragaya  a  7  de  outubro  de 
180t.  É  filho  de  António  do  Nascimento  e  de 
D.  Maria  Rosa,  neto  paterno  do  doutor  em 
leis,  Manuel  do  Nascimento^  e  que  foi  advo- 
gado distincto  nos  auditórios  da  Relação. 

Tomou  ordens  menores^  pelo  que  hoje 
ainda  é  conhecido  por  o  padre  António^  e 
foi  provido  na  cadeira  de  professor  régio  de 
Miragaya  em  1829,  exercendo  este  cargo  até 
1871,  em  que  se  jubilou.  Aturou  rapazes,  e 
sempre  com  l)Ofts  informações,  durante  o  lar- 
go período  de  42  annos.  Além  dos  princípios 
elementares  da  liogua,  também  ensinou  a 
tocar  flauta,  instrumento  de  sua  particular 
predilecção,  e  de  que  hoje  ainda  conserva 
uns  poucos  de  discípulos. 

Por  fallecimento  de  seu  tio,  o  padre  fr.  Ma* 
nuel  do  Nascimento  JustíDíano,  que  foi  ge- 
rai dos  Loyos,  herdou  d'elle  differentes  li- 
vros raros,  e  entre  elles  as  célebres  e  cele- 
bradas Constituições  do  Porto,  do  bispo  D. 
Diogo  de  Sousa,  impressas  em  1496.  (Veja-se 
Diccionario  Bibliogr.,  vol.  I  e  IX.)  D'estas 
Constituições,  de  que  apenas  se  conhece  um 
exemplar,  existe  uma  copia,  ua  Biblíotheca 
portuense,  feita  pelo  bispo  doesta  diocese^  D. 
João  de  Magalhães  e  Avellar. 

Pelo  exemplar  que  possue  o  sr.  padre  An- 
tónio, oflereceu  em  tempos  o  sr.  visconde 
d' Azevedo  200^000  réis.  Por  estes  e  outros 
livros  offereceu  agora  o  município,  pelouro 
da  bibliotheca,  600  e  tantos  mil  réis,  che- 
gando-se  a  ajustar  a  venda,  mas  como  o  co- 
fre municipal,  que  não  é  muito  dado  a  htte- 
raturas»  e  menos  a  archeplogias,  offerecesse 
efiíectuar  o  pagamento  em  três  prestações,  o 
proprietário  do  livro  e  dos  outros,  guardou 
o  seu  thesouro,  e  a  Bibliotheca  deixou  de 
possuir  este  monumento  bibliographico.  Ea« 

19 


294 


ím 


Mft 


tre  os  outros  livros,  também  se  eontara  o 
Tratado  da  Esphera,  de  Pedro  Ifnnes. 

O  sr.  Nascimento,  possaia  também  mn  pe- 
queno mais  valioso  medalbeiro,  qne  em  tem* 
pos  vendea  ao  sr.  Bento  Pereira  Carmo,  por 
700#000  réis. 

O  sr.  Nascimento  é  um  philosopbo,  impor- 
tando-se  poneo  com  as  exterioridades  mun- 
danas. Vive  retirado  na  sna  casa,  revendo- 
8e  nos  seus  livros,  e  n'outras  velharias  que 
o  rodeiam.  Pôde  dizer-se  que  vive  do  pas- 
sado e  com  o  passado. 

António  da  Silva  Monteiro  naseen  em  Lor- 

* 

dello  do  Ouro;  concelho  do  Porto,  sendo  fi- 
lho de  outro,  negociante  qne  foi  da  praça  do 
Porto,  e  de  D.  Anna  Narcisa  Pereira  Mon- 
teiro, natnraes  da  mesma  fregnezia.  Partiu 
em  pequeno  para  o  Rio  de  Janeiro,  onde  se 
entregou  á  vida  commercial :  n'aquella  ci- 
dade casou  cem  D.  Carolina  JuIia  Ferreira 
Monteiro,  nascida  no  Rio  de  Janeiro,  filha 
do  negociante  portuguez  alli  residente  Ma- 
nuel Ferreira  Gomes  e  de  D.  Lauríana  An- 
gélica da  Silva  Ferreira,  brasileira,  ambos 
fallecidos.  Dotado  de  génio  emprehendedor, 
e  bafejado  pela  fortuna,  alcançou  em  bre- 
ves annos  grande  cabedal. 

Tendo  porém  saudades  da  pátria,  regres- 
sou ao  Porto,  depois  de  percorrer  a  Europa 
em  viagem  de  recreio,  e' adquirindo  terre- 
nos, e  um  prédio  |à  em  construcçao,  na  rua 
da  Restauração  n.***  180  a  190,  aqui  fixou  a 
sua  residência,  restaurando  e  ampliando  a 
antiga  casa,  tornando-a  mesmo  um  domici- 
lio principesco,  sem  que  todavia  abandonas- 
se a  vida  commercial.  No  Rio  de  Janeiro, 
rua  das  Violas,  continua  ainda  o  grandioso 
estabelecimento  de  Monteiro  dbCM  é  a  pri- 
meira casa  de  importação  e  exportação  da 
colónia,  fornecedora  do  exercito,  do  ar^nal, 
das  companhias  de  caminhos  de  ferro,  etc, 
tendo  grandes  transacções  com  os  estabele- 
cimentos públicos  e  com  os  particulares.  Du- 
rante a  guerra  com  o  Paraguay  a  casa  Mon- 
teiro &  C*  foi  quasi  exclusivamente  a  for- 
necedora do  exercito  brasileiro.  Além  da 
casa  no  Rio  de  Janeiro,  tem  outra  filial  na 
cidade  de  Santos,  Brasil.  O  outro  sócio  d'es- 
ta  importante  casa  é  um  irmão  do  sr.  Mon- 
teiro. 


Rio  DOS  poéemoê  esquivar  a  Mw  te 
palavras  da  casa  do  sr.  Monieiro,  na  mt 
Resunraçio,  que  este  senhor,  á  cosbè 
quantiosas  sommas,  tem  tomado  taliai 
mais  luxuosa  habitação  da  cidade.  Pra» 
dindo  de  descer  a  minúcias»  (állareiíiia 
do  que  nos  occorrer. 

Sala  dê  jantar.  Paredes  e  tecto  de 
que  moldado,  fingindo  carvalho,  com  ai» 
nos  próprios,  tado  trabalho  mimoso  da» 
taveis  estueadores  de  Affife. 

A  mobilia  é  toda  rica,  e  rígaiasinai 
baichellas. 

Junto  á  casa  de  Jantar  ha  tim  gabi 
café,  estylo  chinez :  tecto  e  paredes 
ruados  de  cores  vermelha  e  preta ; 
no  mesmo  estylo ;  lustres  e  cortinas 
mente  :  esta  salinha  é  um  bijau  de 
eia  e  bom  gosto. 

Sala  dê  tisiías.  Magnifica;  o  tapete 
teiriço,  de  estylo  Gebolin ;  cadeiras  cm 
tofos  de  desenhos  variados,  naesmo 
3  grandes  candelabros,  para  66  lui»^, 
pentinas,  jarras,  duas  das  qoaas,  de^ 
bronze,  custaram  três  mil  e  tantos  íaà 

As  decorações  d'esta  saia  custam 
proprietário  pouco  mais  ou  menos  13 
tps  de  réis. 

Antecedente  a  esta  sala  ha  oatra  de 
ra,  com  mobilia  de  nogueira,  alia 
feita  nas  officinas  da  Agencia  Coi 
importante  estabelecimento  do  stsu 
rua  de  Cedofeita. 

Bibliotheca.  Esiylo  antigo,  grande 
cadeiras,  estantes  de  madeira  preta  eoa 
batidos  de  massa  de  marfim,  e  nundado 
do  fazer  em  Paris.  A  livraria  conata 
palmente  de  livros  de  edições  loxQOfli 
alguns  clássicos. 

Capella.  Mimosa  e  elegante,  com  o  M 
central,  coberto  por  cúpula  sustentadin 
columnellos ;  tem  abundância  de  talha  i»| 
dema,  e  alfaias  condignas. 

Gabinetes  diversos,  distingoindo^ssal^ 
leite  para  senhoras,  paredes  forradas  »• 
tylo  dito  capitolino. 

Cosinha  espaçosa,  e  com  um  grandsl^ 
no  centro,  onde  se  pôde  eosinliar  beaâit 
tade  para  cem  pessoas. 


295 


t  TodM  as  salai^  qiiaMM,  «Madu^  ete.;  á 
«keep^  da  csadiídiâ»  «8o  tapetadas. 
*  Cocheiras  —  Eéiieio  isolado  e  formando 
pmdant  eoÊík  oresto.  As  easas  para  eríados, 
na  parte  superior,  sio  espaços»  e  boas.  fia 
lanoibem  alli  nm  grande  deposito  de  agua, 
para  ktVar,  e  até- inniindar,  a  eavallaríça. 

As  obras  nlo  estão  completas  ainda;  o 
jardim  está  por*ora  apenas  esboçado. 

Tito  (Ái^gusto  DnarteJ  de  iVòron^a— nas- 
4mi  em  Bemftea,  termo  de  Lisboa,  a  i4  de 
agosto  de  i834^  filho  de  José  António  Dnar- 
fe  de  Noronha  e  de  D.  Marianna  Camilla  de 
fforonha.  Seos  pães  destinavam-o  â  vida 
markima,  porém  por  Mecidaenlo  de  sen  tio, 
o  almirante  António  Manoel  de  Noronha  (vis- 
eende  de  Santa  Graz)  nao  seguia  esaà  ear- 
ieira.  fentroa  para  o  serviço  daa  Obras  Pu- 
Meas  em  1856,  e  actoalmente  é  do  qaadro 
lefBl  dos  coBdttotores,  e  chefe  da  4.*  secção 
éis  Obras  Pablioas  do  Porto^  dirigindo  as 
4a  nova  alfândega  d'esta  cidade. 

Tem  eotlaborado  em  diíTerentes  períodi* 
ees,^  especialmente  lilterarios,  desde  Í85i. 
fim'  1856  pnblfeoa  os  Ensaio»  sobre  a  hi^o- 
ria  âa  imprensa,  que  mereceram  jostos  re- 
paros do  aactor  do  Diccionario  bibliographi' 
«0. —  AproveitandO'Se  dalieção,  absteve  se 
por  largo  período  de  apresentar  a  publico 
cpiaesquer  trabalhos  sobre  biblíograpbia,  não 
se  esqneoenda  porém  de  cultivar  este  ramo 
de  títteratnra.  Em  1871  publicou  então  dois 
lasciealod  de  Curiosidades  Mbliograpkicas. 

l->-0  Cancioneiro  geral  de  Garcia  de  Re- 
sende. 

li-^^Ordenações  do  reino,  edições  do  reino. 

Este  ullimo  trabalho  provocou  discussão 
na  imprensa,  o  que  deu  motivo  a  nova  pu- 
)>fiícação,  com  o  mesmo  titulo,  mas  H*abalho 
msàa  amplo;  é  o  %/*  fasoiculo  da  Ârcheologèa 
ariisUoa.  Em  1874  publicou : 
'  A  imprensa  portugutza  durainte  o  secu- 
io  XVI -^  promettendo  ahi  dar  breve  á  es- 
'tampa  és  iitmo^s  da  imprensa  portugueza 
diÊrante  o  século  XVL  Por  estes  trabalhas 
aleançou  o  diploma  de  sócio  correapondea- 
ledo  iõstítmo,  e  também  ser  proposto  para 
seeio  da  Academia  Real  das  Seieneias  de 
idflboa.  Tem  pablicado  mais; 


I -*  Gramttatiea  de  PemSo  de  Oliveira, 
1*  edtçao  e(ttforme  a  de  1536,  publicada 
peio  viscoãde  d^Azeredo  e  Ato  de  Noronha. 
—Porto.  1871. 

li— Autos  de  António  Prestes,  1*  edição, 
extrahída  da  de  1537— Porto.  1871. 

III — Ditos  da  freyra,  conforme  a  edição 
quinkeiitista  —  Porto.  1872. 

lY—  Espelho  de  casados,  2.*  edição  con- 
ferme  a  de  1540,  publicada  por  Tito  de  No<> 
roQlia  e  ^tonio  Cabral  — Porto.  1874. 

Em  todas  estas  reproduoções  tem  escri* 
pto  introduoçSes  iliucldativas. 

Encetou  a  publicação  da  Numismática- 
portugueza,  de  que  sahiram  Já  3  fasciecdoe 
(104  pag.).  N'esta  publicação  tem  sido  coa- 
djuvado pelo  sr.  José  do  Amaral,  que  ton  fei- 
to quasi  todas  as  gravuras  que  adornam  esta 
poblicaçSo.  Alem  das  obras  mencionadas  ha 
a  accrescentar: 

I  —  Noites  de  inverno  —  Porto.  1867. 

II  — Memorias  de  um  charuto  —  Porto. 

III  — Passeios  e  digressões— Porto.  1870. 
São  três  livros  de  litteratura  amena,  e  um  . 

pouco  em  estylo  humorístico. 

José  Pereira  da  Gosta  Cardoso,  filho  de 
Manuel  José  Pereira  da  Gosta  e  de  D.  Ma- 
ria Pereira  Cardoso,  morador  na  rua  do  Ro- 
sário, n.*"  Ii3,  n*e8ta  freguezia  de  Miragaya, 
nasceu  aos  6  de  outubro  de  1831,  na  fre- 
guezia de  Cedofeita  doesta  cidade.  Cursou 
na  Academia  Polytechniea  durante  os  an- 
nos  de  1847  a  1849  as  cadeiras  do  1.»  e  2.<» 
anno  de  matbematica  e  a  cadeira  de  physi- 
ca,  sendo  classificado  era  cada  uma  doestas 
cadeiras  com  o  primeiro  premio. 

Em  seguida  matriculou-se  nas  faculdades 
de  philosophia  e  matbematica  da  Universi- 
dade de  Coimbra,  concluindo  em  julho  de 
1855  o  curso  d*estas  duas  faculdades,  na  ul- 
tima das  quaes  recebeu  o  grau  de  doutor 
em  julho  de  1857,  havendo  sido  contempla- 
do durante  todos  os  annos  da  formatura 
com  o  primeiro  premio,  e  sendo  por  ocea- 
sião  do  doutoramento  com  informações  das 
mais  distinctas  que  a  faculdade  de  matbe- 
matica tinha  conferido  até  áquella  épocha. 

Nos  &IS  do  anuo  de  1855,  e  sen^  ape- 


m 


BM  bMharel  formado^  foi  eoBYldada  pela 
íl^ealdade  de  mathematiea  para  exercer  as 
fiiaeções  de  ajudante  do  observatório  astro- 
nomico,  cargo  qne  sempre  desempenhoá 
até  ser  nomeado  substituto  extraordinária 
da  mesma  íacaldade  em  3  de  julho  de  i86i 
e  depois  substituto  ordinário  em  i2  de  ju- 
lho de  1866,  tendo  collaborado  sempre  du* 
rante  este  período  nas  Ephemeride$  que  são 
publicadas  pelo  mesmo  observatório. 

No  mesmo  anno  de  1865  foi  nomeado 
membro  do  instituto  de  Coimbra,  e  no  an- 
no seguinte  foi  eleito  secretarío  do  mesmo 
instituto  e  da  classe  das  seiencias  physico- 
mathematicas. 

Em  5  de  fevereiro  de  i864  foi-lhe  dada  a 
com  missão,  da  regência  de  uma  cadeira  de 
mathematiea,  na  Academia  Polythecnica  do 
Porto,  sendo  definitivamente  transferido  pa- 
ra este  instituto  em  14  de  abril  de  1869,  a 
requerimento  do  conselho  escolar. 

Foi  nomeado  commissario  dos  estudos  do 
districto  do  Porto  e  reitor  do  lyceu  nacional 
da  mesma  cidade  em  30  de  setembro  de 
1868,— -funcções  que  exerceu  até  30  de 
março  de  1871,  épocha  em  que  foi  demitti- 
do,  em  virtude  de  uma  enérgica  representa- 
ção que  o  conselho  do  lyceu,  debaixo  da 
jtia  presidência,  e  por  iniciaiiva  sua,  diri- 
giu ás  cortes  contra  a  reforma  e  organisa- 
ção  do  ensino  secundário,  que  então  se  de- 
eretára,  e  que  mais  tarde  a  experiência  de- 
monstrou ser  inconveniente. 

Casou  em  primeiras  núpcias  a  5  de  de- 
zembro de  1862  coma  sr.*  D,  Amélia  Augusta 
Cabral,  filha  do  commendador  António  Jo- 
sé Cabral,  e  doeste  consorcio  houve  duas  fi- 
lhas, Amélia  e  Emilia,  das  quaes  a  primei- 
ra é  já  fallecida;  e  em  segundas  núpcias 
com  sua  cunhada  D.  Emilia  Rosa  Cabral,  a 
19  de  agosto  de  1868. 

É  um  dos  quarenta  maiores  contribuintes 
do  bairro  occidental, — senhor  de  avultada 
fortUDa,  e  pessoa  de  muita  iliustração  e  mui- 
to merecimento. 

Judeus 

No  antigo  Porto,  houve  também  uma  co- 
lónia judaica,  ou  judearia.  A  sua  synagoga 


^era,  poueo  mais  oa  meoM^âiii  o  kMilfl 
que  depois  se  fundou  a  egrejao  Gonvui^i 
S.  Bento  da  Yidoria,  secando  se  d^ircli» 
de  de  ama  lapide  commemorativa,  exiatett 
sobre  aportaria:^ 

Lux  fuerat  sedes  tenebraruuir  est  régia  itè: 
Expulsis  tenebris  sol  Beniedictus  imtí. 


Este  convento  foi  fundado  em  1598:  i» 
da  como  recordação  do  t^Daplo  judaico,  q^ 
tem  hoje  sí%  Escadas  da  Esnega^isfioín^ 
que  principiam  na  rua  de  BeimoAte^el^ 
vam  até  o  alto  da  Bateria  dayictoria,flÉ 
próximo  d*aquelle  em  que  se  diz  etiiúsu 
synagoga,  e  que  para  ella  davam  senol 
pelo  monte  do  lado  do  Sul.  Ha  porâma» 
tar,  que  a  synagoga  ficava  intra-mnmÉ 
cidade,  e  próximo  da  muralha  neáMi 
sendo  de  presumir  que  a  povoação  judÉj 
se  agglomerasse  em  tomo  do  seu  teo^ 

Encostado  porém  á  muralha,  doeste  2^ 
e  descendo  pela  encosta,  até  ao  rioEMí 
proximidades  da  capella  do  EspiritoAit 
de  Miragaya,  existia  o  cemitério  dos  jÉl 
e  ahi  próximo,  mas  passando  o  dito  ú^ 
via,  e  ainda  hoje  ha,  o  sitio  denomíHi 
Monte  dos  judeus,  hoje  com  casarias^ et* 
bem  as  Escadas  dos  judeus,  que  dão  ae» 
so  da  praia  para  o  citado  monte. 

Estas  escadas,  em  lanços,  são  mangiittii 
de  casas,  com  suas  bitesgas  nos  patsiniil 
e  parece  terem  constituído  umapovoi^ 
Seria  aqui,  e  próximo  ao  jcemiterio,  quff 
judeus  se  estabeleceriam,  por  se  verem  j|I^ 
tados  pelas  muralhas  da  cidade,  não  pod» 
do  dilatar  para  o  oriente  da  sua  syiugPP^ 
sua  povoação? 

É  muito  provável,  por  quanto  a  cidade  t 
feudada  aos  bispos^  era  naturalmente  potf 
tolerante,  em  quanto  o  burgo  de  Mirag^ 
era  habitado  no  geral  por  mareantes^ki' 
mens  de  mar,  habituados  a  viveiep  c>* 
gentes  de  varias  crenças  e  costumes,  eM 
convivência  resultava  a  tolerância  para  <i 
os  estrangeiros. . 

Seja  porém  como  fôr,  é  certo  que  eof' 
ragava  haveria  povoação  judaÃç^.H3t9# 
o  cemitério  estava  extramuros  di ei4A 
e  os  judeus,  como.  todos  os  fiç^voi  do  oMt 


mm 

HMtaiii  grande  respeita  á»  cinzas  dos  setts 
Daiores,  nlo  se  enojando  de  viver  Jonio 
Tellasl 

Da  eiisteneia  do  cemitério  dos  Jadeos  exis- 
;eBa  camará  inanicipal,  mn  documento  (pelo 
nenos),  qtie  o  attesta,  e  qne  transcrevemes 
;»ara  se  d'elle  não  perder  a  memoria* 

'4Gertlflco  em  como  no  Ârciíivo  da  dita 
BStcelientísshna  Gamara  (do Porto),existe  o 
Eiivro  de  Cobrança  de  foros,  e  no  n^smo  se 
acha  o  assento  pedido  por  certidão  no  re- 
laerf  mento  retro,  do  qnal  o  sen  theor  é  o 
Begnínte:—- ^na  de  Sam  Pedro  de  Miragaya. 
Vérbà  nnmero  dons  mil  e  sessenta  e  oito. 
Sasa  nnmero  vime  e  ires,  ou  porta  da  qnin- 
ta»  de  Dona  Anna  Joaqnina  Maia,  Yinva  de 
ftntónio  Máfia,  paga  de  (bro  dnzentos  e  qua- 
renia  téís;.— Esta  propriedade  juntamente 
MOt  os  prédios  contíguos  para  o  sul,  cons- 
Mnt^*da3  cinco 'seguintes  verbas,  se  acha 
;ndo  edificado  na  terra  de  um  praso  da  Mu- 
ridpàKdade,  feito  pela  mesma  a  Gomes  Pi- 
!^  sobrinho  de  Maen  Gerveira,  e  sua  mu- 
iier  lisonor  Banes,  com  meio  maravidi  de 
toro  (hoje  o  valor  dos  duzentos  e  quarenta 
nAè)  e  terreno  que  se  estendia  pelo  monte 
Mima,  a  eonírontar  com  o  Jazigo  do»  Judem, 
lo  Norte  com  a  Calçada  das  Tirtndes,  e  do 
iul  com  differentes  prédios,  em  22  de  abril 
le'i492.  Li1n*o  quarto  de  Pergaminhos  iifo- 
llns'  (piarenta  e  cfuatro.  Em  1863  de  José  Do- 
Mângúes  Simões.  E  outro  sim  certifico  qne 
1^  iiftmero  da  casa  qne  se  achar  no  assento 
rèuro^é'  anterior  à  nova  numeraçãe  dos  pré- 
dios. O  Tefer  ido  passa  na  verdade  em  íé  ecc. 
PArto  e  -Paços  do  Concelho  20  de  outubro 
M  1871;  E  eu  António  Augusto  Alws  de 
Sousá  Escrivão  snbserevi  e  assigno  etc.**-> 

Etffo  certidão  foi  passada  por  motivo  de 
om  rei|uerimemo  dos  hendefros  de  José  0o- 
«áingues  8ttti8es. 

'  Para  corro()orar  a  c^pfúião  de  que  em  Mi- 
nlgaya  hoave  bairro  Judaico,  ha  ainda  a  no- 
tkr  que-  da  certidão  transcripia  se  trata  de 
itlb  Gomes  í  Pires,  sobrinho  de  Máen  Ger- 
iwira,  qde  pi^ovavelmente  «ra  homem  notá- 
vel, iMd  qae  «['uma  transacção  fefla  pelp 
sobrinho  se  lhe  menciona  o  nome^  cooio 


Mm 


m 


de  pessoa  sobejamente  conhecida.  Maen  é 
nome  rabinico.  Abstrahindo  de  outras  pro* 
vias,  não  padece  duvida  que  aqui  houvesse 
povoação  Judaica,  porque  não  é  provável  que 
um  Judeu  aforasse  terrenos  á  camará,  extra- 
muros da  cidade,  e  em  1452,.  se  perto  d'el- 
les  não  houvesse  povoação  dos  da  sua 
raça. 

A  intolerância  religiosa  de  D.  Manuel,  pti 
dos  seus  conselheiros,  produziu  perém  o  l!i- 
moso  edicto  de  1490,  pelo  qnal  os  judeus  fo* 
ram  expulsos  do  reino,  ou  reduzidos  ao 
chrístianismo ;  e  a  lei  de  1507,  do  mesmo 
rei,  acabou  com  todos  o  privilégios  ou  dls- 
tincçOes  da  raça  Judaica^  a  qual  se  confun- 
diu com  o  resto  da  população.  Apesar  po- 
rém de  tão  desvairados  acontecimentos  e  de 
tantos  annos  decorrerem  Já,  ainda  permane- 
ce como  testemunho  de  existência  da  raça 
proscripta,  o  Monte  dos  Judeus  e  as  Escadas 
dos  mesmos.  Vide  no  fim  d*este  artigo  atu- 
scripçõú  judaica. 


Npva  da  Alfandega 

A  nova  alfandega,  construkla  ia  praia  de 
Miragaya,  reclamava  uma  «ommmniea^ 
fácil  e  condigna  da  grandiosidade  do  edÃâ- 
cio;  houve  differentes  alvitres,  pensando-se 
em  communical>a  p^  parte  baixa  da  el^ 
dade,  posta  já  em  contacto  fácil  pela  rua  de 
S.  João  ou  de  Ferreira  Borges;  e  também  se 
pensou  em  abrir  uma  nova  rua  por  detrae 
de  Monchique  a  entroncar  na  Restauração 
(calçada  de  Monchique,  rua  de  Sobre- o-Dqu- 
ro).  Prevaleceu  porém  o  primeiro  alvitre, 
ádoptando-se  o  prejeeto,  em  verdade  arro- 
jado, e  que  se  levou  Já  a  seu  termo. 

A  nova  rua,  parte  da  dos  inglezes,  e  fa- 
zendo uma  curva  defronte  do  antigo  con- 
vento de  S.  Francisco,  corro  depois  um  ali- 
nhamento parallelo  à  alfandega,  entroncan- 
do oom  a'  raa  marginal  de  Miragaya. 

A  construcção  foi  feita  a  expensa»  do  otrn- 
nieipio,  que  já  gastou  com-ella  dl8:M0il733 
réis,  a  teâior  parte  absorvidos  em  expro- 
priações. (Abril  de  i87tf). 

Goma -abertura  da  nova  rua  desappare-. 
ceu  o  bairro  dós  Banhos,  um  dos  mais  im- 
ihundos  da  «idade;  a  Pcrta  Nebre^  o  pos- 
tigo doe  Banhos,  a  maior  parto  4a  i«a  de 


298 


Mm 


um 


Cima  do  Moro  e  mn»  parte  da  da  Btín- 1 
leira. 

A  ma  eati  ao.abrigo  das  eheiae  e  absor- 
Toa  enorme  Tolame  de  terras»  pela  maior 
parte  extnJiidas  do  corte  feito  para  o  alar* 
gamento  da  ma  de  Ferreira  Borges 

A  porção  coDâtraida  pela  oamara  é  des- 
de a  ma  dos  loglezes  até  am  poaco  adiante 
da  antiga  Poru  Nobre.  Nâo  está  empedrada 
ainda,  havendo,  porém,  já  em  d^[Kisiio  gran- 
de porção  de  paralielipipedes  (pedra  de  es- 
teiOy  de  Ganellas). 

Na  parte  direita  da  ma  estão-se  oonstrain- 
do  já  novos  prédios,  sobordinados  na  facha- 
da a  om  typo  apresentado  pela  canuura* 


Oonvento  de  Honòhi9.iie 

Este  convento  de  reiigiosoB  da  Ordem  d? 
Sw  Francisco,  e  da  invocação  da  Madre  de 
Dens»  foi  fandado  em  1575  por  D.  Pedro  da 
Ganha  e  D.  Beatriz  de  Vilhena. 

Assenta  a  sua  fabrica  em  termio  des- ' 
figoal  entre  a  mairgem  do  rio  Dooro  e  a  en- 
costasobre  que  está  engatada  hoje  a  ma  da 
nestansação. 

O  aeeesse  para  o  convento  era  pela  cal» 
9ada  de  Monchique,  no  fim  da  r«a  da  Ban- 
deirinha. 

Em  tempo  de  Afostinko  RebeUo  da  Gos- 
ta» tinha  70  religiosas  professas,  muitas  se- 
ehkmss,  e  e  nomero  de  serventes  eioedia  a 
100. 

Da  ediiteação  prímittiva  existiam  (em  de^ 
lembro  de  1974)  una  danstra  e  à  eapelli- 
nha  do  lado  oriental  do  edifido. 

A  egr^a,  apesar  des  seus  arcos  ogiinies, 
é.  de  tíbtítA  poslehoC. 

A  capellinha  está  hoje  qnadi  em  tem,  e 
a  agreja  converteramna  em  sairalheiia. 

Na  cfamttra  e  capeUa  eneentravam^se  os 
4iekbfea  aaulejos  moldados^  opulenta  pro- 
dtittçfte>da  cerâmica  do  século  XYI. 

No  feclio  da  capella  (hoíi  demolida)  eu- 
contrava*se  um  escftda  de  armas  esquaili^ 
lado^tedb  no  1.  ^e  3i*  «toartiBiB^  as  armas  do 
flHidador  (Gdutinh^s  e  Ganhas)  é  no  %•  e 
4i«  ae  de  soa  eapoBat.  Este  mesmo  eseudo 
m  CMOBlra  ainda  siritare  o  atoo  Inleiior  da 


entrada,  bem  como  soim  a  pwla  da 
egreja, e  qne  deita pvao  paleo. 

Dá-se  a  coincidência  de  na  casa  das  h 
reias,  d'aqni  bem  perto,  e  qne  perMM 
aos  Porto-Clarreros,  sa  encontrar  n*aBi  ia 
escudos  de  armas,  dois  quartéis  identiei 
(Cominhos  e  Cunhas). 

A  porta  da  egreja  que  deita  para  o  p 
teo  é  de  fórma  circular,  com  seus  iavora 
e  medalb5e8^  um  em  cada  flanco,  repra» 
tando  homem  e  mulher,  talves^os  fCÊà 
doires. 

Por  cima  da  archivolta  existe  ainda  ■ 
outro  medalhão,  com  as  armaa  pontíficai 
(as  chaves  postas  em  ai|»a,  sobre 
pela  triplioe  cor^a)  e  em  volta  a  imà 
pção--^am^ti/«?  kUeranensiê  ectímm. 

Apesar  da  portaria  aeeusar  vetosto^p 
rece  ser  a  .sua  cenairaoçáo  peatmi 
da  egreja,  o  que  manifestamente  se  m 
nhece  pela  diversidade  da  arcbitecum^f 
nao  prima  péla  correcção  do  eatyla. 

Ainda  superiormente  á  portaria  ené 
dalhõea  existe  nis  nicho  envidraça  a 
frente,  com  uma  Senhora  da  Goneeí^b 
pedra.  Na  peanha  tem  a  data  de^tt^ 

£  imagem  de  devoção,  e  ainda  ha 
dias  (am  março  de  iB7^)  uma  webm,  ^ 
conhecida^  trajando  de  preto^  ajoeflioia 
bre  as  lagens  do  pateo  e  por  lar(D  penedil 
entregou  a  devotas  orações.  Apesar  éh 
mais  de  40  ânuos  ter  sido  proteada  a  epi 
ja^  e  o  edifieio  ter  passado  por  áímm 
phasea,  a  Senhora  da  Conceição  consorv» 
se  no  seu  nicho»  e  os  devotos^  moraduM 
eontento»  e  de  fera  mesmo,  mo  deixam 
de  afiumial^a.  H<^  tfue  o  edttiGío  ptt 
sou  a  i^rq^iedade  parttcidar,  aindatanioê 
das  viezes  um  lampeão  aUumia  àenslaéi 
devotos  a  veneranda  da  imagem. 

N'est»  convento  viveo^  e  fbi  sepeitft 
n'itina  àm  chaliras,  a  madrelMmdialP 
Conceição,  que  «aorreu  em  lama  de«# 
dkde»  Nasceu  em  i6%,  em  Fnmo  delft- 
da  á  Cinta,  entrou  para  a  reliiâio^  da  êt 
de  de  i4  aniros,  e  fiaioMU  n*est4  comol 
no  dia  i  de^aMte^âei68e,pela»a]um 
dá  noitOi  Contava,  portanto»  eaia,virip»iii# 
poaa  do  SexâMfff  noventa  aimos  ealgnmii 
deedadCb 


Mm 


m 


JXwBto  Barreto  Fiueiro  esere^ea  a  Vida  da 
Uadre  Leocaáia,  obra  oferecida  a  el-rei  £>. 
Pedro  U 

Ignoramos  se  se  ebegoa  a  impritair»  O 
p^idre  irei  Franeisco  de  Aracoeli,  religioso 
jGeaneisca&o,  pablieoa  a  Norma  viva  de  reli- 
(fifisas.  Traiado  histórico^  eio^y  emque  $e  des- 
erde a  vida  $  acções  da  serva  de  Deus,  Ma- 
dre Leocadia  da  Conceição,  religiosa  no  re- 
coleto  convénio  de  MonclUqae-^lAfAiO^  1708. 

Hoderaameiíte  publieoa-se  a  Vida^  mUa- 
çres^  prophecias  e  visões  da  Madre  Leocadia 
da  Conoetcão,  por  uma  religiosa  qw  foi  do 
snesmo  amo^n^o.— Porto,  i870.  No  priací- 
pio  da  obra  diz  a  auctora  que  a  eomeçoa 
a  escrever  a  29  de  julbo  de  1686,  isto  ó, 
ainda  em  vida  da  l^ograpbada. 


.  Pela  extincção  das  ordens  monásticas  (oi 
D.  convénio  de  Monchique  encorporado  nos 
bens  da  eorOa*  Esteve  aqui  estabelecido  o 
arsenal  militar ;  depois,  em  184^^47  n*elle 
s$teve  estabelejcida  a  fabrica  de  moeda  do 
Inverno,  dito  da  jonta  do  Porto,  e  aqui  se 
cnoliaram  os  celebres  patacos  que  ainda  ho* 
19  abandantemente  apparecem  no  commer- 
Qío.  São  os  carimbados. 

Esta  espécie  de  moeda,  e  á»  outras  qnaes* 
çpier  mandadas  canhar  pela  junta,  íoi  por 
A^creto  de  16  de  maio  de  1847  considerada 
oonDO  iilegal,  ou  moeda  falsa. 

Finda  a  keta  civil,  foram  os  patacos  man* 
lados  recolher  ao  Governo  CivU,  para  se* 
rem  legalisados  pelo  caarbnbo  {Q.  €.  jP*--go- 
vemo  civil  do  Porto.) 

Apresentaram-ae  para  receber  carimbo 
120:556  patacos^  dos  qaaes  se  inutflisaram 
1137.  Sem  carimbo  ficaram  apenas  678  pa- 
tacos, visto  qiiie  o  numero  d^eHes  feito  pela 
|«»la  foVsegundo  asinformacdes,  de  Stl:3i4 
ÍBto  é,  9M9fíW  rôis^  que  pesavam  perto 
As  7:200  kilogrsflimas^ 

No  contento  de  Monchi(|ue  lambem  e«te^ 
v«  estabeleoido  o  deposito  4o  trena  militar^ 
B:  o  da  pólvora;  e  a  repartigSo  das  obras  da 
ilfandega^  e  anaazens  de  ferraneAtas  ^  de 
pozp)lana.  Em  a  parta  do  ediflcâo  qne  «s- 
um  a  ear09  do  míaisterio  da  gneira  0ado 
do  epl^  sobro  0  grande  rafeiítorio)  ealan^uia 


eiQblema  beliico,  pintado  sobre  madein^ 
com  a  seguinte  legenda : 

Vnita  armorum  virtus  portios  agitet 

A  parte  do  edificio  que  nao  estava  entregue 
aos  ministérios  da  guerra  e  obras  publicas^ 
era.  administrada  pelo  do  reino,  e  pertencia 
ao  da  faz^da.  Estava  arrendada,  «bem  como 
as  cercas,  a  differentes  por  bem  pouco  pre- 
ço (menos,  tudo,  de  2001^000  réis)  e  nâo  me- 
recia mais,  porque  só  uma  parle  da  casa  es» 
tava  habitada. 

A  egreja  tinha  muita  obra  de  talha,  parte 
da  qual  foi  para  a  nova  egreja  de  S.  Mame- 
de de  Infesta,  para  a  de  S.  Pedro  de  Mirar 
gaya»  e  ainda  em  1874  um  magnifico  altar 
foi  cedido  para  o  novo  hospital  de  D.  Pe- 
dro V. 

A  cerca  era  em  differentes  planos,  com- 
municados  entre  si  por  escadarias.  No  re«- 
cinto  do  edificio  havia  três  tanques  com  seus 
repuchos  e  bacias ;  um  na  claustra  peque* 
na,  que  era  a  mais  antiga,  Junto  á  capelli- 
nha ;  outro  na  grande  claustra,  e  outro  no 
espaçoso  pateo  da  entrada,  todo  lageadc^ 
com  16,8'"  de  largo,  por  44^7  de  comprido. 
Nas  cercas  havia  ainda  differentes  cascatas^ 
com  su^s  figuras  e  azulejos^  o  que  tudo  com 
o  correr  dos  annoa  foi  cabindo  em  ruinaa. 

Parte  das  aguas  que  serviam  e^tas  fontes 
e  cascatas  foi  encanada  para  a  nova  alfan- 
dega ;  o  resto  foi  vendido  junto  com  os  lo- 
tes n."^  1  e  2.  O  refeitório,  ainda  hoje  bem 
conservado,  é  magnifico.  É  todo  de  abbeba- 
da,  sustentado  por  columnas  de  granito,  e 
tem  perto  de  40  metros  de  comprido. 

Por  differentes  veses  foi  este  vasto  edifi- 
cio posto  em  praça,  mas  o  preço  por  que 
primitivamente  o  louvaram  (128:000jt000  ra. 
salvo  erro)  não  desafiou  a  ganância  dos  ca- 
pilalistaa.  Em  1874  voltou  novamente  á  prá^ 
ça,  dividido  em  6  lotea. 

O  lote  n.*  2  foi  arrematado  por  WiUiain 
WawlLe;  os  outros  voltaram  de  novo  â  pra- 
^a»  com  abatimento  da  quinta  parte,  o  fo- 
ram Mxematados  os  n.^"*  1  e  5  por  Clemente 
Joaquim  da  Fonseca  Guimarães  Menezes  e 
Norberto  José  da  Silva  Coelho;  e  os  D.*'.t  e 
3  por  Benry  Burnay.  Posteriormente  Nor* 


doo 


um 


berto  Coelho  transferia  a  soa  parte  a  (He- 
meDte  Menezes.  Não  rendea  tudo  30  contos! 
O  convento  confinava,  do  norte,  com  a  ma 
de  Sobre-o-Douro,  do  Sal,  com  a  de  Hira- 
gaya;  de  nascente,  com  a  calçada  de  Mon- 
chique, e  do  poente  com  os  armazéns  do 
Saavedra. 

Paredão  das  Virtudes 

Na  parte  NE  da  fregaeria  de  Miragaya,  e 
qoasi  no  sea  limite  existe  o  Paredão  da$ 
Virtudes,  qne  supporta  o  passeio  assim  cha- 
mado. O  paredão  actaal  tem,  do  lado  do  nor- 
te, i7,40  metros,  do  sal,  8,00  metros»  e  de 
comprido  92,50.  O  passeio  que  lhe  fica  sa* 
perior,  e  deita  para  a  roa  dos  Fogueteiros» 
tem  do  lado  do  norte  20,90  e  do  sul  6,00, 
isto  é,  uma  superficie  de  1.144  metros  qua- 
drados. É  gradeado,  assentando  a  grade  so- 
bre um  soco  de  cantaria.  Do  lado.que  deita 
para  o  valle  ha  também  uma  grade,  manda- 
da fazer  pelo  município,  para  evitar  os  sui- 
cídios. Effectivamente  d'aqui  se  deitaram  al- 
guns loucos  e  desvairados  assassinos  de  si 
mesmos.  O  passeio  das  Virtudes  é  adornado 
com  algumas  arvores,  e  d^elle  se  gosa  es- 
plendida vista,  de  rio  até  á  barra  e  ainda  se 
alcança  uma  porção  do  Oceano,  bem  como 
parte  da  baixa  da  cidade;  e  o  Gandal,  que  é 
um  dos  sitios  mais  bellos  da  margem  esquer- 
da do  Douro. 

O  sitio  onde  hoje  assenta  o  passeio  e  pa- 
redão das  Virtudes,  no  sopé  do  qual  está  a 
fonte  que  lhe  deu  o  nome,  bem  como  a  en^ 
costa  até  à  ravina  do  ribeiro  Frio,  foi  pri- 
mitivamente terreno  ermo  e  baldio,  fora  dos 
muros  da  cidade,  e  entre  ella  e  o  burgo  de 
IGragaya.  Os  judeus,  que  tinham  a  soa  si- 
nagoga no  sitio  pouco  mais  ou  menos  em 
qne  hoje  eátá  assente  a  egreja  da  Victoria, 
alii  faziam  os  seus  enterramentos,  no  monte 
que  por  então  se  denominou  Jazigo  dos  ju- 
deus. Quando  estes  foram  expulsos  do  reino. 
Uns  do  século  XV,  ou  posteriormente,  ò 
plató  do  monte  Ibi  alindado,  constituindo 
um  passeio,  agradável  pela  excellenda  dos 
seus  horízoiites.  Em  1788  construiu-se  um 
paredão,  a  instancias  de  Rodrigo  António 
d'Abreu  Lima,  inspector  da  taiartnha  do 


Doaro,  administrador  dos  postos  seeail 
três  províncias  do  norte,  e  juiz  da  ail 
o  qual,  segundo  diz  Agostinho  RebeDo, 
pellíu  o  senado  da  camará  a  co&stmiri 
obra.  Succedea  porém  que  a  ediftc 
foi  a  baixo,  devmdo-se  a  reoonstnieçii| 
paredão  actaal  ao  grande  e  benemeiitoi 
gistrado  Francisco  de  Almada  e 
o  homem  que  se  aventurou  a  fazer  do] 
gothico  uma  cidade  moderna»  e  qni^ 
não  conseguia  completamente,  por 
Ihido  pela  morte,  abriu  campo  e 
caminho  a  faturos  emprehendedores. 

Para  que  se  não  po^ca  a  memoria 
benemérito  portugúez,  aqui  arehivs 
guns  traços  biographicos,  como  colu» 
menagem  á  sua  memoria. 

Francisco  d^Âlmada  e  Mendonça,  qiMJ 
commendador  da  ordem  de  Christo, 
dalgo  com  exercício  na  casa  real,  doi 
de  sua  magestade,  e  seu  desembargai*^ 
paço,  primeiro  senhor  donatário  da 
Ponte  da  Barca,  primeiro  alcaide- móri 
rialva,  corregedor  e  provedor  da  eotuoè] 
Porto,  presidente  do  cofre  da  mesmaéi^ 
intendente  áà,  marinha,  presidente  á^jiá] 
administrativa  da  fazenda  e^irseiial, 
intendente  da  alfandega,  do  tabaco  e  sàk 
rias,  conservador  do  juico  do  sal,  e  das» 
mendas,  juiz  do  subsidio  iitterario^  das  ia 
das,  dos  contrabandos,  e  dos  proeesMi  i 
policia,  inspector  das  obras  publicas  nas  ir 
províncias  do  norte,  e  juiz  geral  das  conttà 
do  reino,— nasceu  no  concelho  dos  Oliva» 
30  de  fevereiro  de  1757.  Foram  seus  paesifli 
d* Almada  e  Mello,  tenente  general  dos  ni 
exércitos,  etc,  e  de  D.  Anna  Joaqaina  de  Li 
castre.  Francisco  d' Almada  veia  ereança»  < 
cosopanhia  de  seu  pae,  para  o  Porto,  e 
collegio  de  S.  Lourenço  começoa  os  si 
primeiros  rudimentos.  Passou  depois  a  d 
sar  a  universidade  de  Coimbra,  onde  um 
capelio  nas  faculdades  jurídicas»  em  9 
março  de  1783.  fim  29  de  maio  do  aooo  i 
guinte  foi  nomeado  corregedor  e  pwnà 
da  comarca  do  Porto,  cargo  qae  exerces: 
á  sua  morte.  Casou,  em  2d  de  dezeoiteo 
1791,  com  D.  Antónia  Magdakna  de  Qi 
droB  e  Souza,  de  queb»  houve  um  âltM^  M 
de  Almada  Qaadros  deSoosa Lencaitre^ p 


Mm 

lelro  barão  de  Tavarede  (f80&),  e  depois 
rhneiro  conde  do  mesmo  titulo  (1848);  e 
ima  filha,  que  casoa  com  o  morgado  da  Ro- 
iça.  O  actaai  conde  (4.*)  de  Tavarede,  é  bis* 
leto  de  Francisco  d'Almada. 

Reiervando-nos  para  occasião  mais  ad- 
iOada  (art.  Porto)  para  mencionar  o  mnito 
ue  a  cidade  deve  ao  sen  corregedor,  limi- 
ir-no8-hemos  por  agora  a  mencionar  que  o 
rande  fnnccionaríò  que  por  mais  de  vinte 
limos  administrou  as  rendas  da  cidade,  e 
[ae  teve  grande  preponderância  no  animo 
lo  monarcha  —  morren  pobre,  sendo  o  sen 
kmeral  feito  a  expensas  de  alguns  seus  ami* 
^08  e  admiradores. 

Francisco  de  Almada  falleceu  aos  18  de 
igoato  de  1804;  o  sen  cadáver  foi  deposita- 
lo  na  Gasa-Pia  (hoje  governo  civil),  e  de  là 
raoisportado  para  a  egreja  da  Santa  CasC  da 
tiaericordia,  de  que  íôra  provedor  desde 
L794  até  à  data  do  seu  fallecimento.  Ahi  se 
he  dea  sepultura  na  capella-mór.  O  seu  ca- 
laver  foi  depois  transportado  para  o  cemi- 
tério do  Prado  do  Repouso,  onde  hoje  se  con- 
serva^ próximo  á  entrada  sul  e  defronte  da 
(^òrta  da  eapella,  em  campa  rasa,  com  uma 
lingela  cabeceira  erguida,  na  qual  se  lé  a 
tnscripçao  seguinte: 

FBANaSCO  D*ALlliJDA 

E  MENDONÇA. 

NASCEU 

EM  30  DE  FBVBREUO 

DE  17tf7» 

MORREU 

EM  18  DE  AGOSTO 

DE  1804. 

PARA  AQUI 

TRB8LADAD0  WM 

1  DE  DB£E1C« 

BRO  DE 

1839 

» 

O  estrangeiro  qne  entrar  n»  oemiierio,r  e 
deparar  com  aqueila  pedra  rectangular,  a|n^ 
aaa  resguardada  por  modesta  grade,  mal  Jul- 
gará que  alli  repensam  as  cinatas  dohoDMm 
a  quem  o  Porto  mais  deve  na  epocha  mp- 
denuL 

SdifLoips  mai0  notáveis  de  Uiragaya 

Os  edificios  mais  notáveis  que  ha  hoje 
tfesta  freguesia  são  a  neta  alHuidets,  ò 


MfR 


301 


tt>spital  Real  da  Misericórdia,  o  èxtindo 
cohvente  da  Madre  de  Deus  de  Monchique, 
o  palácio  real,  que  foi  dos  Carrancas,  na  rua 
do  Triumpho,  a  praça  (ou  palácio)  do  pei- 
xe, o  palácio  das  Sereias,  na  Bandeirinha, 
o  palacete  da  sr.*D.  Gamilla  Ribeiro  de 
Faria,  na  rua  do  Rosário,  o  do  sr.  visconde 
de  Yillarhiho  de  S.  Romão,  na  travessa  do 
Carregal,  e  a  casa  do  rico  negociante  e  ca- 
pitalista o  sr.  António  da  Silva  Monteiro  na 
ma  da  Restauração,  hoje  a  casa  mais  luxuo- 
sa do  Porto,  como  já  dissemos. 

É  ha  na  parte  baixa  da  freguesia,  bairro 
de  Miragaya  propriamente  dito,  antiga  CcUe 
dos  romanos,  ao  N.  do  Douro,  casas  dignas 
de  menção  pela  antiguidade  que  revelam, 
taes  sao  a  casa  n.*  6,  do  largo  de  S.  Pedro, 
com  o  seu  patim  de  cotumnas,  carrancas  e 
lavores  exóticos,  e  a  casa  dita  da  Fonte  da 
Colher  (na  ma  de  Miragaya,  n.*  161)  por  e^^ 
to  encostada  a  ella  aqueila  fonte. 

Éwna  casa  velhíssima  e  bastante  grande, 
toda  a  desfazerse,  e  a  esboroar-se,  com  as 
paredes  já  fendidas  e  mal  seguras  com  ga« 
tos  de  ferro. 

Nem  se  sabe  quem  ó  o  seu  dono,  porque 
ha  muitos  annos  foi  abandonada  por  divi- 
das, de  que  era  faypotheca,  á  irmandade  dos 
clérigos,  e  esta  a  arrenda  como  pôde,  es- 
tando actualmente  occupada  por  uma  coUh 
nia  dé  infdises,  attrahidos  pela  barateza  do 
aluguel— -nada  menos  de  13  famílias. 

Houve  também  na  ma  Arménia  uma  ea« 
sa  antiqdissima,  que  foi  demoUda  aproxi- 
madamente em  1815,  pelo  capitSo  António 
José  Borges,  de  quem  falíamos,  quando  allí 
mandou  fazer  os  grandes  armazéns  (com  os 
n.<»  61  a  84)  para  vinhos  e  cereaes,  no  fun- 
do do  chão  onde  tinha  a  sua  padaria. 

De»ominava-se  aqueila  casa— o  Paço*-^ 
dicia-se  que  n'ella  viveu  um  dos  bispos  ar- 
ménios, que  vieram  de  Constantinopola  com 
o  corpo  de  S.  Pantaleao;  e  que,  por  fixarem 
resideÍM^  n*esta  ma,  ella  tomara  o  nome  de 
ma  ioi  Amémios  ou  Arménia. 

Quando  aqueila  casa  (bi  demoUda,  já  esta- 
va etll  minas,  mas  ainda  revelava  tal  6a 
^Cud  traadesa  pretérita;  pois  era  toda  forra- 
úM  a'  ank|os  exteriormente,  e  em  ghmde 


mft 


stSá. 


pMTte  ioteriormente  umbesi,  e  tiiiba  sacii» 
das  6  peitoria. 

Foram  também  antiqnissimas  as  casas  do 
Forao  Yelbo,  raa  da  Mnnhota,  proximida- 
des  da  Foate  da  Rata  e  da  Porta  Nobre,  de- 
molidas  ainda  em  i87i  a  i872;— a  casa  dos 
Quras^  no  largo  de  S.  Pedro,  n.*"  i4;^a  ca- 
sa dos  BancaSy  no  mesmo  largo,  n.''  i3,— «e 
asdo  hospital  ou  albergaria  do  Santo  Spui- 
to,  evidentemente  principiadas  antes  de 
1443. 

Revelam  também  ainda  mnita  antiguidade 
a  maior  parte  das  casas  da  rua  de  Rio  Frio, 
(hoje  rua  de  S.  Pedro),  ma  da  Atafonai  ma 
Aneira,  viella  da  Baleia,  rua  Arménia»  tra- 
yessas  da  rua  de  Miragaya,  ilha  do  Ferro^ 
rua  dos  Armazéns,  Gidral  de  Baixo  e  Cidral 
âa  Cima,  ma  do  Monte  dos  Jud9US,  Escadas 
do  Monte  dos  Judeus,  DDmeadameikte  a  ea* 
sa  que  n'estas  escadas  temo  n.*"  31»  pois, na 
padieira  da  porta  de  entrada  se  enooiitra  a 
inscripçao  seguinte: 

:ZS:  DE:  IVLHO:  ISS8; 

<45  de  julho  de  lUiS,) 

Fontes  pmbUoM 

Ha  n'esta  freguesia  de  Miragaya  seis  fon: 
tes  publkas.  Mendonaremos  em  primeiro 
logar  a  das  Virtudes,  pela  sua  antiguidade, 
pois  já  d'esla  fonte  tomou  o  iieae  uma  das 
portas  das  ultimas  muralhas,  que  abriga^- 
mm  o  Porto,  desde  a  Porta  de  Cairos  até  i 
úo  Olival,  e  d*alli,  pelas  Taipas  e  porta  das 
Tirtudes,  até  á  Porta  Nobre. 

Merece  também  o  i^imeiro  logar  esta  fon- 
te pela  sna  imponenda  arcUtectonica,  pois 
eomo  xá  escreveu  Agostinho  Rebetio  da  Cos* 
la^  na  sua  curiosa  Dncripção  da  JPofio  (pag . 
M): 

«Compde-se  esta  fonte  de  om  aliojlron- 
tespicio  adornado  de  antigas  pyraarid»^.  e 
firmado  em  bancos  de  pedra  ^neo  nodeiai^ 
A  copiosa  apia  que  sabe  d'«Ua  por. duas 
«arrancas  gigantescas»  lavradaa  nsr  mesma 
pedra,  enebeem  um  miimio  o  mai»!  eantace^ 

«Ao  asa  kdo  ealio  dois  prafuádos  UAr 


mmk 

(pm,  em  qoe  4iariamepte  lavam  renpale 
vinte  a  trinta  lavadeiras. 

f  Em  ama  lamina  de  mármore  v^muibe 
tem  gravados  estes  versos: 

^Fons icaut  Uhutri  virtuíum  n(mune  atam: 
tQui  sUit^  has  lymphas  absque  timcre  b^ 
^Ante  cavernoso  de  pumice  degener  ibat: 
tOb^tabanl  pigra  limus  et  umbra  mora, 
*PMiea  conspícuas  expensa  dwcU  tn  awi^ 
« Uique  loco  ftueret  commodiore  d^.dU. 
*Inde  viam  stravU^  dejecUque  ordine  seên^ 
AGraiMam  grátis  maior  ut  esset  oqmA 

ANNO  M-D  CXIX 

(1619) 


Em  linguagem  vulgar  dizem  estes  to» 
SOS  verfKís  o  seguinte: 

Aq\d  fine  abundante  a  fonte  dita  das  If 
tudes:  qu^  tiver  sede  já  pôde, beber  smh 
ceUK 

Estas  cguas  nasciam  de  uns  penékm 
vemosos^  e  andavam  por  aqui  perdOsi  a 
charcos  immundos  e  sombriot,  Â  casHonm 
nicipal  as  expoz,  como  vedes^  fazenásá^ 
magestosafabrica, «,  para  lhe  dar  nuaorrá 
ce,  abriu  está  estfada  e  fH  êsltes  aiKris 
No  afino  de  1619. 


Fica  este  chafaff  t  voltado  ao  sul,  ao  f» 
do  da  calçada  das  Viitudefli,  e  junto áft 
tremidade  noroeste  do  pareálo  de  snpporti 
do  Passeio  das  Virtudes.  Nao  tem  ainda  kt- 
je  o  Porto  fonSe  pnbliea  mais  appanIoA 
pois  mede  a  fabrica  11,"*(M(  áe  iai^o,  e  iV^ 
de  altura,  desde  o  bòiido  do  antigo  \» 
que.  O  corpo  central,  sobre  que  u» 
ta  a  total  4o  círcoio,  ism  de  largol^^ 
até  ao  ponto  ouliàinante  da  fadiada 

Causa  porém  dd  ver  ufia  obra  deu* 
preço  Velnda  ao  abandono^  pois  ha  wlt 
qie  e  pnblioo  nSo  faz  uso  da  agna  M 
fonte,  preferindo,  por  maior  commodidii^ 
do  próximo  chafariz  das  Taipas;  e  MR 
pór^tie  à  áo  ciiarãriz  dad  VirtáM  éip 
sidionNnL  S  coaao  .o  sitio  e^a  bain^ha  né 
lo  <pe  o  vão  do u^({ue  se.a^  sntiArii 


lEU^i  «tó  9$  bi(n».â'on4&  aindar  mm  agua* 
lae  em.  pequena  qaamiâade»  peias  taeaMir^ 
amca$  gigafUâseas;  lá  se  coDflerYam  porém 
inda^  em  um  plano  um  pouco  inferior^  oi 
kiis  tanques  da»  landeif a$^  sugaentatdo 
irogressivam€aftle  o  numero  d*esta8  com  o 
leseavolvimeoto  da  cidade. 

Depois  dos  das  FontalnhaS)  aao  estes  09 
avadooros  pnblicos  de  mais  movimeiíto  que 
ia  hoje  no  Porto. 

O  chafiuriz  das  Virtudes  termina  em  uma 
tocçao  de  cirenloi  interceptado  pelas  armas 
reaes,  com  5  <AÁga$  e  7  oastdlot;  e  anftrs 
OStas  armas  e  a  ínscripçie,  tem  %  «astettos 
m  BQeio  relevo»  divididos  por  otn  náebo  o»> 
te  esteve  a  imagem*  d»  Virgem»  represen- 
;ando  com  os  ditos  4»steUos  as  armas  da 
sidade. 

Eri  aqueUa  imaffim,  A»  pedra»  e  o  povo 
Dbe  daya  a  invecaçlo  det^^^SMi^ora  dos  Vir*' 

.  Vô-se  também  ainda  Junto  â  nova  alfan- 
dega, encostada  à  casa  n*«  i61|  da  roa  de 
Uiragaya,  a  Fonte  da  Colher»  mencionada 
por  Agostinho  Rebello  da  Costa,  a  pag:  35; 
óias,  com  as  obras  da  noy^  alfojidega,  ficou 
inutilisada. 

A  fábrica  d*esta  fonte  era  humilde^  mas 
ipuito  antiga»  e  n'ella  se  vé  ainda  a  inseri- 
pçao  seguinte  em  caracteres  salientes,  gra- 
vados na  pQdra  e  bem  legíveis,  apesar  das 
abreviaturas  e  de  estarem  alguns  mettidos 
áentro  d*outros: 

tjowcadosêía  o  SaMisíkno  Sacramento  ê  a 
puriisima  Conceição  da  Virgem  Nossa  Se- 
iihcra,  concebida  mn  pecàado  oríginát. 


ÂãffM  á'$$ia  Foniéé^ámenXià  âaSiAiiêt 

Bsu  ultima  patte  da  insmipcão  está  dee» 
Ucada  da  primeira^  em  mn  piano  iafNlor»  e 
isanutteres  muito  âiffeMntes.  Nao  tem  data» 
nas  com  certeza  é  mais.  receatei  e  dis^e 
4U(S  foi  aUi<  Mtndeda  gmusr  peia  camará, 
optando,  em  époeas  ramcHa^os  donos  da  ca* 
aa  em  OQ|a  firents  sa  aahaesia  ioM^  qoize» 
M»  apropriara  dWta. 


30S 


H»h(4etailibem^  encostado  ao  muro  da 
supporte  da  rua  da  nova  alfandega,  e  vol« 
tado  para  a  travessa  de  S.  Piedro  e  rua  de 
Mlfagaya^  um  ehafaric  com  um  tanque  a 
duas  bicas,  mandado  laser  pela  camará  mu« 
aicipsl,  Boanno  de  i9tíS,  comp  dii  a  laco»* 
oiea  iiittcripQâo,qiie  tem  o  meio  da  laehadás 

UTILIDAIHI  PUBLICA 
i  nt  nvlBRKtRO  UB  tóSS 

Ha  ainda  outro  chafariz  oom  um  tanqve 
o  doas  bicas,  na  rUa  do  Triumpbo,  eneoou* 
do  4  parede  do  quartel  militar,  dentre  da 
circumscripçao  d'esta  freguesia  de  Minh 
gaya. 


Bà  eutro  ateda  na  praga  do  Duque  4é 
Beja  (antiga  nm  do  Paca)  lado  do  nortoi. 

Tmba  só  uma  bica  e  um  pequeno  taoqua; 
como  ficaisa  muito  assoberbado  eom  o  alv 
toameaio  da  ma^  a  camarão  mandou  veiar 
com  tuna  porta  de  ferro,  mesmo  porque  es* 
ta  agua  era  salobra. 

Com  as  expropriaçQes  que  se  fizeram  pa- 
ra a  nova  alfandega,  demolindo^se  as  casas 
ditas  Hgundos  cobertosy  da  rua  de  Miragayai 
desde  a  Fonte  da  Colher  até  á  casa  n.  •  190^ 
fleop  a  descoberto  uma  pe<piena  bica  do 
agua  potável,  brotando  da  rocha^  no  fOndo 
das  eeeaâas  por  onde  se  desee  da  fiandei* 
rinha  e  palácio  das  Sereias  para  a  alfande* 
ga,  ejuiito  á  (ostagao  telegraphica*  fi  anilo 
oancorrUa  osía  humilde  ftmio. 

■ 

Ha  outm  chafariz  publico  sobre  o  largo 
do  Si  Pedro*  jnnlo  á  egr^a  de  Miragaya,  na 
trmi»  da  casa  que  íoi  mandada  fazer  pelo 
capitão  António  losé  Borges  (como  disse* 
mos)  na  entrada  da  ma  de  &  Pedro. 

É  um  chaCarii  singelo,  com  uma  só  bica 
e»  um  pequeno  tanque* 

Ao«vo  lambem  n'e8ta  freguezia,  comp 
dissemos,  uma  fonte  antiquissina»  dwomi* 
nada-nEoite  do  Touro,-HBntre  a  rua  Direi.' 
14»  oui  rua  de  Ifiragaf  a,  e  a  rua  de  Trás,  09 
rua  Armeuijw  ci»  &^B(a  da  casa  ipieboja 


304 


Ifltt 


n'e8U  ma  tem  os  numeros  36  e  38,  ou  an- 
tes 42  e  44. 

Esta  fonte  foi  absorvida  pela  casa  onde 
esteve  ainda  em  1872  a  Intendência  da  Ma- 
rinha, na  rua  de  Miragaya,  n.^"  23,— casa 
que  foi  em  1874  expropriada  e  demolida 
pela  eamara  municipal,  para  complemento 
da  rua  da  nova  alfandega. 

Houve  também  n'esta  íjreguezia  (até  1841) 
intra  muros,  na  rua  da  Porta  Nobre,  ou  dos 
Banhos,  junto  á  celebre  Munhota,  a  antiqois- 
sima^Foií^tf  da  Bata. 

Desappareceu  com  o  Forno  Velho,  Porta 
Nobre,  rua  de  Sobre  o  Muro,  etc.,  quando  se 
foz  a  roa  da  nova  alfandega. 

Ha  ainda  na  rua  Arménia  outra  fonte  pu- 
blica, denominada— i<Vm^e  do  Borçeê^-^por 
estar  na  frente,  e  a  meio  dos  grandes  ar- 
mazens  que  aUi  mandou  iázer  o  capitão 
António  José  fiorges  (n.**  62  a  84). 

É  uma  fonte  singelissimae  de  agnaaalo- 
bra. 

Alfandega 

A  alfandega  do  Porto,  como  estabeled- 
mento  do  estado,  foi  creada  no  reinado 
de  D.  Affonso  UI,  durante  as  luctas  què  es- 
te monareha^teve  com  o  bispo  D.  Pedro  Af- 
fonso ;  até  então  os  direitos  dos  géneros  en- 
trados e  sabidos  pela  barra,  pertenciam  aos 
bispos,  que  eram  senhores  do  Porto  e  seu 
burgo,  por  doação  feita  por  D.  Thereza,  ao 
bispo  D.  Hugo.  D.  Affonso  Hl  mandou  con- 
struir o  almazem,  onde  poz  juiz  de  sua  no- 
meação, para  o  despacho,  sem  andienefiã  do 
oifieiai  do  bispo,  o  que  levou  D.  Pedro  Af* 
fonso,  por  estes  e  outros  stippostos  esbulhos 
do  seu  senhorio,  a  renovar  a  excommunhão 
imposta  ao  rei,  e  acolher-se  á  Castella. 

Eqti  1406  D.  João  í  e  o  bispo'  do  Poilo,  D. 
Gil,  assignaram  termo  de  coneofdata,  pela 
qual,  entre  outros  direitos,  o  bispo  cedeu  o 
da  alfandega,  mediante  certas  Indeikmisa- 
çOes  accofdadas  entre  eUes. 

A  alfandega  Yelha  (pUmitiva  ?)  que  ^^ 
lencéra  aos  bispos,  estava  situada  na  rua  áê 
seuneme,  na  margem  do  rie,  no  silio  da  Re* 


mm 

boieira;  a  ma  da  Alfandega  é  hoje  uma  vfet- 
la  estreita  e  curta;  que  deita,  pelo  sul,  pa<: 
ra  o  largo  do  Terreiro  (Ou  Terreirhiho) 
que  defronta  com  o  rio;  e.do  norte  eottk 
a  rua  éos  Ingleses.  O  edifiéio  ainda  exISM 
te,  como  pertença  da  alfandega,  e  tornoth 
se  notável  pela  sUa  j^orfa  fálêa.  A  tal  por** 
ta  falsa  é  a  que  deita  para  a  rua  dos  In- 
glezes,  e  deu  causa  a  dífferentes  boatos,  de 
que  nos  abstemos  de  apreciar  á  veracidade^, 
mas  que  certamente  eram  exaggerados.  Até 
se  escreveu  um  poema^Or  raios  da  alfaifí* 
degat  Questão  de  má  lingoa. . . 

O  edificio  é  estreito  e  acanhado ;  sobre  as 
svras  duas  portas  conserva  ainda  a  coite 
aberta.  Gom  o  andar  dos  tempos,  reconhe^ 
ceu^se  a  insufficienefa  do  ediflcio,  e  predáé 
foi  procurar  novo  recinto. 

Ainda  em  époòa  mui  próxima  (D.  Maria 
I)  o  governo,  entendendo  que  o  edifido  da 
alfandega  era  pequeno,  convidou  a  cea)|)fa^ 
nhia  dos  vinhos  a  despejar  os  armazéns  di- 
tos do  Saavedra,  e  lá  se  estabeleceu.  Foi  uma 
expropriação  por  utilidade  aduaneira,  seta 
prévio  processo,  nem  audiência  das  partes: 

Quem  perdeu  porém  foi  a  companhia 
porquanto  ao  proprietário  foi  estipulada 
renda  avantajada  (recebia  ainda  ha  pouco 
5.000^000  réis  annuaes.) 

Apesar  porém  da  amplítade  dos  arma- 
zéns do  Sáavedrâ,  e  de  outros  annexos,"6 
ainda  do  armazém  dito  das  Freiras,  que  era 
pertença  do  convento  de  Monchique  e  que 
pela  extincção  das  ofdens  monásticas  pas- 
sou a  ser  pertença  do  estado,  a  alfandegn 
estava  dissiminadá  por  dífferentes  partes^ 
inclusive  pela  alfandega  velha>  aonde  ainda 
hoje  se  arrecadam  géneros.  Reconhecia-sd 
a  urgência  de  contrair  edifício  próprio, 
mas  havia  dilficuldade  em  obter  logar  am- 
plo. Houve  ató  o  alvitre  de  se  construir  a 
nova  edificação  junto  ao  antigo  edifício,  sen- 
do porém  preciso  arrazar  as  casas  desde  a 
parte  stdl  da  rua  dos  Ingtotes,  occfdental  4a 
de  B.  João,  até  aa  rio,  não  isendo  ainda  tt- 
sim  o  espaço  grande» 

O  receio  de  eosmsas  eiípropriáçSes  obrh 
gou  porém  a  abandonar  este  alvitre,  e  álU* 
ta  de  meMor  tocai,  *volt0U^se  a  attençlo  pi» 
ra  a  praia  de  Mfragáya,  que  iq^eBentaMí 


Mm 


305 


rriâiívamente,  longa  snpsrBde,  e  oiiâ«  as 
expropriaçõefl,  pda  intigiiifloaBcia  dos  pre- 
(Uos,  prometHãm  não  9et  muito  quantiosas. 

Antes  poróm  de  tratarmos  da  nova  alfan- 
dega,  digam&s  ainda  aigamas  palavras  qne 
Qceorrem  a  propósito  d*este  estâl)eleeimento 
em  tampos  que  já  vlo  longe. 

Qoaes  fossem  os  primitkros  direitos  qae 
6  representante  da  coroa  reeebia,  nao  o  po- 
demos averiguar.  N&  foral  dado  aoPorto^ 
por  IX  Manoel  (10  de  junho- de  A5i7),  no  pa* 
ragrapho  Alfaniega^  dizae  o  seguinte : 

«Item :  De  todas  mercadorias^  e  cousas, 
que  vierem  polia  Foz  da  dita  Cidade)  do  Doy-' 
ro  de  qualquer  parte^  que  seja,  assi  do  Re 
gno,  como  de  fora  delle,  se  pagará  a  Dizima 
a  Nós,  e  à  Coroa  de  nossos.  Regnos  emteira- 
naente,  tirando  estas  cousas  seguintes,  a  sa- 
hdT :  Madeira,  Pez,  Breu,  Rezina,  Vinho,  Fel- 
les  Cabruas,  ou  Pescado  seco  trazido  per 
Mercadores,  ou  Pescados  comprados  de  fora, 
daa  quaaes  cousas  pagavaip  aa  Igreja  os 
dez  por  milheiro  como  d^  ouUras  no  Ti- 
tulo da  Portagem  decraradas.» 

Era  um  imposto  de  10  p.  c  ad  valorem 
para  a  coroa,  e  mais  um  addicional  de  1  p. 
€.  para  o  bispo.  O  logar  de  desembarque  ou 
quadro  da  alfandega^  segundo  o  paragra- 
pho  Emtrada  per  riOy  do  mesmo  foral, 
era  desde  a  «Praya  da  dita  Cidade  des  da 
Porta  do  Mar  ou  Postigo,  athee  o  canto,  que 
«hamam  Caza  do  Laranjo*. 

O  quadro  é  hoje  pouco  mais  ou  menos  o 
mesmo,  e  quasi  todo  dentro  dos  limites  de 
Hiragaya. 

Dos  direitos  da  alfandega  pagavam*se,  aos 
-quartéis,  os  bons  ordenados  (segundo  diz  An- 
.tonio  d'01iveira  Freire,  Descripção  corogra- 
pMca  de  Portugal)  e  propinas  às  justiças  do 
Porto,  compostas  de  chanceller,  juiz  da  co- 
xôa,  dezembargadpres  dos  aggravos,  (oito) 
corregedores  do  crúa96  e  eivei,  dezembarga- 
dores,  extravagant»s  (oito),  com  muitos  es- 
crivães, porteiros,  *|)rocuradores,  contado- 
res, meirinhos,  disi^^aidores,  sollieitadores 
^ guardas.  É  muito4e presumir  que.oa  di- 
Irâtos  reaés  fossem  absorvidos  por  esta  ma- 
pt^c^r^^ie  dí^iii^i^4^.éopiQsen^béca, 


O  novo  edificio  foi  construído,  como  fica 
dito,  na  praia  de  Míragaya,  junto  ao  rio,  e 
próximo  da  egreja  parochial. 

'A  fazada  principal,  que  olha  para  o  rio, 
dista  da  aresta  do  cães,  10  metros. 

O  edificio  propriamente  dito,  foi  levantado 
na  conjuncção  do  rio  Frio  com  o  Douro,  do 
que  resultou  alguma  difiSculdade  e  custo 
nos  afícerces. 

É  dividido  o  ediâoio  hm  três  corpos,  com 
fiO  metros  de  extensão,  havendo  já  do  lado 
Occidental  um  armazém  aocessorío,  que  me- 
de 384  metros  quadrados^  e  destinado  a  ma- 
terias  ioflammavèis.  Na  parte  oriental  ha  a 
construir  outro  armazém  idêntico. 

Os  três  corpos  prineipaes,  armazém  da 
direita,  corpo  central  e  armazém  da  esquer- 
da, téem  53  metros  de  fundo,  os  armazéns,  e 
68  o  corpo  central. 

Em  cada  um  dos  corpos  lateraes,  ha  um 
armazém  subterrâneo,  de  abobada,  susten- 
tado por  72  pilares  de  cantaria,  e  que  mede 
2050  metros  quadrados.  Os  corpos  lateraes, 
além  dos  subterrâneos,  téem  três  pavimen- 
tos, sendo  os  primeiros  e  segundos  susten- 
tados cada  um  por  98  colaumas  de  ferro:  o 
terceiro  pavimento  não  tem  colamnas,  s^n- 
do  a  cobertura  sustentada  por  uma  armação 
de  ferro,  singela  e  elegante.. 

A  superficie  dos  armazéns  superiores  é 
igual  á  dos  outros,  acrescendo  a  dos  ar- 
mazéns de  entrada,  que  mede  cada  um  410 
metros  quadrados. 

A  cobertura  do  armazém  da  direita  é  de 
ferro  zincado;  mas  reconhecendo- se  que  este 
systema  de  cobertura  mantinha  a  tempera- 
tura alta,  no  corpo  central  e  da  esquerda, 
empregou- se  a  telha  vidrada,  de  grande  di« 
mensão  (16  telhas  apenas  por  metro  quadra- 
do). 

As  do  corpo  central  foram  fabricadas  no 
ebtabelecimento  do  sr.  João  do  Rio  Júnior, 
proprietário  da  excellente  fabrica,  no  Yalle 
de  Piedade. 

As  do  armazém  da  esquerda,  vieram  de 
Lisboa,  e  foram  feitas  na  fabrica  de  louça 
do  sr.  Alberto  Çypríano  Martins. 

A  armação  .do  corpo  central,  onde  ha  um 
•vasto  salão,  por  ora  ainda  por  dividir,  e  que 
Qocupa  toda  a  largura  da  faxada,  é  de  ma- 


306 


Mia 


M^  QQpabrquQçiQ  eBg«ib€i»f  que  loer^ce 
$,  p^a  Yér-Be  e  «sfja4ar'ae.  A  eonstrac^ 
do  edificio  comoçou  em  isetembiio  de  i8S9, 
íiQIE^-se  gaato  até  boje»  em  (loe  eetá  preates 
a  coDcluir-s6,  mai9  de  l.iOO  contos. 

O  deseoJbo  primitivo,  foi  do  6QgeDbeiro 
CouLaoa,  e  modificado  e  ampliado  depois,  em 
conformidade  com  as  necessidades  e  conve- 
niências, pelos  diíferentes  engenheiros  qoe 
téem  dirigido  as  obras. 

O  primeiro  engenheiro  encarregado  d'et- 
las,  foi  o  fallecido  sr,  Francisco  Mourão  Pi^ 
nheiro,  sendo  então  director  o  também  fal- 
lecido Josó  Diogo  Mousinho.  Ao  sr.  Mourão 
succedeu  o  ur.  Faustino  José  de  Victoria,  qne 
toj  chefe  das  óhras^  até  principio  do  anno 
de  i873,  em  que  passou  a  e^^ercer  as  fuaic- 
ções  de  director  do  districto,  por  ter  áe\%z- 
do  de  o  ser  o  sr.  João  Joaquim  de  Mattos^ 
qSKd  foi  encarregado  da  constjruoção  do  ca- 
minho de  ferro  do  Minho. 

Além  dos  individues  mencjonadoa^  esti- 
veram mais  na  alfandega,  os  engenheiros : 
08  srs.  Josó  de  Macedo  Araújo  Júnior,  Alberto 
Alvares  Ribeiro  e  Torquato  Alvares  Ribeiro. 

O  actual  chefe  das  obras,  é  o  sr.  Tito  Au- 
gusto Duarte  de  Noronha. 

IPara  o  estabelecimento  da  alfandega  fize- 
ram-se  largas  expropriações,  que  cuetaram 
quantiosas  importâncias. 

O  extenso  cães  (a  parte  até  hoje  construi* 
da,  mede  400  metros  aproximadamente),  na 
frente  do  edifício  e  sobre  o  Douro,  tem  de 
altura  sobre  as  aguas  mínimas  equinociaes, 
iO  metros ;  é  todo  fundado  sobre  beton,  bem 
como  os  armazéns  subterrâneos.  O  cães  de- 
verá ser  prolongado  ainda  para  os  dois  la- 
dos, oriental  e  occidental. 

O  edificio  não  está  completo  ainda ;  mas 
tem  sido  occupado  pela  alfandega  e  suas  re- 


partífjfes,  ápNpfMTi^  qoi»  fle  titom  iilli«>to 
08  differ^tae  eorpoa,  ou  aad^ea  d'eUas. 

O  andiír  nebre  de  cori»  Milral,  não  estt 
ainda  completo,  nem  oceapado^  bem  oomo 
o  ultimo  andar  do  armarem  da  esquerda. 

Apeear,  porém,  da  vaalidàcK  do  edificio^  a 
alfandega  continua  aioda  a  oceopar  o  armirv 
zem  das  Cheiras,  eemi^sto  de  dois  pavimen- 
tos, medindo  cada  um  1040  melros  quadra^ 
dos,  Cste  armazemi,  que  fica  ao  oceídenle  da 
alfandega  (quasi  iOO  inetcos  da  fK>rta  cent 
trai),  está  eom,  eUa  ligado  por  um  tramway. 

Além  d*este  armazém,  onde  se  recolhem 
couros  e  algedao,  ainda  serve  a  casa  valha 
da  alfândega,  hoje  casa  da  estiva»  e  a  àm* 
carga  da  ferro  (áz^ae  na  Ribeira. 

Na  alfandega  nova,  existe  para  facilitar  q 
transporte  das  mercadorias,  no  primeiro  pat 
vtmento,  interna  e  externamente,  uma  reéa 
de  caminhoa  de  ferro  (tramvay),  que  meda 
1900  metros. 

Nos  pavimentos  superioras  ha.  também  aâ»^ 
sente  uma  porção  de  rails,  mas  não  é  traba^ 
Ifto  definitivo.  A  aaoenção  e  deseen^  das 
mercadorias  faz- se  por  meio  de  dois  tabo- 
leiros,  ambos  movidos  a  vapor  (um  d'elles 
por  um  elevador  hydrahUeo,  construído  na 
fundição  de  Massarellos))  consta  porém  que 
se  projecta  mover  os  taboleiros  por  um  eie«- 
vador  do  systema  Armstrong. 

Do  rio  para  o  cães,  vão  as  m^cadoriaa 
elevadas  por  dois  guindastes  a  vapor  da  fár 
brica  de  Inglaterra,  Brow  Brothers  òl  G.%  a 
alcance  da  haste  é  de9%20.  Ha  ainda  no  cães 
outros  dois  guindastes  movidos  á  mão,  e  que 
prestam  serviço  mais  moroso^  apesar  de  ser* 
virem  para  cargas  mais  pesadas. 

O  movimento  da  alfandega,  é  hoje  assaz 
importante;  para  o  demoaastrar  basta  apre- 
sentar-se  o  resumo  do  do  anne  findo  (1874). 


Géneros 

Algodão  em  fio  e  tecidos 

ta  em  rama  e  tecidos 

Linho  em  rama  e  tecidos — 

Seda  em  rama  e  tecidos 

Assucar 

Bacalhau 

Aduellas 

Metaes  em  bruto 

Tabacos 

Diversos • . .  • 


IMPORTAÇÃO 


Valores^ 
2.040:538^620 
781:880^515 
593:798^00 
4»:S10ilieO 
U60:00a^6Í0 
562:2S0í;000 
407:2i8jíSaO 

724:829A 
lfl:910ii 


Dtreiios 

587:687^65^^ 

324:021^610 

60:965,«i05 

74:185,^025 

681:038^095 

345:969i(i75 

6:882^: 

29:151^^ 

329:271^85 

497:767il«56 


fwi 


• »••••• 


i0.i81:888Mi5      t.896:941MÍA 


MSI 


Mm 


309 


Qenewi 


EXK>qTACÀO 


Caroe  fi;esca  ^  j(ur0p<Mr4da ,.,•••«  ^  •••«•  *.• 

Cebolas ^ 

Cortiça 

PraeUB 

fiado  Yaeoam 

liâ  em  rama 

Minério 

Pelles  e  couros. 

Vinho : 

Diversos 


Total  do  movimento  aduaneiro : 


Total 


Valores 

54:3911450 

83:571  M60 

135:252^100 

9G9:170i^000 

193:758,0000 

72:644^000 

48:001^500 

7.803:73U100 

454:654^510 

9.860:107^080 


Direitos 

449^230 

543^890 

835(0720 

1:352;í;51$ 

19:492  J»S09 

1:937 10580 

6í092O 

48Oi0O15 

21:113«16S 

6:817«22S 

53:028^760 


Imporuçao 10.181:885^490 

Exportação 9^60: 107^080 

Tot^l 20.041:992^585 

No  mesmo  periodo,  o  movimento  da  alfandega  de  Lisboa  foi  de 

Importação 11:948:369,0000 

Exportação 8.225:773í000 

Total 20.174: 142  JiOOO 


Isto  é,  apenas  mais  132: 149^(920  réis  do 
que  a  alfandega  do  Porto. 

A  comparação  d'esta3  cifras  é  testemunho 
eloquente  da  importância  da  casa  fiscal  do 
Norte. 

É  também  verdade  que  esta  importância 
de  valores  exportados  provem  priaoôMilmen- 
te  do  vinho  dito  do  Douro,  o  qual  coasti- 
tue  uma  incontestável  riqueza  oaoioaal. 

No  anno  a  que  nos  referimos,  a  exportação 
íbi  d9  30.201.366  litros,  pouco  mais  ou  me- 
.nos  56.557  pipas. 

O  numero  de  bois  embarcados  para  ex- 
portação foi,  durante  o  referido  anne  de 
12.995,  e  como  é  muito  de  presumir,  tudo 
gado  escolhido  e  gordo.  Os  que  nâo  téem  in- 
teresse n*eáte  ramo  de  commeroio,  lamen- 
tjttnn'o  sempre  que  do  açougue  ttie Tem 
carne  ordinária  e  cara  (o  que  sucoede  bas- 
tantes vezes),  em  quanto  que  os  importado- 
res do  nosso  gado  se  regalam  com  excellen- 
tes  roast-betfs. 

O  pessoal  da  altodega  eompõe-sé  hoje  de 
I  Director. 
SChelbs  de  serviçe. 


1  Thesoureiro. 

2  Verificadores. 

p  Primeiros  offlciaes. 

4  Priméitos  verificadores. 

10  Segundo  offlciaes. 

4  Segundos  verificadores. 

11  Terceiros  offlciaes. 
21  Aspirantes. 

2  Fieis  do  thesoureiro. 

1  Contínuo. 

1  Porteiro. 

6  Serventes. 

4  Empregados  addidos. 

12  Empregados  addidos,  que  eram  do  real 

d'agua« 

92  TotaL 

Além  d'estes  ha  mais  a  companhia  braçal, 
que  é  quasi  um  batalhão,  composta  de 

1  Fiscal 
.  5  Empregados  de  diversas  cathegorias. 
80  Praças. 
25  Praças  supplememares. 

Ui  Total. 

Alóm  d'este  pessoa],  hiiniais,  a  fisealisaçS» 
e8ttna,eo  con»  auxiliar  das  atfandegMi» 


303  Mm 

Hospiolo  dos  expostos 

Acha-se  este  hospício  montado  na  )ma  Oc- 
cidental do  jardim  da  Cordoaria,  na  circnms- 

cripçao  de  Miragaya,  e  precisamente  na  casa 
<n.*  5),  qae  foi  hospieio  dos  frades  antoni- 
nos, de  Yalle  da  Piedade,  onde  estere  mui- 
tos annos  a  roda. 

Consignaremos  pois  aqui,  o  qae  temos  a 
dizer  com  relação  a  este  importante  estabe- 
lecimento. 

Nas  Ordifiaçõês  do  reino,  Li v.  !.•,  tit.  88.» 
%  10,  se  encontram  excellentes  disposições, 
relativas  á  creação  dos  innoeentes  havidos 
de  legitimo  matrimonio,  e  em  segoida  já  alli 
se  providenciou  também  com  relação  aos  in- 
felizes engeitados;  e  no  tit.  73,  §  4.*  do  mes- 
mo Liv.  l.«,  se  imp5e  aos  quadrilheiros  a 
obrigação  de  darem  parte  das  mnlheres  que 
andando  p7'enhes,  se  suspeite  mal  do  parto, 
não  dando  conta  d*elle — ^medida  que  foi  am- 
pliada no  %  %.^  do  Alvará  de  18  de  outubro 
de  1806. 

Apdsar  d'estas  providencias  as  exposições 
augmentavam  com  a  corrupção  dos  costu- 
mes, o  que  determinou  a  Intendência  da  Po- 
licia, a  crear  em  Portugal  as  rodas,  por  uma 
ordem  dirigida  a  todos  os  provedores  do 
reino,  com  data  de  10  de  maio  de  1783. 

Por  ser  um  documento  interessante,  e  que 
a  maior  parte  dos  leitores,  com  certesa  ain- 
da não  viu,  aqui  o  transcrevemos : 

OBDBM  DIRIGIDA  A  TODOS  03  PROVEDORES 

PARA  NAS  SEDES  DAS  G0MARG4S 

SE  CONSTITUIR  UMA  CASA  DE- RODA 

€  Sendo  o  augmento  da  população  um  dos 
objectos  mais  interessantes  e  próprios  de 
uma  bem  regulada  policia,  por  consistirem 
as  forças  e  riquezas  de  um  Estado,  na  mul- 
tidão dos  habitantes;  se  acha  este  tão  esque- 
cido n'este  reino,  que  em  algumas  terras 
d*elle  se  vêem  inteiramente  fechadas,  e  sem 
gente  uma  grande  parte  das  casas,  sem  ha- 
ver quem  as  habite ;  e  sendo  a  origem,  en- 
tre outras,  de  uma  tão  sensível  diminui^ 
os  reiterados  infanticídios  que  estão  ;icoote- 
Qjsndo  todos  os  dias»  e  em  todas  as  tenr^  em 


que  não  ha  rodas,  ou  berços  para  os  engei- 
tados, que,  sendo  expostos  de  noite  ás  por- 
tas dos  particulares»  aquém  faltam  os  meios 
ou  a  vontade  para  os  mandar  crear,  são  sa- 
crificados como  innoeentes  victimas,  tantos 
cidadãos  que  poderiam  ser  úteis  ao  Estado. 
Faz-se  pois  indispensável  o  dar -se  a  este  res- 
peito aquellas  providencias  que  forem  op- 
portunas  para  a  conservação  da  vida  de  tan- 
tos vassallos  recem-nascidos  estabelecendo 
pelo  modo  mais  faeil,  rodas  em  que  elles  se- 
jam expostos  e  creados  á  custa  das  comar- 
cas 6  dos  povos  que  lhes  deram  o  ser ;  e 
isto  até  á  idade  de  sete  annos,  em  que  elles, 
já  livres  dos  imminentes  perigos»  que  até 
este  tempo  os  cercam,  e,  entrando  em  idade 
capaz  de  algum  trabalho,  possam  por  meio 
d*elle,  ganhar  o  seu  diário  sustento  e  ves- 
tuário ;  para  cujo  eflfeito  vossa  mercê,  logo 
que  esta  receber,  praticará  o  seguinte : 

«Irá  pessoalmente  a  todas  as  terras  da  sua 
comarca,  e  em  cada  uma  das  villas,  estabe- 
lecerá uma  casa  em  que  haja  um  Jogar  on- 
se  possam  expor  as  creanças,  sem  que  se  co- 
nheça quem  as  leva ;  destinando  uma  pes- 
soa, com  o  mesmo  salário  que  se  costuma 
dar  á  das  albergarias,  para  a  toda  a  hora, 
dia  e  noite,  receber  os  engeitados  que  alli 
se  fôr  expor;  a  qual  será  obrigada,  logo  que 
entrar  alguma  creança,  a  dar  parte  ao  ma- 
gistrado da  terra,  seja  juiz  ordinário,  ou  de 
fora,  ou  aquém  seu  logar  servir,  para  este 
a  fazer  logo  baptisar,  e  mandar  crear  por 
uma  das  amas,  que  deve  já  ter  destinadas  e 
promptas  para  este  effeíto,  pelo  preço  com- 
mummente  na  terra  estabelecido,  o  que  tudo 
será  satisfeito  pelos  rendimentos  applicados 
nas  camarás  para  similhante  fim,  ou  pelo  ca- 
beção  das  Sisas,  n'aquellas  terras  d'onde  não 
houver  aqaelles  rendimentos;  e  para  o  que 
vossa  mercê,  quando  tomar  as  contas  dos 
concelhos,  as  tomará  também  de  todas  as 
despezas  que  se  fizerem  com  as  creações  dos 
engeitados,  até  á  edade  de  sete  annos;  fin- 
dos osquaes,  se  irão  distribuindo  pelas  her- 
dades, quintas  e  fazendas  das  circumsvisi- 
nhanças,  observando  n*esta  parte  o  mesmo 
regimento  que  se  pratica  com  os  orphãos; 
procederá  a  prisão  contra  os  juizes  ordiná- 
rios, que  no  tempo  que  servirem  deixarem 


um 


um 


30^ 


4e  satisfftier  ás  obrígaçSw  qae  por  esta  fór* 
ma  ities  sSo  impMfas;  e  intimará  aosJoiEes 
de  fóra  que,  oaso  não  eumpram  o  que  até 
aqui  vae  ordenado,  lhes  bÍo  mandarei  pas*» 
sar  certidão  de  resideneia,  antes  farei  pre- 
sente  a  sna  magestade,  o  poneo  idlo  com  qne 
se  empregaram  no  real  serviço. 

«Passará  vossa  mereé  revista  geral  a  to- 
dos 08  engeitados,  e  em  todas  as  vezes  qne 
fôr  em  correição,  para  averiguar  se  são  bem 
tratados,  on  se  tem  morrido  por  omissão,  on 
descaído  das  pessoas  encarregadas  da  sna 
creação. 

«No  fim  de  cada  anno,  vossa  mercê  envia- 
rá á  secretaria  doesta  Intendência,  nm  map- 
pa  dos  engeitados  qne  se  exposeram  em  cada 
orna  das  terras  da  sna  comarca;  dos  qne 
morreram  e  dos  qne  existem  vivos,  decla- 
rando se  os  jnizes  de  fóra  e  ordinários  cum- 
prem com  zelo  o  que  lhes  é  encarregado  a 
respeito  da  sna  creação.  B  para  qne  não 
aconteça  o  concorrerem  todos  os  expostos  a 
uma  só  terra,  por  ignorarem  os  povos  qne 
esta  ordem  é  genérica  por  todo  o  reino : 
voésa  mercê  mandará  pôr  editaes  nas  terras 
de  sna  comarca  em  qne  declare  aqnellas  em 
qne  ha  casa  de  expostos,  e  o  nome  das  mal 
e  sitios  onde  ellas  são  situadas,  para  qne 
eada  nm  se  dirija  á  casa,  que  lhe  ficar  mais 
visinha,  e  se  evite  o  incommodo  de  serem 
levados  os  expostos  de  nm  a  outro  terreno, 
como  até  agora  se  praticava.  Vossa  mercê 
mandará  aos  jnizes  e  offlciaes  das  vintenas 
<|ue  sfíaáo  caso  que  no  districto  de  cada  um 
é'êlles  appareça  alguma  creança  exposta,  a 
mandem  logo  conduzir  à  casa  dos  expostos 
da  villa,  ou  cidade  do  seu  districto,  por  al- 
gumas mulheres  que  tenham  leite  e  a  alimen- 
tem pelo  caminho;  os  quaes  conductores  se- 
rão pagos  em  continente,  cada  nm  do  seu 
jornal,  conforme  o  preço  costumado  na  ter- 
ra onde  apresentarem  a  mesma  creança,  o 
qne  o  juiz  ordinário,  ou  de  fóra,  lhe  man* 
éaié  satisfazer  sem  demora,  pelo  procurador 
dê«eneeibo. 

''  «Perguntará  vossa  mercê;  devassamente 
ent  correição,  se  os  jnizes  e  oificiaes  das  vin- 
tenas, satisfazem  ao  que  lhes  é  ordenado, 
puna  proceder  contra  elles,  no  caso  de  serem 
omissos,  fi  para  que  se  haja  da|laEàlicMr.tosia 

VOLUME  V 


diligencia  em  todo  o  reino  ao  mesmo  tempo^ 
vossa  mercê  a  execntará,  pelo  que  resp^a 
à  sna  comarca,  nõ  tempo  de  dois  mezes,  fa- 
zendo registar  esta  ordem  em  todas  as  ca** 
maras  d'ella ;  de  que  remetterá  certidão  â 
secretaria  d*esta  Intendência,  de  assim  o  ha- 
ver executado,  declarando  o  nome  das  terras 
onde  se  estabeleceram  as  ditas  casas  de  ex- 
postos, para  que  findos  os  ditos  dois  meses^ 
eu  possa  fazer  presente  a  sua  magestade,  que 
se  acham  estabelecidas  todas  as  providêtt- 
eias  necessárias  para  a  conservação  da  vida 
de  tantos  innocentes  vassallos,  no  qne  se  des» 
vela  com  maior  cuidado  a  paternal  demen» 
cia  da  mesma  Senhora.  Deus  guarde  a  vossa 
mercê.  Lisboa  10  de  maio  de  1783.  Diogo 
Ignacio  de  Pina  Manique.» 

Sendo  tão  terminante  a  lettra  d'esta  or- 
dem, não  se  estabeleceram  as  rodas  em  to- 
dos os  concelhos,  e  ficaram  soffrendo  opeso 
enorme  dos  expostos,  só  os  concelhos  onde 
ellas  se  montaram. 

Mais  algumas  providencias  se  acham  no 
alvará  de  18  de  outubro  de  1806 e nade  31 
de  janeiro  de  1775,  que  regula  o  modo  de 
educar  os  que  excedem  a  edade  de  sete  an- 
nos. 

Tal  é  em  resumo  a  historia  das  rodas  no 
nosso  paiz.  Tratemos  agora  particularmente 
da  roda  do  Porto. 


Por  provisão  de.  14  de  setembro  de  1519, 
mandou  sna  magestade  aos  administradores 
dos  hospitaes  d'esta  cidade  do  Porto,  qns 
dos  sobejos  de  suas  rendas,  que  estivessem 
em  d^osito,  dessem  á  camará  dez  mU  réii^ 
para  ajuda  da  despeza  com  os  engeitados» 
que  a  mesma  mandava  crear,  se  tanto  boa- 
vesse  mister,  senão  aquella  somma  que  fosse 
necessária,  atê  aos  ditos  dez  nUl  réis  ;•— or* 
denando  mais  aos  provedores  dos  hospitaes 
do  Porto,  que  d*ahi  em  diante  a  camará  bon* 
vesse  das  rendas  dos  ditos  hospitaes  a  ame« 
taáe  que  das  ditas  rendas  sobrasse,  depois 
de  cumpridos  os  legados  e  mais  despesas» 
devendo  ser  applicada  aqnella  metade  para 
cNsçio  dos  expostos,  onão  para  outra  coisas 
4eclarandG(  qtie^  se  a  despeul  d*estBS'«te 


montasse  a  UBto,  a  oamara  reeebecia  sé  e 
JOfttaineBle  o  que  d«8|>eode8se  «om  «lle& 

SoUicitoa  e  obteve  a  SlMerie^rdia,  com  o 
Depreaeatante  áo»  lioapitaes  do  P4)rt^  Qm>9it- 
▼ará  régio,  para  njio  4ar  aquellea  dee  qmI 
léfs,  e  el-rei  D.  João  III  deferiu,  eslando  em 
Coimbra;  mas  qneixou-so  a  eidaâe,epor 
j^Wsào  de  29  de  agosto  de  li^SS,  mandou 
fi«a  mafastado  qoe  se  cumprisse  a  de  ii  -de 
aotemft>ro  de  1M9,  aeoresoeDtaodo  :^vi$to 
fM  êl-reio  $r.  D.  M€mHel,  dirá  á  confraria 
áa  Miserieêrdia  a  adminíiiraçãa  úm  bens  do$ 
JmpUa0tif  dos  quaeSf  em  quanto  quê acama- 
ra ífMla  a  administraçií^  pagava  aerea(ão 
éo9  tngeUãáoê^ 

No  Uwrv  das  Chapas,  h  fl.  2i4,  v.  se  en^ 
Gonlra  o  alvará  de  26  de  maio  4e  150â^  que 
manda  que  do  cofre  do  crescimento  das  si- 
sas se  dêem  cem  cruzados»  por  uma  vez  so- 
mente, á  Misericórdia,  ou  a  quem  tiver  a  seu 
ícargo  a  creaçào  dos  engeitados.  É  este  o  pri- 
meiro documento  em  que  se  manda  recor- 
rer ao  cofre  das  sisas,  para  tal  fim. 

Ainda  no  archivo  da  camará,  e  no  mesmo 
lÂvro  das  Chapas^  a  11.  217,  se  encontra  ou- 
tro alvará  de  12  de  junho  de  1^2,  em  que 
se  manda  dar  do  mesmo  cofre  e  p^ira  o  mes 
mo  fim,  cem  mil  réis  annualmente,  accres- 
centandose  a  esta  quantia  a  de  cincoenta 
mil  réiSf  por  alvará  do  1.*  de  julho  de  1604. 
(Liv.  das  Chapas,  fl.  260.) 

Como  a  administração  dos  expostos  fosse 
deplorável,  os  rev.*^»*  Manuel  Rodrigues  Lei 
Ao,  fondaíÉdr  áa  conglegaçào  do  Oralof  io, 
6  Bahfaacar  Guedes,  Aindador  de  Coètegío 
ésB  MeniQoe  Orphios,  proposeram  á  CMuara 
do-  Porto  o  estabelecimento  da  rod»  dos  €(X« 
postos,  conoorrendo  a  camará  com  odtDhei- 
IQ  Moessario,  e  a  lUsencordia  oomaadiiii* 
nistraçao.  Gonmram  as  fortes  ii'e9io  planq, 
6  por  abará  de  4  de- março  de  1686^  incom^ 
Uq  ei  rei  a  Misericórdia,  da  creaçao  dos  ex- 
postos^ em  oonânmaçM  do  termo  que  o^ca^ 
nftva  fec  em  iè85^  do  pagar  ioda  a  des|feaa 
eon  preferencia  a  todo.  A  por  novo  eonira^ 
10  fbito  em  16  de  jaMio  -de  i68â,  se  obrifeo 
a  camita  a  dar  á  Wseriícordia)  para  prepa^ 
ra^^ de  oasa em  que semontasso aroda^ 
mraa  éé  quatro  mil  «mfeadoí^  f«e  %kàÊm 
«neMdídD  ilhifcpitt  deaiinadp  pMr»  ar  fér 


Mm 

têiaza0>  o  a  salif  (aur  o  rostaato  polo  eofrft 
da  eidade.  £  para.  a  soateatução  dos  eopoot 
tos  se  obrigen^a  oamara  a  dar  no  prínoipid 
de  cada  trimestre»  quinhentos  mii  róis,  attbK 
ber— trezentos  quejâelroi  havia  eoosigiia^ 
do  para  este  fim  ^oto  e  cineoenta  nas  Aí* 
ças  e  outros  eento  e  cim^oeota  no  eofre  da 
cidade) e duseotos  mH  réis  dassizas;  deola- 
rando-ee  que  nunca  a  Misericórdia  seria 
obrigada  a  pagar  coisa  alguma,  dado  qao 
não  chegasse  a  dita  consignação,  mas  que  a 
eamara  satisfaria  qualquer  verba  a  muos^ 
logo  que  o  escrivão  da  Santa  Casa  lhe  apre* 
sentasse  a  oonta  corrente  dos  gaeloa. 

£  como  a^eseolteade  easaapropriada-hott* 
vesse  retardado  alguns  annos  a  fundação  do 
tão  bamaaitario  esiabeiecimonto,  resolreaf 
80  que  esto  se  montasse  na  rua  dos  Caédm» 
reíros,  jmito  ao  hospHal  da  MiserieordiaH 
íá  para  poderem  os  expostos  ser  soeeorridas 
com  ttais  pdresttta,  já  para  se  não  ineoDMMOv 
dar  tasno  a  Misericórdia  com  a  respeeliva 
adminietnaçaoL 

Auf mentando  espantosamente  asoxpo^'* 
çõeí,  fez  acaniMra  novo  oonlrato  com  B^Ui* 
seriooidia^  em  1726,  obrigandO'Be  a  der-^lho 
peio  cofre  das  sizas,  no  primeiro  tricDesM 
de  cada  anno,  nm  cooto  e  quatro  centos  mil 
réis,  o  on  março,  junho  e  setembro  o  q«o 
oontasse  de  despeza  a  maior  por  certidio  áa 
escrivão  da  Santa  Casa,  em  harmonia  eoml 
os  contratos  aotetiores;  eisto  por  e8cripiii>« 
ra  l«vrada  na  nota  da  Misericórdia,  eomdala 
de  2d  do  seceiabro  de  1726,  o  que  foi  oonAr» 
mado  por  provisão  da  8  do  novembro  dè 
meN»o  anuo. 

£  por  outra  esoriptura  lavrada  nas  netaa 
da  Santa  Gasá,  com  data  de  6  do  maio  éo 
1738,  eievoía  aqaeiia  consignaçàe  ácttmawiy 
a  eineo  mil  cruzados  no  primeiro  trimestro^ 
obrigandose  aaaiisfazer  todaa  despeza  qia 
a  maior  se  isesso  com  aqoeUes  iofeiiies— *6 
em  tf  de  junho  de  1752^  se  deveu  aqueito 
aomma  a  treetcontos  de  róis^  com  ao 
clausulas  e  condições,  o  que  foi 
por  provisão  áà  18 de  junho  de  V!iiS^;0^^ 
ooira  i^roviflio  da  sr.*  fi.  Maria  I, 


t' Ainda  hoje  áipi^Ue  sMIo  se>dlo  HttllÉI 


MR 

àt  iê  t»  MUCO  d&  l7Stp  B6  ttittidoa  dir  ^ênl 
aqAflie  flii  i  M fMicordfa,  pelo  dòM  <tes 
stsuy  a  (fUâoila  d0  cttnoo  conios  d6  róis,  mo 
pfíneipio  éà  eada  trhaMfo. 

Kai  pMioo  mais  ^^oemtoikos  gubiu  &  es- 
te pomo  «  despeaa  eoni  od  «xpoMos,  e  maid 
tirie  actiiigia  proporções  aseastadorâs;  pois 
4ai  1818,  fior  exeiDplo>,  como  se  vé  4e  «ma 
iMBfwsaBte  memoria  sobre  o  affsampto,  pa- 
bUoada  pela  camaiTa  do  Porto  em  1823, 
nideRa  cifra  se  elevou  á  bagaielta  de  réis 
.8Íc774^7^por  serem  notória  e  esoaaâa- 
ktameale  remeUidos  para  a  roda  do  Pof  lo 
eipoetos  des  omros  eoneelhos  doeste  dfstri- 
•10,  o  mesmo  de  distrittos  estranhes ;  o  qae 
levou  o  provedor  da  roda  do  fbrio  a  pedir 
pMvideneiaft  a  soa  mageínáde,  tmixànfio  em 
segiúda  a  provisão  de  13  de  setembro  de 
Mi7,  «xfiedida  em  )8  de  favefeiro  de  1818, 
loa  prwedores  de  LaMefo,  Aveiro,  Pettaiel, 
Bvaga  e  Vlamia,  e  que  é  d»  theor  segolote: 


Mm 


Ml 


«Dom  João,  por  Graça  de  Deos,  Rei  do 
Reino— Uoido  de  Portugal,  Brazil  e  Algar- 
vès,  ete. 

«Faço  saber  a  Vós,  Provedor  da  comarca 
de  Guimaraens,  que  o  Provedur  da  Real  Ad- 
ministração dos  Expostos  da  cidade  do  Por- 
to 6  seia  Tatm6,  me  repfès^ktou  que  cottcor- 
ri«B  a  eiia  tantos  Expostos  da»  três  provti^ 
iiiis  do  None  em  distancia  de  doie  Jegoas, 
por  aeitett^  taoçados  de  Roda  em  Roda ;  o 
qÊ»  (iaiia  qiuusi  impratieavei  a  sua  ereação 
eom  a  eosslgnação  de  cinoo  eontos  de  réis 
adíaiAados  em  cada  tfimestro;  e  porque  o 
munera  los  Expostos  entrados  anmiaimeií- 
le  tíBlia  ohegado  a  mU  oitocentos  g  vinte  e 
ndotf,  aka  dos  que  se  achavSo  em  ereação 
d09  asBoa  auteriotes ;  faseiido-se  por  isso 
Meessario  novae  ptovidendas  para  haver  os 
dfeitielros  preeieos  pàlra  aqMiae  despesas ; 
pediíido  eite  aOraça  de  da  tnandar  adiantar 
doa  aoliret  da  dita  Cidade,  e  €abèç9e8  das 
giaas.  JB,  visto  aéu  reqiierliaeiíio^  resposta 
d»  Caáwrav  que  iMidei  ottvir,  mUM-maçi* 
qn  86  ImilvB  pelo  DewvAatrgador  Jerónimo 
GMiaaio  de  Bárroi  do  AraíQo  Beça,  d  do  Ph>- 
iBdor  da  Carte  a  quaoi  ao  doa  vitia ;  «o 


que  attendendo  Het  por  bem  Ordenar- vos 
que  logo,  sem  perda  de  tempo,  eohibaes  os 
Admi&istradM^s  das  Rodas  do  nosso  diM* 
Oto  do  prejudicialissimo  abuso  de  remette^ 
rem  oá  Expostos  das  suas  respectivas  Rodas 
para  a  da  cidade  do  Porto ;  aos  quaes  to* 
mareie  contas  aittraaimente  do  estado  das 
suas  Administrações,  e  da  ereação  dos  mes* 
mos  Expostos,  e  de  tudo  annualmente  me 
dareis  circurnstaBciadamente  eonta  pela  Me- 
za  do  meu  Desembargo  do  Paço.  Cumpria 
assim.»  Pot  despacho  do  desembargo  do  pa* 
ço  de  13  de  S(^embro  de  1817.* 

Os  nUm^os  expoHos  enm  conduzidos  pa»^ 
ra  o  Porto,  de  grandes  distancias,  em  mon-^ 
tdes  oti  em  ffUha,  dentro  de  canastras  e  até 
em  saècos  ;  de  que  resultava  morrerem  qua^ 
si  todos  suffbcados  e  esmagados,  éu  com  fo* 
me,  chegando  os  que  vinham  no  fundo  dos 
saeoos  e  canastras  por  vezes  já  mortos  e  em 
putrefacção,  como  se  lé  com  horror  a  pag. 
16  da  citada  memoria. 

B  apesar  da  santidade  da  instituição  e  de 
tantos  sacrifieios  e  providencias^os  abusos 
ereseiam  e  o  mal  augmentava  sempre,  até 
que  em  1813,  por  lei  de  3  de  fevereiro,  íb! 
restituída  á  camará  municipal  a  adminis- 
tração d'aquelles  infelizes,  estando  hoje 
(1870)  aqtteHe  pelouro  a  cargo  dó  vereador 
José  I>uarte  de  Oliveira,  rico  negociante  da 
rua  dos  Clérigos. 

Pela  citada  memoria  se  vé  a  que  altura 
éhegou  a  corrupção  dos  costumes  e  o  quan- 
to se  roubou  à  sombra  de  tão  santa  institui- 
^í 

Só  no  anno  de  1810  (como  diz  a  noia  ad^ 
diccional)  se  reconheceu  que  os  escrúpulo^ 
SOS  administradores  da  roda  mettiam  em 
conta  nada  menos  de  1317  expostos  a  mais* 

Isto  nao  se  commenta. 

E  quantos  abusos  e  crimes  tSíO  poderiam 
ainda  registar-se  em  outras  chancellas  do 
mesmo  estabelecimento.» 

JMb  o  mappa  4ue  Vem  na  dita  meitioTia  no9 
20  abnos  a  que  se  refere,  uma  media  de- 
4:90^,6  gostos  ptor  aanõ,  e  nos  oitiiAos  l# 
aâíQfoB  a  média  é  de-^:  174,9,  a  eargo  dd 
município — e  a  somma  dos  «stpostcíá  Mftra^ 
doa  ma  lo  ânuos  dá,  termo  nedlo-^KMKS 
por  adM»-"ò  it  AM ttUimoi  W^lMOl 


m 


MIB 


:  £  a  módia  dos  faUecimentos  nos  SO  annos 
é  de— 1:048,7  por  anno  e  nos  últimos  10— 
1196—0  que  corresponde  a  mais  de  um  5.» 
dos  entrados  nos  ditos  20  annos. 

£  a  despeza  com  os  infelizes  expostos,  foi 
nos  20  annos,  termo  médio— 4O:58Oí0  140 
réu— e  nos  últimos  !  O  annos  dá  a  media  por 
anno  de  51:768^740  réis. 

Felizmente  porém  melhores  dias  raiaram 
para  os  engeitados  com  a  administração 
directa  da  camará,  e  nomeadamente  de- 
pois que,  por  determinação  da  junta  geral 
do  districto,  foi  a  roda  fechada  e  transforma- 
da em  hospício,  em  Janeiro  de  1865. 
.  Desapparecerâm  as  revoltantes  scenas  de 
selvageria  que  se  registraram  em  outras 
épocas,  e  a  cifra  da  despeza  com  aquella  re- 
partição baixou  consideravelmente,  pois  no 
anno  ultimo  de  1873  a  1874  foi  apenas  de 
^13:973^260  réis— e  no  1.»  de  janeiro  d'e8- 
te  anno  corrente  (1875)  o  movimento  dos 
expostos  a  cargo  do  respectivo  hospício,  ou 
antes  do  município  do  Porto,  era  o  seguiu- 
te  :— creanças  internas  21  de  leite  e  9  de 
secco— a  crear  fora  do  hospício— 472  (de 
leite  e  seceo)— e  subsidiadas  com  lactaçdes 
—276. 

£  ha  no  hospido  o  pessoal  seguinte :— um 
fiel  (José  António  Bernardes  de  Faria) — ^uma 
directora — ^uma  sub-directora— e  quatorze 
amas. 

A  roda,  como  dissemos,  esteve  na  rua  dos 
Caldeireiros,  junto  ao  hospital  da  Misericór- 
dia, dito  de  Roque  Amador,  e  por  ultimo,  de 
D.  Lopo— depois  passou  em  janeiro  de  1826 
para  a  casa  da  família  Azevedos  (hoje  habi- 
tada pelo  sr.  Joaquim  de  Sousa  Azevedo  da 
$ilva  Vieira  e  Albuquerque,  seU  dono  e  re- 
presentante) na  rua  dos  Fogueteiros  n.«  1, 
já  então  d*esta  freguezia  de  Míragaya. 

Por  occasiãò  do  cerco  do  Porto,  durante  a 
lucta  em  1832  a  1833,  como  aquella  casa  esti- 
yesse  muito  exposta  ás  bombas  e  granadas 
dos  sitiantes,  foi  a  roda  provisoriamente  tran- 
afisrida  para  a  rua  de  Cedofeita;  mas  termi- 
nado o  céreo,  da  novo  se  instalou  na  rua 
dos  Fogueteiros, 

;  Ficando  vago  o  hospioio  que  os  fjrades  an- 
tonino^.  Ae  ^^e  de  Piedade  (lubaot  na 


Cordoaria  (boje  Campo  e  Jardim  dos  Martyw 
res  da  Pátria)  com  a  extineçao  das  ordeiii 
religiosas  em  1834,  pediu  a  camará  muaid* 
pai  ao  governo  aquella  easa  para  »*ella  mo^/f 
tar,  como  montou,  a  bibliotheca  publica,  e 
d'ella  foi  alli  bibliotheeario  o  nqsso  imigne 
historiador  Alexandre  Herculano ;  mas  nio 
tendo  a  casa  as  dimensões  precisas  para  tal 
fim,  trvisferíu-se  a  bibliotheca  para  o  extia^» 
cto  convento  de  Santo  António  da  CIdadi» 
onde  se  conserva,  junto  ao  jardim  de  S.  La* 
zaro,  e  em  1838,  por  portaria  de  12  de  ou* 
tubro  do  mesmo  anno,  a  roda  se  instaloa  mi 
hospício  dos  antoninos»  ainda  entio  pertan* 
cente  á  fregueda  de  Santo  ndefoBso^  e  des» 
de  1841  a  Miragaya. 

£stá  pois  a  roda  dos  exposto»  na  eaaa 
que  foi  hospício  dos  frades  antoninos -~e  o 
eapellão  do  hospício  os  baptisa  na  meaaa 
eapella  em  que  os  frades  coetumavam  iáier 
as  soas  resas  e  benzer  e  exorcismar  os  seus 
devotos. 


Consignaremos  por  ultimo  aqui  um  docu- 
mento que  prende  com  o  assumpto,  e  que 
se  acha  no  archivo  parochial  da  egreja  ^<à 
Miragaya. 

É  a  nota  do  theor  seguinte  : 

tVeio  para  esta  freguezia  de  Miragaya» » 
Roda  dos  Expostos»  sita  na  rua  doe  Fogne* 
teiros,  em  janeiro  de  1826,  e  principiaraili 
a  baptisar-se  a'esta  egreja  em  4  de  feverei* 
ro  do  dito  anno ;  continuei  a  b^tisalnos  att 
12  de  junho  do  mesmo  anno,  fazendo  os  aa> 
sentos  em  livro  que  para  isso  me  foi  dado; 
e  por  um  requerimento  que  íez  o  Provedor 
dos  mesmos  Expostos»  o  Desembargador 
Francisco  Barroso  Pereira,  e  eonaentimeiM 
que  deu  o  sr.  Bispo  D.  João  de  Magalhães^ 
convim  em  dar  licença  para  se  bapUsarena 
na  capelU  da  administração  dos  mesmos  ex- 
postos, sendo  esta  licença  pro  forma  de  seia 
em  seis  mezes,  com  a  obripçao  de  reeeber 
da  mesma  administrado  dez  mil  réis  de  e^. 
da  vez  que  a  dita  licença  fôr  reformada»  qoa 
será  pelo  8.  Joio  Baptista  e  Natal»  não  pn» 
judicaAdo  eea  isto  o  diíeito  dos  meus  sua^ 
oessoreei  como  eonsta  da-obrifaçia  qne  a 


um 

mesma  administração  fbs,  e  qaè  aqai  fiea 
appensa. 

«B  para  constar  para  o  fomro  fiz  esta  de- 
tlara^o.  Porto  e  S.  Pedro  de  Miragaya,  SO 
fie  Junho  de  1826.  —  O  Abbade  José  Coelho 
Antunes.» 

E  em  seguida,  ainda  se  encontra  o  se- 
guinte: 

«Auctorisei  o  Reverendo  José  Cameilo  de 
Almeida,  Secretario  da  administração  dos 
Sj^postos,  para  03  baptisar  na  capella  da 
mesma  até  o  dia  24  de  deiembro  do  presen- 
te anno  de  1826,  e  ao  mesmo  entreguei  o 
livro  para  n*elle  continuar  a  fazer  os  assen- 
tos em  meu  nome. 

•S.  Pedro  de  Miragaya,  24  de  junho  de 
1826w-— O  Abbade  José  Coelho  Antunes.! 

Ssoolas  de  Mlragraya 

Eis  as  escolas  e  eollegios  existentes  ^m 
1875  na  freguezia  de  Miragaya : 

Uma  aula  na  rua  de  Miragaya  n.«  153,  di- 
rigida por  D.  Rosa  de  Oliveira,  e  frequenta- 
da por  10  alumnos  e  21  alunmas. 

Outra  no  Monte  dos  Judeus  n.*  1,  dirigi 
da  por  Emília  Amélia  do  Monte,  e  frequen- 
tada l^or  16  alumnos  e  42  aiumnas. 

Outra  na  mesma  casa,  dirigida  por  Maria 
José  da  Rocha  Leão,  frequentada  por  1  alu- 
nno  e  10  aiumnas. 

Outra  na  rua  da  Esperança  n.*"  38,  dirí« 
gida  por  Anna  Maria  de  Jesus,  frequentada 
por  4  alumnos  e  20  aiumnas. 

Outra  nas  escadas  do  Caminho  Novo  n.<* 
19,  dirigida  por  Maria  Ermelinda  do  Soc- 
corro  Nunes»  frequenjada  por  3  alumnos 
6  4  aiumnas. 

Outra  régta,  na  rua  do  Calvário  n.«  43, 
dirigida  por  Maria  de  Sá  Rebello  Vasconcel- 
168  Albergaria,  que  não  é  frequentada  por 
nenhuma  alumna. 

Outra  dita  na  mesma  rua  n.*  59,  dirigida 
por  António  Ferreira  de  Jesus,  frequentada 
por  91  alumnos,  e  a  noòturna  por  5  meno- 
res e  29  aduHos,  do  sexo  masculino. 

Outra  particular  na  mesma  ma  n.°  80,  dl* 


Mm 


m 


rigida  por  Mareellina  Rosa  de  S.  José,  fre- 
quentada por  4  alumnos  «  24  aiumnas. 

Um  collegio  na  rua  da  Restauração  n.^ 
281,  dirigido  por  Eduardo  Augusto  Allen, 
frequentada  por  25  alumnos  em  instrucção 
primaria  e  secundaria. 

Outro  na  rua  do  Rosário  n.*"  21,  dirigido 
por  Marianna  Sotto  Maior,  frequentado  por 
3  alumnos  e  18  aiumnas  em  instrucção  pri- 
maria e  secundaria. 

Todas  as  aulas' são  de  instrucção  prima- 
ria. 

São  9  escolas  frequentadas  por  175  alu- 
mnos e  97  aiumnas.  Total  de  ambos  os  se- 
xos, 272. 

Capellas  na  freguezia  de  Miragaya 

Ba  n*esta  freguezia  varias  capellas  parti- 
culares, sendo  a  mais  notável  a  do  capitalista 
António  da  Silva  Monteiro,  na  sua  casa  da 
rua  da  Restauração,  n.<*'  128  a  148. 

É  considerada,pela  sua  elegância  e  rique- 
za, a  primeira  capella  particular  do  Porto,  na 
actualidade. 

E  ha  n*esta  freguezia  4  capellas  conside- 
radas publicas— uma  no  palácio  das  Se- 
reias, da  famili2^  Porto  Carreros,  na  rua  da 
Bandeirinha,  •—  outra  com  a  invocação  do 
Senhor  dos  Afflictos,  na  cerca  do  Hospital 
da  Misericórdia,  e  propriedade  da  Santa  Ca- 
sa— outra  com  a  invocação  do  Espirito  San- 
to,que  fez  parte  da  antiga  albergaria  do  San- 
to Espírito,  de  que  trata  este  artigo,  e  que 
hoje  pertence  à  confraria  do  Santíssimo  de 
Miragaya;  e  outra  de  Nossa  Senhora  da  Es- 
perança, no  alto  da  rua  d'eate  nome,  junto 
á  egreja  de  S.  João  Novo.  Esta  capella  é 
muito  antiga,  posto  se  não  saiba  quando, 
nem  por  quem  foi  construída.  Estava  Junto 
^0  Postigo  dos  Frades  ou  da  Senhora  da 
Esperança,  e  encostada  às  muralhas  da  ci- 
dade, como  a  capella  de  SanfAnna,  junto  ao 
histórico  Arco  de  Sant'Anna,— a  de  S.  Se- 
bastião, junto  à  porta  de  S.  Sebastião,  ete 

£  desde  tempo  ímmemorial  propriedade 
dos  abbadea  de  S.  Pedro  de  Miragaya,  e  por. 
elles  administrada,  e  tem  a  meie  da  padiei- 
ra  da  porta  da  entrada,  em  caracteres  bem 
visíveis,  a  era  de  1624. 


3H 


WR 


^  t  mmio  pequena  e  hamilde,  e  dema&dt 
restauraQao  completa,  mas  ainda  n'ella  se 
celebra. 

Houve  mais  n'6sta  freguezia  outra  capei- 
la  considerada  publica,  á  entrada  da  rua 
dos  Fogueteiros,  junto  à  casa  n.**  I,  que  é 
hoje  propriedade  de  Joaquim  de  Azevedo,  e 
que  foi  para  alargamento  da  rua,  expropria- 
da pela  camará  municipal,  e  demolida  em 
1872. 

Esta  capella  havia  sido  construída  em  1767 
pelo  capitão,  José  Pinto  de  Meirelles,  ca- 
valleiro  professo  da  Ordem  de  Ghrísto,  en- 
tão morador  na  rua  de  BelloMonte,  fregue- 
zia da  Victoria,  e  tinha  a  invocação  de  Nos- 
sa Senhora  da  Conceição  e  Jesus,  Maria,  Jo- 

Era  o  dito  capitão  Meyrelles  dono  da  quin- 
ta das  Virtudes,  e  foi  oHa  que  mandou  fazer 
as  casas  que  hoje  habita  e  possue  o  sr.  Joa- 
quim de  Sousa  d' Azevedo  da  Silva  Vieira  e 
Albuquerque. 

Houve  ainda  outra  capella  considerada 
publica,  na  rua  da  Bandeirinha,  com  invo- 
cação de  Santo  António,  construída  em 
1781  por  Domingos  António  Dias,  oa  sua 
ca&a  sita  na  dita  rua,  e  que  hoje  tem  o  n.*" 
16. 

Ainda  lá  se  vé,  mas  profanada. 

■ 

Capella  do  Senhor  dos  Âfflictos, 

na  cerca  do  Hospital  da  Misericórdia^ 

e  Adro  dos  Enforcados 

Desde  tempo  immemorial  costumava  a 
.irmandade  da  Misericórdia  acompanhar  até 
aos  degraus  do  patíbulo  os  infelizes  a  quem 
era  applicada  a  pena  de  morte  na  forca,  e 
em  seguida  lhes  dava  sepultura  em  local 
determinado;  que  foi  muitos  annos  um  chão» 
denominado  Campo  das  Malvas,  nas  proxi- 
midades da  antiga  porta  do  Ohval,  aproxi- 
madamente, sitio  onde  mais  tarde  se  edificou 
a  egreja  e  torre  dos  Clérigos;  e  depota  que 
a  Santa  Casa,  em  1769,  comprou  os  dois 
meios  casaes  ditos  do  Roballo,  para  sobre 
elles  levantar  o  seu  novo  bospital,  transfe- 
riu o  cemitério,  ou  Adro  dos  Enforcados  pa? 
ra  um  dos  pontos  extremos  d*aquelie  terre- 


UB 

no,  Bo  alto  e  a  oesne  da  rua  dos  Carraoeaiv 
hoje  rua  da  Liberdade. 

O  Adró  dos  Enforcados  era  um  recinto 
vedado  pop  um  muro,  com  um  poriia  40 
ferro  sobpe  a  dita  rua,  teoáe  a  neiefo  HW 
capellinha  apenas  com  uma  singela  env 
de  madeira  no  topo;  e  à  frente  da  capella, 
entre  esta  e  o  portão,  havia  um  cruzeiro  de 
pedra,  com  a  imagem  de  Jesus  crucificado^ 
formando  um  todo  macisso,  com  o  dito  cru- 
zeiro, sendo  aquelle  crucifixo,  com  a  invoca- 
ção de  Senhor  dos  Affiíctos,  obf^^o  de  gran- 
de devoção. 

Os  enterramentos  dos  justiçados  e  dtn 
presos  que  fòlleciam  na  cadeia,  eram  feitos 
em  um  pequeno  espaçb  detraz  da  capelli- 
nha, e  ali!  ia  em  procissão  todos  os  annos  a 
irmandade  daMisericordia,  par«a  remoyer  as 
ossadas  para  o  seu  cemitério;  mas  em  ses- 
são de  defini  tório  de  6  de  abril  de  1836,  por 
proposta  do  muito  benemérito  irmão,  Lucia- 
no Simões  d^  Carvalho,  se  resolveu  transfe- 
rir o  Adro  dos  Enforcados  para  a  cerca  do 
novo  Ho^U^il  (cerca  onde  se  enterravam  os 
cadáveres  dos  doentes  que  falleciam  na  tMi- 
aa}— e  emprazar  o  chio  do  dito  adro  oom 
outros  chãos  adjacentes,  que  a  Misericórdia 
possuia  junio  d^aquelle. 

Foram  effectívaoiente  aqnelles  chãos  em- 
prazados  a  diversos»  e  a  casa  de  loaè  Car- 
los Lopes,  sita  na  rua  da  Liberdade,  $.•  77, 
occupa  o  chão  que  foi  o  Adro  dos  Enforca- 
dos. 

Os  motivos  principaes  por  que  a  Sasla 
Casa  transferiu  o  adro  ou  cemitério  dos  en- 
forcados para  a  soa  cerca,  foram?— o  ser  Rmi'* 
to  pretendido  para  edificações  aquelle  local 
—o  haver  na  cerca,  e  a  poucos  passos  de 
distancia,  espaço  de  sobra  para  reee)»er  ep 
cadáveres  d'aqueUes  infeliies,-— nio  haver 
já  n*aqnelle  tempo  dffficuldade  em  lhes  dar 
sepultura  em  cominum  com  os  outros  cadá- 
veres,—e  o  serei)  }â  enião  rarissisias  m 
execuções  capitães,  e  tanto  que  d^oisda 
suppressão  do  velho  adro,  só  se  abriu  9Kk 
cerca  sepultiirapara  um,-^a  N.  do  portão 
de  entrada  para  a  dita  cerca,  Junto  a  eiie^e 
encostada  ao  muro,  onde  ha  hoje  umas  per 
quenas  casas  do  caseiro;— e  mm  esse  ii^ 
iu  attí  foi  sepultado. 


MIR 


mm 


di5 


.  QMidi^j^flstlto^AHíérartojahâvift  trans- 
posto a  ODirada  para  a  eerea,  e  k  ««r  lan- 
hado i  seputora,  ó  pobre  joailçaldo,  tofoa- 
8«  qw  élle  H  fnof>êra  4  áãva  tignaet  09  H^ 

Era  immeDto  a  conooireBCia  de  po^qoe 
viera  até  alli  cem  o  fúnebre  corteja,  e  todosae 
acercaram  da  tumba  para  se  certificarem  de 
feeu>4ào  extranho,  seodo  feral  e  proftioda  a 
coiomoção,  mesmo  porque  o  iufeiiE  jastiça- 
Aé,  como  nos  coutaram  testemunhas  oeula* 
r«a  fidedignas»  era  um  sympathleo  moço, 
^e  havia  sido  militar,  e  que  teria  apenas 
20  0U  23  annos. 

Em  vista  de  tão  extraordinária  occorren« 
1^  foi  aqu^He  infeliz  recolhido  ao  hospital 
da  Miserícoréia,  onde  falleoiu,  segundo  se 
disse  o  constou;  mas  alguém  assevera  que 
fora  sepultado  eutro  cadáver  com  o -nome 
d*aque]]e,  e  que  o  infeliz  justiçado  recupe- 
rou a  liberdade,  sobrevivendo,  como  por  mi- 
lagre, chegando  muitas  pessoas  a  pedir  e 
gsardar  como  reliquiasi  fragmentos  do  ha* 
Mio  em  que  o  tinham  visio  na  tumba,  amor- 
talhado. 

Igaoramos  o  nome  d'aqueile  iafelii;,  e  a  da- 
ta- d'est6  facto,  mas  vivem  ainda  no  Porto 
muitas  pessoas  que  o  presencearam. 

Supprimide  o  velho  Adro  dos  Enforcados, 
mandou  a  mesa  adunoistradora  da  santa 
casa  remover  para  a  cerca  do  seu  novo  hos- 
pital, a  capella  e  o  cruzeiro  que  estavam  no 
éítõ  adue.  E  là  se  vé  ainda  na  cérea  aqueUa 
eaiiellinha^  e  o  cruzeiro  que  dentro  d'el- 
kl  se  conserva,  do  lado  da  Epístohi,  em  uma 
espécie  de  sanetuario,  qae>  ae  deoominaC-'»- 
pdkí  da  Senhor  das  AffÚetas-e  eomo  em  1856 
demandasse  reparos  foites,  n'esse  mesmo 
attfto  e  principio  do  seguinte,  foi  convenien- 
temente restaurada,  sendo  provedor  da  San- 
ta Casa  o  sr.  conselheiro  António  Roberto  de 
OKvfeíra  Lc^pes  Branco,  então  deeembargadirir 
na  relação  do  Porto,  e  ministro  de  escad»  fao« 
nor8rio,hoje  desembargador  no  supremo  tri- 
bunal de  justiça,  e  mordomo  encarregado  do 
pelouro  das  obras,  o  sr.  dr.  Praneisco  de  Sal- 
letf  Gomes  Cardoso,  digno  lente  de  botânica  na 
AeadeÉiia  Portuense,  e  actualmente  escrivão 
da  Santa  Casa,  o  qual,  em  virtude  do  cargo 
que  occupava  na  mesa  adminietradara,  foi 


qttem  mparinleti^tea  na  dfta  refina«ra{9o«  9 
por  iniciativa  do  mesmo  sr.  eobselhehx»  pro« 
vedor,  foi  solemtiisada  oom  pompesá  féstí' 
vidade,  a  reaberttira  da  capeílioha  no  dia  iS 
de  junho  de  i8^,  asslstmdo  toda  a  mesa  e 
offêrecíiiéo  o  sr.  dr.  Sallès  a  muska^  que  f»i 
dá  òapella  de  SKvestre  de*  Aguiar  Bizarro 
ainda  hoje,  sem  contestação,  a  primeira  TBnh 
sica  de  capella  que  ha  no  Porto. 

E  seja  duo  de  passagem,  que  tanto  o  sr. 
SHvesire,,como  o  oereeiro,  armador,  cele- 
brantes^ etc,  não  qfrizeram  estipendio  ai-» 
gora, 

OfSeiou,  aeolytado  por  dois  benefictâdee» 
o  sr.  doutor,  vigário  geral  do  bispado  o 
chantre  da  Sé  dò  Porto,  Miguel  Joaquim  €^ 
mes  Cardoso,  que  havia  sido  escrivão  dft 
Santa  Casa  em  1856  a  1856 ;  e  tão  luzídA 
foi  aqnena  festividade,  e  tanto  se  avivou  em 
todos  a  devoção  com  o  Senhor  dos  AfOictoss, 
que  os  empregados  superiores  do  hospimi 
da  Misericórdia  resolveram  festejar  todos  os 
annos  o  dito  Senhor,  e  logo  se  ofereceu  ge- 
nerosamente para  celebrante  o  sr.  vigário 
geral  Gomes  Cardoso,  de  saudosa  memoria, 
e  cumpriu  a  promessa  emquanto  poude,  le« 
vando  sempre  comstgo,  a  convite  seu,  dois 
beneficiados  da  Sé  (o  reverendo  Furtado, 
seu  sebHhho,  e  o  reverendo  Carvalho,  actôai 
mestre  de  ceremonias  do  paço)— mas  quan- 
do officiava  ha  dita  festividade,  eni  Í86T> 
sentiu  um  insulto  de  paralysia,  e  a  custo 
terminou  o  s'anto  saerificio,  ficando  tão  aba- 
lado  que  não  mais  se  restabeleceu,  nem  pou* 
de,  como  desejava,  continuar  a  cumprir  a 
sua  prtNhessa,  falleoendo  em  i870. 

Aquella  festividade  era  feita  a  14  de  jo* 
nho,  no  dia  immediato  ao  da  abertura  do 
hosplteil,  por  iniciativa  do  provedor,  e  a 
expensas  dos  empregados  superiores  do  hos-* 
pitai ;  mas  como  ha  annos  a  mesa  supprí*» 
misse  a  solemnidade  da  abertura,  por  ser  in* 
conveniente  para  os  enfermos,  desde  essa 
data  deixaram  os  empregados  da  fazer  aqucff- 
la  festividade;  mas  os  devotos,  que  são  mui- 
tos, por  subscripção  aberta  entre  elles,  e  ain- 
da com  a  iniciativa  e  coadjuvação  dbs  em- 
pregados do  hospital,  continuaram  a  fazer^ 
como  fazem,  a  dita  festa  todos  os  annos— ^ 
com  sermão,  missa  cantada,  musica,  bandei-^ 


316 


*T^W^ 


IHB,  fega  aolto  e  preso^  e  grande  arraial»  nias 
em  dia  incerto,  ao  mez  de  setembro ;  e  só 
^m  devoto  o  anno  ultimo  (1874)  oifertoa  ao 
Senhor  dos  Afflictos  iOOMOO  réis. 

Também  a  mesa  da  Santa  Gaea  resoheii» 
em  seguida  á  restauração  da  çapeiiiaha»  que 
n*eUa  se  celebrasse,  como  se  celebra,  uma 
missj^  resada  todos  os  domingos  e  dias  san- 
tificados. 

Begistraremos  também  aqui  um  facto,  que 
prende  com  esta  capella. 

Estando  em  tratamento  em  um  dos  quar- 
tos particulares  do  hospital  da  Santa  Ca- 
sa Luiz  Pinto  de  Sousa  Pereira  de  Menezes, 
uUimo  senhor  e  representante  da  nobre  ca- 
H  de  Cutéllo,  freguezia  de  Miomães,  na  co- 
marca de  Rezende  (fáUeceu  em  1870)  fez 
totó  de  pesar-se  a  prata  e  de  dar  o  valor 
d'ella  ao  Senhor  dos  Afflictos,  se  recuperas- 
se saúde,  e,  como  se  restabelecesse,  cum- 
priu. 

Não  deu  aquelle  peso  em  prata,  mas  mui- 
to expontaneamente  se  constituiU'  devedor 
para  com  a  Santa. Casa,  da  quantia  de  réis 
l:996^800--cifra  em  que  comportou  o  va- 
lor d^aquelle  peso  em  prata ;  e  isto  por  es- 
çriptura  lavrada  em  27  de  maio  de  1852,  nas 
notas  dotabe  lliao  Francisco  Pereira  Pinto, 
do  julgado  de  Aregos,  a  qual,  depois  das  for- 
malidades do  estylo,  resa  assim : 

.  c . . « .  e  logo  presente  elle  dito  lUustrissi- 
mo  Senhor  Luiz  Pinto  de  Sousa  Pereira  de 
Menezes,  por  elle  foi  dito,  que  por  occasião 
em  que  assistia  na  referida  Santa  Casa  da 
Misericórdia,  de  quem  ó  indigno  Irmão  No- 
bre, achando- se  em  perigo  de  vida  recorre- 
ra e  pedira  ao  Senhor  dos  Afflictos,  que  se 
Tenera  na  capeUa  do  cemitério  da  mesma 
Santa  Casa,  o  livrasse  do  mesmo  perigo  e 
de  seus  padecimentos,  promettendopesarse 
e  dar  de  offerta  ao  mesmo  divino  Senhor, 
em  'prata  o  peso.  do  seu  corpo,  e  tendo  co- 
nhecido visivelmente  algumas  melhoras,  ef- 
f^  d*aquelle  seu  pedido  ao  Senhor  dos  Af- 
flictos^ pretendia  realisar  aquella  oflérta  e 
a*este  sentido  dava  e  doava  ao  mesmo  Se- 
nhor dos  Afflictos  a  quantia  de  um  conto 
novecentos  e  noventa  e  seis  mil  e  oitocentoss 


um 

réis^  que  foi  o  em  quaffCopesoa  elle  dMupte» 
segundo  a  conta  feita  pelos  Mezarios  da  àir 
ta  Santa  Casa,  e  limitada  a  elle  doante  em 
carta  de  8  de  Novembro  de  1850,  pelo  £s« 
crivão  da  Mesa  António  Fernandes  Guima^ 
rães,  e  isto  debaixo  das  condiçSes  segnin* 
tes...»  etc 

Em  resumo  as  ditas  condições  constante» 
da  escríptura  são :— -1.*  que  o  dito  dinheiro 
seria  dado  a  elle  doante  a  juro  legal,  con 
as  precisas  seguranças— 2.*  que  nio  pode- 
ria ser  levantado  o  capital  emquanto  se  vSot 
julgasse  a  divida  mal  parada— 3.*  que  a  San- 
ta Casa  aeceiurà  o  pagamento  d'aqueila  di- 
vida no  todo  ou  em  parte— em  um  anno  oo 
mais  quando  elle  doante  ou  seus  herdeiroa 
eauccessores  quizerem — o  queaSantaCa» 
sa  acceitou. 

Ainda  por  ultimo  direi  que,  quando  em 
1856  a  1857,  o  sr.  dr.  Francisco  de  Saltes 
Gomes  Cardoso  dirigia  a  restauração  da  ca* 
pella,  mandou  também  restaurar  a  imagen 
do  Senhor  dos  Afflictos,  que  estava  e  está» 
como  dissemos,  dentro  da  dita  capella,  na 
própria  cruz  que  foi  do  Adro  dos  Enforca^ 
dos. 

Oapella  ou  oa49ia  do  deposito 

Ha  também  na  mesma  oérca  do  hospital,, 
um  pouco  ao  sul  da  capella  do  Senhor  dai. 
Afflictos,  outra  capella  mais  pequena  onde* 
se  depositam  e  encommendam  os  pobres, 
fallecidos  no  hospital. 

Na  capella  do  Senhor  dos  Afflictos  se  de* 
positam  os  cadáveres  dos  do^tes  partieii^ 
lares  quando  os  seus  herdeiros  ou  teslar^ 
menteiros  querem  funeral  e  offlcios  além  do* 
oommum. 

Esta  capellinha  ou  casa  de  deposito,  tem 
um  pequeno  compartimento  annexo,  eom 
uma  mesa  de  mármore  para  autopsias,  ^ 
foi  removida  para  o  local,  que  hoje  oocupa^ 
de  outro  onde  (ôra  edificada,  aproximada- 
mente no  anno  de  1795^  quando  se  traubfe* 
riram  os  primeiros  doentes  do  velho  hospi* 
tal,  dito  de  D.  Lopo,  na  rua  dos  Caldeirei- 
ros, e  prhicipiaram  a  sepultar-se  na  cércft 


MM 


3Í7 


áD  B0¥0  hospital  oa  áoeoMè  quê  A'dlé  faUe« 
ceram. 

£  reBD0V6a«96  a  dha  eapeila  oa  easa  de ' 
deposito,  porqae  a  cérea  havia  alteado  eon- 
sideravelmente  cpm  a  grande  quantidade  de 
entaUio,  que  reeebéra,  fleando  a  eapella 
muito  affroBtada,  porque,  hatendo  sido 
creadoe  oa  eemiterios  pnblicos,  a  mesa  ad« 
nittistradora  da  Santa  Casa  rosolvea  crear, 
aomo  ereoo,  na  cérea  e  ehao  devoluto  do  seu 
eemiterio,  um  horto  botânico,  para  cultura 
de  plantas  medieinaes,  e  para  isso  se  pre- 
parou o  terreno,  formando  taboieiros,  um  dos 
quaes  tomou  o  chão  onde  estava  a  eapelli* 
nba. 

Capella  de  Nossa  Senhora  do  Soooorro 

Houve  também  n*esta  freguezia  de  Mira* 
gaya  ^  uma  ermida  ou  capeilinba  com  a  in* 
vocação  de  Nossa  Senhora  do  Soeeorro,  so- 
bre o  arco  da  Porta  Nebre,  veUada  a  este  so-* 
a  rua  dos  Banhos. 

Era  uma  espede  de  nicho,  mas  bastante 
espaçoso,  pois  n'elle  estava  a  imagem  da 
SÕihora,  de  tamanho  natural,  e  n'elle  se  ce- 
lebrava o  santo  saeríâcio  ainda  em  melado 
d'este  século,  e  o  povo  que  concorria  á  mis- 
sa» tomava  o  lanço  da  rua  fronteira  e  coa- 
tiguo.  ^ 

£ntsava-se  para  a  capeilinba  por  uma 
viella  que  dava  para  a  rua  de  Sobre  o  Mu- 
ro, e  como  o  dono  do  prédio  confinante  (n.* 
i  d'esta  rua)  conseguisse  apropriar-ae  da 
viella,  sobre  a  qual  augmentou  a  casa,  por 
dentro  d*esta  nos  últimos  annos  era  obriga- 
do a  dar  passagem  para  o  nicho. 
/  Quando  se  demoliu  aquelle  arco  para  a 
abertura  da  rua  Nova  da  Alfandega,  demo- 
liu^se  também  a  dita  capella,  que  d*ella  fa- 
zia parte,  e  que  era  tão  antiga  como  elle. 

D'esta  ermida  se  faz  menção  no  celebre 
Livro  Brcmco  da  curaria  d*e8ta  Sé  do  Porto, 
pois  a  íl.  M,  V.  n'eile  se  encontra  o  seguin- 
te: 

«Rua  da  Porta  Nova.  Tombo  fl.  144,  v.— 

t  Só  em  i841,  como  dizemos  algures,  dei- 
xaram de  pertencer  á  freguezia  de  Miragaya 
as  casas  intra-muros,  próximas  â  Porta  No- 
bre. 


O  Doutor  Manuel  pereyra  da  Silva,  de  villa 

nova  de  Gaya,  pesue  em  Pactuazim,  humas 

cazas,  as  penúltimas,  junto  à  hermida  de  No- 
sa  Senhora.  Paga  de  renda  nove  mil  e  oiten* 

ta.  Laudemio  de  sete  nm,* 

E  no  tombo  da  dita  curaria  a  fl.  144,  t« 
(logar  citado  no  celebre  Idvro  Branco)  se 
acha  a  verba  do  theor  seguinte : 

«O  abbade  Pantalliam  pereyra,  irmão  do 
comendador  Bernardo  pereyra,  em  verba  do 
seu  testamento  as  cazas  que  pesuhia  de  que 
hera  direito  senhorio,  que  trás  per  prazo  Pa- 
ctuazim«  Pêro  Perreyra  tanoeiro  junto  a  Por* 
ta  nova,  à  hermida  de  nosa  Senhora  da  ban- 
da do  muro,  a  penúltima  caza,  de  que  paga 
de  foro  dez  mil  reis,  e  para  esta  Curaria  no- 
ve mil  e  oitenta  e  oitocentos  reis,  a  nosa  Se- 
nhora da  silva,  e  seis  vinténs  a  San  Fran- 
cisco.» 

Quasi  todos  os  annos»  os  habitantes  do  si- 
tio e  outros  devotos,  festejavam  a  dita  Se- 
nhora doSoocorro,  com  sermão,  missa  can- 
tada, fogo  solto  e  grande  arraial,  armando 
um  palanque  em  seguida  â  capeilinba,  por 
ser  esta  mui  pequena — consta  ainda  que  a 
esta  ermida  pertenceram  uns  armazéns  em 
Villa  Nova  de  Gaya. 

Senhor  da  Saúde 

Mencionaremos  também  aqui,  o  cruzeiro 
de  Senhor  da  Saúde,  que  hoje  se  acha  na  ca- 
pella de  S.  José  das  Taipas,  freguezia  de 
Nossa  Senhora  daVictoria,  mas  que  estevb 
muitos  annos  n*esta  freguezia  de  Miragaya, 
encostado  â  casa  n.*  li  a  12  da  rua  Occiden- 
tal do  jardim  dos  Martyres  da  Pátria,  e  au* 
teriormente  na  mesma  rua,  quando  era  ain- 
da Campo  da  Cordoaria  Nova. 

Fel  um  dos  muitos  cruzeiros  que  houve 
nas  ruas  d'esta  cidade,  tendo  este,  uma  ima- 
gem de  Jes  us  Cmcifteado,  com  a  invocação 
de  «Senhor  da  Saúde»  objecto  de  grande  de- 
voçaOé  e  tanta,  que  desde  tempos  remotos 
era  festejado  ^  10  de  Agosto),  com  grande 
arraial,  musica,  bandeiras,  muito  fogo  solto 
e  preso;  e  quando  a  camará  municipal  tra*» 
tava  de  remover  aquelle  cruzeiro  para  o 


5i8 


fm 


adro  da  egraja  de  &ioto  IliefMiio,  os  p^xel» 
roa,  principaes  davocos  do  Senhor  da  Saiido» 
o  levaram  para  a  próxima  oapeiia  da  S.  lote 
das  TaipaS)  ondd  ainda  se  fesleja  todo»  os 
annos,  com  sermão  o  missa  cantada;  mas  des- 
de qup  para  alli  foi  removido,  cessou  o  ar- 
miai,  mesmo  por<|Qe  o  Campo  dos  Martyres 
da  Pátria,  onde  o  povo  se  reunia,  por  essa 
occasião,  foi  transformado  em  jardim  o  se 
fechou. 

Hofii^tai  da  Ifiserloordla 

Fica  este  hospital»  nos  limites  da  fregne* 
da  de  Itiragaya,  e  tem  a  frente  voltada  a 
este,  sobre  a  rua  occidental  do  Jardim  da 
Cordoaria,  confinando  ao  norte  com  a  Praça 
do  Duque  de  Beja,  e  ao  sul  com  a  rua  da 
Restauração,  devendo  oonfinar  a  oeste  oom 
as  ruas  da  Liberdade  e  do  Rosário,  onde  tem 
já,  como  balisa,  um  pequeno  lanço  de  cu- 
nhal, feito  ha  muito. 

O  padroeiro  d*esle  hospital,  é  o  grande 
thaumaturgo  Santo  António ;  e  a  propósito 
oottsignaremos  aqiú  o  facto  seguiole : 

Quando  em  cessão  de  15  de  julho  de  1770 
a  mesa  administradora  da  Santa  Casa,  esco- 
lhia padroeiro  para  o  seu  novo  hospHal,  di- 
vidiu-se  em  parcialidades.  Queriam  uns  que 
fosse  S.  SebasUão^ootros^  S»  João  de  Deus 
— outros,  S.  José — e  outros.  Santo  António, 
optando  pelos  santos  dos  seus  nomes» 

Á  vista  d'isto,  lembrou  o  provedor,  que 
se  procedesse  a  escrutínio  seereto,  e,  corri'* 
do  este,  foi  eleito  o  thanmaiurga  Santo  An* 
tonio;  mas  observou  o  provedor  que  algneoi 
poderia  censurar  a  eleição  feita,  visto  que 
efle  se  chamava  António  (era  D.  Aitenio  ée 
Lencastre,  brigadeiro  dos  exerciloe  de  sua 
magestade  e  ooronel  do  l.""  regimento  da 
guarnição  do  Porte),  e  que  o  esccivioda  San  • 
ta  Casa,  era  também  António  (António  Ber- 
nardo Alves  de  Brito),  e  que  aioda  mais  dois 
dos  mesarios,  eram  Anionios;  e  por  isso;  pe- 
diu aos  irmãos  presentes  que  BMditasse», 
eoDcluíndo  por  propor  novo  escnuiiio;  nas, 
corrido  este,  foi  outra  vea  eleito  por  unani* 
mldade  e  thaumaturgo  t .  *  • 


A  planta  do  ediisio  foi  feita  en  t7M^  pelo 
celebre  arehitecto  inglez,  João  Karr,  éa  d- 
dado  de  York,  pela  qual  recebeu  500  libras 
esterUnas. 


'Cteando  el«rei  D.  Manuel,  por  Alvará  de 
14  de  nurço  de  ááOO,  a  confraria  da  Mit»* 
rioordía  do  Porto,  deu-lhe  a  antiqnisslma  al< 
herdaria  de  Roque  Amador,  sita  na  rua  doe 
Caldeireiros,  e  como  fallecesse  em  Madrid, 
em  SO  de  janeiro  de  1584  D.  Liopo  d*Almer- 
da,  irmão  do  vice-rei  da  índia,  D.  Francisco 
d' Almeida,  legando  boa  parte  da  sua  fortuna 
á  Misericórdia,  para  ella  erigir  um  hospi- 
tal,  tratou  esta  de  dar  maior  desenvolvime»* 
to  ao  de  Roque  Aqador;  e  taes  obras  n*eUa 
fez  e  tanto  a  melhorou,  que  perdeu  o  nome 
originário  de  Roque  Amador^  e  se  denomi- 
nou de  D.  Lopo. 

Crescera  porém  muito  a  cidade,  é  augmen- 
tando  proporcionalmente  os  encargoç  da 
Santa  Casa,  resolveu  esta  fazer  novo  hospi- 
tal, mais  amplo  e  em  sitio  mais  desafronta- 
do, e  para  este  fim  comprou  extra-muros  os 
dois  meios  casaes,  ditos  do  RobaHo,  a  Rosa 
Angélica  de  S.  José,  filha  de  Manuel  Gomes 
da  Silva,  e  a  João  Ribeiro  e  sua  fiHia  Anna 
Tberesa  Luisa  (o  primeiro  por  3:106^000 
réis,  e  o  segundo  por  2:084i^000  réis),  sen^ 
do  este  vasto  chão  limitado  ao  nascente  pelo 
Campo  da  Cordoaria  Nova  (jardim  dos  Mar- 
tyres da  Pátria,  hoje),  e  ao  poente  pelos  quar- 
téis da  Torre  da  Marca,  o  que  tudo  consta 
de  uma  eserlptura  lavrada  em  1769  na  nota 
primitiva  da  Santa  Casa,  pelo  tabellião  Ma- 
nuel da  Cunha  Yalle  K 

t  Consta  eom  bom  fundamento,  que  a  Sani- 
ta Casa  tencionou  erigir  o  seu  novo  hospi- 
tal no  sitio  Qode  os  religiosos  menores  re- 
formados, da  Provinda  da  Conceição,  ftin- 
daram  em  1783  o  convento  dè  Santo  Antó- 
nio da  Cidade,  em  ccqo  edificio  eetá  hoje  a 
Bibiiotheoa,  junto  ao  jardim  de  S.  Lazaro ; 
para  aquelle  fim  já  a  Misericórdia  tinha  com- 
prado o  terreno  e  sollieitado  auctorísação 
régia;  mas  (diz-se  ainda)  que  surgindo 
grande  desintelligencia  entre  dois  membros 
da  mesa,  que  então  administrava  a  Santa 
Casa,  um  dos  quaes  morava  )uhto  ao  Cam- 
po da  Cordoaria,  conseguiu  este  que  a  meia 
reconsiderasse,  e  se  erigisse  o  ho^ital  onde 
'  actualmente  se  vé. 


HIÊÍ 


um 


310 


B«êolvi^  âcfflftltiTameflte  a  eonstilieçlè 
do  Dovo  hospital,  começarsfn  M  obras  em 
€769,  e  em  14  de  acosto  de  il9d,  se  transfe- 
ríeani  para  ette,  oe  primeiros  doentes. 

O  edífteio  é  vasfo,  mag«st09o  e  elegante 
•^iDcoDtestavelmeme  o  primeiro  edifiok)  de 
Porto;  mas  é  para  lamentar  qneo  sábio  ar- 
ehitecto,  quando  delíneon  a  planta,  attendes- 
tsetão  pouco  ás  preseripçSes  de  bygiene,  co- 
me a  mesa  da  Santa  Casa,  qtiando  escolheu  o 
local. 

O  edificio  áere,  segundo  a  planta,  formar 
tim  qnadrado  completo,  e  as  paredes  são 
iSo  grossas  e  pesadas,  como  as  muralhas  de 
orna  praça  de  guerra  >. 

Por  occasião  do  cerco  do  Porto,  em  1832 
«  1833,  recebeu  a  fachada  sttl,  grande  nu- 
mero de  balas  de  artiiheria,  que  apenas  lhe 
fizeram  leves  manchas,  nao  conseguindo  des- 
locar uma  única  pedra. 

0  chão  escolhido  é  fnconvenientissimo 
pura  hospital,  por  ser,  além  de  tudo,  panta- 
noso e  tão  húmido,  que  por  baixo  do  edifl^ 
cio,  e  cortando^o  a  melo,  de  norte  a  sul,  passa 
o  ribeiro  do  Carregal,  ou  dsis  Virtudes;  o 
o  que  tomou  umbem  a  edificação  caríssima, 
por  que  foi  mister  cobrir  o  ribeiro  com  abo- 
bada, e  dar  aos  alicerces  uma  espessura 
4nionne  (como  diremos  adiante),  e  às  pare- 
des attura  desmedida,  principalmente  éo  la- 
4o  sul— mais  altura  talvez  desde  o  fundo  do 
ribeirão,  até  ao  nivel  do  primeiro  pavimen- 
10  do  hospital,  do  que  â*a]ií  ao  topo  do  edi- 
ficio  I  E  o  vão  central  já  recebeu  milhões  de 
«arros  de  entulho,  e  ainda  demanda  grande 
quantidade!... 

Horrorisa  vér  um  hospital  tão  importante 
-o  de  tanto  movimento,  em  uma  casa  com  si* 
milhantes  condições  t 

isto  é  obvio,  e  reconhecido  por  todos. 

Louvores  sejam  dados  ao  sr.  João  Mendes 

1  O  autor  da  planta,  deu  ás  paredes  aquel- 
Ia  espessura,  suppondo  que  seriam  feitas 
com  tijolo,  e  quando  soube  que  eram  feitas 
com  granito,  e  que  não  modificavam  conve- 
Hienteflaente  a  espessara  marcada  na  p^nta, 
iNimifou-se,  e  chegou  a  escrever  á  mesa  ad^ 
piniâtradora  da  Santa  Casa,  estranhando  a 
simplicidade  do  mestre  da  obra;  mas  isto 
não  exime  da  censura  o  sr.  João  Karr,  poi3 
devia  ser  mais  eixplicito. 


Oeorto,  que  em  sesAo  de  2  de  janeiro  de 
1868,  sendo  raesario,  propôz  a  co^truc^ 
de  outro  edificio,  em  local  e  condições  con- 
venientes. 

A  quem  quizer  elueidar-se  n'este  ponto, 
recommendamos  o  livro  que  aquelle  senhor 
publicou,  por  se  vôr  contrariado  pela  mesa, 
no  seu  tão  justo,  como  louvável  e  humanitá- 
rio propósito  Pondo  de  parte  a  dureza  do 
estigma,  é  um  livro  bem  escripto  e  digno  de 
lerse,  e  cremos  que  será  ainda  para  o  sett 
autor  um  padrão  de  gloria,  quando  o  hospi- 
tal de  Santo  António  seja  substituído,  como 
é  para  desejar ;  mesmo  porque  se  aqueMa 
magestosa  casa  é  inconvenientíssima  para 
hospital,  é  magnifica  para  repartições  publi- 
cas, como  iribunaes  e  cartórios,  correio  ge- 
ral, direcções  d'obras  publicas  e  linhas  1^- 
reas,  estações  telegrapbieas,  administrações, 
conservatórias,  e  mesmo  para  paços  do  ooft- 
eelho,  que  faziam  honra  a  uma  das  prime)* 
ras  cidades  do  mundo,  em  quanto  que  ot 
actuaes  não  estão  à  altura  do  Porto. 

E  tioje  que  os  caminhos  americanos,  com  a 
maior  economia  e  rapidee,  promettem  levar- 
nos  do  centro  da  cidade  a  qualquer  ponto 
extremo,  cessou  o  inconveniente  da  distan- 
dla— causa  prlncipalissima  de  não  se  haver 
empenhado  a  Santa  Casa  em  tSo  santa  obra. 

Que  contraste,  por  exemplo,  enure  o  boa* 
pitai  da  Misericórdia  e  o  miHtar  de  D.  Pe- 
dro Y,  ou  o  de  Alienados? 

Mas  bacíta  de  considerações :  prosigamoe. 

Do  ultimo  relatório  publicado  pela  meaa 
da  Santa  Casa,  relativo  ao  anuo  de  1878  a 
M74,  extrahimos  o  seguinte : 
'  Este  estabelecimento  vive  nnica  e  exeta* 
sivamente  da  caridade  publica.  Luetou  á^- 
de  a  sua  ftandação,  com  grandes  difilculéa- 
dee  para  satisfazer  aos  seus  compromissos^ 
mas,  graças  aos  bemfeitores  dos  últimos  sm- 
nos,  o  defM$  desappareceu  K  E  se  tt'e8te  nh 
timo  anno  de  1874,  os  legados  não  foram  tão 
aalientes,  como  nos  annoe  anteriores^  afnda 
assim  recebeu  em  dinheiro  15:101^(906  véAê 

1  Só  o  conde  Ferreira  e  o  dr.  Campeão  e- 
garam  â  Santa  Casa,  mais  de  mil  contos  for* 
tes! 


aso 


lOR 


e  em  ineerípoSes  74:0004000  róis»  não  cod* 
tando  as  esmolas  em  espécie. 

Foi  em  1873  a  i874,  o  movimento  do  co- 
fire  o  seguinte : 

Receita. 133:102*907 

Despeza £28:631*275 

.  E  note«se  qne  os  géneros  alimenticios  sa- 
biram  consideravelmente  de  preço,  v.  gr.,  a 
carne  35  réis  em  iulogramma,  e  mnitas  dro- 
gas 35  a  40  p.  c.»  augmentando  taml)em  pro- 
gressivamente o  numero  de  enfermos,  como 
se  vé  dos  relatórios  anteriores.  Assim»  s^do 
em  1869,  os  enfermos  em  numero  de  6:008 
traudos  pela  Santa  Casa— em  1871,  foram 
6:496— em  1873,  7:762,  e  em  1874,  7:850. 

Existiam  no  hospital,  em  julho  de  1873, 
490  deentes;  entraram  em  todo  anuo  7:360, 
o  que  pre&z  o  total  de  7:850— saíram  cura- 
dos 6:810— -íallecendo  612,  e  ficando  apenas 
existindo  428  enfermos  em  julho  de  1874. 

No  L""  de  janeiro  do  corrente  anão  de 
1875,  existiam  em  tratamento  no  hospital, 
361. 

Em  1872  a  1873,  foi  a  mortalidade  na  ra- 
sio  de  10  p.  c— e  em  1873  a  1874,  foi  na  ra« 
sao  de  7,7  %;  tão  proficuas  téam  sido  as 
ohras  e  modificações  feitas  na  casa. 

Continuou  em  1874^  a  construeçao  do  ma- 
gestoso  edificio  do  hospital,  não  com  a  rapi- 
dez e  desenvolvimento  que  seriam  par^  de- 
sejar, mas  consoante  ás  forças  do  cofre,  e  al- 
gumas obras  importantes  se  realisaram,  co- 
mo a  continuação  da  galaria  de  serviço  no 
primeiro  pavimento— a  continuação  do  ali» 
cerce  do  muro,  correspondente  á  arcada 
longitudinal  da  galeria  norte— construeçao 
completa  da  escada  principal  do  pavilhão  de 
nordeste— conclusão  das  quatro  enfermarias 
que  olham  para  a  Praça  do  Duque  de  Beja, 
e  canalisação  d*agua  petavel  para  as  novas 
enfermaria^. 

Montou-se  nasummidade  do  edificio^  um 
deposito  d'aguaqnente,  que  d'alii  segue^  por 
encanamento  especial,  para  todas  as  enfer- 
marias, e  foi  substituída  a  Uluminação  de 
aielte  e  petróleo,  pela  de  gaz,  em  todo  o  vas- 
to edificio— melhoramento  sensível,  e  que 


produz  já  a  economia  animal  de  142A9S^ 
réis,  em  122  lumes. 

Deu-se  finalmente  principio^  a  uma  aov» 
casa  para  operações  e  tratamento  dos  ope* 
rados,  na  cerca  do  hospital,  a  distancia  d'e8- 
te,  em  local  e  condições  indicadas  pelo  Con^ 
selho  Medico  da  Santa  Casa,  e  peio  da  Es^ 
cola  Iftdioo-Cirurgica. 

Fica  junto  á  extremidade  noroeste  da  cer- 
ca, em  frente  do  portão  qne  dá  serventia 
para  esta,  no  alto  d^  rua  da  Liberdade. 

Tem  o  novo  edificio  a  forma  de  um  E,  cu- 
jas alas  menores,  são  para  enfermarias  de 
um  e  outro  Sjsxo,  separadas  por  um  terreire 
ajardinado,  com  céroa  de  27  metros  de  ex.- 
tenção,  e  a  ala  central,  é  destinada  para  sala 
de  operações  e  quartos  para  particulares^ 
de  ambos  os  sexos.  E  terá  uma  varanda  lar* 
ga  e  coberta,  onde  nos  dias  calmosos,  ok 
quando  convenha,  possam  ser  coUocados  os 
doentes  nas  suas  mesmas  camas. 

Principiou-8e  esta  obra  em  12  de  janelre 
de  1874,  e  já  se  acham  concluídos  os  alip 
cerces,  e  feita  boa  parte  das  paredes. 

JN*este  pequeno  hospital  annexo  foram  ri- 
gorosamente observadas  todas  as  prescri- 
pções  da  sciencia  medica,  tanto  quanto  per»^ 
míttia  o  sitio. 

Tem  o  grande  hospital  uma  pharmacia 
própria  (d'ella  falíamos  em  seguida)  a  qual 
lâe  só  fornece  os  medicamentos  para  este 
hospital,  e  para  os  hospitaes  annexos,  a  ear* 
go  da  Santa  Casa,  mas  serve  também  o  pa- 
biico,  como  qualquer  outra. 

Além  dos  doentes  que  se  tratam  na  casa, 
outros  muitos  vão  aili  consultar- 8e.  Só  em 
1874  nada  menos  de  22:9821  E  a  estes^ 
quando  pobres,  dá  a  Santa  Casa  gratuita- 
mente 08  remédios  prescriptos,  ^  que  só  no 
anno  de  1873  a  74  inontaram  a  8:523M0O 
réis. 

Tem  também  este  hospital  uma  lanvande- 
ria  a  vapor,  que  presta  valiosos  serviços  á 
casa.  Accelera  a  lavagem  da  roupa,  evitan- 

1  E  computados  pelo  regimento  em  vfgot 
08  remédios  fornecidos  em  1873  a  74  pela 
pharmacia  da  casa  par»  o  grande  hospital^ 
banco  e  consultório,  e  para  os  hospitaes  me- 
nores a  cargo  da  Santa  Casa,  atiingiram  a 
cifra  total  de  38:74U630  réis. 


àsy.%  ftgglomen^  que  aniito  a  âamnifioa- 
Ya,  e  qae  era  um  foco  temíTel  éè  loléc^; 
ftSMStece  todo  o  edilcio  de  agna,  elOTaiido-a 
com  a  machina  até  ao  grande  deposito^e 
dá  por  nUimo  ainda  am  saldo  considerável 
a  favor  da  casa. 

Continuam  a  ítanedonar  oom  toda  a  re« 
gnlarídade  as  enfermarias  homoeopaibieas, 
montadas  ha  annos  com  o  legado  do  bene- 
mérito conde  de  Ferreira,  dando  ineqnivo- 
eas  provas  da  proflqnidade  do  systema. 

Existiam  no  principio  do  anno  de  1873  a 
74  n*estas  enfermarias  4{S  doentes^ entra- 
ram  durante  o  anno  650~^liiram  curados 
615— &Ueeeram  29— ficaram  para  i874  a  75 
*-3l. 

É  actualmente  digno  provedor  da  Santa 
Casa  o  reverendo  dr.  João  José  de  Vascon* 
eelles---esGrivão  o  sr.  dr.  Francisco  de  Sal- 
les  Gomes  Cardoso— e  cartorário,  zeloso  e 
Intelligeote  (desde  %1  de  novembro  de  1865) 
Gherubino  Henriques  Lagoa,  auctor  de  um 
volume  de  poesias  denominado  —  Vozes  Ti- 
fNMto— publicado  em  i865  (Porto)  tsolh  edi- 
ção se  esgotou  ba  muito. 

E  no  grande  hospital  em  1  de  Janeiro  do 
corrente  anno  (1875)  o  quadro  do  pessoal 
(lãú  incluindo  a  pharmacia)  era  o  seguinte: 

Facnlutivos 9 

Empregados  na  secretaria  e  fiscallsação .  5 

CapellSes 2 

Enfermeiros % 

Vice-enfermeiros d 

Ajudantes f% 

Enfermeiras 2 

Ticeenfermeiras 2 

ÂJudantas 25 

Ittços 22 

Porteiros I 

Cozinheiro i 

Saehristão «....  l 

Total 97 

Plaata  do  hoaiiital  daJBMrioofftfia 

'  A  forma  do  edificio  é  quadrangular,  e  as 
faces  prlMlpiíes  (e  perfeitamente  iden- 


MIR 


3S1 


ticas)  ficam  voltadas  uma  para  o  nascente 
(rua  oceidental  do  Jardim  da  Cordoaria)  e 
outra  para  o  poente  (rua  da  Liberdade.)  A 
do  nascente  é  a  única  que  se  acha  acabada, 
mas  só  exteriormente,  continuando  n'ella  as 
obras  interiores ;  a  do  sul  está  a  quarta 
parte  apenas  feita,  e  d'este  lado  ba  muito 
pararam  as  obras ;  na  do  norte  ha  apenas 
feita  um  pequena  parte  dos  alicerces ;  e  a 
do  poente  ainda  não  passou  da  planta,  nem 
passará  nos  nossos  dias. 

Cada  uma  das  fachadas,  este  e  oéstl^ 
deve  ter  783  palmos  (174")  de  extensão 
—  as  outras  duas  que  devem  ser  também 
idênticas,  I79",33  de  comprimento  cada 
uma,  e  toda  a  circumferencia  do  edificio  por 
consequência  3:180  palmos. 

Ko  meio  deve  haver  (segundo  a  planta 
primittiva)  um  grande  pateo  e  claustro,  me* 
dlndo  tanto  pelo  nascente  como  poente  601 
palmos,  e  pelo  norte  e  sul  583. 

No  centro  d*este  pateo  (hojeoccupadope* 
la  lavanderia  a  vapor,  hospital  annexo,  hor* 
to  botânico,  etc)  Foi  na  planta  marcada  uma 
egre}a  de  forma  circular  no  interior,  e  qua- 
drada no  exterior,  medindo  cada  uma  das 
suas  4  faces  130  palmos,  77  de  diâmetro  no 
InteritM*,  e  200  na  sua  maior  altura,  desde  o 
pavimento  até  ao  topo  da  cruz  do  zimbório; 
devendo  ser  esta  egreja  ornada  com  22  eo* 
lumnas  de  40  palnM>s  de  alto  cada  uma; 
4  estatuas  de  18  palmos ;  3  portas ;  24  }a- 
nellas  grandes  e  48  menores,  além  da^  que 
devem  ficar  á  face  dos  alicerces. 

Deveria  ter  todo  o  edificio  3  solurados— 159 
salas  e  saldes— 142  enfermarias--97  priva* 
das— 20:609  portas  e  janellas— 28  estatuas 
de  18  pahnos— i76  columnas  (a  maior  par- 
te de  40  pa)mos>-100pyrmmides— 5:586  ba* 
laustres — e  56  escadas  principaes,  de  dois 
andares  cada  uma,  com  mais  de  3:000  de« 
graus,  isto  alam  dos  subterrâneos. ' 

A  altura  do  edificio  varia  de  70  a  95  pai* 
mos»  com  a  grande  differença  de  nivel  do 
terreno.  As  paredes  (tmdamentaes  já  feitas^ 
tem  (segundo  diz  Rebello  da  Costa)  50  pal- 
mos de  e^iesauraem  alguns,  pontos  éo  laduk 
sul,  e  os  aterros  d'este  mesmo  lado,  oôrea 
de  100  palmos  de  altura^  tendo  Já  fa^evastoa 
armazena  subterrâneos,  arrendados  na  actua- 


9tS 


MflBt 


Íi4M6  <o  múor)  pelo  aoreditAdo  BegociantB 
éà  viobosi  Joaquim  Farreira  Monteiro  Gai- 
marães. 

Priaeipiou»  como  já  diwemos»  a  eooatruo- 
fio  â*e8te  vaato  edificio^  em  1769,  e  hoje 
(maio  de  1871^)  terá  feita  apenas  a  quarta 
j^te,  poeto  qae  DoaalUmofiaoaoa^a  iastaB- 
eiaa  do  commendador  o  sn  Uanael  Franciaeo 
Dttarte  Cidade,  aa  obraa  ee  desenvoiveraiQ 
oonsideraTelmeate,  devendo-se^  em  grande 
parte,  aos  esforços  e  donativos  em  diubeiro, 
dtoste  rico  e  benemérito  irmào  o  acabamen- 
to da  fachada  príoaipal  (extremidade  N.) 

Hotel  àoJjowm 

Na  esquina  da  roa  do  Triampho  e  daraa 
do  Rosário,  com  mna  face  voltada  ao  sul, 
sobre  a  rua  da  Liberdade,  e  ooira  ao  nas- 
geitte,  sobre  a  praça  do  Duque  de  Beja,  es^ 
tá  n'esta  fregoeiia  o  hotel  do  Louvre,  por 
mais  do  que  um  titulo  digno  de  menção. 

£  este  hotel  um  dos  primeiros  do  Por- 
to, e  propriedade  <o  estabelecimento,  nao  o 
ediflcio)  da  sr.«  D.  liaria  Henriqueta  de  Mello 
Lemos  e  AWellos,  filha  do  £allecido  mare- 
chal de  campo,  Henrique  de  Mello  Lemos  e 
Alvelios,  fidalgo  da  casa^real»  e  irman  d3 
sr.  visconde  do  Cerrado,  actuai  governador 
civil  de  Viseu.  É  casada  com  um  distincto  ca- 
valheiro de  Pinhel,  o  sr.  João  de  Menna  He* 
redia Freire  Falcão,  de  quem  se  acbajudicíal* 
mente  separada  ha  muitos  annos. 

Foi  n'este  hotel  que  se  hospedou  o  sr. 
D.  Pedro  II,  imperador  do  Brasil,  quando 
TiajftY^  i^  £uropa  em  192% 

N'esta  mesma  casa  esteve  o  Grande  Botei 
4$  Por»,  durante  a  exposição  iniernacional. 


que  se  realisoa  em  tô68  nopalaeio  decry»^ 
tal  d'e8ta  cidade» 

Estava  ssontado  com  grande  huo,  e  loi  <» 
primeiro  liolel  do  Porto  n-esaa  época. 

O  nosso  infatigável  archeologo,  o  sr.  Joa* 
qoim  Possidonio  Narciso  da  Silva,  de  quem 
algumas  vezes  tenho  íallado,  com  lo^voi^ 
n'es(a  obra,  pelos  relevantes  serviços  qv^ 
tem  prestado  a  Portugal  com  as  suas  inves^ 
tigaçdes»  achou,  em  Í8d3,  no  convento  d* 
Monchique,  d*esta  fregoezia,  uma  grande  la- 
pide de  granito,  com  uma  inscripção  hehrai*' 
ca,  perfeitamente  conservada. 

Estava  incorporada  no  revestimento  da 
cantaria,  em  conveniente  altura  para  sor  li- 
da, do  lado  esquerdo  de  quem  entra  no  pa- 
teo,  e  próximo  da  hombreira  do  portão  da 
horta. 

O  ST.  Silva»  desejou  logo  obtel-a  para  a 
seu  querido  museu  archeologico  do  Carmo. 

Passados  annos,  fui  o  mosteiro  vendido  ap 
seu  actual  proprietário,  o  sr.  Clemente  Joa- 
quim Guimarães  Messener,  que  generosa- 
mente deu  a  pedra  ao  sr.  Silva;  e^  a  3  de  fe- 
vereiro de  1875,  deu  ella  entrada  no  Carom. 

Tem  apedra  i",54  de  comprido,  por  O^^fii 
de  largo,  e  O",  18  de  grossura. 

Não  eâtá  completa  a  inscripção»  íaltando- 
Ihe  a  parte  superior  e  a  inferior. 

É  provável  que  esta  pedra  viesse  pam 
aqui,  da  esnoba  (synagoga)  que  se  suppd^ 
com  bop.â  fundamentos^  ter  existido  proxjf:; 
mo  e  a  E.  do  mosteiro,  onde  ainda  se  cha^ 
ma  Monte  dos  Judeus,  depois  de  expulsos  of 
israelitas,  do  seu  bairro,  áVictoria,  come 
fica  dito  no  logar  competente. 

O  sr.  Joshua  E.  Levy,  deu  ao  sr.  Silva,  a 
traducção  seguinte,  da  inscripção  hebraica: 


3.» 


Se  perffUÊUar,  eomo  não  foi  occuUadOf  edàficio  de  nomeada  dentro  de  muralhas,     . 
Elle  foiúa  mèer^  dixenáOy  tenha  um  protector,  conhecido  entre  altos  dignitárias. 
Pcwa  mim  úm  gnemáa^  elle  áBsetío  diria,  eu  sou  a  tua  verdadeira  e  melhor  mmraíhas- 
Grande  emtre  oa  heàreus^  entre  os  prindpes  de  tua  nação,  o  mais  poderoso  elle  é. 
BmefiGú  p/ratêstot  do  seupo^à,  smrnnáD  a  Deus  com  perfeita  fé%  edificou  um  templo  ao 

seu  nome,  de  talhado  pedernal^ 
JÊimêtroé^^fti,  na  punêna  o  primeiro  é  cmeeèhmiih  *  n^  tmdieneins  retêi  101» 

posto  tem^ 
BH9'é  ffi» rakèino^ Bom Mmié^ fr^iector $ lug da trièu é$ JekuéÈá^ a  etletompeka 

SÊ^prmamuttorídmáÊà 


MEK 


WR 


n$ 


8.0  --*  Por  mandado  do  grSo  ràbUnOi  qm  viva,  Awl  Mhôgef-Ben-Ârgê  (lõsé  de  LeSo)  co/m^ 

fímsionaáí  e  director  da  obra 


SqgUDda  suppoe  o  sf.  Levy  (o  tradaoUiO 
foi  edificado  o  templo  jadatco  (synagogai)  a 
que  a  ioaeripção  ae  refere,  no.  to  do  seca*' 
lo  XV.  ou  principio  do  XVI  ^  por  o>rdem4o 
KftU»ifio,  Dom  Jebadá,  ^e  ooouj^vauma  po- 
sição muito  elevada  na  corte;  ^  a  qae  a  íb- 
scripção  dá  o  nooae  de  }H$hné  Letmekj,  qae 
Ba  lingoa  hebraioa  eigniâca— «í(y-ret\  dt>«- 
ctor  de  finafhgas,  ou  intendente  geral  do  reino- 

Vé-se  da  inscripção,  que  o  director  da 
obra  da  synagoga,  foi  am  tal  DêmJehosef 
BenhArféf  oa  José  de  Líãík 

Grande  parte  dos  minaciosos  e  itíipoirtan* 
tissimos  esclarecimentos  d*este  artigo,  me 
foram  generosamente  dados  pelos  srs.  dr. 
Pedro  AngQsto  Ferreira,  digníssimo  e  IllUs- 
trado  abbade  de  Mífagaya,  e  Tito  Augusto 
l>aarte  de  Noronha,  esclarecido  director  das 
obras  da  nova  alfandega  do  Porto. 

T  Mas  nSo  no  tempo  do  domínio  dds  Phi- 
Uppes,  cocio  diz  o  sr.  Levy— primeiro,  j^f^ 
qae  os  judeas  foram  expulsos  de  Portògal 
por  D.  Manuel  I,  em  1497 — e,  portao^lo,  no 
tempo  dos  Philippes  jà  nào  havia  judeus 
nèm  synagogas  na  Peninsula— segundo,  por- 
qae  a  dominação  phíiippína  principioa  no 
«iLimo  quartel  do  século  XVÍ,  e  terminou 
no  2.»  do  XVH— 1580-1640— e  nào  nos  aecu- 
los  XIV  e  XV,  como  diz  o  sr.  Levy. 

Nada  tem  com  a  dominação  dos  três  Phl- 
li^fe»,  o  u^D  de  escrever- se  don  em  vez  de 
diom.  N'aquelles  tempos«.efnpregava'8e  iodia* 
tinctamente  em  Portugal  o  n  ou  o  m  n*e9ta 
e  outras  muitas  palavras,  como  temos  visto 
em  varias  partes  d'esta  obra. 

2  Só  se  fdese  director  das  finanças,  que  é 
dio.quo  os  judeus  mais  gastavam.  Em  todo 
o  caso,  não  vejo  nas  historias  de  Portugal, 
dos  séculos  XV  e  XVí  (e  muito  menos  no 
tempo  dos  Philippes)  símilhante  nome,  exer- 
eendo  emprego  nenbam  publico.  Se  Bi  Je- 
kudá,  fúá  mittistro  ou  recebedor  de  fina»- 

Ías,  era  conhecido  por  outro  nome  (muitos 
tldeus  usavam  de  dois— um  na  synagoj^a, 
e  nos  documentos  escriptos  na  lingua  jd- 
áaisa ;  e  ovlro  quindo  eseretiam  ebi  pdr- 

Sljyez,  pana  Mgocios  j^ttblieot.),TalVfiE  qne 
Jebudá  não  passasse  de  um  (m^^imra»  e 
que  os  seus,  por  lisonja,  e  como  era  em  ca- 
9Mlere«^H}tt6  ds  pdftugttezd»  nlo  ehtendiâm, 


Estes  dois  oavalheiros  levaram  a  sua  no- 
bre amiaade  ao  ponto  de  eederme  o  fruefto 
de  loiígoe  trabalhos  e  árduas  locubraçdes 
em  que  andam  empenhados,  para  darem  & 
Iteo-seu  Htro,  intitnlado— *^nft'j)rtttiia({^5  dó 
Porío— já  em  via  de  publicação. 

Nioguem  mais  praticaria  este  rasgo  de 
nobre  cavalheirismo ;  aceeitando  o  papel  da 
plagiário,  do  que  é  sen,  pofs  teem  de  re* 
produzir  na  obAt  o  que  antecipadamente 
publiquei  a'e9ta. 

JulgQ-rae  oMgatdo  a  fazer  esta  declara* 
ção,  para  se  conhecer  a  raríssima  modéstia 
d*estes  dois  senhores,  e  para  se  saber  que 
nã0  quero  elogios  •  que  a  outros  se  devem 
dirigir. 

Perdoe-me  o  sr.  abbade  se  com  esta  de^ 
claraçiô  infrinjo  as  suas  ordens ;  porém  a 
minha  consciência  determina-me  este  pro» 
oediwstito. 

milAllDA^fregiievla,  MHího,  eomarea  d 
eoneelho  dos  Arees  de  Valte  de  Vez,  40  k!-' 
lometfos  a  ONO.  de  Braga,  400  ao  N.  de  Lig- 
be<a,  KM  fotfos*  Ém  I7ti7  ainha  iW  fbgos. 

OMgo  Santa  Malria  (Nosisa  Sonhora  da 
Gonoéiçio.) 

Areebi9pado  de  Braga,  distríetn  adminís* 
trativo  de  Vianna. 

O  parocho  era  vigário,  regalar,  triennaly 
da  apresentação  do  mosteiro  benedietino, 
d'esta  fireguesia.  Tinha  40MOO  réis  e  o  l^ó 
d'alur. 

Houve  aqui  nm  mosteiro  de  monges  da 
Ordem  de  S.  Benlo,  fandado  por  S.  Fructuo- 
so,  areebis^  de  Braga,  no  aúno  6^,  no  rei- 
nado do  rei  suevo,  Iteoeswínto.  (S.  Fructuo* 
SO)  falteeeu  a  16  de  abrít  de  665.) 

Xra  este  mosteiro  um  dos  maiores  d*esta 
provinda,  lanto  tta  numero  de  Arades,  co« 
me  em  grandesa. 

Algãu^  frades  viviam  como  verdadeiros 
eretímtas^  em  eapellas  espalhadas  pelo  monte. 

O  rei'  D.  Afi)Bso  II,  no  seu  testamento^ 
\bè  tteiaavn  Adtniranda.  Foi  primittiva* 
mente  fandado  mais  abaixo  do  sitio  aettial, 
dêfioi»,  WÊt  reeensttncçSio,  é  qae  se  mmdoa 
pMi  o*  aogundo  loeal. 


384 


im 


.  Passou  a  oomiaeiídatarioa»  em  1XS90.  Es- 
tes, comendo  todas  as  rendas  do  mosteiro, 
áeixavam  os  religiosos  a  morrer  de  fome, 
pelo  que  elles  abandonaram  o  mosteiro  e 
foram  para  oatros  conventos  da  sua  ordem. 

Os  commendatarios,  vendo-se  livres  dos 
monges,  partiram  os  bens  do  mosteiro  em 
vários  prasos,  que  deixaram  aos  sens  pa- 
rentes. 

D.  Affonso  III  e  seos  snceessores,  deram 
vários  coutos  e  muitos  privilégios  a  eete 
mosteiro,  e  o  D.  abbade  d'elle,  era  ouvidor, 
nos  seus  coutos ;  porém,  quando  o  mosteiro 
passou  a  abbadia  secular,  a  camará  dos  Ar- 
cos conseguiu  fazer-lhe  quelfrar  oa  privilé- 
gios. « 

No  alto  do  monte  d'e8ta  fk'eguezia,  ha  uns 
penedos,  a  que  ainda  chamam  Castello;  on- 
de, segundo  a  tradição,  esteve  uma  fortale- 
za, em  que  os  christãos  se  defendiam  con- 
tra os  mouros. 

Alguns  dao  a  esta  firegnezia  o  nome  da 
Mirande,  nao  sei  porque.  Entendo  que  ó  er- 
ro. O  Portugal  Sacro  $  ProfainOy  e  todos  os 
escriptores  antigos,  a  denominam  Miramáa, 

MIRANDA  DO  GORYO  (ou  DE  PODEN- 
TES)— -villa,  cabeça  do  concelho  do  seu  no- 
me, comarca  da  Louzan,  i8  kilometros  a 
SE.  de  Coimbra,  i95  ao  N.  de  Usboa,  1:300 
fogos. 

Em  1757  tinha  900  fogos. 

Orago  o  Salvador. 

Bispado  e  districto  administrativo  de 
Coimbra. 

Os  duques  de  Lafdes  apresentavam  o 
prior ;  depois,  passou  a  apresmtação  para  o 
real  padroado.  O  prior  tinha  1:8004000  réis 
de  rendimento  annual  (vide  adiante.) 

O  concelho  de  Miranda  do  Corvo  é  com- 
posto de  4  fregueziaS)  que  são :— Lamas,  Mi- 
randa do  Corvo,  Rio  de  Vide,  e  Semide,  to* 
das  no  bispado  de  Coimbra,  e  com  S:MO  fo- 
gos. 

Está  esta  villa  situada  sobre  o  rio  Dnó- 
que  passa  pelo  meio  da  povoação,  sen- 
lo  n'ella  atravessado  por  duas  pontes  de 
cantaria. 

'  Aqui  se  junta  ao  Duéça,  o  rio  Alheia^  que 
nasce  no  valle  de  Nossa  Senhora  da  Pieda*. 


s 


UR 

de^  a  pouca  distancia  da  villa,  reeebendo  em 
sua  curta  carreira,  os  ribeiros  de  Espinho, 
do  Arneiro,  e  os  do  valle  de  Aveneúa.  Para 
o  Duéça,  vide  3.*  vol,  a  pag.  490,  coL  1* 

Junto  á  villa  está  um  campo  muito  ame* 
no,  aprasivel  e  fertilissimo,  povoado  de  h<^ 
tas  e  pomares. 

Ha  aqui  fabricas  de  estamenhas,  pannos 
de  linho»  e  louça  ordinária. 

Tem  um  grande  mercado  semanal. 

Consta  que  D.  Affdnso  I  lhe  deu  foral,  ení 
1100;  mas  Franklim  não  o  menciona.  D. 
Manuel  lhe  deu  foral  novo,  em  Lisboa,  a  20 
de  novembro  de  1{^Í4.  {Uoro  de  feraei  fio- 
vos  da  Extremadwra,  fl.  68,  v.  ool.  9.*)  N*e8- 
te  foral  se  dá  á  villa  o  nome  de  Miranda  de 
Podentes. 

Fica  Miranda  do  Corvo  a  9  kilometros  da 
Louzan,  egual  distancia.de  Semíde,  i%  de 
Penella  e  o  mesmo  do  Espinhal. 

O  seu  concelho  confina,  ao  NE.,  com  o  de 
Semíde  (extincto,  e  hoje  unido  ao  de  Miran- 
da)-—ao  E.,  cem  o  da  Louzan— ao  SE.,  com 
o  de  Figueiró  dos  Vinhos  (districto  admi- 
nistrativo de  Leiria)^com  o  de  Penella^  ao 
O. — e  ao  NO.,  com  o  de  Coimbrã.  * 

Está  a  povoação  cercada  por  todos  os  la- 
dos de  elevadas  alturas,  que  são,  a  serra  da 
Miranda  do  Corvo,  a  de  Espinho,  a  da  Se- 
nhora da  Piedade  e  a  de  Villa  Nova;  pelo 
que  só  se  vé  a  villa  quando  se  desce  as  en- 
costas d'estes  montes,  para  a  povoação,  que 
está  assente  em  uma  bacia  abrigada,  ame- 
na, agradável  e  fértil. 

É  Miranda  uma  antiquíssima  povoação,  e 
DO  alto  do  Calvário  existiu,  em  tempos  re- 
motos, um  castello,  de  que  ainda  ha  vestí- 
gios, e  uma  cisterna.  Não  se  sabe  quem  foi 
o  fundador  da  villa  e  do  castello,  nem  a 
época  da  sua  fundação.  Entre  o  Corvo  e  Mi- 
randa, téem  ap  parecido,  por  4ifferentes  va- 
zes^ alicerces  de  cantaria,  o  que  prova  ter 
alli  existido  uma  povoação  de  que  não  ha 
memoria. 

D.  Affonso  Henriques  reedíficoa  e  povoou 
esta  villa,  pelos  annos  de  1160,  e  é  muito 
provável  que  íhe  desse  então  foral. 

O  castello  era,  som  toda  a  provabilidade, 
de  constmcção  romaiuL  Sabenoe  foe  aa 


MSI 

mouros  o  tomaram» . em  i  116,  assassinando 
on  captivando  toda  a  saa  guarnição. 

Os  easteilos  de  Miranda»  Soare,  Santa  Ea-* 
lalia  e  ootros^formavam  n'esses  tempos  uma 
linha  cnrva,  oa  semicircoio»  de  fortiâcações 
avançadas,  qae  defendiam  CoimlNray  pelo  E., 
&  e  0.  {HUtoria  de  Portugal^  por  Alexan* 
dre  Herculano»,  tom.  L%  pag.  258.) 

Foi  Miranda  senhorio  da  esclarecida  fá* 
milia  dos  Sonsas,  a  mais  nobre  de  Portugal, 
depois  da  real.  São  membros  d'eUa,  es  da- 
ques  do  Cadaval  e  Lafões»  os  descendentes 
dos  marqueses  de  Minaç,  os  condes  de  Re* 
dendo,  os  condes  de  S.  Thiago  (de  Bední* 
.do)  e  uma  glande  parle  da  antiga  e.verda- 
deira  aristocracia  portugueza»  por  casamen- 
tos com  esta  (amiiia. 

Depois,  os  senhores  de  Miranda  do  Corvo» 
passaram  a  condes  do  mesmo  titulo,  até  que 
o  T.""  conde  de  Miranda,  D.  Pedro  Henrique 
de  Bragança  Sousa  Tavares'  Mascarenhas  da 
Silva»  filho  do  infante  D.  Miguel  (filho  legi' 
timado  de  D.  Pedro  U)  foi  elevado  a  duque  de 
Lafões,  por  D.  João  Y,  em  5  de  novembre 
de  Í7i8,  ou,  segundo  outros,  em  2  de  abril 
d*esse  anno. 

Este  D.  Pedro,  era  também  3.«  marquez 
de  Arronches,  senhor  de  Âlafpes  (ou  Lafões) 
6  das  vilias  de  Jarméllo,  Fulgosinho,  Sosa 
(oa^  Sousa)  Podentes,  Vouga,  e  Oliveira  do 
Bairro. 

Para  as  armas  e  genealogia 
dos  Sonsas,  vide  pag.  13,  coL 
í."  do  4.»  voL 
,  Julgo  uma  curiosidade  histórica  de  subi- 
do valor  (por  ser  uma  prova  de  como  faltam 
á  verdade  os  que  dizem  que  no  tempo  do 
abs0iatismo,  o  monarcha  era  superior  ás 
leis)  o  facto  seguinte. 

.  D.  João  V,  logo  depois  de  reconhecer  por 
príncipes  da  família  real,  a  D.  Luiza  e  D. 
Mignel,  filhos  bastardos  (legitimados)  de  Dl 
Pedro  II»  casou  D.  Luiza  com  o  tJ*  duque 
do  Cadaval,  D.  Luiz  (filho  do  duque  D.  Nu- 
no.) D.  Luiz  morreu  sem  filhos»  pouce  de- 
pois de  casado,  e  a  sua  viuva  casou  com  D. 
Jayme,  seu  canhado,  irmão  de  D.  Luiz»  que 
161  o  3.*  duque  do  Cadaval. 

D.  Miguel  casou  com,  D.  Luiza  Casimira 
de  Sonsa»  filha  e  herdeira  .de  D.  Marianna 

VOLUME  V 


M|R 


335 


de  Sousa»  2."  marqneza  de  Arronches»  5.* 
condessa  de  Miranda,  senhora  da  cssisi  dos 
Sonsas»  citsada  com  o  marquez  Carlos  José 
de  Ligne^  príncipe  do  sacro  império  ro« 
mano. 

J>.  João  V,  por  occasiãq  do  casamento  de 
seU'  irmão^  D.  Miguel»  concedeu  à  esposa 
d'este  príncipe,  em  Í7i5,  as  honras  de  da- 
queza,  e  d'ahi  a  tires  ânuos,  creou  em  seu 
Àvor»  como  já  disse»  o  ducado  de  Lafões.  O 
casamento  de  D.  Luiza  com  D.  Miguel  deu 
origuem  ao  seguinte  pleito: 

D.  Luiza  pediu  ao  rei»  seu  cunhado,  que 
lhe  concedesse  o  titulo  de  alteza,  como  ti- 
nha sêu  marido.  D.  João  V,  que  era  orgu- 
lhoso^ e  que,  quando  efTectuou  este  casa- 
mento, só  leve  em  vista  o  enlace  de  seu  ir- 
mão com  uma  das  mais  ricas  herdeiras  que 
então  havia  n'este  reino,  recusou  obstina- 
damente a  deferir  ao  pedido  de  D.  Luiza. 

Esgotados  todos  os  meios  suasórios  em- 
pregados já  pela  duqueza,  já  por  sen  mari- 
do» }i  pelas  pvlncipaea  pessoas  da  corte»  de- 
cidia recorrer  aos  tribunais»  allegando»  cem 
razão,  que,  segundo  as  ordenações  do  mtio» 
a  piulher  nobre,  casada  com  homem  nobre^ 
tendo  precedido  approvaçao  e  licença  r^ia» 
deve  gosar  todas  as  honras  de,  seu  marido. 

D.  João  V,  que  instituirá  um  governo  pro- 
priamente pessoal»  fazendose reiabsoluto ^ 
eiasperou-se  com  a  pretenção.  da  dnqueza, 
6  determinou  ao  procarador  da  coroa,  que 
empregasse  4odos  os  recnrsos  legaes,  para 
que  aqneUa  senhora  não  eonaegnisse  o. que 
desejava. 

O  pleito  foi  longo,  e  dispntadissimo ;  e 
durante  elie  obteve  D.  Luiza  duas  sentenças 
favoráveis ;  até  que,  em  26  de  setembro  de 
17S3»  se  publicou  a  terceira,  qne  terminou 
a  demanda,  investindo  a  D.  Luiza  no  trata* 
mento  de  alteza. 

Aqui  temos  pois,  durante  um  governo  in- 
contestavelmente absoluto,  leis  superiores 
ao  poder  e  influencia  real,  e  tribunaes  de 
justiça  exercendo  livremente  a  sua  acção» 


1  D.  João  Y,  foi  o  primeiro  monarcha  por- 
tuguês que  não  quiz  convocar  as  cortes  4a 
nação,  para  decidir  tudo  pelo  poder  absolu- 
to, que  sê  arrogara.  ' 

21 


$26 


SflR 


sem  se  importarem  com  o  absolati^o  do 
monârcha. 

'Eram  os  condes  ê  sáàliores  de  Míraifda 
<}ue  aq[tii  pubham  :ts  JtÍMtçad.  O  juiz  ordi* 
Dário  da  viila  era  directamente  sabordtná* 
do  ao  corregedor  de  Coimbra, — e  o  cá(»itão 
ínór  tinlia  também  jarisdicção  na  viTla  de  Po- 
tentes è  na  fregnezia  de  GampéAé. 

Os  condes  também  apresentavam  o  pHor 
d*esU  Villá.  Era  este  nm  dos^  mais  rendosos 
*  beneficies  dó  i*eino,  atídando  os  dízimos  ar* 
rendados  por  16:000  cmzádos  (6:400JK000 
réid)  tetmo  médio,  anunalmènte;  porém  â'es* 
ta  grande  renda  pagava  varias  pensSes.' 

O  Portugal  Sacro  ê^Profano 
dá-ihe  de  rendimento  liquido 
apenas  l:B0O^0O0  réis;  por- 
que costuma  sempre  dfmfntiir 
e  muito  os  rendimentos  paro* 
cbiaes. 


A  egreja  paroehial  ds  Miranda,  iqme  está 
]Hx»cima  ao  antigi»  «dsteilo,  é  am  bsm  tem* 
pk),  ainda  que  singelo. 

Sm  t60d  se^Mnstraia  sobre  a  Dueça.pma 
'4>0a  ponte  de  alvenaria»  á  oosla  dos  munici- 
pios  de  Coimbra  6  Miranda*. 

Haii*esta  fragaezia  a  beila  natta  ida  Tre* 
mÔa,  foreira  as  eabido^dâ  Só  d^  Coimbra. 

O  Ibrte  d'esle  conceiho,  e  de  que  os  seus 
'^biiábtes  vivem  qnasi  exclusivamente,  é  a 
àgricQtara;  porém  os  povos  <do  Carapinha], 
■Bnjoz,  e  pMTte  dos  d»  Espinho,  fabricam  e 
exportam  para  Coimbra,  Montemór^Yelho, 
Figaeftró  dos  Vinhos,  Pedrógão  e  outras  lo- 
calidades, louça  de  barro  vermelho,  onja.in- 
«dustHa  é  aqui  muito  antiga,  pois  já  o  paâre 
Carvalho  da  Costa  diz,  que  o  maior  ntimero 
de 'povos  d^ta  viila  sao  oleiros. 

—  í 

O  Sanctuario'  Híarianno  (vol.  4.*,  pag. 
48^)  diz  que  esta  vllla  foi  fundada  ou  reedi- 
ficada por  D.  ÂfTonso  Henriques,  qde  lhe 
deu  o  seu  primeiro  foral,  que  D.  Manuel  re- 
formou. Esta  viila,  parece,  deu  este  mesmo 
rei  (D.  Manuel)  act  primeiro  duque  d* Aveiro, 
em  cujo  estado  s^  acha  ao  presente  (Í7i2). 
Antes  a  havia  dadê  el  rei  D.  Dínit,  em  8  de 
outubro  de  1816,  a  D.  Isabel,  fiha  dê  seu  ir- 


mm 

tnão,  o  infante  D.  Àffonso.  (AUCtor  « lidglir 
citados.)  - 

A  3  kiiofnêfros  a  E.  d*esu  t!lta,  está  o 
sanctuario  e  casa  de  Nossa  Senhora  da  He- 
dade  <va1go  capéRa  do  valle  da  PMúM)  li- 
inadana  ^a^ganta  de  ^úás  sernis,  eoiite 
nos  me^es  de  agosto  e  setembro  conicorrélii 
infinitos  tomeiros,  (alguns  de  mais  dé  100 
kilometros  de  distancia)  e  duas  betnãêiíràs^ 
de  Coimbra,  uma  que  sae  da  *egre}a  4e*S. 
loSó  d* Almedina,  e  outra  (vulgarmente  éha- 
mada  do  fheodoro)  da  egfeja  de  SanfAú- 
na. 

Fica  este  sanctuario  protf mo  ao  logar^e 
Tábuas,  è  junto  d'^lle  passam  duás  ribeifas 
que  fazem  o  sitio  muito  fiiesco  «  ameno  no 
vei^o. 

Segdndo  a  tradição,  a  origem  d'este  tetti- 
pio  é  a  seguinte: 

Jtttfto  ao  sitio  ônid^  hoje  eátá  femdad^  o 
sancttrario  (a  um  tiro  de  espingarda  de  dfs- 
tandià)  está  uma  boa  tjuíhta,  que  ¥oi  do*  tia- 
pitão  Alexandre  da  Costa,  e  proiimo'a  ella 
um  agradável  prado  arborisado)  regado  por 
muitas  fontes,  que  nascem  na  taesma  quin- 
ta e  yae  terminar  na  estrada)  que  leva  á  ca- 
peltãj  povoada  toda  de  grandes  nogueiras  e 
castanheiros. 

rTe^a  rnesina  quinta  (que  é  antfiiufssi- 
ma),  viviam,  pelos  annos  1300,  Domingos 
Pires  e  sua  mulher,  Leonor  Annes,  ricos  e 
muito  caritativos  proprietários.  Tiveram  por 
filho  João  Largo,  o  qtial  teve  duas  filhas  Eva 
Moitinha  e  Maria  Noitinha,  que,  emquanto 
solteiras,  eram  as  aias  que  toucavam  e  ves- 
tiam a  Senhora  da  Piedade. 

Éva  Moitinha  casou  com  André  Tíefra 
Arnaut,  que  veio  (sendo  menino)  com  a  rài- 
nfha  D.  Philippa  d^Alencâstre,  mulher  èe  D. 
João  I.  D*eàte  casamento  nasceu  Sebastfâiia 
Vifeira,  que  casou  com  Martim  Carneiro^  e 
não  tiveram  filhos. 

Maria  Moitinha  casoti  com  Pedro  Neto 
Parra,  dos  quaes  nasceu  Manuel  Netto  PSr- 
ra,  que  casou  com  Buphemia  Cabral  de  Ar- 
naut, sobrinha  de  André  Tiéira  d*Ahtetot 
Tiveram  Luiza  Cabral  de  Afnatít,  que- casou 
com  o  tal  capitão  Alexandre  da  Costa,  e  ti- 
veram vários  filhos,  que  viveram  n^esta 


^7 


iqaiala:  aendo  os  ilbos  primcceoitofi  os  tl|a- 
.sooreèros  e  depo^tarios  doskeas  da  Senho* 
4rad&?i6éade.' 

Domingos  Pires  era  um  rícolavrador^ae- 
jihoto  de  maitas  terras  d*esM  $íil\o%  b.  tinha 
«mnitos  fados,   < 

.  O  sítio  onde  se  ediflood  a  capetla  da  PAe- 
4ade  tinha  antigamente  o  nome  de  Ualhali- 
.'Wk^  t  a  ^ile  vinha  Domingos  Pires  eapemur 
jo  Mipresso  dos  sens  gados. 
.  .  Diz  a  lenda  que  a  Senhora  apiparecea  a 
este  virtuoso  lavrador,  por  varias  vezes^  so- 
bm  um  petthasco,  no  referido  sítío  da  Malha- 
didha. 

Tratou  k>go  Pires  de  edificar,  no  mesmo 
sitio,  uma  casa  á  Senhora,  sob  o  titulo  de 
Senhora  da  Piedade,  e  depois  de  eonstmida 
n  capella,  foi  a  Coimbra,  onde  então  havia 
bons  esonlptores,  para  eneommendar  a  ima- 
igem,  representando  o  tranoe  doloroso  em 
9ae  tinha  sen  divino  filho  morto  nos  hraçosi 

Qhi^a  á  oidade,  ao  convento  -antigo  de 
•Sant^.  Ciara,  qne  estava  junto  á  ponte»  e  nl* 
i|iaelQt  pousara  uma  oaia,  qne  devia  de 
ser  hospedaria. 

i^ouco  tempo  depois  de  aqui  chegar,  en** 
Iraram  dois  íonnosissimos  mancebos,  que 
perguntando-rlhe  o  motivo  da  sua  ida  a 
Coiínhra,  e  saèido  por  dles»  disseram  a  Pi- 
.<re8  4Qe  eram  e^eulptorea,  e  que  se  eUe  lhes 
qpueese  eneommendar  a  factura  da  imagein, 
são  fioaiia  descontente;  e  que  mesmo  tinham 
|à  feitas  algomas  imagens,  que  lhe  trariam 
.fiara  examinar,  ao  que  Pires  aocedeu. 

No  dia  aeguiote  chegaram  os  dpis  escul* 
pcores  com  uma  perfeitíssima  imagem  da 
Samissima  Virgem  da  Piedade,  que  mais 
^paraoia  ofara.de  anjos  t]ue  de  homens,  e  exa* 
«lamente  siroilhante  á  qne  lhe.  tinha  appa* 
reeido  na  Mçlhadinhcu 

FioOU  Pires  sobremaneira  alegre  e  satis* 
feito,  sem  querer  ver  mais  nenhuma  ima- 
gem, perguntando  logo  quantp  esta  custava. 
Disseram  os  mancebos  ^ue  fica9se.com  a 
.imagem,  e  no  dia  seguinte  viriam  tratar  do. 
ajuste;  mas  não  vieram  e  Pires  os  andou 
buscando  dois  dias  pela  cidade,  sem  d*elles 
poder  obter  a  menor  noticia,  nem  na  hos* 
liedaria  hou^e  quem  os  visse  entrar  ou 
sabir. 


Jfo  flm  de  doia  dias  de  buscas  fnfmffttto- 
ras,  assentou  Pires  .que  os  dois  pret^didipa 
aseíriptoiies  etam  sujos  que  lhe  tinhi^n  da- 
do ajmi^em^  eiratQU  de  a  levar  pi^r^  a  sovt 
càpell:^  para  o  gne  fretou  um  barco,  e  a  to- 
voa  .pelo  Mondego .  acima»  até  ao  logar  <^ 
Geira,.eahi  a  coilooou  em  nm  carro  seq^ie- 
yando-a  para  caaa»  até  se  concluir  o  seu, al- 
tar. Foi  um  dia  de  o^ande  festa  o  da  coUoça- 
çao  da  ioMgem  na  capella.  E*  esta  grande  e 
bonita.  Tem  o  altarrun^r,  onde  ^tà  a;pa- 
droeúTA  (em  um  oratório  envidraçado). 

A  eapella  mór  é  fechada  por  umas  balias 
grades  de  pau  santo,  que  lhe  mandou  fazer 
o.pnior  do  Salvador  de  Miranda,  Estevão  de 
Foyos  Pereira. 

Tem  duas  capellas  lateraes  de  5.  João  Ba- 
ptista» e  de  Santo  António»     * 

Fórada.porta  da  eapella,  e  formado  n*eUa, 
está  um  formoso  alpendre,  levantado  sobre^ 
columnas  de  pedra,  e  n'elle  o  palpito. 

Era  annexa  à  egreja  malfiz  de  Mir^^^da» 
cujo  prior  apresentava  aqui  o  capellão,  para 
tratar  da  eapella»  dizer. as  missas  e  rmeber 
as  oíTertaa. 

Tiidia  a  Senhora  três  alampadas  de  pr^ta, 
afora  uma  muito  antiga,  que  foi  desfjaita; 
quatro  grandes  castiçaies,  duas  corftas^  tbn- 
ntak)^  navéta,  e  varias  outras  pegas  do 
mesmo  metaU  rices  ornamentos»  ^  teve  uma 
preciosa  easúla,  de  brocado  de  oiro,  borda- 
da com  as  armas  dos  duques  de  Aveiro,  que 
lhe  deu  a  doqueza  do  mesmo  titulo. 

As  religiosas  do  hoje  abandonado  conven- 
to, de  Jesus  de  Aveiro,  tinham  muito  grapde 
detoçao  a  esta  Senhora,  o  lhe  costumavam 
maddar  ramos  e  flores  para  o  seu  altar. . 

A  3  kilometros  ao  S.  de. Miranda,  perto 
de  uma  serra  eminente,  e  om  um  sitio  qpe 
fica.  ao  O.  da  serra,  está  uma.pUmcie,  cer- 
cada  de  arvores  silvestres,' no  meio  da  qual 
erigiu  uma  mulher  a  capella  4e  iVoéi^a  £#- 
nAoro-  do$  Milagret, 

Conta  a  tradição- do  modo  seguinte  a  ori- 
gem d*esta  capella. 

Pelos  annos  de  19001,  havia  uma  peque- 
na aldeia  na  descida  d*aquella  serrst  cha- 
mada Fttaes,  habitada  por  pobres,  lavra- 
dores. Entre  estes  bavia  uma  viuvfr,  com 


^âs 


iim 


mba  filhá  que,  por' motivos  qaeseilnoi^am, 
86  suicidou,  eiiforcaQâo-se. 

A  mie,  aí&icta^  com  tSo  triste  successo,  e 
^vergonhâda  pelo  fim  desesperado  de  soa 
fflha,  pegou  D*ella  ás  cosias,  e  a  foi  enter- 
rar na  plaaiciè,  em  cnjo  centro  está  hoje  a 
cápella,  sem  a  pessoa  alguma  dar  parte  do 
Buecedido;  e  sobre  a  ean^a  da  filha  hia 
chorar  lagrimas  de  vergonha  e  de  saudade. 

Passado  tempo  resolveu  edifiear  aqui  uma 
eapella  â  Mae  de  Deus,  para  o  que  sollici- 
ton  e  obteve  licença  do  bispo  de  Coimbra. 

Construiu  a  ermida,  que  dedicou  a  JV05- 
sa  Senlwra  doê  Milagres.  A  imagem  da  Se- 
íihora  é  de  pedra,  de  um  metro  de  alto,  e 
de  boa  esculptura,  mandada  fazer  em  Coim- 
bra pela  fundadora. 

£*  a  Senh&ra  dos  Milagres  advogada  con- 
tra as  iiiflícçôes  do  coração  e  dores  inter- 
nas, e  lhe  offerecem  os  devotos,  como  teste- 
munho dos  favores  recebidos,  corações  e 
omras  vísceras  de  cera. 

Miranda  é  também  um  appelífdo  nobre 
em  Portugal,  tomado,  ou  d*esta  villa,  ou  da 
cidade  do  mesmo  nome,' em  Trásos^íontes. 

O  primeiro  queeom  elle  se  acha,  é Gonçalo 
Paes  de  Miranda.  Tem  os  Mirandas,  braêâo 
d'arma8  completo;  que  é— em  campo  d*ouro, 
aspa  de  púrpura,  firmada,  entre  quatro  flo- 
*res  de  liz,  de  verde.  Elmo  d'aço  aberto,  e  por 
timbre,  seis  plumas  d'ouro,  e  entre  eUas, 
uma  das  flores  de  li2  das  armas. 

Outros  do  mesmo  appellido,  usam  das 
mesmas  armas,  mas  o  timbre  é  uma  aspa 
d*ouro,  carregada  das  quatro  flores  de  liz 
das  armas,  uma  em  cada  ponta: 

Outros  trazem,  em  campo  d*ouro,  duas  as- 
pas de  púrpura,  em  banda.  (Pará  a  eiymo- 
logia,  vide  o  artigo  seguinte.) 

MIRANDA  DO  DOURO— cidade.  Trás  os- 
Montes,  cabeça  do  concelho  e  da  comarca  do 
sen  nome,  bispado  e  districto  administrativo 
de  Bragança,  d*OQde  dista  48  kiiomíetros,  e 
470  ao  N.  de  Lisboa,  350  fogos,  em  uma  só 
íireguezia. 

£m  1757  tinha  300  fogos.     . 

Orago  Santa  Maria  Maior.  (Nossa  Senhora 
da  Assumpção.) 

Era  esta  freguezia  {antes  do  bispado  se 


I  mudar  para  Bragança),  curada  pior  dois  cor 
negos  de  meia  prebenda,  da  apreseotaçaa 
da  mitra,  tendo  cada  um  d'elles  if5jMMK>róis 
de  rendimento  Annual. 

O  concelho  de  Miranda,  é  composto  de  i(^ 
freguezias,  todas  no  bispado  de  Bragança^ 
sao:  Aihenojr— Cicouro  eConstautim— Oaaa- 
Egrejas — Genízio— -IníTâties  (ou  Ufanes)-*^ 
Maihadas-H-Miranda— Palaçoulo  --ParadeUa 
—Picote — ^Póvoa-— S.  Martinho  d^Angueira 
-^Sendim— Silva,  e  Yilia  Chan  da  Barciosa« 
Todas  com  2:000  fogos. 

A  sua  comarca  é  composta  dos  juig&dofl. 
de  Miranda  e  Vimioso,  este,  com  2:â00  fo* 
gos;'vindo  a  comarca  a  ter  4:200fogo8|  to*^ 
dos  também  no  bispado  de  Bragança, 

Esta  cidade,  é4ima  triste  provA  das  alt^- 
nativas  a  que  estão  sujeitas  as  povoações, 
como  as  famílias  e  os  homens.  Nobre  e  an<- 
tiquissima  «cidade  da  Lusitânia,  chegou  a  Cal 
decadência,  que,  não  s6  perdeu  a  sede  de  ta- 
pado, mas  até  a  comarca,  puis  o  julgado  de 
Miranda  pertenceu,  por  muitos  anno8,áco> 
marca  do  Mogadouro,  pequena  e  arruinada 
villa  de  Trás-os-Montcs. 

Em  i855,  tornou  a  ser  cabeça  de  comarca. 

Está  em  ii*"  25'  de  latitude  e  15"»  iSf  de 
longitude,  N. 

É  o  setl  assento  na  parte  mais  meridional 
da  província,  sobre  a  direita  do  rio  Douro» 
que  a  separa  da  província  de  Leào'(Hespa- 
nha),  em  terreno  montuoso  e  alcantilado,  re^ 
fervendo  lhe  ao  sopé,  encaixado  em  pen^!- 
dias,  o  indómito  rio  qae  lhe  dá  o  sobrenome. 

A  darmos  credito  ao  padre  Carvalho  da 
Costa,  e  outros  muitos  escriptores  portuguq- 
zes,  foi  Miranda  uma  cidade  importantissi- 
ma  no  tempo  dos  romanos,  que  lhe  éeram.a 
nome  de  Contium^  depois,  de  Paramica,  e 
por  fim,  de  Seponda. 

Conquistada  pelos  árabes,  em  716,  estes 
deramiheonome  de  Mir-Andul,  que  facil- 
mente se  corrompeu  no  aciuaL 

Jlltr  ou  Emir,  é  um  nome  appellativo  ára- 
be, que  significa :  príncipe,  senhor,  chefe, 
governador,  etc. 

AndiUf  é  um  substantivo  persa,  adoptada 
pelos  árabes,  e  vem  a  ser,  uma  espécie  de 
liteira^  conduzida  por  homens;  andas^  ou  p«- 
lanquim,  ainda  hoje  muito  usado  na Asíae 


Mia 


%9t 


é  Ba  Abiea.  (De  atidte/,  fizemos  nól  andor, 
qne  yem  &  sèf  o  mesmo).  Sendo  aasim,  si' 
^súíkA^^PoMaçãa  do  Emir  do  palanquim. 

Na  Jiespanha  ha  Ya*ias  povoações  com  o 
'■ème  de  Miranda.  Na  Itália  ha  nma  cidade 
májo  nome  sbffreo  menos  corrupção,  pois  se 
«hama  IHrandtUa. 

*     '    ■  —  -  • 

CiMQ  as  guerras  entre  os  lusitanos  e  ara- 
1)68,  M  esta  cidade  mnitas  vezes  tomada  e 
destruída,  de  ifiodo  qae  no  t^mpo  do  conde 
B<r  Henriqne,  estava  em  completo  estado  de 
raina  e  qnasi  deserta^ 
'  Pol.nVste  miaero  estado  qm  a  achoa  sen 
filho,  D.  Afonso  Henriques.  Vendo  este  prin- 
«i^  a  importância  militar  d'este  ponto,  não 
só  pela  laeiltdade  oom  que  sq  podia  tomar 
'defensável,  como  por  ser  fronteiro  aos  tur- 
l^nteiltos  leonezes,  com  quem  teve  Varias  e 
-èttcaròiçadas  guerras,  tratou  de  á'  tornar 
nma  praça  de  guerra,  construindo^the  uni 
lort»  caseei  lo,  e  uma  pequena  cerca  de  mura* 
lhas,  em  ii36;  e,  n*esse  mesmo  anno,  a  19 
de  noT^mbro;  lhe  d?u  foral,  com  muitos  pri- 
vilégios, sendo  um  dos  princ^aes,  o  de  ser 
€Mito  do  reino,  ou  de  homisiados;  para  attra- 
iir  para  aqui  mais  fácil  e  mais  rapidamente 
povoadores.      •         .      . 

£ete  foral  e  seus  privilégios,  foram  depois 
•CMfirmados  em  Coimbra,  por  sen  neto,  D. 
AfTonso  íl,  em  1217.  (líaçõ  It  de  foraes  an- 
4igo9,  n.^  3, 11. 9,  col.  l.-— e  no  Uv.  de  foraes 
-emligos;  deleitura  nova,  fl.  53  v.,  col.  2.«) 

H.  Dinii,  lhe  concedeu  outro  foral,  au- 
gmentando  os  privilégios  antigos,  em  San- 
tarem»  a  18  de  dezembro  de' 4286,  dando -lhe 
então  o  foro  de  villa.  [Liv.  i.«  de  doações,  do 
.ir.  rei  D.  Diniz,  fl.  189,  col.  l.*,  e  na  gav. 
1«,  maço  i3,  n.»  21.)  * 

.  D.  Manuel  lhe  d^u  foral  novo,  enr  Santa-» 
rem,.no  !.•  de  }unho  de  1510.  {Uv,  de  foraes 
novos  de  Trás-os-Montes,  fl/l,'col.  !•) 

A  população  de  Miranda,  foi  crescendo 
€M  redor  do  castelío,  convidada  pelos  privi* 
legíos  e  isenções  que  lhe  eram  concedidos, 
«  o  niesmo  D.  Affônso  Henriques,  ou  sen  fl- 

1  Um  dos  privilégios  d'este  foral,  pra  o  de 
Miranda  nunca  sahir  da  coroa. 


lho,  D.  SaoehO'  I,  mandaram  eonatruir  em 
redor  da  povoação,  umaoutra  oârca  de  qq-: 
ralhas,  defóndidas  por  algumas  torres  e  ca- 
belos. 

SutHâdo  ao  throno  (1279)  o  rei  D.  Dial;» 
incansável  constructor  de  castellos  e  ma* 
ralhas,  e  estando  as  fortificações  de  Miranda 
bastante  deterioradas,  já  pela  mà  cofStroe* 
ção,  já  pelas  guerras  com  os  leoneses,  man« 
dou  reedificar  todo,  no  mesmo  anno  em  Que 
lhe  den  foral,  terminando  as  obras  no  amio. 
seguinte. 

O  castelío  estava  tão  desmantelado,  qna 
foi  preciso  reeonstruil-O  d^sde  os  fandamen^ 
tos.  As  muralhas*  também  foram  ampliadas. 

'O  castbllo  tmha  uma  porta  e  um  {Mitigo, 
e  as  mundhas,  três  portas. 

Bram  alcaides^móres  do  castelío  de  Mi* 
randa,  os  marqueses  de  Távora,  que,  com  a 
vida,  e  com  todos  os  seus  bens,  perderam 
ena  alcaidaria-mór,  em  1759.  (Vide  Chão 
Salgado.) 

Também  o  foi  Gonçalo  iPaes  de  Miranda, 
tronco  dos  Mirandas.  Ç^áe  Miranda  do  Cof'- 
\vo.) 

As  obras  de  defeza,  feitas  por  D.  Diniz, 
principiaram  em  1294,  e  se  éoncluirám  cm 
1299. 

Agora  está  tudo  em  ruínas.  Adiante  direi 
a  rasão  porque. 

Cessaram  as  guerras  com  os  castelhanos 
e  leonezes,  e  a  paz  troute  oomsigo  o  desen- 
volvimento da  industria,  cpmmerdo  e  agrir» 
cultura. 

Os  hespanhoes,  tornando*se  nossos  ami- 
gos, concorreram  por  muito,  para  a  prospe* 
ridadê  da  Miranda^  qne  era  o  ceoiro  das  snas 
ti^ansacQdes,  com  este  rdao,  e  Miranda  tbr* 
nou^se  fioresoente.   * 

No  principio  do  século  XVI,  o  arcebispa- 
do de  Braga,  tinha  uma  área  Vastíssima,  pois 
abrangia  a>maior  parte  da  provinda  do  Bfi- 
nho  e  toda  a  de  TrásDs^Montes,  o  que,  como 
é  factt  dejnlgar,  eattlsava  ^aves  transtomofl^ 
prefuizos  e  delongas,  nos  negócios  eeclesias.» 
aíeos. 

D.  João  III  subira  ao  tfntmo,  ém  1621,  .e 
sendo  ttw.rci^résentados  os  inconvenientes 
da. grande  extensão  do  areebwpado  de  Bra^ 
ga,  resolveu  arear  um  bispado  em  Trásoa* 


330: 


HK 


]lo&t6«--Impetnm  te  papá  Paula  Hl,  a  bid- 
fai  para  a  ereeçio  da  nova  ditfeeae,  qat  Hm 
foi  concedida,  em  2S  de  naio  de  I9I8«  (qoan* 
do  se  creou  também  o  bispado  de  Leiria.) 

Voi  i.*  bispo  de  Miranda^  D.  ToríMo  Lo- 
pes. 

É  pois  a  este  monareba,  qae  Ifiraoda  deve 
essa  época  de  esplenden  que  por  mais  4e 
dois  séculos  disfroctoa. 

Bonron-a-  com  a  catheg«ria  de  cidade^  6 
lhe  dea  novos  príviiegios,  sendo  um  doa 
príneipaes  o  de  mandar  procuradores  ás  cOr* 
tes^  com  assento  no  banco  4.*— Tudo  isto  no 
meMo  anno  de  1545. 

ftipp0e*8e  qoij  foi  também  entio»  qoe  ttie 
den  per  arnu^  nm  escudo  coroado,  tendo 
no  meio  um  casteilo  com  três  tonre%  e  so* 
bi^atorre  do  centro,  a  tua- em  quarto  crés- 
eente,  com  as  ponteia  para  baixa. 

Eis  Miranda  a  única  cidade  de  Tràs-os- 
Montez»  capital  de  província,  sáde  de  bispa- 
do» residência  do  bispo,  cónegos  e  mais  au- 
cioridades  ecciesiasticas,  l)em  como  das  mi- 
litares e  civis.  Com  muitos  e  grandiosos  edi- 
flcioa,  públicos  e  particulares,  (qaasi  todos 
reduzidos  actualmente  a  tristes  ruinas;  mu- 
das mas  eloquentes  testemunhas  de  ventu- 
passadas.  Sic  transecU  gloria  mundit)  • 

A  guena  dos  27  annos,  deu  o  primeiro, 
mu  terrivel  golpe  na  prosperídAde  dTesta 
infeliz  povoação.  Situada  na  raia,  foi  por  va^ 
rias'  veces  entrada  e  saqueada  p^s  caste- 
lh«ios* 

O  seti  eonunereio  eslava  paralisado,*  a  sua 
industria  nnlla,  e;  oa  lavradorest  em,  vea  de 
se  empregarem  no  amanho  das  suas  terras, 
eoprega^mt-se  èm  defender  a;  sua  paQria 
contra'  os  castelhanos. 

Em  i6i4,  D.  João  i V  mandou  reedificar 
»  soas  antigas  mofalhas:  o  eastéUo  apror 
prlou^se  ao  aso  da  artilheria,  piora  o*  qae  se 
demoliram  as  quatro  torres  que  exisfiain 
nos  quatro  ângulos  do  castello,  até  ficaress 
lo^nivèldas  eorUiasL 

Na  guem  da  suecessão  de  Kespanha^  tn^ 
vaia  óntM  Gsntella  e  França  de  uma  parte; 
«  a  Inglaterra,  ftorcugal,  HoUanda  e  a  AUa^ 


manha,  da  oatra,  foi  esta  ddââe  tomada,  por 
traição,  no  dia  8  de  jnlho  de  1740l 

O  sargento-m^^  PisienlBiy 

governador  da  praça»  a  eaitte- 

gon  ao  general;  marqaeoráa 

Bay,  por  6:060  dobrões^  fieaft* 

do  a  guarnição  prisioileijBa  dft 

guerra.  Porém  em  1711,  foi 

esta  affronta  vingada  por  D. 

João  Manuel,  conde  da  Aialaíay 

que  depois  de  nm  curto  asse«* 

dio,  e  tomadas- as  obras»  €lit^ 

riores,  e  aberta  ttma.brechnno 

eastello,  fez  nender  a  praça  Inr 

capitula^,  em  l^.áe  abril,  fL^ 

cando  a  guarnição,  castelhana 

l^isioneira  de  gUierrab 

Bm  176^  rebenta  a  guerra  entre  Hespan 

nha  e  Inglaterra,  por  cansa  do  pacto  de  fa^ 

mUíQ.  Portogal  não  cede  ás  intimaçõesèa 

Gastellâ  e  França,  e  toron  o  partido  da  Unaf 

Bretanha ;  pelo  que  a  Hespanha  noa  deda**- 

fOQ  guerra,  em  15  de  junho  d^essiB  anno^ 

O  general  eastelhaiiQ,  marques  de  Sanrii^ 
hivadin  cem  nm  poderoso  exercito  a  pitt*' 
vineia  de-Trásofi-Montes,  devastando*^  «sa* 
qneandoa,  e  tomando-se.  senhor  de  quaai 
toda,  e  marchando  sobre  o  Porto. 

Também  então  (em  Í5*de 

afasto)  o  general,  eonde»  éo 

Rdilli,  nos  toma  Almeida^  (for 

oaípilulação;  e  na  America  noia 

.  tomaram  eavilosamento  a  es^ 

lonia  do  Sacramiento  e  a  llia 

de  S.  Gabriel 

Em  qunnlo  Miranda;  esteve  sob  o  domínio 

castelhano^  soffreu  o  que  era  de  esperar  dê 

inimigos  implacáveis. 

Felizmente,  o  duque  de  Lafões^  é  nomear 
do  general  em  chefe  do  exercito  .pertngaez^ 
e  chefe  do  estado  mmor»  o  marechal-gene* 
ral,  eonde  de  Uppe;  e  o»  castelhanos  são* 
derrotados  em  varias  batalhas ;  até  que  em 
10  de^  fevereiro  de  176^  se  assigoa  a  paz^ 
entre  Portugal,  Hespanha,  Fmmça  eJnglih 
tenra. 

A  prosperidade  «Is  Miranda,  hia  em  deoar» 
dencia;  e  tudo  x^oncorria  para  a  reduzir  a 
iltnii  povoação  insigniOcaate. 
Em  1770,  abre-seacommunioaçãaeom;â 


tQgte  d^  Bmau  (qac^  ej^«  va  Jjcapedid^,  dçsda 
2&  dô  agosto  4^  Í76(X>— D.  José  I»  impetra 
e;  QjfiiteiA  da  papa  Clemente  XÍV  (o  célebre 
Ci^«^b9«tf//i>j^  erecção  doâ  bispados  de  Pena- 
fiel ^  SragaaçaR  e  a  restauração  do  de  Peja. 

O  bispado  de  BragaoQa,  é  (orando  ^  custa 
dOi  da  HUvaoda,  desmeml^raodo-se-lbe  gran- 
de nuo^ro  die.parocbiaa. 

Pela  bulia  do  papa  Pio  YI,  de  27  de  se- 
teoAro  de  1780,  foraoa  foidas.  estas  duas 
dioceses;  i9as  então,  Miranda  perdeu  a  sua 
preemioAucia  ecclesiastica.  transferind^-se 
para  a  eidade  de  Bragança  sede  episcopal. 

Bonaparte,  feito  imperador  dos  frapcezes» 
está  em  gu/epca  com  graQd^  numero,  de.  9^- 
ções  4a  Europa.  » 

IBm  iSOii  faz  uma  aJÚwfa  oom  os  hespa- 
nboes»  cpntna  a Joglaterra;,  e,  çoo^o  o  prin,- 
cipe  regente  (depois  I^^  João  VQ  se.  recusa 
a  ealrac  ua.  liga, .  Godoy  (feito  primipe  da 
P^uJh  iavade  Portugal,  òon^  um  gjcand^  exer- 
eilo,,e  nos  toma  Olivença, 

A  província  de  Trás-os]ki(ontes,, também 
soffrea  com  esta  guerra,  quQ  Celjziiiente  foi 
de  curta  duração. 

Pelo  Uratad^  de  Fcn^ainsbUati  (27  d^  eiU* 
tuJ^ro>  de  1807),  e  segAudo  as  partifhíis  eor 
tao  feitas  de  Portugal,  fleayam  as  proyincjas 
de  Trás-os-Montes  e  Beira,  em  deposito,  até 
á  paz  geral,  para  então  se  dispõe  d^eiias  no- 
mo quizesse  Bonaparte.  (Vide  coL  1.%  pag. 
3jí8  do  4.0  volj.; 

Também  eiitao  tfiranAa^  e  toda  a  proviur 
cJAide  Trás-os  Montes,  sofreram  remetidas  e 
devastadoras  invasões  dos  castelhanos  e  dos 
fr|pcezes;  mas  também  foi  ttiea^ro  glorioso 
da  beroico  esforço  dos  portuguezes,  que,  se- 
cundando o  grito  de  ind^ependencia,  levanta- 
do em  outras  terras  do  reino,  tanto.contri- 
buiu  para  nos  libertar  das  garras  dos  fran- 
cezes.  — 

A  única  egreja  parochíal  da  cidade,  é  o 
templo  de  Nossa  Senhora  dà  Assumpção,  de 
que  adiante  tratarei. 

Os  principaes  edificios  de  AGranda,  são : 
a  Casa  da  Misericórdia,  o  Hospital,  e  o  Semi- 
nário (construído  pouco  antes  da  suppres- 
são  do  bispado  de  Miranda.) 

Dentro  e  fora  da  cidadç,  há  varias  capei- 
las* 


Mm 


331- 


NIo  ha  fontes  dentre  do  recinto  das  mu- 
{ralhas;  mas  sim  muitos  poços,  abundantes 
â*agua,  mas  de  má  qualidade;  junto  porém 
à  cidade  ha  quatro  fontes  de  bôa  agua. 

Ainda  existe  o  velho  castello,  e  a  cerca  de 
muralhas, mas  tudo  desmantellada;  o  queé 
pouco  pr.u4£6!te,  pois  que  Miranda,  pela  sua 
vísinhança  com  um  reino  com  o  qual  tantas 
vezes  temos  tidOí  diíuturnas  e  encarniçadas 
guerra^,  devia  conservar-se  sempre  como 
praça  de  guerra ;  muito  mais,  porque  a  sua 
elevada  sitoaçao  é  de  faciji  defeza. 

£;m  1644,  se  lhe  construiu  um  forte,  juqto 
à  cidade,  que  pôde  ser  o  seu  principal  pa- 
ladium, 

É  tao  excessivo  o  clima  d'esta  terra,  que, 
ha  aqui  um  rifão  que  diz :  Em  Miranda  ha 
nova  m^zes  d^  iimemo  e  ires  de  inferno. 

Nos  três  mezes  de  inferno  (junho,  julho  e 
agosto),,  seccam  quasi  completamente  as 
fontes  e  ribeiros,  e  a  vegetação  desappaiceçe, 
Dois^lgjioxnetros  ao  S.,  corre  o  Douro,  com 
violeta»  apertado  eDtrp  roched,os;  e  tendo 
aqui  um  pequeno  pqrtp. 

.  O  rio  Frem>9  também  passa  pertp  4a  ci- 
dade. DesagUa  no  Douro,  ^e  tem  uma  pontp 
de  pedra»  e  junto  d*ella  uma  fonte,  que  é  ali- 
mentada por  um  aqueducto,  que  vem  ^obre 
arcoSs  dçsde  q  sítio  de  VUlarinho. 

O  termip  de  Miranda,  apezar  de  pedrego* 
so^  produz  muitos  cereaes,  legumes,  vinho,, 
frujctas  e  hortaliças,  e  cria  muito  gado,  dQ 
tod;).  a  Qualidade. 

Apriucj^pal  industria  d*esta  povoação,  con- 
siste em  cortimentos  d^  couros,  e  em  teci- 
dos, dd  saragoças  e  buréis, 

D'este  panno  grosseiro  se  fa- 
zem, em  Trás  os-Montes  uns 
.  célebres  capotes,  chamadpa 
honras  de  Mirandas,  É  uma 
especie.de  gabão,  adornado  de 
muitos  recortes,  tiras  e  borda- 
dos^ e  notavelmente  extrava- 
gante. Alguns  d*estes  capotes» 
apezar  de  serem  de  grossa  sa* 
i  ragoç9*.  ou  burel,  custam  30  e 
401000  réis,  tantos  são  os  des- 
paratados  e  grotescos  recorta- 
dos e  guarnições. 


3è2 


MIR 


E  Miranda  fértil  em  óptimo  peixe  do  rio 
Douro. 

A  antiga  correição  de  Miranda,  compre- 
hendia :  2  cidades  (esta  e  Bragança),  6  vfllas 
e  3  concelhos. 

Tinha  o  cabido  de  Miranda :  7  dignidades^ 
7' cónegos  e  6  meios  cónegos. 

Em  8  de  maio' de  1762,  foi  esta  cidade  o 
theatro  de  nma  horrorosa  catastrophe. 

O  castell»  6  mnitas  casas,  voaram  pelos 
ares,  com  upoá  explosão  de  1:500  arrobas  de 
pólvora,  ficando  sepultadas  nas  fainas  perto 
de  400  pessoas. 

Do  livro  dos  assentos  dos  óbitos,  da  fre- 
gaezia,  consta  o  seguinte,  que  principia  a 
fl.  tí7  V. 

tÂos  oito  de  maio  de  1762,  pelas  sete  ho- 
ras e  meia  da  tarde,  tempo  em  que  todo 
este  reino  de  Portugal  estava  bloqueado  em 
roda,  pelas  armas  hespanholás,  esta  pro- 
vinda invadida,  e  cercada  esta  cidade,  por 
um  exercito  de  30:000  homens,  estando  a 
atirar  a  artilberia  do  castello  e  revelf ns,  ao 
sobredito  exercito  inimigo,  logo  que  des- 
carregou um  canhão,  mais  contíguo  à  torre 
grande,  passados  quatro  ou  cinco  minutos, 
rebentou  o  armazém  da  pólvora,  arruinan- 
do qçasi  todo  o  castello,  e  fazendo  duas 
brechas  exteriores,  uma  para  aporta  do  N., 
por  onde  bem  cabiam  15  homens,  e  outra 
para  a  do  Meio  Dia,  em  correspondência, 
por  onde  cabiam  9 :  arruinando  também  a 
maior  parte  do  castello,  para  o  oriente,  que 
entrava  para  a  cidade,  e  metade  da  torre 
grande,  dando  em  terra  coin  todo  o  edifieío 
e  offlcinas  que  dentro  d'elie  havia,  em  cu- 
jas ruínas  falleceu  muita  gente,  que  a  mais 
d'ella  se  não  pôde  averiguar  quem  era,  por 
se  acharem  queimadas  do  fogo,  que  se  ali- 
mentou com  mais  de  1:500  arrobas  de  pól- 
vora. 

4D'esta  gente  que  pereceu,  muitos  eram 
soldados,  outros  paizanos  e  t>rdenanças  da 
terra,  que  andavam  trabalhando  dentro  do 
mesmo'  castello,  em  menesteres  que  se  lhes 
mandavam,  e  outros,  pessoas  da  cidade. 

«Não  pude  alcançar  ao  certo  o  numero  de 
«gente,  mas,  averiguado  por  prudentes,  e 


i  feita  a  âfligencb  e  inqalriçlo  penâvel,  bm^ 
«parece  falleceríam  350  a  400  pessoas,  as* 
«sim  no  castello  «  subúrbios^  como  pelas 
«ruas  da  cidade.  E,  para  memoria,  mãiiM 
«escrever  esta  declaração,  que,  com  a  IfsU 
«das  pessoas  que  abaixo  ^^  carregadas,  as- 
«signei.  B  não  vão  os  nomes  e  pátrias  com 
«mais  individuação,  porque  o  nio  pode  sa*^ 
«ber. 

<E  também  declaro  que  debaixo  dà  bre- 
•cha,  que  faz  cara  ao  meio  dia,  estão  mais 
«de  100  pessoas,  que  as  vi  eu  sepultar  na 
«ruina,  porque  casualmente  me  achava  pre* 
«sente,  e  quiz  Deus  livl*ar-me. 

«Dentro  do  donjão  (1)  ao  redor  do  poço 
«está  também  muita  gente. 

«Na  ponta  do  terreiro,  caminhando  ptfa 
«a  plataforma,  junto  ao  casteHò,  ficaram 
«também  inuitos  sepultados. 

«Na  cortina  contigua  á  peça  desbocada^ 
«que  é  de  Josepha  Simões,  se  enterraraai 
«setenta  e  tantas  pessoas,  que  nenhum  sé^ 
«soube  quem  era,  e  que  comtrabalho  po* 
deram  tirar  dasruinaè. 

