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»«« <f»I
PORTUGAL
ANTIGO E MODERNO
VOLUME QUINTO
I
< i
PORTUGAL
ANTIGO E MODERNO
DICCIONARIO
ÃrclieoloiEioo,
IXl)rtorlo*o, Bio^raplaloo e X^ty-moloflco
OE TODAS AS CIDADES, VUUS E FDEdllEZUS DE POBTIIGAl
DE GRANDE NUMERO DE ALDEIAS
í. por aerom patrta d'tioraetiB oélebres.
por batalhas ou outros lactoe importantes que n'ellaB tlToram logor,
por soreca BolareB<ie famílias nobres,
ou pormonuia«iitoB da qualquer natureza, alUexlateutes
NSTICU DC lUITU CIUDES E OUTRU PDVGJICDES M LUtlTWIl
BI Qiis mm KisiAi mmm m mtm a nm&o
FOB
Augnslo Soares dMieredo Barbosa de Pinho Leal
LISBOA
UVKABU EdITOBA DB U&TTJS UoRKIRA &. COUPASBU
B8— Prftga de D. Pedro — 68
187!!
HARYARP COLLEeC UIRAKY
COUMT OF SANTA EUUUA
OOLLECTION
6IFT OF
MAY 28 1924
A propriedade doeste DICOIONAREO pertence a
Henrique d^Araujo Godinho Tavares, súbdito brasi-
leiro.
LISBOA
Ttpografhia Editora db Mattos Moreira & Cohpanhu
67 — Praga 'de D Pedro — 67
1875
POlimMi AMGO E lODllO
M
MAÇ
M— letra nomenl-^vãlea sempre mi);
mas antigamente, com um til por cima va-
lia dez mil
HAéL-^portngnez antigo*— liia).
M&ABO— portugnez antigo-Hnio.
MAAO-PARAMBirrO — portQgaez antigo.
— içalfeitorla, destruição, damno, ele.
MAÇADA— Vide VUlar de Maçada.
HAÇADURAS^-portúgnez antigo— muleta
ou pena qtte pagavam os que davam pan-
cadas em alguém.
No fotal de Bragança de 161& declara o
rei D. Manuel que mais se não devem levar
as penas de maçaduras e san^^— que an-
tes chamavam indicias^ e no principio da mo-
dárcbia, ioózesy coimai ou Hvores,
Ainda hoje .se diz— «noçaia, uma carga
dd pau, piza e toza.
Eéta pena pagavam antigamente os que
matavam, íériam, espancavam, faziam con-
tuz5ôs, maçavam ou também injuriavam com
palavras affrontosas, torpes, indignas, que
faziam empallidecer o off^ndído.
HAÇAINHAS DB BELMOKn— freguezia,
tieli*a Baixa, comarca da Covilhan, Concelho
de Belmonte, 18 Mlometros da Gtnurda, 305
a £. de Lisboa, 130 fogos.
Em 1797 tinha lOd fogos.
drago Nossa Senhora âi €oncel^.
Bispado da Guarda, districto admhrf8tlA<-'
tivo de Castello Branco.
O vigário de Santa Maria de B^ente
VOLUME V
MAÇ
apresentava o cura, que tinha 7i|000 réis
de côngrua e o pó á*altar.
MAÇAINHA8 DA OBARBA -- f^egoem.
Beira Baixa, concelho, comarca e 3 kitome-
tros da Guarda, 300 ao. E. de Lisboa, %90
fogos.
Em 17^7 tinha 130 fogos.
Orago Nossa Senbora da Famagueira.
Bispado e districto administrativo da
Guarda.
O primeiro nome d'e«ta íreguezia foi
Granja de Maçaiiiihas.
O prior de S. Thiago da Guarda apresea»
tava o cura, que tinha 6^000 réis de coo*
grua 6 o pé d'altar.
É povoação muito antiga, pois em èMiúf
aforou e mosteiro de Salzédad a aeia BM)r4«
dores a sua grania de Maçainhas no termo
da Guarda.
MAÇAL DA RBEIRA— fregueáa. Beira
Baixa, comarca e concelho de Trancoso^ K4
kilometros de Viseu, 326 ao E. de Liaboa,
35 lègos. Em 1757 tinha 34 fogos.
Foi anligamente do bispado de Viseu, ho-
jo é €o ée Pinhel, districto administraUvo
da Guarda
Orago Nossa Senhora da Conceição.
O róal padroado apresentava o abbMo,
que tinha 1501000 léis.
Esteve annexa a esta freguezia a do N^*
sa Senliora da Graça, d» ViUaree, «ae boje
I êbtà indepenAinte.
6 , MAÇ
MAÇAL DO CHÃO— fregaezia, Beira Bai-
xa, comarca e concelho de Celorico da Bei-
ra, i8 kilometros da Guarda, 360 ao E. de
Lisboa, 140 fogos. Em 1757 tioha i04 fogos.
Orago Santo Estevão, protomartyr.
Bispado e districto administrativo da
Guarda.
O commendador d'01iveira do Hospital
apresentava o cura, que tinha 6^000 réis de
ooogrua e o pé d'altar.
MAÇAM— portuguez antigo— nome pró-
prio de homem— hoje dizemos Mírçal,
MAÇANS DE CAMINHO— freguezia, Es'
tremadura, comarca de Figueiró dos Vinhos,
concelho de Alvaiázere, 48 kilometros ao
S. de Coimbra, 3 de V^IlaNova de Pussos, 6
a O. de Maçans de Caminho, 155 ao N. de
Idishoa^ 130 fogo8«
Em 1757 tinha 67 fogos.
Orago Nossa Senhora da Graça.
Bispado de Coimbra, districto administra^
tivo de Leiria.
Foi villa.
O tribunal da mesa da eonseiencia apre-
sentava o vigário, que ticiha 40M00 réis.
Era commenda de Christo, e tiaha até
1834 uma companhia de ordenanças.
No siiiode Valie d6 St^rai, d'6sta fregue-
zia, ha minas de ferro, das qoaes é pro-
prietário legal, desde, agosto de 1873, o sr.
Carlos Hyone.
MAÇANS DE DONA MARU— vilia, Estre-
iiladora, comarca e concelho d^ Figueiró
dos Vinhos, 40 kilometfos ao S. de Coim-
bra, 6 a fi. de Maçans de Caminho, 165 ao
N. de Lisboa, 630 fogçs.
£m 1757 tinha 415 fogas.
Orago 8. Paulo, apostolo.
O prior do convento de Grijó, de cónegos
regrantes de Santo Agostmtao (crutíos) apre-
sentava o vigário, que liah» 100#000 réis.
Primeiro foi apreseuiação alternativa do
pontifiee e do mosteiro de Santa Cruz d^.
Coimbra.
' fira a fregnezia eommenda do conde de
Villa Flor, que pagavjt ao vigário, ao cur^t
eá fabrica.
■' A vHia pertencen alé iÔ41 i casa doa
marquezes de Villa Real, e dopois iMtssoa
para a cas^ do infantado.
MAÇ
Era concelho muito antigo, com camará
e justiças próprias e todos os officios públi-
cos eram dados pelos infantes.
D. Manuel lhe deu foral em Lisboa, a IS
áf^ novembro de 151^ lUvro dos foraes no-
vos da Estremaiuray d. 159, coi. 2.*)
Está situada a vilta tio cume da serra de
Santa Heiena, passando-lhe pelo £. o rio
Algé.
É terra muito fértil e povoação muito an*
tiga.
No sitio da Cova das Barrancas, d'esta
fr^^guezia, ha minas de ferro, das quaes é
proprietário legal, desde janeiro de 1873, o
sr. Carlos Hynne.
MAÇANS— rio, Trfz-o^ -Montes. Nasce em
Hespanha. Serve, por algumas léguas, de
raia entre Portugal e Caat«ila« .
Entra n« esquerda do Sabor, qoiaai da*,
fronte das Talhas.
MAÇiO— villa, Extremadura, comarc» e
â& kilometros a E. de Abrantes, eaèeça do
concelho do seu nome^ 140 kilonietros ao O.
da Guarda, 6 do Tejo e 150 aq SE. de Lis-
boa, 750 fogos.
Em 1757 tinha 280 fogos.
Bispado de Casteilo Branco^ districto ad-
ministr-itivo de Santarém.
O conoelho de Maçào é composto de 4 fre-
guezias, que são— Belver, Carvoeiro,, Enven-
dos e Mação.
Para a sua etymologis^ vide Maçam.
O real padroado apresentava o vigário^
que tinha 40^000 réis e o pé d*altar.
Até 1834, tinha capitão-niór, com duas
companhias de ordenanças.
Tem fabricas de baetas, de boa qualidade.
Os marqueze^ de Fontes eram alcaidea-
môres d*esta villa.
Está situada próximo do rio Nabão.
No logar doX)Qjieiro9 d'es|6 concelho^ se
descobriu, em janeiro do 1873, uma mina
de ouro. Ha também aqui Qijnas de ferro,
manisfestadas.
Ê terra muito, fértil em ce^eaes, azeite^
bons vinhos e fructa/^ No^ seus montes. ha
mnita^MÇ^
Desde tempos immemoriaes se fabrica
MAÇ
Xi*6suíregàe£ia.&nia<e8|ieciaj[iâade^d9 fazdii^
da de Ud, aque aqal ciiaiúaiii lanaíài^. . m
. Sâb e^ivA estofos Untos ^guns e<»Ei anil ;
mas^ a maior paEte^fieapi eooia côr natura)
da lan, preta.
Até 1860, ^ia:se agui todo o serviço de
emlar^ fiar B:ieeer,.á mão. . .
Desde «n|ão tem levado d^aqiM.asJaivs
para as £abricaA de Partalegr^> Castanheira
Gaatello Brai^co e até alguns as k^avam
para Ca^stello Novo e Gotilhao, a tO ^e
maia legaas de distaneia, sofrendo eom is-
tt^ nao s6 os inboaunodoa e* despegas de
jornada, fretes, espias taâ- (iabríeas, coom»
demora no aviamento dasians (á».ves69 6,
7e 8 mezes.) \.- ,
JSm i868 veio. aqni nm engenheiro de map
chinas par.a, por meio de ui»a eooopanbia,
ftmdar em Mação uma fábrica de ear.dar
-ei fiar lan^mas todos recearam maa resul-
tado da empreza, e reirahindo-se os Ciipi
tae{^ não se levon a effeito a construeçào de
tíbo necessário estabelecimento.
Tendo para aqni sido despachado jaiíer^
dinario o sr. dr. Joaquim Lourenço Vidal,
90 fim de i871, observou o movimento inr
dustrial, e auxiliado por outros esclareci.-
mentos, eonciuiu que era urgentíd^imo e da
maior utilidade para e$ta povoação, um es-
tabelecimento de cardar e fiar, e que nào
deixaria também de ser vantajoso para quem
o emprehendesse.
A sua boa vontade venceu iodas as dífiOi
culdades e pôz em DM)vimento a^uanova
fabrica, em outubro de Í87X .
Esta fabrica carda e fia alan para as ta^
fazendas chamadas latiainha^y porxx)nta dos
fabricantes, e também por conta própria.
O agente propulsor da fabrica, emprega-
do, tanto de vtrio como de iaverno, é ex-
elu^vamente o vapor.
Emprega já umas 20 pessoas,; Aias, se
também se emprt^gar em tecer (como dese-
jam 08 proprietários) deve empregar. de 60
Está o edificio fundado nos subúrbios, da
villa^ Junto 4 fonte publicada povoação^ .cha-
mai a ForUe do Fomo^ e distando da ex-
tremidade áa vilia apenasuns ISO metros,
lelantoí.:' ■ • . ,. , .ij. N \
MAiÇ 7
.:Çq«i.,.a construeçào d'e$t^ fateiea ae tep
deaeavolvidpi muito o fabrioo das lans ; pqr-t
qua até ^gora só pessoas al^astadas podiam
teç^. as .lao^.por terem dinheiro para as
maadarem :£ar« em grandes porções a ter-
ras distante»,; ao paaso que hoje qualquer
industrial menos favorecido da £)rtuna| pô-
de /e^lafcelecer nm teari vi^to que na fabri?
ca lhe cardam e fiam qualquer peso de ias
por,djf»jiiut0)que seja.
Aated.dA fundação d^e^taJEabriça» fiahiap
d*aqui annualmente umas duas poU ari^ohas
de W,. para 9ar ; Itoíejá o qipvimentq é
muito; in^oi'.
i Q ar. Yià»lM. pois um grande serviço i
vHla de Mação*, honra lhe seja,
A firma social 4*esta emprezaé. Joaquim
Lourenço Vidal át G.»
Agradeço ao sr^ dr. Vidal os esclareci-
mentos que ine deu, e que me habilitaram
a poder Xallar d'esta industria.
Ainda está m\ construeçào uma outra U^
brica para o me^mofim, do sr. Francisco
de Pina Carvalho Freire, que também foi
principiada em 1973.
Mação é a pátria do insigne latinista a
iheologo, António Pereira de Figueiredo,
qaenaseeu em i725 e falleceu em 1797.
Foi homem muito erudito e de profundo
saber. A. maior parte das suas obras, saoea$*
eriptas em latim.
As dissenç^ entre a euria romana e o
governa portuguez, lhe deram occasiao de
advogar a causa da pau^ia, na célebre Tai-
tatwa Tl^í^ogica, publicada em 1769.
D. José l^ em recompensa» o nomeou iu-
.(erprete mór, cujo c^rgo exerceu emquantò
vivo; Além dUsso^ era da real mesa censó-
ria e membro da Academia Real das Scieâ-
^ê9^i n4^ Alassp de liitera^ira.
As suas obras formam um longo catalogo»
« entre ell^ avulta a traducçao da BMia^
«m por,tugiieZy com notaa-^X.t^itonía Sacra
— Elementos de Historia Eçclesiastica —
Exercidos da língua latina e portugueza-^.
NmM^.mfthio dewmmfilioa latina, qne iem
tidQíinaMtâQjlO edições -T^Ikic^ífia VeUris
8
m^
Eeelesiae ie inprema ngum poteêMH^ i}aê
fdf traduzida em francez e outras lininas.
Thmbem se lhe altriboe a celebre Dedátí^
çãaChrcnoloçica, on relatório eontra os Je*
seitas ; liias esta obra ó do dr. José de Sea*
ttÊL e Silva e do marques do Pombal.
■AQtHIè (8.) •— alta e iDgreme monta*
Mi, Douro, na terra de LaíSes; comarca de
ttosella.
É um ramo da Gralbeira. Cria ttutta ca-
ça grossa e minda, e n*eHa nascem tarios
ribeiros e regatos.
MAÇARBLLOS ou HASSAHELLOS e tam-
bém BOA VIAGEM— freguezia^ Douro, co*
márea e bairro oceidental da cf dadb do For-
íú, a cujo bispado e districto também pem-
teooe^ e d*onde dista (contando do centro da
cidade) 2 kilometros aO. e 310 aoN. dè
Lisboa. 500 fogos.
Sín 1757 tinha Íi9 fogos.
Orago Nossa Senhora da Boa Viagem.
O prior da collegiada de Cedofeita, da
mesma cidade, apresentava o cura, que ti-
rtia 60^000 réis e o pé d'aUar.
Com o grande deselxvolvimento que a po-
pulação do Porto tem tido para o E., N. e
O., a freguezia de Massaréllos pôde e deve
hoje considerar- se como a continuação da
cidade do Porto.
Esta freguezia e a de Cedofeita (da cida-
de do Porto) foram dadas por D. Affonso I,
M 80 de junho de liS6, ao D. prior e co
negos da collegiada de Cedofeita, que fica-
ram sendo senhores donatários das duas
theguezias, das quaes recebiam grandes fó-
fb^ rendas, domínios, luctuosas, etc. (Os
dominíds eram quasi todos de 5, f^ou 20
pòr cento do valor da propriedadel)
Os donatários pagavam o quinto à corda,
fue lias duas freguezias andava por 33JÍ000
Ais.
Estas doações íbram confirmadas dspols
por outros reis portugueses.
A doação comprehendia todas as herdades
^Azs ditas fr^zitts, cúfUtçuas éfnmihus dos
anttòs dà Sé do Pútto.
A fHêgbézia dé HlssM^lIos cfstá
iúmé sRttadi^, pai^ ú^ nk^ité diS's«a nd-
HAa
me^ o pane na margiem direita do Doqiiòí^
onde tem uma boa estrada á macadam, e
um emmnho americano, construído em i873y
para S. João da Foz, e Leça.
É n'esta freguezia a antiga alfandega, por
isso chamada de Maçaréllos, que ainda ser*
ve de deposito de todas as mercadorias que
não cabem na al&ndega principal O eÁâ»
elo é propriedade particular que a alíánde*
ga traz de renda.
Toda a margem do Douro pertencente a>
esta fíreguezia é orlada de casas, sendo ai^
fumas d'ella8 de boa appareneia.
fia aqui um terreiro sobre a margem èv
rio, oceupado com uma alameda, formada
por arvores seculares, e proiimo d*ella a
bonita residência do sr. barão de Maçarél-
los, tendo na fronte a óptima fabrica de faB^
dição de ferro do mesmo nome, que é de
uma companhia.
Onde hoje se vé a alameda, existiam no-
seculo XIII as salinas de MaçarélloH, cele-
bres pelas grandes demandas a que deram
causa — primeiramente entre a coroa e os
cónegos de Cedofeita — e depois entre, estes
e os bispos do Porto.
Achando-se o rei D. Diniz em Braga, con-
firmou, por alvará de 7 de julho de 1280, ao
abbade da collegiada de Cedofeita, do Porto^
o privilegio do seu couto, sabre não se eM-
hargar pelos officiaes del-rei, tirar -se sal doe
marinhas de MassareUos. (Documento do
archivo da collegiada.)
Os bispos do Porto, allegando serem ser
nhores da cidade, -contestaram este alvará e
deram causa a encarniçados litígios.
Estando D, Affonso Y em Évora, fez con-
de da MassareUos a João Rodrigues de Sk,
alcaide-mór do Porto, por carta de 29 de
dezembro de 1469.
Sobre o monte de Maçaréllos, no sitio on-
de existiu a celebre torre da marca ((fo»
servia para dar os signaes aos navios que
demandavam a barra) está hoje o sumploa-
so palaoio do crystíU com o Édtt tbeati^ áe
Gil Vicente, o seu ciroo d os mus' vasias e
formosos jardins; estando no reciai» dV-
MáiÇ
ta a oapella oiide foi sepultado e esteva al-
gum tempo o cadáver de Garioe Alberto» ml
do Piemonte. (Vide PartcJ '
É lambem D*e8ta fregaeiia á aeredilada
Amdição de fefro, do Oum, sobre a «marfem
do rio, e hoje propriedade do illastrade
ándiiBirial o ar. Laiz ^Ferreira de :8aa8a
Cruz.
Ko territerio d'e9ta tnefaeiia ha Jormo-
jae casas de campo e boas cpiiiitas.
Aqni nasceu, em 30 de março de 1745, «o
4r. António Ribeiro dos Santos. Eva flibo de
Ifamiiel Rib^ro de Sonsa 6ãinMMrie% scoco-
nel de Mineiros, e de D. Josepba Ifaeia de
lèsns.
Chamado -por (8SII avô ao SrasU, aM fez
«ossens prhnedroe estudos, sob .a direcfio
<dos Jeanitas no seminário. 4a. Lapi^ da eldii-
•dedo Rio de Janeiro.
Em 1764 regressou a palria, • tse .matri-
culou na Universidade de Coimbra.
Formou-se^ttn direito canoaiose Mjra-
4iMdo lom i77l— lente eubsiituto^ e depois
«oatiiedratieo da mesma faouldade^^Hregeiído.
^as cadeiras de 4ireito natural «:psim4lia;
sjoithetica das deeretaes^ até ser jubilado '
«IEÍ795.
Foi o !.* bibliothecarlo da 'Unira^ade
depois da reforma do marquei 4o íP^mbal,!
-am;i777-^-«ommissariOfaral.4Pi estudos,
«iia.re|l«rtiQãa daoArte le provineiai^a.ftB-
ctosmaditra-^ceiísoriregío^deppíiado daj^a-
<U datrevisloie^cenaunailo no«o-eQdigo,4«ii
•i7S8 -^d«ieiii)aif ador raggf avista da eaaa
fáaisuppiícaçao de Lishoa-i^epçtfadodOíSan-
•lo .Officio-^ aesa d^^onseienma ic. pudeifs
.«'-rda junta: da bulia) da «aato cr»zadar-#-
4>ilfs^o da jQDia .e eetado da ^eveníwiQa
M«ie
)9
easa e estado de Bragança, e chrpjtisla 4a
«oesma casar«-deputado idajunia í€MS# em
»M(N|, pana a ori0uiisaçâo do eodigovpenM
militar— cónego .dauioiial, opoiBeBtado wí
•oncnrso, e eonfliaisdo ^sucMilimRt&te,
;íliaaiflés<de> Yiseu* Faro-efoetropeliMade
.)Bv0ra-^l.-ièUiliothecariormérdaib»U9the^ [Ut^fH^MO iHtp^.
ca publica de ^Udioa, a citfafQjQdaçao rar
gaaisaçao pre8idiii,i«nti7Mi^^enÍB4fl»'es
te emnrego lalé que foi aposentado em IBifi
— cavalleiro professo da Ordem de .Ghiria^
odroire Aa «de S. TUago d^.EvAda^-*dp con-
selho de S. A. &. .o.pvincipe r0geií^te (depois
JE^. João i\t])-T-soaio effectivo ,da acàdeinia
real das sciencias de Lisbpj^ d^de a su^
fondai^, em 1759-^00010 «cetrang^ da
.aeademia;celtiQa de Paris, em 1804, etc.
VoRrein em ^iisboa, a i6 de janeiro .d^
1818, cheio de honras e cargos: mas privi^
do da vista (que perdera aJlguns aunoefan-
tes) na sua casa da rua do Sacramentq,. n.*
13, ffregneaia de l^ossa,Senhoi^ da iL^NSiem
ci^a egreja parechial foi sepultado, no n^-
pectivo«aaoeiro.
MACAROVS-rAegoezia, Míoho» boje ap-
nexa á de Santa Eulália de Gabanellaf, ^
cpmarca.ojffKpieelho de Yjii^ Verde, U rki-
Jometros m> M* A^ BcWi e<9W ao N.^^
Em iva tioba^» t»9o^.
Orago S. Gens.
Arcebispado e idiatricto a4#Aistn^Yj(i da
O abbade deCabanellas apresentava^ovi-
gariQ, .qqe tiiiha.94K)00 «léis de cpngr^a e o
pé d*altar.
Esu freguezia.(Qii9ii^Pprin)ida9Porp9fue-
3iia9iiiO;prioc^>io do aeenlo XUL
MfMNrthoe 4 J[lt9metrps ao S. da ,F^a»;|4
fO»S..do tmf^fi ao.^í. d*Ovi|ç, í|85.í»P.».
de |ii|boa,.3iO fogps.
1E91 17X^7 ;tinba Sil fogos*
^»floS* Pedro, apostoh).
«ifPidQ do ^l^oDte, disnícto ,a494oi9ti^-
<9roidí9.At«bP*
OiOommo4ader dm OrdapaidelM^, 40
Via^HL^imfiffímmf^^fp o íeft#irf/qae'.tii*a
iOO^OOO réis de rendimento.
Mto^di ^m iPlaoW^ s<^re a «s|r^ a
,0)ac:a4w,!que.4aiFfira vem á.estaçlOf^o
caminho de feyrrQ^fpi.Ovir.
IIAQnmillfKVide.ii t^lavra seg^iiite.
IMQPDO SQUAUTO-^rfjgu^ffa, Jr^f pp-
Montes, concelho e comarca de Bragaoi^
*8i)}tíimem» 4^ Wranda.nMO ^o M. da
Em 1757 tinha 30 fogos.
Orago Nossa Senhora da Purificação.
.j
ío
UllA
MAC
K^p»ân e àhifútio «ADiBisimív» èt
A mftra ^piviMmUfa ii MuAt, que tMci
Kn a ^'a ín^fVímz mlgamebie o no-
in« d#; Marj^Mo áo Mãítô.
MàCXM VO reSO— fi>giv>ffa« Tnw-os^
UmUíi^, eóniíTf^ f 4*on^f lho do M^fAd^nm,
90 kikifrM*tr(/f de Mfraodâ, 180 ao fl. delis
boa, 65 fof of.
Em 1757 tinha 97 fr^goa.
Omgo 0, Báfitmlomea, afio«tofé':
Bf^pado e díatrieto ddinlDÍ9tni(hro dêBra-
fança.
O rf^al padroado apreK^mara o ^rd, cpie
tinha 8)M0O réia dé eoDgnia e o ^ de
alur,
MACEDO DOS CAVALLEÍROS— vfn»,
Traa-ofi Mútt^f rabeca da eòmarcae eosee-
lho do mn nome, 54 kílometros de Wrari
da, 480 ao N. de Hf^hr^a/ 900 fegos. *
Em 1757 tinha 150 fog09. '
Drago S. Pedro, apíw^íold. ' í'
Bifipado 6 difttricto administrativo déBííl-
gança.
A eâsa de Bragan^af ^'reseiitava :o rèfftv,
que tinha 50i|000 réis de rendimento. '
Terti estaçJò teíegraphlcá. '• '•
O concelho de lfei(!^do doa C^rálleh^eaé
Composto das 35 fregoeKfas sè^jtthttáí: —
Ala, Amendoeira, Aréas, Baguèixe; Bornes,
Dúrga, C^irrapata^CasteliSes, Cliaeím,^CDr-.
tiços, Corujas, Edroso, E<(pad^nôdo/F(?irfvi
ra, Grijó, Lagoa, Lamí-^YiOhgálLarn^s dé^Po
dence, Lombo, Macedo dos CsíVaílefros, Mo-
. iraes, Mafçóí, Olmos, Perédd, PinJencé e
Romeu, Salrellas, Sezulfe, Talhas, Talhiifthas,
Vafle-èemí^Pt^iri, Valle di PorCa, Vàlle de,
Prados, VRlardo Móhte, Vfllàtiúhó-ft^Agiro-
chao e Vlnhaí.- ;•;.''.:
tbdai PBiasfreguezfas são dt) èl^adt) de
Bragança, meiios' Lòn^bo é Pèi^êdo, que
aXo no arcebisDffdò^dd Brilga.* •
A cbihardrttaMo do& Gá^UR^es é ^m-
1l>osta só do Md inlgadb; ifiM^t^iã '4.^^ fo-
' '* Bâtá 'comaroa e'tMíeeniò sSè^' dè 'AÚ\Í^$
de Chachn, que mudaraflOpái^at^llaeM^Miá
aédeem 1855.
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li' I •
; t lUi' ' * *'■. "'K 'íí 1
Mi»Mò é m afipHlídô
pA, wfoào de HespaDba. Tnmxe-o D^Jáne
TO Gil de Maicedo, qatt ae jolga de« o aea
appellido por nome a esta Tiila, de qoe foi
Sffib^fT "donatário e tmà^ leve ariar.
B«ta faorilía está 1» je niifio famifiradi»a
Téioo.
1\nn brazio d^arma» completo é mt
campo azol, cinco estr»*llas de oiro, dei
pontas, em aspa—elmo d*aço aberto— tim-
brs, liffl bra^ reaiido de aial, com ifma
maça d^ of ro, erar^jada de pontas de-fein^
e em acção de querer descarregar a panca-
da.
Oatroe do mesmo appHlido usam— eii
campo and, leão de ooro, cercado de 8 yhtíb
ras, da sua eôr.
• Também foi em Maoédo dos Cavalleiroa
o selar e morgado dos Tt4x(iraBde Macedo
(Para o que i^espeita a origem >d*eatoa. Tér
leiras e soas armas, vfèe íVixBira^iáá hià-
piido de'B?agaii{a.)
CefBàO'00 reinado de D. Manuel ainia;es-
ta povoação não tinha ò fòro do TiUa» on^
>^lo-fllenosi não era caèeça de eotieelho,
ttão se lhe deu fOr ai, mas sim a Chaeim,
ifVi data' (por esquecimento do escrivão)/
Está o foral no Livro dos Foraét JUaooê
ãe Trttg-OÈ':MMUe»iii. W, col 2.»
Ê pois ^te i^râl « d4 Macedo..
ÍÊAfíA!R(H:àí^(m^ko de mo{^oáz;-Kpop-
taguez antigo— 4DHho grosso ou mittiUoj Jul*
ga*se''geratmeiite que' o mtlho gro^so^oio
^fDi («drihecrdo emTin^ttigal seoao dfpais dt^
•descobrimento dftGaínA, por Diogo da^Hàii-
hnfa, em* 4181. bs portoguézes.o trooxentai
pai*a o reino, o ÚH se^qne fsi aqui ótUliTÉ*
do peta- f.*'fes nos^cahipbs de Caiaibra^
d*onde HG pPút>agi«'por iodo o rei&oJ (Yi4d
Híilhm:)'' , i '•
•MÍà6BIRA-*p€^ttén6 rio, Bxtreowiufa^
atravessa, e r^a o Valte do VimieUo, de
Alcobaça. Mbrt e ^ Alréa. r. ^
-MáOSIRA-^freigQetffíii Beira Baixa» co-
h[iaiK$á''de Oeierico <dá Beira/ edneeftexde
Fbrábê'a'Algòdres,*85«MI]ofiíe(lro^ de Visefi,
195 ao. NE. de Lisboa, IM toiros.
'" Em <imr tiáhâ IfS fU{fÍa; . - ' ;
.; SkpidQ dfi ViR6ii,.4iatrJkHa"»dpiBistc|ii-
.. Orago S. Sebaâtíao, iQATtyr.
Q reitoi::fle gi^ta Maria. 4e AHi^es apre-
Isentava o cura, que tinha QQfQOO róis.de
.IfDdimeDto.
MACEIRA-rfregaezia, Bstremadara, oqu-
..celbo, Gpntaroa, ^ 9 Içilometio^ de Leiria,
600 fogos.
,, Em 1757 tlahá 429 fogos. .
Orago Iiío8»a S^obora da Lus. . .
Bispado e districto admiiuairativo de
.l^iria. ....•.■.•./■•
Os herdeiros d^.JíeBé Galyào da Lacerda,
• 4f y^^ apr^eqlavam . o cura^ qiie tjnha
ADiigamente dava se ápadroeijra o título
de N(ft^(k j$â^â^ da J^çu^a., . . •'/.
. ;Fai,iP4ta írHgnezi^ creada-.^W .^^17 pAo
ipfa&t^ f^.Affoi)60,ÔUioi}dQ j§i.pv^ViU^I>
administrador ou commendatario do. c^*
.i^te. da Wu.iCfg|,.%ie(in^jmeQto dos
moradoras de Haceira e do^ Jogares visi
,wlm^..út»vB^vlbfl^^^(ho& .^a.fregíf^iai de»
.^{# 1^^Y»Q, ,j<pj[Mí»dplhep,,«paí|Rfjrte.ra;
. .QbFjgatlK^ de hiiiQ^ tq/íp^ (jff a^i^io^ á wa
imtiga matriz no dia 4o;fj^droe|ro^.:|^ta
, lobrigaçà^, ec^asooí ^çm á^ e;^in^^(è da«fre-
.g|ie^^,de^aAta£si^^ ...
i„ ..jÇi», (Te§p§m s|ft çtMígadpM fabrpc?^ 4a
. Wim «>^«Wi( m oíD^lDeAtqfie.âpaga^o
ífiwr*^!.. . •. .ii t o ' \ • ■ •' '
. 9tq.«j.tío^A9|aQH)^leg^fja existlf upaa, an-
tiga oaip^lfa fi^if^^i f^ NossíK Se^^or^KÍa-
afrWíi^qRe.flFQ^ ^^n4o. ©gftwnilfijiwios,
'. ^ MÍTMini 4* n<>K».fr^gpiç^a-.
.n/^fWfttíte f«i<reedia<íMÍíif/e ^p^i^tiad^pç-
lo licenciado^^§fslí?ptiSo íia, Fiffmecf^, A^ d^i
^n4íafl|í^^>Íí.í«i^ qge .posmia vaíjaa l^rasi
JuDto da capella. ,
Por esta ree^cafâo- pj^nd^ ^fW^^
.^4íí^o.4a aj^r^^mafifia íã ^gi;çj^^(v que
v«iPW>P«^«l, <*^M^««?c^,4ií|i,^,Sanlí^^BÍp-
iW^»*fÍ9m^^npí^S^, 4a, ?^ , ., ,. .,. ,
Piditçi iafagieiA 4ffonjÇi,i9i| l^fn^on^u,
«WW^Mo^ae Qq^..p . l^c^fig^á^, % sf^s ijjçjr^
'me
M
l4pa 4e yinho, de 9£^ almades-^e em amo
de esterilidade, 500 réis por elles; tudo ai%-
dava ppr Í60«0p9. réis.
O infante determinou que aem o dito . ^-
cènciado, nem seus herdeiros se intitulaa-
aom pa^Toeiro^ doesta egre}a,.em tempp al-
gum; parque o primeiro fundaineato d*ql-
^ foi do pi'ior-ní>ór de San^^ Crus.
. Foaseca tinha mandado esculpir as suf^s
armas na capella mór, n)aa foram manda-
das picar, em visitação,. no aono de id42.
EHa^ delermi^açao não teve effeito» e as ^f-
mas tlcjiraat •
Este jicenciado nào só fez muitas obraa á
suaçuata,^ oa eg^eja,. mas tamt>em lhe fez
algumas jdça^es; e os leus descendentes
eootioqafam a apresentação, contra, vonta-
de doft (i;^^ezQS, que queriam, ter em di-
< I
, Te^ a egreja a alt^-m^r e dois k^faes,
^%/&.tftí)ftriir)5Wí^^de Wrdo- . ,..■ .. ,,.»,.
Tem as armas do rei D. ManueL
Na abobada da capelia mór, estão as ar-
^a^ide Sebastàp 4a Fpnaeçv . . (. í
.^P^/rqple 4^^ porta 4a .qgreja, do lado do
(flvapgeíhq, ^U pma capeaiade atKibada» de
pedraria lavrada, com sa^raf io, ^ i>o. q|^^
ítm gripde çrp?%4a pedB^. t^ijdo ^ip^bai-
,j^ ]^uisfi^.Se9hora 4f^ Piedade (dptigaip<^e
4#, Prfíví^ com. íjW^a Çhri^tp -ffl^rto b^b
braços, ,,e de .pada,.,)adp. 9&.doi8..Mròeç.
TambQ(a,se y^u^ ftqvti af Trea .Uaria», os
,íH^^roií;yf«^ieli/itaa o .dpaa (íguraa 4e jjon-
tiOces, com as insígnias da paixão do Sal-
^ va49C- ^ip) cima, está o Padri) Eterno. /
todas as figuras sao depedva <^ .eo vA}fi'
r .J|l'e3U.|Çâpíiyí,..e8tâo;a*.^ajrm?i^.4os Fon-
secas, ' ....;.••
^ ..ffQj:.io^i{uida«e9taca|ieIla Qor Franpisco
da Fonseca, fidalgo da casa real, epor fina
mulher,, jooopafMppteira^.moEadorea pq lo*
4PPjd|9^Bfupt\9^Jt6fmo de Monte^Hór-orVe-
. Fij5eraín^ftnttí)as..;esf^en(p da.i«,ãí? Âai^'
n4S>W»AW*<>SV»WW»Arf#í#.to^ »P <W^ 9r4en5fam,qu^o
egreja, apresentassem o cj^rj^^.qjaeq^e^e
í»,»M^^íff<WW,í^rÀW.^ ..aWqr.;Conf ip^.jquotidiapa, e flji/»trpfan.
íiqíWmi, *P0 .?|lfl|fiei^^,j^„ jyrigq, ,e ,9q|a l ^jj^ii^ nos dias dpa JFiais de De.u% AscwHgto,
sobrevivente fizesse a capelia dentro ^^looi
u
ntji^iilto Santo e Nossa Bedhetti dá CofifiM*
«So.
A primeira invoca^ dTèsta dipellà foi a
de Nossa Senhora do nranto, ttas hoJé se
teiiotnitia da Graz.
No mesmo testatnento se determiiihfa
(]tre no sacrário d*este altar estltesse o Saa-
tissimo Sacramento, deixando para o aceite
dâ alampada (que estaria sempre aceesa) a
írèfnda de nm cerrado.
Vambem deixaram dbrigada ao pagameii •
io da esmola das missas, fitbrieas e orna-
mentos a soa quinu de Gandéflo na fregtire-
zta db Cepdes, no (ermo e a n kilofnélros
de Visen. Ssta qnínu é disf má a Deos.
Bèfxaram ainda outros legados pios.
Falleoen primeiro Prandsco dá P«nseca^
è sna Tiova easoVi em segundas nnpciasl
oom Vasco Botelho, filho de Belchior Bote-
tho, da villa de Soore.
Amtes os instituidòrei doesta capeUa fo-
ram n*ella sepultados, sègtmdo o mandado
no testamento.
Por cima da egreja parochfaf, no alto de
um monte, está a ermida de Santo Amaro,
ifténstrúidá em 1TS76, e dotada por peSsoa
yartrcàlai*, sendo bispo â*«sta diocese, D.
^Gaspar do Casal.
Nb logar do P&rtò dó Catto, está a ermi-
da de Nossa Seoahora dá Conceito, feltet etn
1548, por pessoa particular, <]ue a dotou
tótn rendas para a sua conservação.
Era então bispo, D. Braz de Barros.
No togar de mivôa ha a capelia de Santa
liaria H^gdálena.
No logar áosCavaUinhos, está a éapeVa
de /S. Itamede.
ÍKa alddá de Barbas, está a tapelta de S.
Thiago, apostolo.
Na atdefá dá Mírita, èètá a éàpéllá de S.
iMvtdStre, papa.
fiútre as •Sób-CoÉtas/^ de S; José.
^1V>das estas i^ipèllas fòkain mafadadas iá-
zer em visitação, para administração dos
'SáMráUà^btóii, pèfo que òsmoraddres dos lor
Igairés òhAe èiles iA&b, Ao dbrigadosf Ma
mrtòa.
fàt biilto Atô easás do nitocho, lia tòn-
^àMiUie ^e^ a altuira trdfais áo^sMoído
.«,
adro, eètftum ofanotio dedicado a NeaMÉ Se-
nhora da Guia, que fez um de^Mfi, • a'elb
a imagem de Nossa Senhora ^ que antiga-
mente estava em uma lapa que havfai no
tnesmo isitte.
Em 1654 se deu lioáiça para n^eaie im-
torto se poder dizer mfsaa, a instaafolaa de
Jbio Francisco de Maoeira» que fòi o funda-
dor do oratório e o dotou.
Este oratório, quando eslava na lapa, se
denominava, de ]!h9$a Smfkàra do Barra ou
Aík Bêrroqithihã.
É imagem de muita devoção, prindpká-
mente dos povos da Pedreira.
Junto do oratório está uma fonse em ^
se lavam os romeiros, para remédio éòiik*
rfas enfermidades.
l[AGEIRA--qttinta Aá fí^eftteáa de ^anto
Adrião, oomarea e «oueeRio de BareiAloa.
Arcebispado e dhitrieto adminisfratlvo db
Bíaga. .
Esta qtildta é o solar dos tkkdfoê, Má-
K^rf» e JMiçotilàs.
O primeiro que ae adia com o appeUNb
4e Uaceira, é B. Lourenço Gomes de Maeél-
ra, ou èk Hsceira ^ valoroso nfiMtar, no
tempo de D. Affonso Itl.
As armas doestes appellidos são^^esetiâo
dividido em pala, na i.^ de pn^ daás fls-
reè dè liz, azues, tm pála---e na 9l«, também
de prata, meia águia de púrpunt, armada
de negro— elmo d*aço aberto— timbre^ Htta
flor de liz, de ouro, entiie doiis ratnoa de
thaceira verde, com maçans de prsaa.
MâdBIRABiO— viffls, Beira Alta, áa fi%-
guezia de Fobtòi dê MáJtíiMããú^ comattá e
oencelhe de ItegUalde, MkifoBMIfros a'NK.
"de Tiseu, MD áo N. detiisboa.
Bispado e distficto Mibinitosillvo ÇLã
Viseu.
ÍVIde páfe; íft dò 9.» vòí.)
A povoai^ de Macéiradlo (ou Ma^èSryih
"ÉSò, aiAigaitteiite UocÀra áo Md) é nMls
antiga do Qtte á nionarchia portugi^ ts')i
et!stia no tenipo dos arab^ e táívet thes-
taió no dos %ôdòs. O tonde H. tlénri^uer e
inía ftfálher, á tataiha B. Thelleza, aHzmtaa
cotto, ism IIM.
' HotÉve aàui urii tÉnosó cònvefelto, '^è ptt-
nicJirò M Ue mongdto MnediÀinbs « de^s
4sl>eiterdos»itÉinbétn 4ntí(ti]li8iao> e tmto
que ha dttvMls nohvt a Aia íúúáu^
Diz Viterbo, qw D. A£fòtiflO I e Boainn'
Iher, a rainha ;D. Mafalda, datadi «v ii84,j
-a» mestre Soeiro TheodoniZyíprafesffir de
medieina, cinco casaes em Travanca, }anlo a.
Nifim «em pecompeiiea daeiíra que JiàTia;
feito, por ordem real, a Rodríf» £Eemeniz.i>
^-^Qiie eitift Soeiro ee veio a liier ium^B, e
IkiMciu mui peqoaiie ilieiteiro, oa egrcfa de.
«flatfla Hana de Moimenia, iftè «ra herdade
«ua, e que o rei Ihe^mieiti em iiSi, e4e
flcoQ chamando-— Çètito ée ânfOtt Jf ária de
MoimêtUa iB*ZiménL
Q» ofe meiífee» ou por a!dha»eiii pequeno
o mosteiro, ou por oatra qualquer rasio, ho*
je ignoraâ^ londaâam am nove ameteiro
mm Maeeiradio, pana onde se madaram, am
1173, coutando-lhe o rei, n*e86eiméimo an-
ão, o «MtlaiiOyiB damáe^hie-o eintto daVa-
3èeltadaa.
Efta doaçio aat4 aaslgoada. pelo rei, por
aen filho D. Saocka (depois 1.^) etparisoa
filha, a rainha D. Thareia.
(Bra antia Abade do mostdirq, bfseatan-
•dador, o mestre D. Soeiro Theodoniz.
fMo -eartorio» do moeiefero, liatia porémi um
^OomniMiie moiíD aati«o (ascippto em latim
bárbaro), qae dizia (tradaoçao)*-^JiMa «m
-ífaírla, ém íéO$, «mi ^deatíkmauro, dífÊnO'
4o Al'Baraehf esforçadissimo coMdfetní^ ^
tmfe$$e anuo foi feito ^prieimáfD pOoMnde
1>« Mffinlfiis, ípáno dê CeiíÊiblra/omiettiêão
^stãwi ^a ifÊonit^ êm tíma eatreria qm àki
fára fazer o momo.
O conde o tratou nmii9bem,e oUf^mpara
-sAaamraaSg lonil^ ee eomerieu mo cheietioeus-
mo e se fez frade, e foi o fimiadet dotaiat-
Inro áe MaoeiraáSò.
« >Mittla mtroê, baem esle mosleíra maia
antigo.
• . A.íAcoatUhetdeSaiiliDHapia^ttottfttfan-
^^atuanáe Mêtíaemo ^^9$. 15 do tt.» vd.), diz
tKlhe as iftaáss laadaaMtt o Silidttailo ide
Nossa Senhora do Monte, no anno MO^iOa
4mtes. (Vide adiante.).
Quando o abbade /úisf)CHrtlã»fiBtrodazii]
I * misnaa ide & iBetnardo^ioiir daiGá^tei; na
«rdem de S. Bento, foi ella adoptada- peiêe
míEi
ÍB
(Bate montei ro ehefoía & ser maUe ríi»»
com Tariaa dea(Qes dos reis e partioolai^P»
e directo senhor ée ^saias itetrâ&
(Vide a pag. A93 ido 3«« ysiI.,'^ quadigo
do teal qne o abbade Peyson, dfiaÁ fiiegae-
zia de Figoairsdo de Céa4)
■ - r
lantoa;eaiamoateiro,aBftào Sanctoacia de
Noeea.Bmikora âo Uanêe, Aiodado «a miiiar
eminência de am cabeço, qne se avisMt da
grandes jdislaAeias. D-aqai ibe ^proreii as
duaaiiraaeaçfies da Santiaaima Virgem .4ie
ae vétaera abasta Sanetnanio, pois unb 4tko
chamam Nossa Senhora do Mente^ e omtpqp,
Nossa Senhora. da OaheQa.
Ditemiantios» qna a nUima iavocagiQ, uSo
é |>or eetar a/npeUa 4ia cabeça de ain< mon-
te; masiporqoe a taAaia é advogada qqii*
tra as dores da««beiQa.
Mia M sabOiao asnto a datadaftm^içSo
dfesu aifdJa» e do qne Jia certeza^ é 4t 9^
antignidade.
Q €meên&rio Jfoiwmio,/no kigar Já /«iu-
ido,aeM6aeeit Atam doa mangasrBeiitoadr^llB
mosteiro, iNèea a^aos MO, on antes; niasié
(maia proaaael tqne .oa «frades eó vaedifiras-
»aim ia.eapeUa rdepoia áo anno (U73.
i£ 'Oesto qae «s relígioe^s ideJbcuiradio
iiiiuuA>poiiCostnme aatí4piiasima,'biraiMi^
tados os sshbadee do ^tt0, aaatw naiafiiito-
aa AiaaiieVa.de NMsa SeolMira do Mame» a
qne elles chamavam Santa Maria doMenk.
Dia ia imeamo.aueier qiieió-pfsAf el qie o
prittitttvoaioataieotosae aM^isitia ondoíbid®
está aiQigiâlIa,^ ae taía aimoflar mta iMa
baixo (para o sltia,ailtaal) poritennkoa>moa-
ges mais por ondafpodetfemAliriira>sBa
»béf«a^ .
A fesu da Senhora, se fazia (e naoaat.ie
«iM& ii« ítt) aoiriia de:8aata<Graz,}a(9 de
mai% i a (ora imidêa çoflMttCrida:de «romeiBOs
ida iaiiai)aa)lregMtliaa cirenmiainbasi
Dèoa é'ágio» jmiiios46votoaJiiam tisiAr
aiSeÉbofa ptfo 4eaarso ilaaaBO.
A capella actual nâo é a primitáva^ii MS-
Éiflcaiiio imodema e de gcaolosa jarehite-
ctora.
ffie91ao.fi. tda Wlla 4arQia.
MACSHÈDB— fregnezia, Alemt«iK xaemto-
j|fa% niiaw |,Map>dp{ftdwH»toflJMMTa'
m
MB
MAC
tfvo dè' Bvor», à^atká» dista 18 kítomèábs e
iWtÊú 8E. áé LÍKboft/3d0;ft)igO9. > .
Em 1757 tfirvha 300 fogos. '
' Orí>g^ & =Miguel<Arclianja.
' ' A mii ni apresentidva o cara,' que tkiiia 448
alqaeires de trigo e 120 dé emda.
É terra f.-rtíl em cereaes.
DIrsi» qtié Itktdtédef^é palanca árabe, « si*
páfítdL ferm iA)(d^it!Aor;^(yid6'a freguesia àè-
MAGHBDB— fre^^eíia, Alemt^Of coBee-
Hio,'icomar(*a, bispado; dfetrkco aduimtstra-
fívo, e 42 kilometrbs de Évora &iVí a SE.
dé Liíiboa, 300 fogos.
Em 1757 liuha i58 fogo^. • ^
Orágo, Notssft' Sebhora da Natividade.:
A mitra apreseatava o capa» qaaiiiiha 2B0
-áflqueireg' de tríg^^e iâ^ de cevada/
É terra feriii em «erebes. ;• - u • . ;
' EJsta freguczfa e a^antecedeilte já^ exisGam
*M f^mpo dos godos^ poíà foi> erigida (esta)
em parochia, no anno de 672. • «í - :■• :>
*^^ Ambà8lí>fmavA«iaiiiaMóft«e«gaèiía,'e pelos
amibs de iiOO^-desniemtriícuada ^jtt igafel,
formando )^lx)chla^1adepieDdeDte.
É- k'6Aa fi^guezia a «apeiiaide-St Beato,
de grandB'devcifi{ão do poVD,'qii(^ acredita que
este Sai^ ti^mpréisevcrado a tetrade-pes-
^lès^ e qwyié a oaiusailediao mocdemúiias
nbfffitiais-Vibór-as que por aqui iuu» -- > -> .;
> ^r& a ÍBtymol<>g)^5 vide a - f regu^ia mote-:
^dèfeter. * ..^* '.' •. ■• V " {
<' ilACIBAL^f ré^udeí»,! • ExtreamdiQra^ > co -
itidrclie (sotif eiiio de Tom^V«drai, 'tô kj[-<
' lotfietaroa ao N. de iiistoav 28dlo9(m. •
* Sm 1757 tiaiia 171 fogOBj ..
< Orag<}'Sânta Sutaim;*» • '^•■i ^ ;
Patriarcbado e dlstricto admÍQÍstralíWd6
<• > I
' ¥)'>pâroeho'é fjrior'a611aâo..lS^a^â»àp^e-
' aentaçlD, 'm 'ttM^sa^ des/admiDístradone^
dos tre» morgados; des^lnvdeito» de Ig^acSo
Freire' de Andrade, Nkoiaa RodriguèáRi
beiro e Nlenlaut^ereiva 4e Castão^ 4a ^iMa
te Arfada^ ^ • ' - ;i u *. * • ^ ; «>«. . /
^^tTíalia^. 4004000 réis ide) t8iidimé|Mo::ali-;
nual. M r ;
O nome d^^esci Aregú(/zaf'é.<iDf«ap^ de
^llmril^W;•^'• '' .:■ tv.í .'íOlHaAM j
^ lilAfiBKO-^irit^aai^ Dwfo^uwnvca <d^
Argaoil^ fOBcelho 4a Patnpilbon^ Sl5"kiii-
metrae ao N. de Lisboa; QO-íegoe.*
• Em 1757 tintia US fbgos.
Drago S. Miguei, arebatjo. . . : <
Bispado da Goarda, districto administni-
tivo de Coimbra. " ■-\^
"Esta fregoezia nao imoi no Pw^ai fiá-
IfAGiEIRA-^fregaeiia» Beira Aks, comar-
ca de Moimenta daBelra, f onp«iiio daGer-
nancéibe,'35Ji;iloaieUros de Lamego, 360iaD
N. dê Lidboa, ^ Isgos; » :^
Em 4757 ttQba 70 foges.
Orago Nossa Senhora* da Apresentação^-
BiFpado de Lamego^idistrido admii^ra-
Civo de Viseu.
O vigário de Fonte Aneda apresentava- o
cora, qne tinha 60M00.róis de.renditteBln.
(iVide Garia.) i i .'
HAGI£IRA*-rregatonaí, Minto» oamarcai;e
concelho de BarcelIo9, 18 kilometros aâ.'4e
Braga, 360^ ao N. de Ljsbeav lOO^ fegon. .
'Em.l757 tinha 146 fogns.-'. ^ ' íh^
Orago Santo Adriaow' ' < i'<
' Arcebispado' e districto aiminiitratiiode^
Bragas < * •
O rtiior de S.'Migneli- dé drortntp, apre-
'S6Dta'vn. o vigário, cpie tinha 3O#O0O(róla'Se
t rendiflàanto. : ».•.»•" •» • • .•*.•«.'
Dá-se a esta fregnezíao. name^-de MiuM^
n^ Í0-lléi^. - " --^ ••■.•..» ..\t
HACKIRA-^fregaeiliif Dopro^^ «onrerFeãte
oanceliio de Loasaday 35 lUlonatros á NBL
de Brsga, 360 a» !«. de Lisboa^ 9(>/ognii ^
Em 1757 tinha 87 fógOBj ^. ' ;
' Qfago S. ioao Baptista; < v^
Arcebispado de^Btaga^ dfatrieto- adaMk^
trativo do iVHrta. , ■* •^' «^
O vigário de Santa Chtj^tlna He «Nogoii-
n,.aipretfenlav»-o oncav que- tinha i^OfOOO
réis e o pé d*altar. • ><< <
MAiSBHUk-i^rteígaeda^ DotartiittAnaifea 6
denceHio* de>¥inà âftiiCkmde^ ii^fcllomollos
ao. NcdoPorto, 814' i».iK. da 1iislN)a;'^fO
•fegM. ' . • '■" :* • ' ' ' '«í- ' ' "' *
Em 1757 tinha 121 feges^- i V jc
' .Orago^oflaicvdâQVi^ '•'•-<' ■•'->• ^\^
* Bl^pná» e- disftrioto adttilÉiMatttQr' da
o reitor do conv«nl»:Í9ft/lt)^» dO/Bor*
HM^
m^
#
to, apreseaUYa o mt^qo» tinha 6OM09 <iua8i todas coiistrQida4.n>3l,e.^eculp. (Par^
réis. .^ . . ' aTíiar reptti^eSy vide CoitTia, a pag, 34 do
. .É \fiic^ fertii.
. Pas».p<^)a /regafizja o rtp Ave.
lláCIEIRA. BA UXA-rfregOâzia,. Douro,
eomarca e ropc^elbo ,4» F^UbiraSi 35 kilo-
^•voL)
Posto ser povoarão UQuito antiga, não qid
f^n^ta:q\ie tive33e foral veUip; pv)0;0^^03,
iDetros ao N^ de Brag^» .360 ao ít.49. LJa- rranJcliiD oà^ o . iqeiícioDa; couiiudcv ^ft
refortnaiio fora] novo,, se. allude ao maço 5
do« furais. aoitigoa^.ik^^.S — 0. q.ue iodaz a
crtc 4|jue,i,sta villa tevie fcurn^l dado ppr algum
dos nossos .priníi£Íios rei;^..
p. Mauad lhe d^io, fQ|'al,.,^ Líshga» em
10 de ít vereijo de 15J14» ...
{Uvro de forae$ ,n,^vos da Extremcidura,
fl. 205 v. col. 2.«)
Tr^^-^ Q'4^s^e íoral das terros seguintes:
— Aijeriz, Afeias,. Àrmonijlj.-^ioei», Cabril,
Cabrum, Campo de Ança^ni, Ç^oiJ.ào, Chãq ^
.Car falho, Co4al,^GQelJliftfká» Caskllõe.s jprve-
.dosa» Loarx)Ztlldy J^lJàt^s, Paraduç^f e,IU)-
f^m. . ... . „;r.-i.. . ..í :.. ..,,
Ha aixida outro exejo^p^ari-í^xpediflo.iiarii-
form^ 4^ D^ lif^nw;\>jL, x^^ ipiíj>ma. diit% no
OiaQO.5 de.ilopa^f 4n/2^^i ^{i St. i. . ;
• ' » t it
boa, i70 fogos.
. .£m :i757 Uuha m íogpa.
;Orago Saata LeociiClia. . .
An^bi^pado de^ Braga^diatricto adminis-
trativo do Porto. . . ;
• Q.priftr dOiS cónegos r^^antes do janei-
ro de Caraniô^, apresentava o. vigai^i»! que
iinha 60AOOO réis <te reqdiu^entp. • . .
l|Af J£IRA PE ALCOBATT^reguezia, Dop-
ro^ CQuiarca e cun^elho .d^A^^da, 60 Jcilo-
metroa ao N. de GMÍmh^a,>S60 ao N. de Lis-
bqa, 75 fegos. . r
Em i757 tinha 60 fogos. .
. Oraga Si Marti|jh(>, bispp. ......
, Bispado a dislricto admiais^tratiyo de
AveifiO. ' ' .,,.,
O prior, das làllif^das apresentava o .ca-
ra».que tipha 30A00O réis e o pé (i!^tar.
; J(ACI£UU ^B CAMBRA- víUa,. Douro,
coinarea, e 8>jkilMm(i}tro8 ao £^iE.de Olivei-
,ra de Az^ipeis, -^0 a ONfi. de Aveiro, &Q ao
S. do Pia-tjo, .75 {ao N; (le Cpiqibra» 275 ao
N. da Li«bo^.4iOO fogos. : .
.; fim ^757 ^lkiMt aOlIogQS, , .
Qrago JNpssa St^i;^iqra.4a /^2^ti^dade, /. •
Bt^aAo e dis(dc>o ^dminiatrativo, de
Aveiro. I . . S' ... . . ■ / .
É cabeça do concqlbcj do, seu noo^^.yu)-
.Kafffifi^.cb;$7)aadQ co^o^lbp de Cambra.
ÇoQ^rf^nd/» ^. 8 frtgj^e:|iaa se^u^nte^ :!
. inArÔe», , Cas^ftl^V?íV ,Çepé||os,,;Cod4l, Jpa-
'^Hmrh Macjeifa,iBôgs, e^YilU pj^aii ^ sua
.ípwíftxa,.VillaiCo^tdorPorrmhQ* .. ,.. ..
, .A.#a»*^dOi(ittfap^íl^:ai>f;eaejalííYaft.^^^^
que tÍDha um coDto de léis. ' '
Esta vii]a, que é pequena e nada tem dQ
notável senão a sua antiguidade e a sua 1 primeiro nome dapovoal^,i8-de.UED'Nl
Mltat slittayftò, esbl ^uatfirno cfammidoffor- t roíqne nasisè atesta* OQi^adko^e.aqttiíiBCtmo
Era 4*e9t^. frég^eizij», ,1>. Qoj^sl^nça Ãffoii-
pio» irmaa de^.Dk Gom^s.GU(l^Sóverosa»,a
qualipor ^\^ amores .cum D. Rodrigo S^x^*
çhes^ â)ÍK> baa^irdo de D, ^pcl^ l ^ da ce-
tebre Dl Maria Paea J^librifa (\iúeljminhan),
foi a causa de^ qp^s 3^u i^maiite fosse ^np^to
^fp. 4li<^Uo cí^ntra p..djí9.b..Mia;iiiiho,,epi 2
. de Jvilho 4e ^i^.i\lá*^JGrijó,^ pag. 3i^ do
Ha no concelho de Cambra algumas casas
nobres, que vão sob o nome das terras onde
'.saú siOKuifWi. «•' -'h>! •[,• " .y.
Sobrai etyiDQiogia éLfêèfmuutíambi^aé^
«9838 opiniâes^maiâMtQQno.Hplatta|veto«
-niiAquoimareoe^^ais coflpeilo,<érTtqoft eota
palavra^ ó iMniapção lúiàiCaimbira^.qa» toi o
r
iBdsi«f»im<r e fétíie\^í(U^VãU& dípCatàbra^
'um dos maiw petiços St ^proívineiai*^ *
O ri» 'GatiQa,.<qae >^laddo. t» idrystaliA(|
aa junta ao Cahnay omÂ^JOít» mesmo rio.
É certo que em alguns papiis doe deofi-
to XB,aUftievX4I]^ 90'vé batatinegaeUa^^esi-
«t*â^r08(«'9efpeiitiaiido' pflt euir^ esleqraBej Uf^áat.têEÊfqfUm^áQ.Satí^Mma^^^JG^m'
é n'elle cortado por variar 'p«Dt0B'Ae'^dnaí 'vh[a;.tf0davia»>«U'<6alvç UMiioreJiuU^Ho) ift-
i^
MáC
«lino-me a qae s^a corrapçSo de camará,
l^do9 sabem que canuxra, na língua por-
tugaeza, tem tarias significações; mas, no
caso sujeito, vem a ser cambra eorrapçao da
•camará que passo a expilear.
Em todos os bispados que se eilgiram em
^rtugsJ, antes do secule XVI, baTia cer-
tos territórios que se denominavam Camará
do BispOf o que significava que estas terras
e suas egrejas eram da mitra, e os seus do-
minios e direitos a dia pertenciam.
Nos documentos doa mosteiros e caâie-
^aes se acba com frequência— cafiuira do
HMadêy camará do prior, camará do hispo,
etc, n'esta accepçao.
No bispado de Lamego eram camará 4os
bispos— Trotões, Parada do Bispo, Velioso,
^Villa da Ponte, ete.
Em um documento do mosteiro d^Alpen-,
durada, de 1447, se dá o nome de oasaes da
camaroy às terras foreiras ao mosteiro emaéd
dle tiniia o -direito de apresentaçio.
A freguezia de Macieira de Cambra, -foi
antigamente do bispada de Merida, e passou
para o de Coimbra^ assim que este foi crea-
do (vide Grijé e Feira) efoi dada aos bispos
Ú6 Coimbra; pék) que ee denominava -cama-
rá do bispo dê Coimbra. <É fácil de euppor
que, por abreviatura, se diria cmnaira de
Coinéra, e d^aqui talvez, o nome de Coim-
bra que alguns Ibe attribuem.
Os bispos de Coimbra deram esta fregue-
sia em troca aos condes da Feira, em cuja
casa se conservou, até passar para a do In-
fantado, a que ainda pertence.
Nio me parece fora de propoáto diier
aqui as diversas accepções que no portuguez
«ntig^vtinbaia paktwacamofia; oram, além
"dajá referida: Grilhão de CMnmeomqiajie
'{nrendlam pelos pés, os oapiivoB, ou cfíoiino-
«oa (também selheídava^OinoBie adoke'r^'
-pei» se jchamava braga^
Depeiadaiovençio^daanitteida, sedava
O nome de camaMi^Á canneta «sobretquft^a
fpBça «e oollQeap
' 'Camâra cêiwmda «ra apft>mesià.ilA ama
*«ana quaniidaAe4eana8áidesp«Hbda^ eiaqu-
'teííh^4udfi o 4[ti0àif fp^wHfgfpa^rmfêimar^eypu-
mio
rameMar dignameide o qamrio mi com dè
wma senhora nobre, distincta e honrada, sem
faltar cousa alguma á precisão, deeenda e
costume. {^Incid., de Viterbo^áf^mana «o-
ére a Camará cerrada, do^dr. Levy Horia
Jordão, inserta no tom. ' %• das Memorias da
Academia JReaf das Sciendas de Lisboa, uovt
serie, classe 2.*)
Camará da cama do estado^ o quarto onde
estava a cama do rei, que também se cha-
mava camará do estado. {Uvro Vermelho, de
D. Affonso y, n.« 14.)
'Camará é também um appellldo nobre
em Portugal.
João tjonçalves Zarco, descobriu a Ilfca 4a
Madeira, em Í4t9. Desembarcou em-umsi-
tío da costa, onde viu uma grande caveraa»
habitada por lobos marinhos, á qual eile por
isso deu o nome de Camará de Loèo9, que
ainda conserva.
Regressando a Porlugal, D. jQio4 man-
dou que João Gonçalves Zarco eeeus des-
cendentes tomassem o appellido de Camará,
em memoria doesta feliz descoberta.
SSo muitas as fiimilias nobres doeste reino
que usam do appellido Camãra,-e-éo^fím
ramo primogénito, actualmente, o sr D. hHé
Maria Gonçadves Zarco da Camank conde'dn
Ribeira^rande (na Ilha da ^Madeira.)
O 1.* conde da Ribeira-^STande,1bi D: Ma-
nuel da Camará, per B. Affonso Vf, em 15
de setembro de I^S. lá seus aotepassatdos
eram condes de Villa 'Franca, e D. Mimso
VI, a seu pedido, lhe mudou (a D. Manuel)
o timlo para o actuftl.
As armas dos Comaft», sSo--em eampo
preto, uma torre de prata, com ameias, e
coruchéu, que remata em uma cruz de ouro
e dois lobos da sua c6r, de pé, rompenlio
contra a torre, que está em campo "vei^de.
. 'Tem por timbre, um dos lobds das annaa.
>Tiid<ift sabem: qne»j<Mle Amm remnlKm
10 Kwmao pofo 8€UHMra ^roQoneJou cm/^mi^
não camama. Jáfl0 wé qiM Q)i4iiott»oia paseop,
com aifireqnencia 4o «fo^a tmúiti^ ipme
4a4)ovoa^.e bi(ie«eeriai^ritp!«eQnmr.lii-
iá0<£mm|nk.
MAa
MACIEnUr DE SARNBS (tambemr ebama'
da, MAGIBIIUL DAS T£RCAjS)--£regaeua,
Doaro, comarca, concelho o il kilometros
ao NE. de Oliveira de Axemei», 30 ao Si do
Porto, 280 ao N. de Lisboa, i20 fogos.
Em i757 tinha 61 fogos.
Orago Santa Eulália»
Bispado do Porlo» districte administrativo
de Aveiro.
Situada em terreno plano, ou coUinas
poaoo accidentadas e férteis.
O abbade de Gesár apresentava o cnra,
qne tinha s6 o pé d*altar.
Os Castros, da casa do Gôvo, se denomi-
navam senhores das honras de Cesáre Gaia'
te, e como a freguezia de Macieira de Sar-
nes era um curato da freguezia de Gesár
(d'ende fôra desmembrada no século XVII)
eram os Castros senhores donatários de
parte da fregueâa de Macieira, e ainda d*a-
qui recebem alguns foros e miúças.
Teve principio esta freguezia em uma
capella de Santa Eulália, que havia no logar
das Terças. Quando se erigiu em freguezia
mudou se a egreja para o siUo actual ; mas
ainda boje não passa de uma capella aca-
nhada, baixa e pobre.
Houve aqui (segundo a tradição) um pe-
queno mosteiro de freiras benedictinas, que
foi supprimido no século XYI, passando as
religiosas para o convento de S. Bento da
Ave Maria, da cidade do Porto.
Ê d*aqui natural e aqui foi parocho, e vi-
gário da vara do 4i? districto da comarca ee-
desiaif tiea da Feira, e distincto orador sa-
grado, o sr. Luiz Moreira da Silva Maia,
actual abbade da freguezia de Santo Ilde-
fonso^ da cidade do Porto*
Ha n*esta freguezia minas de cobre, que
periencem á companhia das minaa do Pin-
tor. Ha também- minas de fèroo, que sa não
exploram.
Perto da egreja e de uma roeharde.fra-
iyto quartzozo, rebenta tuna fonte d'ag{ia
ferruginosa, que ainda nãa foi analysada.
Bsa freguesia está dentro dos. limites do
t^rítaiio a^itigamente chamado Terras de'
Saitta^Maria, e heje Terras da Feira.
IU€0»ATAf U^ SSIXA (ou da GEIQA^ *-
MÃO
i7
freguesia, Douro;, comarca e concelho • da^
Oliveira de Azeméis, d'onde dista 5 kilom^
tros, 70 ao N. de Coimbra, 43 ao S. do Por-
to, 280 ao N. de Lisboa, i30 fogos.
Em 1757 tinha iSO fogos.
Orago Santo André, apostolo.
Bispado e districto administrativo de
Aveiro.
O coUegio da Companhia de Jesus, de
Coimbra, e, depois de 1759, o real padroa-
do, apresentava o reitor, que tinha 130^00(^
réis.
. Para a etymologia, vide a Mácinhata se-
guinte, que fica 24 kilometros ao S. doesta.
MÁCINHATA DO VOUGA — freguezia.
Douro, comarca e concelho de Águeda, 7d
kUometros ao N. de Coimbra, 250 ao N. de
Lisboa, 400 fogos.
Em 1757 tiqha 300 fogos.
Orago S. Christovão.
Bispado e districte administrativo de
Aveiro.
Os duques de Lafões apresentavam o
prior, que tinha 400^000 réis de rendi-
mento.
A povoação é situada em uma planície»
suavemente inclinada sobre os férteis cam-
pos da margem direita do rio Vouga. É po-
rém cercada de montes, cobertos de pinhei-
ros e outras arvores silvestres. No monte
que lhe fica a O., coberto de arvoredos e
campos, fioa a povoação da Mesa, B a bella
oasa dos senhores viscondes de Almeidinha.
D'aqui se avista e convento de Serem do
Vouga.
Direi o que ha, quanto á etymologia dá
palavra Madnhata,
Pôde derivar se do portuguez antigo meS'
kino, o servo que trabalhava nas proprieda-
des'do respectivo senhor.
É de meskino que vem o substantivo (tam-
bém portuguez antigo) fMsqmnade, que si-
gnifica desventura» infelioidade, desgraça,
etc. .
Ora, como os povos d*esta freguetíà pa-
gavam grandes rendas, foros, alcavalas, etc.
á poderosa casa dos senhores qúe depoiá fo-
ram ddqáes de Lal5es^ fR>dian muito bem
coiisíderar-sé meskínci^ úH popvos d^aqui^^^
d*isso viria á fíeguézii o nome' de Jlfe^9Ç*'«
IB
Màtí
màe, (jué faéilmente se corromperia em
Macinhata.
Os â*aqu{, poréM, hão querem âcceitât
esta etymologia, editem que Macinhata vem
das duas palavras árabes — tnàciho (plano,
liso, macio, spm aspereza, etc), derivada do
verbo maçaha (que significa palír, alisar,
limpar, etc.)^ e de nata, que, segundo el1es>
sigm*lica logar baixo.
É certo que maeího pôde significar planí-
cie; porém nati, nào é palavra árabe, nem
significa logar baixo. Ha a palavra árabe
nataf, mas eiste nome dlo os arabrs a uma
terra betuminosa e combustível, que é uma
espécie de turfa, de que elles se servem co-
mo DÓS do carvão mineral. (1)
Por consequência, se esta fosse a verda-
deira etymologia, significava planície ou
campo da turfeira^ e não planície baixa.
Nem a circumstancia de existir esta po-
voação no tempo dos arabfiS nos obriga a
acceitar similhante etymologia como a uni
ca verdade! r»; "porque todo o mundo sabe
que os mauros conservaram a maior parte
dos DQDies das povoações da Lusitânia, con-
tentando St^ em corromper muitos dVllespor
lhes não chegar a língua para os pronun-
ciar.
Tudo isto cabe por terra em vista do que
se lô no Livro Preto de Santa Cruz, de Coim-
bra. DVsta leitura se vé que o antigo nome
de Hâcinhata era EmfnAa/f (ulvez diminu-
tivo de Eminio, que era o nome da villa de
Águeda— como se hoje disséssemos— í4í^í-
dinha ou Pequena Águeda),
Veja se, sobre este ponto, o que digo na
palavra Eminhate, a pig. Í6, do S.» vol.
No prioripio do século XI, porém, já es-
ta freguezia titiha o nome actual.
Segundo a historia, hindo D. Ramiro I, de
Leão, ao mosteiro de Lorvão, visitar seu
tio, D. João, que alii eraabbade, fez muitas
e grandes mercês ao mosteiro; e as fez assi-
gnar pelos chefes mouros de Gaia, Lamego,
(i) Em Portugal também ha logarfts for-
mados p»r esta tem, que se emprega co-
mo cofiibnstíV4'L No monte do Laboraán^
^ue divitia is; (rt*gueaias d* Ancora e Afife
(láinlio)» ha abundância d*eate combustívU.
(Videpag. íll,'da (.•vol.)
MAC
Viseu e Ifkcinhata do Vouga, que eútlo vén- *
ceu. (Vide L&rtão tMonte-Mór- Velho.)
Já vemos que esta povoação não s6 exlstfa
no tempo dos árabes, mas até que era im^
portanto, pois era governada por um regu-
lo mouro. Não ha porém monumento algum
que nos prove a sua antigufdadp'. Apenas»
quando ha uns 20 annos se demoliu a egre«
}a velha, para* a reedificar, se achou um se-
pulchro de pedra inteiriça; mas sem a ml*
nima inscripção por onde á sua antiguida-
de se podessd averiguar. Ainda aqui existe
este tumulo, coltocado em frente da nova
egreja.
A egreja nova, que é no mesmo sitio dá
antiga, fica na extremidade da povoação,
com a frente para o rio Vouga, ficando-lhe
o cemitério parochial do lado direito.
No adro da egreja está a residência do
paroeho e os passaes da egreja, que são
muito bons.
A reconstrucção da egreja e a fundação
dò cemitério devem-se á solliiMtude, zelo e
esforços do dr. José Joaquim da Silva Pinho,
de Jafafe (d'esta freguezi») e à coadjuvação
do sr. padre José Rodri};ue<9 de M^lh), prior
da freguezia, e dbs membms da junta de pa-
rochia, os srs. padres J<)sé da Fonseca e .
Joaquim Nogueira da Silva.
É pois Macinhata uma fireguezfa bonita,
pittoresca, sadia e fértil, devf^do grande
parte da sua fertilidade ás aguas do Vouga^
que também lhe dá bom peixe.
Gloria-se esta terra de ser pátria de va-
rões dignos de menção, e entre elles os se-
guintes:
Dr.- Manuel da Fonseca Coelho, que foi
juiz de fora de Preixo de Espada á Cinta, e
depois corregedor de Our^m.
Dr. Manuel Pereira da Grtif a— nasceu em
1770. Era filho de José Pereira da Graça,
carpinteiro; de Macinhata.
Tinha aquelle um tio, Pran^iseo Pereira
da Graça, rico negociante em Coimbra, que
o tomou sob a sua protecção, e;o fez estu-
dar medfcitta ii'aquella ddade, 4i6tlDg(li&-
MAG
do*8e tanto e ae&demico, qae foi premijido
em todos os annos.
Tonoa o graaide indiarelém phiiosopfal&
e doutorou se em medieina.
Quando defendeu theses para tomar ea-
pellOj o fea eom a admiração e* louvor de
toda a academia, menos dos dois lentes iViti*
varros, que, por ^dio ao estudante, ihe lan*
çaaram duas lavas pnetas, no exame priva-
do.
O tio do^Bcadenico levou èsta. injustiça
aos péâ do príQoipe rdgente (depois D« João
VI) que mandou ordem á universidade pa-
T9^ adiuíuírern o illustre académico ao dou-
torado, dando lhe capéllo gratuitamente, em
i798 — e o condecorou com o habito de
Christo.
Exr^rciiu a clínica alguns annos em Coim-
bra, vindo depois para Macinhata exercer a
sua arte, adquirindo justa fama de grande
medico.
Principiou om 1803 a escrever sobre me-
dicina, e em 18D6 publicou o seu Tratado
de diabetes. (Diccionario Bibliographico do
sr. lanucencio F. da Silva, tom. VI, pag.
80.)
Por desgostos com a sua famiha, sahiu
do continente e se foi estabelecer na ilha da
Madeira, onde casou com uma senhora da
mesma ilba, de quetú leve um filho, por no-
me Adriano Perimira da Graça, que, entre os
annos de 1823 a 1828, enviou eom um dote
de 12 contos de róis para Coimbra, para
casa de seu tio e protector, reeommendan-
do*lh»9 a sua educação.
M.irreu na IfMeira, pelos annos de 1830.
Seu Allio ainda vive em Coimbra.
No convento dé Serem (do Yooga) exis-
tia uma ehroiica manuscripta, que conta-
va o caso spguinte.
Em 1634 era prior de Macinhata o padre
Francisco (a chronica áiiqnsUèe ceeulta ot
Hèb^ffíomes, p»r tíariãade.)
Brri 8 de setembro doesse anuo, ebegaram
á vilia de Serem (que é d*«U flreguezia) fr.
João de Villa Real e outré eompanheiro, pa-
rti continuarem as obras é^ seu mosteiro.
' (> prior de Maciabata ' os refiébeu oom a
itiáior aspereza; lasendo-^ acarretar âa cos-
MAÇ
m
tas, e depois bater a maço aseataoas.para a
tapagem do rio. . i
Este. priiMr tinha dois creados (irmãos) de
alcunha os Cangalhos, Ião matvados, qua
aeotHavam, esfttqneavam homens e mulhe-
res, e a uma d'e8tas Ibíe lançaram sal sobre
as feridas que lhe haviam ffito.
Fr. João de Villa Bèai, gue tmha relaçfes
com muitos fiUalffos de Madrid^ d]eu parte
d*«stas airocidadea para Castella, e PhUiitpa
IT mandou Ipgo -uma alçada syodiear do
caso.
O prior, apenas isto ^onbe, fugia compôs
Cangalhos, dizendo:
«Tal alçada sobre ti ?
cFrancisco, vae^te d-aqui.»
Jfunea mais se soube do prior n^m dofi
criados.
Com licença da tal chronica, manuscrU
pta, dão^me tentações de não acreditar nas
atroàdaâes do prior e dus seus dpis cria-
dos, e de desconfiar que houve aqui casit^
Ihanwno da parte dos frades, e patriotismo
da parle do piior. Mesmo porque a tal i^hror
nica, relatando os grandes e inacreditáveis
crimes do padre FraQoi;}00 e dos seus dois
aeolytoe, não conta nada sobre a consequên-
cia da alçada, nem que por ella se provas-
sem semelhantes crimesi
Também a suppressào dos sobiencmes do
prior, me faz ainda mais acreditar que a
oousa não passa de uma intriga urdida para
certos fina, ou, o que é mais provável, não
passar tudo de uma grande patranha qu^
algupffl s6eotretev»a< ^fcrever na tal chiro-
nica, paradiverlimento em horas de oci^ir
sidade. .. . > *
É n*esta.€RQguem a^ antiquíssima villa de
Serem. Para, não faier esto, artigo mais exr
tenso^« mesmo por ser mais curial» vae^a
descripçâo d'esta villa e do seu convento no
lo0ar competeate. i Vido poÂs. Serem,
' MAÇOIEIBS)— freguezia, Traios-Moptes,
€omareaie'ooaQeUio de Moncorvo^ IfiO kilo-
metros a NE. de Braga, 370 ao N. ds Lis-
boa, 130 fogos.
JM
HÁS
SUft 1787 tinha 9$ (bgo»
Oragó S. Martinho, bispo.
Arcebispado de Draga, dntriolo admiois-
ti^vo de Bragançía.
A eamara ecclesiaettea de traga» aprwc»-
tatá o abbade, que tinha 100#000 réis de
rendimento.
Ihii^ a etymologia vide Mançore$.
MADAlii — ' fregneiia, Douro, eomarea,
eeoeeího e 3 i^ilometro» ao SO. de OHveira
de Asemeis, 45> ao S. do Porto, 270 aoN. de
Lisboa, iOO fogos.
Em 17S7 tkiha ^ fogos.
Orago S. Mamede.
Foi do bispado de Coimbra, depois do do
Porto, ao qaal hoje pertenee,distri4to admi-
nistrativo de Aveiro.
O reitor de Avança, apresentava o cura,
que tinha 13)f000 réis de côngrua e o pé
d*altar.
O povo chama a esta freguezia Terra dos
efijcinhoe, petos muitos que aqui se fazemf, e
se exportam para grandes distancias.
VASiEIRA (S. João da)— freguezia. Douro,
comarca, concelho e 8 Icílometres s» NO. de
Oliveira de Azeméis, 38 ao S. dõ Porto, 36
Itílometros a N. NO. de Aveiro e 280 aa N.
de Lisboa, 450 fogos e 1:800 aimas^
Orago, S. João Baptista.
Bispado do Porto edistrieto adminiSMtí-
vo de Aveiro.
A mitra e o abbade do mosteiro de S. Ben-
to, da cidade do Porto, apresentavam alterúa-
livamente o abbade, que tinha 600^000 réi&
Situada (a freguezia) em terreno levemen-
te aocidentado; mas a povoação ehamada
propriamente S. João 4a Madeira, estâ^i-
fioada sobre uma planície elevada (espede
de plató) d*onde se gosa para t^os os lados
a vista pittoresca de serras^ outeiros, valles
e bosques, alvejando por entre elles as cu-
puks cónicas de algumas egrejas e valias
oasas de differentes povoaçdes, vendo-se ao
O. uma vasca extensão do Oceano Atlântico.
Esta povoaçãè é uma betta rua arborisa^
da, formada pela estrada ifeal: de Lisboa, or-
Ma de bellos ediliclos partÉculares, qiiaei
todos- novos.
HÂD
ti povoa^ muito áatida, pois Já exiati^
(com o nome de Madeirti, ou firogaezía da^
Madeira^ em 12B1, visio que é mrnfltnildii
nas Inquirires tiradas n» mcE de agoitO'
d*e8S6 aano (Maço 8.* doi Arava antigot, â.*
1) para provarem a existeBcia do fiotal velboi
sem data, que à Terra da Feinb dèu D. San*
cho I, no fim do século XII.
No Furai novo, dado por D. Manuel ávtiki
e Terra di Feira, feito em Lisboa a 10 de
fevereiro de 1514, também as oomprehende
esta toguezia. (\íéd Feira.)
Nenhuma povoação da extensa Terra dó
Santa Maria (ou Terra da Feira) tem proa*
parado tanto como esta e os Carvalhos^ na
freguezia de Pedroso.
Ao génio emprehendedor, ao amor do tra--
balho, à energia e coragem de seus habitan-
tes, deve S. João da Madeira o prodigioso
desenvolvimento da sua população e dos seus
melhoramentos materiaes e moraes.
A agricultura, o commercio e a industria
prosperam aqui a olhos vistos, e S. João d^
Madeira, que, ainda ha 30 annos, era uma.
pequena aldeia, está hoje uma bonita e gran-
de povoação, maior e mais rica do que mui*
tas villas de Portugal.
•
Tem uma philarmonica (e já teve duas) e
correio diário.
Antes de pouco tempo vae ser ligada eofll
o caminho de ferro do Norte, por um ramal
de estrada (de uns 2 kiloinetros de dístaan
eia) que a põe em commuiAcação com a es-
trada de Ovar a Olivdra de AÊemeis.
(Ramal que já podia e devia estar feito —
visto a sua ínsignifieante despeaa-^-se as in-
fluencias de campanário e a rivalidade da
Oliveira de Azeméis não tivesse ha dons a»r
nos actuado peloB interesses 4e olifuna cen-
tra os do eommum.)
Este ramal não sóé utiUssimQi paita S, Joí^
éa Madeira, como também o é para muitas
e populosas' fregCfêzias.flituaidaa^o N*> NE.»
L. e SE. da estrada reai
Feito este pequeno vamal, 5r Joãa da Ma-
deira tomar-ae-ba uma natação commeseial
4e miita Imikortanfiia» e em poucos aiiQOt
BiAD
attiogif á as proporções de uma graade e fio-
resceate víUa.
Eaure os mais bonitos edifícios d*esta po-
voação, se distÍDguem o do ar. AtUonio Mo-
reira da Silvv Dourado (proprietário de uma
das melhores fabricas de chapéus de lã de
Cortugal, cujos productos téêm sido premia-
dos em varias exposições, e que emprega
grande numero de operários do ambos os se-
xos); a bonita casa e quinta do sr. Francisco
da Costa Lima, a do sr. Silva e outras. .
Uma industria insígoiflcanta na apparf^n-
ela, tem aqui dado óptimos resultados; é o
fabrico» compra e venda de manteiga de
vacea.
As pessoas dedicadas a este ramo de in-
dustria, téem prosperado muito, ^ formado
ama bonita povoação contigua a S. João da
Madeira, d*onde exportam diariamente para
^ cidade do Porto grandes porções doeste gé-
nero, já bastanteineote aperfeiçoado.
Além d*isso, a freguezia exporta em grau-'
de escala, para o Porto, Exti^madura, Aiem-
lejo e Hespanha, os seus chapéus de lã, de
óptima qualidade, e também exporta cons-
tantemente para o Porto, gado bovino, para
embarque, géneros agrícolas, madeiras, le-
nhas, etc.
♦ ...
Eotre os varões illustres aqui nascidos,
avulta o sapientissimo dr. Christovão Alão
de Moraes, que veiu ao mando a i3 de maio
de 1631
Foi bapUsado na matriz d'esta (^eguezia;
nas, tendo sido culpado de heresia o padre
•que o baptísou, se tornou a baptisar na egre-
ja de S. Nicolau, da cidade do Purto.
Foi doutor formado em direito c^iril eea.
Booioo, juiz de fora de Torres^Vedru^ ou-
•Hidor .e provedor de Mira, juiz doa orphãos
do Porto, corregedor de Pinhel, Riba Côa e
Coimbra» desembargador e corregedor do ci-
Viai da relação do Porto.
• . Compoz 6 escreveu vario» li wros de muito
nereciffeaU), entre elles ^ eommetUarifisás
*§bra$ úàSádê Uiramda^^i Ulyêspa, de 6a-
hiel Pereira de. Castro*
c JSjn» iUbo pfimogeikUo 4o «anitio de^^uur
V(X.1Jlá^T
MAD
21
e 'guerra, BaUhazar Alão -de Moraes, (que
morreu de 25 annos de idade, n*aquelle adian-
tado posto, ganho pela sua bravura e gran-
des serviços.)
O dr. Alão, casou com D. Joawia Tliereza
de Carvalho, fílba de António de Carvalho,
creado da rainha D. Luiza de Gusmão, e que
foi ama de leite de D. Aílonso VI e de D. Pe-
dro II.
Morreu a 19 de maio de 1693.
Está sepultado na Sé do Porto, na capella
da Vera Cruz e Santa Helena^ construída em
29 de outubro^de 1381, por fi\ Domingos
Geraldes Alão, cónego da mesma Só, prior
de Ferronella e commendador de Rio-Meão.
(A esta capella ainda hoje se chama dos
Alões.)
Este Ínclito varão, reuniu ao seu muito
saber, uma grande virtude e muita rectidão
e solicitude no cumprimenlo dos deveres,
que lhe impunham o desempenho dos seus
muitos e vários empregos.
Foi seu primeiro mestre (de latim, fran-
cez e musica) seu tio, o muito douto e ve-
nerável D. fr, António da Purificação, cone*
go de Santo Agostinho (crusio) do convento
de Grijó ; chronista e visitador geral da sua
ordem, e lente jubilado em theologia, da uni-
versidade de Coimbra:
Nem só o dr: Alão, tãa notável peks seus
vastos' talentoso raras virtudes, tem por pá-
tria esta freguezia. Pôde alé dizer-se que,
nenhuma das do districto tem produzido tan-
tos varões merecedores de que seus nomes
oCcupem disiincto logar n'esta obra, como
S. João da Madeira.
A casa dos jn^. Cardozos Cartes Eeaes, d/eu
êuk no«so8 dias o de Benio Geurdozo Corte
Real, que foi presidente da relação do Porto
o atnistro eacemplarlasimo pela sua rectidão
e intelligencia.
(Seu irmão mal» velho, o morgado José JVti-
nes Cardozo Corte Real^ também era forma»
do em direito.
Tinha dois tios frades, D. fir. luí?, qua foi
abbade do convento da Gralheira^ e^ fr. Joeé,
dominico em Aveiro.
Eata^ eaaa é aetualmeate da ar. Maiwel
Km
MAD
<MâD
Cardozo Carte Real (fittio é^Aqaelld losé Na-
nes), que casou e reside no Porto.
A casa de Fundões^ também tem dado ca-
valheiros muito considerados.
Esta casa está hoje no poder dos srs. drs.
Manuel Camossa Nunes de Saldanha e João
Baptista Camossa Nunes de Saldanha, de suas
irmans.
£ram seus tios Diogo Camossa, que'.foi côn-
sul da Inglaterra, em Aveiro e João Camos-
sa, um dos maiores proprietários e capita-
listas d'estes sítios, cuja fortuna herdaram
os referidos sobrinhos.
Era avô doestes, o capitão mór de Fun-
dões, que morreu em Arouca assassinado
pelo povo, sob o pretexto de ser jacobino.
A casa da Várzea teve um doutor formado
em medicina pela ^Diversidade de Coimbra
(João de Mello), e são vivos seus dois filhos
formados em direitos, António da Silveira
Toscano e João Toscano.
A casa do Roupal deu o doutor em direi-
to José Joaquim Correia de Magalhães.
Finalmente, o doutor em direito e advo-
gado dos auditórios da Porto, Manuel Mau-
rido de Araújo, foi um jurisconsulto muito
distincto, principalmente em orphanologia.
É seu sobrinho o sr. Manoel Maciel Leite
àe Araújo, cir^rgião-medico pela eschola do
Porto, e também muito distincto na sua pro-
fissão.
Já dissemos que ha n'esta freguezia fabri-
co de chapéus de lan em grande escala, e cuja
qualidade e producção aamoal é muito su-
'perior aotuálmente a todas as fobrícas de
< Braga.
< ' O primeiro n^goeiult6 dis ca^Uos de Por-
tugal, é d*esta freguezia.
São lambem â*^lao3 maiores negociantes
-é»^ manteiga nacional
[ lA^orta S. ^oão da'Madeit^ griandes por-
'(jSe& de hin, do Alemtéjò, da Beira Baixa e
daHespanha. ' '
' Também impoJrta grandes pdi^Sbs^^e Bgo
dò Al^farve^ que se vende nod mercados éo
Porto e outros.
S. João da Madeira é hoje a primeira terra
comraerciai do districto de Aveiro, com ex-
clusão d*esta cidade.
Para se fazer idéa da espantosa actividade
commercial d'e8ta freguezia, basta dizer que
o movimento de exportação e importação nos
annos de 1868, 1869 e 1870 andou por 900
contos de réis, termo médio, annualmentet
•
Tudo leva a acreditar (principalmente a
inexgoiavel e tenaz actividade dos Madeiren-
ses) que a povoação de S. João da Madeira
(que nem ainda tem foro de villa!) será, ain-
da nos nossos dias, uma das primeiras do
districto de Aveiro : sobre tudo se o governa»
attendendo ao grande desenvolvimento oom-
mercial, agrícola e industrial doesta fregue-
zia, mandar abrir as estradas de que pred-
za, para chegar ao apogeu da sua prosperi-
dade.
Para evitar repetições, ver o que está es-
cripto a pag. 238, R R, do l.*" vol., sobre o
massacre feito pelos francezes, em 1809, eiàk
umas 300 pessoas, que trucidaram no cam-
po de Bussiqueira, d*esta freguezia.
Madeira é um appellido antigo e nobre tm
Portugal, tomado do nome doesta freguezia.
Segundo Blnteau, o primeiro que císoa
â*este appellido, foi João Martins Madeira,
aleaiideHnór de Paro, é que tinha o sen so-
lar n'esta freguezia.
Suas armas são : em campo de púrpíura,
cinco cabeças de águia, de onro, cériadas
em sangue, em aspa; elino d^ aço, aberto^ e
por timbre, meia águia de otiro, biOada éb
púrpura.
Ooth» d'este appellido usam dSB mesmas
armas, maís o timbre éukna águia de púrpu-
ra^ bicada e membradi de ouro. ' "•»
Esta famiiflt, ou se extingaitt aqiri, oa mu-
dou de appellido, porque actóalmealè Mto
ha na freguezia pessea^def represeataçio ijae
se appeMiâe Matleira^ nsm havestigioirtia
semelhantes armas em neâbmn «difioio^^taii
documento d'esta firegftezi^. • « ' '"*
* WamBm "h^tttsaia/ BMra Bttijfl%ioo-
r^v» ;
marca da Gertaó, concelho de Oleiros; 100
iLfloitíetros da Ttlla do Crato, 200 ao k de
Lisboa, 160 fogos. *
' * Em 1757 tinha 44 fogos.
' ' Orago, Nossa Senhora do Carmo.
Dislricto administrativo de Castello Bran-
co.
É do grão priorado do Crato, pelo que está
desde 1834 annexa ao patriarchado.
O commendador de Malta, qne residia n*e3-
ta ilha, em nome da ordem em Portugal,
apresentava o cora, eollado, que tinha réis
"WOOO, e o pé d'altar
Depois da tomada da ilha de Malta, pelos
inglezes, o padroado doesta egreja, passou a
se rate 183^ dos grâos-priores. (Vide Crato.)
HIADIOSO-^portugaez antigo — mavioso,
enternecido, etc.
. MA6ÂClA--portaguez antigo — magia, fei-
ticerí^— de mc^o, magico.
MAFAMUDE— (também alguns lhe cha-
mam Mafamede) — freguezia, Douro, comar-
ca do Porto (3.* varà)^ concelho e* junto de
'Gàya,2 kilomeiros ao S. do Porto, 310 ao N.
de Lisboa, 850 fogos.
Eto 17^7 tinha 340 fogos. * ' '
"' Õrago, S, Christovío.
fiispadò e diátrleto administrativo do Por-
to.
O papa e os cónegos regrantes (crusios) da
•Serra do Pilar, n'esta mesma freguezia, apre-
"Sfentavam atemaiivamenteo abbade, eollado,
'4ue tinha 600*000 réis.
' Esta freguesia, está pittoreácaménté situa-
-dá 'sobre a margem esquerda' do Douro, etía
frente da cidade do Porto, q^ue toda se Vé
'^'esta fregueria, a qual é um arrabalde de
^Vffia Nafta de Gáya.-
•Ma • '' ■
%
N*esta freguezia no sitio antigamente cha-
iníido âè'5J molkw, ÁrMeijúeirà, (AiCòim'
'è^ío^, éStSto às mat^gestosás tíxiúaà do mós-
'téhpb de conegí^ íégranteá deSântb Aí;òsti-
'lAoi da itivocaçíò' de Nosáá'Si8tffidi'a -dò Ã-
'*i^fé j^iíliio^ictóoífd àltío^o noine dê Èeii*a
/ '^M'em'ití6à^ú^taúãilAb'^irÒ jftíòr «o
'4WiJte!fè1W' ffíflâr (4a ibmA tiíáémph. ft,
Bento de Abrantes. v '-'i"^*^
MAF
^
Lançou -lhe a primeira pedra, o bispo do
Porto,; D. fr. Balthazar Limpo (que tinha sido
frade erúsio de Grfjó), em 28 de março de
1538.
Para não fazer muito extenso este artigo,
faço a descripção completa d'este mosteiro
e do seu actual estado, na palavra P^/ar, para
onde remetto o leitor. Yeja-se também sobre
o mesmo assumpto, o que digo a pag. 252 e
324do3.«vol.
É também n esta freguezia, o tunnel dò
caminho de ferro do N., já deseripto a pag.
253 do 3.» vol.
Houve em tempos remotos, no districto
d'esta freguezia, e ainda existia no tempo
do conde D. Henrique, uma villa chamada
Portugal, que talvez fosse a que deu o seu
nome a todo o reino.
Dizem alguns, que era no sitio a que hoje
se chama Paço de Rei. Nao ha o minimo ves-
tígio de semelhante povoação. Vide Portu-
galy villa.
Ha ti*está freguezia, muitas e boas quintas»
uma fábrica de fundição de panellas dè fer-
ro, fabricas de louça (de barro preto e de
Taiança), uma fabrica de vidros e varias de
tecidos de liáho e algodão.
Dôve ver-âe a palavra Gaya.
Não posso dizer 6om certeza qual é a vei^-
áadeira etymologia do nome doesta fregue-
zia ^^ o que posso com certeza asseverar é ser
palavra árabe: ' *•
Tenho dito muitas vezes n*esta obra, que
os árabes aspiravam sempre oh. ' '
• Nós mudámos o h d*elles, em f. ^
Se a palavra vem do árabe Udhamede^ (fá»
nós* pronuiltSamos Bafamèdey é o nome pro-
^rio^ de Ifomem, o* mesmo que ifàfâmáth
Mahomety o propheta dos tnotlros e tufcSs
'r-iísipostôr bôm conhecido. ' ' -'^
Se vem de Mahúrhude^, isignlfica a itlatifit
médiisiBiala ijáe nós damosonoÀoiò^úé éèiíà-
tnonéa. <
Se, finaloifniti, t^m de MáhnMS, é Úm^
próprio de mulher, e sig^èk (i*'2Altim^
94
MAF
pois se deriva do verbo hamada, qae signi-
fica louvar.
Jà vêem que qualquer doestas três etymo-
logias i<ão plausibiiiâsimas, pela sua grande
semelhança (quasi identidade) de pronuucia.
Faz-se n*esta freguezia uma grande feira
de ga<]ip a 8 de setembro de cada anno; e,
no mesmo dia, uma concorridissima roma-
ria a Nossa Senhora do Pilar (na egreja do
mosteiro), aonde vem grande multidão de
portuenses. *
Para se íazer idéa da gente que concorre
da outra margem do rio, basta dizer que tem
annos, em que a ponte rende n*esse dia réis
70^000, afora a gente que vem embarcada.
MAFRA— villa, Extremadura, cabeça de
concelho, na comarca de Cintra, d*oude dis-
ta 15 kilometros ao N., 35 ao N. de Lis-
boa, 900 fogos.
£m 1757 tinha 589 fogos.
Orago Santo André, apostolo.
Patriarchado e districto administrativo de
Lisboa.
A mitra apresentava o vigário, que tinha
200i|K)00 réis de rendimento.
Mafra vem da palavra árabe — Mahafra —
a cova — deriva se do verbo hafara, cavar,
abrir cova?, etc.
É povoação mnito antiga, e presume- se
que já existia no tempo dos romanos ; mas
ignora- se o nome que então tinha. O que é
certo é ter já o nome actual no século IX.
D. Afifonso Henriques a tomou aos mou-
ros, em' maio de 1147.
O primeiro foral d'esta vílla foi lhe. da-
do por D. Nicolau, bispo de Silves, em LJb-
boa, no mez de março de 1189. (Ga^ 13
maço 1, n.* 21. fl, 3 v.)
D. Diniz lhe deu foral» reformando o án-,.
tigo, em 1304. (Gav. 9, maço 10, n«« S7, fL
S T., in principio.)
D. Manuel lhe deu foral novo, em Lisboa,
JK> i.* de Jonho de 1513. {Uvro de foraes
wwos da Extremaduray fl. 215^ coL 2^)
Tem nrisericordiay e hoapitaL
timafeniL^
MAF
Tem estação telegraphica.
Feira no 3.« domingo de julho, 3 dias—
e a 30 de novembro.
No seu termo estão os fortes de MUreu
e Santa Suzana, desartilbados a abandona-
dos.
O papa João XXI (Pedro Hispano) nata-
r^l de Lisboa, baptisádo na egreja ae S. Ja-
lião e por isso chamado (antes de ser poa-
tiOce) Pedro Gião (Pedro Julião) foi feilo
prior de Mafra, por D. Affonso III, que mui-
to o estimava, pelos annos 1250. (Vide Lis-
boa, no logar competente, do 4.'' vol.)
Próximo á villa, está a capella de Nossa
Senhora da Paz, onde se faz a entreg» da
bandeira do círio de Nossa Senhora da Na-
zaretb, e se põe em ordem a procissão, pa-
ra dar a sua entrada triumphal na vllla.
O concelho de Mafra é composto das Í4
freguezias seguintes: — Alcainça, Azueira^
Chilleiros, Enxara do Bispo, Egreja-Nova,
Ericeira, Fanga da Fé, Gailés, Gradil, Ma-
fra, Milharado, Reguengo da Carvoeira, San-
to Izidoro, e Sobrai da Abelheira. Todas no
patriarchado.
Mafra é pátria de muitos varões illnstres,
distinguindo-se entre elles— />. Estevão d&
Jesus Maria, da ordem dos menores obser-
vantes, da província da Arrábida. Nascea
a 26 de dezembro de 1787. Foi eleito bispo
de Meliapor em 24 de junho de 1825; Foi
transferido para Angra (Açores) em 3 de
agosto de 1827, e confirmado no consistório
cde 28 de junho de 1828. ^ £' o prelado
actual d*esta diocese.
» '
. Foi j esta villa o solar de um ramo da do-
ÍÚUssiina familia dos Vasconcellos, o qual
.eca lenhor donatário de Mafra. As armas
d!ésta Çsunilia, ião-~escudo esquartellado ;
ijio 4.* e 4.^, as armas de Portugal, no %•
as dos Vasconcellos, e no 3.* as dos mar-
quesas de TaUença. (Vide Ca»teUo JKMkoTp
e Lisboa, no palácio dos marqaezes d'eaie
titulo.)
MÂF
MAF
2&
Cat>ella de Nossa Senhora
do Livramento
Esta capella é na fregaezia da Agueira,
d'este concelho ; mas, como não foi alli, e
desejo dar aos leitores a narração legeioda-
ría d*esta ermida e da sua imagem, decidi
d«screvél-a aqui, por ser no concelho e pró-
ximo de Mafra.
No anno de i639 havia em Lisboa xxm
mancebo muito devoio de Nossa Seobora,
o quai embarcou para a índia, para alli
exercer um emprego muito importante na
cidade de Goa.
Tinha elle muita amisade *a um padre»
qne tinha sido seu condiscípulo, chama-
do Mathefus Ribeiro, letrado e pregador,
que depois foi parocho no logar da Â2uei-
r# Quiz deixar ao seu amigo uma preuda ,
em^ memoria da afTeição que lhe dedicara;
a prenda foi uma imagem de Nossa Senho*
ra, á qual dava o titulo de Senhora do Li-
vramento, para que o livrasse de todo os pe-
rigos.
Pela mnita devoção que este mancebo ti-
nliA a Nossli Senhora, entendeu que não
pedia levar a sua imagem com a devida de-
cência em sua nau, e, para ser tratada com
toda a veneração, áeixou- a ao seu amigo, e
assim lhe entregou a melhor joiã que pos*
suia^pedfodolhe que rogasse á Hã^ de
Deus o livrasse dos muitos trabalhos e pe-
rigos a que estão sujeitos os navegantes. •
Réc€(beU o padre Matbeus Ribeiro a ima-
gem. Tinha ella o menino Jesus nos bra-
des, e na mão esquerda uns grilhóes de pra-
ta, por insigoia do seu titolo ; alguns vinte
e oito annos a conservou no seu' oratório,
tanto; quando residia em Lisboa, como quan-
do habitava no logar da Azueira:
Dtíranie este tempo recebeu grande^ be-
nefiCfJos^ liVrandosè de muitos trabalhos e
privações todas as vezesque recoi-rlá á pro^
ttfcção da Samissima Virgem Màría ; no ikn
^s vinte e oito ânuos, entfai^ em easa
^este clérigo umá pessoa devota, e tendo
visto algumas vezes no oratório esta linda-
imageín, disse^lhe tqfue se admirava do a
nio levar á eg^e}a para Ibe dedicar ctíilto e
e excitar no^ povo deVoçao.
Conhecendo o sacerdote que a proposta
era ju«ta, desculpou-se, prometterido fezer
uma festa nas oitavas do Natal.
Levando a imagem para a freguezia, col-
locoua no altar-mór, e fezlhe uma festa.
O povo ficou tão âfiFeiçoado e devoto para
com a veneranda imagem, que pediu que a
deixasse na egreja, porque estava prompto
para a festejar.
Vendo o clérigo a devoção do povo, co-
nheceu ser isto vontade de Deus; propondo-
lhe se queriam edificar uma ermida à Se-
nhora. Não obstante o povo estar muito po-
bre, por causa da guerra que então havia
entre Portugal e a Hespanha (e para a qual
contribuíam com tributos pesados, os paea
vexados, tristes e magoados, tirando-lhe os
fHhos para o exercito que ia para as fron-
teiras, o pão caríssimo);^ assim mesmo offe-
receram-se para o ajudar no que podes*
sem.
Escolheu -se o sitio mais próprio para a
edificação, n*um campo pouco distante do
logar.
Collocouse alli uma cruz em signal da
posse qn^ se tpmaVa do sitio.
No domingo seguinte fizeram -se as offeir-
tas, que chegaram a 27:000 réis. Com a es-
mola de sete tostões, que logo receberam,
abriram os alicerces, e deram principio à
edificação da egreja, em 20 de setembro de
1655, a qual se concluiu em breve tempo,
tratándose logo de determinar o dia em
que a Senhora álH havia de ser collocada,
qtie foi no segundo domingo de novembro
de 1650, concorrendo os parochos, confra-
rias e muito povo dos logares circumvisi-
nhos, havendo por essa occa<)ilo verdadeira
alegria em todos os corações piedosos.
Collocada a devota imagem *na sua nova
egreja, faltava a licença do ordinário para se
poder celebrar missa; obtida essa, celebrou se
a primeira no dia de Reis do anno de 1657, '
havendo por essa odcasião grande concurso
de povo, que deu logar a reconhecer-sea ne-
cessidade de se lediftcar duas grandes casas
para se abrigarem os devotos romeiros
que abi se dirigiam cdbtinuamente a faze-^
rem suas novenas e a cumprirem promes*
saB.
s»
MAP
Descobriu se por essa occasião próximo
da egreju ama fonte de agua crystaliaa, que
até hoje nunca cessou de fertilizar aquelle
Bilio, ao passo que, bem próximo outras sec-
cam na estação calmosa.
Augmentando a devoção e as esmolas, de-
ram principio á capella-mór, que é de abo-
bada, e a outra nova e maior sachristia.
Dezenove confrarias se instituíram) con-
tando se n'este numero uma da cidade de
Lisboa) todas bom o fim de irem a este
logar annualmente festejar a Virgem, e as-
sim vô-se aquelle siiio^ que algum dia foi
matagal, convertido em lindo arraial pelo
muito povo que alli rae.
A maior romaria é em dia de Todos os
Santos.
Antigamente não havia caminho para
aquelle sitio, hoje ha o Larmanjai e boas
estrada.s' e grandes povoações, como o Gra-
dil, o Turcifal, a Freiria, a £ncarnaçãQ e
Yilla Franca do Bosarjio.
Escreveu a historia da fundação da egre-
ja da Senhora, o referido padre Matheus
Ribeiro, a*um livro intitulado: Compendio
histórico da egiyja de Nossa Senlwra do Li-
vramento.
(Extrahido do semanário *0 Catholico*),
•
Bi^ilioa d« Hafira
Vou tratar agora do, por^tantos respeitos,
celebre palácio, mosteiro e quartel militar
de Mafra : d'esse triste e eterno testemu- ^
nbo da prodigalidade de D. João V; d'essa
fanfarronada de pedra e cal, que nem mes-
mo pôde ía2er-nos recordar a prosperidade ,
e. riqueza d*aquelle monarcha; pois todos
sabem que elle andava sempre crivado de
dividas, e chegou a deixar quasi morrer de
fome os operários das obras de Mafra, e do
ouiras partes^ pois lhes deveu annos de jor-
naes.
Tenho sido accusado por alguns leitores,
por descrever com muita rapidez os mos-
teiros de Alcobaça, e da Batalha. Parece jus-
ta esta aocusação ; mas não o é. Se eu des-
crevesse miúda e cirwmstanciadamente es*
tes e tantos outros monumentos portugus-
zes^ esta obra chagaria a mais de 40 voinr
MAF
mes, e nem a vida intara de um liomem-
seria sufficiente para a concluir.
Quanto mais— nas localidades onde des-
crevo esses monumentos, com a brevidade
que o diccionario comporta^ tenho sempre
o cuidado de indicar aos leitores que dese- ^
jarem amplas e minuciosas noticias sobia^
esses monumentos, os livros onde acham
tudo descripte com vagar e circumstancia*
damente.
Para este edifício dô Mafra, podem con-
sultar as obras seguintes : — Atmo Histórico,,
vol. 3.», pag. 2ÍÍ, n.» S^Descripção minu* ,
ciosa do monumento de Mafra^ por o sr. foir
quim da Conceição Gomes— Mosaico e syl-
va de curiosidades históricas^ litteraiias ^
biographicas, pelo sr. Camiilo Gastello Bran-
co, pag. ^^-^Archiw Pittaresco, vol. 3.*", pagi
17— e vol. 4.% pag. 113. •
Ha muitas mais obras que tratam de Ma-
fra ; mas nas indicadas acharão o sufi&cieo-
te para ficarem conhecendo tudo quanto s(v
bre a matéria podei^em des^ar^
D. João Yi casara com D. Mari^^na 4^
Áustria, filha do imperador Leopoldo I, GOk
26 .de outubro de 1708. Como passassaoi
dois annos depois dVste casamento sem ha-
ver, suceessão» o rei prometteu a Santo An-
tónio de Lisboa edificar a basílica de Mafra^.
se a rainha lhe desse herdeiros á coroa. .
O milagroso $anto attendeu ássi^pplicaa
do consternado monarcha, que teve logo eni
4 de dezembro de 1711 a princeza D. Ma-
ria» que casou çom o príncipe das Asturiaft^*
—em 19 de outubro de 1712» a D. Pedrc^
principe do Brasil, que morreu a 29 de ou-
tubro de 1714— em 6 de junho de 1713, o
principe do Brasil, D. Jos^ depois rei, L*-
do n(>me, que casou em 1728,. com a príur
ceza D. Marianna Yictoria, filha de Philipf e
Y, de Hespanha— em 2 de maio de 1716| o^.
infante D. Cario»— em 5 de julho de 17i7».
o infante D. Pedro, depois III, e> finalmente^,
em 24 de setembro de 1723, o infante D.
Alexandre, que morreu a 2 da agosto da.
1728.
Já se vô quanto o aósso popular Santi^
AntoQio satisfez prodigamente os ar^fiteii.
desejos de D. João Y, qo^ nàp, querendo fi-
car iatárior em generosidade, excedeu e
muito a proDoesaa que lhe havia leito.
LaDçou-se a primeira pedra n'esu mons-
truosa fabrica, no dia 17 de novembro de
1717» eom tanto fausto e magnificência, que
aó n^eata solemnidade se gastaram 200;000
onísados (80 contos de róist)
O risco primittivo não foi executado. D.
João Y promettéra lazer um mosteira para
13 religiosos arrabidos (franciscanos)— de*
po&B) qoin que fosse para 40, e, por fim de-
cidiu que âeria para 80 ; e finalmente, para
300 ; e foi em conformidade com esta ulti-
ma deciãíSD que se fez o ultimo risco, que se
executou*
Tinha-3e principiado o convento com maiaí
acanhadas dimensões, quando o architaeto
aUetpão^ Jgào Frederico Ludovice» apresen-
tou ao rei um (dano vasiissime, que não só
cwuprejbiendia o ampio convénio, mas tam.^
liem um sumpiuoso paiaeio. D. Joio Y ap-
provou logo o íTíbco, e para o levar aeffeito,
foi iMreclso alargar oa limites de toda a ohra
cemeçada, desfazendo- se tudo, para .rebai«-
xar o monte e desfazer um rochedo que
eslava ao sal
, Só a'«sta obra se gastaram 38 contos de
léis por mez, trabalhando n'ella 5:000 ope-
rários e 500 cavalgaduras; gaetando-se diai
Piamente 30 arrobas de poivora, para des-
•faaec o rochedo.
Treze annos durou a constraeçae do mos-
teiro, trabalhanâo diariamente 20:009 a
15:000 homen» , e 1:380 Dois, para aearre*
tarem pedra. Bste numero augmentava po^
Fém, guando se queria dar maior impulso ét
obra.
Diz o auctor do Gabinete Histórico^ que,
pelos róes de junho a outubro de 1730^ con-
sta quie> estavam matriculados, nas differen-
tes lépadTtiçdes das obras de Mafra, 4lk000
peaioAfii entrando n^ate numero 7:000 jsol-
dades de todas as armas, que, além do 8«i
»ide^ venciam 150 réis por dia.
Aecrutavam-separa a obra os officiaes e
tnbaUiaàefteSi como para uott guerra—
apenávam-se canos, oavalgadUraa e mater»
naes — ^finalment^ Pzeram*Be' tod<}B os te-
MAF
27:
xamee a que o povo está sc^eito, sob um
rei como D. João Y. Os fidalgos e auctori-
dades, querendo agradar ao rei, praticavam
todas as violências imagináveis, sem receio
de castigo, nem mesmo de censura.
Os operários adoeciam em Mafra, aos ceh*
tos; sendo preciso fazer-se alli um hospital
de 8 enfermarias, com camas para 335 doen-
tes, e duas com 240 leitos para os convales-^
centea.
Nao se sabe quantos operários falleceram
durante a obra; apenas se sabe que desdo
1729 até 1733 ^traram no hospital 17:097
doentes, com os quaes se gastaram n'estes
5 annos, 92 contos de réis.
Note-se que quasi todas estas
ultimas despesas são pqsterio-
res à sagraçào do templo quan-
do o convento e palaek) esta-
vam Já habitáveis; continuando
apenas outras obras modernas,
que se tinham dado por arre^
. matacão, pagando p rei (ou pro-
mettendo pagar) umaconsigna*
ção semanal de 20 contos de réi»
A ordem architectonica doeste monumen-
to, ó a denominada italico-ciassica.
Xto U>4o.o edifício 5:200 portas e janda-
ias; duas torres, cem 48 sinos cada uma,
que tocam por dois carrilhões, e são afina-
d<iA'por music^..As torres leem cada uma 315
palmos d*altura (70 metros).
D. João Y encommendou
para uma fabrica de Antuér-
pia o machinismo de um car-
rilhão, e sendo -lhe respondi-
* do que elle lhe custaria 400
. contos de réis, respondeu cos-
telhanamente: «Ftsío ser tão
barato, qu^ro dois carrilhões,
em tez de w».» (1)
(1) Ou o numero dos sinos íoi augmenta-
do, ou o constructor, vendo a prodigalida-
de do rei, lhe augmentou o preço; porqpe
consta que os dois carrilhões custaram. 3
miUtões de cruzados. Ambos teem a marcd^
de lÀege,, (Nos 3 milhões entra o transporte
e coiloeai^ dos carrilhões.)
No tempo dos frades havia 24 donatos ex*
clusivamente destinados para os toques
dos earrilhdesj dirigidos por um reioioeiroi
leigo, . . •
28
MAF
Tem 886 salas e quartos, e muitos pateos,
terraços e jardins.
* ' Cada uma das torres da egreja tem 15:000
anrobasde meul (225:000 kilogrammas.)
O sino das horas pesa 800 arrobas (12:000
kilogrammas) e o seu martello 20 arrobas
(300 kiiogrammas).
Os dois sinos dos quartos estão logo por
baixo do das horas.
Os martellos de todos os sinos são puxa-
dos por três grossos arames de ferro, pre-
sos ás teclas, de um admirável jogo de reló-
gios.
Por baixo dos sinos que batem os quar-
tos, ha mais 6 sinos de desmedida grande*
xa. Isto em cada uma das torras.
O sino maior de cada um dos carrilhões
pesa 700 arrobas (i0:600 kilogrammas).
Antes de tocarem as horas, tocam minue-
tes e outras harmonias, por musica.
Todos os sinos e sinetas d'este edifício ex-
cedem o numero de 300.
Todas estas obras levaram a construir i3
annos, dia por dia; mas nem só elias absor-
Iferam milhares e milhares de contos; os
riquíssimos paramentos da egreja, segundo
disse D. João V, a uns estrangeiros, a quem
os mostrou, custaram mais do que iode o
edificio.
 entrada da egr^a se admiram 58 esta-
tuas collossaes, de mármore, representando
os fundadores das ordens religiosas, tendo
umas >,^6 de altura, outras 2",24.
Foram quasi todas esculpidas por artistas
nacionaes, discípulos de Alexandre Justi,
italiano, i.» director da casa do risco, funda-
da em Mafra, para servir de laboratório de
escuiptura e architectura, p^ra as obras da
basiliCH, paço e mosteiro.
O justamepte célebre zimboiiOy é de pas-
mosa magestade. O remate da sua abobada
é feito por uma pedra, que já veiu feita da
Este )ogo, todo de bronze, açò e ferro, é
de uma pródiga magnificência, pelos seus
primorosos ornatos, e assenta em pau
santo.
Toda esta machinase move oom tresenor
mes pesos de chumDo, equivalente a 9:424
kilogrammas, os quaes puxam 3 grossos
calabres de cânhamo, descendo por duas
calhas, até ao pavimento dè cada torre.
MAF
pedreira, e, ainda assim, foram preeis»
juntas de bois para a trazerem.
Para a obrarem, trabalhavam á larga, 4i
canteiros.
Os mármores, luxuosamente esculpidos^
as suas madeiras do Brasil, os mosaicos, as
pinturas, as magnificas alfaias e utencilioa^
tudo se vô com profusão n*este gigantesco
edificio.
O retábulo da capella-mór, é da escola ro-
mana e magnifico.
A casa da livraria é sumptuosíssima, . osr-
cada de magestosas galenas, e pôde conter
25:000 volumes.
(Tem 88 metros de comprido e 10 de lar-
go, e o seu pavimento é formado por um bel-
lissifflo mosaico, de mármore, de variac e5-
res.)
Tinha este edificio, em varias partes, so-
berbos quadros a óleo, dos mais aflstmados
pintores nacionaes e estrangeiros; mas qxuo-
do D. João Yl (então ainda príncipe regenlB!^
fugiu, com a família real para o Brasil, eon
muito boa tenção de nunca mais cá voltar,
levou de Mafra todos os seus melhores qaa-
dros.
D*elles apenas hoje se vé o sitio e os títu-
los, que, por serem escriptos nas paredes^
não poderara ser. . • levados, e lá ficaram no
Rio d» Janeiro.
Os auctores da maior parte d*estes quA-<
dros, eram : Taborda, Foschini, Calixto, So-
queira « Cyriilo.
Representavam alguns dos mais gloriosos
factos da nossa historia, ligados aos nomes
illustres de Vasco da Gíama, de D. João &m
Castro, de Aflbnso d'Albuquerque e de oa->
tros beneméritos da pátria.
A fachada principal do edificio, que ollut
para 0^ é dividida em trescorpos; o do cen-
tro é a egreja, o do S. se denomina residen*^
ciada rainha eo do N. se chama residenekí
do rei; ambas de quatro pavimentos, que re*
matam em espaçosos terraços, «obre os qaaea
assentam dois magníficos torreões de eaitta-
ria, optimanMDte lavrada^ que sobem 2Sofia*f
tros acima do pbno dos terraços.
Além d'esies torreies, que floam nos aa--
MAF
MAF
29
gfilos extremos da frootaria, s^bre a plata- .
banda se elera o magestoso zimbório e as
duas torres da egreja, todo de elegante eon-
âmieçao e de bella cantaria» com 44 metros
de altura, acima do nivel dos terraços, ter-
minando em uma cruz de ferro, cfue pesa,
cada uma, 3:336 kilogrammas.
O zimbório, imitando a célebre cúpula da
«greja de S. Pedro, em Boma, é como este,
dobrado, que vem a ser, duas cúpulas con-
Ci^ntricas, com escadAria entre ambas, por
onde se sobe à varanda que circnnda o zim-
bório exteriormente (como o do Coração de
Jesus, ou Estrella, de Lisboa), e do qual se
gosa uma extensíssima e formosa vista, de
lerra e mar.
Dá accesso para o mosteiro e palácio, uma
rampa, embrexada de seixos brancos e pre-
tos, que termma em um terreiro, onde co-
meça o lâuço da escadaria que õá ingresso
ao átrio, ou vestíbulo de abobada de mármo-
res, e o pavimento lageado em itadrez.
Seis columnas de 9 metros de altura, en-
tre a base e o capitel, que sustentam a tri-
buna da' casa da Benedictione, formam O pór-
tico, adornado com as 58 estattias de que já
fòlhi.
'A tribuna tem3janellas; aos lados da do
meio estão as estatuas de S. Domingos e de
S. Francisco, e por baixo, sobre o frontão do
pórtico, as de Santa Clara e de Santa Isabel,
rainba de Hungría.
Na cimalha, sobre tiraa grande pfaca oval,
de mármore, estão esculpidas, em baixo re-
levo, as imagens da Santíssima Virgem e de
Santo António, de Lisboa, padroeiros do con-
vento.
Em am domingo, 22 de outubro de 1730,
dia em que D. João Y fazia 41 annos de eda^
da (nascera a 22 de ontubrò de 1689) sagrou
0>{nrtriareha de Lisboa, o navo templo de Ma»
fra^ âedi^ndo*o á Santíssima Vii^eme ar
Santo AMooio.
' Fez-se esta solemnldade eceremonla edm
ai^pi^mpã 6 «agnificenoiía próprias da>pro4ÍH
g9lldaíd« de D. Jo&d^ Y, qu«i, eotn toda a tk-
olilia real, assistiu a este aitto.
- Coticorrett toda^ a alta nobreza da capital^
vários prelados, os cónegos e dignidades da
Sé patriarcbal, e immenso concurso de povo.
Principiou a funcçao pelas 7 boras da mà-
nban, e só terminou pelas 5 da tarde.
Deixou o patriarcha clausurado, no altar
da capellã-mór, em uma caixa de prata dou-
rada, as relíquias dos doze apóstolos e de
S. PaulO) S. Lucas, S. Marcos e S. Bernabé.
Seis graúdes órgãos tocaram durante a ce-
remonía, e no flm d'ella foram dadas salvas,
por 4 regimentos de níí44cias; e os repiques,
dados por 116 sinos f
Pelas *? horas e meia da noite, foi ]antar a
communidade, que se compunha de 32(^fra-'
des, que foram servidos á mesa, pelo rei, o
príncipe real e o infante D. António.
Depois do 3.» prato, como o rei e seus dois
filhos não bastassem para o serviço de tanto
frade, ordenon D. João Y, qne o ajudassem
os seus camaristas.
Depois do jantar, foram as pessoas reaes
e os religiosos para o coro, ouvir o sermSo,
e assistir aos cânticos «agrados que se lhe
seguiram, o que tudo levou até ás 3 boraa^'
da manhan.
Esta solemnidade importou á nação na ba-
gaiella de IK) contos de réis !•
Tenbo visto avaliar a importância das
obras de Mafra, por uns em i9 milhões de
crtisados, por ontros em 25 e por outros etn
48.
Não ha porém differença senão no modn
de fazer o calculo.
Segundo os dados mais rasoaveis, o edífi-
cio custou 19 milhões de ernsados, os carri-
lhões 3, as pinturas % as relíquias 1, feetas^
esmolas, jantares, etc. 1, paramentos, uten-
silíDS( alfaias, mobília, etc. 22, e aqui temos
08 48 milhões, ou bbssnovb mil b duzent^os
CONTOS DBIHâUst ' -
Quantas léguas deestradas se podiam
cotíi»tttiir; quantos canaes se podiam abrir;
quantas obras de publloa ntitidade se po-
diam- fazer; oom tanto dinheiro, gastado pa
ra edificar este monstruoso ediâeio; hoje
deababitado?
Aqueliflft vastíssimas salas, estSo deserta»,
aquellas compridas galerias estão triste^ e
sIlèneíMto. Aquelle magesloso templo onda
30
ttAF
eçeoaTam es csuiUcos sapados dos rdigio-
806 da tereeira Ordem de S. Francisco e de-
pois dos eoDegos regrantes de Saato Agosti-
nho (crosios) está hoje tndo esqnecido e
atiandonadot
Depois da eitiflcçào das ordens religiosa^
em iS34, tem o governo dado diversas ap-
pliea^^õos ao mosteiro de Mafra, qnal d*ellas
a mais disparatada e prejudicial.
Tem servido de quartel militar ; de esco-
la de recrutas ; de estação de soldados in-
c^rregiveis ; de colégio militar» de a^lo dos
filhos 4os soldados, etc., ete.
Que destino lhe darão âmanhan ? Deus o
sabe.
Teem cahido alguns «raios n'este edifício;
mas os qne lhe causaram maiores prejui-
sos» foram os que eahiram em 1731 e 1786.
Moito se tem dito e escripto d'esta obra e
do seu fundador ; e todos .são concordes em
que tal obra, e em similhante sitio, foi uma
inutilidade e úm disparate monumental
S^séã teve de bom esta infeliz fanCarrona-
da de D. João Y, senão dar impulso ás ar-
tes plásticas em Portugal ; creando umas,
f^aendo reviver outras e aperfeiçoando o
resto*
Quando se dizia: — «aquelle foi artista nas
obras de Mafra»— tioha as inquirições tira-
das, para ser julgado bom artista no s^u
officio.
. O nosso esclarecido litterato, o sr. Ale*
xandre Herculano, diz :
tColloeae, peia imaginação, Mafra a^ pé
•da Batalha, e podereis entender quanto ó
t clara e precisa a linguagem d'esta8 chro*
•nieas, lidas por. poucos, em que as gera-
«çdea escrevem mysteriosamente a historia
«4o seu viver. A Batalha é grave como o
•vulto homerieo de D. João I ; poética e al-
tiva, oomo os eavalieiros da áia de Mem
«Rodrigues; religiosa, tranquilla e santa,
«oomo D, Phillippa, rodeada dos s^^ cinco
«filhos.
.«As mc^if quo' ediâearam Santa Maiia da
ItAF
«Yictoría, meneando as armas em Aljidiai^
•rota, deviam ser vencedoras. A Batalha re»
«presenta uma geração enérgica, moral »
«crente — Mafra, orna geração afeminada»
«que se finge forte e grande.
•A BakUha, é um poema de peéra^Mafra
«tima Mmsabaria de. mármore»
«Ambas éccos perennes, que repercutam
«nos séculos que vão passando,, a ezpres*
«são complexa e toda a vida ciara e exacUk
»de duas épocas históricas do mesmo poT#^
«sua juventude viçosa e robusta, e soa ve-^*
•Ihice caeheUea.»
O sr. Gamillo Castello Branco, no seu Mo-
saico e silva de curiosidades históricas, de-
pois de narrar as causas a que se deve o
ediíicio de Mafra, diz :
«Sahiram, logp que a rainha deu signaea^
de fecunda, três frades para Mafra, a fun-
dar o hospício, e D. João Y foi pessoaU
mente escolher o logar do convento.
«As expropriações e damnos^ causados-
aos agricultores convisinhos» em diversas
épocas, sommaram 14:738Jti50 réis.
«O primeiro voto do rei, tinha sido ecoiM)-^
mico: a promessa feita a Deus, era de con-
vento para 13 frades. Depois, subiu a 40.;
depois a 80 ; e ultimamente a 300. N*esta
conformidade delineou o architecto allemãp
Ludovice, a sua traça.
•Cavaram- se os alicerces a braços de. 400
aié 600 homens por dia, e a 20 pahnoa der
profundidade.»
Depois de discorrer sobre a edifieaçic^
d'esta pia parvoice (como elle lhe chama)
ott doesta bagatella maravilhosa (oomo Ikd
chama também o sr. Alexandre H^colano)^
tffinscreve o sr. Gamiilo Castello Branco 4
carta que um abbada benedictino eserevea.
a outro, 4o mosteiro de Tibães, cujo origi*
nal se guardava no cartório d'es(emosteirOtf.
Não só por os achar justos e curiosos ;
mas também: para- provar aos encanúçadoa;
detractores dos fra4eS| qne estes não eram
tão bypocritas, supersticioaos e^ ignonaatMi
como aquellea ftfetenclem íaner aoreditiuíh-
MAF
MAF
ai
copia aqui ali^iins períodos da referida car-
ta. £il-M :
c£m primeiro. logar, Joi errado.o ipeiodo
eoDstranger oa hoBieD» n^esta appetite^a
obra, por ser voltmtaria $ não ulil e neces-
taiia ao reino ; porque o príncipe^ aíada
que soberano, não teni domínio n^ liberdade
dos seus vQssalloSt a os coj2straD|[er invo-
luaCarios, nas cousas que privativamexxe
pertencem ao gosto do mesmo príocipe, q
quando obra absoluta, fica transgressora
do direito natural, como quaiquâr outro
particular^ Testemunhas da coacção e da
violência, não somente somos nós^ 4iue eom
08 nossos oibgs vimos a tantos bomens ar-
rastados pelas estradas e ruas, com cor-
das e cadeias, conduzidos por beleguips, co-
mo dilinquentes justiâcados; como também
sfio as mesmas pedras, aquém feriam os
gemidos famintos em que desafogavajm .
aquelies corações afflictos, ou já porque se
consideravam reduzidos a estado de escra-
vidão imerecida, ou porque na tyranoia
dos eondueCóres experimentavam inbuma-
nidades.
•Foi errado também o meio de se fabricar
e magnifico edifieio á custa das (áxendas
sdbeias» porque o príncipe não é senhor das
faxendas dos 4eus vaesallos, para as con-
verter'edisiribuir ao^eeu alvedrio^ eé al9io«
tolamente contra a lei divina» tomar o alheio
contra a vontade de seu dona E note bem,
meu amigo, se é que pode caber na com*
prebeasão^ o que pode ser.abysOM), as per«
das e damnos em que se tem arruinado eeto.
reino, com as obras de Mafra, pasae a dea-
correr particularmente por ellas e achará
qfii» nem uma só pessaa õ^^e^ reino ppdfs-
rá dizer com verdade^ que se ach^ «lUmida.
d'ellas ; e, como pelos efiTeitos chegamos ao
conhecimento das^causas, reeorra Y^ R.!°*
ás lagrimas que se tem- chorado e se vão,
chorando, para d'ellas inferir aj^ perdas e.
damuosi que são as lagrimas com que se
explicam oa vassaUos opprimidos.
«Choram os homens as perdas dos seus,
bens,, convertidos contra vontade. sua em.
.vaidades; choram a perda da saúde, em
pontíaiiO( giro de trabalho, .expostos ao ri->
•gor do frio, sem cama, em um deserto ; no
«intenso das calmas, sem sombra nem abri*,
«go; choram a miséria da fome, sem paga*,
«mento ; choram a perda das vidas e das ai*
«mas, na falta dos sacramentos, em artigo
«de morte, com evidente perigo de salvação^
«Grande miséria!»
Mais adiante diz ainda a carta do frade:
«Se são estes os meios, meu amigo, diga**
me V. R.»', fallando como homem e como.
catholico, como pode ser o seu fim, do agra*
do de Deus^ Porimais que me digam que
esta obra se encaminha ao serviço de Deus
e seu louvor, por força de fé, estou obriga-
do a crer que não pode ser do agrado de
Deus. As obras de que Deus se agrada, são
as de misericórdia e justiça^ exercitadas co-
mo vú^tude* Obras feitas contra a justiça e
misericórdia^ são obras do diabo, qus não,
de Deus, Furtq^r para dar esmolas, é pro-^,
posição, condamnada. Fazer templos dedica" >
dos 4jL Deus, com prejuízo de terceiro, á custa,
do sangue dos pobres, não se ajusta com a.
lei que professamos. E, se não pôde ser do
agradi^ de Deus, que quer o meu amigo que
vamos véraMalra? Que podemos vér que
não seja incentivo para mágua ? Que fax
que sejam mármores delicadamente lavra-
dos, se a consideração e piedade de catho*.
lico me convida a descorrer, que todo este
reino tem sido cordeiro, de cujas veias cor*
reu o sangue para amolecer as durezas do
mármore ? Que importa a inexplicável per-
feição .d'aqueile edifieio, se a razão me obri-
ga a pensar que os seus materiaes foram
amassados com lagrimas e snor do rosto .
dos pobres? Que monta a magnificência do
templo, s^ não ha pedra em cuja frente não,
est€\iam gravadas com letras de sangue, a&
efigi^s da majof violência e.tyrannia? Meu,
amigo» qoe somos nós— catholicos, ou bár-
baros? Se cathplicos, não devemos com ^,
nossa curiosidade aprovar effeitos da sp-.
berba e deshumanidade.
.«De que serve a composição dos sinos^.
para a aolfa dos minuetes, se a letra que en%
toam são os gemidos e lamentos com quo
desafoga o coração de um reino afilicto ? No
32
MAF
templo de DeQ9, a melhor solfa para entoar
sens louvorPR, é aquella que se compõe do
tempo perfí^ito, que é o da gra<;a, e a que
tem por propri^^d^dn, as boHí» consr.iencias;
por vozos, 'ÀS (irArÕe? ; por figiiraj», as vir-
tudes, por piusas, a observância dos pre-
ceitos; por pontos, 05 da p^rMcào nos cos-
tumes ; e por me^tre da capeJla, o amor de
Deus.
«Nas mesquitas dos hereges é que somente
podem fazer boa consonância os minuetes,
bons insentivos para vícios. Trocamos os
templos em mesquitas, pois vemos que para
Mafra, que havia de ser templo de Deus, se
eomposeram os minuetes das mesquitas de
Inglaterra.
«Seja Deus sempre louvado, pois permitte
que os capuchinhos da Arrábida passassem
do estado de humildes, ao da grandeza ; da
estreiteza dos cubículos, á amplitude de um
palácio ; da pobreza das esmolas pedidas,
á ração palaciana, com tanta fartura admi-
nistrada; da modéstia de frades, a bailari-
nos de minuetes, que vale o mesmo que,
de virtuosos franciscanos a uns relaxados
Luiheros.
«B outras tantas mil vezes seja Deus lou-
vado, pois permittiu que resurgisse a so-
Ijerba Babel, e que esta torre se continue,
sem nos confundir as línguas, para fallar-
mos na nova confusão i
«Finalmente, meu amigo, para vôr Mafra,
não é necessário ir a Mafra; porque ella, por
nossos peccãdos, está em toda a parte de
reino, pois não haverá n'ellê pessoa que
nlo tenha tomado entre dentes a Mafra e a
tlao traga atravessada na garganta e cora-
ção ...
' *No nome de Mafra, temos descoberto o
enygma. Vamos tirando a mascara. Repa-
re bem que se compõe Mafra de cinco le-
tras, que todas denotam a nossa perdição.
«Debota o m, que seremos »iorfo5— ò d,
assados ^0 f, fundidos— -o r, roubados-—^ •
«ultimo a, arrasta los.
. «E se assolador, roubados, fundidos, ar-
«fastados e mortos são os termos a que nos
«áchattios reduzidos, por pratica e expe*
«rfenela de justiça, estamos obrigados a Ci-
ciar mal de Mafra e destefral^-a; pois, desde
MAF
«O diluvio universal, esteve reservada, no
«calcanhar do mundo^s^ra ser o diluvio uoi-
«versai d'este reino.
«Não posso, roeu amigo, alcançar o odío
que tem o rei aos sens vassallos, nem esn
que degenerassem, para serem desherdados
d*aquelle agasalho, que mereceram aos reis
seus predecessores; porque na eonstaneiJi
do sofTrímento e l<»a1dade dos affeetos, não
os ha mais dedicados.
«O certo é que este abatimento é dispo*
sição para nos fazer apostatar da lei; para
o que é já principio, esta afíeetada quebra
com a sede apostólica; e serão os fins, a
mesquita de Mafí-a, onde, por peccãdos
nossos, veremos as ceremonias da lei es-
cripta.
«Deus nos dé da sua graça, e tenha da
sua mão para que não desesperemos da sal-
vação, e a V. R.-* dô lux para se retirar
de ver Mafra; á qual eu não chamarei tem*
pio de Deus, mas sim espelunca de la-
drões. E, por não approvar o que não pô-
de ser do agrado de Deus, não quero lúr
a Mafra, etc.»
Eis como se exprimia, no tempo da in-
quisição e no reinado de um rei absolato^
um dos membros d^essas ordens religiosaSi
(e de mais a mais superior de um conven*
to) hoje tão adiadas pelos que se díxem
amantes da liberdade.
Eis a opinião franca a desaffrontadameii*
te expendida por um frade, cuja classe é
koje p&r alguns tida como servil, super*
sticiosa, inmil e ignorante.
Terminando a transcripção d'etta nòtaTel
carta, diz o sr. Camillo Castello Branco:
«B nao continha mais a tnso/«nf^'carta do
«D. abbade betiedictitío. Relue n*elíã # quer
«que seja de verdade e justiça.
«Eseriptores coevos, em termos modera-
«dos e timidos, delataram o despotismo com
«qde às 'auetoridades ptovinctaes compel-
«Kam os agriciiltores e offlciaes a fairem
«trabalhar em Mafra. Um eseriptor, nosso
«contemporâneo, presume que D. leão Y
MAG
MÂ6
33
«ignorava as violeneias praticadas^ e.aecei-
«taTa como espontaneidade amorosa 4e sens
cyasaallos a prodigiosa eoncorreneia de bra-
«ços. (l)
«Como quer qae fosse, a pressa qae ti-
«nha o rei de reprodaár-se e o valimento
tde frei António, com aS' forças fecnndati-
«vas, qae descem do céu, geraram grandes
«angustias^ enormes disperdicios e um acer-
<To de pedaços de mármore, ^que tanto nion-
«tam alií, como nas pedreiras d'onde os qae-
«braram.
«Dos zimbórios esplendidos do templo,
«para cima está o céu, onde, primeiro que
«as orações dos frades, chegaram as lamen-
«tacões dos opprimidos pelos verdugos do
•braço real. Aquilio não convida almas de-
« votas nem poéticas. O que resumbra da
«opulência carrancuda e dura, de tanta pe-
«dra, vestida de laçarias e folbagens, é
«muitíssima hypocrisia, e muitissime oiro,
«que já vinha orvalhado das lagrimas d'ott-
«tros opprimidos d^além-mar.»
. Os marquezes de Ponte de Lima, tiaham
o senhorio da vi Ha de Mafra, pelo casamento
de D. Diogo de Lima com D. Joanna de Vas-
conceitos, filha e herdeira de D. Jòâo d« Vas
eoncellos, senhor do morgado e casa de Ma-
fra.
Ainda alli téem o seu palácio.
Está esta villa situada em um espaçoso
terreno, que fica 224 metros sobre o nivel
do mar, avistando-se, e a soa monumental
basílica, de grandes distancias.
É notável pela sua extensão, a célebre ta-
pada de Mafi-a, junto do mosteiro.
É toda morada, tendo i5 kilometros de
eircumfereneía.
Está atravessada por uma boa 'éistrada a
mao-adam, o em parte d*ella está ha annos
edlabbledda um granja modelio.
É propriedade do sr. D. Fernando.
■
MASACtÂ^l^rtiigaes antigo-^-magia, fei-
ffceria.
[ •'
M*
(1) Panorama^ 4.* vol. da i." serie; pag.
UAGDAIiÊNA— freguesia, Douro, comar-
ca {3.« vara do eivei) da cidade do PojTto»
concelho, e 4 kilometros ao SO. de Gaya, 4
ao S. do Porto, a09 ao N. de Lisboa, 310 fo-
gos. Em Í7S7 tioha 98 fogos.
Orago, Santa Maria Magdalena.
Bispado e districto administrativo do
Porto./
É terra fértil e cria muito gado.
O prior dos erusios da Serra do Pilar, apre-
sentava o cura, que tinha 50^000 réis e o pé
de altar.
É uma rica e iM)nita freguezia, situada pró-
ximo da Costa. (Vide Gaya.)
MAGDAL£NA— -freguezia, Extremadura,
no bairro orientai de Lisboa. Já fica descri-
na palavra Lisboa*
MAGDALENA (Santa Maria)— Vide S. Thyr-
80.
MAGDALÊNA-^freguezia, Douro» comar-
ca e concelho de Amarante.
Está ha muito ^nnos annexa á freguezia
de Cepéllo^ Vide esta palavra.
Foi do antigo e extincto conceihe de Ges-
taçô.
Em i7$7. tinha 44 fogos.
Quando era freguezia independente» tinha
por orago. Santa Maria Magdaléaa.
O reitor do collegio da Graça, de Coimbra,
apresentava o cqjra, que tinha Li^QOO réis
de côngrua e o pé de aitar.
Dista do Porto, 30 kilometros a NE., e 300
ao N. de Lisboa.
MAGDALENA— 'freguezia, Dourp, comar-
ea de Penafiel, concelho de Paredes^ 30 ki-
lometros ao NE. do Porto, 322 ao N. de Lis-
boa, 80 fogos.
Orago, Santa Maria Magdalena.
Bispado e 4i8tr(oto, administrativo do Por*
to.
Esta freguezia não vem no Pgrtugal Sacro
i PrafQ$ío.
MAGOALÊNA-^regaezía, Douro, na .co-
marca e concelho de Monte-Mór-Velhq, a
cDja fregoexia aatá annexa. Vide Jlon^e-Jídr--
Velko.
MAGDALtNA-H-lr^faesia, Minho, ^mU"
ca e Goneelho de Darcel|o«.
Está anneu 4 íir^gaezia do ylrixii. Tida
esta palavra.
34
MAG
HAGESTABE—titulo hoje dado a todos os
reis.
Em Portugal» os nossos primeiros reis
contentavam-secom o tratamento de mercê.
Depois veiu o de alteza, que durou até ao
reinado de D. Sebastião.
Em i570, querendo o papa, S. Pio V, e
Philippe II de Hespanha, que o rei de Por-
tugal entrasse em uma confederação contra
os mouros, tiveram os dois monarchas uma
entrevista, para se levar a effeito esse pen-
samento.
O rei castelhano, que jà usava do trata-
mento de magestade (foi o 1.** que usou em
Hespanha), e receando que D. Sebastião o
tratasse por alteza diante da sua corte, se
apressou em lhe dar o titulo de magestade,
obrigando -o assim a dar-lhe o mesmo trata-
mento ; e foi o que tiveram os nossos reis,
até ao dia 23 de dezembro de 1748, em que
o pontífice Benedicto XIV, concedeu a D.
João V o titulo magestade fidelissimay de que
os nossos reis téem usado até boje.
' É provável que este tratamento permane-
ça, visto não haver na língua portugueza ou-
tro adjectivo que o exceda para exprimir a
alta eathegoria de um monarcha.
MAGESTADE ou MAIESTADB— portu-
gtlez antigo — dava-se este nome ás imagens
dos santos, distinguindo particularmente
com este nome, a imagem fie Jesus Ofaristo
crucificado, que ornada oom oiro, prata ou
pedras preciosas, traziam aò pesooço, ou so-
bre o peite.
Ainda hoje se dá o nome de magestade 'ás
erúzes que' os príncipes da egreja catfaoliea
trazem sobre o peito, nos dias sdiemties.
Em 1272, fez a sr.* Aldára Pires testamen-
'lò, no qual deixa aos frades menores de La-
mego— Meãs sortellas (anneis), quce sunt qua-
^tuot*, et unam Magestatem, et'unum Caina-
feum^ et unam crucem, de plata, qum (ênit
uiiáfúpetraminm^dio — (Documeteto dôiÁos-
•ieiro de Tarouca.)
' No testamento de Marínhatiés (Màríilba
Annes) feito em 1273, que se conservará no
èáHorio do thesmo moneifoj ^ié^Uándo
iodas mhas {mitíiikiíjfintíes, etoããifmhas
^iHaieHàaés, tíodas mhéu M^ (relíquias)
a Fr, Lourenzo, •'• -» * '
MAI
MAGRftLLOS-— fregnezia, Bouro, comirea
6 concelho do Marco de Ganavezes, 48 kilo-
metros ao NE. do Porto, 330 ao N. de Lis-
boa, 120 fogos.
Em 1757 tinha 66 fogM.
Orago, o Salvador.
Bispado e distrieto administrativo do Por-
to. •
O papa, o bispo e os monges benedictinos
do mosteiro de Alpendurada, apresentavam
alternativamente o abbade, que tinha réis
300^000, de rendimento.
MAGUEIJA— freguezia. Beira Alta, co-
marca e concelho de Lamego, d'onde dista
6 kilometros, 370 ao N. de Lisboa, 230 fo-
gos.
Em 1757 tinha 120 fogos.
Orago, S. Thiago, apostolo.
Bispado de Lamego, distrieto administra-
tivo de Vizeu.
O cabido da Sé de Lamego, apresentava o
cura, que tinha 50^000 réis de rendimento.
É terra fértil.
É povoação muito antiga; pois já em 1163,
Pedro Viegas, auctorisado por D. AfTonsb I,
vendeu a D. Thereza Affonso, por 48 mará-
vidins, tudo quanto tinha no território de
Lamego eEnúamar (Armamar) a saber:
em Queimada, Figueira, PortôIIo (freguezia
de Gambres), Quintião, Bouzoas, PenQllas,
Muimenta, iíagueija, Gandédo (debaixp do
monte Galafura), Valle do Conde e Laina-
çaes, aguas vertentes para o Douro.
(Vide Gambres, â pag. 53 2.<' vol.)
MAIA— território e denominação legal de
um coBcçlhOy na cpjOQacca, e contigua é|Ci
dade do Porto^ 315 kilometros ao N. de Lis-
boa. ..
Tem este concelho 10:000 íogos.
Bisp^lJo e distrieto administrativo do jÇor-
( . I
to.
I ;
!".- •>;;<'•
O concelho' da Maia» p^prehande. IA Afi-
guezias^ que são.: Agiiaa Sai^s, Avioso
(Santa Maria), Avioao (S. Pedro) Barca»
Barreír«iir^oi|0Ofla, G^piividMJãiidiimkAiii-
fães, Milheiros, Moreira, Nogueira^, Si^m-
Escura, Vermoim, Villa Nova da Telha e S.
Pedro.^ins.: „ ^ . .. ^ ^^
^MÁI
íMÁI
M
A eapitat il*eíto concelho, é a pequena po-
voação de Gastéllo, Castrélk), ou Gastado, na
ifregiiezía de Santa Maria de Ayíoso ; e por
Mtar ali a casa da camará, se lhe dá a de-
nominação de \illa, quando não passa de
uma peqnena aldeia composta de 15 fogos.
(Vide Avioso (Santa Maria), a pag. 281 do
l.« vol, e. Castêlh, a pag. 200 do %•)
È povoação antiqoisáima; pois já existia
no tempo dos romanos, qne lhe chamavam
Pallantta, Occnpada pelos soevos, no seca-
lo y, lhe mudaram o nome para Amaia, ou
Maia (nome próprio de mulher) K
Aqui fiasceu o famoso Caffo Carpo Pattan-
iÂOfno^ nobre senhor da Maia, que ficando
-prisioneiro dos romanos,, foi liberto de Au-
gusto Cesiar, e por isso se denominou liber-
to, e não porque fosse de baixa condição.
Fbi coadjutor de Cláudio Athenodoro, prs
feito das rendas publicas.
Casou com Claudia Loba Cuíensé^ nasbida
em Cale (Gaia), filha* ou neta do pretor ro-
-mano, Cayo Sevio Lobo, progenitor dos Lo-
i>08, Lopes, ete.
Foi este caTalleiro ^lusilano, o primeiro
que tomou por armas, ou divisa, cinco viei-
ras (conchas) em memoria do milagre que.
lhe fez o apostolo S. Thiago (Maior), no anno>
44 de' Jesus Chrtsto, no proprfd áiado seu
Casamento, e em vista de cojo mthgre, ellè,
«ia mulher e familiares» se fiseram éhrfs-
Uãoe no mesmo dià:
(Vide Bouças e Liça da Pâiniehã,)
Ainda exi8tem'ves€iifíos<demaròs>é'tdr-
.reOesdos^ seus paços. i ' .
- iN(V fkeúftú dM letfêiroif ãM(!f^.']^ag. 96,
"^Té "O epitapliio' de Gayo Garpae de stta
imAlier, doeste modo^:
1. . •■' >
.Ti'
/»• *
ifi > <i
' '11 '. r
<» '.*!
) Isfo. seguido alguns escríptojres. Pu P9-
fém Jmgo qtre foram os TOtnanbs*(iué lhe.
'4eh»m Yáifbbem eâttf<t.*tMMe;(fBe'eTa.o'de|
pa éaa <8yia% divinttadoajiPodoB sabeoi' cgàe^
eve de Júpiter, Mercúrio. Seu nlbo, para ai
salvar da perseguição de Juno, aoollocou na'
C. CAUPUS AUO.tlB. PALLAKTlAmJS
AblUTOR CLAUmi ATHBNEOORI
PRAEF. ANNONAE. FECIT SIBI,
ET CLAUDIEA LUPAE CALENCI.
CONJUGl PIISSIMAE.
TITO GLAUmO QUIR. ANTÓNIO,
ET UB. CLÁUDIO ROMANO VERNAE,
£T LIBERTIS LIBERTABUSQ.
POSTERÍSQ. EORUM.
«
Quer dizer :
Cayo Carpo, da Maia, liberto de Augusto
Gesar, euad^utor de Cláudio Atbemedoro,
prefeito da renda dos mantimentos, fez este
monumento, para si e para Claudia Loba
Calense, sua mulher piíssima, e para Tilo
Cláudio Quiríne, para António, filhos, e pa-
ra Liberio Cláudio, Romano, servo, que lhes
nasceu em casa : para os que haviam sido
seus servos, e estavam livres, assim homens
como mulheres ; e para seus descendentes.
Não pude saber onde existia este monu*
mento.
Tan foral, dado por D. Manuel, em Évo-
ra, a 15 de dezembro de 1519. {Lwro dós
foraes novos do Minho, fl. 25, col. 1.')
Tratasse n'este foral, das terras seguhi-
tes:
Aguas Santas, Aivaréflhos, Anta, Arvores
de S. Salvader, Anoso, Acenes, AzèvedÒ,
Barca, Cabédo, Géd^s, Gidfty, Cornado, Go-
bella9, Covílhãe- de Vairão, Crelédo, Fa}ò-
zes, Giam^ lamundes, Labrega, Lágda, Lan-
timil, Leça, Loura, Maceira, Macieira, Mar*
Unho Annes, Mindelio, Modivas, Muro, No-
gueira, outeiro, Paáflieiral Paradella^ Pera-
flta, Relòrla, . S^nfins d;t Folgnea^ Sioia
: CbriaUna» Banlo «stevio, S. fiomãn,! Savm-
fiz, TOQgas» Valtôngo da Ettrada, Vallengo
. MMÍkH ViUaChan^ Vtilannftio, Vonga^ e VM-
^gado.". ■'•••".*.•.'.
. Vsiatfr a ojfftfll éÊ:t»i Q: Mánuei, >eto*dá-
la Jdeii |de4go^)de')lM% maodandoin-
'q«irftr:o 4ad' rendia ateira ètooncelHo da
MéIc, .de (f$é'.m9k [Sealior -FHdroda Coatipi
GqíiIíi|io<> amtiincliHle: da qaal' ícatta,- m
acha junta a descripção dos legares afra-
guezias, e dos rendeiros ; declarande-se o
*íi)§íkàbiimstlA^*á9^iáúto»'9tíõrehosfiáhtUb
reaes e da Ordm^é^^èhMé, vtH 1 • ^' * '
36
MÂI
MAI
líaia ó um appellido nobre ii'e8te reino.
Procede de D. Gonçalo TrastamiresAIboazar
da Maia, filho primogénito de um infante do
reino de Leão (vide Ancora) que com ou-
tros companheiros Teio a Portugal, no anne
1000, e tomaram aos mouros as terras da
Maia, de cujo senhorio tomou o appellido.
Estas terras correm pela costa marítima da
provinda do Minho e parte da da 3eira Al-
ta (hoje ludo provinda do Douro) e n'ellas
fez o seu solar, onde hoje é o concelho da
Maia.
É d*este D. Gonçalo Trastamires que pro-
cede o Ínclito Gonçalo Mendes da Maia, o
lidadot\ fronteiro-mór e adiantado de D. Af-
fonso I.
Tem esta familia brazâo d*armas comple-
to, que é— em campo de púrpura, águia de
ouro, armada, bicada e golada do mesmo —
elmo de aço aberto e por timbre meia águia
das armas.
Diz-se que estas armap foram dadas a D.
Soeiro Mendes da Mala (avô do Lidador) por
ter vencido um desafio em Roma, no anão
de 1038.
Outros do mesmo appellido, trazem por
armas — em campo de púrpura, una águia
negra, golada de ouro — elmo d*aço aberto —
e por timbre, meia águia das armas.
Estas armas sao também as dos Barrosos,
BarradaSf Calças, Calvos, Bochas, Saraivas,
Sequeiras, PimetUeis, Vieiras, etc.
Tema Maiao justificado orgulho et honra
mais inestimável, de ser pátria de wax dos
mais bravos companheiros e irmãos d*armas
de D. Aflonso Hairlque8.É o grande Gonçalo
Mendes ^ da Maiâ« oognòminad* o Udadeir.
Nasceu em 1079. Na sua mocidade, foi o
tídmdêr um fidalgo tartalemo e arrebatado;
mas companheiro e amigo insepata?ei de
<D. Affonso Henriques, foi um dos maioids
foerréiros e dos mais synpathioos cavaUeí-
roa d'aqueye8 tempos de heroes • eavailei-
ro8«
1 Mendes é patromfnlco de Mendo. 83b
Meadeens daseendentee do iliostr» colide
D. Mendoii faa do Lidçâor.
Combateu sempre ao lado do aea rei, al-
gumas vezes em defesa da sua pátria e qaa-
si -sempre para alargar os limites d*ella, com
territórios conquistados aos mouros, de qaem
era o terror.
A sua vida foi empregada em contiava
batalhar, sem que o peso dos annos lhe di-
minuísse as forças do corpo e a intrepidez
— e até mesmo a temeridade — da juventude.
Era fronteiro de Beja, e na edade de 90
annos fazia frequentíssimas vezes entradas
em terra de mouros, como se estivesse em
todo o vigor da vida. Por maior que fosse
o numero dos inimigos, elle os investia sem
temor, e com certe2a de victoria que aena-
pre obteve nas suas assombrosas empresas^
combatendo muitas vezes contra os mouros,
dez e mais vezes superiores em numero.
Foi em uma d*essas homéricas .bataibas
que teve logar a sua ultima victoria. Os
mouros foram completamente derrotados,
porém o lidador, mortalmente ferido, exha-
lou o ultimo suspiro quando perseguia os
mouros na sua fuga precipitada.
Teve logar este facto em 1169.
Sào também naturaes da Maia-*os valo-
rosos guerreiros — Soeiro Mendes, o bofn, o
D. Payo Mendes, arcebispo de Braga, irmãos
do Lidador, e filhos do conde D. Mendo, ri-
co-bomem do conde D. Henrique.
Manuel Mendes da Maia, d'esta familia»
também foi um guerreiro illustre, e pelo»
grandes serviços que fez na Africa, lhe doa
o rei D. Manuel, por carta regia de 1620^ o
brazao d*armas seguinte: — escudo dividido
em* facha, na 1.* de azul, uma moraltut
de prata com suas ameias a duas torres,
«ma em cada angulo^ tudo lavrado de ne-
gro, com uma porta do mesmo, no meio da
muralha— a !• dividida em pah, sendo a
primeira de púrpura, e n'ella óma cabeça
de mouro, com turbante de prata e azõl»
cortada em sangaè— e na 1% também dê
púrpura, tfes lanças de prata, oom hasteas
do onro^ em ro^ié. Efano de aço al^rto^ o
por timbre^ â cabeça do mouro das armas*
Ba ainda outros MenAe% oriondos ^ Gid-
tMÀI
Êm
37
-" wá'^ porque D. Este^mo Metidès de^Arai^o^
cavalleíro gallego, se-veiu. esubeieMr èm
J^oftogáV^^^^ tn>ncaé'«stafámilia. '
' y'"^'Uk^ famiiifts^^estaâ dmas'prâceé«Kieias «s^
tiSo IfejehiinlOKramificadeKry q aâo^taraíb iif-
^^i^eiiteS' brandes d^afiaa&YwnaaiíearrasiOií-
dd Irêáidemj' ou onde tiveram oar^eiis aola-
f tt
'>Ttt>''< t':>«'''
.■ ií .*" ' 1 •' '
I • t
, iiMâlAfl-^eBfta das)^i-4èlraiit múlOiíisadaè
''«nil^orttillialj e amdakKnittoMoa^àl eraib
'«bjeet())^'ffaiiâerego9ijp Éo>Algarve. ;>
São com toda a probabilidade, tterdbdajs
^'ii ^>Vi tia<ide9ÍÉiéias:/eâ/»nJacflnácia^<en4ra|-
* ®.*eabsdtí'(da^.de Goistfarii apreaentaya
o vigário^ quelinM 404000 iréie, e^opénde
•altar.ií :- ^l. •• ••••■ í ..í .-.'í
•sÉ povoação ronko antigavèiera tieijito des-
de os^princíptosida moBalrehia: : . :
D^pdis. foi eonoeibo; qite s^ sappriíníu em
|885. i "j.: ". . : '. ; I,}. i:t ^
Tinha 3:200 fogos. . : • ■ .
.]• 1 . .. .» I ' '
. iAr,vJV^.<]^iIÍ^prQaiP9iá.sít|»^çla.i)a ^pcos-^
lia» dp iMoov^Tf^teijço á vijla 4^. J(loqte:JH()r-
^íífihp,. wra a jp^n^.do a. , . : , . , •.
l M^Wz-^ Qfte:,8ft.lbQ: deiij9r.ivwp^i<ie| 1^9^-
aa».^^ qontra^içwjtíiOij^iJtfQl^ie^miór ; porqpe,
íífhra^GflttUo Marii», ¥illaiiteal':de:8anloAri- í aa pftssiOf: qp<íi;pft d^ala, ,yilla*qupâUoiia.y(im
diteorld^e ontras povoações do- Algar ?e.
^^!uFa£iaii>>ee do modoisegolntal
Eseottría»se uma raparigas dô dez faáe^
nbmieé] das m^a Itottitaa^do sitiou ESvfdtavaj-
'; se ooqii um- VesfidO' branco^ joias^fíiae èfld-
res, e se coliooava' em uga throBo âurid^,
3- xeo^tmiâ^ em uúia sala aa nsz 4& rua) Era
a maia.
.< Eitt' frente da easa onde*elia estava^ havia
f^tuntnastro, -coberto det mui ta' e flores, eib
'íi^tfdaiéoqEal^e dançava todo o dia^aosoÉi
^e qiEiílqQernislrameiíto (áS'ive£es, ató:me4-
:de uma philanuoQiea, ^Miie< ou meada
,s»0(ftiàt<^4pi:-qQj9 P;.çô^,f>lpí^tf era- O «»wr,
; 4 i:^d«r£íUia^| 0^. <)#.M<ii^i^: (4Maa4Q.dQ.-9eu
{Par«cç (ff ♦ »ma j&tymd/logia ba^taptç. /i)r-
!çada;.,<(i[á}iav^>Ha qaiADQ QQij^r.)