«Encheu-se  quasi  todo  o  cemitério  da  Sé^ 
«e  dentro  da  Sé  sé  septiltaram  os  que  eoQ- 
«beram,  cujos  nomes,  conforme  pude  alca^ 
«çar,  eomò  tenho  dito,  são  os  seguintes. ^ 

(Segue  a  relação.) 


,« Declaro  também  que  a  maior  parte  â*el- 
íes  foram  soccorridos  com  a  absolvição; 
que  por  mim  e  outros  sacerdotes  lhes  fbi 
dada,  e  muitos  também  com  a  extrema  un- 
cção;  e  alguns  que  vieram  acabar  de  md^- 
rer  dentro  da  Sé  e  no  hospital,  com  o  San- 
tíssimo; e  geralmente  no  mesmo  instante 
levaram  todos  a  absolvição.» 

Á  margem  está  a  nota  seguinte: 


«No  dia  9, 4epois  das  duas  horas,  tomou 
«posse  da  cidade  o  exercito  hespanhol.»  (2) 

A  relação  dos  mortos  a  que  acima  se  ai- 

(i)  Torreão,  do  francez  donjon. 

(2)  Os  castelhanos,  depois  de  tomarem  a 

Íiraça,  fizeram  voar  grande  parte  das  mura- 
has,  que  a  explosão  poupara. 


Mm 


333 


loie^  abronge ires Mbds  doHvro^  e  aceitos 
«é  léenk  os  Domi»  de  mnius^pessots  de  dif> 
forentes  edades,  sexos  e  proflHQes,  entro  oa« 
«roffy  o  do  seeretarío  do  Mq».  • 

Tudo  está  assignado  pelo  parocho,  Ban- 
co de  Moraes  Freire. 

-  Ignorasse  se  a  explosão  foi  aceid^tal,  on 
4e  proposUo;  porém  é  tradição  em  Miraa* 
ú^  que  o  gotemadoj  do  caetelto,  compra- 
do pelos  hespanhoeS)  pnzera  fogo  a«  paiol 
da  pólvora,  e  que  depois  da  explosão  fora 
"Visto  fóra  das  maralhas  eaminhmdo  para  o 
eampo  ioimigo. 

A  iarrê  de  menagêM  ainda  está' no  exte* 
rior  sofficientemente  conservada,  tendo»  so- 
bre a  porta,  mas  qaast  âo  cimo  da  torre,  as 
annas  deP^magal.  loteriormente  porém  es- 
t^  bastante  arminada  pola  expiosio; 

A  porta  prÍDcipal  do  castello,  era  pelalor^ 
re  de  menagem,  e  peqnena,  e  ainda  exis- 
te/bem  comb  vestígios  da  ponte  ieradíça. 
IVunbem  ainda  se  véontra  porta  mais  pe- 
^pienadolado  do  O. 

O  eastello  está  situado  eiii  nm^peqooBa 
«mlneneia  ao  NO.  da  cfáade,  e  d'eHe  se  go« 
sa  oma  bella  vista  dos  rios  Douro  ef  F^es* 
oo^  da*  cidade,  e  de  grande  tracto  de  t^te- 
no  portngnez  e  castelhano.. 

Na  parte  meridional  da  ^ddade,  em  silio 
sobranceiro  ao  ria  Donro,  está  o  líeila  tem- 
plo de  três  naves,  que  foi  Sé,  e  é  a  matriz 
4a  cidade.  E'  precedido  de  um  extenso  adro* 
^6  o  acompanha  também  peio  ]ado  do  O. 

A  arcbitectura  d'eBtd  templo,  ai^da*  q«e 
pesada,  é  magestosá  exteriormente,  e  em«ai> 
da  angalo  do  frontebpicio  tem  uma  macissa 
torre  de  cantaria,  como^  é  todo  o  eétfieio. 
Mas,  quem  o  vé  por  fórs,  nãopóde  imagi* 
nar  que  elegância  eriquexa  contém  nointe* 
rtor.  O  estrangeiro  solta  invirinâtoriamente 
um  grito  de  admiração  ao  contemplar  o  la- 
byrintò  das  arcarias  e  pilares  que ihesus* 
tentam  a  abobada,  e  a  proporção  que  existe 
e&i  todas  as  suas  partes^  a  abundancki'  e  boa 
distribuição  da  luz,  e  a  grande  riqueza  dos 
doze  aliares  que  o  ornam. 
'  Toma-^f',  sobretudo,  digno  de  menção  cr 
altar-mór,  que  contém  66  imagens  «piniu- 
pas  de  santos,  p.^irte  dos  qu.ies  são  de  gran- 


de  mérito  artistico^  prinoipalniénle  os  que 
estão  no  quadro  da  Assumpção: 

As  cadeiras  dos  cónegos,  apesar  de  já 
bastante  damnifieadas,  são  também  dftnota- 
vel  magniteeiícia. 

A-  Sé  de  Miranda  é  tão  sumptuosa  como 
as  de  Lisboa,  Braga,  Porto  e  Coimbra.  É 
pena  que  esteja  tão  pobre,  que  quasi  não 
tem  os  pnraawntos  e  alfafas  néeessarios  pa* 
ra  o  culto  divino ;  e  ae  o  govenio  nãer  aá 
resolver  a  arbitrar  um  subsidio  annnai  pa-. 
ra  a  conservação  e  reparos  d*este  primoroi* 
so'  monumento,  em  breve  o  veremos  redn*. 
zido  a  um  montão  de  rainas,vComo  tem,acoii« 
tecido  a  tantos  outros  ediOcâos  nacionaes, 
que  nos  recordavam  factos  gloriosos  da  nos» 
sa  bistoria.  > 

A  junta  d»  pavocbia  é  pdMissima.  A  ca«> 
mara  municipal,  já  dá  para  concertos  uma 
verba  anniHil  de  30M0O  réis ;  mas  nem  is- 
to é  suffidente,  nem  a  camará  pôde  dar 
mais,  em  vista  dos  seus  poucos  rendimen- 
tos. 

i>.  loão  nf  íbi  o  ftlndador  d'esta  ef^ja. 
Lançou  se  a  primeira  pedra«  em  ii  detnaio 
de  i551 

A  antiga  parochia  intltulava-se  SanU  Ma- 
ria Maior,  e  depoi»  de  elevada  a  Sé»  cos* 
servou  a  mesma  invocação,  que  è  a  de  to* 
das  as  Sés  portuguesas.  (Santa  Maria  Maior 
é  o  mesmo  que  Nossa  Senhora  da  Assum^^ 
pção.)  Era  uma  commendâ  de  muito  rendi- 
mento, da  Ordem  de  Ghrlato,  pertencente 
á  coroa  e  Dl  João  III  desistiu  d^élla,  em  fsivor 
d*esu  egreja,  á  qual  deu  umbem  a  mostei* 
ro  de  GSsiro  de  Avellans,  com  todas  as  suas 
propriedades  c  rendas. 

' Bste  convento  tinhasido sutiprinifido, por 
causa  do  ominoso  tributo  do  fnamnkadeffa^ 
em  1641^.  (Vide  pãg.  902  do  2.*.vol.) 

lá  disse  que  o  primeiro  bispo  deMtranda 
foi  D.  Toríbió  Lopes.  Era  esmoler  da  rai- 
nha, D.  Catharina,  mulher  de  D.  João  IIL 

Quando  teve  logar  a  explosão,  era  bispo 
de  Miranda,  D.  frei  Aleix»  (doMaieo^  que; 
por  indisposições  com  varias  pessoas  de  Mi- 
randa (oão  se  salte  porque)  resolveu  trans- 
ferir a  sua  residência  para  Bragança,  em 


334 


ma 


Bsta*  resolngio  adiMi  grá&èB  opposí^o  ^ 
na  maior  parte  d»  oabido»  d  no  «toro  do  di" 
calo  ée  IfinuMla;  mas  foi  forçMO.obedeear. 

D»  sett  mota  pi^prio,  e  sem  MKloriaa^ 
xanonica,  decretou  o  bispo  a  iraâBfereiíeia 
do»  oabido  para  Bragaaça»  a  qual  ae  reaii- 
súu.eai 7 de  marçodo  iÍF64  Quarta- feira  de 
cúua.) 

NÀo  foi  similhante  traosfenaeia  requeri- 
da por  ntngoem,  nem  o  podia  ser ;  porque 
n'aqtieile '  tempo  eslava  Portttgai  iaeemmib 
nUsayel  tom  a  Santa  Sé^  noiea  oompetente 
para  canonicamente  a  aactoríMr ;  maa^  D* 
Aleixo,  teimoso  na  sua  resolução  e  apesar 
doesta  cironoMlaneia»  mudeu  a  sua  residên- 
cia para  BrafaiiQa,  deaaOe&dendo  ás  refle^ 
xões  e  observações  de  alguns  coneyos  <|ue 
recusaram  obedieeer^  e  ooniinoaram  a  resi- 
dir em  Miranda. 

£m  1776,  veio  de  Roma  a  auctorisaçÍMV 
concedida  por  bulia  do  papa  Pio  Yl ;  mas 
sttpp56*8e  que  esta  M  soUieitada  peio  pre^ 
lado  que  então  regia  a  diocese,  D.  Bernar- 
do Hnfaeiro  8eixas»  suoceesor  da  D.  Aieino. 

Esteve  pois  a  diocese  effeclivamente  em 
Miranda,  por  espaço  de  212  annos. 

Mudada  a  sede  do  bispado,  creou-ee  em 
Miranda  uma  collegiada,  composta  de  li 
oonet^os,  com  o  ordenado  annoãl  de  8OI0QO 
róis  cada  um ;  mas  qu(»  nunca  se  cbegou  a 
constituir  de  ÍSacie^  por  falta  de  rendimen* 
tos  para.  estos  ordenadoa. 

A  requerimento  do  bispo,  D.fKi  José  Ma: 
ria  de  SanfAbna  e  Noronha^  foi  supprimi* 
da  esta  ooilegiàda  em  18M^ 

A  caihedraí,  desde  1794,  Aoou  sendo  egre- 
ja  parochial,  regida  por  dois  paroebos^  um 
oom  o  tilulo  de  amego^prior^  e  outro  com  o 
da  canégihcoadjmtof'. 

Durou  isto  até  1834.  Desde  entio^  tem 
ui»  só  parocbo,  com  o  titulo  de  orneio- 
prior. 

BraxifflO  e  nas  iraasiras  da  egreja^  estão 
as  rnioas  do  grande  edificio  que  foi  paço 
episcopal.  Á  esquerda  eslá  o  cemitério,  que 
corre  paraMelamente  à  egre Ja. 

H^  margem  esquerda  dd  Dounv  meamo 
em  frente  da  cidade,  ae  vé,  lançado  quasi  a 
prumo  sobre  o  rio,  um  alto  rocbedo  de  gra* 


nato,  de  um*  amareUo  bastante  vino»  (e  pet» 
isao.  Ibe  chamam  penedo  amwtUo.)  £  eata 
côr  devida  a  uma  espécie  de  nrasgo  que  o 
cobre  na  maior  parte  da  sua  escabrosa  sa-> 

perAsia. 

O  Goehkko  ^u  coxixo)  que  é  uma  espe* 
cie  de  grande  cotovia,  e»  que  arremeda  o  can*» 
to  de  muitas  aves,  ó  indígena  daa  terras  dei 
Miranda. 

Dia^ee  que  sobre  o  telhado  da  egreja  ha* 
um  sino,  no  qual  dando  três  badaladu^s^ 
ouvem  em  ioda  a  cidadi^  menos  dentro  dá 
egrejak 

fim  fevereiro.de  1875,  foi  aberta  à  expkriH 
ração,  a  estação  telegraphica  d»  Miranda  do 
Douro. 

Foi  bispa  de  Miranda^  D.  fr.  Jeaé  d*Alea* 
castre.  Naseeu  em  Lisboa^  em  1620.  Era  ir-* 
mão  do  cardeal,  D.  Veríssimo  d^Alencastn^ 
e  da  maia  eaelarecida  nobreza  de  Portugal» 
pois  eram  4.**  nstos  de  D.  João  II,  a  fllboa 
de  D..  Pranéboo  Luiz  d^Aleneastre^  coonaen^ 
dador  mór  d'Aviz,  e  de  sua  mulber,  D.  Phi« 
líppa  de  Mendonça^ 

Foi  D.  fr.  José  d*Alencastre,  um  dos  va* 
rSes-  mais  sabias,  ebSos  e  virtuosos  do  seu 
tempo^  pefo  que  era  de  todos  querídoerea^ 
peitado. 

Despresaado,  desde  os  seus  prímeiroe  au** 
nost  as  pompas  e  vaidades  do  mundo,  a  que 
o  convidavam  a  nobresa  do  aeu  naseiflieiíto» 
prolessou  no.  convento  dos  carmelitas  das* 
oalços,  des  Reasedioa  (Lisboa),  onde  viveo 
exemplarmente  nove  annos  e  sete  meses^  até 
que^  pelas  suaa  enlenntdades,  e  por  brava 
do  papa,  passou  para  os  oarmeliias  da  obt 
servanela«  d'ende»  depois  de  viver  qoaei  3t 
annos,.  e  ser  seu  provineial  e  commissario. 
gsnl,  sabiu  pa»  bispo  de  Miranda.  D^aquâ 
foi  transferido  para  Leiria;  depois,  para «•*> 
quisidor  geral,. capeUão-mór  de  D.  Pedro  U^ 
e  do  seu  consettioi  d'estado>.    . 

M'estas  dignidades-  se  portou  seiúpre  «!>♦. 
mo  religioso;  Os  seus  veitfdos  eram  de  ten,. 
ew  interiores  velbos  e  remendados.  Os  apo* 
sentús  do  seu  paleio,  eram  mobilados  .com 


Mm 

tâota^pebreu  e  8itat()Iidâtd^  tMlo  ^i9f40» 
Httss  ImimidBS  mostoivos.  Tinha  aeniM  i 
mesa  e  ásoa  não  dtreka»  quaildo  coaiii^aai 
pobre,  a  quem  fazia  08  pratos. 

Citstam:  qaasi  todos  oa  aena  graoésa^POD- 
dimeptos,  em  soeeorrer  os  iadigtnie»,  pre»- 
ferindo  as.  pessoas  nobre»  que  paios  aaai^ 
da  fonima  linham  tahido  òm  pobreza»  Tam* 
bem  doiiva  para  easarem»  homeos-eMiHiO' 
respobrasi 

fios  quatro  mil  erosados,  que  lhe  pertos* 
dam  do  bispado  de  Leiria,  nada  reatei  e, 
tudo  mandaira  repartir  pelos  pobres  d^ta 
cMade. 

O  ordenado  da  egreja  de  Nossa  Senhera 
do  Gabo,  ou  lá  fioava,  ou  parvt  lá  toraata  SQ^ 
gmentado. 

Em  BfiraBdai  estabeleceu  um  eollogío^  da 
ItDroea^  á»  Si.  José,  com  rendfii  pvra  o  sas- 
teuto  de  doze  eoliegíaes  pobres^  e  para  ovei* 
tor,  viee-reitor  e  mestre  do  latim^ 

Gampría  rtgorosamento  todaa  è»  otarigar 
^ões.  dos  seus  elevados  cargos^  serviadn^  4b 
exemplo  de  pontualidade  aos  seQ&  subordi^ 
nados. 

'  FalleeeQ  em  Lisboa,  em  Id  de  setembro 
de  i705.  Jaz  no  convénio  dos  Rem^dloSi 

Segundo  Ir.  Agostinho  de  Santa  Maiáa 
(6êni.  Marim,  tom.  &•,  pag.  IM)  a  aatifa 
egreja  parochial  de  Miranda,  era  commenda 
êieasa  dos  templários,  qito  parece  terom  si- 
do os  fondadore»  do  templo»  dedíeando^o  a 
Nossa  Senhora  dos  Esmedioa. 

Supprimida  a  ordem,  em  13ii,  passeiueste 
eommenda  (oomo  tudo  o^maia  da  ordena), 
para  os  caTalleivósdeGhffisto^em  l3iS|^  o 
assim  se  conservov  até  que  D.  igèo  JII  {so- 
mo já  disse),  deu  esta  oommeadaámeaa  oa« 
pitniar  de  Miranda. 

▲  iaajgem  do  Nossa  Ssobore-  diM  ResM^ 
dte^  existo,  desdB  oiesrpo*dol>.  Iforftbio^iáP* 
pés,  L^  bispo  de  Miranda^  na  egreja  qoa  tok 
ealheáral^  e  aUi  se  faz  a  sua  festa.no  L?. do* 
mingo  do  leCembro  de  eada  anoow  - 

£sia  sèlemnédade  se  laaia  antígamontsi  à 
custa  dos  abbades  de  Podeacesi  d*eftto  bish 
pado,,  porque  um  d*eUe8;  ehama^lo^Gregorio 
Pegas  de  Gouveia,  natural  do  Miranda^  o  jaiB 
perpétuo  da  mesma  Senhora,  lhes  deaoa«Ta- 


33& 

rJiks/  propriodades^  em  Podontesj  eom  esto 
eaoariK». 

fira  ailigamento'  falta  oom  grande^  espleii^. 
dor  a  lesta  de  Nossa  Senhora,  dos  Remédios^ 
havendo  procissão,  comedias,  corridas  de 
touros,  carreiras  e  esearamigas;  mas,  lodo 
o  que  era  Cóia  da  egreja»  so  fazia  eom  es- 
molas w>(«DKtaria8,  do  povo  da  cidade. 

Antos  que  Miranda  foaae  villa^  havia  aqiú 
uma  ermida,  da- invocação  de  Nossa  Senho- 
ra dos  Remédios,  de  muita  devDção  por  es- 
tas partes. 

Víndoí  o  rei  D.  Diva  a  esta*  torta,  pelos 
annòs  de  129'^,  foi  viiâiap  esta  oapeUa  o  to*^ 
moa  grande  devogaot  peia  sua  padroeira,  o 
Ihfi  dea  um*  rico  veitâdo,  que  ainda  exiftta- 
em  1720. 

Sappde«se  quo  loram  os  templários,  qae 
Gonftminm  esta  eapella,  que  serviu  por  mai^ 
tes  amios  do.matflc  da  povoação,  e  que  foL 
deeaoiiâaíqsiaado  se^edificeoaeathédral.  - 

A  imagemi  de  Nessa  Senhora  dos  Remor 
éios<  tom.  eapella  especial  na  egreja  matiiz. 

MIRAinE^Vide  a  I.*  Mironda. 

MIRáliraiiLA-^viila,  Trás-08-MoDlei^^« 
beça. do-  eoneelbe  o  da  comairca  do  si^ano* 
me,  70  kilometros  de  Bliraada,  30  a4)  Nv  da 
Torre  de  Moncorvo,  490  ao  N.  ds  Lisboa»  50O 
fogos. 

Bm  «787  tibha  3i6  fogea. 

Orago  Nassa  Senhora  da  Sncarna^Ow 

Bispado  e  distrlcto  administrativo  de  Brar. 
9aliça.i 

O  realifadroario  apiresenlava  o  teitsir,  que» 
tinha  i3M000f  féis  «e  rendimento. 

TtíXk  esiaçaa  tokfm^^- 

Oi  oeneelho  de  MinndeUa,  é  composto  daa 
97  Iregoesias  seguintes,  sendo  113  no  bispar» 
do  de  Bragança  e  14  no  arcebispado  do  Bra<« 
ga-i 

As  do  bispado  de  Bragança,  são :  Abam** 
bres,  Aivite»,  Aguieira,  Avantos,  Bouça,  Ce- 
dSes,  Cedainhos,'Cdravellas,GabaneUa8,  Garv 
valhaes,  Ffeixéda,  Fradizeila,  Guíde,  Miran- 
delia^  Murías,  Masoaronhas«  &  PetfroYelho^ 
S:  SaWador,TiHa*  yerde,yaiie  de  Gouvinhas, 
yaliê  de  Salgueiro,  Yalie  de  Telhas  e  Torro 

Todas  com  2:500  fegos* 


3:a6 


mu 


um 


'  No  arcebispado  âe  Braffa— Abniro,  AvI- 
dagos,  Barcel,  Côbro,  Frechas,  Franco,  La- 
nás-de-Orelhlo,  Marnieltos,  Navalho,  Pas- 
mos, Sacçies,  Valle-da^Sancha,  Valle-Verde, 
é  Vi]la-Dda. 
Todas  com  1:300  figos. 

*  A  comarca  do  Mirandella,  é  Composta  do 
sea  julgado,  com  os  referidos  3:800  fogos,  e 
com  o  de  Yilla-Plor,  qne  tem  1:700,  vindo  a 
ter  a  comarca  5:500  fogos. 

Está  em  41^i'  do  latitude  N.,  e  11%36'  de 
longitude  occidental. 

àfiranãêHa^é  dimiontivo  de  Miranâot^  co- 
mo quem  áit^Mirandinha: 

Na  Hespanha  também  ha  algumas  povoa- 
is doeste  nome,  sendo  a  príneipal  perto 
de  Bilbau,  na  Biscaia. 

•Está  Mirandella  situada  vistosamente  na 
margem  esquerda  do  l^a,  sobre  uma  peque- 
na elevação  e  no  seu  declive  meridional. 
Vista  da-  margem  opposla,  tem  mutta  simi- 
ttiança  com  a  cidade  de  Coimbra. 

Está  collócada  no  «étatro  da  provinda,  e 
em  frente  da  villa  se  vô  lançada  a  formoáa  e 
extensa  ponte  de  cantaria,  de  iO  arcos»  <  que 
atravessa  o  Túaf  cu]a  primittiva  eonstracção 
se  attribue  aos  romanos.  È  a  mais  comprida 
das  antigas  pontes  doeste  reino. 

O  paiz  é  muito  fértil,  mas  doentio. 

É  povoação  antiquíssima,  não  se  sabendo 
quando  nem  por  quem  foi  fundada.  Pretien- 
dém  alguns  que  è  fundação  do  rei,  oa  eiâir 
árabe  Orelhão,  que  governava  esta  região, 
e  habitava  na  serra'de  Sants  Comba,  e  di- 
zem que  por  ser  a  vifla  em  fireiíte  d'esta 
setra,  lhe  dera  o  nome  de  Á  mira  d^elh ; 
mas,  nem  estas  palavras  são  árabes,  nem  a 
etymotogiu  é  esta,  mas  sim  a  que  fiea  dita 
no  principio  doeste  artigo. 

O  Túa  nasce  em  Avloso,  na  Galliza,  com 

t  Estive  aqui  em  1847,  e  contei-lhe  90; 
não  sei  quem  se  engana,  se  eu,  se  outros 
éscriptores,  que  uns  The  dão  18  outros  19. 
—O  que  é  certo  é que,  aponte  foi  construí- 
da sobre  )2  arcos,  mas  alguns  estão  cober 
tos  de  areia  (os  das  extremidades)  e  d'aqui 
provem  a  difftíirença  no  modo  de  contar. 

As  guardas  da  ponte  são  grades  de  pe- 
dra, com  os  pilaretes  de  metro  a  metro,  o 
que  ó  bastante  perigoso. 


o  tfome  dè  ^Tnano;  a  3  kllometros  de  Miran* 
delhi,  se  une  com  o  Tuella  e  o  Rabaç€d,  teu* 
do  todos  três  juntos  o*  nome  de  Tácu 

Tem  M tserieordia,  feita  em  1518,  port  D. 
Manuel,  e  hospital. 

Tinha  um  convento  de  trinos,  extramn* 
ros,  no  sitio  do  Escoriai,  que  principiou  t 
cofl^ttti1r-se  em  1818,  ma»  não  diegon  a 
concluir-se.  É  hoje,  com  a  sua  betta  cerca, 
propriedade  particular,  por  ter  sMo  vendido 
em  1835. 

As  ruas  da  vHla,  sao  estreitas  e  tortas.  Qa 
arrabaldes  são  lindos,  principalmente  ao  N. 
e  nas  margens  dos  ribeiros  Mertís  e  Lobos^ 
que  são  conflurates  do  Túa. 

D.  Aífonso  in  a  eilevou  i  cathegoria  de 
vtHa,  e  lhe  deu  foral,  em  Guimarães,  a  98 
de  maio  de  1950.  (Liwro  2*  de  doações  dê  D. 
Affonso  III,  íl.  67  v.,  e  livro  de  foraes  anti" 
gos  dê  lêtínra  nova,  fl.  139  v.,  coi.  9.*)  D. 
Dinia  lhe  deu  outro  foral,  em  Coimbra,  a  7 
de  man^o  de  1991. 

(Gaveta  15,  maço  9,  n.*  95.  —  Gaveta  16 
maço  9,  n.»  30.— Iirro  í.»  de  doares  do  rei 
D.  Diniz,  fl.  8,  col  !.• 

D.  Manuel  lhe  deu  foral  novo,  em  Lisboa, 
nO'  l.""  de  Julho  de  1519.  {Livro  dos  foraes 
no^bs  de  Drasí-os-Montes,  fl.  11  v.,  coL  1.') 

Tem  as  ruínas  de  um  castello,  qite  idnda 
se  chama  dos  Táieoras,  porque  os  marque- 
zes  d'este  titulo  foram  donatários  da  viUa 
até  1759. 

É  murada  ao  tiso  antigo,  oom  três  portas 
e  um  casièllo,  mas  tudo  arruinado. 

Foi  <iélebre  pelos  óptimos  cavallos  que  no 
seu  termo  se  criaram. 

Os  seus  ediíidos  não  são  notáveis  poi^ne* 
nbttnia  circumstaneia,  senão  o  palácio  dos 
Távoras,  -que  posto  esteja  destelhado  ha  il5 
annoSy  o  a  desmantelar-se,  dá  mostras  d^ 
suinpmosidade  oom  que  fel  constmido.  Ti- 
nha na  frenie,  as  armas  dos  Távoras,  que 
íbTiim  apngadaspefo^rrasco,  em  475(^,  sen* 
do  então  d<)Stelhadò. 

Bsfee  ediftcio  pertence  ho{e  aos  srs.  eaa*^ 
des  de  Tilla  Real. 

Dia^^se  de  Mirandella. 


MíraDdella«  liiraiid6Uat 
«  Ifira*^  bem,  âearáa  a'dite. 
4}aeai  Mirandella  mirou, 
£m  Miranéelia  flcoo. 
"~~ 
Xem  dois  mercados  semanaes  e  um  men* 
-sal,  muito  coDcorridos,  e  nma  boa.  leira  a 
95  de  jQlbo. 

r 
•  « 

A  aldiMa  .da  GolfeircL,  em  freate  da  TiUa, 
sobre  a  margem  direira  do  Tiia,  eonde  vae 
dar  a  peate^  pôde  eonsiderar-se  como  arra- 
balde da  vilia. 

Mirandeila  íoi  outrora  uma  das  villas 
mais  notáveis,  e  mais  bem 'fortificadas  da 
provineia  de^Tra^os-Montes. 

O  Túa  ó  aqui  muito  caudaloso^  por  vir 
engrossado  já  com  o  TuêUa  e  Jttúuçal,  ou 
Mente,  além  de  vários  ribeiros  moDoiBs^  sen- 
do  os  priacipaes  doestes»  e  que  se  juntam 
ao  cimo  da  vilIa,  Loboi,  e  Mercês'  (on  Mer- 
cê.) Lobos  tem  15  kilometros  de  cãrso ;  e 
Mercês»  fô-    . 

.  O  território  de  Mirandella,  ó  fertilissimo 
em  cereaes  e  fructas.  Cria  muito  gado^  de 
toda  a  qualidade,  e  os  seus  montes  sio 
abundantes  de  caça,  grossa  e  minéa.  Os 
seus  rios,' além  de  fazerem  mover  muitas 
rodas  de-  moinbos,  traxem  bastante  e  bom 
peixe.  Sào  afamados  os  melões  e  repolbos 
de  Mirandella. 

É  aqui  nmito  antiga  a  industria  da  erea- 
ção  do  bixo  de  seda,  e  n'estes  últimos  an* 
nos  a  producçao  da  seda  ó  já  em  grande 
quantidade  e  de  óptima  qualidade. 

• 

Era  senhor,  dos  morgados  deMirandelke 
Amendoeira,  António  Correia  de  Castro  e 
Sepúlveda,  1.»  visconde  de  £rvedosa,  com 
grandeza,  marechal  de  campo  reformado,  e 
akaide-mòr  de  Aviz,  commendador  das  Or- 
dens de  Christo  e  Conceição,  e  de  Leopoldo 
da  Bélgica,  e  cavaiieiro  de  Aviz.  Tinha  as 
medalhas'  de  ouro,  de  bons  serviços^  e  de 
prata,  de  comportamento  exemplar.  Maaceu 
em  30  de  março  de  i790--icasoa  em  4^04^ 
eoox  D.  Maria  Josefa  Taveira  Figueúfedo  Xei- 
xeira  de  Barros,  iO.*  senhora  do^  morgado 
de  S.  Jorge  de  Favaios. 


Mm 


337 


Falleceu  em  Bragança,  no  principio  de 
março  de  i875« 

Tinha  o  visconde  d'£rvedosa  a  honrai.de 
ser  alho  do  bravo  gen^gral  e  dedicado^patrio- 
ta,  Sepúlveda^  (Vida  psg.  170,  coL  L*  d'ea(e 
voL) 

Sepúlveda  ó  um  appellido  nobre  em  Por- 
tugal, proveniente  de  Hespanha,  totpado  da 
villa  de  Sepúlveda,  na  Castella- Velha,  oítia, 
íamilia.  tinha  o  seu  solar  em  Segóvia,  na 
mt^^Mua  provineia. 

Este  appellido,  passou  a  Portuga^  na  pes- 
soa de  Martim  de  Sepúlveda,  um  dos  24  re- 
gedores de  Sevilha,  que  si^do  governador 
do  eastello  de  Noudar  (ou  Nodar)^  na  pro- 
vinda do  Alemtojo  (então  comarca  de  Villa 
Ruiva)»  por  Di.  Fernando,  d<i  Castella.  e  se- 
guindo o  partiilo  de  O.  Affonso  V,  de  Portu- 
gal, o  entregou  ao  príncipe  D.  João  (depoia 
II),  o  quaJ,  em  remuneração  lhe  deu  a  vilia 
de  Buarcos,  em  frente  da  Figueira  (euM  mi 
proymeia  da  Beira,  o  da  comarca  de  Tentú- 
gal) e  outras  rendasu 

Casou  com  D.  Joanna  Henriques,  01ha  de 
D.  Diogo  Henriques,  e  teve  successão. 

As  armas  dos  Sepulvedas^  são— em  cam- 
po de  púrpura,  uma.  oliveira  verde,  perfila- 
da d'ouro,  com  raizts  de  prata,  entre  dois 
leões  d'ouro,  trepante^,  e  uma  estrella  da 
prata,  de  sete  pontas,  em  cada  canto  do  che- 
fe. Timbre,  meio  leão  do  escudo. 

Na  sepultura  de  João  de  Sepúlveda,  na 
egreja  de  Nossa  Senhora  do  £sfiinheirp,  da 
ordem  de  S*  Jerony mo,  se  vé  por  brazão  d*ar- 
mas  d'elle— o  escudo  esquartelado«£ste  Se«" 
poiveda  morreu  em  1557. 

MIIUS  D£  TIBãS-*freguezia,  Minhp,  con^ 
eelho,  ^comarca,  disiricto  administrativo,  ar- 
cebispado e  6  kilometros  de  Braga,  360  ao 
N.  de  Lisboa,  i60  fugpa. . 

£m  i757  tmha  85  fogos. 

Orago  Santa  Maria  (antigamente  Nossa 
Senhora  da  Etíélla.) 

O  D,  abbade  benedietino  do  mosteiro  de 
Tlbães,  apresentava  o  vigário,  regular,  trie- 
nal, quo  tinha  SiOiOOO  róis^  e  opé  d*altar. 

£  terra  muito  Isrlil.  Pertenceu  ao  couto  do 
mosteiro  de  TibSes* 

£  po,voação  multo  antiga,  pois  já  existia 
como  paroehia,  em  562,  em  cujo  anno  ma^t- 


33S 


<doiio  rei  suevo  Tbeód^mfro,  eonstniir  aqai 
um  palácio  e  uma  quinta  de  recreio^  mie 
▼iiiha  passar  pane  do»  verios.  (Vide  Tiòies,) 

Hti^,  é  comip^  da  patavra  sueva-- 
lf#ni— que,  aeguaio'  Argote,  era  «ognome 
landatorio,  como  pio,  bomy  magno^  ewcèlêo, 
et©. 

É  provável  que  fosse  iQemio  o  «rei  21too- 
éímUro,  que  désee  esle  nome  â  povoação,  ou 
«pie  lhe  fesee  dado  por  eMe  ier  aqui  o  sen 
palácio;  porque  Theodomirú,  éo  nome  pró- 
prio suevo  Theodo  unido  ao  eoguome  Miro. 

fira  imiito  vulgar  emre  es 

•     pevo»' da  Germânia^  o  nome  de 

Theodo.  A'S8im  vemos^Tbeo- 

dero,  Tbeoâorieo,  Theodomi- 

re,  TlModoBio,Tkeoéor6do,etc. 

lá  no  tempo  4e  Theodomiro,  era-Nosaa 
Benltora  a  padroeira  d'esta  frepieaki,  que  se 
éenomfoava  Santa  Maria  de  Mire, 

WRLEU^-Vide  IftirMi. 

iiISAAÍLLA^-fregueii%  BeiVa  Baixa,  coB 
celho,  comarca,  distríotoadmiAistratiYO^bia- 
paée  e  6  IrHeroetroe  da  Guarda,  300  a  £.  de 
Lisbeft,  490  fogos. 

Em  i757  fiBha  i02  lògos. 

Orago  Nossa  Seokora  da  Conceição. 

A  easa  do  infantado  apresentavu  o  prior, 
que  tiulm*  dMMiOOO  réis  de  ren^ment*. 

É  (erra  muito  fenil  em  oereaes.  Tém  al- 
gum gado  e  muita  t)aça. 

É  n'esta  fregueda  «  aalar  dos  Návas. 

Návas  é  appeMido  nobre  em  Portugal.  O 
primeiro  que  oom  elle  se  acha,  é  Bernardo 
José  do  Amaral  Sousa  e  Návas  de  Figueire- 
do, do  logar  da  M isaréUa ;  ao  qual  p^sou 
brarao  d*arffias  D.  nniippe  IV,  em  ^  de 
abril  do  JÔttc-^  é — em  campo  de  púrpura, 
uma  losanja  d*ouro,  firmada  e  vasiado  cam- 
po, e  no  meio  d'ei)a,  um  castellod^ouro.  Or- 
la de  púrpura,  carregada  de  oito  aspas  de 
ouro. 

MISARiLLA-HUente  da  Beira  Alta,  de 
muita  elevação,  no  alto  do  qual  está  edifica- 
da a  vílla  d^Armamar,  ao '  Norte  d^ella,  e 
mui  pr<mmo  á  egreja  matriz,*  principia  a 
apparecer  um  vertiginoso  despenhadeiro,  em 
partes  cortado  quasi  perpendicuMvmante, 
éetteendo  até  uma  éxtraordteariapcofandi- 


dade,  no  sopé  da  4iual  passa  x)  rio  Themi- 
Lobos,  que,  para  ahi  chegar^  ae  despenha  de 
uma  grande  altura,  formando  D«na  bellissi- 
ma  catarata, a/ que ae  dáonbmede ScUto da 
Misarélla. 

Para  hir  ao  fundo  do  preeipicio,  é  mister 
íatror  um  grande  rodeio,  e  quem  alli  chegar 
e  olhar  para  cima,  vé  no  cume  d!eBt^  medo- 
nho despenhadeiro,  uma  parte  da  vílla  d'Ar- 
mamaB,  ooroando-o,  e  sobresahindo  o  gtan- 
4%  e  magnifico  edifieio,  xeceniemente  oons- 
tmido  para  as  repartições  publicas  do  con- 
celho e  comarca. 

Como  os  arredores  da  villa,  pelo  E.,  O.  e 
S.  são  quasi  pianos,  só  quom  chega  ao  lado 
N.4*eUa,  étque  vé  aaeus  pés  oabysmo. 

Quasi  a  meia  aluíra  do  despenhadeiro^^es^ 
uma  .frondosa  nogueira,  e  ha  aqui  rapazes 
tão. temerários»  que  lhe. vão  eolher  o  íhMfto. 

Do  lado  esquerdo,  junto  aparte  superior, 
«stão  dois  moinhos,  que  parecem  suspensos 
no  aor.  Para  entirar  no  debaixo^loi  preoiao 
abrir^ibe  porta  pelo  meio  do  ontre^ 

Do  alto  doeste  monte,  se  gosa  um  vasl^.e 
formoso  panorama* 

MI8AB£LLA*-4^1o,  Beira  >lta,  que  nasoe 
no  alto  da  serra  do  Gairamallo,  e  corre  por 
entre  ipenhasoos. 

'  Na  freguezia  de  S.  Tfaiago  de  Besteiras 
(ooneelbo  de  Tondella),  tem  uma  cascata,  ou 
catadupa,  a  que  também  dão  o  nome  de  Sal* 
to  da  Misarella,  ou  Bica  da  À9ua*Àíta^  que 
lem  67  métro6>d'alto,  e  é  uma  dasmúores 
e  mais  formosas  de  Portugal. 

D'aqui  continua  a  correr  por  entre  pene- 
dias, até  se  eooorr^orar  com  um  manancial, 
chamado  Fonte  Fria,  qu.e  nasce  em  um  sitio 
ameníssimo  durante  o  verão. 

(Vide  o  !.<>  vol.  a  pag.  âdIS,  col.  !•) 

MISAIU5LLA~-poBte  legendaria,  na  pro- 
víncia de  Trásos-MonteS)  concelho  de  Mon- 
talegre,, que  tem.de  comprimento  (a  ponte) 
36%6S,  6  de  largo  2'?,64.— ^ta^pittoresca  e 
célebre  ponte,  está  lançada  sobre  o  rio  Be- 
gatcifi^  ou  Misarella,  a  distancia  de  1  kilo- 
metro  da  sua  confluência  com  o  Cáoado^  na 
estrada- de  Braga,  para  Montalegre,  por  Sal- 
ialbonde. 

Está  a  ponte  formada  sobre  dois  grandes 
penedos ;  é  de  cantaria  com  um  só  arco. 


MIS 

UM  de  13  itoélros  de  vio.  A  8«&  úiwm  <Da 
•estiagem)  desde  a  soperfléie^a  dgfiia-até  ao 
<|MaviaieBto^  é  de  93tnetpee. 

É  amjqBisshivâ,  e  aaorlbiíe^se  aos  tAma- 
M8  a  poDte  priKritUvi.  Foi  peoonstliilda  no 
prtod^  d'este  século. 

O  frondoso  mgido  das  apia^  precipi* 
tttDdo*se<ls  catadupa  «nn  eatadupa,  e  faraaaQ* 
lâo  por  baixo  dft  ponte  nina  protoada  eal 
*^ira,  eQ]as  paredes  são  fenaaâisi»elos  ai- 
'éanlís  eircainjaoeates,  qae  se  elevam  etíi  es* 
«alOes,  a  grande  altura,  pcir  entra  matagaes 
«  algnns  annosos  easu^iilMiros,  poneas  dí- 
Teiras  e  raras  videiras ;  e  o  Geres,  (fae  a 
«Mii  enrta  distancia  (ao  O.)  ostenta  parte  da 
ana  n^agestade  selvagem,  dao  a  este  sitio 
nxtok  edebridade  •  que  nio  teem  as  outras 
pontes  do  reino,  embora  inais  antigas,  maio- 
'rssa  de  mais  priaiorosa  arehitectura. 

N'esta  ponte  soffreu  b  «xeroito  franeei; 

i^cfltti  A6  de  «aio  de  4809»  quando  fugia  para 

•HelspaDlia,  naspoiktas  das  iKiyonètas  do  exer 

«tto'  loso-angto,  e  pdas  10  horas  da  manlian, 

«áaa  débil  reeisteoeiay  pelas  -OTdenaBças  de 

Montalegre,  e  algumas  outras,  morrendo 

•  4)astantes  franceses  da  rectaguarda.  Seguiram 

n  estrada  de  Montalegre,  pelos  •  legares  de 

^iárós^  <pie  ineendiuram,  Vitta  Noett,  Pon- 

4i^a,  PuraâêUa,  Lomos^  Fiãês,  ViUaça^  Com- 

i^es,  Mmtaiegre  (onde  entraram  ás  10  bo- 

ras<da  manban  de  17)  e  Pachosa^  d*onde  salií- 

'  ram  na  maénigada  de  IB,  até  entrarem  «a 

*OMiza,  perto  de  Oreoee.  (Se  esto  e  outras 

pontes  tivessem  sido  previamente  eortadas, 

ia  perda  dos  frkaeezes  seria  total.) 

'  fim  7  de  março  de  1827,  bouve  tandem 

ii'esta  ponte  um  pequeno  encontro,  entre  as 

tropas  realistas,  do  genial  Silveira  <conde 

ide  Amarante  e  marqnet  de  Chaves)  e^s  ii- 

èei aes,  do  general  Zagallo.  Silveira  retira 

-  para  a  Hespanba,  porque  os  inglezes  de  Clln- 

Hon,  marcham  de  Lisboa  para  o  norte,  oon- 

Ira  es  realistas.  Estes  entram  em  Hespanba 

>  a  8,  por  Abelano  e  Sant*Anna,  <e  foram  pa- 

"va  Vatbadolíd.  .    . 

O  Regavio  serve  actualmente,  D'este  pon- 
•<o,  de  divisão  entre  as  províncias  do  Minho 
a  Traz-os-Montes,  eos  districtos  administra- 
tivos de  Braga  e  Villa  Real ;  lendo^se  anne- 
xado  ao  concelho  de  Vieira  (Minho)  a  anti- 


9QS 


339 


ga  villa  de  Ruivães,  e  a  visinha  parochia4e 
Campos. 

Os  povos  circumvisinhos  d*esta  ponte,  di- 
sem  .que  ella  foi  coostruida  pelo  diabo,  e 
eomam  a  tal  respeito  a  lenda  seguinte : 

Havia  um  mau  homem,  em  terras  d'Alóai- 
Douro^  a  quem  as  fustiçaa  eneamtQadamen- 
te  peisegaiam,  por  mrbs  erimes,  e  qne 
sempre  ao  escapava,  eomo  conhecedor  ^e 
eva  das  esconderijoa  proporcionados  |«la 
natureza  selvática  da  regias,  nas  ramelos 
tempos  em  que.  o  caso  se  4eu. 

Apertado,  porém,  muito  de  perto,*  emhiiB- 
afatfu-se  um  dia  no  «ertas^  e  transviado, 
achon-se  de.  repente  á  borda  de  uma  ribei- 
ra torrencial  em  sitio  alpestre  e  medonlio, 
pelo  alcantilado  dos  penedos,  e  pelo  fragor 
tdas  aguas,  que  alli  se  despenhavam  em  fii* 
riosa  catadupa.  * 

Esquecido  como  anâa<va  da  gmça  de  Deos, 
appelloá  o  malvado  para  o  anjo  mau,  e  tan* 
to  foi  invocal-o,  como estontear^eeibe  a oa- 
beça,  perder  a  Utt  dos  olhos,  e  manflhbtar- 
se*lhe  o4iabo  em  visao.^^tFaceHne  tranepfir 
o  abysmo,  e  dou-te  a  minha  alma»  foram  as 
suas  «más  palavras. 

O  diabo  acceiton  o  pacto,  e  lançou  orna 
pdnlè  aòbre  a  torrente ;  o  réprobo  passou, 
e  aeguiu  sem  olhar  para  traz  cdmolhe  lera 
exigido ;  mas  pouco .  depois  sentia  grande 
estrépito^  como  de  muitas  pedras  que  se 
derrocavam,  e  ninguém  mais  ouviu  faltar 
da  improvisada  ponte. 

Os  annos  volveram,  e  emfim  chegou  a  ho- 
ra do  passamento.  Mal  podia  pariir^se  qUem 
tinba  de  saldar  contas  lao  intrincadas,  e  que 
satisfazer  a  contracto  tão  tendE^roso. 

Emfim  desprendeu  se  a  vida  d'aqnelle 
corpo,  ^  quem  a  alma  jáoião  pertencia,  e se 
o  sacerdote,  que  qaviu  o  ultimo  arranco  do 
moribundo  não  ponde  abrir-lbe  o  eaminho 
da  salvação,  recolhendo  a  confisco  de  seus 
medonhos  crimes^  poude  aioda  apontar«ihe, 
como  lenitivo,  para  a  inexgotavel  magnani- 
midade  do  Juiz  Supremo. 

Mal  se  aecommodava,  pòréoa^  «om  o  ani- 
mo do  bom  padre,  não  tirar  da  revelação, 
motivo  para  castigar  o  espirito  das  iréras. 

um  dia  que  as  exigências  4o  seu  mins- 


340 


MIS 


MIS 


teríò  o  levaram  ao  sítio  em  que  se  deu  o 
caso  já  referido,  disfarçou-se  o  melhor  ^ae 
poude,  e  prommcion  os  terríveis  escoDju* 
ros. 

O  diabo  oão  se  fez  esperar,  nem  rogar  pa* 
ra  assentar  no  mesmo  pacto  que  já  lhe  era 
Babido. 

Apparecen  a  ponte  renovada ;  o  sacerdo* 
•le  passou,  mas  tirando  rápido  om  ramo  de 
alecrim,  moltioa^-o  na  caideirinha  qae*leva* 
va  oocaita,  três  vezes  aspergiu,  íàzendo  o 
sigaal  da  cruz  e  pronunciando  as  palavras 
sacramentaes  dos  exoreiemos*  O  mesmo  foi 
fazeho  que -sumir- se  o  demónio,  deixando  o 
ar  cheio  de  um  vapor  acre  e  espesso,  de  pez 
e  de  resina,  de  envolta  com  cheiro  soffocan- 
le  tie  enxofre,  e  ficando  de  pé  a  ponte. 

Josó  Avellino  de  Almeida,  no  seu  Dkm- 
nario  geographico  abreviadí^  coUoca  esta 
ponte  na  Beira  Alta,  e  Jonio  â  villa  de  Ar* 
mamar,  enganado  com  a  identidade  doe  no- 
mes (Misardia.) 

MISARELLA  ou  RfiGAVlO-rio,  Traz  os- 
Montes,  comarca  e  concelho  de  Montalegre. 
Nascer  junto  à  povoação  de  Codeçoso  da 
CAon,  na  freguezia  de  Meixêdo^  e  descre- 
vendo am  quasi  semicircolo,  depois  de  atra- 
vessar as  freguezias  da  Chan,  Villa  da  Pen- 
te e  Pondras^  vae,  depois  de  augmentado 
com  vários  ribeiros  e  regatos,  morrer  na  es* 
querda  do  Cávado,  abaixo  da  celebre  ponte 
da  Múarella,  com  42  kilometros  de  curso. 
Rega,  móe  e  cria  muito  e  saboroso  peixe 
mindo,  como  escalos^  bogas,  enguias  e  ex- 
cellentes  tructas. 

MISERICÓRDIAS— Portugal  foi  um  dos 
paizes,  onde  o  sentimento  catholico  lançou 
ndzes  profundas  e  tiío  multiplicadas,  que 
ainda  hoje,  depois  de  mais  de  um  século  de 
péas  e  restricções  do  poder  civil,  mais  ou 
menos  hypocritamente  disfarçadas,  mostra 
o  que  UÀ  e  os  progressos  moraes  e  religio- 
sos, qae  faria  se  o  deixassem  expandir  á 
vontade. 

Entre  os  institutos  humanitários,  filhos— 
não  de  uou  philantropia,  que  olha  o  ho* 
mem  sem  relação  a  Deus,  mas  da  candade 
evangélica,  qae  olha  a  Deus  no  homem, 
coDtam*8e  as  Cmas  d»  misericordiaf  cujo  nu- 


mero é  muito  considerável^  e  maior  seria^ 
se  os  ventos  ^rressem  mais  favoráveis.  > 

Estas  casas  compreendem^  não  só  o  ob^ 
jeet&vo  das  albergarias,  bMpitaea  e  orpha- 
noirophicos,  mas  geralmente  todos  os  exer* 
cicios  da  caridade  para  com  o  próximo. 

As  albergarias,  tão  antigas  em  .Portugal» 
eram  casas  destinadas  ao  abrigo  de  peip- 
grinos,  transeuntes  e  velhos  decrépito^,  qao 
alU  tinham,  pelo  menos,  casa,  luz  e  encosto. 

Os  hospitaes  eram  e  são  casas  destinada» 
ao  trataa)eDto  de  enfermos  e  parturiente»,*  e 
sepultura  de  mortos. 

Os  orpfaanotrophicos,  eram  casas  pias  des- 
tinadas á  creação  e  educação  de  menino» 
orphãos  e  desamparados. 

Também  havia,  e  ha  ainda,  hospitaes  do 
velhos,  de  invalido^  eta      .     . 

Já  estes  institutos  floresciam  em  Porto- 
gal,  eíiipecialmenie  as  albergarias,  quando 
ir.  Miguel  Contreras,  de  nação  bespanhoV 
religioso  da  Ordem  da  Santíssima  Trindade» 
se  propoz  e  realisou  em  1498^  com  a  protec-^ 
çãú  da  ramha  D.  Leonor,  viuva  de  D.  faia 
li,  a  fundação  da  Misericórdia  de  Lisboa» 
que  foi  a  primeira  que  houve  n'este  reino. 

Desde  logo  se  começou  a  imitar  nas  pro- 
víncias este  novo  instituto  da  cone;  e  como 
havia  muitas  albergarias,  hospitaes  e  outro» 
casas  de  caridade,  que  se  eomprehendiam 
na  vasta  extensão  dos  encargos  pios  das  Mi* 
sericordias,  foi  fácil  transformar  e  ampliar 
estes  elementos,  para  com  elles  constroír 
estas  Santas  Coio»,  como  lhes  chamam,  com 
bens  de  raiz  e  capitães  permanentes,  que 
são  os  únicos  e  Verdadeiros  fiadores  da  sua 
duração  e  augmento. . 

Gom  efléito,  a»  Misericórdias  estendem-ee 
ko  tratamento  de  enfermos,  dentro  e  fora  do 
seu  hospital ;  a  dar  sepultura  a  defoncto» 
pobres,  ainda  fallecidos  fora  das  snasicnfer- 
marias,  suffragar  soas  almas ;  crear  expos- 
tos, meninos  orphãos  ou  desamparados  e  fi- 
lhos de  parxe  duplo  ou  triplo^  ou  de  mãe» 
sem  leite  e  pobres;  dotar  orphãs;  soceor- 
rer  viuvas  bem  procedidas ;  tratar  cansa» 
de  presos  pobres,  soUicitando  o  sen  livra- 
mento  e  pagando  as  custas ;  e  em  geral  to* 
dos  os  offlcios  de  caridade  e  misericórdia 
pelos  infelizes  e  afiUctos. 


.  < 


.  Ori,  como  pani  famas  enetf yàs  sio  |>to- 
cisos  grandes  capitães,  qae  a  maior!)MMe 
d*esta8  casas  úàa  teem,  resÉlta  â*atí,  qae 
cada  uma  campre  com  a  cura  de  enfermos 
16  0e{niUnra  detnono^,  juntando- a  isto  ape- 
nas o  que  permitteíu' oB<i^éâiPsos  de  MUS 
.  madas.  < 

Deado  á  mão  9l  Bncripçõo  c^rograpkka 
ésrporluffai,  por  Aiilonio>dB  Olmira  Freire 
'fUabea, /I7M)  dei*«eiM  trabaibo  de  ooMUr 
'^S'  liiseiicerdks'  d»  eontíneDie  do  reino ;  e 
achei  que  havia  duzentas  e  «riiita  e  uauL«1Sí  • 
rando  a  de  Olivença,  que  já  nos  não  perten- 
ce, e  pondo  em  eeu  lofâr  a  do  Alandroal, 
não  contada  (talvez  por  ainda  não  existir) 
'#ea  pelo  okbob  o  nasm»  algfrísmoL* 
«    Os  nomes  das  povoaçOes, -que  lêem  estas 
«atas,  aãaoftBegutoteâi:  '  , 

Ka  aulifa  pravineia  di  Entre  D<mro  e-Minho 

Guimarães,  Monção,  Ponte  de  Limav  Yian* 
na,  Bareellòs,  fispeiendOy  Melgaço,  Vitta  do 
€obde,  Caannba,  Yallebça,  Yaliadares;  Bra- 
ga, Porto  «  Villa  Nova  de  Gayat    .  ' 

Somma  i4. 

Traz-as-Montes 

Alfandega  da  Fé,  Moncorvo,  MlrandeUa, 
Vllla  Flor,  Miranda,  Mogadouro,  Viâhaes, 
Bragança,  Chaves,  Montalegre  e  Yilla  Real. 

Somma  ii. 

Beira 

s 

Coimbra,  Ançan,  Ancião,  Bobadella,  Canta- 
nhede, Sernáchb,  Esgueira,  Góes,  Pereira, 
Rabaçal,  Tentúgal,  Yilla  Nova  de  Anços, 
Aveiro,  Yagos,  Louriçal,  Montetfiór  o  Yelho, 
Penella,  Feira,  Ovar,  \'iseu,  Mortagoa,  No- 
gueira, Lamegj,  Arouca,  Algodres,  Almei- 
da, CasCelto  Mendo^  Si^loão  da  .Pesqueira, 
Marialva,  Penedcmo,  Pinhel,  Sefemancellie,' 
Trani'090,  Yarzeas,  Yilla  Kovade  Foz  Côa 
Guarda,  Ceia,  Celorico,  Codeceiro,  Covilhanj 
Gouveia,  Linhitres,  Sfixo,  Yalhtflhfts,  Aipe 
drinha,  Belmonte,  Castello  Braoco^  tCáUelio 
Novo^  Idanh»  s  Yelha,  idaoha  a  Nova,  Mon- 
santo, Pena-GalxáS)  Ponamacòr/  ftoéaçt  a 

VOLUMS  V 


MIS 


3ii 


VHhi,  Salvsaitem  do  Estremo,  Saraedas^  Se- 
gura, Touro,  S.  Yícente,  YilU  Yeftka  AeJtD- 
dam  e  Zebreira. 
Somma  6i. 

Extremadura 

Lisboa,  Alhandra,  Alverca,  Arruda,  Cas» 
cães.  Castanheira,  Collares,  Erieelra,  Louri- 
nhaú,  Mafra',  Povos,  Torres  Vedras,  Viilâ 
Ft^anca  de  Xira,  Aldeia  Galtega  de  Mercea- 
na;  Alemqiier,  Chamusca,  Cintra,  Obidoa» 
Leirfa,  Alcobaça,  Aljubarrota,  Alvdruínbi» 
Athougufa,  Batalha,  Santa  Catharina,  Cella» 
Cód,'  Évora  de  Alcobaça,  Maiorga,  Penicfeíey 
Pombal,  Redinha,  Soure,  Abhif,  AbràntM, 
AÍ'varo,  Atalaya,  Figueiró  dos  Yinhos,  Pe- 
drógão Gfande,  Putíhete  (hoje  ConstaAcfa) 
Sa;doa],  Tancos,  Thomar,  Vlllá  ^e  Rei,  Ou* 
rém,  Porto  de  Mós,  Alcanede,  Afmeilitn, 
Azambuja,  Góllegan,  Salvaterra  dos  Magos, 
Santarém,  Toires  Novas,  Alcácer  do  Sal,  Al- 
cochete, Aldeia  Gallega  do  Ribatejo,  Alma- 
da, Barreiro,  Cabrella,  Samora  Correia,  Ca- 
nha, Grândola,  Palmelia,  Setúbal  e  Ceziin- 
bra. 

Somma  65. 

AlenUejo 

Évora,  Alcáçovas,  Estremoz,  Lavre,  Mon- 
temor o  Novo,  Pavia,  Redondo,  Yianna,  Yi- 
mieiro,  Beja,  Alvito.  Beringel,  Moura,  Ser- 
pa, Torrão,  Yidigueira,  Yillalya,  Yilla  Nova 
de  Alvito,  Yilla  Ruivâ,  Aljustrel,  Aimodovar, 
Alvaliade,  Gravão,  Mertola,  Ourique,  S.  Tfífá- 
go  de  Cacem,  Siaes,  Yilla  Nova  de  Mil  Fon- 
tes, Alter  do  Chão,  Arrayolbs,  Borba,  Mon- 
çarás,  Monforte,  Port^^l,  Souzel,  Yilla  Yiçosa, 
Elvas,  Bafbaceoa,  Campo  Maior,  Mourão, 
Oognella,  terena,  Portalegre,  Al»»grete,  Al- 
palbão,  Arronches,  Aviz,  Castello  de  Vide, 
Marvão,  Niza,  Amieira,  Belver,  Cardigos, 
Certa,  Crato,  S.'  João  do  Gal^te,  Alandroal, 
Benavente,  Benavilla,  Cabeço  de  Yide,  Ca- 
beção, Cano,  Coruche,  Fronteira,  Galveias^ 
Jaromenha,  Mora,  Noudar,  Soda,  e  Yeiros. 

Sofinma  70; 

Aluarve 


*t 


Lafca»  SUras,  Âlv6r,yilía  NoTfk:âe  PortU 


U3í 


MIS 


^ifflb 


mio,  Fftro,  Ttvira,  Albufein^  Aicootin^  Gte- 
iMo  M arIÉi  è  Locrié. 

Somma  10. 

Total  231. 

Este  artigo  foi  escrfpto  pelo  sr.  padre  Joa- 
qnim  José  da  Rocha  Espanca,  e  publicado 
no  Almanof^  do  hm  catíwlico,  para  1875. 

MláSA— deu-se  antigamente  eale  nome, 
n|k)  só  ao  incraento  sacriOcio  do  altar,  mas 
Umbem— rprímeiro,  ao  officio  nociumo  e 
T^apertino— segundo,  áquella  parte  do  sa- 
ori&cio,  a  que  podiam  assistir  os  catheca* 
nieuosi  quQ  era  desde  o  principio,  até  ao  of- 
lectoriQ,  fxclusivè— t^rceiroy  à  missa  dos 
féis,  que  era  do  offertorio,  inclusive,  até  ao 
fimr-qoarto,  a  toda  e  qualquer  oração,  ou 
fiollecU — quinto,  ás  jições  que  se  costuma- 
vam lér  nas  matinas— ^xio,  à  festividade 
de  algum  santo^  que  se  celebrava  com  gran- 
de concurso  de  povo — sep^mo,  á  feira,  ou 
,mercadò,  que  por  occasião  do  dito  concúr 
so,  se  fazia  na  soi/emnidade  de  alguns  san- 
,|08 — oitavo,  a  tudo  o  que  pertencia  ao  offi- 
cio divino,  que  também  chamaram  lithurgia. 

Davam-se  antigamente  diversos  nomes  ás 
missas,  segundo  as  suas  circumstancias:  eram 
os  seguintes : 

Missa  dos  pobres 

Esmola  que,  nos  adros  das  egrejas,  se  re- 
partia entre  elles,  para  rezarem  pela  alma 
-de  algum  deínucto. 

àÊissa  de  psalterio 

Certo  numero  de  psalmos,  preces  Cora- 
ções» que  devia  rezar  o  capellào,  todos  ob 
dias,  Bo  tempo  do  interdicto,  satisfazendo  as- 
liiD,  pela  missa  de  sacrificio,  que  devia  ee* 
*  lebrar  se  o  não  houvesse. 

> 

Missa  de  sacrifício 

O  mesmo  que  missa  de  sobre  altar» 
Sejam  tehudos  a  faxer  dizer  cada  dia  hu- 
ma  Missa  de  Sifcrificio  de  sobre  Altar, 
(Testameiito  do  eonde  de  Barcellos,  Dom 


MarUra  Gil  de  Sousa.  Do&  de  S.  Thyna^  de 
Missa  jii  ê(^MreãlUu* 

Expressão  muito  Ipequentè «mPortiigal» 
HM  séculos  Xlll «  XIV. 

Eram  as  de  sacriflcio,  ditas  sobre  o  «Mar» 
paradas  differençar  ásM  orações  e  prec9e«,'iqne 
se  podkm  fazec  fora  do  altar,  e  a  que  um- 
bmenlâo  se  davaonotte  deiiiiMi»,a8  quáts 
ató  as  mildheres  podiam  dizer,  e  (K>r  1^  se 
ittamavam  esietírantas. 

» 

Missa  oaUaéa 

O  mesmo  que  missa  baiwa,  e  aa  qtial,  sap- 
•pesto  assistisse  algam  «cóiHo,  D.celebraule 
^  dizia  a  meia  vós.  Era  o  contrario  da  miesa 
alta,  ou  pública,  que  se  celebrava  com  va- 
garoso canto,  e  á  qual  assistía  moilo  pofo^ 
pue  n'ella  offerecia  os  seus  donativos,  e  can* 
uva  •  OMbmangava  também. 
.  E  me  cantem  Missas  OffiMeadá»  e^csiaáas. 

(Tesiaméiito  de  D.  Pedro,  eoiute  de  Bar- 
cellos,  de  13õ(X^Doc«  de  Tarouca»)  ■ 

Missa  cantada 

O  mesmo  que  missa  particular,  ou  reza» 
da;  mas  com  a  difiérença  que,  então  se  usa- 
va leVanUir  o  sacet-dota  algmu  tanto  a  voz. 

Missa  chan 

Missa  rezada.— /^«fli^no  dia  de  minha  se* 
pultura,  cantem  huma  Missa  Offkiada,  e 
Chãàs,  quantas  se  poderem  dizer. 

(Odc.  de  Grijó,  do  século  XIV.) 

Missa  úffkiada,  ou  ofliciàl 

Era  o  nome  que  se  dava  á  missa  de  re» 
quiem,  k  que  preoedía  o  officio  de  defunelos^ 
e  a  qual  se  dolenmisava  com  ministros»  tu- 
eanso  e  canto. 

Os  offidos,  podiam  ser  feitos  por  seculares 
(Mgos)  de  ambos  os  sexos. 

He  estas  Missas  Officiem^nas  os  Conflrades^ 
eús  leigos,  e  as  mulheres  digam  em  tanto  $e* 
íàssas  de  Pater  Noster» 


ias 

<Doe.  de  TbDmar^  de  4388.) 

:    €oáelqB-to  com  ^videiíeià» 

•  que  amtígaiÉientey-flUMacaftfít* 
da^  em  nUda-^-^^e  mMi  «j)i» 
ciaiá^  «ra  eantada  e  adernam 

Missa  de  Pater  Noster 

Sra  catlo  fumero  de  orações  do  P^âi^ 
«NMM^iipe  âeraíim  rezar  oeieigoa  e  as  um- 
UMoes^íqneoâo  soubefiaem  oSkkur  samasas 
4«tt9efav.«tor. 

Jtficn»  áo$>'^têphtaaes 
•  ♦. 
Bta«^^  eunolaji  dâdae  toa  hospitaes,  ap- 
plicadaa  pela  alma  de  algon  defancto. 

Mkse»  puhlicaá 

BMMft  as  fliiBSd9«qiie'Qsi)i«pM  l^olliflin  oe- 
kferar'  nos  mosteiroa,  ebm  todar  a  sòletani» 
dade,  pregando,  chrisKiatido»  eto.  • 

lanãbefnse  ebamaviam  missas  pMicas,  as 
4ilAjerain;eaU«pneiBenie  eaniadas  por  Ofeiíi- 
U»nm  iMwaeoga  do  90^» 

Missa  dos  diaòonos,  st^  diáconos 
e  acólitos 

Differiam  das  n:iiasas  dos  leigos,  em  cons- 
tarem, não  de  Padre  Nossos,.mas  sim  de  ai 
gons  psalmos,  preces  e  orações. 

Emnola  que  se  dava  pelas  missas 

Segando  alguns  documentos  do  eartorío 
epissopal  de  Yiseu,  no  século  XII,  dava-se 
«m  soldo  por  cada  missa. 

No  secQh)  Xm,  chegou  ^  dois  soldos. 

Ein  1901,  já  custava  três  soldos. 

Bm  1520,  se  pagava  um  missa,  de  três  em 
renffe  (com  ministros  sagrados,  a  canto  de 
órgão  6  com  assistência  da  eommunidade,  se 
era  em  morteiro),  por  SO  réis. 

No  Synodo  de  Coimbra,  de  1^66,  sé  man- 
dou que  a  esmola  da  missa,  fosse  de  30  réis. 

£m  i^  por  uma  previsão  pai%  ^  IHse- 


MB 


343 


ricordia  de  Coimbra,  concedeu  o  rei  D.  Ma- 
nuel, que  fosse  de  40  réis  a  esmola  da  missa 
rexada. 

.  í^ètmiúmúf  Sã.  Constituições  de  vários  bis- 
pados,  marcaram  o  preço  das  missas  reza- 
dai|  em  120  réia,^  das  cantadas,  em  480 
réiS4 

Devemos  porém  notar,  que 
no  tempo  que  as  missas  cus- 
tavam um  soldo,  custava  um 
aiqutíiro  de  irigo  3, 4  e  5  réis. 
Em  S.  Christovãc,  de  Coim- 
bra, existiu  noa  documento,  de 
i40i,  pelo  qual  consta  que  se 
commutou  a  pensão  annuai  de 
7  aiqneireâ  de  azeite,  por  7  U^ 
vras  (cinco  das  qoaes,  faziam 
Um  real  de  dez  soldos.) 
MISSAL  lElSTIGO— assioi  chamavam  ao 
livro  que  trazia  as  missas  de  per  annum^^ 
tudo  o  ^oie  pertencia  á  litburgia  do  altar» 

Havia  outros'  missaes  que  constavíam  só 
de  algoiis  officíos  divinos,  eraçSese ^lle-* 
ctas,  que  também  (como  disse  na  palavra 
rnisw)  tinham  o  noitie  de  missas. 

Havia  Missal  papel,  Missal  rromaâo  (ro« 
mano)«  Missal  mkticú,^  Missal  de  oraç5e$^ 
ou  IMto  misiico. 

Nu  Inventaiio  da  egreja  de  Santo  André 
d'£scariz,  no  concelho  de  Arouca,  feito  em 
1418,  se  lé: — Duas  testúnentas  perfeitas: 
Huma  capa  de  sirgo :  hum  caHz  de  estanho: 
Hitm  Uoro  Missal  Mistipo,  etc.—(Doo.  das 
freiras  benedictinas  do  Porto.) 

MISSâM,  USSiO  e  (mais  antigo)  MIS- 
SOM-^portugnez  antígo--liomem  ou  mulher 
que  servia  de  correio,  ou  de  levar  recados. 
Vem  da  palavra  latina  missus. 

AiàtigMDenie  eram  obrigados  os  pe5es  da 
ambos  os  sexos  a  fazerem  gratuitamente  os 
recados  dos  senhores  donatários  das  suas 
terras.  Chamava-se  a  esta  obrigação— eof*- 
reira^ 

Caixeira  é  o  mesmo  que 
hida,  jurnada,  viagem,  cami« 
nho,  que  o  emphiteuta  ou  va»* 
salio  pagava,  como  de  pensão 
annual,  ao  senhorio,  bindo  já 
a  pé,  já  com  a  sua  besta  ou 
carro;  já  «a  kiases  certos^  ji  a 


844 


iacertos,  á  vontade  da  senho* 


no. 


Note-se  que  quando  o  pra^ 
90  qao  espedfleav»  t  fotKia- 
de  do  ^erviçapewoaly  não  era 
obrigado  o  eo)ono:6u  emplii- 
tenta  a  levar  besta  ou  casro. 
8ra  muitoitsado  antigamen- 
te tsleâiPâUOy  foragem,  ou  dt- 
reitura^  emquanto  não  houve 
correios  públicos. 

0¥o  foral  que  -D.  Sancha  VefTnuiz  e  seus 
filhos  deram  á  viUa  de  Fonte  Arcada  (hoje 
concelho  de  Gemanòélbe,  comarca  de  Moi- 
menta da  Beira),  em  1193,  se  \é:—Bestia  non 
dentur,  .nisi  semel  m  anna:  una  via  sU  us- 
que  Santarém:  altera  jm  Pereiro:  et  cwtei-a 
usque  Tuy.  Hommes,  qui  hebes^  atU  bestias 
nan  kabuermt,  faiant  sinqúkcs  carreiras  se- 
mel  in  anno,  et  non  amplius. 

Em  um  praso  de  Salaedas,  de  1295  se  vé 
fezendo  parte  da  pimsão-^S^nAíU  carreiras 
eon  oê  bóis,  e  cen  os  carpos,  á  abbadia,  pêra 
earreyar  os  arcos. 

No  foral  de  Géa,  de  ii36,  se  eximem  as 
mulheres  de  recado,  do  serviço  gratuito  das 
carreiras:  Nnlia  nnulier  missum  4lon  fatiai 
nullum  sei-vitium  de  sénior  terrm^' nisi  pro 
suo  pr^io, 

MiSSáR— portuguez  antigo--4izer  missas 
pe4a  a)ma  de  algum  defunto. 

MISTEIROSO^-portuguez  antig(HM>ffloia1 
mechaaico,  operário,  trabalhador,  obreira 
etc. 

MSTERBS— portuguez  antigo«--de  mthí^- 
teriaes  se  formou  misteres,  que  eram  os  ser- 
vos da  gleba,  escravos  ou  colonos,  de  certas 
fazendas,  os  quaes  eram  difTerentes  dos  ser- 
vos casatos  (d'onde  se  derivou  coso/  e  ca- 
seiro). 

Os  romanos,  e  depois  os  godos,  dispu- 
nham das  terras  e  pessoas  dos  vencidos,  se- 
gundo a  vontade  do  seu  priacipe;  e  d'aqui 
nasceu  o  poder  Heril,  que  os  doronos  exer- 
ciam nas  terras  e  pessoas  que  lhes  eram  da- 
das ou  repaftidits;  chegando,  mesmo  a  se- 
rem senhores  dos  corpos  e  vidas  (e  em  ai 
gumas  partes  até  das  honras)  d'est^s  f?tf- 
nistsiraes,  misfeiraes  o^.  boratos  do  torrão, 

Qfl^snào  priaeipitíii  a  nossa  monarchia  já 


mú 

o  poder  Heril  se  liaVia  convertido  em  jfàris- 
dicção. ptarhnoniai,  nge"dJtceptnandoa8  vi- 
das e  hoBras-*-nadB  differia  da  antiga  es- 
ora^idao;  sendo* Uieff  até  prbhibido,  em  al- 
guns loraes  e  prasos  (sob  graves  penas)  re- 
correrem ao  rei  queixando -se  das  oppres- 
sões. 

D.  Affonso  II,  longe  de  exterminar  tao  ab- 
surdo e  cruel  despotismo,  {larsea  âsr*lhe 
approdraçao,  quando  em  itll  deierminoii 
que  <o  homem  livre  possa  viver  eom  quem 
lhe  aprouver,  excepto  osque  viesrem  nas  her^ 
dades  ou  testamentos.* 

Herdades  eram  as  proprie- 
dades dos  grandes  senhores,  e 
tegtamenhs,  aa  das  ^^éju  e 
mestdiroSw 
D.  Affonso  V  mitigou  as  penas  d'esta  lei, 
deixando -as  ao  arbítrio  do  julgador.  Bm 
tal  guisa  porém  que  os  forçadares  da  Uber- 
dadenm  (Iqusm  sem  pena,  (As  490«iioidas 
por  D.    Affooso  H,  para  o  cdiao.):/fiiidL 

A/A  Liv.  IV,  tit.  20,  8  *-• 

O  tempo  foi  mudando  os  costnuMB,  ê  os 
smhores.de  baraço  e  outetlo,  pendão' e  caldei- 
ra, de  mero  e  mixto  império  foram  reitUiiifldò 
(a  seu  pesar)  a  jurisdicção  suprema  aos  nos- 
sos reis,  que,  mais  illustrados^  trataram  de 
a  reunir  á  coroa,  como  attríbuto  só  próprio 
da  realeza;  até  que  a  Ordenação  Manuelina 
iiv.  II,  tít.  45,  ei^tínguiu  totalmente  os  es- 
cravos ou  servos  da  gleba. 

MISTERIOSO— portuguez  antígo^preci- 
so,  necessário.  Yem  de  mistet,  necessidade 
ou  precisão. 

MITRA  (Palácio  e  quinta  âa)-^Já  a  pag. 
ii8  e  seguintes  faliei  d*esta  bella  proprie- 
dade. Acefescentarei  aqui  quJs  são  seus  ac- 
tuaea  proprietários  o  sr.  Perrf,  illustrado  ca- 
valheiro norteamerieano,  e  sua  esposada 
sr.*  D.  Carolina  Coronado,  tfio  estimada  pela 
bondade  de  seu  cora^,  como  notsvet  por 
seus  vastos  talentos.  £'  auctora*  de  mâftas 
6  mimosas  poesias,  e  de  alguns  romaaees, 
sendo  o  mais  bello  doestes  a  sua  Jarilla,  que 
tem  sido  vertido  ^m  varias  línguas. 
.  MITAO -^português  antigo ^ manipulo 
(dos  padres)* 

HIÚÇAS**>portugttes  antigo— mkideaas. 


mu 

MIDMilft^flrecuezia»  Beira  Alta,  comar- 
ca de  Rezende. 

Bispado  de  Lamego,  distrícto  admiBístra- 
tivo  de  Vifleo. 

Esta  fregnezia  já  está  deicripta  sob  a  pa« 
lavra  Miomães,  coaio  também  se  eacreve; 
mai,  quando  já  estava  o  artigo  impresso, 
chegaram  mais  apontameotos,  qvoà  dou 
aqni. 

A  egreja  matriz  é  moílo  antiga,  escora  e 
triste.  O  mosteiro  de  AncMe  é  qne  apresen- 
tava o  abbade;  mas  era  confirmado  peio  bis- 
po de  «Lamego,  a  qaenà  pagava,  melo  mareo 
de  prata,  167  réis  de  visitação^  e  de  cemu- 
fia  SS  vans  de  bra^^  a  preço  de  100  réis 
cada  nma,  e  a  luctue$a,    • 

Sabe  se  com  certeza  qne  esta  egreja  ara 
já  abbadia  em  1623,  nmoneiada  n^essa  da- 
ta, no  reverendo  António  Pinto  da  Fonseca, 
6  qne  este  n'ella  se  colion,  em  12  de  se- 
tembro d'esBe  anno. 

Tèmboa  residência  e  bons  passaes. 

Ba  n'e8ta  fregnezia  casas  e  famiiiaa  nota* 
veis^  e  entre  ellas  a  do  Cotdlio,  do  sn  Luiz 
Pinto  de  Sonsa  Menezes^  ba  bouee  íálleeido. 
É  boje  das  sr."  D.  Joanna  Emília  d'AttMr- 
l^ria^  e  D..  Rita  Gandida  d' Albergaria,  tias 
do  sr^  Meicbíor  Pereira  Continho  de  Vilbena 
e  Menezes,  de  Lamego,  um  dos  fidalgos  mais 
ricos  e  mais  distinctos  da  província. 

Ha  na  quinta  d'estas  senboras,  dois  cedros 
antiquíssimos  e, gigantescos» 

Pertence  a  esta  freguesia,  a  oaea.do  Caru- 
çmo  (ou  Corujeiro)^  que  foi  do  célebre  Co- 
lumbano  Pinlo  do  Gouto^  vúscKrei  da  índia;. 
£  actualmente  do  sr.  Manuel  finto  Dia^  Cha- 
vea,  medicorcirujrgiào,  pela  escóla-oiediea 
do  Porto^ 

•  São  também  notáveis  e  importantes,  a  casa 
da  StcaUira  e  outras. 

Pelas  suas  excellentes  aguas  thermaes  (de- 
nominadas A'Arégoè--\iÍQ  esta  palavra),i  e 
pelo  seu  commercâo  com  o  Porto,  é  a  povoa- 
ção das  Caldas  d^Arágos,  uma  das  melbores 
d*eata  freguezia.     . 

,A  raÍAba.D.Maíalda,malher  de  O.  Affon- 
so  flenriqueis  (outros  dizem  que  íoi  sua  ueta, 
a  rainba  Santa  Mafalda,  mas  é  érxo),  estabe- 
leceu a^ui  uma  barca  de  passagem. gratuita, 
no  sitio  da  Garça,  que  ó  um  temível  ponto, 


MIU 


345 


no  rio  Doiro,  estabelecendo  para  o  barquei- 
ro a  renda  de  certas  propriedades  e  fórQa,e 
concedendo-lbe  alguns  privilégios;  porém 
depois,  os  reis  deram  isto  á  familia  Serpa 
Pinlo^  com  a  obrigação  de  mandarem  dizer, 
na  capella,  duas  missas  semanaes,  sustenta** 
rem  dois  pobres  e  fazerem  a  festa  da  pa* 
droeira* 

A  albergaria,  que  junto  ás.  caldas  tiotm 
mandado  construir  aqueUa  piedosa  rainba, 
se  foi  desmantelando,  pelo  abandono,  o  que 
muito  prejudicou  estes  povos,  pela  diminui- 
ção da  concorrência. 

Mais  tarde,  deeeebrifam^se  as  célebres 
Caldas  do  Mollêdo  (uns  15  kilometros  ao*  E. 
d*estas,  e  também  na  margem  do  Douro,  mas 
do  lado  opposto)  que  ainda  mais  fizeram  dl- 
minuiracdncorrencâi  aqui,  porque,  para  as 
do  Moklédo,  havia  uma  bôa  estrada  feita  pela 
companhia  gertU  d^agricultura  dos  vinhos  do 
DourOt  que  do  Porto  vae  ii  Régua,  e  estãe 
apenas  em  distancia  de  4  kilometros  (ao  O.) 
da  villa  do  Peso  da  RégOa,  e  com  nma  bella 
estrada  a  mac-adam ;  o  que  tem  feito  pros- 
perar muito  estas  caldas,  e  abandonado  as 
de  Arégos,  que  não  t^m  outra  via  de  com* 
municaçâo,  senão  o  rio. 

É  notável  que,  desde  Ama- 
rante; até  Castro  d' Aire-r-des- 
de  Arouca,  até  Lamego--e  de»-, 
de  Yilla-Nova  de  Gaya,  até  á 
Barosa,  em  frente  da  Régua» 
ainda  não  ba  um  único  metro' 
de  estrada  ordinária^ 
Todo  o  território,  em  vuita  das  caldas 
d* Arégos  (ou  Miumâes),  são  barrancos,  bre- 
jos e  precipícios;  e  isto  em  muitas  léguas  de 
extensão. 

O  actual  abbade  dçi  MiumiieSfO  sr»  Ale- 
xandre Pinto  da  Gosta,  o  primeiro  proprie- 
tário da  aldeia  das  Caldas,.e  o  sr.  José  Pinto 
da  Silva,  da  Gorvaçeira,  freguezia  de  Pena- 
jois,  a  quem  os  drs.<Serpaa  Pintos  trespas- 
saram oaseus  direitos,  téem  feito  alguns  me- 
lhoramentos nas  caldas  d* Arégos,  desde  1869^ 
para  cá;  mas  ainda  deixam  miíito  a  desejar. 
Tem  já  bastantes  tinas,  algumas  casas  pa- 
ra 08  banhistas,  lojas  de  peso  e  uma  phai*- 
macia. 
Se  houvesse  uma  estrada,  ao  longo  da 


346 


MIX 


navgeBi  esquerda  daDbVTO  (^AB;Cbinma< 
Dioa^o  ha  tanto  lempo  e  tão  nrgantomenlo 
reolai^aâa)»  oDtra  seria  a  sorte  d*68ta8  cal^ 
é%s^|iorqnda6  suas  aguas  sae  abandaatea^  ^ 
^oasissimas  para  a  cora  de  Tarias  moles* 
tías.    • 

O  skio  das  caldas,  é  aneno,  e  flea  a  pou- 
cos metros  do  Douro,  havendo  aqui  um  sof • 
•  fciíiel  eáesy  m«ito  concorrido. 

O  clima  da  Qregiiezia  é  muito  saudável. 

Uiumães^  foi  oonoelho  (vulgarmente  de- 
Bomínado  d'ArégosX  e  compunba-s&das^frs' 
guezias  de  Anreade,  S.  Romão,  Miumães, 
Frei' Grilv  S.  Gypvíano,  OFaéase Pauofaòrra. 
•  A  povoação  daS'  Gaklas  d'Arégos,  ainda 
eansçrva  o  titulo  de  villa,  o  é  já  na  tregue» 
zia  de  Anreade.  i 

A  oapella  de  Saata  liaria. Magdaleoa,  e  oa 
banhoss  não  são  mesmo  na  villa  das  Gátdas 
é*Arágos,  mas  do  outro  lado  do  pequttoo  ri- 
beiro das  Calda9^  que  divide  as  freguezias  de 
Miúmaes  e  Anreade. 

Desde  1834,  até  â  extinoção  d'este  conce* 
HW)  a  casa  da  camará  e  cadeia,  foram  sem- 
inre  na  povoação  de  Ftlto-iVòoa,  da  freguezia 
ée  S.  Cypriano. 

(Vide— Arégos.) 
-  ]f lUSÊIXA,  ou  UUZÉLLA  —  freguezia, 
Beira  Baina  (no  Riba  Gêa)  concelho  e  comar- 
ca do  Sabugal  (foi  do  coneellio  de  Castello 
Mendo),  70  kilometros  ao  SE.  de  Viseu,  320 
ao-V.  do  Lisboa/170  fogos. 

Em  Í7K7  tinha  1^6  fogos. 

Orago  Santa  Maria  Mâgdai«na. 

Bispado  de>  Pinhel,  districto  administrati- 
vo da  Guarda.  (Foi  do  bispada  de  Visen.> 

A  mitra  apresentava  o  abbade,  que  tinha 
300^000  réis. 

É^iena  muito  fértil. 

'  KEXOíEIRA— Vide  Am^ioèoêira,  a  pag.  1^, 
col.  t.*;  dò  !.•  voL 

MUTO,  ou  COOTO^mETO-Histá  este  cèu- 
to,  íiò  pequenO'  valle  dé  ^les,  atravessado 
pelo  rio  ée  ihimáè'-^  nossa  provmcia  de 
l!rás-'osMontes:(comaroae  concelho  de  Mon* 
talegre),  e  na  da  Gallixa--o  é  por  isso  que 

1  £  nao  na.  de  Mium^$,  eonio^  por  mal 
informado,  disse  no  1.°'  vol,  pag.  238  6,  col. 
2.*— Anreade  é  uma  freguezia  contigua  a 
Miumaes. 


se  chama  mú^o^sto  é-^pottogiftfe^ia  glMé- 
go.— É  couto  muito  antigo,  pois  jiexiitia 
antes  de  1093. 

É  formado  por  três  povoaçQas^^^ihivài^,  a> 
S.Thiago,  que  formam  a  teegoezia  de  S.  Tbia- 
go^e  ãSeãas,  que  ficando  ao  N.  do  dita  rio^ 
pertence  á  freguezia  de  S.  Laiirenço  de  To« 
zende,  tudo  da  juríadioção  episcopal  de  Oijes*^ 
se  (Galliza). 

Confronta  pelo  lado. de  Postogal,  contos 
liffiitea  das.tres  povoaçÕes-r^Podiroio,  DanÕem 
e  SaJúzêdo-^^^  pelo  lado  dai<Saniaa^.com  os 
logarcs  de-^S.  Payo  de  Alba^eo,  SLLoureu*) 
ço  éA  Totendie  o  S.  Joáa  de  Bixviás. 

Q  tecriiorào  d*esie  onatoj  psodm.eealeio,. 
batatas,  trigo,  milha  grosso,  linho  e*  feijão. 
Cria  baslante.' gado  vaecum,  e  .cabras. 

Estão  de  posse  d*este  confio,  os  meradorea 
de  Buvids  S.  Thiago  (gallégos)  e  Meõog  (por- 
tugueiei.) 

Não  consta  de  archivo  nei^un  dn  egnejâ, 
ou  miHúeipaljdade^  portogueca,  oaihes|ia- 
nhola,  nem  por  tradição,  qi»  porção  do  ealt- 
to  pertence  ,a  Portugal,  ou  á  Galliza»  nem 
memoria  de  que  em^  algum  tampa  foBse  di^ 
vldfdo. 

6  certo  quo  antes  de  i834,'aqiiielleS'tne8; 
povoa,  pagavam  corta  quantílt  annubil  de'fè-. 
ro,  á  casa  de^  Bragança,  o  I  tSfíú  féis  d^  Stíia. 
ao  concelho  do  Montalegre.  Depois  de  iS3i^ 
não  tornaram  &  pafar. 
.  O  juiz  do  oottto,  era  senipro  um  eídadão^ 
português,  idti  resideãte,  novlkeado  por  eNi- 
ção  popular,  o  conâvmado  pelo  cevregedon^ 
de  Bragança,  quelhe  paosavA  o«rta  de  jtii% 
e  pela  qual  paga^a^  mil  e  lanios  réia|)e4Dfea** 
tes  últimos  aonos,  vinha  pvestar  juvameoto 
perante  o  juiz  de  direito  de  Montalegre.  *    . 

Antes  de  1834,  ^  escrivão  das*  honfat^^o 
Barroso,  o  era  também  do  juiz  dò  coiito-^ 
mixio: 

Este  território  foi  sempre  coolidorade<  «ohi 
mo  pertencendo  á  coroa  portuguesa^; «,  uai 
concordata  que  se  fec  em  ISIS^  pòr  eommia*  * 
sarios  portuguezes  e  hespanhoeSi  'se-  roec-* 
nheeeu  o  direito  que  Portugal  tinha  ao^eoolo. 

0»  moradores*  do  Padroso,  Dondos  e^Mh^ 
zédõ,  po  voaçSes  portuguesas,  iéesa  dIMios* 
constipados  nds  seus  IcmM  de  demairoaçã^» 
confirmados  por  antiquíssima  possei  o-  ató 


Mé 


I  » 


MOC 


mf. 


smtehçais  jadiolMe)  impa  qae  S9fis<  qiIds' 
juuteni  proffiiseiiMBeiiie  no^terríMjo  misto^ 
que  pertence  ás  povoaçoetdé  &  TfaíAgo  e- 
Ratiig  <£a8CBlh6iia6)  sem  qoe.  oft^JlAgDs 
p(MNMi  faièr  a  tteiiDO. . 

Kd  avcliivo  da  exiiocta  bonia  ée  Toarem 
(ooncelhó  e  comarca  de  «Montalegre),  «xieta* 
copia  de  uma  carta  de  privilegias^  dada  ás: 
honras  de  Barroso»  pòi^  II  Jo&o  I,  áê  Portu- 
gal, contendo  o  testo  4e.oQtrá»  de  B.  Alfoneo 
iVv  na  qual  se  diz-^<Qaeirendo  Nós  Cuser 
graça  e  mercê,  aos  moradores  e  povoadotes 
4oe  loganes  e  pigados  que  são  das  honras 
de  Barroso,  Toureou  Fsiroflp^,  Meixendo,  Pa*< 
doniéllo8,'Gralliae,  Villar  de  Pevdizeaefiiais 
n^tos^  que  são  jisúgadoa^  à  parti^  ete.t  . 

Também  n^essa  carta  se  falia  eak  um  ai* 
vai á  de!  D.  Dinis»  feito  em  Saniarem,  a  illiè 
moio  de  i360  (13S9  do  Jesus  Cbrítto)  qua 
confirmava  es<es  prfvitegíos. 
'  UlUmameiíte»  na  divisão  da  raia,  a  que 
procederam  os  eomniissaidoB  de  Porttogal « 
Hespanha,'  fieoa  jeste  nUxto  annexotá  oorôa 
áe  ikspaiiha — eTourem  pertenceado  (oQibo 
4*aQtea)  a  Portugal;  mai  a  jnrisdicção  epís- 
eapalf  oentiauou  a  pertencer,  a  Oreasei 

MQLTO^portugues  antigo^pequena  re^ 
léiçÍo.de  pSo  c  vinho»- que  tomavam  os  fra* 
•desheoMo*  e  !deS^  dernardo,  antes  de  hirera 
rciar  para  o  coro.  (OoeL  de  Tarouca,  do  se*- 
ouloXIV.)  -    í 

•ll6»*-(8errav  ou  m«nC9  de  Nfma  Senhopa 
éO'  iMd)'*^oDn^  sctoiticeira  e  ao  B.  crSffil> 
da  v<ina  de  Arouea,  tem  uma  eapeUa.da^  in- 
vocação d'aqoéUa  Scobore,  quei  dH  o  noaic 
a0'Sitio. 

BsSáaiiiaisde^dSO  nieirofl  letiOtt  do  niveL 
^pruça  da  vitta^Vide  Arouca.  • 
:  MÓ'^(fnoDle  de  MÒ)^seFt>ay  Bonrov  dívin 
•d»  a  freguesia  ie  Duaa-Bgvqías  (actualmente 
anueoca  á  de  Romaris),  d^si^ojVaitou  &y4v 
cente  de  Louredo.  É  no  coneeihoie  coanurca 
da  Feirai' 

È  bs»ttnte  alta. 

A  grsude  abuudaAcia:áe  gpaniid  jquan»)»* 
zo,  próprio  para  fazer  mós  de  mciabsBdB 
milho  gvosso,  é  que.  deu  4»  uamC'  a  esia/  ler- 
fa.iD-€lla  se  avistam  gFaiudftanmero  deire» 
guetias,  e*o  mar,  a  18  kilometros  de  distau» 
cia,  ao  O. 


Tem  *lgumas,«nro^  ailvetires  c  faaslaiitv 
tea  #inhaed.  £  em  paste»  cuitivadeu 

Tem  apenas  3  kilometros  dA'Cefflpriaw* 
toi .  de  N;  a-  Si,  pois  priocipia  no  legar  de 
YiJIiHaéooa,  freguesia  d»  aVicenle  de  Lou* 
rado.  (concelho  d^iironea);  e  termina  no-lo* 
gar  da  PorteU%  freg^  de  ft.  Iiidoco  de^Romatt 
rivna  comareada.Fcira.  Cria  alguma  caça* 

MQABiTAS-^rtttgaez  antigo-^ios  mou* 
r«i  africauoiu  Aos  que  eram-uascidos  uaiPe^ 
niusula  hiapauíea,  sè  dava  o  nome  de  Í9^ 
maeliiiUi  e  aos  ida  Africa,  moabitas, 

MQiALBE,  ou  MUALDE— Vide  S.  Uameda 
da  Infesta. 

MOAZ-^Crseueaia^^âa^sMonteiy  coaiar- 
ca  e  concelho  deVinhaes^  70 kiiometroa  da 
Bragança^  k^  ao  N.  de  Lisboa.  , 

Tinha  em  i757,  %l  fagos;  aotuatomte 
tem  25  lagoa. 

Bispado  e  districtso  adminielfativo  da  Bra- 
gança. 

O  abbade  de  Vinhaes  apresentava  a  cura» 
qipotinha7|;^00réisde  côngrua,  ep^díaHur. 

&  &  palavra  arabo  Mauâa;  significa  logati 
dúímso^  da.odr^ímaia^  on^^conselkoy&m 
do  verbo  uoáza— avisar,  aconeelbai^  ate 

Bsta  freguesia»  foiaupprimída  per  peque- 
na» «m  i8á0^  o  anoexa  â,dc  Vali^feJmm' 
Té^m  mesmo  couealho^  comarca,  bispado^ /a 
diBtrí\^to  adflftiniiHratiiKL 

KQ^A  (UUMORRA^^portuguex  antigo^ 
rapariga  ^O:  irasia  o  eabeUo  tosquei^Ç^Vc- 
loft  #09  do  aecttla  XUI,  a«icrea4a#  de^ervir* 
de  Lisboa,  quas^  todas  eram  cbamÔRras, 

Maniapõfi  d$  Smlha  a  $tf/t$  amigas,  ^ue 
ikêslmusmd(mméçaãeha$nârra$tfie  erwn 
boas  servidoras.  {Chrmdca  de  D^JQ^  h  \^t 
Pb  Lppea^  part.  L',  cap^.  i  39..) 

QuaudiK  houive.a  revolta  ^at^mímto,,  em 
11)36»  grande  parlo  doa  revoltesoa  ersm 
guardas  Díaoionaes  e  corpos  voluntários,,  que 
traziam  o  cabello  como  queriam.»  A,  tropa  do 
gorerno^  trazia  o  cabaUo  oonado  á  escovi^ 
nba,;  sepudoí  os  regulamentos. militares.. 

0'esta  oircumstancia,  proveiu  o  darnsa  aoa 
cartistas^  o  nome  de  chamorros.  (Vida  Cha* 
môrro^  pag.  260»  cuL  2.%  do  3."»  voL) . 

MOGAMBa-- portognez  antigo— corrur 
pfiq^  da.  palavra,  arahe  n^duMe-sigoiAca 
casa,  ou  iogar  sagrado.— Tem  por  toda  a  ilkm 


348 


MOÇ' 


flMftl4M  egrê>i»  e  meãqmttn,  aqu$  ikamám 
Mocamo.  { Viagem  da  hutía^  por  Godinho^  Liv. 
3a  «ap.  10»  pag.  t3IS.) 

•  Ha  ên  Lisboa  nm  convento  (na  firegaezia 
da  Santos- o- Velho)  de  fireiraa  trioaa,  fonda- 
do*  no  sitio  onde  houve  mna  mesquita.  Am 
da^e  chamam  trimat  do  Mocambo,  aeste  mes' 
mo  nome  lem  a  rua  onde  está  o  convento* 

Mocofríío  é  também  o  nome  de  um  nada 
Africa,  que  desagua  no  mar,  a  24  kiiome- 
ires  ao  N.  da  nossa  cidade  de  Moçambique. 
É  navegável.  Tem  6  kilometros  de  largo  na 
sua  fóK,  e  fundo  para  navios  de  grande  to- 
nelagem. 

-  MOÇAR,  ou  MOUÇAR^-i)ortuguet  antigo 
— monte  de  entulhos,  pardieiros. 

MOGIFAL— portuguez  antigo^do  ambe 
Mósfaly  significa  logar  baixo,  ou  interior. 

Houve  antigamente  uma  freguezla  assim 
chamada,  na  provinda  da  Estremadura,  pa- 
triarchado  de  Lisboa.  Já  não  existe  ha  mui* 
tos  annos. 

MOÇO^portuguez  antigo— menino-^ho}e 
ésynonimo  de  mancebo ;  mas  nas  províncias 
do  N.,  maço,  significa  em  qaasi  toda  a  parte, 
creado  de  servir. 

Ainda  hoje  se  diz  m^óço  do  mêmde. 

MOÇOCO-^-portuguez  ancígo--menino  do 
coro,  e  também  sachristão.  Também  se  dizia 
moços  do  caro,  mósmhos,  motatnAo^,  fradi" 
fUíOêj  monginkos,  monacUkoi  e  mona^nos. 

Em  uma  doação,  de  Lamego,  de  1203)  se 
menciona  uma  vinha  em  Repólos,  que  par» 
tia  com  a  herdade— (rtMim  tenêt  Laurentiu$ 
Egea,  et  Tarazias,  moçâco  de  Eccle$ia. 

É  d*aqai  que  vem  o  appellido  Mósinho,  ou 
Moutinho.  È  nobre  e  antigo. 

O  primeiro  qoe  achamos  com  este  appel« 
Mdo,  é  Gonçallo  Mousmho,  que  vivea  pêlos 
annos  de  1145.  Suas  armas  são-^em  campo 
âzul,  banda  de  prata;  carregada  de  Ires  ro- 
setas de  púrpura,  entre  seis  estrellas  d*oti- 
ro,  de  oito  pontas,  três  de  cada  lado  em  r0'< 
quéte.  Elmo  de  aço  aberto,  e  por  timbre,  uma 
aspa  de  prata,  e  no  meio  d*ella,  uma  roseta 
das  armas. 

MOÇOS  AMOSTRAAlÇOS-^-portuguei  BSt- 
tigo-^apreadlzes  de  pescadores. 

MOQOS  NOVIÇOS  E  fiilSIirAllIÇOlHP^^ 
tuguez  antigo.— O  mesmo  que  mô^«  amoi^ 


um 

traáiças^-^^fue  mm  Umham  ainda  pe$eadomi^ 
OÊÊÈtof.  hgaret.  ^Documeutode  8.  Pedro  da 
Coimbra^  da  1331.) 

•MODtLLOA-^fregttezia»  Douro,  iX)neelbO( 
de  Paços  de  Ferreira,  comarca  die  Loucada 
(foi  daconaroa  de  Santo  Thyrso)  26  kiio- 
meiDOB  ao  I9E.  do  Porto,- 340  ao  N.  de  Lia- 
boa,  65  fogoa.     • 

Em  1757  4inha  iOi  fe^ft. 

Orago  6.  Thiagc,  apostolo. 

Bispado  e  distrícto  administrativo  da 
Porto. 

A  mitra  apresentava  o  cura,  que  tinhai 
40]|600  réis  e  o  pé  d*altar.  .    . 

Esteve  muitos  annod  annexa  a  esta  fre» 
guezia,  a  da  Arreigada,  que  está  outra  vez 
independente..  . 

MÓSIO^portuguez  antif  o-rHMedidaagrsr 
ria  (catUaro,  eu  meio  almude,).  Vide  Abm^ 
de  e  Mina,  n*esta  obra.  Vide  lambem  Mimo^ 
ria  sobre  os  pesos  e  medidas  de  Portugal^  ptlo 
sr.'A.  L.  de  B.  Teixeira  Ferreira  Girão.  Lis** 
boa,  na  Imprensa  Nacional,  em  1833. 

MÓDIO-p-^portuguez  antigo.— SegundO'  alf> 
guns  escriptones,  houve  antigamente  em 
Portugal  uma  moeda  chamada  inddi^*  6«er* 
to  que  em  innumeraveis  éscripturae^  Jbiies 
e  emprasamentos,  dos  secnles  XI  e  Xli,  se 
(alia  em  mòdio,  como  preço  de  compra  do 
propriedades,  pagamento  de  serviços,  etc^ 
etc— porém  a  opinião  mais  segaida  é  que 
•^Hsenda  o  soldo  o  preço  regular  de  um  ai* 
qneire,  tanto  fazia  dizer  médio  como  soldou 
{Memoria  das  moedas. correntes  em  Portmgal^ 
pelo  sr.  M.  B.  Lopes  Fernandes.,  pag.  27.) 

Parece  que  em  outras  locaHdades,  média 
era  o  mesmo  que  marabilinoaik  meyo  mata-- 
vidi  velho,  ou  menor,  ao  que  tambem>ohar 
mavam  moxmadis^  e  qun  sendo  este  mozmo- 
diz  o  preço  de  um  alqueire»  de  pão»  se  tomar 
va  o  módio  ou  alqueire^  pelo  preço  que  •or- 
dinariamente valia. 

Já  se  vé  que  tudo  isto  não  passa  de  don^ 
Jecturas,  mais  ou  menos  bemiundadas;  mas 
nada  a^póde  decidir  terminante  eiaeontes- 
lavehneatti 

MQlltyAft--4regU0ila,  Douro,  comarca  .a 
concelho  4e  Viila .  4d  Conde,  llè  kiieBieiraa 
ao  N.  do  Porto,  330  ao  N.  de  Lisboa,  140  fe» 
gos. 


moir 

.  Eiii(.i7l(7  tiahaim fogos. 

Oraga  ò  fialvad»r. . . 

.Biifado  6  distrieto  adminiatpalWo   do 
Porto* 

&  tdnra  lerláL 

As  religkMM  beiioái€tíM»de  VairHftpre* 
sentavam  o  ecua*  •que  tiaba  iBIlOOO  réia.da 
congf  HA  e  o  pé  d'«ltar. 

MODORRA— portQgues  aiitigo^€rívado 
do  celta*-r0  iiieamo*qQ6.  mâmoeu  (Vida  esta 
palavra.) 

.Oa  008808  antepassadoa,  da«am  o  nome  de 
modâtroi  a  qad^qtter.moiue  de  pedras  mia- 
das, quer  íossem,  quer  deixassem  de  ser, 
mâíDoas  celtas  (6epiiUiiras.)-^£iie«  hi  direi- 
to a  kmn  viia  U/aaifUaéo^  pequ0mo  onde  está 
a  fmdêrra  peptiena,  de.  ptdras,  (Tombo  de 
Castro  de  Avelians,  de  ímL) 

Sapponho  qae  cbamar^ae  modorra  ao 
somno  pesado,  imagem  da  moarte^  vem  da 
modorra,  ondo  os  seitas  depositavam^  seus 
mortos,  para  alli  dormirem  o  somno  eterno. 

Também  antigamente  se  dava  o  nomo  de 
qwírto  damodâiTo^  ao  que  a  atotineila,  vi- 
gia ou  atalaia,  lazia  na  madrugada;  por  ser 
a  hora  em  que  o  somno  jnais  persegue  os 
quo  precisam  estsr  acordados. 

HOfiDA— ^português  anâigO^^^-era  O;  direito 
de  bater  moeda,  oa  os  enolomeotos-e  pen* 
sfies  qne  ao  senbof  da  moeda,  se  pagavam. 

Também  se  dava  o  nojBse.de  moeda,  a  car^ 
ta  somma,  qoe,  ou  Jodos,  on  do  tantos  em 
tsDtos  annos»  pagavam  ao  príncipe,  oa  ao 
donatário,  oa  vassallofl^  para  nao  quebrar  a 
«oeMbi. 

(^0  Aragão  e  na  Gatalnoba,  abamavam  a 
eatft  í6ro  ou  tributo— -itMiuIiUico,  oa  nume- 
tç{fio,) 

Antigamente,  não  havia,  só  moeda  real, 
também  muitos  barões^  areebíspos^  bispos, 
egrejis  e  mosteiros  (mesmo  oo4e  freiras) 
tiveram  o  privilegio  do  embar  •  moeda, 
com  divísA  particular,  em  diversos*  estados 
da.finropa. 

. .  0esda  o  seonlo  IX  ató  ao. fim  do  XIU, 
foram  estes  privilégios  muito  íireqaentea : 
principiaram  a  diminuir  no  secnlo  XIV, 
sendo  por  fim  revogados  e  extinctos;  flcai^do 
só  o  fflonarcha  com  o  direito  de  cunhar 
moeda. 


Moér 


3$9 


En  Forlogal  havia  muito  pouooa  d'es|BS 
privilegíoa« 

D.  Affonso  Henriques,  durante  as  goer*^ 
rfts  comrft  oa  leobeies  d  «ontra  os  mouros, 
querendo  ter  d^ soa  parle  o  areebíspo  0:0- 
daro  de  Braga,  fea  á  sua  eatliedral  (em 
liS8)  grandes  «ierQé8,e  privilégios,  eentce 
estes,  o  de  cunhar  moeda.  '—O  rendimento 
d'esta  moedl  era  para  aifaterica  da  Só. 

D.  Afionso  II,  aboliu  esto  privilegio,  como 
se  vé  do  rescrípto  (do  papa  Hiniorio  III)  do 
23^  de  dezembro  de  i%%í ;  pelo  qual  manda 
aos  Uipos  doAstorga  e  Tuy,  Caçam  restituir 
á  egrt* ja  do  Braga,  aJám  dO:  outras  cousas^ 
Caneellariam,  Capellankm^  et  Monetamt  do. 
que  o.  rei  s  linha  despojado.  Nada  poróoi 
aproveitaram  âs  diligencias  do  arcebispo 'O 
cabido  de  Braga^  ató  que,  em  S6  de»  novem^^ 
bro^do  i338^  se  eoneordar^m,  em  Gutma- 
rães,  o  arcebispo.  D.  Silvestre  e  seus  cone? 
goa»  com  D.  Sancho  lidando  este  rei  â  Sé 
de  Braga,  as  egri^Jas  de  Ponte  do  Lima  o  da 
Toujinha  ^bcife  nuffuinhaj  em  terra  de  Far 
ria^  livros  e. isenta^  de  todo  e  qualquer. dl» 
reito  real ;.  e .  aa  suas  .viilas  e  terras  de-  Pe^ 
dralva,  Goaviaes  e  Adaúfe  {hol^  Adámfelem 
terrs  de  P^noyasr^as  qoaes  mandou  cQUtar 
-^p^  lapides;  eicut  eÀiná  Cimíam  de  Begno, 
quod  melius  catiía/«i»  e3í---e  o  dito  arcebis- 
po e  caJMo  renunciaram  paraisempre,  todo 
e  qualquer  direito  que  tinham  ou  podassem 
ter— -M^pet*  moneíu  capeUãnia  et  Cemcellwia 
domini  Régie.  (Oooomenio  de  Bri^a.) 

Nas  côrtea  de  Santarém,  de  1427,  artigo 
23^  dos  que  se  accordaram  entre  O.  João  I 
e  a  clerezia,  se  reconhece  que  o  privativo 
direito  e  poder  de  cunhar- moeda,  pertence 
ao  reii  amrintam  o»  não  consmlam  os  pre-^ 
/eulas.  Podeiido.eiadal-a  e  por-lhe  avaiiat 
segundo  entender  para:  miiidade  publicai 
.  Também  só  ao  rei  ficou  o  direito  de  (jp^-^ 
brar  mo^M,  isto  ó»  /undila  .c(e  novo,  au* 
gmentandorlheo  valor  ou diminuindo-lheo 
peso.  D'esto  direito  muitas  veses  usaram  id» 
abusarani)  os  nossoa  reis,  e  isso  deu  mo^vo 
a  alguns  tumultos  ed^rdeos,  quando  epun 
frequentes  easaiti^quebras.  Para  evitar  ai  re- 
petida quebca  de  moeda^  pagava  o.  povo  .«a 
monarcha  (como  fica  dito)  o. tal  tributo  eha- 
miíAo^moéda^  ou  monetagio. 


35a: 


HOfr 


mt 


D.  SâBche  I,  quebrou  amoedai^âftMofie, 
fazendo  bovos  maravidis,  de  mato  Tator  e. 
menos  peso. 

Parece  qoe  D.  Affooao  II  e  B.  Suebo  II, 
tamben  quebra nm  inoeda^  poià  que,  eni' 
1255,  D.  AIIÒDso  Hl  maadoa  passar  una 
carta  a  D.  Martinho  Naaes,  mestre  do  Tem-* 
pio,  noa  irês  retnoê,  wá  qual  dis  qne^  tendo 
precisão  de  qaeibvar  a  soai  moeda  (motwfom 
m$am  frangêrê)  a$9m  como  4eu»  antéeessO' 
reê  o  coitutna^am  feszet,  eto^  ete. 

EatãO)  a'malor  parte  do-elero  e  povo  d'es* 
tes  reinos^  Ibe  supplicavam  cfaelb^SiADesse 
aofiservarem  seik  peso^amMiila  e costuma* 
âa  mocfda,  por  aqwllBs  s^etê  cnmos^  e  que, 
cada  um  lhe  pátria  ama  certa  qnantia^de 
diaheim,  pela  conservação  da  mesma  moa* 
da.  O  rei  assim  o  coneedeu ;  e  sendo-IbeJÂ 
paga  a  maior  parte  do  dinheiro,  muitos  pre^ 
lados,  clérigos  e  leigos,  Ibe  esposaram  que 
a  dita  solQçãe  pre  oonservatione  ^afcfa  mo* 
nitae,  erai  em  graiide  preiuizo  de  ^Dens^  á^ 
povo  de  todo  o  reino,  o  d'eile  mesmo  senhor 
rei;  snpplicando^lhé  qaennnce^  maia  levan- 
tasse nem  penniuisee  levantar-se  on  levar- 
sa  cousa  alguma,  din  homimi'  é>  teàM-dt 
P^t/^agai,  à  excepçio  d'aqiiil!o  qoe  osaatia 
predecessores  coatnmaram  sempre^rscebeiv 
per  ffraetione  moneiae. 

O' rei'  assnB'  lti'o  caeoedaui  jni^attdo  nas 
BÉiios  do  Mspo  de  Bvora,  D.  Martinho,  to- 
cando os  Santos  ETaiigeNto%prom«ltett Ao 
de  assim  o  cumprir,  e  de  unnea  maislaier 
vender  a  moeda  d*csi^  reino,  nem  levantar 
a  moeda.  Obrígando-se  a  isto  povisi  o  sote* 
eessores;  sob>'as  impfeeai$Õea  do  costume 
d*aqaéH^s  tempesi  Foi  este  Juramento  prés*» 
tada  em  Saiwarem,  a  l#*  de  março  do'dil0 
atmo  de  4955.  poc.  da  Torre  do  Tomboi) 

Bm  abril  de  1261',  omésaao rei  mandou 
cttibai^  moeda  nova.  O»  -prelados^  bardes» 
-  religiosos  e  povo,  Jnlgando^sc'  gravados,  al^ 
legaram  que  o  rei-^^^nai^  de  jure;  nse^  4ê>  úom^ 
mêê9din0  kvofácer»  fOUrãm^  nec  éehèdam^ 
e  -pediranFlhe  que  oonvoeasse  cônes^  para 
n*ellas  so  decidir  a  <piestIo. 

Cônv^í^caraníHse  eifoctivamante  -as  cdriea 
em  Coimbra,  e,  depois  de  muitas  altercai 
çdes,  resolveram,  os  procuradorse,  o  rei»  sua 
mulher  (a  rainha  D.  Beatriz)  a  infanta  D. 


Branca,  os  do  seu concenoaasdáaaaai^- 
ria,  que  a  moeda  velha  fossa'raAiitida  ao  aau 
antigo  ^ak>r,  e  ficasse  para  semprec  e  i/aé  a 
moeda  nova  que  então  se  estava  lavrando, 
ficasse  valendo  e  durando  para  sempre»  com 
a  moeda  ivelha,  com  a  condição  de-^ua,  dez 
diahelroa  da  nova,  em  lodaa  as  compras  e^ 
vendas  e  mais  usos,  val^km  ,i6  dinli^ros 
de  vettribm  demiriiê. 

Mas  por  isto  lhe  pagou  o  povo  um  tribu* 
to,  na  proporção  dos  seus  haveres. 

B'éste  tributo  só  foram^  isen- 
tos-^ o  arcebispo  d»  Braga,  o^ 
'  grio«commendador  do  hospital 
e  três  familiares  de  cada  um  d'el« 
lea>-^*-iodos  os  bispos»  os  roeslrea 
•     do  Templo^  o  da  Aviz,  e  o  psior 
do  hospital,  com  dois  da  família 
'    de  cada  um. 

IVallí  a  8  annos,  no  i.*  de  abril  do  itIQ; 
o  mesmoD.Afibfiso  III,  fez  aècrescentar  « 
sua  moeda,  apesar  dos  seus  protestos  e  ]u- 
ramentoe. 

ík  Diniz»  mandou  cunhar  forteê  de  praia» 
com  o  .valor  de  40  réis  cada  um;  mas  seoi 
alterar  o  valor  da  antiga  moeda. 

D.  Aflònso  IV  fez  nopvas  dinhêif09  éAfm* 
sAis  1  quebrando^  a  mooda  %  dinheiros  «m 
cada  soldo»  no  que  lucrou  nroito. 

D/  Pedro  í,  aio  aõ  cui)ie«  iome%ê^'fsnm* 
das  e  pefuenos,  «as  tambMU'  oí/bnaánâ,  o 
cates  com  muita  liga ;  mas*  com  o  valor  doa 
de  seu  pae.  > 

D.  Pemattdo  I,  tendo«-se  empenhado  por 
causa  da  guerra  contra  Castella,  arruinott 
muiiD  4ys  aens  vassallos  cara  o  ^ccessivo'  au- 
gmento  que  doo^  moedaa  antigas,  o  man^ 
dando  cunhar  outras  muito  baixas  e  ligadas, 
como  JJnAatros  dê  mn  9éreali  fentís^  tor- 
òtidiit^  gvwfeê^  pitertet,  /hrtai^  meioi^forUêf 
t&mezês  peHtn,  etc.,  etc^Tnio  com  xnvi* 
to^  preço  »  povoo  paso. 

Õ  povo  queixou-se  amargamèntei^d^aalo 
excesso,  e  logo  o  rei,  temendo  queias  gnef»* 
sas^sa  tranaformaasem  ém tumuitose gra- 
ves* desordens»  mandou*  que  a  bof^uda  bai« 

i  Doze  áínhefros  dos  antigos,  faziam  um 
soldo,'  e  os  novos  dinheiros  de  D.  AfTonso 
IV,  nove  d'elies  valiam  um  soldo. 


BfOÊ 

zasse  a  dois  floNk»  e  quatro  áiiilieif os,-  goe^ 
vinham  a  ser  qnatro  róis — o  gnmê,  a  14  di- 
nheiros, que  eram  dois  réis  e  dois  seitis — 
o  pilarte  a  7  djnbtitiro^,  qpe  era  nm  real  e 
um  ceitil — e  os  dinheiros  qne  de  novo  la- 
vrara, a  uma  mealha^  que  era  meio  cei- 
til. 

'  D.  JeSo  í,  sendo  afhda  s6  defensor  do  rei* 
do,  e  vende  se  toa  nrgentisslma  neeessidiide' 
de  reèiâtir  a  tedo  o  poder-  de  B.  loao  I  dé 
€astêlla*  e^  af nda  Biesmo  aes  kiittiigos'de 
Pofttfgai,  Bio  só  reeebeu  o  grande  serviço 
4e  mil  do)»rã8  que  Lisboa  lhe  aprompton,  e 
J^  marcos  de  pkcata,  em  oriises  e  ealr6es,  ^ 
oatras  peçás^qne  a  Sé  e  as  90  egrejas^  que* 
eniao  havia  em  Lisboa,  lhe  emprestaram 
(nâo  fallaodo  emtodõ  o  onro  e  prata  que  por 
iodo  o  reino  lhe  foi  ent&o  oflisreeido)  tam- 
isem fea  qtte  õ»pOQfos  metaes  valessem  por 
oraitos. 

Desde  logo  Ui  fônçar  copiosa  liga  de  co* 
bre  nos  graves,  barbudas  e  piiarteê.  O  mes- 
mo fez  nos  reaes  de  prata:  principiou  pelos 
4e  lei,  de  9  dinheiros,  depois  fez  outros  de 
6;  logo  ootros  de  0;  havendo  feito  antes 
Ifrande  <;ôpia  díélies,  de  lei,  de  nm  sA'  d4« 
nbeif o,  ficando  sempre  o  real  de- prata  na 
mesma  YàHa.Notenios,  porém,  que  o  eeitií 
"de  D.  João  I,  valendo  a  sexta  parte  de  um 
rea),  pesa  hoje  quatro  réis! 

D.Duarto  fezcQGrhar  escudos  êe  oiro  e 
rsaes  brafieas,  ludo  com  muita-ligfti 

D.  AfTonso  Y  por  três  vezes  mandcfu  cu- 
nhar reaes  brantss,  sempre  com  o^  nxdsiho 
váloi^  e  náenos  feso,  até  qve  nhs'  cdrtes  de 
Évora  de  1473^  para  sãtfsfazer  ao  clamor  dia 
Dação,  eàtabélecen  o  modo  come  esses  reaes 
se  haviam  de  pagar,  com'  respeito  ao  seu 
|)eso. 

famfoem  lavrou  os  cruzados' com  valbr^ 
mais  subido,  mas  de  oiro  de  lei; 

'Nos  sete  reíiiados  sepifntes,  sei  lavraram 
^versas  moedas  dei  oiro,  prata  e  cobre,  su- 
bindo sempreo  valorados  mecae^. 

Os^reaes  dè  cobre  do  rei  D.  Mtfnueteer- 
r«fàdi  pouco;  porque  o  que  d^aoles  vtalia 
uin  cèítit,  subiu  logo  áo  valor  de  uin  real. 

O  mesmo  succedeu  aos^  meiòêHóstOès,  de 
D.  João  MI,  que  só  davam  pelo*  que  airtes' 
custava  um  vintém.  Bstq  rei' também  ennhou  I 


mt 


351 


grande  eópla  de  oeitis,  reae»  e  ooiras  «m* 
das  de>'eolife,  da  pouco  peso^  pela  Calt»  que- 
d*étlaa  bavía;  porque  es  eafrangeivos  a  1»% 
vavan  para  fçra  do4relB0  como  mereadofia^ 
víBlo  que  n  moeda  das  aramas  •  naçdes  aind»' 
era  nais  cara.  ;  •  . 

Quando  PMUppe  il-  naorpoa  Portuf  aft 
(iim)  aoboo^^nOendoliOÚi  féis  o^eruasaiosi 
que  prCtfcipíarám. cood  o  valor  de^  400?«^>el^ 
leos^ubiuidb  OI3;<«rtíZi  moedas  de  oiro  de 
4  cmtadM^^cque  valiam  ii060i réis. 

DJ  JoãòlYy  piura  defender  o  reino  contra 
PiMlin>o  1¥^  Qas  DscalheF  esta  moeda,  e 
oimharvOQtra  ^doi  meano^peso,  mas  com 
ovaloF-da MOOO. veia >r-n<miflàai,  que  valiam 
H^SOO  Tdift — e^quarêas;  q\ié  valiam  750 
réis.  Y-a|ia  então  o  marcdde  oiro  de  22  qui- 
lates dOiOOO  róis. 

Dt  iiffoana  VI  fez  subir  icetes  quartas  a 
l#(iOQréés,e«BU  imãQ,  JDbredro  II,  a  i4;300 
réiSf  ainda  que  pelo  peso  máa  chegavam  a 
i^OOO  réisj  Também  fea  subir  a  SSOO  réis  os 
cnuados  deprat^,  a  pouco  depois  eu  leván- 
toU'^600'  réis.  B  como,  ainda  assim^  ost.es^ 
trangeiros  ee  leioissém  para  fósa  é»  neino^ 
fec  outroe..«nMcadesde  menH!  •peso^^ooubu. 
mesmo  valor;  mas  que  também'  dasan[iave<4 
ce^ampoT'  terenbido  o  valofc  da  prata  jam 
todas  as  nações. 

D.  João  V,  para  sôpprir  esta  falta;}  fez  os 
cruzadas  mMs  de  ioiro,  com  O'  peão  de  UOO 
réis  e  valor  de  480. 

Aissim  foi,  deade  os  primeiros  tempos  da 
nossa  monarchia,  augmentando  o  valor.doa 
meiaes  a»eedado%  até  aoss  nossos  dias;  de 
modo4|Qe,settdòAaioed»poitugueza  anti- 
gamenlè  a lÉoeda  mada/Mirda  Europa,  es- 
tá hoft"  nais  eoro}  do  qne  muitas  de  ou- 
tras nações.  '1' 

Pedro^dè>  Maviz,.  ^ia  qaw«-t^-  maravidis» 
de  D.  Sancho  I,  faziam  um^  marca  de  oâroi  e- 
que,  cada  mareo> '  valia  ]4iH80  réis,  e  o  de 
ptata^  400iréÍ8^  ooiunl  pouco  menos. 

Ifo-feinada^deD.  Pedro I  corria  o  marco 
de  oiro, -a  74880  réis,  e  o  de  prata,  pouco 
mais  de  too  réi^.  *,. 

Dbpet^  foi  sempre  sidiioda  o  valov  da 
mòedAi  a  passo  «aato^oa  menos  vagareeow  ■- 

A  ^ésgrofadisslBia.  derrota  ^ds"  Aieaeer-» 
Kitiir  (4  de  agosto -de  i((78);  as  despezasea^ 


359: 


MÍ0K 


pvtíÊUÈ  ^106  Be^  Ikiham  fsHo  p»ra  ta^i  lufe- 
líBrresaludo, «  as  grandes  qqaattatis  dbpea- 
díáas  eom  o  resgate  dos  Qdalgosy  obrigaram 
Dw  AntoBio»  grão  prior  do. Grato  (aociama^ 
do  rei  pelo  povo  ponugcier  e  por  aJgUBs 
poucos  fidalgos)  a  elevar  o  marco  de  oáro  a 
W^OOO  néis,  e^o  da  prau  «  WOOO  réts,  por 
protisão  do.  14  de jalho de  VSSOiffUvi.  dote- 
gitto  4a  casa  da  moeda,  iiv.  i.%  fl.  77.X 

Desde  iK63  até  então  estava 
o  marco  de  oiro  a  30M00  réist 
e  o  de  prau  a  S^OOa  D.  PUí- 
lippe  1^  asQf  pando  o  tbrODO 
portofoez»  anAoiloa  todas  as 
leis,  decretos  6  *provis9eB  de 
IX  António,  e  mandou  reeo- 
.  Iher  á  casa  da  moeda,  para.  ser 
derretido,  todo  o  dinheiro 
i  .  qne  se  linha  ouhhado  dorante 

o  epbem^t»  reinado  de  D.  An- 
tónio; ficando  a  moeda  eom  o 
sea  antecedente  valor.        .  . 
Em  1642,  em  razão  das  grandes  despesas 
aque  nos  obrigava agnerra da independen' 
eia^  mandou  D.  João  iV,  que  o  oMireo  de 
oiio  (de  n  qniktee)  valesse  42M40.róis  (a 
660  réis  a  oitava). 

A  lei  de  4  de  agosto  de  I6884  mancou  le- 
vantar o  oiro  e  a  prata,  mais  20  por  cento» 
»  saber:  . 

Oitava  de  oiro,  de  IS  quilates,  a  iiJsOO 
réis. 

A  onça  a  IS^lOOO^  e  o  marco  a  96M0O 
féis. 

.  Para  os.  onrívee,  seria  o  ou* 
ro  de  10  quilates  %  dois  grãos, 
•e  valeria  a  oitava,  i^400^  a  on- 
ça, áiitâOO,  o  o  marco  89^^600 
réis. 
O  marco  de  pi^aia,  de  li  dinheiros,  64000 
^aoDçS)  760  réis. 

A  prata  dos  .ourives,  seria 

de  iei^  de  10  dínhoiroa  e  seis 

l^ãos,  o  le  pagaria  o  marco 

de  peças,  a  54600.  réis. 

No  reinado  de  D.  João  V  era  (te  64000 

láis  o*  vator  das  peças  de  .ouro.  J).  José  l  as 

elevou  a  64400  réis,«e  assítt  estiverapi»  até 

6  ide  março  de  1629^  cm  que  o  gori^oo  de 

cretou  que  o  seu  valor  fiOsse  de  74^00  réis. 


Depois  de  tô34,  subiq  a.84000  réis  e  assiok 
se  conserva  actualmente. 


Moeda  de  0olà 


'j 


Muitos  escriptores  asseveram,  e  muitos* 
outras  neg^m  que  hoqyQ  em  P9rtugfl4(- 
nhw^  de  aokh  Diz-se  qqe  D..Joã9Íy  sendo- 
ainda  só  dt^nàor  do  reino,  durante  o  cerca 
de  Lisbosb.  (i38&)  mandou  .^uojiar  diobairo- 
de  sola.  (Memoria  de  esl-ríti  D,  Jq9q^.  I,  por  Jo* 
sé  Coares  da  SUva,  livro  L%  csp.  aS,  §  261) 
Porém  este  escriptor,  diz  aiMsnas^que  kawim 
memoria  da  cunhagem  d*esie  diuheiroy  sem 
dizer  pndo  a  achara. 

Esta  obra  fel  publicada  em  1734f 

J).  Francisco  de  Menezes,  condo  da  Eri* 
ceira  {Histé  Qieneal  da  Casa  Real  Part^  tocn* 
IV,  pag.  419)  que  escreveu  4  annos  depois, 
de  puJ9lie2ida  a  obra  de  José  Soar/ss  da  Silva 
(17^).  diz  bavfir  Otuclúr  verdadeiro^  que  sus*^ 
tenta  ter  o  mestre,  de  Aviz  feito.  cUJ^ihar  di- 
nheiro de  sola;  mas  ó  de.^uppôr  que  este 
ãMclor  verdadeiro  sçja  o  dito  Soaras  da  ^iU 
va,  que  Cc^i  o. primeiro  escriptor  que  follo^ 
em  i^imilhante  dinheiro,  e  a  e^te  seguiragi 
os  outros  que  asseveram  a  ojUstencia  de  di^f 
viimros  de  sola 

Nem  nos  archivos  do  semado  da  camará 
de  Lisboa»  nem  na  Torre  do  TombOj  app^- 
rece  docqmento  algum  por  onde  se  prove  a 
existência  doesta  moeda. 

£m  .nenhum  museu  numismographico 
existe  dinheiro  de  sola,  e  ainda  r^ngmtf^ 
disse  que  o  tinha  visto. 

De  tudo  p  que  fica  dito,  se  conclue  qu^ 
não  se  podendo  negar  abertamente  a  exisr 
tencia  de  moeda  de  sola,  em  Portugal,  nó 
reinado. de.  D»  João  I,  é  todavia  ipais  que  .du- 
vidosa a  sua.e^is^ncía. 

João,  rpí  de  França^  mandou  cunhar  moe- 
da  tão  baixa  e  tif;ada,  que  causpu  grandes 
queixa?,  clamores  e  desordens  por  todo. o 
reino.  Capaíaes.  qu^ixando-sa  doeste  abuso 
do  poder,  diz^  por  Ironiai  que  aqueile  p^- 
nhç^o  ora  d^e^ola,  com  um  cr^vo  de  prata^ 
no  centro,  D*aqui  nasceu  4izer-seq9e  aquei- 
le monarcha^  mandou  cunhar  dinheiro  de  so^ 
la;  e  talvez  também  d'este  íácto  proceda  ^ 


èfov 


MOG 


353 


tnsioria  d^^qnelle  dlnlieiro,  attribtiida  ao  rei 
íl.  João,  dio  PortogãlJ  •• 

Talvez  qné  em  tempos  remotoffTiessein.á 
Lusitânia  iiioedaakâe8o1a,tran€la$pelos'€»r- 
fbagfiieaes;  porque  estes  as  tiveram*-  se  é 
€erto  o  qae  diz  Gesar,  nos  seus  Commênta- 
rios,  livro  l.%  cap.  4.*;  mas  d'èllás  nlonra- 
tatn  08  fiossos  éscriptores^.  ' 

Em  1474/ D.  AffoQso  V  probibla  n^este 
T^nò  d  áirso  áos  Aariques  de  Caétetídi   ' 

'D.  João  III,  probibiu,  sob  grates  penas, 
«9  dobras,  inetas  ãoWas  e  quartas,  úoè  xsri- 
Yès  de  Marrocos  e  dè  Sos^  permittlndO' qtie 
-se  levaè^m  â  casa  da  moeda  de  Lisboa  éu 
-éb  PoHo,  ofide  seriam  reeebídas  e  pagas  pê- 
lo sen  jasto  peso,  qne  era  insigoifioante. 

Por  alvará  de  9  de  Janeiro  do  1564,  se 
probibiratt^  Síá  patacas  dé  Mleihanha,  fklsi- 
ileadàs,  que  eorriam  a  30(y  réis,  ednsemin* 
"dd-sé  que  (bssem  levadas  á  casa  da  moeda. 

Por  'alvará  de  13  do'  mesmo  met  é^anno, 
se  prehibiram  todas  as  moedas  em  geral, 
qtie  fossem  feitas  l^ra  do  reino.     * 

Aetnalteedte  -teetti  curso  legal  n*este  rei- 
no, as  librai  e  meias  l(^a$,  ingleisás,.e  Da- 
llas" moedas  bespanholas;  e  das  republicas 
da  America  do  Sul. 

HOBLHA— portuguez  aniigo— moeda. 

VÕBS-^vilIa,  Beira  Alta,  comarca  *e'Con- 
Télbo  de  Castro  Daire,  24  kilometros  ao  N. 
^e  Viseu,  305  ao  N.  de  Lisboa,  460  fogos. 

Em  1757  tinba  t70  fogos. 

Orago  S.  PedrA,  apostolo. 

Bispado  e  districto  administrativo  de  Vi . 
seu. 

Era  um  concelho,  de  1:200  fogos,  que  foi 
supprimido  em  Í4  de  outubro  de  18^. 

O  conde  almirante  âpreseiítavao  abbade, 
qUe  tinha  0004000  réi  «í  de  rendimeiito'. 

É  tenra  fertlt  e  multo  amiga> 

D:  Miinu^l  Ide  deu  ^>ral,  em  Lisboa,  á7 
de  maio  de  1514.  (Livro  dos  foraes  novos  da. 
Beira.  fl.  H6Í,  col.  2.»> 

MOFAGEM-^aldeia  da  Ejtr^nadura,  ao 
S.  do  Tejo,  freguezia  e  junto  « 'Caparica, 
comarca  e  concelho  de  Almada,  patriarcha- 
do  e  districto  aéministrMívo  de  Lisbi^a. 

É  a  palavra  árabe  Mohmem,  barbeifto.  81-^ 
{Uiflea  pois-^^-poveaçio  ^o  barbeiro. 


Teitt  do  verbo  Ao^kiiuí;  fazer  a  bnlia.i 

MOFBEiTA.^fregtaeaiav  fraz-ée^Xoittei» 
còmaitica  e  'con^Iho^fie  Vinèaes  (fel  da  èo- 
«la^ea  e  eoíMeelbo  de  B^agknça,  alé  4S5fi^ 
14  kitametto0'd#'6ra|íaliça,^  400  <  ao  Ii|.'.âe 
liteboav'70  fogoe^  •^ » 

* 'OrJigo  S;  Vicente,  Mar tyr.        *  \ 

Bispado  é  disttietd administrativo^deBra- 
gança. 

O  Portugal  Saara' e  FrofanOf  não  traz  es- 
ta freguezia. 

Pouco  fértil.  Cria  algum  gado  e  nos  seus 
montes  ha' muita  eaça.      • 

É  iftuada  em  terreno  acoidenCado,  perto 
da  margem  esquerda  do  Tún,  e  prox^Boá 
raia  hespanhola. 

llO<IABOiniO*-*-vitta,  Traz*os*MoBte8,  ca- 
beça do  conbeiiio  6  da  comarca^  áo  seu  no- 
faie,  170  kilometros  âo  N.  de  Bra^^  54  ao 
S.  de  Bragasça,  40  de  Miranda^  405  aolf  de 
Lbiboa,  350  fogos.  ^ 

Em  I7$7  tittba  i7i  fogos. 

Orago  S.  Mamede. 

Areebiepado  éè  Braga,  districto  adminis- 
tratívb  dé  Bragança;'  -     ' 

A  mesa  da  eonscienda  apresentava  o 
prior,  qtK  linha  120  alquebre»  de  trigo, -60 
de  centeio,  50  almudes  de  vinho,  e  364000 
réis  efen  dinheiro. 

É  terra  fertH. 

O  seu  concelho  é'Compo8to  das  34  fre^e- 
zias  seguintes : — 19  no  aroebispado.de  Pra- 
ga, que  sHo^Mogadouro,  Figueira,  Valloda 
Madi^,  Sôutéllo,  Bomondes^  Castro,  Vicente, 
Brutthoso,  Parxdetta;  Valle-Verde,  Meiri- 
nhos, Estevaes,  GajStelJ[o*Branoo,Valle  de 
Porco,  Villar  do  Bei,. Bruço,  Villarinho  dos 
Gallegos,  Villa  dos  Sinos,  VentozéHo  e  Vi|la 
de  Ala. 

E  15  no  bispado  de  Bragança,  que  são— 
Thó,  Perôdo,  Bemposta,  Urros,  Traranca, 
Brunhosinho,  Sanhoãae,  Saldanha,  Casta- 
nheiro, 6.  Martfubo^  Macedo;  S.  Payo,  Ati- 
nhoso,  Penas  Royas,  e  Varií.  •  j 

Todas  com  3:300  fogos.    > 

A  comare»  é  composta  do  julgado  do  Mo- 
gadouro,com  os*  éttos  3:300  fogos,  e>âo(de 
Freixo  de  Espada  á  Cinta,  enm  'ft:500^tMa 
a  C9iii'ar6a,  4:M0  fogos.  • '« 


» t 


}39íi 


MOG 


Moe 


D.  'Mqd0o^  in  lhe  deu  foraK  «m  8aatayem, 
m  tt7  ií^^âeieiubrode  l273.^Lã;ro  íjrdfiéoa- 
çõei  âtme  M,  fl.  it8,  Qoi.  I.«,  in  fine,)  O 
fiK»mo  «onafchji  Uie  deu  onlro  íoral^  fm 
SaMarem,  à  i8  de  noveoift^ro  de  1273.  (la- 
vro i."»  ds  doações  d'e8te  pai,  fi.  ^6  v.,  cal. 
i."— e  DO  maço  9  de  foraes  úitíi§o$^  u.?  *10.) 
i  D.  HaBDel  lhe  deu  foral  novo,  em  Lfesboa, 
a  4  de  maio  de  15i2.  {Uvro  de  foraes  mvos 
ée  Traz-os-MotOês^  H.  6  ¥.>  «oi.  1«) 

A  ¥iHa  está  situada  em- uma  eminência. 

£  povoação  muito  antíga^  provavelmente 
do  tempo  doe  romanos»  e  com  eertozai  do 
Mmf»  des  árabes^  qUe  ihe  deram  o  nome» 
que  com  pouca  corrupção  aJnda  oonaerva ; 
poia  se  chamava  Macadurm^  que  sigiifâca 
^^ítnsÀ,  mevitaveJ,  que  Uaha  de  ser. 

Macadur^D»  é  também  nome  pro{irio  de 
homeci,  atabe,  oom  a  mesma  significação. 
£de  suppôr  que  algum  mouroFi|ue  aju- 
dou, reedificou  ou  povdou»  Jàe  desBe  9  seu 
nome. 

FV)i  povoação  muita  florescente,  quando 
aqui  habitaram  os  marquezes-  de  Távora, 
que  n*e8ta  villa  tinham  um  bom  paiaeio,  que 
itetá  em  minas,  aslimí^eomo  oiairos  ediMos 
^âftViUa. 
» Em  Ventozêllo,  próximo  á  vilki  exploca- 
se  uma  boa  mina  de  chumiM). 

Tevo  um  convento  de  frades  menores,  ou 
capuchos. (à^a«)  da  província  dos  padres 
teroeívòs  de  S.  Francisco,  o  maior  mosteiro 
da  6ua(  pravihcia,  depmado  de  Lisboa. 

P6i  praçà  de  gueriia,  cercada  de  mura- 
lhas e  com  um  f 01;^  caálello,  tudo  hoje  em 
minas.  Eram  aens  aloaldesmórês,  os  mar 
quezes  éb  Távora. 

Tem  Misericórdia  e  hospital. 

Foi  a  villa  de  Mogadoun>,  commenda  da 
Ordem  do  Templo,  até  á  sua  suppressio,  em 
'1311,  e  desde  1319,  commemia  da  Ordem 
de  Christo,  até  1834, 

Foi  D.  Diniz,  sua  mnlfaeo*.  Santa  Isabel, 
«eu  filho,  D.  AÃonso  <depois  iV)  e*a  infintá 
D.  GonsiaDça  que  deratti  eata  vitla  aois  tem- 
pbri<is,"6Éi  1M7. 

Denominava- 80— oommuMkt  dê  8.  Mmtiéde 
do  Mogadouro  $  de  Santa  Maria  de  PefMS 


Boyas-^^Cmm  sms  capeUis^  et  eum  sms  Mr- 
mitagiiSy  et  cum  omnHms  fíÊnibus^  etperti* 
nentik  ms. . .  Facta  eartha  C(dimbria,^vi' 
finti  quinque  die  Maii.  Reg^numdamte,  Era 
tniiessima  irescetUessi$na  triussima  fuiãío. 
(Vem  ã  ser  a  era  1338^  ou  o  anoo  de  Jesoa 
Cbrísio  1107.^ 

Esta  doação,  foi  confirmada  por  lKaríoso^ 
ficiaes  do  paço ;  por  D.  Martinho,  arcebispa 
de  Eraga;  por  D#  João,  bispo tle Lisboa;  por 
D.  Sancho,  bispo  do  Porto ;  por  D.  Valaãoa, 
bi^o  de  Lamego;  por  D.  Egas,  bispo  de  Vi- 
^u;  per  D.  Cr.  João,  biapo  deldanba;  por 
D.  Pedro,  bispo  de  Coimbra;  por  D.feniao- 
do,  bispo  d'Evora;  e  por  Estevão  Pedro  de 
Eale^  governador  do. bispado  de  SUve^  sé^ 
de  mcante.. 

Na  era  de  1293,  tinham  havido  duvidas,, 
por  causa  dosdtoiínos  doesta  commenda,  e»> 
ire  a  eommendador  doMogadouro,  o  o  de  Pa- 
nas Hoyas,  Cr.  Martim  Pass— lO  D.  Adriano, 
porsoneiro  do  concelho  de  Penas  Royas. 

Para  terminarem  estas  duvidas^  sa  junta- 
ram em  camará,  perante  o  bispo  dn  Samora 
(Bespaifeha),  em  um  sabbado,  L""  da  agosto, 
d*aqQeiie  apno.  O  bisfM^  sentencloa  que  ae 
dessem  ao  dito  eommendador,  pelo  •coaeeiho 
de  Penas  Royas,  o  dizimo  de  leite.de' moi- 
nhos, e  de  lan,  e  de  queijog,  e  de  momtèiga,  e 
decêrck^edsssÂiivasX^edeteceét^aMyede^eS" 
triales;  e  de  los  mancebas,  ede  ios  qae  traem 
bestias  em  catreérOf  e  de  las  que  vivem  per 
menester  de  suas  manos,  9nager  que  lavrem 
com  boys,  e  dem  desimo  de  pon  e  do  vião,  -e 
por  lo  que  ganan  em  suas  meicaduras.  E 
cada  uun  destes  devem  a  dar  seiias  quartas 
em  diesmoi  E  los  mancebos  que  lavrar  por 
pau  mager,  que  el  diesmo  sea  dado  dei  modo 
todo  eníregamente.  E  tos  manoebes  devem  dar 
diesmo  dei  pan  que  re€ibeneneolduda^^B^u^ 
tro  sttl,  lasque  estanperntãiWMdití  a  sol- 
dadas, dar  el  dieemo  de  to<>  mmwediz. 

Todos  sabem  que  a  ordem  dos  templários 
foi.supprlAlda  em  toda  a  Europa,  em  1311» 
pelos  etímes  monstruosos  (aus  verdadeiros 
e  outros  imaginários),  que  attribuiram  aoa 
seus  eavalleiros,  que  em  muitas  naçdes,  so- 
bre tudo  na  França,  foram  uns  desterrados, 
outros  morreraor  nas  nMksmârraa  e  outros 


MOfi 


MOfi 


335 


^perderam  a  tida,  no  naio  floa  aaia  incMi* 

'Eia  PorlBgal' porém,  a»OMlsaa  oorrerami 
|Kir  modo  fflQi  diteno. 

0  nosso  èom  rei  D;  >Dtme,  manddii  proce- 
dâr  a  múmcioMa  úivestigaçdea  e  rigar^MS 

•  devaçaa ;  mas,  apesar  da  má  -voAtade  que  ai 
gaas,  tinham  aos  templários»  nao  êB  Ibasi 

i  adiaram  erlmas,  o  só  mttito^DFgakfao,  gtan-^ 

1  áe  poder,  e  exeeasiva  iofliuiiicia. 

á  rei  portiigiiez,  obedecia  ao brevedo 
fapa  Clemeitte  Y,  extiogaiado  eata  poderosa 
f»rdem,  e  sequestrandolhe  todoa  oa  aeus  im- 
iOieiisos  tieas  e  veadas  A,  i&aa  os  templairios 
Dão  soífreram  oatros  castigos,  sendo  até 
grande  parte  d'elles  admíttidos  na  Ordefc: 
de  Chríâto,  que  o  mesmo  rei^  com  raro  des-. 
interesse  e  machiavelico  patriotismo,  entàa 
creou, 

•  * 

Clemente  V,  allegava. direitos  a  todos  os 
bens  dos  templários,  como  ordem  monásti- 
ca, e  em  algumas  naçl^  foi  o  herdeiro  d'el- 
«lea;  mas  D«  Diniz  descobria  o  melo  de  sei 
eximir  <oom  dignidade,  e  sem  promover  dis- 
putas eom  a  caria  romana)  de  vér  passar  <2^ 
notro  reino  os  immensas  valora  fae  .pos-, 
saíra  esta  ordem;  creando  a  de  Gbri$to,(áí 
^qoal  deu  tudo  quanto  ara  dos  templários^ 

Entre  taata<  cousa  bôa,  que  Pertagal  deve 

a  D.  Diniz,  este  facto  é  com  certesa  am  dos 

que  mais  brilhantes  provas  dão  do^NHU  sen- 

'  so,  iUuatração,  sagacidade  e  patriotismo  d-es- 

te  Ínclito  monarduu 

Por  carta  regia,  feita  em  Santarém,  a  S6 
de  novembro  da  era  de  1357  (15  de  novem- 
bro de  1319),  se  mandou  íacer  entrega,aD. 
^Martins,  â.<»  mestre  da  Ordem  de  Ghris- 
m,  de  todos  os  bens,  rendas  e  direitos,  qne 
'foram  ^  da  ordem  do  Templo,  tanio  espiri* 
tíMes,  como  temporaeê^  e  dividas»  • 

1  A  pag.  105,  do  1.*  vol,  disse  quáes  e 
qjEiantos  enim  os  bens  e  rendas  dos  templa- 

'  rios.  Aqui  aoorescentarei  o  que  penso  a  rea- 
peito  d  esta  ordem.  Na  minha  opinião,  os 
grandes  crimes  dos  templário.^  eram.  exacta- 
mente os  dos  Jffsuitas — moito  poder  (a  ponto 
de'  formarem  um  outro  estado  no  éeftado)  e 
•—sobre  tudo^-^as  nuas  grandes  riquezas,  que 
os  reis  do.seculu  XIV,  e  os  do  século  XVIII, 
ardentemente  aaibícionavain.  Era  preciso 
procurar  pretextos  para  estas  duas  grandes 
rapinasy  e  achouse  facilmenta 


A  eemnicada  de  S.  Mamede  do  M ogadoir- 
ro,  foi  erecta  em  11  de  janiiO'da«radei35l^ 
(30  de  maio  de  1321),  na  cidade  de  Lisboa, 
8  caaaa>da  ordem  de  Christo. 

Ab-  egrejaa  de  &  Hàmede  do  Mof^oíalo, 
e  Sailta  liaria  de  Penas  Rbyas,  tinham  eido 
dadas  aoa  templários  (qae  só  as  poesniram 
14  annns),  com' todas  as  duas  capellas  (me-> 
nos  a  de  Nossa  Senhora  d'Aainhoso),  dbnei- 
tos  e  pertengaa.  (Vide  ii^^nAoso.) 

D.  itfartinhoi^  areebiapo  de  Braga»  deno 
sètt  eensentimeíilo  'â  dõaçao  de  D.  Dinis,  ^e 
de  sda  muiber  effikhos. 

Eqi  i300,  tinham  os  arcebispos  deBraga, 
junto  à  egreja  de  Nossa  Senhora,  boas  casas 
der  residência. 

Cram.  no  ntio  boje  diamado  únrra^  do 
Bispo. 

Na  Torre  do  Tombo,  se  acha  uma  coiapo- 
sição^  feita  entre  o  oommendador  de  Moga- 
dpuro  e  Penas  Roya?,  que  era  do  Templo; 
e  o^conmendador  de  Algose,  qne  era  do 
Hospital,  feita  no  anno  de  4939.  Per  eitaise 
extingoiram  iodas  as  malfeitoriaêf  questões 
e  deshonroê,  que  rsciprocamenue  se  tinham 
praticado;  acerescenlando  os  juizes  árbi- 
tros, qne  o  oommendador  do  Megadoofo 
desse  ao  de  Algoeo,  Sd^^maravidis  e  3  aot- 
dos;  e  esto  desse  áquelie,  1:660' maravidís» 
et  duas  lurieaSyêt  umum  lorigom, 

E  tado  isto,  pago  Mé  ao  dia  de  S.  Marti- 
nbOi  do  meemo  anno,  sob  pena  de  5:000  ma- 
ravidis  alionsins,  pagos  pela  ordem  do  com« 
i  mendador  que  a  isto  faltasse. 


Pelos  das  do  seeuJo  XV,  nasceu  n'esta  vil- 
la,  fr.  António  de  SL  Foi  doutor  em  Câno- 
nes, pela  nniversidade  de  Salamanca,  e  des- 
embargador do  rei  D.  Manuel.  Deixou  a  cor- 
te e  foi  professar  a  regra  de  S.  Bento,  no 
mosteiro  de  Monmrrate,  na  Catalunha. 

Sendo  D.  abbade  de  S. Vicente,  em  Sala- 
manca, o  chamou  D.  João  Hl,  para  commen- 
daftario  do  real  mosteiro  de  Alcobaça»  qae 
governou  exemplarmente^  e  também  os  de 
Tibaes,  Carvoeiro  e  Amoya,  da  ordem  de  S. 
Bento.  De  todos  foi  grande  benifeitor,ersa^ 
taurador  dn  observância  religiosa. 

fornoa  para  o  sen  mceteiro  dnHonaorra* 


356 


UQG 


te,  «Bd6  faUecen,  em  10  de  moetoode  1550, 

^  aâHjwBeputmda 

■  ~^ 

É  esta  villa,.  pátria  de  Santa  Marina  <oa 
Ifârínha).  A  lusdo  déaengatio,  e  o  deapfreso 
das  vaidades^  a  levaram  a  am  sitk)  alpestre 
e  solitário,  próximo  á  eída4»  de  SalamaíDca, 
e  alli,  separada  de  todo  o  trato  baisaiio,  fez 
vida  santíssima. 

Por  sua  morte,  se  foddon  p'aqneUe  sitio 
um  insigne  cottvenlo,  de  frades  menore8,ide- 
•dieade  à  mesma  safita,  onde  jatosea  cadá- 
ver, e  a  4  de  maio  de  isada  anao^  se  Ibe  Ihs 
Wia  solem^e  festividadei 

Na  egreja  do  mosteiro  d'esta  villa,  é  tida 
em  granule  veneração,  nma  imagem  de  Nos- 
sa Senhora  da  Conceição. 

Ha  d*esla  iiúagem  a  lenda  segniote. 
.Havia  n*e9t^  villa  um  olerjgo,  muito  de- 
voro da  Santíssima  Virgem,  que  mandou  fo- 
2er  a  nm  eaculptor  uma  imagem  de  Nossa 
Senho0a,:pâra  a  eoUoear  na  egrèja. 

£ra  tao  pobre  o«soa)ploíry  'qne  nem  tinha 
dtnbeipo  para  comprar  a  madeira  para  a 
Imagem,  sendo  preeiso  darOh'a  o  clérigo; 
Este  foi  vôr  a  iintagem,  quando  estava  «pe- 
hias  desbastada;  mas  aehou'  à  tio  mal  prín- 
'Cipiada  que  disse  ao  autista  que  a  não  con- 
tinuasse, por  que  «  nao  queria. 

O'  escuipto^  encdsioa  a  imagem  para  un^ 
eamo  de  òua  casa,  onde  esteve  por  algum 
tempoy  esquecida  e  abandonada.  (Isto  foi  pe- 
los annos  de  1680.) 

Sabendo  isto  os  frades  do  mosteiro,  foram 
alguDs,  por  mera  curiosidade,  a  casa  do  es- 
«ulptor^  vér  a  imagem- regeitada;  maa  não 
Ihe.ácbavam  asimperleiçdes  que  o  padre  lhe 
attribuia  (provavelmente  por  a  vér  por  aca« 
bar),  e  a  pediram  sío  padre,  para  a  manda- 
rem concluir,  ao  que  o  elle  logo  annuiu. 

Era  padroeiro  do  convento  e  residia  na 
vilia,  o  marques  de  'Távora,  a  quero  os  fra; 
ides  foram  pedir  que  manda^eacabar  a  ima- 
gem, ao  que  elle  de  tioa  vontade  aocedeu. 
*  -Concloiu-se  a  imagem,  e  ficou  perfeitissi- 
inii  tanto  de  esenlptura  como  de  pintnra;  e 
•^M  eolldeada  com  grande  solemnidade  no 
aliar  iatemi,  da  parte  do  Bvaogeiho; 
':  Bm  1696,  todo  o  povo  da  villa  deeidfa  fa^ 


HOG 

nr  uma  grande  llaaui  Senhora»  no  diaS 
de  dezembro  d*esse anmKftaeríaKn esMrdf • 
votos  que  1^  imagem  apparaeeue  tfeata  disi 
com  a  sagrada  custodia  naa  nmos,  o  que  nio 
era  faeiii  porque  a  imagem  estava  oom  as 
mãos  -postas  (èprao  tedas  as  inagena  da  Vir- 
gem, re^aentaado  4>  angnste  mysterie  da 
sua  Gonceiçae)v  .    ;        , 

Fará  eoosegulrem  os  aeua  fios,  ataram  a 
custodia  com  fitas;  mas  nao  foi  precisai  por 
f  ne  a  Senhora  abriu  as  mãos,  e  segurou 
com  ellaaJa  custodia.  Foi  desde  esse  dia.c|9e 
a  imagem  fieou  com  as  mãos  abertas.  &le 
milagre  foi  legalmente  autbenticade  aucfo- 
rUatêérdinarUi 

É  baronesa  do  Mogadouro  a  sr.*  D. 
Anua  Izabel  Marta  de  Moura  Pegado-^  ba- 
rão do  mesmo  titulo  o  sr.  António  SáraiU 
de  Albuquerque  Vilhena. ' 

•  ...  I 

M(mrȎ  appellido  nobre  em  Portugal,-  to- 
mado da  viHade  Mo«ra  no  Atemtefov  intja 
povoaçSo  conquistaram  aos  mouros»,  nm 
i  167,  Pedro  Rodrigues  e  seu  irmão  Álvaro 
Rodrigues;  e  por  isto  tomaram  por  appdK- 
-dô  (ou  lh*o  dètt  D.  Affonso  Henriques)  o  no- 
me'd'eBta  vi41a,  o  qual  passen  aos  sent  âes- 
eendentes.  •    ^ 

D.  AÍTonso  Henriques  lhe  deu  braeão  de 
armas,  que  são:  em  campo  de  púrpura,  se- 
te castellos  de  oiro,  em  é  palas,  com  forfa, 
e  lavindoíi  de  negro.  Elmo  de  aço  aberto,  e 
por  timbre  «lira  dés  casteHos  das  armasi 

Há  também  os  Mouras  Cortes  Reaes,  des- 
cendenles  do  tristemente  celebre  D.  Cbris- 
tovão  de  Moura,  feito  por  Philippe  11^  cen» 
de  de  Castello  Rodrigo,  e  por  Philippe  IH 
marquez  do  medmo  titulo*    * 

Seu  filho,  D.  Mapi|el'de  Mour^  Gerte- 
Real,  foi  marquei  da  Castello  Rodrigev  epn- 
de  de  Lumiares»  e  gemil-bomemda  camará 
de  D.  Philippe  III.  '  • 

Os  Mouras  que  procedem  doeste  D.  Ma- 
nuel trazem  por  armas — escudo  esquarteia- 
do~-no  1.^  quartel  as  armae  dos  Mouras  an- 
tecedentes—no í.*  e  3.»  as  dos  Cosias,*  cotn 
,  uma  cruz  de  S.  lorge  em  chefe.  Elmo  e  tlm* 
bre  os  mesmos» 


■  I  a 


firtAe  CàètetJb  Jtwiht^-^  Úsbod,  á  pagi 
nas  125.) 

Pegado  é  àppeRTdò  nobre  portúgaeit,  e  a 
fiittiliá  qne  primeiro  o  ttâòti»  era  da  feldàde  de 
Elvas,  onde  institaia  morgado,  Fernando, 
Estevão  "Martins  Pegado,  Tassallò  de  el-rei 
t:  Múnso  IV.  Kste  appellído  toi  procedido 
de  alennba,  eestenden-jse  por  muitas  povoa- 
ç9«s  do  reino  e  ebnqnistas. 

Yrazem  por  armas— em  campo  de  oiro, 
<j[tiatro  coticas  de  púrpnra  em  baflda.  Tim- 
bre 3  seias  de  prata'  còm  basteas  de  oiro, 
áodpennsdaís  de  pút^úra,  e  atadas  em  ro- 
qíiète,  com  fita  dft  mesma  côr.'  No  livro  dos 
refs  de  armas,  sSo  as  mesmas  dos  Privados 
{appdIido>  com  dlirerença  no  timbre.       * 

Saraiva,  é  appellido  nobre  em  Portngal— 
eQ}á  íamilia  era  da  Bisèaiá,  onde  tem  o  Éen 
solat;  na  villa  de  Saraiva,  no  districto  da 
Montanba. 

I^assoti  a  Portugal,  no  tempo  de  D.  JoIo  I^ 
nas  pessoas  de  Vicente  Fernandes  Saraiva  e 
Antão  Saraiva^,  que  vieram  ácompanbar  sua 
irman,  dama  da  rainba  D.  Leonor,  mnlber 
do  rei  t>.  Duarte,  é  se  estabeleceram  na  vil- 
la de  Trancoso,  d'oilde  seus  descendentes 
J)aèsaram  para  a  cidade  da  Guarda.  Trazem 
í>or  armas,  escudo  dividido  ém  faxa,  a  1.', 
de  veiros  de  prata  e  azul,  e  a  2.«,  de  agua. 
Orla  de  púrpura,  na  qual  appareeem  as  pon- 
tas de  uma  cruz  de  ouro,  floreada.  Timbre, 
meio  peixe. 

Estas  armas,  deu  D.  Pedro  de  Gastella  a 
um  bistainbo  da  villa  de  Saraiva,  por  tomar 
duas  naus  francesas,  com  uma  só  em  que 
andava. 

MOGABRIL  —  portuguez  antigo  — nego- 
ciante, mercador. 

MOGÊGE— freguezía,  Mínbo,  comarca  e 
concelho  de  Villa  Nova  de  Famalicão,  12  ki- 
lometros  a  O.  de  Braga,  345  ao  N.  de  Lisboa, 
110  fogos. 

Em  1757  tmba  123  fogos. 

Orago  SanuMariDba. 

Arcebisjpado  e  districto  administrativo  de 
ttt^aga. 

Ê  terra  muito  fertii,  e  cria  muito  gado. 
*  O  cónego  magistral  dA  Sé  de  Coimbra, 
apresenuva  o  vigário,  coHado,  i)ue  tlnbá  féis 
Wftm  de  renda. 

voLuia  V 


Òil 


'WÍkiO-^nútaR%}^  di- 

vide um  território,  ou  propriedade»  de  ou- 
tro. Ainda  hoje  são  notável^  òs  mogos  d^Àtt- 
ceães.  Mogo,  é  o  mesmo  qtie  mótom. 

Ha  em  Portugal  varias  aldeias,  e  muitos 
sitios  eom  o  nome  ^e  M^  e  Mógo$. 

HÓ60  DE  MAJ.TA— freguezia,  trãs-oa- 
Montes,  concelho  de  Csjrrazéda  d*AnceaeSy 
comarca'  de  Moncorvo,  120  kilometros  a  NB. 
de  Braga,  ^70  áo  N*  de  Lisboa»  90  fogos. 

Em  1757  tinha  50  fogos. 

Or^go  Santa  Caíbari^  virg^in  e  martirr. 

Arcebispado  de  Braga  e  districto  admi* 
nistrativo  de  Bragança. 

O  Qommenditdor  de  Milia»  4e:|togiWM, 
apreaentaya  o  vigário,  collado,  que  tinha  róia 
40W00,ao.pé4*altar. 

Era  «ommenda  da  ordem  de  Matta,  pela 
que,  até  1834,  os  povos  d*esta  íireguezia,  go- 
savam  dos  grandes  (ealgunsabsurdos),  pri- 
vilégios de  caseiras  de  Malta.  (Para  a  ety- 
mologia,  vide  Mógo.) 

MOGOFORES,  ou  MONFORES— villa.  Dou- 
ro» eonopca  e  concelho  da  Anadia,.  18  kilo- 
metros  ao  S.  de  Aveiro,  240  ao  K.  de  Lisboa, 
80  fogos. . 

Orago  Noesa  Senhora  da  Goneeição. 

Bispado  de  Coimbra  e  districto  adminis* 
trativo  d' Aveiro. 

(Esta  freguezia  não  vem  no  Portugal  Sa- 
cro e  Profano,  por  esquecimento  do  seu  an- 
ctor.) 

Também  alguns  dão  a  esta  povoação  o  no*- 
me  de  Mímgoféres  e  de  Mogafares. 

É  aqui  a  30.*  estação  do  caminho  de  ferro 
do  Norte,  o  que  lem  feito  prosperar  bastan- 
te a  villa. 

D.  Manuel  lhe  deu  foral,  em  Lisboa,  a  12 
de  setembro  de  1514.  (Ltvro  dos  furaes  no- 
vos ia  Extremadura,  fl.  148  v.,  eol.  2.*)— 
N'este  foral,  se  lhe  dá  o  nome  de  Mogaf&tes. 

Tem  um  bonito  theatro,  inaugurado  em 

agosto  de  1874. 

Pertence  ao  paiz  vinhateiro  da  Bairrada, 
e  é  terra  muito  fértil. 

MOHIA,  ou  MOtA— Vide  JfttA/a. 

MOmEHtA'  (de  Bouro)7-freguezia,  Mi- 
nho, coiiiarca  de  Villa  Verde  (antiga  comar- 
ca de  Pico  de  Regalados)  c^udBllkrde  Temui 

23 


m 


iini 


Iq  admipíslrativo  de 

O  abj^iade  de  S.  Jo3o  da  Balança,' aprésen- 
uva  o  vigário,  qaeiiplía  W/OOÒ  réis  ie  con- 
Çrna,  e  o't)á  d'altar. 

'AnUg^meDle  dava-se  i  esta  fregneila  o 
nome  de  Momenia,  e  asafm  vem  no  Portugal 
Sacro  e  Profano. 

A  lerra  mailò  Artlt.  Cria  muito  gado,  e 
DOB  seus  moDtes  (rainoB  do  Gerõz),  ha  nniila 


-frágoíiia,  Tráa-oR-HoDies, 
MoiarM  e  enneelbo  deTfnhàrs  {túl  do  ex- 
tíDClo  concelho  de  Sanlalba,  eonareade  Bra- 
fànf»),  60  kifomeiros  de  Miranda,  4SS  ao  N. 
de  Lfsboa,  iSO  fogos. 

Bm  1757  tJQha  140  fogos! 

Orago  S.  PSdro,  apostolo.    ' 

Biípado  e  districto  adminiatraiivo  de  Bra- 

glDÇÍL 

A.  inltca  apresntava  o  aUtade,  qoft  tioba 
WMOÚOréia. 

MOHENTA— freguezia.  Beira  Baixa,  co 
marca,  CQSceltw  e  I  kilomelros  de  a  O.  Goa* 
Tflia,84a  SB.  de  Coimbra,  385 ao  K.deUs- 
boa,  160  fugos. 

Eini9S7  liDba  300  fogos. 

Orago  S.  Jmo  ihipUaU. 

Bispado  de  Cuimbra,  districto  admiols- 
tnttivo  da  fiov^a- 

Paraa  diffureqçar  daS'0Dlra3,,e  por  eslar 
m  9vn  da  Esirvlla,  di  le  a  ealt  tr«gnezta  o 
neme  áeMoiniMtada  Serra. 

A  casa  das  rainhas  apresentava  o  prior, 
9te  tinha  3í)O#0OO  réis  de  rendiweote. 

O  celebre  fitqlo  de  Houra  PpriQgal.  qm 
loorrea  doraote  a.  aduioiairafãe  3»  mar- 
qjW'  de  BooibaJ,  pfeeo  nos  careerea  daJsn- 
qaeira,  oascea  rm  SI  de  mar$o  da  1702,  em 
H(rifiWnJl*d*,Serra. 

Era  Blbo  de  Hannel  de  Honra  Castanhei- 
ra, natural  de  Siad9t,e  |t»r«t^e,  por  omft^^fi- 
Itaaib^atarda,  de  ui^a  nobr^  casa  d'eua  po- 
vfl^gj^  euj4  fatmli»/]esQW<Ua  de  D.  Cbrú: 


fWfK 
^l^,  Ifem  çonbefido  n;^  Ifi^riA  d'MW,jr^i^o, 
quando  Bcámos  sujeitos  a  Castella. 
BeDto  d,o  ^f>^^^>  ^oriofa^t  {rwaçQlPB  a 

Universidade,  foi;niaif(í,o  sç  Wttlej^,  "P.flííi 
1,1  de  iqafp  de  1731, 

A,  sua  iDçlio3(|4o  pyrém  não  o  tevavap^ 
ra  esu  difci^liqa,  ipas  para  4  o^^i^to  e  ^ar^ 
as  sçiencias.eiactas,  ao  aaludo  das  q/u^  ^ 
entregou  depois  de  formado- 

Sendo  reconhecido  o  sen  ine[;^çínteivto  por 
elTEÍi  D,JoiioV,  roÍfioreal«,mooArcti4.i»anp 
dado  viajar,  e  t^\  era  a  estipu^ão  qiie  d'e|^i 
lé  fazia,  ane  por  naia,iirQvísàf)  Quiulfla  V)^ 
estivessem  paradas  iodas,  as  denodas, q^ 
Beoió  4e  UQura  tivesse,  eoi,itiiAnio  «Ue  m" 
dasse  opeapado  nos  e^ftudos de  qn^ejCA^iAi 
cufubido. 

Depois  que  voltou  da  Allaipaoba^  i^ra,q 
reJDQ,  flieram-se  muitas  obras  por  sua,díi>. 
rec^o,  que  Foram  de  Utilidade  pafa 'esfi^ 
paii,  Qoiqo  Tui  a  abertura  dos  p»iles  de  Vil- 
la  Nova  de  Mago?,  do  Juncal  e  T^ejoi^);,  4 
iAtroducção  da  barca  de  Sacavem„  etc 

O  seu  amor  da  pátria  era  levado  a,t4 
grau,  que  mesmo  depois  de  sepultada,  aft 
cárcere  7.°  do  forte  da  Jupqueira,  f^  «4^199 
inventos,  e  o  pl^oo  de  miutaa  obras.de  iuL-> 
iidade  publica,  escrevendo  os  seus  pensa* 
mentos  com  penna  feita  de  ura  o^sÍDttp  àfi 
gallioha  e  tinta  de  ferragem. 

O  único  motivo  da  prisão  d'este  perta^ 
guez  illusire,  foi  o  ter  fadado  da  innocencií^ 
dos  Tavoras  e  dos  padres  da  Companhia. de 
Jesusj  e  sendo  interrogado  por.  esse  facto, 
confessou  que  tinha  mostrado  essa  opiniãi^ 
peto  que  lhe  respondeu  Sebastião  Jtis^  do 
Carvalho,  entrando  em  furor,  <^  era  e^se 
o  maior  crime  que  podia  commetter. 

Fui  raettido  na  peior  das  casas  eseuru;  e 
com  o  mau  trato,  fatia  de  remédios,  e  4.eoa- 
línuafão  do  aperto,  esquentou-se-lbe  a.  caber 
Ça,  e  cbegando  a  perturbarse  lhe  o  cen^ 
bro,  poi  se  de  joelhos,  e,  fazendo  o  aclo.de 
contricção,  encommendouse  a  Nossa  Se- 
nhora,  e  entrou  na  diligencia  de  se  dego- 
lar. O  que  tbe  valeu  foi  o  não  ter  senãf 
uma  faca  ninito  velha,  quasi  inpapaz  de  cor- 
tar 1>>ÍP>  pelo  qpe  Ibe  ufio  foi  possível  corfar 
'  4f^.gu^aa  ppr  maluque  trabníboo, 

n'esse  tempo  entrou  pofi  acjt^o  iv0i.4W 


líOI 

Mlpi(r4ÉiOíaitlldÉA5'iNMâiite  ooníipa* 
BbUro  pÉMUi^  Mb  4ê']|*ltofl^>âliilft,  <niii 

Ná  prisão  tíoha  Bento  de  Moura  íwmR»- 
émjúàm&àb  êb  alHir  u  iMVuai  dèeéar- 
eenéÊ  <ifi#  oMiate  ber  cata  pbitài  tM 
IKirtaSf  «Éoiiée^lertfoe âMtt te  miMelra)*  e 
eom  esse  soecorro  sahíam  os  presos  todas 
m  iOiíèB  4m  prlsM; «  se  «}ttdai^iMi  é  eoc- 
MRMn  M^  «d9  iMitroi^  tevendo  miiiioe  eom 
gfèiísiikileetfks;  9  à  falta'  de  otttrô9  meios 
taeeniutiiSfiÉitiiiNatíente  doeste»  sUívlos. 

Ml0jaM»}à  flMidMatfo,  dapetma  feim 
évoanoisiiilio  d«  e^Uinliae  tf  MA  de  fenugeiíi, 
eecrimtf  B^te^dMfouimPonaipI,  nee  catctf- 
iiattlnil|oeln>^ia  dialogo  sobre asobras 


im 


3did 


df|e-«4iédo  para  (|ue  es  aeedhâs  ordkiarias 
li<l^'4obiMa  fftriotaa-eomeíiiiesèaaeaa  e 
qaeda  que  tem— Modo  de  attgoieiitar  a  veie* 
eidadeaos  barcos  do  Ribai«)<H^-Obsemi^ 
pertefloent^  ao  leiae  das  emb«n»tdes— >No« 
taidéa  de  rNboft  para  ognafios^Motlto 
400  teve  <r  ««eier  para  ÍMer  uasa  experiea* 
dã  sobre  a  l^amiMo^Diaiego  enrioea  sobre 
trarias  «dlsas*  da  Ametioa^Noileia  paritcn- 
Ittsêbre  Mgibeatar  a  força  da  artiUveria 
eom  oaaeiaâe  da  péilTorsH-Modo  de  averi* 
guar  se  por  baixo  dos  campos  que  oorrem 
ao  lefttto  doa  rios,  ha»  oa  nio  ha,  oiro,  ames 
de  abrir  ae  oMas. 

VOnsHf  A"— <^(nieaia,  fieira  Alta,  cornar- 
ea  o  concelho  A>  Stofto  (aló  185(1^  do  con* 
e^o>  então  sopprimido,  de  Saníftas,  e  co* 
marca  de  Réseode)!  40  Icilomelros  ao  O.  de 
Lamego,  320  ao  N.  de  Lisboa,  i40  fogos. 

Em  1757  tidba  94  fogos. 

€raf  o  S.  Martinho,  bispo. 

Bispado  de  Lamego,  districto  administra- 
tivo de  Viseu.  * 

A  mitra  apresentava  o  abbade,  qae  tinha 
704000  yéiâ  der  côngrua  e  o  pé  de  altar. 

Ssrtâ  esla  Ireguexia  em*  terreno  muito  ae- 
ddéiittd#,  éobre  a  Bia#|en  dfreha  do  rio 
Mta,  e  aq«l  termina,  polo  O.,  a  província 
âar  BelmAlta  e  o  dletricsoadmiolsirativode 
Viseu;  pois  que  o  rio  nfeMeeilio, separaesi- 
Qt^M^riuetaida  do  Doan)^e''0'distiloto  ad- 


«rihiÉkratPro  de  V!êeo^  úò  d^  Aii<elro.  tem 
IMIi^  Dá-  Éiarifem  eeqOéMa  dò  f^Ws,  Vhk 
ftfta  a  iN^gnecM' de  B^árros,  úff  bonceliiy  ás 
GáMlBJUb  êé  Parta,  comais  de  Af^oaíE. 

AtwmilAuito  íeHfl.  Proddz:  muito  bom 
Vittho  veiPde.  Nos  setts  nkontes  ha  multa  cá^ 
ça,  e  o  rto  lhe  dá  bastante  e  óptimo  peixe 
sObreèudo  excefleâtes  lampreias  e  trutas. 

Cria  nmltogado;  e  também  tem  abundada 
dá  de  cera  e  mel. 

No  bgar  dá  Travanca;  d*esta  freguesia, 
viveu  mOitos  amios  o  nohre  •  fidalgo,  loisB 
Sbaires  de  Albergaria,  namral  da  Rede.  Uá- 
je  reside  alli  a  sua  viuva  e  um  filho.  SÍo 
filhas  de  losé  Soares  de  Albergaria  D- 
Maria  Soares  de  Albergaria  (a  celebre 
Úomiêfêádé  MonteMerli)  D.  Amancia  Soa- 
res de  Afbei^ria,  solteira;  e  D.  Bertha  Soa- 
res de 'albergaria,  casada  eom -António  Pei- 
xoto Pinto  Coelho  Pereira  Padífha  Seixas  de 
Harcòurt,  fidalgo  bem  conhecido. 

t  povoação  muico  antiga. 

Km  liSl,  Ped^ò,  Egas,  Soeiro,  Fernando» 
Mendo,  João,  Affonso,  Martinho,  D.  Maria  e 
D.  Marinha^  deram  a  3ua  mãe,  D.  Mayor  Soa- 
res, viuva  de  Pelagio  Fernandes,  padroeira 
do  mosteiro  de  Santa  Eofemea,  de  Ferreira 
(de  freiras  benedictinas)— todas  as  herdades 
que  tinham  no  bispado  de  Lamego,  que  eram 
-'-a  quinta  das  Máçans,  eom  todas  as  suas 
pertenças— dois  easaes  nVsta  freguesia  de 
Màimenta-^áo\B  ditos  em  Quintefla— um  no 
Omezio  (Homi8ío),.e  o  mais  que  lhes  perten- 
da  em  Almakavi  (Almacáve)  e  Lama.  Dir  a 
escriptora  de  doação  que — dão  isto  a  noêtrae 
Matrif  et  filias  vestras,  Doráia,  Tarasia,  êt 
Mayor  Pelagii. 

D.  Mayor  Soares;  apenas  viuvou,  se  reco- 
lheu 410  dito  convento  de  Ferreira,  com  suas 
três  filha?,  D.  Dordia,  D.  Therexa  e  B.  Mayor. 

Martinho  Paes,  um  dos  filhos  de  D.  Mayor 
Soares,  fai  abbade  de  Santo  André,  de- Fer- 
reira, e  depois  bispo  da  Guarda. 

Deu  ao  mosteiro  de  Santa  Eufemea,  em 
eoMèmplação  de  uma  sua  Irman,  que  era 
prIoréMb  do  mosteiro,  todos  os  dialmos,  daa 
teirras  que  o  dito  mostdro  quisesse  cultivar 
em  toda  a  freguezia,  que  então  se  estéadla 
desde  o  Vouga,  até  ao  Paiva  l-^(Vlde  Ar- 
;  pag.  173,  de  3.*  VOl.) 


aso 


UM 


'  Em  11.68,  Pedro  Viegas  (amctârwdo  poir 
P.  áSòdso  Hemiqua^,  vandea  a  D.  Jhi^jpm 
^ffonflOy  por  480  maravid^  tndQ:0  que  lioba 
no  terriU>rio  de.  Lamego  ^J^rtnainar  (Anua* 
mar)— a.  saber,  em  Queimada^,  f ^fu^ifo»  Por- 
jtiUOtQmfUião,  BowsoaSf  Penettas^  HÊumenta 
(MoUnenta),  Magueija^  Ccmdêdo  (debaixo  do 
monte  Galafiira),  Valle-do-Conde  ^  LoffMh' 
çaetit  aguas  vertentes  para  o  Doaro. 

Esta  freguezia  fica  apenaa  a  3  kilometfos 
do  rio  Douro,  e,  para  se  differençar  das  ou- 
tras do  mesmo  nome,  se  Ibe  chama  ifaimm- 
Jift  do  Douro.  (Era  mais  próprio  ehamar-se* 
,lhe  Moimenta  do  Paiva,) 

MOIMENTA-^aldeia,  Douro,  na  dregaesia 
.de  Fornos,  do  concelho  do  Castelio  de  Pai- 
ya,  comarca  d^Aroaisa.  Ha  aqui  uma  anti* 
.quissima  quinta,  que  toi  dos  Pigueirôas,  e 
é  hoje  do  sr.  Bernardo  Pinto  de  Miranda 
Monte  Negro,  da  quinta  á^^Bôà-Vista  (junto 
a  villa  do  Sobrado  de  Paiva),  e  pae.do  disr 
tincto  major  de  estado-maior  de  eng^nheria, 
o  sr.  Angusto  Pinto  de  Miranda  Monte-Ne- 
gro. 

Sao  também  flilhos  do  sr.  Bernardo  Pinto^ 
os  srs.  dr.  Albino,  Pedro  e  Martinho  Pinto 
de  Miranda  Monte*Negro. 

O  pae-  era  sobrinho,  materno,  do  gene* 
ral  Pamplona,  visconde  de  Beire» 

E9ta  MoinmUa,  fica  quasi  em  frente  .da 
fregnezia  antecedente,  do  meamo  nome,  e 
próximo  da  margem  esquerda  do  rio  Paiva. 

MOIMENTA  DA  BEIRA—viUa,  Beira  Alta, 
cabeça  de  concelho  e  de  comarca,  2S  kilo- 
metros  a  E.  de  Lamego,  315  ao  N.  de  Lis* 
boa,  320  fogos. 

Em  1757  tinha  205  fogos. 

Orago  &  João  Baptista. 
• .  Bispado  de  Lamego  e  dístricto  administra* 
tivo  de  Viseu. 

A  universidade  de  Coimtoa»  apresentava 
o  vigário,  eoliado,  que  tinha  120^000  réis. 

Para  evitar  repetições,,  e  para  mais  exten- 
sas noticias  com  respeitor  a  esta  povoação, 
veja -se  Cambres^  pag.  53»  do  2.^'  veL-^Caría 
<a  2.«),  pag.  108,  eol.  2.%  do  mesmo  %*  voL 
— e  Maceira-DãOf  no  principio  de  pag.  13, 
d'este  vol. 

>   O  eonéelho  de  Moimenta  da  Beira,  é  com* 
posto  das  tô  freguesias  segaintes^odas  no 


MOI 

Mipado  4e  Lamego— lãei :  Aldeia  de  Hàfíim^ 
ba,  Alvite,  Arcozéllo%  ArÍ9E,Baidoi^Crté||fi% 
GaateUo,  €evér«  Leofliii,  Moimenta  da  Bilra, 
Nagó^  Pafadioba»  Paço,  Beiia-¥ellia,'PMii 
Sianédo,  $eg9e8  e  Yittar»  TMaa  tom  MM 
feg^«  1     .'     -         «... 

A  aoa  eomarca  é  composta  do  sen  jidga^ 
do,  e  da  da  Ciiarnaneélhe^  que  tana  S:700  íih 
gos,  vkkdo  a  oomarea  a  ter  5s400  logoe. 

Teve  «m  ooAvento  de  fíreirae  beaedittiBaa, 
ftmdado,  pelo  dr.  ^emSe.ikfpdhSo,  ahbads 
de  S.  Glêoiente  de  Baslo,  e  deaembacgador 
da  natoção  acolesiastioa  da  Braga;  Mtural 
d'esta  yiUia-^  qual  aioançou  da  Sé  apaelo- 
liça  licença  para  esta  fundação^  qae  íei^en 
Í5d4,  na  caaa  em  que  nasceu;  tnaendo  da 
moateíro  de  Semida,  trás  irmana  piwlsaau^ 
que.  esam*<-D,  úal^i  Mergulhão^,  abhaidessa 
pecpéiaa;  D«  Guiomar  Nunes;  e  D*  Marga^ 
rida  de.  .Lucena*  Com  estas  aenhoras»  veia 
Aatonia.  Ferreira. 

Deu  o  fondador,  a  este  mosteiro,  70Q  oae*« 
didás  de  trigo  e.cenleto,  um  souto,  uma  vi- 
nha, )aro8  de  quatro  contos  de  róis,  mnittia 
e  ricos  paramentos  e  moveis,  para  a  egr^ 
e  para  o  convento^  atém  do  edilcio  etérea. 

Sendo  este  mosteiro  fundado  sd  para  il 
fireiras,  chegou  a  ter  mais  de  40.  (Adianta 
dou  nóais  algumas  informações  sobre  esia 
mosteiro.) 

N'esta  villa  nasceu  o  distineto  doutor  em 
medicina,  Duarte  Madeira,  que  morreu  em 
Lisboa,  em  1658.  Foi  medico  da  casa  real; 
escreveu  varias  obras,  sendo  a  principal,,  a 
sua— ilpo2oDrfa--methodo  facii  de  conhecer 
e  curar  as  doenças  secretas. 

Em  o  n.o  693  (de  29  de  outubro  de  1874), 
do  Correio  da  Tarde;  se  vé  o  artigo  seguin- 
te: 

Conununioadò 

As  constantes  provas  de  verdadahra  esti- 
ma, .  que  mó  tem  dado  o  ex."^  dr.  Joag.  Maria 
Mergulhão  Nevee  Cabral,  de^S.  Romão  d'Ar* 
mamar,' exigem  que  eu  patenteia  o  men  re* 
conhecimento,  aom  maia  publicidade  qua 
uma  carta  partienlar. 

E  como  me  honro  com  o  aau  pareutasoo. 


IfOI 


IIOI 


961:- 


QM  eotauDtiaii-  d^eitè  Jònilil  a  oii^ 

'  JHw  oieiis  ittéeudeiM,  por  M^easa»  âè 
Burbo8ai,'4e  &  Joio  de  Poiíukira  e  GMto* 
Ditte,'  ti¥e  a  Fernando  de  bncena,  fidalgo 
da  OordoVa,  no  tètapo  do  imperador  de  flée- 
panha,  Carlos  V^ 

Bate  FeMiUido  de  Ueena^  easoa  a  primei* 
ia  vez»  com  D^ Leoibor  dela PeiAa,  de  quem 
eávioTou* 

GaKm  segoHda  vez  oom  D.  Leonor  Moir- 
tefre,  filha  de  Lopo  Martin  Monletro,  fidalgo 
da  eaaa  real. 

'  O  -diio  Pemando  de  Lneena,  entre  vários 
flilios  teve  V  D,  Beatrii  dè  Lncena;afqnal 
enaon  eom  Vasco  Mergnlliio,  cavalleiro  do 
hàMU)  de  Cfaílsto,  de  qnem  houve  Pèrfiad 
Mergnihio,  fondador  do  mosteiro  de  rèligiô- 
sae  de  8.  Bento  de  MeineÉtfci. 

Tevo  mais  a  D.  Maria  MeifuMo;  qne  ca- 
soa  na  Torre,  é  outra  filha  do  mesmo  nome 
Dl  Maria  deLneena,  abtedefa  perpétoa,  do 
eeavenio  de  MoimeMÀ». 

A  sobredka  D.-  Maria  MergtilhSo»  casbn 
com  Lourenço  Cooriça,  de  quem  teve  á  0. 
Maria' Merguihio,  qne  eáimi  na  Tom;  oom 
DoÉDingos  Gametax),  e  a  D.  Petronilha  Msr- 
gnlhio»  qne  easéu  oom  Jor^e  de  Gónvéia, 
em  Fbnte  Arcada. 

=A'  islo  textoAlmenle  o  qne  enòontrd,  em 
antigos  docnmenios  genealógicos,  collfgldos 
pelos*  meus  antepassados,  é  qne  pnhlieo  com 
leda  a  satisfa^,  em  testemunho  de  eterno 
ret^nheeimento  e  iafifoição  a  mefo  prtmo,  o  dl*. 
Joio  Maria  MergnlhsU^  Nevsés  Cabral. 

&  C  Sd  de  outubro  de  1874. 

Ayres  Aiolphoí  de  Mmionça. 

Está  esta  villa,  situada  na  encosta  de  uma 
serra,  cortada  pelo  meio,  por  uma  pequena 
ribeira,  sobre  a  qual  ha  umá  ponte  de  can- 
taria. 

>  , 

1  Engana-se  o  sr.  Mendonça.  A  mulher  4e 
Vasco  Mergulhão  (filha  de  Fernando  de  Lu- 
cena), chamava-se  Leonor^  e  não  Beatriz, 

2  Tombem  aqui  se  engana  o  sr.  Mendon- 
ça.^ ifman  do  fniidadòr  dç  mosteiro'  de  Moi- 
mema  (Peroio  Mergulhão)^  que  foi  abbades* 
sa  perpétua  do  mesmo  mosteiro,  era  D,  ha- 
bel,  e  não  D.  Maria, 


IPMn  Mas  casas,  sefido  á  melhor,  a  <o  sr. 
Sarmento  LomhHro. 


( . 


É  i^otoa^  nhiito  antiga,  e  <admira^mé 
não  iNto*  em  PnmkUm  meitcioiiado  fórsJ  al^ 
gum,  antigo,  ou  moderno,  dado  a  esta  villa. 

Ha  n%stii  villa,' um  escrivão  do  juizo  de 
direito,  quto  se  assígna  ordinariamente  Leo- 
narão-Joié  de  Barros;  maè  quando  quer  es- 
crever todo  o  seu  nome  (o  que  pondts  vezes 
fiit);*  assígna-se— lAmarA)  José  de  Barro9 
Bmetíú  Árganaz  Pedasun^  Barbadãee 
Mello  Silva  Silveira  Trancas  Canavarro  W 
ma,  êtCy  ete. 

Tèttãò  dito  na  palava  Arma'' 
mar,  do  I.*  vohime,  que  na  vil-' 
la  doeste  nome,  era  o  solar  dos 
Mêrgu^õeSt'átqiaeerSiehe(% 
o  sr.  dr.  Acácio  Mergulhão  Ne^ 
vos  Cabral  Macedo  e  Gama, 
cumpre  aqui  dar  algumas  re- 
ctificações, e  alguns  esclareci* 
mentos  a  respeito  doesta  fámi-. 
lla^  e  da  fhndaçSo  do  convento^' 
d'esta  Villa  de  Moimenta  da 
BehtL 
D.  Pemlo  de  Lucena,  fidalgo  hespanhol, 
natural  dè  Gái^ova,  casado  em  primeiras 
núpcias  com  D.  Leonor  de  la  Pena,  estando 
nas  edites,  emigrou  para  Portugal,  por  des- 
avenças que  teve  com  outro  fidalgo;  e,'co« 
mo  trouxesse  cartas  de  recommehdaçãó  pára 
o  fnfanfe  D:  Fernando,  filho  do  rei  D.  Ma* 
nuel,  aquelle  o  fez  vedor  da  sua  fazenda:  e^ 
estando  já  viuvo,  eonò^ahin  S."  núpcias» 
com' D.  Leonor  Monteiro,  da  villa  de  Leomil, 
ef  da  qual  teve,  D.  Leobor  de  tticeiia. 

Casou  esta  D.  Leonor,  etò  Moimenta  da 
Beira,  com  Vasco  Mergulhão,  fidalgo,  e  ca- 
valleiro  professo  na  Ordem  de  Chrísto,  e  ti- 
veram, entre  outros  filhos,  o  licehcêadò  Fer* 
■3o  ifergnHião,  abbade  de  S.  Clemente  de 
Basto,  golremadòr  dó  arcebispado  de  Braga, 
e  fundador  do  mosteiro  de  Moimenta. 

^  DaM  aqui  mais  alguns  es- 
clarecimentos sobre  a  funda- 
ção do  convento,  alem  das  que 
jà  ficam  escilptas. 


um 


Wi 


mente  YIIE,  em  27  de  setenta  de  iSMi  pm 
a  erecção  de  nm  convento  de  treim»  bene- 
dietinas,  sob  a  invocação  d^  Nosaa  Sinihora 
di^  ^rífieação»  na»  pfQpjríM  caaai  va  qm 

Foi  a  bali^  mandada  cumprir,  pelo  bispo 
de  Lsmego,  D.  António  Teilea  de  Menezi». 

Na  bttU»,  86  Ibe  concediam  in  pfirpetmm^ 
^8  logares  gpataiA^s,  par^  4aa8  parenM 
3aa8,  orpbans  e>  pobres;  bem  como  a  per* 
IM88ão  db»  serem  sepultados  na  capeUa-móf 
da  egreja  do  mosteiro^  elk  lòjfi^o»  m  swa 
purefites. 

Foi  este  convento  nitímamente  aupprimi- 
do,  e  encorporadss  as  suas  rendas  no  con- 
TtiUlp  da^  Cba«a9,  de  Lamego,  com  o  qual, 
aip4^  ha  poucos  annos^  UtitgajijL  o  sr.  António 
4fí  3ousa  Mergulhão  Cardoso  de  Lucena, 
pi^rft  que  sua  filha,  a  sr.^  D.- Maria  Augusta 
ll^gQjJ^,  fosse  occupar  n*eU6,  um  dos  taes 
logarps  gratuitos;  e  p^ira  o  mosteiro  das 
Gb^a^  veio  a  ^(r<^j  4@pois  de  muitas  dif- 
Q(HUd^4es. 

;  aW4^  e](is^  n'est^  vUla,  a  igreja  do  mos- 
^çiro,  e  pa  capella-mór  um  mausoléu,  e&m 
^  cbuaa4fdFeri^o,JWergulhão;  vendo-se  no 
arco  cruseiro  e  na  porta  priapipai,  o  brazão 
d'a^m48,  dos  K^gulhflifs^  eq^ret^^çiiâp  o^m 
9  4w  Lijipenas,  Cpiu^ças  e  TejbieiD^) 

.1),  M^ia  M9r«ulh^i  JWW  4p  íopilaàQir 
dp  ÉQost^iro,  casosk  com  o  dr.  I^ouiwço  Çou- 
ifa/sa  Tmei^9,  capitão  mór  de.  Moie^Ata^  ^ 
Q^lpraf  da  viil^  da  Tojfre  de  l^ouiiorvp,  i^  por 
ei|U  viU^  prpcm^idur  ás  c^r^ea  de  Usbqa* 

Tiveram  estes,  var|ús  filhos  e  entra  ell^ 
Eeni^  Cfturaga  ]^ergiilfc@Q;  p.  Dfaiiía,  l^^r* 
gulhão,  pasaÀi  com.Domivgos  Gan^fpiroÂe 
9t  Pejtf  oi^ifba  ]V[ergi4lÍ)ãQ,.4tt^  casou  qm  ^r- 
g^  de  Gouveia  GabraJ. 

|)'aquji  provieram  xajrips  gmpps  ^'^U^ 
4lstki,c^  í^i)ift. 

Um  é  rqpreíiemAdq  ^  viU^  ^  •Çaf30^fi^ 
Çelo  «-•  3erq^d9  P^eífa  dft  Gjpuv/eia^.flrtift 
do  gençc«^l  4q  fie^flfio  pomçi. 

Out^  PP  conçqtt^  d^i  Qf«{nancôlhe,  repre- 
sjQi(^fÍp  pel^  sr^"  Croaveij^.  da  Faia,  e  ou- 
tras faipiUas. 

Era  outro  gfHpo,  represepti^o  pelos  filhos 


16» 

d^  ât,  ffwihi  taU»  diaÍ!ÍÍMik#  smiúoê 
o  morgado,  o  sr.  João  Bernardo  BiMi 
g«ihao»  casou'  «qm  9.^m*^  &*  jiitia.  CardeMide 
Lttfwia ;  d'ond6  pyocedeMQs  MeitgqlUMM,^  éâ 
Nqgq^hcàe  repre«ettl«l»e  p«lQ.sr.  Jtãp.fltft 
nari)oCa^ral<:^vtQlioP|atQ^lfcrgnlhío  Otm 
deira-^  os  da  Granja  do  TMo  (eeateJttiOfdO 
Tftboago),  tde  qqe  é  ohefe,  a  sr/  9.  i^epha 
Adelaide  Gidvral  trinta  Mevg«lhfiew 

Outra  filha  do  dr.  Paulo  Luiz  da  fiiha,  1^ 
Angela  Joaopa  Mergulbio,  «aiMii  em  iPara- 
dinha,  com  Ifaoipei  Servira  de  jfacádo,i»iâft 
veram  um  filho,  que  foi  conego.it^jraaie  te 
Sanm  AgQiMioho  6(rQ^iQ)i  jiQ.MurfiftitQide 
Smia  Çxui  de  Coimbca».  chamada,  {>.  Mto 
de  Jesus  Maria  Mergolbla;  reUgioeo  eiséMfi 
plarissimo  p0laii  ^ttas  viripAm^  ««en^ooiíi 
em  ijypgaesMh^  a  da  cuffidadAi  i^MkMtooe»» 
do  mesadas  a  estQda«le»  pobies»  alóai  dtaiii^ 
trás  muitas  emal^Sí  qim  do  CPBiimLe^  Ava. 

D.  Tbereaa  MarosliiM^  Pímq  Cabral  Abt» 
gulhao»  t^mbom  filte  4o.dfv  Aaoio  liiáí  di 
Silva,  casou  em  Vill^Scuoa  d'ArmianMri  qt» 
o  mont0bn>'iQ6r,  Jo9#.  (Bomes  4»' Gamlbo;' 
de  eojii  .m»tw)ooio  miarem  eoM^  ouiiot» 
Joa^  Pfiimrdoí  f^m  MafgolUq^  fna  &«  Inpp» 
n^ft  mu  (aeuldskdes.  de  Ma  eoan^nos»  lat» 
lodendo  V>m  «o.ai»idi4a  iiia.larmi^tmr4w 

Também  eram  filhos  do  umMf>  ditiVVQtoi 
D.  Mana  Magdatana  Margalhao.  de  Maofglo, 
s^iuia^  AO  aonvamaei^taretoMfi,  de  LoffiSfl^ 
que  M  Mfl»4  «mhotea^^e  grande  iiiairiie(ia 
e  qelebfftda  »o  seu  tem^  pelas  snaa  ram 
piiBBdas  a  i^irtudes ;  e  D.  Josefa  fimitiaPia- 
to  GabrU  Mergnttiã»,  freicaf  rcibsmMi  wmk 
mo  mosteiro,  onde  ambae  Ialla6«eam  oom 
fama  de  sattlidade»  (DVata  frairajá  fallei  na 
2.'  col.  da  pag.  442  do  4.^'  vol.) 

p.  A^q^  Amália^  Pinto  Gabfa)  Mergulbio^ 
irmap  das  aq^eçe^entes^  ca^ou  em  S.  Rom$o 
de  Armamar»  CQiP  hnlsL  d^s  Neves  Finto  Ga- 
mes, de  quem  é  filho  o  sr.  dr.  João  Ma^a, 
Mergulhão  Neves  Gabral,  que  é  o  actuai  che- 
fe^ 4oa  ^ergoMe^r  .R*esta  freguezia  4^  S. 
Bhmãío.  \ 


I  B  pao.  seu  fiihq»  q  ar.  dr.  Aaaoiq  Mbi^« 
Ihao  Çabr4  Macedo  e  Gau#  (que  viv<^  «pA 
seu  pae)  coq^  diss0  4^  pag.  93ST*9<40'i^ 
volume.  '^  •        . 


do  alguns  homens  importatítéà,ta'éâ  éottròé 
áóàtòi-  ae  tkpmò,  mghéí  ÁiAmti  Aa^Stlva 
MérimlttSo  (fillit)  táábetíi'dò  Xr.  I^úfo  ttúi 
Áa  'Síltá)  muk,  eólím,  e  i^ò^Métitè  ii'eVtlSl 

m,  VirttMe^  bhHiui!ís,^é1'étiVèbétiÍk^t)  ^^ 
èíàl,  è  eolb  nonve  sé  ebiíéféfrvà  aitífla  íiá  ã%- 
aiiíáò  íò  povo. 

O  dr.  António  de  Almeida  Çàíllàhtta  t^âi*- 
tàthaeâ,  déptiftãdò  ctii  várias  7é^'^lái1ii^á^. 

iOs  éapltães  toóres,  Martinho  'dé  tf elló  Pin- 
to tfergtdhtõ,  íb  Antt)liia'Gtrécle^^al(âô. 
'Dténenie^ofòn^l  do  lákei^ditd  Vèalfótá,  An- 
tónio Ferreira  da  Silva  Santos,  que  falleccii 
faá  íVe^úeziá  áh  Btò-de-Ãd^s. 

ftôsidem  li^esta  vffla  aináfòria  dos  tneiú- 
litò^  da  nobre  iknAlià  dò^Sàrmeiítòs,  del^a- 
radinha  (eom  relaç5es  de  parentesicó  'còm  à 
Ws  llergulhfões)  íte  qo^  é  éhWô,  o  sr.  barão 
de  Moimenta  da  Beira,  MfíSò  Bàhh^tò  fle 
l^i^òòntelloá  è  Caáti^ :  liciò  j[)ropyíet2Ario,  e 
ilit^flf^efite  è  e^riúdável  ca^lbMro ;  íttíãò 
Ho  l^ábiõ  lebté  dè  màthetnktfèá,  da  túl^eY^ 
tfidiíúe,  o  di^.  Jáisobiè  Ltifz  S^k^thénto  dé  Vas- 
concellos  e  Castro,  ha  poueo  falleeido  etíi 
ÍiS6ítá\stíL ;  eujá  ínêmdrià  líãò  t>e)'eetfrá,'  pe- 
lo^ t^ánAés  sértfços  qtte  írre^ott  á  séíèneia 
ifáe  t^^es^yá,  e  )féU  ^na  t)^ò*^erbiàl  boh- 

Otaué.' 

O  lir.  dr.  ibão  Marta  tferèiithiò  ^vi^Ca- 
bM,  dé  qna!  tantas  ^zeà  tenho  faíiadb  n^ès- 
tâ  bbrà,é  seu  filho,  o  ilr.  át.  Aèíaício  BÉé^gu- 
Ibao  Cabral  Maéedo  èH^aíUà,  totà!tú  estúdau- 
fefc  dfótitíMissimo^,  e  pi-emiados  Aa  ITniv^r- 
SJIèade  de  Cbimbi^a.  ^ 

Amhds  èão  Juri^conèultiors  de  fadiá  jniiti- 
ftèkâa,  pela  sua  proverbrâl  seriedade,  ihté}- 
ligencia  e  honradez,  nas  innnteéf'as  c^estôés 
fittítíiéò  de  qué  teeih  tratado ;  pela  nobreza 
éb  8éá  Sangue,  e,  álhda  mai^,  pe\k  iiobretô 
dd  sêíu  titier  exemt^iarissimo;  e  péla  pubii^ 
èá^de  tarfòá  é  sdenltraboíá  árlfgòs,  em 
dlflbrenté^  rátf  os  die  Htterátura,  na  Rtvfistá 

^  O  sr.  dr.  Joào^  léi  condtsoipnfo  do^  nos- 
so fapioao  esoriplor  "6  iwrvftipdQ  sabio^  ojsr- 
António  Augusto.  Teíxieira  de  Ya^coas^iS, 
auctor  devanos  l^omances  e  outras  dnnis 
pe  reconhecido  merifd^tràíade  fim.'' 


m 


m 


bem  como  bellissimos  artigos  de  infttnll!^ 
è  r^réfò,  tó  AS&AmUh  íe  LeíM-a^^di-iA 
fdz  ãi>jt>o^à  e  em  ontfo^  sétíàí^iíSiloé^i^ 
íi^tótfra. 

1t  â  ates  Jidfs  ndbrès  cáVálheí^ò^  qde  tíd 
devp  muitos  e  c^ripsissibos  éácfòf edtífe&- 
tos,  sobre  gràhdè  tihkbeho  de  pòVo^ÇM^IIa 
páirte.  te(Jtèntriohàl  da  Beira-Âlta,  e  'aòá 
qhaéè,  prela  sua  delicada  génerô^idáide  è  be- 
nevolencia,  dou  sinceros  agrâdecímentod ; 
pois  que  tanto  teem  cooperado  p2ita  a  còn* 
strcecao  d'esta  obrai 

:  Se  em  tòdas  ás  òomarcaà'  hotivéssèià  uo- 
tiièBs  tSo  dedicado^  ao  bem  da  sua  pátria,  è 
ás  glorias  dos  portuguezes,  como  os  '^ 
Mergulhões,  o  Pòriuíaí  AfUigo  e  ifõã^^ta 
seria  uma  obra  mais  extensa :  ó/iÍs  òet^àf- 
medtÀ,  m^ufCo  teais  petfélta  e  cúrioka:  .  * 

ttoilfa  t>ot's  â  éstés  dots  itltistràáos  sídÚUii'. 
i^es;  qhe  à  béni  'dá  súà  proyitfcia  téènH  U* 
criflcado  tanto  è  ião  pi^eçiÀso  tèlMpo/tott- 
bádo  à|  èhas  eonstatitéà  lides  foVètf^á. 

MfÚtlnÈKtà  DÊ  KÁdÊmA  Dio,  Wtít' 
iteNTA  ti  FkÁIIEá'2  e  ÉOUtEkt  È-^tí*- 
RARA  (por  todos  estes  nomes  é  cobtiécM) 
— freguezia,  Beirã  AítÀ,èQÍiiar'ca  èè^ncélho 
de  Mangualde,  12  kn()Brietío$  d^  f  iséu,  VSO 
ao  N.  de  Lisboa,  iíú  fógoá.  '  /  , 

Em  1757  tiqha  75  fogos. 

bispado  è  mMò  àámÚné^SHiò  Ae  ti- 
*eu. 

Õ  D.  abbadé  (berbardò)  dó  Ao&íèírb  p 
MaeeiraDão,  api*eseiitaVa  ò  ^^^J^  ^Hi^ 
òfOOÒ  réis  dé  côngrua  é  oyéií^Mf.  ^ 

È  póvoaçãu  inúiio  anilha* 

Êm  1184,  D.  AfiTonsò  Héhricfúes  é  siiáhiít'- 
Ihèr,â  i^àinha  D/íllaíalda,  dóoà  àò  daestrè  Sòéi= 
rò  Tèjioniz,  professor  dé  tífedicinã,  élniíb  tói- 
saes  em  Travanca,  junto  a  Viáed-^m  rècí^' 
pensa  da  cura  que  tinha  feito  a  Rodriffo  Èúáè- 
meniz,  J>Or  órãem  real, 

ISste  Soeiro  veio  depois  a  fazer  se  monpf 
e  fundou  um  pequeno  mosteiro,  ria  egr^á 
de  Santa  ttaria  de  Moimenta,  que  era  &(Ár- 
dàde  sua,  e  o  mesmo  rèi  lh*â  èoUtòu  eM 

i  í>or  perteíhcer  aos  frades  de  Tílaèíéttá- 


m 


}m 


''-<(nUo  ;4è  Santa  iíaria  de  J^ififneíUq  ae  Zu- 
rara,   V 

]fudj^'a^l•se  d'i^qai,;os  trsiief^  em  ii73« 
pvra  Maç6ira-Dãp«  onde  tinham  construidp 
\m  DOYO  mosteiro,  què  o  rei  D.  Affonso  I 
Ihçs  cQUtoQ»  no  mesmo  anno.CTide.  a  1*  eol. 
de  pag.  ii  d*este  vol.) 

KÒÚIENTA  Ht  BÂLTAÂ-íreguezi^  Bei- 
ra Alta,  comarca  e  cgne^lho  de  Castro  Dai- 
re,  30  kílometros  a  0.  de  L^ego,  3i0  ^o 
N.  dè  Lisboa. 

Eím  1757  tioha  21  fogos. 

Orago  S.  líartinbo,  bispo. 

O  reitor  de  Baltar  apresentava  o  cçura, 
que  tinha  8^000  réis  de  côngrua  e  o  pó  de 
áitar. 

« 

Bispado  de  Lamego^  districto  administ^ra^ 
iivo  de  Visea. 

Esta  freguezia  e  a  de  Baltar  de  CabrU  es- 
tão. bA  muitos  aonos  aonexas  a  de  Cabril. 
(Yidfi  a  coL  2.'  de  pag.  315  do  1.''  vol.,  e 
col.  1%  a  pag.  21  do  2.''  vol.) 

MOIMENTINHA— freguezia.  Beira  Baixa, 
cçiQí^ca  e  concelho  de  Trancosq,  ôQlílome- 
tXM  a  S^.  de  Viseu,  3i5  s^  K  á&  Lisboa. 
70  fogos. 

jBm  1757  tinha  56  fogos. 

Orago  S.  João  B^aptista. 

Bispado  de  Pinhel,  districto  administrati- 
vo da  Guarda. 

(Foi  antigamente  do  bispado  de  Viseu.) 

O  abbàde  de  Santa  Maria,  de  Trancoso^ 
Sipresentava  o  curs^  que  tinha  3^0Q0  réis 
de  côngrua,  e  o  pé  de  altar. 

MÒlitC^IfTO— porfuguez  antigo— sepuitu-, 
ra.  Ainda  em  1354  se  nao  enterravam  indif- 
fureiitemente  doutro  dos  tempjos  os  defun- 
etosi  mas  ,80  nos  adros;  pois  n'este  anno  se 
deif  uma  sentença,  d  porta  da  Sé  de  Coim- 
bra,, sobre  os  moimentos.  (Doe.  de  Coim- 
bra.) 

Dos  adros  se  foram  introduzindo  por  de- 
traz  das  port^^  até  que  se  metteram  dentro 
dias  egrejas. 

Pesde  1834  para  cá^  muitos  decretos  se 
têem  publicado,  prohibindo  os  enterramen- 
tos dentro  dos  templos;  porém  o  povo,  em 
mpitas  partes,  sobretudo  nas  províncias  do 
norte,  se  tem  negado  á  cumprir  estas  dét^K 


lOiDfiç^  pelq>  qUjQ  IfíifíJ^Vio  Wii|Mi  6 
gravçs  tíuÂult<^ 

A.  teima  obstinada  do  povo  das  aldeias  é 
dizerem  que  quprem  s^r  entefrad^s  pade  es- 
tap  05  seus  pães  e  avós»  se^reflectirem.qoa 
mu  deíuQcto,  sejaelle  quemXôr,  nào  é  maia 
do  que  um  punhado  de. terra;  e  que  o  qod 
nos  leva  ao  céo,  não  é  P  logar  onde  formos 
sepultados;  mas  as  boas  obras  que  Q?ermQ8 
n*este  mundo. 

Também  nao.se  lenabram  que  os  enterros 
dentrioi  dos  templos  são  prejudicialissiiçoa 
á  saúde  publica  et  que  esta  absurda  e- ir* 
reverente  pratica,  principiou  por  um  aba- 
sd. 

Actualmente,  moimento,  |B  monuiq^itto  são 
synonimos,  e  não  significam  somente  o  tu- 
mulo«  mas  tpdo  a^qualquetr  monumçja^  Qom* 
memorativo. 

MCINHEÍRÀ  ou  MOLINHEIRA  —  porta* 
guez  antigo— moioho  de  moer  cereaes* 

Parte  ,peto  rio  apròó  á  vnoinheira  velha^ 
e  dfise  (desce)\pWo  oarr{7  (caminho)  queva/$ 
ao  forno  tell^eirOy  p  dese  verêa  a. festo  (atra- 
vez  da  vereda).  (Tombo  de  Castro  d*AveUai^ 
de  150L)  ■ 

. .  |f Omno  00  PINTOk— sitio,  Douro,  nu, 
pa  freguçzia  de  Jiíogueira  de  Cr^v^. cornar* 
ca  e  concelho  de.  Oliveira  de  Azâmeis.,Ha 
aqui  um  boa  mina  de  cobro,  de  uma  granda 
companhia.  Anda  em  lavra. 

MOINHOS  DO  PINTOfl  —  aldeia,  B<^ra 
Alta,  na  freguezia  de  Abrav^ses,  e  perto  da 
Moure^  no  copcelho,  coiparca,  bispado  e  dis- 
tricto administrativo  de  Viseu.. 

A  pag.  440  do  4.°  voL,  no  principio  da  L.* 
coL,  disse  que  era  fama  ter  nascido  na.  iU** 
deUf,  do  Pintor^  da  freguezia  de  Lordoaa^  o 
celebre,  pintor  portuguez  Vasco  Fernandad 
(o  Grão  Vasco). 

I^gundo  outra  ppiniãp,  o  Grão  Vasco  pas- 
ceu a*esta  aldeia  dos  MoinhQs  dQ  Pintor,  Ha 
a  favor  d*està  opiaião  a  «ircumi^tancia  de.s^ 
VascQ  baptisado  na  Só  de  Viseu,  da  qttal4 
filial  a  freguçzia  de  Abra^vézes^  o.  qua  se^  niíA 
dá  na  de  Lordosa. 

£m  lodo  a. caso, o  qn^  é  cartou qaé o 
Gi^o  Vasco  nasceu  «o  termo  de  Visea. 

MOIO-Tide  Àlmude  e  Mddio. ' 

àúlOU-^Tiie  Linde, 


'  Mf I8Alr-^^Magae9  «mífo -i- mandado 
j^dlfCttl;  cifa^  cem  41»  6  bor»  oirta*  iNora 

ilOIXA  oa  MOOrA — f fdgiieita,  itoorOb 
eonarea^reMeeièoda  Aoadia,  áSUloaie* 
tnosaoSt  d*Aveiro,  285  aa  N.  de  Usbo^ 
WQ  fogosa 

Orago  S.  Thiago  Maior,  apostolo* 
:  Bispado  o  díBirioto  adminiatralivo  ú»  Avei* 

10. 

Nao  vem  do  Poftwfúl  Sa^o  ePrúfKM. 

É  nopaú^iabaiefaro  dafiaiifrada. 

É II8M  írpgiiBxia  Tiea^  e  fenU.  Opléno  vi- 
idio  de  embar qne^  Criar  mmto  gado  de  toda 
anualidade. 

MOITA— froguexia,  Bein*Balxa  (no  Rilia 
eOo)  *coiBarea  e  eoneelho  do  Sabugal,  30  ki* 
lemeiros  a  SO.,da  Guardav  900  ao  Ei  de  Lis^ 
boa,  SO  fogoa^  . 

Bm  17^7  tiiiba  60  fogos. 

Orago  S.  Pedro,  apostolo^ 

Bi3pado  e  distrieto  ÂdmiDÍ8Urativo>  da 
Gnarda. 

O  real  padroado  apresentaira  o  prior,  que 
Uaba  Í70MOO  réi»  de  rendimento. 

É^  terra  feriil  em  todos  o)s  froctos  do  noe* 
80  pais,  e  cria  maito  gado  dé  toda  a  goaii* 
dadk  Moita  t«ça» 

MOITA— TiUa,  Extremadnra,  (ao  S.  do 
Tejo)  eabeça.  de  conoettio,  na  eooMjrea*  de 
Aldeia  Galloga  do  Riba-Ájo,  6  Iciloffieuroi 
ao  H.  dQ  Alhos  Yedros,  18  ao  SE^de  Litòoa, 
im  fogos. 

Em  17»7  ii«ba  985  fogos. 

Orago  Mossa  Senhora  da  J3oa  Viagem. 

Patriarcbadoodisirieio  administraliYO  de 
Usbot4 

Qpovo  apresentaya  o  vigario,<eollado^  que 
tinha*  504000  réis  de  eongroa  e  o  pé  d*al* 
Uur-  ..     -j    .       . 

O  concelho  da  Moita  é  composto  das  doas 
IregaeciaB  segaintes:-— Alhos  Vedroe,  e  Moi- 
ta,.ambas  eom.i;i0O^fogoSi 

É  ama  bonílapovoaçio,  sitnada  Koxima 
à  margem 'Osquerda  do  Tejo. 

Tem  feira  a /7  de  setemlwo,  3  dias:  O  sen 
tenilorlo  é  nraito  fertit  ém  Tinho^  gado^èa^ 
$a,  peixe  dó  Tejo,  e  leiiha.  Prodaz  também 
alguns  cereaeS;  fructa^  hortaliças  e  Jej^- 
mes. 


368 

D4  ísiioH  a  fel  ^la,  ^teikdo-a  ao  coAdo 
de  Alfor,  em  1690, 

TJAba  mna  compimfaia  de  ordenançaíá;  ' 

Em  freme  4'eata  villa  tem  o  Tejo  IMci* 
lometros  de  togonu 

É  aqui  a  4.*  «tacão  do  caminho  de  forro 
da  8.  e  8E« 

M'e8U  villa  naseen  a  14  de  abril  de  tôM^ 
o  sr.  Jqâo  dos  Santos  Sil^a,  parbmâottar 
bem  conhecido  e  dístineto  orador.  É  filho 
de  António  doa  Saatos  Silva  e  de  sua  ma- 
Iher,  Rosa  Maria  da  doneei^o,  moradores 
na  meema.  TiNa,. 

Sea  pae  era  natnral  da  Tiiia  do  Sardoal, 
e,sua  mãe,  da  fregneria' de  S.  Salvador,  da 
villa  de  Coina. 

'  Sen  avô  paterno^  Manoel  dos  Santos,  èra 
natural  do  Seixo  do  Ghao^  e  foi  casado  «om 
Maria  Loiza,  da  Villa  de  Rek 

Seus  avós  matemos»  J<»o  Manael  Baptis* 
ta  e  Maria  da  Purificarão,  com  natnraes 
d*e9ta  itilla  da  Mofta. 

MOITA  DOS  FKRUIBOS-fregQe£la,  Kc- 
tremadora,  comarca  de  Torras  Vedras,  eon^ 
celho  da  Lonrinhao,  60  kilometros  a  NO.''de 
Lisboa,  i60  fogos» 

Em  1757  tinha  ISO  fogos. 

Orago  Hossa  Senhora  da  Coneeição.  '. 

Patriarchado  e  distrieto  administrativo  de 
Lisboa. 

O  prior  e  beneficiados  da  egrcja  deS.  Pe? 
do,  de  Obidosi  apresentaram  o  cura,  que  ti- 
lyúk  60  alqueires  de  trigo,  30  de  cevada^  o 
i  tonel  de  vinho.  É  terra  lertiL 

Vide  Ferreiros^  villa  da  Extremadnra. 

MOITAS^fjreguexia,  Be^a-AUa,  na'  co- 
marca 4e  Vonsella,  cooceífao  de  S.  Pedro  do 
Sol,  30.  kilometros  ao  N.  de  Viseu,  300  ao 
N.  de  Lisboa,  240  fogos; 

Em  i757  tinha  i7S.fogos. 

Orago  S«  Martinho,  bispo* 

Bispado  e  distrieto  administrativo  de  Ví« 
seu. 

'A  mitra  apresentava  o  vigário,  que  tinl^i 
40^000  réis  do  côngrua  a  o  pé  d'altar., 

É  terra  fértil.  Tem  muito  gado  e  caça. 
.  MObACSBISO— porittgoez  aniigo^o  ws- 
mo  que  mâço>  do  oftro,  ou  numêinho.  <Vid6 


866 


■Mi 


wtiTcteifOf  on  pobre,  qii6|  MftiDâo  i  Cfl^cfi^ 
d*elk  reeebiA  todo  oa  |Mrte  d»  mtlMNo. 

8iippde'S6  qae  «U*  ptlflTm  ^em  de  iii«* 
lopUfWê,  antiga  moeda  de  ovn»,  eomepoD'* 
dnitp  ao  dofleo  fMraTfdí  de  ooro,  qoe  nos 
aecDlos  XIII  e  XIV,  valia  800  réí».  TilfW 
que  os  molaebinos  recebessem  aquella  moe- 
da f^  salário  de  um  mnx. 

lfOLi£8— aMeia,  Mra-iUta,  ffegaedA 
de  Penajoia,  eoneellio^  eomarea,  blapado  «et 
kiiomeiros  a  ONO.  de  Laifiego^  discrimo  ad« 
mislsiratívo  de  Vlseti. 

É  a  aldeia  mais  central  da  ÉregtSMEia. 

Passava  aqQi  a  anii|a  estrada  do  Lamego 
para  o  Forto.  pêlo  que  esta  povoação  era 
então  a  príncip;il  da  paroebia. 

Ha  aqui  ainda  variii  easas  eom  bratíode 
tnnas,  mna  dos  sra.  Alpoftos^  da  Rede,  omm 
dos  srs.  Trindades,  e  ontra  do  iBapfi2o-nite. 
Aiftáa  exlsteflft  oafras  easas  grandes,  que 
pertenceram  z  fomttias  rleas  e  nobres. 

MOLARES— fregaezia,  Mllilio,  comarba  o 
concelho  de  Gelorkso  de  Sisto,  hS  UlMtte- 
Um  a  NB«  de  Braga,  370  ao  ^.  de  Lisboa» 
W>  fogos. 

Em  1757  tinha  iil  fogos. 

Orago  Santo  André,  apostola 

Areeblspaiáo  e  dlsirieto  admiiiiátFatôVD  de 
Braga. 

O  real  padroado  apresentava  o  abbàdei 
que  tinha  tOO^OOO  róis  de  rendimento. 

É  (errafértiL  Tem  tnatto  bom  vinho,  cria 
mnHo  gado  de  toda  a  qualidade»  e  nos  seas 
montes  ha  moita  €aça.*^Tem  peiíte  do  Ta^* 
mega. 

MOLDBS -^  firegiiesia,  Doure,  teaia^ca, 
oonéeiho  e  7  kiloireiros  a  E.  de  Areoea,  43 
ao  O.  de  Lamego,  60  ao  SE.  do  Poito,  jlW 
ao  N.  de  Lisboa,  270  fogos. 

Orago  Santo  Estevie,  protooiartyr. 

Bispado  de  Lamego,  dlstrioto  administra- 
tivo de  AVeiro. 

Nem  no  Portugal  Sacro  e  Profano,  nem 
nô  DioúUmâiriío  Gêõçrapkieo  do  Plbvlense, 
vem  ^ta  freguezta,  «pesar  de  ser  anirqftlè^ 
stma.  • 

No  mosteiro  de  Aronoa  ba  tmà  eseriptftra 
original  do  seeoloXl»  qae^nos  obrigai  coím 
fessar  qae  n^aqaelle  território  aSo  eodieçaaA 


o<aiilMi  dpêlo  flMM  o  eMlêiiallic^  Éé  (.^-ds 
jHMfnfc  BMtei^pfkrft  é  porcsMi  Be  Mlà 
grave  controvérsia  sobm  iMiMlb  ia  e|in|â 
de  smté  ENiivio  -de  mifes,  qte,  dm  M», 
fdm  êÉttàda  OM  monges  (dee  qnaea  iMiOII 
era  atftade  OoniDlM)  ^  «pie  Impugnada  ík 
Gontina  Eriz  e  os  sens  herdeiros,  peMÂi 
D.  SisnaoBo,  alvacfl,  tiào  fé  de  Coimbira, 
ma»  tmiíee»  da  lerra  de  Arouea ;  dtoettdo 
qae  esta  egreja  se  chamava,  primeiro,  dt 
Santa  Maria,  e  qne,  depois  de  mnltOs  aiidos 
vieram  osaerraeeDos^Sf  <»cMilrf jisoflírníorío 
m  hemMMMf  m  fiOl  (p9A  Bedê^  êêstru' 
eituMM  vêiÚffíOU  ilkritíumi  ad  pítpM^ 
tione,  restauraia  e$t  ipsa  Ecdesiái  éi  )NMb^ 
fitMl  m  fOi^Uu  Sàfieíà  íÊam,  H  8.  fte- 
pkam.  JMMiét^  lkefeM«Yif  M  JT.  MSÍk 
Ei  cwm  f^eníl  íempoi  itía  pffpuUtíimè,  ifÊà 
esí  m  E.  MIXXXVinipojnUavãomnã'jp€iim 
luê  quigquis  suam^  vei  atíénam  ha^étiiãthiL 
De  ista  Era  indenante  voeatêrvm  tito  te- 
eksia  Safie^  SHephano,  (Bioc.  do  ^1  mos- 
teiro de  Arouca.) 

Cotreu  o  pleito  perante  Egas  Ermigit,  e 
nltimameote  foi  levado  a  tX  Sfeoando,  <|tKI 
raaodon  ás  partifs,  qile  prevaseeita  o  «qfteiaf- 
drmavam. 

D.  Gontina  disse,  que  a  egfefft,  i^n»^!^ 
desde  o  sen  principio,  èe  ohamari  SIblo 
Bstevaos^  e  nunca  Santa  MalSa ;  e  «ft  Mii^ 
gies  t  BQstetftavaiÉ  qnè  se'chainftf)ã  ptinléi^ 
ramente,  Santa  Maria,  e  dej^ols,  Santo  ÍSm^ 
vao. 

Ultimamente  8e  tfaton  a  eafnsa,  t>eraiite 
amgnnd^  eoUcllio,  presidido  peK>  oonttds- 
sari«f  do  tdvaallj  €M  ^Ve^ffi^,  a  7  dòe  Idos 
de  dezembro,  da  era  de  1128  (26  de  noVèdN 
bro  dé  f090  de  lesns  GbHsto)  e  se  decidia 
a  íkvor  do  mosteiro,  aí  4  das  nonró  de  )a<- 
neiro  de  1129,  sendo  abbade  do  mosteifd^ 
D.Diogo. 

f%z  se  o  réspeetívo  prliso,  a  li  das  ae^ 

nas  de  Janeiro  de  115Í9,  e  d'é)le  se  Vd^od 

se  ooneava  alU,  n'aqnc41e  tetnpo,  o  «mModa 

Paixão,  que  findai  a  ^  desmarco. 

1  EMfo,  e  -aié  ao  secofe  XIII,  enk  4|ué  a 
rainlie  Santa  MaiUda  ^eelo  para  o  mpalwNí 

J6  Arouca,  era  est^  como  a  ndaior  parto 
òs  de  Portugal,  de  frades  e  freira^  (mpiévSí 
toas  na  maior  parte  das  demandas,  sd  fl{^« 
rava  a  communidade  masculina. 


HOL 


dm 


ii8te  4MI,  {Mn*  en|ett*4s.B;  Mai^fMQom 

ChriBiPy  ftíMipiaBdo  Muriamifluma  o«it 
QH.M  •i.^.é0iJiiiMNr«»je  t«niriMn⻫a*dl  # 
áiiwnhro,  «wit  «iiAirilMje-ae  «n».    . 

i>^6s|a  eiadptiiitt'98*jvj^'t|mei  A  fn^UMía 
4»  ifoldea  já  eim  ipanMíUa  em^KK^^-e  n^sr 
no  aBWiofmeiíto  áiniiaáãa«dos  wumroê  em 
Portugal,  em  714, 9&aàm m^ãoifêa JlSofitatãi 

Foi  o  «9fene  ai|tff»  aresta*  Éregnesiar^rSòs^ 
m  Eslmã»  ia  WúXlã  ás  M/Oãm 

Aiterra  bnkante  Itctil  om  ecreaei^  iriíiiQ, 
iMeta  e  rlapmee ;  eda  miâlogado,  de.toda 
ft.iqMiiáaâ^  a  .ha  abundaiieiade  optímo 
naft^  eéta.  Oaou  véalio^. apesar ds  Mfdc^  é 
fMMeDte.  {^dnz-  efiiinia  imúeí m  da  cas- 
tanho» «  AO  terrUark)  d*:  tognena^  4110  é| 
Bft  maior  |iait€^  moiiuuihoao,  ha  moita  oaca» 
ign»»a  e  minibi 

fámbem  ii'aBte8iiltf  moa  anMMM  teiBdea* 
OMolirido  motlo  B'eflia  b^igiieBia  a  indua- 
Iria  da.eMaçao  doaír^e  prodoegao  daaét 
éa,  .óom  ramiiadoa  roBito  aaimadoFOB. 
'  O  qoo  Mta  aiiOBta  Iragiieaia)  para  aer  fio* 
veaoentíasiiiia^  âo  boaB  ootniéM',  peto  as 
^e  leiD,  DOO  meMoeaa  tak  Bom»;  aanéo 
apooaft  ataltoa  eaoalifiMk>%  maiaptopiíoade 
oataras  do  geoido  goi^te. 

rFoi  a(^  o  aoiar  dos  Qiiaie0tii».tf  - 
'^aveano,  6  a#paHtdo  w>bV6  em  Porm- 
faà  Fcoeeda  da  alemia  q^eposeraai  a  ilay 
Yaaqoes  Mogodo^  que  peia  deBoçio.eom  qne 
paaaaYa  o  tem#o  da  qdaresma,  llie  ábamai* 
Taia  Hti|^  roa^wai  tfMMrvfma,  e  aaw  daaeeii^ 
4édI0»  eooserwaa  aíada»  eela  orienaliafor 
appellido» 

-^  (Alada  euala  aqni  um  ramo  doesta  fMB<^ 
lia.) 

âs  Quaresmaa  fãotBBaa.armaa  pnapiiaa; 
BSiB  «itamo.qnestt  aitaFêDloiieamoai^r 
amiis»^  «s»  dOrsamiÉo  é^aaia  ftimliia<  (Vida 
Yilla  Boal  de  f  ras  *os/  Montes.)  > 

4)a  goase  apparaalaraM  eoi»^»iFer«raa 
ia  Lacerda  ^i0t€Mi40)tramn  p«r  armaa 
^-eseado  tereeado,  em  pala ;  na  1,%  de  pAf^ 
pntava  en»  de  prata  dosfeieiraa;  a  3.*, 
«M&da  am  tea^  na^  A.%  d^  ptúrpara,  am 
oaateláo  de^  ouro; «a.  1%  dnpvaia,  iaio  da 


pAipora^^na  Jf/idaJumi  3<  larea  da  lia» 
de  Mlro^  «|n».^ala,  »  3  meíaa  diaaa^.ftrma* 
das,  de  cada  lado  d'ella. 

táaa :  Quaresmaa  M  imarqaeies  da  Atrito 
íe«Qdas*]N»5es)  e  outras  ttialtaa  nobilísBi* 
mas  famílias  poftognena. 

MOLBUOS-HllDacneala,  BeirarAlta,  co- 
maiea  lO  conoeUio  de  fondeftla,  46  kiiema^ 
tpas  4e  Tvmyim  ao  N.  de  Lieèoa,  Ma  lo* 
gos. 

Sm  á7iS7:  tiaka  160  fogoa. 

6na9»8.  Pedroí  apostolo.  .   . 

Bispado  o4isiaiaco  admíaistratiiK)  de  Vt« 


iO  Yiigarlo  de  ToodaiAa  aproseotara  o  ea» 
rai  qoe  ttjiiba  M}#08O  táís  de  eongrna  o  o 
pé  4*al(ar. 

Ha  ii'eaiaifrqtaeaia  oltfias  do  iouçsrde 
Imuto prém, 'demaiio/bea ^aalidade.    . . 

ft  terrft.flwito  ieriii  em  iodos  oa  generoa 
acrioitfas.  O  seu  tíhíio  é  eicettente.'  Gria 
mttHQ  gado,;  de  toda  a  -^nalidaAa  o  é  abemt 
daMOideoaga. 


« .«• 


JÊp^rodiiaaftais  antiga  do  <|iie;a  monais 
chia  portogneiay-e  já  existia  notemfiodoa 
godoa. 

B«i  llOi  (Um  do.  Joans  Cbristo)  o  ptea* 
bytero  Ermígio,  doon^.ao  aouoateiro  de  Ler* 
vIp,  netreía  de^  MoleUoa,  oom  todos  0$  seut 
pm$aá$,.9Ma^'9mii0ê,p^míarês,  domos  {ol- 

Dl'esae  tempo  tesa  o  arehanjo  S.  Miguel  o 
padroeiroidleeta  Uregiiaaia.^^Teve  visconde. 

KOUityMh-^togtteaa,  -Jesiremadaray  co- 
marca de  Toirsa  Vedras  (foi  da  comarca  das 
Caldas  da  Rainha)  concelho  da  Lourinhan, 
66  kitornstroB  ao  Na  de  Lilhoa^  i2  a  &.  de 
fteiohev  IM  fB^. 

fim  1757. tJnbaMiògoai; 

Oi»g&  Q  ^BspirU»  SantOi 

Patriarchado  e  distriet»  adminiamitivo  de 
Ustea.  f 

A  mitca  aproaentaiva  o  caira^  qpe  tinha  80 
alfaeinaa  de  trigo»  30>d»  eevada,tl  tonel  àh 
vlii|i04«f4M>paga«a  (^  povo.r^Além  d'ist0i  ^ 
sauro  coU^  patriardial,  UM  dava  kê^ 
qneires  de  trigo  e  1  quarto  de  vinho^- 
:  N''OBta  jiâH(B0>ÚL  triíida  esistem  aa  minas 
dò  pidaei0:«nk  qoa  reMhi  alpma  teaqpoa  « 


368 


16C. 


MOK 


fiólebhe  e  iafelis  nhiha  J),  fgnex  de  Cutro. 
(Vide  Lourinhim^  na  col.  á.*  da^ptg.  464  do 
4.»vol.) 

Também  ii*eita  fialado  residiruti  por  ai* 
giun  tempo,  D.  Fernando  J^  e  ana  moitier, 
D.  Leonor  Telles  de  Bfenetes. 

Este- edifleio  é  antiqiiiBâimo,  etalvet  já 
exialiMe  no  tempo  dos  romanos;  e-eomio* 
da  a  certexa^  no  dos  árabes,  o  qne  fiLCíimeD* 
te  se  conhece  pela  sna  archiiectora. 

Snppdem  alg^nns  qne  foi  originariamente 
mn  templo  phenicio,  e*qae  são  phenidos  os 
caraeleres  da  inscripçio  de  qne  latteL  Não 
é  de  admirar  qne  os  phenicios,  on  os  ear< 
thaginezes  (qne  também  eram  pbenidos) 
aqni  ediflcassem  nm  templo,  Visto  ser  tio 
perto  do  mar. 

A  6  kitémetros  d*e8ta  llregneláa  (na  de 
Miragaya,  on  Sj  Lonrenço  dos  Fnneos)  eslá 
a  Ponteie  D.  Pedro^  assim  chamada  por  ser 
mandada  fater  ,p<Hr  este  monaroha,  pelos  aa* 
nos  de  iW^ ;  dando  então  grandes  pritile* 
gios  aos  habitantes  da  freguezia  do  MoUédO^ 
sendo  nm  d'elles,  não  poderem  ser  obriga 
dos  ao  serviço-  militar,  e  só  hirem  á  gnerra, 
quando  o  rst  fosse  em  pessoa. 

A  eonstitnição  de  1820,  acabou  com  este 
e  otttros  muitos  privilegies»  isençCtos,  foi^os 
e  regalias,  e  fea  bem. 

Pela  achar  cnriota^  dou  aqui 
a*  «dpia  da  carta  regia  de  pri- 
vilégios qne  o  rei  D.  Fernando 
concedeu  á  freguezia  do  Mbl- 
•  iédo^eml2deoutuforodel4l(i 
(1878  de  Jesus  Ghrtsto),  e  que 
depois  cottfiirmon. 

» \ 

«Bom  Manuel  ppr  Graça  de  Deus;  Rey  de 
Portugal  e  dos  Algarves,  d*aqnem  e  d'alem 
mar  em  Africa,  Senliorde  Guiné  e  da  con* 
quista,  navegação,  oommerdo  da  fithiopiia. 
Arábia,  Pérsia  e  índia,  etc 

A  quantos  esta  nossa  carta  virem,  fasemos 
srber,  que  por  parte  do  Concelho  der  MoUé- 
do,  nos  foi  apresentada*  uma  carta  d^el^liei 
dofflf  lemando,  queta)  é«-4>om  femindo  pai- 
la  graça  de  deus  Rei  de  portugare^do  aU« 


»j 


guarve. 

A  quanU)s  esu  carta  varem  teemos^- 
ber»  que  nós  qtiereBdo  (áier  graçate  mercée 


aí  loâellês  monidaffer  qoe  ora  amtau^ 
Moliêde^  temo  d'0«Méoe  taomdemattdUBtf 
teer  os  noises  paaços^  a  todsttes  oam0 
que  d*aq[|iy  em  diante^  hy  quietrem  vlror; 
morar  e  poroar,  fènm  porbem,  e  maadi^ 
mos  qoa  elles  sejam  escusados  de  paguar 
jugadas,  nem  em  peiu,  nem  em  fymta,  henfe 
dm  talhas  que  os  Concelhos  da  Vilia  d'Obl^ 
dos  6  d*Atouguia  lançam. 

Como  quer  que  os  ditos  moradores  tx^uk 
visinhos  das  Atas  Víllas  por  alguns  bées 
que  em  termo  das  ditas  tiflas  tenham.— B 
onlro  sj  sejam  escusados  de  hyr  com  hoMe 
e  em  fossado.  E  mamdamos  qoe  nemiseiai 
nenhuu  tam  ousado  de  qualquer  eondifatt 
que  seja,  que  eomosdilos  meradofes  pott»« 
se,  nem  lhes  tomem  snaa  iroupas,  nem  palte^ 
nem' lenha,  nem  pam,  nsmi  cevada,  nemne^ 
nfaunas  outras  cousas  oontra  suas  mmtaása 
salivo  se  fôr  por  nosso  espicial  mandado.-''^)*- 
tro  sy  mandamos  aos  luicea  das  ditias  ViHaa 
que  nem  caBstranguam  os  didos  moradsm^ 
nem  seus  filhos^  nem  mancebosj  nem  servia 
dores  de  jomaee;  que  vam  morar,  nem  ser* 
vir  a  essas  villas  com  nenhonas  pessoa»  oon- 
tra suas  veomtades  em  nenhnus  serviços^  e 
os  leixem  viver  eom  os  ditos  moradovesde 
MbUedo  pera^lhes  kzerem  seos  serviços^-i 
Outrosi  mamdamos '  que  todoe  aqtielies  e 
aqnellas  que  morarem,  ou  quiserem  vir  mo- 
rar ao  dito  Loguo  do  Molledo,  qua  possam 
hy- vender  e  comprar  vyvhos  e  pam  e  oatue 
e  'pescados  eomei  todas<  outras  eousa^  4^ 
emtenderem  de  faier  suas  próis  sem  cfiMNl 
nenfaun  embargo.*— fi  mandamos'  qne  eKes 
possam  oomprar,  e  comprem  as  dietas  viam- 
dao,  nas  ditas  Valas  é^Obidos,  e  d^Atougute 
e  da  Lourínhãa  e  em  os  outros  luguares  d*ar* 
redor  do  dite  Loguo.  E  mandamos  e  as  Jus- 
tiças dos  dictos  Luguares  qne  lhes  nam  po«> 
nham  em.elles  embargue  para  os  vemdoMn 
no  dieto  Loguo  -  de  MoiMo  oomo  dido  Iwu 
E  esto  lhe  íkremos  comtamto  que  more» 
continuadamenie'no  dieto  Loguo  e  façam  hy 
povoraçam.-^B  em  testenranho  disto  mm- 
damos  dar  aos  ditof  moradores  Ma  noss» 
carta. 

Damte  em  Moura  dose  dias  d*€utnbvs^ 
BlRey  o  mamdou,  Afomaso  phrisa  iBk,  eimr 
de  mili  e  ^latro  cernes  e  desasseis  an« 


MOL 

iM.~*PedlBamMa  o  diete  Ganoalho  te  Jiol- 
lute  gna.ilhe-MsflnDaMíWMM  a  difta  oati^i 

luer  gnug»  A^Uireá»  TemoB  pov  btnai  e:ttn 
«onfirmanos  ^  àasiBi»  palU^  fsiute  maniin, 
fna*  8e'«i&  «Ha  oonlrai  eiassioi  Haadamos 
qnr  86  eimpift  iBtfiiraBMUe.t 


miL 


Vé-se  poi8^  te  caria  ragia  da.fi.  Farnan'. 
te,  qoa  no  seenlft  XIF,  tinha  o  IMMte  a  «a- 
tlNgoria  te  oopeellio.  Igoora->â  poném  qwm 
Uie  deu  mi  prkiittte  (ainte  qoa  ba  iaz9ea 
fan  .suppôr  fm  foaad  D.  Pedfo  I),  e  ^fiiante 
lòi  «apprimido. 

.  í  inoattteatavel  (|oe  ainda  era  eonoeHio, 
no  aeeolo  XVI»  oono^se  vé  te  m«sãia:Car4a 
regia. 

MOLUtOO— fregnesif^  Minho,  concelho  e 
^  kikiinetr03  ao  &  te  Caminhai  comarca, 
4i8tricto  administrativo  e  15  kilometros  t^o. 
NO.  te  Yianna,  54  a  O.  de  Braf  a,  100  ao  NO. 
te  Porto,  410  ao  N.  de  I4$boa»  170  fogos. 

Em  1757  tinha  18S  fogos.    , 

Orago  &  Payo. 

Arcebispado  de  Braga. 

A  casa  do  infantado,  apresentava  o  reitor, 
^e  tinha  ISOfOOÒ  róis  de  rendimento. 

Esta  fregnezia  foi  commenda  dos  marqne- 
les  de  Yilla  Real,  qae  passou  para  o  1.*  (e 
iinico)  dnque  de  Caminha,  filho  do  nltimo 
fDarqaez  de  Vllla  Real.  Sendo  o  duque  te 
Caminha  degolado  por  traidor  à  pátria,  em 
1641  (como  fica  dito  em  Caminha  e  Uàboa), 
passou  esta  commenda  para  a  casa  do  infah- 
tate,  que  então  se  creára. 

Dos  dízimos,  se  faziam  dois  prestimonios 
te  ordem  te  ClirisCo,  cate  um  de  IM)|00O 
féis.     *  _ 

. .  Está  esla  freguezia,  aitoate  a  maior  parte 
M  foittosissima  veiga  te  18  iúlometroa  te 
comprido,  que  prlacipiaite  no  CmpoM 
á^mia  (Vianna),  chega  alé  ao  pinhal  te.£a- 
mando  (te  nafao),  o  até  ás  muralhas  de  Ca** 
minha,  sempre  á  beira*mar. 

Era  no  tempo  dos  romapos^  o  paiz  doa 
spacos;  e  no  tempo  dos.  árabes,  e  nos  pri- 
meiros  tempos  da  nossa  monarchia,  se  de- 
nominava terras  da  marinha  de^  Viuár  d' An' 

€OFaé 


1  > 


869 


OMSlo.terfBigneziíi  estanoaia  na  verten« 
te  ocddental  da  mra  do  Mollédo,  que  é^wn 
ramo  te  célebre  urrad^Arga  (o  MediOày  dos 
lomanoflij  te  que  tanias  yeaea-tenho^allate). 

Hea.  asia  ÉNiUaaia  enire  as  te  GfWttín 
nh2eSiaoft.yeQhiisiéllo^ao<N.  *  • 
.  Gomo- todas  aateguetiaa  d'eaie  território 
ahençoiteb.  é  fertilissima  de  .iodos  os  goAo^ 
roa  agrieolaa  te  nosso  eUma;  tevante  gran- 
de parte  da  sua  fertUídade,  ao  predoso  limo 
(etMnapiféhe  a^i  maUiço)  que  o  mar  arro- 
ja tepntes* 

laoibem  é  nanito  abundante  te  peúce  do 
mar ;  e  te  salmtea,.  lampreias  e  sáveis^  tea 
fim  Minhio  e  Liaaa. 


Em  frente  e  ao  N.  B«  da  capella  de  Santo 
hiáro  (de^ue  adknte  Iralarei)  eemumif^- 
^4iu.te  aanra,  fleao «enfo  te  Facho.  Diz»ae 
qne  loi  ena  Mapos  renaotoa  uma  alalaia  tes 
anliffds  lusitanos»  e  é  certo  que  aqui  ha  vea« 
tigios  de  antiquíssimas  fortificações.  *  Ainte 
durante  a  guerr;^  penhuDlar,  por  muilo  tem- 
po aqui  se  aalabeleeau  um  faoka.     • 

Ha  n'eaie  moule  um  monstruoso  penedo^ 
com  varias  cavernas,  dentro  tes  qsaes  se 
podem.abriiar  500  aOOO  pessoas.  Chamam- 
lhe  Bino  dos  rmsros,  Dizose  que,  balendo-se« 
lhe  com  uma  pedra,  sôa  como  um  sino. 

Ao  &  d*eBte  penete  ha  uma  ehan,  a  que 
diamam  Xotert^  no  centro  te  qual,  está  a 
peauha  4o  uma  eruz.  Segando  a  tradição, 
era  n*eate  sitio  que  ant%amente  se  reuniam 
oa  damores  que  ainda. hcje  vão  á  capella  te 
$anSo  Mito;  o  que  é  muilo  provável,  poi9 
que  Ladárío  (ou  Ladáiro)  no  português  an- 
tigo significa  procissão,  ou  clamor,  que  tan^ 
bem  é  uma  espécie  te  procissão.  (Vide  La- 
dariOt  a*  ^«'  ^  de  pag.  10,  do  4.''  voL) 

Quante  visitei  eata  f^egueda, 
em'  i065^  não  tive  notícia  te  tal 
penete,  e  por  isso  não  o  fui  vér. 

Sobre  a  margem  direita  (N.  B.).  da  lormo^ 
sa  estrada  real  á  mas^adam,  te  1.^  classe, 
que  te  Lisboa  va^  para  o  norte,  e  que  atran 
veasa  pelo  funte  d-esu  freguezia,  em  tote 
o  seu  comprimento,  editeou  um  pieteso  ia« 
vrador  te  Molléte,  em  1864,  uma  belii^dma 
CH>dla,  dedicada  á  Santa  Anna.  &  feita  por 


HQB 


mu 


pedMios  d*JU|iy;  «  dê  iiríinOroia  aarabfle- 


F(M«o  dlbtft&le  d^edia  Bspella  (uns  no 
tí08  ao  6i  (X)/m0Baio  Mire  o$^r^bedD9  d* 
pnÉiv  está  «difieáda  a  aiiti)|ai»steJi  ovpella 
de  Santo  Isidoro  (a  que  o  povadTaqiiiotM*' 
aa  Santo  /í»»iro.HApolnisnm»o  peqneáa, 
toda  da  abobada  e  eotn  uma  »aeri»lia^  ao  Ki 
--*TèB>  ama^irDândade,  cuja  iiistiliitfla  data 
éb  teoftpoa  remotos. 

Por  ooeasiio  de  eeria>  calamidade  pviMiea 
(não  consta  de  qae qualidade)  qnatonefre* 
gvezito  dos^cdiceiheedeViaMtia  dCamisba, 
isêram  voto  de  atli  bfr  todos  os-aimos  eom 
outros  tantOH  clamores.  Esaa  promessa  aiv* 
da  se  cumpre,  mas  agora  são  só  trese  os  cla- 
mores, por  estarem  unidas  as  duas  fregne- 
ziàs^  da  Portella  e  Yillarélho« 

A  estes  clamor^  são  obrigados  a  hir  os 
paroehos  das  freguealas  dapromeasa,  os»de* 
Figos  n^eRas  meradonss,  se  •«totós»  e  uma 
pessoa  do  cada^  casa,  e  a  guairdaiièm  o  dia 
dofUmto. 

demenie  ¥111,  pelos  anudo de  ii6§0/  eVi'- 
bano  Vlil,  pilos<  de^lMt,  «útaeederaai  á  ir** 
mâfodade  d-esttt  capel^  rimltos  privf le^os 
o  indulgências. 

Em  7  de  jolbo  ha  eta  cada  uma*  das  fre>^ 
goezias  do  voto^  missa  caomdai 

A  camará  de  Gaminba)  vemiespei^r  a  pro» 
oissão,  á  rua  da  Míseríeonlii^  f unto  ao  con- 
iiento  das  freiras:  depois  vão  todo»  àmairli, 
onde  o  reitor  lem  obriga^  de  ter  o  Sairtis* 
simo  (Sacramento  etpôsto.  O  arcipreste  cau- 
ta uma  oração,  e  no  fim*  a  camará  os  acom* 
pauba  até  ao  caee  do  Vâ»  (no  ilo  Mínlio), 
embarc«mdo  tiá  para*  Seixas  o  damér  d'es* 
ta  freguezia. 

Em  parte  Denhúma  de  Portugal  achei  tão 
bello  e  tão  óptimo  granico,  como  o  que  se 
encontra  com  profazão,  mv  í>eiga  de  Santo 
IHdro,  Podem  com  elle  fazer-se  esculpturas 
como  Bo  mais  floo  mármore. 

Perto  da  capella  está  um  penedo  espheri* 
CO,  a  que  dão  o  nome<  de  pênêdó  rntíundo,  e 
eoMta  que  foi  partido  em  dois,  por 'um  ndo: 
BMá  IA)  bem  cortaio^  que  parece  o  fbifcom 
«ma^Mira. 

A  poucos  pMoi'  d*6stè,  mk^  ouifcf,  do 


meilné-  tamanhO'  e  ebniguni^'  caariMi 
paiaido  pélo  meso,  cana  mMia  w»mkí 
Fbi  eoMdo,  por  cen»  proeeisoj  petoam» 
iBÉtheiroa»dD- governo,  eaifi607f  quasdom»» 
dawuem*  eoasiraeçâo  a  eaandaireaL 

A  coatav  uterritem  ^pieaé^monde  dem* 
de  Vianna  até  Gaminln^  é^  qoan»  mu  mtíap 
parte,  coberta  de  rochedos,  e  contra  elies  se 
teorn  desp^afado  grafldenimQieiiadeaavfbs» 
desde  mm^  imdieamriíes; 

Ainda  em:  (664^  aipii  foi  a  piqas  iim  ^m* 
por  niereaoto  inglec^  cairegado  de  foeis^gop* 
dos,  que  xoés»  pereceram,  tiidobaatastec 
dar  á  costa  n'estas  praias. 

For  esle*  roelMdos  ha  grande  âiMnidaBeia 
de^aMiStio,  de  vartas  qualidades 

Na  tarde  do  dia  10  de  Jtanho  de  1874,  re- 
bentou sobre  todo  o  território  entre  Viamiar 
e  Caminha,  uma*  medbnha  trovoada,  que  cau* 
sou  muitos  estragos,  devastando  arvoredos  e 
campos.  As  freguezías  que  mah  soffreramç 
foi  esta,  Yille,  Azevedo,  e  Soutéllo.  'Alguns 
lavradores  ficaram  reduzidos  à  miséria. 

Alem  das  eapellas  de  Santa  Anna  e.SaAt<> 
Isidoro,,  ha  mais  a'esta  freguezia,  as  capeUas 
de — Nossa  Senhora  da  Piedade  (de  que  adiau» 
te  fallo)  e  Nossa  Senhora  das  Preces, 

Aclualmente  (maio  de  1875)  está  em  con-^ 
strucção,  e  quasi  concluída,  a  formosissiuiA 
e  maguiáca  capella  da  Saotissima  Trindade^ 
feita  á  custa  do  piedoso  e  illost^ado  sr.  pa- 
dre José  Casal  da  Cruz,  d*esta  parochía. 


Na  praia  d'esta  Aregttesia,  no  sitio  deno^ 
minado  FmitellaSy  se  teem  construído  n^os^ 
tes  últimos  annos  algumas  casas,  e  actual- 
mente andam  outras  em  constroci^y  pára 
residência  temporavis^das  famlHas  quii^efri 
ram  para  aqui  vir  tmtsr  banhos  de  mar. 

Já  paraesiB  sitio  coaoèrrobastsiite  gemh 
do  Alto  Minho.  A  eanara  de  Caminha  nn»r 
dou  aqui  fazer,  ha  pouco  tempo^  um»  hoi 
Ibmo  do  agua  pouvel. 

Já  aqui  ha  alguns- boailse  prédios  »  h^aa 
ãe^  gen^reg'  atlmentioios. 

6  MOÉisit  pfedioiát  Jg(owMtaré>o  rocenlv» 
mente  feito  pelo  sr.  PedrodaPraçaideA/laoa 


Maito  povo  dtt  Cfmiwit^  u««i  «igii  lodoi 
o%,(IÂi^  l^fllW  Jl»»pb«9i  eiH  <Nirr#S'd  iqi^aiqç  a 
pék 

,  Míesta  fregaeâa.  e^covUfá,,  em  i860,.  A)i3 
cai^Mi â beuTJiiiiiai^  €»  v^iqg  iia. amsoma 44^ 
aeria,  O  (uivo  d'a4W  tbe%d4  Q  namo  d«  frr* 
rodos  dos  numros. 
.  IslQy  iu)4  convence  («i^da  qq^.ogtrA^pro- 

Y|U|.  IMÍO  UVA34^inOSf  COfiDA  teOMI^  60»  viurio4 

Ume)  de  qa6  ^te  torrUorio  ó  ludiiiad^  lia 
mais  de  2:()00  anaos^  e  que  os  ceitaa,.oa  09 
Pf^vp^; qaeos |)ir9C9deram  (precitas)  aqai 
i#^9^ara«9i  por  Qspaço  4^  aiuiios  aipaob 

»  * 

A  cap^lU.  d6  Nossa  Semhoru  da  Pitda^ 
4At  46-  que  já.falie^  chamavanse  aMigamea* 
te  Nossa  Senhora  do  pé  da  Cruz. 

A  sua  ojcigeoQ^  ó-  a  8^gaiat«:  , 

£)fttava  a.  imagem  da ,  SaoUaskoa  Virgeoi 
em  luua.aaiiqjaiasiffia  o  peqaena  ermida^ 
ameaçando  ruína  pioxima.  Em  i6d6^  una 
d^NOiqs  da  Skntmna»  temenâo  ver  desabar  q 
tewpio^ioho,  decidiram  demoiil^,  pam  edi-> 
ficarem  am,jiovo  o  maia  ampk). 

Fpi  a  imitem  depositada  na  estila  loa* 
triz-  de>  Caminha,  Logo,  n*esse  mesmo  annoi 
Ifíncipmu  a  obra;  masi  por  falta  de  dinàBi*' 
ro,  fieoa  em  meio.  Poaoo  depois»  om^  pro:- 
prieiario  rico  e  devoto,  tomon  á  soa  conta 
a  conclusão  da  capelia,  qu6  em  pouco  t^m- 
poís&conpluiu,  com  grande  per/ei^ 

Feita  a  obra,  pediram,  e  obtiveram  logo^ 
lioença  do  arceUspo  da  Qraga«  papa  sa  ben- 
zer a  nova  ermidai  e»,  ffúta  asta.  ceremAoia^ 
veio  a  Senbora  para.  a.sua.navacasa*  ,(Ti- 
nh^,,.dnrani9a$tQbra«^  eatado  na  e^^ajaide 

A  primittiva  imsgem^  ó  de  roca,  tendo 
apenas  dois  palmos  de  altura,  eantiqpisai» 
m6» 

Ko  dia.  da  tra^lada^o^  que  se  fez  com 
gr^^  Roonpi^  offereoeUf  o  povo,  ^  ao  padra 
Gonçalo  da  Rocha,  de  Moraes^  adminiatcadoff 
da^ohraa  4a  capelia»  iOyiOOO  réisijí^aimftn- 
dar  aj^r.  uma  nova  imagem  áa  SeiUiora,  da 
maiores  dimensÕiía^,a  daeacplptnrat.Foiíeata 
íeiu  poi^  JQomiogçí^Fidrcsira»  eacalj^mi^  da 


a7£ 

CaMMíbai  «  i  maitík  pevíaáta*.  Dm,  aa^tait 
dai  ao  pé  daiccuz,  4fl*¥^  &  mm  umaaspad» 
no  peito.  Foi  coUocada  no  altar  onde  estofo 
a  primeira,  que  foi  para  a  sacbristia. 

Foi  ai  «ova  iaagaoa  coUocada  im  seu  al- 
{«r»  €oiiv0raiideallMâas  a^pobtioo  Fegos^Oi 
etfk  Wk  domiftgo,  é.»  d''agosto  dè  1700.  Feal* 
se-lhe  uma  grande  procissão,  á  qual  cooeor* 
nsjramf  muilas-ctfiiaeè  a.giwlasi,  daa  íregte- 
ziaa  cirftuitt¥iirinhaa«  «  algumas  daaças,  ai»« 
gapisadaa-efeliaa  pdaaiastadakttas-deGaiiih 
nte^  Baspavoaii-aa^.eaUiiHUa,  pam  caACorrar 
á  capaUa.  a*a4ieH0'  dla^ 
.  A  (}apalia-é  gmoda  a  dè  bôaaeohtiectanL 
Foi  forrada  de  óptima  madafoa.di  caatartl»^ 
aw  Í7l06w 

Faz-se-lto:  a  sob  teii^  m»  3i*  domingo 
d/agoMk 

Jâf.dJMe.  qua  a.aslndairaal  da  ii*  olaaBe^ 
ati^ayeasa  eatAiâreguma  JjDogiUidiâalmaiitai; 
hindo,  em  sitios,  apenas  »  nns  iOO  maiaM 
da.  maié  cheia» .  Sa  ao  Aiar  o  eaoiinha  de  Ibr- 
m  daiBorte,  paloi  trai^aâo.  qia  sa»  asiudoo  a 
foii  âpproiVAdoí  no  minisiarioi  das  atoas  po^ 
blicas^  vae eUa  antta  aami asilada: ao mai^ 
a  poucos  metros  d'este;  mas  por  tatreiíos»* 
lida,  pois  que  todai  a  praia;  éi  de  rochas  da 
gnaoita. 

Serâresta  tença  4a  caaittho  da  farvo'  um 
dos  mais  bellos  de  Portugal,  atravessadas 
os  ií^  kilamatros  qua  ha.  46  f  iaMia  a  Cami- 
nha, pop  uma  fturmoaíssia»aiiUanioie  euluva»* 
da,  ficaodo.4ha  a£L  a  cordilheira  de.monta* 
nhasde  divarsos  nomas^  rama<da  Arga,  po- 
voada na  sua  encosta  de  muitas  e  formasas 
povaaçSas-- e  pala  O»,  a  vaala  eitensão  4a 
Qcosano  atianiiaa. 

ÂtrAvassa  longiiudioaknaote  (contando  do 
S.  para  o  N.)  as  freguesias  da  Ariosá»  Caiw 
rôçQi  Afifa,  AoGora,  GoUinhaâs,  Mollédo, 
Ghristélio,  a  ParjtaUa  a  Yillarttlha,  }unto  ás 
maraihas^de  Caaiohft;  que  todsa  esiia  tett 
gttszias  estão  novaUe^  <|Ma>os aasaosanti* 
gos  denominavam  Marmha^dtkPávêas^dè  VU^ 
lar  d' Ancora. 

Tém.0 'Caminho  da  íhnro.  Ateste' TsUa^  pmi« 
eas  obras  à^arie^  a  ppoaas  a  paqnaiiastoiíf» 
dalaiQdes4a'Mraiio^  todo  sólido^  aQHk.gmiip 
da  âbnndmicia/  da  óptimo^  g^mim  pop  laAr 


372 


WML 


a.pwte,  <|aaú  sem  oan^a,  o  qae  toraarà 
«uairia  âe  ponta  d6H)eca  Da  sua  constroem 
^. 

Foi  aqai  o  solar  dos  Uras,  e  ainda  n*e8ta 
fregaem  ha  qq»  família^  de  lavradores^ 
â;*eáte  app6]lido,4alvéz  descendentes  dos  an» 
tigos  Liras. 

É  Lira  am  appellido  nobre  em  PopCQ|^, 
Bias  não  diz  ir.  Manuel  de  Sanio  António, 
quem  usou  d^elle;  apenas  refere, *<|ae  os  Li* 
ras  usam  das  armas  dos  Leira$-^-e  que  tam- 
bém outro  ramo  dos  Liras,  iraEem  por  ar- 
mas^ em  campo  d*ouro,  6  bandas  de  prata, 
perfiladas  d*azul: 

Ha  em  Caminha  a  casa  de  Leiras,  de  q[oe 
é  chefe  .0  sr<  losé  Maria  de  Leiras; 

Leira,  é  appellído  nobre  n*este  reino,  vin- 
do de  Hespanha,  oriundo  da  Galliza,  onde  se 
penverteu  em  Ltro,  ou  tomado  da  firegueria 
ieSanto  Amão  de  Lira,  segundo  Soares  d*Al- 
bergaria,afl.  135  v. 

Passou  este  appellido  a  Portugal,  em  tem- 
po do  rei  D.  Fernando  I,  na  pessoa  de  D.^  Af- 
fonso  Gomes  de  Ura^  a  quem  o  mesmo-  rei 
deu  a  honra  de  Frasao,  na  provinda  do  Mi- 
nho, e  outros  )^em* 

Doeste  D.  AflEanso,  ha  descendência  nas  vil- 
las  de  Monção,  Yallença,  Caminha  e  Vianna 
do  Minho,  e  talvei  n'esta  freguezia  do  Mol- 
lado. 

Ko  reinado  de  D.  João  Y,  passou  também 
a  estler  reino,  D.  Pedro  Marinho  Trancoso  de 
Lira,  da  casa  da  Piconha,  na  Galliza. 

Casou  em  Barcellos,  e  d*elle  procedem  os 
Uras  d'Obido8.  Estes  Liras  traeem  por  ar- 
mas— em  campo  d*ouro,  cíneo  bandas  azues, 
elmo  d'aço,  aberto,  timbre;  um  leão  d*ouro, 
lampassado  d'azul,  carregado  das  cinco  ban- 
das das  armas. 

Outros  do  mesmo  appellido,  usam  das  se- 
guintes--em  campo  verde^  castelio  d'ouro, 
orla  de  púrpura,  carregada  de  13  estreHas 
de  prata,  de  6  pontas.  O  mesmo  elmo  e  tim« 
bre  dos  antecedentes. 

Julgo  a  propósito  fallar  aqui  do  padroi&iro 
d'esu  íreguezia,  que  o  é  também  de  outras 
muitas  d'este  reino,  ppincipalmente  na  pro- 
víncia do  Minho;  v.  gr.:.S.  Payo  d' Agua  (lon- 


liÕL 

ga;  S.'Payo4e]tóséNos;8.  Pàyede^Uà* 
Mean;  S.  Payo  de  Segudè;  ft>Pãfyo'dií  HÂ- 
da;  &.  Payo  do  Moilédo ;  ète. 

Ignorase  o  logar  onde  nasceu  S. Pâya; 
só  se  sabe  que  nasceu  na  província  do  Mi- 
nho, e  em  território  do  concelho  de  Coura. 

Bhra  sobrinho  dó  Hermogfo,  bispo  de  Tuy, 
qUe  ftittdou  o  convento  benedietltto  da  La- 
bn4a ;  e  de  Nauste,  irmão  de  Hemiogio  e 
bispo  de  Coimbra. 

Viveu  8.  Payo  (ou  Pelagio),  no  réhiaè)  do 
rei  suevo,  Theodòmfro,  e  morreu  na  cidade 
de  Córdova,  martyrisado  peta  fé  de  Jesns 
Ghristo. 

Não  se  confunda  este  S.  Payo,  com  Sio  fr. 
Payo,  que  era  natural  de  CoiodMpa,  e  foi  una 
dos  primeiros  religiosos  da  ordem  dos  Pró- 
gadores  (dominicos)  em  Portugal,  eqjo  fia- 
bílo  recebeu  das  mãos  do  Santo  fr.  Soeiro 
Gomes. 

Foi  este  S.  Payo,  um  religioso  exémpla- 
rissimo,  e  grande  orador  sagrado^  que  trou- 
xe ao  redil  da  egreja  muitas  ovelhas  des- 
garradasi  tanto  cota  os  seus  sermões,  como 
pelo  bom  exemplo.  Concorreu  paraa  fhnda- 
ção  do  convento  da  sua  ordem,  em  Coim- 
brã, e  n*elle  foi  o  primeiro  prior. 

MOLL£DO— freguezia.  Beira  Alta,  comar- 
ca e  concelho  de  Gastro-Daire  (foi  de  con* 
eelho  de  Mdes),  84  kilometros  ao  O.  deVi* 
seu,  330  ao  N.  de  Lisboa,  400  fogos. 

Em  1757  tinha  S33  fogos. 

(kago  Santa  Maria. 

Bispado  e  districto  administrativo  de  Vi- 
seu. 

A  mitra  apresentava  o  abbade,  que  tinha 
3{fO«000  réis  de  rendimento. 

Tem  uns  bons  passaes. 

É  terra  muito  fértil  em  todos  os- géneros 
agrícolas,  e  cria  muito  gado,  de  toda  a  qtia- 
lidade.  Nos  seus  montes  ha  multa  eaçá,  gros- 
sa e  miúda 

No  logar  de  Lamas  de  Moll^,  d'esta  fre« 
guezia,  em  uma  rocha  natural,  está  gravada 
uma  inscripção  latina,  dedicada  a  Proserpr- 
na  SêrvatriXy  e  a  outras  dfvindades. 

MOLL&DO— aldeia.  Beira  Alta,  na  fregue- 
sia de  Penájoia,  comai*ca,' concelho,  bispado 
e  O  kilometros  a  ONO.  de  Lamego. 

Districto  administrativo 'de  Viseu. 


' 


NMj 


MOL 


S^ 


-laiò,  ne  déelWe  áà  sèrir^  deViltar,  e  Mbre 
•$L  nmrgew  esquerda  èíf  Doiro/j^tinio^Aiil- 
deia  da  GorvaceMh»,  0  kfiÊ!kÊkePm$i^9iar. 
9Éds«va  íLífA  a  miigia  «Étinda  qnk  M^aia 
^|0  IiflíHiég!H  for  Smithiagainili^  (fiSi>  TUta- 
ftfiiilioy,  paora  ^mko^Wm  (at  ooira  nnigVia 
áo'  rio)  !6r  Pérm,  ámái  da  antiga  eodtj^hia 
-d(M  Ytolroflr  do'  AliaiDo«r<H  Ao» «nora  «tf- 
iMia  pela  RéJKOi. 

A  Mttha^D.IMa^lia;  flMllhêrde  D.  Aftlli* 
w  HemrfqQesiiiiwiâoaiJraiMr  MiMdltádoiít^ 
albeifaria,  cM^siia  ea^ia^  hoaplial»ÍMití- 
ea,  e  pôz  tudo  franco,  para.ríeo8  e^poftvas, 
istúk  -j&aroa  depMêagéiB,  isbsnadatdb  Mdlê- 
éa,  M  d^  í^^Anm  <porwr  paimadotfnl- 
ttiit»),  ealéli^Miidttj-eBíÉasdafineiaDtèB  iWa 
o  barqueiro. 

iTà  «tdiopolidib,  ^««temrii  dl?  M)i>00tM 
é  òarca^mniM^  ntioe  Miâo  sabe  ê^^goe 
"é  féité  danpr^prMftdea  sujeitas  ko  aatàrio 
do  barqueiro,  qne  eram  varias  tenpaa>|Mro- 
ximasi,  qne  elle  eoltívavs  oa  arrendava  por 
ma  eonta. 

O  bo^pitah  oti  albergaria,  éhojeproprle- 
-daáe ' parMalar,  ^  a>  a  aapaUa;  é  pobNca  ,*  ^ 
restam  ainda  na  sna  frente,  as  armas  reaes 
de  Porlogai.  como  protesta  p^mabente,  con 
tra  quem  aeab^  com  tão  santa  institntção. 
'  Pf«9ta  aldeia;  AtHeoMi  ba  pooeo^  teodpo, 
f^raosiseo  -  Diiartè  da  fonseea  Lobo,.ea^- 
Ibeirodft  -mínito  méteáaumu^-e  rasltoraa- 
peitado,  e  ainAa  aqtti  viirem  tMs  debreipéias 
aeií^rad,  IhnaiiB  dVlla,'qad  siò  tresimodri- 
los  de  virtude,  è  santa»  piiôt6et0raa  de  todds 
-«s  afflictos'  6  dMvalMoff. 
'    N'esia  aldeia,  fKkseeu  ow.  dr.  loioCar 
-dodo  Ferrar  de  Mlraéda,  oflOoiai  éistiDcto  da 
^secretaria  àm  negocies  do  reinid ;  flibo  do 
f9r,  José  Cardoso  Fi^nax  de  Minatida^  qne 
aqui  foi  rleo  proprietária  »  negocianife  de 
viiilvSK,  multo  coftsiéepadD^  no  Dau^o,-  a  no 
Porto,  onde  fáttosen. 

Hdwe  n^sta  povoação,  a  launilia  dos  Ga- 
fliéttod,  tristemente  célebre,  pelos  esoeasos 
-de  toda  a  ordt^m,  qne  pratiearam^  toiodo, 
matando  e  roabasd).  O  ultimo  dos  ir mãps 
-^-4oSo  Camétlo,  não  era  salteador;  inas,  no 
itiat$,  nxo  era  melbordo  qne  os  oiUrDs  seas 
4f|iiie8.'  i)ea  .midiasipaneadais,  tírD»€'l^eai* 

VOLUME  V 


llsslmos,  ov  agíramos  teagioianac. 

•  O  -fibafiwCMkrilvqw  t*Ma«6gieda  4e 
Penajoia,  de  8.  a  N.,  desagua  no  Dntfo^MHo 
é  aidola^èlfdlMlQi  ilHce  ««tfffa,  fl»«ioii- 
tB{''doifeyo.    •  •    i  •• 

Éitiliito-abitttaile  tmnai^qnftiêiempva- 
ga  em  irrigaçio,  fertilísando  muito  tamao 
dbaisdksanarieMiéfiaasaAa  manieffjaali  d4 
IMI^-qdaaâsTiidiBhni  é»  eemíaa/Hpiè dete- 
rão .««bisteenÉT  éè  laklabaa  laia  <a>fgegniiih 
«fiMiiibvJHlBba8,«:aíté'á>ddidB'd»  I^olègo, 
em  atanéa^^deidMai'- -' 

ipan-urMiio  dafMide 


• » 


:  'MoKaMofl<é6<|MU&,<oaipftvoeiaÍPegii0« 
<«ía::.dfr-Barfé,  linitire^  «M  uia.iiulltt» 
aèitram  fiiniíiiaolfiBMt)  na^sam,  .imtaaaÉáa» 
desviando  quasi  metaila!daagrta4'fala)«l* 
bair^  taesAa^iftott  éUapiBMwairMlaiAflnim 
moipho^  feito-âfireaaa,  dbmto  dotetmati^P^ 
ima  ftefáieiia^  fiaamlO'  «a  de  i)Mn|dia  «SMia 
agna-deaiM tanto «afBeiaiD^«  darquaesla- 
vam  db  pesaã^nilieBHuriftl.  - 

Nas  abas  da  aemyioiide:  eataffilNHmtfB 
preôpita  foríoso,  deÉODon^  ita  ava  fliai%em 
diraitia»  bem  doaoabeite,  am  ^oraldtveè  sMh 
roí  46  gnanke,  a  «qBCt  o^pamO'  d'aqttij  dâ'^o 
nome  da  úatidlD  éBê  Motiroi&'TMta  fdMHt 
d^  MiaBaàmoai^eelOu  GféiOipaaoqtie  den- 
tro dietta  eatá)Uite«i0itra  tmauÊHída^  fntr- 
Aanda  Htíto  tbeaévioa  afn  «miaa  asbtem- 


»naat«< 


sa^vv^iW^w*!  ^if^^  ^fc\j^^^^^^^\*  ^ 


.    Gbaamdaa  também  da  iConuMafrá;  dli  Ah 

guião. 

Be  todas  lost^a  Jioans;  o  »ats  pBopnase- 
.ria  o.ú^F€mteU4M8,  qiaa  ó  o  logar  onde  ^eafio 
as  aguas  thermaes ;  mas  dá-se  Ibe  o  none 
de  Cald^da MáUédo,4ioT  eatarenem  (ren- 
te doesta  povoaçlo^queé  a  maisaAtíga  does- 
tes iâiiQ9... 

Também  .ficam  em  frente  da  Corvaceira. 

Quasi .  todoa^  os  eacripioiHW  teem  erigido» 
dmado  q«io  ^atas  calda»  aio  na  3eira  AUi, 
t|tiMid«-4t»taQfii^  j»a  proiinoU.^  Xraitoa* 


MSHL 

ifaÉitn<;>pé»qne>  a.  fw|BMi>  4e  foMttit», 
está  na  BMripai»  áireila  do;  Donro  eé  do 
eoneelho  e  comarea-do  Peso  da  Regoa,  bis- 
tjMdi  é»^»totQ,idft9lnfAQ  laáiDiíiiM^    de 

.M)MMaiBMBKuo'>iióikiali(ft'(iltfdÉf^  adintio, 
onde  a  agua  mineral  rebenta,  e  épiHhteliceií- 
I0uá 'flMeÉmidafUUefc  «^iind  AM»;a'iiliâO['iDe- 


1).^ 


•  1 


M  Ér«ite  'iMo  iÉBMM)}iiiil»«aiKTio,  toiídft- 

lie aoteiaeeinKe eii  f[BlMÍtiiatafa (a  dM- 
iaioifte^i||Q.>(an¥Íliai  d»  Merik»  Rfo. 

vRioai  a^enÉ4»^lDik)m«t«Q8  ao^fiL/dafRáfiM,, 
90  a  E.  do  Porto,  e  340fao  tf.>âe  listoa^ 

' 'Itaêarpeitst^áistc^ldás^At^ilífenciay  :dia-. 
ria,  do  Porto  para  a  Regoa  e  Lamegúi;D'ili- 
'W^têíA  «'DMrgem  éfef^intdaáA.Dotifò  (6 
,llitani0lPM)  k»ta!fldli«Diiiaia  Mkiiealfeadaâ 
.ttáiíi^ttdBiD,  Mta^^aiB  -IM^:  cpiêr  ficai  ia  9tIeí- 
-Itmetrda  da«r«aHa«.      •     .  • 

'  ífMm.  iili  BateaMtsv  lêislrilNiéd»  en  ^  gra- ; 
i]^oa^tt&oUeiiO'idb  rkk^  ^6;só'eatãi>dptoo- 
^liMi»  dwi«le  áf  eatkigem^lr  88  da  Lomm- 
-mi  eotiQflft  «iTBl(Nrpmori«)  Wmetrvs,  ao 
S.  da  estrada  do  Porto«*^S:ádiMit«  da  mes- 
nBUiiisMda^i>«  pÓÊOBkm»  áqudllas* 
'itioascaate  do  íKKsAík^cQntru^fMe 4o  rio, 

^MkOOfrf^aB  da' ii|L0ieini;t6d:OCNI^r  lotai  <i»mi- 

mÈÊÊú)  AWifm  HtfM,  ^M  M^  iMcas. 

'•  >A9  itanipeiiatiiiHiS'  nadasm^  eolve  8if  até 

IÍ^'eeDttglpads8.^t^teg«ndo>«o>drí  Fltancueo 

-ntarai,  oMidleo  da  rainha  >D.  Ifada  I,  «as 

suas  InstrucçÕeê  e  cautellas praticas  sobtnu 

natureza,  etc,  das  differentes  agnas  mine- 

rae?,  a  pag.  l6^«>lami^MDrad'e8tas  aguas, 

é  de  96  e  100  gr.  de  R,  oa  28  1/2  a  30  1/4 

^  ^-^'fa^MRWv  dá  a   eMas  ^goas'  (<M)in 

*Mrfti  propriedade)  o  noine  de  6«Mas  Ai  M- 

dt?. 

'  Nvfsen  tetafb  (18li#)  ^tom^vam^se:  os*  <ba- 
niHío^  Mft  c&vas  iieitasna  aré)a,>  reabertas  eom 
numos  de-artores. 

'  A«  naasefttfs  mate  qncfotes,  >sio  *as  que 
bretaiD,  mesmo  ao  alveado  rie. 

A  1  kílometro  ao  N.  das  caldas,  e  em  ni- 
yel  máls  elevado,  está  a  nascêate  de  -agaas 
*8ttl|lbnreas,  do>  rio  <  Sermanka  (on  Sêrmê- 
Hkò)  «fiada  meãos  <qQeQte  que  as  debaixo. 

'Batas  aloaa  slo  «oDheeidas  desde  1710. 


0;eáifiato-.do8.teoJMf^dá  e«|v«4a»>(oifrd* 
oovado  pelosr.  Qaiabii^sao.O  8r«  Toivif» 
aeipal  p roffi^taffio'  do  edíMPt  It^*  tafA  Isã- 
tQ^fiiaiidas  meMMraiQeato&.    . 

:i]Ka  Í4»fMtirah^  3i|Ki«aenfiSt  casa^^oMpt 
-WM  eoa  sua  tíDaf  inUmeAlad»  perJMseeiíi^ 
rfi)9Piii.,fi$o  da3tia«4aa:^.:d9eates  pfitpra». 

iè  (fdtMo  da,eairada,:Aemt  daja  panipea- 
tasT^Jolefier^  );e«  d>baiMeiffa8»49B7qB3P- 
tos  separados,  e  o  superioVi  JW  4  epoij^M- 
tiflifjitas,  onde  >  te.  vários  «vpiwelbQs»  «ara 
*baob0a  ordlaaim  de  ebiura,yde;i9ai\bfrea- 
çdes,  dueto;  <iiúaeç9e6  reet9dft  OQ  va^iiuief^ 
jaelM' boeoae»,  ^4 

vâA  tiiaa.Aâa  A)rrada«  daasid^,  £  ^o  ea- 
tal^eieiteecMQ,  d^^esiA.geiMio;  maia  ban^aiMa- 
íi^^do^reiíia,  aiAteiqi]a!da.M«abadaa4i- 
mensões. 

nNo.MoUéde  \lia  «iqa  rbe^.ftiQspâdairili  a 
Msa  la|a  de  «ler eei^ria,.  beoMCiFM^ 

Pôde  Jiir-aSfeia.dtii^Mcía.até  verto  idas 

Estas  aguas  foram  apresentadas  i^  analy- 
sadas  na  espoai^  joãifeiraalde  Paris^  de 
.1867,  ^mi^  aoufalaiiaréo  (aQfMr-(K*tae- 

AguaisUmmaêBido  Mollêd^ 

Sao  afttasj  aolpbiaroiaa  qoeQtas,  ooabeci- 
das  também  sob. o<iioBie  desaguas  miaftraqi 
-danGorwaceira  •«  4e  fenafuiici.  ilebeiitam 
joalo da  roaagem dlreíl^do iDauro,  aid5<]u- 
lomatresta  B.  do:  Porto  {fUiás  Otj)  e  .4  ifiMá^ 
«)  aada>villadaRé8«a, 

Ha  aqai  10  (a/fá«  AD/aaaoitBtes^.rdistn* 
boidas  em  3  grapos ;  5<de  entre  ^a^  re- 
bentam mesmo  ;do  ieiíe  do  Qoiuh),  e:sá  ea- 
tâo  (dttcobertas  nas  «sliageaa;  d  ontias 
(úUás,h)  rêtientantiá-dJireita^  ej  á  esqaerda 
da  Bégiia  para  Anaraale.  (f  .pciraioi^oNou) 

As  doas  Bmostiasiqine  Jazem. parte  da  008- 
sa  collecçâo,  e  qae  examíBâtoos»'  aàk)-^ama 
tomada  de  uma  das  naseentesdoiaitodo 
rio^  qae  (uem  os  banhos  ebamados  contra 
fofrtis-y-a.  segttDda»  tomada  dos  maaaneiaaa 
qne  estão  juntos  da  estrada.. 

l.«— 'Banhos  oontra* fortes.  São  agaas  iber- 
■Mães,  Ibnpidas,  apresentando  o  ebeiro  e  gosto 
próprio  dae  aguas  8ii)phajnMa&  âaa  taaipe- 


MOL 


M0N 


97S 


ntara  é  de  iS  gruM  eeiUcndkM,  ao  nr  ex- 

A  sua  mineralisaçào  ó  muito  simples.  Cióa- 
téttb  por  kilograiiiflia^  *â'agaa,  0,«nm<00ia5 
êe<lMilâo  MlpÍ>yâi4fo; ^6^fin«t0l7 de ptin» 
eipios  fixos,  que  são:  silicatos  e  chiororetoa 
átallfiio8,  earbooMoaáe  cal *e  de  aMgnesiai 
#ittÉia  álttliiQtaiiiiâiitidade  ^  perdxydoda 
ferro  e  de  alumioa. 

1«-— MtDMAi  funiú  â  mtráíkc^A»  ã(rttas 
á^laiiàiieeBte,'>qiiè  parece  tercM  a 'mesma 
oH|ett  ^e  a«  dos  banhos  cdvi^a-/(>r^,  são 
twlMa^  ittteli^s  itoioénitlsaáss,  e  mentor  sul- 
lluirostt^  èoméAns  O^fnnOOWI  de  aeíd« 
aulpbydrico  por  kitogrammaéeagua,  eaj^e- 
nas  0ji«9>ii7  de  pHti^ipios  fixos;  teudd  a 
mesma  composição  que  ^  «guas  doe  ba- 
iÊI&^cméra'fifrt9s.Sm9  propriedades  >pby- 
sicas,  são  egoalmeDto  anatogas,  exorto  aa 
tsiÉipíehkffepas,  qii»'i«Ttom  como  ^se  segue: 

'€la  iiaséeflté  39/5eeeftlgnid0s. 

^190  Mservaiorlo  37*  oèniigrados. 

Nas  banheiras  35"*  centígrados* 
'^'MlliBtfel-^p«nHig«M  aÉli(|0— moioBio 
de  moer  pão,  asenha,  atafona. 

itim  udi  ãasMo  q«te  a  eamalu  de  Moftcor* 
ir^  Kmiou  em  tíM  sè  determina^-^iie  «i#- 
Éhuu^tisMM  ú^ua  vUlã  possa  vétiâsr,  nem 
âkt,  nem  aambUar,  nem  supenk&rar  eráa- 
minto^rcflò,  ilém  ip&r  úrromper,  nem  casas, 
MÉ  ^íXàhaís,  nmnèolleirasya  Gnmlhiro,  nem 
á^EmMnífro,  nemãDõnà,nema  Freire,  nem 
0'f¥tM,  nem  a€reri^,  nem  a  Ornem  de  Bê- 
I^Mi:  *E  o  que  óonira^èsto  for,  fhfue  par  aiei- 
etoo  do  ConicelhOy  e  perqua  qtuinio  ow^er  na 
WHiMy  e  seja  todo  do  Coneeiho:  e  de  mais  pei- 
tei (UO)  IWras  ée  Poríu§al  ao  Concelho,  e 
jasgua  (esteja)  XXX  C^)  dias  na  quadêa.  E 
eHúsR&stnra  outorgamos  e  effjkrmamos  pêra 
Sempre;  porque  entendemos  que  é  a  serviço  de 
Dèos,  e  de  Nosso  Senhor  El-ÍM,  e  a  nossa 
prél,  e  dos  que  por  nós  veerem. 

ItttitoA— portngnez  antigo— orvalho  co- 
pioso, ebuva  muito  miúda  e  constante,  que 
amoHeee  e  refrigera  a  terra.  Mantinha  Deus 
0$  campos  com  moMras  e  chuveiros.  (Doe. 
dé  Atínheiro.) 

Itea  provineiaâ  do  N<M'te  ainda  é  usado 
eMe<  termo  com  a  meema  significação.  Tam* 
bém  ditem  nwlúria. 


í-^^néò  Bombefa,  eoL  2:%pa0. 
M^^  l.«(rol. 

MÓNACHU8— Yése  esta  palavra  em  mui** 
UM  àbeumentoe  «amigos.  Deriva  ee  do  grt^o 
menos,  «to,  o  que  vive  s6,  solitário;  Ce  aBii«> 
fos  portogueaes  o  eorromperam  en  fnoNfr. 

Nos  priDDeh-08  tempos  do  chriattaDiBipo^ 
os  monges  eram  seculares  (leigos)* e  Tiviam 
em  desertos,  entregues  á  oração  e  a  ttma.ie- 
veis  idwthiencia^  peia  maiar  parle,  svuften- 
tando^ee  de  raiies  e  fruetea  silveatns.  Det> 
pois  boove  «on^f  iie  mtCMi,  que  se  cbaB|a«> 
vara  também  erérigos. 

A  palavra  clérigo  vem  do  greg^oíerof,  que 
significa  herança,  serte,  qoiabiei  eto.;  ed'ihi 
vem  qfue,  quando*  pela. primeira  tonsura  se 
admitte  alguém  ao  estado  'edcléiiastido,  o 
bf^iKi  lhe  corta  os  cabellos,  dneBdo^-HlDomt- 
nus  pars  hereditatis  mea.  (Tindaside  Psal" 
mo  Éft;^) 

Leiffs  vem  do  grego  iaés,  que  figkiífiea  po* 
vo.  €'ieigo,  nas  ordeaa  religiosas,  anda  cett 
habito  da  ordem  a  que  pertence  o  conveu* 
tov  eoí  que  eervede  ereado,;  sáehristao,  ou 
para  andar  ao  peditório;  mas,  ««  nao  ten 
ordens  algumaa,  ou  reoebe  apenas  asmeao* 
res. 

MONÇÃO— Vide  Monsão. 

MONGâHAPAOHO  —  fregdezia,  Algarve» 
ooneelho  de  Olhão,  comarca,  distrielo  admi* 
nístratívo  e  18  kiloraetrosde  Faro,-240ao 
S.  de  Lisboa,  1000  fogos. 

Bm  1707  tinha  790  fogos. 

Orago  Nossa  Senhora  da  Graça. 

Bispado  do  Algarve. 

A  mitra  apresentava  o  cura,  qne  tinha 
uma  arroba  de  figos  secccs  de  cada  fogo,  e 
40  alqueires  de  cevada. 

É  aitoucara  pacho  uma  grande  aldeia,  com 
algumas  casas  boas,  situada  em  uma  plani- 
cie  cercada  de  fazendas.  Fica  o  seu  territó- 
rio parte  no  termo  de  Olhão,  e  parte  no  de 
Tavira. 

A  egiTja  matriz  é  ordinária.  Tem  uma  ca- 
sa de  Misericórdia,  pobre. 

Foi  da  freguezia  de  S.  Thiago,  de  Tavira. 
Em  17  de  outubro  de  1453,  o  prior  de  S. 
Thiago  fez  um  contracto  com  os  de  Mouca- 
rapacho,  para  poderem  ter  capellão  que  lhes 
dissesse  missa  e  administrasse  os  sacramen* 


376 


MON 


tos;  nms  còm  a  obrigaf âa  dé  hiram  á  miflsa 
á  egreja  paroehial,  no  domingo  de  ramos  e 
quinta  foira  santa. 

Por  provisão  âe  i9  de  junho  de  i47l, 
'lhes  ceocedea  o  bispo,  D.  Joio  de  MeHo,  li^ 
cença  para  lerem  pia  baptismal,  erígifldo-4 
[regnezta  independente  da  de  8. 1%iago..'Ti- 
■àa  então  iOO  fogos. 

E*  terra  fértil.  Tem  mbito  ar?(Mre4o,  e 
prodiu  todos  os  fmcfios  do  Algarve  em^ftan- 
de  quantidade,  exportando  os  q«e  lhes  so- 
b€|am,  que  »k>  muitos,  sobretudo  figei  see* 
CO,  de  que  sabe  d'aqni  gnmde  qQantidsde 
aBDualmeiíle. 

Tem  oito-  lagares  de  aseite. 

Fabriea*Be  aqui,  em  diiffereaM  «toldas» 
boa  loiça  de  barro  vermelbo* 

£'  'terra  «oilo  abundante  de  aguas  peitá- 
veis, de  l)oa  qualidade. 

No  sitio  do  Calliço  ha  um  poço.  cbainado 
do  GonoB^y  tio  abundante  d'agua,  que  dá 
uui  rego  de  regar^  sem  ser  preeiso  empre- 
sada. 

Próximo- da  povoafão,  eorre  o  ríl^íro  do 
Troneo,  que  moarre  na  Fo^éta ;  e  tambem- 
JUBto  Á  aUJeia  está  a  ponte  da  Carreira. 

Ha  aqui  uma  feira,  a  14  de  setembro.de 
cada  anno. 

Na  fim  do  Monils  da  Cabeça,  iia  uma^la^ 
g6a^  eharoada  da  Ffmi^a,  que  conserva  a 
agua  até  ao  medo  do  verão. 

No  priDcipío  do  aérro,  do  lado  do  mar, 
ba  ufiia  cova,  entre .  rochedo»,  chamada  o 
Abysmo,  que  dizem  não  se  lhe  achar  fundo. 

Outra,  no  alto  do  mosmo  oécro,  chamada  da 
Laároeireh-^  em  frente  doesta,  outra,  ambas 
sem  fundo  conhecido 

Todas  estão  cheias  de  agua  no  inverno. 

A  F(mte  da  Rocha,  nasce  na  fenda  (le  um 
penhasco,  e  só  sécea  nas  grandes  estiagens. 

Desde  1838,  toda  a  freguezia  pertence  ao 
concelho  de  Olhão.  Até  então,  era  metade 
d*e8te  concelho,  e  metade  do  de  T;ivira. 

A  esta  fr.^gu('zia  pRrteneeu,  até  1784,'  o  ter- 
ritório que  fórm^  a  actual  fregueiia  da  Po- 
zeta.  Em  12  de  março  dVsse  anuo,  D.  An- 
dré, bispo  do  Algarve,  a  de<miembrou,  para 
formar  nova  fregtiezla.  íVid(»  Ftiz/ía,  a  pag. 
f43,  do  3.«  vol.) 


#.  »*^ 


MON 

«eNÇARÃE-vMe  ãímmm^ 

MONCHIQUE  (convento)—  vide  Mirofffiffm 
e  Parto. 

MOIIGBIQUS-Hserra  oakar^a  do  Alfvm^ 
ao  N.  da  viUa  segijÉuMe,  qm  4'«Ua  tiomsi^ 
nome. 

Os  ronanos  lhe  charoayam  Mwi<  Gi^KéM 
d^aqoi  Ibe  provem  o  neoie  adusi  ^Yito 
Monchique,  villa.) 

MONCniQIIE  (moQt€^r*«ida  Jfarlk). 

MOMGHIQSE-vilIa,  Ainarve,  «ab^  -4* 
eonceUio  dò  seu  nome,  natcoinarca  d^*|Kl^ 
ves,  dislrieto  admiolsunativa  (^  7OlKtl90ainNi 
de  Paro,  tll(  ao  S.  de  UOrn,  i:30e  NMb 

fim  l?ff7  linha  IM»  fogos. 

(^ago  Nossa  Senhora  da  C(nMOiçio.' 

Bispado  do  Algarve.      .  i 

A  mitra  apresentava. a  enra,  Q(»)Uda, 
tinha  àÈOfOOO  réis  de  reAdimo^.' 

O  concelho  de  Mniiebiqiie  te«i  iUllMlJ^ 
gos,  e  é  composto  dss  freguezias  dis  Utme, 
Marmelléte.  e  Monchique,  todas  m  bispiíki 
do  Algarve, 

Tem  estação  ielQ«i»|Mtt4  crMdiaimiiIril 
de  1875.  r 

Esie  eooeeiho  foi  dememhradp  áAid^iflM- 
ves,  por  alvará  de  IG  de  Janeiro  deiSZiy 
QlevaDdo>s6.  então  á  cathegofia  de  villa  « 
aldeia  de  MoBO^que,  €i  pQndOr«e-lh#  juiz  d0 
fora;  tenda»  por  teriQo,  a  freguaata  do^;4l^ 
/er««,  pelo  K-*- Nossa  Se^^fy^ra  do^  Vfrdê^^ 
MarnMêie  pei»  outro  lado ;  cootiuwAdo^ 
pelo  eaaíBibo  de  Villa  Nova  de  Ponim^^ 
até  á  Torrinha,  por  cuja  parte  (sul)  cooteat 
com  este  coaeelho.-r-Pek>  SO.  confina  coma 
o  concelho  de.Lagos;  pelo  O.  «om  ade  Aii^ 
zur ;  pelo  E.  com  o  de  Silves;  eifolp  N«»> 
CQ(T>  a  província  do  Alerajtejo. 

Nos  seus  it^^ites  brotam  por  toda  a\par- 
te  nascente^i  de  aguas  férreas,  e  potaveíi^ 
em  tal  abundância,  que  foriuam  asca;id4^« 
losa.s  ribeiras  da  P^iia  da  Nêgrc^  que  ícao 
entrar  no  rio  Odesseixe,  proxiow  4  M\àmsi 
doeste  nome— Santo  Maria,  e  Torreada  Gu^i^ 
na.  que  vão  mettear-se  na  bahia  de  Lagoi,  bq 
sitio  de  Valle  da  Lama,  com  o  nome  de 
Odiáxere—Farêllo  ou  Carregal,  que  vem  da. 
Picota,  e  tem  uma  ponte,  abaúoda  Meispi- 
loeira,  3  kllometros  acima  de  Alv^^  depois, 
da  qual,  se  lhe  juata  a  da  fiogéUa  oa«ilqt 


HÊBM 


S77 


rar  ao  rio  ^  TtUàf  I<i6Tâ  de  Fonittiio. 
Todas  móeiD,  regam,  e  trazem  peixe. 

^  A!  tiM  de  MowBtau^e,  Ipstá  «tmaéa  aa 
mtn  do  ttiéBtto  MMii«ç  oÁtro  Mae  alias 
«NNanhatf, a  Ckllometros dietaii» de <|«ai- 
t^èr  d'ella».  (Sio  Fo^  ao  €. — e  Pieéía,  a 
E.) 

•MoUtfranoYd  de  l7fHI»  idaram  «Mídfdas 
a  maior  parte  das  casas  dii'¥itla,  a  im&irtE 
MlitD^amtlttida,  ^detoad  arrasada' a  e^re- 
^'éc^  ecwféáto;  8<))  tnoiferam  8  pessoa*. 
' '^Iftm-w  tépítfiAú  matias  ^«»s,  e  feito  ou- 
«M  'de^iMVo»  (ga»  ftiteiii  hoje  a  Tilla  muiio 
poYoada  e  bonita.- 

'lO  terrítoftò'^estV  fi^gnésfa  é  mvito  fer- 
tii'«itt  todos  oageoéros  Ao^Atearte^BOsaens 
WAtím  ha  mtitia  «aça;  grossa  e  miúda,  e  ob 
moà  ri09ío  o  mar  a  fonteecfm  domuiio 
pfae; 

-  "Mí^serm,  íni  Ja^KStifis  (javardos,  ou  porcos 
aonwKos);  Mos,  rapbsas,  gatos  >  bravos  e 
MHtaa  lebres » eoelbos;  t       .. 

'  fia-taihbèm>  malcis  colmeiaa,  ^eprodiv- 
MB  o)pttite  wel  0  bôra. 

O  sítio  em  qQO  está  ftindada  a  povoaçSc^ 
évflMto^  spMital  é'  ptabreaco ;  o»  seos  )ftr- 
lllaMwi^sã»  f4iffiar'bottfi»iaiio^  em  qae;  per 
mtaiéà  WfcttMBotros,  camiuha  oTianilan» 
te,  à  sombra  de  frondosos  castanheiros,  >nb* 
gaeJras,  laManfeirai;  UmMilM^'  pereiras, 
ameixoeiras,  macieiras,  ãgneiras,  e  oatras 
•ftvotisi  Hmotífaras.  fado  regddor  por  atoa 
JÉJillihítli  da wwyasjtqiiBr  serpenteaov^por 
entre  este  Matoso  a  eamnsi^pafqaai^todb 
saáKtaá»  de*«aiae8i 

•  £  iogar  muito  sandateL  Ha  aqtii^  e  leia 
toda  a  serra,  grande  variedade  de  plantas 
■Krtiei/aaML 

'.*4iai  ^essa  da  MisertccatHa,  «on  a  reáda 
db  !40'alqíi(nHs  de  trígo;  9efMIM  rèís  dè 
jlpiros  6  foros  ^  e  63^000  réis  (termo  medlo) 
do  pfedueto  4es.aPW)redos  dela/^kaJMs^ott 

"Iték  oWòsfefrb  àeTíoàíá  íéhhõrá  ào  DéS 
Wto,.  que  eira  de  frades  d^  terceira  Ordem 
da<fik  FtfailoJÉeo  (térrm)  feadado  em  iG3l, 
tiff  PMèda «iVá (O  JíM/0) 400 dbpois fti 


viaércft  da  Mtta.  BuàaitBado^eB«ui» for- 
neaoiplatd,  eatae  duas  serras. 

fomaním  d*eHe  posse  09  reNgiosoa,  eo 
vieram  habilarjem^' 90  de  março  de  1682, 
sendo  provincial.  Irei  Manuel  de  Saaio  Anh 
•lonio. 

ffbha  a^ef^ja,  rtcos  paraibentos  e  onía»- 
tbs  e  peças  curiosas,  eo*t  que'aaafiquee6a 
o  seu  (áadador,  que  foi  sepultada  na  «apel- 
la*kBór,  do^  lado  direito. 

Está  abandonado. 

Ka  por  estes  sítios  muitas  devszas  de  eas* 
tanheiros,  as  micas  do  Algarve;  cuja  ma- 
dura 86  expoita  para  ioda  a  proviada,  BaN 
xo- Alemtejo,  e  sae  também,  em  grande  quan- 
lldflde,  peia  barra  de  Viila  Nova  de  Porti- 
ibâo.  Hsifdem  todas  uns  quatro  céatol  de 
réisannuAes. 

Já  80  vé  qd0  ha  aqUii  «grande  abiAidaneia 
d<s'  frucca  de  muitas  e  vatiadas' qualidades. 
Exporta  muita  castanha,  verde  e  pUiiáã,  lãr 
ranjas,  e  grande  quantidade  de  figo  séeco. 
'  Ãla-ae  aqui  mUitô'gado  dè  toda  a  qikàli- 
éade,  soíbreUHto  suNm^  cuja  oame  "é  mitíia 
saborosa,  porqoe  os  pbroos  siasnstemadoB 
aom  aastanha. 

Ainda  mesmo  na  serra,  e  por  eofre^p^. 
nhascos,  o  seu  terreno  é  fertilissímo  em 
Biiftie,  legumiJè,  bdrtaHças  a  aigan  viáho. 

Ha  A*ebta  frdgta^zia  muitos  taaoelros,  a 
muliòsaiaMJer^f^s;  èsteaempregftm-Mtíoff- 
stantemente  em  exportarem  teias  úe  línho^ 
saragoças;  surfaaos,  estamoabàa  a  osbei^tores» 
tudo  aqui  fabricado.  Também  levam  caça^ 
figoa^sifceas  a  auifas  fru^nas,  a  lotfçáieifae- 
Hêê^  ]iDpoiitaai'<os  geaaros  de  que  a<villa  o 


I  • 


OPkXkdã  Fú^ai  serve  de  balisa  aos  nave- 
gdntBS,  ao'  aHo*mar.  Tem  7  kilonetros^  de 
diâmetro  eM  dd  ciretiraférebeia,  íbnaandò 
no  topo  um  plano  inclinado,* para  o  €.,  ou** 
êê  se  mloomra  uina  fonte  abUBdbntissiinay 
és  exeeHente  agua -pataveL 
-  'Áflvésss  otôpo  d'^té  monte^  seeobmde 
neve  ao  Ittvenio ;  mas  derrea&^se  logo; 

Em  toda  a'  sua  extenM  nascem  vários 
mananciaes,  que  se  aproveitam  para  a  rega> 

Este  mtmte  é'  cultivado  desda  4tt6^  «m 


tw 


»«<T 


<3d]o  sdbo  se-deD  âe  aféraUMto^  em  toitiè- 
las,  que  rendtn»  aaniulmeBtd  á  oaoM^rA^nm- 
niclpai,  uns  K)0^(OQÓ  róis.  Prodi»  milho, 
laijão,  hoiutfças,  úçffom  trigov  legumes,  e 
mnitm- «KgraiddfiSt  liiUlafi. 

D.  João  n,  deu  este  monte  ao  povo,  eomo 
baldio  (<|UMido  «qpl  esievei»  bantmi  btado 
depois  morrer,  a  Aèvôr.)  Sra  antâo  povoado 
de  sebrevoa  »  annheiraa»  cine  aei  arraDcar 
ram,  sa  maior  parte,  para  se  enllâw  otar- 
reno  que  occupavam. 

O  monte  da  Pkótii,  tem  6  kilometros  de  E. 
a  S.,  em  Yorlentef  escarpada  e  improdneti  • 
irii;  e  ao  peiseo  que  dos  ladee  do  N.  e  O.,  do 
meio  paira^baixo,  4  iode  ooberto  de  castaiibeip 
rofli,,  viâba»  e  terrae  d»  lavoura. 

ITesta  moiifie,  ba  uma  fonda  lougftudfaia), 
de  B.  a  CK,  em  toda  &  snae^ttensão»  que  lent^de 
largura,  sempre  egual,  9  polegadas  ^^\ 
«bela.  der  terifa:  6i  peavas  miúdas.  Soppãúi-se 
ser  ama  galei^la.abflrla,  d^èauile  es  âoHgos  Im^ 
bitaderaa  do  Algarve*  eztrafairm  metSíee. 

'&•  Bo  terFilorio  doesta  ooncelbe  alguns 
nMmèt  (ta  uniões  qnei  «e  oousta  baver  d» 
««iao,  auat  livce)*  Ninfueaiaabe  eam&el' 
les  aqui  vieram  parar.  Ninguém  es^cultíiva^ 
M^Bstousad^eltea. 

A  6  loioiMtros  a  O:  da  viila»  eetái  a  aldeia 
doe  Gaeaes,  >com  uuS'  70  fogos^  É  tamtom 
lodeada  de  pomares,  hortae,  viuhas,  laraur 
jaee  e  alivftes< 

A.  laia^a  d'sífui  ó  exceHeutiseima. 

Al  èS  Ulometroa  das  Gaidas  de  Mouobl^ 
quet  no  «amioho  quo  vae  para  bafos^  esli 
a  egreja  de  Nossa  Senharot  i»  Verde,  junto 
à  ribeira  do  mesmo  nome. 

Foi  maupit  de  uma  ^pequena  flnsgnetia  do 
soa  uome^  que  em  ISâS  loi  dividida  peias 
fliegnexias  de  MarmeUélo,  Ponânâo,  AMre 
kiexilboeira. 

Parte  dfoeta  egreja,  osbiu  pelo  lerramolo 
de  i755,  e  todo  o  bcrâpMo  a  egreja,  que*  aipi 
perlo  {úo^úii^éaaPeffeê^VMeâ),  liubam  uns 
monyss^  que,  por  fugir  das  aape9eeaeda.ser^ 
ra  da  Fieóta»  tíbbam  moiaÃs  peva  aqui  a 
sua  resid^Qí^ 

UfUmamoBte  (1834)»  estava  eeio  boeirido 


liee»  rupanudo». «  eouii^iima^lwila eéiiei^'* 
beira  da  estrada.  Fdl  veudido  eotahaiuto^ 
e  é  hoje  propriedade  pertluadaTi. 


''#-* 


Julga-se  que  Moncbique,  era  a  capital  dos 
povoe  ordiifiás,  ardntfti^oftlfOBio  dil  PliAio) 
ananáikmos^  'Itoam  aiMJgoa  hiMtaiiosr/(ee^ 
ueH^)  sujeitos  ao  con veot<>  j  oridieo!  jwweuir 
(deB^ta).— Vem.meuoiouaÃiS)  a-pag.AWiJKe 

Itinerário^  de  Antonino  Pio.  < 

Ptotoueu,!  dís  quer  babitavo»  eutreusiel- 
dadee  dos>  osUasi 

EscriptoveA  aiUiiQ6«  diseui  quoj  o>  seo«lMh 
ritorio  ers>a.pavta4ia  somikdu<Al9etve^oodp 
se  fundou  VUbt  Nora  de  y^wtilâqwd^^^aB, 
aoiee  da  inyataot  diee.anabe^  perieneiaoif^o 
bispado  de  Ossonoba  (Fare)br  -  * 

Proima  á.  villa^do  Moue!hiqiie;'ae  onoM- 
tnott,  pelos  MioS'  de.  4780)  oea  soivqpAsv»f 
oom  a  ossada.  J»em  oousemssda  do  uoiibir 
nem  de  estauirai  fpgantesea^  oeuà  umiN  aleni^ 
pada  sepulcbral  e  outros  objectos  do  nse^Afll 
gentíqs^  e  eolaDMm  uimBipçáii  em-eanMe- 
re»  desoenbofMdos«  Sabres  fpeeeoi 
mas,  como  os  vandMbee>  ^ue  adMami 
preeíeea  sistignalbft,-dessruiratt  ttiáo^nii  ao 
pôde  boje  dizer  maisnadaasemettisaSe asair 
peHou  

Cause»  que  deitíro  da  eepttliin*a,.'aslaiRU 

taipbem  uma  poniiodomoedaaOgMnHMi 

de  qna  metal)^  que- fora»  uealdidts  ShUmlimi 

C^eK.  s 

OoIMb  de  Xouoiíáqpo 

Bstao  a  d  kilottelTos  ae  S.  da  viHavte 
mesBSo:  ttom0-,  e  sieírequeniadee  iMDjsifti 
4»  Aigane.  AlenU^io  e  Audataiia.        m.v. 

As  suas  virtudes  tberapeutioaa^  fli»f  nnioi 
eidas  deede  tompes  eenetoe* 

1  Cbamo-lbe  sarcopbago,  por^fOe^  ásilHI^ls 
Mbei  esevipCQ  dm  um  antigo  aumusoBlMo 

4'o^4e  eelou  extrabindPi  esta  noticiado  p<mt 
que  este  nome  se  toma  vulgarmente  por  sj^ 
nonímo  de  túmulo,  ou  sepultura ;  msivBà 
eontinba  uma  ossada  bumana,  não  ^era^^aiU 
copkago,  pois  esta  palavrs,  significa  rifiuef 
^anaenter^mmu/o.  vaspo.  ^^çfffbf/gfLé  opo- 
numento  que  se  erige  à  memoria  a  algu^ 
cujos  restos  alK  nâo  jazem,  por  duarqiíàr 
motivo,  como  laoeirrer  no^ altomárj oéiropado 
pelas  chammas^  ou  po?  Mlrepefiia^  ei% 


MDIi' 


I. 


39K'. 


f.i 


>'  da^i0aMÉ»]ptM<««váti««Aait8ie«Kli6i|^ 

cutâneas.  ••"-•  •"  •".»*>      •  .  «ínv^ 


^pfMMe  «»-  JHMBif  ctBÍii#i  partias  raet^i 
iDâtítD«leillts;>Bstkp6>qQ9Blil. 

É  actaaimente  dlBOMUid^eAetaaiiiideÉU' 
mento,  o  distinoto  medico  e  benemérito  pa* 
tribia^'  8iv4r^  RianeiMls  «LaiaiiftiCditBi^  4«e 
miálcriettí'fêi«l»  aftibeMfleip  dlMlavtln^ 


<  .!• 


a«^«ei«tt^êeialgllafa^lmp^punèift«  ^im»* 
safiT'  tMira  os^emèt^-pèlM^  (1q«í  lawiidMici 
iM>nstrQír  o  bispo  do  Algarve,  D.  Francisco 
Barreto.- 

O  benemérito  bispo,  D.  Francisco  Gomes 
4*(*MllkMlMite  «novos  QQMrioa  eafftjiiõo* 
dágteSk     •  ti\ 

ia  fovmadoridbil,  ^taíDO  4èfaQ«hM 
Fieíre^de  FjigúBíttté^  i9mkejMi  «m.aoari^s 
41aâ,  melhorou  'muito^esto^stabfkMiBiBDtdi 

fiqí^  foqstaiftedifiolo  de  ttOMaoifippidoiaMr- 
roior,  dispostot  de<N:  a  A.^iCQOi.varíosfÇiuVf 
tM.pam«i^MrficQlan8;j9itt»ia  eofemavia^-fU^ 

•  fiioqmriotaa  naacemes,  que  fsbintattiAa» 
rMteir  eonstittRBdQitres  idilferailM iMuaboi^ii 
Uâa$  dflÉta»rdou6dtMo^.nfi.n:«iqida,fn9il»^ 
oaià(a)«Bpeitaid0  &rJoão.dfi!Deas. 

>^il  jsenicaler,  é  daM*  a  9ft«  dsiítlisraoomdi 
tro  dePanoheivoa*tlín«maiQ(AS7*«nMlOii 

São  estas  aguas  minímifeadmpwr  fruidHv 
«ópia  de  gaz  hydrogeneo,  levemente  sulphu- 
rado,  contendo  uma  diminuta  porção  de  mu- 
ffm»'ã9'^íÊòéê^^  càMaríé,  è  uma  Icfvlttiáka 
p«ípçia  d«  fer^.  '    V 

Mo  (»íl6Kes«pM*a  jnel0élia«  vbeniiaiiidM{<j 
i^ntanease  outras;  mas,  causam* lèMtéfoor^ 
feitos  aos  que  as  tomam,  se  téem  padecido 
nlíel^a94ieoNKâ«,  6>n9ò  est&i»  iSOMpletaftÉêi- 
t#(c«i^dos. 

BMas'  aguaií'  liMtaftÉ  nm  rtèeUro,  q^e*,»* 
pequena  «stafftcia  dH^cnidiM^  Mmi^^  no»  ^     O  4»aFraiMiseii9a(va9M^inaAi9  édB^Mvn. 
alMlia.  Snm'ii*t]rM»ira  Ú^-Boim.   -  ]  ria  I,  diz  nas  suas  Inttntcfies  e^OaMÉMau 


9óéé  para  as  èaldas^  blr-se^&èamuigea^. 
desde  VíUs^NsvÉ  HaBOD^BiFarAaliavi  fêm^y 
que  tem  uma  bôa  estrada. 

De-  Lisboa^  para  Ifoncbíque,-  vaet8e,.oa« 
pelo  camínbo  de  ferro,  até  Beja,  e  d*ahi  a  ca- 
vaIIoç  '^wmé^nÊXi  «aoiiMwUoibspois;  ittMV 
atétVlili^*  Nova 'dií^PDHlmit^  e  AMíupiii»iéi» 

A  .siffo  do  are*  Mõiilónin.  tUm^ceelbi^' 
casta  00  réts^^iosa  porffia  10  iéi«iAsKgidk^ 
linhas,  a  fructa  e  a  hortaliça,  são  ht/ntíÈtà**^ 
masw,  •..  ' ' »'.  • 

'  QpeMditfiddH  MiiiMi  Atiliioiè  BbÉÉi*»- 
>c«»*ii«l|i»  aasèto)  m»  msálKKfBrnMaiMiltf: 
(durante  a  quadra  dos  banhos).— TemnviiL' 
Mlfe^  )dtoi»idaieivtaà  ^^má}^  ranâ  «te 
Bato*  4$^  raGrtrto;»^«att  Majbokki^piMag  ooitec 
seipassaiB<JMflap««a,aifi|B&^  -r  w; 

Ha  também  aqui  uma  bôa  hosped«ria*£i' 


íi' 


' Aig«^as  laM^elrav  e •  òllvt»lM,  qM'  o> 
bispo,  D.  Franci06O>'Gc«]MB'd\Anrelliíi^^nilBitiJJ 
âM^flIMtiit^iti^eMí^sfci^,')^^  €ÉKftswi4tf  sár- 
rè^  fe^(|Ée  dioMB]iMilèiiie'ft*acfo>,  nnstaOMS' 
tantos  mil  réis,  d«'MPd8;(mtro'<taiitO'(l6'i(H 
fiêos^  fiio  «ikifpride^'  ea'  graHftéaçáoiqtiie 
•oa^pAPllMiiares  ilio  petoa-qaaMès  «pie^oMM!- 
fUMb,'  te^^lenlpè  <ioSilMiirikM»'«Msiliae«ffl:â 
renda  do  estabelecimento,  a  qual  não-^elwgfi 
paya  a  despeftb. 

Também  por  aqui  htt^aasoeiates  desagua» 

»  '  .  T       .     *  '  »  .  iC  ,  I 

I  *  *  •  > 

Na  Malkaâê^Qiêênti^tík\U>m%tSM^  Kj4e 
WiMttdqae,  ht>iima^^tfaMelit»>d^4gM<é^- 


ftatkas  (sobre  aguas  mineraes),  pag.  Í7S» 
ò 


,pWNí*>lf8l  9dS'4AMè  4«iLago%  «iiMÉadagtef 
)p«M  «eSiiiaivlilf^ttfoáaliqiM^  gttAMÉéat 
serra  do  mesmo  nome^WMVHHBebfe^WMli. 
tanlÉioMl'«.«amppidav  ma8<eB^fttri»'ètdiKi* 
te»  alw»dtt|(»^dy<mttlli>iicadúi  ativiqt^de-' 
ctMrfttUMas^ieittQdavflíb  apni^aaiá o  síliè'^ 
onde  brotam  as  aguas  thepoiÉitii   - .         ^ ' 
íA  exemplar  caridade  dos  ex."*"  bispos 
do*  Ali^rve,  fez « construir  n^aqueUdogar»-^ 
um  hospital,  o  qual,  pelos  cuidados  do  ex."'' 
6«MMwa)^FliMftca  GoÉieVaetuil  pveMo 


3tl» 


m». 


Ihorado  e  aocresoenudo.» 

.  Bepofotto  daèisrtfver  *  edHMoK  dos  biolMiB, 
dfe  qtor  oB  qyiant»,  qoat  eali»^  Mpartdi»  m^ 
br»  si,^^oQoii|MéM  por  pesaoti  panta- 
lares,  qae  por  fim,  a  titi:dO'4e'e8Bola>dei* 
xam  alguma  quantia  (a^qae  lhes  parece)  píí- 
n  a  tHUpUaly  B  contínyM:' 

•..■•••. 
vApedaa.  no  sitio  ba  maia  ctieo»  oa.»i0. 
allMflipiea^  dè  pobre  geaie  qoe  alia  assisto) 
e  cultiva  algum  terreno :  afóra  uma  caaa 
DMÉoiv  resIdeilBift  doi  pitMidor»  qwg  dè  itf- 
deoiil»pvelado^  g#«eiHiad  boffíltalj»^r    .  - 


it 


ettfqiiaB|o.qiiieiil^,«per4fMOs4o  tat^Miiaíra. 
eni  aorefecando,  que.  se. lama  poUaiMi  add^ 
uâoioifiMnaoi,  para  bi»bid%'6  para  cosiofia.» 


V»  «r 


«d-  prmmro  btmà&y  na  pane^au^or  âov 
odiioiDvqiis  uxk  Ita  è4  pàkftos  ani  qwdro» 
aecommóda  bem,  itfMMMMis  AèaBda.  taaio 
de-^agaa^qtte  em  5iMMitoaa8  ebcbe»  atélà 
altuar  «apiD  da  cflMf  mboiaesi  até  aoe 
boflritavaki 

«O  segundo  banho,  próximo  á  capella^aar 
cidMiédK  k  âtái^  paaiaai^  «idabtftt^qoe 
lha  eatái'pii|iinfc»té  (fM  sai  tica  agua. pata 


I     .:     ( 


«•d  Isnanrx^  teiiAasf ^  da'#iitra'ba«di^  do  Ri 
lMÊÊ&i>  paaa:(|Skl.4unla  ár«ascetile4tta^.a  màt 
gmentado  pela  aguaqoa  passa  sobra-^a*  ar* 
€ada«i  1    *    '  •     t    I    ;•  •    '  '     . 

«Tem  capacidade  para  n'ene  entrarem  40 
paaMait'^ fsilsifttsa  entí^r^sc^' tiéralb ile 


m   I 


14 


,11 


»»«w»>*- 


.  «iMniada'  ■arjqaaa.daariíaiibáa^.peffartie- 
aa  lagn  dMira  ai4pativa^  léiMieate  bepaiíao» 
tmãumm  aaiiaíífafeeipratopttimait&^a  a«r; 


sMflfs  iaoqMfta^bioaa  dM'llMMa,apfMOr 
eafdtpoaiia  ai<accÉl%  aomtf  sapantoasOr,  40^ 
séaoi  a  qaainadav  dà  oiiitaáiaioftimfima 
da  sua  qualidadfti*  ' :      i. 


/.  .  ,  . 


•  •'(. 


)J  «Ul»*  •«•  }<^*>«4>4«*  «  •  •'•]•  • «  *  (•♦!»'•  •  «(f ' 


kO  aabor.0iipcàfisroí<d'aiifttaiia<iiíii«aní|^ 


«tsèta  o  eorpo  dos  que  neatia  no  iMarito, 
apparecem  pequenas  bolhas  de  fluidO'4i0ri* 
foifwtf  wtáo  bexigas,  mal'  fimiiiimiM  ar  cha- 
gadasaaire  at«  qm, oppriíDidai^^Vem crq^ 
tar  naiauperílele  da  agoa; 

«Oioesta*  aguas  mineralisadaapor  páà* 
de*  o4|pia  de  gas  hytfrogébiô*  léiFemeitte  aitl- 
phfuraHla^  contendo  paquema  ponçies  de  mn^ 
riato  de  soda  e  calcareo,  e  alguma  iavMiiau^. 
salufio*  da  ferro;  palogai eariíaaÉaa,  qile 
nSo  sóflie&ta  se  d&  a  conhéteer  pcflos  aeapB* 
tes,  mas  qua  até  se  pòdbría  aospetal^,  pela 
visinbança  de  aguas  ferreas»  qoe  nnii  pra^* 
ximameota  daá  aguas  tbaraiaes,  broiamy^com 
ditersos  graus  d«:aiefitldade<! 

«Estas  propriedades  lhes  dão^aa 
Yi#tudea  ia  qnè  goasmi» 


..íimwDi  amaatras  d*'eMa'a8nas»  para>a.eai* 
posição  universal  de  Paris,  4^- 1897,  a*  aia 
aQulMa  fdatorio  offieial,  idadp  a  aa«r  resp«* 

lor«  (Tva4liacãaJ     • 

Rama'  w^ieeBtafi^reb^utam  u-eBcoala  d^ 
serra  de  Monchique,  a  uns  20  kilomatraada 
cidade  iiagas»  é^fà^  «Hhi  de 
ba».aitio  muilo  aksaoMado  e  pMoMsao» 

Existe  ao  iogat  o^;  naspQQi  (as  aguaa- 
tberaii|es)^.fUii-/eaiabeMmanta  de  ba^a  d 
ain.ba8fii0iO'paraas;iipbEeSb.    , 

•Aa  aiftaagabeuiay,dfijquai»J.mi>oan«afj»f 
todos  na^teniar'^.edii(|si^.i)aia9  dNrigidaa' 
pam  ires:dÂfferaaies4iaobaik. 

O  i.%  qo»  aa'd^Dowiiia!de  S4João4âDe9iêfi> 
éa^maiêtilbBndanler^d^soQsMa  efn.  «ma  pia^ 
cipa  aaaéa«spaçaaa«<p4ra  podar  oontcf  dona 
paasane^  •■     •      .        . 

O  2.*,  situado  perto  da  capeUay.pód^  XQOA- 
bar ?qnairo i^aaia-fiaasoafr  . 

O  3.«,  que  é  o  mais  vasto  dos  três,  Á^m^k* 
grande  tanque,  onde  quarenta  pessoas  po- 
deatt.>anhayraa:ai«utoMiaHinen<a> 

A>48M  fltteend  éèiMxmUqíaB,  é  Ita^iídaf 


ii  (   . 


MON 


m» 


m. 


sensiveis.! 

Soas  proprbd»4e»  ybiyaieaSk  mim  oomo  a 
Mli.ikM^M  Dão  íaveiMiMcle-aDOáto  aliUD  a 
preseoQ&  4»  acida  aul&ydrip».;  talv^i  poréna 
ffte  Mie  feaulM^  o^giajvi».  #íia  davido  a 
fmas  (ikxperieaeía^  forim  lejUaa.  cocr,  av 
ai«M  (caD«|)ftr4a4aa.  ao  Ubovatof to>  da  egei^r 
U  polyteeMca,  a.aiU>  logo  404  foram  aps^r 

A  agua  de  Moucbique,  c^leoi  (M>ff,kilot 
gmwtoay  ftgfi  2848  da  príoeipioa  fizpa,  qpe 
sicH.  priofiipaloMv^cklQ^iuretoa  a.aiU«a|«« 
aâM&uia;.  earbouatos.d^^e  de  mafatti^a, 
euBiapfgii^iâ  qiiaQridfliladi».akiin»oa  .«d» 
iwroiydo» de CiârQ;  ^\ 


f 


.fim  1491,  a  Joàa  II  |Mrio«ipii»a  a  aoffcap 
dé  uma  kBgmdesi .  qm  ««Hás  attfibniram. 
a  effdioa  de  /e«vu>  veAeoe.qiie  Iba  fòrn.pD^^ 
pine)'  por>adftl0iw»  .pireaM  doa.que  ellii 
tinftft  ^anaaifinado  elaílDassMamaf*  A  nor 
leaila  pKovide,  9iQ$  4eii9.mi^«^  iba  receif 
tam  as  caldas  da.MMelii(|Q0itparaoftde  erei« 
foi  no  anuo  de  1495. . 

.Andando  um  dia,  na  serra,  à  caça  dos  ja- 
yalls,  se  lhe  agravaram  os  padecimentos,, 
hindo  morrer,  em  todo  o  vigor  da  edâdé,  em 
Alvor,  no  dia  X^  de  outabro  de  l495.  ti- 
nha nascido  em  3  de  maio  de*i45S,  lendo 
portanto  40  annose  pouco  mais  de  4  ínezès 
quando  (kílec^u.  Reinou  14  áunos,  nap  con- 
tando o  tempo  da  sua  regenciiu' 

Téuho  lido  éín  álgnns  livros, 
que  D.  íoâo.ir  foi  para  os  ba-"^ 
nbos  de  A^vór  (e  iiâo  para  oi 
dé  Monchique)  e  allífalleeea. 
Morreu  fcm  Alv^  é  verda- 
de, porque  para  alfl  tibha'  hído 
quando  peoron,  por  uIq  hayer 
,   entia  epa  Monchique  as.nec^-. 
i     .  -aMiaarnominodí^^dJ»^  m^ariOf' 
iMMlhotii  tottoiiioi)|ai^i||oQiM«' 
que.  £sta''dfssidfeiici^  ê  prbva- 


^•» » 


(i^  P€V4«e.perdfi«iiamlM>a9nDPMâft!0(Hii. 
¥0ÍCiia.  qne  ieiroa  d'aqiii  fura  J^raiicâ,^  »i^ 
áiooeMião«da  a«âlysa«  poia  ji  vimos  fQ» 
basu  o  rmÊrimktM»  panaifiefderogpatore 
cMro.'  .  :  *^í 


i'. .  ' 


TT 


. ..  yel|i^i^er9el%;pr€^imi4ade  em 
,,<ia^  A|js{^  (4^  dd  J|oaduqii;KL 

MONCORVO  ou  TORBÍ^,  PK  HQNffp^VO 

ejdi  «ornais  do.step  noin^  6  Júlopoetroa  da 
margem  t^f^tésL  4o  rio  ;$a^r  e  va)le  da 
VUlmiç0i  i<BfiWTp  d^  fXQ^mUk}  9  JMlome- 
troa  49  iiargam.  direita,  do  Douro».  14Q  a^ 
N;EL  de  Braga^  375  a^  N.  de  Usbo^,  i90  fQ- 
gf8»,amà7$7,  tmba  4â0.fogiew.  ,. 
lOjragp,  Noma  Senhora. da.  A^sumut^.  V 
.AfceM^R»49  de.l^aga^  disir^çfo  admífuiv 
tractivo  de  Bragança. 

Q  ^eal<pad^oi^lo,jwr^«M|tava.o^J^^^J^r  W^ 
Uiih^;^404|íXM^  r^ia  de  ron4i(neita  awiqal. 


I ,  • 


.  O  «ontqUip  4a  IJorre  de  jáonc^rvo^  é  Aom<« 
j^fq  das  il  (rfigii^ziaa  9eg^iJ9^te«\:^iQ4as  oe 
arfèl^ado  de  fi^ ^gi^Aj^^ra,  Adeg^ni^ 
Cabeça-Eôfi,  Cabffa.  deJI^rp^  Cardaoba^ 
Qurv^p^f ,.  Ca/B^p^  EUievaea  (já^  M^^\im), 
F^Hiri^>  f  ^(g^eira?,  .^f  ta^  imiqueiran,  lAiin 
n^o,  i&^s^  Úa^p^  U^s^.F^r^do,  3ou|o«. 
da<>Yelk^  Torr^  de  ^únfôryq|,.yri:(^.  e  Y|b> 
4^,— ^^f^M  com  ^f(» /ogos.  ... 
.t4  aua  i^marça  é  oompo^ta  dei.trea  julga- 
doi^-«,MfoQd^ga  d^  Fé,  «om  2:O0Q  fogoa-r 
Qafraa^a  d'Anaiãea^  Aom  2;800r7^  Monc6r^ 
Y^,. 09^,3; 200 j,  yioi^  poi^tanto  .ater ^^  ca-» 

miarça  a.ítol()|  íogpaw  .  .  .  

Siioadít  em  uma.l^af^^  q^v.. terreno  ley^r 
mente  j^dent^^Q».  J  a<\tQ  :á««r^çfli^'  de  fte^-^ 
ri^Or.fUí^  fhfi  1^  ^  p.,..,^  If^  ye4^^'|ol 
dv»mp,gr^p/M,jwte  4p  diat.  ^ 

Diz  Lousada,  que  o  eapitlo  Mem.Gát^iíM 
iteHir€wi?ov  iaittd0tfedífteai'ft«lil'iiiftD^ 
t0lQ^  ndimdador.^ls^oRte  Xl^  «o>  iqOaltdett 
Q'ttom«dtrSlMwi»pifeiáf«NtiGmi\<4tte  no  is» 
ottio: XVJIírM.âoRiDMVMn'  #mi-  Jinmfmw^re 
qteJiMhiia»  gmuMa  .ftmdyuapayrtioiyfa^í 


>« 


T<l 


..       1 


^■i^*\í  brimeir* Wago  da  Vflla,  fttS- •rtilágd,' 
«|>(IÍIélM.^>illiida'et4ãle'a  ^ja^dfestia  in^ò-* 
caçSo,  qne  foi  matris) £ a«tiViéil8imA« :, 

Também  à  padroeira  actual  dá  o  povo  va- 
rias invocações.  Chamam-lhe  Nossa  Senho- 
ra  da  Assumpção,  Nossa  Senhora  da  Vela, 

NmfiBfiSmh9ÁÊdét  E^ê^ãvífât^'  e^  flfailffleBte» 


M 


um 


MÕM 


á  qtie  táÍMbem  diitro  seií  notud.  Que  em  1062 
o  làesmo  llléin  Certo  Aèu 'foral  à  villa  e  cas- 
tello^  e  que,  em  ilSB;  ly.  Atfofifto  Henríqaes 
eonflrmòú  estie  fonií;     '^  * 

€òDsts  que,  d»«f<t«tab  ébte^eaMeMo^  pelos 
fte^nezes  (oàtrôs  dfisètti  pelos  árabes}  prorà- 
raram  os  habitâ*6tés  d*e)le  e  sabtttbíos,  ihtt^ 
dar  a  suar  habita?^  fará  }tlDto  dá  j^l^-do 
Sabdr,  eáti^  este  rio  e  a  ribèfita  ée  T^larí^ 
^  QÍae  %  esta  (lorvoa^  se  deu  o  nome  d6 
Santa  Cruz  de  VíUartça,  e'  ijtte  D.  ^oebe  f l 
a  fez  vllli,  é^me^  dea  foral;  aoa  8  dos  idoè  de 
jQohúf  «&  era  de  4963  (M  ée  ttfaiò  de  iM5 
de  J.  C.) 

VnEMldfita  tão  fena  éái  foral  algam  ami- 
ga, "dedo  a  Mdíirtrwotf  álWlhlriça.  S6'di^ 
que  D.  Manoel  deu  foral  á  Torre  de  Moncor- 
tò,  éto  Liáboa,  a '4  de  maSo  de  *WÍ.  (LiVro 
A»  /braeí  íioi?(w  de  Tftx  os^lf ontes,  fk  i3>., 
«ol.  i.«—Veja*se  ar  inquirição  para  ésftè  W- 
ral,  i^  gaveta  SO/  maço  ii,  n.*  43.)' 
'  Por  tima  earta  re^a,  datada  de  B^,  em 
17  dd  novembro  de  IMb,  e  depleis  de  ei«rvl- 
dos  os-  eoneelhos  dà  Torre  de  Ifóficdtvò  e 
Tília  Plôr;  dett  D.  Dinik  ás  tlsrçí^  das  egrè' 
jas  d*estas  duas  viHas,  para  ^e  ga^i^m  n& 
fórtnlBUu  que  então  anáiHam  fázêndó  os  ^ 
da  viUa  de  Santa  CrHss  du  fUlariçá  $e  Ha- 
viam  fftnâádo  para  a  forre  dê  Moneârtój  por 
serêiitapfaçáinaiêftoftteira;  eqvê.ianêO 
que  as  obras  da  torre  fossem  e&nefaÚàs','  se 
ápf;Ucassem  esstts  terça^na  fortáíetà  dé  VU- 
lã'Pr6lÍymsíf\òr)aiê^ue  esteja  fê»a. 

Pára  se  combltiarlsto  éom  òqoef^ea  df^ 
to,  devemos  suppdr  i^tie  o^liabítantês  éêYfl^ 
larica  (ou  parte  d*eltes)  regressaram  para 
Mamtíisvo,^  ' 

'  Aliinis  '4iMi  queliim  €dnro>  ftondou^iiié 
MadlD  Oiti,  umá  Wtní,  pár»  Mia>tabltafiò^ 
que  o  pmsegesse  do^^atiqiies  dòtanmiNB} 
«qoe  emredord^eata^Mvi^  fònmibsilhela^' 
tSÕspobms  d«»|MBimNbiM^  «•BMralnio 
cabanas.  Que,  passados  tempos,  abandonan- 
do 09  ^hiuuyitea  de  Sama  Cm^  daViU^rifia 
esta.  viUa»  por  d^eatia^  •vientaei.aiigiiMttlar.fA; 
populaçioi  4e  If mMÒitiroM 


IfoimíBortoialimAtiu  fwroã/fi9^imfím 
paravelmente  mais  «Mgaisido  qp»^eslli^  fltft 


I  (Mfg<Mn  M»  d  tmãto>iDai9lfem'eiiilMMft'Coi 
que  a  de  Moncorvo. 

Quaàt  i|ue  caila  eseiipioir  HiB  dá  ^diveisa 
arfgtíffl  6'âíff»refrtèê  diàftis  d^ellai 

0<(0^  fkesta  dli»ideaeia<  é  a  eSÉieiêiiilft 
êa  vfrilá  dê -Sanca  Cri».  EsM  po?eo9(o,'<{iHi 
era  àirtiviicisima,' esca^  ftmditoia  lo  ^aNeét 
Y91lanriça,iodeffeiiSivel  pêla>nia^sál&a^ 
uma  pianieie;  ^wintiai  p#r  câRns  úvê 
dai^Oesdo  Si^bdr;  e^^nio lendo  aigwa  p«ta^ 
senão  a d^sUté rio,  qne^é^de peMÉDM^qttil* 
daêe- para  beber. 

Goexiétiria'  esta  villa  e^  a-  á^  UotMntA 
Par«ee^me  que  ikn,  pelo  ^e  adiante  (âiMk 

N<^  Ideal  ottd^  foi '  a'  vINa  da>9atilft<  Gmfy 
além  deVMtigtos  deeiMaie  Aa^gt^ama^ 
triz  (a  que  cbamam  a  DerssMà)  ba^tapibiii 
vestígios  das  muralhas  de  uma  fortaleza. 
Seria  aqui^a  ftM»rv  4e  Mém  €ó$i>o  f^tstmê' 
me  que  nãe.  Otífo  aiféi  qíSè  eaaer  saieiío  nia 
exiblii,  e  que,  ok[tbí»  deu  eaisa  à  fabulai  ff). 
dá<  sua  existenefa^  fala  eeiMpçãe  do  mm 
remano  dia senra deReborddo  "  MiM^Onr*»! 
vus  «^  que  ^keiíOMntf  «e  mudava  pmi  Hms" 
(Hirvoe-é^équiipam^aeNiai^    • 

Não  voú  irópôr  a  minha  opíbiae  aos  lei- 
tores, apresento-a  como  uma  conjectura^  eé. 
a  seguinte: 

Já  vimos  que  o  valle  de  Yínáriça,  posto 
ser  formoso  e  feracissimo,  não  tem  uma  dás 
condições  essenciaes  à  vid^i,  e  mais  procura- 
da para  uma  povoação— a  salubridade,  t 

Ãeipai^— N^aguelies  tempos  de  continuas 
guerras,  na0  estavam  os  ^bitantes  de  San- 
|ta  Grjiz.ao  abrigo 'da3  frequeutíssimas  inva- 
sões do3  mouros  e  dós  ca^telbános,  tão  fe- 
rozes como  aq^elles,  sobretudo  os  leonezes 
;(qjue  foi  çonpL^uem  tivemos  mi^s  gaerras).^ 

1.0  Sanctuarfo  Marianno  e  outros  aueto- 
res,  dizem  que  o  povo  de  Santa  Cruz,  aban- 
denotta  vli4ii  pelo^miDMro^ieÉorme  de  for- 
.mlCM  tlf^wRibftvia^.qoe  dcMravam  tudo. 
^  }  %.  triste.  di)^;a,  nmé  cesto.  Os  árabes, 
que  professavam  uma  religião  diametral- 
mente diversa  da  nossa,  se  no  primeiro  Ím- 
peto^ Baquearam;  di«ii«ir«m>  e^loeenilaram 
ÃMtaa  «gr«)áe  e'  nmsttflròs,  (também  nmflbar 
owros  ésixavaQK  oKiatir;;  em  pleno  qbo'  dc^ 
eutodiWne»  dMiaacsioeitoiiifaÉtOi     '•  ^> 

Os  ieone»98,  castelbanos  e  galiegos^ 


mas 


aas 


-JH  9ÊÍB  MUmellD»  d&nltai.  burJartlm«4ftio 
AttBDfi  flertil^  aboodame^fla  Mff  a|pa«imta« 
vd,  toiádip.  liiAii  amaèl0«i$io/profiria:|plum 
no  sea  carne  se  edificar  um  cMllUa  ijÊãíims 
íit^  qoftécneaâo  bmiíb  Tolgir)  e  team-pân- 
abd^poBco  aiiftttdMiaB^r  o  vaUj^  -e  ^se-lécain 
estiMecendo  «m  aador  da>foiAaleEa«  qnê^  oti 
já  exisita,  oa  a  fizeram-  antãiK 

landMiQí  é  nerosImiL  qna^Bc  torra,  fatandô 
na  encosta  áo  MwM.Camui^  lanasse  41elto 
o  nome. 

Y«ndo\  D.  MonáoJI»  qae  ar  navai  pott^a- 
^^bki  proptsdtndd  á  enata  da>  antiga^  ^Qb 
«ajya  dM|»ovsQaadaf  ler  nradar^  eu  iMCI^ 
paia  Mencôwo^  aresto  dos 'haMtaaáes. dí| 
SnitaCiúa,  dando  enlio  iiprelli^povaa(Sd 
a  cathegmai  4»  vilia  qn0<  estt  lioliai.  <eoDl  ttft 
éifljas  8iiaa)|nstlcas^  fornece  prhrilegioâi 

B.  Dinia  Ule  aaipenftMa  osíptfmtègloftfeai 
ilKlè,  eíDiMo^l;  eafei!d90$  ooiOtegnndfroiOk^ 

É  isto  o  qnttnpaia  laioa^fnanleae  fióde 
«vUígif  e  apnrar  do  todaaasr^contiaéloçQids. 

U<rea -ofesiaoi  408,  qaanéo- oa:  de  âinta 
€Bnz>  mndsiram  paraiMpneônra^jàaiipiilltii^ 
iraifl0iaJ{piaia.iQflrra.oB'aiakiai  ítedadafn^t 
te] antigas. Ip^iianop  oupater^lnania-;  ott 
aeni^  fendada  «^minado  éftB.  AffanaorHflnt 
Efqiiei^.  eokiUfh  omnn  aigm»  preaBBd«% 
•00(a40;tal'JipifiD  Cdiva^.oonoqaeraai  onr 

Atgaiiá  eserijptorés  negam  a  éxistenda  do 
tàlbapitãò  jtfem  Corvo,  sustentando' q|ié  tí 
nome  â'está  poYoaçSo  é  èòirúfjiio  áe  íícvá 
Cervos,  nome  que  deram  os  rtímanós  aò 
monte  de  Reborédo,  que  fat  com  èfféUo  uma 
^ecie  de  curva. 

Outros  dizem  que  íbiíiindàdá  por  Di 
Pbmando  ÍÍI  de  Gastélfa;  etu  fOl^O.  Outros, 
Análinente,  di:^m  que  foi  o  nosso  D.  AffOD- 
80  IJ,  em  iSn. 

«ratn  cathõlfcds,  nas  suas  invasões,  roúlra- 
váfDHaos  ie  inoéúdlftvAii-nos  òs  'ttrestehhbs^ 
assassinavam  os  frades,  violavam. leiMiaM 
Ynm  as.freim^  arraaavam  a{i  egreiasK  ejd^i- 
xavam  devastados  e  horrorisados,  todos  pi 
povos  por  onde  passavam,  deixando  um  ras- 
to pavcm)S0'  ée^iagrimâs»  sangue^  eadaverea 
«  ruínas  fumegantes. 


•  •làkidftimtrÉg»aaitiqnari«si)laU«Bdo  mntm^ 
ral  de  Mem  Corvo,  não  faliam  na  confiriwr 
fãoi  4a7D.  SHuelio  Sb 

Há^ten  i|<ie  fii.  Afunso^  BenriqtieS)  eal 
1Í4(H  éaoÈrmcfCb^  foral  «dalièni  6t>Pii»/:innE 
t«dqsfO»aaQ»pitvtlegloa(  0  attgmemtando  úxi- 
tTK^iQv^  a  nil>.  Dittii.lh^  deanove  fofai 
ouifiNiáadki:  osi  antigoe^  em  Í28â..0n4  Bi 
João  I  Ibe  dera  ootDe  (jppal  em  4  de  )mtím 
d»  l4tai(ouiKOftdiiem!que  foinm  iWfí)  com 
o»  MesmMi  fi^itegioa.  ié>  diaa»  iqne.  eaanai* 
dn  dtetã.  laH»  FKinliliit(  iMifi.denra«naUi>^ 
que.estfteMriplor  nãaiMBtíonarfnnito»  fih 
ntesi^pi»  esistiraoik  ,    ^ 

Notemos  que 'ainda  fc»ona 
!  tereeirai  ttiymeie||ia  de  iftin- 
corvtK  Bi2-ae  qna  prD¥é«  d« 
Hnifo^dot  Gcrv*  ^n  d0B.ۇf^ 
<.  woêí^  qae»  <aegnt»âb  eata  opi- 
nião, era  o  ianiigo>  nome  «4% 
fi|m;d8ifitèoP6d0. 
â  esta  etyitolQgia  dSo  .al«i 
./gauHSarEacin  de  ser  oa.dois  ote-> 
^Ms  daa  aúiigaa  ama*  dn  yiir 

Tinha  voto  em  cortes,  com  assentt>iM 


TéB  ttma*Jmii9isiQ8ai«grfifaid«rtraaíAaívei^ 
Ikn^MieiáiifaAaiai ptineiíaiíptfdnD  emMAk 
e  a  sua  ccinstracção,  que  levou  qnftainHè 
samijOjilbrfQítaiCQtíi  osvenéimdnikQardo  mu- 
nieipiOi  Um  tairamMei  fnft  Uocure  «oa  iftidft 
março  de  I8fi8^  lhe  tau^taaAgnaa  pesiuison 
qtie  líoifaniiTepaDadoa;  >E!  nm^i0Mii»taitms 
ptuosos  templonâoveiwi^  asMis  pareoeauM 
S6  flaÉ9edpa^  4a  qsn.dgreja.doatna.viillaide 

piOlÉMipi. 

As  suas  naves  âQfdttidiiaatpor  dMBiOffn 
denfr-dp  atoa  e  fiahastM  «olmnaas^  aobns^  as 
quaes  assenta  a  abobado^  lanada^eielogiuih 
taaitaçn6as:i 

: liem troaotosi^e Mhr» ti  priaeipal^mwi 
sobciha:itorNi(,i|B^  fiittliaa  em  bonUas  vaaaQ^ 
d»»'dftpedratBa^*lelid»;iiDS(tqQatipr  angote 
lÍDnnosaa(p^m^id0& 

'Ef'femalada  por  um  ifoterio,  eoaoadaéft 
nnia  esphéra.  armiUar  (eoMauir  do>m  Du 
MuuBMJcnciflnáa  áe  uma  omx^  coin.iM 
catavento.  Tem  esta  torre  nove  janaite  >^K 


S84 


HON 


Beiras)  e^noaàdur  da^Tarania  eilá  ò>fâo- 
«te. 

O  froDtespicio  da  egnéja,  ifiMí  vdtapara 
&,  é  de  grande  magéstade,  oimi  alfttlna 
imagenardé  sanlos^  em  nlckoa  dourados; 

.  Á  entrada  está  ma  lar^  e  espaçoso  paa^ 
É6Í0  de  cantaria,  eom-asseaUMte  pyramídea 
dé  granito,  a  no  cestio  um  gráMla«  beai 
aaatedo  «razeiro  de  pedra* 

As  8QS3  paredes  robusta»  sSo  aiUfet  rcr* 
fHYçadas  esterBamabte  jior  giff^M^  «otoa* 
dos  fHor  pyramidee,  de;  eu}»  baae  Sateai  ha* 
riãoBtulineiite'  graaÉes  carrancBa  servindo 
de  embornaeís  e  que  peiariboceJEt  lasfam-as 
afãs»  da  ditiva; 

Este  graaiHoso  edifloio  racebe  a  Inz  por 
it  grandas  jaaalias  doí  arco/;enyidraçadas» 
8eiid0'6  da  cada  lada  da^^grlfa. 

TiBDi  a  egreja  três  eptradap,  a  da  firentei 
e^nma  da  oada  lado. 

A  capelia^méiv  aioda.qBf  peqaena  em  re- 
H^o  ào  oorpoda'egreja,  éjde  primorosa  ar- 
cliiteetara,  e  as  ^deiraa  ètaoraes  perfeita- 
nteoteeseatpidas.  Bram  o^-aasento  dos  be« 
neficiados  de  uma  antiga  coiletiada  que  aqui 
h»xn;  .■     .    r 

O  altar  do  Santissimo,  â  direita  dafeai^*^ 
la-mór,  tem  um  relabulo  em  meio  relevo 
^'  amiio'  prfnera  merâeiawnito.  Bsiá  i^ês- 
giiardado  portnoailértai  gradaffía  de  flbrrd 
daaradoit    • 

•'Á  esquerda*  áa  eaf»elta*nóiv  oofirespon- 
dèndb  ieocn  e  46  SaatissiiDaSaisranilento,  es^ 
fá^  o  altar  deiNéssa  Seniiora  dar  Dores.  São 
ambos  da^fipfraislíptica  á  4Mim  taiiabalia  dè 
aa»iarla'aiii  férma  de  oonèbai       •  « 

Vemmats  q«aiyo'aKawa  tale^tea  <dDis  d^ 
cada  lado)  correspondendo  em  magaiiron* 
ela  conloresuy  lia  teúipfik 
'-  Nocôra ba toà bo«l  oil^o;  ourfa  preaísa 
da<graad8s  oMwertoA 

Antigamente  rematava  a  torre*  doa  sinoa 
Minoa  céraòlieii  Air#adad&  aanl^es)  da4tie 
apenas  veataid  vesiifias;  <  parque  ^o  reaa»  foi 
daairoldo  por  ant  raioJ  Segundo  a  tradição^ 
este  coruchéu  era  encinttdo>.pop  psa  oorvu 
flfecAaateo; de*  tím -douvado^'  «faesalldva 
táfatas  gi^asaflAMIaB,  quábtas  as-bavas  qua 
dava  <>  reloglDí  e- que  aa  oMani  a  gnâdi 
^Ui|aBiiBÍai 


I  Mb  dia  tô  d&  matça  da  iflSBi  uw  ferte- 
j  tiemprtdaterfa  deslocou  o  f«a  cdhir-uaa 
j  pedfa  de  ^cantaria,  da  abobada,  qde  M  le^ 

ga  fcalMtUuida. 
:Bite:terramoio sentlu-se  ےhi vsfiaaloea* 

lidadas  das  províncias  da  norte,  na  eidada 

do  Perto,  e  algumas  léguas  ao  Md  d^eUa. 
As  paredes  da  agreja?  e  mesmo  a  aboba*^ 

dhtaafli  dado  alguma  coisa  de  siy  «m  racaa 

da  {touca  solidez  dos  aiieerttes.' 

Gomo  ea  as  etimologias  dè  Mem*  QêfhOy 

e  Móniê  dor  Canos,  lossdm  pouoaa,  ainda  e 
pbvo  «Mb  da  vilta  (0  alguém  qué  nia  6- 
mMo)»  seguindo  uma  anIigaUend»  au  tra> 
dl(io^  dá  á  vtita  »  odgeitf  seguinte  c 

Havia  em  remotea  eras,  pf«xnmo<ao  akoal* 
ta  da  Aeborédpf  un  lavradar,  ebamadd  Mem 
(M  Mendo,  que,  eia  ^lu»  dia,  aébobr  elMr* 
rada  em  um  seu  campo,  uma  gtànde  aroa^ 
ehela  de  nromlto  d'o«ro^e  praiK.     > 

Tornlaaaf  cobrir  de  terra'  oasvt  thesouro, 
a^valò  para  caàa  mjDiitafaie^rB.  fira^eaflaflo^ 
eiBiò' quamsulo  dar  papt»i|  malhar  4o  aeti 
felfcácllado,  semi  saber  prinéirorse^alla-ao- 
na  eafaide  guardar  segfada^«para.aaKp»« 
rimèbsar,  lha  disds :  *^  «Ifuitier^jsamè  pua** 
«wties-tiifiplaiTsltegirBdOi  dfgd4efi'qQahefa 
pi«saiie!lel;imaBh  olha  qíie,  oá^fíar  JoSrtdn  inD«« 
tivos,  deve  isto  ficar  iníállivelmente  IgnonN 
do.»  —  A  mulher,  anclosissima  já  por  saber 

mais  rigoroso.  £iie  enteio  disáei^ie:  —  «Ai|-. 
dapdo  eu  a  cortar  lenha  na  dêy^za«,áqijei 
pasmado  4e  vôr  om,i;ôrvo,.;at^>HÍQ  uma  Ml-, 
nbada  de  çqf vinhos.» 

À  mulher,  admirada  de  quid  iiçíf  passara 
parisse,  qporta.por.adizer  â  lo^o  6  n|Uf)4o> 
mas  qiiei;e^dp  cumprir  .a  proq[(e0^,<}e  gnar^ 
ãarsegr^do^ nSo  so atrevia. a.sâhír  de  ea^^ 
receiando  nao  se  poder  conten  ,, 

Tal  impressão  porém,  lhe  fazia  lápor  deu- 
tro,;),qfieUe  insujppprtavel  deposito^  ,que  naa 
comia  sifim  doraúa,.  e  estava  am- perigo,  4a 
rebaaiar.' 


•ii- 


'  Chegqtí  o  mbm«hto  de  d36  p^er  èais  stfT- 
frer  ^  intolerável  coastrangimento,  e  pe*. 
gaada  em  um  cesto  de ir^u,  a  foi  vend^.i 
villa  de  Santa  Cruz. 


uo» 


IfOOf 


•  Já  lè  taba— {wto  onabibo,  fot  c^olaiido  a 
Uttoria  do  parto  do  eôrvo  a  .<]aaiUa  genis 
tnuÊÊêxiqa^  aMgmeiíuido  .msBino  o  iraaiei» 
dos  corvos  reeemiiaseídos  e  invemando  mais 
aigitnaa  fariíBokuridadea  do  partos  mas, 
beor  anteâdidDy  ptdhidOA  todo^^  •  maia  ri* 
9Ntiao  Mgredo. 

No  dia  seguinte  já  toda  a  villa  de  âanta 
Crittifi  liregMaiasiekimmvjmliaa  jaldanido 
parto  dotânroy  eovreel&«  a^gmealadoL 

.  O  lavrador^  yendo  qa»  à  maihar.^  «na  aia- 
tter^nio ibe deu  parta  do  a«tiadQ, e maiH 
4oa  tàueir  wu^larre,  ondeae  rMoÁea oqcd 
â  SOA  fomiiia^e  o  sen  iheeoitrob . 

O>9OtsQ}fi0iiNiQoii  a  ehanar  a  ealaediicio 
— Tonv  de  Mem  âo  ConOr"-^  f^<ioni\hò  o 
nane,  japeiwftCMQ  pequena  aiicnçM^ 

-  l!ett)li#BOQr^o  «ma.  jboa  fabrica  4e!aidas 
e  algofoaa  de  Mrdaai  Taii4>eln  a^iÉ  bftave 
uma  grande  .fabiica  de  jabãúv  de  MiperNir 
qittliáaile*    <        .. 

No  tempo  de  IX  Joio  V  Itoave  a<|Di  imii 
graade  cordoaria  para  a  marinha  de  gaer* 
ra,  na  qual  se  gastavam  annoalmente  50:000 
arrobas  de  cânhamo. 

Depois,  o  marquei  de  Pombal  fez  aqui 
aagmentar  e  prosperar  muito  a  cnlinra  do 
linho  cânhamo.  Mandonr  construir  mais  vas- 
tos armazéns  e  offlcnias  para  arrecadação  e 
preparo  do  linho,  que  a  maior  parte  hia  em 
rama  para  a  real  cordoaria  de  Lisboa.  O  res- 
to era  $ís(9i  feiêo  em  cordas^  que  taslibm 
tuam  par«  Lisbaa,r  Borto  e  outras  pe^roa* 
^es» 

A  cultura  do  cânhamo  é  mnito  antigia  em 
JlonQoirvo,  pois  já  ew  462^  esteva  muito  des- 
envolvida» e  maia  ae  augnentou  com  a  grau* 
40'  fabrie«  que- o  governo  mandou  ediicar 
na  oampQ  da  Corredmtr^.  lotitulava^se  JkQl 
JãUmaioí  Unhoê  canbatm9.  Er^admiots* 
trada  por  conta  do  estado,  e  empregada 
graodv  numero  de  l^raços;.  porque  n'e8U 
leitoria  eram.  preparados,  além  dos  linhos  da 
Yillariça,  os  de  Mirandella,  das  tec|as  pro* 
limas  ^  rioJDQttfo,  e  aftó  de  Pinhel. 

Durou  ^tft  feitoria  at6  Í7^0eitdpt0fs  sen- 
do então  extincta,  4>att  aeí  povfliu»;  nws  a 
cultura  do  liobo  coutionoii  aempre  feaa  gran- 
de eaealai  e  d'eUe  se  forneeíam  as  eontoa* 


tila  áe  Uaboa  e  Porto,  pmf  aignos  annoa; 
porém  a  .^extineção  da  coírdoaria  sempre  par 
âm  ha  esmorecer  bastante  a  cultura  do  M* 
aho. 

Po«co  maiS:  ou  mrao^,  pelo  tempn  em 
fue  foi  extineta  a  Morta  do  cânhamo,  priu* 
Gípiaqunii^s  indnatrtosoa  Ittbit^ntes  de  Monr 
corvo  a  appUoar  ae  á  aertoltura^  cheganãn 
aêé  A.ba;9er  aqui  ama  boa- fabrica  de  setas; 
porém  o  de^emrotiriHKnto  'd*6au  abençoadi 
indnatria  ató  aos.  noaaos  dias^nio  eva  gran* 
de;  mas» «  alguns  anpes  a  eate  parte,  06.p6« 
v#8d'Aquise  dadteàrameom  fervor  ácuir 
tura  das  amorc^ilnis;  e  á  eveação  do  ^tr^o  (In> 
cho  da  seda)  e  hoje  »  exportação  da  seda» 
tm  meadae^  e  da  semente  do  sirgo,  já  áóbe 
atrtna  cifra»  avalladissima,  e  pnemeue  prOf 
greditf. 

.  Estfl  in^x^aUvelmananêlai  de  riqueza  pu>> 
bliea,  reconhecido  como  tal  em  todo  o  eaúr 
felfbo,  tem  IbííId  propagar  do  modo  maia  ea- 
ftísfaelieriei,  por  todi»  elk^  a  plantafão  de  ano- 
leúrafleaínduetriaiericofta,  queha  de  edn* 
yar  esta  terra  ao  grau  de  prosperidade  mais 
«ninmdíftr^  o  hadciiconcnmr.com  o  exeo^do 
paraa  lenemlisaçao  d'eata  industria,  e  por 
Qonsequeneia  parara  prosperidade  de  ontraa 
muitas  jterraB  da  proyinoia. 

Foi  a  comarca  de  ilòncorvo  a  raaior  de 

Portugal.  Tinha  o  seu  território  96  kílome- 

troa  de  comprido,  e  quasi  o  mesmo  de  lar* 

go.  ^  vfllas  conlprebendla  26  no  seú^dis- 

tricto. 
Foi;D.  loio  I  quellie  alargou  o  termo  até 

Foscòa. 

ê  * 

Foi  esta  villa  defendida  por  um  forte  e  aut 
tigo  easlello,  .e  p^r  algumas  forUieaçòes, 
que  a  dominavam  toda. 

O  castelto  «ra  dp*  cantaria  e  quadrado,  o 
cercado  de  quatro  cortinas  com  suas  aUaa 
torres  quadradas,  e  barbacans,  também  de 
cantaria^ 

As  muralhas  tinham  tros  portas,  com  seua 
oubf  lios  e  .bahiarlies. 

Foi  D.  Diniz  quem  reedificou  o  rastello  e 
eonatruia  as  muralhas,  pelo»  ânuos  de<  i310- 

Ainda  era  1847  visiteias  rninaa  d*esia  Te« 


' 


mH* 

UMia  fortaleUL  Todo  (tielios  o  «ast^)  foi 
viQkndo»  ha  poaea»  ânuos,  e  o  tarfseno  oo- 
oipado  palas  aniigas  toriifioafões  está  a&> 
ttialmeate  plantado  de  arvores  e  serve  de 
passeio  publico.  A  viHa  ganhou  em  aformo- 
•aamenio,  o  <|ae  perdei  em  mi^nmaenios 
bistorieoe,  que  recordiívam  ao»  vkidottrai 
tnitto  faetos  gloriosos  dos  mómoÈ  aiit»|»s«a* 
dbs*  Nâo  sei  se  fanharia  naipciciu 

Iram'  alcaides-móres  ^'eate  easidllo  ^ 
8)UDpaioSv  Senhores  de  Vilfo  Flor,  «ujo  aor 
ioai  represente  ó  o  sr.  Manuel  'Attlonio>de 
Sampaio  de  Albuquerque  ifendoiça  Pttrta* 
d#  de  Mello  e  Castro  Torres  Luslgnatío,  4:' 
e  %•  marques  de  Saotiaio.    - 


Gosou  esta'  vUla  grandes  priviiégios  que 
llie!pa8saram.da  villa  de  Smia  Gita  de  ^iK 
larica,  povoação  antiquíssima,  que  existia  a 
4)  bilomeiros  de  Msttosrvo.  (V)/^i^SmMCfuz 
de  Vtíkniça,) 

Esta  villa,  desde  o  saeulo  XSn  íoi^sem^ 
.prespèranflo  e  desenvolvendo- sit,4rté^e  em 
^oaho  de  t7%t,  invadida  pelos  eastelhaWM^ 
«numandadoB  pelo  maorqnez  de  Sánria,  fo| 
sanneada,  eommectmkoentle^èshespanHoee 
toda  a  coâla  de  extonSes  e  •  JaEtroeidadeSi  O 
mesmo  fizeram  em  ouiras  maltas-  povoa* 
ções  d'esta  provinda,  qae  dominaram  quasf 
toda  durante  esta  guerra,  causada  pelo  ce- 
Ifbre  pacto  de  famiUa. 

Tem  Misericórdia,  e  a  capella  e  hospital 
do  Espirito  Santo,  qpie  foi  antigam^one  ai: 
bergaria. 

Os  arrabaldes  da  vliia  são  agi^adiveís^  e 
muito  productivos,  sobretudo  o  formoso  e 
feracissimo  Valle  da  Villariça,  onde  existiu 
8  villa  de  Santa  Cruz. 

O  menie  de  Bebarêdoé  muito  piuoresee, 
pelo  seu  frondoso  arvoredo  e  pelas  muitas  ca* 
^linhas  e  casas  de  campo,  vinhas  pomares 
«  lOtivaes  que  o  aformoseam. 

Na  encosta  d'este  monte  está  também  o 
bello  mosteiro  que  foi  de  religiosos  antoní* 
DOS  (capuchos  franciscanos)  em  via  de  des- 
mantelamento. Foi  fundado  pela  camará  e 
povo  da  villa,  em  1069. 

Tem  Moncorvo  a  singularidade  de  estar  a 
^$Qai  distancia  (7(f   kítometros)  de  sete 


MON 

gralidea  fiovoáçSéa,  qoe  ^ko— Qturda,  La« 
megn,  Vilia^Real,  Chaves,  Bragança  e  W^ 
ronda -^e  Gindad  Rodrigo,  a»iHBSpairiM. 

Ad  Ni,  «a  6  kMotawmM  dn  distaBoia4a 
vftla,  sobre -o  Tio  Saborv  se  ostenta  omaro* 
bustissima  ponte  de  cantaria,  fle  sete  aroes». 
mnlÉ)  antiga. 

«Aft^KiiDmetrofl^  também  aaHi^eMisfemoa 
restes  de  um  peqneno  templo  romaiÉD. 

É  uadiçio  4fÊit  depois  M  godos  «  eontèr- 
tesom  emiiatiBila  «hrisitan,  oom  ia  invoca* 
Qio  de  &.  Mamede»  (cuja  imaf^eia  esiálioj^ 
na  aldeia  dos  Etíenaet^  ^^esta  (hBgufesia)  é 
que  «depois  os  lambés  a  iransférnurraiai^eai 
mesquita  JsmaeAlav 

O  po^vo^amíia  dá  a^esieiOMniimeato^sie^ 
me  de  Mesqiuta.        * 

Bm  l8&5,o  sr.Fraaeiseo  AniMfe^  Qaniei-^ 
re  ide  Magalbies^  d'èsta  vlHa,  achou  «qdi^  e 
tonm  para  soa  casa,  nmeippo,  qne  denoOK 
va  ser  o  pedestal  de  uma  estatua  nteana» 
IlDAia  a  segnintè  inseri|lçãi9 : 


lOVI 
ÓPTIMO 

Hax. 
oiviviírr.  I 

BiOUBNS 


D. 


Blas  Immediaçdes  da  HMiqMa  taem  appa*' 
reeido  outras  pedras  eom  inscrlpçOesèroma*» 
nas ;  pedaços  de  telha  muito  grossa,  e  va« 
rias  peças  de  luintafiSi 

Nos  dtfferentes  pedhasoos.  de  granHe  qm 
ha  por  estes  sitfos,  existem  varias  escava* 
ç5es,  feitas  a  picão,  similhantes  ás  de  Pa^ 
noyas  (vide  esta  palavra)  as  quaes,  segundei 
Argote,  eram  templos  dedicados  a  certaa^êi- 
vindades  pagans. 

Á  esquerda,  da  ni^s^utto,  no  cimo  die  nn^ 
rochedo  gigantesco,  ó  onde  ha  mais  dastaes 
escavaifKles. 

Tudo  isto  -claramente  manifesta  que  por 
aqui  habitaram  os  romanos,  ou  talvez  mes- 
mo poves  anCetiores  a  elles. 

Também  por  aqui  ha  vestígios  celtas^  poAs 
se  vêem,  em  um  enorme  rooliedo  que  fica  à 


WH 

Mim* 

Santa  Mirk^e  Amboio»  em  i287»íiiistít<^ia 
aqui  ama  grande  feira,  a  8  de  setembro  de 
cMa  «iWv'4iadailiii|ft.4aíigeiilioiii,.F(M 
M  «noa  a:  mmf  dik.iMroif^affia;  poróoa» 
ereando  o  mesmo  rei  a  feira.  4e  Moqmpvo^ 
em  1319,  veio  aqoeUa  a  perder  muita  da 
soa  imporiaittiik  . 

D.  Diniz  é  que,  em4288,  eievou  Moncor- 
W  árc^tèeeiria  de^,viU9,ifOBeedeiiAQ*lbe.4io- 
Tie^ipriviteiio»  (alem  dos  ^neijá^iotiar),  a  Aeur 
4a  «oa  d'«l|^  que  m  devfiW^s  qnç  pfMr« 
aqui  Yiessem  habitar,  não  pode98ism*4Qr^Ke<- 
catados,  por  dividas-anteriores. 
'^^túiu^éd  lMMaerifq,]909io>wyik  e«msi- 

'  >D0ppiet  teflS^  foà^l^  tasB9k  e  deputo» 
/itmfiAe  4d«  ifonoef  vo, .  Giwisilovii^  ^Bedrei  4e 
Mofaoi  Sarmealo,  que  bi.&QeBO»eabaiíiiidoK 

Por  seu  Medmento,  foi  feito  barão  ode 
Moncorvo,  sen  filho,  o  sr.  João  Pedro  de  Mo- 
raes SarmeatQ;.ii9}ffi9i«.€9i|dí%<b  Torre,  peio 
sen  casamento  com  a  filha  e  herdeira  dos 
imrqueies  4a  Fvonieivf^ 

Oe.meiboras  edíAcioa^da  vtUa,  são  a  ni»^ 
«iBitosa  egfW-Matdc»  <t  o  hospital  4a  Mi^ 
ricordia.  — 

ffio  ha  mu  Pestogai-^m  meamo  M^r- 
Pê\4o8  M$9^9)  luui  tio  vaata«  lao  rlaa  lal- 
na  de  ferro,  qqoio  a  da  seara  4e  RebcwMo, 
joaio  a  •Maacoffvo.  Os  skíos  aada  aknmda 
Mais  o  iQiinaFlD,  tò^^^  Firo^  -^oa  4prwai> 
Alto  do  Chapéu,  Barro  Vemuíikot  a  Satfmt 
IMf  itfesta^regataia-r^e  €a^efP  diíêímtfiSk 
finogneck  deiF«igar,  d'e(^te  eooeeihou 

fimnaffço  de i874,  (m ^soneediAaestaalT 
ifeQQft  mina  (a  de  Cabeça,  da  Miia)^à  Gmnp»- 
íhkía  dâ'  essplmfofão  4e  ftrfv  4a  serra  4e^  i^- 
lorêdo. 

Biase. me  «pessoa  eompeteate,  qna  o  iniie- 
no  doesta  aerra  oontem  mais  de  70,poreeii- 
to  da  ferro,  da  óptima  qoalidade,  e  que  en^ 
alfuns^itios,  se  Jfae  póáe  afoita»enm  daf  o  ; 
iMnae  dey^rro  naUm,  j 

Se  houf^se  aifiiifO  aeeeasario  comhusti^  | 
vel  (vegetal  ou  mineral)  as  am  caminho  da  j 
Iam  poissaa  eita  aitto  em  rápida  eonima- 


um 


m. 


i^fiaçia  eom  os  gmaifi9  aeniros  iQ4qetf iaes» 
ou»  finalmente»  90  não  |o3se  tão  dispendíQsa  % 
canalisação  do  Sabôft  e  estivessecoocioiiaj^ 
opDstruc^  do  caminho  de  ferro  de  9ofiro^ 
seijafoa  estas  vfkiu^  uma  incalculável  fonte 
de.  repeita.  e  ^q  gr^^^e  elem^to,  ^  pros- 
peridade, para  a  companhia  exploradora,  e 
para  os  povos  d'estes  sítios ;  pois  ha  aqui 
fpfvp  !%ul^fMHe(P^aa  £oiaiecer  tpdo  o  rano 
d'este  metal,  fe  ainda  ^ara  ej^por^açãp ;  po^ 
réy9Q,só/<i^i)H  emfij^i^^  que  possa  dispor  de 

alguns  milhõesde  crusa4of>.  tinàf â,  iw  r^* 
saltado  vantajoso. 

Em  ^e^mbro  de  1843  e  janeiro  de  1844, 
estiveram  os  povos  ,d*estes  sities,  20  dias 
s^9^  vereo^  o  ^<4,  por  causa  de  um  den3is- 
síjDQQ  nevoeiro.  Êsuva  tudo  coberto  de  ne- 
ve, e  o  frio  chegou,  a  3  graus,  abaixo  de  ge- 
lo t — Chagou  a  gelar  Q  lei  té  t 

Principiou,  o  nevoeiro,  a  13  de  dezembro» 
6  durou,  até  ao  1.*  ^  janeiro^  sobrevindo 
iljestQdia^ma chuva  branda,,que  o  dissipou^ 
A  neve  caúsou.grandes  j^rejulzos,  destruindo 
com  o  Seu  peso,  muitas  arvores,  principal- 
mente oliveiras. 

Estfkoai^^idade^  abrangeu  todo  o  espaço 
que  vae  4e9de  os  Estevaes  do  Mogadowv 
até  Macedo  de  Cavalleiros^  chegando,  em 
Traios-Montes,  muito  abaixo  de  Mirandel- 
la;  e  na  Beira- Alta  até  á  villa  da  Meda.  (Vi- 
de Beborida  do  Monte.) 

No  cimo  da  serra  de  Reborédo,  e  a  !S  ki- 
lometrps  de  Bloncorvo,  está  a  aldçia  de  Fel- 
gueiras^ pátria  do  famoso  chimico,  Thomê 
Rodrigues  Sobral. 

ll>epqis40'aaqw  gerai  a  gr^ndea  cruelda- 
dee  porfof^  pasaou  esta  villa,  em  1761,  co- 
mo fica  dito,  foi-se  tornando  pouco  e  pou- 
e^  1^  S9B  aoiiga  espi^dor,  pisla  ana  indus^ 
tria  agríoola  e  lahnl^  sendo  a  principal 
élemeilto '-  de  prosperidade,  a  euHafa,  em 
grande  escala,  do  linho  cânhamo,  creado  nos 
seus  belios  capnpos  da  Villariça,  fertiiisadoe 
pelas  iHaddagie»  do  Sabor;  e  pelai  produc* 
çSo  4e  óptima  seda.  > 

1  Já  em  1369,  querendo  D.  Fernando  da 


386 


ifOK 


Até  IMO,  teve^Moiièorvo  por  araai-^m 
castelíô  de  prata,  com  'nmt  «ó- torre,  e  de 
cada  lado  d'e8ta,  nm  oõrvo. 

B.  Manuet  lhe  ãen  po^  armks,  m  de  Por- 
tugal, em  eampo  ^  ptlVpura,  e  por  Mxo 
das  armas,  dtt^sesplierasarfflHares,  depn^ 
tra—SSo  as  aetmes. 

A  parte  mais  anffga^  pott^açlo,  ííhaliia- 
da  propriamente  a  pMlã,  está  dentro  da  ééf  • 
ca  das  muralhas.  A  modertiâ,  ehàmadaAr* 
f^(Me,  é  extramttros.  * 

H^  na  villa  am  bom  e  elegante  chafariz, 
em  forma  de  urna,  com  qaatro  bicas,  ali- 
mentado por  nm  abundante  manancial  de 
óptima  agna,  na  serra  de  Beborédo,  d*ònde 
vem,  por  ei^paço  de  }  kfíometros,  còndnit- 
da  por  canos  de  gratiito.  Fornecia  o  conven- 
to dos  capn<.;ho8,  e  Vem  para  este  reserva- 
torioi  d'onde  sae  para  outra  fonte. 

Além  doeste  bello  chafariz,  é  a  víUa  mul- 
to abundante  de  óptima  agua,  distribuída 
por  sete  fontes  publicas,  além  das  particu- 
lares. 

Ê  tão  saudável  o  cjlma  d*esté  terfitoiio, 
que  não  consta  ter  aqui  havido  peste,  nem 
mesmo  quando  tem  invadido  muitas  povoa- 
ções limitrophes. 

Consta  que  era  natural  de  Moncorvo,  à 
célebre  Violante  Gomes  (a  Pelicano)  aman- 
te (algnns  dizem  mulher)  do  intente  D.  Luiz, 
filho  do  refi  D.  Manuêr,  e  mãe  dO  Infeliz  e 
mal  aconselhado  D.  António  I,  o  prior  ào 
Crato.  (Vide  Crato.) 

Também  aqui  násdea  Pmnehlsa  Botelho 
de  Moraes  e' VasconeeNo<«,  auetor^é  varias 

Portugal  di^pnlar othroao' deCaet^lla  a sett 
primo,  D.  HenríqoA  II,  se  uniu  (»  rei. porta  * 
gui^z  com  o  de  Leão,  a  com  o  rei  mouro  d€i 
Granada,  c  houve  uma  guerra,  qu«  feliz 
m»^nte  terminou  pelQ  tratado  de  Évora,  de 
34  de  março  do  m^smo  amie.  Foi  então  ala- 
cadia  pelos  caetef banos,  a  praça  ^de  Monc^r* 
vo,  e,  posto  que  estes  a  não  podessen  to- 
m-4r,  as  casas  e  pessoas  que  estaVam  extra- 
muros, tiveram  muiro  que  soffrer  dos  ini 

IBigOS      •  '    ■  * 


obras,  sendd  a  mais  aotaivef  á'illas,  o  fm^ 
ma  heroico^E/  il/fofwo— cujo  assumpto^ 
á  fQttdaçio  da  meiíarehia  porcngoèza. 
Maseea  e  morrea  no  aeecilo  XVIIL 

Ha'  aqui  «a  abtradatfte  mércaiáê^  no  4fca 
•^ê  <fid%  M»,  e^uaa»  grauáe  fsira  a  13,14 
e^  iS  4e  agoÉlo. 

Na  freguesia  ha  varias  enuMiê. 

As  priaeipaee  prodocçOes  éo  tennè  éè 
lloneor¥o,  alo  tif  go,  «enteio,  niNio,  llaiM», 
henan^ft,  togttmes,  íraotas,  niiiio  aMke  4 
algadi  vtttiM. 

IcnCo  áliilla,  ^tá  a  eipfeMa  <ie  NàtêaSe- 
nhara  da  Esperança,  vnlgariMBie^  íTmm  ^0" 
nká¥a  dir  R»a  Cúiúáds,  sêm  âuvid»  por  wr 
emoo  aatige  ttoMe  d^Mpuelle  aitié.  ÉwaiiD 
aMgan  ermida,  e'a  asa  padroeira  de  par* 
ticular  devoção  do  povo  da  vUla  e  am^a^ 


res. 


.1' 


O  1^  Aos  llQvitstaB 


•   » 


Com  razão  se  ufana  a  vHla  4e  M<»teuyfO 
par  ier  a  pátria  de  CentfcmMHa,*  o  4ámdso 
pertngQea  qtie  era  Parla  a^rècea  •  tiinto 

de  RBl  DOS  FLORISTAS. 

Teiífto  tiato  de  dlffereiítes  «iodos  esorfptsi 
a  Hiegfraphfh  de  €onstâtitfiio.  De  entre  todJM^ 
a  naals  acreditada  é  a  aeteufnte : 

•  GWÊ^oÉHno  -Jê^  Mârqmêg  de  €ampmk>  # 
Melh,  tfaseen  B^tala  viU»,  a  í%  de  igoaio  te 
IWI  (ott  IMI.) 

'  firaiiho  bastardo,  naa  de  'bo«  HiibíMi^ 
tanto  da  piar$0'do  pae,  oono  âaiiiiSe.tBsCii, 
paira  eneebrir  ^  sm  4rro^  o  inaiiéoQi  ape- 
Ofts  vasctdo,  erear  de  leite,  para  a  aldeki4to 
LaWMfeo,  proxintt  á  vWa,  aem  le  poblioir 
por  sua  mãe. 

Paisad»  »  lactado,  fel  mandado  p4im  a 
vUiade  AlfáodpfadaPé^  onde  passou  oa  a»> 
noa  da  ínfanela,  em  eaaa  ^e  um  lenMrs^ 
ehamado  António  José  Gandido.  Na  aoat 
adolescência,  regressou  a  Ifoneorvo,  Mia 
eftevcim  o  mtater  de  criado  frava  de  te- 
rnas casas  panlcvlares. 

Logo  dMdotnança er»  iQdteaáo .a «iter 


Mm    ' 

Hòtéê  áftiéiaed^  ^  AlbdA  a*»!»  vlMa  ie  eon- 
éertkm  aJ||[Qma8,lèllá8'B'Me€ri6iop*porelto^ 

TAttftB  tkid  pftteifias  qttetiasi  qn»  êMe  lés- 
86  fMe ;  tnsí,  «omo  iii6  #Dlia  Toeftfâo  im^ 
n,  a^  ^id«  ihcmaati^a,'  e  «Só  podÂdn  reato- 
Ur  ás  ioatancÀ&s  i^itói^dM  de^staa-litta^-ioi* 
giQ,  em  189D,  para  Yfseu,  e  Ahi  sentou  pra- 
ça AO  batíHiSó  é&  n^dorés  nt»  0;  <}«to  'ea- 
VBò  t»tata'  íeBÉpàfíiriíãiMir  n^i^^mlh  ci- 
Qadei 

Na  ^erra  ehsiiMda  òh^poêíta  ^inS)  foi 
Mio  eabo  ée  esqtofttfra,  e  n^esié  ^00(0  M 
eom  o  seu  batalhão  f^a- c»'ÁçôreB<Hiu 
Vercelra)  onde  aprendeu  a  teer  ftrf^de 
peoaá,  tlM^  o  4^  ganltott^algotti  diitieim 

im^  *batea  dé  sèrVíçe,  bonseinrandò^aa 
na  ilha  como  florista,  i»é^i«laMtfa<to«Po« 
t*9  liberaês  áW/^igíndo  «n^»  (MM)-^ra 
Tonofâ! ;  Onde  Benfian  prali^  nd  haialb&o 
m  vlftliilitlirios  reaKstfts  de  Yillarkir^e  é 
por  este  faeto  que  aigonê  o^AiMá  oaiural 
d'e8U  yjlla. 

Bm  488t  viái«Íion'  MT  o  sen  hitrilâo 
iMh^  o  etéreo  do  i^to,  00  poM  é%%L^  lar- 
gdDfto;  e  d(<¥ielBdo'ceittbiltí<dé  l9*dB  setem* 
bro  dVsse  anno,  foi  feito  porta  bandeira,  yor 

Sm  agosto  de  1833,  veio  com  o  sen  bâta^ 
Ibio  para  o  cerco  dô  Lisboa,  seguindo  de- 
pm*^  istprêtió  lêgiliÉiíeiaaaáeá^deihMA^o 
êé  Ekt^^m^Met ;  <depMè  dè  qMlf  aebmpa'- 
ttHMÍ  o'S€«í  réi  para  o  estraageiroj  olngané 
dO'a' Geoofa; è»  ddelQDlio de 4im. 

Todos  08  companheiros  do  sr.  D.  IfipMl 
fêMUtt<  alK  Muito  b«n  reeebldos,  oMraido 
ai|Ms  mo  serirl^  noíilltfHr,  eom  os  postos  qoe 
lÉiilaiB' MS 'VbPtHgal. 

'  (Mtasianifoo  preferio  sèr  florista,  eooné 
tal,  foi  para  o  estabelecimenM  do  b:>m-VíbIÍ- 
lavd,  onde,  niò  sósoapdrfeifoooDaiíaeltira 
âasfliinss,  mas  também  apreaduc  todos  os 
«sgredos  da  eonfeiecgo  das  Intta. 

Em  pooea  tempo  exeedea  ein  periMlçio 
de  trabalho,  a  todos  os  sras  eompasMvM 
éa;asatoo8  os  sexos,  que  irabalhaiFam  n'aq«el- 
lo  «Btaèeleeimeiít». 

DèMfaado  malsampkis  horiaoBlesMoa  já 
então  famosa  nomeada,'  readlwQ-  hir  pm 

I 


flUHI 


m 


MJ^yàmú$fáy  lhe  dda  orna  earla  do  f#  *  sons 


o  fiam«r«  Flaomt*  oétshra  flpv 
rista  de  Paris.  Sahia  de  GenoTA,  viakoiijd^ 
pvihd^aeaijfahHqaaf  4Ío  fl^iMS^  do  Xoffifi  e 
Leí^iuflhi9an*>,4:fiBnâ,4r  UAs^tmoi^ 

dá  èM4J  uv;  .-• ;  1  :  I  . '  ^.  .  j  •       ,  . ..[, 

Mr.  Fiamet,  parAieBpi|rimemarjtJ)i4)(Ur 
ésii^o  Isea^TMrfanpMiáadD,  o.man^QiAqEer 
moa.naiéídÉitfleeOsiide  ptuâ.  êsám  esto^d^ 
tatpBBirf#i,íqvn{4.gtte'dAfiiacMiaalii>.  emr 
proa  por  500  francos  (90M00)  ^  para  o  4t- 
CsiwariiiwaliaMMiMgiiialbttrí^.I^^ 
itp|ifa^qoafânMtii»|amma»   .     , 

Desde  então,  a  fama  do  CímUÊtÁnç^M 
■PiwffiMési»  a»m  .iaiMi«».n^iAaw.paspio- 
santqnte  as  MmdultiMfiM,  Mip  na  flo^ÂJ^ir 
iidadi^.«ôc^ia«)pAj*,fri|soiir4^  #P9)Q-A9  % 
dos  os  mais  accidentes  da  DaAlU}e^.qi)e4pr 
dO'  era  iRdr.fiils  tDiModwMo  ^am  pa^npsa 

oGtòaiáe^lwiWíiraiPAriSi^iaisamfixlo  de  iw» 
dotsiM  fllti^  Çimwimiao.Ui^  kviHi  dfia% 
nmaí  i|Li)ir#i/Q0air4»ifQft4í/Ppr  eik  .pedmdo  .# 
rai|falMt4«o  i^saUMf^íA  ^  npaú  lhe  ^gfv^ 
âaise  (sfiQt  ihjãí  {$l«»ri,  ^iie  moa  ^a  arti^olipl 
e  outra  natural^.  <i*v  ,.,  . 
.  Vtedaiif f aÍAiia^  PW^^a  oa,  escolha»,  Kias 
deixou  ambas,  dim4(;^4|ie  m  dia  segjdiplp 
viria  buscar  a  regeitada.  Passadas  24  horas^ 
fQi  tto-pao^»  ^  eotao  Awlia  lhe  disse  oftas 
N#vira%  iiis.fi^ jflFAa^.irepiíiiram  #oir.  todp 
o  mundo — <Âs  suas  flores,  l49m  a^pas  aqi^ 
diAir4P0%fte  Aa(u«aea;  ^qne  efytaa  ymrcliam 

o. jis\tiím  ^ãii^/^^QímA» uo^ mãe exixor 

moi'a,  escolhendo  a  coroa  virginal  par^  Vffk 
Q{h^|iódoa.?s(e  fííHito,j»^.Hliiidi<^Afo.po- 
d^odin  i<Hmb9c^r.  wi^i  «era  a.  wte  patar;ij|^ 
oa  fuH^AcMr^pi^iio  qoL^  « jpK^rfsição  /qasp 
adipiranef^  ;:♦... 

Pesde  3nt4p„^^H  .GoostaniíAo  gein^lmiofate 
accIanuLdo;i|«i(D(9a  Fu^aij^As.. 

ABsodsra«*sé  em  Pari^  eom  mr.  IsidoM^ 

1  Um  francoy  verdadeiramente  são  10  set» 

alijoAM),e«ada'am  d'estesv  valeSréis  da 
sso  moeda,  vindo  per  Unto  cada  framio  a 
ser  áMiiéis;  mas- eu  £M»-ilhe  a  coma alQD 
réis^  qnaé  o  'taÊUia». metuo  do  iseu  «alor,  mi 
Foffti||giL-*i|]mafnoeda  de  jS  lraiieo%>iem  iflO 


voLina  V 


» 


^ 


910 


aRIR 


íittidttÉQriiiit  ftUB0to  mtMMwuÊiotémmaA 
^«riis  fúdOMfift; 

TtMla*  as  cortasse  ciBaA^piliieiptet  4iE«« 
Mj^  eiif^má»  dst  Amérin^.te  aMtauMii' 
davam  flores,  e  a  soa  fabrica  em  bMM  fiai 
tpAméír^  ã'em  tmsriK 

Ifa  eupcMlçao  dé  1644^  ditaíTeio  i««  pnh 
ttio,  et><a8U  BoiMlot  MydM'prilD0imipfD» 
t!iftinadd§  yiir  ftaii  FliUippe^  no  pilfloiai  dat 

¥rm&trm  a  iMMaMite%.  a.6iiaB»lretaBliA 
e  a  Itália,  para  e^UukiP  p«atkiMieBtq>a  ílom 
éV^a^llM  |Kaiáe9. 

*  ▼i»iloofi»0pyraMMi^'e,àea8i»â»^gnmi 
flMOi,  M  oma  afaiMiHttie  folheia  dd  pfam* 
ttfl  fftras;  dia»  dMde  efttio^  a  soa» rnidè  foi 
tm  deeadén^Jià'. 

BiA  1880;  rdeot^en  fttfer  «Ena  Tisiu  Ã  sfu 
pátria,  qae  sempre  extremosameole  tmmK 
Cbegoti  a  Lisboa,  oiidie  teve  a  nsrèeida^  re- 
cepção. Tarios  escríptoves  0  atftteMsi  Ibe  ése^ 
fatt  um  etpleiiâiâo  jaMar,  m  kotel^  úé  Ixu* 
4ía.  O  viscoflde  éTMdífAêê  Gart^tl^  lHe  M 
Tirna  sande,  «compaoliada  de  âo  èeliaS'  pt* 
1aertk9  (ooma  elle  as  sabi»  dteer)^  qoe  eo«M 
moveram  todos  os  presentes» 

No  Porto,  e  em  oiMte  tei^f«a  que  vMloa, 
1M  summameme'  tetfjado: 

Regresisatfio  a  Mfis;  osseiispadbolmen- 
los  agcratar amosè,  reoeitando^e»  01»  me* 
diees,  tom  pairtos. ' 

f reèpasMiQ  o  'ébtst  estaMleeimento  a  3lbf^ 
ehãis  Fií*êrê9,  e  temoa  para  PoringiU,  em 
«54. 

Âdiando-se  méNfor,  voftoo;  no  tAeMOio  ^n- 
M  para  Prímça,  e  annQUando  (jndidalinen* 
te>o  eontràto  do  trespãs^  (jtie  hattò  feito 
— por  falta  de  cumprimento  de  algfitíiasdaíiH 
snlas  dá  esertptara^^tomou  de  nove  conta 
do  seu  estabelecfmeatt»,  eikr  1885. 

Com  a  desgraçada  guerra  franco-prussia- 
m  e  depois  com  a  6a»inMm(vsoflr«u.gran- 
des  prejuízos,  que  lhe  fizeram  recrudescer 

^  Nas  êxpoeíções  aaiveinsaies  de  Londres . 

e  Paris,  apresentoa'  seu^re  03  seus  prodôr 

*etos  «MM>  pontgoetea,  e  na  secçiè  poito- . 

<faeia«  MajmialKiapMiiáov eete ras^iDde ein- 

«ttbro  poiriaiúmo^  é  uma  âaaaaioreeflorisfej 

de  Gonstamiao.  ' 


wm 

m  aeiis  aaiigd»  padaifaMPtoib  e  49{^4t 
jÊtu  véda<ebeia  dA gloria eaivantoraai fatte^- 
oMi  enuma  <|vii«ta.quefiQssiiia.proxii9P  a 
iMrcyi;^^  i874i  foaado.  tencioitaira  l^nWi^ 
oarestoa4(isi8eu0<baverea«  a  v^r  ètalm  il^ 
tiiaaafaltíiiiosdM(i)da  ena  vida,  . 


N'eate  aonoeUi^  lu^  minau  do  ahiuabo» 

Éfiaaw.ena  iodo  omío^a  itmi^ndo»,  dia^ 

licadamente  coberta,  de  Moncorvo.  Ha  catana 

tfesitfilia»4piaai|iortamiaiwn8^lwi4ypyte  3U)0O 

IfHmpriíiptafli  de  amaiwtoai  TaBifrfffl  a^QÂ  $0 

fiMioa  «iptfma^qiMliH)- 

HMAAr-r^riagiaea.  aatigo<-T#iírta».  pi^ 
paffieMi  da  Ioda  a  faeinba  (de  i^m^.m 
aiilbfi),  qiM-oa  fradea  davaaa  anoa  palmikP^ 
paptartaa  daa  .eoirraotoii 

llOiniiO^'-l^gaaiía;3eiriiAlMW4W^C9sH)i(w 
oomaroa,  bispada  diataieto  ailiiiini4l|iliw  p 
«  Itiloauitroe  «o  K.  daYiawv  SW  ad  N.  dn 
Uaboa»  140  fogos». 

Em  1757  tinha  51  fogos. 

UraiO  Nassa  Senhora  ida  Ganf^glo»,.  • 

A  otf  tia  apsasemava  awMlmapte  o  onqK 
que.  tinha  4(WÒQa  i4isda<eMi9W,.A4hpé 
d*4tan 

Esta  freguexia  foi  ereadapelos^amQai4(i 

mie. 

EÊBfUaAfMUxK^  RebeUp  ¥eU|o«  a«a  apfti- 
Ihar,  D.  Maiia  (Sardaso,  da  aidais  daliNsa% 
loaiitaÉram  ama  rica  iamaadada  4a  Hawi 
Senhotfai^da  (&oDaai||a^>padn»eiKa  d*<aila  fnir 


Fa&ao  apaimem  aata  no  livro  da  iimai^ 
idade^  eoa  8  de  noaemtato  do  mesaiaaMít 

Os  seus  esututos  forao  aopftrmadoii  pate 
èbpa  de  Visen,  D.  JèSo  da  MeHai,i*am  M>de 
deieliibf»  da  tM8L 

DO'  nm  assaato  do  masaM  ilrro  aa  vé  qM 
o  éila  Anaiaio  RebeUoTeUM)  disptaqM^ 
feita  uoia  armada  qa»  teaoionava  aaaslãiiir 
a  Ndaaa  Benbofta  ^da  Goaaaiçie^  aaria -ai  ir- 
flMidada  traasisflda  para  iá. 
•  Airam:iefoamadaBeampiiado8'08  aataMi» 
tos,  que  o  doutor  provisorda-díoaeaa,  Mkè 
AimauGeraaia  d' AèasMv  coatomHa  aaa^ittlS, 
seodoibispoi  Jk  iel»Ayaio<  floanaiu         >  1 

Em  1674,  e  no  meio  da  aldeia  de  ¥t^^ 
#iifiòoii  António  Bebelid^tfllM^aayeiiDli^ri- 


mm 

mento  do  voto  qiH^^i^  ^  fBÃ>n¥l!ft W  Ijl^^iam 
foito,  a  eap^jii4^  Ijíit^m  89il^i;«4)^A>i^cei- 
00.  Pallecendaf».f0A494o^v;W^i.4P^  con- 
clusão do  templo,  fjtiif|t§  IM^^JM/^  P<ir  seus 
lierdeiros ;  qn^  ^MÍP  WmmAm  ^  ima- 
gem da  Santíssima  Virgem,  fosse  para  a  ca- 

Yas,  ou  solteiras,  de  bom  procedlmfdf  |fl|^ 
Eram  admittidos  á  irmandade,  os  mora- 

Uàt  Ttavaasoa  de  Baixo.  JBLio  de  LdbA.  Saurt 

A  ennida  está  em  .frenie  .das  casas  uda- 
focam  de,  M^^uot  Eercai.  dei  Almeida. 

Quando  este  moiim^hW  ^VÍ^WWííKí' 

i»jil^n;|f4;^  ^.im.^im|(V  9  dí,WHWAr<> 
de  Í685,  áii^(^'^  ;^,^;em^^fifif^ 
meira  missa  e  fazendo-se  uma  sumptuosa 

Foi  préMiJiqi;  D.  fr  ^If^^^q  d^S.  Jp^o, 

TOltaWW  *i^t<¥>ií>9i. « Í?i3pa  !*í ,  §.  lííPfflí^ 
Juirtp  â:çap^a,.ba  ^^si  gi^^f  j^mj^do- 

«os  çj)^i{4lh%  #6  AO  verão  tomam  o  sitio 

IresGo  e  alegre. 

l^qijl, j^te  d^.^o^lisivtera^  çuÂos.  r^mf^ 

WfKliP^  Vaio .  r^m  d.  l^tUMWr  0%  ^^SW: 
adneentes. 

ípplíb  |^a.i^-w4«í«4^yi§^Uiflí)céa^..e?;i 
Pii4p^Jb^.a,pí^v^ão  de,Wg^Aão,./Vi^  fl(^t, 
vam  sen)  |^g«|a.p9jca  he^er,  e  para,j|.^^%.dA|i 
seus  campos,  desistia  do  seu  intento,  e  a 
agua  contiQuo|]|ia.'f^r  propriedade  de  seus 
legiiimos  possi:^i4$«'eft,7..         ...)f   rj 


msí 


' HMM* wBw^nPrmd^  /9AW  Í(P^A(  ?#ífB 
Alta  e  Douro.  Nasce  na  serra  da  Estre))^ 
perto  da  cidade  da  Guarda,  e  morre  no  oeea- 

lo«Mrit84fi  <WI^  feqilq^DIlQecaxfl  tpr-^ 
a  Foz-Dào,  até  á  barra  da  Figueira. 

Strabã^^4§,l^  ^lpm^l^|fjytf^rT-^,pf), 

Posto  que  este  rio  Síiia  inferior  em  beile- 

^  3»  *M*Q,  ^  Wn4a.  ma^  a»^  MWk  *  «WÍ» 
Cí4*ç^#  qíW::iBVle8fcPW>|fa«ftaf  ppf  Cflflf-. ' 

9iWe  o^èispado  da  Ouarda^  do^TIseu 
e,  'depois,  ^estei  do  de  Goldibra.  ' 

É  lAràtBSSadd  per  kMè»  pontes,  sendo  tt» 
prinéffisles^  as'4»*GeloHbo  da  fieira,  6y>Md* 
ra  do  Conde,  Tábua,  Nellas,  Pdirtelia,  Goim- 
bTA'  ^,  dU'4.*X^ftQgufisda  em  8  demato 
dè^l979,  e  a  dO''e«minbo  âè  ferro  dio-Nórt». 

Dá-se  o  itott0'de  Ait9-M(méê0o,  á  paAe  Oo 
riô,  deedols  wíá  naeeefrte,  aiiOstebra^e 
Baixo-iícndêgo,  desde  esta  cidade,  até  á  fi- 
gueira. 

No  A)lé4fondégo,  entrados  rioe  Dão,  Al- 
va e  Geira,  âMU-  de  mdiloâi  ribdlrds  e  rega- 
tos. 

No  Baixo  MMiééfO/  entram  os-  rios,  An- 
ços,  GamM^  Botão  ifque  4epois'seehama 
Valia  da  GéiHu)  e  varies  ribeiros  e  arroios. 

A  mais  deleitosa  Bavega^io  d^esie  rio,  é 
desde  ú  ãUMto  do  nsosleiro  de  ft.- Jorge  e 
Quinu  MiWla  Pf^nca,  áté  à  sua  ft^z;  pela 
mansidão  "^  sua  corrente,  péla  Vieta  de 
Goimbra,  e  dos  dilatados  campos,  serras,  ou- 
teiros, paihà(súéê,  quintas,  èasas  d^s  eampo  e 
arvoredos  que  estanceiam  mate,  ou  menOs 
próximos  de  suas  formosas  margens. 

Entre  os  sftl09  mais  ffamosde  que  por  aqui 
se  encontram,  mett(ílobárei  òs^  Sefliintes : 

A  formosa  bêMiíA  âo  'Âlthêfoè,  com  as 
suas  successivas  sMMaB,  até  á  notável  villa 
de  Pereira:   •  '     • 


r.   I- 


09w 


mw 


*< 


Yèiga,'  em  qèe  ^mina  uma 
▼era. 


QtíinkL  úas  CofMn^-PDfáiosapr^eiaâe 
do  sr.  D.  lo8d  Marta  âé  TaseolAcell^sAteMK 
aò  StKa  Garvalál,  b^Me  4a  'Qatem  da^  G^ 
nas. 

BM6  àivalhetro/tratKitidá  tsete  todã^^a 
amabill^ilô' a  súa  qtiíBta  àà pedboiísdèMi 
tes  qae  a  qaerem  vér,  assim  como  o  sen  pa« 
lado,  qoie  está  -ridámeiífe  mébibt^. ' 

É  preteoça  d^sfa  propHèdadid^  a  littiMa 

é  ttm  binliol  de  i^oetas.  A  alitta  riS^re-seaMI 
a  sentimentos  novos,  e  se  sente  porifleada 
n'aqQelle  crysol  de  flores. 

A  Lafat  |do0  S^tçios»  não  éninawiiça 
eortada  de  rua^  001110  emgeraliQ^os.osiU'- . 
dina ;  é  como  se  fora.  uma  jlba.  Soi9it>n^  ly- 
YQr^  tlor^Sy  ludo  alii  se  encontra»  poetica- 
mente diaposto^ 

Dopois,  a  vista  do  Kondégo,  bordado  pop 
los  obonpos  & malgueirop^.tiulo.nps  encajota» 
tudo  nos  prenda,,  tado  ops  fosçimi, 

,Da  Li^  dos  E^iísioci^  dn^o  sr.  A.  J(.R» 
Condeirou 


».».  i« 


'  i  j 


t  • 


AoDfte  as  cordas,  da/lyr^ 
Vão  temperar  os  trovadores; 
Onde  vôa  o*  .penaaoN^  . .    . 
Qnde>  os  plmnosos  caaítorea   . 
Soltam  lõu  Aotas.ao  vento^;    . 
OadQ  o  Hoiid^go  sospira , 
Enire  .os  riunas  da,  Xuibi^m ', 
Onde  á  larde  a  branda  arag^in 
iUnbala  as  coroas  das  floras. 


£  Jqsó  Freire  de  Searpa  (qae  Mecen  vis* 
conde  de  Gouveia») 

«  •  >  .  . 

... .. £;entil  gruta  formos% 
Toda  vertida  de  musgo, , 
Coberta  d'bera  viçosa^ 
Recamada,  perfámada» , 
De  Jasmim,  de  myrto  e  rosa^ 
Á  sombra  de.  verdes  freixos^ 
Á  sombra  tio  amorosa. 
Baiikliamlhe  a  plMitá  mimoill 


Sereeia^  obiàs  do  rio, 
ImpriniiiHlúr^hv  mil  bdijds 
'Gotia  suave  mèitnurio. 
ti^  grata 'flolltatia,' 
O  sino  doce  eisotislbrio.  . 


l    n 


ffloa  a  ^cantadora  *Lap»  ^d&ê'B$M»é,  t  tt^) 
loniétroii  aefmã  âe  GelíBbra,'  e^alM  t&i^  fte^^ 
.quentemente'  dèfanèar  òs-  aisadémi6M.> 

Diz  o^nAngtmo  Mettd«s  SfmdesdeClás- 

pag.  lAty    '■  '    ••  .  •  . 


.1  %  ••  > 


^Nada  se  encontra 'allide^abíicttè,iienilr 
.de  gratidfo^ò;  ma^  om^^vp^efaçlbeò^tosfr* 
'O  engraçada,  vestindo  o  pendor  dè  ttàia  eéi^' 
lín^  fbtwandò  eopatlas  atáteréds^,  á  c^a 
sombra  tódo^^rpre^iàm  passat  alj^masM^* 
ras,  ònttndo  o  eantfco  das  yves,  mf sttiráde 
snaNFémemeeom  osn^sturro  do^Mondégs^* 
qaé,  pa^sandc/  ao  sopé  dò  tnonte,  rooíoreSir 
deleitosamente  nas  folhas  das^arvore^,  qtie  W 
inèfíY^atn  práa  còrrèDté:   •  ' 

B'emrd  o'bOsque^hô  Mifgéiio  aqiA  éltlll,- 
no  eiitto  dé  todiãs  ^vas,'  eof<i»das  à  pfqte 
sdbrèorio,  e  ^^grfnaídadas^deYíçossb  faé^^ 
rá!i,  emii  variadas  planta?,  afgans  àilrauM^ 
cercados  de  alegretes;  d'oodé  'se  diHfmèfiP 
nma  pf rsj^éli^  íSia  tormosat^  como  iarfáéte. 
'  Arrôbàm-se-no^òácUhos  n'a(}aèlfó  qàa^ 
drofisci]hid6t'do'Binidé|fo,  qnè 


•(  • 


•  ii 


€ôrt%'pdr  entVe  *<w  b^qilSss  áv^rHdo;  * 

Oom  êutio  \3iú  qniéto'  e  ^Ooegitfd'  ' 

Qdè  nas  Voltas  se  mostra  arrepeiidllÉr;  • 
te  fevár  Híoi»  doce  aO  mar*sal^dò: 

^  (6.  R  DBf  CASlte.) 

.   '  *• 

Mas  mas  mattas,  alcatifadas  de  mhnoflas 
rdvãs  é  boninas,  nás  [riàrg«ns;véc^nMi'^ 
potnposa^  coiA  aé  suas  cearas  verdé*taé|{Mli' 
e  com  os  seus  copados  laraojaes ;  íièá  fâHà^ 
ceM  Variados  dás  qdíotas,  ahrejandé  ptnr 
etftns  o  macisso  dós  arvoredos;  c sobre' til»* 
do^  no  aspecto  risonho  e  foi^mosiítsiMK)  daM^ 
dádè,  ciòto  tõdàís  as  ^uàs  louçanias  e  eWÊÊt/^ 
tos;  a  mlrarse  tao  graciosa  egoMíl 

........ n'e8secry«tal 

Do  Mondego  prateado» 


-ÍWfí 


ms 


'    .V 

t .  f  t 


(A,^í 


Esta  mimosa  e  aprasível  estaQcia^,f)D9)^a 

natareza. espalhou  com  mão  largà,  tanta» 

|i;silas^e  atrj^tiyos»  ^  o  sitio  ^9f^)bi4c^  pelos 

j,çultorps  4a{i ,  Musa?^  .pfura  as  ái^a^s  j^nc^l^B 

j)(}etlca^.    _\.     \ 

^  ^Cast^bo  aUi  eeleb,ro|oi  .9^F(i§ta  de  )íaip,e 
/o  Z>ia  4a  Primavera;  com  ,<]i|e  imm^irtaju- 
^a  o  sitio— e,pQsteriorjn6D.te,j4  tem  copU- 
^Oi^tdoa  hjr  outroâ  muitps  vatça^enloar  sèús 
^^tQs.màvipsop,»     ., 

'Atf|.^dô  ntú  tèrao  aiik>r,  lèfnòs' momentos, 
M'^  do  tempo  laógtiíâòs  ftej^irain, 
4i'áqaelle  engano  â'àlVha  que  V  formna 
RSo.dieixa  durar  múitò.    ' 
;    '  '    (Joio  DB  LxHoá:) 


»*^ 


'.í' 


."rabfliça  juras  Maést  • 

^'Aqtíf,  té  «s  freixos  iiàM\ 
'éléfis  pentias  dio  ais. 


I  /i 


cQuB»  saniades  Impeçam  estas  jombfas^ 
'^{^ne-niaeías^  que  Itbmaa^.álfoolbraa : 
i;€íb.poetasy  qvté  sítéof  para  amora» 
-liBDi  ihcfis  eaus  agua  6  «itás  floris. 

(ThOMAZ  RlBEIttO^). 


Ir 


O^ea  ^M^lsap..F!oaliea,   . 
ObyLapadi^tJBsteioSy  . 
Ta  abres  nossos  seios 
  lua  do.ffM|iio.amQr. 
Almas  sem  eremtgifi^i^U^ 
Gomei^lkQtabeny^^o,,  . 
($9fia«,eate  ^p^Gtacqfo,, 
Lattvae  ao  Cre^^or  1  . 

A.  ,       i     .        ,  ' 

sombra  d!^esta«  arvores^ 

Reclinae-vos,  poetas, 

Qjfiç  ^9  líasa«  prc4ileet4s 

Vaè  bao-de  .abençoar. . 

Cantae.  eo»  ^ovas  magicas 

Da  Lapa  as  hatmonia^ 


:4t4ft^qiaMiia-^. 
Dorie.ikSMpiffr-    •         • 

.  (£oa9a-fi(KMiobamf.)    . 

TermhmAof  oa.^wns.  i9sU»4Pft  t^émim^j 
vieram  agiaii  oetfybeaiha.4iia  forapfitpiia  e  4p- 
pedir  se  da  laya.  im  S8(#k>i|j|eia.po^t||s. 
Para  memorarem  este  faeto,  cada  um  aqui 
deixou  «eu.  vfrao»  aueo^p.  ep9i4a.mw)4a 
gMAc^  em  peilvarT- 

SOBRE  AS  AZAS  DA  POESIA — (João  de  Lemos) 
,jM)iji  ifo§  ?aoux?ftji.  AjfnsAna^C,  y^^ro) 
PAí?TÁiios»,Niy t?rRA  D*Quaô— (J,  F.  déSarjji) 
«çp^jiAJNÇAs^  nAji|ocn>AjpE^(L.  dá  G,  Pjsreira) 
;$  ^0  BA^po  DA  .^je^iMAyifBA— (X..  Cordêiúro) 

MANDAMOS  UMA  8AUD^J]^(A.  de  Um)  . 

Ssta' lapide,  tem  a  data  de  24  dé  Junho  de 
fô44. 

O  sr.  conde  da  Quinta  das  Canas,  é  tao 
apréeiídolr  dosbomess^i  geiio,  (|Qe man- 
da ,traD8f9re^fr*os  TMitosi,  sqite  espoelas  Ae 
deixam'  u^isapa,  fiara  qae  o  tempo  os  dÍo 
apague. 

Muitas  vezes,  quando  os  quifUanistoi  vSo 
á  Làpa^faier  o  lau. Jantar  dé  despiiièia,  e 
te*  ocmUm»  adew.aossem  aompanheitDs 
'dsiitieraaiveíisitarfaB^  ?  eaioav  omde  j«n* 
tar-se  com  elles,  fazendo  lhes  compaalila 
n'e8tes  actos  solemnes  e  commoventes. 

HoDiB  80  ttifeve  Hdalgòf  qtte  lio  bem  aiâto 
aliar  a  eselareeida  Mbroia  dosangOA^^edm 
a  nmieaa  è  afabilidade  âo 


'•íí 


Fonf^  4fl9  iinan?í— Fioa .  ^sta  coJiQhr^ 
íún%^l^pc^^fffnAo&  extreiQOs  do  Campo .^e 
Santa  iC)a|»^  e  j^to  A.^li  pa3sar2im  hoi^s 
de.jatppCB  j[4ic|49idep  o  iolánte  D.Pedro  e  a 
belia^  ífinfii,  de  Ca^itro. 

É  esta  fonte  tão  pobre  de  architectura 
jcoi)o.i;iaa.,dpar)^dio^nps danatoreza.    > 

N(^  3.**  fol  do  Árchivo  Piftoreseo^  vi^  o 
seguinte  soneto,  de  auctor  anonymo : 

Debaixo  d^aji^$  oedros  enlaçados 
i^oa  an  ¥ao  de  panettaro  jol  proâa, 
Hebentaádè  de  lôsea  penedia, 
A  quem  virente  musgo  adorna  os  lados. 


Mi 


Poros  crysues  9tí  MMufr  wfifêkâi^ 
Por  leito  de  grosséM  lèíMÉIaHIii  -  • 
Yastdl^é  #siíAsèÍèMs  na  sombria 
Lympha,  tremem  or-Mr(A  êèlttltdòs.  - 

'WSú  %é  (à!líVè'QnÉ  lilaMIítffets  o  MMRi^,   ' 

«  Vdtieò  €o»  MÚtdB  b  Iftlidé. 

Se  imprimem  n'alma,  sem  lárir  éf^oiMOèi 
Eis  a  copia  da  Fonte  dos  Amores. 

'Hè^fíèsiàtítihà  ás  âgtiiai^  dò^ráiítftié/KíVti^tt)- 
^  "mis  pèèràs,  de  èòKkV^íiiéllMa;  '^ú%'a 

gae  aè  0.  t|^ã  dè 'fiástrò.  1 

É  alludiodo  a  esta  bella  ficçlo,  que  9  sr. 
Joio  ãè  Lemos,  cantando  a  Ponte  Àos  Amo- 
res, dix : 


Oomora  fotíte  d']^ei  soliiça  aoioi^^l 
lliree&  ipda  ehpriHr«ih»'ariiioffld'aoiirB, 
Cteoniaiido^da^pe^ra  «ivoMiAajMhn 
Do  sangae  espadanado  I 


'  1 


/  . 


JÉhto><dà  IdBttí^vsciiiBDatÔsea  lafMe^  qédi- 
ib^<Mio(«mwidi»  oa'íiHMlios«!6eiklidos 'Tér- 
«è,  èMi  qne  bui  de  Cftipge§llmnwlrth>teo 


dto  filha» 4o  Moodil^rà  mifftB^aioiíni^i 
'iIiADipo.«teiBpa,  eboitedo,iÉMfiM»vaffam, .    . 
E,  por  inétBvrkdterhav ^lii' fsmeApm 
As  lagrimas  choradHS  transformaram. 
^  iibiifarQ  Iftè  ^oí!éi*ám/<Jitie  tbdkttii^a; 
bòd áíbcirlek  d%ieí£,  ()ué álUiiksMii^am. 
'téHe  ({^óYi^MteátéY^las-IIAHs,' 
Oúè  la^áí^'  'a)tQ!i.  er  MMb  aèttl^ès. 

Lus.  CaWp.  S>,  K^t:  ll3ÍR) 

1  Cré*  se  .geralmente  que  D.  Ignez  foi  as- 
sassinada JAútoVirdíiíte  dòs  A^m&éflí;  i)Dá^  a 
opiniiô  tíMíft  legnida.  ptMe  maie^eena^é^iiáe 
efla  foi  victiou  dos  três  a$s«ss4Aoe,  jma  pn- 
ços  rç^  f|ae,.^ntâo  havia, Junto  do  antigo 
mosteiro  de  Santa  Chnu 


iro,  e  á  oor^Altè^id^ílHilíeMtifAAfvk  D.  Pe- 
dro conSar  uè  IW^qUiáMlli^^toMiça,  qp» 
lhe  Watk  as  suas  cartas  amorosas. 
Faria  e  Sousa,  fatiando  da  Fonte  dos  Amo- 

«teta'hiétite,  k^e  se  llàibó  ãh'lòs  ÀrdiU^^ 
pior  èéka  ratoh  yá  Btehà,  estava  èh  erjàtlliii 
de  Paiacio,  y  vénia  a  salír  a  el,  pbr  'ohik 
aqfúfedutòs.  'tíí  Príhcípe  no  l[>ò<&á  haíit^r  a 
boâk  tnes  tddá^  las  vezes  4iíe  lo  àá^ivàk 
lairibos,  poV^ue,  sieiiãb  etlá^^ama  de  ik  íle^- 
iia,  sá  m^dre/erá  ihèhestér  irécáto.Vállá »b 
para  esto,  de  aquella  agua,  ydòaqiièllijft 
aqu^ucfos ;  pprqpe,  por  cílios*  y  (pr  ef^^e 
embiava  los  pâ|pei^  que  Iç  escrevúu  Ro^* 
píò,.  p^ece,  én  cierta  parte  el  aquedac(à|i^ 
metiendo  por  allí  los  papeies,  Uevados  íj[|f^ 
de  la  ^cui,  ivan  a  saíir  ai  jardin,  a  donde 
Inês  acudia  â  cogérios.  De  manera  que  el 
Amor  vénia  nadando;  venian  las  llamas 
amorosas,  iMis^adíia  yor  agiia*  jBlJPriB#pe 
representado  en  sus  pjipetes^^eii^fel  Lefintvo» 
que  por  olas  iva  ^fk.bosoa  4^  s^  Èro^^çpii 
más  felicidade  que  el  otfjo^ j)i^.^i^MNÍl'' 
va.  Tal^.^oa  I^b  astúcias  de  los  amantes.» 

Convento  de  S.  Jorge  (crusios) — Está  si- 
tuado iíbeim  4ú  Moadégp»  prokiin^e  aotta 
da  Lapu  ldM.li?atf«úUL  É  hc^e  piroprieddb 
particular  ido»  hirdeipas  de  José-daiSO^ 
GarvaAiR».  i(y4â»  Goiotea^  ne  4efar  lèanipb- 
tenfei^'' 

Quinta  de  Villa  Fy^nco— Fica  na  margem 
direiu  do  Monéêl^,  «foi^^ètti  Y^lMé  do  mos- 
teiro de  S.  Jorge,  e  mtte^SL  *Ah4gà\lá  e  a  Por^ 
tella. 

Foi  até  i79»,  '«ása«^'^6)fefb^b  4e  conva- 
lescença «Ms  fèsâMà. 

É  um  sitíe=lÉ(JMtt1Vill,'|Ma')ftlA  Vegetada 
luxuriante  e  {ii^k^Míiíuf Y)*oMkisb^^  ai^ 

M*esta  quinta  j^^mHibYiiflòiíéfJ^uita,  pa- 
dre António  Vieira,  e  aqui  escreveu  algumas 
de  suas  obris. 

Penedo  âe  SfMoçào^íhtA  l^j^b^  ào 
mosteiro  de  Celtas,  na  difec^o  aetioselhas, 
É  sítio  eóa  extremo  pittorô^co,  e'íilMto  eele* 
brado  pelos  poetád. 


•  ^ 


mm 


velam  os  eneantos  da  natureza. 

Na  sua  frente  se  estende  um  fértil  valle,  e 
ItsVtMsHitfB  mijilf -se  ifcrnMlifiÉ,  iaà'<én- 
tíÈtílOMm.  '    '- 

Penedo  da  Saudadje—A  dos  ooj^is^oi-oiosQS 
e  {>o^osifiitio»  dps  arredores,  de  Òoíii^ra. 
jy.^qpi  'se  gq^  om  dilatado^  formoso  ^e  va- 
rladis^imo  .paD^ana. 

>À  »vista  -3^  dilata  por  nm  paiz  exteqsissi- 
mfV  o^racQDdp  ô  jnais  bello  quadro. 
...JPaxa  a  direUa,  vé-ae  o  Uond^o^  por^n- 
tçe  beUas  ia9.^as  e  alegres  quintas.  Ao  pé^ 
JbM^iyfea e olivédos». casada  hortasipomarjés 
e  campos.  Em  frente,  e  para  a  eaguérdfi»  va^ 
sempir^iO^erieno  rico  de.  variada  vegçta^ô, 
at^..tqpar  com  meares  e,  serras^  coi^oados  de  • 
arvores  silvestrea* 

Dia;Tse;q^eonQme  (de  Penedo  da  Sauda- 
â^)^/foi  dado.aefite  sitio,  pelo  infantie  D.. Pe- 
dro, que,  depois  da  morte  áf,  sua  ijapez  adjo- 
jcad^  l^ra  alU  hia  chorar  a  sua  desdita. 

Bertp.  do  PenédcK  ^  Saudad%  àcam— a 
fi^Udo  Çidral,  4e  (^tima  aiguar-^  a  fontfi 
do  Castanheiro,  onde  as  raparigas  das  visi- 
nluMUas^  vão  encber  as  suas  biibas,  na^  -«na- 
jiban  do  S.  João. 

.•.'■•.  -      ""  ....  I 


Convento  de  Santa  Therezor^Es^  pooBOB 

'  AitM  màiftVHnm^nvetttos  de  íieifaade 
Coimbra.  É  de  carmeUttIs  éeeeal(ae,  da  Ét- 
tfitt  4k  Mato  ^àÈimè. 

•JLiB9>«-9»4lie  «  prítteim.|»edn^  aíd.àe 
tOirit  a»  17401  Asifreiíw  vktoHQO^pfn^cipl, , 
^ni»|jde>jcuilKyaB4M4k  1 

^Vlêcal-xuideieitá  «M  lOMleilKHcliiiiDava 
se  CauU  do-OhPiífViíeiiftHadidDipaiiais&iMlí 
<ÍBa(r»o*€Qafeato^'9aid{€ODei|eiinnél>ifârei-  j 
WHaUelliw 

'  iMft(»  lio  antilfo  fncitdro  ^Ae^SúHkèa^Ujh  ^ 
t^i^Na  margem  esquerda  dbMOiiddgo,  a, 
jUDtieòS  passos  da  ^bnte;  e9tto'os'résíiíos  d*e0ie 
mosteiro,  memorável  pelas^recefiâaçSeá  que ' 
IM  "ífugere  da  nossa  ^tttoosfsslma  MMha, ' 


mosletap  yaira  «lUMiritlÉuu  notada. 

4titiu»lMm«olav4i|lekMámfoiUDteBia«iHi- 
teiítMime%  rqmi  ^0r»9  logãoí  aqui,  e  fato 
iflib  d  ooasMterado  eome  tmrdos  «bu  «eftet 
bres  monumuia»»  llisloileos  é^éMe  neinou  • 

iMIlis  teili0i«iid6^lu  iiobrsBa.a9ii  fro- 
feauRranií  ou  nsidiwnjiBntre  «lias,  fi.  ísé^ 
M,  irlAalidaraiÉba8ai|tat;>6KMitiaO.Jáar 
\fí^  «w  Beta»  flilit  4»  D.  AdToaBO  ilY,  eidà 
ndKM  D;  Matriz. 

A  {Uinceaa  Di  Joaini,>iyiMt'dftd{anri4iit 
IV,  de  Leão  e  Gastella,  excluida-do  thakn» 
^  (H.  AflSMW),  tftd  obrigada  a  emnor  n*«ste 
moBUÉrOi  ODite  'falleee^  «ott  e  liluie  de  es- 

'Aqiií  M  f  riiiélnaiiieate  iie|^tadi^'a.fif'- 
DMià  eiiuMízi^^.  ígmidaiQastte^  'e»dlaqui 
«itlkitt,'\>ira  4âpêiridê  monta;  ««r  wMoj  (díK 
de  alMNIileUdni.)}  Em  isepiida^l  o^eu.inM' 
idaverirtti^ftfrfdOrparaio  calcine  itunude  f«e 
'9i:4!^<$IKRyl  te  jDandoiiieoiis»uireiii<AlieOf- 

A  icap^a  onda «atu^amop 

tamAlOt  iqolteflw»«ea  tde  Bi 

*   O^a^de  Caatroie  da  0<  Bidro 

t  i^)Mvíendida^pelo»gotwna,eo 
comprador  maadoa  teorw» 
c^jlèto^  aolire  aabohada^daica- 

'  fMaiNádad^istOfpieoUa-eoai»- 

•imniarite,  BttM»'poiàtaade^ad- 
^ifiçiia.  Ok  iadignaçia  jgeni, 

^'HMí  na^ftaplesnawiçjb^dos 

M^naaMHm^doafMMPee  (1819), 

'    4  «r. casquei  de><ValMa,  íOp 

'itorpélea  ogovenieiiiobpe^asia 

'  VMllaKoá  >|«^fa«ai^4  O  "mi- 

'ttfttro  dM  ofevas  poWioas^llvo 

metteu  por  eôbro  a  i8.to;  «maa^ 

ainda  a^  agora  tem  contintfti- 

'âO'<d'>Mcattdiilo. 

Ná  ^liréia '  df^e  íffioMélro,  «80  4««ebdfam 

o  rêl^.  ^oarte,  «om  a  l^atóbai).  Leonor, 

íntUr  do^tuttolõ  de 'Santa  ifeaM. 

N'ésta>egréjà,-i^0in'orar  «eneaoiBienidaiw 
se  a  Deus,  o  sábio  e  infeliz  infante,  D.  Pe- 
dro, tíoesftlsto^deD.AffiMMO  V,  aAles^a^fa- 
tmiiomada  d^AKbrrobeira. 
fl^eéta^egi^Ja,  finiiiiieiite,  aye^id^do  Md 


um 


Braga,  D.  lh/.B»rthalottea4»alfaft|iM«  >  i 
-  TtJlaiiMnMa  ^esM  l^iàMlQaaiiMMdi^Bes 
•èq^eitoo  a  MoBdégD,  iquís,  aoiP  jM^miaAiiOr 
pttdas/kninldaidea^ilM  pOttf#>a  poDCPD  nà; 
naadD  o  eáiféíovati^âèstfiiifc;.  ••         ,. 

enàvai  enUio^máaeaiado^^ie.o  nei.wijpier 
ukti  fkêmjkáo  |Mipa>JiiJÍi»lí  emiSQBi  pm 
Amiay  ^myMUDsttiifli,  Mli>qi;ie  w  M»f#lliieaf 
sem  as  freiras  d'este,  que.miavi«n'a(|jiitm 
fteo  dS' tMlnrAiMlii.  cMMgaàis  aob.  a»  i^ainas, 
oméíofAáhA*  < '    *  '^! 

A»  MKgioaas  poiséidvPMfeiiiMI>o  ptri«» 
permaBéDiev  a  aèaftdoiiar  t>  asylo^epa  «^e*  for 
ram  creadas,  e  onde  jaziam  jtt^AiofM^d^wa 
^pêiidfli  píolpQtonv'*'niMA^i|iilaiJf«il>el. 

•Aifida  alli  estiveratt  l^^as^jaNijatt  neio/l- 
Íb'd6  IK  Joio»  IV;  voàs^nstín^^Q  ii9<jtiffiiiij(á 
emâo  dfitiiúdo  craníd0'partiido>e4Mc4o^(e 
«peagavft  anMMfo.oeaU^y.viraiMateliaaiia 
aaeé8aidado:4B'4wdir  tfoiro^  «Me  ianp^ip^ip 
para  omro  sitio  fora  do  alcance  do  Mfw4!Í!- 
90i  (Pano  Mais  á^íiat^.vigsteiro,  vide  cSim' 
htOi  DO  kfat  oitDpetaiiU^  < 

.  'Jiiei  aoltigo  iiioel0ÍlM)|,ftp0iMtf  bo)e  resta  par- 
le» da  efn^^  ef (j«idOfflKAii4l  da  sua  altara 
Mlenn4a<jM)Arma.  h-  • .  •• . 

'&  da  grande»  4d»9ÍMãtKiv  de  três  naves, 
dfivflBtylo  gQtbieiDie»milito:{ek||[ante. 

A  .'aii»..abplMidyi,.4oi«aDliria,  ainda  está 
>eiB:««taiffiia4i^e4»*ell«.0#(;Véem  algnns  es- 
«Odoí;  icofla.aa  a|WMs4e  PaMugal,  e  oatros 
com  as  de  Aragão.  (As  infiipiu  Isabel.) 

'rfift  icapiA^><4iuiiMtaJnMs,  qaasi  enterra- 
4ús, akidamilBMipyiOmila  Aeterioradas, as 
anãs  Mml|Miiras,.oiiti!V4ra,  primorosas. 

iMa  UiMm»  S^afioaj  por  fr.  Manoel  da 
Banmngi^  ae'iaMM)«^t^'l4n  inicias  curiosis- 
jÉiias  4*^te  AMiMeir^  ^ .    . 
>  ■  ..  ..       ^.  .  . 

Do  Mondego»  ae  5rô  timtmp  a  Ladeira  da 
AffoOiOMla^tiHiiweiita  orainip^M^  os 
anipiifloscp ;  SsAta.  Qomhx,  Sooto  AMnio 
dos  Olivae^AiBOitoa  omioaíe^flio^^i^Jít 
4flft»  iMHPÍO]i^ei(»,fiOfiirligO'C^mÍ!ra«  / 

»  • »  • 

•  'Síigwriío  a/tradifpiOy  prfai^M'  da  Pàw^ 
(povoação  contigua  a  Mídias)  n^  siUo 
Aamado  YMe  de  Frmmi  boovo.iuDa  ppn- 


1%  lalMPe.  o  lb|id»iQ«»o^ii^daT|^lM^ 

manos.  -   ,, 

/       '       ... 

j^egnqdd  o  sr.  Aptonip  Li^  4$.Sow(0eo- 
riqnes  Secco  {Memoria  Eiitorico-Cko/rQgfja- 
phifio^  d(^  diskiçíQ  de  Coini^r^^oia.atMí. 
90)  a  origem  do  Mondego,  ó  na  Serra  da  Jt^ 
trella,  no  sitio  dos  CwÕeê  do  Bixo,  aos  JLa- 
pões,  que  ficam  na  extremidade  dos  conce- 
lhos de  Gouveia  è  Hanlelgss: 

Mo  tira  a  sua  nascente  das  Alagoas,  co- 
mo dizetíi  alguns ;  jnem  dids  geleiros  da  ser- 
ra: nasce  da  fonte  dos  tapdeSy  no  meio  dé 
umas  montanhas  de  pouca  altura,  a  tf  ki- 
lometros  da  inontanha  principal  da  Estreite. 

É  tradição  qUe  o  nome  d*est8  rio  t^roee- 
de  de  uma  povoação  chamada  Monda,  cpb 
existiu  Junto  á  sua  origem,  e  de  que  hoje 
hao  ha  o  mihimo  v^stigio. 

Principia  o  Mondego  a  correr  entre  os  K- 
ihites  dos  concelhos  de  Gouveia  e  Mantef* 
gas,  desde  a  sua  origem,  até  Pnlgosinho 
(concelho  de  Gouveia)  entra  depois  no  côa* 
celho  de  Linhares,  passando  jumo  aVide- 
Monte.  Desce  aid  concelho  da  Ouarda,  ficak- 
do  nas  suas  mafgéns  ás  povoares  úe  YVfti- 
ía,  Vitla-Soeiró,  Misatetta^  Pero-Soatés,  Vaia 
Porto,  fiUa-ÕOrfez,  Bamalhosa,  e  Po9Ío  da 
Carne. 

'£ntra  depois  nos  concelhos  de  Geiorieo, 
e  Fomos  de  Algodres,  e  toma  a  pisnetrar 
(pelo  O.)  nos  oopcelhos  de  Linhares  e  Goo- 


Paan  depois  aoa  eoncelhoa.deXSéa  oBc- 
vedai,  D^ísie  nliiiBo  (sotppimldo)  OMlr%  no 
dfe^iifcie  ét  Goknhra.. 

Desde  a  sua  nascemos  alÉfieloiiso  4a  Bfi|- 
fa,  as.  suas  agiu»  aervesa  par»  a  rógaidaa 
tffims  -fi|e  oiâo  nas  suas  narfeMiMaaa 
d'ahí  para  baixo,  oien  alvenJi  omiiftfiHa- 
do  aohaio' -de  penediaa^  e  pouoo^  por  isao^  ae 
pôde  apvoneitar  para  irrígafio. 

'&  adbrBaiiBif»lra>  lartiM^  a  oavrooto  (ft> 
Mondego.  Corre  primeiramente  uâ»dís$^^ 
de  E.,  por  espaço  de  12  kilometros.  Dirlge- 
aa  d^a-.para  o  N*  .até  Cdorico  da,A<íra : 
4'ahi.aió  fK>  Brvedali  corre  paifa  o  S.y6  afoí 
vo^ta  para  o  O,,  biodo  entrar  oo  d^stri^ta^A 
Coimbra,  qfue  atravessa,  até  4  sua  JKo. 

mmtífíH  6  FAlfQOE-^^reguaala,  IDobo, 


W  fogos.  ..        .  '  .  .  - 

Arcebispado  e  distriemj4i9Í]|iaH|Ui>Y6^# 
JtefNK*^  .    • •  '-\ 

^fts^i»  fBdietiv»  d»  de.,^iiu  i^aUli»  dt  Pan- 

jQif»  we  AepQ^i9B  amn(i)«  a:#at^ 

.  ,;A  íDigvtfy»  d6«9^miQi94Hl>>4.QP^!Í797, 6i 

Officíalmente  dá-se  a  esta  frefi[aezia  <^.,|i- 
4|i)o  de  Hímilm  ;  j^ortiji^  j(^^  1)^  c^j^am 

iimia  a|Nr<Huria4(>y  vi^(ajq«a  omaiar.AttrAbe 
•^  Hiapâr,  e  .a.pppoiagaa.^e  PaiiffliMiá.ipi^ 
4^wm(»c#a  d*  «Q^^  de  Jtoodm 

£  ^fifj^  mulu)  (wf«4  çmaimpifA4S»do.40 
jl^da  a. Qualidade. 

MONDIM  DÀ  BEIRA  (vulgara^.llOli- 
JllM<l^a  MlilA9,,/Bm  rMão  d^  omitas^  de 
Jan»  e  ii|ii  e seda^qj^e  8^J^Qm  aqni)-rViUtay 
^  Qetia  Alia,  .ça^(a  do  ci^^ceihp  dat  sfu  qo- 
4^„  n^  cwiarca  j^i?  UlQfneirQS  dç  Arnija- 
«mar  ^foi  da..poioarca  da.MoiniiepU  da  fi^ra 
4*0Dd^  .díBta  .47  liili^imAroa)  1$  l^Uouietras 
éd  LaoQego,  325^  aP  Jt.  da  Listm»  i90  logoa. 
..  JBoi.4767;ioJçia.940(9gQa... 
. .  Praim  Nq9aa.:$.90b/9ra  dp  À^iisario»  Q.vfl- 

,  ^iapad»  de  t4<^m(igp,  ,^M;iefp  «adi^íQistra- 
4|yó  e.3í  l^ilqinetrQS  de,  Via^jã, 

O  reitor  de  Tarouca  apresentava»  a  Giir^ 
^6  tiiM^a  64001^  réis.  da.  qoogrua.  e  p^pé  de 

-  JSsifL  sHuad^  .pa..díirMta  4o  Tarono^pp 
Barotsa»  fm  tecri^Qo  baixo,  d'jOiidid  a^^f^^vif- 

^IIQ.jLs  terras  ,<)i^  U>e  4caii)  #  Q« 
.;  .í  terra  íertij. 

jfi»!'  O  rejí  qaoarçi  dl*  ÍAfffffi^JlMdan-Apm' 


dK 


IfMioat  Jhe -«i^^líniiii^M.Mbaí^iA  fWr  de 

,8^rfQ  iMiib<u»,iiiiia  Sf«lO/4e.Bl^ii(a9k- 

,,.Si^ft.luloMMra0{  aa:Si>4a^Ula>^ftâ^  jmr 
fOiMo  miYfliM  d«iS.4oaa  d«»XMoji(iii»^^ 
Jpj  prMpeii^)d«  «Mi^^  tepe^UiiofÍNfr4«r 
pois,  de  bernardos,  com  .409a«  joippt^^aiL 

«iP(«ÍP»'4e  .<r#s  MTea.roi  findada -«íhmb  D. 

m  iiOttr<9S.  ana.Tcaii^oeo,  a«f^  lb« Jaj^soAiit 
fffim0ira.f#dra«  «,30  de  jw^o  d^iDS*  to 
jBa^.antig0.d.*^ala.ord«flPi»  iia£finiftaiAlí^ibfar 

i#li|i|a.i(yide.â.  JqS^»^  !f»rç»p0irA,WlièM'7 

Sobre  o  rio,  ha  M^m  URUkJ^oa  ppMa  d^ 

..  .Atkilomeiri^4'()i^^la»(4oi,iQqii^«YiidA» 
to.|ioQ^Q%  aiA98,.aa|Hre  >  paspario,.  nHia 
ponte  mag||i0Qfl^;i»^Ya^fMl|^^dA'.4«f4^^jtos- 
Mk  qiii' ¥f^:4^iUaie9i>rP4r9,.TxMQQ9^  • 

Mo  sw  Mrrlt^jií^  «ailaa  «qva  Jtoa»  ç^H?^ 
4erafda,.d9  i|aaih^«ima>f^%^ . 


r « 


•1 


•♦. 


*•  - 


O  concelho  de  Mondim  da  Beira„4oflm- 

P9«t0  da0j.fr^ia6M4«k:8«fl|H)lt^-TTT.|QÍ^ 

bíw4o  de  U|inigp--^AImlMl^lCMi^ 
.GffaiPÍa^Npya»  V(Madíl%'  Sak<^^;S4>JQàOr,  ^ 

'Eaflooci|,:He^bvP  ViU^VtPtMtdPrQlW^- 
.jwa;.iP4w«8»'i:fíOOííioa.  ' 

.0  libri^o:  Aa.  ni0iaaié'{MatOi  ^a^timiiiif  su 
lAbv  «^  mi^  miiÂlo  .apfiifti^oadPt  F,a9^iiiii|B 
4ê  lai|>.4e  aadUs ^eid^ Japia  ^f^Mí^tm'^ 
MT|ff|aa.<4ii«,í  e  iipiiilM  Ail^iiiii^W^  ^4W 

,|Ia'n'^>j9.fpn9ellw^|lfpxiWo  ^  §.  lpâp.,4e 
Tai^QUC^íy  ipi  mon^ç^/^bajRoado^  ilíon/e  Câryo^ 
em  cuja  enco^  ap  yé  um  gr^Q4^  pei)ç4^» 
jpdeaflo  d^  iftuHos  p^rfll^  e  po  centro  d/el- 
(^  á.  fQjcma  de  orna  .piea4a,fês^ijla,  a^ 
VifBD^  C9j0»jà,  dentro^  c^mp  para  ^  niào  ^ma- 
ffjiaj^^.N^.se  aabe  «e^to  é  ohra  da  nat^- 
lieaa  pu  ida  aru^  O pf|nedo.estâ  depe,^i^ 
paÍQJ^^ippç,imenQ3  no  sitio  da  tal  m^ftclf» 

m  m^  R^^a  Wtólímpa,»e>^ftÇf*íí/t*rf* 
^pi,çlara,  .  ,    ,  ...  ., 


de  Ifondíoi^  e  a  liiniaft))^be  de^Ms^  «tflfé^ 
«ítaâfaUeláe  ttzfMM  nmà  >d6<tlila4mlle- 
ia  e  muralhas  qoe  pèrmkWMikiÊm:VMh 

dBifeAM»  ibMCaA  Tõttniias  ^e  fét  aK 
«BiettilkppirtiMè. 

tttfioiMlo  sétt^MMMM*,  ecMi»  nfihmtiMÉ- 

^;-ékA9flí  a  taMIata^  doa  ttottlM)^  «frOM 
idkHlto  Mr^MMnUloti  i^  Wm0tMH-^aoM»> 
dblitlMo-8è«e  *Ai  ^^ft^MP^i^  ^^  ^^HMtt- 
gair  de  oatras  povoãçiMi  ^è  ha  ètti  PMtt- 
gal  ^eott  oihé^itíe  iMie. 

A  viUa  ó  saadavel  «'«<tôr¥èlio  adlW^MIfe 
«litflè^fMll,  »Pètoiftio  tétíteici,  ttiílllto,  ee- 
«Mlia»  MJIH  ^IM),  áMte,  MíéU»  6  «MqIIiib 

O  rie  Bardsa  ^eért«  fe(»  ^rido  VcfMh  Iw- 
'gIMfa,  êd^effi  V&i^lMísa  Mtts  «Mh^. 

—Mondim  de  Cima,  -ttondim  de  Baixo  e  Al- 
tHMah.  •    ^  •  •     •■  ■ 

IRtedim  ieOMM,  Me  d«MM>tiéélkêr,  éMn 
tffeqèláhá  pdW«$8b,  comWifogos;  24I%HM- 
tftnté^^^dtiaa  ItM^tfèmvefs,  talçiídiís  4è^M- 
iv')^^titfiiMM^IiMtiiéipaí  ^èm  fé7Sj  it  naib 
fonte  com  daaa^difiióiátobiiMBvMMiiBadM 
também  peia  camara^m  1863. 
'mtfiw^ál^i''àiiilgaiiieffie  uéut  fkiMfâ  no- 
'HrCij  %ejé  ropifbiéBlttiliii*  peMr.  biMe  de  Man  • 
ÍlM&,*iMéèéiUí  «m^^kitoiaritea»  e^tia  ainda 
tmtM  iti^drtiuaa  p^^o  ar.  AniMo  ^iidiè 
Cardoso  Perehra  de  Mello,  que  eaiM  aqui  Mo 
1847  com  a  sr.*  D.Haria  da  Annanciação 
K^eitHhi  6aírdoro;'{l)ha  de  António  de  Proen- 
ça Voi^alès,  sargêMtO-tudr  de  úMenançats  e 
'(iittdal  dkéit!tiiíéta8'lnlitc£a8. 

Ò  sr.  Aútòiiiõ  Lèhe  CardOfáo  l^efélra  9» 
'itello  eDltò  de  TtoA^igo  «arttoáé^Pidto,  ba- 
élhài-eribribado  èm  medicina  ^  {MíòBOfdiJrá 
^ra  U)&We^1dade  de  Coilúàbra  (ém  imanta- 
ttti^ai  dá  Ct^nha,  e  dé  D'.  Márfa  Lecitina tél- 
'tè 'Pereira  de  Héito,  (ílha  de  losétéitd  fé- 
reirá  de  Hello  e  Taâiconcellos,  senhM'  'dos 
morgados  de  Ossaes  e  Travassos'^  eáfAtib- 
mor  de  Rezende,  e  de  sna  mulher,  D.  Anna 


hmk^mttík  -maia  iteasHmáh  ^ne  ttorráMá 
solteiras,  e  três  filhos : 

—Manuel  Leite  4PimÍi%  iJÉ^Vétlo,  qne^foi 
juiz  de  fora  em  AflUánÉie,  è^e  ««8oe,'éao 

José  Leite,  que  fof  desembargador  da-etíp^ 
I^Hen^i  e  táÈiokk  fxM^.  HaHánna *Seteri* 
na^de  Áméa  Stfitteiiio,  4e  ^xsém  hfc  AhiM; 
^do  o  i^rMot^nHo  « ViSMnde  ãk  bágèbsa; 

-^Thoitíat  ijeile,-<|be  M  corregedor  cMi 
Thomar,««a8oÉtett'B.  Anna^CatidldaCèl^ 
tetr»  ttdbeiro  PbrtáHo;-dlba  delMmaM  (miz. 
Cândido  Cordeiro  Pinheiro  Furtado,  <ib 
qttéln  líaMhoe,  tkim  ^Utrdso  «lr.'Thoáias 
IfeHb  Pet«lMi>de  ^lh>,HI}{fMè  dlêfe  flMllh 
alfandega  &6  CIKá^  ^eaàaib,  e  cmii  'sdisMl»- 
Ho:  ••.■.•  ^ 

P^  s«a  miê^^éttdk 'àki«aiíf'l%féi»dò*êl* 

a ^lltistt^ -^sa  doBda^rtaieiftteirgado  «K 
^V^éHiittôyiiiitàhlilfemé  ifetHTiísentadk  '^  it 
barãod  e  Ca§ti^'Mre;'cibft  %  èà  A)pi^è^iaA^ 
%  mfcendêf,  Tèplr^seáls^  9éfa  fettffia^ Al- 
bergarias, de  Lamego,  e  eMta  'tfdáhi»  hHSÈ- 

'i^m  'Vi  r^tÍMii*  ^  •  ■  -^ 

ludte'ft  potoa^^de^MiMtifrnle-^Smft^ 
tá 'dmat^peHà eofm 'á Milto^o  de flossa "M- 
mho/a  ãàs  PrazeM,  fohsthtida  ete  •ffN^ 
tm&  st  té^dadííta  iUBCríptasMniBvpMii 
'{Mm^ipar ;  eklêny do^aHáf  da  padròeira^teib 
MKroeom  a4magtfm'de'6anka'BsiH[iara,'qil& 
áefdscéjia  qtiiaái'ted^-ôs Mnos. 

Ii)'estacapelliifliat^  áit%aniÍo'de'PoaabeiÍro6 
ifbH|(ado  a  mandar,  como.lnafida,  dhtenima 
missa  rezada  todos  v»  "dtfmhigo!»  eMa» 'sal- 
tos, etít  cumpt^iteento  de  to  atutlgo' legado 
inherente  aos  bens  qâe  aquf^her dou  de  aenk 
ttiàííores. 

Sktsi  viilA'éM}aig(ídb$  t|tié  Mej^Meto  flér 
decreto  de  83  de  dezembro  de  1873,  e  anie^ 
riormente  Mondim  é  Ocanha  (ou  Ucanha) 
íM^m^dois  eoneeHia^idfcthietds,  È»asetti'IB37 
le  fntídftaih  «ttí  "utti  '^^6^  -^  o '  ih  Hobdlm. 

Estão  eih  Mottdilte  de  Cf Éia  os  pâfos  ik^ 
concelho  e  as  repartições  segufmes:— aèmi- 
infftfraiÍÍo---ihuttÍcfpat^deH-um  cartoHo  de 
hótas -^recebedoria  «  reparti^  de  fazendfL 

Cerca  de  200  metros  ao  norte  d'esca  pò- 
Voat^,  existe  uma'egre$a,  Uenominada^-a 


do,  aioda  hoje  a  padroeira  doesta 't^^VÒcfilà. 

^0,  tuas  6  Viléi'U)  datàrde  fètí^^  fMDòHM- 
mos,  M^ét  ÉÚteAiit^  i  o^étí^)^^  áKÉi^ 
mesmo  por  teféiíi  ztipitttUSo  tsíB^ftMmi' 
ÚÉátífí  mtredás  yòttikiias,  còmb  ás  cftiíò^iAra- 
das  no  Castro.  ' 

Esta  egreja  mostfà  vestígios  de  diversas 
jrèèttiflea^éíes,  e  bém  âéce^ltaVa  db  sér  Ves- 
'Catirá^  noVafndèíDte,  ^s  é  tiúi^eftifpIVò  MC! 
(]^(àMittkO,  è  iéitYíSL  ém  Mfriál  AstfáiáMiM- 
'^\tíiH  é^lMmJTde,  ^'teib  ii^és  tftát^,'lBcUda 
tiÉn'|)^rv!rétiláilo. 


HQW 


>Í0* 


'» 


faiíptílHáritèqàto  a  dè ]|totidiVb'dé'GÍMtí, 'dóh* 
de  dista  cerca  dè  400  tkíetít»9.'Yèio  z^HúÚs 
édificlos  botis,  tí6  fogcb  bmn  ^'MbiiátfM^, 
^e  al^tlktoaà  hitííAhs  úoWed,  lates  8%  aè  i^- 
"^f el^MiítaUCàs  pór  (^  sri^loáê  Auguito  DéoYiò» 
de  Lobrigos,  Affonsò  i^erréii^a  de  LáciéMa, 
Otrgbrez  Ifein  Vàmodâieã),  Âtitdtilò  Oàbrio 
11'AràglD,  de  Lamego,  Francístíò  'dé'? aSitóá- 
léèllòs  Iftbtò  "CàMòsò,  do  Grátffil,  àc. 

Tem  esta  povoação  daás  fobtes^ptftAtciíes, 
f^áò  Úm  Mil!a  'em  1^:-^À(tâ!  i^e  acha  a 
iknitii  SLtXiiil  'd^sta  pál'ocTlta;em'^ubkerttii' 
^  d^  tfétfia  m  fdioás. '  Pot  fohdada  ^9taí 
nova  ibatri^  ém  íltSS,  tto  éb&o  de  títtiá'  tià- 
belía  que  álliíiavla,  e  ((tee^tbi^ti^fasfcli^tAadaí 
em  uád  dos  áltates  latei^âAés  da  Oi^V^Ja.  I^èlha 
'^  ié  a  iméripção  ségufate: ' 


BSTÂ  CAPBLLA  IN3TITtllU::A)Bte< 
NO  ANMO  DE  i63)3 


1Por  baito  'doesta  tdscrlpç%o 'edtá  o  bMslio 
d*afáas  diestá  fahillia,  é']líintb  dVstè  át(âír« 
WoàQláádo 'âàs Âttnãi,'^  vé'íla 'tátDJ[)à"de 
uma  sepultura  este  epitaphio: 

BSmrWUtntnUl  Íf1>9>B9ri)lr  !ÍNML' 
FAUÍeC£U  m  AN50  DE  Í6à2 

'  '  Iti^dl  esta  ^  sepúR^ira  'ti^áftsftrl&a  para  Mifttl 
.  da  antiga  capella»  e  também  teb  ntn  liràslo 
^•artiías. 
Ra  luais  n^ta  j^voá^  as  'Cápélíftsde 


'  òt1ittèlHE'àVhéA  At^s(6,''dlè  L<ttnígbfl/  e  «'M- 
>Alhi  ia  ktHónit  Osdriò;  de  LaMi^. 

IfUMi  «ll^qtieikdiMatoòtiiid^tíJta bMMiitt 
nbtá  cMt1id^'áMd6tiKam  da  liittég^iilVih- 
eoeo,  e'&b-'kiòrte  d'eèta, 'estib  íúb  érdidás  tt^ 
Senbor  dos  AfQictos»  da  Senhora  da  Pieda- 
de edéS/Mò^ATVârttího.  Aquélla  è^ra- 
'daathiVel^^o tei^a  na còtifloreiída d'éèle 
rio  com  o  Taroucft,  onde  tem  uma  boa  'j^H- 
te  de  granito,  feita  em  i869,  quando  se  abriu 
e^  eiiifádi.  > 

A  uth  Idititâetrò  dttltòndhn/nialinhami- 
ihoíhíL  d*éétè'èòiÍOeIhõ  edò  de  Taroáéa,'èo 
Síiiddã  'í^âfráãéllá,  <^tf^te  um  áVeo,  'dénòilti- 
nado  Arco  da  Paradella,  cuja  historia  M 
'^rénte^i^efetíWiel: 

fá^etèín  Latim,  hbimno  de  m4,'Din-^ 
dK  9.^  éoddb  dê  Bá^c^lI^/filhodoTéi  B.W- 
ttf2,  òi^tiàú^ 'èm^M  resftàméntò  (|tié  fòsie 
septiltkdo  tío'ò(Aivèlitb  d^«:%i6  dto  tártíh- 
éa  (tio  cbttòélho  de  Iklondíbi),  %  ^uaddo  o 
t^r^átito  'fóttè)rario  'sé]^fa>pàra  aquellecòb- 
Vento, 'párou  no  sMo  V^nde  i^è  víiòUíio  iireo, 
alii  erigido  piara  coàitíkemoraf  aqu^lle  a!C6i&« 
Te'(ifàí^tò;'e  Vélà  meáto^l-azao^e^â-H/fram 
tnai^ dòfo-qtiejâ bSo «filaftêm;  e a^délie úA- 
cò  (ttleltsta  dós  thsis  iim  bt^te  dt9^apt>aM- 
\iêri  ikáitíem,  á  nião  |>tedbaa  íiVRe  ^e  nla 
condoer,  pois  o  tempo  e  a  inépcia  dostridl- 
enntes  e  os  donòs^ôs*|[^dióls4isiiihbs  ofsem 
maltratado.  *     ^ 

'À'(J[ttt  tíiíl^éètar,  fta^^è,  'ò"bd6hkM'9oa- 
quim  Marques  Paul,  iíxihááÚé  dà  eriàftt^. 
dtié  'fòi -jâtíf  dé  Ibrá^d^  Atámbtija;  addiftiis- 
Mdòr  'do  'Uáiltò  ^  1loeÍO'èD()f'LiANJs,  Cf  tá- 
timaoiente  administrador  d*est6  letíbeéibo  d» 
Vondili^Utiitõh  átltl(]íí.  kxfíte  alada  atluva 
—a  ^>  ty/ÍKMl-ra  Al^xâddrfna  d'Attneida  Ldú- 
retro' C^ydôib''Kú4,  t^Hénee^te  À  betb  eò- 
nH^c^ãa  fatniliá  Altti^idás^Letti^eiros,  dof  GnK 

Casoi^  também  aqui,  eá^i  vtVè,  téiiia 
'^tdòpòt^^í^c^éâ  lutt  Xitãhiiino  t^i^Mtiítò  da 
^^ii^.  obathíirèl  irhxút Ántotrio d^Azb- 
' védD,  deTt&kés,  no^ éoúcefhb' da Pèsquelhu 

'^tàl^m^á^ul  6xi!^m 'os  successor^s VLo 
capitão-mór,  José  Pinto  de  Mesquita  Pioíeti- 
lel  e  Vasèokéèttos  (dttia'das  maiariidsrés  lá- 


«ftO 


mm 


.U4a  por  3eu5:  iwft9s,.fú  fr-  (AAt^<^,  Ó^ricy 
Pinto  ^^iU>  cl^.y4p0QWje.Uo%  JQ«çft.4e 

r4iacQude.Vj^o»G^Uos,Pioto  Cf^i;dp^Gk    .  .. 


<  »   ; 


. .  Não  im|Qcíopo  Qj^^td  jirUf  o.^^arioyM  d*a8.- 
.  iMfaroUia^  fior  i^rm  jàsi4(f;pji:ú)Upa4f^s  aai 
.(^iiiro&,art^os.<l'«sUobra^ 

Pertence  também  a  esta  freg|i9<ia  a  .pe- 
quena aldeia  édA^ínqiaf^  j[amo  á  esgrada 
l^macadím  àe  Lamego  a  Trancoso^,  e.^staii' 
te  cérea  dq  anaiJ^iloinetro  de  Mondia^.de  Çi- 

'«92^.  ,  

Tem  33  fogos,  81  habUaates,„e,]iina«ca^a 

.iMlHre„)|H6  é  do  ^b2^de.deC;^tr/^.d'Ayce,  e 
^imtio  .do, povoado  aiqacapeUa  cod»  a  ||[^- 
'  TQoaçàa  de  NQ9^a.3ephor^  dat  Virfqdes,  tei^- 
,fip,  ajem,  do  altar-BQÓ)r,.doU  al^ures:  latera^. 
,.pa,  eop  volta  d*«âta/aldeía  grs^jide  numero 
.dosabogueinos,  pjrodnzíodo  bag^.ein  WJ^' 
,  idfd«^  px]iie  cQo^tíiae  wi  dos  rQodiípeatos 
.ipa^s  P^^Q^ide^avçi^  ,a*$ates  aiUos, 

IIONDIH  D^  BAaTO-y^ll^  Traz-os-Hpi^- 

.p^  cabeça  do  co^celbQ,4o  seu  pomê,\co|Qs^'* 

ca  de  Vijja.Poiípa  d^Àgoiar;,  S4  kilopnetros 

. a N.E-  de  Braga^  390, «p  fí.  d»  LUboa,  430 

.     Kpi.«S7,Ui)iíutó6íí)gc|8,  .,,.      . 

Orago  S.  Chrislovão.  , 

. ,  iAfcebiap^dP  de  l^aga^  diiM^^  «^minís* 
^aHvodfiV,|IU,pe^,        .  .      .;•... 

<0s  mai:qpQ^^a  ,de  l(apaka,(  apres^ntavs^m 
.  ]0,  vigário, ,  qo^.  (í  pba.  4^000,  r^s  de,  rpnii  • 
jDi^Qto.aDDaal. 

.  Q  popíeeibo  ^e.lfopdiqfli  icppoato.  ^ 
..((ifr^guesú^9  leguiptes,  todaa  nq/ircebispado 
.4dBrac8»— Aib^i,.BiLh6,,Gj»mpa«bó»  Êrodél- 
.Jpy.L)amj^$4*Qlo,  Mo(idi|9k,j|ieBasiçs  Parattan* 
ça,  Pardélbas,  e  Villar  de  terreiros— ^ todas 

.mol^*£y)oruftos,,,    . 

.  P^Jiapuçl  ibe.dec^  foral,  eaiXÍ3^oa,  ^m  3 
.4d  jm^bo  de  iÚ!i,mvrQ,Í0  foraes  novos,  dâ 
Traz-QS-^MofUç^  .fl.  S|7,  ogj.  i^  .^  Veja^se  q 
processo  para  este  foral,  gaveta  SO,  maço  11» 
9,*]a.)— Este  (oral  Mui^m  serve  par»8er* 
vá. 
. .  Está.  esu  villa  silnada  proiUqio  da  mar* 


lUpa,  belú  pppte  d^  {11^^49(1,  ebaaiâd^  j^^ 

fazrsè  ;^qi9ii,  ^ligamento  fraude,  çoimner- 
.  ^«  çwa  a»  i)Wka  f j^rio^s.  de  cq9i?os  .a  oòi^ 
ir$e^  qiae  ^^pprtaya.  p^  todo  oi,i«ioo.,  ,. 

PAlw^ca^  ije  ,í(flui^Hita  çítL . 

.  .fifjj^i.s^boreç  dpiutafV?^  ^'es|ia  vjl)a  as 
marqueses  de  Marialva. 

Pela  achar  ini^n^iian|e«i  e  pajnt.  aoieniflar 
QSl^  obura*  rearmo  fiqpi  ajbiatopa  qoa.q  sr. 
C^upiilo.  C^stçllQ  Branco  pubiicoii  no  gnarto 
Tol^dasraiâ bellase  cprioaisaioiasiVoitoa.^ 
Insomnia,  e  á  qual  deu  por  titule-rÚ  Cafre 
do  CajnlSO'Már.—È  a  seguinte: 

Jfi^  Ibria  Guimarães,  najiural  de  Mondim 
de-Ba^to,  fora  para  a^  America  e^l  busca. do 
,  bens  da  fqrtq^na.  Tantp  lidou,  que,  di^^ppis.d^ 
.gUiçrra.  ^  Pai;j\guay„  liquidou  ^,  sua  casa, 
ppdenjdp  rçalisar  ,^ma  fortuna  de  500  coixi- 
tos  do  r^is,  com  os  quaes  regres^pjCL  á  pátria, 
Qpm  sua  miUber  e  filhos. 
.  .  Passando  um  dia  por  junto  das  ruiuasdo 
,^ma  grande  casa,  e  olhando  para  o  yaito 
portão  da , quinta,  vjnp  encio^ado  pojn  um 
jiir^o  de  armas. 

Perguaton.de  qofísn  era  a  propriedade^,  e 
.800^  que .  perte,nçei;a  a  um  fidãjgo^  e  que 
^  estava,  a  rendeir  para  a  (azenda,publj/ca,,por 
jdivida  antiga,  de  impostos,  juros  e  custas. 
.  ^ôra.  eafa  propriedade  do  capitão-mór, 
^e^o  Pacfipco,,q(i^.era  muito  da  casa  do 
duque  de  Aveiro,  e.  estava  em  Lisboa,. quan- 
do teve  logar  a  tentativa  de  regicídio  (3  de 
septMikva^ft '  1788) . 

Apenas  soub<»  que  o  duque  fora  preso  em 
Azeitão,  fçgíu  para  a  sua  terra,  e,  chegando 

a  si^^  casa>  que  era  ^^  WP  P^SP  Í^^^\ 
4ea  orde«(i  á  n^nlher  qú^  90^  fireparass^  e 
mais  dois  Qlbos  mçnor^  JK^a^  ^hirem  do 
reino.  <  .\  , 

Antes  de  partirem  para  a' emigração,  de* 
posltovPacbeeo,<na  mio.de  om^teo  e  hon- 
rado layrad^r  da  f^ueila,  que  era  alferes 
de  ordenanças,  nú  cofre  de  pau  preto,  com 
.idijraM^deiraa  de  bronze»  qi;e  estava  ch^io  de 
p^B  de  oiro. 

Ô  mesmo  Pacheco  e  o  lavrador  levaraio  o 
«caUio  para  casA  do  ultimo,  ^por  s^Itaa,  ho* 


ras  da  àoi(e,'e  etif^  aqnelle^  Ibè  èids^ifae 
o  Caixão  continha  30(heM  croíaAôs  (iW 
<^ni09  de  tiÊ\%)  eid  útkibtd^,  pe^  e  íjú^ 
tras-fnoédas  iimfU)  aiHlg^. 

O  HHalifOdif  pâ^a  a  Ht^pasha;^  deí  lá  ptt^. 
ra  a  Inglaterra,  onde  esteve  algnns  annoè.' 

Aêhaddòr^éi  o  dejk^tltál^Mf  ém  p<?rt|g(y'ae 
yH!^  e^èfevèn  ao  fldiilg6;' '|HÍt^  qw  viesáè' 
otf^mlMNl^sse'  fatmi^r* cr  sect  tliésovAra;*  o  ^^^e' 
PáébècòHI&x;  Ylúdd  iqiaà  ntíla'iíaliei  e  Vevaii^ 
do  o  cofre  para  sua  casa»  e  alli  o  eú^ttiél 

Ò  rei  b.  Jos6  mòmà  ém  tt  de  fèftofelro 
de  1777,  e  ò  sen'  Míáf^itrt)  e  vtíi&ô,  d^lèif  l« 
qores  dé  Pombal,' for^dep«Me.    V    ' 

Logo  qtie  PacUeòo  imlbè  d'«dte-aa>Mè^ 
mento,  regresson  á  patrta,  viuvo,  e  com  ddfs 
fiflio^  já  hòínen^;  más  f ràfptos,  tiDrbtlletitDs, 
dissipados  etlixnrlt«ô^.'  Seapaé  iii^iTr^d  d^ 
repém^,  eib'i78t,  e^  enterrado  ilá'egi«ja 
dciMst^iro  dd-Rt^ftijos^  d»  &»9to;  qaeéllé' 
e  seos  descendentes  liaviam  beneficiado. '    ' 

Os  nulos,  apenas-  morreu  sétt  pae,>evol- 
v«râim  lodos  os  cantes' da^  ^aiia,  em'  basca 
de  thesonro,  mas  só  encontraranr  nm  ptpêf 
e8Í6ri|[)iò  p^lo  cspftioMnér,  q«ie  di:eia:^HP2)tf5 
ser  qwsnpátrrsa  xm  nãò  eõfríjfé;  moê  a^i*' 
quezá  dê  terto  vo^  fchrià  tifftH.  Bu  nãó  ín&r- 
rerei  com  o  remorso  de  vos  deixar  nas  mãos' 
opèior  iniiítfuihfiU&  dos  preioers&s,'qiie  ê  o 
oiro  fUk)  adqtãfidó^còm oprôprio Suot. 

Os  filhos  blasphemaram  'dõ^pae,  e  fbram 
a  casa  dofiih(»(H>  amigo 'defN)altaffÒ  saber 
dtí' cofre;  ma^,  com^este  lhe  dia^  qdd 'd 
pao  o  tlhha  levadot,  toftialràm  a  fSúSí  casà  e 
aidarfaramo  vHho  feitor,  de  pés  é  nmosí; 
am«açandoo  de  o  não  sòltsr<^m,  setn  ftõ^ 
eHe  lhes  doesse  conta  úéfi  306:000'  cmzfldoèi 
Finàíolèaté,  dnpoh»  de  mnlia^s  e  baldatlás  in^ 
stancias,  soltaram  o  vélbu,  qne  fbgfil<logft 
da  terra,  sem  ninguém  mais  tornar  a  4aber 
d'elie,  deixando  Vf  hementes  suspt^ttas  de'tèÍP 
/hgíSo'  (so\à  o  thesonro.  ^  - 

Ficavam  pois  redwítdos  a  uns  cinco  ou 
seis  mU  cruzado^  qne  lhes*  rendiam  sétd 
quintas  que  o  pae  lhes  deixara.  -^ 

Christovadoí  Pacheco  de  Aádhid#^*^>tnor- 
gâído^ficou  tta  9na  qninta,  'civainAda  Apo/ 
dé  Oíèirtis  (onde  bavi^  tiásèido  o  sen  pêlé 
Mlecéfi)  ébgolpfaad^em  ioda  «  eiiata  dè^tM 
doso  dlsilpaçdes.  '1 


401^ 

o  fmio  'é%MMo;  SI$blrSlfI6  Padtisoo  È» 
Andrade;  fòi  para  Liiâioá  ireq<ierer^nh)  ^m^ 
préB0i'd«4>i  iMià  I;  é,  tMno'  nada  ooéés^ 
ffffsêéi  êikji^gtm*^  Bó^  vicies' eà'VadiageBlf 
morrendo  pobre  e  deshonrado.     '     -   -  -.■  ^^ 

tá  ^ik  ^  i)ittt^,'«ií(<<m^  íMbi'  ttmh'  Máda;' 

de  qtlefai^étttiA^f^tf  mfe  ^Pèdhoi  d^AndNiéie)' 
é  mátréié  4»  WiMmds,  ent^trtíià  modésia  mi^ 
dfania;'i^moé'daí'itta^al»di^fortiJMat     >'    ' 

BsUS^HèitteÉi;  à^ar  de  dès)[>ii0aai^><MPMk 
des  e  zombar  da*  Vi^gKé,  maàiA4^ar<«Moir 
seu  filho  christãmente,  por  um  religioso  be- 
nèdfeiiho/coiáV]liémtlfih«intren(elko;'  - 

dsflIehMr  dá  diérf^^  pne^o  i|«««lhe  «aiH 
MfQ  <|lMi^p),  *^i¥Ío  pará^sua  ^i^i  ^^m  ^oiiM 
nistr<9ii;"aittlàf'i5bíUtltella,  Ma  nónio  bottMttl 
séHb  e  inon^éfadlo;!  m  vlBíst  do '  qtté^  'Qa-^ 
sou  cMii'ilttí«  éenlK>ra'nftb#é9,'  0  com  IIOAXN^ 
dratíidèfs'dtt>«^te  (8«0p(>^d0(>  r6jé>  «on^K» 
qtíaes  déáempiínhen^a  sua  «asa,  tivehd<>to^ 
mo  homem 'áé  bèm,^|^r  espaço  dè  algtintf 

'  Qn«aio  o  f  xel^éHo  'liberal  efatre^  no  Por^ 
to,  étà  i#3l^^era  eito  ainda' mâi(o>tto>vi^ W 
capitão  de  milicias.  Foi  para  o  cerco  áfê^ 
qtfálla  clátiié^  énde  sepOMou  valentemente; 
mad  ^d^n-te  Vidà'dé£f>««Mtfllpamentos,  to- 
dii9  ae  stiaft^^iilAeS'  d«tti«s«íeas,  e  voltou  a 
Mondim  tâo  mào  enoMi  Kbrâí  seu  pae.  Sua 
imitót^r Ingiir-^lhe'  pai^aa cato*pálèma, èom 
tim  '(tffao  díe  5'  aBww;  chamado  AWaro  èê 
Andrade.  '        il 

•  AckiéA  dé  ndro  de  Andr^ai^,  }á  estava 
onel*ad»  eoib  as  dlvlAi^  que  eolrtrahlirá^dXM 
rMíle^a  f  Uf  rra  civil,  oielle  aioda-mals  a  eatt^ 
penhou,  levantando  muitos  contos  de  réia^ 
com  'OS'<|i»es  se  Ibi  eslabeleOêr  em  tfsfooa, 
em  i836;  e  até  i843,  praticou  alU  teféa  A 
castas  de  extravagâncias,  até  que  n*0ste  ul- 
timo anuo,  a  25  de  julho,  roubou  uma  ma^ 
n4Aa,''cliaftiada(  Mai^ia^  do  Carmo,  sobrinha 
é»  «tha  velha -cHalda  da- casa  real,  das  ^pia 
habitavam  no  palácio  da  Ajuda;  abani»' 
ttííitdo«a«itio  'tíOk  da  qaa«ro •  diaat «  deiíaa- 
dto^a  IfiliieNatta  dor  ma»  ^aivoz,  lewo  auAi 
Mber^  arMpeiilinièliio.  1 

O  fidalgo,  depois  d*«ate  aea  ultimo  c^íf 


I. 


^  ifê»  desejaram  saber  esta  Maioria 


¥m 


itm 


«HiiiiMdQ  QpiQ,  iioi^  úro%  ii.Mim(d«#iiA  iô^T. 

«DOO  (àe  1843^ 

qm,  lha  i^fHfq^flpr^ifa  o  ^ft^lHit^  ^  iJMfC 
com  sus^  «^,  em  ime^A^^d^^Mhfrftgiw* 
«i#i,QQiii;  aor4«Qado  d^  JAP  r<iJp»dÍMt<M^^- 

bfl/4o  4l>kM4iB  da,  ftogpem.  t^  «IM  MMo- 
xi9i  ^  lAfiiimii»  e  çrifiia».  Ata  li^mv  ^ 
iPMM  iaMr^«p#s.#  9m;/9ipUiM  c^r^iWt. 
«  promett««  aA  4l^bj^.  d».  4mi^)9r  Alvm^ 

^4odr^«  4  mimi^  ww»  0.  bnmiUMF^ 

cb  Ofpiroi «  ftoa*  P^rti9i)ca^  a<fftiiKirip9«T 
tp)dQA.<^K<i<ioFaa.  GavA^i^pobvií^Mdm  j^ 
lanços,  e  ficou  com  a  propriedade  pof  .(||(p. 

Vf^*  p%g»na«i  l9gQ  a  im  b^RPiMisí^  e 
mod«i>do  iogo  reediOm  o  PialMiliP  4ffciM'> 
Bidp.  * 

I^  t«iib»  «eH«âl0  «fPi(t 

.  IwbUQltoi  do  iVf  (;witt9  Q^tolr. 

<0  piPíOfri^MaJo  (QiiUvarl^,  UnepdipM 
MCQii^radiçQ^  PQBi  q  aomiMiiiie  49  («MlQiAi 
di8se*lhe: 
-^  s«9l)i<w  Álvaro,  Tá  iii0iAoiiboi9^9^  nao 

:.  rvSimf  aeqbor-r^9Q  4lYaror.nipiaQdp.  y, 

*  ^Aa^  ft  da.  tarde ;  a  ie^?e  tílMin)  Q^PAPftl^ 

^panao  baia  disso*  . 

r.t  X  tora  apr aaada»  swm  a  hitml^  da  oarr 

pilao-naór  na  exUiíeu  Jtoiísa  doaJ^Mli^ 

^  Jiiidr<ad6a. 

.mJí  14  €^u,yA  o  teaaUeiro  áa  teaiUbaa.-iHUtt 

t»  alvapeis.  Â9aim4|Dejeb^u  o.«wwqyfima 

do  tabellião,  sabia  .«m  eUa.BQf  eo^va  nn 

tJí^cufnlttaDcfadaiDeme^,  yi^am  o  4 .«  vol.  das 
Noites  de  Insêmnia,  a  pag.  15— ou  a  Revista 
BmeK^al' Usb(mmi^ey4^ditít  a<|^g^i 


immí.^  Jmam.^fé  aiot  i\Up  de^iw». 09^ 

rbA9»  om^fM^  e^gpa,  AP  p^qM,j«  d^*. 

iii{#dQ»  UM^  aipd^  ai^iip,  a  mtm  mfm 

eabaracada,  das  p(^te96^.4^  qiUo^i  gpM 
dr»,. 

Qi)^gr:pj-a.^f8Qi^tM^rea4#jM«9).  ^  dW^tídr 
\^  901  in^^94v^  49Pioi9i  4?a' (adÂIM  ^ 
ea^  9a,  Mpi^da.  d^feirl«  J4 14  «atfy^.  ^P^ 

nr^^^-ftft  |]fi,#r.  AlW<^-4í«pe.íoíiÃI(ifi. 
ri|.Q|aip«jnfih-e  i^^fuççev^dq^ 
— Prompto  I— EW^m  0|  #f|çi;eii»e9tP»C<^^ 

dM4fi  mniMano  ^ri^ta  44^Utmw?  4^  <?¥- 

^pi^JK  ^)t^  9)|p  ^DQ^  «!#,  4^.  469., 

QWQfkn  qa^dPft'aQ.aA'q|Q||Mtf<>t^.P^rW%T 
toa:.,  .  .. 

nrfte  todpf.a?  jp<rtTe9.qw  W  tAW>iíH!W^^ 
-TWn>i.íe  Moa  Os.JWhÇ^»  q^W.WP  IfiW 

T^iVX  íiefl>rrVO)l^eií,  (^  bCMWtoko,  W/Pt 
movid^inrfsa^^  Q  flp«  m  flíWP? 

.7TY.5.*.<ídÍT4. 

trlí  WlíW:  wcAad^  d,'e8t;^..qrtpis^  1^09  pp- 
l(wr^iP^>  «Iteft  ediâc^fw  lUPa  cad^.CPW 
9fi^  qf^\^\9lejfl  ;  i4.  m  yé  q^e  90.P  «P  qpe.  p^r 
^  ^,  o})caa,  daf  C4a;»a ;  ^  tí8(o  qua  q  af^r  .44- 
VMO  i  QiA  d94  UiD^».  f^  c^CQ  pobreAi  lasfiP^ 
IIVNO-  |9^;.fw44a  qi^r  ^  wa.e^aa  íeila.  A 
e^ffOU^  dP  .1<¥^  4  3aa,;  oir» ;»f ori,, Q. I^tía 
dl  QbRK  4f 80  4  ^á  ppr  miohi  fWPta. 

T^^^  iMl^l^ea  i^çcai^ami  p3p  ^^coll^in  -^ 
4fa|s§'AlYiira. 

— Maa!— replicoa  i^  M^  Croim^ãe» 
TmMaai  ou  4^19  qp#  awH>«  (mw^  WP- çQm 
Q.QUtra^  ou  i)ãa  Mpipa  pada  f&\W*  £n^  soo. 
assim! 

.  •^DaixaoM^rDOs  d^  ^enhoria^.  Eu.m^  ^r 
\b(h  de  una  ^QCi;a'V9» a najip  elámip^da 
bjorriquairos ;  ibra^r*  ^yaro  Pacbecp dd^* 
cendente  de  eapitaes-raóre9|,4^.,f|QMp 


mm 

«iÉii  u^Am  pmmlof  Aa^Helgaço,  nas  soas 
féoavafli  de^  iqt^hpMi  Oauorno^nos  de  senho- 
glM,  VannWi  á  iipeiMo»^  Ondfa  qner  a  soa 

Hb  nMrhoiUflin  iMwiiaáa  i 

-^Mi  4»UH^iiiiaQ4pa  #^  teaafMnoHi^fA 
um  abraço,  e  ymmm  mt^^m,  qwlM  mui 
frio. 

£,  no  decano  do  wwjpifcn,  ymwBttíR ; 

•Ml  fti  Ali«rt^«hadetfÉMiHDe  0'ilvr<tf  de 
«  deelMdit»  éo  atrfiy»  d»iabelllie^  m  Hw 
iiio  eastar.  ftceto»  ie»iqmBi  !>»<  lUpimrtrtB 
MIM  «iNiis^  «dl  qmwiò  ipm  tratar  de  te- 
goeiora^EMMfc  ■••«À  HtedètaDatiplaaaii 
Oi'<aiai  di>»  i^QlMiM,  e^Q  eupiíal  pata  o  ets- 
1^0  da»  Éiipoiii, 

O  tnrasHefro  citara,  passados  seis  meses. 
^Mb»  as  eazas  estattim  }á  de  j^atéde  é  tecto, 
^ando  yoltoii,  excepto  a  áopòlbtt  c^anifado 
Attato. 

'  '-'•^Om  qoe  entSb  a  casa-  w>'  39,  aTMa  tAb 
tem  sequer  os  alicercest^pergtmttm  o  Mm« 
ffinor. 

^Ê  porquê  o  pòlm  u.^  98(  tilo  predsa 
Sttifto  coma  bs  outiDs—respotidea  o  ftiífor. 
'  -^Boiiovmiéa  ser  agora  o  fisiealdiis  suas 
obras— tornou  José  Marfa. 

^  Ê,  ao  outro  dia,  fez  convergir  os  melho- 
res operários  para  a  bouça  do  pombal,  6 
n^andou  arrazar  a  vivenda  de  centenares  de 
andorinhas,  qne  se  esvoaçavam  ao  primeito 
iroar  dos  iáví5es  e  marretas. 

, .  Mw^  ^  "f^^é.  It^rífi  apaistiaun  ao  derru- 
jMmeiMp  do.popbal^am  ^nto  ícoj^oidop  dp 
/^Ig^ear  4aa.  ei^j^y^rid^s  b9bit»dé)r^  4f^ 


N'isto,  um  pedreiro,  e§t»ofoando  ooma 
alavanca  um  pedaço  de  parede,  descobriu 

^(Mua  superQçi^  wqf f«  qj^e  ati  1)1^  flyirou 

Ío)i^^. 

.    —Que  diabo  de  obra  é  e^ta.de  lo^jua»  qb^ 

jpar^da  de  paniaíw^?— disse,©  ajye»»}- 

.  O  teaail?ir0*  aMrau<«e  da-  paredfi»  apalf 
^u  a  auppoèta  toAsa,  e  4â)ijNrvDu  ^  pedi^i^ 


ia» 

quer  que  fosse. 

i>gar»^qapiip  iiMte¥épqiiae»4iabo«84tf^ 
ma?  / 

•«^AnMH^  «l»?-?^»«Vi(Ml  JQii  Haria 

-^V..*%  njjjiiOiífti  dii»  qma  os.fliaalt 
i9a«4a^R«rt  «ifisiidei«a>«iu  tbasQiiRii^  que 

"^^  mkW  «dlnT  Mi.  Attrsai  tttft»  toiâ 
aip«lra  qmieMâtdoslaêos^tonlo  mbaMn 
no  caixote.  Cuidado  lá  com  isso^trÂAIviiiar» 
ptreoaoM^qttf  nfê  anfMlriàfassaiiéi^  do 
flMUHMT  dalàMia  éo»>se«s  a»àh*-êfaâo«i« 
iMwíMrofc 

— €omo?!— perguiitbn  ATvaro,  quctiilte 

entrando  ito  recinto  âó<  poinbaf. 
— Vetrtka  vôr.  Apal|[>e.  One  é  issot  ' 
— ^f^rece-me  um  caixote— dl^se  o  IMnèto 

dò  capftSo^roôr. 

— Nao  é,  parece ;  é  .que  é.  Sabe  o  que  li 
Çftá  dentro?  Sabe  a  hja|toria  dos  trezentos  e 
tantos  mil  crusadós  de  ^ti  bisavô? 

— Ouvi  dizer  que... 

-T^ue  unnca  appareqerai^.  Apparecem 
hojp.  Esfio  ain. 

Álvaro  de  Andrade,  t^^e  tinlia  encarado 
b  infprtt^nio  de  trinta  annoç^còm  inteíneratp 
aspecto,  descoroa  em  frente  da  tábua  uegra, 
que  devia  ter  dç^tro  uma  cpu^  chaq^^da, 
bem  oú  mal,  a  fortuna. 

A  ^\^  t99VQ»  c^iciifxçitQ  i^t»  m^^9t  m- 

j^i^O^H)  ^re  qnati-a  robi^s^s  (ur^COSt. 

r^h\  eom  pé^l  §^w^  umi#>»  9ft^^ 
hMqa  e  l^tQs  mil  aru94doat .       . 

—Que  quer  dizer,  mMftot^pODpiílMkO 
taOsaBeiM. 


•t^tiliil^e  paio  %>ft«0ito«4afi*teéftMni| 
i9satm4<4'«trT«i^wB.!lQsói  Msitia»>ciHve'Bisif 

«ho>»;afaaiajte.- 

— Ó  meu  senhor,  pois  eu. . ..     <  ,  ■ 
— Suspeita-me  de  ladrão. .  • 


CM 


mm 


íám 


em  terra  de  y.  s.%  seu  é. 

^  -^9 'Ma  »en%  ó  láfulMií^f  f%i9  nio  sriM 

qoe  •ttie^eUl^^  é  úJ^té  putm,  KfB^té  dMâà 

Álvaro? 

*^  «r;^«iliÉifi0tt. . '  eKftIttBêw  ^  fifho 
do  altimo  aeohor  da  honra  de  Real  4*01^ 
rto;  e  DÍ#!pMe^iiitfettlai>  MM  expressão. 

>t-yaffioel*-(attiiitif  ò 'fnriêíleirií-^pir^ 
onde  é  qoe  vae  o  thesowiK^deeêii^itfd/iêri 

8MMlltd«l4. ■       " 

<  Joté<liMri^€e9qiiiMva  wna  oteadft  deefa>* 
wdet  i««»UifeQCMi^>ieai  ^oatlo /Daiobreil^ 
rodeando  o  caixote,  se  embasbacavM(W4MM 
909  oatrps,  A  |ef|o^,D9.r9fi^  d'Aivj|ro^  com 
a  mais  sincera  e  rapeitosa  estupidea., 

Novaio^Ofe  io^do,  par^  d^er  onde  ê  cai- 
xão. ^ía  a^r  levada»  Álvaro,  are^pondifa: 

— A  minha  mãe,  qae  sabe  o  /çLUe  são.  pio»' 
bres. 

'"      *  •  '  '  »       ' 

£'os  primeiros  pobres^  que,  réíalivamenté 
enriqueceram  nas  aldeias  coDvisiDhas,/oram 
os  descendjentes  dos  irmãos  d*aquelle  feitor, 
que  mditós  alcunharam'  de  fugitivo  bdrãq 
do  thesouro  do  capitão-mór^  e  que  se  tora 
niorrer  longe  d'atlt,  e  obscuramente,  receoso 
de  ser  novamente  màrtyrísado  pelos  filhos 
de  seu  amo.  * 

Álvaro  t^áchécò  d'Àndráde,  n'este  anno 

.         j ' 

de  4:874,  tem  quarenta  e  nove  annos,  e  é  co- 
ifheícidò  pelo  «dklgò^e  Heal  dTiOlèiros:  - 

Aquelta  âetíh<M,  tUétèz  uiot^a,  com  cinc^ 
fofMòtos  ttho«,  ^tiè  Vrlnca  ft  volta  de  ouira 
senhora,  de  setenta  annos,  é  a  esposa  d*AÍ- 
vakb,~e'Âha  dé^José-Hsiiría  Guimarães.  A  dos 
cabellos  brancos,  tjtit^  Míe-alVéJam  nà  fronte; 
ebmo  ti  ^pdà^ttéaçdcênas  de  uma*  santa,  é 
a  viuva  d^aqtii^He  {álftarM  einfatmo  D.  JUan» 
auiaÉrtiidUiemms^ 

O  sacerdote  ancião,  que  parece  ter  ^Um 
ttàa^é%^fB^\9 aliliaâetqtte  nos  leiíaAms- 
ta  Univet^sal  Lubonense^  e  a  quem  eu  éwô 
g  jy  aépy»  oajcomment^rioi  ao  lo9O80i»fNin- 
fmte  artigo,  què^oK»  parece  ierdoBMQiHPe* 
aado  BBeatre  e  adorado  amífe^  ^Moie'<âi 
Castilho.! 