Alhadas (que também foi viJ^a) chamava*
' se amí g^ip&ao . Amaiof^
1 D^*se qw pi>r .c^p^d^ alUanga que exis-
tia ^tre eata poirg^çào, Maiorca e Quiaios,
l>ji];a se deftíQdcr^ das iuva^ões dos ara-
Ê tradição que, tendo todas es^s. três
p<^voaçQe» coml^inadaft 4^ ^^^ jactar a
u âiorrípiiante) e erarum diadetdivertimento^e uiua raiuha portugueza, que aqp.i.v^o em
• ;|legriaii'' " • '•" '•••; .-■• . .> i
i' Esta tfesta tinha logar ao dia i** detnafo
de cada anno. . '
I.' Não era^sóem^ nimia parte que tiahadog^r,
a festa. Todas as ruas ^uerían»! ter a sua
Hmaiaç^éxiávíám Ú eomj^ta^ qoal d*eUas 3(f-
. ria«maia banita e mais laxuosamente vesti-
) ú^ erém qual das festas haveria maior e me-
^vi:»ita; fui:am. por este caso isentas de pagar
Jugada^,
A, villa de lia^orca é bonita, vista de fó«
ra.; mas oào assim vtâta interionpente, {^oís
^l^ip da^ .suas, más entradas» as casas, são,
em gerai,, insigniâcantes; f^ roas. estreitas,
tortas 0. pouc<^ asseiadas.
O seu extincto còni;elho, confinava pelo
iber ix>ncurrencia e sumptooMdade ; o que N£.> cpm .o de Ifoate-Mór-yejiho— ^pelo N.»
âft vezes 4ava causa a conflictos e desordens, j eoip o de íCad^ma (também ex|incto) f Pi^lo
Ha alguns annos que e governo prohibtu • S., com o da Fjgaeira ; e pelo E., com 0^*10
a feita das fnaia$.
" MAIORGA—viila^ Douroy eomarea> e coik-
eélho da Figueira, 30 kilooietros ao 0. de
Coimbra, i93 ao N. de Lisboa, 650 fogos.
Em 1757 tinha 2i9 fogos.
Orago, S. Salvador.'
' Bispado e districto administrativo de Coim-
bra.
Itondego, que o separa do extiacto oosá^"
lho de Verride.:
Segjando FranklifQ, esta viila nâo tem ío«
ral novo nem velho.
O sr. António Luiz de Sousa flenriques
S^aeo, na svOL.ãiemQtia Histmica-Chúragra^
pMcadmdheno* concelhos do districto ad^'
nistrativo de Coimbra, publicada em 19^3,
í terra lumito fértil» o tem optifno viidio. . dist que D..Ua&uel lhe deu foral em 13.de
TOLUinv 3
38
ilÂI
agosto 4e 1514, É eagiiio. EaBOionl' é o
'de Mttiovga e áao de iãawrca.
Era conto dâ UniTersidade de Goinhra,
eom J«iz ordinário, vereadores e almolacés,
todos eonfirmadoe peli 'mesma aniversida-
de ; nus dependendo, no eríine, do jniz de
fora da Figoeira, e pertencente à correifão
de Coimbra.
É também antiga a eathegoria de TíUa da-
da a Ifaíorca.
D. Nicolan de Santa Maria reíere qne foi
doada (como Tília) jantamente eom a do
Ervedal, pelaraiflba D. Dulce (flIliadeRay-
'mnndaBerengario-^.* do nome-^eonde de
Barcellona e de sua mulher, D. Petronitha,
rainlia de AragSo — e mulher do nosso D.
Sancho I) ao conTento de Santa Gn» de
Coimbra, em attençao ao seu prior, D. Jeao
de Freis, seu confessor. Este prior (diz D.
Nicolau) lhe deu foral em 1194. Chrtm. da
Ord. das coneg. regr. de Santo AgotíMOf li-
irro 9.», cap. X.)
O padre António Carvalho da Gosta, con-
ta-a porém como uma das fregnezlas do con-
celho de Mente-Mór^V«lho : o que não qner
dizer que fosse, antes d*isso, couto ou con-
celho independente, como depois o tornou
a ser.
No antif o concelho de Maiorca ha algumas
propriedades, como são, a extensíssima ^'fi-
la da Fêja, que foi dos crusios de Coimbra,
vendida depois de 1834, meoos a soberba
matta nacional, de excellentes pinheiros pa-
ra toda a qualidade de constrneções — a
quinta dá Quada, com um óptimo sobreiral
— e a pequena matta do Favainko.
É também nos limites d'este concelho a-
$erra da Mina, contiDuaçao do Cabo-Monde-
go, que, começando alli, vem quebrar-seem
S. Fins, depois de passar pela Brenha e
Alhadass onde se divide em pequenas ra-
mvflcações—e a ponte do Barco^ de pedra e
cal, a mais extensa do distrioto, construída
em 1519 por Nuno Parada e Pedro do Ro-
gro, segundo consta da emrta de Padrão,
passada em 15ãt, e que existia no convento
de Santa Cruz; • Esta ponte foi construida
por elles, pflo preço de 300^000 réis, e o
pão da ponte-^hio é — o direito de recebe -
vem 3 alqueires de pão meiado por cada la-
JiÂI
vrfe4ar,« U/^toraada caaeiíD;'^ IO?
de onttra iapoiiçio.
No. elevado moote que cabeaobro-^^P^-
tremidaáe d*este ponto, para o lado.daAim^
te^Mdr- Velho, mate hoje a eapeUa de
ta Eulália, que^ae diz Aindada aobre as
nas de um antigo casteUo^ talvez da
des romanos; pois aqui foi enoontradiL
estatua de Juno.
Foi eeie caateUodetfmido pelos AMinH^
en Ut6, nao ilie deixando pedra eobrat^o-
dra ; hindo depois fazer o ■kbssm at^
: tello de Âouie;
D. Affonso I, doou este caildla ao
teiro de Santa Cruz, em 1166^ eooa toda» as
suas randas, qae.atéahi recebiam «oaMBi
alcaides-mòres» e eonsistiam no oíiarsiái
todos os fruolofi, que lhe pagavam «a tiliM
de Maiorca a AUiadas, e seoa ternos.
Consta que cate castelio foi uma bwaáàk
vel fortaleza da idade media. Hoje apeoaftss
divfeuun ténues vestígios d'elle.
Oa sens maleriaea foram empragadea oã
construcçào da ponte do Barco.
Os Canipoí de Maiorea são nraito férteis^
por serem alagados no inverno pokiltaAB-
go^ que n>lies deposita os aeus nalelroaiè-
cundantes; pelo que produzem todas, as iM-
peeiea deeereaes, sobre tudo milho^ tri^e e
iegnmee; porém a sua mais vasta. eutaBa é
a do arroz, que pela grande extracção ips
acha nos mercados de Coimbra e Montez Mór,
forma a sua principal riqueza. .
Parece que foi aqui onde primeiro se cul-
tivou' arroz em Portugal.
O dr. Luiz de Sousa dos Reis, diz nosjioas
manuscriptos«^jD<pots de atgwM anmw^wB
iwtroAuziu noè ditos eampos (de MaioMi)
e n'eite território, da comarca doesta eiâàde
de Goimln-a, as sementeiras de arroz; e eatno
os jaciòens (os rrusios) se entregiissemmuito
á cultura do arroz, desejavam êer sós^ não
gostai^am que os mais o semeasèerí^, etc-^t-Bste
Luiz de Sonsa, escrevia no nitrado doeê-
culo XVIll. (Vide Várzea d^Ánfan, anida
Loureira.)
Nos campos de Maforcal^a doas bgdas;
uma no logar doCamarção, dpnomitaAft La-
gôa dos Braças, d*ond6 sae uma correniaide
agua, quQ engrossada com oatras dàa Alba*
m
6 Ferreira, forma o rio £<f^ro, ^e des-
agua no l^oDdego, Jânio áS.'Pins; sèndif na-
vegável áté à quinta da Fõjà, e' transpoHan-
do-se por elíe asraadeiras do pinhal da na-
ção; a outra se chama Lagoa da VtUa, no
sitio do Bom Successo.
" Tem 1:500 metros de extensão e quasi me-
tade de largura.
Conserva se estagnada, menos em occa-
siâo de grandes cheias, que entiõ rodípe
para o mar.
* Abuuda em caça de arribação, em peixe
miúdo e particularmente ém saborosas e
grandes eirozes.
O digno director das obras do Mondego e
barra da Figueira, o sr. Àãolpho P^erféira áe
liOureiro, sahiu para Lisboa afim de tratar
*dé alguns negócios de serviço pubhco, em
março de 1874.
6 íim principal da sua ida á capital, é a
apresentação do importante projecto defini-
tjfvo para melhoramento dos' rios dé Itaiò/ca
éáe Fôja e campos adjacentes. '
;Èsle projecto foi requerido pelo sr. Pinto
èabto, proprietário da ' grande qtiiatá de
Èôjà, no concelho da FigueIrá''daPo£e pro-
ximidades de Montemôr-o-Velho, e elabora-
do por ordem do governo.
' lÊum trabalho muito' completo e , que foi
estudado miuuciosamente, porque as obras
a executar sao variadisíimas e abrangem
.grandes extenções de terrenos, ti'alguns dos
'qiiaes houve bastantes diíficuldades para o
acabamento dos estudos necessários.
Ò projecto abrange obras nao só para be-
neficiar a mencionada qnfnta, como para me
IbÒraméntô dos rios de Kaiorca, de Fôja e
cááipos adjacentes, milisabdò do todas ellas
grande numero dé proprietários.
DVstas obras, umas ficaram a cargo do
ésUdo e outras serão feitas a expensas dos
interessados.
À importância do orçamento geral das
obras é de lÓ.ÓOOfOOÒ réis, pertencendo ao
estado 36:li2^S30 réi9, e aos parti(*uUres
33:887^770 réis; mas, como os trabalhos
propostos são muito variados, ptidem ser di-
vididos etn' difr^rentes épocas, gaitando-se
nos primeiros a effectnar a quiniia de réis
lUI
l>
88:184ifS87, cabendo entSo aos propriett*
ribs !ní:2»^900'Me ao esítadò 1»:^à^
réis. ' '
Em novembro do mesmo anno de 1874, •
sr. Adoiphò Ferreira de Loureiro, foi auetò-
risado pelo governo a proceder â abertàhi
do estreito de Pôj'a, no espaço coropfêhea-
dido entre as Portas de Arruella e á póiiike
diB Maiorca. ' ''
fòta^ obras estão orçadas era 11:0314^900
réis, para as quáes o sr. José Ferreirk i^into
Basto, òíTereéeu a quantia de titSOÓffkiO
réis, coiicorrendo assim para uni mèihdn-
mento de utilidade publica e de grande M-
nefido para a sua propriedade; nina 'dás
maiores e daê mais pròduccfvas dó paíz. '
Oxalá que o procedimento do {Ilustrado
benemérito, é 'rico pi^oprietatlo da OttiHta ^
Fôja, sirva de lição 'e exempio a outros pi^-
príetarlòa, que, devendo t>or utilidade prb-
priã, auxiliar o estade ê os municipiòv são
os primeiros a ereár-lhes émbai^aÇos, pedin-
do quantias abâurdaspor alguns metros 'de
terreno. '
MAIDKGA— villa, Extrem^dura, comarca
e 'concelho de Alcobaça, 105 kilometròsào
NB. de Lisboa, 23Ó fbgos. ^'^
Em 1757 tinha 163 fogos.
Orago, S. Lourenço.
Patr^rchado de Lisboa e distrieto adffli*
nistratfvo de Leiria. '■ ^
O D. abbade geral de Alcobaça, apresen-
tava o vigário, que tinha de rendimento àin-
nuai; 60 alqueires de trigo, 60 de cevada,
35 almudes de vinho é 64000 réis em di-
nheiro.
Era uma das treze villas dos coutos de Al*
cobaça. '
É povoação muito antiga. D. Manuel lhe
deu foral, em Lisboa, a 23 de agosto de 1IÍ14.
{Livro dos Foràes novos da Extremddura,
fl, 96, col. í> e fl. 130, col. t.^
Esta vllla está situada em om plató, a 3
kilometros a O. de Cós.
O seu território é fértil em vlntto, azeite
e castanhas.
Temnma veiga, situada «nirenedois rfot
da AJbbaHa é da VaUa^ que vem de Aljabàr*
.71/
%
r
m
m
|.
V*í .*<>? ;j;*
^U>e 4a piíil, e é ajQdà, alr;^ve£aada por
dois ribeiros. É terra fertilissima.
^ .Oeptrp da adro d^ ^greja matriz e&tà a
^,egreja do £!spiri(o Santo» que éMisericor-
. . ^2^ aqui nuiitos mpinho^, grandes lagar^cs
, Âç.viDbio e de azeite:' €9169 sao dos mnibo'
resdo reinoi Era tudo dó mosteiro deiAlQo-'
f .^t^aç*^ ftepa çpmq a gjranda Quieta 4^ Torre.
, ., A i:5QÒ H^èírop a NÒ^.dVsia villa, na rali
(.â^,Uin mopte, que ét.contlnuaçãg áiq^tdr^a
ía..Fe5/íana, e corre' de N. a S., fronteiro 4
,qff.iril(f. M ff>da^.i(ambas Uinbem do mos*
, jtfíirí) .íif Aicodí^ça) naseeni quatro oUio^ de
agq^ tfifírnial» com pouca diâtanci^ entre
• 'T
^Aj^tms confundem o maioxino (a que de-
poi^ correspondeu o meirinho mór) com o
mordomo-mòr da c^sa real; mas é én*o»
pois of seusoffiçios er^m inteiramente dlT-
ferentes.
Hariâ fnaiorino$»mfires e m^crM, já, des-
de o tempo dós godos.
A ^^Vr^'a..tQ^^ ^^^^^ tinham para jfazer
iustiça, em deterniinados territórios, é que
íhes deu o nome de maiorínos.
, Os.prinaeiros tinham quasi e mesnao V^-
áer qj^e os adiantados. . ,
Eram postos pelo rei, com poder absplii-
to, sem appeilaçào .sfiuão jpara ó monarcba.
. O^^s^gUQdos eram pontos pelos. prôneí-
23.
, (sye .lis) quantidade de \ima telha. O, stú^^Ò9^ A sua jurisdírçao se, uaó estendia além
,jgrau..(^e ^^/o-r^é.de 83 fer^^de P,, ou 22 '/t- de. eerlas. e deteríDÍnadás causas, comoise
/^ B,-pN5o tenj.frhjeiro estranho, eo seua^- ^vô i^ Lei das jparUdas^ part. 2.*. liL 9.L
.^f. íma;:gó .p/algujo^ tanto salgado, de '^'"
, «ôr diáfana. Ó feu exam^,, feito^ptlos! re^
.f^gentes, mostr;^ qi|e nao .contém partículas
f,fi^ ^nxofre^ más muJtQ .splphato, de ixiapoer
8ia, muri^tos de soda, ealcareo e magne
^ ^ttoiv^^ií^dium acido, livre, nem ^uhdtuncia ,
(.^et^liça. Sàq Qois salinas neutras, e úteis.
tanto externa como in^erpamente^ Applic&-
das do segundo modo. promovem a transa
piração, são diuréticas e pfirgatívas.vBes;-
.jjt^elecem a vigor, dq estômago e dqs in-
testinos, e corroboram oa nervos. Destroem
,a.espessara:darUmpha^ resolvem as obstruo-
.çõ/ss daS' glândulas,, .03 enfartes d^s entra-
nhas e articulações.; sao úteis nas affecçoes
.faypoeondriacas e çstericas, q em to.das as en-
fermidades chronicas, procedentes de tor-
.por e inércia das entranhas, e nas paralysias-
São também úteis nos rheumalismos, gotas
. .^ ftíhres intermitentes, e em varias outras
.pi^leMlas. ,
Applicadas externamente (em banhos) sào
de summa utilidade nas paralysias» tumores
frios, retracções e fraquezas de membros ;
lentura ou preguiça' de circulação cutânea;.
• moléstias rebeldes da pelle e do tecido cel-
lular ; nas chagas inveterados e outros pade-
. /ieimentp8.,
MAIORINO—portuguez antigo— primeiro
M.Jnli ftof^remo âiy rei, segando os documen-
•ito» 4e Hespanha e Portugal até aosecuto
XIV.
; Os prin^eirps (os tnórefj vem mencioiu-
;dos no. conciliQ^de Coyança, de lOS), no
.Çanoy ly^ PQT estás palavras — Ââmonetnus,
ut omnes comités^ sèu Maiurini R^gaJes, jw-
pyiUutj^ sibi subditum per justitiàm regéfít^
ò cojQcilio de Penaflt»!, de 1302, Cán. i3,
diz á,o»,.menores — Àlcaies^ VjP/ Maiorlni^ t»í
,alii Rectores Civitatwn, vçl alioxum toco-
rum, etc. ^
Nas. cartas, rèigtas dos seciilo;! XT, ;^e
XIII^ se confirmam algumas vezes os maio*
, rino^-móreSy declaraqdq as pj;oYincias em
qiie exí^rcitavam,.^ sua juri'sdif{;ão. .
,Em Portugal havia, desde o principio "da
monarcba» tanlps maiorínos^ ou meirinhos-
^lói:^^, quantas eram as províncias em que
0. reino se dividia*
O seu ojOBcío se exprimia pela palavra
tenens, que vem deíen^wm/wm, cuja pala-
vra, na Ínfima ialinidâde, significava terriia*
riufn seu districlu^ alicvjus locí. . * * '
• , Na doação que D. Affonso Henriques e
seus filhos fizeram a D. Sancha Pae5, das
ireft villas de GolãeSf Gondim e Villàr, em
terra de Guimarães, .em 1167, entre e de-
pois dos mais aulíços, que confirmam, se
lô :— Stt^t5 Menendi, Extremaiuram tentn»
— C L— <Doc. de Lorvão.)
.No reinado de D. Affonso lll havia sete
doestes tenentes óu meirinhos- mores, como ae
vé no foral de Aguiar da Beira, dado por
aonelle rei. em 1258; no qual, depois de
haverem confirmado D, Gopçajo Garcia, al-
feres da cúria, e D. Gil Martins, inordomo'
da cúria, se seguem èstès meirÍDhqs mo-
re?.
Além doestes 'meírinhos-móres das pro-,
Yincias, comarcas ou departamentos, havia
uni meirlnho-roór de todo o reino.,
O primtíiro que se encontra cóin p I^lulo
de meirínho-mór, em deciimento omcíal, é
D. Pedro Lourenço, meirinho mór de Por-
tugal, em Aljustrel, na doação que D. San-
cho II fez^ á Ordein de S. Thiago, em 31 de
lààrçó dé 1135. * • '
À estes se seguiram outros, que bo' sécu-
lo XY conseguiram o titulo dejueirinhos-
móres da corte e reino. * .
O titulo de meirinho rtór, andou muitos'
annps na casa dos «ondes de Ohídos (hoje
unida á dos condes de Sabugal) que por is-'
80 eram chamados condes-meirinhos-môres
Os meirinhos m.Qres das çopiarcas e pro-
víncias, duraram atè.ao reinado deD. Aâfan-
so Y, que os aboliu intéirameníe» creando
em seu logar os corregedores, que exisiiâm
áté 1834; mas sem a jurisdicçao amplíssima
de que usavam os meirinhos -mores, até
mesmo sobre os nobres e fidalgos.
Elles proviam os juízes ordinários das
villas e concelhos do seu districto; toma-
vam conhecimento do que se decidia nos
tribunaes, e eram, com p«ucá differença,
cms adiantados ou regedores das justiças.
Também havia .maioriuos dos governa-
dores, potestades ou príncipes da^ |)rovin-
<5Ía8 ou comarcas, postos pelo soberano; 'li -
Àham seus mciorinos-menóres, qtie iqiàae-
diatamente lhes eram sujeitos.
Até ao anão de 1 102, se ach^m em Portugal
muitos documentos originaes, dos maloriaos,
que nomeíavam a D. Affunso Yí, rei de LeSo,
como príncipe e senhor absoluto da terra de
'Portugal ; poréníi, desde aquelle anno, fal-
iam do conde D. Henrique como soheriínú
independente dos portuguezes; dizendo só,
que D. Affonso era rèi .de Toledo.
Lé-se em um documento do mosteiro da
Alpendurada, de. 1109, que Egas Garcia —
érat maiorinus mafor d^EgaS GozendiSy qui
erat dominatoTf etprincepf terriae illm^, et
mh
i,k
^ r^\i .-4 1^ ' s • A
tenebat ipsa terra de SanfÉo Salvatore^ et de
TendaleSy cum aíia multa in suo apHstúfÃo^
de tnànu de illo Çorniie pomno Ènrrico,
TffAIROS— -freguèzíà, Tràz-os-Mopteã, có-'
marca é concelho de Chaves) 105 kilometro^'
de Miranda, 465 ao N. de Lisboa, 150 fogos»'
Em 1757 linha 107 fogos.' > -
Òrago Nossa Senhora da Expectação.
Bi.spado. de Bragança, districio de Yilli
Real. / ■ .,'''"• '■ ' ..
É pfoxínpo da raia. .
O abhadé 4e Monforte' do Rip LÍvre, ábre-í^
sebtava o cura, què tínna 50ÍOOO réi3.
MALADA — portuguei antigo — escrava»
serva, manceba, menina, creada, òu moça dôT
servir; que por condição, ou salário, tem
obrigação de se empregar no serviço de seos
senhores ou amos.
I I L • *
Em um documento da universidade, der
1279, se ié — E nem devemos chamár-rrio-nos
per homem, nem q moller per malada d*oment'
nenhuum, nem de dona; ergo do Abade, e do
Prior, e do Convento. .. E a parte que jrfVí-
tes convenentes defallir, deve peitar C. ma'"
ravidis velhos.
M aIADIA — portuguez, antigo — serviço
obrigatório do colono, ou emphitéuta, como
o de um escravo, ou servo de gleba.
O senhor, porém, ficava obp^ado a defen-
der, amparar e manter certos privilégios e
isenções a esses servos, ou matados.
As propriedades cujos servos eram obri-
gados a este detestável serviço, se chamavam
malaãias. Parece que esta palavra vem dé
aQgU>-sax0uio. N'eUe se acha male^ maJ oa
maal, que significa pensão, direito, foro OH
tributo, e mari, que significa homem. D^aqiii
sé formou maalman, que quer dizer— homem
sujeito a tribalo, ou escravidão. ,
Também d*aq\ii se disse na báíxa latini-
dade, mallum e mallus, ao tribunal, ou ás*
serabléa geral, dos condes e ministros reàe^
que duas vezes' no anno se reuniam para de-
cidir negocies graves dos feudatarios, vas-
salios, ou colonos.
E, porque estas àssemoléas tinham logar
nos montes, ou coiliaas, se denomi^axam
mqllob^rgium. Das'dèçú>Qes e^ar^s.tós d[f)%*
tas assembtóa&seíoPuiAiraiii ospriacipMM'^
léVsáUea. (VmCóôna dâmunteig;) >
• 1.,
íi
íííl
> « ■
^^m 1297, Gil Esteves, yenden um casai
em TendaeSy ao mosteiro âe,SaUedas, por
iim,mú>, em preço de 89 libras, e derevora^
€iem soldos f e do prêço^ ni nUgalla ficou por
dar. Uma das condições é que^ nenhum possa
demandar no tal casal^ serviço, nem geira,
nem 'estamento, nem maladià, nem outra de-
man4a nenhua, (Documento de Salzedas.)
Na instituição do morgado de Médéiio, e
eapella de Santa Gatharina, da Sé de Lame-
f o,, por o bispo de Évora, em 13i7, deixa o
instituidor, a Vasco Martins^ reitor da e grèja
áp S. Tbíago, de Beja, as suas quintas, que
alli nomeia, cum suis casalibus, hanoribus,
sfiu honris, servitUs, maladiies, pascuis, mon-
tWuSy etc. (Documento da Sé de Lamego.)
Também se dava o nome de malaaia, ao
próprio foro, censo, ou pensão, dados peio
ijervo, colono, ou empbiteuta. (Vide Man-
Jfuaide,)
^ , MâLADO — pertuguez antigo — o que vivia
em terras de senhorio e sujeito a máladias.
Tombem no secufo XH se dava o nome de
matados, mancebos, ou creados de servir, aos
filhos que ainda estavam debaixo do pátrio
poder. Depois se deu este nome somente aos
servos adscritos á propriedade. (Vide fho-
mar e Villar-de-Porcos,
MALA BíE NTE —por tuguez antigo — ^mal e
indevidameate, com detrimento grave, e sem
rpao. Por esta razom leixam (deixam) a
^erra e se despobra (despovoa) malaménte.
|[Çortes de Lisboa, de 1389.— Documento da
câmara do Porto.)
., MALATOSTA— MALLA-TOSTA e MAL-
ÍÓSTA— porluguez antigo— direito, impo-
sição, ou tributo que pagavam os que em-
narcavam vinho na cidade do Porto. Eram
48 réis por cada tonel ; metade para o bispo
è cabido e metade para o rei.
Vem de tolta, toultà, ou tútta, que na Ín-
fima latinídade era a palavra designativa de
qualquer tributo, ou exacçao que por força
e contra toda a rásâo e direito, se levava ao
povo em geral, ou a alguém em particular.
; 1 Macho; animal quadrúpede bem conhe-
'ddo. Então, e mutto depois, aos machos pe-
^Q«^i8 se dava o nome de maUUos.
^ Reporá, .çiram os .contratos feitos entre i
pessoas maiores e sui júris.
VtÁL
Disseram tolta-mfida, ou mala-tolia e de-
pois nuàa-tòsta. Também se dizia, maos-coc-
tumes^ exacçdes injustas^ perniciosas, falsas^
individas e péssimas.
MALCATA— fregnezia. Beira Baixa (no
Riba Côa) comarca e concelho do Sabugal^
35 kilometros da Guarda, 300 ao E. de Lis-
boa, 130 fogos.
Em 1757 linha 73 fogos.
Orago S. Bamabé^ apostolo.
Bispado e districto administrativo dá
Guarda.
■
O vigário de Sortelha apresentava o cora,
que tinha 6#000 réis de côngrua e e pé de
altar.
MALDICÇAO— era Íao temida desde o
século VII, e nos primeiros da nossa mo-
narchia até ao fim do século XIV, one
em quasi todas as escripturas, testamentos,
doações e emprazamentos se impunha ao
que quebrasse o estipulado. (Vide Figueire-
do de Cêa, vol. Ilí, pag. 193, col. 2.» in prin-
cipio— e Penacova e Vairâo,
MALENTRADA— portuguez antigo— pena
ou muleta que o preso pagava por eqtrar
na cadeia; differènte da carceragem que se
pagava (e ainda paga) à sabida.— «Pa^ dt
carceragem trinta reaes brancos (libra e meia
da moeda antiga) e dous reaes de malentra-
da, pêra àquelle que o desferrar (que lhe
tirar os ferros) quando houver d$ o soltar.
(Cod.Álpk. Liv. í, lit. 32.)
MALEZA— portuguez antigo — fraude, ma-
lícia, trapaça e conjoio.
kALFAÍRO e MÁLFÂRIO— portuguez an-
tigo—adultério. (Vide Lamego, a pag. 40^
col. !.• do 4.» vol.)
MALFETRÍA— portuguez antigo— delicto,.
acção má, malfeitoria.
MALAADA — grande mina de chumbo ar-
genlífero, na freguezía de Silva Escura, con-
celho de Sever do Vouga. Ê dependente da
famosa mina do Braçal, e, como esta, pro-
priedade do sr. Lourenço Feuheerd, alle-
mão. (Vide Albergaria Velha, à pag. 51, in
fine, da col. !.■ do 1." voí.)
O poço mestre doesta mina (da Malhada) jii
tinha em fevereiro de 1874, 60,"5 de prã-
íuodidadç, (í 70 palmos l)\^ ^
— -^' ^ ;.í í3rÍJA— ifregúezia, Beira Bií-
MâL
MAU
43
:uirM«lmr6a^6rtoBeettiò do SiiiigilIRilifr-
€Mi 95 kílometros ao M. de LamdgD» 3S9
ao B* dft LMóa, diO l)9«m
Bbh 1707 tinha M7 fogos.
DhrfoS Wgaspl, arohaato.
Bífpiddide Pinhel» distriotdi adiíliiiiatnii-
Tt^da Gdairda.
Halto fertil am oereaes.
(Nai> vem do PérhÊgal Saen^e Frr^am.)
ÍttUlflâBAS-«f0egQezia, Tns-oa-Moolêe»
eouwroa e eonoeiho de Miranda do Donro,
dfiÉide dista 40 kilomotros^ 480 ao N. de
Lisboa, 100 fogos.
Em 1707 tliilia 36 fogos.
Orago Nossa Seotioiu da Espeetaçio;
Biupado é dlstrieto admiiislraiivo de
BMgaõçai
O eaiwto da 8é de Mirandai, hqje do Bra-
gilnçá, apresentavar-por giro— « csra» que
linha 8M00 réis de co&gma, e o pó de
sltir.
MALBA-PiO, KOLBA-PIO ou HAZA*
PiOr^grabde qointa dos*srs. condes da Ana-
dk, proiíliK» 4k Ealhada^ e a 18 kilometros
ao N. de Qoimbra.
É na aldeia de Bvesmo nome.
Na quinta morreu em 1795 Joattift Fraki<*'
etjea dk Pií^dade» com IS5 aunos de edade*
lIALSOIt ou KALBAO— português amí-
fè^mareo, baJita, lermo^ litnite. Vem de
màUmn otÈ maUm^ 4|ue era o tribonai dès
juizes, que se estalMieda dos^ confins^ das
terras dos litigante^ levâitando-so >ara is-
to um pequeno monte de terra ou orea (eo-
fÊ0 enÃo se dicia) que demarcava oe res-
pectivos limites, se n'aqiielle sitio aio hivia
ai{|«m asonte ou collina.
MALBOS— portoguez antigo-^ mairaeas.
nm ntn tatMâo pendente qoe se via em ai-
gÊmi mosteiros. Batia-se-lhe eom um mago
éé fAo pára chamar os íráée» a oapimio;
Também servia nas egrejas para cltaniftr os
Ifoíi áénutio desdeqaiátaeseita^MraiBiifor,
até ao appareeimentodaaUelíuia, no sabiMi-
dò; em euio tempo é pirotiíbido tocur sinto.
Estas fttia^iaaaf , pinréffl, atam ma&oaes e
compostas de 3 táboas quadradas» presas
por eixos de corda ou dobradiças, tendo a
dai ãsio um proloogamelito oa cabo por on-
de se segurava. Ainda se uaaiii ae matracas
en algmnato egrofas^^OA no^ tempo referidOii^.
Tamiiemse usavam«m. tempo de interdi*
ctos.
No i;* do agosto de 1353 se fez um prv-
so no mosteiro de Rio Tintos sendo as ro^
ligiosal^ convocadas a capiiulo^--fNN' malho» >
taàgidds; porqtêenom tangem iinhas, p&r rub^
2^om 4ft> Milr0die(o.*^(Dociifflento do moalM-
rodètS. Bento d^Ave^Bfajria^ da cidade do
Porto.)
MALBOB— ^reguezia^ Bxtremadura, oo-
marca.e concelho de Santarém^ 105 kilo^
metros ao NBl de Lisboa, S30 fogos.
Bm 1757 tinha 257 fogos.
Orago o Divino Bspjrito Santo.
Patriarchado, dlstrieto administrativo de
Santarftai.
Foi do concelho de Pernes» eomaresa de
Torres Novas.
É terra fértil em cereaes e azeite.
O povo apresentava o cora. Cada fogo m«
twro pagava um alqueire de trigo, e uma
canada de azeite— cada mti» fogo^ meio al^
qnelro de trigo e meia canada de azeite.
Além è*isto o pé de altar.
O nome d*esta>freguezia é derivado de Afa*
Ihom^ significa pois, freguezia dos marcos,
ou terrm do l^rmo.
MAUOLO— portugiiez antigo^vinha nova»
— baeéUo* Os heiapanhoes dizem, mojwUo*
KALLEVA ou MALEVA— porteiguez anti-
go^-fiança, na* baixa, latinidade se dizia mal'
levantia,
Bm Qoua procuração feita em 1293, 00^*0
outros poderes^ concede o constituinte o da
mallefMr e saear maUevast, (Documento da
mosteiro de freiras bentas^ do Porto.)
MALPABTIBA— freguezia. Beira Baixai,
eomareae S4 kilometros de Pinhel, concelho
de Almeida, 335 a E. de Lisboa, 100 fogosh»
Em 1757 tinha 75 fogos.
Orago Nosdft Senhora da Assumpção.
Bispado de Pinhel, dlstrieto administrativa
da Guarda. Foi do bispado da Guarda.
O ordinário apresentava o abbade, ooUa-
do^ que tinha 200JKKX) réis de rendimento*
MAL-PBCGADO— portogttrz antigo— iu«
tergeiçao de quem duvida, ou nega, desejaa*^
àoh^-E perá pm andarom en preito am a
Ygráa per desvairados Juiaes^ mal peccado!^
w
MAD ' \f
MAM/íí
pela Tsta ft>rçai wknca a vôentmii A>]Mniaáir. sar-^s/f iTSo «hí fuèrit
(dèVanoto) owoi^' cabo, nem á.'{Oomm&íktoéo
bispado da Guiirda, de 1298.)
Tâoibett) «m algQa6'doòuiiient03éeTê esCa
expte$«ão empregada cômo diíendoc por.
ndssas peceados, por nossa desgruça, B por-
que; maj pecado, oe homeens maiêsooem de
recear a pena temperai, qf»e a sanha de Deus,
cvergença (v^gonha) emàa nomeada. (God.
Alf., Liv. 5.-, lit. 31, § 4.»)
- O nosso poTO diz commnnormentf'^ a*eMa
ultima accepçào—- jw)r mãi de peccados. .
MALPIGA-^fregUBzia, Bbira Baixa, couce*
lho e comarca de-€a9telk> Branco, 100 kiH)-
metros da Gaairdd, 920 ao E. de «Lisboa, 870
fogos.
Bispado e dlstricto admioistrativade Cas-
tello Branco.
Orago, S. Domingos.
A Mesa da -consciência aprssentaira o ti-
gario, qm tinha 400^000 réis.
MALSENTIDO— portQgnez antígo-^enfer '
mo, do<*nte, molestado, ete.
MALTA^-frHgnezia. Trà«-o»-Montes, está
annexa á fregutzia de Olmos,. na antiga cO'
marca de Chacim, boje Maeédo de Gavaliei-
ros. Vide Olmos.
MALTA— freguezia, Douro^ comàroa e con-
celho de ViHa do Gondp. Já estÀ-desorfpta
sob o nome de Santa Ghnstiott de> Malta, ar
pag. 2W do f .• YoL » .'
MALVAZHElin ^ periogneE antigo -—
proter vãmente.
MALVEIHA--aIdeta, Extremadnra, fre-
|tte£ia de Alcabideche, concelho de Gascaes,
comarca de Gintra, 30 kilomeeros aoNOi de^
Lisboa, 10> estação do caminho de ferro Lar-
nánjat, de Lisboa a Torres Vedras.
Ha aqai todas as qaintas feiras/unsa gran-
db feira de gado de todas as qualidades, se*
bre tado, bovino.
Os preços do gado, n*esta feira, são os re-
guladores para Lisbba e outras terras.
Em junho, ha uma feira de anno.
MALV15SADA e MAL?£SADO-*portugaez
antigo — mal acostumada — e-^aquella, oq
aqnelte que vivia deshonestameute. No fo-
ral de Gernanchélhe, de itti, se diz-— que a
ínulher do cavalleiro gose dos mesmos pri-
Yile0os de seu marido, até se tornar a ca»
se.vCver.honefctameâlB. • i. ' ^ ' ' .. i
MAMARROSA ou ICAlfA-BO&A-^fmgndr
zia. Douro, comarca da Attadía,.«oiicelhoi.f e
Oliveira do Bairro, (foi do antígo coiuieilio
de Mira), ia kilometros àSE. deiAv^irfi, 85
ao NO. d^ Goimbra, 240 ao N. á.9ÍÀsbQfL^VS^f
fogos. Em 1757 tinha 245 fogos. ' : ;;
Orago, 8. Simaè, )m>osiokK -:- •.'.»
Foi dó bispado de Goimbra, hiiiiéj^oilb-
pado e districto administrativo de AvaíiD»
O reitor da Séza, apreaehtata o eiura^<|M>
tinha 12011000 réis de rendinenlo. •.*
É terra muito fértil, nú paiz vinhateiro 4a
Bairrada, e uma fregnezia tica. -- • »
É povoação attito antiga* D. Sancho H,
doou a herdade da Mamarrosa, a (r. H98«w
prior do moitelro e hospital :de Saiua Maria
de Bocha de Amador (Roque Amador), da
YiUa éa Sósa, em 1242..
Seu irmão D. AfTonso III, confirmou eala
doação em 1260. (Vide Séza,) /
É provável que-o nome d*esta Arefueaíi^
provenha de Mâmoa, como queflaidiz-rAn
Yoação das mânioas, (Vide iíiâmocb.) .
MAMEDE (S.)-^Vidie CormadOi Ne^efiot
eiBecèsinhos. i. >-. < . m.'
IIAMEDE rS.) DlNFESTA^Vide Jnfeiía^
MAMEDE (S.) DE RIBA-TÚA^^iila QSatn-
cta, Tràs-o»^Montes, comarca e coneelbo 4#
Alijó; 100 kilometros ao NE. de firaga,'d6S
ao N. de Lisboa, 380 fogos.
E«n i757 tinha 943 fogos.
Orago S. Mamede«
Arcebispado de Braga, distfiote sâimtú^
tratiro de Villa Real. .
A mitra apresentava o abbade, qm iMKk
iOOlOOO réis.
É terra fértil, e tem bom vinho. Prodat
»
esta fneguezia as melhores laranjas de For»
tugal, que reàdem annualm^nte de l:MOf
a Í7d004^ da réis.
MAMEDE De SADÍ0 (S.)— freguena, Bx*
tremadura, comarca de Alcácer do Sal,con*
celho da Grândola,' €0 kiloaetros ao O. dd
Évora, 105 ao SE. de Lisboa^ 75 fogoa^
Em 1757 tinha 72 fogos.
Orago S. Mamede.
Arcebispado de Évora, distrido admiaieK
trativo de Lisboa. - < • i
A Mazait dst «onsciencia af^resienUiva o ca-
pellão, curadcv' que tinha 180 alqueires dei
Xii^y 90 de cevada e 10^000 réis 'eu àitíbei -
'MâMOÂ ie < MAMOA— por tngDez aatígio--
Hi:«in Porttigatj varias .aldt^ias earao aom»
de Mâmoãj Mnmôa, Meimoa e Meimão. To-.
ÚÊOè procedettée um mottamento oeltiGa.(ea
prec('ltloo) cujo oolira primittivo se ignora^
-Faraià os romanos que o denomiparam.
fnbffiffMc, pf Ift semelban^a que téem com luu.
peito de raillher.
Quando f^lfoia algum chefe, ou pesson
notável dos celtas, ou pre-ceKas^ihe deposU
tavafai aa cinzas em uma caixa consiruida
de ia^Bos^ que cobilam com uoia pyramide
<pequeno Cabeço pyramidal) de terra.
É d*ac|Bi.qne vem a palavra mamelãOt para
designar um pequeno cabeço.
Também alguns escriptorps dão a este»
monumentos os nomes de modêrraãj maxmi'
tUêãê e mamtmnhoi.
íTendo .já n*esta obra faltado sobre estes
monumentos, para evitar repetiçdes^veja-^e:
-^Antaj 'Oarht Couío de Gucujães^ Grasto,
envias de Senhorim^ Ddmen e Fieis de Deus.
\^ Ha aiada em Portugal muitas mâmoas,
mas ^quati todas arrombadas pelo povo, na
intenção de acharem alli thesouros encanto-
ados.
' Onde as tenho visto em maior quantidade
é no moQte do CunUo, freguezia de Ferme<
da; noêí^eêrande (proxino a Serradélio)
na frcfuezia da Raiva; na Serra de Anciã,
Ireguezia de Real, e no monte do CastéUo,
freguezias de Esoaric e de Ifauçôres.
* Em.um documento da universidade, de^
iS98, se lé^^Qite fossem na maanóa da par.
iã carreira de sobre Ánzega^ que chamam
Mdmóa negra.
Era um documento do mosteire deAlpen*
durada,! de i3ifi, se dizia-*-£ parte pela ma-
móa, que está a par da estrada.
« E«i um documento do mosteiro ds Santo
Tfayrso» se dá a estes monumentos, o nome
de mamúa.
Desde o século iX até ao XU»8e escreve-
«am «m Portuga} e ilespanha, muitos docu'*
mentod, em que 4s mamóas^ mâmoas, ou ma-
snúas se dá o nome alalinisado de mamulasé
M^-
^^
Tam])em se lhes dava p^aquell^s tempos^,
o ÇípqpOrfle áreas; mas este pertencia sómeU'».,
te ao logar em que se depositavam as cinzas^
dos jnortos^ pela sua.eemif|fvipça>,cojga,.i;i9ia',
a]:ça; e cq^o esta era a parte priocip^ d9 .
ediiicio, dava-se este neme a todo elle. i
j& a estas arcas, que militas povoações pe-
ninsulares .<^evem o, seu ^pme. ., ^
Mr. Bf^Uet» no .seu ficcionaria dp. lingma^^
céltica, diz que a palavra arca vem do cel- .
tico ar, ou hare. Salvo o devido respei^tOta
este erudito escrip^r, oão me.ço>Dfijraao,copi
a sua. opinião... É verdade* que ar, onhare^-
gnifíca terra, altura, collina, elevação, fasti-^
gio, siiivmidade, píncaro, ponta, cume, niop-
tanha, ro^ba,;etc.r-map, t^ndo.n<te ufl[u.p;|n
lavra pqrtugijtjezi^ .antiqui^sima que^eclMra
com ej^ctiilào o objecto (porque o lúmulQ^
celta propriamente dito^ é uma verdadeira
arca de pedra ; e o montículo de terra que
o Qobre, não é mais. do que iim accessojriOy
úma. .guarda) não devemos hira uma lingiu.
Ci&tjranha. buscar uma palavra que aliás n^
exprime exactamente a cousa. .
Fiquemos pois em que arca, era o túmulo^
e mâmoa, todo o ediácio.
Algumaa dVstas mâmoas, serviram, depois
de marcos^ ou padrões^para designar asQX-^
tremidades de certos teprítorios, oupropne^.
dades; mas também se aproveiMtvam ^ou;
tes natnraes com a mesma configuração^ e
ao quaes se dava também o nome de ^rca^n
Pelas actas do cpnetUo de LiUgo, de $$9,
consfa que o rei Theodopiiro, fez dem^cat
09 limitas dos bispados e egrejas, pe^as nZ-
Ic^, montes, ou castellos antigos, vel archai
ram confima, , .
Em um documento, de 760, pouco m^is
ou mel:)os^ se diz— Pro v>t dividit cum alias
villas per petras fixas, et mamólas antiquas^
Em 897, D. AfifiAUso IIÍ, confirma â egreja
de Lugp, os seus 4mtig09 limites, dizendo-^
Quos priores nostri interpasuerunt, et^agfres
terrce, sive archas, prope qwfs fines, etc.
Vé*se pois que vulgarmente se tomav^ o
lado pel^ parte.
As povoações de Portugal que ainda. çonT
sçryam p.nome de Arca, ou de Arcos -^yâo
no logar competente,
. JNa ireguezia de Ijiibeirós de PoyareSy.cp^
«6
MáK-
BIàN
nárea e coneelho da Feira, ba uma aldeia
ebamada Mâmoa. O mesmo nome tem a al-
deia onde está a egreja matriz de S. Romio
de Goronado. (Vide o 2.* Ccrmado; e outra
aldeia, na fregaezia de Baltar, ooneelhò de
Paredes, comarca de Penafiel.
MAMOUROS— fregaezia. Beira Baixa, co-
marca e coneelho de Castro de Aire, 14 ki^
lometros de Viseu, 300 ao N. de Lisboa, IM
fogos.
Etn 1757 tinha 74 fogos.
Orago, S. Mignel Archanjo.
Bispado e districto administrativo de Vi-
zeti.
Os condes de Alva apresentavam o abbade»
4tie tinha 200^000 réis de rendimento.
Jfomotttt» — é a palavra árabe ma^ii-
fa— significa a edificada, ou povoada. Vem
do verbo ãmara^ edificar, povoar, construir
íHtem algum que o nome d*e8ta freguesia,
se' deriva do nome próprio romano Mammr-
ra, Horácio, nas suas Satyras, falia de um
cavalleiro romano, doeste nome, intendente
dks obras militares e valido de Jalie César,
ao qual acompanhou às Gallias.
Adquiriu (roubou) alli grandes riquezas
e fez edificar no monte Célio, em Roma, um
magnifico templo. As suas rapinas, luxo e
immoralidades o desacreditaram.
Foi o primeiro que fez revestir de mar*
more os muros e as oolumnas.
MAMPORCÂO ou MAMPORÇiO— fregue-
zta, Alemtejo, comarca e concelho de Extre-
mos, 40 kilometros de Évora, 150 a^Sfi. de
Lisboa, 115 fogos.
Em 1757 tinha 73 fogos.
Drago, S. Lourenço.
Arcebispado e districto administrativo de
Etora.
O arcebispo apresentava o cura, que tinha
180 alqueires de trigo e 60 de cevada.
KAN^rio, Trás^s-Montes, na comarca
e concelho de Montalegre.
Nasce nas vertentes meridionaes da Serra
da Mowella (que é parte da cordilheira que
Ifga as serras de Larouco e Gerêz.)
Depois de ter Corrido pela freguesias de
Gavellães e Sezéilo, morre com 9 kilometros
dé curso, na direita do Cávado, em frente da
freguesia de Fliea do Rio, no mesmo oMm»-
lho. Cria mniti» e boas trotas.
■áNCEBA— português antigo --ttulliar
nova, moça, na edáde florente. Hwnm mm
nói>re éom^ manceba, ê dê (pranie òomUít.
{CkrcKiL de Bt-Bei D. Jo9o /, por Lopes, |MtrC
1.% cap. 35.)
Manceba de sertir^ era a criada.--*llídaa<
mafidamof^teveermane^f (mmanceki, qmm
disser que UU nós devemos de soa sMadaeâ'-
guma coisa: qne seja komem om miMer dm-
bôa verdade: mandamos^ que lho pafuettU'
(Testamento de Lourenço Pires, de 13i4í —
Doe da Sé de Lamego.)
Manceba mundanaira — ou do
mulher prostituída e poblica-Hueretrii,
meira.--*^ ^fo foi feito duas^ ou trez veasea^
atá lançar fára as mamcêbas mumáamaiTeL»,
(Chran. de El Bei D. João J, por Lopes, parC
1.*, cap. CXLVUi )
Ba de trazer (o eserivSo das flAalfeitofiu>
todolos BegataaenSf e as mancebas do nmm*
dOf eortezaas, em humm livro. (Cod. Alf^ L.
1.*, tlt. 15.-, § 4.-)
Segundo o mesmo Código, L. l.«, tlt. Slr
g 18 ; e tit. 53, g 4.*— O condesttdiei ^mto á»
cada huma mulher solteira, da maincebia, êm,
cada somana, Í2 reaes brancos. B o «lorsv
dial havia, de cada huma mulher da no»*-
cebia, cada sabbado 12 reaes brancos.
Este immoralissimo tributo^ Ibi extáneto-
depois.
Manceba solteira, era o memo que mmm.^'
danaira. — Das manctípos soBeiras, que an*
dam, e devem andar na co/tte^ ha de levar (»
meirinho das cadeis, que era o juiz d'ellasl)
em cada hun sábado 2 reaes brancos, porque
elle ha dè mandar varrer as audiências dá
corregedor, que ellas haviam de varrera e est^
foi assi usado d' antigamente. (Cod. Alf.^ L, iJ^
tit. iX § !•)
MANGEBtA— português aiitigo^reuniiili
de mancebos, ou moços solteiros.
Também significava (como ainda hoje) o-
viver e cohabiur um homem oom uma mu^
Iher, sem ser casado com élla.
Nos prazos de Almacave (Lamego) se In*
titula mancebia o logar, bécco, ou bairro em
que viviam as mulheres puMieas. (Brsk aa
sahir para o campo do Tabolado.)
KA|VÇ£SO -- portagaez ábtígò — ãkiz-áe
este nome, ao que está em edaâ6 jdveníiL—
Aancebo de soídadi^ era ò creado qfaé áerria
por salário.— 4fan<^to àe pcusaàà^ BtsãSk os
creados, oa pastoras dos porcos, íiiTéríores
ao alfeireiro, qáe era o pastor das y^ticas.
Éancebo-'é corropçSo da palavra árabe
-^tnansubcn^ o amante», oa namorado Jovem,
etCy vem do verbo maçaòa — que significa,
lembrar o passado, recordar, lóavar com
Versos am^torios.
'kAltCÊLLOiS— freguesia, Dòbrò; comarca
e concelho de Amarante, 43 kilométros a NR
de Braga, 360 ao N. de Lisboa, i(50 íbgos.
Ém ilS7 tinha 430 fogos.
Orago, S. Martinho, bispo.
Arcebispado de Brajia, dÍstHci!o ádntflnJs-
trativo do Porto.
À i)aitra apreáentáva o ireítor, qúe tinha
Ílí0jf(m réis.
' É terra muito fértil.
' É n'esta fregáézia a casa da CoitOf da qual
é iâctuâl proprietário o sr. Rodrigo Guedes
de Carvalho, visconde da Costa.
(Fica assim, n*e8ta parte rectificado o en-
gano da pag. 410, do 2.* vol)
Foi víllá e cottto.
Houve aqui um mosteiro (>ehedtctinò, in-
stituído, em 1 i 10, por MemUcríçalves de Fón»
seca e siia mulher, D. Maria Paes Tavares,
D. Sancho I, concedeu a este mostpiro, em
ISOO, a isenção do pagamento dk colheita ao
rei.
Em 7 de julho de 1219, D. Affonso II, e
sua mulher, a rainha D. Urraca, e sètis fi-
lhos, os infantes, D. Sancho (depois II), D.
Affonso (depois 111), D. Fernando e D, Alicàior
(Leonor) estando em Guiinarâes, confirma-
ram ao mosteiro de ilahcellos^ k isenção do
pagamento da colheita, que lhe havia cònce*
iKdo p. Sancho L
í). Sancho II, deu ÍotH (sem data) á vlHá
de Mancellos. Pranklim xÁo traz este foral.
Em 150, D. João III, deu este mosteiro
()úe entSó era de crií^ios) ko mo^teil*)! dé
': Gonçalo de Amarante (domínico), o que
ioi confirmado, por bdlla de Paulo ín, de
1541
AANÇORCS oú ICAÍtSbÍRfiS — ft^
^urb, no eitãictd concelho áe ^f medo;
HM
47
í
. hàíh eomárcá é òôuòélho de ArõTLiea, d'<mi!e
dista 20 kllomèftros a O., 35 ao S. dó Porte,
i2 ao S. do riò Doíire, 285 ao N. de Lisbi^
200 fogos.
Em ilé7 tinha 123 fogos.
Orago, Santa Cbristina, virgem e martyr.
Bispado do Porto, districto admuiistrativo
de Aveiro.
É' terra muito fértil.
O reitor de Edcariz, apresentava o cura,
que tinha 9JK)00 réis de côngrua e o pé de
Altar.
Para a etyniologiáy vide Âhnançf^, a pag.
144 do l.« voL Vide também Carite( a pag.
110 é Cartêilày a pag. 168 do 2.* vol.
Teni minas dé éoiire è de ferro, que se uio
éxplòi^m.
É povoa^^ antiqtíislimá, comer do seu
próprio nome e das suas tradições se còUicíe.
Em 1848, na escavação de um campo, áp-
pb^eceram os /erro5 de duas áchas-d*ármas.
firaiÀ dé cobre, mas estavam muito oxida-
dos e èorròidos:
No mesmo sítio, e na mesma occasião, sé
achou um capacete quasi inteiro e parte de
óuiro, também de cobre, evidentemente ro-
manos.
(h Ibgarés qtíe hoje constituem esta fire-
guezia, pertehciám à frejguezia dé Escarit,
I cuja egreja matriz lhe fica 4 kilometros a
ONO., tendo de se atravessar a serra do Cáa-
téllò; p6lo que os povos de Maoçores reque*
reram á stra desmembra^ da antiga paro-
chia,o que lhe fui concedido, no século XVfl;
ficando o parocho de Escariz, só com direito
da apresentação do cura.
A primeira matriz de Hançôres, foi a actual
capelia da aidéia dá Villa; mas pouco tem*
po depois sè construiu a egreja actual, quo
é pequena e pobre.
Ainda n*eáta freguezia se pratica o antigo
costume de sefazerem os baptísados fora da
djgrejá; entrando n*eila dó para o acto de lan-
çarem á agua benta ao foapiísando.
Quando mbire «dgum lavrador d'esta fire*
guezia, vão atraz do cortejo fúnebre, variaa
ttinlhères, com canastras de broas à cabeça,
Ique no adib sao partidas, e distribuídas t
qtjiém ^s quer.
A ú(jfiQU <o défnnctò^ oti a generosidade
e.yjijiftík,do ci^pp,,qiie ^ as dâ|rPereic|S.
Timiire, meio éaTa^o, de pj^ata, .briáado'iíe
opra, COO), re4ea3 de púrpura, e com tre^^
i^nçada^ çm 9aDgaa, no pescoço.
E5te3 fi/istros Portvgaes, df Mançôres (que ^
sao os meí^mos djs Yalladare?) e os Porta-
gaes e Tprres, procedem do infante D. pi-'
níZy filho de D., Pedro I e. de O. Ignez de
Castro-
£ste B. Diíniz, pasaando a CastelUj (vida,
Leça do Bailio) casoa com D. .Joaonâ, filha
ha^arda de .D. Hem-jque.II, de C;i8tella, dá
quai teve, enlre outros filhqSv 2^ .í^- Fernan-
do de Poriagal, que casou n^aquclle reino,
com D. Maria de torre^ filhfi^.de Fernando
• Rodrigues de Torres- . , . ,
Foi âçai fiJIio D. Luiz de Porluçal e Tor-
res, que se diz progenitor d*e3ta farbilia., Os.
d'esta procedência teem por armas — escudo
dividido cm aspa — no í."" e 4,\ as Quioaia
de Portugal : no 2.<* e 3.% de Jpdrpura, 5
torres de ouro, em aspa— orla áe púrpura,
carregs^da de 7 castellos de ouro. Tiínbre^
, uma das torres das armas. .'
I " . ( . *•
I O rio Arda, divide icçta (reguezia, peio E.
e NE., da de Santa Marinha do Tropeço.
(Vide Ard€^ rio.)
. ÍIAIÍÇÓS (S.) — fre^guezía, Alemtejo, co-
. marca, concelho e 18 ^ilometros de Évora,
120 ao SE. dê Lisboa, 200 fogos.
Em,1757 Unha 192 fogos.
dgrs fae^d9>r^9f Aval;a-9e.peliq Qivof^a.4p ^-.
nast^a? d^ pão que aoompant^f^m.o^Qiiterro^,
,Ha n/e&ia Greguepa a^lj^ia da Tec ça» onde^
é a grande casa dos srs. drs. Manuel e iol%
Baptista Nunes Gamossa, < filhos e lierdeiros
dQ'.sr. dr. J^ó AQ(<>iúq Nqiiegde Saldanha.
é uma da$ ca^s içais ricas do dislri|3to
de Aveiro. ,, ,^ .:.
Saldanha, é um appeUidp nobre em Por-
tugal Veiji^ de Bespa^ba, tomadç da vijla ^e
Saidanb^i no rein^ de Leãp. . , .
Procede de D. Sancho Dias de Saldanha^^
soubof: 4^ di^. vUl^ QUB.em, 870 fez aUi o
seu. solar. \ ....•,
Passoi^ esteappeUido a Portugal,, na pç^-j
a(^,de Diogo Lopes de ^^Idanh^, no reJu^-
do de D. AíTonso V, com o emprego de se:
oretarip da rainha D. Joanna {%* mulher do
dito rej),. e seu mordomo-món. Foi depois,
embaijiadâi* em Roo^a.
Trouxe de Casteila, por aua.mulber»JP>
Maria Rodrigues Bovadilla^ fílha^de Tojribia
Rodrigues Bovadilla, senhor, d^ .^^dalajar
ra. . • . .
As armas dos ^aidanhas» são : em campp,
de púrpura, uma torre de pral|, coberta e#n^
uma cúpula azul, e com portas e frestas df
mesn^ c^, .lavradas de negro, com 091a
cruz de ouro no remate. Timbr^^ a mesma
lorre.
0$ Saldanbas d'Albuquerque, trazem, por
armas : escudo de púrpura, pom três çótiças
de ouro, em faxa, e por timbre, iim leão de Orago S. Maneio.— vulgarmente, S. Man-
púrpura, lampassa.do de ouro.
No logar da Estrada, d>sta freguezia, é a
casa da família Portu^l, que foi a maior em
pi^opriedades, de toda^ comarca, euma das
princípaes do distric^o de Aveiro. Hoje.^stá
muito dividida.
É. seu actual representante o sr. Joaquim
dos Reis Castro Portugal -. ; .^
IRortugal» é um appeilidoAobre d*este rei-
no. Procede da casa de Brag ai^ga ; sendo q
primeiro ,que assim sç.appQllidou, D. Affvn-
eo.de; Por.iugalt
As armas dqs Portugaes, sàa— em campo
jejirata, aspa, de púrp^a, carre|;ada de jjl
eseudétes das Quina:» reaes (seiq[i a prja, dòç
9i9l^ft( e dç Ã cnizes de pçai^^ flojrveiídás
Arcebispado e districto administrativo do
Byora.
A mitra apresentava o cura, (jue tm^^
336 alqueires de trigo e 180 de cevada.
É terra ferlil em cereaes, e cria multo
gado. .
MÀNDADEIRO— portugUjez antigo— mei^-
sa^eiro, enviado, parlamêntario, embaixa*
dor, ijriado, procuradur, etc».
MANDAMENTO— poníiguçz antigo— ter-
ritório cpm auctoridade especial, jurisdic-
ção« districto^ julgado, concelho, honra, coíí*
to, 0tp.,..coij[i seu magistrado pariicular é
com foral próprio.
£j(0 abril de 113â> fe^ J>. Afionaq ilenrí-
imes m^cé a Affonso Pa^s e suá mij^íbeiç.
m^
mAti
m
; na villa ftè.íí&Waí [hoK á ató^^^ .-i-...^f.u.^4. ._ .^.^_^
'né|J,''na'ifr^aeAa; dà Espíiinca, coticáhò^ié
^'Aroaca."Vícrô' p^-gl m' aò'í>toi;, í^la^H
"Cóhies-SL i.-j— Dli( a'àòH2lO— íftHif^M^f
|;3uô'Mandâmenío W 'Èantá '¥eltêê (Mliiáú
j concelho de Saufins, hòje conceftiodè Sih«
' faies) Território Co!fmbricenst ^ âSsàirrenti\
''hus aquisin Patia (fié Piiv^yskibfnJovítè
Quebranzana.
!•' •
MANÍJÍL-^é a palatra áraííe mato— leii*
^ cíu gUarJáDspo ;' masos porttlgúezpy &tr
'rim' o nòmé:dy riiáHdil a' utóa''^specíe de
' capa.ae Bufe í tc)m''qrie se cotíreni bà"pás-
gíiáTdé[')tíífAò o poto ao inoDte basdar a
%Bta;fDD*4wh, ^né^^HiicafAn -«íaí^egi^a
ttàtffií*; fftá^ cotho^éllaíbèialé»^ tafa'o
'ínòúie óti9e"'fôra at!h;(da, lúe cònálitiíram
^iqnitiiiía fe!apel!i'qiife afndia exíAe: :
' íí imágémèe graade devoção d*e^eS pb-
vos, qne, aip^At db álttira è a^peretô áa
'Uòtíib/aHi cbbf^rèmcoib ih'ii1ta'ftiec(tieQ-
'cíà,ctilnprit*á8 prortcssas qtlé'fkzein aiVòs-
'ia êènkch^a dó' Montei qbe é o titulo que ibe
deram,' em ra^Sòdò *dit1t>btfde*fÒi tfcbadá^e
' oúhe tem a >!ia 'èafS^lia.
' "UtiUICFtfAilXfc OTí
M.:'í
SE iStl-
tòWâ em trárds-MÓtítes-^BÍáttib^m'á'ti[9f lU^^ Ééira AKi, èabeça
4ér (M(èf1ttéf é'âe'<;omareà,' 12^ kilometros a
"Bí; de >fiieiií 410^ ao íí: d6 Líilwa, «00 -(b-
/>
ii>
Tl
f , I I I • •
Í pedaço de saragoça ou burel, com qièse
impa o po aas caViilgâduira&. '" " '
^ . '"llí|ltótTAÍ/DÈ— f^^ èòl gos (2:800 almas.)
in^Tc^ e'cúnc^tÍio'áe iGíauveia, 88- klltíttíej- Em 1767 tinha 509 fogos.
*' irós á É.ye Cdítót)ta; Í85 ao Ntí. deflsr < .■ -iPtligQ^^^iHJWit .. '.;:•/.
'^iboá/ÍCÒ" fornia',' Eth'.i7^'tiiihà '68 fôgo^!*' . , aifl«^ ^ .dí^^i^iota admiaistrâtivp á»
grago S. Vicente, martyr/' "» ' ' ^ ■• j Viseu. . ..^.
íspado dé Coiú:ibra, di^tricto âdtiJiiAsfí^av ( I -Offe^l p^drQ^do.ipiseaeQt^irasO yjigiirio,
'''tivqdaGuarda:;' " ' '"' '■'';;^''^ 1 r.qa^ jtlabft.^WOí»0Oi:#s,4*>endío^^
0,rpál padroado apreáentata o píWôr, que 'PiwJU-i. » .. ;. .
* tingia Í20ÍÒÒ0 réis. * * ' (, t¥i4e .4«^r4m lía ^«r«ií;a paginai. 300
^, Dá se ^ esta freguezia ò noliíe dé ^an- do i,^ volamf^.
GUALDE DA SERRA, para ádísliogttfr dê Man-
QM^alí^ éte^Azurárai, t ^a Serra da Estrefia. l T#QI eatfçjio.^elegFapliic».
A pouca disitancia àá ptíVoaçJji) de Má^
^^ualde,, esLá um. altíssimo monte: Segu\iãò à
tradí^*âò, appareceu aqiii a UHs*^ áègadbres,
juutu ao cabt^çò chamado Alfatáma ^ e eútre
3 carvalhos, uma fmageái dfe Nossa Bénfiora.
' ' > B^e- t6nrÍcono;nunea foi- der bispado dp
.Coimbra, st^u imerinamejate. IJos 80 anl-
nòí», nào houve bir^pos. em' Lamego e em Vii-
seu e 08 bispos de Coimbra adoiinistravam,
ííém da sua, aqneiias dttas diôoesoé iUgH^i.
' É por issoque yarios doeuaeocúi ii*aquelle
t^mpo dizf^n que era território d« Cuii^bra.
* Álfafama ó corrupvâo da palavra arabe
"Al-FMi»^íúa (de qua nós fizemos Fátima, tf-.
' rando ihe o artigo bI.)---É oomè prbprio de
mulhf^r. Assim se chamava a famosa moa-
, ra, Sf uhur^ dp Our«m, que, depois de bá-
.^ ptísada, se chamou Óuriana, e casou com o
'templário Gouçâlo H^rmigues. A Chroriica
,dé .Cwíffr (tom. i.% livro 6.% cap. I.*, pfig.
7^3) tauiibém m«)uciona outra moura do ides-
mo n^íiiè, capiiva pdos goriugaezes namai-,
' drut^ada do dia dt^ S. João, de Í157, nai to-
mada de Alcácer do Sal.
*. Jlaiigttalda pâa.tem foral próprio ;,,pqr-
.que» ^iii..26 de.,|Barço. d^- i5i4, avuda aãa
ientffi^a do. que orna fr^uazia do concelho
; à» AAur4r» ,4a Beira. Pui a esta poToaj^
que o eoadeD. Heorique e.aua;mulhC'r» a
rainha IX Thi}re](a,4eram foral em áiOâ.Foi
coAftriuado, eni Santarem^por D. Afonso
IJ, tm i3A8 ;.«'& que D. Manuel deu. o oqvo
vforal, w rqferido dia .2^ d« março da 1$I4.
{Uvro 4o$ fomes núfooeda PeirOf fL i09 v.,
c<^. 1|.«— ZiwdX* de dçQçõeíyde D. Alfunso
11, fl, 36, coK i,*-re DP twr<? 4e foraes m*
iígos, de hUura mova^ fl. 42 v., cul. 1.*)
Ê pois o. foral dado por D. Manuel â Tíl-
ia de Azurara que xegie^ o coacelbo de
Mangualde.
Nem Mangualde nem Azurara teem bra-
zãò d'armaá, tendo-o otttras povoações de
inenos loiportaàeia;
00
MAN
o concelho de HaogoaUa eomprf lifDdê
as 18 fregttftzlaB segaiotes:— AittrQPhoaa Ve-
|hm Alcafache, CMaarães, Cbans de Tava*
res, Caoha Alu, Canha Baixa, Sapinho,
Cornos de Maceira Oão, Preixiosa, Fmta»
Lobélhe, Mangualde, MesquitoUa, Moimenta,
Povoa de Cervães, Qainteila, Trafanea de
Tavares, e Várzea de Tavares.
A comarca de MAQgoalde era composta
de três jalgados — o de Mangualde com
4:900 fogQ8--o de NéUas, cqpi 2:600— e ó
de Penalva do Ca^tello, com 9:600.
Por decreto de 33 de de^mbro de J1873,
iol 8ii|)y[)fimi.do o julgado ^ (féllas e unido
ao de.Mangaal|jl|R, pelo que ficou a. oomaf)ca
só fom dois julgados— o seu, que tem ago*
ja 0:800 fpgo, se o de Pefutva— ambos eom
9:400 fogos.
É Azurara uma povoa^ mufto antiga, é
a sua fundaçio é anterior á doiirinaçSõ ro*
mana.
Eoí II de Julho de 1145, aehan^-se Dl
Affonso I em Coimbra, foi informado que
os moradores do concelho de Azurara* dâ
Beira (hoje Mangualde) faziam awaílèiroê
aos de fora da terra, do modo segnínte : -—
Davam-lhes primeiro uma pequena herda.-
de, pelo que ficavam com o privilegio de
vismhas, e depois oa faziam cavalleiros. Da*
vam lhe uma propriedade de valor insigoi-
fleante : ás veze^, uma pequena casa, óú um
hocado de terra, e até mesmo uma só ar-
vore ; pois o bastante para ser considerado
visinkOf era possuir aqui bens de ráíz, qual-
quer què fosse o sen tamanho ou valia.
ÍFambem a isto se chamava maladia.
Ò rei ordenou então expressamente que
nenhum cavalleiro, oú otff ro qneãqwr^ 'tUli
àvisinhé, ôu possa ter malaáia ou comnwn-
da^ sob petyi de a perder para o regnengo :
ordenando ao seu rico-hoifnêmy Fero ^ernanr
des, qne entã") tinha da coroa a^uella terí-a,
quê assim o fizesse cumprir e guardar. (Con-
sta isto do Livro dos forass velhos, no fim
do foral de Azurara.) '
AviUa de Mangual le .está dividida em'
deis bairros— a viila velha, ao 0^ e a Mçiva,
MAN
ao E.-<;í edificada em ivna idJMrfctfl^^bflPi
situada, salubre, agradável e com boas y^
ias. Tem bons terreiros, ou largos, em qoo
se Çaz o melhor mercado da provinda. Tem
^ns edlficios, bons chafarizes e um bd^
templo da Jiisericordia, onde se admiram
preciosos quadros, da escola romana. Tráa
luna formosa casa da camará municipal,
sendo um edificio tão vasto, que accommo-
da, além da sala das sessões da camará, o
tribunal da justiça, a administração do con-
celho, atilas, para ambos os sexos, etc. "
O mais notável doesta villa porém, é o
sumptuoso palácio, denominado dós Paln^
hoje propriedade dos srs. condes da Ana-
dia.
É sem duvida um dos melhores edificios
de leiífo, ^ reuniodo uma grande quinta,
muito afòrmoseada^ e com pomares de deli-
ciosa (i*uctas, bellos jardins, lagos, fontes e
quatro estufas, onde vegetam fructás, plan-
tas e flores dos trópicos. Pegado á quinta,
está lima extensa matta, amíada, on4e se
encontram diversos objectos de recreio, mui-
ta caça e admiráveis arvores seci4lares.
À distancia de 1:800 metros ao NE. da
vUla, sobre o ciune de um alto e escarpado
monte, crivado de rochedos, e fazendo face
á povoado, está edificado o elegajQtê e ína-
gnifico templo, dedicado a Nossa Senhúra
do Castfillo.
. Foi erigido pelo zelo e devoção da illustra
fámilia dos srs. Paes, a cuja casa pertence
a sua perpétua administração; pois foi d*el-
ia que sahiu todo o supprimento de despe-
zaé e serviços para esta obra, visto que a
respectiva confraria não tinha meios pára
tão dispendiosa construcção.
Dea«se principio a esta egreja em jaiptei-
ro de 1819. Os trabalhos estiveram suspen-
sos em 1820 e 1821; mas em 1822 recome-
çarapi opm decidido empenho, e á custa, da
casa dos Paes, exclusivamente; concldiado-
t O palácio dos Paes, de Mangualde : o
da Brejpeíra, próximo de Mourão, do sr.
Moscuso ; d o de Matheu^, pruxiruo a Vília
R^al de Traz-os-MoDtes, dos srs. eondeárde
YíIJa Real, são os três melhores edíficlos p^-
tii-ulares de provinda que existem em ror-
I tugal.
Á
•MAN
ta todu u obfis em 1837. ImpmrtMnwi «m
14 eoiitot de róis.
É todo áe cantaria, áe arehileemva rim-
fias, mas «legante, • am dos melhores das
Beiras.
A alKibada de todo o lepaido é fuaineei-
4a de beilos estoques.
Além do altar-mór» oade está a imagem
ida padro^ra, tem mais dois aos lados do
4ítcOy o de Saat ' Asna e o de 8. loeé. N*el)es
ee vêem deis óptimos painéis a óleo, obra
4osr. António JoséxPerara, .insigne pintor
4e Viseu.
Tem ama só torre, com 38 metros 4*alia-
ra, desde o pavimento. Sobe-se ao alto d*el-
^ la por aan^ibeliaieseada em. espiral, e de lá
se avista nm deleitoso panorama formado
de serras, monlee, planícies, e povoações,
que é encantador.
Bm reder do templo ha nm espaçoso
adro, guarnecido de nm parapeito, oom as-
*àenies de pedra.
D*iaUi desce-se por mna bonita escada de
4eis lanços (qne iea em. frente da f greja)
i para nm espaçoso terreiro arborisado, fican-
do a nm lado da escada, ama porção de
terreno, com rochedos^ e por entre elles,
fdantadas,. videiras 'e oliveiras-^ do ontro
lado^fuma; hospedaria, para os romeiros.
A algons passos ao B., d'este terreiro, es-
tá ama. eisiema,.de agna nativa, ao tando
'daqoal se desee por ama escada,, em aspi*
fal, de 36 degraus. A sua agua é perenne e
-de óptima qualidade.
D'eate terreiro.se desce o monte, por ama
«paçoaa escadaria, oom i63 degraus, inter-,
rompida de espaço a espaço por. pequenos
lerreiroa^ tendo quatro d^elies outras tantas
capeliiohas, dedicadas todas á Santíssima
Virgem, sob a invocação de Nossa Senhora
da Conceição, Nossa Senhora da Encarna-
-ção. Nossa Senhora da Visitação e Nossa
iSenhora. da Assumpção ; todas com beliissi-
mas imagens romanas.
. Toda a escadaria ó orlada de arvores, e
•ao fundo d*eUa se vêem férteis campos sqm-
ipre v^^.
A festa da Senhora tem logar qm.8de'se-
^tembra^Natívidada de Nossa Seniiora) s^n-
IIAN
?!i
do lio gcande o co^pcimfo ,dgs romei^çM^
algaps de longínquas povoações, que jfp"
brfjm todo aqueiie vasto s^mbito.
SMradição antiqu^ssíípcia, que o templo
primittivo (que estava edificado no terrais
arbori^a^o, e que foi demolido, logo que se
fèz o novo) foi mesquita dos mouros, po
tempo da sua dominação em Portugal, e
que, depois da «oa expulslio, apparec^ndo
9/^i uma iinagem de Nossa Sentaojra, foi çpl-
locada na mesquita, depois de purificadj^ e
conyertida em teqiplo catholico.
Provem ao sitio e a esta imagem o titulo
que teem,: pfr ter aqui existido, um castpl-
lo, romano ou árabe, do qual a^da exi3t^
>s ruínaa, qpe bcan niostram asuan^iifU
antiguidade.
Os que mais concorreram com avu^t^dís-
^imas esmolas ejegados, para a coosu*acção
e conservação d'e9te sanetuario, foram — o
commendador de Malta, Miguel. Paes e seu
irmão, Jos6 Paes^ cónego da Só de Coifubra»
ambos fallecidos em 1837.
A condessa de Anadia, D. Maria Joanna,
oQare^^u, na occasião da trasladação da
imagem de Nossa Senhora, do templo ai^ti-
go pjira o nove,.nm irico e inteiro par^mifu-
to i branco,. bordado a seda e ouro, para o
serviço da egreja, e dois riquisdimos ouma-
tos para a.pfdroeira.
Também resa a tradição, que foi alcaide
d'este castello, nm mouro chamado Ztiror,
d'onde viera o nome á villa de Ázuiára; e
que, para a, expulsão d'ell6, d*este castello,
muito concorreram os habitantes de Lioha-
res, por conselho, de outro ^louro, conver-
tido ao christianismo, que depois fui alcai-
de 4e Liohares*
E' verdade que em papeis antiquíssimos
se vé a ppvoaç^o.de Aiurára coui o no^ne
de Zurara; mas a palavra Zurar nio pte
piorece árabe. Incliaome roais a que a ety*
mologia d*esta palavra seja a que doo á Azu-
rara .de ViUa do Conde, a pag. 300, col. i.%
do. i,'' volume.
S* ainda verdade, que a camará e povo
dQ Viseu, biam todos oe annos, na 2.* i»i(^va
da PasdhoaK,em remaria, áo Sanetuario , de
í
52
'MÀN
"Mid^
^Nos«a Seoborâ í9b'Ca5teHo, em ^amprimeti- rde fMi*-^-«onitraido do modo atgoduo :.t^
"io de am voto aotiqnissioio, e em vhegan- as mesmas de João Paes, ló codi a difluMi-
do ao monte onde está edi6eada a eapena, -fa de terem por timbre^ meio draglo d»
se viravam para o lâdo de Linhares e agita-
' "Vam a l)aDdeira da eaniara ; mas tiao sè sa-
' be com certeza, a orígeni d'esta éeremotiia.
A eamara e o povo de Visea foram des-
obrigados fdti se desobrigaram 'elies) d'este
▼Oto, no priocipío dò fiectilo acltial.
Qaindo o n^ai-padof PhHippe H se apos-
( t
soú de Portugal, em 1980, • eonde de Bel- ' p^ítoi
prata» oomnoia laraDja de.pilrpsia ]io,pcllo.
Outros do mesmo appellido trasen. pur
annas-*-em oaaapo de prata^ 94aitui|a%Yei-
radas e contraveiradas éo-^azal e^pikfpsia»
em 3paia8*— eto» d^^ço aberto^: e.pofeMim-
bre, neio leão de pnta^lampasMâo de pir-
para, eool nms das ksaiijas daa armaana
h
monte, tíão se querendo bandear com ooti^oB
muitos fidâl^s portngttezeS quê se vende-
"^ iram aos eastelhanoí, rectisoa' apresenlar-se
no beija-mSn 'f\ne deu o TCi "d^fHes; pelo que
*' esltC lhe tirou todos os bensr e fôfo» que li-
' nhkm sido 'da corôa, Ceando portatito park
esta, desde então, o senhorio de Mangual-
de, dé que èra donatário o mesmo eoude.
" Kãò se pôde saber se o Uòme d'esta vílla
'' vem de mangual, ou mangualdé, Instrumeu-
' lo agrícola bem conhecido, ^e de manqual,
'' iQome que os antigos davam ao Joge da bel-
la, ou do fito.
Paes é um app^ltido nobre em Portugal,
patronímico de Póyo, É muHo antigo n*èa-
"te reino, pois já D. Pedro Paes, foi um dos
cinco fíitalgos que acchimaram o rer D. Af-
fonso Henriques, na batalha de Campo de
Oarique, a 25 d« julho de 1199^ Morreu na'
batalha de Badajoz; sendo alferes-mór do*
mesmo rer.
A D.Payo Rodrigues Paes, seu filho, deu
D. AfToriso Henriques as arn>as seguintes —
em campo de prata 5 pinheiros verdes, em
aspa, com raízes. Elmo d'aío aberto— tim-
bre, meio dragão de prata, laiopassado de
púrpura.
A João Paes, deu D. Afifonso V, brazao
d'armas, efm ÍO de abril de 1476— são— em
campo azul, 9 laranjas, veiradás e contra-
Vélradaâ de púrpura e ouro, em 3 palas —
elmo de aço aberto, e timbre, um pavão da
sua côr.
A Gonçalo Paes, natural de Coimbra, mor-
domo niór e thesi)ureiro do cardeal- rei, deu
a rainha D. Catharína, viuva deB. João III,
regente na menoridade de seu neto, D. Se-
baãtião I, brazão d*armas, em i2 de agosto
l|AHfiA^p(Htagiftz ' aiUi9»*nca8tiiHieb —
individuo de boas nuinhas, pessom dê intiêe»
maiUíãt,
MAIfBENT£-^-frefttMia,Mii^ho,doflni;«l e
ceheelba de BareaJloSy it JeilMBslroaj^Ow
de Braga, 360 ao J^ do Lhboa^ .i004i>90Sf
Sm 1757 Unha 240 fofos. . ,
Orago S. Martinho, bispo. t ^
Arcebispado e distrioto.adaiéniBtrallto da
Braga. > . ^
O reitor do convento dadenegds stoaia-
res de S. João Evangelista, de VillardeíPra-
d«a (ot bons homens- de Fi//ar) apreseotâTA
o cura^ que^ tiuha 25^000 réia e o pé4'^-
iar. ' . I • i>
Foi Villa ^ conta , • : .•
A egreja nxatririj era a de om aoligoitos-
teíro>heneútetiQO quea^ui houve; fiuidaída
por S. Martinho de Dume, oo amiD flOO, e
reedificado por D. Pedro Afloàso deii)nimes^
pelos anaoe 4250. — Passou ' a- abbadia se-
cular, em 1480. sendo arceJ^^ispà d» Braga»
D. Luiz da Cunha. Estaabbadia era' dos ttes
rt«Ilgioso3 de Vi liar de Frades (ioyos.)
O conto de Manbente, oompuoha-ae d*«sta
fjregueeia e com parle das freguetiaa da S.
Veríssimo, Sama Marte de Gallegose & Vi«
cente de Areias.
O reitor do mosteiro de Villar, nomeada
o juiz do couto, para o eivei e orpbãos» « a
capitão para uma companhia de ordenan-
ças, qtte aqui houve até 1834. No orimo^ra
sujeito ás justiças da Tília do Prado.
Este couto foi feito por D. Affoaso Hen«
riques, estando no eastelio de Pana, ena
1129. Foi, como os outros, suppnfflído 0iia
i834.
MÁNHO, ou MAGNO— portugnex antign^
ainda usadb no secuk) xyi—ihamnhodâio^
HÂN
MAN
&3
dos. Pronunciava* se sempre mánho. -«Na .
baixa latinídade e no antigo português, tam-
bém signiâcava grcmde; mas entio, apesar
áe se escrever magno, pronunciava- se do
mesmo modo--mánÃo.
No antigo portQguez, gn, pronunciava- se
sempre nh — como os franc^zes.
MANHOUCB— freguézia. Beira Alu, eo
marca de Vouzella, concelho de S. Pedro do
Sal, 35 kiiomelri» ao N. de Yizeu, 60 ao S.
do Porto, 300 ao N. de Lisi^oa, 9S0 fogos.
Em 1757 linha 154 logos.
Orágo S. Pedro, apostolo.
Bispado e districto administrativo de Yi-
18U.
O abbade da Trápa, apresentava o cura,
gue tinha 8#000 róis de «;ongitia, e o pé de
altar;
Houve aqui uma albergaria, fundada pela
nlnha D. Mafalda, mulher de D. AlTonso
Henriques^ para passageiros pobres.
Não ha d'eiia o mínimo vestígio.
A antiga estrada do Peno a Yizeu (hoje
quasi abandonada)^ atravessa esta freguezia.
Enterra fria, árida é pobre. Peosò mais
m*odaz do que centeio e batatas.
O povo resente-se da aridez e pobreza da
ferra, e é, como ella, rude e pobre.
A maior parte das suas habitações, são ca-
]Wna^ eobf*rtas de palha, ou lousas.
HAMHUFB—- é ums aldeia da- freguezia de
Maacelios, Douro, comarca, concelho e 5 ki-
tometros de Amarante.
Arcifbis^ado de Braga, distrlct» adminis-
Inuivo do Porto.
Ha 30 ânuos, Manfaufesó mereceria men-
^ pela peleja ahi sustentada, no tempo da
:||itazâo .franeesa, mxA hoje^ eomo a maioria
dos povoados do Douro e Minho, tem grau-
ée augmeiíto^ boas propriedades rústicas,
«ma eapeila da invocação de S. Stibastiãp,
euma estalagem nova, muito concorrida pe-
loa abnoereves das raias de Portugal eâes-
panha.
A nova estrada municiai que segue,, en-
troncando na Tapada de D. Luiz, até Ama-
iWte, paasa no arruado da aldeia, dando-lhe
nova importância.
' A povoação estendesse nas faldas dotmon-
tee Cratío e Lameira Velha, e.domina quasi
VOUJlttV
^s
toda a freguezia pela sua posição elevada,
que lhe dá vantagens hygienieas.
É tão notória a bôa Índole do povo d*esta
aldeia, que muitos de fora disputam a pri-
mazia de pertencer a este povo.
O terreno é productivo, especialmente de
milho, centeio, azeite e vinho; encontrando-
se ahi, sem degenerar pelo terreno, os afa-
mados pecegos de Amarante e muitas outras
fructas.
D'e8te logar não levaram boas recordações
os soldados hespanhoes de D. Manoel de la
Goucha, que n'nm troço seguiam de Ama-
rante para o Porto, e que por um desacato
a uma das casas mais respeitadas' da povoa-
ção, levaram uma ióva tão severa, que mal
tiveram tempo de correr sem interrupção
até Amarante^ onde se queixaram ás anetu-
ridades portnguezas. £ <ftte o povo de Mb»
nhnfe, além de não tolerar o desacato pra-
titado, não via com bons olhosa intervençãio
dos hespanhoes.
Manhufe é corrupção da palavra árabe
Ma$tditife--é mesmo a palavra arabor— man-
ittt/Sf— significava, a sacudida. Deriva-se do
vímím) nadttfOy sacudir a lan com um pau,
carpear.
MANHUGfiLLOS ou MANHUHGBLLOS-^
freguezia, Douro, comarca e concelho do
Marco» de Ganavezes (antiga comarca e con-
celho de Soalhães), 54 kilooietros a NE. do
Porto« 335 ao N. de Lisboa, 90 fogos.
Em i757 tinha 52 fegos.
Orago^ S. Mamede.
Bispado e districto administrativo do Por-
to.
A. mitra apresentava o abbade, que tinha
iOOMOO de rendimento. Yide Marco de Ga-
navezes.
MANMIOTO— firegoesia, Beira Baixa, co^
marca e conoelbo de Piubel^ 65 kilumetros
a SE. de Yizeu, 335 ao £. de Usboa, 90 fi)-
gos: .
Em 1757 tinha 88 fogos.
Orago Nossa Senhora da Gonceiçáo.
Bispado de Pinbel, districto admioistrati-
vo da Guarda. Rui do bispado de YiZ- u.
O ordinário apresentava o reitor, que ti-
aba M^^OQO léis^ e o pé de altar.
54
mN
MAN
MANIM— Vide mobriga.
MANINHAD£60, HANINHADO oaMLáNE-
EÍA-— portuguez antigo— tributo, ou para
melhor dizer, extorção immoralissima.
Consistia em herdarem certos^ mosteiros
de frades, a terça parte de toda a herança
dos casados que morriam sem alhos.
Yeiu este abuso, do reiuo de Leão (Hes-
panha) e propagou-se nas terras de Miranda
do Douro e Bragança.
Para evitar repetições, vide o que sobre
maninhadego eserevi, na col. i.* de pag. 202
do .2.* vol., na palavra Castro de ÁveUam.
MANINHO— portuguez antigo— terreno
estéril e infecundo.
Também se denominavam manmhoSy os
bens que ficavam do viuvo, ou viuva que
morriam sem filhos, e abintestados, não ten-
do parentes até ao 10.* grau.
O almoxarife do rei, tomava estes bens
para a coroa. D. Pedro I, nas cortes de El-
vas, de i36i, determinou que, no caso de al-
gum dos cônjuges morrer aò intesiato, e sem
filhos, ou parentes, o sobrevivente herdasse,
e não a eorôa. (Cod. Alf.j L. 4.% tit 95.)
Hoje dá*se o nome demonm^, ao terreno
aberto, improdnctivo, ou que só produz mat-
to e plantas silvestres, e que é propriedade
do município^ ou do commum logradouro
do povo. Os moradores visinhos doestes ter-
renos, podem n*elles plantar arvores, sem
dependência de anctorisação das camarás;
mas só téem dominio n*essas arvores, e nSo
na terra que as cria.
A legislação sobre baldios e maninhos, é
imperfeitíssima em Portugal*:
£m i770, promulgou D. José I (ou o mar-
«piez do Pombal), uma lei sobre os mani-
nhos, em favor do desenvolvimento da agri-
cultura.
Em 1844, se promulgou outra no mesmo
sentido, mas uma e outra foram quasilecra
morta.
Temos grande numero de léguas quadra-
das de terrenos maninhos e improductivos
em Portugal, que só revelam a incúria dos
níOssos goveraos«<o seu desprezo poio des-
en^lviáieiito 'da, nossa agricttliara. *
' Bffl vez<de ajudarem os cultivadores tom
leis proteeiéfas^ prescrevem taes^ umas^l&o
arriscadas formalidades e despezas, paim
aforamento e cultivo dos maninhos, que»
elles fioam estéreis, ou são cultivados saJb^
retieiamente, e a íazenda publica perde o sen
rendimento.
Accresce que os povos não consentem que
um só se aproprie legalmente de um vasto
toreno maninho, procurando por todos os
meios obstar-lhe á posse ; o que tem dado
logar a grandes desordena» principalmente
desde i870 para cáf e que muito bem se po-
deriam evitar, se houvesse ama lei clara,
explicita e severa, que protegesse os empre-
hendedores.
Ha 40 annos que se falia em lei açrmUa;
mas, como tantas outras leis de urgente ne-
cessidade, não apparece.
MANIQUE DO INTENDENTE— vi lia, €0-
mar<*â de Alemquer, conjeelho,da AzamlNija
(foi do «concelho de Alooenire), 60 Júlome^
tros ao NE. de Lisboa, 400 fogos*
Em 1757 tinha 181 fogos. .
Orago S. Pedro, apostolo.
Até ao fim do seenlo passado, se dava a
esta fi'egttèzia o tiiulo de Arrifãna^ ou 8:Pe^
dro da Ârrifima, (Para a etymologia» vide
Arrifana.)
É no patriarchado e districto admimacnh
tivo de Lisboa. .
O real padroado apresentava o pnor, que
Unha IM)Ojí0O0 réis de rendimeniê anaiuL
É f reguezia rica e muito ferlil.
Deu-se-lhe o nome de Manique do Meãh
dente^ porque o Intendente geral da poUcia»
da corte e reino, era visconde de KaaiqM.
O ultimo visconde de Maniquet foi o sr.
Diogo de Pina Manique. Seu filho priípofe-
niio^ o sr. Pedro de Pina Manique, nio lesi
querido- receber o titulo de :8eu pae.
Pina, é um appeUèda nobre mm Pprmiti^
ph>cede do reino de Aragão (HAipanfaa)^f^i
um ascendente d*esta íámilia, que alli lÉa-
ddu a villa^ de Pina, de que foram Penho-
res, e onde téem o seu solar. . . • .
' Passou esle hppeltido a. PoTíugaKaa4)es-
soade D. Pcunahde FeraaâdasddPina^
baixador do reidè A^ão^ D«.Padro.'lll:(]
subiu ao throno em 1276). VciBip^na Boba*
galoom a»]^ainhaSaBtail2abel,ifilha4'a||Éel]e
moRarcha, em I282j e cáificduj
i ' '\
^ •:
V ii. y\'ji
MAN
MAN
55
Fqj seu filho, João Pares de Pina, a quem
o rei D. FeroâBâo I^ de Portugal, deu a ai*
caidaría de Gastello de Vide. É este o pre*
genitor dos Pinas portngaezes.
Os Pinas téem por aroQas : em campo de
púrpura, um torreão de prata, com tecto de
ouro, lavrado de negro, com portas e frestas,
sobre um monte Terde ; elmo de t»rata, aber-
to, e por timbre o torreão das armas.
Outros membros da mesma família, vie-
ram também do feino de Aragão, trazendo
por chefe D. João Alves de Pina, que vein a
80r grande valíd<y do nosso IX Joio L As ar-
mas d'est6 ramo dos Pinas, são : em. campo
de púrpura, banda de ouro, carregada de
um leão, asa], ariuado de negro, lampássado
de púrpura, entre dois pinheiros verdes, com
raízes de prata e pinhas de ouro; elmo de
prata aberto, e por tinbre, uma cabeça de
Imío, de ouro, sahindo*ihe da boeca um ra-
mo de pinheiro eoimo a4d escudo.
Em um manuscrfpto da livrarjut antigia
dos srs. marquezes (hoje duques) de Palmel-
lá, se acham outras armas d'este appellido,
formadas do modo seguinte ; em campo de
púrpura, banda azul (contra as regras de ar-
fliaría, que não permittem côr sobre côr, nem
nétal sobra metal), filetada de oufo, carre-
gada de um leão do mesmo^ lampassado de
púrpura, emre dois pinheiros verdes, com
raizes de prata 6 sem pinhas^.
Ainda outros Pinas, trazem por armas :
em campa áé prata, um pinheiro ^erde, ao*
In^um coQlraohefe verde^ entre dois leões
de púrpura, trepantes.
Para as armas e família dos Paes, vide
Mangualde de Anurára,
Não vejo d'onde proeeda a palavra Jtfon»-
<qêi»i a não ser de ^mmiptéte^
•Antigamente se dava o noqie de ngaço, a
umas tiras de seda que se cosiam pela frecM^
6 f èeia||(uarda'dai alvas dosíiclerigos^.
< €omaesta8tiba»eram[(|Qaâradas,!tambem
«e Ihp dava o>n(Hne>4e>9Uúdra^ãr.'
,11.1
Kúi
As inaiigai^> d^-etftíia alvas J^ra»^ ornadas
com uns bocaes, a que chamavam tnaniqui*'
ies, e a que hoje chamaríamos canhões.
: AMa^' M<^íewápa de B^ Joio>'V,ísaiugava
4»te' ar{iátoifsaH»rdQtal^'>.p0ía oluaésmo^ mi
naandoia usar de regaços e maniquites,iism
alvas das basílicas de Mafra e da patriarchaL
MANSESOR — portuguez antigo — testa^
menteiro.
BIANSIDADE-— portuguez antigo-Haansi-
dão.
MANSILLA — portuguez jtntigo •— (ainda
hoje usado em algumas terras do reino)-^
azofff ague. Nem vos esgarwiseit com a moíi*
silla dos vossos marteyros : bem tnostram se*
tem iMsquinhos ; pois quámdo façam cilada,
som de gram companha teudos. Carta d^
Santo António de Li sboa^ escrípta de Tolor
sa, fi Gil Anões, capellão da infanta D. San»
chaw
Assigna-se o nosso popular Santo, fr. int
íonio de la. Vera Crm.
Para alguns dos leitores, que não compnh
hendam aquelle perioáo da carta, dou a sua
traducçãOy que vem a ser : « Não. vos descosa
soleis com o flageilo e açoite doa vossos^ trah
balhos e afflicç5es. Biles bem mostram- ser
tímidos e cobardes; sendo certo que, quan-
do accommettem acreatura, nunca vem des-
acompanhados, mas sempre muitos.».
D'aqui se collige ser pouco segura a úb-
terpretação que Faria dá à palavra esgravi"
sor.
MANTEE e MANTÉM— portnguea antiga
— lençóes, e também toalhas.
MANTEIGAS-^^vilia, Beira Baixa, comar-
ca de Gouveia, cabeça do concelho doaet
nome, 42 kilometros da Guarda, 360 ao JE^
de Lisboa, 650* fogos, em duas fr«gu«ziaft
(Sania Maria e S. P^dro ^ tendo a. 1/ 3QQ
fogos e a.i.* 350:)
Bispado e diatrkto administrativo da
Guarda.
Em 1757 tinha a freguezia.de Santa* Ma-
na i60 fogosa a de S. Pedco 210. . .
' O real padroado apnssentava os jriganos
das duas freguezias, e tinha cada um 60iAO!fl9
xéM-de côngrua e o pó d'altajr.
.O-ootieellio de Manteiga^ é^ompo9U>^das
duas freguoiias.da villa e.da da Sam^ii^^ >f
' >:(V«en nomd praveiD»liiie da ofiima Qian«
teiga: o iq^e^os: superiores qáe.S6>i^jii;ifML
aqui desde renotaifintiguidada. . -n . wf
*iTam>fabriiias deíeddoSíde toAw4i ^*it> ^r
uEstá a-^Yí^ai ediAcad>.^i.em;íiUMiaifi|v^>nft
56
MâN
esquerda do rio Zêzere, sobre o goal ha
Ires pontes de pedra, que dão commuuiea-
^ à villa.
Chamam se ponte longa, ponte áo$ firadet
e ponie dos amieiros.
A i:500 metros de distancia, estão as
«goas mineraes, jinlphureas, famosas em to-
da o reino, ás quaes concorre muita gente
de terras distantes, o que tem feito pros-
perar esta viiia.
Sào duas as nascentes doestas aguas. A
primeira se chama Caldas Pequenas (por te-
rem menor grau de calor) e a segunda Fon-
te da Lapa. Ambas sao mineralisadas pelo
gaz hydrogenio sulphurado, e só teem difie-
rença no calor.
Tem havido bastante desmazelio com es^
tas aguas thermaes, que seriam ainck mui-
to mais concorridas e por consequência muí«
lo mais se engrandeceria a villa, se tivesse
lukvido mais cuidado no asseio d'ellas e na
tommod idade dos banhistas.
Mao sei porque razão estas aguas não fo-
ram á exposição universal de Paris, de 1867.
Pelo menos, não as vejo mencionadas no
relatório.
Manteigas é povoação anliquissima. Está
arcada pelas alcantiladas montanhas da
Estrella, não tendo ^enão uma sabida.
O melhor edificio da villa é o dos ara.
Portugaes. As ruas são estreitas, mas bem
jealçadas. É cortada por alguns ribeiros, que
•e despenham com fragor borrivcl em dias
de tempestade, arrastaudo na sua corrente
impetuosa enormes penedos gtanitieos» al-
guns de mais de 60 toneladas, que por ve-
zes teem arrazado parte da villa.
Tem Uisericordia e hospital.
É notável o poro d'este concelho pela pu-
reza de seus costumes e pelos seus^ bons
lãstínetos.
Homens e mulheres usam gabão de capuz.
A iustrueção primaria está aqui, ha mui-
tos annos, bastante desenvolvida.
' Na solnra da poru da egreja de Santa
UàtiSL ha restos de uma inscripção latina,
boje illegivel por lhe íalurem a maior par
te das letras. Segundo a tradição, é uma la-
pida mandada fazer pelo imperador 1*0- '
MAN
mano Júlio Gesar, p^a eommemorar^ sua
estada aqui, quando passou á frente das soas
tropas, pelos annos 3954 {SO antes de Jesus
Gbristo).
D. Sancho I lhe deu foral, em 1188, mas
Franklim não traz este foral.
D. Manuel lhe deu foral novo, em Lisboa»
a 4 de março de 1514. {Livro dos foraes no-
vos da Beira, fl, 86 v. col, 1.*)
Foi commendador . de Manteigas Saaobo
de Mello e Sitva, desceâdente do célebre
Oiod^ da Azambuja, grande valido dfi D.
João II, do qual era muito estiolado, pelo
seu valor e virtudes.
Pouco distante da povoação existiu o tem-
plo romano dedioado a Lucifero^ do qoal
não ha o miaifao vestígio. Diz*S6 qoe d*es-
te templo (da sua diviadade) prooede om
dos antigos nomes da serra da Estrella.
É Manteigas pátria de Fr. António da
Expectação. Nasceu cm Iftõi, e falieeeu em
17 de novembro de 1724. .
Foi religioso carmelita descalço, e era
doutissimo nas Sagradas Escripturas» q«#
leu muitos annos.
Gompoz excelleaies obras eepirituaes, das
quaes se imprimiram sete tomos— três. da
Estrella d* ^IvOy Santa Thereza; dois de Jo-
sephina panegyrica; e outros dois de Exees^
cicios da Semana Santa, todos muito doutos»
úteis e devotos.
Esta povoação já existia no tempo doe
romanos, do que, como vimos, ha vestígios,
ãi&da que fiOHues.
Não sabemos, porém, o nome que entM
tinha, nem o que os arai>efl lhe deram 4e-
pois.
O qi;ie se sabe é que durante a dmnitta*
ção agarenii era povoação de muita impor-
tância, tendo seu Oilomde.^a emtr, a que oe
nossos escriptores autigoa davam o tilialo
dem*. i
A 12 kUootetroe da villa está o plaeauno
ou ouruto de AÍfatema^ amaior eleva(io da
HÁN
UAR
57
Serra da Estrella , do qual se conta a len-
da segninte :
Quando os mouros foram d^aqni expul-
sos, não poderam levar as snas grandes ri-
quezas ; peio que as esconderam em sitio
inaceessivel, ou peb menos por elies ass^im
Julgado. Pozeramlhe guardas fncantadaSj
que eram formosas mouras.
Por esses tempos, o rei mouro de Mantei-
gas, tinha uma fllba chamada Fatma^ ex-
cessivamente belia e a quem enternecida-
mente amava.
Os christaos das visínhanças faziam todas
as diligencias para lhe conquistarem os es-
tados, capti varem a filha e apoderarem -sè
das riquezas. O rei fezse forte na sua villa;
mas atacado por grande nnmero de cfaris-
(aos, teve de fngir pelas mais occnltas ve-
redas da serra, levando a sua filha e o res-
to dos seus thesonros, que ainda não tinha
escondido.
Quando chegou a noite, tinha Fátima des-
fallecido de cansaço ; mas na sua frente se
abre um formono caminho, calçado de pe-
dras finas, e no fim uma luz que o illumi-
nava todo.
Pd para os mouros um signal de salva-
ção, e o rei, a filha e o seu séquito, reani-
mados pela esperança de salvação que se
lhes antolhava, seguem o caminho, que os
Jeva a um magnifico palácio, onde tudo era
de tal esplendor, que o próprio rei ficou
deslumbrado. *
O que se passou n'est6 palácio de fadas,
ninguém jamais o soube; ilias» no dia se-
ffuiote, desceram da serra uns pastores que
ninguém conhecia, e que se demoraram al-
gum tempo nò paiz, fazendo ao Ctiruta de
Alfatema (nome que elles deram ao cabeço)
repetidas visitas ; e por fim desaj^pareceram
sem que mais d'elles houvesse noticia.
Bram Os mouros, desfarçadot enl pasto-
res» e por eiles se «abe, que uma fada, mlif-
drínha dtí Fátima, a guanlára no seu pakr
cio encantado^ até á- volta ^os noucos^ a Por-
tugal.
Niíjguem por aqeelles sitios duvidava
dTestAs faoto% i]ue aeaipre;'Be conservàrtim
na Doemoria 4o pova; e o que deti toaift vfi-
808 ainda de verdade a este conta.ila» MU
ê tona noites, foi (continua a lenda) que
d'ahi a muitos annos, passando pelo Cura-
to de Alfatema, em uma madrugada de S»
João Baptista, uma pobre mulher, se seni«
tou alli para descançar, e comer um boca-
do de pão que trazia. Viu então a seu lado
um grande estendal de figos séccos. Encheu
d'ellcs uma cesta que levava, e partiu. Che*
ga a casa ; mas qual foi o seu pasmo, quan-
do, descobrindo a cesta, em vez de figos,
acha brilhantes e grandes moedas de ourot
Julga se rica ; mas a pobre que momen-
tos antes, se julgava feliz por ter pão para
matar a fome» não se contenta com uma eea-
ta de moedas de ouro, e quer ser riquíssi-
ma. Torna ao Curuto ; mas ah 1—0 sol dou-
rava os píncaros da serra, e o encanto ti^
nhase quebrado, e os figos desapparecidOa
Ouviu então uma voz que lhe dizia :
Era teu tudo o que viste ;
Agora tornaste em vão !*
Não passes mais n'este sitio
Na manhan do S. João.
Não te perdeu a pobreza,
* Pôde matar-te a ambição.
A mulher viu- se obrigada a conientar-se
com o que já tiúha, e com elle comprou
propriedades, e passou feliz o resto dos seus
dias; mas só passados muitos annos é que
declarou a origem da sua riqueza.
Esta bonita lenda, ainda hoje é contada
pelas velhas da Beira Baixa, ás suas neta»,
nas longas noites de inverno, emquanto ellaa
^im o seu linho ou a sua lan, sentadas em
redor da patriarchal fogueira.
MANZfiDO-vide Mazêdo.
MAR— freguezia, Minho^ comarca de Bar-
eellos, concelho de Espózende, 30 kilome-
tros a O. de Braga, 35 ao N. do Porto,- 3 W
ao N. de Lisboa, 70 fogos.
Em 1757 tinha 30 fogos.
Orago S. Bartholomeu; apostolo*
Arcebispado e districto administrafivo.dd
Braga.
O D. abbade, be&edietíno, do mosteiro d^
Palme, apreseouva o vigário, que tinhf
154^600 réis de côngrua e o pé d*aitar. <
5$
MAR
MàR
Hotive aqui um antigo mosteiro de mon*
fea benedictinos, qne em 1950 se unia ao
moaleiro de Palme, da mesma Ordem, do
qual ficou sendo vigaríaria.
Faz- se aqui uma grande romaria, a 24 de
agosto (dia do padroeiro da freguezia) ha«
vendo então uma grande feira, qne dura 3
dias.
N'esta freguezia nasceu, em 25 de }ulho
de i806, o sr. António Rodrigues Sam-
paio, aoiual ministro do reino, firam seus
pães António de Sampaio e Maria de Amo-
rim, layradores, d*esta freguezia.
Estudou primeiras lettras com um cléri-
go, da freguezia de Bellinho, e grammatica
latina com outro clérigo, da freguezia das
Mkrinbas.
Fez exame dé latim, no mosteiro de rdi*
giosos earmelitas, de Vianna do Minho, e
tomou ordens menores, em 1821.
No mesmo convento do Carmo estudou
theologia e outras disciplinas ecclesiasticas,
nos annos de 1823, 1824 e 1825»
Obteve licença do arcebispo de Braga, pa-
ra pregar, e chegou a fazer cinco sermões.
Foi mestre de primeiras lettras e latim na
sua freguezia.
No l."" de novembro de 1828, foi preso
por liberal (por uma escolta do regimento
4íe infanteria n.» 22) e conduzido ae alj^e
(prisão ecclesiastica) da cidade do Porto.
Fez a sua jusiiflcação, como realista, *e' foi
^olto em 21 de abril de 1831.
Sahindo da prisSo, foi para Barcellos, es-
tudar direito com o dr. Tinoco. ^
O sr. Sampaio tencionava desde a sua Ju-
ventude dedicar se â vida ecelesiastica (quiz
mesmo ser frade earmeliu) mas, desembar-
eando o sr. D. Pedro nas praias de Arenosa
é$ Pampeilido, em 8 de julho de 1832, o sr.
Sampaio, abandonando para sempre a vida
ecelesiastica, foi apresentar-se no Porto, ao
exercito liberal, e f^zas campanhas de 1832
a* 1634.
Terminada a guerra civil, foi despachado
llliania da alfândega do Porto, e coliaborou
fOÊ alguns annos no periodice republicana
Vedeta ia Uherdade,
Depois da revolta triumpbante, de 9 de
setembro de 1836, foi nomeado por Mauniel
da Silva Passos (que, como seu irmão José^
foram sempre amigos e protectores do sr.
Sampaio) secretario geral do governo eivil
de Bragança ; onde casou com uma avalio*
ra, viúva do infeliz capitão João de Ajuo-
rim. (Esta senhora morreu em Lisboa, em
1844.)
Sendo secretario geral de Bragança, foi
promovido a administrador geral (titalo qna
então se dava aos governadores civis) áo
districto de Castelio Branco, sendo mioistro
o sr. JuIio Gomes da Silva Sanches.
Foi demittído pelo ministro Rodrigo da
Fonseca Magalhães.
Veio para Lisboa, entrando para a redac-
ção do Jornal, a Revolução de Setembro, qoa
José Estevão Coelho de Magalhães harâ
fundado. Era enlão um dos mais bem redi-
gidos periódicos de Portugal, salvas as soas
opiniões avançadissímas.
Foi eleito deputado, por vários círculo^
em 1851, e tomou assento na camará ; mas
não acabou o quadriénio, por que estas tâ-
maras foram dissolvidas logo em 1852.
Na dictadura Saldanha (1870) foi o sr.
Sampaio feito ministro e secretario de es-
do dos negocias do reino, tendo por coite-
ga?, os srs. duque de Saldanha, presidenle
do concelho de ministros e ministro da
guerra e estrangeiros — José Dias Ferreira,
fazehda-(-conde de Peniche (feito n'es8e an-
uo marquez de Angeja) obras publicas — e
D. António da Gosta (sobrinho de Saldanha)
instrucção publica.
E' o ministério chamado dos cem dias^ por
ter durado desde 19 de maio até 29 de agos-
to de 1870, sendo demittido n'estedia e subs-
tituído pelo ministério Sá da Bandeira,
Bm 1871, tendo cabido o anteoedehte mi-
nistério, é formado o actual, presidido pe»
lo sr. António Maria de Fontes Pereira de
Mello, e no mesmo miaistwio.entrai como
ministro do reino, o sr. António Bibdrigues
Sampaio, em cujo altc» emprego ainda se
conserva hoje (janeiro de 1875).
Dá*seA esta firoffiiezia a^denomina^ da
8. Banholokneu do Mar, por fioar proiima
da 08ila«
MÂR
MAR
&9
Mar é palavra árabe, oonupçao da toz
syiiaea moro, que signlftea Santo, Divino,
Senhor, Deus.
Corresponde ao latino Dtot». Os ohristSos
syriaeos e maronitas dão o titolo de moro
a^s sens bispos.
' Os jttdeas davam o titnlo de mar aos dou-
tores da lei mosatca, qae viviam fora da
Terra Santa (Palestina on Syría).
Emquanto Mar Abraham andava n'e$8as
peregrinações. Mar M^eph vivia pacifico no
Bispado, (Jornada do arcebispo de Gôa, D.
Fr. Aleixo de Menezes à serra de Malabar,
Liv. I, cap. 3.^ pag. 8.)
MARANHÃO — freguezia, Alemtejo, eo-
ikiarea da Fronttíra, concelho de Aviz, 54
kilometros de Évora, 135 ao SE. de Lisboa,
45 fogos.
' Sm i757 tinha 33 fogos.
Orago S. Domingos.
' Arcebispado de Évora, districto adminis-
trativo de Portalegre.
O tribanal da mesa da consciência apre-
sentava o capellão, curado, qae tinha i50
alqueiteá de trigo e 190 de cevada.
MARÃO— notável cordilheira ' ao O. da
província de Tras-os-Montes, e a E. da pro-
yineh do Ifinho, qae, com diversas deno-
minaçSes, se estende, desde o rk) Douro alé
á Galliza.
Do pinearo de Monchlqae (a 2:300 me-
tros de altura sobre o nivel do mar) se avis-
tam muitas léguas de terreno.
Chegando ao Douro, lança alguns braços
eomo o áaíTeixetra e EntrUho.
' ' £ cortada pelo rio Dduro, e depois conti-
nua ao S,, na Beira Alta, estendendo-se por
ella, com diversos nomes, até se unir à ser-
ra da Estrella.
Na serra de Ehtrilho ha um grande pe-
nedo, que, segundo alguns, se move e sôa,
*áo lúÁtí leve impulso ou toque que se lhe
dê. Talvez seja uma an/a drufdlca (celta) a
que os frahcézes chamam penedo osóillante.
Ha ná serra do Mário e suas ramiflcaçòes
^imitis nrfnas de ferro, que antigiamente fo-
'tam objecto de jgrande lavra; minas de car-
'^, que se nlo exploram-^r fofta de vvas
'^ê& coottmunlca(^o, e pela l^uà grande úlé-
tancia dos i^iiòfpaes centros de IndiísMa;
grande abundância de carbonato de cal (pe-
dra oalearea) — minas de cobre, de esunho
e de chumba
Andam em exploração as da PortéUa da
Qaíva e do Ramalhoso, que são proprieda-
de da Companhia portugu/eza de mineraçSo,
Estanceiam n*esta8 serras varias povoa-
çOes, que v|o mencionadas no logar compe-
tente.
Marão é nome próprio de homem, romã*
no. Ignora-se, porém, se algum individuo
assim chamado deu o seu nome a esta oor*
dilheira.
(Vide Âmarmiie^ Campean^ Gabiara o
Qerez,)
MARATECA -— freguezia, Extremadura»
(mas ao S. do Tejo) unida actualmente á
freguezia de S. Pedro, da viila de Palmeila»
na comarea e concelho de Setúbal, 45 kilo-
metros ao SE. de Lisboa, a cujo patriar*
cbado e districto administrativo pertence.
Quando era freguesia independente, tinha
por orage S. Pedro, apostolo.
A mesa da eonseienoia apresentava o on^
ra, que tiidia 180 alqueires de trigo, 30 al-
queires de cevada e 10^000 réis cm di-
nheiro.
É povoado antiquíssima e a Màlcéea doe
romanos.
Por aqui passava uma das vias militares
romanas, que de Lisbea se dirigiam a Me-
rida, entio capital da Lusitânia. (Vide Uv-
nerario de Antonino.J
Ê terra multo fértil, M^etudo em ce^
reáes.
Está fundada próximo do rio do seu no»-
me, que, com 35 kilometros de curso» en-
tra na direita do Sado.
MARA VroiÍDAS--^portugue antigo (tam-
bém se dizia — maravidiádigas e morabitêna^
deu)— ^ davam qualquer doestes nomes a um
maravidi, maraMil, maravidim ou morar
bitinoy que era tudo a mesma moeda— quan-
do era formado pòr tantos dinheiros quai>-
tos bastassem para fazer o valor de um ma-
ravidim, que valia 10 dinheiros.
Hm dinheiro vatla 40. réis da antiga moe-
da portugueza. •
(Vide Canibres, Rio de Moinhos deSatio»
Satam e Valdigem.)
60
MAR
MAB
e manÊ9ééMéã a mêê^ mtéíásí 4t
ttM4a am Portoipí, t aíiuU o
MlBATlà, MARAYnnH, MABAHIDIO
e HIMUnTDIO— fwrtiii^iez astigc»— adcíga
fliM><^ pt^rtuga*'!^ eooD qn^lqner d'dqiielks
MMM». Si^fnodo o padre Mamoa (L* dê
ftmâer. et mnmuÊr^ eap. tè)ii tn. ambe-
dda DO tempr^ dM godos.
É boje úifRcílítao — senão ímposflTel r-
dar a exacta eljuiología dVata palavra. Di-
tem qúfí o féhhre areli«?ologo Bocharto^ ver-
iidíatiiDo uai llogoaa oríeotaei^' morreu de
aiDa apoplfoiia, quando mak embetódo ea-
taira oa índagaçio d'este nome.
Sabe ie eom ct-rteia que os marabetvM^
eram pi>vos da Arabh, da seita de Aly, gen-
ro d«; Maíoma, oppostos á seita de Ornar.
Passaram para a Africa, em eompaobia
de Abu laaar, faodador da stu seita. Da
Africa passaram At H^spaohaa» com Gíb-al -
Tarife, em 713, e df^pois da sanguiuoleota e
Ciial batalba de Ouadalcte, que dnroa 8
dias, e oa qual D. Rudrigo, ultimo rei go-
do, foi derrotado com todo o seu exercito, e
os mouros occuparam a PeDÍD»ula. Esta ba-
talha t<{Vu logai' Já DO anoo 714.
Om marabetim, que, coroo já disse, eram
mahometaooit» proítísi^avam as scieueias e as
virtudes moraes, coroo os pbllasopbos da
g«'nUlidade. Ainda lioje existe esta seita em
Argt^l, Tunes e Tripoli. Dá-se-lhes actual-
mente o nome de marabútoê.
Pareoe pois que nio tem razão o padre
Mariana, e que o maravidim é moeda ára-
be, introduzida nas Hespanhas desde a in-
Yaidu mourisca*
Alguns escriptores pretendem que a pa-
lavra vem do mauro (moro) òu^in^-palavras
liranoezas, que significam «-(/Mpojo de mou-
ro* (Mauret^m, ííu Uairanorum spolia.)
VU(.'rbo diz quo ^p mqr^etins^ só vieram
i Poninsttia. em iQ85, chamados pelo rei
mouro de Suvilha, para o ajudarem na guer-
ra contra D. AfTonso VI,.pae da no9sa rai-
nha D. Thereza, mulher do conde D. Hen-
rique.
O paiR Bise» íBe^ S^pr» <"■- ^
aaic» ét UM aio ae acfa <
oba ^jeamaáo algum ^ne faile
vídis ; nas eaCSBa-ae. Ha
ieiu á egrc)a e noateiro de SaMoAadié
Sózéilo, DO anno 870, e q
toría do mosteiro de Alpesdnrada, ae li
Et pú isíum pladltim exeeiterit^ panei
te de quis isto piãdto ebserwtBerU X
de X norabidíDOSi et judicmts.
O sr. h P. Ribeiro diz qoe o domoifnUa
de que Viterbo copia o período antecedes-
te, nao diz mmabidmo, mas sim mddio (qiiB
era nma medida e uma moed& d*aqiieQe
tempo.) Como nao pos^ito copia da lai
ção, exponho as diversas opiniões, sem ai
tarar a minha.
Como o módio, o maravidim nio teve o
mesmo valorem todas as épocas eem todas
as terras.
Cavarmvias, diz que eram utMs moedí-
nkas de cobre, tão miúdas que só valiam dm»
brancas, ou seis caroadês, ou XO dinkeirisàOÊ
(que fazem hoje 4 réis portogaezes.) .
Já sé yé que o maravedim nao podi2 ser
nma moeda de cobre muito miúda: maílo
mais, sabendo nós qae no principio da mo-
narchia portugueza— e ulvez antes— havia
maravidís de ouro, que hoje valeriam mais
de 600 réis.
D. Afifonso Henriques mandou cunhar
d*este8 maravidis, por, isso chamados 4iífimr
sis.
Entre os dooumeintos do mos-
teiro de SaUédas, se achava o
testamento de D. Uecia Rodri-
gues (de 1258) do qual constava
que, entre outras muitas couaas
que deixou âquelle mosteiro, lhe
dá também certo mimero djemo-
ravedis alfonsis.
D. Sancho l^ pouco tempo depois de sa«
bir ao throno» fez lavrar maravidis deouto,
com o peso de 500 réis. Eetes maravedins
(chamados novos) tinham de um lado a ima-
gem do rei, a cavallo e com a espadaria ma^
e o nome do rei na orla; e do outro, o es-
cude real das cinco qnipas, com 4,estrel^s
nos vãos e em re^or, as palavras In Nomi^
ne Patris, et Fim et SpirUus Sanctu
J
um
MAR
61,
No tempo d'este soberano havia
maravedis mouriscas, alfonsis e
novos.
Os primeiros eram do tama-
nho dos nossos acinaes tostões»
mas muito mais delgados. Ti-
nham de um lado o nome de
Deus» com alinim dos .«eus attri-
batos, e do outro o nome do rei
do paiz onde jeram cunhados.
Os tnaravidins novos, que,
como já disse, eram de ouro, U-
nham 76 grãos de peso, e 60
faziam um marco.
No reinado de D. Manuel, todos os mora-
i>edins vellios foram reduzidos a 27 réis da
moeda de então.
Longe me levaria ainda esta matéria, e,
l^ira nao cangar o leitor, remetto os curio-
sos que desejarem pleno conhecimento d*el-
la, para o Elucidário de Viterbo, pag. 77 e
seguintes.
MARGAS -— portuguez antigo ~ nome de
mulher, eorrespoodente ao masculino Mar-
cos, Qa séculos que este nome se não usa.
MARCXIRAS — portuguez antigo >- certa
pensão ou tributo que se pagava ao rei, no
i.<» de março. Eram 41140 réis.
Eram obrigados a este fôro^ os morado-
X6S de Chaves, os da Montanha de Monte-
•Negros, 6 os qua lavravam nos reguengos e
4erras foreiras, que pagavam maravedins.
Segundo o foral que o rei D.. Manuel deu
à viUa de Chaves, em 4514, estas marceiras
^am pelos 100 maravedins que se pagavam
4e colheita (aposentadoria) na dita villa.
MARCHA ou MARGA *- portuguez antigo
— o mesmo que marco — ^moeda.
MARCO— portuguez antigo — capacidade,
ipra^ peso, talento, etc.
Os officios se devem dar a cada hum, ^e*
gmào o niarco qiuf ^^m. (Doe. do século X.V.)
. MARCO D£ CANAVEZES- denominação
Jogai e ^taal do antigo ^ coQceDko.de Cana-
vezes, desde que mudou ;a» sua sede d'ec(U
viUa p%r^ a povoação 4o Marco, que peçien-
i)e á.fregaezia de f^m^MS, e & Nicolau.
^ vÉ também eabeça de coourea.
É na província do Douro^ bispado e dia-
lecto ajÂminlstrativo do Poi:to, d'Qnde disu
48 kilometros ao NE., 323 ao N. de Lisboa;
na villa 60 fogos, e em toda a freguezia
Í60.
O orago da parochia é Santa Marinha e
S. Nicolau.
Faz-se aqui todos os mezes uma grande
feira de gado bovino.
Antes da creaçào d'este comarca, em 1852|
pertencia ao concelho e comarca de Soa-
Ihaes.
Comprehende este concelho as 34 fregua-
zias seguintes: Aliviada, Alpendurada, Ariz,
Avessadas, Banho (ou Santa Eulália), Car-
valhosa, Constance^ Pavões, Folhada, For-
nos, Freixo, Magrélios, Maohuni^llos, Mat-
tos, Mauréiles, Paços de Gaidlo, Paredes de
Viadores, Penha Longa, Rio de Galliohas,
Rozem, Sande, Santo Isidoro d:; Riba Tâme-
ga, S. Lourenço do Douro, S. Nicolau, Soa-
Ihàes, S<)bre-Tamega (Canavezes), Taboado,
Thuias, Toutosa, Torrão, Várzea do Douro,
Várzea da Ovelha, Villa Bôa do Bispo e Vil-
la Bôa de Quires.
Todas com 6:400 fogos. A comarca é for-
mada só do julgado do Marco.
As freguezias do Banho, Carvalhosa, Ton?
tosa e Santo Isidoro de Riba- Tâmega, são no
arcebispado de Braga; todas as mais são no
bispado do Porto.
(Vide Fomos e S. Nicolau, e Canavezes.)
O concelho de Marco de Canavezes é mui-
to fértil ein toda a qualidade de fructos do
paiZi.e segundo dados officiaes, produz an-
nualmente oito a dez mil pipas de vinho
verde, de muito boa qualidade.
O Marco, fica a 2 kilometros ao S. da villa
de Canavezes.
O nome d*esta povoaç^ provem de um
pequeno marco de pedra que está no inte-
rior do logar, junto á casa dos paços do con-
celho, e que servia para demarcar os limi-
tes das três freguezias de Fornos,.S. Nicolau
de Cani^veaes e Thuias.
Na casa da. camará, estão reunidas todas
as repartições publicas d^o concelho, camarf
municipal o tribunal judicial. Tem uma es-
cola para o ensino primário do sexo nuisca-
iint, eonstruida eom o donativo do condo de
Ferreira; tem . também uma escola para o
$fi^o femininQ^ creada eqa 1865.
• , II !
63
MâR
MAR
Tem feira nos dias 3 e.l5 de cada mes,
mnito coneorrida e a mais importante talvez
do districto em gado bovino.
O Marco está assente no alto de uma pe-
quena eminência, da qual se descobre um
formoso e variado panorama de valles, en-
costas e colUnas agricultadas e arborisadas,
montes vestidos de mattos e arvoredos, e no
horisonte as serras do Marlo, Abobreira,
Gralheira, Grasto e outras menos importan-
tes.
A população do concelho vive dispersa
pelos campos, pelos valles, encostas, montes
6 nas vertentes das serras, em casaes de la-
voura,' ou habitações particulares, ou agru-
pada em pequenas povoações, no meio das
quaes destacam, por enire espessos arvore-
dos e densas massas de verdura, as suas
egrejas e campanários, todos caiados de bran-
co, o que dá ao todo do quadro um effeito
encantador.
No Marco crusam as estradas dt Casaes
Novos á Régua, actualmente em construcçao,
e a de Amarante á Fóz do Tâmega, igual-
mente em construcçao. Passa-lhe ao lado a
tia férrea do Porto á Regoa com estação a
1 kilometro de distancia^
A ponte da via férrea sobre o rio Tâmega
será, depois de concluída, uma das mais no-
táveis do reino.
É formada de quatro pilares de cantaria,
sobra os quaes assenta o vigamento todo de
íètro, da grossura de 8 metros no sentido
da altura. Tem de comprimento de uma a
outra margem do rio 284-40, e de altura
máxima 56 metros.
A 1 para 2 kilometros do Marco, estáo os
conhecidos penedos de Aliviada, ou AlViada,
debaixo dos quaes o rio da Ovelha se mette
e esconde inteiramente á vista, para tornar
a apparecer a uns 200 metros mais abaixo.
Cré o vulgo supersticioso que debaixo
d'estes sombrios penedos se acoitam os de*
monios, 6 referem a esse respeito contos e
lendas que deram origem a um soláo, que
aúda transcripto nos romanceiros e cancio-
neiros nacioDaes.
Este concelho data de i852, e compõe-se
dos antigos e extínctos concelhos de Soalhãeá,
Riba-Tamega, Bemviver e parte dos extia*
ctos concelhos de Gouvéa, Santa Cruz de
Riba-Tamega e Porto Carreiro, e dos coutas
de Thuias, Taboado e parte do de Travanea.
O solo é fértil, productivo e abundante de
exeellentes aguas. As príncipaes producções
são milho, centeio, feijão e linho, muito e
muito bom vinho verde, excellente azeita»
castanha e nozes. Produz variadas e exeel-
lentes fructas, principalmente melões e pe-
cegos, que são do» melhores do reino.
Abunda em gados, principalmente suíno»
que é excellente ; o bovino, ou se emprega
nos trabalhos da lavoura, ou se cria para a
exportação.
Ha também creação de sirgo, cuja seda
é de primeira qualidade e tem sido premia-
da nas exposições.
Nos rios e regatos, que todos regam, ou
moem, ha abundante pesca, principalmente
nos rios Ovelha e Tâmega, no ultimo doa
quaes se pescam junto á sua Fóz, em Entre
Ambos os Rios, exeellentes sáveis e lam-
preias.
O concelho do Marco de Ganavezes confi-
na com os concelhos de Penafiel, Amarante
e Baião, e pelo S. com o rio Douro.
Noticia de algumas das freguezias do coit-
celho do Marco de Canavezes,
S, Nicolau — está n'esta ftreguezía a alber-
garia, fundada e dotada pela rainha D. Má«-
falda, de que não dou particular noticia por
d'eila se ter fallado já, no Diccionario, nàpsL^
ISLVTk-^Canavezes.
A egreja doesta freguesia é também fun-
dação da rainha D. Mafalda. Está igualmente
n'esta freguezia a quinta dos Pessoas, que fo-
ram administradoires da albergaria
Santa Maria da Sobre Tâmega (da vfila da
Ganavezeà)^a egreja d'esta freguezia e a
ponte sobre o rio Tâmega, são fundação da
rainha D. Mafalda; a ponte, porém, foi oon-
duida e acabada no rehiado de el-^réi D. Di-
niz, com o legado que em.seutestamento-
deixon para esta obra D. Ylcânte-, 27.'' liis-
po do Porto, come traz D. Ròdrtgo da Cii^
nha. {Catalogo dos bispos ád Porto; part. 2.%
cap. 13, pag; 74.)
A industria dos habitantes dà roa dò Ga'^
'
líÂR
HAR
63
nàveses, d'69ta fregaezia, é o fabrico ào pão
de trigo, qne se consome em grande parte
do coDceiho, e qae é exportado também para
Penafiel.
Estão n'e3ta freguesia as caldas de Gana-
Tezes, maito efficazes nas moléstias cutâ-
neas, rfaeumatismos agados e outras enfer*
midades.
Próximo ás caldas, n*am monte chamado
Monte das Campas, apparecem sepalmras
abertas em rocha viva, e que dizem terem
sido dos mouros.
Na rua da villa de Canavezes, fez assento
D. Pedro I, nas guerras que moveu, a seu
pae, D. AfToaso lY, depois da morte de D.
Ighez de Castro. Foi aqui que se trataram e
frustaram as pazes entre os dois prindpes
bellígerantes, estando D. AffonsoiV em Guii
marães.
S. André de Vittaboa de Quires^esfàyh
n*esta freguezía o antigo e nobre solar da fa-
mília do appellido Porto Carreiro, da qual
descendem muitas famílias illustres de HeS'
panha e Portugal, no numero das qaaes aeha*
mos a actuai ex-unperatriz dos francezes,
viuva de Napoleão III.
O representante directo d'este solar e fa*
milia, é actualmente João Pizarro da Cunha
Parto Carreiro, senhor da caaa da Bandeiri-
nha, no Porto.
PTesta freguezia, estão também as obras
db palácio dos Albuquerques, qàe ficou por
oonclnir. fira uma obra grandiosa, da qasà
só chegou a conqtruirse parte d» pano da
fachada do edificio O sr. Teixeira deVas*
concellos falia doeste palácio, na soa obral><
Contemporaita»
Santa Eídalia de Çoiutonev-^aqui esteve
a quinta e paço de ScuteUo, que foi da rai-
I^. Mafelda, fundadora da albergaria e ponte
de^Canavezes^
Está também n'esta freguezia a casa de
Qointán, da illustres família doi Magalhães^
cujo sola^ é a torre e yincolo de Villa Cova
da Lixa.
- A sua genealogia é a seguinte:
« Buy de Magallâes> filho de João de Maga*-
Ihies^ i.^ senhoV da vllia da Barca e.tenraa
de Naverga, e de ' sua mulher D. Isabel de
Sonsa e Vasconcellos, fílba de Ruy Vaz de
Vasconceilis Ribeiro, senhor de Figueiró e
Pedrógão, e de sua mulher D. Violante de
Sousa, filha de D. Lopes Dias de Sousa, mes-
tre da ordem de Christo, teve por filho a
João de Magalhães e Henezes, que casou
com D. Maria de Basto, filha de Gonçalo de
Basto, e teve por filho a
António de Magalhães, que casou com D.
Genebra Teixeira, e teve por filho a
Fernando de Magalhães Teixeira, fidalgo
da casa real e pavalleiro da ordem de Chris-
to, que casou com D Antónia de Almeida,
filha e herdeira de Pedro Tinoco Monteiro
de Almeida e de sua mulher Violante Fer-
raz, senhora da quinta do Covo, e teve por
filho a
António de Magalhães e Menezes, fidalgo
da casa real, commendador da ordem de
Christo, que casou com D. Hyerohima Pei-
xoto de Alvim, filha de Gonçalo Vaz Peixoto,
e tevê pdr filho a
Gaspar de Magalhães e Menezes, fidalgo da
casa real, catalieiro da ordem de Christo,
que casou com D. Cathanna da Afibnseca
Barbosa, e teve por filho a
Thomé de Magalhães e Menezes, fidalgo da
casa real, que casou com D. Margarida da
Costa e Sousa, filha de Agostinho da Costsi
e de sua mulher D. Maria Coelho de Sousa»
e teve por filho a
António de Magalhães e Menezes, fidalgb
da casa real, isasou com D. Joanna de Mellp»
fidha ãò Francisctí de Lemos Ribeiro, e eomd
não teve filhos succedeu lhe na casa seu ilr*
mão, João de Magathães d Menezes, fidalgo
da casa reai^ que casou com D. Angélica
Theresa de Abreu Barbosa Brito de Vascod*
ceiios^ fllhá 4e Pedro de Abreu de Váscon-
oeUos e desuai mnlber D^Sinkoa Barbosa de
Faria, e teve por filho a
Antòeio ' de Magalhães e Blènefles, fidalgo
da casa real, oasou com D. Maria Thotnaizia
Ptato de Mesquita de Magalhães, fiUia de José
Aotonio Pinto de Magalhães e de sua mulher
D. Maria de São OonçalGi Pinto de Mesqtita,
ei teVe por filho a'
Jayme de Magalhães e Menezes, fidalgo da
I casa realy casou com D. Anna Rita de QmAr
64
MÂR
MAR
roz 6 Lencastre, iliba de D. Aotonio^deLen-
cAstre e Gamanho, e de sua malher D. Mar-
garida de Lencastre; teve por filha uniea e
herdeira a
D. Maria José de Magalhães e Menezes Len-
castre, que casoa com seú tio paterno, Joa-
quim de Magalhães e Menezes, fidalgo da casa
r«al, eiteve por filho a
António de Magalhães e Menezes Lencas-
tre, barão da Torre de ViUa- Cova da Lixa,
!ictual suceessor.
S. Romão de Carvalhosa — aqai estava a an-
tiga quinta e paço da Carvalhosa, dos senho-
res d'este appelUdo.
S. Martinho dâ Aliviada-— hn n'esta fregae-
zia a casa de S. Martinho da antiga e iiias-
tre família do appellido de Cunhas.
Santo André de Várzea da Ovelha--o tem-
plo d'esta freguezia é antigo.
Ha n'esta freguezia a casa do Cabo, da fa-
miUa Pereira, cujo representante actual, é o
barão de Leiria, que foi casado, com a baro-
neza de Leiria, filha e herdeira do tenente?
general, visconde de Leiria.
S. João da Talhada-^B, n*6sta freguezia
jazigos de enxofre que ainda não foram ex-
plorados.
Aqui estava a antiga quinta, casa e torre
do Vinhal, solar muito nobre da lámilia do
appellido de Vinhal, da qual descendem fa-
mílias muito illustreside Portugal e Hespa-
nha.
D*aqui descendiam em Portugal os Águia*
res, e em Hespanha, os Agnilares e os Cor-
dovas, no numero dos quaes adiamos Geur
calo Fernandes de Córdova y Aguilar, oo^
nhecido em Hespanha pelo nome de Gran
Capitan.
Foi senhor d'esta torre e quinta,; Gonçalo
Gil da. Veiga, casado com Guiomar Mendes
de Vascottcelios, da qual procedem ors noor*
gados de Pontellas.
Gonçalo Gil da Veiga era senhor do eon*
celho de Gouvéa, e vendeu o senhorio d*dle
abs Sonsas Ciiichorros, qáe dèt>ob o pqsáui-
A ttltima suecessora e representafite do
solar do Vinhal, foi Branca Annes do Vinhal,
que por não ter suecessão, o deixou a seu
primo D. João Martins de Soalhães, senhor
dos solares de Villa Pouca e Torre de Cadi-
mes, em Soalhães, senhor dopadroado das
egrejas de Soalhães e Santa Cruz de Riba
Douro fí bispo de Lisboa.
Em 1304; vinculou D. João Martins de Soa-
lhães a quinta e torre do Vinhal, e reuniu este
vinculo aos seus vínculos de Soalhães, dos
quaes nomeou administrador a sen filho na*
tural, Vasco Annes de Soalhães, legitimado
por el rei D. Diniz, aos 18 de janeiro de
1308.
O ultimo administrador d'este vinculo, foi
D. Affonso de Vasconct^llos, 1."* conde de P6*
nella, descendente de Vasco Annes.
Em 1504, obteve D. AfTonso de Vaseonoel*
los, provisão de el-rei D. Manuel, para ven-
der as terras d'estes vínculos, e comprar oa-
tras no termo de Lisboa.
Por virtude d*esta provisão, vendeu o dito
D. Affonso de Vasconcellos os vincuios éo
Vinhal e Soalhães a seus primos Francisco
Annes de €ampos e sua mulher Iria Nogniii-
ra, descendentes do instituidpr dos morga-
dos de SoalhãesL
Dos vínculos de Soalhães, estão de pCiSfle
os Vaseoneèllos da Quiátan, descendeniei
dos compradores.
S. Salvador de Tc^ado^foi moisteiro de
cónegos regrantes de' Santo Agostinho. Bi*
zem alguns uitiquarios, que o íôra de tem-
plários.
O templo é antigo, mas parece ter sido
um pouco alterado na sua primittiva arobt-
tectura. Tem um formoso pórtico de esiylo
gothico e por eimado pórtico um ociílo ren-
dilbado no met mo estylo.
Apresentavam esta egreja os Mç^ntenegrofl
senhores da torre de No voes da mesma fiNh
gUezia; *
A torre de. No voes, pareee ser. muito âii<*
ttga, e achasse' em perfeito estado deeons^r*
vação. O senhor mais antigo d*esta torre, áB
que havemos fiot|eta,é Diogo de Barros, 4Q<)
I loi oommendatario do mosteiro die Tablado.
I Passou este soUr para ob Honteaegf os^foi^
MAR
MAR
63
casamento de D. Maria de S^usa de Barros,
7.* neta d*e8te Diogo de Barros, com Sebaa*
tiao Correia Pereira, neto de Migael Correia
MoDlf^negro.
O appeliido Montenegro é de origem hes-
paobola, e introdurinse em Portngal eom
o casamento de Ignez Pires de Montenegro,
natnral de Grilliza, qae veia para Portugal e
easoQ eom Vicente Correia, pae de Miguel
Correia Montenegro, de quem acabámos de
fállar.
Possae actualmente a torre de Nov9es, An*
tonio Ignacío Correia de Sousa Montenegro^
descendente do referido Miguel Correia Mon-
tenegro.
É também senhor da torre da Pena, e da
«asa de Santiago, onde reside.
S, Martinho àe ^oa2ftd/â-^f^eguezia do con*
celho do Marco de Canavezes, 5 kilotoetros
ao S. do Marco.
Foi concelho com a mesma denomin:4çao,
e lhe deu foral et*-rei D. Manuel, aos 15 dias
do mez de Juiho de 1514.
Vem o nome de Soalhiles^ de um âdalgo
d'e8te appeliido, qne povooia este concelho,
« viveu no paço de Yilia Pouca, da mesma
freguezia.
Po paçOf só existe a memoria na tradição
popular, oa referencia que d*elle fazem al-
guns antiquários, e no nome que ainda con-
serva o sitio onde elle esteve.
Bouve também n*esta freguezla, no sitio
ehamado de Oliveira, a torre de Cadimes.
D'eila fallarenios adiante.
A egreja, ó templo antigo, espaçoso, de
magestosa apparencia, e com uma elegante
torre para sinos e relógio. Poucos vestígios
conserva a egreja da sua antiga architectu-
va. A torre pHmittiva, era separada do cor-
po da egreja, e servia também de aljube ou
prisões da prelasia.
Fm mosteiro duplex para Arades e freiras
d^ ordem de S» Bento, fundado em 24 de
março de 865, por Sancho OrtiB,.^e o dotou
« ihe deijíou» entre outros beoa^ á^soa quinta
daOrtis. . . I -
'Deixou de ser morteiro duplex nio se sabe
no oerto qua^dc^ imas presamfrMr que dei- j
joúi de o aer/pbf isirtade da bulia do papa
Pasehoal II, commettlda ao arcebispo de San-
tâgo, IX Diogo Gelmires, no anuo de 1103^
na qual o mesmo papa impedia, que d'alli
por diante se fizessem mais fundações seme-
lhantes. Parece, porém, que Já não era mos-
teiro duplex, no anno de 1029, por quanto
indo n'esse anno a Castella os frades do mosp
teiro de. Soalbãtfs,.qQeixarem-se aFernaudo
Magno das violências que lhes Cazia Garcia
Moniz, na escriptura do contracto que lá ce*
lebraram, e que vem tr^^iscripta no Catalog»
dos bispçs do Porío, part 1.*, cap. 15, ne^
nhuma referencia se ÍSki ás freiras do dito
mosteiro, donde parece inferir- se que já en-
tão lá as não havia.
Extinguiu se e acabou de todo este mos-
teiro não se sabe ao certa como e quando ;
vé-se, porém, que já era egreja secular no
anno de 1238, pois que n*esse anno fez D.
Sancho II. doai^ão.do padroado da egreja de
Soalhães a D. Pedro Salvador, bispo do Por-
to, ^epois, de a ter tirado a Gonçalo Viegas
de Porto Carreiro, de cuja fataiíia era. Pas-
sou depois para o bispo, de Lisboa, D. Joab
MariiDs áe Soalhães, que por ser descendente
de Saucho Ohis e dos Porto Carreiros, e nãa
como bir^po de Lisboa, lh'a restituíram, dan-
do elle D. João Martins, ém troca, ao bispo
do Porto, o padroado das egrejas de S. Nico-
lau da Feira e Santa Maria de Alvarellos.
Na escriptura que então dzeram, declara o
dito D. João Martins, que cedia ao bispo dó
Porto o padroado das ditas egrejas, por que-
rer paz com o dito bispo D. Giraldo, Foi feita
esta troca no anno de 1302.
Em 1307, é sujeita á egreja de Soaihãe^
a egreja de Santa Cruz de Riba Douro, pof
troiSa entre o bispo de Lisboa, D. João Mar-
tins de Soalhães e o arcebispo de Braga, D.
Martinho.
Deu o bispo de Lisboa em troca da egrèjà
de Santa Cruz, a de Santiago de Urenha.
É d'«ita época que resultou aos abbades
de Soalhães, a regalia de aerem prelados orv
dinarios da< egveja dc( Santa Crus de Ri|ia
Douro, cuja jurisdieçãA exercltamm sempre^
sendo o Jaizo eeelesiastiee da egreja de Santa
Crozv BA egi^eja de Soalliães^ onde havia, na
torre antiga, prisOea perMDoentfs á prelasia,
• as viaitat' ordinárias da egreja de SaaU
66
MÃR
MAR
Gnfe, as fozia o abbiâe de Soalbaes, eomo
sea prelado, e nae emraYam ii*eUa as do
bispo diocesano, que nenliania jarisdícçio
aqui tinha n'ella, e ao sínodo diocesano vi*
nfaa o abbade prelado de Soaibães, mas nâo
o abbade de Santa Cniz, qae sé ao abbade
de Soalhães era sobordinado.
O abbade prelado de Soalhaea» usava de
eroz peitoral; do jaizo eedesiastieo da saa
prelasía só havia appellaçSo para a Sé apos-
tólica; tinha toda a jnrísdicçâo na egreja de
Santa Croz, e examinava, approvava e dava
fieença aos confessores d'ella.
Os ultimes padroeiros da egreja de Soa-
lhães, e senhores da mesmo concelho, foram
os marquezes de ^onte de Lima, que ainda
boje cobram n'esta freguezia algumas ren-
das de foros, do património que herdaram
como descendentes de Vasco Ânnes de Soa-
lhães, filho natural de D. João tfartins de
Soalhães, bispo de Lisboa,
O bispo D. João Martins de Soalhães hou-
ve vários filhos, dos quaes um por nome
Vasco Anões de Soalhães, legitimado por
el-rei D. Díoiz, a 18 de janeiro de i30S, lhe
succedeu em todos os vincolos e mais bens
patrimoniaes, e no padroado da egreja de
Soalhães e de Santa Cruz de Riba Douro.
Viveu este Vasco Annes de Soalhães, no
paço de Villa Pouca, e fui senhor da torre
de Cadimes, obra do bispo D. João Martins
de Soalhães, e por elle erigida em cabeça do
seu morgado.
Vasco Annes de Soalhães, jaz sepultado
na capella-mór da egreja de Soalhais, do
lado da epistola, em tumulo metlido na pa-
rede, com seu braiãpes/culpido e letreiro.
. • Com as obras qae em tempo fizeram na
capella-mór, ficou este tumulo escondido
j[)or del^aixo da. cal con^ que revestiram a
parede. . . ,
.A casa mais antiga d'esta ftegoezii, e co-
mo edifício pariicuiav Oleais notável, peia
«)yai grandeza ,e architeotDPa,'náo sód^esfa
íreguezia^ maâ.de todo p ooneuibo^ do.Maréò
de Ganavezea, é.ja<ausa>dA Qttintaflij. .
.. É. um vasio ediâ:io apalaçado, (arnyaiDde
,ula qui^driiafteroiperfii^toyTogiiUr.esymeirí)-
4%;<eoita <ilau^troíialfii!ior».do meiotdo^qual
se eleva nm bem trabalhado cbafáriz de
I taria, com seus lavores e ornatos.
Para o andar nobre do edificio dá aecessn
do lado da frente um amplo e magestoso pv-
teo com dois lanços de esoadaria de pedrai
ornada de lavores, balaustradas e estamas.
Tem este edifido em si ama torre, e aa
lado, mas em communícaçào com o edíieio
por um arco de pedra, uma ampla e aeeada
capella.
É este edificio a residência e solar da fk-
mUia des Vasconcellos, da mesma freguena.
A sua genealogia, é a segniote:
D. Maria da Cunba, fílba de Fernão de Sá
Alcoforado,camareíro morde el-rei D.Dfur-
te e de el-rei D, Affonso V, aloaíde-mór da
cidade do Porto, ascendentes dos marqueaea
de Fontes e condes de Penaguião, e de sua
mu&her D. Fiiippa da Cunba, filha de Gil
Vasques da Cunha, ascendente dos condes
de S. Vicente. Houve de D. Aff(Hiso V, por
filho natural a
Álvaro Soares da Cunha, fidalgo da eaat
real, guarda-mór da cidade do Porto, o qual
houve de sua segunda mulher, a
Salvador Soares da Cunha, que casou cotia
Seaborinha Barbosa, fiiba de Lopo de Bar-
bosa e de sua mulher Ignez Cerveira de Bar-
bedo, da honra e casa de Barbosa, e teve por
filho a
Duarte Soares de Carvalho^ que casou coo^
Magdâlena Reimão da Motta, filha de Joio
da Motta de Mesquita e de sua mulher Leo*
nor de Faria, da casa dos Blosqueiros, e teve
por filho a
Balthazar Soares da Motta, que casou eom
Theresa Vieira, filha de ^dro Annes L(M^
deljo, fidalgo da casa real» senhor àp sdar
de Lidraes, e de soa mulher, Isabel Pires
Vieira, da casa e solar de>RibeíFo^ descenh
dente de Bny Vieira, senhor do concelho d^
Vieira, e teve por filho ai-)
Ayires da Motta Vieira,^ quei casou eo» An-
lonia Carneiro, "filha de' Gaspar Barboea^^
Bua mttlhear, e teve por filho. a*
.. iDiprlB Carneiro Vieira da Mnttii^ ^ue^èa^-
sou com Isabel Nogueira de Castro,^aeiilioia
•l^erdeira da casa de <Qnintan, filha de*Ma*
naêl ôpnçal ves de* <)liveira<e de lua; malhar
Fpiipa Diá&de Ca£ttio;;iDeta^9iDiog»AffN:i^
MAR
MAa
67
80 de Castro e de sua malher Tberesa No-
gaeira, descendeate de Gonçalo Pires de Fa-
^m de Riba Doaro e de sua mulher Guio-
mar Gonçalves Nogueira, senhores do mor-
gado de S. Lourenço fie Lisboa, e teve por
filho a
Ayres da Motta Yijsira, que não casou, mas
teve de D. Gatharina Alves, por filho natu-
ral^ legitimado por carta regia de 4 de agos-
to de 1674, a
Domingos Vieira da Hotta, que casou oom
D. Antónia de Araújo Barreto Pereira de
Yasconcellos, filha de Bento de Pinho Tavares
e de sua mulher D.* Maria de Yasconcellos
Pereira, da casa da Samossa, descendestes
doa. morgados de Fontçiiaa e dos condes da
Feira, e teve por filho a
Beato Soareada Hotta Pereira Yieira Car-
neiro, que casou com D. Gatharina Josepha
Carneiro de Magalhães, filha de António Ma-
chado Gameiro, e de sua mulher D. Marian-
na Carneiro de Magalhães, e teve ppr filho a
José Soares da Motta Pereira Yieira Car-
neiro de Magalhães, que casou com D. An-
Umia Theresa Joanna de Noronha e Mene-
ies, filba de João Monteiro Ys^lente da Silva,
^ de sua mulher D. Amónia Maria de Noro-
vHfíg e Menezes, e teve por filho. a
. Autonlo de YascoQcel)os Pereira Yieira
ijaroeiro, que casou com D. Angélica Amá-
lia da Magalhães e Menezes, filha de António
4^ Magalhães e Menezes, senhor da torre de
Yillacova da Lixa» e de sua mulher D. Ma-
ria Thomazia Pinto da Mesquita, e teve por
Olho a ,
M J^ de Yasconcellos Carneiro e Mei^^es
Yieira da Mo^ta^ que casou com D. Anna AU'
gosta de Almeida. Peres de Carvalho e Cas-
tro, filha de Antopio Peres de Carvalho, e
Castro, 6 de sua mulher D. Maria Máxima
Pereira Pimentel, e teve por filho a
José. de YaspoQcellos Gameiro de Mi|gfi-
.Ums e. Menezes, factual succesaor.
N. B.— De D. Maria da Cunha de^cepde^
^Itfnbemu Pd.. morgados de S. Yicente do Pi-
nheiro e outraaiJCamilia«( illustr^s< ,
.1 ». « •» >í\)
^S^ ^vodo»* de, TAifK^.^^cerQa do <»;«-
vento de freiras que aqui existiu,. veja-s0<a
,<*<WÍW«pAi<i spoíldWff;^ 4^ paAre Carva-
lho da Costa, tom. l.*" capitulo 26, da pro-
viacia de Entre Douro e Minho, na palavra
Cotêto de Tuyaz.—Edk n'esta freguezia uma
nascente de agua mineral férrea de que se
faz uso. Ha também crystal de rocha.
Nassa Senhora do Freixo.— Foi povoação
de mouros, e ainda aqui existem as ruinaa
da mesquita edificada por elles.
Tem uma feira na segunda sexta feira
de todas as quaresmas, que dura três a qua-
tro dias.
S. Clemente de Paços de Gaiôlo, — Dizem
que lhe vem o nome dos paços que aqui
teve um príncipe mouro chamado, Gaiôlo^
que era pae ou irmão de Gaia, que deu o
nome a Yilla Nova de Gaia, defronte da ci-
dade do Porto, m-
Santa Maria de Penha Longa. — Houve
aqui a casa e torre onde viveu o primeiro
senhor do concelho de Bemviver. chamadp
D. Pedro de Castro.
S. Lourenço do Douro.— Está aqui a casa
do Ribeiro, solar muito antigo da familia do
appellido de Yieiras, descendentes de Ruy
Yieira, senhor da torre e concelho de Yiei-
ra.
Sania Maria de Villa Boa do Bispo» —
Ha n*esta freguezia, à margem da estradat
no sitio chamado o Marmoiral, um arco de
pedra muito antigo, que dizem ter sido le-
vantado em isemoría da passagem da rainha
D. Mafalda na sua visita ao convento âe
Arouca. Yide Marmoiral.
. ' ^% ■ .
. S. Maxtinko de Aria^.— Está aqui a casa e
^inta da Seara, solar antiga da familia ^o
appellido Azevedos Pereiras de Yasconcel-
los. Está tapibeipi n*e&ta &*egnezia o ^obr/e
e muito antigo solar de Lidraes^.da familia
do appellido* de Lordelloa. .
S. João de Alpendurada. — Vide Alpendo-
:• ^(intà Clara do Torrão.-r^iie Entre-oá-
Rios.
/ • 1
68
MâA
MAR
' * Devo a maidr parte â'este artigo á bene-
yoleDCia do ex."*» sr. José de Vasconcellos
Carneiro Qe Magalhães e Menezes, do Mar-
co, qae, deflfe rindo às minhas snpplícas, te-
ve a sumroa bondade de colher tao curio-
sas informações e r6melter'm'as. Honra ao
nobre fidalgo que assim concorreu para que
o Diccionario ficasse mais completo n'este
ariigo. «
MARCO MILLIAR— Nas rias militares ro-
manas estavam de dois em dois kilometros.
(Vide Estádio, Milha, Geira e Vias Roma-
nas,)
MARCOS (S.)— monto cónico. Douro, na
freguezia de Fajòes, comarca, concelho e 8
kilometros ao NE. de Oliveira de Azeméis,
'30 ão S. do Porto, 15 a E. do Oceano e 240
ao N. de Lisboa.
Do seu vértice, onde áètá a capella de S.
Marcos, evangelista, se descobrem muitas
léguas de extensão, vendo-se a cidade do
Porto, grande numero de freguezias, serras,
campos, montes, bosques, etc; e uma vasta
extensão do mar.
Faz-se aqui, no dia 25 de abril, uma feira,
denominada da LinJiaça, e a romaria ao pa
droeiro da capella.
Tem esle murro mais de 450 metros so-
bre o niVí-1 do mar. (Vide FajõesJ
MARCOS DA ABOBADA (S.)— freguezia,
Alemtejo, cemarca, concelho e i8 kilome-
tros d'Evora, 120 ao SE. de Lisboa, 70 fo-
gos. Em 1757 tinha 33 fogos.
Orago S. Marcos, evangelista.
Arcebispado e districto administrativo de
Évora.
A mitra apresentava o cura, que tinha
206 alqueires de trigo e 51 de oevada.
MARCOS D'ATABUEIRA (S.) — freguezia,
Alemtejo, comarca de Almodovar, conoelho
de Castro Verde, 90 kilometros a O. d'£vo-
ra, 165 ao S. de Lisboa, 140 fogos.
Em 1757 tinha 93 fogos.
Orago S. Marcos, evangelista.
Bispado e districto administrativo de
Beja.
A mesa da consciência apresentava o ca-
pellâo, curado, que tinha 130 alqueires de
trigo, 90 de cevada e 10:^000 réis em di-
nheiro.
MARCOS DA SBRRA (S.)— firegnezia, AT-
garve, comarca e concelho de SCves, 54 ki-
lometros de Faro, 185 ao S. de Lisboa, Mê
fogos.
Em 1737 tinha 221 fogos.
Orago S. Marcos, evangelista.
Bispado do Algarve, districto administra-
tivo de Faro.
A mitra apresentava o prior, que tinbã
150ij000 réis de rendimento.
Esta freguezia está situada no alto da ser-
ra, mas rodeada de cabeços, em sitio áspero
e agreste.
A egreja matriz é mtiíto antiga.
Tem poucas aguas e de má qualidade. Rm
varias partes da freguezia ha boas aguas
férreas.
Toda a freguezia está sobre um ramo di
serra do Caldeirão. Piòduz algum trigo e
centeio. Tem montados, onde se criam bas-
tantes porcos, cera e mel, gado de toda A
qualidade e caça.
Passa pela freguezia a estrada qnevie
de Silves, LagÔa e Albufeira, para Lisboa.
Junto á aldeia de S. Marcos, passa a ri-
beira do mesmo nome, que vem da seira.
Toma depois o nome de Odehuca, jmitaii*>
do-se-lhe o ribeiro da Azilhetra^ no sitie
d'este nome, e o de Besteiros, junto á aldeia
de Perna-Sécca, no monte da Gosta. Morre
no rio de Silves. (Vide Odêfouca e Sihes.J^
A serra do Galdt:irão é uma oordilhein,
que junta com a de Monebique (que fica ao
O.) separa o Algarve do Alemtejo.
Este grupo differe de todos os outros do
reino, pela sua constituição pbyãiea. Abun-
da por toda a parte em rochedos de lat^a,
amontoados, assimilhando^^se a^ caldeirõei,
do que lhe provem o nome.
Os dois mais altos cume» da primeira, sio
— o Pico da Poià, que é uma maça consi-
derável de granito ; e o da Pkota, a 9 kilo-
metros da Foia ; também coberto de gran-
des penhascos.
As suas ramificações a E., tomam o nooo
das terras por onde passam.
Nestas serras nascem os rios Quarteira,
Valle' Formoso, Vascão, Oeiras, Odmira^ Sá*
do, S. Romão, e Seixes.
MARG08 DO GAMN (8.) — fr^goeua»
j
um
Alemteio, coinarejuâe R^^dond^topoeUioíde
RpgUPDgos» 45 kilometros de Évora, A60ao
S£..<ie LJAboa, 500 Aigos.
£m 1757 tJDha 260 fogos.
Qr^go S. Marco?, evangelisU. .
Arcebispado e di^ricio ada)ÍQÍ3lr44ivo de
Évora.
É terra muito fértil, e cria muito gado,
de toda a qualidade.
A mitra ai^reseaiava o cara, que^tftpha
ifiO al4ueires de trigo e 60 de ct^vada.
yAKCO VELHO --* parece >ser o mar&ve-
dim antigo de prata. '
Em dorameotos de Í3ri0 e 1352, Té-ae
flue v.)lia 27 sqldoSt < <
HARE-iporiuguez íipligo -r-matf — (il/Aa
«»ar0*~miQba ntãe.)
MARÉGO—freguezia, Peira Alta, QtKqoar-
ea de Mangualde, concelho de Penalva do
Ci»ti>ilo, llJçik>qaftro8;ile Viseu, ^00 ao N.,
de Linhod, 80 fugo9.
jSm d757 tinha 70.lqi^s.
^Or^ga; S. ,namiQgo8.
. .BisfiMo e dúlrlcto admial^tratiTp de
Viseu.
tO abba^e de iS. Pmm de Penalva, .a#re-
^Qtav^ jo eura, ,qae tinha SOi^OOO réis e o
S^ d*ali;^r.
|IAB|SGO;Et--.fregU(^ía, Dopro, comarca e
concflbo de Penafiel, .35 vkJk^metros ao NE.
4o F^ATito, 300 ao N. de Lítiboa,.i60Abgos.
'Km 1757:tiiiha 263 fogos.
Orago Santo André, apoataK).
'Bii^fMido .e djfAricto .administrBtí.vo do
AoRlp. Étti^rra^fertíL
A mii-ra aprt^senlava o abbade, que-tinha
4004000 rt^is de rendimento.
MARÊGOS—aiitigo nome ida.aeoaa) villa
de Amares, naot^marca de ¥illa^ytf€dt^,fnas
Venra$'d6.',fiaUe(Hamem46 Cávado (AitoiMi-
nho.)
i£' A**mt/è Boaie 4|ae procede o aH)aliido
do eákfaro mestre 4o T)ÊfBkplo,.'D.. Gualdim.
£aes de.Ma;róixi8.
)B*íMiirécQ6 vm nobre app9liido.emPc«tD*
fii >PMa A ana genealogia >e armas,. Crpata-
-e imais qne .dia mapeito a.Macétoa, vide|)a
jpag. I9i dfl li *tv(>|., na palavra .i4imiiv5.
1ÍÍAB6A1IIDA ^0 JkHRáBAI. fBaa^a)^Jái
a pag. 238 kk, do l.« vol , tratei d'estafte*
VOLUMB?
UAR
69
gaena; mas, coma.dopoi8 dMsso obtive mais
e cormsas iníormagões, e nâo quero privar
d*ellas os leitores, as dou n'e8te logar.
Em 1592, D. Pedro, t>ispo de Leiria, creoa
esta parochia; ficando a servir lhe de egr«ja
çiatriz, a capeiia, que já existia no logar 4^
Arxab^K dadic^da a Santa Margarida, q^
ficou jsendo padroeira da nova freguezia.