>e4!o  tMMiolu>8  BMtts  lell»^ 
res,  dèiaaQaiilfa  dVgreêeio;  iMi 
parece^iÉM'  qile,  para  mnhM 
d'elles,  não  será  aborrecidft^ár 
leitur«diesl4  ufeieíria,  do4io88a 
primeiro  rocilftd^iBtà. 

miimún«^*h«^élrí«,  ^l^ooâ^Aote^ 
conoèthd,  eêwarca  e  dibtrtèlcMfebhilíitrÉtMI 
de  Villa  Real,  70  kM(Mieti^08  aO  SiWi  W 
Bra^a^  34ft  ao  N;  «e^Lísboai  tMS§^fi)g#e. 

fltu«707tÍBhia  Il»fdir0^/'  ..    :.; 

Orago  S.  Thiago,  apoetok).  • 

AítMHpMi  âé4dr«gu  ^  -         '     .    • 

i>0^>flM>ngee:jeroo}maa^;d»i»aveDte  íb^- 

\9Êk  ^ieiNilr)i  ia|)résoft«iiam  e>  abbadei  iqost 

IJBèa  tao#âOO  iéi»«d^yeftdMWSiitA. 

•  £  ten»  ffliilo  íerijL'  Muito  >bom<«tthúv 

Clm.iimiio  gadiK-dd  ioda  a  q«2«Iidlide«^       i 

9oi  vite  UBummpoèMtíg^.  fibtar»  peBlfr 

de  outra  viila,  chamada  Biãtáiaimt     '     '  t 

.  Jl^aitWMia;  Aa^  faidasf^fltir  E9qo,i6  4.o.aeaAO- 

D^  antigamente  cbau2^  Seloféliot,  ejiioit 

io  lia  Jífls$0ifê.  * 

Aqui*  teve  uma  fazenda  Audina^  ou  TGot^ 
nhih  *we  »  doo^>^  der^raga,  em  1080. 
Consta  doMyro  Fid9ú    .... 

Hoje  é  uma  freguezia,  que  foi  comme^ 
doa  iBi9m^  jjoroip^aio^  de  fklf^ . 
.f.PjlQarih^  perto.  ^»9«iA««i,  aldieia.de  ppav 
ç^^vi^inht^.  JPa^sa  por  aUÍ4^iBstfadí|.au» 
vae  para  Vilia  R^^aV^  .  .    .  »;  ,v, 

J^erto  de  Moudrões,  em  i^n  alto,  ha  ve^ti* 
gios  de  antiquíssimas  muralhas.  Hoje  eatá 
D*elie  o  Calvário  da  Via-Sacfa. 

Este  sitio,  é  que  se  chama  propriamente 
Mondrõôs,  e  foi  o  que  deu  o  nome  á  freguer 
zia.   .  . 

t^o  fim  do  século  XVH.  mandou  a  caóíara 
de  Vnia  Real;  á  Acadèn)ta'Reál  de  Hfstorta 
Portugtteza,  uma  memtyrftf,  na  quíil,  entre 
outras  cousa»,  se  lé  com  respeito  a  esta  fre* 
t;uezia  o  seguinte : 

ilflD  alto  doesta  fregii^a,  para  a- parte  do 
poente,  encostado  ao  sul,  eatao  uns  campos 
de  terra  lavradia,  junto  ao  rio  S(Mo,  pelo 
meio  dos  quaes  vae  a  èiltfada  real,  paraii 
pente  do  -mesmo  rio  ttnfMSda  iMte,  f,  a 
usa  eoBirs  laio.*âae8irMla,'se  aobam,  «oi 
variais  fartes,  ao  neie  dos  ^eampéa,  montei 


IKSDI 


mm 


«Od 


i>i 


•  1 


iV^tfiite  {lO  Boi<««npM'  amigolMitodft  aiâis 
lit  (9eâi|irMr«stavft  oolMVlftfdetlsnio,  com 
1W«^  8FQMàr%  6  4  aiiMtatn4Hi<H  Qaeiem 
-#|ir<«'4#  iíiotir«)i,  «ffitf-Âitf  i0!r«Mi.d0  r^coflktV 
vi0UOi  nl^nqueUê^  cooijnml  • .  i  - 

'  •  :Oa.j¥npi>|Qim^a«amarirde 
.Vilk-fteul,  t  i^*afiiitti  tampa, 
enai  iiocuwvemdos.  eti^ ar^ 
(teologia^'  <a<  aitriboliiDí)  ao^ 
mouros,  eomo  aioda  hoje  faz  o 
Tolgo,  as  obras  dos  celtas  e 
dosrooiaBOti 

•  Os  taes.BMites  de  tenrácom 
aa  eab^mu^.àa  {Mira,  afio  sia 
mais  do^uemámodi  eeltiiMa. 
.  A  atísianoia  4'€it6t  aMiii^ 
jaentos^  doa  tampos  pre^hhtot 
rioD%  ii>*etlea  sitâoB»  mostfftiin 
'  ei4deiiteaQdDtB  uqiie  cjliss  810 
babHadas  ba  oaiia  da  .ãois  mil 


I . 


.  '  I  '•  I 


?  ..li- 


concelho  do  seia'^lètaM(^eMBPMhBa^  bís|nd0'a 
Êk  Inlanatrosi  da  fiNas,í84  a»  N.  de  VUla 
Viçosa,  160  ao  E.  de  Lisboa,  240  fogos;    ^ 

I  JtaK  IAIÍ9)  «iaha  115  foftos  u  ílreiM^de 
HomniSeolÉBni  da  âvaça:  dfets  òotras^iiai 
qoÈàvUfwé,  trato  adíule.  Todas  três,  tinham 
eiiráVIS7vSI&i>ibios. 
Qrago  MoÉBa'SeMionL  da  €^açá.  ^ 
Distrieto  administrativo  e  Í4  k^omtttrob 
aaSjidfrPartalBCréi.:    '  <' 

"OoaneeH»'  de^Monlbrte.  oompretaeadv^ 
fregueiias!, '  sendo  7iAo<  bispadi  de  Eltail 
qne  sio— Algaló,  Almúro;  Monforte^  Fraie* 
rè%'BaMo  Aiéb^,  Valamoile,  e  Yeiítw^e 
mna  no  bispado  de  Portalegre,  qoe  é  AssiH 
BHtr.  Todaa  camr  4:100  íogios.  > 


'j 


HONESmBIKQi,  UOSTBBMê,  HGa^BI^ 
lU^o  MOSTSIROfr^rtognez  i|ntigo^-«ia6^ 
teinaboj.  paqoana  moatefío.  Vam  •  do  lalim 

TúàiMe  noitm  'pnptiOi  qmm  kabémuê  ttfi 
ãipá  3oiii^  tntifriMdneèteirol,.^f  Amefo  r^*í 
rMn».*  (DoQMi6nlo^4al!aKmea;:dail0&> 

•  •  lIOHKOAn-r-ft«iga6iia,d9eirai  Aaixa,  cobh 
«elbú,  comafe%  binMdoe  dístrfteiaflidiiiiBi»: 
trativo  de  Castelto-Branco,  60  kilomèm»  da 
Oaarda,  S85  ao  B.  de  Lisboa,  3i0  fogos. 

•!llip<l7tt71iiAàrÍW^fóges.      . 
Orago  lfosfta<Seaheffa  da 'Atada* 

.'Afeita  fpsgpaesía^plftiseáilleiaiifardaa 
oiittfáa!.da  laesmo  »nome,.8a  .chataia:Jhmr< 
fcrU  da  Bdiré*    i 

rAfaieeai  da  4»ngaisbs»l  apMseâtaivéloti- 
gaili,  (lofl  «tebaiiOOMOO  féis:  de  readimeaM 

-A^tftAxkaÈÚit  lem^imíBta^taQlUv     -  •  n  i.j 
Em  um  alto  próximo  da  povoaçia;  èii 
¥M%iaifda;faii|iflaaçãea  aotigas^aiD^  ari|iie 
^•Kuaigaai aa^nonria  da|tovaa(^ 

YOLUIIS  Y 


•-  •  • 


•  / 


;  lAiCasa^de  Eiafançá  i^pnseBtatra  o  r^oi; 
ooUado,  40»  tinba  IKMteOréis  de  oaagmá 
a  o  pé  d'altai' ;  e  todaa  aa  trea  fregaezfas^ 
dOOMpOréis.  V 

'BMá  a  Yillà  siftÉada  am  lím  ako,  do^qnal 
tomoa  o  nome;  a.tMide^  tem  um  easteHo} 
foadádo  palò  .rei  D.  Dinis,  em  laOO.  Tedi  3 
torres,  aMai  rda  da  ntenagens,  ^  da  da  nkH 
gio>;  4  balbatfte^  dsteAia^  foslos,  ex^iea'db 
mnralhasi^i^oai^portasw.  ' 

^É  potKMHcão  maico  antiga,  proTarelmeata 
do tèn^dos  topiános^  mas  ignorasse  qneni 
a  fondoUf  qnando,  e  o  sen  píriídeíro  nome. 

D«  Aflbiiao  I,  que  a  conqnistoa  aos  nlodr 
roa^ani  liatK  Ibe  toncedea,  em  1140,  grftn- 
deK piMtegi)»  «  liberdades.'  Foi  destroida 
eom  a§  gnemui^  eaiftra  os  mouros:  e  dáslè^ 
VÊMúá,  e  á  locaoi-â  paifioar  D;.  Affaneo  fll^ 
em  1257,  dando- lhe  ff>ral,  em  Lisboa,  «m 
maio.^dlsssaimastoD-anno^eclm  os  aniigoa 
pHfllegios^«onbedeBd9-lbe  omros.  {bBbro 
i^«^4»i4liifasr/de^D.  Aiflansoffi,  âi  SO,  0(C 
lPy:Ml/lii#3)*rB.  MaMel  Itfe  den  novo  fM^ 
em.Lisiòa  («oiia6i)vando*IAeosabligosprÍ4 
YilegioÉ)  no  ivi»  da  ioAio  dB  1511  (£ttirodba 
foir9fÊ{W&90Êt.úaÀkmÊBÍ9i  fL  31,  ool.  %f)' 

Tinha  Yoto  em  cortes,  oomf  aanoloino  bali* 
eartií«w««^Bèta  4íretaeria  ó  da  easaideira- 

atnhftfaincavryacor  áa  Aneiras  AifflciseaV 
aaSM^  inariehcae-^LorBen  lesots»  ilÉidâdo^a 
dotado  por  Fernão  Ribeiro  Muatasd,  nMO» 

16 


«09 


MOH 


AvIlJl..      .   Tvú  .:.,   .   '  i  '  ..  .:H  .-1,  t  M   .K>  »V'  ^ 

V  ;.A.akÉ|pnelrQS  4ai^*>  «tàf»  (BMU  ^toíbl- 

que  sécca  em  setembro,  .«iqplkebià  eUíUiaôih 
Eram  aitfM^í^siiliárBaíièftafaBloiaei^tiíòa- 

Í0$:4aB ^Mm,  •••!!. ;rU  <.:  'ii-tJ 

Tem  por  armas — escada  jnsmv;  cdmétnBa 

i9BiBft«^i.i!}ftK36r,(4oii(B€Msa6Dmclíeiispe(lo 

to»  eite%  3  tatfi^ra»èrfln(u^ieaddPOiBac(af]i 

SHUle  pelo  lad^.tdDnoflQfL  >  ^  i-"  >  '  :  i.'>ui 

O  padre  Garv8UK»íáJNt^âst&  viib  á<sfgziôih 

te  descripção:— «É  similhante  a  uma  galé — 

kMii|iMt)ra&i»lrcâJMrM  a.qiialrHi)>aJaíaLctte^ 
frifltefOKy*  ésra^  r-eéno»»  .bem  íarliBcaé}  -h-  á 
proa;  é  a  torre  onde  eslà  o  refá^nn/pu^é 
ÍÊípdK  do  ftbi,nflcaiidQelMkú€ttilleefc«4tedde 
pittffOa,c(nii;qo«trO'fMrtaa>.  "  ..  >  i:  m. 
'.  Sfe^  tMs;pan)cbii04-TââiifiaMai(ia'l[>Nòasâ 
Selifaorft  dtf  GraQa)^i^doiftqpriiH'ailteidefffiii>4 
dentes^y  S.  Pedro^  «rftuilrMatfladiBfitelBnB; 
Hoje  e8tão  todas  aDoeiBa»'á  «prâminb  1 
*'  .O.pan)chor<4ajftreipieziaítée  âi  FedMk  <ra 
prioi)  Umdi6m4pi«0eittaâaipel»oisa(|l«firo^ 
g»ç«^i&  tMw  A0ÍiMOO  réútideu^eodinioiiloi» 
1liDhE«8ta»li^apxifty  em*ll957,'i4l'í^^sií 
-ríffinniMittii  enb  pviãr^  /8(da'>ilieMá<a|n«si0n^ 
lÉQiri;  oiparobheda  flretfileaa éa}4iJiiitB]Mit-> 
fia^Ma^datma/e  liiibaiJkâdifQQâTàK  éé  ran<« 
dlÉieiBl».«TÍD{iaapatQ0Íií%'6in'17í59,  HS^Uh 

0OS. .     '.  '  '  .i:*      '■  'i-       .'i  ••j^  ■  L'   .      '.i  P' 

'  ^iiroasat^deMín0icoo4iii>ehnipilal.<  >^' .' 
'  <ltím  as  egrpja«liâitâ.'Bediioje  8âQU'lf«rti| 
Kxgd^edà,  eiA&«nÉiíilaáJde}iNosM|^ftantler^ 
SrSdbaMiiio^  S.Doii)iiiCQK5.«:9plriiti.aimtoí, 
SLiQiiOr  eliossa  0èoliont^da'€o^Beiçi»J'£sii 
«Iliiiiiij  i  mb  beiloi  tttsflQ^i  bémiK>nmdoii« 
servidfi,  éoDdB  cdnM^em^iuQhastomfeiiâi 
dteifiuAletiiifMdoMS,'  •    n   ■  '  ^  "i 

tlí  terroc»  de  HoBtotey  4  fortadii  poriMM 
ribeiras'.  As  princlpaes,  chamadas  d'jÊ^^ 
hiça;  tonn  aprazilrefe  minrKHiflv^etnganíiQato- 
fcntoiUbsiaiosv  •m'4afl^«lilthnun  omitas 


wm 

fltiá  Itadmi'  è  M»lai4  ^OfiHlii^sa^wffettíi»  mttMilí 
v«rà«4f  (WcoM^ia  AHiíity  fàaitlêM  léicHfr 
toMita>giid0;ide«lbd»«i4iJMtdfil^   />L^o^ 

caça,  .<ibaiMllai<a  ^«lAiliié»  '>lani»i  «(f  'Vttriè» 
aamorilQCltgff^ntvtnM  n(ft 'amfáoit(%«  é)éMi 
viliil^^«KeellM>tealt]l«M0^f«  e,Mvin«i«  tleifflMi 
e  melhores  junquiUio^  ttnun^loB.da^prcí^'* 
cia. 

•r'Iiaaiun(#íKa»B)  f^nrxf^^  vilia,  está  am 
oacjtaUb,  qéto^e^j^rttqféiejéii  Aindaram  para 
poiisilp  softcavuro^ J  m»  «mno  tempo  em 
qua  foaiafíii»<o  (aistet6»i^94la  d*Aviz. 

Em  22  de  seteâibfafdo  I9l7  houve  aqui 
«an  «dasGUl^.  UlMiraiMi  «dè  18  para  19  an- 
sás,  «kMBittOi  binaiH^di^aas,  roubou  do 
a4tav:éo  9antiBaiai0iSâm*smfi$iiCo,  da  egreja 
dedtosaogedhor&ida  Om^,  a  sagnda  pi- 
xlde^i<e*'ispflt8uritddM<  ^Nheilias  que  con- 
tiul»^  tevattào' 0  tasò!  t»|mdo,  e  saindo 
da  egfti}a,'«SQin^aei«iti|tÍHirt  desse  por  is- 
to/', aeilaoiíd.éia  aégvtiKdjititliaDdo  o  paro- 
dio foi  dizer  missa.  Logo^tumiesmo  dia  (23) 

initl  f  detQ(ieif^z.ollelw«inelUdD(^ft.idlí«7ia; 
d«pèis*'d»»iaeiilADee»b^'ba  diK><Mí''iiVig<«ift 
dè  IM9><(eAi  «HM  segondaifeim)  roi'v|«atfA9 
á5l^ra\;^idbAR(;iff0i,  4e;rLI6bf)^\«aFraíi(hd»i^ft 
eáttllsl  deuntiunNinov^-e^tfm^aiiraUo  pástéce 

Un*  egrtavtto  asitqimQièfiffiáfifyiá]»^^^* 
pefoiqifecítfisuio^^  dm>oablífo<tia^s«ttiBa»rJlai|o» 
altencado: -•'•'■'  0'-..-..j'i,r}-.  ii-. 


•  ■•    1 


/:,  í  '«"píl' 


•  »»,  í 


A- 


Monforte  é  solar  itds<inixiais:iEStè\ftpfriili- 
do,  que  óiaMflo«iK)to^lffato/áe'HeBpaiftay 
«idiaitQi.Aa  iítíire  iSa-tf^xw^ja^stâ  áicâdAde 
deifitomaiH^iDabO^tthBai^í  e<ila^«Hladá>deA0« 
xillo,  na  Extremadnra  hespaalMlaú  y:^  a. 
•-'DuBniilSd>'§ti|s  MflriJiarfiopyaiiBtoaaato- 
HmQO^  fMntel»  Mia  ttuui  oaorte^:  fiaigiiii  fle^fita» 
panha  para  Portugal,  e  veio  fazer  8èa/aaaa&»*' 
to  n*esta  viN^ÉiO^ttonao  do8ili»ias)Mtta- 
gjetcat  .<  ■■'■;         'j'y  -    ••,  .jm  md 

Si]astai«i«s9lo«Hm.«ainpa  dVaiaa^;aife*i^ 
xaa  azaes^^flio  #até  atoino/^  par  Mntoi^ 


mm 


400 


^ 


nflftbW^BtevD/*  fauMni  toèi 


fttxasq.  fiéâãH  .««flMMi^fifraiaatilto^MlmtteinBiflOi 


OmrosJtUsnárAodíaiiiBbHtjdòiÉlUiftO-i 


leit^iiit»90Bqji(^aÉDa^AÍB(ãii(t^jtâiÉbniq  j  f^lf«^ièasÉíaBàífettK)Mi;«ÉeiB9apiii.  en  int. 

um  AffoDso  Mexia,  vedor  da  fazenda  dáf*-*''  laqBffiOfíliniífiMirtfli^  ib  ffftMaii*  ^  ^  ,  .if.i  .;.t 
dfi?%^c«feifl»*ffeél«te;B3ífe4i§tt^  '  'Stod«p|eiàv!i*nBi;aiiltía  cato^tertlaq^ 

mH^àri^é;  #^ít>§íí  WWtfèf '^rflftí  «fri^^ôl  pádeia<^l^#blMIkák^se9áBUíiri«É»:■N^ 
n^lfii  tifttii  éWja^íbttfiéiifáWííífeWírtító?^  '"'^«H  pBt09áailre«aMià!«(iá*caÉiamÉto 

mouforte  Dosmsê  %via  ^li^èul^ 


omiS  ^''p&Henci  tó  a  e.4taVttfe^,■)iué■flck 


lafijWiíAidb^àé/írfífttâdai^^riB'-: 


anca. 


|ti<(lfl 


nBa  a  freguoiia,  |fa  |^S7,^l4  W 

em  Lisfoâ,  a,ík,áÇ^^Wp.4g,;jâ:^l  (Ófvç; 


fttfs  novos  de  Traz-os-Moj^tt^i^  if  e(^l.fj|f«>j 

coDtiDuas  gaerras  dos  nossos  cioco  prterif), 
T^'jnmai(SÍfA'  D4ilfi94iei0M>aob(aí  dédpil, 
llÊàiíÉavÊojat^faàTéfi^^tsm  <«ii»aterí^9fiio 

to4l|»mfwaiiàqatfM8i(ieiOfnBi()  aoáí  ume^ 


pelÁDBW^  auOÉrinK/j;  ^^-V'-.'}.- .\  .'■)   •:></»';:•- 
D.  Jeronyme  Contador  de  Argote  dii^uiftr. 
|i7.  1)1.  ca^.  Y,  p^g.  4^7, das  saas  ikmorku 
do  Ârèáhpãdó  àé  Wagcr,  tjiae;^»^^  timk 

Tooiàei  Monfo^flÉ^fliiD  íà^r%,hio  tagaic-^^âe  s 

pentú  á(tet0iiiiliitto^LCttsliBi,««<faiQaiidai:. 
uma  grande  povoaçáo^HÉ^.q«ft;«ifMl»jippàHL 
jj-edMosMaide  ^fâtíÂà»  iiiinifr  kiumâoi^J» 
ti5|  0<K-n»iioÉi)  qlibs^liiB  oflfca^iuaiioanoesc^igA^  i 
$a^pDir(fiÉiiindBQalaga^p(aovaro4i0»  TM  ..-i  . 

daÉa)aÉ)Oífaqavo«)  QiitEOiM:<|Df>  '^  .^pt  iínnmftí; 

cidiHkváJiá)^u;>:  ij  :'»►     s>'.  f '- .•  i. -.  fí  .' 

jiae  examinou  estas   ruinas,  no  primem.i 

rcNMiÉQi^  p«ti}iifníiyfpDBÚdi:arta>dà9i  UBviítti^A' 

^  toda  muito  bem  lavrada,  unida  e  foiiie„^<. 
eoÉfari  tsfeáôttne;;  «[iiudAiittii^pi  tnaife  parí^lD 
dt^Jilufl-AA^oiiites  jn0HmeliSMâ'e9Aa(foat«nMi6 1. 
âe^3iâ(i8c«rivaá«piisi>QiQ«f0«^íp«nttliiòftii0flhi^ 
eoiipmpfi  0ata<jp^0)Âmia^  i)Mífii«elwil  MiÊ^ê  * 
â«ttdi^eapv9KiBâe8<itti«iia4os«aipoviQiiitftfa4)  im 
O  povo  dá  a  estas  rAlDaiotn&m»  á^iTmm\ 
téixutíl^  /MiiÉttMltftt4U6;:feíH4imft>grif  d0» 

rW2^>«Í6ÍU0aíft0ttMe>éÉ0âfi.tÍgQk.!  •:.  .{  ;...> . 

fiflB«usimij0&iubBo>  ami^'  pttt^04&ni^ 
nomevbtiiMslíiioteéBisitftvM^i  eíiiwlBliri^ 
Êas,  qii6(e^iiiltran»toitteinp09  oramMo^'  (]?i^- • 
defiV^I^B«àrn^écMa«n0e)ftO84effiham»^i.  i  ^ 

BiúBgBtiiii,  oao6«ibp e (RiDiiinfhid0ia«fllíi»'. 


eovêasta  cdnvJfle.aic^ageiKí  iMaiidoiiixaD^-i  Ecidq  Utf9^«iii49fÍShlíiibA;(S*:ftlgtísl{:: 
em^n  plímçli^  ãe  OMoralhas^dè  aiBesalria^ft     Distrieto  administrativo,  bispado  e  5  Mhi 
«>m  alguns  baluartes.  A  cerca  esiái4iÉBa«t^  loiÉaMO^rAB^^donCaatatte  llrw^^K; .    t' ... 


4MÍ 


por  ongo  Nossa  Senhora  da  GolHalaçiuil  n 
0í<ii|afloná»  MtatafnuuAojeitvefÉo-ía 
cQja  fregaeria  esta  está  annexa)  apytfDla^ 
▼a  41  eva|iq«e'fàata>30imai)óiiié»cèDirtta 
e  oifié  dlakarj  )4oe4a>JOMgiiíÍMii|iflaiaioi  ii 
^EsUiii^cwoBima  ltegntfeía>  «ptá  siUurfa' 
na  raia,  e  sepanda  dà  BpMnunlBiaiilieafnr- 
nMaipeia  ilMra  Mí§tÊS^4jmEvgia  {q^b 
ee^oqi»lÍMifaftetaii)ialó<eiitinniiMi  Ttejo. 

Em  24  de  JiAo.éD  iOftèMve  i94Bí^itn< 
coalyâivjooiB  09ftwiee8éi;i8ato'Ciia4isii:ft- 
Btiltados.  Os  franceses  avançawwi  patai  AK 
nwídft'' 


•  I 


li  t 


Fonte  mtUa,  ,pp  Caldas  de  MonfortifAo 

t 

MD  wsrm»  d^PMafiMtáit^  fMDòtdaiAa:fla^ 
Crella^íqué  emr*  :polr  UspAnltt^  'teiiC  a  soa 
ortgraii  a  iliONMá  tbftê^Smt»;  náméqiÊiê^ 
Ihe^^laci  oipo^  mM^TÈáoétiê  Tirtodès  me^ 
dieiqiiMidasiaoaaagiÉaa.'  «    ^   i    ;• 

'Da^éiiatsastewceJé  eaàdmM^  á'  a^oaaiiMi 
neial^^riiiriéaiiiH'  (|bo  «ál faldn  da  aerra 
termina  iinlifnnvtttiqiiev  qna  estii  dentro]  de: 
nnia  ptqoeéa  itta»  ide  alwbaéa»  <|««^  aegútt- 
d»<Baniitio,  «foi<qiaadada  facer  pelo  iníab* 
te  D.  Francisco.  Não  sei  porqae,  Mávátíá^^ 
ta«)uaáAmiitM'adhoa  abaBdònadale>éniTili- 
na&i  'í' ' !  í     -  -'.  •       .  11.  .:  •  •  ijj 

lUlâOiBobraii»  ina#^ib<eaqiiei^^de^ÉH^ 
gaB^temaitio-deserto^a  7:kaofli|C»^  dalia»i 

'Põíi  nm  seeoio  pássadèumaito  ooiíooifids) 
a  9êití0^Santãi  de  deaniee  de  M ònfor tinfiov 


em  cabanas^feitas^^ ramos  de  arvoresi^.eatí 
qua^^èitib  6iabnhdani&i  i, 


casas  para  habitat^  áès  fMqaatttadòi*eB^.aí 
detesarádaa  qae^  aUi  conduiani^motiaaramio 
ahaiidonb  •  d^estaa  tlieriaas^iptfeferiBda  mj 
doelite4(4«iras«iQfnittliiare8.oDndJçõeaii  . 

Em  níiarif»  idé  I87ft|  otirepiiiaenianti^/dei 
ai«èiiiÉpNMA)fi«i«iíi9á,  fMéVè%ií)ftÍiMii 
cMiiteÉdkDâo-Mw  o  tgètvefio  partUgaõE,! 


pacaid  aéfficíD4a»iiÉdDÍ<^ 
cias;  mas  exige  qne  o  ^oTemo 

'  'iSeniiioi  S6  íeínÉ  aie9flit0|io»^q«eaniitp^n 
pamJdesejar^íái  ataii^.w-papanefadidekfli^f 
qneza  pnbliea,  e-a»»  wt  notai^ipaHuasr» 

dfNn^fi  i^iqneni  eal^atHPUf)  fmtm^m- 

N^  íf^c^m,^  cp^Roaíç^d^  Jti^Jhh^iJftgih 
Terei:4e!  me  r^esi^iM^  40'qQ#4|E  ^kn^mni 
0ico)  Fe^^ft^J9e9rlqiiÉ%no  sm  4«h4WÍ^i 

39gPAáa^l|fi;rr7^  ,Ag|W!r  da  J^mM^IIMv 
Bio  ciaras,  salatiferas,  excfflfeQMV  Bir#  Jl^i^ti 
ber>  ^sefo^çheiíro  on  Babor  ç^tmlio^.  Os  qp- 
age9tes,iia4a  moslraiíii  que,dé  o^  ?|f»í»;f!!7Íí 
tDp!iOf,  indícios,  A^fív^r  ferro,  £m,^gi3^.I(|Qé^^ 
estado  4^  .die^olncao.  Nap,  cqn)^^.  àm^^ 
algnm  iivr^  neicn  en^ó(irie^Aêm  j[a:^/ra 
qua^ii^r  mpdfii  çoip^^fdoaj  mm.pú,^fjeifii 
de  arei^^  «ro^aa  4  ^^^,  m,  off??,  ^^^1 
peip.nbl  ç^a'4eíxa  deposito  t*\}9^,  ^^^^ 
«inosó.  ^^      »  >lc*L 

O  calor  qne  tem  no  tanqoe  nao  Acèai 

^  de  r.;  otí'.tó»  dèV;  é'  p^Mto^tAií^ 

.    Q  <lri  Saúcttes  di^  (fáéè^'  hil^;'iiéÊt»'^ 
m,ásmíepiáêi}ai's}ipòitf).     '^   .'^  *' ::'° 

deram  ésl^  jifopHeèadiB  i;í^       i.=  i  ...  .  :j 
Actuálpienté  ;(è'  prqVi^yé^émÀ'^^^ 

I  em  tow  air 


^liâervám  a^soa'  témj^erktí 
hor^  do  dfítedk  noite. ' 


Í[(MGt-^^één«-s0.pMèi4iMitoM  eMèliib- 


MettB«Mày<t^eBaK(}a(rda^  eoQtcaa  poiioaçdeB^ ;  me^aé  vUriòiTao  M  didlcavi  i^> 
e^M^flUtiloBlieèpaaboe^^iqeiiiiviamaqiit  jatítlnkBe^^á  ^^MNeMplajíitf ^  dab  oèfíMta^ 


lestes  e  eteíhíãÉli;  fetlCáliido^sb  ttftalttlelitè4ill>^ 
^a 'iélffti^bliMwld^d^lH  «6  iiiá  «MiieAo 
IDbpaiBinoiesiado  dos»)batilHWt  .iMtafdé.^  àlitneikd^^^niAA^peb^séttl^doiròsto^ 

báítiò  dé"  sttaè  mSÒB.      '         '     ^^- 

.  Jlo.  pnnaipiít  :nlki  loraa  wm  ilVMtft  Qid  llM'' 
gte  ttBdeBiaaiiflaflyK  nani:  (iahaiBi>iardfOB  ah» 
gaknaa.., 


1 1  > 


,fltf|lMi)a0iifbeamli|p!iiti|MaÉft^.[flBMi^ 

naèiiafl^;  iBSitòmê  <<aMiítea)  itfeileautitanFidiit 

gr*Mle,íioaim|id>eMdafcdeittniUifflfliftQfi 


pilla<><i<ftnalrui»«Hm>  eambièicinjéiHD  .{lAuá-Á  os^tepoailÉMfrdfii^fní^BdéaBjpaoBMppfftl^j 
mas)  eolitafliyiaBi  oidai|90si:txiglftié  pMa:^  ram^^mviouttiDaB  q^ma^olinando  mjàmhi 

i^G..  .!><.. -'id    (iViinjciuPMb»  ujnrj-iíj     s^nlar fliollaviaiiéiipeasQiA ^afl|dMqpâ|lr) 
Esta  empyeai^  i(levtÍttltí'^doetoat|OeOiMlB)i  eal^.mBlBRi^^  i-j .'. .  /   -  ■.  i. ;, ;  ■  <i  ^  w.,^f.  mi^ 


mm 


mm 


04*9 


í  'iBBi^i«iQâíM4o/!oi|Riraa«r'Afi1adio;  qÉ^ 

vem  DO  Código  T%eoêo^i^aiD,  ao4is7fHBí  fèoi 

-jM^^Epimipu Mmw\ Mi  cíeneoslarèiêran* 

Correndo  o  tempo,  em  mniUsuniilKdneé 
/^wJMitoa  ly^oDimfiofde  flBotd^ltoebtoif.bis* 

-ip&iíIlB^ernillBBi^^e  Sante/AgtcOliAoç  ^ 


'OtM.OufvdfOMiNnAA,  BiiiidMH4e- 
muDir^  <ifitiiiar/fNift« .  ia^^nfetaUb'  nioiítitD. 
IBbIqíM^  r  indlriafUif  os  tem  dbad^B^uêe- 
darando  qfistíSé^prúisubaníiaíianefMoim'' 
fdbritummtJh&MtítèHtièuMviíb^HM     Dth 

í  tDqiiinyiHiliOieidi  dpt  iib^dade.  lanttdHti- 
ihínaii  aiPeBii|siil%'dMpaad0>aé'tnBtiteiqtie 
«olaiialn  i^bseoreçídiv  JáiifcMeeno:  Émiirio 


po  de  HypoDia,  fazendo  o  prelado  e  a«eti  f  HoBitfqBafMide  lfifinia;<  vispraás  «•  .ihi|i- 
nctaofárefMfo  noiaetiai  ott^^refotatr/.em;    ges  das  flitiMrac»'bon''teHlftfio«.SMBa 

qmsidja  defaspegóndal  '0ii|ieas^4i9iDando^  iounona^^-^eoâ»  •  ^sMadeires  .ifraâei,Oem- 
-^MoDd^^ipwttodiiini^^fspa  Ms^iiiittidtalarp  íiptaBte'aírBlasaçiOf|^p!«BpuitoitiÍQtflB'ÍB8ti- 
-  k  servisdo'  koiiiiiéáiDò  tèmpo^^Éri  tddatraf '  fiir>»diMír as-^liendasjp  k.  i    <• ; 

sdbfigitinílle/aiÉ»  ^dati^ietíl^a,  inra «mi' '  nOsT daastia^hciae  aíiidai 9tíi  véeB> Jaoto 

seryação  e  augmento  da  egtejaxoalMIteaí^  ,  ^daáiBgqâ)»  efKanônes/^iat^pleiíoí -testiiv 
Não  se  sabe  se  antes  da  invasão  dos  ser^  jwHiq  da  qn^  y  caBet{osi>iáMMPini, por ipqitbs 

iramnos  lãi  LtsHIaiá  Oftyatlizát  em^Jlfi^  ha- 
í>Krfi(>6A  ffid,  fUata^ési  na»  eatMIfiies^^Sâle^ 

se  apenas,  qMyqn^aiftiada-á^ciâádaiadeiLiif 

go,  aos  mouros,  por  D.  Affonso,  o  catholicoí . 

em  740,  n^esmBnnmaiiDOpM  Odoario,  seif 

bispo,  elevado  a  metropolitano  de  todas  a$ 
Mlintm  ^'^ítíMzà}  qsBF^Dtãif  rosnegiilraní 
-celriàibertadae.'  >    ^..>';     /  :  i!  -  ' 

fe  ^Ddsde-etilâoílHriQamiit  osí  meifeti  pmtd 


-Ay'«iávo'da.ostlied(1aid9  Ltige,  .coiQO  ise  vé   >CastKi 


<>#l' Jíf j|iqiift«iAíi(fhadki^''t«m.i  4Úii 

Na  larga  doação  qaeM/a-riiDlia  O.  Qe^ 

^Mí)Bin(ipifPiFa>íàaó'-deí:Lqgo>  em  1071;  de^ 
ijpoi8idíe4idir'.qtMa<egre)a  áe  Oi;ense,rité 
•âciiu#»iteiQ|»»90|BílytiarLii^;  fftni  r^atau* 
Jinidápovfséiivirmio; a>9eí^  ^i;  Saarhe^  fné 
optenqMiavr0at'  9riaiéiró'bMpOit>Beredoiiiò 


.1  «uj '  < 


I  •  t. 


'laiáQS/ieÉiicDi 
« /^aiOffCMUI  i^riMDtdoaHpMBtB^!  Aleiitafo^ 
iba  oDBÉLma,''  empMà  e  prdximèidi  Menle- 
"«móif^IfovbrAiikllamein»'  ]á»  iShrar(a;:fitt(mo 
'Ml-  de  úb0a;'tta  fregaeni/aor.JMNinBÍ. 
^liMte eslB) paiawii a ^g.Sjl  do^ktiFok) . • 
<i  fN>8taiaanrá'Éa'iinaifrtuade  €i:picnisBltaia 
arim  de  íopihm  iliywn,  pN>p0í^àdeiéft  cofn- 
panhia  ingleia  PálmerHaaX  <ê.G^^>de:|lew 


•♦•» 


'  vPyi-Mmt^mda  todavMia  d^raá)  .péla  ;|al 
leompaaiia^  èm^  túitty^  'óe  167  i. '  i>  •  v     ; 

Kl  iNaetii  fne  k)  ferMjd^esta  ttJna^^.iii  q|«i- 
lidade  snperíorao  deBilbàtt(Bisàbiá)4e|^- 
itc  \ÈÊ9tfot  aó  «aJ!iU)|a.(lft  £fftaa(iaiiá))l|ae  é 
4os'neUiptfes.fA;n»ii|ii0  s6  eanlieeemU.  i  * 

f :-;  Af ciMqf antâ^  .estárifUBpDecpaodD  i4«âa»'t)8 


i;«Miq<Mi9ltgav^assif|iicoBio*iamise^  ^teveait^  ^feBÍ6r4a»'.para>i>>(leioinav«#idesenv4Mansi- 


dlfÉf  lio  tempo  it^feits  ia  i^Bf o  |da  AMBma>iflr 

16  qne  Tny  o  esteve.«r  Ilia>!4)niia  A  Tbiiigr); 

— qne  a  Sé  de  Dame,  Junto  a  Bn«aj  éStevé 
><i  ipaderf»dM4>ispoiiide<lriialiVL  4wftae  ai 
•M,e|As«ophe» det Gotimbra^  Tiaân ftãjamej 
o|^  (éontras  <laeioiaidBidara),(oQft(jpástaidlt^ 
&|ieiysaiit^,:Bnfl(  myòàirikariÊO\p»siÈm^Af^ 

poderam-flfrpmviéaa  dei  bispes^  pprClallBi 
smÊ  ancea^»'  os-iiníiMur;  más  iqtie^aett^^lhd 
fiDbffltttobe^  JMMoroK  «tf)  qHw  j^ôde^  oandcj 


í 


*)í»     r.i 


tftf  Ji..emha|)cai  paiaíiaJiglaarraffmdes 
quantidades,  diarJoMMl^  \via^  pod^aulft  & 
empreza  enviar  todo  o  minério  extrabido» 
iiciaflklúi^dtfqMêríal  0ti«olto€ftatf(io|Msito» 
na  linba  de  Saeste;néíj9^  qoi  4lB4itpai  ptr- 
leRdos  inIfliMâdDs  A^k^neUft  »a|ireêré»e  ba 
poaco)  reií^Aido  |i»r..aiDa(jrtt|MitaVeli»iapa 
qne  não  tem  parte  na  direcci^A*^^!!»!^ 
itratNin)QB;<4n«8  pànee  <quA  em<  iwete .  fiDde- 

(Tá  ti!Ípliparf«)saa(iiK|MmQMMie'|lsM|Í8M^  j^ 
dirafftfi).  faÍ3|íD.i^i  BedffoW«en  Lame^oJ  ^tAfái^psiobraftLPpbUeai^^  deímha  oiieqn^ 

tfidMBiD  'ito<U«4ci  AuoieriaacSo.paírawa.f^»- 
strucção  de  am  eaes  jonto  à  ^Vi^}i»^qmk* 
flllo>jÉÍa  Jamo^ 'do !  nd^  p«ffti  •  inaisi  beitt^ 
l^aiur^pBstdttfn^aritiáiDdft  pua  idMltoiíQia 


.? ./ 


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«10 


Í4MN 


•«Nf^ 


1    >'  .',"■. 'i 


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'  £i^fâaifid'«gHwteinitárti»i<ég[lst«rv«)L'to* 

envolvimento  de  qualquer  iádmlnii  ítÊptr- 

nttniaiira  niissbipáifcjiitrilxiBpBiiDenièftíftndo 

tenáff'&)cfaârobr  aiattito^^va^laft  gnódes 

oiqMèasmÉBnriaè^  qiteJataménainlMloiK), 

féo tvccMiQiiBo^.flBâfldi  «bpiíaMntaeBriie 

'êiirar emtnitirèsod^etuttrâteL  ^.S 

/  )0.gdiiefina.«eiBr'ièdQ(70  iaieresaBSBiD-iaDi- 

:  mal*  «Btoè.  iadostp^a;  Ipedás  iatamevia  <:vqn  > 

tagens  que  trazem Qdmaíg(V-eóbr«=iia>(|imtB9 

selomAB  temUôr  con^diara(ao  ^boneOrref* 

.'pamcrvitar^biciÉéro-rociior  il^'  «i(iepsf^;ia!âe 

<l}iBÇDS}rapgiiiBBlandD^«'«ava9açãgi  nbpdnté 

de  Lisboa,  consegaiitéó^TsaiaiidkHBníçMdi;» 

•  >^;riMoíéDQ»a«  ^ftiíi  dntre  "¥«loftttaitoittrta» 

jAodM  fbpÉdrtJBKlDs;  saèdà^qartanrtde  aerrli' 

jqiWaèo  «ái  «bpeníe  i]iveiialiaii;rÉDi(lfflème^ 

^o  dwènviflviíneaíir  "de  (tttra»«lwitaèinMs* 

tr(ab< inaSs .peií^eQa^  qna .taoan  sénStMre 

dj».  igfãndBS  íiiidivtrite  feádaninittes;  /Idan* 

odoaibiDi>4ogiV{  aq  ofOflnHÉi  .<âarn«ímiá 

veMleòta^d.       ••  ^  ■ .  ^í\-.*\  •..  •'.    •  c  '-i  > ;  • 

HONGT— português  antigo  — esptksnilAé 

4i;adíãq^  Aaíqaeistavsiiiias^iniitieresi^rtut 

guezas  até  iô  ^éBMo^%Mi-i»í>e'  iMwnTiinmt 

m.  sú^Ui^ú  ftft9.'(JUInn»  VBOfMmáJb  D» 

iiáÇonte/¥fhJ^tfâí)t.j  .f.  .  •  ••i:-.;  r  ••»'►»:; 

.     j|[Q]iIfiA544IA  »ipa#:40S  áeitAiMi^^ 

•c(Hitefei«ái«â;iò  isegofttld,  foin^tmar.'  qué 

.qéifm'{^Qi»tiii»>'lfÍMdiis wos  jqaèivãel páti 

.. '  ^N# <OifréAr^^,  tii<»i4t9^tdi^>i0i^4ftMi(l 

lAU  m4^"te4é«)«6fi!^tet  '-^  'i-  {  ' ..  K<i  = 

^ '  >illa 'Àit'*9  to  'Uffúéi^  vfbUÉnn»  tt  «aba46 

<)»mé^0')«4itel4MílAa  m  ^Éo^Jiismsai^ 

' '  MaPârvMoOKiiM  fo  ftcei<%  a  toa  "Usitiodí' 

£i|^  que  ft  «BtttflklM^tavioâD-wqdqllil  im- 

yaname  éitaMeftiiiieiitb^qBa -cAimviyDFitei 

4«|fliiiiflirw,aa>'iQniis{lw  ébte        Jinódlid 

4UMMâ«:ft  aalii  âè4WiOB|i«ptiDMqii^4Be' 


irfpamiteia^vaafiasBiiA^i  vailitfda^-^paflleel- 

y  Ai^asemok  a  <d«iifliidaba^<ça^i4ie)lBt(l^- 
VmreoikvcapeMHi  d^afiidtô^-fislahelmaitatoy 
Á  «t^  tMt(|*in»)iM|nioitoê  SamdínMflptom- 

panbou  na  visita  que  fizeniòr  4- (UM H^ 
<0Ditre*çáDf.';iij.i;  ::i'<  ,«  |.  I/'»;rív.'> 

:  f^  lealaaeleripBenfc)  i  è|i . .  ^natrat  flMri  imt, 
« ^aiMitam/.attnalb,  liaaeMihOktbKtii^niqí- 

i!  (Aí tisnai  eaté  niiitlw«  eí)tíirail|<«JBm 
)liiaaí'edkifa^^^iiB  fttfcfââiptíqpBloè  MchmxL;: 
í.  'ili>íy|a  "iòtei  «|iaQ«re.,dff'tânp«badiíÍie- 
moifjDts  fdAar<|BMi  deiíáaaiemeoAftíoaaa  áe 
deoroeciíMiOyi.dis  <4ua{  ór  sèiso^^iiírftíN^itdar. 
PaW-Mairiz^'         í-  .-ití  •:•:•  •.-  -*  ■ '.'/i'!)- 

y.!(  Da  JM^a^  d»  íVinM,^<dfií  Al  da-mamie 
^ÉllK,^.i»|lkl;4)  sBgniBle.loliíetiáH  0scm|ilo 
jpfelaiér>Ã;  Alafia;iAa.AMpai«.;    ^ 

f  •  i'   i";   *:  «..     -   ••fl/     r     •.-;  ,'».'  '    ;;  í  T  .•;■-* 

)  . .-'  t  (MaUíTdAtiionrffOQãio  i.  /  i^v  u^ 

'.  '  .  •       -i»  .'',  *....       í:  .'   r.  '[  ...  'i:  ♦  .  ..'i'í 

j<  .jUj9  4Mndaiia9np4*  HM^  àB  m'Miile 
outro,  enfeitando-se  aqueHewtormliÉitat- 
«IJDBjdmpveiades  dlerte^^rB^aflasidos  >è;lit&po8 
k'C<mo  aonica  ddvÉBtaJ^ienbaata^aMiktenfei- 
dor  que  eiill»a,4iftJCfida'4e:^]véa(ip,'>Mnd|(0 
*it)n<lienifoiiiasJiDÉiotf9i  •'.-  :  ,.;f,:  >^ 
h''  lldôicas  é  eigRlboLréál^?vida»)piâM8 
laecea^^a  ahi^eipiírariimiéâfxafeimiaqa 
tg^of  WsIVel-éa;  li»  «f^iapf ewy^eicoitttii^* 
ii9eoÉé«m&  ii^ríMaão  jatmorrfllenraidtfiafla 
i»ffiiiit«(^(pie  fiardee  ivèiBrf  Mlaiitt  ^naftqo 
>jflDiiiÃtirpla>^  «aiiA)jas'nnpre8a£í(M|í  dfikailpHUi 

aopHft^  d&  atntiguiidáàa.'  ''^i-/  "  <  ;r  -a^ij:'  v*^! 


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iStaififpnll.  N  -"•>:!    <'  -  i  )í 


►  •.■% 


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íjj. 


«flilHlèos»-  baahÉbniaa,  iurteMòdfttíin  i  ii^ 
'imiiias  rúii>lòrm^;ni9è«nigê'^d9tjiftÍBp8,4tfl- 
4he^  Al  tHndaa,íBfegitnra:'d8ij)>eeasjdail|^  q|o 
IndiDà^atifeaka  làibfiiaé,  vioer^i^irat^viaila 
^6»:Dt«|  aeac^dafbeBaAaB^fn^oEpeBji V!  .^r"I 
.i!íKleslejâia^jcQiawniliaK)  asfeenane  iMt 
toipçaè  iijoiÉIpadw  »  voatrict^a^loiiiftlaCU 
(^Msa.è  flBB^o>lioilsa0*aâ|i$iife(iebmp  A  aio 
do  venerando  ancião  a  boçtia  sagrada,  ae- 

o  monicipio,  a  industria»  o  coImhéAcMi  iMo 


jo  .iyiDf^^so;  (Qj^tlooM  4«4aa»s,<fliOKa4i]cl- 
la  commovedora  caridad6Li^4^«i|$(Vif^ 

Saiu  pela  et^uçacão /*el^bilíiar  se)}  j^erdido 
íhd  AgíJsiínbò,  quetòi'deboís'um'dòé  mais 
'noTaveis/^aníQs  da  Egreja. 
\  As  ihâes  âòá' èncáfcefados'  áqiii  nao  se- 
'tóii)*am^  ò  cámitíhoue  tonícàj  a  educai^ 
'éá\  ^ôi^tugâl  não  está  à  ãlturá  da  .sua  ver- 
aadeira  missão. 

Ro:^  diremos  que  ííónica  taiTÍberrí,ed|icou 
áeti  flfíhó  âfites  da  perâiç^o  dVsiè;  ij^é  úuíí,- 
tos  dos  encarcerados  nao  conheceram  tal- 
'^t  liiSé ;  e  bs  qh«  a  ft^íafii  tóa.iplbdifara 
*é4*'à  «íorte  fátàl  <fe  Ôafilo  Agoitíàhti:  " 
'  *a'tfrtí  tutidoilé^Wdââéí  tík  ^tm^ib 
.«Ò^isiltífetó-b^àdb^.'''  "''  ■''•■  •■■•■••'••"•"'•••' 
*•  ^^à*  'nditaííibettF  á'fetóos'ttue  éii^fletâ  ètti 
Portugal  mães  como  D.  Philippa  de  Y(lli6- 
Bfà,  feofiiio  á  esposa' de  Cf.  Jbãò  í/tcíáio  áVir- 
^Ib^a  «amH.  •■'"*  '  '  "^''  '■  '^  '*'  '"••'- 
'^ '■  «'t^íldr^niaí  dttr^ex^%pffoà''dè'tó^^^ 
similhante  ás  pombas,  tiraítíí  òaíifmlútò  fli 
IKMA  pWÉ  baMèEko'«a'ãattt!açBt^db^1BAos, 
ou  de  U4k*.iillí(^^'ttiif<^iiA^«i^6o^o^lr^ 
<I0O  '0m:i«ai^|^  ffé'  èsfli^  UltritMos. 

^  tf  »d«K»^(»  «á^iâàé^'^'!^^^  k&^t^áèli?, 
4aattddl'm}u'««'^â«Ma^'lM  t^áq^áVètá 
ma,  nAUMaéittV^É^^^^st^éflj^tibHftêáli-ò»,'^^^ 
^Kt/m-  (tod«'trtV«,D<«bâ«áfdtf(]^  ^èh^  VAma 
4i0M,  i(M  vMiT^  t^rami<^'#^áéttb^'d^4tt^- 

Para  conseguir-se  a  verdade^' lèfltfiíi^ 
«iiniéiérr<é  at»t!iKo^^%mk  li4D^bdé't>^e- 
rosa  :  a  reii^  tt^éfofiát^^^lAS^^^á^riAfãé  'á 

Este  principfòl m  eètâiÉÍMté  b-^tré) flf^ 
4oiBÍniHi )  MK  <Hia^  TQVdiMniifiepte  ^is- 
Oàa^  iliíeHJHè  êiiiqaràtaneitté  iiroléMa^psto 
^0Kfeáide^'GearcHi)llliili.  .-  >>  ^i.  •  b  •  /-.'^^o:^ 


fií/ 


!IU 


(9Koilloc4»taesDtM  ftocBaiihavti  obriUj^ 
lD;âi  )Mciid«ée(|lel0»'|«iatittl0  Ultettigeiftiiiè 
<dí«ti^i«li>  iMfeâio  4»  BeiKV^Aii^vení^dfK^^ii 
leis  humanas  e  divinas.  '.  u 

^.  f£atPèiaiaT«ifiiiiat>8ilc«ifpifD9a;  Dé  bái  e 
te-initnli  ia4i>«'lAto8  *nl<ii«aâlis^Iiòriettm 
4l*«l9L^éflairtfèi)ibpAto^^^  (Rnllbfet^aMt» 
imt»>^i9uls  9Qfei^  «4*  aAnoçoi  Aiiipât$h 
des  ainda  aranda«cdoaiiis  (attt^i^i«dte 
4m  Blenfa^^  tw  «cMUf as  dMjtoato,-^  tcftte- 
dooÈm^é»  imriíiottfio  *úe  >iniir*0M^  itotr»- 
^Mieva^a><ác}(«#urB;-«  ifMpak^oen  diíee^ 
Baioeo*<(ini0»  tuutoiesta  «duciçtb 
iiriáfailhb/  ^uet  jíi  propiia  vSanta^^lieMik 
não  teríaqtoattidfe  iíéf"^4«Bi  Mnventò/Waiu^ 
lofiBÍiâBoem  'jhAiplbi«,  «ivtsar  4a  imdíèio- 
lod  aoAUJBa^  4diji«i:^40vauieí6atttò  eàfd»' 
rito.  .  '  •■■. 

íltàjp«mmt»tMgii^mhi  Mpaçosa^  Ven- 
tilada, alefi»éi,-'õiiês  ii  tènàaiiMf  i4*»»  spM^ 
4èiD  ídiBrioBÍeflM  àilnilriii^>>prtfiiff^  e 
MçlesíiM  i6oafninis>4ii|nnDântociál:TDMtak 
fftdtb^  «iqifKtaplirfr(n^e'*  neceisartóifMà 
<£fèi)Biio^iátti  máaêtsfamn,iitÊêshlKm^o$9» 
nado.  .í.''S'*»i''  •  •>  <:.. .      >>  >!!'*,; 

dl>'<PBaa?te  aflUiaoK  de  iiswnin  isapáios, 
lilHpMtiDv^^^Aiifs  4ndaiitríHnsio  ^iipt^^itta  é 
ftomalD(ia8ui;'  ".'..«>  o  »»-  -i  ,  ..;. 

É  nova  e  gvsiiie  ^a^aJu  d^i*  éBi^içio>  Mv 
|aM«c|iosAfabiie»i08.'tlf|a  ilfna  de  atlsiil^o 
iii^^MQÍo)de'âiir«ái  asqialoís  eUfiaehoBjiqiie 
là''v«iidi«miipir^^#iii9W^refait^aH|«ite  >biri» 


:<     ; 


-'^áf  iala8r.dií>9X«Hi«i0^e>lianlio«;sâb  tae^ 
aefidD  meeioí>er;dtBpebi(Mk  llnijados;'  gra» 
d)Í8iliii)|RWds4armiU)if1iD#,;qni»doft  de  400011 

4è^Te»ro,fj|uiEtaittiaa'l«6pdcliees  ^teacadi 

')'iM  fèetedniDsiilÉia  iv.dMttvç«<aoiiar<> 

ii^'ft'C9llftr.8epiib(tá(  (&e«  #)ni)itorlo  jeoiiooal*^ 
«ma»  y^^^BMHÍeteniinMjb^péée  Mr>fé«lifl» 
do'j|i^8Í'^eMel»^latolftBieQle  **vo(><ií  «ol» 
siroitojwwiiéfli» ttÉi.' *  ".  -- ) 
i  i^Mp  éÃaM^iiMtâonbitiH^os  «inHsominini 
iliio9lat6rrft|^í»<Pto4Bfa,'e*inaAs  «v^bn^iiotf- 

•ÉKtHm»  glt«iin«4ÉMitliittoMfcMfr  |»iio»  4irml- 
tórios  com  pós-inilan,  para  não  perturMntti 


»lt 


,ui;,' 


SQK 


«atim.ft  «QAieprsiít  4  m  \§mm  idvamiiia 

<  I Abrigai» . o«  pfeiút^  a^  é8i)B»oiil6rft  das 
IWMa^dos  dò»riiitnoa.oliiotf|iiA  dMiÉraiÉ. 
&/eoti9fl8Dflni  '(Keataioiqda.evilait.a*  cixtaaUb- 
4iiM|d'eat6  juttn  dia  muá,^  nfoga^oa^pm- 
iKMi.pprqi]0;aiDg«eitttfofaiaúi  .  •'  i  ^  (• 
•  •  N«8  jiifaiiMiaa!C«Uo«Mi-ats  de  çoetas  voi- 
4iid«i>  wu  |iafa.4»<Qiitntt^ife;  ootasagÉámn 
d*^Mle  «lodoí  '^filir  osnoDU^otes^  Da>  canek- 
àSfK^Uè  ioaraiNoes  ^praKica]iam.aenire«áB 
ib0iM'ida.G(HDídt»(eo^bora  fiiai- 
4iiaullvoiaem(OCQasi5a8.de«bDtaeipi  .'t  -t .  •' 

•  .l\aabae.  diK>  ffte  i  HpraiidaieoMUla  éâ 
mpia  dlffi6il)para;attBU»lAr>A  di^Uni  m^ 
Ire  os  rapazes.'  .    w 

'  Nóa^nrea^os  OA  Atilidado  d^eatasiine^as, 
^pM<a  axperieiíaiaitefli  adMíKidA;  ;i;  .(.n.jj 

<  JtaaliQnioaèvaicéirfãiéBiftjavdim^ilioriÉi 
fMAr^vQeára^.eoiDbiUndDtM'«  MiftgçM 
dft'frte.eem'jo.«»caii|o<dali|ati^)0ifc  AUhie 
ollanu  'a:6aliifa.€CMi>fdanlas  mimcMás^ilra* 
ladas  com  maito  esmero.  í  - c 
"  \Da8  rsíoaa^daá)  HoaífSfBMta.  «pesas  o 
bafltittte':fAN^'.ncQidat)  ta>iana4a^rqtM(|kW 
passou,  e  que  deixou  o  santo  arooi^vdmíaaâ 
«ida  «a  aut>^  d'h(pleUas  ^taMb  >  v,  n  .1 

(  ./VodD  iUsarfSli  por  ^eécattOi  lAa  patfedaf 
iopilNrMsciMiixelaiitt  ^aéire^o>Éçldli0/^ 
ite  ;e  limpo,  pode isarfÉTide-p^ 
crapuloso,  segundo  a  phrase  elegante  dc^sr. 
èBftík  da  Goitarelà^daMMTeodaí)aòAtia  viaiu 
áa  prúfdaa.dofiotti^daviqiie^/diíJMr  áUsna 
áe  «atà.  aoèb  qn^(Viaiioa^'la^.htn^  dtíaJOf 
fBr.á.mlç  a  attdayúihatJtièetiluia  ateamíl^ 
08  painéis  empoados,  e  traçados,  appaieeeif 
teliOioa  arijMvòa;  amllm «imio^di  Biiavi- 
dancia^  paMando)  poRcaUiid^a^aoipasaada 
«Mribunde  :-t-4fglie<^.«ríea«áBhamH^,  camip 
fifaOilaQi  aMo  a<aeffáta  .pis80s.4a>gigiaAei  ;j 
Era  numerosa,  esca]Aiida^^b<niMpa>àiOQnr 
«meBoia  aa  <eaM:(deí  éDRnac^Nu.RQi  (jttsta 
-luveoacML^A  oasa  .ieiftii4>aD^'i9ete;^(i#il0 
4topreildo^  lei  ioaigniâaaBtft  iBeite*  noi  dtçiQ- 
iM)l04 '  A'  to4aa«^ao  «HiPUo  Jlaiuz,íjdinQCUff>, 
da*  diva*  'ftífataAafidaTiMaiKkniwpii^  eftfpor 


(i 


•^      •''.»    :ÍA,    í  '»^      ;.«  »'»   <í<'í   !*•' 


lÊu  a  Atoducia  e  pmwertd^ddda^Aaaa 


•dr)eerMB(i0/  aaHo^  a 
^iai«iiDi8inia  da  justi^/  éunleitttéM  #n^ 
l»jfMauiiB.''toii<elHeiffto'^Faria 'AlMNr^éâb,  e 
Jiinriqqía'^efl;'<--*''':'  •»"••     i»--»" 

''kUtè$'2rio«iiys  liknééfaMitYo^  do  edtado,  ft>- 
ram  para  a  casa  de  eorrecçlò,'^  que  é  tÚi 
pM  tiolb^e^qtkè  teitf  Ai^&ontár  e  t-ej^tâir^- 
^a^4^K|ti.e  vio  ctosthtetrfaniiliá.' 

'  ^aiiaitiãn^o,  pedindo/investícandó,  com- 
jií^àíndoáqui  barato,  ei^oíhenào  a)li  melbòr» 
rejiarandp  além,  um  quadro,  fjizendo  er^^eir 
depòià*  um  muro,. p  ^cto,  emflm  andado 
sempre)  e^  creaado  regulamentos  internos, 
(jde  poâénii  competir  com  os  de  TTip^iffiuna- 
Ut^  Vetíray,  Jeunel  D^teuus,  se  tem'  copse- 
guih()  (àzer  dá  casa  dfe  correcção  um.ésU- 
beleciúQento ,  modelo. 

,  CJ  yae.  mais  lonis^  o  sr.  Faria  Aiseyedo : 
visita  (fl^i;iamente .af^isa,  orden?^  dispjkjb 
a|5on^eÍb{i,  p^rdoa^  çopsc^a,.  (rabal|iaM  Ci  lem 
concentrado  alli  os  seus.  cpidl^dof,  ,|^lqa 
gna^  jP,J»^;|N  .W  iíwtftpenta  agride- 

..^I^Qs  ío^gáiBos  da  y^r  tãojustrosa  qçncorr 
rencia  na  casa  de  correcção^  e  j^inda  m^ 
da^tteQçaO(e(^if(,pe.,m^erfs  ,e  bomisna 
ipyeíí^igayí^i  ii^dò.,:  ^^  ;.\  \\       ■  .,. 

,.Ã  ^^  um  sKioptgti^a  d'<m  /uivip  iiav# 
4];|a  ,ter4arpa9aMdji4ttj«BQ.P<»tiigaki  : 
,,  j[inl)a0  jB^Qr^i9t^ca:Y»Ib«ír^0».aigMíioa.(^ 
ji^eo)plqs4(»í^spQqii^  d«'Aileiaanba«  (^  «ais 
A^^^.Q  «jçvDiopsQ,  Ã^  uiB  pA^jçadoí:  sooi^ 
il^0mni''8»  A{ra^.,i^,i^ed«d^  :p^la:  pmim. 

iSQ^no  pçtiifi .a.jf^ligi^  pe^^t  Pi^m^iaé  r  .,.;  1 
.  ,4is,pad^^Q;i§]^açQUs9ào?stabdeoiioeft- 

evita  a  cadeia;  esta  ensina  e  regener^^svi^ 
AÍWdçi^qiWl^,!,,.,  n  -  T  ..  .I!-.  .'   i 
..A,esi|ftla„h^íajpa|^r<^,e^deiíi,  ^límn^ 
jdia.;^,^U[Q^ftÍd^dp3ftrÀffi'aaáe.i.  ,  .,     .  j 

cerados,  que  a  doença  dp  espirito  não  éM%* 

"iNós^  iqu0}MeBf(Mijirmai^)AaiaMifiai!Íaaj.áa 
dMpsIiQMsiijeygioaai^ttrafajls  daMaidá  $'dD 
Coração  de  Jesus,  »iiai)loa)  inttãaí^eatMi- 
^  ^itaioa^  «abn«Biifaiopirííios  iodará»  que 
atf  saaifia^do  <»píriiQia^dor  Mh^raiiaffisitadR 
paayiíáííPstDiq^  arageaetagia^  ipoiM» 


liomeiís  iDstraidoft  qae  o  compreheqAiAi^ 
^iflqieiíve  q|^}igwç«iiw«l<|ua  o  temam  e  ol-: 

.  j  ,j^0^fl(l«^  j^ci^ÇQi99  v^^e  derramem  a 

4»Hr»WW.*  ftí^giíafla^iffisões.  Em  bre-; 

.if^  il^iiaa^^  p#fii^tfll^iar^  a  ftmccionar; 
e  .^iA49opi^õ6#  .pa^tiçDklauN^  não  auxilia-' 

j^a  ^Ulf^r..^ml e^|§rc^m  <U9l.cM«i«»  imi-: 


•       • 


i]  ■•  .  »''ii  n. 


• . 


2;] 


Em  Escócia  as  associações  estap\j^i^^- 
^4^íli»9oiMP^  f9Çi^fiw4saà  Ãioa  casta  cadeias, 
l^M^mnihô  ^  de|ipMM>;àf)9iiDistran  e  go- , 
iieimii^  t«|\do.^:gq?#rQOripglez  apenas  a  in- 
J9f^ç{^  9  Oipodepr  á^.-f^iva^^súr  os  regula-: 

,.^ki  #.^a4^iafi,.4psS]r«,B^$^d9iJ^ei- 

Hí^v  «lu^  eiQ  1§67,  0inp^  ^9  .imí<«pe^4a^t 
orgaiii$ai^9ihefA;  af  çfpiiiKÂsMteai/jU^^flIi^: 
4fW«a:Pftr*í»Wlei#fr:    ,  .4 

^  CrMn^Si^^iA^.irivaB^dj^p^ld^pisirfi. 
M  PfIihAw,.^a^fl)rtWÍa3  al£p(ian4^fle#,pr-«. ! 
tecíbras  dos  coudemúados.  .  r*  ^^  ;.  ' 

,  {Pé«»^>{a^./Miq^la%. 44mo9  a»  i«W9lfM»o  « 
j^inatimçfgâif.  Foftw^i  q^fifaiA^p^.p^f^; 
iCariílafp,  ,#o.d«MK^qRpfir/|rár  ^.^iilffi^adf  i^ 

cruzada  4a. ii|pdera^:^e#4p., 

,  .Dâ,i^s,vpolífre%.:e.fiwáfríjfm  Mtm^r^no 

j|^;*-4í»iafS.]|afí9p8xi*ep^tiiH)P49  BM^yif^: 

eí)illPWA'rpí«ngfie»  a|»tw^-rr}ipi4^,.;mQt- 
me  próprio  de  mulber. ((jt^tiçiiiiMAl^ ^¥%' 
f^UrUio,  à&h  see^lqs  Jí*  eXVft  Taó^em. 
49:44]fa.íftiM)meflfí iÍM^.4^^^^^  heu^^- ' 
na  e  de  outras  ordens.  Vide  Mtmje.   ,.,,^r', . 

e  concelho  de  Idanha  Nova,  60  kiiometro^f^ ; 

Lidioa,  6  da  raia  de  Hespanba,  ^30  fogos.    ,' 
Em  i757,  -ittitia^^dt^^ilri^^as  (como; 

abaixo  dir^i)  AcúalÀ^tí^íèíàtí  a  do  Sal- 

^dor.  ''"  "^  ''  "^^'  '^ 

Bispado;  èlMrtbfó  âAdíitíiflitàâ9o  e  35  ki- 

/laniBtltoh*  lb&ili>iQasl0Íkk»ftsMW.  : ) 


j  íSIftipRilibtogieaiaidô  Mirador,  «^ 
JIliMd^lliskM  imt^lei^ídg^Cafleaes,  e  tinfaa 
,flMMMQ>i%J9<ii*dteeDtd)annual.  Tinha 
<fii4a^4*MfiífoiMy.i  no-^i 
-^H^i^rtMdailmtnasfndfl^t  Miguel  (ha  pou- 
4llleMlfM«DúdaNlíl«l^MlMle)  era  da  mes- 
'iilt<iMlMifatfo;r  iftíltehK  MOilOOO  réis  de 
lll|idÍ«M<MWUlÍs{*  JtolITtffi^  tinha  esu  fre- 

^  i  9MktmuMy^>tí»MbL>mhTe  o  plató  de 
,Mkait||li#Uje^l«isadO(imMM^  em  frente  do 
eMlelto!  4ev1irti^)  (BjAi^         hespa- 

.  t  Tem#:iMF;ítailiUoridct»mlMiita  eonstrucçao» 
ma»  «IgnAA  0fribiKltltlitMNtoV  mandado  edi- 
Umepo^fínfèBoáiimít^mi»  Mareeos,  grão- 
iHgsireridogtfniWlhf.iog^ttfe  Braga)  em  1S39. 
>íX0iiili9i«fMlMl^  ittti^wsaimo,  com  iSOa 
^fe|gt|ia4ilftifM«|liMtim^  i853. 
Foi  praça  d'armas.  CNOOoetídos  seus/ortea 

<iiMWMí»i;l<W>gy>JBIIWi»  »ll>Ws,  e  abundância 
.d«i«gliau|iiktíf|^(#i0tot  ^se^riacilmente.  pôde 
<i»Qi«lMllArojii»>M«Mio^{ppritmu^^  tempo,  se 

as  suas  fyi^mfimmiv^^ilfictírwn. 

.  .iHil  vlUte-tli^i VltH^ -fftles.  (Ufflad*elia8» 
i«Mni<f Qífkir«nílt  etA»hiniltfite  no  verão.) 

1  M^i0aittpte«aafisfmMM%c^ 

por  o  cônsul  LmtotSviUeMslie  pozeram  cér- 
(fM^  <i0lof  rifnoM>*^fnMlpli»^âft  ,(ilf0(Oite& 
^A  Ci)  iMMSiPdoiCNAd^Winiatnjnro»»»- 

^ll0fttffikvl|«riK<i•le(•atte$-JabM>JM|aialM  < 
.  li-j^..^-^  Mb  oJt).iif8iippg«tavq|iM«st4itradioia 

'fu.'.  i?,.ittoaM«adi|P#rdiflaMiieive^ 

.^\!l  ^ú  UUii  tts^'^rwMBHÍiB9Qifiíy»iifi^ 
11^.  ,ti<>mu)novs(|tífllattÍ>.C^iWlí>ilMa«írp 

«.KiijjMi  ni-  ,i\  rihi.Tlnsiliiioaií^^epoteiie 

,^  M. ,  •  ^n  .^L  mamoe  «mií  içéinoalniiaia 

/.'^\A\yu  v..ni(Mid»8»-«ta3uuidp.PQiipe  l»«is 

' 'Mtaya,.éoj9i0(yetta»,{iwite'- 

■  \'.  u^.l  -t  oMIfaMm.MiJiiiftitlMifDiiii-- 
;•*'-  ..V  :  .ít  .vraii^  i0hd!HMitS(d0^MW)vweMh 

do  è  desbaratado,  em  bata|l||a 

generaes  da  soberba^  #?pih 

•  n  K.i  .>'.uiphii'..ilI«m>tRUQí(C«nya(^P90-> 


mi 

PisoD,  LoftHt  •QíÍiifeiS^'ei'ii|it 
•><)m  '>^i  .1*  •  «lMml»^aFiie#tiÍxOk*ii«iMi^Mil»-: 

'  '  M'  •  M. !)  i9o:iftiiaojmatHi($)nNèxm- 

bilior,  Marco  iMHo)atlNl96M- 
ba  e  LOcqIIo,  todos  gnerrei- 

í<'-<ii:i'  iti-  Ifliinnibitlrfâittfí^-HliitffMftaíM 
'!•.■         ^'Ji  Mforàiãi  dérjtdMlIòsa^elot^  ^M- 

roâoslasitanos,  sobre  tt4Miif^-| 
'    9ú$iiXídfinM^i^í^hsÊl^ífMíá  do 

00^:  •  <^0Mti«Mi^  «(ililiM^MKiitúiáos 

t"'-'^  4l0sÉtattMqt|^áliiAll(>dég<tt^ 

'< '«  ' !  '.<}>ai^iftlMba/:|Mttifb#Aiirittb), 


•"<  » •  ■ 


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1  -v  •.  iMííféé^Wíkimy^^  ^nhi\  -.  n  1.  .j 

08  l%MMI^''Vi«éÍMUí)  IWieAi^^^aéiai^ 

MÍiarkiiMí><«R«iiívMii^»<»2lAiodo  do  castello, 

êiusmtíà  dl  «Dtál^oíii'  msMÉo  n^eUes  terri-l 

W^  iàikmiifA,  áiiê^àomflim  na  peleja. 

' '  •^9.'^'ftflMlM  ii->  l^ié^VMíli^  ft '«illSi,  6  lhe  deu 

idriá) (ABCiÉiitMia^Witii^''^  abril  de  1174,! 

que  ^'áistt^iliniiDfi^DjSnèlMi^^- confirmou,  em 

>ftl9#,'%'beaiiel^34)i''ilffoilâo  II,  em  outubro 

^«fittt?:  ^tÊkqi  t»W|»  mnéM  Antigos,  u.«  3,; 

-'''fD;»lf «livrei;  llM^4a«[ fotalnovo, e fez  villa,) 
««•daMArMibe» l.^TMfMto de  1510.  (Lt-j 
-ÍWritf^PBMk^'9l4Mr,b(lift  5Ml*a,  fl.  7  v.,  col.j 

^^^VMmi  vMo  eAI«m^fiBMi«88ento  no  banj 

Consta  que,  despovoatlj^^iom  as  guerras 
t^MM^^itt  I);  UiSòtt^  foi  re- 


vísm 

^be  confirmou  o  foral),  dand€Mil»^lliófiMfik 

que  o  primittivo  nomeWfeíiit 
i.  *        :  í  ..^    {f§véí^ii(^tar«  <j«eí'ttil«)fea- 

tèMd-  '^ví!k}  'Ve£(t€f'  nl<»ifté  dáitto-  kttiMè», 

<JÍi}iáé<MM(k,'Ó  pové  pHD^^ft)ô<à  èèfaM^À'^H  ebtb 

-um  màê^dkh-^íMôi- ^HMmtè SàMo;  l(ife 

facilmente,  e  por  contracção,  mà^âli^ 


•♦;.  •>  .  '-1' *  'f 


edificada  na  raít  éoítídtàb:'' 
Ékm  santo  é  de-grÀDde  d^Vdçâò  ^iA  os 
j^á  tte^PlÉbRfc.Vdlfià  (iftf^  Oè^  (W^iolM^, 
'èfWAt^tàú  "e  flè  âFtittás  Ibcaliaádé^.    -  ' 

Este  anacoreta  vi^^  eiú  â*à^ kbUitími^ 
^i^..(|ibV&V^lri)bt6#)ae<Àp«(*âos<«bd^,  e 

S.  Pedro.  •'  •^'•'*''*'  ♦í-ui"    • ;.  ^vj«  riij 

'   Cé'  1«I0;  9lFcéti«($aéèilf9tftt^'Pfièf^'lla- 

^Iift,^'>^Mnc6u/^fô«â}ttfd(yi«(ef '^  tradf^ 
constante,  a lW«'»*'Sá«l>'/lífRiéè^;   "''•• 

nha  uma  corça,  amamentar  um  meAiMò^í^ 
'élfe  &^)41  ^mfAié  p^i<b's«UTAM;  éAde 
•íríéd»tedA%'W*wrth.''^'-'    •  '^»  '  ■^■'"»'»  '•'•'• 

sameuto:' V""^'    ''^^  •*'^''''-    ••''•^J'^  ^^  '^  *^^ 

'^^  À%iM  <y»  l!^iHãtfàÍ0Sro'^6<Mii^o4MlWc^ 

£1  que  te  ganar,  ,„^^. 

108 


mm 

-làa  pMncÉHM^BfltinlfilNiqpni  ao^fMiriO^iMs 

'Aíiftt^prftilrlfetMoIvrirarfMàQSlÉBeaftit  m.  > 

tQgaez,  marqaez  das  MiD8i|.4KilMliv1[ciiao 

«omroaiidaáifltMiiHA  Frammoo^Mmfmití^, 
^âdiiMM  fedfltal.ifloQlt  footfivtfnííumajdaa 

•ift  v^MrtoaeífDa^lftèiMãmaéa»  e  grâDde,MiAe-; 

'ii^fd<9;soilMoa()9oflnioèf-terM)ni  ibhmi^' 

diiMtaaideijcaKnfMnhav  «MMWideigttfimfh; 

a) '  Aj%  das  fkatedbs  <der  dftatehm^  da>eiai  <d6 
ofi«a!2á»a:*0i6l^-da  ieÉU9'€li«iiilQ^id.iàr'; 
.rfoMT  annriíifteaóaáta-illia;  D.  &iai*Q^- 
*^i  4.»  dAtiioaie^HNUniB.aey  toiíqteMll  ^ 
\»é»Hwbá^ià^tíJá%  a  ftfSVÇtftd&Ate-^ 

Itajqpar  airana-Miftaa  tagniUv  ,Mtt  ma 

'jlrmaaybifcM«riwatÉlatw^iafeee#ae^d»tq^iiloÍ 

-lÉèaifiiBMbiaa^Bi^^KpDÉaeiãftie  «igmeiitoii/(^ 

aiBtt  emblema— a !iBplianíi^.  d  !<•!<; 

Teve  condes,  eo)»  titulo  está  extineto. 

.>(plná:a  tas-ifctoailaito^  tid6  (3*4laiM^a.), 

iYi'..jroi.MBkortâRiilÉDiÉttlQi  'D«  MajMnljflei 

-jQflifv%4eab«ida«ta  úA  Q;  ^QA^dt.^aam, 

-«<^  i)nJeÍDjd»IÍaroitlfaia  fiaateSrfllt^Oií^ 

Maiii»4X  iAtoHoi(ftlba  é^iíh  Ha*ii|tte.U^ 

de  Castella),  eoade  de  Gijon  e  NoroaUà^^  qtteí 

^êiiiMiâoxQililKiiteta'Jie;B0itfiigalj  Dilsa-' 

iJéV'ftMa'daM(^^lFermido.  ■  ":u.    :  j  .  . 

ilOipBiMaffl^d^dato  fÉBqHá  p|B  xMmÉMt 

tngál,  em  1340,  foi  D.  Álvaro  Pires  .<iml.^- 

res)  de  Castro,  fillio^tle  D.  Pedro  Fernandes 

éà  4itelrt>,  ié{iip&«  db  fi^li(baa4èiG«ro, 

r«allièr;:de»i9L  Jih|àto.Ir'.d«  Ftetagali:]^», 

«om  sua  irman,  na  éonltivaTdgjDwfiaiistan- 

^íLf^tAtiít)Éi&'líaqfí»'M  MuAekfiaàÊqwtA  de 

Villiena,  e  i.^  mulher  do  infante  D.  Pedro. 

dll  fl0*Oit '4iait^és.diz«-^e«ribatt|i, 

mollo  ao  eastello,  pôr  causa  de  dois  gran- 
/i^Mi-B  )i«iÉDè  ppé0B»*.fitfe  ila  jllil^  dtllie. 


NON 


«1^ 


)i^<4lBif  ailhi),i|ifddvAlia«i  BíMidci^Gll^tro 

)taii(^Mmai^  da  f^rjaftfi^ífoí^  iif  giN9i  tefo 

âtkat»  ffainaL>atnelMitQ^,ataiide.é<iiàfff»i9- 

los,  e  aicaide-mór  de  Lisboa,  e,d!tUiMf^»eaeaf * 

i.i  OnmiMray^iKiliartaiBodBaiAi  Jbai<it'#4í- 

i«BaÉia:i»ufMio-4è;^CaHip,:seiibfr«4p  GaJ^- 
Ts^  ^ifiRbatglK  com  tDtjLQfípqr  Teiks.4alll- 
iKiÃf^Aba  6a«l^(K(Mrolispi  Mies  dililll- 
fla«|aai5i*'aap(^4ai;IÍàl3(Kllos.j^  '-'.>] 

Ni  %iy«i)aÉ^«otre  imtlN0(0tbot^I).f^ 
i4a  t^a^trotíqacr-fnaQUfCon  D;..IiMibd  4*Atli4i* 
;M^s#Mváihft«4feèlea.«4/>/>iU«ar#  .ifortfitti- 
iilD;),i/^ilapminditdUo«t4ttla,s|eiéo  ^«rOnrftf- 
iftniò<M  4dabqn^ni  ai)a(jiaaafieteQ«faMir)k;|il* 
doaainffi»ilaii47pj     ^ 


>  ..í 


t:''*iu.i  '  .*:»; 


ikaott;biM|i  BuisaM dA^finnha, .9ttia..de 

D.  AfiFi)nso,  se&bor  de  Cascaes,  e  de  D.  Bran- 

in^'^^da.áUíahaf'iifita4»aMrfliadeiiX^0drâ I  e 

4è^d;«ifttw4e)6astraL •'-..»    ;••  ..!•'.>''    - 

.T  FofcaeQ:d9aciiild0â»ei,iiiiriHBbáir(ftUMai- 

culina,  D.  Álvaro  Pires  deRáláslPo;  C^^toaile 

é|  iMnflaitQf  isitoul.*  imanquaslda  Gi|saaes, 

fÉT/DkiJMpJV^^n  iâidenoveoèfro  (l^lMi. 

íi 'jQ'nair<|ttMfido<éeifièl:aa%^oq  lUndad^a 

da  IlDnaaota  « .Vi^lmeínH  ifuéraaHie  ;lia 

muitos  anoos  ao  marqnezado  de  Nizab   M\t 

^I^mé^^mttífí^úQíVlánm  «nanUM  4eÉlNi- 

>al3  Dl  itoariíiiias  tata^seo  Xaaian^ttíMl  dm 

isfiaob  6  íCaAni  4ft)roiMtiAiÉnidá  SiiTimie 

S0f  sa^jóíiBpnBseHtaole  dMamDbiitd^owil- 

milia,  o  sr.  D.  Tbomaz  Xavier  TeUflUCaiM 

^^GoMi  AAaider^MDhR  fitíiéifihftMtisa, 

conde  da  Vidigueira.  ,'ii'':  (u^. 

'  iiÉstfasâa  'fr'cala  ftmiiiía^  santt^^iMMiilMi- 

uiM  aapea,  ein  anoif  dè  p]»ta4*fliari>M^'meio 

tBÍDfll'gin»t:!i*-:' .'.' .   "-.-v  ; /•;.  i':u-i";> 


» . 


•'/   •  j  ••!: 


iiOfSaanv^dMi^^TflIa,  léb^eMi  m  «liaan» 
vinho,  azeite,  legumes,  fruetas  e  hortaiiiaa. 
IQrivbaataaM  ^ào^jâíaos-mioA  DftmiM  ha 
abÉMÉaoetaida /b^*.*  .n  •  -w^rU  r.  .}  •)  í 
r.^-.fii  QaaÉtelHt>(ípe.lcai4iBajpaBa  <F<viifaiijty 
lotíaèaipetf  ,dDitei  /tejham0g4Ma.««ilp8 
Kftai^aMMaB,  »9or  eilini  éspMra.piQaHt. 
*  "CamoipoFllada  a  moittanka  èa  iaAnmfii- 
«H»  Matiinw4'aKB4noa  arntold^ir  dl  i9- 
la  áú  Mli^Qilas  úb  ttoitasieqjHWMimt  ^• 


4  '» 


^» 


WM 


^èm(  Hè  <Cj^  '>oiiiaH^{«'leiii  i«M#»46 
'  ^ránráneb/toiído  ^ár  '#>tléni«áorítfli  iniiòfe- 

Peia  soa  posf^  em  uma  emineiiÉiAiiii: 
•teAUMi,  6U«'ftotÍi«0'*rábm«ftiiamMmi. 

-Aufe  «do^iréiBcr;  'p(ila'^clfcailiãiiiliai40'ier 
#blhd'iii-  ievietsMb  iifl»  abandaut^  ikneò 
Mkgba  litAiirá/ de  Ma>i9iialUaâeçiièí)id«i»- 
bastez  das  suas ifbriifléai^ciiqm  sénrgrM- 

'AiK^ttâe^éiaflr  wá^^JMBUAmà  em^ihpÊÊak «alado 
j|»^'dèlefeaf;'«idè  sMremigvurAttQldasfpdt  itai 
«iitiiiibto'  tnnterd^  mlda^ar;  iièver^e4tia 
bkiFálriácf  eèfièertirttt  ItaaÉ  niiirilfaaà elià- 

-iMfiBayiBmMe«nioKi»  legapdaria  M>élciàa 
arte  militar,  de  forma  aitKMlerfrasiMlr  eotn 

'4aatt^Qm'ã(iL^littMÍriá^  láaii^  aperf 

"^  JAim^ém  toaisafKtig^dlestai¥illà,té)ND8« 
sa  Senhora  do  Ca8teHo,'qtl&èoii8i«tet^9iAo 
ttiMidátay  fcáeri  porD;  SoaMiafj  tquaado  ^èon- 

'AvQkrifomieia.-  •-"•';':••.//  a  r..^:..- . 

,"' (A^primèira  qssa  da  SeÉhdk^a^'»»!!!!^^  pb- 
•ftW>  e  fpo^ÉBDaf •  armld^  imdétapeilaáteafc^- 
«:rlaiiiflti  peseo^Mu:  Fóhi'4a  dapeil|.1ia)viá>am 
i^pe&die-^èotti  nm.imlí^ífó,  t  aioaMdà  ab- 


i  -  • 


ij'íiíi 


i^^BÉi  M&4;'  08  érrotos  ieodstniiraiÉ^Wos- 
^MtíftnadeXaAeliv  níà  lemptai  itlal^  rieo 
'iefivà8tk<  A?  Mtotodaâe  qite  jé  ibaMa^  è»  tila 
'iÉioo«Qã^'  'taniMíii  eoaimmiD-ffliJáie^ya^a 

aeiai:èlirái** <  i  :.•  /  '•>;.•■  -^t  •:  vw,  ..íIíh. 
.«(''UMIânca  Ma^eidiloif^nt  a.áMk  aomjMa, 

em  1700,  »ni  ):;••! biV  í  !■  •  I  nv'» 

•  ;fi'Bnféaidtaii»^'4i9ott>g-ílMiA>  dtesta  templo 
^#>mat«'tai*ptai]ni?di  prosiaaia^  e^qw  oflo 

eonsegairam,  porque  os  ca8telhaino%*'dntrái- 

do  na  villa  em  1704,  á  saquearam,  deixando 

.  m  nm  molido^à  .rèiuzidas'  { a  '«lamAcOmi- 

B^ÍÍ|.t      -í  •.  t. it  .>        .o.il       «1  .t<.    .f,:!,!,"/ 

f(i  Mmio  Lopvs^  namral  do  Moiattlo,;  biá- 

do  para  a  índia,  em  leâ^ç-foiioiâeu  áaifidta 

sftqiiá^êoai  iiiaíiteiiiiNifal/a^nda^alleiiO  oíéíco 

eqlif^iefiiâiraa/iitoirtL  tâbah,  fionM>rétor' 

•  fMtoná(|MMie^afip  Noqia  Beataci  >do  ICia- 
-illliqaiiséniaréaaâo  «a  «l<fáltoqnaiinaade 

ta  lliSil^<a0W60niMsiiitoiw<df«8i6  stta- 
frie;  IMiniiitoiíid» lhdta/«iD>iMâ|  oní  ri-í 
qoissimo  ornamento  de  setim  braneos^ioÉD' 
bordado  e  franjado  «^ooro^  eom  aleaxofras 


mm 

èt  MtMiAè  «ttM{prtftKifiA«['taliL{  fe  os 
HooM,  IWM  éQí«piÍ|9lD(0^«(laiM9  eià*- 
súia;  UÉViíalix;  coa|teiiiidB»«lk)iia;  gilte- 
ia%  letoalbaB  #á)ãi  o-taMiiquéorii  ^nÉt^Soft 

^  '>Otttro  tobeeito.Be'ixnMii)ir4rAilciMQB- 
'«(áoti^^tt^GD^vilIa:  é  a\B0i«iiilÉtt;í-  '^^m.nc' 
•  ^Um^  iodividtiot  d'aqiii,lr>Mioii  oMuihér- 
ta,  junto  ao  sitio  chamadoiUlíRiíielto  «eáipo 
iCiílfw^^daPáiiM^,! (miMidti  d^Jpow^qilB  os 
ÉKtitrbi  defgtmiiKÍ  jf^aMealtoAniTOBiêQn»^ 
tfliM,' ie  alH  adNmi^tdÉÉie-qiBaitUMeute^ 
pè^  áè  wáio  e  phitsíMQQ«iiiBllb^ptDiiil- 
wr^^  d?e8i»fl''riqiiezai;'  pegoii  eofiÉDa  «ou* 
ipi3itil]a,'^à0  leâtiivai  pra0|(iia:«uÉa>caéite(h^ 
tangendo  a,  lhe  appareeeu  uma  moura,.r4Qfr 
bortaa^^atntid  4'aNb;  te^vdnditiKab^oMoàiioiii 
iBin  ibea  apertê9;iáiitoi^NQtoBá  ftftfaowJic^ 
Ga»t0llo.iate.válhilli<-44toaa»  apDomttpiii^ 
dtoéid0|>»Mi  BMaãoqMitliAKtsaaM.  •  4-â*9«^ 
«41»  òfl^ofa  a  eáliiií2ÂibáisM06ka(A«IÉ»« 
ra,  e  esteve  na  sua  capeila,  desapparaocaio 
iOÊ  UÊÕf  wftwse  aaber-qaHiKaiMplKitf 

po  w  «tiribne  ia  ést»  imá|piai4D«itoÉpd- 
togrtffi, '  ^'«it  oeeasiaor  dmi^itaiaiiiéadw^OTia» 
Ltvani;em>prociaiÍé;  iÉ«^ejtfd»tetvadw^áÉi- 
piorando  o  seu  patraéiiÉD^     iroiiirn  .•>. 

:  ^  <^4niipio'  déNoaqi  SoriíiiraiioKtkflimo 
era  a  matriz  da  paroMiia,  que  era  muito  pa- 
l|ae«i;HèSeslàva  >laiaiddAti!d)do<BáaMll4K«'Goaft 
r<o>iaHidartda^tefflt)o^  fiti  cnstaidBHiajwpvíi* 
ri^^  e^aetftnilizeDdo^exM^flliuMLuta  i^raa* 
ideaniatelie,  JqÉi  adMalflMitt/é  ahret datil- 

n  viBfcí-  • «-'  '• '..  í '^  •  f  ->'>'ív  •  ,•,{  M  •>, :.)  '*5 

Oá'  habitan^i»  tf  o  «áaMèii  colMinítala 
n'elia  uma  bôa'b|yni»^ -fleffieatoàa  &dvad*^ 
ÉoFtfottttor,  f^B  êipaiê  (bM$itaiDaigls<|lJUfre- 

gtteila. -''.'-i  •■'»■  .'   <i  \  )  i'U'i  \i}->  M.^v^ 
- 'f)í ' 'H-.'';  -'.*■•«    : -íTí  ..li:  .(••'->:>  *,h -. '1 

,  mIHí;  i^taíílréglfeâà  afuapèllá  M€ià  Bk 
niàbdt;:tiimbfemfli«i  anáfl,  4ba1iaaUfl»r 
monaae^qubní-aifiniido»  ,nj:.Mi  ::;[".  oio'»    . 
l<  6spil0idéíiiiriiáLdáirofiajll'6ltei;plir(u 

A  capeila  de  S.  Lourenço,  tan|bémiéi|ri^h 
qfttièfltan.  a»2<«frqfte^fliii4a(|ui.*A.  ObaL* 
dim  Paes. 


►..j» 


íi 


wsm 


mt 


4ê  laituo,  (íorta4a  pelo  rio  PoDsul,  e.ti^ikiK 
ltÉiotr»<d|^MfaH  eHâ  a  «ipeUtodftiliiMtil^- 

xinao  de  aina  atenha.)  ,c(jr.i -t  -)>^<>-ij 

diíaÉ|UMi#U  ttaii«9teQi0^ulâan4ai«» 

pntM^^a^lwiidAi-ttyiiiaieiíiiiM  piMMtai^j 
-eBiàfvMaÉiâinúdouaAfl»  uu-i"  .<;  ^<j  -'  'h-m  >.(> 
Na  3.«  oiiava  da  Paschoa,  hlaiiMM^MViro 
4aftg>  ideiiiqnaaafft,  Kcoaab^mnfti  piMtiq^^  a 
^aiaf<apèliá;?Tlvwi*>Éouflaao  ,»i%Mttcaiind»i 
««tfMiouO  oMBOií  teiaiavoa  di.^tU%4Mrv 
•eiay  oiAiíd^i^Dtxiti^atáeiiDMie  tniie^oft  daiAt  ^ 
««rfBmi  àk^avdtf  >Biaior»4IiiveBQa(»i  4a .  SíNHAj 

Crafc)íJV     !     'íil»    ,-.\v\  •»»»•  '.     '.íl»  <'    — 'iMl',{    (i     :    oL 

Consta  que  eeUMqjiMciaaaiMíátieim^l^r  iiiOfij 
ldi>inié-)M  nanldDm.vtfeaM  tree  poToa^ee 
âMniniAiNaaaateiliQniífda  Aveohây  para  os 
imwi.daLpuafaífdo  gaf^k^M^  qae  infesta- 

'Vft^^>iiia9iitèEnAi  i^^i^>^\^r^'< 
-^AiÉlgariíaM^voMftiVitta-Aaroia»  depois 

^4tip)Bsaawn<áa(|i^QiÍMSiMtV*^v»m  v^e* 
«Ési^flteiiAaieBip  eoêqpfMidftiiia&tidade  de 
|âo,  para  iiin  grande  bôèo^tqne  disuribaiam 
^HIMBOiMiiqBitMSftgniMíttarK^^  •-  M    i  r{*\  *^ 
MOHSAMTO  —  fortalesa  —  Vide  pag.  ÍM 

.vpmm^  -Jm^^.  '^m^' 

liátoaiairo^iadi REi-^dè  Lialioa»  i9£^  b0(MA   f< 

.,  K^iflaôçh^ífVf  j4fi  /Mwfta,,  áíiu^wto  a^npííní^^ 
O  poto  apresefttaVliid$ili1a,''M]tte'>ilBlta 

•de^-filtíiiauBuMia^  coaeelH  eQiiMUBcane')2 

iiÍpiHr9MirQn.q,7Piiatoa|etcoA,a  J^  Xl^dft: 
Atéin>»M  i5i  kilspnelíos  ao  8.'4»«Doim>i  00? 

.Arouca.   B  atravessada  pela  ril|eifiaf  A^.Ve<|j 

tMNÉie  i  («mrfki ma  *  A«ia)-^ae"aii|»iivtiiDi 

ftó'bttèiâerd'^tesiiiit*ftó;'''  •'  '■'  -'-i  ^•"••f^ 

Qtlasi  todos  os  seui»  hábitames  8^Já]i[r^j 


linho»  i;liuai  LU',  uii  i:/mt|  ..mi»  rfiunfi.-ímjj'> 
M0N8Í0-DE-BEMFIGA  (e  tambe«b/riM^ 

raíiMnMlta40^aWMfi>  A»«)ftrG4^«4Ki4ii»»ri 

'  nE«jAi[(|7.tiiilUr.tiiMiifofip4.).  i*.  .  ■.  < .  :/  ,íí 
-ifl|raipil^Ataii||biriiia»'», ]  o  o  .'n/j'  ^^n-i/^^-ii 
íBfilriaxtfvMi»4fC  JâM^}  dMtri 

tMi;90fidi^8aiitM9Vki  ,;><!.,.  i^>x  .\v'i';i  ..i. ,,]/: 
A  w*>9íi^(ãiittaiiio|,iite  SMitamii„4iPi^. 

sentava  o  cara,  que  tlnàa  de  rendimenK^ 

IMii»li«0ir«i:4^  trigo^fmfti^p^fd»  vji^o 

e'^ͻiMOQ<iiiiaian^diiAeifPj-  u .     .}   '.  .-;)k 

•iftiirrii^ifarUI«Cm«ita»M)Ot^igftto  .niiiri 

.^IVm^lD^^iUa?  e  ipc^^  djmia^;  çilmoie 

MlMMoaia  JK)*.^  ftritg%iA«;>  .KN^  4%> 
VaUf»9ii^  9«^a«.SK&«^  VU|a  ^v^^d^^GfVrt 
wyra^.f]MvaauKNS,iA»  CmiQbHKAIO  AorN. 

dOiiM^kMiMe  fegOlit   >  i;  .  ^.  j.; 

iiiBní47W  'ili|»ha'MX49«QS^i:v  ......  .  i ; :     í i 

Orago  Nossa  Senhora .4Mv\Aiiíos4í  ^  :>   i  o 
lAffO^ispMlojde^Bffaga^  dUiricie^^Admipfs- 
trativo  de  Vianna* 

>  lo  rtel^i)iadi«Hfd«  apM»enttvaò>rè)iéi^'c^ 
ú^i^^liSi^        dé'  «(^tigru^^  0;pé'd;id^^ 

ííi"!*?  i>  "D  '."I  mJ    >  ^  t  !.    ',»  , <•.»*]•!'     '1    <,í.i;r» 

'^OdMAi^ieHio  'de  Monsãoiéi  compoBto  daâSI 
ú^^eiiás,  moais  nii  urbeblépad»  ^^^f?jlf!S 
m  ^  A»*?^^,,  Anbíffl,.  Jfí|4iffl,,B^Í>eifa, 
Baoroeas  e  ffáiáSwJBeUe^tGagitNtee^i  C^iv^ 
LapeUa^  Lara,  Lon80»J¥áll6e^ii6râétl)o^'liú^ 


tola)  iitMiMei^lloiiro^  oi^t  osn»^  sepuie, .  jjstiff 
gií^'Tfo»ik)rik'(oii  Torpoi^is)  Tfbviseoioy  Tiro^ 
t8,  tf'VallaâafB8-|:t9^^  coiberi^O  fòg^s.'  , 
-^.k^t^j^spmv^.  é,íorÁfta4a'ió!q9eate.<^m  o 
ssnjttlfado.''  •  \«.^-. \   •  .-..'i./y 


sm 


mm 


cumstaucia  uma  prova  da  sua  maíta  ritttlui 

Se  a>si[n  fosse,  os  primeiros  fatf0)lâbi^ 
de  MuDsão,  eraof  ^i0'iilMHo$^IMl)ffôU(M)4Íu 
assyrios,  que  é  o  me«^èl<mbé'Algt]«álAi^- 

ivtf  Í^lf^'é^{tóbua''^JÈ3dí*ò^^dS' cyntti- 

nia  do  feroz  Nembrod,  T4»iãé!BiSy^máá^^ 
AMtfe^fOffU^ilM»  ^«^'«lilÉbBiéHfufl&iiáé 

rty|(|l,Slíji].M,'1     Al    KUÍU    .'''11  ..".Ih''    «     railíJ'.'- 

<'to^siaí'taMkiâiii4uá  M  dbif»'âiifii«iflU 
2632  (1374  antes- '()é^Jéfi«sr(Shi#cb))^lMcdlof 
filbo  de  g^^l^^afbtfléaitiftsifti-^rteilláÚi- 
aflàttt^'^  á^'4»«Mé^  M^tttti  e5f4ÍHQfhoQM^#li9is, 

a^éeedifickiUÇ  ikbdMM  oUidáfetiéí«j(lhtffií)W/i 

A)»  <:^Ías''a^ofii|iiislllriàíkii^^u»ecAi^a«lÉ^ 
amigavelmente)  pelos  mM  tKMOaMniiitt^' 
do  (404  antes  d»'M«hQfrM^e%êtd(nim 
o  nome  dè^ílrtftlííjítt/ii^ti"'*^^  '■>«'  'i^-  <•:.  »»0 

'  7ttd(^*as<é'>diMé«e;:.«Msc4laiití^^  miAo- 

sta  ter  áiao  ediTicada  por  ívembrod  ou  Bello, 
pelo  tempo  da  morte  de  Ni  é.  Foi  depois  cel'*^ 
eáda  de  muros,  de  25(T  e^^widios  de  drcnm* 


magesioso?  tara 
fiiba^dkíi  mêin 

d$i-Bíilíek.^O/  ffifimi^íiffi^  (^J^P>  (^»^%. 
A.  lUbyíjjfli^.  woçriaa.eoie  dup^,  ^  l^^ie  o! 
leracK  na  Turquia  Asiallca. 
'  Aindaísè  vêttm^ásiiúítj^^roina^íéttiuttl^foÍBr 
chamado  agora  Felongia,  ou,  S(íf»bo4b>.aBt^' 
troi*,  no  logar  chamado  lú,  ou  Eíla,  sobre  o 

'5SS^ttíiaes'aK'Vnt1^atóltyioDra'fe'a^^^ 
ò»' líWòsmáhtosf  éhálfArÀih^HaMiMm  mbiif^m^ 
«eaniiiiiu  aâonn^  fluftfoitiiMfare  g>(Kgtfe,í«i 
distancia  de  42  miihas  de  B^ftiyfMlKf(8^ 

*te|M%ífMòka  ^^'tei^-^dti^òôíVe^&o 
séVèM^táfilW AroUo^ll-fMcMâ ;  e  pela  'mf 


•^ftrlMiíaiafaoNiiiKgari «to  itáii /áftMftunfli»! 
ccMMttâ;  ifiér  lM>t»r€«K|iiLiáiiÉià  «lirtpiÉl» 
id''esse  tempo,  {.Kiin^isj;  /'rid  ^L  ouiiv. 

(8itiibii^jfMí<Baiefaiiat  éèi^fltMMUii^ãi» 
JMlIMIfrtM^iftc&i^iáítiuUiaátfilAoiilHHtei 
uttVtt^idirtM  f#«ii||à^iiivori«Uaii(pav»^4aaci 
.os  romanos  haviam  úaiÊÊMíAamiíiés^MmnÊÊÊ» 

^'  0»p«itMq  ovmnfBOOs  iiS«lMiplÉlelteiM» 
nlèilil»  ílMtrieai,  HttuiflitaiiMMlreiilAifK  s«ft>^ 
vYM^>a4bíiW<t<vttlfl3dà  lfoatii,(èi»i3bHl^aet> 

tMilB^  otiiiea>4(iiiigoI«ooiêij^MMfiii^  twilhÉr/ 
do  em  latim—JíofM-Saiu^iM,  que  fadl<oai«.. 

'  lAi»*aizi«»-iicuHMeMf|NMN 

i-'     :M^'>«fc  }.íhmfliwttfiíBM»1iiiiipi»>. 

Sanctus  lhe  foHméttifxoiQp^e»'. 

-  <hH:-<i]  r»'»''Uh»sKiiiV)aÉMiov^»t6BâK3iÉfeia- 

'.•-./  M-K/i'r.r4iiRi)ftfiMip>4ÉDaiisi«Bii|raM 

Sòffreu  Monsã(itidl«aMHM:alla|nailÍM«qnN 

•feira,  que  foi  a  maior  da  Ásia,  e  (^(traej^^fb 
Í'í$?f  M  d^eiiM'nor  fipm^e 

de  A9()lMgt^i''ieiiitonJéábs)a'tfldfti)iirte 
Media.  Masceu  e^ie^igfla^lf 

janno  599  .íM>,te4.  de  fç.^jw  \tmí(P\.^m'' 
ide. ter  ctmqai^iHdo  a  v^oia.  a  Jonfa  0*1(101- 
'  lâ^  '^Mi#is  ^hn^^,-  'rMfírà  wte»'  'ri'»fe»yH#  ^ 
arrasou  os  muros  de  .Buhitaib,  .boujenm- 


-Gipr^toivei  (taiiAmbta^idlHiudliattiMarjN. 

;"tó  Wfaitlriede  ketf  W;  «  áe  jíptffetf.- 
tMIO'<irjOHeiéR.<Fai;eaftl0)'^iie/iel|[i  p/dmitA 


dè  Zé^bftttf^fi' 
"^ldviiii|..08iifira«iM  «te  Mi4jtfMmido.Bi^. 
;bylonia,  por  vèr  reaiij^^^nA^aftrjntHR^ 
;cias  que.  a  sen  respeito  nzeram  ns  propae- 

<    Morreu,  na  eásêk  êe'nhiÊatí*^'9^d0t9Êb 


DGI 


BftfMibilU|K)nQ0Vafla  oanei  ou  ,r((n<«jaorn 
o  primeiro  forallée  qie(*Afekii9li|ís,  4áil 

#^{im.*  A  ifTiwlaiiiFli;  ft.  iAdvo^cpiuIui» 

no  l.<»  d<^  juDho,.4eij|lltf  i  ^i»liui0|o«asiifia4i 

zembro  de  1533,  contra  a  villa  de  ValláUilfâÉ 
â9.<«(íièli9A^isili;di4liBiiiflpin  peMi  aUaaibigai 

•  TiohdtVaitttiB  càtín,  oofmaMevttl  nnsfanil) 
CO  decimo;  e  o  titulo  dè  mui  nobre  e  lÊaàk\^h 
-\As<nifKirn^aj'BBa?tKa«ii<iHritnitanMte 

(É»  etaiir9»lialaMi^«ÉRi^aAto.iliialisik)0^' 
n^it0odQiiinl)p^.(»mM^  inia^i^  OÉ^tidltá:. 

DBUS  A  DEU  —  DEUS  0  HA  DADO- 

. '(Adiatfè  4ftM»a.bípifieaçioriV«8tito  «r». 

mas:)  '•..'■*/    «tiM.     *;  ^.    .(]  x" 'Jj  >•:  ♦  .:; 

t  .    -fii  l/'  -O  ii'i«".'.'rT  '"•   .  -li  ,i  1  "1.  Ai 

,'híM^t  Éiensão^MbcVa  i^iiflCanâitetpQi 

akiú  dea«fKadorifN|l9nMtpaL*A)'dÉftipi)libitÍ9ai 

fandaçào:  lbi<'i(isgiuido  ialguofii.kia0tt|i(eeeij^.. 

eiJeilG|e.é»iiftÉ«jti]taiákb*4M,(iMiANMa0- 


K 


1)1    ^  •   ,• 


f<< 


,  •)  •  I 


da  QeEipis)ade.&b9JpiiiajL  Jidppoísié^  SM) 
soberauu  de  todo  o  Oriealétej5j(^^t§|(f^, 

■  Tvàò  l?e'sabe  tiom  ikrUh^ç^x^é  ô"  tòHio 

iD^rniiElò  i»^iMia.i)ati|ib»eoqtBft  aiá6ÍDyitoaéá> 


f*  \ 


.nox^o'\0  «síJnsft^intaMlàD^iiv  ^'iii  lioai 
oL  ooii!'>vA  f^telK)i^^|dauid|^tMi|^^iA)& 
^b  MbbwHv\s^roÉiMKM;i|tte«tellcilo^'aAíA 

•(ii  ,£iiui.i  sípiriiriímirtftí  'éfc*tilgBma  /^s 

-io'iài'.<iM  £b  iAicásia»  oiM«iiiste4iMbM^ 
,>.t>-iioT  'MUi;(^em<»a(>ate4aaitas<|latik^Cto 

WixA  hb  «»Ju^ifidid9^nfS|[/^8ti''dlií>limv^ 
,<>flècgÉàhMita)b9i*ipiMtf<^  pCHlMÍ-W 
<P4€Blmi§(SAÉlBiiáâi)gpesaiiUenU)li^  O^ 
t<eaá^shgni«Hftg/y  qp|p4gt^/im4oei  gt<Ba<' 
m0to»iigi<idMeyiMfacd>  a/AAmte  (^MqMI*' 
3sdèim8Bdta«oa)aíio«<ewa.eBaatièMadbiM» 
igr«tf«^eMApihailiftikaHbt<«daMi>afdan- 

passando  a.povoação  das  CdatíèiilamBiMK^ 
lf«>^ifi«ciaapt(a0pt«^Uinilttri9  (di|Ht»«i{)idoia 
d0i|iDMi«tÔP4^^iii<^H^l>iâide,1IÒi^ 


nas  soas  Af^mor  hiiWi  )(aMi($fàâè  d9i\fmf» 

*Oro$ia  49Í]iiiii|>cidMle<d04Iei0aoÉNK,i  ed)-- 
«QQ&aNèObtée  {tatepteiuv  ii0ia0ai1iyniK'ea 
^nitíSm^JMiUijtíimA  A»«a>cidi|da|  dlsemílál^^ 
rgai^fcMiiiirooa,  jefft^(iiè>lMij6«4awsi4(idih 
49ide; IkBafio^  eb, » pmiv oMlbiv «tairiíaèl» 
•  perto^dbák>flfaaHmByiii>iâÍií  ê  <  Wr/í!id:  jfc^jto 
HfKgrai^tltdidDAtàfQ  «eJllMi  dsoaituatíBLiio- 

I  gh«<Br>^éÉfMi4'afci^'  prOfed»,MielM|aarHifr 
.  4dapai6  dMaiojv  <.•;.•'  .  .j>  if.>"iJ  »  <)':  í>ií^ 
'liiàtB  amopaPBQBiJooàiBaiíaiNleèa,!  f^Arqu^ 
Hii»iÉiieciHmfHiHu<ia>— ÉifriMaita  riakmlí^ 
«ia(;iiè/iiteiymeAa|ia<oaaki(|«tt*da  yretHmir» 
^»«aiv  <4i  lÉoAéÉUft^  pu^tteâoíriíiyd^t^pi» 
«áio:  pwp|tiinji»ii>*láQÍMMÍiyet>  earjMrtMtv^ 
satoieoi  díii«iMiiiÉflgwotp*aa>flittm.iMndiHjipy 
<ftÉidai)aaiãhBMiffia»doíidíoiBa  grtfwUQ  M&> 
tio  é,  qae  o  sitio  doesta  cidadai«e*iUMitaaln/ 
^fteaqHoáie^àaíawiflquadiattaejiíeotioHtt- 
^Ui^  geogliiiÉD  -aHJiisiaiif  datvaatí«8yt|nH» 
«éa  QOAEatapàanovie^aaiaLi^tdadaiea^tff. 
»Éa  aDDipi^eaiauí  asaeBtad^eiftAtftaitb&ffi 
Na  mibàa  a|piBiM^tistf|,paaeâipndrftcow 


e» 


Mm 


ti)i)aKJa>ãiQMl4e[^âad|k>iMÍi»)porqae,  se  Ar- 
§9Ê»\mm*  afflhm,  «Itiiibeaiiiiiip  nega,  que  o 
lootl  jd'eal^  Tiil|afldiBej#!4a^tstíga  Orosion. 
'VeJApM'agDrtitt{qiift;^)Jolé  AvelliDO  de 
Alliíeiâay  jM^jea  OjcckmMrá^iabreviado  dê 
chonogrmphia^.  •  icpofftmpki»  tê*  íorcheoloffia  — 
A  pegipaa  :U|6,  «cii;i.^  dò^jllliíefiio,  lé-ee: 

.Ak  piiiaMrirâlioiiaie»iâaíedi|de  media,  ia- 

«eluía  a  maior  ^^t^^àt^têntriro,  a  casa  do 

HPildr«itaó  Terce»)  eio^looil  daMiserieor- 

«diâw:Jinito  reaaa  dO'aesBio4[»adre  Torres, 

««QBlite  AoiiBl4rò<  vestífíii^  ilitiga  direcção 

«.As»  nmralhalfae^aefoiatiiev^âíaiite  da  aoti- 

m  ke<m.(  4o  4UAe<)âdOR  Joaéi  Maria  fisflíío, 

iMi»  l|DjB^db•SsleYe%^ítek.Maalio9«4»pef> 

MfM^ditieaaiivâe^AatcmteJíficeiffiiiie  ika>t\ 

im^ii  do  eènveikte  dá>altery8^«todii^toMlktt; 

ftfeidfttAiridenies  signaeSfdtiiDvralliaKvelhar 

fAòtoQiiHstaBte.  dAjleja  ée;Estove9,iAaflr* 

a.flQl^  vieft  arranearfiedia  ém  alicevce-^ai 


attttgft  flMirattia. 


f. 


<»0.i,     [>•' 


(•  < » 


«iâriradifão  Q.*esui«iUa^qiie  a^aiilífa0|»ort\ 
«Mr^iío.^,  enW.peciaQdèKbflíar^alAiipuk 
casa,  qae  foi  do  doutor  Melchigr  Rii>eiMb 
GMhiãi^iiktt  Jlifa(2^Qva,/por>k>itfarktaiiiima 
raa-j^arti  oiofyó d»g<tftfMk     (v.-  ^ .,.   ..na 

«Peio  ladQ  Mttario»  daimittlàU|i,iivé^le 
dWiaii^  que  i^rova>  iato-Kiae .  di0Sc 
.:'«Na<  primeiro '.acoraaaíffláí  «atenáei^se  <» 
viiíaiMató  àdiK)f^a94èAttal,  a  baluarte:  aoh 
(^ior  áe  fNMriai-dd'5o/*^ejKi>fl^t«iio^;e^ 
>t€adou»ai  atáiáe< poriam. ds  S.iB«nlé;>oaja 
oáproa  íái^divididai^èla.aoYa  tniiÊBlIiai. 
.«fistauitiiDá}  peite, '  aisdaihai>eQíreft^a»» 
Hoevèome^ona  pamMlt«se//8eDdii  hoje>a  pii* 
meiraipdrte  ék<iiiH^  qMeestáiiaíapoWda/ 

•Ha  uma  tradição,  não  sei^iebeOi  eiaiBà^ 
fii|idada,'de  esfa  em-Cémei^  oujonto  aOór- 
tiSi^ialeiítiga Otmími,. dosgmiie»  eilfona* 
8uieta%  'ào8'«omaiios|>ifB*e<>ep  duvido  âa 

c«if aeidaded'e8la)Mnr^^fi^  fcewveaae  m» 
WMriMiçaa  d*<iNÍuu*>Monãiv«lg«a  aiti» 
qVBuoifiMífaiaiadatfapje  çheansae  'cmàaáêf 

«4hl  {Ulgefia  4er  sidoooiMeM-fiauefos 


«IMiaMSi»*et8ti>  '«>  f'"^  '.t  ui.i^.  o  ;■'»  ■>  j 
'í6»é|o'Éa  «'Mmec4e>iieiiMÍát  dMHiteal^ 
eiirlptieirtoiigiat>pBri'pb#r  oiifMfnr,  ^«» 
am  «Iielili'«toa.'^po1toaçiQrJCIili^Bl^.taJO  néM 
oftidBi^^tfiiáfl^  Mite>é*Âi  Mee^eaqiMui»  eir-' 
use J&fiajdiMieqqAe:peBSo> de  cartei    •' 


/0%:  ábandaintnai:eAs'|la^m^''«  ae^NMM^ 
IhmuB  àlrillAilii  Mriány^^iB  eaaíta<eiii)mBP 
montanha,  no  termo ámwtÊmí^^Êáíiàê^M^ 
iadarea;  mas  não  ó  a  «dual  Badim,  de  que 
;failejtipiigid06i4o'-ài^tbli<     i^-m-n^  > 

Oièomaene  oioisidoresiifXMvoHevMeMlMK  W 

gaitaili»  poYòett  ii  adúiali^nià  dk  lkiftiÍO)Mt 
1260,  no  então  chamado  CmOo  de  MãmÍMê^ 
dandeklur  foroiyceinò'  alittf  tfea  ditei'  «^ 
DNiitoe^  frtodee^ritfte^. 

D.  Diniz  lhe  mAdhMi  eQtâcar  nmià^tB^tiê^^ 
telia,  B  eéroár  4e  imirattiaa^  pelei  aues^de 

mD/ Jdiori  aitgmentos  at^hmaide  deiésa, 
mandando  fiíôr naporta^dè 'baloarie^' o fMI^^ 
orinov  qttd  \evA  a» «» ■diirisa.  ^  MúA^i^mm  néf 
a  maior  parte  das  suas  anli0a»'  fc^iflbaçSea; 
e  D.  João  lY,  durante  a  guerra  da  indepen- 
dendai- .  lhe  Bumdou  faker  «arlae  obrae  de 
defânJi  '\  <  ^' .  (  o\,>A    '  \    -.1!  .>  'i  .■  ,.  .•  .  ^' 

.oAstmtiraHiae^teettqnatrapartasfraíiie^W- 
tnfvmi^ía  ée  iiipiri,^ili|âBAf«  a)dai>^ 
ou  4n  Voma..  iAaiti(H—ii>»>tiiilw^Mile>a  éí 
â.)£fiiá»,«  qQ»M  iá|psd«ide>pedive^M)JpéA 
la  camará,  anctorisada  pelo  mirilaieile  te 
gnecra. 

Tem  casa  de  Misericórdia  e  hospltai,  sua* 
temado-eóln  MimièaaidoaBtftfd,  dè8«i9fio» 
que  acabou  pelos  annos  de  16S0.  1 

D.  João  I,  deu  o  senhorio  de  Monsão,  a 
Lepe'  (Feraandes  .F^dísco,  eal^^4l9líç  «nÉa, 
logo  depqia  tti'(il  compreoyipor  i}|ipO  iibrán^'' 
encerponMido-o  outra  t«ee|ift«orftaj 

vD^  AA>M0  .Vvi  deu  «ate  aeMhorie,  ^  D.  Al«. 
fonso,  conde  de  Ourem  (depoin,  marquer^dd 
Yallença)  filio  priex^gén^a' do  i.»  daqne  de 
Bragança.  Opposeram-se  porém  os  habitan- 
tae^  pftr  tal  tanõde^iqtie  Aão  ftii  pMsIvel  ad 
eòtide  tomar- posse.    '    • 

^oucq  d9puib,i^u|)/u  ao,tl^rotio,b.' Joãoil; 
e  ifàaéndo^ihe  IX.,4Írop«o  qoHÍK|Í4-e8|^d(9ar. 
obedfeiieie^  ao. passo  *i|tt»^vHbii4fi  VaUenfel 
(d^ái  iMntteto  ao^pde,  na  Ài««riflía>>poc»),'^ 
tí^  ^|iha  inipugnadâ  a  d^^a^Sc^  jTe^lpondètf 

è  machor^k^úm  principiava>#i&eieaok0»^. 


MON 

RM  a^ttsftiiésl»  O'  sea  odi6  ao  grande  po- 
4fr  danFístoeraeia»  e  também  aebou  om  pre- 
texto para  aniuillar  ailoação  qoe  seu  pae  ã- 
lèn^  deisando  eoDimaar  en  poder  da  corda, 


MOM 


121 


Até  premioQ.  os  babítiuite»  da  vilUi,  eon- 
cedeodo-lhes  o  privilegio  d*eJb  Hão.  poder 
■Búi  saliitt  daieerâa^^  deeeiB  oflcralleirosle- 
léM  a  ibonra  4e  infançôm^  e  oe  peSes  a  de 

cwaileiroi.        .         . 

«  • 

D.  Fernando  I,  linha  /eito  alcaide- mór 
d*este  castello,  a  Álvaro  Gooçalves  Abura, 
vm  dos  progeaitores  dos  coadas  de  Valle  de 
Bei^  depois,  duques  de  Loulé. 

Até  1B34,  teve  juiz  de  fora,  capitao-mór  e 
sargento-mór. 

Teve  4  companhias  de  soldados»  pagos  á 
custa  dos  habitantes  da  yilla. 

Tem  feira,  aos  7'e  20  de  cada  mez. 

Temum mosteis» de  freiras IraUoiscaaas, 
que  foi  vendido,  depois  de  iS34»  e  é  prepvi»* 
•do  er.  dr.  f  onttBi  SL*  barão  de  S.  Ro- 
),  «aturai  é%  Gartnhfl.  Cbtgoa  a  ter  mais 

Houve  aqui  antigamente,  om  convento  de 
ftekaa  baBediotiaa»  (outvqs  4iMm  que  de 
freiras  e  frades)»  que  fòi  aopprinúdo  no  rei- 
aaádide  Ol,  Affonea  Y. 

Bra  tfára^  e  luraaumo  das  pofUas  do  Boscdy 
«lAe  4epfiis  jfei  a  v^saia  nobre  do  Mosal,  e 
ainda  hoje  é  a  quinta  do  mesmo  nome,per- 
tiMeate  á  caaa  de  Atèd^rinhOf  doa  Arcos  de 
KalledeVes. 

fl»  na  praça,  um  hoapital  militar,  «{iie  foi 
«KUloe  aaBos*aininittitt4o  B  servido  peioi 
leligiosos  de  &  João  de  Deus* 

•Havia  também  um  mosteUode  religiteas 
te  Conceição,  tadade  eok.i748,4)or.nffl  ca- 
ronel,  da  Í4wandemt^  que  eslava  na.  Amai- 
rica. 

Tinlií»  outro  moateiroAa  piAma,  da  ceur 
fiegaçio  de  S.  i^bilippe  Kerj ,  oam  oiriga- 
^  da>iBaiitt»eai  «ates  padree,  gxainmatica 
leaisa  «  pbUosopbia. 

É  boje  hospital  da  Miaerieordia. 

'liá^^vjUáa,  e>eai  diftareotea  paUea  do  seu 

VOLUMB  t 


ooDceliio,  ha  muitaa  casas  de  leeonhecida  e 
antiga  nobreiía.    - 

A  agUa  potável  de  Monsâo,  não  é  de  bôa 
qualidade;  porém  o  vinho  do  seu  termo,  é 
excellente. 

Foi  do  seu  território,  que  Portugal  expor- 
tou o  príioDeiro  vinho  para  a  Inglaterra,  no 
século  XVI, 

A  ,priH{a  de  Monsão*  fpi  por  muitas  veies 
eiktrada,  ^«qne^da  e  d^struid^  durante  as 
guerras  da  ed^de  media  e  do  principio  da 
noss^  momyrobia,  a  ponto  de  estar  inteira^ 
mente  arffaioada..e  d^aerta,  em  }J6i,  auan* 
do  então»  D.  A^unso  UI  a  povoou  e  lhe  deu 
foralr 

O  mais  vasto  terreiro,  ou  praça,  doesta 
villa,  é  o  €ampo  do  Cana,  Em  dm  dos  lados; 
está  um  bom  chafariz,  com  o  symbolo  dè 
DetU*a  Deu  Martins,  manado  coostrnír  pela 
municipalidade,  em  1837,  e  sombreado  por 
dois  gigantescos  carvalhos  se^^ulares,  que 
lambem ^So  sombra  â  ermida  de  Nossa  Se* 
nhora  do  Outeiro,  que  está  em  frente  da  Mi- 
sericórdia. 

A^equena  distancia  das  muralhas  de  Mòn- 
são,  em  uma  planície,  fértil  e  apraslvel,  so« 
bre  a  margem  esquerda  do  Minho,  nascem 
as  aguas  mtneraes,  de  que  adiante  tratarei. 


Ob  arrabaldes  daviHa,  são  muito  liados  e 
amenos.  Para  se  ajuizar  da  s^  heiieza,  baala 
dlizer-ae  qie  se  estendem  pela  aiargem  me- 
ridienal  do  fermoao  Miofaa 

N*outro  aiiãa  das  ceroaniaB  de  Monsão, 
chamado  Aiftêliã,  -ha  uma  oar  ioaidade  natu- 
lal  Qiuiio  nota^eL  &  uma  gmia,  lormada 
por  um  penôdo  enorme,  cgm  capacidade 
fará  eatarem  dentro  d'eiia  mollae  pessoas» 
oómmadamano. 

A  d;  kilomeiros  ao  &  de  Monsão,  está  o  fa* 
moso  palácio  e  extensa  e  hrlla  «luttoa  daBiv» 
joeiríi,  do  sr.  iSimão  Pereira  Vvibo  de  Mos- 
^0i0,iá  descEipto  a  pag.,48Sb  do  i.''  voL 

A;8  luiumetres  an  0«  da  vilia,  sobre  a  mar^ 
gam  do  Minho,  esiá  a  formosa  torre  de  l^a^- 

27 


422 


MON 


MON 


pella,  na  fregaeiSa  do  mesmo  nome,  da  qual 
dei  noticia  a  pag.  50,  do  4.*  voL 

Na  fregaeria  de  Longos  Valles,  d'este  con- 
celho, tem  a  casa  dos  Pereiras  da  Ganha,  de 
Coura,  uma  quinta  extensa,  e  qae  foi  mnito 
Importante  pela  sua  producçSo  vinicula. 
Ghama-se  de  Santo  Amaro,  e  hoje  acha-se 
deteriorada,  por  se  terem  extinguido  as  me- 
lhores castas  de  uva. 

Pos8ue-a  o  representante  da  família,  o  sr. 
António  Pereira  da  Gunha. 

Os  antepassados  d'este  sr.,  começaram  alli 
a  edificar,  pelos  fins  do  século  XVII,  e  apezar 
da  fealdade  do  sitio,  um  grande  palácio;  po- 
róffl,  chegando  a  ohra  a  certa  altura,  para- 
ram e  reànnciaram  ao  seu  projecto.  Ainda 
se  pôde  vér  o  principio  do  edificlo,  e  a  sua 
cantaria  de  fino  granito,  vindo  de  muito 
longe. 

Esta  quinta  e  a  do  Sôpegal,  dos  llalheiros, 
da  casa  de  Grásto,  hoje  do  sr.  António  de 
Noronha  CasielBranco,  eram  as  que  gosa* 
vam  da  fama  de  dar  melhor  vinho  no  con- 
celho, aliás  conhecido  por  esse  género  de 
produGçao,  sendo  certo  que  os  commereian- 
tes  inglezes  alli  o  hiam  comprar  para  expor- 
tação, antes  de  preferirem  o  do  Alto  Douro. 

O  território  de  Monsao,  é  geralmente  mui* 
to  fértil,  produzindo  em  grande  quantidade, 
iliilho,  centeio,  legumes,  fruQta,  vinho,  linho, 
trigo,  etc.  Cria  bastante  gado,  grosso  e  miú- 
do, e  nos  seus  montes  ha  muita  caça. 

O  rio  Minho,  fornece  a  povoação  de  muito 
e  bom  peixe  do  mar  e  do  rio,  especialmente 
óptimos  e  grandes  solhos,  deliciosos  Mdmões, 
excellentes  lampreias  e  gostosos  sáveis. 

Organisouse  em  Monsao,  em  março  de 
1875,  uma  sociedade,  para  a. exportação  do 
peixe  do  rio  Minho,  para  o  Brasil. 

A  primeira  remessa  (sécco  e  de  calda)  foi 
de  1:000  caixas,  quasi  tudo  sável  e  lampreia. 

Diz-se  que  i'esta  villa,  então  cidade,  com 
o  nome  de  Mamia,  pregou  o  apostolo  S.Thia* 
go,  o  Evangelho  de  Jesus  Ghristo,  pelos  an- 
nos  50  da  redempçao. 

Os  melhores  edificios  da  villar  sSo— o  an* 
tíquissifflo  quartel  de  cavallaria,  o  eonven* 
to  dos  jesuítas  e  o  de  S.  Francisco.  Este  é 
boje  propriedade  do  3.*  barão  de  S.  Roque 


(de  Gaminha.)  Seu  pae,  muito  oaformosaoa. 

A  egreja  matriz  e  a  da  MlserieoidUi  úUk 
támbem  muito  bons  edifidos. 

Os  trabalhos  da  estrada  de  Monno  a  MA» 
gaço  estão  quasi  paralisados.  Pequenissinia 
foi  a  quantia  com  que  o  governo  a  dotou  jOBte 
anno  de  1875. 

No  dia  24  de  novembro  de  1874»  ama 
eommissão,  representando  o  município  mri- 
gacense,  foi  a  Monsao  sollitar  do  sr.  Ba- 
nistro  das  obras  publicas  o  andamento  doesta 
estrada.  Apresentou-lhe  um  memorial  mos- 
trando a  urgência  da  sua  conclusão. 

O  illustre  ministro  (Cardoso  Avelllno),  re- 
cebeu-a  com  aquella  attenção  e  urbanldadè 
que  lhe  é  própria,  promettendo-lhe  Cuser 
quanto  em  si  coubesse. 

Homens  e  mnUieres  illustres 

de  Monafto— 

Faotos  hlstorloos 

Patilo'OriMto— Eminente  ereriptor,  do  se* 
culoV. 

(Alguns  historiadoreso  clas- 
sificam como  santo ;  mas  uís 
me  consta  que  fosse  eanooisa- 
do.) 

Foi  Orosio,  contemporâneo  de  Santo  Afo»> 
tinho  e  seu  amigo.   ■ 

Não  ha  provas  incontestáveis  que  elis  las- 
se natural  da  actual  Mcmsio;  oms  ha  tsda 
a  provabilidade,  se  Oroiia,  ou  OntUm^  teve 
aqui  o  seu  assento. 

Todos  os  antigos  homens  notáveis,  Janta- 
vam ao  seu  nome,  o  da  sua  pátria^  como  ¥•- 
mos  ém  todos  os  livros  que  a  antiguidade  s 
a  edade  media  nos  legou;  e  como  Patêh  Oro- 
do  (ou  PanUo  Oro9ia$M^  como  lambem  algiios 
o  denominam),  significa— Pdtiik),  de  Oroâm^ 
é.  muito .  provável  que  fosse  d*eata  eidsâe^ 
ou  suas  immediaçõea.  O  que  ó  certo,  é  ssr 
lusitano,  e  da  diocese  hracharense. 

Antes  de  escrever  as  suas  obras,  ssbtv 
historia  e  geographia,  viajou  muito,  pela  Lu- 
sitânia e  Hespanha,  demorando-se  em  TmÊ* 
ragona  (pelo  que  os  eserlptores  benpanhow 
pretendem,  erradamente,  que  elle  era  tasm- 
gonez.)  ' 

Foi  á  Alrica,  oonsultar  Santo  AfoetlAo» 


MOM 

^  i  Plilaatina,  visitar  os  lofures  santos  de  Je- 
msaleiD»  no  anno  4tlí,  de  iesoe  Cíurieto. 

Foi  um  dos  inaiorcts»  e  m^is  .cooseienoi^  * 
4iHi«eahioa  do  seu  tempo. 

Não  se  nto  fuanéo  fattMeo»  nua  sop- 
9oe»-se  ser  pelos  uamM^kiê,  Sfliiiio  Aeehi- 
lây  rei  dos  suevos. 

Lopo  Soares,  e  sen  sobrinho,  CArtsIorSo 
S9ar^9,  ambos  secretaries  doestado. 

PMiffiê  4$  Meaifitía,  depntado  to/Smla 
Offieio. 

D.  fr.  Vahuel,  bispo  d'Ângola. 

O  padre  Bartholomeu  Pereira,  da  Compa- 
nhia de  JesQs,  exeellente  mestre  de  rhetori- 
«aeda  dagrada^Escrípinra,  que  leu  muitos 
annos  no  coMegio  da  Companhia,  em  Coim- 
bra. 

Foi  também  insigne  poeta  latino,  oomipa- 
rado  por  alguns,  ao  grande  Yirgilio,  ao  qual 
se  assimilhou  no  seu  poema  heróico  Paek' 

ddos,  que  eonsta  de  13  livros,  em  que  des- 
creveu o  martyrío  de  seu  tio,  o  venerável 
padre  Francisco  Pacheco,  da  mesma  Com 
panMa.  Imprimtu«se  em  Coimbra. 
•  É  também  auctor  de  uma  elegante  oraçSo 
latina,  que  recitou  na  sala  da  universidade, 
em  louvor  de  Santa  Isabel,  rainha  de  Por- 
tugal. 

Compok  umbem  um  livro  tn  foUo,  intilu- 
]9áo^(kBcui  octi/olttf,  Hvê  Argo$  cenioeulot: 

'  Comentaria  in  Tobiam.  Bsta  obra  foi  impri- 
mir a  Pran^  e  lá  se  perdeu. 

*  Morreu  etn  Coimbra,  a  18  de  novembro 
4e  1650. 

João  Taveira  de  Uma,  cavalleiro  da  or- 
dem de  Cbristô.  Sentou  praça  em  cavalla- 
ria,  durante  a  guerra  da  independentia,ser- 
<  vindo  sete  annos  como  soldado.  Seguiu  de- 
pois os  postos,  até  coronel,  governador  da 
praça  de  Monsão,  com  as  honras  e  soldo*  de 
brigadeiro. 

•  Morreu  n'esta  praça,  a  13  de  julho  de 
i^8,  com  108  annos,  três  mezes  e  dois  dias, 
pois  tinha  nascido  em  11  de  abril  de  1690. 
ias  na  egreja  da  Misericórdia  d*esta  villa. 

Santa  Seraphina  e  Santa  Celerina^  Foram 


MOK 


4^ 


convertidas  ao  ebrislianisino  pelo  apostolo 
S.  Thiago,  pelos  annos  50  de  Jesus  Christo. 
Fatam  exemplarissímas  e  virtuosississas 
d|)nseUaa,  merecendo  pelas  suas  boas  obras 
ser  canonisadas.  FaUeeeu  Sanu  Seraphipa 
em  19  de  julho,  pelos  annos  70  de  Jesus 
CbristQ.  Nio  sei  em  que  amo  falleceii  San- 
taCelerina. 

Fermão  Gimsí.-^Envre  muitos  mancebos» 
que,'  pars  tenur  fortuna,  ou  para  conquis- 
tar a  gloria  no  campo  da  batalha,  acompa- 
nharam o  malfadado  rei  D.  Sebasiiio  na 
de  astrosa  e  liinesta  expedição  á  Africa»' 
Gonta-se.a  Peruao  Ginez,  natural- da  vllia;4o 
MoQsao,  o  qual,  nlo  obstante  a  sua  pçufia 
edade»  se  alistou  n'uiQa  empresa,  que  ou  o 
encheria  de  gloria  no  campo- da  batalha»  .se 
tivesse  a  fortuni^  de  recolher  á  pátria  earr^- 
gl^do  da  louros  e  tr^phens  da  vietoria,  ou 
lhe  daria  a  palma  do  roarlyrio,  se  fosse  acfia- 
do  digno  de  dar  a  vida  pela  doutrina  que 
plantoia  no  coraçio  da  huipanidade  o  subli- 
me e  divino  martyr  do  Golgotha. 

As  armas  portngnezas,  que  nunca  tinham 
experimentado  a  sorte  dos  vencidos;  que 
tinham  expulso  do  território  português  çs 
bartiaros  e  indomáveis  sectários  do  Al  Koran; 
qu0  eelypsaram  a  ephemera  gloria  d'aquel- 
iesque,  empunhando  n*uma  mâo  a.  taça  dos 
prazeres  e  n'outra  a  terrível  cimitarra,  bra- 
davam aos  povos  vencidos— cr^  ou  morre^'^ 
que  tinham  extendido  ao  largo  p  nome  por- 
tuguês; que  fizeram  dobrar  .a  orgulhosa  cer« 
viz  aos  monarehas  do  Oriente;  que  fizeram 
morder  o  pó.  que  pizavam^  a  todos  os  ifiin^i- 
gos  d'esta  pequena  orla  do  occidente,  não 
podendo  supportar  o  peso  gloriosa  de  tan- 
tas victorifMi,  tiveram  emfim  o  seu  Water- 
loo  em  Alcácer  Kibir ! 

Fernão  Giaez,  em  consequência  d*este 
revez  que  visitou  as  armas  portoguezas,  fi- 
cou captivo  ()o  Xarife  Muleí-Malnco,  que  o 
estimava  muito,  já  porque  era  d'uma  pre- 
sença agradável  ]a  porque  se  toriíava  mui- 
to recommendavel  pelas  suas  excellentes 
qualidades.. 

Tendo  disDte  dos  olhos  a  imagem  dos  três 
mancebos  captivos  em  Babylonia,  esforçava** 
se  pelos  imitar  em  todas  as  virtudes. 


''4lifMitKi9'fi4H  •§  flttiot  ifliiorfot  ^fle 

#1  graode»  Mfof  pralieatfM  em  ^ê^tMê- 
íUniMítOf  por  cooM^quenda  em  hfor  do  pro- 
«gMli»»  dA  eHMia^  e  da  IramâiMwb;  e 
mfÊfnOô <0lDtt DiotoDtetvta  q«e aqnéia 
mMià  éét^rrwíU  tollaiie  ao  terlladd^  ro- 
^1^  Iiraé9  iidal  é  fmpéMitél  a  lalTafio»  oli' 
l«V«%fn  ermirspc^ifçío,  pM*  deU^  de  El- 
èto,  %  twWVa  glorioM  « ioHDiit'eheefi<él  do 

iréNdo  ô  )Darife  qua  o  Joven  Merafo  fUer- 
'fifNM  ltiabáfa¥i>l  iiatá,  e  «fieprefaria  a  nor- 

li  wm  'tddoa  o«  léiit  hbrtoieê,  vttmt  tergo- 
mbM  apottaéla,  iúMÉAútx  que  o  eurraseolAe 
Hl^aiie  a  vida  e  qae  aea  cAdafer  íbMe^M- 

9Ado  tt^om  ddíi  pòçoi  do  sen  jahllin. 
'Foi  o  maH7rfo'de  FefOSo  Ohiee  em  f SÉS. 

D'e)le  rasem  tnctofto  D.  F^anci^eo  da  OoM, 
'^M^lMdor  d^'H6<ipiiAa  em^Afofnyéos,  e  o 

tferdeil  Alberto,  governador  dtt  'PM^IttbÁl^o 

latopodòi  Pblltp)^èê. 

' WiNa '  iyM/7âyiAer7o.^Was6ea  eini'i7M,  e 
ali)iil 'morreu  em  4871;  oom  ff6  aooosde 
'Mlider'Aos''iro  amios  afdda  fada  meie/e 
Mttertilva  o  pteoo  uao  de  ratto;  no  tfltitíro 
ittlio  de  «na  vMa  estete  mentecarptft. 

D.  Vmeo  Marinho,  (llho  bastardo  de  A!t%- 
'  1^  Vkt  "êd  Bftffefltr,  ede  nma  seribora  gtri 
Min;  d«  «i^peindo,  Marinho.  Fòi  D.  Vasco 
'MbAd«  èVtita  vIMa.  Serf  tu  em  Boma  lco'pa- 
*pi  LMolC  tqae  goteroou  a  egrèja  ^  Deus 
*dMde  1813  a(0  ISn,  e  fòi  o  M6.»  pbbtillee 
romano)*  Foi  secretario  e^eonfess^  do  mes- 
tto  ptpa,  e  frotobotario  apoMolieo '  tf^ste 
tetno. 

Wo  seHi¥grMièo  de  Mma  tròute  utel* 
Jbot  dbàsWbas^qne  làteve;  traieado  tam* 
'bem  vavloa  beneRcioSi  de  que  fbi  eommeu- 
ttupara  seu  fliho  a  genros.  Instituiu  na 
•gM^Ja  matrii  a  eapeila  de  S.  SebaátlSo,  ou- 
die  «^tá  entemdo. 

A  tbbadla  de  Monaio  era  dos  bispas  «e 


'  do  Afia 
'  4e  FM«f4  D. 

j  aos  tempUrío»,  os 


Chrísio^  e  assim  esUTa  qmdo  foi 
leferídoD.  Yaaco  Xariobo^  qne  adea  a  ««■ 
genro  Lancerole  Fakão  (fidalgo  da  ea^a  á0 
rei  D.  jianoel)  em  17  de  jnJbo  de  1521.  Ba- 
te 4ãlaJèef«»  «na  gailegn^  aanttnl  4e  mimie- 
Tedra. 

A  reitoria  da  ¥illa  era  do  real  padm- 
do. 


Na  egaeja-Bialriz  está  a  eapeUatqne  ii 
tala  o  «icedáago,  Alvafo  teares  de  Ganm, 
a^qoalé beíe^ns srs. Mágalbiee  de  Bn^a. 
Tinha  eiueo  careiroê,  com  10^000  réis  oa- 
poaos,  caáaflm;  e  miesa  qoetidiaaa.  0a  nsni- 
loaannofl  iqoe  este  legado  deísev  do  ser  caoi- 

Namesma  egffja  ba^ouira eapetta,  inaU- 
tnidafor  Papo  Rodrigues  de  Araiijo^  qpe 
fei:dossrs.  Almadaa  <^seondesdo  8ualo 
d*El  Rei),  e  •  é  boje^  por  tvoea,  da  oana  de 
ãtóátti. 

É'tt'eUa  que  ealá  a  sepultura  da  famiMa 
i}m4a-]ku  MOrUm. 

Quando  D.  Fernando  subiu  ao  thronotde 
Portugal  ^1967>iaildíAffl  em  fuerra  íerez  6 
«ncamiçadai -m  selnostdeGaatijAlae Leia^ 

D.'  Henriqne,  oocide\de  fraostainara,  éibo 
bastardo  de  D.  ASonso  ILCpondo ee  â  ft«n- 
le  «de  vgvands  ^mmero  de  bespauboes,  des- 
contentes ou  persf^guidos  pela  crueldade  de 
D.  Pedro  I,  o  Crú,  se  revoltou  contra  seu 
iundo^e  rei,  em  186&»'  faseado  se  aeoiamar 
rei  'de  Gastella»  oem  o  nome  de  Heori* 
-qmelL 

AuRittsdo' pelos  reis  de  Leio  e  NavansSy 
tqneiAéianam  tâoibem  D.  Pedro  I»  pi^iasiia 
emblalencia,  viotoee-ftHronidade,  e  quoale* 
do  o  custo  se  queriam  ver  livres  de  tào  mau 
fvielÉlio,  auscoitou  uma  porfiosa  lucta,eom 
•  diffeeeaies  alternativas,  dorsate  oincu  aonos^ 
ique  forátn  para  toda  a  Hespanha  am  peno- 
do  de  gaerras,snpplieio8«  tiraíçõea,  ineendias» 
roub09.  devastações  e  toda  a  «sorte  de  caia- 
'oMàdèg. 


um  traiçoeiro.  íraurieUia  monrctt^l/P.  Pat) 
úm  ajjMHitialado.por  aea  irmão,  em  Montiel, 
nomos  de  mairço  de  .13#&i 

(Vide  a  eei.  %Mt  ^nf.  2W(  do  3.«  vol.) 

Apeiar  da^  oriie)da4e  e.eecandalos  de  D. 
IMr«  I>  lei  g€tal.a.Jnii|liM$ao  contra  tão 
wpiístrQosa  crioiâ;  e  nib  aó^s  parciaes  do 
rei,  mas  até  muitos  dosiseosinimigos,  se  re* 
Tobaram  contra  D.  fieariqtte*  Gra«d»  num- 
m  de  fidalg&a  cas^elbaAoe  (algaaa.dos  inai« 
IK)deroaos  do  reiiM>)  vjerikfn  a.Por(iifal  of/»- 
recer  a  coroa  de  Castella  a  D.  PeroaiiAQ;.pOA- 
^  â  diapoeição  dp,  oMfiFQha  p^inwgaazvfas 
apasi  pessoas,  ben^v  iaflaeneia,  cas^lello?-  6t 
vassallos.  .  . 

D.  Fernando  era  navo,  rei  e  ambicioso : 
ateailaa  a  ofl^na»  ^aitQ.maM»  ppcqne.fAcil- 
Bi0Bt6  o  ficeram  aoredi(j»r  qiM  era  Oi  l^glUt 
mo  vai  deCaaií^U^  p«jr aer oeia  áairaioha 
D.  Beatriz  de  Castella,  malher  do  rei  \K  Áf- 
(bnso  IV  de  Portuga],  e  portanto^  bianetp,de 
D,  Saocbo  IV»  d^  G%9|eUa.  trato«  pQia^e  m- 
ganiiur.  a.  boa  v^n^^  d^iSi  soberABoa  we  o 
podiam  ajuda^r^  oa.que  anti^  pudessem,  ob*. 
«Mur  ái  auai  preteDQaou 

Eoviou  logo  embaix;idorea  (qtutrj^)  ao 
p^pa,  ao  rei  de»  loglatcora,  ao  dia  Aragão,  a 
até  ao  rei  mouro  da  Granada,.  A  eaia  offerer 
cia,  a  pai  por  (SO/annos^  Aoi  rei^da  Açagao, 
a»  paohor .  d^eeta  aUiapça».  p^n  a  iQàQ  da 
ava  íUba,  D.  Leoaor^  que  lhe'lpi  eonoefidaj 
cbagaodo  a  celebrar  se  es.  eapoasaes^  por 
procuração,  na  egreja  d$.S.  Kartiii^bOi,  da 
Liahoa,  m  me^mo  auqa  da  1368.  l 

09  Doia  acesa  taraia  estaa  proposiaa,  e^Db 
FeiíBaqdo  mareboa.para  a  Gailita,  acampa* 
Bbado  da  todoa  o»  fidalgoa  castelbanoa,  .qoa 
se  tinham  posto  ao  seu  senriço,  e  coipt,o(a 
traço  da  portoguezaa. 

^  Kem  esta  casameoto,  nem  o  §iie  depoia 
f^  oontratou,  com  D.  l^eonor»  filba  do  rei  de 
Castella,  tiveram  effeítò,  em  razão  dòrdés 
graçado  e  adulleríno  casamento  de  D.  F^sr^ 
mBdo,  com  a  tristemente  célebre  Dl  Leonor 
((Qd$8  trás  LeoQoreaO  Telles  de  Mei^aesi 
malher  de  João  Lourenço  da  Cunha,,  senhor 
de  Pòmbeiro;  casamento  que  tantas  desor 
deás  e  desgraças  causou  a  Portugal,  que  es- 
tava entàa  em  immioeita  perigo  de  perder  a 
aiu  autonomia. 


wm 


«a^ 


.^igaHagMiMahanm  o  raiioafn<aa.«^gm 
«ea^amonairações  da  alegria^  a^amo  a  wb 
líboriadoiv  ■     ,      .      ■ 

£ia  pouoosidiai,  qioaaij  todas  aaci4a4a%ai 
aaateUoa,  lha  abrifaia  aa  auaa  porias»  w  víh 
lufffia^a.  ou  vialeotamanAe. 

D,  FarMusido  alli.  fea  ouabaf  moedas  6uk 
doações,  deu  ampoagoa  a.tit<ilaB,.aQaio4Mft 
da€a»4eHa4 

liaa  oa  azereitoa  de» D.  Heiuri(}ue  II»  ana 
breve  atravesaamni  aaírauteiras,  ponde  uma 
tamív«l  barreira,  á  laaceba. trian^banta*  da 
Du  Fernando* 

D.i  Pedro.  Hemniqiiea.  Sarmento,»  adiantados 
do  reino  de/G^Uiia»  e4Q  partido  da  D.  Haikn 
riqne*'  pôz  ^réroo  a  lIoQsio»  oom  qm.podero- 
sa^esercitiv  ficando  a.  pragaioti  grandarár 
ao;  pof(|ua  a  «laigoaroiçao  ena  dimioutiaabi 
na..  ]ieaoK>.a9sim^  noatapetidas  aaaattoaiQua 
aa  gaUegoaidaiami^àroMÍteaa,  fiuram.  saa^^ra 
heroiaafDanta.  rep^llídof^  aami  gvandea  par^^ 
das;  mas  estas  gloriosas  víctorias^  custa^m 
tambam^nuUas  vidaa  da  portugiiaaes,  qaa 
a&rnotdo  inimigo  noadisimamu. 

QS'.  combatas»  quasi  diários,,  a  a  faliatda 
roaatimeatos^  iinham  eitaBoada  aa  foií^aa 
dos  sitiados,  a  quem  a  eapar^aça.  de  aooaorr 
roi  tiDba  abandonado « 

Eracapítao-mâi:  de  Monsãa,  Vaaoa  fiooiaa 
diAbrea  (iiaei  estava  ausenta)  sendo  soaiOMiT 
Iker^  i^au^ra^dati  (Dava  a.da^)  Aíor/fiH4»,tap 
Boteei  par.naadoiaolo^^coaEMí  esçlaveéida  Qela 
sua.varauil  coragem^  e  dacídi<to<ampr.  d# 
pátria. 

£m.tQdosxis»Gpmbates»  ae  apresentava  noa 
aitios.  dO;  maior  peirigo»  arremeçaada  aobca 
0:iaiflaiga  p^edoa  amatenasiiaaammadaa^ 
e  encorajando  os  combatentes.  Quando,  oa 
galtegDSiDoaaaguiPamabiiirbraobai  logo  alia 
anapreaentoQ  atti,.4aia8|)iada.em>pqohp|  acstr 
iiisBida  ojoiango,  como  o  soldaÃ)  mais  daar 
tfliiido. . 

Esta  valorosa  portugueza,  não  só  dava 
exemplos  de  heróica  bravura,  ainda  aos  mais 
valentes;  mas  tratava  carinhosamente  dos  fe- 
rros, a  det:^  generosamente  tudo.  quanto  ti- 
nha DOS  setts  vastos  ceUairosy  pata  sustenta 
da  guamiçãoi 

Uas  o  côrco  durava,  e  no  dia  4  de  oittur 
bro  apenas  rastata  no  celleirp  omajeqn^ 


«S6 


MON 


UOH 


m  parcio  Ae  pio.  Entlo  Dm-lá-dm,  um* 
dott  eom  «lU  fazer  pies^  e  do  »lto  de  nina 
das  cortinas  da  praça,  os  arremeçoo  aos  gal* 
legos,  (a  quem  também  biam  faltando  os 
mantimentoê)  diiendo-lhes :  —  < A  vós,  qoe 
nos  DÍo  podeis  tomar  pelás  armas,  e  nos  que* 
jn^  lazer  render  pela  fome,  dizM&os  —  sô- 
mos  mais  bnmanos  do  qne  tós,  e,  como  nos 
aebamos  bem  providos,  vendo  qna  nao  es-' 
taes  íbrtos^  vos  enviamos  este  soccorro^  e 
TOS  daremos  mais,  se  o  pedirdes.» 

Os  galiegos,  galgando  a  praça  bem  provi* 
da,  tendo  perdido  moita  gente,  e  príncipian- 
do  a  sofrer  falta  de  mantimentos,  levanta- 
ram o  eérco,  e  se  foram  para  a  Galliza.  ^ 

Este  facto  cansou  geral  regosijo  no  povo 
dn  praça,  e  a  heroina  foi  geralmente  «pplaa- 
dMa  6  victoriada  como  libertadora,  e  em  sua 
lionra,  e  para  memoria  do  feito,  d'etle  tomou 
a  vjUa  as  suas  armas,  e  a  camará  mandou 
pintar  na  sua  bandeira,  o  retrato  de  Deu-léh 

Por  muitos  annos  depois  da  sua  morte, 
em  testemunho  de  respeito  por  esta  heroina, 
ie  biam  abrir  todos  os  annos  as  pautas  (lis- 
tas) dos  vereadores  da  camará  de  Monsao, 
Junto  da  sua.sepultura. 

Os  descendentes  de  D4u4á'deu  (os  Palha* 
res)  trazem  por  armas— um  escudo  de  púr- 
pmra,  uma  mão«  empunhando  uma  espada 
de  prata,  com  guarnições  d'onro,  com  a  pon* 
la  para  cima,  e  seis  pàes  de  ouro,  em  duas 
palas»  é  por  oria,  o  cordão  de  S.  Francisco, 
padroeiro  da  viiia  —  elmo  d'aço,  aberto,  e 
por  timbre,  o  braço  e  a  espada  das  aruias. 
Estas  armas  sio  também  alusivas  aos  factos 
que  deram  a  Diu-lá-deu  uma  gloria.  Imoaor- 
lal. 

O  appelUdo  Falharei^  é  nobre  em  Portu* 
gal,  e  foi  tomado  da  aldeia  do  mesmo  nome^ 
na  proviocia  do  Minho.-^O  primeiro  que  se 
acha  na  historia  com  este  appeilido,  é  Pedro 


1  Alguns  escriptores  dizem  que  e3te  facto 
teve  logar  no  dia  de  S.  Francisco  de  Borja, 
duque  de  Gandia  (10  de  outubro).— Quanto 
t  mim,  estes  íundam-se  em  terem  as  armas 
dos  Falhares^  o  cor(lão  de  S.  Francieco  em 
Tolta  do  escudo.— Também  os  meâosos  sus- 
tentam, que  a  ofTerta  dos  pães,  e  a  retirada 
dos  galiegos,  foi  tudo  no  dia  Í0. 


Aanes  de  Fslhares,  qoe  viveu  nos  leioaitM 
de  D.  Aílbnso  II  e  D.  Sancho  II. 

(Noto-se  que  o  escudo  doa 

Palhares,  já  era  o  mesmo  an* 

tes  d*e8ta  guerra.  Só  com  a  díf- 

ferença  que,  em  vez  dos  pSes, 

eram  6  bezantes  d'ouro,  e  nio 

tinham  a  orla  formada  pela 

cordão.) 

Esta  guerra  não  oflérecla  vantagem  alga- 

ma  is  armas  portuguezas,  e  só  lhe  causava 

toda  a  casta  de  prejuízos,  assim  como  èm 

castelhanos. 

D.  PMvando  e  D.  Henrique,  fizeram  as  pa- 
zes, cujo  tratado  foi  assignado  em  Évora,  a 
31  de  março  de  1369. 

Em  1643,  estavam  os  portuguezes  do  poa- 
se  da  Villa  fortificada,  de  Salvaterra  (em  freD« 
te  de  Monsão,  na  margem  direita  do  Minha 
-Galliza.) 

Era  seu  governador,  pelo  rei  de  Portugal» 
o  conde  de  Castello-Melhor,  e  d*alli  ameaça- 
va todo  o  distrieto  de  Tuy,  chave  da  Gailita. 

Teve  noticia  que  os  castelhanos  eetavaoi 
emboscados  nas  proximidades  da  vilia,  ea* 
piando  a  occasiào  favorável  de  a  atacarem. 
Mandou  o  capitão  Pedro  de  Bettencourt,  em 
descoberta  com  um  pequeno  destaeamento,- 
que  foi  inopinadamente  envolvido  por  grau* 
de  cópia  de  inimigos,  valendo  aos  portugue* 
zes,  não  só  a  sua  coragem,  mas  também  a  as«^ 
perezá  do  siiio,  para  não  serem  completa* 
mente  derrotados. 

O  conde  de  CastelloMelhor,  mandou  em 
seu  soccorro  a  guarniçãè  de  Salvaterra;  po- 
rém, era  ainda  assim  tão  grande  a  despro- 
porção, que  os  nossos  estavam  em  grande 
rUco. 

No  maior  furor  da  batalha,  acudiu-ihe  a 
mulher  do  governador,  D.  Marianna  de  Alen- 
castre,  condessa  de  Gastello-Melhor,  quê  daa 
muralhas  de  Monsão;  tinha  visto  a  peleja« 
Gom  a  coragem  e  o  sangue  frio  de  um  con- 
summado  guerreiro,  baixou  ao  rio,  aoooi- 
panhando  duaá  peças  dè  artiiheria  que  para 
alií  fizera  diligeotemente  conduzir,  e  as  quaes 
chegaram  tanto  a  tempo,  que  causaram  gran- 
de destroço  nos  galiegos,  que  fugiram  espa* 
voridos. 


MON 


MON 


427 


Ootro  apertado  eérco,  soffrea  esta  praça, 
e  onde  eguaes  feitos  de  dedicação  foram  pra* 
ikados  por  homens  e  mulheres  de  Monsâo. 

Corria  o  anno  de  1658  (outros  dizem  1659) 
quando  entrou  pela  província  de  Entre  Dou- 
to e  Minho,  um  poderoso  exercito  de  caste- 
Hurnoe  e  gallegos»  de  que  era  general  o  mar- 
ques deTianna;  mestre  de  campo  general, 
B.  Baltbazar  de  Roxas  y  Pantoja;  general 
de  cavallaria,  D.  Luiz  de  Menezes  (ao  qual 
D.  Philippe  IV,  pouco  antes,  fizera  marquez 
de  Penalva);  general  da  artilheria,  D.  Fran- 
cisco de  Castro;  tenente-general  da  cavalla- 
Tia,  D.  Francisco  de  la  Cneva;  e  occupavam 
1»  outros  postos,  chefes  de  grande  fama,  pelo 
itVL  valor,  e  entre  elles  nâo  poucos  renega- 
dos portnguezes. 

A  provinda  achava-se  então  muito  falta 
■de  soldados,  e  de  mnniçdes  de  guerra. 
'  Foi  no  dia  7  de  outubro,  que  o  exercito 
iaimlgo  pôz  o  «éreo  á  praça,  da  qual  era  go- 
vernador, Lourenço  de  Amorim  Pereira,  te- 
flMHf^  dê  mestre  de  campo  general,  dextro  e 
destemido  guerreiro;  tendo  a  praça,  de  guar- 
nição, 600  infantes ;  mas  que,  com  os  soc- 
.eorros  que  em  breve  chegaram,  subiu  a 
1:000. 

Os  mantimentos  e  as  munições  de  guerra 
•ram  em  pequena  quantidade,  e  portanto  in- 
SufDcientes  para  um  longo  assedio,  o  que  os 
castelhanos  bem  sabiam^  pelos  espiões  trai- 
dores, e  julgavam  que  a  praça  se  lhes  ren- 
deria ao  primeiro  assalto ;  mas  enganaram- 
se,  porque  os  portuguezes  resistiram  com 
valor  iodemavel,  e  o  inimigo  pagou  cara  a 
soa  ousadia. 

Vendo  que  pela  sorte  das  armas  nada  po- 
diam conseguir,  deddiram  fazer  capitular  a 
praça  pela  fome,  fazendo  lodos  os  prepara- 
tivos para  um  longo  sitio. 
'  Dividiram  acircumvalaçào  em  três  quar- 
leis,  bem  fortificados,  com  linhas  e  11  fortes, 
em  redor  da  praça,  cerrando  o  cordão,  se- 
gundo as  regras  da  arte  da  guerra.  • 
'  Construíram  minas,  com  que  os  muros,  em 
alguns  sítios,  abriram  brechas  por  onde  ata- 
caram, sendo  furiosamente  repellidos. 

Fizeram  estas  operações,  por  espaço  de 
quatro  mezes,  em  que  os  portuguezes  obra- 
ram acções  do  maior  valor  e  ousadia,  jà  fa- 


zendo furiosas  sortidas,  já  praticando  con- 
tra-minas,  já  defendendo  e  obstruindo  as 
breeiías. 

As  mulheres  de  Monsão,  deram  as  mais 
evidentes  provas  de  varonil  esforço. 

Helena  Peres,  viuva  de  João  Felgueiras,  á 
frente  de  30  mulheres  decididas,  armadas  de 
chuços,  espadas,  dardos  e  partasanas,  se 
apresentavam  nos  legares  onde  a  peleja  era 
mais  encarniçada,  e  'espetavam  castelhanos 
com  a  maior  bravura :  animavam  com  paU- 
vras  e  exemplos,  os  soldados,  retiravam  os 
feridos  e  mortos,  sem  que  a  chuva  de  ba- 
las e  metralha  do  inimigo  fosse  capaz  de  lhe 
extinguir  os  brios. 

Algumas  d'ellas,  carregavam  á  cabeia 
enormes  pedregulhos,  que  precipitavam  do 
alto  das  muralhas,  fazendo  nos  gaUegos  ter- 
rível destroço. 

Entre  «stas  amazonas  portuguezas,  se  dis- 
tinguia, pela  sua  bravura,  uma  alcunhada  a 
Turca.  Uma  bala  de  artilheria  lhe  despeda- 
çou o  vQntre ;  mas  ella,  com  as  tripas  na  mão^ 
pediu  que  a  levassem  á  egreja,  e  que  lhe 
mandassem  dizer  missas»  com  o  dinhei- 
ro que  levava  na  algibeira;  e  até  ao  seu  ul- 
timo momento  conservou  uma  estóica  sere» 
nidade,  e  um  perfeito  jnizo. 

Nem  só  a  guerra  .disimou  os  portuguezea; 
também  as  doenças  que  se  desenvolveram 
nos  seus  quartéis,  lhes  matou  e  inutilisou 
bastantes  soldados;  mas  nem  assim  a  sua 
bravura  diminuía. 

Em  um  dos  assaltos,  entraram  os  caste- 
lhanos em  umas  casas,  em  que  estavam  alo- 
jados muitos  doentes,  que  todos  se  lavantj^- 
ram,  e  pegando  nas  armas  que  poderam  ha- 
ver ás  mãos,  morreram,  matando  castelha- 
no^,.  dando  ás  suas  vidas  um  remate  glo- 
rioso. 

Tanto  diminuíram  os  mantimentos  da  pra- 
ça, que  os  sitiados,  depois  de  comerem  os 
cavallos,  se  sustentavam  dos  mais  ascorosos 
alimentos. 

As  munições  de  guerra  faltavam;  as  mu- 
ralhas estavam  reduzidas  a  um  montão  de 
ruínas,  em  muitas  partes;  e  a  morte  tinha 
já  ceifado  grande  numero  de  vidas  dos  bra- 
víssimos defensore»— tudo  faltava,  menos  a 
eoragem,r  o  patriotismo  e  a  constância  drles- 


4â8 


MON 


tes  heroes.  1ia%  fiDalmette,  a  noBtencia  eim 
impoMÍTel,  e  os  soeeorru  não  cbegaraái,  pelo 
qae,  reduzidos  á  nltima  miséria»  tíYflraai  de 
ea^talar  con  todas  as  honras  da  guerra, 
entregando  ao  ioimígo,  dío  una  praça  de 
armas,  mas  nos  poaoos  de  moDtès  de  eMn- 
fllo  e  algumas  paredes  desmaiitelaâas. 

Os  próprios  castelbams  pasmavam  de  ta* 
manba  heroieidade,  e  da  brafiira  eom  que 
os  portuguezea  poderam  deleuder  aqnillo; 
masy  alada  mais  pasmaram  quando  riram 
•ablr  d'entnB  aquellas  rainas,  236  homens, 
esteauados  e  cadaveríeos ;  restos  venerauo 
doB  dos  2:000  defenseves  de  Moasao. 

A  Pantoja  parecia  quasi  impossíTel  que 
t2o  pouca  gente,  e  em  tal  estado,  se  podesse 
defender  e  batalhar  oom  tamanha  obstlna* 
^,  e  i^maado  os  oíBeiaes  do  seu  eateroi- 
to,  lhes  disse : 

«Aprendam  â'e8Ces  bravos,  oomo  se  defen- 
de uma  praça  que  el^rei  lhes  eonfíar.  Sáe 
eetes  os  leSes,  que  etím  tamanho  v»lor  se  hSo 
defendido  t  Se  o  grão  Leão  de  Hespanha  ti- 
iresse  muitos  destes  ledes,  seria  senhor  de 
todo  o  mundo.  • 

Pontoja  era  tão  valoroso  mtiitar,  oomo 
nobre  e  leal  oavaUetR),  e  por  isso  agrada- 
va-lhe  a  coragem  e'dedteaçao,  em  qualquer 
parte  que  a  achasse^  e  a  respeitava. 

O  dia  i6  de  outubro  de  Í874,  foi  deTego- 
sfjo  para  a  villa  e  praça  de  Monsão. 

As9Í8tia-se  á  festa  do  progresso,  em  cuja 
senda  caminha,  ainda  que  lentamente,  esta 
povoação.  Os  seus  esforços  foram  coroados 
de  feliz  êxito,  como  era  de  esperar,  at(en- 
dendo  aos  títulos  que  legitimavam  as  suas 
pretenções.  Foi  n*este  dia  a  inauguração  do 
telegrapho  eléctrico  da  vifla,  e  o  Alto-Minho 
conseguiu  mais. este  melhoramento,  de  que 
tanto  carecia. 

É  celebre  a  procissão  de  Corpus  (^irUHi, 
d-eata  villa,  a  qual  attrahe  grande  eonenrso 
de  gettte,  sobretudo,  da  Gaillza. 

Eis  a  ordem  da  prooissâot: 

Ma  frente  vae:  a  mímica  («m&  gaita  de  fol- 
ies» um  tambor  e  um  bombo.) 

Segue  se  a  imagem  de  &  Christo?ao,  de 


eslalon  oolossal,  levada  por  aeiarbaifBilros 
do  rio  MiDào. 

Atrac  d'eiK  a  M  ÒMifo,  com  as  pealâs 
éeivadae  e  eeberto  eom  um  mento  agaloa- 
do de  enre. 

Em  seguida  vae  o  carro  élm  henfot  (qme 
édado  pelos  marchantes.)  Kate  eavro-n» 
enfeitado,  oom  buio  e  flores»  o  dentro  d'elie 
vio  algnitt  msnittoe» .  veetiéos  de  hranoB^ 
idieios  do  fitas  cr  esmtando  psalmosi    • 

Vae  depois  a  Ordem  Terceísa,  o  devo  «o 
palio. 

Atraz  do  paKo  vem  S.  Jorge,  isto  é»  vam 
um  heinem  (ó  um  ferrador)  qne  d6pcf s  ée 
SB,  confessar  e  eommuagar,  o  receber  daem- 
mara  meia  libra,  vem  para  a  prociSMto».4e 
capacete,  saia  de  malha,  grevas  de  açoj  lai^ 
ça  e  espada,  e  montado  em  um  fogoso- ea- 
vailo.  Acompanha  a. procissão  até  á  ma  4d 
GasteUo,  e  d'ahi  V(^  para  ttaz,  a  toda  a 
brida,  derrubando  oa  que  eneon^a  em  mm 
vertiginosa  carreira,  até  entrar*  no  Gam|io 
da  Feira,  em  busca  da  Smtta  C(kia,  paim 
combater  oom  ella. 

A  tal  Céea,  é*  um  monstro,  maisi  ou  ma- 
nos assimi&ando  um  di^figâo^  feito  de  loaa^ 
sobre  uma  armação  de  arcos  de  pipa,  ecDtt 
rodas  na  sua  parte  inferior,  para  andar  pa- 
ra traz  e  para  diante.  È  alado ;  tem  poataa 
e  uma  grande  eauda. 

A  boca  é  de  molas,  e,  para  abrir  e  fediai» 
lhe  pucham  por  uma  oerda,  os  homepa  qna 
íaeem  mover  o  biwo. 

A  lucta  de  5.  íorge  com  a  Santa  Coca,  6 
o  que  maia  attrthe  e  embartuea  o  povo. 

Depois  de  maitos  ataques,  consegue  flael- 
mente  o  sasUo,  traspassar  o  costado  do  Mens- 
tw;  hindo  depois  celebrar  esle  f«ito  gloria- 
so^  para  uma  iaèema,  onde  gasta  os  %f9tO 
réis  que  a  camará  lhe  dera. 

O  fim  da  festa,  é  passado  na  vUla  gallega 
de  Saltaterra;  pana  onde  se  dirige  a  maior 
parte  dos  habitantes  de  Moosãoi  de  compa- 
nhia com.  08  gallegos,  e  alli  acabam,  de  paa- 
sar  o  dia,  oomendo,  bebendo  e  folgando.* 

Nas  immedíaçdes  d*e8ta  villa  ha  mutlna 
casas  antigas  e  nebilissiaias^  que  vão  noa  lo- 
pres  compem^tes.  De  Monsão,  citavei  aa 
90  me  lembram: 


um 

-Galâa$-^tem  por  anuas ^ em. campo  de 
prata,  cídco  ciprestes  de  verde,  em  aspa. 
.Vimhce  um  dos  cyjpresies  das  armas. 

Carvalhos — tem  ppr  avmas— em  campo 
tf  nl,  ama  eotreUa.  de  ouroy  entre  api*  qua- 
derna de  eresctDtes  de  prata.  Timbre,  um 
«gusae  de  prata,  eom  uma  eatrella  de.  ouro 
ao  peito^  armado  de.  ouro. 

Castroê^-o»  que  procedem  d»  D»  Álvaro 
Pires  de  Castro,  Seiúor---ârmas-^em  campo 
de  prata,  treze  arodlas  da.  azul,  em  três  pa- 
las» contendo  a  do  meio  cinco,  e  cada  ama 
dkM.  lados,  quatro.  Timbre  um  leão  de  ouro. 
Òs:  que  procedem  de  D.  Álvaro  Pires  de 
Castro,  Júnior— trazem-*-em  campo  de  pra* 
H^  seis  aroellas  aznes.  Timbre,  meip  leão 
4e  ouro.  Outros  Castres  usam  das  naesmas 
«imae ;.  mas  o  timbre  ó  um  caraogneijo  de 
IMrate,  realçado  de  azul,  com  os  den/^aifran- 
des,  segurando  uma  truta. 

Os  Coêtroi  dm  M  (oa  pri 
meiros)  são  descendentes  d'a 
quelle  D.  Álvaro  Pires  de  Ca» 
iro,  que  era  legitimo.  Os  Qu 
trm  dai  6  (os  segundos),  des 
cendem  de  D.  Ignez  de  Castro 
OB  ás  seus  irmão^^qlvil  eram 
llegitknos ;  e  por  isso  lhe  ti- 
raram 7  aroettas,  e  deram  par 
timbre,  só  meio  leão.  Dos  pri* 
meiros  são  cabeças  os  condes 
de  Rósende— dos  Iv  oa  mar^ 
queses  de  Caseaes.  (Este  mar- 
qpezado,  aohase   ha   muito 
unido  ao  de  Niza,  actualmen- 
te vago.  —  Vide  Cascões,  col. 
2.*  da  pag.  i47  do  1*  vol.) 
€im^to— armas— em  campo  de  ouro^  no- 
ve ouahw  azues,  em  três  palas.  Timbre  um 
grSpho  alado  de  ouro,  cunhado  de  aauL  (Vi* 
de  Paredes  de  Coura. 
Sotttft  Maiores — ^Vide  l/elhundres. 
Magalhães. — armas  — escudo  enxequetado 
de  prata  e  púrpura,  em  3  bandas,  sobre 
«ampo  de  prata.  Timbre,  um  abutre*  de  pra. 
ta,  armado  de.  púrpura* 

MemexosL-^a»  de  Tarouca  trazem  o  escu- 
do repariid^effli  seis;  no  1.*  um  esteque^  em 
tampo  de  oiro;  no  1*  4  barras  dd  puip^ura 
tmcafiQpo  de  oiro-Hio  3.%  dois  loboaem 


MON 


499 


campo  de.  oiro— na  ordem  de  baixo,  j|a 
barras  e  os  lobos,  e  no  meio,  o  escudo  doa 
Menezes,  que  ^  em  campo  de  oiro,  um  anr 
nel  do  mesmo,  com  um  rubi.  Timbre,  uma 
donzella,  vestida  de  oiro,  com  um  escudo  na 
mão.  (duem  desejar  saber  isto  mais  circnm- 
stanciadamente,  veja  a  pag.  95  do  l"»  vol.) 

Os  marqpezes  do  Louriçal  e  de  Marialva, 
e  os  condes  da  Ericeira  eram  d'esta  (amilia; 
mas  traziam  por  armas— escudo  esquartela- 
do,  nO'  i.«  as  armas  de  Portugal— no  %%  3 
flores  de  Jiz  de  oiro,  em  campo  azul,  e  assim 
os  contrários.  No  centro  o  escudo  dos  Me- 
nezes (o  annel  que  fica  descripto). 

Moscosos^-^Yiúe  Brejooira, 

PalhareL-^k  ficam  descriptas  ii'este  ar* 
iigo. 

Thenoas 

Perlo  das  muralhas  de  Monção,  na  mar* 
gem  esquerda  do  Afinho,  em  uma  veiga  fer* 
tilissima  e  muito  aprasivel,  nascem,  mui 
próximo  do  rio,  em  uma  área  de  5  metros^ 
trez  o^<  abundantes  de  agua  thermal,  for- 
misudo  outros  tantos  banhos,  que,  debaixo 
do  mesmo  tecto,  se  acham  divididos,  por 
delgada»  paredes  de  cantaria.  A  differença 
do  calor,  em  cada  um  dos  banhos,  lhes  deu 
ost  nomes  de  Brando  ou  Temperado^Con' 
íra-fmie  e  Fwrle. 

Ha  mais  duas  nascentes,  que  rebentam 
mesmo  no  alveo  do  rio,  e  que  só  estão  ttra 
d*alle  nas  estiagens.  Uma  doestas  apenas 
trasborda  do  seu  reservatório— a  outra  ó  a 
mais  copiosa  de  todas  as  nascentes,  coi:reu« 
do  abundantemente  para  íora  do  seu  tan- 
que. 

O  calor  do  hanho  brando,  ou  temperado^ 
óde  93*  a  96*  F.,  ou  '26  i\if  a  28  li2*  R, 
Soffre-ae  aemincommodo,  e  mesmo  com  sa- 
tisCação,  por  uma  ou  mais  horas^  na  sua  oar 
tural  temperatura. 

O  contraforte,  de  98*  a  102*  F.,  ou  29  ^4* 
a  31 1|4*  bL,  no  qual,  segundo  a  sensibUi<- 
dade  e  robustez  do  enfermo,  não  se  soflreSO 
minutos,  sem  afflicção. 

O  forte  excede  os  ilO''  F.,  oa34  3i4.Bk 
Em  poucos  minmos  produz  os  effeiios  que 
ae  noiam  no  bai^o  quente.  &  o  msia  efflcaz 


430 


MON 


MON 


em  virtudes  therapeuticas,  e  o  mais  usado 
para  banhos;  mas  tomado  em  tinas,  deixan- 
do-80  esfriar  segundo  o  Tígor  do  que  tem 
de  ser  submettido  ao  banho,  ou  da  moléstia 
que  se  pretende  curar. 

Nas  suas  origens  sahem  constantemente  bo- 
lhas de  gaz,  que  estalam  na  superfieie  da  agua 
que  é  crystalina,  diaphana,  com  sal>or  algu- 
ma coisa  picante,  cheiro  levissimamente  he- 
pático, que  também  se  obselra  no  sedimen- 
to ou  deposito  viscoso  e  verdoengo,  que  dei-> 
xa  na  sua  passagem,  e  alli  se  conserva. 

A  mineralisaçâo  é  egual  em  todas  as  nas- 
centes, que  só  diflFerem  nos  graus  de  calor. 
As  virtudes  medicinaes  d*estas  aguas  sào 
conhecidas  desde  tempos  remotos. 

Parece  que  estas  virtudes  são  devidas  ao 
gaz  carbónico  e  aos  saes  de  diflferentes  ba* 
ses,  térreas  ou  metálicas,  particularmente 
férreas.  É  de  presumir  que  o  gaz  hy- 
drogenio,  levemente  sulphurado.  Juntamen- 
te com  o  carbónico,  constituam  estas  aguas 
na  classe  das  gazosas,  e  uma  variedade  das 
do  Gerez. 

O  que  fica  dito  sobre  estas 
aguas,  foi  quasi  textualmente 
extrahido  das  Instntcções   e 
cttutelleu  praticai  sobre  a  na- 
tureza das  aguas  mineraes, 
escripto  pelo  dr.'  Francisco  Ta- 
vares, medico  da  rainha  D. 
Maria  I,  e  publicadas  em  Í6i0. 
Slstas  aguas,  applicadas  cm  bebida,  res- 
tabelecem as  forças  do  estômago,  e  dos  intes- 
tinos. Tomadas  exteriormente  (em  banhos) 
produzem  evacuações  saudáveis,  pelos  or- 
gSos  que  a  natureza  acha  para  isso  mais 
apropriados. 

Sao  recommendadas  nas  chiares,  fluxo- 
aivo,  affecções  do  peào,  nervosas  ehistericas 
concre^s  lymphaticas  e  biliosas,  padecimen* 
tos  dos  rins  e  bexiga,  rheumatismo,  gota, 
etc. 

Consta  que  estas  aguas  foram,  ha  muitos 
descobertas  por  um  frade,  cujo  nome  não 
chegou  aos  nossos  dias. 

A  difficuldade  do  transito  e  o  péssimo  es- 
tado do  ediOcío,  privam  muitos  doentes  do 
beneficio  d*estas  aguas.  Mesmo  assim,  con- 
correm, uns  annos  por  outros,  a  fazer  uso 


d'ellas,  duas  mil  pessoas,  em  grande  parta 
gallegos. 

O  ediflcio  mais  elevado  sobre  o  nivel  4o 
rio  (chamado  a  Therma)  foi  construído  em 
em  1801,  pelo  famoso  general  Francisco  da 
Silveira  Pinto  da  Fonseca,  I.*  condedeÂma^ 
rante,  e  pae  do  não  menos  famoso  general 
Silveira,  S.*  conde  de  Amarante,  e  primeira 
marquez  de  Chaves. 

O  fundador  deixou  ao  município,  um  le- 
gado com  esta  applícaçlo. 

No  mesmo  anno  de  ISÕi,  Ricardo  AlleD, 
cônsul  inglez,  em  Vianna  do  Minho,  edífiooa 
também  uma  casa  de  banho,  próxima  de  ou- 
tra nascente.  (Ainda  a  este  se  chama  hoje^ 
Banho  do  IngUz.)  Este  banho  foi  entulhaÃi» 
em  1843,  pela  vasa  do  rio. 

A  nascente  denominada. òanAo  fresco,  foi 
descoberta  em  1607,  perto  e  a  O.  da  Ther- 
ma. 

Ha  também  um  tanque,  sobre  uma  gran- 
de nascente,  que  se  principiou  a  utiiisar  em 
1819.  Esta  alimenta  os  banhos  temperados^ 
para  os  quaes  ha  barracas  de  madeira,  am- 
bulantes; que  se  retiram  no  tempo  das  en* 
chentes  do  Mhaiho.    - 

A  Therma  tem  um  ediflcio  pequeno,  pou- 
co aoeiado,  escuro  e  mal  reparado  do  ar. 
Tem  oito  banheiras,  cada  duas  divididas  por 
um  tapamento. 

Os  banhos  temperados,  teem  também  oito 
banheiras,  aos  pares,  como  as  antecedentes. 

O  banho  do  Inglez,  tem  só  uma  banheira. 

A  agua  produzida  em  24  horas,  é  a  se^ 
guinte: 


Therma litros 

Banho  do  Inglez...      » 

Temperados • 

Tanque  arruinado.      * 
Nascente  fresca  ...      • 

Total 


..  44:000 

. .  17;«00 

..  123:000 

..  1S3:SOO 

. .  10:000 

..  319:000 


Foram  estas  aguas  apresentadas  na  expo- 
sição universal  de  Paris,  de  1867,  e  compe- 
tentemente anaiysadãs :  eis  o  relatório  ^ttL- 
ciai  dado  a  seu  respeito.  (Traducção.) 

«São' três  nascentes  abundantíssimas»  que 
rebentam  em  sitio  pittoreseo  e  agradável,  ae 


mH 

pê  da  fbrtalesa  de  XonsSd,  6  a  nma  peqtMAá 
disUBcia  do  rio  Minho.  São  eondozidas  a  três 
diflérentes  banhos,  que  se  ^ístingoam  por 
as  seguintes  denominações— òroiuío  (fraeo) 
contra- forte  (médio)  e  forte;  em  relação  das 
inas  ascendentes  temperaturas.  O  Cra^  mar- 
ca 3i*  75'G.;  o  médio,  39*  C;  e  o  forte, 
43*C. 

A  amostra  da  nossa  eolleoçâo,  provém  do 
banho  fbrte.  A  agua  é  limpida,  agradável  ao 
beber  e  completamente  inodora. 

Contém  pbr  kilogramma,  O  gr,  4,615'  de 
princípios  fixos,  que  são-^snlphatos  e  ehlo- 
mretos  alcalinos,  carbonatos  de  cai  e  de  ma- 
gneslá,  silica,  e  nma  diminuta  quantidade 
de  ferro  e  d'alumina.» 

MONSARAZ —villa,  Alemte]o,  concelho 
de  Reguengos,  comarca  do  Redondo,  6  ki* 
lometros  ao  N.  O.  de  Mourão,  30  ao  S.  de 
YlUa  Viçesa,  45  a  E.  de  Évora,  150  ao-  S.E. 
de  Lisboa,  MO  fogos. 

Em  1757  (dna9  freguesias)  tinha  170  íb- 
gõs. 

Orago  Santa  Maria  (Nossa  Senhora  da  Ala* 
gôa)  e  S.  Thiago  apostolo. 

Arcebispado  e  distrieto  administrativo  de 
Évora. 

Até  ao  principio  do  século  XIK  tinha  duas 
íiregnezias— (O  sr.  I.  de  Vilhena  Barbosa,  di2 
que  teve  três;  mas  julgo  que  é  engano.  Ago- 
ra tem  uma  só  freguesia.) 

Nossa  Senhora  da  Alagôa,  tinha  em  1757, 
103  fogos.  O  prior  era  apresentado  pela  casa 
de  Bragança,  e  tinha  de  rendimento  annuai 
330MOO  réis. 

S.  Thiago,  apostolo,  tinha  em  1757,  67  fo- 
gois.  O  prior  era  da  mesma  apresentação,  e 
tinha  de  rendimento  annuai  300^000  réis. 

Está  esta  villa  situada  em  logar  altíssimo 
e  penhascoso,  cercada  de  muralhas,  com  um 
forte  castello,  feito  por  D.  Diniz  (quando  fto- 
TOOU  a  villa)  em  1310.  Está  tudo  bastante  ar- 
ruinado. O  que  está  mais  bem  conservado  é 
o  castello,  com  suas  torres  e  muralhas;  mas 
os  ediflcios  que  existem  no  seu  recinto,  etf- 
ão  totalmente  desmantelados. 

A  egreja  matrii,  de  Nossa  Senhora  da  Ala* 
gda,  foi  fundada  pelo  grande  condéstavel,  D. 
Nuno  Alvares  Pereira,  pelos  annos  de  1395; 
iiíás  tem  sofffido  diversas  reeGmtrueç9s&  É 


mm 


43  i 


um  espaçoso  templo  de  tret  naves,  com  três 
portas  na  frontaria. 

Temfifiserieordia  (em  frente  da  ma<rizX 
Yéem-se  aqui  dois  painéis,  pmtados  em  ma- 
deira, da  escola  do  grão  Vasco. 

D.  Manuel  lhe  deu  foral,  em  Lisboa,  no  i* 
de  Junho  de  1513.  (Livro  de  foraes  novos  do 
MenUejo,  íl.  33,  coL  8.*) 

Tinha  voto  em  cortes,  com  assento  no  ban- 
co 16.* 

O  brazio  d'armas  doesta  villa,  é  simples- 
mente um  escudo  de  prata,  em  branco.  A 
sua  alcaídaria  mór,  andava  na  íámilia  dos 
Britos  Pereiras,  de  quem  adiante  trato. 

A  falda  E.  do  monte  sobre  que  a.viila  está 
ediflcjula,  desce  até  ao  Guadiana. 

Durante  as  continuas  guerras  com  os  cas- 
telhanos, era  a  praça  de  Monsaraz  um  segu- 
ro abrigo  dos  povos  doestes  contornoa,  em 
razão  da  sua  posição,  quasi  ioaccessivel,  e  a 
esta  circumstancia  deveu  a  villa  o  desenvol- 
vimento da  sua  população  e  ediflcios;  mas, 
tornando-se  muito  mais  raras  as  guerra^s 
com  os  nossos  incommodos  e  turbulentos 
visinhos  de  alem  do  Cai%  e  sendo  Monsaraz 
um  sitio  agreste  e  de  péssimo  accesso,  mui- 
tos dos  seus  habitantes  foram  poacô  e  pou- 
co abandonando  a  villa. 

Doze  kilometros  a  E.  de  Monsaraz,  no  meio 
de  vastas  e  férteis  campinas,  existia  uma  an- 
tiga capella,  dedicada  a  Santo  António;  e  pe- 
los annos  de  1680  se  principiaram  a  edificar 
em  volta  d'ella,  algumas  pequenas  casas;  pe- 
los annos  de  1710^  'já  formava  uma  aldeia, 
denominada  Beguengo  (por  serem  terras  da 
coroa)  e  fez-se  lhe  po^  esse  tempo  uma  egre- 
ja parochial,  dedicada  a  Npssa  Senhora  da 
Caridade. 

A  fertilidade  do  terreno,  a  formosa  sítuai- 
ção  do  logar,  e  a  industria  dos  seus  mora- 
dores, em  vários  tecidos  de  lan  ordinários, 
e  na  fabricação  de  chapéus  grossos,  deram 
tal  impulso  á  povoação  d'esta  aldeia,  que 
em  1S38,  foi  para  aqui  transferida  a  sede 
do  concelho,  que  até  então  era  Monsaraz. 

Por  carta  regia  de  29  de  fevereiro  de  1840, 
foi  a  aldeia  de  Reguengo  elevada  ácathego-  - 
ria  de  villa,  sob  o  nome  de  ViUa  Nova  de  Rb" 
guengos. 


m 


um 


Yé-ae  pote  que  o,de$eimlv]meiita#prQ9.-t 
peridade  d*e8U  Dova  povoação^  foi  á  <Hi^ 
da  decadência  de  Monsacaz,  o  <pie  deu  cavsa 
a  rivalidades»  e  meaoio  Qdio^  enjtre  as  duas 
villas. 

Monsaraz,  teve  alé  1634,  jati  de  ÍSíff»,  am 
eapiíâo  e  ujna  oompanhia  dft  ordenanças,  e> 
um  bataJhão  de  voluittarios  realUtae^  Qcea^ 
4e  em  i838.  Téem  para  â  os  d'eflU  yú\%  qaid 
a  perda  da  sua  antonomia,  foi  em  castífo  da> 
saa  dedicação  ao  parUdo  de.  ar.  J)i  MigoeL 

Na  egrf  }a  matriz  (entre  a  porta  do  centro 
e  a  da  esquerda,  de  quem  entra),  está  um 
grande  tumulo  de  mármore,  descançando 
sobre  três  leOes. 

Sobre  a  tampa  está  estendida  a  estatua  de 
um  cavalleiro,  tendo  um  aISo  deitado  a  seus 
pés.  Na  face  do  mausoléu,  que  ólba  para  a 
capellamór,  estão  esculpidas  em  relevo,  14 
figuras  de  santos — e  na  face  que  correspon- 
de aos  pés  da  estatua,  se  vé  a  imagem  de 
um  caValleiro,  com  um  bleãò  em  punho, 
em  quanto  outro  fàtdo  vôa  direito  a  uma 
arvore,  em  que  estão  pousadas  duas  aves, 
para  as  quaes  também  ci>rrera  dois  cães. 

Na  borda  da  tampa,  tem  uma  inscripção 
gothica,  ]à  bastante  destruída  pelo  tempo; 
da  qual  apenas  se  pódô  lôr— Aom  jaz  tomaz 

VARTíNS,  VASSALLO  D*nL-RET,  FILHO  BB  MAR- 
Tm  Sn^VESTRE,  O  QUAL 'tom AZ  MARTllfS 

No  chão,  junto  a  este  tumulo,  está  a  se- 
pultura de  Martim  Silvestre  (pae  de  Thomaz 
Martins),  fenecido  em  i37i. 

Tem  nma  rascrlpçãò  que  diz : 

• 

AQUT  JAZ  MARTIM  SILVESTRE,  HOMEIt  BOON,  E 
FEZ  MUITO  BBN  EM  ESTA  HOBRA,  E  PAS80V  TI 
DIAS  D*ABRIL,  ERA  IIQGCLICXXI.  TOMAZ  MâR- 
TINS,  SEU  FILHO,  MANDOU  FAZER  ESTA  GA- 
PELLA. 

Estes  dois  jasigos,  pertenceram  a  uma  ca- 
pella  partíeaiar,  que  se  desfez  qaando  se  ree- 
dificou modernamente  a  egreja  matriz. 

Das  ameias  da  torr$  de  menogemf  se  avíst 
tam,  em  dilatadíssimo  horisoftte,  aa  cidades 
d'£vora  e  Elvas;  aa  villas  de  Evora»l|t)iiU|| 


mm 

Bitiremozfc  Voarão^  Aioení^be^  ViUft 
d*el^  FresQO  (Hesp«iha)ri.0Uvei|Q4^  e  oiitr4% 
muitas  pafoaç9es  meBorea.  Yé-ae  taíQbeoii^ 
Serra  d*Omj(  e  ostras  nonlMbaa. 

Extra-muroa  da  villa,  ha  varias  caaaa  d^ 
haUtaçaoi  firmando  a  aeu  arrab^de. 

Tem  muitas  casas  desertas. 

Na.  villa  não  ha  fontea;  os  moradores»  ser  - 
veniae  d*agua  da  cisterna,  ou  da.da  /jímMr 
do  Outeiro,  qna  está  nas  faldas  do  mante* 

X  eiateraa,  é  uma  casa  de  abobada,  oom 
poria  para  a  rm^  da  qual  desce  uma.  escolte 
de  pedrs  até  aa  fundo  do  reaervatprUx. 

È[  traÃção  que  esta  casa  foi  mt aqnita  de 
mouros. 

Ha  aqui  uma  boa  feira.  a.  IS  de  ageelo» 

A  3  kilometros  ao  N.  da  villa,  está  o  mo»? 
tetro  de  Nassa  Senhora  da  Orada^  que  loi  da 
reiigiosoa  agostinhos  deac^Jgpa., 

Jttlga-se  ter  sido  fundado  qfiiando  o  foi  i^ 
egreja  matriz  (peloa  annos  de  i39l^.) 

Em  tempo  de  sécca,  ou  por  outra  qualquer 
calamidade  publica,  costumavam  os  morado- 
res da  villa,  virem  buscar  a  Seahora.da  Ora- 
da e  a  levavam  em  procissão  á  egreja^  ma- 
triz. 

A  imagefli  é  de  pedra  e  maito  pesada. 
Quando  se  bindpn  aqui  o  mo3teiro,  contir 
nuQU  a  mesma  pratica  religiosa,  em  todas  at 
occasiões  em  que  era  necessário  o  patrocir 
irio.daSaQtisaima  Virgem,  que  era  enti»  le- 
vada por  oito  religiosos,  oa  quaea  lhe  on^%- 
va  muito  a  eonduiil-a  pelo  seu  peso  dQppa- 
dido,  e  em  uma  d*esias  procissões,  cabiu  a 
purtiiam-se-lhe  a»mãos«  Os  frades,  Ibe^man- 
daram  logo  fazer  outras  de  madeira,  e  pana 
diminuírem  o  peso  da  imagem,  a  maudan^ii^ 
escavar  por  dentro,  0caj9do  ôqa-r^  como  fi- 
ea§se  nas  costas*  o  buraco  pof  onde  se  eaca? 
¥0u,  desde  en^âo  se  ve&Ua,.cQmoia3  imagens 
de  rooa* 

Kaie  raQ3teiro„foi.  faixado  jauV)  e  unido 
à  antiga  eapella  de  No3sa  Senhora  da  Ora? 
da,  da  qual  o  coayeoto  tomou.alnvoeação^ 
pelos  religiosos  agestinhoa  descaisos^  e  cob| 
liflonça  /lo  cabido  d'fivora»  em  sede  vacapte, 
no  anuo  de  1670, 

Gomo  a  capellf  se  fosse  arruinando  cp«s 
o  teaipO)  e  fòese  de  pequeno  avpftúto  e  de  n^^ 


oKSH 

templo  mais  vaslo  e  digno  úa  ttaagdsiaddriâa 
tíLÍtàíh  dos  Anjos;  e^eáíWéè  novembro  de 
1700  (véspera  da  festa  éa  ApréiíeBUçSòida 
Yirgem),  se  laoçoua  primeira  freidrâ  da  M- 
1^'egrpja. 

!Pica  esta  egre)a  distante  l«^,3aitfa  ailtf|;i 
eapelta,  que  tambetn  por  esse  t«ibpo'fei*re- 
j^arada. 

Et^  enllo  pfMt iiloeenVéiftô,  1t.  S<^ié6 
Gal^terio,  natai*ál  de  Extremos. 

O  Boadrana  ptKssa  a^kilomelfes  dá  4illa, 
<«â)4e4to^pfoftiiidd. 

Na  raiz  dafnòitatohn  sféb^e^  ft^Ma^eMá 
edificada,  ha  uma  ermida,  cajá  capella-mór, 
octogona,  e  de  grossa  muralha,  consta  ter 
i^do  templo  romaiio. 

O  território  de  Monsaraz,  é  fortfl  ^m  ee- 
veaes,  algum  áêeUte,  tnuítos  montados,  étti 
que  se  cria  grande  quantidade  de  porooi 

Ha  taoibem  bastante  mete^éra,  o^ia  fado 
d!e  toda  a  qualidade,  tem  muita  caça,  grossa 
'e  miúda,  e  bom  peixe^  do  rio. 

No  terreno  da  viiia,  lia  uma  «láta  dè  tH- 
'go,  tfne  produz  até  14  espigas,  em  cada  pé. 

Pdi  esta  vitia  tomada  aos  mouros,  em  i  167, 
por  D.  Affoiíso  I,  que  a  deu  aos  templários. 
Blipprimida  esta  ofdeiki  em  1311,  formou 
desde  1319,  até  i8M,  uamcommenda  da  or- 
iem  de  Cbrino. 

A  8  kitomretros  da  vHIa,  é  a  serra  de  Ra- 
àío-^AUo,  OHde  Hastseo  rio  Agevel.  (Vide  Re- 
gaengos.) 

Jk  disse  que  a  áteafdaria  mór  de  Monsa- 
nus,  andava  na  familia  dos  Britos  Pereiras. 
O  primeiro  que  teve  este  emprego,  íbi  Fer- 
não Rodrigues  de  Brito,  que  procedia  de 
Joio  RodngUAs  Pereira,  da  casa  da  taf pa, 
creado  e  parente  de  D.  Álvaro  Gonçalves  Pe- 
reireí,  gráo-príor  do  Crato. 

A  este,  seguiu  ^^'Pranclscô  Rodrigues  Pe- 
rélra-^Pernao  Roldrigues  Pereira,  ^ue  foi 
veador  de  D.  Isabel,  IHha  do  ivfanteB.  DfiáT- 
te,  a  qurti  casou  com  o  duque  de  Bragan^. 

Qn»Ddo  B.  Joio  H  mandou  degdlarvdlii* 
que  de  Bragança,  D.  Fernando  11,  na  p^èf/Bi 
d'C vurâ,  em  148:^,  Ferolo  Rodrigues  Perei- 
ráj  temendo  egnal  sorte,  fugiu  para  Càítel- 


um 


43â 


la:  Quando  TsifrMoii  a1>ortugal,  trazia  car- 
tas dos  filhos  de  D.  Fernando  II  (o  degola- 
do), *|IM«  a  duqueza  sua  mie;  e  receando 
<4U8  tlid  Ibesdm  mcont^adas,  as  enguliCL 

Foi  preso  por  ord«m  do  ret,  e  se  conserr 
-vob  eftoarceratto-atiê  á  aeelamaçSo  do  rei  D. 
HttoAief,  fQè  o  4eft  k^marelrodo  duque  de 
Bragança,  D.  Iiqtiie. 

A  Ferfiio  Rodrigues  Pereira  se  seguhi 
Ghrlsiovão  de  Brito  Pereíra--PemIo  Rodri- 
gues de  Brito  Perefrar^XuisCovio  de  Brllo 
Pevelva— Fémio  Pereira— Ghrísto vão  dd 
Brito— Fernão  Rodrigues— Sjdvador  de  Bvl- 
M,iqtte>tnorrea  na  batalha  do  Ameixial>  em 
-6  de  iuailio'  de  16d8;^Segulram<8e{^emSo 
Bireira»  Glirlstovão  de  Brito  e  João  de  Bri- 
to. A  eAe'eei(bin4e  Salvador  de  Brito,  ifue 
foi  o  ultimo  alcaide-mór  de  Monsaraz,  d'esta 

IHMPanie<a gvsfvaei^l  de  ^miai<69fc,oa 
reidi«l«6  vinda  aqui  eolle«aram  a/lgumasp»^ 
ças*di»artiheria,'de  grosso  oaKbre,  para  qué 
e«te  praça  servisse  »de  potíto  de  Mesa,  mi 
margem  direita  do  Guadiana. 

Ab^  fk^  por  l4*Bêaram,  oMioíhoJe  dei- 
'moniadaã»  abandonadas 'encobertas  de  ferm- 

Foi  MMnatia  um  doe  mais  rieos  eono^ 
lhos  do  reino,  em  rendimettles  munioipaes» 
provenientes  de  granâesibttldios,  que  ain^a 
-liajesfeo  Ittportaiites. 

3obre  a  porta  fihaauida  da  Ft7/a,  está  es- 
culpida em  uma  pedra  a  seguinte  inseri- 
pção. 

» 

ABTSmurATI  SAGB. 

IMMACULÁTISSIMaB 

CONCEPTIONE  MARIAB. 

JOAN.  rr  PORTCOALL.  REX 

VHA  CDM  OOfnRAOTBDS  eOMIiltlS 

SSaT  BEGNA-SUA 

SUB  ANNUO  CBNSU  TRIBUTARU 

PtJBLIGE  VOVIT. 

BtC.  HtC:  «rc. 

(Gonsagrado  á  eternidade,  loio  IT,  rei  4e 
Potingál,  Jnatamente  oom  as  cArtes  gentes» 
publicameiíte  se  votou  e  ao  seu  reino,  trl- 
tetarlsi^  pdr  eeuso  autuai,  à  Immactilátis- 


I 


434 


tÊÊt^Ukfé^ 


rf 


D.MblV, 


4f  09  CfVffttal  4#Mf)9^  4fMI  {■990BL40 

UlMM  •  aalnê  lopnê  paUiesf  4»  wárn^ 

Ea  jBlko  4«  IMf,  D.  Ma  1 4e  CmIíH»  to- 
refle  e  eeelello  4e  Momirigygae»  Jeiprete* 
«IdOr  M tomado  por Mir^Mt;nMele0iiiio 
prjodpto  de  tfOito,  e  aatee  da  fkirioaa  iiata- 
Iba  de  Aljobarroia,  o  grande  eoodeiUfel,  D. 
Jf 000  Aivaree  Pereira,  o  reigau  do  poder 
doe  eutelbatiof. 

HOlftAmOf,  oa  WéU  VOTA  DB  MOM- 
lAMOI—vUla,  Douro,  eoioarea  e  eoncellio 
da  Aoadla,  U  kllometrof  a  ONO.  de  Coim* 
bra,  ti8  ao  N.  de  Lisboa,  MO  fogoe. 

Bm  17S7  Uaba  390  fogot. 

Omgo  8.  MlgiMl,  arehaojo. 

Bfipado  de  Coimbra,  dietrielo  adminia- 
trativo  de  Aveiro. 

O  cabido  da  8é  de  Coimbra  apresentava 
o  prior,  que  tinha  4001000  réis  de  rendi- 
mento annaal. 

Viú  couto. 

É  povoaçio  multo  antiga,  e  Já  existia  no 
tempo  doi  árabes,  que  lhe  deram  o  nome, 
como  adianto  se  vêri. 

Bm  1016,  era  senhor  d*esta  villa  Rece- 
mundo  Mam*$liZf  que  a  deu,  com  a  sua  egre- 
Js,  «  com  ss  egr^Jas  de  Viltar  dê  Correiwê, 
Smgalhoi^  Barrõ^  Morangaus  (Morangal?) 
Tam^ngot,  HortUt  V$Hto$a,  Cepins,  Becar- 
dãêê  o  TravoBolo  (Travaçò)  e  outras  mais,  ao 
Bostelro  da  Yaooarlta. 

Depois  da  conquista  de  Coimbra  aos  mou* 
roa  (lOU)  passaram  parle  d*esias  egrejaa  a 
ser  do  padroado  doa  filhos  de  Goneaio  Vie- 


'  «er  ém  emréã,  B.  4  ▼,  eoL  S.%  e 
aa  fsv.  9fí,  safo  ê,  m* X) 
í     3.JbmadWmémbni,tm 

db  BMvMtfMTW»  fi.  i79  T,  coL  L-) 


O  noBe  d*eeUfflb  efregMoa^dn-eeiB» 
é  eormp^  da  palsTra  árabe  Mmúné,  qam 

mmmabei  aoa  ehriaâoa  que  Tirâm  enti« 

00  iMNiroe  e  Ibea  eraa  njeítos^ 
Blutaaa  deríTa  eete  none,  de  Muça^  qps 

significa  christao— Tindo  peia  wtménbe  a 

diser— <ikríM0  oroAf . 

Algnna  eeeríptorea  opp9eBft- 
ae  a  esta  etymologlay  dlispdo 
goe  os  mouros  cbamaTam  ao 
cbrístão  naçarani  e  nio  mmçtu 
O  que  ó  certo  é  ser  Muça  no- 
me próprio  árabe,  e  que  eeCe 
tinha  o  chefe  africano  que  áer- 
rotou  D.  Rodrigo,  ultimo  rei 
godo,  na  desastrosa  batalha  4e 
Guadalete. 

Na  poesia  attribuida  ao  mes* 
mo  infelis  e  mal  aconselhado 
rei,  se  diz : 

«Ca  Muça  et  Zariph,  com  basta  companha.» 

(Vida  i.«  Yol.,  col.  L*  da 
pag.  338  HH.) 
Frei  Joio  de  Sou«a  (Vestígios  da  lingua 
arábica)  diz  que  musarabe  é  corrupção  de 
fMifóroò --que  aigoiâca  m^o-ara^é— isto  é» 
quanto  à  lingua  e  costumes,  e  não  â  reli- 
giip. 

.    £  isto  o  que  parece  mais  provarei 
Ainda  outros  pretendem  que  a  palavra 


MON 

nUBárabe  venha  do  latim  mixH-arabe  ;  mas 
isto  é  mais  que  duvidoso. 

Fioalmenle,  dizem  oatros  que  o  nome 
d'e8ta  vilia  é  corrupção  de  Mom-Sacnêi 
(monte  sagrado)  e  que  se  lhe  chamou  as- 
sim, em  rasào  de  haver  um  templo  roma- 
no, edificado  sohre  o  monte  próximo.  I^2o 
me  consta  porém  qne  haja  o  minimo  vestí- 
gio de  simHhante  templo,  nem  mesmo  tra^ 
dição  de  ter  existido. 

Banotuario  de  Nonaa  Senhora 
das  NoTOs 

N'esta  villa  lytuve  em  tempos  remotos^ 
ama  pequena  ermida,  dedicada  a  Nossa  Se- 
nhora das  Neves,  objecto  de  grande  devoção 
para  os  pvovos  d'eata  freguezia  e  immediataa. 

A  imagem  é  de  marfim,  e  tem  apenas  0^,30 
d'altura.  Consta  por  tradição  que  veio  de  Ro- 
ma. Esiá  hoje  na  sachristia  do  seu  novo  tem- 
plo, que  se  lhe  mandou  fazer,  com  capella- 
mór  emuilo  mais  vasto;  mandando*se  fazer 
para  elle,  uma  nova  imagem  da  Virgem,  de 
1-60  d*aUura,  de  madeira  e  multo  perfeita. 
BstÀ  no  altar-mór. 

Faz-se-lhe  a  festa  a  5  d*agosto. 

Conta-se  a  origem  da  nova  egreja  do  mo- 
do seguinte: 

Esundo  a  primitiva  imagem  na  velha  er- 
midi^  um  homem  chamado  Cosme  Dias,  d'es- 
ta  mesma  vlUa,  vendo-se  em  grande  pobre* 
aa,  decidiu-se  a  hir  buscar  fortuna  por  ter- 
ias* alheias,,  sem  saber  para  onde;  mas  au- 
las de  partir,  se  foi  devotamente  encommen- 
dar  a  Nqssa  Senhora  das  Neves. 

Partiu  de  Monsarros,  sem  rumo  certo,  e 
foi  dar  á  cidade  d^  Sevilha  (então  capital  da 
Andaluzia)  em  tão  bôa  occasião,  que  logo  a 
leve  de  embarcar  para  as  Indiat  Occiden- 
taeSf  que  era  como  então  se  denominava  a 
America;  e  aW,  em  poucos  annos^  juntou 
'grossos  cabedaes. 

Vendo-se  rico,  voltou  á  Europa;  mas,  che- 
cando a  Sevilha,  aili  adoeceu  gravemente. 
•Vende-se  em  perigo  de  vida,  fez  o  seu  tes- 
lamenlo,  no  qual  instituiu  muitos  legados 
Ipios,  e,  fallecendo,  foi  enterrado  na  egr^a 
.do  convento  de  frades  franciscanos  d'aquel- 
la  cidade,  na  capella  do  Sancto  Christo.  Isto 


HON" 


435 


aconteceu  pelos  asnos  de  ifiOO,  e  em  iU% 
M  um  seu  irmão  buscar  as  suas  cinzas,  para 
serem  depositadas  no  Sanctuario  de  Nossa 
Senhora  das  Neves^  como  foram.  Junto  com 
a  ossada  do  Irmão,  trouxe  também  quatro 
imagens  ^  de  Santo  António,  S.  Francisco, 
S.  Cosme^  e  S.  Damião,  que  se  collocaram 
no  mesmo  sanctuario. 

fiotre  os  muitos  l^^gados  pios  que  instituiu 
Cosme  Dias^  bem  assim  o  foram  duas  capei- 
las  de  missas  quotidianas,  dotando-as  gene- 
rosamente, com  renda  para  os  capell^es  e 
fabricas — e  distribuiu  em  Sevilha,  muitas  e 
avultadas  esmolas. 

Instituiu  outra  capella,  no  convento  de  S. 
Francisco  da  Ponte,  de  Coimbra  (que  o  rio 
submergiu)  também  com  bôa  renda. 

Mandou  se  edificasse  em  Monsarros,  um 
novo  lemplo  a  Nossa  Senhora  das  Neves. 
Alem  das  despezas  na  construcção  do  novo 
templo,  deixou  mais,  de  renda,  em  juro,  que 
depois  veio  a  pagar  a  casa  dos  duques  de  Ca- 
daval, 200^000  Téis^  (por  herança)  da  casa 
de  TentugaL 

P*estes  200^1000  réis,  determinou  o  testa- 
dor que  se  comprassem  todos  os  annos,  no 
tempo  da  colheita,  40^00  róis  de  mUho,  e 
fosse  distribuído  pelos  pobres  da  freguezia, 
no  mez  de  maio  —  e  que,  em  cada  anno  se 
casasse  uma  orphan  da  sua  geração,  á  qual 
se  dariam  244000  réis  de  dote — e  que  tam- 
bém em  cada  anno  se  dessem  20^000  réis, 
a  um  estudante  pobre,  da  sua  geração,  para 
poder  estudar  —  e  a  um  seu  parente,  para 
administrar  a  capella,  16M00  réis  annuaes; 
e  todas  as,vezes  que  fosse  preciso  sahir  de 
sua  casa,  em  serviço  da  capella,  teria  400 
réis  diários  — e  para  a  festa  da  Senhora, 
20^000  réis  annuaes. 

Deixou  ao  vigarío  geral  de  Coimbra,  por 
hir  visitar  a  capella  e  distribuir  as  esmolas, 
ifOOO  réis.  ^  o  que  sobrasse  dos  200A)00 
n^is,  seria  para  a  fabrica  da  capella. 

Alem  de  tudo  isto,  instituiu  no  templo  de 
Nossa  Senhora  das  Neves»  uma  capella  de 
missas  quotidianas,  para  o  que  deixou  mui- 
tas e  boas  geiras  de  terras,  no  Campo  de 
Coimbra,  alguns  casaes,  foros  e  prédios,  na 
cidade  de  Counbra,  tudo  comprado  com  o 
I  dinheiro  do  testador. 


496 


MON 


(H  povos  das  fnegaedas  de  OHvein  do 
Bairro  e  do  IVoviscal  fizeram  antigamente 
TOto  de  hirem  todos  os  annos,  em  ifroás- 
sSo,  visitar  a  casa  da  Senhora  das  Neves, 
em  agradecimento  de  um  grande  beneficio 
que  a  mesma  Senhora  lhes  havia  feito. 

Era  este  voto  tão  rigorosamente  eampri- 
do,  qae  os  parochos  doestas  doas  fi^egnezias 
ido  absolviam  os  qae  onlo  satisfizessem. 

Támbem  no  dia  da  festa  da  Senhora,  hiam 
á  soa  capeila  em  proeissSo,  os  povos  das  fre- 
gnezias  da  llonta,  Tamengos,  Yaceariça,  e 
Lqso. 

Faz-ee  então  aqui  nm  grande  arraial,  on- 
de acodem  romeiros  de  maítas  legnas  em 
drromferpncia. 

MONSERRATE  —  snmptaoso  palácio  e 
formosíssima  quinta  do  sr.  Pranciãeo  Cook, 
snbdito  briíannieo,  e  hoje  visconde  de  Hon- 
serrate. 

Para  me  desempenhar  da  promessa  que 
flz  aos  leitores,  no  fim  da  colnmna  t.*,  de 
pag.  304,  do  2.»  vol,  doa  aqni  o  mais  qae 
então  ficou  por  dizer. 

Adiante  da  quinta  da  Penha-Verde  (Thn- 
dada  por  D.  Jȋo  de  Castro,  4''  vice-rei  da 
índia,  no  século  TLVf)  hindo  de  Cintra  para 
Collarej,  ao  lado  direito,  em  uma  agradavd 
collina,  separada  das  outras  ondulações,  es- 
tá a  ramosa  quinta  de  JUonserrate. 

Provém-lhe  este  nome,  de  uma  ermida  de 
Nossa  Senhora  de  Mons^rrate,  que  em  f 540 
aqui  edificfu  o  padre  Gaspar  Preto,  man- 
dando vir  de  Roma,  ^  imagem  (de  alabas- 
tro) da  Senhora/ 

Pelo  correr  dos  annot»,  e  pelo  abandono, 
cahiu  a  capeila  em  minas. 

No  serulo  XVIII,  um  negociante  estran- 
geiro, chamado  Gerardo  Devisme  (sócio  de 
M elii^h,  e  ambos  negociantes  de  pâu  do  Bra- 
zil,  até  1790),  fez  edificar  aqui,  uma  cana  de 
campo,  segundo  o  risco  e  desenho  de  Igna- 
cio  d'<)liveira  Bernardes,  (què  tinha  nascido 
em  Lisboa,  no  !.•  de  fevereiro  de  16d5;Tôra 
em  Rirma,  discípulo  de  B^nedicto  Lutti,  e, 
depiiiit,  de  Paulo  Mathei.  Era  archítecto  ci- 
vil e  pintor.)  ^ 

^  Bernardes  fora  estudar  á  Itália,  por  or-: 
dem  e  a  cu;ita  de  D.  Juào  V — ^Fai  o  mesiBO 


liON 

A  casa  era  imitando  vm  eMeHe  antifiK 

A  primeira  torre,  era  desHmila  para  09 
quartos  de  cama,  se^Bindo-se  em  baixo  easat 
de  jantar  e  aceossorioe. 

A  s«*gunda  terré,  era  ama  brtlaeiia  de  fttv^ 
ma  eírciilar,  para  musica.  Ambas  estas  Utr^ 
res  commuoícavam  com  o  resto  do  editeio^ 
que  era  muito  bem  distribuído  a  iUYiioeo,  e 
cercado  de  unm  gvadaria  de  ferro,  de  noa 
metro  d'altura. 

As  casas  dos  creados,  cocheiras  e  estrilMK 
ria,  formavam  um  outro  eerpo  do  ttíSâú^ 
ao  lado  do  camitifao. 

A  abegoaria  e  a  casa  do  caseiro,  eram 
também  feitas  com  luxo  e  bom  fosto. 

A  quinta  eomponha-se  ^e  um  f(M-mo9^ 
boí^que  de  carvalhos  seculares,  que  vinS»m 
terminar  a  um  pomar  de  laranjeiras  e  tan-^ 
gerineiras  que  estava  junto  á  casa. 

No  sítio  onde  existiu  o  pomar,  ainda  sc^té 
uma  cascata,  félta  de  grandes  cattnUs,  iaii- 
tando  a  natureza,  sobre  um  vasto  reservató- 
rio, cujas  aguas  aqui  se  juntam  durante  a 
inverno  e  a  primavera,  descendo  em  catarata 
sobre  tim  leito  pedregoso. 

Uma  bella  alameda,  conduzia  à  oasa  acas^ 
tellada. 

Pela  retirada  de  Gerardo  Devisme,  vein 
para  esta  casa  residir  um  inglez,  chamado 
Beckford,  que  deu  aqui  brilhantes  festins. 

Bepois  que  este  se  retirou,  ficou  esta  vf^ 
venda  deserta  e  abandonada. 

O  sr.  Cook  (hò)e  visconde  de  Monserrate) 
comprou 'esta  propriedade,  em  180S,  restau^ 
rando-a,  no  gosto  orientai,  e  fazendo  na  qtíiii'^ 
ta  um  jardim  botânico,  para  onde  tem  maá«- 


Bernardes  que  >a  o  ris40i  .para  o  palácio  qaa 
PtwiHiii^  ^uaudou  fazer,  em  S.  Dundogos  de 
Bf  nific;*,  e  que  é  actualmente  da  sr.*  Infanta 
D.  Inab"!  ISaria. 

O  iir.  Igiiaeio  de  Vilhuoa  ftarbosa,  dia  ftta 
BeruardfS,  só  fizera  para  DtwiiHOie»  OTieM^ 
da  quinta  de«iienifii*.a.(re:«ideaeia  ordinária 
dVste  rico  negociante),  e  que.  não  podia  fa- 
zer o  risco  da  c^sa  de  Monserrate,  peia  siOK 
plfs rasao  dt*  qa4\  quando  se  l^z  oari^oda- 
meuto,  rm  1790.  iã  Benn|urí|l|dS'ttrai^lk«id|^ 
havia  9  anoo.N  (io  de  .janeiro  de  1781.) — $à 
se  Dfvisme,  apruvritasAe  os  deseuhus  qõe 
Bernardes  tíouvesse  feito  para  outra  loeaS-^ 
daúe.  •  ji.-i 


IfOH 

d^ido  vir  jnrwvw,,  «rlNiaio0,HPbiilM  (priíei- 
pâkMiile  ÍMM>d fldPas» de  dí verão» cUoias» 


MOM 


417 


É  iradi^Oy  que  eiu  |M«priedade  já  exis* 
tia  no  leoipo  d«dofDftiiaç2oai:»be^e  eraeotâo 
oiBilo  ben  eultivjMla. 

Segaodo  a  leoda,  era  esta  quinta  de  um 
fidalgo  moaarabe,  senda  eniao  as  caiaii  no 
alto  da  qainta,  onde  agora  e^aá  o  palácio. 

JBsie  Dosarabe,  de  nobre  sangue. godo, 
mal  suffria  o  ingo  dos  maaritanosi  pelo  qpe 
têve  graves  díMordias  com  o  akaida  mouro, 
do  easteiio  de  Cintra. 

O  alcaide,  qnerendo  vingar -se  do  ebrislao^ 
não  como  auctoridade,  mas  como  brioso  ca* 
YaUeirOy  fui  desafiar  o  sen  inimigo  a  sua  pró- 
pria casa,  e  travaram  rijo  daelio,  no  alto  do 
BMmte. 

Eram  avbos  dextros  cavalleiros  e  bravos 
pe Iftjadores,  mas  por  Qm  venceu  o  monroi 
deixando  a  seus  p^  morto  o  cbristao. 

Os  cbristaos  doestes  8iti(*s^repuur  a  moB- 
dalgo,  como  um  martyr,  e  vinham  orar  so- 
bre a  sua  sepultura,  que  pvgavam  de  senti- 
das lagrimas,  e  imploravam  a  piedade  da 
Samissima  Virgem,  para  que  os  livrasse  do 
jugo  serraceno. 

Puucoe  aaoos  depois  (ii47),  D.  Afiònao  I 
asteava  o  peodão  das  Quinas,  sobre  as  tor- 
res do  soberbo  castello  mourisco^  e  •  cres- 
cente do  Islam,  era  arriado  d*esses  muros 
em  que  fluctuara  por  630  aanos.  Cintra  via- 
86  finalmente  livre  do  domínio  dos  filhos  de 
Agar. 

Então,  sobre  a  sepultura  do  ultime  mar- 
tyr,  edificou  o  povo  uma  pequena  ermida, 
dedicada  a  Nossa  Senhora,  a  qual  (ermida), 
com  o  correr  dos  tempos,  veiu  a  cahir  em 
JCOinas. 

Até  aqui  a  lenda. 
.  Em  i3U)  pertencia  4t  collina  onde  es- 
tava a  eapflla,  e  mais  alguns  terrenos  adja- 
centes, ao  hospital  de  Todjs  os  Santos,  que 
existia  no  Korit»,  de  Li>baa. 
.  Nn^  século  XVII,  afuruu  o  hospital  esta 
propriedade  a  uui  fidalgo  da  família  Mello  e 
Castro;  e  ao  priucipio  do  século  XVIII  era 
senhor  da  quiuta  de  Mooserrate^  Caeuuo  de 
Mello  e  Castro,  vice-rci  da  iudia,  casado  com 

VOLUUB  V 


D*  Marianna  de  Faro^  filha  dús  l^**  condes 
da  Ilha  do  Princípe.  > 

Morrendo  Caniano  de  Mello,  na  índia,  eni 
Í7i8;  declarou,  por  testamento^  que  vinea- 
laiMt  a  sua  quinta  da  BeUa-  Vista^  ou  Menser* 
rqto,  na  serra  de  Cintra;  o  que  seu  filho,  Ao* 
tonio  de  Mellao  Castro,  cumpriu,  com  as  de* 
vidas  lermalidades^  e  foi  o  i.''  morgado  de 
MonserralSL  Morreu  victima  do  terramoto» 
em  Lisboa«  do  L*  dii  novembro  de  1795. 

S&ú  tendo  filhos,  psjseu  o  morgado  a  seu 
irmão,  Francisco  de  Mello  e  Castro,  que^ 
como  seu  pte  e  av^  servira  na  índia.- 

Durame  o  dominio  dVstes  Castros,  foi  a 
quinta  muita  melhorada,  e  se  edificaram  M 
ikíõ  d'ella  umas  casas  para  residência  de 
varão»  de  seus  donos. 

Francisco  de  Mello  e  Castro,  casou  na  ín- 
dia, com  D.  Joaquina  de  Mello,  viuva  de  lo- 
só  de  Saldanha,  e  filha  do  general,  Martinhia 
da  Silveira  de  Meneies.  ^ 

Uma  sua  filha  (pn  peta)  D.  Francisca  Xxi- 
vier  Marianna  de  Faro  e  Mello,  ca^ou  cona 
D.  Lopo  José  de  Almeida  Pimentel ;  e  fi- 
cando viuva,  estando  em  Gôa,  arrendou  a 
quinta  de  Monserrate  a  Gerardo  Dfvisma. 

Foi  (eito  o  arrendamento  por  nove  annoi^ 
a  principiar  em  10  «de  julho  de  1790^  dia 
em  que  se  assignou. 

1  Em  29  de  outubro  de  1753,  D.  José  I, 
mudou  o  titulo  de  condB  da  Ilha  do  Prínci- 
pe, no  de  Lumiares,  em  favor  de  Carlos  Car- 
ueiro  de  Sousa,  ultimo  conde  do  primeiro 
titulo.. 

E  hoje  representante  dos  antigos  condes 
da  Ilha  do  Príncipe,  o  nr.  conde  de  Lumla- 
re!«,  D.  Jo.^é  M^inut^l  da  Canha  Paro  Menezes 
Portugal  áa  Gama  Carneiro  e  Sousa.  O  i.« 
oundeda  Uha  do  Prin*^e,  ft»t  Luiz  Carnei- 
ro de  Sou^a,  por  Philippe  iV,  em  4  de  feve- 
reiro de  Í6i0. 

>  Nâo  Sfi  com  que  fundamento,  a  família 
do  Covo  (qne  saf>  Gantrosi,  Lhiuos,  Maga- 
lhães e  Meut^zies,  e  á  qual  u^rtence  a  actual  sr.* 
condes:Mà.  da  Ribeira)  se  julgam  com  direito 
a  este  morgado  de  Liiiira.  O  que  é  certo,  é, 
no  caruirio  do  Covo  existir  a  esrnpiura  da 
insittnf^  d'este  vinculo,  e  muitos  papeis 
que  lhe  diaem  resp«*it«i.  Também  é  oeritiiir 
mo  dejicender  esu  familia,  do  referido  Praa- 
ciseo  de  Mello  e  Ca.^tro ;  e  ter  muitas  pro- 
priedades em  Baicarôtia  e  em  Lisbua  (a  San- 
ta Martha)  que  pertenciam  ao  morgado  de 
Cintra. 


4M 


wm 


BN  IwiJ»,  —  totefl(io  dè  motar  o  amni* 
éàmtíxU)^  deiDolio  z  etmfdt  •  às  ea«M  f»- 
flto#,  ^  déQ  prf flflpfo  És  Boiítt  cMMroffOes. 

fHh)  M  Iísft0  è6  OEfVlAM  tiOlllJflSCi  fl90Dr<19« 
pCVI  tftíB   SnMft   MtM  dé   ulMâT  O  ftfttnl 

Xnil,  #B  fstlroQ  inopfiu^dmratê  |itfsi  â  tiiâ 
fMUrfi,  pot  àMPfiMn  4|Qê  0òfff€tt  ^n  'PoMi' 
fáí ;  é  híkten  nn  Lcmêrm,  «to  47IÍ. 

éártíf  Htã  qbfftru  a  ottiro  opnlHito  ftíglef,  o 
IM  já  ifti^nfttfiiado  BMMcVd,  ^é  fez  tortur 
â  llfoprí#^iMe  ao  wn  Ètítígo  éiplenâor. 

E»t6  Seébftird,  étu  Mn  àe  miHtnn  Be* 
UMif^y  (fo^  M  l0ird-iMÍf6  d<$  LondHM,  6 
VMHdo  di$  lady  Maf^aiidlt  Oordofi,  fiHlk  #d 
iei)0de  AfHijTAe,  toa^  Eaedda.  Tc^  pàin  Cf*« 
ira  f  nrtir  saodades  da  «tia  fottOMs  eêpúí», 
Qtto  ttiMférk  ao  daf  á  Itti  6  mu  aêgtttudo  fi- 
Ifabje  pôr  e^tafiia  Io|jTátelta  dilpado  eM 
Wft  proceêêo  ttHaé.  ^ 

Btfekford  fet  vario»  e  fmthrfáúU^  Mlbo* 
Mht^m  Dáa  f^iàa  é  ^ttittla,  toMaud^f-aa 
WHI  y^dadf ífo  pafafBO. 

Soa  ÍTfha,  SozMa  Btíphctoiía  MBclsfferO  (â 
itdt»  «^táira  a  vi(fá  a  aoa  iWSé)  v^fo  á  aef 
dtt<tttf>th  de  (fátoíMiA,  lia  E«<^hi ;  dtt^ttéMa 
éb  Bfatidot),  ika  h|flit«iri1i ;  e  dttqtleisa  de 
Obaff^Hpfand,  em  Prao^á. 

Beckeford  enarDorou^èe  dto  tHná  filtra  bas* 

tarda  do  marques  de  Marialva  :  mas  este  fl- 

dargO)  otl  pôr  orffolhd,  oti  porqtfò  o  ibgtea 

ora  proteatante,  não  eonseBiia  em  akmihan* 

ta  aasarmeoto;  o   qao  laalo  aenilbiltioa 

aquelle,  que  abandoooa  para  sempre  'èls(é 

Moo. 

Na  8\ia  t)rI[Aelra  viagem  a 

Por mgal,  eaorevéra  Beek/ord 
Mia  aerle  de  cafrtaa  itertMia* 
situas,  adbre  a  dí^rte  de  D.  Ma- 
ria I. — Na  1*  e  ultima  fiagem, 
deu  assumpto  a  Loiz  Augnaio 
il«l)eilé  ^  8ilv%  paH  o  »^ 
Mnb  romfatice  ^^^  LaprífiMs  è 

Ma  iDgklerra,  foi  habitar  a  soâ  pre^iie* 
éÊêééè  fcmHil^  «aaa  dia  naiabellu  e%am* 
(Môsas  dos  tf e«  rHMea»  e  otide  t&orreu  de 
avaAçada  edade,  e  pelos  annoa  de  i83tf. 

1  D.  Marta  t,  de  Portogal,  ò^bteve  d^pola 
do  rei  de  logiaterra,  o  perdáo  de  Becbcfoi^d. 


mm 

AMMRpmvs  ■  prvprimBBB  ob 

I»  per  Befklòrd,  M  arraidaAa  t 
pessoas,  que  nâo  cnraraai  da  soa  cooscr^im- 
^  e  rbegoa  ao  mais  triste  estado  de  mi- 
ni ;  e  assim  foi  vnMNda  ao  sr.  Goek  por  o 
sr.  Lufa  CbKiaiMi  de  Gasono  e  Alnef d»  n- 
mentel  de  Sequeira  e  Abreo,  entio  seoiM^e- 

Deede  elitSo,  tbiB  iMo  esta  prepriedsAo  • 
obfedo  da  maler  sollicftttde  de  sen  ^one^ 
qtâe  tem  IHto  d*ella  mna  liaMtaçki  dw  Mã 
^'viM  lêoita. 

A  iéra  os  pomares,  a  primfttfva  qnisu  A 
MoDserrale,  ó  só  de  regado ;  porém  o  «r.  rȧ^ 
timêê  lhe  àtmeioo,  por  eom^pra,  a  proprie- 
dade do  ^9phitú  Amfo,  pifra  terrae  de  is- 
vom-a,  e  é  boje  tima  verdadeira 

Ha  poaeo  tempo,  também  o  senhor 
tfotfie  eom|A^ott  aos  sttt.  eoodes  de^  PniAfltt- 
eo^,  a  qoiou  eomigoa,  de  Peiika-Yèrêe,  ftm- 
dada  por  b  eélebi^  D.  Ulo  de  Oafitto,  4.* 
Yleenfti  dst ladia. (Vide eel. f .* da pag. 303, 
e  eol.  9.*  da  ^^^.  301,  do  2.*  vol.) 

fem  diaio  de  f874,  a  «éMtdra  vieemdean 
(qtr^,  posva  ser  fiHia  é»  fo^eces,  A  4iatiml 
^  Lisbdá)  abrítt  mb*  eseoia  de  nenHud^ 
em  GalamareSy  em  nma  das  ottOierusaB  piv* 
t>Hédades  4ne  pdssue  em  redor  da  ^nittta 
de  Mons^rt^e. 

MOllSUli— fregtiezia,  Mnfie;  eomarea  e 
<$ottedlfo  tia  Povoa  de  Laohoio,  49  Uíoh»* 
tttA  Èò  líNE.  de  Brâfga,  9  ft  O.  de  Gtdiiia-^ 
rilés,  4fi  ao  NO.  do  Porto,  86è  ao  N.  de  Lis- 
boa, 180  fogos. 

Btii  íim  tlMia  136  fo«os. 

Oi^o  S.  Martiabo,  bfsp o. 

Afeebispádo  e  dlslf ieto  adminlstrMíVQ  êè 
Bfa^ 

O  cabido  da  Sé  de  Braga,  apreaeatàfar  è 
vigário,  qae  tinha  8^000  réis  de  «ongMi  e 

d  pé  d^aliar. 

É  tfem  km. 

O  bome  d'e9tá  firègifêtfa  pttrtfee  ámtm 
se  do  árabe  JfoçèMi,  povo  da  Afftea»  qae 
o^eopav^t  a  parte  mats  oecldenial  da  re^io 
qttíi  eotDpt^belide  as  qtiatro  proviaMIir^ 
Hea,  SM,  Jt»tíàts  mtràóóà ;  tfolib  fel1M 
thtça.  (UAftitiÈe,  de  Mattdol,  toaor.  1>,  tN^ 


um 


MON 


439 


Bm  ÍÍ47,  oi  fMmrot  qtie  $e  c^amatàm 
MuçàtmuUSy  entraram  em  iÊespãHha*  {Uon. 
ià»^  \xm.  d.*»,  pag.  51.) 

HOHTA  —  poriugoec  anti go  ^  guini^» 
soiif ,  porçio  ott  mtmte  (fud  <Mibe  a  eada  uiti 
dos  coherdeiros.  Das  montas  mUodtías  4$^ 
MH  0$  hei-ãgèros,  a  €MI. . .  XVniI  sMoê^  X 
dênàêires  e  mealha.  ^Doc.  ée  Alpendurada^ 
de  13ò9.)--Hoje  diz-ae  múMê. 

Monte  era  1&tDbeú9  o  láD(0  qo»  se  dava 
na  fmi}»,  sobre  qualifo^r  db}eeto  qtie  as* 
dasse  em  leilão.  (Doe.  das  freiras  beoedicti 
MsoK  Aò  Rorto,  dd  1336— eDo^.  de  Alpêsia- 
f  aúa,  <ie  IMS ) 

HOUnCEitUE— vide  Soceúrro. 

MOHtAStM— pormgnez  antigo -—t^Mê 
Montatio), 

IIOinPlDflSO— portoifaaK  antí^fa-^Hi  diès- 
mo. 

VORTAliai^^p^rlaglies  amifeO «^ diraltè 
qae  se  pagava  de  certas  espécie»  io  faNbi^ 

StD  í^m  D.  Affrjn^o  m  diluiu  uma  ear- 
ta  ao  mestre  dè  femplo^  e  aoa  antros  tfom* 
iMUdadorèg  da  mesma  OrdeiD^  em  Porta- 
galena  9âi  Ihefs  áiiH  ^m  tivera  4u6iirM 
átoifae  êiteft  reN^èliiaiB  na»  lermos  das  viHas 
è'lorfa04a  Ordém^  sem  oídderaçió  «Iguiaa 
0  isoflb  damdo^^èfda  He  seus  vMsaHos,  o 
Mmto  dd  mênt^Oú.  Orde«a«>lhe8  «^ue  «lies  e 
0)  >Didf  s  usItgiosAs  do  reiao  ^eoeslbam  a  sen 
arbítrio  ama  villa  dMi|tte<lDham,e  $ód'6s- 
sa  recebessem  o  montado,  e  não  das  mais. 

Este  direito  6r|si:^Do  ^hanho  de  vaccas 
wnavacca;  do  rebanho  de  ovelhas,  ácarnei- 
0oa,  pètém  naâá  de  porcos^  eywats  ou  o«f  ^>os 
ffÊàgè.  E 'que não  tUfirtsem  pmagem  deces- 
sos e  dos  fiomieití  que  pasitíêsem  petm  sem 
Vifáfés^  ^enãú  tm  aqueties,  nos  quuêê  íkes 
féêêrtoncedião  por  doaçòês  reaes;  sob  penei. 
ês^ptemo  éontflírío  pzehse,  pugâr  4S0Q  sol^ 
ém,  Mm  dfis  omtasè  despezas,  úqueOe  que 
it  íhê  é^isêo  queimaese,  (Do«.  da  Torre  do 
ToAbvV.) 

ÍroilT1ALSGK£  Ott  HOMn  A&BMS-^ 

tlHd,  Ti^8oS'Hoúti«á,  eftb^ça  do  oomircã  o 
dfr«Hftb^iho,  70  kilo<metroA  ao  WS.  de  SM^ 
p,  30  ao  O.  de  Chaves,  6  ao  S.  dft  rala  dè 
MMi,  180  ao  N.  de  LisIMa,  tíÊt^gB». 

ÈúÈ  1997  tMm  M  fágm. 

Orafo  ffòBsa  Soihote  da  Aniimfiçio. 


Arcebispado  de  Braga,  districto  admínis- 
tMivO  do  Villa  RmI. 

A  casa  de  Bra^ioça  apresentava  o  reitor; 
qU6  tfntia  l^Oi^OOO  réis  de  rendimento. 

0^  còbcelho  'Àe*Mont*alegr6  é  composto  de 
ftfregaezlss,  sendo  a  de  Tourem  (S.  Pedro) 
da  jnrfsdicção  do  lyispo  d'0reD8e  (vide  Miw^ 
to)  más  apresentado  pela  coroa  de  Portugal, 
e  ladiB  «a  tnals  do  arcebispado  de  Braga, 
qte  fSú  as  seguintos:— Cabril,  Cambezes, 
Cervos,  Chan,  Contim,  Covellães,  CovéUo  do 
Gerez,  DotiQes,  Ferral,  Pervidellas,  Piaes  do 
Rio,  Oraltiflè,  Mehtedo,  Meixide,  Mont'Ale' 
gre^  Morgado,  Monrilhe,  Negrões,  Outeiro, 
BidomdHoe,  Padroso,  Paradella,  Paredea 
do  Rio^  Rèigoso,  Salto,  Sarr&qoiohos,  Sezé- 
Ibe,  Solvetni,  Veada-Nova,  Villa  da  Ponte, 
yinar  de  f  erdizee  (Santo  André),  Villar  de 
Pevdiida  (S.  Miguel)  Pitões,  Pondras,  e  Via- 
do^todas  com  3:800  fogos. 

A  comarca  de  Mont'Alegre  é  composta  do 
seti  jolgado  e  do  das  Boticas,  com  2:100  fo- 
gos, ambos  5:900. 

Sstáésta  villá  em  41*  53'  de  latitude  o 
i9*  de  loDgitvde  oneotal  da  iliba  do  Perro, 
ê  1^,  Occidental  do  meridiano  de  Paris. 

O  foral  mais  antigo  d*eeta  villa,  meneio- 
nado  per  FraaktiD,  foi->lhe  dado  per  D.  Af- 
fonso  Ili,  em  Lisboa,  a  9  de  jnnho  de  1273.- 
(Livro  i^  de  doações  de  D,  Affonso  IH,  ú.  ^ 

110,  CDl.  i.M 

D.  Dioiz  lhe  dea  outro  foral,  em  Lisboa, 
a  3  de  janeiro  de  1289.  (Gav.  15,  maço  15, 
n.^  13). 

Este  foral  também  se  encontra  no  Liv. 
4.^  tas  ENyações  de  D.  Affonso  IV,  a  fl. 
47,  V. 

Foi  eáte  feral  ooÉfirtnado  por  D.  Aflfonso 
IV,  em  Lisboa,  a  26  de  jnnho  de  1340  (Es- 
tá no  mesmo  livro  i.*",  a  fl.  47  v.  eol.  1.*) 

H.  Msmael  làe  deu  foral  novo,  eiA  Lisbctfi^ 
a  18  de  janeiro  de  1IH9.  (Livro  doe  Foraeê 
Noves  de  Trus-ets-Montes,  fl.  40  v.) 