O bispo ficou com a apresentai(;ão da egi}^
Ja, e os freguezes com a obrigaçàp de paga-
rem annuaimente ao. parocho, 80 atgueirea
de trigo, 25 almudes da vinho mô^lo e as of-
fertas da egreja.
O mesmo povo ficou obrigado á fabrica
da egrtfja e sachristiaeáca;^a da residençi^
do cura.
Ficou a nova freguezia consiituida com
170. fogos.
A capella-mór é de abobada, e a egrejfk
teip só três aliares; o mór e dois lateraea.
Ha n*esta freguezia as ermidas seguintes;:
í." Ade S, Bento-^em frente do FreixiaL
Este logar do Freixial, era da
freguezia de S. Pedro, e, em 159/^
passou a fazer parte da nova fre*
guezia do Arrabal.
Fica a capella entre vinhas, e não tem
rendimento algum, fabricava se com as ren-
das de um hospital que havia no mesmo to-
gar, com duas camas e obrigação de agasa-
lhar 03 viandantes pobres.
Em 1555, sendo bispo de Leiria D. Braz
de Barros, hindo este prelado aqui em visi-
ta, mandou outra vez aqui cullocar as duas
camas, que já nãobavia; mas, com o tempo,
deixaram de existir as camas, ficando a ca^ii
reduzida « aimples albergaria.
A capella, linha uitia confraria de deAm-
étos, e os.officiara d'«lla o eram também do
hospital. Tem três altares.
B* A de 5.:^aWAo(0iotfU— no Casal dos.Citf-
do£osi
3.^ A de S, João Baptista— no logar 4>
fiMito^icp,.í«)iia^ia4AI0.
*Por .baixo d^a tt^$í^ que estão acipiarte
egreja, junto ao caminho que VAe parpiiCM*
6
70
MâR
MAR
«delias, ha uma fonte, que no inverno, on
sécca, oa tem muito poaea agaa, e no verão
é abundante.
MARGARIDA DA COUTADA (Santa)— vi-
de Coutada, a pag. 415 do S.^" vol.
MARGARIDA DA SERRA (Santa)— frc^gue-
'da, Bxtremadura (mas ao S. de Tejo) co
marca de Alcácer do Sal, concelho da Grân-
dola, 70 kilometros a O. de Évora, i20 ao
SE. de Lisboa, 130 fogos.
Em 1757 tinha 85 fogos.
Orago Santa Margarida.
Arcebispado de Évora, districto adminis-
trativo de Lisboa.
' A mesa da consciência, apresentava o cu-
ra, que tioha 120 alqueires' de trigo, 90 de
cevada e 15^000 réis em dinheiro.
MARGARIDA DO SADÃO (Santa) fregue-
zia, h:xiremadura (mas ao S. do Tejo) co-
marca de Beja, concelho de Ferreira, 60 ki-
lometros ao O. de Évora, 100 ao S. de Lis
l)oa, 100 fogos,
r Em 1757 tinha 136 fogos.
Orago Santa Margarida.
Bispado e disiricto administrativo de
Beja.
A mitra apresentava o cura, que tinha
180 alqueires de trigo e 50 de cevada.
MARGARIDE e PADROSO— vide a pri-
meira Felgueiras^ a pag, 162 do S.*" vol.
A povDaçào de Margaride, foi elevada a
cathegoría de viila, com o titulo de villa de
^ Felgueiras, por decreto de 14 de janeiro de
.18i6, e carta de lei de 11 de março do mes-
,mo ajmo. {Diário do Governo, n.** 73.)
É viscende de Margaride, o sr. doutor em
>philosophÍH, Luiz Cardoso Martins da Gosta
Macedo, ai^tual governador civil de Braga.
(Vide Pombeiro,)
i MARGEM— (vide Lagomel, a pag. 20 do
4.0 vol.)
Margem é a palavra árabe marge, Signi*.
fica, como em portuguez, margem de um
rio ou ribeiro; mas também quer dizer —
logar abundante de hervas, fresco, ameno
(etc-
MARGEM DE ARADA--ftld6ia, Eictreraa-
'Aora, freguesia de Olhalvo, comarea e eon^
- beiho de Alemqaer.
Patriarcbado, districto administrativo dé
Lisboa,
Ha aqui uma quinta de que é proprietá-
rio o sr. D. Thomaz de Nápoles.
Em 1873 appareceu aqui, n'esta qaiDti»
um sepulchro antiquíssimo. Continha três
ossadas humanas, e era formado de pedras
toscas, sem que se podesse descobrir n'elie
a mínima inscrípção.
MAR60NÇA (ponte dil) — Douro, sobre o
rio Ul, na fregoezia de Cucujàes, comarca
e concelho de Oliveira de Azeméis. (Yide
Couto de Cucujães,
MARIA (Santa)— cabo, no Algarve, em
36» 55' N., e 38' de lungitude orienul— é
formado por uma ilhota de areia, em fren-
te da cidade de Faro. Tem 1:500 metros da
largura. Tem pharol.
(Vide Cabo de Santa Maria.)
MARIA (Santa) DA GOLLÍNA— Yide Coi-
Una e Cunka, de C<iura.
MARIA (Santa) DA SERRA— Vide Enxára.
MARIA (Santa) DtMES— Vid*» lÉmeres.
MARU (Santa) DE SORRE-TAMEGA (oa
de RIBA-TAMEGA)— Vide Canavezes.
MARIA (Santa) DOS ANJOS— Vide Anf^s.
Todas as ma is f reguezías que
téem pur padroeiras Santa Ma-
ria, vide nas terras do sen sth
brenome.
MARIA MAGDALÊNA (Santa)— Todas tt
povoações que tiverem esta denominaçio^
vide Magdaléna.
MARIALVA— villa, Beira Baixá, oooiarca,
de Villa Nova de Foscôa, còuerlho dá Meda,
60 kilometros de Lamego, 360 ao NB. de
Lisboa, l.')0 fogos.
Em 1757 tinha 49 fogos.
Orago S. Tbiago, apostolo..
Bispado de Lamego, districto administra-
tivo da Guarda.
O padroado real apresentava o abliade^
que tinha 250if000 réis de rendimento.
Parece que esta freguezia tnn) erescido
muito era população^ desde 4757 para cá;
mas não tem. A differença para roaK é par-
que em i757 havia duas fr^^guezias do mes-
mo nome (S. Thiago e S. PeUr«|)» qi^e ho|e
estão unidas^ tendo a de S. Pedré 70 lÉDra-
dores.
MAR
IfÂR
7i
Tinba pois a acUial fregaesia em 1757, 119
lo^s.
(Vide a freguezía segoiote.)
É poToaçâo antiquíssima, como adiante dí •
rei.
D. AffoDso Henriques lhe deu foral, em
1179. Foi confirmado em Coimbra, por seu
neto, D. Affooso il, em novembro de 1217.
(maç. 7.* de Faraet antigos^ n.* 1 ; roaç. 12.*
dos mesmll^ d.*" 3, fl. 5 r., col. 1.* e no li-
em ie furões a$Uigo$, de leitura nova, fl. 35
Y.y col. 1." — Veja sd tanil)em os Artigoe ia
portagem 6 otUros direitos^ no Liv. 46 dos
TombnSy no armário 17, fl. 123.)
D. Manuri Iht^ dfU foral noYo, em Lisboa,
a 15 de dezembro, de 1512. (Livro dos foraes
vovós da Beita, fl. 30 v., col 2.*)
Era um dos antigos concelhos de Portu-
gal, suppriniido pdo decreto de24deoutn*
bro de 1855 (durante a regência do sr. D.
Fernando Coburgo.)
Este concelho tinha 1:100 fogos.
Está a viila fundada em um alto, penhas-
coso e air.antilado, e enobrecida com o seu
Totnsto casteilo, que foi um dos maisiortes
do reino. Tem quatro torres (uma d*ellas
com r<*logio) e 4 portas.
Attribuese a sua fundação aos turdolos,
nt anuo do mundo 3504, isto é, 500 antes
de Jesus Ghristo, tendo hoje por tanto 2:375
annos de exii^tencia. (R. M. da Silva, Pobl.
Gen. de Hesp.)
Outros dizem que foi fundada pelos gre-
gos, no anoo 2900 do mundo. — Vide adiante.
Foi cidade no tempo dos romanos^ que a
denonúiiavam Aravor. Foram oa imperado-
res Adriano e Trajano que a reconstruíram,
levantando aqui alguns edificios.
lias a cidade ronana era muito mais vas-
ta do que a actuai villa, que apenas occupa
uma pr^qu^na parte da antiga; tiarendo ain-
da dVsta, muitos e notáveis vesl^os, •
Destruída pelas guerras da. idade media,
e oceiípadfL pelos moums, no pnncipío do
século Vlll« estes a recoaitruiram em parte.
Kâo se sabe qua^o perdeu o seu antigo no-
me; só se sabe qua D. Fernando Hagno a
coBqnistou aos mouros, em 1063, e que en-
tão se chamava Malva.
Outros escrlptores, fllzem que ainda con-
servava o seu antigo nome de Aravor, em
1063, e que foi D. Fernando Magno que lhe
deu o de Malva, que se corrompeu em Ma-
rialva.
Ainda outros, dizem que o nome de Ifaf-
va só durou até ao j[)rincípio do século XIII,
e que dando D. AÍTonso II, de Portugal, esta
yilla a uma dona chamada Maria Alva, esta
lhe deu o seu nome.
Acho isto mais verosímil.
Com as guerras continuas, entre os mou-
ros e christãos, tomou a cahir em ruínas, e
foi abandonada. N 'este estado a achou D. Af-
fonso Henriques» que a reedificou, povoou e
lhe deu foral, em 1179.
Gomo era de uso n'a(]uell«^s tempos^ com
as povoações despovoadas, ó rei concedeu
muitos e mui grandes privilégios, isenções
e regalias, aos indivíduos que se quizessem
estabelecer aqui, o que attrahíu bastantes
moradores.
Estes privilégios foram conservados e con-
firmados pelos foraes subsequentes.
Foi o nosso primeiro rei, que no foral a
elevou à catbegoría de vi lia, fazendo-a con-
celho, com justiças e camará próprias.
Quando o concelho de Marialva foi sup-
priniido (1855), passou a villa e freguezía
para o concelho de Foscôa, e assim se con-
servou, até que por derreto de 18 de dezem-
bro de 1872, passou para o concelho da Me-
da, ao qual actualmente pertence.
Querem alguns que o seu casteilo fosse
con»truido pelos aotigos lusitanos, ou pelos
romanos, e que D. Sajactio I, o reedificou»
pelos annos de 1200.
Destruído pelos mouros, o rei D. Diniz
principiou a sua reeonsirucçao, d^sde os fun-
damentos, em 1299. Não consta se este mo-
narcha o concluiu completamente e se depois
foi reedificado, ou ampliado; o que é certo^
é que as obras d*eUe só foram concluídas,
na forma actual, pela rainha D. Catharina
(viuva de D. João Hl), durante a sua regên-
cia, na menoridade *de seu neto, D. Sebas-
\SSOf no anuo de 1559.
72
HAR
HAR
Iflto fOfkfti é^ xkna. mscnp^ qae fe Té
á entrada do ea«v-llo.
Pareet; qa^,f/n4«lir»jee$táaTÍHa,fióexi5-
Iboi D^i If^f tpo átj^ fíHnzmj* Z9 fijrijficaç^es e
qtuit^H Djflf iare% e qui? a cidade efOava edi-
Ikada na pboKíe, eoruo adiaole dircL
d^ Diatta íínp •riaoda,e eons^rava aioda o
f^n af*Uiro Utaiu ú". âúzá*", f* próximo (a E.)
dVila« liavia aio Tasto DMfSWiro de monges
b»'D«^dí«:tici'»9, qae os agarenos arrazaran>,
não d^-ixaudo pedra sobre pedra.
Ho iofrar qa** i^ile ocnipara, se Ura desen-
tf*rrad<> r/iluronas e outros ornatos eecl^ias-
UfÀín, e t^m appareeido restos de elaostros
e outras oín«'ioas.
Também a 1 kílom^tro da TiHa existe o
edírj<río e cerca, qu»; fui mosteiro de religio-
sos franciscanos, fundado em Ii47.
As arma» de Marialra, slo as de Portu-
gal, sem coroa.
O sr. Ignacío de Vilhena Barbosa, porém,
não menciona estas armas.
Já dl!«se a pag. 134, do 4.* vol , quem fui
o I.* luarquez áf. Marialva, e sqa família, e
^uaes as ^uas armas; por ísso^para aqtielle
logar remetlo o leitor.
Tratemoé agora espeeíalmente, pois que
o merece, da autiquí;$sima ei^ade romana de
Aravor.
Mas faldas, e ao E. do alcantilado monte
onde está edificada a actual viila de Marial-
Ta, nu principio du seu fértil ó dilatado cam
po, no iiiio onde agora se vô a aldeia da De-
teta^ eslava edíflrada a cidade de Aravor,
Aqui se achou, pelos aiíinos de i690, um
priniuruso pedestal de colun^na, de jaspe
branco, com 0",50 de alto e 0",25 de largo.
Fui dado ao alcaide-mór da vHla, que o
mandou 1'Ollocar no muro do quintal daiua
tenidencia.
Tem a seguinte InscripçSo :
iMP. CAK. orvi. traYák.
PARtltl. P. TRAPAlVO
H^DBIAMO. AUO*
PiíNT, MAX. TniB.
rOTKS. I. COri. II.
CiVlTAS AHAVCllU
Jfú Mam Iff ée Jesw Omni, M dia
Adriano Au^oslo, Sffoiída wtz ron«nl, ieado
Rostico por corapaBh^iniK oa collitga. Á pro-
▼avd que a inscripçào seja dVsi^ anão; a
qual lhe chama Tr^jano, porqifte Ulpio Tra-
jano o Unha adoptado, ames do aaou ii7,
em que oiorreiL
No mesmo k»gar da Deveza, em uma cm
! de Manuel de M*jraes>, que era (a casa; esta-
! lagipoi, no fim do século XVIU, ^ adMO
1 uma lapide com uma ínscriprão, qme dõ,
que a preciarissima ciéaâe ée Anvoar^ dtM-
am uma mamaria a Júpiter^ apímo^ maaciam,
A íiiscriprao é toda só com as ioi^iaes, á
excepção da pala?ra Itme (Júpiter) — é as-
sim:
I ovi
o. M.
K. AR.
(O k, está em logar de c, eomo UMiitas ?e«
zes se vé nas antigas ínscrípções )
Na mesma aldeia da Deveza, ha doisedi-
Ocio^ de architectura 'romana, antitioissi-
mo8.r Um d*elles, que fui quasi demolido pi^
povo, era de cantaria, decunstrucção n»baB-
ti:»8íma; e é tradição que foi um graotle pa-
lácio. Gbamam-lhe a t,irre. Consta qu» ser-
viu de templo cbristao, no tempo dos gôdes.
O outro ediOcio está em frente do anieee-
dente, e só dividido dVlle pelo caminho, iá
serviu de capella christan.
É também de robustíssima constracção e
óptima cantaria, com ama porta, exerssiifa-
mente alta e larga, e ainda está muito bem
conservado. Foi Junto d'esíe monumento c|iie
se achou a segunda lapide que meneioncl.
A i kilometro ao -S. da aldeia da Devt*za,
ha uma grande e alta nanmaekia (re9(*rva-
torio de aguas) a que ainda ohamam uf/opu.
Ê obra maniíasiamenie romana.
Em í?90, foi aberta, ese tiu que fechsiTa
eom uma grande p^4(fra qtndráda, na qaal
estava dhuuibada umag rossaiaiigolaéehruii-
xe. ID^aqftl eotfdittiam os romati<is aiagQa
para a etdhdee para Oicahi|io,ipuriim a^fim*
dutHo, composto, Já d» eahiõ8'de'eanHnría
(manilhas) umlto ltrgos/Já<eavado!a«
napenluL
MáR
Ainda â'este aqaedaeta eiistem muitos
iresligios.
Alguns escriplores nrelendem que est^
obra seja árabe.
AotoatroeDte, o fundo^ ou leitoi doeste an-
tigo n^seirvatorio, é propriedade particular e
está cultivado.
Não foi ró aos r Ananos que Aravor deveu
os seus snoiptuosos edifícios e a sua gran-
deza e IriiportaDcia; pois, se dermos crc^dito
a alguns efici iptores» foram os gregos que a
fufldaram peios anjoos 2900 do muAdo, 1104.
astes da éra chrístaD, vindo entào a ter nada
menos de 2078 anãos de edade.
Foram elles que edi&caram aq^ui um ma-
gestoso templo dedicado a Júpiter, que de-
pois os cartbagínezes ampliaram.
Pjireceroe hyperbolica tamanb^ aotigui^
-dftde attribuida a Aravor; nào só porque
nem dos gregos, nem dos phenicios, nem dos
carthaglot^zes existe o miqimo vestígio;
mas, e prioeipaimente, porque estes povos só
occnptieram o litoral e as suas proximidades.
Gontentemo-nos, pois, cem a antiguidade
que lhe dà R^rigo Mendes da Silva, na ^ua
Poblofíion general de Espana^ que já não
é pequena, nem muito (acil de provar.
Se^ porém, é fundação dos tdrduios» como
pretende este escriptor, devemos notar que
seria uma povoação insigniílcante, composta
de edídcios ptquenos, pobres e grosseiros^
como eram todas as suas povoaç^.
Foi aos rsmanos que Aravor deve ineon-
ieslavelmente a sua importância e m&guifi-
ceneia..
Acredito mais, (lue foram estes os con-
ftniQtores do templo de Júpiter, e não que
fossem os greg^^, ou os eanhaginezes; e é
certo que o templo existia no tempo dos ro-
manos, como prova a segunda inscripção
que copio.
Talvez mesmo que algam dos dois edifi-
«ios, cuÚAS ruínas ainda aqoi se voem, fosse
o fannoso templo de JapHeir.
HARIáLVA->freguezía» Beira Baixa, co-
marca de Villa Nova de Roseóa, concelho da
Meda, 60 kilometros de liamego,.355ao.^E.
de Ltôboa.
Km 1757 tifiba 70 fogos*
Orago S. Pedro, apostolo.
MAR
73^
Bbpado de Lamego, distrícto administra-
tivo da Guarda.
O real padroado apresentava o reitor, que
tinha 50^000 réis, e o pé de aliar.
Esta freguezia está df,sde o íim do século
XVíIi uuida á antecedente.
A esta freguezia esiá ha muitos annos an-
nexa a antiga fregui^zia da Galeira.
MARIALVA— rio, Douro, comarca e coa«
celho d'Arouca, e concelho de Paiva. Vide
Arda.
MARIDANÇA — portuguez antigo — fazer
maridança — portar- se como casado, cumDrir
exactamente as obrigações todas ann>xas ao
matrimonio. (Hoje diz ^e pagar o dfbitó^ ço-
habitar)— Requereo o dito AtUor á dita Reea^
per vezeSf que lhe fezesse^ e faça maridança
do corpo, e do aver, com sua mulher. (Docu-
mento de S Thiago, de Coimbra, de 1450.)
MARIDAK-SE — portugu^^z antigo— fazer
vida de casado. (Vide Maridança)
MARIDO CONUÇDDO— portugU'Z antigo
— marido publico e notório, reamhecido por
todos como tal; mas não recebido canonica-
mente.
Aotigamente havia três espécies de con-
tratos matrimoniaes :
!.• O casamento canónico, como hoje; um
verdadeiro sacramento. Ao acto do recebi-
mento se chamava casar.
2* Era um mero contrato matrimonial»
que se. fazia publico e notório, aos parentes
e visiohos.
Era este contrato feito na presença dos
pães e parente» dos noivos.
Os filhos havidos d'esta união, succediam
na herança de seus pães.
Já vemos que os modernos na-
da inventam, e que o concubinato
legal, hoje chamado casamento
; dvil, data do tempo dos godos, e
ainda existia nos séculos XIII •
XIV. (Vide Salzêdas e SeiíMncê-
lhe.)
3,* Consistia apenas no contracto de um
mafrimoi^o segundo o direito natural^ e qu0
só dependia da vontade dos cofntrahmtet^
s^qi darem a mínima pubkcidade^ ao que
biYiani eQtf e si es^puiado. l^tes viviam v^
74
MAR
MAR
ritalmente, mas as leis não os Êivoreeiam,
nem aos seus filhos, nem havia commnnida-
de legal de bens.
D'aqui se infere quA a palavra matrimonio
exprimia antigamente a cohabiiação de duas
pessoas de differefite sexo, e que só se dava
o nome de casamento, ao que era feito com
as formalidades dei«^rmínadas pela Egreja
catholica, e era o único que imprimia cara-
cter,
A esta 3.* espécie pertenciam os matrimó-
nios de mão esquerda, ou morganáticos, pou-
co usados na nossa Península, mas muito
TUlgares no resto da Europa.
Estes porém eram quasi sempre contra-
bidos entre soberanos e vassallas, ou entre
grandes senhores e mulheres do povo, ou de
cathegoria muito inferior.
Também se lhes dava o nome de maM-
momos á morganheira, ou â morganica,
O papa Benedicto XIV, em Í7o0, prescre-
veu saudáveis condições e regras, com que
podessem ser elevados a sacramento estes
matrimónios, e occorreu aos muitos incon-
venientes a que estavam expostos. (Vide Ma-
trimonio.)
MARINHA (S. Félix da)— frepuezia. Dou-
ro, concelho de Villa Nova de Gaia, comar-
ca, bispado e d istri cio administrativo do Por-
to. Já está descripta sob a palavra Félix dá
Marinha. (S.)
UARINHA (Santa)— vilIa, Beira Baixa, e
fireguezia da comarca de Gouveia, concelho
de Céa, 75 kiloroetros de Coimbra, 270 ao
£. de Lisboa, 290 fogos.
Em 1757 tinha 200 fogos, na villa e fre-
gnezia.
Orago Santa Marinha, virgem e martyr.
Bispado de Coimbra, e diàtricto adminis-
trativo da Guarda.
O papa e o bispo, apresentavam alternati-
vamente o prior, coilado, que tinha 300^000
réis.
É terra muito fértil.
Grande abundância de gado de todas as
qualidades, e de caça, grossa e miúda. Pro-
duz também muito mel e cera, de óptima
qualidade.
É povoação multo antiga. D. Affonso Hen-
riques lhe deu foral, em Junho de ii60.
(Maço 8 de Foraes antigos, n.* 2.) D. Maiuiel
Uie deu foral novo, em Lisboa, a 15 de mab
de 1514. {Livro de foraes noivos da Beira, fl.
92, col. 2.-)
Ve]a-se mais a Inquirição para o foral lio*
vo, no maço único de inquirições, no armá-
rio 17, n.«» 20.
Foi couto com juiz e ifti vereador.
Está extincto ha muito annos.
UARINHA— antigamente dava-se o nome
de marinha a todo o territurio próximo da»
costas maritima:<. Hoje dá se este nome se-
mente aos terrenoH baixos e planos, prepa-
rados artiârialmente para produzirem sai,
pela evaporação do hydrogenío.
Dizse, marinhas de sal, ou salinas.
MARINHA-ORANOE— freguezía, Estrema-
dura, concelho e comarca, e 12 kilumetros a
ONO. de Leiria, 130 ao N. de Usboa, 805
fogos.
£m 1757 tinha 268 fogos.
Orago Nossa Senhora do Rosário.
Bispado e districto administrativo de Lei-
ria.
Antigamente dava se-lhe simplesmente o
nome de Marinha, ou Santa Maria da Ma-
rinha. Hoje chama-se Marinha Grande, para
a distinguir da aldeia da Marinha Pequena,
que fica próxima.
A mitra apresentava o cura, que tinha
120;000 réis.
Esta freguezia é situada a distancia de 1
kilometro a E. do famoso pinhal de Leiria,
mandado semear pelo rei D. Diniz (vide Lei*
ria) que tem 24 kiiometros de comprionen-
to,- correndo ao longo da costa do mar.
Ha aqui uma fabrica 40 estado, para a
extracção do alcatrão e outras substandas
dos pinheiros.
Modernamente tem-se feito
n*este pinhal vastas sementei-
ras de pinus larix, e de oatras
variedades de pinheiros e ea-
caUptus, vindos do norte da
Europa.
Ha também n'esta freguezia uma fabrica
de louça ordinária.
O melhor ediOcio da Marinha Grande, é
a real fabrica de vidros-^a maior e m^ior
de PortngaL
llIAR
A darmos o credito devido a aigms ma^
Bnseriptos exUteotes do cartório da casa do
Côvo^ proxíBio a Oliveira de Azem^iá^ foi em
1498 que na viila de Coina (margem esquer-
da do Tfjo) se priocipioQ a íabricar vidro,
com a ieiiha que por aquelles sities se po-
dia arraigar, e nVsta indostria se oecupava
z maiciJf parte dos habítaotes da povoação ;
mas cujuo faltasse: o eombustivel, se madou
(Dão se sabe quando) para a Mariuba Gran-
de, pela abundância de lenba do pinbal da
nação.
Adiante tratai;ei da antiga fabrica de vi-
dros de CoiujL .
Consta também de documentos ofSciaes^
que antes da fundsção da actual fabrica, jà
aqui bavia fabricantes de vidraça e dififeren-
tes objectos de vidro ; mas d'estes documen-
tos não consta o anno em que esta indus-
tria aqui principiara.
Em 1769, sob a protecção do marquez de
Pombal, o inglez Guilherme Stephens (o que
deu o seu nome ao largo que existe na rua
das Flores, próximo da rua de S. Paulo, em
Uabo^—tar^ dfi Stephent)—fnuáou siqm
uma vasta fabrica de vidros, emprestando-
lhe o estado, para .esta obra, 33 contos de
réis, sem juro, nem limite de tempo, poden-
do faaer os pagamentos parciaes^ em cal pa-
ra as obras publicas, dos fornos que Ste-
phens tinha em Alcântara (proximO:aLis-
iKMy e que era cosida com carvão mineral,
importado de Inglaterra sem direitos.)
D. José I lhe concedeu ainda a permissão
de gastar toda a lenha que lhe fosse neces-
sária para a fabrica, do pinhal do estado,
gratuitamente.
Todtís«stes privilégios deviam durar por
eapa^ de 15 aunos^ segUfndç.o alvará de 7
4e Julho de 1769 ; m^Si foram aceresoenta-
dos em 177$^ com diversas providencias e
j^ulame)atq%|>^Q^'X) (iomecimento, decla-
rando-spi i^a frspectiva provisão, que a/o-
^rtca ficava sob a immBdiata protecção 4o
reis como útil ao bem publico^ êaodos pi-
nkaes (nsí supposição de que sendo berne
«OBscieneiosamente dirigiâo o. corte das le-
nhas, nao prejudicava, antes melhorava os
pinheiros» qoa se limpavam da lenha sécca ,
mfHò i. o que s6 era licito aproveitar^
MÂR
7S
Por alvará de dezembro de 1780, forani
considerados os edifieios da fabrica e terre-
nos annexos, e os que se lhe viessem a m*
nexar, como praso fateosim perpétuOy para
que tudo se podesse conservar indiviso, e
para que a fabrica não cessasse de produzir
vidro em tempo algum, por causa de partí»
lhas ; com prejuiso dos operários, e empre-
gados, e do publico.
fiOd 1784, sendo já rainha D. Maria (
terminou o praso dos 15 annos ; mas o go-
verno prorogou o por mais 10 annos, coni;
tinuando a conceder lhe a isenção de direi-
tos de importação, sobre tedas as matérias
e objectos necessários para a composição d^
vidro, e a de direitos de exportação do reir
no, e de importação nos domínios portuguer
zes do ultramar.
£m 1794, o príncipe regente, depois D.
João VI, prorogou por mais outros 10 annos
todos os antigos privilégios e isenções df
fabrica. Approvou e elogiou a estrada que
Guilherme Stephens tinha mandado fazei;
á sua custa, para tornar mais fácil o servi-
ço externo, e attrabir aqui directa e oem^
modamente qs almocreves e. agentes quç
promoviam (por commissão) a venda dos
productos da fabrica. Foi também n'est9
anno, de 1794, que se abriu ^ estrada reaf
de Lisboa a Leiria, Coicobra e Porto, o qut^
muito concorreu para a prosperidade da fa^
brica.
£m 1796, ordenou o governo que se At
zessem, por conta do estado, os cortes d^
Qiadeira necessários para se concluírem a§
obras da estrada real, e da que íizóra Stor
phens. , . ^
Sm 1799, se prorogou p praso da conces-
são por mais outros 10 annos; e decide eot
tão até 1802, ainda foram concedidos ooj
tros privilégios á fabrica, sendo um d'elley
a isenção do serviço militar (do exercito #
da armada) a todos os empregados e ope^
rarios do estabelecimento.
Todos sabem (mas nem todos confessam)
que as invasões francezas, desde 1807 at^
1811, foram uma verdadeira calamidade pa^
ra Portugal e Hespanha.
Os francezes não pouparam cousa algu-
ma, na sua passagem deyasta^ra. Temp}os»
Mlft
flil<^#, ftairv/ »a«» ^^ 009 4íaL«, « ié M
|iM a Utrr% m 0!W aoiíf '< pnril-po* e .
Víffkr*^íÊéfp Gflilb^tnK S^-^t^lK^, s^ii ir- '
pí^^ M/^ Dí//|^/ Sl^lili^iH, toOK/a pf^^ da
flrt^a e 4a MU adfDioMraçào, /Mo fN<»-
f» Ji #Ta «TKb de M« irmão, tt'e«te ettabe-
Joio Df/igo Bl^^hfínf, morrea em MM,
tfrtxaiido a Ciíjrieai é todan a§ soas d»*!»^-
âmrhn k laçâo prirtofaeta — eomo «m
mfmwfUfUo do mm alto apreçô^ pelos favo-
t€$ 0 prrfierção que n*eiste pmz me tem
$íâò Concediam. suppli-
ennd/f a t gfvffno tfue haja de eie^er e n
9kear uma audcridade, para e$ta on reger e
adininutiar (a íabriea e d»'p»'DdeDeia») ro-
^nd4) também mãíi, qne não deixe de kacer
eontemptaçõo para & actnal aâmhUêtradorf
§»0é de Bwi$a e Oliveira, e cmeeder-ie-lhe
nquella dignidade e remuneração, que tão de-
cida é ao êeu merecimento,
Bitta elatiftaU do tettámento ée JdãoDio-
§/) Stppheúft, é bODrosisilimfl— para a na^
fortagaf*2a, pela ma provada lioflpiCâHdade
IKira com ô« eitrangfelros-^pela gratMão do
leftador^e pela bènradez e foam serviços
A> admlnUtrador José de Sotisa e Oliveira.
(Vide RioMaior.)
O governo tomoa posse do estabeteeinfeo-
lo, e sen arrendamento posto em praça, eon-
Iftmoa a trabalhar sob a admiáffítraçaD de
eapretas pariiculai^.
É belllsaimà a iihtta^o da Mrtta è pover.
eanfo éo s:tioL
Aíé«D d? niD B'jícbj e de
idos. o
ciffca e d^p>«iMttriKlas, (>ri
pfiedad?« Cf rrjda por nn
S^.75 a E^ «5^ aa S^ CSf-,» a» OU •
SOfylii ao X^ fon a fama de ub
zio, e eon orna área de f 8 hertaraL
O meibor d*rsie edílHo. é • palácio
dado edíG^r por Siepliei», e oade cBe r&^
eídia, qBasdo aqai se dettoravx
Era também ii*elle a residcoria e
ria do adfflíoisirador. Tem um bonito
fim e am lago soffrivel.
Unfdo ao ediício esiá a cm do
fom div^^rsas salas para concertos e
Ho tbeatfo, ba frequentes
dramáticas, p^los artistas e erapregaéoa ãk
f^briea, e umbera nas suas salas tem
bafi^-s snmptaosos.
As ofllemas da vidraça, ornais
são de bom aspeeto, e em harmonia
arcbfteefnra do palácio.
Os fumos para a febrieaçao da Tidrafa e
o de temperar os eadfnfaos, também aio ét
bda eonstmeçao.
No pateo, que é a entrada geral é> cawa
beleeimento, eom nma grande portaria 9tE^
es^ os arioJadietfM menores, o as <;asaa #è
habitação do eoniranneâtre e as de osítros
empregados. *' ' ^ ^A
Ao N. da offlcinade^eiry^tf^ há mn
Mro, onde se Thz o deposito das Venhas,
do a B. «na fileira de casais abarraeada^
(fae são aí^ t^ffieinas dos carpíntoiriM^ seirs-
ltte§ros, olelroé, etc.
A officina de estender a Tidraça tem
Ibrhos, indepenâetfies é isolados enM «I. A
uma casa para seéear i^s eadftihoa è ouiifc
para a sèòea e talei na<^ das maieriaspviMi^
-H
um
MAR
77
com CAUkeíras d« cobre e da ferro» pfirA a re*
flnaçào do taliire 6 da pu(as«a ; e uma caíSa
com forno de coser o tijolo refractário.-
A oíBi*ioa d^ crystal, é uma graúda coo-
strueção, composta de dois corpos unidos
longítudioalinento, com arcadas de eominU'
meação, praiicada» na parede cami^uai.
Ha n*e»to offlcina dois fornos para a fa<
iNTícaçào do crystal, e duas p*«A|uenas arcaa
para coser os eadintios, e tre» isoladas, para
temperar o Tidro em obra.
Ha casas para as pesagens e dosagans, ar-
mazene para separar a obra limpa, do rtfu*
f Oy « para ae^odiocionamenio dos ariefactos
que d'aqui iKthem, para a venda, ou para os
depoi^itos áò Lisboa, Porto» Évora e outras
partes.
Ha a casa do deposito geral» para a venda
por junto e a retalho, e o edifício chamado
das flores, onde se lapida o crystal. Ê um
Tasto pavilhão envidraçado, com 14 enge-
nhos de lapidar, movidos por um eixo hori*
aontal, com 15 communica^'5es de movimen-
to» cujo motor é da força de 6 cavallos-ta-
por.
A macbina^ que é de alta pressSo, foi as-
sente em uma cosa contigua a este ediâcio,
« a caldeira estabeleoen*pe em um telheiro
amiexo.
Ha a casa da composição da vidraça> onde
se pesam e misturam as principaes matérias
primas da vidraça; telheiros em que se faz
a lavagem das areias e a apartaçâo e pra»
paro do casca (vidro quebrado) par» sa la«>
var a tornar a fqndir; casa dafurja; easa
dos pisões» onda está um bocardo da minei-
ro composto de 6 pilões de madeira» coin
•sóccos da ferro fundido» pasanda cada um
70 kiiogrammas» aos quaas wrve da «otor
a agua do aqaeducto; armazena da vidraça»
onda ella sa corta a encaixota; csvallaríçaa»
cwraaa» palhatros^ aic;
FimilmaAte esta estabelecimento asiá ■Km-
lado com luxo» a tem tudo quaoto é neeea-
sário para a fabricação dos artefactos a que
4 d^stiaado.
Fora do lanteao morado» ainda ba um
grande armazém pertenoaniafé febrica» quê
á adminiatraçSo geral das maitaa.destiaou
fttr» s» az|Ma«<daa da rasinageaif a um
aquedueto» de quasi 3 kilometros, que abash
tece copiosamente a quinta, as officioats» a
move^a roda de um momho de moer o quar-
Uo (stíixo) calcinado.
Téem sido eajpre^arios da real fat)ri(*a da
vidro e cTystal da. Marinha Grande, deâda
que é propriedade do Estado, os srs. :
Barão de QuiiitdJa (depois coode doFar*
robn), António Esteves Gosta e outros, dea^
de 18!ii7 até 18&7.
Manuel Joaquim Affonso» desde 1848 até
1659.
Casimira Joaé de Almeida» desde 1860 até
186t.
Francisco Thomaz dos Santo?» em ld68i
Jorge Croft (depois visconde da Graça, a
já fallecido) e o commendador António Am
gasto Dias de Freitas» em 1864.
No íotervaHo de umas e onfraa
adorinistrações, au os trabalboé
estavam suspensos, on eram aé^
ministrados por conta do estado:
Em 1866» 08 ditos srs. Groft a Dias' dia
Fr^^itas, com os srs. Nuno PHulino da Brito
Fr^fo*e^ José Luia da (MiTaíra, HAigael Antó-
nio Leitto de Lima Pateâo a António Cop*
reia da Silva Marques, formarant^ uma pait>
ceria, por tempo de 3& annos, com o ealpi-
tal social da 90- contos da réis» dividido em
900 acções» de 100^900 réis cada uma.
Esta parceria, ou sociedade em eommàu-
dica» ainda existe» saò a danominação da-^
EBIPRBZA DA RBAL rABmCA, DB YlOaOS DA MÂ'>
muta orands.
Os graad^a privilégios « doações a iseaçõaa
que os governos concederam desde 1827 até
1^9 aos empraaarios da fabricj^ nem por
is^o concorriam para q«a esta induHria tif
vaasa. medrado,- acompanhando os progras-
soa da sei^ncia; pois que as companhias ax**
pioraduras só. curavam de tirar o aiaior lor
cro fiossivel da sua empreza.
O- governo^ a« 1859^ mandoB proceder a
um rigoroaissimo inquérito» por homens da
acíenieia, e do integridade reconhecida.
Pett o ioqilariiot porém lOm triste resulta-
do; porque, se até então bottva excassoda
cobiça da parta dos oxploradora^ deado eu*
78
MâB
MAR
Ião houve grande falta de generosidade, da
parte do governo.
O estado favon^oia até alli as emprezas,
eom avultados subsídios e grandes privilé-
gios e isenções, e obrigava-se a ficar com
certa quantidade de productos. Desde então,
nào só cessou tudo isto, como, ainda por ci-
ma, impoz á empreza o pagamento da renda
da fabrica, superior a um conto de réis, an-
nual; concedendo-lhe apenas gratuitamente
(ou antes como compensação da renda) 12
mil carradas dt^ lenha por anno, sob a vigi*
lancia e inspecção da administração das mat-
tas ; obrigando a empreza a dar contas, to*
dos os annos, ao ministério da fazenda, do
estado da fabrica e do numero de seus em-
pregados.
Antes da entrega da fabrica ás emprezas,
procede-se a um rigoroso inventario e ava-
liação dos prédios fabris e ruraes, utensilios,
material movei das abegoarias, etc, para no
fim das emprezas se poderem regular as in-
âemnisações ao estado, no caso de descami-
nho ou deteriorações.
D*estes inventários se vé que em 1827, o
fundo fabril e industrial foi calculado em
104:424^440 réis.
£m 1848, em ^:000|;i20 réisl
£m 1863, em 58:078^(440 réis.
Deve dizerse, em preito á verdade, que
a actual empreza tem feito grandes melho-
ramentos n*esta fabrica e teus processos.
Os fornos foram aperfeiçoados, segundo
as indicações da scieicia moderna; de modo
que fundem o vidro em muito menos tempo
e com muito menoi combustível do que an*
teriormente.
Fazem por semana, 3 a 4 afinações em
crystal, e 6 em vidraça.
Gons^uíram um forno degrandes dimen-
sões (carquése) para séccar a lenha. Entram
n'elle 12 wagons carregados de lenha, que
séeca rapidamente, por meio de numerosas
hâcas de calar. Depois, os wag<ms marcham
por carris, eom pequeno impulso, para as
respectivas officinas e voltam depois para
eonduzir nova lenha, por meio de uma pla-
taforma gírante.
Á estuík onde se seccun as pedras para
a construcção dos fomos, e os potes (eadi*
nhos) é digna da especial inspecçãt do visi-
tante.
A arca corrente de templo, é a primeira
que se construiu em Portugal, segundo o sys-
tema francez.
£m 12 pequenos í9ag(ms^ assentes em ca^
ris de ferro, vem os productos, desde o for-
no, até á galeria que conduz ao armazém ds
eseolba e apartação, atravessando assim as
seis graduações de calor que constituem a
arca de tempero. Os artefactos entram na
boca da arca, ainda incandescentes, e saem
na 6.» graduação, já temperados e esfriados.
Antigamente fazia-se a mistura com gran-
de perigo de vida para o operário, por cansai
do veneno que aspiravam constantemente
Hoje ha aqui um novo systema da lava-
gem da areia, galga a vapor, moinho hydraa-
lico, com pisão, e mistura de eopiposições,
sem o minimo perigo para os manipulado-
res.
Esta fabrica está hoje em excellentes con-
dições industriaes, e nunca empregou tanta
gente e deu tão grande prqducção de arte-
factos de vidro e crystal. Dá pão e trabalho
a umas 700 pessoas de ambos os sexos, in-
cluindo n'este numero os empregados e ope-
rários.
Não posso fallar u'esta fábrica, sem que
me venha á memoria João Manuel Aflonso
de Barros, que foi seu mestre.
Nunca vi um homem que a tão espantosa
habilidade reunisse tanta modéstia e docili-
dade.
Para elle não havia difficuldades, nen
mesmo impossíveis. Fazia com a mazioa
perftíição tudo quanto imaginasse fazer, por
maior que fosse a comphcação do objecta
Causava verdadeira admiração ver este ho-
mem singularissimo largar a goiva, ou o for-
mão com que trabalhava no tomo mechani-
co, ou outro qualquer instrumento pesado,
e pegar na penna e escrever desembaraçar
damente uma carta com bellissima letra;
como eu mesmo vi.
Juntem^sea estas já tão notáveis qualida-
des, uma inteUigencia provada, variada lar
MÂR
MAR
79
strucção, trato afabilissimo, honradez a toda
a prova e ama figura sympatbica, e eis o bo-
mem por quem a Marinha Gr%nde sempre
chorará.
A perda de um filho extremeeido (o mais
novo) de tal sorte lhe mio^m a existência,
qae pouco tempo lhe subreviv<íu.
Fallecen ha m»is de 20 annos, e ainda em
todo o vigor da idade.
Aos seus filhos, que elle tanto amava, sir-
va de lenitivo a uma eterna saudade, esta
pequena comraeraoraçào, e a probabilidade
de que está na beinaventurança gozando o
piremio de tantas virtudes, que foram a sua
partilha na terra.
Reservei para o fim d'este artigo, dar uma
noticia mais circurnstanciada do principio
â*esta fabrica. Mio são fundadas em tradi-
ções, ou esrriptos de credito duvidoso. Cons-
tam de doçumeutos authenlicos e de escri-
pturas publicas que existem (como* já disse)
no cartório da casa dos srs. Castros, do Co-
vo \ que eu vi por varias vezes.
A primeira fabrica de vidros que houve
em Portugal, foi a do Covo (ua freguezia de
S. Pedro, de Villa-Chan, comarca e concelho
de Oliveira de Azeméis, d'uade dista 2 kilo*
metros ao iNfi). Nào achei dados que certi-
fiquem o anno da sua fundação; apenas cons-
ta que já existia em 1484 ; puis que então,
D. João II, ordenou por uma provisão que
em Portugal se não podesse estabelecer ou-
tra fabrica de vidros, sem conâentímento e
anctorjs^çâo de Diogo Fernandes (como as
letras da provisão estão bastante apagadas,
não se pôde verificar se é Diogo, Domingos,
ou Dionísio ; mas parece mais ser o primei-
ro nome) dono d*esta fabrica.
Não se sabe se a provisão de D. João II
foi derrogada, ou se o proprietário deu li-
cença para se fabricar vidro na villa de Coi-
na (no Ribatejo, comarca de Aldeia Gallega)
o que é Certo é principiar alli esta industria
em 1498, mas em muito pequena escala.
Em 1580, porém, já a fabrica de Coina
1 A cuja família pertence a sr.* D. Maria
Helena de Castro Pamplona de Sousa Hols-
tein, condessa da Ribeira.
produzia artefactos de vidro que rívalisavam
com os do Covo, e em tão grande quantida-
de, que lhe faziam prejudit^ial concorrência.
Então o proprietário da fabrica do Covo» pre-
valecendo-se -dos seus antigos privilégios,
queixon-se ao rei (D. Affonso V) que, por
provisão d'esse mesmo auDO, ordenou que a
fabrica de Coina, só podesse vendnr louça
de vidro desde a margem esquerda do Mon-
dego até ao Guadiana ; e a do Covo, desde o
rio Minho, até á direita do Mondego. Para o
estrangeiro e ultramar, podiam exportar am-
bas, sem restricção.
Com o de(!urso do tempo, esgotou-se a le-
fiha nos arredor.es de Coina, tendo o pro-
prietário da fabrica de mandar vir o eom*
bustivel de longe, o que lhe causava gran-<
des despezas.
Então o dono da fabrica decidiu mudai a
para a Marinha Grande, por estar próximo
ao piobal denominado de Leiria, onde tinha
eombnstivel com tanta abundância, que ha-
via a certeza de nunca faltar.
Quando Guilherme Sl^^phens, veiu fundar
a grande fabrica da Marinha Grande, já
achou a antiga fabrica (que parece datar—-
aqui—do fim. do século XVII).
Não se sabe porque cAintrato elle tomou
conta d*ella, o que ó cerio é que fui a que o
instigou a substiiuíla por outra em grande
escala, uiilisando todos os antigos operários.
Em Coina, ainda existem vestígios da sua
antiga fabricado vidros, na propriedade dos
herdeiros da sr.» J. Pouchet, onde depois se.
estabeleceu uma fabrica de zuartes, que se
exportavam em grande quantidade para a
Africa.
Esta fabrica foi depois transfeiida para
Sacavém. —
A egreja matriz da Marinha Grande, éum
vasto e bonito templo.
As casas da povoação são pela maior par?
te térreas, ou de um só andnr, mas muita
bem caiadas, commodas e bonitas. Muitas
téem. canteiras de flores aos lados das por-
tas, o que lhe augmenta a belieza^.
1 Ainda não vi gira-sóes maiores do que
na Marinha Grande, apezar do seu soio ser
de areia.
80
MAR
Aê ruas é que são de areia qnasi toias, o
qne 6 bdstante mcommodo.
E*ta poToaçAo ti»m melhorado conAtd(^ra-
YfíliBenCe nVetes nltini^ tt^mpos, não 9Ô p^^lo
desenTolvimento que tem tidu a iada^ria
do vidro; mas também pelo estabeleeiraento
aqui da adminintração das maita9, estação
telegfaphi«^a, lojas, ele. — accrescendo estar
ligada a Lt>iria por ama boa estrada, qne
toma fcu*ilima a saa oommaDicação eom a
eapital do districto.
O território d'esta fregopEia, posto ser de
areia, é bastante produriívo, e os géneros
agriculas são em geral baratos.
A gente da Marinha Grande (quasi toda
empregada nas difTerentes fabricas e no pi-
nhal) é de trato ament, franca e hospita-
leiro.
Vivendo ha umas poucas de gerações com
as commodidadt'» que dá a boa remunera-
ção do assiduo trabalho, as suas casas são
interiormente bem mobiladas, elegantes e
confortáveis^ e seus moradores extremamen
aeeiados.
Faz gosto visitar esta bella povoação, on-
de, em vez de encontrarmos aldeões rudes,
boçaes e ignorantes, vamos achar homens
il lustrados, úteis, bons e afáveis.
A freguezía da Marinha Grande foi orea
da ao anno de 1600.
Em 1590, fízeram os moradores da Mari ,
nka e Gracia^ um requerimento ao bispo de
Leiria, D. Pedro de Castilho, pedindo licença
^ara se poder dizer missa na ermida de
Nossa Senhora do Rosário, qne tinham con-
Btruido no logar da Marinha, o que o pre-
lado concedeu, mediante a licença do cura
da freguezia de S. Thiago, do Arrabalde da
Ponte, a que estas aldi^ias pertenciam.
No anno seguinte, o mesmo bispo consti-
tuiu a Marinha em freguezia independente,
ficaiido a fabrica da egreja, capella^ sachris-
lia 6 casa do cura á obrigação dos freguezea,
que taxaram^ ao seu parocho 70 alqueires
de trigo e iO de segunda; além d'tsso, cada
fogo dava 1 quartão de vinho (depois davam
30 réis por elte). Mas sob a condição de qne
vindo a ser t>s fogos mais de 80, lhe aceres
contariam o salário.
MAR
O bispo flcon com o direito de apresenOt^
ção, e dava ao <*ura 3^000 réis em dinheiro».
A primittiva capella de Nossa Senhora dh»
Rosário, ficou sendo a egreja parochial da
nova freguezia, até ao anão dn 180k, em que
a demoliram, para se constrair a afituaL
' Cumpre notar que o PoriugtÉÍ
Sarro e Profano, dá ao paroetio
- d'esta fregQf^zia (como vimos ttm
principio d*este artigo) 420^600
réi^i de rendimento, e o Couseiro^
diz que o povo dá ao paroebo
150^000 réis, de côngrua, e ao-
coadjutor 401000 réh.
No altar-mór da egreja, está a image^n da
padroeira, em um nicho de pedra, duurado.
Tem mais quatro altares lateraes.
Ha n'esta freguezia as capellas seguintes:
S. Pedro de Mnélsô existem d*esta er-
mida as ruints da capella-mér, sobre aoia
rofha; e parte do altar, que era de pedra e
cai. Foi destrui da pelo mar.
S. Pedro — ^no mesmo siiio da antecedente,
porém mais para a terra, está outra capella,
quo se construiu depois da demoii<;ão da
primeira, e da sua mesma invocação. N'ella
estão as imagens de Nossa Senhora da Pie-
dade e de S. Pedro, apostolo, que estavam na
outra.
Senhor Jesus dos ^<'cí05— fundada em
1861, próximo e ao S. da povoação da Ma-
rinha Grande, junto ao cemitério, que fei
benzido em 1857.
Foi a capella benzida, em 9 de abril de
1865, pelo missionário Lmz Pivspeii, ita-
liano; e no mesmo dia se celebrou n'eila
missa, pela primeira vez.
Em 1866, se instituiu n^esta capella uma
»
irmandade intitulada do Senhor Jésus dos
AffllctoSy composta Jogo de 228 irmãos, que
vuluQtariameute se encarregaram da fabrica
e da capella.
Em 2 de fevereiro do mesmo anno de 1866,
se coUocou aqui a veneranda imagem do
mesmo Senhor Jesus, e n'esse dia se lhe ias
a primeira festa. «
j
IfÂR
MAR
!S1
Capella do Engenho — exHún alé á ínTasâo
lirane«*za, seodo eutáo queimada pelas hor-
^8 de Bonaparte.
Nào se sabe qtial era o seu ocâgo.
Era fabricada p<'la adoiioistraçio do pi-
nhal de Leiria, e tinha um rtappUào, pago á
ensita dainosma administração. IVpois de ia-
ceudiada a eroiida. passou a cap^il»nia para
a fareja parocfaial por alguas anuas; mas
acabou.
Santa Barbara — feita no logar de Gracia,
feita pKJos seus moradores : D. Diniz.de Mel
ÍOy hi<p<» de Lt^iria, ifae deu licença para n*ella
se diz»*r missa, em 1635.
No t«>rriK»rio dVsta freguesia, cáe parle
•do pinhal dVÍ-m, que oomeça na laffôa Sa
pinha, que está á borda do aceiro e ch^^ga
até á Vieira e freguezla de Cat^ide, (Vide
Sttpinka e Vieira,)
Por esle siiio da Marinha Grande, se lan-
çou f«>go ao pinhal, em 4645, o que causou
grmde prejuízo ao estado. Tiraram-se três
devassas (o provedor uma, o juiz de fora ou-
Ira e o guarda^inór dos piuhaes, ontra) c^m
insiguificante resultado.
Sf^ndo bispo de Leiria D. Marfim Affonso
Hexia, e guarda-mór dos plnbaes, Jorge da
Silva da Co^ta, se tornou ^a lançar fogo no
mesmo pinhal, que causou lambem enormes
prejuízos nas arvores. Veiu um dpsembarga-
■dor devassar; porém, como se disse, o biitpo
e guarda mór foram os incendiários, e nada
fesultou.
Dependentes da admimsiraçõú das mattas
do reino, ha aqui quatro es(abi*leeimentos,'
inm dos qoaes é muito importante:
!.• Fabrica resinosa»
%• Fabrica de resinagem.
3.* Estalfin) para iujecçãn de: madeiras.
4.* S«>rraría me($hiniiea«
A fubritta resinosa, •só produsia péz e ai-
eatrào. Drpuis iratea sede descHar o alfA«
4rào, pam produzir agua^^ráziengoa^^russa;
mas esta ultima eucontraflra^poaeaieaàidanos
aQPfrjídos.
Etta fiibrtea tMMpFehenáea^íBcnarilos
J0j!(íod4^os,(o6numiapparvlhO'4H<8eytiadro8|
iO fornos de péz (como os franeezeá>psira
aproveitar os resíduos do tratamento fabril
da terebintina e iO fumos raguzmnos.
Em 1858, lembrou se o sr. B«?mardtno
José Gomes, zf loso e imeiligente empregado
da administração geral das mattas (d*^po&s
do sr. Sebastião Beitamio de Almeida) de
tentar algumas experiências, com u maior
segredo, para extrahír a resina, tão bem lhe
sahiram, que sendo logo apresentados os pro-
doetos doestas experiências no minislerio
das obras publicas, e u algiMis comoiercian-
tes,. foram todos c-oneorttes na approvação
dos mesmos produotos e nos elogios ao sr.
Bernardino Jopé Gomes. Goniinuunasfxpe*
riencias em 1859, Já então au«'torisado pelo.
governo, e se priaripiou a erigir, sob a sua
direcção, um dos eéíâcios que deviam ser-
vir para a falNrica de resinagem*
Esta fabrica tem já dois edifl-
cios de boa appareneia, com mais
de 20 tanques para a gemma,
com a capacidade de 8<400 lUras
cada um, 6 um poço arteMano.
A aéminislraçào das mattas propôz ao go-
verno (attendendo ao interesse que resulta-
ria para o estado e para a povoação) o des-
envolvimento da nova indu^ria; p»ra o>que
pedia que fosse oma eonimissàu, dn pessoas
competentes, visitar os niai^ importantes es-
tabelecimentos resinosos do sul da > França.
Consultando o governo o eousul porta-
guez em Nantes (José Manuel do iNasiúmea-
to) que visitâfa esses estabeleoiment^s, no-
meou uma comíbissao, eofiiposta dos srs.
Manuel Raymundo Valladas engenh^^iro, e
Beraardioo José Gomes» qne, em I86f^ fo-
ram a França, parao 6m ^xpoato, dandona
«vutta o competente reiatofíu.
Desde enião datam na prodresaoa 'da fa-
brica de resinagem, «nijo» prudneioasão óp-
timos, «e muito .procurados porn^cionj^s e
estrangeiros.
■Eat«« tproduGtos, sendo examinados por
^mr. fDive^, ^diettneto (-himieo,^em Montiie
Marsan^ficoil lào surpreheodido.ao vera-ra-
'4)a<^Ca \da • gamma, e a ipei feição c^m qve
iâ*elkitfle exirahiam na>seuiiipMu!Stos,fq«e
não só confessau eainn snpenores aos 4a
^fifBVçai mas tiló det^larau, que o«u»a rvira
gemma tão rica em óleo, ei^iiâiiiuiaiafnada
82
MAR
MAR
coinp«tiri:i vantajogaroente com todos os pro-
dactos raropeus d*aqaelle género; porque
os de Veneza e Chio não eram mais li)ellos.
M r. Charles de Truyat (de Bayona) arren-
datário das roattas do estado, deDoroioadas
Duna$ do SvU, faltando dos productos d*este
género, da Maríoba Grande, diz: (tradue
4È penoso eonfessal-o, mas nao podemos
t competir com os prodactos dePurtngal;
«porqne são o melhor qoe se pôde encon-
«trar n'e8te género.»
(Vide Carmáe e Pinhal de Leiria)
A 2 kiiomc^tros da Marinha Grande, no si-
tio de Pedreanes, em 6 de março de 1866,
foi inaugurado nm alto forno, constmido
segando o sy.^tema moderno, para fundição
de ferro, pertencente á Companhia de ferro
e carvãOy de Portugal^ limitada.
Na Marinha Graod» ha uma estrada (a pri-
meira construida n'este reino, pelo sys^tema
ameri<«ano, ha mais dn 10 anno^) que leva
os productos dHS fabricas e as madf^iras do
pinhal, para o purto d^ S. Maninho, para
d*alli seguirem para Lisboa, Porto e outras
direcções.
O lugar da Marinha portpncia á freguesia
do Arrabalde da Punte, junto a Leiria.
Em 1590, fizeram os moradores da Mari-
nha e GracÍH, um requerimento ao bispo de
Leiria, D. Pedn», dizendo qun tinham uma
ermida, da invo4*açau de Niissa Seuhdra do
Bosario, no lugar da Marinha, e pediam li
oença para nVIla se dizer missa, ao que o
prelado arcedeu.
Em 1600, a requerimento dos mesmos po-
Tos, creou o prelado (ainda D. Pedro) a fre-*
gnezia da Marinha, desmembrando a da fre-
guesia do Arrabalde da Ponte.
Ficou ao bispo o direito da apresentação da
egreja, e ao puTo a obrigação da fabrica da
egreja, 9ai*hrií4tia e casas do cura. A este ta
xaram 70 alqueires de trígit, 10 de segunda
^-e 1 qnariâo de vinho cada fogo. (Depois,
em vez do quartào de vinho, davam 30 réh.)
O bispo dava annualmente ao cura, 3^000
réis, e deu para as obras da egreja (das ren-
das da mesfna) 20^000 réis.
Duzentos fogos constituíram a parochia,
no seu principio.
Ficou a eapella de Nossa Senhora d» Bo*
sarío, servindo de egreja parochial; porta»
com o desenvolvimento da população. Cm
demolida, pelos annos de 1804, e no mesoM
logar da eapella, e aproveitando ósseas ma-
teriaes, se construiu a egreja actual, que,
apezar da sua amplidão, ainda é insufBciente
para o povo.
(Para não faxer o artigo da Marinha Gran-
de interminável, vide Pedreanê9.)
MABINHâ (Santa) DA COSTA-^Vide Cdf-
ta.
MARINHA — (Vide Félix da Marinha—
São.) Antigamente denoniinava se esta fre-
guezia. São Fins da Marinha. Ha um docB-
mento de 1623, que lhe dá ainda este nome.
È uma prova mais de que Fins e Félix, no
antigo portuguer^ A uma e me^ma cousa.
MARINHA <Santa) DO TROFÊÇO-^fregiie-
zia, Douro, comarca e concelho, 10 kilome-
tros ao O. de Arouca, 40 ao S. do Porto, 95
ao S. do rio Douro, 300 ao N. de Lisboa, 900
fogos.
Em 1757 tinha 140 fogos.
Orago Santa Marinha, virgem e martyr.
Bispado de Lamego, dístricto adminístra-
ctivo de Aveiro.
O papa e o bi«po apresentavim alternati-
vamente o abbade, que tiuha 350il00O r^
de rendimento.
Esta fr^guezia está situada na serra dos
PausadouroSy e em v;irias das suas ramifica-
ções, sendo as print*ip%e:<, oh inrmtes de S.
JoãOy Vergadellas, Ferreiros, Póvoa^ Corra-
ceira e outros. Ê pois o seu território muito
accidentado, mas fértil em lodos os géneros
agrícolas, produzindo muito e óptimo vioiío,
alguin azeite, do melhor do r« ioo Cria mui-
to gado de toda a quHliilade, exportando
grande porção de juntas de bois gordos pá-
ra a Inglaterra.
É terra muito abundante de boas aguas,
de fontes e mina», e de varins regatos» que
todos desaguam no Arda.
Nos seu» montes ha muita caça, e grande
creaçao de colmeias.
A egreja matriz é mui^o antiga ; mas pe-
quena e pobre. Está edificada em uma ba-
cia no alto da serra, em sitiu bonito .e san-
daveL
MAR
MAR
83
Tem a capella de S. Joio, do monte, em i
um ermo, abaixo da aldeia de Vergadellas.
É povoação maíio aatiga, pois }à era pa-
Tochia em 900, o qae coDSta de documen-
tos existentes no cartório do mosteiro eis-
teiiense da vi lia de Arouca.
É n'esta freguezia a aldeia de Âlmançôr,
•de que tratei no logar competente, celebre
pela sua antiguidade.
Foi habitada pelos mouros, do que ha
muitos vestígios de lavra de minas metali-
zas, tanto no sitio dos Sete Buracos^ de que
já failei, na palavra Carroceira, coroo pelas
margens do rto Arda (vide esta palavra) on-
de ainda existem varias galerias, e tem ap-
parecido algumas mós, com que os árabes
(e talvez mesmo povos anteriores á sua do-
minação na Lusitânia) moiam o quartzo, pa-
ra lhe extrahir as partículas de ouro que
contiuha.
T7o monte de Pulgosinho, logo abaixo da
serra da Carroceira, ha uma comprida pe-
dreira de betia calcedonia.
No logar de Vergadellas, ha uma grande
anta céltica, e outras menores no alto dos
Pou^adouros ; o que prova que este territó-
rio já era habitado pelos celtas, ou pelos po-
vos que os precederam, e a que os moder-
nos, não lhe sabt^ndo outro nome, denomi-
nam preeeltas.
O riu Arda divide aqui esta freguezia da
de Santa Ghri«)liaa de Mançôres ; o bispado
do Porto do de Lamego, e a Terra da Fei-
ca da de Arouca.
No logar do Carvalhal, dVsta freguf^zia,
está lançada sobrt^ o Arda uma ponte de Al-
venaria, de um »ò arro, mas alta e de boa
construcçào. Também já fatiei nVlU,<quan-
do tratei do rio Arda. No meio dVata pon-
te, podem estar os bi:4pos do Porto e de La-
mego, de mãos dadas, e cada um no seu
bispado.
MARINHAS— freguezia, Minho, remarca
de BarceIlo8, concelho de Esposende, 30 ki-
lometros a O. de Braga, 3ii5 ao N. de Lis-
ix)a, 380 fogos.
Em 1757 ttuha 318 fogos.
Orago S. Miguel, archanjo.
Arcebbpado e districto adoaínistrativo de
Braga. f
O cabido da Sé de Braga apresentava o
reitor, que tinha ISOi^OOO réis de rendi-
mento.
Está situada perto da costa do mar, e é
muito fértil. Cria muito gado.
MARINHAS DE SAL, ou SALINAS em
Portugal —A agua salgada sendo recolhida
em reservatórios e taboieiros conveniente-
mente construídos, passando de uns para
outros, e evaporando se ao ar livre, deposi-
ta por crystalisação o sal das cosinhas, ou
chiorureto de sódio.
Dá- se o nome de marinhas ou salinas a
estes reservatórios que as aguas salgadas
percorrem, para se evaporarem e deporem
o sal.
As principaes marinhas do nosso paiz são
as de Lisboa, que existem em ambas as mar-
gens do Tejo, até áâ alturas de Yiíla Fran-
ca ao N., e ao S. aié Alcochete ; as de Se-
túbal, que orlam ambas as margens do Sa-
do, desde a foz até Al<'acer do Sal ; as da
Figueira, que comprehendem prinrip^ltàen-
te as de Lavos e Morraeelra ; as de Aveiro,
que oceupam uma superficie de mais de 85
kilometros nas ilhotas e lesirias que for-
mam os esteiros do Vouga era Aveiro, Ilha-
To e Esgueira ; e as do Algarve, sendo as
roais conhecidas as de Alniargem, Tavira,
Faro e Vllla Nova de Portimão.
Os trabalhos da sa li nação principiam ge-
ralmente em junho, fazeadose principal-
mente a colheita em julho e agosto. A agua
recebida directamente do mar produz msds
sal que a dos rios e lagos salgados ; por is-
so as marinhas mai<* próximas da Toz dos
rios são mais rendosas, porque é Inaior a
salsugem das aguas. É nas marés vivas de
cada mez, que a produoção salina é nuas
abundante, porcpie vem do Oceano maior
porção de agua salgada. Rsrá calculado, que
na foE do Mondego 12:533 metros cúbicos de
agua podem produzir 600 moios de sal; e que
para produzir esta mesma quantidade, as
marinhas de Aveiro precisam de 14:401 me*
tros cnbicos de agua, porque esta é de me-
nor salsugem.
Esta industria é uma grande riqueza pa-
ra Portugal, porque não só abasti^ce com
'abondanoia os .merca^bo^ nacionaei^ mas
:84
MAK
MÂR
eoDstíiae xsm ramo de grande exportação
imra paizes exirange iros, onde o sal das ma-
ritibas portuguezaa tem maita acc^itaçao.
Ha também snlínas perto de Rio-Maior e
da Batalha. Actualmente ponco ou nada se
exploram. È provável que a agua salgada
que se. enc^ontra n*estes dois sítios, proceda de.
depósitos subterrâneos de sal mioeral, que
ainda se não descobriram ; e não de agua
do mar, que fica longe, e mesmo que aqui
pedesse chegar (que nào cbega) teria fur^^o-
samente perdido as partes salinas pela fil-
tração.
Kâo podemos admirar- nos de que haja
n'este reino depósitos de sal miueral, visto
que ha vários em Hespanba, sobre tudo nas
celebres montanhas de Cardona, cujos pro-
ductos fornecem uma grande parle da Hes-
paoha.
MARINHOS— antiga freguezia do Minho,
ha muiu>s annos aunexa á de Valia dares
(Santa Eulália) na comarca e eoucelho de
.llonvão, arcei)i.spado de Braga, districto ad-
ministrativo de Yianna.
Foi solar dos Marinhos poriuguezes— que
lhe deram o seu nome.
Marinho é um appellido nobre em Portu-
gal. Veio dtí Gallízap e alli tomado por al-
cunha. O primeiro que em Portugal appare
ceu com este appellido, e que veio da Gal-
Uza estabelecer-se Q*este nâuo, é D. Afifun
90 Paes Mariuho. Suas armas sáo — em cam-
po de prata, 4 í.ixas azues, ondeadas. Elmo
de aço aberto, e por timbre, uma sereia,
com eabéUo de ouro.
Os Marinhos oriundos da exiincta fregue-
lia da Marinhos, trazem por armas— -em cam-
po verde, 5 flores de iiz de prata, em aspa,
•elmo de aço aberto, e por timbre, uma tse-
reia da sua côr, cou eabôilo de ouro.
Outros do mesmo appeUido usam-^-em
campo verde, 5 flores de liz de prata, em
aspa, e por baixo d*elias 3 íaxas de ondas
de azul e prata. Elmo de aço aberto, e tim-
bre a sereia das arma» anteCndeotes.
Ainda outros Marinhos in^z^m por armas
-^em campo de prata, 3 oiidaa^de azul, em
foxa— timbre e elmo o mesmo.
'PíaahneDte, outros Udafli-^em campo aial.
0 melas flores de ttr, de ouro, era aspa. O
elmo e timbre oomo o das antecedentes.
MARIZ— freguezia, Miuho, comarca e eon-
celho de Barceilo«, 24 kilometros ao O. 4e
Braga, 360 ao N. de Lisboa, 90 fogos.
Em 1757 tinha 35 fogos.
Orago Santo Emiliào.
Arcebispado e distrietõ admtoistrativo d»
Braga.
Esteve por muitos aoaos aunexa à fregne- '
zía de Creixomil.
Em Mariz ha uma fonte de agua mineral,
que se applica com bom resultado para va-
rias moléstias do estômago. E' tào adestrin-
geut^, (|ue cura quasi sempre o fastio, (lil-
de Fragoso.)
O reitor do coDvento de Villar de Frades
(de fonegós de S. Jt^âo Evangelista — deno*
minados — os bens hcmens de VUfnr) apre-
sentavam o vigário, que tiuha 20M0O réis
de côngrua e o pé d'altar.
Esta freguesia fica contigua ás de Fraga^
so e Creixomil.
E* povoação antiquíssima, e dVila fffOce«
de o nobre appellido de Mariz,
Lnpo de Mariz, que é o troeoo das íhmi-
lias d'este appellido, tinha o seu sdar no
Po/çn de Mariz,
António de Mariz, fittio de Affonso Lopes
de Mririz, e neto d*aquH||e Lopo, residia em
Villa do Conde. Requereu brazio d*arcnas^
que Philippe IV lhe mandou. dar, em 14 de
setembro de i6 >4. Poi eonstruido da ma-
neira seguinte :— em campo aaiti. 5 vieiras
de ouro, em cruz, realçadas de negro, ap-
parecendo por entre as suas pétalas, «pua-
trò fuíhas verdes em cruz — elmo >de aço
akierto, e por timbre, meio .leio azai, iam*
passado de púrpura, «oói ama das vieinas
na cabeça.
A casa do Paço de Mariz, passou dspoís.a
ser morgado, dos Ferreiras.
llAilKÊVA-~tributo infame que sa paga-
va no tempo do feudalismo, em algumas na-
ções da Europa, priDeipfiil.me.fue nas Gattíai
e na Germânia, sendo quasi gerarnas mar-
gens do Rheno, pelos margp»T9S,'bargraves^
e landgraves das cidades ecastellos dssOoas
margens. Consta que na Escnqia também
existia o direito da ma^êta^ que o ealhidi-
Má»
HÂft
88
eo cei lláleolm abolia em 1090» ^oitstiittún-
^o-a por 0 imposto, de 400 réis em dinheí»
DÍE>se que este tributo também era.iisa«
do Bas ilhas Canárias (as ForhmaéUa dos
aoiigos) mas qae fíá profaibído desde qnç
08 . bespanhoes tomaram . estas ilbas..
O tribato de markita^ consistia no direi-
to qae tinba o senhor da terra, d» dormir
eom a noiva d« colono» servo on emphiten-
4a, na primeira noHe de .easâmento d*aile&
Não ha um só doeamento que prove com
evidencia ter existido em Portugal este dt-
reito immoralissimo; e nem ^UktoriAúos
Úôios falia d^eiie senão como tradição .die
cousa já passada. É pois de suppâr quenmo^-
ca existia na Lusitânia, a nSo ser. sob a do-
minação agarena, e isso mesmo não ccmsta
de .doeamento digno de fé.
Ha porém varias lendas sobre este abo-
minável direito. (Tida Gardiellos, a pag< M6,
«QÍ. 1» do 2.« vol.)
MARMfiUAIi vulgarmente MAKMSI.Aa
-^freguesia, Alemtejo, comarca de Cuba,
•concelho de Vidigueira, 45 kilometros de
Évora, i30 ao SE. dei Lisboa, 70 fogios.
Em 1757 tinha 36 fogos. ■
Drago Santa Brisida.
Bispado ' e dístricto administrativo de
Beja.
(O seu primeiro orago foi Santa Ifaría.)
Qs condes de YaUe de Reis apreseptavam
o prior, que tinh^ 400^000 réis de rendi-
mento.
«
fi terra maito fértil, sobre tudo em ce-
reaes.
Provem lhe o nome de haver aqoi qnui-
tosi marmelieiros, pelo que se deve dizer
marmellal e não marmelar.
HARHELLâL— nome primittivo da actual
vilia de Portel. (Vide Portel.)
MARKELAL— vide marmWío/.
MARMELLEIRA— freguezia, Beira Alta,
comarca de Santa Comba Dão, concelho e
i2 kilometros de Mortágua, 25 de Coimbra,
230 ao N. de Lisboa^ 160 fogos.
Em 1757 tinha 44 foges.
Orago S. Migupl, archanjo.
Bispado de Coimbra, disiricto administra-
tivo, de Viseu.. ,
VOBUMB V
.Os : duques de Cadscval apresentovaÉi o
pi^r,;.que tinha ^300^000 réis de rendi*
mentOk
É lèrra muito fertiL Muito gado de todaii
qualidade e caça. . . i-j
Pnoximo e ao N. do logar.da Marmeileira
estio Sanctuario de Nossa Senhora doCaií*
mo, cuja origem, consta ser a seguinte : :
O padre Sebastião do Monte Calvario^lsra
prior da Marmeileira, pelos annos de iG06t
JBra um varão de muita sciencia, de com*
portamento exemplarissimo e eminenternsn*
te caritativo, pois tudo quanto adquitía eia
por elle repartido com os necessitados.
Tentou edf Ôcar um mosteírinho, dedicado
a Nossa Senhora do Carmo, onde. vivesse
ama pequena coosmonidade de religiosas
carmelitas calçados, e para o qual obteve li-
cença dos respectivos prelados.
Edificou uma egreja suffieiente, claustro,
dormitório e maisoffieinas necessárias; pre-
tendendo renunciar o seu priorado em b^
nefício do mosteiro.
Era porém padroeiro da .igreja deSélli*
gael,:0 cojude de Odemira, que, depois de
estar o.edi&cio do mosteicoii cosehiidft^
não consentia em perder os rendimentos do
padroado, em favor dos ireligiosos« Gomo
estes não ppdessem viver siun rendimentos,
e o mosteiro nào tinha outros, porque .o
prior tinha dispendido todos os seus have*
res n*esta construcção, ficou o mosteiro dea*
habitado.
O bom prior erigiu então aqui omair-
mandado da mesma invoeiíçao de Nossa Se-
nhura do Carmo, com seus estatutos, qoe
em pouco tempo conteve grande numero 49
irmãos; não só da freguezia, mas,|amhen
da viila de Mortágua e de outras fregue-
zias :
Faz-se ^ festa da Senhora» no próprio dia^
que é a 16 de julho de cada anuo.
Em 5 de novembro se faz um anuiver^-
rio por todos os irmãos fallecidos.
Ha também n*esta freguesia o.^qtuarí^
de Nossa Senhora da Bibei^j^, a^poacaidJA-
ta^nçia da aldeia da Marmeileira, e .nas imr^
gens de ^ma caudalosa ribi^a^ a que a f#f
pella dcTa o titulo. .x<b
6
ae
> AimftgoirdaNosábSeBhonáéè peara,
éb nas 90 eeBtiáieth)^ de altura, ocpD o tts-
nino Jesus no braçe esquerdo, offerecéndo*
ibef GDiB aimlo direita UBl ramiiilio d« fra-
ctos.
' I^ra-itó (guando etta-bapella foi ftulda-
ia;DBías sabe-se iiue:jáesí8tiAémi64i^ e
que foi ceedificada e' ampliada =€01 1747.
Nossa Senhora da Ribeira é objecto de
aofiiita devoção para os poVos d> estes dias.
^ lEÂia(ELI.EIRO--fregiM£ia, Beira Baixa,
comarca e oonceiho da Gertan, (M) kilomer
tros do Grato, 165 ao SE. de Lisboa, 200 fo^
f os. Em 1757 tisha 5$ íbgob.
Orago Santo António de Lislioa.
« É uma das freguezias do ^graoprlorad»
do Crato, aetuaimen^ aiiiiexa ao patriar-
iSbado-HiisttlcCo adiubiistratlrò de Caistélle
Branco.
O grao-príor do Grato apresentava o cu-
ra^ <fue tinha SOIíOOO réis de côngrua e o
lȎ deitar.
É terra fértil.
«âRMBlLCmO-^freguèzia, Beira Bblxa,
eôneeiho, comarca e 18 kildmetroB da Guar*
da, 315 ao B. de Lisboa, 800 fogos.
Em 1757 tinha 400 fogos.
< • Or^go Nossa Senbora da Conceito.
' Bispado e distrietô administrativo da
Guarda.
A mesa da consciência apresentava o vi-
gário, que tinha 40^000 réis de côngrua e
o pé d'aUar.
fi terra fértil. Muito gado e caça.
IIARMELLBIRO — aldeia, Extremsdtva,
próximo â cidade de Thomar, a cujo conce-
lho e comarca pertence, fi prdasia de Tho*
Mar, hoje annexa ao patrlarchadô. Districto
de Santalrem.
Nada tem de notável esta aldeia, sehio
oiser pátria de ^não (Somes {e saptUêiro
santo,) Aprendeu na âua jnvemudeo offibio
que lhe deu o cognome. Eraum vai^o ador-
nado de todas as virtudes christans. Exer-
ceu por 14 annos o emprego de guarda da
miiveriftidade de Btora. Por variks vezes o
tA lhe qtiiz melhorar a condição, porém Si-
liaio preferiu sempíre a que tinha, apesar dá
Imnlildlaãé d'enay e elú raíSo da Ibmildádè
d^eilo.
- Xêfaiia» ete'Bvon,Mt ilMlf(Mã;«ni«aii
cãoaque^ per ftéar debaiato do uqualiucia db
prata, chamam da Cova. D'esta o dàsenUr*
rum. muitas -veJes o rot D. Seboatâo, dha-
mando«o «o paço, e ao* eoncdlbo Ab estada^
para Ouvir okU voto mb matérias de isaisr
peso ; porque «ra tanta a Itu iiue Beiullbe
tinlia GomffiiiniEado, qtie, nao só nos noM»-
rias tbeeiogiaas^ mas também nás politica^
eram <«' sãos diaeursas sup^iorés a ««dai
as iscieneias bnmafias, e as soas rjkzdes^ a
assombro, doa maiores llettnidoa do sea téra-
pb.
Dia o paire meatre, Hanueldn Veiga {W
dado ketOo Simão Ôomes) que o seu^biogR-
ptiado tinha o doas da propbeda, e ^qae m*
nuwKiou a perda de ehrei D. Sebttstiio,- n
Afrka, a dominação dos Pbilippes e a>«B*
clamaçâo de D. Jo&o IV; oom taaia indivi*
dualidade^ que nio omittiu a menor cir-
cumstauoiac
Os infantes D. Henriqde e D. Luiz ^filboi
dé D. tfauuel e irmãos de D^ JoBo Ift) iie-
ntik l&nx para Lisboa ao sapateiro ^atío^
para âe aproveitarem dos i<ens acenados
conselhos. Morreu èm Lisboa; a iS de os*
tubro de 1576, e íbi sepltiltado na^greja de
S. Roque, hoje Misericórdia.
MáRHSLLETfi^firegttezia, Algarve, co-
marca de Silves, concelho e 12 kilonoetroi
ao O. de Blonchjque, 65 ao N. de Faro, 3 ao
O. da Foya, 195 ao S. de Lisboa, 400 fO|^
Em 1757 tinha )25 fogos.
Orago Nossa Senhora da Eocsrnaçâo.
Bispado do Algarve, distrietô administra-
tivo de Faro.
A mitra apresentava e cura, que tinha
390 alqueires de trigo, e 90 de cevada. *
É terra muito fértil em todos os género»
agrícolas, principalmente em cereaes. Qria
muito gado de toda a qteitidade, évim wbsIí
montes ha multa caça, grossa e nríuda.
A situação d'èsta freguezia, posto seja mui-
to a^ecidentada, pois é na serra, é todavia
muito amena, saudável e abundante de boas
aguas, causa da sua fertilidade, fla n*e9ia
freguezia muitas vinhaa, que prodtEtefli
abundância de óptimo Vitího. Ha tambtun
aqui grande produção de castanhas.
Tem a freguezia varíoa casaes^ edpaib*
•r ■!
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dè Miriíeiiéta; .
:':A fregaem oonioai ai O., o6m Aljtoiír»^
ao N., com a províneia do ÂlemteJo-«*a fi.^
oom Monchique— e ao~S., com a Hexilhoei-
mh
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- : lfillW6ftfrfW^fitegQezia;i¥ag^»IÍro
eMMToa t cèaidellM)' de Mft-aiideOá.'
iJÚficéki»pMàò de Bpagá, dfetrieto aflmíÉB*
trtLti^ de Bragança.
São três pequenas fregtféziás unidas^-^w*'
ia; ^^al e V€iae Verd». YMè Barcel, a pag.
dfO, eél. t.>t <fiO te) do l.« voL
i lIá&U«)IBMHeoiTdp^o*>de Memorial)
logar, Douro^ aa^Dregaesia deVilla-Bôa do
Btepo, -eòmaipca e coneelbo dô-Marco de Ga-
Mvbtes.
Bispado e disfrieb aditriuidlnMvo do Por-
to. ^
Bata Me ântífo e eóMbire Unonumento,
«Itoido 001 «ia bdtça, M Ni da estrada
que mò'êí^*k'gèX'iakí&mid»^piín o da Ca-
déMãl
È um areo of^vail áê a-^ êialtttr», «s>-
aéÉtéF'M>ln>e qilatiN> Úiígl^s^ e ébroidc^ eèm
aba e}mamlE^ com seus^lai^res^aiittittstt
a^sr aiittma sduiia aitnHutda.
iá fhtièi tt%ste «MÉUfliêntiy, na aiflgo pêt-
ttílieytiaoArbr^^ CiMMiii^2^, q^ialido tra-
tei da freguezia de Santa JásSíít de Yllla Bdáí
ãè ffis^/è^d&s dpinfôis^b líivtárf|hattto á
^gmf ^ e aw^Iicfad^ do > morMídMr / iái«
agiNPa áèoresb^Urciiq&e, âe «liafdcídtibéiiliv
de 1189, consta que é o tumulo de um èá^
Táaéfro,'cbat&aiio D.â^wM^jlloi^^yalcái-
diHttór ia oQL^Bo la Bugéâk
iPàra «v>iur nváis reiM^deti, ytíu&Bufféfa,
«imiBEh-Hsàiiq^ alagadiço, h§Sá, paàl,
IMbUmo, pAMra, efe.; Víáíbm m ckattA*
íiimêéèiro, ao'Qb«iti{Aeitia^ <m tN^scaftof doto
^tí»Èm: • ■ '
DiiMk )6Me»ittltoiés aos le^retlds ledMnios
dtf '1^, lÉias oM tão potsttsa altíora, qáe^pctt'
eliesi^^^áektt tateg^r ipieqttettbs^bai-cab, o«i
bMèifW^
Mks^é^tite lê' IsMoa, d^ IIM, ttãhià o
M XD: ^ráia^) i^ue iilo Ipáguem fisima, ^n^^
jteHiidia de pélze, i«s itte mtítkiíí m áá< fréii^>
tnuitas' pêêiúaê, '^ ãú^eah (eò8lilÉtoái)i|lav
servir por galieêe$. .
O DBnraei mais aètavel em Portuga ê o
seguinte, qoe por isso descrevo em artigd
espeéial:
MájyfSL— jtegôa eóle])n^ Douro» na ke-
guezia de BfacinhaU do Vouga, proxiÉia á*
antiquíssima villa de Serem, na comarca e
conceBio -de Águeda.
Bispslia e dlstricto admibinistractiTo de
Atvftro.
(Yidè mcMata do Vovga.)
Existe esta lagoa na estrada deliáboa ptat
o Porto e provindas d^norte, e 6 atravtis-
sada pela ponfe do Mamei
nmvB aqui em tempos antigos a viHa* cika-
nâidá' de ícmu, on do Menml, eoíjas ruínas
ainda hoje se vêem, ao S. das ruinas do'a&-
tíqufssimo mdstiííro de Santa Maria de La-
mas, oá Santa Maria do Mamêl, pois tam-
bém se U^e davam ambos os noflies.
Na viUa existiram osjMtços dos nobres e
floiosos 'SenkomdoMaihiei (vide Feira) que
tandss^ tao assignalados senriçM prestaram
a Portugal dUfÉhtt^ mi Heiinados dos nossos
primeiros tnenarchas; os de Fernão Gonçal-
ves do Harnel e depois de sua filha, D. The-
résa F^ralindiás do lEahiel, e de sua sobri-
iiltô,-D; Flaifihla; os de D. Bnderquina Pala,
e os'de <mf#os nebres cavaHeiros.
Os Souzas do If amei, eram dos
iftais Bc^res fidalgos d'este rei-
no. Descendiam des reis de Leão
e dVsia fttmilia tratam—a Hist.
Gén:da Caia Reai-^o Theat. Gen
êa €caa de ^mza — Mon. Lus^
' patt. 3.% L. 11, cap. 10.% pag*
317 e Í90^Benedict. Lus,, tom.
1», tract. l.<», part. l.*, cap. 18
--^FU/m de Heêp., íe outros mui-
tm livres.
No lekkipo do cdnde D. Henrique, e de seu
filho, t>. .AÉofiso Henriques, era a villa do
Ifarnel a mais notável doestes sities.
Bednz-se ista, de uma doação ièita áegíis-
ja de Santo Izidoro de Eixo, em 1095, pelo
fâmulo de I>M,Zoleima Gonçalvesr-pre Uh
lerarUia Fratrum, et Monachorum, 91» sW^
88
»IAB
MÁS
iif9i hatUemtes fuermt^ et VUa Saneia per-
severavmnt, (Doe. de Lorvão.)
J7'e8ta doaf ao se declara que a egreja de
Eixo ficava— «ud^«is Cmtatis Marael», dis-
currente rivulo Vouga, território ColhnbricB.
(Eixo fica efectivamente abaixo do liar-
nel, i2 kiloQietros ao O.)
O conde D. Gonçalo MMides, filho da cé-
lebre condessa Mamadona, em 981^ doou ao
mosteiro de Lorvão, varias povoações e egre^
jaSy e entre ella»--a sua villa de Lamas,
junto ao Vouga.
(Livro dos testamentos de Lorvão, &.« 28.)
Por esta doação, consta que a villa de La*
mas^ partia com as villas de Palaciolo, Pa-
dasanes, Belli e Christovães,
A villa de PalaciolOf parece ser o actnal
logar do Paço, .coQjancto ao de B^unhido
(antigamente BrunhêdOi)
Palaoioli, na baixa latinidade^
significava— pequeno palácio—
paçosinho.
.N'este logar do Paço, ainda
hoje ha uma quinta, com casa
nobre, pertencente ao sr. dr. Joa-
quim Álvaro Telles de Figueire-
do Pacheco, da Aguieira.
Consta da historia, qne o in-
fante D. Pedro, conde de Bare^l-
los (o auctor do Nobiliário) filho
bastardo do rei D. Diniz, tinha
umaquintaemBrunhldoQo, de ti-
nha os seus paços, em que residiu
algum tempo, cotttrahindo d*aqui
mesmo um empréstimo de libras
100:000, portuguesas, que lhe
». emprestou uma senhora de To-
ledo (que por esse tempo tam-
bém residia n*este logar) chama-
da D. Thereza Annez.
Ha toda a provabilidade para
crer, que a quinta que foi do in-
fante D. Pedro, é a mesma que
hoje pertence ao sr. dr. Telles de
Figueiredo.
Este infante teve grande estado e casa, de
* 1 Note -se que lamas, é também synonimo
ía mamei
bens da. ooròa '((|De Iho-dáca seupatl). fw
sua morte, doou D. Pedro os saúsiraai éò
Eixo, Requeixo e Lamaii,.ao mosteiro d# &
Thjrfso.
A villa de Padasanes, é a actual Pedaçi
A viHa de JB«^; está ho}6.3fièdiUitta:Al»e-
quena aldeia de Bêlhe^ qnè tinha sido .«•■a^
prehendida na doação que o conde D. HAn-
rique e sua mulher fizeram do mosieiío ds
Lorvãoy á Sé de (loimbra.
Vem eata doa^0 na Natícm
histórica do mo^eiredaVacea*
rica, publicada pela agadftmia
real das soíeneias, ^ pag4 3S.
Entre as terras doadas ae vft
— Ft7/am de Paios (hqjo «Iteb
de Péos) e Bellu jNot6*se que aan-
tigamente na lingua portugneai^
U valia Ih, como na Hespanlut;
portanto, já aniigamente BéOm
se pronunciava (como hoje.
A villa de Costovães, era também d& co^
r^a^ e pertencia á casa da Trofa.
Teve a villa dQ Marnel, ou Lamaa» por 4d»
nataríQs, grandas personagens^ e,o monte éa
Harnel era realengo (reguengo-roi^.daoo*
rôa) como ae vé nas k^pUrições de>9. Af-
fonso II, L. 2, pag. 120-m:o1' i.% § L% na
Torre do Tombo.
Em 1384, D. João l doou a villa dp Xar-
nel, e outras, ^ Gonçalo Vasjqnnes Guedep^
(Jfon. Lus.^ pari. 9.% pag. 174, tom^ 8,% e^
23.)
Em. 1789, pertencia aos duques de Awi*
TO, (Pegas, tom. 2<% pag. 671 e>739) aeade
então oonfiscada para a corõa« como todo
quanto pertencia a esta desgragacUi fanofilia.
A velha ponte do Harnel é antiqitimtpa
Era a villa do Marnel acástellada» segunda
se vô da doação que P^ro Paes e sua naa-
Iher, Gelvira Nunes, fizeram aos momggã e
clérigos do mosteiro de Lorvão, em liSl» da
sua villa de Pinheiro (hoje aldeia da fregne»
zia de S. João de Loure.)— Diz a doação-^
et in con/initate Gastelli Mamelis, int0r fkê-^
mum Vougam, et montem, qm dicUur Mei-
çom-frio. (Doe. de Li^rvão, tr^njsqríptoipfir
Viterbo na palava— Çttfode, a% a p^g. Í9I^
Era pojs o mm» do..i(ar«<ifv,q$fi j^ aw
J
^AUéUo^ um ponto militar, no princípio da
noftsa mónarchia; e aqui, segando a tradi-
^to e: v|iriaa memorias^iéeiti havido, desde
xsmotas' eras, cércoB e iiatalhasi.
Bmldi, Bemmdo I» cedeu oraino de Ovie-
do, a D. Affonsoi o Castoh
Bm 794, expirou a paz^ (o armistício) que
sen átttoeessor tinha feite temporariamente
lètim os mouros, e estesromperam logo as
bostilidades contra os ehrístaos, invadindo as
iístorias com fonças consideráveis. O rei os
«Bgniu até Lugo, onde os desbaratou, en-
■Igando os chrisdos triumphantes na Lusita-
liia^ pelo N. d-este reino} em' quanto Carlos
Magno,' rei de França^- invadia. pela Gatalu-
Qsreinoa monriíteos-da Península.
811/ Bernardo delۇrpio, sobrinho
de D. Affonso o CastOy um dos mais bravos
•oãvalleiros d^aqudle tempo^ e o heroe legen-
éuio, de quem ainda hoje as Hespanhas se
tHánaiD, e qné nb tempo de tantos guerrei-
-iDg ilhistres soobe merecer o nome de (hão
CnpUãOf espanta^m a Europa -com a fama
das suas aoçdes homeiicas» *
Bm quanlíO Bernardo dói €árpio desoruia
«âbalalàa de Benavente, o exercito de Omar,
jrei de Hórlda, a quem, por suás próprias
«nios degokm no eombale^*-^Ali*Aton, rei de
•€órd6vn, entrava pda Lusitânia, tomando
mnitAs praças de guerra, que eniregava a
Ji'Cama, rei de fiadajoi. Esta, poderoso com
A8. novas conqulsèas, pôz céreo a. Samora;
fbrém Bernardo dei Gárpio/Odtaeainopi-
JMM)&iEnettte, maiando^o na acção, e^ anniqui-
lando todo o seu exercito.
y.Eín M% AU-^Aton, «iuérettiie vingar a
joone de AlrCama, «9rr»«om'dDiaexerci-
Mfl^ afia sobffeCnsteUa, outro sobre a Lasir
inikia, entr^nda peto Alamtbjo, pan oonquisp
tar e desftmir'a.0i4liea; AqueUe^ faá veatido
pdo. rei, junto a Oreose» i^ este por Bernardo
dal Cárpík), na baulha de YaUedtf Mouro,
«a comarca e conoettio de TraneosíOL
K J1igiâo»:os jiiauro8,'da reglào que estan-
ceia entre o Mmba e o Aour#^ tratou o rei
t^Iii cognominado i^/kaí^. por nao que-
rer co-habuar jcofo sua mulher; pelo que,
nao tendo herdeiro?, paissou a coroa em 824,
MAR
89
D. Affonso de povoar este território ; pan
o que trouxe das Astúrias e Galttza muita
gente. Passou o Douro, em busca dos mou-
ros, que encontrou no Hamel, onde se deu'
uma terrível batalha, na qual os mouros fc^
ram derrotados. {Catalogo doê irispoêdoPw^
ta^ por D. Rodrigo da Cunha, part. i.% pag.
199 e 283.)
D. Affonso, segue os mouros na sua reti-
rada, até Li^a, que toma e saqueia.
Em 824^ morreu D. Affonso o Casto, suo»
cedendolho (como já disse) D. Ramiro I, que
não quiz pagar aos mouros o infamante tri-
buto das cem danzeltas, (a que o infame usur-
pador Mauregato se tinha obrigado em 783,
para que os mouros de Córdova o ajudas-
sem a usurpar o throno.) ^
Os mouros invadiram a Lusitânia, pelo Sul»
para obrigar o rei christao a pagar-lhe o omi-
noso tributo. D. Ramiro atravessa ò Douro,
dá uma pequena batalha no Mamei, e vence
em Coimbra o rei mouro Al-Hamar, e assim
termina a guerra e o tributo.
Outras muitas batalhas aqui tiveram lo-
gar, das quaes apenas resta a tradição. *
Em nossos dias (28e to de junho de 1828),
os generaes liberaesi, Saldanha, Villa-Flôr,
Stttbbs e outros» esperam a divisão realista
do general Póvoas, nas formidáveis posições
do Mamei e Vouga, e depois de renhida ba-
talha, os liberaes retiram para Grijó, e d*ahi
pára o Porto! Em resultado â'esu derrota,
aquelles generaes e os membros da junta re^
vuludOnaria do Porto, embarcam a bordo
de um navio britannico (o mesmo que os t^
nlia trazido) e fogem para a Inglaterra.
Desde então, mais nenhuma batalha se tem
f^ido n'estes sítios.
Alguns varões illustreis nasceram na viHa
do Marnèl, e seu termo*
Os priocipaes» de que ha noticia, ^ão :
Ayres Manuel, eremita. Nasceu na viUa do
t Mauregato/ era 'filho bastardo de D. Af-
loaso, o cathotico^ e4e uma escrava. Usur-
pou a corõa,que pertencia a seu sobrinho,
D. Affonso, filho de fi. Fruela L Mauregato
iK'D.ltámiró% lllhd-dè''D. fiUrmudò I, quedera- ímôd (pelo pae) dd célebre infante o
èMrnbmeára^iei ftMOMMr* v> ' cb : '^giuáeeapiotfiriaioraMip
m
IfAR
Jbnnali imOo latitiiUâa iiidide), peto an-
jM» de lASrO, sendo rei de Portugal e Galll-
n» • InfeUz D. Garcia, filho, de D. Penuoidp
jffi (o Magno) rei de CasteUa (Vide AlCaia-
4e0>TiUa) e foi cootemporaneo dottoeso cob-
4efi. Henrtinie.
Casou Qom jàtgiray de qaem teva o beato
Martinho, do qual abaixo tratarei.
Mocreudo soa aolher, que muito amava,
se retirou a um iilk> áspero a iúhabilanwl,
•piffiximo do Mamei, dumadomonl^ilfinin-
éhfiy e ahi tennkioa seua dias no retiro e eom
m maioree auslerUades. Conota qtte o-seu
•yaasamento foi a 28 de maia de ii30 (no
jmesmo anno em que morreu a rainha D.
Urnsesa^ mie de D. Affonso Hearimies.)
O heato Martinho, prior de Soure, fiilio.de
Jqsnras Manuel e de Argínu Foi educado no
^floiweuto de Santa Gnu de Coimbra, onde
:proCessou.
Feito prior da villa de Soure, tomem eonta
da sua egreja, quando ainda havia pouco
40m^ que ois mooroa a tmham saquoado e
deacruído ; pelo que o santo varão soffineu
.mnllos trahÃlhofi para oceoarer áa necessi-
dades dos aeis parecblanos, a quem soocor-
lâa eom esmolas que fedia am eutras par-
-!«% e eom os quaes. despendia es seos min-
^uadse lendimenies»
. JBm uipa mUraia que aqui fiaeram oasaen-
,x«s, finou câ^tiva, e foi lemdo para Sanla-
onem e depois para £vora. l>*alli o passavam
«para Sevilha, e d'esta cidade .para a. de Gór-
4i>ia.
Em todas eotas parles^ asÂmou e confortou
M capliVDS ^iatioa,^ n'asfte^ trabalhos fal-
leceu, no dia 13 de janeiro. I^iao se sabe o
anuo do seu falleeímento; mas 8upp9e*se
jsr «tre ii40 a iiUL
Foi contemporâneo de S» Geraldo, arce-
bispo de Braga ; de abbade ^loio CirUa : e de
& Heotonio, i.« prior de Santa Gnu de
Coimbra.
Tenho minhas dutiidas sobre
a naturalidade doestes dois va^
; ' roes. Fr. .^tonio Brandão (Jfon.
z^., pvt. ?,% WR, !$,.»«. íoy,
diZy que era latural do WÊ/mlU
liáE
4á(oa, trnnui da Mamei.
Dewemoa notar, que por etl^
sitlea nio ha povoaçaa algoaa
que :se. eh^me Osseloa^ ou ootro
nome. parecido oom esfe^De^naniB
a mais, se seu pae se retiram ao
rnonlf Aurtmokêy sé depois de-cm»
viuvar, como é que teve 'afi
aquelle filho ?
Pareee»me que se podaria dl-
sem grandes teeeios de
lur, qpe Martinho naseesL emas-
lãplla, fregoezta do Bouro (aofje
orago é S. Pedro) no ooneeVhae
eomaroa de oliveira de Asenami^
da CQJa villa disui 3 kiieaaÉira
aB.
Bsta Cnegneiia é também povoação aaeiti
antiga, como se verá no logar eompeteosi^
-e é celebre por uma. grande batalha qmeafli
se deu, em 9d^ contra Al^Maaçor, rei moo-
10 da Córdova. (Dlz-se que doe muHos ea-
daveres que entío flearam insepultos^ ei^
carne as ai^ss de rapina, auinaeafsDoaBas e
o tempo devoraram, existiram por amiim
annos, paifliaras de ois^as .por estes sitiei
e que d'eBâa€ireumslanoia ó queápo^eafis
se ficou chamando Osaella; mas, se os.oe-
sos, despojos de uma f^ande foataiha, dena
o nome à tecra^ foi tesa batalha muito maii
antiga, e dada entre ionitanos e romanas^
pois Osselto Ja tinha este nome no anno li
da era chrislvi- Spit, éá ka MbL pcft^ pag.
209.— Vide OsselUu).
Bsta OsssUa, Asa uns 16 kflometros aé N.
do. Mamei, enoMa pedia: ser -de seu tonu^
poiso fbi' desde remotos tempos, aSÉJeotie
e alada mais de ((OOannos depois^ do Aa«i-
^iod^ de Savià Muria^ hoje vilh da Mta, •
Prosteo a OsseNa estão^ as ierfas de Ba-
«JUfo, de Ksnmttm, da Goelkma >é*ds Cam-
bra^ todas offre^â e peahascésas. Taivw qoa
a alguma d*ellas se desse por aqu^ès tam-
pes o aome de Amênche.
•Trsiaref agora de célebre mtoáMro^Sim-'
ia iíaf^fi de Lofhas, ou dó M<tmel ^ '
. £sta,vasit^2^0;^q;^U(pdpsv9J|e9^9W^ ,
géis do Vouga» fihamade fWta d^ iforail^
ICAR
mm
SI
<ittaa hiMt um poau^ ba poofos jbum»
abandonada, para utilidade da noTa estrar
éãk vcftl a mae^adaDi, ^a^ da Lislma vae.^pa-
Ok o jBorM^ e 6Qbse a qual so eonatraiu» en
IAM, a iiova.|Mifit0 dê MamtL
■ FoQoo aeioia di^ i^ote veUia^ na encosta
esquerda do moute que flea ao lado doeste
•taUa» enii nma etofaçao» se. Yéea ainda boje
«•0 sestoe TenerandDS d'e8t6 fanwo noateiro.
A sua egreja oeoiataTa do espaçoaa oai^t
la-ttòr» con uma jAmUa p«ra o anJ* a nma
porta lateral para a sachristia. Das paredea
úo corpo da egreja 9é existem as duas late-
aan porqpe a da frente^ eom a porta prin-
cipal e o areo i^maaivo, foi demolida ba pour
<Qs amioa. Bra 4e arobitecuwa gotbioa»
. Bataa iH&iDaa dBaactaa e aliandonadaa, tií^»
tes e caladaateaMMUoliaa.daíó^.eapwanea
408 antftgoa partngudicea, i^valamiaMa, pe-
ia, auia ampiitip e aumpluoaidade (para
áifi^es tampoa) qoa. foram, obra d^ uap brar
^ poderoso.
Segundo coMla».Aii fondad^i^ nma^e-
nboiu cbajnada Emkr^imia gaUt^ onpor
algum seu ascendente ; pois que esta dama,
«mi Mi, doou ao mosteiro da lJDrv|a« a sua
é§itijiLée Sania Mmia dê Lmms doMomel.
Umítú doa taêmmHfo$f do Lovvão n.* fiQ.)
• O eon4a I>. Gonçalo, fttbo .da. . condessa
Mumadúiui, (também (em.Mi)t doou. ao moar
aeiro de.Lopvio^aiana TiUa do-Lama^lna-
^^Yoàga^ e ootiaa» (Ibíd., lu^J^.)
Bm uma lapida. qie^ialam! embutida na
parede d*esta egr^Â^por d0tr«E da poda
innrama, se yíi nma iosefif^ gocbiev 4Qa
4i|ia fua^á inesma egvajai barria a^doaagrar
-db pela bíbpó de €oimbra,no.aB«o da li70
4a iSnéartM^ (de Jesn» Gbriek>.>
! l^é9foiramri(quft9iÍKegi9Q-
' .Ja.etthres$0 poit aagraff aw^an-
nos, desde a doação 4a Eadei;-
i í qniáa ^91 a i)II0i)ht4;^ mais de
anppdr, que aitfmAa. arruinada,
00 monges è^Lajhrãota^BiaDdM-
sem^ ModiAfiac por aqucdla^iem-
Para evitar aos leitonm-aliftkHosa leitu-
ra do latim ia* imdos^ d*i4Ufill0i tempo; ;da-
'ããk aá^senià a t^fc twartialSo. Oa^ qua dase-
4Mwm>i8é» aarigintlj aw<nlrtiM^i<^<l«»<ai
potO' a htttorUí d& kffUlaçSo e cêstmm dê
Poritiifa4 par António Caetano. doAnanti^
mem. 4% iiat< i9fte Ufi. •- Tkegtrojgem: da
da mma d» Soma, pag. Q7^filuaiâario, da
fr. Joaquim dío. Sania Boaa de Yitesbi^ verib.
I^rtfãr-o Sanct. . ihr^ a oi^tcoe eacriptoaai^
Eis a inaanp0i^ tradoaíd^ :
• •
O bispçdâ Coimbra, D^Migjulniagra^ ^r
ta isreia. no oano dtíiío, (de Ji^ai|s Chriar
to) mídia.doti santos moftyres^ Gordianfi.ê
Ef,ijnçfikio, em Aoffra da Santa Virgen^ Mf^
ria^ a^.^^Utancias \ de Veremftndo, presbUem^
reinando D. Àffonso, filho do cçnde D. Hefi^
fij|iia e da rainha D. Thereza. Nqs, altarêS
doesta egrfija existeíjf muitfu relíquia^ dos
sepulcbros da Virgem Maria e de Nosso Se»
nhor Jesus Christo, e dos santos FeUcissin^^
AgapitOy Sebastião e Marinha : e quem ísêo
escreveu viva eternamente. *
O Santuário Marianno traxo
original (mas escripto em cara-
cteres romanos) e a traducçao
qoe dou acima ; mas cumpre no*
tar que no letreiro não diz a
quem pertencera as relíquias : aò
df2 que existem. Reliquiae ha-
bentur.
A lapide que contem esta inscrip^, ain-
da existe na nova villa de Lamas.
Ouando fr. Agositnho de Santa Maria es-
creveu o Sanctuario Marianno (tíiA) Já né-
Qbuma daé feliquias eriàtía, e só existia
a tradição de terem alli estado.
Esta egveja escava edificada aobrá ama
reaha; « tanta ella como a de Sonfo MM^
(lai4ivo)*d» Blxo^^ram egnajas ^nonaumíem
(da (unveiAo^ e aarmals antiga» â'aèCéa si-
-lioíi.*- . ■
. • > ,
1 No oriffHial dii-sa^ «per manus Yana-
iimiidi»M9^ SjêWlfJtfuria Marimno, ti^aduarr
«a instancias de Vereouindo»— quando tal-
vez fosse melhor traduzir ao pè da Tettra -^
por 'miea de VaremaDday-^porqus ^ bispo
njjlignQl;lifio. daria aomm^sao pífra.b^nair
..^ Aqui, por viva eternamente, (Vivat ià
acterriãoô) não signiíleá 8erètemo,iiiSõrfiÊõ^''
-fiípy tom sim S(doar*sê,< aiiwr na pMk
n
MAK
MâK
Dorftíite a domihatatf agarena, moilõs
tíiristãos da-vam os seoslbenaf áa egrejás, e
ii*éltoa víTiam Bm cominum ; por isso, arai*
tas d*68tas egrejaa e conventos chegavam a
aer nmito rica», possuindo muitos bens de
laiz, es<^ravos, gados, etc., o que passaVu
9tíOS herdeiros. (Víàe Púérúe(P09í) '
Ainda liaje se vá o antigo passal, em ro-
da da egrejdj^coinprehendendo uma plani-
de no Vãlle do Marnel, e lerrenos mais al-
tos occnpados por um bom pinhal. Tudo is-
to '(qn6 foi a antiga cerca do mosteiro) eon-
^nitne o passal do actual prior da nova egre-
]a de' Lama^ (em quanto o governo o não
mandar pôr em praça, e reduzir a dinheiro,
como vae fazendo à outros muitos.)'
Ao N. da velha egreja, ha uma planide,
i^a qual, segundo a tradição, se fazia uiàa
praça (mercado.) Ne centro ainda se vé um
eruseiro de granito prophiroide.
Em frente d'esta egreja está a casa da re-
sidência do parocho, da qual só restam as
paredes vetustas.
. Yé-se que apenas constava de um andar
eom duas casas, e que tinha escadas exte-
riores,, de pedra, para o lado do templo. Am-
da se vêem de um e outro lado ruinas de
varias casas pequenas, que talvez fossem as
eeUas dos monges, e casas de abegoaria.
A casa da residência, est à distante da
igreja apenas uns S^jòO, tirando-lhe a vista.
Ten^ três janellas, todas para o lado da egre-
jf^ e dos outros três lados só tem uma se-
teira em um d'elles.
É de robusta construo^, como uma for-
taleza. A casa baixa communka oom uma
j^nena . torre (ou chaBiin4?>: qme sotm, Ué
41 altura, do telhado^ A porta da entrada é
gothica, e parece ter sido de peças aprovei-
tadas de um outro arco mais antigo e maior,
âappõem algonq que seria esla oasa, a re-
sidência de^Enderquina Pala, ou dos anti-
gos jsei^iores da egreja;
O sitio d^sla villa e egreja foi abandona-
M pêlo povo (profviavelmente pordoebtíò)
m» se mudou para além da ponte, a pouca
oMlancia da antiga povoação, e ota um alto,
Jlygicnioo, bottilo e fértil, para ondeloi mu-
dada a antiga matriz. A população M en^<
eendo « eonatitue he|e a nova viHa de
mas. '
A 'antiga egreja da moMeiro^ era no
tempo visitada por muKos romeiros, pela
fama dos milagres de ffossa Senhora áo
nel, e pelas muitas reUqoias qii6 aqui
tiam. '
O templo em minas, qne o matto, as
vas e as heras invadiram, era tão íàmom
ancigamente, que em Roma ae denoDitmTa
— ^ muito antiga basifíêa de Saníã Meniaê»
Uámel
• AlguYnas paredes d«*roeadas, planta» pa^
rasitas; alicerces, pinheiros purdindo entre
os entulhos, um ermo, a desolação •— eis e
que resta da famosa cidade do Mamei e de
eétebre mosteiro de Santa Maria.'
O cihristão, sentado emnrna pedra doestas
ruinas tristes, e solitorias, parece ouvir uiaa
voz plangente dlzer*lhe ao coração — Mk
Trcja fiút í
MAROUÇOS— vide Iferati^.
MARQUEZ— (▼ide 4.* vol, pag. 297, cai
í.«)
•MARQUSS—é nome de homem, porta*
guez, assim como Marqueza ó nome de ma*
Iher. É pouco usado. Também é sobrenome.
MARQUEZOTA— português antigo--eBpe>
ele de manteu, usado no seeulo XVI.
MARRA— portuguez anligo^margem on
vallado Junto do caminho-^Ff i pér as par^
tes ambas na nuirra do camkáko. (TomlM de
Castro de Aveliane, VSX&Í)
MARRAN—portoguez antigo (ainda usa-
do, com pouco difibrença na aignifleaçao.)-^
Em um praso de Almnoãve, de Í!S2% se de-
clara que a; marram è umporcp deèOarra*
tela. Muitos phisos antlgoà^è modernos es-
tabeleceoi rendas de marrana ou de certo
peso á'ettas.
Geralmente fãllandb, a «lorraii era uma
.leitôa gnmdé, que aindanii» tivesse parido^
más' qne já nio era âe< eapéto ou freama
(presuiAo:)— Hitd. bâa mttifrãã recebonda (de
boa qualidade, gorda, de receber) ou cento
e tiàte réis por elkii
' ' Hua marran de 30 arrae^ei*
Jfeo alqueire de wumtei§a e dmas freamas
iMJI^j^^eiae^èHm%pmw9ii^(mlmm^
^
IfAR
93
meò fMrattaf pór el (Doeameixtos de 1319.)
Hwna léitôàyik dncoenta rêk p&r í^Ul
(DoeumeDtos «ée- 1541;)
Hoje dá'fl6 iiídi]stiil4)tftúi6iito o :iKliflíe de
mairan, Ã carne fresca de gado suíno, seja
dé macho o de fêmea.
KARRAI9C0S-^fir«eiiezia, Minho, cdmarea
é eoneelho de ViHa-Yerde (antiga eonlarea
do Pico de Regalados) 15 kilometrrò a MO.
4e Braga» 37a ao N. de Lisboa^ 70 fogos. •
E^ 17^ tinha 687ogos. ^ ^ '<
Orago S. Mamede.
Arcefol^adò e districVo adminísirativtf de
-Bngá.
Terra felril]. Mnho gado de^ toda á* ^uali^
dade, e caça grossa e miada. *
O abhadede S. Tbiago; de Aroozéllo, áf^re-
sentava o cora, coUado, que tinha 50M00
Esta ftiegaezia eifteve muitos annos aniie-
Há a ArcoKdllo.
' l[ARIlANO--^rtQgaez antigo-Hftome m*
jurioso que se dava aos judeus.
XARRAZES — freguezia, Extremadora,
concelho e comarca, e 12'kiIometrciâ de Lei-
ria, i30 ao If. de Lisboa, 500 fogos.
Orago S: Thiago, apostolo.
* Bispado e distriéto administratitu de Lei*-
riá. • ' * •»
Esta fregnekhi, ainda não ^istia quando
se pnblieáva oFÓrtugal Sacro e Profam r «6
existia a do Arrabalde ia Ponie, qtie foisup-
primlda em i81i, em cujo anno- foi a sede
dá parochia para o logar dos Pinheiro»^ a 4
kSometros dé distancia. Em 1829, pasBOU
dos Pinheiros, pak-a Marraxes, (i,t kHòtne-
tros do Arrabalde da Ponte) e áhíle con*
serva actualmente. '
O antigo logar do Arrabalde* dl^P^fcte,
sede da parochia snpprimida, leni hbjo^apef-
nas uma dúzia de fogos, áquem da ponte (do
lado dà cidade) quê agora pertencem Àfre-
(fnèziá da ^ eoiítMs t«it08 â!em dápóiltè,
^que Kio hojé da íirègtieeia^de Hárra^li -
Dentro de um quintal (no Arrabalde) en-
costado a um' muro, alindá se ti0èm ás hii-
tiaA da torre da aqtíga egreja 4e Si thiã|q
ilo Arrabalde ^ j^)nte. . -
' rJa oheii» tinham amtíBâdo tanbo. tsla^
egreja^e^ em tôil, es francezes azaram d^efia
caTallarlça.
ITesse mesmo anne, foi o bispo de Leiria^
D. Maauel de Agníar, em pessoa, ao legar
dos Pinheiroo, pedir acapella de S. João Ba-
ptista, d'este logar, aos povos d'eile, para
aài estaltelecer a sede paroehial, ao que el»
k» accederam de boamente.
A tesçio d3 prelado, era ^ue a matriz da
'dregoezia aqui ficasse para sempre, pelo que
deeiârott o modo de se poder accrescentar
a eapella; t projectou comprar j para resi«-
dencia â<V parocho, o casal que lhe fica ao
S.; pelo qual ainda offereceu 200^000 réis.
• (H baptismos faziam se em uma bacia
grande; mas, em 1822, se trouxe do Arra^p
baldeia pia baptismal da antiga egreja; po-
rém o pftrocfaO'(homeidò no mesmo ánno de
1811) nunca se quiz servv d'ella; e^ootí-
nuou a baptizar na bacia.
Este paroche (chamado iJoaquim José de
Azevedo) era natural do bgar de Martímf
Gil, onde: sempre residiu, mesmo depois de
sèr paroeho da nota freguezia dos Pinhelí-
ros.
Em 1828, principiaram os povos que fax^e
não pertencem á eapella dos Pinheiros, in-
duzidos peio próprio curare pelo fidalgo do
Amparo, Gonçalo Barba Alarde de Lèncaw-
tro e Bam>9, a edificar, com es matedaes da
antiga egreja do Arrabalde, a actual, na al-
deia de Marrazes, que eonclniramem 1829,
com o intento de nadarem para «Ha a ma-
triz, 6 qttò conseguiram n^esse mesmo anno;,
e para cujas despezas, o bispo, D. João Igha-
cio da Fonseca Manso, também concorren.
^ ^Os- povos úk parte dos Pinheiros, reclaáia-
nmr cernia ^apreteftdidà mudança, peraate
• mesxse* pr^do;'mas nada <tonseguiram.
Vendo que nada, por esse lado padiam
(^ttr,i ' por «o ' bispo •datar • empenhadO' m
mudança, requereram então para àè eonser*-
tarem,: formando paipoehia independente,
com a soa amiga eapeMa; que. até entio h»-
Tia servido de matriz, por egre}a paroeldaL
. O bispo recusou-se ainda a esta preten-
' 'l|é^tiei;e^!entlq ao reE O 'ministro dós
]ie§(^iQa ecdesijsis&icoe, iaan^i;^ (i reqi^jri-
mento a informar ao prelada dadioqeee,'.
8t
■■•'^^ífc^*.^
ffflspottdeiirrrqiie a. ctpaUft 6itai» mexio»-
midade da fregnezia— fronteira a». menos 4e
mm quarto de legoa, da Cregnwa doa Míla-
greai—quo a «apella da Hanmzaa^ era m ceo-
tfa da fregoazia d'eate nome, e niaia:pro9f-
ma da demolida fregaexb do Arrabalde, e
4a9 aldeias, dos Marinheiros, Marrazes e GeOr
darás— qae as poToacSea doe Piebelroe.e ia-
nardo e outroa casaes, sempre ficaitaQ iQais
fMTto da matriz, do que flcaTam quando elta
«stava fio Arrabalde— que o» povos de liar-
trazes e. Yisiut^aaçaa Unbiam feito gnwdee
éespezas e sacnâoios^ com aconstruQQâ9 da,
boiml egreia, á.qoal sua magestade tinha aii-
Ailiado, daudolhe madeíraa do pinhad de
Leiíia, etc.
• Os poYos dos Pinheiros» Janardp, 9Ai70r
«as ft Boar-Vista,' obstioando^a^ em quer«f
Ibiiirar fr eguezia independente, neonsaram
entregar aos de Marrazes a pia baptiamal.
Em 25 de julho de i8S9, iteá uma escolta,
oomposta de d(^ pra^a^, de inranteria t2,
SDiliciase voluntários realisias de Leiria,, aoe
Pinheiros; porto homens, mulheres ecireea-'
ças d'aqQi, se opposeram á viva força, èa*
i^endo grande balbúrdia, que depois passou
a..eombat6,.do qual resultoU' ficarem alguns
«oldaéos. facidps ás peditadaa, outros cem as
«imas quebradas — e do povo ficaram doiis
mortos e vários feridos; masa.tropa teve de
Uetirar para Leiria, seu. levait % pta; pp
téDOL levando vários itfesoe,.,qiie.estlvenaQi
encarcerados,, nas ea^as de JUisboa» roais
^u menos iempo, segundo o grau de culpai,
^ que ei sr* D« Miguel I, lhes petdoou e os
jnatiâou soltar.
No dia ii de a^sto, uma outra< força, mas
«m numero respeitarei^ de cavaHaría e fmr
jçadoiresv se dirigia aos Pinàelros^ owQa aUeia
odlOE abandonada, porque o ppyo, iiifiM*/na-
jdo da sUa vÂnda, Unèa /agido |)araf ti^Wif^
-âa dos Milagres e outros siliid.
. A tropa, depois 4e saqu/íar alfuijias ea-
-aas,. levou a pif enm sino. O safrarM loi
jnaistar4^A'
•i» ■
1 Os leitores que quizerem ter ampla^f^a-
.ç9e^ sobre, .todafs esias desor^eus e seus. re-
sultámos, vfjâm o livro Iblituladó— O Cote-
'êèiro, oUrrieiHoriásâoInspado dè Leiria^ dfe
'pâ§,^9Àé*m. .1 -
^ AaQtí8alireifu»U.dQA«nkildo».
.hmdia e^ .poieaçi(ih-M9a|6rfteal> Aviôr,
Marinha (hoje Mariola . firii^d^ Rite-d^
4ve% Ug&a, RuivaqpMin^ ^ Caeal-
■ • •
No alpendre da primiltiva matriz te Ar^
rabalde, eetá nm pppfunneuip dfa B^dn. la-
vrada,.assente aobve onscaes da meami^iipaa-
teria. Serve díe pedeatal a um» Og^n ícm
haMtos tabres» «rmwda de eaPAda b ro4e0a
(escudo.)— Nao (em leta^ro, neiPi P9r tradi-
ção consta o que signieiea,.É.muita.Mtíga.
No ^q. Junto 4p^,alpfflldr^ eatioa^^ e
ainda outra por detraz da capella-ni<>r> am-
l>aa lambem depeOr^ e asp».iuscrlpQ56»9em
armas, e também ningue»! sabe qneoa re|«a-
senfaqa* SSo egualmente auliquUaiay^^.
D'esta fregnezia se desmembraram, oaia-
fvroe de Amor, Mpu^&eal e outros» Antes
d*esta desmembraçao era esta freguesia mna
das majores do bispado,, pois Unha 659 fo-
gos.
Tinha a cenfiiaria dei S. TS^mp» 8«i:iida
por pessof^s nobres
Fazia; se aqai, de tempos remolo«i ufpa
grande procis8.|o no dia do padroeiro (9$ de
julko), que satiia de. Sant* Ai^na para a «gffja*
Em um altar, que era dedicado a Safflt^
HartlMt (Q ilpti^ sida.primeiíe 4fi Saum .Mar-
garida) ioetítuiu SebaaUão l4>pas, do Freixo,
^anegoi da Só dq Leiria^ uip;^ missa quionU-
dianai para o que d^ixoii nepsi l>ens. rlffí^
la4ofi^ ^ 4le que foram aÁuHoj^M^dorf^as W
eeu^ sobrptio e<oe (lorreian, herdeiras d'afif •
. Tiubaouira eouft'«|ia^ Is^ituiada.d^ f^9m
^nhora.dp Pono Q6vso.
• t
. HaFlA m frq0ie9^ia dorAn^baldei as.er-
4U^daii a^guúltei :
. ' ■ • . • . '
,df»iYaUfH»óeeo,. faítit eni jl^i (eqiMi9 ^m
de LÓíriSkil^ f r.^Ga^p^r do Qa^âl^. por. or49fP
e á custa de Gonçalo Correia e sua mulher*
cjrif^ iwmcQs, que sao uns pequenos w-
xes (do tamániiò de eamarSes; qile #é crn(to
nos esteiros e pantaniM. Ilatl^aiiaè abundlil'
ijeia doestas peíinBiiaa immBdlaç&eadJAAlira
um
IgQOi d^Veira» em uma quinta raa, e eata*
beleceo^ot renda snfficimta pan a.fibiíea
4a MpalU. (U i/ do Ae«ttio da ohaiMrila-
r|9^ a A. m v:*HCaflorio dP.(;abido da 8é da
Wiía.)
tida iJTiee^Jiiiúiml^^-naQfre o logav das Gbana^
e ^ rio. Os tMbiU^Ua das aldeias Tiaintaas^
fWD obrigadoa i sua í^hrU».
. TUibA.dnaa oQDfrariaa» a dis Nassa SanlMNTa
^ K9flessíd2^d£is. e a do padipeiro da ca?
. Eftta çapeljk^ ficaTa pet» pavia
jdii baixOà e .á ^i^ita do «affânbQ
we Tae da Begaeir». 4e PoMi!>
•para,Lairía.
. I^ois» era ooal^ecída v^dgannapte for
(teando se arramou a espolia, foiam as
^uaa «effiridas. iiiw^iiSs.tra]i8Mdasrpara a
caiKlJia da^ CbaftSi.
Tanto mii% Gom^ Qi^tra ima^ani» foraiii
objecto . da grands y^awaçâo dos fieis d*es*
t^s ^íiios, qaç lhes faziam tve(piej}ffis romã-
rias.
,' , Segifuâp 9^ tradição, nas casas qpe esta-
vam continuas (que foram residência dos
jtondadores) vivia um eremitào.
Segundo documentos existentes no cartQ-
rio da. mitra, esta capella chegou a ter ^an-
4â( rendimentos, todos provenientes de es-
ttíolas é óITertas do9 romeirosj' e tanto que,
álem' das despezas com o culto divino, cpn-
áervà^o è^ reparos' da capella, ponde dar,
itú i^6t, j^ara ajoda da obra da capella de
Santa Anna, das Ghans, 93#250 réis.
• *'Em it60^ deu, parar afoda da constmeçào
tta egfeja maliíx da Cegueira de'PòíKes;HPéli
WliOOO. Pam' o mesBfio flm, eto 1770, réii
lO^OOO, «tn f77l; iOOfOOO réis, e ainda de*
)^oí» ffittiv MVOOO réis.
*''■ Mo 8e'Si^sel6â8S estas quásllas (brani
emprestadt9,'ou'dadasi e qite se sabe é qte,
lè fotfanipar emprestiatoynnricalbcam res-
«fttàidasi .
• Ainda 'eayi767 neomplren mn sioo.para
« eàpeUa 4e Sl Miguel, poF.iâtffiOi Déte.
Hikll
§5
i t
Ar . SúPêànOy a/Hn^oJa-iia faíiMa.0e*£. fitt
áre io Liãe^ a enja íkbcioa «rim obtigáte
os possuidoras da quinta.
A ^ta. ermida bia o cabido d^ Sé df» Lei-
ria, em procissão, no í* dia das la^^ifAn
de ipMo; depois^por ser distante da cida^
sp ipudon para a. ermida de Sianto A^dré^ ^
Ajrrabalde.
Segundo a tradição, depois qn^
86 mudou esta procissão, nu^ca
mais os olívaes da Gandara tor-
naram a dar azeite em abundáur
cia, come até alIL
4.* ftassa Senhora da Ptetladf— junto áj^
lògar da Gandara, feita e dotada de rendas^
por Diogo Dias, do mesmo logar da Gandairaf
6.* Capella na ribeira dé Áifadifn--^o
padroeiro se ignora. El^a ia qufnu d6s ber-
deipos de Luiz da Sliva Gosta, e foi' este q«té
a; mandou fazer & sua eusta, e dotou, em
iei4, obtendo, ii*<e6se mesfiie anno, liécsf^a
para n*elia se disèr missa. (L. 3.* do Rég;,
do bispado de Leiria, a fl. 109.)
A qninta do fundador, eoooalva^se ao Qes-
oer dotogar doa Pinbeiffo^ para os Milagre^
pi»«^xi depois de passar o r 19.
Da. ermida, apenas restam parte d^:pa^
m|we»
$:* Mossa SejukorA da EncarnaçU^-rtunre
umas altas, e.gnandes bJDenfaas^ no inDAteoft*
de bote e9tá « capeUn, iá ba«ia de lempof
ren^otos, ooia ermídinba» dedicada a S> Qa^
briel Arcbanja ..
. J^levada a oidadn de Leiria a «éde de liar
pado (1545), seu 1.* bispo, D. fr. Brac dl
Barrof, .toi eo? ví4t*, p^ epta w»çíjai>. e,
prpu o meamo prelado^ a tevr? e m^ípít: ^^
cessarios para ae, íaferei^ camiiQbOf |^ij|
elL^ Mí* até ^taoin5o/(?flb^TJa,.>iBt4c|pse
por enijip ^ra^a.^jquea ^ matafí^. . ;,
0 tect9 àf^ capfíli|;nova, era de M^off^
1 Çoçsta do Livro das visitas, que então
se acbaram n'esta capelfa osàos dé pc(nias
(líMas) bmanasdenm tamatthe gigaottiaM
afandanam wuia^Mttgiiidaãf . . 1^
MAB
MAH
VBfóailar.
O Mf po rtfmèo^ tioba ten^ de ftudar
aqtií ttm eooTento de capnctiof, e mandir
i^elle Uutf % foa sepoltiira ; mas nâo ehe*
f ott a realisar o sea iotento ; porqne lesi'
gDoaobispado^esereeolbeaatiiii mosteiro
da tua ordem.
Ifesta eap«Jla se diiiam, mnito de madni-
gada, nove mlstias, dos nore dias, que aca-
baTam no da AimiuiciaçSo de Noua Senho-
ra, em honra dos nove mezes qoe a Santís-
sima Virgem trouxe Jesus Cbristo em suas
entranhas (Alguns annos, por íncouTenien-
tes que sobrevinbam^ se diziam estas missas
na eapella do Espírito Santo.)
Eram cantadas, e á eusta dos devotos.
Com o tempo^ vein a esfriar esta devoção,
jpaiêsndo mato de 20 annos sem elia ter lo-
gaf' Cessou a etncurrencia á ermida, que
ficou ao abandono. A abobada, e as portas
eabiram, e o eorpo da ermida ameaçava im«
minente mina.
Umas mulheres devotas, eom esmeras que
poderain obter, mandaram reparar a aboba-
da, ladrilhar o pavimento e concertar as por*
tas ; pelo qao a devoção a Nossa Senhora
eontinuoa, supposto que a ermida sempre
conservava a invocação de S. Gabriel.
Bm 11 de julho de ISSS^ estando n*esu
ermida a marqueza de Villa Real, D. Philip*
pa, com muitas outras pessoas, a Senhora
fsz um notável milagre a Suzaaa Dias, do
logar das Cortes, que havia 38 annos' eátavá
tolhida das pernas, ficando com saúde per-
feita.
ApproVott-se logo o milagre, e no dia se-
guinte, é cabido da cathedraf, foi em pro*
dêsio á ermida, dar graças á Santissima
Yil^gèm, Azebdo-se-lhè uma missa eantada,
iqúar concorreu muito povo.
Fez logo o cabido doaçSò, para as obras
da çapells| dé todas as offertas qiie n*aquelle
attnò viessem i mesma, que foram muita^ e
valiosas.
\ tratouse de faxer npva ermida, e se jun-
lanam, em poneo lempQ os praeteos vMt*
rlaesi grande parta tfttUes levaAoa ia eoetái
por deveiOB, ai» se poapttdê a
llioi,fleai aesme as doBttUas ftobroa.
Bm ffc de eelenliro do raesoM» aana de
UMt sendo bbpo de Leiria B.iMro^€al*
tilbo, foi o seu cabido, em prodssio, á er-
mida, hlndo DO acompanhamento D. Maniul
de Heaeses, duqve de PAminha, e soa ffiha,
D. Brites de Lara. Houve missa cantada^
púk deio da Sé, com musica, e as clura-
mellas do duque. Benzeu-se em seguida,
eom todas as formalidades do ritual, a pedra
fundamental da nova capela, que tinba es*
culpida, uuu cruz, o nome da Santiseima
Virgem da Ammnda^, e a data d*esu ee-
remonia. Foi levada ao seu logar em uma
padiola, toldada com pannos de sdda, sendo
conduzida pelo duque e pele deio, de um
lado, e pelo outro, a levaram o diácono e sub-
diácono, e alumiada por S tochas, todo ae
sem das charamelias. Assentou-se da paírte
do Evangelho (N.) no principio do aKceree,
junto á porta principal; continuando a nova
reedificado da eapella com grande fervor,
pelo que se conckski em pouco tempo.
Em quanto duravam as obras, cahiu so-
bre um dos pedreiros uma grande pedra,
sem o offender; o que se tomou por milagre
da Senhora, e em commemoraçao d'elle, se
lavrou na mesma pedra uma inscripçSo qtfe
o recordava.
Foi o referido bispo que mandou fazer o
risco da nova eapella, para a construeçao da
qual deu avultaclas esmolas, suas e pedida
Em 1603, cahiu um raio sobre a porta
principal, e outro em 1606; mas pouco dam*
no causaram.
Espalhouse tanto afoma das çúh^Feada
padeira d^i^sta eapella, que^ (to ; tod^ as
freguozias 4o bispado^ de muitas villaa elre-
guezias.do de Coimbra fido aroebispado.(bOf
je patriarchado) de Usboa^aqipt viei^am 7t
prooissõQii trazendo todaf ofliçrendas» mais
ou menos valiosas^ a Nossa ^enhfra. , .
O eabido kia todoe ea .annos, nor dia li
de julho, em procissão á eapella, onde ht^
via missa cantada e sermle.' ^'^ta.iupotís*
sao hia* uma relíquia doveitidoda Santíssíp
ma Virgem, que está na Sé, em lun relia*
riò, de prftta dourada, em fonda dácciata-
MAR
iifu^ BUi d^baliA^ palio» coodozida i^elo
c^idgo que tinha, de cel^rar a misaa.
. , JBotTA as oaniias offectas foítaa.a esta er-
ipída^por differenteafragaeziaa^sabresaheiD
. 'Ávúffi^ éti Monte llór Fctôo, no bUpado át
€oiq)bra, deu uma alampada grande» de
praia, ornada, com quatro esendoiiy.com as
AToiaa da mesma viila. Túaba de peso 30
iiK|re!0a.4fl prata* Obngoii-âe» além'd'i8to, a
nneama viUa.adar eada aoQO« aeis alqueires
4e ascite, para. a meema alampadft.
.Á.villa iefikão do Coucfl, oatra alampa'
ân de prata»' com li marcos de peeo. :
O povo do Pombalinho, dea am grande ei*
tio, qoe se conservou por muitos amioa
As fregaeiias de Colmeias, Santa Gaúiari*
«a da S^irra^ Yermoíl, e esta do ArralMdde,
cada orna deu 'também o seu cínp.
Maitos particnlares fizeram doaQdea de
ben^ de raia e rendas, â eapella.
Maitaa pessoaa, devotas, deram vários Tes-
tidos, mais ou menos ricos, a Nossa Senho
Ba, e diversos paramentos para o templo.
Tem cinca aítarea de talha domrada, oom
vetabolos e pintoras de muito meredmento.
FormoB-se; logo uma confinuria de Nossa
Senhora da Encarnação, sendo sua primei*
'saijulxa».l<^o no mesmo anno, a referida D.
Brites Ãe Lara, e por muito tempo andou
este juizado na casa de Tilla Aeid, e desde
I9fcl, em w^ foram iostiçados por intidò
ree» o.dow^de Caminha^ o marqnec de Villa
Iteal (vide Caminha) e outros membros da
9IU Ismilia, passou o Joisado para os bispos.
: Tinha, misaa em todos os sábado^ e nos
domingos e dias sanctiflcados.
7/ Nçssa Sexéora dos Anjos— ^ antiga er«
mida estava no mesmo logar da actual. Era
pequena^e tinha um alpendre, no qual ae pré -
gavam qs serni5e8b e a cuja Cabrita era obri-
gado o j)rior-m6r d^ Santa Cruz de Goun-
bia, não havendo devotei» que.ajudaasemás
^Qspezas das obr^s e fabrica da ermida.
.HiamaeUa as prqcâ^sdesdojCocptifl.Cbris-
'•* ^ta Mliqaia fòidaâa 4 Sé^ pélobispo,
D. P«iiro :âo C^atiltao. . .
IfiUíl
s?
ti easladainbas. Nò aabbade qnetinhadaii^
tro do oitavado da Assumpção daSenhení»
depRoia de vésperas^ a que assistia o eali^do,
hia a mesma Senhora «n procissão, em uma
tumba, feita só para este dia, repnssenlandú
a Senhora morta. Era acompanhada da^is*
mandado da Misericórdia edas nuús irasanh
dadas .&• confrarias, e a levátvam i Sé; Na
volta para a sua capella, já a Senhora vinha
rèBUsciUida, « em uma rica eharóla,. haven-
do à stta chegada, missa cantada* eaennãoj
Tanto á hida, como á vinda, era levada po9
quatro clérigos de ordens sacras^ veslidw
Ãb alvas, amites, singulos e estoiaa.
Esta procisâo durou até 16)6^ deixando
de.se fsEcr pelo mau estado da.capeUa. k .
Em 1628, por estarem estado de imni*
nente mina, se demoliu, e, ainda iiue logo
se reedificou, nunca mais se tornou a fazer
a procissão, aité 1651, em que alguns devo-
tos a resnscitaraoL. ^ * '
a* âon^Oiin/ento— a antiga eapella estava
também no sitio da actual. Foi construída
com esmolas, mas não se sabe quando. Foi
reediicada também oom esmolas, em IMi»
pelo infante D. Henrique,, depois cardeal^rei^
sendo priornnór de Santa Cruz de Coim-
bra, e por isso lem as suas armas na..capti(
la-mór. >.
É tradição que foi feita no mesmo lo|;ar
em. que Santo António de Lisboa esteve a
descançar, á sombra de uma oliveira, quan*
dó de Lisboa so dirigiu a Santa Cruz de
Coimbra.
9.* S. Bartholomm-^iai fundada (não se
sabe quando) por um fidalgo, cujas armaa
se voem na fachada da capella; mas não se
lhe sabe o nome. Teve uma confraria de
Santo Amaro, e outra de Nossa Senhora do
Soceorro, e duas- missas quotidianas, iosti^
tttidas por António Fernandes Nato.
Teve também merceeiras.
JO.* S. Sebastião de For lo Cato.
/i/ S. Miguel Ârehanjo-HOíO mesmo' sido.
Tevê nma rica e grande confraria, do rap-
zea solteiros; e por miiitos annos leve uM
im
MAR
MAR
Esta viilá é composta do tecç5e8 Aaa frO'
gnezias de Lobrigos^SeTère outras. •
Foram senhopes de.Peiiai:iuao^ os marcpe-
zes da Fontos^qae apresemayiin as JoaÃças
e gotemavam nas Fcn^ M(Mir««lferta e Och
dim.
' Tinha ééte toneelho, ató 1834, daa eQtnpa-
nhias da ordesanças, cemaunídadas por am
eaj^taormór, sujeito ao general de Traz-os-r
Ifóntes.
Era senhor da honra de Fontes^ D; Rodri-
go Pedro Annes de Sà Almeida eMeoetes,
deseendente de João Affonso de 6á, senhor
da qninta de Sá, em Galmaries, pae de Ro<-
drigo Annes de Sá, que sendo embaixador
de Portugai, em Roma, em 1320, casoa com
Gecilia Colona, filha, neta e bUneta dos Co-
lonas, senadores romanos. Yinhaeata senho-
ra a ser i3.* neta de Caio Mano^ sete yetes
eonsnl de Roma.
* Rodrigo Annes de Sá e Geeiiia Colona, fo-
ram pães do famoso Joáo Rodrigoes de Sá,
cognominado-to dai éroM— pelo eombate
que teve contra a esquadra castelhwa qne
pai; ordem do sen rei» D. Joio I, bloqueava
Lisboa, em 1384.
, A esquadra ponagueza, sahira do. Porto,
em^soccorro de Lisboa^.e, apeaar de muito
inferior em numero de vasos e de gente de
guerra á castelhana, entrou a fóz dp Tejo,
por entre as naus intmi(M qne derrotou e
pôx em (uga.
Foi n*este eombate que João Rodrigues de
Sá, tanto se. distinguiu peia sua sciencia e
intrépidos, que adquiriu o oognopie glorioso
de-^ das Gates, (Vide o 4.« vol., a pag. 38S.)
D. Constança Rodrigues de Sá, irman do
das Galés, foi casada com João Gonçalves
Zarco (oreado do infante D. Henrique, filho
de D. João 1) descobridor da ilha da Madei-
ra, em 1419.
O das GaléSy casou com D. Izabel Rodri*
guês Pacheco^ filha de Diogo Lopes Pacheeo.
Era filho do das GaUs e de D. Isabel, Fer-
lâo de Sá, que morreu em 20 de março de
1449, na baulha da AUárrotoifa (a 24 kila«
metros de Lisboa), em defeca do infouie D.
Pedro, tio e sogro de D. Affonso V.
João Rodrigues de Sá, filho, de Fernão de
Sá, casou três vazes.
. De «aa i^ mulher, D. Cathanina de Mease*
ses, ilha de Uiiz de A;Kevedo, teve Beariqoa
de /Sá e Menezes; senhor de Cantanhede» por
saa mulher, D. Reatriz de Meneses.
De sua 2.» mulher, D. Leonor da Silva»
teve Jbão Rodrigues de Sá— o Vdàa — qne
casott com D. CamiUa de Noronha, filha de
D^ Marthibo de Castello. firanco, !•• conde
de Yiila Nova de Portimão.
D*este casamento nasceu D. Francisoo de
Sá, conde de Mattosinhos, que morren sem
geração ; passando a sua casa a sen sobri-
nho, João Rodrigues de Sá, casado com D.
Luísa Henriques, dos quaes nasceu D. Joio
Rodrigues de Sá, l.« coims db FBKAGCiSe,
por Philippe IIL
Foi 2.* conde, seu filho, D. Francisco Me-
nezes e Sá.
Foi 3.« conde, o filho d'este, D. João Re*
dt^fgues de Sá e Menezes (no reinado de D.
Jeão IV)— succedeu-lhe seu filho
4.* conde, D. Francisco de Sá e Menezes;
ao qual D. Affonso VI fez l."" makqubz m
PONTES (fiiegnezía d'este concelho.)
. Foi. S.» conde de Penaguião e 2.« marquei
de Fontes, D. Rodrigo Pedro Annes de Sá
Almeida e Menezes, que casou com D. Izi-
bel de Lorena, filha única de D. Naoo Alva-
res Pereira, 1.* duquk do cadaval, e de sua
mulher, D. Maria Henriqueta de Lorena, t-
lha do príncipe Arcourt, em França.
Para evitar outro autem ge-
nuit, vide Cadaval.
A actual freguezia de S. Miguel de Lobrí-
gos, denominava-se antigamente— $. Migttd
de Penaguião, (Vide Lobrigos — S. Miguel)
MARTIM--*freguezia, Minho, comarca e
concelho de Rarcelios, 10 kilometrosa 0. âs
Rraga, 360 ao N. de Lisboa, 180 fogos.
Em 1757 tinha 132 fogos.
Orago Santa Maria. (Nossa Senhora da Ex-
pectação.)
Arcebispado e districto administrativo de
Braga.
& terra muito fértil. Cria muito gado da
toda a qualidade.
: O papa e a mitra apresentavam alteraatí-
iramente o vigarip, que tinha SO JtOOQ réU dl
Bondimeniei ...
MAR
KAUXa^frefaetia, TpÀ»-oMloDle8, no
bispado de Mlraoida^ boje Bragança:
Em 1757 linha 24 fogos.
Orago S. Martinho, bispo.
> Poi snppriínida por pequena, no^priacipio
do..aeeulo XiX«
A mitra apresentava o abbade^ que tioba
Í604ao0 réis de rendimento.
IfARTiM^ILr-Vide iíamim.
|lâRTIII^L01l60*-»^fregnezia, Algarve co*
iBãrtaMe Trritx, concelho d<5 Aleomlm; ^5'
InlomeirDS do FároijflSO ao 6. delilsboa» 600
fegos. ■ . -
£n ft7â7 tinha !{34 fogos.
Orago Nossa Senhora daOonoeição. .
Bispado do Algarve, districto administra-
tivo deFáro.
Q :papa e o bispo apresenta^malternati-«
'vametite o prior, culiado, que tinhaSOO^OOD
Téis de rendimento, fóra o dizimo.
* ■ • ■ •
Martim-Longo, é uma grande e rica aldeia,
eon boas casas, e o»»» malarnu^^.eá-
tpaáa a «gual distancia de duaa ríbdras ;
Vascão ao N., e Foupana ao.S.
EiAá asaenlo em uma collinav jà fóra da
serra 40 Alganfe, dominada de^tedoe os la-
dos por graodes alturas. . . v>
O rio.finadiaoa, fioa^lhe 25 kilomecros a'0.
A egrcja miu% énn bom tempkwlle trez
narres, «ia mais antiga dVstes arredores*
- O prior 'roçebía o dizimo das nUúç^s, qp,e
SBdaTa por. ioOMOO réisi
. 'Eca, o unioo do Algarve que recebia pri-
midiM* . .
A uns 350 metros do povo, ha uma lagoa,
fnmdiáà pdasisguas darbava^goiB a'dla/8e
conservam todo o anno, o que.pr4i|iij4iea a
sande 4os povos visiobos.
,S va»to o: t^trr itorio d*«sta. parochía» pois
tem 18 kílometros de comprido^, por 12 der
lasgo*
' ÊtK>iApo9ta' a fregnesía, de M» M»m pe-
4B«inas«
. A-prMr.de^r poaeo abuod4Dt«.d'|igU4i é
tarxa ler tM* e cria mu^lo.g|ido de loiia a qus^»
lidade. Tem poucos arvoredos, ...
Fahrieai|)*8tf aqui- tecidos grosseiros, de
lan (sut-iams^ utameniMê^i^JfjMi), Tf^mbem
se fazem aqui muitas meias de Ln. Expor
VOLIUS V
ma
101
tam de todos estes géneros^ em bastante
qnantitMé.
Hb, aqui uma grande feira, no dia de Cor-
pos €hristi«
Haaafregueííra varias okfrías deloiiça or-
dloárla, que tatikbem se exporta.
Ha aqoi muitos almoereves.
Nos seus montes, ha IfraUde abundaníAa
de caça, de toda a qualidade; pelo que ha
na fhegoezia, nmitos e mu! destro» caçado-
res de profissão, que exportam 0(Mlbo8'O=
(sobre tffdo) perdi^e^; paht varias terrasí; e
até para Lisboa.
Também ^'este território ha a celebrada
gran de carrasco (feermes),tào querida e ta<^
explorada pelos romanos.
'VsiCáva dos ifOttro^ d' tota freguezfa, ha
uma grande mina d» ròbre, expl^irada, pe<
1(18 srs. -visconde de Gan^ègóso* e António*
José Pereira de líágalbáeè. Já foi explorada
pelos romanos, ou pelos aribes; do que ha
muitos vestígios. Dá 22'por eènfôde pyrites
e cobre pafiaché.
Fica próxima á aldeia de Vaqueiros.
'• Foi comprada àe sen primeiro proprieta-
rio, por 50 contes de réis.
Está frègaçzia flca no termo da viila de
Alcoutim.
No logar da Beí*mgnfa (Berengirfa, notfie
de; mulher) pariu uma. mnllter, em 31 de
agosto de 1728, cinco creanças emiiáíia tar-
de. Quatro delias 'r^cebnram. O' bapiÍsmb:'.A
mão não sentiu mais encèmtoodo dtai qoe
jsenriria se o parto fosée de nmáaó creai^Qa.
Chamava-se Britas Lopes^e era casada cofD
Manuel Ootft^Uííes. ^
MARTINGHBL ou MARTBSXBL-rúiçgae-
zisy £xtrémadara^ cúcbsrda e eoòcelbo de
Abrantes^ 180 kHometms aj). da GUarda^
130 au ^B;; de Lisboa, W fogos.
£m 1757 tinha 91 fogos.
Orago ^.Miguel Arcbanjo.
Bl<pado de Casielio ttraseo, distraeto dft
SaniareiOv.. ■ • \^-i . .
O -prior do mosteiro, de. Santa Crnz de
G<»iiiibra, apreseutava o vigário, que tiaba
6Q#t||0 *As e.u (ló de altar.
HiRTINÊGnAS ou MARTINÊ6AS— p«f*
tttguez autigo— lôro, triLuto ou peosao que
7
</
lOâ
MAR
8e pagara em dia dd 8. Maitíolio, e d^esaa
cirenoNifóiMía umdoii o doom.
MARTINHO (S.) e 8. THIAGO--rregiiexia,
Ti4e|ifJMKi,
líARTINHO (S.Hfregaezía, Beira Baixa»
eomarea de fioateía, eonoeltio de Géa, 70
kílometros ao NE. de Coíintara, 2S0 ao& de
Lisboa, 210 fogo».
Em 1757 tioba 62 fogos.
Orago 8. Martíoho, topo.
Búpado de Coimbra, díatrieto admíníetra-
livo da Guarda. .
]>eiioinioa^e vnlgarmeate (e é como ee Té
«en todos os doeumentos antigos) 5. Marti-
nko d^apar de Cêa, para dístiagaír esta íoe-
gaescia das outras* do mesuio noaie.
O reiior de Céa apresentava o cora, que
tioha 8^000 réis 4e côngrua, e o pó4e altar.
HARTINHP (3.)--Aregnezia, Extremadn-
ra (mas aO) &4o Tejo), oômarea e concelho
de ; Alcácer do Sal, 50 kllometros a O. de
Évora, 60 ao SB. de Lisboa, 70 fogos.
Bm 1767 tinha os mesmos 70 fogos.
Orago S. Martinho, bispo..
É terra muito fértil
Arcebispado de. Évora, districto adminis-
trativo de Lisboa.
A mesa da conciencia apresentava o prior,
que tinha .180 alqueires de trigo, 90 de ce-
vada e lO^íOOO réis em dinheiro
lIARTINHa DE ANOnEIRâ (S.)— fregue-
zia, TráiM)8^Monles, vide Ángueira (a 9.*),
a pag. 216 do l."" voL
MáRTIirHO DANTA (8.)— Vide Anta, a
pig. 21*9, ooK 1% do l.^^vol.
MARTINHO S^ANTA (S.)-^Yide Anto, a
pag. 220, col.« l.«,^de^.'> voL
MARTINHO D ARVOKE (S»)b^Tíde Arvo-'
re, a.,pag. 243 do i.» vol
MARTINHO DO CAMPO (S.)— Xá a pag.
63; col 1.% do L« vol., sob a palavra-^Cam^
po (S. Martinho do), descrevi esta frègoezia ;
mas repito-a aqui, nio só por ter dito no 2."*
volume, que era do bispado do Porto, quan-
do ó do arcebispado de Draga (erre a que
me induziu o Portugal Sacro e Profano) co-
mo porque desde então obtive mais alguns
apontamentos.
^ Ha n*esta freguesia duas capellas pjlbH*'
cái:
MAR
i
Noua Senhora do ^<í»iiAo-hm BMXBte ds
EspínlM^ jnata ao ria Viwlla, ottdeatitt
uma festa e nmaria» ao altimo domingoéa
julho.
SanHtíima Trindade (vnlgarmeiíte
minada do Espirito Sanfo)— jontft ao lo|»
do mesmo nome, i|ae aerva de CTfisffhi, odIb
vão as procissões da ítogiieziá; e^ina laq^
feira das ladainhas de.maío,.qntM dâtm-
reêy d'esca freguesia, da ^de 8. Mamedeis
NiBgrélloe, da Salvaim* do Campo e de Bk
ria. Foi fendada-eoi 1680; por Luiz Fcni**
des, prior de Roriz, segundo consta do Tom
bo da fireguezia, IDúto em '1539, no tempolo
mesmo prior^ qm então se. denominam ú-
bade e reitor.
Está muito arruinada, mas ainda se póè
lér uma ineeripi^ que está «a vergaà
porta, que diz:
LUIZ FRZ. PBIOR DE RORIZ POSITIT. 1550.
Ha mala quatro capidlas particulares, ih
casas do Ottf«tro,Anie£átta, Souta, e Autfia;
A melhor casa da fregueziai é a de ànf
zélla, perteoeente ao ar.- João Bi^mgeiirii
Maehado da.GiInha Fana e Almeida^ oon»
seu brazâo de armas, i- •
O rio Yisella faz mover var»d aienhiB^e
dois engenhos de preparar linhOi .
Também «por- -esta Iregvssia passam dsii
pequem^ rtbeivos-«um que vemde &iM'
mede, e aqui se junta «ao Vieella, chamai
F%niêlho, outro que vem do BmUíIo (eaS.
Fins de Ferreira) e morre no Ylzella, neii»
gar doMonto^ .
Amboe regam e moem, e trazem algos
peixemiudo. -
Havia n*esta freguezia umas rteas, qoso
povo denominava mal^rezaâas, cuja ortg«B
é a seguinte: > > '
Dois individues d'esta fregaezia, leganB
á eonfiraria ée $uò<4áno, uma leira de M&
e uma casa, com a obrigação dos innioi'
resarem por alma de cada um dos doad(M
25 Padre Nossos e -26 Ave-Marf as, emltdíH
mingos do anno. *' ' * ' '
Em virtude d^sto, detmnSnavam os esta-
tutos da confraria que^ pai% maáor eemot'
*n
II
>^IMadl9 idd povo; 96^ i^oMAêe tudo énrtinf M
-ddift domingos, desi^aidós péh jufo, devim^
do eaáa èhèfe* de fainillà â|M*eBekitár-^ M
egreja, sob pena de SOréisde mctltii.
* N€> dia^p Asade^ fieimia^e o povo no adro
da^egrajft^e o juiz, ou ^emp representava,
príndpiftmainterorinaTel reza, qae consta-
y^úòil êabido9, por alma de cada um dos
taes doadores. Caída cahi^o constava de 25
Padres Nossos e 25 Ave-Marias, o que mon-
tava a 600 Padres nossos e 600* Ave-Marias
' — quando se rezasse tudo em um só dia.
Decorridos paucos annos, nao podia uma
tãa comprida reza deixar de aborrecer á
maior, parte do povo, que, em vez de rezar
com attençào, dormitava, ria, conversava,
etc.. Foi por isto que j)rimeiramente deram
a esta reza .o nome de monda e depois mal'
Os que tinham obrigação de assistir a isto,
se foram poueo a pouco exiinindo, até que
o resto deixou de alli comparecer totalmen-
te ha poucos annos.
HAàTlKHO DÊ CEBOfl^Eitl (S.)— fregue-
zia. Douro, na cidade do Porto, bairro Occi'
dental, comarca, bispado e districto admi-
nistrativo dá mesma cidade ; sendo um dos
seus arrabaldes, forma boje (com o augmen-
to das' ruas do Porto, que se foram esten-
dendo em todos os sentidos, do lado da ter-
ra) uma parte integrante da cidade.
Em 1757, ainda esta parophia era consi-
derada suburbana, e tinha então 500 fogos.
Orago S. Mai^tinho^ bispo.
O parobho é D Priof, e era da apresen-
tado; ff> sdidum, do papa/Tínbá um rendi-
mento calculado em 2 contds de réis ; mas
excedia' teuitf esta quantia. "
Na ileseiipçab da^cidade de Porto, trata-
rei é^ssta fregiieiia ; aqoi 96 direi o seguin-
te.'»^4ieje tem 2:400 (ògos, e é administrada,
no espiritual, pelo D. Mor (a qoem vulgar-
mente denominaiB abbade) e dois curas pa-
rochos»
k egreja matriz e collegiada (a que alguns
chamaaa Sé) de Cedofeita, foi fuudâdarpor
Theodomiro, fei dos mievos, «n - 5IW$ieii'Mla <
mM
fm
M1)8Qptf8adoombsmo rei (depeSs^de abjurar
o ai^iánisfflo}'èom seu filho, Ariamiro.
Foi Theodomiro que dedicou esta egreja'
a"S. Ifarttnho, bispo de Tours, estabeleceu-
á»'\\xí: coiri rendas pana a sua sustenta^,
uma colleiglaâa de cónegos, que por mui^*
tosramiòis^ viveram em coimnunidade e cotaí-
ventualmente, observando a regra de Santo'
AgostlfidH)'; mas, pelo decurso do tempo, al-
cadçaram buHas' apostólicas, para vi veiBin-
sep^raHweem casas próprias. (O mesmo w
deíl eomiodos òs cónegos das differentes ca-
thedraes do reino.)
A arehUectura doesta 'egreja, fió se recoiti-
menda pela sua antiguidade' incontestável^'
É de grosseira architectura gotbica, baixa'
e òem' tôse&8 esculinuras. Foi sagrada ^r
LiierédDi bi^o de' Bra(i[B, no pontificado de^
João III, que governou a egreja de Deus ^
desde 5^'|Lté^575. Isto coi^taVa de'uma'&i-
scripção que existiu sobre a porta prinel-
par da egreja, e que um pedreiro estúpilo
desfez ; mas, para que sb não jferea da mé-'
morta dós homens, esta antfguálha, a^ a
dou— -dizia' :
THEODOBÀR. REX GLORIOS. T. XtUEt. VT
. coirsTacx. hog monast. can. b. íiVg.
. . AJ(> GLOB. n. ET V. M.G. D. BT B. ;
AÍARTlNi ET FECIT ÍTA SOLEMNIT. SA-
CRARI AB LUCREI^. EP. BRAC. ET AtlIS
SUbTIi. III. P. M. PRmiE IDUS NOV. AN.
D. DLIX. POST. m. REX IN DAG BGCLBS.
AB EOp. BP. PALAM BABT. ET FIL. ÁRIA*
MIR. CUM MAGNAt. SUIS, ET OMN;sS '
Goi^vBkst AD rin: òb v: reg. et MiRABr.
IN FIL. EX SAC. RELIQ. B. M. A GAttlIS
" 80 BXO. POSTUL. TBAKSLATIS, ET mC
ASSERVATIS K. JAK..AN. D. BLX.
HANC INSCRIPT. AN. N. D. LVI. EX PER-
VET. LAPU). TRANSGRIPTAM, AG IN
ARCmV. HUJUS BGGLESTAE )[NVENT. OPT. '
PAR. IfAfiT. FILtl POSUBRE
ANN. M. D. GGLXVIL . «
Gompunha*se esta coltegiada, de um D.
prior, '«em clnéò mii^crusados de renda
(2:00aW0O ' réis) umf chant^ uin mestre-'
escola; um thesoondtfó-mór, uito con^s'
pi^ebendtldòs^itres de meia prebenda, oito*'
ca})dllés, -sadirístitii, ^coristas, serventes, e"
um^iéum; pkrk àdmldistrar òs saèritmentds/
Durante i^ttomínió agafãúío, sempre' a^^
1041
MÁR
se efllebranm o* offioios dim«9, nntfaiMi
eerto tributo; como «ooniiecia em oairas
partda.
Os doeomeotos mais antigos existentes no
tartorío d*esta egreja, são .de i316.---08 oa*
tros^ se os bavia, desappareoeram.
Gosava esta egreja grandes privilégios a
iaenções, e notáveis prerogativas. .
. Apegar de ter boje (4875) mil trkzbiitos
B DBZB^sEis ANN08, é dos poucos monuDx^ntos
religiosos do seu tempo que nança foi re-
ediflcado, soffrendo apeaas «leves concertos
• pinturas.
Grande numero de varões iUastres per-
tenceram a esta coUegiada, extremando^se
08 seguintes:
S. PascluuiOf diícipnlo do seu primeiro
inlor» S. Martinbo de Oume, foi aqui có-
nego.
D. BtUrao, de Monfaveê, foi JD. pr«^ com-
mendalario e depois cardeal.
D. Jorge da Costa, D. prior commendata-
rio e dt^pois^eardeal.
D. G(4içalo Pereira^ deão do Porto, arce-
bispo de Braga e depois de Lisboa. .
D. Manuel de Sowa^ bispo de Silves e ar-
cebispo de Eraga.
D. Henrique, infante (irmio de D^ João
III) arcebispo de Braga e dé Évora, cardeal,
e dt^ois rei de PuriugaL
D. João Caetano Ursini, cardeal, D. prior
commfi>ndatario.
D. fficoíau Monteiro, mestre dos reis D.
Affuoso VI e seu irmão, D. Pedro II, e bis-
po do P«>no.
D. fr. José Maria de Affbnseca Évora, D.
prior eommendatario, e bispo do Porto.
Os fonegosr d*9$ta coll«>giada eram anti-
gamente senhores absolutos dos direitos de
todo o pescado que se colhia desde Aveiro
até i Galliza, e de outras muitas rendas
qua tties deu o rei Thejodoroiro.
Ainda boje o rábido de Gtrdofeíta recfbe
na cidade di» Purto, e outras partes, grandes
rendai*, as abnurdas lucíuosas e os ifnmora-
liisiiiios dvmimos, que >ão quasi todos de
€inco, tim^-e até de 4, um-— isto é, SO e 25
por cento do valor da propriedade vendida,
apesar da lei que determina qoe m domi-
9 {
um
«08 de- ben8 de praeo provení<|nte8 éím
TÒa, sejam todos de 40— um— iaio é— !>/|
por cento ; o que tem dado cansa a mmtai
e renhidas demandas.
lá a pag 502 do 4.* vol disse
o que é Imctuosa: accresee ntani»
aqui—fste tributo atisurdo •
cruel, paga -se por falledffleDli
( do emphitcttta.
A viuva, cercada dos filhov
desgraçados pela sua orphaoda-
de, e muftas vezes sem tereo
com que matar a fome, tem ais-
da por cima de pagar ao sen u-
nhor, ou a renda dobrada^ n'es8ê
anno em que a morte do chel^
de família a deixou ao desampa-
ro, ou dar ao rico (que até eon
a desgraça dos seus colonos ei*
peeút^ I) a melhor peça movdm
semovente, do casai,
Hnitas vezes acontece ser es-
ta peça uma junta de bóis anui-
ca, a que ajudava a ganhar o (Mis
da fauiília, e um roubo le§'jU\\\i
> arrebaia," para cúmulo de des-
graça.
Não é menrr absurde, desps*
Usmo e crueldade o pagamento
do domínio. Paga-se quando se
vendem ou troeam bens de pri'
so. ExempliGtiuemos.
Pedro emprasou a Paulo umi
terna estéril, que de nada Ibe
servia, mas o futuro emphitenla
projectava arrotear, e construir
alli a sua choupana. A terra oâo
valia mais de 5^000 réis, mas o
senhor impingiu a por iOlOOO
^ ^ réi!« ^ impondo lhe uma rendi
correspondente a 5 pof canta dl
segunda avaliaçào-^isto é— ^
réis annua^s.
Aqui tnmos o caseiro pagando
10 por cento de juro ao anoo» •
portanto, o senhor mais qae 1(h
^ B^^dnto isto a dinheiro, por ser de mais
facll conqirelieoçàQ a bypotbese.
MÃR
MAR
105
tQfileUdo do Taldr dâ proprie-
dade. •
O emphiteáta redoK o brejo,
Diãtafral oa pf^n^^diâ, a terreno
^uhivado, e eonsirne a 6na casa.
Compra (às vetes eom dfnliHro
a Juros, e Dão poacas á eitfta
"dos maiores sáeríficios) ttma Jod-
ta áe boíSi por 00|M)00 réis, pa-
ra os trabalhos agrícolas. Morre
—a mHhor peça dó casal é a jaa-
ta de bob, e lá vão para o ie-
nhor^f que, tendo recebido Juros
dobrados do valor da tua te^rra*
recebe agora li vezes ò seu va-
lor, e a renda continua I -^ Isto,
lantas vezes quantas tiver logar
O fallecimento do chefe de fami-
ila.
Vimos que a terra emprasada
apenas valia 5^0P0 réi;». O em-
phitt*uta, á fori;^ de trabalho,
^espezas e fadiga^ transforouin*
do o terreno em terra de lavou-
ra, o faz valer 200)^000 réis (ás
vezes gasta esta quantia, e mais,
na arro,teia.)r-Constiue uma ca-
sa» que V4ie 200^000 réis, para
sua habitação; aias tf m esgoudo
4odos os seus recursos, deve o di-
nheiro da pompra dos bois e to- ,
do . ou parte do des|)endido acp
obras, e vé-se obrigado a vtínder
tudo. fia de o comprador pagar
o domínio de 5, um, que ^o
80^000 réis>~e toma o senhor a
receber 16 vezes q valor da ter-
ira que emprasára.
. Mais: o comprador ipanc|a edi-
j^ ficar um palácio n'esta tçrra^ é
gastou na sua coustrucção 4 con-
; tbfi de réis. Pois. se o quizer ven-
4er, tem de pagar ao. senhor {A;
le ou o comprador, copíurme o
iguste) 800^000 réis de ^oa^im
-pislo é, fiO vezes o valor prj,
iníttivo. da prgpriedade t^-e }siff
tantas vezes quantas forem as
jendas pu troca^
Eu bêqi«j|êi/«Mi<jltijllt]M^
'1 I
f '
I'
> .
ir; I
o»
'í
mandar regular o pagamento do
donrimo segundo o valor de solo,
íúSA o senhor illude-a com as
cokéiçdes da escriptura de em-
prasamento, e recebe o domínio
todo.
; Mas ainda ha outra hypothese
-«-o objecto emprasado é um ca-
sarão, que o emphiteuta recon-
struiu, gastando muitos centos
de mil réis, e atii temos o paga-
mento de todo o valor da pro-
priedade assim prodigiosamentô
BQtfihoradâ, semqueo infeliz co-
lono ou emphiteuta possa empre-
gar o menor subterfúgio para se
eximir a este pagamento escan-
daloso.
Muitas esorípturas de empra-
samento. são obscuras, mal re-
digidas, ou esctiptascom as clau-
sulam a que o vulgo dá o nome
signiOcaiivo de elaumilas de át-
çapãa, é,bem entendido, sempre
contra o pobre:; q)ie se limita a
aeceitar todas ás oondições que
o rico lhe quer Impor.
Todas estas circumstancias
teem dado causa n obstinadas e
di^endlosissimà^ demandas, nas
quaes ttiuilas vezes, cada par-
ter'gai»ta maisdb que o- valor da
propriedade que d objecto da
disputa.
Os modernos legisladores^ «ea*
baram oom a barbara, absurda
e anachromca insiituição dos
morgados, e promulgaram leis
Jus^ta^ equitativas é beneficasieoa
favor dos filhos segundos,, tom
respeito á successão nos bens de
pradp; tQaB.amdft se.não leia«
brsramvde provideoeíar sobre
pagam«itO'de A^^mof e Ivctuô-
sus, e as extorções e a escanda*
.-losa mura tcontioúa.
: Ufn.|rand#^iiua(ieroâ6mor«y
JUa> d« cjjisas (em>l|pmas: pg^
les» ruas intéims) são, na cida-
de do Porto, A>^«ínN!;a9kiMf>id§
.106
iMAA
de CeSojTeUa. Ponuaissimas se
Tendem, por caoiM do monstrao-
so domiiúo, e o cabido tem gas-
tado e feito gastar rios de dinhei-
ro^ em pleitea, que eram escusa-
dos, se houvesse .uma lei geral e
conscienciosa que providenciás-
. se jsobre a matéria*
Apesar 4e ainda hoje o cabido
e o D. prior de Cedofeita rece-
berem grandes rendas, são pou-
co mais do que a mlesima parte
do que podiam ser. Os prasos
antigos diziam-*0 casal de
pagará de renda. .... alqaeires
de trigo j ou por cada alqueire 20
réis^ á escolha do senhoiio.
O cabido preferia o vintém ao
alqueire de trigo, e assim rece-
beu por espaço de muitos an-
nos. Quando o género principiou
a subir, o cabido pretendeu re-
ceber em trigo e nao em dinhei-
. ro; mas os foreiros oppozeram-
se, apeg.ando-se á po^se de mais
de 40 annos, e os juizes, por es-
ta vez, deram a sentença em fa-
vor dos opprímidos contra os
oppresseres.
lato coneta de documentos an-
tigos e da tradição : ha porém
e^criptorea que negam o facto ;
mas parece ser verdadeiro.
Por as achar curiosas e da reconhecido
interesse histórico, dou em seguida a cópia
da carta de Abdeli-Assis, senhor do Por-
to» auctorisando os ^hriâtãoa a exercerem o
culto catholico, na egrcja de Cedofeita, e as
doações de Theodomiro, D. Affonso Henri-
fOds, e D. Affonso II.
la foal «trdeno ^Qi^,oaipir^bsrteros e cfarií-
tãos do mosteiro de Cedofeita, que mom
Junto á dita «ida^ do Portos e seu mosi»-
ro, poissúam os aeu^ bens em paz e qoie&-
ç^f s^ oppreasão, vexamei oa força te
a^rracienos ; com a condição que não digai
a% missas senão cpm as portas fechadas^t
joSo tofu^m as suas campenbas, e pago»
pelo consiçniiiBento c^içoenta pesantes ^ è
boa pcaia, annualmente^.e pos^^aoi sahire
vir â cidade com liberdade^ e quando qm-
rem, e não vão íora doa termos do meu uni-
do sem meu consentimento e vontade; u-
sim o n^ando, e faço esta carta de salvo oa-
dacto e a dou ao dito moateiro para qoei
possua para seu jnsgo. Feita esta carUn
era dos çhrlstãos de DCCLV. lAinar a qu)
£u Abdelassis a firmei; e recebi pela confir-
mação 50 pesantes, e coníirmeit
Doação que fez ao mosteiro de Cedofei-
ta Theodomiro, rei suevo.
<Dftrta de salvo oonâuota a favor do
mosteiro de Cedofeita no tempo da
dominado dos mouros.
É esta carta de ]usg<^ ^ o consentimento,
de Abdelassis Abem Mabomet senhor da
do Porto, B da gente de Kazareth, pe<
1 Vai^ aoeego.
n
In nomine Dei Alpha, et omega. Eu Tbed-
domiro, rei, prostrado ante o altar das »
gradas relíquias do bemaventúrado Maiti'
nho, bispo de Tours, as quaed mandei n
de França; illumínado da Verdadeira fé»e
as fiz coliucar no templo, agora chamado dt
Cedofeita, que fiz consagrar á sua memoria,
em honra de Deus Trino em Pessoa, inse-
paráveis e indivisas e da Mãe dé Deus, Tem*
pio inefável de Jesus Deus humano, em qoe
fielmente creio de todo o meu coração, e(h
nhecendo os beneficios que recebi da nau
de Deus pelos rogos do bemaveoturadoUtf*
tinho, pela saúde de minha alma, e da mi*
lâgrosa saúde de meu filho e povo, doa e
faço perpetua renuncia ao altar do mesmo
glorioso santo da herdade que fica conti-
gua ao mosteiro com todo o juro real, qne
n'ella tenho ; e faço couto demarcado pelos
termos de parochia até b rio Douro, coo
suas pescarias de dito Douro, e Galllza, eo
que se estende o meu poder, e lhe dato os
meus çasaes e mais herdade!^ que são de
meu }ur e em terras de Fanic» Farin e Ter-
neo, còm todas ás suas pertenças e territo*
I 1 Pesante, era uma maedi 8e prata do
/wiMaiodemtditãOé
^
HM
MAR
fíku
8(U
iraição do culto, divino de Dcms o da Tirgem,
».i4as*ia»Mnaâ^ agradas- reiiqiiifltBíe para
iWMtaofagio dbs sae^rdotea, ^nè^ sc^veia * áo
f^iânie aervirem ao áíto^ altar, em louvor pe-
Mtme do mesmo Dena*
I.
- ', iB a ti, Jfartiiihoi eenu o teu coB^vanto,
'«MBítae este testemunliò Aé fiitDe' doação, e
óiMa na etfsttiâeDeiíajpormiiiipeoiador.
' ' Foi feita*s cflrta, Bona» de abrii, amio da
salvação 560.
•i • ' 'JBa Theodomivo,: Utssnúú . de Deus, icoiá as
'Proprias mãos a robéro e coDârouK— Theo-
4eiDire.
Xioaçftò do denhor rei P. Aflbnso £D»n-
-ziqnes. ^
Egoi AUSmsasPofftogaliaQ^Rez, Simaleutti
-Aif ina Uxeõre* nostra Dom&a^ Mafalda dona-
mvíA et^conoedirai» Eelsiaei sea Monasterio
€ètpfoctae, et Aèbiili,'et Gmonioes ejusdem,
•ireOíttai saeesbsoríbBS emaés 'haereditatis
flrosimas ipsinet fieclesiae 'qoae èebfiliaDt
mm haereA^tibi% 4t eosst eattto Eodesdaé
IIsrtiigaleiMM^idM,^ ^ levwD, <{iie vecatut*
dl MenehiqiM^tper gefminaldmn (Bvrmálái^
«IlDOBtè Cativís, eftfor Paramioiíl deinde sí-^
•a^^dwrrit la Dadum per limites- <Bj«èdem
BMrrodae Citofaduo» quein Dmriam, ef li*
eiiias- ipsas mét iiíereditatea, et térrltoptam
emtani' perpetofaBL'pe»peiaa'ata]M(Hu«ft'âr-
mlssMam per anDs*' términos 'rellatos, et
diottim Cadníta eonfli^Monas tam^stúb peè^
oMiSy et pertineotiís, ttt enm^^et eas \ilit
perpetuo possideai Ipaa Eci^la Citlyfiieu
ik tmojTum Béatae M àriae yi)rgkiis étBéati
Knrtioi EfnseopVTiit'eMs,ei4os«aer6^Saâ^
«e 'ReliquiafeiapraMaetáf IlE^sferia 8ér«
ttttar, el tDiPemeáiUÉi áiílmáiráMi 'nnslfb'
iQBii et pro réHnissiOiie>fèi$daiòhiiá>áostrò-'
mm; lleaiio auuetó^ienoitim; ^^rè^nqud^
ratt noitroiíaai bane Cái^lulam denationis
inftÉigfere va9eaá. • "^^ ''" • ''-; ^ '' '•• -'
^fá (foloffvere dè préfKái}dio méis, Vel Si
«Mil lHakd'Oi(n&laiii 'dbnáiiobil^ Mií CaÈtf-
tltf»errãa}{ièfre; atfVifre; séif!d!HÚ^i^#)^ií-'
XMIÍíf i^ài iM^itieuírá^ éfiá BêàmiiMd
Gorpore» et Sanguini Domini nostri Jesus
ÊUrísti álienuà flai; è^ Ikt^tfii^abeat iaéva
peramè, ét In seéMafe ^áé^íiiHrlifbl ''"^' *^
Bgo Alfíiiiisòtíl>nx)õrr'ào^rá Kè|^iná1M%r
èiaádaviMLS, ettlh mémArrtám' praekèátiuti,
et futmv^tiin ttafâblik noèli^is tòbdfáifahâ,
et boiiârmamUSi eorám iúfra sub' scriptfs
'testibús. ■ • ''í'^ • •■■" '■ '■•""^' '■ • '"'^
t*ãcu Gbarta ápud GioKiQbrlán); erk i)df-
l^sima, c^nésf^na, octa^tniá' se^tá/liíé ^-
ginte mensis juIii,'Efeò Ald^fbnstid, Rê^Pof-
tugaiiae-^Ege Mafalda Regina contfrtno^iT.
Colimbriae Episcopos -^'P. Ptínu^alèndí!»
ípíscopns — í: Prior Perdinaódòs Donató-
rios Regis Guriáé -^ Pétrtts Pelagiiís Ceriáb
Signifer— Vérasctis Sahcius— GondisalVtts
Rodêricos ^ Alfonsus Menedfuá— Gondtsal-
vlis de Souía^Perdínaiidtté; testis— Pètrúl»
Alfonsus, testis—Guilhelmos, testis— Àlber-
tús, Goriae Regis Ganceiiarios.
•j
Doação do senhor rei D. Affonso ti
/ 1
'D; Aífoiíso por gra^ de^Deus rei de Pbi^-
tugâl, a vós meirinhos, jtdzes ô justiças' tfò
nosso reino e(^tòs, quaesqUèr que d*estò
bouvereni conbeeitíiento e a quem esta carta
fôT' mostrada, saúde.
Siabéi qtie^ o ábbádè e cobèfgòs do mos-
teiro de Cedefêftá; do pé da cidade dò Portò^» ^
nos' disseram tiu^ D:' Affòti^o, rei nosso se-
nÀior-e avô; a quem Detis aèlcreisceniè éixi
sua gloHâ, repairataodltb mèstéirà e aúõ-
vadamentèío dòtâra é lhe limítMi è dèii còtl-
to; mareado é 'dívià&do com divisiõéi éirctuil-
dadamente no teísmo id cotito de an^edbr dlí
dito mosteiro até ò' rio-Dburd, e máildáá í(
omhorgou <iue ò dftò eolitò asáibi dòtadofí-
eaisàe tfradõ 96 seusénhdrio èl'llos 6dtr{/i'
i^is quedpòs d^èlie^^^ésseitte 4tfe íbsáeúiáí'
rá èeiQpré lio dHò ikiòStéiyfi á lòtíVor htWli
ir^ VÍTgétà áWmtt» e S. Martinho, bisp^ W
Tnron, cujo é o dito mosteiro, e isto em "péi^
itfèdio'de'âua ál#^e da ráinhá' (kH múliíèr.
derèndeádó 'sdtr Uottènda^s' peií^as qúia íié^
ntom m beili"óu(ra'^á^òà^1h'òVÀ§^ ^^o-
\htíf\ t^mò itàú - 1 èbnthèbdb- Wi^ UAà fioi^i^
ção eéíná^àéih&intíBiíkiíi^^
á morte de el^rei nosslTpae, a que Deus per*
se julgaram por sentença para que os nos»
1
108
MAR
MAR
•ot juizes e meirintios não entnssem no di-
to eouto e «lusp^^seadaras, e que se tSfi
deixem entrar no dito rio e foz da barra da
jnesma ^'idade do Porto, aié Gallita, a bzer
pesca alguma, sem outborga áo dito abbade
e mosteiro, para assim laver os direitos da
dizima de todo o ppscado que se aeoltier oo
dito rio Douro e dito termo até GaUiza, as-
sim como sempre o boveram a se ha julga-
do e dizem também, o abbade e cónegos que
alguinas pessoas poderosas lhe entram no
seu couto contra dua vontade, oo que tem
damno a soa egreja e mosteiro, e ihe fazem
muitas sem razões, como nos devassos, e que
lhe Ui^urpam seu senhorio e jurisdicçào^ e
que lhe nao guardam seus privilégios e car-
ia de ei-rei nosse avô e pediram- nos por
mercê que bouvessetnos sobre elle ao dito
mosteiro remediq.
E nós vendo o que a. esta razão nos pedi-
ram, temos por bem e mandamos a vós que
cumpraes e façaes guardar a dita carta du
dito no»so senhor avô e sentença que sobre al-
ie tem. a dita egrf ja e mostnjro e tudo façaes
cumprir como nos dlios papeis é contbeu-
do, e lúu sitffraes uom consioiaes^ nenhu-
mas pessoas de nenhuma condição que
lhe entrem e devassem o djto couto e seus
mentados, nem ihe talhiem a^adeira que.hou-
vei;em dentro dp dito seu cç^to, nem Jhe de^
vassem os seus maninhos, nem lhe vão pes-
car e fazer pescadaras ao rio e seu distri*
çto até Gaiiiza» sem sua vontade» nem ihe fa-
rão algum dezaguízado de nenhuma outra
guiza, seb pena dos nossos incoutos e de
seis mil soldos que mandamos que pague
para nós qualquer que comra isso fôr. .
E mandamos a.vói que assim, o façaçs
cumprir, por ser nossa mercê de haver ao
dito mosieijco a^ardado e defensado em
tudo» pela guiza que na dita doação e privi*
legio e ^lentença é contheudo. Vós ai não
façaes.
Em testemunho d'este, mancamos dar ao
dito mosteiro esta nosfa caria de sentença»
Fernam Seares a ^ por iu)sso mandado»
em áantarem, a tn^s dias andados.de abnl»
mi de mil duzentos. i^ cincoentâ, e aei^. ,
uífMí Qif. fit^m p l^(or, lEUlA d^u pa au^.
mtegra as doações feitas pelos reis de M
tttgal,qQB aoecBderun a D. AÍiHittaD;Í
milando-me a dicer :
D. Affúmõ W, doou a YalMoe
abbaAe de Cedofeita (abbts de Gintela)
dirimo do peixe eoMnéo- nas varf^a (
do rio Douro, em ÍTmÊ»úb'¥«páugo^
ra de Abbade (aldeias sobre a margem
Douro) • um saveA tK)r cadatlva (I)
dos BoeoniQ- de Gampaihia, em tem
Gondomar. Bata doação é daiMla das
das de abril, dá era de 130? (IH» de km
Christo.)
D. DimTty estanda.. em Braga, eat1ioi«o«
um alvará (en 7 de jUUia de ISOO) ccpei-
dendo a confirmação ao abbade da collegiip(
da de Cedofeita, de Porto, do privilegio
aeu couto (as fregaesias de Gedofeiu e
çarellos) e que os olBeiaes do rei não
baraçassem a tiragem do sal das mar
de liaçarellee, que eram da eollegiada.
Esta alvará foi origem de
ves demanda» entre os ««is e
cónegos de Cedofeita» e
entre estes e os bispos do
D. Affámo /F, por uma saa provisão
3 de julho, 4a era de 136» (132S, o i:
do $eu remaáíHr^cmáo mm IMoa^ dia
Francisco, procurador do*cardeal abbade
Gedoftjita» lhe diz que «jpo conto de ^edafel*
ta ha uma aldeia chaolada Maçareile% s
que os homens que a'ella habitaai, Ytventt
sempre de pescaria» e que doe sáveis eáM
lampreias que peseam, no» tempo daa tt*
dainas^ davam a oitava parte», e que d'esMS
do ai, dão a decima á egreja deCedofeita^iS
não mais. E diz que esses honaens dodiis
togar» usaram sempre comnesco e ooqief
de Yilla Il^ova do Porto (VUUí.NwaM
Gaia) Qomo com.seias visinbos» jde qneúA
e§tes kMNuens de Odofeita, não ousam em
bir pescar np mar.nem no J^ouro^ nem bif
ã Galliza, pqrtar ifenar)- mflreandias (mer*
\cad(Hiasl ^issim como antes soiam pprqo^
dizem que os aohaquados {preiudicados^M
temem de lhe fazerem maLe dttfaguiaade-*
fi isV) (diz. o rei} não o (f^ho ea pof tW
se assim ê»tpelo que vos jma^o (aq§ Jmm
e ao akaid^ de Gaia) qqe os ditoa iipfaeaii
qp^ .jpofff^ .m djita oont^de CedoMia..
.'*
MAR
«
-«no logar de Maç^rellos que os deixeis nas
«âitas euQsas^ nstr codvoboo como até^oi
«nsaran, e jâo 'os» aehaqveia neia íaiçaés
«mal nem força, ete. ete.t
O rnismo m D. Affonêú IV, a i4'do refe-
rido met de Jnlbo, tamí»em oaiborgoa uma
proYÍ8ao, na qual seJé — •£ peálft-meon*
«trosiffii (o dHo piitcurad(fr FràúeUco) por
«mercê, que ea o mandasse que lhe goan
Adaasam^ as eartaadas tntítcèà que lea de
^Bóe 6 dos rds dV>ndenós vioios, como em
<»èUaft'ié oontheodo ; e eu, veoAo o qae mo
«l>edia» eptír querer^lhe fe«er graça e mer*
«cé, ontorgo-Jhe e confirme todas as gra^
«mercês, bemfeitorias e liberdades (\\íe nas
«ditas cartas sãò contheudai^S êtc. etc.
D, Pedro Ij estando no Pòrto^ outhorgon
em i2 de maio da era de iiQ3 (1365) uma
provisão, na qnal dixr— «sabei^qne a miai foi
"•qoerelado, pelos cónegos e cabido do mos*
«teiro de S. Martinho de Cedofeita, do pé da
«cidade do Porto, que nào podia bayer todo
«o derradeiro ^romprido effelto, por oaja*«
«■es e ofiSciaes dás minbas justiçaa, para o
«seu mosteiro e egreja haver a dbima da
«piescadara ^ne- se coibe do mar em fora»
«até Galiiza, como sohia haver, e jsmpre o
•b^averam/ enforca da carta do senhor rei
«D.. : Affontó, etc^, etc . ^ . £ f.qne ^ oõtrosim
«lhe devassavam a pescaria do rio esen
«oonto, e os seus oiaainbos e montados, fa^
«sendo^lbe oatras semmSes e desaguisar
«do8^ «tcVeié.»
>TeiWna por confirmar .iio mosteiro» de
Cedofeita todas as suasantigas^ dòbçães e
prmlegio/r. :- ' '
B, Jbãe /, esia&do so* Porto, eonfirnon,
per- alvará de 7 de outubro dá era de li^
41385 da JisasGhnsto) â collegiadade Gé«
dofeita^ osdilos privilégios e doaçdes. ' m
D. Duarte, tez o mesmo, em .5 dè dezeofe*
bro do anno de 1433.
• D. ÀffáuoV, etb'.i7 dtf març»^ do anno
de 1439. •
'■'.ijhda confirmou este álvar^por ontrô|.
da^o em Camaraiej a 30 de 9g03to, do me^.-
m>auioi de t439. •
• n:João 11, em 'Setúbal, a 7'dè sètembfò
(fóitói. '* • •; ' ■; ';
\ 1'
M'
•• r • : •»
MAR i09
A antiga freguezia de Cedofeita era 'mui-
to , mais vasta do que aetuaimente, pois
comprehendia no seu âmbito o seguinte-^
principiando no fim da actual rua da Rai-
nha (antiga esteada do Séricf^ oode ha?ia um
maiwo^ corria a medição peio Monte Pedral
até ao Carvalbldo (aioluai ma da Naiária)
tudo da parte do N«, confrântando com Pa-
ranhos.
■
Do Garvalbido cortava a medição para a
rua<ia Careereira, até Cova dò Monte, fím.da
quinta dos Wanzellére», tudo do lado do Q.
(do mar) pariíndo com Ramalde, hindo do
mesmo lado, fazendo uma curva, aié perto
da propriedade do Saliibert, alé uma casa
térrea que está á esquerda da estrada de
Lordéllo. D^alli seguia até terminar no rio
Ddure. D'all| cortava na direcção de E., pe-
ia margem do rio, até á calçada de Monchi-
que, que era toda dVsta freguezia. — Seguia
pela travessa da Bandeirinha, comprehén-
dendo o célebre paíaciò dos Cunhas (Ban-
deirinha) e a sua quinta. — Subia a rua dos
Carrancas, que era só doesta freguezia o la-
do esquerdo (o direito era da freguezia de
S. Pedro de Miragaia.}— Dirígiase a medi-
ção até ao adro dos eufurcadòs, partindo ahl
com a freguezia de Santo Ildefonso, e se-
guindo pel^ rua dó JPaço, lado esquerdo, bia
até à cerca dos frades do Carmo, e d^ahi,
pela travessa do Carregal, a topar no cu-
nhal do hospital dò Carmo, oude estava o
marco divisório, que • separava do de San-
to Udefonso, bindo cpnforme á configuração
da piiaçâ dos Ferradores (boje de Carlos Al-
berto} até' ao cunhal da casa dos Viscondes
de ÓahemSò (tio)e propriedade dos viscon-
des da Trindade} fado esquerdo, e em volta
do muro (onde agora ha um jardim) até a
rua. das Oliveiras, e d*esta peia riia da So-
vélíá (hoie dos Martyres da Liberdade) at^
ao campo' ds Santo Ovídio (hoje dá tíe-^
generaçio} féío lado esquerdo da rua dà
Lapa (antigamente Germalde) e d*ahi pela
ra^ da Rainha, Mdo esqueiido (0.). até onda
princijjlou esta medição. ,^ . ,
Jlsla 'med^jãD» .qQia.era.a<pi!ÍBiUtÍTa» foi
alterada no maiáisr dd sefculo JLVi^ quanda
se creou a freguezia da Boj^ Viagem (Maça^
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reUps) qae todam fieoa sendo filial de Ge*
dofeiuu
É Cedofeita uma das flregaezias goAinais
tem prosperado e time mais se' tem desen*
volvido e ampliado, Ha eidade do Porto.
A estrada — raa da Boa-Vista, ama das
mais bonitas do reino, e com certeza a mais
comprida, pois virá a ter 5 kilometros de
comprimento, é n'esta freguezia.
^ É n'eâta raa o bello iiospitalinili^r, con-
spraido segando tpdas às regras hygienicas
indicadas pela sciençia moderna, e qae está
^oasi conclaído^ contendo já todos os doen-
tes da guarnição.
A nas 400 metros ao S. da raa da Boa
Vi^ta, é o cemitério d'Àgramonte, o melhor
e inais formoso e moderno da cidade do
Porto. É ama vasta planicie horisontal, com
bonitas vistas, tendo ao centro ama formo-
sissima capella, de architectarãgothica^ejà
aqai se vêem laxaosos maasoleas. Foi pri-
meiramente cemitério dos irracienaès.
Muitos ediQcios antigos e modernos, de
grande magnificência, estSo situados n'esta
. freguezi^, sendo um dos príncipaes, o palá-
cio dos Figu^irôâs, que, por herança, per-
tence acluaimente à sr.* condessa de Rézen-
de, viscondessa dè Beire. Tem' dois peque-
nps jardins aos l^dos da, entrada priucipal,
aín vasto e bonito jardiqa ao O., segoido de
am grande parque, lambem ajardinado, e
depois uma quiata, que é a maior que se
vé dentro da cidade. Ao fundo da qaint|i
(raa de Cedofeita) dá entrada para ella, am
soipptuoso pavilhão de cantaria, tendo na
fachada as armas dos FigaebrOas. Está porém
en)i abandono, e precisando ardentemente de
reparos. A freote da quinta olha para o vas-
^ Capipo de âainto Ovídio, çnde está o quar-
t^i de infànteria ,nl* . 18, que é o melhor e
n^âior do t^orto.^,, i
|A rua de Cedofeita,. é também ama das
mais extensas da cidade. ,
Segando Agostinho Aebello da Costa (Dei-
crip. Topogr, e HisL da cidade do Porto, pag.
44) tinhai cita. fiiegCMuav em £787, 805 fof^os,
Sid89 liOBièiis» e i:6» mmUieKs.
Tado o mais que se desejar saber d'esta
frecottia, 6 que se não aeha upà^
deseripçào da cidade do Porto, onde se dst»
procarar.
KARTmHO (S.>-^Vid6 Arvart^ Camf^
Bimgmáú, Rtcmnhos, Chans, GcMÃara^ JHw-
r€ e Mowám.
MARTDilO DA CORTIÇA (&)— Vida Car^
tiçcL, ajÃg. 401 do 2j> toL
MARTIKBO Ifi COORA (S.HV^id6 COHML
MARTINHO DB M0QR08 (&HvUla, Bei-
ra Alta, eooMurea e coocettio de Bézeaéit^M
kilometros ao NO. de Lamego, 335 ao K. èi
Lisboa, 550 l^gos.
£m 1757 tinfajk 4^45 fogos.
Orago S. Martinho, bispa
Bispado de Lamego, districto adminisfin-
tivo de Viseu. . < ; : .
A oniversidadedeGoimbna apresentado
reitor, qae tíàhà 3M00O réis de côngrua «
o pó d*altar« i
Houve aqoi a honra d^Caríkuos^ Riflai
foi morgado, Luiz V» Cardoso dd Meneie^
tronco doa Cardoso» do Amaral, e dosAma-
rites Cardoaos, dos OtUvaes, no termo deLis^
boa; de Viseu e outras lerraa. Ainda aqui
é o solar, dos Cardosoa. * . • >:
£m 1S95, dea o mostetr» da SahódM^
carta dê foro. ho^ iogar de ViUa.Qiani .na ai*
deia de Quou^m»^ d*eB|a ireguetia.-^ Segui*
do esta carta (foral) nao pagavam os nw»*
dons de Villa Chan^ ao rei^ eós nemooifta
(coima) salvo de rottso (violação da moMiar)
homem morto (iiomieidio) e fnerda m (môOL
(Viéd Merda' em bôcca)^ . -w^
Nas Inquirições reaes, de 1258, ae neba*
ram três easâes, que a-^rdemido Hospital
tínha, tt^esta freguezia» no Iogar defiorlngééi
(hoje Porfiisfé»).perteQeen)tes:A.commendl
de Barro — quae fuerunt de Mímho (senhor)
doffino Egea. t .
a
t j(oa seenios Xil e^XUi, se dav«« Mo*
roso tratamento de meonaemeana aseflM^
raa de Idade avançada, ou a viavas.(àiaâi
qae fossem novas) da primeira nobresa. Wbo-
na ou fubana, vinha a ser o mesmo iq^«N^
dama ou madona. Com o (temt>0} meemam
\%io a corromper eoi mana^ com • « me^fo^
significação ; e por fim, mana veio a signi-
ficar irmún (qaando a esta se queria sn^tf*
car ama expressão de mimo).
Boje» moita gente diz^mtiiAa mania^
'MAR
BgaslEòDiz 6 sna tíitilher, t). Dòrdla; com-
praram áJoSo Súnilo e súa mulher, Élvli^a,
~èm il€5, tíma hef dade, em Pàrétaes, de S.
'Martinho de Ifonros, por IO módios, Jà os
nte^mos (Egas Moíiiz e mulher) (inham com-
prado no mesmo sitio, outra herdade, a Joab
^ sua mulher Jalia, em 1099. {D. Dórdia,
morreu antes de ili6). <
A Vilia de' S. Uartlnho de Mouros, foi ca-
btgça de concelho desde os primeiros tempos
dá no^sa taionarchía; que fòi supprimídò em
^ ãe outubro de 186$.
A rainha D. Théreza, regente dó reino,
tta menoridade de seu íllhò, D. AfTonso Hen-
riques, deu foral a esta villa, no 1.* de mar-
ço de Ittl. (Maço 8 dos foraeà ántígò^, n.*"
6. Acha- se impreáãío, com os Costumes^ no
tomo 4.<' de inéditos de Híst. Põrt, p^. 679).
B. tfanuel lhe deu foral novo, ém Lisboa,
a 20 de outubro de 1513. (Livro dos fòraèè
iúwos da Beira, fl. 83 v., coL !•)
Aqui nasceu, em i^^4, D. José do Coração
de Varia, cónego da Sé cathedral de Lis1)oa,
que falleceu B'esta cidade, e em abril de
Í874. Era um varão de muito saber e de
exemplar virtude.
Está a freguezia situada eín terreno acci-
d^tàdo, nas vertentes septenirionaes do
monte do seti iiotne, sobre a niargem es-
qUètda do Douro, a 7 kiloiotiétros ao Ò. da
vtila do Poso da Régua, e quási em frente
da villa de Mezão-Frio.
Ê freguezia t)ppulosa, cohtéhdo uiú éx-
quando falia de sua irman a um terceiro ;
mas é tolice.
Tddo islò, mktátié tnftídHâà, lekh àppllca-
{io S9 sexo maseldino.
, 4 MódiQ^ era uma' medida agraria .(mâio>
0 também èe suppõe ser certa mo^ anti;
fô, que existia ainda nos sécúIôí*XI'e XU.
O módio, quer fosse medida, qtt^rníoédá,
ifio dra igual em todo o reina Cúíoaf mM-
4|» «n uiEMa partes eiyi um almudt^.amo^*^
trás um alqueire^ e em outras, muito mais.
Eu supponho qtie fàâdw, moeda, éti o va-
krr em ofotíefifo, equiratehte ad ^^ío; nhe-
éÈkf datetfn^wqoa o emivaotaso nttria.
< Yide^a palavca i/mmí^ia^pag* 157^ 1.^
eol, do i.« voL, onde trato d*isto mais eif •
enmstaociadamente.
iíM
111
1 ' 'A.
tenso território. Confina ao N. com o ri
Douro ; ao S., com as freguezias de Pcnude
é Almacave (esta jà dentro da cidade de La-
mego) ; pelo E., com a freguezia de Ba^r^;
e pelo 0. com as de S. João de Fontoura e
S. Pedro de Paus.
O seu clima é am^no e saudável até meia
encosta do monte, bóias áspero o desabrido
d*ahi para cima, até á raia da Penéda, com-
prehendèndo parte da serra áas Meadas JqfXf^
de inverno está coberta de n^ve, em quanto
que na parte inferior da freguezia (margem
do rio) se goza de uma temperatura agra-
dável.*
freguezia antiquíssima, pois, como diz
o próprio nome, foi de Mouros; mas cré- se
que data de tempos mais remotos, e que já
fora povoada pelos godos e romanos.
A egre]a mairjz é um templo respeitavel|
de construcção goihica, e muito antigo, mas
muito bem conservado, por ser todo de gra-
nito. No arco cruzeiro se vé a jlata de— 707—
mas é tradição firme que remonta á occupa-
ção dos mouros, e que fora obra d^elles, co-
mo outros muitos templos da peoinãula.
Tem esta egreja uín órgão que passa por
ser o melhor de toda a àiocese.
à Universidade de Coimbra pertencia o
direito d* padroaáo, e os parochos d*esta
egreja apresentavam os de Gosende e S. João
de Frontoura, e nomeavam os oito benefi-
ciados do seu coro: mas tudo isso passou á
historia. Rest^ porém, ainda um bom pas-
sal, doação da condessa de Marialva, D. Bri-
tes.
No sitio denominado' o Castello, suppõe-
se que tifèram os mouros (e talvez os go-
dos ou romanos) uma fortaleza^ e alli sei
admira aíndauma gruta espaçosa, (j|ue tem
sido visitada por diversos, mai.que aindfí
naò foi convenientemente estudada*; e em
òutrbs muitos pontos doesta freguezia se eii-
còn(ram vestígios de remotíssima ocçiipaçaç).
Esta freguezia t(Ã muitos ánnos sede , da
um concelho independente, coni seu tribu-
nal, cadeia, pelourinho^ etc^, e, teve um ftm-
plo fprái com grandes isentes e p;riTUé;'
l^os, concedido péla rainha D. 7[l^eraa"e,o
ín&hte D, Allfô.íso, sèfn' filho. líà& dfisaQ o
aáno de léSi foi esicórporada no conieího e
112
MAR
Comarca de Rezende, d*onde dista 5 kilo-
metros.
Ba n*edta freguesia casas antigas e famí-
lias maíto notáveis. A casa do Paço dè Car-
doso, tão antiga como á monarchia pprtu-
gaeza, senão mais, é hoje propriedade do
sr. Ascensio de Sonsa, presidente em Li;<boa,
e descendente' dos antigos e muito nobres
condes de S. Martinho.
A casa de Porto de Rei, que foi de D.
Chrystovao de Noronha Mello e Faro de Bar-
reto; feita por nm seú antepassado, Tice-rei
da índia, é nm dos palacetes mais notáveis
que se encontram nas margens do Douro, e
teve uma custosa baixeUa; mas em toda esta
freguezia a casa que hoje mais avulta é o
palácio da Soenga, do ex."* sr. D. Joaquim
d' Azevedo Mello e Faro, sobrinho paterno do
muito illustrado sr. D. Frederico, lente ju
bilàdo de direito, na Universidade de Coim-
bra.
Casou o sr. D. Joaquim con uma filha do
sr.' Francisco Carlos, de Penalva; tem suc-
cessão, e é um cavalheiro que dá lustre á
sua nobilíssima família, alliando à nobreza
herdada a nobreza própria, pois é um cida-
dão probo e muito illustrado, e um distincto
amador de floricultura e horticultura. E suc-
cedenòo, como único alho varão que era, na
casa de seus páes antes da abolição dos vín-
culos, posiiiue uma boa fortuna.
Um dos monumentos que mais distingue
esta freguezia é o Sanctuario do Senhor do
Calvário, na aldeia da Feira Nova, cuja ro-
maria é no ultimo domingo de agosto e a
mais notável d*esta província, depois das de
Nossa Senhora dos Remédios e da Lapa.
Alli aflDue n'aquelle dia extraordinária
multidão de fieis das freguezias circumvisi-
tibas e das províncias lemitrophes, até gran-
de distancia, podendo calcular se em réis
ISOOMOO por anuo as offertas, stmma que se
empregrnas obras do sanctuario e nas des-
pezas com a festitidade, sempre muito so-
lemne e apparatosà.
Por Occasião d*esta romagem^ tem bavido
aqui ndiíitas desordens, apezarde vir todos
OS annos de Lamego um destacamento de
70 a 80 praças, só para polijciar o arraiaL
Oa povos cirôumvisiohos, costumam ir
MAR
D*aqneUe dia á fçineção, agrupad»», e oomo
que arregimentados, levando por musica lun
enorme bombo, duas ou três violas^ íerri-
Dhos, um clarinete. e duas rebeca-s tocando
a clássica chula da província, e á frente, dan-
çando ^m columna^ dois a dois, ás T^Tem por
espaço de léguas e caminhos dialMjiíoaa» os
moços e moças mais janotas da t^rm, eapii-
chando em jque o seu descante dé na. vista, e
distinguindo se sempre entre todos o descan-
te de Rarqueiros (freguezia fronteira» e t^nt
natal do infeliz dr. José Julio)^ peia força e
garbo com que $e apresentam, e pela gene-
rosidade em distribairem grossa pai^adaría
ealgo más, quando. alguém pretenda contes-
tar-lh^s a primasia— não trepidando mesmo
em frente do destacamento inteiro.
É realmente Barqjueiros, uma terra de Ta-
lentões, como poucas nas margens do Don-
ro: e embora entre elles baia attritos edes-
intelligencias^ n'aquelle dia cessa tudo para
formaram no imponente descante, e darem
as leis no grande arraial do Calvário.
Esta aldeia, denominada Feira Nova^ é
importante. ,
Ha aqui feira nos dias i e i3 de cada mez;
praça duas' vezes por semana, e muito com-
mercio, pois tem sete lojas bem sortidas á»
fazendas diversas, riyalisando algumas com
os bons estabelecimentos d^s grandes cida-
des;— nomsadatnente a loja do sr. Narciso
Ferreira Bastos^ cujo movimento^ occupa per-
manentemente cinco pessoas no serviço do
balcão. . .
Falleceu ^qui ha annos, de provecta ida-
de, Maria Joaquina, que do seu casamento
com Luiz de Magalhães deixou prodigiosa
descendência. ' ^
Quasi todos os habitantes. actuaesd*e9ta
aldeia, são filhos, netos^ bisnetos e terceiros
netos da tal sr.* Marfa Joaquina, a muiCo co-
nhecia Tenáeira da Feira JVot^ó, respeitável
matrona que, sentada no seu pateo, dizia
coiQ orgulho e muita satisfeiu que, se-de alli
erguera a vós; podia reunir um batalhão dê
pessoas, todas de sangue seq.
Tem. também ^ta ^Ideia, eorrejio diário.
EsUtifreguezia^éaque dâoiiialo aot^rs^
Condes de S.Martinho, do ái)|)«ll9do SeqcM'
ra Freire.
í ••
.• ' «•
MAR
MÂR
fl3
Êm 7 de fevereiro de 1875, falleceu em
Lisboa, a sr.* D. Maria da Graça Lobo da Sil-
veira (da Doblissima easa dos condes-barõeis
-^hdje marqaezes de Alvito) condessa de
S. Martinho.
Erá uma senhora virtuosa. Tinha nascido
em 1800.
Snquftira é nm appelHdo nobre em Portu-
gal, cuja familía descende de' Gonçalo Annes
Redonda, cagado em segundas núpcias com
D. Urraca Fernandes, dotada com a quinta
e honra de Sdqueira^ na freguezia de Santa
liaria de Sequeira (termo de Barcellos, an-
tígamt^nte, mas hoje concelho e eemarca de
Braga.) '
Tomaram seus descendenties, por appellído,
o nome da quinta, onde fizeram o seu solar.
'Trazem por armas-^em campo azul, cinco
vieiras d*) ouro, em aspas, realçadas de ne-
gro. Elmo de aço aberto, e por timbre, 4
plumas asues, guarnecidas de ouro, com uma
das vieiras das armas no meio.
D. Fernão Rodrigues Sequeira, foi mestre
de Aviz, no reinado de D. João I, e tem a sua
sepultura na egreja do convento de Aviz, na
qual sepultura se vé o escudo de suas ar-
mas, e aos quatro cantos, as armas de Ga-
láirava, de ouro e negro, e sobre ellas um
penacho. Timbre, uma arvore da fofiuna,
com a legeúda :
AVES, AVIS. '
SEQUEIRA SEQUEIRA.
• Para a família e armas dos Lobos da Sil-
veira, vide Alvito.
ICÁRtlNHO DO BISPO (S.)'— freguezia,
Donro, concelho, cx)marca, e 3 iLÍlometros ao
O. de Coimbra, 205 ao N'. de Lisboa, 800 fo-
gos. • '
Em 1757 linha 703 fogos.
Origo S. M^minho, bispo.
Bispado e dístrícto administrativo de
Coimbra.
O bfepo-Coftde (de Coimbra) apresentava
a vigário, qúe tinha 200^000 réis de rendi"
mento.
È uma fregiftf^zia grande, rica e fertfl, em
tedos 08 géneros agrícolas, produzindo oquí-
Id bom vinlio.
Ê abundante de peixe do Moadeg« (que
lhe fica próximo) e do mar, o qual lhe vem
pela Figueira da Foz.
MARTINHO DO p£S0 (S.) — freguezia,
Traz-os-Hontes, comarca e concelho do Mo*
gadouro, 30 kilometros de Miranda» 450 ao
N. de Lisboa, 150 fogos.
£m 1757 tinha 95 fogoi
Orago S. Martinho bk^po.
Bispado e distrícto administrativo de Bra-
gança. ;
O real padroado apresentava o abbade»
que tinha 100^000 réis de rendimento.
MARTINHO DO PORTO (S.)-villa, Extre-
madura, comarca, concelho, e 15 kilometroa.
de Alcobaça, 95 ao NO. de Lisboa, 300 fo-
gos.
Em 1757 tinha 193 fogos.
Orago S. Martinho,' bispo.
Patriarchado e districto administrativo de
Leiria. .
'0 0. Àbbade geral de Alcobaça apresen-
tava o prior (por ser esta uma das viiías doâ
seus coutos), tinha (o parocho) de rendimep-
to, 1 alqueire de trigo de cada fogo..
É porto, de mar. A sua barra está entrd
duas serras formadas de grandes penhascos.
Ainda no século XVilI, aqui entravam
naus, e aqui mesmo se construíam. Hoje ape-
nas aqui podem entrar biates, r^cas e eip-
bareaçdes miúdas; e ainda aqui ha um es-
taleiro para vaàos doesta ultima qualidade,
N'este porto embarcam os productos daa
fabricas da Marinha Grande, e do pinhal de
Leiria, que para aqui vêem por um cami-
nhe americano. (Vide Marinlm GrçLndí.)
' Dista está villa 3 kilometros ao N. de
Alfeizirào, em um alto, junto a uma serra^
que, pela parte do mar, continua até S. Gião
(S. Júliâo.)
O mar, entrando por entre os penhascos
da barra, forma do lado da terra um braço
de mar, ou enseada, cem 3 kilometros de
•clrcuajferencía. Dão a esta enseada, vulgar-
mente, o nome de concha.
A sua profundidade é muiro pequena, tei;i-
do' i^ctnalmiente na barra, apenas uns. 5 me-
tros, quando muito.
A largura da barra é de uns 290 metros,
e o seu comprimento não excede a l:i 10 me-,
tros.
114
¥AB
A 1:500 metros aio O. âaeoncAa,]ào;mar
tem mai3 de 40 metros de profaDdida4e.
Em eras remotas, era este portp. impor-
tantissimo, pois aqui afilaiam muitas embârr
«ações, éstendendo-se então as margens da
enseada atá à rillá de Alfeízír^o; como cons*.
ta de documentos do cartório do real giestei-
ro de Alcobaça. No principio do seçulo XYI,
vindo aqui um syndieo d*aquelle mosteiro,
encontrou 80 navios fundeados.
Fica o porto entre Nazareth e a lagoa de
Óbidos, e a iO kllometros dás Caldas da Rai-
nha.
I^os mappas hydrographicos ainda se dà
a este porto o seu antigo nome, qu^ era
Sallir,
Era de urgentíssima necessidade a desob-
strucção d*68te porto, para que elle e a villa
tomassem á sua antiga importância.
• f
0 1.* foral d*esta^ villa lhe foi dado em 1295,
pelo D. Abbade de Alcobaça. (Livro Preto,
da cathedral de Coimbra^ fl. 89.)
B. Manuel lhe deu foral iiovo, em Lisboa,
no i.*" de outubro de i518. {Uvro dos foraes
novos da Extremadura, fl. Í34, col. l.*— Ve-
jam-sè apontamentos para o seu foral, no
lúaço i.*" de foraes antigos, n.* i^,°)
Consta que nos fins dò século XVli, 30
construíram n'este porto, as naus Nossa Se-
nhora de Nazareth e a Olweiíinha, ambas de
60 peças, e que rio principio do século XVIII
também aqui se fizeram 2 fragatas, de 30
e tantas peças cada uma, sendo constructo-
res António da SiWa e Manuel Vicente.
Também corista que foram aqui fabrica-
dos á maior parte dos vasos de guerra com
que o infeliz rei D. Sebastião foi inva^ir^a
Africa em 1578, e que deu em resultado, a
desastrosa batalha de Aleacer-Quibir.
A villa de S. Martinho do Porto, é peque:
na, mas bonita. Estendese em amphithea-
tro, á beira das aguas plácidas da concha:
O vetusto castello que defendia a barr^,
está ediflcado em um morro alcantilado e,
por isso, de incommodo accesso.
Está em ruinas, como quasi todas as nos-
-SBS fortificações.
EçEi o«tro lAPpte não menos p^nhMOWo
do que o do castello, .está a capella de Santo
António.
Tanto d'este sitic^ como da.velha fortale-
za, se gosa um imponente e vasto pai^oran^
Sobre outra píncaro elevailQ, está 9, enpida
de S. Domingos, que serve de guia> aoa na*
vegantes do alto mar« que demandam o por-
to. O povo tem por devoção aceender uma
luz n'esta •apellinba, para que se avistô^dt
mar^ e os marinheiros se guiem por elUi
. MAR^THESf— fregu,ezia, Alemteio, cornar^
ca de Niza, concelbo e 6kilometros do Cat
to» 190 ao SE. de. Lisbo^ 120 fogos.
Em 1757 tinha 91 fogos.
Orago Nossa Senhora dos Martyres.
É nO, grào-priorado do Crato, e por ia»
annexa ^0 paitriarchado, di^trl/^to admiius-
trativo de Portalegre,
O grãorprior do Crato, apresentava o <%k
ra, que tinh^i. 150, alqueires de pãp e 1 pífia.
de vinho.
£ terra Xertil em cereaes.
MARUJA-rVidç UerHJe.
MARyiO-- ribeira, Aleratejo^Vide^Sf-
vêr, rio.
MARVÃO— villa-rpraça d'armas — Meor^
ie]% comarCfi, e 12 kilometros ao NE- ^
Poralegre, cabeça do concelho do seu nomdf
10 de Araménha, 6 kilometros ao SE. de Gasrs
tello de Vide, 180 ao SE. de Lisboa, 360 fo-
gos.
Em 1757 tinha 353 fogos.
Orago Santa Maria, (ou Nossa Senhora da
Estreita.)
Bispado e districto adipinistrattvo de Por-
talegre.
A telha poucos aqnos, teve duas íregnezia^»
Nossa Senhora da Estreita, com 114 to*
gos.
O grãoprior do Crato, apresentava o prior
que tinha 500^1000 réis de rendàmenlo^
S. Thiago, com 139 fogos.
O parochQ era também prior, e da mesna
apresentação;. tjn^a ClOOi^GOO r^ de rendi-t
mento.
O concelho de Marvão, é apenas eompoio
de três freguezias (todas. no bispado de Por-
talegre)—Araménha, Areias e Marrão; iodai
com 960 fogos*
MÂA
Está situada sobre à escarpada serra do
<ea teme (o HmmríniMiniMr des romanos}
com 3 kilometros dè soMifti (tOO 'metros tO'
bre o nível do mar) da qual se goza um yasto
panorama, Tenáo-se a serra daBstrella, (o
Herminius maior dos romanos), a serra de
Béja^ muitas povoações, «toontes e -valles.
Esu^ praça é áa raia, a 6 kilometros aa O.
da Estremadura haspanhdla. (A povoação
do reino visinho que Ibe fie» mais próxima,
é Yallença de Alcântara, a i2 kilometros ft
O.)
\â povoação antiquissima, fundada pelos
Avrmtnm (povos 'da serra «da Estrella) 44
ailnos antes de Jesus Ghristo, com o nome
áelAremenha. (Vide esta palavra.) Outros di-
vsm que o séu primeiro nome foi Meióbtigá.
•Piareceiqoe os mouros aqui fizeram gran-
de mortandade nos ohristãas, ^ándo inva*
diraiDa Lusitânia, em 7i5, e que os que «s*
caparam, se foram refugiar na serra..
Bm 770, Jfortfan ou Manoan^ mouro (afri*
cano) senfaor de GoimiNra, a mandou povoar
dando -lhe o seu nome.
<<i . Jlfart4(m, é palavra árabe, si-
gnifica—suave, agradável, ame«
noi ete.
D. Affonso I a tomou aos mouros, em 1166.
D. Diniz, 11» mandou construir o sen cas-
telio, e cercou de muralhas (banhadas pelo
rio Aramenhc^^ em 1299. -
: Tem Misericórdia e hospital.
Tiáhá vato^m cortes, com assento no ban-
co 11.^
Pára dos muros ha um mosteiro, que foi
de. frades franciseanos.
< Foi xoN^o do remo (ou de hcmsiadot) in-
stkuide para reftigio de malfeitores, que
aqui^não pediam ser molestados* (Vide éTdu-
/a. a pag. i415, èol. I.*. do t^ volume.)
Estes coutos foram abolidos
por uma lei de 1790 ; maS' fn-
«ventaram^^se as cartas d» seguro;
vindo < a' ficar a emenda' peior
que o sonetd. ♦« ' '
Segundo alguns escriptores, era aqui o
assento da ctiebre cidade romana, por elies
chamada Medobtica (corrupção de MedoM*
ga,)' '
tf eerto que por estes sítios tem appara-
MAR
115
t i
eido muitos restos de construcções roma-
nas, e Outros .vestígios do seu tempo.
Em uma quinta do seu lerme^ que foi dos
marfilesos de Tattcos (oondes da Atalaia)
se tem encontrado muitas. amphoras^ dobar?
ro, aiedaihas, inscrípçdes e outras antigui-
dades de grande valor archeologico ; assim
como restos do grandes edifioios soterrai
dos.
* Dentro da- villa ha doas dsteraas, uma
das quaes pôde conter agua para foroecer
por 6 meies a guarnição da fortateta e os
habitantes da villa. Está no castello, jtmto á
entrada. D'ellas se fornecem de agua os mo-
radores da villa.
A mais pequena é de agua natira.
Também se vae buscar agua a uma fonte
que fica nac encostado monte» próximo ao
caminho que vae para a vilia. .
JD. Sancho II lhe< deu o seu primeiro fo-
ral| em Í2S6. (Maço 11 dos foraes. antigos»
n.« 9.)
D. Manuel lhe deu foral novo, em Lisboa,
no l."" de junho de 1512. {Uvro dos foretes
novos do AíenUejOf fl. 67, cql. 1.*)
Os condes da Atalaia (marqueses de Tan-
cos) eram alcaides-mores, hereditários dl
praça de Bfarvão.
O braaão d'armas d*esta villa, é— em cam-t.
po azul, um castello de ouro, e sobre elleo
escudo das Quinas portuguezas, entre daa6
chaves.
.• • . • *
É a serra de Marvão um ramo da sennu
de Portalegre, e no .plató de um dos seua
mais allos ci^tbeços ó que está situada a vil**
la e a fortaleza.
Para oN., S. e O., é todo o monte forma-
do de rocha viva^ e como que cortado a*
prumo, até um profundíssimo valle, coifti
taes quebradas e tão escarpada penedia^; '
que o accesso é impossível por allí.
- ftobe^e pai^ a villa pela parte de leste,
onde o mofite nã^ tem rochedos e se eleva com
um declivcmenok precipitado ; mas, mes-
mo assim, ha apmas para a subida duas'<
calçadas, :ingreme8, tortuosas e de penosoo
transito. ' '
• 1
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i
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í.
r- 1.
» «
116
MAR
Gomo a froBteira ó doeste lado, sao aqoi
IB prioei)Hie8 fonfflcaç^ da prai^'.
Bes omros três lados é €lla lerrivelmeiíte
inexpagnavel por Damreia«
A prlfoeira muralha esUr constraida ao
l&iido do monte, serviod^-lhode ftjsso o rio
Mamenho : df^^^tro dá villa e a O. (i'ella es^
tá o cadtfUo com aens baluartes.
Domoiô a guerra dos 27 anãos (de I6&0
a 1668) foram. eoDcertadas as fortifleações
o 86 lhe fizeram algumas obra^ segando o
systema meídernoi
♦ * '■ . ' '.
Ha na Tília 4 ermidas.
De vários 8iiios da vilia se deseobre um
dilatadiSKlujo hurisonte, como já âca dUo.
O rio Aramenho, rega e fertijiia os cam-
pos circnimvisinbaSy onde ha aigomas bor-
las e poniartí?.
Ko termo; ha abundância de cereaés, le-
gumeSf fructas e azeite. Cria-se por aqui
bastante gado de toda a qualidade, e nos
seus montes ha abandancia de caça, grossa
6 miúda.
I
Feias immedia^es de Marvão* se teem
descobrido' varias mioas de ediâcios anti-
quis{iiiii08, era uma vasta extensão de terre-
no; o que prova ter aqui havido uma cida-
de ou p(»voação importante. Sf^gundavarius
eeeriptores, foi a cidade de Mi^dobnga, po--
rta o padre Luiz Cardoso, 4a congregação
de S. Ptiilippe Nery, e um dos nossos mais
esiudiuâO:» aiTheulogos, diz que era aqui o
assento da velha cidade de Arménia. Fun-
da-se elle em o nome de At^menhà dado á
Tília p/(txinia, e do de AramenhOf dado ao
rio quH pas^a na vilia.
SaivO o devido respeito a este illastre es-
cripior, não me conformo com. asna opi-*
Diài>. É davidvsa a existência da tal cidade
de Arménio e ainda mais duvidosa ;a sua
situarão.
Quanto á significação da palavra iárdmé-
^UiUy uão é preciso hir busoii-a á A^ia ; pois
soantigu lusitano i^mos herminho (que os
romanos alatiuisaham lázendo heititímó) e
qoeé uin a^ijei^fivo, significando áspero, ru*
de, iutratavt I, etc.
Para ev.tar repetiçõís, Teja-se o que di«
MAR
go com respeito a Medebriga è àramméã, a
pag.'2t6, 227 6 229 do l.« Tohune.
* RedfciílcaçãD luMorioa
Entregando ao dieCe do estado o aatogra*
pbo do auto de iaangaraçio da estatua de
seu augusto irmio, em-Castello de Vide,di|p
se o senhor António Mareelltoo Gamlha
fiello : (29,de .setembro de 1873.)
tSenhor 1 Este Tdho, qne sincera e eop*
deàlmeftie se confessa muito boorado, por
se achar na presença de vossa magestade^
foi quem lembrou aos seus compatriotas di^
extlio em Hispanha, em 1833, a iieeessida*
de de tomar a praça de MarvM, feito qaa
se realÍBou na madrugada do dia 12 de de-
zembro d^aqutlie annOi Foi eile o teroeir»
que a escalou* e.qnem pouooi dias depoi»
se encarregou de voltar a Hespaoha» paia
obter o» meios necessários á eonsenraçãoda
mesma praça alé aa fiku da lacta» que eniãiK
se travava entre irmãos 1>
(Diaiio.do (TotMTtio-rsabbado 25 de. abril
de I87i) .
Quem lér esta breve narrativa, em que o
sr. António Maroellino se pavohea de Aatvr
escalado Marvão^ dcTO naturalmeuie ooo-^
cluir, que, na madrupda do dia i2 de ds-
zt^mbro de 1833, se pelejou sangrenta bata-^
lha junto das muralhas . de tão formidável
furtakza, na Qual se entrou jkt aoakuÈal
Mais se convencerá ainda o leitor de <tus
seriam necessárias, em Caaianèa faição dt-
meroHas forças aguerridas e grainde mate-
rial de siiioy para se lúíúut.poi^-esóalada âo
uutavel praça, se Uver alguma noticia das
naiuraes e importantes eondiç5es de defrza^
que possue, e a toruarati ceicbkHnas guer-
ras qUe temios tido com os nossos visiohos^
A verdade pcNrém é que na tomada de Mar-
vão, a que se referiu o sr. Anionio Marcel-
Imu Garrllbo Bt Ho, nem houve batalha, nem
sequer choque ou barulho bellicí) ; porqoe
o. ^r. Manuel Maiheus Brandão, sargeoio da
praça, a entregou aos.ltberaes portugo^zei^
vindos expressamente de Bespajiha»'f«»cili*
tandu lhes o accesi^o pela Cova dus Coelho^;
é por este serviço hi remunerado cu|o» 4 pa-
tente de alferes, vivendo hoje, em Castella
-^
míi
um
«17
'^€6/^Viaè» eòfti- d^poflb dB^b&IdrrèfbnímdOi
'- Ptol5lài)M^(9 embora cómd pCèHâb^a «nc-'
ceHú ukútntíêíL áe lferv3{^ ett»')833^* êiiao*
berbeça-se de Aat^«A^aíd^«dt& 'praças
«r; Atatotilò MftrtelHiio Gi^rrilhò^ Bello. [
' Se um dia sé eserevèr; <ioino' dère ser ésr
«ilpta, a historia do^ aòdfilecimetitod é^essa
épocha, n'ella appareéerá registado O útíàí$
'do sr. Mannel-MathéUsBraiKMecom aqaa«
IMeaçaò que mereee. - -^ . . ;
' ^Mari>õ& é appeHálò nobre em Portiígal^
tòmàdo doesta tHI^C Tem por armas-^seuf
do dividido em pala ^ a l.«; de prata, é^ a
S>'de atai, é sobre tudo; 3 rodellas de púrt
|)tíi*a; em fata. dtla de prata, carregada da
' 8 ledes de púrpura. Elmo de a^, aberto ;
e por timbre^ um dos ledes das armas. '
' lá a pag. 296 6 seguintes do l.« Tolvtme,
tratei eircamstancladamente da èidadé de
Mtdebriga, e para lá remètto o leitor. A^i
só direi (para evitar stispeítas dé eóntradi-
çlò) ^ne à antiquíssima cidade dè Meâobri'
fa, de que fatio eo^ Aramenbá e em Marrão^
' é nota e mesma cousa; visto <iue ia-t^lani-
eie em que ella existiu, e onde ainda se
eiieofilram notáveis vèstigios» â entre as
doas vilias áctuaes. '
É de supp^ que, dèsirnida esta ddade
pelas guerras contínuas dafedade média, e
estando, pela sua posiçio topographii^a, su-
jeita a frequentes invaíiões, o povo a ában-
detíaase, hindo estabelin^r o seu don^icilio
nos amperes alcantis do Hermínio menor, e
ii*outros sítios de difficll accessò e facH re-
sistência.
Também é probabílíssimo que, acbando-
se os agarenos senhores pacíficos da Lusi-
tânia, e vendo na povoaçáo do Hermlnio-
menor uma posição militar quasi Inexpu-
gnável, a aproveitassem para construir alU
•uma eidadêHa, que os defentdesse dos ata|-
quês dos christios, e que, sendo Mamão ô
seu fundador, e o povoador* da aldeia (oi|i
villa) abandonada, lhe desse >o seu nome. i
(Vide Marvõúi serra.)
KARViO-^-^rra, Aiemtejo, no concelho
da villa do mesmo nome, comarca, bispado
e districto administrativo d6 Portalegre. As
VOBUMB V
'imÁ mimeadio estid' a 600 metros acima do
«iveídomAr;
i ' Gõmo'}á disse em Âranmiha e em Mar»
vãúy ^illa, é^^ Herminté menor dos antigos.
A paginas tSlOj-col. ii>, do i.« volume, dis-
se qualiera á ^molegia da palavra HemU"
' Aètttalmente, dá se a esta cordilheira— o
nome vulgar dé Serra 4e Portalegre, e se
divide em vários ramos menores, que to-
mam os nomes das povoações que n^elles
estanciSam:: .
£ pois esta "serra em grande parte baU-
tada, e n'ella estSo--a cidade :'epi6oepat.(e
capital de dlitrtóto) de Portalegre j e ás vil-
las de Arronebes^ Marvão, Alegrete, Arame-
nha, o outras muitas Ireguezias e aldèi».
É nas faldas doesta serra que existiu a d-
dade de Medobriga.
A form^fãb geológica * d- esta serra, é^ a
muitos respHtosy^lorílhanie á da Bsfiri^b,
da qual é um ramo, e pertence ao systmba
denominado carpetano«vetonieo. Ha aqui mi-
nas de ouro, de p^ata,' de chumbo argettti-
fero, ts de fàrmosò crystal' de roefaa. • ^
É ineoatdstiavel que estas minas foram eoc-
ploradas (lavradas) desde tempos immemo-
ríaes. Talvéz que os pbenicios e seus co-
inéUgenaSy os carrhaginezes, dessem priocí-
pio á sua lavra ; mas é certo que os roma-
nos, e depois dVllès os árabes, aqui izeram
grandes trabalhos de lavra, do que ha mni-
tOS V€J8tlgÍ08.
No dlstricte da fregueaia de Arameidia»
está um monte (ramo dVsta serra) chamado
'êerra da Fúrtagem, nas abas do qual (a O.)
ha uma extensa caverna de grande profon-
I didade, e com 33 metros de altura.
( 0*6 lia segue subterraneamente, em direc-
! ção ao N., entra caVeroa ou galeria, oom-
• pridi.^sima, onde os curiosos se não teèm
{ atrevido a penetrar, senão a pequena dis-
tancia, por falta de luz e pela decomposição
do ar, que se torna irrespirável.
As paredes e abobadas da caverna do N.,
são de rocha viva, e parecem fdtas.a picão.
Segundo a tradi^, conservada por estas
terras, foi uma grande naná de cbumbo.
8
^tfê
lUA
- \
A tilstoFii ooDflrauí A tmdi*
ção ; porqae os roiOíiDO»chai»a<
r Dcíros de uánêB 4e chaiobo) aos
pdvoB de Medobrlga. Os latínos
ebamaoi indislnctanieDte jp/tim-
bum ao estanho e a^.ofcdsibo.
Vô-se pois que aiodnstriamí'
neira datr, u^estss sitios^ de tem«
poa remotidsiiDos.
N^estaâ casernas tem appareoido cola*
mnas, capiteis, arophoras, cippos^ medalhas
>da {Hratar e da foroDte, o oati*08 ol^octos de
muito, valor arcbeologico.
E* na raiz doeste monte que exf Mea» as
minas de Hedobriga^ próximas d» castello
d& Blarvão, ci^o altissimo viso^ deitando so*
:J»iie a cidade distraída, aindn conserva o
primittivo nome de Hermmioi • o local on*
de foi a cidade, á'Aratnenha, corrupção de
Hermínia — IpM etiam deatrw^ eivUas a
HÊonie^ etíi ^hiecia e$t, Hermínia ttdgo dki-
iur^ sive, ut lustíane loguar Haraminia^— An-
dré de Resende, Àntiqutíãlibtiê Luaitanae^
lák L% tbm. L\ pag. 68.
J^SL serra dê Marvão ha varias gratas» al-
emãs das qoáes possaiam íormosisaímas
atalactitea e staiagmifies.
Em 1869 am vândalo qnebroa e n^nboa to •
daa aqoeiias a qae po«ide deitar o oaman«tto,
eaadoa por ease reino oomeUas em exposi-
^o^para as vender a quem as quizesse; ga-
bandose ainda por cima â*«8te vandalismo
estúpido, como se fosse uma grande façanha.
Yi-as no palácio de crystal, do Porto, e mui
fas eram admiráveis. Também trazia^ algu-
mas dendrites.
(Vide Aramenhay MarvaOy villa-*^ Parta-
^m^ serra.
MARVILLA-- aldeia, Estremadura, fre-
guezia, concelho e % kilometros a SE. dos
Olivaes, comarca, 5 kilometros a E. NE. de
Lisboa, 35 fogos.
Patriardiado e districto administrativo de
lÂsboa.
Sahindo do BtaJta Antwdo, por umasof-
írivel estrada, paralella ao Tejo (margem di-
reita), nos fica ao N. o palácio patriarchal
de Marvilla, vulgarmente denominado palá-
cio e quifUa da Mitra. .
É odíficio muita antjgoi •.tanto
aabe qq«si Xoi o preMer lisbonense «qjie Am*
doa o< pKifflUUvQ paJaci^i) oiae all^ Uin I»
dado jáaionstfQido^ ^
Varíoii ajrocbifspos d*eata,dí«caief eorincí*
palmente Of cardeal ar^cebispo^^J). Liaiz de
Socisa» Iba fizeram aogmeni^ o^repançSes
4ilfiante<o aeenio XVU.
D. Thomai.dja.Abpeida^.^bo^doseoiiâeB
de Avintes (pojaco depois €^ovado3 a
quezes do Lavradio)^ i.« cardeal
dQ Usbpa» deade i7i(l a^ 17Mi Uà mwÊè
estimado- poi: O. João Vt quf» lhe dav^uva
dotação eondigna co«i as iKmraa de ioCufle
da Portwd^ que cpnn^d^m.aos p^i^fcta;
pelo que vivia com grande ,ost^ntl^^'a kn
obras importantes ein:to4as,ae proprMtodti
da mitra.
Foi este prelado qae reconstruiu, desde a
alker^ses^ o aotual .palacío^da Marvilla, dan-
do ao novo edificio, maisgr^ndej^t «
nobre appareneia; porqae o antigo ora
fiãè. uma modesta ,easa de campow
A 3ua architectora é regalai*, e 4djh6ai
pr^fiorQ^ea» mas ao estalo desengraçado di
aeçttlo WUl, de qoa p marquoz do PoB)hil
4aiite gostava.
A Inchada principal, olha para o S^.ecii
sobre a estrada. A face do 0. dotta |»aja«
pateo da entrada. A d*fiU esteada-se pot uh
jardim, que se eleva até â altura do nndar
nobre. A do N. está voltada para o jardúa*
para a quinta.
O poriào da entrada para 0:patei>, eooia
soa coroa de balaustradas^ pyramides» é«s«
btílto e de boa archíteelura. Junto
para o lado do O., está um edificio^
aeommodações para ereados.
As salas do palaelo são grandes, mas po-
bres de ornamentação, sç exceptuarmos os
quadros a óleo que aa goarumam.
N'aqaelle tempo, e j â muito an«
tes, a riqueza doa qraatos, tanto
d'e3te paço, como ; doa dos noams
rtís, e graiides^do reÂaOtGonaiatia
simplesmente «em. damascos^ vel-
ludos, brocados «tapi^ç^riaa com
que se vestiam as p arnda^ ador-
• •' <
t Vide A paf. S7fi do VvoL .
Mm
'iisnm M iMrt»!«'JamliB, è CO-
briftOQ M.lmfé(08^ as eaièlliá« o
paffimoBto. I . .4
€s quadros a. ol«o éà <qiie ftiHev<mn os
retratos de varíos prelados lisbèoeBseitypiti-
tadss por artistas laeíoates, aiatigo^ e que
foraoi mawMos^ retocar por D.João V, sen-
.do o seti irestautador, o l4(mosál'Ff«iicisoo
. Vieira, valgo, Viêirút Luátemo,
V^xit d'e8tes roíratoe, }á «stataM nè pa-
tada antigo, qoe, se demoliu, o o mui, no
poço dos a/eebi«po8>del.islM», de (|iie ain-
da ba yestigias» no logar agora elxamado pa-
teo da Sé» junto « aBMEk da Só eatlwdral»
(Yide a pag. itôdo kL"" v<d.)
firam id. 08 retratos :
i.* Não tem nome, pelo qae nao se sabe
a iqne prelado pertenoe.
l* Era d6 D^Jkntoniode Mendonça, !&•
bispo de Lisboa, (filho do 1.* conde deVi^e
do Reis.) •• .
3.^ Do cardeal D. Lnhs de^onza^ 19.* af •
.«Bblspo deii^oa.
4.* D. Rodrigo da Cunha, 17.<> arcebispo.
5.* Do cardeal D. Jorge da.€o8ta (o -car-
.dpal dê ii^p^drmAa), 8.« arcebispo.
€.« De D. João Manuel, iO.«. arcebispo, (o
que foi Tíce-rei da Portugal, por Pbiiíppe III
•»-*Bra da familia dos condes da Atalaia.)
7.* Era de D. AíTonso Furtado de Men-
donça, 15.* arcebispo. (Este descendia dos
dncpies do Infantado,, eok Hespanha.)
8:* Era D. Miguel d^e Castro,. 14.» arcebis-
po.
9.* Era de IJ.Jsrge de Almeida, 13.* ar-
cebispo.
10.* Era do cardeaMnfante D. Henrique,
depois rei, e que foi o 11* arcebispo.
11.* Era de D. Fernando de Vasconoellos
o MeiDttzes^ 11.* arcebispo, e filho dos condes
de PeneJIa.
12.* Era do cardftál-infante, D. Affonso,
filho do rei D. Manuel, e 10.* arcebispo.
13.*' Era de D. Martinho Va2 da CostSy ir-
mão do cardeal de MpedrifUia, e 0.* arcabis-
po.
Gnardavam-se nas cocheiras d*^te paço
os magnidcos. coches de que se servem os
eardeaes-^patriarchas, nas grandes solemni*
dades. ....
mR
im
Fóramfóitos «oik'l7C8(|iapa«o paUimiMt
£>. Thonasidé idmelda.
O jardim estava pobre de flores^Oiaquifi-
ta^ falta de arvsrado.
Bsta magniftsa propriedade^ ^ti ^ilaa4&
enS' tfflrreoo: elevado, sobre «marnem diifilta
do Tejo, de maneira que adestrada dosoo
para amboa os iadeo. Dias janellas e do jar-
dim se^goxa A soberba "viHa do, magestoao
rio, qoB tem attw A5 kiliHQetips de largura.
Bm f^ttie dè palaci9» sobre o muro q^e
orla a estrada, ftevantam^se diw pyramids;»
osL' /agnUiaa, de pedra, tendo e8cU|lpí4a^ f^
armas de D. Tbomaz de Almeida <as <|08
oopèes de Avintes,.)
Foi lambem este patriareha.que ^^h()íiiii
construir á sua custa, todo aquelle lança 4s
estrada, e o moro de snpporio . fue a Mjksíenta
dn ladn do rio. {$»)
Bala ptT^riedade foi julgada bensnadfí*
ttotfs^ vendida em asjta publica, ao sr.niar-
quez de Salamanca (hespanhul), que reedi*
ficou o palácio e a. quilata, com grande /|fim«
pínoflidade, e é hoje uqia beMa e magpifica
vivenda.
Em tô74| tornou a spr vendida pel^ sr.
narqnez de Salamanca, ^ um cavalheiro
americano, casado com tMiia úgmA hespa-
nhola, que reúna a. uma earidade sTameli-
ca, e ás mais exemplares virtudes, um no*
tavel talento para a:po(^ia..
: Ma extremidade N. <ia quinta, maç ^«
da por dentro âWh^ pissa o caminha ^do jkr*
ro do Norte e Leste.
É ahi que está a aldeia .dsMarviUv a i?s«
cola normal de Lishoa, eiccupando um p^la*
cio pertencente á «sasa dqs marqnez^s de
Abrantes, e o mosteiro de Nossa.Seuhora da
GoneeiçSo, do religiosas de Santa Brígida,
fandado por Fernando. Cabral, que lhe lan-
çou a primeira p^dra nos alicerces», no (Ua
18 de março de 1660.
. N'esteçonveniio aefciztan^Qs^faqoososjpas*
telUnhas de.MarviUai, tão e^im^dos eçi Uf-
,boaes6U$ arredores; advertindo porém ()^e
a maior parte dos que Sfi vendiam» er^o^tfs-
bricados em outras parttífl^ e de Maryilia
apenas tinham o nomQ;
iJUma ofiftf de lei, de abril de 1874, san-
cionou o decreto que concedeu a ej^i^a.e
%<âb
^ibós^ò de Nott^Sóiíhon éOiCòiim^ de
Marvilla, para n^elle^ te «itabeleeeff o às^da
'4e'D.Lufí.'
A adminiitraçao d'e«ti asylo^ lrat<Hi im-
védiaumeme das obras neceisarias para
* cpie o édificjo preescba^ os fios a que se des-
tina.
' Âd obras téem eontiatiado com selo e io-,
teDlgencfa, estabelecendo-se am systema de
-TéntilaçSlo em que se òbserTaram todas as
regras da sciencia mod^tia, para salubrida-
'de dò edifick) e commodidade dos asyla-
des. Constrnirsin-se dois paTilbdese outros
atierfeiçoamentos, e o edificío está dentro
êm pouco tempo em estado de receber aquel-
tes para quem é destinado^ (foTereiro. de
1875.)
MARZAGiO— fregtiezia, TyazH)s^oiles»
comarca de Moncorvo, concelho de Garrazô-
*da de Aneiâe^ 115 kilometros ao NE. de
'Bi^aga, 375 ao N. de Lisboa, 121 fogos.
' Em 1757, tinha 87 fogos.
Orago 9. Joio Baptista.
' Arcebispado de Braga, districto adminis-
tratiYO de Bragança.
' Tém aíméxa a fregueiia de Lucéllos;
O í^al padroado apresentaTa o reitor, que
tinha ÍOO#0(X) i^éis.
" HASA (de ferro)— portuguer antigo— o
Inésmo qa^ bsrra, ou Ituguaio, de ferro.
KASARÊFES— ^freguesia, Minho, oouce-
'lho de Vianna do Minho, eomtrca, e 30 ki-
lometros a ONO. de Braga, 375 ao N. de Lis-
boa, 160 fego9.
Em 1757 tinha 101 fogos.
Orago S. Nicolau.
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trativo de Vianna do Minho.
A casa dos Pereiras, de Masaréfes, apre-
sentava o abbade, que tinha 300^000 réis
de Irendimento.
É terra ffrtil.
MASCARENHAS— -freguezia,Traz-os-Mon-
tes, comarca e concelho de Mirandella, 60
kilometros de Miranda, 405 ao N. de Lisboa,
190 fogos.
£m 1757 tinha 180 fogos.
Orago .Nossa Senhora da Assumpçi*.
Bispado e districto administraUro de Bra-
flnçt
MAS
AjBoÊm npnMQAlif» o feitor, que Unha
100M(»jnéia.4e raidiíaento.
É d'esu freguezia, ^ue os Mascarenhas
tornsam. «ate appelâdo, um dos mm nokrcs
de portagai
Para a ana genealogia «atmas» e pjtfa o
triste fim dos Masoarenhaa, dtt^nos de ATef-
ro, vide Chão^Salgado^k pag: 231 do t « Tcd.
e a pag. 240 do a.* toi., còl. l.^ onde inia
do á.* marques da Fronteira.
MASCOT£jU.€S-~ freguesia, Minho, co-
marca e eoneelào do^Suimarâês, 18 kílsme-
três a Nfi. de Braga, 360 ao K. de Lisboa,
40 fogos. Efia 1757 Unha 28 fogos.
Orago S. Viseate, martyr.
Arcebispado e districto adaúnistralito da
Braga. «
O cabido da collegiada de Oulmaries, apre-
sentaTa o cura, que tinha 30^000 réia e o
pé de altar.
MASGUSINHOS— aldeia, Traz-os-MMtes,
freguezia de S. Thomé de Caitfllo, eoaoelho
comarca e districto adminislrativo da Yilla
ReaL
Arcebispado de Braga.
As pestes de 1503 e 1505 cansaram aqui
tal destroço, qhe apeuas; escaparam duas
mulhHrns. Vide Castello. {B. Thomé do.)
'MASOR— português aAtii^^-^tastameatei-
ro.
MASOUGO -r. ff eguecia, Traz-os-Mootn^
comarca do ftlagadooro, concselho do Freizo
de Espada. á Ginu, 180 kilometros a NB. de
Braga, 400 ao N. de Lisboa, 90 fogos.
Em 1757 tiúha 68 fogos.
Orago Santo Isidoro.
Arcebispado de Braga edistdcto adminis-
trativo de Bragança.
* Os bem^flciados de Freixo de Espada a
Cinta, apresentavam o vigário, quotiiaba réis
30^000, e o pé de altar.
Ha n'esta freguezia uma fonte chamada do
Xido (ou Ensido), que pifiocipia a déiiar
agua no mez de março, e oessa em seteai*
bro.
Diz o padre Carvalho, que, quando o anuo
tem de ser fértil, lança á fonte muiio pouoa
agua ; e quando tem de ser estéril, a dda
em grande abundância.
J
MÂS
MAS
kÈl
Aerêdite qawn qixizer; -
MASSARELLOS òuHBOA TIAGfiK-^re-
gtieria, Doiaro» éomarca éUairtpo oceídcátàl
Ao Porto^ «te.
' lá a p&g. 8d*Mte 5.* voL^ iratet d'08li frd'
gnezla, sob a ipfAvfr^^MdçmMòs; ma% é»^'
pois dd esurfmblíeado 0 respectivo lásd*
çalo^ reoebi mat»'e8olftrediiiealo8, de qoe
ttSo quero privar o ieiíor, e por isso o» dou
n-eaie iitgar; '
Fbt até 1^5 um simples euratOy e eom-
^tieaiâiá um pequeno suméro deeasaana
PrmOy Corpo Santo e* proximidades, ma»
com a^xtiaçãò dos padroados e apresenta^
ç9e8,eml834, Qcoa sendo parochía iaéepea*
defice, e do arredoDdameiMo paroehial d*e8ta
ddade ; feito em iâ41,> se ihe addIccioDou
puidè Dubieiu de casas^ peneoeeDtesáfre-
guezía de CedolS9ita,-e boje eonia esta' flre'^
gueaia db MassareNos i:Í0O fogos (e não 500,
demo disse a pag. ^)
Tem boje tahibéin o titule de abbadia, e
^i 'O rev> José Gomes, o primeiro presby*
tero qoe oTeitá se collon com este tttblo ; e
o S.*, o sr. João Glfmaco Vieira 4a Moita, pa*
voeAo actuai, nascido na freguesia de S. Sal-
tador de fbuyas» no concelho, do ilanío de
Gáuavetes:'- ■ ^ •
A matriz de Massarellos, era um templo*
que existiu uaí calçada da 06a Viagem, ao
Ãindo dá rua do •Gólgotha, onde se vêem
aiilda as paredes derrocadas^ mas como além
dè' extremamente singelo, se^achaise eni
ruibas, foi b Saotissimo trausiérído, em I)
4e março de 1868, para a capeHa do Corpo
Bábfto, po^ ordem do sr» 1>. Joio da França
ílfifstpo e Moura, eb^o bispo da diecete, e do
sr« conde de damodSes, entie governador ci-
m do Porto.
*' A Iransfereneia foi provisória, em quanto
. se não rei^dfficava a velha matriz, ou se não
cèisfruiá outra; mas; como éUocede multas
li^scíra casos analogoS"H)pròvleorio pro -
ttéttè 'tornâtr iir definitf Vo: e permauebte: ^'
< É pois adita^apieMa 4ò Gorpo Sànlo, junto
ifjMrftIa,' 91 áiatrne abtuál'd*e^ta ftegúèaia, qoe
ttei^b, pò^qÈe a antiga, 'como dièse, era sin» .
gtoH^siÁô', etotâvâ-maVsitttada^^a-desabar^ em
bastante espaçoso, bem ooostruido» iqilttò
dricente b mlaisicentral.. > : .mi
Tem. duas torres (unta á*ellas com irelo^i
gio), 4 altares lateraes, áiem do alu^rrmór^*
uma boa saebristia, elegantes :decoraçdes lui;
tenores, a obra é de> taltia donnida^ bom oAro^
um órgão, alfaias 8offfiveia,.ura cakx eiuuMi
custodia de prata antiquíssimos. ; i
Esta egrejs, foi fundada por devotos, em:
grande parte marítimos, e se deuominoa do
Carpo Santo, por. ser este o uoibe dó leoai
onde a construíram. Era^ eé, propriedade dò
uma irmandade das alrafts^^ue tem poff*pani
trono S. Pedro Gonçalves -(S. Teimo.):'
A egreja está multaproxima do Douro,
passando .encostada! a ellaa estrada márg^.
nal, mas tem a frente voltada ao N., sabrb a
antiga rua de Ghristéilo, que era o caminho
do Porto i^ara a Fóz do Douro, na data enij
que aegrela foi eoDsirttida, ou antes rny;
coustruidn, data anterior â abertuea 4a €|i«
trads; marginal, uma das obras de D. •Fraut.
ciseò dé Almada (v. Porto), esse exímio o
benemérito cidadão que tantos serviços pnsa^
tou â cidade do Porto, como corregedor, Ht«i
tebdente' da policia, etc.
A diia rua de Chrtstéilo, era muito estrei<*
ta, epor isso acanhada a entrada para aegre*:
ja, mas dO' ultimo annõ (id74^'a eamar»;
omutcipal, a instancias dos párochiaaos do:
Maasarellos,' que* para esse fim se coiisaram/
-expropriou os quintaes e casas que baviaf
enire^a egireja e a nova rqa da Restaurado,,
edeu á egreja amplo e fácil aooesso; «< :j
O ^ templo, que é: hoje- matriz, uio revala
pelas suas formas e elegância^, muita anti*,
guidade, mas sabe«se qoe é reconstrucgaoi
de um' outro que havia no mesmo Ideal,- e.
que era antiquissimo.
Diz alguém, ser anterior a fundação dft
primitiva Miserioordiado Porto^ o coevo dâ*
egreja de Cedofeita.
' As 'festividades priueipaes que se fazem
actuarmente n'esta egreja, são; Corpo d«
Deus, Sanio António da Bstreba e B. Pedror
Géfiçalves.
Ha n'esta freguezia muitas fabricas^ couir
grande numero de operários e empregados,
o que muito contribuo para o sebdvel ang«
qHiít<^ ^ á' kctual é uui templo* ingi^ari^ I mfemo tpk ae nota sia população^
MAS
BÂS
'Jtpriad|Mílé'MCa0 fibriea^wfea
IO a prioeín do Porto, é « dÉ teoái^ úb
fBffv na Praia áe MaMarellM, propriedade
da eompaDbla Alliasça» e lia aiàda aqui mais
4 do oiesiDo gewro: aaia na Arrábida, de
Mumel loeé Fenuodes Golmariaa, outra de
DfonMa Gbavea, na Restauração, e doas no
Biealho, uma de Aflionio de Oliveira, e oa-
ira de Eogenio Ferreira Pinto Basto.
Fei eita nltlrns, ama das primeiras fabril
ena de faodiçio de fn*n>, qoe hoave bo Por*
tO| e gosoa moita tempo lions ereditos, mas
ha aoBos não trabalhai
Ha tamiMm Doesta fregnexia, jonto á ma
de Gólgotba, oma boa fabrica de soUa, pro-
priedade de Aolonio Tbomax Leite de Mo^
nes«-*<mtra de eervf ja, na roa da Piedade
-^atra de louça, janto ao cães da Paixão^
psrtaaeente a Antoaio Rodrígoes de Sá Lima
&'Filbos«H)atra de moagem de pio, a vapor,
ho)e de Dl Fisla Peraandea^ Sobrinhos, na
ma da Bestaoraçâe— «outra de agoardente
de vioho e eereaes-, também nn roa da Res-
tanraçio, propriedade de Maonel José Bar-
reto»
Os ediflcios e easas mais notáveis d'e8ta
frègaasia, sdo: Palaeio de orystal oem as suas
três naves, bonito ebalet, magolfico oírco
pava eavaliinhoSi f:rmosos Jardáas^ lindo
bosqve eom jogo de iioiia sllemão e oatroe
Joges de gymoastiea, carreira de tiro ; nm
bom estabelecimento de horticultura e flori--
enltura; vistas sorpuehrndeates sobre o mar
e o Doure, e sobne a. ddade e arrabaldes, etc.
Eeto magnlftoo estabelecímeuKv manifes-
tsifio arrecada do génio emprebendedor da
nossa capital do Norte, a casto SO' tem oon*
servado, depois que o governo lhe reiúrou o
subsidio, mas dias melhores especa breve*
Mnte, eom o rápido progresso da eidade,
peogresso que vae aceentuar^sedeom modo
particular, com as linhas ferreaâdo Minho
6' Oenro, a primeira já oonstroida e prestes
a insQgorar-se^ e a segunda já muito desen-
voDrida r^-« eom caminhos americanos ^ue
a companhia Carris de Ferro do Porio anda
eonstraindo em toda a eidade» entrando os
ralis iá dentro dos jardins do Palácio, tean*
do este aU ligado peln ooeimoda viação ame*
ricana em toda âcidade; estaçio dõfi eami*
nbos de ferro do Miçhe ♦ Botmo, rnaipaiMi
Fda do BMUo, Mioaslnhoa^ elQ.
Jte finente do Macia deCryslal» auidito
limite d'esta parochía, se vé o palacete to
srs. marqoetta de Monfalin (ea das Tereoai)*
com a sua veUia torre aneiada, antiga ii*
venda» segando a tradieção, do frande eor*
golboso negseianto e capitalista Pedresseo^
oa Pêro d'Ossem, mais eonheeido por Ml
Sfm, do qual é ainda viva a lenda 4jae4ii
origem ao drama Pedro Cem.
BesoM>ronando-86 rapidameuto a giande
fortuna d*aiiaeUe capitalista^ jcompraraa «
ascendenits do eende do Terena esta p»
priedada, e para eUa transferiram a saa»
sideacia.
Do alio d*aqoeUa torrs^ ou, tomo quer d*
goem, d*onira qoe o legendário «apitaiiii
tinha nas proximidades, i qoe oUo via »
trar os seus- numerosos navios.
È notável e hiscdrlea a casa de Bngn»
Ferreira Pinto Basto, em Entre- Quinta^i
parliff com os pnrqpes do Palácio de Gns»
tal, por ter vivido algum tempe e faUeeílv
n*aqaella. casa o rei Cartos^AJNvto^ air6à
sr.« D. liaria Pia de Sabova.
Aa Sal do palaeio, e próximo sielle, esiâi
capella qnei.a princesa Augusta dg MMi0
mandou erigir á memoria de seo^augiili
irmão.
É notavfl lambem. n'eata ííregQecâa,aein
do sr. ioao Pacheco Pareira,.em Villai;l»
dalgo distiocto e senhor de grande lijrtoik
Tem esta casa uma capeIla^eom alísias a*
(piíssimas 6 a eerfa contigua é extensas pi-
voada do arvoredo admirável-
É também digno de mengao n*es|& frefit'
£ia» a casa e ipiiata do Bom Snceesso, #
foi do desembargador Sá Lopei^ « áhojeli
seus filhos, e a montante d'esta çasae qoíoli
está, ainda n*esla fregueola^ o ecymiteriQ f^'
blleo de AgnMDonte, de que já Calloi»
Também devo mei»cionar a quinta dafli*
no, do -sr. desembargador Ifovaes^aoilil
d*esta IregttBiia, prédio vnste o rieo;el
asylo da inCinciai «n ViUar> •montado Iw*
no palaceto que foi do eoode de BrjtiaaM
junto. á casa do sr. João Paoheo^ Pereiri*!
um ftofeitavel menumeniodo saridatf^ftP^
dado pelo virtaoeissimo »r%
UAM
leii im0M09( «0táâl4e OllveM 4o Dimr^
wiia (fta âifniikâes èD nakido aresta 8é do
Vdrto^ e ám Oos oariraeteres mds nobres •
respoitorf eis dé ^<è n^esta eidad^ ha «emo-
lia.
É muiPâ) d^siita fregdezlao6X:>^'Pr«laâo
aénud ú*<ôM dioeee^, D. Américo Ferreira
dda Santos» ÍINio do barão de Santos, aere*
^Klaâo Aegodante que foi, n^-esta |»raça e na
de Lisboa, onde passon o nllimo quartel da
iMa.
Cóna esta firegneiia, pela estrada margi-
nal, a lioha férrea americana do Porto â Fóx
e Hatloihihos, montada em ÍS73, formando
Bà Pmia ott Alameda de Maisarelles xxm en*
mMKMMBsento, d*onde a empresa estendeu mn
rannaVoíB» 4974, pela roa da Restamre^para
o Campo dos Martyres da Pátria.
ilM linha oraeilfiMia, a prla«3ira d^eite
sysiéii» qQe'8e menten no nosso paii pava
w&tAqo publies', M foita peio eapitalisia fia*
§ná0 Petrelra Pinte Basto e peio depvtado
3. Di 4elfeile fr#^ro, qne Já em It74 a passa'
rwftiyeom fol^te lacro, a nma eompanUirinti^
tittHiar^Baípresâ doscarroa amerleaBos do
Porto à Fóz e Mattoslnhosi
Oaotoai abkiáe de Massaréllos, é filho de
fii. JoaqniaU António Soares^ qoe foi sargen-
MHDiér, '« da wj" D. liaria Vieira dos Reis,
iMan do tirtaoso padre Joaqnlai Vieira da
]|étta,> qo» foi seopBUrlo no Paço Episcopal
d»'Porc^ e i|Qía pela sttaeitraordinaria mo-
èmla^alittegaQào; nimea ^issfer parocho,
apefear dè Ihè seiie«i^eréeMa% por vezes,
boás sMwdlaá. '-
^ E^4o>psrooho aetval d'esia fregnezia, pri-
mo do dr. Carlos Vieira daUsita, dezembar-
gador na Rela^ dos Agcms, fldalgada«asa
fsal, eemaaendador davifésm de Nossa âs-
nMra da Ceneei^ de iVlUa Viçoea» o ^sara^
eiep «oUlisstaie, lllho-do oomelMio e4ai»*
bem fidalgo da casa real, BetnasdeJosé Viei-
ra ia 'Motta^)qw Cri Joiínp SB^remoffriba-
ialf«ca.-
*•'■•- í •.'■•• • . .
H&ando mieldo oeibiteaio de Afipmonlei
esqueestUMo de menaiaaar orefi/^AlsoaV;
Aft' Msfta Plolieifiv digno capeMãer^ admit
nlttadari4'elKae^iaiálQ» qollidtnteie io*
MkV
im
tos de eeatorliH e eoDstante aoeio einq&e
se acha.
O sr. padre Aleonndre^ habila^aqni «mes-
ma^ bem eenOi o saeristão, em residência
construiia expressamente para elles e sn»i
cessores» unida á capella, e de bella e alegre
appareneia.
MASatA-^portognez antiga •^teajria^ eii:
casa rustioe, para a gente ia lavoura.
KASSÚA ou MASSÚQA-^dB lLUho-*^pa«
qneno malha ifte liaho, a que em algonas
partes dSo hofe o nome de muç&dUra o em»
outras, de tnaçadoura. .
No» "donamentoa de.& Pedro éas Águias,
de iâM^ selha dájâo nome de maçaámFO^
Depois de arrancado o liataa^
é de se lha eauraUIrsIn as eapsiQK.
las que jcantéem a Éemflate.(a :Imk
" ganha) se áta aosimolhos;(a9«Éi»*.
douros) e'0a deiia em ribebMi^
•OQdm prdiaa^ fermentar, ie^
poi8$ tij»m»se os molhos da agn^
a se põem, desfeitos, a eeocar aa
seV. -Qiumdo eslá séceo, se faa
em peqoenosaasÀihos, alados par
oauk te axiremidades com lé^
' veaas do próprio liÉhev e .eslá
preparado para maçar, que Aat
' sua^irimeb» operação. É a eslaa
' pequenos m^ihos, qoa os antigoa
chamavam ntossuos, ou mo^st»*
• óasf e depois- ntÉfiid«irq[,. oa aio*
fodsifra. Jà.so nô qne.éo Unha
aioda eea broto a por limpar das
partea naa aexiis. Cada maçadoBH
ia vem depois a 4ar 10 a áS ^-•
Irigaa^
MASSÚGA de ferro— portuguez anligetr*
pefoana barsa de Inro» ainda nao puriflea-
do, soas broia lO .inf<nine. Bêz aiasnatas dlí
fmêL ^mrentitfio^ de Moiífiorve^ de íMSFí)
f)erwmuiçuqmi*^Kkmaçaiíqua, ou nionios^ i
foivo..gros3lÍroí>eBa ituMsa aa«fli ^tra^û
sim se aaha denoi^iaadoam.moáloslarasi
da rei D. Manoel, na seonlo XVL
1IATA*Ci£ia ^.freguaiiB, BrireaiSfiiBf»
oamareaía^eoBcdlKi de Torres Vedras, tAUr
lometros ao NO. de iiaboa, SfXK fogos. ) (
fio^ áWllinlu ia3 iafos. .
1 (toago^Mossa Benhofó da Qliraira* /
mi
£atriarchado e dlslrido ad«italfllratifD de
Lisboa.
"O parocho. Unha o títnlè de cara, % era
um dos beneficiadoa de S. Mtgael, da viU*
de Torres Vedras. Bendia o beneficio réis
iOD^OOa» e o pé de altar.
Era regaengo do mosteiro. (Sentença so^
bre o qaarto dos legames, dada aK^de fe-
vereiro de i55i. Livro da$ sentenças a f<war
da coroa, fl. 113, eòL %*)
Maia-Cões é unia bonita povoação, siina*
dfentre Rana e a viiia de Torres*Yedra8y e
próximo da estrada real.
Ao O., «ntre está povoa^ e a da Ordas-
ipieira, está o bonito monte do Calvárw, e
no seu cume 8e> vé a pequena mas formosa
eapelta do Senhor Jesus do Galvário, ima*
gem de grande devoção^ dos povos d*estes
sities, que lhe faz em uma grande festa e ro-
maria, no mes de. abril.
- Vem esta capella um lindo ponto de vis-
ta. De um kdo se vêem as antigas mura-
ItMs-.ameiadas e os muros desmantelados,
do velho casteUo de Torres Vedras, recor-
dado histórica de tantas ^cçdes gloriosas—
do outro, o asylo de Runa, onde existem os
Keieranos da pátria. (Vide Runa.) — Mais
além, extensas teordilheiras, cobertas de ver-
dura, olivaes e vinhas, e para toda a parte,
grande numero de povoações.
^ t
- Èí egreja matriz, dedicada a Nossa Senho-
ra da OKvelra, foi em tempos antigos o san-
ctuario da mator devoção que havia por es-
lea sities, eVreqnentadissimo pelos fieis.
* S6{|undo o Sanotuario Marianno (vol. 7.%
pag. 201) a origem d*esta egreja foi a se-
fuiiM:
' Bm eras remotas havia n^este sitie <em
i|ue depois se fundou a aldeia de Mata Cães)
úma ermida dedicada Jio Espirito Santo, e
juMoa ella, um pequeno- reciõ^ ou terroiít)^
' no qual se via,' para o lado do N., umaoni^
W mas grande oliTeira, no sitio mai» emi-
nente. EstaV&m aqui algnoias dásinhasroii
dMdpanas, nas quaes "viviam séus pobres
iiiéf adores. Ghamava-se enlãoaestaaideQla,
o logar do Espirito SonkK
Na oliveira referida appareoeii ifUia ima-
gem da Santíssima Virieid^ * certo indi W-
djiOi qo^ |^ubUcm«4aftrofABtfignMa9»
pariçâk)« Foram dar parte to parodio ii
egceja> de 8. Migiiely dd To«re«i Vedras •
aos seus J>eneficiadoa (a> ci^a firegueiia o !••
gar do Espirito Santo então pertencia.)
Veio o parocho e ee benefieiaMlQS^ SíKm-
panhado de grande multidão de^povo, aesi-
tio, e alguns d'elles viram a aant^ imagm;
6 querendo. aproxim2a'-«e para a lirann
d*aili para a ^(reia, elia desappareceu.
Retiraram muito tristes; mas, passaAa
alguns dias, tornou a ser vista n Senhor
na mesma arvore.
Dez vezes allà foi o parocho e moito po-
vo» para a trazerem para a ^nreja ; masoi*
trás tantas desapparecia a imagem, quanà^
com aquella tenção, se aproximavana da »
vore.
Entenderam elles que a Senhora qami
aiU eer venerada, e logo decidiram íaaerfti
um Banctuarto; para o que em tapsv^ se Ji»
taram bastanies oflertas; mas fiuando i
capella estava constniida» Unha a Seabn
desapparecido ; pelo que mandaram, liar
uma outra imagem^ de pedra^ que coite
ram no altar da ermida.
Tinha o povo d^qui, a tna
crença de que as fDttuúi da oli-
veira, ou qualquer iasca éo m
. tronco ou ramoe, . de ínfQsio «
fervida- em agua eJbebidaeii^
era remédio iolalivei para »
las 4oençai»'0 fp» uriaiaairi
grande ttunMm de lovotim
constantemente e todos lhe éi'
xavam ifs suas offerla^ maii«i
menos valiosa».
Com o grande concurso dos romeiro^n
foram censfrufaido no: sitio varias casas it
habitação permanente!^' vindo o legara itf*
nar«se nau;, grande aldeia, eom o litaloà
Noisa Senhora da OiíMtra«.
k arvore dia appaci^ enponea tMf*
ficou despojada das suas folhas, e da mài
parte do seu tronco, que os romeiros Ibeti*
raram paUa â cura doa seus padedmsUo^
de modo que o troaeo^ qne ora muiíeiptt*
so^ ost»va. rednaido' á.grQSsncaâouailii'
ço ^mhs «em por i8so,a arv/smdavaMtfi
ftaM^!o tanto jque chegou ^avajaelHiri
fa. i
Consta que n*e8ta olÍvielrâ'fòl coflocaâo' o
prlméíf» tino dâ oapelU^ o qual áiada alli
86 conservoa depois d*ella estar convertida
em egreja paroehtal.
Segando a lenda, nm eremitao da «apel*
k» c^irtoti a otifeire para a qveiaaar ; lóbs
pagou caro o arrojo ; porqae, darante um
inei» foram tantos os trabalhos qne ellft o os
sens parentes soffreram/que aqaelle morria
em breve e estes -ficaram pobrU^oios.
- Desde qne desapparecco a arvore, foi
^roQxandô á devoção ^os fieis, até qne qua-
8i oessoQ de todo.
Sappõefrei Agostinho dè Santa Maria
<obra citada, pag. 204).qtfa • appardchnefi-
ta da Senhora teve logar pelos anãos iSOO»
ou pouco depois, porquanio,ea» 1544^ inst^
tnlu na reiérida erõiida, uma eapella 4t
9ms$as pelas almas, um devoto d'e0lo lo^
gar, o qual ordenoa qáé ae lhe disbessem
duas missas em cada semana'; para ^ ique
af plicoa renditoèuta perpetuo snffittieiíte-
fiste mesmo devoto colUieoli]ia.capelia uma
imagem de S. Braz, no nfesmo anne.^e
A pouca distancia -6 ao N. d'este logar,
«siá Um bosque» no qual deram' principio os
padres arrabidos a um ediielo, destinado
para nmsteiro da sua ordem; mas, como
èè wrao experlaemaasem MM áJê%o\
desampararam o sitio, e foram fundar o
moBtãiro do Airrp, do qual tomaram posse
cái i570, e' aqui assistiram. arguiu tempo,
pelo que á aldeia sé^ficon ehamaiidoilo^*
rêy cujo noflse ainda» eossearfa. • >
, ' 'fiegundo frei Agostinào de Sania. liaria
iSoMiuariQ ããariafmo^ iúOk TA pag. 204) a
aMeia do Barro ^ era.f^egUttia em 1970 ;
porque^ c^m os milagres do NoãiaSemhoru
4a OUoeirOfifÀ tanta a ooncornstioia-do^po^
Vfy^eo dfisenwlvimcntQ da população, 4iiQ
a. «greja áè erigiaem maaríA mas firáuda
«Bippe enjeita á d»i^. Ifiguct de Tcfrres
Vcérasy/em cuja depéndendai se DOBservoíi
aló 1834, mandando pantlfataèittaparior
rocho.uondosBens.bmiEfteiadús.} • . .->. -.v .
z: Minta tempoiohiBlaBamjblagaiv JVioifa
MáT
IS5
vemto passa uma riheira chamada de Mata-
CAsi, é a deiveçao para com a Senhora Iões»
esíHaudo, pouco a pouoo o nome de fregue*
zia de NoesaSdnfaora do Mosteiro seloisub»
stttuindo pelo da ribeira, até que o sen aa-^
tigo nome é hoje, vulgar e offioíalmeute,
fregueiia deMata^Câes.
Consta que o nome dado á ribeiíi^ pro«*
vem do facto seguinte:
Quando os mouros viviam por estes si*
tios^ foram um certo dia atacados inopina-
dao^nte pelos ebrisiãos, aos quaesseuche*
fe animava dizendo : Maia $uei cães. Os
mouros /oram desbaratados, sendo tanto o
sangue dVlles derramado aqui, que as aguas
da ribeira hiam côr de sangue.. •
O sitio da maior mortandade foi junto a
uma azenha, que desde entáp se ficou cha-
mando Azenha do Sangue.
A egreja tem soffrído varias reconstrnc-
çõea e aropliaçes, em razào do áugmento da
populaçõéo. f)m Í6i8, alcançaram os paro*
chianos licença para terem sacrário, e n*esn
se mesmo anno foi o templo forrado de azu-
lejos, como consta de uma data que eslà so-
bra p arco cruseiro.
Sobre a porta principal da egreja ha uma
inseripção gothica, e na porta travessa do
lado do S., outra. Teém as lettras tão apa-
gadas, cem o tempo, que são ilegíveis.
lÉáTAÇlO — portuguet antigo ^ pensão
perpétua de cousa cetta e sabida, {drdnn
do Reino, livro !•, tlt. 33, J. IO»)
MATÁHIN60— portagnez antigo--coiltÍ-
nhãs itíiudáls ãe vidro, missauga.
MATA-MOUROS— fui appellido nobre 'tfm
Poriugal, que, ou se perdeu, por âe extinguir
a geração, ou por mudar para outro.
Tinha por amas— eseuéy esqnánellado,
no Ia de púrpura, um braço armado» dè
oure, pfgando em uma espada de prata, eom
guafdiçõeB de -ouro, com a ponta para cirnam
--n<$ %% de* púrpura, 3 cabeças do mosnr,
eneanguentadas^ toucadas de prata, e aiul;
em ro(]Uéle*-Hao 3^*, de púrpura^ uma oabe^
ça, também de mouro, com o mesma lúrbans
l<PA4M'4.'«, úe prata, 3 bandeiras verm^bas»
eom hasteas de ouro, em roquéte-^mo de
aiçfl^.alisnD); «por timbre, uma^dM eaba«aa
do<tt<H]frQida».armaa^
fiS
MAV
OvtroB áú maena i^ptHido^ uiMam por-
maas, «eado esquartelíado-^HM) i.% èB.oo*
rc^ Seabe^sés mouro, cortadas om sangue^
com barretes de púrpura, em roqaât^-^no
1% de párpora, um braço, da soa ete, ar*
mado eon ama espada nua e uÁ gBim braa*
eo — no 3.*, de azul, 3 lanças, oom hasteas
de púrpura, com os ferroa da soa câr, pos-
tos em oontrabanda— no 4.% de prata, outra
cabeça de mouro, oomo as do i.« quartel*-
elmo e tio^re, como o dos antecedentes.
Actualmente a palavra matanumras, ape-
nas sigDífiea tim figurão eom (grandes bigo-
des e cara de leão; ameaçando céus e terra;
mas, em caso de perigo, transformasse em
cordeiro.— Fanfarrió.
HATANTE — por tuguez antigo — brigão
facinoroso, duelista de profissão, etc. — d'a-
qjai matanteria á reunião de assassinos.
KATANÇA— villa. Beira Baixa, comarca
de Celorico da Beira, coi^celho de Fomos
de Algodres, 35 kilometros de Yíseo, 300 ao
N. de Lisboa, 170 fogos.
£m i757 tinha 106 fogos.
Orago Santa Maria Magdalena.
Bispado de Viseu, districto admínistrati'
TO da Guarda.
O real padroado apresentava o prior, qcie
tinha 350^000 réis de rendimenta
£* terra fértil. Tem muito gado e eaça.
E' povoação antiga.
D. Affonso III lhe deu foral» em Évora, a
31 de janeiro de 1270 (Ltvro i.» iô Douffes
de D. Afíonso lU, fl. 98 col. l.«. in fine.)
D. Manuel lhe deu foral novo^ em Lisboa,
a 17 de julho de 1514. {Uvro de foraes no-
vos da Beira, fl. 61, coL l.«)
Segundo Mendonça e Pina (1lemoria$ da
Acadâmia Eeal de Historia Partugmza)iun-
to á villa de Matança, havia um ádwsem (a
qpift elle chama aaUa) de 6**6 de eompiido.
Segando o mesmo arch&ologo, perto da. Car-
rapichana (a pouca distancia d'esta vúa da
Matança, e não iosie de Celorico) ha^í^ oq*
V»doimen,
MATANÇA (monte daj-^IraMeiMontea:
<Tide Cirr4^.)
^KATÊLLA-^íreguezia, Traz^os^Momes»
comarca e 30 kilometros da MlMidai con^^
mu
cell» dei Tiado«9^435 l^flimetroa^ m Jíék
Lisboa, 150 fogos.
Em 471(7 ttoba «3 fftgoa.
Orafo Nossa Santaoni da IteiAsa^ ^Can»
Bispado e districto admiaialrativo da
Brsfança.
£' temleftíL Tem omito fado, oaça^cé»
ra e mel.
O reitor de Algoeo, aprasenlava o vip^
rio, eonfirmado, qoe iteba 80M0D raia.
MATER mz 00 MATU DDLGfi--iMrt«.
guez aaligo^-Borneprepriode mulher, «pusss
aeha desde o século X até ao Xlil — mim
como o seu masculino— -Patfipfcomis, cqjo pa*
uronimíco eea Pa/fvftoiíáa. Também se diida
M&ére-Dwí, A molliar.
MATHSOS -<- freguesia, TiaaoaMome^
concelho, comarca e prommo a Villa Aei^
Tft kilometros ao NE. de Braga, 365 aoJL
de Lisboa, 200 fo^oa.
Em 1757 dQha ilJ» fogos.
Qrago S. Maninlia, bispo.
Ai«ebi8pad# ét^ fin0a» áiaMieto adoninia»
trativa da Villa BmL .
A «amara aoeleaiastica de Braga, aproam
tava o vigário, que tinha 150M00 réis.
E' n*esta firegoetía o somptneso palada
doa srs. «ondea de Villa Eeal, uma das naii
vastas a nobres residaoctas aristeeiatica^
nio só das proftadas, msM alé. mosias ál
Lisboa.
N*este aitlo inaUtiiiii o dr. António Alta*
roa Coell», em ÉdlO, um grande moinada
e capella, ao qoal soceedensna fliba, Dl Mi*
ria Coelho, casada com o dr. MaUdas Alva*
res MoníSo, leoie ia Coiaobra, deputado do
fisco, da mesma «Idade, o depois, deaembar<
gador da casa da suppllcaçio; que falieen
sem ÍHios, deixando por herdeira, soa moi*
Iher, eomo brfgaçdo de (bser um vfnealo ái
todos os bens da beraiiça, o oomedr n'eUaik
pór suceasaor, Maibias Alvans Momrio^io»
brlDbò de ambos, detewdo andar estes bmi
vioeulaáos tm moffado éoa;^ o de Maibsait
impottdo<UM a piolúbiçio dese poderes
alhear, nem mésÍDa por provisid raal.
A .^Uu éo instilolÉir prií^áttiiro^ diafoi
qoo^ Ml |Nifi(DOfln«ndo«Air08i^cadaii
MAT
]iri99aa por nemwBo^ na capellia 4e N^s^Sa-
nhor» dos Praierae, .qae Qsti unida á «aaa
de Matheas.
Kittrços bens qp» D. Maria CoeKiD tinea-
lOB á casa de Matheas, entraram li7 «rra-
leis de prata lavrada e 3 arráteis de ourQ,
PAz por condição^ que, oada nn dos adini-
nlstraideres dieste morgado^ dantro doa pri*
meiros quatro annos da sua admíBíitroçàe»
irineolaría lOQMOO róis de baa faieoda, ia
vaflâo de OOjfOOO róis por anno; eqoe^as la*
zendas fossem o mais proxioio posaivel á
oasa de Matiiens ; e qae, nao havendo bens
pavar comprar, poriam o mesmo dinheiro a
juro de ( por cento, até se^ectnar a com-
pra.
António José Botelho de Monrio, um dk)s
suçeesaores doeste morgado, cason com IX
JkrtkíBoa de Sonsa, filha do& maniaezes das
Minas, e 4'este matrimonio nasceu D. Luís
Antenio de Sonsa, pae de D. losé Maria de
Sousa Boteibd Minarão e YasoonceMos, o cé-
lebre morg^ MâUheus, fidalgo da 4)asa real,
senhor, dos morgados de Maibeu^ Gumeei*
isa, Sabrosa e ouAros vínculos em Tnuosi
Montes^ o^nseUieiro da fazenda, enviado ex*
traordinario e minit^tro plenipoleBciario de
Portugal, nas cortas da Sueaia, Dinamarca
^Franfa, e que morreu em P^rís, em iSVk
Foi este pssríote benemérito,
o primeiro portQgnezqueletan-
4oa a Lula de Gamões um mesa*
mento predoravel^^fei a magni*
fica edieçio dOB j&tftâodar, fèilaam
Fariz, na offi«ina deDídot, no for-
mato de quarii9 ^(ofiríM^ com
primorosas gravmvks em a^o, no
imnode 49i7«*a qae voigarmon*
te se cbama*«n0diVâe 4q morg^i^
de Mathem.
Foi o avô 4*este morgado^ o j^ refen4e AU'
UmiA José Batelbo Monrâo, que deu princi-
pio io soberbo palado de Maibens» e re(or*
moa o embeleaoit a grande qainita«|ardiQa
CSiBlJgBfli
B. Faroando 4a Sovw Bivtelfao Hoono •
mv
m
I18S6, era neto do famoso «lor^a^ de Mo*
tbeue^ da òdiQão dos Lusiadas. .
. (Bate D. Fernando também fez bastantes
melhoramentos no palácio e dependências*
È actual conde de Villa Real» o ar, D. José
de Sousa Botelho Mourão e Vascoacelloi^ fl*
lho d'aq^elle D. Fernando»
Nute-se que os acuiaes condes
.de Villa Rsal, nada téem com os
antigos marquezes de Viila Bib^
(Noroohaft>i
B^te marquezado findoí^ com
o 9eu ultimo ^)arqu^l; que foi
degolado por traidor, em iô^l^
(Vide CotTimAd e U^boa.)
Para a noblissima fiimilia dos Sousas, e
suas armas, videXa/õM-^ra a, iâq menos
nobre dos VAicqnceUoSi vida Cattello Melhor
e Usboa.
Mptirôo, ó lambem um appellido pobre em
Portugal O L* qoe se acha com etle, ó O*
Gonçalo Moarão.. Suas armas são^-em cam-
po verde^ duas faxas de paro, e no meio d'et*
las, um castello de prata. Elmo de aço, aber-
to^ e por 4imbre, o castello das armas» .
. MATREUS (S.)— Ireguezi^w Alemtejo, co->
manra e concelho de Monte-Mór-Novo^ 30 ki*
lometros de Évora, 90 ao SE. de Liabos^ IfO,
fi)gO0.
Era 1757 Unha W fogos.
OrsígQ S. Matheus, erangelista.
Arcebispado e diatricto adininistrativo de
Évora.
A mitra apresentava o cura, que tinha S53
alqueires de trigo e 94 de cevada.
Ê terra fértil em cereaes. . . *
MATHEUS PA «AROSA (^.) .--íreguezia,
Extremadnra, concelho, comarca e 2 kiio-
metisoa ao O. de licíria, 132 ao N.deiíisbíis»
IÇSefogon.
Em 1757 tinha 120 fogos.
Orago S. Matheus, oTing^lisla. •
Bispado e districto adsúnístvalivo de
ieiria»
Já a pag. 335 do 1.* volume, tratei d*eslUi
(Nf ueaia ; ^aa, i(K>mo depois obtive mais in-
formações A seu respeito, as doa n'es(e lq«
gar.
Os morsdoras da aldeia . da Bariís^ cqu-
sinúrm ^quí, ítm 1609, orna capeUa». dedi«
Í38
IfAT
MAT
cadft 10 artofsIlfU S. Matfeeiís, foe em
1714 fí/í ekrada t egreja natrá da frefoe-
zfft da Btrofa, ereada n^ease anuo, flenido
por padroeiro o meimo «anto eranfeliata.
fi^úco tfial mo erro que foi na palatta
Bar&ia. Dls 1. A. da Almeida, no seo DíT'
r/dn, i4^r^, ds Chorogr.^ pie, em9éê imíu-
hro de Í8íú houve aqui um e&mbate entre at
alUadoi e as iropae frameeioi. Copiei isto
na boa íé ; mai depois, vfm a saber qneiião
boora nVsta sitio similhaote eombate.
KATHEUS DA BIBEIRA fS.)— fregneria,
Mioho, comarca de Vílla Verde, eooeelho de
Terras de Bonro, êS Icilometros ao 190. de
Braga, 370 ao N, de Lisboa, 75 fogos.
Em 1767 tinha W fogos.
Orago 8. Mathetis, eTaogettsu.
Arcebispado e districto administratiTo de
Braga.
A mitra apreseotaTa o abbade, que tinha
300^000 réis de rendimento attnnal.
É terra fértil em eereaes, legames e Atl-
etas. Cria multo gado e nos sens montes ha
multa caça, grossa e miada, eéra e mel.
Passa tt^esta fragaetia o rio Homem, que
rega, móe e trac peixe. É por isto que a fêta
f^gneela se dará antigamente o nome dffl*
eial da Ribeira ié Homem,
MATHIA8(3.)-- freguezia, Alemtejo, eon-
eelho, comarca e 64 kilometros ao O. de
ETora, 106 ao S. de Lisboa, 190 iogoê.
Em 1787 tinha 183 fogos.
Orago 8. Maihias.
Bispado e districto sldministratiTo ds
Beja.
A mitra apresentara o cura, que tinha
140 alqueires de trigo e 86 de cerada.
B* terra fértil.
' ICATHIA8 (S.)— freguetia, comarca, con-
celho e 6 kilometros de Erora, 116 ao SE.
de Lisboa, liO fogos.
Em 1767 tinha 160 fogos.
Orago 8. Mathias. i
Arcebispado e districto administrativo de
Évora.
A mitra apresantava o cura, que tinha SIS
alqueires de trigo e 76 de cevada.
E* terra fértil.
Ha <i*esta freguai ia uma rica propriedade,
chamada §umía 4o Pae Cão. V da sr.^ B.
Asna da Piedade Cedto ^Vilas-Boae, qu»
caara eoi artembro de 1973, com o ar. Aa*-
giMo Carloa de Lemos, eapiâo de cavaOa*
ria a* 5.
MATEUS Dl METES CLAEOS (8.)-
fragaezia, Alemtejo, eomarca e concelho is
Niaa.
Hoje dá se a esta firagoefia o nome da
Caixeiro on Caieceiro. (Vide a pag. 26, col-
1.*, do t.» TOl.
Compre rectificar um erro typographftt»
que então escapou na revisão. E' Cackeifô
em Tez de Caixeiro.
Ha porém quem diga, que affedivamflms
ao íogar se deu o nome de Cadu^lro, em ra*
zão de atli existir um rico lavrador que ti-
nha a airnnha de Cacheiro.
MATIUMOEIO— Já na palavra Marido^
tratei das trás dirersas espécies de casa-
mento, coQheeídas em Portugal, e em outras
naçdes catholieas : darei aqui mais algomai
explicações sobre a matéria.
Todos sabem que o matrímoiiiòrd'deva*
do a saeramento (o 7.*) pela egreja eathofi-
ca, e que é um dos que imprimem earatíer.
Tratemos agora de algumas curtêêiditdêi
históricas sobrô o casamento, das qtiaea nem
todos os leitores te^ conhecimento.
Os wMtrimonioe e!aude$tino$f foram un*
dos francamente entre os portugueses^ até
ao fim do século XV.
Ei-rei D. Aflònso IV, na sua carta de
1362 sobre reformas éeclasíasticas, que man-
á(M a toâO!Í os primados do reino (Synop.
ehrtm.f tom. 1.* fL 10) mostra-uoe claramen-
te que existia então este abuso, que deseja
exterminar por uma vez.
Dil qua^tmtijfoa cUrigoe se achacam ee^
iftíioêy um cem mulherei virgens e oitítvt
eom mulheres corruptá$y è depoi$ dixiam f»
fido eram coiodof. i—^D'aqul se seguia que^
por faka* da prova, não ficavam os filhas,
lagitfmoa, è outros damnos alHmetfckHia*-
dos. Ordena que— tfodas o« reeèhimentm se-
jam fíiiõi peh respectivo parocho^ perauts
um tabelião da mesma freguezia, úe9tinêk
para escrever em um livro, todos os easo'
mentos que alli se celebrarem, para $e saber
depois os' que sãê ou ie(x<m de ser oasaãot,
e a €ondiç9é doe eontrt^eniis.t ^
MAf
ItAíT
(m
•t
ifliatrfiroY»* qiM:AQ|Mii'flqaetlU'é|koei|, os
casameatosi oa grande parte d^eltesi se 980
Ittlam Al presença do paroeho, ^ qpe o «tu-
lua tfiiu^nio era ioda a sabstaneia e fórma
do matrimonio» na raxão di. eonlrato*
' Ao que parece, eata real ordem não sor-
tia todo o sen effDÍto, porque o aboso tinèa
lanado profundas ralaes.
.• Tomaram se ainda mais rigorosas provi-
deftdas. .
Em 1499, O. Manuel I, decidiu fáaer ces-
«ar os iaconveniemes que os casamentos
^clandestinos traziam á egreja, ao estado e
.ás famiikis: Por umai lei, promulgada a i4
de julho d'este anno {Ord. do MeiM de
Ui4, liY. 5a tit S7) determina qne^ sem
excepção de pessoa, todos se receitam pu
blicamente, em face da egreja, enafórma
que os sagrados eai^ones decretam. *B.ea-
Bàndo^se enmdidametUe, pai' $sse mesmo {ti-
to, oisim o noivê como a noiva, percam te-
doi u seus benSy metade para acamara real
0 metade para captivos, E toioe 0$ que a si-
miUumie9 caéamentos forem preeeniei ouies-
temetnhaSj percam também todos oe seuê bens^
^íom a mesma applicaçõo^ e sejam degrada-
dos por dois atmos para Ceuta, Mas d'estas
penas serão isentos os que taes cas(imenios
fizerem por prazer e consentimento dos pães
s mães dos noivos^ se os tiverem; porque
n^*esse caso, haverão somente as penas do di-
' reito canónico,
' O papa Pâulo III, conTocou o concilio tri-
dentíno, que durou desde 1545 até 1563. —
N*este concilio se julgou impedimento de-
rimentp, o casamento clandestino; mas,
como ainda esta decisão não tivesse inteiro
cumprimento, o rei D. Jaão IV, em 13 de
novembro de 1651, decretou que podiam ser
desberdados es filhos dos que conirahissem
matrimónios clandestinos.
O me^mo concilia só considera como sa-
Gramento«o matrimonio canonicamente con-
trahido, e os outros um mero contrato.
fla documentos antigos que provam a
existência de uma espécie de arrhas^ usa-
das u'aquelles tempos.
No cartório do mosteiro de Salzédas, exís-
- tiam duas doações, pelas qnaes consta— de
uma— ^ue Martim Paes, caYaileiro de S. Mi-
guel de Lobrigas, doou a soa mídlisr, II4-
ria Lourenço, certos bens, em Santa Combjie
em .outras partes per compra do vos^ corpo,
com a .condição de os possuir tão somente
em sua vida; mas os perderia se casasse.
(Documentos de Salaédas» gaveta 7.% maço
L\ n.* 13.)
Est^ coniprA do corpo, parece ser ao que
no reino chamavam herança do mando, ou
confirmação do dote. ^ra feita pelo marido
a» sua mulher, passada a primeira noite de
casadosi e por idso também se dava a estas
doações o nome de praetium virginitatis.
(Segundo o sn Joaquim Pedro. Ribeiro, nas
suas annotações. a Viterbo, ó mais natural
que compra do corpo fosse o a que hoje se
dá o nome de arrhas; mas ha documentos
que distinguem uma. cousa da o^ura. Tal-
vez s^a a chamada propternupdas,)
Entre os longobardos, não podia este do«
nativo exceder a quarta parte dos bens do
marido, e por isso se chamava também quar--
tisio, e vulgarmente— mord^ati^^òa (dadiva
feita pela manhan.)
Veja se a Memoria sobre ca^
» mora cerrada, pelo sr. dr. Levy
Maria Jordão, i^ipressa em Lis-
boa, em 1857, em opúsculo sol-
to, e também eocorporada na
Historia e Memorias da Academia
Real das Sàencias de Li&boa, no-
va serie, classe 2.» (Nota a Vi-
terbo pelo sr. Innocencio Fran^
cisco da Silva.)
Não havia ^ei nenhuma que imposesse ao
marido a obrigação d'esta dadiva, que sá
dependia da sua .vontade, e du grau de aflfe-
cto que consagrava a sua mulher.
Da outra doação que existia no cartório
do mosteiro de Salzédas, consta que — em
1190, Soeiro Viegas, fez uma caru de ar-
rhas, a sua mulher, D. Sancha Vermudes^
na qual lhe deixa muitas e grandes proprie-
des, que só possuirá se não casar. Esta doa-
ção é cruel e absurda, porque determina
que— se a mulher ficar viuva e casar, os fi-
lhos que tiver do segundo .mai;ido, nada her-
darão do que era d^elles ambos ; mas tudo
será dos filhos do primeiro matrimonio. Mas,
vmHimdo Soeiro Viegas^ se castor segunda.
{30
ímt
íbííz, naãa heriarã» o$ /Uhúi quèhmwêu^ te
swí primeita mulher I
Achava se 68t6 ^ocamento, tio ootttrarfo
Ifi leis da eqn^dadè e âa'imlareea,'iift gate-
ta 4.% maço !.• !!.• 6.
É profaTel qae algtín» leito-
res achem aborrecidas estas ex-
plicações; mas o mm ifitento,
emprehendeoído esta obra, é dar
o maior trnmero de iiotícias qtte
me fôr possivel celligir, de indo
qnamo sobre atiffgos uso5, cos-
tumes e legislação tratam os es-
criptores portuguezes.
Estoa eertò de que nem a toAos
serão estas ãhagações Indifferen -
tes.
MâTYA^rregtiezia, Beira Baita, conce-
lho, comarca, bispado e distrfeto de Gastel-
' lo-Brattco, 80 kllometros da Guarda, 240 ao
E. de Lf !«boa, B5 fbgos.
' Em 1757 tinha 45 fogos.
Orago Sahta Margarida.
O povo apresentava o cura, que tiniia réis
'iOfOífd, e o pé d*altar.
MATTA— ribeira, Douro, nasce na Marga-
raça, desagua no Alva, }uniô à villa de Coja.
Rega e fertiiisa a ribeira (veiga) de Goja, e
cria muito boas tructas.
Era no antigo conbelho, suppriroido, de
Go]a, e actua!mf!ate é no de Arganil.
MATTA ALTA ^ (vulgarmente Mattalta)
serra, Douro, na ft*eguekia de S. Miguel do
Matto, comarca e concelho de Arouca. É
um ramo da serra de Cabeço de Sobreiro,
e flt;a a 5 kilometros ao S. do rio Douro
Apenas produz carqneija e urze; guando
podia ser aproveitada, não só por ter, em
grande parte, bons terrenos como por ser
abundante de aguas, que fae itmente se ex-
trahíriam por galrrias subttTfaneas; pois
quasi no seu cume se encontram nascentes.
É quasi toda baldia. Traz muita caça do
«hão e do ar.
MATTA DE LOBOS— frpguezia, Beira Bai-
xa, comarca de Píuhel,^ORc«'lho de Figuei-
ra de Castnllo Rodrigo, 90 kilometros de
Lamego, 365 ao NE. de Li:)boa, 300 fogos.
Em 1757 tinha 1!50 rogos.
Orago Santa Marinha, virgem e martjr.
KÂtr
Bli^piâ» dè Pinhel, diairfct« aiaiMira-
tfvo da 6uarda<
O papa e o bispo da diocese apreienlatMii
iHiemaUvatteato o rekof, qoeikihik 404860
réis e o pé d*akar.
- É terra íbnii ea iodos os «eiisiw api-
eslas. Cria muito gado d^ tsda a ^mliàh
de, e nos seus vastos moMes, ha lobM^ ia-
po£a$; ás veu», javiardos (porco»'Bs«M«ie!^
javalis) e muita caça miúda. Ha lantai
aqui bastantes eolmeias.
MATTA DA MARfiAfiAÇA-^ importaste
naalta, no extincto coneeiho de Goja, h^t.
concelho de Arganil^ na província da Doon.
É muito antiga. Foi primeiipaiDeDle As
bispos^coodes; mas, em 183i,f4ii consiáfiil-
da bens naeionaes» e está nu domínio da/s-
x&itda naeionat.
É pehi maior parte povoada ds^oaFvaUua,
que dao oplima madeira para eonstrOíGçSes
Bavaes.
Os bispos*ooDâes lentaram reávi&dícal<4,
mas inutilmenca.
IfATTA^iA-^freguezla, Minho, Mmam
e eonoelho de <Suimaràes» 24 kitotuetros u
NS. de Braga, 3tiO ao H. da Lisboa, ms^
gos. Em 171^7 tiuha 45 fugos.
Orago Santa Maria (Nossa Sealiora da Na-
tividade.)
Arcebispado e dístrioto admkiktrmtâfs k
Braga.
O thesoureiro-mór da collegiada de Nos-
sa Senhora da Oliveira, de Guimarães, apre-
sentava o vigário confirmado, (}ue Unharéíi
30^009, de oongrua e pé d*aluir«
Eslá n-esta íreguntia, a casa e quinta à
Corvjeira^ que fui de D. Manur 1 de NoroniU)
deiceadenfie dos marqut zes de Vilia ReaL
Para armas e gt^Ufultigia dos Noroniias^
vide Caminha e VitUi Betú.
MATTA-MOURiSGA— freguezia, Extrenu-
dura, comarca e concelho do Fombal (foi
até 1855 do coacrlho do Louri^ai, supprí-
mido a 34 de outubro d'esse anuo) 40 kilo*
metros ao S. de Coimbra, 165 ao i^. de Lis-
boa, 500 fogos..
Eoi i757 tinha 233 fogos.
Orago S. M»mede.
Bispado de Cuimbrai e disificto adoiflii-
iratívo de Leiria: .
_^
A tmhrersiAaí^fe éeCvfmbmiapiieBeiitiva o
«vra^ ()iie títtUa tOiWX) i^« o pé é'ftlur.
'É terra fértil.
-È ^UHadA j«iato á e^Ma^dé ÁtlAMico.
Bki niai dêlítaria «as Kgradarel phni-
€ié, A Tist» do mav, aè ^ «maâilacada «la-
iníM^Ki (praia) ^n^.odnre âatda a foK do Mon-
dego, até à de Octavim, no sitio atitigameií-
te chamado Logar on CúboI dm fmn^zes
-011 Giísal da Serra. Pfea este logar na dfri-
ifio qm faz o bispado de Goimllra com o de
Leiria.
E' uma pequena aldeia, hoje ehamada
Nossa SenJwra da Guia, a 1 :fiOO ntetres 4a
egreja matriz e a' 6 kilometros da villa do
Leoriçal Gencam «ale log«r, os de Outeiro,.
Uartinh», SeiAo e Cãsai da Seftà.
Em lo20, 08 moradores d'estas qaatro
«Ideias, nesoiTeran eonstroír uma ermida
dedicada a Noss4 Senhora da Guia, para
d^elia lhes serem «dministrados os saera-
mentos.
Era um templosinho pobre» coaio pobres
«nMu es qaeo mandaram oonsAnMr, que aó
«ram rieos de devoção, á Santíssima Eslrel-
la dos navegantes ^A»B Maris Siella).
Foi a ermida, no sen principio, constnii->
da de aiá^à {espécie de tijolos âe terra,
«éeeos ao sói) eom 4,"IS0 de comprido e
3,«dO de largOv. oom %'^ da aito. Era oo^
l>erca de tdlut van, e só passado algum tem-
po, uns devotos a forraram de madeira, (1)
A imagem M feita por um tài Francisco
fiejiriques, morador na viliá da Reéinàa,
que se di^ia eseulptor, e ^ra natural de Lei^
ria. Sabiu pois a itoagem ebfsia de impei fei-
ções e de péssima, eecuiptura em todas as
euas parles ^mas depois foi aperfeiçoada
por nn fcom esculptor que lhe ttou es de*
feitos que ponde). .
(I) Mas com, o tempo ,e o descuido, foram
ciabiodo as portas e abaodonanno 8e a er-
mida, quH <-ht^gou a estar redbzída a curral
>ende aa cabcas dos arredores hiam seatear
no rigor das calinas.
A imacem da Senhora estava apenas en*
costada a parede, sem altar nem outro ai*
gum abrigo.
Assim ^stéveramad coisas por «^aço fle
«aQOa^opa*:
wa
J3tl
Foi Irrada da Redlnlia para a sua «a^-
la, no mesmo anuo de ifitO, por Ameaío
Fenunies Malho, do Ca$al doe Franones.
Ainda a capaHa estaiva por acabar, peio que
a ianagem foi depositada em casa de Marti-
nho Fernandes do aiesmo logar, e abâ este-
ve atá liir para a sua easa"
Septido a ieàpda,em^a(nto a Senhora fos-
teire em caai de liartinfco> Fertiandes, ti-
ve elie e sua famiiia moica ventura em.tb-
das ias ifUas coisas, e por muitas Teases se
vtramaMi inaes sobrénatturaes e se aeotíraai
odorei sonviíaiiaos»
Goneluida a capena, foi para ella lavttda
a; Senfbora; mas, como os poros d'a<ftti eram
pobríssimos, nào sé chegou a fazer-!he allat,
nem a padroeira era conhecida s^io da
Isente áa fréguezta, que apenas nas ladai-
nteta de' maio aqui vinha oom o paroelu)
de S. Mamede, em proclstio.
Nas ladainhas de maio de i67S, edtauáo
a dizer- se missa, viram os que a ella assis-
tiam, que da imagem manava um suor eo-
pioso, o que lhes causou grahde admira-
çaõ.
Correu a fama d*este milagre, em que os
que o nao viram naó acreditavam. No dia
18 de dezembro do mesmo anno (dia da Et-
pectaçio de Nossa Senhora, ou Nossa Se-
nhora do Ó) em que se fazia a festa da San-
tissima Virgem n*esta ermida, a ella con-
correu muita gente; e estando á míosa, to-
dos viram o mesmo milagre, mas sendo en-
tão o suor ainda em maior cópia.
»
Em breve a fama do milagre percorreu
por todas as freguezias circucnvisinbas, e
grande foi a concorrência de povo que veio
á capella, uns por devoção e outros por cu-
.riosid|kde. No sabbado posterior á festa, c;s-
taodo a capella cheia de gente, se repetiu
o milagrs, ficando todos d'elle desengana-
dos e apregoandoo por toda a parte.
Em todos os sabbados que se seguiram,
,foi continuado o milagre, o que augmentou
progressivamente a devoção doa povos para
com esta Smhora.
O que mais se distiaguin foi um fidalgo^
morador na villa do Louriçal chamado, Au-
tonio de Almeida Casteflo Èr(^ncg^ fua fe
'£32
MAT
aiAT
Ufàoê os miltfnr^s de Nossa Seabonda 6aia
osefisTfii* nm )ívro.
Morava então no Lonriçal, 1>. Fernando
dè Menezes, eondoda Eríeeirs, que per seus
próprios olhos se qpit desenganar, e foi á
eapeHa pfeseneear o milafrre.
Deliberon entio eoni Castellò-Braneo e
OQtiras pessoas nobres, erifrlrem noia eon-
iraria de Nossa Senhora da Gnia, para eoi-
darem da reedifleaçao, angmento e aeeio da
eapella. O eonde fleoa jnix e Gasiello Bran-
eo, eserivao. Foram feitos mordomos o pa-
dre MannH de Andrade Mesquita^ Joio de
6óes Sílveiro, Francisoo Cardoso Pereira e
Antopío Martins; e para thesour^iro das of-
fertas e esmoías ofTerftcíd^s â Senhora, foi
nomeado loão Gomes da Serra;
Fez-se am Urro ein que estes todos assi
gnaram rem o licenciado António Gomes,
eura da fre«raezia da Malta Moarisca, eom-
fromettendo se a empregarem todo o sen
zelo para o angmento do Sanetoario e do
enlto da Senhora.
' O parorho ff z no mesmo acto, e por ter-
mo no livro, desistência de todas as oír<»r-
tas qaa lh<> pertenciam da dita c^ip^Ila^ pa-
ra serem empregadas em obras da mesma.
Todos então (sendo o eonde o primeire) of •
íereeeram esmolas para a Senhora.
Foi o livro, acompanhado de ama peti-
ção, enviado a D. Fr. Álvaro de S. Boaven-
tura, então hispo-conde, qne por uma pro-
visão auctorísoQ e cenfirmon a confraria.
Novi^nta e nove vezes suou a Senhora no
espaço de qnatro anno«, o que foi visto por
mais de cem ml] pessoas, e d'isto mandou
fazer um summarío o referido bispo.
Estes suores duravam de 4 a 6 horas,
com a rircurnstaneia de que, emqnanto sua*
va, estava muito encarnada, e depois se tor-
nava branca.
Emquanto a Senhora suava, também do
tecto da capelfa manava muito stu)r, a pon-
to de molhar os cirrumstantps.
Cessou a maravilha em 1680, succedendo-
lhe annos de fome e calamidades.
O primei re cuidado da nova confrarit fei
construir à Senhora um templo mais vasto
e digno, no qual se dispendeu uma conside-
rável quantia de dinheiro.
Tem o corpo da egiKija iSinotroff do ^qbi-
prid«ke 9 de kryo, eo» ennbaes éè pedra-
ria lavrada, rematados por bonitas pynni-
des. Tem porta pcioeipal e duas traveipa^
três boas tribunas com grades de forro.
A capeUa^mór aaiá dividida do^orpo da
egr^a por ma sreo do pedraria» o tem tra
altares, o aUar-mór, oAde eacá a padroeira,
e dois lateraos.
Tem este templo uma Ibnnosa galilé, e é
cercado 4odo em reda do varandas» comes-
lumnas de pedra, muito bem lavradas, eon-
cluidas em 1710.
Sobre a poru principal da egreja, se vft
esta insorlpçào:
BSTÀ OBRA SB IfBZ COM ÀS BSMOLAS nOS
rusis E Ajuna dos ponnas
A festa da Senhora eontimioii a ser, es-
mo antigamente, a 18 de dezembro; ma
veio depois a mudar «se para o dia da As*
cenção de Jesus Ghristo.
fi' esta romaria concorridissima lub só
pela amenidade da estação, como p^o agra-
dável do sitio, qne, como já disse, é noM
dilatada campina, onde a vista se espraia
com* deleita.
MATTINHA (QuinU da)^iogar, £zin-
madura, freguesia, e concelho dos Olivaes^
comarca e 6 ktlometros a NE. de Lisboa.
Patriarchado, districto administrativo i»
Lisboa.
A primeira estação do caminho de ferro
do norte e leste, ao sabír de Lisboa, 6 o
Poço do BUpo, Passado este logar, encofl*
ira- se o bonito sitio de Braço de Prata»
composto desvarias quintas (vide o 1* voL
pag. 432) e de alguns armazéns de retém,
eonstruidos sobre a margem direita é»
Tejo.
E* um sítio extremamente pittoresco, e
com formosas e extensas vistas, quer sobro
o rio (que aqui parece mar),. quer sobre a
Ottíra-banda; vendo^se também um vasU^
território da margem direita.
A quinu da Mattinha foi antigamente dos
marqui^zes de Bellas, (condes de Pombeiro),
O pala<*io e mais oflScinas da quinta, qoo
chegaram a um estado de deplorável raiiM»
4elUni para teitrada» qiie do Po{D do Bis-
po condáz aos Oliraes.
A quiata é composta de terrenos cultiva-
dos e de qma matta (que ibe dá o nome)
eomiposta de pinheiros, sobreiros e outras
anrores silvestres; sendo esta matta. ém nm
terreno bastante elevado e com grande es-
carpa sobre o Tejo. .
No k)gar mais alto da matta, ba uma casa
qae em tempos mais prósperos servia da
aga^albo e descanço dos caçadores, quando
os antigos senboresd*esta propriedade hiam
> ella passar alguns mezes do anno.
Conta-se que no principio do século XYIII,
víudo pela matta um cavalleiro atrazde uma
lebre, correndo a toda a J^rida, viu esta es-
eonderse entre umas urzes; mas quando
reparou que estava á borda do precipício,
já não poude soffrear o cavallo, que se pre-
.dpitou d'aque]la medonha «Itura, despeda-
^ndo-se e mais o cavalleiro, nos rochedos
que: bordam a praia.
Na quebrada^ enure o monte da matta e
outro outeiro^ estão uns edificios pertencen-
tes á mesma quinta, que serviram de arma-
lens de retém, de vinbos da Extremadura,
para exportação, antes do oidium-tukeri.
Esta propriedade fica perto de Cabo Rui-
vo e de Beirollas.
MATTO— freguezia, Minho, comarca e
eoneelho de Ponte de Lima, 18 kilometros
a O, de Braga, 370 ao N. de Lisboa, 70 fo-
ges.
. £m 1757 tinha 60 fogos.
Orago S. Lourenço, martyr.
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trativo de Yianna.
A mitra apresentava o abbade, que tinha
ISOilOOO réis.
E' terra fértil.
MATTO ou S. MIGUEL DO MATTO~fre-
guezia, Douro, no antigo concelho de Fer-
medo, que foi supprimido em 1855, hoje da
.comarca e concelho áe Arouca, d*onde dis-
ta 30 kiiumeM*os ao 0, 30 ao SE. do Porto, 8
ao S. do rio Deuro, 285 ao N. de Lisboa,
200 fogos.
Em 1757. tinha 40 fogos.
Orago S. Miguel, archaojo.
Bispado do Porto, districto administrativo
V0LUM£ V
HAT
133
de. Aveiro, d'a^de.dista 60 kiloinelros a NE.
O real padroado e a mitra apresentavaip
alternativamente o abbade, que tinha de ren-
dimento 400íf000 réis. Tem uns grandes a
bpps passaes^
Está esta freguezia situada em terreno
muito accidentadOy mas os seus pequenos
valles são muito férteis, por serem abundau-
tes d'agua. Passam pela freguezia os ribei-
ros de S. Miguel e áe Govellas, que se^ jun-
tam ao Inha» e todos morrem no Douro> na
foz do Inha, um kilometro abaixo de fí^áfi
Moura. Regam, moem e trazem peixe miú-
do. .
Gria-se n'esta freguezia» mu^to gado bo-
vino, que se exporta para a, Inglaterra. •
O seu território é muito arborisado, príQ-
cípalmente por pinheiros,
A egreja matriz, é muito antiga e peque-
na, e no seu adro está o mausoléu do dr. Ma-
nuel António Coelho da Rocha, lente de Coim-
bra e um dos três melhores juris-coosultos
e escriptores .de direito civil portuguez, 4^
século XIX (Os outros dois^ foram Jos^ Ho-
mem Correia Telles (Vide Estarreja) e Ma-
nuel Maria da Silva Bruschy. (Vide apag.
340 do 4.» voI.)t
Manuel António Coelho da Iloeha, nasceu
e falleceu ná aldeia de Covellas, doesta fire-
guezia. — Vide Covellas.
Ha na freguezia, a capella publica de San-
to António do Forno, muito antiga, peque-
na, pobre e quasi a cahir — e o oratório par-
ticular, da casa dos Rochas, 4o Covella^ so-
brinhos do lente referido.
Esta freguezia, faz bastante eommercio
para o Porto, pelo Douro, sobre tudo em fia-
deiras, carvão, carqueija, cortiça e lenha» que
tudo embarca na praia de Pó-de-Moura, ou
Sante.
MATTO ou S. MIGUEL DO MATT0->fre-
guezia. Beira Alta, comarca e concelho de
Vousella (antiga terra de Lafões), 18 kilo-
metros de Vizeu, 280 ao N. de Lisboa, 300
fogos. Em 1757 tinha 115 fogos.
Orago S. Miguei, archaojo..
Bispado e districto admininistractivo de
Vizeu.
A mitra apresentava o abbade^, que Unha
300j;000 réis de rendimento. . . .
9
m
Mt
^'%HètrsL mito fèhfT, rim^Má a qnalAâite
Veifrúbtoà; Cria mníto gádò, e adstias vhel-
làs são^aboroífisfiMáâ^ Nos detlk ihontes ha
tifuita c«ça.
HATTO e S. TORQUATO— fireguezia, &x-
^itíàâtífa, comarca de Benatente; concelho
1*6 Cè^och^ 5Í lifómeiròs dé Evow, 70 aò
SE. >dlé Lisboa, fôO fogds.
Eih 1757 tinha 98 Ibgoâ.
' 'Orágo^SanrAnna e 9. Torqttátb.
Arcebispado dd Évora, distrícto admibis-
tfátiVo de Santarém.
'fista 'f^egtiezia, segundo a moderna diVf-
saOy pertence á província da Extremadara;
itafasf está ao S. do Tejo.
É Wrra fértil.
- 'Eram dttâs fregueilaB (Saiit'*nna e S.tor-
quato) qae se uniraih tio século XVni.
A mftra apresentava o ^apeilão, curado,
■que tfetea iWjSOOO réis.
MÀTTO— Vide Càlhànãrfz.
ICATTO 0E limANDA—aldeia, Extrema-
dura, comarca e concelho de Torres Novas,
94 kilò^metros ao N. de Lisboa.
' 'E' aqui a 15.* estação do fcaminho de fer-
ro' do Norte e Leste.
MATTO ou (S.) BENTO DÓ MATTCMfre
^Iguexia, Aleíhiejo, concelho, coiharca, arce-
bispado, dtstricto administrativo, e 18 ki
lometròs de Évora, 125 ao SE. de Lisboa,
290 fogos.
Em 17l$7 tinha 191 fogos.
■• Oíàfgo S. Bento.
A mitra apresentava o càpelllo, curado,
que tinha 370 alqueires de trigo, 103 de co-
tada e 3OÍÍ0OO réis em dmheiro.
, E' terra ui lilio fértil ém céreaes. Tem ga-
do de toda a qualidade e caça.
* MATTOS— Vide Lourenço dos Mattos, (S.)
a pag. 457 do 4.» vol.
MATTOS otiS. BRAZ DOS MATTOS —
fregUe2ia, Alémtejo, comarca do Redondo,
concelho do Alandroal, 24 kllometros de El-
vas, 165 a E. de Lisboa, §0 fogos.
Em 1757 tfoha 75 fogos.
Orago S. Brafc.
Bispado de Elvas e distrií^to admin!stra-
tíYo de Evofíu
Terra fértil ém céreaes.
A mesa da tonscíeacia apresentava o ca-
-piétlió, òõírabo, (fàé úálíiàiiM àl^áMÍ ft
trigo e 106 de cevada.
-HATTOS-^íregtteriff, Douro, na eomim
6 concelho do Mardo' de tSanavieees.
Bispado edi^ricto administrativo do!^^
to:
Está ánnexa à fregue^^ia da AlpendurÊk
A pag. 160 do l.^* vol, sob a palavra AK
pendurada, tratei dVsta freguezia, sem^
élar^r que tinha afihetà a de Mattc».
Alem d'isso, desde enâò tenho oUf do mi
esclarecimentos, que dou n^éste legar.
Afreguetla de Âlpandurada, tem por orip^
8. ioíSo Baptista, è o D. Abbade do moaim
d*eèta íreguezia, apresentava o vigário, tritt-
nal, que era um ttion^ bene^èfctíDo deili»
mo mosteií^, e tiúha 4OJI000 réia de re]ii>
mento.
Esta freguesia em 1757 tinha 130 fogoi
A freguesia do*s Mattos, tèm por oragol
Miguel, Archanjô, e o papa, o bispo do í^
to e o D. Abbade do mosteiro de Alpeddm
da, apresentavam alteroaiivameDte o &&)»•
de, que tinha 300^000 réis de rendimeflíi
Esta freguezia, em 1757 linha fSt fogos.
Hoje, como estas" duívàfreguézias estão»
nexas, téem dois oragos, S. João BapiisUt
S. Miguel Archanjo.
Pertenceram, até 1852, ao concelho déBe»
Yiver, comarca de Soálhães, e como o «ou-
celho e a comarca foram enti[b extinetai^
passaram a formar parte do novo concdi*
e comarca do Marco de Canavezes.
MATTOSINHOS — fréguezía. Douro, co-
marca, bispado, districto administratíTO,d
6 kilomelros a NO. do Porto, concelho de
Bouças, 315 kilometros ao N. de Lisboa, IM
gos. Em 1757 linha 413 fogos.
Orago o Salvador.
A universidade de Coimbra, apresenlan
o reitor, que tinha 40í;000 réis e o pé fal-
tar.
Já a pag. 425 do !:• vol., tratei doesta fr*-
gueziâ, sob a paiaiTa iBouças de MattoshAufl
po'*ém álli remeili o leitor para a palam
UfaitosinfioSy nao só por ser mais conhedlh
sob esta denominação; mas também ps^
ter tempo de obter o maior mimero de »
clarecimentos que me fosse possível, p»*
formar este artigo.
> Bí9láico:poli todo. fuantodmsoiioi.^' v^
e accresoento o qae je segue.
•
iDá-se a esl» eonoeUK) a daDominação le-:
gal de concelho de Boaças, em nsio da v4Ua
õ^èÁle nome, qae exi4le na fregaezia de Mat-
tosinhosw'
.Pretendem algnn^ qae antigamente' 'só
efeistia a ír^gnesia d6.fieaças e gae lfatS06Í<<
nbòs aãa era miie do que uma aldeia d'eaia
parochJa; e lanto que ao Senhor de Blatto*
se âa?ao nome de Bom Jesui de Btm^
MiX
m
ças.
'>â eerlo» porém, qtie a J^rtu^al Sacro e
Profano^ publkaâo em. 1757, irazafreguezia
da MaUoiimhM enão trai a de Bouçai.
O eoncelho db fiouças ó con>po8to das 13
flpegneziae genjaintes :
. Aidoar> Castons, GnifSesy Infesta, Lahrú-
ae, La^ra, Léça^do^Bailia, Leça-da^Palmei-
jra»iMatto9iabo8,.Npvogiide, Perafita, Bamal«
de; e Santa Orne do Bispo. Todas estas íre^
goezias, ao bispado do Porto. .
fem este cqnee&o 3:700 fogos. Tem esta«
fão telegikphica.
Bas 1873, se principioa aqoi a eonstmír
bonito' Ibeatro.
BasiQtiuurio do.Beahor de Mattoslnhoa
' " . '
.-. B' este mageatoso sanotuario^ am dos mais
justamente famosos de Portugal, e o seu di-
vino padroeiro, objecto da maior devoção
dos pevos de deseoas de léguas em circam-
A QQs 9 kilometros ao €NE. do Por*
10,1 junto ao mar, se eleva em uma am-
pla e ameaa piaaicie, o* antigo e magestoso
asbctuario do Senhor de Maitosinhos, onde
ha muitos séculos se guarda e venera, com
a âevoçao de que ó digna, a milagrosa
imagem do Senhor que dá a invocação
áqnBiie magnifico templo.
A grandeza e religiosa magestade de tão
devoto sanctuarlo ó bemr conhecida dos mi*
JBUres de fieis que lodo o anno concorrem
a levar soasí ofertas ao mesmo Senhor, e a
•oppliesr df^elie remédio e auailio aas suas
eafemidades * iribniações, e dos qne^ em
tao pnodtgiosa quantidade, afilacmi» especial*
meate aos (res dias da soa romaria, a faaer
suae oraQdes diante da sacrosanta e mila-
grosa imagem. Porém isso não nos dispensa
do fazermos aqui uma resuiQida des^ripção
d*esto logar, consagrado pela devoção gerai
ao culto do Rei. dos Reis, debaixo da mira*
culosa invocação do Senhor de Mattosinhos.
No ^opo dç um amplp terreiro, assombra-
do por corpulentos e copados álamos e pára
o qual se sobe por uma espaçosa escadaria,
eleva-se magestosa a ^rêja no meio de doas
soberbas tprres, formando um to^o da mais
agradável vista e do mais venerando aspe-
cto.
E formada a egreja de três navçs, cujo^
arcos são sostenj^dps por seis columnas de
ordem coriptbiai..e teinao todo sete altares»
incluindo o da capella-mór, sçndo dois de
cada lado, no corpo dá egreja ; dois ao lado
do arco cruseiro, e o altar-mór, em cujo
throno se ergue cheia de devota inagestade
a veneranda e sempre milagrosa imagem dà(
Senhor de Mattosiuhos.
No jprimeiro altar do lado da epistola, ou
á mão direita de quem entra a porta prin-
cipal, venera-se o bemaventurado apostolo
S. Pedro; no seguodo do mesmo lado vé-^e,
èm devota representação, a arvore de Jacbb;
no do lado do Evangelho, ou á mão esqner^
da de qnem entra, a imagem de S. José, es^
poso de Nossa Senhora ; no segundo venè-
ra-se a Senhora da Graça.
Ao lado esqnerdo do arco cruseiro, fload
altar do Santissimo e do lado direito o altar
do Seohor dos Passos.
Todas as imagens são próprias aioftmdir
devoção e respeito, que effectivamente lha
tributa o crescido numero de. fieis que oon*
tinuumente frequentam aquelle templo.
No altar-mór, n*um elevado throno, ex«
pde-se á veneração dos. devotos, como dis-
semos, a santa imagem do Senhor de Blatto-*
sinhos, à qual anda ligada a historia de tão
numerosos milagres.
No mesmo terreiro ou alameda em qua
esci situada a egreja, se eleyam do um e de
oátro lado differeates capellas, que a devo-
ção tem feito construir, enas qnaes se re-
presentam 06 principaea Passos da Paixão
136
MÁT
MAT
de lesQ9 Chrfsto, nosêo SalTador. Sio estas
eapellas em ncimero de seis, em cada ama
das qaaes se representam os sefaintes Pas-
sos do Senhor :
Na 1.* ^pella do lado esqoerdo ao sahir
da egre}a~-o Horto.
Na 2.* — a Prislo de Jesus.
Na 3.*— • Senhor açoutado.
Passando para o lado opposto, na 1." ca-
pella à mão esquerda de quem sobe a esca-
da do terreiro— o Pretório.
Na 2* — o Senhor Ecce Homo.
Na 3.*, junto á egreja— o Senhor com a
Cruz ás costas.
As capellas são separadas umas das ou-
trás por canteiros ajardinados, guarnecidos
de grades de ferro, o que lhes dá mais fres-
co, deleitoso e agradável aspecto.
A egreja data de i8^, em que pela ruína
do antigo mosteiro de Bouças, em que ha
mais de 14 séculos se venera a imagem dó
Senhor de Mattosinhos, foi n'aqucUe logar
edificado um novo sanctuario a expensas
da Universidade de Coimbra, a quem per-
tencia o padroado de Mattosinhos, por con-
cessão de el-rei de Portugal D. João UI.
Parte d*esta egreja é a que ainda actual-
mente existe e que comprehende a capella-
mór e metade do corpo dq templo. O res-
tante foi reformado ou accrescentado depois
em princípios do século XVilI.
Na frente da egreja, erguem-se aos lados
duas torres, n*uma das quaes, a do lado es-
querdo, chamada torre antiga, ha três si-
nos. Na do lado direito, ou torre moderna,
foi recentemente mandado collocar, pela me-
sa da irmandade, um carrilhão de bem con^
cortados sinos, que com seus accordes e har-
moniosos sons alegram e deleitam a quan-
tos os. ouvem.
O templo é interiormente de vistosa fa-
brica, inspirando respeito e religioso acata-
mento aos que n^eile entram a dirigiras
suas preces ao Tudo Poderoso, sob a invo*
cação do portentoso Senhor de Mattosinhos.
Na capella-mór, do lado do Evangelho,
Vé-se o tumulo do bispo do Porto D. Geral-
do Dommgu«>s, que morreu em Estremoz no
anno de 1321, e cujos ossos foram conduzi-
dos para agoeDa egreja. Ui aisim o epfli»
phio que n'esta sepulfira ae 14:
«Aqui jaz D. Gíraldo Domingttea XXII^
bispo do Porto. Foi morto em Estremoz ao
aimo de 1321. •
A existeoeia do corpo do venerando bíi*
po do Porto explica se pelo seguinte :
Foi a este religioso prelado qna eireí Oi
Diniz, iio anno de 1306, deu o padroado k
Mattosinhos, e (bl elie que Q*e8ta egreja dá-
xou instituídas dneo eapelianias com eertai
obrigações, instituição que mais tarde M
alterada.