É  pévoaçSo  Mitfqnlssima,  e  com  toda  « 
provaMHdade  mdílo  aiteridr  ao  domtiMo  dOi 
romaiios  na  penimnla  ibérica. 

Gérrobéra  esta  opinião  o  facto  seguinte: 


440 


MON 


MON 


Em  1785,  fazendo  se  umas  escavações  no 
Outeiro  Lesenho  (tia  Luêenho)  perto  da  vil- 
la,  86  acharam  duas  estaiuas  de  guerreiros 
mui  toscamente  ciozf ladas,  e  evidentemente 
antíquijS^imaH.  Uma  tem  ^«''SO  de  altura,  e 
outra  2",  10.  8ãu  ambas  de  granito.  Ou  sao 
obra  dos  antigos  lusitanos,  ou«  e  mais  pro- 
vável, dos  phenicios.  Furam  para  Lisboa,  e 
estão  no  Jardim  do  palácio  real  da  Ajuda. 
(Vide  a  pag.  43,  in  fine,  da  col.  2.*  do  I.* 
volume.) 

D.  Jeronymo  Contador  d'Argote  (MemO' 
ria»  do  Arcebispado  de  Braga,  tom.  %*  pag. 
600,  n.«  813)  diz  que  no  castello  de  llontV 
legre  se  vénm  quatro  torres  quadradas,  e  de 
pedra  lavrada,  com  grande  primor  e  arte. 
D'estas  torres,  a  principal  é  altíssima  e  di- 
zem as  uoiidas  que  vi<;ram  de  Braga,  que 
se  preí^ume  ser  obra  dos  romanos.  Ha  tam« 
bem  no  castello  uma  notável  cisterna,  cuja 
construcção  também  parece  romana. 

No  sitio  chamado  Ciada,  próximo  do  lo- 
gar  dos  Casaes,  estão  umus  construcções 
subterrâneas  de  tempos  remotos.  È  um  qua 
drílongo  formado  por  uma  parede  decanta- 
ria, com  uma  só  entrada.  Dentro  d*este  re 
cinto  ha  outra  parede  concêntrica,  com  ama 
porta  em  frente  da  exterior,  e' outra  na  par 
te  opposta;  Arando  entre  as  duas  paredes^ 
um  corredor.  O  quadrilongo  do  centro  é  to 
do  lageado  de  pedra  de  cantaria,  e  sobre  el- 
lé  estão  18  pyramides  (em  3  renques  de  6) 
tendo  cada  uma  chumbado  um  gancho  de 
ferro. 

Sobre  estas  pyramides  fecha  uma  aboba- 
bada  de  pedra,  enos  quatro  ângulos  d*esta 
vão  crescendo  para  cima,  juntamente  com 
as  paredes,  quatro  chaminés,  com  vestígios 
de  nVIlasse  ter  feito  lume  por  muito  tempo. 

Siibre  a  abobaUa  está  uma  sala  toda  la- 
drilhada de  grandes  tijolos,  assentados  em 
argan)assa;  tudo  de  robusta  construcção,  e 
mostrando  ter  havido  outra  abobada  sobre 
a  primeira.  Muita  pedra  à*esta  abubada  foi 
para  a  egreja  de  Gralhas,  que  fica  perto. 

Está  este  singular  monumento  a  uns  3 
metros  debaixo  do  solo,  em  um  outeiro  cul- 
tivado. Pui  descoberto  em  170i,  quando  um 
bomeiíi,  andando  a  lavrar,  e  outro  a  arraa« 
car  pedra,  acharam  esta  gruta  artificial.' 


O  juiz  de  fórade  Monfalegre,  o  dr.  Rober- 
to Carlos  Ribeiro,  e  muita  gente  com  laias 
desceram  por  essa  oceasião  a  esta  cavidadi% 
que  percorreram  e  examinaram,  não  poden- 
do porém  correr  outras  obras  que  ha  eoni* 
tiguas  a  esta. 

È  isto  com  toda  a  provabilidade  obra  dos 
romanos,  mas  não  se  pôde  aventar  a  ap|»li- 
cação  que  lhe  davam. 

O  padre  Argute,  diz  que  próximo  a  esta 
construcção  existiu  a  cidade  de  Cotodtma. 

Perto  doeste  sitio  (Ciada),  fica  a  aldeia  e 
freguezia  de  Gralhas— ao  E. — Entre  ams  e 
outra  povoação  ha  vestígios  de  maralha  sa- 
tlquissima,  que  cercava  o  monte  ehampido 
Campêllos. 

D*aqui  passa  ao  sítio  chamado  BobadiUa, 
hindo  terminar  em  outro  sitio,  denominada 
Payo-ManteUa,  tendo  3  kilometroa  de  eir- 
cumferencia. 

Segundo  Thomé  de  Távora  e  Abrea,  hon- 
ve  aqui  muitas  casas  de  abobada. 

Na  povoação  das  Gralhas,  houve  am  jmi- 
drão,  hoje  servindo  de  haste  a  uma  enu— 
era  um  marco  milliar.  Tinha  7  palmos  e  meio 
d*alto,  2  72  àe  largo,  e  1  de  grosso.  Tinha 
seus  lavores  nas  extremidades^  e  no  meio^ 
que  era  liso,  Unha  em  uma  das  taces  uma 
jnscripção  latina,  da  qual,  no  tempo  de  Ar- 
gote,  apenas  se  podia  lér 

NOHO  EILU  Qin. 

Não  se  entende.  Esta  pedra  foi  achada  a  . 
alguma  dis^taneia  das  Gralhas,  em  um  cam- 
po ainda  hi  jD  chamado  do  Padrão. 

A  6  kilometros  de  Penedones,  que  foi  do 
termo  de  Mont'alegrH,  está  a  cruz,  chamada 
de  Leiranco.  Ao  S.  dVlla,  desviado  da  estra- 
da 1:500  metros,  e  próximo  ao  rio  Regavãoi^ 
está  um  alto  monte,  chamado  Castello  df  8. 
Romão,  e  na  raiz  do  monte,  do  lado  do  B.  t. 
S.,  estão  as  rui  nas  de  uma  grande  povoa^^ 
nas  quaes  ainda  se  vô^m  vestígios  de  cineo 
ruas,  e  alicerces  de  casas  de  pedra,  algamaa 
de  cantaria. 

Doestas  ruinas  hia  nma  rua  ter  aum  mmm^ 
de  alvenaria,  de  uns  0",70  de  largo,  que  prin» 
cipiava  pelo  E.  em  um  alto  penhaaiso  e  vi-^ 


MON 


MON 


441 


nhã  para  o  S.  ter  a  outro  penedo,  também 
grande. 

Mo  meio  d'e8te  muro,  estava  ama  porta 
larga,  por  onde  se  entrava  para  outra,  que 
abria  para  um  terreiro,  de  uma^  20  braças 
(44  metros)  de  eireumfercneia,  por  unde  pas- 
sava uma  estrada  que  hia  até  uns  segundos 
muros,  fechando  o  primeiro  ao  O.  do  cas- 
telfo,  qde  era  feito  de  cantaria,  bem  lavra- 
da, e  rodeava  o  cume  do  monte,  vindo  ter- 
minar em  oito  rochedos,  que  lhe  serviam  de 
torres.  Alguns  d'estes  téf m  cavidades  que 
denotam  ter  sido  posto  das  vigias,  ou  senti- 
Delias. 

Conhece-se  que  um  d*estes  penedos,  que 
está  a  E.,  foi  afeiçoado  a  pirão,  dando-lhe  a 
forma  quadrada,  que  conserva  por  uns  9 
metros,  que  tanto  é  a  sua  altura;  tendo  em 
cada  face  S",80  de  largo. 

Dentro  das  ruioas  do  caste Ho,  estão  dois 
penedos  bastante  altos,  que  lhe  serviam  de 
torreões,  e  n*elles,  aberta  a  picão,  uma  es- 
cada. A  seu  lado  se  vé^m  montes  de  pedra 
lavrada,  e  fragmentos  de  lijolosi,  ameias, 
talhas,  e  vasos  mais  miúdos. 

Do  lado  do  O.  do  castello,  está  uma  cis- 
terna qmidrada,  de  uns  11  metros  de  vão, 
mas  entupida. 

Da  parte  do  N.  tem  a  muralha  90  metros 
d*altura,  sobre  o  nivel  da  falda  do  monte, 
nos  siiios  onde  não  está  d»*smantelado.  O 
povo  doestes  sítios,  mais  do  qae  o  tempo, 
lem  destruído  este  antiquíssimo  monumen- 
to, para  lhe  aproveitar  a  pedra. 

Attribue-se  esta  obra,  aos  lusitanos  e  aos 
Tomanos,  que  a  construíram  para  n*ella  se 
defenderem  dos  bárbaros  do  Norte,  no  prin- 
cipio do  século  y. 

Julga-se  ter  sido  esta  fortaleza  destruída 
pelos  diouros,  pelos  annos  de  720. 

Em  Friães,  que  foi  do  termo  de  Mont'AÍA- 
gre,  foi  achada  no  meiado  do  século  XVIII, 
■o  sitio  de  Cambella^  uma  pedra  sepulcbral, 
que  depois  foi  partida  e  empregada  em  ser- 
vir de  degrau  de  escada,  de  uma  casa  de 
Friães.  Tinha  esta  pedra  8  palmos  de  com- 
prido e  2  e  meio  de  largo. 

Via-se  nVlIa  esculpido  um  rosto  humano, 
t  por  baixo  d*elle,  uma  espécie  de  escudo, 
oom  a  inscripção : 


CALAMUS 

M1BUI4  LIM. 

lUS.  SUVAIR 

H.  S.  JUL 

Quer  dizer— Cama/o  Mibois^  limio^  de  eia- 
de  de  quaretUa  e  seis  annos,  aqui  jaz  sepul- 
tado. 

Não  sei  o  que  quer  dizer  sUvair. 

No  concelho  ha  dois  castellos — o  áhPico- 
nha  e  o  de  Seirrãos. 

Está  a  villa  situada  sobre  uma  collina  na 
margem  esquerda  do  Cávado,  dominada  do 
lado  do  S.  por  uma  cadeia  de  montanhas^  com 
suas  florestas ;  e  pelo  N.  é  também  domina» 
da,  a  3  kilometros  de  distancia,  por  uma  cjot* 
dilheira,  muito  mais  elevada;  ó  aberta  pelo 
lado  de  N.B.  e  S.O. 

O  seu  clima  é  bastante  elevado,  egual, 
com  pouca  dififerença,  ao  do  morro  do  Bo- 
garreiro,  na  serra  do  Gerez,  que  Link  diz  ser 
de  3  a  4:000  pés,  acima  do  nivrl  do  mar,  e 
Balbi  4:800;  algumas  vezes  o  thermometrõ 
de  R.  tem  descido  a  05;  é  variável  em  razão 
do  seu  afastamento  do  mar,  da  ^ua  latitude, 
altura,  situação,  e  dií^posição  de  montanhas 
e  abt-rtnra  dos  lados  de  S.O.  e  N.O.,  donde 
reinam  mais  constantemente  os  ventos,  acar- 
retando Gomsigo  do  lado  S  O.  as  chuvas  da 
parte  do  mar,  e  do  lado  de  N  fi.  os  gelos  è 
neves  da  serra  de  Senábria;  concorrendo 
egualmente  na  proximidade  do  rio,  as  aguas 
estagnadas  nos  assudes,  e  as  circumvisinkiaa 
e  sorol>rias  florestas,  como  o  Avellar,  que  Oca 
ao  S.O.  em  declive  para  a  m^sma  viila. 

Houve  tempo  em  que  esta  vijla  foi  praça 
d*armas,  coja  guarnição,  que,  segundo  um 
alvará  de  30  de  setembro  de  1715,  era  de 
duas  companhias»  residia  com  o  governador 
no.  castello. 

Esta  antiga  e  arruinada  fortaleza,  sitnada 
ao  N.  da  viila,  em  uma  risonha  collina,  so- 
bre o  rio  Cávado,  é  composta  de  quatro  tor- 
res; a  maior,  que  flca  do  lado  do  N.,  tem  na 
sua  base  36  a  40  pés  em  quadro,  e  de  altu- 
ra 68  a  70;  as  primeiras  saias  são  de  abo* 
bada  de  cantaria,  e  de  primor:  ás  outras  três 
torres  ficam  ao  S. ;  a  que  está  do  lado  E. 
tem  de  largura  30  pés,  e  de  altura  58  a  60, 
quasi  todas  as  p^^dras  são  marcadas;  a  3;* 
torre  tem  na  sua  base  15  pés,  e  de  altura 


44% 


MON 


um 


80,  pouco  mais  ca  meBos,  e  ó  massiça  até 
dois  terços  de  saa  altura;  tem  na  face  exte- 
rior, janto  à  base,  as  daas  ioscripções  se- 
guintes:—R.ALF.  4.*  ANNO  de  1331.— Re- 
formou o  L.^0  MÂuoel  AiUuaea  de  Yiamia — 
ANNO  dd  1580. 

A  4.*  torre,  ao  O.  da  antecedente,  tem  na 
base  15  pés  de  largara,  e  35  de  altura;  é  mas  • 
aiça  até  três  qaartos  de  almra,  e  já  não  tem 
ameias. 

Sram  ligadas  af>  quatro  torres  por  uma 
lauralba,  quasi  circular  (tem  doze  palmos 
de  grossura),  que  comprebeadia  interior- 
mente um  terreno  de  120  pé^  de  comprido 
e  80  de  largo»  e  uma  grajide  e  profunda  cía- 
terna,  construída  toda  de  cantaria,  á  q$ài 
se  descia  por  uma  escada  de  pedra  até  â  pa* 
.de^  que.  tinha  â  superficie  da  agua;  tem  esta 
eiatoma  12.  pés^  em  quadro,  de  largo,  e  de 
proíundidada,  apesar  de  muito  eotulbadU  de 
pedra,  aiuda  effereoe  de  30  a  35  pés.  Era 
^ta  fortaleça  cireumdada  por  doas  mura- 
Ibaa^  com  seus  respectivos  fosaos^  boj^  d0- 
inolidas. 

A  egreja  matriz,  soffrível,  com  sau  vistoso 
1^0,  e  péssimo  e  vergonhoso  cemitério,  fica 
4eatro  da  fortaleza  ao  N.  das  torres.  Ewte 
n'esu  egreja,  em  graiude  decadência,  t^ma 
irmandade  de  Nosâa  Senhora  do  Rosário, 
insiituida  pelo  capitaomór,  Manuel  Salga- 
do, em  i^,  para  a  gente  da  guerra  do  eas- 
Mlo.  Os  estatutos  rezam  que  íoi  erigida  em 
i75i,  a  requerimeiuo  do  parocbo  e  morado- 
res. D.  Rodrigo  de  Moura  Telles,  arcebispo 
de  Braga,  ebrismou  p'esta  villa,  em  1705. 

Tem  casa  e^  egreja  de  Misericórdia,  po- 
rém muito  pobre,  e  por  este  motivo  foi  ex- 
linotfa,  de  cuja  adoúnistração  tomou  couta 
a  junta  de  parochia  no  dia  26  de  agosto 
de  1870;  uma  eapella  d«  Sautissima  Trin- 
dade, defronte  da  cadeia»  com  um  legado 
]^ra  di2^r  missa  aos  presos,  (sita  em  1653 
pelos  ofiQciaes  da  Santa  Casa  da  Miaerlçor- 
dia,  os  quaes  obrigaram  a  fabrica  aos  repa- 
ros. 

Ha  mais  u*esta  freguezia  aa  seguintes  ca- 
pellas:  dentro  da  vlUa,  as  de  S.  Roque  e  Sl 
Sebastião,  sendo  esta  administrada  peia  ca- 
mará municipal  desde  1726;  e  fóra  da  vil- 
J^  a  E.,  S.  Fruistuoão  e  Senhora  das  Neves, 


(antigamente  S.  Terissimo);  e  a  N.  SuMi»' 
Adrião. 

É  tradição  antiga  e  vulgar  (já  em  t708 
contava  mais  de  100  annos)  que  forani-^elis 
dua^  ultimaa  captlls^s,  egr^s^  ma^riíet^  M- 
nexas  a,  Montalegre,  de  ppvoaç5es  qvn^  ao 
perderam  pela  peste. 

Próximo  à  eapella  de  Santo  Adrião  ei^ia- 
tem  vestígios  ^&  povoação  antiquíssima,  e 
sepuiluras  aibertas  em  penedos^  com  fòroiit 
de  cdrpos  humanos. 

Tem  a  vjila  duas  praças— uma.  chamada  dl> 
FelouiinhOt  no  ceotro  da  vHla,  por  aUi  t«r 
estado  o  pelourinho,  que  ha  poucos  aaoM 
foi  mudado  para  o  Tiwral,  onde  se  faseai 
mercados  ou  feirões,  nas  guintas^feiras  e 
domingo^  de  cada  semana;  outra  no  Toarei» 
onde  80  faz  a  feir^  de  gados  e  beatas,  noa  mr 
tepenultímos  dias  de  cada  mei. 

Tem  uma  soffrivel  eaa^  de  cmuare  e  aa- 
diencias;  uma  cadeia  cpm  dMas  salas,  edoap 
enxovLis. 

Oa  edifidos  particulares  í^o  de  inferior 
arcbítectura. 

Tem  excellen^tes  aguas;  três  siU)  as  fqntas 
mais  frequentadas  :-«>uma  na  praça  do  Toa- 
ral;  outra,  denominada  do  Ouro;  e  a  tercei* 
ra,  a  da  Pipella,  no  bairro  da  Portella,  além 
d'outrafl  particulares  e  mais  remotas. 

Ha  na  casa  do  CfrradQ  uipa  abundante 
nascente  de  óptimas  aguas  férreas. 

Ignora  *8e  a  época  em  que  Moufaiegrefoi 
fondada,  e  quando  foi  elevada  a  catbegoriít 
de  villa. 

Ha  toda  a  probabilidade  para  crer  que 
esta  povoação  já  existia  no  tampo  dos  ro- 
manos, em  vista  da  arruinada  fortaleza,  que 
alguns  auctores  reputam  qbra  dos  mesoioe 
romanos,  attenta  á  sua  grandeza  e  mag^ta- 
de;  e  das  lapides  miiliares  e  moedas  roím- 
nas  iy^  se  tem  encontrado  usaste  conca* 
Ibo. 

Appareceram  junto  ao  iogar  da  Penedo 
nas  15,  com  a  efilgie  dos  imperadores  Traji^* 
no  e  Yespasiano;  monumentos  incontestair 
veis  da  existência  e  demora  dos  romanos 
n*este  concelho. 

Também  não  ha  provas  evidentes  dotem* 

po  em  que  foi  elevada  à  catbegoria  de  vil* 

i  la;  é  provável  que  fosse  logo  no  prindiíilfft 


MQN 

4»  DMM^obM»  P9i#  O  pakmriDho,  prova  da 
AHa  gradaaçâo  an.  vUla,  jI^cq  esculpidas  as 
jcmaa  de  O.  Sancho  I^  e|;aalineDte  no  foral 
dado  á  meioia  viUa  par  elrrei  D.  Dídíz,  em 
1325,  819  Ufí  iQAQcao  da,  c^ria  ^  foral  d^da 
4  loe^ioa  v^ila  poi*  ^  m  jL  Alhasq  IIl^  fi- 
nalfii^Dte,  Faria  e  So^sa,  ^o  ae^  Epitome  da 
Mislorkk  Portv^fteza,  descrevendo  «^  vida  de 
D.  Joào  I,  diz  que  entre  .outras  t^raa  prin- 
eipaea  do  rei^o,  a  villa  d^  AftoftUlegre  j^  es- 
tava pwio  partj4Q  do  rei  da  G|V9(elJa. 
.  Ha  p*eaU  viAia,  da  parla  do  N.»  duas  ppU' 
ie»  taaçada^  sobre  ç  rio  Cávado,  por  onde 
.^y^miii  di^as  estradas»  ayatema  antigo,  qoe 
levam  para  09  lofarea  limitropb^  da  Galji- 
Xà  e  para  aquelie  reino. 

Produz  eai4  freguesia  centoio,  omita  e 
boa  batata,  ^  i^abof,  algnm  roilbao,  deviíjk) 
à  iniciativa  dp  ar»  ioao  Lopes  de  Fr^tas^ 
sffíB,  ba  pouco»  annos,  priAcipioa  a  enaaiar 
e  promover  a  <tt)tf|ra  d'Qate  ç^eal. 

Cria  bom  gado  vaccum  e  stiino,  e  maita 
^a.  É  feriil  eip  lettbas. 
.  Ha  n*es(a  vilta  v^mià  única  casa  nqbre^  a 
4o  Cerjrado,  eujf09  representantes»  UirandM, 
jdeaeeadem  de  «9pa  íamiliá,  que  veio  de 
França  -e  acompanhou  o  cond#  D.  Hi^arique 
m  conquista  d9  Viortugal,  e  á  qual  em  re- 
compensa dos  sejrviçoa  «praatados,  deraa 
Miranda  do  DonriO,  d^onde  lhas  veio  o  no- 
me; d*aqui  veíp  am«  diaem,  encarregado  de 
negocio^  reiètívea  ao  caatello  e  praça  d*eeta 
villa»  e  qaaoo  na  caaa  do  Cerrado;  e  d'este 
jeaaamanto  proveio  o  tronco  de  maitos  ho- 
4>ana  illustfea« 

Uoa  Coram  servir  a  cArle,  outros  tiveram 
alcaidaria-mór  e  capítania-mór,  habito  de 
Cbj^iaU),  le  coaamqndade  S.  João  da  Pesqnei 
^a.  Aleixo  da  Míraiida,  capiíào-mór,  em  iWi 
«r-Simao  de  Miranda,  em  I6dl— Sebaatiao 
úe  Miranda,  i701— Aleixo  de  Miranda  1715 
«f-e  Sebastião  José  de  Miranda  Atbude  e 
Mello  foi  o  ultima. 

O  concelho  de  Montalegre  canQoa  ao  M. 
4:om  o  reino  da  Galliza,  ao  &.  com  o  eonee- 
ibo  de  Boticas  de  Bvroso,  a  E.  com  o  con* 
«alho  de  Chaves,  e  a  O.  com  a  aerra  do  Ge- 
rez  e  provincia  do  Minho. 

Tem  de  extonaao  de  N.  a  S^  desde  a  ire- 
'^[uezia  de  Padree^  até  Taboadella,  povoação 


mm 


m 


^A  (Xf  ifip4^  ^  fr^«ieiia  de  Meixlde  ati  \ 
Bqpte  d^  Mii^relia  e  log ar  de  Siárós  42, 

Em  1706  tinha  este  concelho  5:147  fog09» 
O^hii^dps  em  i43  logare^  qua  forqiavam 
m  Cr^gue^ias,  sendo  14  abbadiaa,  7  reil/^- 
^m,  2  vigariariaa,  1$  apnex^  e  10  caraV^ii 
.  £;m  1813  tinha  este  concelho  de  largQjTíW 
1^  direcçãjo  de  £.  a  O.,  40  kiiom^tros,  de§4^ 
o  meio  da  aerra  do  Piado,  onde  acabava  o 
copcelho  de  Cb^^ves,  até  á  ponte  da  Mia^- 
rella,  ond^  pariiia  com  o  de  Raivàea ;  a  4p 
comprimento,  na  diracçàp  de  N.  a  S.  ^i  k^** 
lometros^  principiando  na  raia  d^  Ç(à\\\^ 
^{é  ao  cumâ  da  serra  da  Toniobj^  quei  ^vi- 
dia  este  concelho,  do  de  Cabeceiras  de  Bas* 
ip.  Continha  133  togares,  3:49,8  íc^on,  ^ 
17:581  habitantes  de  ambo^  oa  sexos* 

£m  1821  tinha  50  Cregue^ías,  186  logares, 
4:020  fogoa,  20:787  babitaotaa,  e  lOQ  vlni^ 
naa. 

Esta  população  era  do  concelho  e  hoi^as 
annexas. 

lím  1834  pertencia  esta  jalgado,  pa  divi- 
são ecclesiastica,  ao  arcebispado  da  Br^gs» 
Qom^rca  de  Chaves,  e  estava  dividido  em 
93  fr^ueúaa  (14  abbadias,  9  reitorias  e  30 
vigariarías.) 

Na  divisão  civil  pertencia  a  cowrca  de 
Bragança,  provedoria  de  Guim^r^  a  super- 
intendência de  Traz  os-Montes. 

Comprbhendia  os  coqcelhos  de  Buivaj^s  e 
Montalegre,  o  coulo  de  Dornellaa  e  aa  hoA^ 
nis  annexas  —  Viliar  de  Perdizes,  Gralhas» 
Meixedo,  Padornellos,  Padroao  e  Tourem» 
asAas  Qom  juis  ordinário,  comarca  e  um  es- 
crivão ;  e  aquelie  (Mont*alegre)  com  juú.de 
fora,  câmara,  e  almotaceáa,  5  escrivães  ^ 
geral,  e  á  de  aixa ;  juiz  da  alfandega,  1  es- 
crivão, e  feitor ;  juiz  dos  orphãos  com  o  seu 
re&peetivo  eacrivão.  Era  o  concelho  dividi- 
do em  100  vintenas  com  seu  juiz,  jurado,  e 
2  aeeordãos. 

Era  este  jaigaáo  composto  da  capitanía- 
mór  de  Monfalegre,  que  comprehendia  26 
companhias,  cada  uma  com. seu  capitão,  2 
alferes,  2  sargentos,  4  cabos;  e  da  capivipia- 
mór  de  Ruivãea,  dividida  em  2  comp^Abi(# 
oom  seus  r^ã|>ectivos  offlciaes^  e  alcaidaria- 
mór  do  couto  de  Dornellas»  apresentação  H^ 


U4 


IfOU 


MON 


BfeeMfpo  de  Bragat  Forneeia  «M  Jolfaiáo 
teerotas  pata  os  regimenUM  IS  de  iafuile^ 
ria,  6  e  9  de  caTallaria  e  milicías  de  Cha- 
vei. 

Aa  honras  supra  meneioiíadas  foram  sem- 
inu f  oostderadas  como  partes  integrantes  do 
eoneelbo  de  Mont^alegre,  nâo  sé  por  cob6 
sarem  com  elle,  mas  porqne  se  achavam  sa- 
Jeltas  ao  mesmo,  no  recnttamento,  no  cri- 
me,  orpbaes,  lançamentos  de  direitos  r^aes 
de  sisa  e  decima,  nas  procissões  regias, 
montaria  real,  e  à  mesma  jorísdíeçlo  eccle- 
siastica,  excepto  Toorem,  qoe  no  eedesias- 
tico  pertencia  ao  bispado  de  Orense. 

A  origem 'd'estas  honras»  qne  foram  con- 
cedidas p»ia  guarda  e  defeza  da  fortaleza  e 
castello  da  Pieonlia,  é  muito  remota,  e  sens 
privilégios,  eram : 

•!.*  Tem  e  fazem  Jaizes  sobre  si,  qne  co- 
nhecem em  cansas  eiveis,  sem  qne  ontra  al- 
guma anctoridade  se  intrometta  com  elles; 

t.*  Qne  ahi  nio  entrevem  mordomo  nosso, 
nem  por  voz,  nem  coima ; 

3.*  Nos  casos  crimes  podem  eonheeer  as 
nossas  jnsttças  de  Moni' Alegre; 

4.*  Nâo  serem  constragidos  a  levas  de  di- 
nheiro, on  gente,  nem  aqoantiados,  ou  obri- 
gados por  ouira  algaraa  jarí^diçâo; 

5.<»  Não  lhe  tomem  nem  palha,  nem  eeva- 
da,  nem  galliohas,  nem  bestas,  nem  ronpas, 
nem  carões ; 

6.*  Nio  os  constrangerão  para  soldados, 
fora  das  ditas  aldeias  e  coutos; 

7.*  Faiio  as  ekições  por  si,  não  entrando 
n*elias  ninguém  de  fora; 

8.*  Qae  não  paguem  mais  tributos  an- 
nuaes,  do  que  os  que  são  escriplos  no  foral 
que  deu  D.  Aifonso  a  Piconha  quando  a  fez ; 

Estes  privilégios  de  que  es- 
tavam de  posse  immemoravel 
ha  muitos  anoos  no  tempo  de 
D.  Diniz,  fi>ram  confirmados 
pela  me^mo,  por  sua  earta  de 
5  de  maio  de  tôtff,  em  Lisboa. 

9.*  Não  sêjam  curadores  de  pessoa  algu- 
ma contra  snaâ  vontades; 

10*  Tenham  as  suas  varas  8  palmos  de 
orateira,  para  serem  bem  vistas; 

li.«  Das  suas  sentenças  só  poderão  oo- 
idiecer  os  ouvidores.» 


Betes  privflegk» 
a  ser  eonfinnados  p«r  D.  ââ^ 
foiMft,  por  soa  earta,  paannin 
em  Lisboa,  em  1490. 

Por  alvará  de  5  de  setembro  de  1511,  f»- 
ram  cada  iOOvjainhos  doe  das  honras  iscm* 
tos  de  pagar  pa|m  a  ponie  de  Mirandetta  e 
outras  quaesqoer,  em  nai»  da  guarda  da 
castello  da  Piconha. 

Houve  também  n^eeCe  ooneelho,  easmea 
cerrados,  on  Rt^gneogo^  e  eram : — Meixide^ 
SolVi  ira,  Samo  Aodré^  SM^raquinhos,  Pfdra* 
rio.  Quintas^  Seírãos,  Eiró  e  Sangimliedn, 
povoações  ainda  existentes,  e — SuuiHIo  de 
Laroueo,  que  existia  entre  Gralhas,  Sauio  Ah- 
dré  e  Sulveira,  ficava  á  direita,  no  eaminto 
que  vae  de  Gralhas  s  Santo  André.  Payo— 
Mantella,  que  exisctiu  entre  GffaHias  e  Sulvei- 
ra, ficava  à  direita  do  eaminho  que  vae  d'a« 
quella  para  esta  povoação-^Santa  Cruz,  exia> 
tia  entrt»  Padroneiios  e  Sendim. 

Na  parochia  da  Padi^neilos,  existe  ainda 
o  livro  dos  Capítulos  da  Vi»ita,  que  tnnada 
demolir  a  capella,  por  se  ter  despovoado 
aqueHe  iogar,  (Santa  Cruz)  Vaile  de  Grott, 
povoação  qne  se  esKioguni,  junto  raestno  i 
raia  da  Glrooda,  além  de  Santo  André;  ain* 
da  se  divisam  vestígios  de  muraliias^  e  cha- 
mam-lhe  cidade  de  Grou. 

O  foral  falia  d'omres  mais  ^ue  se  penis- 
ram,  não  se  sabe  onde  fossem. 

Os  privilégios  que  tinham,  eram : 

cL*"  Não  pagar  fintas,  fraetos,  ou  talhas. 

S.^"  Não*  sirvam  cargos  do  concelho,  nem 
de  tutores,  nem  em  levas  de  gente  o  dinhei- 
ro, nem  de  euraderes,  nem  dêem  aposenta- 
dorias. 

3.«  Nao  dem  pão,  vinho,  palha,  roupa,  li* 
nho^  galliohas,  nem  ouira  cousa  sua,  nasi 
besteiros  de  coutos,  nem  outras  algumas  apo- 
raçdes.» 

Estes  privilégios  foram  concedidos  por  D. 
João  I,  por  i»ua  carta,  passada  em  Muole  Móv- 
Novo,  em  28  de  novembro  de  1426,  com  pe- 
nas aos  transgre^^sores,  de  seis  mil  soldos  pa- 
ra o  rei  e  emprasamemo  aos  ministros,  por 
qualquer  escrivão,  para  dentro  de  um  mes 
comparecerem  perante  o  rei. 

Foram  confirmados  por  D.  loão  IV,  por 
sua  carta  de  i  de  outubro  de  1647.. 


um 

.2  É  Dotivel  éstè  oonrelho  por  ser  Qm  dos 
mais  iDontanhosoB  da  proiíiiii*ia  de  Trás- 
^«•IfoDtHt,  p6iè  afora  aa  serras  que  o  Haii* 
Han  —  Leiran^Mo  a  B.  —  Laroaco  a  N.  B.  — 
a  eor#llfii*lri  de  Arandt^la,  VidoHn,  serroè 
êb  MkmriHie  e  Monivlia  a  N.-^&^rez  a  O. — 
AHo^  a  S.,  e  p«^a»-no8  montes  semeados 
emre  ellas^— ha  unia  fordflheira  de  moMes 
qae  seest*>iide  de^de  o  l«»gardePedrsrio  até 
€ede{o^  dà  Ghà,  na  direcção  de  B.  a  O., 
com  exiMisIo  de  41  kHumetros^  fomiafiid 
Tarios  cabeços  e  quebradas,  qae  tomam  di- 
versos nomes,  como  sio — St>rra  de  Cepeda, 
Cabt^ço  de  Mnroii,  Cntto  d»*  Bnrrago,  Bagoso, 
fiBnas  ruivas,  Carvajio,  Mtinte^Gordu,  Gotto 
fM*eiitio.  A  parle  Dorte  d*esla  cordilheira 
é  oirramdiída  p^lo  rio  Açorf>ira,  ania  das 
origens  do  Tâmega;  e  a  mi^rldional  dft  orf* 
fèlD  ao  rio  Bt^a,  e  abriga  do  norte  as  )[>o- 
"voaçSt^s  da  hvguezia  de  Sarraqnittfaos,  a  do 
Cortiço,  PirVidas  e  Qralhós. 

Omra  cordilh«*ira  príDcípia  em  Codeçoso 
da  Chãn  e  estfode-se  de  N.B..  a  9.0.  com  di- 
recção parafl»'ia  ao  rio  Cávado,  pela  margem 
esqucrd»,  e  pnlo  »eu  cume  divide  lodo  o  ter- 
reno, eomprehendidu  entre  este  rio  e  o  Re- 
gavão,  em  duas  por^Õt^s  qnasi  eguaes,  for- 
mando como  duts  vailes  ao  longo  de  rada 
no,  com  as  montanhas  qae  lhe  ficam  fron- 
leiras.  Bnia  cordilheira  é  formada  de  dlffe- 
rentps  escaldes  de  desegnal  grandeza,  e  de* 
crescente  para  ambos  os  lados,  os  qnaes  t^ 
mam  vario»  nomes,  segundo  as  divi^rsas  si- 
taayões — Peliteiros,  ao  pé  da  povoação  de 
Codeçoso,  Pent^dos  de  %ma  Catharioa  e 
Corujfira  ao  S.  da  villa  de  Mont'alegre;  Se- 
nhora das  Tribulações  e  Formigoso  ao  N. 
do  lirg^r  d<^  Castanheira,  Borigo,  o  mais  ele-» 
vado  ao  S.  O.  do  logar  de  Camfoeses,  Serra 
da  Lama,  Lomba  do  Rego,  junto  doesta  po- 
voaçirf.  t  esta  cordilheira  de  montes  eo- 
iterta  de  um  e  outro  lado,  de  mWtas^ílores- 
tas,  e  por  todo  o  seu  come  de  uresa  e  car- 
queija.  Tem  poucas  roí^ms. 

É  por  isso  este  concefho  d^om  clima  fio 
vuriado,  e  em  piintos  f^igidf^simo  e  nevoso, 
4iie  apenas  adinttte  a  enltara  db  algmn  een- 
tdo,  bautas  e  nabos,  e  mal  consente  a  do 
M|^o,  mfNío  e  dmras  plantas  que  peéein 
mais  calor  e  melhor  eUma. 


tfON 


445 


ComtudD  ha  povoações  e  terras,  que,  es- 
tando menos  80j*'itas  ao  rigor  das  estaçdes» 
oomo  sio  o  valle  Hiamado  de  Yíllar  de  Per- 
dites,  a  B.  do  concelho,  e  todas  as  povoa- 
çOes,  desde  o  logar  de  Paradélta  até  á  ponte 
da  M isarrella,  e  as  que  estão  nas  faldas  e 
eoÉoavida#M  dá  serra  do  Gerez,  produzem 
centeio,  milho,  painço,  trigo,  legnmes,  cas- 
tanhas efftictas  der  caroço;  e  ainda  mais  lia 
logarM  tio  ahrigados  e  amparados,  por  to- 
dos os  ladbs,  de  serras,  que  produzem  vinho 
e  azeite,  principalmente  a  freguezia  de  Ca- 
bril^ que  cria  também  limdes  e  laranjas. 

Por  enire  estbs  montes  e  montanhas  se  en- 
contram grandes  campos  e  agradáveis  pra- 
dos, atravessados  por  abundantes  regatos, 
origem  de  varif>s  rios,  dosi  quaes  os  prioel- 
pães  são — Cávado,  Regado,  Beça,  e  varies 
valles,  que  em  rasão  da  sua  temperatura, 
siroftf^o  e  natureza,  oHerecem  entre  si  não 
pequena  dlfferença;  são  os  seguintes: 

1.*  Ribeira  Terva,  ao  B.  de  Leiranco,  con- 
celho de  Boticas,  principia  na  freguezia  de 
Ardãos,  que  d^antes  era  do  concelho  de  Cha- 
ves, e  finda  na  confluência  do  rio  Terva  com 
o- Tâmega.  Existem  n*elle  5  f^egu^^zias.  Pro- 
duz vinho  verde,  miHio,  trigo,  centeio,  ex- 
cellente  e  mimosa  fructa.  B  quente  cnein 
sempre  tivre  de  moléstias  seSonaticas.  B^te 
valle  ou  ribeira  pertence  todo  ao  concelho 
de  BtKlcas. 

i*"  O  que  desce  do  logar  de  Pedrarlo  pe- 
las margens  do  rio  Beça,  e  acaba  onde  este 
rio  (Beça)  entra  no  Tâmega,  junto  a  Vietla. 
È  povoado  por  seis  flregu**zias  (4  do  conce- 
lho das  Boticas);  para  e  N.  abunda  mais  em 
centeio,  descendo  para  o  S.  dá  muito  milho. 

3.**  Principia  em  Codeçoso  da  Chan,  es- 
tende se  pelas  planícies  das  freguezias  da 
Chan,  Morgado  e  Negrões,  segue  por  Víade 
e  outras  fk^eguezias,  e  vae  findar  nos  despe- 
nhadeiros de  Misarella.  B  povoado  por  nove 
paroehías ;  todas  produzem  centei(^e  milho, 
«diíte  do  prigKiro  naa  do  B.,  e  mais  do  sa- 
jpttndo'  para  O. ;  não  dá  vinho,  á  exc4  pção 
de  algum  pouco  e  ruim  junto  á  ponte  da 
Misarella. 

4.»  O  que  corre  para  o  NE.  da  viila  de 
Mont*alegre  desde  Meixédo  até  Villar  d«-  Per- 
dizes* e  MlBixide,  junto  de  tut  braço  do  Ta* 


1 


&46 


itm 


i»egi ;  é  oeeopado  por  mI»  freenram^  qae 
prodoftem  ceoieic^  quasi  tpéaa  flaw  a^* 
4uKia,  «pouco  mtlbar  BMiiU  e  pptu»»  firv^U 
<p^a3  e.in«0»o0)  epi  $v>lveír^  Snvtp  Aii4irt 
6  ViJUr  de  P»r4â<«,  a  ft<€«BPi  níobo  «m 

^.«  O  que  segue  de^o  PadoiMlIo»*  por 
uma  e  ouAra  roaif^  do  Cávado,  até  Cat^rU 
nas  Mdas  orientaes  do  G^ret ;  eoiíteni  irdi- 
xe  (reguesiasi  É  o  nieoofi  feenodo  eo  ^or 
4lieção  v«ge(«J^  á  excepção  4e  l^^vada  de 
Otueiro,  Paradi^ila,  e  meeoio  Fjia^  4p  ftio, 
que  4ào  muilo  mltu>,  e  Cabrid  Gqv<?11|0  e 
SadU  Marioba  de  Ferrol,  que,  al^  d^ifso, 
ixribeiD  algum  vinho  verde  e  azeite. 

Alóm  doestes  to  uv  val|e.iaten)»^io  e^^- 
tfe  OB  aogulos  que  para  o  S.  faa  a  serradas 
Al&oras,  co^iprebeod^do  a  paroctua  do 
coQto  de  Deroella^  e  .grande  p9fftB  da  de 
Covas ;  a  pricoeirj^  prodiu  roaito  millMV  e  a 
segunda  muito  milho  e  algum  vIohQ  v«rde. 

O  reato  das  parochias  exinte  em  escoltas 
W  pUaídes  de  serra»  e  são  -*  Pitões,  íniito 
do  Gerez<  terra  mm  iria,  pnKhn  cev^  e 
teutas;  Firvidellafii,  junto  da  sarnt^a  lom^ 
ha^  colhe  oeuieio  e  milhQ ;  Ci^rded^  ^as  ea* 
^tas  da  aerra  das  ÀHuraa.  pelo,  O»  e  &» 
|erjr&  Cria,  jp^odaz  centeio ;  a  povosigao  de 
Gevdedo  produz  tai^hein  milho»  e  ^  j^elfitor 
.qne  as  reataptea  da  parpohia;  Ail«i*ft9»  dwi 
minada  pela  serra  do  mesmo  nome,  tem 
muito  fria,  dá  centeio;  e  Salto,  begoexíapo- 
pulosa  a  muito  dispersa,  apesar  daa  soas  i9 
aldeias  se  aoharem«aituadas  eutre  raqaos  iw 
braços,  destacado^  das  três  serras;  Cabrei- 
X^  Alturas  e  Goodiàes  (que  a  separa  de 
Basio,  ou  Seixa)  não  ó  o  seu  terreno  a^- 
dentado  de  mais,  e  produz  centeio  a  muita 
Jiatata,  e  em  muitas  povoações  bastante)  mi- 
lho. É  abundante  em  pastagens,  ereando 
por  isso  muito  e  bom  gado  vaccum,  coube* 
oido  em  todo  o  reino,  com  o  nome  de  gado 
hinrrozão. 

IPredvicçãe»  da  eoHMírra  áe 
■■•nfalegre  eu  tenso  éè 
Barroso. 

1^0  reino  mineral 
Ouro 
Nos  poços  de  Freitas»  situado»  na  BtM- 


r«  Tif^a,  próximo  áa  ftr#guinaf  4«  M9íxm^ 
Bo^delia  e  $4pin9fi. 

If as  mrgens  do  riu  de  OibrO,  «sgviA^ 
ae  fSf IBge  da  ír^gi^entQíi  de,uwi  d'eate  mêr 
lai»  eucontraAos  ptir  pes«)a  pmMmU^ 

Kon  Komos  Telheiro^  liceal  «n  SR.  ^ 
fifali;^  poFuação  4a.fraguezjia  da  GhfR» 
vm^  proxin^  á  ^tr^da  qna  vae  d^  Ifoui- 
t'Ãlegra  para  a  vilia  de  Chava%  ende  es^ 
tem  escavações,  quf^  uns  dj^tem  lioram  Utfr 
mê  de  ouro,  nu&roa  forpos  df  telhai 

Amotbistnp 

Na  Roca  da  Ponteira»  das  quaes  Miguel  Pu^ 
reir4  de  Barros  mandou  la^r  adrefios  jpmi^ 
suasi  9Uias,  no  tempo  em  que  aerviu  de  Juiie 
de  %a,  n*eMe  concelho. 

Em  Cavello  de  Gerez,  povoação  distante 
da  d^ta  Booa  3  kilomeux>s>  houve  em  caan 
de  Sebastião  José  de  Barros»  pae  do  e^."^ 
par  do  reino»  Barros  e  Sá,  um  annel  com 
luna  4'esUs  pedras. 

£ftrfidiçao  que  a  miua  braebareose  imu 
ou  teve  uma  crui^  íeáta  de  pedras,  ei^tf^abi* 
dM  d*esu  serra. 

Christae$  de  racha 

N*ea|a  mesma  serra,  Boca  da  Ponteira» 
hum  comp  em  muitos  outroa  sátios»  ennen* 
mm  se  muitos  christaes  de  rocha,  de  difie* 
aente  grandesa  e  cõr. 

Na  disMicia  de  SO  minutos  de  eaminb9w 
ao  NB.  da  pontão  de  Pitões,  qne  fica  SO 
kilometfus  ao  O.  da  vilU  de  Ifoat^Alegre»  de^ 
para-ee  pam  uma  eolipa  de  MO  e  tantos  paa* 
SOS  de  «MBprido,«m  forma  ovai,  I4)enaa  cO" 
hepta  de  aargagps  eiherv^^e  de  ^miureia^  an 
que  pareee»  granítica,  em  eni»  eentiK>  se  epr 
centram  aqui  e  sM  algumas  pequenas  ifH 
chaa  de  granito,  eo  torno  daa  quaes,  se  tem 
eoLtrabido  graúdas  pedias  de  nwtgneic^  qup 
um  ^Mo  transpondMlos  e  bem  apreciados  em 
4ivprs»a  terras  do  reiíyi;  e  meamo  em  AUr 
4raa  sitii^  eoaM>  mostiMi  esc^viações  we 
alii  se  encontram»e«(raginentes-m^i(oa  ri^ 


e  adhjQwites  ^  outras,  aobstui^»  ocwia  tal- 
hos iur«t08  ^  qiiajrli^ 

Em  toda  a  extensão  da  collina,  fazefâoiíe 
.«acavaQ^OB,  9»  «Dcoairam  p^c^gDea  lio  mine- 
r^  8otiA«k  ou  aoJitairi^a,  mAior^»  ou  iienor 
.rea»  QtfôreceQdp  como  ires  variedad^a-rnuiBaa 
em  que  parece  predominar  o  ferro,  meuoe 
fyvçja,  9>agiieiica«  wm^  pe^adoa  e  9.  fraocura 
«nai3  lo0Q(it#r-roa;tr(>ai  fm  que  fareoe  (pM* 
predoDiwr  o  carvão,  mais  nagra»  e.  maia 
leves,  e  pouco  magnéticas,  e  o  seu  tecido  mais 
«sponjoso; — as  taraèim,  parece  intermédia. 
das  duas,  em  peso  e  côr,  mais  decidida  vir- 
tude magnética.  Sncoiitrft-se,  mais  raras  ve- 
ces  6  a  maiores  distancias',  uma  variedade 
que  parece  esponjosa  em  forma  de  escorias. 

Não  ha  memoria  que  esta  mina  fosse  ex- 
plorada segundo  as  regras  da  arte. 

Aguas  mineraes 

Em  S.  Pedro  do  Bio,  povoação  da  fregue- 
zia  de  Pontim,  situada  ao  SO.  da  villa  de 
Mont*Âiegre,  donde  dista  6  kilometros,  na 
margem  erquerda  do  rio  Cavado. 

Em  Garvalfaelhos,  povoação  da  f^eguezia 
de  Beça,  na  margem  direita  do  rio  Beça. 

Aguas  ferruginosas 

Na  cerca  da  casa  do  cerrado,  em  MonfAle- 
«re. 

Em  Pinho,  freguezia  do  concelho  de  Botl- 
•cas,  na  direita  do  Tâmega. 

Em  Seir6s,  povoação  da  freguezia  de  Ca- 
nedo,  concelho  de  Boticas,  na  direita  do  Tâ- 
mega. 

Reino  vegetal 

Centeio 

Este  cereal,  produz  abundantemente  etp 
todo  o  concelho,  e  é  o  que  melhor  se  acom- 
moda  ao  ingrato  solo  de  Barròfso,  de  manei- 
ra que  ^e  pôde  dizer,  que  Barroso  é  a  terfa 
própria  para  esta  prodncçSo. 

Semeia-se  nos  meze^  de  setembro  e  outu- 
bro, e  ceifa-se  em  julho  e  agosto.  Quando  as 
primaveras  são  frias  e  geadeiras,  então  a 
(produeçao  é  muito  oielhor. 


447 

Sua  cultura  é  faila.iMHn  a  diligencia  e  es* 
mero,  de  que  os  lavradores  são  susceptíveis. 
A  9ffikli€a  aacuUa  em. todo  o  tempo é  quii  os 
dirigis  vlisto.»  qttriidade  da  lâm  e  d«  pro» 
dueto,  não  admittirem  muitos  melhorameft* 
tos.  O  uso  de  sulcar  as  terras  na  occasião  da 
sementeira,  para  depois  as  limpar,  com  o 
af»do,  daa  ben^  togo  que  o  eauleio  pdn- 
<ripia  4  deaB«5rolver^9«,  lom  provado  muito 
bem,  .%íaAi  fua  Ma  operação  aratoria,  nom 
om  toAsa  as  lerraa  produz  o  mesmo  eíTMla» 
'  fiejrtft  pajm  d^ae^ar,  que  do  todo  se  exiia* 
goiaaoo  ooatqme  qpe  ainda  ha  em  aigumat 
povoaçõos,  do  ooDseryar  á  ao^áo  do  ar  0$ 
oainimoai  on  adubos  levados  oado  para-aa 
torras,  €a  seara».  . 

A  palha  d'oste  oeaeal,  é  empregada- om 
oobrir  aa  eaaaa,  o  no  austeoto  dos  ooimaea, 
pmoipaimeiíte  ao  rigor  do  lavemo. 

Ttigo. 


.{ 


Bi-se  brm  eate  cereal  em  %/U  partes  dfis 

l^rraa  do  eoooeibo,  poróm  ooittva-oe  em  pe^ 

ipeBA  escala,  porque  os  lavadores  recetew 

vér  tolhidos -os  seus  trabalhos  com  a  geado» 

quaii  aemfiro  constante  em  três  eataç5ea  do 

aotto,  o  em  dioa  monos  quentea  do  veiraio. 

Gomtndo  devo  insisltntse  na  ci:^lura  do  ao- 

rodio,  que  de  ordinário  paga  bam  o  Irater 

lho. 

Jlft7Ao. 

Produz-se  em  quasi  todo  o  concelho,  e  a 
sua  cultura  tem-se^  ha  auaos,  augmontado 
muito»  emaia  ao  teria  angmeptado  se  nao 
Coaae  o  reeoio  «ue  os  pobr^ia  agricultori^a 
^em  da  geada-  Nas  povoações  qu^  o  dão 
podaria  dii^plicar  o  triplicar,  haveudo  maia 
Igiiaa  de  rega^  coasorvando-o  majs  rafo, 
carregando 'O  menoa  de  outras  plautas,  e  ro- 
oolheBdo*o  maia  sazonado. 

O  doujtor  Francisco  Fortunato  d'01íveíca 
doCarvAllM),  natural  de  Provezende,  juiz  do 
(óra  n'este  concelho  delioofalegre,  em  i80& 
ia  180^  promoveu  com  grande  cuidado  o  axi- 
gmento  d*ea;e  cereal,  fazendo  extrahir  leva- 
das de  aguas  das  suas  nascentes  e  rios,  con- 
carrendo  para  isso  muitas  vezes  com  a  sua 
presença  e  dinheiro. 


4411 


Feijão. 


A  cDllnre  e  prodaoçio  doeste  lêgane  é 
nttit»  limitiâ»,  e  é  eonstuBmido  qnasi  todo 
em  verde. 

Batatas.  ' 

iBtrodittidas  ainâa  não  ha  mailo  tempo 
•m  Barroso,  eonsfiioem  já  tuna  Iroportan- 
Hsctima  caUora.  O  terreno  é  ttoito  próprio 
para  a  sna  cnltora  e  proda<^o.  Ha  das  mes- 
mas, varias  qualidades,  como  sio:  brancas, 
mais  prodQctivas;  vermelhas,  compridas  e 
redondas,  de  menor  prodncçio,  porém  de 
mnito  melhor  gosto  e  mais  farináceas.  Qnasi 
todos  os  habitantes  de  Barroso  cultivam  este 
tnberrnlo ;  ha  lavradores  qne  colhem  mais 
de  1:000  alqueires.  A  produc^  media,  sen- 
do annos  refnílan^s,  excede  em  todo  o  Bar 
"Iroso  a  400:000  alqueires.  Se  houvesse  mais 
cnidado  em  protrurar  aguas  de  rega,  e  uma 
estrada  soffrivel,  que  facilitasse  para  o  Mi- 
nho a  exportação  do  excedente  dVste  géne- 
ro, elle  cresceria  ainda  multo  mais  em  cul- 
lura;*  nas  povoações  mais  abrigadas  podiam- 
se  variar  as  espécies  de  sementeiras.  Estas 
raites  fazem  uma  grande  parte  do  sustento 
dos  habitantes,  e  as  que 'sobram  d'este  coo* 
summo  sáo  applicadas  ao  sustento  e  ceva 
dos  poroos;  e  alguns  lavradores  Já  as  vão 
applicando  na  alimentação  do  gado  bovino. 

Linhos. 

O  gallego  é  abundante  em  todo  o  conce- 
lho, o  qne  lhe  falta  na  altura  compensa-Sê 
de  ordinário  na  qualidade  de  fibra.  Em  niui- 
las  partes,  em  annos  menos  húmidos,  résen- 
le-se  da  falta  de  rega.  Sua  sementeira  podia 
ainda  duplicar,  promovendo-a  e  procuran- 
do e  aproveitando  melhor  as  aguas  para  a 
rega  do  mesmo.  Gomo  é  cos^tutae  fabrf ear  se 
em  casa  para  limpeza  e  u»o  domestico,  e  sen- 
do, em  g^ral,  gente  dada  ao  trabalho,  que- 
rem no  com  msis  consistência,  e  assim  nãò 
se  vêem  linhos  finos  e  delgados  como  em 
outras  terras;  o  branqueamento  deve  me 
Ihurar-se. 

Nas  longas  noites  dos  dilatados  e  frios  in- 
vernos, o  geral  da  população  feminina  occu- 


MON 

pa  se  no  fabrico  do  linho.  Seria  cottv^niett<* 
te  introduzir-se  o  engenho  hydraullea^  de  o 
maçar.  t 

Bm  cada  aldeia  lia  pp|a  radio  dit^i,  deze- 
nas de  teares,  os  quaes  seria  conveniente 
melhorar  tanto  na  forma,  come  no  processo 
do  producto. 

O  cânhamo  e  mourisco  vegetam  eiteeHen- 
temente,  mas  cnltivam  se  muito  pouco,  e 
ordinariamtente  só  se  empregam  em  cordas. 

Castanheiros 

Ha  Já  grande  quantidade  d'elles  nas  fre- 
guezias  situadas  a  E.,  S.  e  O.  docoacelhoi»  e 
produzem  muita  e  boa  castanha. 

Carvalhos 

Abunda  o  concelho  em  grandes  e  espessas 
mattas  dVlles,  mas  pelo  seu  grande  con^auM^ 
incêndios  e  irregularidade  e  excesso  nos 
cortes  dos  mesmos,  já  teem  dimÍDUído  mni- 
to, e  em  breve  se  sentirá  a  falta. 

Vidos  ou  Vidoeiros  (Betula  branca) 

São  Indígenas  e  abundantes  em  mnítõs 
sitios,  onde  formam  moitaj>,  priíiripalinente 
nas  margens  dos  rios  e  ribeiros  e  em  ter- 
ras hun»idas.  Os  lavradores  os  conservam 
para  usos  domésticos,  como  são:  corta- 
dos com  a  folhagem  para  alimento  das  re- 
zes no  tempo  das  nevi  s  e  para  ri^parar  in- 
teriormente nas  paredes  a  humidade  dos 
zimbros;  do  pau  fazem  pratos,  tijella.s  mui- 
tos tamancos,  arados,  eixos  de  carro,  esca- 
das, espadelas,  massas,  etc. 

Consta  que  os  antigos,  antes  da  invenção 
do  papel,  se  serviam  da  sua  epiderme  para 
escrever  nVIla,  e  hoje  os  rapazes  barrozios 
d*ella  fazem  barretinas  para  os  seus  brin^ 
)]uedos  mili  lares. 

Alguém  diz  que  os  povos  do  Norte^  e 
príneipalmente  os  médicos  a llemães,  se  ser- 
vem d'esia  arvore  para  mmtose  vários  me- 
dicamentos. 

Ameiiros 
Produzem  se  da  mesma  maneira  e  eoa 


MON 


MON 


m9 


t§o»M  silios  qae  os  vidoeiros,  e  aio  emprega* 
àos  em  tamancos  e  leoha. 

Salgueiros 

São  também  em  abondancia,  porém  tem 
pouca  estimação,  e  apenas  sao  utilisados 
para  sebes  divisórias  de  campos  e  prados. 

Pinheiroi 

Ha  mnitQ  poocos,  porém  essas  antigos  e 
bem  creados.  I>evia  promover  se  a  saa  plan- 
tarão^ da  que  resnliaría  grande  vantagem» 
atteata  a  escassex  de  madeiras. 

FreioM 

Ha  também,  pontos,  porte  muito  aiti- 
pados  peia  aua  exceUente  madeira  para 
eaffvos  deiavoira. 

Vrzê  e  carfiteiia 

&  abundantissima  em  todo  o  coneeiho^  e 
tem  moíiissima  e  principal  applicaçio  pa- 
ra estrumes  e  carvão. 

Jmmas 

Os  babitantes,  por  cormpçio  Ibe  eba- 
mam/tti^0KMt;  vejetam  e  prodnxem  exct^lieií- 
temenie  nus  iofptfes  pantanosos^  qae  deost 
dinario  nâo  dio  outra  coisa. 

As  mnlheres  mais  pobres  eosliimam  apar 
nbai  o  quando  teem  a  semente  maduravo^ne 
acontece  nos  metes  de  agosto  -e  setembro; 
quando  iifflpo4e  todas  as  lieraa  estnnbas^  os 
maçam  e  esfregam  alé  Ibas  eahir  a  meduiia 
branca  de  qae  estio  recbeadD^  depois  oe 
põem  a  seccar,  tendo  caateUa  da  náo  os 
deixar  orvaihar  para  flcarem  mais  bran- 
eo9.  Depois  de  aseâm.preparados  fazem  com 
«Ues  corocas^  qne  são  uns  casaedes  de  que 
^  bomeus  usam  para  lançar  fura  as  aguas 
da  cbuva;  e  coroços  que  sÍo  aa  mesmas 
coberturas,  mais  curtas,  e  com  4aqpaz^*de 
que  usam  as   mottierei  para  o  omshm 

Ifeta  manubetura,  posto  nio  ser  de 


grande  interesse,  é  todavia  de  grande  uti- 
lidada,  e  a  matéria  prima  e  mão  d'obra 
sao  muito  baratas  e  fáceis. 

No  reino  animal 

Gados  vaccumy  cavallar  e  muar 

Um  dos  melhores  rendimentos  para  os  la*, 
vradores  de  Barroso,  á  sem  duvida  a  cria* 
ção  dos  gados«  sobre  tudo  vaccum,  cavallar 
e  muar. 

Os  muitos  e  extensos  prados  naturaes,  ou 
lameiros,  qne  ha,  bem  como  dilatados  terre- 
nos maninhoí^  muitos  dos  qnaes  offerecena 
boas  pastagens,  ajudam  multo  aquelia  na« 
morosa  criação,  a  qual  ainda  muito  maia 
cresceria  se,  aproveitando  as  aguas,  aocrea* 
contassem  os  ditos  lameiros,  e  promovessem 
a  cultura  dos  prados  aniflciaes,  se  bem  quo 
talvea  em  vários  pontos  .do  paíz  não  dariam 
o  resultado  que  parece  á  primeira  vista,  em 
consequência  dos  rígidos  gelos. 

Nio  pôde  diser-se  que  haja  descuido  nos 
lavradores,  em  conservar  e  melhorar  mais 
ainda  a  raça  do  gado  vaccum,  que  tanto  pro« 
▼eito  lhas  deixa;  e  nos  nitímos  annos  em 
muitos  criadores  de  poldros  e  mulas,  se  vé 
o  mesmo  gosto  e  esmero. 

Na  feira  de  S.  Miguel,  em  Cabeceiras  de 
Basto,  se  eoconira  o  melhor  mercado  para 

criações  cavallaree  e  muares. 

Os  beierro^  ou  novilhos»  veodem«se  nu 
de  Moot" Alegse  e  Boticas ;  e  mesmo 
nas  casas,  dos  lavradores»  aonde  os  proon^ 
ram  os  compradures. 

As  earnes  de  viteila,  sio  de  ha  tempo  ga- 
badas em  Barroso.  Seria  bem  que  o  muniei* 
pio  tomasse  melhor  couta  na  ndministraçié 
decaia  ramo. 

Os  leites»  podiam  fornecer  em  Barroso 
nmalNindantd  ramo  de  eommercio,  nas  mau- . 
teigas  e  queijos,  logo  que  huovtfsse  quem 
promovesse  em  maiur  escala  o  seu  fabrico; 
mas.  também  se  deve  atteoder  a  que  «Ites 
fornecem  um  artigo  considerável  de  alimen* 
to  .a  seus  habitantes. 

Segondo  as  melhores  estatísticas,  ha  en 
Ioda aeamarca de  Mont'Alegre  mais  de  it 
nttvaceas. 


49t 


MON 


MON 


Gado  caprmo  e  ovetíiMMn 

Ha  muita  abundância^  em  todd  o  Barrofid, 
d'este  gado,  mas  em  geral,  é  de  qualidade 
pequena,  e  con  pouca  esperança  de  melbo- 
ramento,  ao  menos  na  parte  mais  fria  e  ne- 
▼osa. 

Ninguém  espera  que  a  ovelha  tome  des- 
ettVoWimento  e  dé  boa  lan,  md  paic  ríspido 
etienipettaoso.  ái  mesma  cabr»,  morre  a  qual* 
^Mr  eanto,  quando,  as  iMves  sS»  dnrtfdott- 
ras. 

Não  qúevemos  dizer  que  esta  eipo€ie.4e 
SaÉD  lÃú  pofesa  aofmeiítár  e  melborar  aI^ 
f«ma  cousa,  mas  ttão^  umo  quanto  parece* 
Bêêb  flfado  fornece  Uimbem  aos  Miilantes^ 
em  varias  ocoasioes,  uma  parle  do  sea  aii« 
neiío. 

■ '  As  lass,  offereoem  unaa  pà#te  doairasttdos 
pira  4)9  habitantes.  Seria  boi»,  qtte  taeavese 
OieltioraflBeQto  no  fabrfeo  das^aM^sinss. 

Das  pelles  doestas  retese  de  iod(is<a»wais 
é  que  se  podiam  ofeiérgraildes  i^aiatafions^ 
se  alfaem,  que  tivesse  cabedaei»  «stabéle- 
esese  fabríeas  de  eennoe* 

Yendem-se  por  qinst  nlida  atqoalquerira*^ 
fleante^  que  as  preoura,  e  aHiHaè  peífleiíiHie. 

Gad$4m6m 

É  tatnbemabuodaate  na  comarca;  ba«n« 
nos  porém  que  ten  sefltíde  nolssllas  ooa^ 
tsgiosas^  0  sso  iMreto  'se  tem  elevede» 

Qoasl  todeB-o«4avnA^Cd  prteoitimfiib* 
ver*8e  doeste  «gado^  perqoé  d«>8um«nMi 
fiazem  o  principal  alioenio  és  «endoeUH 
daraofte  o  annoç  elias  qUasl^sempre^àemèal- 
gsdas  e  covadae,  são  de  bem^éeie^  ^Omé 
taee  nsconbèsíése« 

Também  se  poderia  exportar  Msto  dTesle 
gesero  de  eomesllTeli sea^teileslAiqtie-des- 
de  certos  asmoe  ateea  o  gado,  eaieCMne^ 
0Stão  caro. 


Outras  prdéaofSevéo  veteo  Mriínal         fla 


ne  coQcdho.  O  pfeço  regular  aqui,  ceneè-^ 
lho  de  Mont'alegre,  é  6  por  90  réfê. 

Dão  se  também  pombos  mansos,  e  patos  tto 
toda  a  espécie ;  es  mesÉres  perus  com  al- 
gum cuidado ;  coelhos  mansos  etc. 

Ha  abundância  de  caça  nas  serras  e  moa» 
tes  de  Barroso,  de  diversas  espécies ;  mui- 
tas perdizes  e  de  bom  gosto,  sendo  mais  na- 
mero^nas  serras  de  Laroneè  e  Votirélla; 
iMiUos  eeelhes,  qtie  vão  edmuido  dtmfutita- 
do  pele  abuso  te  os  eáçarcotti  farãe  nsé 
tempos  nevosos;  ba»taiites  lebres;  algioa 
veados^  cabras  montezas,  javalis,  ou  porcoft 
bravos,  hoje  mais  iwob  depois  das  gran- 
des devastações  das  espessas  mattas  e  flo- 
rMas,  qae  veeciiiii  as  eneostte  di  nau- 
tas montes ;  ha  talÉabeai  potnbès  bMMa( 
aves  frias,  algumas  garças^  piítUbeias»'  «r* 
cejas,  patos  bravos,  e  uma  inanidade  de 
aves  e  passanq^  piippíes^b  paizes  frios  ; 
apparecendo  também  as  andorinhas,  rolas» 
éuisoli,  pMpas,  Ml.,  etc.  Ha  naNos  'âtekos, 
terdes,  pMasflgDs^  lutinegras»  noltiUds,  ««- 
rujas,  mochos  reaes  etoi  ete* 

lios  diversos  riee  e  riachos  dè  edmátca 
qao' corram  nos  vaHes  de  BacMs^^aOMiA 
tBHBise  muitas  trotai^  barbeá,  tiogasis  m* 
guias.  As  trutas  do  Oávado,  flie,  desde  «Mf* 
te  fonlQi  fin  bsilev  alguma»  s8e detem 
iflMDlro^e  as  doMça  me  mtitoimMs  a* 


O  «boda  «6ssr a  tf  evisiMa  ^eiseiidlss»  eo 
eOrtaB»  doeiMahes  Verdes  «od  rioe,  pc^ 
dica  flHtito  o  dCbenvoivlBieaia  dw  cne^ 
de8»|ei}Bii. 


Ha  muita  gallinha,  de  oniiaárto  deesoa^   flaa 
de  psqueiia. 

'  As  liNittieree  ydfare*  Mvaai  a  WBdsr«â   ou 
C3iaves  os  ovos  que  sobram  do 


hailrtUas  •cetiasfas  wi  eoMSta,  sa* 

«aslFegMiias  iwds  abrigaiM;)  mm 

poosaaido  ania^  sé  «fo  esitmstai 

a  jwjaeaies  iaabo»dosr'SS<iauiWi 

ratoneiros  do  paiz,  se  não  hMH 

baMaaiis  lnregalBMaiasQia4féea 


MOK 


lÊm 


151 


4â  ienrescèitòia  dos  tnMtôs,  é  8è  boft^Mem 
fábricas  de  eéra,  qhé  lieilitaneÉi  n  %aííMÉI' 
átenuiõ,  qd0  aiMÉr  lâwkn  éío  é  ^le^iieÉè^ 
berii  oJiBo-ae  atnel  não  fosnf  tScr iMi^aMj 

Ha  mttftos  lobors,  np&L9B,  teíKOgos^  M^ 
Hitts  e  cobras,  che^4o  algaiÉas  d^eMbid  « 
tér  2  mèiri»  dê  comtiHoroiiio. 

A  eamá^a  amutclpal  áàétf  grati&tíâ^iiy  â 
cpiem  «Miar  uma  íobii  iiMOO  réit^  Mêo 
dfOMréb,  cactioi'1^  (de  lobo)  i#9Mi<éiB  ocria 
ê6  leite  4§0i^s.  Pazemse,  pdf  ordem  doa«^ 
i!lttil9trado]'e9  dos  oeneétifos  de  Mcínf iiiieg#ê 
e  Botfeas,  tivei^M  monianaseiti  âdlkpiíi* 
té9  eerr^,  nas  ^ttáes,  irigaoias  viíscl^  leiHi 
siê^ttionofl  #  «  DÉÉísi  loboe. 

A|^]^ecem  maitas  ^boras  de  MTertttttãi 
láttàdfaes,  mftsr  ait»  «teedeiii  a  0,9"  4p  Mmh 
primento.  O  mectteé^iMé  doa^Sauie»  Dias, 
itt  a  desdHflçào  de  ntta  lia  lútmavétaMe : 

«fia  l.«  de  fobho  de  lèlO,  iaé  Mta]^MeÉ>* 
tttiii  HoÉ Yibbra, ^e  6e tamxm ooiftià an^ 
tecedente,  na  margeai  dd  tio  Veiga»  4«a 
o^rre  ao  e^:  do  lofir  de^  Goniço,  êii  lim 
moiaMe.  Janto  á  pente  do  meâltto  tio^^ 
am  lavrador.  O  diâmetro  da  sua  maior  gros- 
sura era  de  iO  iiolâís,  sen  Cõftpi^Tffieàtò  dè 
17  polegadas ;  a  cauda  de  comprixDieato  de 
2  poiegãAai,  dB  Agura  conka^  e  krmiaada 
em  poota  agada,  a  base  doesta,  tinba  menos 
Éiètade  de  díatíietn)  qve  itoba  a  eMTMiWa- 
ia  de  troaeo  em  qse  estiftà  eoMitina ;  na 
parte  inferior  da  eaada  aecdisarvifiui  dMi 
series  ^e  escaasas  sab-t»iidaea  -mêtí  itaia 
#e  9t,^f  de  eof  atol  eeleiie,  e  ^  <Mreeoiam 
na  soa  grandeza  para  o  ápítiè,  to  eamdsii 
aHieminaes  e  traneversaee)  etam  afassáie- 
ro  de  i44  dè  cor  azm  e^eaie»  anãs  fliar^ 
ttm  ttkoveis  â*eistes  se  tíetatâMn  aigtèÉas 
ÈMbtó  pmáB.  O  ^rso  e  UMê^rlKBéOÈtÈ'* 
tos  de  escamas  o^ea  e  ímMeaáais  dè  «ir 
Mêea-éfiH^a,  p<ftèm  as  do  áor»D  fordiarikm 
lÉÉMi  Hta  éèaiada  por  amtoaa  i»  panas  eu 
fttiâo  da  edr  mins  esearav  apwraaAoaaa 
Msis^a  eada  imemllo  doa  dUea  4è«Ma  «ar* 
nâfMiMttilateMdmeiíie  waaapeqttaaaa  wm* 
HM^^Ktàsida  mesia»  cér  da lia^  atfdaoM 
daa  eacamas»  que  cobriana  to4o  ^  aoi^  fl^ 


nbatt  pelo  séH  itiefo  kriiigitadiíialmeilte  nma 
IMM  aatté&ie'  da  mesaia  eôr ;  a  cabaça  era 
deprimida,  e  coberta  de  eseamas' miadas,  e 
tflatidiuftÉiiO'  sobre  08  oibar  corfespoadiá  a 
tJÈÊíÊkwm^  utta '  maior  eafeaosa»  qae  Airmava 
aar  ^Iho  maa  espécie  de  laiMAiaeiíle';  o  roS" 
Wb  ei*a  t^MDbo,  e  atiuma  coisa  er^eto  à  ma-» 
neira  de  focinho  de  poreo. 'A  albograea  era 
de  ebt  sílg^ateo-làciM^  pbpiHa  itiíear  de  ci- 
ma para  baiiov  Yeniaí  no  apiefe  do  ro^tro  e 
iaievaes^  obíalo  da  Jtoca,  de  meia  poèegada; 
as  aiatilas,  saperior  e  iaforior,  gciarae«léaa 
de  numerosaa  idMtl»  «findiss^uios^  e  votia» 
dos  para  a  parte  das  fences,  em  uma  e  outra 
aMailiií^  na  aiaktiá  m^ri^i  aes  ladas  da  an- 
fêíè  PMtftMi  na  pai  té  ékteraa  das^  alveolea 
se  «leVa^aiis  d<^t;adk  parte  éM  granéss  ém* 
taè  ea  p#ôsas,  tie  comprimento  de  doas  U« 
nbas  e  meia,  e  reea^vatáos  para  a  parte  poa« 
terioir;  a  anaiaiiila  d'<fttíee  me  masaroa  que 
d^^ldd  fM^lp^^^oesea  se  etevatam  dois  den* 
ts^  «ttbas  reiJGMdes.  «  enTolvídoe  em  uma 
raemMMa  rabni)  e  iabriea  até  aos  seu»^- 
eés,  qas  «írsaa  deset^bfMs^  e  agudi^^moe^ 
cada  nifl  destes  éentes  deslocado  da  dita 
porção  óssea,  offerecia  na  ena  base  amori- 
Mo,  Mfiuil  mei€eaído>tim  alfloete  fiao  abria 
a  délbie,  pMeaieaMla  um  rego,  que  nèo  pu- 
de áegnfr  por  fiiita  ée  iaetrumento,  seâào 
po«]KO  mais  de  meio  do  dito  deate.» 

i.  3.  D. 
^mkd  4ê  4Miadni,  &<<»  UX.  #ane  L  Pa- 

Barrozo  não  é  tão  agreéte,  estéril  efeio, 
eMua  motm  dttem  e  péhisam ;  e  «vais  ler- 
tK ^ 4iéo sertã, t*eos  poderei  puMieos  e aa- 
MiNriiidee  lo««aa  i^veasem  empregado  a 
aÉeHjla  a  aeittidade  a«eea»afiaa  em  promo*» 
ireir  eto  MMlbaraaasiatos  agirieoias  e  cooelrva* 
çao  de  estradas  ft^sefe  asai  fadado  cotice^ 

da  «tasarknaD,  aé  peft^^e  aao  gosaam  de 
ifioaiiiiidaf,  no  aeu  bieriÉio,  ea  vieiabaa 
a  atugb^  aa  perene  pamelpam  és  certa 
aiaieaM,  AlfiarMt»  qnaei  sempre  âquellas 
cadeiras,  deixam  mtflas  if^aes  da  empntl«f 
vfifpiimmmmún  «leicis  qtm  deitam  pvada- 
ítr  IMUft  affiilios ;  na  '««rdade  parede  qae  a 
tilalor  f«M  daaaaBiaraa  miminipaes  leaaé 
como  regiiieM9  a  gaitncia  da  iiapeetoit 


m 


um 


sem  que  d'ene8  posMin  ou  foeiran  «pro* 
veítar  ama  pequena  parte  para  um  pouiao 
ou  uma  calcada. 

Oi  poderes  públicos  só  se  leoriírain  de 
BiirroM  para  lhe  exigir  cootribuivões»  priui 
cipalineute  a  de  saqgue,  pois  talvez  este  ooa- 
eelbo  Sf  ja  o  que»  em  todo  o  reino,  tenha 
dado  uiais  recrutas. 

Ainda  nào  ha  no  concelho  utn  palmo  de 
estrada  a  mae«adaa^  nem  esperanças  de  ha- 
ver tão  cedo ;  as  do  systema  antigo  estão 
n*am  miserável  eslado ;  em  alguns  sítios  só 
servttfu  para  o  transito  de  cabras. 

Osr.  Josédos  ^fi/oi  iío«ira— filho  de  António 
dos  Santos  Dias  e  Luzia  de  Moura,  nasceu  no 
logar  do  Cortiço,  rr%)gut*2ia  úf^  Santa  Ckri»- 
tiua  de  Cervos»  concelho  de  Mont*Alegre,  no 
dia  13  de  setembro  de  1830. 

Frequentou  o  lyceu  de  Braga,  obtendo  di- 
ploma, com  approvaçio— iVetnmedúcrspa»* 
(tf  — ^m  todos  os  exames,  em  S9  de  agosto  de 
1853 ;  e  o  curso  triennal  do  seminário  dio- 
cesano  de  Braga,  fozendo  exame  final,  em  M 
de  agosto  de  1852»  no  qual  foi  approvado— 
Nemine  discrepQ$Ue. 

Rcctrbeu  ordens  menores,  na  Santíssima 
Trindade,  de  1848;  subdiacpno^  no  dia  SO  de 
dezembro  de  1851;  diácono  a  18  de  setem? 
bro  de  1852;  e  preaby tero,  na  cidade  do  Por« 
lo,  a  24  de  setembro  de  1853. 

Celcbrou«8ua  primeira  missa,  no  Santuá- 
rio do  Bum  Je>us  do  Monte,  de  Braga»  a  9  de 
ouuibro  de  1853. 

Ff  z  concurso  por  provas  publica  à  egKeJa 
de  Sauu  Maria  de  Caires,  no  dia  3  de  Julho 
de  1855 ;  fui  despachado  para  a  mesma,  por 
decreto  de  3  de  outubro  de  1855— coitado 
em  31  de  dezembro  de  1855,  etomojg  posse 
no  l.*"  de  Janeiro  de  185d. 

É  a  este  iiludtrado  cavalheiro  que  devo, 
não  só  grande  parte  dos  eaciareeimenios 
pertencentes  a  Mont'alegre,  como  os  dn  ou- 
Iras  muitas  povoações  do,Jibnbo  oTrâa:os- 
montes»  pelo  que  d  aqui  lhe  envio  os  meus 
sinceros  agradecimentos. 

MONTAliTO— Monte  esanctoarioáoDMi? 
ro,  na  freguezía,  eooeelho  e  civnarca  do  Ar- 
ganil, biiipsdo,  distripto  e  40  kilomeiros  a£. 
de  Coimbra,  240  ao  N.  de  Lisboa. 


MON 

A  lUfOQ  metros  a  B.  da  vilia  d'AiigaB%  m 
levanta  um  monte,  o  qm*!,  peta  sua  eminei^* 
cia,  as  denomina  Moiue-Alto  ou  iÊ<ml*oitú^ 
Aqui  appareeeu  em  l**mpos  antigos»  oioa 
imagem  da  Santíssima  Virgem. 

O  povo  das  immediaçô**^  resolveu  logo 
ediflcar-lhe  alli  uma  ermida;  e,  porque  o 
monte,  pela  sua  altura  desmedida,  e  peU 
esc«iu*osidade  da  subida^  não  sepresiaTA 
muito  á  edificação,  nâo  hó  pelo  muito  qom 
cusiaria  a.condm^ção  dus  materiaes»  mas 
também,  pela  faiut  do  jjH^dra^  porque  a  nSo 
ha  n*aquelle  moote-*assentaram  em  edificar 
a  capella  em  outro  monte  visioho,  qm*  não  era 
Ião  alto  nem  tão  Íngreme,  e  onde  havia  pe* 
dra.  Resolveram  lanibem  levar  para  tá  a  Se* 
ahora  logo,  e  (azer-lhe  uma  capt- llinha  pro« 
visoria,  de  tábuas^  para  ella  estar»  emquaalo 
se  não  concluisse  a  capt-lla;  mas  asi^im  «me 
aqoi  eelloearam  a  imagem,  ella  fugia  para 
o  sitio  onde  fora  enconurada. 

lião  livram  outro  remédio  senão  ediflkcar 
aqui  a  ermjda:  e  loram  tantas  as  esmolaa 
dos  devotos,  qu^  se  fe.z  um  bom  tempto, 
capella^mór  e  duis  altares  lateraes. 

Sobre  a  porta  priucipai  da  egreja  está 
vada  em  uma  pedra,  a.inscripção  seguiale: 

E6TÍL  IGRBIA  MANDOU  FAZRR  FRANUSGO  PmES, 

FILHi)  DB  DOMINGOS  PIRES,  NATURAL 

D*BSTA  VILLA,   POR  >KU  IRMÃO.  lOÃO 

an  GOIMBRA,  NO  ANHO  DB  lãtl. 

Mas  eata  obra  é  reediflcfição  da  priaieiía» 
qae,  eomo  se  viu,  não  fi»i  feita  por  um  aà 
devoto,  mas  á  custa  de  muilos. 

A  imagem  lem  l'"33  d^alip^  e  é  de  roca. 
eomo  a  maior  parle  das  antigas^  Tem^mcos 
«ttsiidos,  de  varias  cduva. 

Tem  uma  grande  irmandade,  servida  pe* 
las  principaes  pessoas  da  frt^uezia. 

Ha  na  egr^^a  uma  bôa  «lâmpada  e  oiHirna 
oljeçlos  é$  piQita,  de  muito  meraeimettlo, « 
eicelleDies  parauMentos  e  alfaia& 

Junto  á  egreja,  ha  uma  hôa  hqspedarin- 
partimtar,  ê  varias  «asas,  para  abrigo  e  peHr 
sada  4m  muitos  romeiros  que  aqui  eoneorr 
rem  cem  frequência.  Também  tem  umac^A. 
defoeideneia  do  erimitão,  que  eca  qiiaai  sem* 
pMr>clerjgo,  apresentado  ptlo  vigário  daôÃkr 
legiada  d*ArganiL 


IMwT 


MON 


45$ 


Todas  estas  casas  flearam  cari0siAa8,:6m 
razio  de  ser  preciso  vir  a  pedra  de  longe  e 
isom  grande  trabalho  e  difficaldade,  em  vista 
da  grande  subida* 

0  monte,  na  sua  parte  superior,  é  árido  e 
isécco,  tendo  apenas  algnmas  arvores  silves- 
tres; porém  na  parte  inlsrior  está  eebcnrto 
de  frondoso  arvoredo,  e  é  sitie  fresco  e  ame* 
no,  por  ser  (o  monte)  cercado  de  ribeiros. 

No  caminho,  desde  o  fondo  até  ao  alto  do 
monte,  estão  6  ermidas,  dedicadas  a  vários 
santos,  qae  servem  de  descanço  aos  romei- 
ros que  se  resolvem  a  subtr  áqoelia  emi- 
nencia. 

A  festa  da  Senhora  é  feita  a  8  de  setem- 
bro, e  mnito  concorrida.  No  mesmo  dia  se 
faz  nma  feira  franca  no  tenreiro  do  paço  dos 
bispos-condes,  que  é  maa  das  melhores  que 
ba  por  estes  sitios. 

A  villa  de  Arganil  foi  cabeça  de  94  villas; 
4*estas  e  de  ontras  mnítas  povoações  doastes 
sitios,  vâo  annnalmente  varias  procissões  á 
capella  da  Senhora,  principalmente  em  qc- 
easiões  de  calamidades  publicas,  para  invo- 
carem o  patrocinio  da  Santíssima  Virgem. 

Antigamente  hia  a  camará  de  Arganil,  o 
clero  e  povo  da  villa,  todos  os  annos,  no  S.<» 
sabbado  da  quaresma,  em  procissão,  à  Se- 
nhora  de  Monfalto,  havendo  então  aqui  fes- 
ta e  missa  cantada.  Era  o  cumprimento  de 
um  voto  feito  pelo  povo,  por  a  Senhora  o 
livrar  de  uma  grande  sécca  que  houve  por 
aquellas  terras.  Nâo  se  sabe  quando  princi- 
piou esta  procissão.  Muitos  devotos,  de  am- 
bos os  sexos,  em  cumprimento  de  premes* 
sas,  fazem,  descalços,  esta  romaria. 

No  século  XYII,  por  oceasião  de  uma  grau* 
de  trovoada,  cahiu  um  raio  no  tecto  da  egre- 
ja,  e,  sem  fazer  damno  nas  telhas  e  armação, 
fez  pelas  paredes  grandes  brechas;  entrou 
pela  capeUa^mór,  e  sem  causar  o  menor  pre- 
juízo sahíu  pelas  trazeiras  da  capella,  para 
a  casa  do  erimitão— que  era  unida— quebrou 
uma  viola  e  uma  espingarda  d'este,  e  junto 
à  casa,  onde  estava  um  cortélho,  de  pedra 
solta,  1  matou  um  porco  quê  alli  tinha  o 

1  Esta  casinha  se  tinha  feito  em  memoria 
de  uma  fonte  d*agua  potável  que  alii  tinha 
rebentado  em  um  anno  de  sécca,  o  que  foi 
atribuído  a  milagre  da  Senhora. 

voLum  V 


êrimitao.  Desde  então  ninguém  nnls  aqal 
quiz  crear  porcos.         t  .  i 

]|ONTAJLyiO--viya,  Alemtejo,  comarea  e 
oonoeUio  de  N»a,  35  kikmetros  êo  N.  d* 
Portalegre^  IM  ao  Sfi.  de  Lisboa,  340  fogeft 

Bm.  1757  tinha  300  fogos. 

Orago  Nossa  Senhora  da  Graça. 

Bispado   e  dislrieto  adminianmtivo  de 
Portalegre. 
.Foi  commenda  do  mestrado  ds€hristo. 

A  mesa  da  conscí^cia  apresentava  o  vi* 
gario,  que  tinha  i4O#D00  réis  de  rendi- 
mento. 

Feira  a  24  de  setembro. 

A  villa  está' situada  em  um  alto,  á  direita 
do  rio  Sever,  e  3  kllometnôe  ao  S.  do  Tejo. 

O  seu  território  á  fértil  em  caça. 

D.'  Manuel  lhe  deu  íòral,  em  Lisboa»  a  It 
de  novembro  de  1512.  (Livro  dos  forasi  «a-» 
vo$  do  Alemtejo,  fl.  54  v,  col.  2.*) 

D.  Diniz  lhe  mandou  construir  um  tê»^ 
tello  e  cercar  de  muralhas,  que  tudo  ainda 
existe,  mas  ^em  estado  de  mina,  como  4ua«> 
si  todas  as  outras  fortificações  portugoezas. 

Perto  de  Montalvão,  na  foz  do  rio  Seivér^ 
entra  o  Teja  por  ambas  as  margens  m  ser 
do  reino  de  Portugal.  ^ 

Foi  cabeça  de  concelho  por  muitos  «an* 
nos,  sendo  este  supprímido,  depois  de  1S34. 
Tinha  camará  com  3  vereadores,  juiz  ordi- 
nário e  mais  auctoridades  e  empregados 
municipaes. 

É  povoação  muito  antiga,  mas  não  se  sa- 
be quando  nem  por  quem  foi  fundada. 

A  villa  é  pequena,  e  sem  edificio  algum 
notável. 

É  esta  villa  pátria  do  célebre  padte  Mã* 
nuel  Godinho,  que  nasceu  aqui  no  anno  de 
1630.  Bra  fitfao  de  Manuel  Nunes  de  Abreu 
e  de  Joanna  dos  Reis. 

Entrou  para  a  Companhia  de  Jesus^  em 
Coimbra,  a  3  de  junho  de  1645. 
,  Escreveu  varias  obras  em  differentes  ga- 

1 0  Tejo  nasce  nas  montanhas  de  Albaira- 
zim,  no  Aragão,  12  kilometros  abaixo  de 
Alcântara.  Na  foz  do  Elgas,  principia  a  ser- 
vir de  raia  de  Portugal  e  Hespanha,  até  i 
foz  do  Sever ;  sendo  d*ahi  por  diante  toda 
portuguez  até  a  sua  barra. 


454 


MOM 


non 


luros,  Mdo  eonliaeiâo  «omo  mn  doi  bons 
escriptores  do  sea  tempo. 

-Pol  para  as  nisaSes  da  Indnty  sendo  vke- 
ffèí,  Àiit»DÍo  de  Ifello  e  Castro,  que  íbi  sen 
«vdád^fo  sndlgo,  e;  attendeiiéo  à  soaiHaB* 
tração  e  boa  vida,  o  enearragea  de  ebmmis- 
ades  importaatès. 

EoB  46ft%  veio  a  Portofal,  por  drdeni  do 
vice-rei,  em  desempenho  de  nm  oegocfò  dé 
altn  monu,  urgente  e  de  malto  segredo,  do 
40e  o  padre  Godinho  se  desempenhou  eom 
mttlta  cordara,  sende  nmito  estimado  de  O. 
AffoDSO  VI  e  da  rainha  D.  Laiza  de  Gos- 
mão,  vinva  de  D.  Joio  IV. 

€taigára  a  Usboa,  em  ootnbUo  de  I66A. 

Por  Interven^  éo  tsA,  conseguia  do  pa* 
pa  nm  breve  de  seenlarisaçio^  sahindo  da 
CSòmpanMa,  apesar  dè  lodos  os  grandes  ob- 
aiacirios  qae  para  Imo  ie  K)ílBreeiadi< 

Foi  nomeado  protonatario  apostoKeo,  e 
mais  tarde,  eomni^ariò  do  SaiUo  Offéio. 

Foi  prier  da  fregnesia  de  S.  Nieolan,  dá 
emio  vilia  de  Santarém,  beneileiado  do  meã* 
aia  erago,  na  Sé  de  Lisboa,  e  depois,  prior 
da  Mgaeziji  de  Santa  Maria  de  Loures,  ver- 
mo  da  Lisboa.  Failooéu  em  1711 

D*éntre  todas  as  suas  obraé,  a  qne  maior 
nome  Ibe  deo,  foi  a  BuOi-^RekiçSú  do  ntvo 
Málnho  fuefexpor  teirú  e  'mar,  tindo  éà 
Jadfo  u  Portugal,  no  antio  de  i€98,  o  paáte 
Momiíel  úoUnho,  Ae  Companhia  dê  Jesus,  etí»- 
viado  á  Magestade  de  El-rei  Nosso  Senhor, 
Di  Afonso  VI,  peto  seu  tXço-rei,  ÂnUmio  de 
Mello  è  lastro,  è  Bstúdo  dã  MUa. 

Foi  este  curioso  livro  impresso  em  Lis- 
boa, na  offlcioa  de  Henrique  Valente  de  Oli- 
veira, impressor  do  rei,  em  1665. 0  sen  an- 
elar, díídteon^o  a  Luiz  de  Vasconeellos  e 
ibnsa,  conde  de  Castello  Melhor. 
'  Bata  dedicatória,  é  datada  éo  coll^gio  de 
Santo  Antão,  de  Lisboa,  a  S  de  outubro  de 
«MS. 

A  sociedade  propagadora  dos  conheci' 
mntos  ntefs,  fes  na  sua  typographia,  uma 
S.*  edição  em  4849. 

Vaiftbem  são  do  padre  Godinho,  aá  lobras 
8ègu1tite)9 : 

Vidd,  piríuâes  e  tnorte,  com  opinião  de 
eàsUidode,  do  venerável  padre,  frei  António 
das  Chagas,  misêiOnúrio  ãpostoHco  n*estè 


ftma,  éa  Ordem  de  8:  Franciseor,  fnniaêor 
do  seminariê  de  nnissioMtnos  apotíotícos  da 
mesma  onArm,  eito  no  Varatojo. 

Foi  ^dedicado  a  D.  Pedro  íi,  e  Impresao 
na  typognphia  de  Miguel  Deslandeís  em 
16B9. 

Apesar  de  ser  uii  plagíato  do  padre  Cti»- 
gaa,  teve  %.*  edição  em  17)8,  e  3.»  em  i7#t 
— -aqnella  na  typographia  de  Miguel  Rodri- 
guea,  e  esta  na  ás  Francisco  Borgea  de 
Sensa.  ^ 

Horário  Bvangeiioo,  etc,  ^c.--Llsbaa,  tyh- 
pographia  de  Miguel  Deslandes,  1684. 

Noticias  singulares  de  algumas  cousas  sue-- 
ctMlas  em  GonstaMinopf^a,  depois  da  rUa 
do  seu  ewerciío,  sotne  Víenna,  ete,  etc. — Us* 
boa,  na  mesma  lypograpMa,  1684. 

Sermão  d»  gtúrisso  Santo  António,  prÉffa' 
do,  na  egreja  de  Santa  MariíUia  de  Liêboa^ 
<--Foi  pnbHcado  em  LIsbea,  «m  1668 ;  e  em 
Gohnbra,  em  160).  > 

Além  d'esta8,  escreveu  e  publicou  meia 
algumas  ebmfc  mysiieas,  de  pouco  nMred- 
menio. 

Foi  mdr<|ttes  de  Montalvão,  o  Infelir  D. 
lorge  Mascarenhas,  conde  de  Gastello-Nove» 
e  I.*  vice*  rei  ÚSíBfova  Lusitânia.  (Brasil.) 

tste  fidalgo  foi  uma  vietima  das  mudaa* 
çtts  da  fdrtuna,  vendo^se  porvezes  ne  hã' 
tigio  da  grandesa,  e  nos  áaaiores  transes  da 
adversidade. 

Pela  nobreea  do  seu  sangue,  e  pelas  soâs 
excellentes  partes,  chegou  a  ser  o  maior  do 
reino,  abalKo  do  rei,  a  inesperadamente  se 
viu  encarcerado  com  sua  mnlher,  e  seus  fi* 
lhos  fngidos  para  Caslella. 

Passados  tempos  conseguiu  justiflcar-se  e 
Ibi  solte  e  restituído  aos  cargos  e  grande* 
Iras  (jue  havia  logrado.  Pouco  tempo  porém 
lhe  durou  a  liberdade  e  as  honras,  e  tõr- 
nou  a  ser  preso  no  castello  de  Lisboa,  onde 
fblteceu  no  1*  de  janeiro  de  1688. 

D.  João  IV  lhe  concedeu  fozer  testamento. 

1  Este  Hvro  é  escrlpto  em  estylo  gouffo* 
rico,  e  quasi  todo  com  retalhos  cerzidos  das 
cartas  do  padre  Chagas,  alguns  reprodu* 
zidas  textualmente:  o  qae  não  revela  faiu  de 
engenho,  que  o  tinha;  mas  preguiça,  oa 
vonude  de  se  enlbiur  com  as  glorias  Aefasí 


MON 


MON 


455 


If  eHe  ordenou  o  marqnez  que  se  não  do- 
brasMon  08  swos  por  saa  morte,  e  que  só 
com  os  clérigos  da  frep^zia  fosse  levado 
i  sepultura;  mas,  apesar  d'e8ta  clausula,  foi 
acompanhado  pela  irmandade  da  Misericór- 
dia (da  qual  três  vezes  fora  provedor)  e  por 
teflitantes  fidalgos,  nos  quaes  prevaleceu  a 
tàdos  os  outros  respeitos  a  piedade  e  com- 
idsen^. 

MOlffALYÃO-naldeia,  £xtremadura„  na 
fluirgem  esquerda  do  Tejo.  (Vide  Alcochete, 
toX.  1.%  pag.  77,  coL  2 .«,  m  fine. 

MOnirALYO— freguezia,  Extremadura,eo- 
marca  de  Abrantes,  concelho  de  Constân- 
cia, 180  kikmetros  a  O.  da  Guarda,  i44  ao 
8w  'de  Lisboa,  140  fogos. 

Km  1757  tfnha  135  fogos. 

Drago  antigo  Nossa  Senhora  da  Assum- 
fi^o,e  actual  Nossa  Senhora  da  Annun^- 
^.  Bispado  de  Gastelio  Branco  (foi  do  bispa- 
do da  Guarda);  districto  administrativo  de 
Sanurem. 

O  vigário  de  S.  Julião,  de  Punhete  (Con- 
stância) apresentava  o  cura,  que  tinha  de 
côngrua  60M00  réis,  e  o  pé  d*altar. 

Tem  leste  nome  por  estar  situada  na  serra 
4e  Moatalvo. 

MONTALVO— -freguezia,  Alemtejo,  comar- 
ca, concelho  e  3  kilometros  da  vflla  de  Von- 
ra,  65  kilometros  ao  O.  de  Évora,  160  ao 
SE.  de  Lisboa.  Em  1757  tinha  13  fogos. 

Orago  Nossa  Senhora  da  Conceição. 

Bispado  e  didtricto  administrativo  áa 
lBe]a. 

Os  condes  d'Obidos  apresentavam  o  prior 
que  tinha  420  alqueires  de  trigo  e  60  de  ce- 
vada, de  rendimento  annual. 


Esta  firegnezta  foi  snpprlmida  por  peque- 
na, e  annexa  á  de  Santo  Agostinho,  da  vil- 
la  de  Moura. 

A  egreja  que  foi  matriz  ainda  existe,  re- 
duzida a  capeila,  situada  em  um  monte  duen- 
de lhe  proveio  o  nome.  É  um  templo  anti- 
quíssimo, e  estando  muito  arruinado,  foá 
reedificado  pelos  annos  de  1700. 

A  imagem  da  padroeira^  objecto  de  gran- 
de devoção  dos  habitantes  de  Moura  e  de 
outras  muitas  terras.  Faz-se-lhe  a  sua  fes- 
ta a  8  de  setembro. 

MONTALVO  ou  MONTE  TB.~^reguezia, 
Extremadura,  ao  S.  do  Tejo,  comarca  e  con- 
celho de  Alcácer  do  Sal,  60  kilometros  ao 
O.  de  Évora,  60  ao  SE.  de  Lisboa,  200  fl>- 
gos. 

Em  1757  tinha  81  fogos. 

Orago  S.  Pedro,  apostolo. 

Arcebispado  d'£vora,  districto  adminis- 
traftlvo  de  Lisboa. 

A  mesa  da  consciência  apresentava  o  ca- 
pellâo,  curado,  que  tinha  180  alqueires  éd 
trigo,  90  de  cevada  e  10i|;060  róis  em  di- 
nheiro, de  ren^mento  annual. 

É  terra  fértil  em  cereaes. 

MONTANHA  ou  SANTA  MARTHA  QA 
MONTANHA— Esta  freguezia  já  está  des- 
crfpta  a  pag.  'M  â'este  vol;  mas,  rectifico 
aqui  aquelle  artigo,  pela  forma  seguinte: 

Tinha  em  1757,  45  moradores. 

Os  reitores  do  Salvador  e  de  Santa  Mari- 
nha, ambos  da  Ribeira  de  Pena,  apresenta- 
vam alternativamente  o  vigário,,  que  tinha 
40^1000  réi^  de  côngrua  e  o  pé  d'aitar. 

MONTANHAS— As  30  maiores  elevações 
do  continente  portnguez: 


I 


BLEVAÇASS 


1 '    Monte  da  GaViarra,  na  serra  de  Suajo 

8     Pinc&to  do  Cântaro  Delgado,  na  serra  da  Es 

treiia 

.:3»i  -^.Pqnto  culminante  da  serra  de  Montezinho 

%;,   llôrro  do  Bqgarreiro,  na  serra  do  Gerez 

V  ; .  Ponto  cúlminanite  da  serra  do  Marão 

4  pPtco  da  Fo^ra,  na  serra  de  Monchique 

7  I  Ponto  culmiftauie  da  Serra*iKogueira 


PROVINQAS 


Minho 
Beira  Baixa 

Traz  osMontes 

Minho 
Traz-os  Montes 

Algarve 
Trazos-Montes 


IIBIMDAS 
POR 


Baíbi 


Franzini 
Balbi 


ACIMA  DO 

MIVU*" 

DO 


2:467 
2:400 

2:335 
l:60a 
1:467 
1:277 
1:168 


456 


MON 


MON 


s 


8 

9 

10 

11 

12 

13 
14 
15 

16 
17 
18 
19 
20 
21 
22 
23 

24 
25 
26 
27 

28 

29 
30 


klevaç5es 


Assento  da  cid»de  da  Gaarda 

Dito  da  vílla  de  Montalegre 

Dito  da  villa  de  Trancoso 

Piató septemU^ional  de Trazos-Montes. 

Ponto  culminante  da  serra  da  Loozan,  oa  do 
Coentral - 

Assento  do  castello  da  villa  de  Monsanto 

Ponto  culminante  da  serra  de  Monte- Janto. . . 

Cabedfího  de  Todo  o  Mundo,  na  serra  de  Ayre, 
ou  Minde 

Ponto  colminante  da  serra  de  Santa  Luzia. . . 

Monte  Gordo  (em  frente  de  Ayamonte) 

Serra  de  Ossa * 

Assento  da  villa  de  Chaves 

Serra  de  Portalegre,  ou  de  Arronches 

Monte  do  Figo,  na  serra  do  Algarve 

Ponto  culminante  da  serra  de  Cintra 

Alto  de  Nossa  Senhora  do  Viso,  na  freguesia 
de  Gostoias 

Alto  de  Nossa  Senhora,  da  serra  do  Bussaco.. 

Monte  Formosinho,  na  serra  da  Arrábida .... 

Assento  da  vílla  de  Marvão 

Ponto  culminante  da  serra  de  S.  Luiz,  próxi- 
mo a  Palmella «... 

Alto  da  Vella,  no  cen/bro  da  Tapada^  em  Ma- 
fra  

Assente  da  cidade  de  Beja 

Cabeço  de  Montachique 

BBBBBBBSBBBBBBBBBBBBBiB^BasaBBBBBSa^ 


províncias 


Beira  Baixa 
Traz  os -Montes 

Beira  Baixa 

TrazosMontes 

Douro 

Beira  Baixa 

Extremadura 

Extremadura 

Minho 

Algarve 

Aiemtejo 

Traz-os-Montes 

Aiemtejo 

Algarve 

Extremadura 

Beira  Baixa 

Douro 
Extremadura 

Aiemtejo 
Extremadura 

Extremadura 

Aiemtejo 
Extremadura 


MBDIDAS 

POR 


Balbi 


» 


Praniini 
Verdier 

Balbi 

• 

Verdier 
Balbi 

■ 

Franzíni 
Balbi 


Franzini 

Balbi 
Franzini 

Verdier 

» 


AOIMA  •• 
KITBI. 


1:000 
935 
900 


767 

735 


710 

700 
700 
«77 
WI 
667 
667 
600 


558 
546 
534 
396 

367 

300 


N.  B. — Desprezaram-se  as  fracções  de  metro. 


MONTAR— portuguez  antigo— dar  lanço 
na  praça.  (Doe.  da  Torre  do  Tombo,  de  1338 ) 

Montar,  era  também  o  direito  do  visinho, 
de  servir -se  dos  montes  communs,  para  pas- 
tos de  gados,  madeiras,  lenhai,  caças,  etc. — 
Os  homens  do  Bispo,  e  do  Cabido,  montem,  e 
pesquem  con  nos  Concelhos,  e  con  nos  ovUros 
homens,  como  sempre  usarom,  (Doe.  de  La- 
mego, de  1292.) 

M0NT'AR6aou  M0NTBAR6IL— villa, 
Aiemtejo,  comarca  da  Fronteira,  concelho 
de  Pont^  de  Sôr,  135  kilometrosao  SE.  de 
Lisboa,  450  fogos. 

Em  1757  tinha  150  fogos. 

Orago  Santo  Ildefonso. 

Patriarchado  de  Lisboa,  districto  admi- 
nistrativo de  Portalegre. 

A  mesa  da  consciência  apresentava  ò  prior 


que  tinha  200]f000  réis  de  rendimento 
nual.  Esta  villa  está  situada  a  18  kilometroa  n 
O.  das  Galveias,  em  um  alto,  e  banhada  pe- 
lo E.,  pelo  rio  Sôr,  que  a  fertiliza. 

D.  Diniz  a  fundou  em  1315,  dando-lhe  ca- 
tão foral,  mas  Franklin  nâo  o  menciona. 

Tinha  até  1834  um  beneficio  da  ordem  de 
S.  Bento  d'Aviz. 

Foi  senhor  d*esta  villa  D.  João  Rolim  de 
Moura,  progenitor  da  actual  família  Loai||6. 

É  fértil  em  cereaes  e  legumes,  e  prodni 
algum  vinho,  azeite  e  fjructas.  Tem  omita 
caça,  e  abundância  de  mel  e  cenu 

Diz-se  que  o  seu  primeiro  nome  foi  liou- 
te- Argel,  e  vinha  a  set^Monte  do  ,InfBii%; 
porque  no  antigo  portuguez,  argel  signlflet- 
va  mofino,  infeliz,  desgraçado,  etc^-^aoi- 
bem  significava— malvado») 


MOH 


MON 


457 


Oatros  pretendem  qae  é  corrupção  de 
JVon/e-^r^V/o— monte  do  barro. 

Na  PraoçA  ha  uma  cidade  chamada  Jfofi- 
tar^ê.  Pôde  ser  que  algum  francez,  dos  tan- 
toê  que  vinham  a  Portugai  buscar  fortuna, 
|iai  goeiras  contra  os  mouros,  fosse  de  Hon- 
largis,  e— ou  por  ser  senhor  d'esta  poyoa* 
çSo,  ou  por  ser  é'aquelta  cidade  firaneeza, 
imposdsse  o  seu  nome  a  esta  Titia. 

MONTARIA— freguezia,  Minho,  concelho, 
eofnarca,  distrícto  administrativo  deVianna 
éo  Minho,  40  kilometros  a  O.  de  Braga,  395 
ao  N.  de  Lisboa,  230  fogos. 

Em  1757,  tinha  190  fogos. 

Orago  S.  Lourenço. 

Arcebispado  de  Braga. 

A  mitra  a|^resentaTa  o  abbadé,  que  tinha 
IMXUCiOO  réis  de  rendimento. 

É  terra  muito  fértil  em  todos  os  géneros 
agrícolas^  e  cria  multo  gado,  de  toda  a  qua- 
lidade. 

É  abundante  de  peixe,  do  rio  Lima,  que 
lhe  fica  perto,  e  do  mar;  que  lhe  vaé  de 
^ianoa. 

MOHTARtA— portuguez  antigo— -chama- 
ya-se  Casal  da  tnontaría,  aquelle  de  que  os 
colonos  pagavam  foro  de  caça  do  monte— e 
também  âqnelle  cujos  possuidores  (por  qual- 
quer tiinlo),  eram  obrigados  a  ir  às  caçadas 
e  rooatarias,  quando  fossem  chamados  por 
tirdem  do  rei. 

Toda  a  gente  sabe  a  que  hoje  se  dá  o  no- 
me de  montaria. 

UOÍKlkTlCO—montadégo  e  montado  — 
porcugez  antigo— certa  pensão,  ou  tributo, 
que  se  pagava  por  apascentar  os  gados,  nos 
montes  de  algum  município,  ou  senhorio. 

MONTE— antiga  freguezia,  Minho,  na  co- 
marca e  concelho  de  BarceUos. 

Arcebispado  e  distrícto  administrativo  de 
Braga.  Orttgo  S.  Lourenço. 

Era  muito  pequena  e  foi  encorporada,  ha 
mais  de  200  annos,  áda  AlheirOy  no  mesmo 
^ncelho,  comarca,  arcebispado  e  dbtrielo. 

Ainda  existe  a  egreja  que  foi  matriz.  (Vi- 
de Alheira,  pag.  132  do  l.^"  vol.) 

MONTS— freguezia,  MiDho,  concelho  de 

Terras  de  Bouro,  comarca  de  Villa-Verde, 

.'li'»  . ' 

.Si  kilometros  ao  N.  de  Braga,  375  ao  N.  de 
Lisboa,  60  fogos. 


Em  1757  tinha  38  fogos. 

Orago  Santa  Izabei. 

Arcebispado  e  distrícto  administrativo  de 
Braga. 

O  D.  abbade  benedictino,  do  mosteiro  de 
Bouro,  apresentava  o  cura,  que  tinha  réis 
lOMOO  de  côngrua,  e  o  pé  d'altar. 

Esta  freguezia,  era  do  concelho  de  Santa 
Martha,  de  Bouro,  e  sendo  este  supprimido, 
passou  a  ser  do  de  Terras  de  Bouro.   - 

È  terra  fértil.— Muito  gado  e  caça. 

MONTE— íreguezia,Minho,comarca  econ- 
eeiho  de  BarceUos,  18  killometros  a  O.  de 
Braga,  300  ao  N.  de  Lisboa,  40  fogos. 

Em  1757  tinha  33  fogos. 

Orago  S.  Pedro,  bj^oaUAo. 

Arcebispado  è  distrícto  administrativo  de 
Braga. 

Os  donatários  do  couto  e  honra  de  Fare- 
lães  (Correias),  apresentavam  o  at^bade^  que 
tinha  de  rendimento  annoal  200^000  réis. 

No  alto  do  monte  Sáya,  doesta  freguezia» 
existiu  um  castello,  que  alguém  diz  ter  sido 
de  SoyanOy  valido  de  Tibério. 

Consta  que  foi  aqui  o  quartel  de  Dedo  Jâ- 
nio Bruto,  e  que  a  elle  o  vieram  atacar  os 
bracharenses,  e  o  fizeram  retirar. 

MONTE— freguesia,  Minho,  comarca  e  con- 
celho de  Fafe,  24  kilometros  a  NE.  de  Bra- 
ga, 380  ao  N.  de  Lisboa,  180  fogos. 

Em  1757  tinha  115  fogos. 

Orago  S.  Miguel,  archanjo.  ' 

Arcebispado  e  distrícto  administrativo  de 
Braga. 

O  abbade  de  S.  Barthoiomeu  de  Yilla^Có- 
va,  apresentava  in  solidum,  o  vigário,  que  ti- 
nha 60^000  réis  de  côngrua  e  o  pó  d'alur. 

É  terra  fbrtil.— Gado  e  caça. 

MONTE— freguezia,  Douro,  comarca  e  con- 
celho d' Amarante,  60  kilometros  ao  NE.  do 
Porto,  360  ao  N.  de  Lisboa,  140  fogos. 

Em  1757  tinha  104  fogos.  Orago  o  Salvador. 

Bispado  e  distrícto  administrativo  do  Por- 
to. 

O  real  padroado  apresentava  o  abbade^ 
que  tinha  480WOO  réis  de  rendimento. 

É  terra  muito  fértil— Gado  de  toda  a  qua- 
lidade, caça,  mel  e  cera. 

Foi  antigamente  do  concelho  de  Santa  Cruz 
de  Riba  Táméga. 


458 


MON 


MON 


Em  39  de  maio  de  1745,  entraram  na  egre- 
ja  de  S.  Salvador  do  Monte,  e  arrombando 
a  poru»  do  sacrário,  tiraram  d*elle  o  cibório 
de  prata,  qae  levaram,  espalhando  as  sagra- 
das particolas  pelo  altar,  e  pelo  chio,  achan- 
do se  nmas,  no  pires  das  galhetas,  oatras^ 
em  um  vazo,  e  uma  debaixo  da  pedra  d*ara. 

Levaram  também  as  ambnlas  dos  santos 
óleos»  qne  eram  de  estanho,  derramando  os 
óleos  sagrados»  sobre  as  mesmas  partículas 
sacrosantas. 

De  uma  imagem  da  Mae  de  Deus,  tiraram 
a  corda,  e  a  quebraram  com  grande  indeoen- 
cia,  depois  de  conhecerem  que  era  de  latão. 

Chegou  esta  noticia  á  cidade  do  Porto,  e 
logo  d'ella  sahiu  o  vigário  geral  com  alguns 
desembargadores  do  senado,  a  sindicar  do 
caso. 

A  iS  de  junho,  mandou  o  bispo  publi- 
car uma  pastoral,  para  que  na  Sé  d'aqnella 
cidade  se  fizessem  preces  com  o  Sacramento 
exposto  na  segunda  feira  25,  do  dito  mez,  e 
nos  dois  dias  seguintes»  e  nos  de  93, 23  e  24, 
em  todas  as  egrejas  d'esta  cidade,  e  seus  su- 
búrbios, como  também  nas  do  bispado  todo, 
depois  de  lhe  chegar  á  noticia  a  mesma  pas- 
toral. 

MONTE— Vide  S.  João  do  Mente,  pag.  414, 
col.  1.*,  do  S.""  vol. 

MONTK  (Nossa  Senhora  do)— na  fregue- 
zia  das  Cortes,  Extremadura,  comarca,  con- 
celho e  6  kilometros  ao  S.  de  Leiria  (a  pag. 
402,  do  2.*  vol.,  col.  1.*)— está  a  antiga  ca- 
pella  de  Nossa  Seuhora  do  Monte. 

São  duas  as  origens  dadas  a  esta  capella. 

Dizem  uns,  que  Diogo  Gil,  d*esta  fregue- 
xia,  pUoto,  ou  capitão  de  navio,  chegando  na 
sua  embarcação,  ás  costas  de  Vieira  e  S.  Pe- 
dro de  Mttél  (termo  de  Leiria),  em  uma  oc- 
casiâo  de  grande  temporal»  e  vendo*se  per- 
dido, invocou  o  patrocínio  da  Santíssima 
Virgem,  promettendo  edificar-lhe  uma  ca- 
pella, em  um  monte  d'esta  freguezia. 

O  navio  foi  a  pique,  sendo  elle  o  único  da 
tripulação  que  se  salvou;  e  cumpriu  a  sua 
promessa,  edificando  esta  capella,  no  anno 
de  1590,  sendo  bispo  de  Leiria,  D.  Braz  de 
Barros. 

Esta  capella  está  ao  pó  da  serra,  no  sitio 
«hamado— O  Pé  da  Cabeça  do  Bom  Dia. 


Dizem  outros,  que  o  fundador  doesta  ta- 
pella,  se  chamava  Diogo  Gil  Preto,  natnnl 
de  Lisboa,  thesoureiro  da  casa  de  Ceuta  (oa- 
tros  dizem,  que  thesoureiro-mór  do  rehio.) 
Em  uma  occasião,  em  que  tinha  de  dar  cot- 
tas  da  sua  gerência,  Caltaram-lhe  certos  ps; 
peis,  indispensáveis  para  isse,  pelo  qne  n 
não  pôde  dar  satisfatoriamente  e  foi  demK* 
tido.  Retirou-se  a  Leiria,  d*onde  era  sua  m* 
Iher,  e  como  era  muito  devoto  de  Hona  S^ 
nhora,  lhe  fez  voto  de  edificar  uma  capelh 
da  sua  invocação,  se  lhe  appareoessem  m 
documentos  perdidos.  Achou-os  com  efleilt^ 
e  prestou  as  suas  contas,  illibando  a  sua  eot- 
dncta;  pelo  qne  cumpriu  o  seu  voto,  no  dito 
anno  de  1550,  edificando  a  capella,  e  Jonto 
á  mesma,  uma  casa  e  horta,  para  nMddeMia 
de  um  ermitão  que  cuidasse  da  Senboni 
da  capella. 

Passou  depois  o  padroado  d'esta  capeH^ 
aos  Silvas,  de  Leiria,  herdeiros  de  Diogo  €11 
Preto. 

MONTE  (Nossa  Senhora  do  Monte,  oa  4a 
Cabeça)— Beira  Alta,  na  freguezia  de  Fomoi 
de  Maceira-Dão,  comarca  e  cono^ho  de  Mu- 
gnaide.  (pag.  12,  d'este  vol.,  exÀ,  2.*  e  p^. 
219,  coL  1.»  do  Z^) 

Junto  ao  mosteiro  que  foi  de  firades  ber 
nardos^  de  Maceira  Dão,  está  o  saoctoano 
de  Nossa  Senhora  do  MonUe,  situado  na  maior 
eminência  de  um  cabeço,  com  extensas  vli- 
tas. 

Chama-se  Nossa  Senhora  do  Monte,  para 
sua  posição— e  Nossa  Senhora  da  Gabela, 
por  ser  advogada  contra  ^  dores  de  cabe- 
ça.* 

0  seu  primeiro  nome,  foi  Santa  Maria  iú 
Monte. 

Consta  que  esta  antiga  capella,  foi  fonéi- 
da  pelos  frades  de  Maceira  Dão,  eraqnaoto 
benedictinos — isto  é--aotes  de  adoptarem  a 
regra  de  S.  Bernardo.  Sendo  assim,  é  esta  er- 
mida mais  antiga  do  que  a  nossa  monardiia; 
pois  em  tempo  de  D.  Affonso  Henriques,  foi 
que  o  abbade  João  Ciríta  introduziu  em  Por- 
tugal a  reforma  cisteriense. 

1  Pareceme  mais  provável,  que  o  nome 
de  Cabeça,  lhe  venha  também  por  estar  asna 
capella  edificada  na  cabeça,  ou  cabeço  de  um 
monte. 


um 

Diz  o  Sanctuario  Mariamno^  qae  mu  er- 
mida foi  edificada  no  aimo  900,  oa  aote»-^ 
e  qae  a  reforma  de  S.  Seraardo  eiilroan*e8- 
te  xQQSteiro,  pelos  asnos  de  mil  cento  e  tao* 
tos.  (JaJgo  que  foi  en  ái30.) 
,  Ató  i8J4»  viobam  os  religioac^  cantar  ama 
piisea  a  está  SenlMMra,  em  todos  os  sabt>a- 
dos  do.  apno.  Por  epie  Ucto,  sappoe-ae,  eom 
)mmis  Aindaroonto^  que  foi  aqui  o  primeiro 
locai  do  mosteira 

Faz-se-lhe  a  saa  festa  a  3  de  maio,  dia  de 
Santa  Graz ;  e  é  uma  romaria  muito  con- 
corrida da  todos  os  povos,  das  yisinhanças. 

Mesmo  fóJra  d'este  dia  vão  alli  muitos  ro- 
meiros, visitar  a  santa  imagem. 

O  mosteiro  fica  ao  O.  de  ViUa  (Jíarciay  e 
aicapella  ao  £, 

A  ermida  tem  soflrido  varias  reoonstrao- 
fdes :  é  muito  linda,  e  tem  capeiia-mór. 

MONTE  (Nossa  Senhora  do)~Traao8* 
Montes,  na  f^egoezia  á»  Doas-Egrejas,  co- 
marca, concelho  e  6  kilometree  ao  Q.  de  Mi- 
randa. 

(Vide  pag.  487,  col.  2.«,  do  2.*  vol) 

É  um  magesUieo  templo,  dos  bons  da  pro- 
víncia,  dedicado  á  Rainha  dos  anjos,  cuja 
imagem  é  objecte  de  grande  devoção  por 
estas  terras. 

Segando  a  lenda,  a  imagem  da  Senhora 
appareceu  sobre  ama  gésteúra  (a  qae  aqai 
dão  o  nome  de  escava)  a  ama  pastorinha  dii 
poocos  annos. 

A  poveação  e  a  egrejanutris,  dlntava  am 
kilonetro  do  sitio  onde  foi  achada  a  Santa 
imagem.  Ai^astorinha  deu  parte  do  appa-» 
reclmento  aos  povoe  da  aldeia,  que  todos 
correram  ao  monte,  e  levaram  a  Senhora 
em  procissão  para  a  egreja ;  mm  na  ma- 
fihan  segainte  havia  desappareeido,  e  M 
achada  no  logar  onde  a  primeira  vez  tinha 
sido  víeta. 

Resolveram  então  edifícar-lhe  um  lem* 
pio  n'aqaelle  monte,  ficando  o  altar-mór  so- 
bre a  mesma  escova  (gésteíra.) 

(]onft  a  parochia  ficou  com  dois  templos, 
se  ehamon  de  Duas-Bgrejas;  e  sendo  o  san- 
toarío  mais  vasto  e  nagestoso  do  que  a  an- 
tiga matriz,  se  veio  a  madar  para  elle  a  sé- 
4e  da  parochia.  * 

Bm  ama  parede.  Junto  ao  altar-inór,  ae 


MON 


m 


vé  ainda  hoje  pintada  ama  pastorinha,  em 
memoria  d'«qaella  a  quem  a  Senhora  a^pa*- 
reoea..  * 

Não  se  sabe  quando  eate  templo  foi  ediS* 
cado ;  só  se  sabe  que  é  muito  antigo^  e  íéi* 
da  muito  mais  o  ó  a  matriz  primilliva. 

Em  15  de  agosto  de  ifi65,  estando  a  di- 
zer missa  n'esta  egreja,  o  abbade  Gaspar 4i 
Sá,  vario  de  miitto  saber  e  cariéide,  oabia 
na  egreja  am  mio  qae  o  fnlminoa,  faU0BiBp 
do  iramediatamente. 

MONTE  (Nossa  Senhora  doHExtrBmadtt-» 
ra,  na  fregueaia  de  Priellas,  eoncel^Mi  doa 
Olivaes.  (Vide  vol.  3.*,  pag.  238,  col  i.*) 

Ao  E.  da  povoação,  está  o  aanluarloda 
Santissima  Virgem,  no  alto  de  um  cabânfip  # 
por  isso  se  lhe  dá  o  nome  de  Nossa  Senho- 
ra do  Monte. 

Foi  este  teipplo  .mandado  edificar  por  Lo- 
po de  Abrea,  no  meio  da  soa  qoiata  da  Ra- 
moda,  em  1579. 

Gomo  esta  capella  era  muito  pequena,  o 
mesmo  Lopo  de  Abreu  a  ampliou  em  1590, 
como  se  vé  da  seguinte  inscrípçio  qae  eetá 
sobre  a  porta  principal  da  ermida : 

GONDITOM  A  LUPO  DE  ABREU, 

BT  VIBOIVI  DBIPARAB  OK  MONTE  DICATWt 

ANNO  MOLXZIJÍL  AMPLIFIGATUM 

VERO  AB  IPSO  SUB  AG  FORMA, 

A5N0  MDXGtX 

Os  suocessores  de  Lopo  de  Abreu,  venlde- 
ram  esu  quinta  a  Miguel  de  Sousa  Ferrei« 
ra,  que  ficou  sendo  padroeiro  da  capella,  a» 
como  a  achasse  Já  bastante  arruinada,  an^ 
edificou,  quasi  desde  oe  fundamentos,  ma 
i6S6,  conservando  lhe  a  porueom  aíaeerf^ 
pção  antiga,  para  memoria  do  seu  tandador^ 
e  dos  annos  da  sua  consttticção  e  reedlflaa- 
ção.  ' 

É  esta  capella,  ainda  que  não  mallo^vas- 
ta,  de  boa  e  elegante  consnrttoção,  tento  à 
direita  uma  sofftível  sacristia,  com  amaifi* 
buna,  e  da  esquerda,  uma  casa  também  «óaí 
tribuna,  para  a  família  do  padroeira. 

O  tecto  da  capella  é  de  abelMidá,  e  tem 
cinco  retábulos  de  bella  pintura,  ailusivos» 
vida  de  Nossa  Senhora.       - 

Manuel  de  Sousa  Soares,  filho  deMIgoel 
de  Sousa  Fenreira,  mandou  eoUoearti^eM 


460 


MON 


MOK 


capeHa  dota  primorosos  qoadrc»  t  óleo,  «en-* 
do  mD^  éo*  naseimeDto  de*  Jesus  Christo,  e 
outro  da  adoração  dos  reis  magos.  Mandou 
lambem  forrar  de  belHssimos  acmlejos  a  ca- 
p«Hà-m4r.  (Bstes  aâulejos  fo^am  feitos  em 
Lisboa»  na  fabrica  de  António  de  Oliteira, 
6  irivalísam  eom  os  melhores  que  então  ti- 
item  da  Hofllanda.) 

•  8io  umbem  da  mesma  fabrica  e  manda- 
dos fáaer  pelo  mesmo  M^nuet  de  Sousa  Soa» 
res,  os  asulejos  que  revestem<  as  paredes  do 
corpo- da  igreja,  e  que  não  cedera  em  bel- 
toia  o  perftiQãa  de  desenho  aos  da  capeila- 
ffiór. 

Debaiso  dofpulplto  se  vé  a  inseripção  se- 
pônto: 

ESTA  ERMIDA  SE  COMEÇOU  A  REBPIRlCAft 

POR  BfANOEL  DE  SOUZA  FERREIRA, 

NO  ÁNNO  DE  1686,  E  A  ACABOU 

'  BK  PAiB%'  ssir  num,  maaobl 

DE  SOUSA  SOAREb,  NO  ANNO  IHI  i699, 

PEDE  UM  PADRE  NO^SO  E  UMA 

AYE-MARIA  PELAS  SUAS  ALMAS. 
■    '  •    '  » 

A  imagem  da  Senhora  é  de  formosa  escol' 
ptura,  e  tem  'i*>iÒ  de  altura,  fora  o  globo  e 
nuvens  com  seraphíns,  que  lhe  serve  de  pia- 
nba. 

Esta  imngem  fbi  mandada  fazer  pelo  ulti- 
mo reedificador  (Manoel  de  áouza  Soares). 
A  primitiva,  era  de  roca,  e  fui  recolhida  na 
sacristia. 

Houve  n*e8ta  eapella  um  erimitão,  chama- 
do Joio  die  Sanio  Aotonio,  que  morreu  com, 
Cuna  de  santo.  £«tà  «epultado  na  capeJla*; 
mér  da. ermida,  do  lad^ido  Evangelho,  pm 
aopujuwa  raxa^  tendo  na  tampa  (que  é  de 
pedra  Jióa)t  um  epitaphio^  com  a  data  do  seu 
faiieeimeaio. 

^.JBsta  templosinbo  ó  um  dos  maj^  ricos  e 
formosos  das  aldeias  portnguezas. 

Do  «sitio  ondD  está  edifleado  s^  vé  territó- 
rio 4o  IK  fregaezias,  que  sàO'— Fhellas,  Brx-, 
eoUaii^  Santo  Aj^tâo  do  Tojal,  Loures,  .Fa« 
«bÔe^i  Pivoa,  Odivellas,  Lumiar,  (k^marate, 
Appellaçâo»  «  AipeJOLoeira^  Qa. maior  parte 
d^eaias  fregueiuas  se  dtiie^^t^n)  d*aqQi  ias 
egr^as  paroeUdea.:  . 

MONTE^  (DUM  JESUS  iMO*-^nha<^amo- 
alsaime  âanotuario,  ediíkjido  no  ipqqtpi^e 
qoíà  tomou  o  Aome^  n<^díittici9.4a  fuegue- 


zia  de  Santa  Eulália  de  TenSes,  dois  kilome- 
tros  a  E.  N.  E.  de  Braga. 

Por  um  admirável  concurso  de  felixes  ôT" 
cunístanclaa,  ó  o  bom  jesus  do  monte,  incon*- 
testavelmente,  o  primeiro  Sanctuario  de  Por<* 
tdgal;  posto  que  a  sua  arefaiteetura  e  as  sua» 
estatuas,  nem  sempre  primem  em  con'ecçao9 
ó  comtudo,  um  riquíssimo  monumento  de- 
piedade  christan^  que  dá  hcttira  á  augusta 
Braga,  já  tão  honrada  e  célebre  por  tauio»- 
títulos  que  a  èbobrecem. 

Os  fundadores  d'este  sumptuosíssimo  San* 
ctuarto,  souberam  aproveitar  com  felicidade 
a  Íngreme  posição  do  monte,  cujo  ingresso 
facilitaram  com  uma  formosa  e  suava-  eeoa- 
daria,  orlada  de  frondoso  arvoredo,  variaa 
capellas  com  os  passos  da  paixão  do  Redem* 
ptor,  e  de  formosas  fontes  de  freeeas  e  ex- 
cellentes  aguae,  lagos  e  jardins  de  grande 
bellesa. 

Estas  capellas,  que  são  uniformes,  prin- 
cipiam á  raiz  do  monte,  e  chegam  até  ao  sea 
cume.  Os  factos  mais  notáveis  da  vida  de 
Jesus-Christo,  são  representados  por  figuras» 
em  vulto,  quasí  de  tamanho  natural,  tendo 
princípio  ao  fundo  da  avenida,  e  terminan- 
do no  altar-^nór  da  magesiosa  egreja,  pelik 
morte  do  Salvador,  na  Cruz. 

O  pensamento  que  prealdiu  a  esta  oon* 
strucção,  foi  sen  duvida  cheio  de  religião  <e 
poesia. 

O  viajante  que  subir  a  esta  encantador» 
ostanoia,  esquece,  á  vista  de  tantas  lòrmoau- 
vas,  todo  O  pensamento,  mundano,  e  seale-s» 
arrebatado  á  contemplação  das  coieas  da 
Cáu,  e  da  jmmenso  sicriido  do  Divlnc^lfar* 
lyr  dodolgotha; 

Que  impoorta  pois  que  nem  todas  estas  ar^ 
tiAciaes  formosuras  s^am  primores  d'arte^ 
se  a  naturaaa  e^a  piedade  o  fizeram  tão  bel«* 
lo  e  grandioso;  tão  cheio  de  encantos  e  de 
magestade? 


Eis  a  origem  d'€ste  notável  Sanctuario: 
•  Seado  arcebispo  de  Braga^  D.  Martinho  da 
Costa,  irtnão.  do  célebre  D.  Jorge  da  Cesta, 
cardeal  de  Aifedtiníia,  (vide  Alpeárn^ha^  a 
pag.  159  do  i/^^eLisboa,  a  pag.  87340  i.^^foL) 
mandou  edificar  no  alto  do  mfUe  BÂ^Mth 


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MON 


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46! 


uma  capeila,  dMieada  á  Santa  Groz,  no  an* 
DO  de  1494. 

Priocipiou  o  povo  de  Braga  e  daa  povoa* 
çdes  circAmyisiQhafl  a  ter  muita  devo^ 
com  esta  capeUa»  e  todos  os  amuís,  do  dia 
3  de  maio  (dia  da  Saota  Gtqz)  eonoorriam 
aqai  iaDumeraveis  rooiarías. 

Com  a  olorte  do  fmidador,  foi  resfriando 
a  devoção,  e  descurando^se  a  coDservação 
da  capella,  por  ser  em  um  ermo  agreoe  e 
desabrido,  e  poacos  annos  depois  estava  em 
rainas,  apezar  de  ter  apenas  28  annos  de 
existência,  u  que  prova  qae  a  sua  constroc- 
çao  era  poaco  solida,  e  de  maus  materiaes. 
'  D.  João  da  Guarda,  deão  da  Sé  de  Braga, 
vendo  este  abandono,  decidia  reedificar  a 
ermida,  em  É0S2. 

Consta  isto  de  uma  lapide  que  mandoa 
embeber  na  parede  áa  capella,  e  que  hoje 
está  no  muro  da  escadaria  do  monte,  cha- 
mada dã8  VirtudíS. 

Também  pela  morte  de  D.  João  da  Guar- 
da, afrouxou  a  devoção  do  povo,  e  pouco 
mais  de  um  século  depois,  estava  outra  vec 
a  er&iida'  arruinada. 

Pelos  anoos  de  1627,  alguns  devotos  re^ 
solveram,  reedificar  e  ampliar  a  antíga  ca- 
pella de  San^  Cruz,  com  as  offerias  que  fi- 
zeram e  com  as  esmolas' que  para  isto  soli« 
citaram  de  outros  devotos. 

Repararam  os  estragos  que  o  tempo  e  o 
abandono  tinham  causado  á  ermida,  orna* 
lasf-a  com  alfotas  novas,  collocaram  no  al- 
tar uma  imagem  de  Ja)Us  Cbristo^  e  insti- 
tuíram uma  conlraiia  (i58i)  encarregada 
éo:cuUo  divino  e  da  conservação,  do  iem* 
pio. 

Foi  então  mudada  a' antiga  invocação,  de 
Santa  Crut  na  de  Btm^  Jesus  do  Moníe. 

Também  o  monte  mudou  então  de  nome . 
Com»  vimos,  ohamava*se  originariamante 
Moniê  Espinho^  ^Depois  se-  chamou  Monte  de 
Santa  Cruz,  e  desde  qae  se  mudou  a  invo* 
cação  da  capella,!fiçou  também  tendo  o  mea- 
mo  nome-^ifeiile  do  Bom  ie$us  oo  Bom  Jé* 
jtis  do  Monte, 

A  confraria  do  Bom  Jesus  leaolVea  que 
esta  ermida  fosse  um  Sandnario  muito  con^ 
corrido  de  romaríaf,  e  por  isso  conoebeuj  um 
vasto  plano  de  ohras>  umas  destinadas  para 


aeeomodaçáo  da  confraria  e  agasalho  doa 
romeiros»  e  outras  para  aformoseamento  do 
sitio. 

Recorreu  por  diflerentes  modos  á  pieda- 
de doa  fieis;  mas,  posto  que  se  puderam  ob- 
ter iMstantes  e  avultadas  esmolas,  não  che- 
gavam estas  para  se  eflèctnarem  os  gran<« 
des  melhoramentos  que  a  confraria  em^ 
preheodera. 

Limitou- se  pois  a  construir,  junto  da  er- 
mida, um  edíÃsio,  a  que  deram  o  nome  de 
sala  grande^  para  alojamento  dos  irmãos  e 
peregrinos  que  fossem  visitar  a  capella;  e 
na  ladeira  do  monte  varias  eapellas  da  Pai" 
xão  e  Besêuireição  de  Jesus  Christo^  e  uma 
escadaria  de  pedra,  próxima  do  templo,  e 
na  parte  em  que  o  monte  era  de  mais  difii- 
eil  accesso,  que  é  do  O. 

Plantaram  arvores  e  fizeram  parediss  de 
buxo,  de  cada  lado  da  eeeadaria;  e  se  no- 
meou um  ermitão  que  aqoi  permanecesse, 
para  velar  na  conservação  e  aceio  do  tem- 
plo. 

Os  herdeiros  do  deão,  D.  João  da  Guari- 
da, que  foram  pouca  e  pouco  descuidando- 
se  da  ermida  de  Santa  Cruz  até  a  deixarem 
cahir  em  ruínas,  aseim  que  a  viram  recon- 
struída e  bem  ornada,  e  o  sitio  embeliezado 
com  casas,  eapellas»  arvoredos,  fontes  e  flo- 
res, as  romagens  novamente  a  conc<M'rerem 
ao  sitio,  e— principalmente— as  esmolas  a 
cahirem  na  bandeja  da  capella,  lembraram- 
se  de  reeviadfcr  a  posse  e  administração 
da  ermida,  qiae  voluntariamente  haviam 
abandonado;  allegando  que  devia  pertencer** 
lhes  como  herdeiros  do  fundador,  e  pelo  di- 
reitd  de  apresentação  como  abbades  que 
eram  da  freguesia  de  Santa  Eulália  de-Te- 
Qões,  annexa  á  digeádade  de  deão  da. Sé  do 
Braga,  e.no  distrieto  da  qual  ficava  o  San«> 
toaria 

A  confraria  resistiu  a  esta  absurda  pre« 
ten^»  allegando  que  quando  tomara  posse 
da  ermida  a  achou  abandonada  e  em  rui<« 
nas,  o  que  a  sua  reconstrucção,  ornamento 
e  aifaias».  Item  ^mo.  as  mais  edifieaçoes  ò 
afwmoseamentos^  eram  somente  devidos  a* 
zelo  e  sollieítQde  da  confraria. 

O  deão  não  se  deu  por  convencido  d'eslas 
jxiatiaaitttaâ  allegi^es^  e  paz  aos.  irmãos  uma 


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demaoda,  que  foi  moito  renhida;  mas^  vea- 
^  a  eoBÍraria  (|oie  se  empenhava  eom  o 
€Q8teamento  do  pleito,  e  que  o  sea  adversário 
áispQoha  simaltaDeataeme  de  grandes  meios 
peonniark»  e  de  moita  infiaencia,  desistiu 
da  demanda,  e  entregou  ao  deão,  Francisco 
Pereira  da  Silva,  a  eapelia  cem  todas  as  snaa 
pertenças. 

O  aceio  e  a  devoção  do  templo  foram  em 
triste  declinação;  perqoe  o  deão  só  corava 
de  receber  as  esmolas  e  offertas,  e  nada  lhe 
Importava  qoe  a  eapelia,  peia  terceira  vez, 
eahisse  em  raina& 

Os  fieis,  vendo  a  ambição  do  novo  padroei;- 
fo,  foram  pooco  e  pooco  abandonando  a 
eapelia,  e^  em  i7Í0,  estavam  qoasi  extinctas 
aa  romarias. 

Então  o  desembargador,  joiz  dos  resldoos 
«  capèlias,  resolveu  salvar  o  Sanctoario  da 
terceira  roina  qoe  lhe  estava  immineate. 
Convocou  a  confiaria  a  oma  reoniao;  fea 
qoe  se  elegesse  nova  mesa,  composta  de 
pessoas  aoctorisadas  e  bemqoistas,  e  em  se- 
gnfda  poz  demanda  ao  deão*-e,  no  fim  de 
dois  anoos  de  obstinada  demanda,  ainda  el* 
la  promettia  durar  por  muito  tempo;  porém 
o  arcebispo,  D.  Rodrigo  de  Moova  Telles  lhe 
poz  termo,  por  orna  provisão,  de  7  de  jonho 
de  i7n,  que  ordenava  lhe  fosse  devolvida 
a  eleição  da  mesa  da  conlk^aria,  e  na  mesma 
provisão  se  declarou  joiz  d'elia,  e  nomeoo 
pára  mesarios  vários  oonego»  da  soa  Sé,  e 
outras  pessoas  respeitáveis,  li  Braga. 

Bata  sábia  e  enérgica  provMenela  fez  por 
uma  vez  terminar  o  pleito,  assignando-se  no 
dia  30  do  mesmo  mez  e  anne,  umaescri- 
ptura  publica,  pela  qoal  o  ambicioso  deão 
desistia  por  si,  e  em  nome  dos  seus  suecas- 
sores,  de  todos  e  qnaesqoer  direitos  que  pu- 
desse ter  sobre  as  diversas  propriedades, 
que  pertenciam  ao  Sanctoario,  com  a  reser- 
va de  um  foro  de  duas  galUnhas  para  o  deão, 
e  300  réis  para  o  vigário  de  Tendes,  annual- 
mente. 

Como  um  reconhecimento  dos  seus  preten- 
didos direitos,  quiz  o  deão  que  também  lhe 
ficas«e  reservado  o  direito  de  escolher  o  er» 
mitão   entre   três  nomes  propostos  pela 


Bata  eaeriptura  de  transacção  foi  Julgada 


por  sentença  logo  no  mez  de  agosto,  e  foi 
confirmada  pelo  papa,  em  4  de  setembro  da 
Í7S4. 

Nem  assim  terminaram  aa  ambições  ia- 
justas^  e  absurdas  pretenç9e& 

Em  1759,  o  vigário  de  Santa  Eulália  de 
Tenões,  querendo  fazer  valer  os  seus  direis 
tot  parochiaes,  pretendeu  arrogar  a  si  a  es- 
colha dos  capellães  e  aoolytos,  e  a  superiu^ 
tendência  nas  missas. 

Correu  sobre  isto  demanda  no  tribuna 
da  legaéía,  que  proferiu  sentença  a  favor  da 
irmandade,  como  única  padroeira  do  Bapi 
Jesus  do  Monie. 

O  arcebispo  D.  Rodrigo  de  Moura  Telles 
não  se  limitou  ao  papel  de  pacificador,  e  re- 
solveu ser  o  principal  protector  d'este  San-, 
ctuario. 

No  mesmo  anuo  de  i7tt  deu  principio  a 
novas  e  mais  vastas  e  magestosas  obras,  to- 
go que  assumiu  o  juizado  da  confraria. 

Demoliu  a  ermida  do  Bom  Jesus,  e  edifi- 
cou uma  vasta  egreja,  de  forma  cireul»> 
coroada  de  balaustrada,  eom  varias  figuras 
de  anjos  acompanhando  os  instrumentos  da 
Paluo,  no  centro  de  um  espaçoso  adro. 
Conclniu-se  esta  egreja  em  I7S5.   . 

Oceopava  o  terreiro  onde  hofe  está  a  eas» 
cata,  e  foi  demolida  quando  se  edificou  o 
templo  actual. 

O  mesmo  prelado  reedificou  as  eapelias 
da  Paixão,  que  estavam  no  dorso  do  mon- 
te, eommunieande  umas  com  outras  por 
caminhos  bem  traçados,  amplos,  e  com  soa- 
ye  declive.  Comprou  varias  devesas  para 
arredondar  a  cerca  do  sanetuarlo,  qna 
mandou  cercar  de  muro.  Erigiu  na  raiz  do 
monte  o  pórtico  que  dá  entrada  para  a  gran- 
de avenida  que  condoa  ao  templo. 

Construiu  diversas  fontes.  Abriu  uma  boa 
estrada  para  o  Sanctoario,  ^or  onde  apenas 
até  então  havia  estreitos  e  tortuosos  carrel* 
ros,  por  terrenos  cheios  de  fragas  e  quebra- 
das. (Esta  estrada  foi  depois  da  morte  de  D. 
Rodrigo  Ião  descurada,  que  chegou  ao  es- 
tado de  ruína  mais  lamentável.) 

Este  beaemeilto  arcebispo,  fUleceu  em 
1798;  mas  as  obras  do  aanctuario  não  pa- 
raram, pois  que  a  confkwia  as  eonthiuoa 
I  com  graiide  zelo eforvor, oecoirendo ao saa 


i 


MON 


MOM 


463 


eàsteameato  com  muitos  e  valíoaos  legados, 
«  eom  âVQludas  esmolas  gue  os  devotos  da- 
yam  eoMtantemeate  para  ellas;  seodo  ama 
das  maiores;  dois  eontos  de  réis,  qae  o  mes- 
mo pregado  deixou  á  eonfraria,  em  testa- 
mento. 

Manae)  RebeHo  da  Cosia,  foi  também  am 
dos  maiores  bemfèitores  do  sanctuariò,  eoa- 
tribuindo  por  varias  vezes  eom  grandes 
^[uaotias  para  as  obras;  e  ponfae  admiáis- 
trando  a  confraria  desde  i749,  até  1771  (em 
^e  falleeeu),  o  fez  eom  grande  zelo  e  eeo- 
fiomia. 

Inoto  â  foBte  de  S.  Kareos,  no  terreiro  dos 
•etangelútasy  está  uma  lapide  com  uma  In* 
Serip^  que  commemora  o  seu  nome  e  os 
iprandes  serviços  que  fez  ao  sànetuario. 


Sueeedeu  na  mitm  primacial  de  Braga,  D. 
Gaspar  de  Bragança,  filho  legitimado  de  D. 
Joio  y,  que  foi  tio  devoto  para  com  o  Bom 
Jesus  do  Monte  e  tio  liberal,  como  D.  Rodri- 
go, tomandose  este  príncipe,  um  dos  maio* 
res  bemfèitores  do  sanctuariò,  tanto  pelos 
f  randes  donativos  que  lhe  fez,  como  pdas 
muitas  graças  espirítuaes  que  lhe  alcançou 
do  Snmmo  Pontífice. 

'  Sob  o  seu  governo,  e  por  seu  impulso,  se 
fizeram  muitas  constru(5ções  e  importantes 
-aformoseamentos;  porém,  a  principal,  pela 
^grandeza  do  commettimento,  pelo  realce  que 
deu  ao  sanctuariò  e  também  por  ser  a  obra 
de  melhor  gosto  que  alli  se  vé,  foi  o  templo 
actual,  que  nao  chegou  a  vér  acabado-,  pois 
faHecen  em  1789,  quando  os  trabalhos  ape- 
nas contavam  cinco  annos  de  duração. 

Outro  serviço  deve  o  sanctuariò  a  este 
príncipe,  não  menos  importante,  se  não  de 
maior  alcance^íbi,  obter  do  papa  Clemente 
XIY,  em  1773,  três  bulias  de  vários  privilé- 
gios para  o  templo,  e  de  graças  espirimaes^ 
para  todos  os  devotos,  que^  confessados  e 
commungados,  o  visitassem  e  n'elle  oi^aseem, 
-em  determmados  dias  do  aono. 

fi  verdade  que  foi  negado  o  exequcAaf  a 
-estas  bulias,  com  diversos  protestos^  entre 
os  quaes  figuram  o  da  confraria  levar  em 
vista  interesses  pecuniários,  e  serem  em  pre- 
juízo da  búUa  da  Santa  Chrmzaâa. 


Depoia  do  variu  ohjeeçdes  e  passados  vin- 
co annos,  conseguiu  a  confraria  o  régio 
apraz-fn$^  ás  primehras  bulias  e  a  outras;8]ib- 
sequentes  de  novas  indulgências. 

Celebron«se  em  Braga,  a  publicação  d'ea* 
tas  bulias,  com  uma  sumptuosa  proeissão^ 
que  fleott  em  memoria  por  muitos  annos. 

Desde  então  estendeu -se  por  toda  a  pro<» 
vincta  do  Minho,  a  devoção  ao  BomJêsw  do 
MotUe. 

A  bonsorreaeia  dos  romeiros  augmentoa 
de  dia  para  diai,  e  raríssimas  occasidés  se 
vae  a  este  sitio,  que  se  não  encontrem  visi- 
tantes. 

Nee  diAs  de  indulgências»  o  concurso  é 
enorme  e  vem  de  terras  muito  distantes;  e 
que  enchem  as  caixas,  das  esmolas,  cottocsa 
daa  em  differentee  pontos  do  monte^  e  com 
as  quaes  e  com  os  legados,  rendas  e  fóroe» 
jóias  e  Juros  de  capitães  mutuados,  se  tem 
feito  constantemente  vários  melhoramentoa 
no  templo  e  dependências. 

Em  20  de  março  de  1809,  as  hordas  fran* 
eeias,  commandadas  pelo  tooz  Soult  (cpio 
Bonaparte  fizera  duque  de  Dalmácia)  entram 
em  Braga,  e  entre  as  muitas  devastaçSeft 
e  roubos  que  alli  fizeram,  também  dea* 
traíram  muitas  obras  do  Bom  Jesus  do  Moo* 
te,  ficando  as  hospedarias  quasi  arrasadas; 
mas,  depois  da  expnlsão  d'esles  canibaee,  a 
confraria  reedificou  tudo,  ainda  com  maia 
perfeição  do  que  estava  antigamente^  e  au- 
gmentando  o  numero  daa  hospedarias. 

As  principaes  festas  que  se  fazem  aqui» 
são — nos  quatro  primeiros  domingos  de  quã* 
resma — domingo  de  Bamos— Paaehoa  da 
Res8nrreição^Ascen0o— Paschoa  do  Espi- 
rita Santo  (que  é  a  principal)— Dia  de  Cor- 
pus Christí— invenção  de  Santa  Crui  (a  3  de 
maio)— S.  Pedro  (a  29  de  junho)— thumpbo 
de  Santa  Cruz  (a  16  de  julho)— S.  Thiago  (a . 
25  de  julho)— Assun^pção  de  Nossa  Senhora 
(a  15  de  agosto)  —Natividade  da  Santíssima 
Yifgem  (a  8  de  setembro)— Exaltação  da 
Santa  Cruz  (a  14  de  setembro)  e,  fiaalmente, 
em  dia  de  todos  os  Santos^  no  l.«  de  novem- 
bro. 

Para  o  serviço  do  culto  divino,  tem  o  san- 
ctuariò-três  capellães  permanentes— um 
sachrístão  e  um  ermitão. 


464 


MON 


A  atdmhiistratSo  está  a  earga  de  «ma  ]an- 
U  de  depaudos  e  dâ  mesa. 

Bsia  Janu  -é  composta  de  i7  membro»-* 
13  qae  constiloem  a  mesa,  e  4  irmãos»  elei- 
tos d^entre  os  qae  pertencerem  á  mesa  do 
asno  antecedente. 

Os  13  membros  da  mesa,  táem  os  segoin? 
tes  titolos  e  cargos— ^ts  da  c&nfrarior-HMr' 
lPf'«rio — secreíario — mniêtro  do  cúUo  dwi" 
MO — vedor  da  fazenda — vedor  das  obras-^ 
thêwwr^o  da  confrarior^^ketcurêíro  do$  le- 
gados (do  arcebispo,  D.  Rodrigo  de  Moara 
Telles  e  de  José  Pereira  Ferraz)  ^^zelador 
das  esmollas — zelador  das  estampas  e  das 
medidas  do  corpo  e  do  braço,  da  imagem  do 
Bom  Jesw^^proeurador  da  confraria^^mor* 
àomo  do  tempUh'^  mordomo  dias  capellas. 

A  mesa  é  eleita  todos  os  annos,  pela  janta 
da  confraria. 


Ergae-se  a  montanha  do  sanetoario,  a  % 
6  meio  kilometros  a  £.  de  Braga,  entre  ou- 
tras serras  qae  rodeiam  os  viçosos  campos 
qae  se  ostentam  em  volta  da  cidade. 

Estendesse  a  montanha,  com  saave  pen- 
dor, até  à  roa  da  Régaa;  porém  só  se  dá  o 
nome  de  Jftmto  do  Bom  Jesus,  desde  o  prtn* 
eípio  Inferior  das  escadas,  onde  se  vé  oma> 
gestoso  pórtico,  para  ci«id. 

Conduz  ao  pórtico,  entre  dois  tanques  de 
algaa  corrente,  uma  escada  de  12  degraus, 
e  em  frente  está  um  tenreiro,  do  uns  cem 
melros  de  comprido,  onde  se  vêem  duas  bo- 
nitas pyfamides  de  granito. 

O  pórtico  tem  7i^  d'alto  e  3-50  de  lar- 
gura. No  focho  do  arco  se  Té  o  brazão  d'ar'- 
mas  do  fundador,  o  arcebispo  D.  Rodrigo 
de  Moura  Telles;  e  na  parte  superior,  a  cnu 
archiepiscopal,  enti^  quatro^  pyramides  e 
dois  globos,  sobre  bonitas  peanhas. 

Doas  inserlpçòes,  gravadas  nos  oanhaes^ 
eOmmemoram  o  anuo  da  reedificai;^'  do 
Sanetuario  (17S3)  e  o  nome  d^aqueHe  pre- 
lado, que  foi  o  reediflador. 

Transpondo  o  limiar  do  portko;  e  perto 

t  José  Pereira  Ferraz^  deixou  s^o  Bom  Je- 
sus, um  legado  de  quatro  onutos  de  réis,  com 
varias  disposições  e  obrigações. 


MON 

d'elle,  se  encontram  duas  eapeUas^  uma  de 
cada  lado,  e  a  par  d'eUas  duas  fòolesw  A  ca- 
pelia  da  direita,  representa  a  eéa  de  Jesus* 
Christo,  6  quando  elie  instituiu  o  saoramen-* 
to  da  Eueharialia.— A  da  esquerda  represea« 
ta  o  horto  de  Gethsemane,  no  monte  Olivét^ 
em  que  está  Jesus-Ghrislo  orando  e  os  após- 
tolos donnindo.  Cada  capeila  tem  uma  íq- 
scripçao  em  latim,  allosiva  ao  assumpto  que 
D'ella  está  figurado,  tirada  dos  Evange^ 
lhos. 

As  fontes  são  ornadas  com  emblemas  das 
divindades  mythologicas,  ás  quaes  esiáo  de- 
dicadas, e  eujo  nome  se  vé  gravado  em  mia 
urja.  . 

Esta  mistura  do  sagrado  com  o  fabolose 
era  ainda  moda  quando  se  fizeram  as  reedl* 
flcações. 

Se  este  pórtico  oào  é  um  primor  de  archi- 
tectura,  suppre«lhe  a  hellexa  da  omamenta- 
fio,  as  íormosaras  da  natureza,  e  a  (resea 
sombra  de  gigantescos  plátanos  e  carvalho^ 
que  se  debruçam  sobre  a  cantaria.  • 

Do  pórtico,  vae  subindo  a  avenida,  pela 
encosta  do  monte,  em  linha  recta  até  á  3.* 
capeila,  e  depois,  em  zigue-zague,  até  4  i.* 
escadaria,  chamada  dos  cinco  sentidos» 

A  avenida  é  magestosa  e  bella,  pela  aua 
muita  largura,  pelo  copado  arvoredo  qoe  a 
assombra  dos  dois  lados»  e  pela  apramd 
vista  da  matta,  que  reveste  o.  monte. 

Nos  legares  em  que  a  avenida,  desoreven» 
do  os  ziguesf^zaguea,  forma  os  ângulos,  er- 
gtte«se  uma  capeila,  e  ao  lado  d'esta,  no  mesr 
mo  patim,  uma  fonte. 

Todas  as  capellaada  avenida  (oito)  sae 
perfeitamente  eguaes  na  architectura»  cosna 
a»  duas  a  par  do  pórtico-- isto  ó — quadra- 
das, e  de  abobada»  em  vértice. 

Na  3.»  capeila*  estão  figuradas,  a  traiçie 
de  Judas  e  a  priífio  de  Jesus  Christo.— A  fon- 
te que  está  contigua,  é  dedicada  a  Diana,  e 
lem  esculpidas  na  pedra  as  divisas  d*eata  di- 
vindade. 

A  4.*  capeila»  repreeenta  o  pretório  deP^ 
latos,  onde  Jesus^Úbristo,  prezo  á  columua» 
foi  açoitado.  E91  firenta  está  a  fonte  de  Mar- 
te, oom  os  seus  emUemas  guerreiros.  . 

A  5.*,  representa,  também  no  pretório^ 
Jesus-Christo,  depois  de  flagelado,  senlad^ 


MON 


HON 


M^ 


e  com  â  corta  de  esplnbos,  o  manto  eQcar* 
Bado  o  tuna  cana  verde  na  mio. 

A  esta  eapella  corresponde  a  fonte  de  Ifor* 
cnrio. 

'  A  6.%  representa  a  varanda  de  Pilaloá^  è 
eate  apresentando  Jesns-Càristo  ao  pOvo,  com 
as  palavras — evce  homo. 

A  fonte  correspondente,  é  dedicada  a  Sa- 
turno. 

'  A  7.*,  é  Jesus  Ciiriâto  caminhando  para  o 
Calvário,  com  a  cruz  ás  costas.  Junto  d'ella 
está  a  foDte  de  Júpiter. 

A  8.*  representa  a  cmeifieaçao  de  Jesus- 
€hristo. 

Todas  as  figuras  que  se  vêem  n*estas  ca- 
pellas,  são  de  estatura  natural  e  feitas  de 
barro  cosido;  mas  de  pouco  merecimento 
artistico,  tanto  na  esculptura  como  na  pin- 
tura. Os  vestidos,  na  sua  maior  parte,  são 
Impróprios,  por  anachronieos. 

Muitas  das  estatuas  dos  farizens  estio  mu- 
tiladas, pelas  pedras  que  os  visitantes  lhes 
arremeçam,  julgando  fazer  uma  obra  meri- 
tória. 

Finaiisa  a  avenida,  na  8.*  eapella. 

D*ahi  para  eima^  até  â  coroa  do  monte, 
sobem  as  grandes  escadarias^  decoradas  de 
fontes  e  de  estatuas. 

A  i.*  escadaria,  chamada  dos  cinco  $efUi- 
4o$y  compõe*se  de  20  lanços^  cada  um  de 
nove  degraus  —  dez  lanços,  correndo  dois  a 
dois,  a  encontrarem-se  no  mesmo  patamar, 
a  os  omros  dez,  seguindo  direcção  desen- 
ocmtrada  doestes;  terminando  cada  um  em 
een  patamar. 

Á  entrada  da  escadaria,  dividindo  os  dois 
iirimeiros  lanços,  está  a  fonte  das  Cinco  Cha- 
gas; assim  denominada,  por  iançar  a  agoa 
por  cinco  fendas,  similhantes  ás  chagas  de 
Jesus-Gbristo.  È  decorada  por  muitos  orna- 
los  architectonicQfl^  e  os  dados,  a  túnica,  o 
cálix  e  os  instrumentos  da  Paixão,  esouljpí* 
dos  na  pedra. 

Nas  cinco  paredes  centraes  eorresponden- 
les  aos  lanços  que  estio  no  mesmo  patamar, 
estão  cioco  fontes,  ornamentadas  e  com  ver- 
jienlos  e  aiegoiias,  alluaivas  Sk  cada  um  dos 
flineo  sentidos  do  home».  A  d*esta  cúrciim* 
itaneia,  que  a  escadaria  úroík;^  nome. 

Yé-se  ein  cada  fonte»  meio  corpo  buma- 


OD,  emreléyo,  eaUndo  a  agoa  pelos  olhos, 
pelos  ouvidos,  pelo  nariz,  pela  bocea,  el&, 
segundo  o  sentido  que  a  flgnra  representa. 

•Sobre  as  fontes,  ievantam-se  outras  tan* 
tas  estatuas,  e  aos  lados  doestas,  vasos  ou 
umas. 

As  paredes  dos  lanços  leleraes^  são  coroa- 
das também  com  estatuas  no  centro,  e  va* 
SOS  nas  extremidades.  As  estatuas  represen- 
tam (principiando  de  baixo)  o  pastor  pn^- 
deiUe^Moysés — o  propheía  J^remias-^^Idi' 
thun^  o  tocador  de  cythara^David-^a  espo^ 
sá  dos  Cantares  (uma  mulher  tocando  lyra 
—  symbolisando  a  egreja  de  Jesus  Ghristo) 
o  varão  sabio^Noá^Sunamtes,  abraçando 
uma  palmebra—Jofé  do  EntfP^o-^onatíuu^^ 
Esdras  —  Salomão  —  o  prõpheta  Isaias-^e 
Isaac. 

Vão  acompanhando  a  escadaria  por  ^• 
bos  os  ladosy  pequenos  jardios»  em  sucal- 
cos,  d'onde  se  debruçam  acácias  e  outras 
arvores»  que  dão  sombra  ás  escadas. 

Esta  escadaria  é  obra  do  arcebispo,  D. 
Rodrigo  de  Moura  Telles. 

Todas  as  estatuas  são  de  granito  e  colosi» 
sae$s  tendo  douradas  as  cercaduras  dos  ves* 
tidos,  as  faxas  que  lhes  apertam  as  cinturas^ 
os.  diademas  e  outros  ornatos  que  lhes  cin* 
gem  as  fhmtes»  os  septros,  lanças  e  outras 
armas  que  impunham.  ^ 

1  Não  é  só  no  Bom  Jesus  do  Monte  que 
houve  o  máo  gosto  de  adornar  as  estatuas 
com  arrebiques  impróprios.  Em  muitas  po- 
voações  da  província  do  Minho,  e  até  na  ci« 
dade  do  Porto,  a  segmuda  do  reino,  e  onde 
ha  um  academia  das  bellas  artes,  se  vêem 
cobertas  de  douraduras,  as  estatuas  que  de- 
coram o  magnifico  templo  da  Trindade. 
(Pois  aqui  não  era  predso,  como  em  fira* 
ga,  encobrir  com  garridices  absurdas  as  im- 
perfeições da  esculptura.)  Ainda  no  Porto 
se  vêem  outras  imagens  de  pedra,  desfigu- 
radas com  dourados  e  grosseiras  pinturas» 
nos  frontespicios  de  varias  egrejas.  Não  de- 
vera porém  os  lisbonense»  rir-se  d'estes  dis» 
parates.  Também  aqui  temos  em  Lisboa,  em 
todas  as  egrejas,  imagens  de  santos,  quê  vi- 
veram na  penitencia  e  pobreza  voluntária, 
andando  apenas  vestidos  de  áspero  burel  ou 
grosseira  estamenha,  ostentando  riquíssimos 
dourados  posthumosl 

Vemos  as  naves  magestosas  do  venerando 
templo  da  Sé  cathedral,  desfiguradas  com 
uma  prosaica  camada  de  gesso,  e  suas  ve* 


46« 


MON 


Áesoadaorifl  dos  Cinco Sentíiof  M«6gi» 
a  4â8  Três  Vitiudes^  melteBdo*86  apenas  ó» 
penneio,  am  pequeno  terreno  qnadranfa- 
laor,  com  assentos,  e,  sobre  as  paredes  qwe  o 
eeream,  vasos  e  pyramides. 

Esta  seganda  escadaria,  é  egnal  á  pri- 
meira, na  constmcção;  porém  mais  peque- 
nu  Conta  it  lanços,  3  fontes  e  9  esutnas. 
A  i.«  fonte  se  denomina  da  Fé;  tem  escul- 
pida na  pedra,  a  Cruz  sobre  o  Calvário.  As 
outras  três  estatuas  que  lhe  correspondem, 
8io-*«  da  Fé^  sobre  a  fonCe-^  aos  lados  a 
dá  Docilidade  e  a  da  Cmfisêãõ. 

A  8.*  fonte,  é  a  da  Esperanfa^  symtooUsa* 
da  na  Arca  de  Noé,  pousada  no  cume  da 
montanba.  A  estatua  superior,  Bgura  a  Es- 
perança^  e  as  lateraes,  a  Confiança  e  a  Glo* 
ria. 

A  3*  fonte,  é  chamada  Sa  Caridade,  Por 
alegoria,  dois  meninos,  segurando  um  cora» 
fio,  e  por  oorfta,  a  estatua  da  Caridade 
(uma  mulher  com  duas  crea&ças  nos  bra> 

ÇêS.) 

As  estatuas  dos  lados»  symbellsam  a  Fm 
e  a  Benignidade. 

Também  acompanham  esta  escadaria,  de 
imbos  os  lados,  pequenos  .jardins,  em  su* 
mJcos,  alguns  d'ene8  com  seus  lagos  de  re* 
pQcho  perenne,  e  oem  seus  port5es  de  lér* 
ro,  para  os  patamares. 

No  patim  do  3.*  lanço,  estão  duas  capei- 
las,  de  coDStrucçao  dífferente  das  da  aveni- 
da. A  da  esquerda  é  dedicada  a  S.  Pedro, 
6  a  da  direita,  a  Santa  Maria  Magdalena. 

Acham^se  embebidas  nas  paredes  d*este 
3.*  lanço  da  escadaria,  um  brazào  d*aTmas 
e  três  lapides  com  iascripções.  O  brazão  é 
do  arcebispo,  D.  lorge  da  Costa»  e  perten- 


tustas  columnas,  que  os  séculos  respeita- 
ram, sarapintadas  com  óca  e  roxo  terra! 

Vemos  a  egreja  musárabe  da  Conceição- 
Velha,  com  um  chato  e  deslavado  frontão 
de  architeclura  pomMina-^e  o  manuelÍBe 
e  venerando  templo  dos  leronymos  com  uma 
eapellamér  de  ordem  jeeuUicat 

Aqui  mesmo,  na  o(yrte  de  um  reino,  fre- 
quentemente visitada  por  estrangeiros,  e  á 
nce  de  tantos  estabelecimentos  flctemifléoi, 
se  admiram  muitas  d'estas  invenções  ere- 
eonstrucçdes  hybridas^  anachronieas  e  êu- 
ptratadas» 


MON 

eea  á  prioMira'  ea|^ia  que  houve  n'est» 
monte,  mandada  ediicar  por  eaie  prelada 
Foi  adiado  este  faraiãe^  nas  escavações  dos- 
alicerces  de  obras  que  alii  se  fizeram  ena 
i839,  sendo  presidente,  o  abbaie  de  llaxi- 
minoe,  Joaquim  da  Motia  Gardoeo.  A  o  qm^ 
declara  uma  das  tree  ánsortpções.  A 1*  dis:: 

sstà:  borkja:  b  câpbllà  iiÃ- 

oou  faesb:  o  proto-notairo 

d5:  joa:  da:  guarda:  data 

de:  braga:  e  lambguo: 

DO  conselho:  ds:  kl-rbi: 

gonhb  falatimo:  for  sua  di- 

VAÇÃ:  A  x6  d:  DO  mez:  db: 

setembro  DO  ano:  d  iõ22. 

Logo  abaixo  d*estay  se  segue  a  3.*,  qu^ 
diz: 

INDICA  A  REBDinCAÇAO  DA  2.*  CAPSIXA 
EM  i522,  QUB  POÍ  ABOLmA  NO  TBUFO 
DB  D.  BODRIOO  DB  MOURA  B  TBUiBS 
EM  Í72S. 

ANHO  DE  1839. 

Vé-se  pois  que  a  escadaria  das  3V»-FSr^ 
tiiãe$y  é  de  eonstrucção  moderna. 

As  suas  estamas^  nio  sendo  de  nómada 
perfeição,  são  de  melhor  esculptura  do  qM 
IS  da  1.^  escadaria ;  mas  também,  cobm  aa 
outras,  teem  as  suas  knpropriissimas  doo* 
raduras. 

A  capella  de  S.  Pedro,  é  de  abobada.  Por 
ofma  está  um  terreiro  arborisado,  no 
do  qual  se  vé  a  esutua,  equestre,  de 
guinhoiy  de  proporções  maiores  do  qna  o 
natural,  t  admirável  por  ser  um  monomea- 
to  mottolythico— 4Slo  é,  de  uma  s6  pedra,  da 
granito,  cavaileíre  e  «avaUo. 

Tem  por  base  um  elevado  pedestal,  qva 
assenta  sobre  um  ffrande  rochedo,  •quasi  %»- 
do  soterrado,  defacando  apenas  vér  a  pana 
superior.  LonguiniiOB  está  vestido  de  gum> 
reiro  romano,  armado  de  capacete,  lança  # 
broquel  (escudo.)*  A  sua  eseulplsra  4  aa 
gèsio  da  das  outras  figuras  da  avenii 
te  é— de  má  eiecu^. 

Esta  estaiua  equestre,  fèi  mandada 
e  dada  ao  samuavlo,  per  o  batsharel  'LÉtat 
José  de  GasM  Gomes  do  €iouto^«m  1M9^ 
eui  «umpriaeflto  de  um  wAe. 


MOK 


Mm 


467 


Condiiz  a  «Beadaria  4u  lYn  Viftude$y  lo 
terreiro  da  Cageaiay  qne  é  drcnlar,  e«pai(4H 
so  «  goaiiMieMo  de  assentos. 

A  cascata,  qoe  está  em  eorrespODâsnsia 
eom  as  fontes  da^  esoadarías,  está  dentro  de 
um  areo,  és  boa  arcbiteeiíita,  coroado  pela 
estatua  de  Moysés,  ne  acto  de  fetir  o  roche- 
do, com  a  vara,  para  fazer  brotar  agoa. 

Decoram  as  paredes  kilearaes,  pilastras  e 
urnas. 

A  agoa  da  cascata,  sabe  do  peito  de  nm 
pelicano,  cahindo  sobre  três  taças,  das  qnaes, 
trasbordando,  férma  a  cascata^  cuja  agua 
cabe  em  imi  tago,  quasA  ao  nível  do  terreiro. 

D*este  terreiro  se  sobem  qnatre  escadas 
—duas  semi  circulares,  que  vão  torneando 
a  mesma  esseaia,  e  ooodtzem  ao  adro  do 
tem^.  A  3.*,  q«s  prtneipiB  no  iodo  esqoer- 
do,  e  leva  á  eapella  do  descimento  da  Crus 
-«^  a  4.%  que  se  dirige  para  a  «direita»  coo* 
duz  á  eapella  ák  «teva^io  ik  Ous,  e  é  egnal 
na  fobriea  á  antecedente,  e  onde  se  vá  re- 
presentado, no  aao  de  se  arvorar  no  Calvá- 
rio, a  eraz  em  que  Jesus  Gbristo  está  pre- 

giío. 

O  typo  áa  capeila  de  descimento,  indiea 
'O  paeso  qne  esiá  interiormente  figurado,  io- 
^9é-éb  Arimatbeia  e  IliloodeiÉo^  estão  no  al- 
io 4a  escada,  despregando  o  Salvndor,  e  jun- 
te 4a  cruz,  esiio^  Nossa  Senbora  da  Soleda- 
de, Sanu  Maria  Magdaleoa  e  S.  Joio  fimi- 
gelista,  as  três  Marias,  ^  os  quatro  servos 
dos  prepbetas,  pegando  nas  toalhas,  no  leu- 
fel  e  nos  aromas. 

Ambas  as  capellas  são  exteriormente  de 
forma  oitavada  e  teem  bastante  elegância. 

As  portas  d'e8ta8  capellas  estão  voltadas 
para  o  adro  da  egreja,  servindo-lhes  de 
eomonmieação  duas  bonitas  avenidas,  lar- 
gas^ direitas  e  de  10  metros  de  comprl- 
mento. 

Ibdas  as  capellas»  estatuas  e  fonies,  d^s* 
ta  paffte  do  santuário  teem  gntvadas  em  la- 
pides, inscrlpções  bistoricas,  papeeeltos  relt* 
gfosos,  e  máximas  bmws,  extfmbidai  das 
Sagradas  Bserfptnras  e  allusivas  aos  pmoi 
rsprssentafdòs  nas  mosmiss  eapeltas,  Wê  per* 
sonagem  hisioHcos  e  i»  virtudes  syHMí" 
sadas  nas  estatuas  e  ás  alegorias  flgursáii 
iaaUnttes. 


O  adro  Ao  templo  é  oma  formosa  praça» 
de  §ê  metroa  de  comprimento  e  54  de  lar- 
gura. É  adornada  por  duas  esbeltas  pyra- 
mides  e  oito  eslaluas,  aqoeilas,  eoUocadaa 
jniito  da  escada,  e  estas  distribuídas  syme- 
tricamente  pelos  dois  lados  da  praça. 

EievauHse  estas  estaituaB  sobre  altoe  pe- 
destaes  e  represeaitam-*«^as  quatro  da  direita 
-^  ptmíêftce  Annóê^Ponciú  Ptlatoe,  gover- 
nador de  ludfta— «jBi?nMÍ0»--<e  o  pontifise  Cot* 
fás.  As  quatro  da  esipienla  representam-Jo- 
Bé  de  Ârim<Meia  e  Nitodemoe^  discípulos,  de 
Jesus  Gbrislo»— O  OÊWhmão  e  outra  vez  Púa'^ 
(os.  No  pedestal  de  cada  firam,  ha  una  in- 
scripçSo  allusiva  ao  parsotàgem  qoe  repre* 
senta,  no  acto  dst  sentença  dada  contra  Je- 
sus Cbrlsto. 

Esta  praça  é  om  sitio  delicioso,  tanto  pe« 
los  sens  frondosos  arvoredos,  cooeio  pelo  pa- 
norama encantador  que  d'ella  aoigosa. 

A  egreja  do  fiam  Jesus,  ergue  se  no  fun- 
do d*esta  praça,  cem  bastante  mafestaAs.  O 
archiiecto  que  delineou,  e  executou  esta 
obra,  foi  Carlos  tiuiz  FemÂra  da  Cruz  Ama* 
nmte,  natural  de  Braga,  onde  teva  ti  empre- 
go de  porteiro  do  arcebispo,  D.  Gaspar  de 
Bragança,  e  depois,  a  pedido  doeste  iirinci- 
pe,  foi  nomeado  ofldal  de  engentaeria  o  len- 
te de  desenbo,  na  academia  do  Porto,  onde 
falleeeu  em  i6tff. 

Bsta  egreja  é  sumptuosissima;  porém,  co- 
mo este  artigo  Já  vae  longo  e  a  descripção 
do  templo  seria  muito  extensa,  remelto  as 
leitores  que  a  seu  respeito  quiserem  ntais 
amigas  informações,  para  o  3*  vol.  do  Ar* 
f^hoo  PittoreBcOy  p«g.  i%í  e  seguimos. 

Voltando  á  eapella  do  Deeemenio  da  CruMp 
que  eommcmica  com  o  terreiro  da  estatua 
equestre  de  Loagmobos,  e  com  o  adro  do 
templo,  começa  abi  uma  formosa  avenida^ 
aãBOiBilbmda  por  oopados  carvalhos  e  guar- 
necida peloa  lados,  por  um  m«ro  baixo,  dS" 
bruado  de  cantaria,  e  ornado  a  espaços  com 
umas,  como  se  véúa  avenida  das  primeiras 
oito  capellas  do  sanctnarlo. 

Corre  eeta  avenida  para  o  NG.,  quasi  em 
Ibiba  recta,  subindo  oom  doce  declive  para 
um  tarreih),  que  ioa  um  pouco  mais  eleva* 
do -do  que  o  adro  do  teoqplo.  Tem  de  eooH 


vHo 


mm 


friê»,  éBtÊBãftfHÊt  éê 
rciBrMo  tcrreini,  MG 


DntíWÊenío^  até  ao 


arcitílectora  á  «liioia 

A  l.%  cfaaaHi'i6  ia  IAuç&j^  poriíae  B'<ile 
ea lio  oagiBáo  o  eoryo  da  UtmM  diríaio.— 
Taoibaai  a  ácooarfflani  lia  IMfla,  ponqoa  ahí 
f e  Téan  reosidoa»  aai  voUa  da  leiaa  Osm* 
tOy  a  Viriam  Maria,  Saloio  Bfaagélifta,  Sob- 
ta  liaria  Magdalaía,  aa  tiaa  Marias,  oa  aeis 
propiíataa  a  o  eestorila. 

Ao  Jado  d'eata  eapella,  eatá  uma  faiite,  que 
foi  orifimulameDlé  dgdjrada  a  Jaoo. 

A 1*  e^ieiia,  iolitalaie da Bmimrmçào^ 
ei^o  acto  aqoi  Mk  Urrado. 

Tem  d«Dtro,  nm  rqmelio  d'afiia,  a  I6ra, 
Jonto  d*ella,  oma  íonl«,  com  a  Ugorm  da  Her- 
eolea ,  daee|Mttdo  a  bydra  de  Laroa. 

Paaeo  adíaota  d'eaca  eapella,  termioa  a 
avenida  em  ama  eacada  de  oito  degrána,  que 
dá  iogretao  para  uma  fraode  praça,  eiiaBu- 
da  terreiro  da$  Et>amçêU$ía$. 

É  um  wutú  qaa^ado,  eeroado  denm  pa« 
rapelto  egoal  ao  da  aveoida,  eortado  noa  aa- 
goloa  por  ires  eapella%  doas  semelhantes  na 
architeetnra  á  do  Dê$eimm$Of  e  a  ontnt  de 
melhor  fatniea. 

Ha  n'este  tenreiro  qoalro  fontea»  eoroadaa 
de  estatnas,  de  proporçQes  natnraea. 

Por  fora  do  terreiro,  mas  Janto  do  para* 
peito  leTantam*se,  em  torno  d'elle,  tio  oor- 
paleatos  earvalhos,  qoe  qnasi  o  cobrem  in- 
teiramente  com  ama  abobada  de  yerdora. 

A  entrada  d*esta  praça  é  decorada  com 
dois  obeliscos.  No  angulo  do  lado  esquerdo 
está  a  capella  da  AppariçãOf  em^  qoe  Jesus 
Christo  se  dá  a  conhecer  a  Santa  Maria 
Magdalena,  em  flgara  de  hçrtelão. 

No  angulo  do  lado  direito  está  a  capella 
de^matia,  figurando  o  acto  em  qae  o  Balra* 
dor>pparecea  a  8.  Lacas  e  Cleotás. 

No  angulo  fronteiro  está  a  capella  da 
Aieinção.  Jesas  Christo  sobe  ao  oeu,  em^ 
quanto  sobre  o  monte  ficam:— Nossa  Se- 
nhora, as  três  Marlaa  e  òa  apóstolos  em  ad- 
miraçío  e  adoraçio. 

Sobre  as  qnslro  fontes»  qoe  sfe  elevadas, 
avultam  as  estatuas  dos  evangelistas»  com 
os  seus  respectivos  emUemaa.  Bate  tetreiro 
i  um  togar  moiío  aprasivel»  e  ao  meaiM 


daaloofíi 
bren» 

Também  é 
wiãe  éTaçua,  proxinm  do  terreiro  dás 


Ba  vaiioa  ediflcioa 
do  Bom  Isaos^  paia  siawoíiula  da  em* 
Iraria,  para  insideacia  doa  capettaea^  pn 
apo*MBio  doa  loomim  e  pata  iiospedsriíi 
pobiieaa. 

Além  d*astea,  ha  mo  BsoBle,.em  virieasí- 
tioa,  ootraa  ediicioa  pagadiiirenlsa  appties^ 
ç5es»  oaantigoa,oa  deeooitnie^  OMderaL 
Apesar  do  grande  nnmero  d*estaa  easas^to* 
das  riu>  insalllcientea  para  aeeommodamn  a 
immeDsa  multidão  de  romeiras  qs»  soa* 
correm  ao  aanetoarío  em  dia  de  lesta.  Ea* 
tio  toda  a  oMotaoba  se  transfiMiiia  em  vai- 
tissimo  arraial,  onde  se  admiram  os  cotfa- 
mea  pittotaecoa  das  noaaaa  provindas  dt 
Norte. 

•  Todoa  oa  portogaeiea  deviam  Uraoto 
ctoario  do  Bom  iesos  do  Monte,  ao  meati 
uma  vez  na  soar  vida,  admirarem  as  nan* 
vilhaa  da  arte  casadas  com  as  da  naiorea 

Amplíssimas  noticias  de  tudo  qoasit 
aqoi  se  encontra,  vem  naaifemorMis  de  Bm 
Jesui  do  Monte,  publicadas  pelo  sr.  Per)tf 
de  Sampaio  Pimentel,  qoe  sio  dignas  de  se- 
rem lidas. 


A  pag.  489,  do  i.«  vol.,  na  col.  %\  v<a 
transcripto  nm  soneto  que  em  1844,  se  achoa 
gravado  em  uma  pedra,  atras  da  egrejâdo 
Bom  Jesus  do  Monte.  Pareceroe  bem  narrar 
aiqui  o  iaeto  qae  deu  motivo  áquella  poesia 
«--é  o  segniiite : 

Pelos  aimos  de  áSSO^  encontraram  os  pai* 
toras  de  Yillar  da  Veiga,  na  ^rra  do  Gere^ 
e  perto  das  Caldas,  um  hespanbol  cobaria 
dTaadraJos  e  vivendo  miseravelmente  «o 
onaa  cbóça  de  ramoa  d^arvores.  Snatenuva- 
se  de  medronhos  e  de  oatros  qnaesqiM 


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469 


fruetos  silvestres  qae  podia  eiieoDtrar  por 
aqnelles  mattos. 

Gonfeesoa  qae  fugira  de  Hespanha  com  a 
soa  aHiante,  que  não  pôde  receber,  por  ser 
>      freira  professa. 

'  A  infeliz,  não  podendo  soffr^  os  rigores 
I  do  dioia  d'e6ta  serra,  e  os  horrores  da  mi- 
'  seria,  soccumbiu  depois  de  alguns  mezes  de 
í  residenoia  n'e8tes  desertos,  e  o  amante  pou- 
I      CO  tempo  lhe  sobreviveu. 

O  dr.  Francisco  Jeronymo  da  Silva,  eatlo 
I  f  roléssor  de  riíetorioa  em  Braga,  esctoeci- 
I  do  advogado  e  litterato,  sabendo  d'este  triste 
I  dranut  de  amor,  compoz  aquelle  soneto  e  o 
I  mandou  aqui  (no  monte  do  Bom  Jesus)  gra- 
var em  uma  pedra,  no  propósito  de  a  mandar 
I  eollocar  no  sitio  onde  morreram  os  hespa- 
I  nhoes ;  porém  a  grandeza  da  pedra,  e  a  gran- 
I  de  diéteuldade  da  eonducção  para  o  Gerez, 
I  •  fizeram  desistir  do  seu  projecto, e apedra 
I      aqui  ficou. 

I         MOMn  AORACO-^-Vide  SoòreU  de  MoMe 
I      Agraço. 

I         MONTE-AGUDO— 4itio,  E&tremadura,  na 
I      fregnezia  dos  Anjos,  cidade  de  Lisboa. 
,         Na  estrada  que  ia  da  cidade  baixa,  para 
egr^a  de  Nossa  Senhora  da  Penha  de  Pran- 
I      ça,  edificou  Lourenço  Pires  de  Carvalho, 
,      eommlssario  da  bulia  da  Cruzada  (em  4092) 
,      uma  ermida,  que  dedicou  á  Santíssima  Vir- 
gem, sob  o  titulo  de  Nossa  SefU^ra  do  Mon- 
te*Agudo. 

Consta  que  a  imagem  da  Senhora  é  a  pro* 
pria,  ou  uma  cópia  da  que  appareceu  em 
Flandres,  junto  á  cidade  de  Sichen,  no  du- 
cado de  Brabante,  em  um  alto  monte  p]yra- 
midal,  por  isso  chamado  Monte-Âgudo^  áea- 
tro  da  toca  de  um  carvalho. 

Ssta  imagem  trouxeram  dos  Paizes-Bai- 
xos,  as  religiosas  flamengas,  em  i68S,  quan- 
do Itigiram  â  cruel  perseguição  dos  iuthera- 
nos. 

Estas  freiras  se  apresenta- 
ram a  Ptiilippe  II,  que  estava 
então  em  Lisboa,  pedindo-ihe 
hospitalidade. 

O  rei  ordaum  a  Gonçalo  Pi- 
res de  Carvalho^  provedor  das 
paços  e  obras  reaesy  que  as 
mandasse  recoUier  no  conven- 

VOLUMIT 


to  da  Madre  de  Deus,  até  lhe 
fazer  casa  própria,  cemo  de- 
pois se  fez,  nos  limites  de  Al- 
cântara. 

Residiram  quasi  dois  mezes 
no  mosteiro  da  Madre  de  Deus, 
e  d'alii  foram  removidas  para 
as  casas  de  Nossa  Senhora  da 
^oria,  onde  assistiram  quatro 
asnos,  passando  d^òis  para  o 
seu  mosteiro  das  fla$nengasK 
Tretaxnm  do  Brabante^ 
duas  imagens  de  Nossa  Senho- 
ra, feitas  do  mesmo  carvalho 
em  que  eUa  tinha  appareddo 
em  tempos  antif^s. 

Uma  d'estas  imagens  foi  da- 
da pelas  religiosas  ao  referido 
Gonçalo  Pires  de  Carvalho,  em 
reoònhedmento  dos  bons  nm^ 
viços  que  elle  lhes  havia  prés* 
tado,  ficando  eUas  com  a  ou» 
tra,  que  eollocaram  na  egr^a 
do  seu  mosteiro.  Ambas  ti- 
nham o  titulo  de  Nossa^SeahoK 
ra  do  Monte- Agudo. 
Gonçalo  Pires  de  Carvalho,  conservou  a 
santa  imagem  com  a  maior  veneração,  no 
oratório  da  sua  casa,  que  era  na  quinta  da 
estrada  da  Penha  de  França,  indo  da  Rua 
Direita  da  Graça,  e  findava  no  caminho  da 
Charca,  flreguezia  dos  Anjos,  e  de  S.  Jorge. 
Seu  neto,  o  dito  Lourenço  Pires  de  Car- 
valho, resolveu  edificar  uma  pequena  capei- 
la  à  imagem  flamenga,  n'aquella  quinta,  no 
referido  anno  de  1692;  e  a  21  de  novembro 
d'es8e  anno  (dia  da  apresenta^  de  Nossa 
Senhora),  foi  a  santa  imagem  coilocada  no 
seu  altar,  havendo  n'esse  dia  uma  sotonne 
festividade. 

O  povo.prindpioQ  então  a  dar  ao  sítio,  o 
nome  de  Nossa  Senhora  do  Mente-AgudOf 
que  lhe  ficou. 

^  A  casa  de  Nossa  Senhora  da  Gloria  (á 
esqutaia  da  cal^a  da  Gloria),  foi  vendida 
aos  condes  da  Castanheira,  que  d*eUa  fize^ 
ram  um  grandioso  palácio,  que  depois  os 
condes  de  Gastello-Melhor,  comprarm  em 
praça  publica,  em  1666.  (Vide  4.»  vol,  pag. 
136,  coL  2.*) 

30 


472 


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maldição  divina,  a  esterilidade  das  mulhe- 
res ;  sendo  geralmente  despresadas  as  qae 
nSo  tinham  filhos. 

A  condessa  estava  n^este  caso,  e  isto  lhe 
causava  a  maior  aflSicçSo. 

Para  que  o  Salvador  se  compadecesse  de 
tamanho  pesar,  hia  a  condessa  muitas  vezes» 
descalça,  ao  alto  do  monte,  implarar  a  mi- 
sericórdia divina  á  egreja  parochial. 

Suas  preces  foram  ouvidas,  e  teve  filhos, 
sendo  o  primogénito,  S.  Rosendo,  bispo,  va- 
rão famoso  pelas  suas  virtudes  e  milagres. 

Diz-se  que  em  reconhecimento  d'este  fa- 
vor divino,  ou  em  cumprimento  de  um  vo- 
to, feito  ao  Salvador,  é  que  a  condessa  man- 
dou edificar  junto  á  egreja,  um  mosteiro  ou 
priorado,  que  depois  S.  Rosendo  ampliou. 
(É  por  esta  razão  que  uns  attribuem  a  fun- 
dação á  mãe,  outros  ao  filho.) 

Junto  ao  monte  Córva  ou  Córdova,  está 
a  ermida  de  Kossa  Senhora  de  VaUinhos  ou 
da  Misericórdia.  A  imagem  da  padroeira,  é 
de  pedra,  e  de  tamanho  natural,  peto  que 
não  sahe  do  seu  altar.  Consta  ser  muito  an- 
tiga, e  feita  no  tempo  dos  godos ;  mas  não 
se  sabe  se  foi  feita  para  esta  ermida,  se  per- 
tenceu a  alguma  egreja  da  villa  de  Salas, 
que  foi  destruída  (a  villa)  no  século  IX,  pe- 
los mouros,  não  restando  hoje  d*esta  povoa- 
^ — que  era  grande— senão  ténues  vestí- 
gios. 

Foi  a  Senhora  da  Misericórdia  do  logar 
de  Yallinho»,  objecto  de  muita  devoção  dos 
povos  d'e8tes  contornos.  Era  a  festa  no  dia 
da  sua  natividade,  havendo  por  essa  occa- 
sião  uma  grande  feira  em  VaUinhos. 

O  sitio  onde  está  a  capella  é  muito  agra- 
dável e  arado  para  o  retiro  e  segregação  do 
mundo,  e  para  a  oração  e  contemplação  das 
coisas  celestA. 

Teve  por  muitos  séculos  virtuosos  OTmi- 
tães,  que,  não  só  cuidaram  do  aceio  e  repa- 
ros do  edificio  e  das  imagens  santas,  ma^ 
até,  com  rendas  próprias  e  com  esmolas  dos 
fieis,  ampliaram  a  ermida,  fizeram  sachris- 
tia  e  casas  para  sua  residência. 

D'este  Sanctuario,  faz  mensão  o  bispo  D. 
Rodrigo  da  Cunha,  no  seu  Catalogo  dos  Bis- 
pos do  PortOy  e  o  servo  de  Deus,  Balthazar 
Guedes»  reitor  dos  orphãos  do  Porto. 


HOHTE-GORVO— Vide  Monãm  da  Bm, 
pag.  397,  col.  2.*,  in  fine,  d'este  voi. 

MONTE-GOXO  —  serra,  Traz-K)sHontei, 
nas  freguezias  de  Covas  do  Douro,  Passos^ 
e  Gouvinhas,  concelho  de  Sabrosa,  comarca 
e  dístricto  administrativo  de  Villa  Real,  ar- 
cebispado de  Braga. 

A  dois  kilometros  acima  da  aldeia  de  Do- 
nêllo,  da  f^eguezia  de  Covas  do  Douro,  e  so- 
bre o  Monte- CôxOy  está  a  ermida  de  S.  Do- 
mingos, em  um  píncaro,  d*onde  se  gozaon 
vasto  horisonte,  vendo-se  multas  terras  di 
Beira- Alta  e  Traz-os-Montes,  até  muitas  1» 
guas  de  distancia. 

Pertence  esta  ermida  ás  três  fregneau 
mencionadas  no  principio  d*este  artigo;  seo- 
do  administradas  alternativamente  pelos  tra 
respectivos  parochos.  A  sua  festa  se  íáziu 
próprio  dia  do  Santo  (4  de  agosto)  tendo  tt 
tão  alli  logar  em  outros  tempos  uma  grao& 
romaria.  Decahiu  muito  esta  romaria,  pv 
desleixo  dos  parochos,  e  por  causa  das  gra» 
des  desordens  que  quasi  sempre  aqui  ban 
n*essas  occasiões. 

Paliando  na  aldeia  de  Donêllo,  e  sendo  el 
de  bastante  importância,  julgo  dever  Ar 
aqui  sobre  ella  alguns  esclarecimentos. 

É  uma  povoação  bonita,  e  bastante  gru* 
de,  para  uma  aldeia,  situada  em  umaelen* 
ção,  inferior  ao  Monte-Câxo,  com  bonitas »• 
tas,  e  a  3  kilometros  ao  N.  da  margem  éná- 
ta  do  Douro.  D*este  logar  se  vé  Adorigo,  Ti- 
looaço,  Armamar,  Aldeia,  Barcos,  Viil»^- 
ca,  Marmellal,  Coura,  S.  R^^mão  d*AnBamar, 
Vallença  do  Douro,  Casaes,  Sarzediobos,Rio 
d*Ádes,  e  S.  Domingos  da  Qaeiraada,  na  mar- 
gem esquerda  do  Douro. 

Tem  Donéllo  ricos  proprietários  e  bon 
casas,  sendo  uma  das  principaes^  a  dos  sn 
Pereiras  de  Barros,  hoje  donos  do  mostein 
de  S.  Pedro  das  Águias,  em  Távora,  e  den- 
rias  quintas,  algumas  de  vinho  fini8siffl0,já 
por  estarem  na  encosta  abrigada  de  DooéOi^ 
onde  todo  o  vinho  é  do  melhor  do  Alto-Doo* 
ro,  já  por  serem  aquelles  prédios  mnito  ai* 
tigos,  e  terem  as  vides  cançadas,  o  qod&i 
com  que  o  vinho  ganhe  na  qualidade  o  omi- 
to que  perde  em  quantidade. 

Teem  também  aqui  os  srs.  Pereiras  de  Bar 
rosy  pomares  de  laranjeiras^  cnjo  (rocto  é* 


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473 


mperíor  qualidade,  come  a  maior  parte  do 
do  AUo-Douro. 

Próximo  à  aldeia  ha  abundantes  pedrei- 
ras de  óptimo  schisto,  d'onde  se  teem  extra- 
hido  lousas,  para  tanques  e  lagares,  de  6  e 
7  metros  de  comprimento,  sobre  iO  a  12  de 
dmetros  de  largura  e  25  centímetros  de  es- 
pessura: sendo  as  mais  notáveis  as  que  se 
voem  na  quinta  do  Ferrãey  limites  d*esta 
freguezia,  e  junto  ao  Douro,  que  também 
produz  vinho  finíssimo,  e  é  propriedade  do 
par  do  reino,  o  sr.  Pessanha. 

Ha  tambenl  n'e8ta  freguezia,  a  quinta  do 
Espinhal^  do  sr.  conselheiro  Vieira  da  Mot- 
ta;  e  a  Quinta-Nova^  do  sr.  José  Paulo,  de 
Matheus»  um  dos  maiores  proprietários  d'es- 
tes  sítios — alem  d'outras  quintas  e  proprie- 
dades que  existem  n*esta  freguezia,  cuja  pro- 
4ucçao  principal  é  vinho  de  primeira  quali- 
dade. 

Junto  aDonéUo,  ha  duas  minas  de  chum- 
bo  —  uma  no  Valle  de  Macieira  e  outra  no 
sitio  d' Agua -Alta,  ambas  propriedade  do  sr. 
Ladislau  Zarzechi,  engenheiro  polaco,  que 
emigrou  para  Portugal  depois  da  ultima  re- 
volução da  sua  pátria,  contra  a  eppressão 
moscovita. 

Este  cavalheiro,  reside  actualmente  na 
quinta  dos  srs.  Macedos,  de  Taboaço,  no  Es- 
pinho (foz  do  Távora)  d'onde  dirige  a  explo- 
ração doestas  minas  e  de  mais  cinco  na  mes- 
ma Toz  do  Távora,  margem  fronteira  ao  Dou- 
ro, e  Harmelal,  junto  ao  rio  Tédo. 

DoDéllo  é  uma  povoação  muito  antiga,  e^ 
pelo  menos,  do  tempo  dos  árabes,  pois  ha 
aqui  um  sitio  ainda  denominado  Chão  dos 
Mouros^  que  foi  almocaJbar  (cemitério)  d*el- 
les,  e  ainda  alli  se  vêem  sepulturas  de  di- 
versos tamanhos,  e  do  feitio  de  um  corpo 
humano,  abertas  a  picão,  nos  rochedos. 

Também  aqui  perto  ha  um  sitio  chamado 
9^  Moura,  onde  se  teem  achado  tijolos  de  no- 
tável espessura. 

A  um  kilometro  d*este  almocabar,  ha  ou- 
Iro  sitio  chamado  o$  Castellos,  onde  ainda 
ha  vestígios  de  uma  antiquíssima  fortaleza, 
eaquj  se  teem  achado  grandes  tijolos  e  moe- 
das antiquíssimas,  que  os  que  as  encontra- 
ram teem  inutíUsado,  sem  por  isso  se  poder 
saber  se  eram  árabes  ou  romanas. 


Em  1874,  morreu  n*e8ta  povoação  de  Do* 
nôllo,  uma  mulher,  que,  segundo  a  crença 
do  povo  d'aqui,  viveu  sete  annos  encaníada, 
sem  comer,  mantendo  relações  (não  sei  que 
qualidade  de  relações)  com  um  rei  mouro, 
também  encantado ! 

O  povo  d*esta  freguezia  é,  em  geral,  paci- 
fico e  industrioso,  e  pouco  dado  á  politica; 
tanto  que  nas  differentes  guerras  civis  que 
teem  enlutado  e  ensanguentado  este  reino 
desde  1820,  mui  poucos  se  teem  mettido 
n*essas  contendas  fratricidas,  e  nenhum  te- 
ve que  soffrer  com  as  varias  mudanças  de 
governo,  por  pertencer  ao  partido  vencido. 

O  clima  doesta  terra  é  muito  saudável. 

É  terra  muito  abundante  de  vinho  supe- 
rior e  excellente  laranja  e  outras  fructa?; 
mas  produzindo  poucos  cereaes  e  legumes. 
Cria  algum  gado;  tem  bastante  caça  minda, 
e  o  Douro  a  fornece  de  óptimo  peixe. 

Faz  bastante  commercio,  pelo  rio,  com  a 
cidade  do  Porto. 

MONTE  GRISTELLO— pequena  serra,  Mi- 
nho, no  concelho  e  comarca  de  Felgueiras, 
4  kilometros  do  rio  Tisella,  e  6  de  Guima- 
rães. 

N*este  monte  se  vêem  alicerces  de  pedra 
lavrada,  restos  de  grande  quantidade  d*ella 
que  o  povo  tem  d'alli  tirado  para  fazer  ta* 
padas  e  outras  obras* 

Também  aqui  foi  achada  uma  estatua  de 
pedra,  toscamente  cinzelada,  que  Manuel  de 
Macedo  Magalhães,  levou  para  a  sua  casa  e 
quinta  de  Paços,  na  freguezia  de  Penacova, 
do  mesmo  concelho  e  comarca. 

Tinha  sido  descoberta  por  seu  avô.  Do- 
mingos Ramos,  pelos  annos  de  1700. 

A  estatua  não  tem  pés  nem  cabeça,  tendo 
até  ao4  hombros  0-,90  de  alto. 

Em  varies  sítios  doeste  monte  se  acham 
incripções  romanas,  gravadas  nas  rochas^ 
mas  já  quasi  todas  illegiveis,  por  estarem 
gastas  do  tempo. 

Do  lado  do  S.  ainda  se  p6de  lér  em  um 
grande  penedo,  a  seguinte : 

lUNOMKI  RURNARUM 


QUINTIUO  BT  PRISOO  COS 

Esta  inscripção  vem  assim  copiada  na  me* 


474 


n<^ 


moria  remettida  á  academia  real  das  scien- 
eias,  de  Lisboa;  mas,  ou  as  letras  estão  mal 
Cavadas,  ou  foram  mal  copiadas. 
Entendo  qae  devia  ser : 

JUNONEl  REGINÂE 

URBIS  SAGRUIá  

QUIMTILIO  BT  PRISCO  COS 

Qaer  áiter—Esta  obra  se  dedicou  a  Juno, 
rainha  da  cidade  santa  (Roma),  sendo  coti« 
sulesy  Quintilio  e  Prisco. 

É  pois  certo,  que  esta  inscripçao  foi  gra- 
Tada  DO  auQO  159  de  Jesas  Christo,  sendo 
imperador  Antonino  Pio,  porque  n'esse  anno 
é  que  foram  consoles  Cláudio  Qoiutilio  e 
Marco  Estaeio  Prisco. 

Em  Grutero  se  acham  muitas  inscripções 
nas  quaes  se  dá  a  Juno,  o  titulo  de  reginae 
urbis  sacrum. 

Ainda  por  aqui  se  tem  achado  outras  in- 
scripções  que  se  podem  lér,  mas,  como  são 
86  em  letras  inieiaea,  é  hoje  impossível  sa- 
ber a  sua  significação,  a  não  ser  deitando-se 
a  gente  a  adivinhar.  Eis  duas  amostras : 

— V.  N.  N.  G. —  A.  K.  Y.  N.  L  A.  A.  L  A-— 

Támbem  aqui  appareceu  uma  inscripçao 
grega,  que  ninguém  entendeu. 

O  monte  Grístellp,  é  bastante  alto,  e  d*elle 
86  gosa  uma  dilatada  vista. 

É  tradição  no  paiz,  que  houve  aqui  uma 
ddade  chamada  Pegas,  no  vasto  piató  que  a 
coroa,  e  que  pôde  comer  muitos  mil  homens. 

Se  é  verdade  )er  aqui  existido  a  tal  cida- 
de, d*ella  não  ha  outros  vestígios  mais  do 
que  um  assude,  a  que  ainda  se  chama  preza 
de  PegaSy  e  os  aKcerces,  pedras  e  inscripções 
J\&  referidas,  que  provam  ter  aqui  existido, 
senão  uma  cidade,  pelo  menos  uma  grande 
Ibrtaleza  romana,  e  uma  povoação,  mais  ou 
menos  vs&ta. 

Di2  o  povo,  que  isto  era  uma  cidade  mou- 
risca, e  pôde  ser  que  os  mouros^aqui  habf  • 
tassem  depois  dos  romanos  e  godos,  pois  a 
ims  paredões  desmantelados,  ainda  se  dá  o 
nome  de  castello  dos  mouros. 

No  monte  de  S.  Jorge,  a  6  kilometros  do 
fle  Cristetlo,  e  que  fica  em  frente  do  mos- 


teiro  èiiisfo,  de  Garamos,  ha  umbeiaM 
tos  vestígios  de  uma  povoação,  ou  gml 
fortaleta  romana,  e  mais  haveriam  seosfti 
des,  6  depois  o  povo,  não  levassem  4*^1 
muita  pedra  de  cantaria,  muito  tem  km 
da,  para  ser  empregada  em  varias  obns. 

MONTE  DA  ABELHA— Douro,  na  fjrefs 
zia  de  S.  João  d'Agua  Longa,  eoncelho  e  d 
marca  de  S.  Thyrso,  24  kilometros  ao  Ki 
Porto,  331$  ao  N.  de  Lisboa. 

Ha  aqui  minas  de  ferro,  mangauez,  pi» 
bagina  e  antimonio. 

Foram  manifestadas  em  abril  de  1^ 

MONTE  BA  ABÔBÁDA-^Extremadon,! 
kilometros  a  O.  de  Lisboa,  fregaezia,  coo» 
lho  e  3  kilometros  de  Oeiras,  próximo  fe 
margem  direita  do  Tejo. 

N*este  mont«  está  a  egreja  de  Nossa 
nhora  da  Conceição,  junto  ao  logar  âe 
lima. 

Segundo  a  lenda,  a  origem  doeste 
é  a  seguinte : 

Andando  certo  dia,  n'este  sitio  (que  é 
de  terra  lavradia),  uma  menina  guan 
algumas  ovelhas,  lhe  appareceu  uma  f( 
sissima  mulher,  sobre  uma  pedra,  que, 
que  viu  a  pegureirinha  lacrimosa,  lhe 
guntou  por  que  chorava. 

Respondeu  a  menina,  que  lhe  \sxà 
mandado  guardar  aquellas  ovelhas,  eil 
lhe  tinham  dado  para  comer. 

A  mulher,  lhe  disse  que  não  chorasse;  fj 
fosse  ao  logar  da  Freiria  e  pedisse  as 
mulher,  pão,  que  estava  amassando.  Elk^ 
sim  o  fez,  e  a  mulher  da  Freiria,  a  queii 
dirigira,  deitou  no  forno  um  pequenino^ 
cado  de  massa,  que  produziu  um  grande^ 

Vendo  a  mulher  que  era  muito  pan^ 
pequena,  deitou  ao  forno  outra  porçi(i^| 
massa  ainda  menor,  e  como  visse  queopt 
lhe  saiu  ainda  mais  avantajado,  lançon») 
forno  terceira  porção  de  massa  ainda  dk- 
nor,  saindo  o  pão  maior  que  os  dois  antecí- 
dentes. 

Tomando  então  isto  por  milagre,  deti 
pastora  o  terceiro  pão,  pergctntaodo-fc 
quem  allí  a  havia  mandado,  ao  qne  eltarv* 
pondeu  que  fora  Nossa  Senhora  da  Cones* 
ção,  que  ficara  em  seu  logar  guardando  as 
ovelhas. 


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INvulgou  isto  a  mulher,  e  moita  gente  eor- 
ren  logo  ao  sitio,  onde  só  aeliaram  as  ove- 
tliès^  tendo  Nossa  Senhora  desappareeido. 

N'àquella  occasião  andava  a'aque]le  mon- 
te am  eavalleiro  á  caça,  e  tendo-lbe  rebenta* 
^0  a  espingarda  nas  mãos,  sem  receber  o  me- 
nor ferimento,  attibain  este  facto  a  milagre 
éa  Santíssima  Virgem,  mandando  logo  fa- 
zer-lhe  uma  imagem,  que  ft>i  mostrada  à 
pastorinha,  qae  disse,  nâo  se  parecer  nada 
com  a  Senhora  que  lhe  tinha  apparecido. 

Mandou  então  o  eavalleiro  fazer  segunda 
imagem,  conforme  as  indicações  da  menina, 
€  esta  saiu  mui  similhante  à  da  apparição. 

O  mesmo  eavalleiro  mandou  logo  con- 
struir alli  uma  ermida,  onde  mandou  coUo* 
ear  a  santa  imagem,  sobre  a  mesma  pedra 
«m  que  ella  tinha  apparecido,  e  que  ainda 
é  tida  em  grande  veneração. 

O  povo,  que  principiou  desde  logo  a  ter 
grande  devoção  a  esta  Senhora,  lhe  construiu 
ntn  templo  mais  vasto,  ficando  a  ermida  a 
íervir  de  capella-mór. 

Passados  tempos,  e  ahi  pelos  annos  de 
1670,  vieram  para  aqui  os  religiosos  agos- 
tinhos descalços,  construindo  um  pequeno 
hospieio,  com  cinco  cellas,  onde  habitaram 
por  alguns  annos ;  porém>  achando  a  terra 
muito  pobre,  e  vendo  que  por  estes  sítios 
havia  já  vários  mosteiros,  que  projectavam 
pôr  demanda  a  estes  religiosos,  abandona- 
ram o  hospício,  e  foram  para  o  seu  conven- 
to, de  Lisboa. 

Consta  que  a  imagem  prímittiva  da  pa- 
droeira, era  toda  de  pedra,  e,  como  era  por 
isso  muito  pesada  para  ser  conduzida  nas 
procissões,  os  frades  a  mandaram  serrar,  fa- 
zendo-lhe  a  parte  inferior  de  roca.  Tem  um 
metro  d'altnra. 

Teve  uma  irmandade  de  homens  do  mar, 
que  todos  os  annos  lhe  faziam  uma  grande 
festa  no  seu  dia  (8  de  dezembro).  O  capitão 
de  Uma  nàu  chamada  Conceição,  por  nome 
Uanuel  Ribeiro  Quaresma,  foi,  durante  a  sua 
vida,  juiz  perpetuo  d'esta  irmandade,  e  deu 
iegreja  muitas  eriças  alfaias  e paramentos, 
6  mandou  fazer  à  sua  custa  o  altar-mór,  de 
bordo,  com  um  rico  retábulo. 

Dentro  do  cruzeiro  está  uma  bella  sepul- 
tura raza,  com  brazão  d'armas  em  relevo,  e 


MON 


475 


na  orla  da  pedra  tem  esta  inscripçâo-^nos 

ATOT  ItLUSTRBS  SEMHOARS  J>.  DfOGO  PE&NANDES 
D£  ALMEIDA,  ET  DE  SUA  MULHER,  D.  MARIA  DA 
BRAGA.  DEBAIXO  DESTA  PBDiilA,  JAZ  TERRA,  QUE 
DA  TERRA  SB  GEROU  ET  EM  TERRA  SE  TORNOU. 

No  meio  da  campa  e  por  baixo  das  armas, 
está  a  inscripção  seguinte: 

Esta  sepultura  mandoti  fazer  frei  Gonça- 
lo  d*Azm>edOf  eommendador  de  Algozo,  para 
si  e  parei  os  seus  herdeiros;  na  ftio/  jas  D^ 
Beatriz  SAzevedo^  sua  af>&,  mulher  que  /bí 
de  João  Fernandes  d^Alineida,  que  Deos  Psm 
em  gloria,  AJO  de  abril  de  ÍS79. 

É  provável  que  estes  Almeidas  foesem  os 
padroeiros  da  eapelta.  Seus  descendentes  fo- 
ram os  Salemas  de  Almeida,  que  tiiâiaBU  o 
seu  solar  em  Alverca,  do  Riba-Tejo,  e  um 
dos  seus  ramos,  em  Santarém. 

D'esta  iiFcripçâo  se  coUige  que  a  eapeUa 
foi  edificada  nos  prindpios  do  século  XIV. 

HOMfE  DA  HAGDALEIIA  ^  vide  Foi* 

perra, 

MONTE  DA  PEDRA— fireguezia,  AleoM- 
jo,  concelho  e  19  kiiémelros  do  Grato,  co« 
marca  de  Niza,  190  ao  S.  B.  de  LisKoa,  80 
fogos. 

Em  1757  tinha  68  fogos. 

Orago,  Nossa  Senhora  da  Conceição. 

GKb-priorado  do  Gratt»,  annexo  ao  pa- 
triarchado,  distrieto  administrativa  de  Por*- 
ulegre. 

O  grão- prior  do  Grato  apresentava  o  evora, 
que  tinha  6OM0O  réis  e  o  pé  de  altar. 

É  terra  fértil  em  cereaes. 

Na  distancia  de  1:200  metros  da  povoa- 
ção, nasce  debaixo  de  um  rochedo  de  quar- 
tzo, na  quantidade  de  um  annel  d*agua,  pou- 
co mais  ou  menos,  uma  fonte,  que  desde  a 
sua  origem,  vem  encanada,  e  cerre  orysta- 
Una,  com  sabor  e  cheiro  hepatieo  baákante 
activo,  de  modo  que,  antes  de  chegar  á  fon- 
te, se  sente,  como  de  ovos  chocos,  -deixando 
no  seu  trajecto,  deposito  de  lodo  inferior- 
mente preto  e  por  cima  branco,  o  qoal,  de- 
pois de  sécco,  arde  com  chamma  azul,  espa- 
Ihanido  um  cheiro  suffocante  sulphuroso.  É 
mais  fria  do  que  a^s  outras  aguas  proxfnms 
que  nâo  sao  mineraes. 

Segundo  a  analyse  que  foi  feita,  são  e^tas 
aguas  sulphureas  hepáticas,  e  podem  con- 


476 


MON 


dnar-se,  engarrafadas^  aem  decomposição 
aensivel,  para  qoalqaer  parte  onde  seja  pre- 
ciso faser  uso  d^elias. 

MONTE  DÍlS  GÓVAS— pequena  serra, 
Douro,  na  freguezía  de  S.  Julião  d*Ag[ua  Lon- 
ga» conceibo  e  comarca  de  Santo  Thyrso,  24 
kilometros  ao  N.  do  Porto,  335  ao  N.  de  Lia- 
boa. 

Ha  aqui  minas  de  toro»  manganez,  plom- 
iMigina  e  antímonio,  manifestadas  por  o  sr. 
Leusohner  (aUemâo),  em  abril  de  1875. 

MOUTE  DAS  GAUINHilS— Minho.  Segnn^ 
do  a  Benedictina  Lmitana,  ficava  eminente 
ao  rio  lima»  e  a  uma  antiga  villa  (que  já  ino 
existe),  cbamada  Lacradas,  Aquelle  livro 
(1*  part.,  eap.  5.*),  transcreve  uma  doação, 
íeíu  na  era  de  César,  1077  (1039  de  Jesus 
Christo),  que  trata  d*este  monte  e  doesta  vil- 
la.  Com  o  correr  de  mais  de  800  anãos,  se 
mudaram  estes  nome%  de  modo  que  boje  se 
ignora  o  sitio  exacto  onda  leve  assesto  esta 
villa;  mas  ó  provável  que  fosse  nos  limites 
da  actual  freguezia  de  Lavradoê  (S.  Miguel), 
no  conceibo  de  Ponte  da  Barca,  comarca  dos 
Arcos  de  Valle  de  Yei^   . 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo de  Yianna. 

MOKTB  DE  ftROBOJM^Monte  Pêro 
Bálío  e  também  MmUe  FaraboUm--itegOA' 
zia,  Beira  Baixa,  era  do  antigo  concelho  de 
GastelloMendo,  que  foi  supprimido  em  24 
de  outubro  de  1855  e  annexado  ao  do  Sabu- 
gal. 

Em  dezembro  de  1870,  passou  para  o  con- 
celho d' Almeida,  comarca  de  Pinhel— Dista 
70  kilomeuros  de  Viseu,  315  ao  E.  de  Lis- 
boa, 100  fogos. 

Em  1757  tinha  84  fogos. 

Orago  S.  Braz. 

Bispado  de  Pinhel,  districto  administrati- 
vo da  Guarda. 

O  prior  dos  cónegos  regrantes  de  S.yi- 
cente  de  Fora,  de  Lisboa,  apresentava  o  vi- 
gário, que  tinha  40]f 000  róis  de  côngrua,  e 
o  pó  d*a)tar. 

MONTE  DE  S.  ROMÃO,  ou  do  GASTEUO 
DE  S. ROMÃO— outeiro  de  Trazos-Montes, 
no  concelho  de  Mont'alegre. 

A  6  kilometros  de  Penedones,  está  a  Cruz 
de  Leiranco.  (Vide  4.*»  vol,  pag.  69,  coL  l.«) 


MÔN 

Ao  S.  d'este  síiio^  desviado  1:500  meiroi 
da  estrada,  e  quasi  confinando  com  o  rio  ft* 
gaoSo^  está  um  monte  eminente,  chamado 
de  S.  RamãOf  e  na  raiz  d*este  mente,  dos  la- 
dos do  S£^  estão  umas  ruínas  antigas»  qm 
mostram  ter  sido  de  uma  grande. povoaçitt, 
vendo-se  ainda  vestígios  de  cinco»  ou  seii 
ruas,  e  alicerces  de  casas»  feitas  de  pedra 
lavradas»  sendo  algumas  de  cantaria. 

D*estas  ruinas  ia  ter  uma  rua  a  um  miii% 
feito  de  pedra  tosca»  de  0",66  de  espessura» 
o  qual  principiava  do  E.,  em  um  penhaioo 
levantado  e  vinha  para  a  parte  do  S.  dar  sn 
um  alto  rochedo*  No  meio  d'este  muro»  si- 
tavam  uma  espécie  de  grandes  portas,  por 
onde  se  entrava  para  uma  outra  porta»  qsA 
dava  ingresso  a  um  terreiro  de  44  metox»  de 
circumferencia.  D*este  terreiro  ia  ainda  u 
segundo  muro,  quasi  todo  edificado  sobn 
leito  de  pedra,  que  ia  ter  ao  eastello.  En 
este  de  cantaria  lavrada,  e  rodeando  o  moa* 
te,  vinha  fechar  em  oito  rochedo^  que  ser- 
viam como  de  torres»  ou  atalaias,  estando 
alguns  doestes  afeiçoados  a  picão,  em  fona 
de  guaritas,  e  outros  com  siguaes  evideotti 
de  ter-se  alli  accendido  fogo  por  muito  ten* 
po,  o  que  prova  que  os  constructores  d'es4 
fortaleza  faziam  aqui  as  suas  almenáraL 
(Vide  FachOy  vol.  3.%  pag.  131,  col.  l.^ « 
fine.) 

Um  dos  taes  rochedos,  que  estáaK,i 
perfeitamente  quadrado  e  feito  a  picão,  eoa 
10  metros  d*altnra  e  de  largura  em  cada  í^- 
ce  2  metros.  Unido  com  elle  está  um  lanço 
de  muro,  de  2",60  de  espessura. 

Consta  que  n'este  muro  está  orna  pedia, 
com  uma  bezôrra  esculpida. 

No  centro  do  eastello,  estão  dois  grandes 
penedos,  para  os  quaes  se  sobe  por  uma  es- 
cada» aberta  n'elles  a  picão,  e  serviam  de  lor 
redes  á  fortaleza.  Ao  pó  doestes  rochedos  es- 
tão as  ruinas  de  um  edifício,  e  junto  â'eile 
restos  de  amphoras,  tijolos»  pedras  lavrada^ 
ameias,  etc. 

Vó«se  aqui  uma  cisterna,  ao  0.  doestas 
ruinas,  quadrada,  e  feita  de  alvenaria,  con 
uns  11  metros  de  vão,  entupida. 

A  muralha  d'este  lado,  fica  acima  do  ní- 
vel do  valle,  que  está  á  raiz  do  monte,  aos 
176  metros. 


MON 

Os  povos  téam  d*aqui  tevado  grande  quan- 
tidade de  pedra. 

r(ouun-se  n'estas  minas,  obras  de  diffe- 
rentes  époeas»  qae  dão  indícios  de  terem 
^ido  feitas  originariamente  pelos  antigos  la- 
siUnos,  reedificadas  pelos  romanos,  e  depois 
peips  godos;  e  ampliadas  pelos  árabes. 

Tado  faz  snppor,  que  nem  só. o  tempo  foi 
isaosa  da  soa  destruição,  mas  também  a  mão 
•do  homem. 

É  provável  que  dorante  as  gaerras  entre 
os  cbrlstaos  e  mooros  peninsulares»  tiveram 
•aQUi  logar  cruentas  batalhas,  que  desman- 
telaram esta  fortaleza ;  mas  nem  por  isso 
deixa  de  ser  um  monumento  curiosíssimo, 
«  digno  de  ser  visto  e  examinado. 

O  concelho  de  Mont*alegre  é  notável  pelo 
l^nde  numero  de  monumentos  de  eras  re- 
motas que  se  encontram  no  seu  território. 

Todos,  do  que  pude  haver  notícia,  vão  nos 
logares  competentes. 

MONTE  DE  TRIGO  (ou  do  Trigo)— firegae- 
«ia,  Alemtejo,  concelho  de  Porte^  comarca, 
arcebispado,  districto  administractivo  e  24 
líilometros  de  Évora,  125  ao  SE.  de  Lisboa, 
^M  fogos.  Em  1757  tinha  i48  fogos. 

Orago  S.  Julião. 

A  mitra  apresentava  o  cura,  que  tinha 
360  alqueires  de  trigo,  120  de  cevada  ^réis 
4M)^000  em  dinheiro. 

È  terra  muito  fértil  em  cereaes,  legumes 
e  fructas.  Cria  muito  gado  de  toda  a  qualí- 
dede,  principalmente  suino,  e  é  abundante 
«m  caça  do  chão  e  do  ar. 

MONTE  DE  TRIGO— Vide  Âlcanhões,  vol. 
i.%  pag.  66,  col.  2.* 

MONTE  DO  PARO— ^beço,  Minho,  na  fre- 
^uezia»  concelho  e  próximo  da  praça  de  Va- 
lença. 

O  seu  nome  lhe  provem  de  ter  aqui  ha- 
vido uma  ahmenára,  no  tempo  dos  antigos 
lusitanos.  Depois  se  estabeleceu  aqui  um  fa- 
dio  (que  é  a  almenára  aperfeiçoada,  e  sub- 
stituta antigamente  o  telegrápho.) 

Este  facho,  ainda  funcoíonoa  durante  as 
guerras  da  resuuração,  desde  1640,  até  i^668. 

No  alto  d'este  monte,  está  a  capella  de  Nas- 
^a  Senhora  do  Fáro^  de  cnjo  sitio  se  goza  um 
dos  mais  bellos  e  vastos  panoramas  da  pro- 
víncia do  Minho,  e  mesmo  poucas  elevações 


MON 


477 


de  Portugal  apresentarão  tão  dilatado  hori- 
sonte  e  tão  formosas  vistas,  que  terminam» 
ao  O.,  pelo  Oceano,  que  fica  a  20  kilometros. 

É  a  Senhora  do  Faro,  objecto  de  grande 
devoção  dos  povos  circumferentes,  não  só 
d*este  reino,  como  da  Galliza,  que  aqui  con- 
correm em  piedosas  romarias. 

O  scepticismo  hodierno,  longe  de  fazer  res- 
friar a  devoção  á  Divina  Padroeira  dos  por- 
tuguezes,  tem  concorrido  para  que  o  seu 
culto  mais  se  tenha  generalisadow  São  d*isto 
uma  consoladora  prova,  os  povos  do  Minho» 
eminentemente  religiosos,  cujo  acrisolado 
amor  ao  catholicismo  não  pôde,  nem  jamais 
poderá  ser  manchado  pelas  ideias  descren- 
tes do  século  actual. 

É  d'isto  um  louvável  exemplo,  o  culto  que 
prestam  á  milagrosa  Virgem,  do  Faro,  o  qual 
em  vez  de  intibiar  n*estes  corações  verdadei- 
ramente portttguezes  e  sinceramente  chris- 
tãos,  cada  vez  mais  floresce. 

Faz-se-lhe  a  sua  principal  festividade  a  15 
de  agosto  (dia  da  sua  Assumpção.) 

Na  véspera,  está  a  ermida  illummada  in- 
terna e  externamente,  havendo  grandes  fo- 
gueiras» fogo  de  artificio  e  a  tradicional  gaita 
de  folie. 

Ainda  no  anuo  passado  (1874),  foi  esta  ro- 
maria muito  mais  concorrida  do  que  nos 
annos  antecedentes.  Houve  varias  missas  re- 
zadas, e  uma' cantada  a  grande  instrumen- 
tal. 

O  sr.  padre  Barreiros,  de  Monsão,  subin- 
do ao  púlpito,  commoveu  todo  o  auditório» 
com  as  suas  palavras  evangelisadoras,  e  o 
arrebatou  com  a  sua  inimitável  eloquência. 
Exaltou  os  divinos  attributos  da  Santíssima 
Virgem,  provou  o  seu  constante  p;itrocinio 
a  favor  dos  pòrtuguezes,  em  todos  os  tem- 
pos, e  louvou  a  constante  devoção  e  a  sin- 
cera gratidão  que  o  nosso  bom  povo  sempre 
consagrou  á  Rainha  dos  anjos. 

Este  esclarecido  orador  sagrado,  veiu  de 
longe  cantar  os  louvores  de  Nossa  Senhora 
do  Faro»  gratuitamente  e  por  sua  própria 
devoção.  Honra  pois  a  este  Ulustrado  sacer- 
dote. 

Fez-se  uma  mãgestosa  e  concorrídissima 
procissão  ao  Alto  de  ScmVAnw^  e  depois  em 
volta  da  capella. 


478 


MON 


MON 


Novos  fogos  â'artitteio,  mais  gnlSes  e  ban- 
^hras  e  maior  concurso  de  romeiros  abri- 
ttiantoa  esta  piedosa  solemnídade. 

A  musica  do  batalhão  de  caçadores  n.<*  7, 
todo  o  dia  tocou  uo  arraial,  exhibindo  o  seu 
vasto  e  escolhido  reportório. 

Houve  um  primoroso  basar  de  prendas, 
contendo  formosos  objectos,  oflTerecidos  pe- 
las mordomas,  distíogoindo-se  pela  magni- 
ficência das  ofTertas,  a  digna  esposa  do  sr. 
I>omingos  Pereira  do  Yalie,  que  deu  para 
este  bazar,  perto  de  140  prendas,  que,  pelo 
seu  valor,  deram  uma  avultada  verba. 

Também  a  filha  mais  velha  do  sr.  António 
de  Souza  Maia,  oflfereceu  varias  prendas  de 
sabida  valia,  e  algum  dinheiro.  As  mais  mor- 
domas e  alguns  mordomos,  alem  das  pren- 
das, offereceram  valiosas  quantias,  com  o 
que  se  pôde  levar  a  effeito  a  festividade,  que 
promette  hir  em  augmento;  assim  como  a 
eonservação  e  ornamentação  do  templo  e 
suas  dependências. 

«O  bazar  teve  bastante  concorrência,  e  o 
dia  terminou  sem  que  a  paz  e  a  ordem  se 
alterasse. 

Cresce  pois  a  devoçlo  da  Senhora  do  mon- 
te do  Faro,  porque  ainda  na  noite  do  dia  15 
houve  fogo  e  illamínação,  e  no  dia  seguinte, 
domingo,  foram  alguns  devotos  de  Valença, 
mandaram  celebrar  missas  resadas,  e  duas 
eantadas;  dois  sermões  pelo  sr.  padre  Pi- 
nheiro, e  ainda  procissão  ao  redor  da  capei- 
la,  aproveitando-se  de  tudo  quanto  havia 
servido  na  véspera. 

Outra  vez  na  noite  do  dia  16  se  illnminou 
o  monte,  e  no  dia  17  subiu  ao  alto  o  sr.  Ma- 
noel António  de  Barros,  a  cumprir  um  voto 
á  Virgem  do  Faro  com  toda  a  sua  família  e 
parentes,  e  grande  numero  de  convidados, 
que  o  acompanharam  no  cumprimento  da 
sua  promessa,  havendo  missa  cantada  a  mu- 
sica, e  todas  as  demonstrações  de  culto  e  ve- 
neração devida  â  milagrosa  Senhora  de  Faro. 

Como  que  houve  umà  terceira  festa  e  ar- 
raial, em  que  não  faltou  concorrência  de 
pessoas  escolhidas  e  dedicadas  á  Mãe  de 
Deus,  do  Faro;  nem  a  musica  Animadora  de 
taes  reuniões,  nem  almas  generosas  que  of- 
fereceram valioso  óbolo  à  protectora  dos  val- 
lendanos  e  seu  concelho. 


O  dia  passou-se  em  agradável  convivên- 
cia, e  os  aldeãos  das  visinhanças  vieram  com 
a  sua  musica  de  rebocas  e  violas  e  seus  cân- 
ticos de  alegria  tomar  parte  nos  (blgares  re- 
ligiosos, depois  de  cumprida  a  promessa; 

Não  foi  estéril  esta  escolhida  e  numerosa 
reunião  para  novos  melhoramentos  e  pro- 
gresso de  quanto  precisa  aquelle  local,  aVi- 
vando-se  a  ideia  da  edificação  de  um  edifl- 
cio  que  possa  agasalhar  os  romeiros  nas  in- 
tempéries e  outras  necessidades  inherenles 
a  tal  sitio  de  elevada  posição. 

Oxalá  vá  por  diante  tão  proveitosa  lem- 
brança, e  assim,  ricos  como  pobres,  tomem 
parte  n'esta  boa  obra.» 

O  que  vae  entre  comas  é  transcripto  do 
NotkiosOf  de  Vallença,  n.*  291,  de  20  d*agos« 
to  de  1874. 

MONTE  DO  OATO  —  serro,  Alemtejo,  na 
concelho  d'Almodovar,  districto  administra- 
tivo de  Beja. 

Tem  minas  de  cobre. 

Estas  minas,  bem  como  as  do  mesmo  me- 
tal, do  Serro  de  Martim  Annes^  e  do  Sém 
das  Ferrarias^  no  mesmo  concelho,  foram  de- 
finitivamente concedidas,  em  abril  de  18711^ 
ao  sr.  Manoel  Auduze,  seu  proprietário  l^ 
gal. 

MONTE  DO  OUTEIRO --serro,  na  fregttt- 
zia  de  S.  Miguel  de  Machêde,  concelho,  txh 
marca,  districto  administrativo,  arcebispiAy 
e  8  kilometros  a  O.  d'Evora. 

Ha  aqui  um  dohnen,  e  restos  de  mais  \m 
nos  limites  d'este  monte. 

MONTE-DOR— Vide  Areoza,  a  pag.  238  S, 
col.  2.«,  do  l.<»  volume. 

MONTE  FRAGOSO  —  Segundo  a  antiga 
geographía,  estava  este  monte  simado  no 
condado  de  Neiva,  e  pouco  distante  dos  mon- 
tes Pando  e  Lupato,  na  divisão  dós  conda- 
dos, M\SL  pelos  godos,  no  secttlo  VIL— Igno* 
ra  se  hoje  a  qual  dos  serros  d'estes  sitíos 
(onde  ha  muitos  cabeços  e  montes)  davam 
os  antigos  este  nome. 

MONTE- JDNTO  —  Cordilheira,  Extrema- 
dnra,  na  fi'eguezia  de  Cabanas  de  Torres  (S. 
Gregório,  papa),  comarca  e  concelho  d* Alem- 
quer,  70  kilometros  ao  N.  de  Lisboa,  a  cd}o 
patriarchado  e  districto  administrativo  per- 
tence. 


um 

A  pag.  1  do  S>  volume,  pfOQietH  tratar 
ii*este  artigo  do  convento  da  ordem  dos 
pregadores  (dominieos)  evoadesempeDbar- 
ine. 

Os  nossos  antigos  davam  a  esta  emineti- 
tia  o  nome  de  MofUe  Tagroy  e  Monte  Sacro  t 
^Mons  Sttúms).  Fiea  a  i5  kiiometros  ao  N. 
da  vllla  d^Alemquer. 

O  ponto  CQlmmante  da  serra  de  Monte- 
junto, segando  o  sr.  Pranzini,  tem  718  me- 
tros acima  do  nivel  do  már,  vindo  a  ser  o 
14.*  na  ordem  das  alturas  n'este  reino. 

Tem  de  circumfereneia  perto  de  trinta  ki- 
iometros, e  três  de  subida. 

No  seu  euiue  ha  um  plató  de  18  kiiome- 
tros de  comprido,  que  se  pôde  chamar  uma 
hnmensa  lagem  (a  maior  parte  d'esta  serra 
é  composta  de  penedia)  e  apenas  aqui  ha 
uma  várzea,  de  uns  três  kiiometros  de  com- 
|)rido,  composta  de  terra  bastante  fértil,  que 
se  cultiva.  Ha  também  aqui  duas  alagòas  de 
agua  clara  e  de  boa  qualidade. 

A  pouca  distancia  d*estas  alagôas,  e  sobre 
uma  pequena  elevação  está  a  ermida  de  iVoí- 
sa  Senhora  das  Neves^  assim  denominada  pe- 
la muita  neve  que  se  conserva  n*este  sitio 
grande  parte  do  anuo. 

A  ermida,  posto  seja  pequena,  é  de  boa  fa- 
brica, e  tem,  fora  da  porta  principal,,  um  al- 
pendre coberto,  e  dentro  está  dividida  em 
capelia-mór  e  corpo  da  egreja;  Ê  de  aboba- 
da, e  tão  antiga,  que  se  não  sabe  quando 
nem  por  quem  foi  ediflcada. 

Á  entrada  da  porta  de  temph)  ha  uma  pia, 
aberta  a  picão  na  htge,  que  é  o  pavimento 
natural  da  ermida,  e  juntamente  é  também 
fonte,  porque  no  seu  âmbito  rebenta  uma 
fonte,  a  que  o  povo  atribuo  muitas  virtudes 
medicinaes.  Tekn  sacristia  e  casa  que  foi  re^ 
sidencia  de  um  erimitão,  com  uma  cérea 
contigua.  Também  existem  as  minas  de  um 
ou  mais  ediflcios  maiores,  que  foram  casas 
para  abrigo  dos  romeiros,  que  antigamente 
aqui  concorriam  em  grande  quantidade,  e 

<  Jalgo  que  Tdgro,  é  corrupção  de  Ságro^ 
Qk  corrupção  de  Saero)  como  diz  o  padre 
Agostinho  da  Santa  Maria,  no  seu  Sanct. 
Mar.,  tomo  2.*,  pag.  214.  — Ha  aqui  perto 
uma  aldeia  chamada  Tagárro,  corrupção  de 
Tágro. 


MON 


479 


hospício  dos  religiosos  dominieos;  e  a  pou- 
ca distancia  as  robustas  paredes  do  novo 
mosteiro  que  se  principiou  e  não  concluiu, 
como  adiante  direi. 

A  primeira  noticia  certa  que  ha  d'esto 
templo,  é  que,  pelos  annos  de  1817,  a  deu 
a  infanta  D.  Sancha,  filha  de  D.  Sancho  I,  a 
D.  frei  Soeiro  Gomes,  primeiro  fundador 
que  a  ordem  de  S.  Domingos  teve  n'este 
reino,  e  primeiro  provincial  das  províncias 
de  Aragão,  Gastella  e  Portugal,  para  que  elle 
e  os  seus  religiosos  fossem,  os  capellães  do 
Nossa  Senhora  das  Neves,  que  então  era  fa- 
mosa èm  todo  o  reino,  pelos  muitos  mila- 
gres que  lhe  atribuíam,  e  era  este  um  dos 
mais  frequentados  Sauctuarios  de  Portugal. 
Aqui  viveu  o  santo  firei  Soeiro  Gomes  al- 
guns annos,  e  esta  foi  a  primeira  casa  e  o 
primeiro  domicilio  que  a  ordem  dos  prega- 
dores teve  em  Portugal;  e  n*este  deserto  fH« 
gido,  inhospito  e  desabrido,  passavam  os  re- 
ligiosos uma  vida  de  oração  e  abstinência,  e 
d*aqui  sabiam  a  pregar  a  religião  do  Craci- 
flcado  por  toda  a  província  da  Extremadura 
e  pela  do  Alemtpjo. 

Falleceu  o  santo  D.  frei  Soeiro  em  1226 
(outros  dizem  que  em  1233)  e  pouco  depois, 
os  religiosos,  não  podendo  supporiar  os  ri- 
gores d'este  clima,  abandonaram  o  mostei^ 
rinho,  e  se  foram  para  o  convento  de  S.  Do- 
mingos, em  Santarém,  que  D.  Soeiro  havia 
fundado,  i 

A  referida  inbnta  D.  San- 
cha, vivia  em  Alemquer,  e  alli 
foi  ter  D.  íirei  Soeiro,  sendo  re- 
cebido por  ella  com  o  respeito 
e  amor  de  que  era  digno  tão 
santo  varão,  que  lhe  pediu  li- 
cença para  fnndar  o  mosteiro 
da  sua  ordem  emMonte-Jnnto. 
Em  1222,  tinha  um  devoto  doado  a  estes 

1  Alguns  escriptores  dizem  que  D.  Soeiro 
íòi  d'a9ui  para  bispo  de  Lisboa,  o  que  é  er- 
ro. Foi  seu  contemporâneo,  o  bispo»  de  Lis- 
boa D.  Soeiro  Viegas,  que  falleceu  em  9  de 
janeiro  de  1232.  Este  bispo  foi  intimo  amigo 
de  D.  frei  Soeiro  Gomes,  e  sendo  embaixa- 
dor em  Roma,  obteve  do  papa  a  introducção 
da  ordem  de  S.  Domingos  em  Portugal.  Este 
bispo,  foi  o  12.*  da  2.'  época.  (Vide  o  4.*  vol., 
pag.  268^  coL  2.%  fai  fine.) 


48Q 


}m 


religiosos,  oofia  porção  de  terreno  janto  aos 
muros  de  Santarém,  em  um  sitio  chamado 
então  Monte  Gràs.  ^ 

De  Santarém  em  breve  esta  ordem  se  es- 
palhou por  todo  o  reino,  e  os  dominicos,  tão 
humildes  e  penitentes  no  seu  principio,  for- 
maram em  breve  uma  corporação  rica  e  so- 
berba, que,  se  teve  membros  de  grande  sa- 
ber e  de  muita  virtude,  também  devemos 
confessar  que  foram  elles  os  que  nos  deixa- 
ram bem  tristes  recordações  pelas  cruelda- 
des que  çxerceram  durante  a  sua  adminis- 
tração no  troculento  tribunal  do  Santo  Of- 
ficiOy  de  horrível  recordação. 

Também  foram  os  frades  dominicos  de 
Lisboa,  os.  promotores  da  cruelisaima  carni- 
ficina dos  judeus  e  christãos  novos,  no  hor- 
roroso dia  i9  de  abril  de  1^6,  pelo  que  o 
rei  D.  Manuel  mandou  queimar  vivos,  na 
praça  do  Rocio,  dois  frades  d*esta  ordem. 
(Vide  4."  vol.,  a  pag.  111,  col.  1.") 

Depois  da  fundação  do  convento  de  San- 
tarém, ficou  este  de  Honte-Junto  servindo 
de  casa  disciplinar,  sendo  mandados  para 
aqui  os  frades  incorregiveis,  ou  que  com- 
mettiam  alguma  culpa  grave ;  mas  esteve 
desde  12)6  sempre  multo  pouco  habitado. 

No  principio  do  século  XVIII,  fr.  Manuel 
da  Assumpção,  dominicano,  projectou  esta- 
belecer em  Portugal  uma  reforma  da  sua 
ordem,  para  a  seguir  com  mais  rigor. 

Foilhe  dado,  para  elle  e  seus  discípulos, 
este  mosteiro,  pelo  que  aos  que  adoptaram 
esta  nova  regra,  se  lhe  deu  o  titulo  de  Re- 
forma  da  Serra  de  Monte-Junto. 

Estabeleceram-se  aqui  os  religiosos,  e  co- 
mo o  edificio,  alem  de  ser  acanlfado,  estava 
muito  velho  e  arruinado,  quizeram  construir 
um,  em  melhores  condições,  e  principiaram 
as  obras,  cujas  paredes  ainda  chegaram  a 
uns  3  metros  d*aUura;  porém,  deixando  de 
existir  esta  reforma,  nunca  mais  continua- 
ram as  obras. 

Ainda  a  pouca  distancia  do  antigo  mos- 

1  Este  nome  lhe  foi  provavelmente  posto 
por  algum  cavalleiro  francez,  dos  tantos  que 
por  esses  tempos  vinham  procurar  aventu- 
ras e  fortuna  a  Portugal  combatendo  con- 
tra os  mouros.  Todos  sabem  que  a  palavra 
gras  é  franceza  e  significa  garao. 


um 

teiro,  «d  voem  estas  robustas  paredes,  des- 
afiando o  correr  dos  auQos  e  a  intempérie 
do  sitio. 

Hoje,  alli,  ludo  6  desolação,  abandono  e 
silepcio :  apenas  a  5  de  agosto  de.  cada  anno 
(dia  de  Nossa  Senhora  das  Neves),  aqui  con- 
correm os  fieis  das  vísinhanças,  a  prestar 
culto  á  Rainha  dos  Anjos. 

Disse  no  principio  d*este  artigo,  que  a  ser- 
ra de  Monte-Junto  era  no  concelho  de  Alen- 
quer, pelo  que  preciso  fazer  aqui  uma  ob- 
servação. 

Monte-Junto,  propriamente  dito,  é  o  que 
acabei  de  descrever;  porém,  geographica- 
mente  faltando,  é  uma  cordilheira  do  distri- 
cto  administrativo  de  Leiria»  conaposta  de 
varias  serras,  que  são  ramos  doesta,  sendo 
asprincipaes,  Albardos,  Minde  e  outras,  pro- 
jectando se  em  diversos  sentidos»  entrando 
algumas  no  districto  administrativo  de  Lis- 
boa. 

Na  serra  de  Monte-Junto,  Jia  finíssimos 
mármores,  óptima  pedra  calcarea  (carbonato 
de  cal),  azeviche  e  outras  pedras  excellentes 
para  eonstrucçdea. 

Ainda  com  referencia  a  D.  fr.  Soeiro  Go- 
mes, devo  dizer,  que,  não  achando  o  sitio  d« 
MorUe-GráSy  nas  condições  requeridas,  mu* 
dou  o  mosteiro  para  junto  dos  muros  de  Sal- 
tarem, em  cujo  logar  ainda  existem  as  sou 
minas  venerandas. 

Fundou  outro,  em  Coimbra,  do  qual  foi 
S.  Payo,  o  l.*"  prior.  Outro  em  GuimarãM^ 
onde  foi  prelado,  S.  Lourenço  Mendes. 

Foi  assistir  ao  capitulo  geral  da  sua  or- 
dem, a  Bolonha.  Depois  da  morte  do  sen  pa- 
triarcha,  S.  Domingos,  foi  a  Paris,  assistira, 
outro  capitulo,  para  se  nomear  successor  a 
este  illnstre  santo. 

Voltando  ao  reino,  foi  provincial  da  soa 
ordem,  doze  annos;  fallecendo  a  27  de  abril 
de  1226  (ou  1233),  cheio  de  virtudes  e  me- 
recimentos. 

Foi  muito  respeitado  por  D.  Affonso  I(  o 
por  suas  irmans,  as  infantas  D.  Sancha,  D. 
Thereza  e  D.  Branca;  e  arbitro  nas  conteo* 
das  entre  ellas  e  o  rei,  de  cujo  encargo  ss 
sahiu  o  melhor  que  pôde. 


MON 


MON 


481 


O  nome  de  D.  fr.  Soeiro  Gomes, -é  um  dos 
mais  vf^nerandos  que  aqaelles  remotos  tiem* 
pos  nos  iegaram,  e  que,  apesar  de  quantas 
extinç5es  de  ordens  religiosas  a  voracidade 
dos  poderes  da  terra  decretem,  passará  á 
mais  remota  posteridade,  como  um  modelo 
âe  todas  as  virtudes  christans. 

Do  Sanctnario  de  Nossa  Senhora  das  Ne- 
ves, de  Monte- Junto,  tratam— D.  Rodrigo  da 
Canha,  na  Historia  Ecclesiastica  de  ÍAsboc^ 
pag.  2,  eap.  3/— Cardoso,  no  seu  Agiologio, 
tom.  2.^  a  27  de  abril— fr.  Luiz  de  Sousa, 
na  sua  Chron.  de  S.  Domingos^  pag.  1.*,  Liv. 
i.""^  cap.  12— Brandão,  Mon,  Lus.,  pag.  4,  Liv. 
14,  cap.  23 — e  as  Chronicas  dominicanas. 

MONTE-LAFÃO— serra,  Beira  Alta,  na  co- 
marca de  Yousella. 

Bispado  e  districto  administrativo  de  Vi- 
seu. 

Corre  de  N.  a  S.— Pelo  N.  principia  junto 
ao  logar  de  Pataunços;  terminando  ao  S.  pela 
serra  do  Bussaco. 

Ha  n'esta  serra  o  numte  do  Caramullo,  al- 
tíssimo penhasco,  cujo  accesso  é  difícilimo. 
No  sen  cume  ha  uma  pedra  quadrada  (espé- 
cie de  méza)  que  mostra  ser  feita  a  picão. 
D'este  ponto  se  vêem,  em  dias  claros,  ao  SO. 
e  O.,  os  campos  de  Coimbra,  a  cidade  de 
Aveiro,  multas  outras  povoações  e  uma  vas- 
ta extensão  do  Oceano— e  ao  E.  todas  as  ter- 
ras que  estanceiam  entre  o  monte  Lafão  e  a 
serra  da  Estrella. 

Também  n'esta  parte  se  levanta  um  mon- 
te pyramidal,  denominado  serra  do  Cânta- 
ro, ou  do  Carvalho.  (Vide  vol.  í.»,  pag.  96, 
eol.  !•  e  pag,  136,  col.  !•)  Este  monte  é  tão 
alto  como  o  do  Caramullo. 

Em  uma  quebrada  da  serra  do  Caramullo 
(vide  Vol.  a.»,  pag.  i02,  col.  l.«),  que  vira 
para  O.,  em  frente  do  delicioso  Valle  de  Bes- 
teiros, e  a  24  kilometros  de  Viseu,  está  edi- 
ficado o  Sanctnario  de  Nossa  Senhora  do 
Guardão.  Vide  Besteiros  (Guardão  de)  pag. 
396,  col.  i.\  áb  f  vol.— e  Guardão,  pag. 
343,  col.  !•,  do  !•  vol. 

É  um  templo  antiquíssimo,  e  consta  ter 
sido  edificado  durante  o  domínio  agareno, 
eu,  pelo  menoSy  antes  da  sua  total  expulsão 
d'esu  provineia. 


Segundo  a  tradição,  alguns  christãos,  íttgi- 
dos  às  crueldades  dos  agarenos,  se  recolhe- 
ram a  estas  brenhas,  e  aqui  edificaram  uma 
ermida,  dedicada  à  Santíssima  Virgem,  es- 
condida entre  as  selvas,  então  quasi  impe* 
netraveis  d*esta  serra. 

Com  o  correr  dos  annos,  foi  elevada  esta 
ef  mida  a  egreja  parochial,  sob  a  invocação 
de  Nossa  Senhora  da  Assumpção.  Tem  um 
retábulo  pintado  a  óleo,  attribuido  ao  grão 
Vasco,  representando  a  Senhora,  de  tal  per- 
feição e  belleza,  que  o  bispo  de  Viseu,  D.  João 
de  Mello,  encantado  de  tanto  primor,  propdz 
ao  abbade  de  Guardão,  então  o  licenceado, 
José  da  Costa  Pessoa,  levar  aquella  pintura 
para  o  seu  paço,  deixando  aqui  uma  cópia 
exacta,  e  uma  grande  quantia  de  dinheiro, 
para  obras  da  egreja,  ao  que  o  abbade  se  op- 
pôz,  não  só  pela  devoção  que  tinha  a  esta 
Senhora,  como  por  temer  que  os  parochia* 
nos  se  revoltassem. 

Uma  prova  mais  da  antiguidade  â'esta 
egreja,  é  que  antigamente  vinham  aqui  á 
missa  os  povos  das  freguezias  da  Arranca- 
da (Vallongo)  então  da  comarca  d'Esgueira 
— a  villa  á*Agued(h-toáos  então  do  bispado 
de  Coimbra — e  Mortágua  e  Santa  Comba- 
Dão,  então  na  comarca  e  bispado  de  Viseu; 
de  todas  as  freguezias  do  Valle  de  Besteiros 
— e  de  todo  a  concelho  de  Lafões,  que  tinha 
então  13  freguezias. 

Sobre  a  porta  travessa  d'esta  egreja,  de- 
fronte das  casas  da  residência,  se  vé  uma 
pedra  quadrada,  onde  se  estão  os  restos  de 
uma  inscripção,  que  consta  testemunhar 
aquella  antiguidade;  mas  estão  as  letras  tão 
apagadas  com  o  tempo,  que  se  não  podem 
lér. 

Também  é  uma  prova  da  antiguidade  does- 
ta egreja  e  do  concelho  do  Guardão,  uma  es- 
criptnra  qúe  existia  no  cartório  de  Santa 
Cruz,  de  Coimbra,  do  qual  foi  tirada  uma 
certidão,  a  requerimento  dos  moradores  do 
logar  do  Mosteitinho,  então  concelho  de  S. 
João  do  Monte. 

Era  tuna  doação,  feita  por  D.  Affonso  Hen- 
riques e  sua  mulher,  ao  mosteiro  de  Santa 
Cnu,  de  Geimbra,  em  setembro  da  era  de 
ii90.  (115^  de  Jesus  Ghristo.) 


4Sâ 


IfOK 


Mo  oapio  este  ^ocamento  na  soa  integra, 
por  ser  muito  extenso ;  mas  doa  os  trechos 
que  me  pareeeram  mais  curiosos. 

Eis  a  sua  traducção,  do  latim  harlMtro  do 
século  XII : 

£m  nome  do  Padre,  do  Filho  e  do  Espi- 
rito  Santo;  porque  dos  reis  e  príncipes  é,  e 
também  do  varão,  honrado  com  o  titulo  de 
nobreza  (como  se  acha  nas  leis  dos  godos), 
comprir  apropria  vontade  nos  seus  próprios 
bens :  portanto,  eu,  Affonso,  rei  dos  porto- 
guezes,  filho  do  cande  Henrique  e  da  rainha 
Tbereza,  neto  do  grande  imperador  Affonso, 
juntamente  com  minha  mulher,  a  rainha  D. 
Maíalda,  filha  de  Amadeu,  conde  de  Ufauria- 
na,  considerando  o  nosso  fim,  e  dia  do  es- 
treito jnizo,  no  qual  se  dará  a  cada  um,  con- 
forme fizer,  determinámos  honrar  e  aceres- 
eentar  as  possessões  ao  mosteiro  de  Santa 
Cruz,  de  Coimbra ;  e  por  isso,  damos  a  vòs 
prior,  D.  João  e  a  vossos  irmãos,  que  ahi 
perpetuamente  morarem,  a  notoa  herdade 
de  S.  João  do  Monte,  com  a  sua  ermida;  a 
qual  herdade,  a  rogos  da  rainha,  tínhamos 
ilado  ao  mestre  Guarino,  pelos  muitos  ser- 
viços que  nos  íez,  para  que  a  possuísse  em 
sua  vida  somente,  e  depois  de  soa  morte,  a 
deixasse,  por  nossas  almas,  ao  dito  mostei- 
ro. A  qual  herdade  fazemos  couto,  cujos  ter- 
mos são— Primeiramente^  pelo  Oriente,  pela 
pedra  que  está  entre  Parãmo  (hoje  Parafduis 
do  Monte)  e  S.  João— d*essa  pedra  vae  para 
a  Cabeça  de  Vsdle  de  Carros,  e  d*ahi  vae  á 
Cabeça  do  Junqueiro,  e.d*ahi  á  Matta  d'figas 
—segue  para  Aguada,  e  d'ahi  a  Aurenteiros, 
seguindo  para  as  Covas  i—d*ahi  para  a  Ca- 
beça da  Urgeira,  ató  á  Cabeça  do  Mourq— 
d'ahi  ao  Giro,  até  ao  pé  do  Caramullo,  a  um 

1  No  logar  de  Aurenteiros^  é  tradição  ter 
existido  uma  antiquíssima  <ndade,  chamada 
Gortélha.  É  certo  que  por  estes  sítios  se 
vêem  umas  csvernas,  para  as  quaes  se  en- 
tra pela  encosta  do  monte.  São  muitas,  mas 
a  maior  parte  arruinadas.  As  que  se  con- 
servam em  melhor  estado,  são  de  tama- 
nhos differentes,  podendo  conter  10,  it  e 
mais  pessoas.  Foram  vistas  e  examinadas 
por  Sebastião  d*Alvelos  e  Gouveia,  abbade 
de  Guardão,  quando  no  fim  do  século  XVII 
assistiu  à  divisão  dos  bispados  de  Viseu  e 
Coimbra,  por  esta  parte,  em  que  havia  al- 
gumas duvidas  nos  respectivos  limites. 


padrão  que  alll  «stá«-segiiindo  até  â  PortelUt 
do  Cadraço,  a  qual,  divide  entre  Besteiros  a 
Lafões»  e  d'ahi  ao  Tojal  de  Cima,  de  Becer- 
reira,  por  uma  pedra  que  ahi  está— e  d'ahi 
á  Cabeça  de  Barrajaes,  is  d*ahi  á  agua  que 
vem  do  Açor.  E,  tornando  á  primeira  pedra, 
acima  dita,  n^esses  termos,  á  roda,  se  encer- 
ra a  dita  herdade. 

B  se  alfuem  (o  que  não  queremos)  natu- 
|al  ou  estrangeiro,  pretender  quebrar,  ou 
violentamente  quizer  entrar  no  dito  couto, 
seja  obrigado,  pelo  poder  real,  a  pagar  200 
soldos  de  boa  moeda  e  todo  o  damno  que 
fizer,  o  pagará  quatro  vezes,  e,  além  d^isto, 
será  apartado  do  ceUy  da  Santa  Madre  Egre- 
Ja  e  dos  /iei$,  etc,  etc. 

Assignaram  esta  doação  e  ep^utamento, 
depois  do  rei-*a  rainha— João,  arcebispo  de 
Braga— Pedro,  bispo  do  Porto — Fernão  Pe- 
res^ dapifer  (mordomo-mór)  da  corte— Mem 
Moniz— Gonçalo  de  Sousa— João  Ranja-^ 
Nuno  Soares  Velho— ^Mem  de  Bragança,  al- 
feres. 

Foram  testemunhas:— Redulfo  Zoleymas 
—Fernão  Gutierres— Martin  Anbaya— Pe- 
dro Gàribas— Mem  Abaldes— Rodrigo  Pe- 
layo,  alcaide  de  Cambra— Pedro  Mendes» 
mordomo  do  rei. 

Foi  escripta  por  João,  diácono. 

Pelas  medições  constantes  d*esta  escrí* 
ptura  se  vé  que,  n*aqueiles  tempos,  o  couto 
de  Guardão  incluía  o  depois  concelho  de 
Besteiros,  hoje  de  Tondella. 

Parece  que  depois  ficou  sendo  só  de  San- 
ta Cruz  de  Coimbra  o  padroado  da  egreja 
de  Guardão;  porque,  pelos  annos  de  i434, 
o  infante  D.  Henrique  (alho  de  D.  João)  I 
pw  um  contrato  feito  com  Pedro  Gonçal- 
ves Carrutello  e  sua  mulher.  Branca  de 
Sousa  (progenitores  dos  morgados  do  Guar- 
dão, Sousas  Castello  Branco),  lhes  deu  e 
escambou,  para  si  e  seus  herdeiros  e  sue- 
cessores,  o  sen  couto  de  Qpardão,  em  ter- 
ra de  Besteiros,  com  toda  a  sua  jurisdic* 
çao. 

Também  é  tradição  qm  em  Santa  Maria 
do  Guardão,  teve  principio  e  nome  o  con- 
celho de  Besteiros  ou  Terras  de  Sofila  lía* 


um 


IfON 


483 


na  de  BésteirM,  cujos  antigos  privilégios  e 
nobreza  de  seus  natoraes  íoi  concedida  aos 
cidadãos  de  Lisboa,  qae  pertenceu  á  mo- 
D^rchia  portugueza  muilo  depois  doestas 
terras.  Estes  privilégios  eram  os  antigos  da 
Terra  de  Sa/iUa  Maria  (vide  Feira^  a  pag. 
155.  do  3.*  vol.,  col.  i.«) 

Ainda  pelas  diversas  freguezias  d*este  con- 
celho e  limitrophes  ba  nmitas  fámilias  no- 
bres, descendentes  dos  primeiros  senhores 
d*e8tas  terras. 

Frei  Antoskio  Brandão  {Mon.  Lm.)  diz 
que,  quando  D.  Aífonso  Henriques  regres- 
sava das  cortes  de  Lamego  para  Coimbra 
{1143)  tomou  aos  mouros  as  viUas  de  Frei- 
xedo  e  Nagozeilas  (povoações  próximas  a 
fiésteiros  e  que  ainda  conservam  os  mes- 
mos nomes).  £  que  dera  então  aos  frades 
de  Lorvão  (que  então  eram  benedtctinos) 
uma  grande  quantidade  de  vaccas  e  vitel- 
las,  que  levara  da  terra  de  Santa  Maria  de 
Besteiros,  provavelmente  tomadas  aos  mou* 
ros  das  duas  villas  então  conquistadas. 

A  ^eja  matriz  do  Guardão  ó  vasta  e 
aeeiada.  Antigamente,  no  dia  da  Ascenção 
do  Senhor,  vinham  a  esta  egreja  ires  procis- 
aões,  das  freguezias  de  S.  Thiago,  Santa 
Eulália  e  Ga^Uoes.  Todas  se  hiam  juntar 
a  um  sitio,  distante  da  egreja  3  kilometros, 
onde  está  uma  ermida  de  S.  Bartholomeu, 
c  d^ahi,  cada  uma  de  per  si,  postas  em  or- 
dem, em  um  levantado  outeiro,  que  fica  a 
E.  da  mesma  ermida;  d'onde  se  descobre  a 
egreja  de  Castellões,  que  fica  no  valle,  e  co- 
mo esta  é  dedicada  ao  Salvador,  diziam 
três  vezes: — Salvator  mundiy  miserere  no- 
bis;  e  d'aqai  marchavam,  segundo  a  sua 
antiguidade,  em  direcção  â  egreja  de  Guar- 
dão. 

N*este  dia  toda  a  gente  d'aquellas  quatro 
Dregnerias  fazia  uma  grande  festa  a  Nossa 
Senhora. 

É  tradição  antiga  e'  constante  que  em  um 
dia  da  Ascensão  do  Senhor,  tomaram  os 
moradores  d*aqaella8  cpiatro  fk^guezias  ama 
fortaleza  que  os  mouros  tinham  noi  sitio  on- 
de está  a  dita  ermida  de  S.  Bartholomeu;  e 


que  foi  em  anção  de  graças  por  este  feila 
qua  tiveram  origem  aquellas  procissões. 

É  certo  que  junto  á  capella  se  vêem  ain- 
da alicerces  de  cantaria  que  denotam  ser 
de  uma  antiga  fortificação,  e  que  servem  de 
fechar  o  adro  da  ermida  que  está  no  centro 
do  recinto  que  occupava  o  vetusto  edificio. 

N'esta  serra  ha  grande  abnndaocia  de 
caça  e  gados,  que  se  apascentam  em  seus 
frescos  valies,  regados  por  multas  fontes  e 
ribeiras  de  óptimas  aguas,  entre  as  quaea 
ha  uma  notável,  denominada  das  Laceiriu, 
por  ficar  junto  da  aldeia  do  mesmo  nome. 
Bstá  estn  fonte  em  uma  gruta  natural,  eom 
capacidade  para  mais  de  20  pessoas. 

Dlz-se  qne  n*esta  grala  esteve  alguns  dias 
escondido  D.  António,  prior  do  Crato,  fti*- 
gindo  á  crueldade  do  usurpador  Philippe  II 
de  Gastella. 

No  interior  doesta  gruta  ha  uma  lagem 
de  mármore,  onde  se  vêem  dois  buracos  de 
0»,30  de  diâmetro,  tão  perfeitamente  redon* 
dos,  como  se  fossem  feitos  a  compasso.  São 
abertos  em  espiral,  á  maneira  de  parafuse, 
sendo  ambos  do  mesmo  tamanho  e  feitio,  e 
distando  um  do  outro  0",33. 

Deitam  constantemente  agua  em  aban« 
dancia,  sendo  a  de  um  buraco  fria  e  limpi* 
da,  e  a  do  outro  tépida  e  espessa. 

Ê  certo  qne  esta  ultima  é  mineral,  mas 
não  me  oonsta  que  tenha  sido  competente* 
mente  analysada. 

MONTE  LAVAR-^^eguezia,  Extremadu- 
ra,  comarca  e  concelho  de  Cintra,  24  kilo- 
metros ao  NO.  deliispoa,  560  fogos. 

Em  1757  tioha  315  fogos. 

Orago  Nossa  Senhora  da  Purificação. 

Palriarchado  e  distrícto  administrativo  de 
Lisboa. 

O  prior  de  S.  Miguel,  de  Cintra  apresen- 
tava o  cura,  que  tinha  só  o  pó  de  altar.  Ha 
aqui  uma  albergaria  para  viajantes  pobres. 

Tem  duas  feiras  annuaes,  uma  na  primei- 
ra  oitava  da  Paschoa,  4>utra  a  2i  de  setem- 
bro. 

É  terra  muito  fértil.  Cria  muito  gado,  e 
íabrica-se  aqui  boa  manteiga  de  vacca. 

MONTÊLIOS  —  monte,  Minho.  —  EsUva 
aqui  a  antiga  egreja  de  S,  Salvador  do  Da- 


484 


MON 


me,  oa  S.  Fractnoso.  Dà-se-lhe  hoje  o  nome  i 
de  MorUe-PequenOy  qpe  é  a  tradacçao  de  Mon- 
télios. 

Nas  Inquirições  do  rei  D.  Diniz,  se  lhe  cha- 
ma Mcntêlhos. 

Faliam  n'este  monte^  diversas  doações  do 
secalo  IX  e  X,  as  qnaes  existem  no  Livro 

Fidei, 

M0NTE-L0N60— antigo  concelho,  Minho, 
que  hoje  se  denomina  Fafe.  (Vide  S.""  vol. 
pag.  132,  col.  i>) 

MONTE-MAIOR— Minho,  próximo  e  ao 
JNE.  de  Braga.  Denomina-se  hoje  serra  da 
Falpêrra.  (Vide  esta  palavra— a  2.»— pag. 
135,  do  3.»  vol) 

Dizem  alguns»  que  Monte-Maior  era  o  a 
qae  hoje  se  chama  de  Santa  Martha;  o  que 
não  é  provável,  porque,  na  descripçâo  que 
a  rainha  D.  Thereza,  mãe  de  D.  Affonso  Hen- 
riques, faz  do  termo  de  Braga,  em  uma  doa- 
ção, feita  na  era  de  1148  (1110  de  Jesus 
Christo),  principiando  por  Monte-Maior,  ter- 
mina no  monte  de  Santa  Martha,  o  que  pro- 
va que  eram  dois  montes  differentes,  posto 
que  contíguos. 

Diversas  doações,  do  tempo  da  anarchia, 
que  existem  no  Livro  Fidei^  mencionam 
este  Monte-Maior. 

H0NTEMAR6ARIDA— freguesia.  Beira 
Baixa,  concelho,  comarca,  bispado,  districto 
administrativo  e  18  kilometros  da  Guarda, 
330  ao  E.  de  Lisboa,  50  fogos. 

Em  1757  tinha  36  fogos. 

Orago  o  Espirito  Santo. 

O  prior  de  Faia  apresentava  o  cura,  que 
tinha  20M00  reis. 

MONTB-MmHOTO— Beira  Baixa— Está 
este  monte,  junto  ao  rio  Zêzere,  entre  outros 
serros,  ou  cabeços^  e  nos  limites  do  logar  de 
Cemache  do  Bom-Jardim,  concelho  da  Ger- 
tan,  comarca  e  districto  administrativo  de 
Castello  Branco,  no  grão-príorado  do  Grato, 
annexo  ao  patriarchado,  65  kilometros  ao  N. 
do  Grato  e  190  ao  SB.  de  Lisboa. 

É  este  monte  muito  alto,  e  coberto  de 
grandes  penhascos,  sendo  a  parte  que  olha 
.  ]para  o  Zêzere,  um  despenhadeiro  quasi  inac* 
eessivel. 

SolNre  um  doe  roehedoi  4'e8te  DMMite^est& 


uma  grande  ermida,  'dedicada  a  Nossa  Ss^ 
nkora  da  Estrella. 

É  muito  antiga,  e  consu  que  a  imagem 
apparecêra  n*este  mesmo  sitio,  dentro  d» 
uma  gruta,  ou  lapa. 

Junto  á  ermida,  está  um  poço,  que  nunca 
sêcca,  por  maior  que  seja  a  estiagem,  ape^ 
zar  de  estar  em  um  píncaro  alcantilado. 

Ha  também  aqui,  uma  fonte  perenne,  de 
agua  límpida,  fresca  e  saudável. 

Ao  pê  daegreja  ha  dois  sobreiros  secula» 
res  gigantescos. 

Ha  também  uma  casa  arruinada  e  uma 
pequena  cerca,  onde  residiam  os  ermitãíes,. 
quando  aqui  os  havia. 

Parece  que  também  aqui  houve  um  pe-^ 
queno  hospício,  pois  se  vêem  uns  alicerces, 
contíguos  á  capelia,  com  a  qual  communica- 
vam  por  uma  porta,  que  está  tapada  de  pe* 
dra  e  cal. 

Segundo  a  tradição,  foi  este  edificío  con- 
struido  e  habitado  pelos  cavalleiros  do  Tem- 
plo, que,  ou  n*este  sitio,  ou  em  outro  próxi- 
mo, tinham  um  castello. 

Os  provisores  do  grão-priorado  do  Grato^ 
ê  que  apresentavam  os  eremitães  de  Nossa 
Senhora  da  Estrella.  Não  tinham  côngrua, 
ou  outra  alguma  renda,  snstentavam-se  das 
esmolas  que  pediam  pelos  arredores,  com 
auctorisação  dos  grão- priores. 

Havia  n^esta  egreja  uma  confraria  de  San» 
to  André,  que  tinha  um  capellão  para  vir 
aqui  dizer  missa  aos  domingos  e  dias  san- 
ctificados;  porque  a  egreja  parochial  fica  a 
9  kilometros  de  distancia,  por  caminhos  de 
difficil  transito. 

Não  tinha  dia  próprio  para  a  sua  festa,  e, 
como  os  povos  das  immediações  são  muito 
pobres,  só  havia  festividade  quando  algum 
individuo  de  longe  a  fazia,  ou  por  devoção, 
ou  em  cumprimento  de  algum  voto. 

MONTE-MÓR— aldeia,  Extremadura,  fre* 
guezia  de  Loures,  concelho  dos  Olivaes»  co- 
marca, districto  administrativo,  patriarcha- 
do  e  14  kilometros  ao  N.O.  de  Lisboa. 

Está  esta  povoação  situada  em  um  alto 
moBte»  d*onde  Vuà  provêm  o  nome. 

No  seapinearo  está  a  ermida  de  Nossa  Se- 
nhora da  Saúde. 


MON 


MON 


485 


Segando  â  tridlçio,  a  origem  doesta  ca- 
pella  é  a  seguinte: 

No  di}  15  de  outubro  de  i898,  principiou 
em  Lisboa,  e  se  propagou  pela  maior  parte 
do  reino,  uma  terrivel  peste,  que  durou  cin- 
co annos,  matando  muitas  mil  pessoas.  (Vide 
4.*  yel.,  pag.  il2,  col  2.*) 

Muita  gente  de  Lisboa  fugiu  da  cidade^ 
procurando  as  aldeias  e  particularmente  as 
que — como  esta — ^pela  sua  elevada  situação, 
offereciam  um  clima  mais  saudável. 

Para  aqui  pois  vieram  algumas  famílias 
de  Lisboa,  'trazendo  uma  d'ellas,  uma  ima- 
gem da  Santíssima  Virgem  (que  é  a  mesma 
que  ainda  se  venera  n*esta  ermida),  á  qual 
logo  construiram  uma  edicula  (ermidinba, 
nicho),  promettendo-lhe  augmental-a  se  a 
peste  terminasse. 

Em  1609  acabou  o  contagio,  e  nSo  se  es- 
queceram do  seu  voto :  mandaram  edificar 
logo  uma  bonita  capella,  que  a  devoçlo  dos 
fieis  ainda  ampliou  depois;  fazendo^se-Ihe, 
pelos  annòs  de  1700,  uma  boa  tribuna  de  ta- 
lha dourada. 

As  paredes  da  capella-mór  foram  desde  ò 
seu  principio  revestidas  de  bonitos  asul^os, 
«  em  1616,  os  irmãos  da  confiraria  da  Senho- 
ra mandaram  forrar  de  asulejos  o  corpo  da 
capelia,  o  que  consta  de  uma  inscripçio  dos 
mesmos  asulejos. 

Em  frente  da  capella  ha  um  bonito  alpen- 
dre com  seu  átrio,  d'onde  se  goza  um  dila- 
tado e  formoso  panorama.  O  tecto  d'e0te  al- 
pendre ou  galilé,  descança  sobre  quatro  eo- 
lumnas,  quadradas,  de  mármore,  tendo  na 
architrave  do  centro  esta  inscripçio: 

BSTB  ALPENDRB  MANDOU  FAZtR 

IflGDBL  TOSTADO  DA  MAIA, 

Á  SUA  CUSTA,  KM  O  AMNO  DK  1621. 

Tem  coro,  púlpito  e  sacristia,  tudo  com 
muita  deieencia. 

A  capella-mór  é  fechada  por  grades  de 
pau  santo. 

Os  povos  d'estas  terras  teem  muita  devo- 
ção com  esta  imagem  de  Nossa  Senhora  da 
Saúde,  à  qual  atribuem  muitos  milagres. 

K'esta  mesma  freguezia,  e  na  aldeia  de 
Calvos,  ha  a  capella  de  Nossa  Senhota  da 

VOLWB  V 


Rotunda,  na  quinta  que  foi  de  D.  Higaát 
Luiz  de  11  enezes,  conde  de  VaHadares.  Vide 
Rotunda. 

KDNTE  MÚR-NOVO— villa,  Alemtejo,  ca- 
beça do  concelho  e  da  comarca  do  seu  no- 
me, districto  administrativo,  arcebispado  e 
30  kilometros  ao  N.O.  d'Evora,  65  ao  E.  de 
Setúbal,  36  ao  N.  E.  d'Alcacer  do  Sal,  e  90 
ao  S.E.  de  Lisboa.  (Foi  da  comarca  d' Arraio- 
los.) 

930  fogos  em  duas  freguezias  (Nossa  Se- 
nhora do  Bispo  —  e  Nossa  Senhora  da  Vil- 
la.) 

Tem  estação  telegraphica. 

Feira  no  1.*  de  maio  e  no  1.*  domingo  de 
setembro. 

A  sua  divisão  ecclesiastica  no  fim  do  sé- 
culo passado*  era  a  seguinte: 

TiiAa  quatro  fregueaias. 

1.*  Nossa  Senhora  da  Expectação^  vulgar- 
mente chamada  Santa  Maria  do  Bispo.  A  mi- 
tra apresentava  o  reitor,  que  não  tinha  ou- 
tra obrigação  mais,  do  que  cantar  as  missas 
nas  principaes  festividades  da  egreja,  fazer 
as  estações  aos  freguezes,  e  presidir  aos  actos 
públicos. 

Tinha  60  alqueires  de  trigo  de  r^ida. 

Era  esta  freguezia  curada  por  oito  bene- 
ficiados, da  apiresentação  alternativa  do  pa- 
pa e  da  mitra,  tendo  cada  um  de  renda,  180 
alqueires  de  tiigo. 

Tinha  em  1757,  933  fogos. 

2.*  S.João  Bapíiito.  1- O  real  padroado 
apresentava  o  parocho  (beneficiado)  e  tinha 
9  alqueires  de  trigo,  40  almudes  de  vinho  e 
cântaro  e  meio  d*azeite. 

Tinha  em  1757,  um  fogo  t 

3.*  Nossa  Senhora  da  YUla.^k  mitra  apre- 
sentava o  reitor,  collado^  e  tinha  40#000  réis 
de  renda. 

Tinha  em  1757,  68  fogos. 

4.*  S.  Thiago.—^A  mitra  apresentava  o 
prior,  coUado,  e  tinha  SO^OOO  réis  de  renda. 

Tinha  em  1757,  63  fogos. 

Vé-se  pois  que  estas  quatro  freguezias  ti- 
nham em  1757—1065  fogos. 

O  conéelho  de  Monte-Mór-Novo,  é  com- 
por de  17  freguezias,  todas  no  arcebispa- 
do d*Evora,  e  são  as  seguintes  —  CabreUa» 

31 


486 


um 


HUN 


Ssooural»  Landeira,  Lavre,  Repréza,  Saphi- 
TH,  Santa  Sophía,  Santo  Aleixo,  S.  Ghriato* 
Tão,  S.  Gens,  S.  Geraldo,  S.  Matheus,  S.  Ro- 
mio,  Yendas-Novas,  S. BrísBoa, MònteHór- 
NoYO  (Nossa  Senhora  do  Bispo),  Honte-M^- 
Novo  (Nossa  Senbora  da  Yilla). 

Todas  com  2:800  fogos. 

Até  1855  tinha  mais  quatro  fregitoias 
(tamhem  do  mesmo  arcebispado),  qa6'eram 
Brotas  (ou  Águias),  com  260  fogos  — Gabe- 
^,  com  230— Mora,  com  300,  e  Pavia,  eom 
970— total,  1:060— que  foram  então  formar 
o  concelho  de  Mora.  ' 

É  esta  villa  mna  povoação  antiquíssima, 
6  muitos  escriptores  t  pretendem  que 
ella  seja  a  Castrum  IlaHanum  (castello  de 
Manlío)  dos  romanos.  As  primeiras  noticias 
que  temos  a  seu  respeito,  datam  do  anno  93 
úe  J.'G.,  sendo  imperador  o  feroz  Domitía- 
no,  pois  ii'esse  anno  foi  aqui  martyrisado  S. 
Maneio,  vulgarmente,  S.  Mancos. 

É  certo  que  nas  immediações  d'e8ta  villa 
86  teem  achado  moedas  romanas,  em  difie- 
rentes  épocas.  Na  fregoezià  de  S.  Geraldo 
se  encontrou  uma  de  prata,  do  imperaior 
Adriano  (i20  de  J.-C.)  mnito  bem  conser- 
vada. Na  villa  88  achou  una  de  Yaleríano, 
lambem  de  prata  (260  de  J.-€.),  outra  de 
Maximiano.  (300  de  J.-G.)  Era  de  cobre. 

Perto  da  egreja  de  Nossa  Senhora  da  Gon- 
eeição,  ao  N.O.  da  villa,  se  acharam  também 
algumas,  porém  a  inaior parte  estavam /ru<- 
toê  (inúteis,  por  estarem  oxidadas).  Em  uma 
vla*se  o  nome  do  imperador  Gordiano;  mas 
não  se  sabe  de  qual  dos  três  que  houve  d'e8- 
te  nome.  (237  a  244  de  J.  G.) 

Teem'tambem  apparecido  amphoras  eou- 
iros  objectos  de  barro,  julgandro-ae  aquellas, 
vasos  lacrimatorios  dos  romanos;  porém  ou- 
tros julgam  estes  objectos  menos  antigos,  e 
do  tempo  dos  árabes  africanos. 

Em  Í8i4,  foi  para  o  museu  Genaeilo»  om 
dppo,  achado  proxuno  da  villa,  eom  esta  in- 
acrip^: 

t  Frei  B.  de  Brito  {Mon,  Lus.,  p.  2.*,  liv. 
\  cap.  6,  fl.  38  V.)— D.  Thomaz  da  Encarna- 
ção (Hist  EccUsiae  LusUan.,  tom.  1.*,  sec. 
i.%  cap.  4.*,  pag.  iii.)  Casado  Geraldes  a 


LUBIAE  T.  F.  BdVTIAl       < 
G.  t  IVUVS  L.  F.  GiX. 
SBVERVS  VXORE  SIBI 
SUIS  QVB.  F.  G. 

Na  parede  exterior  do  adro  da  antiga  egre- 
]a  de  Nossa  Senhora  do  Bispo,  estava  uma  la- 
pide de  jaspe,  que  dizia: 

D.  M.  s. 

IIBMORIAB  G.  F.  GALCHISI- 

AB.  FLAIL  PROV.  LVSfT.  II 

FIL.  PIISSDL  BT.  MAR 

L.  F.  SmONIAB  NEPT.  • 

DVLG.  ET  APON.  LVPIANO. 

MAR.  MERBNT.  FABRIG. 

QVA  MISBR.  MATER  IVN. 

UiONIGA.  KARIS  SVIS  BT  SIBL 

Destruída  a  egreja  matri^  foi  esta  lapide 
removida  para  a  casa  da  camará»,  a  está 
actualmente  embebida  na  parede  de  uma 
casa  fronteira. 

Outros  monumentos  de  classe  differente 
nos  provam  que  este  lerritorío  já  era  habi- 
tado  muitos  séculos  antes  da  invasão  roma- 
na na  Península  Ibérica,  pelos  povos  pre- 
celtas— são  os  vários  dolmens  que  havia  por 
estes  sitios^  a  maior  parte  dos  quaes  teem 
sido  destruídos  pelo  povo  ignorante,  para 
lhes  aproveitarem  a  pedra  para  construc- 
ções. 

No  tempo  dos  árabes  tinha  esta  villa  um 
castello  antigo  (provavelmente  de  origem  ro- 
mana) que  ainda  existia  no  tempo  do  nosso 
primeiro  reL 

Suppõe-^se  que  este  castello  e  a  villa  fo- 
ram tomados  aos  mouros,  por  D.  Affonso 
Henriques,  pouco  depois  da  gloriosa  bata- 
lha d*Ouríque  (20  de  julho  de  ii39);  porém 
se  assim  foi,  é  provável  que  fosse  pouco  de- 
pois abandonado  pelos  portuguezes,  que  só 
se  apossaram  para  sempre  d'esta  praça,  pe- 
los annos  de  iiOO;  mas  ainda  em  il91, 10- 
ramolim,  rei  de  Maorrocos,  a  entrou,  saqueou 
e  destruiu,  abandonando-a  depois.  (Vide  41* 
maiçí  e  o  fim  d*este  artigo.) 
)  Estando  estas  terras  scyeitas  ás  frequen- 
tes correrias  dos  serracenos,  ó  provável  que 

ifieiiaserC»-(€ati«i). 


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e8ti?086e  abandonada  pelos  ehristaos,  ou, 
pelo  menos  muito  pouco  povoada  no  prin- 
cipio do  reinado  de  D.  Sancho  I  •—  o  qual 
vendo  aqoi  ama  posição  asada  para  a  defe- 
za,  por  estar  a  vilia  edificada  em  um  alto» 
sobre  três  outeiros,  em  sitio  firesco  e  sádio« 
e  ser  quasi  nos  confins  meridionaes  do  rei- 
no^  determinou  povoar  esta  villa,  o  que  fez 
em  1201,  dando-lhe  foral,  em  março  de  1203^ 
o  qual  foi  confirmado  em  Santarém,  por  seu 
filbo,  D.  Affonso  O,  em  Janeiro  de  1218.  (Ma- 
ço il  dos  foraes  velhos»  n.<>  16,  e  maço  12, 
n.«  3,  fl.  29  e  fL  29  V.  >-  e  Livro  dos  foraes 
akitigos  de  leitura  nova,  fl.  78,  col.  2.*  —  e 
Historia  e  Uenu^ca  da  Academia  Real  das 
ScienciaSy  tomo  V,  parte  1.* 

D.  Manuel  lhe  deu  foral  novo,  em  Lisboa, 
a  15  d'agosto  de  1903.  (Livro  de  foraes  no- 
vos do  Alemtejo,  fl  74  v.,  coL  1.* — Historia 
€  Memorias  da  Academia  Real  das  Sciencias, 
no  logar  citado.) 

N*e8te  foral  lhe  deu  a  cathegoria  de  viila, 
com  o  titulo  de  notável,  e  a  honra  de  ter  as- 
sento em  cortes,  no  banco  4.«—  (Alguns  di- 
zem que  foi  o  rei  D.  Sebastião,  em  1576,  mas 
Julgo  que  é  erro.) 

Serve  este  foral  também  para  Azinhal  e 
Gastello. 

Com  o  fim  de  attrahir  para  aqui  povoa- 
dores, tinham  estes  foraes  qauitos  e  grandes 
pDvilegios,  pois  eram  os  meamos  que  se  ha- 
viam concedido  a  Évora. 

Na  escriptara  de  composição  que  D.  San- 
cho U  celebrou  com  suas  irmans,  em  1223, 
di  oofflo  segurança  ou  penhor  do  contracto, 
varias  terras  importantes,  sendo  uma  d'ellas 
Mons-ílaior-Novus.  i 

Já  nos  fins  do  século  XIII,  era  Monte-Mór- 
Novo  uma  povoação  importante,  pois  que 
nos  idos  de  novembro,  da  era  de  1323  (1285 
de  Jesus  Ghristo),  foi  escolhida  pelo  rei  D. 
Bini;^,  para  sede  de  uma  assemblóâ,  que  aqui 
fez  eonvoear,  pasa  impetrar  do  papa  Honó- 
rio lY,  o  competente  benepiaeito,  para  a  fon- 
dação  de  uma  universidade  n'este  reino. 

Ãresldiu  o  miMmo  aobi^ranp^  e  Assistiram 

i  Dava  tanbem  este  monarelML. como  pe- 
nhor, EvorsL  Santarém,  Torres-Novas,  Tor- 
res Vedras,  Cezimbra,  Lisboa,'Gintra,  Abran- 
tes^ e  outras  povoações  menos  Importanles. 


abbade  d'Âlcobaça;  o  D.  prior  de  Santa 
Cruz,  de  Coimbra;  o  D.  prior  de  S.Yicente 
de  Fora,  de  Lisboa;  o  D.  prior,  secular,  de 
Santa  Maria  da  Oliveira,  de  Guimarães;  o 
prior  de  Santa  Maria  d  Alcáçova,  d^  Santa- 
rém; e  grande  numero  de  parochos. 

Já  se  vé  que,  para  dar  quartel  a  tão  lusi- 
da  reunião,  era  preciso  uma  grande  povoa* 
ção;  e  a  prova  que  esta  já  então  o  era,  é  a 
escolha  que  d*ella  fez  D.  Diniz. 

FaUecendo  o  rei  D.  Fernando  (22  de  ou- 
tubro de  1383),  umas  terras  de  Portugal  to- 
maram o  partido  de  sua  filha,  a  rainha  D. 
Beatriz,  mulher  de  D.  João  I,  de  Gastella,  e 
outras  o  do  mestre  de  Aviz,  depois  D.  João  I. 

Estava  a  praça  de  Monte*H6r-Novo  hide- 
cisa,  mas  chegando  aqui  inopinadamente  o 
grande  D.  Nuno  Alvares  Pereira  (o  condes- 
tavel)  a  fez  seguir  o  partido  do  Mestre. 

Os  piratas  africanos»  não  se  contentando 
em  nos  tomar  os  navios  no  aito«mar,  desem- 
barcavam com  frequência  nas  costas  de  Por- 
ti^al,  saqueando  as  povoações  do  litoral,  e 
fazendo  captivos  os  seus  habitantes. 

Quiz  D.  João  1  infligir-lhes  uma  severa  li- 
ção, e,  em  1415,  sae  de  Lisboa,  como  para 
uma  caçada,  e  vem  ter  a  esta  viila,  para 
onde  mandou  chamar  o  grande  condestavel, 
que  então  residia  na  viila  d' Arraiolos,  de 
que  era  conde  1. 

Aqui  combinaram  um  assalto  á  praça  afri- 
cana de  Ceuta,  covil  favorito  dos  piratas; 
isto  com  o  maior  segredo. 

D.  Nuno,  não  só  offereceu  ao  rei  a  sua 
pessoa,  bens  e  vassallos,  como  pediu  para 
ser  o  primeiro  a  fáilar  no  conselhd,  •  o  pri- 
meiro a  desembarcar  na  costa  africana. 

* 

1  Apesar  do  foral  de  Blonie-Mór-Novo  di- 
zer, que  esta  viUa  nunca  sairia  da  coroa— 
Barones  de  Montemor  wm  seam  em  presta^ 
mo  dados^D.  João  I,  a  deu  ao  oondestavel, 
d^KSis  da  batalha  d*AUjabarrota,  assim  como 
o  condado  d*Oni»m,  Extreo^z  e  jootras  vil- 
las .;  mas  pouco  depois  (6  de  dezembro  de 
idUy  Vm  tofaou:a.tirar,  dandolhe  em  tro* 
ca,  o  condado  d*Arraiolos»  a.  viila  e  castello 
de  M(Asara^  Vidigueira,  VUla  de  Fra4e^ 
Yilla-Rpiva,  Villa-Alva,  è  viila  e  oastello  de 
Chaves. 


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0  conselho  se  reunia  em  Torres  Vedras, 
onde  foi  decidido,  que  se  levasse  a  empreza 
por  diante. 

Todos  sabem  que  D.  João  I,  com  sens  dois 
filhos  mais  velhos,  o  condestavel  e  ontros 
muitos  fidaigos  portuguezes»  com  um  flori- 
do mas  pequeno  exercito,  passaram  á  Afri- 
ca, e,  a  14  de  agosto  do  mesmo  anno,  toma- 
ram de  assalto  a  importante  praça  e  cidade 
de  Ceuta. 

N'esta  villa,  convocou  o  príncipe  regente, 
depois  D.  João  II,  as  cortes  da  nação  portu- 
gueza,  a  que  presidiu,  em  i477.  Legislou-se 
sobre  59  capitules  géraes  e  especiaes. 

Foi  a  7i/  vez  que  houve  n^este  reino  con- 
vocação das  cortes  dos  três  estados  K 

Em  i495,  havendo  peste  em  Lisboa,  o  rei 
D.  Manuel  para  aqui  convocou  cortes  (as 
76.**),  a  que  presidiu. 

N'ellas  tomou  o  rei  as  devidas  homena- 
g^s,  pela  sua  subida  ao  throno. 

Legislou-se  sobre  as  taxas  dos  géneros 
que  se  vendiam  no  reino  e  decidiu-se  a  con- 
tinuação das  conquistas  no  Ultramar. 

1  Durante  a  estada  do  rei  n'esta  villa.  em 
quanto  duravam  as  cortes,  esteve  hospedado 
no  paço  de  D.  Fernão  Martins  Mascarenhas, 
alcaide-mór,  do  castello. 

O  arcebispo  de  Braga,  foi  residir  em  casa 
de  um  familiar  de  D.  João  de  Bragança,  mar- 

ãuez  de  Monte-Mór-Novo.  (irmão  de  duque 
e  Bragança,  D.  Fernando  II.) 

O  marquez,  irritado,  tratou  mal  o  arce- 
bispo, que  se  queixou  ao  rei  Este  mandou 
que  o  marquez  se  considerasse  preso  no  cas- 
tello, em  que  habitava,  e  que  dentro  em  cin- 
co dias  passasse  para  o  outro  lado  do  Tejo, 
até  segunda  ordem. 

O  marquez  vae  para  Castello  Branco,  e 
disdli  se  poe  em  combinam  com  os  reis  de 
Castella  (Fernando  e  ísabel),  contra  o  de  Por- 
tugal. Escolhera  para  emissarío,  Pêro  Juzar- 
te,  que  o  atraiçoou,  delatando  tudo  a  D.  João. 

Também  andavam  mettidos  n'estas  intri- 
gas, por  ordem  do  marquez,  Aflònso  Vaz,  e 
o  castelhano  Tristão  Villa-Ruel. 

O  pretexto  procurado  entre  os  dois  Bra- 
ganças  e  o  rei  de  Castella.  era  o  seguinte : 

O  rei  de  Castella,  pediria  ao  de  Portugal 
que  D.  Joanna  fosse  entregue  aos  Bragan- 
ças,  e  que  os  castelhanos  podessem  livre- 
mente negociar  em  Guiné. 


Os  reis  D.  Affonso  V,  D.  João  II  e  D.  Ma- 
nuel, gostavam  muito  d'esta  villa,  e  por  vi- 
rias vezes  a  visitaram,  residindo  sempre  no 
paço  dos  alcaides-móres,  no  castello. 

O  rei  D.  Manuel,  deu -lhe  por  ármas-^nma 
torre  edificada  sobre  rochedos,  no  centro  do 
escudo,  e  por  detraz,  em  toda  a  largura  d'el- 
le,  uma  ponte,  tudo  da  sua  côr.  Por  baixo 
da  ponte  se  vé  um  rio,  de  ondas  azues. 

Significa  o  castello,  o  río  Canha,  que  passa 
junto  á  villa,  e  a  ponte  (chamada  do  Alcá' 
çar),  que  atravessa  aqui  o  río. 

O  pusilânime  D.  Henrique  (cardeal-rei), 
morrera  em  Almeirím,  a  3i  de  janeiro  de 
i580.  (Vide  Almeirim,  para  não  repetir  aqui 
o  que  disse  no  i.*"  vol.) 

Todos  sabem  que  n'esta  desgraçada  con- 
junctura,  grande  parte  da  nobreza  de  Por- 
tugal, de  quem  era  chefe,  corruptor  e  con- 
selheiro Chrístovão  de  Moura,  eram  por  Phi- 
lippe  II,  de  Castella;  alguns  fidalgos  e  o  po- 
vo, por  D.  António,  prior  do  Crato;  e  os  vas- 
sallos  e  familiares  da  duqueza  de  Bragança, 
por  esta  senhora. 

Esperavase  pela  decisão  dos  cinco  gover- 

Previam  que  o  rei  de  Portugal  se  recusa- 
ría  obstinadamente  a  qualquer  das  duas  pro- 
postas, e  os  reis  de  Castella,  lhe  declararí^m 
guerra,  recusando  os  Braganças  tomar  ar- 
mas contra  os  castelhanos. 

Tudo  isto  soube  D.  João  II,  pelos  emissá- 
rios dos  Braganças,  que  os  atraiçoaram.  O 
duque  de  Bragança,  foi  degolado  na  pra^ça 
d'Evora,  em  20  de  junho  de  1483,  e  seu  ir- 
mão poude  escapar  á  vingança  do  rei  de  Por- 
tugal; mas,  sabendo  alli  que  tinha  sido  exe» 
ctUado  em  efígie,  na  praça  d'Abrantes,  mor- 
reu de  desgosto. 

Assim  acabou  o  único  marquez  de  Monte- 
Mór*Novo. 

Conta-se  que  quando  D.  João  II  esteve 
n'esta  villa,  por  occasião  da  convocação  das 
cortes,  mandara  metter  os  cavallos  na  estrí- 
baria  de  D.  João  de  Sousa,  nobre,  brioso  e 
valente  cavalleiro  d'esta  villa,  que  então  an- 
dava à  caça,  o  qual.  saúbendo  isto,  se  foi  á  es- 
tribaria, e,  soltando  os  cavallos  do  rei,  os 
pôs  na  rua.  D.  João  n  o  mandou  chamar  e 
lhe  perguntou  muito  agastado,  a  rasão  por- 
que praticara  tal'  facto— ao  gue  o  fidalgo 
respondeu-— «Parque  não  queira  Deus,  qne 
faça  V.  A.  da  casa  ^e  D.  João,  estribaria,  e 
da  eaa  de  D.  Fernando,  paço.i— D.  João  n 


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luidores,  nomeados  por  D.  Henrique;  porém 
o  usurpador  castelliano,  cego  pelo  desejo  de 
empolgar  a  sua  eubíçada  preza,  reúne  em 
Badajoz  um  poderoso  exercito,  ao  qdal  deu 
por  chefe,  o  duque  d'Alba.  Este  invade  Por- 
tugal pelo  Alemtejo,  entrando  em  Villa  Vi- 
çosa, Extremoz,  Evora-Monte  e  Arraiollos. 

No  dia  8  de  julho  d'es8e  mesmo  anno  de 
i580,  chegam  os  castelhanos  a  Monte-Mór- 
NoTO,  onde  estavam  D.  Díego  de  Menezes  e 
o  conde  de  Vimioso,  que  com  o  povo  da  villa 
ainda  quizeram  defender  a  praça;  mas  lem- 
brando-se  da  falta  de  petrechos  de  guerra 
que  n'ella  havia,  e  que,  com  a  resistência, 
que  não  podia  ser  de  longa  duração,  somen- 
te acarretariam  muitas  desgraças  contra  a 
villa,  a  abandonaram,  fdgindo  para  Lisboa, 
com  200  carros  de  viveres  e  munições. 

A  praça  ficou  pois  sob  o  dominio  caste- 
lhano; porém  o  povo  odiava-o  cordialmente. 

Christovao  de  Moura,  tinha  fugido  em  Se- 
túbal à  sanha  do  povo,  e  resolvera  transfe- 
risse com  os  governadores,  para  Monte-Mór- 
Novo  ao  que  estes  se  recusaram.  Então  el- 
le,  com  os  seus  creados  e  satélites,  veiu  ca- 
minho d*esta  villa.  Chegou  â  capella  de  S. 
Thiago,  e  d'alli  mandou  alguns  dos  seus 
troados  arranjarem  aqui  alojamento;  mas  o 

achou  esta  resposta  tão  digna,  que  perdeu 
instantaneamente  a  cólera,  e  d'alli  em  diante 
sempre  estimou  e  respeitou  este  fidalgo,  fa- 
zendo-o  depois  seu  embaixador  a  Gastella. 
(Foi  depois,  guarda-mór  do  rei  D.  Manuel, 
seu  primo  e  successor.) 

Conta-se  que,  durante  a  estada  de  D.  João 
de  Sousa,  como  embaixador,  em  Gastella, 
em  uma  corrida  de  touros,  estando  Fernan- 
do e  Isabel,  no  seu  palanque,  mandou  esta 
vir  D.  João  á  sua  presença,  tendo  ordenado 
que,  quando  o  portuguez  atravessasse  a  pra- 
ça, soltassem  um  touro;  o  que  se  cumpriu. 
Veiu  o  touro,  que,  não  vendo  mais  pessoa 
al(;uma  na  praça,  investiu  com  D.  João,  que, 
atirando-lhe  com  o  capuz,  desembainhou  a 
espada  e  com  uma  só  cutilada  lhe  separou  a 
cabeça  do  corpo.  (!!!) — Tomou  o  capuz,  lim- 
pou a  espada  na  pelle  do  touro,  e  foi  direito 
ao  palanque  real,  tão  indiíferente  como  se 
nada  tivesse  acontecido. 

A  rainha  disselhe~«Buena  suerte  hesi- 
este,  embalador !»— Ao  que  D.  João  respon- 
deu immeoiatamente,  com  ar  de  maior  sin- 
eerídade  e  simplicidade— «Qualquer  portu- 
guez faz  outro  tanto.» 


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povo  os  correu.  Moura  não  teve  remédio 
senão,  ficar  uma  noite  n*esta  capella  iso- 
lada, e  no  dia  seguinte  se  foi  reunir  ao  du- 
que d*Alba. 

Na  milagrosa  revolução  do  !.<"  de  dezem- 
bro de  1640,  foi  esta  uma  das  primeiras  víl- 
las  do  Alemtejo,  que  tomaram  armas  contra 
a  usurpação. 

O  duque  de  Bragança  (depois  D.  João  IV) 
sahira  dos  seus  paços  de  ViUa  Viçoça,  para 
Lisboa,  com  o  marquez  de  Ferreira,  o  conde 
do  Vimioso,  alguns  outros  cavalleiros,  e  par- 
te dos  seus  vassalios  e  creados. 

Passando  por  esta  villa,  foi  enthusiastica- 
mente  acclamado  pelo  povo. 

Finalmente,  em  todos  os  tempos,  os  habi- 
tantes de  Monte-Mór-Novo  deram  exemplos 
de  amor  da  pátria  e  fidelidade  ao  seu  rei. 

* 

Já  disse  que  esta  povoação  está  fundada 
sobre  três  montes,  e  diz-se  que  o  seu  nome 
provem  do  facto  seguhite : 

Quando  D.  Sancho  I,  mandou  aqui  edifi* 
car  um  castello,  lhe  perguntaram,  em  qual 
dos  montes  se  havia  de  construir,  ao  que 
o  rei  respondeu-— no  monte -mórf  e  este  no- 
me lhe  ficou.  Como  na  Beira  (hoje  Douro) 
já  havia  a  villa  de  Monte-Mór,  para  se  dis- 
tinguirem, se  ficou  chamando  esta  Monte' 
Mór-VeíhOy  e  aquella  Monte-Mór-Novo. 

Ao  S.  está^  o  castello,  que  foi  tòrtissimo,  e 
um  dos  melhores  do  reino. 

Em  volta  do  castello,  se  foram  construin- 
do novas  habitações,  e  reconstruindo  as  an- 
tigas (se  as  havia)  e  com  o  tempo,  se  foi  es- 
tendendo a  povoação,  vmdo  a  occupar  os  três 
montes. 

O  alto  da  villa  foi  cercado  de  uma  mura- 
lha, de  forma  triangular;  de  3<",30  de  espes- 
sura e  i617  metros  de  circumferencia.  Ti- 
nha quatro  torres,  a  eguae^  distancias,  um 
torreão,  i9  cubéllos,  e  4  portas  {da  Villa,  de 
S.  Thiago,  S Évora  e  do  Anjo,)  Tudo  isto, 
está  reduzido  a  ruinas;  apenas  a  torre  do  E., 
chamada  da  má  hora,  se  levanta  ainda,  car- 
comida pelo  tempo,  e  do  mesmo  modo  a  do 
N.,  chamada  do  relógio,  e  a  do  O.,  que  é  a 
do  Anjo. 

Ainda  no  centro  da  cerco,  em  um  alto,  se 


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veem  as  minas  dos  paços  dos  alcaides-mó- 
res,  junto  e  ao  S.  da  muralba. 

Do  maro  que  ligava  os  paços  com  a  tor- 
re do  Anjo,  e  do  que  o  prendia  com  a  torre 
da  má  hora,  poucos  vestigios  restam. 

Alguns  dos  cubéllos  cahiram;  mas  era  tão 
tenaz  o  cimento  que  ligava  as  suas  pedras» 
que  estão  quasi  inteiros,  como  se  fossem 
monolyticos. 

Dentro  da  cerca  ainda  existem  em  bom 
estado  qnatro  cisternas,  estando  uma  den* 
tro  das  minas  dos  paços  dos  alcaides;  ou- 
tra a  pouca  distancia  d'esta,  e  próxima  à 
egreja  de  S.  João:  as  outras  duas  estão 
entupidas. 

Os  antigos  ediflcios  da  villa  que  ainda 
existem;  são:— o  mosteiro  de  Nossa  Senho- 
ra da  Saudação,  ainda  habitado»  a  as  egre- 
jas  de  S.  Thiago  e  S.  João.  Todas  as  mais 
obras  antigas,  ou  estão  reduzidas  a  montões 
de  minas,  ou  não  existem. 

O  primittivo  castello  ou  é  fundação  ou 
reediflcação  de  D.  Sancho  í;  mas  D.  Diniz, 
pelos  annos  de  1300  a  Í3i0,  o  reedificou  e 
constmiu  a  cerca  de  muralhan. 

O  que  antigamente  era  arrabalde  da  vil- 
la, é  boje  a  parte  principal  d^ella,  conser- 
vando ainda  o  tiome  de  Arrabalde,  Fica  na 
encosta  merídional. 

Á  esquina  da  ma  de  D.  Vasco  está  uma 
porta  e  janella,  que  teem  mais  de  400  annos 
de  existência—^  no  largo  da  Porta  do  Sol 
havia  arcos  de  abobada,  de  egual  antigui- 
dade. Pela  architectura  da  porta  da  egreja 
da  KDseríoorbia  se  vé  que  foi  uma  das  prí- 
mdras  que  mstituiu  a  virtuosa  rainha  D. 
Leonor,  prima  e  mulher  de  D.  João  II  (filha 
do  infante  D.  Fernando,  duque  de  Viseu, 
filho  do  rei  D.  Duarte—e  irmã  do  rei  D. 
Manuel). 

Foi  em  umas  casas  que  existiram  por  de- 
traz  â'esta  egreja  que  nasceu  S.  João  de 
Deus. 

Junto  à  ermida  de  S.  Lazaro  ^  consta  ter 
existido  uma  gafaria,  (i)  Parece  que  foi  de- 

(i)  As  innumeras  gafarias  (hospitaes  de 
lázaros)  que  havia  antigamente  em  Portu- 
gal, provam-nos  què  as  moléstias  de  pelle 


pois  mudada  para  Santo  André  do  Outeiro. 
Deixou  de  existir  a  gafaria,  e  os  seus  roí- 
dimentos  foram  applicados  para  as  despezas 
do  culto  divino,  na  egreja  da  Misericórdia; 
mas,  em  1837,  foram  esses  rendimentos  jul- 
gados bens  mwnicipaes,  e  são  rdcebidos  peU 
camará. 


O  hospital  do  Espírito  SatUo  foi  fundado 
em  1316  (segundo  outros^  em  13St4)  como 
consta  de  uma  certidão  que  existe  no  ar* 
chivo  da  Misericórdia.  Parece  que  se  anne^ 
xou  depois  ao  de  Santo  André  do  Outeiro. 

A  alagaria  de  Santo  André  do  Outeiro, 
foi  fundada  em  um  cabeço  que  fica  a  pou- 
ca distancia  da  villa,  e  ao  NO.  d'ella.  Hoje 
é  uma  bonita  capella,  cercada  de  arvores,  e 
fazendo  parte  das  propriedades  particulares 
do  sr.  António  Justino  da  Costa.  É  o  monte 
mais  elevado  dos  que  cercam  a  villa,  e  do 
seu  cume  se  gosa  uáia  formosa  e  dilatada 
vista. 

A  capella,  porém,  está  interiormente  des- 
ornada,  e  ao  monte  que  se  denominava  de 
Santo  André,  se  chama  hoje  Courella  de 
Santo  André. 

Ainda  depois*  da  capella  estur  abandona- 
da  (no  melado  d*este  século)  e  antes  de  per- 
tencer ao  seu  actualpossuidor,  era  objecto 
de  grande  veneração  e  devoção  dos  fieis 
d'esta  villa. 

A  imagem  do  padroeiro  foi  por  esse  tem* 
po  removida  para  a  egreja  do  hospital.  É 
advogada  das  creanças  quebradas;  e  as  fa- 
milias  das  que  se  curavam,  deixavam  em 
testemunho  de  agradecimento  ao  santo,  ti- 
jolos, cal  e  outras  ofi^artas  junto  á  sua  ca- 
pella. 

Nas  escavações  a  que  o  actual  proprietá- 
rio aqui  mandou  proceder,  se  encontrou  o 
cemitério  do  antigo  hospital  e  varias  moe- 
das também  antigas. 

O  actual  hospital  real  de  Santo  Andri, 
d*esta  villa,  foi  fundado  em  1354,  pela  june- 
ção  de  duas  antigas  albergarias  (a  do  Espi- 
rito Santo  e  a  d^  Santo  André), 

estavam  então  muito  propagadas  por  toda 
a  parte.  Hoje,  felizmente,  esta  ascorosã  mo- 
léstia é  muito  mais  rara. 


mm 

Em  i531,  D.  João  III  manâou  fazer  a  egre- 
ja,  enfermarias  e  todo  o  mais  edifício  que 
ainda  boje  existe. 

Sm  i786v  foi  ampliado  o  edifieio,  mias  ain* 
da  assim,  é  acanhado  e  não  preenehe  os  fins 
9^  qne  é  destinado. 

Os  seus  rendimentos  não  ebegam  para  as 
despezas  ordinárias,  apesar  dos  gr^^ndes  cor- 
tes qne  lhe  fizeram  nos  legados  pios,  redn- 
'zindo-os  todos  (que  eram  muitos)  despótica 
«  illicitamente,  a  dnas  missas  e  xjm  offlcio 
4e  defanctos,  pelas  almas  de  todos  os  bem- 
feitores  d'este  estabeleeimenlo. 

A  Misericórdia  tem  de  snpprlr  as  faltas 
para  a  ensieamento  das  despezax 

Desde  a  sua  instituição,  foi  este  bospital 
Administrado  pelos  cónegos  de  S.  João  Evan- 
Helista  (ioyos),  ató  iK67,  em  que  a  Misericór- 
dia tomou,  conta* dd  administração,: até  qfoe 
•ella,  a  requerimento  dos  procuradores  do 
po^vo,  passou,  em  1677,  para  os  frades  de  S. 
João  de  Deus,  até  1834.  Um  decreto  de  21 
de  agosto  de  1835,  removeu  para  a  mesa  da 
Misericórdia  a  sua  administração. 

A  Santa  Casa  da  Uúericordia  de  Monte- 
Mór-Nov<h— Foi  fundada  pela  viriuosa  rai- 
Bba  D.  Leonor,  viuva  de  D.  João  II,  em  1499, 
um  anno  depois  que  tinha  fundado  a  de  Lis- 
boa^ 

Consta  que  o  principio  doeste  estabeled- 
mento  de  caridade,  foi  da  maneira  seguinte: 

Na  rua  dó  Carvoeiro  (hoje  rua  Direita), 
havia  uma  ermida  com  a  invocação  de  San- 
to António,  com  a  confraria  dos  fieit  de  Detis. 
Junto  d'esta  ermida  estavam  as  casas  de  um 
eavalleir»,  chamafdo  Roy  Mendes  Gago,  que 
servia  de  juiz,  ou  mordomo  daconfraria, 
com  outros  mais  devotos,  todos  dos  princi- 
paes  da  villa,  os  quaes  mudaram  o  titulo  da 
ermida,  para  a  invocação  de  Nossa  Senhora 
das  Misericórdias. 

Em  1^6,  o  rei  D.  Manuel,  deu  a  esta  casa 
13  bálandraus,  para  os  13  irmãos  d^  mesa. 

Em  1513;  Rny  Mendes  Gago,  que  ÍToi  o  1.» 
irmão  d*esta  casa,  quiz  também  ser  o  l.^" 
bemfeitor,  e,  com  sua  mulher,  Bealíriz  Fer- 
nandes, instituiu  uma  oapella,  «om  missa 
quotidiana,' por  soas  almas,  com  a  condição 
de  quA,  por  morte  de  ambos  os  conjuglies,  Ée 


ism 


491 


applícassem  os  rendimentos  da  sua  fazenda» 
para  a  fabrica  de  uma  egreja  da  Misericór- 
dia, que  mandaram  se  fizesse  nas  suas  ca* 
sas :  e,  se  à  hora  da  morte  dos  doadores  ain- 
da a  egreja  não  estivesse  concluída,  se  de- 
positariam seus  corpos  na  egreja  matriz,  e 
seriam  removidos  para  a  egreja  da  Miseri- 
córdia, o  que  se  fez. 

A  estes  instituidores  se  seguiram  outros» 
até  ao  n.*"  61. 

Parece  que  as  obras  tiveram  princípio  em 
1513,  e  fim  em  1532. 

Foram-se  depois  comprando  algumas  ca- 
sas próximas  à  egreja,  até  que,  em  1604» 
sendo  provedor  D.  Fernão  Martins  Mascare- 
nhas, se  fundou  a  magestosa  casa  do  despa- 
cho, escada  e  pateo,  cuja  obra  teve  principio 
em  23  de  maio  d*aquelle  anno,  e  fim,' em 
16  de  junho  de  1606.  Custou  850j$^i05  réis. 

Em  1700,  sendo  provedor,  D.  Martinho 
Mascarenhas,  então  conde  de  Santa  Cruz  e 
depois  marquez  de  Gouveia,  e  mordomo  mór 
de  D.  Pedro  n,  se  deu  princípio  à  obra  da 
renovação  da  egreja,  accrescentando-se  com 
luxo,  assim  como  o  coro,  sachristia  e  mais 
officinas. 

Em  1712,  se  obteve  provisão  de  D.  Simão 
da  Gama,  arcebispo  d*Evora,  para  a  egreja 
ter  Santíssimo  Sacramento,  e  ter  um  coro 
de  7,  ou  9  capeliães,  para  rezarem  em  com- 
munidade. 

As  obras  aqui  feitas,  desde  1700,  até  1713» 
importaram  em  6:712:0081  réis. 

Em  1781,  se  erigiu  a  botica  da  Santa  Casa. 
Custou  520  J5p0  réis. 

As  obras  e  ornamentação  da  egreja  e  mais 
edificios,  se  foram  fazendo  a  pouco  e  pouco» 
até  que,  em  1802,  se  fez  a  obra  de  estuque» 
da  capella,  puxando-se  o  throno  mais  à  re- 
ctaguarda,  e  ficando  o  coro  em  frente.  (d*an- 
tes  era  por  detraz.)  Custou  esta  obra  réia 
1:2OO|0OOO. 

Em  quasi  todos  os  annos  seguintes  se  fo- 
ram continuando  as  obras  e  melhoramentos» 
até  1829. 

As  quatro  antigas  freguezias  da  villa 

■ 

1.*  NosferSenhara  áo  Bispo^Ê  nmito  an- 
tiga, e  foi  matriz  até  1843.  Consta  cbaanar- 


4^2 


MON 


MON 


se  âú  Bispo^  porqae  os  arcebispos  d^Evora» 
sio  seus  priores  natos,  desde  qae  ainda  só 
tinham  o  titulo  de  bispos. 

Não  se  sabe  quando  principiou  a  ser  egre-, 
ja  parochial,  mas  é  certo  jà  o  ser  em  8  (se- 
gundo, outros,  em  25)  de  março  de  1&95, 
guando  nasceu  S.  João  de  Deus. 

Desde  1843,  é  egreja  paroehial,  ado  mos- 
teiro de  S.  João  de  Deus. 

A  verdadeira  invocação  do  orago  .d'esta 
flreguezia,  é  Nossa  Senhora  das  Angustias, 
ou  do  Transfixão,  ou  de  ao  pé  da  Cruz. 

2.*  Nossa  Senhora  da  VUlor— Foi  fundada 
por  Domingos  Pelagio  (filho  do  novo  povoa- 
dor, Pelagio  Peres)  em  1234. 

É  sagrada.  Foram  seus  commendadores 
os  condes  da  Ponte. 

Ha  aqui  a  irmandade  dos  derigos,  que 
teve  principio  no  l.*"  de  agosto  de  1405. 

Ghamou-se  da  villa,  por  ser  a  tutelar  d*el- 
la,  e  por  ser  a  primeira  qde  se  fundou  aqui, 
depois  da  expulsão  dos  árabes.  Também  se 
denominava  Nossa  Senhora  dos  UHagres^  pe- 
los muitos  que  lhe  atribulam — e  Nossa  Se- 
nhora dos  Âçott{iueSf  por  estar  próxima  a  el- 
les.  É  sagrada.  Era  uma  commenda,  intitu- 
lada de  Santa  Maria  dos  AçotAgues^  jdo  que 
foram  commendadores  osBraamcamps.  Esta 
parochia  estava  dentro  dos  muros  da  povoa- 
ção antiga.  No  principio,  era  a  única  matriz 
da  villa.  Está  hoje  em  minas.  Ainda  n*elias 
se  podia  ler,  em  1830  (com  muita  dificulda- 
de), gravada  em  uma  pedra,  a  inscripção  se- 
;guinte: 

AO  HONOREM  SANCTAE  HARIAK 

PEBPETUAE  VIRGINIS  GENBTRIC13 

DMI.  NRI.  CHRI. 

FUm)AVIT  EGGLESIAM  ISTAM 

DOBUNIGUS  PELLAOn  EJUS  PRAELATUS, 

QUI  PR0CE8S1T  A  PROGÉNIE  PELAGII. . . . 

SUB  ERA  MGCLXXVII. 

3.*  S.  João  Baptista --Mo  se  sabe  quan- 
do foi  fundada,  mas  sabe-se  que  jà  existia 
em  1380.  Tinha  dois  beneâciados,  sendo  um 
-curado  (reitor)  a  um  sacbristão. 


Eram  todas  da  apresentação  do  real  pa- 
droado, e  o  cardeal  D.  Henrique,  sendo  re- 
gente do  reino  (com  sua  cunhada,  a  rainha 
D.  Gatharina)  na  menoridade  de  D.  Sebas- 
tião, a  deu  aos  jesuítas,  por  annexação  feita 
à  universidade  d'Evora,  em  1561.  Desde  1759 
até  1834,  passou  o  direito  de  apresentação  e 
competentes  rendas,  ao  real  coUegío  dos  no- 
bres, á  Cotovia,  em  Lisboa.  (Hoje  eschola  po- 
lytechnica.) 

Supprimida  esta  freguezia,  no  principio 
d'este  século,  continuou  a  ser  commenda  d» 
collegio  dos  nobres,  e  para  o  culto  divino,  è 
para  a  festa  do  padroeiro,  havia  um  capel- 
íão  e  um  sacbristão,  apresentados  pelo  refe- 
rido collegio  dos  nobres. 

É  notável  esta  freguezia  pela  singularida- 
de de  ter  um  só  parochiano;  circumstancía 
que  se  não  dava  em  outra  alguma  do  reino 
(nem  talvez  de  todo  o  mundo  chrístão.)  Hea- 
mo  este  único  casal,  deixou  de  existir  no 
fim  do  século  passado,  ou  por  a  família  fal- 
lecer,  ou  por  mudar  de  residência,  ficando 
um  parocho  e  uma  parochia  sem  fregueses. 

4.*  S.  Thiago^Tmbem  se  ignora  quando 
foi  fundada.  A  noticia  mais  antiga  que  ha 
d'esta  egreja,  eomo  matriz,  é  do  anno  de 
1457. 

Consta  ter  sido  fundada  pelos  cavalleiros 
de  S.  Thiago.  Tinha  quatro  beneficiados  (oa 
um  beneficiado  e  tres  ecónomos)  e  um  sa- 
ehristão. 

Esta  parochia  com  a  de  Nossa  Senhora  da 
YiUa,  estão  unidas  na  egreja  do  Calvário, 
desde  janeiro  de  1850,  tendo  antes  estado 
na  egreja  de  S.  Vicente,  desde  3  de  feverei- 
ro de  1845. 

£rmidas  das  parooliias  da.  vlll& 

1.*  Santo  André  do  Outeiro — já  existia 
em  131$,  tendo  annexa  a  albergaria  de  San- 
to André.  Já  tratei  d'esta  ermida. 

2.*  Nossa  Senhora  da  VisUaçSo^é  a  mais 
ampla  e  notável  da  villa.  Corda  um  outeiro^ 
ao  N.  d'ella.  Com  as  moitas  esmolaa  e  of- 
lerendAd  do  povo,  que  tem  grande  devoção 


MON 

41  esu  Senhora,  se  oecorre  a  todas  as  des- 
pesas do  culto  divino. 

3.*  Nossa  Senhora  ãa  Ltt2— D*ella  se  toà 
expressa  mensão  no  recolhimento  das  bea- 
las. 

4.*  Nossa  Senhora  da  Paz  —  na  praça  da 
villa.  Está  em  grande  decadência  e  com  fal- 
ta dos  reparos  necessários. 

Sk«  S,  P^dro— -próximo  da  ponte  de  Alcá- 
cer. É  ama  das  mais  antigas  e  espaçosas  da 
villa.  Também  está  em  grande  abandono. 

6.»  S.  Sebastião '^E&ik  bem  conservada, 
6  tem  orna  retiqnia  do  mesmo  santo.  É  mui- 
to antiga  e  está  próxima  á  egreja  do  Calvá- 
rio. 

7.*  O  Senhor  das  Necessidades  —  É  tam- 
bém muito  antiga,  e  está  perto  da  antece- 
dente. 

8.*  S.  Lazaro-^È  também  antiga,  mas  foi 
reparada  ha  poucos  annos,  por  causa  do  lei- 
to da  nova  estrada  das  Yendas-Novas  para 
Elvas.  Está  na  rua  da  Guarda. 

9.*  S.  Simão — Situada  no  alto  do  monte, 
a  £.  da  de  Nossa  Senhora  da  Visitação.  Está 
emruinas.. 

iO.«  Nossa  Senhora  da  Penha  de  Françík^ 
na  quinta  da  Amoreira,  propriedade  do  sr. 
Justino  Coelho  Palhinha.  <i 

Esta  ermida,  posto  esiar  muito  bem  con- 
servada, está  profanada,  sem  paramentos  e 
mais  utencilios  para  o  culto  religioso,  e  sem 
ben^  para  os  officios  divinos. 

D.  Thereza  Moscoso  Osório  Mendonça  Es- 
pinosa Gusmão  Sandovai  e  Roxas,  filha  do 
marques  de  Almocan,  filho  primogénito  da 
easa  >  d'AltarMira,  condessa  de  Santa-Cruz, 
vindo  com  seu  marido  a  esta  quinta,  em 
i6S7,  mandou  entaeireisdificar  esta  ermida, 
'  pelos  fondamentos. 

A  festa  de  Nossa  Senhora  da  Penha,  se  lii- 


MON 


493 


zia  a  15  de  agosto.  Era  anne^ta  a  Nossa  Se- 
nhora da  YiUa. 

Ck>nT6iito8  da  villa  e  seu  termo 

{•^Frades  franciscanos.  Foi  fundado  na 
ermida  de  Nossa  Senhora  das  Graças.  Já  em 
1495  aqui  havia  religiosos.  Está  aqui  a  or- 
dem terceira  da  penitencia,  com  boas  ren- 
das. Os  condes  de  Santa  Cruz,  e  depois  os 
marqueses  do  Lavradio,  foram  os  seus  pa- 
droeiros. Estavam  aqui  as  cabeças  de  S.  Phi- 
lippe  e  seu  companheiro,  martyres.  Diz-se 
que  a  feira  d'abril  procede  da  concorrência 
que  então  aqui  fazia  o  povo,  em  romaria  a 
estas  relíquias. 

Esta  feira  gosava  o  privilegio  de  ninguém 
poder  ser  preso  n'eUa,  salvo  por  crimes  com- 
mettidos  na  mesma. 

A  devoção  por  estas  santas  relíquias,  foi 
esfriando  até  desapparecer  completamente, 
pela  descrença  ou  indifferença  das  gerações 
modernas,  que  aqui  tem  lavrado  infelizmen- 
te, do  que  são  um  evidente  testemunho  tan- 
tas casas  de  oração  que  na  villa  e  subúrbios 
se  vêem  abandonadas. 

Chegou  a  tanto  o  desprezo  pelas  crenças 
arraigadas  nos  corações  dos  antigos,  quê 
nem  mesmo  se  sabe  onde  param  as  relíquias 
que  aqui  estiveram.  Consta  que  estão  hoje 
na  egreja  matriz  de  S.  João  de  Deus;  mâs  ]á 
não  os  craneos  inteiros,  e  apenas  alguns  os- 
sos. Consta  que  estas  relíquias  foram  aqui 
coUocadas,  a  23  d*abril  de  1577,  por  D.  Fer- 
não Martins  Mascarenhas. 

A  expulsão  doestes  religiosos  não  foi  só 
um  sacrilégio  (como  o  foi  o  de  todos  os  mais) 
foi  um  acto  de  estúpido  vandalismo;  porque 
os  firades  ensinavam  gratuitamente,  latim» 
lógica  e  rhetorica. 

Ainda  aqui  subsiste  a  ordem  terceira  da 
penitencia,  que  tem  capella  própria,  desde 
.1671,  sendo  ministro,  Henrique  de  Mello  da 
Azamb^ja. 

Junto  á  egreja  está  agora  o  cemitério.  Em 

frente  da  porta  principal  do  cemitério  está 

a  capella  do  Senhor  dos  Afflictos,  edific"^ 

em  1748.  —  O  edifido  do  mosteiro  •»*«** 

eérca  são  da  camará  munícipe-  ^^^  ^(^^' 
do  por  um  foro  annual,  Aí  ^«W  réis,  qu^ 


494 


MON 


a  camará  reeebia  pelo  twreno  oeeapado  ago- 
ra pelo  polygono  dasYendas-Novas.  Foi  eata 
troca  aactorísada,  por  portaria  de  iO  de  Ja- 
neiro de  i87l. — Esteve  ii'este  mosteiro  a  es- 
tação telegraphica  e  servia  de  quartel  de  ca- 
Tallaria.  Hoje  está  este  edifieio  em  minas. 

2.* — Frades  dominicos  (de  Santo  António 
de  Pádua).  Foi  vendido  em  basta  publica  e 
é  propriedade  do  sr.  António  Joaijuim  Mar- 
ques dos  Santos. 

Foi  fundado  por  Brites  de  Negreiros  e  seu 
marido,  Manuel  Fragoso,  em  1559,  ^sistín- 
do  à  collocaçâo  da  primeira  pedra,  o  famoso 
D.  frei  Luiz  de  Granada.  Ficou  servindo  de 
egreja  ao  mosteiro,  uma  antiga  ermida  que 
já  aqui  havia,  dedicada  a  Santo  António.  Não 
se  sabe  quando  esta  ermida  foi  edificada; 
mas  sabe -se  que  85  annos  depois  do  falle- 
cimento  de  Santo  António  — isto  é— no  an- 
no  de  Í3i6,  já  aqui  era  capellão,  mestre  Lou- 
renço, que  o  era  também  de  uma  confraria 
que  existia  na  ermida. 

Segundo  frei  Luiz  de  Souza,  na  Chronica 
de  S.  Domingos — os  frades  franciscanos  não 
queriam  que  este  convento  tivesse  a  invoca- 
ção de  Santo  António  (que  fora  frade  da  sua 
ordem)  e  houve  pleito,  que  se  decidiu  a  fa* 
vor  dos  dominicos. 

Assim  que  a  capella  foi  concedida  aos  re- 
ligiosos dominicanos,  logo  o  seu  provincial 
procedeu  a  auto  de  posse  da  mesma,  e  n'el- 
la  disse  missa,  mandando  lançar  n*esse  mes- 
mo dia  a  pedra  fundamental  do  mosteiro, 
sob  o  titulo  de  vigariaria. 

Em  16i9,  sendo  provincial  o  padre  mes- 
tre, frei  Diogo  Ferreira,  e  tendo  já  ò  con- 
vento sufficientes  rendimentos,  e  o  edifieio 
do  mosteiro  concluído,  foi  elevado  a  prio- 
rado. 

D.  Fernão  Martins  Mascarenhas,  capitão 
de  ginetes  do  rei  D.  Sebastião,*  e  alcaide- 
mór  d*esta  villa,  estando  poir  embaixador 
de  Portugal  no  concilio  de  Trento,  impetrou 
do  papa  Pio  lY,  um  breve  com  muitas  gra- 
ças, para  este  convento. 

^""-T-Fraães  agostinhos  descalços  (coh- 
vento  o«.ivos9a  Senhora  da  Conceição)  fin- 
dado pelo  «»n«e  de  Palma.  Está  edifl- 
eado  em  uma  elevação,  nos  olivaes  proií- 


moe  á  villa,  no  sttio  onde  já  havia  nmsk  e»» 
pella,  dedicada  áSantissima  Virgem  d'aqaQlo 
la  invocação  (e  antigamente  da  Amieira)  que 
cominnoa  a  ser  a  padroeira.  Lançon-se-lhe 
a  pirimeira  pedra,  a  39  de  maio  de  i688. 

Os  religiosos  tinham  residido  primeiror 
(i67i)  dentro  da^villa,  em  um  sitio  chama- 
do Pedras  Negras^  em  umas  pequenas  casas. 
Mudaram  para  a  rua  das  Piçarras^  e  para  a 
ermida  de  S.  Lazaro.  Eram  padroeiros  does- 
te mosteiro,  os  condes  d*Obidos. 

É  hoje  propriedade  particular  do  sr.  Joa- 
quim Lopes  Tavares,  rico  proprietário. d*es- 
ta  villa,  que  o  tem  conservado,  e  está  habi- 
tado por  locatários. 

4.*— -Fhuto  de  S.  João  de  Dew.  A  egreja 
d'este  mostdro^  foi  fundada  na  Rua  Verd&^ 
nas  propriaa  casas  em  qne  nasceu  o  santo» 
por  ordem  de  D.  Alexandre,  arcebispo  d'Evo- 
ra,  com  esmolas  do  mesmo  prelado  e  do  po- 
vo. Era  a  cabeça  dos  da  soa  ordem  no  reino. 

Sendo  arcebispo,  D.  José  de  Mello  (46Í7), 
vieram  fundar  este  convento,  dois  religiosos 
castelhanos,  que  chegaram  aqui  no  dia  24 
de  junho  d*esse  anno. 

Já  em  1607  tinha  o  irmão  João  Peccador^ 
e  seu  companheiro,  João  Lopes  Pinheiro, 
fundado  aqui  um  oratório,  em  que  lançou 
a  primeira  pedra  o  vigário  e  licenciado, 
Luiz  Rodrigues  Sécco,  mas  o  mosteiro  este- 
ve deshabitado  até  1613.  No  ultimo  domingo 
de  maio  de  ld25,  veio  para  a  egreja  a  ima- 
gem do  seu  padroeiro.  Tinha  até  então  es- 
tado na  egreja  do  convento  de  S.  Domingos. 

Em  24  de  junho,  ocoBego  D.  Francisco  de 
Mello  (sobrinho  do  referido  arcebispo,  D.  José 
de  Mello)  lançou  a  primeira  pedra  ánova  fa- 
brica do  moiMirO)  que  foi  benriáa  pelo  bis- 
po, D.  fhei  Diogo^  dê  S.  Yloentow 

Havia  n^ssta  egr^a,  relíquias  de  S.  Joio 
de  Deus,  de  Santa  Úrsula^  de  Santa  Vioto  • 
ria,  eontrafll 

A  egrejado^  convento  serve  actnalmente 
de  mcitris.  O  convénio^  6Bt&  no  centro  da 
vílta.  P0i  «oneedido  ao  munfeipio  para  ahi 
se  estabelecerem  at  repartições  pubUeas, 
por  deoreto  do  6  d^abríl  de  1M3.  Está  em 
reparações  (1875)  e,  já  ali  ftinectouani  as 
repartiç9eâ  da  admtaistniçãõ  éo  concelho» 


MON 


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fneiite  e  eonsenratoria;  e  a  casa  da  bomba. 
Em  breve  se  poderá  aqui  estabelecer  o  Ui« 
baoal  Jadidal,  os  cartórios  dos  escrivães  e 
o  quartel  do  destacamento  militar. 

b/^-^FradêipaulistM  (eremitas  de  S.  Paa* 
lo)  de  Saata  Grox,'  de  Rio  Mourinho^  na  (re- 
giiezia  de  S.  Ifathens.  Está  situado  em  uma 
campina  rasa,  próximo  ao  rio  i^mrinho,  7 
kiiometros  ao  S.  da  villa. 

Era  um  dos  mais  antigos  mosteiros  d*es- 
ta  ordem.  Foi  fundado  por  Mendo  Gomes 
de  Seabra,  que  o  dedicou  á  Santa  Cruz.  O 
rei  D.  Duarte  confirmou  esta  doação  em  iO 
de  Julho  de  1435;  mas,  apesar  d'isso,  os 
monges  de  S.  Jeronym»  moveram  demanda 
contra  a  fundação  d'este  mosteiro,  e  os  fra- 
des só  para  aqui  Yi&nm  em  i483,  por  uma 
sentença  que  obtiveram  em  seiji  favor. 

A  planície  em  que  está  edificado  o  mos- 
teiro é  baixa  e  doentia.  É  quasi  um  ermo^ 
sem  outra  visinhança  mais  do  que  alguns 
moinbos  po  rio,  e  poucos  casaes. 

Este  mosteiro,  por  ser  em  sitio  doentio 
6  triste,  sempre  teve  muito  poucos  religio- 
sos (a  maior  parte  mandados  para  aqui  de 
castigo)  e,  pòr  fira,  nenhum  o  queria  vir 
liabttar,  pelo  que  estava  deserto  e  abando- 
nado muito  antes  de  1834,  e  as  suas  rendas 
hiam  para  o  collegio  dos  paulistas  de  Coim- 
bra. 

O  convento  está  em  minas,  e  é  proprie- 
dade, assim  como  a  sua  cerca,  dos  herdei- 
ros de  Valentim  José  da  Salvação.  A  egre- 
ja,  porém,  está  em  soffrível  estado  de  con- 
servação, e  ainda  n'ella  se  celebram  os  offi- 
cios  divinos  e  a  festa  de  Nossa  Senhora  da 
Sande,  como  padroeira  do  mosteiro. 

No  monte  que  está  sobranceiro  ao  rio  Mou- 
rinho, havia  no  tempo  do  nosso  archeologo 
André  de  Rezende,  um  marco  milliar,  de- 
dicado ao  imperador  Antonino  Pio.  Tinha 
uma  extensa  inscripçao,  cujo  principio 
era: 

IM.  CÀES.  DIVI.  8SPTI....  SEVBRI.  PIV.  StC. 

6  •—Eremitas  descalços  de  S.  PaiUo,  da 
invocação  de  Nossa  Senhora  do  Castello,  ou 
das  Covas  de  Monfurado. 


Está  este  mosteiro  situado  a  6  kiiometros 
ao  S.  da  villa,  nos  limites  da  freguezia  de 
S.  Thiago  do  Escourai;  e  no  sitio  chamado 
Cavas  de  Monfurado. 

Dois  eremitas,  arrependidos  das  suas  lou- 
curas^ vieram  em  1710  habitar  estas  bre- 
nhas. A  estes  se  aggregaram  os  irmãos,  Bal- 
thazar  da  Encarnação,  da  villa  de  Serpa,  e 
Francisco  da  Cruz. 

Aqui  viviam  na  pobresa,  abstinência  e 
oração,  vestidos  de  sacco,  e  fazendo  taes 
exercicos  de  penitencia,  que  eram  geral- 
mente venerados  pelos  povos  d*estes  si- 
ties. 

Foi  crescendo  o  numero  doestes  anacho- 
retas,  que  resolveram  edificar  uma  ermidl- 
nha  a  Nossa  Senhora  do  Castello. 

Chegando  a  J^isboa  a  noticia  das  virtudes 
d'estes  santos  eremitas,  foram  muito  favo- 
recidos pela  corte. 

Foi  benzida  pelo  ordinário  a  ermida  e  o 
mosteirínho,  em  11  de  fevereiro  de  1788,  e 
disse-se  aqui  a  primeira  missa  em  4  de  ju- 
nho  de  1738^ 

Foi  padroeiro  doeste  mosteiro  o  infante 
D.  António,  filho  de  D.  Pedro  II,  que  lhe 
deu  uma  relíquia  do  Santo  Lenho. 

O  padre  Balthazar  da  Encarnação  lhe  deu 
estatutos,  e  a  18  de  janeiro  de  1739  presta- 
ram sujeição  ao  cabido  de  Évora,  profes- 
sando  todos,  nas  mãos  do  cónego  Silvério 
Lobo. 

Traziam  túnica  interior  parda,  e  habito 
exterior  preto,  capello  curto,  com  una  pal- 
ma verde  no  hombro  esquerdo,  e  outra  no 
escapulário,  em  memoria  de  S.  Paulo,  pri- 
meiro eremita. 

Ainda  existem  a  gruta  do  padre  Baltha- 
zar e  os  escarpados  rochedos  e  as  covas  sub- 
terrâneas em  que  viviam  ospríflMiros  ere- 
mitas. 

A  situação  d'este  mosteiro  é  pitoresca,  e 
ainda  baslante  frequentado. 

É  hoje  propriedade  particular  da  sr.^  D. 
Josepha  da  Salvação,  e  ainda  ^quí  se  faz  a 
festa  de  Nossa  Senhora  do  Castello. 

Tanto  o  mosteiro  como  a  egreja  soff^^^^ 
bastante  com  o. terramoto  dí»  -"^^  ^^^ 
n'esta  ainda  existe  uma  /mimosa  balaustra- 
da de  mosaico. 


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MON 


Diz-86  qae  o  nome  de  Monfurado  (con- 
tracção de  Monte  Furado)  lhe  provém  de 
orna  grande  mina  de  ferro,  explorada  .pe- 
los antigos  e  que  ainda  hoje  anda  em  la- 
vra. Ás  {[alerias  sobterra^ieas  de  extracção 
do  minério  teem  arruinado  bastante  o  edi- 
flcio  do  mosteiro  e  cerca  do  mesmo.  São 
aqui  as  grandes  minas  da  serra  dos  Mon- 


7.<> — Freiras  dominicas  (de  Nossa  Senho- 
ra  da  Saudação),  na  villa. 

Foi  fundado  por  D.  Mecia  de  Moura,  viu- 
va de  D.  Nuno  de  Castro,  pelos  annos  de 
1501,  com  beneplácito  do  rei  D.  Manuel, 
que  quiz  que  este  fosse  um  dos  doze  mos* 
teiros  d*esta  ordem  que  o  papa  lhe  conce- 
deu fundar  n*este  reino. 

O  mesmo  soberano  deu  para  ajuda  d'esta 
fundação  uma  pequena  quota,  do  cofre  das 
sizas  d'Evora,  que  se  cobrou  até  1820. 

Esta  quota  consistia  em  1  por  cento  do 
que  valiam  as  sizas  d*esta  cidade.  A  provi- 
são para  isto  foi  passada  em  1514. 

A  carta  regia  que  auotorisa  a  fundação 
d'este  mosteiro  é  de  1507.  A  sua  primeira 
prelada  (prioresa)  foi  a  madre  Izabel  Vaz, 
filha  do  mosteiro  de  Jesus  de  Aveiro,  que 
foi  também  uma  das  cinco  fundadoras  do 
convento  de  Sant^Anna,  de  Leiria. 

D.  Fernão  Martins  Mascarenhas,  em  que 
varias  vezes  teoho  fallado  n'este  artigo,  con- 
correu com  muitas  professas  e  seculares  pa- 
ra a  povoação  d*este  convento,  ao  qual  deu 
muitas  relíquias,  que  trouxe  de  Roma,  quan* 
do  foi  ao  concilio  de  Trento,  assim  como 
lhe  deu  formosas  pinturas,  e  obteve  do  pa- 
pa varias  indulgências  para  os  que  firequen- 
•tassem  esta  egreja. 

O  camdro  que  está  por  baixo  do  pavi- 
mento da  egreja  é  obra  do  mesmo  Masca- 
renhas, e  era  de  primorosa  fabrica.  * 

Em  frente  da  portaria  da  egreja  ha  tuna 
casa  ainda  habitada,  que  tem  um  vasto  sub- 
terrâneo, evidentemente  mais  antigo  do  que 
k  mosteiro. 

'^^istoria  de  &  Domnffos^  por  fr.  Luiz 
de  Sousa,  íí,  q^e  pelos  ^mnos  de  1500  vi- 
viam n'esu  vilia,  nom  grande  recolhimento 
6  vida  exemplar  ums»  devotas  mulberesi 


d'aqui  naturaes^  em  em  forma  de  commuai- 
dade,  reconhecendo  por  superiora  uma  sua 
companheira,  chamada  Jooínna  Diz  Q^adra^ 
da. 

Tendo  D.  Mecia  de  Moura  noticia  da  san* 
ta  vida  d*estas  beatas,  e  sendo  viuva,  rica, 
e  sem  filhos  nem  herdeiros  forçados,  fez  de 
sua  casa  um  recolhimento  para  as  beatas. 

Era  esta  casa  nobre  e  vasta,  em  alto,  den- 
tro da  cerca,  com  largueza  de  aposentos^ 
pateo  e  quintaes,  própria  para  um  grande 
mosteiro. 

Tudo  isto  deu  às  beatas,  sob  a  condição 
de  o  reduzirem  a  mostehro  dentro  em  três 
annos. 

Joanna  Diz  Quadrada  principiou  logo  a 
construcção  da  egreja  e  os  arranjos  neces- 
sários para  a  conversão  da  casa  em  mos- 
teiro. 

A  fundadora,  para  maior  prosperidade 
da  corporação,  fez  offerta  do  mosteiro  ao  rei 
D.  Manuel,  pedindo-lhe  que  fosse  seu  pro- 
tector e  padroeiro,  indicando  a  OQdem  e  re* 
gra  que  havia  de  seguir,  sem  jamais  poder 
passar  a  outra;  e  que  prohibisse  a  entrada 
na  clausura  a  mulher  homisiada,  ou  que  de- 
vesse alguma  coisa  á  justiça;  não  podendo 
nenhum  prelado  dispensar  n*este  ponto.  O 
rei  acceitou  de  boa  mente  a  offerta,  cometo- 
das  as  suas  condições. 

Erigido  o  recolhimento  em  congregação 
regular,  se  recolheu  a  elle  a  fundadora,  re- 
querendo ao  rei  licença  para  doar  ao  mo^ 
teiro  toda  a  sua  fazenda,  sem  embargo  das 
leis  em  contrario,  o  que  D.  Manuel  também 
lhe  concedeu,  por  provisão  de  16  de  maio 
de  1506. 

As  herdades  (cinco)  que  D.  Mecia  doou  ao 
mosteiro,  rendiam  dezenove  moios  de  trigo, 
oito  e  meio  de  cevada  e  muitaç  pitançaa: 
isto  alem  das  casas  e  cerca  que  já  lhe  tinha 
doado.  Deu-lhe  mais  24J>000  réis  de  renda, 
em  dinheiro. 

Em  1513,  se  concluíram  todas  as  obras  da 
egreja,  mosteiro  e  suas  dependências;  e  a  & 
de  maio  d*esse  anno,  principiou  a  execuçãa 
rigorosa  da  regra  da  ordem. 

Muitas  senhoras  da  alta  nobreza  e  de  ex- 
tremadas virtudes  aqui  foram  freiras,  ou  ser- 
culares  sendo  as  principaes: 


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HON 


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D.  Elvira  de  Mendonça,  mulher  do  dito 
D.  Fernão  Martins  Mascarenhas. 

D.  Âldonça  de  Mendonça,  mnlher  de  D.  Joio 
Mascarenhas,  irmão  e  saccessor  de  D.  Fer- 
não. 

S^^  Convento  das  beatas  ^áe  Nossa  Se- 
nhora da  Luz.  Teve  principio  em  uma  ir- 
mandade, instituída  em  1578,  na  ermida  de 
Mossa  Senhora  da  Paz,  onde  esteye  quatro 
annos;  porém  não  estando  satisfeitos  os  ir- 
mãos, pediram  á  camará  da  vilia,  uma  pon- 
ta do  Rocio,  no  sitio  chamado  Porta  do  Sol; 
e  que  a  camará  lhe  concedeu,  e  Philippe  II 
•confirmou,  por  provisão  de  6  de  agosto -de 
1582. 

Em  1742,  pretondeu  Gatharina  do  Nasci- 
mento, natural  da  cidade  d^Evora,  íanáar 
por  aqui  um  recolhimento,  e  para  isto  se 
dirigiu  á  corto,  mas  falleceu,  sem  vér  cum- 
pridos os  seus  desejos;  porém  o  padre  Fran- 
cisco Negreiros  Alfeirão,  seu  director,  ulti- 
mou estes  negócios,  obtendo  alvará  de  licen- 
ça, em  27  de  julho  de  1749,  e  o  recolhimento 
se  fez,  junto  à  ermida  de  Nossa  Srahora  da 
Luz. 

Ficaram  as  beatas  sujeitas  ao  provedor  da 
Misericórdia,  e  depois  ao  ordinário,  a  cuja 
obediência  se  ligaram,  em  11  de  julho  de 
1780,  sendo  arcebispo,  D.  João  da  Cunha, 
cardeal-regedor. 

Ainda  existe  este  convento,  que  é  hoje 
muito  respeitado,  pelas  virtudes  das  soube- 
ras que  aqui  residem. 

Celleiro  oommum 

No  reinado  de  D.  Sebastião,  os  procura- 
dores do  povo,  pediram  nas  cortes  de  1562 
(sendo  regente  a  avó  do  rei,  D.  Gatharina 
â'Austria)  que,  onde  houvesse  rendas  do 
concelho,  se  fizessem  celleiros  de  pão,  para 
os  tompos  de  necessidade.  As  cortes  assim 
o  ordenaram,  e  estes  estabelecimentos  pre- 
vMentos,  em  breve  se  estenderam  por  todo 
o  reino,,  prindipalaiento  no  Alemtojo,  onde 
muitos  d'elle8  ainda  existem.^  (Vide  Montes 
de  Piedade.) 

'  O  oeUeiro  commum  de  Monto-Mór-Novo, 
foi  crea^  poralvari^de-5  de  maio  da  1695, 


a  requerimento  do  povo.  Foi  destinado  para 
fando  d*esto  celleiro  o  que  produzissem  os 
quartos  e  cearas  semeados  na  Adúa^  (que 
era  então  do  concelho)  que,  para  isso  seria 
dividida  em  courellas,  pelos  ceareiros  e  mo* 
radores  da  povoação;  e  que  o  celleiro  fosse 
regido  como  o  d'Evora. 

Não  obstante  este  alvará,  ainda  a  6  de 
março  de  1714,  não  estava  creado  este  cel- 
leiro: porque  então  pediu  o  povo  á  camará, 
que  dividisse  em  courellas  a  terra  da  AdiíOy 
e  a  distribuísse  pelos  ceareiros,  os  quaes, 
com  os  quartos,  deviam  pagar— todos— 385 
alqueires  de  trigo;  e  que  da  mesma  Âdúa 
era  a  camará  obrigada  a  pagar  annualmen- 
te,  certos  foros  e  quinhões,  a  diversos  parti- 
culares. 

Este  requenmento  foi  deferido  a  28  de 
novembro  do  mesmo  anuo  (1714). 

1  Adúa,  amnudúva,  annadúva^  anúda,  adu- 
ba, adnúba,  anubday  anúpda,  anúquera^  anú- 
diva,  e  anr^xdúa  (de  todos  estes  modos  se 
acha  escripto,  desae  o  IX  até  ao  XY  século) 
era  certa  imposição  de  dinheiro  para  repa- 
rar, reedificar  ou  ampliar  cavaí>,  torres,  mu- 
ros, castellos  e  outras  quaesquer  obras  mi- 
litares para  defeza  da  terra. 

Adúa,  eram  também  patrulhas  ou  quadri- 
lhas de  gente  do  noVo,  obrigada  a  trabalhar 
nas  obras  de  fortincação.  Quando  estas  obras 
eram  de  pouca  monta,  se  faziam  com  as  adúas 
da  terra;  mas,  quando  eram  de  maior  impor- 
tância, vinham  ajudar  as  adúas  de  fora. 

No  cartório  do  mosteiro  de  Ghrísto,  de 
Thomar,  existia  a  doação  dos  direitos  reaes 
de  Salvaterra  do  Extremo  e  Idanba,  que  D. 
Sancho  II  fez  aos  templários,  em  1244,  e  n*es- 
ta  doação  se  exceptuam  expressamente,  co- 
mo quasi  inalienáveis  da  corda,  os  seguin- 
tes—çuoéí  recipiant  monetam  meam:  et  quod 
dent  inde  nUhi  Collectas:  et  quod  eant  in  eooer- 
cUum  meum,  et  in  meam  anuduvam:  et  alia 
jura.  secundum  quod  habeo,  £t  iUa  habere  de^ 
oeo  tn  aliis  Casteliis,  et  Villis,  quae  praedi- 
ctus  Ordo  Templi  in  Begno  meo  habeU 

D.  AfTonso  Úl,  em  1259  declarou  expres- 
samente que  os  direitos  exceptuados  nas 
doações,  eram — annadiía,  collecta,  moeda, 
hoste,  appellido,  fossado,  jusUça,  servi^,  e 
ajuda,  . 

Em  1377,  o  rei  D.  Fernando^  concedeu  ao 
concelho  da  Torre  de  Moncorvo,  para  aca- 
bar com  segurança  e  perfeição  e  mais  toste 
(brevidade)  os  muros  e  fortificações  da  vil- 
ia, pagassem  aéàa  para  elkL  emquanto  as 
obras  durassem,  as  viUas  de  ViUa-Flort  Vil- 


$98 


wm 


Em  5  dejMielro  de  11  i^  se  dividia  meta- 
de  d'aqaeile  teireno,  em  37  eoorellas  gran- 
des e  12  pequenas;  mas»  attentas  as  grandes 
despezas  a  fazer,  não  pagaram  adúa  n*esse 
anno»  e  logo  no  seguinte  rendeu,  liquido  dos 
fóTM  e  qwinkdeSy  480  alqueires  de  trigo,  eíoi 
esse  o  fundo  primitivo  d'est6  celleiro  eom- 
mum. 

Em  1716,  pagaram  os  oea- 
reiros  o  qi»Mo  do  produeto 
das  colheitas:  em  1717,  o  te»' 
%o.  Depois,  pagavam  o  ottovo, 
e  por  fim,  o  que  a  camará  lhes 
arbitrava. 
Ao  celleiro  commum  vmham»  os  que  pre- 
cisavam, fornecer-se  de  trigo. 

Em  1779,  era  o  juro,  seis  alqueires  por 
moio ;  mas,  por  provisão  de  21  de  janeiro 


la  Nova  de  Foz  Côa  e  as  aldeias  de  Urros,  e 
Haçôres:  apezardea  primeírajàter  obrigaç^ 
de  pagar  cMa  a  Castro  Yicaite  —  a  segun- 
da a  Trancoso— e  as  duas  aldeias,  a  Freixo 
de  Espada  à  Cinta. 

Estas  adúas  chegaram  a  ser  excessivas,  e 
a  fazer  levantar  contra  esse  excesso  as  queei- 
xas  dos  povos,  como  se  vé  da  carta  regia,  de 
D.  AíTonso  III,  dada  em  Coimbra,  a  28  de  ju- 
lho de  1265,  e  reproduzida  nas  cortes  de  San- 
tarém, em  27  de  janeiro  de  1284.  (Doe.  da 
Cathedral  de  Viseu,  a  íl.  42.) 

Supp9e-se,  com  bons  fundamentos,  que  a 
pahàvra  aMa  vem  do  árabe  adduar  —  que, 
propriamente  significa  multidão  de  gente 
que  vive  em  barracas,  em  volta  de  uma  pra- 
ça ou  fortaleza. 

Em  1385,  concedeu  D.  João  I,  aos  povos 
da  villa  da  T<»*re  de  Moncorvo,  as  adúas  de 
Mfsmdegada-Pé,  Castro-Vicente,  Mogadou- 
ro, Bemposta,  Penas-Royos  e  seus  termos, 
para  se  —  repairar  mUhor  a  cerca  da  sua 
villa,  e  ser  milhar  afortelezaãa;  e  isto,  pelo 
nmto  serviço,  qae  d*elles  tinha  reeebtào,  e 
esperava  receber. 

Depois,  se  dava  (principalmente  no  Alem- 
tejo)  o  nome  de  adáa,  a  uma  matilha  de 
cães,  empregada  em  caçar  coelhos. 


Os  povos  de  Monte-Mór-Novo,  combinar 
ram-se  com  D.  Affonso  IH,  em  não  paga- 
rem adUio,  daado^lhe  em  seu  logar  uma  por- 
ção de  terreno  de  cultura,  cirioe  rendimea^ 
tos  substituiriam  aquelie  OreUo  ou  tributo. 
Por  esta  razão,  áquelle  terreno  se  ficou  cha- 
mando ten^  da  Adúa,  e,  por  abreviaiura. 
AMa. 


MON 

d'e8se  anno,  foi  o  juro  reduzido  a  três  âl- 
queires  por  moio. 

Em  3  de  outubro  de  1805,  por  provisão 
do  corregedor  da  comarca,  ficou  o  juro  es- 
tipulado—4  alqueires  por  moio;— e  em  182& 
tomou  o  juro  a  ser  de  6  alqueires  por 
moio. 

.  Desde  1716  até  1735  era  o  ceUeiro  admi- 
nistrado por  um  vereador  que  era  juiz  do 
ceHelro,  e  tinha  um  escrivão,  um  thesoa- 
reiro  e  um  medidor;  com  os  quaes  se  dis- 
pendiam  annoabn^ote  160  alqueires  de 
trigo. 

Em  1736  entrou  também  para  a  sua  ad- 
ministração o  juiz  de  fora,  com  o  ordenado 
dos  60  alqueires  de  trigo,  além  dos  160. 

Em  1741  foi  o  pessoal  angmentado  com 
um  syndico,  que  vencia  15  alqueires  de 
trigo.  Desde  1836  passou  o  celleiro  a  ser 
administrado  pela  camará,  que  só  dispende 
com  o  ordenado  do  escrivão  20  alqueires  de 
trigo. 

Um  decreto  de  14  de  outubro  de  1852, 
oreou  para  os  ceBeiros  communs  uma  ad- 
ministração especial,  entregando-a  a  jun- 
tas compostas  do  presidente  da  camará,  pa- 
rocho  e  jute  de  paz  do  districto  onde  existe 
o  celleiro;  e^  além  d'isso,  dois  cidadãos  pro- 
bos e  abonados,  eleitos  e  propostos  por  lis- 
ta quintupla,  em  janeiro  de  cada  anno,  pe- 
lo conselho  municipal,  e  nomeados  peio  con- 
selho de  districto. 

As  camarás  municípaes  reclamaram  fre- 
quentes vezes  contra  este  systema  de  admi- 
nistração, que  terminou  com  o  artigo  3.*"  da 
lei  de  25  de  junho  de  1864,  que  passou  a 
administração  para  as  camarás  municipaea 
ou  juntas  de  paroehia,  segundo  a  legislação 
em  vigor  antes  do  decreto  de  14  de  outu* 
bro  de  1852. 

A  casa  onde  hoje  existe  o  celleiro  foi  com« 
prada  em  praça  publica,  a  1B8  de  dezembro 
de  1773,  por  34^000  réis,  gastando-se  ptfa 
a  pôr  nas  cooiiçSes  de  servir  pua  o  fim^ 
que  era Jestiinda  61#706  «réfs. 

Esta easapagade  f6ro á camftra 300réii 
annuaes. 

Os  rendimentos  doeste  celleiro  lêem  sido 
empregados  na  oomim  e  eoneeriMi  do  sea 


ilON 

eAIfleif^  na  ^nslraeçia ibi  aeliiai  cadeias 
ftfn  outros  ineihoraHiemos  da  vUta. 

Koata-pio 

Além  da  -  Hiaeôeordia  e  do  hospital,  ha 
taoQliem  n'esta  viUa  o  estabdieGJweQto  40  be- 
Befiee&oia,  denominado  M(mU''jno. 

.É  «ma  Instíiaiçao  modenui,  o  os  seus 
priizi6iro»  estatutos  foram  approvaâos  por 
alvará  do  16  de  abril  de  1860. 

Estes  estatotospromettiam  aos  sócios: 

i."^-Sareffl  soccorrídos  nas  suas  doen* 
ças  com  facultativo,  botica  e  100  léis  diá- 
rios. 

2.»— Receberem  os  mesmos  iOO  róis  diá- 
rios quando  foaeem  tratados  no  hospital  da 
viHa,  e  depois  na  convalescença  foe  o  h-^ 
enltativo  Uie  marcar. 

3.*^Reeeberem  á60  réis  diários,  quando 
lassem  tratados  no  hospital  da  Mísericor- 

4.^'— Serem  wecorridos  com  facultativo, 
suas  mulheres  e  filhos  menores  de  i5  an- 
annos^  que  vivessem  com  seus  pães,  ou  reee* 
berem  80  róis  diários,  sendo  iratados  pela 
Santa  Casa  da  Misericórdia. 

5.^— Receberem  80  réis  diarfos,  quando, 
por  moléstia  oa  vettiice,  e  estivessem  inca* 
pazes  de  trabalhar?-^  tivessem  ^co  annos 
de  sócios  e  nada  devessem  das  suas  quotas* 

e.^^^-Ser  concedido  á  viuva  que  viver  com 
o  soeio  até  ao  seu  fallecunento,  e  emquanto 
não  passar  a  segundas  núpcias^  e  a  seus  fi- 
lhos menores  de  12  annos  um  subsidio  que 
lhe  seria  arbitrado  p.la  assembléa  gersl^  se 
fosse  de  justiça. 

9,^— A  direcção  era  obrigada,  por  si  ou  pe- 
los ouiros  associados^  a  procurar  trabalho 
ao  socío  que  o  não  tivesse,  se  íõsse  de  bom 
portamento. 

8.«— Ter  um  subsidio  de  100  réis  diários 
em  caso  de  (Hisão^  pagando-se«lhe,  além 
d'i0so  a  carceragem.  Mas  este  caso  soCDria 
moit^  excepções. 

Bstes  estatutos  foram  reformados  por  ú* 
vara  de  80  de  março  de  1867;  mas  peion^ 
ram  as  (^ondifiões  dos  sodos. 


W)» 


499 


Ha  n^ta  villa  duas  muskas^a  pkilar^^ 
momca  montemorensi^  cujos  estatutos  foram 
approvados  por  carta  regia  de  21  de  abril 
de  i862,-^-e  a  sociedade  denominada—  cir- 
culo philarmonice  montemorensef  com  os 
seus  estatutos  approvados  por  carta  regia  de 
15  de  abril  de  1862. 

Estas  duas  bandas  teem  andado  em  guer- 
ra aberta,  o  que.  é  impróprio  de  pessoas  mo- 
rigeradas,  cujo  fim  principal  devia  ser  a  in- 
sti:ucção  e  o  recreio. 

A  •desharmonia  na  harmonia  é  coisa  sum- 
mamenle  4esagradaveL 

Consta  que,  pelos  annos  300  de  Jesus 
Christo,  era  regulo,  ou  senhor  d'estas  ter- 
ras, o  pae  de  Santa  Quitéria,  virgem  e  mar- 
tyr. 

Esta  virtuosíssima  donzella  viveu  muitos 
annos  em  aspérrimas  penitencias,  em  um 
ermo,  onde  depois  se  edificou  a  viila  de 
Monte  Mér  Novo,  e  sendo  achada  pelos  ro- 
manos, àlli  foi  martyrisada,  no  dia  30  de 
março  do  dito  anno  300,  precipitando-a  do 
alto  de  um  rochedo,  em  um  pego  do  Canha. 

.  Era  esta  viUa  muito  populosa  rica  e  fe- 
lis,  quando,  em  1580,  Philippe  II  usurpou 
a  cor(lA  de  Portugal  aos  seus  legítimos  her- 
deiros. 

Então  principiou  papa  Monte  MÓr  Novo, 
como  para  todp  o  relho,  um  período  de  de^ 
cadencia,  oppressao  e  desventura. 

Nem  este  estado  melhorou  com  a  restau- 
ração; porque,  sendo  a  província  do  Alem- 
tejo  o  priacipál  theatro  da  guerra,  que  du- 
rou 27  annos  (desde  o  l.«  de  dezembro  de 
IMO  até  13  de  (evereiro  dê  4668)  foi  esta 
villa  uma  das  povoações  que  mais  sofiire- 
ram  os  horrores  de  tão  dilatada  guerra,  que 
estancou  todas  as  fimtes  de  sua  prosperida- 
de» e  affoipsnton  do  seu  seio  a  maior  parte 
das  (amilias  nobres  e  abastadas. 

Volveram  annos  de  paz,  e  a  dedicação 
dos  Alhos  d*esta  leria,  o  seu  amor  ao  tra- 
balho o  a  fortilidad^  do  seu  tenritorio,  lhe 
tem  restituído  o  seu  antigo  explendor. 

Os  arrabaldes  da  villa  são  muito  formo- 
soeeaniMiosypoToados  de  borlas  epona* 


§00 


MON 


MON 


res,  correndo  pelo  meio  d*elle8  a  ribeira  de 
Ganha,  e  mais  algans  regatos. 

O  sen  termo  é  composto  de  ricas  berda- 
des,  abundantíssimas  de  cereaes,  fmctas, 
legumes,  azeite,  e  algum  Yinho. 

Nos  seus  vastos  montados  se  criam  an* 
nualmente  muitas  mil  cabeças  de  gado  sai* 
no,  que  se  exporta  em  grande  escala,  assim 
como  outras  espécies  de  gado. 

A  alcaidaria-mór  d'e8ta  viila  andava  na 
casa  dos  condes  de  Santa  Cruz,  que,  coíno 
já  disse,  tinham  o  seu  palácio  dentro  do 
castelio. . 

Já  tratei  do  convento  dos  eremitas  des- 
calços da  oEdem  de  S.  Paulo,  no  sitio  cha- 
mado das  Covas,  ou  Monfurado,  cujo  nome 
lhe  provém  das  grandes  minas  de  ferro 
aqui  lavradas  em  tempos  antigos.  Este  sitio 
é  hoje  geralmente  conhecido  por  Serra  dos 
Monges  (em  razão  de  aqui  terem  residido  os 
taes  monges,  paulistas).  Para  evitar  repeti* 
ç5e$,  vide  Monges  (Serra  dos). 

Em  1553,  tendo-se  tratado  o  casamento 
do  príncipe  D.  João  (fllho  de  D.  João  III,  e 
páe  de  D.  Sebastião)  com  a  príncezaD.. 
Joanna,  filha  do  imperador  Carlos  V,  o  que 
teve  eífeito  em  novembro  d'esse  anno;  quiz 
D.  João  III  fazer,  á  custa  do  povo,  esplendi'» 
das  festas  por  um  enlace  que  tantas  glorias 
cr  venturas  promettia  a  Portugal  (e  que  só 
desgraças  nos  acarretou,  porque  o  príncipe 
D.  João  morreu  logo  a  2  de  janeiro  de  1554, 
18  dias  antes  do  nascimento  de  D.  Sebas* 
tião,  e  morrendo  este  sem  filhos,  passou  a 
coroa  de  Portugal  para  Philippe  n,  em 
1580).  O  rei,  pois,  lançou,  para  estas  sole* 
mnidades  um  prosado  tributo  ao  poTO. 

Havia  n'esse  tempo  em  Monte  Môr  Novo 
uma  mulher  muito  pobre  e  muito  virtuosa, 
chamada  Maria  Fernandes,  á  qual  haviam 
também  lançado  o  tríbuto  de  um  tostão^,  pa« 
ra  as  taes  festas. 

Hittdo  os  exactores  a  sua  casa  buscar  o 
dinheiro,  respondeu  élla,  que  muftó  deseja- 
va servir  sua  magestade,  mas  que  não  lhe 
era  possível  arranjar  sinilhante  quantia. 
'  Os  beleguins,  sem  atte&der  aíos-pfoflandos 


suspfros  e  abundantes  lagrimas  da  desgra- 
çada, lhe  levaram  a  sala  com  que  hia  i 
missa. 

Quando  morreu  o  príncipe,  teve  a  rainha, 
D.  Catharina  d* Áustria,  tão  grande  mágua, 
que  esteve  ás  portas  da  morte.  ^ 

Na  sua  afilie^,  dizia  élla:— tOito  filhos 
me  levaste.  Senhor,  agora  este,  que  era  a 
luz  dos  meus  olhos,  para  que  m'o  arreba- 
taste também?  Que  peccados  tenho  com* 
mettido  contra  vés,  meu  Deus?» 

O  rei  (que  sabia  a  historia  do  roubo  da 
saia)  lhe  respondeu:  — •  Senhora,  não  vos 
queixeis  de  Deus;  não  foi  elle  que  matou  o 
nosso  filho,  foi  a  saia  de  Maria  Fernandes, 
de  Monte-Mór*Novo.» 

D.  João  ni,  que  era  eminentemente  reli- 
gioso, atribuía  a  castigo  de  Deus,  pelas  ye- 
xações  que  consentira  se  praticassem,  para 
o  cumprimento  dos  seus  desejos  de  inútil 
ostentação,  a  morte  prematura  de  seu  filho. 
Talvez  que  tivesse  razão*  Deus,  apezar  da 
sua  misericórdia  infinita,  é  justíssimo,  e  cas* 
tíga  tarde  ou  cedo  os  orgulhosos.  Felizes  os 
que  Boffrem  n*este  mundo  o  castigo  das  suas 
culpas,  e  as  não  vão  pagar  nas  penas  éter- 
nasl 

A  mus  8  kilometros  ao  S.  O.  doesta  villa, 
ha  um  sitio  chamado  Sancha  a  Cabeça.  É 
uma  escavação,  de  uns  250  metros  de  cir* 
cumferencia  e  de  grande  proftindidade,  para 
cujo  ttmdo  se  desce  por  uma  escada  em  es- 
piral, aberta  na  rocha  de  que  é  formada. 

Suppõe*se  ser  a  cratera  de  um  volcão  ex* 
tincto;  e  na  verdade,  as  paredes  d'esta  im* 
mMisa  cova,  apresentam  vestígios  de  terem 
sido  queimadas. 

Segundo  a  tradição,  existiu  Q*esta  cova, 
em  tempos  remotos,  um  convento  de  fira* 
des. 
.  É  certo  que,  pela  escada  da  oanrema  se 

^  D.  Catharina  teve  dez  filhos  e  filhas  — 
D.  Afionso,  D.  Isabel,  D.  Brites,  D.  Manuel, 
D.  Philippe,  D.  Diniz  e  D.  António,  que  to- 
dos morreram  de  pouca  edade-^D.  Maria, 
que  foi  mulher  de  Philippe  II  de  Gasteila  (pe- 
la qiial  veio  a  nossa  desgraça),  D.  Duarte, 
qm  foi  arcebispo  de  Braga  e  prior *mór. de 
Santa-Cruz  —  e  D.  João,  gue  é  o  de  quem 
se  trata  no  texto,  e  quer  nao  chegou  a  estar 
casado  senão  três  mezes. 


yétm  vários  Inraeasi  em  divinos,  andares, 
em  fórroa  de  cella^  tendo  no  fondo  o  que 
se  snppõe  ter  aido  a  coainha. 

Tem  t<»inbem  ama  cutema. 

Ainda  ba  poucos  annos  aqui  se  viam.ifia- 
yens  de  untos,  de  tamanho  quasi  natural  e 
^  boa  esculptura. 

A  ponca  distancia  d*esla  cova,  ha  um  cer- 
rado, coberto  de  denso  arvoredo,  que  se  diz 
t^  sido  a  cerca  dos  frades. 

A  esta  cova  anda  ligada  uma  lenda,  se- 
fondo  a  qual,  por  causa  de  um  adultério, 
interveio  o  diabo  pessoalmente,  Nao  se  pôde 
leferír,  por  causa  da  sua  estúpida  immora* 
Udade. 

i 

Falleceu  B*esta  villa,  em  dezembrq  de  Í874, 
o  sr.  José  Maria  Yilla-Lobos  Laboreiro,  moQO 
fidalgo,  comexercioio  no  paço»  bacharel  for- 
mado em  direito,  e  um  dos  maiores  e  mais 
ricos  proprietários  do  Alemtejo. 

Monte-iáór-Novo  lhe  deve  gratidão  eterna» 
porque,  em  seu  testamento,  deixou  aqueUe 
caridoso  cidadão,  25  contos  de  réis,  para  a 
fundação  de  um  asylo,  n^esta  villa* 

Apezar  da  perversão  do  nosso  seQulo,  não 
sao  raros  (louvado  Deus!)  estes  exempla  de 
€aridade,  verdadeiramente  christan. 

Mo  dia  28  do  fevereiro  de  i875,  cahiu  so- 
bre esta  villa  uma  horrível  trovçal^),  acom 
panhada  de  chuva  correnciàl.  T,ado  isto  foi 
precedido  deum cyclone,  que  causou  gran- 
des estragos. 

.  Este  cyclone,  anáneou  i03  arvores,  nas 
propriedades  de  Mariim-Mendes,  e  Minutos, 
do  sr.  conselheiro,  António  Maria  Barbosa, 
eitas  nos  arredores  d*esta  villa— levantou  o 
telhado  de  uma  casa — arrebatou  uma  caba- 
jju  onde  dormia  um  cão,  sem  se  saber  onde 
foram  parar.  Na  herdade  do  Carrascal,  do  sr. 
visconde  de  Santo  André,  arrancou  i9  jhtvo- 
res;  e  nas  do  Bandarra  e  do  Cabido,  do  sr. 
Bemardloo  de  Mira,  causou  estragos  de  va- 
lor excedente  a  um  conto  de  réis.  Também 
soffreram  muito  as  propriedades  dos  srs.  Af- 
fonso  de  Souia  Botelho  e  Simão  da  Veiga. 

Já  B'0Ste  artige  fallei  de  uma  Santa  Qui« 
teria,  virgem  e  martyr,  filha  de  um  régulq 

VOLUME  V 


}m 


m 


doestas,  terras,  tor  tão  poder  htr  i(Q.lotur 
competente,  çumpre-mé  tazer  aqui  uoia  ob* 
servaçao  aos  meus  leitores. 

.Pre^ndem  alguns  escriptores  que  esta 
santa,  era  uma  das  nove  irmans  brachareb* 
ses,  filhas  de  Caio  Àttilio,  varão  consjDilar^e 
de  sua  mulheri  Calcia.  Não  se  sabe  oom  cer'> 
teza  o  logar  do  seu  martyrio,  dizendo  uns 
que  foi  próximo  a  Coimbra,  outros  que  foi. 
nas  immediações  de  Monte-Mór-Novo. 

Supponho  que  a  identidade  de  i^omes  íbl 
a  causa  de  se  fazer  de  duas  santas  uma  só; 
porque  a  Santa  Quitéria  bracharense,  nap, 
pôde  ser  a  alemtejana.  Aquella  foi  martyri- 
sada  no  apno  i30^  imperando  Adriano;  e  es- 
ta, no  anno  300,  sendo  imperador  o  cruelis* 
simo  Diocleciano,  que  tinha  por  seu  legado 
na  Península  Hispânica  o  não  menos  ferox 
Daciano,  que  inundou  de  sangue  d^  marty-; 
rea  todo  este  vasto  paiz,  que  hoje  forma  os 
reinos  de  Portugal  e  Hespanha. 

Esie  argumento  é  decisivo  para  provar 
que  houve  durante  o  domínio  dos  romanoj;» 
duas  santas  do  mesmo  nome,  u^  Lusitânia 
sendo  uma  (a  de  Braga)  mais  antiga  do  que 
a  outra  170  anno^. 

Também  não  é  provável  que  a  santa  bra- 
charense, tendo  na  sua  provinda  tantos  si- 
tios  asados  para  viver  na  solidão,  ena  peni- 
tencia, viesse  de  uma  a  outra  extremidadf| 
da  Lusitânia,  procurar  um  asylo  silvestre  è 
solitário. 

Já  disse  que  a  Santa  Quitéria  alemtejana 
foi  precipitada  pelos  romanos,  de  um  alto 
rochedo:  accrescentarei  aqui,  que  al^s 
escriptores  dizem  que  os  romanos  a  ataram 
á  mó  de  um  moinho  e  a. atiraram  a  um  pe- 
go do  Canha,  onde  morreu  afogada. 

A  j[ruta  em  que  a  santa  viveu,  e  que  de- 
pois lhe  serviu  de  sepultura,  ainda  é  obje- 
cto de  devoção,  dos  povos  d'estes  sítios,  e  a 
villa  escolheu  a  santa  para  sua  protectora. 

Em  iO  de  maio  de  1495,  nasceu  na  Rua 
Verde,  e  nas  casas  em  que  depois  se  fundou 
o  mosteiro  dá  sua  invocação,  o  grande  pa- 
triarcha  dos  hospitaleiros,  S.  João  de  Dana. 
Seu  pae,  de  humilde  condição,  mas  de  bons 
costumes,  se  chamava  André  Cidade.  IgnO"* 
ra-se  o  nome  de  sua  mãe. 

•  ■ 

32 


M 


IKÍW 


l^&todli  ò  santo  08  primeiros  «dhoeI  da  soa' 
jdvéntafle  a  guardar  gado,  ^  e  depois  foi  la- 
vrador. Nao  lhe  ágradaiidò  estas  profissões, 
0  desejando  correr  terras,  para  melhorar  de 
foftuna,  passoa  à  Extreoiadura  eastelhaiia, 
onde  adoptou  a  profissão  de  cnado  de  servir. 
Ahida  nlo  e^tisfeito  do  seti  òífltelo;  e-organi* 
saiíâó  o  conde  deOropetanm  corpo  de  tropas" 
f^t  ordem  do  imf^erador  Gaslos  V,  qne  a^da^ 
va  então  em  gtrerra  com  Praneiseo  I,  rei  dé 
Ihrança,  João  de  Deus  se  alistou  n'este  cor- 
po e  foi  um  bravtr  militar  nos  diversos  com* 
tAtòs  que  então  to  travarkm,  merecendo  ser 
offléial  por  distlnoçSo. 

Terminada  a  guerrii', '  foram  as  tropas  do 
eôtidei  llcéneeadas. 

'Costumado  João  á'  vida  dos  acampamien- 
tos,'  i^assou  à  Hungria  a  guerrear  contra  os 
tcÉrcoSi'  terminada  a  campanha,  veio  para  a 
sua  pátria,  partindo  d'aqui  para  a  Aodkln- 
aia,  estabelecendo-^e  por  algum  tempo  na 
ddkde*  de  Áyámoute  (sobre  a  esquerda  do 
Ckiadlana  e'em  frente  das  viHas  portugue- 
zás  dé  Castro-Hárim  e  Yilhi  Real  de  Santo 
Alltonlo). 

D'esta  cidade  marchou  paira  a  pi^ça  afrí' 
cana  de  Ceuu  ^nd  frente  de  Gibraltar),  en- 
tão do  domtaiio  dé  Portugal,  na  companhia 
dijutti  fidalgk)  portuguez,  e  sua  familia,  qud 
para  alli  hia  desternuUi,  e  à  qual  sustentava 
com  o  fructoí  do  seu  trabalha  e  com  as  es- 
molas que  para  ella  pedia. 

be  Ceuta  passou-  a  Gibraltar,  onde  se  fez 
mercador  de  livros  devotos,  imagens  de  san- 
tos, rosários,  etc. 

Note-se  que  cada  auetor  nar- 
ra a  vida  d'este  santo  de  diflé- 
rente  modo,  ou  com  eaiiantes. 
Procurei  seguir  ò  mais'  geral- 
mente acreditado,  por  mais  ve- 
rosímil, 
tínfco  (qtie  eu  saiba)  são  as  opiniões  so- 
bre a  conversão  d'este  santo. 

í.«-^Uih  dia,  hitidd  para  Granada;  encon- 
trou tim  menino  mitfto  formoso,  descalço,  é 
daádolhe  o  santo  asr  stias  alpercatas,  nSo 
ffôde  o  menino  andai^  òom  ellas,  e  então  o 

1  Alffuns  dizem  que  elle  foi  para  Gastella 
j]i^  edaae  de  obo  annos. 


um 

santo  se  lhe  offereceu  pára  o  letar  ao^  hdm^ 
bros.  Assim  o  fez,  e  o  menino  cada*  vea  stf 
tomava  mais  pesado,  a  ponto  qtie  o  santo^ 
lhe  pediu  para  descançar  junto  a  uma  ftMi* 
te.  Bstando  a  beber;  ouviu  uma>voz  quelbe 
dl^:  iGranada  será  tua  cruz.»'  ¥oltou-seo^ 
santo,  e  viu  o  menino  com  uma  roman  úiòt^ 
ta'  na  mio,  do  interior  da  qual  sabia  ukna 
cruz. 

Fez  confissão  geral  de  todas  as  suas  dd*" 
pas  passadas,  e  entregouse  á  direc^  do 
mestre  Avih,  varão  prudente  e  de  virtude» 

D'alli  em  diante  foi  umí  exemplar  de  to*' 
das  ás  virtudes  chrístans,  distinguindo-se 
pelo  fervor  da  sua  caridade,  que  exercia  fBOt 
larga  escala,  não  sabendo  de  pobreza  que 
não  remediasse;  dôr  a  que  não  desse  alhio; 
afilieção  a  qUe  i^ão  desse  conforto. 

2.*— Diz  a  lenda,  que  Nosso  Senhor  Jèsu» 
Ghrfsto  lhe  appareCeu  por  duas  vezes,  um* 
na  figura  de  menino,  e  outra  na  de  pobrè^ 
descobrindo-se  quando  o  santo  lhe  lavava  os 
pés,  pelos  resplandores  que  d^elles  sabiam. 

Urbano  VIU  o  beatificou,  a  21  de  setem*" 
bro  de  1630,  e  o  declarou  glorioso;  e  Ákh 
xandre  Vltl  o  canonisou  etú  i690. 

É  assim  que  este  servo  de  Deus  está  hdje 
sobre  os  altares,  tendo  bem  merecido  de 
Deus  e  dos  homens. 

(Os  hospícios  de  S.  João  de  Deus  não  esea- 
param  á  destruição  geraL  A  dvilisa^  mO" 
derna  proscreveu  a  palavra  portuguesa  e 
christan  —  caridade  —  substltuindo-a  pela 
grega  e  philosophica — philantropia — qaé 
faz  tanta  differençá^  d^aquella  como  o  orgu* 
lho  da  humildade.  ( 

3."--  Licenciado  do  serviço,  foi  pastor  eoi 
Sevilha,  de  uma  senhora  rica;  a  vida  selita- 
Ha  trouxé-lhe  o  conhecimento  de  seus  et^ 
ros  de  outr*ora,  e  passando  a  Gibraluur,  aqri 
serviu  um  úãsA^o  portuguez,  prestando*ttié 
o  serviço  de  peklir  esmola  quando  cumpria 
o  degredo  tím  Ceuta.  Exerceu  em  Gibraltar  0^ 
cargo  de  vendedor  ambulante  de  imagens  d 
estampas:  estabeleceu  loja  em  Granada,  oú:^ 
&d  ouviú  João  de  Ávila,  entregando-se  po^ 
seus  conselhos  ao  auxilio  dos  infelizes.  A 
regra  foi  dada  depois  da  morte  de  João,  em 
1650,  e  convertida  em  ordem  religiosa,  em 


k^^-nhíSo  CMadê  (&  Jeio  da  Ilecia)  nas  ãa 
dl^renfls  «ecopaçdes  em  qoe  •mpngon  a  soa 
infanda,  adoleseeneia  e  ^ventade,  e  emir» 
00  dearcpmmentos  a  qna  o  imiMlta  a  soa 
edade  e  os  máas  exemplos,  nonea  pardéra 
o  asBU»  temor  de  Deus,  e}aiDaiapeKâBa  en- 
sejo de  exereer  a  caridade^  soa  Tirtnde  pr^ 
d«niBaote. 

Acontecendo  ouvir,  em  Granada,  um  ser* 
maa  do  |iadre*Dieetio  Aidia,  um  doe  meOio- 
reo  oradorae  sagraidea  d'afaelle'tempo,  tau- 
to:  o  etmmeTenoai  as  iMdavras  evangelkae 
do  esdareeido  pregador,  qne  logo  ailf,  á  fii^ 
o»  de  orna  ionttmeraifel  moltidio  de  gente^ 
emnis  a  «onfesaaren  toi  alia  e  plangente^ 
todas  ie  sue.  passadas  eaipas^  HMode  pni* 
perite  flnBedft'enM&âa* 

NSiú  contente  <eomtislo^  repartia  immedia- 
tanente  oem  oe  pebm^  tado  quanto  poe- 
8«ia^  alé  ofl  seus  propiioi  vesMos,  ttcando 
apenar  com  os  indiapeosaveiS'  parai  oolirir  a 
soamudex.' 

For  estes  Atctos,  foi  geraUnente  reputado 
loQOo  e  nicldeo  no  lioepital  d*a(iii0l]a  cidade; 

Soffrea  o  santo  com  a  maior  padeneia  e 
resignação  os  efaeia  trataomitos  qne  era 
entio  cestmne  InfllgirHBe'  aos  doidoe ;  em 
viMa  ée  qne^  e  Tendo  oe  médicos  que  ello 
gosava  de  perfeito  jniio^  lhe  deram  a  liber- 
dade. 

É  desde  então  qne  datam  todas  as  peri- 
pécias de  sna  vida  portentosa. 

8.«-^8endD  gravemente  ferido  em  nma  ba- 
talha, fi^z  Yoto  a  Deos  de  consagrar  (se  esca- 
passe) o  resto  de  seos  dias  em  serviço  dos 
enfermos  pobres  e  em  lodh  a  espécie  de 
cfllMias  dè  caridade.  Salvo  do  ferimento  (no 
bespltàl  de  Granada)  começoa  logo  a  cam* 
prfr  o  sen  voto,  com  toda  a  dedicaçSo  da 
sna  alma  nobre  o  caridosa. 

Sempre  deèeobeno  edlBscalço,  pobremen*- 
te  vestido  e  sustentado,  tendo  por  leito  a  ter- 
A  noa,  o  sep  nnieo  exercício  era  a  caridade 
6àoraça6. 

Pobre  e  mendigo,  era*  o  remédio  anáver* 
sal,  não  só  dos  outros  mendigo^  como  dos< 
pébres  qoe  pela  sna  passada  nobreia,  não 
pediam  mendigar. 

Ma%  no  qne  mais  brilhavam  os  tbesooros 


MON 


5#3l 


da  soa  caridade,  era  níis  extremos  de  amer. 
e  soUteítade  com  qne  tratava  dos  enfermoa» 

A  vida  d*est6  vario  santo,  era  geralmenlei 
sabida,  eos ricos  da  terra  abriam  as  soa» 
bolsas^  repletas  d*oaro,  ás  palavras  evan^ 
gelicas  de  João. 

Com  esmolas,  alagou  e  mobiloa  ama  casa, 
(em  Granada)  em  forma  de  hospital,  onde 
dea  asyh>  aos  doentes  pobres^  qne  condoM 
para  a  sna  enfennaria,  moitas  vezes  ao  colo» 

Foi  estn  eaaa  o  fáoAunenlo  da  ordem  hos- 
pitaleira^ de  S.  Joio  de  Deos. 

Dii  a  lenda,  qoe  o  próprio  Jesas-Gbrista 
se  recolhera  a  este  hospido,  em  fignra  d» 
pobre  e  doente;  e  qoe,  hindo  S.  Joio  ao  matto 
bosoar  lenha,  is  costas^  para.  o  seo  querida 
hospiíalt  (pundo  lhe  anoitecia  pelo  caminho» 
os  aiqos  o  akuiiavam  com  tochas. 

Houve  n'esio  hospital  um  pavoroso  mcenp 
dio  que  o  devoroa,  mas  não  aos  doentes,  qpn 
todos  o  santo  salvou,  por  entre  as  chammas. 

Também  tinha  por  om  grande  acto  de  vir- 
tude, e  o  praticou  muitas  vezes^  hir  às  casaa 
das  mulheres  perdidas,  e  ahi,  com  um  cru- 
dfixo  em  uma  das  mios^  e  com  aoutra  mos^ 
trandQ«lhes  as  chagas  que  os  sopplidos  yo^ 
laaflurh>s  lhe  caosavam»  íázia  com  as  disci* 
plinas»  oatras  de  novo^  e  entre  dilúvios  de 
lagrimas  as  exhortava  a  modarem  de  vida» 
o  que  muitas  vezes  conseguiu, 

N*estes  exercícios  da  santa  caridade,  deu 
a  alma  ao  creador  por  meio  de  uma  morte 
tIO'  exemplar  como  o  lôra  a  ultima  parte  dn 
sua  vida.  Morreu  de  Joelhos,  e  assim  sa 
conservou  por  muitas  horas  dep<^  da  mor« 
te,  que  teve  logar  em  um  sabbado,  8  de  mar- 
ço de  iS60,  com  55  annos  de  edade.  Jaz  na 
egreja  do  seu  hospício  de  Granada. 

FM  a  sua  religião  confirmada  debaixo  da 
regra  de  Santo  Agostinho,  pelo  papa  S.  Sio^ 
y,  no  i.*  de  janeiro  de  i57i.  Floresoeu  a 
ordem  de  S.  Joio  de  Deus  por  toda  a  durls^^ 
tandade.  em  beneficio  feral  da pobresaa. 
para  gloria  do  seu  santo  ftmdador,  ató  quOi 
a  descrença  do  século  XIX  lançou  por  ter  % 
ra  estes  i^ylos  da  virtude  e  dos  desgraça- 
doa 

A  sua  caridade  tai  contagioss»  e  em  hre« 
ve  moitas  pessnas  de  todasas  olasses  da.so- 
dedada  fizeram  egoaes'  votoa  Em  1572,  scq? 


504 


MON 


nm 


<o  grande  o  nnroero  â'estes  varSõs  caridosos, 
e  papa  Gregário  XITI  lhe  ímpoz  a  regra  de 
Santo  Agostinho  (a  pedido  de  Philippe  11}  e 
se  denominon— OÍrd^m  dos  enfermeitm  de 
Santo  AgoêtinhOy  valgarmente  de  S.  Joio  de 
Deus. 

Poneo  depof 8  da  saa  morte  se  fnndon  em 
Madrid  o  grande  hospital  de  João  de  Deus, 
6  apoz  este  vários  ontros  na  Hespanha. 

O  primeiro  mosteiro  doesta  ordem  que 
bonve  em  Portugal,  e  por  isso  eabeça  da 
sna  rellgilo,  foi  o  de  Monte -Mór-Novo,  em 
i6S5.  Não  hoQve  senão  mais  dois  conventos 
(propriamente  ditos)  d'esta  ordem  no  reino; 
—o  2.«  foi  em  Usiboa,— e  e  d."»  na  vilia  de 
Monra;  perém  os  religiosos  de  S.  loio  de 
Bens,  tinham  mais  alguns  hospícios  e  ad- 
ministravam vários  hospítaes  militares  do 
reino. 

*  D.  Âffonso  Furtado  de  Mendonça,  15.*  ar- 
M)ispo  de  Lisboa. 

Já  a  pag.  S74,  col.  S."  do  4.*  velame,  tra* 
tei  d'este  príncipe  da  Egreja;  mas  como  é 
muito  provável  qae  elle  fosse  natural  d*e8- 
ta  villa,  darei  aqní  uma  mais  completa  his* 
toria  da  sua  vida,  extrahida  do  n.*  i:09K 
(de  4  e  5  de  agosto  de  1874)  do  illustradto- 
flimo  Jornal  da  Noite,  e  escrípta  pelo  sr.  P. 
1.  da  Conceição: 

tHa  encontradas  opiniSes  a  respeito  do 
logar  onde  nasceu  o  decimo  quinto  arcebis- 
po de  Lisboa.  Uns  dizem  que  nasseu  n'esta 
cidade,  outros,  porém,  e  contando  entre  el- 
les  D.  Rodrigo  da  Cunha,  querem  que  nas- 
cesse na  vllla  de  Monte  Mór  Novo,  em 
1501. 

Foram  seus  pães  Jorge  Furtado  de  Men- 
donça, commendador  das  entradas»  padrões 
6  reprezas  da  ordem  de  S.  Thiagõ,  e  de  Me^ 
da  Henriques,  (Ilha  de  D.  Pedro  de  Sousa, 
alcaide  mór  de  Be]a,  senhor  de  Beríngel  e 
do  Prado,  e  de  D.  Violante  Henriques,  filha 
de  Simlio  Freire  de  Bobadeila. 

*  Começou  os  seus  estudos  em  Lisboa,  con- 
cluindo-os  em  Coimbra,  onde  tomou  capei- 
lo  na  faculdade  de  cânones.  Foi  nomeado 
reitor  da  universidade  em  10  de  maio  de 
18M,  cujo  emprego  exerceu  até  1605.  Phi- 


lippe II  noméeu-o  conselheiro  de  estado  no 
conselho  de  Portugal,  desempenhando  eslé 
cargo  com  toda  a  rectidão. 

Foi  presidente  da  mesa  da  conseienda  e 
ordens. 

A  13  de  fevereiro  de  1610  tomou  posse 
do  bispado  da  GuaMa. 

Teve  assento  nas  cortes  que  se  eelebn« 
ram  em  Lisboa  a  14  de  Julho  de  1649. 

Por  esta  oecaslão  surgiram  duvidas  a 
respeito  da  cruz  primacial,  porqueDs  minis** 
tros  castelhanos,  aos  quaes  sa  reuniram  al- 
guns portnguezes,  se  oppunham  a  uur  d'el» 
la  o  arccibispb  de  Braga;  porém  o  aresU^ 
nio  cedeu,  trazendo  arvorada  puMIoamenls 
pelas  mas  de  Lisboa  a  cruz  primacial. 

Com  a  violência  do  trabalho  attenuaram* 
se-lhe  as  forças,  e  adquirindo  alguns  acha- 
ques pelas' muitas  vigillas,  falleceu  em  qulu* 
ta*feira  maior  de  1630,  depois  de  lavar  os 
pés  aos  pobres  da  sua  sé  metropolitana. 

Diz-se  que  para  a  sua  morte  contribuiu 
muito  o  desacato  oommettido  na  íregueMa 
de  Sarna  Engrada.  (Yidè  k.*  voi.  pag.  iê% 
col  ).•  1630.) 

Foi  cinco  anoos  bispo  da  Guarda,  dois 
de  Coimbra,  sete  arcebispo  de  Brsga  e  ires  de 
Lisboa.  Está  sepultado  na  eapelU-mór  da 
Sé  d*esta  cidade,  junto  aos  degraus  do  prés- 
byterio,  da  parte  do  Evangelho.» 


Segundo  o  Sanetuario  Mariamo  (tom.  6.% 
pag.  113)  foi  o  eastello  d'esta  vilia  tomado 
aos  mouros  em  1139,  por  D.  Affonso  Hen- 
riques quando  regresssava  da.  gloriosa  jor- 
nada de  Ouríqne;  mas,  pouco  depois  tomou 
a  oahir  em  poder  dos  infiéis»  que  o  occupa- 
ram,  e  a  povoação  até  1201,  em  que  D.  San- 
cho I  a  resgatou  e  povoou  de  christaos,  daa- 
dolhe  o  titulo  di*  vilia,  ad  honorem  dei,  et 
Sanctw  Marim  Virginis.  et  ommwm  Soneto  - 
rum  frtmUem  maiorem  nolnmus  popúlare. 

Cumpre-me  aqui  fazer  uma  observado 
aos  meus  leitorâ,  para  me  nio  Julgarem  sm 
contradição.  $  a  seguinte: 

Disse  que  camta/oa  que  a  etynplogia  de 
Monte  Mór  lhe  provinha  da  phrsse  de  D. 
Sancho  I,  quando  lhe  perguntaram  0Bde.se 


MON 

kavm  decoii3(mr  o  c«ulfí/o;^re8poDâenâo 
o  rei— no  mon/e  mòir. 

Ora  ^asi  todos  os  chronista^  e  historia- 
dores diseiD  qtte  D.  Affonso  flenriqnes  U^ 
MOM  001  mouros  o  ca<t0tfo  1Í0  UmUeMórNo- 
vo^em  1139. — Eatio  já  haria  eastello^  e 
não  foi  D.  Saneho  I  que  o  ediâeon.  Então 
tà  6SU  poTOsçao  tiDha  o  nomo  de  Monte  Mór, 
e  não  foi  o  tal  dilo  rei  qae  lli'o  dem. 

Na  minha  opinião,  o  nome  d*e8ta  povoa- 
Qio  já  era  o  mesmo  no  tempo  dos  godos 
(talvez  tradacçãò  de  Mons  Major,  nome  qne 
os  romanos  lhe  impnzessem  depois  de  Cos- 
trum  Mídianum).  Parece  qae  os  árabes  lhe 
oonservaram  o  antigo  nome,  pois  em  eseri- 
ptor  nenhum  vemos  qne  elles  lhe  dessem 
outro. 

Os  nossos  antigos  escriptores,  que  tio 
aborrecidamente  mionciosos  eram  em  ge- 
nealogias de  fidalgos  e  em  outras  muitas  fri- 
oleiras  e  puerilidades,  cançavam-se  pouco 
com  investigações  que  lhes  deviam  merecer 
'mais  attençlo  e  cuidado.  É  por  isto  que  os 
que  modernamente  se  teem  dedicado  a  es* 
crever  das  nossas  coisas  antigas,  debalde 
follielam  innumeros  alfarrábios,  para  escla* 
feoerem  muitas  obscuridades  em  historia, 
em  geographta,  em  etymologia  e  em  ar* 
dieologia. 

Os  leitores  eonseienciosos  teem  visto,  pe* 
k>  decurso  d'esta  obra,  que  mé  não  tenho 
poupado  a  um  árduo  e  teaacissimo  trabalhe 
e  ás  maifli  abórrèddas  investigsçòes  em  bus- 
ca da  verdade.  Se  nem  sempre  a  etfcontro, 
não  é  por  falta  de  diligencia,  pois  tenho  lei- 
to qnantas  i«ão  humanamente  possíveis  pa- 
ra provar 
•Qi»$  a  mimhapaíria  ameiê  a  minkã  gmúe.% 

Foi  Monte  Mór  Novo  solar  de  muitas  fa- 
«llifts  nnbres^  e  algumas  S^\k^  ainda  aqui 
teem  a  sna  rasidencia  ou*  as  soas  pisopvie* 
dados.  Henei«Éarei  ae  de-qne  tenho  notícia.. 

AtòWra— appeliidd  nobre  d'«ite  reino.--- 
Procede  do  reino  de  Galliza,  e  passou  a 
Portugal  na  pe^a  de  >Rny  filas  da  Ribeira, 
no  reiriado  de  R.  Manuel.  Foi  esto  fidalgo 
alcaideHttér  da  vflia  da  Amieira,  n*esta  pro- 
vittclá  do  Alemtejo. ' 

Foi  seu  filho,  Damião  Dias  da  Ribeira,  es- 


MON 


505 


crivão  da  faxenda  de  D.  João  III,  o  qual  lhe 
I  deu  brazão  d'armas,  na  cidade  de  Bvora,  no 
1.*  de  abril  de  1526,  construído  do  modo 
seguinte: 

Em  campo  azul,  um  leopardo  de  prata, 
passante,  armado  d'ouro;  chefe  d*ouro,  car- 
regado de  três  estrellas  de  purpura,  de  cin* 
CO  pontas.  Timbre  o  leopardo  do  escudOf 
com  uma  das  estrellas  na  espádua. 

PoBGEL  — -  appellido  nobre  em  Portugal. 
Veio  da  antiga  província  da  VoicóMa  (Vas- 
congadas  -—  Hespanfaa).  Um  membro  doesta 
família,  cujo  Home  se  ignora,  veio  estabele- 
cerose  n*esta  viUa,  que  tomou  por  solar.  Tra* 
zia  por  armas—  em  campo  d*ouro,  uma  ar« 
vore  verde,  e  junto  dVlla  um  javali,  negro, 
passante;  e  em  chefe  a  cruz  vermelha  da  or- 
dem  de  Calatrava. 

Estas  armas  eram  as  modernas.  As  pri* 
meiras  de  que  usaram  os  d*este  appellido, 
eram  —  em  campo  d'ouro,  uma  cabeça  de 
javali,  de  negro. 

PorceU  na  língua  vasca,  si- 
gnifica porco  pequefio^-leitão. 

Costa --Vide  Feira  (villa). 

Mabques  —  appetlido  nobre  n*este  reino. 
Veio  de  Hespanha.  É  patronímico  de  Mar- 
cos.—Trazem  por  armas  — -  em  campo  azul, 
um  castello  de  prata,  entre  duas  chaves  de 
ouro,  com  os  aros  para  cima.  Elmo  d'aço, 
aberto.  Não  tem  timbre,  por  serem  as  armas 
incompletas. 

MASQABB9HAS — Vidc  AvdrOj  G&uveia,  e 
Miucarenhas. 

Martins  —  appellido  nobre  doeste  rdno, 
patronímico  de  Martiníio. 

O  primeiro  que  se  aoba  com  este  appelli- 
do, é  Soeiro  Martins,  que  assignou  ocpio  pro- 
curador da  cidade  de  Coimbra,  na  narta  de 
jóraaMUto  de  O.  Affonso  Henriques,  em  1152, 
sobre -a  apparição  de  Jesus  Chrislo,  na  vés- 
pera da  batalha  de  Campo  d'Ourique. 

D^esle  appellido  foi  Estevão  Martios,  deão 
da eapella  de  D.  João I(,.e dorei D. ManueL 
Send»  enviado  por  embaixador  á  Allemanha, 
e  imperador  o  fez  conde  palatino,  e  lhe  deu 
por  armas — escudo  dividido  em  palia — na 
primeira,  d'ouro,  meia  águia,  negra,  coroa- 
da—na segunda,  de  azul,  uma  ponte  de  pra? 


506 


«OK 


tft,  d'am só  arco. Contra«dieflé estreito,  deon- 
Has  â*asat  e  prata. 

Os  ãhrtm$  MeHres,  usam  do  brasão  doe 
Mestres,  qae  procedem  de  Estevão  Ifartios 
Mestre,  e  trazam  por  armas  —  eseado  divi- 
dido em  palia  -—  na  primeira,  d'oaro,  meia 
afoia,  de  negro,  coroada  —  na  segunda,  de 
pnrpnra,  uma  jarra  de  prata,  gotada  d'anil. 
Elmo  d*aço  aberto ;  timbra,  a  jarra  do  es- 
cudo. 

MBifDKs  — '  appellido  nobre  n*este  r^o; 
patroDiraieo  de  Mendo.  Os  primeiros  porta« 
gueses  que  se  acbam  com  este  appellido,  sao 
os  dois  bravíssimos  capitães,  Soeiro  Mendes, 
o  Bom — e  Gonçalo  Mendes  da  Maia,  o  Lida- 
dor —  adiantado-Mór  de  D.  Affonso  Henri- 
ques, pelos  amios  de  1136  ató  ii86,  em  que 
morreu  em  batalba  contra  os  mouros,  cheio 
d*aanos  e  coberto  de  gloria.  Soeiro  e  Gonça* 
lo,  eram  irmãos,  assim  como  o  «ra  o  famoso 
D.  Paio  Mendes,  arcebispo  de  Braga.  (Yide 
Maia.) 

As  primeiras  armas  de  que  ha  noticia,  da- 
das aos  Mendes,  foram  concedidas  pelo  rei 
D.  Manuel,  a  Manuel  Mdndes  da  Maia,  des- 
cradente  do  Lidador,  por  carta  regia  de  4010, 
em  premio  das  grandes  façanhas  que  este 
bravo  militar  otoou  na  Alríca. 

Sao  estas  armas— escudo  dividido  em  fa- 
za ;  na  primeira,  d'azul,  uma  muridha  de 
prata,  com  ameias  e  duas  torres,  uma  em 
eada  canto  da  muralha,  tudo  lavrado  de  ne* 
gro,  e  uma  porta  do  mesmo,  no  meio — a  se- 
gunda, dividida  em  palia— na  primeira,  de 
purpura,  uma  cabeça  de mourQ,eoB  turban- 
te de  prata  e  a»l,  cortada  em  sangue  — na 
segunda,  também  de  purpura,  três  lanças  de 
prata,  com  hasteas  d'ouro,  em  roqnáte.  El- 
mo de  pcata — timbre^  a  cabeça  de  oeuro, 
âo  escudo. 

fla  em  Portugal  outra  nobre  familia  de 
mesmo  appellido,  que  proeede  de  um  fidal- 
go galiego,  chamado  D.  Estevão  Mendes  de 
Arac^o.  Trazem  estes  Mendes  por  amas  — 
escudo  divi^do  em  palia  ^  na  primeira,  de 
purpura,  um  braço,  de  prata,  lenda  na  mãe 
nma  espada,  com  guarnições  d'onio,  cem  a 
ponta  para  baixo,  enfiada  por  um  broquel 
do  mesmo — segunda,  d'ottro  liza.  Blmo  de 
prata  •*-  timbre,  o  braço  armado  com  a  es- 


MON 

pada,  come  o  do  esendo,  mu  em  aeçie4e 
cutilar. 

D.  António  Mendes,  primeiro  bi^  d'£l* 
vas,  usava  por  armas  —  em  campe  d'o«M^ 
três  fesas  de  purpona,  orla  de.prasa,>cann- 
gada  de  oito  cruzes,  de  purpura. 

Outros  Mendes,  irazem  por  armas --em 
campo  de  purpura,  cinco  bandeiras  aaoiB 
(duas  em  banda,  ^oas  em  contrabanda  «e 
uma  em  palia,  no  meio  d'ellas)  com  hasteas 
d'ouro,  e  ferros  da  sua  côr,  cada  uma  car- 
regada de  ires  -crescentes  de  prata. 

Ainda  ouiros  Mendes,  trazem  por  armas 
«—em  campo  de  prata»  semeado  dcaziahei- 
ns  verdes,  chefe  d'ouro,  carregado  de  á|aa- 
tro  cabeças  de  mouro,  toucadas  de  prata  e 
azul,  cortadas  em  sangue,  e  por  differençaa, 
uma  brica  com  seu  coxim. 

MouBA  —Yide  Moura,  villa. 

PiNHBiao — Vide  Barcellos. 

Sbabbá*— Vide  Feira,  villa. 

Sncoo  —  appellido  nobre  em  Portugal  — 
cuja  familia  é  do  ducado  de  Millào,  na  Itá- 
lia (onde  se  diz  Sico).  —  Veio  para  este  rei- 
no^ na  pessoa  de  Jorge  Séoco,  que  aqui.  jus- 
tificou a  sua  ascendência»  por  certidão^  pas- 
sada na  diu  cidade,  em  1584.  A  seu  filho, 
Pedro  Alvares  Sécoo,  deu  Philippe  U,  por 
armas — em  campo  de  prata,  um  leão  de 
purpura,  com  uma  espada  azul»  com  gosr- 
nições  d'ouro,  na  mão  direita— e  uma  cobt 
Imbanda  azul,  que  passa  por  uma  das  mãc^s 
do  leão,  carregada  de  ures  rócas,  de  prata. 

Távabbs  —Yide  Aisumar,  Faro,  Frontei- 
ra, Mira  e  Tavares.  ^ 

Ha  mjiis  appellidos  nobres  n'6sta  villa,  qua 
não  descreve  aqui,  por  já  hiiem  em  oums 
terras.  _ 

Monie^Mér-^Neve,  ainda  não  tem  bam 
nem  visconde ;  mas  tem  cousa  melhor,  e 
mais  uiil-^ó  aqui  a  ii.«  estação  do  cami- 
nho de  ferro  do  Sul  e  Sueste. . 

Em  18  de  novembro  de  i860,  fallecenao 
hespilal  da  Misericcrdia,  doesta  vilia,  bido- 
ca  de  Jesi;^  fa  BabonaJ,  cem  108  anpios  e  al- 
guns mezes  de  edade.  Foi  casada  sete  ye|(fe» 
e  esteve  em  risco  de  ficar  viuva  do  sea  7.* 


iimiUo,  Ibnod  Antoido»  qoe  e4Uyii<pQr&iQ- 
•saoiente  doente  quando  ella  morreu.  KraiQ 
ambos  naturaes  d*esta  villa.  QHaQdp  caaoa 
ABltúq^ves,  tipba  mais.dScSOamip^  Go^oa 
«ftlppFe  ba^  saúde,  e  erfi  de  mjuiU)>boi»  QOtp»- 
portamento.  Tivera  alguns  bens  da  forimia, 
m»  yeío  a  morrer  pobre.  Gabavarae  de  ter 
^NNopre  vivido  em  paz  com  .todos  os  seus  sb- 
'teniiridos. 

O  rio,  que  aqui  passa,  tem  o  nome  de  Âl- 
mançor  até  á  villa  de  Ganha,  tomando  o  eeu 
4Pitme,  d'eUa  para  baixo.  Corre  de  £.  a. O., 
69traiido  na  esquerda  do  Tejo,  abaixo  de 
Benavente. 

MOirTS-llto-yEI.H0 --Villa,  Bouro,  ca- 
.'beça  do  concelho  .e  da  comarca  do  seu  no- 
me (foi  da  comarca  da  Figueira  da  Fos),  i^ 
íkQometrosa  O.  de  Coimbra,  18  a  E.  do  ocea- 
no e  da  Figueira,  6  ao  N.  de  Yerride,  i8  ao 
^.aE.  de  Soure,  6  ao  E.S.E.  de  Santo  Va- 
rio, iS  a  £.  N.  E.  de  Tentugiil,  e  190  ao  N. 
ée  Usboa,  —  600  fogos,  em  duas  freguezias 
(Santo  Maria  da  Alcáçova,  e  S.  Martinho)— 
Bispado  e  districto  a<íaiinistrativo  de  Coim- 

•    Em  1757,  tinha  cinco  freguezias: 
• '   i.' —  S.  ãiiguel,  archanjo  —  os  duques  de 
Cadaval  apresentavam  o  prior,  que  tinha 
250^000  réis  de  rendimento  annual.  Tinha 
rft3  fogos. 

5L*  —  Samta  Maria  MoQdal^na  —  os  mes- 
mos  duques  apresentavam  o  prior ^  que  ti- 
nha ilOMOO  réis  de  rendimento.  Tinha  98 
fogos. 

3.*^  O  Salvador— O  real  padroado  apre- 
;  eWiUvr  o  prior,  que  tinha  300^000  réis  de 
rendimento.  Tinha  38  fogos. 

4.' — S.  Martinho  (existente) —As  religio- 
«is  de  Santa  Clara»  de  Coimbra,  apresenu- 
v^m  o  v^fario^  que  tinha  90|M)e0  réis  de  ren- 
41lMito,  Tinha  286  fogos. 

5>— Sofi/a  Maria  da  Akaçova  (existente) 
— A  milra  apresentava  o  vigário,  que  tinha 
de  repdimeQto  260^000  rto<  Tinha  180  fo- 

Yé«^se  pois  que  as  elneo  freguezias  d*esta 
^aem  1757,  tioham  745  fogos;  145  mais 
^0  que  acmalmeme;  e  053  (iNje^  menos  do  | 
«le fm  Í7t5,  pois  tinha  entio  i553  (éfos!   1 


mn^ 


m 


o  <K>ncd)M>  daliqpte-llAr- Vj^lho  é<ififOfi^ 
to  daai&  freguezias  segiiin.t%  todas  no  .bis- 
pado de  Coimbra —  Arazéde,  Carapinheira, 
Glitde^  iic%  (ou  LÕqíís^),  Means,  pereira» 
Aevéle^  Santo  Varão,  Seixo,  Tcntpg^l,VQi;- 
/ide,  Villa  No.ya.da  fiarq^»  e  as  .duas  de  Mon- 
te Mór- Velho. 

■  < 

Todas  com  5:40f)  {pgQS. 

A  comarca  é  composta  só  do  seu  julgado. 

l^sta  importante  povoação,  está  edifica 
nas  abas  de  um  monte  (do  qual  lhe  prové9i 
o  nome)  na  margem  direita  do  Mondego,  effi 
formosa  situação.  De  um  e  outro  lado  do 
monte  se  estendem  os  vastíssimos»  bellos  e 
f  feraci9simo9  campos  do  Mondégq. 

No  alto  do  monte  estão  as  soberbas  ruipa^i 
do  seu  nobre  e  vetusto  castello,  e  d*alli  se 
gosfi  um  vasto  e  delicioso  panorama. 

Mesmo  que  não  acreditemos  pa  Caibulpçi^ 
antiguidade  qijie  lhe  dão  alguns  escriptoref» 
portuguezes  e  castelhanos,  que  fazem  remopi- 
tar  a  sua  fundação  j^o  anno, 2^104  do  mundp 
(1900  an^s  do  nascimento  de  Jesus-Ctirist^) 
atribuindo-o  ao,  também  fabuloso,  Brigo^  4> 
rei  das  Hespanhas;  é.  certo  ser  uma  das  maiii 
antigas  povoações  da  Península  {beríca. 

O  nome  mais  antigo  que  se  lhe  conhece, 
é  Mirobriga  <  (cíd^ide  ou  povoação  de  Iftrp). 

Já  se  vé  que  esta  palavra  é  gallo-çeltica, 
em  vista  da  sua  terminação  ("òrt^fo;  ainda  que 
iíiro  é  cognome  suevo,  talvez  tomado  do  cel- 
U.  (Vide  col.  i.%  pag.  338  d*e8te  volume.) 

Sppponho  pois  ppder-se  aífirmar,  que  esta 
povoação  data,  pelo  menos,  dos  annos  500 
ou  400  aqtesde  JesusChristo.— Nos  primei- 
ros séculos  da  noasa  monarchia  se  chama- 
va —  MonU-Mór-Sobre  o  Mondego. 

Ainda  alguns  escriptores  dizem  que  Mtro- 
briga  era  a  actual  villa  de  S.  Thiago  do  í^- 
cem;  mas  parece  me  que  esta  povoação  era 
a  antiga  Merobriga^  como  procurarei  provar 
no  artigo  da. São  Thiago  do  Cacem. 
A  muita  símilhança  d*estes  três  nomes, 


1  B  não  MeMrigjtí  (cidade  pu  pQyoiçlo 
dos  medos)  que  essa  cidade  romana  occu- 
pava  o  local  em  que  estão  as  actuaes  vÕTás 
de  Marvão  e  Aramenha,  e  o  território  gue 
fica  entre  elias.  Vide  Aramenha,  a  pag.  216 
,idbo  i.^.f^  «  #mmt,  a  pag.  il5  dCeate.    . 


núl 


ím 


Ifedobriga,  Hiroibriga  e  Herobriga,  é  que 
tem  cansado  os  enganos  nos  escriptores. 

Soffrea  esta  pomçao,  como  todas  as  da 
liUsitalaia,  as  consequências  das  diversas  con- 
quistas, dos  romanos,  gMos,  e  árabes.  Estes 
aoecnparam  em  716;  porém,  d*ahi  a  132  ân- 
uos (848)  D.  Ramiro  I,  de  Leão,  a  resgatou 
do  poder  dos  knouros. 

Era  abbade  do  mosteiro  de  Lorvão,  ou  foi 
então  alli  posto  pelo  rei  leonez,  sen  tio,  o  fa- 
moso abbade  João,  a  que  seu  sobrinHo  deu 
o  governo  do  casteTlo  de MonteMór- Velho. 

Em  bfeve  deu  o  valoroso  abbade  eviden- 
tes provas  de  que  sabia  tão  bem  canur  ma- 
tinas e  landes,  na  egreja,  como  manejar  o 
seU  pesado  montante  nos  combates. 

Abd-el-Raman,  rei,  oulcaiifa,  de  Córdova, 
investe  o  castello  d'esta  vílla  (no  mesmo  an- 
uo de  848)  com  um  poderoso  exercito;  po- 
rém a  heróica  defeza  e  bravíssima  resistên- 
cia do  abbade  e  dos  seus  portugueses  o  fez 
levantar  o  cerco,  para  sér  derrotado  por  D. 
'Ramiro  I,  na  gloriosa  batalha  de  Clavijo. 

Foúco  depois  se  revoltaram  contra  o  rei, 
08  Condes  Alderédo  e  Pinelo.  O  abbade  sàe 
eom  pàrttí  dá  sua  gente,  do  castello,  e  os 
submetteii.  Marchou  na  direcção  de  Viseu  e 
derrotou  os  mouros  em  um  rude  combate. 
Diz- se  que  este  combate  foi  da- 
do nas  immediaç5es  da  actual 
freguesia  de  S.  Miguel  (hoje  San- 
ta Margarida,  do  Feital,  vide  voL 
3.%  pag.  Wl,  col.  2.*)  e  que  foi 
por  essa  occasião  que  o  bispo  de 
Salamanca  descobriu  a  sepul- 
tura de  "d.  Rodrigo,  ultimo  rei 
gôdò. 

Mas,  emquanto  o  abbade  João  se  occupa- 
Vá  d'estas  expedições,  Garôia  Janhhs,  rene- 
gado (entre  os  mouros  Zulema)  que  tinha 
sido  familiar  do  abbade  João,  combinava 
com  o  kaiifa  de  Córdova,  a  perda  dos  chrís- 
tZos  da  Lusitânia: 

O  kaiifa  lhe  dá  um  formidável  exercito, 
totú  o'(tnkl  o 'ifhfélgaA»  dáinopinddénente 
S<^re  Monte-]!tór,  pondo-lKô  um  ajpertadis- 
aímo  cérea«  A  povoaicãa  da  vilia  e  o  abbpida  e 
iooDges  de  Lortio,  ^ue  sê  tíabam  tMist«  ao 
Abrigo' áa  fortdeaa,  resistem  ^m  denédo  á 


agressto;  mas  a  praça  estava  despreveaidli 
de  vitualhas,  e  a  fome  principiou  a  aflHgit 
a  gnami^. 

Butão  osmontemorensea,  imitando  os  hé* 
roes  de  Sagunto,  decidiram  morrer,  ms« 
tAttdo. 

Resolvidos  a  romper  por  eotre  as  hoMi 
agarenas,  degolaram  todas  as  pessoas  dassm 
familias  que  os  não  podiam  acompaâtuiri  e 
sahiram  decididos  a  vingar  as  suas  mortes 
e  as 'dos  seus. 

Com  tal  furor,  porém,  atacaram  os  moa^ 
ros,  desprevenidos,  e  que  não  esperavam  U^ 
manho  arrojo  dos  cercados^  qne  aquetles  fo- 
ram completamente  desbaratados.  O  rsiie- 
gado  Garcia  e  quasi- todos  os  seus,  ficaram 
mortos  no  campo,  retirando  poucos,  vBk 
maior  desordem  e  a  unhas  de  cavalto. 

Segundo  a  lenda,  referida 
por  muitos  historiadores,  quan- 
do os  christãos  entraram  na  va- 
la, acharam  resuâcftadas  todfls 
as  pessoas  que  no  acto  da  soa 
heróica  desesperação  tidliam 
assassinado. 

Effl  memoria  d*este  milagrt, 
ainda  hoje,  em  agosto,  se  fa- 
zem n*esta  viHa  festas  popu- 
lares. 

Cento  e  trinta  e  seis  annos  se  comervoa 
Monte-Mór  guarnecida  por  christãos;  poióm^ 
em  985,  Al-Mansor,  kahfá  de  Córdova,  «e 
precipita»  como  uma  (Wãlmehe,  sobro  a  Lu- 
sitânia, com  um  numerosíssimo  exereito,  e 
conquista  e  destroe  Monte  Mór- Velho,  Coim* 
bra,  Vizeu,  Lamego,  Braga  e  outras  miÉta» 
povoações,  reduzindo  esta  parte' da  PeaiB* 
stilai  quasi  a  um  deserto  alagado  em  sangue. 

D*allia  13  anuos  (998)  o  mesmo  kaiifa, 
què  se  cognominava  açoiír^  de  Deus,  infeste 
de  novo  a  Lusitânia^  entrando  pela  GaHiaa. 
O  vak>roso  conde,  D.  Forjai  V^rmueir  (pro- 
genitor dos  condes  da  Feira,  e  dcmnitas 
das  mais  nobres  familias  porragtietas)  se 
oppoz  à  invasão  do  mouro;  e,  fazendo  (>p6- 
rlgò  iMir  09^  príncipes  ehristãos,  D.  Bermn- 
do,:  M  ^é  Navarra,  e -o  conde  D.  6aroia  ftr- 
nandèS)  unidos  a  D.  Porjaz,  esperaram  os 
ioMros  no  sHio  ile  Alcantanaçor  (juto  a 


mm 


MON 


509 


t)8ma)  é  03  âesiMntafatD,  fieawlo  perigost- 
meiite  ferido  AhHansor. 

Monte-Mór  eoAliniiat&  sendo  ama  fomi- 
davel  feftaleza  momisoa,  e  os  árabes^  d'aqiú 
fttiam  assoladoras  correrias  pelai  povoações 
e  campos  circamíerentes,  crescendo  as  soas 
cmeldadéB,  exasperados  pela  perda  de  Coim- 
bra em  teiO. 

Batão»*  O.  Peroaodo  I  (o  M^^o)  rei  de 
Leão  e  Qastella,  resoiveo,  a  todo  o  onstot 
destralr  a  temerosa  praça  de  lfoiite«Mór,  e 
atacando-aínoploadamente,  aiomade  assalto, 
com  iraades  perdas  dos  diristaos  e  qoasi 
lotai  dos  mouros. 

Para  que  esta  fortàlesa  nâo  coatimiasse  a 
ser  o  paiadium  dos  mabometaiios,  o  rei  a 
fez  arrasar  até  aos  ftindamenios,  bem  como; 
á  povoação,  não  ficando  pedra  sobre  pedra. 

Pelos  anoos  de  1068,  reiúando  em  Cas- 
tella  O  Aífonso  VI  <pae  da  rainha  D.  The' 
reza  e  avô  do  nosso  primeiro  rei)  foi  o  cas- 
telfto  e  viHa  de  Afonte-MÓr  reedificados,  e 
povoados  e  def^Mididoopor  cbristâos,  por  di- 
ligencias  do  conde  D.  ftaymimdo  de  Burgo- 
nha,  genro  de  D.  Affonso  VI,  e  pelo  tamoso 
conde  D;  Sisaando,  governador  de  Coimbra. 

O  conde-  D.  lienrique  e  seu  filho,  D.  Aí- 
Ibnso  I,  cuidaram  com  a  maior  soliidinde 
da  reediftcação  de  todas  as  obras  de  defeza 
d*esta  praça,  ampiiando-as  e  coostroindo 
outras  de  novo;  porque  estando  os  árabes 
ainda  senhores  de  quasi  toda  a  Bxu-emadu- 
ra  portuguesa,  era  Monte-Mór-Novo  um  pos- 
to avançado  dos  portugueses,  e  por  multas 
occasides  foi  a  salvaguarda  de  Coimbra,  nas 
differentes  entradas  que  os  mouros  fizeram 
por  estás  terras,  desejosos  de  recuperarem 
a  sua  querida  cidade» 


D.  Sancho  I,  deixou  em  testamento  o  se- 
nhorio d'esta  villa  e  d*outras,  a  suas  filhas 
as  infantas  D,  Sancha  o  D.  Thereza;  porém, 
D.  Affonso  ÍI»  vendo  que  seu  pae  deixara 
aos  irmãos  a  maior  parte  das  riquezas  da 
«oròa,  ficando  elle  sem  as  necessárias  para 
Sustentar  a  sua  corte  com  a  decência  conve- 
niente, se  oppoza  estas- prodigalidades,  e 
teve  grandes  contendas  com  'seus  Irmãos,  a 
ponto  de  terem  o  inAmte  D.  Fernando^  4e  fu- 


gir para  Castdl^;  e  D*  Pedro  para  Mairor 

COS. 

As  infantas  defenderam-se  nos  seus  caa- 
tellos,  d'onde  pediram  auxilio  ao  papa  Jn- 
nocencio  III,  e  ao  rei  de  Leão. 

Só  depois  de  bastantes  desordens,  é  que 
os  irmãos  soTeconcilaram. 

É  por  esta  rasão  que  a  esta  vtlia  e  sen 
termo  se  chamava,  no  tempo  dos  nossos  pri- 
meiros reis — Terra  do  Infantado;  porque, 
mesmo  depois  da  morte  de  D.  Sancha  e  dn 
D.  Thereza,  quasi  sempre  esta  viHa  foi  do 
senhorio  de  algum  infante  como  adiante  ao 
verá. 

Tinha  esta  villa  voto  em  cortes,  com  as- 
sento no  banco  5." 

As  suas  armas,  são— um  castelio  deouo 
em  campo  de  púrpura,  e  sobre  elle  o  escu- 
do das  quinas. 

Jorge  Cardozo,  o  padre  Carvalho  da  Cos- 
ta, e  outros,  lhe  dão  por  armas,  simples- 
mente ás  do  Portugal. 

Monte- Mór* Velho,  como  todas  as  povoa- 
ções antigas  da  Península,  tem  as  ruas  qua- 
si todas  esti*eítas,  tortas  e  mal  calçadas^  e 
poucas  casas  que  se  possam  chamar  boas.' 

Para  o  lado  do  rio,  tem  um  bello  rocio^ 
ou  campo,  onde  está  o  mosteiro  de  Nossa 
Senhora  do  Campo. 

O  sen  porto  é  frequentado  por  muitos  bar- 
cos,  que  navegam  pelo  Mondego. 

Ainda  se  vêem  as  suas  antiga.«  muralhas, 
com  as  suas  três  portas,  tudo  em  mào  es- 
tado. 

Os  arrabaldes  da  villa,  são  muito  lindos  e 
amenos,  tanto  pelas  hortas,  pomares,  e  vi- 
nhas, como  pelas  muitas  fontes  que  os  re- 
gam, e  pela  vislnhança  do  poético  Mkm- 
dego. 

O  seu  território  produz  grande  abundân- 
cia de  cereaes,  frnctas  e  legumes,  e  algum 
azeite  e  vinho.  Cria*  se  aqui  muito  gado>  áà 
toda  a  qualidade,  e  nos  seus  montes  ha  abim- 
dancia  de  caça.  O  rio  e  o  mar,  fornecem  a 
>  povoação  de  muito  e  variado  peixe. 

O  foral  mais  antigo  que  d*esta  villa  exlsle 
na  Torre  do  Tombo,  lhe  foi  dado  pelas  rai- 
nhas D.  Thereza  e  D.  Urraca,  filhas  de  D. 
Sancho  f,  em  maio  de  1212;  o  qual  foi  con- 
firmado, em  Coimbra^  per  D.  Affonso  lU^a 


SIO 


Sdt  agosto  de  iM8.  (Maço  7.*  dftforaes  m- 
tígos,  D.<>  2— MíDuta  para  este  foral,  6ay. 
SO,  naaço  i2,  n.«  9). 

D.  MaDoel  Ibe  dea  foral  novo  em  Lisboa, 
a  to  de  agosto  de  15i6.  (Uvro  êe  foraes  ím- 
'^ot  da  Extremadura,  fi.  280  i).%  cqL  S.*J 

Este  foral  serve  iambeiD  para  as  terras 
«egniotes:  Alcáçova,  Alfare^los,  Alhadas,  Ar- 
xéde,  Azoya,  Barea  da  Lavandeira,  Barca  de 
Verride,  fieliida,  Cadima,  Garcavellos,  Ei- 
feira,  Formozelhe,  Figneiró,  Fonte  de  Lobos, 
Freixo,  Granja  d*Almeira,  Granja  do  €ama- 
'ff)Biro,  Granjéihos,  Magdalena,  Paço  de  Grijó, 
Paços  de  S.  Salvador  das  Candozas,  Qoeí- 
lide,  Quiayos,  Reveleis,  S.  Martinho  de  Villa, 
S.  Miguel,  Sanverãe,  SérrQ-Yentoso,  Sousel- 
las,  e  Vinha  da  Rainha. 

Festa  de  Nossa  Senhora  da  Vidaria, — 
^Qnando  o  abbade  João,  tio  de  D.  Ramiro  I, 
-de  LéBú,  e  os  roontemorenses,  venceram  e 
derrotaram  os  mouros  de  Ai-Mançor,  que  si- 
tiavam a  villa,  como  fica  dito,  instituiu  o 
mesmo  abbade,  em  commemoração  doesta 
milagrosa  façanha,  a  festa  de  Nossa  Senhora 
da  Victoría,  a  que  vulgarmente  se  dava  o 
.some  de  fesía  do  abbade  João, 

D.  João  V,  para  auctorisar  e  per|>etuar 
esta  patriótica  soiemnidade,  expediu  uma 
provisão  régia,  que,  por  ser  curiosa,  trans- 
crevo. É  a  seguinte : 

«D.  João,  por  graça  de  Deus,  rei  de  Por- 
tugal e  dos  Algarves,  etc. 

«Faço  saber,  a  vós,  juiz  de  fora,  vereado- 
res e  procurador  da  camará,  da  villa  de 
Monte-Mór- Velho,  que  se  viu  a  vossa  conta, 
«n  que  me  representastes  que  os  morado- 
res d'esta  villa  celebravam  todos  os  annos, 
o  portentoso  milagre,  que  obrara  com  os 
seus  maiores,  a  Santíssima  Hie  de  Deus, 
«om  o  titulo  da  Victoria;  pois,  sendo  dego- 
lados, pela  direcção  do  abbade  João,  tio  de 
elffei  D.  Ramiro,  todos  os  velhos,  mulheres 
«  meninos,  por  nào  cabirem  nas  mãos  dos 
mouros  que  tinham  cercado  o  castello  d*essa 
Bwema  villa,  antes  dos  catholieos  que  defen- 
diam o  castello  sahirem  a  pelejar  com  os 
liarbaros^  alcançando  d'estes,  um  maravi- 
lhoso triumpho,  acharam  depois  da  batalha, 
todas  as  pessoas  que  tinhip 


MOV 

degolada;  e^ttservaaicHae.m  fargaMa  o  si- 

gnal  das  feridas,  que  se  «ootinuarimimiii- 
tos  tempo%  em  algumas  famiUaad*e8aa  villa, 
e,  de  todo  o  referido  bouvera  seoHNre  awi 
tradição  .ianaemorial,  continuada  aiMeaatf  • 
vamwtte  de  paee  a  filhos;  por  cujo  motivo, 
não  só  se  repetia  a  dez  d*ag08to  a  .memoria 
d*estes  prodígios;  porém,  esta  Sabcrana  Tir- 
gem,  era  protectora  a  quem  essa  mesma 
villa  recorria  em  todas  as  suas  necessida- 
des, nas  quaes  tinha  mostrado  muitas  vezes 
o  seu  poder,  e  a  piedade  do  seu  sdtorano 
patroeinio,  e  que  estas  patentes  e  sagraiter 
circumstancias,  persuadiram  multas  pessoas 
d'essa  villa,  a  que  todos  tomassem  per  pa- 
droeiro d*ella,  a  Senhora  da  Viária;  e  as- 
sim o  requereram  a  essa  camará,  e  que  esta 
a  festejasse  com  esse  títido,  e  fizessem  nu- 
merar esta  festa  entre  as  suas:  por  cuja  ra- 
zão vos  resolvereis  a  convocar  toda  a  no- 
breza e  povo,  que  todos unilormeDiente  pro- 
clamaram, que  loese  a  mesma  Senhora  da 
Victoria  a  sua  padroeira,  de  que  se  fleerao 
termo  que  remetteis.  E,  paaa  que  este.  tivesae 
ioda  a  validade  precisa,  esperáveis  que  Sn 
fosse  servido  mandai  o  observar.  B,  visto  o 
mais  que  referistes,  e  o  que  constou,  por 
informa^  do  provedor  da  comarca  de  Coim- 
bra, e  resposta  do  procurador  da  minha  co- 
roa, a  quem  se  deu  vista,  e  não  teve  duvida. 
^Hei  por  bem,  e  vos  mando,  que  observeis 
o  termo  4e  acclamação,  que  fizestes  com  a 
nobreza  e  povo  d'-essa  viUa,  para  que  a  Vir- 
gem Nossa  Senhora,  com  o  tilulo  da  Victo- 
ria, seja  padroeira  d'ella;  e  que  numereis  a 
sua  festa  entre  as  mais  d'essa  camará»  paca 
ficar  perpétua  a  memoria  d*esie  prodígio. 
Cumpri -o  assim;  e  esta  provisão  fareis  re- 
gistar nos  livros  da  camará,  para  a  todo  o 
tempo  constar  que  assim  o  Houve  por  bem. 
£1  rei  Nosso  Senhor,  o  mandou,  pelos  dou- 
tores Manoel  Gomes  de  Carvalho  e  Fernan- 
do Pires  Mourão,  ambos  do- seu  conselho,  e 
s^is  desembargadores  do  paço.*-|fanoel 
Ferreira  Serrão  a  fez,  em  Lisboa,  a  Í0  de 
dezembro  4e  1746  annos^  José  Galvão  de 
Castello-BfaBco»  a  fez  escrever— Femai^ 
Pires  Mourão-^^  Manoel  Gomes  de  GarvaNio 
-— For  despacho  do  desembargo  4o  paQ0^46 
19  de  dfliambro  de  i7M.> 


wm 


1>íâ 


Gon  O  todir  dos  tempoei,  foi  poitto  ârpott- 
'todiínioDiBdo  *4i^BeDeia  d'esia  loleBiiiídft- 
de,  até  qae  deúma  de  fáMr*8e.  £iii  Í8ft3  |io- 
réói,  86  tornou  a  restabelecer,  pela  vontade 
f|8fal  do  poTOy  Gom  o  mesmo  aiitigo  esplen* 
dor,  e  contimia  até  ao  presente. 

Qnando  esta  villa  tomoa  a  cshir  ao  p^ 
jder  dos  meunis  (006)  Acwx  qBasi  arrasada, 
-a  assim  esteve  aigam  tempo,  até  91a  o  mott- 
SDO  fien-AIslgi,  a  reedifieoo»  eom  o  jaome  de 
Mdmense^  coiwerlMido  o  seu  eseteUo  na 
mais  temível  fortaleza  d'aqaelle  tempo. 

•  O  sen  mercado  qninsesal,  é  notaml  pela 
abundância  e  variedade  dos  productos  agrí- 
colas que  a  elie  concorrem,  e  pelas  impor- 
lantes  transacções  commerciaes  que  alU  se 
oiperam. 

Em  frente  de  Monte-Mór-Velho,  e  do  ou- 
tro lado  do  campo,  na  opposta  margem  do 
Jloadôgo,  fica  a  antiga  vijla  de  Yerride,  ou- 
.lr'ora  rival  d*aqttella,  e  célebre  pelas  suas 
afamadas  aguas  sulphureas. 

No  termo  d'esta  viUa,  no  logar  de  Fonte- 
Cova,  nasce  o  rio  Aroeira,  que  corre  de  N. 
a  S.,  e  desagua  no  Mondego. 

Do  que  fica  dito  de  Monte-Mór- Velho,  se 
.Té  vie  ó  notável  pela  sua  antiguidade,  e  foi 
aempre  uma  povoação  importantíssima,  mes- 
mo que  deixe  de  se  dar  credito  a  algumas 
das  suas  lendas  e  tradições.  Já  vimos  que  no 
feinado  de  D.  João  Y  era  cabeça  de  comar- 
/ca,  com  o  respectivo  juiz  de  fora.  Esta  co- 
marca foi  supprimida  depois  de  1834,  mas 
tornou  a  restaurar-se. 

Teve  antigamente  provedor,  cuja  jurisdie- 
<0o  foi  extensíssima,  comprehendendo  lega- 
res que  boje  pertencem  a  três  diversos  dís- 
trictos  administrativos  (Leiria,  Coimbra  e 
Aveiro !) 

Foi  sempre  o  povo  d*estâ  villa  e  seu  ter- 
-mo  toai,  valflDle  e  patriota.  Já  vimos  que  nas 
4paerras  contra  os  mouros,  defendeu  sempre 
núuu  iaeKcedivei  br»wa,  as  suas  muralhas. 
Jlo  reinado  de  D.  Affonso  II»  sustentou  com 


omniordanodo  e  dignidade  ^  direiloa:!»^ 
eoBtestavBisjdas  kiíkatas^  1^  Sanoba  e.D.  Tbi^ 
reza. 

Aqui  veio  ter^  em  >â  de  julbo  de  1800^  o 
bravo  António  Jgnaeio  <3ayola,  com  4b  tara- 
vos  soldados  vindos  de  Goimbrs»  aos  quaas 
se  jsmtaram  muitos  bravos  montemorenses^ 
e^eom  estes  e  outros  povos  das  immedia^^ 
foram  expulsar  os  firanceses,  da  fortaleza  da 
Figueira.  (Vide  vol.  3.%  pag.  i88,  col.  1«,  e 
pag.  i80,  col.  i.*) 

Já  antes  d*is80,  em  i602,  também  foram 
os  moradores  de  Monte-Mór-Velho,  que,  com 
outros  poctaguezes»  foram  resgatar  a  villa 
da  Figueita,  do  poder  dos  ingleses.  (Vide  o 
mesmo  3.»  voL,  pag.  iOO^  col.  i.*»  e  H.*) 

O  castello  tinha  capacidade  para  aquarte- 
lar uma  guamiçãa  de  cinco  a  seis  mil  ho- 
mens ;  e,  apezar  de  muito  arruinado,  con- 
serva ainda  as  muralhas  do  ssu  recinto, 
com  as  suas  ameias,  torres  e  seleiras»  bam 
como  três  cisternas  ou  subterrâneos  no  seu 
centro,  uma  para  deposito  de  agua,  e  as  ou- 
tras para  munições  de  guerra  e  de  bocca. 

Dentro  do  castello  ha  o  templo  de  &  Joap» 
onde  se  diz  que  o  íámoso  abbade  João,  dizia 
missa,  e  animava  os  montemorenses  com  os 
sens  sermões  catholicos  e  patrióticos.  Tam- 
bém aqui  está  o  de  Sa^U  Maria  d* Alcáçova, 
construído  por  ordem  do  não  menos  famoso 
conde  D.  Sianando,  governador  de  (Coimbra, 
no  reinado  de  D.  Affonso  VI»  (sogro  do  conda 
D.  Henrique)  e  durante  o  governo  d*este 
mesmo  conde. 

Também  está  dentro  do  eastelk)  o  antígo 
paiaoio  real,  que  se  suppõe  construído  pela 
rainha  D.  Urraca,  mulher  do  conde  D.Ray* 
mundo,  e  irman  de  D.  Thereza,  mãe  de  D. 
Affonso  Henriques. 

8uppõe-se  que  as  maás  antigas  obras  do 
defeza  hoje  existentes,  foram  mandadas  fa- 
zer em  1100  pek)  condo  D.  Henrique  e.pelo 
conde  D.  Sisnando,  que  então  povoaram  esta 
villa.  a  Sancho  I  também,  em  áSiO,  fez  ai- 
fumas  fortificações,  ou  ampliou  as  antigas. 

Não  se  sabe  a  origem  do  nomaactual  d'es- 
ta  villa,  nem  quando  príncipion  a  ser  desi* 
gnada  por  elIe.  Já  a  pag.  37,  coL  S.%  d'/ntâ 


512 


MOR 


imlatte,  tralMido  de  Maiorca  narrei  a  tradi- 
ção que  eorre  sobre  eata  etymologia.  O  <|iie 
é  oerto  é  que  desde  o  IX  século  se  denomi- 
nava MoHle-Már,  e  que  se  lhe  aeereseeatou 
o  VelhOy  desde  que  D.  Sancho  I  reediflcou  a 
vHla  de  Mon(e-Mór-Novo,  no  Alemtejo.  Tam- 
bém antes  de  ser  Uonte-Mór- Velho,  se  deno- 
tsÚDAVSL-^Mênêô^Mór-Sifbfe-o-Mondêgo,  o  que 
Csz  suppôr  que  já  havia  a  villaalemtejana  do 
mesmo  nome,  aliás  uao  era  preciso  distin- 
guil-a  com  a  indicação  de  -^  Sobre-o-Mon- 
4êgo. 

A  amenidade  d*esta  villa  e  de  seus  (broio- 
SOS  arrabaldes,  proeede  da  proximidade  com 
o  seu  vastlMiimo  campo,  dos  rocios  que  ha 
dentro  e  próximo  da  villa,  da  visinhança  do 
formoso  Mondôgo,  deslisaodo-se  plácido  e 
sereno,  orlado  de  salgueiraes,  por  entre  vas- 
tas campinas  cultivadas;  «  ainda  por  ser 
atravessada  pela  valia,  que  de^de  a  Ladroei- 
ra corre  até  á  ponte  da  Alaf^  a  qual,  bem 
como  a  poete  que  está  junto  ao  Casai-Novo, 
eos  chafarítes  da  praça,  consta  ser  obra  do 
infance  D.  Pedro,  regente  do  reino,  na  me- 
noridade de  D.  Affonso  V,  e  seu  tio  0  sogro. 
{O  que  morreu  no  combate  da  Alferrobehra, 
em  20  de  março  de  1449.) 

Os  vastos  e  desaj^rovcitados  largos  e  bal- 
dios d*este  concelho,  chamados  --  Largo  de 
S.  FranciscOn  Porto-Peao,  Terreiro  da  Feira 
(ou  Campozel),  CotredourOy  Atraz  de  Valias, 
Bócio  dos  Anjos,  Areal^  Cardai,  e  outros  me- 
nores,  podiam,  e  deviam,  ser  arborisados,  o 
que  não  só  melhoraria  as  condições  «lima- 
terícas  do  concelho,  mas  daria  ás  camarás 
um  bom  rendimento. 

Era  tradição  constante  na  vília,  que  o  no- 
me dado  M  sitk)  das  Caldas^  a  pequena  dis- 
lanoia  da  povoaçlio,  procedia  de  haver  aili 
em  tempos  remotos  umas  thermas.  Os  factos 
vieram  eonfifmar  a  tradição.  Em  1850  se 
descobriu  aqui  uma  nascente  d^aguas  sul- 
fíhnreas,  bem  eomo  areos  de  pedra  e  tan- 
ques ou  banheiras  antiquíssimas,  o  que  pro- 
va ser  constrecção  romana,  ou,  pelo  menos 
árabe,  e  serem  applieadas  estas  aguas  como 
remédio  de  certas  enfermidades,  desde  mni- 


flKlH 

tos  séculos.  Também  estas  Ihennas  oompio- 
vam  a  antiguidade  doesta  villa,  «e  a  sua  uor 
portancia  em  tempos  remotos. 

Tendo  (aliado  tantas  veses  n'este  ariíg» 
I  do  abbade  João,  viUto  legendário  do  seeo* 
lo  IX,  cumpre-me  dizer  que  elle  fundou  a 
convento  de  Ceice,  onde  íklleeeu  a  1  de  fd«^ 
vereiro  de  867,  e  fui  enterrado  na  egrej» 
d'este  mostAiro.  Para  o  mais  que  diz  reapdr 
to  a  este  abbade,  vide  o  que  adiante  dig» 
quando  blio  da  egre}a  dos  Anjos,  e  Coimbra 
e  Lorvão^ 

Para  se  saber  o  que  era  a  famosa  jui^iça 
de  MonU'Már,  vide  o  ultimo  artigo  do  3.<^ 
volume,  a  pag.  434. 

Paliei  também  da  rainha  D.  Thereza,  sé* 
nhora  d'esta  villa,  pelo  que  julgo  dever  no* 
tar,  que  era  filha  de  D.  Sancho  I,  de  Porta» 
gal,  e  irman  da  rainha  eanta  Mafalda  (vide 
Arouca), — Casou  esta  senhora,  com  seu  pri- 
mo, D.  Affonso,  rei  de  Leão,  sem  a  préiria 
dispensa  do  papa,  pelo  que  foi  annullado 
este  casamento,  com  grande  pezar  do  mo*- 
narcha  leonez,  que  a  adorava  pelas  suas  raraa 
virtudes  e  grande  formosura.  Dera  lhe  elle 
muitas  terras  e  rendas  em  Castella,  e  nao 
)iò  lh*as  não  tirou,  depois  da  separação,  mas 
ainda  lh'as  accrescentou. 

D.  Sancho  I,  logo  que  sua  filha  regressou 
a  Portugal,  lhe  dou  também  muitas  viHas  e 
coutos,  em  1200,  e  nomeadamente  esta  vIBa 
e  a  de  Esgueira,  as  quaes  ella,  pelos  annos 
de  1902  doou  ao  mosteiro  de  Lorvão. 

Na  doação  que  o  conde  D.  Raymuudo  e 
sua  mulher,  a  rainha  D.  Urraca,  fizeram  aoa 
novos  povoadores  de  Monte-Mór- Velho,  em 
fevereiro  de  1095,  se  nomeia  particular- 
mente Zalema  Godinho,  a  quem  dão  a  vUb 
de  Mira,  com  todos  os  seus  termoi<,  e  um 
moinho  que  está  junto  da  fonte  de  Caraboi 
—  *quae  omnia  usqae  in  hodieiíium  diem 
in  atondo,  et  prestamo  tenuit.  (Vide  Mira). 

AUmdo,  era  o  direito  de  ar- 
rotear^  romper  e  cultivar  al« 
gu'r\  terr«io  meulto,  aâo  o  p#- 
dendOy  por éffl^  dar^  dear^  iro» 


IfOI? 


um 


3ia 


eiir  ou  YOBiler-*  isto  é-^  sendo 
Qcn  mero  nanfraetnario. 

«■MV 

.  O  eaeceUo  de  Sants  Euhilia,  em  qae  L.  A. 
BíebenQ  da  Silva  iocallgon  a9  aeenas  mais  íd> 
tereisantes  di>  een  roíiiaiice  Oiio  tvifto-niè 
tamiça^  estava  M  alto  molite  que  derrubarão* 
iHre  a  poniedo  Bieira>;*para  o  lado  deUonte- 
M6r*^Yelbo,  e  no  sitfo  onde  se  ré  agora  a  ea^ 
pellá  de  Santa  Bidilia,  que  ae  Julga  ter  sido 
teiidada  eom  materíaes  do  vetusto  easteliov 
eno  legar  que  ee^  oeenpav^  e  do  qual  pou* 
^os  veÉtjgk»  existem.  SnppÕe^se,.  eom  bons 
ftmdamentos^  qneeetaforflileui  era  obra  doa 
fomanos»  porque  appareoea  aqui  ama  estft^ 
toa  de  mármore,  da  deasa  Juno. 

Em  1116,  os  árabes  o  arrasaram  até  aos 
AmdamentcMi^iBdo^faaer  o  mesmo  ao  de  Soa- 
re  e  outros.  Consta  qae  na  edade  média  foi 
«lia  ftMTtalBza.temivel.  Hoje  apenas  se  dis<> 
ttegnemalgMs  aUcerees^  pmrqne  a  pedra 
dtf  sus»  moralbas  foi  empregada  b2o  só  na 
«mstrocçivdaTeferida  eapalla,  eomo  na  da 
ponte  do  Barea.: 

Bm  1166,  D.  Alfemo  I  den  este  eaatelto 
fot  sitio  d*èlle)  eom  todas  u  rendas  qne  lhe 
pertenciam,  e  eram  dos  alcaides-móres  do 
meémo,  ao  oMisteire  de  Saitta  Gn»  de  Coim- 
iNra. 

Estas  rendas  consistiam  no  oitavo  àò  ta-* 
4os  09  frneios,  qne  Hie  pagavam  as  vlllas  de 
Maiorea  o  Alhadas^  e  as  povoações  oonfinani- 
tes. 

O  rei  D.  Dinte  den  o. senhorio  d*esta  villa 
•  o  padroado  das  soas  egrejas,  a  soa  irman, 
a  infanta  D.  Branca^.em  junho  de  1S86» 

O  mesmo  monarehay  quando  se  reconci- 
liou com  seu  filho  D.  AfTonso  (depois  IV)  a 
xogos  da  rainha  Santa  Isabel,  entre  outros 
senhorios,  lhe  d^u,  no  principio  de  maio  de 
13SI,  o  d'esu  viHa. 
».  "—  . 

O  iofante  D.  Pedro,  duque  de  Coimbra* 
filho  de  D.  Joio  I  (o  que  morreu  em  Alfar- 
robeira) foi  também  senhor  de  Monte*Mér- 
V^lho,  e  de  outras  tnnitas  terras. 

D.  João  II  den  esta  villa,  e  o  mais  que.ti* 


nba  sido  do  dito  infante  I>.  Pedro,  a  sen  fi- 
lho bastardo,  D.  Jorge  de  Aleneastre,  troneo 
da  eaaa  dneal  d* Aveiro,  para  onde  vieram  a 
passar  estas  rendas.. 

O  rei  fer  todas  as  dillgen* 
elas  para  qne  este  D.  Jorge  lhe 
sneeedesse  na  eorôa;  polí«em  a 
virtnoeisslma  rainha  D.  Leo^ 
nor,  sua  mulher,  o  a  maior 
parte  da  corte,  se  opposeram, 
vindo  por  morte  de  D,  João  11, 
a  snoceder*lhe  na  coroa,  sen 
primo  e  cunhado  (irmão  da  ra- 
inha) D.  l^noel,  duque  de  Vi- 
seu, natural  d'Alcochete. 

Á  e§r$ja  áo9  Anjês  ó  o  melhor  templo  da 
villa.  É  de  áfchtíêctura  nkinwelhia;  porém 
está  degenerada  com  as  reparaç5es,  aceres- 
contes  e  ornatos  de  estylo  da  renascença,  e 
de  péssimo  goatOi 

Em  uma  lapide,  na  càp^lla  de  Nossa  Se- 
hhora  da  Piedade,  d'esta  egreja,  «stá  grava- 
da uma  eólebre  sentença  da  inquisição,  con- 
juneta  com  á  epitaphitf  de  D.  Margarida  de 
Mello  Perestrello. 

D*esta  ioscripçao  consta  que  sendo  esta 
senhora  acca^ada  de  heresia,  á  inquisição 
de  Coimbra,  fora  presa  nos  cárceres  do  <afi« 
to  offldo,  no*anno  de  1666,  e  alli  foi  conser- 
vada 17  annos,  até  que  faJiecen  no  mesmo 
cárcere,  em  1683. 

Depois  da  sua  morte»  e  não  tendo  podido 
n'aqneUes  17  annos  de  supplicio,  acharem 
culpabilidade  n^esta  infelix,  se  resolveram 
os  inquisidores  a  declara]  a  innocente !  — 
Passaram  então  a  tal  sentença^  peia  qual  -— 
ábadvem  aré  e  declarum  que  a  sens  osso$ 
80  pódâ  dar  sepultura  eccleêiastica,  e  offere^ 
recer  a  DeuB,  por  sua  alma,  os  sacrificios  e 
suffragios  da  Egreja;  e  mandam  qtie  esta 
sentença  se  leia  na  sala  da  inquisição^  e  de- 
pois se  publique  na  parochial  egreja  da  vil- 
la de Monte-Mór-o-Vêlho,  d'onde  a  ré  era  fre- 
gueza,  na  estação  conventual,  para  que  ve* 
nha  á  mtieia  de  todos;  e  lhe  seja  Uvantado 
o  sequestro,  que  em  seus  bens  se  lhe  havia  fei- 

tOy  e  I>'JSI«LBS  SB  PAfiUEM  AS  GCETAS*  (!) 

Bstá  n'esta  egreja  o  bf^Uo  tomnio  do  eále* 


%ii 


MOH 


bn»  BiDgo  dà  Azn&bnja^  eseofldido  arnsdo 

aturmór,  do  lado  do  Btangelbo.  É  maibein 

ie  arebitectora  maBaelina,  de  graeioM  fór** 

ma  e  com  primorosos  lavores. 
Sobre  a  lampa  está  deilaila  a  estatua  d*es« 

Và  nobre  cavalleiro»  representado  em  trsgos 

de  guerreiro,  com  armas  bxancas.  Tem  esta 

iQScrip^Q  gravada  naireate  do  mausoléu: 

AftVl  là&  DIOOVO  nACAHBVlA,  DO  CONSELHO  DKL 
RBI,  CAVÂLKiaO  DA  ORDEM  DAVIS,  GOIIMENDA- 
DOR  DA  CABEÇA  DE  VIDA  B  ALTER  PEDROSO,  O 
QOAL,  NAS  GVBRAS  DE  CASTELLA,  POR  EL  REI 
DOH  AP0R8O,  TOlfOV  AOS  CASTELHANOS  A  VILA 
DALBORBTE,  ONDB  LHi  QVBBBARAN  VA  PERNA, 
B  FEZ  O  GASTELLO  DE  SAM  JORGE  DA  MINA,  B 
SVGIGOV  TODA  AQVELLA  TERRA,  E  FEZ  O  GAS- 
TELLO REAL  EM  AFRICA,  E  TOMOV  A  CIDADE  DE 
ÇAFIll  A06  MOVROB,  PBR  SV^A  SOO  IN0V5TRIA  B 
VALBMTIA,  B  ASi  FBZ  OVTAAâ  MVITAS  GOVSA& 
DUYAS  DE  MEMORU  B  LOVVOB,  EM  TENPO  DOS 
REIS  DOM  AFOMSO  E  DOM  JOAM,  O  SEGVNDO  E 
0OH  MANVEU  O  PRIMEIRO,  GOMO  Eli  SVAS  GRO* 
NICAS  SE  PODE  VER  ;  B  FEZ  KTV  MOSIWRO:  DC 
NOSSA  SENHORA  DOS  ANIOS. 
FALECEO  DE  86  ANNOS,  DIA  DJS  NOSA  SENHORA 
D^GOSTO,  DA  ERA  DE  1518. 

fme  vol.  1%  pag.  286,  col.  tL«) 

'  Do  Guia  kisíorico  do  viújantw  em  CàimUra 
e  arredores^^áo  sr.  doutor  Aiigusto  Hendes 
Simões  de  Castro,  copiei  o  seguinte: 

OasteUo  de  Uonte-Hór-VeUio 

«É  raro  encontrar-se  em  Pbrtugal  uma 
fortaleza  de  aspecto  tão  imponente  eomo 
este  casteilo,  com  as  suas  ameias  e  cubél- 
los,  cingidos  de  espessa  ramagem  de  heras 
a  contrastar  com  a  côr  denegrida  e  tisnada 
das  pedras  carcomidas,  e  mostrando  aind» 
nas  pittorescas  minas,  a  que  está  reduzi  * 
do,  a  formosura  e  robustez  da  sua  oonstrue- 

00. 

'  Para  os  efléitos  estratégicos  que  requeri» 
a  arte  militar  de  outras  eras,  nenhuma  for* 
táleza  podia  estar  melhor  situada.  O  monte, 
sbbre  que  campeia,  ergue-se  abrupto,  bío 
meio  das  extensas  planícies  do  Mondego,  e 
ais-  suas  vertentes  descem  quasi  aprumada» 
para  todos  os  lados.  D*esta  maneira,  a  villa, 
encostada  ao  velho  aleaçar,  ficava  bem  guar- 
dada e  detendidai  á  sua  sombra  protectora. 


IfQII 

Das  minas  do  casteHo,  gosa*  se  um  esplen* 
dido  e  belliflsímo  panorama.  «*^  Ao  longe,  oa 
vastos  e  férteis  campos  do  Mondego,  borda- 
dos de  fíttoreseas  eolUnaa,  <mde  alvejam» 
quasi  sem  inlerrupQão^  mil  caues,  palaeex 
tesi  pequenaa  e  graÍMles  ponFwiçdes^  e^  á  fren» 
te  de  tndas^  a  risonha  Coimbra;  aqui  o  poa-^ 
tieo  e^iofmoso  rio,  com  aaloitgas  orlas  dai 
salgueiBos,  choupos  e  eberdes,  aearvadliM 
graciosamente  sobre  as  suas  agua»  cryslili* 
nas;  a  a  nossoapéa  a  povaa^  ediieadaà 
meaeilra  de  ttnroiio,  setvindihlbe  o  legar  ea» 
queestamos,  como  de  ultimo  degráuv  Pára» 
tudo  tslo  um  quadro  magestoso  e  IbrmoaíaH 
simo,  qua  ím  dater  alli  o  eapaeiadar,  per 
longo  tempo.»' 

A  egreja  de  Santa  Maria  úí  AkáçmtOy  foi 
edificada  dentro  do  oasteUo$  pelo  prâbytero) 
Vennmnéoi  ou  Vefínudo,  com  ailelaifdadaf 
do  conde  D.  Sisnando,  governador  daCoinaff 
bvi,  peles  anãos  1090  de  J.-C<— VeroBrand* 
deu  metade  doesta  egiaja  á  Sé  de  Coimben 
(sendo  bispo  D.  Cresconio)  aasO das'k:aleB« 
dak  de  janeiro^  da:  era  dto  César  1193,  qna 
conrespoada  a  90  de  dezembro  do:  anno  Oi 
deJ.-C. 

BsU  deafão  eslá  a  ft  24  v:  do  lÀvra  Pr^ 
to  da  Sê  de  Coimbra.  N'ella  se  descreva  ai 
soHdio  em  qua  D*esse  lempo'  eslava  o  cas- 
tro, abandonado  desde  o  tempo  dds  ara-^ 
bes,  e  servindo  só  de  valbaeoutó'  de  feras  ff 
reptis. 

D.  Aflònso  lU  doou  depois  esta  egreja  ao 
bispo  D;  Egas  e  ao  cabido  de  Gaimbra.  O  hfs- 
po  D.  Jorge  d' Almeida,  mandou  Cuer  obraa 
importantes  n*esta  egreja. 

Oonveutoa 

l.«  —  Frades  frmunxcainot  (da  invooaQSa 
de  S.  Luís). — Foi  fdndado  pelo  padre  Tho* 
mó  Couceiro  Lobo;  mas  nio  pude  saber  á 
data  da  sua  fundado.  Já  estava  supprimida 
antas  da  1834. 

%^^Ffadê$  a^oi^Mos  (da  invoca^  dft 
Nossa  Senhora  dos  im||oa).-^Foft  (bndad^ 
por  Diogo  da  Azambuja,  no  século  XVI.  --» 
Supprimido. 


wm 


MOM 


5i5 


8i»^  FMroê  franoUeanoê  (Ék  ittiocijSo 
dèNoMíSMhora  de  Campos.— -Foi  íáudado 
por  D.  Isabel  de  Azevedo,  Ylovado  eelebie 
IX  Joio  de  GaflCns  4."  vleenrei  da  lodia,  do 
prteeípio  do  século  XVI.— Bm  1691  foi  es- 
to MDslsIro  traaslèrido  para  Sandelgas.  Em 
Í8ê8^  foi  flwpprimido,  hiBdo  as  freiras  que 
«esuvâ»,  para  o  «loeieiro  de  Santa  Cla- 
ra do  Goimlkra,  em  90  de  setembro  doesse 
anno. 

O  padre^  frei  Agostinho  de  Saota  Maria, 
no  een  S<mt.  Afar;  (toai.  4.%  liv.  2.%  tit.  13), 
tiaia  d'este  mosteiro:  dia  elle^  que  no  cam- 
p<y  junto  à  viila  existia*  de  tempos  immemo- 
ríaes  uma  eapella  dedicada  â  Santíssima  Vir- 
gem^ i  qual  em  rattio  do  sitio  em  que  estava 
edificada  a  eimída,  se  denominou  Noêsa  Se* 
nhora  êe  Campas, 

Tinha  grande  devoção  oom  esta  imagem^' 
D.  Isabel  d' Azevedo,  e  ficando  viuva»  se  re- 
colheu em  umas  casas  que  tinha»  junto  da 
enniâai  com  alguteas  mulheres  virluosas^ 
dando  assim  principio  ao  mosteiro  q^  pou» 
CO  depois  adoptou  a  regra  de  terceiras  de 
S^  Francisco;  com  auetorldade  do  cardeal 
lolfaiio,  p«yiencNHrio  do  papa  Aleiaodre  VI» 
em  11^3^  e  ficando  o  convento  sujeito  á  pro- 
víncia de  FortugaL  A  esto  nvosteiro  doou  a 
fbndadora»  não  só  a  oasa»  mas  (odas  as  suas 
rendas. 

Com  o  decurso  do  tempo»  foram  crescendo 
as  areias  do  Mondego^  e  subindo  as  aguas,  a 
ponto  de  inundarem  firequentemente  o  mos- 
teiro» com  risoo  da  vida  das  religiosas; 

Queixando  se  ellas  d'isto»  ao  bispo  de 
Coimbra^  Dk  loio  de  Mello»  as  fez  remover 
para  o  logar  de  Sandelgas»  para  onde  leva* 
fhm  a  imagem  da  sua  padroeira^ 

4.*— FVoiIm  benedietinos  (da  invocação  de 
'SuMartinho).«-Fol  ftmdado  peio  abbade  João» 
no  século  IX.— Ignorasse  quando  deixou  de 
existir. 

Nao  se  pôde  tratar  d'esto  mosteiro»  sem 
se  filiar  do  famoso  abhaâe  João.  Peço  des- 
culpa aos  meus  leit<Nres  de  algumas  peque- 
nas repetições»  indi^iensaveis  para  a  intelli- 
gencia  da  matéria. 

P.  João^  nobre  cavalleiro  leonez»  era  filho 
Mtoral  de  D.  Frttella  ^  e  innao  de  D.  Ber- 


amdd^  o  diaomia,  e  de  I>.  Afonso;  o  caíhMm 
eo;  e  tio  de  D^  Ramiro  L 

Cançado  de  seguir  a  oôrte  dos  reis  d» 
Leão,  e  dos  exercidos  da  guerra»  se  retirou 
ao  mosteiro  de  Lorvão,  vestindo  alli  o  babi% 
to  de  monge,  seguindo  a  itegra  de  S.  Bento, 
que  n'eUe  se  professava. 

Tantos  exemplos  deu  de  cordura  e  virts« 
de»  que»  na  primeira  vacatura»  foi  eleito  ab- 
bade, esMmdO'  presente  seu  sobrinho,  D.  Ra«« 
miro  I  de  Leão,  que  então  estava  em  Pomi«« 
gal,  fazendo  guerra  a  MahomaãrQid^  senho£ 
de  Gaia,  e  a  Muliff^Aekem,  senhor  de  Águeda. 

O  rei,  vendo  a  summa  pobreza  em  qaa«s« 
tava  o  mosteiro,  causada  pelas  continuas  cor^ 
rerias  e  exacções  dos  mouros,  lhe  fez  uma^ 
larga  doação,  de  moitas  possessões,  e  entro 
ellas»  esta  villa,  com  todos  os  seus  direitos  o 
pertença^l^  sob.  a  cobdição  de  ter  no  castello 
a  guarnição  snfflciente  para  sua  defeza;  o 
que  os  moQges  tiveram  sempre  o  cuidado 
de  cumprir. 

0  próprio  D.  João  (o  abbade)  com  alguns 
dos  seus  monges»  se  passou  para  este  castel» 
lo,  que  proveu  de  soldados,-  amas  e  manti^ 
msntosy  e  fazendo  alcaide*>mór  dafortaleaa  a 
seu  sobrinho,  D.  Bermudo»  bravo  guerreiro» 
d'aquelle8  tempos. 

Foi  então  que  o  abbade  tratou  de  edificac 
aqui  um  mosteiro  da  sua  ordem  no  sitio  on- 
de havia  uma  antiga  capelia  de  Santa  Maria 
que  foi  demolida»  para  se  edificar  a  egr^ 
do  mosteiro»  para  onde  foi  a  santa  imagenve 
que  ficou  sendo  padroeira  do  couventa 

Entre  os  familiares  do  abbade»  havia  unv 
chamado  Garcia  Janhes^  creado  desde  meni* 
no  (não  se  sabia  de  quem  era  filho)  pelo  mes«« 
mo  abbade^  que  o  tinha  enchido  de  benefi- 
cio» e  distincções.  Foi  uma  víbora  que  ena 
sen  seio  acalentou;  porque  o  ingrato»  se  pas« 
sou  aos  mouros,  e  renegando  da  fé  de  Chris* 
tov  tomou  o  nome  árabe  de  ZtUema  (ou  Ztêf 
kmão)  1  e  fez  aos  christãos  a  crua  guerra 
que  jÀ  referi;  mas  aoereaoentarei  aqui  o  au*» 
guinte: 

Zulema»  thiha  tão  estreitamente  cercado 

1  Bóie  08  árabes  dizem  Solitnão, — ^É  eof^ 
rupção  de  Salomão. 


Si6 


MON 


um 


eeastfiUo  do Monte-Mór,  qne  em  balde Théo- 
domiro,  abbade  de  Lorvão,  tentou  reforçal-o 
eom  tropas  e  pro«éi-o  com  mantimentos. 

Foi  n'esta  triste  conjanctnra  que  os  cer- 
cados resolveram  imitar  os  saguntinos. 

Qaeimaram  todas  as  suas  riqaezas,  e  ti- 
raram a  vida  a  todos  qne  por  seu  sexo  ou 
edade  não  podessem  combater. 

O  abbade  Joio,  deu  o  exemplo,  lançando 
o  fogo  a  tudo  quanto  tinba,  e  degolando  sui 
irman,  D.  Urraca  (mãe  do  alcaide  D.  Bermu- 
do)  e  a  seus  filhos  qne  ainda  eram  creanças. 

Fez-se  este  espantoso  sacriflcio,  em  uma 
Biadrugada,  depois  de  se  confessarem  e  com- 
mungarem,  tanto  as  vlctimas  como  os  sacri- 
âeadores. 

O  resto  já  fica  narrado. 

Era  o  abbade  Joio,  de  avançada  edade, 
quando  este  acto  de  patriótica  desesperação 
teve  logar,  mas.  de  grandes  forças,  corres- 
pondentes ao  colossal  das  suas  formas ;  e 
por  onda  o  seu  terrível  e  pesado  montante 
era  brandido,  ficava  uma  zona  de  sangue  e 
cadáveres  mouriscos. 

Ma  maior  furta  do  combate,  avistou  Joio, 
e  traidor  Garcia,  que  com  palavras  e  exem- 
plos animava  os  mouros,  foi  direito  a  elle, 
por  entre  uma  multidão  de  infiéis,  e  de  um 
só  golpe  o  degolou. 

Foi  então  que  os  mouros^  aterrados,  tra- 
taram de  fugir;  porém  poucos  escaparam  à 
geral  carnificina;  porque,  tendo  construído 
pontes  de  madeira  em  varias  partes  do  Mon- 
dego, para  hirem  forragear  à  parte  opposta, 
dos  que  por  ellas  fugiam,  muitos  morreram 
afogados,  por  terem  as  pontes  que  brado 
eom  o  seu  peso.    • 

Os  restos  doeste  grande  exercito  qms  pu- 
deram escapar  ao  ferro  dos  christios,  ou  ás 
aguas  do  Mondego,  fugiam  desordenadamen* 
te;  mas  o  abbade  e  os  seus  os  perseguiram 
por  espaço  de  quatro  léguas,  mettendose 
em  uns  pântanos,  onde  os  christios  ainda 
mataram  muitos.  D*aqui  puderam  metter-se 
em  umas  espantosas  brenhas,  chamadas  Al* 
eoubas,  onde  o  abbade  os  não  deixou  perse- 
guir, não  só  pela  aspereza  do  sitio,  como 
pelo  cançaço  da  sua  gente,  que  fez  acampar 
e  passar  a  noite  em  uma  planície. 


Consta  qne  esta  terrifel  bataliia  e  famosa 
victoria,  teve  logar  no  dia  24  de  junho  do 
anuo  800  de  J.*G. 

Dizem  alguns  escriptores» 
que,  chegando  os  ebristaoe  a 
esta  planicie,  que  está  quasí 
cercada  das  alcantíladas  pe- 
nedias á^jÊJcaubaa^  o  abbade  e 
os  outros  chefes  fritavam  aos 
soldados  —  cessai  assai -^e 
d'aqui  ficou  ao  sitio  o  nome, 
que  ainda  com  pouca  corru- 
pçio  conserva—  Ceiça,  a  uns 
S2  kilometros  de  Monte-Mór- 
Velho. 
Consta  que  na  investida  de  Monte-Mór, 
afogados  no  rio»  e  depois  na  retirada  até  aoa 
rochedos  de  Alcouba,  morreram  sft«ii<a  mil 
infleis.  Este  numero  pareoe-me  exageradís- 
simo. 

Ma  manhã  do  dia  seguinte,  ekegaram  ao 
acampamento  alguns  cayalleiros^  vindos  da 
villa,  dando  a  noticia  de  estarem  vivos  to- 
dos os  velhos,  mulheres  e  creanças,  que  na 
vespora  tinham  sido  saerificadi^s^  o  que  a 
todoa  encheu  de  suprema  alegria,  e  ao  ab- 
bade causou  tal  impressão,  que  resolveu  aca- 
bar n*este  sitio  o  resto  de  seus  dias;  em  uma 
ermida  de  Nossa  Senhora  que  aqui  maudoa 
construir  em  WO,  e  se  fez  seu  erimiião  (dan- 
do a  seu  sobrinho.  D.  Bermud^  como  prova 
da  amiaade  que  lhe  consagrava,  as  suas  ar- 
mas eo  seu  cavalle  de  batalha)  e  renuncian- 
do nas  mãos  de  seu  sobrinho  Dl  Ramira  I, 
o  governo  de  Monte-Mór*  Velho,  que  foi  dado 
a  D.  Bermudo,  primo  do  rei;  e  a  abbadia  do 
mosteiro  da  villa  aos  monges  da  mepma.  A 
de  Larvão,  já  a  tinha  renunciado  a  favor  de 
Theodemiro,  monge  seu  parente.  A  imagem 
da  Senhora  que  estava  no  mosteiro  da  villa 
levou-a  para  a  sua  nova  ermida.  Aqui  falle- 
ceu  a  2  de  fevereiro  de  867,  e  aqui  foi  enter- 
rado. Depois  em  ii65,  D.  AfTonso  Henriques 
fez  construir  juoeio  a  esta  capella,  um  mos- 
teiro de  frades  beiedietinos,  que  é  o  de  que 
trato  no  logar  i^i^o  ^o  2.*  volume. 

Cumpre-me  aqui  rectificar 
um  erro,  a  que  me  induziu  a 
identidade  dos  nomes,  e  a^ 


MON 


MON 


5Í7 


obscuridades  dos  nossos  anti- 
gos escriptores.  Disse  no  prin- 
cipio ãk  col.  S.*  de  pag.  226, 
do  2."*  voL,  que  o  abbade  Joio 
fundara  um  mosteiro  dè  mon- 
ges bernardos  na  fregnetia  de 
Ceiça»  na  Extremadora,  con- 
celho de  viUa  Nova  de  Ourem, 
qoando  esse  mosteiro  foi  fan- 
dado  em  Santa  Maria  de  Cei- 
ça,  qae  é  esta  de  que  aqui 
agora  trato.  Também  o  con- 
vento nâo  foi  de  bernardos,  foi 
de  benedictittos.  Só  pelos  an- 
Bos  1030,  é  que  o  abbade  JoSo 
Girita  estabeleceu  em  Portugal 
a  reforma  de  S.  Bernardo,  que 
adoptaram  quasi  todos  os  con- 
ventos benedictinos. 

O  abbade  João  (de  Lorvão) 
foi  o  verdadeiro  fundador  d'es- 
te  mosteiro  de  Santa  Maria  de 
Geiça;  porém  os  monges  vi- 
viam em  grutas  ou  cabanas, 
até  que  D.  AfTonso  Henriques 
lhes  fez  omosteiro,em  que  prin- 
cipiaram a  viver  em  commu- 
nidade. 

Tudo  o  mais  que  digo  em 
Ceiça  (Santa  Maria  de)  está 
exactíssimo. 

O  edificiodo  mosteiro,  acer- 
ca e  varias  propriedades  an- 
nexas,  foram  vendidas  depois 
de  1834.  A  egreja,  a  sachris- 
tia,  e  uma  boa  matta,  ainda 
estão  por  vender. 

Os  grandes  prejuízos  que  soffreram  os 
montemorenses,  com  a  queima  das  suas  pre- 
ciosidades, foram- lhes  amplamente  ressar- 
cidos com  os  riquíssimos  despojos  dos  mou- 
ros, que  foram  repartidos  pelos  christãos, 
segimdo  os  seus  merecimentos. 

Peita  esta  divisão,  e  providenciando  o  al- 
caide D.  Bermudo,  de  modo  a  deixar  o  cas- 
tdlo  bem  provido  de  gente  e  mantimentos, 
86  foi  com  seus  irmãos  e  outras  pessoas  quo 
tixiham  sido  degoladas,  visitar  o  abbade  João 
ao  sen  erimiterlo  de  Ceiça  e  mostrarlhâ  o 

V<««UMBY 


signal  do  golpe,  que  era  como  um  fio  de  re- 
troz  encarnado,  em  volta  da  garganta. 

O  padre  mestre,  frei  Luiz  dos  Anjos,  no 
seu  Jardim  de  Portugal,(rei  Bernardo  de  Bri- 
to, na  Jtfon.  Ims^  e  outros  escriptores,  refe- 
rem que  no  seu  tempo,  ainda  n*esta  villa 
'nasciam  algumas  ei^anças  como  tal  signal. 

Tendo  mencionado  em  dif* 
ferentes  partes  d*esta  obra,  vá- 
rios milagres,  operados  pela 
intercessão  da  Santíssima  Vir- 
gem e  dos  santos,  e  não  pre- 
tendendo ser  notado  como  um 
frei  Bernardo  de  Brito  do  sé- 
culo XnC,  ou  como  outro  qual- 
quer frade  milagreiro,  dos  Sé- 
culos passados,  declaro  o  se- 
guinte: 

Creio  firmemente  que  a 
Deus  nada  é  impossivel.  Kosel- 
li  de  Lorgues  e  outros  escla- 
recidos escriptores  contempo- 
râneos, teem ,  brilhantemente 
provado,  não  só  a  possibilida- 
de dos  milagres;  mas  até  a  sua 
existência  no  ^ssado  e  no 
presente. 

Mesmo  que  eu  não  quizesse 
crer  em.  milagres  (que  creio 
— senão  em  todos^  em  muitos) 
tôl-oshia  narrado,  para  não 
deturpar  a  historia,  nem  des- 
truir as  lendas  poéticas  dos 
nossos  passados. 

Por  mais  incrédulo  que  èu 
fosse,  com  respeito  a  milagres 
em  que  a  Egreja  nos  não  obri- 
ga a  acreditar,  por  não  serem 
ponto  de  fé,  nunca  seria  meu 
propósito  arrancar  dos  cora- 
ções verdadeiramente  portu- 
guezes,  as  crenças  felizes  de 
nossos  pães,  nem  fazer-Ihes 
esquecer  as  fonnosissimas  len- 
das com  que  nossas  mães  sua- 
vemente nos  embalaram  no 
berço,  e  carinhosamente  nos 
distraíram  na  intancia. 

Em  ser  crente,  ganha-se/é 
em  Deus  e  na  sua  misericórdia 

33 


518 


MON 


MON 


infinita  —  esperança,  na  vida 
eterna— e  caridade  para  com 
08  00B90S  semelhantes  que  sof  • 
frem. 

E  qae  se  ganha  com  o  sce- 
plicismo?— a  desesperança,  o 

desconforto,  o  egoísmo e 

o  materialismo.  Deus  nos  li- 
yre  pois  destes  infelizes  senti- 
mentos, causas  infalíveis  da 
nossa  tristeza  e  desventura, 
n*este  mondo  e  no  outro.  ^ 


Da  íandaçáo  do  ediflcio  do  mosteiro  de 
Ceiça,  conta-se  a  origem  da  maneira  se- 
guinte: 

Em  1165,  estando  em  Coimbra  D.  Affon- 
so  Henriques,  lhe  recomendaram  os  seus 
médicos,  os  banhos  do  mar.  Sahiu  da  sua 
corte,  em  direcção  á  Figueira ;  mas,  tao  bem 
lhe  fizeram  os  ares  salntiferos  dos  formosos 
campos  do  Mondego,  que  chegou  á  costa 
quasl  são. 

Occupou-se  então  em  percorrer  aquelles 
arredores,  fi  ouvindo  (aliar  na  ermida  de 
Santa  Maria  de  Ceiça,  famosa  pela  sua  anti- 
guidade, poiá  já  então  Unha  215  annos,  e 
pelos  milagres  attribuídos  à  sua  padroeira,  a 
foi  visitar. 

Estava  a  ermidinha  em  um  bonito  valle, 
mas  cercada  de  densos  mattos  e  alcantiladas 
penedias,  semelhando  torres.  ^ 

No  caminho  tinha  cabido  um  dos  cavallos 
da  comitiva,  ficando  o  cavalleiro  debaixo 
d'elle,  e  em  tal  estadQ,  que  julgando-o  mor- 
to, o  levaram  a  enterrar  na  ermida;  mas, 
apenas  o  ferido  alli  chegou,  recobrou  os  sen- 
tidos e  ficou  de  perfeita  saúde. 

Todos  tiveram  isto  por  milagre.  O  cavai- 

1  Mac-Mahon,  actual  presidente  da  repu- 
blica franceza,  queixando-se-lhe  alguns  eS' 
piritos  fortes f  ou,  como  hoje  se  denominam, 
livres  pensadores,  das  grandes  romarias  às 
Senhoras  de  Lourdes  e  LaSallete— respon 
deulhes-*-tDeixal-os ;  um  litro  de  petróleo 
causa  mais  desgraças,  do  que  um  tonel  de 
agua  benta.» 

^  E  d'aqui  lhe  provém  o  nome  que  ainda 
eatão  conservava -^il/  CoM^a— palavra  ára- 
be, que  significa— a  terrinha. 


1^0  que  cahira,  fez  logo  voto  de  consagrar 
o  resto  dos  seus  dias  ao  serviço  da  Senhora 
e  da  sua  ermida,  o  que  cumpriu,  não  toman- 
do  a  «ahir  d*este  logar. 

O  rei  fez  voto  de  fundar  aqui  um  mostei- 
ro, dedicado  a  Santa  Maria,  o  que  também 
cumpriu. 

Emquanto  o  rei  e  seu  séquito  ainda  esta* 
vam  na  c^Ua,  chegou  o  erimitão  d'ellay 
homem  de  edade  provecta  e  presenç4t  res- 
peitável, pobremente  vestido,  e  com  porte 
humilde  e  reverente. 

Perguntou-lhe  D.  Affonso  Henriques  se 
sabia  alguma  coisa  da  origem  d'este  templo» 
sinho,  ao  que  o  santo  anachoreta  respondea 
•—  que  havia  muitos  annos  que  aqui  vivia» 
dedieando-se  ao  culto  da  Rainha  dos  Anjos, 
6  á  conservação  e  aceio  da  sua  ermida ;  e 
que  sabia,  por  tradição,  a  origem  d'elle. 

O  rei,  satisfeito  d'e9ta  resposta,  o  mandou 
sentar  Junto  d*eile,  e  o  erimitão  lhe  contou 
a  lenda  do  abbade  João,  pela  forma  que  fica 
referida. 

D.  Affonso  Henriques  designou  logo  um 
sitio,  255  passos  ao  N.  da  ermida,  para  a 
fundação  do  mosteiro,  mettendo  logo  opera* 
rios  para  a  sua  edificação,  e  consignando- 
lhe  rendas  sufflcientes.  O  mosteiro  concluiu- 
se  em  10  annos,  e  logo  (1175)  vieram  habi- 
tai o  alguns  monges  (então  ainda  benedicti- 
nos)  do  convento  de  Lorvão,  trazendo  em 
sua  companhia  D.  frei  Payo  Egas  (de  nobi- 
líssima linhagem)  que  o  rei  fez  primeiro  ab- 
bade do  novo  convento. 

O  edificio  era  pequeno  no  seu  principio, 
e  o  rei,  vendo  que  não  podia  conter  senão 
um  diminuto  numero  de  religiosos,  o  man- 
dou ampliar;  porém  fallecendo  (6  de  dezem- 
bro de  1185),  deixara  enconomendado  a  seu 
filho  e  successor  D.  Sancho  I,  que  concluis- 
se  estas  obras,  o  que  elle  eumprii]^  pois  era 
tão  religioso  como  seu  pae. 

Foi  D.  Sancho  I  que  fez  adoptar  a  este 
convento  a  reforma  de  S.  Bernardo^ 

Diz  a  lenda,  que,  feita  a  egreja  do  mostei- 
ro, mandou  omonarcha  transferir  para  eUa 
a  imagem  da  ermida;  porém  na  manhan  da 
dia  seguhite  tomou  a  appaiecer  no  seu 
antigo  altar,  o  que  se  repetiu  por  umas  pou- 
cas de  vezes,  até  que  os  religiões  a  deixa- 


MON 

.ram  alli  ficar,  collocando  no  aUar-mór  da 
^  egr^a  do  mosteiro  uma  nova  imagem. 

Alguns  annos  depois  (diz  a  lenda)  D.  frei 
Manuel  das  Chagas,  então  abbade  do  mos- 
teiro, vendo  a  ermida  nioiito  velha  e  a  amea- 
çar niina,  removeu  a  imagem  para  a  egreja; 
porém  aconteceu  o  mesmo  que  da  primeira 
vez,  tantas  quantas  vezes  fie  fez  a  mudança. 
O  abbade  mandou  então  demolir  a  capei- 
la,  para  que  a  Senhora  ião  tivesse  para  on- 
de fugir;  mns,  nem  assim  logrou  o  seu  in- 
tento, porque  a  imagem  fugiu  aind^  e  foi 
no  dia  seguinte  encontrada  na  toca  de  um 
grande  carrasco  que  estava  Junto  da  capel- 
k  demolida. 

O  abbade,  mandou  então  fazer  uma  nova 
ermid^  mais  ampla  e  aceiáda  do  que  a  an- 
tiga, de  fárma  octogona,  e  de  boi^ita  archi- 
tectura.  No  interior  do  altar  da  Senhora, 
mandou  depositar  os  ossos  do  santo  abbade 
Joào.  (Diz  ainda  a  lenda,  que  então  se  veri- 
ficou, pelos  ossos  do  abbade  João,  ser  elle 
de  tao  agigantada  estaura,  que  >tiAha  onze 
palmos  (!)  d*alto. 