A pouca distancia da egreja do Sei^orda
Mattosinhos, para o lado éo mar^ está sln»
do o Padrão, assim denominado porquê elii
foi levantado em memoria da milagrtMaip-
parição do Senhor, que só Ycrífieoa n'aqiKÍ*
le logar. Compde*se este padrão oa msa»-
ria de uma espécie de pavilhão oa oobede
de cantaria, sustentado por quatro pilara[
levantando-se no meio dVlie uma cruz. h*
la parte de dentro e encostadas & estes la-
lares, estão as imagens dos quatro evang»'
listas. No pedestal da cruz que ptba parai
mar, lé se em caracteres arábicos a datale
162 e pelo lado opposto a de SO. DesceiÉ
dois degraus para a parte do mar, ha um
fonte, de bem lavrada caalaría, com qoain
faces, em cada uma das quaes se lé ou
inscripção latina» tirada dos logares saaloi
A milagrosa e veneranda imagem de St*
nhor de Mattosinhos é das mais antigas 40
se veneram em toda a christandade. Podemoi
mesmo dizer, fundados em boas conjectom
e auctorisados por l^s testemunhos, qsi
foi uma das primaras» senão a primein
imagem de Christo Crucifieado» que se fei
no mundo.
A invasão dos povos bárbaros nos paiifli
do occtdente e a perseguição que os chn*
tãos primittivos soffreram, fizeram desappa*
recer documentos preciosissimo^ muito as-
tigos e que nos dariam luz sobre moitt
pontos da historia das imagens sagradas^
sobre a sua origem e seus artiôoes, ficaadtf
por isso embrulhado na si»mbría noite dtf
edades remotas o conhecimento exacto à
MAT
ÍILkT
137
época em que foram feitaí essas ovinas c6«
pias.
-'. As trevas éo passado, nao rasgadas piela
Im da historia» DÍo deliam saber, portanto^
ao oetto o anno em qae foi feita a saero-
santa imagem do Senlior de Mattosinhos.
Porém a oradiças perpétua e ínTariaTel
de muitos séculos» estabelecida e arreigada
na memoria dos bomeas, eontíDuada e per*
petnada de geração em geração tomo he*
rtoiça feliz e confirmada pela saccessão de
eatopendos prodígios^-a tradi^, qae nem
as invasões dos selvagens, nem os vorazes
incêndios, nem as.perseguiçSes atrozes mo*
«ridas contra os christaos, nem o destruidor
Tohrer doe séculos, podem consumir-^ essa
âiz^nos que a milagrosa imagem do Senhor
de Mattosinhos fora feita por Nicodemos,
varão iilustre convertido á fé pelos mila-
fites ^uo observt)u no Calvário e que^ com
José de Arímathéa, despregou do Sagrado
lenho o corpo de Cbrísto, oonduzindo«o ao
Santo S^raiebro. £ quem^ como Nicodemos,
podia copiar melhor os . traços sacrosantos
do Crucificado? EUe fòi testemunha occu'
lar dos tormentos de Jesus; ajudou-o a des*
pregar da Cruz, a depositai o no tumulo e
rseolheu os instrumentos da Sa4[rada Pai*
xão^ conservando em seu poder, pornnttitò
tempo, o Sudário, em que* ficou esculpida b
Sbnla imagem de Cbrísto^
• Esta tradição é perpetuada por notáveis
« amtiguissifflos escrigtores portugueses e
estrangeiros e mencionada uniformemente
pelos seguintes :
.: Manuel d» Faria e Sousa; Ir. Luiz dos An-
jos; padre Carvalho, na sua Chorographia;
dr. António Coelho de Freitas; padre Antó-
nio do VaseoneeilÉs ; lorge Cardoso ; Rodri-
go da Cunha e António Cerqueira Pinto, na
soa Historia do Senkar de MattomnhiMty pUf
bUcadaem 1738.
iO segundo concilie niceno, celebrado der
pois do amuo de ZÍS da era chrislã, iato ó,
ha perto de dezeseis séculos, occupou-se
das imagens»: feitas por Nicodemos^ avcgri-
yitanda se que ama d'ellas viera para aLu«
altania, para i» logir de Mattosinhos.
Antigos e abalisados escriptores, e entpre
outros Pedro de Mariz, asseveram que Nico-
demos fizera quatre hnagens do Crucificado,
uma das quaes se venera em Derito, na Sy-
ria; a segunda em Lueca, na Itália; a terr
ceira na cidade de Burgos» Castella; e a
quarta em Mattosinhos.
Quiz Nicodemos^ segundos estes auctoreg^
que as quatro imagens fossem espalhadas
pelas quatro partes do mundo, então conhe-
cidas ; mas outros opinam que o piedoso es-
culptor fizera cinco imagens de Christo, co-
mo symbolisando as cinco chagas, opinião
que nos parece mais verosímil, pois que
aliás, fazendo Nicodemos as imagens por
inspiração divina» deviam estas» pela vonta-
de do Supremo Creador» encontrar-se nas
quatro partes do mundo, o que não acon^
tece.
A quinta imagem que se attribue a Nico-
demos venerase na cathedral de Orense, na
Galliza, segundo a opinião de alguns escri-
ptores que se oecuparam d'esta assumpto.
Snppõese com boas razões que a mila-
grosa imagem do Senhor de Mattosuihos Í5-
ra a primeira feita por Nicodemos e a mais
perfeitf eifigie do Christo Redemptor, quan-
do estava agònisante na cruz.
A posição dos olhos, um, o direite, meio
aberto sobre a humanidade, o outro aberto
para o céo como supplicando, dizem quosi*
gnifica que Jesus Christo, quando agònisan-
te^ implorava a aeu Divino Pae, perdão para
o mundo que viera resgatar com seu divi-
no san^, lançando ao mesmo tempo um
olhar de piedade para os filhos de Adão, por
(a}]os peccados acabava de soffrer os mais
tormentosos flagícios. Prova eloquentíssima
da misericórdia do Filho de Maria, que sen-
do açoitado pelos homens, ainda assim não
se esquecia d'elles no momento em qae es-
tava para deixar a terra, pois que para el-
les implorava perdão.
Nicodemos fez a imagem do Senhor de
Mattosinhos ôcca no tronco» para n'aquel]e
vão esconder os instrumentos da Paixão.
Aeparando bem na imagem vé-se effecti-
vãmente que as costas são anteparadas de
9ima tela fina, que parece confondir-se com
a matéria de .que é feita a sacrosanta effi-
1^ tóia tio bem preparada que tem resisti-
138
Wít
MÁf
éo ài eormpçâo úm tempos, pdis que em
nada se encobtra deteriorada. A mesma tela
forma a toalba, com qiie foi envolvido, pa»
ra natural reparo, o corpo de lesus Ghrtst«»
Esta toalha que deste da cinta, cobrindo a
pema direita até ao joelho ea esqvíerdaaté
á eanelia, está tão ligada ao corpo qve pa*
reèe egualmeme conftindlrse a ponto de
muita gente imaginar que é de madeira, o
que é engano, pois que nós mesmo já Uve-
mos eecasião de a examinarmos attentamen*
le, verificando que era tela.
Um dos milagnes bem manifestos do Se-
nhor dd Mattosinhos é a conservação da sua
Santa imagem. Tem ella dezoito séculos e na-
da indica que deslisou por sobre ella o vol-
ver de tantos tempos!
N'este larguíssimo período, n^esta immen-
5idade de annos, não ha granito, por mais
dttvo que seja, não ha mármore, ferro, aço
ou bronze, que sustente a sua primittiva
consistência.
No decorrer de tão largos séculos, desmo-
ronam se os palácios aoals solidamente con*
9MidQS, desapparecem promontórios, so»
mem-se cidades inteiras, cahém reinos, fi-
cam em minas os mais populosos e flores-
centes impérios, sepulm-so um mundb in-
tdro no sorveá^o iminens* do passado, e
aquelle frágil lenho- resiste incólume atra*
vec de tanto séculos, oomo se por ellè não
passasse mais que a curtíssima eéadede
om homem! Não será isto uba estupendo
milagre? Não será também elara prova de
que aquella Santa imagem foi feita por Ni-
eoderaos e é o retrato fiel do Kedenqptor do
mimdo? É por Isso que Ghristo qoer que
ella dure atravet dos f^eutos até á sua wú'
snmmação;
• ■ t •
Nicodemos sobreviveu- bastantes annos á
Paixão do Senhor, e os judeus, pofdle ter
dado tantas provas de piedade, trataram de
o perseguir. :j -
Aquclie illustre varão íOra^mestre em Is-
rael, cargo que não eira exercido setião por
altos personagens, o ditem alguns auctoreS)
qtie elIe íôra príncipe na Jiuiéaj
■' Os ladeus^'depoMrain># éo^seu- magiar
rio, confiseafam^lhe os tens e
açoitai o, como diz Calmet.
Bm vista de unta perseguição» fàginè
Jerusaleia pam um logarsolitanOyondaia
tio iJaniahel tinha uma herdade. Foiallip
fez a imagem do: Senhor de MaatoaiDbos ea
outras maia qne sb lhe attilbiena.
cN*e8ta soledade, dii H dos Reis Bennp
áeSj pastava Nteodemos em vidacontem^
tiva ; e como na sua alma tinha impraa
a effigie da seu di^no mestre, não Ibe ftf
frendo o amor que aquella impressas I
casse só na idéa, íez praiea a men
idéa, formando aquele sagrado transo»
pto. E aqui temos âppareâda no mal
em uma anu, a imagem do filho ^ Denu
Ás violentas vexações dos diristãos b!»
quella época correspondia a nrPèTerentep»
seguição das imagens sagradas.
Foi assim que -muitaB foraoi eseondièi
em suhterraneot e ouiras lançadas ao ■>;
para as livrarem da fogueira, aonde o eii
pharisaieo arremessava as que eneontnA
Nicodemos^ tende então feita a que è
pois se chamou do Senhor de Mattosinhos»!
querendo livraL-a d^aqnella persegniçi^
guiado por inspiração divina, desceu «
porto de lob, que fica .nas eostas da JihUí;|
banhadas pelo Mediterraiee^ e allí a oonin
da inconstância daa ondas.
Novo milagre se operbu enâe^ digne è
admiração das gBntes'e que dá a enteodtf i
quanto éabeiiçondo por Deos esle eautii^
do mondo.
Lançada a sagrada e venermàa' inags
ao mar Mediterrâneo, suleoa este em I6à
a sua longitude, desde o nascente ao poeBto
alas^ndo^se dos eâlies, dos promonldrioii
dos bancos, das ilhaií e dos pertos/ p»^
o estreito de Gibralur,entrando3ioOceM
o aqui, en ver de-segoir a ibesma doinli^
virou para o norte, senda le^da sotarsti
aguas até á altura da nossa costa, aperitB-
do por fim á venturosa praia- de^ Matit^
nhoB. ■.}'.'•'
IHr-se-hiav á vista de âo predi^osa ibi^
ravlihai que, > como nó prhwipio do moadi
o espirito ái DélUi' era Uxmáa^ifílifn^
a^Uos.' . :. ' .
. • • ■ • * • ^^ . í . ' ; w » I
W^í.
mjii
m^
\ .A ioif^em appaipçeqiii seni Vfn, braço, Ç(
ii*esta falta qniz o Senhor operar novaj^ai^
I Vàfft como mai^ ^'b^^ ^Y^t^ ,
I Poiíque: é ;q^e^ ten^ Mi^eU^ Pivina^ÇÓRia»
I alra^r^sado luna t^ «gr^^Ml^ d/stfiiiçia^a |ter
I iih^m porto ou, ooira parte. 4o miuido arri-
b[)n aenão a este cantitibp 43 PormgaIT
I Dom, em. sua .^ta bondaria, pef»mi^^a qoe
t estes poYos fossem 4q&:Pninoiiro8 illuinin^-
I do^» pela redemptora Iqz d^, Gr^, e.TiE|Q-
I 4llrQs.tào prop04^s.» r^Qeberem táo .vivi-
I fimdoKJi luz» qui2 premiai 09 com. ttiiya das
( suas sagradas imagens, de quem esses, po-
i TOS tinham de receber tao grandes benefí-
I . . Ko Orienta tUiha. o ôlbo de Peuft prega*
, 4a a Dj&va religião e iosij^do no aniiiap dosi
I gentios d^aquellas regjoQ^ o espidtoi rege>»
sacador das soas, doutrinai: era pceciso
fRA. no extremo. dp<)|[H^den(p xv^m^ Um-
b<H9 a<Eova ]q^ .
Foi MatU>s]i))hos o Ji^g^ 9s<H>lbid<> parasQ
«apAUtar .pelj»: primara y^ a hiz da redem-
lifSo^ e <|Qiz Detts qu^ ipsp ^ operasse d^
Hfi^ jmneira prodigiosa*
Resam antigas historias, qu^ se^do. eo^^
4mid<; o .ead«^v«ir d.9'&< Tt^iago^ fo qi^L foi
«mrtyriafdo. em Jç^cnis^lem por .ordepa da
Herodes Agrippaj a bordo de uma Aâc^ qn>9
naTegava para am dos portos de Galliza,
- M». fle aproixjipávi^ epnlara a vontade dos
tripotonites, da OQsta da.MattQsiiih93,,.paraQ7
(toi aUi eoma em oatoaria»
'. Cetebpavana-sa por; essa oecasl^O; is^^esta
praHu ^.refios de^p^rÂos» do régulo Cajp
Carpa. com. fes(a9i t^rneioy^ laoças et o«trA>9
applaasos ao antiquíssimo usp;e» somdo ufli
é*68^s i^Qs entrar^ai m cafalleiros em
^eeptados.. meneioa..pie)a^ ..«andidas espu*
oasídK}. Qeeano»,o que s^ 4))iaiR9^ya ««dar ko^
fimiohdé^, fí^nmom gne oi cavaVo que .o
afibro moDIava» 't4kai|»sw o:4reiOinoa.denii8p
moMtiãm. ioiAeindp] pelo mar deutro, jra^r
iMído:.a« agiM.i«eflft;a{mMpr .petuge par»
•ii nen *.i^;í, o oamaUeico^ cbegaodofífp pé
dft-KíiiL efajfaoivinhi^io ^aAa^er do sania^, i
t/£;ft9heMida.o0 4iaolputoA.Aei & Tbiago ^
Qilaiire.e. pa»at4Mdo^'t>89&Md<» die ão aUo
4ti|MerM^ 4Qini9tfactfm .<1q0O(.oi bapiimo 4t
Cayo Carpo, o qual, estupefacto por/Off$^
prodígio, jpis-vvi .qsn« flãf i.sp í^fogav^a.iieípi
masoiq. se moÍbavay,i:^cebeu^Oi d^t^O) fíZn
dq, çonverteudo-se d'ea^.m94p ao, (^t^r^tl^^
nismo.
Operada % . singnJiarai^eQj^jei ^ta conver-
são e termjoada a cerimonia do bap.ii^nu)^
Ca^o C^rpo sahiu sem o . menpr perigo, d^,
salsa elemento, o que, visto pelo gentip qi^a
celtíbrava as^festas, foi çbjeetp die iode^cfi-
ptivel admiração, convertido; se todos if ^
catholica. , '
Çayo Carpo yinb» to^p coberto de con.^,
chás, dando isto legar a que aquelle sitic;^
etQ memoria d>ste noivei ^uu)ntecimeQto»
se chamasse M(Ui$adinhos,si]hx^t^Q ^o ma^^
tis^^Ao das. conchas. . ...
Peio andar dos tçmpQs o AOjo^e, d^ Ma^?
sadiahos coAvorteU; se en^ W^Uosinhos^^s^
memorar a alegria que sentirai^ a^juellof
POVOS: por tao i^aro njâlagre, ppz-^e ^, no
que p33sa 90 pé ojofíjf^ de I^/ji7z(^ ,palavr^
latina que quer dizer alegria, ^a L^.litia sf^
derivoji^. segundo alguns au/ctp^çs, o VfQ®
de Le^ga^ pojrque hoje é coohecjdo! o i;io«,
Fofao). pois os. ppvos de Ma,itosiobp3 0^
primçiros quç no OccideAtê,rec.eb^f,aj9ai à],u^
da fé e foi poi^isso que a,n)ila|[rpsa.in^CÍ^%
feita e laoci^^avaos marej^poi: NícudjBi¥¥>s>
escolheu aqueílag pajrag^s» onerando se. ti^*
do isto por inQuenciat celttste. ..,
Não é averiguado o anno egi qiie a vene-
rável e0igio 40 Cruciíicado appareceu em
tão feliz prai^.
:J)i;fem uns .que. foi j}|} aupo 50,4^ fra
çhristan ; ovt(rosaÍQirm^ni que, fôrf^ no ^^
Wt ovArAs, por^^m, e, esfps.pajçecQ qjoe ÍUJQ^
dwioa em m^ll\ores ;raz^esi, 4ão est^ miraT
oulo6a iayiei^o p^ ^po^o 4^.124^ 4a if^esm
era. .:..-]
No logar.áo.Jff4píít&Wro,,qnd^ foioi)coflL-
(rada; ^^SapU Içq^g^e^ foi ^Xigiàçi ua^i 9^^
numento, como n'outro logar di^eqpp?, pai!^
perpçtn,^' o awajracjimentp. de t^ DSÍlW»
jíeliq.gÂa, ,...{...;. ^ ■ •. • . ., •*
Deaamiiv^Vft-9^.JP/wf^5a e^8^. WfiPW)f;ÍA :ô
1)4 bamids^iori^ii que. dentro d^ella. eat^^fice-
ctJi, '^QcontrAm^A^' os^ algarJUmpç a|raf>68, i6^
p qm 4 certopente^ ^ 4r^^ eip* Qpe.^lfi f^
ençpott-o» Q..S«i*ar: Ae.M^ttõsmhqs. ,i^
140
MAt
ék eapella-mór dá egreja, onde hoje se ve*
nera o Senhor; está porém coberta pela ta-
lha dourada qne reveste o magestoso tem-
plo.
Estes algarismos, eseríptos n'aqaella épo-
ca, nlo podiam deixar de referir* se i era
de César; pela 4ual se computavam então
osannos.
Ora o anno 162 da era de César corres-
ponde ao anno 124 da era christan. Tem
portanto de existência em MattosiDbos a mi-
lagrosa imagem do Cmeificaáo 1748 ân-
uos.
Está também averiguado que aquelle faus-
toso apparecimento teve logar em uma ter-
ça feira, no dia 3 de maio, razão porque
n^este dia vÍo todos os annos ao Padrão em
procissão, solemnidade qiie remonta áquei-
les tempos.
Como ègualmente acima referimos, do ou-
tro lado da base d'aqutlla cruz, eneontra-se
o numero 50.
Dizem auctorisados escriptorés que este
numero indica que o braço que faltava k
imagem appareceu depois doesta 50 annos,
o que é corroborado pela tradição constan-
te de muitos séculos. *
Durante 50 aonos foi o Senhor venerado
sem o braço, com que appareceu de menos,
pois que muitos braços se fizeram, mas ne-
nhum d^elles Se ajustava ou prendia ao tron-
co, tornando*se logo manifesto um novo mi-
lagre d'aquella sacrosanta imagem.
AndaVa, porém, um dia na praia uma pobre
ínttihereioha de Mattosinhos, apanhando nos
desperdícios do mar, com que alimentasse o
kime, e aconteceu encontrar um objecto
qae lhe paceceu bom para queimar. Che-
gando a easa deitouo ao foge, mas aquiUo
qtte lhe parecia um bocado de lenha, saltou
íóhi da fogaeii*a tantas veíès quantas ella
áiil o deitou.
Tlnhia esta tnulheròitaha úma filha muda
«olhando esta para o que a mãe fazia, com
grande agsombro de rodos fallou e disse:
-^ minha mãe não teime em 'deitar is-
so ao fogo, olhe qUe é o braço de Nosso Se-
nlior de Bouças, (porque eii^ se venerava
ainda á imagem e VeneroU até ao melado
éi líecolo XVl no tenqpl* qu^ em fiooças ie
MAt
lhe erigiu pbueo d«po!á do sea appand-
menm.) -
Attonita a pobre mulher pelos milagm
que presenciaTa, correu a dar paite d*e&H
á poToa^; a qual foi verifiear se aqodh
era ou não o braço que faltava ao Senhor, «
com assombro tíu que tão ajustado Itaai
cava que depois náo se conhecia já qoil
d*6lles lhe tinha (kltadol
A romaria jque a devoção catholiea cék-
bra na 2.* oitava do Espirito Santo, foi is-
stituida para solemnisar aquelle grande iri*
lagre.
N*outra mulher permittiu o Senhor p
se manifestasse mais uma vez o seu poéa;
obrando novo prodígio por invocação fc
Senhor de Mattosinhos.
Andava ella ao pé do Padrâo, e com t»
ta fé pediu ao Senhor que lhe desse oa
agua para curar uma mancha que tinha ii
cara, que logo, pelo lado debaixo d'aqiuii
monumento, rebentou uma fonie de saiíSl*
feras aguas. A mulher lavouse, e eom gru-
de confusão dos incrédulos, se corou i»
mediatamente I
A fonte lá está ainda, resguardada de gn*
nito, com piedosâís Inscripções de qaeadai
falíamos^
Até o melado do sec{ilo 16 foi a sagnà
imagetn do Senhor de Mattosinhos réwák
no templo de Bouças, onde esteve escoodiA
entre a parede da capelhi mór e outra cos
que esta se forrou, para se formar este »
conderijo, durante os annos mais nelasM
para a Egreja.
Esteve alli ocenlta no anno 412, em <|0i
entraram n'esta provinda os alanos, snefvi
selingos e vândalos ; no de 633, em queS»*
zinando foi aedamado rei de (oéa a Ete/i^
nha; no de 713, em que os árabes estiva
ram senhores d'esta provfntfia ; floaloMni
alli este^ oecaha pelos annos de 982 eMi
até que os gascdes entraram pela barra è»
Porto, derrotando eompletam«ttte a Ataiit'
çor, capitão mouro dos ireis de €ordòvaál*
li foi preseveradoesteUfeworo^sahiaéoii'
eolome de tantas e tão barbaras perssfoi'
(to. ' •■
HAT
A egreja de Bouças «maaçava porém mi-
na 6 necessário se tomaTa a edificaçao-de
novo templo, pai*a veneração d^aqqella ima-
gem de Ghi^isl*.
Hoave dispnta onde seria edificado 4> .no*
▼o templo, qaerendo mis qne fosse n*esle
faffar^ ontros escottiendo outro. Lembrança
feliz foi então a de uma creatnra para ler*
'minar rasSes de preíS8rendl% propondo que
a imagem fosse levada sobre uma burrinha,
6 onde esta parasse^ ahi se levantasse* o lo*
vo templo. Com effetto a burrinha parou no
logar onáé agera está a egreja; e tão manifes-
to foi este novo prpdigia, qne por mais que
tocassem o pachorrente animal, nao se movia
d*aqu«lle logar.
•' Grande 6 o nmoiero de milagres operados
ptAo Senhor de Mattosinhos : para os rela*
tarmos com todas as dreamstimcias preci*
aas, filo nos chegariam annos e encheria^
mos muitos volumes. Fazemos só poriaao
menç2o doe mais notáveis, e d^aqueUes.^ue,
pelo andar do tempo, possam estar esmaeci-
dos:
Os habitantes dá cidade da Virgem íò-
ram, em todos os tempos^ testemunlias dos
grandes e beneíleos prodígios do Senhor de
Mattosinhos, correndo todos os annoâ, em
BÉimerosa concorrência^ á soa egreja a
festejar tão milagrosa imagem.
' Algumas veies, tanlb^m aqoeite thantna-
tmrgo santo veio visitar es piedosos filhos
d*esta cidade e, com sua divina influmeiai»
afetston os flagpUos que açoitavam niiitpó^io
Porto, mas todo o reino.
Asseveram antigos cbronistas,' qpíe cinco
vezes trouxeram os portuenses em solemne
procissão aoPono aqueila mHagroaá ima-
f em» e que de todas as veies foram obrados
|ttt)dèglos celestes em favor d*elles e de teda
a lusitana gente.
• 'Veriflcou«se a primeira no annoid» 1126,
no reinado de' D. Joio 1, e no pontificado
de Qerneote VII, sendo bispe do XH)rto4).
FBdrò da Costa. .
Eram por esse anuo tão continuadaa as
lempestades e tão rigorosas as chuvas, que
tacto aigusi escapava ao* ngo» de tia lail-
ge e>desabridainveniik, dednâoido^aeo^fla»
gaito dafome p<v Ioda a parte.
MAT
IM
. Conduzido â- cidade 4o Porto o Senboç
de Majttosinhos^ em solemnissima procissão,
serenarami^e os. cóQS^ alegraram^se ^ho-
rísontes, succedendo ás horrorosa^ borras*
cas os Haais lindos dias de yivifieante spl !
Foram mais 4» quarenta mil as pessoas qos
acompanharam* a milagre^ imagem, m sua
primeira' visita a esta cidade.
Teve logar a segunda procissão *no d^ 7
de juAbo do anno del88(S, reinandie em For-
tngal Philtppo' il, de execranda memoria» o
na Egrf ja. Xisto V. F4Nram ainda as eo^ío*
sas chuvas d'ess0 anno, as quaes ameaça-
vam alagar a terra, que fizeram receorrer
os portuenses á maravilhosa influencia do
Senhor de Mattosjnbos, o qual, como da prí-
mmra vez, fez succedcrti tempestade ar be^
sanca e a abuoàaneia 4 pennría. .
A terceira prddasão foi feita peio mesmo
motivo e o mesmo milagre operou 4'esta
vez o Senhor. Teve 'iDgar eate-novo^pnodí^io
no antto de 1696.
' Qparta veto recorreram os portuenses^
açoitados ainda pela indemencia do tempc^
á mtta|(roaa imadem, eeguaknente foramou-
vidos -es éeufií rogos; e- supplicas ferfVenteSh
Esta quarta prodíssio foi no dia 90 d0 ya^
nho de i64fcj
Da quinta vez que o Senhor de Mattosi*
nhos foi' cdidázido á cidade do Porto não
tiv^am os portuenses que agradecer á soa
bsmdita misericórdia mcttor favor qUer das
veaes precedentes. •'
No reinaddi dé; a Pedro U^ i606, monâlé»
rti epidemia oeiiava as tidas dos filhos da
cidade da Vvgem. Os hospitaes eram peque?
liòs pal*a'Coínter tão grande nuínctrode^n-
fermos eiaS valias dos cemitérios eram atUf-
Ihadas de cadav^eSk A medicina deséspe»
rou dfl, cortar os progressos d^aquellihonrl-
vel contagio, e os portuenses^ affltetoe eceti»
stemados, reoerr^wn ao quê por sueoessi*
vns maravHhaé reconhaoiam-por segurorjO
^eaztemedio.
Fei pois cmidusida g. imagem 4o: SeniUNT
de iiattosinos a esta cidade, com tal< een-
icerpeaeia de. devotos, foe nfio cabraido nas
Mtradas^-eabriam os? dioiítes e as colliiiai^
a^r.esentai|do^«8le:aoto> um espectáculo map
gestbaoi^oi tão gnoUeo milagre.eilo di^
m
IIA¥
fiio de veneraçlo dos homens, ifoie dias de-
pois d^atjuellh procissio, todos os eâfmDM
dâtiram grâças a I>eus pela saade (|tte sen*
tiaróiá Tig^orar lhes o corpo!
Bepòls d*estes iúnnmeros^faelOfS (pie at**
testatn o nilagroso sotooiro d# Seohbr dê
MatMinfios, se tetn repetido» em todos es
tempos. Mas vfst» <|ue os nSò podemoe re*
ktai^ todo^ falie por nós es^a assombrosa
quâ&lidade de retábulos que, saspensoe dM
paredes do templo, se efií^eeem' á devoía
coBtemplaç&o dos fieis.
(Hhtaria é milagre^ Ào Senhor 4ê Màttim*
nhm,)
PhiKppe II de CasteHa, ta conde de
llafttesi&hos, a D. FraneiBOO de Sá M eoezea,
que morreu sem deseenéenoiay morreido
eom elle o titulo doeste eondado. (Vide Mar-
tka (&9AtB) 4e Penaguião.)
D. Pnaneteeo de Sá Heneaes, era um no-
bre cavalleirOy intrépido, generoso e às bom
eoneelho; Foi eamare(P0>4n6r do prinoipçD.
Mí^ ^filhe de D. loio lil e pae de Dl Ser
basUio.) Foi mvito estimado tantodo pvinr
dpe «orno doa: dois reis e depois, do ear-
deal D. flenvique, tfio de D« Sebastião, e que
por morte d*este occapou o throdo |K>f ta*
gnet.
O dardeai rei* nomeou, a D. Franclsoi^ de
Sá e Menéaes, nm dos cineo govemadoves
doreèao, o que lhe deslustrou «brilho do
nome, pois, eom seus cottegns^ «atr^gou .o
reino ao ,iMàrpadop.PbiLij^peIL
' Conta sede D. Pranoiscode Sá a seguinte
aneedota:
■'MêAo pagem da- campanha, deD»io|oIII,
-n estando noe paços reaes da Ribeira, lhe
ysdíu o rei um eópe de agua* Reoèbea*a 0.
Traneiéeo da Inao deuni^ mulher que ser^
^ no paiço, è^ por deaeuidoí^ aeoateeanqtle a
água se» t í rou de pma ginr^a (bilba) onda pd-
neiro estivera tinagr» rosado. O rti bebea»
nas estranhando o sabor acre que linha^disee
«Flrantieeotde Sá^ que meideaie n'ea|a agua,
ifÊO ma mataste tí-^IX Francisco^ sen^diser
mia ^palavra, bebeia ioda a agita que o rei
4aliárai; ecntan^dedarou quanlh^^déra, «,
«mheisid» o eagana aom>noiiseqneneia, (oá
^a acfio wiito edétaaiiii e aiHi^Iáadidlt .
HAT
D. Pranelaco. Borren a; 47 da março de
188$. •^-'
Aqni feUeoeu, fimM de Julho de 18»
(tendo nascido em 1470) Simãô4hnfai»esái
Coimara, 3.* eapitão e goTomador da iUu di
Madef ra; neto do descobridor da meaaaaillii
(Mo GonçaUea Zareo) progenitor dos cofr
dea da Calheta.
Era 12o liberal, que foi eognonaiaado-^
magni/ko.
' Poueoa Tasaallos despenderam UBto ea
eerv^o de Deus, da palria e do reL
D. ioao II e D. Manuel, lhe deventnv en
grande parte^ a conservação das praças por*
tqguetas da A/rioal - =
Em vida de seu pae, o mandoa D. João II
solBcorrer AnlDa (Africa)^ para onde partis
immediatainente, .eom 2M hemeae, qpue ^
seis mexes sastentoa á sua eostjt em ÂÊnOt
farendo repetidas e T^eroaas eniradaBea
terras de mouros.
Durante o Jnesmo reínadii^ pasaou da íDs
da Madeura para a Qraciosa (Açorea) e af
assistiu todo o inverno ; sendo d'alli chaai'
do pelo rei, que lhe éacrewa uma eam
muito honrosa, ^con^âáande o a vir a LIj^Ihm;
aasistir ás festaa que se ficeram ao> prlndii
D. Affoiae, seu filho, e ás quaes coDoorriaa
todos os grandes dePortugalrO nmUoséi
CasteHa. . .
Fez*se Simão Gonçalves admirar pelafon-
pa e Insimento oom que se apreaentouai
eôrte, trazendo |K>r séquito, grande nuBMii
de pafantea, pagens, lacaios e. cavaUoa, ooe
riquíssimas galas, librés e jaezes.
Foi dipola soeaorrer Safim (AMea), cba*
made por Díege da Azambuja, levando eaai'
sige QOOhpmms» tendo já maúdado aiitieeípa*
dameáte 309, cem muitas armaa e mnoifdfll
ca» íl navios seu^e. alli s» demoroa tre
mezes.
Sòoèbnreu também por duaa.vaaea, «mi
dlSO homens, o canlella raal de SaoU Cnf
(ACrioa), nò teq>po doa eapities, Diogo lopl^
de Sequeira e do referido Diogo da Aiaa^
buja. . 1 .. .
MasdoQ á eonquata d*AzaB<uV'ata tt^
Joio GonçalTÇft da Gampra» tco» Si naiM
600 àomeaadB póa MO da catalle;^eam(i»
dem de ficar ■apraca»:eamofe(Ni^BBi4Bia^
MÀV
MÁS
143
ta a nao jnl^fasse.segiurx das 4{m83e»repe«>
ttdas: eom qne os moorosi pretenderam re-
cnperar. (Note'iS6<)ae usuários^ tiiis eram
seaSy oatros alagados por elle, e qfiÁ^ gente
«ia armada e paga â soa custa*)
. Beseotiúdose porém Simão GongaWeSy.
por não ser atfeiuiid» em certa pretençâo,
como esperara, pelos seus assâgnalados ser*
TÍQ06, tratou de; se desnaturalisar; e^ com èf-
lieíto». se embareoa, com toda a sua famBia,
para Gadix ; mas um grande temporal o fez
arribar a Lagos. (Algara) : i
AUi soube que a praça de Arnlla (de que
então era capitão D. João Coutinho), estava
a ponto de peràer^se^ pelo céreo qne lhe- ti
nha posto o rei de Fés: '
Nio consentiu oanipio generoso d'^te pa-
tBiota sincero, que tão.boa pra«^ cabiaseon*-
tra ver em poder dos loâeis; p«lo que, mu-
dando de ten^^alistoB dentro em Ires dias
VOO* bomens de guerra, e com eUes nlarchou
nunedialamente em soeeorro de Arkiila, e,
depois de fazer levantar^ o cerco, âoft&do
qnasi arrasadas as.fortifisaçSes^ nenbnm ea-
j[)itão queria ficar govesoando a praça.
Então Simão Gonçalves da Camará, alli
finou volrnitariamento com os seus soldados,
até qoe íet reparar e reconstruir todas as
iortifieações. / '
De Arzilla, pirtlu para Gadix, para onde
ò rei D. Manuel Ibe ^creveu uma: carta,
muito amaiyel^. e cbeia &f^ elogios á sua bra-
mra e ps^iotisn^ fazendo-lbe latgaa pnȒN
messáseccoBTidando*o para voltar ao reina
Movido 4a beaBvplaneiado inottareba<qne
foi nm dos ttajs felizes. e dos maia ingratos
i|lie to setítaram no tik*0M), das saudades
da paitrid, e do/s^u-anieQtedesajofdelhe
I^èsfar serviços, regressou- tf) Porti]^,: oiide
o liei: o recebeu oqm asonalores demonstra*
ções de alegria e estimação. . ■ ' >
Outras muitas vezes soccorreu as praças
já nomeadas/a 4i de Tadger^ Ceittta, Maza-
gão e Alcácer (todas na Africa), com grande
Mmem de aoldadee e grande eopia do mu-
nt^^offeroàida^ipor ái, por seu fiibe opor
seu8iMÉ'enteseereados. i
< Qtiasdó.suooediá>Sjiieèfntar^s&!da:ttba:da
IMélra^ dèfgmvtt oPAeái'emifltaaipisa, para
9te^i w heiimse :ábtfèía<4e^ que aUgo^aa
dlaquellas praças dè guenuafrloania^tt^aii
atacaiâa pelosi moõiros e liireo$^^.ib^ wmA
dassft logo BoeaoiYo de i^nte^ nanráese mliolf
çdes^ como so elklo estivasse praseiitô;'0:qufii
aeontecea itepetidas veses.
Sustentou sempre à sqa custa a geiítè
que o acompanhava, e Ibe dava muiores soU
dos do que os que recebiao^ os milltareadfi
exercito real, dando niesai a todos os offlciMft
o pessoas nobres que a queriam, aceoitaf!. >
Sostontava* também em sua cata aomitaq
pessoas nobres e grande numen»de ereadoí^
o alli tioèa uma capeUademusáeos; cem
pouca éifferonça.da reaL
Mandou ^0 papa^ Loâo X,umpresetitetãd
rico e curioso, que o pontifico fez d*elÍB siui'
guiar çstimaçap.
Livoui este presente, um ooitego.do^Fuu*
etud, com grande>nnmâro,do.eDea4es^ vestia
dos enstosamenâe coma libtédos^amaru^
e fez<tto saqro palácio, peranftaio pontiAcee
cardeaiif») nna ocat^. laUna, {auiteteiia^
Simão; Goaçalrds)» queifoi ouiiida com gvaOfi
de attenção, e muito applauáidav pela sna
eloquência o elegância.:
O papa lhe es($reveOtdoinia<;pc0priaimãe|
dando-lbe grandes lottVores, compatemaos
expressões do. grande apt e^ ^e. fiseca dtt
sua embaixadq, e miBgiiJflcoppestnaB, quepl^
receram mais de rei, -que de vassallo.
A esses grandes despendios acarascemava
contínuas e avultadas esmolas; coai ^e sam?
pre soccorreu a>tõdoiO>'geQerade-neeeàsita?
dos, -sam que jamais diixassoáe rèmediac
miser»; oa afllícçãa alguma do que ti vosso
iiotiqia;e oomtautiigenferostdada-e profu-
são,.rqueveiu.a.monrerpobre^ tenda sido a
sna «asa a mais rica de Poitugalv' depois da
de Bragança^ e da ds.D.Jor^mesUte deâ*
ThiagOk . ...:.,. í • «j
Nos últimos annos^da suo vida, HBuuncioa
• gévemo da ilha da Madeira^- em.«oift.â|hd
e snceessor,' João GcmçalYeEisdar Camarate
voltando: ao nano, so mtirett â viUa<de Mat^
tosinhos, onde falleoeu^como.áissélno pviati
oípio â'èst6ifl|itigo. •* ■■ i i.' i.; . ';
^Staqio fignçalve» da,GaHM«a^ié.o prUigeni**
tor dos actuaes condeo da^RAairaiCrxattdoi
^allbbidftMadeifa.)
.4^.,M«Mi3^^(tenfiivea d^i3aiQaiB^.bístittq
144
MAT
MAT
4a Simio Gonçalves, foi o 1,« conde da Ri»
beira Grande, feito . por D. Affònso VI, em
18 de setembro de 1661 (Sen pae e sea avô,
Já ^ram condes de Yilla Franca, e o rei lhe
mudou então o titulo, para a Eibeira Gran*
dei)
O appellido Gamara, provem-lbe de qae-«
quando João Gonçalves Zarco, descobriu a
flba da Madeira (1419t), aportou a um sitio
onde em algumas cavernas se tiram muitas
pbocas (lobos marinhos) pelo que se ficou
diamando ao logar-^-Oeunor a de Lábes.
D» lianuet, em memoria d*esta descoberta,
determinou que os descendentes de João
Gonçalves Zarco, usassem do appellido Ca-
mará.
As armas dos Gamaras, cujo ramo princi-
pal são os condes da Ribeira Grande, sào—
em campo negro, uma torre de prata, coài
saneias e >coructaeu, que remata em uma crus
de ouro, e dois lobos, da sua própria côr,
em pé, rom|[)endo contra a torre, que está
posta em campo verde. Timbre^ um dos lo-
bos dâs armasw
É actual conde da Ribeira Grande, o sr.
D. José liaria Gonçalves Zarco da Omars,
casado com a sn' D. Maria Helena de Gastro
Pampiona de Sousa Holstein, da Gasa dos
Clastros, do Gòvo. (Vide Cavo.)
Em Mattosinhos, nasceu, pelos annos de
1000^ o padre Belchior (ou Melchior) da Gra^
ça. Era de nobre geração. Estudou e foi
graduado em ambos os direitos (civil e ca^
nmiico), na universidade de Salamanca.
Regressando a Portugal, foi feito capitão
de uma náu da armada; mas, desenganado
das vanglorias do século, entrou na congro^
gãção dos cónegos seculú'es de S. João^van»
gelista, e em serviço da sua ordem, foi três
vezes a Rema, onde se fes perilíssimo nas
línguas hebraica, caldaica, syriaca, arábica
e grega ; que aprendeu com os insignes mes-
teres, Abrahão Bschelense (maronita) e Ga*
nhachio Rossioi (grego.)
Foi eloquentíssimo nas, línguas latina e
castelhana, e n*e6tás, como na portugoeza,
fatia formosos venoe.
Ao nome do pontífice Urbano YIIl» fez e
publMu Offl^iivrO) com cem anagranue, que
tinha o titulo^-csifroir ^nagraiulta ni uo»
DSM S. n. H. VEiaifO VIO^ MHTIFIGni OPOM
MAxniL VeUtris ajmá Alphonium de bis¥k.
Ânno 1644,
Publicou um opúsculo, sobre a jturisdicçis
metropolitana, para eom os snffraganeoi.
{Decisdeiy do dr. Manuel da Fonseca Thenn-
do, part. 2.% deds. %k3k)
Escreveu outro epusoilo, por parte da ja*
risdição do coteitor apostólico, Alexandra
Gastracaoi, sobre o interdicto que este pk
em Lisboa, em 1639.
Este conservou-se na livraria que f<» do
cardeal Sousa.
Escreveu e publicou w^^Braxis Pemk^
num exigendarum^ etc.
A Vida do venerável padre AsUoiuodaQm'
ceição^ cónego secular da congregação de
S. João Evangelista, que ficaram manuseii*
ptos. (esta obra e á antecedente.)
Em Itália, França e Hespanha, foi maili
estimado pelos sábios^ enas obras de algoM
é celebrado com louvor.
Morreu no convento de Santo Eloy, de
Lisboa, em 26 de setembro, de 1650.
Foi àenhor dé Mattosinhos, João Rodrigoa
de Sá de Menezes, aleaide^mór da cidade d0
Porto, cavalleiro tão famoso, como os maii
do mesmo appellido.
Soube com perfeição a língua latins, e M
eximio em philosophia e bellas^lettras. M
mimoso poeta, e a&auas QmntUèas^ sobre as
armas e famílias iUustres d*elte reino, foran
muilo celebradas e se imprimiram.
Era generosa, prudente e politico.
Foi embaixador dos reis D. Manuel e IX
João ÍII, ás cortes de Saboya e Gastella.
Morreu no dia 2 de novembro de iinn,
com 115 annos de idade, pois> tinha nascido
em 146&.
Ckmyeiita das Penhan
Pek» annos de 1392, deram prindpii^ oi
padres fr. Gonçalo Marinho e fr. Diogo A|*
res, ao convento de S. (UemetUe doe Fp^
a^im chamado, pelo eminente e penhaasoso
sítio^ em qneiiei fundado, na costa do <M*
no, tento ao legar de Matlosinboi^ m v»
IIÂT
IBO kgar em qm Jáà&?ia uma antiga emi-
4», deâieada a S. Glamenle, qae ficoa ser*
vindo 46 egreja do moetelrov 1^ porque o si»
tio era noeivo á lÉaode^ e havia a'eUe outras
incommodidtdes, se liansíeritt para oode
hoje exisle» Das margens do rio Leça» pouco
distante de Mattoainhoe;' dando o chio para
o. novo mosteiro^ Simão Coutinho esna nm-
Iher, D. Karia da Ganha. Hodon-se então o
titulo e a invocação do mosteiro, ficando a
denomiDar-se^Abisn SenharíL âa Céncei(fio,
de Matiosinhas.
È de muita devoção esta imagem da Vir-
gem. É de pedra, dê qoasi 2 metros de al<>
tnra, com o Menino Jesus no hraço direito.
Foi feita em Coimbra, por nm insigne eseul-
ptor, chamado Diogo Peres^ por ordem d^el-
rei D. AffoQso y, custando 7M00 réis a es*
eulptura, e o pintor, de a encarnar e dourar,
levou menos de 3ifQ00 réte.
Foi a imagem mettida em um caixão, e
levada pelo Mondego, até á Barranca, pasr
aando ahi para uma caravellaque viajava
para o Porto, onde entrou com felis viagem.
No Douro, foi passado o caixão que con-
tinha a imagem, para hprdo do esquife (es-
caler, ou chalupa) . da nâu Nassa Senhora
ila^iVífi?^^, equipado eempavesado tudo com
muita variedade de bandeiras e flâmulas,
com roqueiras (pequenas peças) e jnnsiea»
eervindo de remadores, vários meatres.epí-
letos de navios ancorados n*este porto, ves-
tidos de gala.
Fez-se a viagem para Mattosinhos^ com
grande alegria e magnificência, híodo mui-
tos barcos embandeirados^ com musicas, e
dando tiros com as roqueiras, e assim foram
até á fóz do Leça.
Desembarcada a Senhora, foi logo coUo*
cada no seu throno.
Teve isto logar em véspera da Âseençao
do Senhor, que era uma quarta feira, 7 de
maio de 1483.
Entre muitos mlagres que existiam n*esta
egreja, se viam duas grandes pelles de la-
ganoé empalhadas (provavelmente jacarés,
caiuiões, ou cl*ocodiioB), testemunhas de dois
milagres acontecidos a dois imarinhdirQS. que
no Ultramar. escaparam dos dentes doestes
amphihios, por invocarem a protecção d*jasta
MT
I4S
Senhora, com ajuda da qual, matâramaquel*
les monstros.
Também aqui havia dois esporões de es*
padarte, que sem peneúrarem o costado^ se
pregaram em duas naus de gu^ra portut
guezas que navegavam para a índia.
Pedaços de amarras, grilhões e cadeias de
ca{]itivos^ salves pela intervenção de Nossa
Senhora.
i Mnitas pessoas devotas d'Ó8ta Santa ima-
gem, concorreram com grandes esmoks^
para que se lhe edificasse nova^ egreja, o qoe
ae levou a effeito.
D. Margarida de Vilhena, mandou faser á
sua custa a capdbMuár, e D. Affonso Y, que
em muito devoto d'esta Senhora, e que mui*
tas vezes a visitou, lhe mandou f^r o cor-
po da egrefa.
<
Fica a freguesia de Mattosinhos separada
da de Leça da Palmeira, pelo rio Leça, com
a qual communiea por uma exoellente ponie
decantaria.
Sstàligada ao Porto, por duas boas estra-
das a mac-adam-^uma em linha recta, em
constmcção, que é a estrada-raa da Boà"
Vista, da qual já fallei, no artigo, Martinho
de Cedofeita (S.)'-*e oaira pela margem di»
reita do Douro, até á Fóz, e depois pela bei-
ra-mar, até Mattosinhos, concluída em 1868.
Esta estrada é plana e beliissima. Está or-
lada de arvores, que lhe augtpentam a for-
DMianra, podendo dizer-se que daFózaMa^
tosinhos, é, não só uma estrada, mas tam-
bém um passeio deleitoso.
Desemboca em Mattosinhos, na sua for-
mosa alameda, vasto quadrilátero, arborisa»
do e guarnecido de bancos de pedra.
No centro da alameda, e sobre um elegan-
te pedestal, se ergue magestosã, a estatua
de benemérito cidadão^ Manuel da Silva Pas-
sos, nascido na frt goezia de Quifões, d'este
concelho.
Foi erigida por os seus conterrâneos, em
24 de agosto de 1861.
Parallelo á nova estrada, está o poético
monumento do Senhor do Padrão.
É um zimbório, formada de qnatro ancos
abertos, rematados por uma bonita e elevar
da abobada, guarnecida de oito pirramideB,
lU
Hâl?
0 tepnatisaúx no toi urtieeã.por «oom eni£
EDtre as colamnas, e pela parte de «daituo^
eitàaas estatcia» áosqiiatreEnuHiíeliâlas.
No centro eslá nina ait&ieruz, comaitiui-
$tíak 4q Jeans GrtteifieadOy^iotàdft em «zur
lejo.
' Ivttto ao padrão, eslá mos caâoha de eàn-
taria, quadrada, com os manyrioe do Saha*
dor, esculpidos na pedra.
Em cacfci fachada, tem uma kiacripçãoJa-
tíoa oomm0mor.ande o milac^e feito a ama
miilher, em Í7A6, a qoal padecendo de ele«
phancía, foi a 3 de maio d'aqiielle amio,
á(^eiÍB Jttio, e alli) cdm as próprias nãos e
sem oQtro algum iastarumemo, atou na areia
ama poça, e d^^lla e de mais qoatro partes
(em forma deoroz), brotaram cineo fontes
de agua perenne (que ainda existem), e lar
vando-se com ella três dias, ficou perfeita-
liwntesan.
Esta «asiofaat fez -se para conservar a agua
lèchada, e d'alii se tiram censtantemente,
garrafas e garrafas de agua, que vSe paita
differentes partes, onde 0|)>eram cUraa ma-
ravUlio^aSi em varias moksiiaa.
- MAURELLESr-^fregaezia, Douro, comarca
e eonoelho do Marco de Cana vezes, 45 kilo-
metros ao NE.<do Porto, 360 ao N. de Lis-
boa, 95 fogos. -
,Sm i75r tibba 60 fogos.
Orago Santa Maria (Nossa Senhora da As-
sumpção.)
Bispado e dístrictD adminfstrativo do Por*
to.
O abbade de Abragâo, apresentava o cura,
qae tsnba i2 JiOOO réis de côngrua e o pé d'al-
lar.
É terra muito fértil.
(Vide Marco de Gaiiaveses.)
MAURO'— portuguez antigo— seglindo uns,
é abreviatura de maurobolino (maravidio) e
«egundo outros, era mouro captivo (escravo)
que se dava como preço de qualquer com-
pra. (Vide Tarouca.)
MAXIAL— freguezia, Extremadura, co-
marca e concelho de Torres Vedras. Já está
descripta a pag. 14 d'este Vol.
HAEACrá{Ntá-*-p(NrtugUiez aoftigo — do ara-
èe mo^^jBrantf^t— soldados pagos^e nao anxi-
JíaireSy que nao tem aoldo»
j&aMèanbi; «asmi fAflium aos wldidii;
<|iie eatâo eni aotoal serviço, e dutviUÉ esto
neme de |fÁ;ÍMxaii*>-^rá^i(v ou thesom
d'onde se oalUge, que são hsmensy que psp-
iMcemiao erário; e'A'eUe ^e sosSBiiiafli, oq
cobram ^oldo. A pox 4iU'VinlM o Aicãidefm
s»4i.ifo2afaidii(istoécofliplnBbia), eamoé'
kê Iki^ ckomão^ na siuiUn^augem, Danfi»
Gim.Chrcnioa d^eírêlD: Manuel^ 'pàtl i\
eap. 44.
If AE^NARIA^^-portaguea antig<H-fonr
de macieira. Os bespanhoes dizem Jfoiu»
fiaV, e d^aqiii vem o neme ao rio MÊamzaã-
rva que •corre em Madrid, e q«e significa*
rio dó$ pomaret,
MAZAR— ponnguez antigoH^lCíd^M ^
o nome, que até ao século XfV se dava âim*
dre^péreia, estão diai '• rara e por isso de ais
preço.
No testamento de D. Pelagio, bf spo de U
mego, íèito em t246, se lè-^i^ : Mandat Pno-
n de Oreaii (Gárque^o) fnaníum 4e coh^
Uno, et oaj^i)am de griian, et tipkum deUt
xar. (Doe. da Sé de Lamego.)
MAZGABO--port|igaez antlgo-^faiha, d6>
trímento; também pena, mjuria. Peif^daM*
tr^Jt parte, q«e^ê9tt Orêinhaç(mçuúréaf,ni
lièraa êê díitAeirai, en n^me de viazcàboit
toda via a ssa Oidinàaçem ser est<wil. (Dift
da Guarda, de 1298.)
íMAZÊDO— freguesia, Minho, toolarai
concelho de Monção, 60 kilomptrss aNO.è
Braga, 420 ao N. de Lisboa, 360 fogos.
Em i757 tlDha 304 fogos.
€rago o Salvador.
Aroebi«>pado de Braga, districto admioii'
trativo de Vianna.
É terra muito fértil.
A mitra apresentava o reitor, que liai»
125^000 réis.
O vinho d'esta firegnezia, é multo velde,
e diz- se que o some d*ella, vem d'estacir'
cumstancia, e é contracção de — máuecsaiê.
Os dízimos foram dos jesuítas de Brags»
que lh'os deu D. fr. BaHbolomeu dosJftf*
tyres, quando arcebispo d'esta diocese.
' Por extincção da Companhia ée Jesos,^
ram os dízimos para a universidade deCoiS'
bra» que os recebeu, até 1834.
Ha aresta l^eguezia, as antigas casas *
Smrrod&eféoef* Uznml ]f^mW^àe Moseoso.
MAZELLAIl^Sfi^portiiguet «ntigo-- afSi-
(^ se, doér-s^, coc^rísUr-^SQ, etd.
MAZBIORRA— portugaez antigo— do ara-
l>e africaço matsmórct^ ep^onuncíavam como
Jkàs ma^môrra^ que écomo heje se escreve
—casa» «óva, oo. prisão subterrânea, á ma-
ilieira de uma grande cisterna, sem ar, nem
claridade, mais do que lhe entra pela porta,
ou bôcea, a qual se fecha com um alçapão.
Em Marrocos,, as yaimorras são debaixo
4o palácio do pei. Deriva-se do yerbo tâma-
ra— guardar, íecha^, esoonder debaixo do
ohào; cobrir, com terça. Girarão João Vos-
sio, sem rasão, deriva este nome do verbo
bebraico^jz^on^aro, cantar, j?5a/m^ar. É pois
làQ extravagante esta derivação^ que, sendo
as masmorras prisões horiiveisf, possa o seu
nome derivar ^se de. um verbo que significa
— alegria, como é cantar e psalmear. Vide
Jornada de Africa, Liv. 2.% cap. 6.» e pag. 71.
MÂTORGA—Vide Maimca,
M£A— portuguez antigo — medida de 6
quartilhos.
Aiada se asa em algumas terras do dis-
tricto de Coimbra; mas na província do Mi-
nho, mêa ou mêya, eram 2 quartilhos {meia
canada.)
MEADAS— freguezia, Alémtejo, comarca
e 24 Icílometros de Portalegre, concelho de
Castello de Vide, 180 kilometròs ao SE. de
Lisboa, 245 fogos. Em 1757 tinha 161 fogos.
Orago Nossa Senhora da Graça.
Bispado e districto administrativo de Por-
talegre.
É terra muito fértil, e nos seus montes se
cria muito gado, de toda a qualidade, e ha
muHa caça.
A mitra apresentava o cura, que tinha
4OÍ0OO réis, e o pé d*allar.
Esta fregueiía, está unida há mais de 100
annos á da Póvoa, e por isso o seu nome of-
flcial é Póvoa e Meadas.
Meadas fica a 5 kilometròs a E. da Povoa.
Dnrante a usurpação dos Philippes, foi re-
sidência dos condes de Valle de Reis (de-
pois marquezes, e por fim duques, de Lou-
lé.) Ainda se vêem as ruínas do seu palácio.
É terra muito abundante d^agnas, causa
da sua fertilidade.
mií
**?
. Çf\áe Póvoa f^ Meadasli ...
MEADÊLLA^-^Oreguezia, .Minho, x;oocelho^
fiomaroa» districto. e próximo de Vi^nna» 35
kUoaietros a^o O. da Braga^ 380 ao N. ^
UiibQa, 220 (ogoa. .
. £aijl757 tinha 82 fogos.
Qrago Santa Ghristina,
Arcebispado de Bimga. ■
É terra muito f^nil.
A mitra apresentava o abbade^ que tinha
UXUOQO réis de rendimento annual.
Foi até ao reinado de D. Dioi^ do padroa-*
4q real ; mas este monarcha a trocou por
outras^ ^pa D. João Fernandes. ^ottp-Major»
bispo de Tuy, ra cuja diocese e^tafrègu^ia
antào pertencia.
. Pasisou a ser do bispado de Ceuta, na Afri<
ca (líidd fraga), e por fim dos arcebispos»
portroqa, com o bispp de Ceuta.
., È n*esta freguezia^ a quinta e lorre de Pa-
rsde^, aclarados Bezerras.
O 1.* senhor d*esta casa (então coutada)
foi D. Pedro Hermiges de Paredes. Foi her-
deiro d'esta casa« seu filhp^ Martim Cabeça»
pae de Maria Martins, que casou com LoUr
rençe Paes 6uedes.0u por extincção d'esta fa-^
miliày ou por outras rasões que hoje ^e ij^Oo
ram, passou esta propriedade para a cprô^
e D. João I a deu. a um colateral, de appéf-
lido Martins, em premio dos seus serviços^
na guerra contra Castella, e sempre com pri-
vilegio de couto.
Passou depois pai^ os frades bernardos
de Ota, na Gallíza, còm outros bens, e a tor-
re dè Pérre.
Fernão Gonçalves Bezerra, fidalgo galle-
gò, còmmettendo certos crimt^s na Gailíza,
fugiu còm a sua família para Portugal, e to-
mou conta da casa e rendas áe Paredes, que
liouve dos frades, dando lhe emirócaassuas
propriedades de Galliza, e fazendo aqui o
seu Solar.
Este fidalgo, era parente dos condes de Al'
ta-Mira, e dos Moscosos, principes de ban-
gue e grandes de Heapanha.
As arlnas dos Bezerras, são— em e&mpo
verde, duas bezerras de ouro. Timbre^ uma
das bezerras das armas, sem pontas.
MBÀLHA^portuguez antigo— A mec^lha^
não era uma moeda cunhada sobre si : en
us
HEA
BiaUda da fim dinheiro (ienario) qiu m par-
tia eom qoalqner fostrameoto.
De 0er fn^a, se ebamou mealha. (De meã*
liiâ vem o nome de mealheiro, qne se di a
mn vaso, oa eaíia, bem eonbecido^T^de sé
rae Jantando dinheiro miado.)— Também á
medalha se dava • nome de pogeya, oa pa-
(fUêja. (Chran. do rei D. Fernando, pag. 438
'^Collec. de Livros Ined, da Hist, Port., pela
Aeademia Real das Sdenelas, tom. 4.«)
Com o tempo, ás mealhas se deu o nome
de medalhai, e aetaalmente dá-se> nome de
tnedalhaê, a todo o dinheiro anti|fo, qaalqaer
qaa iei]â a saa íárma, peso, oa metal.
' O rei D. Mannel, extinguia as mealhas, e
se contava por livras, posto qae também já
se nlo canhassem (como depois se veia a
contar por cruzadoê, mesmo qnando Já nie
havia moeda cunhada, com esse valor.)^
Também havia mealhas de ouro, que sem
duvida eram medalhaé, ou moedas. No foi^l
de Santa Cruz de Vil! a ri ca, se áii— Et qui
pêTCUserit Preibiler, pectet quingentos soUoe,
et una manalia de ouro, (Doe. da camará de
Moncorvo, do annò de 1925.)
Já disse quo medalha, era o mesmo que
mealha. No foral velhoda Covilhan, dado em
1186, se diz— D^ corio de vaca^ ve.lde zevra,
duos Denarios : de corio de cervo, vel de ga-
mo, III fneddlias.
Devo notar quê zevra, nSo é o
quadrúpede a que hoje chamamos
zibra, que nunca exbtiu em Por-
tugal, senão nos mu<ieus zoológi-
cos. Aniígamente dava se o no
me de zevt^, ao touro, ou novi-
lho, o zevra, á novilha, ou vitella.
No furul velho de Lisboa (de
. 1179), tó-stí— Df ní de foro de va-
ca l ienarium, et de zevro, tinttm
denarium. De coriis boum^ vel le-
» N*esta o em ftulra^ maltas mate^^a^ po-
dia dar uma vnsia explioaç^ ; mas isso fa-
ria unm obra volutuosHi^íaii, e aborrecida
para muitos leitores* NV^tes ojisos« indico
os livros onde os curiosos podem achar lo-
dos os wcUrecimenm^í que exigirem. Para
leio, veja-se Bheidarh de Viterbo, a pag.
61 (da ediçia de iWS, viurbo lÀwra )
MBA
viaruii^ wf fvrrarMMs «mf ws-
mhsm fNOfodf/HNnn.
O desejo de acertar e o acaU-
mento á verdade, obrigam-iM
maltas vezes a mendoiiar n'e9li
obra, opiniões diametralmenls
oppostas ás minhas, deixando ao
leitor a liberdade de segair »
que lhe parecerem mais verosi-
méis. Por esta rasâo, deelaro qoi
o sr. J. P. Bíbeiro, em uma noU
a fir. 1. de Santa Rosa de Yiteito
(pag. 479), ã\T— zevro, zebro, es
pedra-zebral, nada tem com gak
vaccum. É um animal bem ^
nhecido, e que entre nôê, em ou-
tros tempos, era vulgar, tktndo»
com tudo ás suas pelles mais va-
lor quê ás dos outros animaes.Ã
Africa é que hoje abunda na wc
creação.
Com o devido respeito a tio
illusirado escriptor, nâo me poi-
so conformar com a sua oplniia
Nos dois trechos de foraes as-
tigos, que deixo transcriptos, vé-
se claramente que não tiohaa
mais valor, mas o meamo, as pel-
les de zevra, ou vacca-, nem po-
diam ter difíerença, visto sereo
uma e mesma cousa. Em toda
os escriptores antig(»s se toiu
zebro por boi, touro, oa novílbo^
e nunca por animal chamado ss-
bra, em que nunca faliam es li-
vros, senão como synonimo de
gado vaccum. Na Península ibé-
rica havia ursos, e ha lobos, ja-
valis (javardos, ou porcos mon-
tezes) corças e veados; mas aio
consta que em tempo algum boa*
vesse zebras, propriamente di-
tas.
Em 922, se fez a demarcação
do grande couto do mosteiít) (b
Crestuma, que se estendia pelas
. duas margens do Douro» tcrau*
aando na terra de Sousa do ÍÊ0^-
te Zewrafio, isto 4 Mtmiedçs Ftf -
' . ' ••39.) - ',•!''> " . Ii: t"
\. Bi»t6 e ootrof IbriM, em qne.BeilálU: Ae
mtinoê; é^..qnMift a ioiiD«yqiie:4«i ofigemit
dizer- se que em Portugal houve antiganeUf*
te dinheiro de sola.
' > fle íosMmos á; eutendar os pa|Mis amigos
aapé éatletra^icptaa fiodiamoii.iaiiibeviaM'-
40sur.qne aatigamenta havia diol^jroMM)
-ASi.picH 4a«e^]uia^ áe.Tiiiho ft; deitados os
joaisifeiicroB^ e até de|iropriedades 4^ rata; ;
mâa-a verdade 4 qn&^-vma.dinheirada de
UtrOf oitídê:vinha,.&nL a porção de terreno,
4fiÊtt yaliaismdlnheiroda renda annual. Di-
mheirMda^ dí |»^9ifiAo,/cer/i^.ete.i era a quan-
•tidaááif^ssea. géneros qnasse comprara por
Hm > dinheiro. < <<: ^ . .^
i/Einafi i^raao do convento.dA Alpendura-
áa, íhita em á289,'Be lèri-Deti^MnnuatimRe'
ifBCÉÊrio JF^rim XII éenemaàis panis, et
Moypieúis caneê.
. Em á860^< m QiaadoD, por oma provisão
4ei>.Pâdro I, que naoidadejie Porto bou-
"«asat ae.sagai9tes medidas defiquídos— «m
dtn^ro, dois áinkeiroSi almttie e meio ai-
1 Sm um i deeameniq da Alpendurada,. de
:iM7^eeJé-r*ii cada hftuwkFruide^iquatrodi'
jiftfliroi de- .pain/^isto è» a 'Cada frade ama
•perjçãe 4e pão que valesse 4 dinheiros.
> ^TíQhames quen lazer se fussemos aqui. a
-incQcionar 'todee os dQ0ttm9ptpfli:antígase
modernos, em que se declara a porção do
,gBniroy OU: da proprie4ade . de raia» pelo seu
vkúer em dinheiro; i
. 1 :Osi leiíoraa que sobre este ppnta deafja-
fam^amplosesoiarecimentiis, podem /oonsul-
.lanaB obras segointe^^ViierhP)jVerboJ9i-
ifémrfltfa* tDimheir^^Memorias joíbr,e pesqs
jemtdidanpartUffupxaSi por Sebastião ír^n-
-cisjDO Mendo Trigom.^ue vem nas Memorias
•^eoiMmitíaê';43k Aeademia Real das. Seieneias,
-d0iiisboa,'ttora.,&% pag..«396.) <
vnHíoiOiéfeÊca do SysUma^monetariodos ra-
ma^^s^ idoí siv. AntpuíOi José d*Avila <bo||e:
-marqne&dlAvUa e(Boisma.)*rrEsta lutfiii vem
na versão dos Fastos dOvidio, desr. Anto-i
-nio Feliciano, de GwMhflrBanreCfi e Noronha
'lív^' liaooDde ]de.£:astilhoj^.pnbIícada^em'
VOLUME V
.^1W«7<^^
m
4MI<í1rffa,{l^jl)o^Xno tem. M> «ags^ a
384.— Veja-se também o Dicd^nqrip ntMfHfr
Itrac^j9S;Nars#baaJ :: .. . ;. s .
. . . IffiiiTtBdBI-nvillai, Pqnro, capM dojcqn^
«9)bP da «P iionie^iui freguesia 0 3 kiiç^^f
t|*Qs.i|#.:4aA?aoearúHt.](pelo ^/iQ^ tiiadien^
guns dizem, concelho da Vaccariçai^^ I^^Vft
eai dajA9»dia# O' kttomeiros. ao,N„0^iC#i-
hra,.|lô,aj>,]!l.fle,lísbQa, mMoh^hkttr
. .Eni47Mftipba.4fiOjhgos. .1/
..Qrago;5*.yiwMe,.flwrtyr.. ,.
Bispado de Coimbra, distrícto adminj^^af
:;í
1»
' (
/
L ; Vfm^^ ím as distancias ow:
cadas n*esta obra, para^.i^^ltfnís
por, oinde paw 9 e^inho^de
UnOi não são as d'e8S9 cam{nh%
Qaas,:as das estradas ordínf^rJtM.
f eto ' camiohi^ de feiro^.Qq^ a
Hí^lhada^ disunte de Lisboa» 2.$r
kilomietr^ i6ÍdeSai|tar^mil^
dp .finuapeamento, ^7 ^jfpj^
bal,. 4Q.de Coimbra ao N,-n?7
A^ Avejre, 97.de VilU Nova 4^
. jGsÂsf^fvS. e 300 d^ raia heapaohqlf
(ao Ò. d*eIlaVi(,á(^m de Elyaa^
. Tem .estação tel^graphic^, e d a29.*eata-
çâo do «aminha de ferro do Norte. £ na£!^|(i>
rada^' •* . i • , . . . . : ,
. ; O cQliegíada Graça (agostinhqs) dfi Cof 9^
bra, apresentava o víg^rjv), ç4 ^tU|(n»,>qQp
4íiiha:i0Q#4OD réis de rendimento....: ,.
; Oi GODceUio.daUí^lhadaé^oinpqste.dta
6 fcegiwiaa . seg^iBtes — BarcouíOi. jÇswlr
Comba,. Lttso,. Pampilhosa, Vnccariw .(Mí^-
Ihfids) .e.Venfosa do ^airro; todas no l)i^
p^dodí^.GoiípbrA.,, .....!,
r^Tfimmí^ mmtúo i:700 (pgos..
O. Manuel. Uv^ deu íoraí, em Lisboa, 4 i2
d€j setflKbno d^ iSiH- (Wt?*^ de fgraes, novos
dá fi^ffem^rq, JQ(. (49 y.». f^ col«). .■.,-[
; /Na mesQ^ ,cidade de Lísbo^ e com a m^
mS: dfta^ idei^ QTei foral, á villa da Yacgul-
j^ Vefn np nieswp Svro, a fl. 1^. . ;.,<,
. E^te >&>ral s^ve Umbem p^ra yai:?:|^.
(gra.qojMoílioshisposTCondes.) ,. ......
É povoação muito antiga, e parece qjc^ jiá
.«xistiaoif («wq dps rpmaap^. Por j^gi^Jtl^s*
10
m
T^HFMlL
dava a constraír o camihho ^tèffro^áb Not^
tS, "se^ áèbdtl 'ei9ilé<riiádo iim 4Afrèí> áMIar,
«íméaáo k €áfii«íta; étím f^ni^^n^ fAdiímiè
iMé áMLl^'dl^QÍ9ttyDeialifttt«iítè^-ilb(a^«à^
tlitiilha.9.
]lúiift^^i(éraiiè)^-Uie;ete^ partes, táfaf^a-^'-
rectriz, aqui levaram-a pelo seu antigè IdflâL
No reiaado d« D/Btárial^-táioKelll i)or
aqui passava a •estrada teal de iifslMá'ao
Vaito. - ' •• •• ^
A noTa estrada a mac-adasfr principiada
i}^iiÂÍi*(í&r m i9lft, tamllem passa pela
Keálfiadai ^^ i - ' >
''A9'lláffàd i^rifiêipttes '^e ficam próximas
4^ti pòtôàçlo, 9ii^^ ViUa' da Anadia, a 9
ítsmtíúeè% á' Nf9E.^€knCaDbéde, 12 a O.
'- 0'Íi!otfeè1bo eífnfififá ^úm o 4^ l^enacoTa, ao
8/0 SlBl^^m b 'dè lf^ái^a'()á districto
^í^itiiiMt&tiVo de^iM); láo 'NE.^com os
dk J!!nl&biá;'&S. Dòttr^tt^ db Aairo (distrí-
i&radfnffiistratfto de ÀT^á^o), to N., e com
i^^sé^éd^ fófaitiem a NO.— «eotá o de Canu-
!Él^é'fi& '0>-bon) o de ÀDçflttáo SO. e com
d^de fcofctíbfi aMS. • .
-;6^ aÃtígôá cohtÀB de' Agttim, Gàsal
tkitaa\>a, é VaecaHva; qúe hojB êid n^esle
concelho, receberam foral de D. Manuel ) o
l^imèirb Ho 1> de jUlho, e o' seg&ndo a 12
d& sé»dtnt^o' de 1^14.
Todas ^às t^vda(ç5es é^bQmtS'maltais
iriesté totlbélhò, l^So jDdáAs antigas do que a { O kr^ Joaquim Lopf»iGafrdira dsUA
^onsírohiá^Y>o^(^i^^^ ; P<^^ qne d'éUas dig-
iro ièòtídè D/ HHymiittdo; genro de D. Aí-
ibiiso VI úé Lelâ, to testatttònto em- que
doou a D. Crescoiiio, bispo de Coimbra, e
aos clérigos dá KgrV/^a de SabláMariáí,o*an-
*ttqiii8sitíio tnoi^ieJFò hobuUnsê da yaccalíça;
qne seguTido uns bavia ^ido fbndado por
Paulo Orosip, no ^èéufo V, e segundd ou-
tros, pd(^ pairíanha t, Bemo, no seculò VI.
'Ê mais adiiii^^síviei esta segunda opiniio,
porque, sendo o mosteiro de monges be-
Heiífietiúos (4lufiTe:it) não podia ser erecto
anttss do iner(9duccur d'está oMem, na Eú-
Itopã. '
IxiMiu este^couvenfo, babflado pelos i^eus
ÉkomfeB^! élDí ilcfiio '^ (tm^- 4a domina^
mourisca, e só no século XI (pelos anaoiii
'fOM40 4edlQ Gbci8«c^« desde* 9» fton
«^do^ipiuiatfo dos Itiiyds de Onhnbn^dB*
&eft '4e. êsisttr «omc eoMHopdade lét
QtAúnmm n^esié eotieeUío todos os inn
d«etea agiiéola0 4i<«)fso'pak«;'aia»afli
ettMura fier exeelkncia, é«'doB Tiuhoi^a^
nheeidds' em iddO' o lreiao,:pela4eBow»
çfSe de tMíof úaBaitrúàm, (wdoL
^ DA)>8e e npnse da^ione etil»
■ totre ^ Baiiraáa,dá fjmgoeái
■'' ' d^Caial'Comba,Taaiieiig08,?»
' cariça,«VeAiosadeBairre,if»
' , te^ eene0|ho-4.á'firegiieilei'dnir'
cos 6 logar .de Mogofdrtt» tsià
- Aiiadte--^À pequena 4re|iâiiaè
Óis dok bairro, ò.â nriila dB 1
' LoQreD^'*âò Beiíro; le a^ttl
algumas poToaçèeew) &'eâJ
fkieeuezja 4e S. itOBirSttco^
r. '^ legar deUurtéde, e átfiÂgdeil|
de Gepidi (ou ^Sèfina^fie
ItM) de Oanta&tiède: •
Os Yinhos da Bairrada sao exportadèa-*
lima graiié parte, peto caminho de>fim
pára a* eidide do Mrtov onde, miettueii
«em es do Ake Donrov vae eornfr muâi^
sob 6 titvdo de wtíúioi da jPmto.O iMStO) ft
he pela barra da Figueira da P4)s^|niit
estrangeiro^ principalmente para :&
rica.' •.:■»:'
■ . /
cayalheiro activo, emprelienduéoi^ ítíà^
-gente, eferdad«iro! amante dai sua pum
(é natural da ICealbada) bamuitpsaM
tem empregrado todos oft.meio&'Éttasori0i
para lefsar a eíleita » femôçáo Ab vm
granide e poderosa eoiBpapiifai'\qaé'nnMi
seu eargo o desenvot^Hmento eiapdríoQO^
meutb das tinliae, e dos seus preÃieK)% ^
zendo estes adquirir os seus atitifoa elei-
tos, que as adultera^dies ttie> tíAatt èâ»
jjlerder; é, 'finatmentp,^ pnAuovereÉi a pM-
ta venda dostvkihosdaBakTadA^ notpatv
estrangeireis*
O sr. Garirdr^ deilfteilo^, aíeaba de vérco*
roadas de bom enicoas suai nokies^fi'
fiO íaiuro á nova epy^e^aiii.Mt . . ;, . n
pela e&trada.incrfiOfâiiiaiiÍ4ybmiHa^lf^>N
tí| ^bÊkií4 6"4enur<x 4a.v«eiaa^iiifijimta Oa
Bairrada, a mais importante a.fsH^FW^,
prosperado prodigiosamente, e o B^AitfMTP
aerá dos mais felizes, e em termo breve.
Os banhos de Luso e as continuas digrcs-
A^ae* dosv (outiM^Á «eiira4i»:9ns8a«p ffíae
KÉM^ A^esifr; eeMírtki> # Ifae. Am Wfivm^B)
tiêa (dDi4»iiiiiitM de^eimok (tupti^-fv» ARW-
vem A».)UOste; eomQi/to.avlífpaiiidl çM^ide
idfi Vi^en a grande ^ parte ida^ diw Beijas,
-iMraoii9ii0Aemwia«9[^Uei4i» estuada poò-
Atromt.a iiifieiadi«,ie 4iiaa diligoiiciAs dia-
- itea^Mandelited ie^.^UAS 4#^oen46nt^,< al^
••dâ:|ifai)dfli9Mievo de ontmi y^ieidos pai^a
condacçao de gente e mem4orías> teçpi
OQOecawidD -par a. (lue e^povpncão «begue
.» nm^erâa.da:pcoêpe^dade,a qiieD«nhupia
outra chegou em tâo pouco tempo< . •
P(i8deque a(]pit ee estab^acep a; estação
-to^amilDiía de touro (I8fii) se team €^idea-
4o nmiios^pfodioa^ seàd^gça«de -parle dW*^
lei lAei actoid eielegante «ooittucçàw;; lwdi«i
flcado ouuros que estavam 'em. UHai ibaD^o-^
iM^i e :ftuidado ir^atas» eeaim<4ae> ie elegan*
^tes^lKMpedariai, opiimaa IpjaiidiBt ceiimer«íq
eMttflis grandes «MthoraAemo&.
• As c^aMaa.manioipacft-itaflDkbsm ae ieepi
idesvfiU4de<no eacraadecimeaio da^ vilj^,
(liBQando nova* e espaçoeas maa^ aUntaandq
'eispanmda o«tcis; íiuenda «tandes plan-
Ia9i3e$r.dè arvores; e ;e«ipreg(tnda oottos
meios efflcazes, para tomar a povoação eada
V0»feaafo eivílisada.e fiocescenta
:nfiei^»MÉinBari^como.é4e.ie«iperaB) m> au'
* gnemo pffogressvve qo^itMilide^ha lian-
M a esta parte, deitro eos poucos se tor*
rriifr
éH
'
\l •
ÍA 4í*?e que 691,1,850, ?ô .^chq^ j^qwi ^m
Wí^rw ciliar ,d% xls^rc^aiwa, Appareçeíí^^a
630 .filtros 4® dj^^nçia da yUa. É ub cip-
po,jqn íjRf«i^4e íft^^e.dè.colH^na, de 2-,04
de altç^,^ i"^ de (jírc^mferçacia.
Tem uma inscripçao que diz :
,1 ^
. í, .»
f • •
SA^ ntvi
ROM. AVG •
MÁX. TBlfi^...:
cos. DXSÍ«**«^
I'
:■, ..1
. r^ó ^ pôde adivipb^r çsta itu^ipçàjo,
.i4âle.qae(catàch. ioiQODNpte(f«9 a.^.s p^Vã.' ^
fi.*-iUAhas«- .-•.«: . .. í,. ,. ^.,
' . Ka i^itMta^o i^ofl^ doJmperafiorsVeiidii)-
ae • apenas a teranipaoào da,p2^Uy^a',<;(«sar
(iOÊT.) \ talvez* o nooQie do p^^, adiante dd
êm, • •.• • ?.♦.."'
' jía 9L% fáltim letras, npprmcipioe 00 fip.
Na 3/i, éprovaiv^el queaa^tes de,maf;y.i9/i-
ilv0$se, jonm^i 6 diepQis4e fn^ devia estar i^.
:e alguo» aii^ismo que iadícas^^ o,)»ap|}fip
d6 veaea'qae foi úxvealldo do poder trlbiin|-
cio. ... I ^
A 4.% está cojQ(^eta, e<quer dizer : iC^ít^i
A«5i% também está completa, e sigoifie^ :
pater patricB.
Na 6.% Calta o nome da povoaça^i 4*^^®
até aqui. se Gonuvan) as; 12 milhas (AJ.QOO
passosi)*^ pKOvavel q.ae ío^se Comw/briçfi
(Condeixa. YalhaX qoe. regala por essa 4t9-
taoela.'
A via wlitac romana de Ua-
. boa at Qaile, e ,d*abi a Braga, não
> ' iPaasava iior CoUmbriGq, QuGp-
' ftmòrÂa (a aetiial:GDiq)bra)yií)ha
da actuai Condeixa Velha,, g^i
em lioha recta, alravessati^o o
. camfvo .|de x:kwx)br?, tej[,à.M^-
UiaMi>^uiodo d>hi para,7aia-
<brica .(A^ifo^ LãAcobrica (Fei-
. rft) e.QBí^e ((iaiat>
É pois «sba eippo,. incontestavelmente a
;biu9e> ou pedestal, onde f sseotava um marco
^5^
mk
millíariò; Das^léti^áil ^úééxií^etai; ifkiÀn fc
p6d« coUigir que foi dedicado af-». tUsá}^,
divino^ augusto, pio^ pontífice fnaximo. . . • •
kvèètião do poder tribitnièw, desigfMo' àon-
SUÍ e toe da patríà, D'aqúia. . • id milhas.
,^'\ ' Díz-sô todavia, em papeis àn-
' * ti^ôs, que este marco toi dèflica-
do ao Imperador 'CaKgtilài. ' ' '* •
I
O rio Cértoma (Céfiema ou Sértoma) rega
esta freguesia. Já i}pBg, 233, do f.'' vol., tra-
tei d*este i:lo i.aqiii dou mais algumas noti-
cias a seu respeitOb'!
Duas nascentes mini próximas entre 'si, no.
declive do Bussaco, ^i^ára o 0., no sitio cha-
mado Lameiras, ou Arruido, perto da aldeia
de LouiMo, dâó pMàòfpk) sí esle yio^ que,
correndo na díree;^ dé' E. a O., o espaço
comprehendido entre a serra, e «•«BfraÃa
1^1, atravessa esti, na ponte âd^Viadóres,
camiòbando tniSb paralletàmente oqm eUa,
)á ettgreii9sado<ootti M águas éá» ri)>eiraB de
Murtéde, e Póvoa do Bispo (no GoncelkK>4e
GaUftbèdèX de Hom, de Mailâ, -de Lwd, de
Ifonte-Kovo, e éoi iregatos do Freixial (Jun-
to a Tamengos) do» Mirógos (jtmio a VHia-
Pranèa) e outros mendree ; que t«dos «egam
e íéftílísam efsle cenoellto, e 08 da Anadia,
S. Lourenço do Bairro (extincto). Oliveira
do Bairro e pai*té,do dé fiix^ (extincta) Des-
agua no rio Águeda, perto de Requeíto^
- ITellé e nos sèusí Ifraços, ou «filuelites, s^ co-
lhe algum peixe miúdo. *
- O Tio Gértotua, pôde ainda vir a ser um
grande mánahei&l de riqfiièEa parai tt.Bainra-
da, pois que correndo em leito t>laoo, mLo é
nmita difícil, níem dispendioso tornal-o na*
vegavel, em toda a sua extensão, facilituido
aecesso à barra' de Aveiro. '
Na séSsSo de 16 de'júlho de 1853, alguns
'deputados àseraih úm reqctorimento ás ca^
maras, que foi approvado, cujo theor era d
seguinte : ' !
Considerando a (^nálisflção da ria de Avei-
ro; e dh^s rios qãe ti'ella desaguam, e o en^
xngamentò 'dos vastos' terrettos, que hoje
se- acham alagados pela mesma ria, como
obras, das mais ateis'fara "o pftiz— requeirc^
l.^» ^uè para o é^tudoide Ues oibras, o go^
verno sejh donvidado a 'fiiandar 'levantar,
ief'ioda'á ri» de» Avéii^, «oim do rio Tdii|i
àlé S.Pédro do^Ml, e^èoAiMiOditeaii
A^iieda, áiè Máb fMèfls msMyH^eit éMi-
tem na Vetfsdoa;' einM «Mgfta^Sd Aoi MtoH
eatefroy e>ttiUàa< de ttftvegiçâtH^^Jéá^ilMi
da agua, em todafaitii) i ' .. >. >.: )it>
2."" Que a factura d'esta planta, se o go-
verno assim o julgar conveniente, seja ii-
«umbidá' a quètn,; «É <A>MMr«è piifalieÉ^ k
pi^edfe a ftudl>^ i/tá «leHiarasJ-tenMt *
selettda; èrevtdftd^ift éeoiiomia.i».. .
^ {DfWify do «o9^o»]».<i iôd; dtt ilMi^ k
I Infídfiuneiite, mk MMlidelà Bio psM
ú& papel: ••'.••ii'^-! .-• .1.4 ....;. .
>'Ui
É nos llÉàiiéB ^esi»^micélliO| qu* estti
semr M >BtMacoj JustámeMe oáMm pk
ím ^vA(M, qué tfomfnaidmitaiv legnt«
efrtftiÉiMeiíolar pm Isea MMi|ofosiiifo an-
leire;, fttfâiidc^fto auo de» lIAly paria om-
fee e^ motijas daérdem de 4. Bento, é q«
âtipels passou iiHer de fraAeiteaniHAiCas d»
calços; que o reedítearABi k tinptlai^aff^ I»
^çatfdo-ibe « pritteirm^^eimdasvums^»
sirueçiSes, fr. Thosaaz de S^ Gyrillo^ieii 7é
agosto de íflfr. • : - '» >
' Deiionilna*se< osle cOKpeii/ade^&iiilo Ov
do Bunaciú^ ou do Desert&.. (Vidft «tl^vá, j
pag. 509.) - •■• •' I ' . ii-j ..'•..
' Sendo lambetn notável o Bnsstfee» ^
tlorlosfttalalha do^a nome, dadayeloeii*
cilo Ituie^-aÉglet contra; csliortes AnneeMii
a t9, 26 e f? de «etémbro ide 1810; (fiài
f.^vú)., pag.:01O.)'
A serra do Bussaoo, princí|tiana»
g«ins éo' MbAdego; cárea de I^stta-Céià,
tende-se na dtrecçlo de S. a N.. es^dls
de 18 kilomeivos; e tem de^levaçSo, no^iei
píncaros, *5S0' methes set^e ainívt»l*i4e
Quasi na sua extremidade septeíDt
e na aprastiei encosta a Ei; é q«4 estiai»*
telitH de qo»}A'Mld n(is'iagares 4101011^'
lados* ' '• li.ii '"!<•. *\ ,< i}*'>\i^
A matta donmostelrojé cereadaidfirt
mure, oom ft'kilsmesiDrdeí«lr8«ntoiM^
co^tadaiettidBas^paniee tpiasí^^Das^;?^
avenidas i*»inDsteitfo,'è poveadâidegiía'^
muDltdsla de anqw IMtlInil <«lmM>'
iWSi
m
Os que desejarem aiQplaiiffi»]-.
» Benedictiwi Lmiteoio, q^)-^
,.11 -: /'' £b)ÍA 4(t:^& ¥b«BÚ( ÇAO^WV-
cl; ,.]:- 1^1, M«<|Ntailr.4i<tíã«iPerw».^E;j
-1.. ,i i-.r -<>Jftid»'S«i|ipMo;. ,.,,/, .,.
tósOfi-Joatiilfib Lopétártèira dtflfcte,:
dè'liaefl>'tà faflbf/própí-Hstáílc; e àifiíííttr^íò'
rda' ak^ÉsperÀDlíáy^^^ittiíi âáslbemi^èBca''
ãiiiíié €áitíiii^oá'Uiilííh'~é d abtl^, 'o si:
dr. António AaMlq'k'Cb$ia'^hi)3(»,M&é'
^ÍÁí^biéãiciíâ^Ái^tiiA^tMidádã^dê HM^'4le
tBl^(ie.^uf«^,íH^aí\-j^^,el^l Povo? (la S^-,
««leifS.SWtfl» noiMÍn) JçÉKlifllí^SsMÒ,
que foi doa religiosos arrabidq^. t^ ft^j^-,
'Mnr.' Wi.Sí fi»>|rp,íi? w» (erçiBsilpf
4M po9|te^ dft Ç^í^tiSCÃpaJ, em íjS7,8, ., . r; ^
. Q,.^licio..d9 f^pvçpta 9 0^ peçiòúif^,
eÁ-ee cónligoA, são.fiqj^ pfopi^i^dide i}*> Sfr
conde^^^lípBlar.,,. ,! „ '■':.! -r-i\,ií
A poiíca dislAncift da MeaJI)A4f %^ W^'
Fríéliat, situado nas Caldas dq i^ i^qqf^^j
sar por Santo Aatao do TojaJ, e m f^^rer
m mmi>0fH 4».- í»ípi, m'»F»r«»'
'".'wp.ímpflmç**!'!»?.,!'*''*)— PS
^"^iUiélíliAlHtóiiitt,'^
l/tfliiik'-Íil'Sdà l6iiii''d«<Ljlirij;'ttú£;
Ibo dos piivaes, comarca, pfxUlHilâSé^ils-*
*i"iijw 6tà im^m imidaVwws
iKmPJ-
,,|m,o li
\s,m&m£hm
da Ameixoeira, céleW#'
LnMeHpWA
^õ, ♦'- f»*Hs'-~ira»e8iaíáff 'M, f^íTo sr.
Wiiijl fli«l,»% liiWWif <#íl|i
lM».i«íUWea^eaMr4ÃiMlk tíutsittui^
IH «niesaaii «niiiMinMp jaaltes»
[syai
*! ,r;iw.i;) nb
Orago S. Sebastião, martyr.
camp
M«
■«
WPf
rapaz
aquelle, e uma d'<u|j),s-,||S^a(j(5af^«flfl^-"
'"^ _.vl,,,„,,i,..,„|.i,6.,™.,0
# «WM6(ll.l»W»«HB)f '8' •#,««•
gueogo da coroa. iiiinii )
-Vide Bspiçatideira e JKc<i,^|^
MErHAllE I luifnn de «ma das jxirtu dsi
ctudd, que. Bignfica— jwrta <ío i»ip|^^(jj(j
f^tllf
\i i ^19
fttp^j;'4x> ácçdmtDèttftneAio; éuí.—1ftm 'do
Foi por esta pom qildiniiiòTi^òi entralíW
4áâDdòiomàrajn~^^a'^dade. * ' '
- ÍIÉCO— bòHugtíek aiitigo-4d«Miib; dif^
vásiro; aAúíteh). ' '
' lttM--:tíHá; Beira Baila, cafe^ áó éon^
celbo do srétl boina/èolAlu^cãC dé^YTHk M(m
de^Tozcda, 51 kílométròs de Lámégo, SMio
lífi. de Lisboa; tSÓ togosl '
Em 1757 tíDiía os mesmòè !Í50^ogos.
■ ôifagó. SI Bento. ' ' ^ /
'^fspaáodé tatuègo, disttídio admtúii$ti*i:-'
tívo dk Giíartia.^ *' ;' • • " ' / •
A myèá dá cottSÊiehda apreâbutata b tf''
gárie, (|Qe tiobá iW/OOO réis de rendimèfii-
"O còiliS&lh6 da' Aédá' «'cdiApòno djfi 1»'
áéliddtíiò ikia\mi, tobás bò bi^dò''aé
ti^Í&^Á^^\oiÚ, C^teíçSo, FdÀte Lòflíga;
Cõn^f^ Kted^ iÇ^teiro^âosieáiosiPoçd
do Conto, Pròvií,^ Hátitíádoi^, Vàlfe; de La-'
dKCeis^' Pa^-PéiieHa, C^iTíi!Kri;ilali^'Co-
ftiáLÓk. Mat^)Vl e' Bbteirâ: iodas com
É povoação midto aniii[á, è foi eoUbc&i-
da. * '• ■ ^ ' • • ■ ■ >
"b: itfáàaèi Itie Hèà tòrai,'éàí Vróra, bo.
1.* de junho de 1519. (Itero de foraes nobòt
da Beira, fl. 155 ▼., cdl^ i}:—Mittíàí'^i
éáiíftoM, tu pi^^ii M, nóM, ÍXíLH.}'
'.^ màái ein Wè' áNo, t»m nau toiM
Óftdçlibjefeaíàttofttoglb. '"
'^É" fértil efai todbs òs ifeaéM éfò pálz^ v
&ti tiitiiro é!lè>tfó' tddal()ttaRdáae: '''''
"ÉÈbiL ti tOXJMi^tt^taUíi, ntitíto,
<ii)ina]HJa 'è ' eòdtiéltib' dà f&bflkjlS^kilòiA»-
'•ha't'/Íi'ltíiítaWt»ltt)s.
Orago S. SebastiSo, martyr.
itípiÚM '%' iOsitiào iOtuihistrá^iy* 1le
Coimbra. " • ' " '■
'O Vl^odeÇòji' ^MytèíriMH-b «tira,
qae ItiUiit lOMMbfit^^de 6i%Htlk'« m
d^tíar: ■'' •■ :■•"•• '. • •* *'^í^
MfiDáS— fregnezia. Donro, ÒMbái^ «) 4ÍÍf
lÉoÉâMb^kb fU-floioild Ytr^y^«!Me-
DM- e 16 -iifott«lrbs aèf K.^ (fe'' GMiddtakr,'
miiéí»: •■■ "'-■■■■ ■'•'' ■■■
4
Orago Santo làÊitét^jUmÊk tMÊmt dll^^
tivfBidei)' .J'-. • ; • . -n
'^BIstMiié^ • è" éUtílIM MflUHlilntiio k
Pòntoi' ■= '^^ •••• •- *-^^' '. *»
Otéfnyi^ 4è' LiM^ ^r ^mttia da fèii^
e «tt IHmie' das^ Wiito^ niks «d margem »
qtttf^É A» tKMt^) «pi^eMittMtf^ cora» ^
Uàbà tfta» MH M4mi^^^ pé d'aliir.
flMtá^ ft^g«etiK é'âiluda'«M«rraio imá-
to^ aMiidiltád6; aiMe «^ aiMBW direíu è
rio Donro. Nao é<iiatl»letiil;fipr ter p»
eos terrenos cnltivados; mas os seus peq»
«4«>i.vwb%«tOttirps/rifpUíS,/Í9, Pffe>
P»f*^í»íl^/,!WWôa, .arjir(jjce4p9 ptff
(HfA:g«fb;.de.^;^ana^adf^ 9 ^
bem lia aoni moitas eolnaftm, £ abni
de. <«MÍiW. V^ í^.flonWf.JÍwbÇíltõjf^J
eíç^aW<íf;»»ws..\*f»preíe». » »nictt»j.u>
la,jri«í Iti^. fiwi Rei^e do. mar. . „„;. , ,
..JflEMWJH-^Tma, $íirj^„$alÍM, coó^
, e,,0Qiicglb» de,. Idfinbai Nor^ 5k Idlomêfiii
,dá óuardã, ian a E.'de LàfaJD^ '^' i«»
Em 1757 tinba S66^ fogos.
.^WRaçte, s, ;dtt,HictOi, adwwítfr»»!? *
prior, gne Uplb 3004000 léis de rendíoM
,„É,i)oyoa,^ yiM4a>38i^M);oi cid»*)f
RorUi»te.na ^mjfo doa í^maiíos. qepío W
das emeo colónias da Lositanliv, comoijP'
ffli^ço úe «í». ipíneraçdo,i;ij^««}j ^
Eusébio e 9 companheiros. ■ i x
Tambe^ a|)|!ui .nasceu S. ^e«aQro{«#
ino 3QQ. . ,f. j
fimora-ae o nome.prmiutivo nesià
▼pa^o e o one Unha do' tetppo dos ronuL .^
o'a<5túàI é árabe,' e dimuíntivo iii ^^^^^^
vem a significar cidaÃinka,
^^ M guerras, ioterminayeis enMtf
WWt^» <5 maít^p3,.e .4^ot4,fiW^/||»«
oftiiraiiM^vM <0ii»itii^iaftoíOi 4MmlvJN
oendliÉf -^ áiimjdl^ |W wt»> vMI ^
M6»
tava abuidoDadâ » sem ler)ffednimtu»4R«i
Ai9(^lk£iaglKVi SMuMnijKrtowiwi WO-
HSo lDfti«IUNtnqiM.h*}wi.MI9Í;8qÍiUl^lriPii
po«30ili«iMlM OHMWW antfgoHMM ;
i-VhnMltf BUUMMDBklbM detiMjtaB.
tigo OD mftderD«;id»dD«.'«Bik'iill&:' •if--.'.
mn. B.«M(iA«rtinMM>fs niHiiiaipicia ; vm
MfiDES— porni|n«B apiigot^ mpHfAn-,
M plenhriilãdMflh r ' ' ' : i
MBDEUO— r»é«il«tti, 'Mlriw, ooanma é
1)NK»UM dfrPtôSíf30'ltUwetfos n-JiS. de
Qlifigfc 3^ na N,.dA.M.eboi,,70|^4fl.
-.Eml7»IVihit.-«Qf>Ko«.... ,.
Orago S. Martinho, bispo. ,/ . ,
-\MvMa9nia e^at^icta wlqttRiítiaiivf-de
A mlserieordfa 4a 'Pfíigk .aprewnítan Qi
;Ur, ,-,. ..,.-,, ..., .,,ua. ;,,..:...
. , V&SM-^tieamift ■ tr^-çtflIioiiHa, . Ç0r.
marca do Peso da Itécaa,.0fft(nUw4e^*
W^Hantu '4*Í'4i>^n>Ío>^ 4li|Qi«etro(|iao
KB..iÉ>teno,36i^a«N,dãJLMw».. . , ,..
Bm 1797 liDtia 65 fogo%,4i^ai:tW> %}0,
, ÍW^.3Wl«â9^ .■!.,-: ■-.-!>.. ^n,,-.. .
, m,™'í.?!fíi-..,,...; ..,•■...; ;;,;-.■.„;■
o orago de Hedim, taik.O',¥SM HuAVê
, ftH<aWln*3M>CHAl)di:<tl'W4(!i»l9ti .';
^AuiiiKA.<apramiT9. -Pinfm .v>tl*4fi
. qae linha ISOxOOQj^,. , . -f._ .,;, ^
bOÍ«,Rna ,86.traai|»ii». ,(VMfl ^MMw&nfr), l
MEDlXA— patana árabe— signtBea eMw
mm^-Mftta ,tMM|4e ,«a i(l4pMdã»i6
«•,||fr.Mbawi^.«jli, Si]H# ».|PCp(Hm^
nkmwuflien íoMii^estmftiiin0»mmiiA
Um 1*. pag 161 ) ~~ Vida ^«uilHta e 41^
«rtto. a pag. li»4a trtrv«tf)net;-:i nir^
lIÈlW-aMeia,HiDho„i»lwiAit«#fli-
llk4liAMWWi««E^oi«,4 UMwHvnao
8. de Caminha, comarca, #UrieMli«daBiM»-
HH)!
m
ga, 3» ao N. de W(A(*.-: ,. -i.-.., ',!■ n ^Ul
/1^a;^Mf.|U.lflR0^'u ,> lil. 'I
(o
Os persas vencecain qb medos, e detótí,
é moi.'Viit ftló, no^t^ínp/^IU^eHMiF
Atigàsio, oiV^-sb 6 nó'à)e'd>e^ir%%,-Vttt^
tes.AQ8 nersaa o aos medos. ""' " "'^" '
qi
P<
nUrtksiUo i^iUtt ifiíitíraf «ílMiUiU
n'este sittéj « <a|tifl M-èBÚBOftsllMtfr.-bMMJ
Im jH" ngttttMnpof w MM BttfWjswio
aos nossoso lho». ''' '"nei^f- .r^^ •'
■■'^l^tfim '«p/e V'Vetj^'-d!d'1Sa^^Ítt 4pe-
nas ikiWif ^tmiMfoá^Uf ÍMt«;«<^
(/ lbé# «t>"toM, íbtá'biifcKi|iM ■fiiMrti' «
B!re:iíiftft«af'-*W|tlt. '■■■'■'''■' -^'^v *'■■
É eeno qn« estes m<íi,'È«íM*)ê'McÊfí
Bia tiUbáViU FMM^iáitoiiHKC V a qaOM
MOipsidoLMiwieaiiAe.DxHBHiri^Maii»
depois, se dan o nome de MorinMa ia Jlh
ImilA niJ«-'A-.AMM,*[poifeadB.iUBa» a
nm éolmen e miiiu« conu qne aÍnd»Mto;
uMq^viMeAllleitjiaiÉ1tQ»a(«lteoMfts>
-íLiVItfaiiilconUfde^uMMnfNputii^AH-
■EDOBHmA ~~ Tide Aramgnháí HmBtS»
-Qaandfl.)l»n4»v*>fl»f«nl[W)|f£*,^D}r>l9r
m
m»
yoÉúf.
dfltyA iâlftií8''fflL'i«Ihii4Moliriifa,'V«<íM^ , rmar;<lÊg'9Mim'ê^alíamií'i'maçm
dalhas de prata, rotiiaisÉÃ ^' '' "
L*— diz de nnr }iAò-^MlÉ&: ROllA.
HttPa »fie^ de Pâitesá dítwitá;'«oaaí''i>%a-
piiJéM ««'Uao-^ «dfaitw-lL>' ' '< ' '-' '<'
•[ÍP}_ i^ptròl-rÁBL Wiim JapUéM'^-
i^M^ m xm 'eaVrb, djlopaado pah â tf -
relu, 'cpà ' o.' raio' e á laíiçai'; ftíi lúdxo dos
<iiv!dilbív.tiiííe8iíorfo dénaVio:'' ' ' .'' <
"i>í-í^ílz, de um lááoi-ttOltÀ. Tem ii &-'
iS^^dé panas á díreiu: Mlo''ápMU»i6
lado., •■^■■•'-••^ ..-'r--,!.,
p^JDp pqlpi)— HL XVLÍ yíctorU em uip.ca
^,jouj'íw^ dfrjála/pto a
Pf|j[qa.J^Q|r,çi(aa um^ çorôi^^ Porbaifo 4fl
cavaílos, um X. , . \ , , ' . ^ ..,'/'>•■
t3-?in4ft » ijni lado . teqai ^à cabçça; h jífâlfrâ,'
♦«fSfflWft*» ^'^ capacite, .... ,; • . ^.
çjm flm^íach^, i»a (ju^írigap a galopp, ^ di:
r^.Ppç baixo da^quadrífia, um, ?. ., , ^
,;í^,--HHiz4f5 um fado tltlt^, Oí^^»,^?/^.
^IH* ^.^yurtíUtÇqm^o c%paçôle ao la^dQ^ adiaft:
ríDo wtroHtr-liviSBpiP. ?JpílA^-^0|i4íWíM
rilpa.eauwUo^pWBliaiido ^ d^
M^.,d#,(^alttr|i^ Â, es^^df^ ;. .^^ iv»^
foice» adiante S. .> j, ,,. . , o v^
o9p (Mr9r^*^.w4ápq(^.9Af...y#paai«^a,
fi <ktT^Ae|«a(Ni:4i^*d^ ninr4adfH^¥At
Cabeça de Palias, â d¥l>^'<WI«4 m>9l^
!>cOi»rioatro4M4j. FliAiliNLi(aLa^¥iMoiia
■ÉlOrtKt^tpleiHaldo' iáAimta^iiM[i.4oi^M<
c 9t^*«4t6ili d» ^pn Jràfti# cabeçit^ Wúmí
AmiqtfÉrda; Dom phntitt. natcineim-do.iMpf
M^ ariaidò8t黫lpBdajie)eiaiâ«^ OQtoba»
tendo. No centro um soldado cahidlLí'ri <-!';
^^«;^«ate;4ei^VK la«fcK-tfalBOw' fiàbtta/ de
Palias à direita, com c eapafpáte^Oihtoi
ialBlllx^A.'^.(>T^^^ '.hiv >. AÓiaaoaaM
l(iL*i'A«allb> «»)]^dQr#n^ -
<^IM im»^^«ElflH«âK. HM» «afU|
a t^&sÉé.iAidiMIi^^liot^Aâi poi^Oa^^ <
.tfcDIW^E RàTfi» PMOlU&rCMfli^
reada, dft;Aiignlo,'á dimiUkri t(...,fn ;
Dfl^ottth) ta(b-^.'L. GAE8ARB8c'A?9-
Lúcio, eor pé, óodi^^aí lâffl^b enafein
catt)^ O' simpi&é' &Hfuus: ' : - - a at^:?»
11.*— de tim lado a eabe^^-teomadiil
^ Juptarldípeila.' Atráx Si.Qí' O : í:«C"f*
'Dó-euttx)Mi. Affrt): BAI^; PIL TicM
à direita;'6Ítf õartio,'falõ]MA<' tta''í|t»ári|
com uma coroa e apalma; )^r4>iix»i
cavaílos, M. " « - \ -uy A .^
llA^-^^r^aiÉ 'kdo^R6ttA*. OidMCA^daft
las, â direita, com o capacete coroait'!
j^iA&ftii^^ e d4as «strÀllaV;* > n. . * • ; -^i .; '
Do òufró^a LVTAÍÍÍ tt. (Sáltef, liíj
cabeça de mulher, com capacete, á prôi,1
(^'^Timtmêhík ^Ú a todéi,^i!fatilíaè^1ii
Certa 'de 'drftáttò.' '• •' íi • í- '•" 'í -'• ^- '
' i8/^^^ Há bd^, ealM^ A^l^aittíi^I*
reita, coiA e^tíaj^bété ao; Mo ;<álrta lèié
8d,'e'M[lafite'IXíir i ' '"* "^'» ^''"^ ^'''
Do outro~SBX. PO. ROkA: Rl^stlh
mulb, 'atéitadoá pkIá'1^|^tt^V*<i'1^
Faustulo, em pé, no eentro^lflf^iitríríh»
i4.«-de lAn ItfdO^GÀBStR^ A^WM
f/ní< P. FlktEBPimm&^QâbéfáilInA^
da, de Augusto, ádiretfal''-^^'! ' ><ií!
da,^ á' dfrltffa, eèfá^ o Mâ^M^VD 'MMi
'ÉSBMIOtfO^l^brtV^CII-^iiltlílb^MM^
tiibtogMò ddM^^((^ tMMMlic^^^^JMdldBa**^
tiMtiá»Mi: dé <l^iA(»^'aa' tlegltl]' «ÍMicMb^l
BUfÉíHáíhMidty l^^étitfitUioi MTHIMMM
nÈ.éA^ Poi1b,''M0io Jk\Ík^\Jlàitíi{W^
Em i757-1ftRla'10* ft%ó0ll sjRq r «í^^
mspatfèfM l»<»*to; 'tettfòte^MiÉilM^
01
i
cy^:
esi
róis de rendimento. 'i'ip«riTif>(;<^T '^n ^Ivi
iV. B.-— Nao le conítanda com JfoiuMki^
«M Aé» «mettio^êaVáttiíiJIáL^ •«fébbttpiH
-IDUtele^^^èMiili^ «togwft-MoBieieW^
nho. A coidiMMlvá *st PjtfeaÉMf Un^afiV')
fmflMir^Mit^ t«UWifai)do»9lifl^^ o
BMiite «iioè 'Mif oaaiiw* etiftiMviBrJI^
IQiMMtv'«^4<M iWiiMi borram psli 6allii%-»Ai»i
Mfia^<«'»'UiilgstGaniábria. i ..-:i v ;'r"«: •';*
Orosio^^ittftradiMCâiiH-ei P|ffMM* Ai^
, IX V».) " ' '^'-í ^ -'í' hj-:
bHtmticâj ^d^ciu iMúmí''j»ai>m $et9fk;*mH
fvnâidoi por toda a HespanhOtt dm§tm^ âm
* pmMpiíiUêatniA-íkaiâaaêit]) ->/ »• ri
m'$ipíêmMmm$..y\Á 'Adu-» oh mit -.n >!>
nOtt-tdet MaM nÉKWi prtueipaei^teiK^iK
«MUto HiMvifinnHMu Variirt))É«nripçtai
MUéf 4D0fnd|»èB« do^inaúdè íéIhi «fai4
I da de ontroa dois ramos dos Pyrenad^ifo»
ntXMBloTiadii:» ^aBda* BtckotDm,^agfi
ifâ^iM# osi^yniíèiHf«olifen9aApMQa}'(lio<A
jé^f râ^ ^d^ármai «'^^oivíial ^êm'Víwmmtm
HMVUlMlwmNra petttvIdJBiB doiiHciftâÉ
(GalllMirft^»imtétchB|ai^ «qÉDaittf«alranai«
fWiaiid^taMe^fM dMdii^ edi dúafciffiwMi-
Bliiits^d#MWnihiii(ii i wwBailniÉ hteMtow
^ákUflitàfinÈtímòJdfwé S^voMaori votos
f>bi\piiM«itafa|rskirià^«iln«ÉnUMkií^
^ «oaumi ommiÈb êBimmUêméÊifiM^eWsiV
O Flmitò projectara para o aaadi gbiab
A^lrftò*'^» milMrfiÉ ÉiIWiifcuti^ áss-
Yiadas algimi tanto do
BunmM^ pMiii9f)B4 dfseii mlomanintina
eeiíir^ » l^emnf (Ponfc!»íáia^«.ibteiga^
eaeènltaíniiA Alé iiatetoon Mtari0)9inm«Br
àk^ian^UUmdM) éH BQnro^yHeíBMke dse
Espada à Cinta« formando. 'graaOeiitalm^
etfiPofiBfÉrailttMtfltflkòolitftt
(AmtetonlínmQ 4aaieetáíTa')A09tiiBha'4ei
JMMM^tide^A^Míu 5ly eofc ft> do^tk^ itoL)r
áJ^qnaiVM^oltaaiiàs dimiio nenie d$^ Jfoiílt
pVsiKn ittonleaMfiHtoK ^kfatnçao asast^ot
liistoiirf^>raaunemvoa^ fBognphòi^ tali|paii^
senão Mrálèa|^iltltLVl9i&^Lt>|lat^iS x^qi^
tnAioflmHBBiiípçioivloimpt DOitls^tfltte
mopie^''<nie idiR' }• 'V','^^ ••'•'••^ '•** \^U\.\ -n .«it
[f ,i"^U' < 'ih '> AvituanCl^ .'\\' y«-««t » '.■«».'
dtellrfaRrik^£(Mi6ffi>{ - '«fs f.br"-i >-b «iif^-f
Continua o tronco d*a<|aeliiÉ aywtahlMl^
êÍÊgi^ftam^-èm^ià «fl^iiArdejMttBii o
ramo de Laroneo, e segne direito ao O., ca^
alMdsrt>diiClMW<^ e^eecniia— idiyaf<»|to»
fmowtÊ9ê^ •MlMdoftVfMr aDdMt flaliiai»\#
oceBpam\«0BO\«Ba«ÉÍ9, aiA*ai«tMlM«kV\'uv
>.'N*ttla<<adeia Af^imbiééIm es^«Miii%
MtàáUttfvfÊÈ^ íOttíhWMíê-tm^itêKWp «pp9a«en
a'i«|taiè«eiáà (d«^Affa"(iUi <«iMtpalainltf
no^fln dai^iai«\ de'|i«9«;IMIi«dti>ÍJ^iak>
')t)On«ta)lnmttoaiMiaiyvaMiooll hislariM^
res antigos, diz (Oros. HUt. Liv. 6.*( tt|»
M^ pM^íám <mdifftiff)An >'>n6 .toii fo.i
dsiwÉniiij rfif niiidy^tFwwttdqiiftnfiiiÉnui jrti M^w
iflr MMtoref)^da\ âiilÍHiiff^r.f4i0,s)C0K»M^jdt
tofçties e motUet, confinaáintoism\MEkstMò;i
p^]fm miD(Diaa^40lf itmÁfofeM» ■flqmro
ieguas de extensão^ o WÊmíê MàãiH^fm éè)
íé^fUmiámwlêníao ,fdniV|iil^i)fiidi-lllife-
/toMÍJ^Mi#^1Mliáilidft0M«fnA «oh offl
0(ipj9deàl<|riB.dBtR tMttKagiifl mmmm'^
qae Ptolomen dá o nome de Edulio^ (M^T
Tábua da Earopaf<isvigL tt) itiit T^.TI mH
Era pois o naflU IfsBUlIftMioepiinylos
iJMMMtiS 1 iBiKèMacfcifiÉO Mba>ai4iMi'>{iB0-
ríor, e, segando as suas awiirlwmrWsMma
fi8
acenai -aferra J'ulff^ oiidntistov^lii^iMM»^
iBlB viiCitpw aMaiwitliHti ééeáilflia^tta**
sds eitHtHlMçdaí^ 4 aiè da.«aleMaM*a»/dé
^ MBBRSUft ott^ mEUaiBWtÊiMi**^9títm^
fÉestaUgo^H-contenri^fl^ ftonlnaattilnMi-
tto. BâiàtfúM u émiQ^'jm^ido^iUi90á^\dmA
ptwitdà* oc aocmflMMldt d» iltte^oMrw^
porque eram barregueiroi ^amancetedoi)
^ttMen e ptfátondáiMipoai Mi' f|yn9Â<) ^
VèUl^á'êlk^ãB'^um 9teriaminmmfbÊkmúu
almitfoaf.iXCaêLiúL bif^«^ tlt^iH^ SI4.«)>.!
MlRFmiTO-tpogftignfti iptágo^^-SMOii»'
to. Df retida em esse logo Oogati) 4r PMifáoy
e formal do dito casal, V maraviOs e meo,
pêra o meéfesto. (Doa da Paço de Sonsa, de
4425.)
Esitom^iefyUoioB^^atwdkstomfktõèt/^ersi
parte dá renda qae se ftoeatavio^áiritoaa^
oMria^aeeleiMitiBo/
' Bii!lHB^>^ pertqym aiitipL««^jnBdipiieii'
Oinflnnii^ «iIUniBtiH<4pilrtagtaB
alMffiin^^^flteiaft naelnalm^ /aMist^iqna^eiert*
ae^oriíiiierflnstet.*''^ giys iwfcilmarfi
^uefím^^à-miánúrmmfiMaímáBBiêemmucçm''
pridíàsrêê^èm-^Mi^ .pHas^mmttm^quBt^m,' e
fÉtiwii yyar d>iéfti0faMi0ia>«olNO^tait»*lM:
afMS/aqm jiDfta^i^M (èeteiniiia.qQB>iao§(>
tia»2a'jlívailo *s pmtãi^M) Hi»^n&m)9me*
Témfiãaír^eiMltn4gtlêàpotíiɧen$'9 cNt^x
niitpigiiig; (Hooi.^a cai— ra /dg» PffBt^T de
1901.) .• '..: -'.vx ./. ••' -if , . . ^sT
Em' i40i, aecordaoi^Mbiaa eâfiw^ ^
PoUa^ ^ae'*^^! «Mtfmtai^ áa miMa .tiãade
fOlií^façm^íbfm^df^Êma àMe pr )iaàkNÍèi.«è^
iHHúM MÁtmPOsa^ -> \ . . • , ..
MSBBO e depoiiini^poDlagiifli avfifo
(daMWjd<^>llilI) ■ ymm,^ / > - ■
lIII-4nf oaífa^Víaba, eoiiMiMi^a^Mlie#>«
lho dos Arcoè'^ lallaf.da' Vet^M jdlfllMa^
M»««daBiag%fMi «)N.éaLMbaa»M60
Em 1757 tinhaiiy |pfDSfii)< -!);.») i[* * r.n^ )
iOrai|0}& IfartioM^ liiipauí ^ :.,:| .^^ji
* ArciMitnida:deBiafá,>diitrie|o aÍBÍBái4
t^Os^^AsdondM/de^Ha Jfoitf da £«aaiill
V
róis de rendimento.
O antigo nome doesta tnffmÊ^
Ni D.> lMaíaaiteiliv*i|kOr lnwa«M» «líivi
D. Joio Fernandes de Solto Jfaqnr» «a
ia&^FaaM>K4epQis«i parpadnttia-AMiÉ'
cMdas.úé VáHa Hfota^da GfiPittlm. ;
MiliUWHQ ^a liEiaA-ir|»ac«il9iM»
tiga-^mmelBi u o-qaaiiem maúé^iflV ada
ma emkL o at» ^rae feiío- for ^maiaêa m
qnalqner negocia; ojqna dá . m jnacièt m
tada da*>ma(la de nma jNriqiriedail04
■âiadahqtaaeséá o>aome4a mmêim aoJ^
gàr OB aMeiai qaaiiiMeAM a -iOãA frag»
zlas Silifnatj^amtfnai^.oa aov vIÁiiihO' f«
tem dois parochos.
rl8.|KMroaç^ 4te. astia ii'fl»taA. «ima-
siMNíai^ MMuMLtA pmceirosiaaMHlnagri
maea«paga»aail)enfeaw^.f^m awMaaoa
paao^^^B fta sagoíala a ontni. .Oa aaaa*
martoaaigiiom a ■Mfcma.\prttíea;.i9aaa
eatorree. ne^geraè oastnaum . ser. »m oa
aô- finaparia,* . <• • < .. ^.*.
Já se Té qna «dUt irdem ia.aoaaM-tt
emÉsIgp awiitD» tnéoatwpieiíte^je, émimni
daifaniea FMBoa imiiasiiiTal 4na aíMda q»
si no fim do seenlo XIX« aa «aaaartf ^eiH
absardov a^íB^fèat moâlM aanaaaafdmrt
tar «ptifaiiÉidii^ lati muna- devaila Mkmt
Para padM éè iaaaaiiOidiB|«mlaf daniM
euqpoi^lfB; >!' i "'.'.- • . .
No concelho da Foiva lia-aiiia;aUato.á*
tuada na margem direita do rio Inka, dbt
mada úiôMta:' TéM Mlègba>ff«aaio«^
tMòsí dÉ.telneiia ^/ilflnMi^.%itf'A^
a9B.anDoid*6ila beapeaia» entnada éf^^fút
kabA irdaiada.úiirtMia^ um anpa^^.^
oam da^mratdaa firapiéaias^qaaalia*
.«Aaalddis da d4m||b a^da Arriilaaii*
Baaam 'âa.;fraawaiaA <6aaádai{)a»ailM
4a dfia inaiMia dç Yalla^A aldeia tePtt^
eegBeivMii^iDBa k^pmimMns da|Cj|aM»
e os mais meieiros do Valte e de Cmêái^
í AdMBUidaiFaraMh^-é^yaataMMra^*
Yalle, >a ^pdau «MMitNi dSeaiao tafiMiil «
daidalfattA • ^.-^a -'^. >,n -<.m'< c
A aUMidaiGlutt éllMbeai mimaMm
Iffil
os prejuízos que esta barafttililí fláisH iM^
piv9% .Wiijyfeftmhot/B <âtè iás.UUMUvttA*
í; .Bá^t«ildi0ni>Bantt«i'iôàiiàBaB,. ipiè ji
tám»tivaiqpitf0íé»^.^ma.irfiflnrin : i * l;
i^tAiBM^hírlép ^aoDlaiilaite: ItooM^ pottl
«i|á*flkn«iaitoft oiÉs»«ttqBfèM.irfflla oUIép
^pntp ^ttiteMoroBiMundiaié ifeiwvdK
^om tinha hwné€V»^m»milámmkm>{\má^
O»
!):*
;>\.).j:
:»• -íp, í.M M'. ^ '.
/ f^aíUiI
tèil^^Mteb! Kéiii^ itfta»j ^íhMo, «io; « <^ >
meqne se oaTa aos frnctâ^ qae se venciam
HêWHAi
MEIATÁDE— portagaez a^tfgpr-tfivf tad^
(DodUBento das (r9irM^4ejS,.6ef)l9.d^4ve
-tíl*,»Wf4|8^*í .9t ftoWV a^ »e^^lx
ma signifieação. u:». o* : . v o^,
-7inBBI4QamrpttrtwiM, a«l^|»mfiiXlÍldo
idiòWéb tíiki!Íd(^iídíkMiiféMíl^^
lia iromerosos Testlglos \Éè^^éM«frdb^ii
áttfVMtnMij^Mf HMi W fliMíWAIlifein
4NM«s« doYidMlíó^oiiMidait MÊMmtítfj^f'^
'^mfi«lítttzte'«|)B. 1)liÍÉ^'dfiPCMIM'(«Éo
jánao existe) appiÉMil>«iáu»biitMiK«oiÉ
esUPlÉMHp^iii-i* t MUxMOHmaau
tASTELL^. |^£¥)yifO| t,,:> ,:. , ,
MONUMENTUM FEGE-
I 'iAiitíMiatt'i '.'».«• '•"" /'li*...
MEXEmO— Vide JSffúufMfo: ' > ,- >> ^i i' •
PUêcom^ (Déto:v«i^'AlpM|aAda, de 1379.;j
uMBiranO)» ouv lIBIMimS— fregaezia,
Btftwilliá^ «MWilMHIt Aunáca» eomarca»
Mpatfo « e >lcHiMb0iMi> da l»amego, 3M ao
Ml-^ysM^^aO fiiboaj ^<iit".-u)
Bm iWTiiiliflia 14 ftHpél • t>
^•Olraitci-^SfitoilItaria f^BMlk Senhora da
í«ttf1ttoi\adiiilatatnM^ dsriViseiL
^€lsiiii»|Mmid»TPaiiiltaí«pr68entaTam o
mfaiífíi'^^€>)UdÈikíWm(MM^íréis.áe rendi-
mento. .í;:.t / »Mí. '»
^MEMitMIiregikMlii BeiÉaJliiísMoalDiíI^
ca4è*ldlilitaai9lofB, OMieèlha>dd>fiWMHM<W.v
a0bkiliiMiMá»iGim«aijÍ8(HLGEa;«iBs-
JkaísmiiíAaíW titò^ >. '-h ^ ...4 ..:
Orago o Salvadoí^'^ « * * :*: Vi- i .<i3
'Kispaioiáa feaida, Hiiatâc» admftiitfa-
tívo de Caatello Branco. .m-*/'*/^
^"Ovitíilfadiíoadò apaaaeiítiffvbiiiv, qoe
tinha 200^000 réis de smÉimoatau?/.. <
^O«iMtmi^d/ésláf/íregKMzla^](segniiil0rjlkU J.
de Sonsa, Vestígios da Lingua arábiga) A
ãMVafiiiiiaKpftiatr» attba* iísamÊá, niHDe
preprivéi 'ttooiàmi i ttgoiiw *%-^<Hm«áfiiiaiif^
seguro^iptiMadot #.i/ •: -f» i li.í.; v a;:': i 'if'
£fiRar6C9^meviiis f nvoíveli «ep^ eettmptSo
da paUrra ee\úos»^mímem.Tíié^m]líiúák
i)|aai<ML4e*a|i|eilÉ^BeÉn iâisaiHvnniH
ca-jdBiidairitaNovQijeoofelteids^AaÉttlMiqi^
40 kilometros da Goarda, 275 ao.&láe bia^
toa^litOJfb|fOsL^nx!<i >.';>. •> :>ôuo'i •»!>> iu4
aa
. u
Ongo No0M BiwtWTE 4» <G<pcei^.
BIffpado da Gotida» 4irtrtBto adminktn-
tíTO de Caslellor' Branco.
A mesa da conseieoqã apresentaTa o vi-
gário, que tinha eo#iMO léia.
Segondo Cr. Jisãtitúe^8Êúa^ fVetíigios da
Lmgua Arábica) o nome d*e8ta (regnesía,
dm¥li*«» de 3í<MMa,|»cAiapMpcio éi^liNi-
Unr» q^otvenido.DMaMifirbo^á «imiai 41M1
qner dizer-^^esiar «igafi». fiiac^ eoantonlo»
conservada» eto. ^ ^-.yx.-,''^-'
- ftÉeefrfPe» ^^naot dist» , atgMitBlq;: MPe
tottmaia^ probâMIádaAi vir áei iíteiM^ qm
taatfMiftM^proniuwUvairMiíSA.. v "«
i vf I O #adr«'CUtTatto na. au
floD» toa « aegM^ ^iiiiir 4M
.e^latf dnaa «iNittetiai <A» «•
provineia doi MiokiM-Uâfftdv
do BMtoi S dMUiifcm (éfto.
g%Ma aanprer.éiL^Baioa-Aú-
xa, e desde tempos reiMisif^
tom ^pèirmifltiQinbA: maia ide
• qul atmos^ ns^tenrilSfrW dkvUs-
; fMátt 4a idaitià (a ífelM) «M
1/ •'
6 0 da Guarda. <• ' jr
MEIMOA— ribeira, BÉIr»Btfxa;mífaace
Ui6fiaí»eanadiaeér « Vmaia^^MaokmiÊÊX'
pn 8^pii«dadaíiZdBere,'imiCDia:AiMríi.».'*
-laoiraOM^ÉSigiMiai; íDfliu%! jaenátaai*.^
eonceiho de Lousada, iSjkíiooislfosd» H&
do Porto, 345 ao ILjdd Usboli; MMIbgQli
Em 1757 tinha 3i4 fofoa., .<(.;.. z*
' fOriv» Santa afarfa,:(Nonli âeièoir» ias
Neves). .• ••í» i-í <-• -t . 'j ■•. ."/ít
'i^ aMffrimetfo «iage Jbi* SàBi|o(91iytBo,
eomoadiafli^eattrA'-!! . .-r .xvi.*./:'; ^.•,. ;
iBllpilioíse distrklt*^daúúlBtnltarD< ^0
ÍOrtOt"l \»» ^o "M ^ «.'« ><'.v\>.>'( .' r.TW > 'il
h(MÍ ímansh eottt^ a-éritiwra^íÉiuifa ImH
^ lodaa os-geoBícuuijpifleiaadD iKssiiDrgaici
Cria muito gado de toda a (lairtídatfeionv^^t'
cf ^rmdtta apieáeotwai^^ «fgario^Tqiie-tiaha
ll«OtttréibIe.ieMteealiili(M:i ;:;/,•.:<( r.b
Os bispos do Porto eram senhores d'eila
lnaníi^''quíttl iMBiiilaípir-AmMWlVor
<nMllMo'fbBbeiii'4ne<aqnitfiihla a(>lutf)ca*»
Foi este eonde que no annoMI§Oltfilitz^atf
relíquias de Santa^>llÉíi,dridluMllefne-
de Ajntlnniai aa pw^wa- íleMna^aAft
doeste aM(».iparttr ».>».»diiiw>i»i. >
>Pae»idini»algWMt<t|ie.es»>#ofiiHÍol
Sff ^ftdf^fMBMwmili ttoaio juosa íés JIh
Qna- ím 4a ^Tifani ^do iSfwiaa q aaiasÉ
QWiM.MaMlair'.. ;
loa Uaá, áeaíD. AfciJwflpigiqpifH
Hugo, bispo do Porto^ a egrefa de Sê
lííypm, dnAfeánAte, JBsta ipija lirtiiái
de um nihinÉHlmn iriBintfnífimMe im
M d« maiigaá beÉfldWiio%
^^
eilataiiava..8ii9pO«4aff qva-^enb
Ml^wnii FeiiÃaauVol'piilreai'UM(i p
prineipe, com aaMorisi^iiâ» pafránii
cbiatA^d»«aiilii(i.MiMiHk .'.\ , .. . 1
-MliO*-9if«BBiia» wtfMb,^ «iliaa^t1M
muitas vezes na mesma aocepçao^^^vÉaiM
(Doe/ de. Al»endpvM«iii <^.Mt7HVMB J
BEÍcm-portQéuek intigi^&iei&^J^''
comarca, bispado^ distrieío adminjutoOTi
9 kilometros da Goarda, 900 a E. le ti
b<iâ,'«»-lbtbí.' ^ .'it-v-aaATAHi
Orago Nossa Setíbot* 9k AiAdi^.''*
grua e o pé tfaltar. " . «'"""5"' '"
ritorio eoiDpreheádM«iiiai'ÍiiBMic(iaurii
rnijPHIIBnilr<-PArUUieMBt|fftrriMR^
ekeotttaiV4M alliM»gM(.G(M|iMkW« iNUM^
9if>:derfitnMld«pnti(|» .0(M^«fli|(WrMII''
MEUUIiHO-MÓR — porta0M9tiifMÍ|ib!!
Kl»
fMt*(fti2er^TnâNMtt que ^eM» 86^n-
ieSy vi lias ou comarcas, pari te^reioi }Mt-
Ca, segifbdo 0'1M!l'')bèB-âetetttifiMr^<; e^ha*
via meirinho-mór de tdtfe^^r^iH^ A«8te
IJttVtciáMIáÉlfiâè^iítoMíii Ú9ik fiÉ^mànm co-
mo prender fldaldos elMOMm degraiíáeéa-
má&, tík^áiMf^ifõí^n^ ^Btktm otmM' cotos
«J|(tte^l»' cii^va a «OMoridalSe daé Ittáti-
[Cod. Alf., livro 1.% tit. 60.) Vtdé Jtf AiMifo.
^1) O^^yffldbide doMiiiAíiii-tílôr, ent Já^^he-
4Íliid"Mi PéHdifal anfte^da conde D. HéoH-
-q^^ipéte ett^l074,tdAaMdán Leaú^eOas-
tella, t^.-Fém^liiéo Iil>(^t9afiié) sCttlEnado-
-Há iDfoKo^TnictésMdès, meirhiho^inór na
'Qia^ti^ibiiaâiiréí j^Hngtiesa, e áen illio, Mèii-
-«^«'Dffts, na* Beira. *
O nso antigo doeste reino, era li»yer qua-
ntia ttei!^Ínliò9=Aâr^,'^4áido9 pelas ^tHitro
iJ{Hifioipae»'ix)nÊapea^-^it/«^-llotff^ (Entre-^
i^Bobto ê Hinliol ê>TraS'0a-]fòotes) BeMt (as
I daas, ou Aquém Douro) Extremaâuta-^ En-
(^^eTeJò € iGMéHááa. Depois se fex tífMs um
ílK) AP^fve:
< ' Iffa «^miròa de Aíém-D(mro, se cottipre-
^ hendiam as proTincias de Enm Dotiro e
Ifinbo, é Traz^os-Monfés, que depois se vie-
r^YUrn a' sépàífar, eito diflérentés meiritAio»^
'!liói'es.'Táftnt)en}, algumas veees, andou a
'fieil^a, orú nio tnefrinhsdo-viér de Além-Dou^
>f Oj 01^ no ãd Extremadura. ' ' ""'
' |'AIM d^^ted meirfotios-móresdascomár^
-'«kl,- baVia 0^ fHièirMuHnêr étó reino, que' era
o seu chefe;' "í ! - • • . ■.!•!..
.' 'í0'j[írfinefré -melrlnho-mór que vi&fo inen-
''^iúúHãú.if D. 'fero Louréé^o, que settSSri-»
ga» iíi^»4viíiiir iikit^ím Pofftft;: em> Utaa di^i
çao que à ordem d!e S. Thíago fez D.''Sáii^
cho II, da villa d« AQtisftêl; etn Lisboa, 4
3idemarQOídni35.'" :/•.'•- ^«' i
L DiYadcO MaiP(fbl^1^ineriteV^r&«efrAiho4
mór"d^ ;mèd é fkim,iú6'MàiMèé^D:im
•í(rtiáé'-!tt, 'eiej^ • ••■ ••' - -- ;
"08 'que desejarem* saW V$9 'ne^
tOi
■u ê
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• J
lí »';
■' ,:. '
/ííffVMeffcíáSqúe òáíttíalgos feziádi aos sôua
'»^a8áHteí-íbtta#''péT6. •' : '^C '- <^^ ^* 'J^í • »
1M0I d0 toiMiesflMfarifiliiNMl^
ife» qna bottfve teou Pòrtugiimiai-
dè DJMwAo B^vté 11: All^iao
de-^Di^ Loit >4]tfÉttiMi éeitmâi,
» ^lem.'i.«/pagr4et^M|[0Ítiie;?i>
Durou o uso dos meirinbos-mérei-idis
'pm'iin0ía8,'defiNÍe • -priíft^^io droMuai^ia,
até én» tèliiái dto D/ AffdDMr Y/ qMftMki
«» inairfnbdMiiórea' dás «oiBifeàs^^^soÍMMr-
'^KáMdo illnr^sóteelritiiio*mér,*qtiiideMi[)iiiita
MtriUkihmóír vio oM» irf^o.*0*t)ríméífio
que,''depols ^da áuppfeisiio^ d^^oocroa, M^
este emprego, «uptàieNse aer D. Oenfalo Om-
tlntoçpoiaqte omesaKyrel é âMifUd em
4446, AoméandaMarAm de'TáVoto,«á>li4e
abril' 4*esêe'aniMí;<Na'earta. de-uèmea^^ diz
o rei que o ínmínieirMMiiiié^daeMíie
de todos 0$ seus senhorios, assim como era
D.'GonÇalb CoíOhêkõ, qae, pat êH^^dè^offi-
tio, periêí^ este loífàii^:" " ' • -íJ
nnbam osmefriíiboe-aiórss JvHsiie^
9olire os niobres e fidalgos, da» snaa ootúareaiB,
e que consta lie uma *èarta régfarqvio ^Mia-
va 110'eaftoiio do mòsleiro «de Pedroso; 'fdi-
tft' por D; DMfe, ne aniiò de I1H^9,' primeiro
d0 9eu reittâde. ' * • •>
Pnyftam 'os Juizes ordinários: daa vitM e
concelhos ; tomavam Conbeefttietlto^das èáU-
áas eiveis; passavam cartas^ée ^ngitimaçCes;
flnaimentcl, era tie graude a suà^iuctorMá-
te, que etMrespondia á dos adkmtadoSy^^à,"
eedende á dos governadores das oasas do
eivei e regedores -dad rèíações'. ■ . ^ '-»*í
Tratando as OrdenaçSes do Rãii^, d^ of-
#cio de itíeirinbo-mór} nó livro 4> titi IV^
«e dls-^Ao s&u of/iciofêrÊenée fréndt^pessóHs
de èstado\'.e grandes 'fklafgos esenhoresde
tertaéy e taès,^^t& as oiêtrn^ juêtiças oe mão
possam bem prender, e assim levantar aSfér-
^s que pélas toê» pessoas éefnm feita»,- ^an-
é&por aòs /A« j^m(}nAz(l^r— Dii miilsi fie
— Ao meirínho-môr pertence pôr, da sud in&o,
>ikní'i»kfrinko,^*'que Mnde continuamente na
' ' Dft C/lroitto d^' I>. Jóbó^il, i^or Garcia de
Vézênde, se^vê/que Ds-b^fehrinhosmóres
flM^Éta^^èMgadòsf-faiadstítitf^-â^Jexecuçôes de
*teie#te,'idas pessoas* frandes^; 'forque, recu-
sando-se D. Fraucisc<^49oMnho, conde de
I6S
Mirtdtft ii^m «ml^ lei». OAvrinho-mór do
rtbuiJiAjftiliiltíc^ WMUIQMi^da Aaqoe de Bn-
i«D03^ W 1M}| «UafitdQBerparente d'e8-
M^ #4Wi ibe fie^iioa »ide«eqlpa, e mandou
aanrtr de nwíriiite-jnAéi» Of*f awiiacto, a Fran^
cÍ8eo4aJUveir»;qoer^Íil}a>^cio de coa4
' ^«Blrtiieiaco^iitttho, lu^f0ita,m»rúibo(
«óff.|MW(D;/AffiiDlQ'. Vv em W% diuido^boi
tniío^^ (erraa d& l!oQ»>rada;<e: Aiaiaon^n
Ihe^.yoff earlur^gia, dAiada.4e Sai^iiiww,aj
SO de. maio d'eese ^mii-^em/CéinHiínraifia
mr§Lm aetMio anfmsíto /tm'parte$\4^ ui/HodJ
• HambeiD M «MkiAborin^.Pi^f^ívaÁ^ilQ
D.;1pH Jjy Jiify id<» 8«im, e(wb^r4e 9írip-|
Cél e de Sagr(ie»i0 ,aaceinlei»te 4e» eondeatdoí
«Kndo^etBwqtteiea da MIaaa. •
\ 1 1(
i' / 1
-♦t.
Dl P4»dro U, (ez oDeirinha-nár a D.>Fer
nao Martins Marearente^ %,9cwá» de Obí-;
4Qe«(a UAbeai €^de da JPatoa.e do Sabvgal^
por. ana miklher». a eoodessa^ D. Britea Maa-:
oaMoliafl, filha .de d! João llaaeareotàae» li
eende da Fatea. e S."" eonde do Sabogal, <
' «Fei^i^o liascarQnbAaeontíowaiaaer.meíi
rinho-mór no reinado de P^ JeSo Y, aendq
também 410. doa irmioa deace. nomarcha..
raUeeeaemJ19Mi.ro de Í7i9.
8egaia-ae no eqiprego, aea > âllv» .1% Di
Xa^ttel Maacarenbaa e Ç*8tello Branco, iieit
Mleolmeoio do primogemio^ q^o era D^
Franeisoo de Asais MMaareobaa, conde dai
Palma, que morreu em vida 4^ aeu pae. i
Desde entaa tem*se. sempre conservado g(
oflcio de meíripho-Diór, aos condes de Obti-i
4oa e Sabugal, peio que ae denominam cen-j
dé9 mãmnhos^-márfis, ocyo emprego nãos^
aotuaimenle p^iala do que ^m Ululo bonori->
flco. .
JÍ^.aalual eonde.de Sabugal e Objdoa» oarJ
D^ jàuia' de Aaa&a llaacareiibaa« (Vide M¥^
Nao é bcye facili peba aa8igna«<
turas nos diversos documento^
d*a4UPÍIe8 tampoa^aaber-seqpaea
eram jQe meirínbos^móreado nd-*
AO OH. de comarea; pocfue^ m^\
|od^ aasignavam simpleamMite
'|-||BBMWWg^egiwt»;,TniT peifcpi
cornara ftieeimiflMn40'lfegA4#w% 491
]ie«e»rM.i^ MS. de Kiii^ Mff :«»! %*ii
boi« 470 fegpaw .. . t . - .. 1
.• {Kra/Í707 MnbaiMtfogep. « *
• Orago^&^Benio.. / . ;, ^ .
AMeMeMMle da Bracib 4iaiEMÉ» ndnÉ
, aabbade # qaeceUo^4|niDOii MUm. e fe
meaia d'eilftittflaiBO flonfyiibifcl iMwaaii
o vigário, que tinha 6^000 r#ft 4^,4mepi
eOipéd*a|t^. , . ^
JWItOK— foiiHwieit iHHJge^THdeimáii
.jBfim,-*maí4MiTnoaae» halitMi€«9» «kH
Alaee qiie^ loiw^iee.leeqilarm 4M^â»
^wriPt^Bate^i^ttieiaim en.Pjemagaki
ffipa domuentoe deaeeiHMoa ^lie JUEbff
casa ou mosteiro do
to.de teiqpiiarioiu
4fElTE(ikloa44JiSjPqCM^MWn»i
4von^atoâ9Q 4t^q 8a(|ai¥a.i»p*iiiwdnm^
9r^i»^meirjo^ ^qa.pediai media « lurreeidJ
1^ íóroa 9^^$* .
Faaiammitae e tao gmidea .exionieii
povo, estes beleguins, que os rete.af» fim
na. aeceasidadede p4r Ireio â aoa eiM
inaaeiavel. , . . 1
i)..Diaii,;aa earU de iôm fae.pMn'
A Aot^nio £a(eve^id^.F<0^ti#tna.áfe CakHk
junto a Lamego, em . 128Â,.^piie89aflai
4xí:--^Et jyro aimiUigo 4mi.fofid^ JB«|#
troa documento» dq aeculo XIV». ae declia
•qu(9 se daria èor^ ,ao mpràon^Q« pacav»
vexar o& lavradorea», obrigai^ -o^ a ^
sentarem-lhe manjares delicadoa*
HEIZf DQ -^ freguetta, Tr^H>fr^QBia,
eoncelbe^ .comarca, bispadp ^ dístríeto ^
BragaAjQa; 60 kilometros^di^ Múrandas^^
N. Hle Lieboa, 75- fogos;
Em 1757 tinba.6aíogos.
Orago Santo André, appstpicu .
A casa de Braganga apreaeiKa^va. o abM^ |
ique linba 4004000 réia de ve^dkneiHo,
Estou convencido que o nocjee d^es^ fit*
gueiia e| das seguinte^ que « téem egM^
corrupção de Ameixêdo (ameixial, ou somÍ'
xoal), por que em 9)9, os condes Ludifio Ti*
marSes e Rodrigo Locidlo» è outros ftdalfv,
I entre as egr^jas que ^ram ae^,mes|áPo'^
4llBtNniMfi^<»i'lioitiiá«aí-u' ^
Ameixêdo. (Vide Cresinma, pa((í i4T ib ^ ;
. ■ ^ HBUrog**^ ftrétWBifa^^ MíiituH> teoiwdlifo|
owuurer^« ídiBirlotDidft^iliiM; iW^Usaict- ]
'^ Bm6f7ll7,4hlh«.'97nfb||ip. *o>.:»i < n ;
'Anusbispaâo db Braga;/ *'.^ vui^i ,.:ui.\vu\
A' «0ttrá> apreAntáfto «latobaflei^^aa tkrtia
»lW#(m»réif «da reiMttiiieiíto.^ : '. /^ \u >
I X' Vmq Itt MoHos aaiids lÉMiiiima» firaguetía
I *«diii,*«a^Oibattiíiiii) > '*> -^ ':''• ->>'•> :^^'"
I '. o JaMiada i^ódo» rmdir «lii cpiaàiaeiy^das
I ' * Ai^ninfei úà^fióéí eoáiiveBdatarJtt^oswMi- '
I teiros de S. Salvador e S. Glaadio, DaàSaaÊoi
'da RooIh; líue tetéttlioèi ^luiseu dnéen-;
I dente, Francisco da Rocha i«Gdx%fleoll0r'A)
|- moÉgsdo 4a PonciHaa ''-"- ;•
I A|[BIXfiDO>ol& M&iXE»a *Ht fregOBiia,
DÉrãft-^od-MotíuO)' eomafotie ooiicellip, adltí-
, lometros a E. de Montalegre, 72 kilaoulvds
j âiNBi 4e^Brafia^ 420^10 ilide liltaii 65 fo-
^ Oeéí •• :'.!.:•.•»■
fim Í7S7 tiõlia 70ifogaa.:< - s > ^
Orâga S. >lí«riA 0<<M8a 8diilii»à4ft'ABSiiBi-
I pção.)
^ Aveebíspado de firag8;idi8Crjeio^.aifflíliis-<
nU¥d 4d Vilta Heaii
Fei iKMira e fOlAí ÈjkSMímfaêdBSatmao.'
0<{»a^a e a mttra apresentavam alterÉaiti-;
távMnte o abbadoí que jtinha^ JUtOjIOM seis
de rendimento.
Á egrejaf matrii; é'pe<|«ena, mas das me-
lhores d- estes^aitioK. r
fi Situada èm UDiaVcoIlitia, ao Sal da ser-!
m de Laroueo, entre vxks^ te* origens do rio;
Cávado, éda de um ribeitx>^.<afaQente do Tâ-.
mega.
, Goaip|õe-se esta fregUezia, apenas de ^nsíS'
jpóvõáçCie^. ^^dch (onde ,està a r^grêja) e'
O terríterie'*â'iKpiii éarenoso, fnki.e-dei*!
âj^ríttado, é5ó ^múz centeio, bàlàtài^, tfàbosi
e.algipãfhortííiça, , , . .
. Ha m fregiiie^ih pvoxiaia a òp O» áe Hei-:
xédo, a capella dl S:
I8B
ojfcmsAfideii daiOnéè^Bo da Ghan, nas«
^iO> f iâ»iliíuiraila» i(Wd0<eaMi^avra.)
■':*0^oaÉe(dfeBla>ilregBeiiaí»ida8 doas ante«
(cedéntefe^ ^é iinil9)<pnipair)|b4ae seja corra-
Kiepoiii«Barpe^eiáBiitiimK^, como dis*
^ aa ^qi^níneirái^ipofftejcâl^iiDa pretendem
(qa0.veBltt^/|iNia4iiBi(dMri(^^ significa
iMenttola^lKiQltíita^áiaiietOydlrropçã^^ ete.— ^
dq- >ir«itb ^auHUá^^Meitniré^^SMÇa, impellir,
- ':iftlBtBISíntfaeywtiat MatOf -Montes, eo-
^]iiavo»!eKÇO0MttàOKdii Montalepè, 80 kilome-
tifaai^^NBd áenfinm^ 480'^ |C. de Lisboa,
.4ftiffl(pM. «'H'Hb '.;t; .'•...;-■ >
: ^(BflléiCK7»tiiÉ«{46ila«as4w.
•ôrag«]BaBta4tfalria tfiaasaifiânhora da Na-
ítÉridadi.^ tíb niht^tl} Ui < . - .-^
' {jAnoáUbpadoíidBdkBgàildUlHcto adminis-
«ptmMdeiyilteAeâkn [ ../(.-!'•
^Qifmtimá&íL liiiQalfda-Babadélla apre-
.Mnlalra^^Ofmgri|fiQ^^qaB liiihai^MOO réis, e
■Ofpè á^àltíÊ^.'''^ .'*'••• . , i-' .
^Qí 4a:4Mlnnuiida ^a^jBnba^élla, qae re-
cebia metade dçs^dtttoicw, e % ^atra metade
o Inasgada «le\VíUa)F da^FerAítts.
, < ti^juÉoada anfQBUpianicl^ qae olha para
a lii)^)fta«Ei9aai?dorio<3éta,>^na margem
^úvfifab^éo-tiá^éa^áçinitQi caaflaente do Tâ-
-mâga. A -
A>k idtíma^dBegaeiia aB^ áa concelho de
Montalegre. Gomp9e>^ia40 ilatt)nnica aldeia,
Lqwiha dàoiBome^:'-. \:''\ -t. .. .j
O isé^i'd*«8ta; tfiregiietía^ aAtfdaqqete*
abBlgadq^ pi>odiK eeniÉip,tiiiU»)^>fata<vhot-
taliQa^•'algikilía^ínlc&a^ .r:j) •; : ,.
. ficar^iK^^N^â^MM^^^^v^aAnCMvei^
ç«b>)y e^ pagava jm c0BniandatariOí)ãKSif 960
fóísrde-ilni aapaali»^> '• .
D. Abril Peres, senhor de BobadMIaj^i^
dbtt Ibratyemagoslio de Í3aA.i(£ÀvtOi4a$ fo-
f>aer:aR<u)raajdr iasturoifuraa, fl.'i4S>y.^*aQL
l/^ia;priÉdiHa) ! . \i
: . i2oaia •aqvi se (átift'efa caM
' «: '(vrriMto) qn «itca&^^iaiílQi^eiuaiwe-
. f ' me ;£xpltf!adr (aos q«e (Oilguara-
rem) o qae isto é.
O reguengo (propriedade qae
era, ou tinha sido da coroa), era
. €D^«oraL jiroio /a^0ii«ti9, me se
for- todoa os.hjSKdairoí»,
• ••
«tt
it
« M 4
• . :/ ' :4pjaBidliihetmcl»^pâttiÍãs«iQ»-
> i! -«alentas ape » a— i><ip 'Jtoéoiloa.
. iiOf». ^0Lp imo ae iíTidií^D .
.. • )|ii»«ettnlBBUIra4WDleiiiaDl%A"
-.»;• ; 1 •i0.ea89è.eQfi|^iâç»á(k:tiiiiuiBBi;
era obrigado tu «oiídwNiana-
' ; •. !/ fpondaf pelaiipeBfiaoAÍãtaOByjco-
linaÉdo-oft' dDs .mais' TMMom»,
^iifelloi 4p9iiâo>« etttte§aaâa* ,
os, elle 8Ó, ao direito aaq|ioiia..
« No-tanl ^aaadret DJ Mutuei
. .itdéo. â-Mira.éa Paiva <luijia>eDQ-
celho do Castello de(^«a).eai
.. ->:'iltl9^fMtenáDáaaluii(iiai«i0dev
clarando o»6aiàoi# (leiíoaa qm,
u 'i>' .tudcamentoJidetiaiirpafaFvdiz;
ou peça movelly que.fkát ao$ Re-
• < jh ^ giMDjimeJros • BooabeçaAof» ique
V ' '|Mir si4iio»i«if*i^!«fliQi3rini0tii-|iQr
f6m 1100*46 lemavái áí-mitn^es,
poflo^gtM por^&vmíBi OBcaiéça-
'1 '- '"da% 6 Reg«6Dg*eicaa>.iiaSiáftos
ciua^j, nem de tienAtiti^ jm^tras
i 'kerdétrot^toMaÊçitÊifiB i(»dí'
^\i'tot BeilHen§os, •■>.■-•
Campre também aqui EeetiAaaar sm-orro
eiÉ ^pie Ideia c^ida, vario» «seriares de
iíecjottatida geagrapliloos e ehofogíspbidos
de Portagal— 4 o segnhite^TaaqareaQj^oitias
TMed VUlar AePerdiíea e Bobpdélla^ par Jtma
s6' frégoBBiÀj onoas, tomarem estas daas
freguezias, eomo formaadoi^^teide limaaó
pèveaiçio/' •'. 1 ' : ' .' . . . /. .'.1
Nio é BÍBlnk Bòbadélift, ó no.concellio.das;
<Bdtieas^' comarca de Mootategre^ e tem por
orago, S. Migael Archanjo^e Vittaq de Per-
Aees^ posto ser 4a «esma-oúrnarca, tem por
«itago, 8aiiio Aiidiié, apostolo^ e é mesmo do-
^«neelho ée. 'Montalegre, e naomo das Botí-r
cas.
,'• ■'.'<.
. ' » ' ■ '. ' ' í ■*
Pére», apt)€llido 4os antigos senhores dei
' BdÍNldélfe,<'VÍil4p da Ferdiaeii e Meixíde, &
196 Éi ASrdá. .
Nio ae sabe ae os primeiros Peres tiobi
•bttMio à^mtiÊáí Ami qpiAd'aatiiiMilni
^attí GuteU%ae|iMaa J»aaao.d'armi^p
\m inlift. jQiístâda. m cMõtto ifi^sim
como refere fr. Maonei de Santo Amaiii;
mas nao noa diz.fHfgido^ por «tnomeia^pa
íoi passado— Soas armas aio-reoi caa^^à
púipora» croz de cofkaa de oororfinnlie
joíÊmm^jú^ iinajfl4r..ée liíB,daJR»»o;
contra-chefe da ondaft 4a pr«ta 4 mMik
aia iviim oauBfaia dOi oito áspaa 4i páiffr
•o^i«kt)9mliatoaai(na daa Ispaa 4a mé,
com uma flor de liz» de púrponv^d c<M
ijAi iipitlif doa Hrea» aatájiqia mnitoií-
mifleada n'esto reino, e as saaa aram tf»
■Míta ;allBnda% iMlaaligaQSaa oantatfn
(lBna11iaa&.
liaia. aa páde diaat derf;ram^ Mmerol
•IraaãBa^d^peinás. •
Julgo, a propósito nainsar ftqai luaiíet
da mfm i^úottidaiaila das eacDasf d
Mau .qObvtaYB tanta da sabUme «im^
•barJaaao^ ...
• i Oa piratas afrioanos infestaTaoi aa noB
aostas, tendo os povos do littoral em comt»
te alarma, e soffrando por iitdtaa^Btei^]n-|
boa^. íaoeiídiDa^ davasta^Bea^ lâoleacias « «
ptiveiro.
' . Bl iaãa^ ly.deeidiíL fair atacar oa moom
nos seus próprios covie^ áleni4o Atiaotia
Janta.: um íotmoao ei^rdst^ e.ooQLQsi»
maáa aalboa do seus filbos» paaaa ÂJMk^
en Mklt>'e.a. i4 j(oa a Sá) do agoato 4«P
anno, tomaa praça de Ceuta.
< 1. ". ... ,úteuv^ até então ae ia0t-
lava, como oa aetosanlepasMAUí
^^r, .deade D. ;Aft>nsom, r<t ietor-
. .1 lu^adoa^lforç^Siireianetitt
.iútitoio da3iN/i^ dâ.CeiaQ..
, I EÓtre oh cavalleiros éstrángelm p
eb 1W5, vféram pafa Pdrttigal coiíifocon*
D. Henrique, vinha um franèé^fM^lWi
Sr .nóne» oa appelliftor-nfíimifHioi aeos
^çen^eo^çs .tpmaraq por pa(roi)|in|B^
Pien^es, que cóm o tempQ degi^oí^rbu etnff"
res. Coroo Pierre çorrestxMffè iPH^^
ifgimbntè 'Fffp), tMDbamMM algtflM%
lho, ou da (aáiilia ^ Pedjto^.j. -^ .i .
Mltt
M^res) e' V. fcftlaftdb, fiRM flê^4. ^kàk Ij
\tiò éonr iifâa «é^iiaâifâ 4 èoii(itii9tá ^ taâ^
ger ; mas sao fttllÚttefs-taiikl^toaeiíipiMá/^
Fernando teve de ficar em reféns, pela en-
Irèffii Hé fleikta;'iifa9 ^lo Mentri^Hdcif iiata
pnçá aòs AMIro^ o tiifiuttté taiorre no eaptfi'
vêirò. *' ■ . / ■! fln
B. Affó^b^V, àhri^ma AfrS^a ásMà^^
quistas de seu avô. Reunira uma esqnadirií
tom 'gente Aé pxms; pari Mi^á^eoúnitiftu
dôá^logkn^d s^tod da Paiestina; dás, edmo
se ím^tròn esta «mpreza, dfHffe as snas Xrtí
pks para a AfHca, é toma a praça ilKmris^
de AleacéMJeJiner, em Utó. * '
Foi por essa òceasUTo tpxe 6 tÁ
' ittstitcda a òi^em de Tôirre-4^'
' • pada.'' ■ " : -. : í
Bift iWí, tómn, o rei á Afriea, e toma Ar-
zilla e Tânger.
Desde èntio, tomaâíÀ os sobe-
ranos poringnéied, o tftdlò de-^
rei de Portugal e 'Algaras, d'à*
^ntfttk e- á'&íem mar em Aflrièa:
D. Aifoi^o-V, ganliâ o cogaò-
■ mt^^ Africano. '
Os mònros desesperados por verem taít^
tas pr&çáíl africanas eúi poder dos portngaèi<^
ees, que assim os privaram dos sens vaHia*
edmbs; e depósitos úé ^nas rapinai, pQètii
cISreo à AndRa "; ma^ o teàior das noèsas ar-
mas tinhaos a distancia respeitosa da^^rá^:
' Era governador, è caípião de ArtíRa, o
l^t^denté e valoroso D. JóBo iContibtt/), da
casa dós condes de BorBa e do Redondo. '
Dhgo Perh, da família dõs senhores de
Bobadélla e ^Har de Perdizes, èra nm sol-
dado velho, géralmeiíte estimado pelas snas
tôãs manhas, e pelo sen valor, nunèa des-
mentido ; ttas padeèiá dè pthisiea.
A nns 3 kilometros da praça, corre nm
Tio è^Agna doce. Vinte cavaileíros, amigos
de Pbred, lemlMm-se de hir ao rio, Inficar
lE&tades ^ara ealdos do doenfe, e ditoe fefto.
O èllma adusto d^acjfuellÀ paisagens ol
coavMa ao banho; mas,'gnanjb'mafs eriii^
bebiaos ' HUIfovám ná' pesca e lia bàfaèJáçKií,
iritaàdo^^^ cantando, foram' icc^nknéktidèé
de $É^roviíil^t>^lo réi de 9et, ^ué cdéí^ MM
VOLVMB V
cRi^melHM kgtiaedMiiãefaikMtâito, etaèjo
paipa'tilgéi!Mi snrpUBSii. - ^ ' •- " •:-'( » y >-
' 09 i^mgèéies nÍe'tivèraÉii maisleiip*
do que miMíur 'a ^^iiíváNa, tÀmmià^ítímwi
èâpadif^ è oàrd8i<i^f ^nIo'teren]li«itípo pára
màs))' ás làhçâs a <quooê^c«iralid«^eMàvMi
pi^^8,'è, asèí«i'mesttfo ndaB6'arrealUBçaim
ás"tattçaMas e enfibdaá aòs ifonin%}0 pat4
siMò pM émre «lies, sediHgíram á ffrafl^
dtttièiidd giinde Untnere 4» taiMfoS' feridos
e alguué' tnirféii, sem que dM<pbHngàeai|
tim^^lbâ^ ferido. *
' D. Mo Cantinho, ouvindo para o lado. do
rio 'tldlgralideí alarido, sahira da prai|?a.conÉ
alguns cavalleiros, decidido a vingar itmoiu
tè>dos éeusèòldadòs; Tíoisjuigaira qn^nem
cnábd^A^éllas e^caii^ar ih ; mas vé* osvir mito
contentes, e taoi or^ltoads «orno se veetlt^
^úf custosas gála^.
'* Absfim* étotraimi nA pi^aça, o que :nio potkh
CO fez rir o sen govemadoi^è aigaanriíi^
O 'Próprio nsi dôFctt, que era extremado
eavalRtfhv Ibe Idnvou muito o valor/ iq^flf
tandòosT como ^-exèaiplo aos seus aoldadoa.
Oii frioetás de «ntãó, imiito: sei divértirani
e por 'nMto tempiá, com esta eseatamnçú
dos nus, quetantosepnsstavaaosrrsdarii*
Aos ^e (gongo^ceà' dos vatestquii^eBtistaa^ /y
HBEMUttL-^frifgaeziá, Dôáro, conarea
de Loásàída^ òooMhe de Paçesf de Férreifi
(feíi dá 'comarca de ft. Thyrso), 24'lcilomeA
trosaò HEi do Portò^^aaoN. de Liabòs^
i80 fogos.
' Effa>1757 tiohii ftt:'
Orago o Salvador.
'^Biipádd èdistlricto adninistratinre do Por-
to.-' "ff- i . '.
o reitor de Pena Maior, apresentava òvl«
gario, 4^e tinha-^ll^lOOxéis de côngrua, e
o pé d*altar.
Ha'n>8tti freg^iezia, <res oapellas» nnà no
logarila Itliidade, e duas no* de Sóbrio.*
Páása pela^frègnena, ii rio Ferrèina^ que
rega, móe e traz peixe mindo, muito salEie*
rtoò.MoitenoDonrou' < i' il
' enti^e as alfailaada égrejft itotrti, há doft
véd^' âe^cali]^ que iem estampadas nnaa
ibeMI/^^tte deCiUdes o dr. Anêebiohde A«%
vedo Moura, da família dos Azevedos^dúeSd^
b'Ab'» »'*' •• -*''^«* 'i-' ' i-' ■ V . '^ (>ii .'.líii Ml
II
m
que aqui se conse^YalSb'4ll9<tée^4^lffMW
%9}«ll»tmloao^» âtipaii(ju} 4^ Jkt^m CMatOy
ianmíoSufmúQ^ por mu (apoiM^^
c £r nc^uivcl a Mferid4« a^m 4». Sobiio (a
)r#<)^) ^íAaaa Jb0 peto BaeiO|iimx4k>eire ebaq
i«a(|o^,(«mi) Aio 41 Sotkr«9» qoa r^^miQ «
(Via ipeixd mtudo^ muito^gostosO) yríoc^^
M0te a&amairiMaãbea^cÀlQi* Nasoei^ír^.
0(raa 4e liawoso e owNrreji» Fensdírja.'
N'esla aldeia nascea (q&c^se d^ ipaiigiiim
elqOBrda do ribeiro) a k d^ novembro de
Uê7f D^fiV Cartoa de S. Jeeó e Aiev^do^lijai
podaiiiiarda.
f; Bmroa Bo coaveato de $. Fraiieiseoí.dQ,
GMtearãea, a 8 de; jonbo de Í7â4, e tUi pf»r
fMeaa7.dajuiiba4ei78âL . , .