Os  leitCMTOs  que  j  ulgarem  que 
eu  invento  milagres,  ou  que  me 
fio  em  contos  de  velhas^  convi- 
do a  consultarem  sobre  o  que 
deixo  referido,  as  obras  seguin- 
tes—Jfon.  iuí-,  por  frei  Fran- 
.  cisco  Brandão,  parte  3.*,  lív.  iO, 
cap.  45—  Obras  de  Francisco 
de  Sá  de  Miranda,  carta  8.*,  e 
a  pag.  129  —  I)iana,  de  Jorge 
de  Monte-Mór;  pag.  243,  na  his- 
toria de  Aleida  e  Silvano^Ar* 
chivo  de  Lorvão,  em  uma  es- 
críptura  authentica,  CQpiada 
por  o  licenciado  Gaspar  Alves 
Louzada— C/^ronica  de  Cister, 
por  frei  Bernardo  de  Brito,  lív. 
6.%  cap.  28  e  29  —  ilíon.  Lus,, 
parle  2.*,  lív.  7,  cap.  13  e  14— 
Notas  aos  cinco  bispados,  por 
fr.  Prudencio  de  Sandoval,  pag. 
179— António  de  Vasconcellos, 
pag.  540  —  António  Paes  Vie- 
gas (Vida  d^el^rei  Z>.  Affmso 
Henriques)  liv.  6.<»,  pag.-2l8— 
Europa,  de  Manuel  de  Faria, 


MON 


519 


tomo  3.%  parte  3.%  cap.  13  -« 
Jardim  de  Portugal,  por  fr.  Lxút 
dos  Anjos,  n.""  ISir-Âffiologiê,  de 
Jorge  Gardozo,  tomo  1.%  pag. 
320— Saní.  ifor.,  de  fr.  Agos- 
tinho  de  Santa  Maria,  tom,  4.% 
liv.  2,%  tit.  14. 

Em  frente  da  notável  villa  de  Monte-Mór- 
Velho,  na  margem  opposta  do  Mondego,  está 
uma  quinta,  que  foi  dos  VahioÃ,  e  junto  d*et- 
la  a  ermida  de  Santa  Leocadia,  ou,  mais  pro- 
priamente, Nossa  Senhora  da  Graça. 

Junto  a  este  sitio  appareceu  uma  imagem 
de  Santa  Leocadia,  sobre  um  monte  de  pe- 
dras soltas  (provavebnente  alguma  pequena 
màmoa  céltica,  ou  algum  monumento  chris« 
tão  a  que  os  nossos  antigos  chamavam  fieis 
de  Deus  —  (vid^  esta  palavra).— Levaram  a 
imagem  para  a  ermida,  porém  ella  fugiu  de 
lá  para  o  sitio  onde  foi  achada. 

Revolvendo  o  monte  de  pedras^  se  achou 
n^elle  escondida  a  imagem  de  Nossa  Senhora 
da  Graça,  e  leyando-as  ambas  para  a  ermi« 
da,  nunca  mais  de  lá  tornaram  a  fugir. 

Foram  estas  duas  imagens  de  grande  de- 
voção, tanto  do  povo  da  villa,  como  das  cír- 
cumjacentes. 

Fernão  Mendes  Pinto  —  ^  —  cN*um  povo 
tão  viajante  como  nós  fomos,  era  impossível 
que  não  apparecesse  quem  narraase  em  bom 
eatylo  as  suas  peregrinações.  Muitos  narra- 
dores de  viagens  surgiram  effectivamente,  e 
acima  de  todos^  Fernão  Mendes  Pinto,  um 
dos  mestres  do  género,  e  um  dos  mestres  da 
lingna,  cujas  viagens  rivalisam  ainda  hoje 
com  as  modernas  obras-primas  de  estran- 
geiros peregrinadores. 

Nasceu  Fernão  Mendes  Pinto,  de  família 
pobre,  na  villa  de  Monte-Mór-Velho,  no  an- 
uo de  1509. 

Foi  moço  da  camará,  do  duque  de  Coim- 
bra, 2  e  afinal  quiz  na  Ásia  tentar  fortuna, 

^  Copiado,  o  que  vae  entre  comas,  .dos 
Portuguezes  Ulustres,  do  nosso  esclarecido 
escriptor,  o  sr.  Manuel  Pinheiro  Chagas. 
(Pag.67.)  ^^ 

'  Parece-me  que  foi  pagem  do  duque  de 
Aveiro  (D.  Jorge)  e  nao  do  de  Coimbra,  du- 


520 


MON 


embarcando  para  a  índia,  a  li  de  março  de 
1537. 

Não  nos  permittem  os  estreitos  limites 
d*est6  livro,  narrar  as  viagens  que  elie  pró- 
prio contou  de  tao  peregrina  maneira,  e  em 
qae  descobria  q  lapão;  o  qae  lhe  compep- 
soa  os  repetidoá  i^íortanios  qae  o  saltea- 
ram. Em  janeiro  de  1554  hia  voltar  à, Eu- 
ropa, quando,  'tomado  de  súbita  devoção,  se 
decidiu  a  vestir  a  roupeta  de  noviço  da  com- 
panhia de  Jesus,  e  n'e8sa  qualidade  voltoa  a 
viajar;  mas,  por  motivou  desccmbíecidos,  não 
professou,  e,  voltando  aò  seeulo  e  á  Europa, 
no  dia  22  de  setembro  de  1558,  sonhou  com 
grandes  recompensas,  de  que  depressa  o  des- 
iliudiu  a  habitual  indífférença  dos  governos 
portugcíezes.  VlVeu  obscuramente  em  Alma- 
da os  últimos  annos  da  sua  vida,  até  que 
morreu,  çegundo  se  suppõe,  em  1583.  O  seu 
livro  só  foi  impresso  em  16Í4. 

—«A  Peregrinação  de  F.  M.  Pinto,  diz  o 
sr.  J.  F.  de  Castilho,  éúm  dos  livros  demais 
popular  e  aprasivel  lição  que  jamais  se  es- 
creverajjd  em  idioma  algum.  Percorre  todos 
0(3  estalos,  abraça  todas  a^  situações ;  tem  la- 
grimas para  todos  os  olhos,  sorrisos  para 
todos  os  lábios,  terror  para  todos  os  espíri- 
tos, pasto  para  todas  as  imaginações,  conso- 
lação para  todas  as  dores,  allivio  para  todas 
as  tribulações.  Protheu  habilissimo,  sabe 
sempre  vestir  a  forma  que  na  eon}unctura 
se  requer.» 

Muito  tempo  foram  consideradas  as  suas 
viagens  um  agregado  de  mentiras :  ^  as  mo- 
dernas explorações  de  viajantes  estrangei- 
ros, rehábilitaram  a  memoria  do  viajante  por- 
'   tuguez,  demonstrando  a  suá  veracidade. 

0  seu  livro  foi  Ião  apreciado,  que  o  tra- 
duziram em  muitas  línguas,  pòdendo-se  ver 
a  notícia  d'essas  traduçcões  no  precioso  Dic- 
cionario  bibliographico  do  sr.  Innocencio  da 
Silva,  t.  II.  pag.  289,  e  t.  ix,  pag.  221.» 

Durante  as  suas  peregrinações,  foi  13  ve« 
zes  capiivo,  e  17  vezes  vendido. 
Quando  voltoa  a  Portugal,  era  regente  do 

eado  que  então  supponho  já  não  existir.  (D. 
Jorge  era  filho  bastardo  de  D.  João  IL) , 

1  E  tanto  qtie  lhe  jdecomposera^i  o  nome 
d'este  modo— Fffnaa,  Uentest—Vinto. 


MON 

reino,  a  rainha  D.  Catharina  (viuva  de  D. 
João  III)  na  menoridade  de  seu  neto,  D.  Se- 
bastião. 

Esta  senhora  o  tratou  com  a  ingratidão 
com  que  sempre  foram  recompensados  pelos 
gevernos  portuguezes,  os  homens  beneméri- 
tos; pelo  que  elle,  desanimado,  foi  residir 
em  Almada,  onde  coordenou  as  suas  Pere- 
grinações. 

Sempre  escravo 'da  verdade,  e  apezar  do 
ódio  que  tehho  aos  castelhanos,  como  nos- 
sos dominadores,  e  principalmente  aos  três 
usurpadores  Felippes  II,  III  e  IV  cumpre-nàe 
dizer  que  Felippe  II  apreciou  muito  melhor 
os  serviços  d'este  esclarecido  portuguez,  do 
que  o  haviam  feito  D.  Catharina,  D.  Sebas* 
tião,  eo  cardeal- rei;  pois  o  estimou  muito, 
fez-lhe  muitas  mercês  e  gostava  multo  de 
lhe  ouvir  contar  as  suas  viagens. 

Segundo  o  padremestre,  frei  Francisco  de 
Santa  Maria  {Anno  Histórico,  tomo  2.*,  pag. 
329)  Fernão  Mendes  Pinto,  morreu  em  8  de 
Julho  de  Í583.         _ 

Jorge  de  Jtfbní^-Jlfdr— i— tEste  poeta,  ce- 
lebre em  toda  a  Europa,  nasceu  na  villa  de 
Montemór-o-Velho,  na  província  da  Beira, 
em  Portugal.  Passou  muito  novo  para  Hes- 
panha,  onde  foi  cantor  da  regia  eapella.  Tro- 
cando depois  este  pacifico  mister  pela  vida 
das  armas,  foi  assassinado  na  Itália  no  dia 
26  de  fevereiro  de  1561.  * 

O  livro,  que  lhe  deu  immorredoira  fama, 
é  um  longo  romance  pastoril,  escripto  em 
castelhano,  e  conhecido  pelo  nome  de  Diana 
de  Montemayor.  Era  um  género  novo,  em 
que  as  vivas  pinturas  da  natureza,  em  esty- 
lo  s«(ave,  enredos  não  desinteressantes  nos 
pequenos  contos  de  que  se  entretece  a  nar- 
rativa, se  matizavam  com  finos  conceitos 
e  requintados  problemas  de  mataphysica 
amorosa,  qué  deliciaram  primeiro  as  damas 
da  corte  de  Gastelh,  e  depois  as  da  Europa 
inteira.  Foi  por  muito  tempo  a  Diana  de  Mon- 
temayor o  livro  predilecto  dos  leitores  de 

^  É  ainda  dos  Portuguezes  illustres  do  sr. 
Pinheiro  Chagas,  tudo  quanto  vae  entre  co- 
mas. 

^  Outros  dizem  que  morreu  de  doença 
em  Madrid. 


MON 

romance,  imítaram-no  eiAÍirancez»  continua*- 
rám-no  em  hespanhol,  e  por  todo  o  seca- 
lo  XVII  Dão  fez  a  lUteratara  amena  mais 
do  qne  segair  o  impulso  dado  por  este  des- 
denhoso portngaez,  qne  despresou  a  língua 
pátria  para  escrever  na  dos  nossos  visinbos, 
mas  que  teve  a  gloria  de  inaugurar  um  gé- 
nero novo,  a  quem  por  isso  não  cabem  pou- 
cos louvores,  e  que  portanto  deu  lustre  e 
fama  à  terra  que  o  viu  nascer.» 

lEscreveu  quasí  tudo  ein  castelhano  (como 
era  uso  no  seu  tempo)  e  por  isso  alguns  es- 
eriptores  hespanhoes  o  fazem  sen  conterrâ- 
neo, dizendo  que  elle  nasceu  na  villa  de 
Monte-Mayor  (Leão)  * 

As  suas  obras  foram — e  são  ainda  hoje — 
estimadas  em  toda  á  Península,  e  tanto,  que 
em  sua  vida  viu  esgotadas  cinco  edições, 
o  que,  sobre  tudo  n^aquelle  tempo,  se  pode 
ter  como  testemunho  claríssimo  do  justo 
apreço  em  que  foi  tido. 

Não  havia  caza,  nobre  ou  popular,  que 
não  tivesse,  e  onde  não  fosse  lida  e  relida 
a  celebrada  Diana  de  Mante-Mayor. 

Os  principaes  senhores  de  Castella  procu- 
ravam anciosamente  conhecer  e  relacionar- 
se  com  o  nosso  poeta. 

Arehivavamse  todas  as  suas  frazes,  e  to- 
das as  suas  espirituosas  respostas, 

Assistindo  á  celebre  merenda  que  a  du- 
queza  de  Seza  deu  ás  primeiras  damas  de 
Madrid,  lhe  perguntou  a  marqueza  de  Co- 
rnares— Senor  Monte-Mayor,  si  escrivisteis 
c&sas  tan  discretas,  tratando  de  pastores  rús- 
ticos, y  de  campos  agrestes,  que  karieis  si 
escriviesseis  de  aqueste  Jardin,  fúentes,  y 
ninfas? — ao  que  elle  respondeu— Ewo,  seno- 
ra,  mas  es  para  la  admiracion,  que  para  la 
plnma, 

Perguntando-seno  dia  seguinte  á  marque- 
za de  Gnadalcaçar  (que  foi  uma  das  da  me- 

1  Só  a  sua  ultima  obra,  que  a  morte  in- 
terrotnpeu,  era  escripta  em  poriuguel  Ti- 
nha por  assumpto  a  descoberta  da  indiâi 

A  um  que  o  alcunhou  de  ingrato  á  sua 
pátria»  por  viver  em  HeapanKa.e  escrever 
em  castelhano,  respondeu— A^òo  é  muito  que 
tem  filho  seja  ingrato  a  Portugal,  vislo  que 
Poringal  tem  sido  ingrato  a  tantos  filhos.-^ 
Proposição  que  tem  tanto  de  triste,  como  de 
verdadeira. 


BfON 


5^1 


renda)  o  que  d*eUa  lhe  pareceu  rodhor,  res- 
pondeu—/a  conversadon  de.  Monie-Uayor. 
Estando  uma  manhã  no  mosteiro  de  S. 
Francisco  da  cidade,  de  Leão,  mal  convales- 
cido de  uma  doença,  pediu  a  um  religioso 
que  lhe  lô  se  um  Evangelho ;  ao  que  o  fra- 
de lhe  respondeu— ZVo  diré  sino  dós.  Len-lhe 
o  de  S.  João  Evangelista,  e  depois  disse — 
Aora  irá  el  mio,  el  qual  es-— Sois  el  mas  flo- 
rido ingenio  de  Espana. 

Em  1603,  vindo  da  cidade  de  Leão  Fellip- 
pe  lU  e  sua  mulher,  dormiram  uma  noute 
na  villa  de  Yalderas,  e  sabendo  que  alii  vivia 
a  dama  que  sob  o  pseudónimo  de  Diana,  fô« 
ra  o  assumpto  das  maviosíssimas  poesias 
de  Jorge  de  Monte-Mór,  a  mandaram  cha- 
mar,  e  tratando-a  com  grande  carinho,  lhe 
fizeram  muitas  mercês,  em  memoria  do  poeta 
popularissimo.  Ainda  que  ella  tinha  então 
60  annos,  mostrava  evidentes  signaes  4a  sua 
passada  formosura.  « 

Os  leitores  desculparme- 
hão,esp6rO'0,  a  minuciosidade 
con^  que  conto  estes  e  optros 
, ,  factos  da  nossa  historia,  em  at- 
tengãô  ao  desejo  ardente  que 
tenho  de  commemorar  os  nos* 
SOS  homens  eminentes  e  os  nos- 
sos factos  gloriosos. 

Monte-Mór-Velho,  é  também  patHá  de 
Francisco  de  Pina  e  Mello,  áuctor  dod  dois 
poemas  —  Tiiwmpho da  Religião — o-^Con- 
quista  de  Goá. 

D.  Affonso  V  Jez  marquez  da  Mont^-Már- 
Velho,  em  1473,  a  D.  João  .de  Portogaf,  se- 
gundo filho  do  marquet  de  Villa- Viçosa,  q|ae 
depois  (este)  foi  duque  de  Bragança. 

Foi  alcaide-mór  d*esta  villa,  D.  João  de 
tlenei&BfoPicacinoJ  terceiro  filho  de  D.  João 
Tello  de  Menezes,  senhor  de  Cantanhede,  e  de 
D-  Leonor  da  Silva,  filha  de  Ayres  da  Silva, 
senhor.  4e  Vagos. 

Foi  D.  João  de  Menezes,  governador  da 
casa  de  dois  príncipes —D.  AíTonso,  filho  de 
D.  João  II;  6  de  D.  João  filho  dè  D.  ManueL 
Foi  aio  do  primeiro,  e  camapeiro-m(^  do 
segunde. 

Era  cavalleiro  de  muitas  prendas  e  ceie- 


&^ 


Moir 


bré  âa  histotía  de  Portagal,  por  acompanhar 
na  carreira  o  príncipe  D.  ÁiTonso,  filho  nnico 
de  D.  JoSo  II  e  da  rainha  D.  Leonor,  quando 
o  príncipe  cahiu  de  um  cavallo,  nos  campos 
de  Santarém,  a  12  de  julho  de  1491  (em  uma 
terça  feira,  dia  que  os  Menezes  tinham  por 
az%aQo)^0  príncipe  morreu  d*esta  queda, 
no  dia  seguinte.  (Vide  Santarém.) 

Foi  também,  D.  João  de  Menezes,  alcaide- 
mór  do  Cartaxo,  commendador  (da  ordem 
de  Ghristo)  da  villa  do  Mogadouro,  e  com- 
mendador (da  ordem  de  S.  Thiago)  da  villa 
d^AlJustrel.  Casou  com  D.  Izabêl,  filha  de 
Pedro  Avendanho  (alcaide-mór  de  Castro- 
Nuno)  e  de  D.  Ignez  de  Benavides.  Nâo  tendo 
filhos  d*este  casamento,  applicaram  as  suas 
riquezas  em  obras  pias. 

Fundaram  o  convento  de  S.  Francisco,  do 
Cartaxo,  reformaram  o  de  YiUa  do  Conde  e 
principiaram  o  da  Esperança,  em  Lisboa. 

Foi  h.  João  de  Menezes  um  dos  mais  famo- 
sos capitSes  do  seu  tempo,  pelo  seu  valor,  in- 
strucçâo  e  galanteria.  Militou  muitos  annos 
na  Afiica  onde  era  o  terror  dos  infleis. 

D.  João  II  o  fez  governador  d'Arzilla,  onde 
em  1495,  com  duzentas  lanças  disbaratou 
S:000  infleis,  como  depois  com  o  mesmo 
numero  de  soldados,  derrotou  e  pôz  em  fuga, 
800  mouros,  commandados  pelos  sobrinhos 
do  Barraxe,  e  obrou  alli  outras  muitas  ac- 
ções memoroveis  e  gloriosas. 

Voltando  á  Africa,  achou-se  com  D.  Jay- 
me,  duque  de  Bragança,  na  tomada  de  Aza- 
môr;  e  foi  o  primeiro  que  pregou  a  lança 
nas  portas  do  castello.  Ficou  capitão  gene- 
ral doesta  praça  que  defendeu  com  pasmosa 
ooDjBtanda  e  extremado  valor. 

Estando  Arziila  cercada  por  todo  o  poder 
do  rei  de  Fez  (sendo  capitão  de  Arziila,  seu 
cunhado,  D.  Vasco  Contínho,  conde  de  Bor- 1 
ba)  D.  João  com  um  valor  inaudito,  foi  soc- 
correr  a  praça  com  a  sua  gente.  Vendo  isto 
o  rei  mouro  (Muléy  Hameth)  disse— ^an^o 
melhor;  mais  christãos  tenho  na  rede;  po- 
rem seus  dois  alcaides,  Barraxe  e  Al-Mara- 
éUm  lhe  responderam,  gue  tivesse  o  maior 
cuidado  e  não  contasse  tanto  com  a  victo- 
ria;  porque,  estando  dentro  da  praça  o  ?t- 
cacino,  era  pelo  seu  animo  e  sagacidade, 
capaz  de  lhe  vir  pôr  fogo  debaixo  dos  pés. 


MON 

E  a.«sim  o  praticou  o.audacloso  portuguez, 
fazendo-os  levantar  o  cerco  vergonhosamen« 
te. 

Venceu,  com  Nuno  Fernandes  de  Athaide, 
a  famosa  batalha  dos  alcaides.  Finalmente, 
foram  tantas  e  tão  gloriosas  as  acç5es  d'este 
intrépido  capitão  portuguez,  que  não  cal)em 
no  curto  limite  d'este  artigo;  são  dignas  de 
longa  escriptura. 

Morreu  em  Azaroôr,  de  que  era  capitão- ' 
general,  em  15  de  maio  de  1514.  Foi  d'al]i 
trazido  o  seu  cadáver  e  o  de  sua  mulher,  e 
sepultados,  na  cápella-mór  da  egreja  do  mos- 
teiro de  S.  Francisco,  da  Cidade  de  Lisboa^ 

Aqui  nasceu,  em  1658,  o  célebre  júris-' 
consulto,  Manuel  da  Gama  Lobo,  lente  da 
direito,  na  universidade  de  Coimbra,  cone* 
go  da  Sé  primacial  de  Braga,  e  desembar- 
gador do  paço.  Escreveu  Postillas  a  vários 
textos  do  código.  Morreu  em  Coimbra,  em 
1742.    . 

Outros  illustres  var5es,  nas  armas,  nas 
virtudes  e  nas  lettras  tiveram  esta  villa  por 
berço;  mas  a  sua  enumeração  seria  longa,pe- 
lo  que  me  limitarei  aos  que  ficam  men- 
cionados. 

Teve  esta  villa  quatro  hospitaes  —  1.*  da 
Santa  Maria  Magdaléna,  para  solteiras  hon- 
radas —  2.%  o  de  S.  Pedro,  para  casadas  vir- 
tuosas—S.*», o  de  S.JfaríAd,  para  lázaros — 
4.^  o  de  Nossa  Senhora  de  Campos,  para  o 
restante  e  para  moléstias  chronicas.  Acham- 
se  todos  hoje  reduzidos  a  este  ultimo,  em 
razão  dos  muitos  rendimentos  que  alguns 
dos  nossos  reis  lhes  tiraram,  já  para  as 
freiras  de  Nossa  Senhora  de  Campos,  Já 
para  os  hospitaes  de  Coimbra. 

A  quinta  de  Santa  Eufemia,  junto  da  vil- 
la, dos  viscondes  da  Bahia,  foi  comprada  por* 
o  doutor  José  de  Seabra  da  Silva,  no  l.«  de 
março  de  1782,  por  três  contos  de  réis. 

No  dia  22  de  maio  de  1874,  teve  logar,  na' 
freguezia  de  Santa  Snzana  da  Carapinheira, 
doeste  concelho,  um  facto  que  deixou  os  po- 
vos d'e8te8  sítios  em  grande  consternação: 
foi  o  seguinte— Andando  muitos  lavradores' 


MON 

1  bxet  os  íeQs  amanhos  no  eampo,  acbava- 
se  no  mesmo  serviço,  António  Correia  Façn- 
dOy  de  38  annos,  e  três  raparigas  de  18  a  26 
asnos,  —  estas  donzeUas,  e  aqaelle  casado, 
tendo  4  filhos.  Ao  meio  dia  em  ponto,  cres- 
ce ama  peqnena  navem  ao  longo  do  sal  do 
campo,  e  eis  que  rebenta  nm  pequeno  tro- 
^0,  e  são  fulminados  cahindo  todos  por  ter- 
ra, ficando  o  dito  António  Correia,  morto, 
assim  como  uma  rapariga  que  se  achava  en- 
tre doas,  as  qnaes  ficaram  sem  falia. 

O  Mondego,  sahindo  do  sen  leito,  por  mui- 
tas vezes  tem  invadido  os  campos  d*e9ta  vil- 
la,  cobrindo-os  completamente,  e  chegando 
até  ao  largo  da  feira,  que  transforma  em 
marnel. 

Há  em  Portugal  uma  familla,  grande  pelo 
numero  de  seus  membros,  grande  pela  no- 
breza do  seu  saDgue,  e  ainda  maior  pelas 
raras  virtudes  qUe  são  o  seu  apanágio.  São 
os  srs.  Pintos  Bastos,  vulgarmente  conheci- 
dos pelos  fidalgos  da  Vista- Alegre,  por  terem 
alli  vastas  e  riquíssimas  propriedades,  uma 
sumptuosa  casa,  magestosa  capella,  e  óptima 
fabrica  de  porcellana  (de  que  tratarei  no  le- 
gar competente). 

Pôde  dizer-se  afoitamente,  e  sem  risco  de 
ser  desmentido,  que  nao  hà  em  Portugal 

TAO  BENEMÉRITOS  PATRIOTAS,  GOMO  OS  DA  FA- 
MÍLIA Pinto  Basto.  Moderadíssimos  nas  suas 
opiniões  politicas,  acolhem  de  braços  aber- 
tos os  homens  de  todos  os  partidos,  uma  vez 
que  sejam  honrados,  úteis  e  trabalhadores. 

As  sciencias,  a  industria,  a  agricultura  e 
o  commercio  d'este  reino,  lhes  devem  rele- 
vantíssimos serviços;  e  o  bem  fadado  appel- 
lido  de  Pinto  Basto  é  geralmente  bem  quisto 
e  respeitado  em  todas  as  oito  províncias  de 
Portugal. 

Era  chefe  d*esta  família  o  sr.  José  Ferrei- 
ra Pinto  Basto,  por  ser  o  primogénito  de  ou- 
tro de  egual  nome. 

Vivia  o  sr.  J.  F.  P.  Basto,  próximo  d'esta 
vllla,  na  sua  vasta  e  riquíssima  q;m,i!Ua  da 
Fója,  que  fora  do  mosteiro  de  Santa  Cruz 
de  Coimbra  (vide  a  pag.  38,  col.  i.%  d'este 
volume),  e  aqui  falleceu,  no  dia  16  de  junho 
dé  1875.  (Nasceu  no  Porto,  a  3  de  novembro 
de  1801.) 


IION 


523 


Intelligeneia  robusta  e  caracter  honestís- 
simo, foi  sempre  bondoso  e  caritativo  para 
com  os  desgraçados,  lhano  e  cortez  no  seu 
trato  familiar,  e  conselheiro  prudente  e  leal. 

Exerceu  por  difiTerentès  vezes  importantes 
cargos  publico?,  e  foi  representante  do  povo 
em  varias  legislaturas,  sM^indo  sempre  com 
justiça  o  mandato  que  lhe  outhorgaram  os 
povos. 

Possa  esta  breve  commemoração,  escripta 
por  um  homem  inteiramente  desconhecido 
á  nobilíssima  família  Pinto  Basto,  servir  de 
lenitivo  à  dòr  acerba  que  n'este  momento  a 
angustia,  pela  perda  irreparável  do  seu  que- 
rido chefe. 

MONTE  MURO  ou  MONTE  DO  MOURO  (o 
Murum  dos  romanos)  —  Serra  da  Beira- Al- 
ta, no  extincto  concelho  de  Tendaes,  hoje 
concelho  de  SinfSes,  próximo  da  margem 
esquerda  do  Douro,  24  kilometros  a  O.  de 
Lamego,  60  a  E.  do  Porto,  315  ao  N.  de  Lis- 
boa. 

Na  encosta  septentrional  d'esta  serra  está 

a  villa  de  Ferreiros  de  Tendaes. 

Monte-Muro,  Franqueira,  Castro  (ou  Cras- 
to),  S.  Macário,  Pemaval,  Arouca,  Freita,  Ca- 
ramuUo  e  outras,  são  tudo  serras  da  Beira- 
Alta  (ramos  da  Estrella)  projeclando-se  em 
varias  direcções  e  conhecidas  dos  antigos 
sob  o  nome  geral  de  serra  d*Alccba. 

Pertencem  ao  systema  geológico  denomi- 
nado carpetano-vetonico. 

Ainda  que  a  serra  de  Monte-Muro  (bem 
como  as  do  Pemaval,  Freita  e  Caramullo) 
seja  bastante  fria  no  inverno,  estando  então 
quasl  sempre  os  seus  píncaros  cobertos  de 
neve,  não  é  o  seu  clima  tão  inhospito  e  des- 
abrido como  o  da  Estrella;  e  tanto  que,  des- 
de os  fins  de  novembro,  até  abril,  para  aqui 
emigram,  com  seus  gados,  os  pastores  da 

Estrella. 

N'esta  serra  existe  o  castello  de  VUlar  da 
Chan  (vulgarmente.  Torre  da  Chan),  con- 
struído pelo  famoso  Giraldo  Glraldes,  o  sem 

pavor. 
Para  evitar  repetições,  veja-se  o  3.»  voL  a 

pag.  178,  col.  2.* 

MONTE-MURO— São  assim  denominadas 
umas  herdades  do  Alemtejo,  na  freguezia  de 
S.  Mathias,  concelho,  comarca,  arcebispado, 


5U 


MON 


dUtrieto  administrativo  e  6  kilometros  a  O. 
d*£vora»  na  estrada  d'esta  cidade  para  Lis- 
boa. 

Em  tempos  antigos  estavam  estas  herda- 
des, na  soa  máxima  parte,  por  cultivar,  e  co- 
bertas de  estevas  e  matia  Uma  dona  que  era 
senhora  d'estas  herdades,  compadecida  «da 
falta  de  lenhas  que  padeciam  os  habitantes 
da  cidade  d'Evora,  lhes  deu  licença  para 
hirem  a  Monte-lloro  cortar  lenha  e  arran- 
car cépa^  para  os  seus  fornos  e  cosínhas. 

Kão  sei  por  que  titulo  pas- 
sou depois  ao  dominio  da  ca- 
mará municipal  d'£vora,  uma 
parte  doestas  herdades,  as  pro- 
priamente chamadas  de  Mon- 
te-Muro. 

Estas  propriedades  passaram,  muito  de- 
pois, em  parte,  a  pertencer  aos  condes  de 
Unhão,  sob  o  nome  de  Casas-Velhas,  e^  de- 
pois que  por  eiles  foi  reconstruído  o  edificio, 
se  ficaram  chamando  Herdades  das  Casas- 
Novas. 

N'estas  herdades  havia  uma  ermidinha, 
dedicada  a  Nossa  Senhora  de  Guadalupe» 
tão  antiga,  que  já  em  i600  se  não  sabia  a 
data  da  sua  construeção.  Tinha  apenas  dois 
metros  de  comprido  por  i"78  de  largo,  e  a 
Sttihora  estava  representada  em  um  painel, 
pintado  a  óleo.  Mesmo  assim,  era  a  Senhora 
de  Guadalupe  de  grande  devoção  dos  povos 
visinhos;  mas,  com  o  tempo,  foi  esfriando 
esia  devoção,  e  a  ermidinha  se  foi  arruinan- 
do, pelo  abandono. 

Em  1606^  sendo  arcebispo  d*Evora  D.  Ale- 
xandre de  Bragança  (filho  dos  duques  de 
Bragança,  D.  João  I  e  D.  Catharína,  neta  do 
rei  D.  Manuel),  mandou  aquelle  prelado  fa- 
zer a  visita  â  sua  diocese,  pelo  licenceado 
Braz  Caméllo. 

Chegando  este  á  herdade  de  Fernão  Tel- 
les de  Menezes  (feito  conde  de  Unhão,  por 
Piíilippe  IV,  em  7  de  junho  de  1630),  cha- 
mada Casas-Natas,  onde  havia  um  oratório, 
na  parede,  e  dentro  d*elle  um  painel  de  Nos- 
sa Senhora  de  Guadalupe,  e  vendo  a  indecen- 
cia  com  que  elle  alli  estava,  mandou  que  eUe 
se  desfizesse  e  demolisse,  (Doe.  da  camará  de 
Évora,  de  1606.) 

O  povo  da  freguezia  de  S.  Mathias,  não 


MON 

consentiu  que  esta  ordem  fosse  «xeculada, 
e  requereram  ao  arcebispo  que  a  mandasse 
suspender,  obrigando-se  a  fazereov  á  sua 
custa  uma  nova  e  decente  capella,  com  a 
imagem  da  padroeira  em  vulto.  O  prelado 
lhes  cx>ncedeu  isto,  e,  concertado  o  antigo 
oratório,  para  alli  ser  provisoriamente  eol- 
locada  a  imagem  da  Senhora,  em  quanto  se 
não  dava  principio  á  construeção  da  nova 
capella. 

Os  principaes  promotores  d'esta  restaura- 
ção, foram  —  Manuel  de  Carvalho,  Mathens 
Dias,  João  da  Costa,  e  Pedro  Fernandes  Fi- 
chôrro,  que  foram  os  primeiros  mordomos 
da  Senhora,  na  sua  nova  ermida. 

Como  o  sitio  em  que  estava  a  velha  edi- 
cula  era  sujeito  às  inundações  da  ribeira  de 
S.  Mathias,  pediram  à  camará  d'£vora  (pie 
lhes  deixasse  edificar  a  cape)la  e  algumas 
casas  para  habitação  de  pobres  que  para 
aqui  quizessem  vir  morar,  para  guardurem 
a  capella  (por  ser  até  então  o  sitio  ôrmo)  no 
local  propriamente  chamado  Monte-Muro, 
propriedade  da  camará,  ci^os  vereadores 
consentiram  em  todo  o  pedido. 

Deu-se  logo  principio  á  capella,  e  estando 
concluídas,  a  capella-mór,  a  sachristia  e  par- 
te do  corpo  da  egreja,  o  arcebispo— -já  então 
D.  José  de  Mello— a  pedido  do  povo,  deu  li- 
cença, em  1609,  para  ser  para  aqui  transfe- 
rida a  imagem  da  padroeira,  poderem  ter 
sino,  e  celebrarem  os  of&cios  divinos;  mas 
sob  condição  de  darem,  dentro  de  dois  ân- 
uos, dois  mil  réis  de  foro,  para  a  fabrica  da 
egreja.  Isto  foi  estipulado  por  escríptura  pu- 
blica, feita  nas  notas  do  tabellião  Manuel  Ro- 
drigues, que  foi  confirmada  por  Philippe  III, 
por  provisão  de  22  de  abril  de  1610. 

Em  28  de  setembro  de  1613,  o  mesmo  ar- 
cebispo, D.  José  de  Mello,  consentiu,  por  car- 
ta sua,  que  o  foro  de  2^000  réis  deixasse  de 
ser  pago  pela  confraria  da  Senhora,  e  o  fos- 
se pelos  moradores  das  casas  que  se  hiam 
construir  junto  á  capella. 

A  camará  d*Évora  tinha  ajudado  a  esta 
edificação  com  varias  esmolas;  mas,  queren- 
do que  o  templo  se  conservasse  sempre  com 
a  devida  decência,  resolveu  ser  a  capella  do 
padroado  da  mesma  camará,  e  em  nome  does- 
ta, em  18  de  dezembro  de  1613,  tomou  o  ve- 


MOíí 

reador  mU  velbo,  Diogo  Pereira  Gogoini* 
nbq,  po98e  jodUial  do  templo»'  com  asaíste^n- 
cia  do.ubellião  d'£vorâ,  Baltbazar  Galvão 
de  Mâpdanha. 

Logo  ii'esse  auno  foi  aili  a  caçoara  encor- 
porada,  fazer  a  Idsta  â  Sfintissima  Virgem, 
qae  foi  esplendida,  coaUonando  d  alU  em 
diante  a  fazer  esta  soJemn|dade  á  sua  custa; 
no  dia  8  de  setembro  de  cada  anuo  (dia  da 
Natividade  da  Virgem). 

No  mesmo  dia  se  f^a  a  eleição  dos  mor- 
demos' do  anno  seguinte,  sendo  sempre  juiz, 
um  do»  vereadores. 

'A  camará  designou  para  re/ida  da  capei- 
la,  custeio  das  despesas  do  culto,  e  para  se 
dúer  uma  missa  em  todos  os  domingos  e 
diasi  santificados,  una  quartos  de  terra  junto 
à^çapelia,  que  se  arrendavam,  e^prodoziam 
uns  ^iÓOÔ  réis  annuaes. 

£  este  sauctuario  de  jboa  fabrica,  com  ca- 
pelia-mór  e  um  cruzeiro^  fecbado  por  gra- 
des de  ferro  (mandadas  fazer  pela  mâe  de 
D.  João  de  fiifelio,  Jbispo  de  Coimbra),  altar- 
mór  e  dois  lateraes.  O  corpo  da  egre^a  tem 
13  metros  de  comprido  e  7  de  largo,  e  a  ca- 
pella-mór  6  metros  por  5  Va»  6  toda  de  abo- 
bada. 

.Teve  esta  Senhora  varias  confrarias,  alem 
da  da  camará,  que  todas  a  festejavam  em 
dias  diCTerentes.  A  primeira  que  lhe  fazia  a 
festa  era  a  irmandade  da.villa  de  Arrayolos, 
na  1>  oitava  do  Espirito  Santo,  e  depois  a 
d*£vora,  na  2.*  oitava.  A  confraria  da  parc- 
ela dé  S.  Mathias  (em  cDjo  dlstricto  está  a 
capelia)  fazia-lhe  a  festa  na  3.«  dominga  de 
agosto.  A  confraria  de  Mont6-Mór-Novo,.6 
outras  mais,  não  tinham  dia  certo  para  a 
suafesla. 

Finalmente,  em  quasi  todo  o  anuo  era  a 
Senhora  de  Guadalape  muita  festejada,  e 
concorrido  este  sitio  por  muitas  romarias. 

Consta  quê  na  grande  pestô  de  ÍS99,  os. 
mofadores  d'£vora  fizeram  voto  de  ir  todos 
os  annos  em  procissão  a  Nossa  Seniiora  de 
Guadalupe  ^aindâ  en£o  no  antigo  oratório 
das  casas  dos  Xelles  de  Meneze.s)  se^termi- 
nasse  a  contagio,  levandoilbe  um  pê(a  áe 
prata  (que  uns  dizem  <er«  dà  lórma  de  uma 
cidade,  .outros  dizem  que  era  um  vaso  ou 
outro  qualquer  objecto  ^e  prata.) 


UON, 


5^5 


Esta  devoção  e  offerta  continuou  por  al- 
guns annos;  mas,  com  o  andar  dps  tempos, 
se  foi  pouco  e  pouco  esquecendo,  até  que  se 
extinguiu. 

Próximo  ao  sanctuarío  d'esta  Senhora,  ti- 
nham fundado  os  primeiros  eremitas  de  S. 
Paulo  da  congregação  da  serra  d'Ossa,  em 
i433,  um  erimiterio  pu  hospício  (ainda  no 
tempo  em  que  quasi  todos  os  eremitas  eram 
leigps)  dedicado  a  Santa  Gatharina,  virgem 
e  martyr,  e  um  dos  altares  da  egreja  d'e8te 
eremitério  era  também  dedicado  a  Nossa  Se- 
nhora de  Guadalupe. 

J^ste  hospício  se  extinguiu  depois,  con* 
verteiido*se  em  quinta  ou  granja  pertencente 
ao  cdlegio  da  mesma  congregação  da  cidade 
d'Evora. 

A  iodentidade  do  nome  d'este  sitio,  com  o 
da  serra  de  HonteMuro,  da  Beira-Alta  (a  an- 
teoedente)  tem  dado  log ar  ao  erro  de  alguns 
escriptorea,  que  coUocam  o  castello  de  Girai- 
do  Giraldes,  no  Alemtejo,  quando  elle  só 
existiu  na  Beira-Alta,  próximo  ao  rio  Douro, 
como  fiea  dito. 

MONTE-NEGRO— Vide  S.  Jtdião  ou  Mon- 
te Ne(fro;9L  pag.  4Í5,  col.  i.%  do  3.*  vol. 

MONTE  OLIV£TE--Real  mosteiro  de  Nos- 
sa Senhora  da  Conceição,  de  frades  agosti- 
nhos descalços,  dp  Monte  Olivéte,  no  valle 
deOUbregas,  arrabaldes  orientaes  de  Lisboa, 
na  freguezia  do  Beato,  concelho,  dos  Olivaes. 

Foi  fundado  pela  rainha  D.  Luizade  Gas- 
mão,  viuva  de  D.  João  IV-— lançou-lhe  a 
primeira  pedra,  em  7  de  maio,  dia  da  Mater- 
nidade de  Nossa  Senhora  (outros  dizem  que 
em  13,  idia  de  Nossa  Senhora  dos  Martyres) 
do  anno  de  1666,  o  infeliz  D.  Affonso  VI,  fi- 
lho da  fundadora.  .      , 

Na  egreja  doeste  mosteiro  está  a  imagem 
de  Nossa  Senhora  de  Copacavancu  que  consta 
ser  copia  de  outra  do  mesmo  titulo^  çiuito 
venerada  no  logar  de  Copacavana,  partido 
de  Omasuyo,  bispado  da  P^z,  no  Peni.. 

Diz-se  que  Copacavana  é  palavra  amaréa 
(antigo  peruano)  que  «ignifica  logarf  ou  <ia- 
sento  da  pedra  preciosa. 

Foi  coUocada  na  egreja  esta  santa  imagem 
no  l.""  de  novembro  de  1706. 


5â6 


MON 


Pôra  a  imagem  mandada  fazer  (por  pedi- 
do  de  am  frade  d*este  convento)  á  casta  de 
D.  Tliereza  de  Mosooso  Sandoval  Espino* 
la  Gusmão  e  Roxas,  condessa  de  Santa  Cruz 
(vide  Monte-Mor-Novo)  qae,  depois  de  com- 
pletamente acabada,  a  levou  na  sua  carroça 
para  o  convento  das  freiras  agostinhas  des^ 
calças,  onde  foi  benzida,  hindo  no  dia  se- 
guinte para  o  mosteiro  de  Monte  Oiivéte. 

A  ordem  dos  agostinhos  descalços,  teve 
princípio  n*e6te  reino,  em  2  d*abrii  de  1663 : 
deu*lh*o  a  rainha  D.  Luiza  de  Gusmão,  fun 
dando  no  Valle  de  Xabregas  dous  conven- 
tos, o  i.*  de  religiosos ;  e  o  2.«  de  religiosas, 
que  se  descalçaram  no  mesmo  dia  f  de 
abril,  que  foi  dia  de  Nossa  Senhora  dos  Pra- 
zeres, em  presença  da  mesma  soberana,  que 
lhes  dera  uma  quinta  que  alii  tinha,  trans- 
formando em  mosteiro  metade  do  seu  pro- 
pilo palácio.  Descalçaram-se  cinco  frades 
6  cinco  freiras :  aquelles  vieram  do  convento 
da  Graça,  de  Lisboa,  e  estas  do  de  Santa  Mó- 
nica, da  mesma  cidade. 

Cada  freira  vinha  em  sua  carroça,  acom- 
panhada de  sua  madrinha,  que  era  uma  das 
principaes  fidalgas  da  corte.  Pararam  na  ca- 
pella  que  tinha  fundado  D.  Gastão  Coutinho 
e  que  então  era  de  Luiz  Gonçalves  da  Ca- 
mará Coutinho,  a  qual  estava  ricamente  or- 
nada, e  d*aqui  principiou  uma  procissão  até 
Xabregas,  com  as  dez  pessoas  que  se  viam 
descalças,  levando  as  freiras  os  rostos  com 
véus.  Hia  toda  a  comunidade  da  Graça. 

Os  hábitos  da  nova  regra  lhes  foram  lan- 
çados pelo  padre  mestre,  frei  José  de  Sotto- 
Maior,  commissario  geral  da  ordem.  Toda 
a  corte  assistiu  a  esta  imponente  ceremonia. 

As  freiras  ficaram  logo  no  seu  novo  mos- 
telro,  em  companhia  da  rainha ;  e  os  frades 
foram  para  o  seu,  fundado  em  uma  quinta 
próxima,  e  quasi  em  frente  do  mosteiro  das 
freiras.  Esta  propriedade  tinha  sido  de  Gon- 
çalo Yasques  da  Cunha,  e  se  chamava  já  — 
QiHnta  do  Monte  Oiivéte. 

A  imagem  da  padroeira  d*este  convento 
(Nossa  Senhora  da  Conceição)  era  de  barro, 
feita  por  frei  Agostinho  áoa  Anjos,  cónego 
de  S.  João  Evangelista  (loyo)  insigne  escul- 
ptor  em  barro,  e  nat^ral  de  Braga. 


MÍON 

Na  noite  de  sabbado,  23  de  outubro,  para 
a  de  domingo  do  anno  de  i683,  pela  noa 
hora  depois  da  meia  noite,  estando  a  egreja 
armada,  por  haver  Lausperenne,  estando  os 
frades  a  rezarem  matinas  no  coro,  e  nraila 
gente  na  egreja;  quando  os  frades  chegaram 
ao  psalmo  17.*  (BUiganí  te  Domine  fortituio 
mea)  quando  diziam— Ascefuití  fumas  tn  tm 
e/ttô,  et  ignis  à  fade  ejus  exarcit:  earbones 
Succensi  sunt  ab  eo^  —  cahiu  uma  vela 
sobre  o  throno,  que  rapidamente  se  inoen- 
díou,  e  como  a  egreja  era  pequena  e  baixa 
(os  rehgiosos  ainda  estavam  no  convento  ve* 
lho)  e  forrada  de  pinho  de  Piandres,  emoas 
momento  se  commuuicou  o  fogo  para  todas 
as  partes,  não  tendo  os  frades  mais  tempo 
do  que  salvarem-se,  levando  apenas  os  livros 
por  onde  resavam.  No  curto  espaço  de  duas 
horas,  ardeu  todo  o  edificio,  sem  que  se  po-^ 
desse  salvar  cousa  alguma.  A  imagem  da  pa« 
droeira,  como  era  de  barro,  lâú  o  teve  me* 
nor  perigo. 

Logo  no  domingo  pda  manhã,  foi  levado 
em  procissão,  o  Santíssimo  da  capella,  que  os 
frades  tinham  na  cerca,  para  a  egreja  das 
freiras,  onde  continuou  o  lausperenne.  Á  mis- 
sa conventual,  o  padre  frei  José  dos  Marty- 
res,  subindo  ao  púlpito,  fez  um  sermão  que 
commoveu  todo  o  auditório,  composto,  pela 
maior  parte,  das  principaes  personagens  de 
Lisboa,  tanto  pela  sua  nobresa,  como  pela 

1  Desço  a  estas  minuciosidades  por  achar 
n'isto  uma  notável  coincidência;  muito  mais 
porque  na  mesma  noite  do  incêndio  expul* 
sai;^m  os  inglezes,  da  cidade  de  Tanger 
(Africa)  a  t^dos  os  catholicos,  apesar  do  que 
tinham  estipulado  com  a  nossa  rainha  D» 
Luiza  de  Gusmão  na  escriptura  de  casamen- 
to de  sua  filha,  D.  Catharina,  com  o  rei  da 
Gran-Bretanha  Carlos  il.— Na  mesma  noite 
queimaram  os  mouros  todas  as  ejgrejas  chris- 
tans  doesta  parte  da  Africa.  Ainda  mais.  A 
darmos  credito  aescriptores  contemporâneos 
0*essa  mesma  ttoite  cahiu  a  espada  de  D.^* 
so  Henríqags  que  esuvasm  amaestatuad  eU 
1^  no  frontespieio  do  real  mosteiro  d' Alco- 
baça —  e  também  na  mesma  noite,  appare^ 
ceu  despedaçada  a  espada,  de  pedra,  da  es- 
tatua de  dó  rei  D.  Duarte  (pae  ds  D.  Affon* 
80  V  que  tomou  Tanoer  aos  mouros)  no  con* 
vento  da  Batalha.  Toaas  estas  coincidências» 
deram  então  muito  que  fallar,  e  muito  quo 
scismar. 


MON 

stia  Máeâtia  e  pelos  altos  empregos  que  oc* 
cnpavam  na  corte. 

Ainda  ontra  eoineidenda^o  tníroífoda 
mBsa  d'aqaelle  dia,  era^  Omnia  quw  fedi' 
ti  Dcmne,  in  x^rojuâUio  fecisti — de  eajo 
texto  tirou  o  sagrado  orador  todo  o  partido 
gue  lhe  proporcionava  a  sua  vasta  iotelli* 
gencia. 

O  mais  qae  diz  respeito  a  estes  dois  mos* 
teiros,  achal-o-hio  os  leitores  no  artigo  Xa- 
bregas. 

Monte  OlivéU,  é  também  o  nome  de  uma 
ma  de  Lisboa,  .perto  do  antigo  collegio  das 
nábres^  hoje  fscola  polyUchniea. 

MONTE  PARABOLOSO,  uo  MONTE  TE- 
ROBOLSO— Vide  Monte  de  Perobolso, 

M0NTE-RA20— Beira- Alta  j  a  6  kilometros 
a  E.  de  Lamego  e  6  ao  S.  do  Douro,  está  si- 
tuado este  vasto  monte,  ficando  lhe  a  N.  O., 
a  t  kilometros  de  distancia,  a  celebre  serra 
de  S.  Domingos  de  Fontelio  ou  da  Queima- 
da«  à  qual  o  Monte*Razo  excede  em  altura, 
mas  nSó  é  impinado,  nem  íngreme,  antes  fá- 
cil o  aecesso  e  suave  a  subida  pela  grande 
extensão  da  sua  base,  que  abrange  uma  área 
de  muitos  iôlomecros,  comprehensiva  de  par* 
te  das  fregueziás  de  Queimadella,  Queima- 
da, Toes,  S.  Romão,  S.  Thiago,  no  concelho 
de  Armamar,.  e  Salzedas,  no  concelho  de 
Mondim  da  Beira. 

Do  deu  longo  vértice  gosa-se  para  todos 
os  lados  um  panorama  extensíssimo  é  encan* 
tador,  avistando-se  a  cidade  de  Lamego,  as 
villas  de  Mesao-frio,  Villa  Real,  Tarouca, 
Armamar  e  outras  innumeras  aldeias;  as 
serras  de  Santa  Helena,  Nave,  Gralheira,  Pe- 
nude,  Marão,  Senhora  da  Piedade  e  outras, 
e  maior  ou  meno^  porção  de  todos  aquelles 
concelhos,  que  no  artigo— Fon/^/Zo— se  dis- 
se divisarem-se  da  serra  de  S.  Domingos, 
fronteira  a  este  monte. 

A  sua  mesma  elevação  torna  Monte-Razo 
muito  frio,  mas  em  certas  épocas  do  anno, 
em  que  a  húmida  e  densa  neblina  toma  as- 
sento por  dias,  e  ás  vezes  por  semanas,  nas 
povoações  próximas,  os  moradores  d*ella  vão 
ao  seu  amplo  cume,  e  alli  recebem  os  bené- 
ficos raios  do  appetecido  sol. 

M*esta  montanha  não  ha  rochas  graníticas, 
nem  de  outra  espécie  de  pedra,  e  difflcll  se- 


MON 


527 


ria  aehal-a  para  construir  um  pequeno  edf  • 
fido :  é  porém  na  parte  menor  povoada  de 
pinhaes  e  matto,  em  que  abunda  a  oaça;;  e 
na  máxima  parte  cultivada  e  fertil  em  tAta- 
tas  e  cereats,-  mormente  centeio  a  trigo,  da 
que  se  abastecem  as  fregueziás  a  qtie  eUa 
pertence. 

MONTE  REAL— Freguesia,  Bxtremadura, 
concelho,  oomaroa,  bispado,  districto  admi- 
nistrativo e  i4  kilometros  ao  S.  de  Leiria, 
140  ao  N.  de  Lisboa,  200  fogos. 

Em  i767  tinha  i38  fogos. 

Orago  S.  João  Baptista. 

O  povo  apresentava  o  cura  (nomeando  tm 
preabyteros,  dos  quaes  o  bispo  escolhia  um) 
que  tinha  90^000  réis  (em  trigo)  e  o  pé  d*al< 
tar. 

Esta  freguezía  foi  criada  pelo  bispo  da  Guar- , 
da,  D.  Pedro,  prior*mór  de  Santa  Craz  de^ 
Coimbra,  em  1513,  desmembrando-a  da  fre- 
guezía de  S.  Tbiago»  de  Leiria.  Os  freguezeS' 
ficaram  obrigados  á  fabrica  ák  egreja,  ca- 
pella-mór  e  sachristia,  e  ao  ordenado  do  pa* 
rocho,  qae  era  um  alqueire  de  trigo  por  ca- 
da fdro  inteiro,  e  os  solteiro»  ou  viúvos,  me- 
tade; e  d|>000  réis  em  dinheiro  que  lhe  da-- 
va  o  prelado,  além  de  todas  as  oflertas  pa-> 
rochiaes  da  egreja. 

Tinha  o  cnra  obrigação  de  ir  todos  os  ân- 
uos á  egreja  de  S.  Thiago,  de  Leiria  (então 
paroehial)  d'onde  antes  eram  flreguezes,  nos* 
dias  do  Espirito  Santo  e  Corpo  de  Deus.     • 

O  bispo  D.  Martim  Affonso^Mexia,  dispen- 
sou os  parochos  de  Uonte  Real  d'esta  obri* 
gação  (Uv.  do  registo,  a  fL  32). 

Havia  no  iogar  da  Povoa  de  Monte  Real,, 
uma  antiga  ermida»  dedicada  a  S.  João  Ba- 
ptista, que  serviu  de  matriz  á  nova  fregne- 
zia,  que  foi  principiada  com  40  visuihos. 

0  cura  tinha  casa  de  residência,  dada  tam- 
bém pelos  fregueses.  Aquelie  tinba  metade . 
das  ausentas»  e  a  ontra  metade  era  para  o 
cui^a  de  Carvlde,  com  obrigação  de  ambos 
as  rezarem  nas  suas  egrejaa;  porque  no  an- 
no de  1633,  o  bispo,  D.  Diniz  de  Mello,  des- 
membrou  d'esta  freguezia  o  iogar  de  Garvi* 
de,  para  formar  uma  freguezia.  t 

1  O  povo  de  Monte  Real,  oppoz-se  a  esta  . 
desmembração,  e  houve  pleito ;  mas  tendo ' 
aggravado  para  o  juizQ  dia  coroa,  não  tive* 


538 


liON 


O  logar  príDoipal  d!e8|a  freguesia  é.  a  vil- 
la.da  Póvoa,  que»  como  adiaoie  36  veta,  se 
chamoa  antigamente  Camarreu. 

Aqni  risidia  algum  tempo  o  rei  D.  Diniz  e 
soa  mulher,  a  rainha  Santa  Isabel,  peios  ân- 
uos de  1292,  e  então  afez  villae  lhe  deu  foral, 
com  muitos  privilégios,  liberdades  e  fóro9, 
mudando  *Ihe  o  nome  para  Monte  Real,  e  coo  • 
cedendo-lbe  jurisdicQao  independente  da  de 
Leiria. 

Está  a  freguesia  situada  sobre  (y  monte  da 
Boca,  sobranceiro  ao  Campo,  de  Leiria. 

Além  do  foral,  e  para  que  esta  fi*eguezia 
mgis  fácil  e  rapidamente  se  povoasse,  lhe 
passou  depois  uma  provisão,  cujo  theor  é  o 
seguinte :— (Traduçcão.) 

•Em  nome  de  Deus,  amen.  Saibam  qnan- 
«tos  esta  carta  virem,  que  en,  D.  Diniz,  pe- 
«la  graça  de  Deus  rei  de  Poringal,  emsem- 
*bra  (juntamente)  com  a  rainha  D.  Isabel, 
«mioha  mulher,  e  com  o  infante  D.  Affonso, 
«meu  íilho,  primeiro  herddro»  dou  a  fôro> 
«para  todo  o  sempre,  o  meu  reguengo,  que 
«chamam  Camarreu,  que  é  no  termo  de  Lèi* 
«riá,  desde  o  fando  até  ao  cimo  do  monte 
«chamado  da  Bócá ;  com  suas  sabidas  e  com 
«todas  as  suas  entradas,  e  com  todas  as  suas 
«pertenças  e  com  suas  adernas  i  a  todos  os 
«povoadores  da  minha  póbra  (póvoa)  que  se 
«chama  Mon-Real,  e  a  todos  os  seussuccea- 
«sores,  por  tal  preito,  e  sob  tal  condição»  que 

ram  provimento,  e  a  nova  freguezia  subsis- 
tia. 
^  Adéma  ou  adêmea,  não  era  terra  de  eam- 

{>o  descoberto  e  raso,  que  todos  os  annofi  se 
avra  e  cultiva,  nem  monte  maninho,  incul- 
to ou  bravio;  mas  sim  uma  terra  fructifera 
e  rendosa,  entre  o  monte  e  o  campo^  susce- 

Írtivei  de  toda  e  qualquer  produççap  agjrico- 
a.— A  quarta  parte  de  toaolós  ffructos,  e  coi- 
sas, que  Deus  hy  der,  tanUfem  da  addmea, 
eome  do  canpo:  s  do  que  anromperdes  na 
charneca^  o  quinto^  (Doe.  da  Universidade, 
de  1345.)  Em  outro  documento,  táipbem  da 
mesma  Univerèitíade,  de  1429,  se  lé:  A  quar- 
ta parte  de  todo  o  pam e linho,  quélhes  Deus 
dér  nas  dietas  terras^. assy  do  càmpOy  como 
adémea. 

Em  outros  muitos  documentos  dos  sécu- 
los XIII,  XIV  e  XV  se  vé  a  palavra  adêma 
ou  adêmea  empregada  com  a  mesma  signifi- 
cação. 


um 

«alies  pohrem  (povpem)  lavrem  a  afruUem 
«todo  o  djto  meu  reguengo,  ç  o  rompam  (ar- 
«roteem)  e  dêem  a  unim,  e  a  todos  os  meus 
«successores,  em  cada  um  anno^  o  quarto  do 
«pão,  e  de  todo  o  outro  fructo  que  lhes  Deus 
«dér;  em  salvo  salvando,  que  o  preço  dos 
«obreiros  devessem  a  pagar  do  monte,  e  não 
«dessem  d^elles  jugada,  e  das  adernas  não 
«devem  pagar  a  mim  fôro  nenhum,  e  elles 
«não  sejam  devidos  a  dar -me  mais.  E  eu  lhes 
«devo  dar  vigário,  ou  juizes,  assy  como  dou 
«nos  outros  meus  reguengos,  para  fazerem 
«perante  elles  direito,  e  elles  não  devem  ser . 
<  demandados  perante  outrem,  e  eu  devo  lhes 
«fazer  abertas,  sargentas  e  pontes^  boas  e  ca- 
«minhaveis,  onde  qi^er  que  sejam  mister; 
«em  esse  meu  reguengo,  e  manter-lh'os  pa- . 
<ra  todo  o  sempre;  e,  aquelles  que  morarem 
«continuamente  com  suas  mulheres,  e  com 
«suas  casa?,  no  dito  logar,  devem  ser  escusa* 
tdosd^hoste:  (isentos  do  serviço  miiitar)  e  em 
«todas  as  outras  cousas,  devem  f,azer  foro, 
«como  03  mais  dq  termo  de  Leiria,  que  mo- 
«ram  ao  longo  dos  da  mesma  yilla  de  Leiria, 
«tanto  como  elles  também  no  relego  (aqui  si- 
«gnifíca  reguengo:  vide  as  palavras  relega- 
ndo e  relego)  como  nas  outras  cousas. 

«Em  testemunho  d*i8to,  dei  aos  ditos  po- 
tbradoreSy  esta  miolia  carta,  selladacom  o 
«meu  sello  de  chumbo,  em  Lisboa,  no  pri- 
«meiro  dia  de  Julho,  da  era  de  1348  (20  de 
«junho  de  l3iO  de  J.  C.)— El-rei  o  mandou. 
*Ba7'tholomeu  Peres,  a  fez.» 

Esta  provisão,  ou  carta  regia,  foi  confir- 
mada e  mandada  guardar  inteiramente,  por 
nova  provisão  de  D.  João  I,  em  Santarém,  no 
anuo  de  1425--por  elrei  D.  Duarte,  em  Lis* 
boa,' a  9  de  dezembro' de  1433— por  D.  Af- 
fonso  V>  a  5  de  junho  de  1439— pelo  rei  D, 
Manuel,  a  iO  de  maio  de  1504— por  D.  João 
III»,  em  18  de  novembro  de  1528  — e,  final- 
mente, pelo  rei  D.  Sebastião,  a  44e  jçnha  de 
1578;  mas  este  rei  não  isentava  estes  povos 
de  serem  das  ordenanças.  Filíppe  IV  tam* 
bem  lhe  confirmou  estes  privilégios»  em  %S 
de  junho  de  1633. 

Teve  esta  villa,  hoje  extincta,.juizordii|a« 
rio,  camará,  com  tre^  vereadores,  e  tinha  por 
termo  Segodim^ 


MON 

Este  termo  principiava  no  ribeiro  do  Fra- 
de, e  peia  parte  do  eaiA^^  che  j^ara  da  Bóea 
até  ao  mar. 

O  campo  chamado  realèíigo  (o  mesmo  que 
relego — depoiâ  reguengo)  foi  empenhado  por 
O.  AíTonso  y,,por  contracto  feito,  com  o  con- 
de de  VillaRèai,  D.  Pedro  de  Menezes,  com 
as.  jugadas  e  oitavos,  por  i:700ò/ca5  de  pra- 
ta, que  importaram  em  8!000  crusados,  com 
mais  247)9600  réis— a  rasao  de  2^028  réis  o 
marco,  valor  de  então,  e  que  correspondia 
a  uma  hm;  reservando  para  si  a  alcaidaria- 
mór  de  Leiria,  as  sizas  e  ajudaria  ^  (Doe. 
do  cartório  de  S.  Domingos,  da  Batalha.) 

D.  frei  JPYancisco  de  S:  Luiz, 
diz  que  os  direitos  de  Leiria 
Qugadífs,  sizas,  etc.)  foram  ven- 
didos por  D.  Affonso  Y,  ao  con- 
•  de  de  Yilla-Real,  senhor  d'Âl- 

meida,  D.  Pedro  de  Menezes, 
em  duas  vidas,  e  com  pacto  de 
remissão,  depois  d^ellas,  por 
19:000  coroas,  da  120  réis  (a 
coroa)  que  montavam  então  a 
1:239  marcos,  e  bnça  e  meia 
de  prata,  da  lei  da  marca  de 
Lisboa,  a  rasão  de  1:840  reaes 
o  marco.  Esta  venda  foi  feita 
em  Évora,  a  18  de  março  de 
1475.  Inclue  .varias  condições, 
reservando  os  paços  reaes  de 
Leiria,  a  sua  alcaidaría-mór, 
judaria,  sizas,  jugadas,  etc. 

0  campo  realengo,  principia  no  logar  da 
Barrosa,  em  frente  d*elie,  e  vae  correndo  até 
ao  mar,  e  peio  meio  do  rio,  estando  de  uma 
e  outra  parte  muitas  povoações  e  freguezias, 
como  é— da  parte  do  mar,  Barrosa,  Barrei^ 

1  Judaria  ou  judenga  era  a  siza  que  D. 
João  n  irogoz  aos  judeus,  em  1489  (vide  Se- 
gitcrio.)  Nao  se  confunda  porém  com  Jude- 
rega,  qae  era  um  outro  trihQto  que  pagavam 
os  judeus»  (também  chamado  dos  tritUa  di- 
nlieiros)  por  cabeça,  para  lembrança  de  te- 
rem vendido  Jesus  Ghristo  por  30  dmheiros. 
Em  muitos  documento»  também'  se  dava  a 
este  vergonhoso  e  vexatório  tributo— erra- 
damente—o nome  áe  judaria  i^  judenga.  Bem 
cara  pagavam  os  pobres  judeus  a  tal  ou  qufl 
tolerância  que  gosavam  em  Portugal  t 


MON 


529 


ros,  Amor,  CoileinUeira,  Moáte-Real,  Gran- 
ja, Cravlde;  Passagem  e  yieira--6  da  outila 
parte,  Gandara  dos  Olivaes,  Regueira  de 
Pontes,  Riba  d* Aves,  Ruivaqueira,  Lagoa, 
Yiúrzeas,  Arroteia,  e  multas  outras  aldeias, 
^dè  uma  e  outra  parte. 

Até  à  ponte  de  Monte-Real,  chama-se  Cam- 
po  Velho,  e  d*alli  até  ào  mar,  se  vae  conti- 
nuando de  ambas  as  margens  do  rio,  com 
diversos  nomes,  que  são  —  Laereiro,  PaiU, 
Molhão,  Yolta;  Gampo  da  Pedra,  etc. 

Em  todo  este  eanbpo  ba  muitas  lesirias, 
ée  differentes  proprietários,  que  pagaVam 
dé  direitos,  o  terço  dos  fructos,  excepto  no 
districto  de  Monte  Real,  onde  sámêMeM  pa- 
gava o  quarto,  por  privilegio  que  lhe  con- 
cedeu a  rainha  Santa  Isabel.  Ainda  n'este 
districto  havia  algumas  sortes,  que,  por  gra- 
ça especial  da  mesma  senhora,  pagavam,  uns 
o  quinto,  outros  ainda  menos. 

Havia  antigamente  vários  empregados  (pa- 
gos pelas  rendas  do  campo)  para  assistirem 
ás  partilhas  do  pão,  e  para  as  mais  diligen- 
cias poisas. 

Alem  d*este  tributo,  jà  bastante  pesado, 
todos  os  que  tinham  sortes  n'este  campo, 
pagavam  o  dizimo,  sem  â*isso  serem  Isentos 
os  capitulares  ou  beneficiados  da  sé. 

O  prior-mór  de  Santa  Cruz  de  Coimbra  (a 
cuja  juiisdicção  pertenceu  o  futuro  bispado 
de  Leiria)  e  o  clero  d'esta  cidade,  doaram 
ao  rei  D.  Diniz  e  a  sua  mulher,  na  era  de 
1347  (1309  de  J.-G.)  a  terça  parte  dos  dizi- 
mós  (do  pão  somente)  d'este  «campo,  no  lo- 
gar chamado  Comarinha  do  Monte  da  cabe* 
ça  di  D.  Sancha  (é  o  monte  da  Boca)  desde 
o  fundo  (da  raiz  do  monte)  até  ao  mar. 
»*  Esta  doação  foi  sob  a  condição  de  què, 
com  o  producto  d*eâta  terça,  se  abrúiam  e 
manteriam  abertas,  as  valias  precisas  para 
beneficio  do  campo;  e  ique  d'esta  terça  se 
não  gastasse  senão  no  rompimento  e  conser- 
vação das  taes  valias.  (Doe.  do  cabido  de 
Leiria ) 

No  mesmo  cartório  existe  um  documento 
que  prova  que  em  1441  (reinando  D.  Affoa- 
60  Y)  ji  este  campo  era  cortado  por  valias. 

No  logar  de  Monte-Real,  houve  um  palá- 
cio, ou  mandado  lazer -por  D.  Diniz,  ou  pór 


(530 


MON 


•eBe  reeducado,  onde  reaMBn;  com  soa  mu- 
Bier  e  a  soa  easa.  Ainda  ha  minas  d*eBte 
paço.  __ 

Em  1807  se  aoboa  n'esU  frepiezia  (pró- 
ximo á  nascente  de  agna  mineral  de  qoe  em 
aegnida  trato»  jnnta  de  nm  penedo»  cebrín* 
do  com  am^  dos  lados  varias  medalhas  ro- 
manas, da  cobre  e  latão,  mettidas  na  cavida- 
de de  nma  outra  pedra;  d*eUas  fallo  também 
adiante)  um  pequeno  altar  portátil,  de  24 
centímetros  d*altura,  que  se  conserva  no  ga- 
binete de  numismática  da  biblíotheca  oa- 
eional  de  Lisboa,  i  de  mármore,  e  estava 
.enterrado  a  uns  70  centímetros  abaixo  do 
.  fiok).  Tinha  na  frente  a  inscrlpçSo  seguiole: 

F.  S. 
FRONTO- 

invs A- 

VITVS 

•  •••••■•     A«    £i««*««**»« 

Já  se  vé  que  é  intraduzível,  pela  lálta  de 
muitas  letras  que  a  acção  do  tempo  des- 
truiu. 

A 1300  metros  a  N.O.  do  sitio  dos  Cocdes, 
doesta  freguezia,  junto  á  raiz  de  um  peque- 
no monte,  contíguo  ao  campo  realengo,  nas- 
ce em  uma  rocha,  uma  telha  de  agua  mine- 
ral 

Este  monte,  pela  sua  structura  e  forma- 
ção geológica,  parececontinuação  do  em  que 
está  situada  a  povoação  de  Konte-Real;  sen- 
do, pela  maior  parte,  formado  de  saibro 
.  amarello,  areia,  argilla,  e  feldspatho-calca- 
reo,  UHis,  com  tanta  irregularidade,  que  pa- 
rece um  amontoado  de  pedras,  de  diversos 
tamanhos  e  espécies»  formando  uma  pedrei- 
ra mixta. 

N'esta  zona  de  rochas,  que  caminha  pela 
raiz  do  monte,  e  nas  camadas  de  terra  pró- 
ximas, observam^se  uns  afloramentos  bran- 
cos, de  sabor  algum  tanto  amargo  e  salino. 

Nas  escavaç5es  que  mandou  aqui  fazer  o 
bispo  de  Leiria,  D.  Manuel  de  Aguiar,  em 
.  1806,  para  se  fazerem  duas  pequenas  casas 
de  madeira,  para  n*ellas  se  tomarem  banhos,. 
notou-*se  nas  cavidades  das  pedras  que  se 
^arrancavam  epor  onde  a  a(ua  passava,  cer-. 


IfON 

to  deposito  de  côr  cinzenta,  muito  friável,  e 
com  dieiro  sulphoroso.  Em  outras  pedras 
se  via,  em  pequena  porção,  oxido  de  fen^, 
ou  ocre. 

Em  distancia  de  uns  30  metros  da  nascen- 
te da  agua  mineral,  sente-se  um  cheiro  he- 
pático, ou  de  ovos  chocos. 

Por  onde  corre  a  agua,  deixa  um  sedi- 
mento cinzento-claro,  quasi  insípido,  que, 
lançado  no  lume,  arde»  sem  chammã,  mas 
com  fluno  forte  e  suffoeante,  como  o  do  en- 
xofre. Mergulhando-se  a  mão  na  agua  da 
nascente,  sente-se  calor,  mas  o  thermome- 
tro  F.  mostra  apenas  67%  e  o  de  R.  IS""  50. 

A  sua  Gòr  é  quasi  hyalina  transparente, 
sabor  hepático»  amargo,  contendo  gaz-hy- 
drogenio-sulphurado. 

São  pois  estas  aguas  stdf^ureas  hepatieas 
salinas  frias,  contendo  sulphato  de  magne- 
sia,  carbonato  e  muríato  de  soda  e  gaz  aci- 
do carbónico. 

Ainda  que  frias,  applicamse  em  banhos, 
que  se  tomam  sem  incommodo  notável. 

Ha  todas  as  razões  para  acreditar  que  es- 
tas aguas  já  eram  conhecidas  no  tempo  dos 
romanos»  porquanto,  apezar  de  que  na  se- 
gunda escavação  que  aqui  se  fez  em  1807, 
as  medalhas  e  cippos  que  se  acharam  es- 
palhados na  terra,  Junto  à  fonte,  não  mos- 
trassem insoripção  alguma  allusiva  a  esta 
agua,  e  ao  seu  emprego  como  medicinal,  to- 
davia, as  legendas  romanas  das  moedas,  e  a 
inscrípção  do  altar  (ou  ára)  que  fica  mencio- 
nada, provam  exhuberantemente  que  os  ro- 
manos conheceram  estas  aguas,  e  por  aqui 
residiram,  pelo  menos  temporariamente. 

A  maior  parte  das  medalhas  eram  frus- 
tras (inúteis  por  se  lhes  não  conhecer  o  cu- 
nho) —  o  resto  d*ellas  que  ainda  conserva- 
vam, no  todo  ou  em  parte,  as  gravuras  pri- 
mitivas, eram  as  seguintes: 

l.«  — Um  busto  d'homem,  com  a  legenda 
circular— mp.  JojausxbSR  pivs  avg.— no  re- 
verso ^  uma  figura  de  corpo  inteiro,  tendo 
aos  pés,  de  um  lado,  S.  e  do  outro,  G.--em 
volta,  a  legenda  —  prov^entia  aug. 

2.*  —  Apenas  se  pôde  ler  «-  avrblivs. 

3.*  -*  Só  se  lé  ^  PfflLIPPVS  CBSAR. 

4."  — Só  se  lé  — iNA  (a  imperatriz 

Faustina?) 


1.*— A  mais  aaliga— era  aéeS*  João  Ba- 
ptista, oa  Póvoa  de  Monte-EeaL  Já  di^  que 
eervia  por  al^om  lompo  de  matriz  da  nova 
.  fregneiia*  --  Foi  damolida  gnando  se  fez  a 
^  egreja  pavoçbiali  ficando  o  padroeiro  da  ca- 
pella  a  ser  da  fregaezia.  Estava  n^esta  ermi* 
.4a»  de  tempos  ipunemoriaes  e  por  auotori- 
.  dade  regia,  estabelecido  mm  bodo  (como  o 
^oe  havia  nas  Cortes»  Reguengo^  e  Batalha). 
Deixou  de  existir  com  a  ermida. 

S.*  —  JDa  rainha  Santa  hakeU  Não  tem 
lendas  próprias»  o  culto  e  reparos  é  feito 

.  com  esmolas.  Foi  feita  ua  casa  que  foi  paço 
de  D.  Dij^iz  e  da  mesma  santa,  uo  logar  da 
Pévoa.  Foi  mandada  construir  pelo  bispo  de 
Lsiria»  D«  Martim  Affonso  Mexia»  para  obstar 
i  obra  que  n'este  edificio  queria  par^t  si  fa- 
zer o  duque  de  Caminha,  D.  Miguel  de  Me« 

.  nezes.  Tem  contraria»  e  se  lhe  faz  a  festa  no 
dia  próprio. 

3.«-^i)rosia  Senhora  da Eiperaw^-^x^ 
,  qmmta  do  Ferro^  que  foi  de  Manuel  da  Mot- 
la  Madureira.  Foi  f  eàta  por  Henrique  da  Cu- 
,  Aba»  em  i60tv  sendo  bispo  D.  Eedro  de  Cas- 
tilho. O  fundador  a  dotou  com  renda  suffi* 
.  dente»  por  esoriptura  publica»  que  existe  no 
archivo  da  meza  episcopal  A  sua  primeira 
.  invocação  foi  de  iVosia  Senhora  da  Consola' 
;  içior  Dissesse  n'ella  aprimeira  missa»  por  li- 
cença do  prelado,  em  1605.  (L."*  do  registo 
da  camará  ecclesiaslica»  a  fl.  100  v.) 

MONTE -R£DOHDO—freguezia»  Extrema- 
dura»  comarca»  concelho»  bispado»  districto 
administrativo  e  i6  kilometros  a    de  Leiria 
â!M)  ao  N.  de  Lisboa»  500  lògos. 
Em  1757,  tinha  276  fogos. 
Orago  Nossa  Senhora  da  Piedade. 
A  mitra  apresentava  o  cura»  que  tinha 
130j;000  réis  de  rendimento,  proveniente 
d*ttm  alqnere  de  trigo  de  cada  fogo  inteiro 
«  S5  réis  por  um  quartão  de  vinho»  os  meios 
fogos  (s<4teiros  e  viuvas)  metade»  o  bispo 
lhe  dava  3^000  em  diiAeiro.  Tinha  mais  as 
.  offertas  d4  ermida  parochial  e  das  annexas 
.  e  as  au^eptes. 

Os  logares de MonteRedondo»  Coimbrio» 


MON 


531 


.  Ervedeira»  e  ons  casaes  e  uns  moinhos  pró- 
ximos» pertenceram  até  1589,  á  íreguezia 
de  Souto.  Os  moradores  d*aquelles  logares  e 
casaes»  requereram  vo  bispo»  D.  Pedro  de 
Castilho,  para  formarem  parocbia  indepen- 
denie»  o  que  o  prelado  lhes  concedeu  n*aqu^- 
leanno.^ 

Dm  ^ma  terra  de  prazo  dis  eommenoa  de 
Alcobaça,  havia  uma  ermida  dedicada  à  I(os- 
sa  Senhora  da  Piedade. 

Esta  terra  andava  emprasada  a  António 
Fernandes  e  a  sua  mulher  Lucrécia  Bordei- 
ra.  Pretenderam  os  povos  a  que  a  egreja 
matiiz  se  edificam  n'este  sitio»  emphiteutas 
consentiram  de  boa  vontade  acontecendo  o 
mesmo  pela  paote  do  commendatario,  fazen- 
do doação  livre  do  terreno»  desistindo  do 
do  direito  du  apresentação  do  parocho»  a 
que  lhe  dava  direito  a  circunstancia  de  se 
fazer  a  egreja  no  seu  chão. 

Os  freguezes  ficaram  obrigados  á  fabrioa 
da  egreja»  capella-môr»  sachristia  e  casas  de 
residência  do  arocho.  assim  como  ao  orde- 
nade  d.este,  que  era  o  que  fica  dito. 

A  egreja  matriz  é  pequena.  No  altar-môr 
esta  a  padroeira»  em  nicho  de  pedra,  dou- 
rado e  pintado»  tendo  o  Senhor  morto  nos 
boaços.  Tem  dois  altares  lateraes. 

Ha  n'esta  fregaezia  a  capella  de  Santo 
Akixo,  muito  pequena»  e  em  uma  matunha» 
no  sitio  do  Paço.  Não  tem  fabrica,  pelo  que 
n'ella  se  não  diz  missa. 

Ha  tambom  a  edicula  de  Nossa  Senhora  das 
MercêSt  na  quinta  que  foi  de  Diogo  Pimen- 
ta. Também  não  tem  fabrica»  nem  é  benta» 
e  nunca  aqui  se  disse  missa. 

MGMTE-REDGNDO— freguezia»  Extrema- 
dura»  comarca,  conselho»  e   kílometroe  ao 

áe  Torres  Vedras  40  ao  N.  O.  de  List)oa» 
110  fogos. 

Em  1757»  tinha  37  fogos. 

Orago  o  Espirito  Santo. 

Patriarchado  e  districto  administrativo  de 
Lisboa. 

Os  beneficiados  de  S.  Miguel  de  Torres 


1  Já  em  visita»  no  anno  de  1574  tinham 
estes  povos  pedido  para  constituirem  fre- 
gnezia;  porem  respondeu-selhes  que  reoue- 
rsssem  ao  prelado  diocesano,  s  que  flze- 
^  ram. 


532 


MÒN 


Yeâras  apresentava  o  cura,  qtie  tinha  00^000 
réíd,  qúe  lhe  davam  os  henèâeíadós,  é  40  al- 
queires de  trigo  e  um  quatto  de  Yinho,  dado 
pelos  freguezes. 

Foram  senhores  donativos  dVsta  freguezia 
FeioSy  ou  Feios,  que  procedeu  de  Martim 
Gil  d'Athaydey  cognonimínado  o  Feto,  e  de 
D.  BI  vira  Annes.  Doestes  descendeu  Pêro 
Fêo'  estriheíromór  de  D.  Áffonso  V  eLopo 
Alvares  Féo  cunhado  do  cardeal  D.  Jorge  da 
da  Gosta,  e  porgenltor  da  nobiissima  casa 
de  Pancas. 

Os  Feios  trazem  por  armas,  em  campo 
azul,  três  bandas  de  purpura,  perfiladas  de 
ouro.  Timbre,  um  leão,  rompente,  de  prata, 
bandado  e  armado  de  purpura. 

Alem  da  casa  de  Pancas,  aparentada  com 
as  mais  nobres  casas  de  Portugal,  ha  em  di- 
versas partes  d*este  reino  vários  ramos  dos 
Feios,  dí3tioguindo-se  alguns  dos  seus  mem- 
bros pelos  importantes  legares  que  occupam 
na  republica,  principalmente  na  magistra- 
tura, onde  muitos  d'elles  teem  brilhado,  ]à 
como  éscriptores  Jurídicos,  já  como  julga- 
dores. 

Note-se  que  fêo  é  também  uma  antiga  pa- 
lavra portugueza,  e  o  mesmo  que  feno;  mas 
não  o  a  que  actualmente  se  dà  este  nome, 
herva  bem  conhecida.  O  feno  ou  féo  dos  an« 
tigos,  é  a  rama  (ou  agulha)  séeca  de  pinhei- 
ro, que  nas  províncias  do  norte  se  chama, 
em  umas  partes  carva,  em  outras  carúma^ 
e  em  outras  moliço, 

MONTE  It£D01fD0-*^freguezia,  Minho,  co- 
marca e  concelho  dos  Arcos' de  Vallè  dè  Vez, 
30  kilometros  ao  O.N.O.  de  Braga,  390  ao  N. 
de  Lisboa,  Sb  íbgos. 

Em  i757,  tinha  98  fogos. 

Orago,  S.  Bartholomeu,  apostolo. 

Arcebispado  de  Braga,  distrícto  adminis- 
trativo de  Yianna. 

Os  viscondes  de  Vllla  Nova  da  Cerveira 
apresentava  o  abbade,  que  tinha  ZSOÍOOO  rs. 
de  rendimento  annual. 

É  terra  muito  fertfl.  Cria  muito  gado  de 
toda  a  qualidade,  e  tem  muita  caça. 

Consta  que  antigamente  os  parochianos 
da  actual  freguezia  de  S.  Payo,  dos  Arcos 
de  Yalle  de  Vez,  pertenciam  a  esta  fregue- 
zia de  Monte  Redondo,  até  que  aquella  foi 


MÒN 

creada  nó  meado  dô  século  XTI;  porém  isto 
nio  passa  de  tradição. 

MOUTE-SIiO  —  Ontèi^,  Sxtremadura, 
(ao  S.  do  T^b)  na  ffegàezia  éáÁmòrsL  e 
Corroios,  conceRid  do  Steíxal,^  corirarcá  d'A1- 
mada,  pattíarehado  e  districio  administrati- 
vo.de  Lisboa,  d*ondé'dista  18  kitometroisi  ao 
S.—  (Vol.  !.•,  pag.  »!,  col.  !.•)  • 

No  plató  d*este  outeiro  está  edificada/ a 
egreja  matriz  da  freguezia,  cujo  orago  é  JVc^- 
sã  Senhora  do  Monêe^Siao,  iiotne  tomado  do 
sitio. 

Em  volta  d*e8te  outeiro  ha  outros,  que, 
por  serem  de  menor  altura,  lhe  nao  limitam 
os  horisontés;  pelb  que  d'elle  se  gosam  bâ« 
líssims^  vistas  de  povoações,  oútehros,  teà- 
ras,  pomares,  vinhas  e  hortas,  e  ò  belló  e 
magestojo  rio  Tejo.  ; 

Consta  por  tradição,  que  uns  negociantes 
da  earreh-a  da  IHdia,  trouxeram  do  reizk)  de 
Siâò*  uma  imagem  da  Virgem,  é  a  collòca- 
ram  em  tima  ermida  qtie  lhe  ^construíram 
no  sitio  da  egreja  actual;  porém  nio  me^- 
ce  credito  similhante  tradição,  porque,  todos 
sabem  que  só  no  principio  dò  l^VI  século 
principiámos  ad'  noàsas  navegações  parao 
Oriente,  e  á  capella  já^xistié  'no  fim  sécu- 
lo XIV,  dó*  que  ha  documentos  no  cartório 
da  Sé  patriarehal. 

É  provável  que  a  devoção  dós  fieis  "para 
com  esta  Senhora,  os  levasse  a  ampliar  a 
primitiva  capella,  dando-Ihe  as  actuaes  di* 
menèões,  de  modo  a*poder  servir  de  matriz 
da  parochia. 

Na  capella  da  padroeira,  está  a  sepultura 
de  D.  Marcos  de  Noronha,  filho  d'outro  ^o 
mesmo  nome,  naturaes  doesta  freguezia.  Tem 
um  epitaphio  enumerando  os  pastos  e  em- 
pregos que  teve  em  Portugal. 

Segundo  se  colige  do  Sanetuario  Xãnian' 
no  (vol.  2.«,  pag.  448),  ainda  em  1707  não 
era  esta  egreja,  parochial.  Resumo  aqtii  o 
que  n*aqueila  obra  se  diz  a  este  respeito. 

Não  ha  mtUtos  annos  (estamos  eth  i707) 
mataram  n*êstá  fireguezia  um  cavallehro  dos 
principaes  d'ella,  chamado  Jeronytoò  &omes 
do  Amaral,  com  o  qual  tinha  tido  alguhias 
razões,  um  outro  cavalleiro^  por^iibme,  Se- 
bastião da  Gama  Lobo,  da  fregdezia  d' Ar- 


renteUa,  qae,  |K)rÍ8to  ficou  indigiudo  como 
assassino,  o  que  muito  o  afiligia,  por  estar 
iniiocenie.  Invocou  o  patrocínio  da  Senhora 
do  Monte-Sião,  e  ihe  fez  uma  novena,  para 
que  o  assassino  fosse  descoberto.  No  flm 
d*€tta,  lhe  appareceu  em  casa  um  individuo, 
eoafessando  ter  morto  o  Amaral  involunta- 
riamente; com  cujo  aeto  ficou  Justificado 
Lobo  como  innocente. 

Este,  em  acção  de  graças,  gastou  muito 
diobeira  em  obras  áa  capkla, 
'  Da  mesma  obra  consta  porém,  que  já  en- 
tão aqui  bavia  pia  baptismal,  pois  n'ella  foi 
bapiisado  um  filho  de  Lobo,  posto  que  nas* 
eido  na  freguezía  da  AirenteUa  (d'onde  a  da 
Amora  se  veio  depois  a  desmembrar,  para 
formar  parochia  independente.) 

MONT£-VIL*-Yide  Monfalvo. 

MOMTE- VIRGEM  —  freguesia,  Alemtejo, 
concelho  e  comarca  do  Redondo  (foi  da  co- 
marcai  de  Monsaraz),  30  kilometros  d*£vora, 
iW  ao  S.E.  de  Lisboa,  70  fogos. 

Em  1757,  tinha  57  fogos. 

Orago,  Nossa  Senhora  do  Monte-Virgem 
(antigamente,  S.  Mathias). 

Arcebispado  e  districto  administrativo  de 
Évora.  A  mitra  apresentava  o  cura,  que  ti- 
nha 180  alqueires  de  pão. 

É  terra  muito  fértil,  sobretudo  em  cereaes 
e  viaho. 

MONTE-VISEU  ou  0R6ENS— logar,  Bei 
ra- Alta,  na  freguezia,  concelho,  comarca,  bis- 
l>ado  e  districto  administrativo  de  Viseu, 
d*onde  dista  2  kilometros  a  O.,  na  encosta 
de  um  monte,  tendo  ao  sopé  um  fresco,  ame- 
no e  deleitoso  valle.  É  um  dos  mais  bonitos 
sitios  dos  arrabaldes  da  cidade,  pelos  seus 
bosques  umbrosos,  regados  por  vários  ar- 
royos. 

Havia  n*este  sitio  uma  antiquíssima  ermi- 
da, dedicada  a  S.  Domingos,  pertencente  ao 
cabido.  Frei  Pedro  d'Alemanços,  frade  fran- 
ciscano, pediu  ao  cabido  a  cessão  d'esta  er- 
mida, para  fundar  um  mosteiro  da  sua  or- 
dem (que  foi  dos  mais  antigos  do  reino). 

Com  a  annnencia  do  cabido,  sendo  bispo  D. 
João  Homem,  e  por  breve  do  papa  João  XXIH, 
deu  fr.  Pedro  principio  ao  mosteiro,  em  1410. 

Passou  depois  o  convento  a  ser  vigariaria 
do  de  Santo  António  de  Viseu. 

vouna  V 


MON 


533 


Na  pequena  egreja  d'este  mosteiro,  havia 
uma  capella  de  Nossa  Senhora  da  Gonceição^ 
da  qual  foram  padroeiros  os  Mesquitas  Gas- 
tellos-firancos,  de  Viseu. 

Nossa  Senhora  de  Monte- Viseu,  ou  deOr« 
gens,  era  objecto  de  grande  devoção  dos  po- 
vos de  Viseu  e  de  todo  o  seu  áro. 

Varias  vezes  n*esta  obra  ter 
nho  íállado  em  ár0,  tombo  do 
áro,  etc«  —  Julgo  a  propósito 
(para  os  menos  instruídos)  dar 
aqui  a  significação  d'esta  pa« 
lavra. 

Áro,  no  antigo  português,  e 
ainda  usado  em  algumas  terr 
ras  do  n#rte,  significa — arco, 
cÂrcumfereneiaj  contiguidade^ 
visinhança,  termo,  subúrbios 
ou  arrabaldes  de  uma  eidad^ 
villa»  ou  qualquer  grande  po* 
voação,  que  fica  no  centro  d'el* 
le.  Assim,  dizem  os  foraea^  em- 
prasamentos,  védorias,  apéga- 
ç$es,  eto.  dos  nossos  passados 
—aro  do  Porto,  de  Lamego,  de 
Bragança,  de  Visetk,  etc.  etc. 
(Vide  Viseu.) 
MONTEIRAS— freguezia»  Beíra-Alta,  con- 
celho e  comarca  de  Gastro-Daire,  18  kilome^ 
tros  a  O.  de  Lamego,  310  ao  N.  de  Lisboa, 
160  fogos. 
Em  1757,  tinha  ISO  fogos. 
Orago,  o  Espirito  Santo. 
Bispado  de  Lamego,  districto  administra- 
tivo de  Viseu. 

O  abbade  de  Gastro-Daire  apresentava  o 
cura,  que  tinha  40AXK>  réis  de  côngrua  e  o 
pé  d*altar. 

É  terra  bastante  fértil.  Gria  muito  e  bom 
gado,  e  é  muito  abundante  de  caça,  do  chão 
e  do  ar. 

MONTEIRO-MÓR— O  officio  de  monteiro- 
mór,  respeitava  antigamente  só  a  caça  de 
montaria;  assim  como  o  de  caçador-mór,  ou 
faleoeiro-mór,  a  caça  do  ar.  Depois  unin-se 
tudo  em  um  só  ofilcio,  com  o  titulo  que  ser- 
ve de  epigraphe  a  este  artigo.  Deu-lhe  regi' 
mento,  D.  Philippe  lU,  em  20  de  março  da 
lfi05. 
Acham-se  monteiros-móres,  desde  o  rei- 


634 


MON 


nado  de  B.  FernaDdo  I,  em  que  Doarte  Na< 
nes  de  Leio,  Da  sua  ehroniea,  meneiona,  co- 
mo  monteiro-mór  d'aqiieile  monarcha  (em 
1379)  Gonçalo  Ânnes  (a  que  oatros  cirnam, 
Gò&çale  Ayres). 

Gil  Martiní  Dontel,  foi  monteiro^mór  de 
D.  João  I,  por  earta  regia  do  2  de  maio  de 
i388,  datada  da  ddade  do  Porto.  Em  26  de 
ftgosto  de  4434,  o  mesmo  soberano,  estando 
em  Bellas,  deu  este  officio  a  Lopo  Vaz  de 
Castello- Branco.  (Bsle  Lopo  Yaz,  é  progeni- 
tor dos  condes  de  Pombelro^  marquezes  de 
Bellas.)  —  N'esta  carta  declara  o  rei,  qne  o 
faz  monteiro-mór,  sobre  todos  os  monteiros 
das  comarcas. 

Este  Lopo  se  achoa  na  tomada  de  Ceuta 
(Africa)  e  teve  o  mesmo  offido  nos  reinados 
de  D.  Daarte  e  de  D.  Affonso  Y— Lopo  Vaz 
de  Gastdlo-Branco,  era  casado  com  uma  fi- 
lha de  Antão  Passanha,  um  dos  filhos  do  4.*' 
almirante,  Lançarote  Passanha. 

No  reinado  de  D.  João  I!,  teve  este  officio, 
D.  Diogo  Fernandes  de  Almeida,  em  1482. 
Em  6  de  janeiro  de  1486,  por  carta  datada 
de  Santarém,  onde  então  estava  o  rei,  foi 
feito  alcaide-mór  de  Torres-Novas. 

Em  1497,  tidfaa  este  officio,  D.  Álvaro  de 
Lima,  reinando  D.Mannel;  segaindo-se-lhe, 
no  mesmo  reinado,  D.  João  de  Lima,  e  a 
este,  D.  Luiz  de  Menezes,  que  o  foi  ainda  de 
D.  João  III.— SegQiu-se  n'este  reinado,  Jor- 
ge de  Mello  (a  quem  o  rei  fèz  do  sen  conse- 
lho, em  Almeirim,  a  22  de  maio  de  1524). 

D*aqai  em  diante,  continnon  o  officio  de 
monteiro-mór,  nos  descendentes  de  Jorge  de 
Mello,  até  ao  reinado  de  D.  João  Y,  em  qne 
o  foi  D.  Henrique  de  Noronha  (filho  2.»  de 
D.  Pedro  António  de  Noronha,  l.*"  marquez 
d'Angeja)  pela  alliança  com  D.  Maria  de  Mel- 
lo, sua  sobrinha,  filha  do  ultimo  Francisco 
de  Mello.  Foi  monteiro-mór  por  alguns  ân- 
uos, e,  morrendo  sem  successão,  tomou  a 
viuva  a  casar,  com  Fernão  Telles  da  Silva 
(3."»  filho  do  conde  de  Tarouca,  João  Gomes 
da  Silva),  que,  por  sua  mulher,  teve  o  offi- 
cio, por  carta  de  janeiro  de  1728. 

Ainda  até  ao  reinado  de  D.  Maria  I,  era  o 
emprego  de  monteiro-mór,  um  officio  com 
exercício,  depois  pass<m  a  ser  um  titulo  me- 
ramente honorifico. 


MON 

MONTELAVAR— Yide  MMe-lMor. 

MONTE-NÊGAO— Vide  JíUião  de  Moinai 
negro  (São),  a  pag.  425,  coi.  t%  do  3.<'  vol. 

MONTES— Vide  João  dos  M(mUs  (Sê»),  a 
pag.  414,  ool.  1/  do  3.«  voL  • 

MOHTBSIMBO  —  fregnezia,  Traz-os-Moft- 
tes,  concelho,  comarca,  Bispado  e  distri<)to 
administrativo  de  bragança  (eala  fn»goezia 
está  perto  da  raia  hespai^ola),  60  kiJoBW^ 
tros  ao  N.  de  Miranda,  490  ao  N.  de  Lisboa. 

Tinha  em  1757, 14  fogos,  e  em  1852,  20. 

Orago  Santa  Cruz. 

0  reitor  de  Garrj^oea  apresentava  o  enrit 
que  tinha  8^500  réis  de  cengma  e  o  pé  4b 
aitar. 

£eta  freguezíA  foi  sapprimida,  por  peque- 
na, e  annexada  a  Garragosa.  <YoL  2.%  pag. 
117,  col.  1,*) 

Era  uma  paroehia  muito  antiga,  pois  qne 
já  existia  em  13S4.  —  O  mosteiro  de  Gastfo 
d'Aveiians,  se  intromettia  a  pôr  mempoÊlê- 
res  (juizes)  nas  aldeias  e  legares  t^^  jisit- 
dicção  civil  pertencia  ao  rei.  N'aquelle  an- 
uo, D.  Afifonso  IV  prohibiu  este  Abuso,  pra- 
ticado  em  vários  legares»  e  nomeadamenle 
em  Montesinho  e  QtUntaiíHha.  Yide  Garra- 
gosa, no  logar  citado. 

MONTES-GLAROek-aldeia»  Alemtf^e,  ire- 
gaezia,  eoncielho  e  2  kiiometros  de  Borba, 
comarca  e  12  kiiometros  de  Estremou,  4  de 
Yilla  Yiçosa,  no  arcebispado  e  distrido  std- 
ministrativo  d'Evora.  Situada  em  uma  va^ 
planície.  Aqui  houve  uma  grande  batalha,  no 
dia  17  de  junho  de  166I&,  entre  oa  portngue- 
zes,  commandados  por  D.  António  Lais  de 
Menezes,  conde  de  Ga&tanhede  e  L"  marques 
de  Marialva;  e  os  caatelhanos,  eommandades 
pelo  marquez  de  Garracéna;  sendo  estee 
completamente  desbaratados*  (Para  evitar 
repetições,  vide  vol.  l.«,  pag.  418»  col  2;*)  i 

Esta  batalha  gloriosa,  foi  dada  proximiD 
ao  convento  de  Nossa  Senhora  da  Luz»  de 
frades  paulistas,  chamado. vulgarmente x^oii- 
vento  de  Montes^  Claros,  cuja  origem  é  a  ee- 
guinte : 

Em  um  valie  deiiciosissimo^  nio  só  peia 

1  Em  memoria  d'esta  batalha,  erigiram,  es 
portuguezes,  pouco  depois  d*ella,  e  no  sitio 
onde  se  deu,  uma  egreja,  dedicada  a  Nossa 
Senhora  da  Vidoria. 


•baiklaBeia  d^apias  qae  o  regam  d  tecili- 
fim,  eomo  pelos  outeiros  que  o  eeream,  co- 
liisrtos  de  hortas  e  pomares,  fandaram  Vfi$ 
erimttas,  pelos  annos  de  1416,  reinando  D. 
Joiu)  I,  nm  oratório,  deéicado  a  Nossa  Se- 
nhora da  Lm,  e  easas  para  residência  d'el* 
les. 

Viviam  estes  anachoretas  sem  regra  mo- 
nástica, empregando^se  em  doutrinar  e  ia* 
•tmir  os  povos,  e  em  orar  a  Deus,  até  qae, 
em  1584  foi  confirmada  a  ordem  dos  monges 
de  S.  Paulo,  1.*  eremita,  por  bnlla  do  papa 
Xisto  V;  e  estes  religiosos,  em  nm  capitulo 
eel^rado  no  mosteiro  de  Valle  do  Infante, 
00  anno  seguinte,  se  «peitaram  a  nova  ro* 
gra,  tomando  por  stta  padroeira  a  da  antiga 


MON 


585 


Eram  estes  religiosos  muito  estimados  em 
toda  a  proTíncia  geralmente,  e  em  particu- 
lar, pelos  duques  de  Bragança  —  qae  resi- 
diam em  VilUt  ViQoea  —  pela  humildade  e 
pobreza  voluntária  em  que  viviam,  e  peias 
muitas  virtudes  que  j^aticavsm. 

As  senhoras  da  casa  de  Bragança,  man* 
daram  foxer  uma  nova  imagem  (de  roca)  de 
Nossa  Senhora  da  Luz,  eonstituindo-se  suas 
mas,  e  lhe  deram  riquíssimos  vestidos. 

  duqneza,  D.  Leonor  de  Gusmio,  mulher 
do  duque  D.  Jayme,  vioha  muitas  vexes  vi- 
eitar  esta  Senhora,  e  lhe  ièe  nmitat  e  valio- 
sas offertas. 

•  A  duqueza,  D.  Luiza  de  Gusmio  (filha  do 
(iuque  de  Medina-Sidonia  e  mulher  do  du- 
que D.  João,  depois  rei,  4;<'  do  nome)  tam- 
bém teve  muita  devo^  com  esta  Senhora, 
6  quando  se  foi  para  Lisboa,  já  como  raintia, 

•  deixou  nmito  reeommendada  ás  suas  da- 
mas que  ficaram  nos  paços  de  Yilla»Yiçosa. 

Diz  a  lenda  que,  quando  o  duque  D.  lay- 
me  assassinou  a  sua  esposa  (a  dita  D.  Leo- 
nor de  Gusmão,  filha  de  D.  João  de  Gus- 
mão, 3.*  duque  de  Medina-Sidonia)  na  noi- 
te de  2  de  novembro  de  1512  (vide  VUla- 
ViçoiOy  no  logar  competente),  mandara  met- 
ter  o  cadáver  em  um  caixão  e  colloeal*o  so- 
•bre  uma  mulla,  a  qual,  sem  que  pessoa  al- 
guma a  guiasse,  foi  ter  ao  mosteiro  de  Mon- 
^s-€laros,  onde  os  religiosos  lhe  deram  se- 
pultura. 
(t!  o  que  é  certo,  é  ter  aqui  sido  sepultada  a 


duquesa,  até  que  provada  plenamente  a  sua 
innoeeneia,  foi  seu  cadáver  trasladado  para 
a  egreja  do  mosteiro  das  freiras  das  Chagas^ 
de  Villa-Yiçosa,  <mde  jaz« 

No  artigo  Villa- Viçosa,  tratarei  do  mais 
que  respeita  a  este  mosteiro. 

MONTES  DE  PIEDADE  e  GELLEIR08 
GOMICUNS-- Nas  cortes  que  se  celebraram 
nos  paços  da  Ribeira,  em  Lisboa,  (as  27.^ 
doeste  reino)  sendo  regente  a  rainlia  D.  Gar 
tfaarina,  viuva  de  D.  João  III,  na  menori- 
dade de  seu  neto,  |o  rei  D.  Sebastião -^ 
que  assistiu  ás  mesmas  cortes,  tendo  ape- 
nas 8  annos  de  edade— (1562-1563)— ({>^ 
397,  col.  1.*  do  2.*  vol.)  pediram  os  procura- 
dores dos  povos,  que,  onde  houvessem  ren- 
das do  eoncelhOy  se  instituíssem  celleiros 
comtMms,  para  supprimento  de  annos  cate- 
reis;  O  que  foi  approvado  pelos  três  estados. 

De  alguns  dos  capítulos  das  cortes  de  Tlio- 
mar,  que  Phiiippe  II  íez  convocar  em  1581» 
deprehende-se  que  semelhante  pedido  foi 
sancciouada 

Principiaram  logo  na  provinda  do  Alem- 
tejo  a  estatieiecer-se  estes  celleiros  com- 
muns,  e  esta  instituição  em  breve  se  propa- 
gou por  todo  o  reino;  mas  no  Alemtejo  ha- 
via mais  do  que  em  todas  as  outras  provín- 
cias juntas,  sendo  o  maior  d'a4fttelia,  o  de 
Beja,  que  ainda  existe,  bem  como  muitos 
outros. 

Foi  uma  lembrança  feliz,  que  em  annos 
de  fome  tem  por  muitas  vezes  arrancado 
das  garras  da  usura,  aos  lavradores,  forne- 
cendo-lhes  por  am  juro  modícissimo,  sus- 
tento e  sementes. 

Notemos  que,  apezar  de  ser  hcje  moda, 
dizer  mai  dos  frades  e  dos  fidalgos,  e  de  tu- 
do quanto  lhes  dizia  respeito,  os  povos,  so- 
bretudo as  íamilias  pobres  (os  proletárias, 
como  agora  sé  diz)  llrâs  deviam  grandes  be- 
nefleios;  pois,  alem  das  esmolas  das  porta- 
rias, e  do  immenso  numero  de  famílias  que 
empregavao^  dando-lhe  pãe  e  trabalho,  em 
muitos  conventos  e  em  muitas  casas  de  fi- 
dalgos opulentos,  estava  em  uso  (em  muitas 
partes  até  por  condições  expressas  nae  doa- 
ções, ou  nos  regulamentos  dos  mosteiros,  .e 
nas  instímições  dos  vínculos  dos  fidalgos) 
não  se  abrirem  as  suas  tulhas  ou  celleiros» 


536 


MON 


senão  nó  i.*  de  jaaeiro,  to  Sol;  6  so  1;*  de 
maio,  ao  Norte.  D'e8te  modo,  em  anno  de 
fome,  os  pobres  acbavam  n'estas  lulhas  on 
celleíros,  os  oereaes  e  legumes  por  am  pre- 
ço relaiivamente  módico,  e  livravam  se  da 
avareza  dos  prodaclores,  qne  se  quizessem 
prevalecer  das  ciretunstancias.  Hoje,  qoe  Dão 
ha  oelleiros  moaasiieos,  e  qae  também  qoa* 
Hi  os  nào  ba  de  fidalgos,  devia  o  goverao  to- 
mar a  iDiciaUva  d'este  caritativo  melhora- 
memo,  fazendo  estabelecer  em  todos  os  coq* 
eelhos,  estes  eelleiros  eommmis,  ou  outra 
^inalqaer  institaição  que  vaatajosameme  os 
aobetitaisse. 

Os  MoMTBs  DB  PiBDÁDs,  cnim  também 
umas  instiiaições  caritativas,  e  qoe  grandes 
henefleios  proporcionaram  aos  necessitados, 
«mprestando*lheft  dlnlieiro  por  um  juro  li- 
mitadíssimo, sobre  qoalqner  objecto,  qoasi 
pelo  seu  valor,  livrando  os  mutuários  da  vo- 
ragem dos  onzeneiros. 

Ignora-se  onde  e  quando  os  montes  depiê' 
4ade  tiveram  princípio.  Suppõe-se  que  foi 
na  Itália,  no  século  XY,  e  que  d'aqui  pas- 
saram á  Baviera  e  depois  á  França,  e  por 
fim  a  toda  a  Europa.  As  caixas  económicas 
firancezan^  sao  também  uma  espécie  de  mon- 
tes de  pieáade. 

£m  Lisboa  e  Porto,  estio  ha  bastantes  an- 
nos  estabelecidas  caixas -económicas,  onde  o 
mutuário  aeba,  pelo  juro  de  8  •/%  recursos 
para  ocoorrer  ás  suas  necessidades  mais  ur- 
gentes, sem  a  desgraça  de  cahir  em  poder 
dos  usurários  que  emprestam  a  iOO  o/*.— 
Pena  é  que  a  estes  pro videntes  estabeleci- 
mentos se  nào  tenha  dado  maior  latitude. 

MONTOITO  ou  MOMTOUTO— viUa,  Alem- 
tejo,  concelho  e  comarca  de  Redondo  (foi  da 
comarca  de  Monsaraz)  30  kilometros  d'fivo- 
ra,  ifiO  ao  S.£.  de  lâsboa,  S50  fogos. 

Orago,  Nossa  Senhora  da  Assumpção. 

Arcebispado  edistricto  administrativo  de 
Évora. 

Esta  freguezia  não  vem  no  PorL  Sacro  e 
Profano, 

È  povoação  muito  antiga,  mas  não  consta 
que  tivesse  foral  velho. 

D.  Manuel  lhe  deu  foral,  em  Lisboa,  a  25 
de  outubro  de  1817.  (lÁoro  de  foraes  novos 


ttOO 

do  Aitmt^,  fl.  108,  ool.  1.*— Y^ja-se  ua'glit 
veta  6.",  maço  l.*»,  o  n.*  221-^  e  o  processe 
pa^  este  foral,  na  gaveta  20,.maço  12,  n.*  10.) 

N.B.  Este  foral  acha-se  re- 
petido no  mesmo  livro  de  ío^ 
raes  novos  do  Alemtejo,  a  fl. 
110  v.,  col.  2.» 

É  uma  povoação  pequena  e  não  me  consta 
que  tenha  nada  de  notável. 

O  seu  território  é  muito  fértil  em  todos 
os.generos  agrícolas,  cria  muito  gado  de  to- 
da a  qualidade  e  nos  seus  montes  ha  muita 
caça. 

Fei  couto,  com  justiça  própria,  mas  vinha 
um  escrivão  de  Monsaraz  fitfer  as  audienr 
cias.  A  camará  era  composta  de  dois  verei* 
dores  e  do  juiz  or/linario,  que  era  o  vei*ea^ 
dor  mais  velho  e  juiz  pela  ordenação. 

Foi  eommeoda  da  Ordem  d'Aviz,  e  a  meza 
da  consciência  apresentava  o  vigário,  que  ti- 
nha 90^000  róis  de  côngrua  (parte  pago  em 
cereae»)  e  o  pé  d*aitar. 

MONTOUTO— freguesa,  Traz-òe-Montes» 
concelho  e  comarca  de  Yinhaes  (foi  do  con- 
celho, extincto,  de  Santaiha,  comarca  de  Bra- 
gança), 80  kilometros  de  Miranda,  490  ao  N. 
de  Lisboa,  130  fogos. 

Bm  1757,  tinha  31  fogos. 

Orago,  S.  Pedro,  apostolo. 

Bispado  e  districto  administrativo  de  Bra- 
gança. 

O  papa  e  o  bispo  apresentavam  alternada- 
mente o  ahbade^  que  tinha  300^000  réis  de 
rendimento. 

Esta  freguesia  está  situada  prtximo  da 
raia  hesíianhola.  Ê  fértil  e  cria  muito  gado 
de  toda  a  qualidade.  Nos  seus  montes  ha 
abundância  de  caga,  grossa  e  miúda. 

O  angmento  da  população,  de  1757  para 
hoje,  não  é  porque  ella  se  tenha  desenvolvi- 
do; mas  porque  se  lhe  uniram  as  pequenas 
íreguezias  de  Casares,  Cerdêdo^  Carvalhas^ 
LamàêdOy  e  Villarinho  das  Toucas.  (Vide  voL 
2.*,  pag.  144,  coL  2.*,  na  palavra  Casares.) 

MÕO— portuguez  antigo— líd. 

MÓOLO  ouMÓOLLO— portuguez  antigo-* 
molho,  peixe  pequeno. 

MOORDOMO— portuguez  antigo— mér- 
domo,  feitor. 

MOOUMHO -—português  antigo— também 


MÓR 


Mcm 


337 


ae  dizia  tnóêinha  e  motuinho.  Vide  eol.  í* 
da  pag.  348  d*este  vol^  na  palavra  tnoçoco — 
6  col.  1«,  da  pag.  369,  do  loesmo  voi.,  na  pa- 
lavra molachino. 

M0Q9E  ou  ALPITRA— portogaez  anti- 
go*->iim  dos  qnatro  tribatos  qne  o^  mouros 
eooqaistados  e  ainda  nio  convertidos,  paga- 
vam aos  reis  de  Portugal.  Bra  a  decima  dos 
seus  gados.  Além  d*este,  pagavam  também  o 
azaqui—K  decima  de  todos  os  fructos  das 
suas  terras;  o  tributo  de  cabeça^  ou  pessoal, 
que  pagavam  no  1.*  de  janeiro  de  cada  an* 
no;  e,  finalmente,  a  quarentena,  que  era  de 
40—1  (2  Vz  o/*)  de  tudo  quanto  possuíam. 
Em  i  170,  D.  AiTonso  Henriques,  e  seu  filho 
D.  Sancho  (depois  l.*do  nome)  deram  carta 
de  segurança  aos  mouros  forros  de  Lisboa, 
Almada,  Palmella  e  Alcácer  do  Sal,  para  que, 
nem  christão  nem  jtideu  lhes  podesse  fazer 
mal:  e  que  podessem  adentre  elles  eleger  um 
alcaide,  que  decidisse  os  seus  negocias  e  con- 
tendas,  impondo-lhes  os  tfibutos  annuaes-— 
um  mãravidi  por  cabeça,  depois  que  podes- 
sem ganhar  a  sua  vida;  alQtra  e  moque,  e  a 
decima  de  todos  os  seus  trabalhos  (que  era  o 
azaqui)  e  que  amanhariam  as  vinhas  da  co- 
roa, e  que  venderiam  os  figos  e  o  azeite  do 
rei,  pelo  preço  da  villa.  Esta  carta  confirmou 
depois  a  rainha  D.  Dulce,  e  suas  filhas  (as 
rainhas  D.Thereza  e  D.  Sancha— Vide  Lor 
vao  e  Monte-Mór-Velho)  e  D.  Soeyro,  eleito 
de  Lisboa.  ^  D.  AíTonso  II  também  confir- 
mou esta  carta,  em  1220. 

MORA— villa,  Alemtejo,  cabeça  do  conce- 
lho do  seu  nome,  comarca  de  Monte-Mór- 
Novo  (foi  da  comarca  de  Arrayolos)  40  kl- 
Jometros  ao  N.  de  Évora,  24  ao  O.  de  Aviz, 
12  ao  S.  de  Montargil,  6  ao  O.  de  Cabeção, 
^  ao  OSO.  das  Galveias,  100  ao  SE.  de  Lis- 
boa, 300  fogos. 

£m  1757  tinha  170  fogos. 

Orago  Nossa  Senhora  da  Graça. 

Arcebispado  e  distrlcto  administrativo  de 
£vora. 

0  tribunal  da  mesa  da  consciência  apre- 
sentava o  prior,  qne  tinha  ISO  alqueires  de 

1  D.  Dulce  foi  mulher  de  D.  Sancho  L 
Era  filha  de  Raymuodo  Bercngarío  (5."*  do 
nome)  conde  de  Barcelona,  ede  D.  Petro- 
ailha,  rainha  de  Aragão. 


trigo,  120  de  cevada  e  lOWOO  réis  em  di- 
nheiro. 

O  concelho  é  composto  das  4  freguezias 
seguintes,  todas  no  arcebispado  de  Evort-^ 
são— Águias  (ou  Brotas)  Cabeção,  Mora,  e 
Pavia.  Todas  estas  freguezias  foram  des* 
membrada«í  do  concelho  de  Mooíte  Mór-No- 
vo,  para  formarem  este.  É  povoação  antiga» 
mas  não  se  sabe  quando  nem  por  quem  foi 
fundada.  Também  não  consta  que  tivesse  fo- 
ral  velho.  D.  Manuel  lhe  deu  foral,  em  Évo- 
ra, a  23  de  novembro  de  1519.  fUvro  dos 
foraes  novos  do  Alemtejo,  fi.  113  v.,  col.  2.*) 

Era  commenda  da  ordem  de  Aviz,  que, 
além  do  prior,  apresentava  (pela  mesa  da 
consciência)  um  beneficiado. 

Ha  na  freguezia  três  ermidas— S.  Sebas- 
tião, S.  Pedro  e  S.  Julião. 

Tem  casa  de  Misericórdia  e  hospital,  oi^ 
rendimento  foi  em  1874»  de  l:8S3i^545  réis. 

O  termo  de  Mora,  ainda  que  pequeno,  teoi 
grandes  montados,  onde  se  criam  muitas  va* 
ras  de  porcos,  e  outros  gados;  tem  muitas 
colmeias  que  produzem  mel  e  cera,  de  ópti- 
ma qualidade,  e  são  abundantíssimos  de  ca- 
ça, grossa  e  miúda. 

O  seu  território  é  muito  fértil  em  todos  os 
géneros  do  paiz,  sendo  os  seus  vinhos  de 
superlativa  qualidade. 

É  esta  villa  banhada,  pelo  N.,  pela  ribeira 
do  sen  nome,  que  rega  e  fertihsa  seus  po- 
mares (de  excellentes  fmetas)  hortas  e  cea- 
ras, e  a  provê  de  óptimo  peixe. 

m6rA— freguezia,  Traz-os«MoBtes,  conce- 
lho de  Vimioso,  comarca  a  24  kilometros 
de  Miranda  (foi  da  comarca  do  Mogadouro) 
450  kilometros  ao  N.  de  Lisboa. 

Tioha  em  1757,  23  fogos. 

Orago  Santo  André,  apostolo. 

Bispado  e  districto  administrativo  de  Bra» 
gança.  O  reitor  de  Algoso  apresentava  o  vi- 
gário, confirmado,  que  tinha  8^000  réis  de 
côngrua  e  o  pé  d'altar. 

Esta  freguezia  foi  no  principio  d'este  sé- 
culo supprimida,  por  pequena,  e  annexada 
á  da  villa  de  Algoso. 

M0RAD£A— portnguez  antigo— moradia, 
residência,  morada,  e  também  cassuria.  Ere^ 
linquimos  a  moradéa  ao  dito  morteiro.  (Doe. 
de  Alpendurada,  de  1312  e  1313). 


588 


HCMl 


MÒR 


Diz-86  moradia  k  nm  peqaeno  ordenado 
que  dão  os  reis  de  Portugal  e  Hespanfaa  aos 
moços  fidalgos  qae  servem  nos  paços  reaes, 
e  por  isso  se  diz — moço  fldal^  com  mora- 
dtOy  e  mais  valgarmente  hoje— com  exerci- 
do  no  paço. 

.  HMAES— fregaeziayTraz-os-MoDteSyOCHi- 
ceUio  e  comarca  de  Macedo  de  Cavalleiros, 
(foi  até  id5S,  do  coQcekho  de  Izeda,  comarca 
de  Ghaoím)  40  kilometros  de  Miranda,  465 
ao  N.  de  Lisboa,  160  fogos. 

Em  1757  Unha  4i  fogos. 

Orago  Santo  Andró^  apostolo. 

Bispado  d  districto  administrativo  de  Bra- 
gança. 

A  mitra  apresentava  o  reitor,  que  tinha 
40^000  réis  e  o  pé  de  altar. 

Foi  n'esta  freguezia  o  solar  dos  Jíoro^s 
qiied'eUa  receberam  o  appellido,  on  lh'o  im 
poseram  como  nome.  Tanto  a  povoação  co- 
mo esta  familia,  são  muito  antigos,  pois  já 
em  lil/7,  reinando  D.  Affonso  li,  aqui  vivia 
Gonçalo  Rodrignes  de  Moraes,  cajo  bracão 
d'armas  (que  passou  aos  'Moraes,  seus  des- 
cendentes) é-Hescttdo  dividido  em  palia ;  na 
1.*,  de  púrpura,  uma  torre  de  prata,  lavra- 
da de  negro^  com  telhado  d*oiro,  grimpado 
de  uma  bandeira  de  prata,  contra- chefe  de 
ondas  d*azul  e  prata— na  f.«,  de  prata,  uma 
amoreira  verde,  com  raizes— -contra-chefe 
estreito  de  terra— «Imo  d'aço,  aberto— tim- 
bre, a  tcHTe  das  armas. 

Outros  do  mesmo  appellido.  asam  só— 
escudo  dividido  em  palia— na  !.■,  d*ouro, 
Bma  amoreira  v^rde— na  2.%  de  púrpura, 
uma  torre  de  prata,  lavrada  de  negro :  con- 
tra*chefe  estreito,  d^ondas  d'azul  e  prata.  O 
mesmo  elmo  e  timbre. 

Os  Moraes  e  Veras,  trazem  p<Mr  armas— 
eeeudo  dividido  em  palia— na  i.*,  de  prata, 
uma  amoreira  verde-r-na  2.',  d*ouro,  duas 
bandas  negras — o  mesmo  elmo  e  timbre  an- 
tecedentes. 

Moraes  ou  amoraes^  é  portuguez  antigo 
-^-significa  legares  plantadas  de  amoreiras 
— amoreiraes. 

MORANGAL— quinta  vinculada,  Douro, 
na  freguezia  d'£spinhel,  concelho  e  comar- 
ca d' Águeda,  bispado  de  Aveiro.  Foi  dos  Al- 
meidas. Em  1580,  Francisco  Pinto  d^Ahnei- 


da  e  sua  mulher,  D.  Leonor,  (andaram  }ua» 
to  ás  casas  nobres  d'esta  quinta»  uma  ex* 
cellente  capella,  de  íbrmosa  cantaria,  dedi« 
cada  a  Nossa  Senhora  da  Esperança. 

Pelos  annoa  de  1710,  D.  Ghristovam  de 
Santa  Maria,  cónego  regrante  de  Santa  Craz^ 
de  Coimbra,  e  bisneto  dos  fundadores  da 
capella  (e  instituidores  do  vinculo)  a  reedá» 
ficou  com  grandes  magnificência.  É  ainda 
dos  tiior(^ffilo4  io  Morai^L 

Esta  qninta  já  existia  no  tempo  dos  godos^ 
e  foi  oecupada  por  uma  familia  mourisca» 
desde  720  até  1064w  Então,  restaurando  D. 
Fernando  Magno,  de  Leão,  a  cidade  de  Coim- 
bra e  todo  o  seu  vasto  território,  do  poder 
mauritano,  os  monges  do  mosteiro  da  Yac* 
cartça,  na  Bairrada  (Mealhada)  Justificaram 
perteneer-lhes  as  povoações  de  Jlfoçarrot 
(hoje,  Yilla  Nova  de  Monssarros,  no  conc«» 
lho  e  comarca  da  Anadia)  com  a  sua  egrar 
ja;  Sangalhoê;  Barró^  com  a  sua  egreja; 
Moramgaus  (Marangal)  Tamengos;  Horêr; 
Ventosa;  e  Cepins:  além  de  outras  povoa- 
ções menores. 

Vé-se  pois  que  a  casa  do  Morangal,  e  a 
povoação  do  mesmo  nome,  são  antiquiasif 
mas. 

MORDOMO  DA  GURIA  t  (mórdomo-móf 
da  casa  real.)  Antigo  emprego  da  cérte. 

Não  se  sabe  quando  nem  onde  teve  prín* 
do,  mas  já  ^istia  ao  reinado  de  Dagober^ 
to  1.%  de  França  (628  a  638  de  J.  C.). 

Da  França  passou  á  flespanha,  no  tempo 
dos  godos,  e  d'estes,  aos  reis  de  Oviedo, 
Leão,  Gallfza  e  Castella;  e  depois  a  Portu- 
gal. 

O  conde  D.  Henrique  teve  mórdomo-mór; 
e  é  certo  que  já  existia  este  emprego  «m 
Portugal,  pois  qw  em  1112,  do  1.^  anno  da 
viuvez  de  sua  mulher  D.  Thereza,  regente 
do  reino  na  menoridade  de  seu  filho,  D.  Af- 
fonso Henriques  (que  tinha  então  3  annos,  ou 
pouco  menos)  em  uma  escriptura  de  doa- 
ção que  esta  senhora  fez  a  Froyla  Spasso, 
da  egreja  de  Santa  Leocadta,  em  terra  de 
Bayão,  se  nomeia  (xonçalo  Rodrigues,  mór^ 
domo  da  casa  da  rainha.  Mas  no  tempo  do 

t  Mordomo  vem  das  palavras  Iatii»8^ 
mator-^íointa— quer  dizer— o  inotror  daesmsL 


MOft 


MOB 


bn 


conde  D.  Henrique,  4e  D.  Afikmeo  YZ»  deD* 
Qtreia,'  etc^  tinha  eate  emj^ego  diflèrentea 
BOonea,  eemo  adiante  se  diriL 

Em  iii3,  já  exeroia  este  oíficio,  Egas 
€k>Miiáeey  de  Bayao,  eono  eonsta  de  ootfa 
eacrtiitiLra  da  meema  rainha»  pela  qnal  dooa 
a  D.  Anião  Yestrariz  (outros  dizem,  Aniâo 
Eêtrada)  a  viila  de  Góea. 

Ainda  em  llld  eramdrdomo  da  rainha  o 
referido. Egas  Gocendes. 

Este  IK  Aniào  Vestrariz*  era 
um  senhor  astnrianoy  que  po- 
voou a  vlUa  de  Góes,  em  ii30, 
ou  pouco  antes. 
(Vol.  3.*,  pag.  28a,  eoL  1*. 

No.fl»00MNfiito  dM  márdomoê^-márâs^  se  diz 
Móféomghmér^  quer  diur  como  o  maior  luh 
mom  éa  ca$a  á^el-rei^  para  ordenar  fsast- 
lo^é  em  seu  mamiimewêo,  etc, 

D*elle  dependiam  os  offlciaes  e  eirados 
da  easa  real,  e  por  sua  ordem  se  lhes  paga- 
vam as  moradias.  Provia  vários  offieios, 
mandando  passar  alvarás  de  provimeno. 
Admátiia  os  vaMMUos  do  rei  a  differaites 
graus  ou  foros  de  nobreiía,  seino  havia  de- 
feito para  que  fosse  necessário  o  suppri- 
mento  do  monarcha. 

No  tempo  dos  antigos  reis  de  CasteUa, 
em  de  tanta  importância  esia  emprego,  que 
oHes  o  davam  aos  seus  primogénitos  O  in- 
fante D.  Pemando^  i.»  fltho  de  D.  Afibnso, 
o  sabiOy  foi  mórdomo-mór  de  sen  pae.  O  in- 
Attle  D.  Pedro,  o  foi  d»  D.  Fernando  IV,— 
O  nossso  rei  IK  Diniz,  fez  mórdomos-méres 
a  seos  filhos  naturaes,  D.  Aífonso  Sanches  e 
D.  João  Aífonso.  Finalmente,  os  reis  de  Por- 
ttigal,  sempre  escolheram  para  seus  mérdo- 
mos-mores,  entre  os  rieos-homens,  e  se- 
nhores de  terras,  da    primeira  nobreza. 

O  nosso  rei  D.  Diniz  que  deu  o  A^gímafi- 
io  dos  móí^éomoè^mórts^  goíott^se  paãra  elle, 
pela  tei  das  Partidas  (Parte  2.%  tit.  9,  pag, 
17.)  que  copiou  quasi  litleralmente. 

Nos  primeiros  tempos  da  nossa  monarehia, 
davam  se  dífferenies  nomes  a  este  emprego, 
taes  como-HÍa]9t/'(^,  ewriae  dapifer,  mator- 
âomus^  maior-domus  palato^  dispensator  do- 
fkus,  regiae,  princips  curiae,  comes  palatii^ 

.616. 


Antigamente  havia  mórdomo-móre  mór- 
domos-menores,  da  casa  real.  Aquelle  era 
muitas  vezes,  apenas  um  titulo  honorário, 
e  eale  era  sempre  de  exercício  e  serventia, 
e  se  denominava  ^stib-dapifèr.  ou  simples- 
mente mordomo  da  curta. 

Hórdomos-móres  que  houve  em  Portu- 
gal, desde  o  oonde  D.  Henrique  at^ 
ao  rei  D.  João  V. 

1.*  Gomiso  Nimes-^  no  anno  de  iUt. 
tj"^ Gonçalo   Bodrigme  (da  caea  da  rai- 
nha) no  mesmo  anno. 
^•-—Egas  Gozendes  de  Bauà(h-^  iii3  a 
áii6. 
4.'»--Gonçato  Bodriffoes  d'Ávre^-^^  rainha 

D.  Thereza. 
^.^^■^MonioMendês^-áA  mesma  senhora  e  do 

conde  D.  Fernando— ii27. 
ò-^^-^Hermigio  Ifbmzr-de  IX.  Affonso  Henri- 
faea,  antes  de  ser  aedanado  rei  dos  por* 
tuguezes  (Í&30  a  ilM.) 
l.^-^Egas  Jfonixr— desde  1139  a  HW.  (Fal- 
leceu  a  li  d'agoato  doeste  último  anno,) 
Na   doação   do   cott^,  ao 
mosteiro  benedictino  da  Gn- 
eujães  (hoje  Couto  de  Gucu- 
jies,  freguesia   do   concelho 
d'OÚveira  d*  Azeméis)  feita  por 
D.  Affonso  Henriques,  em  7  de 
julho  ès  ii39  (ig  dias  antas 
de  ser  aeclasMido  re^  se  vé 
assêfuado  E^as  Moais,  como 
ctuiae  dapifer;  e  Feraâo  Pi- 
res, como  moior-damiM  mfan- 
tu.  Vé  se  que  o  grande  Egas 
Moniz  era  mórdomo-mór  ho- 
norarii^  e  Femio  Pires,  ser- 
yenluarlo. 
&«—!).  Mendo  de  Bragançan^ik^. 
9.*— D.  Ffmdo  Pires  (eu  D.  Famão  Gapti- 
vo)-^ll47— Passou  a  mórdomo-mór ;  mas 
tinha  a  servenlia,  Mendo  Affonso,  que  era 
mórdomo^menor  (sub -dapifer.) 
.  Goneta  isto  da  confirmação  geral  de  to- 
dos os  bens  que  a  Só  de  Viseu  então  pos- 
suia,  e  na  doação  do  couto  de  Moraz,  4 
mesma  egreja  de  Viseu,  no  anno  de  ii52. 
Veem-se  n*estes  dois  documentos  assignadoa 
o  mórdomo-mór  e  o  menor. 


540 


MON 


Este  Feraão  Ph^,  era  se- 
nhor de  Lafões  e  pdoamar 
ê  bom  affecto  (diz  o  doea- 
mento)  fiM  D*  Afíonso  Hen- 
riques lhe  jinha,  dea  foral  á 
villado  Banbo,  no  mesmo 
^  anoo  de  1152. 

Í0.«— D.  Gonçfl/o— 1159. 
ái.«— D.  Faíco— 1161. 
iS.«— D.  Gonçalo  de  Sou^a— 1164.  (Vide  Pa- 
Iha-Gana  de  Alemquer— 4oada  n'e8te  an- 

-  oOy  por  D.  Affonso  Henrí<fãe  ao  mosteiro 
de  S.  João  de  Taroaea.  Ghamava-se  en- 

•  fão  Falhaeaan.) 

Id.*" — Gonçalo  JKnKÍe^— 1165— Assigna  em 

'  janeiro  d*e88e  anno,  eomo  tal,  ama  doa* 

çãõ  que  ao  mosteiro  de  cónegos  regran- 

*  ^8,  de  S.  Saltador  de  Tnhias,  fez  D.  The- 
reza  Affonso»  viava  de  Egas  Moniz. 

I4.<^0  conde  Vaico-4e  1169  a  1183. 
15.*~PAiro  Femanifes— também  em  1169— 
Ainda  era  mórdomo-mór  em  1175,  e  co- 
mo tal  assignon  a  doação  qne  D.  Affonso 
^  I,  e  seus  filhos,  fizeram  do  couto  de  Gei- 
ça  a  D.  Payo  Egas,  abbade  d*aqueUe  mos- 
teiro (de  Geiça.) 

Gust^me  a  ^er  que  hou- 
vesse  simultaneamente  dois 
mordomos  mores;  mas  assim 
se  vô  em  tarios  escriptos. 
iò^-^O  conde  D.  líendo— 1191— (supponho 
que  era  o  eonáe  M em  Gonçalves,  que  as- 
signou  a  confirmação  do^  couto  de  Ganas 
de  Senhorim,  dado  por  D.  Sancho  I  a  D. 
João  Pires,  bispo  de  Viseu^  em  1186.) 
i7 .•'--Gonçalo  Mendes  de  Soti^a— 1194— Aa- 

-  signou  a  doação  do  couio  da  Barra  (Fi- 
gueira do  Foz  do  Mondego)  ao  mosteiro 
de  Santa  Maria  de  Geiça,  que  D.  Sancho 
I  lhe  fez  em  1495,  e  outras  liiuitas-^té  a 
doação  que  o  mesmo  rei  fez  a  elle  Gon* 
calo  Mendes,  este  a  assignou  e  confirmou. 

I8.«  D.  João  iF^^nuNufos— 1205— Gonfirma  a 
doação  da  quinta  de  Lourosa,  em  terra 
de  Laf9eS|  feita  por  D.  Sancho  I  a  D.  Lou: 

-  renço  Viegas,  abbade  de  Lorvão. 
19.^— '/>.  Gonçalo  Jimdfj— 1210— assigoa  a 

doação  feita  n*est6  anno,  por  D.  Sancho  |, 
a  Fernão  Nunes,  de  Viila  Nova-da-Rai- 
nha,  no  Yalle  d6  Besteiros. 


MON 

M.»— D.  Uaríinho  Femandes-^i%iL 

21i«— Z>.  Bedro  João,  ou  D.  Pedro  Annes  oa 
Pedro  JohaneSf  (pois  de  todos  os  umv- 
dos  qner  dizer  filho  de  João.) 

22.«^Z>.  JoSo  Fmiaiiiía-*-1285— assffBa  o 
foral  de  Santa  Gntz  de  ViUariça,  itinto  á 
pohte  do  rio  Sabor. 

23.»— D.  Pedro  AniMS— 1229. 

24.*— J^tiy  Gomes  de  Drt^^os— nos  princi- 
'  pios  do  reinado  de  D.  Aflònso  Hlé 

25.*— D.  Ga '^arlm»— 1253— Ainda  o  era 
em  1258»  mas  então  já  eslava  em  exerci- 
cio  D.João  Pires  d^  Aboim,  mórdomo-me- 
nor. 

26.'»— D.  João  de  Aboim  {oá  Avomo)— 1265, 
e  continuou. 

27.*— D.  Nuno  Martins  de  CitoctMi-*-1279. 

28.?— IHirão  MarUns  de  Poradé^— 1286.  (Só 
apparece  como  tal,  em  uma  carta ds  pri- 
vilegio, dada  a  Évora,  Si  6  de  fevereír» 
d'esse  anno;  mas,  como  a  22  de  jnliio  de 
1287,  se  vé  assignado  como  loeo-teueni. 
do-mórdomo-mór^no  foral  do  Vlliariaho 
— é  provável  que  na  tal  carta  de  privile- 
gio se  esquecesse,  de  assignar  como  vtce- 
fROftlomo-mòr,  que  é  titulo  que  lhe  dà 
Brandão,  na  5.*  parte  da  iíon.  Lusiiana* 

29.*"— D.  João  Affonso  (castelhano)  senhor  de 
Albuquerque— 1297.  Veio  na  comitiva 
da  rainha  Santa  Isabel,  e  ficou  em  Portu- 
gal, ao  serviço  do  rei  D.  Diniz,  que  o  fez 
seu  vassallo,  mordomo  mor  e  depois  con- 
de  doBarcellos. 

30.«-.D.  Aflonsê  Sanches  de  Albuquerque^ 
filho  bastardo  do  rei  D.  Diniz,  «asado  com 
D.  Theresa  Martins,  filha  de>  conde  D. 
João  Affonso,  sen  antecessor  no  oifido. 

31  o^D.  João  ^oMO— 1310?  era  também 
filho  bastardo  do  rei  D.  Diniz. 

32^*-- IX  Affonso  Tello  de  Menexes^iao  rei- 
nado de  D.  Affonso  IV. 

33.0^/).  João  Affonso  TWÍo— conde  de  Bar- 
cellos— no  reinado  de  D.  Pedro  I  (1361). 

34.<»— íiopo  Femanâês  Pacheco — senhor  de 
Ferreira  de  Aves— no  mesmo  reiíttdo. 

35.»— Gonçoío  Ayr^— 1367. 

36.*— D.  João  Affonso  T^tfo— conde  de  Bar- 
eelios — por  algum  tempo.  Já  o  tinha  sida 
no  anteisedente  reinado,  como  vimos. 

37.*»— Garcia  ^odrií^í— 1379. 


MOR 


MOR 


54i 


M.*-*D.  Nuno  AUforeM  Permra-^o  fMnosis- 

-  sino  coodestaTd))  no  reinado  de  D.  Joio  I. 

^^•^Dio§o,  Lopes  dê  Souza — (ascendente 

dos  condes  de  Miranda  do  Gorvo,  mar- 

•  fpieses  de  ArrondMs»  e  depois  daqaes  de 

•  Láfôes)— l434--GontínnoQ  a  ser  no  rei- 
nado de  D.  Âffonso  V,  que,  estando  em 
TmitQgai,  o  fez  alcaide-mór  de  Eiva»,  a  IS 
de  Betembro  de  ifc43. 

40.*— ^aro  d$  Souza-*^ÍIXho  do  preceâen- 
tor— l45i--^oi  deposto  em  ^471. 

4l.«-^í>ío9o  Lopes  de  5otwa— i47i^era  fi- 
lho do  antecedente,  e  neto  de  ontro  do  sen 
nome  (o  39.*  alcaide  mór). 

4Í.*— Pfffo  de  Souza— Wn, 

43.*—/).  Pedro  de  iVoronfta— 1484— (era  do 
conselho  de  D.  João  U^  e  commendador- 
mór  de  S.  Thiago.  Morreu  em  1492,  e  sue- 
cedeu-lhe  no  offlcio. 

44.* — D.  João  de  Menezes— L^  condo  de  Ta- 
rouca e  grão  prior  do  Grato— Continuou 

<  no  reinado  de  D.  Manuel,  e  foi  do  seu  con- 
selho. Ainda  tinha  o  oíQcio  em  162(K 

N'este  reinado  entrou  o  of  • 
ficio  de  mordomo  «mór,  na  casa 
dos  Silvas,  onde  se  conservou 
até  ao  reinado  de  D.  Joio  Y. 

45.*— D.  Dioffo  da  5tfoa-^l.*  conde  de  Por- 
talegre, no  reinado  de  D.  Manuel  e  parte 
do  de  D.  João  III. 

46.*— D.  João  da  8t7«a— 8.*  conde  de  Porta* 
legre— no  reinado  de  D.  Joio  HL 

47.*— D.  Álvaro  da  SUva—Z.*  conde  de  Por- 
talegre—no reinado  de  D.  Sebastião. 

4B.*-^D«  João  da  Sti&a— 4.*  conde  de  Porta- 
legre— em  parte  do  reinado  de  D.  Sebas- 
tião, no  do  cardeal  rei  e  no  de  Philippe  II. 

49.*— D.  Diogo  da  SUva — 5.*  conde  de  Por* 
ulegre— no  ceinado  de  D.  Philippe  III. 

W.*— 1>.  Maerique  da  Stfoa— 6.*  conde  de 
Portalegre  e  1.*  marques  de  Gouveia— no 
reinado  de  Filippe  IV  e  de  D.  João  IV. 

Kl.*—/).  João  da  Silva*^!/"  conde  de  Porta- 
legre e  S.*  marqnez  de  Gouveia— nos  rei- 
nados de  D.  João  IV,  D.  Affonso  VI  e  D. 
Pedro  II. 

Morreu  D.  João  da  Silva  sem 
filho  varão,  no  reinado  de  D. 
Pedro  II,  e  lhe  succedeu  no  of- 
ficio. 


.o^-^D.  Joãê  JfoscormAâf— 5.*  conde  do 
Santa  Cruz  (como  filho  e  herdeino  de  D. 
Juliana  de  Alencastro,  filha  e  herdeira  do 
1.*  marquez  de  Gouveia,  e  irmi  de  D.  Joãp 
da  Silva). 
53.*— D.  Martinho  Masearevãtas—S,*  conde 
de  Santa  Cruz  (filho  do  conde  D.  João  Mas« 
carenhas)  e  3.*  marquez  de  Gouveia— no 
reinado  de  D.  João  V,  até  4732. 

Em  quanto  foi  menor,  exer- 
ceu este  offlcio,  D.  Pedro  Luiz 
■    *  de  Menezes,  marquez  de  Ma- 

rialva. 
54:*— D.  João  Mascarenhas— 7. •  conde  de 
Santa  Cruz  e.  4.*  marquez  de  Gouveia,  que 
principiou  em  exercido  ainda  em  vida  de 
seu  pai. 

Note  se  que,  mesmo  depois 
de  entrar  este  emprego  na  casa 
dos  Silvas,  se  acham  nas  chro- 
nicas  mencionados  outros  mor* 
domos-móres  de  outras  fami* 
lias,  que  se  julga  exerceram  o 
ofiicio  interinamente.  São  os 
seguintes: 
Rmy  dê  JtfeUo— no  reinado  de  D.  João  HL 
Pwt>  Moniz  da  St/va— no  de  D.  Henrique. 
3.  Philippe  de  iij^tar-Hio  de  Philippe  II. 
D.  Fraàêque  ffMirtftfé»— idem. 
Ruy  da  SUva-^no  de  D.  Philippe  IIL 
/>.  JoTffe  Masearenhas^uaLtqw^  de  Monte- 

Alvão,  no  de  D.  Philippe  IV. 
D.  PeéroLuiz  dê  JUntosáf^roarquez  de  Ma- 
rialva, na  menoridade  do  6.*  conde  de 
Santa  Cruz  (como  já  fi<ia  dito). 

Mordomos-móiesâe  rainhas e 
infiaates 

iVimo  Martins  da  St7v^r«— da  rainha  B.  Ga- 
tharína,  mulher  do  D.  João  111-1595. 

D.  Lopo  <i'A/mràJa— mofdomo-mór  e  escri- 
vão da  puridade  da  êxcsliêntê  senhora 
(pretendida  esposa  do  D.  Affonso  V)  — 
1475. 

Lopo  Fernandes  Padkeeo^éo  infante  O.  Pe- 
dro (filho  de  D.  Aflbnso  IV)  depois,  Tei* 
1.*  do  nome; 

Ruy  dê  ifelto-Mla  infiinta  D.  Joanna,  filha  do 
D.  Affonso  V— 1469. 


u% 


Moa 


FÉmâ0  TêUâs^^^  mesma  infuitay  D.  Joa&« 

Aã^é  Telies — do  infante  D.  Lvâz,  alho  do 
rei  D.  Muuifil— 1530. 

MORfiA  ooHOSTÊA— portopiez  antigo— 
earAda  de  palha— em  outras  teiras  era  um 
feiche  de  palha.  Na  ferra  da  Feira  dàse 
ainda  o  nome  de  morêia  a  uma  meda  de  pa- 
lha. 

IfOREIRA— freguesia,  Minho,  concelho  e 
eomarca  de  Celorico  de  Basto,  45  kiiometros 
a  N.  E.  de  Braga,  375  ao  li  de  Lisboa^  iiO 
fiígos. 

Em  1757,  tinha  73  fogos.  . 

Of  ago^  Santa  Maria  Maior  (Nossa  Senhora 
da  Assumpção). 

-  Arcebispado  e  distrioto  administrativo  de 
Braga. 

O  reitor  de  Salvador,  da  Infesta,  apresen- 
tava o  vigário,  que  tinha  iStfOO  réis  e  o  pé 
d'alur. 

Dá*se  a  esta  fregue£ia  vulgarmente  o  no- 
me de  Moreira  do  CasteUo.  Foi  honra. 

É  terra  muito  fértil,  produz  muito  bom 
vinho  e  cria  muito  gado,  de  toda  a  qualida* 
de:  nos  seus  montes  ha  muita  caça.  Tem 
peixe  do  Tâmega  e  de  vários  ribeiros^— É 
n*6sta  freguezia  a  torre  solar  dos  Mareiras^ 
como  cdnsta  das  inquirições  do  rei  D.  Dinis. 
(Para  a  genealogia  dos  Mòreiras,  vide  Morei- 
ra do  Rei.) 

MOREIRA  —  aldeia,  Traz-os-Montes,  na 
íireguezia  d*Alfarella  de  Ules,  concelho  e 
comarca  de  Villa  Pouca  d'Aguiar— (!.•  vol., 
pag.  .114,  col.  2.*) 

Tanto  esta  povoaçio  como  a  villa  de  Alfa- 
relia,  sao  antiquíssimas. 

No  fim  e  ao  N.E.  da  villa  ha  uma  grande 
pedra,  espherica,  de  d^dS  de  alto,  assente 
sobre  uma  lagem  natural.  Na  tal  pedra  se 
¥éem  diversos  buracos,  abertos  a  picão.  Diz- 
se  que  antigamente  os  juizra  faxiam  as  suas 
audiências  debaixo  â*esta  pedra,  que  lhe  ser- 
via também  de  casa  da  camará. 

Suppde-se  que  esta  pedra  era  uma  antiga 
ára  romana,  e,  com  elfeito,  ha  por  estes  sitios 
muitas  antiguidades  romanas.  (Estou  con- 
vencido  de  que»  antes  de  ser  ára— se  o  foi— 
era  uma  anta,) 


O  povo  de  Alfarella  tem  este  penedo  om 
tão  grande  estimação,  que,  qnereftda-o  que* 
brar,  em  1695,  um  tal  João  Lourenço,  IhU 
impediu  o  Juis,  André  Pinto  d^Aracõo»  iob 
paia  de  oito  mil  cruzados  (3:l00i900O  réu). 

N'este  logar  de  Moreira^  no  sitio  chasado 
Qe9tal^  andando  José  Ferreira  a  lavrar  (em 
junho  de  1721)  em  um  campo  proxkso  a 
umas  fragas,  por  onde  passa  o  caminhe  de 
earro,  que  vae  d'esta  aldeia  para  a  de  Ctda*. 
delhe^  achou  um  cippo  romano,  de  1*,10  de 
comprido  e  0^55  de  largo,  tosco,  o  sem  kk^ 
tio,  com  esta  inscripção: 

XXVU 

V.  DIS.    MA- 
NIBUS    KGO. 

FLÀGILtt 

MORSA    SO. 

SUI    FILIO    BE- 

BURRO. 

Quer  dizer — Âos  deueea  manea  FlaciliOy, 
fez  esta  sepultura  a  seu  filho,  Eco  Morsaso 
RebumK 

Houve- quem  escondesse  esta  pedra,  mas», 
vindo  aqui  António  de  Souza  Pinto,  por  or- 
dem do  marquez  de  Alegrete,  para  a  fazer 
apparecer,  foi  com  os  vereadores  da  villa  ao- 
logar  onde  ella  tkiha  sido  achada,  e  obriga^ 
ram  o  que  a  tinha  a  apresentar-lh^a. 

Examinaram  por  essa  eccasíão  aquelle  sí^ 
tio,  acharam  grande  quantidade  de  carvões^ 
alguns  tamanhos  que  pareciam  traves  quei^ 
madas :  muitos  pregos  de  ferro,  grandes  » 
grossos;  algumas  fiiisa^<»  (dobradiças)  tam- 
bém de  ferro;  muitas  amphoras,  de  bam^ 
vermelho,  muito  fino,  de  differenlSs  tama- 
nhos, umas  vasias,  outras  cheias  de  terra; 
uns  pós  brancos,  que  pareciam  ossos  caloi«^ 
nados;  muitos  copos  de  vidro  branco,  fino» 
uns  grossos  outros  delgados;  moitas  bacias- 
de  barro  (qnasi  todas  tinham  no  fundo  gra«^ 
vada  uma  cruz,  formada  de  dois  punhaes— 
provavelmente,  a  marca  do  fabricante)  e  uma 
pequena  caldeira  de  cobre,  com  aza  do  mes* 
mo  metal.  Alguns  d*esies  objectos  se  acha- 
vam dentro  de  uma  espécie  de  caixões,  for- 
mados de  seis  pedras  quadradas. 

A  má  direc^  dos  trabalhos  da  escava- 
ção, deu  em  r^ultado  quebrarem-se  mui* 
tos  d'eites  objectos. 


WOR 


543 


Bsla  deieofterta,  ptOTftque  houve  á^si 
uma  meer&pole  roauBa,  ou»  pelo  monofl^  se* 
poltoras  dâ  fàmilia  fMtrioii,  hrimrrtk 

Por  baixo  da  aldeia  de  Cié^dêOte^  lenno 
de  Alfarella,  e  peoeo  distante  d- esta  aJáeia 
de  Moreira,  aeima  do  rio  Tinkeèla,  que  Ibe 
paasaaanslOOoietrosaoN^  noaúo  deam 
moDte  sobranceiro  ao  mesmo  rio,  estio  as 
niinas  de  um  bofl%  amplo  e  Cortei  castello, 
de  bem  lavrada  cantaria»  lendo. ainda  em 
silios  3"30.  d*aitara,  com  vestigios  de  porta» 
em  arco,  para  o  lado  do  rio»  e  oaira  para  o 
8.,  pela  qoai,  até  á  ponte  qae  atravesea  o 
rio,  ba  também  vestígios  de  mnralbss  e  íos 
SOS»  indicando  terem  pertencido  a  nma  gran 
de  fortaleza,  constraida  doeste  lado,  o  único 
por  onde  a  posição  podia  ser  atacada;  por 
qne  para  os  outros  lados,  ó  o  sitio  inacces 
sivel  por  causa  dos  rochedos  perpendicola 
res  e  o  rio,  que  o  deíendiam  naturalmente 

È  evidentemente  obra  nunana»  pela  per 
iétçio  do  lavrado  das  pedras. 

Consta  que  no  rio,  próximo  a  este  castei 
kl,  ha  nma  pedra  com  uma  inscripçao  romã 
na,  que  só  se  vá  nas  estiagens. 

A  3  kilometroa  d'este  eastello,  desde  as 
vinhas  qne  estio  no  sitio  de  Pedroio,  nas 
abas  da  serra  da  Prezے^  limite  da  aldeia  de 
Campo,  termo  d'AUarella,  está  ama  larga  e 
comprida  valia  (em  algumas  partes,  tires  pa- 
jraltelas  e  qoasi  unidas)  que  atravessam  o 
Mibeiro  das  ÂzenhaSy  e  subindo  um  monte, 
.por  onde  passa  aeswada  que  vae  para  Cha- 
ves» desce  a  outra  encosta»  atiravsssando  eu- 
.tro  ribeiro»  chamado  AtMro-Cdvo,  subindo 
o  MonieAa  Coelha,  até  desoer  ao  rio  Tiniul^ 
ku  Dá  indícios  de  ser  uma  galeria  aberta» 
paia  extraeção  de  metai  ^'eslas  valias  se 
voem  muitas  e  iHTofbndas  covas»  á  maneira 
ide  dsiemas»  feitas  de  schiele,  sendo  imia 
das  do  Monte  da  Coelha,  de  nns  6  uMtros 
de  circomlérencia,  e  mais  4e  44  de  profun- 
didade^ alem  do  que  está  entupido. 
•  Yé-se  também  ao  O.  imia  espécie  de  tu- 
•nell,  que,  segundo  a  timdíQio,  é  uma  estra- 
da subterrânea,  que,  passando  por  baixo  do 
Tinhella,  e  de  varies  montes  e  valles,  vae  ter 
ao  Lago  da  J^beirinha,  O  povo  d^aqui,  cha- 
ma a  isto»  as  Garalheiras  ou  Gralhdras* 

SuppQe-se»  com  bons  ftuuUmentos»  seiem 


obras  romanas;  porque  PIÍdío  falia  de  mui- 
tas minas  metaMcas  por  estes  silios.  (Vide 
Ribeirinha — eastello  da  —  e  Tree-Minae  — r 
freguezía.) 

MOREIRA—  freguesia,  Minho,  comarca  e 
concelho  de  Fafe  (fòi  comarca  de  Guimarães» 
ccmcelho  de  Moute-Longo),  35  kilometros  a 
N.E.  de  Braga,  385  ao  N.  de  Lisboa,  350  fo- 
gos. £m  i757»  tinha  36i  fogos. 

Orago,  S.  Martinho,  bispo. 

Arcebi^[>ado  e  districto  administirativo  de 
Braga. 

A  casa  de  Bragança  apresentava  o  reUov; 
que  tinha  lOOMOO  réis  de  côngrua  e  o  pé 
d'altar. 

É  terra  muito  fértil»  cria  muito  gado  e  é 
abundante  de  caça  miúda. 

Foi  antigamente  da  coroa»  e  depois  pas- 
sou para  a  casa  de  Bragança. 

Foi  villae  couto»  este  era  do  rei  e  tinha 
os  privilégios  dos  taboae-vermelhae  de  Gui- 
marães. 

D.  Affonso  Henriques  lhe  deu  foral,  sem 
data.  Seu  neto,  D.  Affonso  U  o  confirmou^ 
em  Coimbra»  em  Í2i7.  (Maço  !.•  dos  Foraee 
antigos,  n.""  3 — ^Maço  11*  dos  mesmos,  n.*  3^ 
fL  iO  V.»  col.  i.«— e  JLttTO  de  foraes  antígos 
de  ieitura  nova,  fl.  43  v.,  coi  i.*) 

MORBIRA  —  freguesia.  Douro»  concelho 
da  Maia»  comarca,  bispado,  districto  admi«- 
nistrakivo  e  il  kilometros  ao  N.do  Porto, 
333  ao  N.  de  Lisboa,  400  fogos. 

Bm  i757»  tinha  222  fogos. 

Orago,  o  Salvador. 

Para  a  distinguir  das  ouiras  do  mesoM) 
nome,  se  cbama  —  Moreira  da  Maia. 

Foi  couto  do  mosteiro  dos  cnuios. 

O  prior  do  mosteiro  de  Moreira  (d'esta 
freguezia)  apresentava  o  cura,  que  tinha 
SOtfOO  réis  de  côngrua  e  o  pé  d'alur. 

È  n'6sta  freguezia  o  celebre  mosteiro  do 
Salvador»  que  fòi  de  cónegos  regrantes  de 
Santo  Agostinho»  qne  no  seu  principio  foi 
duplex  (de  frades  e  freiras). 

Foi  primeiro  fundado  com  a  invocação 
de  S.  Jorge»  mais  acima  (para  o  K)  d^onde 
hoje  está»  em  um  logar  chamado  Gowíão. 

F(Á  sua  fundadora,  D.  Gontina,  senh^a 
das  Pedras  Ruivas,  ou  PedrasR»Abras,  na  eca 
900  de  César.  (862  de  J.-C.) 


544 


MOR 


Em  1060,  o  abbada,  I>.  M endo^  o  rewoiea 
para  o  actual  sitie^  aeodo  a  neva  egreja  ben* 
Eida  pelo  bispo  do  Porto,  D.  Hugo. 

Por  ser  cnrioso,  copio  aqui  parte  do  tes- 
tameQto  de  Soeiro  Mendes,  da  Maia  (proge« 
sitor  dos  AraujoSf  pelo  qae  ba  ainda  am 
iogar  chamado  Vendas  de  Araújo)  tio  do  fa- 
moso Gonçalo  Mendes  da  Maia— o  Lidador. 
Traducção. 

«Não  ba  duvida  que  é  notório  a  todos  os 
«homens,  moradores  n'estas  nossas  partes, 
«que  á  honra  e  reverencia  do  Salvadorvdo 
«Mundo,  e  de  muitas  reKquias  doa  santos, 
«foi  fundada  uma  egreja,  pelo  abbade  D.  Meu- 
«do,  DO  Iogar  chamado  de  ifornivi,. abaixo 
«do  monte  das  Pedras-Rubras,  por  onde  cor- 
ara o  rio  Leça,  junto  à  praia  do  mar,  no  ter- 
«ritorio  da  cidade  do  Porto < . 

«Portanto,  en,  Soeiro  Mendes,  consideran- 
«do-me  peccador  negligente  e  pregniçoso 

«nas  cousas  da  minha  salvação 

«offereço  ao  Iogar  do  Salvador,  de  Moreira, 
«ji  dito  (onde  mando  sepultar  meu  eorpo)  to- 
«das  as  minhas  herdades  e  bens  que  tenho, 
•ou  possa  vir  a  ter,  de  meus  pais  e  avós . . . 
«Foi  feita  esu  carta  de  testamento,  no  i>  de 
«maio,  da  era  de  ilS3  (i065  de  Jesus  Chris- 
«to).— Eu,  Soeiro  Mendes,  por  minha  própria 
«mão  a  firmei,  na  presença  do  abbsde  D. 
«Mendo  e  de  seus  padres,  que  serviram  de 
«testomunhas.» 

Este  abbade  D.  Mendo,  era  filho  de  Egas 
Tructezindes  e  sua  mulher,  HermezendaGon- 
^Ives,  padroeiras  da  ermida  de  S.  Jorge 
de  Gontâo  (onde  foi  o  primitivo  convento)  e 
a  deram  a  seu  filho  e  ao  mosteiro,  e  uma 
boa  herdade  que  tinham  Junto  ao  convento 
que  seu  filho  fundara. 

Ha  outra  doaçio,  de  Truclesindo  Guterres, 
ao  mesmo  mosteiro,  de  todas  as  suas  herda- 
des, felia  a  13  das  kalendas  de  maio,  da  era 
de  1116  (3  de  maio  do  anno  de  1078  de  Je- 
sus Chrísto). 

Esta  doação  diz  que  havia  no  altar  do  Sal- 
tador uma  relíquia  da  Santa  Grui  de  Jesus 
Chrísto,  em  honra  da  qual  fez  esta  doação. 
Durante  as  guerras  de  D.  Aflònso  Henrír 
^lues,  desappareceu  esta  relíquia,  sem  mais 
ae  saber  d*ella,  até  que  em  1510,  o  prior 


eeuireiro,  D.  VasM  Antunes,  foi  dar  eom  «I*^ 
la  eacoD^da  debaixo  4&  pedra  d'ara  4o  ai» 
tar*mór,  dentro  de  vm  relicário  antigo, 

0  prior-nórv  D.  Pedro  da  ^osta,  bispei  da 
Porto,  mandou  faaer  grandes  festas  por  este 
achado,  e  mandou  eneerrar  »  reliquia  em 
uma  grande  cruz,  de  pntta  dourada,  ornada 
de  pedras  preciosaa.  ^  •. 

Em  quanto  este  mosteiro  toi  dobrado,  ti* 
nham  as  frehras  dormitorioa  aeparadoa  de» 
frades,  mas  hiam  á  egrsja  as»iaMr  aos  ofli- 
cios  divinos  juntas  eoa  ellea,  o  qn»  dava 
maus  resultados,  pelo  que  foram  mandadas 
para  o  mosteiro  de  Rio  Tinia,  levando  gran^^ 
de  parte  d«a  rendas  d'este,  que,  além  de  oa« 
trás,  eram  muitas,  mesmo  na  freguezia  de 
Bio*Tinto;  a  quisUa  da  Betaria,  .em  Axuráret 
(em  frente  de  villa  do  Conde)  e  outros  mui* 
toacasaes. 

Sendo  abbade.  D.  João  Pires  (1308)  se 
juntaram  ao  convento  de  Moreira,  as  egre- 
jas  de  S.  Cosme  de  Gemuodev  S.  Mamede  ds 
Paraflta  e  S.  João  do  Mindello,  todas  na 
Maia;  dando  o  bispo  do  Porto,  D.  Sancho 
Pires  (tio  do  referido  abbade)  ao  uKMteiro, 
o  direito  de  apresentação  d'estas  egrojas,  re* 
cabendo  em  troca,  o  mesmo  direilo  que  o 
mosteiro  tinha,  nas  egrejas  de  S.  Fins  da 
Feira,  e  Santa  Maria  da  Retorta. 

Pouco  depois,  ma  no  mesmo  anns  do 
130S,  lhe  deu  mais  o  dito  bispo,  o  direito 
de  apresentação  da  egreja  de  Santa  Marinhai 
de  Yilla  Nova  á&  Tdltaa. 

Pelo  decurso  do  tempo,  veiu  este  mostei- 
ro,  de  Moreira,  a  poder  de  oommendatarlos 
(pelos  annos  148if )  sendo  o  ultimo,  D.  f^i* 
gencio,  filho  de  D.  JaynMi,  dnqne  de  Bra^ 
gaoça,  que  o  deu  a  Santa  Cruz  de  Coimbra» 
mediante  certa  pensão  vitalícia. 

Os  padres  de  Santa.  Cmz,  tomaram  conta 
doesta  mosteiro,  em  23  de  julho  de  lff6S. 

D.  Grigorio,  prior  do  mosteiro,  de  Morei- 
ra, remia  a  pensão  de  D.  Fnlgencio,  por 
l:760A000réis,  eml{S68. 

No  tempo  d'este  mesmo  abbade,  veio  «o 

1  Antigamente  vinham  aqui  procissões  de 
70  freguezías,  visitar  esta  sanla  relíquia,  em 
occasiões  de  calamidades  publicas,  para  que 
ellas  cessassem.  Hoje  ainda  vem  algumas» 
porém  multo  menos. 


MOR 


MOR 


545 


c0kàTelit«  o  direito  tldapretenla^  da  <!gF8* 
ja  de  S.  SUvestre,  do  Couço,  fregoezia  pró- 
xima ao  oioateiro,  e  que  se  veio  a  encor- 
porar  eom  a  fregaeâade  Moreira. 

SsUttdo  aagr^a  e  o  mosteiro  muito  ?e- 
IImmb,  e  sendo  de  acanhadas  dimensõe»,  o 
prior,  D.  Henriqne  Brandão,  tratoa  de  ree- 
dificar todo,  sendo  lançada  primeira  pedra 
dareoQttstmcfâo  da  nova  egreja,por  D. /rei 
Marcos  de  Lisboa,  bispo  do  Porto,  a  d  de 
maio  de  itf 88,  Levaram  esias  obras  a  fazer- 
se  34^  aanos,  pois  só  se  coneiniram  em  Í62S. 

Bata  egrei*  que  é  eièipante,  ampia^  e  toda 
de  abóbada,  fleeii  seado,  e  ainda  é,  a  ma- 
tris  dafregneaia. 

A  magnifica  cerca  d^^este  mosteiro,  foi 
veoidída,  depois  de  1834,  ao  desembargador 
Luiz  Lopes  Vieira  de  Gastso<da  easadoJBr- 
moy  na  fregnezia  d^Arões»  concelho  de  Fafe, 
pae  oatio  do  infeliz  bacharel,  José  Cardoso 
Vieira  de  Castro,  que  morrea  degredado 
em  Aniola«=%Vide  Fafe.)  O  desembargador 
também  já  falleeeiL 

fim  fevereiro  de  4874,  a  viuva  do  ceie* 
bre  tribuno  e  distincto  orador  parlamentar, 
José  Estevam  Coelho  de  Magalhães,  comprou 
esta  rica  propriedade  por  SO  eomos  de  róis, 
fixando  aqui  a  sua.  resideooia  ordinária. 

£  esta  grande  qnints  a  melhor  proprie- 
dade de  todo  o  concelho  da  Maia ;  e,  como 
o  caminho  de  ferro  do  Porto  a  Viila  do 
Conde  e  á  Povoa  de  Varzim,  passa  junto  à 
quinta,  lhe  augmenta  consideravelmente  o 
valor 

No  logar  das  Pedras  Ruhras  (vulgar- 
mente Petfros  Buivoê)  ha  uma  capeila,  de- 
dicada a  Nossa  Senhora  Mãe  dos  Homens, 
muito  aniiga,  pois  consta  ter  sido  fundada 
no  meado  do  século  IX$  pela  já  mencionada 
D«  Gotttina,  senhora  doeste  logar. 

Faz-se-lhe  a  fssta  (que  ó  muito  brilhante 
e  concorrida)  no  uhimo  domingo  de  setem- 
bro. 

£sta  freguezia  (como  iodas  as  do  conce- 
lho da  Maia,  Bouças  e  (xondomar)  ó  rica, 
bem  situada  e  feriilissima  em  todos  os  gé- 
neros agrícolas  do  nosso  clima.  Cria  muito 
gado  de  teda  a  qualidade,  principalmente 
bovino  (que  exporta  em  grimde  esc^  pa- 


ra a  Grán-Bertanha)  e  o  rio  Leça  a  fornece 
de  algum  peixe  miúdo ;  porém  de  Mattosi* 
nhos  lhe  vem  abundância  de  peixe  do  mar^ 

Pelo  centro  da. freguezia  passa  a  formosa 
estrada  real  de  1.»  classe,  que,  vindo  de  Lis- 
boa ao  PoftOj  segue  por  esta  freguezia  para 
VilIa  do  Conde. 

Ha  n'esta  fregnezia  muitas  víboras,  mas 
não  consta  que  oílfòndam  pessoa  alguma. 

Ponte  d^  Moreira 

• 

Esta  ponte  foi  construída  na  estr^^da  real 
KL«  30  do  Porta  á  Povoa  4e  Varzim,  sobre  o 
rio  Leça,  e  dista  ii  kilometros  ao  N.  do 
Porto,  n'esta  fregnezia  de  Moreira. 

Começou  a  sua  construcçio  em  5  de  se- 
tembro de  i864  e  ooncluiu<^e  em  i  de  Ju- 
nho de  i866;  scmdo  aberta  logo  ao  transito 
publico,  depois  de  convenientemente  expe- 
rimentada e  tendo -ím  conservado  muito  bem 
até  hoje,  ao  mesmo  tempo  que  afflança  lon** 
ga  duração. 

CompÕe-se  de  dois  encontros  de  cantaria 
assentes  sobre  esiacas  de  pinho  nacional  e 
com  a  altura  de  ^fi  a  contar  do  eiegimen* 
to,  08  quaes  sustentam  um  taboleiro  metal- 
heo  com  i6'",0  de  vao. 

O  taboleiro  d'esta  ponte  compde*se  de  4 
vigas  longitudinaes,  de  folha  de  ferro,  com 
0'",9  de  altnra  cada  uma  e  com  a  forma  de 
um  T  dnplo,  assentes  sobre  rolos  de  fricção, 
de  ferro  fundido  e  ligadas  entre  si,  de  dois 
em  dois  metros,  por  vigotas  transversaes 
também  de  ferro  e  com  0",70  de  alto,  que 
dão  ao  systema  muita  solidez. 

Sobre  este  travejamento  metalliâo,  asseu- 
tam(vigas  longitudinaes  de  carvalho,  íacean* 
do  com  a  parte  snperior  das  vigas  prioci- 
paes  de  ferro  e  sobre  ellas  assenta  o  soalho 
da  ponte,  feito  sobre  pranchões  de  pinho^ 
constituindo  estrado  com  4"',4  de  largura  de 
faxa,  para  transito  de  carros  e  dois  passeios 
com  Q',88  de  largura  cada  um. 

As  guardas  d*e»ta  ponte  são  de  cantaria 
sobre  os  encontros  e  de  ftrro  íoijado  no  ta- 
boleiro. 

O  projecto  d*esta  obra  d*art6  foi  elabora- 
do pelo  disMotfo  e^genheino  militar  I«ttis 


546 


MOR 


HGR 


TIetor  Leeoeq,  entSo  direelor  das  obras  pn» 
blicas  do  Porto,  e  a  constme^  foi  dirigida 
eom  mnita  perícia  e  zek>  peio  nio  menos 
disUnetocondiietor  de  tral)aJho8  d^obras  pu- 
blicas, Alberto  Gosta,  bofe  empregado,  oon 
maitos  credites,  oa  constracçao  do  eaminbo 
de  ferro  do  Minho,  onde  já  dirigia^  além  de 
entras  obras,  a  eonstmcçao  das  pontes  da 
Tratagem  e  da  Barca  da  Trófo,  qne  estão 
mnito  perfeitas. 

Janto  d'esta  ponte  ainda  se  conserva  a  an- 
tiga ponte  de  pedra,  Já  sem  guardas,  cons- 
tmida  em  epocha  muito  remota. 

Na  estrada  do  Porto  à  Povoa  de  Varzim, 
DO  logar  do  Padrio  de  Moreira,  ha  uma  es- 
tação ou  paragem  de  carros,  cujos  viajantes 
se  demoram  e  vão  passear  por  baixo  de 
grandes  carvalhos,  até  á  egreja. 

Ha  n'esta  freguesia  uma  fundição  de  si- 
nos, montada  em  1873  por  Joaquim  Narciso 
da  Gosta  e  sen  irmão  José  Narciso  da  Gosta, 
vindos  da  cidade  de  Braga  residir  n'esta  fire- 
gnezia. 

Ha  também  uma  boa  musica,  que  ferroa 
uma  capella,  dirigida  pelo  hábil  mestre  Do- 
mingos José  Moreira,  natural  de  Moreira, 
também  tem  uma  boa  armação  de  egreja. 

Foi  seu  primeiro  reitor,  coitado  em  i846, 
o  sr.  António  da  Silva  e  Souza  de  Seabra,  na* 
tural  da  freguezia  de  S.  Mamede  de  Infesta, 
que  até  hoje  (1875)  conta  99  annos  e  tantos 
mezes  de  serviço. 

MOREIRA— Aldeeia,  Douro,  freguezia  de 
Melres,  concelho  e  8  kilometros  ao  E.  N.  E. 
de  Gondomar,  comarca,  bispado,  distrícto 
administrativo  e  25  kilometros  ao  E.  do 
Porto,  i2  a  £.  da  Foz  do  Sousa,  10  a  O.  da 
foz  do  Tâmega,  e  315  ao  N.  de  Lisboa. 

Está  esta  aldeia  situada  sobre  e  margem 
direita  do  Douro,  na  falda  da  serra  de  Mel- 
res, em  terreno  pouco  accidentado,  e  em 
Isente  da  notável  aldeia  â^ Areja,  que  fica 
na  margem  opposta.  (Yol.  !.•  pag.  8381-^1 
col.  1.*.) 

I 

Ha  n'esta  aldeia  a  capella  de  Nossa  Se- 
nhora da  Piedade,  fundada  pela  madre  Ma- 
ria de  Madureira,  freira  beneditina,  do  con- 
vento de  Vairão,  em  1610. 

Está  edificada  em  um  teso,  em  frente  da 
quinta  chamada  também  de  Mòreira,da  famí- 


lia Madureira,  m  i|«al  pertenefa  a  ftaiii^ 
dora. 

Consta  que  a  cavsa  da  ftadação  d'esta 
capella,  foi  a  seguioie: 

Morreu  Diogo,  de  Madureira  e  aoa  mu- 
lher, D.  Maria  de  ilatTo%  pessoas  muito  no- 
bres, moradores  na  sua  meaei«ada  qolHlfti 
fioando^lhe  dois  filhos  ainda  creaaçaifSMU 
parentes  que  podessem  eUidar  dai  ma  edn*'^ 
cação  e  fazenda, 

Compadecida  sua  tia  paterna,  d'e8te  des« 
amparo,  alcançou  um  breve  do  papa  Pauto 
y,  em  1610,  para  podar  aahv  do  «osvenlo  e 
asMstir  á  criação  de  seus  sobrinhos,  e  ao  go* 
vemo  da  sua  casa,  em  quinto  elles  a  não 
podessem  governar. 

Gomo  a  egreja  matriz  lhe  fieava  a  dois  kl* 
lometros  de  distancia,  mandou  edificar  asia 
ermida  com  muito  aceio,  e  em  quanto  fad 
viva,  fazia  todos  os  annos  uma  grande  festa 
á  S8.  Virgem,  padroeira. 

Por  sua  morte,  deixou  no  testamento  a 
obrigação  de  se  dizer  n'esia'  ermida  uma 
missa,  resada,  em  todas  sextas  feiras  da  qua- 
resma, e  prover  aos  reparos  e  fabrica  da  ca- 
pella, tudo  imposto  na  referida  quinta.  Esta 
passou  depois,  por  casamento,  aos  Bellezas, 
que  sempre  compriram  as  elausoias  do  tes- 
tamento da  instituidora ,  mas  ha  mais  de 
40  annos  que  ellas  deixaram  de  ser  cumpri- 
das. 


Madureira  é  appellido  nobre  em  Portu- 
gal. O  primeiro  que  com  eHe  se  adia,  é  Ál- 
varo Afines  de  Madureira,  no  reinado  de  D 
Affonso  V. 

Tem  brazão  d^armas  completo,  que  é-^-es- 
cudo  de  purpura,  esquartelado,  no  1.*  e  4.<^, 
leão  d*ouro-^no  2.*  e  3.<^  fldr  de  liz,  o  mes- 
mo metal.  Elmo  d'aço  aberto—  Timbre,  o 
leão  das  armas. 

Outros  do  mesmo  appellido,  trazem-^-es'' 
cudo  esqu^rtellado,  no  1."*  e  4.%  de  púrpura, 
seis  besantes  de  ouro,  em  duas  palias — no 
%^  e  3.%  de  prata,  um  cordeiro  pardo,'  Iam- 
passado  de  púrpura,  tendo  por  baixo  da 
barba  uma  flor  de  liz,  de  iprata--0  mesmn 
elmo— Timbre,  o  cordeiro  das  armas.     ,  . 

Outro  ramo  dés  Madureiras,  trazem  por 


MOR 


MOR 


547 


wiifts--e9eado  esipurtellado,  no  i.*  e  4.* 
éò  púrpara,  ama  ílòr  deliz,  de  oaro— iiO;2.'' 
«  d.%  de  púrpnra,  õm  lobo  de  ouro,  passan* 
t«^  com  a  bôcea  aberta.  O  mesmo  elmo— 
Timbre,  o  lobo  daa  armas. 

Ainda  outros  doesta  lauUia,  nsam — escudo 
esqaartellado^  ao  I.*  e  4.%  de  púrpura»  q4 
coelho  de  ouro — no  2.<»  e  3.%  também  de 
púrpura,  uma  flor  de  liz,  de  ouro.  Elmo  de 
aço,  aberto,  e  por  tioibrey  o  coelho  das  ar- 
mas, epm  uma  das  flores  de  liz  das  armas 
m  testa. 

.Ha  em  ambas  as  margens  do  Baixo  Doutro 
muitas  fámilias  do  appellido  Madureira;  mas 
a  príncipai,  aâo  os  ilhoa  do  ar.  Antão  Oar* 
<3ei  Pinto  de  Madureira,  i.*  oarão  da  Vargea 
do  Douro,  general  de  brigada  (e  padrinho  do 
auctor  doeste  dieeionario).  É  actualmente^  %.* 
barão  da  Yartea  do  Douro,  seu  filho,  o  sr. 
José  Garcez  Piuto  de  Madureira. 

A  quinta  da  Varsea,  queda 
o  titulo  a  este  baronato,  ó  so- 
bre a  margem  direita  do  Doq« 
ro  (perto  da  quinta  de  Sebol* 
lido,  e  em  frente  da  fvegueâa 
do  Gastello  de  Paiva,  a  35  ki- 
lometros  ao  E.  do  Porto).  É  na 
freguezia  de  S.  Martinho  da 
Várzea  do  Douro,  concelho  e 
comarca  do  Marco  de  Canave- 
ses» bispado  e  districto  admi- 
nistrativo do  Porto.  Foi  da  an- 
tiga comarca  de  Soalhães,  con- 
celho de  Bem-Viver,  que  ío* 
ram  supprimidos  em  i885. 
MOREIRA-^reguezia,  Minho,  comarca  e 
«oncelho  de  Ifonsão,  50  kilometros  a  NO.  de 
Braga,  4iO  ao  N.  de  Lisboa,  300  fogos. 
.    Em  1707  tiaha  146  fogos. 
-    Drago  Santa  Maria  (Nossa  Senhora  da  Na^ 
lividade). 

Arcebispado  de  Braga,  dístrtoto  adminis- 
trativo de  Yianna. 

A  universidade  de  Coimbra  apresentai  o 
Tigario,  que  tinha  50^000  réis  e  o  pó  de  al- 
tar. 

Esta  egr^a  era  do  real  padroado.  O  rei 
D.  Diniz  a  trocou  por  outras,  com  o  Inspo 
de  Tny,  D.  João  Fernandes  Sotto-Maior,  em 
1308.  Passou  depois  a  curato  dos  jesuítas 


até  17W,  e  desde  então  mé  1834.  da  univer- 
sidade de  Coimbra. 

É  n'e6ta  freguezia  a  casa  ai]uinta  dos  Ma- 
galhães, que  foi  do  mestre  de  campo,  Leo- 
nel de  Abreu  Magalhães. 

É  também  n'esta  freguezia  a  casa  e  gran- 
de quinta  do  sr.  7heo4oro  dia  Araújo  Lopo. 

MOREIRA— freguezia,  Minho,  comarca  e 
concelho  de  Ponte  de  Lima,  30  kilometros  a 
O.  de  Braga,  365  ao  N.  de  Lisboa,  250  fo- 
gos. 

Em  1757  tinha  %!S%  fogos. 

Orago  S.  Jullãe. 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo de  Yianna. 

(Para  a  distinguir  das  outras,  se  lhe  dá  d 
nome  de  Moreira  do  Lima). 

A  casa  de  Bretiandoe,  da  cidade  de  Braga, 
apresentava  o  abbade,  que  tinha  7501000 
réis  de  rendimento  annual. 

Antigamente,  es  dízimos  d*esta  freguezia 
eram,  metade  para  o  abbade,  e  metade  para 
uma  commenda  de  Chrísto,  e  foi  commen- 
dador,  D.  Peáro  de  Souza.  Extinguiu  se  es- 
ta commenda;  mas  tomou  a  crear-se  a  favor 
dos  Fagundes»  da  casa  do  Outeiro,  e  dos 
Barbosas,  ^a  Garoaveira.  Acabando  o  ramo 
d'estes  Barbon^  flcou  a  commenda,  m  9oli. 
dum,  dos  Fagundes.  Os  Pereiras  Pintos,  de 
Bretiandos,  herdaram  esta  commenda,  por  d 
casamento  de  um  d^elies  com  a  herdeira  da 
commenda. 

Ha  aqui  a  egreja  do  Espirito  Santo,  que 
foi  dos  templários.  Era  a  matriz  de  uma  vas- 
ta freguezia,  que,  desmembrande-se,  forma 
hoje  varias  parochias. 

Na  capella  de  S.  CibrSo  (depois  Gyprião^ 
e  por  fim,  Cypriano)  bouve  em  tempos  an* 
tigos,  um  recolhimento  de  beatas. 

Teve  origem  n'esta  freguezia,  a  familla  dos 
Crespo?. 

A  casa  do  Outeiro,  foi  o  solar  dos  Fagun» 
des,  de  quem  descendem  muitos  fidalgos 
d'este  reino.  Foi  um  membro  doesta  família, 
um  dos  descobridores  da  Term  de  Labrador^ 
ou  Terra-Nova  (hoje  dos  inglezes),  onde^  se 
pesca  o  baeblháo;  hindo  na  expedido  de  Pe* 
dro' Alvares  Cabral. 

O  rei  D.  Manuel,  depois  de 
descoberta  a  carreta  da  In^ 


5i8 


MOR 


HOf  por  mar,  por  D.  Yâsoo  da 
Gama,  em  1497,  manda  Pedro 
Aivares  Cabral,  com  i3  Dáus, 
para  a  índia.  Um  forte  tempo- 
ral, obriga  a  eorrer  os  navios 
d0  Cabral,  muito  para  O.,  o 
que  o  fez  descobrir  o  Brasil, 
em  25  de  abril,  de  i50a  O  na- 
vio do  capitão  Gaspar  Gôrte- 
Real  (em  qae  bia  o  tal  Fagun- 
des) é  separado  da  esquadra, 
pelo  temporal,  correndo  para 
o  N.,  e  descobre  os  bancos  da 
Terra-Nova. 
MOREIRA  DE  CÓNEGOS  (ou  do&  Cónegos) 
— fjregaeua,  Minbs,  comarca,  e  concelho  de 
Guimarães,  24  kilometros  a  íi,E.  de  Braga, 
360  ao  N.  de  Liabo,  220  fogos. 
£m  i757,  tinba  i32  fogos. 
Drago,  S.  Payo. 

Arcebispado  e  districto  administrativo  de 
Braga, 

O  chantre  da  collegiada  de  Nossa  Senhora 
da  Oliveira,  de  Guimarães,  apresentava  o  vi* 
gario,  que  tinha  60M00  réis  de  côngrua  e 
o  pé  d'altar. 
É  terra  fértil.  Cria  muito  gado. 
Ha  n*esta  fregnezia  três  capellas»  duas  das 
quaes  (dé  Santa  Martha  e  da  Senhora  da  Aju- 
da) são  publicaa  e  a  outra  particular. 

Tem  duas  fabricas  de  papei  no  rio  Vizel- 
la,  que  banha  a  freguezia  pelo  S. 

Passa  por  aqui  a  estrada  a  nuic-adam,  que 
vae  do  Porto  a  Guimarães  e  Caldas  de  Yizet- 
ia,  passando  por  Santo  Thyrso. 

Também  por  aqui  passa  um  pequeno  ri- 
beiro, que  denominam  do  ArpUnho,  que  nas- 
4^  na  freguezia  do  Salvador  do  Pinheiro,  re- 
ga, móe,  cria  escallos  e  enguias,  e  morre  na 
inargem  direita  do  Vizella.  Tem  este  ribeiro 
uma  ponte  pequena  de  um  só  arco  (talvez 
d'aqut  chamada  doiirco  oxiÁrqvdnKo,  d'on- 
de  parece  vir  o  nome  que  se  dá  ao  ribeiro), 
e  pouco  abaixo  d'elia»  no  sitio  chamado  as 
Domas,  desapparece  o  ribehro  por  baixo 
d*um  acervo  de  penedos  para  surdir  a  n^ 
de  40  metros  de  distancia.  Só  nas  grandes 
cheias  é  que  a  agua  não  cabe  toda  pelo  su- 
midouros, e  iraaborda  por  cima  dos  pene- 
408.  Tem  aqui  caído  gente  e  alguns  animaes 


MOR 

dé  quenuuca  mais  appareeem  vestigioa; 
A  encosta  do  monte  que  fica  na  margeou 
direita  d'este  ribeiro,  perto  d^  aua  desem* 
bocadura,  apparece,  em  outubro,  em  gran-: 
de  parte  entapetada  de  flores  diurna  espécie 
de  colchico  (coldUcum  bulboco-divides^  de 
Broter),  produzindo  uma  linda  vista. 


No  dia  26  de  mar^  de  i809,  foi  Aresta 
freguezia  morto  por  uma  guerrilha,  juoto-á 
ponte  de  Negrellos,  um  official  superior^ 
francez,  e  alli  foi  sepultado  em  um  campo 
próximo. 

MOREIRA  DE  6SRAZ  DO  LDfA— fregna^ 
m,  Minho,  concelho,  comarcas  distriote  ad-» 
ministrativo  de  Yianna,  30  kMometros  a  0^ 
de  Braga,  380  ao  N.  de  Lisboa,  80  fogos. 

£m  i757,  tinha  47  fogos. 

Orago,  Santa  Marinha. 

Arcebispado  de  Braga. 

A  mitra  apresentava  o  abbade,  que  tinba 
340^000  réis  de  rendimento  annual. 

É  tradição  que  grassando  uma  grande 
peste  em  Lisboa,  um  individuo  d*aili  rou- 
bou muito  dinheiro  e  veio  parar  a  esta  fre^ 
guezia ;  mas,  apenas  aqui  chegou,  commu- 
nicou  o  contagio  a  toda  a  freguezia,  esca-^ 
pando  poucos  dos  seus  habitantes. 

Em  tempos  antigos  eram  muito  vulgarea 
n^esta  freguezia  as  moléstias  cutanaes,  prbft- 
cipalmenie  a  terrível,  jranifrena  sêcca^  vin- 
do-se  muita  gente  sem  os  dedos  dos  pés  » 
das  mãos.  Atribuia-se  isto  ao  uso  excessiva 
da  carne  de  porco  salgada.  Este  contagio  en-^ 
demieofoi  diminuindo  com  o  tempo  (tanto 
d'esta  freguezia,  como  d*outras  muitas  á» 
reido)  hoje  felizmente»  é  raríssimo. 

MOREIRA  DE  REI— Villa,  Beira  Baixa» 
concelho  e  comarca  de  Trancoso,  54  kilo- 
metros  ao  S.  £.  de  Vizeu,  335  ao  £.  de  Lis* 
boa,  300  fogos. 

Era  1757  tinha  67  fogos» 

A  grande  differença  para  mais  h'esta  po* 
pulação,  não  ó  porque  ella^tenha  augoieAta- 
do  tanto ;  mas  por  se  lhe  annexar  outra 
íregaezia  contigua  do  mesmo  nome. 

Orago  Santa  Maria. 

Bispado  de,  Pinhel,  disteicto  da  Guar^*. 

O  real  padroado  apresentava  o  abbadf^ 


MOR 

q«e  tinha  iOO^OOO  réis  de  congnia  e  o  pé 
d'aluur. 

£  povoação  antiga,  e  foi  concelho,  com 
camará  e  mais  justiça  e  empregados. 

D.  AíTonso  Henriques  lhe  deu  foral  sem 
data.  Seu  neto,  D.  Affonso  II  o  conflrmou 
em  Coimbra,  em  1217,  (Maço  7.*  de  foraea 
antigos,  n.*  3— maço  1-  dos  mesmos,  n.*  3, 
H.  10  V.,  col.  l.*--L.  de  antigos  de  leitura 
nova,  f\,  43  v.,  col.  1.*.) 

A  villa  está  situada  em  um  alto,  onde  se 
Té  um  castello  em  minas.  £  tio  antigo,  que 
a  sua  primitiva  construcção  se  attribue  aos 
romanos  ou  aos  antigos  lusitanos.  No  testa- 
mentos de  D.  Flâmula  (ou  D.  Chama)  feito 
em  960  L.*  de  yumadona,  fl.  7)  se  vé  menciO" 
nado  este  castello  e  outros  da  Beira.  (Vol.  %• 
pag.  106,  col.  S.*.) 


Moreira,  é  appellido  nobre  em  Portugal, 
tomado  d*esta  villa,  onde  os  Mdreiras  ti- 
nha o  seu  solar.  £  família  antiga,  pois  já  no 
reinado  de  D.  Affonso  III,  era  senhor  d'esta 
íreguezia,  Gonçalo  Rodrigues  Moreira.  Tra- 
cem por  armas— em  campo  de  púrpura,  9 
escudetes  de  prata,  em  3  pallsa,  carregados 
de  uma  cruz  d'Aviz— elmo  d*aço  aberto— 
timbre,  meio  lobo  de  púrpura,  com  um  dos 
escudetes  das  armas  no  pieto. 

Moreira  Perengal,  é  um  ramo  d*aquelle8 
Horeiras,  e  tinha  o  seu  solar  em  Lagos  (Al- 
garve).—O  primeiro  d*estes  appellidos,  foi 
Fernão  Moreira,  ao  qual,  Philippe  II,  em 
premio  d*aquelle  ter  morto,  em  combate  sin- 
gular, um  valente  mouro,  no  lògar  de  Pe- 
rengal  (índia)  o  mandou  usar  d*este  appel- 
lidoje  lhe  deu  por  armas,  (1585.)  em  campe 
azul,  faxa  de  prata,  endentada,  entre  uma 
estrelia  d'ouro,  de  8  pqntas,  da  parte  de  ci- 
ma da  faxa,  e  uma  cabeça  de  mouro,  corta- 
da em  sangue,  com  turbante  de  prata,  da 
parte  debaixo— elmo  d'aço  aberto,  e  timbre 
meio  leão,  azul,  com  a  estrelia  das  armas 
na  espádua. 

Ha  ainda  os  Moreiras  Peres-Gis  (Peres- 
Gil)  da  mesma  familia,  com  as  mesmas  ar- 
mas, com  a  difTtirença  da  cabeça  do  mouro 
ter  turbante  de  prata,  e  barrete  de  púrpura. 
O  mesmo  elmo  e  timbre,  ^A  maior  parte  do 

voLum  V 


MÒR 


549 


povo  pronuncia  Perexil  e  Peregil,  em  logir 
de  Peres-fiil. 

HOREIRAS— fregnezia,  Tras-os-Montea^ 
comarca  e  concelho  de  Chaves,  80  kilome* 
tros  ao  N.  E.  de  Braga»  430  ao  N.  de  Lis- 
boa, 145  fogos* 

Em  1757,  tinha  104  fogos.     . 

Orago  Santa  Maria  Maior-^rcebispado  de 
Braga,  distrício  administrativo  de  YilU- 
Real. 

A  casa  de  Bragança  apresentava  6  reitor, 
qae  tinha  50^000  e  o  pó  de  alUr. 

É  terra  fértil— Muito  gado  ecaçju 

A  egreja  parochial  ó  muito  antiga.  Gons* 
ta  ter  sido  mandada  construir  por  os  filhos 
de  Maria  Mantella,  (Vide  Chaves.) 

MORElRÊDO  •— portuguez  antigo— lagar 
planudo  de  amoreiras. 

Antigamente*  dizía-se  mor^a.— Hoje,  em 
vez.  de  moreirédo,  díz-se  mornm/,  ou  ame* 
retrai. 

MOREIRINHAS— freguezia.  Beira  Baixa, 
comarca  e  concelho  de  Trancoso,  60  kilo* 
metros  de  Yizeu,  360  ao  N.  E.  de  Lisboa, 
40  fogos.       )^ 

Em  1757,  tinha  44  fogos. 

Orago  o  Espirito  Santo-*Foi  do  bispado 
de  Vizen,  e  desde  1774,  em  que  D.  José  I 
oreou  o  bispado  de  Pinhel  (por  bulUa  de 
Clemente  XIY)  ficou  até  hoje  perteneendo  a 
este  bispado.  Districto  administrativo  da 
Guarda. 

O  abbade  de  SanU  Maria,  de  Moreira  de 
Rei,  apresentava  o  oura,  que  só  tinha  o  pé 
d*altar. 

MOREIRÕLLA— videJfon^MttiAos  e  Quin- 
tanilha. 

MORGADE  —  freguezia,  Tras-os-Montes, 
comarca  e  concelho  de  Montalegre,  70  kilo« 
metros  ao  N.  £.  de  Braga,  420  ao  N.  de  Lis- 
boa, 70  fogos. 

Em  1757,  tinha  58  fogos. 

Orago  S.  Pedro,  apostolo— arcebispado  de 
Braga,   districto  administrativo  de  Yilla- 

Real. 

O  reitor  de  S.  Vicente  da  Chan,  apresen- 
tava o  vigário,  que  tinha  70^000  réis  e  o  pé 
d*altar. 

Esta  freguezia  está  em  terrasjio  Barroso. 
O  seu  clima  é  excessivo,  mas  saudável.  Não 

35 


(36 


MÔR 


nmf to  lérill  em  carne»  e  frueto» ;  ma»  eria 
muito  e  óptimo  gado  bovino  e  de  outras  «s- 
peewe ;  e  é  abandantíflsima  de  eaça  de  toda 
aqaaiidâde. 

Fú\  antigamente  anaeica  a  S.  Vicente  da 
Chan,  assim  comoa  firegaezia  de  Negrdes  e|  a 
aldeia  de  Godeçoso,  da  freguesia  de  Heiíido : 
•  tudo  isto  formava  nma  eommenda  dos 
tempferios,  qae,  desde  1319  passou  para  as 
religiosas  de  Santa  Ciara,  de  Yilla  do  Conde. 
Aendta,  para  a  eounânda,  í:kO(^QQO  réis. 
(Vide— aof»  {S.  Vicmte.) 

M  ORaANEGtBA~-portngnez  antigo— Vide 
Maifíinoniú. 

MOiyraLHA— portagaez  antígo— memo- 
ria. 

HOMUÇOS  oa  MEROUÇOS— Vide  Cruz 
dos  MoroucoSf  a  pag.  4S3  do  S.*  toI. 

MORREIRà— fregaezia»  Blinho,  concelho, 
eoBarea,  arceisíspado,  districto  administra- 
tivo e  6  iLilometros  de  Braga,  360  ao  N.  de 
Uaik^a,  i35  fogos. 

Bm  1757  tinha  193  fogos. 

Orago  S.  Bigael,  archanjo. 

O  prior  de  S.  Vicente  de  F6ra,  de  Lisboa, 
apresentava  o  vigário,  que  tinha  80MOO  réis 
éú  coDgroa  e  o  pé  és  altar. 

Também  a  esta  freguesia  se  dá  o  nome  de 
ViUa  Cava  da  Morreira,  e  é  como  se  vé  nos 
Uvres  aatigosw 

M ÒRTÁGUA-^vilIa,  Beira  Alta,  cabeça  do 
concelho  do  sen  nome,  na  comarca  de  San- 
tfti  Gomba^Dão,  35  kilometros  ao  NE.  de 
Coimbra,  340  ao  N.  de  Lisboa,  280  fogos. 

Em  1757  tinha  41  fogos.  , 

Or^m^  Nossa  Senhora  da  Assumpção. 

Bispado  de  Coimbra,  districto  administra- 
tivo de  Vizeu. 

Oa  doques  do  Cadaval,  apresentavam  o 
prior,  que  tinha  330^000  réis  de  rendi- 
mento. 

Eram  donatários  d*esta  Aregnezia,  ed  se- 
riares ée  Tentúgal,  duques  do  CadavaL 

O  concelho  é  composto  de  10  freguezias, 
todas  no  bispado  de  Coimbra — ^são— Alma- 
ça,  Cereosa,  Cortegaça,  Espinho,  Marmellei- 
fa,  Mortágua,  Paila,  Sobral,  Trezôi,  e  Valle 
de  Remigio,  todas  com  2:000  fogos. 

É  povoação  muito  antiga.  Gonçalo  Annes 
ée  Souza  (senhor  de  Tentúgal,  Mortágua  e 


outras  terras,  e  progenitor  dos  duques  ^ô 
Cadaval)  lhe  deu  foral,  estando  em  Mortá- 
gua, a  21  de  agosto  de  Í403.  (Maço  7.*  de 
foraes  antigos,  n.«  4)  D.  Manuel  lhe  déu  fo- 
ral novo,  em  Lisboa,  a  8  de  janeiro  de  1314. 
(Livfv  de  foraes  novos  da  Beira^  fí.  111  V., 
col.  2.«). 

D.  Pematodo  Magno,  resgatou  esta  povoa- 
ção, e  as  cireumferentes,  do  poder  dos  mou- 
ros, em  1058. 

Está  situada  em  um  fértil  e  dilatado  val- 
le, regado  por  duas  caudalosas  ribeiras  (cor- 
tadas por  duas  formosas  pontes)  que  se  jun- 
tam a  pouca  distancfa  ao  S.  da  villa,  e  vão 
depois  morrerão  Dão,  que  desagua  no  Mon- 
dego, perto  de  Petia-Cóva. 

Já  tinha  foro  de  vitta  no  reinado  de  D. 
Sancho  I,  como  consta  de  documentos  da 
sua  camará. 

O  rei  D.  Duarte  deu  esta  villa  e  a  de  Pé- 
na-Cóva,  a  D.  Sancho  deNotonha  e  sua  mu- 
lher, D.  Mecia|de  Souza,  i."*  condes  de  Ode- 
mira. Esta  doaçáo  foi  confirmada  por  Ò. 
AfTonso  V,  em  1451— por  D.  Manuel  I,  em 
1504— e  por  D.  Joáo  IH,  em  28  de  agasto 
de  1527. — Conservou- se  na  casa  dos  condes 
de  Odemira  até  á  restauração  de  1640.  D. 
João  IV  confirmou  esta  doação  a  favor  do 
conde  D.  Francisco  de  Faro,  e  por  morte 
d'este,  a  sua  filha,  a  duqueza  D.  Maria  de 
Faro.  Morrendo  esta  senhora,  D.  Pedro  II 
deu  as  duas  villas  a  D.  Nuno  Alvares  Perei- 
ra, conde  de  Tentúgal,  marquez  de  Ferreira^ 
e  1.*"  duque  do  Cadaval,  em  18  de  dezembro 
de  1671,  com  todas  as  jurisdieçQes,  direitos, 
rendas,  padroados  de  egrejas  e  'officios,  as» 
shn  da  guerra  como  da  republica,  e  o  oitavo 
de  todos  òs  frnctos. 

A  villa  é  pequena  e  imo  tem  edificio  al- 
gum notável;  mas  o  seu  território  é  muito 
fértil  em  cereaes,  bastante  vinho,  azeite  e 
frnctas.  Cria  muito  gado.  Os  seus  rios  lhe 
fornecem  bastante  peixe  (lampreias,  sáveis, 
trutas,  bogas  e  outros)  e  também  tíie  vem  do 
mar.  Tem  muita  caça,  do  cbão  e  do  ar. 

Fica  na  antiga  estrada  real,  que  de  Lisboa 
passa  a  Coimbra,  para  o  Porto. 

N*e8U  villa  Stt  alojou  D.  Pedro  H  eom  toda 
a  sua  côrie,  cm  1704;  e  depdis,  o  rei  de  Cas- 
t)sHa,  Caries  Ifl-^sendo  ai^ui  providos  de- 10- 


MÓR 


MOR 


55f 


jte  o  BoeMsario,  sam  ser  precito  recorrer  a 
^mvm  terras. 

Ha  na  freguezia  as  ermidas  de  Nossa  Se- 
mkora  âo  Chão  do  Catto,  no  logar  da  Palia— 
ffossa  Senhora  da  Piedade,  no  ¥alle  de  Aço« 
10»  Nossa  Senhora  de  Yilla-Nova  de  Men- 
carros — Nessa  Senhara  dó  Amparo,  em  Fer- 
radosa — e  Nossa  Senhoi^a  do  Carmo. 

A  imagem  éa  padroeira  da  fregnesia  (Nos- 
em  Senhora  da  AssumpçQoJ  é  mnito  antiga. 
O  seu  ahar  foi  feito  em  157  i;  mas  ja  então 
eiistia  a  imagem  havia  muitos  annos.  A  saa 
feslaéa  15  de  agosto.  Até  i834  era  o  paro- 
cho  obrigado  a  fazer  a  festa  á  soa  costa. 

Tem  a  Senhora  ama  irmandade,  que  faz 
as  Hais  aolemnidades  d'eUa»  e  é  obrigada  a 
dar  toda  a  cera  para  as  missas  conventnaes 
{misêas  do  dia)  e  para  as  procissões. 

Bsia  irmandade  administra  os  rendimen- 
próprios  da  Padroeira. 

o  ahar  da  Senhora  muito  velho  e 
pelos  amios  de  1700  se  tinha 
joniadOy  de  eeoaomias  nas  rendas  e  ^  varias 
esmolas,  o  dinheiro  suffleiente  para  se  lhe 
teer  uma  nova  e  decente  tribuna;  porém 
os  vereadcNres  o  gastaram  em  íázer  uma  no- 
va oaaa  da  camará. 


'  Nb  logar  da  Ferradosa,  freguezia  de  S. 
Miguel  da  Marmeileira»  que  foi  anneca  á  ma- 
trte  d'esta  viUa»  ddnde  dista  9  ktlometros  a 
SE.,  e  é  do  seu  concelho,  está,  sobre  um  té- 
so,  a  ermida  de  Nossa  Senhora  do  Amparo. 
È  a  mais  vasta  e  aceiada  de  todo  o  conce- 
lho. Éâo  antiga,  que  se  não  sabe  quando  nem 
por  quem  foi  fundada.  Junto  ao  templo  es- 
tSo  as  ruinas  de  umas  casas^  que  foram  re- 
flidencla  doe  seus  erimitaes;  mas  já  em  1710 
oano  havia. 

Junto  á  egreja  está  um  carvalho,  notável 
pela  sua  antiguidade  e  pelo  seu  monstruoso 
lamonho,  que  cobre  todo  o  templo  e  se  vé  a 
muitas  léguas  de  distancia,  e  só  ppr  elle  se 
conhece  o  sitio  da  egreja,  que  a  arvore  en- 
cebce. 

Diz  a  lenda,  que  alguns  lavradores  teem 
cortado  ramos  d'este  carvalho,  para  diíTe- 
feates  obras,  mas  que,  apenas  empregadas, 
86  despedaçam  e  inutiíisam. 


A  festa  da  Senhora,  é  na  3.*  dominga  de 
outubro,  sendo  muita  concorrida,  e  havendo 
então  um  grande  bodo,  para  os  que  d*elle  se 
quizerem  aproveitar.         , 

Perto  do  referido  logar  da  Marmelleira, 
está  também  o  sanctuario  de  Nossa  Senhora 
do  Carmo,  de  que  já  tratei  a  pag.  85,  coL 
2.*,  d'este  volume  ;  e  o  de  NoÈsa  Senhorada 
Ribeira,  mencionado  no  mesmo  logar. 

MORTALHA— portuguez  antigo— não  era 
só  o  vestido  dos  defuntos;  comprehendia-se 
também  por  "esta  designação,  as  exéquias, 
officío  de  corpo  presente,  enterro,  cadáver 
e  sepultura. 

MORTALIA— portuguez  antigo — o  mes* 
mo  que  luctnosa.  Em  1158,  um  individuo 
de  Gríjó,  e  sua  mulher,  doaram  certos  bens 
ao  moteiro  d*esta  freguezia,  para  que  os  fra- 
des os  defendessem  e  mantivessem — Et  de 
Fossadeira.  et.  de  Morlalia,  m  quantum 
potueritis,  semper  liberetis — isto  é — que  não 
pague  luetuosa  o  doador  que  ficar  viuvo. 

Nos  documentos  de  Lamego  é  mui  fre- 
quente ver  se  empregada  a  palavra  mortalia^ 
por  luetuosa. 

MORTETDABE  ou  MORTIGIDADE— por- 
tnguez  antigo— mortandade.  Os  povos,  ater- 
rados com  o  terrível  contagio  que  assolou 
lodo  o  reino,  em  1348,  levando  povoações 
inteiras,  lhe  deram  o  nome  áe  peste^grande 
— e  morteydade;  e  marcou  época  na  nossa 
historia — E  paguem  os  seis  maraeidis,<  que 
M  montava  de  la  morteydade  aa  caa.)  Do- 
cumento de  Paço  de  Sousa,  de  1351.) 

Principiou  este  flageilo  em  29  de  setem- 
bro e  durou  ató  ao  fim  do  anno.  Três  mezes. 
(Pag.  388,  col.  2.*  do  4.«  vol.) 

MORTEIRO— portugez  antigo— deu-se  es- 
te nome  a  toda  a  especiaria,  que  se  pisa  e 
móe  no  almofariz  (em  latim,  mortarium  e  em 
fraflocez— mor/í^).  Senhas  calaças  de  porco, 
e  morteiro,  e  adubos  pêra  as  viandas.  (Do- 
cumento de  Pombeiro,  de  1367.) 

Senhas  —  portuguez  anti- 
go—  suas  —  como  senhos  *- 
seus.  Calaça,  segundo  Vite- 
terbo,  é  costa  (costella)  de 
porco.  O  sr.  J.  P.  Ribeiro, 
snppõe  ser  a  calúga  (ou  ea- 


552 


MÓS 


lúba)  do  gado  suino.  A  car- 
ne do  pescoço. 
No  foral  que  D.  Manuel  dea 
^  terra  de  Paiva,  em  Í5i3, 
manda  pagar  a  certo  casal 
calaça  e  meia  de  carne. 

MORTICIDADE  —  portugaez  antigo— o 
mesmo  que  marteydade. 

MORTINDADE— portngnez  antigo— mor- 
tandade, matança,  camagem,  carnificina.  É 
de  Azinheiro. 

MORTORIO  —  portngnez  antigo  —  Fogo 
morto.  Vide  esta  palavra. 

MORTULHA— portaguez  antigo— por  ser 
mnito  extensa  a  sigoificaçao  d*esia  palavra 
6  tudo  mais  que  lhe  diz  respeito,  o  que  to- 
maria mnito  logar  n'esta  obra,  convido  os 
leitores  curiosos,  a  lerem  em  frei  Joaquim 
de  Santa  Rosa  de  Viterbo  (Elucidário)  a  pa» 
lavra  hurtulras.  Aqui,  apenas  direi  em  re- 
sumo, o  seguinte : 

Mortulha— mortalha,  mortuário,  mortuo- 
rio,  emor/âra— antigo  direito  que  se  paga- 
va ao  clero.  Consistia  ordinariamente  na 
4.*  parte,  na  3.*  e,  ás  vezes,  em  metade  dos 
bens  do  defunto.  A  este  ominosissimo  tri- 
bulo,  succederam  as  luctuaeas,  que,  se  sao 
menos  expoliadoras,  nao  são  menos  immo- 
'raes.Vide  luctuosa. 

Na  erecção  ou  instituição  da  egreja  paro: 
chiai  do  convento  de  Camélias  (que  hoje  não 
existe,  e  parece  mesmo  que  não  chegou  a 
existir)  declara  D.  Estevão,  arcebispo  de 
Braga  (1225)  que  o  parocho  lhe  pagará  de 
censura  (censo)  Unum  vnodium  de  centeno, 
et  unam  ceram,  et  tertiam  partem  mortua- 
riorum. 

Era  então  D.  Payo  bispo  de  Lamego,  e  a 
elle  pertencia  este  couto  de  Ganellas,  que 
é  uma  freguezia  da  provinda  do  Douro, 
que  foi  do  extinto  concelho  d*l  Avarenga,  e  é 
hoje  da  comarca  e  concelho  d* Arouca.  (Vol, 
2.»,  pag.  88,  col:  2.*.) 

MÓS— aldeia,  Beira  Alta,  na  freguezia  de 
Dálvares,  concelho  de  Tarouca,  comarca, 
bispado  e  9  kilometros  de  Lamego,  330  ao 
N*  de  Lisboa,  no  districto  de  Viseu. 

Ha  n'^sta  aldeia  o  santuário  de  Nossa  Se- 
nhora da  Guia,  edificado  no  alto  de  um  mon- 
te, cercado  de  vinhas.  Tem  junto  á  egreja 


MÓS 

um  grande  dpreste,  e  tanto  ella  como  a  ar-^ 
vore,  se  vêem  a  grande  distancia,  em  razão 
da  Bua  elevada  posição. 

A  esta  egreja  se  fazem  muitas  e  grandes 
romagens,  em  todo  o  decurso  do  anno. 

Dezesete  freguezías  aqui  vinham  encor- 
poradas,  com  as  suas  respectivas  cruzes  • 
parochos. 

A  poucos  metros  do  templo  (ao  S.)  ha ' 
uma  fonte  d*agua  mineral,  snlphurosa,  a  que 
o  povo  dá  o  nome  de  fonte  Saata,  e  naqoal 
se  banhamos  romeiros  (principalmente  as 
mulheres  que  criam,  para  lhes  nãoseccar  o 
leite). 

Da  antiguidade  d'esta  egreja,  apenas  se 
sabe — que  pelos  annos  de  1589,  se  fúadoa 
n*e8te  sitio  um  recolhimento  de  mulheres 
virtuosas,  o  qual  depois  se  veiu  a  desampa- 
rar, por  falleeerem  as  fundadoras.  A  priíid* 
pai  d'esta8,  está  sepultada  debaixo  das  gra- 
des d*este  templo.  Ignora  se  o  seu  nome  de 
baptismo,  e  apenas  se  sabe  que  era  do  ap* 
pelido  Alvares.  Pertendem  alguns,  que  esta 
senhora  vivia  em  uma  aldeia  da  freguezia 
de  Más,  que  d'el]a  tomou  o  nome.  Depois, 
com  o  tempo,  e  crescendo  a  população,  se 
erigiu  em  Alvares  uma  freguezia  indepen- 
dente que  tomou  este  nome. 
.  Supp9e-se  que  esta  senhora  Alvares,  era 
da  familia  dos  condes  de  Tarouca  (que  usa- 
vam doeste  appellido),  e  que  d*eltes  obteve^ 
por  compra  ou  doação,  o  terreno  para  tau- 
dar  a  egreja  e  o  recolhimento. 

O  sitio  onde  a  egreja  está  edificada  é  mui- 
to formoso,  não  só  pelas  dilatadas  vistas  que 
d*elle  se  gosam,  como  por  ser  o  terreno  ôil* 
tivado. 

Até  ao  principio  doeste  século  teve  o  san- 
ctuario  um  erimitão  permanente,  para  cui- 
dar do  seu  aceio  e  conservação.  Depois,  foi 
substituído  por  um  capellão,  apresentado  pe- 
lo abbade  de  Mós,  com  obrigação  de  dizer 
aqui  míHsa  diariamente.  (Vide  vol.  2.«,  pag. 
463  e  464.)  ^ 

^  Em  qaasi  todos  os  diccionarios  geogra- 
phicos  6  choroffraphicos,  se  vé  este  logar  e 
todos  os  mais  do  mesmo  nome  escriptos  — 
Moz  —  porém,  como  é  erro  manifesto,  visto 
esta  palavra  ser  e  plaral  de  mó,  denomino  a 
todos  ^  MÓS  —  por  ser  etymologico. 


Mós 

MÕS  — -  liregaezia,  Mialio,  oomirca  e  con- 
celho de  VíUa- Verde  (extincta  comarca  e 
•ooneelho  de  Pico  de  Regalados)  12  kilome- 
troa  ao  N.  de  Braga,  370  ao  N.  de  Lisboa, 
85  fogos. 

Em  1757  tíDha  82  fogos. 

Orago,  Santa  Maria. 

Arcebispado  e  dístricto  administrativo  de 
Braga. 

Os  senhores  da  villa  da  Barca  (Magalhães) 
apresentavam  o  abbade,  qae  tinha  Í20ilOOO 
réis  de  rendimento  annual. 

&  terra  muito  fértil.  Muito  gado,  e  gran- 
de abundância  de  caça. 

MÓS  —  firegnezia,  Traz-bs-Montes,  conce- 
lho, comarca,  bispado  e  districto  administra- 
tivo de  Bragança,  54  kilomelros  de  Miranda, 
470  ao  N.  de  Lisboa,  90  fogos. 

fim  i757  tinha  50  fogos. 

Orago,  S.  Nicolau  (antigamente,  S.  Pedro, 
apostolo). 

O  abbade  de  Rebordaos  apresentava  o 
cura,  que  tinha  6^>000  réis  de  côngrua  e  o 
pé  d*altar. 

Tainbem  se  chama  Más  de  Bi^fordãoSf  por 
ter  sido  desmembrada  da  freguezia  de  Re- 
bordaos. 

MÕS  — freguezia,  Traz-os-Montes,  comar- 
ca e  concelho  de  Moncorvo,  i50  kilometros 
ao  NE.  de  Braga,  380  ao  N.  de  Lisboa,  150 
fogos.  (Antigamente  Molas.) 

Em  1757  Unha  111  fogos. 

Orago,  Nossa  Senhora  da  Encarnação. 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo de  Bragança. 

O  real  padroado  apresentava  o  abbade, 
que  tinha  700JiOOO  réis. 

Foi  villa  e  concelho,  dos  senhores  (depois 
condes)  de  Villa-Flôr;  aos  quat^s  cada  mora- 
dor pagava  dois  alqueires  e  meia  quarta  de 
cevada  e  6  réis  em  dinheiro. 

Nos  disimos  tinha  um  prestímonio,  que, 
junto  ao  que  para  elle  pagavam  as  fregue- 
sias de  Garaviçáes,  Urros,  Perédo,  Maçores, 
Souto  e  Felgar,  prefasia  o  rendimento  an- 
nual de  360|;000  réis.  Este  prestímonio  an- 
dava annexo  ao  vinculo  da  casa  de  Villa- 
Flôr. 

Ha  n'esta  freguezia  uma  foste  de  agua  mi- 
neral, que  se  applica  para  a  cura  de  varias 


Mós 


553 


enfermidades,  sendo  muito  efficaz  para  mo- 
léstias cutâneas. 

Teve  um  eastello,  cem  seus  fossos,  cubél« 
los  e  cisterna,  que  era  defendido  por  40  ca- 
valleiros  de  esporas  dourSdas.  É  tradição 
que  o  donatário  os  mandou  assassiDar. 

D.  Sancho  II  lhe  deu  foral,  em  janeiro  de 
1241.  (Gav.  15,  maço  11,  n.^"  48.)  D.  Manuel 
lhe  deu  foral  novo,  em  Lisboa,  a  4  de  maio 
de  1511  (Livro  de  foraes  novos  de  Traz-os» 
Montes,  fl.  15,  eol.  2.'-— Yeja-se  também  a 
Inquirição  para  este  foral,  gav.  20,  maço  11, 
n.«  43.)  t 

D.  Affonso  lYf  por  carta  datada  da  Guar- 
da, a  19  d'agosto  da  era  de  1373  (8  d'agosto 
de  1335)  deu  a  Pedro  Dias,  seu  procurador, 
na  terra  de  Bragança,  a  terça  parte  da  egre- 
ja  de  MóSf  para  conclusão  das  muralhas  does- 
ta villa.* 

Suppõe-se  que  as  obras  de  fortificação  de 
Mós,  datam  do  tempo  dos  romanos,  e  com 
certeza  existiam  no  tempo  dos  mouros,  pois 
do  foral  d'esta  antiga  villa  se  vé  que  Pedro 

^  Viterbo  diz  que  D.  Affonso  I  deu  foral 
a  esta  víUa  de  Mós,  em  1162;  porém' Fran- 
klim  não  o  menciona.  Entendo  ser  lapso 
d'este  escriptor  (que  deixou  de  mencionar 
muitos  foraes  antigos)  pois  Viterbo  até  cita 
do  foral  de  D.  Affonso  Henriques,  o  seguin- 
te— Totó  homme  de  Molas  qui  mtUier  leixar 
de  benedictiones,  det  unwn  dinarium  ad  /u- 
dicem.  Et  si  mulier  leixaverit  suó  marito  de 
benedictiones pectet  CCC  (300)  sólidos:  me- 
dius  ad  marito,  et  medius  a  Palácio.  N*este 
foral  vem  demarcados  os  limites  do  conce- 
lho de  Mós,  entre  o  de  Moncorvo,  perlo  Por- 

to  da  Figueira et  vnde  au  Pelagu  du 

Cucu,  et  inde  en  na  serra  de  Cu&ti,  aquas 
vertentes  contra  Siladi. 

2  Procurador  do  rei,  não  tinha  o  officio 
a  que  hoje  se  dá  o  nome  de  procurador; 
mas  era  synonímo  de  pobrador  (povoador) 
d*el-rei.  Era  um  magistrado  que  inspeccio- 
nava os  refazimentos  (reparos  ou  reedifica- 
çoes)  dos  togares  fortes,  assim  como  a  sua 
população  e  a  das  terras  abertas  e  indefezas. 

Eram  mais  frequentes  estes  magistrados 
nas  terras  da  província  de  Traz*  os  Montes, 
porque,  no  principio  da  monarchia,  estavam 
mais  despovoadas  do  que  as  outras. 

Para  este  cargo,  eram  sempre  escolhidas 
pessoas  de  muita  inteireza;  porque  a  sua 
jurisdicção  abraugia  muitos  ramos  da  admi- 
nistração publica. 


554 


MÓS 


Dias,  8Ó  procedeu  ao  refazknewtOy  prova  de 
qae  jà  existiam.  Actualmente  poucas  minas 
xestam  do  vetusto  castello  e  muralhas. 

MÓS — freguezia,  Beira-Baixa,  comarca  e 
conceilio  de  Villa-Nova  de  Fóz-Côa,  60  kilo- 
metros  de  Lamego,  360  ao  N.  de  Lisboa,  lii 
fogos. 

Em  1787  tinha  111  fogos. 

Orago,  S.  Pedro,  apostolo. 

Bispado  de  Lamego,  districto  administra- 
tivo da  Guarda. 

O  povo  apresentava  o  vigário,  collado,  que 
tinha  8^000  réis  de  côngrua  e  o  pé  d'altar. 

MÓS  DE  CELLAS  —  fjreguezia,  Traz-os- 
Ifontes,  comarca  e  concelho  de  Vinhaes  (foi 
do  concelho  de  Vinhaes,  comarca  de  Bragan- 
ça) 60  kilometros  de  Miranda,  480  ao  N.  de 
Lisboa.  Tinha  em  1757  50  fogos. 

Ok*ago,  S.  Thomé,  apostolo. 

Bispado  e  districto  administrativo  de  Bra- 
gança. 

O  abbade  de  Gellas  apresentava  o  cura, 
que  tinha  6#000  réis  de  côngrua  e  o  pé  de 
Altar. 

Esta  freguezia  foi  desmembrada  da  de 
Cellas,  no  século  XYIl,  e  hoje  está  ainexa 
outra  vez  á  mesma  freguezia  de  Cellas.  (Vol. 
í.%  col.  !•,  pag.  f3í). 

MÕSÊLLDS— freguezia.  Douro,  comarca, 
concelho,  e  5  kilometros  ao  NE.  da  Feira,  24 
ao  S.  do  Porto,  60  ao  NNE.  de  Aveiro,  285 
ao  N.  de  Lisboa,  260  (bgos. 

Em  1757  tinha  105  fogos. 

Orago  S.  Martinho,  bispo. 

Bispado  do  Porto,  districto  administrativo 
de  Aveiro. 

O  D.  prior  dos  cónegos  regrantes  do  mos- 
teiro de  Grijó,  e  depois  o  da  mesma  ordem, 
da  Serra  do  Pilar  (Gaia)  apresentava  o  cura, 
que  tinha  8|>000  réis  de  côngrua  e  o  pé  de 
altar. 

Esta  freguezia  é  situada  em  terreno  leve- 
mente aecidentado,  bonita,  rica  e  fértil  em 
todos  os  géneros  do  nosso  clima.  Cria  mui- 
to gado  bovino,  que  exporta  para  a  Grau- 
Bretanha,  em  grande  quantidade.  Exporta 
para  a  cidade  do  Porto  muitos  cereaes  e 
ft*uctas,  e  bastante  madeira. 

A  egreja  matriz  é  um  templo  vasto,  muito 
decente  e  em  bonita  situação. 


Mós 

É  abnndaate  em  peixe  do  mar,  que  lha  fl* 
ca  a  12  kílomertes  a  O. 

O  logar  do  Murado,  é  das  maiares  e  maia 
bonitas  aldeias  da  íreguezia,  e  tanto  qae  a 
esta  se  dá  com  mais  frequência  o  nome  de 
freguezia  do  Murado^  do  que  de  JUUlJot. 

No  Murado  se  faz  uma  graide  feira,  nos 
dias  25  de  cada  mez. 

No  mesmo  logar  do  Murado  é  o  solar  4e 
um  ramo  dos  Vasconcellos.  Para  a  sua  ge- 
nealogia e  armas,  vide  Castello-Melter,  Ma- 
fra e  Penella. 

M6s£LL0S— freguezia,  Minho,  comarca 
de  Vallença,  concelho  de  Coura,  50  kilome- 
tros a  NE.  de  Braga,  400  ao  N.  de  Lisboa, 
110  fogos. 

Em  1757  tinha  95  fogos. 

Orago  S.  Payo. 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo de  Vianna. 

A  mitra  apresentava  o  abbade,  que  tinha 
120)9000  rób  e  o  pé  de  altar.  O  aU^de  ti- 
nha só  metade  da  renda  da  egreja,  a  ontra 
metade  era  dos  marquezes  de  Villa-Real,  até 
16&1,  e  desde  então  passou  a  ser  um  bemefi- 
cio  simpleSf  que  os  reis  davam  a  quem  que- 
riam. 

M6SÊLL08— aldeia.  Beira  AlU,  na  fre- 
guezia. de  Santa  Maria  Magdalena  do  Cam- 
po, concelho,  comarca,  bispado,  districto  ad- 
ministrativo e  6  kilometros  ao  N.  de  Tizeu. 
(Vol.  2.»,  pag.  62,  col.  2.») 

à  entrada  do  logar  de  Móséllos,  junto  i 
antiga  estrada  que  vae  para  Guimarães  e 
para  o  Porto,  está  a  capella  de  Nossa  Se- 
nhora da  Victoria,  cuja  origem  é  a  seguinte: 

Havia  em  Móséllos  dois  casados,  por  no- 
me Henrique  de  Almeida  (natural  de  Vizeu) 
e  Joanna  da  Fonseca  (natural  da  cidade  do 
Porto)  muito  devotos  da  Santíssima  Virgem; 
e,  como  não  tivessem  filhos,  resolveram  en- 
tre si  nomear  Nossa  Senhora  por  sua  her- 
deira, e  logo,  pelos  annos  de  1625,  princi- 
piaram a  edificar  lhe  um  templo,  onde  (òsae 
venerada.  Feita  a  capella,  e  odlocada  n'etta 
a  imagem  da  padroeira,  lhe  erigiram  uma 
irmandade,  com  33  irmãos,  para  cuidarem 
da  Senhora  e  da  sua  egreja,  e  de  lhe  faze- 
rem uma  festa  annual. 

Por  fállecimento  do  fundador,  a  sua  viu* 


B0S 


66& 


Ta  dooa  á  Senhora  varias  proprfedadesy  si- 
tas no  mesmo  logar,  por  escriptura  publica, 
feita  em  i4  de  dezembro  de  1638,  com  a 
obrigação  de  lhe  dizezem,  no  altar  da  pa- 
droeira, in  perpetuum,  nove  missas,  nos 
nove  dias  antes  do  Natal;  seis  missas,  nos 
seis  domingos  de  quaresma— uma  no  dia 
de  S.  Francisco--e  finalmente  outra,  no  dia 
de  S.  Jeronymo.  Deixou  ao  visitador,  dois 
*  €q,pões  (gallos  ca<<trados)  ^  para  que  todos  os 
annos  fizesse  cumprir  a  obrigação  d*aquel- 
ias  17  missas. 

Os  estatutos  da  irmandade  foram  confir- 
mados e  approvados,  em  1653,  sendo  os  ir* 
mãos  obrigados  a  assistirem  á  festa  da  Se- 
phora,  a  2o  de  março  de  cada  anuo.  A  20 
de  dezembro  se  fazia  o  anniversario  dos  ir- 
mãos fallecidos,  pur  cada  um  dos  qoaes 
também  a  irmandade  era  obrigada  a  man- 
dar dizer  cinco  missas.  Os  irmãos  davam 
100  réis  cada  anno,  e  as  irmans  viuvas  50 
réis. 

Não  se  adraittiam  para  o  logar  dos  ir- 
mãos fallecidos,  senão  seus  filbos  ou  des- 
cendentes. 

MÕSÊLLGS—aldeia,  Douro,  na  freguezla 
4e  S.  Salvador  do  Monte,  comarca  e  conce- 
lho de  Amarante,  bispado  e  districto  admi- 
nistrativo do  Porto  (pag.  457,  col.  2."  d*este 
vol.— o  ultimo  Monte,  dVsta  pag.) 

Fica  esta  aldeia  perto  do  rio  Tâmrga,  en- 
tre as  vilías  de  Amarante  e  Canavezes,  a 
distancia  de  6  kilometros  de  cada  uma. 

w 

Próximo  a  Móséllos  está  ia  eapella  de  Nos- 
sa Senhora  da  Assumpção,  vulgarmente  cha* 
mada  Nossa  Senhora  do  Váu  ou  Nossa  Se- 
nhora de  Móséllos.  Dá-se-Ihe  o  segundo  no- 
me, pela  proximidade  da  aldeia,  e  o  primei- 
ro, por  ficar  também  próxima  dos  vaus  de 
ViUarinhOy  e  de  CovêlhaSyíio  rio  Tâmega,  fi- 
cando-lhe  estes  dois  vaus,  ou  logares,  um 
de  cada  lado  da  eapella.  Dão  estes  vaus  pas- 

1  Nos  antigos  foraes,  doações,  emprasa- 
mentos,  etc,  vé-se  muitas  vezes  menciona- 
ria capões,  cemo  objecto  de  lòro.  Se  se  di- 
Bia  simplesmente  capab,  vinha  a  ser  um 
frangam;  mas,  se  se  dizia  capão  afoucinha- 
do,  era  um  gallo  que  já  tivesse  as  pennas 
teaes  do  rabo.  Afoucmhado  era  o  mesmo 
4]ne  dizer,  era  forma  de  foncinka  (foice  de 
ceiíar). 


safem,  no  venio,  a  dois  eoihcelbos — hof» 
ambos  extinetos  — o  de  Gouveia  (em  cq}* 
território  está  a  ermida)  e  o  de  Santa  Crus 
de  Riba  Tâmega. 

Consta  por  tradição  que  esta  egreja  foi  a 
primitiva  matriz  da  freguezia,  que  antiga- 
mente se  denominava  MóséUos  do  Monte. 

Esta  tradição  lem  lodos  os  visos  de  ver- 
dadeira,  em  razão  de  antíquissimas  sepid* 
turas  que  aqui  existiram,  o  que  prova  tam- 
bém a  muita  antiguidade  do  templo.  Tam- 
bem  Nossa  Senhora  era  a  padroeira  antiga 
d*esta  freguesia,  pois  nos  prasos  dos  seca- 
los  XII  e  XIII,  feitos  das  terras  immedialas 
(que  todas  eram  foreiras  ao  mosteiro  bene- 
dictino  de  Travanca)  se  diz  —  o  campo  di 
Santa  Maria,  que  está  nas  costas  da  ermida. 

Não  se  sabe  pois  quando  foi  edificada,  e 
apenas  se  sabe  que  foi  reedificada  em  1679, 
quando  a  primitiiva  ameaçava  imminente 
ruína. 

Antigamrate  vinham  aqui,  em  dias  certos^ 
clamores  de  varias  freguesias. 

A  eapella  está  entre  o  logar  de  Móséllo^ 
Govélhas  e  Gondeiro,  em  sitio  muito  ameno» 
todo  povoado  de  campos  e  arvores  silves* 
três. 

Gomo  a  eapella  não  tiaha  confiraria,  nem 
rendas  próprias,  era  a  freguezia  obrigada  i 
sua  fabrica.  Os  moradores  da  freguezia,  que 
ficavam  da  egreja  para  a  parte  d* Amarante 
(d^Áquem  do  Signo)  não  queriam  concorrer 
para  as  despesas  da  fabrica,  e  influiam  noa 
que  habitavam  a  parte  opposta  (a  (fue  eba- 
mam  d^Álem  do  Signo)  para  que  não  euidas- 
sem  mais  da  eapella. 

Um  cavalheiro,  chamado  ioao  de  Gaa- 
tro  e  Vasconcellos,  da  villa  de  Amarau* 
te,  que  attribuia  a  milagre  d'esta  Seabona 
da  Assumpção  a  cura  de  uma  sua  fiih^^ 
chamada  D.  Maria  de  Lima  Vasconeelios  e 
Castro,  a  quem  os  médicos  já  tinham  aJ»an* 
donado,  veio  comella  emaisfamilia,  da  sua 
quinta  de  Gondeiro,  em  romaria,  e  todoe 
descalços,  dar  graças  á  Senhora. 

Sabendo  então  do  projectado  abandono  do 
templo,  conferenciou  com  o  abbade  da  fre* 
guezia  do  Salvador  (João  de  Sonsa  Rebello) 
e  ambos  representaram  ao  vigario-geral  do 
bispado  do  Porto,  aliegando  que  a  eapella 


556 


MOS 


MOS 


eri  aDtiqaissíina  e  tinha  sido  matriz  da  pa- 
roehia;  e  que,  ficando  a  egreja  da  freguesia 
muito  distante,  para  os  povos  de  Alem  Signo, 
na  capeila  se  dizia  missa  ao  povo,  e  d*ella  se 
administravam  os  sacramentos.  • 
.  O  vigario-gerály  justificadas  as  allegações^ 
obrigou  toda  a  íreguezia  ás  despezas  da  fa- 
brica, e  logo  se  fez  um  novo  retábulo,  por 
estar  muito  velho  o  que  havia,  e  se  forrou 
a  capeila,  que  até  então  era  de  tdha  van. 

MOSENDAREM,  ou  MONZEDÁREM— Vi- 
de Vianna  do  Alemtejo. 

M OSEQNINS,  ou  MOSEQUINIS  —  porlu- 
guez  antigo  —  borzeguins. 

MÓSINHO  ou  MOUSINHO— portuguez  an- 
tigo — ^Víde  Moçoeo. 

MOSQUEIRO  (caldas  do)— Vide  It/A  voL 
4.*,  pag.  01,  coL  S.* 
MOSSÊCO  ou  MOSfiCO— portuguez  anti- 
'  go-— Vide  a  palavra  seguinte. 

MOSSEGADO  ou  M0SE6AD0— pertuguez 
antigo-^  pão  mossegado — dizia-se  d*aquelle 
em  que  á  mão  se  tirava  uma  pequena  par- 
te, quando  ainda  estava  na  palha,  para  ac- 
cudir  a  alguma  necessidade  urgente;  e  á  par  • 
te  assim  tirada  se  chamava  mossêco.  Ainda 
hoje  em  algumas  terras  do  Norte  se  empre- 
ga  esta  palavra  com  a  mesma  significação. 
Mossegado  também  significava  coosa  in* 
completa,  rôio,  esfarrapado,  etc. 

De  Mossêco  se  fez  na  Terra  da  Feira  mo» 
treco;  mas  aqui  significa  um  molho  muito  pe- 
queno de  qualquer  palha — uma  mão*cheia 
de  qualquer  cousa»  atada  a  modo  de  feixe. 
MOSl^A—  portuguez  ant.— Vide  MarêcL 
MOSTEIRINHO  —  freguezia,  Beira-Alta, 
comarca  e  concelho  de  Tondella  (foi  do  con- 
oelho  de  S.  João  do  Monte,  hoje  exlincto), 
35  kilometros  de  Viseu,  250  ao  N.  de  Lis'- 
boa,  60  fogos. 
Em  1757  tmha  35  fogos. 
Orago,  Nossa  Senhora  da  Natividade. 
Bispado  e  distrieto  administrativo  de  VI- 


O  reitor  de  S.  João  do  Monte  apresentava 
o  cura,  que  tinha  dOllOOO  réis  de  côngrua  e 

o  pé  d'altar. 
MOSTEIRO— Tomam-se  vulgarmente  por 

synonímos  mosteiro  e  coneento,  quando  são 

cousas  completamente  diversas.  OmoetUo^ 


no  rigor  da  palavra,  tanto  pôde  ser  de  fra« 
des,  como  de  seculares.  É  a  reunião,  ajun- 
tamento,  assembléa  ou  mesa,  de  uma  om- 
fraria  ou  irmandade,  ou  de  outra  qualquer 
instituição.  D*aqui  vem  chamar-se  á  missa 
mais  conoorlda  de  uma  egreja— missa  coH'- 
vfn/tto/— isto  é— missa  do  ajuntamenta^ 

Vem  do  latim  conventus,  que  significa  o 
mesmo ;  porém  os  conventos  jurídicos  dos  ^ 
romanos,  era  um  tribunal,  abrangendo  o  ei- 
vei, municipal,  administrativo  e  militar. 

Mosteiro  nunca  significou  mais  do  que  o 
edificio  monachal. 

Nos  primeiros  séculos  do  christianismo» 
uma  gruta,  ou  uma  choça  coberta  de  ramos, 
onde  habitava  qualquer  erímiia,  era  um 
mosteiro. 

Ainda  depob  de  se  admittír  nos  cenóbios 
maior  numero  de  monges,  nunca  o  seu  nu- 
mero  attlngíu  a  cifra  dos  séculos  futuros. 

A  soberba  e  arrogância  dos  grandes  palá- 
cios, de  magestosa  architectura,  nada  tinJia 
de  eommum  com  os  claustros  religiosos^  on- 
de só  viviam  homens  .dedicados  à  peiúteu- 
cia,  à  humildade  e  á  oração,  e,  por  assim  di- 
zer, enterrados  em  vida. 

Passados  os  primeiros  fervores,  e  n*este8 
mesmos  sitios,  ou  perto  d*elles,  se  fundaram 
mais  amplas  vivendas  monachaes,  algmnaa 
das  quaes  chegaram  aos  nossos  dias. 

1  Em  ii84,  Pedro  ÂgtUha  e  Martinho  Per* 
ne,  doaram  ao  mosteiro  de  Lorvão,  um  ter- 
rado ou  chão,  na  cidade  de  Coimbra,  cum 
Conventu  Pratrum  S.  Julioni.  (Doe.  de  Lor- 
vão.) 

No  mesmo  livro  se  acha  outra  doação  de 
uns  moinhos,  no  mesmo  logar,  os  quaes  par- 
tiam do  levante  cum  Confraria  S.  Juliani. 
Vé-se  que  unto  montava  dízer-se  confraria 
como  mosteiro. 

Reflectindo  sobre  os  nossos  mais  antigos 
documentos,  véroos  tão  desmarcado  nume- 
ro de  mosteiros,  que  devemos  acreditar  nao 
serem  esses  mosteiros  o  que  depois  foram. 
Cassiano  (Collat.,  18,  cap.  16.»)  diz  clara- 
mente que  á  cella  particular  de  (jualquer 
monge  se  dava  o  nome  de  mosteiro.  Mo* 
nasteria  dicebantur  Ceílae,  in  quibus  unt- 
cus  défgit  Monachtts.  Era  esta  e  différençâ 
entre  o  mosteiro  e  o  cenóbio;  n*este,  habita- 
vam muitos— n*aqaelie,  um  só.  Com  o  4^ 
curso  do  tempo,  também  aos  cenóbios  se 
'  deu  o  nome  de  mosteiro,  como  se  vé  do  cea- 
ciiio  romano  de  826^  coínon  27.* 


M06 

Ã9  egrejas  eathedraes  se  da?a  o  no- 
1B6  á»  mosteiros,  ou  por  serem  servidas 
por  monges,  oa  porqae  os  cónegos  viviam 
em  eommunidftde,  com  tanta  humildade  go« 
mo  qualquer  cenobita. 

Também  às  egrejás  parocbiaes  se  dava  an- 
tigamente o  neme  de  mosteiros;  ou  pela 
austeridade  com  que  os  parochos  viviam 
nas  suas  residências;  ou  porque  n'ellas  ha 
via  monges  que  os  ajudavam  nos  seus 
misteres  parochlaes. 

Mosteiro  de  herdeiros^  eram  quasi  lodos  os 
que  se  fundaram  no  século  li.*  Junto  d'uma 
pequena  egr^ ja  ou  oratório  (edicula)  se  cons- 
truíam casas  em  que  viviam  os  ftindadores, 
eom  as  suas  Caimilias,  e  succediam-lhes  seus 
herdeiros,  sob  condição  de  darem  agasalho 
aos  peregrinos,  e  esmolas  aos  pobres»  e  aos 
monges  que  serviam  esses  templos. 

Motieiros  se  chamavam  aos  arcos,  aboba- 
das ou  pequenas  capeilas,  feitas  pela  parte 
exterior  das  egrejas,  nas  quaes  antigamente 
sepultavam  os  defuntos. 

Mostei$*08  ce^aes-^er^m  os  que  tinham 
outros  sob  a  sua  obediência.  (Os  principaes» 
em  Portugal,  eram  Pombeiro,  Tibães,  Vac- 
cariça^  etc.) 

Mosteiros  canomceas — aquelles  em  que  vi- 
viam cónegos  regrantes,  ou  seculares,  com 
a  mesma  austeridade  com  que  viviam  os 
monges. 