Na qualidade de pregador dac^apella ri^
aoomiMtQboiía/aimlí^ roal por Migueaa, para
Q DcwU, em mi.
* bFoi eleHo b«BPQ de^ifo^^ e HatAo-fireiso
(Bra^l>y a i9 deabril de iSili ; oon&qiolia
accalUMieaUí BiejTCéy f^vâearadiocâae nyai^
hmpida to&^palm* D.Jaao yi,Uie.prQmet-
teu. cotio o primeiro bispado q^ vag^^sa
eikivBortiigal;eoorao ftiase o da Giaacd^ foi
Boxaaadotsen bispo, em U de ]olho ^ Í99^
rnpado a &5 de fevereiro de tíHtkW^'
ptlia idoí real paçf0 da Bejupoaia, em JLisboa,
asôsiáodo a eaia JelemQid^^d^ d» rei a.tQ4a
a^lmilia real, que moÂlo eatímavam tào ai^«
bio e^ virtuoso sacerdote.
A 5 de agosto de iSSC^ fea a* soa entrada
solemne na cathedral da Guarda.
! Flillbceo em Lisboa a Ikda abril deií^S,
e foi sepuitado no convento de S. FrámciseQ
âa Cidade. (Lisboa.)
' ¥o\ par ^o reino, e<era respeitado de qoaa«
tos o conheciam.
Morreu mo^lo pobre, eale inaigOíe var^o,
qu& 60 doo foi de raras virlndei, 0 de tão
aorisalada iaaldade ao aw reie;Áj»aapa-
tna.
Era tio da mãe do ar. f adre Ifamiçd d9
AabcineBio.Oedbo de Sonsa iiíeào, iUnatra-
éoieadeeiaatiao^ da easa da Moote-Sô^ma U^
lliiftia.4ai BAt% no ooMslho e 69iiiaraa4f
Era fllbo do dr. Hanuel de Azevedo Miiiit
ei 49 p,4iM!^^.j(f||f]mi^.44'4^lia^
da,.f abriqat do T;^)^ XragPW^ 4(i Sal
j • <.
. .fia iiaeama ^Idei^ 4a SobrAi^ iiMçe^ii
dQ j9Vk) da .yi^ if, vil) uoa(i^.,|^f4ra Jgei.1^
ria de Aie vedo Moura (irmão maisTeUiaè
b^ipo P. Or. Cafl^s» da quen^ aa^batem*
, Aacaban a ardam de praabytero,.a I5é
aiHM):.4a i7^[). A 9 de aetaoibro^eM
foí.Dawíiaade cooego da S|6 da Gcut^ca;
da ipaio da. 1(9)7,. fui nomeadp chanttefc
mesma cathedral. Era. c^Vf^lietro. da oiÉi
da Nossa âepibara ^£oncaiçao, de Vilh?^
çoaa, apifúto.yersafto ^o» opUcf^s litorpa
Falieceu na cidade da Goarda, a 9lé
m^Q da 1840, a ja;, n(X ceçUtarioi í^im
cidade.
. Dasda i!A%..pn;)|e^ maia ae* lhe pagoa
reat das aoas rend^;<q»a aiMiUvam por
coaiio darói^, par çriif^ p^i(ico, apezar
aer. npp :Varà9 axamplari^^^o f que j
oílaadea pfifaoa ^gwna; 'peia que chegn
soffrer (com a u^r resi|piaí|^) basti*
privações, e teria morrido de fome, »à
fosse, a caridade da alguna.amíflpse
mensalidade dp 4^800 réif, qijba ibe dini
Santa Çaaa . da ])|isericoi:dia, da iGauàl
qpa^itfiQ astô Saolo v|rão« já ootogeaaiiftt
eip/ormo, nao {nodia fazer uso^ da^ sons
daoa-^ , ,
. AÂ^ h^. poucoa aono^ sua aobrio^i
sr/ fy àiia .AugU2|ta 4e Aiavedo (qua elieâ
stitulua hepl^ra) ira.tia uma demandante
a^ rei^ de ^^u, tio, cam o cabido da S^^
G9ai[4a, a qu^l (^pesiir daa grandefi ioflnei-
ci^ doaste) filia venceu, porque, ialitt^
ainfda.oa magistratura portuguesa basisi
quem saiba e queira ba»j^ jffstíça.
No dia i6 4a dezembiK> de i80|$, J^^BCsf^^
hem qa mf sq^a. aldofa de Sabrao, Ibaivl^
Aievedp Moura»- aobriuho doa reifarid|».lia
po a eba^tre. JBra.íoriRada em dimfs, P^
lJiuviBr^id9# 4f| Coimbra» maítjoriivtniih
iqiaWgaJiHe, a 4oMtda de nãa vAlgf^|alQ««i'
tíêr D. Jaão.yii O fez oav^Uaíro dA OÍ^
#<: Cristo» Foi fiais :UM^de„pn dM.^
Mm
pa pfyf ji) ipest^e í^qs fiIbQ$ jda Se^of D.
çiuel d^ Brfigança» e foi por, estes sijl^QS o
èfe.dbp^tido legi^aMSt;^. .
* :^ ^^46, foi foilp piQrí^-ppfieU, jQÍzde
j^^ ib9 j&iiiiparàes. ,,. . , ,^ ,
JttlKi
«67
ro .de i862. Era ifjgnap daiDíie dQsr.
}a.dse Soua^ Uào, de 9uem,ia ía||ei, ...
iia4ictiiia9 e depois (^ oQiiefii^i^^QoidaiiB» dp
S..Joàe Eya|^Q[i^<4oyfs>ijn)m,«ci«iO'toitQr
pai«arpaAana.ii9(;i^^ . n -t <.: .. ?.
JÍ£l.E$ OQ..Í|£l»MS&r-flPâgn6zm,Ti9UEp»*
IfoQiea^ iQip ^x^D^M) foneajtap» .âa:T«rre éà
Falleçea na vilf^ da Bégi\a,^ a 27 de ser I^on^ |C;tia^,,si|pj)^4nK^o.;9m:^|8{^,e'iiç94^
:i
t • '
Parte da aldeia de^ Sobrãp^ fica dp lado di-
tei to, ç parte^ do Ifdo ^gjiffdo, dp rU^ro,
Sjâ^sajido se de um pa;'^ Qujfro la^o» por ^xs^
^^tifSL.pmfi, de aiQ só ar<;o. , .
f dNo la4o direito ha^i^^ eapeJÚa dedicada
yi j^ossa §e9bora da Áf»T)mV^ valgskripen-
tente chamada càpei^ díf Sai>t(ii,QYÍdi0i em
^ip^zão . de p*4l^ l^ver msa iinagetD doeste
liapito^ cpn qpe ps^ povos d>9i2\tteem^a^
*de devoção, e íhe fazem tima grande (est^.e
q<^iC0i:rl4lssim^r rç^oi^ri^i a. 9, .de ag^sto^/
^. N^3 OQStas d*«|sta eapc^, bà ootra do Cal-
ir^o» qu^ ten^ nm bQ^i /^ruoifixo de pedra.
^11^ adiante, tein optra cap^llinha» dedica-
'^ a ^oasa Senhora, da. Piedade,. mandada
'fiskzer pelo dUo doutpr, llanuel d«^ Azevedo
^ Moura (pae dos bispo e cbaatre, qae meu-
'^ eionei) eni i726.
< MSlG0BS'*r^i'^8^2Í^- ^^íra Alta, conee-
'U^Oy coiparca, bispado >e 6 Mlometrçs de
^ lÀaoicgç, 315 ao N. de Lisboa, 60 fogos.
> Em 1757 tinha 19 fogos.
' Qragp S. Çilvestçe, pap;^. . ^
Diytri(;to f doúpistjrativo de Vi^^iif .
^ O reitor do cf,ny(Uito dQ Santa Çraz^ de
i l^mego, apresentava o< cura, que tinha de
I r^ifidimento liQ^OOO.réis. «
E^&ta fr^guezia está ba muitos annosan-l
I ||0xa á ,dQ fepde^ (Nossa Senborar do Rosa-'
fio) e por isso se denomina vujgarmentej
Ç^poâs e UeicoeSrQ tem^agor^ dois or^gos— |
^pa^, Senhora do Rpsari^ e S. Silv^stre.
(Vide, a pagi 240, col «.*, do 2.* vol^ine.) i
y Houve, aqui um paroebo (a qi^e Viterbo
dá o titulo de abbade) que no século 15 sei
fprnou oélebre pelos seus amores com uma'
keiF» beDtdletin^ do oonvMrto de R^oião,<*e(
*é6»<|utes lioDve deseendencl». Gomo tunhoi
'Bb. narrar e$^' e fiflito^ f^ciòs curiòálo-
^issio^os^.ç^m.. respeito ao mosteiro de.Qe-i
ciao, que primeiramente foi de mqiôM.te-j
epiào foma^e^ QCQ^^^o^dí&AIaitModA^Ga-
valJi^jros, 70 kjI<^nH^a d^JfHwdi^ 480 ao
It dâ Lisbom Sp^lj^g^ .
Em 175? tioba 44 fogos.
Oragp. $. Pftdro^ apost^lo^ .. » :
Bispado e distriçtOMjtdviji^stFatlvo de
Bragança.. ,.- . n «:; .i •> - -i - • ')
O jpeit9r4^Ál^, Sipre^enita^ o eura^ cm-
drmadet que tinl^i a#OOQ riisde e(i>ngrua e
MELGAÇO —vilia, Minho, praça de guerra,
capitaf ^ Q0gL9krca e.cQoi^bP 4^aeir.n<Wíie,
72kiloi«)^r<»s*.a t{Q*de.Br^«^ 430.aQ ff. de
Lisboa, 670 fogpft, em duas (teguezias,(San-
u M^flA da Porta da VilM^ MO, e & Payo,
450.h
Arcebisj^ado de Braga, districto adminis-
trativo de Viaqna. <
Em 175>7,.iíoba a freguesia de:Noasa'Se-
nhora da Porta da Vílla, 158 fogos,
O Poitfigai Sacro^ e Profano nao traz a
freguezja de S. Payo.
A miu*a e a ^^aasn de Bragança apresenta-
vam aliernativ^mentif, o abbade de Nossa
Senhora da Porta, que. tinha 400^000 réis
de rendimento annnal. ^. ^
O concelho de Melgaço é composte de 18
freguezias, todas no arcebispado de Braga,
sãor-AWarédo, Castro Laboreiro, Ghaviães,
Christoval, Cousso, Cubalhâo, Píáes, Gáve,
Lamas de Mouro. .Melgaço, (Santa Maria)
Melgaço (S. PayoD Paderne^ Parada^ Passos
(ou Paços) Penso, P<rad0j RemoaeS) e Bou-
ças, i
Tem todo o concelho 4:000 fogos.
A comarca tem os mesmos fogos, porque
ó composta só do seu jqlgado.!.
O primeiro foral ;d'eeu ,vills^ foiribe dado
por D. Affonso Henjciquds» em. 21 dd julho
1 J. Avelino de Almeida, no seu Diccioiía-
rio 'Geegraphico, diz que era a cas^ de Bra-
gança e o morteiro áefiãea^ aueaprea^a*-
tavam alternativamente o abbada. i
i6S
um
êB 1184, eoiafirmaâtí, ett S. Thiago, em dg^os-
to dé 1219,'pér d: Afbnso II (ó ISfônio.)
(Maço 12 de Foí-o^s «ftót|jfo)5, n.* é, fl. 2t v^
col." t.^^Livi^ ãi prài^emiigoi, ^^titra
iMwa;^. ^fleòi^^^^lÀtfr&l* de doações, de
0. Aflfonso III, fl. 80,'<íòl !.•,— e nó Lirrú
&• dós bens dos preiptiàs de et-tei, ft. 50 t.,
— Fòi e(ft^má6 segânda vèz, em Gaima*
rães, a 9 de fevereiro -de 1261, por D. At-
fonso Ul— Livro /.* dk doaç^s d'feste rei, fl.
50, col. 1.» — e uo^lXvro ã,'^ dos ^e^sdâs pró-
prios dê èt-vèi;il.^\.y
O mesmo D. Affonso m lhe dea outro foral,
em Brai^a, a 29^e abril de 1258. (lAvrò'!.''
de doares â'eíté rei, fl. i7 V., col, !.•— -e no
lÀvro 3.% dos bens dos próprios' âpeí-ref, fl.
11.)' • ■• •■': ' :.-'-. /..
D. Mâtine! lhe deu. fora! nomo, em Lisboa,
á 3 de novembro iiei5Í3, (Lfrrt) de foraes
n&eordú Mkifiò, H, 47 v., ébl 1.")
iVata-se n^ste fcn-al, das terras seguintes:
— Chançoans, ^ Christovel, Louridal, Paços,
Prado, Bòuçãs, Seanpaiò, e Várzea.
Está esta villa situada em um alto, sobre
a esquerdado rio Minho, em frente da 6ai-
liza, a 18 kilometrós â NE. de Monção (a
cu) à comarca pertenceu até 1853*.)
É terra triste, e não muito fértil, em ra-
zão da excessiva frialdade do seu clima.
Alért) do Minho, que rega a fregueeia pe-
io N: fe que a «epára da Galllza) lambein a
ribeira de Várzeas' a rÔga pelo E., e niorre
aqui, tio Minho.
São justamente famosos oe presuntos de
Melgaço; e do sen concelho; e se exportam
eni grande quantidade, para todo ò reino *e
para o B^asll. É eíTeetívatnftnie a carne de
porco tíiais saborosa de Porttigal, e o fiam-
bre feito d^esteà pi^ésttntos,^ Optilno;= ^
Tem misericórdia e hospital, com bons
rendimentos. • '
É certo que Melgaço é povoação anfiquiç-
siib, fundada pelos amigos lusitanos; ou pe-
los romsÁioS'; ma^ ignorasse quaniloiíDi fun-
dada e o seu primeiro nome.
* Supponho sèr êtro de Franklim, ou má
irttííucçdó^áe' gofcieo do foral. É proVaroJ
que seja €k«m^^.
MÉt
' o que' se sabe com' certezas é que»
bes tinham aqui uma grande fortalea,
mSiásL castelh dei Minho, que já no
do conde D. Henrique, estava arnnuà
Ê de suppôr que á existência d^eA
tello se deva a povoa^ que o circoaà
D. Afifonso Henriques, achando i
deserta, por a terem os mouros
do, a mandou povoar, em 1 170, r<
do lhe o seu vasto casteflo. i
Em 21 de julho de 1181, quando
deu o !.• foral à villa, doou aos seus
dores, a aldeia de Chatiães. ^Outros
que esta doação foi no dia seguinte-
D. Diniz enobreceu Melgaço com á
ta de muralhafi, éni i289.
Estas inúralhas tihfaam apenas doíri
tros de altura, e a sua <K)nfigafa^ é
quadrada.
No foral que lhe deu D. Affonso 1^
confirmação do que havia concediík»
avô, se diz que a povoação ^ossa \a
vísiuhos, e que escolhessem alcaide
que, sendo benemérito, elle o confina
Ha no seu tertno boas quintas 6»
sas nobres, algumas mtiito autígas;
as principaes ab dos srs. Gasti^s e
qae teem dado bravos militares.
Aranjos e Rosas, tem duas sepulta»
egreja matriz; porém uma foi compn&p
los Gasiros.
Esta villa era da casa de Bragança,!»
dos osofficioá eram dados pelos doqo&
Porain aleaides-móres de Melgaço, aC»
tros, depois de Villa Nova da Cervein,)»
je do Covo, junto a Oliveira de Axemei&lí
esta uma das mais prolíficas famili»*
bres do Minho, pois ^de em Melgaço, lil
ção, Vallença' e outras partes, ha nmiti!*
mílias descendentes doestes Castros de t
gaço, que são também Magalhães eftt
zéz. As várias fôrailias de appellido Oâi^
que ha por estas tei^ras è em' Braga, i»
t A torre e fortaleza foiráín manflsdStórf
•ficar por D. Pedro Pires, prtor do mes»
á» crestos, de Loogovares». e iitQi<^
como diz D. Sancho JL na carta de coQto>f
déu ao mosteiro, em1íl97. (Vide aí4*^
col. 2* do 4.* volume, na ' paUVn 0¥^
VaUes:) • -í- '.' .'i ■ .
6sf
|pi^830 d^ mesm^ a .fjMUía, de^çeadoateâ, do
pfi^ado. ^e *t(XfSi^ (Gaspar de Castro Cal-
as) senhor de Lapella! D*68ta mesma hp^-.
a^saa tan^Qi osiíQwqaezes de Cascaes
|iarqaeze^ de; Niza, dê q^^ é boje chefe o
:< Ctín4fl^^ "V^^gueíraJ 03 cçndes das Gal-
iias; a aptual CQAjiies^a íb^ Bibeira; o novo
!urào' 40, Proeps^ 'a Vellia; os Castros Pittas,
p.Cammfia^jlde çí^ íamUia^é o dito barão)
f aotigp^ oon^es d^ Yjap^a, e eatras (ámi-
^ pobres de PoriugaL, *,*
.Nas!refi^Udas g^áerras. de.^ortugal contra
^a^lla^ de.a tf elj^a^o e. o fea concelho, sol-
lados ^jyç^pjdos^ que,, no, campo da honra
ouberam defender com bravoíra a sna pa-
^ £ aem ^ 9^ bomeps, também as mulher
es .d^^uV^e t^em pgtr vefes t^ostrado Wa
jpo^ n^afícoli^Qs, e adquirido ciam J¥LS,ti^
í,lUul(}..d^heroinas.^; .; ...
...JNas ;Kijj^ras à^^p.Jç^ 1 j^ Pofiugat
íonlra D!*^^o,í,de Castela, e^conMra.^p
yi,q, D.; ilç^isae .iIl(^^\,,a:;i393);HÍ:fez
í^lpbre 7(}w^^ ,%% wuural, d^ Alelgaçq.
^ara, çf>j^i%y . o (i^to^ glorioso ^ d>^ta. heroíAa
WrlugFf^^^filfmpre 4izçr o.^gtfiftíe:.,^,,. ..
f O4 çast;)bfU|os m\ (tíobao} ioip^do .^ .jpi^or
l^furte^ das povoafões JCo]:fl4c4da6 do Â{tP'%
!#o; »a?.ff.iya|qr poríRguei;, .Unba íOjfigaíò
Koye^nad§.po>;ya9cp,i^areaço de j^rs^ jj;^-
telhíiflp,. Uçbj .HflPdido . ft jni^o he^p^ii^ol,
jj(ílaj^;^y.^r^4euoi ^mfeíro, app^idâ^p
o Fmtw, que p<}pdo;5? 4<^H Aíj poiYPy-ata,-
tt»* ,<í..c^^eUo,;fíjzeA4íí pi:iqioneif^;/o^ a
P* ?of f^«ftfí^da,,pplç yaloj; (lej||lgi9^s 4ps
nag^oa cQH9$fr ,f^ .^tos/scín:*. ^i^iVergas
nho, aó Melg«» f|^(fn»tMlj)>X(«,|)fl fííííftH»-
gumaifl^ %0.iftfWtes e 3PQ,c«iralk», prq-
wm
m
'o:?
jjf/. (WaYia d^^ ^hmd..Oi.^s%^to,4pfM9t
^(^ outra con^qiM^ci^^«^ 4Qi4fie e^a»
Í^PW» ««^ nad4\dwdiíMW».ft^*),AQv\íei
portngaez, mandou fabricar um ca«Ki^||o ji^
»?*prí,i<iue 4çaííífíaji,c^Yaltei||(^^^u-
ralhas ; cuja construcção leYQfli oiys âlO)diaj|.
ft^. c^jçfadPíf,. rcgseai^do p. ^p^alto,' d^fam
,^al dg ^inislicío^ejQ|.>^pra«íí, JoSop^r-
íWd^ P^SWcftj PíM^í^lyvQ^^e^pjTQptt-
Olu .í(»e^„poudisS^,,^iUft^ ff^ #Q .CDn^fg^Aio.
O ;f^ .maiM)^i]i aaiy^ f^ prepariatiyas .do
assalta^ jcMraada iff^ aileisK^pri^ o-tcomman-
Tmb^ q fÇL ç^do havia pQU-
co tempo (13(87^ ,'pp^m^b.PhiÍip-
pa de Alencastré, e a rãíaha es-
. . , . i >^*.«,na ,^j)«<}a(),,C9j»..as.vias
... damas, e Af9mpaífh^a..^)elp fa-
, , moso .dr. ío^ão, daâ ^e^ças, e,.por
\^ I Jo^ A|fanso ^e Sájíifar^, viàâo
> cldkde (^.Çori^í alli, nar^ vi-
^siiar sen^maçiàfl, p iei;^ç&)aagào
i ^W9^ ^ Pi»» tíavxa uma mujbef mvi-
to valente; parcial dos castelhano%.,q^ ^e-
oegarík^,sflap,;iW:Í3,,jfPífQfra daqui mes-
. ; 5»^epdo ej^^ejfp b^^f^dos portugae-
^o^3;if,{C0pq«ll^,j|,ii^do.qi desafiar a am
fif^mb^^offiijif',,^!^ Ji^íi (a desafiada)
■*Çpy^í*ft WÍP^ .S(.S§-ifltí"í«ÍP '»«o par* »
J!0flt9.Wií|iWÍo,,(m ?^A/n«ia distancia
d? ^41^1, ?, dS,vM|<»,!%|(|..,Çfí»'* * arrene-
gada, (como ei^ão^S((,^jj^a^^^|0 combate co-
meçoa encarniçado,' terrível e desesperado,
A aggressora ficouilebaixo, e teve de re-
' (f> DUAVie Jli|Mii4iB LeRdi(Citr«i. Me D.
/oão i) não di«^q||^:maM»«ifr^^^MPlas
m
JMEiu
tirar 'i^ra' a villâ, l^riaii^^ ferida, e tiuasi
seifcálléllo' «rn^áritfo 'Vtòf fócinhof mtHtas
▼íctriffosa. ' • » ■ '' "■'' • • " í
Ospórmgnezes "fizeram grande algazarra
aos (^stelfaaiMys. • • . ^ * '
No- dia seguintd era a praça dos porta-
gttékes, 6 Igneis Negra, «Cercada debCsteiros,
estava BO alto da' ^la^feKÍbhna, onde o pen-
dão daií Qiílftai» Mdeèlva OTante, no mastro
ém liae na «reáj^^tia ^ ' osteétata otgitíihosa
a bandeira dbs^léflés' e tdtre» de Gastèlla, e
dizia no seu transporte ^de alegria-^«ifos
veiíeemoS'te f Jbmaste ao fiosso poder. És
do rèi dê^PMu^lt ' ^
Nao menos patHonsmô' ostentou a praça
detteIgáío.,.quMop8tógnioàrioBaona.
paHe pata áqu! 'máiídòú o malvado Janot,
tòúbar Portúgál,;em ídÒ7; pois foi a pri-
meira praça (ripiísiM ponugueza que sacu-
díti p ^(^0 otnlno^ dáò "hordas franeezas,
ac(;lamâpdô 6 réi D. Jòãç^ Yí e a liberdade,
a ii âe'janhò de iM6. Bragança Ibe seguiu
o e)cebÍplò,^?azekiâo a 'áícctamaiiao a 11, ^on-
do-àé a ft^ente dos riaístáutádore^ o general
Sèptrtvfeda. .' ' '
^ ' In^â^taúi^niente á revolu- 1
S'*o se propaga pelas duas pro-
tiêiáâ ^tfo tiòrtè, e o Porto
; ^az.a' àua 'iiíèblámlâçito a 19 do
meãmo mei: de Junho. O AI-
ÍláWe slèéttnAa 'ò ínovin^ento
atirador, e o Àlemtêjo (ape-
nsar áé ^tlfta subjugado pêlo
' cruélKélleiíUaiiy dà o grito de
' ^ libértóàe; a ià} '-' ' '■ '
• . T
'•'••: • ' o
li
<• ,. I
• ' • 'li
e
' o dia ff Qe nôVÔk^blt) ú^i»H tâíék grau
de régosijopàrti êi báb^tesdeííél^ço (
immediaçõei. F(]íi''éhtãb !à!sitt'^râda á esta-
ção telegraphíca d*esta villa á de Monção, ;
atí som de iiia»lea^^ grtmde numera és • ft-
guetes, e de todas as mais demonstrações
de regosijo publico.
1 't '
Anda em construoçao (março de 1875)
tímboBè eemit^ii) mnnifiliifli malheramen-
to túrgoitetteáie l^laiiÉâdòii ( {
Também se aiída tooíitririíidor a estrada^ a '
mae-kaiòn, d^Àta Vtfiá'^krk^ 'ií dá .
para cuja ' obra o govenio Òá uai
dlo. '•••'•••• •■ ■ » -í
'-''■' ISto^idènoremlirodei
estando em Muoj^o o
Carddéty Àvélido,
obras publicas, Teio
vina umá couimissâo
gaço, pedir Ih6 o an<
da estrada, e o aii|
subsidio, ao i[ae o
prométteú, qué í^a
gencfcs pára qne nio
pretéttçSo tosse sâiisftii
A um kilometro da praça está o
rio áeNòsiftt iènhol^á da Chiada,
sobre \y 6txtíÉ» de udi iúóaX^ iitimiáêiít
Minho, qtié Ihé fica aò N.; em pgM
cia do arrabalde eda piíaiça; *é^(íai
uma esfradà "púbtiòa, "què. pa^satidi
átrio do sanétuarTô, sè dffige á ÃaVi]
EN^dis a ;casií da^ Senbork' atá á
Té a etoadfa j|M>voádâ, db uma e outra |
de éasas, hoitas, grados; tòhtea ^
o que fax d^esla estradi^ um Uòirfto
O templo é dê excelletkté' éstnv
btlcado^ de l)6a eantariá. Foi M 18j
}úri8dleçIo Aos ttionged' dò con^
âautá Maria de ti&!( ' pdr dóàçio de ^^
chd {, qÀe^o haVia herdado dè^u pse.'
É'tSó antigo este tbiíipld''qu6 se ígMni
data da^ sua funda^:' è cettor 'poréttf
já existia hô témrpo dós godos. '
B. Àffonso Bentiqttes, aehandòr o en n
nas,d'mandotireedificair,palos áittiOsdel0
Isto còtráta' de tímà éseritytura def dnpi
feiia^r B. éaného i; éb Bantarân, i«
dos íAai dè^séptémbi^) ^<£á'èra def ttUil
de septètaibrò dô anuo de ^1M^> a^rifòl
pelo rei, todos os seus filhos, e pt%iidtfi
reino: Esta éuriosikstiiiía eseMi/uiraiiéM
sorvou até 18S4, ilÒ LWró ãáè DalBSii
mostdfrtf de Piãés; a &.^4 e'i5r'«lftádé9|
par^eéti ehãki^ dòitti tliOd-^ ttab: '
É^oj^ SMhdfa ^da^Orate im^ <
tiiuiait ^evdçab''do^ pli;voflfd^Jlm'rrid0iií
ias, cr desde dMia^cfò Aseèbt&b deÁsH
até á festa do Espirito fiáaéild;«4àriN^
esb libaria '^ttbiéi^^^iMfdab ftto^
Ib» céMeHufs dê MéftÍAço, VálIâfaâtiW^VM-
ao, offerecerem á Senhora o^vMSttè^dé^t^
io pasehaL levando o^' flèii^'tM|^tTdèíÍ[>a-
'ocbos e ao meitò» ^uHI' fésèéit S ^dlt W
;o, feito poroceasiào de uAili-i^lAle^fiéèflé,!
lé' "ta^ tki^'' téHiA ^esUHí «án«f l^írAer-
ÉfAd»9^*tMêD^(rrfd0^bitiao4i«tl(!^r. ( '] ,
ies ; mas hoje a indifférença do sectflí^ téfli
Mfo <árnÊffèóéi' ^-tedto^éítá» 'e iélBitt4^'d^vo- i
^ *T«M!iièin'Ml« g^fadMiAíltàí^ dè'€h«itad, OU,
i^aàndi» lèriftèr ^h-aiA ]^ttdiei«ei9/póPdd&tf-!
liMms; lif am á S0ta»M<a «aOIMá' teiíMs;
ÚttàiáfMàs é itMêltèsdee éé!pÀi(ieiidla, htf|»l«-
Tar o sea patrocioio, para ^oe AMhsié-a'
Hááfáftitdâde. >' ' •'" '''' '- ' '* -•■'<-»
r 1ã('^thidítko ftottiifa, ^ |»êla piielM^<
iqae estavam eml€M^ Oermooros, e'4)iÉ)B.
i reoòfftMo i fi^ánãb^dlft Yírgem, npi^i^ee-
iram «ê^tKiirtae' didste tetoffld^fbiii^M-^è^
hRiMs ^ eadèflai edád (tne estavam t(i*eêM
I fervo ia''Mé tefopiè, haUar-nàna )^|MN«-
I dade; "UkftttMldft pttiés^^iíéiinh ^Ok^
I (Sfiie à toiideiiéá^l). P^ottHla dttb MO^^ostèiro
I Aé SaMA MWfá d^^M^, «iMÉi>eott)6 tt tfMi-
I fa ãá áké(âílA^o»;'M ln%!ièÉ(a de lletfii,
d^AeM eMèèfhV; M M B^WM6MM<e'4^
I de iíXA (HMdd deMábf^ d(JMtflftQriliè6<4e
I Jesus Christo.) » ^ ^ 'í>» ^ - c: J JJ^ÍM
'liteM "ifldb \tMi*tèáiMrf6^'W^flt>o^>íiiM-
! vera o^t^l^i^è^^t^a^^a^» ^ •áiâ'«tfMÍhi«l»A.
pMa. Frei AgotfiNIIÀ dé SêllM llSfcáPiega
ist0( fandandose em qa^^^Hrfteíb^dd^^Q^m-
Nao coíbe esta negativa . podiam as éllla
tid(Mdr^iy^at«'l(^eóAd6l«!te
]^'4hMik'l9ti^èÒú^t^Ht^ b§Helfrt)M-
ms': ^»¥tílêê;'k^^kg: <18d^ è^flbli^ de
'''»ii4) vi^ifAiK^' W' 4tím:^ mmà i^-
CMt(OiMnm«ÉKj tomu4t^^ pafc. atflMtt 4&a
o padre Carvalho, na soa Cfoffiffi
JifflL
4^
lÉMBéá •tf' iiit«iiioÇ^'^atfagêi^viata4«di^
tli(ttÍM%âle « iiiMtt^'^mid^
xto^ ás^ éi|!Níii(cf'(ld«9erwA iDMifiési oè^dh
^ <llttifdÉF«MA6&tM)d^áemiftrfiKeáet(oittL
^M)M>%Il4^ditt>Mft«Miff4So^^ -'^^
'' Jitinkfci^AâftltiliUtM^ddsCíulro^ pniee-
dèdtdê^SM ifles(lè«éittí6tf^d6 IMgiço ti«lé0«
'i^k^Mliret» de^^fltiÉiii AiMlláE, (jne tinha é Mi
solar n'esu villa. São os NáboUê^^^^â} M^
Ȓ>
"1..;
'^ Atò^^ém «ipp«Mli6 lloM>e «Hl' FdMUitf.
^¥bid 1ié'hék${Mfeíbi^uotliadoi>«o eéneellM»4s
Nélfe^h- fl(à «iÉkku ' IbftáM ^ Pohdtftíiiila
des è^Mfeidh, âè réiâad^ dh tMttsenDPfêlb
'"Htt' iWV^ieAi i4i]d' Cl «oM^A^CéMIIo
Soares de Noboa. As armaft<âf^âté^«^fpMiÍA>
^iSdK^Hkàf Mbipo âtttMTò, léfiê de^pdrpÃra;
4ttlutt6léllà^^ol.*«átei^de WsÉlW^^
•#«|||f(>^ll6 2>iide i^ráliK,Mtofio att<)^rp^
BIMo dé^ií^t «bMéN- tMM^ W águia dia
ilrtóWi'^-' ' •' •• ' ^ " .: .^ 1 * .*' •!
-/a: u/ r ^ittepipHiha^liJfrldAoiiriiilíòfafv^
-i.r,::i .w'.v:icpiB?JÍMOobi*L.Ailh«d|^Adntti-
.yji^;tj ^lomi áMlii.i»(|iHii^i|haii.ia
m^ I /; : <!> < <|fliiqailtt) ih«talha>-«iittJii nailn-
.;;>/Ufb >:idia;MditrotaâdQjja/0ii|iiaéciíál6
i^Aiq ,B< f^.iQiQeémí^lifelJléxiHiftiidMllem
cj^jfigoii .>ié€òetaim .é CaifiiMlr ; .^ 4», Jlo
regresso para Portiii^tdAieR-
lofiíwa- liitiiailIvidlaiâiAtaiHÉlhilM^ra
'»i>.ni(/i .bd^flng'lltnyiMl;ruaiqiA{>ap«m-
gnezando o nome, se appfeHMéa
^\rà bb '..•i<i|ftaiplfta;boiieelilrav.-'i/i ••> V'
^i^lqigt^denMTiláqÉi^^eotaBend^ait^ pov^aer
dftsiMtol itaBiUa>'d09Í]afiii«s d^Me^aiçii^
éoai#: iffinòsdUoiBiaiio j da «ihhmèo, .Jfortí-
fiAo âe MeUo e Castro^ nome ainda:»dk4e
-04 pdpiijaSUn.^ftonilgaL'' .WS:niu£l>
-oI>Miib0rf»eiÉ< iluda ]íDv«iiliro»>d0ill7áÍJ>&ei
£ nI)nòt289i<foi*leíloinBai(i ^^S^ipatriaí*
.i<iwMiM{Ai6diaet»«»ipi't€«lou 'iiiiúnq iOgbMfcil>ep(>mo^lrnn pauiaweíya diièiaa^l
ín
guando. icebestQa a gKLerr^.esM iiste reliH
eiiywid<i..QQP >.iiUMPC sQllieilqderO.actiyi-
mas e munições de guerra. Foi eUe-49e,aft-
^BnpH a/paii;icvn Pami.pQM«at|ua4Q.«0JP a
soa pfQX«ri»al w^m, 4 bp9m<e m Mlteçe»-
aes da soa pátria. ..
,'S^ i777, foi.m»m9«4i(^P<«:P<' JM íi.(no
•i^iimo aim^k da seo mmSi^ym^mí^iú tr^^-
lerelariô i de eeta.M 49«t Q^gdciof da< n^airiíUii^
.«'/Uliramar. •"•.?•.-. -^
Apesar de ser ecclesiastico, dea vig()ro30
tajkttiaor á. nossa narâi»a^.,coj|^x<M|| as
^randeSiireforoiaa dp iiu^4KK^,i4a.(P(«qi)^
^M ^idoe^.da «uéda do m^i^o^^A^-
negócios da sua competência ; emquanto qs
. rapMlftttles M auMras^ j^ti^ iii^ f^^ ^m- ;
jtotaic^ddmsia,..-.;- • ,..-: .^
•>A,ei9te vliahii e enc^giísQ jqirioistrp.âQYç^.
>£^&a€fti luna poderosa feA4ua#% .e,/»jy|^da
.11010 APOP& d^PW ida ;|ua'iiHfftei,w^a4p
a k^ yi».m4^ prJiaeipe feienlç, (míii
para o Brasil, com a familia real, en^^ 4^'
iiOYei&bfio dei80St setconspanha a nossa ma-'
-ffiiâiã d^ g«srra, áeiSnáiis-diriiaba, i% íra-j
^fHaSy amnilestoaifol naviosAmenores. j
' Foi DÉioiílro dà màrioha^iaió^o dia do seU:
->llilieeíiikfBto,ique foia-Muleiíttarço de 1795..
v^MÈiãOi oa lllÊiLSE-HiYiító)£drosa, pag.^
•O, ,«otk é.% -doiâj* Wb, ác|iialjsta fregueziai
-«átâiankiiQ^.- ') :,.<] '."m-^-í >
^i^MEiíHIIRi^fMrtagiièc aitUgo — melhor.
4lteii'da0iÍjreiras.]MÉiedíBtuia6^do Porto, de
a5 imjriMS>^^agifcMia;. Bttiemadura. (ao;
S. do Tejo.)KiM6 jift de^deietsbro de i874^
foi do concelho de S* Thiago de Cacem, co-
iiaaroii 4BíAIi»oar^da>Sàip deaáetentii^iiben-
4o j94X)Ébelha«ifiváia aitxmiiro^ fioouiseli-
d» «00 eteJoeUK) ^e* conananda &iXbiaf Oi)de
•/CafeeBL.ii'' .f. • » ,.\'.r« s (-VA" '.!> ..<M
(Já em 24 de oUU^vo* Aí4866 Itaib^ pai-
8ad0>à1ènfiariiterter.do ct>ittUi(»da)6Mtodo-
la;i!fluts, .eoa éíMemtot^ éQA^20;iomêu a
- MiieÉcúr av sim •i^^fcf-r^^^MnnnihriíVi lilliteflí^
Jfli!Detiii»i:»o P. de K|!Qfaii90ai|&di
J)^.4S;(ÍQg^ ., .
. Em4757.ii«lui iM.foflo^. . . i -
• . Ânsgo S^ Fedjnv ap«AtoÍo<
,t9atÂ?o 4» Msli^: » . .,. -r .
pellãa, ^orAdQ^.qoe, tinhisASO ^a^eiwà
liWV. iSP da:49«9fd9^ em^pQO |:éiae»fr
. vA 9 kil^eu^ia & d'#»^iM»TiHfiÃ<^»
ee, nos Montes Asues, o pequeno rio Dm,
iflue dasaiEiia na eMaecda^JSaââ.aciiiiè
.^.IdloDioHV)^ de corso, regando 'as.
.diati$es dlesUi ír«giiesia» .(Vj^Ikw^^K
Diz-se que o nome d'esta fregy^t»
ifiQii#o< :^er líi7 Lw^«, a q^e esf^, nonsl
.pff^ii^.d«i «m^isriu^s J}atattiA«: gaa
^ovê lem twp^ aiitíg(^. .. . . , .
, Ai,S. líilQmetm w Jí*.,^**^ «"^
4i4>^l0m,ai^da.oa jrastQs d» ufli*d(4a^ftt.
S»^ .'Usea «raodea.pc^rfi» lôaqaa, dii
tícahneote, faclmdp.ivnipeq^f)||Kft.«tV<C0'
;.. Os >UAi(a4of;e^ ^ t^jBsçiijrflia
IMIV^O PA- G^rp ^*^t^^QBfUIȒ^^
.fiKffam ipi9l¥ur.a^p^aa 1^1
,|ttk4lpUa.9ft(icif^ l^miM^ aj|Df94 , .:
MÊUES— Vide lfé/<?5. i^orin'
. ; ||$UW^vi||^3fNiraBaÂ)F^
.oriliO(,40'^i9»vei^j»(^;^piD^(^db9 juoifr
.£;Oriip.S.íIsÍd<«ro*... . :■ „ .^(.., ,>
. í- iWpQi49<e disiríetfia4i9mt^^y<) daGui-
mw.qod típha.iSdt^réJii (^r^âdifpeoto
lí,t> ,BHá «M idl!a.Mi«iada,fi^í|iWaadaSíi»
da Estrella, 6 kiiometros ao S. ^.I9]|1U.^
Linhares.
\')áp oàm^òkHdai! Mgkunicfatsioiovmnaao» w
,id^d^,.e {Kiy<^dpr.4a.acbial;^lU.£|écw
primeiro o»iJ0UyQí«4».¥iikeliâáifMi
Qlim
Jíga dcwiteoMis anis BoJtieitt>»iaveBtigadDiei
contemporâneos. Diselle!. '
'- «dâbcndo D. Soéir« Ra:fàiiHido»>>qtie(Ri-
• «cardo «Coniçio 1I0 ijeã<», rei de inglálecra»
«bei^pneáéQtâva^ com grande exertito, pàra
'«llir à cíoaqaistft da Terra-Santa^ reBoltreb
-<aeèfaapaDto^*6 aí^flttta)h0^oica^eTeiisio«l em*
«preza.^
^ . 4dalriii pois da Itortiigal^ para iá ttnír àos
^iMvodádds, m» anuo da'ii9i. Depois dà^lia-
-^m^ 'dado prom8<<dó'seii'talor;«'0orag»m^
«ppL.exIpiitnaçio de^ Chipre, via-8efiÉalineni>
«te, com o exercito dos crAsadee^dúBle dos
'anuros ili^ lãé suspirada lenisalem^r'
. «A-ordem para o assalto, nlo se tet espfs^
'àfUt ibuito tempo, eao BòssoD.:8oeiro,€Oa-
• «lie tia disposi^ das forçai para o oodiba)*
«ta» rúú laaç» do flaan>,.i}iie,'toáiaBido o no-
«tteâaam y^^ eavorageiti qnsilhe ficava
Wisinha^ se oUama* JfáUq.
'. «O. ^iifo pratieaaaki singtilariBSijâctos
«de valentia e gentilezas deavm^^toni qiiB
4deíxiéa naraviilMdos od aeos «amaradas,
.«)qaè^ écfideientão^ c€iBtçaram« appeUídai-o
f)- «o fim d*aiiQeUa empreta ó sabiáo qúe
«íoi desgraçado, pois que a peste, ai fòitto!e
tas dissidincias disimaram os crosados,
MOtovtgBodo-oáa' demandar' ossenwrpal^s.
• UVoitátida.Di. /Soéiny aiParft^aI,«'(|<M|-
«renda eommemorar -ca saosi floriosoa feí-
^.•tos^ ftadau íM faldas daderkui da^ Bst»l-
'4la, ama qainta, eom o inocoe de^MéUo, e
«n*ella dea principta'a^mma>ovaagaosiâha,
'^joonwdo^o aaDQ.de IMk, eoa ^e^teiiava
tNo ttgiiiiite i«iaado, dai Dt.A&mO' U,
''d^imieíJ^é Soeiro nooaeaéo aifexoMnór; e
iÈKkêea^ áétoi Dl Mèiq Soaria de Mella^ foâ f
v«feftQiSS|il^'de ifeil0ieitamben\<alfi»ea«JBiir '
«de D. Affonsa 111. : - .1 íi . .
ií\tf%MBJ/é'é sea'd9(SBiid€lite*eíffepvesentaiite,
•ioív^toQdaideHéUD»>i0i5â$Qtaar^d0lftUa> '
(■>'■* ' f.í -r • !.-f<. .. -í) ; .13,;' IJ.r .• . j
c i^ Vgamoa a«sta a C/0*oMíb(i ddlTivm^^
<ÍminM SaM^dgaitinho <QnisjfiB),.4aqiitl
«'tV .'..III'/ >..\'- /: í t/<j 'M.f...fí . '.fc*.,:" II, . {i
' :i'M Veálf^(Mip«'atlditi''d»<«:KyM,>'0|
JtSSb
m
paaaa a dar, emptsxuão^ oqae.^la da.^a-
vei|lo dolrairaade Saaio Afostialufe,.|m)Ko
^'Yitla^âelleUou . ■• í •
Fdi este mosteifo ftmdado..eniti39^ip9r
D. Maoi Soarea 4'Álvimi SíSiilior..df(,)lfiUp,
qae lhe den o titulo e invocação de i\Nf |i
Smikwréd» Couta; parem». esi6rJKiAIem Soa-
res^ só fea a egreja^ v . (
. Teve «lie oQflívaní^ arigem^^lQ. U^ef^^ sar
gttinta: • ••,•»., ,r .• r .! .f. ^
No mesmo ,anno.dí^ri539»'0bm#Qii.^, Joiío
01 as eDnegaa4e Santo Agoatinho a qaetgiiar-
dassem claasara {porque at^ eotiíç^eDaaf^-
biam f uando qaeriam» a visitar aea» pareor
tes, oa a oatras quaesquesr visitas» .eompcn^
atc.^ soai licença «preivia de sapfriora9«}{ >
Poréoii miuyi& d'eBtas r^Ugiosasi, não ^e
qaizeram sujeitar a clausura p^rpéto^.Q^
hiiwi dos doQvea^n, ' • ,
Si0 convento de €heUaSi prA^imoj^(4%-
èoA, Qstata iim^sanhoni^ chamada D^jlfaria
Boitrea Tdixein^ priQairo(Hirmfka deD^Isv
hei : Ti|iieirm' vioiíri^. d^: Bitisvão Soares ^
Mella», senhor, d'9su vÂlta;jLquMi por.ijâp
qDer9r guardar elaosura jmrpétua» sabia de
Ghellas com; algamas suas amigAs...
i Soa pfima Ihesmaadoit oflorecer a ermida
4e Mossa-Senhota do Geoi^ d^:qu^M:aiP^
4raeirf^' para vir atli ftwdac.um .cpav^nj^;
o tcomo O. Maria &9i:ges era rica^ ^oi^íi^
sa, facilmente alcançou do nonoio apos^U-
cet; Ueença para (andar. este. opoveato»* em
13 de junho do mesma ^aano d^ J1539» ' .^
.A aatÂga erwMd AQpiv,aaa;lo.a.Gap#Ua-
mór da novaegreja. Pov-lh^Jjmç^dà^^ pri-
mai»'pedrAí^pelQfi)i9po4e'ÍjoA«ihC% Qi:4or-
jfi de Almida» 0lbot do< L? m^^ 4e A^r^
tee^ Ipgp am:8 de seteoibro, ta«9))em d*aqa^
cias de receber as freiras»,!^ naf]) ^Ã|-
ram logo.
D. Isabel ' Teixeíror ^9m fllN*' Francisco
de Mello, fizeram doação ao mosteiro, não
só da ermida, mas de todas as terras imme-
4laUui» soht-MMlicãQ-deffuefn^B^^V vffssE
>>;naspaiiMi o «losf^aii^f^r/ii^RaiM^ >tuihiiá
caninos nwAoh:'^'. / .\ , mI ^'•:. .. ut •.
Estas freiras parece que goslavjUD^-daivK-
^evdad»;. e^ (9omaM tmmoê pramHscimas
174
KfiCt
3i'1fntiiiA tmlltio TDàte «npla, nViMe tenpo,
ifo^^ne- «ê ^»g«gltêlM, famo lidaram^ qoer,
por consentimento e auctorí^^dd parpa
Mio ntj détxaiMi a itegn e habito de Sáfato
AgoMitiho, tomando a' de 8. Prsnoiíeis etâ
Ó foodador da prtmvttiv^ eritííâá de Mmi
Senhora do Conto, D. Heot SoanBS,'loÍ o fftt^
íàtitò que UteBOQ o app^tlido de MeMa. %ra
casado com D. Theresa Affonso Gata; flNia
^ b.AffdWso' Pitões Galo, rioo^homem. ''
Eau D: Theresa herdoo de deu lio,'D.^òtti>
.1^6 -dè Sá, o se&horlè» dé Mello, w ctfSk-nL"
Bji PòtiA' t!aA e vKiifBitio MVOAitob ; porquê
«Kè morrett^^ete de^eendeocia. > / '
D;^ Gó&f áto de Bà, tf nha a wa oasa- e ao>-
lar, iitL rte^eM de Saéta IfãMi da Sà^lnl-
í«dO'deCôa. i. ! ' ...
Martim Affonso de Biello.ileo-homMa-dé
f^M^ttigâ!!; senhor dé Cèa, Goii^h, Linhares
é déloríe^ dtf Beira; ttetod*ffqiietta B. The^
rda; foridqne-fezr MeHd tina e Ihé des ap-
Éas ^t<)^, s<^ikdo a 6)iAha'«piâ16o, qner^d»-
'ttíf, K}vie Mártita A4kmB(^ de HeMs^^d que so-
ikmú, eeoisièifiiitt, dè^>D. Affetitt)i^; qiie
d*esse ariâtfl « fôr» dé vlllà & povoaçiò.)
9)la^ a ttíeút^ Afl^dso^Gáiia, ipimeideram
o^!Oòtiâe€iidè>aii^D^a, ¥eiitnía>^& Lorfreé-
^,']/k^sbmat«, Osíiáafttti^sdíe Ferrelris ho}e
^iq^ea de GadaVal, e^#aS'lM)ftiItasiMAS'faH
ilÍ!1ía9:d*eMMnò: * '
de Metro ;'^fSò 9e Mabè^^títntíoêe^muikub àííu
nê^ j)(ird 'JV^ffov f)M» ^M]qii»-j» fUi^ /ol no
Èdif ttih^^aetè ántifo âaffièsttiáTilH^<qQe
^ l)òiis€irváttt no krdhivo da éUMârà dPèUa,
iáe'iâám aâai'fllaêrdá>?ftH,i]tie eraktt aai^eaoe,
no meio, e de cada lado uma arv^re^aoih
iBOti íMfi^ tm eiáàa de eatta^uiiiá )- e^m a'se-
j ri , \
'^*'> >^LLÒ lia<20I«C]ttÂ<y t>d IffeLtlO'
•il , •
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TéfnR» 'poi9 quelha Chtoliteá doi erdatte
nid se I^óÍM' «ombiftlúr, «kn alguns i^toa,
com o que diz o sr. Vilhena, é^inais^segfil-
Ía»ífrâdiç§tf.-'W ''»l -iHí -' í-'- - "i
O tiM^ '1^^^'títtda ía airtta^ áclbito da
TiHí^ parti» dWQeátlraa a«Hg«ni éd mi
d&#(n9Mií^'>e^a) historia, do fsvie.JMai,^
Jerusalém. ReflexioitomMi . - -
;D. Dhcvtai <AffadS9 aaia,'lieréoBdftfe
Mo, D. ibUfètó d» Sà,.^ dealiorío '4e IM
> dl ae^vé <|Be-òt «phoresi de.^Meilo aai
tínliaiii (eatio^ ocm% fAniáiaidoA fioiwiK
doa &MWI- (fiMP8f íéipaiBOftiitiftt^ db Am
ro). ' .' .
<É'.vevdfldB:(ppi0aiDaiitÍo>ièBu llbditti,
foÉdáderai;dfif eMIMadafienhora^^Cinli
^'dnrnana^DL.IIaiftSòaraa; m^-wSóM^
la ina MéIm que aiQaaá.vdio 9sa<MíMoê^
i^ém ptlaiido8Lfláa,>do Géa.
D. Menii88aoea pkopi[imem qúm 4amm
úippellSA) de Jh/(o;ift^Ba^ pan| a qtMStio è
sater qaett Ibi a faulaidçiPjdiLVillflifâe Má
lo^iékkáiStmBiítK^pBmàÈ pmm>qclft «ta^
foBção.Jáia/^aaBBffmpoiaa chaawv^ âUloi
/ A chitènaca doa cmzioa diioxpnoaflUMa
ie qne o primeiro fmendar^ viU» âa lai-
vo foi- fiu "flongal» de* MMogo; • raio lai Di
-Soeíio^iUviBiUíddk - ^.' ,
CoiUv»-^ lanhem dTaftalbichrQMQaqK
a'péTtta^jeEa.já>«íMlga>no Mapê^M^
Gonçalo, ao qaal não dá o titulo d* /Miáf-
itir; «Khaim de^MooiItíp, » quA-ê ttnili
diflefhBte.''
t í^ '•
'■I I »
'' ri.
;« '". » ♦^.''. .. íi.
' A iraditão' da ftevanieiícia -dariíMMMí
piffoaç3o^idrtdl forts: d^MeJlb, Mufifiãi ^
Mth»)'Oi»iéinMttlimBa^ 'Oa^HMMo « aA
ddw iirm6aKdi áMítriftof de Lli«iiYV«f 4K^
aroM^dal^ivUla^iqua ainda^aioiaa naoamasík
JittD/--'4»ni«a'<dâi'*t«íirac^"> -• i^, L^b £.'
'Oqias^iio sMlKl cdm<owtex%Jér^iaaè»
a poToaçãe deixou de ser Mdlni) paia«
Ifelio* A/eiiidaiichiK»h»'fió díBqu aejifp-
p^^acriioiliaiaèodo aacnlo X<f I^!BO #
idmkéiA' saUengam^ pdaeál llliSJÉ*«ftiAi>
aava VéNO/^oolDa HogoíTll^elnoeiiqnBdis
tratar do seu foral. Hl «^' J<a . .»
. D«vo^piffém'COlifei8«rqde«^tedth|piliBl»
6id ' JèltMdeiÉu ba vjlii u«à alUo Khdaai ta^ for*
te, ou lanço de muralha) chamado Jí^
poiíiá^vd^No^ telia*^ o PaMdèpiímeiMvlifiv
%s^ cat). 'Mi^unaa^^áel^r S«6lnb RayMi»
d*aqui tirasse o nome para a 9ua vUla, não
^^«uirfati^eHfthiiida, p<ir 900 o» Mitt«*
annos • èsd^^rimftltlWMÉae iMMBaíu i
mu
um adotMér i que Julgar mais tefMiàlU.' '^
f^oncd iétú t^^^ào em Kt^sòé dias a
indttòtrfa, 6 eómbierelò e a po|mfa(S6 d'está
villa. PaTrrieam^se aqui ífons pâimos de lati
« baetas.
Tem Misericórdia, hospital, e cinco ermi-
das-
l>te o sr. Vilhena Barbosa, e'Vi2 nlid^
bem: - • ^ •
<A saá poâiçSo (da vtlfo àe Héllõ)'iitftiitò
t arredada dos portos de mar, dos' grandes
«eentros commereiaes e até mesmo das
«principaes estradas do reino; e a jRáltáde
•cbmmtíQf cações fáceis, s3o astíttsá^qlí^
«teem obstado ^ad desenvblviníinto #eMa
«villa, porqaaoto o sêa território é muito
«produeti^ò ê adaptado jyata culturas* triui-
•to làci^tívak ,
•Assentada edttedbas' f)r6s(|tíissfmâ£r M-
^b^iráè; possuo esu fiita lindos arrkbàídés,
•p^dtá .qné^lindlòs sSo todos ik ytflé^^iástf-
•fâ 'àá lístMflá,- pfelâ pompoèá vei^eVáçIò
«qbe nVlíéS éíbtrèteVn, e em tdiiiíi^ ortá-
«çõès do jâinò,'os ífaUditòi áfroMb, tot^ieiit*
«tee e rios, que se desprendem do ^Ito dós
«sarros, órx^qaú iMbentaín da iáh da mbn-
•tahha.i •••*'• •"••' ^ ' "- ' •»• ' 'y
O território d*está;#éj^èiiá é jfio\s mdKo
feral «aí ceréae^ l^^nfes, frdctâ!^ e T]n'bo;
mas a álàpi^nclpài filjueta iph)Vém'tbé
das suas ibÍ|(iíífefcàs^e'Vastl> ))astágetts^ db-
dé c(e crliá g^dii quantidade dé^ifido, "Át
toda a qualidade, iitte Je êtpbi^ta em gl^'-
de esc^a.
(ãb setíé nídbtes 9^ àíbbndatités dâ^l^a
grrosííi á fcftida; " ■' •■'"*
Mê:
m
:;i
'P<*Manu6l1bêd«u fbrál,èmiJiMMa, a 19
«e féHhèrde Í(H5 (Lkra^dê fotoês iè<)vo9tfti
Bis&kM, ãíAW^ eel. il^-^Vejáí^eé tr (ítoéxssáo
pàtiréaté' Ifefál^ba gáVetà^SO, maço •n/ill»
"8:) IA emta sê detídtbinaya viUtí'dê jíWA^i. '
O brazao d'armas d'esto villa já floA-dItl-
«Hlpfio; fiSás M» leal a regettiá^ <iu»>arí( só
precisa no séllo. - ' '- • •' i , -.• » i
n h-I* 'í *.'. 1!
'li
•1 1'
í>w./
Fdl^ièÀta^HIlá pw^mais-^etOO alin<ss«fl-
Bn]^^^e||ad««*tiinQkip)ipM>; chia ^ tSádnpi^
piilóUfMhe ^Msls âi^tfttotfVds<4Ía ftuaaut^
Este concelho foi supprimido depois* èH
1881. • • '-í '■
' Nbèt mauuscHpios dá^bMimhèMMidos 'íMl
tbii^ue^ei de Páimèlfa, se vé sobrè^^' fatnfi
IM do9>1MMs, d mesÉm qi^o éf/ Vilbebk
Barbosa dis^èbníi ^rê^p^SHè a D.-9èeire> Itay^
mundo ea o forte de Mello. (1)
. . Pwa. evitar ri^^iç^^vl^^ieça Çutiw-
rm. it.feneologiae am»s.;4o8 IMçs. -„
. I . 1 .*} • , V
É aotud condessa de M^Up^ a sr/ D<.Tbej
resa Fraool^ca Á» |fejlo.S^va Br^y^er Soo^
.sa Ti^irares e Maufa^i; .. ^ *. .;
MEIfBitP—yíltot PoQfo,.co«içeUH^e.a9:ktr
loraetroe a £. d^ Gondomar^ eDui^Qa„Jaj#f
paAOf.^iairicto administrativo p 30 kilooíor
tros ao E. do Porto, 310 ao N..d^ LisM^
300 fogos. í •
Em li;67tÍJíhaâ3Çfrg99^.: . ., . 1
. Orago santa Maria. rrn ;
Qs .margoesea de. Marialva apr^aen^v^m
o aM»ad^ Qi^ li^a «OOMOOi^is de rendir
n^0ntf'.a«iioal. •,
■'• A^niia t iwilo. antiga e foi M^fl^
IHO) ,499 41ÍIOI9. d^adr/esV^a ofV<!ltiirj|! ií(^f;f^
4f(íi»/ftt«..(Vide> Ç/w^, Miuf^,j^ IPf^t^ò-i
i ffiyoti^ anfiqui^sioM^ 0|aa nSp ^ m^
b^. guando ourQoi;.^ue«Pi, foi fiwf)^4A* ^.VFr
to q|i« ji exi^tlai j^ manca i^^t^mpo 4^0
árabes, do que ha vestígios, oqíQOt ai^ai^l^
. HiludiSts^fPpiAiãifiysoIm 9 6|in«^| 4»
aeii-rMmeii ^ba8:.9idmi#aiHei9.|.Sepkii^9ii4L
fffinejn^ é. «orrQp^Oi4a.i*M/no«» poc.^^fipji
ha99r mfii^ d'est94,i^K99.'-:QiM^ F^MBt
dem ser corrupção da palavra j4vrabe fi^
çul'tema, que se lé^-^ínercultem.
Na Africa, perto de Azamdr, ha uma po-
fbist^ò tabbem assibii^iámida. - << ^ '-
•K^ j^alaVri" é àmpàkUt dè dttisillBj^itf-
'flVbs^è^M úlbà pkrttefnhf'l>d'âdvèirMdiMI^
^í,' a^Jàftbfi'^ mo^ ^a?-te) dd'ial)d md»
*;? (4f'6 Me'''CirV?íy 'Ãi sàa 'tí^
^W, segUé á tlpfidlo que de|bli'Mo^tt6
étJ Vihenav - • ' ' -'h . i. . li ;/. -v »fli
n%
MBL
r» blf ■ ik 0i4 (eóme) do verte ofista—
eoQMr-— e 4o jMlverMa íàna (ahi a'etio lo*
gtr)— fleado astiiDy significava — uie eomer
E, com effeito, estando esta víUa sitoada
sobre a margem direita do Douro, ó desde
muitos séculos iosar de deseaoço» ponsada
e^ eomída« para os qçe navegam p^ rii^ •
dos que vem pela estrada do 19. p«ra. aiqui*
■a baici^ para a outra m^urfem.
' Desde Avintes para elma,é Melres anais
bonita, fenfl e sprarivel povoação das mar*
genM do Dooro. Desde a aldeia de S. Thia-
go fatéf á de Merdra, d'esta fregaetis, por
espaço de i kilómetre, ponco mais ou me-
DOS, se estende a formosa ribeira de Métre$,
ftttflíssitna em milho, centeio, íínlio^ legu-
mes, bortâliças, doín bastantes aivcres de
viriho (carvalhos ou outras arvores que los-
tentam videiras.)
Ha também aqui grandes e beilas noguei-
ras, que produzem muilo íráeto, que se ex-
porta. ' •
' O resto da freguesia è em terreno acci-
ilkftado; em iifande p^ie coberto de pinhei-
ros, carvalhos, sobreiros e outras arvores
MlVé^tres, é d^aqnf se extrahe bastame òor-
tfça e miiAeirâs, que v8o par» o>ortK(^ dosft
cijík cídado^foz eíta frèguézia grande etoti-
Mme nègoeicf, peto riò, ebndnHodo áqáella
iStfàdlí, ktíáú, earVSo, :eárqb0i]a, ' madeira,
iMfeéd,! e' cetros g!eneros, em barcos ppsprios
'dá fr^gúéJía; í;-
Fica Melros e S. Thiago, em frente 'da
«l^guecla >dè' Sattto AAMiM^da Lomba/; e
«m^ft^eute^dóiiogar de Moreim, na mirgem
^òl^sta,' é o logar^de Arêfa, célebre' por iier
Mo Uma antiga cMade. (Vide apag. S3(^I
do !.• volumi^:) ' • .
A causa ^ ferUJád^ do solo. baixo ^*^-
% DtWi^íA, i{,9M}m9: qup:9 bouró;aquí
4epóeita«aiaiiieqcb9«^i; .mas ;ie quasi sèip-
4ie^ 6.l^4i|iflador, taiÂbeis^ alguj^g^^ v^
causa grandes prejuízos, pois tem haviáo
chfiafl q^e cjhe^^ram a^e^itraç dej^try da
^gr^ i^atru, qúf| e^tà; a ,i9als"iáe 9 ou40
metros acima do nivel ordinário do rick fià-
MSÍ4
lio o Dooio amsta em aoa coircale ta»-
sa, páie^ arvoípsa, casas e camyoa»
Ha aqui uma boa feira, naaldeU deBai-
zéllo. Até agosto de 1874, lázia-se no díaS
de cada mez— desde então, tax-se no L* à>-
mittgo de cada mez.
Foi concelho muito antigo, com camarás
justiças próprias» qae íòi sopprimido de-
pois de 1834. A sua casa da camará sem
boje de easa de escola regia de inatrue^
primaria.
D. Nanuel Ibe deu foral, em Lisboa, a 15
de setembro de 1524 (Xíih-o de foraes fum
da Jfêira. fl. UO v. coi, 1.-!) •
Tem uma nova e grande capella, da is-
vocação de Nossa Senhora do Calvário» coa
b4a torre edois sinos. Foi construída áco»-
ta de habitantes d*esta freguezia, qpe ^
quiríram oo Brasil meios^da paS^sarém o
resto dos seu9 dias n^ terra q^e 00 viu ms-
cor. T^iQbem a éiles se d^véim p^ pielhora-
i)aentfts qw,^ y^m nas casas e quialis
d'e8ta treguezia.. , ,,
É em Ifelrça ond^ na S.v.dpminga ^
quaresma, se faz a melhor procissão defas-
^0A de todo q co9celbo. , ^ 'y.
Pe^L aldeia ;4e S. thiago, passa a »u
carbonifefa (antbraci|ies) ^ne vem do Bar-
ri^ (margem esquerda do OoúrôXe segoia-
do a direcção NO.,,vae p^saír ao dovéUo»
Valia de Áfiim^ e ^. Peiíiro da Cova. . »
.» ./
Ha em vários ^iUoa d*e^ fjrç^exia, moi-
tas galerias, que bem most|raq[f ^s^i; fjosigfi
minas metálicas. Supponho serem anterio-
res à ,doBiiaaf}iq.rQmaf»a:; parqueiteemap-
parecido por estes.sitfç^vma 9^91^ ^
mós grpsseicai^ c^m que |os Ij^faups tr&i'
raysm o seixos (quartzo) pava Jbe exirMi^
rio^ p^la lavagem«.ae pariicolaa da ouioob
prata* .: . . .
Segui}4o a tradição, Mbmbeai^ fqram a»^'
radas pelos mouros.
Ainda por aqui ha-algiuias minas da co-
bre iO de Cirr^.ma^^^defprçsada^por
^pii«eeremjp(kbttea>;9H#erAide^ e Qào aaf»-
MEL
rèrem aventurar os ibfii«in>s a fázerom re-
ooubecimentes e pesqniias protandas. '
, Hl^UYe Bqu\ «D Tii^ulo dos ftr^t 4e Mei '
xide, admimstradoraf do ptorgádo de ViUfr
de Perdizes (na comarca de Chaves.) Ha wA-
toa anãos que deUou de e:^niiTt e o s^u, so-
lar, qae ó um vasta e bom edíãcio nobre,
ai^da existe ao fando da vil|a, em bom ^•
lado ; mas madoa de possuidor.
Há também aqui ama grande e belía casa,
que foi paço dos Telles.
Foi comprada por fr. José da Graça, que
a restaurou e aformoseon. Ê hoje dos seus
herdeiros. Poi solar dos PortoGarrèiros.^-
de Porto, no palácio da Bandeirinha.
Também foi solar doe Telles 4e Menezes,
que procedem de D. Tello, grande sênbor
ias Astúrias, e rico*homem, no reibado de
D. Pavllla, pelos annos de 730 a 750.
Bstes Telles foram os progenitoras dos
condes de Cantanhede e marquezes de Ma-
rialva. (Vide esta ultima palavra.)
Ha em Melres a antiga casa, denominada
^Mira de Mello, dos srs. Coelhos da Rocha.
Foi d*e$ta casa o pae do justamente célebre
doutor, o padre Manuel António Coelho da
Aocha^, lente de Coimbra, e um dos melhq
res j\iris consultos e escriptores públicos dps
nossos dias. Vide Covellas, pag. 428, col. 2.*
do !• vol.
O sr. Joaquim Coelho da Rocha, com. es-
tabelecimento photograpbico, na rua da Ale-
luia n.<* lli, em frente do Passeio Publico
do Rocio (em Lisboa), é da casa da Eira de
Mello, ,e sobrinho do dr. Manuel António Coe-,
lho da Rocha, de Covellas.
MELRlÇO--Pequeno ribeiro do Alemtejo,;
que passa a '3 V2 kilometros a NO, de Cas-'
tellò de Vide, e 800 metros dá casa perten-
cente â fazenda denominada Mensoares (Mem-
Soares.)
Junto á este ribeiro, e no meip de um cam-'
po, está o dolmen de Melriço,
A mesa era sustentada por sete i^as,
ou esteios, dos liiuaes sd três se eonservam
inteiros; M mais est9o por alli eèpálhàdòs'
e partidos. A mesa aln^ ést'i Intacta %oète
<)s'trei'^Jeíos que restarff '^ ' ^'^'- *'
MBM
m
nattltO— portttgoez adUgb— moeda usa-
flU Éoii reinot de L^o,'Ovie<io e Castella, e
4tie^ Ifi passou pafa tNAimgal não se sabe
ÍáàBê6i flsas mm certeza alites tte 1067, pois
qtí^ een^i^ t>. (&aí^fa ffllho ékJà. Fernando,
o €raiide) fèfto rei dePoAiigalfesse anno,
iktà^áíktWmmbt^i (Vide Alfaiates, pag.
lUdoi.*vof;>
' Os ttosêos aroheelogòs ie uumtsmographos,
não são concordas quanto < ao 'valor doesta
pequena tnoeda : dizem tina Ique era o mes-
maque êMò, oÀ marafndim;t outros, que
era uma fracção d^eetá moeda; mas a opi-
nião mais «eeeisaiteli^é que íHembro ó o mes-
nfo 4iie Mêa^a : ainda qá^ Viterbo diz que
— come antigamente as escrifiSluras tinham
muitos breves, ara ^possível que dissessem
memb;por maravidiM^ e<i'aqni se podia ori-
ginai^ o engano, e a inven^ de uma moe-
da, ^e talvez Jamais existisse.
Entre muitos e diversos legattosque a rai-
nha Santa MàMda deixou no^sen testatàén-
to, feite BtíítíS6 (Tom. i.« ia SM, 6en.^
Casa-Recíí), é O de'umacrusi'deQBrb:oofai
Santo Lenho, que tii^a sido da rainha Sania
Heíena (mãe do imperador Constantino o ma-
gano, o I.* dos imperadores, que' sé fet ehite-
t8o, convertide por sua m&e.)— U ducenUos
membro» vetens, aos dominieos do Porto; e
ao convento de S. Francisco, da mesma ci-
dade. Cem 9nen^rús.
Em Dofresne, na palavra Kalenice traz o
documento que se segue— £1 donat^ê cei¥'
êum 9 denarios PogeMs, ei ad kalênêtu iuos
membros.
" Nota-se que a era de augusto,
era dividida em mezes^ei estes
em kaiendas, ido$, e néàs:
Nas kaiendais, que era o prin-
cipio dos mezes) reuniam 4è bis-
pos o seu povo, para b iiisumft-
re» nos dogmas da religfêo. Com
o tempo se deu o nomedeill:^*
leitd», ou $yi^oda a estas mesttks
tBVtoAò&ê. Pém fnr úà SígUbdú^
ou K^Umiam), (t>oe. daunhev-
slAade, de 442») ' «^
Também se dava o nblM éò
Codlimiairúk p^osissSã^* ou tla^
I !• .
mâr.
i I
n )
tn
f I
P#t!fad«l4M ie.dfefttlRR os
nmw» %m âifléveate^; tecu/i de
> João Ib proliiàia qae m popua^ae
yel^ «mife €e8ar ( V âUMW ma-
. ooft iii dias^ mU amiga ilí> qa!»
camentos se coa^aase |i'aUi eo
. 4iaiile'{ielo aaoo fio aasdoiepto
deJeaos ChiiUlOb
Tambom » dava o mam d«
ii4lMto4, Aoa díreJtOB de porta*
1 gCKD eoQlmsi. que nas Curas, ou
mereadqsy ^ pagi^vam ao rei, ou
áque]l(|3 aquém a coroa os iiuha
De sereiDi.aa feiras no 1."* dia
de cada me^se deu eate npme
(derivado do verÍM> grego kaleo)
ao tal direito, ou comrUMJMção.
iUefp. Sagr., tom. 40, fl. 227.)
. MfiMFAATOR oa WAHPASTOR -- RorUir
guez aDiígoHi^*^ <>u qualquer outi-o official
de juBiíça, que civilmeui» tomava coobeci-
meoto das eausas, e m Aeeidia.
• Em 1324 D. Afaoso lY irobibitt ao mos-
teiro de Castro de A^vellaos o. introoietter-se
a pôr Juix, ou f»émpastoi\m$ aldeias e io
gares em que a jorisdieção eivil perteocia ao
-tei*
Em outro documento de 4340 se diz num-
p^toi- ({)oc. de Bragança). Vide Mmtmnhos
e QmU€mlha.
Segundo Poarte Nunes de Leão (na sua
OiihographiaJ mempastor e mampo9teit'á^ é
o^meâmo que, homem posto por alguém pa-
ra qualquer negocio.
Depois só se dará o nome de mampostei-
ro ao que recebia as esmolas para a remis-
são dos captivos e para alguns sanctos eu
sanetuarioa.
Por fim só ae dava o nome fie mampos-
leiro ao que reeei)ia o dinheiro das esmolas
das hullas da Sanía Cruzada,
' MSUDteA^regw^zia, Estremadura, eo-
«ateará coaeelho de Porto 4e Mós, 18 kilo
metros de Leiria .130 ao If. de Lisboa, 120
lagos* .•:.!'.
£m iW jUnba 183 íoi^.
Orago S. Julião.
^iipado e ^dislrictp. admjniionfiii» 4i
Leiria* • •.
A coiiegiada de Perto de Mós apresenta-
va o áuii; que tinlia %OW09 rgia « o pftde
aitâfr. Isto, segundo o Fo^/u^aí Sáon^e Fnh
O Couseiro diz que o vigário e beuefieàa-
dos de Porto de Mós davam ao cura 40 al-
queires de trigo, e òs freguezès casados, ca-
da um, um e meio alqueire de trigo, e os
viúvos e solteiros metade.
Havia aqui antigamente dois bôdos^ rm
na primeira oitava do Espirito Santo, e oa*
tro em dia de S. Mjguel, arcbanjo (t9 dese-
ptembro).
N*esta fregnezía nâo ha ca peitas.
A oôgem d*asta iíBgu^úá é a aegtt|i9le.
Na aldeia do Arif mal havia a ea^Ua à
Sanio António, e aa da Mendiga, a de S. M-
líào. A estas duas capellas eram obrigados
os vigarioa de 8« Pedro e 8. João, a virem
dH;er missa e administrar os saframeotos
aos freguezès d'eUes(que entào eram 40) m
domingos alternados.
Em 1525, sendo arcefiispó de Lisboa o
infante D. Affonso (filho do rei D. Manuel)
cardeal do titulo de S. Braz— mandáramos
seus visitadores, que os seus vigários e be-
neficiados lhes dessem capeilao, que lhes
dissesse missa 6 administrasse os ^en-
mentos. O mesmo arcebispo confirmou es-
ta ordem em 1526, e mandou que p capei-
lao assistisse sempre em um dos ditos lega-
res, e lhe taxou côngrua; mas p vigário t
beneficiados de Porto de Mós se opposeraffi
a estas decisões, tendo logar um pleito qae
se sentenciou contra elles. (£sta sentença
está no cartório de S. Pedro.>
Cqm o tempo foi crescendo a população
d'aquellas duas aldeias» e se dividiram eo
duas paroçbias, como ainda hoje estão, nus
até 1834 foram dependentes da coiiegiada
ip Porto de Mós» qiie apre^eioava os curas^
como fica dito.
■
mffDlGAr—^erra, Extremadora,opde es-
tão as íregueziaetdo Arrimai, jtf eA<tiga e ott*
tiras.. Para evit^ repetições^ vide A^fr^Mf-
S9^ a pag. 302 do i." voU
MEMESTERIALou ]|£KSÍ}T£IgAIr^ii»^
.VA
vm
m
tBpm á]Ui40'tMdMÍJto,.,«p«iaiJh(f'>>Bia^
ro, ereado,ierftnl€^.jãU3i . i , .:i .? >/•.; : \
w MÊllM Ai«-^poitiH|[Ut»iilÍ9»^H^ -
tft^JiwQesndBdfL \ " 'í ••' -'..i .mc
4a^ íáltè,'4es9fO¥idd»'.8tC3 •'.• • . 7
vo)t /Soou Men^ofUUt d»' gemíê ^ «Mfi|»«Ai«(
« esteve, e está, em gram perigo dr 9ê
pmrdeF e éispobrur^ \ ele. (Garta • áo< lelD.
Pefnàiido à eavMtfafd&MoBMrvoi, em* tíSQ^
• MBKt-^-fodimiaet.aBliecH-baáia de 4M
as mulheres do éampd ía^iam ai aQas.man*
tilfaaB.«^*^r ^/Ifi dita mka.vBsUda^ái^íiies-
éidas novoi. dê étímde voda, s.'kuawm/tíUha
demmU e hma qae^ ádécoui-tanqi,^ Mima
ffiidrilha ^aioíp) dt:brtít^.DQ9, de Alpen*
durada^ da-iiSdi) ••' >
' Dava^se antígaoMiite o wú*
r . > me de; bitisiol a wm pano farte
, » gRW8etre,Cabfficadoiia eida»
de iagleza de .>Bri6lol, sobre . o
Fio ÁToa. Doesta ilha vteba
para Portagal .muita d» tal
.. panno. .
Nas cartes d'£¥ora de 1481
requereram', oa pÓTOfl^ que —
» prohébam com gravissimm
i> peM$j€svestidosdf8edaeãr''
naaieniosdeouíroe prata ato-
das as pessoas, com > ceirtas >/iV
. nUtaçõe^ a respeito da primei'
m iiúbrega'^'fiúrêm fueidoura-
' da.« prateado' iM^i^u^m- o use
*-'Qiíe kaja differença^ peios
fre9^sda^p90soaS'-^iiue os no^
bre^useuk de iati/(fia**-rOs ofíi*
ciues mechanicos, de kins gros-
saSf fnureiy brisltí^ eie»-^Que
as rameiras, e que só fazem
porum hameiH,mo mem de
me/tííifhas-r^^foe andem em oor^
po, e sem, ehapkUy com véos
açafroados, pafn se distmgni^
y . rem das miê(heru^haneêkís^
' ]ISN0B£T<&S-*4H)rittgaea antigp-^davir
8ee8te,uQiaȇȒmicaa da SaDtaGlar%per o
mvL patriaiyiba. (B, Frauciaoa) s^ deoaBainar
Mmpre^r^ mmor^ (Doe^ da aeculerXIH.)
JBHSeua^pd^liiluaa aQU9»nt-iado.<)
flue ,^at r(Nip% .« .app aneNiiv ^9°^ ODOMrde
uma môsa, como toalha» gu»r4MMip(9,'t4Jft^
re^ eopp^ m^nA da wmU^ X- JSpi^^da-
va-sô á mesa o nome de mênza, comi9f MufU
híQjediflefa ui^pvóviacia^ da SuVji^pi^iipas
mi^Aos ii^yrBidãs. .-
. W^KSQiU e MEKSUfUUl-r português ^r
tigo— medida e medir. Aiuda hoje >9^,:dK
OMASBrar» :pw.. medir» & ^ muito ilMilosn-
Gomen^pravet, com reapeÃlaaQ.que.p^r.FFA^
se jaã<» 4)óde mfMlir« ou avaliar. .
Iliffirifaa, IVSVr^MOw.eioAiA amigo
r*-|(filiTAXR.O. e IMEflíTAIRO -r-pormg»Q^
antigo-— iaveQKari^'^djiVisaob partUb44« eto.
iOaru$Ueo8'da8'pi!oviiiQiai dp Korli9,<|ti)ii>
dadic^m tme^Uatro.,. . ;.
]CSIITB8^paniUjW& ^^tigot^'Cui4a|dk^
peflaameut^, lembrança^ iQ§mjOfiia.:r->.p fw
awe medOt ^ desampara o feita 4f$ ati^i^
mm mteo kimuis itmé<es*'(D(K, da Aipeu-
diurada, de ii09.) Tetn rnsnie^r^esà o ^u»t
mo' que úiz^t-^lama semUdo» .
MSNTfiS e M£NTJlfi&TT7PortDgue2 antiga
-^aii^ usado pelo 1^90 poyo^O. meivoao
que emquanto, (Doe. de Almoster» dei iSS7^
é eorropoào do cafí|eU|2^o*-Hntpfilra4.
JIENTU)EHlO*^ortug«ea aatigo^rnii^ti-
raso. .Nas pn^viociaa do ISc^te^ ainda se dia
tnetàUreito,
ll£lfTR£Si;l|DiO ^ fregueúa» MinJ^o^.^pr
marea e í% kilometroa a .0. de Vall^nçA, «ma-
celho de Villa Nova á^ Oerv^ira, 4£| kjiomdr
tros a ONO. de Braga, 405 ao N. de Usboa,
iiO Jogos. Em &707 ^ha áOll / . ,.
Ofago .SaAta Chrisfiaa.
Arcebispado de Braga, dialrktaadminiS'-
trativo de Yiaiina*
£\ terra íértii . i
O abbade de Sant^ Maria da Cui^a apre-
9entava,o. vigarle^ ooHadp^.que tiaiia.iOOMOO
ricis. ii '
Foi antigamema abhadia do real padroar
do. D. Díbíi; em 1308, a trocou eom o biapp
de Toy, D. Joòo Fernandes Sotto-liaior.Dar
pois paaapu papa o abbade- de Qunba, que
recebia tmisá» dos diximas» a « ooira me-
tade era beneficio simples do ordinário.
XtO^rrlieruiRiie^ antiga^ikeit.
MfiO B{làNfiO-^oml0l^^antigor— melo
jmI bciMO» eu 3 o^tia. <
1^
IfBK
VI'
HfiOOO-^portiifQeil ftnli£fO«-^)' DMfo ou
IfECNÁ é MEOlfO^portagaet aiilíg^)^
Viâè ifetma.
^ WBRCABi— no antigo poftngcidiiião «goi-
ficava somente comprar, mas Mttbem, eo»'
tuatar, trocar^ yehder, etc; hoje dkse mer*
eade}ar.
ifÉlUiÊ--M<)d prf oftéiro» sMOlos te aao'
narohia portugaesía, davu*8e aos reis, o mo-
desto titulo de Mertê (vossa Hiercé.)-i-Á mer*
c& segai«l-se a «MiAonVi.tfesie traítâiaento
ncíiavftm os reis 'das Hespanhas, até aM ireis
Cfttholieò» de Castellá', Pematfilo e Isabel^ e
D.' Ilaniiel de PortagaL Desde estão se in-
trodasia a aUeza, á qaa! se segola pouco
dêpofs o de magestadê^ trazido da Alterna-
nha> *pelo imperador Carlos V (pae de Fhi*
lippe II)^Mas os reis de Portugal e Gastei*
la,''na eorrespondeneía privada, sempre se
trataram reciprocamente por éUeza; até que
na entrevista da Gnadalape, Pbilippe 11 de
€Astella, logo no.priíneiro encoBtro, se apres-
sou a tratar por magestade ao nosso rei D.
SèMst^.
Com os PhHtppes, radioonse ^em Portagal
este real tratametttó, que hóje é o de todos
os reis dÀ 'Europa e outros, e se conservará
provavelmente ; porque nas línguas conhe*
toldas. <kão ha outro mais no6ré, que ò possa
snabstitfKir, sem usurpação dos atributos da
divindade^ (Vide Magêstade (a i.*), pag. 34
d'estev0l.) •'
MERGEANA OU MBRGIANA— Yidâ^i4/irài
Gallega da Mercea/na, pag. 82 (na íim da 2.*
col.) do l.<» TO*.
MERCÊS— freguezla, viá^lÀshoa;,
MERCÊS— Vide Cai-valhalBem Feito, pag.
134 do 2.(» vol, eol. 2.*, no fim:
MERCÊS^aldeia, Extreiíaadura, proiima
às abas da serra de Cintra, fíreguezia de Rio
^e Mouro, •oclmarea'e concelho de Cintra,
patriar diiadoi distrlctoe 30 kilomeirt» a NO.
de Lisboa.
Ha áqui^unia iòroiosa capella, dedicada a
Ilobsa Senhorsi das Mereés (q^e deu o nome
á povoação.)
No diaW de cfOttíbrO) sé faz tfma grande
romaria ii estl^ Senliona, qeo é isônoerríd^
dos povos d*estas redliádesas^ prf unfpalflkM^
te 4ii%rfa«8éqBi, ÈàalMiea^iCmmk
Cintra, Bellas, Rio de Mom% «Ic
' £ esu iSoleimUdade ^igiosa feMa.M
grande magnificência, com musica voali
íMUwiiental ; proeteaio^ qobí «iail# aHo-
res^ e grande acompanhbneito de ktiSn;
fjrâá» quantidade de fogo- pree^ « do n; e
toéaa ti amis deBMUi8traçde»4« rogosijo ^
Mico.
PoF essa occasião se faz também aqui ua
grattde (éíra; ima dás melkores em gadol»>
viao e scrino, dos arredores de liisboa. De-
nomina-se feira das Mercês.
MERD. . . EM BOGGA---oa Uxo êmlm
«-metter eser^mento humano na bôccaè
qualquer, ou esfrâjgala cçm eHe^ eranii
das maiS' atrozes injurias que ael>odial
zer, e, por isso, punida com^otmaiorriga
Cinco eram os crimes princf pães dos antigH
porCnguezeiy que oe íbraés a leis castigaía
mais severamente^Aomêddú»; furto; rapt^
ou violação de mulher {romé^ arrombanuk
ta de portas, com mão armada; e esterco i»
manoii, mettido na bêccA de edguem^ ou met-
mo a simples ameaça, por palavra, de fs
lhe fariam esta injuria.
Innumeravei» são t)s feraes que imp9ea
graves penas a este erime, a que por ioâí-
guo e immundo, alguns chamavam nefandu
Os termos de que em regra se servem «
foraea para designar este crime, é—stervu
in ore; mêrd. . . in bucca; e lixo en bôa.
No fbral de Tbomar, de 1174, tradaziè)
no século XIY, se lé^Se alguém (cometter!)
rcussOy ou omesfú, òu romper casa con tf-
mas, ou eon feridas, òu quebrantar portei,
ou entrar i;asa no couto da vUla—peyte çv*
nhentos soldos. Se aifftíem (eometter?) rm-
so ou omisyo, fora da vUlafezer, LX soli»,
peyte.
Mando, que cada huum fUhe ssa molker,
que aia recabeéada, ou fUhasua, que ats^
non foi casada^ hu quer que^u achar, sen (»-
omhu,EofUho,>que seupadretenenssaco»
por séwmancebOi^fUhe^ihuquer que o Qá0
{tirado f|M non briU 4obrdí^poirtuSi mff
ra alffueni^ sentoomka. Formerd^ ». enM
mehtáa,en qualquer lugár^qu^o faíõr-ft$
LX ff,^Se utffuetàr ferir ton armas nmsieti
4é S9U gre^yê pêt ird^ no toâWiUtA^
pe^e tX fí.—e se for iora ia eilla^ peytê
XXX ff. (DÍoc. dé Thocíiair.)
-' Vò foral qtié d mosteiro de LorvSo déa á
siia vina d^Abitll, em im, lésé— iVon site
Otíèr vos cafumnia, ntíi rausum^ et honíici'
dhmy £t stercus in orêy et Casa disrupla cum
annfy, aut èum feridas, avà fregerit portas,
tt imravèrit ãomum per ^n {in cauto vitla'
2) sólidos pectet) et fiirtufn. Omnes istas ca-
iumnias sint pectadas per fórum terpm Pa-
himbaris, • '
Porem no foral que a Abiul tinham dado
Diogo Peait e sua mulher, D. Eximena, em
lí&T, se diz que por todas as coimas peque-
nez se paguem sinco soldos; mas pelas gi^an-
dês, que são — Otir furto, rauso, homicídio,
merd. . . tn bueca, et casa derupta in cauto
rntus in villa, sicut est Foro de terra, LX
sol pectent. (Doe. de Lôrvao.)
' Finalmente, pará^ nSo cançar o leitor, di-
rei que na maior parle dos foraes se faiU nò
crime de lixo em bôccá, sempre como nm
dos mais graves.
<> te! D. Ditliz, fmpoz a pena de morte
pata este crime, e esta' léi se compilou din-
dÈa nas OrdenaçdesAlfbnsinas. (Livro S.*, tit.
3Í, 8 !.•)
HERELIM— freguezia, Minho, concelho,
eomirrea, arcebispado, districto é 3 kítome-
iro^ de Braga, 360 ao r^. de Ltsboa, 230 fo-
lgos. Ekn 1787 tinha 87' fogos.
* Òrago S. Pedro, apostolo.
O reitor de S. Payó de Mêrelim, apresen-
tava o vigário, que tinha 100^000 réis de
rendimento, tir terra muito fértil.
Houve a^ui, em tempos remotos, um mos-
teiro dfe monges benedíctihos, que se anne-
xou ao de f ibães, que fica a 4 kllometros de
diktáhcia.
MERELIM DA PONTE— freguezia, Minho,
concelho, comarca,' arcebispado, districto e
^ kilometros de Braga, 3t0 ao N. de Lisboa^
100 fogos. Em 178? tinha 181 fogos.
Orago S. Payo. É terra muito fértil.
- O pfaroeho era reStor, [lor' concurso syno-
dU, e tinha' 180^000 rás de rendimento.
Em fevereiro de 1874, fálléceu em S.Do-
ttingos de Nítteíi^ohy, (Brasil) ò éommendá-
dbr/Jòsé Narciso de Sousa Correia, natura)
tré^ta iflfegthezia. Déiiott' í égreja d'èU^^
VOLUMB V
Wà
lèt
.'. •
oito contos de Mis de moeda brafjUleini.
MERENDA— portQ|pf;E anti({Q— c^rtoiC^ro
que alguns caseiros p^i^gáyam ^oç senhprio^
quando aquelles entravam j)aiCAp8praso^
isto àlem do chavddégo (luya{[^ molhad^if^
agradecimento.) EstovQJf ffazemosporhu^
maraani, e hua ffogaça, e huç, quqbaça de pie
nho de merenda^ e dar chaoadégo^ exevoírà
aós /frades. (Doe. de Paço de Sousa^^de í^^ii.
HEBEND AL '— portuguez antigo — certo
pano grosseiro. (Doe. da Alpendurada^ d0
1277.) Tambeni era a merenda que o ca39Í-
ro pagava ao senhorio, ou ao seu mordomo^
quando hiam ao pra^o.— Í7a maior parte do#
prasos, merendai eira metade de um brafá^
ou 3 varas e meia. E huum merendai, que
som ires varas e mea de brajmi^ (Doe. da Al-
pendurada, de 1431 .' \
UÉKIDA— cidade capital da l^uçitania por
muitos séculos, e quando a Éxtremaduira
hespanhola formava parte do nosso reinp^
Gomo tenho falládo tantas vezes n*ésta ci-
dade.e tenho ainda de fajlar, parece-me bem
fazer aqui d'ella menção especial.
Foi Mérlda uma cidáide importantíssima
no tempo dos romanos, no ^03 godos e afa;
nos, e no do$ arames; e posto tenba perdíd]>
grande parte da sUa ai^tigaimlpòrtancia,
ainda é célebre péla sua anligUí(la(Ji\^ pelas
suas tradições. / . ^. *
O bispadd de Mérida, era um! dos maio;
res da Peninsul^ poi^ abrangia parte d^ Ex-
tremádura hespanhola, da nossa actual Bei-
ra Baixa, os dois bispados de Coimbra e
Âveií^o, e grande pairtê^do actual Uspado do
Porto, pois que a diocese de Mérida chegava
até â margem esquerda do rio Douro, que
a dividia do arcebispado de l^raga.
A fundação d*6Sta cidade remonta ao^
tempos obscuros da antiguidade ; mas as
suas magnificências,' esplendores e, impor-
tância, deve-a áos romanos, que á fizeram
capital da então vasta região ^a Lusítapia*
Em 418, os alanos romperam uma nova
gaerra contra os vaudáloç e âeliogois,'epi;
quanto os ròmádos, colligádds com os go-
do^, faziam por sustentar o dominio do im-
pério nás Hèspanhas'. Junto a Merída Í,ovi^4
uma sanguinolenta batalha, na quà^^Atafes
(vide €eimbra) perdeu atida, e os restos
m
Ti?ur
01
da3 suas tropas fiigiram para o Alto-Mioho
'^"^^ÍTéílnénéricô^^ío^* iftinericoj ' o primeiro
Tèi'tfos dúe^oi/õ mats iíraslradò chçfe ^as
raç4^ 4^ úòlrtó q^ie tinham invaáiáp ^s Hed-
?\ihhú, e tim^j^Wé politico e bravo' gúer-
ytro, vendo á ánarchiá (^Qc; dominava no
tèirrlto^iòi qué bavia sido do império romá-
bd^ 6 conbécendo ò patriotismo e a brava-
f a aos lusitanos^ os admittln â todos OB em-
j^egos e honras (^a sua curte, entregando-
Ihes o cemmando de tropas, deizando-lbes p
Íoblico e livre exercício da religião catholi-
i (d rei era ariano) de modo que qs sae-
Vòs 6 lusitanos se confundiram, forimando
tuna só nação.
^Gundèrícò, rei dos vândalos, qnerendo
apossar«e da tusitánia, e da Andalazia,
rompea a guerra contra Hermenerico ; mas
íbi .dérrptadb. tendo de fugir pára as ilhas
Biâleares. Ainda voltou depois ; mas foi der-
tótado é morto junto a Sevilha,
'Os romanos não queriam ainda largar a
presa, ò o imperador Yalentiaianò III, que
tinha succedidò a Honório, Qiandou (em
tíà) um exercito contra a' Lusitânia, sob o
commando de Seí»astião, que reconquistou
)Ítericla'e Lisboa ; alas, 'arrastado pela ambi-
1^ de'reÍoâr,'se.fez acclamar rei; por^m o
povo Ibé tiròa á vida.
. JSerm^eriço^ ata(^4^, de. nipa moléstia
chrônica (Í2fÉ) entregou à Lusitânia a sen fi-
lho, Rechila, que em ÚQ, derrota o general
romano Àndelabò (ou ; Àndevoto, cómo^ lhe
chama Ái;gote) emXehíl — e em seguida,
resgata M^irida, é conquista toda a Andaluzia^
Morreu '.este iponarcba valoroso, em Me
rida, na flor dâ edade, eih 450.
Tinha conquistado aos romanos, além da
Andaluzia, as duas províncias, de Carthageua
e Cárpetania;.mas alliandose com os ro-
manos, lhe cedeu estas para poder em paz
conservar o te^to.
Â^suâ corte Jfoí sempre em Merida. , .,
' 'Siiccedéu-lhe àeíi.mho Recprjo ^(que era
ca(holico) ò qaal quebrou as pazes cqoíi os
reithai^os, invadindo jkS3ijLas tenras e ás dos
*^. !^'???4? )m- ^?â^^ .^w^ií^ Wí^
a GaHiz^. ^ ^ .. , , ,
^heòdodcd..réi dós godos, êniao alliadp
ti
fffHfr
dos. rpm^mpe^ I^V^F^ W^ ^>f ^]pi4)ml
exercito na Hespanba^ iiinradia (it^ Gja^uaV^
nj^,,margei^ fio ^o Oi^Q'(a MWW de
Àstori^aj se jÇjDÇM^foa C9fn ç^'exe)rQHo Sfw-
vo^ qi^e d€|rrqlón^ ft^jindp R^wto» M4f^
para á cidade do Po,i;to; o^^i^ íoipraaae
co^d^zidp a 9i»f a, éoi^^istada h^vi^ pqiii-
cò por TheodoriçQ, qo^e (felia ti^iha (^ a
sua çôrte. Àlli, a\çi godo o manda dc^goUr»
com algui^ doa seas„ cm dçzeinbrp 4a>8ft
(ou 456, segundo diz o sr. Carreira dâ* Melto.)
Kão é i;nea praposito, fazer aq9i um rtsn-
mp da antiga historia da lAisitanla, e a6
mencionar os factos mais notáveis, com re-
ferencia a Merida.
Vencidos os suevos pelos godos» occapa-
va o throno doestes, em 459, Agiia, qae aea-
do desbaratado pelos cprdovezes, sve relmm
para Merida. Reforçandp aq^ aa suas tro-
pas, marchou contra Atanagildo (que em
S^vilha Unha tomado o titulo de rei de B6i-
panha, auxiliado pelas trppas romaii^ do
imperador Justiniano.)
Teve logar a. primeira h^^Uiajunio aJSe-
vilha, Stendo n'es^ e nas segointe», sempre
vencido Agiia, qne reUr^odo pa?^ Moiída,
alli foi assassinado pelos seas proprips ya3*
sallosejOQ Ç60. • ^ .. : ^
Foj: Merida ^capital da. Lasilania até ao
reinado d^ D» Rpdf igp, .uitimo rei djOa ^fk-
des, que ainda paraaqi|i. fagict d^is 4a
fatal derrota de Gn^a,l.et^r;I)*4iir.i^ôco|lmi-
do seao mosteiro de Gaulifiapa^se ddacohrín
ao abba^e Romano, ,eju(^tos. fpgiraoi para
as costas da Lusitânia; parece qaep^&a
Nazareth, au parj^ a viU^ da Pederneira.
Consta que foi morrer na freguezia de San-
ta Margarida do Feital, juutp a Vis/íu. (Vicie
Feitaly a pag. 161 do 3.« vol.— iVaxarel^ P#-
demei9*a c Viseu.)
Desde então, deixou Merida de ser capi-
tal da L^ositania ; porém o squ bispadOj aiiir
da por alguns sdculoachegyu.a^é aoBpnr».
(Vide Coimbra q. Grifo,) •» ...
, Qn^andp o;». árabes ^tr^ram^amiMfi^í^
em 7i4v consta que acharam vaqni um e^
tar^, /eito ^, ]xj^ pero^„qi:(e,airi reâ ap^^iro
tiba xra;&ido da |(íej;mania,, e.que liai» perpfs^
9140 àp templo Áp. lero^atem^ c Órai d>Ih
I roubado pw. J!fab^cpdQiiozo{*i tuai^Q áí^
V V: .MV
íWro
^ip »,c^^^e mítfXo\ depois Hva^OTegte
Tia sido roubado pelos suevos. ^ . , ..
-^.JFo} .í)lÇtíd^,a.j)*tri^.íe.mwíO)i,i»»^
^^rç§ ^j^dps ^e^ talehtos q virtudiss. He^-
,f pjarei jOSr principias, 4^ ^ual^wjho flpií-
. ,^ fienovato^, bhpo de ]tfend^ nipxj|jç„|le
S. Bento, no mosteiro de Caulina» que f n-
t^. era jm awiQario .de y^rãès, sabias e
^^jaftlos, e.d^. prelados insignes.
,',,í?^Úpcea Wj S de janeiro dç 633..Jppi ^;
pultado junto ao aitar de Santa Eulália^ .y]{;-
. . |5.. F/^. bispo de M^ída. Fallppeu ^.7 dpi
l^verejro .dje,!$70. ^caQou.e,feD^u os ixçfi^'
Qiea 4a mais. 4ta pe^(|^Âsà^ e toabe 4^36^1-
y^obar.por madoj^Mjgi^fl^iinc^yai} pbílga*
{oea do 4ea nome. .: i. .:
. S, . BffmnOj .monge beo^dietino, ^o , 9109-
taiip lie Çs^Ú^3L, natural de.MQrifia>.« ab-
%d^ 40,^^3900 cpQTeiiiaQ» 4\^nd9 a iixsjit^-
nia foi invadida pelos árabes^ ei^n 71^^ Já
4j^ qpQ fqgja de;^e;:ida com D.Bqddgo,
^JirazçDdQ ^poo^go. a. antiquíssima, e devpffi
imagem de I(os^ Senbora da^azaretbi,fi
IDOita^ r^iq9iaâ dp sao^^s. Na$i pra^a^ da
jpjj^r^tt^ yivea o aanto mooge^ em lUma cg-
.yj^ (pA,eavqrnaj.em coptiauas of;aç^e^ i9i,çip
rPWw
.»
• r
I I <> I
•iíi . •
perenne exercício de penitencia. Fallacea a <)lp^,Depois de.b^ypr presidido a dois conci-
ia.de Ji^anço H^ 7^6, ^ .
r $, JfuM^iaíúQ, JA»^igne poeU, philosop^O: p
^rihcqn^^)^). Na&c^u n'eala cidade ; fpí re-
í^áit, aip ^oma» pn^e (pi muiio estimadp
]^)ps, seus grandes taleA(os e egrçgia$. vir-
tudes. O famoso Marci^ o tqmou^eni vários
.8^ip^ (If&efiv^Epigramw^ e o coUoca^n*
4re PB .vaspes mais inii^es do sea>iempp.
O papa Evaristo, que governou a «gr^ja de
D^mt . deede iió, até 119, o . converteu . ao
«briâiiaBiamo, e o «ovp confessor .foi um
4Qa mai& ftirvoroa(]^;ca(tbaUeQ|í d*aqueUe ao-
calo; sendo martyrisado pertos, 9P«^^0fii,.ea)
4i4a jmUio do aAna*'i^> impBranido Adcia-
Santo Innocencio, bispo ée^;Jã^\^t^^()f
um varão virtuosíssimo. Falleceu a 2i de I
nlio dtí'"6it.' '■' ' ' ;• • '*'*•* ^'''•- "^'^^'^ ■ ^ '
ram martynpi^ uq ppib, dps maia.atrÒ2;c|9, tpr-
.Wyi»V>8^.}Pí)r ordep. dp, fero?, pfopjeci^^^
sendoi seutlefiado «a /LÚ^itaipia.p sf^ifin^rio
.Paciano. Teve,Io^r.asua|i^oripsa wpvlfíj^o
dià,Í4 dpj[ulhp, da anuo 300..,^,..
. ...j r .., Foi esu. a, ultima. parsegijiiçSp
, que soffrefaiQ os ôhristàos âo
yastp iipp.erio .ro^no ; porjpe
.sp^do impp^^adpr ò^gifande Cojp-
stantipo^fllbo de S^ifa^Hèleiía,
4^ue o ^avia conver|ido ao cbrja-
^ianísmo, poudç ^ ífiligi^o 4?,;??"
. ,^ . j sijs n^rlslo açr p^pfessa^la W-
, ,.,,.,, ..blicamíente çm todo ^p império.
. 'S,(mia Sabina o .Santa fé^ irmana, nâ^tiU-
£aes..j^*çsta ci^de, Jípra^i j^artyjrisad^ a'el-
la^ pp)r ,ordem dp çrvielpaçlano, legaijio do
nàp.vQenos cruel Dioclepiano, ao dia 6 de
p^tubroi, do anno 300. ^offreram. copi a
maior resignação os mais bárbaros tori^ein-
.^s, âté.expiírarem.no n^eip d'e)les» inxocaii-
4p senftpre o nome do Senbpr.
i$.\}fate^af^a, bispp e natural deMerida.;
jfoi ,^ varão fjitnô^o em lettras e virtudes,
e um gelado exempiarissimo, Foi persè-
gpidp j^elpa arianos, qçe por varias vezes o
quizerfUA a/^sassinar Foi por etles expulso
da» su^ egreja ; map por âm.a ella restitui-
3^
Ups toledanos, J(alleceu no i,° de novembro
de §0^ ' V . ' ,
. Jdacio.ClarQ^ bispo de Merlda, ijnencioua-
do por. $^ntp Ipdoro. nos seu9 Claros Va-
rões. Foi um . prelado sábio e virtuoso. Es-
creveu um livro contra a seita dos presci-
lianos. Falleceu em 5 de novembro de 37$.
Santa Lucrécia^ yirgew, naiuial d'esta ci-
dade, e aq^ui. martyrisada por Daciano, no
dia Í3 de novembro do anno 300. tinha
j^pieQas 42 annos. quando os romanos a mar-
tyris^r^u». ...
S, ^ervanio e S. Germano, naiuraes d'eg-
^Ksidadp,^^r4fl? de nobre geração. Seguiram
q[(uit(^i annos a vida militar, até qUe foram
íjíàrt^risados coín. cruelissimps tormentos, e
depois dego^dQ(^, no mesmo, dia e anno om
q^ f^ fl)|ir f y irisada Ça^nta J^iUcreeia.
', Sanfò fl^éçene^js^S. DÒnaÍò,'foram mar-
lyrisa^p^ípiír q^^ei^. dy çaalv^do Daciano)
f^
mk
c6p mais i^ eoiiít'paDbeiròs, nVstá èidâfl^
Ào (íia i!2 'dé dezembro de ^00.
' Santa ÉulaiiU, vlrgeim-—padfoáirá dê Me-
ti^ e d'aqi^ iíatnral, de uma fámilia d^^
i^iriádpáes da cidade. Sem pães, vendo que
em tão tenros annod (tinha apenas 1^) se
Seria votar ao tnartyrío pela fé de Jesus
rísto, a levaram para uma propriedade
ÉUÁf longe da cifláde; mas e!ia allí soube
dos grandes tormentos que os romanos fa-
ziam stfffer aos christSos, e poude fugir.
Dirigiu- se á cidade, e á casa do cônsul ro-
mano, ao quat íançou em rosto a sua co-
bárdè tyrannia, contra' homens indefesos e
obedtentes ao Império e cujo único crime
era adorar o Deus verdadeiro. Assombrado
o tyranno, de tanta formosura, e tão grande
discrição em tão verdes annos, a pretendeu
seduzir com <^aricias; para que elíá deixas-
se á religião de íesús Ghristo; porém â 3an-
ta menina Ibe respondeu com o maior dès-
preso. Então o monstro lhe mandou Infligir
os mais incomportáveis tormentos. Foi prí-
ibd^o' despida e açoutada, e moída com páos.
Depois Ih^ untaram o corpo com azeite e a
metteram em uma fogueira : enterraram-a
èm cài virgefn, onde se lançou muita agua;
coUocaram-a sobre um leito dè ferro, lan-
çando-lhe muitas caldeiras de chumbo der-
retido : d*all1 a*tiraram, pára de noVo-a açou-
tarem. Foi arrastada, e séU corpo coberto
de laminas de ferro em brasa. No méiò de
tãè cruéis tormentois, não deixava a santa
menina de dar louvoreò a Jesus Christô e à
Santíssima Virgem, com o rosto alegre, e
como insensível ás cruciantes doreò que a
faziam soíTrer. Enião, desesperado o tyran
no, á mandou crucificar em uma cruz, fora
da cidade, e cercada de fogo, rendeu Válma
ao Greador. Segundo a lenda, na hora do
seu passamento, se viu a sua alma voar pa-
ra o ceu, em figura de cândida pomlia.
Querendo o malvado cônsul que a santa
estivessQ três dias expOsta na cruz, eabiu
tão grande camada de neve sobre ella, que
lhe ficoií servindo de basto véó, até que' os
christaos lhe deram Sepultura.
O excellente poeta hespanhòl, PrudenlSlò,
escreveu a vida de Santa Eulália, eo Seu
martyrio em elegantes versos latinos. '
tevê lògaro 'passamento glô^oso d*c
fefaiosa ibartyr, nó dia ÍO de d^zeíobro dò
anno 300.
|tÍBRIDIÂlfó--é um circtdo movet, ip»
passando pefos dois pólos do mundo/ «o
ponto tei^tica! de cada localidade, corU o
equador em ângulos rectos^ e divide a terra
ein duas partes egu^es (emispherios)— K>r)0|i-
tal e Occidental.
Esta palavra vem do hiiaínieridiês; por-
que, q[uando o sol chega a este eiirculo; é meb
dia para lodos os paizes quèf esâo debaixo
d*elle:'
Pôde haver um grande numero de efrcn-
los meridianos, assim como são muitos e dif-
ferentes, os pontos vertícaes; porém os geo-
graphos os'^eduriram a 360, e doestes m
apontam somente 36, nos glcòos^ na distan-
cia de 10 graus entre eiles. Más estes meri-
dianos não dão círculos Inteiros,' porém ao-
micirculos; e assim, nio passam de 180;
j^orquè o 1.* meridÍano'e ièO; fazem "um ^i^
cuio inteiro.
Nos globos (para estudo), ha dois merfdlâ^
nos príueipaes— o grande nieridianú e o a
que se dá o nome de 1 ."^ meridiano.
O grande mefidkmo, é o circulo de meta^
(iae rodeia o globo do Norte* a Sul, e serv«
pira contar os graus de latitude, ou eleva-
ção do pólo.* ' '
O i.*» meridiano, é o I.* círculo dos 360,
oil dos 96, èim que commuttente se d^idem
os meridianos. Estes servem principálooenlè^
pai^a contar os graus de longitude, bindo de
poente para o nascente; alem de contar tán^
bem os graus de latitude.
Ha nraita Variedade no^assemo d*este !.«
meridiano, por onde se cotneçam & contar
as longitudes.
Oá portuguezes ó assentaram ba mnitda
annos na ilha' do Cârvo (Açdres) mas depoia
se veio a colloeàr na ilha do Ferro, a mati
Occidental das Canárias.
Os franceíé» e bòlkndeKés, estabeleceram
o sem meridíane no pico de Teneriff, também
has€linarlas.^
• ... '
^ As Bhas Canárias (a que os antigoa dia-
mavam Afortunadas^ ou FortunatasiySio n6
Occeano Atlântico, aó O. da Africa, em frálita
do reino de Sar .Sãe nove as ^riaelpèes,
¥1*
QiuQdofDieridi^deLbtK)a,iD«rQi^iiuÍo
m, nas ouiras cidades da rf íaoe fltias, e pju,
poBsesaSes do qlirãmir sé cÓDtarãg apií&j^-
niádatneate u bons que lhe qne thé 7Í9,
desipiadaB:
^^
Setúbal.........
Tlànoa
LAirlá:....^....
Su^Jamn. ......
Aveiro ..'.
Porto '.....
lAgos...'.
ftaga. .:...:...
Coitnbra........
fbamar
SílTés..........
tíaimaries......
Pena^ ........
Vísèn
Paro...^
Évora.;
Beia..:;.......
IiUbego ........
Tavira
Covilban.. ,
CaakOo BrsDco..
Portalegre 1^ —
Gnarda
tilVat-.lll
1 i
I !6
1 SQ
, I '56
,i ífe'
«na«»"ii'<m6 *8ti'iiufis'iMi%iafl tijllra, ^'
mais ^asta, e eoj opíco é tan_
indo-T-Ferro, qas ^t
GoHtnw . UliiB t* o'o(HM.«^(»olira>)-TÍrni«-
rtfíe, qae e a — '- ■*- — — ' ' —
wts niais alto
■ ffimn d«M!obeius f*t Joio Muacotii;
IHMvMTmtaiitt «w «mHiisioft4aM.d'^-.
UiiL tttk J417.
^So ,l&lUlsslbias e p^t^nii^m â tTeSpiÁ^hit'.'
Sciuado mollM gpi^tkAM é MblO^'^'
Guarias, os A«<^ilUdBli!a,Pani><SanUi
e.«l4it.pr(i#rt%.Ai»n«h'Siío,^w»tpa dajmRr.
de liba Atbmtida, lao Emiosa para os intl*
ns, e cojas panes menos elevadas, foram
^8| abdn» M pa<
e-4.A}lrtaa,iudD na'
AfttedarMn Mpt
Bo. (Vide Cortíia, pag. 131 4»a.^M> A^
flor. Ifio. S<f.
PinheU ■....>.. — S IS
Bragança.. ,^ — 9 13
Uinnda — 11 18
CabodaRqm-. 11 S8 31
Açore»
Ponta Delgada. 10 « SO
Angra 10 Kl —
Horta 10 U —
Fnncbal
>- OOo Verdt
Ilha «sSaàto AnO». . . /. ití
Rffieha Orande*:. . . . : i . . 11
Praia. 11
IBiâí»B»Thl«.-....-..-l*
■'■■ Bbíi«V '•
Caba Boro.... ;.;.;'!■; :•:'«'
BissatL. '..:<...>...;.'».. .'II
fi«M......,-....i..v».lt
&«UMMi'.i»-;i...'tvi.
»7 M
U ' •
■ ■■!i< .-.í-9h
aiibô»aw:i-.JLi.....vJt:-l ;'
LaaiaaQa:lUrqaai>'. i-ívi I .'-
Hocambiqoe — Ji;ua.'i 4' l
m
m(^
Inma
Dm..:.-...'. í^ le ^ > -
Damãor^a. . .*.» 5 24r -i # f'
Gôlf. . .i. . . ;';. . /.:. ... . . . ò W-¥^ •
CAtna
I •
TàçB ècttiáíó, èúftmi da"ei()'ade Si\^guC'
^ ÍVi'(Mfili'^*tf,á'paJí.tóàí^do í>Voi:jW
98» eh a VUlá^À^Âfóuca Vá)eiút a f|8ta/à^'
jdade d*iir«^a hoje ama aldeia idsIpiÍMtn'*''
itissiúoa da fregnezía da Lomba, sobre a mar-
gem esfiperd^ do ^oaro, em 'freáte aá fre-
go^^ia de Melre|L
^ova-se o poder' dè D. Àiísar' Godsiiá^i
pelo qúe fic^ referido a pag. SM^ col. 't/^'
Occeania
Dilly.
8^SS ■-
• I
I '
MERINDAOE— portugaez antigo— era o
districto comprehendido u^ joiris^ii^ de
um meirinho -mór. Esta palavra era mais
usada pelosefuts^hanos; ^^^^zii^ijips foa^i
seippre, .fn^innAfífío, que vem.S(.8^r9ffi!sa*
mo, í
KÈJ\q R MIX3PÒ MPEÇípT^pí^Ftagç»;
antigo— Era| senhor de mero e mixto impé-
rio o fidalgo que tinha em qqf^g^er terri-
tório poderes eguaes ao soberano. Os hes-
pa^ho^ lh«f|^ cl)S|mayam senores . d$ f^ogof .e
cuchill0^i e ii4s, íâihãr. de baraço é. cuteUúé
Diziat6e Mo d falta e bíuxa iw^ia.. i. J- .
O mero ou aUo império era o poder ou
jurisdicçao alta e suprema» |laiAQfavat^'tudo
o que fosse a beneficio da republica, e sem
pariicuUr interesse do . imperante; paiiiflKt^
larmente no crime, em que decidia sobre a
Tida ou membros dos vâiMltos^^íâttlIfMD ou
confiscação de todos os bens, e, por isso se
chamava â^orid^ .cuisUa, É verdade «yier
nao podia e(hort>itar. das. leis éstabo^tídàf i
•na sua jurisdicçao ou comarca.
O império mixto ou iKtoiíita^^pieilaipItem
se dava o nome de jurisdicçao media era um
poder 4iae i&naò estendia, á pena .dauuaK
gue, e que ofdinlAriamenteaó inlÃrválihanai^
causas <Givis,^sob a sujeição bo senj^^
mero e mixto império. Este recebia certos
ordenados por administrap^fiittlçaá» par-
tes.
Muito» dlMte&^senhores»'. que quasi tôdúK
abusavam âtí sett poder illini|add^honiv»Mi
Heapanha; eitasiantea exemplos temos* 4a^
soa existendu eu Portugal .;j^'d. .^M
£lji4jul »
4.» voltÍme,'na fregúezía déLúzim/còmréso.
ipeíto aQ padre AduITo. ' •
No úpro^ das Doações, dò mosteiro &nt-'
jço de èò.us4 a fl. 32, sè Vfa còmò mèirinii^*
ido conde do Porto, um' tal AfToksò Spiúíii^
'tdiz\ o ^al j(ez prender um mòçò,'què tipâia'
'fartad<^)im^s ovelhas, e pór Isso lhe qaêtà*
arrancar oj) olhos, e que seu pae as pana-
se.'Po^ Intéfcessao dosmonges dò mosfê&o
foísoltô e nvre, depois de pá|^ itkão-ppê*,
ta (a prisão) e carcerágèin.
lá se vé que, não só os senhores dê tíain-!
.ço e ci}Çallo tinham poderes lllimitados som,
',a vida e os beivs dos seus vassallòs, mas a^!
imesmo os seus meirínliòs òu delegados.
I t, }Íqjúo (ou Henihhb) Yíegais, èra seôlíàr '
-de barato i cutêlío hà cidade de Bèmi^TOrJ'
jem 1068. U^a mulher dò GestaçÔ, cUqiaãa
•Bona, tinha um filho, pôr nome DIogcL <ròs
tinha copimettido um estupro em casa Bm
|donatar|ps;4)raticadò muitos roubos e.feiío'
^and^>na{/i^on(», pêlo que óstâvá' presa
^a 'cadeia da cidade de Beinvíver^ e pára W"^
Jk Mona Al miada eiil|ai}o,iAiaiao{;Mphor'
a saa'herdaiéidd^èeM&9ô,^>eKéll«t^viPgm'm^
SBétótenca.*''- »"^ ^ ••^"" "^'''^ ^r '''• -^"^
I Bastos exemplos^ Aí*í9rn^,í*..í*íW^
ld*MeaMiiharei;.OBiii|ai0iam'Só osísaoulà-
res,' MiHéW al|f«ft^yela«os é iÉ|Miâ(to^«Wif •
da que s^. vá e^c^lj^MU nos tUff^u^^A.i^
iguna.bispeo*eabbddeH, iodiotf que elles*
jBh&tfltttfiéaitieflfte, 'preittdbs, aleaIde«Mid6iP«l^
»•••'»
II
.♦ »•
(i) Bste 1^. <AiisBli, siism «Bttlfaer ILiÃfi
Si^aJIttidtfanioi jqotteivo-ite amam, mu
í^ deolaEaDdDi qu I «sia vUlti.fada.tuia
do; tec»ltoiiio«do BoUlD* (Wb Jánmcà^òí^fSíi^
ia Meêéjé^aui^U .j . : • •• V A i'
I
tnatãní, a^&Ãesmdtèi, e ulihoM de
ban^ e CQtello. ,
O tettipo moAtba ads lidssóS fei^ qbe o
iSmUo de vids e teoilâ úbi setk' Tãss&llosi
86'&' «]r«s devia pérUUcer.
nM-áta, pois, oh «olèri&os eóannaòdó éi-'
UÍ)ÁrS^dlè^eéJ4'râatuttta'ò-aas n^ esirèt-'
toslltaHfei ■ ■■-■.. ^ . ■..■ ■■■■■■■
kitiV <dâ' fevereiro de 13S6, Ãstáúao^Ò:^
Joio íai> 'aivatíl áe sà^é Çhaces,1è£'ííoÍ-
i^s Riifc ftodtií^ Wre^^ srá Vasiallo; de'
BUIare P4^s,'e lít^o v.'Ááú taestúd mé^ e
ablio; lb« deá o' ]ii!i1^o''âe' ^enafld^;tiiá(>
4»JUHie b^SáOê. çtíé ttlda'i íftHwltc^ «-
vri e trímí, tn jh>' e tolilb laperto^réier- '
TUido, porém, a correição e alçádá. ' ' ' '
DJlcSbi Ifi Aindo^thã' 'gtãtade e profundo
Stílpe noa abaafilòt tf iliútiliiishiibs poderes
dtM grandes, a»bóu èm (ifánde parte com
i)-poâii-^ bWiJ^dV àaèU6,6 òs seus SDCces-
aofts Ibraib pòúco e ptfa«)' acabando com
eêfe â«á[)otl3ma arHtúeratiety.
OdidrqHèt' dé' PòteBal lhe deu o nltimo
jpAté; e ãeádeec^ 'ia ' séoltafeí: de mero é
nfiRtfImtKrití, dli Sb ftarliço ecòlello, flca-
rtíu 'pínéncetidd á hy«toHÀ t '
mATOLá — 'vllt^'-'j^emtejo, cabeça do
«òMdUbo (16 líen nboié, na comarca de Al-
iiM>d6vàí: 6$'kibmetrtts a K. d[i'k>ceana, S&
a«'9: dé Bejà, líO M d «fiírtra, 180 ao
Sl*:Ensfcoa,8í»(í(i(oíl' '■
Bm^íTBÍfirfíaWtffogds;' '-
Onao Nossa Senbou da Anfinnciauo
<VlifÊiB^tó'"' Soa^ Sw^iwií de ÈlHi^Si.
jBiafihdi) O' dktri«ò'hiittJBfBtrMMKd»|
'dlíioiiiiaíJám^ dá c{|piç|t^ÍA,ó «r.-.f
qnrires dd M^jifMft !«& «mia!«»«O0O'
rtiííítftoiKíi^ra;''',;^''!"',;;'"; ,;,;"' ;;;' *'■■■
d«.grdenimi|iw de S^íFhikioKj ' 1 1 :,
.o^odMMko n >ilé«wia «OAmjpentf >to'9'
irtiitólafe^^sé^
Bjipíril»fiaBU,-lléi1ol«i S» Uigmldv Piibai-
r»«'Vte^l»>ti<^ TMui«o bbpMtt «ea^'
•istówWM.' ='" .;,', ;■ ; ;.;■ . ;;■;■>' ;
Tem esla^ telegr^ihical'
Tenidtiás ftíiraa ann|Qj^«(},,óma a, 1^ 4^'
ItiidlU (líeiíoiplnada ^ír!^ ají'^nto Í^^x^}if)t
eòàtjfa a 31 da setembro,; a gaa cba)o^%
feiradí S. JfalAeiu.' .., „ .,',', ,^,''. . ,,;
Esli a vi lia situada iio altp b oa enoe^
meridional do monle.^o ^ei^pooie, s^j^'.li
qiár^m direita dò' Giiiidiaaa^'.^.i^'3(^£
naTegavel até' ao iiiar;^'.e9Júi4o ^ Ti1Í;|,{mL
commdhicacao fluyiai com o Pomar^^jp*
,cónlim, Castro M!^íine"yÕl^||èal áe Sw-
ito"Àittónío,"alãà) â^.ói ""
çSei 'peçiDepá), e eoit
Áyamonte DaAqdaliiiis
ca na inargem, esquer^
tro-Úarim e Villa iim
; |felf).S.,^villa,paMa,o.ppqjie]pft.p[Uj^^-.
do no Mr^at, , ^ ,^^ , ^, .^, ,
. Tsnp^ ^séricordiá é ht^pTúl.' ')rmnjk''y<)(ft^
em curte; com assento HQbwco (&* . '..,
Ò seu território é baptantç iejlf| eifl ^^4i\
ios gBqe|ros agrícolas 'do nosM |3ji^''j)^!p^
muito ^«do .de to^^ a qQ^tidade^ ÍJue &s|;<^-
ta.^us inònUs s^o. atjuDdaQléi^de ,(^.C<^„
grossa. eiriíud».' , , ' ',,-. ,^ ,^ .■,.,. ,-.,,■. |,
^ abnudanfe dç optlniç peixe 4^.>^Kil>4,i
dòçe,,^tíe,lbí!,fori^BCe' o' Guadiana, ^ {l9;4(i^^
tnsr.iaiie j^é y^tf^^pçlo rio.,.íQs^»o^'[,4(l.,
ifipadi^naijio opUfflm,' e^pescam-í* eq aiio»-^
"'ÍPÍ'^', •■ , -n- .nu- :, ■ .11 ^ -l. i^^Z
i Hértola é nma das mais antigas povoa-
sses da LnsiUnia, e ftegni:|do a maior.parto
dóftnpsjtós |^á,iiiciitj^';e_.ari;heo;^lf(}s,j|iff,,
fundada pelos pbenícios dá cidade vjfli.IlYtl)
r941>ie'riM' ymàváú; (filb^aàMmimiiÃa
da sua patr^ quando esta foi iif AUISl^)^*
i
Alexandre Migno, rei de Hacedonia (1) itó i
éttbdi inXei dóçfás^meato dé Jésiú Cbrlsio. 1
OspheoicloB deram a esla cidade o oome
iKÉyrtiUi, qde dtieffl BígníBcir Jfoca-Ti/ro.
(Qae depoJB se eoirompea em Uértola.)
' TTIÍo á inverosímil <iuè os phenieios edíD-
C^sum" esta cidade. £ram elles um povo
OoInenKmetiie' eúlprebèndedòr, co minerei ai
^^iliEo adianUdo ná sdeacia nautical
''Emumá épou em qae.as viagens, por
jÒiTiò 'ie raziatla terra' d terra, pela Cfij-en-
ci^ de fqst^bméWs matbématicos e mappas
hyArbgrapliÍcos,éllés' percárfiám Iodas as
IDÍaa da afchipebgo Jónico, todas as costas
do1l^iierrãD^'érios4ii0D'eUB desaguam.
Potath' 09 primeiro j depois' dos grego», que
tnnspnieram as temerosas columnat d'Her- '
ãtiti (Catpé% Àbiti), boje estreito de Gibral-,
tar; ftiDdaiam ni Africa a cidade de Carllu-
go| é na éosta de Hespanha & cidade de
Carthagebi, è algbmks povoasses do nos^
lltoHI íhe deVeni a su^ origem. '
E bio iòii áoasas cosUs foram exploradas
por ^ite p&va Indiitlrloso, sebão também al-
gtms doí DÒssds rto^'pIÍDCipalmeDte ò Gna-
dlana, o Sada e o Te}o; e, onde lhes eenvi-
nha, 'Tijláda^am pèqa«na> colónias, onde
wtpueluviDl', ttafa' o sea comniercfo, os
prodáctOB dás ttúsiUs minu de ouro. prata,
taiítt, íb clrambo, oa geâieros agrícolas, a
fran de carrasco, o stimagre, e o mais qite
,(|) Aleiiaridí-y IJagno (ou o Gronáe) era
O)no'dff'nilllpp«,'reí de Hacedonia e de
OlffcilftM.'" ' •■''■■ ■" ■■■ ■'■■'■'
■HMMi^iPdi^ aiSfranuM aalas delle»
■WprteVm :,.-, , : .. - . ■■
e.Ái-1-aAMYiAn 3 mn nsA rtnan^g apenas
Ibe ofTereeia va^itageas nas kui, eompai iJ
vendas.
ti pois mnlto provável qne «ta poTOi-
çio tivesse prineipio em alguma ealouaoa
feitoria phenieia, que o eommereio e a »
'ega(ão fizeram jirosperar rapidaatMH;
pois quaod^ , os rem^nos Invadiram peli
primeira vei a Lusitânia, já acharam ^|ir
lijff.pma poToat^o ,aores<;«nUv e di|na^
Ibe ser concedida ». bonra e o privilfigio 4i.
cidadã municipal do aWigo àir«l\t Utin^
Desde o tempo de, Imperador lolfo Cenii
(44 anaoB an^a de Jesi^ Çbi:ÍBto),:loiii||i
esta cidade o titulo dt) iíi/rtilit ivlia, oa im-
posto por aqi^Ue imp(fadi;>r( 0° P^l* sm>'
dão do povo. ■ - .
Jnlio C^aitr yebi aiprlamn
^ef á UuUanla,, por qnwtior («1
prefeito), 4<i .TuberoB, no aia».
'63 antes da Jesus ChrisM^ pnú- .
,eaDiloaainaiare«,cmeldadef«o^>
u^ os «eps babiuucttes « pqvoa-^
çÍSeg;mBs qoapdD.veiOiJ&eH»
impera<|9r,|JD]^-se o lobo iraai-
fannadC] , V^l* P> loaitapt^^a
cordeiro; derramaiido por^edi
a pane bonrae e liberftlMa4l(-
Ajustou, em Beja a paz c
liuitasoi^ e deu a, «sfa, cidadã ft '
Utolo de ^az-JnUa ; den a Kvera
o direito de mooicipio do aoti|»
LacÍo,^e o tltolo de Xtbnfijfai^
tasson depois ao Ggyplo, e alU Aibdoda
cidtda de Alexandria. -
Finalmente, depois de ter. subjugado 1>*
da.« Alia,. tUM .índias^ p«la derfot^ de
Poro, morreu na cidade de Babrlonia úm>.
AsúrU) na edade de 32 anno% 33Q úUt
Diiia*s« ftilto 4e iMplterf 'Bfoi ott è»
maioiv^gnenwires lU antifvMada, e «a
S4gai politico; mas linha dois .^g^^ ^
feitos — era mpilo arrebatado nos wiis ac-
CflSeó(''de'díKn^ e OadV iuis pfÉié^ da
mesa, embriafasdo-ie «aA freqneotiKCDl
uiNilH MUfl.orglavwuotiãii (NuMadai,
Clito. o seu maia amadae|miisae|,nlÍ!d^<
Poi ImcipialO de AríAoteW, que bonrod m-,
di a vida. Uontym «i ímat e traila Mfli^
eoraá|»'a/ii(ida'dft^aomárd.'S6«(wkaathi'A^
PijKxi^lff» qae o eswlpiu^ a,ApillM '(|P*'
o retratasse, e a Lysippo qoe aj^ HiBwipB,
a eitatiu em bronie. ' ,
08 iQaiUQ^ gratosiaoalHKi^
ficios d'e.»te imperador, lhe 464ir
caram templos, como a am Deus,
e lhe levan^ram padrões e esta-
tuas, emJtertóla, Évora, Santa-
rem^ Lisboa e ontras cidades.
O muito que o8«8erfpto|M antigos faliam
de 1f értola, prova â sna^ grande importância
ii*aqaelles tempos; ebs muitos vestígios
que se téem aqui encontrado, são dUssç um
testemtiúbo iácontestavel.
.1. '
I '-'
íA iavasiúi doe . baibane do Norte, .no prte*
dplo^ seenlo Tyt ea àes^ tirabes, no prin-
cipio do VII^ foi IMal á (oda a Península
Ibérica, ^ líértola Wár^u, como as outras
povoações da Lnsitaiiia^^es saques, as devas^
taçSes e o incêndio dos seus ediâeio^, e z
morte» òu dfspérsSo de seus habitantes; r^:
diuio4o e^ta florescente cidade a uin mop-
tSa de niinàii ensanguentada» e fumegai*
tas.: .
' Os át^bès, passados òs píiúiéiròs ím^ul*
sor dp 9eii).odip.eonn^Qscl^staos^ ti:aia-
ram de reoooilniir a antiga MyrtiliB, naor
cma'4viscidio eBâiâgfiiflpenflia>ia wobfé lei-
dnde ròmkna; mas afnds^ 0cou sendo Uína
' poToaçao de bas^mle ifnportanci^i pela sua
óptima situação •tppúgraphiea^Y'
^ Asgueitaaque deade òs flíss do Tlllse*
colo, até ao XlH, titeraoi log^ entre os móti-
rôa e (;hris^s,..tfun|)ein emparam g;raif^
roinas a esta povoação, 4iHtf)t iiaá> vçmtítíâ
o nome de cidade.
D. Sancbo II (segundb alguns) a conquis-
tou aos mouros em i239, e não tornou a per-
der-se. Outros dizem,''q«e foi o mestre de
S. Thiago, D. Pap ^eres Cok^reia, em Í242,
o que me parece jt^af^ prçVavel, a não ;»er
que os mouros a ttaesMOiineonquistado de-
pois de 1439, e que D. f^cye^ depois areou-
y Foi Rechila, rei dos sue
enefíc^i^^ l.«!f«ih <»&«'!
rt a^eid«tB4«Wmili& eái
suevos (alho de Her<
menefíc<ij^^ l>!f«ih <tQ«'libiW-áeh MJbá<
nêé a^eid«tB4«ilI)ytili^ ^mvm: Dtfpèís õM^'
qaistou a Andaiitels'ii a p^lftèh/^sápMgi^
nense. (A cidade de Garthagena e o seu ter-
riU)rio.)Vide4f*r««, ,,,^.^^, ,.. ,i, .r -
:/.í;>.
pmim; mas m habJUantea de Mértela (fo-
Iram os árabes que lhe corromperam o sea
antigo nome, dbaiBMDdo-lhe MirMah\ se de-
feoderam çon branira, poia^qne qosai to-
á»$: fora» iQorM pelas espadas e laaças do»
^piK^tuguesee, eseM edificios ficaram em
jgrande parte arruinados.
O rei a mandOBfoiraar por nhristaos^ dHh-
do^lbe Joral, .coOkin tttulor.de vUla^ e doaa-.
do-a, no meando anno-de IS39>,á ordem. mi-
li<lur do S. Thlaco^ coJim aavalleiros moita
ÍcopeojrreFampana;a8tta.o)nqiiistai. . .
• ImpozD.SanchoaMe»«aljbBÍrosdeS.Thia-
'go a condição de a'(éi)tifiéart»m e defende-
irem das nomnoii que nq Algarve e ABdaKi«>
zia, países iimitinplws, oonàervavam gran-
des e poderosca eatadea^^
• <
meo «fieseeu a pepuia^ da villa, até^
JX Affonso m eipulsQU paro setnprs do
Algarve, em 12IS0, os mouros; floaH^ lOf^:
lihor único de Portugal, com os limites que
hfijeleift • . . : .v,,.. / •« .' .
; Consta qn» D; Dinii também deu íbnal a;
Mértola,eoiiflrmandO'UM os aeos antlgnvfÉi*»
vlk||;i08^ 001.1187; snas- FranklimtandMm
Dão Cu mansão d'eite feraL
D. Manuel; lhe déu.taal iieTò^em\Lisboa^
lia At de jtílho de iâit. I^Âoro de fotfau^MB* .
jpM do AfnN<9'«^ fli;4A, eol. fif) ...
Aa armas. de MáfMa^ são-t-^m campo de '
poaUy.Mn e^vatteiro de S./niiago a «avalio,
artaadoj d4 esoodo^eespadi^. em àtofão da
ataear.Ka pariés8ppel9ío]\yoDSeB,/auili ean-^
lodpnscnâe^ dqisBwneiloBi » K ^ ^ ->
• I
: 'Está a, vfllà em t^na bcístçãó de átcll de-
EiÈía, '^ué 8s cavahéli*òs de S. ítfàgo/âpró-"
rèitaram convenientemente^ fortificando- a, .'
bom castello e mufattias. ' ' ^
! Os arredores da villá são bonitos e apra-
^UNMn omrb^^cfiptores qtie o ifeu {>
jR>ittl,íltie fái dai» leib meeire deiSi Thiago,
b gue pôde loiúla bm^I:> visto qiie|!ran« :
\ ^k^v^^^W^É^ oráem àe Si^TPhli-
p, M tto-iMo^téfiró de Sántos-o-Velho, d»
Lisload dttolB, undou pára 'MÉrtota, a d'a^ >
Quí parAAk^ doM e diaqsi pwi?al-
>^> » tt*^. (yM? m^ ft ?f»*H/í .i.
C9a
sWêfs^.e o Gakâiatu e'a<MrM08 lonmB
O seu UàtíkOy qne^se eMnâe até ár^sexrft»
do CtkMri^. Atfin e «auto Vaiio, é iMil^eiii'
do9 Biaifl feital» 4o Alènitisfo; BObte tádo,
em careaes, Iq^viiiflB, ftmtas, vinho» e^
mel, gado e caça. ' « >
Unto no teneoot oocopado' pela ifoivóa-
çio^ éomo nas saaki ímmediaçõee^ feem-sé
eDcontrdáo, em 4ííférentes época% 'mokoi'
objeetos antiqnlislinífis, aendeí adiada '4è'
grande a);>r«çfoiafti9tioo^ eotto astamofl^ Tt^
eoa^ colAoMias, ei)^fMMy ele.
Também ainda ha ^tigiok de umaponte
qaé 69.toraanoi itqni ocostraira» 8otor*H)
Goadiamu Siipp5e-«e qifo^ oii fòl deetrtida
pelos bárbaros do nòrie^ oa ao soo(doiXIIIj<
pelos portagaezes, para estarem mais a co-
betto das thTasdeá 'fopeBtinas ^oe meares
do snl do-Goadianai bio |»dróm nfift pasMt
de eoiQeetúraa. . . - = .
D. frei Amador Arraes, bispo de Beitale*
gre, e um Aoshòmoí pais; conoBps fntestl-
gadisp^ .de* antígoidaiÉS^ <dir q;n6*-^iitrd 9á
estatuas ide manriore qaeloram' achatais
quando se andavam â abrfrosaioaroaà da
lUseHedrdta, havia' oniaidé mnlheiv prime
rosamente JaVrada. Dit tiOB : ^ tTinhâ nSMu
roupa até aos pés^-comanuflas pt«f^ Md*
to bem^eompostas;* eftugidk por baixo dbs
P0ÍtOB(jqaa a^oftaâatd seMbtergavaaiy.eMíi
um eófdão.toririHot„dagnnBura dèuméá^.
do ; e dinha «Oiiiieio .dojnilo; dois tótjoi*^^
gos, com dois cahodiegiiaeBy-qilBdéadamila*
ra baixo. Tinha seu roupão muito fraldado,
até aos jpéa^ pos^o pos Jbombro8,^e^ com-a
mão direita t|nha í^ecollíldó grande parte,
d*eUe, e p lançava sobre a esquerda, do ce-
tovéllo at^ á mãó, coini gentil arte,»
A maior parte dos monumentos romanos^
for^ de9tra(d9s pelos godos^ ^ dfymin .pe-
los arabesf pm-a aproveitafeift;Os aeuattiate*
riaeê j^anfas muralhas* da! praça: '
Béi:en^e ,âíz que i|p)i»àk'i«er^tQ aqd^^ém
umas escavações qóe ^Ue m^md^u ÍAíeri 10
estaUiae rosMasy^de priteoaosá ^pmilptQta»
0'p$atf& Mgbdo {Ijfàn. BúbUéJ âB' Mif.];^
tom. f.H títjií S/, págt í»/ilot.*f) dit, ÍJUBH
:./
viu ria TifíTé éê*VUU íkãofffiãb. defronte
ealpeRa de NoáSÀ^BiiMôra á^' Neves,
lapide, em forma de 5dM^ 4^e denotai
s^a sepftltuh ia ttíSèí d|M Sef tório, poisi
nha a seiialaté hlM^fp^ : '
71^ sanTOT
RIVS NIGSIi-
uo posvit! '
Todos sabem que o sr. CamiUo Gastelto
Branco é o nosso primeiro e niãis' fecon*
do romancista; mas, o que nem todos u-'
bem; é qimétaihlMai omido^^malalKi^
çavefi^ e dos mis <9li«e9 içveatigadores 4».
nossas aaijiguidades e quetemif^eontrad^
á forca de trabalhos e de buse^y míiíuelo-
sas, autographos e outros documento^ me
julgados perdMo^ oauraa oafa2'e](iateneia m
ignprav^
Qas suas {Qyestigaçdes me.tenho aprovei*
tádô em muitas' yartes d*estâ obr^
>Desbidò -de ínteja e de egoistkio, como
vevdaoeirò homemde mento qiieé,DiDii
faculta, pedindo-lhe, mas até offereee am
que trj^^tl]^am,.o fructo 4^ suas locubra-
çòéâ. ' ..••'.
S pòi^ à nòbbè generoáfdadéd^Ae iilm*
trado : tàvátlfeiío^ que devo aadnoD lAurio*
isi9síi9i^ liscripi^ romíBAs qix^ 0» m^am
^-T^ncontr^ds^ em MertoU, e que nãq 4uM
nos numerosos liví^os que tenho consúitaèi
B^tio ««triptás em* meia''Mha de pat«(
almaço, e tanto o etmòyp,*como o MtMt
mostram oer 49 fim d« socalo 3í:Yai,in
principio do ^liL-^-Sàp. aa sefpjatça ; ,
< tóscripçôens ' de Méirloiá, nós* marnííorA
«^ amamente se maudatanf Mr pM
,<LlslNm,.eaiá)94i»^' . .. - • w • -
I .
'I. ■ .
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jL, riBiaoiuÃ, ;; . .
PKHBGRINUS ^
'•• VWcÉKsiS"" •'■"< ■•
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Piímdio &erwii#. ^ Húmm, «no vim
60|8mii,A;Mirralb^e«Íal9íVf»*) /..
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t Ha de sei^-niertf^TtniiJL' ^ '
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. LUP. YIX..AlfN. HL M.
NsiúVss Lx. Filme
' . f ILO PUtnÍBS 'VIT.
. t > H. 8. K^ t« T.' b;
Aride a nota no Úm das cinco in3cari:,^
pçoes.)
3>
» I
í I .{
Et. ^.li. V. SS.lt MTá'
»IU «& IVUVM.' iUMNVIf .'
Cr.MAl^CIUM. qPTAXOV* ^. YlfL
4.'
HBBS^nHAjSE*
CVNDI^A. YIJ^T
AK, LV. PVBFCIX
• ttspmtipos.
1
• 'li
5.-
> ' ' <
D. M.'6. >
KA¥- UU<
. nr. VU8. .
' jà^o. I. to.
Hlff sitv. '
mt^oce impoMivel' ginf estas InscripçSes
estivessem assim nas lapides fettdentemente
tsíÉtllSii^) a áSo séi* qae íbssè analphabeto
^•pdârèfiróitaeasgnívou. íwals provável
pòtt^in; qiiè ibM erro da copia; porque os
fINtiUM tlntiilttr e ittatier^cMkkde comaor-
«hèifHtphia^ daé ittiis liíseri^^.
Íê'k fadlvlduo qtiéfetf a oòpfa, que pos-
aoe o sr. Gamillo Gastello Braiioa/ nota estes
nléÉttk» érrds. CeBêtam ellds^^^m nmas par •
tos; dè palà^afrlmiKÍaÉ inâtvidiattiente— em
otUfáSy te leflrái éè máis^-eoi tiutras» de me-
nos: accrescendo a isto, estaiMft apagadas
asMí^iéiik» lêiirâs dà l.^^b 2.> háha da 3.* in-
scripção.
A! eu* tmdttc^, ttfrna-sè (ao mtíSk j^tira
mítiiydffiefledavidosa.' : > > . .
A !• inscripçâo, Miwir i6 pbaak tPiMit^
atster '•
ááHiB) jdeâbícr. . . A téa*a íhe àejc^^e:
A3.T
Aòê ãèu$ês tn&iuè: Aífui jaz ÚóíóJnUò Jftt-'
tino, prefeitê de Mordo Optato, duumvírtí.
A4I>: • * ••'
Aoi iittíies ihai^. AyuiJasíVetiBàkcí^ttà-
dhíà, 'quê éiveú 66 mnoi. !
O resto da inscripção^ é para mim inin-'
teBigivel.
A 8.^':- "^ ■■ ^
Aò9 ietc$e$ liáatíês: Aqui jaz CaííiiUa ffj[
qvit tHveuquaírórafinós, Átérráthè èejatèúè.'
'^^ '..••••
Diz-se qtte aqnfnascerani S^FdMdott.
Bjrbsés; bispos e martyres. 'Éu' fhlgo (pie
BHsào9 6 contrac^, t^tí abrèviatnrá de Fa-^
Meio, e que esteéé&f ^'santos n36 vdnr aser^
senSol ttm. O As/hm BSstoHto, nãotm S. Fabii-
cio. ' ' ^ ' . •'•• ■
IMIívíSbí, e para me bSo fieárena esert!pii«
los (pò^e pódé Èt/tquk eu ebtéja engana-
â0)'Vbtr^26t ò qtié coAsta d>stes dois (?|
santos.
S/BAsos; íi^idha dé H^/ti, bisj^o de
Et^ht, peri^grf^tt pòr mtiftas ph>iriti6ia8 de
BéspaiÂá, pré^bdo^ o Itaégèlho.
Foi má^^isádo pelos foftíáííos, a 9 dejtl'-
Itto, do ánno 30(>, imperando Bíòcledíàtio e*
MaxhàianO; (Akno ISa,, tomf. Ivpag. 3Í)b.)-
«Na antiga Myrtilis, padecétí ròàrtyriò» o"
«bispo S.' f idbríefo j e n'e)ia naseea Santo
«VarÉd, im]i(/d«'9sina Barbtfa ede S. BHs-
«ste;>o qáal, vfveiídiíf Vida erettiitfòa;iia serra
«a que deu o sen nome^ ahi morren pèíos
«áiiitoraM^-dieiraifiristsk '\
' «No tití& da sna sepulttii^ ftdMòn''^ de*
*pptí tApa 6rrbiai,''qAiBJ''leTÍBC0nBtnicçSúí
« iníriidòíâMt^, xkm idhe^dò até aos nos^
^S^^KèiDpòs^ e* é n^tdtovèherádà e proòtt-
Prtíâ^'a(íti(íUés'povri8. ' - '
«Protímb iá ehnfda, Uosttíí-se a ítísUl
f étf 'qné'b santo el^lt^ vfveu.» '{Ciâadèi e
raias, Í>élo si". Igáacto deTIltièda' Barbosa»
tom: *•, pag. «40 '
'I >
1 Nao foi o santo que deu ^-âfía nome a
•eiyffc í^ji*;,*»^^ W orçlbo impróprio d^
hamildade de um anacnorôta), foi o povo
que me' itopot atiomé, oêikbls da morte dd'
SaMoVarBo; ^' ..>• •: * ' ''• -
m
vm
J4 86 Té gqe iiio é beil de. cr^ que pelo
mesmo teoiipo» (loavessem dois bispos» nata-
raes de Mértola, ambos do mesmo nome. ( ? )
TaHd)em ninguém, diz d*onde era bispo S.
Fabrício.
Santo Varão, também não era, nem podia
s^r, irmão de 6.' Brissos, pprqoe estç mor-
reu em 300 e aquelie ep 700, cemo se vaa
A distancia de 10 kilometros de ^tota,
existia um grande mosteiro, benediçtino,
daple]^ fbúdado por S. Salvador^ natural de
Paneyas (Traz-os-Montes)^ no amo^o 630. No
meio de uma charneca, está ainda a egreja,
cbamada de S. Salvador d0 JUosteiro» ,
Ainda «n i847, s^ viam alll amas pai»-
d^desmaQfeladas» ruioas do mosteiro. %
provável que ainda existam.
Foi destruída pelos mopros, commanda-
dos pelo feroz Al-Mançor, rei de Córdova^-
nouseqalo X, de i^us Çhristo.— O mesnpo
fez então, ao morteiro tam1)eq[i bened^ctino,
de S, zWifHjmi it Cambas^ a uns i5 kilo-
metros a O. d'este.
Os mQuros lassassinanun todos os mepgts
e monjas d'estes dois^cooyentos (que ambos
eram dobrados.) O mespio fizeram eiitao Al:.
Mançor e os s^ui^ às freiras de Santa, Com-
ba, junto a Lamego ; ás de SismirOy^roximo
de Truncoso ; e ás de Monzedarem, ^m Yian- '
na do Alemtejo»
perto d*esta egreja ^ gruta (a que o povo .
dá o Boime de cella) 4e Sapto Yarlp. (Veja-
mo^ o que dii^ q {Ànno ííisí^ tom. L\ pag. .
350.)
«São Vario, ou Varauo^ .íe; yidaeremiti-
«ca, em. boma serra, que se chama dq aeu
tueme, situada quasi áiofifi léguas da vttla
•de Mértola, na provinciâ do Alemtejo. Alli
«viveu muitpa annos, no exei^cicio de peren- ,
«nes contemplações, e rigoro^ ppnitenqas.
•Foy seu transito n'estf3. dia (17 de iwqq)
«anno 700.. Jaz, o sieu corpo epi hqipa ermi-
«da do seu nome, que edific^ap os .fieis, ^
«n*ella o festejão, agradecidos,^ ^os continuou
«favores, que recebem de Deus, por meio da
«0ua inmreenioi*
'É advogado contfá a eMériliaade das ma-
Ih^resif e pro(éc|pr da paz ^ntre os casados.
José Avelino da' Almeida, no seu Dkoio-'
nario abreviado de diorographia (tom. 2.%
pag. 287), também se engana, dizendo que
Santo Vario era eremita de Santo Agostinlio,
'e que morrera em 7 'de janeiro.
Era eremita, porquç víVia em um ermo--
anacheréta-—m^s. pertencia á Qfdeqi benedi-
;ctina. O seu passamento, foi, como diz o i»-
no Histórico^ a 17 de março, e nao a 7 de ia-
neiro.
Outro engano maiof traz Almeida. CoUo-
jCa o pego de S. Domingos em Mértola, qnan*
ido é próximo de Alcoutim, ^ a distancia à»
j35 kilometroa da fóz do. Guadiana (e nao i
uma legua^ como elle diz), e 30 kilometros
abaixo de Ifértola.
Querem algans que este Santo Vario, foi
0 eremita que annuncioua D. Affonso Hsd-
jriques a victoria de €urlque; mas é éiro.
1 Este eremita, chamaVa 9e Vígildo, ou Lao-
vegildo Pires (ou Peres) de Ahneida. Vide
JUriz.
£ o território d'este concelho abondantis*
elmo de minas metalloas.
' Só em defiíMbro de 1872, fo«
ram regjsudas^ n'este concelho,
22 minas de manganez, 3 de
chumbo, e 1 de «galena; alem de
outras mais que já estavam mz-
nifestadasi d'estes fi de ontjres
. metaes. ^
, Junto á alfieia de Sanfi^uii^
suhHft)ios da villa, ao deseohrúi,
. I em 1843» uma^mina de <9/fi«t/aii«.
(f u^hqrftçi de c;hamb^) CkHMia
81 par^s de ^t^pCre» &de .qpsr»
tzq e^soiphareto .4ai (erro e iX^
São n*e$tei«qp|kcell?ioasfaiBW»
^ Di^inaa dq çobrjSt de 9^ Demiqgoi^
. as i^als T'm^ de Pojptugãjl-. Vida
, , Vifle^t^mjíe» ííííW.dfl:*»*^*
mingos. , m ;
Víu marçQ 4e 187% abateu iunlft á viliir
^ma mina metálica, s^pItAQdP em mm ftír .
nai9»i«ai«de.2QopefaríoSv , '^ '
j Depois de estar composto o artigo conetf**
uente a Hárlçlã^oona^i a^ ficara .fiimM
úo pftAre' Praneiseò dà Pònsecâ, é a pág. MK,
4fa(Sontfo o segQftite :
'A S. Jordio (bispa de Etora), succedén
tto epfseopado, e depois no martyrio, S. Bris-
SOS» natural â6 Mértola e irmSo de Santo 'Ya-
Aoe Santa Barbara.
S. Brídsos, para evitar o rigor da pérse-
l^fi(^, e gosar as delicias día vida solitária
e contemplativa, se retiron aos estevaes do
Campo de Oaríqae, onde, em ama pobfe
Hshoça, paseoti mnltòs annos em^vida de pe-
*itédè!a.
S. Jordão ò tifbtt do deslerto, para ò orde-
nar sacerdote e fa^él-o sen coadjutor e fa-
toro sticcessor, na cadeira episcopal, à qual
^bin, pela morte de S. Jordão, em 305.
I^nto que S. Biissos se viu investido da
'd!|nidade episcopal, começou a exercitar o
-seu officio com tanto 2élo e liberdade, que o
presidente Marciano (obediente aos decretos
dos imperadores Diocleciano e Maximiano,
que então reinavam) deu ordem para que
Ibsse preso e martyrisado, come o tinham
9ldo ds seus antecessores.
Avisado S'. Bríssos, d'esta ordem, e a rogo .
idos christãos, se retirou para Mértola; mas
ftlli foi preso pelos beleguins do presidente,
em 908.
Sabendo Marciano que em Mértola, havia
Uma florescente colónia de chHstãos, para
os atemorisar éom um só, mas exemplar cas-
tigo, passou a Mértola, para processar o
santo.
Levantou um fofrwn, na praça tnais pu-
l>llca (como era de uso) fez trazer perante
si o santo bispo, perguntou lhe que lei se-
guia e que doutrina ensinava, e veido qtie
■é^íL chfistão e presistia constaúte na profis-
são da Fé e abominação da idolatria, ò man-
dou, não só açoitar rigorosamente, mas que-
brar-lhe todos os dentes e glngivas : stippor-
tsndò o santo estes tormentos com tanta
constância e alegria, que isto serviu de ali-
vio aos eathòlicos e^dé «onfbsão aob gentios.
Mandou o presidente recolher o santo ao
"cárcere, ná lenção de lhe dar no seguinte
dia exemplar e rigoroso martyrio; mas, so-
brevindo um terramoto que o sepultou nas
Túhiáá, ficou o santo livre do martyrio pre-
meditado ; porque -aterrados òd ministros
IfÈlR
193
subalternos com a morte dó séu presidente^
única victima do terramoto^ lhe deram a vi-
da e a liberdade.
Viveu ainda o santo quatro' annos, que
empregou com soUicitude nó cumprimento
dos seus deveréíf episcopaes, até que, che-
gado á ultima velhice, passou a receber no
ceu o premio das suas virtudes, no anuo
312 de Jesus Ghristo.
A três legtus da cidade de Évora, ha uma
egreja parochial, dedicada a S. Brissbs, no
concelho át Monte-Mór-Novo; e outra da
mesma invocação, no concelho e próximo
da cidade de Beja. (Vide i.* vol. pag. 490,
col. 9.*)
Não se sabe se estes templos foram con«
Btruidos por devoção e em memoria da san-
to bispo, se por elle ter residido algum tem-
po n'estes iogáres.
O auctor da Etora GlóHosa traz em se-
guida seis opiniões em contrario do que fi-
ca dito com respeito a S. Bríssos e a S. Jor-
dão, e negando até algumas, que etles fos-
sem bispos de Évora, mas o padre Fonceda
as destroe pelos ítindamentos^ como se pôde
vér no logar citado. (Não as trago para aqui
porque fariam o «rtlgo aborrecidamente lon-
go, ainda que contseem factos bastante eii-
riosos da nossa historia antiga.)
Fof S. Brissos a ultima victima que Évo-
ra offereceuao eeu, como martyr do chriv-
tianisino ; porque, tendo O' imperador Con-
stantino principiado, n'este mesmo anuo de
308, a favorecer os christãos, cornou tam-
bém a religião catholica a exereer-se mais
desafogadamente; e tanto que Aurino,
succéssor de S. Brissos no episcopado, não
só poude conservar na fé os eborenses, mas
pregar e converter muitos povos e terras
vislnhas.
A Auríno sucoedeu FúnucXò, em cujo tem*-
po, S. Silvestre (papa lusitano) dividiu em
metrepoles as égrejas das Bespanhas, que,
poi* causa das frequentes e 'Crudelissimas
perseguiçSès d<^s romanos, estavaiú dèsoi^
denadas; escolhendo as seis cidades mite
importantes, para sedes de bispado.
MSR0FE--flpegUé2ia, Mlnhò, comarca e
conoeHU) de Monção, 114 kilotnetrosaNCX
de Braga, 405 ao N. â6 Lisboa> 080^ fogos. -
m
ffziWr
Em 1797,tíDl)|t6lJ6|piD9^ >
Oríi^o 8. P«dro, ^po3U>U)».
Arcebispado de Braga, dbpncto {idminip-
tr^livo de ViitfWMi,
Amiira apr^seiuava o reUory.goe.tíi^
20q^0p0 róis de. re&dúqaeQtQ.
O aome doesta íregaezia é arabeT-JUaent-
/f—signific^t-T-cousa conhecida*— -Deriva-se
do verbo áej-efa, saber^ conhecer, aprender,
letc.— Vem poia.^ sn^^povoçção dasapitrUe
(9a da «^(^eaAona.)
Foi esta fregxiezía commenda da Ordem
.de Gbri^to, possuída em i82i por o moor
|^iro-m)ór^â9* reino»
Houve aqui um mosteiro de freiras heoa-
4Âc4iaas, que aiAda existia em 1481, Qm que
a ahtMàd€{8s^, D. Guiomar Rodrigues, reprer
j9^n|ou a D...Joào II, a 9mita pobreza em
que viviam, e que se não podia.suaten^r.a
GooQimuniflade. Orei, com auctoridaçào do
piapa Xixto (Y, reduziu este mosteiro a rei-
ipría secuiar>4apdp'a aos arcebispos de Bra-
ga, eipandando a^ freiras para outros co^"
veatps da sua ordem.
. Foi seu i.*" parQcbo Estevão Lourenço.
Aq^i foi rfâtor, o liceneeado, Manuel de
J^r^ujp e^ C^stiro .(da casa dos Castros, de
Villa Nqva da Cerveira) varão. sábio, e mui-
to intelligente em genealogias e aiptiguida-
dee ; sohr/d cujas matérias escreveu pxâto,
jqp6 se não imprimiu. Uma grande parte
^enão todps).^s. seus escrlptpe sobre genea-
logias^ existe ainda no cartório 4a casa do
Gôvo, junto a Oliveira d^ Azeméis*
. I<i'eâta freguezia ha uma torr^. quinta (quç
foi coptada) com uma aldeia ebamada Pica
de Abreu (Pinheiro de Abreu) solar dos
Abreus, dos quaes ed'£s«tatorrejàsead^am
noticias no iempo ^ conde D. Henrique.
Era então senhor da Pica, Gonçalo Bo-
d^igues de Abreu, que foi vassaUo^e com-
panheiro do coade nas suas batalhas ; e de
seu fiihp) {iOureaço de Abreu, senhor ç|o
jueamo cout^t ^^ ^^ achou cem D- Affouso
Hem^iq^e^ ioa batalha de .Yalle 'de Vez, em
«29. .
Foi e9l^ Jip]QureQÇ0'4& Ahrieii,,qu^ par or^-
4ein 4a D. Affiwio HeAríques, (iciaytnw o
.casteUo ei t^m.de^^tiapell^, «ontra os galle-
goa. YJd» o ík.*" wlamo, a pag. U ^6%.} •
cada morador lhe pagair^-MR^ algo^À
çeyadil. Yi^io áfias^ da Teporii),.pf)r aq?eUe
m^líiez^er.neto 4^ D. Maria* d^Abíw 4b
NçrpuiJa, ooudei^a.de Cres/eeoteL
A alcaidaria-mór de JL^^pelia, audop m
caaa.dos ^hreas^ deMeruJOs, até que^Aw-
deram, ao marquez.ce Yi(la {(eai|.quoa9ir-
deu, com a yida, em^ 1641, ppr traidoi;.ipa-
tria.
Eotroi a^ niuitaa e grandes quintas que
03 Abreus tiveram nVsta ribeira, tiàbiiiB
lambam fóroa em YíllarBâa e Yalladaref,
com titulo áe direitos req^s,
Qs Abreus, viveram .em Melgaço a a*w-
trás ptso-tes.
De Lonrençp de Abreu, foi filho e heriei*
roy Gonçalo Rodrigues de A^r^u, rico4»-
mem. da D. Sancho I e de D. Affonao n, e
se achou na tomada de filvas, em Í2%IL
Foram 'Os Abreoa senhores de Yallad»-
res e Begaladps, até 1040. Eatãp, Pedro Go-
mes de Abreu, sangue degenera de «eus
leaes ascendentes, tomou a partido o» fíà-
lippe lY contra o nosso rei D> João IV, e
receandO'a sorte do duquade Gaminhi^in»*
quez de Yilla Real, e os outros fidalgos, k
quem se tinha tornado cúmplice, fngni pa-
ra Gastella, em 1640, com sua mulher, ma
filho e 8 filhas. Era tão acceito aos caste-
lhanos pelos serviçot qQe lhe tinha presta-
do, que a corte de Madrid: o veio esperara
grande distancia da cidado.
JDos Abreus de Meruffe prooedemos
Abreus 4^ Torre d^ Grade; os da casa ée
Anquião em Fcorn^lios, de Ponte, , 4o Lima;
08 d* Alães 4e Moure; os do Sol; o? moiia*
dos da Tábua; os 4e Yillar, Junto a Yiaen;
os 4a quinta de Gousinguem; 9S dos Arcos;
os da Barca; muitas (amilias nobres am vi-
rias terrfis d*este reino. > *
Também os Abreius foram seohoriãf 4e
Fenapôr» na índia.
. Os Abreua deficendam do íRjmio canl-
leiTO ArcãO' de Cotos» .
A casa dos Abreus, Limas, ra9K> das 9»
foram alcaidesrméires da tapelJA, a sep^
res ^ -Bse^aJadosy é a ac^iu^l do. Am(^
Qs A|[V^aus,d{|. cai^' d^ Anquiãúiipo^
á», D« . Rodrigo d^ rMeUo .da. Umíh »?»^
msài
195
. 4f yiJiU NoTa ^ Çer.f0Ín. li ^ofrigy.d^a
a casa de Anqaião a soa filha, D. Jk^na
de Mello, que oaçpioi tQm J()ão'€toi(iw de
Abreu, filho segundo del^^opet deÃJliren,!
As armas dos Abreas são — em can»yí^ ^e
fiilirpora» ci.Qee.côu»itd*agpía» d'oara,,esieD-;
didoa em asp^^ Timbra, iam 'dos €ôios 4as
armas.
Lima.é,N>pelUd0,pv>beei emBertaga^ Yeio.
.^ BeApai^ha (Qa^Hza) (om^ i(ffp»:imB,
juoto do q^al Vyiyia. aíamilia ^qae o adçjj^toja
. por appeUidQ. Passqa ^ P^ctufial^ oa pessQa
,4e D,. Fernão Anões «de Uma; e.as arnas'
^e J). Pedrp I( de Avagao i^en a Jpã^ AiQ^
^de Lima, emi2i2, pf^ iseu w^Iornae^ie-
bre batalha das Ncfo^, ^ iTolosa-. (4) ^.
.aa ^pesn^as qu^ irei Maaael -dá j^ efita faml- :
lía^ epa bra^ jnoçqipleto, e saQ-r^m campo
40 oir(V 4.pateA.4ft piUrppra^-^Casapdo;
aqaelle D. Fernão Annes4ie.|iiaia, eom-D.l
T^i;ea da ,$il¥a^ :fiUia da Hiay. (i^mes da-
f&Uva, cqmppz açu filho, JU^p^el. de Lima» o!
seu brazão d'j^ip^ da fprmaflegoinla:— ^«4-:
qpdo em 3 pala^^nai/ d*Qi]ro, .& paUaS|
0a pi!urpai:an-:a 2f* .e Ji,* e^qnactaUada^» bp
JU^ei'4A«lÇ|ú> de púrpura» lunpassa^o daí
azul (armas dos Silvas) no 2.? 6 3.% de pra-
j^i^ ?faxas, ;][adre^d((8 de quro «e púcpmra,
4e duas.ord^, (armaa dos SoiuosMaiofeç,
por ;»iia avo pat^09, D. Ig^e^ de S^Molo '
JtfaÂ9r).elqa|0. .d'acp aberto, e por timbre, o
ieai^ das arm^s.
Oatros do mesmo appeliido.nsaQ-reApar
do dividido em pab, na i.* de ouro, 4 pa-
jas de p^rpora; a 2.* dividídft vm f^xa, na<
JL.% as armas primeiras dos Britos; na }.*
4e prata, banda xadr^zada* de oqrQ e piir- ,
para, de 5 ordens, em pala^ sf)ndio<a.i»«: ta-
pada com- nwa verguáta de prata* .
f ,
(}) Mahomet IV projecta conquista a
Hespanha, os^rlúcipes cHristIes í;iuem-se. i
Um exercito pormgnez passa - a €à^teflá,
por ordem do B0860 D. Affon9o>Ii, e» dis^
t|mgi)ia lOíiía , qm nei*um o^ro. .pielQ ,m
valor na celebre %itama d^s N.avas deTo/
losíj, em' f212; ha iaúal ôà motiròà /foram
desbaratados, e llatiomét fiítgin; pèMeÉdo
«ijiptiMiigae4a «ita pn^oiada oooqaâta.
u>)Omv«Kl,iifaiBh-flSfiiidoi:>terebaé^ em ^ite;
aat.^ asflA/?. amaaiidoA Umati as oairaa
4»^. e9fliifu!te)ada$, m h^ e V^ as atrmas
d#e Bn^]s-t4MK2«^•e i3.? as doaiNognaiias»
- Otatips naam **** escMdo e^quartelado, ao
i\^ qnartei as.,arma8. dos Limas; ao tj" as
doei flogmôra^; a^S-*^ a» das Yascaacelios;
np i4.« aa ' dos BcUoí;. Timbre, . um leio de
púrpura.
• QitirQA mam-^eacodo partido em.3.paias
^ia 1/ d*Afai^, e as doas esquarteladas,
dos Sitvaa e Sootoa-Maiores.
Oatros finalmbnte, trazem apeiiaa quiitro
barras d*ouro, em campo de púrpura.. .
KERUVEr^reraezia,. Demro, eomarca da
Tábua (antigo coooelho de Midões) concelho
do. Oliveira do Hetspital, 75 kliometroa de
Coimbra, 2S0 ao N. de Lisboa, 2^0 fogos^.
Oi^ago S. MtgufiJ, archanjo. ..
Bispado e dbúicto adminiftcatívo ' de
Coimbra.
Amigamcmte tiaba esta fregaezia o. nome
.dl» 'M<m4a^ que ainda lhe. dá o Portngat
éacTQ e Profamj
• A- caaa de HeUo apresentava o prior,
que tinha 2004000 rtía de rendimeuto.
É terra fértil Cria muito gado e gaça»
. MERIFJAli-* aldeia. Douro, próxima, a
llome«Móp Velho. ;, :
Bispado 6: dlsiricto administrativo de
Coimbra.
Em frente da viUa, «a. margem, pppasta
dojjrio Mondeis, está a quinta que foi dos
Vahioi e junto a elia a ermida de Santa
Leocadia, virgem (ou mais verdadeiramente
a Nossa 3enhara da Graça), tão antiga, qoe
é tradiçab, fora parochia. ,
N'esta ermida é venerada uma ima^^m
da Saatiaslmai Virgem,- sob a inyoea^^ de
Nossa Senhorai4aOraoa. S<^aadoatradir
^0^ a suaorigem foi a seguinte:
Junto a este aitie.appareceu umaimageffi
de flánta Leooadiat ff<dbre nm^ monte de. pe-
dras, aaltaa^ Foi levada para a egreja matu^z
aia coHocaAma^ altar ;maa»po diasegainr
ta dtaappare^.u d/alli; eifoi.aehada 9Q^e o
mf ama níQntf de>ipedraa oirf|(ijftíB^a ^pp|^-
redidoíSí;giiadl;/vez aJ0yacaia>paraMf egK^
ja^etoBDoaafugirpamaspadm';: ,.
Então, um individuo que estava prerat^
196
BiBR'
ttaidoa rávolrer 9 monte to pedras» e de-
biiKO d'el]e adoti }am% itnageiade Motta
tadiDra da Grai^ que levarão^ pana egre-
]a» }imtaiiiéDte com =a dc^ Santa Leoeadfa ;
'flias, poneo áêj^iê, Hkè eonstniiram atua er«
mtda, 00 sitio úsl apparlfio, e úU eolloeá-
ram as duas ímageDS/qne Inrani por asai-
los amios objecto da particular devoção dos
povoa d*estes sítios.
1IÊII¥A— aotiquissfwa cidade da liidta-
Dia, na jarísdieçio da chaDcellaria de Braga.
Segundo Ptolomeu (t.^ tábua da Europa^
cap. VI) estava em 7%a0'-âsioiig., e 49*40'
de lat.
Era^ a capital êàs.tMntos, Ignora-se a sua
situação, e nem pelas indicaçõets» umas er-
içadas outras confusas, 41'aquelle geographo
(oiiBico gue falia em similtiâtate ddade) se
pôde conjecturar onde estivesse situada.
Nete-se porém, que desde o litoral, até às
serranias do concelho de Coura (de O; a E:)
6 desde o rio Lima até ao rio Minho (de S.
a N.) estanoeiam a flstmosa serra de Arga
(o Medúlio dos antigos) e todos os seus nu-
merosos braços, que se projectam s<^re
Vianna, Caminha, Yilla Nova da Cerveira,
Yallença, eto. • * '
Por toda a pai^ d'éstas serra» ha ionu-
meraveis vestígios de povoações e fortale-
zas, constnitdAS talvez pot povos de raças
diversas, comb gregos^ phenicios, earthagi*
netes, romatíos, árabes^ godos, etc.
Todo ieto a mio do homem, e a fouce
Inexorável do tempo destruiu e aníquíRoA,
nlo nos deixando nem sequer lembrança da
soa historia e d» sua destruiçio. .
Aquellas paredes corroídas e desmante-
ladas, Cobertas de heras, cardos e silvas ;
aquelles fossos, reduzidos a brejos ou charr
oos, se podessem faltar, quantos mysteries
nos desvendariam! Quafatais glorias, lagri-
mas e crimes nos revelariam i
Hoje, o pastor indifferente e diescnidoso^
ou o caçador aventureiro, atravessam essas
tristes Tuinas^ dessrtas» esquecidas e melan*-
colicas, ond€f outr^ora um povo bárbaro
obréu prodiífios de vabr e patriotismo ; a
onde por fim o ódio e a vtngançsr dos ho-
mens, tudo transformou «m cinxas e devas-
taçit>f - . ^
USitf-FIIIO— ftegueaia, Hnbo, éonrtr-
ea « coneettio de (ktimariU», 18 kilomelros
a NB. de Braga, 900 ao M. de Lisboa, 110
fbgoa.
BÉf ITS7 tinha 95 fogos.
Ongo S. Ròttio.
Arcebispado e dfstrteto administratívo de
Brã^. '
O real padroado apresentava o nbbad^
que tittlà 90D#00a réis de rendimento.
E* terra fértil.
Para a etymõlogla vide a seguinte.
MbSÃO ntf0--villa, Traz-os^Montes, ca«
pitai do coíncelho do seu nome, eonuorca e
13 kilometroe a O. do Peso da Régua, 25 ao
SB. de Amarante, 80 ao Nfe. do Porto, 5 ae
N. do rio^ Douro, 330 ao N. de Lisboa, %to
íbgos em dtiae fregnezias (Santa Chiiatina
280, «e S. Nicolau 180.)
Em 1757, tinha a firegueíiia de Santa
GhriSllna 142 fogos, e a de S. Nfeolan 89.
Bispado do Porto, distiloto administrati-
vo de Yilla Beal.
O rsltor de Vila Markn, apresentava o
cura de Santa Ghâistlna, qde tinha 18#009
réis de oongttia e o pé d'a)ur.
O prior do mosteiro crusio, da Serra da
Pilar (Vala! ifova de Gaia) apresentada o
reitor de S. Nicolau, que tinha 150#00Õ réb
de rendimento;
O còONselho de MesSo-Fyíd é composto das
7 freguesias segtrlntes :— Barqueiros, Cida-
déthé, lte^-Ftio-(Santa Ghristfna) Vesio-
Frio (8; Nicolau) Oliveira, Villa Joian, e
Vilia*lfarim-*toda8 no bispado do Portoi, e
oom 2:l(X>fogos.
Está a víHá e freguezia situada sobre o
))lató' (mesa) de uma montanha bastante
elevada (Tamodo MarSo) immfnente ao rio
Douro, na sua margem direita; '
Tem boae casas, mas as melfaoi^es isio as
dos srs. Lemos e Fragosos.
Era uma das dez behetrías do reino, pele
que tinha grandes privilégios. O seu noma
é muito adequado à sua posição e ao aeu
clima. Vém-lhe de mesa (plató ou cttapada)
e de /Ho, porque, com eíTeito, o seu dlnoa é
exc^Hvo. (Vide adiante.)
. É tpm fertilem todos os 9QMnMw«gfi^
I
^
: crtiiMm^mritosatailMre.i^itfliii «bvntoieto
4b opto» agn^ iMHaYet^ , : .^. ., ,.(/;.«
D. Affonso Henriques lhe deu foral,- «eoi
^MWriíQ de^ kUK is#Qllniiiidfti iK)riIMi9)ii-
,IH7. <ifa¥eta ifi^.iiia90 Zi.íL^B-r-Jmrtí t«»
id44o«(jto 46B. AflfoDS» Ul^ifli 30^. maço tt
nora, 11. 7i y.|i0oL U*)
D. Manael lhe deU4òral novo, em Liahoa,
^.17 de^floveoihpoidQ iUZ4tât>fú4e famet
.líejA^M taotem o |iroMiQ;.pan e$t^ fimd,
gaireta 20, maço 18, n.* 7.)
itO foral tfata tambcoí 4a> ViUa^Marifli.'
Oe paçé» 4o coioelh*, qip» são amptot-o
•xfiiUeBliSy esât jio «fdiieioi iqna . M Miqlii»-
jrio do««nigto90s:flraBOi9eaao^daVaratojo.
Bsgo a»ii Mas as repartições poWap
do eoneellú^ mm mvà^^ eapaoldade pasa
io4a^ 6 JeaiidOrUio i^roxiasa ai eadeía^ de
;idttAa eottstmeçio. . .n , -
A egreja. que foii doi sMoi^irio» étoj^a
aalrlx dft. fregaesia de Saata Ghrátíaaira
ip»fX'U>i coneedida pelo goíreriiQi poéBotdo
bambem a'ella «^ereer as ftmcf^ea <|o.cRilfo
divino, a irmandade da Ordem Terceira de
& Franoioc^p^
fista irmandade foi iaatitiiida
« por Gyiiriano Rlbein^ e'4 nn
dos ríeos estabeleepmButog pios
d*6sia viUa, e^jo ediScio. Mk ao
lado da egreja dos religiosos*
A agre ja de & ^ieolan ó notaTeá pelavsna
antigaidade, e consta ser fandaçao^da rai
nliA D. Mafalda, mulher do nossolprtMiro
«ei, o qne se confirma, pelo seguinte :
Pai^a o 0<, ao fundo de uma pequena la-
deira, onde corre o rio Teixeira^no skio em
4pãB defroptam dois» caminhos, aindai hoje se
«haom d p»U Henrique»; por aqui ter h»*
Tido uma ponte, de que nâo restam vMt- ;
^fioê. É provável que. fossft defliniida.a;ar \
rastada para o rio Doaro,4pe|aa>aguaa-4Uf '
«aidaverno aqui comem;«B^^od0iqilttti- '
dade, rápidas e ia)petuo8as,.dfad0 <è mais
alto lAifiMt^^lIttãa, ^ : : , ri : ^ .'LA )
TOLUM» V
e.í«ii».jNinM do confeBiq^ IK>9 qu^
hoje anda ligado o nome d'aquella iUustre e
hAqí fPM^o 4o «mu em<qia«^49tá edMe%-
4f< IWU .iriiia, ^tm{ri9.D«uvo«!ealia os fsn-
i98.(ou<.^ prMpiosT) daeelskvepu^niejda
^m foui Mhict: mwAida. câBsinurnDalft
mesiia. ^^oberaasK (VMe fionrK^.a pag. 8U»
xoLifti^Ql.': volume.)
Ilias.acima A(i.Aiirye.pr!Bxim9'4iriMi1t
df^iAfrff, czistp-wm pi9qneua« aldeii^ cha-
mada a Gafaria, e paja adiante^ abarea 4o
IMUdo; (a celebre barca Pòr Detu.) gratui-
tm^e cqjo baTiiUíMm se^auiMfava 4o pro-
^n\»M terreno pfoximp^ doado pajt» ena
4m pela mpwa. ndoka. (Yid^^ Bar^ii0ír«v«
pagi Sao^cob S.% do >i/ vokuM);
.1^ mesma o|rqa de & Nlcolaii^ ba.ffm^
<ma|o4im «gml^ oa forma» a oui^a qi»a c«||^
19 uit .^gpeia d^JNo6^|| Seuboi» da OKVieilf»
4<^ ^rP«iajri(çs. Vd-se ta^pbem a*aata,«egm|a,
j9i«o^4.pQcta> travessai q tumnlotfda^m 9Êr
pifào-fieueralrda. |q4m^ obamfid^ ^nmH^
Sotto-Maior, çBjo aolar.efa .u"^t^ viUai e
qua.é a^otadme^le possuMoi pela jn Affto-
qio AÔflusto 4a AUpeida. o GastfQ^ ciMOíAP
a¥dt A|i4v^ 4a FpBsecm fi4al^ da C|Ma.iseal^
foi o fundador e i.* pjRo^Mdorn da âauti^ Car
9a^4allif^deordiad*e^viUa. * .
£m frente d*este tumulo: eatâ a, capelfl^
dedicada aos Santos Innoeentes» fundada por
António de AxoTedq, bisneto da diíto Mdr6
da F<weca. e d^ sua miilher» Yeroiiioa 4^
Mesquita. • . ' i ;
ft J^saQFi:ip:<)( ceutrp çqimpemial deita-
do o cooeeUio, e 4e muitos outroft> pqiiqs
circumvisinhos, qua aqui sffluem diária-
mente ; ande^ além: do .^mmercio ordipa-
rif^ tia em cada semapa tree aafMrcfidaa dp
cereaes (eos domingos, terças p quintas fe|-
.ra%) ' , • *:
Ha também duas.feiraa mensaes, noa dias
15 e ultimo de eada mez, e uma annual dp
Santo Aadré^ que principia po, dia, 3|()i.de
;iiavaa>|>ro».e dura três .dias. £ -mjuitiit ^^
oarrida^ e dá glraude inponapoiai â, iiiUíb. j
. Safieu muito psta villaj çom.a «Wma im*
vasao francesa (18H.) ...í, .íu* ç,íu
i3
'• . -.lí-iUi» ' • J ' .'b • i»:-Jí «iÍh . i: í ^i- ■ * •
.1
No dia 15 de fevereiro de^Í9H; «»<liiMi-
•faMr éHbtíÊMò («e lMi».FÍKd/-fM^ iâlbia-
1M "úo %r.-ptiave GufnMiiie íIMbs, eoadjé-
tibdd«-p«IM 'sbâs ' inifígoé. iNM^trálAHios de
«Ic^iV^^M gaiito#alii -^OAfMO rito. A^ó-
então á scena, o dráiMiÉ> sr. Cà<(iiA<^ Oad>-
«èlk/iBi%iieo;\ei)H'i(Adà^^èí 11(^1^; e a^vdfee-
I 4 1
"No diittP dfif'<eteiii6hy'<id< I8T4, d« tar-
«e;* lia ^èstbdá ^'^ttíttAutdé Amarante^
<Mé^'m(»;^iM>-bAio dfa'KoDò)^éâfi, íégo Ml-
Bia da pb^o^itâo dènomibadà PafdorDêllo,
^ittm' iltAii tlivoaâá túHftò areo^hAtíra-
-^ eái^araim' a estrada ã i^Mitidldftde^ae
mrtÀíJtai; fffcattdior ioopeãidb o 1l%ti9itt) de
•«ai¥ove'léfidò(tò^sdàf[éi/o8 cpielilatif pa^
-fk iP9léfíftM', dé bpt^ar-^se; é'9eif(ifl>ete'»i^:^
«òttti^i^faittího; áitrtAMki iil^atrè òarro^titiè
'D8 %é)[yfer&w Ido Mo épposlé. ^"
'><Rjta'lelill9édta^ ibf) (i6' viokMa (|tleí•ft^
MdMíi^ii' litf raf' 1 ^râidlsi'pefied08'4ftéá^ qttè
^6 -aetM)i8 de «fdebt^ados a fógiy é qàéès ^
•á^^ÈíiTftRirètíMWer.' * ' '
Sappde-se cfiier fofa iTestlltaido dò-^lg^ilia
IHittfba 'mlifftkba.'
' '^1^8 MlòAetifOB l&b E. d*eft<a villa, '8òbre
'ú' téàf^g^' esi4[ink*da'^ Douro, e taorfbètt
no Í3Íto do mesiDo rio, em frente dá C^rt^ef-
^rú kh éòMòllêdòyhK tárias náseentes de
ligtta^ miiieifal, dulphtire^ (Vide Uotlêdò.) '
'^<#lfesiò4^ife, ihna povcfáçSo antiqtiisil-
ma,' étèttf IGro dervilla desde 1189 (em 4ae
-K* Aflottso HeDfiqtie» lhe doneedeu eftta <ca-
thegoria, no sen foral) o qne prova ser já
^tão poveaçàO' importante: Nao se-èabe
^rém,'por (|nem e^aando foi fUndada;^
u^fíAk o áeu primeiro nome; apêtoas se sabe
ifM JÉekfeiia no -tempo doa godos. Nfto ha»
todavHi/iMimiico iaomiméato'qae nos-at^
«ftt» ^lísa ' afOtigttiilttde» que só a irMitão
Ibeattribae, ( ' J • .^ •»
gia' que se dá geralmente ao nome artÉI
d*Mi'>flte^i]iaa,'-idM^a>ièMdiriii4^
aos etymologistas 4v^ MM ineeMifli) •>
•^tféanaiy^ «Me iDiifieiMtAe tOMorN»
tk #ii«diídaAo^(PonQgkl,MMii ilM3,.ii!»
81 a^tk-pdVòataò o; Minéida^iiMgfta^
^ é: M6 aiiUa* d iemé< 4|aè' ftfê "éi • M
46> »/* Xffdnâtf Henriqtte^^eM -4191. <«n
HWjM»» 'deJMinifHÍViae eaiá fitfa«n(k
pag. 162, CO). 2.* á*Má vbliUDe.)^ ^ '
. • ■ . .--^i • •; .. • tf 'i
'FOt è8tâ'TÍla^lòlartdoSiJiroMÉiM,dDi
appailto lMcétte^l»t6resiafànilllaoM
t>rtaibí|lit», m^WÊàúklPíími^Mêktênki^ú
Beira. í ^ .' ' '
Saaaiailtaiáâ éaoUtamieaibHi atill» ^m
cabefasr d» serpe, 40 <>iito; odrtadba^miii'
f<K,n|8tt^iaMida8NÍii|iiúrpara; bméIoéíI^
Oi no «meit» d^lk»» ama')fkir de llr<de ama
«Iflie^Jiie aço, >abaftei; ^e^pbr t^iidn^íÍBi
^aicabe^sfdía-serp^; 4as'anna8« •
Oatito'd0 «M8ino>ap|ieMiivilateni>)tt
arma8---em campo verde^^oaM^deMii
de .oéro,1inapa«8adaé^ d8)>ihi|mra; .«otlda
%m «tagÉís, ««M ttieionreUasuBla flotè
Hs, éè H)»Po. • SImo' ae b^-alMrtore^fV
«tiiaibrei amar 4aa «abec» úd leSo^dai»
MESiO-FRIO— monte, (antigattenta^il»
madò IAítVoifo-IM))f Draro, próximo à aiti-
«a vttla do-lfbhMlj'(Vide 'estat palavra, n
00I4 9^, 4a' pag. IM^ d'eaiéiv<ridme.)
iHBSaàtl^peQrtttgaèa antigo — lasdic^
desiioneaib, aedbcierj eta
iBI9(âiA-*-5)orta{|iiez> anttgo "^jolatahr,
OM^br. ' • • ■!
•imKBK^pdrtngaea antiga*^ o- ^sam
que trabatiiava Bás'tierdaAeB do aeii(;ar #
natario.,fira83ttoiiim6>âeiíttfelia. Hijalit
é ají palavra aifabe fMsq^p9^^j^<Ax%^
sero, indigente» ete. i](eFivá48e*idA rdA^é
<i«ii«i-iuser pobrA indig^te^ oie.
< IffiOIAKBBrTE-^portpgiíee aotágd-^
iB«8ma' sorte^ dn meama maneira.
•IBSNADO^Iportagiiea antigo *^ooaf»
nbla ée ttopku • i - . '
ME80R— portoguec aoMgaMnlafc
'/ <*.•
lÍoUa4a.4e*flHVV ioCtfHuuto..', ■.<,■ .nV//^-
Httrca e coMMlhA^dpi^yM^fciteiiHffltas:
,*iO|.Ki,-.j )..-:,!, ^ IM .<..-r. W -,1. -.il''.liu.. ■.
Ora«o S. ThiagQ^»pHgal(k;ii .':: ^r.A
Bispado e 0\tii^_ i^^/^i/^i^ffijf^ido-
ffHÍVH.i ■VH\u,\. ni-nll '.^■■^.:■■'^■l■.■,^/.
Foi até 1839 do C0DC«)j^i^&^%^,|i^
^ A^ míliíi,S(í<OÍ)(í|fÓ4,^p r^iutímí^tD, e
JífRéi^iiíllWV í !■! ii')! iiii'' ^^ ■' 'i' ■
i»r|<*ff*<-|«íniífi»-;W*tpção .'íos riWfW
■«?ilf.,»»rfirífit* vmi^ n)i *ocii*di«iai gvp
pouco se distinguia dos escravos. ,
fica, Zi i, j),eiiv^-se do ver^
^ani i çoDJ^gacao. sí^^UlÁl^
— aer^ ^' necessitai^,' pic.—
, ,Q f) twatà, .qusDdo a ven-
^a, 0^., _- _^^_,,_i(^-a'3Í) navó possui-
dor^'çom os 'seus.me^friííoj,, dú íéíiioj áe, jjtó-
^ii; '^iliaibaY^')}, \!^l^a■,b4^bJ^■ida[|e,^,Jé-■
g|s{4^ ' gpibíca — a coudi^ao de mepKiòo
W*<oerBdiUríaI,^.âlho do' me»kiDo, tam-
iffins) era,,e todog os seus iáescendeotes.
Na Europa sép)eDtrioiial>ÍDd^ ha d'esles
tervús de gleba; mas o actual, imperador da
TWsWi,'' ino^ ■òJntrá''ÒB sèírtíore^-á^lem'
qtiaii aÚQiqaillÂdri esta Uarbu'a e ànaclirU-
rica ifWilttliçãò.^ ' "■''■ ■ '""' '
' NoiMnos pórètn que'»á'iio'Ssòs jJHmEiíós
nb, e páilicnlarmèntâ d.'A'ffl}Íi^oT, D. San-
cho I, p. AffoQSo I][, e mai^^ do qne''DQ-
ohuní, o grátide 'tei D. Diniz, Ihitarain de
•quebiUr os grilhíIsB doâmestinos, a iftaar-'
'■Ur a.'pfepotendtí'eeitorsOè8 dos grandes.
Depota de Dr Si«fi, D.'?Sdm 1, acabdu
'■Hirtinan Maàa» tnat/niti&aai, e'D. Sulo
■U'' M'>alK)tla, <ãe>-iUtto « -dfreita^lportutda
vei. (Vida Miief*iuUH dtt Vaa^a, t. pagíli?
Mum^zoittíba ■eSííà\»aaauJk'fMlt de
•aelattianok Beirai M6 >A«<(icilari)R|,-80&^
Em 17B7 linha 79 fogoSii.M'^ ■ -> ,^: ■
Orago Nos9ar<SaatiQini4oiffii3trhh"t
Bispado e distráct*? admlnlMiãtiffilí da
Guardíiiiii.t ■t. --n. '.i-íji;--.: ,■ ■ ■, ;,"i
' .iiÍDi^Mt t86Si<ldo>cmMBlhn.ilo:LinlnrA.
A casa do infantado aprfs«itavia>a^igl-
tt»tii|betliiÉI»'Í0e«00OT6iailaniidiibebto..
• ti UuBdwHi lUM ptamifi*, ^upto áa-.Bti d»
) >Bj M0<i1ft a lé£'<iU)a' » tfce ám -fonl,
em 16U. (Ê das poucas leirlsds Póitii(al
que leve foral ttocinJudi)' ""i.- i: ,'
.'VoiimMça d» inndftdft^A-iáeu^íp^liÉeiro
-Mbar,lD.'HaáBiROldei-Gastto,'Beither ia mot-
<gddo'-âd'i:tinfio,^deicáWeaie'd« Lain, eofe»
do qual era 18.° neto. Este Lain Calvo,"ftI
juiz nas dÍfrereBfu'dd T« iDi FViielta,' aia
824. Era D. Rodrigo pafente^Me-D. Ltúnor
ié (Astro, DQthn^de .5.'Pnãidsci>.<te'Sor-
ja, e 8.° neto de D. Fernando, de CasD^
(iQndeitf«<]aBlr^Xffe£, IO.*. bMo de Fernan-
do deCfcilro, ieúadoicom Dj Violante San-
ches, Giha de D. SdMbo, rei do Castra, e
1S,° neto de D. Macia lAMre» de Qasiro e
dd Ik:4BDeiio, flitao bastsnda da<D. Sàacho,
-r4i d» Hamrra: : •
•■ iO^^cMsèieoade-de lfe8qHiteUai'éo sr. D.
JoftoAflono 'daOosta Sousa de llacedo«
Albuquerque: ■■■
Van as 'krmaB 'pestes '^pdlidos, vide
Lafões, Soure e Usboa (Cata -das Bicc»}.
•-' NfflsU Tillaié multo- venerado e ft^quen-
teKIO'Ogaii(itDarin;deiNoesa'8eDhora daAju-
dtj''ã BWB ' i;apell& muito mitiga, e não se
sabe por (fi^a» nem guando foi fundada.
Segundo a ' Iradi^, edificando se a E. Se-
bástiSo, mariji:, iuma ermida, t». mandoQ
-pintar lío r^i^lo-dasuacapeUa móF,uaift
Imagem^da Santfaaini a. Virgem, á qual pa-
MTsoi o titulo de Nossa Senhora da Ajuda,
e foi esta' elrotumiiihcía que deu eauea %
(jBd ^ paitMiro original fosse snbetit^do
B» OFigo da bapellii-pela SenhorK da Ajadã.
-Q f^fuatnaiiltaniutndlDlO'di(imaÍ3>U-
ék^ a^eate i«Bp«fto.' ■ " ■■ -b ■
iinqmièUá. ó'4U»l»litÍTO de i
mb
' MBSQUmUiàH^rètQedfli fisirai Eiín,
ccfitíitriui ^bkpado iki Pinhd, eoneelfeòiae
Almeida, 80 kilomeMn ;âêí.yi8edf i36ô aX
de Lisboa, 60 fogo&, r :> .. t j. H
Orago S. Sêbsstâo, Biirtyri^//. <}...)
.. EiE i7i^7, tinha 7i'ío0es. k.i
Distrieto administrativo da 6aarda« >• > ;
A iBitra. apreflentâTi: o ftbbadfe^ ^tei^tSnha
fOO^OOO TéiB. ■ /.
Esta fregudciaeradio eoncelh» de!Qa9liél-
to Mendo, ^oe í<»< eiti. 1805 anieàtoaftdo
Sabugal. Em dezembro de iSTOy-fiiooiía
fiuer parte dó eon<telho de . AkiicMaJ (Vide
QasteUóMBndo.) i» j •:-•}■
A mesma etymdlogi»;. " ^ >.' ! ^
ME84mT£LI.A--llrociieda, B«ira Alta,
eomanc&e ooncefto fl^MnngínMe» l&íkilo-
nfecrofi de Vlsen^ Mft aoíN.4« Jisb^ia^ i80
fògos. . .
. Em 1757 tidha 433 fogos.
< OraígoS. Mamede*- i* <
- Bíspado-edistrido âdnitíistffati^ de Vi-
c
seu.
O \igario de S. JbãOi d« Mangualde, 6 que
•apriesentâva o oai^, que . tinha 6M00 réis
de oongfna B o« pé d*altar.
• Amesmaetynlelogía*
1IE8SAR— ponngfiez^ antigo ^pUxar pe-
las barbas a aJgaem — o qnj&' era ama áas
ffijapias otáfs: atrotts qae se pedia láxer a
om paHaffiiez.-^^Aqtêgli que \g .m» eonfmâs
der punhad, ou lhe messar »iifaniha, in-
49V em cami^ a V tagantes* (Doe. da Dho-
mar. de 4388^
Tagatae era um açoite ou
atorrague qae> cortava e . re-
' ialha;va a carn^. D^aqui, íagan-
todas — ehiGOtaéa& .
l[SSSB--portagtiez antíge— centeio.
Em 1289 se obrigou o reitor de Santo Es-
tevão, a pagar ao mosteiro de Vairão*^
Dou» nwyos de milhe (miiho miado) e dous
myú8 âè messe, e hwm moya.dè IrigOy psr
hnuá medida, ime ê chamada. teeyga; aqual
medida dixe, que xkya^ soo. atíár dessa sha
Sgivga: E dixe que essa medida em Anua
pedta^oapúda: E dixe que per essa medi-
da avyam a dar os ditos cmqu^^Koyõs ao dèk>
Moestêiro per trevudo<, (Doe. de >. Vai^uio^
Em muitos prasos de S. Shnão ^ loa-
^ "
Mf^'ro de me9i^4 kwm sâiMWde «Úk
Novipraioa de (fiti]«, eJb&Mr^Mfliiíb.
>ilU8£fiitS^freg«e^ia, mákfS'taáànk
e concelho de Monção, 60 kílometros IfW.
de Braga, 4S0 ao^N; de Lisboa; IMlfogiii
Em 1757 tinha IOlifogO0<' "-
^ 0^ S. Miguel, árcUai^ò.
Arcebispado de Braga, distrieto adttáiib-
««#(> deiVítoftl "• ■•' ■■ '*•'•'
A èittkdò infthtádofápt^sentrrá oMnr,
4âe"tinlta imioeo^téls dé^ r^áfmtím:
 pffiteeira aprè^s^táçSo era Ai dUAdot
marqueses de Yilla Real; mas, terido-^iéÉiif-
dcna viOk; por iHÍ&cff á ifMria^ ò tttthii
mat^quet â*este titule, em iWr, ei^iNi
D. Jcâ(^ IVá casa do' itifálitado; ^ki^Êltkà
pái*a (^ a maior i^iuté dòs 'békié> ntíà
doeste marqucifcaâò, quelHè tlnhátu
flscados. ' . . ' ) , j
Os dttíúàòk * d^^está fjrégtíézfà faziam no
prestimonio da orâéín de Chrísto.
Esta fregúêzía foi, pòi* ^ectilós, dò cones-
Tho de' valladares^ supprimido em (85$..
Messegaes é portuguez átiiigõ— signfBet
cearás de ceiíteio.— Aos cambos .onde este*
ve a êgreja antiga doesta freguezía (dénkffi-
d^ pelos aniios de 1816. para âe constnitrt
actiiál) e onde àiúdáèm a restdéttcla pato-
chiai, se dà ainda o hòine de Cearas, Mssíé
gaes com o tempo se corrompeu eni JÊéi
ségãíís—còmo quiniaes età^quitUànsiGoijfi
nhaeé em Gonãinhâés, eic
MSSSEJAJNA— villa^ A^lemtejo, cono^lUHB
6 kiiqmetros n Q. dê Alj.i|sti:el^ '.coi|9CC^
distrieto administrativo e bjspàdq d9, B(^
2V kilomctros aoJK.: de Ourique, 34 ^ 0.
de Evorm 130^ S. de Liâb^ay.JSlO íogoSt
.Em Í757 tiníL^ 340. fogos,
Orago Nossa ^n^ra.flojS;I^euiedioa., „
A. mesa .da consfiiencU. Apresemasra «
prior, que tinha 180 alqueinea áB^Xfi§fi,W
.de=rf>vada e SÍWOOO rMs em«l)inheiffOi' (i
. D. Manuel lh«,4ea forat iiia I*i3l;|oa».4D
.L^d»>|pUio. dÁUU%.:Hkivm dú$ fimaes^^
:úosdq MefítefOi ai>48' ifiHíBOk i.*)l.. /) « ^
Tem um convento de fradeeitaJMiaoM
MBR
iOt
i«(IOfati«»ite4MotiMi4U»da pntvíMíi.<^:)
cenr. .o!i. - b • •,
MajMto lemp9:4oiTojDaa08» áltediífiâdlfeK)
iWU^ fiifi>lhii(Í6Mia^ikatDe^qii6iAiaijr
tomí^n^ .'■ ' >\ . • * ••• '. •* i'
Foi resgaUdA. 4o poièr dia mOtttò^ ^r
D. SaDcbO(II^e«iiWl^.qtiaii4i>talDbaBi(he
louNtoá^fiatMleMÉras pottiàçSiBado Aldti-
lejo. .'i.'! -l! (wii
Foi solar doa iBMHMte.OSla Taritii^iltt:
ai»|MiNído;.iiQfave em PortBC>i*''en)^ Mcollia
m iaieléâd^AsB^akjNo^miM^éaDirM
fSUMO D^ vivMim;iDk^o Lopeadèltoieíé^cÍ!
SM ifsík» ADaFH LsfCB de TarBeâp. Foi ^
aiia.Yj«i&ia,.ilIaniieliJaeq«ieB(iiObo de.Tdr*^
neio, da Yillaídtf Mass^ana. -
baliam es Tatmeios pOFiaramrt^escgdo
éstp6iTiira» íaiiigÉKm|Miias4iipata^ cana aa
pMiuai.tmaiJbaistir 6iit)^fl|li-:*rUiabie^Q0L
teaQO ansad^rdi^ prata^^om ora puatul^d»
mesmo metai, na mio, levantado. - *;<.'.'
AIbergaaia.itij;fLilA^,11ui dá(«ae|idQ anl,
t'.Mí4ixl^eliKappeUidQ./ol4oaiad0 |iar-«un
oftvalMfo 4*eale aeino^^qBe o-adquiriai pelas.
laitiiM prenies ipiiiabmçeisMKeerfier^Uir'
inlOií .r.oío.^i*' '.-...•• :..v-»i»í
(K'MWKmâWAi >!%iiiBta,< £i9itreBMlQfa»!iia
lN«Qf «iaíida-âaAtaiSvisn .(Uatíalh eoooapt
Ih«'e «Mttroad&Tmres Vedf asr natríiitslia^
dfeAidistjrleti(de^LWWé{'ic <- • i...,i i!.j';«
ivViM e$tár.qiiiiita,,4eimai4oIpgardeAl<)
Maffifiaudtt' .'[. ^m. vi*, r* - • i-: :'". i <-(.>
u^elastafatti l«K)^Il;£riteifiiMdtekmin
Iber 4aifl4*Bnz Heiifi«is^.eiBbaÂaadea 4a
Portagal (por Philippe III), ao papa CleoNtr)
le JJIIi .viiria.iia;sa«giifAiaidaMen4a«a;
•iiaiiaii dMiieii teVuoiM4nn9siiiidf!,Kaa»a
Si»lMir9^d«fG<M«lçaíS»(.'("r>} ^ i-^:» . -v. ji| h-
• .iBaciMeii aaen aiarida»|)arafMo ite[PMii
dasse tmít ^Mh3mo»^wm^^p»§ffBki^Sím^
4isatiiHí)nigeaiii^M.WM eUe IsfoawNiin e
Oto 4fisiMlaa t tt«a p^rfeíUsaiaMi jtnatBiarift
liwabBaldiara^ MiniilamMiiMlQidaiikai
Go]iceÍçÍo..(ni '..tT-^íj *(j' íiii ;i 1- I ;*'nT»',no-'
VaÉnáiA amos (dit aí lenda). eMiÉliBMa
a teamiiissIoíávDioBcaz iHjBori^^ > «legns^.
siva eile ^ •& pátria, {tor 'mar;; porém' fenooiíK
trando-se o sea navio com am chaveoo da:
moiRDs^esles o leioilto isapUvt^ como resto
daitrinalaçaoÊc 'lii'- !•:; -i#.. .i- 1 -im <'|
' iDi'liraz^)i»rQeate^dÍB:e «eilB a.pn»lécçiof
dèHI(pssa Seaièaa da:<Geaaelçioi'{iara; q«»úf
lifi«aBe*4oa''l^fF08^ e'eia'4Bba*ttnuiínttiluui
appaveosvina saa'qaintta,aiad!a.com-e8lgrÍK
Ihões do eaptiveiro. .2>. / 'W
JBin rM0BliecimentA^% tfto frande ifeiBa*
gra,!FSs41veo arigir mBaibôaiOspiflla-a Host
sa Senhora, e principioallogd a pAr/ém<pnai»;
Ma O' 4A ^rofiidta^ficonièbaHlaate.magnlfi-
oeMrfa; • pòpte <i iborla que IheíaolarevBio»
oÉão ésiaiMi>eaiieinir Aiel)iia,iqaa fleotittpe*
nasrna capBUa^s4fcòic! ^^-^ • .^<!di>» >4; km> .• >
Di^fifitea toina«:á am^aonia a eènrlosio
da obra, e acabada, a efmida, 'foi&'ella cqI<»
looadá a>l^ta' tòiafBmiiqBailQjjD; pnMipioa
a idHtàr mnitotilDilsf res^ e lift grnnáss m»
ra^fjíMias, ' qpetdhegatam ú notioia dei Philípf
pe ilii/. o fiial i^aadon' dar^i iSenluHia: doía
arrobas de cera em cada anno, páfaa pelo
j atai^uarifikio.ideiSanlireBi^íPQr moajMÃfiío
qoalhsíjecmqdia «siiídraadayaié aaaMíS^i»
ms^ \ >maií.4q[K>isi'*cí. masoUo Pfailipiie UI *
fezfpeifMtiUM' -- •- ti' ■ •> •''''"' >:
Bm?}aMl»o de Mi^y-veaiDai) U^rtlei.
empengo-da lida^fea o.»idateimaM0ill^Mli
3Ii4q dito ;pM%e> por lelfo jD8lilQiiir«mtvili*
Qiilo^*i'ao qsal ■nintodaa^as soaa Hueada^
sendo* a.iptfiiiMirajOipnooÍpal,íA asaíQuíMlar
44 Ma8SQ|aaa;j * «ik" • i; ••'• /mp ^( - mm{ .^f-
Eram estes fidaÍ0aa,i>pa4r»eiroa doioíaif
I v4nta4aiiaoo]Mtot«laL9ariBbaii<(9odfreaiio
s^iUlailot^aia eapeUar4m6r>^ a jqnlt D. Brt^f
tes..qnartiiniorga4d> fleasse oiif(gado^^40ip»i
droado do convento e aos sens ettoargoi^!
(pMííeiMa aaMDO feia anjiniiea» ijla<'rdi«i-
frto,i!p*rar«^,ndigioa#s».i» nd moio. 4a trig»
aiMOQftfféis, imra dioas «Mroraifm^ qoemr
saasamilielaiaiimaf dds paèroeíaos. •
.(NMtdvaiX Boitasifliboa 4o aas^ Qaaamfi»>^^
tot patoíqatí aomooa para;primeira<«|aeetf^
asaiiMiTliMi|c^aD.liária dajftlmaidAttraiit'
dôa, e a seus filhos ; e, na (àltaí d'elka,a sea
ii«MiM)niM>ci0eD^a«rrio.do.Almfiidyi.i.: /.
.l^BtoofAa:4ieste6» vqiu<a AHoqio 4e Bri^
992:
HBS
■ • "'i> ir
.••/i/i ij«j* íj
■tWíi.".!?
do vinculo» causaram entre OMis^úffírtVLh
tet, dftmi|nda0(iaiGaiiÍçida«^i«iQ\eiiio<tte
NosHp ãiaBboM;lab nilècKbni|píè%« a:««|MlU>
e0qiieeida«iBab»4oBada; iftbtpíndoiatéftnFii
YirjdearreoadfaLçao .âaigcpoDM aiiwyniDiiiifr.
tos de lavoura. .uii^vjiq.. » oL r-^ixlj
•ilWD»tlEniH|9'4B Í70â^t6BaÍ:O»jiÂtDtll0Íll1|[O
derSbvsBiPQranbilasoirei^^ paeifie^spM^i
siJâdprnd'eál9iiru)9nilcujj>{;';dnq o ,fiioiin'^ &8
o íTPtiihfíi etf9íAàdin(iiiniifiUk02d6#jBaiuuM
annoS'iéí>klaite^^eaoridA D.iMferi^ GaMM)
de íBiKo)) aiquah fM/atodmiD0Uídii4b «ffaia.
moléstia de olhos, e os oieiie«lj:l|«a conM«
dtei|iplicflratti parara ewaidaidDenià, fie
ainieBÍbàr]âcdar|Unralílicai;!)MJ'.' i; > ,>/! * • í.\j
iJgi|iflnmi»gejiiDaByd<ifflBpdmoija<(gig AMatm:
dunatiMiosi iMlhoiiw^iCiftrte^ieros «daim-^.
]iilJi^«i9o(áB]9m[iloiB<riBidlsi^o'íbiiipQ'aoMt>^^
d0cibíi«atiiib> dk iídMÍitB('toi.|wÉUqt aÚQllft «ij
^^RMi4iAm cmiivaaB ^daífãenina/teúi i>Í6bid^.
»kʧmdM ttdoBUn mafioi edip«e«adiéipffBf
jadiéiaKmttiMípela iDidlciiiai<^:»ataBndo<Víâi!
tradição, dos muitos milagres (|«aiek)iáqa. &
MÉiik^âKilâft (Att >«#elttt ide Menfjanáí a
MOtaááMDitUpiaíÊisboi^i orida afwoUbcaram'
8(lbr6íi«tiui'itRtosi, ^ilroai:er9ai:pattb jdnld
d^^nv^dienlna^iqiM^sófooii ò «pntactgjda»
sMia^ cimaiesiv ipoonqpsBú^noitali^lâeidhf' »
em poucos dias ficou completaiaoatdrBatt ée
tdda8'M8caia|aiif6ipitd«|ltt6;i ''>''^.< 'n.'.i.d
' >)9)iiV64ocí>^ -^M f mia^ enUtaMnbididar
itCS,è( Rodrigo id0'Sodst|'>1èSiiiaiat^llQjÉOi
a^ordiíiáiiiei-pkra^^fiaei^lIc^iiDanAaMq aoN
tlMnniíKSMri^ '•íi'^'< ^''>' '> 4^}n')>^nn. (.b ní)!',!!!
'Fiierafxi^ (f pie^ta mia è«á^âiiiéDÍM9')Uii9>
nmmrfo» à eapeiltf da^^iibtim, ^piatiqluiiiit
niaiiâiida^vaMxiirMr;'^^ íam^^^mí^^^tt&kç»
milagre (^«da» oérm diij I^uHariat Castaia)^.
e«^)bim&p6Kc(rfr6afilòdoai<aèi áirsdiam^de
]i»ft^8&a^ dio ciiliOfeiaBf^nnnrteiádtpeM
]i(id«»f«im'SéDi«iniiáGte0l^]^^^
a TestãMedev*yiJ ^n ,-« . h /.'i'(i ^i'--^ /. v) ,* t.[i
A imaitémi)i''dei}aBp«(b&iiooi 4ídi^ip|jmr»i
ros«i eAculpuurI esitpdva» ^eífteildeirila 4jhe
o>pftj#»iH«aà « kiw aVfSÉlMaJvli^
ria.iiwiuJh»eiafcaap^yBi»i#odflfc mmmyl^
quês, a raspavam constantemente» a ponto
dB>jÍ[>B8llV «MÍta'f)ttt8»áCIM5MU)4Mi ftt
094Muir6ete«ivda)'laBvelh HtbiiáMjdi h^-mi
pio desacato. .'^^^
jasffiia6/x)u;!#ufSAaflnQioiiiii ie
MBSBqOttMfaeituttia,' ' Algim/rmUiima «
(xÉRflltmiideiíSilreB^rilhkiMhflaipB a^^mi
de Faro, i95 ao S. de Lisboa, l:3Mifki|iiv
I 'i0ii«dt8i;BaMmlDi9íÃí^iaiKMdlM •
Bit^adp^dí^^áJgaqvB^TiiBtrièto^aaiWBÉiMi^
tivo de Faro. .í^*i
A mitra apresentava o prior, que tiihi
d0iMakTiiàidâreMiináft(Kob i^i .■< • i
r ifipJièsatoes.knpiíiyiVnd» pwtNi(àot>#ito
dWqdè «Mt|« 4a»'ItoêíBa9«rQMi»tirilll^aa
í^láftsqaiéiridloBtí9e.aa)«KAtndaivd« AuMi»
6Miaiiilè,.qM «èlà^ieolNiEld <Bs<iif<ÉÉHft^
roMnb <dà^ialtepoMihtií)xaIfigaatM^eii
algumas fontes ^tgnàs^ttoik hbriáiL/ < «^
^Diai^paiteaionifi etevadai aatãiMt^-
■ndaeTMtti^iqnáBliàKiisafllQnieia» > imr í0QM
(190 socttadè^AiKqaiaiaealioti^dbmtdas^Ji
báiilailaffli nusnealçjdas^i pbréteaniíl»)»i
minadas, oí-nn^ii/'-' ,cí".(ií ku .1 r.í.j jmu-
^iAi«gt)^'iaalrtalé.iMlt«í?aali««L- -^.^ii'
a;Osié)ztiho0iâàiuiMâi{iè»i(iraiÉK:^dií*'i^
dftiagnji9<t>'«»»d«i>nttiitta 9l«iâa<>inÉi49
cabid».^ AqMiM -.midíaiii^ "«éna»! aiM«
4001000 réis,— e estes, 90 moios de ti(|i|
o0litd^ikcMnaaúaiâ0«|Mie«ilàlWWMM(l
réfeiauo abi4iBb, M|MOiiMa«i-éc>d0» gaUi
iSOMOO^i^a^^^^i^tfs-iiMliitottaKWmir^ii^
Calculando o alqflMlleiidiilHm)tduié
'e'/ce^âafa'4iOft(Véla,r>3Httfajntfi«^ mier
lannualmente os dízimos d'e8ta>><llrflibt#
I mui 4e4fe8'^ool»|{idéi MhlJ 0%4pi ''ié^^o-
. di» dafeidirJai piodNMtOoHe^^i^^
. iAH««fW/eBtá''lMlwt0»ída£tatnbtt
! tMfr álgdbfqfimitHdMPCiniiN sn «rboil IMIi'
,tes porcos. Cria Umbew^iiló)giao^iM<a>
dtf^iiqtialidiiléva^Mi^twaa mentttbinèli'
diifèl»)lei«aí^igF(Miii «imlhdX} y^^^^ -^^i'
, ^ RHtiMm^eiii :fl«|^9ía''QqttvgfiãídifTlW
a^^^i^iigoM;- poriitse^ftliaMteidB A
BmiiblM«t^/|iáifiiíM^Mlo^:iaibMb^^«^
concorrida romaria ao padroeiro, «s;^^ -
í
^^4Mé0^4^ 4«^9gi«lAía(» 9Mooikt'P^e
na serra) desde o sítàQiidi^^rdftoiiMiM
Fazem iiario» d'e9ia^^ft«fiiMlih >as 4l4fim>
A fregnezia é regada por algumas rihetf.
«t8,(«nNÍitaaS(||rÍllllíii^illiÍ^-fimriRrawe
1411^990» ifíMfidoeiiimA-annadtea^
qne vem do «Mjifi i^iMMmà fte0|eibt4%
S. Bamabé^ a íaUtcmtWftAlidÕMieií^^o
N., e.<a|n((^iM^A:UftEMmtt,<JllBtaiPn«( W
bMjMiffiiii» 4eínSaftt:Aoi)%(A 3iUtoj^è«iP8
do povo. .oif .1 ».f» o ii
jAkiÍe;^Bp^inrfefeAti4a.Jlte't^r«i«NL A
llétte se no rio d»v8Nvfli,*M «íUft tol
S«MiiKNÉri(L.Aií«qa#^miu*ffnif^(Ainko
l9R|ei%(^olmnlndO|,«iaivteh9r^lQUt|Oin • ,i •«
6i9^ ft*efM^>fmatria<jam<iii«iteAM^
ftndiíiOitNHr £ttMHW2^iftWslft4tittAh
a4iMMsiilq<in»9ii oisju^íàsttpih ^qnftiiw^
dtnWiP«;»ami<«pwMtaii ««« jurr^dfliMi.ir
^KttTHMV^smjqi^ MSK|d^pil%WÍd01i 9ki
gam» emqaanto não chegasse a 10 moios.
f)
Vfftnú^úOípmkmmMst^^ JD«rfl\a^. .\ uV) ^^A'\\^
qpÉAi»Jti«ilolVpl«i4idlK«* lMa«M«)OMBi
(MHIBBE;ViK«|^iM «figo— o mesmo
«^ <ÍWím9ff 4Bi 4ím«>iE)fÍ9iritaal. (Vide
le^aWdV .CP91W-T]e9fftagaez antígo
-•TMm^«ipi>e9»iMism^ (typos)
e Ai,!QWis»<lA0^aa^jeHpp$«ai)H)| detypegra-
|IEil^n|E-A4Mni0ie,mn «igons antiquá-
rios qne o offleio 4MIM^II!ft<#iU seja tão an-
tíg»i<W«e |k IQqiMl^ía,<MriM»Q^
gnam alguns .4irt^TMmi^(IIQPí»T«Wlim
de D. Affonso Henriques» e, coiw^f4fi^b^n
: gmiii'. a, isoi|fliyMlç%èj4ft)«Ki[to mMMÉ *
SailtftiCll»i^«4oi«riWfteflgi,4A9J^; .• viJimco
firmou tfqdwi)fiaj»iQirt9l0ií«4fl«ii9^^
d^.i8«iíiiiiifiinftgmted«iiii9bffii4& iMtein»-
.i«v> ^í^M^idf«^oMldM^.)git.>aMigM
JM<^^8^ivwdOH;iiwi9npw4<»»
yiU(4atAsai|^M^^«; A«>Itoifi9,v V, ...u/ ^- 1.^
n^AYirdMe.v<PRi;n'#sl»| AttSiUste^daHn
;iu0i«^^epwríN4M> taiiimmf4iir0^^ mk
Ul emprego dM9Me,<will liiar!5Sj0Q«» 9Wh
afiiMa»,4|á.aih)l»Í«adexd^Boi|oão i^^
toiM; laMIMF^feq^^sei^r^ilaftfMa^^
;m«ttrMal(i^fiílBeioAliaii0f^.(RM«W'<?4^
iQ0k> Tawteoi Mw^iRf^salAt^'^ ^,4'
< No reinado 4^(04 i«iq»ll^rí9â^ «Hf (Ht
raia[>siasineHgiftiialaeii|itoB<i^
' >UKfc t«ÍMdb ,4^\D^^llMíl4 >iai9MMf ^pv
misi|Mt\lQ«g»\d0'JM|p,nmiplii^^ dec,r^
•x-.V.^ T'. 1
pag. 73,oi«k>iL9ola0.Melpftie4i
iveram mestretHMdiAi' v, -^hr;^ .flAHaP!!H
^u • ^'"^ '^^^^"^ " oflfbniilip|ill(iDf>M>]^ilÍ%i
Mn.
cmp^iTf
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-í. IVÍ < '
1
Umbem foi meàtrenflk de IK
Idâo fV^é fSi ^ 'dÒ6 <^ o
iMV te:l9i0^j », oènio>iM8tre-
sala, assistia ao jaraméttidr
do ' rei; ' éin 48 -de •^déEéaAro
' d'6sâto «rnuy.' • * > i
taml$»ã]itftéra«itti«strMSáíM. • : i' '••
ébftinedá t&efta nm^tí ^mi^0 ie ^èèmào-
■iSVáM^l^rtiiíiadi áfitlgd^ ébciíltii;
comitiva, aoomj^anbaaMhtd. ^oiildf^biMttí^
M'iÍD HoiíBê êMufH^ tmminiêni&i}, mst^T^-
rt» Nói, €aià& petwúsr Lán^ da Nktà iNI^
^iMMflr. (GOitetdèLidboií^dé^taM^V '> >
-'IÍ0SM6l--ponàgllêv' aMgé^'di4fl!ttidáM'
d^i Mrféiífo, \xMP9í; íÊÊÒáèiíH\'t^^
$êré^$êgm^ èú^é mdni/qii^^tíb $9ê^i^ da-
MtiiWéêPríkta taá't^Mmad(tí»}^piçôaaf
sa mesura del&ê'hmíimO>réiiw}^(>aíihp^'
fiii^' evMla dtb kmà MMA, ètfé'iMr /rMa
dAMÉ.^ tMmiMilfb ãè FoiMm Oi^ IhcMU'''
rMA dâ^^aarda; Dde; do m9i)
t«l8ÍRà <^ 'poftat^oi «fttigo -^ ttedMa;
téMkH'Mtata«taak»i^af (Jo^^Mtfi^oi « i<f^'
fèkUéii ^FMtihory8'ímUx)S!'ÍÊiàek^a$$,^kí^
âM^Míi^fmíi^a.&cdlçadtyeaimk-as o^*
<tf amostram (^rom malicia em $téèsmlâê$êf' '
m. (M6.iloSiltè8;d6 at)i.]l :
dade, primor, magDaniniid&âé^ «lo^^^S^ d
iiÊe Èêíámi'$eé fitíãb pééfeii9, tímmal dM-
Riii'^p^ Ihê Md tí9er jtílSçiBÍ^póiè*thêip9r^
àikK^ Bt-B^ por^ mm^íMmrãi»'4^U&rfK
deve-lhe wUro-sy fazer direito do twitff»
ofêééUtínrfcMiú. ^Jod. âiiroisi Lilr. V, *; 1>)
MESURAR— Vido Menmkfãn v^
"flBVHÚâBt^ oti MSfKâBS — portugnez
aiMgdfiMa^Éiifdo^^m' ardMologia e na-
mismngraphia— o metSK) «(ao medalhas,
jModaá^oittidiàhoiío di<'dttK> e prata, por
0$ romanos Ibo chataà^iWíl melalla; oa
zUlftírilÉíifMíbw 6 ós iosiMM^ meUsÊit.
Em ili4 venderam os monges de Lor»
vao^vttb-^eifta ^áo^íáhátti Juia^ i^ogi^Jalla
3:Í»6éro' èM Gdifdbra^ X^ 1^ p¥kM4â4á
Imthèakê íÈum»(dêz:ÍfiiAoi^^
motheMs maífltvUlinB/)- ;,
No principio do seeoio XI os mAmw
eram as oioedas maloréé de ediia
HBtlCáfi^Hioriagaèz mitigo ^ do ihki
metcai:Qtítu^ peeb qtte «savuh4is*««ni^
(fPtíáM xmk dfttctta i^ dõiÉr'to»9di. <0f afti-
miMi^mktoimeMíwumíxií^ ^4^
nha IMOO róis pwtagOéKoá. Ikièad«;>
òR^'48 'e(nic9h<m pw Mfíta-mãieifás dkè-
rú,peiôdi£tefretVllfoíMíí[qtlBi^^tU0 met^
'MuiÊiiitíaiiè^iêêisê MA^dà. (CtmnieiirdiiU
MaiHiél, |»èr iDàtÊàítí daGòés^ pam Ia tf)^
' Of \<' ,' '■•kl' ■(' I '! 'i» •■ • ■••''if
Ol,)' • ■ •• '• I ,> V ,, I T (1 ^
' llSftoO^pérttigQM'afltl|0()^aiéMQ
niBí&ÚnRA ORflinBit^fiNsgftélia; át-
gaNe, eoM&rea dé 'Lâgo^cdocélbo-Mtiib
Né^ de t^oÍ^tidi9d, WilfiilcÉttiett^s dl» ffilQ^
,315 io 8. dé LisliM, 4lé íb|j^ • <
fiaii98f^inlli«tt41^. -
t)f agitr 1f OM SeMdfa^ da Á^omptao.
DMfiado dò Ál0Uivè,idi0triGto tdinittltin^
tivo de Faro.
A mHiMi^apre^atavao em, ipie líib
íM at4lieiMs.deirigov> ' '
Omidr^^fltt aldefaj^«ildadfr liá òhtffli*
ca, emiÉàiallov^vièiidose 6 Iiat, (que li
fica á M klloiMin>t ao^.)«*4ia-eitrada 0b
vaè.dd t»a|[0^ para l^òrtitniò, entrou li*
bdimiide reu^mí t ^^Arã&; Uf^iX^ tfl.%
iBSiQiaOiy é 4iWaBilyaif'de8agdàitf'tto rb^áW
vôit liai pfikiíeiíu; tiaiiiifta ponfb de atMi^
Tiáv de^tiiteo^ ia tW mmros dn^tldelti»
' tV r^. J^èrDaháo, de Jdadteitai 'to
:(í8i\SbiiyDS te'oa^b8,i SÍ{ ãe jtíífad OèMIl
qttia dlTd «Maétiao» (iraéMdff ti0r?Idt'«
pmnia 4o8 igiwdes aanfiooa'pro9«4iM fur
el)^ ipiate9tai|^ 9 ^i^rplW .»<¥ AffS
porém os monges não quizeraoíi aceel
niát^ do <tttto a éfi^ dé S. TMi^eJ
casa; (Vido e«li Ic* de paigj<8ti^>d» ±^(tíÊf^
^ ? ,níi seibe X) xi^me. ds^epOfíoeira ^
áé iíatò ad&tfbg^r áT^exEúeirk /m&
i*í, líéia^õéVr^ii od JKfl^i<0M W W"
regadourOf qoeé^perto da^loido^ffio.' '
Ué^'«o)Mn lancfeM 4e 400 |ynf)o|M>te
Portimão ínictas da terra, e moita jubii^
em]ffwaelkbri^da...rtfM, .nf, rfnlíT..:)
, A qoa^i ec;aal 4iftt#Qçia lã Qi^r^ j>QW^^
t^bem (te dola.aFeoa^.^oJbre ó Arj^v^v^
oprta,a estrada Qaf;^Lago8,^eaté^.4 W^^mii-
bom ^hftgayn lAfw*rhÂ# da lotação das ontráa.
eparaoa,me8mo&flns« , ., . ., ,. .\[ ,
. , A.^OO fftetro9 ajtkaíío d;efiía,jpQ4ta, ha,.iwi^
bom embarcadouro^ n^ai9 pri^^í^o 4oMPPXt9»
no «itlQ da3 Fctntrnihos^ offfif^ i^tá ^ína i(ipia-.
t^ moito abau^a^ie. de iH^ ^ ,âf^a» qne m4^
Pro^ipo. da3 JPpniMinb^ lijo sít^) êban^o
ftêifuita^ 9ei ^em-xuinas de edjLQçjp^ ^ti-
«qgiú^Wi^i, feito;» die fmvúgSoJakOífj^séo^ffif^
lã^nimantoa à^ii^f^eoas. c^l^ i.vmpi'
Çftda £eU^. S^ 30 sabe o- qjgb^ aqoillo.^
'K^ m^lfemí.da fU)f^f •e.ç^íejidep jfor-
o^uoaa» caiQ|)Íiia8 mpito feitçii^ assíii^ ç^
qaa9i todo o território <b /regi|ípda^f^^
abooda .ejDi oliveir^f âgúei];fy|^ e. iqanii^-
neirasy queprodozem bastante azeite, ^qlèf
de mamona). Ha por.^tqoi ^nnita caça gros-
sa e miada.
A egreja matnz é um bóm lemplo, de
irez naves.
Tem Misericórdia 6 hospitsi/eòm ^^OOÒ
réis de renda, pára tratar os jpobresem soà
caia, porque pai^ o hospital plíô vaé niá-
Fa2-se á4m uiná grande e conêortídlssima
(e^a, chamada de S. Bartholoibetí; qUe dti-
ra 3 dias. '''."'*;".
Pelo' terramoto do l.« dé bovettíbi^õ '^é
i72K^ (leoa esta fregaezia isenta dás flesj^-
çiè e das eaiámidades-qiiè eHe éattaoittá
ttaiòr parte do Àl||aírve; aípeoaií a "BgM
áoÉreti rikmnâ eoisa.
nt sfqtir dois lagares de kieite. ' ' :
A 3 kilometr6i^'a{fHBL4éá!a èrWinagiritt
é«HPápMKrwqibf/>OBdb faa.«lnaí bonita qiÉhi-
la^-eMp^oas easasrda hatjjtijaii. . 'jn*-
iMBXILMfilBft. IHQiSn* MUUaKEI^
BmUL SB.' MBXIUKIBIlá) DOi rC^BMQáif
MOn ;(oii éar AAn^GâÇáO^x^deia, \Èà^
tumÊ^ Éragaezia te copeeUm és ytíkà .Hbam
i-i,'
SOS
la^id^'prilik»gi0 d« (mfo-dawemíOJkAoei
z«b|»iK«^m«^i4il»aqÍA-^i»wm estabetar
cer se e morar#*fikMMi(í»S'doia mm»^lK«
iflMw (iiÍQMiilovfiriaiis dft.trai|a0 onalelre)
ViramÊkâtM^ieim^ d'nwf li<i suno» a
vaf|!ieri«M0iQ:diir/O|iiiMMida $íkriMk.iComt'i»
fiiiíiift;4frtar o oQgMmdo,.iMHr wc «fte^k*
tio Q Mffi aefowmtdadd pata a ^arveg^lo
dwgMieiqaiio paiv^ 4o pescaáo. i . . .^
' A MPHirgevi» eafimdai.do iife PerHoiMk
vem embarcar todoaiie pMtuciPlhdQe.aMT
eelbiiiQdaieiiveflkUitepe. AlboMr^ qHfifi-
€iiia<tJtííki*río»uMri«c ..'; j í- ■•• . '..■ ffn
• fiifia^ibltaveirQfti^ NJb<dt'(oiio.4>.«Ni
Ot êi«iaMM^JMi0.pfai4mossdo logar #
efliharQM«><pbamad02)MKnW.) .
\ 4}oim«i)im #qak amiti» smbai«aoi«« iMt
cÉmfiie oMMiifeimiiiii^ earrtfur flwsHii^f
toa/ioalMb •m#iiaiiia'A*cai.Qibia..aoMiiáaa&
azeite^ al&rrobas, e outros vários getam
dO'|i^D8^iiob9e4iido,. sal Impensado.; !>
. JM/iei^ '<Ml»'pnniíirttrmtti<ft»poTOii*^
fb^ ^iia.liWi'M0;aKWiiidaa d»i oaiaa Qogth
■Mi atmaami» tMft iWÍi^ sãTin^^qm s9iP^
baiW ^ 'i' 'í#-' ! .. -.l.MÍ í-J.. - '. :j.ij .;. • .w-t
Mlialoi I , •' í -: ú." -'ir •. . •! . í>ir; . » »»j
Pelo antigo foral de Siivea,'tMuitMte Rorit
lo jttrt|»gt»4o ♦jPr^pfi UotCêfmfmrtí/n ..
,.f^^ «l^idaytio^ lAeiau JWii ft«»i4 ^Mpi»
na AiitiMMaUtf álip 40 Íga.4Bd sabi^agM
aftr.fmd)doi |mAe«MiaMi;«ifi0 é^iiii^>a
d«(^uaf«io>piigaiTi|.sita»' ^-::
fTliãfcílM fagasv 1. •. -in >
fr^P^miMDiaiiielttonQfi Ibeft.vaotdizeFSiia^
say* áieapeUaí4a Santo Antoaio^iqna floaiM
alto da povoação* . >:• . rr !>
^ < >llii|iHli»hlii iaiMirtla^«witi»íftrtreaa-
dam ^iMk|aiàlra.tefiaae8QMÍWto4flfe
lebff0{JMMi:dai;Íi^^!vpMU'S'' "*-i' '^ ''^'".i'''
(í'fiaaift aifat.i:iii(do.i»* .voJW^tMehciiftt
dàflMtta;4fifMao aocadMo^avaiiOona^ir^
Ddfcgia.giaiaiaantfllhoi^f»raM leaaimi)
«oe
geado ir»iilí^MI«ail»»iosj(friiiiM 4la»U^tv^
t6Skm mAi9 b^mitíkmÉiOíH:^ ' i ^ *" '^ •'■
• No dl» 8' <i» òniQlHW dé^^iTB^éiitátflII^
Mim altMará'^ pHiMlí)»è¥eall'D. ^toriòfl #fii4
^tè^D. Xffotise, dtfiíiéMM, M-.*«lKi6âitrMu
lè^ae^SoifátL CôMínlfò é Di' Harf* Dievesa^ «f
do veador ésh ^rvi^jafi«Aseèa(tóiÍllipUm>'
SM^ddS, ' SáfU do* «€« imlMÍO^éMCftSCÍUBS,
«ttf^direo^ là^Arrlba^^porliio è^oIMdo )^anr
dirigiram-se a pé até aqQelleí>flttM|f sidèM*
ilftigeêtád^ .oWteiiAá i|il»>lto1lwWcÍiaBilif o
Meves, para atuMlPtittM^ifMkAé/os-jpivlft^
«ipéiB ^ réijla Mttfim^^liá Í0WMti«ié à<fO'
cha, chamada â^ MibtílbbêM^papAm^edÉao
^4kM^'^'Qtá9k'mê ànt-é nipvrtorua-
T«k^ fi RtlMaÉtiM, MiMnaitMUfdd faMliM,'
tfiM« 4l<iiti^9^ ot)yiiai«0lil9Oi1r dentaM» á
IMIM.*
'Ai/ «:'.Iij'W j .»*• •^ 4,0i:: ti «'í:
Os doib'prliil0irbrl»Mèè difiMd»Mifii'
ettl/ dè9èéMttM>9 Mft-BdWdiftde, « d*ailfrfo-
riMkpehPMel» 68iMd)roMi • dbsi|i«ad^ 9Biiià#
«'flr/vHDoii«è'â6r MiWfaM»d6a^ai»0to>tog
cáMIrifo, <ottilaiiiio^^ttè^ni«attW<ii;^o» pHiiJ^
eipes 6 as damas, ora tcimando-os nos bn^
çoêf ôM att^fffMio^^aié <|lie tadmiiÉte
ctkigttrãÁiflbllMttlboeito^* mioèé^* 9i Mt^f
qae o ajadante do pharoleiro se apreitiiMi
a^sila-lâagirtlâae.'''-'^- i- >" - •--''
Qaando^i^ m* D. káijsi K»4e>ilf9pttblii3t á
sl|!iii|!'a'df »«CQia; dii MoMijilalh/^uij a^da-
0a«i^KiB; MiiMla pefiRiittUi^JBtf ta}iidà«nf
«oíijpfiaroMiiQ AoèVM'dt muH Né^iAdiNiâi
a^llett^^tié a iiwê '^mMl ; ffèrém dtflMMi^
do a sr.* D. 6abri^t#(|aé*ite'ÍMiiN(adMb
tinha tomado banho com alniri MMiâ)'ctn-
eovdm^^htão o-ajádmie do ||ttr«MNi;ítne
•aqaiié diifia' «iiehc^, o ipiè dle^éèd shi^ e««
ganado. ■• -Vv'/ -q ;;:• :;r.
flroscviíiii: soaHM8êitai4UÍi(*ttíí|Uto8
Mlioè 0'Végliir'Connlita'lio>itoipaM4a^ #vsm
parando poaco depoi»«iiQ^Aã»{)OiÍiiÉitsoiiM
ti^ã^tMàoÊ^JíL p«nw «»^%à¥AP^<M(nidè
rfMaiM^êi igtt< ém táribMMo«i4l»Jpi»í
Caminharam então '^tí'iúéÁo% iHffltetfl
*íft^ltê^àf%é!ia 'do-lrbxTIhoeiro, fpíÀ^éio
rfóè^nâA, % éàvàdá èm ãfí^rentee |^átoè;"8t
n)itt^atidi() t)s biiracos útiiá' espécie 'dé^;
qttáQt)i< ))ò^^ ^ profcnídidade áproxítibíâs
a qnatro metros, estando é«rfe íiffo dtKo
fortemente bstMo trelas btidas, cslSi irei i^
eVèíeéntès. '(jr^vt. VfsConde dé Mossaàieibí;
y^do ^'p^gif iqíae côtHa sna in%^[0stiM»
se paiisásâligr'aQiântè, ádt^fú ámêsftfi.aá''
gçsta senhora de qne seria, melhor totfafll^
pétíf^ átaíftjS^^áútJtertòr 4 ' tòdià f snà' 'ààgbr
lâdíf ítfí^^Jái^aa * étítrtvér' n^fessé swl«
át^énas itib iéx^edãò de Mo^ è ^éiíKó Ifih
via't)èf^i^oif|t^/e òrdéxtott^ap à^ldaíátedi
pfei^òleitof (^élevà^ o prthcipcr Ib.íitç^
pèlà inlb; (fiíe tonlia^se cnidkdor^tttiib^úíno
tonmtefD? AffdflSpT* ftcandb ò sr." *v!síim«
dèr*lles^medeb 'déséáíbara(^ádò p2tra'ajnd»
stta^tnàgestadé^ti as damas na dbòèida'ifítii
ârocháí. '*"- ^.**^"* •'• •" '"' • '"' *' ■• '
Cotaio o CammDo alli é tnnito ç9ti;eito^ tl-
veran» to4ps me ir a.nm e um, a pVbppr-
çao que hiam descendo; no mais ^stratQ
d* ÇftM^^iip, poréi^ ?^..í>Ç^ ^^^^'
Q^enip leyâintarámsei s^^i^^Q^de ajtprâ» 9 ciuq
taliixm, qae Wolveram tpjlòsaíiajiíos il-
li estavam, devendo- notar-se- quB a COAl
dp MçxílíioeifQ ó cQTUdi^ Dor wqiabe^'
eporo)^ qi;ej^ ^^r^yefpa^eiQ topa j| 3fi.a ]|r^
gafa, difficuttando naò só á pâssaj{ôí?9f ^
a^ o pQi^ermjíéTfe^peB$o^^^(fu^^'
: P tí»4M*sdaj{tonitelwiiWt^
príncipes, mas foram tçfdf^, 4*0». .^qlii^
pelas ondasijfins spa^.s^d^j^is !9:3W)>li4§llte
ilua,.rD{mm fim qi^mo^.. .. ... :: /.
u84 a.in^«iDL:)liaiia'9Éu>d9^9Qâter«iriiiié
então estavjyvé 'qtnl viO' o .^qna^^pasi»!
viOálftilli !tQi«JA;^ è9iia9i«è^^
eòferçsi' i|irosaai4ak;jpâfl/Uh]Biille ilitfsiM
fli«b6mi:db iÉfaBtb^.^ne ersia'«ite4Bi[9Q:0
único qae estava envolvido naa^imdii%4iDi^
fA .4iliiUM)a}iid«álè dii fkfMíMDm$ÈiÊ/r
- - T » ■)
li'*
extremosa, quatro onda» fff^-ipw j^iNS&Al^
forços de sua magestade para acudir f Mm
Sua m9«Nrt»4ft^afto^Ki79^PQâk^0(i!PMIn
quasi toda â sM\tliir0ifi^')eki\MaMMuteb4í>
aiiiítoiíi» d«piiMi»leir%tM49^iB9D9f«pwt»l-
iAr,««iift»i>«limM vmi^A^.qníiicoatríbiiiiiiAi
«3|tMí]&Mai il»aJ»dAciie)Peiu^Ovfieii^i]il^
amor maternal e o sea ptiiiviadDiaiiimMiTiito
l^flKiti jl|#^ piwvei)ifdliKeflij!fiaaei{' tcBbMos
iQ(iPtaR«ida4íHaA^r^(faí9adl^ íIím
^9OÉiSQ0Miio. Al f^M^ ftol9<} Dl (iaipiWlii
'qilft'i!fàl«ríarrebAUdiiipólmmdA$rP«lft:}^
^das maiores cavidades da rocha. v'\. . ,v. .. n
t^rAimyisaMb dfilbsçilwi^iesuoailin-
-daondiílásc^itt-ikbcralidAlpeita^ a púnwi^
m}|s«(itt9UiUiid^eiTér <a qo^j^/tMiaHyii
do outro lado, seoAiul ptfMiila pai«)«D9ie
o sr. viscaadiíSSQ^arJid«M^aí)JlrAiD«^^lllria
IkivéiMineaetoastanbMQiefe^
8i á beira do precipício, soffctAdoiAioA Ml
MMpM-Dtt9fe«ã^ ^ «tt(rim>t^dlQ9i«(|l9ti9os
«Ipeânr iso^rmiiâ asajyMmodeioonBatrajii
tnediatamente e em heiííâo i)lis,^qBn9tHi*
BlÍ[iiHi:ilabçad)áhfloaft.iDSúsi;a«: miltefl e
aafaryir>ai(|i»ftif9i«BiilloMbde mBasonfDrltímsif.
ta^iYiatDiqiia esMfBr ii.^oi|to'.dft nÉnnlaf):dft
xcMÉaonè 6iaa!oidériâlalá.fiMlaáariqttariu|
pitÉmope (ilnéeift]afn^4>iiite4is^}^ ^b
O sr. \iBámM tòkttmJiaiitlJl^ifÉS anlAni*
« acf<rd2)ti Mairiximèrçú^oe^du^a^^aim
pteCJDi^aagttro)^ tiQi^,<íefti-]i'ittftftínmtteiitov
recupenaAè (as «aiáidost) dbaas Mrai^jpriíH
eo«^íÍBqáie<89]aimai8pfkAã: esteta ^m
ottqno int lumij ifue Miiitfliatalimplflí ooMse
em procura da sr.* D. Maria Pia, e .if ffH
fatuteque^iUlupéti dB8i»tmageflladei)âa-
'wkâíiiaasb (|^^^idlEdfa^^(pnE(aipâolL*86&lliBi
lizmente i^ encoautít)pÊirqaBt^iOÍÉéd9^
ài^Vf^\]!>i}hin§i!fh§Tfm:^9^ ai«[«iaolav
No nHWfflt»ifi<ré«i4»af3^TWiipíir' eihln
^ cnADd&mMdii wioMeQniiMKlaiir,
«mi.pmp» !da ftj«da4)tQ(4^#aR»le«p eodat
ÇHR fq«MMdi(ic^#4«i.í9Oi}iii0ba >d«nMh
nha de tal modo agarra4ot4^p«ibmiâ|i%lliii
te»^mAilke (Miiyissmn Qfl«i»¥iiiieDOã;.f m
< fAi^^íii^iaitWeJIieií^at^n» :«iaA aideaU*»
lM5»r,ca«ncÍPtt;|êncÍY»Í$f*l«9i||M[^
agua que tinha engulido; um só seguia
de demora talvez.b^fftise^ psniSi»xêàkWr.
N'este esudoíJjMtf«K>^,r)l^*.a.|i()|piBide-
do pharoleiro para junto de sud^KgMad^
giift:4â>íe9iiqE.r9e -ack^nai eniftont^aitMiro
Sahiram afinal d'aqnelle verdadeijKbiilIn
pMd .4ÍVIV Ahfiu vi0oqitoieoto)4jgá»[ii0^
08 criados de sua magestade apparecerMi
VWA^tlxlM^l^tiniM aatoqs ajfiiií 4a jto-
li6fc»-a><ft(>Gfn<yfc e^ignii «burafii»0f4íp
tidcondA «riataai fbiMlff4da^^jd*Mioh«i^
eccffe^ tliie,dM9(i|| saMm iMAtioihai»
visto, por causa da \ãiaMie«fc:V jMtUaPElffr
Bioi pceiÉi|iriftiaifiri9d%i]eiwda;p(«^kM9Qa
a-iir.^'A#fiab|ieil{ka'<.iií.:in< aii:^U v.v»ii':rm
Sua mapaM% iiriáii/«ik^ipajia£ftiMnM
aftwbpaidrtdp dAtNtSiBpgDiMidllfeMijMe-
Btmdt^fé «9]reiMbvoij)|tfM(f QHMlatfQirJiMl
aiisa!as»4BSKii3oe.jMwtoB.u • jip r.r;j''i{a . .ou
'itJM,JMi|BiAa Milft|éi4ne4u«WMfhi
oMfao«ijaaqiiii<i0poMQii%ap« á?iMlw,B<n
levasse uma carta a el-rei, narrandpyH^i^
MiiMr^ÍQ;ii0itaieimA|Mta4fr'if¥Dibum;xe-
ea>b/9atttc«lanid^tai^ iM«(Hii«é;|(âl «elMi
«ÍBdillMS dlppl»mlplfi(Wiailll:âMi IfitftiteK
dicaçâo se arriscara nasaivai^tonif nai)
gmâdab^Lte uriifcliwi MAaMíbtfm vr
dseiéâilail|arr.»fci«lNDÍAft íijtldMlfis^lItlili
mflflMné-i a&âilBBR(^atf0ddllMil»ííek]toÍo^
iifiemdoj^jpri^i^itfedb a^Mb^MD, nacMMi
eidai)BQft eonqpftiamDta» a^vtffibNiiiipA! a«a
ber-seaia^doaiamiitib-qainíiimftaii imrtt
fii; • ^pani agrtuwi a tida «%iii iiedAcÉ*
10 a» iMpf«ftet# qdtMi iaMWBla^«L
< **: I
i'Í "*
flto qM !• pagava paf* a enfenaafla i»
«Mtaira do BustéUo^ jiuito a VoiiM. (Da*
eODMflM d^aM ttMteiM, de 1317, I9M;
IMIi^ 1379 e 1443.)
MEZÍO-i--ft«g««ria, B6lra Alia^ eotttfta-e
etaeallio de Qufiv Baira, It IdMieilM^ao
tB0;rdaiiíiBMia, Ml^ao N. de Llilifta, í»
fofDa» ' ■ ^ ' ^/ • ":í -♦]•, #*.-:•
Ba 1757 Uttlia 03 CègM. '
Oragki $. Mífiael^ iMiiatiioi > "^
Mipado de Laaiête^diilrifcté idditiileM-
MadeTIaettr
' Mr i moftrféifll^ Éias «ria aaaito gad«g
e noa seus moateilia tattifa eifta, irosia e
' aaMadedeBfefliiideapMMílavateema
foèittelui dlOOOiíéài^eeoiigriiaeopó dtal-
far.' • >. * '•
'Éévídeiite «ine a amae d^eMa fregtieili^
éiaonnpcM de Mm^h; laei jâa oooaií^
qlie^alla teie «ai leaqpa dfum^cdàsMefâda
ftfflhnaolé^ ea de 4I1mH4I^ ê&ula>dê kmizíOt
m Al' rl^Mi (VMa^ pag 418, eol. 1.^ 4» %*
vaii^tnaipaUtivOiéio.) :- ■ ^
' W#ea que «aa algim faaipo. npH acr ho^
misisMe algnm criminoso, a qria d^tlèadr»
eofeMcaoelaibe' pfovMlHfc o BOBM.
' "Naie^aéilaaibafli qaetariae qUdtaedall*
dMtfos ttabam pvtvikgfo der «oito de ttoni**
zío, e bastava qae o ariminowKtoeatteoaaiBi
araMa,para'^'ttio podar ser pieaò, saáSo
pilM.ertMâ eRcepttiadoaiioTaapeatíffoeprl«>
ttt^oá'-'' ■
'Eiii' differeaieafiiloaidePonQgal^tesba
aakada lofafei» aam otioia0>de líMft>, Jfii^
jNoi' a' Amênkê. É provável que edifeniMo
aaif gita peneacomm aqalmaa qiie daeaatvi
oiat {vivilegio/ '
« lfaiMiiadod«a9parariaâeaMlda^i7ai^
kfn Iscar aa ogrc||a teatría 4'esia liseipeáti^
«Éa^flesaeiMol Foi afroiâbada a etralairoa^
baram do Sacrário o vasoSagradé^ dè pn^
fa,' íboés as boitiaa ^ao wniaia^ r^obacam
famtieia doiá olUcea de prata^ qae èstavaas
sa saablrlAta e mktroêrMi^tíot^ de prata.
Jtaaaa «e'po«tfe tssecferfr « laek^Uego.
WálkíÊêtú imtti^àe aiiÉtoprmstite
de penileiíeia e desagravo.
au-^-porfligiMi anogo-^-viâittL-!^ dos
sariaiw xm e ST.)
(Doa.«
HÁâ^pMilgiita aÉtfga— «tifla. Am*
hPm MM:d0 mei ós^pa <aaaâqiae easM»»^
và aadar aioaiadoH^Maaiaiita « l>. J^
menifomça, feito em 1394; quaastMsiiaetf^
tMo do moiielra da dlpttidnMa^
^ *BtfiiiiMBtrõa dbenmeiíios iTaqaalIa teÉp%
se dia éMâní*céiffúrt9'^mÊík •- -
Bm im dodnasMio do'iBeaMirb ialiai»
t&tUhf se M'' "JIMi aSfa^na atataii atiilMi,ai
«M i|^ aaiAato. l(Déía4áflRttioMDM;a
maUaam qoe aado.)
iMB^Híiortiigiisi aiiiigb--^a8er» êeriv^
galiicisma aatlqiiissimv pvovaveliiMB4aw>
zito para íertogai peto gasedea<Q nenurilh
doe, 00^ depois^ peloa ftaiaeiisa do eabde^ft
Hémiiqíie, tía piioa qaaajodaraaiaeii iilla^
aai gaiftas eontra osvasoroa. ymi^àúlsm
eez Missire^ ":• . • ' '• *' ^-^ f» * -• ' '
ilfiiia^fttigMiia) .Béifii Beta», eomáltt
de Pinhel^ eedeelbodeiAlaielda, 70 kilaaM^
trot de Visei^ 315 aorKdei^lsM^ 5Qlsfaa
'-rBa'ft75'7llÉto4Qiògéai
. (MgòiSaato MNaÉio.daLisiaa.
. Btopadade Ptdwl è diinffeto adntaftttai
ttvadb<6iiaáda.>' - - - ■ ,(''..
O vigário de.&Vitaeai» de £aaietio-ltodi
apresoitivaocMa^ que tfbbai d#50ê rtis^di
cettgraa:eo.péd'aliar. í
Bsial fregnêaia^^fói do'.coBaelbo)de)CaBlab
MsDdoi qoe.iem li855íbiaQppHq^ido;pssi
sándo! todas aéfcagofifziaa-qaa^ eoipinialMi^^
para «{ ooaedko deiBabbgal^Bm dcseadxa
de iSaa, pasúma faicr panèdo «onedhs
deiÁtoeMa. ¥lda£aKM(0 Umá^^ t- *
í! |[U)0B$4f^ílregiieaia; :lllttho,. mmarea s
QOiíeflthoitie Wrcdl06,i45'ici|oBFaa9a aOidi
Dniga^ 395 ao.'9L de Lisbea, M I6«ML o"
..Dbií^57 tiaba 7ftibgQSi Oiago 3u Pajpsb:
>Ayeebhpado:e;dístaioto admiiiistnilhDydft
Braga. .»• . • ;■: <í -.i' ,..•'/• .'^u :i-
'OMtor. da mosteiro dòq atmegoe soddi*
realle'3.>loãq {Bvapgeiiata . ^eqrasX da ddsás
da Farto, apresentana^^a vigastev^qo^ ^obi
tSm dOfOQO eu pé d!aharw
> ■'
a ser, com pouca A\fíet&^i9^ q f^ goa hpji9i3e
iU Q i^piQe de ft)(p0(fa-omo.
Fiírt-am com os pfouros á esgç^^fff^iím
{Commentarioê, da ASons^ d!AJy^ú|aeJMli;i/f,
: MWO^--»ldeia| I)oo(i>/^a. fragni^^í d^
^,.jQfH) B^pti^t^ da Bfdv^çóaçemp ç.? fe-
loimetros a ONO. da villa de S^ljírf d(|i,.çj^)fl9^
do .coiice41]\a do CasteUq de Baiva» c^ov^ca
«I 23 JcilooiçAro^^ NQ. á(b Âfpupa, b^pi^g^e
ái kiUm^TO^ a 0. de Lain^Q» distríc^to ad-
jpiQfatrativo e 6£{ kilpme^ros}^ NE^ de,4yç4'
roí 23 kilometros ^ £..do JP^rto^^iO^o (f.
de Lisboa, dO IjQfQS. .y , .
^,Tem uqiif. c^^pU^t puM$ç«^ dedic^^.a S.
^mxet^fp,» pôia .particular, .daiavocaçao d^
IJTq^ Seubora» na casa. do ^f . Lq^ JPauliop
.Pereifà Pioto de Almeida» o maior e maj3
jfico proprietário d*este concelho.
., Situada ,^m terreno mpitp aecideiutado,
spbcç a ip^rgem esquerda do Donroi em
frente da quinta da Ãbetureira (pregoiíiia ^e
a^boítído),, da v,*. yinva Aílen, . . .
É teiíra muito fértil ^m, oereaee, legumes,
linho, vinho e fructas, mas sobre tudo em
nozes.
Na IreutA da^;ddQia,.ba om. vasto azisal.
(SQsépn^vaydmeQie o qoA Ihedàanpma*)
Ha por estes sitiosi mililos vattigiM de
nm^a^o. aoilquíasima, e yanas^ minas: me-
laHcas, mas. qaasi todas pouco prom^tado-
n»* Passa por aqui a veia de galena Ae, Gon-
darem (que é uma aldeia proKima.e ao 0«),
;de que é icoiroesaiaiiano o sr* viscmida do
Ffeixo.
. IKÍo RibfiTQ.ie €m¥)e, junfioá quinta da
Abetuitaica, M uma mina de cojbre, meamo
no leito do ribeiro.
, No mimte do Aitn^aaí, i kUometiio a ENE.
de Midões, ba ai célebre Cora 4^ JMtmrU'^
im pôQo e duas galerisi, do tempo do^ro-
jttanoa^ ou dos árabes ;vqn6aiiiHfiserftm
grandes» trabalhos dd.iavjea^ : \ i. <. . ;
• Baraoe*ser cobr^^io miDaiii}qu4.d:aiHtex-
Inhira^m;'^ »
.^ •
^j .•■»:, -* ;
:í|.-;
>?tó|rft es)i1^í(iua^,^pw;pÇo foram ««ir
tadas, mas» de ;propo«iJ|tQ lemmildfP t^ioa
mauK*^fl« qnftíie v4^mIin4içios atowní^ Va-
lia a pena serem desentupidas por umilM-
JV^,M a^t^A fi»iPHM|íaí»iíi^t|||s(Qrinwte,
,0,miwif>e$\fL mc<^ifipifha4a, ^qa.am^ esr
pwia 4e basjM^^ tào durp.a\pefa^t9Piiip
bronze. \ \ » . • <.^ *
P^a se .X^Lza^ .ideia da diirez^ f esiapa-
4», Â^ta i^r o grande, num^rO: 4^ «ui;^^
d'ella qipe^ ^hiram ^os c^sf^ntes.. Bi-
t^ ^ipontmidas |Mlo;(.aiiredo^ea df3 galerias
b^ maj»,tde ^:íàBflfl% araiqda.nàa gimb4r
T«m i^em > pwjf í^v.e »m^l demusgo.: ^pn-
rece.quefor^magoieaiqiMbri^l .' ./ ^»
MIpÔBS-^-viilat^Don^ro^antiga Bçir4.A|tiO»
comarca e concelho da Tábua, 30 kilanue
tros 4^ Yiseui 5^ a Ni; da 4otm|«%^da
Quarda, 240 ao N. de I4sb0«, «OÒ loi9i^ .
£m^ 1757 tinha 300Í(kg(iS. , .
. , Orago Nossa Sei^hora ,da§ Nevcn»; (^ntígi^-
mente Noi^sa Senhoia do P/autp.) : .i ^
Bispado a ..d}su^c(Q: ^admimsttrafiva 4fi
Coimbra. - .;. . .
A mitra apresentava o vigário, que tinha
70i|000 réis e o pó d>ltar.
A nesma etyra^logfa do i.* IMd^.
Era um concelho, tóú 1:300 fogòs, e uma
comarca com 6.000, ^ue foram supprímidos
em 1833, por causa das atrocidades dos tris-
temente célebres Brandões, e ficou perten-
cendo á comarca e concelho dá l^àbuá, então
creada.
Fica o extincto concelho de Hídõe§,,sítpa*
do sobre s^ niargem erquçrda dò .Ifondegji^.
Pica a ègual distancia dè Gouveia, Man-
gualde e Viseu (34 kiiomçtros) e 18 de Ai;*
gani], Céa, S!ant9'cõm))a-tlào.e Tondella^ '
, Tanto esta villa, como as do CoWo de. Mi'
4Ses^ òliveiiitiki^f Candeia e Perfdlada^ to-
das hoje da comarca e concelho da Tâbmi,
foram aQtigs^nenjle. da prçyedoria da Guaii-
Gònfioava o concelho de Mí<}5es, ^ N.,oom
o do Ervedal (districto administrativo da
Guarda), d^.qu4 ^'F^ sep^ado pe]o r|9 Céa,
e com' o áo Carregal. (districto administra-
tivo de Viseu), do qual o separava o Monde-
•i»-7aou]S.»c4b9m (O: il8j 91iTei«a< to- BOB^iâl— *
eis
iNMafMt eoonMto deídAttkat Itovi, AOki'
3S0 fogos.
I •,.
• t ■ <
tm i7fJ7 tiotia 189 lÒgtM;
' Of »go-S. Hignel-ArctiMi^ -
Bispado d dlsirieia idmMMiUro^de Gm*
talto Brando.
jt^oil^d. ■...••..-..'...■-
A mesada' (MNifleieiíeíaapnsèHlttrj^oYi-
gario, qbo tín^ 4(W00D «éi» o o pé 4*allar.
>^08Co sor -UiDa fovoafio Bivito ancifa,
yois já oicistia no ^Map» doa ttOttros»*nêtti
ai^o om livra nanlioiíi apoiiiaiiieotoa a toa
liOspeHo, DOm toro foral antigo^ ommcdenK».
^ Bsèrovi a^ sMiito^ rovonndo paroelio a po^
4iNhe iDfõnaiaçSea (ha maio do mi amio)^
«aiM»iiioro<M*iKspoota. : '
Ha aqot «una bôa iniaa^áê obimbo^^om
lavra. .:"i.i :í '.i.-.
' l*òBtoquo'OiioiiiO'dfoilayévoata»iejain-
eontestaireliiieiito^ árálO)' ha doas OfykilQol
sohrosrooaotyihologia. ' ^
Díxom aod; qio vom- da paltfvr a aâsvol^
itue significa oi^í^ OTittha então asar, jiOf
i>6ú/çÍo àa ovelhái A opiniio mais flècsoMi;
porém— e a que tem maia visoB^áa provabi-
iidade^-éqne Tomtie Aym^ ou Aixa, nome
próprio de mulhor^^^lgnit^ a f^iomti. Do*
riva^se do vorlpo dica, vivar. ^ i
(A- ttial» qaertda 4aa niaihive94e Mafoma)
«âiamafa-Mf Âkcai Bale- tome era bbuííd vnl^
gar entr&os araèes;
'AyaãAnêoni (que nós dfoiamos i4^a;^
%uíi*es), sé ohamanra á mulher de Bcha Uar-
tim, niamo rol mouco de Lamego.: (Vide
Aroma.)
. É provável qtíÁ esta rainha, ou oatra qnal»
*quer Aiasa qoe foese senhora, ou fundadora
-dVsta povoação, lhe impoeèaso-^ sou nome.
É terra •fértil, e h»DOS aona montes SMlita
^ça grossa e ntuda. Tom1»eai-crJa hastanto
lado, de toda anualidade.
MIGUEL l^ALFAMI {S.)^yiá^>ÊJÍêk)a. i
MIGUEL D*AUREaA (S.) — antiquíssima
ittiúÀiUi lílnhó,<^oma^Éa, ooneeMNTo janto
á villa de Ponto^^-Umat- ' • - ^ V' •
tratívo de Yianna.
' -^ IgBoia^^e lyifM^ lai snppdmidn»
Em 15 de outubro da iltt(4éBonlDbn
'da^en^deCeiar daiiBd),aiaiahafiLlhena
•^'=a«h iUio,iB.J\jronaoHenii^e%.Í8ena
daaçUâ A6 áa Tay, aendo aou hía^, D. Af*
AAuo!]!, da agr^a da B. Ifignál io Aor
rega^. ' ... -.^
' áasignaram^D. Peiagio^ arcahi9|Mitdo Bra-
ga, a na.epndes. De Eemaádo.o D* fionm^
alem de outras pessoaa.da corte. .
Pof' eiiai feagiieaia^ paaaava a TiainilfUr
romana, dç Bra^para Aatorga^a tèani agai
apparaddo iiarJDs.manoA miUiâi»ak
. I^uroQoqneáfregueaiadoB.Migtuild'^»'
iwga, perleiMsiaoit a rua d'jita» éa PaiUe (I»
Pottlis do UaM)va os iogarèa áe Freiria ài^
tepaeo, Outeirê, VaUe de Femra$ e ouM^
que sio hoje da fregoeda de Santa Marinha
âe Àr&oztíh: (Vida AfeoaMa)
' Ainda «xiate (de nertOv por mnitaa vaav
reedifieada) à agr^. que foi matriz da fta*
goaua de Aorega^ aitiiada.no iiim(a ifo 8ml9
úMiBy quer; também ae chama Maiiie 4ê i
irednzida acapcHa, a ao meaaao ailtf
estão as imagens de S. Miguel e de Santo Otí«
idio,.e por isaoinjaiotttõ tem os doia noflles.
' O povot também dia e^ monio 0:BQON
do Agra oo Aorvpo*
Notese que Aurega é waaa freguesia a
Arcozéllo outra, também muito antiga; po-
rém a primeira era no século XII muito
maio importante que a segunda, visto ^
merecera a diaténcçao: de vhrem os bispos
deTny i ao meaoemna vez cada anno^es"
Mbtar, uma missa t*!eBta egr^; por^,
com esta obrigação Ihaa foi «Ha. doada.
Qnanrdp -se uniram aa duas f^egueoai
(Aurega e Areoeélie)*ioou a abbadia di
primeira reduzida a >beniBficio rioaples e por
muitos anobs ainda; teve a segunda, doii
abbades^uia com ura,^ qoejera o de áito*
> Q9JEno }â tenho ditok eqa variaf P^^^
bispado de Tay,xhegava (até ao. reinado oo
nosso D. Affonáo V) àmarijetri dlréftá oo
•Ho Lima. (Wde dtaga:) l>iy fica 80' tio-
metros a NB. de Aurega. .^o..: ,:-
zéflo, 6 ontTD 'sem eúfa, qtie en ^ sinales,
4e Aurega.
Ainda do i^inado de D. Diniz existia es-
ta fregnezia ; pois qae, em 16 de oatnbro
de 1279 (o primeiro anno do sea reinado)
tendo os bispos de Tny perdido o padroa-
do da egreja (talvez pela falta de cumpri-
mento das obrigações impostas na doação)
a doou o rei, a D. Fernando Árias, bispo de
Tay — pro multo servitiOf quod tiUki et Do-
nae Beatrict Serenissimae matri meae m-
pendit, eidem et Eeclesiae suae cunctisque
^8ucc9S8oribuSy ete. Dat. Coliníbr. 5 die Octob.
Bege mandante. Era MCCCXVU. (16 de oa^
tubro de 1279 de Jesus Gbristo.) Flor. Esp.
Sagr.j tom. 32, pag. 1^2.
Succedendo depois (como disse em Bra*
Sa) a separação das egrejas de Entre Minho
« Lima, da Sé de Tuy, e a creaçao da col-
l^giada de Yallença, passaram osrendimen-
tos (que eram importantes) da egreja de
Anrega—já unida a Areozéllo, oa que se
uniu então — por graça de D. Affonso V,
IX João II e D. Manuel, ao convento dos ira-
stes franciscanos de Valle de Pereiras, que
depois foi de freiras da mesma ordem.
Jnlga-se que a suppressão da freguezia
de Aurega, teve logar quando se fundou
-este mosteiro de Valle de Pereiras ; concor- |
rendo o sitio agreste em que estava a egre-
ja, para que o povo consentisse nasuppres-.
são, visto que podia acudir á egreja do con-
vento, para os exercícios espirituaes.
Idacio, límico, bispo de Chaves^ contem-
porâneo de Theodorico, rei dos godos e de
Remismundo, rei dos suevoe, verídico es-
«riptor do século V, e Santo Izidoro, falleci-
do em 636, e que escrevem a Historia dos
suevos, dizem de Aurega o sèguintç :
Os aureguenses são os povos que habi-
tam a cidade e território de Aurega e o
monte Arga.
Remismundo, rei dos suevos invadiu e
conquistou estes povos, em 460;
Os suevos habitavam os confins da Galli-
za, (isto é. Entre o Minho o o Lima) e sa-
bendo da morte que o rei godo Theodorico
fez dar ao rei suevo Rechiario, elegwam
para seu rei, ou chefe, a Madras (ou Mal-
dras.) ^
VOLUME V
ms
3i3
Cmno Theodorico sahisse da Galliza, pa-^
ra conquistar Merida, e, depois do anna
497 de Jeeus €hristo, passasse ás Galliaa^.
se dividiram os suevos em duas parcialida-
des, reconhecendo os dos confins da Galliza
por seu rei a Madras, e os que habitavam
desde o Douro até Braga, a Franta.
Franta, morreu em 4^, succedendo-Ihe
Remismundo, que ficou sendo soberano do
Minho actual, tendo Braga por capital do
sen reino.
Madras foi assassinado pelos seus vaasal-
los, e lhe succedeu Frnmario.
Os aureguenses tinham jurado obediên-
cia ao império romano, e se lhe conserva-
vam fieis, obedecendo aos seus generaes e
legados ; pelo que eram perseguidos pelos
suevos d'aquem e d'alem Lima.
Frumario, e os seus suevos passaram
em 460 á cidade de Aguas FUwias (Chaves)
assolando-a e ao seu território, e prenden-
do seu bispo, Idacio (que conta a historia
de visu) soltando*o d'ahi a três mezes.
No mesmo anno, e ao mesmo tempo, Re-
mismundo, com os seus, invadiu e assolou
as povoações dos auregenses e a costa ma-
rítima, que eram do convento jurídico, ou
chancellaria de Braga.
Remismundus vicina parites Auregencium
loca, et Lucensis Conventus marítima popU'
latur.
Isto confere com o que diz frei Philippe
de la Gandara, chronista-mór da Galliia,
nas suas Armas e Triunfos de Galliza, livro
1.% cap. 24— e com a Historia de S. Thiaga
(livro 2.«. cap. 22, fl. i92 v.) escripta por
D. Mauro Castella Ferrer. *
É provava que Arga seja abreviatura de
Aurega.
Eram os auregenses, povos bárbaros, mas
destemidos e indómitos. Todas as historíaa
são concordes em attribuir a estes povos
uma grande bravura.
Os cônsules romanos, Firmio e Antistio,
tiverapi de sustentar terríveis e sanguino-
lentas batalhas, e perder grande parte das
suas legiões, antes de conseguirem domar
estes intrépidos lasitanos.
Existiu a cidade de Aurega no alto de
um monte, qua ainda ao ionge representa
14
n
114
Mltt
mu easfello, na margieiii á» «n fio. Br« a
primeira fregoezia que, passada a poate do
rio Lima, e confinante (até D. Affonfo 7)
com terras âo arcebispado de Braga^ se
encontrava, hfndo do sul» pertencente ao
bidpado de Tny, segimdo as antigas di?i*
soes doestas duas dioceses*
São pois descendenles dos bravos anre-
genses, os povos que habitam a serra d^
Arga e todas as snas raroifioações» desde a
margem direita do Lima até á esquerda do
rio Minho, e desde Yianna até Caminha» pe-
lo litoral, isto do S. ao N.-— do E. a O., é a
regiiò comprehendida desde as serras de
Arga e Coara, até ao litoral. {AtiM GereU,
de mr. Brion, mappa 84.)
Temos memoria do chefe dos auregen-
ses, em 460, e qne os commandoa contra
os snevos. Chamava-se Aspidio. Só depois
de prisioneiro este chefe, com sua mulher e
fi!ho9, é que os snevos conseguiram dcxnar
estes povos. Leovigildus (diz o Rielarense.)
Aregenses montes igreditur, Atpidium hei
senhrem cum uxcre et filiis cctptitías dmdt,
opes^ue ejus et loca in suam rediçfU potesta-
tem.
Cidade, simples castello, ou apenas uma
parochia, foi Aurega reduzida a ruinas, não
só pela resistência dos seus povos, conU'a
os invasores, mas também pelas continuas
gueras que por algum tempo houve entre
godos e suevos.
Longe me levaria o estudo de tudo quan-
to n*este território ha de notável ; mas, li-
mitar* me-hei ao que aqui fica dho, e com
o que disse em Ancora, Arga, Areozéllo,
Gorrelhao, etc^ e com o que tenho ainda
que dizer em Ponte do Lima e Yianna.
Se fosse a fazer de todas as nossas anti*
guidades um estudo mais completo, seria
elle curiosíssimo (e valeria bem a pena)
mas o Portugal Antigo e Moderno tomar-se-
hia interminável.
MIGUEL DE COIMBRÃO (S)~rreguezia,
Extremadura, concelho, comarca, bispado,
dtstricto administrativo e 18 kilometros de
Leiria, 1£K) ao NE. de Lisboa, 250 fogos.
Em 1757 tinha 232 iogos.
Orago S. Miguel Arehanjo.
ià a pag. 357 do 2.* voL, tratei d*e8ta dra^
g«àa; mm^ como depoia obtive mais »^
clarecimentos, os dou n'este logar.
£m I/U6, o biapo de Coimbra» D. Dirá,
deemembrou da f^egueiia de BloDte Redi»»
do, a aetnai de Coíiabrào» dando^lbe por pi*
dreeiro» o Arcbanjo S. Miguel, porque ji
afui bavia uma ermida d*e8ta invoca^
(ConsU de Livre Z.^ do RbçísU, a fl. 77.)
Em i637, o bispo, D. Pedro Barbosa, dn
licença para que Qsta ermida fosse benzidi^
e para n'ella se poder dizer misea. (Go&tti
do mesmo Livro, a fL 81)
A capella--mór, sachrístia e casa de resi-
dência do parocho, foram feitas e são eas-
sorvadas i custa dos fregueses.
A actual egreja foi oonstruida pouco d»*
pois da creaçlo d'esta freguezia.
No logar da Ervedeira, está a ermida *
S. Thiago, mandada fazer em visita, pani
administração dos sacramentos, em 1601
(Consta do Livro do Registo, a fl. 16 v.)
Os moradores da Ervedeira sio obiigi-
dos á sua fabrica.
Na Ervedeira, ha uma lagoa que nw
secca. É grande, e no inverno inunda os á*
tios circumvisinhos. Cria Ruivacos fpeqiv-
nos peixes, como camarões.)
Fica esta lagoa 3 kilemetros a E. do mar.
Ha n*esta freguezia, um pinhal do moní*
cipio denomiDado Pinhal do Concelho, aâni-
nistrado pela camará de Leiria. Produz )à
madeira e dá bastante rendimento ao mu-
nicípio.
MIGUEL DE COLMEIAS (S.)— EsU fre-
guezia Já está a pag. 362 do 2.<» voL Agon
accrescento mais :
Tem as capellas da Piedade, da Egreja
Velha e a da Memoria.
A fabrica da Sé, fabrica a eapella-máre
sacbristia^ de tudo, assim como a residência
parochial. Os freguezes fabricam o corpo da
egreja.
A matriz eslá em um valle, sem visiobiD-
ça alguma, em sítio triste.
Em 1699, ardeu a capella-mór d'estae|r^
ja, com tudo quanto n*ella havia.
Foi reedificada,' por conta da fabrica^ mi
1641.
Em 1567, tinha esu parochia i80 ftf»
um
flivift no^ ttSBIIte» Mità frègõetis, as er^
UMAS de:
Santa MáirgàFfdà do^ PitAoiF», qttd tf9k
HMfto amiiflr. "^
A de S. SilYes^e^ que eMfá nflt- Rlbèfara.
P«»âÉi dttiDOiíiiw, por oráem «(► btóp^ D.
M ÉDtnl dd J^Êkir. A de IS. SítfMtre^ em i903
a iad(^ d a de toita IforfaHda, em fWk-*
á e«Ma dá •egn^ja paroefeial» iiD|icnrWildo^ a
9iiá dwioHçiG èm SMOO réh.
A imafem de S. Silimt^e^ foi pant a egre^
ja, onde ainda «kfóle^ e a de ^aeu Ifoapga^
riéay efitá em easoide um parUeoiar.
Bftte meBfflO bispo, D. Manoel
de Agaiar, mandoQ' demolir, du
prefefiâfT, lÉnilOB «atros templos
da diocese, taNes por os jcdgar
desUBeesBarios^ e êíffitii a eon*
servaçao dooente de lodos elles.
A eapella de & Stivestrs» está próxima á
Vtnda dff Galkg^ Fat^-se aqui ama Mn e
bodo, no i.* doiniflgo depols^do dia do santo,
eran mlsea e pregação.
As offertas são do pieiado, qoe, por tosov
é obrigado à fabrica da ermida.
Na qninta qne foi de Ray-B«ri)a, Mavia^
mna eapella de Santa Maria Magdalena. Tan-
to a capeifa como a qnmta (que era em
volta da ponte da Magdalena, acabada de
construir em 1856), já não existem.
A eapella de Nossa Senhora da Memoria,
esci em um ermo.— Foi feita pelo povo, em
1628; sendo 5«'i(l^ iíaeawte. (Consta do Livro
».• âtt' Registo, a fl. 42 v.)
No logar de Sirões^ nasceu, em 1799, o pa-
dre Mannel Rodrignes de Faria, que morreu
cura da Vieira, em 29 de setembro de 1867.
Escreveu varias obras, sendo uma em
Terso. Foi o melbor antiquário do bispado
âe Leiria, no seu tempo.
Sobre esta freguezia, entre outras coisas,
deixou escripto o seguinte :
A freguezia das Colmeias, foi priorado, ta-
xado em 270 libras.
fiin 1320, a egreja parocbial eslava perto
de Lagares, d'esta freguezia. Depois, foi por
Mitti^ aiiaofs egreja parocbial, a eapella de
Mkm Senhora da Piedade, da figreja Tetba,
âl# qcte se eonstmifi' a actual matrie.
WKH
2t*
Ob povos qdè pertMeeram á SLtttíiíst fire^
gnétiã da^Golmeias, erátti-^a aeitial frègtíé*'
zfá' dé Terfá&ii, de S, SHnão, de ÈsflHe, áà
Oarimgnêjéittt (até ao^iribf d'este noM) os lo^
gareêí do» Ve^kê, da Barroeária, de SanM^
rem dos Tejos e dos Cardaes,
A fk^eg^2ia daS' Colmeias, era mais rica
do 9ie af das F^ijtiafddas ; porqtie aquellá
pagava de decima 270 líbraS'(9V720 réis), O
eeta pagava 60 libras <2M€0 réIs.KfJá se
vé 4ne cada Mbra valia 36 Md.)
O terrene eoy queestává a prtmHtiVfc ma*
tnz d'estft í^guezia, é hoje de Anfotíio dos
Saatest, de Lagares, e esià agora aHt um
moihbo^ de vento.
Chamasse aefikalmente a este sfitfo Ctíbê^
dó Tf^al, e ainda se vêem vesifgies da antiga
egrb|â^ que por eitos se conhece e fof gran^
d«i
Ainda aqvi se véemr espalhadas tnUíta»
oarrada» de* lelhaíB^ pái^idast. Quando sé con-
struiu o moinho dé veMO', appareceram muf^
tas caveiras e os^os htnnattos, que denota-
vam grande antiguidade, pelo seu estado de
podridão.
O moinho, occnpa mesmo o sitio onde es-
teve a capeila-^mór. á porta da egreja (para-
o O.), havia um alpendre, do qual se adia-
ram alicerces.
Era este logar muito bem escolhido para
assento de uma egreja» por ser em um ca-
beço, elevado docemente sobre o terreno
que ecircumda.
A uns 1:000 metros ao O. d'esta aldeia de
Lagares, ha um teso, ou cabeço, com uma
pequena chapada, ou plató no seu cume,
que é hoje um pequeno pinhal, entre as duae
estradas (Veiha e iVot^t). Foi aqui o assento
da capMla de Santa Margarida, no sítio on^
de agora se vé uma grande cova, coberta de
junqueira, e rodeada de caliça, telhas e al-
gumas pedras de alvenatia.
' Ainda a este sitio dá o povo o nome de
cabeço da. Sania, e uma fazenda contigua,
também se chama da Santa.
Entre o cabeço onde existiu a egr^ ma-
trie e o logar do Barreiro, estendendo-se
qnasi ató á actual aldeia de Lagares, existltl
a antiquíssima vHla de Alcoeim.
' Perfo do assento doesta viUa^ ha a aldei#
nê
Mfii
do CrastOf que^ segoadp a Qradiçao, ó eade
existia o caatello cia Âkovimf qna ontrava
na liaba de íortiQcações que corria de Soare
a Tbomar. Ainda ha poucos aanos aqoi se
xia uma calçada, e aiada existe ama ponte
chamada da ViUa
Díz-se qae esta vilia foi dos templário^ e
é certo qnea ermida da Egreja Velha» fd
d'estes cavalieiros.
A denominação de Freiria^ que se dá a j
um logar da freguezia de Espite, diz-se tam-
bém que é por ter sido dos freires deChris-
10, herdeiros dos bens dos templários.
É certo que desde a Freiria, até á egre|a
doesta freguezia, seguindo a sinuosídade do
valle, a maior parte das. propriedades que
se encontram, foram, até 1834, de differen*
tes ordens religiosas; sendo-o lambem va-
rias propriedades da freguezia contigua, de
S. Simão, e o logar da Barra$a.
Os passaes do parocho da freguezia, ainda
são no terreno em que foi a tal TiUa.
O nome da vilia, iok mudado, não se sabe
quando, para o de Colmeias^ que ainda tem
a freguezia.
Diz um antigo manuscripto-- Co/m^o^,
antiga vilia de Portugal, na província da Ex-
tremadura.
Hoje é apenas uma freguezia rural. Foi
habitação de templários, e assim o indicam
uma captílla e uma quinta, situadas a pouca
distancia do logar d'onde fora a viUa.
O arco ogival da porta principal da ca«
pella, slgupaas pinturas das paredes e vários
marcos que se tem achado em algumas es-
cavações, provam de sobejo que tudo isto
foi de templários.
As pinturas são a fresco, e véem-se algu-
mas figuras representando cavalleiros do
Templo. O povo as mandou cobrir sob uma
grossa camada de cal.
Nos marcos se v^a cruz da ordem. Doesta
capella, passou a parochia para a egreja
actuai, não se sabe quando ; mas ainda alli
existia pelos annos de 1740.
Vindo a esta freguezia o governador civil
de Leiria, António Vaz da Fonseca e Mello,
em 1853, se procurou a edade d'eUa, no^ pa*
peis antigos, que estavam na residência pa-
l^ochial, e se verificou que tinha então 99 an-*
nos, vindo a eer a soa odífifaçio^m UM,
Consta que, pelo terramoto de 1755, ah-
da À parochia era na. Egriçja VeUn.
O que apenas se sabe com certeza, é qoa
a egreja já existia em 1767.
Os da Egr^ Velha se eivposerain â traas-
fermcúa da matriz. Para se mudar a piad»
baptíimio, foi preciso ser de noite, faxcido
callar um guarda» ou espia, que aqui esUYa
O bispo que então era» de Leiria, paia ff
zer callar os da Egrejja Velha, se obrifoa i
conservartlhee o sacrário 14a sua câ^^ella, e
a fazer lá residir os coadjutores da fregna-
zia, que ao mesmo ten^o diriam missa; o
que durou até 1811.
Tinhaçi.os coaii^utores que aqni residian^
a obrigação de curar, os povos da parte da
freguezia situada ao N. da estrada que desee
da Memoria ao Barracão.
.Em 1849 se tiraram os quatro altares ii>
teraes da Egreja Velha, e em 1851 se lhe po-
zeram os dois que hoje tem no cruzeiro.
A torre da nova egreja, foi constmià
quando se fez o templo ; mas, dQ calhái^t
se veiu a arruinar, e foi acabada de deoft*
lir, em 1803-
Foi reedificada em 1806; mas só se to
até à cimalha. Gontinuou-se a obra em ja-
neiro de 1851 e ficou concluída em março
de 1852.
O sino mais pequeno, veiu do mosteiro
da Batalha, dado pelo governador do bispa-
do, João de Deus Antunes Pinto, em i83Sl
No altar das almas, está uma inscrip^
gravada em uma pedra, em 1857, que dii-
EsU altar das Almas é privilegiado, por bn-
ve do Santíssimo Padre Pio VL
O cemitério parochial foi principiado em
1856, benzendo -se em maio de 1857, sendo
a primeira pessoa enterrada n'elle Manuel
Francisco Custodio, de VaUe Longo, em S
de agosto. Custou à freguezia 2i2^
réis. No frontespicio tem esta inscripção:
NOSTROS EXÀUDI GEMITUS NOSIFROS CRUCUlQ
£S QUOQUE PÀSSURUS GBATl ALIQUANDO EBIIIOS'
Fez-se o desaUerro da egreja em i86ii
o espaço central d'ellfi foi lageadp em JBft
Já disse a pag* 362 (no fim da coL tí
BHnr
úo 9.* TOhime, qw nó legar ^ Botiçã, does-
ta fregaezia, nascen José Daniel RcrMtf&es
da Costa, que foi capitão de mn dos bairros
de Lisboa. Nascen pelo» fins do secold XVin
6 talleceu em Usboa^ no principio do seca-
lo XIX.
Esfereven irarias obras, séndo as ntafá no-
táveis—O almoctetJê dán petas^ O barta da
túirrèira dos fofó«—e algnmas comedias; to-
dlâ com mnito espirito, e satyrisanâo os rí-
dicnlos do sen tempo.
HIGUfiL BO FETAL (on FBtTAL) (S.)—
Vide Peitai, a pag. Idi, c(H. 2.«, do 3.» vò-
Itame.
MIGUEL 00 JÍDÍNGAL (S.)— Esta frêgue-
xia jà e^tá descripta sob á palavra Juncal,
á pag. 427 do 3."* volume. Accrescento ago-
ra mais o seguinte:
No legar do Jancaí bavia uma ermida de-
dicada a S'. Hlguel, ardranjo, que era an-
nexa â de Nossa' Sétlhora dos Mtirtinliós, e
os beneflciadiDS d^ Pófrto de Móií iam a eHa
dizer missa (por turno) nos domingos e
dias santificados, peio que os moradores lhe
dáVam certo ordenado de trigo, e ao |f)adre,
4^e ia dizer missa, lhe davam de jantar; ou
.meio tostão para elle; mas os sacramentos
6 enterros eram na egreja de Nossa Senho-
ra dos Murtinhos (Porto de Mós). '
Vo\ erecta em freguetía, com a Invocaiçao
de S. Miguel, que tinha a ermida.
NSo se sabe com certeza a época dacrea-
<^o d*esta'ft'eguezís, mas há bons fbnda-
mentos para crer que já existia em 1851.
Consta de nm antigo livro dás obrigações
4as missas e assentos d*eétá fregnezia, que
Jorge Fernandes' Sondo e sua mnthéi* Guio-
mar Braz, da Boeirá, encaram n'e^ egré-
]a uma capellk de Nossa Senhora da Con-
ceição, sendo lavrada a eéérfptura da insti-
larão, 1160 nota dd taMNio Lnis Dlog de
Aljobalrrota» 0m'étf54w
E^te JdrgePetuaíidés Sondo era um mor-
gado muito rico d'aquelle tempo, é titífia tia
sná própria aldeia nn^a ei^mída (de S.' Bién-
io) que aitrdà existe/ com capéHIo álil ^é^
aidente, pago e sustentado por-étle; e M
éaé insãmiuná e(^eja db \miicaí tnuà 'ca-
JíeQa, que íÈmito beW pddfa IftímtBk' 'ni' rfa
24^
Boeira, é porque aqndla era já então má^
tril
Outro feeto que prova ter a egre}a sido
construída em Í554, é que, quando se de-
moliu a antiga egreja, em i777, para se h»
zer a actua], conheceu-se entlb que a cá<-
pella estava de tal sorte encorperada e trava-
da, pelas suas paredes, com a egreja, qné não
podia deixar de ter sido construída camélia,
deádé os fundamentos. É este facto que pro-
va que a egreja foi construída em Í8IMI.
Também consta que o referido morgado
concorreu com avultadas esmolas para a
eonstrucçãò d'esta egreja, para a qual se
aproveitaram as matérias da antiga capHIa
de S. Miguel, que existia no mesmo sitio.
Outros dizem qtie a velha ermida ficou ser-
vindo de capella-mór, é que o corpo da
egreja e a capella de 'Nossa Senhora da Con-
ceição foram constmidas então, unidas à er-
mida.-
Jâ disse a pag. 427 do 3.« volume» que era
o povo quem apresentava d cufa:' Segundo o
Fortugal Sacro eProfam, recebia elIe annual-
liiento 3S0 alqueires de trigo, e segundo o
Couseiro, o povo apresentava o cura, paga-
va 9É despezas dà fábrica dá egreja, ta*
pella-mór e casas do cura, e lhe dava de
porção um alqueire de trigo cada fregnet
casado, e meio alqueire oâ viuvòs e soltei-
ros. O commendadbr da egreja de Nossa
Senhora dos Murtinhos, lhe dava 16 almru-
des e 8 canadas de mosto, e o vigário e be-
neficiados de S. Pedro, de Porto de Mós, B
almudes e quatro canadas do mesmo vlnhò
mosto. Tinha mais o cura as eflèrtas da pa-
rochial e suas ánnexas.
A egreja temi um alpendre, como qdasi
todas as egrejas antigas.
Em 1777, a instancias do zeloso parocho
João Coelho de Brito, um do^s mais virtuo-
sos dò bfspadô, no seu tempo* foi accrescen-
tada a egreja em fundo e altura, adornada
éom boas cantarias, e ficou tsm^ das ibais
bonitas e elegantes ejgrefas do bispado de
Leiria: t^em timá esbielca torre, com quatro
sinos, enm relógio alli collocado em 1857
O corpo da egreja tem interiormente ci^
nnàílbi teHI, pai^eé esttiéadas e piitttadas a
fresco, rodapé d*aztdejos dé dbis metros de
w
0 tecto é estacado, com muitos relevos^ e -
jHAta4a a irewBo^ tend^no õ^tuo «ma gran-
ito elipaa, com a imagem áo padroejiro, pio-
jll^^a oLeo. 9ytar4e No^sa Senhora do E^
j^rio é 4e mármore b^ranoo, dourado. O ra-
.VriMo da iB^U-w6r4 da mie^ma mataria
e còT^ ^ também doarado» toado dua9 cola-
9)P^3 da «mármore encarnado e branco.
O interior da oaptila? m6r está em tudo
aguai ao corpo da egrej^. Tem du^is sacbria-
M^ a 40 toido esquerdo tesn n^imalha, t^oio
asMic^do a variou aip2^(en»ás do gantiasÂmo
.Sacr^ipentOs ^m r^vo, T^do qnanto ba de
trabalbo de cíq;^! A'eate lemplg^ é dos aXa-
mados c^ntçi-ros Joap Jlodrigoas da Silva
e Sonsa, e dç seiu irmão Jpsé.Eodrigues 4a
SilvA a SoQsa» Aato^aeado juncal. Foram ai-
j^ a lau pae, Joaquina 4a Silva, e se^i avô
^ae asaram o magestos(^ ^n^plo de Kosao
Senhor dos Milagres.
A capalla da Nosaa-Sanbora da Concei-
^Câ^V 4^0 mandou fazer o morgado referido,
fr^ de abobada* O saiQiia3tÂtuidQr deixou nm
Jegi^da annual da i2 missas rezadas .e uma
.Qsi^ada, .a âO réis ao visitador, am cada aii-
j^ para saber saaa eumi^ria o legado.
Eram da^ misssd pala^ almas dos institui-
4i9Jces a duas palas almas de seus. pães, Á
cantada cira am dia da Nossa Senhora da
Conceição (8 de dazenibro) e ^'esse mesmo
dia vesMa o administrador do vinculo (em
Oovnprimanto da obrigação imposta na in-
atitidçâo d'e|le) quatro pobres, com roupa
da panno da lan, d^ fabrica da Alcobaça.
Jorge Coalho abolia . esta margfido, am
1770, e com elle acabou o legado.
O administrador do vinculo era obrigado
á fabrica d*esta capalla. Foi também demo-
lida am 1777.
Nas trazQiras da agrega está um axaeUeQ-
j^ cen»ite^io facbado, conslnUAo âm iSiO.
ÍUfi logar da BoHra esiia ermida da S.
Semo, da /que já faUaL
No da Pica-Milho, a da Sw gebastiãp.
No da CftaHpar40| ^ âa Ngai^a ^iinbarA.da
Todas 7<Qram AHtttroidas paias pniadp'
iKs 4'MMs iofma, ^Am viidnhafu
Jffocwiliitp ^09n .adnajjpfftiiiifwín df Hr
«riao^antea.
Ai^ma do valia da. ftibeif^éê Antão, a de
(S, lil^ql, do Pani.
B a apatia da Santa taftna, no «Mia de
mesmo nome.
Todas astaa^ cinco capeUaa são AQftítfM.
Ha mais as modarnaa aagiúntas:
N09» Senhora 4o De^emo .(hGjie da Santo
Amaro) vAUitàUàçtmiíadoJymtUy bcija cha-
mada quinta da EscaUè^O'
Jiássa iSe^húraão A»gwro na «mila ds
Patvotoét, na Cum^iY^* Foi feita pelos amNS
de 1750, por Silvério da Silva, fidal]^ ds
Alcobaça, a pessoa da muita virtade^ qm
também íez a capella do Bom Jesus» de Ck.
Nossa Senhora do Cçurmo, no VaUed^AdW.
Foi feita por um particular^ am 1744.
Sof^ A$Uanio, no AndUo, faita em 179^
com esmolas q^ arranjou Manoel Fnmeii'
co^ da Andío. |^ra jà um. pequeno aratam
antigo, 4>nda» â noite^ biam os moradoras do
logar fazer as soas orações.
jaCUEl DO WtHARAnp <S.)— fre0»
zia, Extremadara, co^A^bo da Mafra, «1-
marca de Cintra, 24 kilomatros ao W. ê$
Lisboa, 650 fogos».
QragQ S. Migoal^ arcbanjo.
Em 1737 tÉiha 342 fogos.
Patriarcb^o e districto admifustrafivo
de Lisboa.
OÍ prior de S. Nicolau, da Lisboa, apresso-
tava o cura» que tinba lOOifOOO róis dano-
dimanto,
N*aí«ta quantia aram av^ia^o» 0^ ímf^
que recebia, qoa ^ram om moio da tngi^
to alqoaires de cavada» um looal dç viakD
a MOOO r4is am dinhairo*
Foi 4o, antigo concalbo do Enxára An
Cav4lMuroS| comarca de Torras Vedras.
Tánha simà amiga albergania para visjur
tas pobres, a cada um das qloaas :daífa M
jf^is dwiofi, maa AJío poiUam «Vú oitar anis
datraadjas*
A terra fariU am. ;o4os.os genaros airí-
c(4as.4opfm^ a aria^miuta gado denodai
.^pialidada. ,
mam^ SO ORTEJRQ (S4-TTTJilia,3eii>^
AJtii^cfmwo^^/BoiM^Uio 4o tW^ ^^
Imnetrofl de Viseu, 306 ao N. ie LiAoa,390
Ibgos. Em 1757 tioha t39 fogos;
Orago S. Miguel, archíBojo.
Bispado e districto adaiInlMrativo de Vi*
IJIG
*»
O real padroado apreeemava « vigário,
que tinha iOOMOO róis de rendimenlo*
É terra nraf to fértil. Cria woAio gado de
toda a qualidade, e nos seiw montes ha moi-
ta caça, grossa e miúda.
Era am amigo ocncellio, eom 1:100 fbgosy
Hpste foi supprimido depois de 1834.
D. Diniz Ibe deu foral, em Coimbra, a 90
^e maio de 1288. (Um^o doi faraes véíkm^
gav. 11, maço 11, d.« 36, % 36.)
Nao tem foral novo.
N^esta freguesia está a aldm de Parada
4e Gcnta, pátria do sr. Ttiomasiiibeiro,ba«
ebarel formado em direito, pela universida-
de Coimbra, e mimoso poeta da aduaUéade.
Foi governador civil de Bragança e depois
de Lisboa.
Para a sua biograpbia, vide Parada de
^kmta,
No logar de Parada de Conta, que fica a
Z Irilometros de distaneia da egreja matriz,
«tá a antiga capella de Nossa Senhora da
Concei^, que tinha «apelido privativo.
A imagem da Senhora é de pedra, e foi
feita em Coimbra, pelos anhos de 1500. Tem
i metro d*altuFa.
Está esta capella edificada sobre uma gran-
de iagem, que occopa todo o chão da ermi-
da e lhe serve de pavimento.
É um templosinho pequeno, tendo apenas,
114 palmos. de eomprimeàto e 15 de largo, e
não tem capeUannór, e tem um só altar.
Foi edificada esu ermida para n'ella ou-
virem missa os povos de Parada, por lhe fi*
-caor distante a egreja paròchial, e serem d'a-
-qni para ella, péssimos os eaminhòs.
Fae-sa a lesta d'e8la ermida, a 8 de de-
xenibro (dia da padroeira), e é basunte con*
A villa do Outeiro é rnuiu antiga; mas
aio {Hide saber quando, ou por quem foi fun-.
jdada, e qual foi o seu plimabro nome, se á
^e lave outro. O actual ttie provem da sua.
posição sobro uma emitcMia;
HUOU &A PEDBBIRA.íSO-^frefiieiiii»
Extremadura, comarca e concelho de Di»-
mar, 110 kilometros ao N. de Lâsboa.
Era da prelaiii^ de Thomar (bqí^ patriar-
ekadtí) e diatricto administrativo de Santa-
rém.
E^ta fregueria, que tinha iOO fogos, 3stá
há muitos annos supprimida.
No logar da Senhora das Neves, no síllo
de Prado, que pertencia a esta f roguezia,
houve fabrica de fundição de balas de artf*
Iheria, com motor bydraulico^ com us aguas
do' rio Nabão. Esiá aqui uma pente de um
só arco (mas gráud^ próxima á quinta iqae
foi dos ÍMros de Christo, de Thomar.
Em Valle de Carvalho, outra atdeia que
foi doesta ft*eguezia, ha uma fonte d'âgu& mf •
neral, chamada a fonte de S. Miguel^ixintòi
egreja, muito efflcaz para a cura de molés-
tias cutâneas.
Por esta extineta freguesia, e Junto á ca-
pella de Santo António dos Péfiet, passa a
agua que vae para o convento de Christo,
de Tbòmar, por um aqueducto de muitos e
altos arcos, formados uns sobre os outros,
e todos de pedra lavrada, quando passa em
baixos. Qoando teih de passar em elevações,
vae por tnnneis.
Tem três reservatórios abobadados, no
convento, onde se recebem estas aguas. (Vi-
de Thomar,)
BiIGUEl DO PINHEIRO (S.)— freguezia,
Alemtejo, comarca de Almodovar, concelho
de Hértoia, 120 kilometros a 0. de Évora»
180 ao S. de Lisboa, 420 fogos.
Em 1757 tinha 336 fogos.
Orago S. Miguel Archái^o.
Bispado e districto administrativo de Beja»
A mesa da consciência apresentava o ca*
pellão, curado, que tinha 120 alqueires de
trigo e 30 de cevada.
É uma freguezia rica e fertíJ. Cria muito
gado 4e toda a qualidade.
MIGUEL DO PINHESRC DB AZERE (Skh^
Vide ilff^ri.
iOftUBL DE POIARES (S.) — fr^guesi»,
Trazos-Montes, comarca e concelho a 8,kf*
lometros a NE. do Peso de> Atguiw W hilo*
ràmak a N& de Drap» iOI » BN& dQ for*
iío
IflG
tQ, 13 9lo N. de^ Uinegò e 33^ao N. fli LiliK)a,
000 íbgos.
Em 1787 tinha iOi fogoa.
Orago S. Miguel Arehaiijo.
i- Arcebispado de Braga, districto admiab-
trativo de Yilla Real.
O Partugai Sacro e Profano^ ni^ traz esta
freguezia, de oerto por esqoecimeato» pois
émaiio antiga.
Foi por muitos amios do Julgado de Pa-
noyas.
Em 1290, reinando D. Diniz, se proeedea
a inqoirições para o íoral de Poiares, mas
imnca se aliegoa a expedir»
É A*esta ílreguQZia*a pequena villa de Ca-
i-las <oa Camélias dePotfares)^ qae foi por
aecoios eabeça do concelho do sen nome,
qoe tinha 1:060 íogos e foi snpprimido em
Ainda tem o edificio, que foi casa da ca-
.mara e cadeia, e i pequeno e inaignificante.
Para o ojtais, vide Canellas^ pag. 88, col.
i*% do í.» voL
MIGUEL D£ POIARES (S.) — freguezia,
Douro» comarca da L«ousan, concelho de
Poyares (Santo André), 18 kilometros de
Coimbra, 190 ao N. de Lisboa, 170 fogos.
Em 1757 tmha 120 fogos,
Orago S. Miguel Archanjo.
. Bispado e districto administrativo de Gohn-
bnu
A universidade de Coimbra, apresentava
annualmente o cura, que tinha 30^000 réis
de rendimento e o pé d'altar.
(Vide PoiareSy villa.)
MIGUEL DE RANS (S.)~Yide Canas e
Rans, pag. 77 do 2.<> vol.
mGUEL DE RIO TORTO (S.)— freguezia,
Extremadura, comarca e concelho de Abran-
tes, 120 kilometros da Guarda, 140 ao É. de
Lisboa, 2M fogos.
Em 1757 tinha 201 fogos.
Orago S. Miguel Ârchanjoi
fiispado de Castello firanco, distiicto ad*
miÁistrativo de Samarem.
O vigário da freguezia de S. Joio Baptis-
ta, de Abrantes, apresentava o cura, que ti-
nha 50M00 réis de rendimento. *
B' terra fidrtiL
maUEL BK VILLA BOA OS OUIILHiO
(&)— Aregoeii^ Traanis-rMontes, cornara •
concelho de Vinhaes, 60 kilometros dal*
randa, 470 ao N. de Lisboa» 75 fbgos.
Bm I7S7 ttnba 70 fogos.
Orago S. Miguel Archanjo.
Biepado e districto administrativo de Bn«
gan(^
O reitor da freguezia da Soeira, apreseo*
tavi o «ora, que tinha 8if 500 réis de côn-
grua e o pé d'altar.
Muito gado e caça, do mais pouco.
MILAGRES — freguezia, Ej^tremadan,
concelho/ comyarca, districto e bispado de
Leiria, i30 Kilometros ao N. de Li^, 221
fogos.
Orago Nosso Senhor dos Milagres.
Evito a descripçâo d*esta freguezia, co-
piando aqui o que eetà escriplo nos aiuk*
jos da eapeilarmór da soa egreja matrix.t
o seguinte:
«Até ao anno de 1728, da<n
vulgar, em que Deus Nosso Se*
nhor qfkxi mostrar n'este sitio a
sua omnipotência, era este )a^
um deserto, cujos matlos dinni
paetagem aos gados do povod'e3*
ta ribeira visinha, sempre dfloih
minada as QuMas da Ribeira à
Godim, que n*e8te tempo pena-
da á freguezia de S. Sebaitãt
de Regueira de Pontes, d*iM
bispado de Leiria; d'onde eoút
era bispo o ex.""* sr. D. Alm
de Abranches^, e lhe suceedeao
ex.** sr. D. Joio de Nossa Si-
nhora da Porta, depois arcebis-
po, d'£vora Cidade, cardeal <t
Cunha, regedor das justiças e ii-
quisldor geral, que foi o mesmo
que fez este templo freguezia, d^
pois do passados algunaaniM
áe soa erecção.
<N*este mesmo amio, que en
o de 1728, vivia fta falda d*aiie
monte^ na frente d*este meiBio
templo, um homem chamadoMa-
nuel Fraftdsee Maio; qoeen
leso da cÉutura t>ara tbaixo, ^
apenas se podia mover em dit
dê uttit cortiça, ajudado si 9a
WL
MIL
S»l
snas mãos, e asrtin passava a vi*
da, mendigando. Um dia, dia
à'êst6 mesmo anno, laliin este
homem para a soa oostnmada ta-
refa, de pedir esmola, e Yein ar-
rastando-se, por entre os mattos,
até ao lagar em qae agora se
aeha collbcada a capeila mór, e
aqui a cortiça se lhe despedaçou
e ficou inhabil para d^aqui poder
passar. N'este mesmo lempd soa-
vam por toda a parte os contl-
nnos milagres^que experimenta-
va qnem com fé se valia da pro-
tecção do Senhor iesns d'Avei-
ro. Este afflicto homem cheio da
mais viva fé, dando sentidíssimos
ais, gritoH pelo Senhor Jesus
d*Aveiro, que o melhevasse, e lhe
prometteu que lhe iria; levar um
painel, se o Senhor fosse servido
que elle podesse caminhar. N*es-
te mesmo tempo (caso maravi-
lhoso !) ficou em um profhndo
somno, e passados alguns minu-
tos acordou são e sem sombra de
moléstia ; e logo, dando louvores
a Deus por tão asslgnalada mer-
cê, se encaminhou para sua ca-
sa, deixando n'este mesmo logar
os fragmentos de cortiça, que
por descuido' se lâo conservam
para memoria.
«Admiravam todos os seus vi-
sinhos tão grande prodígio, de
verem são e llvrè de moléstia
aquelle que ha poucos minutos
tinham visto sahir arrastando- se*
E logo no dia seguinte foi elle'
dieto Blanuel Francisco Halo, ao
lugar des Balres, d-esta mesma
freguezia, onde assistia bm pin-
tor, chamado José de Abreu, e lhe
lev<m uma tábua, em que o dieto
j^intòr lhe fet a iKsagem do Se-
nhor Jesus, a cfual elle, cofai mui-
to contentametíto, trouxe para
sua casa. E cfoiúfo era muito p<^-
bre, no espaço de dohi anitos
nunca se poz a eskninho para Ir
levar o patnel ao Senhor Jesus
d' Aveiro, como tinha prometlido.
Confessou a sua falta, e o seu
confessor lhe determinou o col-
locasse no mesmo logar onde ti-
nha recebido o prodígio ; o que
elle logo fei no mez de maio d
1790. Gollocou n'este mesmo lu-
gar o dieto painel, em uma cruz,
tosca. Depois de estar assim ar-
vorada a cruz, com o painel,
observou-se que os gados que
aetualoiente vinham pastar a es-
tas charnecas visinhas, fugiam,
obrigados da mosca, e vinham
]untar-se a# pé da cruz. Alli pa-
ravam e se deitavam, virados
para o Senhor, formando um cir-
culo, em torno da cruz. Causou
isto tanta admiração a estes po-
vos visinlios, que todos em ran-
chos, vinham visitar o Senhor,
a quem n'este tempo chamavam
o Senhor do Maio; e como o Se-
nhor foi servido logo fazer innu-
meraveis mercês a quem o mvo-
cava com viva fé, todos exclama-
ram : Senhor ics Milagret ! e os
mesmos que receberam os pro-
dígios, lhe pozeram este sobera-
no titulo. E em pouco tempo fo-
ram tão copiosas as esmolas de
dinheiro, trfgo, milho, cera, azei-
te, novilhos e outros géneros, que
logo se deu principio a este fa-
moso templo, para cnja erecção
cJhamaram o mestre José da Sil-
va, do logar do Juncal, que foi o
que construiu esta obra, mais o
mestre Joaquim da Silva, seu fi-
lho, até ao estado presente.
cEra assombro ver-se n'áquel-
les tempos a multidão de enfer-
mos que, de muitas partes, vi-
nham a este sitio, a implorar a
jBiisericoiidlado Senhor : deixan-
do os aleijados aqui ficar as mo-
fêtas, e outros oflérecendo-íie
muitos quadro^ em que temi-
mente eonfessavatn os fátores re-
USL
UBj
eebldds. B iofo qoe se começa-
ram estas obras» oatroa a traba-
ibar &'6Ua8v eonio trabalbaâor,
o dUo Manoel Francisco Maio.
Estando a obra )á na altura da
cimalha real^ tabln uma pedra,
de carrada, eo leiAm comsigo ao
cbão, onde todos o esperavam
morto ; este se leraaton são e foi
continuando no nsesmo trabalho.
Passados alguns aanos, andava
eile èm dma de uma escada ar-
mando de eortínados o Apostola-
do que eatá por cima da dita ci-
m^ba ; e cabiado a escada, elle
fieon em cima da eimalba; sem
o menor perigo.
«Yivea este célebre homem,
sempre pobpe; morreu decrépi-
to; e jaz aqui mesmo.
<E eu, iosá Rodrigues da Sil-
va e Sousa, neto do dito mestre
José da Silva, fiz esle azulejo e o
mandei aqui collocar, na era de
i795, e escrevi fielmente esta
historia, escrípta pelo reverendo
padre Luiz Gomes, thesoureiro
actual d*eBta egreja> sendo bispo
de Leiria, o ex."* sr. D. Manuel
de Aguiar, inimitável devoto e
leloso do culto de Deus, que para
sempre vive e reina.»
MILHA— Antes da introduoção do syste-
ma meirico-dêcimãl, era a milha uma me-
dida geegrapbica de longitude.
Uma légua terrestre tinha 3 milhas, e ca-
da milha 1:000 passos geométricos, com pe-
quena, dífferença, 2, kiiometros da medida
actual. Esta medida íol introduzida nas Hes-
panhas pelos romanos. A milha romana, ti-
nha 10 estadiosy vindo a ter cada um d'es-
tes, 100 passos geometrieoe. Cinco estádios
formavam um dos actuaes kiiometros.
(Vide Ustaiio^ a pag. 68^ col. 1.% do 3.*
voL)
HUiHÃO^-íreguezIai Trazoi-Montes, co-
marca, concelho, bispado e districto admi-
BÂstrativo de Bragança, 40 kiiometros de Mi-
randa, 475 ao N, de Lisboa, 100 fogos.
Km 1757 tinha 37 fogos.
Orago S* Loivoífo.
O cabido da fié de Miran^ (Bragança)
apresentava o enra, que tiidia iMOOO réis de
eongma e o pé d*alti»'.
(Vide MUhom.)
MILHAR BO CAB£ÇO--^o do Alemtijo,
na coutada de Alco(f6^ (propriedade do ar.
Lftcocq) que foi da alcaidaria-mór de Cas-
tello de Vide^ e fica 7 kiiometros a 0. does-
ta vilia, sobre a margem esquerda da ribei*
ra de Niza, e distante um kilomelro d*MU
ribeira.
fia ft'eita prspriedade 5 d&mens,
l.^^^^o sítío do Milhar do Cabeço. Nu
escavações aqui feitas, appareceram qnatn
machados de pedra, dos tempos pre-oeUi*
cos.
^.''-^A 36 metros da antecedente. Nas »
cavações que aqui se fizeram, se encontn-
ram também três machados de pedra, e mn
pedra de os afiar.
3.''— Na coutada do Porto dos PmAetmi
também do sr. Lecocq. Está servindo da
curral de porcos, e raettida pela parte ap-
posta á entrada actual da coutada, emm
muro que a separa da coutada de Aleo|&«
lo ; mas hoje teem ambas as coutadas eslt
ultima denominação. Para transformann
este doloEien em curral, encheram de pire*
de, os intervalos dos esteios perpendieob»
res.
4.*"— No sitio da Torre da Coutada de M-
cogulo.
5.*— A pouca distancia da antecedente:
apenas d*elle restam vestjgio&
O abbade Audieme {De Vcrigme et de Tis-
fofiiee des arts en Perigord, pag. 34) diz que
Voronge (espécie de eoguméilo) ainda en-
volvido na sua capsula (a que os franeens
chamam bouU. e os portuguezes-antígos-be*
léto) é chamado cougoulo (cogulo) da pala*
vra ceka bardo-cmullos..
Parece provável que o nome de Akog6l»i
dado a uma vaela floresta de earvalhos, te-
nba a mesma origem (antepopdo-lhe o tt^
tIfO edf árabe) ou pela abundância de cogo*
méilos que por aqui houvesse, ou porqie
também se chMnasse cogulo ao frusto à
«irvalho (landre) por caoisa da capsula qnt
eobre asuab^*
mi
yt^iiÂiy-Hr imHAfBS -e MOBAIBENS
^^fregaezia, Minho, comarea e concelbo 4e
Bancettopy 24 IúImi^^Upp) «o 0. 4e Bntga,
iat».4u> If. 4e Liahoa, 170 fagoff.
Em 1757 tinha 69 fogos.
Areetki^paAo 6 dJMiciQ ad«»sttratiT« 4e
Braga.
O O. prior da iM^Uligíada <1^ Baioollos,
apresentava o vygamo» eoAtodOí q«e tiaiha
'fOQfOOa réis de reBdimemQ.
£' terra fertlU
Esta freguezia esteve muitos annos sam-
ji» á áí^JPkim. (ViAe a pag« i39, c«l i.% do
^.» voj.)
Seigmâo ^ iradi^ tem çeia flrqgnevia o
fioM) actuai,, porqua em uma s^ngniiiolei^a
liatattia qne aipi ámm oa fiortogaeies <w
(ra os monrosy morreram muitos milhans
^'«fltesL i poníoa iviato fAWiirvel «oe « aen
oeme veaha de mUhtifaiã, em jw^ dou
4Mua eampot piFodiuirem mxiio milhio.
lOUBBA-^poptjEigiAea avatigo-^iihjilha.
mUSIRá» M lUU-T^rogiieiia, Dpa-
ro» moc(mttíh» da Maia, eaiwroa» bisj^ado,
districto administrativo e 6 kilometro^aiP
27. do P«V(&, ai8 ao Jf. de Xiaboa, 300 fo-
^Df • ...
Em i7(7 ti9l)a W fogifes.
Orago :S« Tbiago Matoi^ apoiMo.
«O real padroado. apreseiMava o abbada,
que tinha 250^000 réis de i^endémento^ íóira
•os dizimes. (VÂde adiante.)
Tem «stalregu^zía tido 18 pa-
Toebos, incloinda o aotual rev^-
readp id^bade.
Cala fragioesia ara naia aldeia da varo-
•chia de Aguas Santas, que d'e]ia foi dea-
tntBM>rada a coustiiuida fre^aetia^eni]!^ os
MA08 ij^7i^ a 1680» AO reinado do eardeal
D. Henrique.
Os rios h^ke Alfaanodfb regam esla ire-
.goeila» aquaUa polo fi. e S., e eate pelo O.
^«^ O A|ttoiy>Ae4^[QA é om ribeiro) á^H^
«o Leça, juQto aMiJbelr^ maana.firtgaa-
9U de GinfSea. AJVd)oa tia»m oiaiwa»bó-
l^aa^eseaUas, barbo% tnitis e eDuniae. Rega
e mde»t í •
P«a 'aignss dJiHiíkwarioa g^ograpbieoa ae
dà ao Leça o nooaa de m ébMiSMfí^.
MUi
W&
t iterra abnadaote de trlgo^ coft^, mi-
lho, vinho (verde) linho e ^um azeite.
Cria muito e bom gado bovino, que em
grande paria vae para laglaterra.
Consta que «o primeiro nome d^eata po-
voação foi MUiarás, deriyado do latim im-
lium (milbo)^víndo a aer imra do milho.
Fica e»ta povoação entre as duas estradas
reaes, que vao do Porto pára Braga e para
GuiHuraes. JÈ limitada ao N. pela freguezia
de Nagaeijra, a £, pelo rio Leça, fireguezias
de Águas Santas, e S. Mamede de Infesy^
e ao O. pelo ribeiro Jlmoróáe e freguesia
de S. Faustino de Guifõea.
£ eata freguezia uma perfeita península,
da íórma quasi quadrada ; porqu£^ a E., S.
e 0^ «stá cercada pelos rios Leça e Almorò-
<ia 6 só pelo N. tem um isthmo, qw a une
á ^egpazia de Nogueira.
Tem de coOHirMo, de K. a &, desde o lo-
far de Motcalhos até aponte da Parada (so-
bne o Uça) 947 metros— e de largo, de E.
a O., desde a ponte de Além do Bio (tam-
bém sobre o Leça) até á ponte do Arquinho
(sobre o Almorode) 778 metros^Tem 6 kUo-
metros de circumferencia»
' O seu território é quasi plano, apenas
ondnlado por pequenas e formosas coUinas.
O logar do Pinheiro (ao SJ está sobre
um pequeno outeiro, do qual se descobre
toda a freguezia e algumas circumvisínhas.
Ao NE., está o monte do Penedo. As ouU-as
elevações são, ao N., o monte das Cruzes, e
a Pedra Cuca — ao 80., o alto de Covas, e
ao SE., o monte da Carriça.
É composta esta freguezia de Id aldeias
que são— Agra, Agra-Nova, Agrell^^ Alvura,
Arco, Arroteaça, Arroteia, Bacéllos, Beça-
da, Calvilhe, Cima de AJdeia, Egreja, Fun-
do*de-Villa (ou Fundevilla) Monte das Cru-
zas, Pinhftloo a Ponte.
Todas estas aldeias finam muito prox}-
poaa umaa das outíras, em razlo da peque-
na área da freguezia.
A aldeia de Fundevilla, é muito linda ^
aompaata de ricoa lavradores»
Calvilhe umbem é uma bonita aldeia, nu|a
p» sni^ habitantes aao pobres.
A aldeia de Monte das Cruzes, tem «ata
AQma^pnr eaur alU o Calvário da paroebiâ.
m
MEL
A àò Pinheiro é assim chamada, por eaa-
^ de nm grande pinheiro qae aqni houTe
antigamente.
A de Agra-Nova, é uma povoação ftmda-
da pelos annos 1830.
Ha n*esta freguezia óptimo granito paira
edificações, pelo que não só se exporta pa-
ra as fregnezias circnmvisinhas, mas atô em
grande qnantidade para o Brazil.
Os melhores edificíos particulares d*esta
fjregnezia, sao as do sr. Hannei Martins
Ferreira, de Cima da Aldeia, e da sr.* Maria
Rosa Alves da AscençSo, da Agra.
Também são dignas de menção, as casas
dos srs. António da Silva Bálthazar e Antó-
nio Ferreira da Silva Torres, em Pandevil-
la, a de Hannei José da Cruz e a de Maria
Gonçalves Ferreira, em Alvnra — e a resi-
. dencia do parocho,]nnto á egreja matriz.
Esta altíma é das melhores do concelho.
É um vasto e sumptuoso edificío, funda-
do no meiado do século XVm, sendo então
abbade Manuel Luiz Caldas Falcão.
No logar onde hoje se véaresiOencia pa-
rochial, houve uma antiga capella, dedicada
a Santa Luzia, onde concorriam muitos ro-
meiros. Jà não existe.
Perto d*esta ermida havia uma fonte (no
caminho da egreja), que foi entulhada em
1859.
Com respeito a esta fonte, ainda por estas
terras se canta a seguinte quadra :
Bôa terra é Milheiros,
Dá de beber a quem passa :
Tem a fonte no caminho,
Santa Luzia na praça.
Disse que esta fi^^ezia tem tido 18 ah-
bades, são :
í •^Bernardo lute— desde 1S86, até Í8
de setembro de 1613, em que falleceu.
Í^^Manuel Jo^o— que moríeu em 1618.
S^—Francisco de Torrw— que morreu ein
16Í7.
4 •—Gaspar Coelhode CárraíA()— que mor-
reu em 1629.
õ.^^-^Antottio do Ca^fo— que mòrícu etú
á«59.
e^-^Poèntatèio de Soujo— ^ue morreu tx6
Mj
mesmo anno de 166^, em qse ibí feiío^
bade.
Era pensionario perpettu) da egreja de &
Salvador, de Folgosa, d'este eoncdho h
Maia.
l.^^-^-João Soares dê Bulkões—ipiB totton
posse em 1661^, e morreu a 4 de ouinfatoife
1666.
Até à vinda do novo aU)ade, foi anooDh
flUendado, o padre Pedro Freire.
S/' — Domingos Cerqueira^^txmon pow
em 1667, e morreu em S5 de outubro d»
1685.
Serviu de eneommendado, «té 1687^ o p^
dre Domingos Alves, d'esta freguezia.
Q^-^-PêdroHeiMrtque Tavares — ^tornos poi-
se em 1667, e falleceu em 21 de abrflè
1717. Foi um dignissiflio pastor d*e8U ft»
guezia.
No seu tempo se reedificou a egreja, |m
o que ene muito òoncorreu, fazendo í A
custa a capellaHftiór e aí sacristia, eojosi»
ctos mandou ornar com ricos refabolõiL
Pbr sua morte, serviu de enoommeiÉiiit
o padre Domingos Jorge, natural d'e8ttin>
guezia.
íO.^^-^ancisco Velho de Maúêéh^tku
sabe quando parochiou. Morreu em 13 è
novembro de 1703. (Vide adiante.)
ll/^—João da SHvú^vMú se sabe o aau
em qae morreu este abbade, nem o teni»
que fòi parocho.
Sabe-se que foi coitado ^ 1704*
Também se sabe que Pedro Henriques T^
vares, era abbade no anuo de I703,eemtt
de novembro de 17Õ5, conttntianjlo semio-
térrupção até ao anuo de 1717, «m qoeU-
leceu.
Por conseguinte, João da Silva, sé pod»"
riá pàrochiar ntà anno, e Pi^ncisèo Yei»
de Macedo, apenas alguns meze^.
talvez o a^^ttade Tavaits deshtisse dolie
nefleiò em 1703, sendo íi'ellõ eoOado Fni*
dseò Velho de Macedo, e qtte ftlleeendo «^
eái 13 de novèmbrb do éiesmOiaBne^ ^iei»
Jota da 9ltta em 1701, eMlecendo taÉM
este, entrasse de imSvò Tavares, em 190&
O abbade Joio da Silva, era nattKnl à
freguezia de S.kf&o B^X^bu, éáè^lntt
cura, nb bispadBi) de Ttseijr.
MDL
m
12.*— Domingos (U Fígiieiredo—^aBUsnl da
freguesia de S. Pedro de lofias, no bispado
de Viseu.
Tomou posse, em 29 de junàp dis 1717, e
falieceu na sua tenra natai^ ^m 4 de novem-
bro de 1747.
Foi eneommradado, até 1750, o padre José
Pedro Pacheco Pereira.
ia*"— O dr. Manuel Luiz de Caldas Foi-
«ao— natural da fregnezia de S. Salvador de
Sarbeita, comarca de Valença do Minho.
Morreu em 9 de novembro de 1781.— Foi
^Uu*anle o tempo d'este venerando abbade,
^ue se construiu a residência parochial.
Este abbade assigijiaiou com brilhantes
acções, a sua carreira parochial. Foi modelo
dos paroehos, e muitas cousas que elle fez,
ou promoveu, em beneficio espiritual, reve-
lam o seu zélo e inteligência.
Pelo seu fallecimento houve dois encom-
mendados-^o padre José da Silva Pinto, na-
tural de Campanhan, que falieceu em 16 de
dezembro de 1782, e o padre Manuel José da
Silva, natural da freguezia de Villa Nova da
Telha, que serviu até 1784; hindo depois
para reitor da freguezia de S. Félix da Ma-
riaha, então comarca e concelho da Feira,
6 hoje no concelho de Gaya, comarca do
Porto.
14,''— José Joaquim Pereira da Coíía— na-
lural de Villa Nova de Gaya. Tomou posse
^m 18 de novembro de 1784, e falieceu a 27
de agosto de 1804. Foi um parocho exem-
plarisssimo, e a egreja de Milheiros lhe deve
grande parte dos seus adornos. Era um exí-
mio calUgrapho, o que prova a bélleza da le-
tra dos assentos nos livros de nascimentos,
casamentos e óbitos da freguezia, feitos por
«lie.
Por sua morte, foi encommendado, até
i80^, o padre José António dos Santos, na<
«oral d'esta freguezia.
lò.^^-^^Manuel José Dias de Abreu e Nobre-
^a— natural da freguezia de Nossa Senhora
éa Assumpçào, de Aboim da Nóbrega, no.ar-
clebispado de Braga, concelho e coioarca de
Villa Verde, (então de Pico de Regalados.)
TTomou posse em lOée abril de 1805, e mor-
reu em 31 de março de 1826.
Por sua morte, foi encommendado, o pa-
dre Manuel Alvaces dos Santos, natural d*e8ta
freguezia. (Este eeclesiastico viveu depois^
muitos annos, fora da freguezia e falieceu em
1868.)
iff.o — João de Almeida Magalhães de Sou*
aa— natural da freguezia de Santo André, de
Villa Bôa de Quires. (antigamente comarca
e Gonceihe de Penaâel, e hoje, comarca e
concelho do Marco de Ganavezes.)— Era cura
da freguezia de S. Miguel de Oliveira do
Douro, na comarca e concelho de Rezende,
bispado de Lamego.
Tomou posse, em 15 da setembro de 1827,
e falieceu a 7 de janeiro de 1856.
A menioria d'este virtuoso parocho será:
eterna entre o povo d'esta freguezia.
Era um varão de vida exemplar : muito
zeloso no cumprimento dos seus deveres pa-
rochiaes; muito instruído, e (aliava com mui-
ta elegância. Era respeitado por todos quan-
tos o conheciam.