Mosteiros  dúplices,  duplex^  ou  dobrados  (de 
ambos  os  sexos)—- Qouve  muitos  em  Portu- 
gal (eram  a  maior  parte)  ainda  depois  que 
no  2.0  concilio  de  Nicéa,  cânone  20.%  foram 
prohibidos,  por  não  darem  bons  exemplos, 
alguns  d*ellej;  apesar  de  estarem  divididos 
os  dois  sexos,,  em  quasi  todos  por  altas  e 
gro^ssas  paredes,  nãi)  se  avistando  senãç 
raríssimas  vezes;  tendo  cada  divisão  seu  che- 
fe, do  mesmo  sexo,  e  sendo  prohibido  ás 
monjas  entrarem  na  egreja  dos  frades,  de- 
vendo ouvir  missa  e  assistir  aos  officíos 
religiosos,  nos  seus  oratórios,  ou  no  coro, 
vedadas  á  vista  por  bastas  rótulas. 

Mosteiros  isentos — conventos  que  estavam 
fora  da  jurisdicção  do  prelado  diocesano, 
obedecendo  só  e  directamente  ao  papa  ou  aos 
«eus  delegados.  Adquiria^se  este  privilegio 
por  origeniy  proscripção  ònmemoríal,  ou  per 


IfOS 


557 


graça  especiúl^  e  â'esta  cireumstancia  nasce- 
ram os  prelados,  nullios  diocesis,  que  exer- 
ciam a  jurisdieçio  episcopal,  no  clero  e  po« 
vo  do  distrieto  privilegiado.  Em  Portugal  os 
isentos  mais  notáveis  ei^m— a  prelazia  de 
Tkomar  e  o  gf^ão-priorado  do  Crato.  Muitos 
abbades  benedictinos  conferiam  ordens,  mas, 
a  maicHT  parte^  só  podiam  dar  as  meno- 
res. 

Em  Portugal  e  Hespanha,  teve  dfstincto 
logar  a  bulia  de  Urbano  H,  de  i095,  a  qual 
(soneedia  ao;  rei,  próceres  e  magnates,-  des- 
membrar dos  autigos  bispados,  e  submetter 
a  mosteiros,  todas  *as  egrejas  que  resgatas- 
sem do  poder  dos  mouros,  Juntamente  com 
a  precepção  dos  dizimes  e  primícias. 

Também  ha^  abbadias  seculares  isentas. 
A  principal  era  a  de  SoalhSes,  cuja  parocho 
tinha  poder  quasi  episcopoL  Das  regulares, 
a  principal  era  a  de  Salzédas. 

Mosteiros  reaes--o^  que  só  dependiam  do 
imperante,  mas  ordinariamente  dava-se  até 
i834  o  titulo  de  real  mosteiro  a  todo  o  que 
tinha  sido  fundado  pele  monareha,  ou  por 
algum  membro  da  família  real. 

MOSTEIRO— Vide  PòiA^ro-^  Aguiar  da 
Beira,  e  Sermillo. 

MOSTBIRÓ— (de  Nóbrega)  logar  do  Mi- 
nho, na  freguezia  de  Aboim  dn  N(^*ega.  (Vol. 
1.  •,  pag.  i4,  col.  2.«) 

A  egreja  matriz  pertenceu  a  um  antiquís- 
simo mosteiro  de  freiras'  que  aqui  houve,  o 
qual  foi  primeiro  de  bentas,  depois  de  agos- 
tinhas; passando,  pelos  annos  de  1480,  a  po- 
der de  comraendatarios,  da  ordem  de  Malta. 
â  por  isso  que  ao  logar  onde  está  a  egreja, 
ainda  se  chama  Mosteiro. 

Ainda  hoje  ha  aqui  um  rego  a  que  cha- 
mam Calle  das  freiras. 

A  padroeira  d'esta  egreja  (Nossa  Senho- 
ra da  Assumpção)  fei  em  tempo»  antigos  a 
mais  celebre  thaumaturga  da  província  de 
Entre  Douro  e  Minho,  e  da  particular  de- 
voção dos  senhores  do  castello  e  villa  de 
Nólirega. 

Consta  que  o  appelUdo  de  Aboim,  que  es- 
tes fidalgos  adoptaram,  foi  por  devoçio  a 
«sta  Senhora,  que  se  diama  também  SasUa 
Maria  úe  Áboégs:    *        ' 

D'e6ta  itobitissima  famUia  foi  D.  João  de 


568 


ms 


íf  celebre  valido  dd  D.  Mfotflo  IH,  e 
flea  neo^homem. 

Quando  eate  omiaroba  ana  alii4a  iafante^ 
o  acompanhoQ  a  França,  e  aMbtia  aa  mu 
casamento  com  a  infeltt  condessa  de  Balo* 
nba*  RagressQQ  oom  dle  a  Portai^  e  loi 
aeu  mordomo -mór  (o  Sfi.*  que  teve  este  of* 
fimo»  como  se  vé  na  col.  1«  da  pag.  5i0 
d'este  Yolame). 

Foi  também  moito  «stknado^jrei  IX  Di- 
nis, alho  de  D.  AffoBSO  HL 

D^  Joio  d' AI»oiffi,  era  filho  da  Ik  Pedro  Ro- 
drigues da  Nóbrega,  e  neto  de  D.  Eorígo  Vó* 
Ibo  da  Nóbrega. 

O  mesmo  D.  João  de  Aboim,  taidon  o  cai- 
telio  e  a  villa  de  Portel,  en  4B6S  (por  mer- 
co de  D.  Aflbnso  IH)  e  lhe  den.íòral,  49omo 
villa  sua.  Bste  foral  fai  feito  em  Évora,  com 
assistencial  e  annuenda  de  seu  fittio,  D.  Pe- 
dro  Annes  de  Portel.  E  den  o  nome  a  Villa- 
Bom  (€omah;%  ooncelbo,  bispado,  a  proi^i- 
mo  d'Elva9,  no  distrioto  administrativo  de 
Portalegre). 

.  ^ate  D.  Pedro,  foi  nm  graade  senbor  do 
sen  tempo.  Gasoa  com  D.Coastança  Mendes 
de  Sonsa,  senhora  da  otaa  de  Scêuui,  a  mais 
nobre  de  Portugal.  Era  filha  de  D.  Mendo 
Garcia,  senhor  de  Panoyas,  e  de  Dl  Thcieza 
Annes. 

Tiveram  a  D.  João  Píeres,  qoa  casou  com 
fii  Aldonça  Peres,  neta  de  D.  Afiòaso  III,  por 
aer  filha  de  D.  Urraca  Affirnso. 

A  (jKiiBta  d'Aboim,  solar  dos  Aboins,  era 
orna  das  maiores  e  melhores  da  província. 
Pai  ainda  D.  Joio  de  Aboim  que  lhe  den  esie 
nome,  pois  antes  d'i8so  se  chamava  quinta 
do  Outeiro.  Era  esta  propriedade  junto  ao 
logar  da  Pica,  e  lhe  fora  dada,  em  90  de  ju- 
lho de  ii70,  por  D.  Martim  Fagundes,  com- 
•mmidador  de  Leça  do  Bailio,  is  tenente  do 
grão-mestre,  D.  Gonçalo  Pirei^  de  Pereira. 

Era  o  mesmo  D.  Joio,  aenbor  de  Villa- 
Verde,  por  doação  que  Um  fizera,  em  1S60, 
D.  Affonso  Pires  Farinha,  prior  da  Gralo, 
com  anctorisação  do  gi^-commendador  de 
Hespanha,  D.  irai  Faraúdo  de  fiarriôco. 

Os  descendentes  de  D.  João,. foram  pouco 
e  pouco  desmembrando  d*esta  grande  qnin» 
ta  d*Aboim,  varias  propriedades,  qu»  davam 
6  vendiam^  raduzindo-a  portanto  a  mnito 


MOS 

inanos  valor,  até  que  cova  o  correr.dos  an- 
nos,  estava  dividida  e  sub-divjdida  por  di* . 
versos  possuidores. 

Pelos  ânuos  de  14&Q,  Femao  iHariina,  ia*^ 
miliar  do  arcebispo  deEraga,  comprou  (por 
bem  ou  por  mal)  a  maior  parte  das  proprie- 
dades que  constituiram  a  antiga  quinta  de 
Aboim,  e  quiz  gosaic  também  as  honras  dos 
seus  antigos  possuidores,  o  que  conseguiu, 
por  mercê  de  D.  AfTooso  V,  em  1449,  em 
premio  dos  grandes  serviços  que  tinha  feito 
nagipierra. 

A  quinta  de  ^boim,  passou  depois  aos  Ca- 
marás, da  cidade  do  Porto^  e  doestes  para  os 
senhores  de  Bayão,  por  casamento  de  Fer* 
nao  Martins  de  Souza,  com  D.  Maria  d' Atbai- 
de,  filha  de  Fernão  Gonçalves  da  Gamara. 

Consta  que  o  conde  D.  Henrique  e  sua 
mulher,  deram  foral  e  titulo  de  villa,  a 
Aboim  da  Nóbrega,  pelos  annos  de  1100; 
porém  Franklim  não  traz  semelhante  foral) 
e  no  que  D.  Manuel  deu  a  Nóbrega,  em  24 
de  outubro  de  1913,  tratando  de  muitas  ter- 
ras a  que  diz  respeito,  não  falia  em  Aboim. 

É  certo  porém,  ter  por  muitos  séculos  o 
fôre  de  villa  e  ser  couto  do  rei,  com  juiz  or- 
dinário, dois  vereadores,  procurador,  mei- 
rinho, e  escrivão  do  eivei  e  da  camará,  fei- 
tos por  eleição,  a  que  presidia  o  corregedor 
de  Vianna.  —  Nà  orphanologia  pertencia  á 
Barca. 

O  commendador  de  Malta,  donatário  da 
freguezia,  servia  de  capitão-mór.  Os  povos 
da  parochia  tinham  os  grandes  (e  absurdos) 
privilégios  de  caseiros  da  ordem  de  Malta. 

M08TEIR6— aldeia,  Minho,  na  freguezia 
do  Cerdal,  comarca,  concelho  e  6  kileme- 
tros  deVallença.  (Vol.  i  •,  pag.2W,  col.  1.*)  * 

Próximo  do  rio  Minho,  está  o  logar  do  ilfos* 
teiró,  celebre  pela  sua  antiguidade  e  pelas 
suas  tradições. 

Consta  que  no  7.*  século,  fundaram  aqui 
uns  eremitas,  uma  capella,  dedicada  a  Nos- 
sa Senhora,  e  elles  viviam  em  cabanas  tos- 
cas, em  volta  da  ermida. 

t  Já  tratei  doeste  mosteiro,  na  freguezia 
do  Cerdal,  aqui  dou  d'dl6  mais  algumas  no- 
M9»9  pouco  saDidas^  pela  sua  antiguidade. 


MOS 

Com  a  iflvaflio  doe  mouros»  era  7111^  os 
eramiUft  esoonderam  a  imagem  da  padroei- 
ra e  fagiram  espavoridos. 

Os  reis  de  Leào  resgataram  estas  terras 
úo  poder  dos  arafaés^  pelos  autt)}  890. 

Algum  tempo  depois^  appareeen  a  antiga 
inagem  da  Seokora,  o  a  eondesea  Muma- 
Dona,  tia  de  D.  Ramiro  II,  de  Leão,  peíos 
ânuos  de  090,  reedifieoa  a  eapeHa  e  fuodou 
Bovo  mosteiro,  soiíre  as  ruisas  do  primeiro, 
dediC2ffido-o  ao  Salvador  de  Manlo  e  a  San 
la  Maria,  e  dotaijMlo^o  eom  muitas  rendas, 
^ue  Uie  assigiKou  em  Portugal,  G^lliaa  e 
Leão,  entregando  o  mosteiro  aos  monges  de 
S.  Bento. 

Poucos  anoos  depois  da  morte  da  ftiada- 
■dora,  os  leoaezes  e  os  galleges,  deixaram  de 
pagar  as  rendas  ao  mosteiro,  que,  não  po- 
dendo susteniar-ae  s6  oom  as  que  rocebia 
do  reino,  foi  abandonado^  e  com  estas  reu- 
<das  se  instituiu  a  eollegiada  da  Nossa  Senho- 
m  da  Oliveira,  de  Guimarães,  em  tempo  de 
-8.  Geraldo,  arcebispo  de  Braga. 

O  ffiosieiro,  que  era  pequeno,  oomo  o  seu 
próprio  nome  indica  {moitâiró  é  diminutivo 
de  nwêteiro,  como  se  disséssemos  —  mostei- 
rtnho\  íoi  cahindo  era  ruioas,  e  só  a  capei- 
la  se  foi  conservando  .pela  devoção  do  povo, 
•e  pelo  cuidado  de  um  erimitâo  que  qnasi 
«empre  tioba. 

Em  Í392,  reinando  em  Portugal  D.  Joáo  I, 
vieram  a  este  reino,  para  fundar  a  religião 
firandscana,  alguns  frades  d*esta  ordem,  sen- 
do os  priacipaesy  frei  Gonçalo  Martínbo  e 
frei  Diiogo  Ayres  (ou  Árias),  asUirianos. 

Buscaram  sítios  ermos  e  distanies  de  po- 
voado, onde,  com  beneplácito  do  rei,  funda- 
ram alguns  mosteirosw 

Um  dos  sítios  por  elles  escolhido,  foi  este 
de  Mosieiró.  Estava  a  ermida  entre  uns  gran- 
des montes,  cercada  de  espessos  bosques,  e 
era  um  sitio  muito  próprio  para  a  vida  de 
penitencia  e  oração  a  que  se  dedicavam  en- 
tão estes  religiosos. 

Pedida  a  competente  licença  ao  arcebispo 
4e  Braga,  deram  logo  principio  á  fundação 
do  mosteiro,  que  dedicaram  a  Santa  Maria, 
«foi  o  primeiro  da  sua  ordem  em  PorlugaL 

Este  tereeiít)  Muvento  era  ainda  mais  po- 
íxst  que  o  segundo^  o  ^adiflCio  de  acanhadas 


MOS 


$59 


proporções,  e  tanto  este  como  a  ermida  (qu^ 
era  a  primitiva)  eram  cobertos  de  colmo. 
Apesar  d'isso,  incandiando-se  a  matta  que 
o  <^reava  (pelos  annos  de  1410)  carbonisan- 
do  as  maiores  arvores,  foi  o  mosteiro  redu- 
zido a  cinzas,  escapando  apenas  a  capella, « 
que  se  teve  por  grande  milagre. 

Faz-se  na  egreja  matriz,  a  8  de  setendiro, 
uma  esplendida  festa,  a  Nossa  Senhora  da 
Natividade,  havendo  na  véspera  ilhiraina*- 
ção,  e  grande  quantidade  de  fogo  preso  e  do 
ar;  e  vésperas  solemnes,  a  grande  instru- 
mental. 

Tudo  o  mais  que  havia  a  dizer  doeste  can<- 
vento,  já  está  em  Cerdal.     , 

MOSTEIRO  -~  aldeia,  Beira- Alta,  na  fro- 
guezia  do  Cowío  do  Mosteiro,  (Vol.  2.^  pag. 
42&,  col.  2.*) 

Dà-se  a  esta  freguezia  (que  foi  viUa)  o  no- 
me de  Cpuèo  do  Mosteiro,  porque,  offectiva- 
mente,  houve  aqui  um  mosteiro,  que  foi  con- 
tado. Foi  fundado  pelos  templários,  em  1124 
e  era  da  invocação  de  Santa  Maria.  Depois 
da  extincção  da  ordem  do  Templo,  em  1311, 
passou  a  ser  priorado  secular,  dos  bispos  de 
Coimbra;  a  egreja  ficou  sendo  a  matriz  da 
freguezia,  e  esta  passou  a  ser  commenda  da 
ordem  de  Ghristo. 

Ainda  na  egreja  ha  uma  imagem  de  San- 
ta Maria,  de  pedra,  que  era  a  padroeira  do 
antigo  mosteiro,  e  que  agora  se  denomina 
Nossa  Senhora  do  Rosário. 

É  egual  em  tudo,  â  de  Nossa  Senhora  de 
Finis  Terras^  da  villa  de  Soure,  e  foram  am- 
bas feitas  pelo  mesmo  esculptor,  e  pelo  mes- 
mo tempo. 


No  logar  de  Géstosa,  d*esta  freguezia,  a 
1:500  metros  da  egreja  matriz,  está  a  capei- 
la  de  Nossa  Senhora  da  Graça,  muito  an- 
tiga. Fazse  a  sua  festa  a  18  de  dezembro. 

O  couto  do  mosteiro  (que  deu  o  nome  á 
parochia)  comprehendia  três  fregneziae~a 
do  Cotizo  do  Mosteiro,  cabeça  do  couto — a 
do^tmt^irâ,  que  foi  sua  annexa-— e  a  de  S. 
JoanniiUío.  (Vol.  3.»,  pag.  412,  coL  L«--a  2.» 
d'este  nome). 

A  freguezia  do  Couio  do  Mosteiro  tem  9 
aldeias,  que  são^CoutOi  Colmiosa»  Peceguír 


560 


MOS 


do»  yilla  de  Barba,  Casal  de  Maria,  Pedray- 
rea»  Casal  de  Vidona,  Oateiro  e^éstosa. 

A  de  Vimieiro^  tem  daas— Vimieiro  e  Ro- 
}ãO' Grande.  ^ 

  de  Joanninho,  tem  cinco  —  &  Joanni- 
tho,  VUla-Poaca,  Casal  Bom,  Real  e  Abe- 
lheira. 

MOSTEIRO— aldeia,  Beira  Alta,  na  fregue- 
zia  de  Cabjil  oa  BcUtar  de  Cabril.  (Vol.  S.«, 
pag.  21,  col.  2.*) 

São  três  fregaezias  reanidas— Baltar,  Ca- 
bril, e  Moimenta. 

O  legar  do  Mosteiro,  tem  este  nome,  por 
que  houve  aqai  em  tempos  antigos  um  mos- 
teiro de  freiras  benedictinas.  A  sua  egreja  é 
a  aotual  matriz  da  freguezia.  O  edificio  do 
mosteiro,  foi  parte  demolido,  e  parte  é  hoje 
a  residência  do  parocho. 

MOSTEIRO— aldeia,  Doaro,  na  fregaezia 
de  Canédo,  concelho  da  Feira.  (Vol.  2.*,  pag, 
86,  col.  i.«) 

Tem  este  nome,  em  razão  de  ter  aqui  ha- 
vido um  mosteiro  de  freiras  benedictinas. 
com  uma  grande  cárca.  O  edificio  do  mos- 
teiro, é  hoje  propriedade  particular  do  dr. 
Bernardo  José  da  Silva  Tavares,  cónego  da 
Sé  do  Porco.  (Ainda  tem  um  oratório,  mas 
já  n'elle  senão  diz  missa  ha  muitos  annos). 

A  cerca,  é  parte  (a  maior)  propriedade  do 
mesmo  cónego,  e  parte,  de  seu  irmão,  Her- 
menegildo José  da  Silva  Tavares,  que  foi  ca- 
pitão de  milícias,  e  que  construiu,  pelos  an- 
nos  de  1847,  umas  boas  casas  de  habitaçãj 
na  extremidade  da  cerca  que  flca  próximo  á 
egreja. 

Este  mosteiro  e  suas  dependências  foi 
vendido  no  tempo  dos  Philippes,  hindo  as 
freiras  para  o  convento  de  S.  Bento,  do  Por- 
to. £*  apenas  a  distancia  de  uns  200  metros, 
ao  E.  da  matriz. 

^'*esta  aldeia  do  Mosteiro  se  faz  uma  feira 
no  dia  7  de  cada  mez. 

Para  o  mais,  vide  Canédo,  da  Feira. 

MOSTEIRO— aldeia.  Douro,  na  freguezia 
antecedente.  (Pag.  87,  col.  2.*  do  2.*  vol.) 

Dista  da  egreja  parochial  3  kilometros  a 
ENE.,  e  a  igual  distancia  da  margem  es- 
querda do  rio  Douro. 

Houve  aqui,  em  tempos  remotos,  um  pe- 
queno mosteiro  (como  o  seu  nome  indica) 


MOS 

de  Ireiras  benedictinas,  mutto  mais  andgo 
do  que  o  antecedente,  e  que  deixou  de  exis- 
tir não  se  sabe  quando. 

Era  esta  aldeia,  então,  da  antiquíssima  fire* 
guezia  da  Várzea  de  Carvoeiro^  que  foi  ha 
muitos  annos  supprimida,  não  restando  d'el- 
la  outras  memorias  senão  a  sua  capellamdr» 
transformada  em  ermida. 

Apesar  da  existência  d'este  mosteiro  ser 
authenticada  por  vários  documentos  antigos» 
não  ha  d*eUe  o  mínimo  vestígio,  e,  o  que  'é 
mais  notável,  nem  ao  menos  tradição  de  ter 
existido.  Em  vista  d'esta  circumstancia»  è 
provável  que  fosse  destruído  pelos  mouros^ 
no  principio  dq  século  VIII. 

A  íireguezia  de  Várzea  de  Carvoeiro,  era 
tão  antiga,  que  já  existia  em  897,  sendo 
n*esse  anno  resgatada  do  poder  dos  monrof, 
por  D.  Affonso  Magno.  Encorporouse  na  de 
Canédo,  ha  mais  de  400  annos. 

MOSTEIRO— sitio  da  mesma  freguezia,  8 
kilometros  ao  SB.  da  egreja  parochial.  B* 
um  monte,  em  forma  de  península,  cercado 
pelo  rio  JnAa,  ficando  lhe  o  útftmo  a  E.8.B., 
na  encosta  occidental  do  monte  da  0'sía. 
Chamase  a  este  sitio  vulgarmente,  Moeteirá 
do  JUbeiro.  Fica  a  2  kilometros  ao  S.  do  rio 
Douro. 

Este  monte,  que  é  hoje  um  bosque,  está 
por  todos  os  lados  cercado  de  outros  mon- 
tes, mais  altos,  e  é  em  sitio  ermo,  sendo  a 
povoação  mais  próxima  a  pequena  e  pobre 
aldeia  de  Rebordêllo,  também  da  freguezia 
de  (Canédo.  Esta  aldeia  e  a  de  Mosteiro  do 
Ribeiro  pertenciam  á  freguezia  de  S.  Ci- 
priano, de  Parada  do  MonUt  supprimida  ha 
mais  de  500  annos. 

Segundo  a  tradição,  havia  em  Mosteiro  do 
Ribeiro,  um  mosieirinho  (donde  lhe  provém 
o  nome)  de  freiras  benedictinas,  e  uma  pe- 
quena aldeia. 

Em  29  de  setembro  de  1348,  principiou 
em  Portugal  o  terrível  contagio,  chamado  a 
morteydade  ou  peste  grande^  que,  apesar  de 
durar  sò  três  mezes,  marcou  época  na  his- 
toria portugueza  pelo  horroroso  numero  de 
victimas  a  que  deu  causa.  (4.*  vol,  pag.  388» 
col.  2.*) 

Segundo  a  tradição,  nem  uma  só  pessoa 
'  do  mosteiro  ou  da  aldeia  escapou  ao  pavoroso 


MOS 


MOS 


56 1 


contagio.  Foi  tal  o  terror  dos  povos  eirenm- 
visinbos,  que  sete  annos  ningaem  se  atre- 
Tea  a  hir  a  Mosteiro  do  Ribeiro.  Passados 
elles,  principiaram  a  hir  ali  algumas  pes- 
soas, em  basca  dos  objectos  pertencentes 
aos  faliecidos,  e  consta  que  debaixo  dos  en- 
tulhos appareceram  algumas  pipas,  cheias 
de  vinho,  em  muito  bom  estado. 

Do  mosteiro  e  da  povoação  apenas  restam 
alguns  alicerces  de  casas»  e  de  paredes  de 
campos  e  suealeos,  indicando  que  tudo  era 
pequeno  e  pobre. 

.  Nunca  mais  foi  habitado  este  monte,  que 
se  dividiu  em  differentes  possuidores.  Um 
lavrador  do  logar  de  Piscagueiro  (freguesia 
do  Valle,  concelho  da  Feira)  é  hoje  o  único 
possuidor  de  todo  o  monte,  por  compras  que 
fez  aos  seus  differentes  proprietários. 

O  logar  de  Parada  do  JfoiUe,  onde  estava 
a  matriz  da  freguezia,  lambem  aoítreu  mui- 
to com  aquella  peste,  ficando  quasi  deserto; 
pelo  que  foi  supprímida  esta  parochia,  pas- 
sando o  povo  a  pertencer  á  freguezia  de  S. 
Vicente  de  Louyedo,  do  extincto  concelho 
de  Fermedo,  (hoje  concelho  e  comarca  de 
Arouca)  e  a  aldeia  de  RebordôUo,  e  a  que 
fora  aldeia  do  Mosteiro  do  Ribeiro,  á  fre- 
guezia de  Ganédo. 

Ainda  se  divisam  os  alicerces  do  corpo 
da  antiga  egreja  de  S.  Gypriano,  martyr,  de 
Parada  do  Monte,  e  a  sua  capella-mór  está 
transformada  em  ermida  do  mesmo  santo, 
ao  qual  ainda  se  lhe  faz  a  festa,  no  4.*  do- 
mingo de  setembro*  (O  seu  dia  próprio  é  a 
316  d*este  mez.) 

MOSTEIRO —freguezia,  Minho,  concelho 
de  Vieira,  comarca  da  Povoa  de  Lanhoso, 
S4  kilometk'os  ao  N.  de  Rraga,  380  ao  N.  de 
Lisboa,  360  fogos. 

fim  i757  tinha  3^  fogos. 

Orago  S.  João  Baptista. 

Arcebispado  e  districto  administrativo  de 
Braga. 

A  casa  de  Galhariz  apresentava  o  abbade, 
que  tinha  800M00  réis  de  rendimento. 

Gonsta  que  foi  eommenda  dos  templários, 
que  aqui  cràstruiram  um  mosteiro  d^  sua 
ordem,  o  qual  existiu  até  1311. 

Em  1319  passou  a  eommenda  de  Gbristo, 
e  foi  dada  aos  morgados  do  Galhariz. 


A  egreja  matriz,  é  a  que  foi  do  mosteiro- 

É  terra  fértil  em  todos  osfructos  do  paiz, 
cria  muito  gado,  e  nos  seus  montes  ha  abun- 
dância de  eaça  grossa  e  miúda. 

MOSTEIRO— freguezia,  Beira  Baixa,  con* 
celho  de  Oleiros,  comarca  da  Gertan,  65  ki- 
lometros  ao  N.  do  Grato,  19Q  ao  E.  de  Lis- 
boa, 110  fogos. 

Em  1757  tinha  84  fogos.   . 

Orago  Nossji  Senhora  da  Victoria. 

Era  isento  do  grlo-priorado  do  Grato,  e 
está  desde  1834  annexa  aopatriarchado. 

Districto  administrativo  de  Gastello-Brau- 
co. 

O  grâo-prior  apresentava  o  capellâo,  cu- 
rado, que  tinha  lOOMOO  réis. 

E'  terra  fértil  em  cereaes. 

E'  tradição  que  o  nome  lhe  provém  d'um 
mosteiro  de  cavalleiros  do  templo  que  aqui 
houve  (outros  dizem  que  foi  de  freiras  be- 
nedictinas).  Não  had*elle  vestígios,  só  cons- 
ta  que  a  egreja  do  antigo  mosteiro  serve  ac- 
tualmente de  matriz  da  parochia. 

Esta  freguezia  não  vem  no  Port.  Sac.  ê 
Prof. 

MOSTEIRO  —  freguezia,  Beira  Alta,  co- 
marca e  concelho  de  Tondella,  15  kilome- 
Uros  de  Vizeu,  260  ao  N.  de  Lisboa,  190  fo- 
gos. Em  1757  tinha  117  fogos. 

Orago  o  Salvador. 

Bispado  e  districto  administrativo  de  Vi- 
zeu. 

O  papa  e  o  bispo  apresentavam  alternati- 
vamente o  abbade,  que  tinha  180M00  réis  de 
rendimento. 

E'  terra  muito  fértil  em  cereaes,  azeite  e 
fraetas,  e  produz  muito  vinho  de  óptima  qua- 
lidade. Gria  muito  gado  e  tem  abundância 
de  caça. 

Para  se  distinguir  das  outras  povoaçdes 
do  mesmo  nome,  se  lhe  dà  o  de  jÊosteiro  de 
Fráguas. 

Gonsta  que  esta  freguezia  principiou  por 
um  mosteiro  duplex,  da  ordem  de  S.  Bento, 
que  ha  muitos  annos  foi  snpprimido,  e  que 
d'esta  eireumstancia  lhe  provém  o  nome. 

MOSTEIRO— freguezia,  Douro,  comarca  e 
concelho  de  Villa  do  Gonde,  ISkilometros 
ao  N.  do  Porto,  345  ao  N.  de  Lisboa,  120 
fogos. 


362 


MOS 


IR» 


Em  1767  lliiba  M  fogòg. 

OragD  f^.  GoD^lo. 

Bispado  e  dislrieio  admfiiistratfvo<Ío  Porto. 

As  religiosas  beiedietinas  do  convento  da 
Avé^Maria,  do  Porto,  apresentavam  o  reitor, 
qne  tinlia  60i^000  réts  e  o  pé  de  altar. 

Era  da  eomarca  do  Porto,  e  do  eoncellio 
da  Maia.  A  requerimento  do  povo,  passou  a 
ser  da  comarca  e  concelho  de  Villa  doGon 
de,  por  decreto  de  11  de  maio  de  1870. 

E*  terra  muito  fértil  em  todos  os  géneros 
do  paiz,  cria  muito  gado  e  ó  abundante  de 
peixe  do  mar,  que  Itie  fica  poneo  distante. 

Houve  aqui  um  mosteiro  de  freiras  bene- 
dKetinas,  fondado  no  Século  XIL  Foi  soppri- 
mido  em  1480,  htndo  as  freiras  e  as  rendas 
d'elie,  para  o  convento  de  firefras  da  sua  or- 
dem, da  cidade  do  Porto.  A  egre]a  matriz  é 
a  que  foi  do  mosteiro. 

MOBTEIRé — aldeia,  Douro,  moleira  d«s 
fregtiezías  de  FermedoeS.  Miguel  do  MMto, 
no  extineto  coiKêlbo  de  Fermedo,  hoje  co* 
marca  e  concelho  de  Arouca,  d*onde  disia 
20  lulometros  a  O.,  30  ao  S.  da  cidade  do 
Porto,  60  ao  ENE.  de  Aveiro,  8  ao  a  do 
Douro,  262  aa  N.  d»  Lisboa,  30  fogos. 

É  povoação  muito  antiga,  e  se  enoootram 
pelos  seus  arredores  m&moas  eeltloas,  e  um 
dolmen,  na  serra  de  Borralhoso,  que  é  pró- 
xima. 

Ao  fundo  da  povoação  passa  um  ribeiro 
do  seu  nome,  onde  se  encontram  muitos  stau- 
rotides.  Vide  Borralkoêo, 

Houve  aqui  um  mosteiro  de  freiras  bene* 
dictinas,  que  foi  supprimido  em  1480,  hin- 
do  as  suas  fTeifás  e  rendas  para  o  convento 
de  S.  Bento  da  Ave-Haría,  da  cidade  do  Por- 
to. Da  sua  egreja  não  ha  o  minimo  vestígio^ 
O  mosteiro,  que  era  pequeno,  é  propriedade 
e  residência  d'um  lavrador  chamado  Manuel 
ferreira  da  Silva,  foreiro,  assim  como  a  maior 
parte  do  logar,  ás  ditas  freiras,  do  Porto. 
'  Ha  n*esta  leirra  muitos  eanastreiros,  talvez 
os  melhores  de  Portugal.  Encommendando- 
se-lhe,  fkzem  canastras  e  cestos,  qne  se  en* 
ehem  d*agua,  sem  verterem  uma  só  pinga, 
como  se  fossem  d'argilla,  ou  ée  aduaHas. 

HOSTEtRÔ— freguezia.  Douro,  comarca  e 
concelho  da  Feira,  60  kiiometros  ao  S.  do 
Porto,  280  ao  N.  de  Lisboa,  IdO  fogos. 


Ekn  1757  tinha  7?  fogos. 

Orago  Saoio  Attdré,  aposlok). 

Mspado  do  Porto,  distrtefo 
de  Aveiro. 

O  reitor  de  S.  Miguel  éo  Souto  apresenta» 
va  o  cura,  que  tinte  5O#00O  réis  e  o  pé  #» 
altar.  É  terra  fntíl  eaa  cereaes  e  outros  fm- 
ctos,  cria  bastante  gado,  o  tem  alguns  pioliaea 
de  boa  rnsNlflíra. 

Diz^se  que  também  houfve  ú'es(tii  fregue* 
zia,  um  moBteiro,' pequeno,' de  freiras  bene- 
dictinas,  que  foi  supprimido  hamaisdelOD 
amos;  mas  nSo  |MHle  «obter  mais  luferma* 
coes. 

MMmmO  VUUUfOSO  ~<  fl^egueti»,  Hi« 
nlM>,  na  comarea  e  oonoeAo  de  Yilla  Nova 
de  FamalioSo:  Já  a  pag.  238  Y,  do  1.»  vol.  inh 
tei  d*esta  fregvetia ;  porém  oomo  eHa  é  oo« 
Bbecida  por  anèov  os  ofoies'  {Arwma  e  JRm- 
tèiro  êe  Attnoso)  aeoreseentarei  nals  o  ae* 
gutirte? 

Houve  a(fní  um  mosteiro,  dobrado,  daor« 
dem  4e  8.  Bento,  fundado  por  S.  Prucmoao, 
em  642.  Os  mouros  <»  destruíram  em  7f5  om 
7f6,  e  foi  reoonstruido  pelo  infefíz  D.  Gar* 
cia,  r.  i  de  Portugal;  ftiho  de  D.  AfVonso  Mn- 
gno  (vide  Alfaiates^  a  pag.  119  do  1.*  vol.), 
pelos  annos  1067. 

A  requerimento  de  D.  Joio  II  e  do  arce- 
bispo de  Braga,  o  papa  Alexandre  VI  sup- 
prímiu  este  convénio,  em  1495.  O  celebre 
arcebispo,  D.  Jorge  da  Cesta  (o  cardeal  âê 
Alpedrinha)  o  uniu  ao  convento  de  Pomfeei* 
ro.  Depois,  foi  mudado  para  Belém  (do  Mi« 
nho)  onde  tinha  uma  grande  quinta.  Pf4 
supprimido  ha  mais  de  180  annos,  tomando 
tudo  de  emprazamento,  o  doutor  Miguel  Pi- 
nheiro Figõeira,  cónego  da  Sé' de  Braga. 
Passou  depois  a  D.  Isabel  de  Souza  Lima  Pi* 
gneira,  em  cuja  deseendenoia  se  conserva. 

Não  se  confunda  esta  Ik^gueaia  de  Santa 
Maria  (Nossa  Senhora  da  Coneeiçlo)  eom^  a 
outra  do  mesmo  nome,  cujo  orago  é  Santa 
Eulália. 

MOSnnU)  De  FERREIlU^VIde  Ferrei- 
ra  (a  !.•),  a  pag.  17t,  col.  !•  do  3.*  v^l. 

MOSTBmO  D*OUVBniA  ou  DE  SAHDÍl 
MARIA  DE  OUYEIRA—  na  cooiarea  e  cob- 
celho  de  Yilla  Nova  áò  Pamalicãe.  Vide  0/i- 
veira,  d'e8te  concelho. 


M0¥ 

MOtTEIRO  DE  8.  FINS  BAS  fKUttJLÈ 

(Du  Friestus)^líia  o  iioiiie  antíso  da  aetaal 
IMglieBia  d)B  8.  Fínê^  qae  fiea  deacrfpta  a 
pag.  i9S,  ed.  i.»  do  3.*  vol. 
'  MOSTEIRO  DO  SOOtO  -*-  íregimia,  W- 
tttko^  cotuarea  e  oMcelho  de  Goioiaries.  Vi- 
de a  ft*egaezia  do  Somêo,  d^te  conorite. 

MOSYEIROL,  MOSTEIRO  e  MOSKIRO^ 
portiignez  antigo— -Vide  Monesieirúl, 

MdSTEBU)S  —  freguesa,  Aleatqo,  eoH* 
eeRio  d*AiTODehes»  comarca,  bispado,  distii* 
cto  administrativo  e  18  kiiometros  de  Porta* 
legre,  180  ao  S.B.  de  Lisboa,  110  fogos. 

Em  1757,  tinha  S8  fogo». 

Drago,  Nos»a  Seátiora  do»  Hosteirès. 

A  mitra  apresenfáta  o  cm,  qtte  tiftlia 
iW  alqueires  de  trigo  e  o  pé  d*aUâir. 

É  lerra  fertil  em  eereáee. 

MOSTIL  --  portagaez  antigo  >^  snppQe^se 
ser  o  mesmo  qae  offldal  oq  mesire  4e  (piai- 
quer  oficio  — éepoia  disse-se  mester  e  nnU- 
ter.  No  forai  de  (Mia,  de  1136,  depois  ée  or- 
denar qae  se  nio  emlMirguem  as  bestas  aos 
elBiro9,  diz — pro  in  nnUa  fadenda^  etc.*— 
cominúa  -—  Nunquam  in  wena  prenáat  mo$^ 
HL — Isto  não  é  porém  um  ponio  soffldente- 
mente  aterigoado.  Nlo  paasa  de  uma  bem 
tonéaéa  conjeetara. 

MOSTRARQAS —  portQgoez  antigo— ap- 
parencías. 

MOtRfiCO  -•  portQgaez  ant.— Vide  jUm- 

MOTA  OQ  MOTTA -- portognea  aniigo, 
ainda  usado  em  muitas  partes  de  Portugal. 
—  Hoje  ó  açude  oa  levada  de  agua,  que  se 
faz  de  pedra,  torrões  ou  íácliina;  mas  anti- 
gamente significava  os  muros,  torres,  fossos 
oa  cavas,  que  defendiam  eu  aformoseavam 
mna  casa  de  campo,  que,  por  erma  o  self* 
taria»  precisava  ser  fortificada. 

Ha  em  Portugal  muitas  casas,  quintas,  al- 
deias e  campos  com  este  nome. 
*  Mátta,  ó  também  appellido  nobre  em  Por« 
tugal.  O  primeiro  que  com  elie  se  aclia,  é 
Ruy  Gomes  de  Gondar  da  Motta,  no  reinado 
de  D.  Aífonso  II.— Tomou  este  appellido,  da 
su(a  quinta  da  MéHay  onde  tinha  o  seu  solar, 
na  fregiiezia  de  Ktlto-CiUiJi-do-Jíardo.  Vide 
Gondar^  d'Aoiaraiiley  e  YiUa-Chan-^o-Ma" 
rSo* 


MOfU 


563 


IMIE  ou  MOTO  •*-*  portngvez  ant '—  era 
a  letra  (legenda  ou  inscripçao)  que  qualquer 
oavatleiro  adoptáta,  para  se  distlngEir.  dos 
outros.  Bra  sempre  uoia  phrasc,  invocação» 
ou  eentença^  religiosa,  guerreira,  amorosa, 
ou  aiMocratica— como,  por  exemplo*— A«a 
MmHa-^  Sem  temer^Á  mais  Mla-^  Osreie 
descendem  de  tids,  e  nlio  nós  dos  reis,  Tam- 
bém a  fste  se  ebamadiia  esnpreza, 

MOTRfiTte  --^  portucfoez  aiHígo  —  o  mes- 
mo que  moesêeúy  oo  mofr^^-*- porém  motrê'^ 
te  empregava-se  mais  vulgarmente  para  si- 
gnificar um  bocado- dè  fão. 

MOUÇAR — porlngties  aMlgo-^Vide  jío- 
çan,  que  sl^Ac»  o  mesmoi. 

MOMEAO  ^--penugVM  aaUgo  -*  terrSDO 
plano,  de  peqoeaa  exteasio,  cercado  d^agua, 
no  mar  eu  nos  rios — o  mesmo  que  tnsno. 

MOUÇAS-^freguezis,  Tras-os^Moutes,  con- 
celho, comarca  e  districto  administrativo  do 
TMIa-lIêàl,  80  kiiometros  a  N.  fi.  de  Braga, 
300  ao  N.  de  LifllK)a,  360  fogos. 

Em  175r  tinha  SdO  fogos. 

Otago,  o  Salvador. 

Arcebispado  díe  Braga. 

A  casa  do  infiniado  apreseúlava  o  reitor, 
que  tínba  1^4000  réis  de  reodimettio. 

O  Mrritorto  d'e8ta  freguezfa  nio  é  muita 
fértil  em  €»reaes;  porém  produz  óptima  ft«^ 
eta,  e  é  abundante  de  vinho  superlativo. 

Pftssa  por  esta  freguesia  o  rio  Corgo. 

No  logar  de  GaraiveUas,  da  fireguecia  da 
Borbella,  do  mesmo  concelho,  houve  em  tem- 
pos remotos,  ma  mosteiro  de  freiras  b^me- 
dictinas.  Nio  sei  porque,  despovoou-ae  esto 
logar  (úbCataveHas)  e  as  freiras  pediram  a 
sua  transferencia  para  o  sitio  de  Nossa  Se- 
nhora do  Cabeço,  d'e8(a  fireguezia  de  Mou- 
cos. 

Esie  mosteiro  foi  arrasado  pelos  mouros, 
no  secuk)  X,  e  nunca  mais  se  reeditlcou. 
Ainda  junto  ao  rio  Corgo,  se  vêem  vestigtos* 
das  paredes  da  capella  que  foi  egrtja  do 
mosteiro. 

MOD0S— f^eguezia,  Traz-os-Montes,  ao- 
tíga  comarca  e  coDcelho  de  Chacim,  o  adaai 
comarca  e  concelho  de  Macedo  de  Cavailei- 
ros,  60  kiiemeiros  de  Mirand%  460  ao  N.  de 
Lisboa.  Tinha  em  1757  40  fogos. 

Orafo^  S.  Lourenço,  martyr. 


564 


MOU- 


MOU 


Bispado  6  distrioto  adoaiDiítrativo  de  Bra- 
gança. 

O  reitor  de  CaateUões  apresentava  o  cora» 
qoe  tinha  6^000  réia  de  côngrua  e  o  pé  de 
aJtar. 

Esta  fregueria  Já  não  existe,  por  estar  oni- 
da  á  dita  Aregaezia  de  GastaUÕes.  (YoL  1% 
pag.  199,  eoL  i.*,  in  fine.) 

MOUQUIM— fregaezia»  Minho^  eomarea  e 
concelho  de  ViUa  N6va  de  Famalicio,  i8  ki- 
lometros  a  0.  de  Braga,  345  ao  N.  de  Lisboa, 
ISO  fogos. 

Em  1757  tinha  190  fogos. 

Orago,  S.  Thiago,  apostolo. 

As  religiosas  franciscanas  deValle  de  Pe- 
reiras, apresentavam  o  vigário,  cpllado,  que 
tinha  70#000  réis  e  o  pé  d'altar. 

É  fértil  em  todos  os  géneros  agrícolas  do 
nosso  clima  e  cria  muito  gado  de  toda  a  qua- 
lidade. 

É  povoação  muito  antiga,  e  foi  couto,  com 
juiz,  camará,  e  mais  officiaea.  D,  Affonso  III 
lhe  deu  foral,  em  Guimarães,  a  16  de  maio 
de  1258.  (Uvro  !•  de  Doaçõet  de  D.  Affan- 
so  III,  fl.  29  V.,  col.  i.*  in  fine.) 

Em  1426,  D.  Affonso,  conde  de  BareeUos, 
comprou  ao  bispo  de  S.TIuago  de  Çompos- 
tella,  esta  fregnezia,  e  as  da  Correlban^  No- 
gueira» e  Gondufe,  e  as  herdades  de  Bertian* 
de;  e  é  por  isso  que  parte  d'estas  fireguezias 
passaram  depois  para  a  casa  de  Bragança. 

As  rendas  que  estas  fregueaiaB  pagavam 
ao  bispo  gallego  e  depois  aos  condes  deBar* 
cellos— e  por  fim  á  casa  de  Bragança,  ^ram 
o  quinto  de  todos  os  fmctos  I  (Vide  vol.  X""  a 
pag.  387,  col.  l.«  in  fine^  e  o  que  se  segue.) 

Esta  freguezia  foi  abbadia  dos  Pinheiros, 
de  Barcellos.  Sendo  abbade  Diogo  Pinheiro 
(da  familia  dos  padroeiros),  deu  esta  egreja 
ás  freiras  de  Valle  de  Pereiras,  com  a  con- 
dição de  lhe  admittirem  no  mosteiro  (para 
-professarem)  duas  filhas.  Desde  então  é  que 
ficou  sendo  vigariaria. 

Ha  n'esu  freguezia  a  torre  e  quinta  da 
Juncosa,  que  foi  dos  Prados.  E  a  quinta. da 
Casta,  dos  Pinheiros,  de  Barcellos. 

Para  a  genealogia  e  armas  dos  Pinheiros, 
vide  Barcellos  --*  e  para  a  dos  Prados,  vide 
Prado,  vilia. 

MOURA  ~  ribeira,  Pouro,  no  ccmoelho 


d'0Uv6ira  do  Ho^tal  (extindo  coliMltu> 
d'Avò).  Nasce  junto  á  aldeia  da  Mmra  de 
Mourão  e  desagda  na  ribeira  dePomorof,  n« 
sitio  mesmo  chamado  Fáz  de  Moura. 

MOURA— Yilla,  Alemtejo,  eábeçsL  de  con- 
celho e  de  comarca,  4  kilometros  a  E.  do 
Guadiana  e  da  raia,  60  a  S.  O.  d'Evora,  84 
a  N.N.E.  de  Serpa».i80  ao  8.E.  de  Lisboa. 

1300  fogos  (5:100  almas)  —  em  duas  fire- 
guezias—Saiilo  Àgostínha,  560  fogos  e  t:130 
almas  —  S.  João  Baptista,  740.  fogos,  2:970 
almas. 

Bispado,  districto  administrativo  e  40  ki- 
lometros a  E.N.E.  de  Beja. 

Em  1757,  tinha  a  fk^guezia  de  Santo  Agos* 
tinho,  500  fogos,  e  a  de  S.  Joio  Baptista,  828. 

O  tribunal  da  mesa  da  consciência  apre» 
sentava  o  prior  de  Santo  Agostinho,  que  ti* 
nha  1604000  réis.  A  esta  freguezia  está  an* 
nexa  a  pequena  parochia  de  Montaivo* 

O  mesmo  tribunal  apresentava  o  prior  de 
&  Joio  Baptista,  que  tinha  250^000  léia— 
Eram  ambas  da  Ordem  d*Aviz. 

O  concelho  de  Moura  é  composto  de  12 
freguezias,  todas  no  bispado  de  Beja—são-- 
Amarelléja,  Estrella,  Moura  (Santo  Agosti- 
nho), Moura  (S.  João  Baptista),  Orada,  Pias, 
Póvoa,  Sáffara,  Santo  Aleixo,  Santo  Amador, 
Sobral  da  Adiça,  e  Yalle  da  Vargo  •*-  todas 
com  3:700  fogos.  , 

A  comarca  de  Moura  é  composta  de  trea 
julgados  (com  todas  .as  suas  freguezias  no 
bispado  de  Beja)— são  -^  Moitra^  com  9:700  * 
fogos— Barrancos  (que  é  composto  só  da  sua 
freguezia),  500— Serpa,  2:700— toUl,  6:900. 

Esta  villa  é  ainda  considerada  praça  de 
guerra;  e  â  sua  importantíssima  posição,  já 
por  estar  situada  em  uma  eminência,  já  por 
ser  na  raia,  se  deviam  prestar  mais  cuidar  " 
dos,  não  só  conservando  as  auas  fortifiea- 
ç5es,  como  transformando-asdemodoapo* 
derem  resistir  aos  projectis  de  grande  for- 
ça, como  são  os  modernos. 

Os  accidentes  do  solo  em  que  assenta  s^ 
povoação,  e  o  exteitto  valie  que>  a  eérea  pec 
todos  os  lados,  dão-lba  as  condições  exigir*, 
das  pelas  regras  militares,  para  ama  boa 
praça  de  guerra,  de  fadi  defesa. 

As  suas  muralhas  são  banhadas  pelas:jri-; 


MOU 

iMins  de  Brenha»  e  Lenemdâira,  qna  mor- 
rem Bo  Ardila,  e  este  no  Guadiana. 

A  antiguidade  d*e8ta  povoação,  perde-se 
nt  noite  dos  tempos.  Segando  os  nossos  an- 
tigos eseripteres,  naseen  das  minas  da  anti* 
ga  cidade  Arud,  dos  romanos;  e  por  isso  se 
Uie  den  o  nome  de  Nwa  cwUa$  Aruei  ou 
Arucitana,  ou  Àuradtanay  colónia  novai 
formada  da  velha  cidade  de  Arouche,  que 
ainda  existe  na  Serra  Morena  (Andaluzia). 

Attribue-se.a  sua  fundaçio  aos  thébanos» 
companheiros  de  Hercules  Libico,  pelos  an* 
nos  9400  do  mundo,  isto  é,  1(M)4  antes  de 
Jesus-Christo. 

Ainda  qtie  não  se  possam  afflrmar  com 
certeza»  ou  ter  por  fabulosas  as  origens  que 
a  Moura  dão  os  historiadores,  é  certíssimo 
ter  sido  uma  cidade  importantíssima  no 
tempo  do  imperador  Trajano  (liO  de  J.-G;); 
o  que  attestam  as  muitas  lapides  com  inseri* 
p^s  latioas  que  se  teem  encontrado  por 
estes  ^tio9. 

Em  uma  d'esCas  lapides  se  lé: 

IVUAE  A6RIPPINAR 
CAESAKIS  AVGYSTI  GBRMANICE 


MO0 


565 


HATRI  NOTA  CIVITAS  ABYCCITANA. 

Ignoram-se  os  acontecimentos  de  que  es- 
ta povoação  foi  theatro,  desde  o  principio  do 
t.""  século  da  era  christã  até  ao  tempo  de  D. 
Affonso  Henriques.  Devia  porém  soffrer  as 
differentes  aUernativas  a  que  estiveram  su- 
jeitar todas  as  terras  da  Peninsnla,  já  du- 
rante as  guerras  dos  lusitanos  contra  os  ro- 
manos, já  doestes  dois  povos,  unidos,  contra 
os  bárbaros  do  norte,  no  principio  do  5.«  sé- 
culo; já,  finalmente,  entre  os  godos  e  lusita- 
nos contra  os  árabes,  desde  715  até  ao  2.« 
quartel  do  i3.**  século. 

A  darmos  credito  a  differentes  chronistas 
e  escriptores,  a  tomada  de  Moura  pelos  por- 
tuguezes  foi  da  maneira  seguinte: 

Em  il66  era  esta  villa  uma  forte  praça 
de  guerra,  com  um  robusto  castello,  bem 
guarnecido  de  tropas,  e  senhor  d'elle,  um 
mouro  nobre  e  riquíssimo,  senhor  de  mui- 
tas terras  do  Alemtejo,  chamado  Abu-Assan, 
pai  da  formosa  Sàluquia,  a  quem  temamen* 
te  amava;  e  lhe  deu  em  dote  o  castello  de 

VOLUVE  V 


Arwci,  que  elle  havia  reedificado,  ^ame* 
cendoH)  de  tropas  e  munições  de  guerra,  é 
todas  as  mais  vitualhas,  e  em  condições  de 
resistir  a  um  longo  assedio;  nomeando-lhe 
para  alcaide  um  joven,  mouro,  chamado 
Brafíma  (segundo  a  BvoraiH<nio$a,  Fraib(h 
ne)  futuro  noivo  de  Salnquia,  e  senhor  do 
castello  de  Arronches. 

Quando  Brafftaia  vinha  em  marcha  para  a 
povoação,  seguido  de  uma  numerosa  e  bri- 
lhante cavalgada,  para  tomar  posse  do  cas- 
tello e  da  noiva,  chegando  a  um  profundo  e 
sombrio  valle  a  5  kilometros  da  villa,  foi 
inopinadamente  acommettido  por  um  troço 
de  cavalleirós  chrisrãos,  não  escapando  um 
só  dos  mouros. 

Os  chefes  e  planeadores  d'esta  surpreza, 
foram  dois  cavalleirós  portuguezes,  irmãos, 
chamados  Fedro  Bodri{fues  e  Álvaro  Rodri- 
guês.  Mortos  todos  os  mouros,  trataram  os 
portuguezes  de  os  despir,  vestindo-se  com 
os  seus  vestidos  e  armando-se  com  as  suas 
armas;  e  assim  disfarçados,  se  dirigiram  ao 
castello  de  Moura,  entoando  cânticos  e  dan- 
do gritos,  ao  uso  mourisco. 

Vendo  Saluquia  aproxÍmar-se  a  cavalga*» 
ta,  que  entendeu  ser  a  tão  ardentemente  de« 
sejada,  com  o  riso  nos  lábios  e  a  alegria  no 
corado,  mandou  levantar  a  ponte  levadlça; 
e  abrir  de  par  em  par  as  portas  do  castello, 
para  receber  o  Joven  alcaide. 

Poucos  momentos  lhe  durou  a  illusão  e  o 
prazer,  pois  em  breve  os  brados  de  alegria 
se  converteram  em  gritos  de  carnagem,  e 
logo  em  acclamaçdes  de  victoria,  obtida  pe- 
los portuguezes,  ao  arriarem  da  cidadella  o 
pavilhão  do  crescente,  e  içarem  o  das  qui- 
nas. 

Saluquia,  preferindo  a  morte  a  ser  escra- 
va de  christãos,  se  precipitou  do  alto  da  tor- 
re, morrendo  despedaçada. 

Em  memoria  d'eM6  suceesso  se  deu  á  pò* 
voação  o  nome  de  Villa  da  Maura,  e  por  ar- 
mas uma  torre,  e  á  entrada  d'e]la  uma  mu- 
lher morta. 

D.  Affonso  Henriques,  em  premio  d'estas 
duas  façanhas,  mandou  usar  aos  dois  fidal- 
gos Rodrigues,  do  appellido  de  Moura,  para 
elles  e  descendentes;  dando-lhe  por  surmas, 
em  campo  de  sangue,  sete  castellos  de  ou*' 

36 


566 


WG 


rO|  lavrados  de  negro,  em  3  pallaa.  Elmo  de 
aço,  aberto,  e  por  timbre,  vm  dos  casteUos 
diis  armas. 

De  um  doestes  dois  irmãos— Mouras— pro- 
eedem  as  (amilias  dos  actaaes  duques  de 
Loolé,  condes  de  Yalle  de  Reis  e  de  Azam* 
baja,  a  eondessa  deLinharesv  e  outras  moit 
tas  famílias  nobilíssimas  d'esie  reino. 

Ha  em  Portugal  omn^s  M ou* 
ras,  da  mesma  provenieneiai 
Estes  são  os  Mouraê-Côrtes- 
Reaes.  O  primeiro  que  se  acha 
com  este  appellido,  ó  D.  Ha<> 
nnel  de  Moura  Corte  Real,  fi< 
lho  do  renegado  ^  Ghristovão 
de  Moura,  conde  de  Lumia* 
res  2  marquez  de  Gastello  Ro- 
drigo, e  geatil-bomem  dA  ca- 
camara,  tudo  por  D.  Phiiippe 
III,  em  premio  do  ódio  que 
votava  aos  portugueses,  e  da 
extrema  crueldade  com  que 
sempre  oe  tratou. 
Estes  Mouras,  tinham  por  armas— escudo 
esquartellado  no  L"*  e  4.%  as  armas  dos 
Ifouras-— e  no  2.^  e  3.«,  as  dos  Gostas,  com 
uma  crui  de&  Jorge  em  chefe,  filmo  e  tim- 
lure,  como  os  outros  Mouras.  (Vide  CwUUO' 
Bodrigo,  e  Lisboa^  a  pag.  i35  do  4.'*  vol), 

Algunsescríptores,  sem  desmentirem ahis- 
toria  de  Saluquia,  negam  que  o  nome  da  vil- 
la  proviesse  d'ella;  sustentando  que  já  antes 
da  restauração  se  chamava  Moura;  ma^  pa- 
rece que  os  árabes  lhe  deram  o  nome  de  l^ 
Mamjahy  ou  Al-Manijah, 

O  que  é  certo,  é  ter  sido  tomada  aos  mou- 

^  Sublinhei  a  palavra  renegado,  porque 
este  adjectivo  pertence  e  deixa  de  pertencer 
a  Ghristovão  de  Moura.  Pertence-lhe  se  o 
considerarmos  portuguez,  o  que  ó  natural, 
pois  veio  para  cá  de  tenra  edade,  e  era  Por- 
tugal a  sua  pátria  adoptiva.  Gonsiderando-o 
porém  castelhano,  como  era  de  nascimento, 
compete-lhe  mais  o  adjectivo  de  ingrato, 
pois  o  foi  á  nação  onde  vivia  ha  tantos  ân- 
uos e  que  o  considerava  seu  filho. 

^  I9ao  se  confunda  esta  família  com  os 
actuaes  condes  de  Lumiares,  que  estes  per- 
tencem à  tamilia  dos  Garneiros.  (Vide  Lu- 


MÓU 

ros,  pelos  dois  fidalgos  Rodrigues,  na  era 
de  1204  (Ii66  de  Jesus  Ghriste). 

A  ti  kilometros  da  praça,  ha  um  logar 
ainda  chamado  BraffmOy  de  Arowu  (de  Ar- 
ronches), onde,  segundo  a  tradição,  teve  lo* 
gar  a  surpreza,  na  qual  morreu  aqueile  ai« 
caide  mouro. 

Moura  tomou  a  cahir  em  poder  dos  ára- 
bes, commandados  pelo  Miramolim,  de  Mar- 
rocos, em  il9i;  mas  D.  Sancho  I  a  resgatoa 
pouco  tempo  depois. 

O  senhorio  de  Moura,  e  de  outras  povoa- 
ções do  Alemtejo,  foi  cansa  do  rompímeiíta 
entre  o  nosso  rei  D.  Diniz  e  o  rei  de  Gas- 
telia,  em  iíM;  porém,  esta  guerra  términos 
pelo  reconhecimento  dos  direitos  de  Portu^ 
gai  àquellas  povoações,  no  tratado  de  pai^ 
feito  em  Giudad  Rodrigo,  em  1297,  eom 
grandes  vantagens  para  Portugal. 

O  rei  de  Gastella,  invadira 
aleivosamente  Portugal,  em 
1298,  mas  D.  Diniz  o  tinha  ar- 
rojado para  Gastella,  onde  o 
seguiu  e  destroçou.  Ao  mes- 
mo tempo,  os  nossos  almiran- 
tes derrotavam  as  galés  caste- 
lhanas.  Foram  estas  derrotas 
que  obrigaram  os  castelhanos 
a  pedirem  a  paz. 

D.  Affonso  Ifenriques  deu  foral  a  esta  vil* 
la,  em  abril  de  1171.  D.  Afifonso  II  o  confir* 
mou,  em  Coimbra,  em  novembro  de  1217. 
(Livro  de  foraes  antigos  de  leitura  nova,  fl. 
61,  col.  2.-)  í 

D.  Diniz,  estando  em  Beja,  lhe  deu  outro 
foral,  em  9  de  dezembro  de  1295,  com  mui- 
tos mais  privilégios  do  que  o  antigo,  pois 
tinha  todos  os  de  Évora.  YLtvro  d.*  de  Dòo» 
0es  de  elrei  D.  Diniz,  fl.  116  v.,  col.  1.%  ia 
fine). 

O  mesmo  rei  D.  Diniz,  deu  foral  aos  mou« 

^  Outros  dizem  que  o  seu  1.*  foral  lhe 
foi  dado  por  D.  Gonçalo  Egas.  prior  da  O. 
do  Hospital,  na  era  1226  (1168  de  Jesus 
GhristoHYide  adiante,  onde  fallo  d'este  D« 
Goufato. 


MOU 

vos  &urroS|  d'6su  viUa»  datado  de  Lisboa,  a 
i7  de  fevereiro  de  ii96.  (lAvro  4.""  de  Inqui^ 
tições,  de  D.  AíToiíso  III,  fl.  9  v.) 

D.  Manuel  lhe  deu  foral  novo,  em  Liaboa, 
DQ  L^"  de  jonho  de  1512.  (Uvro  de  farass  no- 
w»  do  AkoUejo,  Ê.  16  v.»  coL  2.* 

Moura,  tinha  voto  em  cortes»  com  assento 
do  banco  ti.* 

O  pouco  cuidado  dos  nossos  antigos  es- 
.  eríptores^  na  verificação  das  datas,  confun- 
dindo muitas  vezes  a  era  de  César  com  o 
anno  de  Jesus  Christo,  tem  originado  gran- 
des duvidas,  e  uma  d*ellas  é  a  data  da  po« 
.  ?oaçao  d'esta  vlila.  Também  nao  tem  causa- 
do poucas  confusões  o  termo  potoar,  em- 
pregado pelos  antigos,  na  significação  de  dar 
foral. 

É  por  isto  que  uns  escriptores  dizem  que 
JX  Gonçalo  Egas,  prior  da  ordem  do  Hospi- 
tal, povoou  esta  villa  em  1188,  reinando  D. 
Sancho  I--e  outros  sustentam  que  elle  a  po- 
voou emU[226,  no  reinado  de  D.  Sancho  IL 
(Os  38  annos  de  duvida,  é  a  differença  que 
vae  da  era  de  Gesar  ao  anno  de  Jesus  Chris- 
to). ^ 

As  primittivas  fortificações  de  Moura  eram 
de  construcção  romana;  porém  os  árabes  ti- 
nham aqui  feito  grandes  obras  de  defeza,  e 
reedificado  as  antigas;  mas  as  continuas 
guerras  de  então  e  o  correr  dos  séculos  as 
tinham  arruinado  muito;  pelo  que  o  rei  D. 
Diniz  demoliu  o  antigo  castello,  e  lhe  cons- 
.  truiu  outro,  mais  robusto;  em  1298,  guar- 
necido de  três  soberbas  torres. 

Em  1467,  veio  estabelecer-se  em  Moura, 
um  nobre  cavalleiro,  chamado  Álvaro  Um' 
go  (avô  do  celebre  D.  Balthazar  Limpo,  de 
quem  adiante  tratarei)  e  que  também  tomou 
o  appellido  de  Moura,  e  dando  princípio  a 
um  outro  ramo  d'este  appellido,  que  nem  é 
do»  Mouras  da  família  Loulé,  nem  da  dos 
Gôrtes-Reaes. 

Sendo  governador  d'esta  praça,  D.  João 
Ferreira  da  Cunha,  se  rendeu  aos  castelha- 
nos^ que  a  desirniram  (menos  o  castello)  em 


MOU 


567 


1657;  mas  logo  em  novembro  do  mesmo  an- 
no foi  restaurada  pelos  portuguezes. 

D.  João  ly  mandou  logo  reconstruir  tudo 
quanto  os  castelhanos  tinham  arrasado,  e  lhe 
augmentou  muito  as  obras  de  defeza,  que  a 
a  elevaram  a  uma  forte  praça  de  guerra. 

Na  guerra  chamada  da  successão,  o  gene- 
ral hespanhol,  <&uique  de  Ossuna,  depois  de 
nos  tomar  Serpa,  põe  céreo  a  Moura,  com 
um  grande  exercito;  e  depois  de  15  dias  de 
uma  defeza  beroica,  a  guarnição,  falta  de 
mantimentos  e  munições  de  guerra,  teve  de 
render  se  por  capitulação. 

Pouco  tempo  depois  da  occupação  da  pra- 
ça pelos  castelhanos,  estes  fizeram  voar  o 
castello  e  grande  parte  das  outras  fortifica- 
ções, que  abandonaram. 

O  território  d*esta  villa,  e  de  quasi  todo 
o  concelho,  é  muito  fértil  em  todos  os  géne- 
ros agrícolas  do  nosso  paíz,  e  o  seu  vinho  ó 
de  óptima  qualidade.  As  suas  íructas  são  ex- 
cellentes,  e  as  duas  ribeiras,  que  passam 
próximas,  assim  como  o  Guadiana,  a  forne- 
cem de  bom  peixe.  Cria  muito  gado  de  to- 
da a  qualidade,  sobretudo  grande  quantida- 
de de  porcos,  nos  seus  montados,  cuja  car- 
ne é  muito  saborosa,  (e  que  exporta  em 
grande  esqala).  Ha  também  muita  caça,  gros- 
sa, e  miúda. 

Os  arrabaldes  da  villa,  compostos  de  hor- 
tas, pomares  e  campos,  e  regados  pelas  duas 
ribeiras,  são  bonitos,  frescos  e  emenos. 

Tem  casa  da  Misericórdia  e  hospital. 
No  dístricto  da  freguezia  ha  12  ermidas. 

Tinha  cinco  conventos. 

l.«— de  religiosas  dominieas  (dedicado  a 
Nossa  Senhora  da  Assumpção)  fundado  den- 
tro do  castello,  por  D.  Angela  de  Moura. 
Lançott-se-lhe  a  1.*  pedra  a  7  de  outubro  de 
1562,  na  própria  casa  da  fundadora. 

No  inventario  a  que  se  procedeu  em  1835^ 
por  ordem  do  governo,  nos  bens  d'este  mos* 
teiro,  só  as  pratas  do  serviço  do  culto  divi« 
no,  foram  avaliadas  em  5:0074100  réis. 

Em  12  de  julho  de  18g5,  falleceu  a  ulti-* 
ma  freira  professa  que  aqui  havia*  O  goyer- 
no  vae  pôr  o  edificio  e  suas  dependências  em 
praça,  e  lá  vae  para  á  voragem  mais  um  mo* 


/'  ■ 


568 


MOU 


namento  da  piedade  dos  nossos  passados, 
qno  eontava  313  aimos  de  existência! 
«  2.*--4e  freiras  de  Santa  Clara  (franeisca- 
nas). 

3.<>— de  frades  franeiseanos. 

4.« — de  frades  carmelicas  calçados,  o  mais 
antigo  d'esta  ordem,  em  Portugal,  fundado 
por  nos  cavalleiros,  de  MaHa,  qne  tinham 
aportado  a  este  reino,  com  alguns  religiosos 
carmelitas,  pelos  annos  de  1840,  reinando 
D.  Sancho  II. 

Em  1290,  os  infantes  de  la  Cerda  lhe  man- 
daram fazer  varias  obras. 

Consta  que  a  imagem  de  Nossa  Senhora, 
{ladroeira  â'este  mosteiro,  apparecéra  em  nm 
poço,  no  sitio  onde  se  edificou  o  mosteiro. 

Esta  Imagem  foi  coliocada  na  casa  do  ca- 
pítulo; porém,  em  1670,  sendo  arcebispo  de 
Évora,  D.  Diogo  de  Souza,  foi  mudada  para 
a  capella  das  relíquias,  que  é  a  primeira  do 
corpo  da  egreja.  Foi  primeira  padroeira  d*es- 
ta  capella,  D.  Brites  Francisca  de  Faria  Ra- 
vasco,  viuva  de  Sebastião  da  Fonseca  Falcão; 
passando  este  padroado  aos  seus  successores. 

Dlz-se  altar  das  relíquias,  porque  n*elle 
foram  collocadas  as  que  a  esta  egreja  deu  o 
arcebispo  D.  José  de  Mello,  e  são  —  um  bo- 
cado do  santo-lenho  e  relíquias  do  papa  S. 
Xisto;  de  S.  Paulo;  S.  Braz,  bispo;  S.  Maxi- 
miano, bispo;  S.  Tito;  S.  Pancracio;  S.  Mar- 
ciano; S.  Lino,  papa;  S.  Lourenço,  martyr; 
S.  Processo;  S.  Crispim;  Santo  Exuperio;  S. 
Donato;  S.  Mário;  e  das  Santas,  Águeda,  Fla- 
via,  Ba«>ilissa  e  Balbina. 


Também  deram  grandes  esmolas  a  este 
convento,  D.  João  I,  D.  João  III,  e  D.  Sebas- 
tião. 

Foi  grande  protector  d'esta  casa,  Pedro 
Rodrigues  de  Moura  (descendente  do  con- 
quistador da  villa),  senhor  da  Azambuja 
(hoje  condado  da  casa  Loulé)  e  de  outras 
villas  e  legares  d'este  reino. 

Era  este  porluguez  um  bravo  capitão,  e 
inseparável  companheiro  do  grande  D.  Nu- 
no Alvares  Pereir%  no  conflicto  das  mais 
ementas  batalhas. 

'  terminada  a  guerra,  pelo  tratado  preli- 
minar da  paz,  feito  em  1393,  entre  D.  João  I, 


MOU 

de  Portugal,  e  D.  Henrique  ill  de  Caslella»  ^ 
Pedro  Rodrigues  de  Moura  foi  viver  para  a 
sua  casa  e  senhorio  da  Azambuja,  onde  li** 
nha  mulher  e  filhos. 

Passados  alguns  annos»  veio  com  aoa  fi* 
milia  para  Moura,  onde  viveu  até  .1411.  Sea* 
do  então  ataeado  de  uma  grave  enfermida- 
de, quis  hir  ]^ua  o  mosteiro  de  S.  Domin* 
gos,  e  allí  falleceu  no  mesmo  anno,  com  n 
de  edade,  pois  tinha  nascido  em  1350. 

O  condestavel,  D.  Nuno  Alvares  Pereira, 
também  fez  grandes  esmolas  ao  convento  do 
Carmo  d'esta  villa,  e  deu  aos  seus  frades^  o 
mosteiro  do  Carmo,  de  Lisboa;  e  d*este  con- 
vento de  Moura,  quiz  que  fossem  os  fundado- 
res e  primeiros  religiosos  povoar  aquelle. 

0  mosteiro  do  Carmo,  de  Moura,  é  sum- 
ptuoso, e  diz-se  que  d'elle  se  tirou  a  plan- 
ta para  o  de  Lisboa. 

A  pouca  distancia  do  mosteiro  está  um  ma- 
nancial d'agua,  chamado  Font£-Santa.  Segun- 
do a  lenda,  deu-selhe.este  nome,  porque» 
quando  a  imagem  de  Nossa  Senhqra  appa- 
receu  no  tal  poço,  estava  junto  d'ella  um  si- 
no. Passados  annos»  pretenderam  os  frades 
carmelitas  leval-o  para  o  seu  convento  de 
Lisboa;  mas,  chegando  a  este  sítio  o  carro 
que  o  conduzia,  não  quizeram  os  bois  passar 
d'aqui,  por  mais  diligencias  que  se  empre- 
gassem; não  tendo  os  frades  remédio  senão 
tornarem  a  coUocal  o  na  egreja  do  Carmo. 

Por  uma  caria  de  lei,  de  março  de  187(^ 
foi  concedida  á  ordem  3.*  de  Nossa  Senhora 
do  Carmo,  d'esta  villa,  a  egreja  doeste  mos- 
teiro, com  todos  os  objectos  n'ella  existentes. 

5.*" —  de  hospitaleiros  de  S.  João  de  Deus, 
que  foi  o  3.*  doesta  ordem  em  Portugal  (vide 
Monte-Mór-Novo,  a  pag.  504,  coL  1.%  doeste 
volume),  sendo  o  primeiro,  o  de  Monte-Mór- 
Novo.  Tem  servido  de  hospital  militar.  Foi 
fundado  pelos  annos  1635,  junto  de  uma  an- 

1  Os  castelhanos  renovaram  a  guerra  com 
Portugal,  em  1396,  Por  morte  á*Henrique  III, 
D.  Catharina  de  Lencastre,  regente  de  Cas- 
tella,  assigna  com  Portugal  uma  suspensão 
d'armas,  por  10  annos;  porém,  em  29  de  no- 
vembro de  1411,  se  assigna  um  tratado  de 
paz  definitivo,  sendo  por  elle  reconhecida 
D.  João  I,  como  legitimo  rei  de  Portugal. 


MOU 

tiga  ermida,  dèdiesda  a  Nossa  Senhora  da 
Oloria.  Gomo  esta  imagem  era  muito  anti* 
ga,  e  tinha  chegado  a  esta  villa  um  escol- 
ptor  estrangeiro,  chamado  Jacome  Tibáu^ 
(isto  em  i660),  este  fez  ama  nova  imagem, 
de  grande  perfeito,  que  ainda  exiate. 

Em  167S  edificaram  os  frades  uma  nova 
egreja,  ampla,  elegante  e  toda  fechada  de 
abobada;  porém  esta  tio  mal  8egarl^  que 
poucas  semanas  depois,  e  quando  apenas 
acabava  de  sahir  da  egreja  grande  cópia  de 
de  gente,  e  os  frades»  do  mosteiro,  cahiu  to- 
da a  abobada,  sem  matar  pessoa  alguma. 

Reconstruída  a  egreja,  queriam  os  frades 
fozer  tuna  sachristia,  mas  como  não  tives- 
sem chão  para  ella,  pediram  a  uma  dona, 
chamad^Anna  Coelha,  para  que  lhes  cedes- 
se parte  ae  um  quintal  que  tinha  mystico  ao 
mosteiro.  Negou-se  a  dona,  porque  no  sitio 
pretendido  havia  uma  grande  e  formosa  ar- 
vore, que  ella  muito  estimava. 

Poucos  dias  depois,  apparece  a  arvore 
completamente  sécca,  e  os  frades  fizeram 
acreditar  a  Anna  Coelha,  que  a  arvore  sec- 
cou  por  milagre  da  Senhora  da  Gloria,  e  as- 
sim obtiveram  o  chão,  que  a  dona  lhes  ce- 
deu gratuitamente. 

Ainda  que  bastante  desmanteladas,  con- 
serva ainda  grande  parte  das  suas  antigas 
fortificações,  e  o  seu  recinto  de  muralhas, 
com  as  suas  quatro  portas  (do  Carmo^  Nova 
io  Fojo,  de  S.  Francisco,  e  de  Santa  Justa). 

Ainda  está  de  pé  a  magestosa  torre  de  me- 
nagem, mandada  fazer  pelo  rei  D.  Diniz. 

Ha  ainda  também  as  ruínas  de  construc- 
ç9es  romanas  e  árabes. 

Tem  uma  boa  feira  annual,  a  8  de  setem- 
bro, muito  concorrida,  e  de  grande  movi- 
mento commercial. 

Pabrícam-se  aqui  vários  tecidos  de  lan, 
que  se  exportam. 

Faz-se  grande  commercio  com  Hespanha. 

No  território  d*este  concelho  ha  varias  mi- 
nas de  diflérentes  metaes.  Em  dezembro  de 
1872,  foram  registadas  na  camará  de  Uoúra, 
n  minas  de  manganês,  3  de  chumbo,  e  uma 
de  galena,  alem  de  outi^  muitas,  doestes  e 
il*on(ros  metaes,  quejáestavam  manifestadas. 


MOU 


569 


De  janeiro  amaio  de  1875,  umbem  se  ma- 
nifestaram  n'esta  camará,  quatro  minas  do 
manganez,  uma  de  cobre  e  outra  de  cobre 
e  ferro. 

Na  sexta  feira,  4  de  junho  de  1875,  uma 
grande  trovoada  qoe  houve  n'este  eoncettio 
e  no  de  Ferreira,  cansou  grandes  prejuízos 
nas  vinhas  e  nos  olivaes* 

D.  Soeiro  da  Costa,  bispo  de  Lisboa,  com 
os  cavalleiros  das  ordens  militares,  e  ajuda- 
do pelos  cruzados  que  n*esse  anno  tinham 
aportado  ao  Tejo  (1217),  toma  aos  mouros, 
Alcácer  do  Sal,  depois  de  uma  obstinada 
resistência.  Os  reis  mouros  de  Córdova, 
Sevilha,  iaen  e  Badajoz,  que  vinham  em 
soccorro  da  praça,  sabendo  que  ella  se  ti- 
nha perdido,  retiram;  porém  D.  Affonso  U 
vae  sobre  elles  e  os  derrota  em  frente  d'£I- 
vas,  junto  a  Uoura  e  por  fim  em  Serpa. 

Na  antiga  Arucitana,  foram  martyrisados, 
no  dia  27  de  janeiro,  do  anno  ^5  de  Jesus- 
Christo,  governando  Domiciano,  S.  Jutião, 
natural  d'esta  cidade,  com  27  companheiros, 
christãos.  _ 

D.  Pedro  Rodrigues  de  Moura,  um  dos 
descendentes  dos  conquistadores  doesta  vil- 
la, determinara  por  seu  testamento,  que 
queria  ser  enterrado  no  mosteiro  de  frades 
dominicos,  de  Bemfíca,  termo  de  Lisboa  (voL 
i.%  pag.  377). 

As  continuas  guerras  do  seu  tempo^  não 
permittiram  que  se  cumprisse  logo  aquella 
clausula  do  testamento,  e  foi  sepultado  na 
egreja  matriz  da  villa  (i406). 

Em  1410,  sendo  bispo  d'Evoray  D.  Diogo 
Alvares  de  Brito^  ^  se  abriu  a  sepultura  da 
D.  Pedro  Rodrigues  de  Moura,  para  serem 
trasladados  os  seus  ossos  para  Bemfica. 
Achou-se  o  corpo  incorrupto,  e  como  air 
guem  dissesse  que  se  dava  esta  eircurnstau;- 
cia,  por  ter  o  cavaileiro  morrido  escommun- 
gado,  o  bispo  o  otandou  absolver  publica- 
mente, e  (diz  o  Ânno  Hist^^  volume  3.%  pag, 

>  Que  havia  sido  primeiro,  prior-mór  dá 
coUegiada  de  Guimarães,  e  que  foi  depoir, 
arcebispo  de  Lisboa ;  mas  não  chegou  a  190* 
vernar  esta  egreja.  Era  varão  de  grande  in- 
stropção  e  muitas  virtudes.  Morreu  em  1424. 
(Vol.  4.»,  pag.  272,  col.  1.-) 


570 


MOU 


98,  III)  conclaida  a  absolvição,  logo  se  des- 
fez o  cadáver,  em  cinza,  ficando  os  ossos 
fléccos  e  descarnados»  sendo  esta<t  recolhi- 
dos em  um  caixão,  e  levados. para  o  sen  des- 
tino. 

Nascea  n^esta  vílla,  a  7  de  janho  de  i66i, 
D.  José  Pereira  de  Lacerda^  procedente  de 
uma*  nobre  família.  Foi  doutor  e  oppositor 
canonista,  na  universidade  de  Coimbra;  pro- 
motor, deputado  e  inquisidor  do  Santo  Offi- 
eiOy  na  inquisição  d'Evora;  prior  da  fregue- 
zia  de  S.  Lourenço,  de  Lisboa;  príor-mór  de 
Palmella  (da  Ordem  miliur  de  S.  Tbiago); 
bispo  do  Algarve,  e  executor  da  bulia  aureà 
(que  creou  o  patriarcbado  em  Lisboa  Occi- 
dental). O  papa  Clemente  XI  o  creou  cardael 
presbytero,  por  nomina  do  rei  B.  João  Y,  e 
este  o  fez  seu  conselheiro  de  Estado. 

Em  maio  de  1721,  foi  a  Roma,  para  en- 
trar no  conclave  em  que  foi  eleito  papa  In- 
nocencio  XIII,  o  qual  lhe  deu  o  chapéu  e  an- 
Bel  cardinalícios,  com  o  titulo  de  Santa  Su- 
zana,  logar  nas  congregações  do  (^ncilio  de 
Trento,  e  lhe  fez  outras  mercês  e  distínc- 
ções. 

A  academia  dos  árcades  o  elegeu  seu  col- 
lega,  por  acclamação,  dando-lhe  o  nome  de 
Betino  Sidiano. 

Por  morte  de  Innocencio  XIII,  entrou  no 
conclave  enf  que  foi  eleito  Benedicto  XIIL 

Çom  a  sua  grande  sciencia,  vastissima^eru- 
dicção  e  acções  generosas,  causou  a  admi- 
ração da  cúria  romana  e  honrou  a  nação 
portugueza. 

Voltou  para  o  reino,  em  1728,  hindo  logo 
tomar  conta  do  seu  bispado. 

Andando  em  visita  geral,  adoeceu  grave- 
mente, e,  recolhendo-se  ao  paço  episcopal 
de  Faro,  alli  falleceu,  em  29  de  setembro  de 
1738,  com  77  annos,  3  mezes  e  22  dias,  de 
edade.  Foi  sepultado  no  jazigo  dos  bispos 
do  Algarve. 

Era  um  excellente  orador  sagrado,  e  es- 
creveu dois  volumes  dos  seus  sermões,  que 
se  imprimiram.  Compôz  também  dois  volu- 
DDies,  sobre  matérias  pertencentes  á  inquisi- 
ção, que  não  chegaram  a  vér  a  luz  da  publi- 
cidade. 


MOU 

Era  natural  de  Moura,  o  venerável  padre»' 
frei  Estevão  da  Purificação,  religioso  eai^ 
melita,  pregador  apostólico,  muito  penitente 
e  instruído.  Ha  três  livros,  que  são  a  histo-' 
ria  das  virtudes  e  milagres  d'este  Tarâo.  Fal- 
leceu no  convento  de  (foliares,  a  17  de  no- 
vembro de  1617.  Tinha  nascido  em  1570. 

Dom  frei  Baltha&ar  Limpo,  nasceu  n*e8ta 
villa,  em  1478.  Era  filho  de  Luiz  Limpo  e 
de  sua  mulher,  Ignez  da  Rocha.  Foi  cónego 
regrante  de  Santo  Agostinho,  no  convento  de 
Grijó,  para  onde^entrou  da  edade  de  17  an- 
nos (1495).  Foi  pregador  da  capella  real  e 
confessor  da  rainha  D.  Catharina,  mulher  de 
D.  João  ni;  13  annos  refotmador  da  sua  or- 
dem; 13  annos  bispo  dt>  Porto  (onde  fez  o 
,côro  da  Sé,  os  livros  do  cantochão,  reformou 
as  Constituifies  do  hispado  e  o  censual). 

Em  1545,  foi  a  Roma,  assistir  ao  concílio 
de  Trento,  expondo  ao  papa  Paulo  ni,  em 
poucas,  mas  eloquentes,  palavras,  o  que  n'el- 
le  se  tinha  passado;  pdo  que  este  pontífice  o 
cognominou  Rara  Phenis,  e  o  quiz  fazw  car- 
deal. 

Foi  D.  Balthazar  Limpo  que  trouxe  para 
Portugal  a  confirmação  para  o  estabeleci- 
mento do  tribunal  da  Inquisição,  que,  com 
bulias  falsas,  já  cá  estava  estabelecido  des- 
de 1526. 

Foi  bispo^do  Porto  e  arcebispo  de  Braga. 
Era  um  varão  de  muita  sciencia  e  de  gran- 
de caridade,  e  foi  soUícito  reformador  dos 
costumes.  Falleceu  em  1558. 

D.  Affonso  Mendês,  da  companhia  de  Je- 
sus, nasceu  n*esta  villa,  pelos  annos  de  1590. 
Foi  doutor  em  theologia,  e  patriarcha  da 
Bthiopla.  Sendo  d*aqui  desterrado,  com  os 
mais  christãos,  recolheu-se  a  Gòa,  onde  fal- 
leceu em  1656. 

Escreveu  uma  Relação  sobre  a  Ethiopia» 
que  foi  muito  estimada,  e  traduzida  em  fran- 
cez. 

Bento  Gomes  Coelho,  nasceu  em  Moura, 
em  1687. 

Foi  um  iliastre  e  corajoso  militar»  govoi^ 
I  nador  das  ilhas  de  Cabo-Verde,  e  cavalleim 
I  da  Ordem  de  Christo,  pelos  valiosos  aervi^ 


^ 


$oa  que  prestoa  á  pátria,  na  carreira  daa 
armas. 

Escreveu  um  livro  intitulado  Milícia  pra- 
Hca  e  manejo  de  infanleria^  que  foi  muito 
«stimado  no  século  XVIII,  e  hoje  é  muito 
curioso,  por  nos  fazer  conhecer  a  nossa  an- 
tiga tatica  de  guerra. 

D,  José  de  Mello,  ô.*»  arcebispo  d*Evora, 
posto  nascer  n'esta  mesma  cidade,  pôde  con- 
siderar-se  filho  de  Moura,  pois  para  aqui 
veio  apenas  nasceu,  e  aqui  foi  creado.  Era 
filho  bastardo  de  D.  Francisco  de  Mello,  2."* 
marquez  de  Ferreira,  e  foi,  como  disse,  crea- 
do em  Moura,  sem  saber  quem  era  seu  pae. 

Impozeram-lbe  na  adolescência  (ou  eile  o 
adoptou)  o  nomeie  José  Ptmenta,  e  com  elle 
enrsou  a  universidade  de  Coimbra,  na  com- 
panhia de  seu  irmão,  D.  João  de  Bragança.  ^ 

Foi  partidário  de  D.  Philippe  III,  que  o 
fez  bispo  de  Miranda,  e  por  morte  do  arce- 
bispo, D.  Diogo  de  Souza  (1610),  foi  nomea- 
do arcebispo  d*£vora,  onde  deu  entrada  so- 
íemne,  em  6  de  novembro  de  1611,  tendo  to- 
tnado  posse  por  procuração  (11  de  setembro 
de  1611)  Diogo  de  Miranda  Henriques,  deão 
da  Sé  d*£vora. 

Era  justo  e  caritativo. 

Mandou  fazer  os  sanctuarios  da  Sé  d*Evo- 
ra  e  grandes  obras  no  paço  dos  arcebispos. 
Na  porta  principal  d'elle,  e  em  muitos  azu- 
lejos do  interior,  ainda  se  vêem  as  suas  ar- 
mas. 

Mandou  fazer  a  egreja  do  collegio  de  S. 
Mancos,  augmentando  os  dotes  ás  donzellas. 

Mandou  fazer  o  palácio  e  quinta  de  Valle- 
Verde. 

Foi  grande  protector  do  convento  dos  Re- 
-medioSt  d*Evora,  fazendo-lhe  grandes  bene- 
floios,  sendo  um  dos  príneipaes,  a  agua  que 
lhe  deu,  e  que  ainda  hoje  para  alli  corre 
perennemente. 

Mandou  reimprimir  as  Constituições  do 
arcebispado,  que  fez  distribuir  pêlo  clero 
da  sua  archidiocese. 

1  A  Évora  Gloriosa,  diz  que  elle  estudou 
na  universidade  de  Évora,  formando-se  á 
custa  de  uma  eapellania,  das  26  qne  erigiu 
o  cardeal-arcebispo,  D.  Henrique  (o  eardeal- 
rei)  para  estudantes,  pobres;  mas  é  erra.      i 


MOU 


571 


Contribuiu  muito  para  a  casonisaçãoalâ 
rainha  Santa  Isabel.  -Vv 

i^lcançou  de  Roma  o  breve  para  a  ÍÉndaK 
ção  do  collegio  dos  mlitares,  em  Coimbra; 
e  do  mosteiro  dás  commendadeiras  da  ordem 
militar  de  S.  Benie  d'Àviz,  em  Lisboa. 

Falleeeu  em  2  de  fevereiro  de  16d3,  e  jaz 
sepultado  em  um  magnifico  tumulo,  do  lado 
do  Evangelho,  na  capella-mór  da  egreja  éae 
Remédios  (porque  o  marquez  de  Ferreira  ^ 
nao  deixou  sepu^r  na  dos  loyos)  com  mtt 
epitaphio,  que  diz,  em  resumo,  o  que  d'elie 
acabo  de  escrever,  e  por  isso  o  não  copio. 

Junto  á  villa  se  levanta  a  serra  da  Adiça. 
Vide  Adiça  (a  8.'),  vol.  l.«,  pag.  26,  col.  1." 

A  3  kilometros  de  Moura  está  a  egreja  de 
Nossa  Senhora  da  Conceição,  que  foi  matriz 
da  freguezia  de  Moritalvo,  hoje  annexa  á  fre- 
guezia  de  Santo  Agostinho,  da  villa  (col.  1.^ 
da  pag.  455  d'este  voL,  o  í«  Montalvo). 

Esta  egreja  é  pequena  e  antiquíssima.  Fòi 
demolida,  pelos  annos  de  1700,  e  reedificada 
de  novo,  no  mesmo  sitio,  com  mais  algsmâ 
amplitude,  porque  até  então,  apenas  mere- 
cia o  nome  de  ermida. 

Poucas  villas  de  Portugal  tiveram  tantos 
solares  de  casas  nobres,  como  esta  de  Mou- 
ra. Mencionarei  os  de  que  pude  haver  no- 
ticia. 

Lacerdas — procedem  de  D.  Affonao  de  la 
Cerda,  filho  de  um  dos  infantes  doeste  ap- 
pellido.  Vide  Castro-Daire.     . 

Mouras-^ li  ficam  descriptos. 

lÃmfos^^é  appeilído  nobre enPorUii^ 
cuja  familia  procede  d*esta  villa  de  Minurâ. 
Em  1167,  vivii  aqui,  Álvaro  Limpo,  c^jo  ap- 
peilído parece  provir  de  alcunha.  Os  Lim- 
pos trazem  por  armas— em  campo  de  ouro» 
3  bandas  de  purpura,  sendo  a  domeio  car- 
regada dê  3  rosa^  de  prata,  vszias  do  meio, 
ou  de  olho  de  purpura— e  as  dos  lados,  car- 
regadas de  duas  rosas,  como  as  outras,  e^ 
cada  uma:  elmo  de  prata,  aberto;  e  por  tim- 
bre, uma  cabeça  e  pescoço  de  galgo,  lanf- 
passado  de  purpura,  com  coleira  do  mesmo, 
guarnecida  d'ouro,  o  com  a  bocca  aberta. 

Pizarros  —  appdlido  nobre  â>ste  reino. 


V 


572 


HOU 


iSeio  de  Hespanha,  na  pessoa  de  D.  ^tàro 
Gonçalves  Pissarróy  qae  se  estabeleceu  nW 
U  Tília,  e  aqai  instituía  o  seu  solar.  Seu  &• 
Ibo,  D.  Diogo  Pissarro»  estabeleceu- se  em 
I6ÍS,  na  cidade  d' Angra,  ha  liba  Terceira 
(Açores)  onde  deixou  descendência.  Trazem 
por  armâs — em  campo  de  prata,  duas  pis- 
sarros  t  da  sua  côr,  entre  as  quaes  nasce  um 
pinheiro  verde»  com  pinhas  de  ouro,  entre 
dois  ursos,  da  sua  côr,  que,  empinados  so* 
bre  as  pissarras,  estào  colhendo,  com  á  boc- 
ca,  pinhas  do  pinheiro. 

Serras  —  é  também  appellido  nobre  em 
Portuga],  cuja  família  procede  do  reino  das 
Astúrias  (Hespanha);  julga-se  que  tomado 
do  Senhorio  ou  casa  chamada  da  Serra.  Em 
Aragão,  houve  um  D.  Pedro  da  Serra,  que 
'M  bispo  de  Gatanea,  e  cardeal  do  papa  Be< 
Mdiclo  xm. 

ília  Sardenha  e  em  França,  ha  famílias 
doeste  appellido,  sem  se  poder  saber  com 
certeza  de  qual  d'estes  reinos  veio  o  appel- 
lido para  Portugal,  sendo  mais  provável  que 
'iDsse  dês  Asmrias.  O  que  ó  eerto,  é  ter-se 
esta  Camilia  ptopagado  muito  pelo  reino,  ha- 
•ViBdo  varias  (ámilias  Serras.  Trazem  por  ar- 
mas--em  campo  de  purpura,  um  castello 
de  prata,  sobre  um  monte,  da  sua  edr,  en- 
ira  duas  cabeças  de  serpe,  verdes,  salpica- 
das d'ouro.  Timbre^  um  braço,  vestido  de 
púrpura,  com  uma  espiga  de  trigo,  d*ouro, 
na  mão. 

-'  Os  Serras,  estabeieceram*se  em  Serpa,  no 
secule  XVI,  e  á'alli  é  que  veio  um  d*elles 
para  esta  vílla. 

Seirõo  —  appellido  nobre  em  Portugal, 
ítala  mesma  origem  dos  Mouras.  Procede 
de  Váseo  Ifanins  SerrSo  de  Moura,  a  quem 
a  raioiía  D.  Brites  (ou  Beatriz),  segunda  mu- 
lher de  D.  Afiònso  III,  deu  a  viila  de  Moura, 

1  Copio  esta  palavra,  como  a  encontro  nos 
livros  de  heráldica;  mas  entendo  que  é  erro. 
Pissarra  nao  é  portuguez;  mas  sim  piçarra, 
e  com  effeiío  é  a  piçarra  uma  das  peças  das 
armas  dos  Pizarros  (osPissarroshespanboes) 
— ^Piçarra,  no  portuguez  antigo,  ainda  usado 
nas  províncias  do  norte,  é  uma  espécie  de  ar- 
dósia ou  schisto  (lousa)  muito  friável. 

N*este  brâzao,  as  taes  pissarras  sao  duas 
pedras,  ou  pequenos  montículos  de  pedra, 
entre  os  quaes  nasce  a  arvore. 


M(IU 

em  4279,  emquanto  era  regente  do  reino,  na 
menoridade  de  seu  filho,  o  rei  D.  Díoiz. 

D.  Affooso  III,  quando  ainda 
era  infante»  casara  em  Fran^» 
com  Mathilde,  condessa  de  Bo* 
lonha.  Seu  irmào,  D.  Sancho  II 
(o  CapéUo),  foi  deposto  petoi 
três  estados  do  reino,  em  1245, 
e  o  papa,  Innocencio  lY,  vali- 
dou esta  deposição. 

O  conde  de  Bolonha  é  cba* 
mado  de  França,  para  ser  re- 
gente de  Portugal.  O  rei  foge 
para  Gastella,  e  morre  de  pe- 
zar,  em  Toledo,  a  4  de  junho 
de  1248.  Sua  mulher,  D.  Meda 
Lopes  de  Haro  (filha  de  D.  Lo- 
po Dias  d'Haro,  senhor  de  Ri»- 
caia),  é  levada  presa  para  a 
castello  de  Ourem,  d'onde  fo- 
ge para  Gastella,  e  alii  mor- 
reu, sem  successâo. 

D.  Affonso  III,  depois  dacon 
quistar  aos  mouros  todo  o  Alk- 
.  garve,  invade  a  Andaluzia;  p^ 
rém  D.  Affonso  X,  de  Gastdla» 
oppoe-se  a  esta  conquista,  e 
trava-se  guerra  entre  porta- 
guezesT  e  castelhanos,  em  1253, 
a  qual  termina  pelo  casamento 
do  monareha  pprtuguez»  com 
D.  Brites,  filha  do  rei  castelha- 
no, divorciando-se  com  a  sua 
primeira  mulher,  o  que  cau- 
sou graves  desordens,  que  só 
terminaram  com  a. morte  da 
infeliz  Malhilde,  que  nâo  dei- 
xou filhos. 
As  armas  dos  Serrões,  são— em  eampo  de 
prata,  um  leão  de  purpura,  armado  de  ne- 
gro, sobre  um  monte,  da  sua  côr.  £Uno  de 
aço  aberto;  e  por  timbre,  meio  laao  do  es- 
cudo. 

MOURA-MOBTA  —  íi^eguezia,  TrazH3»r 
Montes,  comarca  e  concelho  do  Péso-da-Re- 
gua,  90  kiiometros  a  E.N.B.  do  Porto,  17  ao 
S.  de  Yilla-Real,  340  ao  N.  de  Lisboa,  160 
fogos. 
Em  1757,  tinha  91  fogos. 
Orago,  Santa  Comba»  virgem  e  martye. 


MOU 


MOU 


573 


Bi8{>a4o  do  Porto,  districto  administrativo 
àt  Vilta-Real. 

Bsta  freguesia  era  uma  commenda  da  or» 
dem  de  Malta»  e  o  commendador  de  Moura- 
Morta  apresentava  o  vigário,  que  tinha  oito 
mil  réis  de  côngrua,  e  o  pé  d'altar. 

A  freguezia  gosava  os  monstruosos  privi* 
legios  dos  caseiros  de  Malta. 

É  terra  (ertil.  Muito  e  óptimo  vinho. 

D.  Manuel  lhe  deu  foral  em  Lisboa,  a  17 
de  julho  de  i514.  (lÃvro  de  foraes  novos  de 
Traz-08'MorUes,  fl.  24,  col.  1*--Vide  gav.  6, 
maço  1,  n.«  242.) 

MOURA-MORTA  —  (reguezia,  Beira-Alta, 
comarca  e  concelho  de  Gastro-Daire,  i8  ki- 
lometros  ao  O.  de  Lamego,  320  ao  N.  de  Lis- 
boa^ 90  fogús.  Em  i757  tinha  56  fogos. 

Orago,  Nossa  Senhora  da  Apresentação. 

Bispado  df  Lamego,  districto  administra- 
tivo de  Viseu. 

O  reitor  do  Pinheiro  apresentava  o  cura, 
confirmado,  que  tinha  6^000  réis  de  côn- 
grua e  o  pé  d*altar. 

É  terra  fértil  em  cereaes,  fructos  e  vinho. 
Cria  muito  gado  — produz  bastante  mel  e 
cera,  e  é  abundante  de  caça. 

MOURÃO  —  freguezia,  Traz-o&-Montes, 
concelho  de  Villa-Fiôr,  comarca  de  Miran- 
delia  (foi  da  comarca  de  Moncorvo,  conce- 
lho de  Viliarinho  da  Castanheira— extincto), 
120  kiiometros  a  N.E.  de  Braga,  380  ao  N. 
de  Lisboa,  100  fogos. 

Em  1757  tinha  72  fogos. 

Orago,  S.  João  Baptista. 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo de  Bragança. 

O  abbade  de  Viliarinho  da  Castanheira 
apresentava  o  cura,  que  tinha  30^000  réis 
e  o  pé  d*altar. 

MOURÃO— Villa,  Alemtejo,  cabeça  do  con- 
celho do  seu  nome,  comarca  do  Redondo  (foi 
ék  comarca  de  Monsaraz),  50  kilometros  ao 
O.  d'Evorá,  30  a  N.£.  de  Moura,  6  da  raia 
do  Guadiana,  160  ao  SE.  de  Lisboa,  450  fo- 
gos. 

Em  1767  linha  os  mesmos  450  fogos. 

Orago,  Nossa  Senhora  da  Purificação  (das 
CaBdBias)^  e  S.  Leonardo. 

1 0  Pcrt.  Sacro  eProf.  diz  que  apadroei- 


Arcebispado  e  districto  administrativo  de 
Évora. 

A  mesa  da  consciência  apresentava  o  prior» 
que  lúiha  20M00  réis  de  côngrua  e  o  pé  d*al- 
tar. 

Tem  dois  padroeiras,  por  estar  annexa  a 
está,  a  freguezia  de  S.  Leonardo.  (Vol.  4.% 
pag.  90,  cel.  1.*) 

Este  concelho  é  composto  de  três  fregue- 
zias,  todas  no  arcebispado  d'Evora— são — 
Granja,  Nossa  Senhora  da  Luz,  e  Mourão  e 
sua  annexa,  todas  com  950  fogos. 

Ainda  ó  considerada  praça  d'armas. 

Foi  esta  povoação  fundada  pelos  árabes» 
no  século  IX,  os  quaes  lhe  construíram  as 
suas  primeiras  fortificações,  e  lhe  deram  o 
nome  de  Uogron  (que  significa,  lapci,  cova, 
ou  car^ma— talvez  por  causa  d'alguma  que 
aqui  encontrassem,  do  tempo  dos  celtas,  ou 
dos  antigos  lusitanos). 

D.  Aflfonso  Henriques  lhe  pôz  cerco,  em 
1166;  porém  os  mouros  a  abandonaram,  fú- 
gindo  para  alem  do  Guadiana. 

Parece  que  esteve  abandonada  e  deserta 
durante  os  reinados  de  D.  Affonso  Henri- 
ques, D.  Sancho  I  e  D.  Affonso  U;  porque 
só  temos  noticias  positivas  de  Mourão  (cor- 
rupção de  Mogron)  no  reinado  de  D.  San- 
cho U,  em  que  D.  Gonçalo  Egas,  prior  da 
ordem  militar  de  S.  João  de  Jerusalém  (de- 
pois Malta)  a  povoou  em  1226,  dando-lhe 
foral,  que  foi  confirmado  e  muito  ampliado 
(pois  é  o  mesmo  que  o  foral  d*£vora)  por 
D.  Diniz,  por  carta  feita  em  Lisboa,  a  27  de 
Janeiro  de  1296.  (Uvro  2.*  de  doações  do  rei 
D.  Diniz,  fl.  119,  coL  2.*) 

D.  Manuel  lhe  deu  foral  no- 
vo (confirmando  todos  os  pri- 
vilégios antigos)  em  Santarém» 
no  l.«  de  junho  de  1510.  (Lt- 
vro  dos  foraes  novos  do  Âiem- 
tejo,  fl.  63  V.,  coL  2.*) 
Está  a  villa  situada  em  um  alto,  e  enobre- 
cida com  um  forte  castello,  com  três  torres» 
fundado  por  D.  Diniz,  em  1298;  porém  a  tor- 
ra é  Nossa  Senhora  da  Conceição,  mas  é  er- 
ro. Também  se  lhe  dà  o  titulo  de  Santa  Ma* 
ria  do  Tojal. 


574 


MOD 


n  âe  menagem  (uma  dM  mais  famosas  do 
reino)  foi  obra  de  sea  ftlho,  D.  AffoBSO  IV, 
como  adiante  direi. 

As  muraibas  decircumvalaçâo,  gaaraeci- 
das  com  seis  torres,  foram  principiadas  por 
'  D.  Diniz,  e  condoidas  por  sea  ilho. 

Sobre  a  porta  da  torre  de  menagem  está 
^  seguinte  inscripção: 

E.  MGGGLXXXI  ^  ANNOS,  AO  PRIMBIBO  D^  DE 
MARÇO,  DOM  AFFONSO  IV,  REY  DE  PORTUGAL, 
MANDOU  COMEÇAR  A  FAZER  ESTE  CASTELLO  DE 
MOURON.  O  MESTRE  QUE  O  FAZIA,  HAVIA  NOME 
—  JOÃO  AWOIf SO  —  O  QUAL  RBT,  FOI  FILHO  DO 
MUI  NOBRE  REY  D.  DINIZ,  E  DA  RAINHA  DONA 
ISABEL,  AOS  QUAES  DEUS  PERDOE  —  E  ELLE  FOI 
CASADO  COM  A  RAINHA  D.  BEATRIZ — ^AVIA  FILHO 
«FRDEIRO  O  INFANTE  D.  PEDRO. 

Eram  alcaides-móres  de  Mourão,  os  mar- 
quezes  de  Monte-Bello,  e  depois  o  foram  os 
condes  da  Figueira. 

Tem  esta  villa  passado  por  muitas  alter- 
nativas e  vicissitudes,  sendo  varias  vezes 
conquistada,  usurpada,  restituída,  doada, 
comprada  e  vendida. 

Durante  a  guerra  da  acclamaçao,  os  cas- 
telhanos nos  tomaram  esta  praça,  em  i657, 
sendo  governador  d'ella,  João  Ferreira  da 
Cunha;  arrasando  a  villa  e  parte  da  torre 
de  menagem,  e  pondo  guarnição  sua  na  for- 
taleza; mas  logo  em  novembro  do  mesmo 
^mno  (poucos  dias  depois  da  morte  de  D. 
João  ly  —  que  foi  a  6  d'este  mez  e  anno), 
sendo  regente,  a  rainha  D.  Luiza  de  Gus- 
mão, foi  resgatada  do  poder  dos  castelhanos, 
e  a  regente,  para  evitar  outra  destruição,  e 
por  ser  praça  da  fronteira,  lhe  mandou  re- 
construir as  antigas  fortiôcações,  e  edificar 
outras,  segundo  o  systema  moderno,  ada- 
ptadas a  receberem  artilheria  grossa,  e  em 

estado  de  resistirem  a  um  cerco  em  forma. 

• 

1  Esta  data  (1381)  não  pôde  ser  senão  a 
era  de  César;  porque  no  anno  de  1381,  já 
tinha  morrido  D.  Affonso  lY  e  seu  fllho,  D. 
Pedro  I,  e  era  então  rei,  D.  Fernando  I.  — 
D.  AíTonso  lY,  reinou  desde  1325  ató  1357, 
e  seu  filho  desde  esta  ultima  data,  até  1367. 
É  pois  fora  de  duvida,  que  aquella  data  é  a 
^ra  de  C^sar,  correspondente  ao  anno  1343 
âe  Jesus-Christo,  em  que  D.  Affonso  IV  rei- 
nava. 


As  armas  de  Mourão,  são  —  èm  campo 
azul,  cineo  escudos,  com  as  Quinas  postas 
em  cruz,  tendo  o  escudo  inferior,  do  lado 
direito,  um  sol,  d'ouro—e  do  esquerdo,  um 
crescente  de  prats,  por  ter  sido  povoação 
mourisca. 

I^em  casa  de  Misericórdia  e  hospital  — -  e 
cinco  ermidas. 

Tem  uma  boa  e  espaçosa  praça,  e  algu- 
mas das  suas  ruas  são  largas  e  direitas,  mas 
guarnecidas»  na  maior  parte,  por  casas  bai* 
xas. 

A  egreja  matriz  e  algumas  casas  parti- 
culares, estão  dentro  do  castello,*^  porém  a 
maior  parte  da  villa  estende-se  pela  encos- 
E.  do  monte  onde  está  a  fortaleza. 

Os  arrabaldes  de  Mourão,  compostos  de 
cearas,  hortas,  pomares,  olivaes  e  algumas - 
vinhas,  são  bonitos  e  férteis. 

Ha  também  vastos  montados,  onde  se  eria 
muito  gado,  de  varias  espécies,  sobretudo 
suino,  queé  de  óptima  qualidade,  e  se  ex- 
porta em  grande  quantidade. 

Também  n'estes  montados  se  cria  .muita 
caça,  grossa  e  miúda,  e  o  Guadiana  fornece 
a  povoação  de  bom  peixe. 

Pazem-se  aqui  duas  boaS  feiras;  uma  que 
principia  a  21  d^abril,  e  outra,  a  13  de  se- 
tembro. São  ambas  muito  concorridas. 


O  primeiro  assento  doesta  povoação,  foi 
junto  ao  Guadiana,  no  logar  a  que  ainda  se 
chama  Villa- Velha,  e  onde  se  vêem  r ninas 
de  grandes  ediflcios,  e  ainda  alli  existem  duas 
capellas,  perto  uma  da  outra. 

(Consta  que  esta  villa  foi  abandonada  por 
causa  do  grande  nupiero  de  formigas  que 
havia  aqui,  que,  alem  de  lhe  causarem  graa-. 
des  prejuízos  nas  casas  e  nas  habitações^ 
chegavam  a  matar  creanças  recennascidas. 

A  três  kilometros  da  povoação,  tinha  apr 
parecido  em  um  monte,  coberto  de  to/ol, 
uma  imagem  da  Virgem,  á  qual  os  morada- 
res  da  antiga  Mourão  fizeram  logo  um  templo, 
que,  pouco  e  pouco  se  foi  cercando  de  casas^ 
em  que  vinham  habitar  os  fugitivos  da  ve- 
lha Mourão,  e  em  breve  se  erigiu  a  egreja 
em  parochial,  e  priorado  da  ordem  militar 
t  de  S.  Bento  d'Aviz.  $  por  ter  appareeido  em 


MOU 

um  tojal,  que  á  Senhora  'se  deu  ao  priíiei- 
pio  o  nome  de  Santa  Maria  do  To|M. 

Oatros  escriptores  dizem  (e  pareee^me  isto 
mais  provarei)  qae  os  habitantes  da  titia 
antiga,  a  abandonavam  por  doentia,  em  ra- 
iSo  das  enchentes  do  Gaadiana,  qne,  quando 
terminavam,  deixavam  apias  estagnadas  nos 
pegos  e  charcos,  as  qnaes  corrompidas,  oan- 
aitam  muitas  doenças  e  mortes  nos  povos 
visinhos. 

A  imagem  da  padroeira,  ó  de  pedra,  de 
■V^^ÍO,  com  o  Menino  Jesus  nos  braços,  e 
eite  com  dois  pombinhos  na  mio.  É  objecto 
de  muita  devoção,  do  povo  da  villa^  que  lhe 
«iribue  mirtos  milagres.  Naopòde  ir  em  pro- 
cissões, por  causa  do  seu  peso. 

Segundo  a  leniâa-*-qner6ado  uns  mordo- 
mos da  Senhora,  vasai'»  pelas  costas^  para 
ficar  mais  leve,  à  primeira  martellada,  ra- 
4âion  a  imagem  de  meio  a  meio,  o  que  vendo 
<>  canteiro,  nio  qniz  continuar  a  obra,  e  a 
Imagem  tomou  a  unir,  sem  que  mais  se  co- 
nhecesse por  onde  tinha  rachado. 

AlíifSOÚ  metros  O.  da  villa,  está  a  capella 
de  Nossa  Senhora  do  Alcana,  muito  antiga 
-e  ampla.  Segundo  a  tradição  constante,  foi 
'  obra  do  grande  oondestavel,  D.  Nuno  Alva- 
res Pereira,  pelos  annos  de  i400,  em  memo- 
ria de  alcançar  n'este  sitío  um  grande  tri- 
umpho  contra  os  castelhanos:  dando  á  pa- 
droeira o  titulo  de  Santa  Maria  d'Bvora  Al- 
iance, por  ter  sabido  de  Évora  em  persegui- 
^  do  inimigo  e  o  ter  áleançado  n'este  lo- 
íar. 

A  batalha  via*se  pintada  na  parede  dò  ai- 
•l^endre  da  capella,  ainda  no  fibi  do  século 
XYII;  porem  uns  mordomos  muUo  UMtra' 
-doSy  mandaram  .cobrir  a  pintura  com  uma 
grosa  camada  de  cal. 

Junto  a  esta  capella,  e  a  requerimento  do 
povo  de  Mourão,  fundaram  os  primittivos 
lirades  agostinhos  descalços,  um  mosteiro  da 
auá  ordem,  em  1670. 

A  pezar  da  insalubridade  do  sitio,  arden- 
tíssimo no  verão,  e  com  o  ar  corrompido 
pelos  gazes  deletérios  que  exbalam  os  pegos 
do  Guadiana  (que  lhe  âca  próximo)  e  os 
pântanos  de  outros  ribeiros  visinhos^  con- 
fluentes do  Guadiana,  aqui  se  conservaram 


MOU 


575 


^ 


OS  religiosos  at6  ao  dia  93  de  julho  de  i67â, 
sendo  n'esse  dia  obrigados  a  sahir  do  moa* 
teiro,  por  ordem  do  desenbargo.  do  paço, 
por  não  ser  um  dos  comprehendidos  uo  nu- 
mero de  dás  que  a  Santa  Sé'  havia  mareado, 
pelo  breve  da  conirmaçio  d'e8ta  ordem. 

O  mosteiro  cahiu  em  ruínas,  e  apenas 
aqui  ficou  um  erimitão,  para  cuidar  da  ea^ 
pella;  mas  já  hoje,  e  ha  muitos  annos,  que 
nem  erimitão  aqui  há. 


Motirao,  é  um  appellido  nobre  em  Portu- 
gal. O  primeiro  qud  se  acha  com  elle  é  D. 
Gonçalves  Mourão.  Os  Mourões  trazem  por 
armas  em  campo  verde,  duas  faxas  de  ouro, 
e  no  meio  d'ella8,  um  castello  de  prata;  ^- 
mo  d'aço,  aberto,  e  por  timbre,  o  castello 
das  armas. 

MOURARIA  —  o  que  era  -*  Vide  3.*  voL, 
pag.  421,  col.  %\  palavra  Judiaria, 

MOURATiO  --  ou  FONTE  fi£  MOimA- 
TÃO  N'este  sitio,  quo  fica  6  kilometros  da 
Castello  de  Vide,  há  um  dolmem  celta,  com 
os  entrevalos  das  pedras  perpendiculares 
tapados  com  parede  de  ahrrôaria,  o  na  mes- 
ma, aberta  uma  porta.  Isto  indica  que  poste- 
riormente se  deu  a  este  monumento  uma 
appHcação  diversa  da  primittiva. 

Por  estes  arredores  ha  mais  d*esle8  antf- 
quissimos  mommentos,  que  vão  mencâona- 
dos  segundo  as  denominares  dos  sítios  onde 
estão. 

HOURAX  •—  fregnezia,  Beira- Alta,  Ck)aiar- 
ca,  Concelho  e  3  kilometros  de  Tondella, 
20  kilometros  ao  S.  de  Viseu,  S55  ao  N.  de 
Lisboa,  240  fogos. 

Em  1757,  tinha  5i6  íbgos. 

Orago  de  S.  Pedro,  apostolo. 

Bispado  e  Distiicto  admntstrativo  de  Vi- 
seu. 

A  mitra  apresentava  o  abbade,  que  tinha 
300if  000  reis  de  rendimento. 

Foi  villa  e  couto.  D.  Manuel  lhe  dera  fo- 
ral, em  Lisboa,  a  28  de  junho  de  1514.  (L.* 
2*  dos  foraes  novos  da  Beira,  fim,  62  Yn* 
çol.  l.«) 

É  povoação  muito  antiga,  e  couto  já  no 
tempo  de  D.  Affonso  Henriques,  o  qual,  com 
sua  mulher,  a  rainha  D.  Mafalda,  doaram  á 


^-' 


576 


MOU 


SÓ  de  Vis^n,  o  cauto  de  S.  Pedro  de  Mowraz^ 
cm  ii5S. 

Em  ii71,  o  bispo  de  Yis«i«  D.  Godinho, 
deu  ao  padre  Domingos  Afmes  Rnxverda,  o 
prestimonio  do  coato  de  S.  Pedro  de  Moa- 
raz,  com  a  sua  egreja;  e  as  viUas  de  S.  Mi- 
nguei do  Castello  e  CetJiada,  com  seu  couto,  e 
todas  as  soas  pertenças,  em  quanto  fosse 
vivo. 

N*eãta  freguezia  lia  um  monte  pyramidal, 
de  bastante  altura,  e  dificil  subida,  menos 
pelo  O,  por  onde  nâo  é  tao  íngreme  e  alcan* 
tilado. 

No  alto  d'este  monte  ha  um  vasto  plató,  e 
do  lado  do  £.  d'elle  está  a  eapella  de  Noêsa 
Senhora  da  Esperança^  imagem  de  muita 
devoção  para  os  povos  ciroumvlsinhos. 

Do  lado  onde  está  o  tempk),  é  onde  o 
monte  é  mais  íngreme,  e  quasi  cortado  a 
prumo.  A  porta  principal,  tica  para  o  O.,  es- 
tendendo- se  na  sua  frente  um  amplo  tenreiro. 
Também  para  o  O.  fica  a  freguezia  de  Mou- 
razy  a  distancia  de  300  metros,  e  a  freguezia 
de  Villa  Nova  da  Rainha. 

Esta  egreja  é  muito  antiga,  e  consta  que 
já  existia  no  reinado  de  O.  Affonso  Henri- 
ques. 

No  terreiro  que  lhe  fica  em  frente,  ha  al- 
guns sobreiros,  que  denotam  tanta  antigui- 
dade como  a  capeila.  Junto  á  porta  travessa 
estão  as  casas,  feitas  para  residência  do  eri- 
mitão  que  aqui  sempre' havia;  emaisadiaa* 
te  umas  grandes  casas,  para  pousada  dos 
romeiros;  estas  foram  feitas  em  1700.  D*este 
sitio  se  gosam  umas  extensa^  variadas  e 
l>onitas  vistas,  de  serras,  montes,  valles  e 
bosques. 

MOURE— Vide  Ataúdes. 

MOURE--- freguezia,  Minho,  comaroa  e 
concelho  de  Bareellos,  it  kilometros  a  O. 
de  Braga,  365  ao  N.  de  Lisboa,  80  fogos. 

Em  1757  tinha  57  fogos. 

Orago  Santa  Maria  (Nossa  Senhora  da  Ex- 
pectação). 

Arcebispado  e  distríctio  administrativo  de 
Braga. 

O  reitor  dos  cónegos  seculares  de  S.  João 
Evangelista  (loyos)  de  Villar  de  Frades  (os 
bons  homens  de  Villar)  apresentava  o  cora, 
que  tinha  MMOO  réis  e  o  pó  de  altar 


MOU 

É  terra  fertiL  Muito  gado  e  caça. 

MOURE- (torre  de)— Vide  Confillíof. 

MOURE — freguezia,  Minho,  comarca  e 
concelho  da  Póvoa  de  Lanhoso  (foi  do  ooil» 
eelhodeS.  João  do  Rei),  11  kilometros  a 
NE.  de  Braga,  170  ao  N.  de  Lisboa,  73  k^ 
gos. 

Em  1757  tinha  75  fogos. 

Orago  Santa  Mara  (Nossa  Senhora  da  Pa» 
rificaçao). 

Arcebispado  e  distrieCo  administrativo  d» 
Braga. 

A  mitra  apresentava  o  abbade,  que  tinha 
7004000  réis  de  rendimenta 

No  tempo  dos  suevos,  houve  aqui  um 
mosteiro  de  monges  benedictinos,  que  Of 
mouros  arrazaram  em  716.  Vide  Bra^wi 
(egreja  de  S.  Victor)  e  Santa  Leocaéia  do 
Tamil.    ^ 

A  freguezia  é  baetante  aoddentada  e  ex- 
posta  ao  N.,  mas  fértil  e  bonita. 

A  egreja  matriz  é  um  templo  grande,  Aib« 
dado  nos  princípios  do  século  XVI^  cem» 
se  deprehende  de  uma  inscripçSo  que  está 
sobre  a  porta  principal,  e  que  adiante  vere* 
mos. 

Está  com  muita  decência  a  egreja,  o  que 
decerto  é  devido  ao  zelo  do  seu  actuai  pft* 
rocho,  abbade,  o  reverendíssimo  sr.  António 
Joaqnim  Nmies  de  Abreu,  ex-proféssorée 
theologia  moral  do  seminário  de  S.  VeéFO 
de  Braga,  emprego  que  exerceu,  por  maitds 
annos,  com  muita  dignidade. 

A  capella-mór,  que  é  muito  grande,  está 
interiormente,  d'alto  a  baixo,  forrada  de 
azulejo,  que,  nâo  obstante  a  sua  antigui- 
dade, não  deixa  de  produzir  um  bom  eHéi»* 
to.  Tem  um  orgâo  regular,  assim  como  boas 
imagens,  sobresahindo  entse  elias  a  de  Ne^ 
sa  Senhora  das  Dores,  em  tamanho  quaid 
natural 

Abaixo  um  pouco  áú  vórtice  da  fochada,: 
está  a  figura  do  sol,  em  mêio-relevo,  e  em* 
semi-circulo,  pela  parte  superior,  tèm  a  le- 
genda: BLKGTA  Uf  SOL*  i    . 

Mais  abaixo,  em  um  nicho,  está  a  imap» 
de  Nossa  Senhora,  de  pedk^a,  onde  poQBO  ott 
nada  primou  o  gosto  da  escQlptura,'6  pop 
cima  tem  a  legenda:  matkk  ruBisgou; 

Sobre  a  verga  da  porta  principal  téoft 


MOU 


MOU 


577 


IfÀRlAE  VmOINI  MGATClf*  ANKO  ÀPAITV  VIR- 
61NIS,  1702. 

A  torre  é  maUobrâa,  e  pelo  distieo  que 
tem  sobro  a  porta,  mostra  que  foi  feita  à 
«nata  dos  paroehianos.  Dii  assim:  turbis 

nPiNS»  FIDKLIUIf  OfiTARITÁTIS  ANNO  DNI.  1719. 

Tinha,  pelo  tempo  âa  invasão  franceza,  ri- 
tmas alfaias  de  praia,  eomo  eram:  cruzes, 
custodias,  thuribnlos^  navéta  e  outros  obje- 
ctos de  valor;  mas  pouco  ou  nada  escapou 
á  rapacidade  doe  abuu^  que  compunham 
as  hordas  napoleonicasl 

Fica  n'esta  fregnezia  a  quinta  chamada 
das  Sete'f<mte$,  propriedade  hoje  do  sr.  Ma- 
nuel José  de  Carvalho  e  Silva,  abastado  ca* 
pltalísta  da  cidade  de  Braga,  irmão  do  sr. 
ioão  Manuel  de  Garvalho,  modelo  dos  ee- 
desiasticos.  São  dignos  filhos  do  sr.  major 
Carvalho,  convencionado  de  Évora  Monte, 
Terdadeiro  typo  de  probidade  e  honradez. 
É  das  propriedades  melhor  situadas  das 
margens  do  Cávado,  com  magnifica  casa  de 
residência,  com  seu  claustro  e  galeria  envi- 
draçada; gocase  d*ahi  um  pomorama  formo- 
sissimo. 

MOURE— -freguezia,  Minho,  comarca  e 
concelho  de  Yiila  Verde  (foi  da  comarca  de 
Pico  de  Regalados,  concelho  de  Penella),  10 
kilometroe  ao  N.  de  Braga,  370  ao  N.  de 
Lisboa,  250  fogos. 

Em  1757  tinha  147  fogos. 

Orago  S.  Martinho^  bispo. 

Arcebispado  e  distiricto  administrativo  de 
Braga. 

Foi  couto,  e  chamava  se  antigamente  Cou- 
to ãe  Mwmre  da  Oliva. 

A  camará  ecdesiastica  da  Sé  de  Braga 
apres^tava  o  vigário,  que  tinha  lOOMOO 
réis  de  rendimento. 

E*  terra  fértil,  cria  muito  gado  de  toda  a 
qualidade  e  tem  grande  abundância  de  ca- 
ça, grossa  e  miúda. 

O  conde  D.  Henrique  e  sua  mulher,  de* 
ram  este  couto  a  S.  Geraldo,  arcebispo  de 
Braga,  pelos  annos  1110.  Nuno  Soares,  ti- 
nha aqui  uma  boa  herdade,  que  deu  ao  mes* 
mo  santo  arcebispo. 

Os  moradores  d'estâ  freguezía,  eram  isen- 
tos da  jorisdiçâo  real,  e  só  eram  obrigados 


a  fairem  á  guerra,  quando  fosse  o  arcebispo^ 
mas  eram  obrigados  a  cavar-lhe  as  vinhas, 
que  tinha  em  Braga.  O  arcebispo,  D.  Diogo 
de  Souza,  mandou  arrancar  estas  vinhas  e 
fazer  um  campo;  (é  a  praça  chamada  ainda 
hoje  Campo  da  Vinha,  onde  está  o  conven- 
to do  P($pti/o^;  compondo-se  com  os  mora- 
dores de  Moure,  em  lhe  dar  cada  fogo,  em 
satisfação  d'aqnella  obrigação,  quatro  almu- 
des  de  vinho. 

Eram  então  20  os  fogos;  mas  como  a  po» 
pulação  se  foi  desenvolvendo,  chegou  es- 
ta pensão  a  mais  de  50  pipas  de  vinho  por 
anno. 

No  logar  de  Santo  André,  d*esta  fregue- 
zia,  ha  uma  torre  muito  antiga,  a  qual,  D. 
Egas  Paes  de  Penagate,  deu  a  S.  Geraldo. 
Esta  torre,  passou  depois,  aos  Soares,  senho- 
res do  Prado. 

Consta  que  o  nome  d'esta  freguezía,  pro- 
vém do  seu  grande  castello,  cujas  minas 
ainda  se  vêem  no  monte  Brito,  assim  como 
uma  cisterna,  quasi  entulhada.  Grande  par- 
te da  pedra  d'esta  fortaleza,  foi  empregada 
na  construeção  da  ponte  do  Prado. 

O  mosteiro  benedictino  que  aqui  houve, 
foi  fundado  por  S.  Martinho  de  Dume,  em 
505,  en*elle  havia  Lausperenne.  Vasco  Men- 
des, lhe  deu  a  egreja  de  S.  Victor,  em  Bra- 
ga, e  a  quinta  que  fora  do  bispo  de  S.  Thfa- 
go  (é  o  actual  já  mencionado  Campo  da  Vi' 
nk<í,  em  frente  do  convento  do  Populo,  em 
Braga)  para  ahi  fundarem  um  mosteiro,  que 
os  mouros  destruiram  em  717.  NuYio  Forjaz 
da  Silva  o  reedificou  em  1031,  e  o  deu  aos 
monges,  ficando  elle  padroeiro.  Também  ti- 
nha Lausperenne,  na  rigorosa  accepçao  da 
palavra. 

Nuno  Soares  deu  este  mosteiro  (o  padroa- 
do d'etle)  a  S.  Geraldo,  e  D.  Affonso  Henri- 
quês  confirmou  esta  doação  e  coutou-o,  no 
tempo  do  arcebispo  D.  Payo  Mendes,  irmão 
de  D.  Soeiro  Mendes  da  Maia  e  do  Lida- 
dor. 

Ainda  no  sitio  onde  esteve  o  mosteiro  de 
Moure,  se  encontram  enterradas,  colnmnaa 
e  outras  peças  de  cantaria  de  grande  fa- 
brica. 

No  logar  de  Victorino,  d'esta  ftreguezia, 
ha  uma  boa  quinta,  dos  viscondes  de  S.  Gil 


S78 


MOU 


de  Pérre^  hoje  do  sr.  marquei  de  Moníi^ifli, 
do  Porto. 

MOURE -^  fregnezla,  Douro,  eomarea  e 
eoneelho  de  Felgaeirâs  (foi  até  1855,  couce- 
Ibo  de  Felgueiras,  comarca  de  Lousada),  30 
kilomotros  a  E.  de  Braga,  380  ao  N.  de  Lie- 
boa,  120  fogosi 

Em  1757  tinha  432  íogos. 

Orago  o  Salvador. 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo do  Porto. 

O  D.  abbade  benedictiao,  do  mosteiro  de 
Pombeíro,  apresentava  o  vigário,  que  tinha 
60MOO  réis  e  o  pó  de  altar. 

B'  terra  ferUL 

MOURfiLLA— antigo  nome  da  actual  fre- 
guezia  de  Maurellea.  (Pag.  146,  col  1.*,  does- 
te volume. 

Maurellae  mourella—é  a 
mesma  cousa— maurella,  vem 
de  maura,  e  moureila,  vem  de 
moura. 

l[OURIL--oou8a  de  mouros.  Ha  em  Por- 
tugal varias  aldeias  assim  chamadas. 

MOURILHE— fregueua.  Traz-os-Montes, 
comarca  e  concelho  de  Ifoat* Alegre,  72  ki- 
lometros  a  NE.  de  Braga,  tem  73  fogos. 

Orago  S.  Thiago. 

(MouiHlhe  é  corrupção  de  MourilJ. 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo  de  Yilla  Real. 

Era  vigararia  ad  Nutum^  annexa  a  reito- 
ria de  Mont*Alegre. 

A  egreja  matriz,  está  com  aceio,  e  é  a  uni- 
oa  sagrada  em  Terras  de  Barroso. 

Ha  na  freguezia  duas  capellas,  uma,  par- 
ticular, em  Mourilhe,  dedicada  a  Nossa  Se- 
nhora dos  Remédios ;  outra  na  povoação  de 
Sabuzédo,  publica,  dedicada  a  S.  Miguel  Ar- 
chanjo. 

Está  situada  esta  freguezia,  a  5  kilomo- 
tros a  O.  da  villa  de  Mont' Alegre,  na  mar- 
gem «direita  do  Cávado,  que  corre  ao  S.  da 
mesma,  nas  faldas  orientaes  da  cordilheira 
de  montes,  que  ligam  a  serra  de  Laronco, 
Gom  a  do  Gerez  e  divide  Portugal,  da  Gdiza. 

Compõe*  se  esta  fineguezia  (que  confina 
pelo  N.  com  a  raia  de  Galiza)  de  duas  po- 
voações, Meurllhe,  sede  da  parochia,  e  Sa- 
iNuédo.  É  abundante  de  aguaa.  i 


MOU 

Proioc  centeio,  algum  t^o,  batalas,  hor- 
taliças, e  muitos  e  bons  nabos.  Cria  nrailo 
gado :  vaccum,  e  miúdo,  algum  cavallar»  e 
caça  miúda  e  grossa. 

Nasce  n'esta  freguezia  um  riacho,  deno- 
minado de  Mourilhe,  e  acaba,  com  o  curso 
de  6  kiiometroe,  na  direita  do  Cávado;  cria 
peixe  miúdo,  principalmente  trutas. 

No  dia  ft  de  abril  de  i854,  um  pavorosa 
incêndio,  reduziu  a  cinzas  quasi  toda  a  po- 
voação  de  Mourilhe;  arderam  122  casas  e  a 
egreja  matriz. 

Todo  o  reino  de  Portugal,  mostrou  ipran- 
de  genorisidade  para  com  os  infelizes  habi- 
d'esta  povoação. 

Formaram-se,  nas  terras  prindpaea  do 
reino,  diversas  commissões,  que  promove* 
ram  subscrições,  as  quaes  produziram  mais^ 
ou  menos. 

N'esta  grande  obra  de  caridade,  tem  pri- 
meiro  iogar  a  invicta  cidade  do  Porto,  «va 
commissâo  reuniu  3:000  e  tantos  cniáute 
Esta  commissâo  mandou  fazer  um  serviço 
de  prata  e  de  latão,  que  remetteu,  e  se  con» 
serva  na  egreja  matriz,  e  em  todos  os  obstes 
está  gravado  o  seguinte  distioo^OjfereoMÍo 
pelos  habUwtes  do  Porto. 

A  commissâo  de  Lisboa,  reuniu  ^lasi  oa» 
tros  3:000  cruzados* 

Distinguiram-se  as  cidades  de  Guimarães 
e  Braga,  e  n'esta,  o  sr.  cardeal  arcebispo,  Pe- 
dro Paulo,  com  umas  ricas  daUnaticas»  e 
n'aquella,  a  sr.*  D.  Maria  da  Conceição  Braa- 
co  do  Amaral  e  Nápoles,  com  umas  ricas  al- 
vas e  eorporaes,  e  o  sr.  Vicente  Machado  da 
Mello  Pinheiro,  pae  do  sr.  visconde  de  Pin- 
della,  com  um  caliz  e  patena. 

Concorreram  também  outras  povoações^ 
como  as  viilas  de  Chaves  e  Mont'Alegre,  e 
geralmente  os  habitantes  do  concelho  de 
Mont'Alegre,  os  quaes  deram  alimentos,  com 
que  os  infelizes  viveram,  livres  da  íbme, 
desde  abril,  até  agosto,  época  das  colheitas» 
em  Barroso. 

Reoebeuse  do  coito  da  Bulia  400M00  nu 
para  a  egreja. 

A  povoação  e  a  egr^a^  Ibram  reedificada^ 
e  tudo  ficou  OMlhor  do  que  estava,  o  que  na 
maáQt  parte  é  devido  áliberalidade  das  pes- 


IfOU 

•  soas  cariuihras»  e  «o  lelo  •  dilígeada  da 
commissSo  de  Mom^Alegre»  a  qual  fòlnomea- 
da  pelo  sr.  visconde  de  Lemos,  então  gover- 
nador do  districtOy  e  era  composta  da  fórma 
segniate:  os  srs.— 

Presidente — ^António  Joaquim  Gonçalves 
Pereira,  então  administrador  do  concelho. 

Vice- presidente—José  Adão  dos  Santos 
Moura,  abbade  da  fregaezia  da  Ctian,  e  então 
apcijHreste  do  districto. 

Secretario— José  Dias  da  Gosta. 

Vogaes^João  Alvares  de  Moura,  reitor  de 
Mont'Alegre. 

António  João  Fernandes  de  Miranda,  rei- 
tor de  Mourilhe. 

João  António  Rebello  Guimariles. 

José  Rodrigues  Ganédo. 

Bento  Pires  Leal. 

Thesoureiro—João-Manoel  Pereira  da  Sil- 
va. 

Uma  sorte  adversa  parece  perseguir  esta 
malíádada  povoação! 

Vinte  e  um  annos  e  Ires  meses — dia  por 
dia  —  se  tinham  passado,  quando  um  novo 
e  também  terrível  incêndio  reduziu  a  cin- 

*  zas  esta  povoação. 

No  dia  4  de  julho  de  1875,  pelas  8  horas 
da  manhan,  principiou  a  arder  uma  das  ca- 
sas da  aldeia  de  Mourilhe.  Duas  horas  de- 
pois, toda  a  povoação  estava  em  labaredas, 
'  e  cento  e  vinte  casas,  não  formavam  mais 
que  um  braseiro  medonho  e  fumegante;  e 
as  famílias  que  as  habitavam  ficaram  redu- 
xídas  à  mais  horrível  miséria. 

No  incêndio  não  morreu  pessoa  alguma; 
•mas  sim  muito  gado  miúdo,  suíno  e  capri- 
no. Os  prejuízos  montaram  a  muitas  deze- 
nas de  contos  de  réis. 

Só  a  egreja  parodiial  e  quatro  casas,  esca- 
param ao  voraz  incêndio,  e  ficaram  intactas. 
Logo  no  dia  2Q  se  instalou,  na  adminis- 
iração  do  concelho,  uma  commissão  de  soc- 
<  coif  os  (mandada  crear,  por  alvará  do  gover- 
nador civil  do  districto,  datado  de  nove  do 
.mesmo  mez),  pedidos  em  todo  o  concelho, 
para  aquelles  infelizes. 
4     A  commissão  ficou  assim  composta: 
.  Presidente-— O  Sr.  João  António  de  Moraes 

Caldas. 


MOU 


579 


Secretario  —  O  Hev.'»''  Augusto  Geaar  Ro- 
drigues Ganédo. 

Vogaes— Os  Srs.— António  João  Fernandes 
de  Miranda,  reitor  de  Mouri- 
lhe. 
.  — Álvaro  dos  Santos  Lopes,  pa- 
rocho  de  Montalegre. 

—  Padre,  Francisco  Bento  de  Mo- 
raes Caldas. 

-—  Padre,  José  Joaquim  Tiburcio 
de  Moraes. 

—  Diogo  Gomes  de  Carvalho^  ci- 
rurgião-medioo. 

— -  Doutor  Agostinho  José  de  Aze- 
vedo, advogado. 

—  António  Júlio  de  Moraes  Cal- 
das» 

—  João  António  Rodrigues  Ga- 
nédo. 

—  Alberto  Carlos  de  Freitas  Re- 
beUo. 

Esta  commissão  é,  na  sua  totalidade,  eom- 
posta  de  cavalheiros  da  maior  probidade  e 
sollicitude,  e,  por  isso,  se  espera  prestarão 
os  mais  relevantes  serviços  a  favor  dos  seus 
desgraçados  patrícios. 


£  ainda  ao  meu  sollicito  coUaborador,  o 
illustrado  sr.  José  dos  Santos  Moura,  natu- 
ral doeste  conselho,  e  digno  abbade  de  Caí- 
res, que  devo  quasi  todos  os  esclarecimen- 
tos d*esta  freguezia. 

A  este  nobre  cavalheiro  os  meus  mais  sin- 
ceros agradecimentos. 

HOURILHOES  ou  MORILÕES  —  antiga 
viUa,  Minho,  situada  próximo  da  villa  doa 
Arcos  de  Valle  de  Vez.  Não  existe  hoje  d*el- 
la  mais  que  a  memoria. 

Diz-se  que  D.  Bermudo  II  (o  Gotoso)^  rei 
de  Leão,  lhe  dera  o  nome  de  Mourilhões^ 
quando,  em  985,  aqui  teve  uma  grande  ba- 
talha contra  Almançor,  rei  -de  Cerdo va,  que 
foi  vencido.  Depois,  ajudado,  D.  Bermudo, 
pelo  bravíssimo  portuguez,  D.  For  jaz  Vjer- 
muiz  (tronco  dos  condes  da  Feira)  e  pelos 
ouuros  reis  christãos,  de  Hespanàa,  alcançoa 
Almançor,  junto  á  cidade  de  Osma»  no  val- 
le deAlcantanaiâir  (ouCalatanazôr)  eodw- 


580 


MOU 


rotoQ  eompletamente,  fieande  o  rei  mouro 

ferido  mortalmente. 

Ê  tradição  que,  vendo  D.  Bermndo  fbgír 
Almançor,  na  primeira  d'esta9  batalhas,  dis- 
sera-'- «Mònro  longet  — e  ficon  este  nome 
à  povoação  que  Já  allí  havia;  eorrompendo- 
se  depois  a  palavra  em  Mourilhões. 

Eram  senhores  d'e8ta  villa,  os  Magalhães» 
da  Terra  da  Nóbrega. 

Foi  senhor  de  Mourílhões,  ò  celebre  nave- 
gador portQgaez,  Pemanão  de  Maçalhães, 
qne  descobria  a  passagem  para  a  cúntra-cos- 
ta  da  America  do  Sal  (mar  Pacifico)  pelo  es- 
treito do  sen  nome.  (Vide  Arcos  de  Valle  de 
'  Yez) 

Jolga-se  qne  esta  villa  era  no  sitio  onde 
hoje  está  a  eapella  de  S.  Thiago. 

fi  certo  qne  no  meiado  do  século  XYIIÍ, 
se  descobriram  n'este  logar  uns  arcos  de  ti- 
jolo, enterrados  a  pouca  profundidade  do 
solo,  que  se  julga  serem  sepulturas  cartha- 
ginezas-ou  romanas. 

Também  é  tradição  que  aqui  próximo  ha- 
via uma  forca  de  pedra,  o  que  é  provável, 
porque,  perto  da  eapella  ha  um  monte,  a  que 
chamam  Outeiro  da  Fârca. 

MOURISCA  —  aldeia,  Douro,  na  f  regue - 
zia,  comarca  e  concelho  d' Águeda,  próxima 
á  extineta  villa  d*Assequins.  Fica  na  estra- 
da real,  de  i."  classe,  de  Lisboa  ao  Porto. 
Já  por  este  mesmo  sitio  passava  a  antiga  es- 
trada mourisca  (de  que  varias  vezes  tenho 
fallado  n'esta  obra),  e  d'essa  circumstancia 
lhe  provém  o  nome. 

Não  sei  porque,  os  moradores  da  Mouris- 
ca, não  gostam  que  lhe  fallem  nos  ossos  de 
Pilatos. 

Em  dezembro  de  1872,  uma  mulher  does- 
ta aldeia,  deu  à  luz,  quatro  creanças,  duas 
das  quaes,  vinham  pegadas,  tendo  duas  ca- 
beças, quatro  braços  e  três  pernas.  Morreu 
a  mãe  e  todos  ds  filhos,  pouco  depois  do 
parto. 

MOURISCAS  —  flreguezia,  Extremadura, 
comarca,  concelho  e  14  kílometros  a  E.  de 
Abrantes,  1[M)  kílometros  a  E.  de  Lisboa, 
480  fogos. 

Em  1757  tinha  211  fogos. 


MOU 

Orago,  S.  Sebastfio,  mariTr. 

Bispado  de  Castello-Branco,  districto  id« 
ministrativo  de  Santarém. 

O  vigário  do  Sardoal  apresentava  o  cura» 
que  tinha  lOlOOO  réis  de  côngrua  e  o  pé 
d*altar. 

No  alto  de  um  monte,  cercado  de  mattos, 
no  districto  d*esta  flreguezia,  está  a  eapella 
de  Nossa  Senhora  dos  Mattoí,  de  construe- 
ção  antiquíssima.  Tem  o  corpo  da  egreja,  11, 
metros  de  comprido  e  7  de  largo;  e  é  fedia- 
da  de  abobada;  estando  as  soas  paredes  inte- 
riores revestidas  de  formosos  azulejos.  Tem 
capella-mór,  também  de  abobada,  e  uma  boa 
sachrístia. 

Junto  á  eapella  ka  casas  para  pousada 
)  dos  romeiros. 

Faz-se  a  festa  da  padroeira,  no  primehro 
de  outubro;  e  era  antigamente  muito  con- 
corrida. 

Teve  d'esde  tempos  romotos,  um  erimitão 
para  cuidar  do  aceio  e  conservação  da  ea- 
pella, e  para  receber  as  ofiertas  dos  romei- 
ros; mas  ha  muitos  annts  que  o  não  tem. 

MOURIZ  —  freguezi,  districto  conselho, 
de  Paredes,  comarca  de  Penafiel,  24  kílo- 
metros a  N.  S.  do  Porto,  310  ao  N.  de  Lis- 
boa, 900  fogos. 

Em  17574inha  211  fogos. 

Orago  S.  Romão. 

Bispado  e  Districto  do  Porto. 

Os  religiosos  agostinhos  de  convento  de 
Gétte,  e  o  reitor  do  collegio  da  Graça,  de 
Coimbra,  apresentavam  alternativamente  o 
reitor,  que,  tinha  200^000  rs.  de  rendimento. 

É  terra  muito  fertít.  Cria  muito  gado  de 
toda  a  qualidade,  principalmente  bovino, 
que  exporta. 

Foi  solar  de  Estevão  Dias  de  Mouriz,  ca- 
sado  com  D.  Maria  Martins  de  Avellar,  filha 
e  herdeira  de  Martins  de  Aragão,  são  os 
progenitores  dos  Avellares. 

MOURO  —  pequeno  rio,  Minho.  —  N&ce 
em  lamas  de  Mouro,  e  entra  na  esquerda  do 
rio  Minho,  logo  abaixo  de  Yalladares. 

MOURONHO  ou  MORONHO  —  freguezia, 
Douro,  comarca  e  concelhe  da  Tábua  (ex- 
tineta comarca  de  Middes,  e  tinha  sido  antes, 
da  comarca  de  Arganil,  concelho  de  Gója)  40 


MOB 

lElIoOMtres  de  CainAra,  Uú  m  N.  de  LUboa, 

Em  17It7,  tinha  280  fOtíos. 

Orego  S.  jQlião. 

Bispada  e  diatricto  adnaislrativo  da  Co- 
imbra. 

A  mlini  aprecenUva  o  prior,  qw  tinha 
iaatOOO  reis  de  rendimento, 

fi  poTosçio  aoliga,  e  foi  vilU  e  eoato.  D. 
Uanoel  lhe  deu  toral,  em  Lfsboa  &  11  de  le- 
tembro  de  1514.  (Livro  d»  foraet  novoi  da 
BHra,  Q.  4&  t.  eol  1.*) 

Ê  lerm  maito  fertíl.  Cria  moito  gado  de 
'  toda  a  qualidade,  e  nos  Bens  montes  ha  abnn- 
dancia  de  caça. 

È  n'esla  fregnezia  (e  não  na  da  Candosa, 
eomo  por  mal  informado,  disse  a  pig.  81, 
cot  >.*  do  3/  vol.)  o  palácio  e  bella  qaiala, 
Sr.  Lais  Cândido  de  Figaeiredo  Andinot:  a 
maia  formora  vivenda  da  Beira,  depois  da 
dos  Paes,  drt  Hoagoalde,  hoje  da  Sr.*  eoa- 
deesa  da  Anadia. 

O  Sr.  Audinsi,  masdon  eoastmir  uma 
estrada,  à  sua  cnsta,  qne  vae  entroncar  na 
real  de  Coimbra;  de  modo  que  se  sabe  da 
qninu  e  entri-se  em  Lisboa  oq  ne  Porio, 
sempre  de  trem. 

HOQKOS  —  (S.  HaniQha  de  )  —  Já  a  pag- 
UQ,  col.  S*  e  segnintee  d'eale  vol.,  tratei 
d'esta  fregneiia,  importante  peia  soa  popn- 
laçio,  pela  sna  antiguidade  e  pelas  soas  tra- 
dições; mas,  eomo  depois  d'ÍBSO  se  publicou 
o  B.o  4,  do  Boletim  da  real  Aitociação  do» 
aniuteetút  cãiis  e  arckeotegoa  pertuguntt,  e 
e  D'eUo  um  cnriosiesimo  artigo,  do  Sr.  Joa- 
qttin  de  Carvalho  Azevedo  Mello  e  Firo; 
não  querendo  privar  os  leitores,  das  inte- 
ressantes noticias  dadas  por  este  cavalheiro, 
as  resumo  u'esle  lagar. 

Sabe -se  (]ae  em  1094,  D.  Fernando  l,  o 
Magno,  rei  de  leão  e  Giiitalla  (senhor  da 
maior  e  melbor  p;ine  da  Haspanha  obrlstaD) 
passoD  o  Doaro  peio  lado  de  Zamora,  e  se- 
gnlnde  pom  o  O ,  entrou  peh  actual  pro- 
da  Betn  Alta,  conquistou  dlfteraotps  cas- 
teUoa  de  inouroe,  n'ésse  atino  e  no  seguinte;  e 
«s  1057,  Víko.  Lamego,  Tarouea,  e  outros 
logves  frjrMfi  nados.  .       ^ 


MOU 

ITam  fregneiia,  povo' 
nham  eltes  um  forte  ca' 
nham  apossado,  no  p  ■ 
(XI)  Al-Xançor  e  o  s    ' 

B.  Peruando  Magn», 
do  easteUo  de  S.  llartmhe  ^ 
referido  aano  de  10ti7. 

No  foral  d'esu  rreguwia,  ift  lé 
Bainha  D.  Tar^a,  Olha  d'el  ttA  D. 
o  conde  D,  Anrriqae,  e  o  lofrnta  D 
meu  filho,  biemos,  e  cwflroMmi»,  carta 
de  fin^/dSe  '  d   vosso  (òro,  a  vos  honisei 
de  S.  Uarlinho  de  Honros;  o  qtul  oBveite^ 
em  tempo  ds  meu  avô,  rei  D.  Fernando,  eáe 
padre,  rei  D.  AiTunso,  e  deram  es»«  oaeteUo 
com  este  foro,  ao  alvaiil,  D.  Sauiando,  co- 
mo vos  tivessem  por  elle.i  etc.    ■ 

Portanto,  prova-se  (por  o  que  fica  c*fiia< 
do)  qne  D.  Penando  I,  de  Leão  e  Gastella, 
e  seu  filho,  D.  Affenao  VI  —  aqufdle  avA,  a 
este  pae,  de  D.  TliereEa^-dwam  foral  a  «ata 
terra,  sen  eomtndo  se  uber  em  qae  dMa>. 

A  cópia  do  foral  dado  por  D.  UuBui,- 
eiíste  no  archivo  da  canura  de  Ráianda.  ' 

Segundo  a  tradição  (mas  não  ha  doca* 
mento  algum  que  o  prove),  a  actual  egreja 
matriz,  foi  mesquita  de  mouros.  È  conslrai- 
da  de  pequenas  pedras,  algumas  maTcadM 
com  di  versos  aignaas.  ' 

Ainda  que  alguns  pretendem  queesle  !•!■• 

1  Firmai,  no  antigo  portagnez  era  o  itlh 
qne  se  ponha  em  qualquer  docameato.  Fir- 
mar,  era  prestar  jurasieoio,  e  também  pron 
var.  Firmideu,  firmydõe  ou  fir-midoem,  sigui- 
flcava  —  firmeza,  valor,  permanência,  vali- 
dade, ect.  —  Moitas  vezes  se  eaeodtra  not 
nossos  dacnmentos  antigos— Facto  jtrnntw- 
dinit  Cacía—phra»e  qu^ decretava  aflr* 
mez3  e  validade  perpãiua  do  documento  a 
que  era  applícado. 

No  ti)ral  de  Thomar,  traduzido  em-vtalgw 
no  príndplo  do  século  XMI  se  dtt  — fWto 
a  carta  ia  firmidoem.  no  meu  de  JMfpUto., 
Era  mil  e  duzentos  e  doze  anos.  Era  da  £n- 
carnaçom  de  Deos,  mil  e  cento  e  seUenta  e 
ouatro,  £u.  Ueestre  Gavdin,  que  esta  Cartm 
fazer  mondei',  entembra  com  todolho$  mnu 
Fr$ym.  Koraníes  em  tomar:  aot  eotioi  jt* 
lhos,  e  ós  vossos  Successores,  a  fortalego,  e 
conirmo. 

PlKHO  LHAL 

1  Para  se  saber  qual  tol  o  pedrou  cfO»' 
as  lavrou.  P  L, 

37 


9«2 


MOV 


ido  foi  QMflUnitdo  em  709  (ou  707)  Andan- 
do* se  em  que  eata  data  eatá  sobre  o  arco 
araceiro,  tào  se  aabe  cem  eerteza  quando 
M  edificado. 

B'  de  arohitectora  gothica,  e  o  arco  cm- 
aeiro  ó  ée  volla  em  ogiva,  assim  como  a  por- 
ta principal,  qne  é  sostealaâa  por  delgadas 
ookunnas,  tendo  ooscapiteia,  grosseiramen- 
te escolpidas,  eabeças  de  animaee.  ^ 

A  toire  dos  sinoe,  ó  formada  sobre  uma 
pande  abobada  de  cantaria,  sob  a  qoal  ha 
nm  grande  arco,  onde  é  o  coro. 

Ao  entrar  4a  porta  iHrincipal,  ba  nma  ins- 
eripçio,  gravada  em  pedra,  mas  tão  apaga- 
da, qoe  não  é  possivel  lér-se.  Sobre  esta  ins- 
crip^Sao,  estão  dois  risoos,  feitos  na  pedra, 
qne  consta  ser  a  medida  exacta  do  padrão 
da  Yava  e  eoYi4o  doa  antigos  povos  d-aqni. 

A  eapella  mór,  parece  ser  obra  mais  mo- 
derna do  qne  o  templo. 

O  <pe  se  pôde  afirmar,  eom  certeza»  é  qne 
a  Qonstracçao  d*esle  templo  é  mais  antiga  do 
qne  a  monarchi^iportngnesa,  e  egoal  em  ar- 
ebiteotnra,  àsei^as  de  Santa  Maria  de  Bar- 
rO^  e  de  Sania  Maria  de  Almacave,  de  La- 

Ainda  n'esta  ínei^Miia  ha  am  logar  cha- 
mado CoitêUo,  sitnado  no  f  ando  de  nm  mon- 
te, a  qne  dão  o  nome  de  Buraca  ios  Mouros* 
Ne  alto  do  monte,  ha  lúna  cava  perpendi- 
cnlar,  entupida  com  pedras.  Alguns  curio- 
so^ 1^  mandaram  d^entulhar,  em  18^7,  ató 
á  altura  de  25  metros,  e  como  n'esta  profon- 
didade  se  encontrou  agua,  não  eontinuou  a 
exploração.  Toda  a  cava  é  aberta  em  saibro 
muito  duro,  e,  desde  a  entrada  até  â  distan- 
ciai de  iO  metros,  é  de  abobada,  e  desce  por 
escadas»  do  S.  para  o  N.,  principiando  ahi 
a  descer  perpendicularmente. 

Ha  signaes  evidentes  de  mais  cavas>  que 
ealio  também  enmlbadas;  e  em  uma  d'eUas 
se  reconhece  a  perfeição  e  segurança  eom 
que  foi  feita,  pois  é  emparedada  com  pedra 

'  1  As  mesquitas  mouriscas  eram  todas  de 
urehiteetnra  arabe^  e  n'ellas  era  (e  idnda  é 
nas  actuaes)  prohibida  a  representação  de 
qualquer  animal.  Já  se  vé,  pois,  que  este 
templo  é  obra  de  christàos;  mas  podia  de- 
pois ser  transformado  em  mesquita,  como 
Momeoeu  a  muitos  outros.  P.  Leid, 


e  eal^  e  tao  bem  Mia  era  a  argamassa»  que. 
é  mais  fácil  quebrar  a  pedra  do  que  aqoelbu 

Existem  n'este  logar  claros  vesttgios  de 
grandes  fomos  de  depuração  de  metaes,  en- 
contrando-se  ainda,  muitas  cinzas,  earvio^ 
muitos  ossos,  e  grande  porção  de  escorias^ 
que  aqui  se  dà  o  nome  de  escumaUioJ,  as 
quaes,  sendo  partidas,  se  lhe  encontram  pe* 
quenos  bocados  de  ossos.  B'  mimífesto  que 
houve  lavra  de  minas  metaMeas,  em  grando 
escala. 

N'este  mesmo  logar,  e  em  todo  o  monie^ 
se  encontram  vestígios  de  casas,  apparecan- 
do  grande  porção  de  pedra  e  grossos  tQo- 
los.  Também  se  teem  encontrado  por  esleil- 
sítios,  moedas  de  ouro,  prata  e  cobre,  algu- 
mas completamente  frustras,  outras  em  bom 
estado  de  conserva^.  Ueui  das  de  ouroi  6 
gothica— e  duas  de  prata,  são  romanas-^ 
uma  do  imperador  Augusto,  outra  de  Mae? 
00  Aurélio,  as  quaes  eu  possuo.  (O  sr.  MeUe 
e  Faro). 

Ao  £.  d'este  monte^  e  próximo  a  ette,  ha 
um  plano,  onde  ainda  se  reconhecem  nmir 
taa  sepwlUtfas»  abertas  nas  rochas,  e  todas 
de  fónna  que  os  pés  do  defuncto  ficavami 
para  o  E.  e  a  cabeça  para  O.  (Era  um  cà^ 
tnocábar  mourisco). 

Algnnn  sitios  em  volta  4»  mente,  ainda 
conservam  nomes  árabes^  como  al  mboina. 
(a  ddade)^ALTAMiRA  —  (que  pôde  ser  cor? 
rupção  da  palavra  árabe  A/tamar»--eharo- 
pe  feito  de  tâmaras— ou  de  MUhEnUr^  oi» 
ítír-AUa  príncipe,  ou  governador)  —  e  i«.^ 
MDZBBNA-*-  ((tue  talvoz  seja  corrupção  de^ 
ArmadtZâf^  casa  para  arrecadação  de  ar- 
mas, muníçQes,  fáiendas  e  mantimenlos)^ 
Armazém. 

VOUTA  e  MODTAS— Vide  MoUa  e  m- 

tOÍ, 

MOZ— Vide  Mós. 

X6Z&L(0S--yide  MáséUos. 

MOZHODIZ— moeda  de  ouro,  mouriscj^ 
que  ainda  teve  curso  em  PortugU  nos  seeu* 
los  X,  XI  e  XII. 

M020M-- portuguez  antigo — guindaste» 
Diriva-se  do  latim  antigo,  iímzoIos  rotae  (o 
mesmo  que  truncusj, — Os  italianos  ainda  dK- 
zem,  mozóUh  No  antigo  francês,  dizia-se 
moi^9  hoje  dizem-trtte,  crk,  yvtiHlatfs. 


MUÇ 

MU  oa  liDU-*pofftafoez  aAtigo^HOuiehOy 
váaM  gwidrapede  bem  eonheoído.  Os  hes- 
INudioM  dizem  muio.  (Vide  Jfu/olo). 

I^aqai  vem  animar  (deseoDflar).  Jà  oe  no»- 
soe  antigos  disism  —  tâmar  o  nm,  oom  a 
nesma  aigniSeatio. 

MUA-^portoguez  antigo— -mtUta^qtta- 
impede. 

MUÇAIOIIES  oa  HOÇAUanS— antiga 
lilla,  Beira*Ahfr-*no  tenritorio  de  Yisea,  nas 
faldas  do  moate  Allebora  (?),  aguas  vertenles 
jdoríoYoDga: 

Em  yarios  docamentos  antigos  enoontra* 
Ta  esta  povoação,  umas  veies  obamada  Mu- 
famedêi  (que  me  parece  mais  etymologieo), 
outras  Moçameâes. 

Com  o  natural  desejo  que  teem  todos  os 
homens,  d«  verem  dlssiparse  nootit  duvida 
que  os  aflige  —  e^  ainda  mais  —  desejando 
ardentemente  dar  aos  meus  leitores,  o  maior 
musere  posrivel  de  noticias  soère  as  nossas 
antigaidades,  fix  todas  as  investigações,  a 
vér  se  podia  deseobrír  a  situação  doesta  vii- 
la;  mas  somente  pnde  saber  o  segninte: 

É  certa  a  existência  d'esta  villa,  no  seen* 
lo  XII,  pois  qae  D.  Âffonso  Henriques,  sen- 
do ainda  inHuite,  a  den  ao  seu  amigo  Fernão 
Pires.  Viterbo  falia  de  Moçamedes  em  diffe- 
rentes  partes  do  sea  EltàcidariOy  mas  alia- 
dindo  sempre  a  esta  doação,  de  qae  copia 
pequenos  trechos! 

Finalmente,  o  mais  que  pude  obter,  com 
teia^  a  M nçmnedes  (por  intervenção  do  sr. 
Dl**  Fedro  Augusto  Ferreira,  iUustrado  ab* 
bade  de  Miragaia  do  Porto,  que  tantos  e  tão 
vaHssos  sei^lços  tem  iM*estado  a  esta  obra) 
foi  ums  eópia  fiel  da  tal  doação,  eseripta  pe« 
lo*  R."*  sr;  António  Coelho  Diniz,  escrivão  da 
Gamara  eeelesiastiea  de  Lamego,  mordomo 
do  paçe^  e  cónego  honorário  do  mesmo  bis* 
pado;  o  qual  teve  a  benevolência  de  a  proeu- 
TÊTy  e  extrahir  èo  arehivo  do  cabido  da  Só. 
É*  seguinte: 

Doação,  que  fez  o  infante  D.  Affonso  Hen- 
riques, ao  seu  grande  amigo  Fernando  Pi- 
res,  da  villa  de  Moçamedes,  no  territorlo^de 
Viseu,  nas  faldas  do  Monte  Allebora,  aguas 
vertentes  para  o  rio  Vouga. 

«Magnus  est  enim  titulus  Donatioids  el 


MUÇ 


583 


irmitatis,  quem  nemo  potest  inrumpere,  nee 
ttUa  Lei  vallet  extra  prc^icere,  sed  sicut  in 
Gotorum  legibus  eontinetur,  sic  vallet  Do- 
natio,  sicut  et  emptio.  Idcirco  ego  Inclitus 
Infaos  DcMunus  Alftmsus  booae  memoriae» 
Magni  Adefonsi  Imperatoris  Hispaniae  ne- 
pos,  Ck>mitis  Henrici,'  et  Reginae  Tharasiae 
filius,  ÊM^io  Charlam  Donationis,  &  firmitatis 
tibi  Fernando  Petríci,  de  illa  Villa  de  Moça- 
medes, cum  omnibus  suis  loces  et  terminis 
antiquis,  per  ubi  illos  invenire  potuerís.  Ha- 
bet  namque  jaeentiam  in  Território  Visei  suii 
monte  Débora  discurrentibus  aquis  Vou* 
kam.  Do,  et  concedo  tibi  istam  haereditatem, 
cum  omnibus  suis  locis,  et  terminis,  sicut 
superius  commemoravimns,  ut  tu  habeas  U-^ 
Iam  flrmiter  aevo  perenni,  et  post  te^  quem 
tibi  placoerit.  Bt  hoc  fado  non  gentis  impe* 
rio,  nec  suadente  articulo,  sed  probono,  et 
fideli  servitio,  quod  mihi  fecisU,  et  fades  <si 
Dominus  tibi  vitam  concesserit)  &  pro  amoro 
cordis  mei,  quem  erga  le  habeo.  Si  autem 
aliquis  tam  de  extraneis,  quam  de  propin- 
quis  ho  factum  meum  inrumpere  voluerit 
(quod  fieri  non  credo)  tibi,  vei  qui  vocem 
tuam  pulsaverit  hanc  haereditaten  dupla- 
tam,  vel  tripatam,  vel  quantum  fuerit  me- 
lioratam  componat,  et  Regiae  Potestati  quod 
liber  Judicum  praedpit  Pacta  Charta  Do* 
nationis,  et  firmiutis  mense  Mayo  ia  Pare- 
des sub  era  MCLXXI.  (Ii33  de  J.-C.)  Bgo 
egregius  Infans  Dõnus  Alfonsus  hanc  Ghar- 
tam  própria  manu  r ///  oboro. 
Qui  praesentes  fnerunt  Pro  testibus 

Egas  Moniz  o  f.  «  Petrus  testis 

Egas  Gondesindici  í^hm  Menendus  testis 
Menendo  Venekas       I      Ermoigius  testis 
Ermigitts  Curiae    ®^  ■  ^ 
Dapifer 

Ego  Fernandns  captivus  Alferes  3  f.  Pe- 
trus canceUarius  Infantis  Notavit* 

O  nome  d'e8ta  villa  julgo  ser  árabe— JVt*- 
ça  ó  nome  próprio  árabe;  e  podia  a  esta  po- 
voação terem  dado  os  mouros  o  nome  de  JKti- 
ça-Medina  (ddade  de  Muça)  que  facilmente 
se  podia  converter  em  Muçainedes.  Mais — 

Segundo  LÁfrique  de  Marmol  (tom.  L% 
pag.  69.)— Aítiçaiifli,  era  uma  nação  da  Afri- 
ca Ocddental,  comprebendendo  as  provin- 


584 


MUG 


cias  d^  Bea,  Sus,  Gezula^  e  Marrocos,  e  o 
56a  rei  era  Muça,  Os  povos  qne  habitavam 
esta  região,  se  denominavam  rmiçamudes. 

Na  Monarch,  Lns.  (tom.  3.%  pag.  Mi)  se 
diz— -cEm  1147  (1109  de  l.-G.),  os  mouros, 
qne  se  chamavam  Muçamudes,  entraram  em 
flespànha»  etc. 

Podiam  pois  ler  vindo  à  Peninsnla  antes 
de  1109  (porque,  desde  o  M.*"  seenlo  qne  elies 
costumavam  invadir  este  paiz)  e  fundarem 
esta  povoação,  denominando -a  —  terra  dos 
Muçamudes;  ou  mesmo  os  que  vieram  em 
1109  lhe  podiam  impor  este  nome. 

Parece-me  que  esta  povoação  existiu  no 
^ antigo  território  de  Laf5es  (actual  Yonsella) 
e  qúe,  ou  foi  destruida  com  as  guerras  fre- 
quentes dos  primeiros  tempos  da  nossa  mo- 
narchia,  ou  mudou  de  nome;  pelo  que  se 
torna  difflcilimo  —  se  não  impossivel  —  sa- 
ber com  certeza  a  sua  situação;  bem  assim 
a  do  tal  monte  Mlebora, 

MUÇiO  —Vide  Pinheiro  e  Mução. 

HUDÂMENTO—portuguez  antigo— mu- 
dança, alteração,  troca. 

MUDBA6E— portuguez  antigo— Tela  pre- 
ciosa de  que  se  usava  nas  vestimentas  eccle* 
siastieas. 

MUGE  ou  HUGEM  (antigamente  Muja)— 
villa,  Extremadura  (ao  S.  do  Tejo),  concelho 
de  Salvaterra  de  Magos,  comarca  de  Bena- 
vente, 70  kilometros  a  E.  de  Lisboa,  400  fo- 
gos. 

Em  1757  tinha  366  fogos. 

Orago,  Nossa  Senhora  da  Conceição.  (An- 
tigamente, S.  João  Baptista.) 

Patriarchado,  districto  administrativo  e  12 
kilometros  ao  S.  de  Santarém. 

A  mitra  apresentava  o  prior,  que  tinha 
800MOO  réis  de  rendimento  annual. 

Esta  viila  está  formosamente  situada  so- 
bre a  margem  esquerda  do  Tejo,  em  vasta 
e  amena  planície.  (Diz- se  qne  o  seu  nome 
lhe  provém  dos  muitos  mugues  que  se  pes- 
cam em  frente  da  povoação:  por  isso  anti- 
gamente S6  chamava  Porto  de  Mugem) 

Ao  E.  corre  o  rio  do  seu  nome,  cercaao  de 
arvoredos,  e  fazendo  mover  vários  moinhos 
e  regando  os  campos. 

Os  monges  bernardos  d* Alcobaça,  que  fo 


MUG 

ram  os  primeiros  senhores  doesta  vHIt,  a 
mandaram  povoar,  pelos  annos  de  1200; 
mas  tantos  eram  os  tributos  que  impoze- 
ram  à  povoação,  que  pouca  gente  a  veio 
habitar;  até  que,  D.  Diniz,  obtendo^a  por 
troca,  a  povoou,  dande-lhe  foral,  em  Santa- 
rém, a  6  de  dezembro  de  1304.  {Livro d* de 
Doações,  do  rei  D.  Diniz,  fl.  34  v.,  col.  !.•)  O 
mesmo  rei,  lhe  deu  outro  foral,  confirmando 
o  antigo  e  augmentando-lhe  os  privilégios» 
em  Lisboa,  a  6  de  setembro  de  1307.  (No 
mesmo  liv.  3.*  de  Doações  d'este  monarcha» 
a  fl.  59  V.,  col.  2.*) 

Eram  senhores  d'e8ta  villa,  os  duques  do 
Cadaval,  que  aqui  teem  um  bom  palácio  e 
quinta. 

Em  um  pequeno  cerrado,  pertencente  á 
sr.*  D.  Antónia  Rita  d'AssÍs  Pacheco,  d*esta 
villa,  se  creou,  em  1862,  um  pé  de  trigo,  com 
77  espigas,  todas  cheias  de  grão.  (Sendo  o 
termo  médio  dos  grãos  de  cada  espiga,  M*-> 
veio  a  produzir  aqnelle  pé  2:772  griosl) 

Com  effeito,  o  território  d*esta  villa  é  fer* 
tilissimo  em  todos  os  género»  agrícolas  do 
nosso  paiz. 

Ê  povoação  muito  antiga,  pois  já  existia 
no  tempo  dos  mouros,  que  a  abandonaram 
em  1147,  quando  perderam  Santarém. 


No  termo  d'esta  vilia,  junto  á  estrada  que 
vae  de  Coruche  (e  de  todo  o  Alettitefo)  para 
Santarém,  está  a  formosa  egreja  de  Nossa 
Senhora  da  Gloria, 

Segundo  a  lenda,  a  imagem  d'e8ta  Senho* 
ra,  appareceu  a  D.  Pedro  I,  em  uma  oeca- 
sião  em  que  elle  por  aqui  andava  à  caça,  li- 
vrando-o  de  afogar-se  em  um  grande  pego, 
que  havia  n*esta  charneca;  em  reconheci- 
mento do  que,  o  rei  lhe  mandou  fuer  este 
templo,  dando  àYirgem  o  nome  de  Senhora 
da  Gloria,  pelas  muitas  luzes  e  resplando- 
res  de  que  estava  cercada,  no  acto  da  appa- 
riçào. 

Sobre  a  porta  prfhcipal,  está  uma  ins- 
cripção,  em  letra  golhica,  que  já  mal  se  pô- 
de ler.  Parece  que  se  vé  1360,  e  se  é  esta  a 
data,  era  certamente  no  reinado  de  D.  Pe* 
dro  !,  que  principiou  a  reinar  em  itt37,  e 


JdU6 

falleeea,  em  Extremoz,  a  i8  de  imeiro  de 
ia67. 

Dizee  que  a  Senhora appareeeu  no  logar 
onde  está  a  capella-mór,  aobre  a  mesma 
peanha  em  qae  ainda  se  conserva.  Tem 
0*^25  de  altara,  e  é  de  roca. 

0  templo  é  vasto  e  magestoso,  mostrando 
aer  obra  reaL  O  sitio  ô  tâo  deserto,  qae  i2 
kilometroa  em  redor,  não  ba  povoação  ne- 
nhuma; mas  junto  á  egreja  ha  uma  aldeia. 

£m  frente  da  egreja,  ha  um  vasto  terrei- 
ro, arhorisado,  com  algumas  casas,  para 
pousada  dos  romeiros. 

Já  DO  i.«  vol^  pag.  77,  in  fine^  fallei  em 
um  famoso  solho,  pescado  entre  Alcochete  e 
Montalvão,  pelos  pescadores  do  Tejo,  em 
1323,  e  por  os  mesmos  offerecido  ao  rei  O. 
Diniz.  Dhret  aqui  o  que  se  ló  em  vários  li- 
vros, com  respeito  ao  tal  solho  (que  outros 
dizem  ^r  mugem). 

Dizem  uns  que  o  peixe  foi  pescado  pro* 
zimo  a  Alcochete,  em  1323,  (como  fica  dito) 
e  que  era  um  sôUio, 

Dizem  outros,  que  os  pescadores  do  Tejo 
pescaram  um  mtAgem,  junto  á  viUa  d' este  luh 
me,  a  6  de  fevereiro  de  Í320,  e  que  o  mau* 
daram  de  presente  a  D.  Diniz,  que  então  es- 
tava em  VUla  Franca  do  Riba  Tejo. 

Os  do  solho  de  Alcochete,  dizem  que  elle 
pezava  17  arrobas— e  os  do  mogem  de  Mu- 
gem, dizem  que  elle  tinha  17  palmos  de 
comprido  e  7  de  grosso,  e  que  pezava  17 
arrobas  e  meia;  mas  ambos  os  partidos  con- 
cordam em  que  o  rei  lhe  msmdou  tirar  o 
retrato,  do  seu  tamanho  naturat  ^ 

A  pequena  differença  no  peso  e  nas  da- 
tas, e  serem  ambos  offerecídos  a  D.  Dmiz, 
faz-me  suspeitar  qae  eram  um  só  e  mesmo 
peixe,  e  que  os  de  Alcochete,  Montalvão  e 
Mugem,  todos  querem  a  honra  d*esta  pes- 
earia. 

Talvez  que  os  de  Mugem  pescassem  o  so- 
lho perto  de  Alcochete  (que  fica  52  kilome- 
tros  ao  O.  de  Mugem),  ou  os  de  Alcochete 

1  Com  effeito,  esta  pintura  conservou-se 
na  Torre  do  Tombo,  até  ao  terremoto  de  1755. 
que  arrasou  a  torre,  perdendo-se  quasi  tu- 
do quanto  lá  estava,  inclusivamente  a  tal 
pintunu 


MUH 


585 


o  pescassem  junto  a  Mugem,  e  que  d*e9ta 
circumstancia  se  originasse  a  historia  dos 
dois  solhos. 

Deixo  esta  importantissima  questão- pa- 
ra ser  decidida  por  quem  fôr  mais  com- 
petente. 

Notarei  todavia  aos  meus  leitores,  qne  no 
tempo  do  rei  D.  Diniz,  em  quasi  todo  o  rei- 
no se  pesava  pela  arroba  castelhana,  que  è 
só  tinha  12  arráteis  portuguezes.  Se  foi  por 
esta,  vinha  a  ter  o,  peixe,  só  (e  já  não  me  pa- 
rece poueol)  6  arrobas  e  12  arráteis. 

Consta  também  que  ainda  pelos  annos  dé 
154(^  os  pescadores  de  Mugem,  pescaram 
outro  solho,  que  tinha  Í4  arrobas,  e  que  foi 
por  elles  offerecido  a  D.  João  lil,  que  tam- 
bém o  mandou  pintar  do  tamanho  natural, 
e  pôr  o  quadro  na  Torre  do  Tombo;  levando 
o  mesmo  caminho  que  o  antecedente. 

Ainda  então  se  pesava  em  varias  partes 
do  reino  pela  arroba  castdhana,  pelo  que 
vinha  a  ter,  este  2.''  solho,  se  foi  pesado  por 
ella,  apenas  5  arrobas  e  8  arráteis,  do  nosso 


MUHlA  ou  VILLANOVA-DE-MUHlA  — 
freguezia,  Blinho,  concelho  e  3  kiiometros  da 
Ponte  da  Barca,  comarca  dos  Arcos  de  YaU 
le  de  Vez,  30  kiiometros  a  O.  de  Braga,  380 
ao  N.  de  Lisboa,  230  fogos. 

Em  1757  tinha  214  fogos. 

Orago  SanU  Maria.  (Nossa  Senhora  dar 
Purificação,  ou  das  (bandeias.) 

Arcebispado  de  Braga,  distrieto  admiais* 
trativo  de  Yianna. 

O  prior  do  mosteiro  de  S.  Theotonio  (cóne- 
gos regrantes  dê  Santo  Agostinho— crusios)» 
da  cidade  de  Yianna,  apresentava  o  vigário, 
que  tinha  80j^000  réis  de  côngrua  e  o  pé  de 
altar. 

Esta  freguezia  pertenceu  ao  ^ntiquissimo 
e  extincto  julgado  da. Nóbrega. 

Houve  aqui  um  mosteiro  de  cónegos  re- 
grantes de  Santo  Agostinho,  fundado  pelo 
rico-homem,  Godinho  Fafez,  de  Lanhoso, 
amigo  de  D.  Affonso  YI»  de  Leão,  e  amigo 
e  companheiro  de  seu  genro,  o  nosso  conde 
D.  Henrique. 


5S6 


HUH 


MUL 


Teve  logar  esta  fonda^,  prlos  aanos 
1100,  e  em  il03  lhe  fez  este  grande  fiâat 
go,  doação  plena  do  mosteiro  e  suas  depen- 
deneias. 

Foi  sea  primeiro  prior,  D.  Ramiro  Pafez. 
D.  Âffonso  Henriques  contou  o  mosteiro, 
em  1141,  e  o  deu  aos  frades.  Ontros  dizem 
que  D.  Affonso  Henriques  só  lhe  confirmou 
6  ampliou  o  couto,  qw  ]à  estava  creado  por 
seu  pae,  no  mesmo  anno  de  1103. 

Segundo  a  doação,  este  rei  deu  ao  conto 
08  seguintes  limites:  Tradacçao. 

«Hajam  primeiramente  por  termo  o  rio 
Limai,  pelo  monte  de  CampêUo  e  pelo  monte 
da  MSxay  e  pela  cancella  de  Magalhãei,  as- 
sim como  parte  pela  carreira  das  Lagens, 
com  Magalhães,  e  como  parte  ViUa-Nwa 
oom  SamprinB  e  com  ScHgínmos^  e  como 
parte  Yílla^Nova  com  Bêal^  e  vae  pela  car- 
reira antiga,  e  como  parte  YillaNova com 
HVmtiádo,  e  vae  a  PenoM-Aguâos,  e  vae  ao 
fundo,  ao  rio  Lima,  onde  primeiro  come- 
çou.» 

«Haja  certamente  o  sobredito  mosteiro, 
por  estes  termos,  quanto  eu  hi  hei,  e  ao 
poderio  real  pertence;  por  tal,  que  os  có- 
negos, que  hl,  em  santa  vida,  forem  per- 
severantes, segundo  a  regra  de  Santo' Agos- 
tinho, hajam  refeição  por  onde  vivam.» 

Esta  doação  foi  confirmada  por  D.  João 
I,  em  Lisboa,  a  11  de  janeiro  de  1441  (1404 
de  Jesus  Ghrísto). 

Em  11^94,  se  uniu  este  convento  ao  de  San- 
ta Cruz  de  Coimbra,  sendo  d'ahi  em  diante 
os  priores,  trienaes  (até  então  eram  perpé- 
tuos). 

O  primeiro  prior  trienal,  foi  Dom  Agosti- 
nho de  S.  Domingos,  que  tomou  posse  em  3 
de  fevereiro  de  159S. 

Este  mesmo  D.  Godinho  Fa- 
fez,  fundou  outro  mosteiro  em 
Fonte-Arcada,  pelo  mesmo 
tempo.   . 

No  tempo  de  D.  João  I,  era  commendata- 
rio,  Buy  Gonçalves  de  Mello— Gil  Affonso  de 
Magalhães  quiz  devassar  então  o  couto  com 
a  sua  jurisdicçao,  por  ser  senhor  da  Barca 
e  da  Terra  da  Nóbrega;  porém  o  rei  passou 
ama  carta,  em  11  de  janeiro  de  1404,  pro- 
bibiodo-lhe  a  entrada  n*este  couto,  como. 


auetoridade.  Os  seus  auecessores  (dej^ 
condes  da  Barca),  que  eram  poderosos,  ftin- 
dandose  no  náu  comportameolo  dos  ra- 
coem»,  fizeram  passar  todo  para  a  casa  da 
Barca. 

Em  1894,  foi  tirado  ^te  oouto  aos  Má|r>t* 
Ihães,  da  Barca,  e  restituído  aos  firades,  unin- 
do-se  n*esse  mesmo  anno  (como  fica  ^to)  m 
Santa  Cruz  de  Coimbra.  Depois,  se  uiriu  ao 
mosteiro  de  S.  Tbeotonio,  de  Ylanna,  e,  por 
fim,  ao  de  Refojos  do  Lima,  todos  da  mesmm 
ordem. 

Foi  oommendador  de  Muhia,  Xixto  Figuei^ 
ra,  progenitor  dos  Pinheiros,  de  Pindella 
(hoje  viscondes),  que  publicou  a  Arte  de  te- 
zar,  conforme  o  rUo  kracharense. 

D.  Godinho  Fafez,  fundador  dos  mosteiros 
de  Fente-Areada  e  Muhia,  era  filho  do  rioo- 
homem,  e  conde,  D.  Fafec  Sarrazim,  de  La- 
nhoso, que  morreu,  junto  a  Coimbra,  em 
1071,  pelejando  pelo  seu  rei  (de  Portii^^ 
D.  Garcia,  contra  o  irarâo  d'este,  D.  Sanèha» 
rei  de  Castella.  Chama va«se  de  Lanhoso,  per- 
que  vivia  na  freguesia  de  Gallégos  (tom.  3.*, 
pag.  S54,  col.  2.*,  a  i.')  no  concelho  de  La<« 
nhoso. 

São  estes  Fafez  os  progenitores  dos  Fafee, 
Ribeiros  e  Godinhos,  e  de  outras  muitas  fa- 
mílias nobres  do  Minho. 

MUITIBRAMA— portugoez  antigo— (tann- 
bem  se  dizia  iiitMtiorafiid)-4f  nito  na  má  ho* 
ra.  Hoje  diz-se  —  Em  hora  má. 

KDJiSS— freguezia,  Minho,  concelho,  co- 
marca e  distrícto  administrativo  de  Vianna 
(foi  da  comarca  e  concelho  de  Barcellos),  M 
kilometros  a  O.  de  Braga,  966  ao  N.  de  Lis- 
boa, 190  fogos. 

Em  1757  tinha  128  fogos. 

Orago,  Sanu  Maria  (Nossa  Senhora  da  Ex- 
pectação). 

Arcebispado  de  Braga,  distrícto  adminis- 
trativo de  Yianna. 

A  casa  de  Bragança  apresentava  o  abba- 
de,  que  tinha  9601000  réis  de  rendimento. 

É  terra  fértil.  Cria  muito  gado  e  nos  seus 
montes  ha  muita  caça. 

Era  da  casa  de  Bragança.  (Sobre  o  5.*  d^es* 
ta  casa,  vide  Correlhan,) 

MULA — mW/a— animal  bem  conhecido»  • 


MÚM 


HDN 


U7 


Os  preUdog;  os  fidalgos;  os  abbades,  ser 
calares  e  regalares,  e  outras  pessoas  privi- 
lègiadas»  foram  os  primeiros  aquém  os  nos- 
sos antigos  reis  concederam  a  famUdade  de 
andarem  montadas  em  bestas  mtMreSy  am 
freios  e  sellas,  (Para  andarem  montados  em 
eavallos  ou  éguas,  nào  precisavam  licença.) 

Era  prohibído  ás  outras  elassei^  crearam 
00  montarem  bestas  muares;  para  obrigal-os 
a  crearem  cavallos  para  o  exercito.  Esta  pro- 
faibiçáo  era  t^o  antiga  como  a  monarcbia* 

Philíppe  II,  que,  quando  nao  promovia  a 
decadência  de  Portugal,  pouco  se  lhe  dava 
das  nossas  desgraças,  é  que  decidiu  nas  cor- 
tes de  Thom^ir  (1581),  que  cada  um  tivesse, 
creasse  e  montasse  a  cavalgadura  que  me* 
ihor  lhe  conviesse^ 

MULATO— portttgnez  antigo-^cria,  filho 
borro  e  égua,  ou  de  burra  e  cavallo.  Pelo 
mesmo  motivo  referido  no  artigo  anteceden- 
te^ os  lavradores  só  podiam  erear  cavallos  e 
.éguas.  Os  lavradores  hiam  comprar  á  Hes* 
paaba  mulatos  de  seis  mezes  a  um  anno, 
para  illudírem  a  lei;  mas  uma  lei  de  D. 
Joào  III,  de  1538,  determinou  que  nenhuma 
pessoa  d^entre  o  Douro  e  Minho  (que  era  on- 
de havia  mais  bestas  muares)  podesse  crear 
mais  do  que  um  mulato^  para  seu  serviço,  sob 
pena  de  um  anno  de  degredo^  para  um  dos 
coutos  fora  da  sua  comarca,  e  do  perdmento 
doamaUatos  que creasse^-^metade  para  quem 
ú  aocusasse,  e  a  outra,  para  a  camará  de  siua 
magesíade. 

.  As  cortes  de  Tbomar,  de  1581,  também 
navegaram  esta  lei;  ficando  cada  um  no  di- 
reito de  criar  quantos  mulatos  quisesse. 

MULETA  —  portuguez  antigo — barco  de 
pesca.  D'aqui  muleteiros  aos  barqueiros  de 
muletas. 

MULHARteO— portufuez  antigo— fraco, 
didicado»  tímido,  covarde,  etc.  (boje  diz-ae 
nstíherengo).  Também  o  que  se  occupa  em 
serviço  próprio  de  mulheres. 

ó,  companha  pustíanimai  de  corações  mu- 
IharigoSf  e  afeminados !  Dizei-me^  porque  cho- 
radee  f  (Chron.  do  conde  D.  Pedro,  cap.  12.) 

MÚMIA  ou  MOMÍ  A  —  Na  língua  pérsica» 
sigiBifiea  cadáver  séece  e  mirrado,  t 

1  Tomamos  vulgarmente  o  adjectivo  mtr- 
ratío^  por  peseoa  multo  magra^  Este  termo 


Os  árabes  chamavam  nmnia,  ao  corpo  em- 
balsamado. Em  todo  o  Oriente,  múmia  é  à 
parte  carnosa  do  eoipo  faunumo,  ifOM  fica 
enterrado  nos  desertos  da  Aralna,  quando  a 
chuoa  d*areia  surprehende  os  vii^tes,  o 
que  o  ar  abrasador  os  mumifica. 

Os  médicos  árabes,  applicam  internamen- 
te o  p6  das  múmias,  desfeito  em  agua  mór« 
na,  para  a  cura  de  contusões,  tendo  este  re- 
médio por  efficaz. 

Os  que  desejarem  vér  esta  matéria  mais 
desenvolvida,  consultem  o  Diccion,  Etffm^ 
de  Bailey,  na  palavra  Muimia. 

MUNA— aldeia,  Belra-Alta,  na  fregoezia 
de  S.  Thiago  áeBésteiros.  (Vol.  1.%  pag.  305» 
coL  1.*— o  2.0  Besteiros  d*esta  ool.) 

Em  um  monte  d'esta  aldeia,  está  a  capei- 
la  de  Mossa  Senhora  da  Penha  de  França. 
Fica  este  monte  nas  faldas  da  serra  do  Ga- 
ramullo,  e  d'elle  se  gosa  uma  formosa  é  di- 
latada vista,  sobretudo,  o  delicioso,  ameno 
e  fertílissimo  Valle  de  Besteiros,  que  lhe  fica 
a  E.,  e  vae  correndo  para  o  Sul. 

A  capella  é  tão  antiga,  que,  nem  por  tra- 
dição consta  a  data  da  sua  fundação.  Era 
um  templo  pequeno,  e  por  isso,  e  por  estar 
arruinado,  se  reedificou  e  amplioUt  em  1701. 
Tem  agora,  o  corpo  da  egreja,  15^5  de  comr 
prido  e  fi^^ôO  do  largo. 

Unido  á  egreja  ha  um  vasto  e  formoso  al- 
pendre, e  uma  boa  sachrístia. 

Ha  aqui  uma  irmandade,  que  mandava  di- 
zer uma  missa  á  padroeira  ea  todos  os  sab- 
bados,  domingos  e  dias  sanctiflcados. 

A  pouca  distancia  da  càpelia,  corre  uma 
caudalosa  ribeira,  que  nasce  no  alto  da  ser- 
ra do  Garamullo,  sobre  a  qual  se  íèz  uma 
boa  ponte,  pelos  annos  de  1700. 

A  festa  doesta  Senhora,  é  a  15  de  agosto^ 
e  sempre  muito  concorrida. 

MUKDÁVEL  —  portnguez  antigo  —  mun- 
dano, sensual,  amante  dos  deleites,  etc 

só  se  deve  tomar  no  sentido  figurado.  Na 
accepçâo  rigorosa  da  palavra,  myrrhado^  é 
o  cadáver  que  se  mumificou  com  myrrhà  e 
outras  gommas  e  plantas  aromáticas,  ou  por 
meio  de  differentes  processos  chymieos. 

Nas  pyramides  do  Egypto  existem  muitos 
milhares  (Ulvez  milhões!)  de  múmias,  tan- 
to de  homens  e  mulheres,  como  de  peites^ 
aves  e  anlmaes  irradonaea  terresiês. 


568 


mm 


lflRIGA-*-porluga6z  ftiitlgo~iiioi4a,  re- 
ligiosa, freira.  (Doo.  de  i280.) 

MUmCIPIO  -*-  Os  romanos,  tornados  do- 
minadores da  Peainsula  hispânica,  a  dividi- 
ram em  provindas  e  estas  em  ebancellarias. 
As  cidades,  oa  eram  colamaí^on  mutucipios. 

Colónias^  eram  aquellas  que  tinham  sido 
fondadas  por  tropas  ou  famiiias  romanas, 
oa  por  elias  haliitadas.  Gosavam  de  grandes 
privilégios,  e  eram  como  uma  representação 
da  cidade  de  Roma.  6overnavam-se  pelas  leis 
romanas,  e  os  seus  habitantes  eram,  para  to* 
dos  os  effeitos,  reputados  cidadãos  romanos. 

MwUcipios,  eram  os  qne  se  governavam 
por  soas  próprias  leis,  mas  nem  todos  ti- 
nham os  mesmos  privilégios  eregalias.  Os 
mais  privilegiados,  eram  os  mvnidpios  do 
do  antigo  direito  latino^  ^  qae,  em  todos  os 
casos,  eram  considerados  como  moradores 
de  Roma,  podendo  exercer  todos  os  cargos, 
eivis,  militares,  e  ecclesiasticos. 

Os  romanos,  não  podendo  vencer  o  gran- 
de Viriato  (o  antigo)  pelas  armas,  recorre- 
ram á  traição,  e  o  invencível  lusitano  cahiu 
aos  golpes  de  três  traidores  estrangeiros  (que 
linha  ao  seu  serviço),  comprados  peio  ouro 
romano.  (Annoa  do  mundo  3861  — 143  an- 
tes de  J.-C.) 

Sertório,  proscrípto  por  Scylla,  fazia  guer- 
ra, na  Africa,  aos  romanos.  Os  lusitanos  lhe 
mandaram  allí  pedir  que  fosse  seu  cheíe,  o 
que  eile  acoeítou,  e  veio  para  a  Lusitânia, 
estabelecendo  o  seu  quartel-general  em  Évo- 
ra, que  transformou  em  praça  de  guerra. 

Este  ehefe^  não  era  só  um  bravo  guerrei- 
ro, mas  também  homem  de  grande  intelli* 
gencia  e  prudente  legislador. 

Foi  elle  que  intrndusiu  na  Lusitânia  não 
só  a  legislação  romana,  mas  também  muitos 
dos  seus  usos  e  costumes,  algumas  das  suas 
festas  publicas,  e  concorreu  para  que  se  pro- 
pagasse a  sua  religião,  construindo  alguns 

1  Segundo  A.  C.  do  Amaral  (Mem,  para  a 
kist.  da  legislação  e  costumes  de  Portugal — 
Uem.  2a  |)ag.  319)  a  colónia  romana  tinha 
maiores  privilégios  que  os  municípios  do  an- 
tigo direito  latino;  porém  a  differença  essen- 
cial entro  uma  e  outra  circumscripção,  ci« 
frava-se  no  que  fica  dito  no  texto. 


MUN 

-templos,  dedicados  às  divindades  mytholo- 
gicas. 

Foi  ainda  Sertório  que  creou  os  munici* 
pios  na  Lusitânia,  cuja  instituição,  com  mais 
ou  menos  modificações,  adoptaram  os  godos 
e  depois  os  nossos  reis. 

Nem  todos  estes  municípios  tinham  a  mes- 
ma organisação,  faculdades  e  attribuições; 
por  isso  o  sr.  Alexandre  Herculano  os  divi* 
diu  em  três  classes— e  os  designou— rtidí* 
mentores^,  imperfeitos  e  perfeitos  (subdivi- 
dindo  ainda  as  duas  ultimas  classes),  segun* 
do  as  suas  re^^pectivas  jurisdicçdes  e  aucto* 
ridade. 

Os  municípios,  ou  concelhos,  rudmenia* 
reSy  tinham  governador  militar  e  adminis- 
trativo, e  era  necessário  o  consentimento 
dos  munícipes  para  a  sus^  eleição;  porém  o 
juiz  do  districto  e  os  mordomos  do  fisco^  de- 
cidiam as  questões  judiciaes  e  financeiras. 

Os  imperfeitos  comprehendiam  seis  fór- 
mulas. 

i.'— Semelhante  aos  concelhos  rudimea- 
tares,  mas  não  tinham  juis  do  districto,  nem 
mordomo  de  fisco.  Tinham  um  juiz  especial, 
com  jurisdicção  sobre  o  concelho,  e  era  no- 
melado  pelo  reL 

2.* — Em  logar  áejuiz,  tinha  o  concelho 
homens  bonSy  que  eram  uma  espécie  de  jui- 
ses-arbitros.  Escolhiam-se  as  pessoas  mais 
notáveis  do  concelho,  para  estes  empregos. 

3.* — Em  logar  de  mordomo  do  fisco,  para 
vários  concelhos,  havia  um  especial  para  ca- 
da um.  fira  electivo. 

4." — Eram  os  burgos.  Os  povos  que  os  ha- 
bitavam, não  eram  colonos^  mas  hwrguezes. 
O  tributo  não  recahia  sobre  as  propriedades 
rústicas,  porém  sómonte  sobre  as  urbanas. 
As  suas  garantias  mnnlcipaes,  eram  muitas 
vezes  inferiores  ás  dos  concelhos  imperfn- 
tos. 

—  Os  cavalleiros  vUlãos,  estavamr  liga- 
dos ao  município,  tinham  alH  entrada  e  nmi- 
ta  consideração.  As  suas  obrigações  (dos  ea- 
valleiros  villãos)  Itmitavam^se  a  prestaièm 
serviços  pessoaes,  durante  a  paz,  e  a  hírem 
á  guerra,  montados  nos  seus  cavallos.  Não 
pagavam  tributos.  O  serviço  pessoal  a  que  «s- 


MUN 


MUN 


589 


taTàmebrigadofi»  era  ttrabalbar  gratuiumea- 
te  nos  43a8teUo8  e  edificios  do  estado,  diri- 
gindo (a  cavalio)  os  trabalhadores;  mas  se 
queriam  ficar  isentos  d*esta  obrigaçio,  pa- 
gavam o  morabUino  de  moto. 

5.*  e  ultima  fórmula.  —  Nao  havia  câval- 
leiros  yillaos. 

Os  concelhos  perfeitos,  comprehendiam 
quatro  fórmulas. 

1.*  —  Pôde  servir-lhe  de  typo,  o  foral  de 
Santarém  — O- oJcoúie-mdr  era  o  chefe  su- 
premo da  povoação,  e  representava  o  rei, 
como  chefe  jurídico,  administrativo  e  míli- 
tar.  Era  de  nomeação  régia,  porém  muitas 
vezes  era  apenas  um  titulo  honorifico,  e  o 
offldo  era  exercido  por  um  alcaidõ-menor. 
(Vide  Akaide*mór.) 

Muitas  povoaçóes  do  Álemtejo  tinham  esta 
fórmula  áò  governo  municipal.  Taes  eram — 
Evora^Monte,  Viila- Viçosa,  Estremoz,  Bt^ja 
e  outras. 

1«  —  Tinham  por  typo,  o  foral  de  Sala* 
manca,  pelo  qual  se  modelaram  os  da  Bei- 
ra. N*estes  apparecem-nos — o  senhor — che- 
fe militar— e  o  /tiije—-  representante  do  po- 
der central  O  chefe  militar  era  representa- 
do pelo  rko-homem,  chefe  do  districto,  que 
não  intervinha  no  governo  interno.  Gom- 
mandava  as  tropas  do  município;  e^  por 
excepção,  e  na  falta  do  eenhcrf  nomeava  o 
•juiz,  um  alcaide-mór,  que  tinha,  provisoria- 
mente, as  atlribuições  do  setUior. 

3.«— Servin-lfaes  de  modelo,  o  foral  d*Avi- 
la  —  e  a  esta  classe  pertencem  os  foraes  de 
varias  povoações  do  Álemtejo  e  das  duas 
Beiras. 

Estes  municípios,  tinham  um  alcaide,  sem- 
pre com  menores  attribuiçdes  do  que  as  dos 
eeuhores,  e  era  escolhido  d'entre  os  membros 
do  município. 

4.* — Eram  os  que  tinham  regimentos  e  or- 
ganisações  especíaes,  não  seguindo  nenhu- 
ma das  formulas  antecedentemente  designa- 
das, ou  adoptando  de  cada  um  dos  outros 
municípios  as  que  lhes  pareciam  mais  pró- 
prias para  o  seu  regimen. 

Em  todo  o  caso»  os  poderes  e  attribuiçfcs 
dis  nossas  antigas  camarás»  eram  muito  mais 


amplos  do  que  os  das  actuaes ;  porque  os 
nossos  reis,  principalmente  até  D.  João  lU^ 
achando  sempre  nos  c(mcelhoSi  alliados  na- 
turaes^  contra  os  absurdos  poderes  e  desme- 
dida ambição  dos  grandes,  lhe  foram  Am- 
pliando os  amigos  direitos  e  privilégios»  e 
concedendo-lhes  novos. 

Se  em  muitas  cot^vmcturas^  os  fidalgos 
porluguezes  fizeram  relevantíssimos  servi- 
ços á  pátria,  offéreeendo  generosamente  as 
suas  fazendas,  os  seus  ^assaltos  e  as  suas 
vidas — é  Innegavel  que  as  lançaê  dos  em- 
eelkos  se  achavam  sempre  ao  lado  do  rei» 
pugnando  pela  independência  dè  Portugal» 
e  foram  sempre  os  que  mais  sofiE^eram  com 
os  resultados  das  guerras. 

Se  muitos  dos  prlncipaes  fidalgos  portu- 
guezes,  deixaram  um  nome  glorioso  (com 
que  ainda  hoje  justamente  se  ufanam  os  seua 
descendentes)  pelos  relevantes  serviços  pres- 
tados ao  rei  e  á  pátria,  conquistando  palmo 
a  palmo,  por  entre  montões  de  cadáveres  e 
rios  de  sangue,  o  solo  querido  do  nosso  Por- 
tugal. —  Se  era  de  nobre  stirpe  o  intrépido 
lusitano  (D.  Puas  Roupinho)  que  em  pleno 
mar  conseguiu  a  primeira  victoria  que  re-, 
gistam  os  nossos  fostos  navaes  —  se  nobres 
e  decididos  patriotas  foram  quasi  todos  os 
chefes  das  nossas  descobertas  e  conquistas» 
na  Africa,  Ásia,  America  e  Occeania — ne- 
nhuma das  suas  acções  obraram  sem  o  cou« 
curso  poderoso,  o  prevada  dedicação  do  po- 
vo português. 

Se  nas  occasiões  de  maior  perigo,  como 
em  1383, 1580,  Í640,  e  durante  os  cinco  au- 
nos  da  guerra  peninsular,  muitos  fidalgos  to- 
maram o  partido  da  patria,^  também  muitos 
se  bandearam  com  os  oppressores  d*ella,  tor- 
nando-se  nossos  implacáveis  e  encarniçados 
inimigos.  Mas  opot^o  portuguez,  agente  doa 
municípios,  o  terceiro  estado,  viu-se  sempre 
inabalaveimente  dedicado  ao  serviço  da  pá- 
tria, reunindo-se  com  sincero  enthusiasmo 
e  fervor,  em  volta  da  gloriosa  bandeira  da^ 
saerosaatas  Quinas  iusitanas. 

As  actuaes  camarás  municipaes  conser- 
vam, com  pouca  differença»  a  organisação 
e  attribuições  que  lhes  deu  o  raarquez  do 
Pombal — e»  como  são  geralmente  sabidas» 


890 


lEOR 


«bsSMhoHoie  de  fluer  mais  extenso  o  pre- 
sente artigo. 

Termioarei  apenas  dizendo  fae— ^as  po* 
coações  do  tempo  dos  romanos,  ^e  ainda 
«listem  em  Portugal,  e  qne  tinham  aeathe- 
||[oria  de  municipio  do  antigo  direito  latdM, 
sao— as  villas  ò^ Alcácer  do  Sal,  e  Mértola-^ 
e  as  cidades  de  — «ilodáro,  Beja,  Braga,  (7oím- 
òra,  Evorã,  Lisboa,  Porto,  e  Stmtarem. 

MUIlADOURO^-portagnez  antigo— muro, 
parede,  tapagem,  ete. 

llURÇA-**(inegaesia,  delra«Baixa,  eomar- 
€a  e  eooeelho  de  Villa  Nova  de  Foz-Gôa,  60 
kllometros  de  Lamego,  300  ao  N.  de  Lisboa, 
to  fogos. 

Em  1757,  tinha  45  fogos. 

Orago,  Santa  Senhorinha. 

Bispado  de  Lamego,  distrícto  administra- 
do da  Guarda. 

O  chantre  da  Sé  de  Lamego,  apresentava 
o  cura,  que  tinha  24M00  réis  e  o  pé  d'altar. 

MURÇA  DE  PANOTAS-^VUla,  Trazos- 
Montes,  cabeça  de  concelho,  na  comarca  de 
Alijó  (foi  antigamente  da  comarca  de  Villa- 
Real),  iOO  kilometros  a  N.  de  Braga,  90  ao 
K  de  VíUa-Reai,  45  &  O.  da  Torre  de  Mon- 
corvo, 370  ao  N.  de  Lisboa,  300  fogos. 

Em  1757  tinha  UO  fogos. 

Orago,  Santa  Maria. 

Arcebiq>ado  de  Braga,  distrícto  adminis* 
iratívo  de  Yilla-Real. 

.  O  cabido  da  coUegiada  de  Nossa  Senhora 
da  Oliveira,  de  Guimanies,  apresentava  o  rei- 
tor, que  tinha  150f  000  réis  de  rendimento. 

O  concelho  de  Murça  de  Panoyas  é  com- 
]K^to  das  9  ftregnexias  seguintes,  todas  no 
Arcebispado  de  Braga— sao--Gandédo,  Gâr- 
^  Piolhoso,  Murça,  Noura,  Palheiros,  So« 
breira,  Vallongo,  e  Yillares  *-  todas  com 
1:400  fogos. 

Está  situada  na  raiz  austral  da  serra  de 
S.  Thiago,  próxima  da  margem  esquerda  do 
rio  Tinheikii  em  bonita  posição,  mas  a  villa 
é  pequena,  e  não  tem  ediflcio  algum,  publi- 
co ou  particular,  digno  de  menção  especial. 

O  seu  território  é  fértil  em  oereaes,  ím* 
«tas,  azeite  e  óptimo  vinho. 

Sobre  o  pequeno  rio  TinheHa,  a  um  kiio» 
metro  da  vUla,  na  estrada  de  Yilla-Real  a 


nnft 

Bragança,  por  Mirandella,  se  construiu,  ei* 
187S,  uma  dasmais  altas  pontes  (de pedra) 
modernas,  do  reino.  É  obra  magesiosa. 

É  povoação  muito  antiga,  mas  não  se  sa- 
be quem  a  fundou.  O  que  é  certo  é  já  ezis* 
tir  em  753,  no  reinado  de  D.  Affonso  I,  de 
Oviedo,  e  era  povoação  d'alguma  importân- 
cia. Foi  mandada  povoar  por  D.  Sanchho  II, 
em  1224,  dando-lhe  então  foral  com  muitos 
privilégios. 

Pretendem  alguns,  que  o  nome  d'esta  vil- 
la provém  dos  muitos  ursos  que  havia  por 
estes  sities,  no  tempo  dos  mouros;  mas  de- 
vemos notar  que  no  portugnez  antigo  «e  di- 
zia ússo  e  não  urso, 

Parece-rae  mais  provável  que  o  nome  lhe 
provenha  de  algum  mouro  chamado  Muça, 
qne  a  povoasse  ou  fosse  senhor  da  villa;  ou 
que  lhe  dessem  o  nome  os  muçam^  árabes 
africanos,  qu<i  algumss  vezes  invadiram  a 
Lusitânia,  mesmo  antes  da  occupação  gerai 
da  Península  hispânica  pelos  mouroa^  em 
713  a  716.  Accresce  que,  em  todos  os  fones 
antigos  se  dá  a  esta  villa  o  nome  de  Muça  e 
não  Murça, 

D.  Aífonso  I,  rei  de  Oviedo,  filho  de  D.  Pe- 
dro, duque  de  Biscaia  e  Navarra,  descenden- 
te do  santo  rei  Riearedo,  acompanhado  de 
seu  irmão,  D.  Pmcia,  resgatou  esta  povoa- 
ção, já  então  chamada  Muça,  do  poder  dos 
mouros,  em  753.  Também  no  mesmo  anno' 
restaurou  Chaves,  Yilla-Real,  Yisen,  Braga, 
e  outras  povoações  menores. 

O  foral  mais  antigo,  d'esta  villa,  de  que 
ha  noticia,  é  o  que  lhe  foi  dado  por  D.  San- 
cho II,  em  8  de  maio  de  1214.  {Livro  2.«  ds 
Doações,  de  D.  Afímso  JII,  fl.  60  v.) 

D.  Affonso  IH  lhe  deu  outro  foral,  confir- 
mando o  primeiro,  em  Santarém,  a  10  de  ja- 
neiro de  1268.  (lÃero  !.•  de  DoaçSes,  dé  D, 
AHonso  m,  fl.  86,  ed.  l.*") 

D.  Diniz  lhe  deu  3.«  forsl,  em  Lisboa,  a  18 
de  abril  de  1304.  (Uvro  $•  dê  Doações^  do 
rei  Z).  DkUz,  fl.  31  v.,  col.  %;  gav.  15,  ma- 
ço 9.) 

Também  na  gav.  15.%  maço  4.%  n.*  8,  se* 
trata  d'eAes  antigos  foraes. 

'Gansia  qve  também  D.  leio  I  lhe  denia' 


MOR 

lai,  em  1390»  mas  FraBklim  tSo  •  aendona. 

D.  Manael  lhe  deu  foral  doto,  em  Lisboa, 
a  4'de  maio  de  iMf.  {Livro  de  faraes  nww 
de  TraZ'OS'dÊonUs,  fl.  iO  v^  col.  !.•) 

Franklim  enganoa-se  eTident^nente,  fa- 
seodo  d*e8la  villa,  duas. 

A  pag.  136,  dá  os  foraes  amigeg  de  Mur- 
ç%  e  o  ffioderoo,  do  tei  D.  Manuel:  e  a  pag. 
275,  di  08  mestniasimoe  foraes  antigos,  nas 
mesmas  datas.e  logaoes,  dando  ávilla  o  sen 
antigo  nome — Mtiça— de  modo  que,  segan- 
do este  escríptor,  Mur^  ó  nmayiUa,  e  Muga 
mttra. 

Faeilmente  se  eonheee  o  engano,  logo  qne 
se  confrontem  as  pag.  136  e  S75. 

Os  Mírandas  Limas,  foram  senhores  de 
Marca;  e  eada  morador  lhe  pagava  2  l/f  al- 
queires de  centeio,  meio  alqueire  de  trigo, 
fim  almude  deirinbo,  e  54  réis  em  dinheiro. 
(Adiante  tratarei  da  cera  que  também  lhe 
pagavam.) 

Luiz  Guedes  de  Miranda  e  Lima,  estri- 
Mro*mér  de  D.  João  V,  tinha  o  seu  palácio 
Aa  villa  e  apresentava  todos  os  offieios  da 
justiça. 

Os  disioKMs  eram  para  o  D.  prior  e  cabido 
de  GaimarSes: 

Diz  José  AvelUno  d* Almeida  (Dic.  abreúta- 
4o  de  chor.  topog,  e  arch^y  etc.,  voL  í.%  pag. 
325,  eol.  2.*),  que  as  oliveiras  do  termo  de 
Murça,  produzem  nos  troncos  uma  resina, 
<que  se  come,  e  tem  a  doçura  do  assuear. 

O  primeiro  conde  de  Morça,  foi  D.  Miguel 
Antonto  de  Mello— que  foi,  ministro  da  fa- 
zenda e  estrangeiros,  conselheiro  de  estado, 
capitão  general  d* Angola,  etc,  etc— por  D. 
João  VI,  em  1626. 

Sua  filha,  a  sr.»  D,  Marianna  das  Dores  de 
Ifello,  foi  c^iflrmada  no  titulo,  em  março 
d&  1871. 

fi  actual  conde  de  Marca,  o  sr.  D.  José 
Maria  de  Mello  Abreu  Soares  de  Vasconcel- 
los  Brito  Barbosa  Palha. 

Simão  Guedes,  governador  do  Porto,  e  se- 
nhor de  Murça,  fandou  aqui  uma  alberga- 
ria para  agasalhar  peregrinos  pobres;. po* 
ren,  poucos  annos  depois,  o  mesmo  Simão 


HUR 


S91 


Guedes  e  o  povo  requereram  â  Sé  apostólica, 
para  transformarem  a  albergarída  em  mos» 
teiro  de  freiras  benectinas,  o  que  consegui- 
ram. O  fundador  o  dotou  com  muitas  ren* 
das  e  alguns  particulares  também  lhe  fize- 
ram boas  doações. 

Achando -se  o  mosteiro  em  estado  de  re*- 
oeber  as  religiosas  (1587)  vieram  do  con^ 
vento  de  Yairão,  as  madres  D.  Joanna  de 
Souza  e  D.  Ytolanta  de  Noronha  (da  casa 
dos  marquezes  de  Yilla  Real)  para  darem 
principio  á  communidade,  que  em  breve  se 
reuniu,  ficando  a  primeira,  por  abbadessa. 

A  poroa  de  Murça 

No  meio  da  praça  da  villa,  e  em  frente 
da  camará,  se  vé  um  mono  de  pedra, 
que  tanto  pôde  ser  um  porco,  como  um  ur- 
so, hipopótamo  ou  elefante.  É  a  porca  de 
Murça. 

Segundo  a  lenda,  era  no  snculo  YIII,  esta 
povoação  e  o  seu  termo,  assolados  por  gran- 
de quantidade  de  ursos  e  javalis. 

Os  senhores  da  villa,  secundados  pelo  pç- 
vo,  tantas  montarias  fizeram»  que  ou  extin- 
guiram tão  damninhas  fâras,  ou  as  escorra- 
çaram para  muito  longe. 

Mas,  entre  esta  multidão  de  quadrúpedes, 
havia  uma  porca  (outros  dizem  uma  ursa) 
que  se  tinha  tomado  o  terror  dos  povo^ 
pela  sua  monstruosa  corpolwicia,  pela  sua 
ferocidade,  e  por  ser  tão  matreira,  què 
nunca  podia  ter  sido  morta  pelos  caçado* 
res. 

Em  757,  o  senhor  de  Murça,  cavalleiro  de 
grandes  forças  e  não  menor  coragem  dece* 
dia  matar  a  porca,  e  taes  manhas  empregou ' 
que  o  consegiu;  libertando  a  terra  de  tão  in- 
ineommodo  hóspede. 

Em  memoria  d'esta  façanha,  se  construiu 
o  tal  monumento,  alcunhado  a  parca  de 
Murçoy  e  os  habitantes  da  terra,  se  compro- 
metteram,  por  si  e  seus  successores,  a  da- 
rem ao  senhor,  em  reconhecimento  de  Cão 
grande  beneficio,  para  elle  e  seus  herdeiros, 
até  ao  fim  do  mundo,  cada  fogo  3  arráteis  de 
cera,  annualmente,  sendo  pago  este  íôro, 
mesmo  junto  á  porca. 


592 


MUR 


No  concelho  de  Marca  ha  minas  de  ami- 
antho  (Unho  mineral)  jaeinibos»  antimonio, 
chumbo  e  (erro. 

Na  casa  da  camará,  de  Marca,  exísiia  até 
i834,  am  freiOy  que  se  punha  ás  mulheres 
de  má  língua  e  aos  calunniadores.  O  mes- 
mo traste  havia  nas  camarás  de  Mós  (de  T. 
M.)  Sào  Ceriz  (Sào  Syriaco)  e  outras. 

Aguas  mlneraes* 

O  doutor  Francisco  Tavares,  medico  de 
D.  Maria  I,  publicou,  em  1810,  as  suas  Ins- 
truções, cautellas  praticas,  etc  —  onde  trata 
das  aguas  mínerae.%  eniao  conhecidas.  Com 
respeito  ás  de  Murça,  diz  seguinte  — 

Carlão  —  Junto,  a  Freixial,  entre  o  rio 
Túa  e  a  viila  de  Murça,  em  distancia  de  uma 
légua  d*esta  viila,  na  margem  O.  do  ribeiro 
Tinhella,  no  meio  de  Porraes  e  Carlão,  po- 
voação de  130  visinhos,  da  comarca  de  YUla* 
Real,  no  fundo  de  uma  fragosa  eminência», 
de  baixo  para  cima,  nasce  agua  transparente 
6^  crysialina,  no  grau  de  calor,  de  92  a  94 
F.  —  ou  21  Vt  a  22»/*  A^  R-,  com  sabor  e 
cheiro  próprio  das  aguas  mineralisadas 
pelo  gaz  hydrogenío  sulphurado,  deixando 
na  bôcca  sensação  de  leve  adstricção  decedi- 
àsL,  que  attesta,  assim  como  os  reaguetes, 
presença  de  porção  ferruginosa,  talvez  em 
estado  de  sulphato  de  ferro.  Deposita  no  seu 
transito,  sedimento  branco,  que  sécco,  facil- 
mente se  inflama,  e  espalha  fumo  suffocante, 
sulphureo. 

Não  ha  no  sitio,  banhos  próprios,  e  este?, 
oa  se  tomam  em  tinas,  ou  em  poços,  cuber- 
tos  com  cabanas  de  ramada. 

A  visinhança  das  povoações  próximas, 
lhes  dão  os  diversos  nomes  de  Caldas  de 
Tavaios,  de  Porraes,  de  Carlão,  e  de  Murça, 
sendo  só  umas  e  as  mesmas. 

Estas  thermas  não  foram  modernamente 
analysadas,  nem  se  remetteram  amostras, 
para  a  exposição  universal  de  Paris,  de 
1867. 

Na  viila  e  arrabaldes  ha  varias  fontes,  des- 
tinguindo-se  a  da  Rainha  pela  soa  exces- 
siva frialdade. 


MUB 

o  clima  d*este  território  é  bastante  exees- 
sivo  no  inverno,  porem  agradável  e  salubre 
ao  verão,  por  ser  muito  abundante  de  bòaa 

aguas. 

O  termo  de  Murça  eomprehemie  24  laga- 
res. Em  um  d'elle8,  chamado  o  Pópulo,  ha  Sk 
capella  de  Nossa  Senhora  do  PópulOt  qas 
deu  o  nome  á  aldeia.  Esta  capella  é  maito 
antiga,  e  não  se  sabe  quando  nem  por  qaem 
foi  fundada. 

Tem  a  Sei^ora  uma  confraria,  que  lhe  fâ^ 
a  sua  festa,  e  é  a  Padroeira  objecto  de  muita 
devoção  d'estes  povos,  que  lhe  fazem  várias 
romarias. 

Junto  á  ermida,  se  vêem  as  ruinas  do  fa- 
moso castella  da  Touca-Bâta,  com  seus  moh 
ros,  cavas,  fossos  e  contramoros.  Parece  ser 
obra  romana,  mas  nenhuma  inscripção  o 
attesta. 

Aqui  nasceu,  em  20  dia  dez  embro  de  1811, 
o  Eminentíssimo  sr.  D.  Ignacío  do  Nascimento 
de  Moraes  Cardoso,  aetaal  (o  XI.}  cardeal 
patriarcha  de  Lisboa.  (Yol.  4.<'  pag.  282,  coL 

i.-) 
É  fíiho  dos  Srs.  Hypolito  de  Moraes  Car* 

doso,  e  D.  Euphemia  Joaquina  Cardoso,  hoa- 

rados  e  laboriosos  proprietários  d'esta  viila* 

Formou  se  em  theologia,  na  universidade 
de  Coimbra,  sendo  premiado  em  todos  04 
annos  do  sea  corso. 

Para  evitar  escusadas  repetições,  ver  o 
que  digo  no  logar  citado  do  4.*  volume. 


Genealogia  e  armajs  dos  aotuaes 
condes  de  Murça 

Abreur^YiáQ  Merufe  e  Pico  de  Regalados^ 
Barbosa— Yiátí  Barbosa,  voL  l.^  pag.  323, 
coL  l.» 
Srito— Vide  Brito,  vol.  1.%  pag.  493»  col.  i.* 
Jlíe//o— Vide  Mello,  a  pag.  172  e  seguintes 
d'este  volume. 

Po/Aa— appellido  nobre  em  Portugal.  Pro- 
cede de  Pêro  Palha,  avô  de  Ruy  Vaz  Palh4 
d'Almeida,  cujos  descendeates  asaram  da^ 
aroiaa  dos  Ahneidas. 


i 


MM 

Soar^— Vide  Bayão,  e  VaUadares,  do  Mi- 
nho. 

VasconceUas-^Yíáe  Ccutello-Melhor,  e  Lis- 
èody  a  pag.  i36  e  seguintes. 

Para  mais  antígnidades  de  Marca  e  seu 
termo,  vide  Panoyas. 

MURCELLA— villa  antiquíssima  da  Beira- 
Baixa  (hoje  Douro)  no  extincto  eoncelho 
í*AtÔ;  hoje  concelho  d'01iveira  do  Hospital, 
comarca  da  Tábua  (antiga  comarca  de  Mi- 
éões). 

Bispado  e  dístricto  administrativo  de  Coim- 
bra. 

Já  era  villa  em  898,  e  n'esse  anno  a  doou 
o  sacerdote  Ismael,  senhor  d'ella,  com  sua 
egreja  de  Sao  Martinho — e  (também  ViUari- 
nho,  com  suas  egrejas  de  S.  Jorge  e  Santo 
Estevão,  com  seus  passaes)  ao  mosteiro  de 
Lorvão. 

Hoje  está  reduzida  a  uma  pequena,  mas 
bonita  aldeia,  com  o  nome  de  Ponte  da  Mur- 
ixlla,  em  rasâo  da  ponte  que  alli  ha,  sobre 
o  rio  Alva.  (1.*  vol.,  pag.  168  e  seguintes.) 

Junto  a  esta  ponte  ha  muitos  vestígios  de 
lavras  de  minas  d*ouro,  exploradas  pelos  ro- 
manos, e  depois  pelos  árabes.  Também  ain- 
da se  vêem  alguns  alicerces  da  antiga  villa. 

Em  março  de  1811,  quando  as  hordas 
Irancezas  fugiam,  acoçadas  pelas  forças  lu- 
aobritanicas,  passaram  por  estes  sitios.  O 
povo  d*aqui,  de  sobre  os  alcantis  que  bor- 
dam as  duas  margens  do  rio,  arremeçavam 
nuvens  de  penedos  sobre  os  francezes,  ma* 
tando  e  ferindo  tantos,  que  se  diz  que  o  san- 
gue jacobino  chegou  a  tingir  a  agua  do  Alva. 
Os  desgarrados,  se  cabiam  em  poder  das 
tropas,  ficavam  prisioneiros  (e  só  n'estes si- 
tios ficaram  mil)  porém  se  cabiam  nas  mãos 
úo  povo,  eram  mortos  irremissivelmente.  A 
mesma  sorte  haviam  pouco  antes  experi- 
mentado nas  margens  do  Ceira  e  do  Arouce. 

Desde  a  villa  da  Redinha  até  á  ponte  da 
Murcella,  ficaram  as  estradas  juncadas  de 
cadáveres  francezes. 

Massena,  apesar  de  ter  então  recebido  um 
reforço  de  30:0no  homens»  perde  todas  as 
j^siçdes  no  Pombal,  Redinha,  Foz  d'Arou- 
ce,  ponte  da  Murcella  e  outras,  e  foge  em  1 


MDR 


593 


debandada,  caminho  de  Hespanha  (onde  en- 
tra a  4  d'abríl)  perdendo  na  retirada — quasi 
sempre  feita  debaixo  de  fogo— grande  parte 
das  suas  tropas. 

N*esta  desastrosa  retirada,  pagavam  as 
atrocidades  que  haviam  praticado  em  quan- 
to occuparam  Portugal.  Não  era  a  tropa  que 
mais  damnos  lhes  causavam— era  o  povo, 
que,  por  toda  a  parte  por  ende  passavam  os 
jacobinos,  tratava  de  se  vingar  de  todos  os 
roubos,  insultos  e  atrocidades  de  que  ti- 
nha sido  victima. 

O  povo  hespanhol  também  imitou  o  por- 
tuguez,  na  encarniçada  perseguição  feita  a 
estes  novos  hunos,  que  a  França  vomitou 
sobre  a  Península.  Honra  lhe  seja. 

MURÇÕS— Vide  Moucas. 
MURES— port.  (Do  ant— ratos,  latino— mt». 
D*esta  palavra  se  diriva  o  verbo  murar,  mui- 
to usado  nas  provindas  do  norte,  e  que  si- 
gnifica espiar,  esperar  ou  espreitar  os  ratos. 

MURIAS— fregnezia,  Traz-os-Montes»  co- 
marca e  concelho  de  Mírandella  (foi  do  ex- 
tittcto  concelho  da  Torre  de  Dona  Chama) 
60  kilometros  a  0.  N.  O.  de  Miranda,  430  ao 
N.  de  Lisboa,  100  fogos. 

Drago  S.  Martinho,  bispo. 

Bispado  e  distrlctó  administrativo  de  Bra- 
gança. 

Esta  freguezia  não  vem  no  Port.  Sacro  ê 
Profano. 

HURIÊLLA- Vide  Almourol. 

MURO -^  freguezia,  Douro,  comarca  e 
concelho  de  Santo  Thyrse,  18  kilometros  ao 
N.  do  Porto,  330  ao  N.  da  Lisboa,  130  fo- 
gos. 

Em  1757,  tinha  61  fogos. 

Drago  S.  Ghristovão. 

Bispado  e  districto  administrativo  do  Por- 
to. 

D  reitor  do  convento  de  cónegos  de  S. 
João  Evangelista  (loyos)  da  cidade  do  Por- 
to, apresentava  o  reitor  collado,  que  tinha 
150^000  réis  de  rendimento. 

Em  março  de  1875,  Herman  Leuschner 
(allemão)  manifestou  na  camará  de  Santo 
Thyrso  umas  minas  de  ferro,  manganez, 
plombagina  (grapbites)  e  antimonio,  que 
havia  descoberto  no  logar  de  GwdãeSy  d*esia 
freguezia. 


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MOE 


No  mesoie  ni6z,  6  nâ  mBsioft  caouira,  na* 
aifestoa  António  de  Sonsa  Gaerra,  trds  mi- 
nas de  fórro  e  outros  metaes,  em  camintios 
poblieos— sendo  ama  na  fregnezia  de  S.  Ro- 
mão de  Goronado,  e  dnas  n^esta  de  Moro. 

KURRÁÇA— planta  herbácea  marinha  (^(ía- 
dylis  cynasuroides  de  Linnea — paspalum 
cunasuraides,  spicis  liniartbus  de  Brotéro) 
eria-se  nos  sapaes  ou  pântanos  de  ag^na  sal- 
gada. 

Têm  moita  semelhança  oom  a  henra  can- 
nosa,  qae  se  cria  nas  insoas  do  rio  Vinho,  e^ 
como  eila  serve  para  alimento  do  gado;  po- 
rém é  um  pasto  de  má  qualidade  e  pouco 
nutriente. 

Entre  a  murráça  se  criam  hons  mariscos, 
principalmente  amejoas. 

MURRAÇAL— logar  coberto  de  murraça. 

MURRAGEIRA— terra  panUnosa  do  lito- 
ral^ que  só  pôde  prodnzir  mtirráça. 

MURRAGEIRA— ilhota,  Douro,  em  frente 
da  Figueira  da  Foz  do  Mondego,  com  rastas 
saunas  (ou  marinhas  de  sal)  e  muitos  e  gran- 
d(Bs  armazéns  (que  ao  longe  parecem  uma 
^Ua)  para  se  arrecadar  o  sal 

Vide  Figueira  da  Foz. 

MORTAL— aideia,  Extremadura,  termo  da 
viRa  de  Gaseaes.  Ha  aqui  uma  capetta  de 
Nossa  Senhora  da  Penha  de  França  da  Bôa 
Fti^o,  fundada  por  Manoel  Correia,  capitio 
de  infanteria,  da  praça  de  Gaseaes,  e  depois 
tenente  do  forte  de  Santo  António,  em  1068. 

Este  Manuel  Gorreia  tinha  uma  quinta  no 
Murtal,  onde  residia,  e  por  isso  mandou  fa- 
zer a  capella,  para  elle  e  sua  famiiia  terem 
missa  nos  domingos  e  dias  sanetificados,  as 
quaes  lhe  diziam  os  religiosos  reeoletos  do 
contento  de  Santo  António,  de  Gaseaes,  me- 
diante uma  esmola  que  lhes  davam  todos 
os  moradores  do  Murtal. 

MURTÉDE^-íreguezia,  Douro,  comarca  e 
concelho  de  Cantanhede,  18  Idíometros  a  O. 
de  Coimbra,  290  ao  N.  de  Lisboa,  330  fo- 
gos. Em  1757  tinha  109  íogoSb 

Orago  Sé  Ibrtinho,  bispo. 

Bi^^ado  e  districto  administrativo  deCoim- 

IttlL 

O  cabido  da  Só  de  Coimbra,  ai^esentava 
o  vigário,  que  tinha  900MOO  róis  de  rendi- 
mento, ft  terra  muito  fértil 


Produz  muito  e  boa  vi^o,  e  cria  gado 
de  toda  a  qualidade. 

MURTOSA— aldeia  do  Douro,  freguezia 
de  Santa  Maria  da  Arrifama,  de  ci^a  egreja 
dista  2  kilometros  ao  S.  O.,  comarca,  conoe- 
lho,  e  10  kilometros  ao  £.  da  Feira,  25  aa 
S.  do  Porto,  285  ao  N.  da  Lisboa. 

Bispado  do  Porto  e  districto  administra^ 
tivo  d'Aveiro. 

Situado  em  terreno  aoeidentado,  e  muito» 
íértiL 

E'  n'este  logar  a  casa  nobre  e  grande 
quinta  dos  srs.  ÂSMes^  que  foram  offieiaes. 
de  cavallaria  do  exercito  realista,  conven* 
cionado  em  Evora>  Monte. 

B'  também  n^esla  aldeia  a  nobre  casa  e 
vastas  propriedades  dos  filhos  dosr.  Manod 
Ferreira  de  Sousa  Brandio,  já  fillecido. 

Estes  filhos,  sâo-*-o  sr.  Vicente  Carlos  do 
Sousa  Brandão,  juiz  de  direito  aposentado^ 
e  casado  com  uma  filha  do  sr.  desembarga- 
dor, Francisco  Lourenço,  de  Fermelau. 

O  sr.  PIraudsoo  Maria  de  Souza  Brandão, 
distineto  (tfftehl  As  engenheiros»  inspector 
das  obras  puMiáas,  e  que  tem  sido  deputa* 
do  da  nação  portugueza,  em  varias  legisla* 
turas. 

Eram  também  filhos  do  sr.  Manuei  Fer-^ 
reira— os  srs.— Domingos  Josó  de  Pinho  e 
Souza  do  Amaral,  que  íalleceu  abbade  da 
Santo  Mdoro  de  Romariz^  Manuel  Marla^ 
de  Souza  Brandão,  que  morreu  prior  de' 
Santa  Marília  de  Alcorobim — e  José  Maria 
de  Souza  Brandão,  que  morreu  solteiro— e^ 
dnas  senhoras. 

A  esta  Murtosa,  para  a  difierençar  da  se- 
guinte, se  dá  o  n/Hm  de  Mnrtosa  da  Arri^ 
fana. 

MURTOSA  DE  ¥SIROS--fireguezia,  Dou- 
ro, comarca  e  concelho  de  Estarreja,  40  ki- 
lometros ao  S.  do  Porto,  270  ao  N.  de  Lis* 
boa,  1:900  fegoe. 

Em  1757  tinha  1:500  fogos. 

Orago  Santa  Maria  (Nossa  Senhora  da  Na« 
tividade.) 

Bispado  do  Porto,  districto  administratlta 
e  20  UioflMlros  a  O.  de' Aveiro. 

O  reitor  de  S.  Thiago  de  Beduído,  ápre-^ 
sentava  o  cura,  qee  tii^  lOOMOO  réis  de* 
rendimento. 


J 


MUX 

KsU  a  Oregoaaía  aMoada  am  \anem  ^ve- 
D080,  mas  em  partes  muito  íertil,  ao  N.  do 

A  maior  parte  do  povo  d'esta  frefomia  é 
coqgposta  de  pescadores. 

Na  costa  da  Torreira,  qae  fica  próxima, 
ha  jaoye  companhai. 

Na  praça  de  Pardêlhas  (aldeia  d'esta  fre- 
gnezia)  se  faz  diariamente  uma  ai^undante 
feira,  ou  praça»  de  peixe^  da  qual  se  abas- 
tecem muitas  povoações,  e  exportando^se 
d'aqai  para  o  Porto^  Baixo  e  AltoDomro, 
Arouca,  Lamego,  Yizeu,  Oliveira  d' Azeméis 
e  outras  muitas  povoações. 

(Vide  Torreira). 

KUSARABÉ,  ou  iíoróraA^— Vide  MoMár- 
ros. 

MUSARIA— portuguez  antigo— tudo  o  que 
pertence  a  bens  d*alma  e  anniversaríos.  D. 
Affonso  11  prohibiu  que  os  mosteiros  com- 
prassem bens  de  raiz,  sem  licença  da  co- 
roa—«o/to  qike  as  possam  comprar  per  mu- 
saria,  e  outras  maneiras  sem  peccado, 

(Cod.  Álf.,  Liv.  I.«,  tit.  !•,  art  !.•) 

Musar  é  fallar  baixo,  e  Musaria  vem  a 
ser  murmúrio. 

Applicava-se  este  termo  às  rezas  pelos 
deínnctos»  que  eram  íeitas  em  voz  baixa,  e 
d'aqni 

MUSITAÇOM  —  portuguez  antigo— voz 
baixa,  confusa,  e  como  por  entre  dentes.  (Doe. 
de  Tarouca,  do  século  XIV.) 

MU8SAMEDES— Vide  Mnçamedes. 

XUXAGATA—VUla,  Beira  Baixa,  conce- 
lho de  Fomos  d^Algôdres,  comarca  de  Ce- 
lorico da  Beira,  35  kilometros  de  Viseu»  310 
ao  N.  de  Lisboa,  130  fogos. 

Em  1757  tinha  101  fogos. 

Orago  S.  Miguel,  ardianjo. 

Bispado  de  Vizeu,  districto  administrati- 
vo da  Guarda. 

O  vigário  de  Santa  Maria,  de  Algodres^ 
apresentava  o  cura,  que  tinha  só  o  pé  d'al- 
tar. 

É  povoação  muito  antiga,  e  nao  se  sabe 
quando  nem  por  quem  foi  fundada. 

Foi  villa  e  couto,  com  camará  e  justiça, 
próprias;  mas  ha  muitos  annos  que  foi  sup- 
primido  o  couto. 


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XUZA6ATA— VUla,  Beira-Baixa,  comar- 
ca e  concelho  e  3  kilometros  ao  S«  de  YiiMi 
Nova  de  Foz-Gôa  (foi  comarca  da  Pesqueira» 
concelho  de  Villa  Nova  de  Foz- Côa),  65  ki^ 
lometros  de  Lamego,  355  ao  N.  de  Lisboi^ 
250  fogos. 

£m  1757  tinha  236  fogos. 

Orago  Santa  Maria  Magdalena.  [ 

Bispado  de  Lamego,  districto  administra*^ 
tivo  da  Guarda. 

A  mesa  da  eonscienda  apresentava.o  vi« 
gario,  que  tinha  40M00  e  o  pé  de  altar. 

Egas  Gozendes  (ou  Grondezendiz)  e  João 
Viegas^  tinham  dado  foral  a  Cemancélhe,  a 
26  de  outubro  da  era  1124  (1086  de  Jesus 
Chriato)»  uq  reinado  de  D.  Affonso  VI,  de 
Leão  e  Castella  (avô  de  D.  Affonso  Henri* 
quês).— Vide  a  pag.  250,  coL  1.*,  do  2.*  vo- 
lume. 

Este  mesmo  foral  foi  dado  a  Muxagáta» 
por  D.  Aflonso  IV,  por  instrumento  feito  em 
Celorico,  a  30  de  abril  de  1357.  (28  dias  an* 
tes  da  morte  do  reli)  Está  na  Gav.  15^  maço 
23,  n.*  9. 

D.  Manuel  lhe  deu  foral  novo,  em  Evora^ 
a  20  de  dezembro  de  1519,  (Livro  dos  foraes 
novos  da  Beira,  fl.  155,  col.  l.«) 

Esta  villa  está  fundada  sobre  uma  eleva- 
ção,  mas,  como  está  cercada  de  montes^  fica 
em  uma  espécie  de  bacia,  regada  pelo  Côa 
e  pela  ribeira  do  Pisco.  É  tença  fértil,  sobre 
tudo  em  hortaliças,  que  vende  em  grande 
quantidade  para  Foz  Còsl 

Ha  aqui  muitos  olivaes,  que  produzem 
muito  e  bom  azeite,  mas  pertencem  única*, 
mente  a  cinco  ou  seis  (ámiiias.  Prodpz  mul- 
to pão  e  excellentes  fructas,  sobretudo  pé- 
cegos  e  melões»  tao  bons  como  os  íámosos 
do  Valle  da  Villariça. 

Tem  abundância  de  amêndoa,  e  produs 
muito  sumagre,  que  se  exporta.  ^ 

O  vinho  d'esta  terra  é  de  bôa  qualidade^ 
e  produz  bastante. 

E'  terra  sujeita  a  febres  intermitentes,  no 
verão,  por  causa  das  aguas  estagnadas  nas 
borlas. 

As  mulheres  doesta  terra  ieem  fama  de 
formosas  e  aeeiadas. 

Tem  o  titulo  de  villa  desde  o  seu  foral 
velho  (1357)  coniPnnado  ao  foral  novo.  Foi 


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MUX 


^ 


/ 


eabaçA  de  concelho,  com  camará,  juiz  ordi- 
Bârío  e  mais  offlciaes  de  justiça,  e  ainda  con- 
serva o  sen  antigo  pelourinho,  testemunho 
da  sua  cathegoria. 


No  século  XIII  pertencia  esta  villa  ao 
concelho  de  Numão.  Em  1238,  deu  a  cama- 
rá de  Numão,  a  D.  Abril,  uma  grande  her- 
dade, entre  Cedavi,  Muxagata  e  Longroiva. 
Ut  faciaiis  ibi  maratatn  et  pousatam — e  o 
fazem  seu  visinho— pro  adjutorio,  et  defen- 


MUZ 

sione  quianí  vMs  fadtis,  et  pramittiiis  fa- 
cere. 

Em  1242,  lhe  fez  o  mesmo  concelho  de 
Numlo,  doação  (ao  dito  D.  Abril)  do  campo 
de  Touca  (ou  gtanja  de  Touca)  o  qual,  vin- 
do à  coroa,  o  rei  D.  Diniz  o  deu  ao  mortei- 
ro de  Tarouca,  pela  terça  parte  da  villa  (ho- 
je cidade)  de  Aveiro;  e  que  depois  andou 
emprasado  (o  campo  da  Touca)  por  360  al- 
queires de  trigo,  ou  86^000  réis  por  elle. 

MUaEMO— portuguez  antigo  —  rústico» 
bárbaro,  incivil,  malcreado. 


FIM  DO  QUINTO  VOLUME 


H- 


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