Por sua morte, foi encommendado, o pa-
dre Agostinho Alvares dos Santos e Silva»
natural d'esta freguezia, até ao dia 30 de ou-
tubro de 1856.
É actualmente abbade, coUado, da fregue*
zia de Santo André de GanidéUo, no conce-
lho de Gaya.
IT"— António da Ascenção e Olweirar-ikSí'
tural da freguezia de S. Lourenço de Asmes»
no concelho da Maia. Tomou posse, em 30
de outubro de 1856, e parochiou, até 18 de
outubro de 1867, em que tomou posse da
freguezia d' Aguas Santas, contigua a esta.
No pouco tempo que foi abbade de Mi-
lheiros, o sr. Ascenção, vinculou o seu nom^
em Milheiros, ás grandes obras que no seu
tempo se fizeram na parochia, e para as
quaes elle era o primeiro a concorrer e a
tomar a iniciativa : taes são, a torre dos si-
nos, o cemitério e outras.
É também um distincto orador sagrado.
Ficou servindo, como encommendado, o
padre Esmeraldo Moutinho dos Santos, que
principiou a parochiar em 19 de outubro de
1867, até 1869.
Ê oriundo da freguezia d' Aguas Santas,
d*este concelho ; mas natural do Brasil, fi
um sacerdote illustrado e virtuoso.
asa
MBi
aqui transferidOyda admiflittn^ do eon-
cdho de Villa Nova da Gaia.
Este cavalheiro janta e allia ao maior
zéllo no oompriíoeiuo dos seus deveres, o
respeito e acatamento devido á aaersea&ta
religião catholica e apostólica romana.
É com o maior prazer qae transcrevo
aqni ama circalar qae elie dirigia aos seos
regedores, por ser um documento altamen-
te christão e civilisador, que lionra sobre
maneira tão digno magistrado.
£i8 o documento precedido de algumas
palavras do jornal do Porto a Palawra :
«Ha dias publicamos na Palavra um offi-
oío que o sr. Manuel Rodrigues da Croz, no-
vo administradar do concelho da Maia» diri-
gia aos regedores do seu coecelho. N'es8e
officio lhes erdenava o sr. Cruz que tomas-
sem nota das pessoas que não prestassem a
devida consideração e respeito aos paro*
chos e mais ministros da religião, afim de
serem punidos os refractários a este dever
sacratíssimo.
«O digno administrador da Maia, mandava
que os regedores empregassem os meios
mais enérgicos para reprimir taes abusos, e
que fizeszem sentir aos seus administrados
que sem ministros da religião não pôde ha-
ver religião, e sem religião não ha socieda-
de possível, sendo a consequência a dissolu-
ção social.
«Não é menos digno de ser conhecido de
todos o offieio que anteriormente o mesmo
administrador transmittiu aos parochos do
concelho da Maia.
É o seguinte :
tlil."»* e rev."» sr. — ^Nomeado, por decreto
de 18 de março, administrador d'este con*
celho, é do meu dever fazer d^isto sciente a
v. s.*, e significar-lhe que, sendo os paro-
chos os membros sociaes a quem ligo a ma«
xima importância, pela convicção profunda
em que estou de que d'elles depende essen-
cialmente, como primeiro élo da cadeia só-
cia), o bem estar dos povos, o socego das fa-
milias e a tranquilidade publica, não devo
eximirme a pedir a sua coadjuvação para
o bom e fiel desempenho da missão de que
estou encarregado.
<B, por^e estou eonveneido queeUaiM
será prestada com toda a lealdade e fra-
queza, desde já asseguro a v. s.« qae no ad-
ministrador do concelho encontrará, aléa
do executor da lei, o magistrado que mmet
se recusará a prestar*lhe qualquer 9txúi;^
que não vá de encontro á mesma lei ; o <pe
importa dizer -lhe qae garantirei e farei gana*
tir todas as prerogativas que lhe são ooaee-
didas, e a força que todos carecem, nomei*
damente aquelles que vivem em ooncelhoi
ruraes.
tDeus guarda a v. s.*--Maia 26 de ma^
1874. — 111."* e rev.""* sr. abbade de.. • — O
administrador, Mnnuel Rodrigues da Cfu*
MILHEIEÓS BE FOABES (ou POIABI^
fregoezia, Dourov comarca, concelho e 11
kilometros ao £. da Feira, 30 ao S. do H
to, SO ao NE. de Aveiro, 10 ao N. de Olin
ra de Azeméis, 280 oo N. de Lisboa, 20Dk
gos.
Em 1757 tinha 116 fogos.
Orago S. Miguel, archanjo.
Bispado do Porto, districto admifiisliiAP
de Aveiro.
Os cónegos regrantes de Santo AgostiÉ»
(crusios) do convento da Serra do Piitf
(Gaia) apresentava o cura, que tinha ò0
réis de congroa e o pé d*altar.
Foi mrimeiro do padroado do mosteiro d»
Gríjó (da mesma ordem) e quando o eoi*
vento da Serra do Pilar se tomou indepeo*
denta d'este, passou o padroado d*esta6de
outras egrejas para o da Serra.
O foral da Feira, dá a esta fregaeziao
nome de Milheiros de Poyares; comtadi^
parece-me mais.etymologieoPoyar^^. Pos-
reSf como se diz,é impróprio, pois não é pa-
lavra portugueza, nem árabe, nem celta, nei
castelhana.
Poyar, é portuguez antigo — significa— sb-
bir; trepar; fazer pouzo ou escalão de algo*
ma cousa, para tomar um posto ou 1(H^
mais eminente. Cortávão braços, e mãos a ^
dos aquelleSy que viam travar nas bordas f^
ra poyar acima das gallés, (Gomes EaoBtf
de Azurara — Chromc» do conde D, Psin»
liv. 1.% cap. «.•)— Vide Poymenío e Fogo.
Esta freguezia é fértil em todoe os g<A^
ros agrícolas do paiz. Tem muitos pittbM
^
mu.
e iibmimriB da. ârf«9m iil?«0m»»
multo gado bovino, exportando a maior par-
tO' para a Inglaterra. CriatamMDi battnte
fiA» miiido. leapodatmome QveUias e por-
eos.
jHa w exMmMMe ^siiiiaitríoi»! /d'6«ta
ír«gnetía, itnu aldeia ehama^ Mámmn pre^
Taveknente por ter aqal existido algum mo-
mmento ceka d'e8te nome (Yide a pag. 46
4*eete volume.)
Foi esta freguezia. solar dos Ferestrélles,
qiue ainda boje aqui teem descendentes la-
vradores» - .
Era PerestréUo um. appellido nobre em
Portugal, que veio da Lombardia (Itsiia.)
' t^roeede de Pbilippe I^erestréllo^ eavallei*
ro lombardo» da «idade de naeencia, que
veio a Portuga], no reinado de D. loao I,
en i43l, oom IX Leonor, molber do prinei-
pe D. Duarte, que subiu ao throno em i433,
por morte de D. Joào l, seu- paa*
Em 1433 lhe mandou D. Duarte passar
«arta de nobreta e lhe deu brasão d^armas,
iptA mandou registar no respectivo livro,
tm 1437.
O brazao d*armas que o rei deu a Pbilip-
pe PerestréUo, para ette e seus suecoesores,'
é-*es6Udo dividido em palia— na i^, de ou-
ro, leão de púrpura» armado de negro-»na
%*f de prata, banda anil, carregada de 3 ea-
trellas de ouro, de 8 pomas, e entre 6 ro-
sas da sua oôr (3 de cada lado) com sua fo*
ilia verde, em palia. Timbre, o leão do es-
cudo, com uma estrella do mesmo, na es<»
padua.
Outros Perestrellos, trazem — em campo
do púrpura, banda azul, perfilada* de ouro.
^oarregada de .3 estrsllas do mesmo, de 8
pmitas, e enire 6 rosas, de prata, 3 de cada
lado, de. quatro pétalas» sahindo de raitreel-
laa uma íeJha de ouro.
Era d'esta família, Bartbolomea Perestrél-
lo^ célebre navegador portoguez.
. JOLHEUr-portoguez antigoHQÍ|f&-ee ser
Cfrto panno que vinha de França. Futim
tatmto fmu de milheu, sarado com cendal
f>0t^. <Doc de 8. Thiago de Coimbra, de
UM. ( VMa Mirleu e Mirleu$^
VOLUtfl V
MH
a»
lULHO-vide mhan^
iHUO.MBGM^pormgnaz antigi>rHtti-
Iho miúdo, que tem a côr de um rôxo.qna^
si preto. Também se ebama mUhú isáburpo^
e mSkê da Senhora da Lapa/Nh Terra da
.Feira, dao-lhe o. nome de mUho^rfllo.
MILHOM— portuguez antigo-^milbo miu-
do.<— Em um testamento de 8. fiímão da Juu-
qu^ra, feito em i289, se diz \^IL a Sievãa
Joqnnes, de Perafita, ou açs seos heréét (her-
deiros) hum quarteiro de nUlhom.
Em todos os documentos antigos, onde se
falia d^ milhom^ deve sempre entender-se
milho miúdo ; porque não havia outro.
O a que hoje chaibamos simplesmente
niilhOy milho grosso, milho maiz, milhão^ a
milho de maçaroca, sô foi CQnhecido em
Portugal, no secalo XYIl, trazendo o da ín-
dia, Paulo de Braga. Consta que ao princi-
pio era prohibido semealo, e só alguns cul*
tivavam poucos pés, nas suas hortas e jar-
dins.
É tradição que a primeira cultura em
grande, d'este cereal, foi no campo de Coim-
bra.
Ainda no princípio d'este século, pouco
milho grosto se cultivava na Extremadura,
Alemtejo e Algarve ; hoje constituo a prin-
cipal Cultura de todas as pfovhioias dePor-
tngal e ilhas, e é o pão da maior parte doa
nossos lavradores e de muitas famílias, so-
bre tudo, de Coimbra para ò norte.
MILHORlA— portnguez antiga^~e mais»
ainda mais alguma cousa — contrapeso. E
cada ires ferraduras de asnar pesaram meh
arrátel, e melhoria. (Regimento de. 1480, no
lÀvro Vermelho de D. Affonso Y, n.« 61.)
MILITES— portuguez antigo -- oavalleiro
-^0 latim, mUes, òu miUites. Milites de Co-
viliana stnl m Judicio pro Podestades, et In^
fançênes de Portugal, (Foral da Govilhan, de
ii86.)
Em outros muitos documentos mtigos ae
véa palavra milites, significando cavalleiro,
plebeu ou fidalgo. (Vide Viseu.)
mUUNDOS ou MSLHUNDOS-^fregue-
zia, .Douro» comarca e concelho de Penafiel,
3fii.kilometroa a NE. do Porto, 330 ao N. da.
Lisboa, iOO fogos.
JSm 1757 tinha 47 fogos. .
15
]»
Orago S. Martinhoi biipou
m»p94o e dlslriole, ateMftrfttf¥ot do
0taMbid» dOMMMlcirabeiiedlctiiio d6Bts*^
téil<v apresentava o evrl qiw tiiriNi ISMOO»
réis d» OMigma^e o pé^d^alCar.
Éíterpa í^niL •
miHiniDRES OQ IflTLHUlinRÉS^—salar
e tHolo.de viscondado, do sr. António Pe-
reira de Sá' Sotto-Maior. Éno concelho dos
Arcos de Yalle de Yez.
Sotto-lfaior é nm appellido nobre em Por-
ttigal, cuja fatíiilia ó de Galliza, onde ha a
easa dós dnqnes de Sotto-Maior. Passoa a
F6rtag;al, na pessoa je D. Pedro AWares de
Stotto-Maior- (senhor da easa d*este appelli-
do) no remado de D. Aflbnso V;
Foi n'68te reiqp, conde de Caminha^ da*.
SQU com D. Therezar de Távora^ e, tiveram fl-
' lhos, que foram para Castella, depois das
pazes qaô fizemos com aqaelle reino, fican:
do somente D. Nuno Sotto-Uaior.
Qeppif voltaram para Portugal^ D. Cípiria-
tovão e D. Álvaro, que viveram em AbraA-
X^fò em Casteilo BraoicOí sem saccessào.
Èl^ Du Naiy), pois,, procedem 09 Sottos-
Hjj^iojTe» à» Portaga)^
Tiiazei9 por awas^— em campo de. prata,
3,.cotlea^ eop^ faxi, xadresadas de ouro e
p,Açpuni«,de S.pieçaa, em palia, perfiladaçde
negro. Timhre, hm leão de praU» carregado
dfi. três, cólicas do escudo.
OntVQs de mesmo appeWdo, traaemi aa
iMNDaAiaRBia|9, poEÓm com abordem do mèéo
4o;xodl«z das cotieas,^ tapada de «pretOv
Elslas sào as dos Sávedras; por vineoii de.
wax iraio dos Sottos-Maíoresw
AiDda^ outros ramos d*estaíam*lia «usam.
aa^ soas armas mais. ou meniis a4|uradas e
aocreseesDiadas, em razão de «e ligaram oom
outras famílias.
MLLIA^Era uma parochia da provnMia
dò Mloho, no arcebispado de Braga. Aioda
existia no reinado de* D. Aflònso II, o que
consta* do Ifvro dos padroados rèaesdo^ar-
eeblspado de Braga. Não se pode saberhoje
a simaçâo d*esta f^eguezia. Alguns preieii-
dem que seja a de Milhares ou. Mãhages^iSi
Bomão) na comarea e ccttcell» de BaMol-
kM^ aredbtopsA» • dlstHetot idjriiliinmdii
deiB|r«gAi r
■UUâMMI (Ifareos iMUans) w ^Mtf
Mtíha. >
MILRBII; MBÚU, MOKbâil MBUR
e^ IIIUUII^poitQ8iiMianti||(>->-d^ totoUH
tea modo» 8»<eBa«niietia palaira, qovpal
paêe nada mais sigoiteaf do qvt&fraiietÊ,^
estrangeiro, coisa de Frahça oa> eatmagii^
ra.
É cMo>q«o ao prinolpio da^monidii
portQgaeia) vieMD a^ este reloo mniios «k
trangeiros, principalmente de França, m
quaes^ íéila a su» veniaga^ oa< se domisiHi-
vam^i^i,» oa regftestfatam > ás sQUa tèmt;
íBOêi eoniiMMMo aK|Ci 'eslainioi, precisava
doihospltaes^ àa ailMHtariaa^oai q«esar»«
cdlti08sém>e' curasse».
BnnuMita» partesitlfemn estas* casu è
abrigo, eaea sitioS'ondeellasiestiív«ranai»
da se dá o nooieida Ifilléiv Viteu, M»m
oaMmlm,
Em Goimteay onde depaissè fhiiÉi4
collegio^deSj. Paulo; havia uma^d'estiiC»>'
sas; que principiou logo desde a conqoisi^
d*«Bta: cidade por D. Remando M aga% «n
iOM; poisjá no tempo do governo doeiíh
dO' Bé Sianando^ .9e<ftindoo o mosteiro^
S^Jerge d*apar de Coimbra, na maiíã^à
ÈkflauSi (Ckwmi do$ (kmêgoí Rtgrtmtis, pus
IX Fr. Iffeolaude SáttU Maria^ M&nmA.
Lmitanck, Liv. d.)», eaf . 4.% fli 11; eol; 1*)
É provável' qiM< este silio foese pertâD{i>
de dita hospital 4e estraif eirosi
Em 1093, quando o conde D. Heori^
veio para Pertogi^ o em dias de Ih íMir
nh9 MuniZy e dt tua* muMiíer\ BMr& Si^
nanUzimiA do oonáe D« Sisnando) fè^M^
Gíid$ssenáiz uma doação^ ad AuíãmSoÊBlí'
Séãoaíoris, Obèdien^Hm VMcMriu^ qimM
fundata in Colimbria > OMtaie^ jnàta íSb^
Mirleus qui dicunlur. (Doe. original do ca-
bido de Ooioitai.)
' Al egreja do Salvador^d»
Ooimfera, «^obedientía^ piit-
radOj 00 pequeno moslsinv
d» fllta^e de da Yaieearíf%
• emquaatõ este não feA doai^-
pato eaiide m RàqraiHrfoei^
m
faffihí»: Uifáeà tfSfe tfe Cofiai'
bra, com iddbd òáí déi^ fiéUif
bfó^b (Téstta cídádér, D. tíM-
èoúió.
e^úmi ém he/íji)ftdlf ott' álbérc^tfa' de-'
baixo da protecção i^àl/etitl^è á& éi[i^á^ db'
líla(Mdb^'ea'dè S. Pèdrò; cbhib eòú^ de
títeá sAStífeiiça, da c^Ubgfiadá db SI tbiágb,
ly. Mántífeír ag^girégou éstk è oiatfib aU
Mf^átíaB, ão bb^ital t^éál de âofnlbrá:
tatóbétíí se VÔ qtíèJtoWfa é càisa é^fran-
azes, pela doação do conto da ermídlà' dé'
Siata' Comba, jti^nto aorioCórgò (oti Cór-
i^oí) itot' I); Affònso BteilíiqTlés, etó il3dí
ili qbál ^ fãtla úá /b^^? (fe jrfWé>i«, jaútò'
aÒ'p'atótíd É^mciscài (Vídfe Franawo.)
Já disse na' Ékiarda, que proxibao é ao E.
dTeáta' dd^áde, ba ntb sitio' chatlíàdo' ttMeu
0tb}eí Míteru} onáe botiVé nmà albergaria' do
diésnrd tfome, e jtiiíto d*ella^ btínve támbeni'
emparedadas,
Snpp?5e-sè (itiG os pôrtiignézés dòs i/rítí-
dt)ib9 daifossa monardiiiá dávatú aos fran-
cezes o noittè d^ mMísus, derivado do alie-
itSbtnirféotiÉchfíiirling, uma eà^íecíede
á'^Or (fé gràUdeza db lím ibélro, òii poncò
maior, a qne nós cbamanlos' eimèriíhão.
{títittoú átíem que é o a qUe boje se dá o
líbtóô de' frMcêihOy que vem a sèf synoni-
AÒ á^ niirleU-ftSLÚGet,) '^
ÊstáB aves de ráphiâ' são nattír^ês da Sué-
cia e da Noruega, e arribam para a pebiii-
sula bt^paúlca, nò prinéipio do ibvérno, e
sèí vSò com eHé.
rtttRIltJ— siiiò do Algarve, jímtò à gran-
de aldeia e fré^éíia dè Estoy, concelbo;
comarca, bispado, dístrícto adminiétrativd e
próximo dé Paro. Efstóy está situada ism um
câbeçò, em cQjos arredores tem apparecidò
muitos vestígios de antigos edifícios, qué
aTgtíns pretendem ser os restos' dá antiga
Osàonóia. (tlde Estoy)
ttílreu, como disse, fica próximo a Estoy
e aqui se acbam vestígios de antiqui^imaà
cbtátrocçoés. Ainda aqui existe um teúQpIo
qtie parece ser romano; ainda ba pouctíãf
afihòs se cotiservavam as suas formosissimáãf
malhas de ordem corintbiay e no interiòi'
m
mi
ésláta irgmí(ío db l^èms" hòmós iénd-
fé^^d^i^ftyiiui) dé'(]eitios'dé';dgyir.
Tídha' extéríòÂieiite tHúií ^bàidái9a'd^ t'
àW t iéígãtis, táhítiè&' mmik' ííê M-'
£m úM éséà^^U áàbi^ fbítí; òb' ítiâS,^
8d'a^bdtiumá' sè^nlttirá dé tiiáittòrb' cdili'
dU^^aúipbáras^tfe^^:
fèdl'^é ^dòntíid^' outras ifaúlta^' s^ãli*
ttitifò átitl^aisifittaâ n^mett eáflipòi^, ^faéíto-
Je^^ sld ViDtia»:
Havfa^ tftifibett^a^ tun granderaí^Qèattbto;
do 4Uál ainda iMt b»Btatitèis vestilgioi^ illM^^
mo á^fldr dactèfrai Yéétô^&e* afnOti tkÀtMf
alit^reès dear(ifánía9Élâ è «ãíIlMtUiáiiiòSií^ M'
cifriMò rtmmnôi' a* quer oS atatf gi6ê' eâèl^ipto^'
reá &eía 6 nótííé' ^' pkenfáiú;, fomáííUM' M
fóhimtirk. HPifem ^tté é d'iêtó qtfèf nôtS^'
zemos formigão.)
Tedás.éstaá mitiasseiréenLdesâeFjiro até
Esloy, úú õankpo da TiHikâtaei & etnUfimi^
4ae âeapl*oximo. , . .
Be varioadòcQ!ai8nt08 antigos aedeprehon^
de que, na baixa' do sitio denominado Santo
António áoÂUo^ ou mai& propr iaiúeate Com*
po da IWn^ía^e, 'junto a Faro,, bavia uni'
grande estueio ou estuário .(esteiro) qne dava»
ingressa ámaréy-qaasi atéjubto de Bstoy, «
d'ahí lhe veio' a denominação de Estmriuy
pelos âtíeiás que cortavam, a soa campâa
em diwfsas direcções..
Em Ossonoba se eanboo: moeda no tempo
dès romanosi Dir-se qne no monetário do^
bispo de Beja, Cenáculo, havia uma meda-*
lha de Ossonoba (egual a outra d(«cripta
pelo padre Flores, MedcUhas d^^espanha,
pag. 111, Madrid 1773 e corresponde à Tá-
bua 65, n.« 4) que tinha de um lado um na-
vio com velas larg^, e no reverso um pei-
xe, com a palavra Ossonoba por cima.
O Algarve cabiu em poder dos tadjehitas,
allíados com Abdallah-ben Aíafiz, o qnal se
tinha declarada emir soberano; ficou porènà'
fora do jugo dos Beni-AlláíTtuz, o moderno
Algarve, que se constituirá nm principado
intfeiièbàênCé, regido ' pêlo Wasir AUm^H-
béb-Siíd; a' quem succedèu' séu gehro Sald-
bétí-Hâfuh:'
iíMò Ofmyab.béil-Isàli-Abu.Iahia, al^káié
dli*Mtiúi^, e^sêtilrdíãDUclbâtnhléd vís^if^^
93S
MIN
MIN
OU conselheiro na corte de Córdpya, tevo
o kaiifa motivos de queixa contra Moham-
med, e o mandou matar. Em razão d'e8ta
barbaridade, se iroa contra o kaliíá o al-kaid
de Santarém (irmão do asâassinado) e ligan-
do-se com o rei D. Ramiro, de Leão, lhe pres-
toijL obediência com um grande nnmero de
cavalleiros mouros do Algarve, entregando-
Ihe todos 08 castelios da sua dependência.
Ossonoba estava então muito arruinada,
assiín como Faron, e os árabes, julgando,
melhor sitio para a moderna cidade (que
queriam alli fundar) aqnelie de Faron, a
reedificaram á custa das ruinas da velha
cidade de Ossonoba. £ tão verdade é isto, que
nas muralhas e torres aindaf se vêem pre-.
ekMos cippos, lapides (algumas com as le-
tras voltadas) e columnas, servindo.de al-
venaria.
D. Joaò y, por alvará datado de Lisboa
Occidental, aos 90 de agosto de i72i, orde-
nou ao ouvidor da comarca de Paro, José
Barreto Soares, que d'alli em diante nenhu-
nui pessoa de qualquer qualidade ou con-
dição que fosse, desfiiesse ou destruísse, em
todo ou em parte, qualquer ediflcio, cippo
ou lapide^ que, tendo letreiros, mostrassem
ser do tempo dos phenidos, gregos; roma^
nos, bárbaros ou árabes, recommendando à
camará de Faro que tivesse muito particu-
lar cuidado em conservar e guardar todas
as antiguidades que houvessem ou viessem
z apparecer (Liv. 2.* do registo antigo da
camará de Faro, pag. 126).
D. Affonso m e o famoso D. Payo Peres
Correia, tomaram o castello de Faro, abs
mouros, em S8 de março de 1249.
MINA— portuguez antigo — o mesmo que
módiú. Era uma mediáa de superflcie, de
que usavam os antigos portnguezes. Tinha
120 pés de comprido e o mesmo de largo.
Levava um alqueire de pão, de semeadura.
Vinha a ser uma área de 1:00# metros qua-
drados.
MINA— serra. Douro, no extincto conce-
lho de Maiorca, hoje comarca e concelho da
Figueira da Foz. É a continuação do Gabo
Mcmdégo, que, começando alli, vem que*
brar-se em S. Fins, depois de passar pela
Brenha e Alhada^ onde ae divide em p
quenaa ramificações.
MINA&— Parece que os antigos Insítoi
se não oocupavam na exploração de nn
emquanto os phenicios» os carthaginen^
ronianos e os árabes lhes não ensinam
maneira de as lavrarem.
Se dermos credito a muitos eseriptpi
antigos^ o ouro e a prata' se «leontm
em tanta abundância á superfide da ta
que os.lusitados o empregavam nosni
baixos mistwes, como fenramentas delm
ra, armas e outros instrumentos do uaoen
mum.
Os diversos invasores da Lusitânia, dtpi
de se apoderarem, por bem ou por maj^i
oure e prata que acharam assim tasi
empregado, trataram de explorar as?É
metálicas, no interior <ía terra. |
Em innumeraveis partes de Portugal
vêem ainda hoje claríssimos yestigioi
mineração em grande escala, e mvàm
vastas galerias nos mostram hoje qn«iA
vra de minas se effectuoupor mnitoi»
los consecutivos, a ponto de esgotami
nossos mais ricos jazigos mineraes.
N*aquelles tempos só se lavravam as»
nas de ouro, prata, cobre, estanho, cfaoit
e poucas de ferro.
Expulsos os mouros de Portugal, «Éj
os portnguezes continuaratu a lavnr#
mas minas; porém a descoberta da Ibíii
do Brasil, foi pouco a pouco acabandoU
industria.
As nossas antigas (eis, longe de pnM|
rem as emprezas mineiras, lhes oppofllfl
tantas difflcnldades e as sob:
de tão grandes impostos, que isto
concorreu para desanimar os mineiroi
No primeiro quartel d'este século,
poucas minas se lavravam, e todas por
ta do estado.
Mas nós perdemos grande parte d»
sas possessões da Ásia e da Africa, e
fim o Brasil, e então reviveu a indn»lria
neira ; e pouco e pouco se foram
emprezas ou companhias de nuneraçi^
gumas das quaes são hoje floreseeniea
principaes vão nas terras onde estia
das.
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Xm 1M7, j& 86 contavam em Portagai»
perto de 300 mina-s empregando- se n'ellaa
mais de 5:000 operários.
Os principaes jazigos em exploração, ão
de cobre, estanho, chambo, antimonio, man-
ganês, ferro, carvão de pedra (lignites e an-
thracites.)
Os mármores, argilas, ardósias (lousas)
6 outros maCeriaes para construcções, para
a estatuária e para a industria cerâmica,
também abundam em PorttfgaL
A collecçao de productos mineralógicos
portugueses, que figurou na exposição de
Londres, em 1862, e na de Paris, em 1867,
foi muito apreciada pelos entendedores, e
revelou-lhes as riquezas mineralógicas do
nosso solo.
As differentes amostras das nossas aguas
thermae?, também foram escrupulosamente
analysadas e devidamente apreciadas, pelas
soas incontestáveis virtudes therapeuticas.
É pena que algumas d*ellas (a maior par-
te!) estejam tio descuradas, revelando o
nosso desmazéilo, em objecto tao importan-
te, e do qual tantos beneficios poderiam vir
à nação em geral, e ás povoações onde nas*
eem essas aguas, em especial
MINDE ~ serra, Bxtrenladura, principia
nos Pyrenens e finda em Cintra, no mar.
Os antigos lhe chamavam Monte Tagrus.
(outros dizem que este nome pertencia só a
M^éhmto.)
Em Portugal tem varies nomes, segutfdo
a sua posição topôgraphica—vgr.— -serra da
Bstrella, serra de Aire, Monte- Junto, ^erra
úé Cintra, serra de Mihde, serra d'Albardos,
ete.; mas é tudo uma cadeia de serras e col-
Hoas, ramo do^ P^reneus.
Tem minas de diversos metàes, azeviche,
erystal de rocha^ carbonato de cal e mar-
ttore.
Já ninio, descrevendo esta serra, dic^e
dia é abundante em minas metahcas.
' Bflta de Torres Novas 6 kilometros. N^ella
ttftsce o rio Almonda, que passa a esta vilTa.
A serra de Santo António, que tài paite
doesta de Minde, é muito linda.' Produz mui*
Í$M flores e muitaa pedras de varfa« cdires.
Tém muitas cavernas, cheias d'agua, edt-
lemas artiflciaes, algumas, obra dos mou-
ros. A serra de Santo António, tem 6'kilo-
metros de comprido, desde a aldeia do Co-
vão dõ Fêcto, até AltadoSf ou Albatdos.
Na serra de Minde, téem os moradores
d'aque]les sítios feito muitas casas, que ar-
rendam aos ^tudantes, que de todo o reino
aqui téem affloido, a estudar o que lhes eU'
sinam dois frades do Yaratòjo, que aqui re-
sidem.
No cume da serra, está a capella de Santa
Martha.
Vide Aire, serra, e MotOe íunto.
MINDE— freguezia, Extremadura, cornai*-
ca e concelho de Porto de Hóz, 30 kilome-
tros de Leiria, 11$ 'ao N. de Lisboa, 430 fo-
gos.
Em 1757 tinha 409 íògos.
Orago Nossa Senhora da AssumpçSo.
Bispado e districto administrativo de Lei-
ria.
É terra muito fertiL
O prior de S. João, da villa de Porto de
Mós, e os beneficiados de Santa Hatia, da
mesma villa, apresentavam annual e after-
nativiímente o cura, que tinha lOOlÓOOréis
annuaes, ou 60 alqueires de trigo, 1 pfpa de
Vinho mosto e 3^000 réis em dinheiro.
Tinha mais, as ofiértas e pé d'aítar, e al-
gumas amentas voluntárias, de meio alquei-
re, Âe trlgò. bto tudo era avaliado nos dito»
100 jOOO réis.
Ê esta villa que dá ó nome á serra ahte-
cedente, por lhe ficar próxima.
Esta freguezia teve príndpio em úmá er-
mida, da invocação de Nosm Penhora d&Ce-
refal, onde hiam 4i2er missa aos moradores
d'este logar, os beneficiados de Sadtâ Maria
de Porto de Móz, por turno. Os sacramentos
è os enterros, porém, eram na matriz de
Santa Maria.
Foi depois erigida em curato, com a mes-
ma invocação, que depois se mudou para
Nossa Senhora da Assttmpção, qneí é o actual.
O vigário e*l)eneficÍados, fabricavam a ca-
pefia-mói' e sachristia; com os ornamentos,
e a casa da residencial O vigário contribuh
com uma parte e os beneficiados com duas;
porque a egreja de Santa Maria tkha thab
rendas n*esta freguezia, dó que a de S. Joio.
O corpo da egreja era fabricado pelos ftre-
IMÍIL
m
danjfd^. 49 cura.
p. j[Vf% A#oow ^V^ w ?ri3H?,íno ?i^^o
Tiavas qae ficassem em casa, resan^ por
Ha doas sachristias. A imagem da ^DlfO^
ra do Cf^m^ ^91 ijmJ^fiflíqQ íesiiç^^/com
.P ^cf^iíí^^de p,ç^^,edoftr,í49; íoi.fei^o
. ^ i{f47. ^ ;ep'^à il sijDfiptuoíia,
Fica esta fregâezia a 3 kiiometros de )f\'
ra, Diz-se qae ^fjt^ f^f^Of ^P^ çhiiSAada
pen^òactpM.
£stá collocada entre as duas povoaçõ^
de Monte de Coelho pfj^pcjk^ S^p Apto-
■. flf»R'^tofrftW?Wdwcape^a8^^^S.
!^h^\^ Çf j^ de S^nlo ABÍ9iff o, H^yi^ .^.q^i
nm t^^olçÍQ 4« re^jp^fioii arral^ido§, ^ue ípi
. fí^briçam-a? p^U fr0<[ue?ia^ feurei? ».3a-
jrfif o(^ S i( leirra dos çardiai^pres^ .^ uf y^o
exercer o seu oiffièío por vari^ ppii;oaç^.
l-oi Y^^a^, ^ ^ j(n^|9 itqtigai pias juíp se
sabe quando^ j^jb por quçm fç^i fardada.
J^jDpc^ tpy^ Ipr^. .
A wejíji «9 Santo Aifto^iio, flça 4 eW?»-
df da ppyp9;ÇãQ, j^o ajtiQ clí^^d^^ Eim. A
^ip^ep 4p padroQ^p, fo^ qáeima(|a p^lqs
^^fpppjtes, pip .i8iQ7. ,
pepbis, jpn ÍM<|iiyiduò d>qm^ cbat9t?dp Jlq •
miOy que andava peias outras ^r;is a c^-
^ la^ «cbpa f/ofk Tfmf ^jp^l^ i^^ siQgpra,
1^ ipigçm djf Si^to »WW9' Fw^iO
f^ e ípejwçijdoo^i^íntfo ^e 1^^ ^^fco, p }»-
yptl pfra ^ f ufi terfrf C^íf iwwfp í^yi^ de
t^çfr 04 i|íQf^ 19 s^^p jpar» p. q]i^ ^rf
4^^i^iij pe D$p hiapii^prppls^; p(^ç-
DÁP f psoréin .03 4jíi í:ir^ pfm «p iip-
Pozenm o santo (fo pjfíj^^t^tí mm-
Oh, 4^010 S^4iip,
De Jestu amado,
P t(õp ^1,9 j«npiW»r
. J5cpwp•)^e o llq^ft
Oh, António Sanío*
0|i, Apton^ Sa9(f)y
Pl^JewW«ri4*i
Trppf ç-te .p 1^m¥h
(Devemos confessar qne os |lf |||||lf ff
mui» íf""»«>P em flqeai^, ftote ^^çIijíj»!*
|»(^ipimt;e .coasoantei^ {lo .«qe «s
, J^offA ^ffiXçífisfme, |ia | q^ flois J)|#
4e ^10 Apií^^fli— oft do Sftf^) iftm*
o» do.d» c^%» .«• WW «!|# l»í«*
vem o Santo da^Hifif%(ncMii9ll4vlÍI
K^e9ío^W4l-_
Á entrada do logar de Uinde, da pii^l
^nf^o 4e ]N^nf^ .SepJwFlhfiP <*WM
Na serra de Minde, ha a detSaMa» Martha,
<>fiila«i4MaL
MM
(ffiffi
• I
. Na<e»im4a4a&le)iirule|liiid0i9Qiitoá68-
iisad» iue.^»fiHi}4e ^Tonm diiiofl^^eiilâ. um
r4i^mi|ie»to.5 4et|pedK Mjr^MPíflobreTde-
40ra«% ooqiulk^a^gQilda^atfAdiisSú^ fei»»-
pultado am jD. Dat»^.. . , ^
. Fei abefjta DP atraio. ^VlJ^e Be afifou
rdemro d*eUe,Qai.Dsaa e álf^nma terra.
Ha íuQto a Minde, um campo» ou veiga,
com 1:800 metrps 4ecoaK»ijdo,. chamado
.^fAjfgôa M Mindejf no qnal ha militas Tinha3,
a algiiouis ceara3. N'elle rebenta, «no inv.er-
juç^.oifi cai[io4*94Pi^.IM»rrjiq)a bôcca de ons
i metros de aliara, que é a sahida de am
capai sHhterraneo, de 1 i^ilometro de com-
prido. < \ \
Esta bôcca está janto ao logar de Uira
'tfregtieziá), d'ohde Vem sáMnão (atervet) a
'^^goa, e szQ Jantaménte, por algares 'subter-
talieos, nò' mesmo campo.
YelCn sido explorado esfe cáhál, que nSo
^ih sabida, sépâo eéta, e ió áe téhi eAcon^
trado a agua que corre pelo Sèu pavfmentò.
Vem aeoitteéfdò trasiboMKArMreíitas agaas
«Hlatattdo o esatopò, e ebiMrvataâoMseii^èflte
algans meies. Já aeontbeéà làsurlstai 'ás tí-
Mtihas itftmâtfáad aíC6^24 desgosto, Miifté de-
^pft& podadas, e meMnò as^m ptDdtiííMtn
-«rtifto t4!Éhe.
Ifo tetto, aagoá desaptfafece pelM^mes-
^^tÉM "algatres siMérrâtKios. "
Búti5 se 'ptiái^rtili xsoHd ijÉiiMt fáéHMádé,
smnáÊm,'^[amàM ewbahN» elroatei
'A <BMè '^■pio >mdMp)' 4S»^'wst» deJbtf •
<Hlámjd8 Ifírn^iior Abái^rQiidMMM>«lu(|Mr4leB>
nlBiiMiie.'
!* MnèMiqQt, i4«ia軫l«iri0<8|nii m ag«a,
sttímÈn narliaiM 6 tíMim #aa tvpmlas
i 'lBlllltía.O»'><fifcaeKiarDaiMt^ en—wa^e
aMieMUo «e^VilUai^t^tiawiiv^tAB^lfllkmiAnis
tmhSk. do puto, Mkio R 4»liÍl»o% IflO
fogos.
tói
iWiirM) emi, tqneUaka (IQlKXM) iiis e Oifé
d*aluur.
Éitm» lirti)^j|ca(«a eosii^ «avilHQi se-
;PleiiHrlmd.d'e8ia<provifioia«
TeídMieii|^ipeisip«Mfeo0^>4teetti'4tw>a#r.
M^pvàAar deilfiiidéno, Mr8<deqidi|oiAcBltti.
«Moiítfiil. BeswMraáito^^miKn^^iMMieao
;poMO| «s ^m9íêonifOi^tmiAê^pM$ídêê\J[Á'
iMif, fAMtímo ma^logiirae iAMiota»iÍ9^<»li-
-N^:* « «àaco^e «istti sMb-ttiiMs «Ite-
<Poi f4à:aeiaflMMe(ii%ste W|[«f 'qoe' Mbn-
%ffani'«*«seretooUibei«l, e lAe^emtoiím.
(Aiiiiíeeiefiglli Éa-ip<Rieoea«nosiim t^wà-
' «hi noQttuisiiei «etft iiiiBMMitdoK,^
(tanloe^ iqnJdaiiilo^se-Hie^iioviinoniBSIe
fip9«MisA^iI#elrS»,<)iara o deJMflmorlh^ ifaa
^^coflM hoj^ise lhe ttema.
BSp^^e^tietthtim 4ibet^ 4e %ta ^ Ws
levará a mal esta rectificado historiteò^-
IMgdaphte»; poINto» a aninha «hvigaçio é
-namr os ifaetxM (jhmiio ilies-se paBS«raM,w
«oUocal^òs ao jlogar qoe' lhe fttrteace. Itau
o nome do sitio depõe couii^^Q^a^fa^Qr^áès
<llietn!eiye defidmbArcarami.4( VMle £Mt>r%9ag.
59, ^L l.T, de 4.° voi)
âMIMO* -glotf^qBp éhndèáliosAftvmia-
4ia léo iMinlK^ila úBíQtíWa^fí^BKn^eiiBíFíÊm'
f« iima,«na)pmirvtadaèsLage>( l^-
slmo 9tãlmikin*êoi^iwaí»MiifíT9^è^^-
ifKT i4e ^QaAtaide^Rel, «poveas legaafrida
•rate da» A8tliriiB,>etii tinia lagôa^<iaeiestáia
ff77 ^e*oê sabre o oi^ dD{BMw,^«iv"'^-
sando logo a soa corrente com vários lios
ipnionBf dihwie eUe^ (lue perdepi o-se^iin^me,
.4HHra lei«iaii»m a lúnl^o,
áBtfwèeD» % prateia <áe Mgo» «vinQa
.iXMttidaie jfá ireoi aMiaiáffile éi agn.
Crosa a província de Orenae,- e ]>'eila, Ai«a-
mída qfie veoa deFífo a C;mí11%: regppdo
iVjyUeftfBitikaiMosô « .dopeia éft. dividir <a
.<telllaar ett dMiapaites t^asi egvMe%,Bff¥e
dcf divisão entre Portagal a Ii««paPhar*4slo
iiifde # «wAikeiMte^de via TH^Aceio <* ki-
.|fU9iliOi^eifl|Mu.da AfeliaigpK até 4wa Mz
^ tíkN»6ir<i^)-H9 «ea iwao t#tal^4da.S^
S36
MIM
tfST
kiioi&ètfw.— 'Tide Butís, CímMú e€mi%
rio.
Rècsebd if tíô Barfaê, perto do Melgaço. É
navegável apenas 40 icll6motros, deede a ioa
ftXi-^asaa estie MalgaçoetAregneèiafial-
Mga 4e iMlBliOfr-**onliie JHonçào o a firogae-
úk galiéfa de Saivaterfarf^^MM Yaleofa e
a cidade ^Ifteofal^ (fallég») de TosM^atre
YiUa Í!{CY^ da<CevTeiraeaAwpieibg«Uéga
de Cralio-^^^^ntre Gaoiintia e a ^aldeia (faUé*
ga) da Pateageoi, da fregoeziada peqtM»
villa daOnardla, ficando- Uie do Jado dafiaí-
Usa <If .) o alto piac^fo de Sant» Teck^ iine
ae vô a moitas legaaa do.4lataneiai-
Dk-se que deeag^lá nomar por diiáa'^af -
ns; maa nio é exado. Este rio ten acss-tò
barra^ mas, como no moio 4'ella eatá-oiOiéa
e o forte da Imm (qne é portogiMa^, avolgo
dá 'O' nome dcèarrd fãilêga^ à parterda rio
^pie fica eótre este Útien e » GalliEa^e^á
parte que fica entreo mestti» iUieil oa praia
de Caminlia» dào o nome de terra, j^/u-
A chamada barra ga9ég8, só tem tmào
para pequenas embareaçòea; ânossa dá in-
gresso alttate^y logres» brigões, ete. (Vide
Hama b CamnhiL)
Ba pélò melo feste rio' vários ilhote^ a
qoe aqoi dlo o nome apropriado, de insuas
(do mstsfci, iUia): qoa apenae {MPodniem her-
vav mas de má qualidade, pára o siistettto do
gado. Dão a esta bervaènone da cailoio. É
ittoa» espeetá de murraça^ &o teneito em qoe
ella expontaoeamente se itria^ ó o a ^e nas
provinolasdo Sal,de Portugal se dá o some
de wiÊrraeeira ou murrafoi. (Vide iítirra-
ça.)
Eiitas insnas, perfeaeem iiÉiiaSr^áOalilíà
ootras a Portugal, é outras s3o cemmtma.
Bataft^são objedo de varias desordena entre
pmiogflezea a tgaMegos^ por lodoa quoferen
eoiher a eanosa.
B' o rio llinhoabaiHlabtiesimodao|ftii»o
peixe; distinguindo de o fMiioeo 'saifloiev o
aaliorosíseimo solho, o eteellBntê^ safei, e a
liostosa lampreia. >* «*
Mio ae pôde diaerhele com eèrtefea, q«al
foi o primt^ro uosba doeste rio. Qoereni ai-
Httna qoe fosse Stf, e Bochart âii--ftl prú*
menta mêímúr.
E' certo qoe o rio Si2 é oa dosaioeMiB
do Minho, porém aqoelle nasoe acima de
Pottfertnda 30 kilométtos^, e a mesmadii-
lanciar>dè Yilla F^^èa dei Merzos e de>áH
soo nafcimento até se meiter na Miabo^tM
maia oomprímento do qoe eate riO| desAa
soa origem até ao mar.
Dts-se que depois se \hè deó o nome dt
Minmk, em razáo dàs minas fle mimo oa
zarcão que havia junto dás soas margem;
mas é ibais flrovavel qõe o home actual à*m
v\ò provenha dos limos encárnkdbs (lim
rubri eòleitU) q\íe Se encontram em aigom
sitios d*este rio. E* certo qud Plmio, StraUí
e ootros éácríptores antiquissimos, ]i Ib
d9o o nome de Mintu, e o sabiò bispo Õfd*
sio lhe dá também o nome de Hinho.
Strabao diz qoe este rio tinha doisnomet
Bem.8 e Minhih-^ primeiro era ò naciomle
o segondo o qoe lhe davam os romano9.hv
reçe-me, porém, qué o nome de Bem w
antigo do rio Cotira, que em Caminliifr
janta ao Hioho.
£* este ri^ ooi.dos. cinco principia te
Portogai (os autços aão-r-Guadjana» T^
Moi^egQ e Dooro.) . , ', . '
A, (oa do Minho não tea^ ^ífridÓ4U(enni
algiuni^ ha dois mil annos a esta parte. Stti*
hão, no livro 3.% pag. 153, diz qoe na m
foz tinha uma ilha edoia caas» qoeíáiiaa
dois portos. (Ame ostia^^,êUa est insule^
et dmê crejfidiníes p<0ui(us praeditM)
Diz eate 9sogca|»ho 400 n» aair4eBi9a«i
eate rianavcgafal^^forseapafOide 800 «tt^
díos ^ legneAtOQ IWidkiflietrQa) oqM
manifesto engano d*este escriptor^«itiD
da. copia»! porque eaiaMáa Uvro.neebadi e
eneoflttra qne eate rie fosea iMrasfavvfcacim
de Menção, que está^dKinlimelnadaÉi;
^ vmm» aaaim^ aé.até UpeUa.éiv<c^pelea
ir àaacoa de matar lata(flúv 9»¥^ d^ptft
dma^ até.Meeça[>,4Slilln»MQs)aó va0ln^
cos de menos tonelagem.
De Monção paie-iclieá, MiS^GMiMnl
(24 Icilometros) s6 li»4)M«as.de^a«i|nt
éè peú^ è áigUM |MM OdddjBtfar^vaHoMli-
'j<Hito8 ée tiawf para òufintsftoguâdiaffifr
}m
MIN
m
mis; ma8 iiié paftt o qne^se pede éttámàr
viagem fítLvM.
MBIIO-^imfvfiieia^-^dégimaa^ »• úMfío
anterior a 1881; 'a provinòla da ttaio (Ba*
tn Domv e Minho, tomo Jadiciosamente se
deiiomiDaV8> imiiailava m N., eMteCkillIia
«^ B.; eoM i 6MlHiáeTrÉf-ortmoiitea<aiii-
ttt'ctaèei*n estoa Ma lfttfM)-^e &, eom
o rio Dooro-^ ao O. êoài o mar. Tibha'i7t
léguas quadradas. Depois de 183i, se lhe ti-
rou um grande traelo de lenritorie, para bom
elle, e eom parte' da Beira, formar a^ aè^
proTioda- do Oouro}
As principaen moDtairin^d^estáimivkioia
são— Gavieira, Gervéi, Santa Gatharina, Vai*
longo e oatra» menores! '
(h seus rios prinelpaes sãõ-^-HinliOj -Ta-
mega/ Lima,' Cávado, Até, e Homem (que se
Jnnta ao-Gávado).' ' -
A capitai actnal d'esta provineia, ó a d-
dade de Braga. Tem-mais as ddades deTfan-
na e GuimarSes. Tem muitas e bonitas yil-
las, que vio nos logares eompetentes. B* toda,
ifo^ aroebi^pádo de Braga (que também ebm-
prehende uma grande parte da provinda de-
Traz-os-Mòniés). ' '
Está dividida etii dòls dUtrletos adminis-
trativos, Braga é Tiani^
E' o Mtnlio a mais povoada, fértil e for-
mosa província de Portugal, e onde o geó-
logo, o historiador e o areheologo encontram
vastíssimo é inesgotável campo para ossetts-
estudÔs. '
NIo canço .o letfor eom â narra-
ção de tudo quanto aqui ha de nq*
tavel, visto que yae descrípto nos
logares competentes : só direi (^ue
o Minho nao s& é uma região for-
mosissima, mas também a mais
fertiide Forlopl, ^m todoí^ ^ge-
iieros do nosso clima, Produz tam-
bém muita e òptiòia madeira de va-
riaá- quaiffdaitès,' e erta ^^^rta
' « em glande escáAf ^ «elàor gaéo'
bovino d*esie kAbo. Or setiil'mbn-
tes são abundantíssimos ' li dri^
grossa ettfudí, e^és^sewrrfateo
mar lhe fomseem oMiito eiabèro-
Tinha esta provinda antes da eitee{io
dis oirdeto reMglosas, em i83i, iSDeonvea-
M d'attibo8 ot sexos, pela inaior part^ be-
nedietiÉos e cruzlos. *
«^ - • ♦
0'sr.paApe MaÀnd^José Martins Gápdla^
paroch&«noemmMidadi> dl» 6. Pvyoda^ar-
váMMira, emTerraá de Bouro, e kctnslmente
dfoadexde Paini&elia, em Cabeceiras de Bas*
to, Cailattdo' doesta provinda, diz a pag. 1)5
do semanarlé Voai 4o Douifo^o seguinte:
«Que formosa, quo poética não é á pro-
vinda do MNdiot Gonv Justíssimos titules
se ihe chama ô jafdim de Ponni^al, e edm
moita ratão* coUocaram os antigos n'eêta
bella região, os seus Compôs Blysws.
«Que outra paiz^ mundo aprasentará
simnltaneamente, avista do viajante encan-
tado; campos mais feneis^ prados mais ver-
des, moátenhas, rochedos e penedias maia
pittorescas; vilfos, ddades e aldeias, mala
bonitas e sauda^veís, o i^ios mais poetica-
mente formosos?!
•Quem.nã» viu o rio Unho, deslísando-
sé ptaeMo e- seiMo, por entre campos de
etérea verdura» eiíeaitilhades em serras ^
montes, já eôberios de frondosas arvores»
já eiriçados d*alcantiladas penedias, tendo
ao sopé lindais aldeiiis e víltas. Beijando
com suas ágtías d*anit, já fortafozas, ou-
tr^ora formidáveis, como as dè Monção, Va-
lença, Yilla Nova da Cerveira e Caminha;
Já pequenos reductos e fortins, como os de
Lapella, S, Pedro da Torre, Lovelhe e La-
nheílas. .
« Quem não viu o Tormos{s8imo Lima, com
suas pondes torreadas, suas margens sem-
pre coWtas,de esmeralda, seus arvoredps
frondosos, seus. campos íeradsaimoSy sufi
viUaj^ d^Udosas» seus (^stellos memo^av^iB,
seua paços aristpçraticos, suas jegrejaa go-
thicas, com seus esguios campanários a
surdirem, por entve^ afíoábagem ; suas al-
deiaai íáeatendapdo>fle pregasçeaas^Ba pU-
nidiV já> onanéndorie sobre os aleantb,
como ninhoft d'agiiiasv
«Quem não viu a extensa veiga, sempre
cobertt doteana M míHmvaei, que ae'«b-
tende é^VlmmaaCaminln, termlnasido ao
O. peloMbaa» A^atttiee, e «o E. por seÉ-
ra§ e oiitefros.
• • X
iSlÈô
'^-■f n
«bes; com as suas tra4ÍQ9^4uaiaiiMMíl>
«com o seuBiagestoaissimo Saactoario ; com
./i49 BagH?7eirpt; Bi||i|o,^qo«i»igifej9iiifAiCitAa
. «^Ça^Urna; »s .flanr«» 4e íUi||a,|M(ífiie.i4a
«A'0Ç{^ ,€9m.s«Da JipwM^ iagr^iM^.«}#BM
. Al^Qbas.iAae^&aivâú. ..
ciib0|»(a\»
X<sniHQQ CM»- lartigç iqoqi #« jpfnoaMma
.p0«|jbi d» «ff. Sebas|iã9 Pfir4yMra.tfa iCiiiiha,
. (Uho da 00990 ek^Mt^ 4piQ9M(tor .auM^ctoso
iPOftt^.tp «c* Aiiioaíp P^rew A» fifuibiwe
^Mlp d<^ «pr. eoQda A»
ÕMiiiIio
SpJp 4}ei>lé w^ . ando a ■ vidi^ atoftç^u
Com iteriu^iraça, otcaaiaoteipo.MiAâr I
.01* patllíanitoba4e.»imii|tad(» amori.
-
Qaero ^antar-rte, eoipo ^ râl^, ^lUientQ,
C^Ut»,p)aofpofa, oa atricaoou cem, .
. iC^mp eUa j^^lr^ ao aeu dia^ote rOioibPy
. Aipíro^ ^ Míobo, sm^ 4Urac(>voa .(#aa.
Amo os tens campos jcom períames vai^os.
Verdes sacrários de um constante abril;
Amo os tens montes coliossaes d'á1tara,
"E a luz, lao pui^a, do ten ceu d*aânil.
' Veias de prata, em teu fèetrnd» èeHò,
Passam- te em meto lios, nSt) eaiídaes ;
i;d*entre a!( flores, ^eotèvebSo trttkriKieem,
CHdâdes crescem, qtie não teèm ritates.
•firafa, a prtaosíBa d» noou lám,
Virnide asseara aioda'4«iiM9fit«*«ié';
X^eterra ás navens^m^^iMMIi de^gloiifty
A nobre bistoria, de que-bardelna é.
% r
B 4eoi por eof Ãa 4e KpjMiltnrii Knta,
A Virgem sancta do Samelr^i d a Cm,,
'Mm
rAfiw^^a^MtftJMWil^-Aoriíiiff,^ •
Faustoa yestidos, com doira^^ip} .
:RMjMiqilii$es noia SdahutrfidMii,,
Ane dix^ aa^nuwdo, :«pa deixNíV^^Ãvinpi
^QifuiiD bei^ do.4ikaiQr .dps nía^
Gai9Muk Ar|i jp^l«4y)aiiiah^m^^
S^ PíMa «nrelia do «ipjwnoao lair.
Monsão eoTolta nas 8epi%mii;aibai^
jCoiHa^as hatalhap nnftiqgrwi ganliiy. .
VíUa dos Arcos, 4|i]a«a.«in9i^4eiMas ^
DiêiHiN^ititfci^las^ qod deUciaatdào..
aaripelt^f^iFRc^ adoroi^d^ m^emiita
Sobre as alfombras do vioeiíid abâQj
BMuL fje.fi^e^, Jioa ^ b^eaeara ^MPámi,
p^me^^oJbimiiyigike ide4 Uiéa;
l^iagAs o^i^ypi^ .a retractar a face
K'4g9a, iV9A mscç^ ^ guo te-eomo vt^t
Vianna... foge ao inoessant^^beycir
Obo^-o IMo», iMiio AJba teat^ 4epôr ;
£ da montanha na outiBriut iODOoitj^
Lá 86iTa(Bostii ,q^ geQtU pndAr»
EãtSO^.^aspeito, |>orqae son teu filbo,
È <^m teu brilho não direi jamais.
Qae o diga qoem, ao respirar-te os imi
Te entrou, nos bres.e passeou ten eáes.
í^cílo d^ehlSto, onde i Tida abraça,
Com tema graça, o castanheiro em flôrí
Abrè-me o seio, em qnè Um vergel seapiA
(f pátria tnínha de eneantá&o amort
VlãAtta, M Se JnAe de M^4:
. .JHHKHQffM» ifrega»|Mi,yeir4^n,»
Jlíjiími«»a4a <^iMrd«i S^
.Ml/oips^
PfMtt&MoIlMiffta. i
Bispado e diatriM» .#4taM|iratN ^
EsU freguezia é compcj^^Tm^^m ÍP,W^^
agradável, a 4 kji|<^p^fr.9^,4a Boa^rgem dipeji(a
voaçao do Mínhooal çsteye pripieirapBii^
^q, sUip t^je -di^noiDipa^ Quinta dfi ^ <foão,
propriedade perteneeptç^o sr. ^Atonio V^l*
;jg^),,e ^iz-aç gjje fi |xan5feRirw pqr causado
^ijim^ epidi^â, ou praga de lorpi^g^ ,fq;^e
alli se tomara iosapportavel. .
. . Ao W^9 m}iW W «tfrUíVe ^ Wd#nça
.j^p PWP?, ninjfc^ |W)vp3,.(]59 ^psao p9Í^m
formigas nao a^sIls^lp, i^eip fytfiffi /xi^r
mais niDgaem. )f vid^r^ cqo^id^ayeJiiapDte
as condições ci^a^rjiças ^ JtoQtigii^L
^ lij;94iMJç5p^ íprjinçjpw d'^ta írwie-
,zíí, ^0 : yiçjip ^ pjelhpr 4p í!opdéí|[9).
azeite, trigp, çfafji^^m^ ^bi^^fí^.
Ires e.^ic^— ji 4p ^. Çjti,rystoYíM) Op MqUo
Cardoso Telles Sampaio, na^2^ A*^^l» ^'
j(fU íí sr-s* D. ^i9^ A^ P^iflfaç^Mí Corte
JU^V' ^ jCnigffpii^^ dê Vinho, jio.jcqnçelbo 4e
iÇpqy^ili,^ ft^j) »T. ^ptppip V#)9p; d?.Ç.Q9-
,,to 4rjgi|SM>, dp9.Jpppa«8, tio .^s ar3. :^yr*es
ilerveira^» 4^ ír^^.e?;ia 4^ ye^uiteUa, ^ej»te
«oneelho de Celorico, e.jig^^fptp/;^^ da
quinta da Cernad^ pf n^m^p^e Vonzél^
k qWÍte <5fW a fr.- p. Jo^nna SçQilj» de
^ptp^ ÇQi;le Rç4 ^tp^aa 4qyiMw^fto
concelho 4e & Joào da Pes(|aeir^ 4^|ia 1|9-
íjí*tíffí dô AnUWà^pÇv4oao 4e. Serpi 4a/re-
jpaçíia 49 flraç^, n'estó cca^c^l^p dç Ç^to-
rico, coronel qae foi do ref^QP^ip 4^ ^^^'
i^f^ 4A 'Sr;ipcp9P, A 4fl j?i>*Wi J<^iíi4ej^r-
f^Çqrip JMI, 4q ViHa^, PK9^m 9¥m;
te do fallecido visc9n4e de QQPfiii,
^ l-fWíJltt4? SxH^'9»4f yiniidp ^ pi^de,
«su fregaezia jfif^tífo f^\T^ W^ JbW M'
>*«íí
m
lita^a administração de sados .caaafis une
possaem nas circamvisinhanças.
m «W ,fia»i ipdíi.pvlW5e.^ie«lrju^fft
ppftQ,^ Ai;|. .^ilí«e?, íft Çe4ft?w»; .0»-
fios, 4p.}:^R^gp^ ffW>W ?»* 4e44ní*-
f:^; ^Qjj^re.de4brei},4^jRQr|í<3líB4'At89-
4i:ea; fípp^e 4^ yav^e4/B; 4e Xrailfipsqi.e^es-
ftlfnb^gf^dor,i09í6 Jíp^qujipjií^ope^ ^e^c^^l^s
.çppceího 4q J^^9p; .tçndp.wii4a,íiqgi pfg^-
.^9s de iinp(yrt;^Dpia p cabMJiP M^ Yi^if^Oi
P clirn^ 4>§l^ .fre<5ie«^í Aen^p W4íVP*«
j^ç^cp ^^day^. ,p^ <|n<3 p rihçica, AUp^^
HiiphQp^ We ps^sfi AO Xi:|p4o |4*/99ta,(i;f^-
zia, é mnito plano, e no ve^ 4^Í3c^<WttÍÍa
4..in4«i^ria. jprií^ejypfa 4:ea^.fr^o«i^,|é
p i^br^co i^ ,telb^ d^-^^^peill^^i^f^-
Ha aqni seis fomos que Bbi^fA^^flf^^-
M^ ^tsmjAàffix^ ^.j[egp^,49.4i|*an-
fi29^ jk^mp d'iflní a, ^^ wl * fl»ac.
il4it^^49 (W«ri(K);^Ti;i«HHW».^Ov4í^<5flí^
E^ta, j^^«$ifk Al^ /ç^U9>^i,irt«8;;M)Çj:«pi
WUlo ^teiio^ 4^ifW* m WW Pf "ito
forçado para p^w^pitq^ .^p .<|^ ,r^i^ flf 4Í-
rítów ap wpiío 4p ww mh w xw-^^^r-
^ (^{po sp<M5ç4e^ çpp > iJ^y^ 4p> Uw
f^ff, .^np |ip4o R9? ^S^i ^q^earaín^^díp-
. :|ippp|ÍJE9Hr^|WZi^ 1^
de Braj3i, ?ÍÇ ,ap JN, *5^JWsl^ í W ^p^.
J^(pÍ7P7*ipl»#l9|[«-
Orago o Salvadpfr ,
A)|p*^llí^p.e,,4^lfifif9,?4p^i^^^^^ de
A ji^i^a s^ij^nt^vfi p fflí^w, OT« fW^
íW*PPQrtiií.o|é4'<^«ir. .
1*/^ pppujP^4^ 4a pi:4m 4o 3;^Wil9«.f^
^344, ^ 4* QF4flW 4e Çlvwí^ .4í^*í A^W,
Minhotãe$ji]íf(^ M>i(j(í9 j^fftiigpe^.i|i|l[PÍMl-
â40
IflN
tm otitras paires chamam milhano, ou mi*
Ihafre.)
MINHOTO oa MraTB-ltOIBdtO— serra,
Bdra Baixa, na freguezia de Gernacbe do
Bomjardim, eomarca e concelho da-certaa,
no gi^ò priorado do Grato (patriarchado),
districto admioistratívode Caatello Branco.
Entre as serras qáe de ambas as margens
cercam o riò Zêzere, se eleva o monte BK-
iM5\o. È ínuito alto e coberto em grande
parte de penhascos gigantescos, e ínaito in-
greme e despenhado, para o iado do Zésere.
Sobre um dos rochedos d'este monte, está
a capella de Nossa Senhora da Rstrella. É
imico antiga, e foi edificada n*este sítio,
quando aqni apparecen a imagem da San-
tiÉ^ima Virgem*
Affirma-sd que em nma grau, oa caverna
qne está junto da ermida, fora a santa ima-
gem descoberta por ons pastores^ em tem-
pos remotos.
A ermida ó grande, com altar-mór e dois
lateraes, mas estes estão desornados e sem
imagens.
Tem nm alpendre, e jtmto á capella-mór,
estão seis pequenas casas, parai habitaçib
do eremitão (qaando o tinlia) e para reco-
Hier os romeiros. Está tndo em minas.
Perto do templo ha mm poço, de bôa aiíoa
potável, e nma fonte perenne.
Também aqui havia dois grandes sobrei-
ros, tão antigos como a egreja, e qne, se-
gundo a tradição, davam uma espécie de
contas pretas, que moidas e bebidas» cria o
povO" que curavam muitas enfermidades.
Gessaram de dar frneto, quando o eremitio
o principiou a véoder aos romeiros.
Junto á casa do eremitão, tinha este uma
pequena cerca cultivada.
Unidas ao templo, estão asruinas á» an-
tigos edificíos» e d*esse lado, na egreja, uoia
porta tapada de pedra e cai. È tradição que
era um hospício Ibitiflèado, dos templários,
• tambéin^e diz que estas ruínas são o r6sto
de um convento de monges bêtteéieãnos,
que foi destruído pelos árabes, no secub IX.
É certo que a grandeza úò tempb indica ter
aldb egreja^ álgilm ihdsiefro.
' ^ Os proviseres do grãopiioilLdo do GrM,
é que api^scoitavam os eremitães de Nossa
Mie
Senhora da Estrala, e Ih^ davam Ifeettt»
para pedirem esmola por aqueiies eomor-
nos, para o seu sustento, pois não linliafli
outros rendimentos.
Teve uma confraria de Santo André, eon
capellão que vintia aqui dizer missa nos do-
mingos e dias sanctíficados.
Fica esta egreja a 8 kilometros da de 1
Sebastião, matriz da fregueda, e dlatáms
1:000 metros do povoado.
A ibiagem da Seolidra, é de pedra, e és
meio metro de altura.
Poi objecto de muita áò^o^, dos pow
d^esu freguezia e Immediatas ; mas a
crença, ou a índliferença, tem causado o
firiameoto d'esta lèvoção e o atMindono 4k
sanctuario. *
moiU— freguezia. Beira Alta, eonee&i
de Sattam, comarca, bispado e distrido afr
ministrativo e 18 kilometros de Tiseo, 911
ao N. de Lisboa, 310 fogos.
' Em 1757 tinha 171 fogos.
Orago S. Pedro, apostoío.
O vigário da villa da Egreja; apresobR
o cura, que tinha 12if 000 réis de cobgm%
o pé d'aitar. È tdrTa muito fértil.
P nome doesta freguezia, é 6omipç3iià
palavra árabe tnaótno— que significar— afa-
gada, inlmdada.
' MIOMiESoulinnitiEt-fregnezfa^lW-
ra Alta, comarca e concelho de Rezende ^
tigo concelho de Arégos), 24 kilometros aO
de Lamego, 353 ao N. de Lièboa, 60 a K. dl
Porto, bispado de Lamego, districto adiai-
nistratívo dé Viseu.
Drago S. João BiiptistSi.
O abbade, collado, era apresentado peb
ordinário, que tinha 550^000 réis de rendi-
mento annual.
É Uma f]*eguezia fertilisshna em íaâm m
fructos do nosso paiz, e cria mtiíto gado ét
toda a qualidade.
fistátítuada a 91ik)metros ao& da
gém esquerda do Douro, em terreno
te aceidentado.
fia aqui as minas de um ântiqoissfai»
eastelTd, chamado de 8. hlfá. Mo eeattio *
retinto d'está fbruteza, est& um pêaMi #^
gantesco, què é uma anta céltica» das
res que existem n^este reliio. •
Ba tambein no castello um baraeo, que
'diiem ser ooui galeria snbierraoea, por onde
08 mouros hiam ter ao, rio Douro.
Ha n*esta f reguezia dua» bôaa feiras, a S
^ 16 de cada mez.
MimàeSf no' antigo portaguez, significa—
terra .doa lagos, das lagoas, dos pântanos,
«tc^Yide iÊiâma.
XlRA ou ODEMlRA— rio, Algarve e Alem-
tejo, nasce na fregnezia de S. fiamabé, em
um siti« da serra do Algarve, chamado Cu-
meada dos, Cançados» Depm de receber al-
guns pequenos ribeiros, passa pela viilá de
Odemira e desagua, no mar» próximo .de
Yilla Nova de Mil Fontes. Béga, móe e traz
peixe. Vide Odemira, villa.
MlRA— (lagoa de)— Vide Arão.
MlRA— viiia. Douro» cabeça do concelho
•do seu nome, comarca de Cantanhede, i5
kilometros ao S. de Aveiro, 24 ao O. de Goim*
bra, 240 ao N. de Lisboa, 1:700 fogos.
£m 1757 tinha 679 fogos.
Orago S. Thomó, apostolo.
Bispado de Aveiro, districto administra-
tivo de Coimbra.
O prior de Santa Cruz de Coimbra, apre-
sentava o vigário» que tinha 300^000 réis de
rendimento annual. .
O concelho de Ifíra, é compesto das fre-
guezias de S. Salvador do Covão do Lobo, e
S. Thomó de Mira, e tem 2:300 fogos.
Foi da comarca da Anadia.
São pescadores a maior parte dos habi-
tantes d*esta freguezia — que está situada
perto da primittiva barra de Aveiro, a 3 ki-
lometros do Oceano.
A villa compõe-se de uma s6 rua, com
mais de 1 kilometro de comprimento, e al-
gumas pequenas travessas.
As casas são ordinárias— as melhores, são
as da camará.
É terra muito fertiL
As cheias do rio Vouga, em novembro de
1852, trouxeram grande quantidade de ra-
tazanas mortas, e ainda maior, de cobras vi-
vas.
Só na costa d*est;i villa, appareceram mais
áe 15:000, algumas de 3 Vs metros de com-
prido.
£ povoação muito imtiga, é Já existia no
IIÍB
au
tempo dos árabes, que lhe deram o nome
actual. É mesmo provável que fosse povoa*
ção romana.
Os Tavaves, eram alcaides-móres de Mira.
Para o appellido Tavares, vide Assumar,
Faro e Fronteira,
Dizem alguns^ que D. Manuel lhe deu fo-
ral, em Lisboa«a27 de agosto de 1514; ms
não é. verdade. Esjte foral ó o da Mii^qi, se-
guinte. I^ão me oçnsta que tivesse foral ve-
lho ; pelo menos Franklim nao o menciona.
Na doação que o conde D. Raymundo fez
aos novos povoadores de Monte Mór Velho,
em fevereiro de 1095, se dbmeia particular-
mente Zo/^ma GodjfiA^, a quem dá e concede
a villa de Mira, com todoa os seus termos,
e um moinho que está Junto á fonte de Ca-
raJbôi—^qm omnia us^ue m hodiemum diem
m atondcs et presmo tenuU, (Doe. de Santa.
Cruz de Coimbra.)
Àtondo era o direito de rotear,
romper e cultivar algum terreno
inculU); não o podendo poróm
dar, doar, trocar, ou vender—
isto ó— sendo um mero usufru^
ctnario. Tinha pois Zaléma, as
terras de S. Thomó de Mira, só
para as romper e arrotear, e só
pela doação do conde, ficou lo-
grando a propriedade e senhorio.
Este Zaléma Godinho, fundou a egreja de
S. Thomó de Mira, onde seu filho, Godinho
Zaléma, foi o primeiro parocho, e depois,
um dos primeiros cónegos regrantes,. de
Santa Cruz de Coimbra, a cujo convento
uniu a £ua egreja de Mira.
Foi depois, bispo de Lamego, e, renun*
ciando o bispado, se recolheu ao mosteiro
de Grijó (da sua ordem) onde morreu e foi
sepultado.
Mira é corrupção da palavra árabe Mir,
eu Emir. É nome appellativo de príncipe,
chefe^ senhor, e governador. Também denota
honra e nobreza de sangue rpal. Vem a ser
^^povoação do Senhor,
MÍRA— (lagoa de)— Douro — está esta la-
gi&a situada j[5 kilometros ao S. da barra
de Aveiro, e a egual distancia, ao N., da da
Figuein, no litoral.
£ preciso notar, que na fcú^^
^1^
mi^
gtféiir d'AySo* (líttíltojrciÒnYíiftíri
é' áb' O! (te^^âlençà, tatttbem ba^
nma' lagoa chamada <fò^Jtfi^âi otb
íSíÇ' cdi. !•>; èo -fyvòiiy
MlRA (lagoa de) — Extremiadtii*a.— Viâb
Jfínàè e Jfíra (Sèvhorá dó* Amparo.
MSRA^fregtiezia, Ekttemádtirá, coma^ita
e coihjettiò d*' Porto de Mói, 30'tólométròsf'
de Leiria, 120 ao 17. dé Lisboa, fSd fogt)S.
Càf i?57 tidtla^ 190 fògo^.
Oi^ágò IVofisa âènliofa do Ataat)a^.)
Bt^f/ado e dístrieto admbíisvrativo dé
LeiHá. *
O piòTò a^pfresrentílta o cura, «jqô tihba' dé
rêktdtmento 701000 réis e o pé'd'alàtr:
Ssta^ aldeia pértetlefa á fr^^ezia de Min-
de; dà (}ual fbi desmembrada para formar
f^gtiezia' iúdependente, no âm da seenlò
XVII, ou principio do XVIÍI.
O (pie se sabe com certífza, é qne, em
1726, jâ era íl'e^ezia, como adiante se verá.
No logar da actual matrli:, jã havia uma
capelta muito antiga, dedicada a Nossa Se-
nhora do Amparo, quiB foi ampliada, para
servir de egrejá parochiai. Nd seu frontes-
picio se vé esta inscripçSo :
17S0. EStA OBRA VEZ! SS,
SENDO CUBA,' FRANCISCO MJ^^DES DA CRUZ,
' JtJIZ, ANTÓNIO DA CRUZ,
S PROCURADOR, JOSÉ LOPBS.
Para a lagoa de-Uira ou de Minde, vide
tttnde,
MIRAGAIA— fregueziâ, Extremadura, co-
marca dff Torres Vedras, concelho da LoU-
rínhan. Vide Francos (a dos) <m Miragaia^
na col. 2.* da pag. Í27, do 3.» vol. jfVldtí
também Lourinhan.
MIRAGAIA — freguezia. Douro, concelho
(bairro Occidental) e comarca (3.* vara) da
cidade do Porto, da qiial é uma parte inte-
grante ; pertencendo portanto ao seu bispa-
do e districto administrativo.
Tem por orago, S. Pedro, apostolo.
A^mitra apresentava o ábbàde^ que tinha
240(0000 réis de rendimento annual.
Tinha esta freguezia, em 1757, apenas 4dl'
fogos. .
i^M' rata fa!^ dó'^hitoiiai
ardgò âbextèiiíátréolllònâerw-
boa, resò1Vifát^'dé^lgúitíáiflMi'
gúe%ía3 doesta d^áe; airtf gorte-
parados e indepêúdéiltés, eòkha'
já fiz dê- úe^éitu e mmm,
Jttlgó ser isto menos aBòítdeiioí
para os leitores'.
Contínuo^ pots' cõm o ((ttélts-
pèiâ á ema tr^gnetík.
; Seguhdo o iHiiêràírià de^ AiaâifUno' 2^
(edição corrbcta dePariy e Pífidfer-Bferllií
18ÍÍ8) etistia na margetn dirdta do Ooitfí
iuma povoaçllo; dè pequena impbrúiiieia, dè
no^e Caiu— qne qliér dizísr'— déttòmislÊ
Gaya— era a priméUa pfotisaâa dós qttrTi-
nham de Bracara Angustta, b ^c(dirig1aoiil|ie'
la estrada militar parao std: éhegavaini
Calle; embarcavam nòpmiiSf e segninâoii
nascente dò castèlto dè Gaya; caminhavioí
para Lanoobrica (Peirá) Talabricà (Avleiro)
£minium (Aguedá) etc.
Nãoé duvidoso que Cattetòs^ aiHoMa
Gaya, como afflrma por exemplo A^goirtílilií)
Rebello da Costa. Neste tempo não exístíi
ainda o Porto, que nasceu deptiis,'qtú]iib
Ataces andava em guerra cpm os snevoi;
estes edificaram o castello, nuòleoda pos-
terior cidade, ho logár mais elevado, dito
Penaventosa, e onde hoje é a Sé. Ê tambefli
obvio que a Calte, lògar de descanço, mar-
cã^do no Itinerária de AiMúninOy fosse u
margem direita do rio, visto ser natoral #
os passageiros repenicassem antes do em'
barque, mesmo porque os meios de trans-
porte não estavam sempre promptos, tm
seriam muitos : e dizemos que este logar de
descanço era na margem direita, porqQds
via militar marchava do N. paira o S. Â#
la-notOy de que falia o Canon Itrãò coad-
lio de Lugo (annos de Ghristó de 568) etii
antiga Calle, burgo fora dos muros da d*
dade Fesiobole — porto chão. Ga^a, dift »
castello antigo dos romanos, pertencia á ea-
thedral de Coiíhbra, como se vé do Caihní
V do citado concílio, que trata dá diviâ»
dò território da sé conimbricense.
Depois da derrota dos godos na grâDiHf
batalha do Gnadalete, (7Í3) a peMhsuliHlttis
mnf
m6i
MÔ^
xoêv pasflOQ fto domiitío dòs árabes, e por
esm tetepe féram b eMMlIò^ éto^ FbHb & o'
bta^^, Httazàâbs: AííUla uma, i«l(y é^-a^ an^
\igie CúXlè\ sofflreti próvavefmeiite o meiínò -
destino, apesar de que, se é certo' o sal^^O'
oMMtieto féito^^m75B>por Abdiel^Azis, ar fa-
vor^ do mosteíror de Gedofèi€a, m}b còWO-
abrangia parte de- Miragaia' fliòo>^b!qtfe,
Baiidefritihá); e ítei iúeiltfiiíâb per Itkéedò*
mtiPo, rei tm^ Sbevos, eiilr Ma de Cbi^átb;
Hàa^netar t}ãe n^iima das itttas^er áòs
aitd^d, ellèfl se insfaiàram tambenr' ém
IffrâfajfH, >ist0qaeo'esfab^eiitiei»to d^baí»
niiídd, que aqni benve» só'àqilelies poros se-
pMe- attribufr. Quando péréth se eontnit^
ràifi os banhos, vSití o podetnos^determinar;
ià«9*é'eem qae pósteríormehteaoseixes-
taKèlecfttièttto; erhtte mu documento, dè^
iSBI; qbe é cm aeoordo entre o bbpo e o'
concelho, no, qoal^ieste^se obtiga a restaurar
ofMbanbos, caldeiras e perienoes, no 'sitio da
ItHnkbta, oa rocio, abatxoda Gividáde, fi-
cando os rendimentos pertencendo, inetad^
ao bispo.
Aitida como eommemoraçib aos banhos,
d^^ origem árabe, existiam ha pouco tempo
— b Postigo dosàan/hs e a Rua dos Banhos,
qu^ desappareceram pelamodérnavabertura
da rua Nova da Alfandega. A Múnhotu era
contigua à rua do Forno Velho, junto ao
lio, e" pâralMa a elle. Ainda hí outras ruas,
q«é eoDítervam lionês commemoniiivos,taes
ceata^Rua doá Judeus— Monte dos Judeni
—asseadas dos Jtiâeus,mattfflôstamefnteamè«
rioreB a i49fr, anno em que D. Hánnel osr<
expulsou do reino.
' . '•
Efhquantò á antiguidade dá parochia, ha
quem a remonte aos primeiros annos' do
christianismo. Na parte externa' dá actual
eg^èjà, Miás de eònstrucçao moderna, existe
m&a' inscrípçló, também moderna, em qne
se 1é o segttfote :
«Prima cathedl*afísfóeIthaec.B!á8ilfus;ob
egitl'qnampeâibtis sanus, condfídít fnde Pè-
tM:— fiètà {ó\ a primeira cathédral do Por^'
\».' 9. Basílio, apenas se riu ^ò^dtts pés, a*
eméeu, e' por* aqttelle ínotito a dèd^ioiíí a
Síite^ a BásHtÒ, dit ôf Iffiârrjrròlógio. níor^'
reU' no antío de* 57*, e tio úattaè^o dôs 'blsi^*
poá dòFbrco df^serter elfosidi^^ primeiro'
d^edtá dfdlsesej Ora ocastèlR) de Pena-Ven<-
tos« (Sé^té!'edlfl<5ad([^; como já fi^ dito, UTe^*'
los^úe^os; aúòmi\b Vl^i^só postèriormenteé-
que' se etÍMeou'« cidádé; em torntt' a essé^
pritnilivo liiiiêltto dó poVoa^o; do que re-
sulta'tíSa? haf erbisjiodôr Porto tfèstaépo-
cha. VSo temos f ertehto como eetto a eitt-'
ficação da primitiva egrejá durante o secnlO'
I, apesar ák sua* gfánde amiguiiadèi 'Rkl^rez
que a insàip^,' traduzindo mat atradi!^'
e mterpmándò rimi'a lilstorfá, queira aOtír'^
mar' qae a egiíejá déS.' Pédto é a maia aiH
tigá dis do Porto; o qhe' se pôde admretiir'
sem eseMpalòi Tiâto*»er natural que os an-
tigos habitantes' d^íésta^ pequena povoado;
díátante de outras importantes, erigissem*
modesto tempfo pára' prestar culto ao seu '
Deus.
Depois, Mifagaya em épochas bem proxi"'
mas ainda, estava extramuros dá ddáde, e
é bém' pouco de presumir que aprimitiva'
sé do POrio fosseem qualquer épocha esta-
belecida em ^itio que eslava afastado da po*>
voação importante desde o tetnpo dos sue-
vos,' e que pela sua* disposição topographfca
tendia a desehvolver-se, como efrectivamente'
se desenvolveu, emquanto que a pequena
ViUa-MúVã, burgo do Portb, eii^elle por en-
tão afastado, carecia de importância, e até
foi' aquelle o sitio que nos fins do seculò
XVse julgou atado para n'elle estabelecer;
a povoação judaica, tfda como badtarda, e
para a quat sempre se escolfetia sitio menos
conveniente, como que para castigo da sua
crença.
Além d*isso, como teremos oceasião de vér,
Miragaya era local de mariautes quasi na
sua totalidade; povoação pouco estável, e
também de certo a menos própria para no
seu: seio abrigar o prelado de um impor-
tante trato de t^eno.
Di2-sè também que, no primeiro século do
christfinismo; existia em Gãya uma capel-i
linli^, de invocáçlú de S. Marcos, onde 3.
Basílio, di^eitiulo de S: Paulo, ministroa os
priknelròs' saeramentos da egrejan*estas pa-
l^ag^s; e qtte úotahdo' qtie^ populáç&o ten^'
24.4
Wfk
dU a descer das jhoqím de Gt^n^epor faUa
de terreno apropriado oo sopé dos alpestrjM
alcaati^ ^e passava á praia froiiteira, ondeio
terreno era largo e espraiado, e qxjiejaato
d'es8a iNraia, qne 4 boja a psodema Mira-
gaya» edificara tempjo, mode^U) sim, mas
que se mais coadunava com as necessida-
des do.cuito, e aogmepto da população^ on-
de administrava sacramentoi^ isto antes de
ir^ para Braga, onde foi preladp, pelos annos
de 40 da era christL
No Catqloffo dos bispos do Porto, de D.
Rodrigo da Cunha, diz-se qae S. Basílio fò-.
ra o primeiro bispo d -esta diocese; no Áffior
io(fio Lusitano afflrma^^e que dos discípulos
de S, Tbíago, um, natural da Jndéa, ede no-
me Basílio, depois de ter sido baptísado pe-
lo santo, com elle veio ás Hespanhas, onde
ficou com S, Pedro. àe Rates, qne reconhe*
cendo n*elle talento para o ministério da
pregação, o fez primeiro bispo do Porto, on-^
de se conservou por sete annos, até que
sendo martyrisadp S. Pedro de Rates, bispo
de Braga, S. Basilio lhe succedeu; e que es-
te S. Basilio fora o pobre iileijado^ que es-
tando a pedir junto á porta Spêçiosa do tem-
plo dd Jerusalém, foi curado por S. Pedro.
Diz mais o Agiolagio^ qne constando em
Hespanha qúe o apostolo das gentes estava
preso em Roma, os povos da i^nsula es-
colheram a S. Basilio para ir em companhia
de Santo Athanasio, bispo de Saragoça, e S.
Elpidio, bispo de Toledo, visitar e confor-
tar o santo apostolo na sua prisão, e offere-.
cer-Ihe a coUecta que as egrejas das Hespa-
nhas lhe enviavam. Ne Fios 5anc^orum tam-
bém se diz que S. Basilio fora o primeiro
bispo do Porto, e fallecéra em 23 de maio
do anno de 60, no principio da perseguição
ordenada por Nero.
Já dissemos que não nos parece provável
ter sido S. Basilio o primeiro bispo do Porto,
pela simples razão de não existir o Porto no
século I; e as afflr mações dos escriptoreç ci-
tados, que se copiaram uns aos outros, re-
produzinde^se e ampliando-se, não mere-
cem grande fé histórica, porque bem sabido
é que, mais crentes do que críticos, apro-
veitaram quantos subsídios eneontraram,
sem os purificar pelo crisol da crítica. Pa-
ra exemplo basta citar D. Rodrigo da Ga*
nba, jcaraeter respeitável, n^s dotado k
nifoia baa (é, e que por maifli de lamm
tem, sido contrariado na* ao» affirmaçte
absolutas,
Agostinho RebeUo da Costa, um psnii
nmnos crédulo, ^z sva Descn^^^ da itfi-
fi« io Púrlo, diz ^g. 63) :
«Preside n*esta só um bispo, que ó de Io-
da a diocese» com oitenta mil cruzados ée
renda, ^ qne paga a tei^ parte á patriír*
chal de Lisboa. ^ catalogo seguinte expo*
nhpcom a brevidade possiveU ordem cfarO'
noiogica de todos ps qne hpuyeram n'eita
cidade, desde a sua fúndagão aló ao prescs*
te tempo. H fica adimfido nacofii^l
que S. Basilio 0 (mtros bispos de qm o^
catálogos dão notida, não devem enirmr a'»
te numero pebsraz5es que es^poreí, qpuk
faltar da egreja de Miragaya. <
. «CoMSTAjyGio» prtm^tro bispo, govem»
pelos annos de quinhentos setenta e mm
até quinhentos oitenta e noye, ele.»
No cap. I, diz o padre RebeUo: «O taÉm
do (roya, em Yilta Nova, foi fundado (d)
pretor romano Cayo LUio para d*e8te «lii»
reb^r as forças de Viriato; e a cidade di
Porto. /bt fundada pelos suevoSf muitos »
eulos depois.!
£ em nota:
€ Para, abonar esta opinião basta porH*
dos o eijudito portuguez e bispo IdãmtU
sua chroniea, em que diz> Âd castrum ^
Fovtucaleappellatur^ etce muito maisqssi-
do chama a Braga: extremam dmlatemGtl-
lacicB, etc.
A pag. 104 e seguintes novamente o ps-
dre RebeUo corrobora a sua opinião, eoo
fundamentos não destitqidos de pese e boa
senso.
lias, admittindo mesmo que a egnjad»
Miragaya seja muito antiga, não se deds
d'ahi que fosse a primeira sede portno^
se, e a invocação do seu orago^ de per si si
não ó argumento bastantes para terrse pff
certe e irrecusável que fos#e S. Basilis*
seu prim^o edificador, com o moiivi A
prestar culto e homenagem, ainda eu vb
ao santo que na porta. ^p^ciosa lhe sarin
08 pés. O padre RebeUo também o nioMn*
IflB
•dita, jalgando iBcrivel qve em irida dos apos-
tolas, bonvesse qaem consagrasse temploá i
soa memoiia, e que pela tradição apenas
constava que a Maria Santíssima, S. Thiago
^eéieira um templo em Saragoça, entro o
«▼angelista p. João, na Ásia, e ontro S. Pe-
dro, em Roma (eap. cit. pág. i05.)
Sfja como fôr, apesar das -encontradas
opiniões, Yé se qoe a egreja detMiragaya foi
orna das primeiras erigidas n'estas regiões»
«mbora nio fosse a primeira Sé.
Nio aífirmamos qne a egreja aetnal este-
ja sobre o terreno da primiltiva edífieaçào
attribnida a S. BasiMo, pela disposição do
terreno em qne assenta. A egreja está em
terreno poneo snperior ao nivel do rio, e
nas grandes cbeias ó visitada pelas agnas.
Ainda em 1860 a agua cobrin qnasi todo
o pavimento e se rémoven o Santíssimo Sa-
cramento para a capella do Espirito Santo,
a montante da egreja. Demais sabe*se qne
as agnas se teem affastado da nossa costa,
« angmentado na costa froilteira, estando
hoje a deseoliertd mnitos terrenos qne em
épocas não muito remotas eram aneoradoi-
ro. Este phenomeno hydrographico é sobe-
jamente conhecido em geographia physlca.
Posto isto, parece qne a egreja primittiva
foi em Jogar mais alto do que hoje está.
Para corroborar a importabcia qne a
egr^ de Miragaya teve, não esqueça com-
memorar qne n'eUa esteve o corpo do glo*
rioso padroeiro do Porto, o martyr S. Pan-
taleão, que foi transferido para a Sé, a 12 de
dezembro de 1499, por ordem do bispo qne
era então, D. Diogo de Sousa. O corpo de S.
Pantaleão estava em Myragaya desde 1453,
notando se que então a paroehia<era extra-
muros da cidade.
Da egreja primittiva não restam vestígios
tendo soffrido successivas modificações; ain-
da em 1742, no Catalogo dos bispos do Porto,
ampliado por Aitonio de Sequeira Pinto, se
dls qne o edifieio' se achava demolido até
aos alicerces.' Foi esta a terceira reediflca-
ção de que ha noticia; mas ainda em 1873
se fizeram importantes reparos na egreja.
O edifieio aetnal não é dos mais pompo-
sos do Porto, mas está limpo e aceiado, ten-
doHie soalhado o corpo da agí^ja, oide se
VOLUMS V
mm
245
não faiem enterramentos desde 1836. 0 tem-
plo é de uma só nave, e asnlejado nas pare-
des. A capella-mór é dê boa talha, feita em
époeas diversas e até proveniente de entras
egrejas. A propósito, ha memoria de que o
corpo da egreja fora em tempo revestido em
parte de ebra de talha, bem oemo os púl-
pitos, mas que um UluiOrado juiz da confra-
ria do Sacramento (já fabriqueiro) desgos-
toso ao contemplar aquelles dourados esmo- '
recidos pelo tempo, Hmpára as paredes d'a-
quelie pejamento, e as mandara caiar, paora
dar roais luz á egreja. O vândalo queria
também nãtaurar a capella-mór ; mas por
fortuna escaparam a este génio reformador
os magníficos alto-relevos que a decoram.
Este benemérito juiz, foi também o mes-
mo que, ineommodado pelo sombrio de um
quadro existente no altar de Santa Rita
(quadro a óleo, e que não carece de mere-
cimento), representando a profissão religio-
sa da santa, o mandou pintar a branco, de
coUal E o quadro esteve largos annos as-
sim^ até que juiz menqa> illustrado o man-
dou lavar e restaurar, ficando ainda alguma
cousa deteriorado.
Além do altar mór e do altar do Santíssi-
mo, ha mais na egreja os de Nossa Senhora do
Carmo, de talha dourada, que veio da egreja
do extincto convento de Monchique — do sã-
.nhor Jesus-de S. João Evangelísta-de Santa
Rita— do Senhor da Cana- Verde — e Senho-
ra do Pranto. A imagem de maior devoção
é a do Senhor Jesus, dito de Miragaya. Nas
grandes calamidades era esta imagem leva*
da procissionalmente até á egreja conv^sn-
tnal da Ave Maria (liargo de S. Bento.) Ha
pouco mais ou menos 30 annos que teve lo-
gar a ultima procissão de penitencia ad pe^
tendem pludam.
Os parochos de Miragaya tiveram em tem-
pos o direito de aeempanhac os cadáveres
dos seus freguezes que eram sepultados no
mosteiro de Santo António do Yalle de Pie-
dade (margem esquerda de Douro) o que se
vé de duas sentenças obtidas contra os vi-
gários de Santa Marioha, uma de 1652, ou-
tra de 1732, por quererem contrariar este
costume, e opporem-se a que os abbadea de
16
246
Wnpja entnsMm na soa vIgarUria, sem
làes pedirem líeeoça.
A ^grefa de Hfírâgaya, de&ofmiaada reito-
ria em algODS dOGomentoa, fòí da apresen-
tação e collaçio do prelado, que oeeorrfa ás
liespézas da fábrica. A fl. ^ de «n li^o
existente no archivo da egreja, e eseripto
pelo abbade Jaeínlho de Sonsa, foHando "dos
usos e costumes do sen tempo (1640) diz
que os prelados e eabido tinham obrigação
de prover esta egreja de todo o necessário,
sem qne os abbades nem os fTegaezes tives-
sem parte alguma n'essa obrigação, e que
sô os freguezes tinham a seu cargo a fabri-
ca das diversa^ confrarias, cujos capellães
de todas, podiam séiros abbades,(querendo,
oti os seus coadjutores, ou quaesquer sa-
eerdotes eleitos pelos abbades. No mesmo
Ifvro se diz que os prelados e cabido da-
vam aos abbades t^OOO róis annuaes para
despeza de residência; «emquanto se não
proverem de próprias, porque as antigas não
edtão capazes» e mais — 10^^000 réis — em
dois pagamentos, um pelo Natal e outro pe-
lo S. João, sendo duas partes pagas pelo
bispo e uma pelo cabido; e o coadjutor per-
cebia d<ís mesmos senhores e pela mesma
forma a annualidade de 8#00Q réis : e que
os abbades estavam na posse da conheoen-
ça, mas que pelas offertas d^ella pagavam ao
cabido i^040 réis.
As conhecenças eram 20 réis que pagara
cada freguez pela quaresma, e rendia réis
mOOO. Mais tinham os abbades os dízimos
da freguezia e as primícias do pão e vinho,
qúe eram de 40— i ; e pagavam também
premícias, por antigo costume, os freguezes
cpie tiitham fazendas fora da freguezia, mas
que as grangeavam por si ou seus familia-
res.
Havia também por esse tempo grande co-
pia de missas de legados, qne eram no geral
ás resadas da esmola de 80 a 00 réis, e as
cantadas a 200 réis. ^
Posteriormente, o abbade Manoel da Cruz,
1 Ha nos archivos da egreja institniç^s
de legados com missas da esmola de 20 réis
!(fint6réfs)?f...
per Mb qne de loma oblaire em 1736^n
dozíQ^llie o numero, flisando por eiuãoiai
do a esmola de 120 réis, e 30 réis degi
ssBKDtd, lotai tíú réis.
Depois do amo de 1634^ em qneloni
eitinetos os dizimas, ficou a/abnea âaign
ja a cargo da coifaria do SaáiissiiDO.
Abbades de Xirasaya
Com o incêndio que houve na caman»
elesiastiea, no século XYI, desappareeeni
importantes documentos historicoa^eoi
eiles o registo parockial d'e6ta egrc|a m
ríor a iS81.
No arcbivo da oonfraría de Miragayis
se encontra noticia, anterior a essa âatt,è
três adobados :
il-^l450^Affonso Martins, que assip
o titulo peio qual a camará trespassosa
mareantbs de Mirogaya, a adoiinistraçâol
hespiul do Santo Bspiíito.
J?— i460-~Yasque Annes^ qoe aapi
um contrato com os mordomos do Itifiià
(Bspiro Santo), relativamente a offerta
£^— 1046— Bartfatolomeu dos BanlMii,fi
foi demandado por Gonçalo AnnesBo#
qua, provedor do hospital do Espirito &l
to, por mCentar fazer uma capeUanoaii
do hospital.
Passemos agora aos abbades» de qies
zam os registos parochiaes, por soa oNa
ehronekygiea:
l.*"— Manuel Pinto, abbade por miisA
sete annos; renunciou no immediato^slí
cónego da Sé do Porto.
2.*— Aivaro Leitão, presbytero; eoilODi
em 24 de abril de i596. Para o efiniol
collação apresentou ao prelado um reqitt
mento do theor seguinte :
tIU.*>o Sr. Diz Álvaro Leitão, sacêrdoiei
missa, nat. da villa dourem, do bispiA^i
Leiria, que S. Santidade o proveo lAté
fia S. P."» Miragaia arabalde «desta ddaM
Porto per renunciação que nelie fei IL^I^
to. Cónego na Sé da mesma Gidada^ JM^
qne foi na' dita Igreja de Sam P.^^eptf^
as< b«dlas e maadato de proiideodo vcn'
riglte4t V. S. »Mrisámk^.^9n0
Min
•
de V* S. pat Jaiz e lhe mande íiMer as dil*
ligeacías ordiaariaa^ e satisfeito «om as pre-
laissas das ditas l>uUas o. proveja da dita
Reitoria e o coaflriiie.-*iL L li»
£ logo ajwtoaoiattçstada de.ser ehríatâo
ytíha, cujo theor ó coaoo se s^gAe :
« Asriqae de Sousa, do •Con.'^ de S. Md*'
# Gd."" de soas Justiças na Jtelaçào e casa do
Porto, etc. Faço saber qoi conheço ao Padre
Álvaro Leitão como filho de João d*ahrea e
de sua molher Isabel Lopes, qui D/ perdoe^
a.* na villa de ourem e nenhum deiies teve
xaça dí mouro nem christão novo, e teqho
ao dito P.«.por di boa vida e costumes, e por
JMsy passar na verdade o asima dito o.juro
pelo abito di S* Tiago que recebi* No Porto
a 2i di Abril de 11^96.— Aorique de Sou^
fidor.»
3/"— Francisco Correia^ bacharel formado
em cânones. CoUouse em (?)
4.r^Pedro. de Barros, natural da fregne-
zia de Barqueiros, bispadp do Porto, fiUio
legitimo de André de Barros, e Isabel Dia^,
collado em i5 de maio de 1610 pela renun-
cia de Francisco Correia, ao qual se obrigou
a satisfazer a pensão annual de 504000 réis.
Falleceu em.junbo de 1624.
• 5."*— Gaspar dA Costa, sob-diaGqDOj bacha-
rel em cânones, natural de S..Aieixodo Bec-
CO (Coimbra), filho de Braz Mendes e Isabel
da Costa.
Por fallecimento de Pedro de Barros, foi
pelo cabido, séáe vacante, posta a concurso
em 1 de julho de 1628 a abbadla (reitoria lhe
chamava o cabido) e collado na egreja, este
sub-diacono, em S do dito meseanno «por
ter vagado no mez de junho (dizia o cabido)
q/aa he fau dos do padroado ecclesiastioo, e
por que a apresentação perteuce ao cabi-
am*..» Foi porém querelado pelo novo pre-
lado, que era, parece, fr. João de Valladares,
e aos Uins do libello, diz o promotor : «P.
Que o dito mez he hn dos da apresentação
ordinária (assy o em que vagou como o em
que foi provido) e como olU.-"* Sa Bispo ti-
vesse tomado posse do Bispado, e a elle só
^MMMatia a apresentação e coUação dell^
MIR
S4I
principalmente per as djsias parles doa fruir
tos da d.* IgK\ia. serem noidos inperpetuum
á mitra e.meza Pontifical d'este Bispado;
outro syHR-Que, dado e não concedideb que
o dito Sr. Bispo nãp estivesse de posse deste
Bispado, ; sendo o embargado provido pelos
P<* do c^ido» devia ser confirmado por le^
trás Ai>**^' conforme as regras de d.^* da Ghan-
cellar,ía, ap que não ha duvida; o que nao
foz.^P. Qiie havendo todos estes defeitos, e
correndo letigio com o embargado ha mui*
tos mezes, sotHcitou e obteve Bulias da S«
Santidade, para renunciar como renundoa
sem declarar o estado em que estava.— P.
Que as d.*' BuUas por serem aleançadas per
suppliea falsa, aào nullas- • . — Proceda-se
pois centra o.embari^do, e jolgueae o Be^
nefieio vago.*
O embargado appellpu para a relação d^
Braga, mas o vigário geral não acceitou a
appellação. Mâo sabemos como o processo
terminou. ^
6."^— Pedro Fernandes de Sequeira, íalle-
eido em 3 de junho de i638.
T.i^-nJacin^bp de Sousa, notário apostóli-
co; apresentado em â de setembro de Í638,
e collado, em 30 do mesmo mez e anuo, pejk»
bispo O. Gaspar .do RegO:da Fonseca, então
residente em Madrid. Falleceu a 13 de se-
temt^ro de 1659.
A propósito aqui transcrevemos ikprovi^
são do bispo, que nos parece curiosa :
«Tomei todo este tempo que hé passado
depois da vacatura da igr^a de S. Pedro de
Miragaia para me informar do dito que me
avisarão pertendião ter o mt.<> Ryd.** Ckibido
juntamente comigo na provisão delia; agora
que me consta. que o não tem, a mando pro-
ver, e não mQ pezára que o mt.° Revd.*" Ca-
bido o tivesse, porque igualmente des^o e
zelo o seu direito e o da mitra, nem aqui se
poderia considerar direito que quando ha-
via de ser. por a. . . parte e isto se não po-
dia reduzir a pratica emJgrejas de concurso,
nem Oiaeto da Se vacante pode, conforme a
direito fazer effelto de provisão a que se h^a
de ter consideração, maiormei|&et contri^ oi dft
.lliltral Assi o diga Vm. 4a mlnluupaste a
eseesSa.'*, assegurando -es do measoltto
348
MR
que he e swâ âempve fávonvM ás saas eon-
sas. Sapponhó qae não ba duvida em ser a
igreja de livre collação ordinária, e qae a
my me pareee que não he unida, á mesa
Pontifical nem capi talar polsnenbos frootos
percebem délla, e supposto também qae he
Igreja perpetua me parece mais seguro pro*
Ter*8e em concurso, na forma do stilo, com
termo breve, e dirá Vm. da minha parte ao
padre Jacinto de Sousa, que havendo res-
peito a ser virtuoso e honrado, e servir e ter
servido com applicaçao e satisfação ao Bis-
pado, e sendo approvado e havido por di-
gno ou exame synodal, Vm. o coUe e insti-
tua por parrocho Abbade delia, em nosso
nome, sem ser necessário vir perante nós, e
esta carta sirva de commissão quanto a isto
que digo a Ym.— Madrid % de Setembro de
«38-rG., Bp.« do Porto. I
4
8."^— João Nogueira de Barros, apresenta-
do pelo Cabido sede vacantêf—for* a coUa-
ção e confirmação d'eUa (da egreja de Mira-
gaya) pertencer a S. Santidade e Santa Sé
Apostólica, como dizia o edital— em 23 de
setembro de 1609. Renunciou em seu sobri-
nho e successor, reservando para si a pen-
são de trinta e tantos mil réis.
O.^"— João de Barros, sobrinho do antece-
dente, foi coUado em 29 de agosto de 1671.
Renunciou no seguinte, com a reserva de réis
30^000 annuaes.
10.<>— Luiz dé Brito, natural do Porto, fre-
guezia da Sé, filho de Thomé de Brito e de
Maria Lopes Carneira, foi confirmado pelo
papa lonoceneio XI, e collou-se em 21 de ju-
nho de 1685. Alem da pensão que se com-
prometteu a dar ao seu antecessor, acceitou
o encargo de pagar a pensão ao também re-
nunciante, João Nogueira de Barros. Depois
de parochiair a egreja de Miragaya por mais
de dez aonos, passou para a abbadia de S.
Thiago de Priscos, arcebispado de Braga.
Resignou no seu successor, reservando a
pensão annual de 50JÍ000 réis, e passando-
Ihe o encargo das pensões que percebiam
os resignatarios João de Barros e JoSo No-
gueira de Barros.
ll.^^-Gonstantino Homem de Carvalho,
patural de Lisboa» freguezia de Santa Justa»
lOR
filho -de Pedro de Garvdho e Báo-beraSoi
res. Pôra reitor da freguezia de S. ITrgíii
deMesão-frio, que renunciou, reservandHi
a pensão de 3Ã^0Ò0 réis, e depois ÚM
de Santa Maria de Frende, que também n
nonciou em Pantaleão Rodrigues Marm
ficando a receber d'eile SOfOOO réis.Pao»
do depois para a egreja de Miragaya tn»
feriu a pensão de Santa Maria de Prení^
para Luiz de Brito, seu antecessor; mm
abbade Pantsdeão (o de Frende) conteaMt
direito a Luiz de Brito ; poz-lhe demaflà;
mas por fim pagou.
Falteceu o abbade Constantino, enrSOl
junho de 1701. Por seu falleeimento, o«
bido tentou fazer valer os seus pretendil
direitos de apresentação dos abbadesdei
ragaya em certos mezes, como se vé di»i
querimento por essa occasiio dirigièi
prelado, e que existe na camará eedei
tica do bispado, no processo intitulado-4
tos de Petição do Rvd.* Cabido sobre a If
ja de S. Pedro de Miragaya.
12. «—Heitor de Almeida de Amiii(ii
charel formado em cânones, e desentop
dor ecclesiastieo, nasceu em PeniÍM!;i
apresentado abbade, pelo bispo firei Ml
Santa Maria Homem, em 23 de jQDteè
1701, e coliado em 30 do referido mezil
no. Resignou no seu successor, com ts
serva de 12OW0O réis annuaes para 8í,ei
servando-se sobre a egreja a antiga pM
de 11 ducados de ouro n'e&a imposta il
vor do abbade resígnatario e ainda por
tão vivo, João de Barros.
13.«--Manuel da Silva, nStural da Ihi^
zia de Miragaya, onde nasceu em 1678.01
lado em 19 de setembro de 1718, em Bn|
pelo arcebispo D. Rodrigo de Moura M
a quem vieram dirigidas de Roma as Ml
por estar vaga a Sé do Pwto. — FalleflH
27 de julho de 1730.
14.»— Manuel da Cruz, natural do Wl
coUado por bulia apostotiea, tomea 0
da egreja em 13 de fevereiro de 173J.I*
leceu a 3 de janeiro de 1768, e foi se|#
do na capellamór da sua egreja nasepik
ra dos pa?t>cho8. Foi o escolhido, dosS#
correntes que houve à egreja, a qaii ^
posta a concurso pelo cabido sede
Mffi
Mm
249
>Por pertenoer a eolkçio da dita egr^a à
>ó apostolioa, a mandei pôr em concirno •
liz o edital, de 7 de agosto de 1730» asai*
piado pelo proTisor e goiwrnader do bispa-
lo, o dr. João Gaedes Coutinho, do conse-
lho de soa magestade e do geral do Santo
MBcio*
Nos aatoi do eoneareo lé^se o seguinte :
■Visto o termo de exame, e consideradas
xidas as mais cireornstancias, jnlgo o padre
Manoel da Crax por mais idóneo para ab-
bade de paroefaial egr«ja de S. Pedro deMi-
mgaya extra-mnros doesta eidade^ d*este bis^
pade do Porto, e selbe passem os doeomen-
M neeessariot para requerer na cnríà. Po-
lém nio se Uie eolregará a certidão sem
[irimeiro recorrer a soa magestade qoe Dens
[fnarde, pela secretaria de estado na forma
los seus reaes deoetos^ e mostrar licença do
IMo senhor para reoorver a Roma com a
mrtidio do eoncarsov Porto, 19 de agosto
ie 17dO.-^J. G. dr. (João Guedes Coutinho,
{orfsrnador do bispado*)
; i(L*-^Francisco Caetano de Sonsa Sar-
Bento, clérigo «« nUneribut, do habito deS.
Miro, bacharel formado em cânones pela
Jniyersidade de Coimbra, natural de Alfan*
hega da Fé, filho de Frandsco Xavier de
tonsa, e de D. Antónia Sarmento ; nasceu a
f de agosto de 17S8. Foi apresentado pelo
dspo da diocese, D* António de Távora, em
¥ de abtil de Í7ff8 e coilado em t6 de maio
lo dílo amo. Passou depois para a egrcfa
Ie Santa Maria de 6c(lpilhares.
M.^**Aleauttdre Ribeiro do Conto, natt*
"ai de Varziella, filho de Thomaa Moreira
y^iro e Mhria do Couto. Apresentado pe-
o bispoi, D, Cr. António de Sousa, em S8 de
ilnil de i7S9i e coUado no messeguintei
^alleceu em 3i de agosto de 1770.
l7/-*Andró ILavier da Gosta» bacharel
ormado em cânones, natural de Bragança;
ipresentado pelo bispo ii#eesano, D. fr. Alei-
10 de Mimnda Henriq^ei^ em 30 de setem-
«o de i770, e ooUad» em 90 do mei se?
[Oifite.
: ílS.«--4ea^im Joeé Peneira Gediobo, prés-
lytere secular» bacharel formado em cano^
lee, natural deOUveirade Asemei^fllhode
lamardo Pereira da Silva e de JctteláCae*
tana de Andrade. Apresentado pelo bispo D.
Jo|o Raphael de Mendonça em 11 de no-
vembro de 17H, eoUado em 19 do mesmo
moE e anuo. Na provisão diz o prelado : «e
porque a ditaabbadia, conforme asnacrea-
ção, e dotação é da nossa ooUação, confir-
mação e apresentação in solidum^ em qual-
quel lempo que aconteça vagar, por ser um
dos beneficios da nossa mesa e camará . . •
eem concurso... t Renunciou o reverendo
Pereira Godinho a abbadia em favor do seu
suocessor, com a reserva de SOOMOO réis
annuaes, por haver subrogado no beneflcip
o seu património, reserva que receberia
«emqnanto fosse coadjutor de beneficio e
prebenda (inteira) de que havia tomado pos-
ee na catbedrai, pensão que cessaria logo
que fosse sua a dita prebenda.» O rendimen-
to da egreia estava então lotado em réis
460«)Q0.
19.*^José Pacheco e Sousa, da congrega^
ção do Oratório^ do Porto* filho de Manuel
Rodrigues Pacheco, de Beire, e - de Joanna
Luisa Rita, de Bitarães. Gollado em 10 de
maio de 1802.
SO.""— José Coelho Antunes, presbytero se-
cular, natural de S. Pedro de Castro-Daire
filho de Manuel Antunes e Anna Marta,.;
apresentado pelo bispo diocesano, D. João
de Magalhães Avellar, em .10 de janeiro de
1890, e collada em 18 de fevereiro do mes-
mo anno^ com a obrigação de pagar dos ren-
dimentos certoa e incertos daegreja 30^0000
réis «para outro ecclesiastico benemérito.»
Na provisão de apresentação diz o prelado.
« por ser esta egreja do nosso padroado m sol
lidum, em qui^quer oopasião ou tempo que
se verifique a sua vacatunu
Desistiu o padre Antunes, da abbadia, fa-
zendo a desistenda perante a camará eecle-
aiaatica.
,21.*-*Domingos de Mesquita^ egresso ifL
Ordem de S. Domingos, filho do dr. Domin-
gos 0a Mes^ita e Mello, e de D. Bernardi-
na de Freitas e Mello ; foi apresentado na
egreja, vaga por desistenaia 4» antecedente»
por. decreto, de tZ de dezembro de 1844, e
coilpu fe em Ide abril de 1845.
>!•— Pedrçi;^alvador Ferreira» egresso da.
mrAem. dospregadores^ bacharel íòroMdo em
^m
im
fheolog^a, namràl de PAçoif d% Sénst, iltiô
de Joftqmm Ferreira è Theresa G<yeltao. Era
paroeho collado, na egréja de S. Chris-
tovão do Muro, e eollon-se na de lUragaya
em 1660, de onde sabia para a de Refojos,
onde se eolloa em 23 de oatobro de 186).
J3.»— Pedro Augusto Ferreira, bacharel
formado em tbeologia, caTalleiro da Ordem
de Nossa Sebbora da Conceito; nascêu na
Corvaceira, fregnecta de Penajoia, a 14 de
novembro de 1838 ; filho de losé António
Fen^ira e de D. Maria da Purificado Fe^
reira.
Ordenon-áe em 2S de janeiro de 1867, em
Lamego, (concluiu a formatara em 1866)
sendo em seguida nomeado pelo bispo d*a*
quella diocese, D. José de Moura Coutinho,
examinador synodal, e no mesmo anuo pro-
fessor de Instituições Canónicas, disciplina
que leccionou desde 1857 a 1860, e n*esse
mesmo ánno reg<eu a cadeira dé Historia ec-
desiastica, novamente creada (1859).
De 1857 a 1860, eterceu por vezes, por
eommissão do prelado, as fttneçdes de vigá-
rio geral, no impedimento do próprio, o dr.
Diogo de Macedo Pereira.
Em 1861 foi apresentado na egreja de S.
João Baptista de Távora, onde se coilou em
S7 de julho d'esse anno, tomando posse em
10 de agosto. Vagando a egreja de Miraígaya,
foi netia apresentado por decreto de 9 de
ábrU de 1864, n'ella se coitou em St de
outubro d*e8se mesmo anno. È o abbade
actual.
EbooIbs
No fim do anno de 1874, havia em Mii^a-
gaya 1 collegio e 9 éàeofas de ifistrtic^ pri-
maria, frequentadas por )41 alnmnos, do
sexò masculino e 140 do feminino, e t col*
legio de instracçâo secundaria, frequentado
for 119 alumnos do sexo masculiho e 1^ do
feminiho.
Das escolas de instrucçSò t^rimariá, t^
dUa^ regias, uma para o sexo 'masculino, tfe
que é actualmente professor, António Fer*
reira de Jesns, e outra do sexer femitilno, re*
gída pela sr.* D. Mariá de Sa Rebeilo Vas*
ooncelios e Albergaria, dâ tan^tlhãt dos Sás,
de Arcozl^lo, comarca dé MditÈfentà dá È^*
ra. Dte aulas gratuitas a mais importaiÉ
a estabelecida em S. Nicolau, e também pei
tenoente a esta freguetta.
Doesta escola mais largamente tntln
em seguida.
ESCOLA DAS FREGUEZIAS DB S. RIOOUV
B ftPB>RO DB MR^QATA
A escola primaria ]>ara-H> sexo ntMÉ
das dua^ fireguezias adma meikckmad^l
fundada em 1771, por um éouativQ^ cni
que de 3:000#000 róis, feilo à confruâi
Sanlisaimo^ de S. Nieokii, por fgnaeisl
beiro Machado, oapiuiista, resideBte cai
ragaya, porque, aeguiido corista^ a eoM
Miragaya nãtf qaiz acoeitar a doa^.
O encargo era, ftmdar una eseoltii
•alnanios áu doas fi'egiieBias.
N^esta epoefaa «stava em vigor uni
que não permictia ^ás eonflrarías recdMi
legados para tal fim, e a oonAraria foi é
gada a restituir o dinheiro eiia 1774^ ■
por una escriptsra simulaâa, aeoÉii
doação, ficando a escola a íiuiOGÍ0Bar,M
se o dinhefro para a sua manutençloliií
agenciado por esmolas.
Era 1809, pela òccasilo da oiktndili
franeeees n'esta cidade, por ordem écpt
ral Souit, foi levantado metade do fositi
escoU a titulo de Contribuição de gna
Apesar d*6Bta vicissitude, a esoobeod
nuou aberta, snsleiKada^peÃos rendiM
da confraria, a:té xpie pol* oceaslio da<M
(tSM), o réito do ftinâu fòi levado taiÉi
pars despesas iia goeirdé
€oneervou*s«f a escola por a^fofl^tnp
fechada, e se reabriu depbia da; guemi»
bdr, sendo sustentada iinda p^a ooafnÂ
mas n'udm casa péssima, éteura, seox
hdm oondtçSes' para o fiid a qusrssd^
nsLva.
Féz edtao a eonflraiia a compra âieti
oaa que a idscofe fdnceionou afté I8SI> ^
couto a sala da eieola não tivesse eoadcli
hygienicas, foi reformada em 187S, poif^
dativa do nmHè boMneirlto UMHTd^
escola, o sr. Franèiscô PerelraLebo^ 1>^
tomou incansfttel no augmenio • pNi^
dadè da neséia, prémo^ndo os tíÉM^
BOR
Mia-
25t
fltoi do8 aiiBM lectivos) 4106! já le nâoliriam
ha muito tempo) distiitaiftdp premíoe aos
alaomos di8UactoB|.ele.».tira]iáa«a>emfiiii 4o
abAtámento em que juia.
O atimero dos aiamnos que frequeataTam
a eecola era de ISÚ^ antes da reforma feita
pelo sr. Lobi^ e depois da^refonna, foi o nu*
mero ' elevado ;i. 78.
Com as demolições f^tas para a Bora.ma
da AiCande^ fiooa em frente da casa da
«scola um terreno para as habitações visem
a alinhar oom a ma do^ Ingleses;
▲' casa escolar» eatava jeouprehendida
ii*eete numero; e«ono em uma ooça8iio4e
-exAines, fosse a eseoia visitada pelosrk eom-
meadador» Joio Coelho de Àlmeidai abas-
tado capitaiisUy residente na.lregaeziade
S. Nieolan, e^ste benemérito cidadâoiaobas-
ae a sala inanfiSiciente para tào!grande>aa«
mero da alomios, effereeea Iqgo à mesa da
oonlraria a quantia ile< 4504000 réis, para
a casa ser ampliada.
.A mesa acceitea o generoso donativo^ e
laoçoQ os alieerees para a nova, em iB73,
6eado então juis da confraria a sr. Joa**.
^m Eerreira iianfteiro Guimarães.
O edtfieio fod eoasti^oidoà onstade.esmo*
las. dl» papocbíaao» e outras pessoas, que
subscreveram para tiaotil âm,. sobresahin-
do o sr. oommendador Jeio Coelho de
Almeida, que^ oorao óbolo doe seus amigos
conseguia entregar á oonfraria i;0004000
réis aproximadamente.
' Ficou coBektida a casarem i^4.a aJMu-
goração solemne fez-se em 30 de junho do
mesAo anno, para eújo acto foram convi«
dadas as anctoridades, eommissarfo des es*
tudos, etc.
No acto da inaugura^ foi coHocado na
sslè o retraio db generoso benfehor o sr:
Ceelbo, mandado tirar a expensas dos me»
saMos.
Anova saiii eMelanóbem airc^ada; ^m*
mnita las, e beae eendi^des hygienioas^
oomportando iOO aluénos.
A mobifía é' magnifica e foi dad» pelos'
sm kãb Pranelseb 4}oaès & Irmio, nego^
cHaátes, moradores vt freguesia è^ S. W*
oslÉQ, é oom éHa dispeiideraiol cerca 4^
dOWmn^is.
Os i6Q aluamos toem vestuário uniforme»
dado peia confraria, e consta de blaza azu^
calça preta, e sapatos; e são obrigados a as-
sistir na egreja paroehíài à missa do dè-
mingo terceiro de cada mez, aos enterros
dos irmãos da confraria, e a acompanhar lo«
dos os annos o sagrado viatico aos eafer^
mos, etc.
A confraria fornece também papel, pen^
nas, livros, tinta e mais accessorioa preci-
so» na escola.
0
. Esquecia -meinencionar que-^não haven-^
dèfando, pelas ra>z9es que apontei, nm de*<
putado eleito pelo Porto (creio que foi Pas»
SOS Manoel) instoa com o governo para que
restituísse o dinheiro que devia á confraria,
e esta recebeu 8:00OMO0 réis nominaes em
inscripções^ que constituem o seu fando ae-
taal;
É ainda mordomo director o sr. Lobo, e
professor^ Henrique o sr. Marques de Sousa
Viterbo, irmão do bem oonfaecido poeta, o
sr. Sousa Viterbo.
A esoóla de meninas
Como a casa da escola tenha dois anda-
res, e um só fosse ^oocupado, o sr. Lobo
consegotu* que a sr.* D. Rita Emilia dO
Carmo, vhiva do sr^ José Joa^im Haga^
iha^s GarmOi institnissouma escola de me- <
oinas no andar devoluto, doando para este
dm 4 contos neâiinaes em insoripçi^es, cor«
rendo com a mais despesa a oonfraria.
Efectivamente foi inaugurada a escota
eiiir*22^e Janeiro de 1871^ com ioda a sele-
mnidade, dando logo entrada a 50 meninas^
das mais pobres da freguesia.
As meninas teem- também vestuário, que
lhe> foi' dadO'C(kn o prodncto da venda da
um opuseulo;lntltttlado Questões Memadà^
metes, do-sri Augusto Carvalho, distineto es^
criptor brasileiro, que oífsreceu mi) exem*
piares á escola, na occasião daitiauguração,
depois éfíikíú brilhante discurso.
E diredor dia escola o sr. António Au*
gasto Marqtoes Oaimarães^ e professora, a
sr.* D. Rosa Augusta Marques de Sousa.
Na sala vé se o retrato dos doadores.
%2
lOR
Mm
Quartel da roA do Tviíunplio.
(Torre da Marca)
Eâte quartel, ao S. da roa da Triumplu)
e qaasi em frente do palácio real, ó bastan-
te aqtigo, pói8 qoando em i769 a Miseri-
córdia comprou a João Ribeiro e Rosa An-
gélica de S. José, o casal dito do Robalo, pa-
ra edificar o seu novo bospital, como se vé
daescriptara lavrada nas notas do tab^Uião
Manuel da Gunba Yalle, Já se disse que ^
ditas terras confrontavam a poente eom os.
quartéis. Antes de se denominar rua do
Triumpbo a roa onde ea^&o^ denominoa-se
— rua dos Quartéis.
, São pois anteriores a 1769, mas não po-
demos marcar a data da s.ua fundação.
Poucos quartéis militares baverá no paiz
em local mais bonito, mais vistoso e mais
saudável. Quando ali o edificaram era aquef-
le sitio um ermo, emquanto que boje está a
meio da rua do Triumpbo, uma da^ pri-
meiras ruas do Porto, e toma, oom a sua
cerca, mais d& metade S. d*esta rua desde a
da Liberdade aié à rua ainda sem nome,
que a camará principiou em i87i« para li-
gar a rua do Triumpbo com a da Restaura-
çãou
Do lado dos quartéis» a parte restante da
rua do Triumpbo foi leinada pelo Falácia de
Cristal, de que não fallaremos n.'eate artigo
porque já pertence á ireguezia deMassarisL-
lo4, pois n*este ponto a Unha divisória en-
tre esta freguesia e a de J^iragaya é a elu-
da nova rua ainda sem nome.
O quartel tem a facbada principal volta-
da iao na^ente e sobre um bonito largo ar-
borisado, e outra face com casernas voltada
ao S., estando principiadas ba muito ^mpo,
e ainda muito atrazadas as outras, doas Xa-
cee, sendo para l^^nentar 9 mau.seatro que
tem, perseguido estas obras, porqiie.d^ois
de acabado,, ficar ia e^tç quariel em ipagnifi-
cas condições, e muito embellesana a rua
em que se acba.
N'este quaitei esitá b<3|je o regio^nto de
iniantería n.* 10, comman^adio pelo fou di-
gpo coronel M. Pinto Jtuniotie teo4o por.^^ju^
dante o alferes José Joaquim Fernan^^s ^
fiilva.
fiateve aqui tami>em mniloB aanosofiái
iniantería até que M chamado para Uitiot
--por ser um das regimnUos mais bemêh
cipHnados que ao tempo haxiiamonoseQem'-
Oto-— graças ao seu digníssimo eoroBsle
commandante, Imje general João José fiar*
reto da França, que até ser promovidsi
general soube manter com tanta firmeis t
disciplitta do corpo que coamanAava—Mi
violência e sempre estimado pelo regimei*
to inteiro.
Esteve ^imbem aqui muitos aonos soIh
do {S^ o regimento de inluiteria n.* 6, e qm
do eile aqui estava deu-se o faeto segniote'
Bm frenle de quartel, no chão que é te-
je campo arirarisado, viveu moitos un
em umaa humildes casas uma DMzlher, dift
giado uma taberia e uma pequena kijiè
consumo, e na decrepitude, não tendo ffihi
nem parentes próximos, e lembrando-sei
que devia a sua fortuna em i^andeparua
regimento 6, nas suas dísposiçdea testas»
tarias le§ou ao dUo regimento a quisna
cerca eontigna-^hoje propriedade diiH'
tante valor.
A sua- intenção era erear «m boumOf
dusivamente para o sen querido regisiafe
6 ; mas como este d*aqui fosse ramovidi^i
mais tarde dissoivido, o ministério da gsfr
ra tomou posse da dita eéica, c por ebi
arrendada, sem a mínima vantagem pana
regimentos que aqui estaeionam!
Musmi munieipaL-ou-mQaeii Allea
Sito na rua da Restauração n.* 275, d'»
ta freguezia de Miragaya.
£ste mjoseu foi fundado por Joãe àH
penúltimo filho dos 10 que seu pae^ Diudi
Guiiberme Allen, houve do seu primeiro m*
trimonío com D. Joanna Mazza, perteoeeili
a. uma família italianl^ aparentada eon*
celebre^pontifice Gleiçente XIY (GanfsaW
Era seu pae subdi^ hrítauico e negocíiiií
e lòi. ceniul da, sua qação em ViaastA
Casteklo, e dqpois aya cidade do Fundul*
de possuía um g^agnifico prédio que c|#
aÍQ governo ^rtuguez durante agueiracp
a França, por ser predso para re^ntíC^
WR
Mm
253
poblioiks ; e o eedea om troe» de doas la-
goas quadradas de terreno ineolto^ no Bra-
sil, terreno de que nem eUe nem Bens her-
deiros chegaram' a tomar posse.
O filho mais velho de Duarte Guilherme
Allen,, loi eonego na Sé do Funchal» e três
de soas filhas casaram com homens nota-
Teis-***uma com José Monteiro de Almeida»
rico negociante portuense» edificador da
grande e bella casa, em que se acha o cor-
reio gerai na rua de S, Bento da Victoria
(hoje propriedade de José Gaspar da Graça)
a qual senhora, pelos seus serTíços presta-
dos durante a emigração» íòi agraciada com
o titulo de baronesa da Hegaleira.
Outra casou com o dr. Velloso, m^ico
do paço no Brasil e veador da primeira im-
pei;atris, e cujas filhas casaram cora os dis-
tindos estadistas brasileiros, os drs. Franga
eXotta.
A terceira caeoucom José Ferreira Pinto
Bststo, o fundador da Vista-Alegre e notável
i^ndilho setembrista, sendo assim Juie do
aotnal sr. José Ferreira Pinto Basto e de
seus numerosos irmãos.
João AUen nasceu em i785, e aos li an*
nos de edade, íoi mandado educar por seu
pae^ para o coUegio de fGeorge Tonn» nas
proximidades de WhashíAfton, capital dos
Estados Unidos americanos. ooUegio catho-
lico» mas com organisaçao oulitar, dirigido
por derigoa franceses ; e Toltsndo ao Por-
to^ quando todo^^ se armavam contra a Fran-
ça, prestou bons serviços, concorrendo com
os conhecimentos que adquirira na America
psra a melhor órganisação dos corpos de
milícias e de voluntários, e alistando-se em
seguida como voluntário no exercito anglo-
luso, to toda a campanha, íervindo a espen-
90» suoê e distinguindo-se em algumas ac*
ç5es, pelo que lhe foi conferida a medalha
da Torre e Bspada. Findu a. guerra penin-
sohu* estabíelecett-se como negeclante, pri-
meiramente em Londi^s e depois no Porto^
hindo para ahi como principal sócio da ca-
aá Monteiro Dka&OfS C,\ per morto de sea
cunhado José MonteU*o de Almeida, que casa
d*ahi por diante flco9 tendo por firma-^Di-
xon, AUen, Figueiredo dt C* (entrando pa-
ra sócio o pae do actual sr. visconde de Fi-
gueiredo) firma que mais tarde se transfor-
mou em AUeOf Morgan & G.% hoje em par-
te representadia por Morgan Brothers & G.%
grandes exportadores de vinho do Porto.
Durante a sua laboriosa carreira commer-
cial, concorreu João Àllen para a creação
ou aperfeiçoamento de todos ou quast todos
os estabelecimentos úteis, quer pbilantropi-
C09, quer financeiros, que no Porto succes-
sivamente se organisaram, tomando nomea-
damente parte na fundação do Banco Com-
mercial—o primeiro banco do Porto — cujas
notas foram gravadas por desenhos seus-
Teve também parte importante nos traba-
lhos preparatórios para a creação de monu-
mental «dificio da Associação Gommercial;.
foi membro da feiíoria britannica por ao-
clamação expontânea da mesma, etc.
Ainda estava solteiro, quando deu princi-
pio ao museu, coileccionando armas de di-
versos povos, medalhas e louças curiosas, e.
depois foi pouco e pouco adquirindo e con-
gregando muitos outros ariigos, em glande
parte durante as suas repetidas viagens por
França, Inglaterra e Itália, onde pouco de-
pois do seu casamento, em 1823, com D.
Leonor Carolina Amsink (filha de Rodolpho
Amsink» cônsul de Hamburgo no Porto) se
demorou mezes com sua esposa e cunhada
D. Ermelinda Monteiro de Almeida j(depois
baronesa da Regaleira) passando muito tem-
po em Roma em intimidade coro o nosso
abalisado pintor Sequeira, e adquirindo por
bom preço vários dos melhores quadros que
ornam a galeria municipal.
Mão cAbendo já na sua casa. (n.« 281 na
raa da Reslaaração) as numerosas e varia-
das collecçfSes que havia adquirido, edificoa
no quintal contíguo (em 1836) uma casa
composta de três grandes salas com lux
vertical, e n'ellas colloeoa essas collec-
çães encycic^dicas que se acham minu-
ciosamente descrlptas no, Troado de Geo^
graphia^ pubticado por .0. José de Urçulln»
voL i.' ari. Porto. No 3.* voL da citada obra
se vé iMna gravara representando o exterior
do qmsai e CMa. de João Alle^.
iFoi visitado por grande nuanero de nih
turaee e estraogeiros, principalmenjie noa
dias idemiogos> em que o sr. J. AUeu o
ífôt
um
JlIlfC
fraaqneftva ao pnbiteo. Uín doestes tisRâiH
te» mais nataTds foi o conde Raosinsky, en^
tão (4846) minislro da Prasaía em Díiboa,
o qual na ena obra Lettrm wr kê Arte en
Pértngalf falia âetidameme de Tarías pinfo-
raa do masen.
Tandem foi yi9itado pelo eonde de Yar*
gas— Bedmar— natnrallêta dinamarquer, o
qnal tanto gostou da collee^ nioeralogi-
ca, que regressando ao seo paiz, de lá man<
dou por duas vezes ao sr. AHen^ enrioeos
espécimens colhidos nas suas viagens pelo
norte da Bnropa.
Angmenton também consideravetinente, o
ST: Âllen, a cotlecção de pinturas e outras,
eom as preciosidades da casa de Abrantes;
que se venderam em Lisbea noa annoe
sobsequentes à guerra dvil que termi-
nou em 1634» sendo n'essas diligenoias eí-
fioaziiaente coadjuvado pelo nosso insigne
pintor Jeáquim Raphaeif a qc^m as* egrejae
e esuJt)eleciment06 portuenses devem tantos
quadros
Porfiaram em tirar lhe o retrato, por essa
oceasiâo, os artistas lisbonenses^ e o dito J.
Baphael, fez lithographar na oflieina da ma
Nova dos Martyres, um, eom a legenda se-
guinte :
As artes agradecidas
Contra o tempo que as consome^
Te erfgem um monumento
Que vae basear teu nome.
Nada mais incoberente porém do qam a
fortuna. Assim o proveu o tt, Aileui nos
ultitoos annos da sua vida, sendo atraiçoar
do por seu sdeio Morgan, qve em Inglaterra
abusou da firma da casa, tendo também de*
pois em Portugal, dissabores com pesaeas
que a uma nobre dedicação pelo seu cliefe,
preferiram salvaguardar os seus próprios in-
teresse!^ aproveitando* se da ausência do sr.
Allen, em Inglalem.
Nio pôde seu nobre eorafloreelstirn ãk»
grande oatastrophe, o fáHeêeii osto cidadão
benemérito, no dia i9 de niaio^deiâ848^'al^
guns metes depois do seu nsgreseo ao'Por-
to, havendo resolvido, depeis de terminada
a HquMaçao da sua casa» Mtitaah^e do nê*-
gocio eom os saldados doiitnlhiglo,e
saro resto dos seus dias na sua beHa qai
dê Gampanhan, lioje pertencente a sen
Alfredo (visconde doVillar d^Aflen^X
raoUo a tem augmentado e embeilezaâ<\f
0n|e amor pela agricultura e pelos nwllioi
ramenlos pnMieos, o levaram a ser un doH
mais enérgicos promotores da» expesiçM
agrícolas, no nosso paiz, principal fundiMl
do Palaeio de Chnstal, e activo infeiader li
fficposiçio intemaeional, eom que em i8#
setembro de 1861^, se inaugurou aqueHe m*» i
numento.
Deiaou o sr. João All«i, mais dois-filliov
e uma filha--Bduardo, Adelaide e Joio.
O maisvelUo^é digno director de um aen*
ditado coHegio de instrução primarlaeai*
cundaria^ estH)iBleetdo aetuataiente nacM
que habitou eom seu pae, contigua ao Mb*
seu (rua da Resuuraçio, n.* t81)— pref»
sor do varias línguas e matlManatica^ din*
etor do piHiprio Museu, que f5ra ^ seu ^
%• bibfiothecano da Kbliotheca poctbesM^
desde 188^— e inteHIgeote manusoadvè
coUecçdes biblíologioas^ naturatietícasen-
mismatieas.
O uliino, era um eeperançosojovso^i
quem uma terrível moléstia menul cerM
a brilhante oarreM que seus trinmplNi
seientiflcos na Academia PoljFtoebniea #
Pone, lhe' auguravam, e que boje se adi
no HeepHal ds RilhafoRe^ sem eai^erançai
de resubelecer s^^nnoiesiia provenleaMil*
vet do seu estremo afinco ao estado e dei-
1 Casou com D. Maria José Rebello Ya-
,Iente, filha de José Maria Rebello Valente,
'que foi um dos meie acreditados negociía-
tes do viDbos d'e8ta' praça, capilallsta e
grande proprietário, morador na soa caiip
da rua da Bandeirinha, n*esta freguezia de
Mfragaya.
^ Eduardo Augusto Allen, baehai«el kh
mado em dirof to pela Uoiveisídâde do Cqí9*
bra» bacharel. em littaratura pçla Uoiveni-
dade de Pariz^ premiado com a medalha dt
prata, da sociedade ifonthyon et fyoMk,
sodo oorrespendente da Academia Realçai
SeieMAs de Liaèaa» e de. outras ooapongãii
sciemJficaa*
3 Colleglo inelez de Nossa Senhora da Di-
vina Providencia. Tèm iS alumnos iniénm
e 90 externos.
litm
^S^
taramettte das neeessidades do eorpo, pofs
Donísta qQ« passara dias sem tamer, 6 hòites
e noites sem dormir, Coando estava em Pa-
ris eomplêitaiido o carso de engenharia.
Passados dois annos, depois dotalieeimen^
to do fandador do Museu, e tendo o respe-
e(ÍTo eonsefho de familia ordenado a venda
do mesmo, todas as pessoas lâais notáveis
do Porto, mostraram o mais vivo desejo de
cfne este monumento não sabisse da ddade,
nem se desfizesse n'mna venda em almoeda,
e os dois corpos administrativos, de qoem
dependia a sna aeqnisição, apesar de se acha-
rem em guf^rra aberta no momento, depoze-
ram ttítritos e animosidades, e unanimemen-
te aceordaraín em comprai -o á viuva e Ètkos
do sr. J. Alien.
RealisoQ-se a transação pela q[aantia de
19 contos de réis, era que fora avaliado pot
l>eritos competentissimos, taes como os srs.
lósé Victorino Damásio^ Joio Baptista Ri-
beiro, Manuel José Carneiro, etc, reforçados
ainda extra-offlctalmente pdo sr. Carlos Ri-
beiro, hoje a primeira notabilidade minera-
lógica e geológica do nosso pai2«
Foram porém esses dezanove contos, pa»
f os em lettras de um conto de réis cada uma,
A vencer de 3 em 3 mexes» o que retardou
o pagamento integral por espaço de quatro
annos, perdendo os herdeiros do sr. AUen,
«ott deseomos, cerca de 2 contos de róia.'
Deve notar-se, que na compra lelta paio
município, não se pôde incluir o que já em
kildes se havia veoãlido, pois pelos- juizes do
titéntak-io, se havia ordenado a venda eoa
basta publica, de objectos de valor intria*
aeco (alguns d'elle8 pertencentes ao Museu)
«cano V. gr. dois ricos cálices de prata dou-
rada,, estylo toihico, etcr-venda que se re^
alisou, sob a presidência do referido jQtsQ
#rpkanologico. (cartório do escrivão Fon-
aeea.)
Feka' a ac^nisi^ pelo maaicipio, peiiu
a camará licença para conservar o Miosm
no ediflcio em que estava, durante um anuo,
em quanU) lhe não .arr/uijivat acçommpduQão
apropria-la, |io <iue os vendedores muito .ge-
nerosa e grattmamente fiíe prMM^m.
Não tendo porém a camará aciíado local
conveniente para aquelle fim, e resolvendo
expol'0 ao publico, alugou â- viuva do fun-
dador, a casa em que o Museu se achava, e
alHse conserva aluda hoje^-sendo para la*^
raentar que a camará ainda se não determl*
nasse adarlhe casa em melhores condições,
apesar das refleradas instancias, do^seu di«^
(fno director, diesde que se inaugurou a aber*
tura em iSttt, o qual tem submettido e apre-
sentado â camará vários alvitres, miuncio-
samente desenvolvidos e documentados para
ver se' a resolve a collocar o Museu em con^
díçSes de poderem devidamente coordenar*'
se e exporetía-se tbdos os objectos que M
actual casa, pbr falta de espaço, se acham
atnontoados.
No primeiro projecto, propunha a con-
strucção de uma ala nova nos Paços do con-
celho, peíó do lado pòènte, unifòrmfsando a
frente dos Paços actuaes, e da casa contígua
já comprada e occupada pela camará— ala
que ficaria ao longo de uma nova rua, que
ligasse a Praça de D. Pedro, com os Lava-
douros.
Nq seguodo projecto, propunha a termi-
nação pela parte. Norte do edificio da bíbllQ-
theca, em S. Lazaro, oude existe já a parede
fronteira ao jardim, faltando só outra do
lado d& rua da Murta» e uma mais pequena
pelo lado do nai^nte.
Podia aUiformw-se um vasto, sal$o^ eom
Uu vertical, e magnificas condições para o
Mueeu; mm nés.eptariamas.peio priíoeiro
projecto^ já por que os Paçosrmwieipao^
■âo estaeiíá allivra da s^guuda otít^áBào
reitto»«e osva as* obraa e^desAnvglvi^ntf» q^^i
deimiBdam, {léAa beUa^Mi^ bprinoniiJN^ ae
a casa para o Museu, j4 pof que este flçana
maia eenirfil* do;<ine em B. Lazaro, e muito
mais accesst^l ao-i^cibUeo.
Depois de compradé p^ camará tem é
Museu augmentado al^ma tfoisa, já com of-
fertab pàrtimilares^-infdtimaite ainda raras
entre nós, já com a coibpi«i de pequanat
cilIlédS^ e^bjisolNM avulsos^ Mído «mais
iitlportoâte d^tes; o curiosíssimo sarco|^taa<'
g& romtinoj 4e«coberto no Alemtejer-e des»
drij^ em tima Memoria, publicada peloar.
250
Mm
Bdnaido AHâgy if^f^H^jj^n^t éureclar do Ma*
MU.
Pablieoa também o mesmo teabor um Ca-
UUogo da Galeria de PitUurai^ L* toL 4e
Catalogo do Gabmete Conchytíologka, Tarias
moQograpbiaa iiatiiralistiGas e numlsmati-
eaa; e tem prompta a classifica^ de todas
as coliecçQes^ para serem eiiqoetadas e con-
Teaientemente expostas^ logo 400 o Musea
teaba casa qae o permitia. £ esperamoe que
em breve a teri^ por que a merece» e por
que alem da yergo&ba de aõdar nm mona-
mento pablico, em casa de rendado exposto
a que Ibe intimem despejo de om momento
para o onlro» o edificio qoe actualmente oe-
eopa não tem o espaço preciso.
Nem essas obras podem faier trepidar
ama camará, que dispendea mais de 300
contos de réis, só com ama da nova Alfan-
dega—qae poaco menos deve gastar com a
de Mousinho da Silveira, já principiada, ou
com a de Barrédo, em continuação da roa
dos loglezes, até á ponte pênsil — que se
atreve a levar em linba recta, a da Boa- Vis-
ta, cerca de 5 kílometros, desde o Campo de
Santo Ovidío, até á beira- mar, e que levan-
tou para peixe e fressuras, uma praça, ou
antes um palácio, que se não conclne com
SOO contos de réis.
João Alieo, o fundador do Musèa Munici-
pal, era tio (e sócio) do infeliz José Allen,
qne perdea a vida eom doas innocentes fi-
Ibas^ no memorando nanfiragio do vapor Por«>
to, em 19 de março de 1852— predsameme
no dia em que por occasião da segunda in-
vasão francesa (em 1800), tantas mii pessoas
pereceram nas mesmas agoas do Douro,
qnando em tropel fagíam pela Ponte de Bar-
cas, para o Sul do pafz.
Depois da catastrophe da ponte, M aqaeU
le naufrágio a scena mais horrorosa, qae o
Borto tem pr^senoiado; eoem ha memoria
de naufrágio que tantas victimaa fiiesaeeo*
ire os sinistros sem conta, que se téem
dado na barra do Porto.
Toda a cidade se vestia de lacto, perqqe
sendo aqaelle vapor am dosda.earreira en-
tre o Porto e Lisboa, segaia para a.oapital
oem grande nomero de peswas^ qaasi todas
do Porto, e arribando, se pecden jánsssgias
do.Dooro^ a peqoena distancia da terra, e
com elle se submergiram lodos os passagei-
ros^ á vista de soas íamiiias e de milhira
de pessoas, que á voz do sinistro correram
á pressa e se estorciam de dôr e desespera-
ção, sem poderem valer-lbesl. . .
Temos sobroamesa, am sentido peemeio
qaoo sr. Luiz ML de C, S. Donas Botto, poi
essa occasião escroveu, sobro o assompto' e
dedicou aviava de José Allen, aar.* D.Eaii-
lia Allen, qae ainda vive, na roa da Baa-
deinaba, n'esta Iregoezia de Miragaya.
Fabiioas
Ha na praça do Daqoe de B^a, n.* H
n'esta freguezia, uma fábrica de tecidos 4b
a^iodão (cetins); foi montada em 18U por
Manoel loaqnim Machado, (állecido ha a»
nos, e é boje propriedade de um seu aoln*
nbo, o sr. Luiz Monteiro Machadiy prima da
sr. Felisberto de Moora Monteiro, am èi
quarenta maiores oontribointes do baín
Occidental d'esta cidade.
£ fique de passagem aqui consignado,^
esu lámilia Monteiros Machados, da pr^t
do duqne de Beja, é hoje uma das (amiliii
mais ricas de bens e de virtudes, qoe M
n'esta freguezia.
Tem a fabrica 36 teares, e n*ella ases*
pregam 80 pessoas, eomprebendaiido aU-
tose menores.
Ha n'esu freguezia oatra fabrica de teó-
dos, mas de seda (largos) na rua da fianéei-
ra, n.* 66, propriedade do sr. António de Oli-
veira Lessa. Poi fundada por este se^ioriia
antiga rua das Carrancas, hc^e raa da Ur
berdade; passou para a Bandebrinha, ea
1860.
Os artigos que fabrica são variados, e im
acabados; confandem-se com os estrangei-
ros, e como taes o publico os acceita.
Tém sido premiados em varias expoBiciei
Aaeioiíaes.
^ Paz parte da eoUecção de poesias, (fsv
COSI o titulo Lyra do DourOft» publicou m
i85i, na t9fographia de Faria OuimaiiM^
Mm
Existe nas Escadas do Monte dos Jadens,
II.* 6 a 8, também nma fabríea de fandiçao
de ferro, desde 1860, propriedade do sr. Joio
Ayres. Tem nma machina da forçâ de 8 ea-
Tallos e occnpa S5 operários.
No mesmo loeal teve o sr. João Iglesias até
1860, nma fabrica de eerreja, aguardente, li-
cores e genebra, e nos baixos do primeiro
pavimento nma ontra fabrica de serrar ma-
deiras, movida a vapor.
No mesmo loca! onde esteve a aqnelia fa-
"brica de serrar madeiras, está boje (desde
1870) uma fabrica de moagem a vapor, com
dnas rodas e nma machina da força de 6
eavallos.
E* propriedade do sr. Francisco José Go-
mes, e móe cereaes para qneimar, seixo para
Tidro, sarro, e príDcipalmente enxofre, pois
-só d'e8te artigo, no anno nltimo, moen cer-
-OL de cincoenta mil arrobas, e este anno de
1875, nos disse o sen proprietário qne es-
perava moer muito mais t...
Todo este enxofre é destinado a combater
t> philoxera e o oidiuim.
*
Existiu muitos annos na ma da Esperan-
iça, n.* 3, uma fabrica de louça, da familia
Rocha Soares. Era um estabelecimento vas-
to, e Agostinho Rebello da Costa o Indica
na gravura que fez intercalar no texto da
sua curiosa Descripção do Porto, Fechou-se
porém, e extinguiu-se esta grande fabrica,
pouco depois do fallecimento do seu ultimo
possuidor, Francisco da Bocha Soares, de
quem falíamos em outra parte.
Depois da extincçio do contracto ou mo-
nopólio dos tabacos em Portugal, montou-se
na mesma casa onde esteve aqnelia fabrica
ide loiça, uma fabrica de tabacos, aproxima-
damente em 1865, mas fechou-se logo no
anno seguinte.
Houve também na mesma rua da Espe-
rança, n.* 2i, nma fabrica de moagem de
«ereaes, propriedade e perdido de António
5osé Borges, contemporâneo do grande in-
"dustríal Francisco da Rocha Soares Sénior.
António José Borges foi câpitio de ordé**
Mm
257
aanças, negeefante e proprietário, e dispõe
de boas sommas.
Yiven nraitos annos nas casas que man-
dou fazer, e em que dispenden nmito di-
nheiro, no largo de S. Pedro, n.* 7, junto á
egreja de Miragaya; fondon nma grande pa-
daria na rua da Esperança, n.« 24,-^adqnt-
rin todo o terreno desde a padaria até i ma
Arménia, e sobre este levantou custosos ar-
mazéns com nm segundo pavimento part
deposito de cereaes; e como )he cansassem
transtorno os moleiros, que, principalmente
no verão, nio lhe davam a tempo a farinha
de que necessitava, concebeu o piano de K-
bertar-se â*elies, e a fatalidade lhe deparou
nm industrioso francez que se prestou amon-
tar uma fabrica de moagem, com a pequena
porçSo de agua qne já tinha a padaria. ■
Ficou louco de contentamento o ingénuo
capitio Borges, e, sem regatear, tomou logo
ao seu serviço o francez, que, pelos medos,
nio era completamenie leigo na matéria,
pois ao fim de mais de nm anno de obras,
e depois de consumir a paciência e a fortn*
na do capitão Borges, conseguiu pôr em mo-
vimento um engenho digno de ver-se.
Por um triz não resolveu o problema do
motu-continuo!
Com nma pequena quantidade de agua
formou um deposito, e d'este a agua, cahin-
do no apparatoso engenho o obrigava a dar
mil voltas, vindo a agua por ultimo caMr
no mesmo deposito d'onde sahira ( E assim
aquella pequena porção de agna alimenta*
va o engenho, e o fazia trabalhar incês$an'
temevOê; mas nm palito, por assin dizer, o
fazia estacar I
Era nm vistoso jogo d'aguas — nada maia.
e creio que o pobre capitão Borges não che-
gou a ver um único alqueire de pão moido
na sna tõo tara foMea I
E com e^tejogod^aguas e casae qne man-
dou fazer no largo de S. Pedro, e outras
junto à padaria, na ma da Esperança, n.*
S6; com os armazena da ra^ Arménia eoo*
tros que ainda nltimamenle fez na ma da
Esperança, n.» 2i a f 7, consumiu toda a
anã fortnna o bom do capitão Borges t
D*eHe existem; além d*outro8Alhos,a sr.* D.
Leonor, eaaada eoin o sr. Antonk^ Ae
S5$
MR
4a MáHaarolIflfl» rico proprietário e íabric»-
te de louça, e asr.* D. Rosa, que eaaoa na ilba
Tereeira, e poasoe ama daa maíerea íoita-
aas d'«flta ilba.
HoQve tamtieiii aresta fregoesia uma fa-
brica de velas de eebo na traveasa da La-
^e, propriedade dos sr^. Âzevedos» ricos ne-
gociantes da roa dos Fogueteiros; e ba Bhk-
4a n'e8ta freguezía duas f^úi^ricas de pós de
gomma, uma na rua do Galvano, n.* iQ,
propriedade do sr. Praaeisco António Villas, e
outra na Cordoaria Yelba, n.<> 38, pKoprie^
dado do sr. Carlos JNobió.
£liarinaoiado Hospital daMlBerioordia
Esta pbarmacia é boje uma das primeiras
de Portugal, sendo seu director o sr. Agosti-
nbo da Silva Vieira^ professor na Academia
Polytecbnica do Pvrto, caracter probo, mui-
to intelii gente e estudioso.
Nasceu em 3 de setembro 4e Í825, na
fregoezia de Cottas, coneelbo de Favaios
(boje de Alijó), districto de Yilla Beal, #»ba-
vendo alli estudado instrucçao primaria e
francez^ aos 21 annos, veio para q Porto (em
i846) assentando praça no batalhão acadé-
mico, estudou particularmente ioglez, lógi-
ca e geograpbia, e, feitos todos os exames
de preparatórios, entrou para a Academia
Polythecnica, em outubro de 1847, matri-
cnlando-se em matbematica e chimica, em
que ficou approvado e distincto.
Em 1848 a 1849 cursou na mesma aea-
demis, as aulas de pbisica o botânica, nab
quaes foi também approvado com distioo-
çlk), concluindo os preparatórios para en-
trarar na escola medieo-cirurgica, onde
ae matriculou no mesmo anuo, em maté-
ria medica e anatomia» como alumno de
pbarmacia.
De 1849 a 1850 seguiu o segundo an-
uo de pbarmacia, e abandonando a car-
reira medioo-çirurgica, estabeleceu uma
pbamacia, e seguiu n'esse afino e nos
iffimediatos todas as disciplinas jieoeasarías
para obter, €omo obteve, Mf ia d^^apacié»»
de^ em agrieultBfa, naaoadeffiia,:e na^seóla
Mm
primeira alaaae. €onsenroa«ae estabftocMft,
até que no l.« de janeiro de 1855 tonm
poflse do lofar de pbarmaceutieo de floBjâ-
tal Real de Santo António^ e a iostaneis
suas, e por sua direcção, 161 reformada &
pbarmacia a seu cargo, boje uma das pri-
meiras de Portugal, dotando- a comaJganii
macbinas de sua invenção.
Por convite da mesa foi encarregado da
organisação da lavanderia a vapor, do mes-
mo bospital, a qual foi montada em 1864 a
1865, e tem por elle sido dirigida até hoje.
A despesa annual da lavanderia, é deceh
ca de 2;800^;000 réis, dando um Incro li-
quido por anno de 450^000 réis aproxima-
damente, calcttlando-se o custo das la?i-
gens pelas do antigo systema, além dos bb-
noficios bygienicos, que .d'ella resultaiD,i
fornecendo ao mesmo tempo agua quente i
iria, elevada pela macbioa a toda a aluu
do bospital, para baabos, lavagem da mt,
etc.
Em 15 de maio de 1860 tomou poaseái
logar de primeiro oílicial do Jardim Bom
CO da Academia Polytecbnica, por deenft
de 24 de abril do mesmo anno, precedâià»
concurso, e exercendo muito intellígaite-
mente este logar alé 13 de janeiro de i87Si
data em que pediu a sua exoneração.
Por convite do conselbo escolar, foi 7 la-
nos preparador de pbysica e cbimica nok-
stitato Iudu8ti'ial do Porto, gratuitameoie^
e regeu a cadeira de pbysica no anno lecii-
vo de 1866 a 1867; por poruria de 14 dt
maio de 1867 foi nomeado lente auxiliar è
cbimica e pbysica do mesmo instituto, pas-
sando por outra portaria de dezembro de
1871 a reger a cadeira de cbimica appiica-
da, sendo despacbado para a mesma cadei-
ra, precedendo concurso, por decreto de
dezembro de 1874, e tomou posse em 13 à
Janeiro de 1875.
Além de algumas publicações de menos
importância, publicou em 1860 uma obra if'
titulada TtuMuro inexçotavel^ da qual ae feijt
segunda edição; e em 1865 uma Sffnomm
^mi(M pharmaceuticíif qvíQ foi moitobett
acctíite pelas , pessoas . competentes, e = parií*
«atarmente pela Sociedade Pbannacèaii0
.medioo^eírttfgíoa a 4e .phaovaaceotieo >d6to3íAanl^ ^pie ibe ccA ferúi o tís^M^
Mftt
«ompcansa e o dipkHB» de docio hfímèxmio.,
£000111 Hedioo^Cimr^oa âo Portp
EsU escola íoi montada no hosi^ital Teal
da Misericórdia, liojo d*«sta frèguezia deHi-
railfayay onde ainda se eonser^a, e (Myrâsso
DOS cumpre mencionàl-a.
Alguns homens affeiçoadosrao progresso
dos estudos médicos, e partieularmenteThoo-
doro Ferreira d' Aguiar, cirurgíão-mór do
leinoi e amigo miimo de el^rei D. João VI,
fiteram com que o ministro, José Joaquim
.d*Alffleida Aranjo Corrêa de lAcerda propo-
' Msse e rtíferendasse o alvará de %^ de junho':
de 1825, que creoa as reaes eseoias de d-
rorgia de Lisboa e Porto, a 1/ com 7 cadei-j
ras e a 2.* com 5, e ambâs sob a superinten-
dência d-aqu^e cirorgiâo-mór. que. era o
aen director geral, presidindo á de Lisboa,
e nomeando um delegado, para presidir á do r
.Porto.
I Estes e outros actos revelam os sentimen-
I tos d*aquelie monarcha e dos homens que.
I elle escolhera para conjurar os males que.
I «aosára o ministério do conde de Subserra.'
I ' InMixmente a sua prematura mortie a 10
I de março de 1826, que, como a do seu cirur-
gião Aguiar, Coi altrib^ida a crimes, que a
historia averiguará, inuiílisoa aqueiles pla-
nos, e deixou sem protectores valiosos aquei-
les estabelecimentos já ereados*
Por decreto de 8 de outubro do meaipo
anno de 1825, foram nomeados os professo-
res para a escola do Porto. Foram elles Ber-
nardo Pereira da Fonseca Campeão» delega-
do do cirurgião- mor do reine, director e
lente do S.*» anno, durante o qual ensinava
pathologia interna e clinica medica; — Vi-
cente José de GarvalJ^, que havia «ido de-
monstrador d*anatomia no hospital de S. Jo-
sé, lente do i.« anno, durante ô qual ensi-
nava anatomia e physiologia; — Francisco
Pedro de Ykerbo, lente do 2.*" anno, em que
ensinava aat/eria medica, pharmaeia e hy-
fíene;— António José deScõsa, lente do ái*
anno, durante o qual ensinava .palhoie^
ieslerna, terapeutiea e clinica cirttifira.;^^
0, Joaquim Igãaeio.ValeBt^^ aaiigo eiiHurgião
Ae enfreiíOyianiftido &.* Boms^j^mpt^aii»'
ím
25^
lhe o ensino da medicina ofueratoria eob«>
stetricia, com a parte forense que lhe res*
peita. ^
A abertura das matriculas foi annonciada
.por um; edital do provedor da Misericórdia,
cargo que então exercia Francisco Barroso
Pereira, ea,prinieira abertura solemne da
escola teve logar a 25 de novembro do dita
anno, começando aa aulas em 2 de deaem-
bro.
Desde aorganisação da escola todos o»
professores se esforçaram por gran(^ar*lhe
créditos» mas os tempos que corriam não
eram de feição a favorecer a cultura das
scjenctas e das lettcas. As tormentas dás
ambiçOes, que se desencadeavam para em-
polgar o poder, não deixavam medrar coisa
que servisse a bem da causa publica.
Gom a entrada do senhor D. Pedro no
Porto em 8 de julho de 1832 continuaram
os -professores que pormaneceram no seu
posto, mas o estado anormal da cidade du-
rante p assedio, e a Ímproba tareia de cui-
darem dos doentes e feridos, mal Ihea per-
mittia o cumprimente do seu miaisterio es*
colar.
Melhores dias raiaram porém para este
estabelecimento, com a passagem das tor-
mentas poiiiicas, e com 6 decreto de 29 da
de dezembrode 1836, que ampliou e egualou
o quadro das escolas de Lisboa e Porto, e
com a portaria de 16 de janeiro de. 1837, que
mandou ao opnseiho d*esta cumprir o sobre-
dito decreto, o que [et a congregação de 23
de janeiro do mesmo anno do modo seguin-
te:^ 1.* anno, anatomia; — 2.% pbysjolt^ia e
hygíene; — 3.% matéria medica e pharmacia;
pathologia e therapeutica externas;— 4.°, ap-
parelhos e operações cirúrgicas e eirurgia
forense, partos e clinica cirúrgica;— 5.% his-
toria medica, pathologia geral, pathologia e
■therapeuiica internas, e clinica medica, hy-
giene publica, medidna. legal e clínica ci-
rúrgica.
Eis^aqui o período moderno e brilhante
doesta escola, constituida com as suas nove
cadeira»; b por deeraio »de 16 de maio de
1863 feram ereadas ainda mais duas cadei-
ras—uma de pathologia, e outra de medi-
cina legaL
â60
liffi
lOR
0 sen trnâdro aetaal é o seguinte:
Senhores:
Director — o conselbeiro e lente jubila-
do — Mannel Maria da Coita Leite.
Secretario, Manuel de Jesus Antunes Le-
mos.
I.* cadeira (anatomia deseriptiva) — lente
JoSo Pereira Dias Lebre.
1* (physiologia) — dr. José Carlos Lopes
Júnior.
3.* (matéria medica)— João Xavier d'01i-
veira Barros.
4.« (paihologia externa)— Hlydio Ayres Pe-
reira do Valle. »
5.* (medicina operatória)— dr. Pedro Au-
gusto Dias.
6.* (obstetrícia) — dr. Agostinho António
do Souto.
7." (pathologia interna) — dr. José d' An-
drade òramacho.
8.« (clinica medica) — dr. António d'Oli-
veira Monteiro.
9.* (clinica cirúrgica) —Eduardo Pereira
Pimenta.
10.* (pathologia geral e anatomia patbo-
logica) — António Joaquim de Moraes Cal-
das.
ll.« (medicina legal e hygiene publica)—
dr. José Pructuoso Ayres de Gouveia Osó-
rio.
Snbnituto de medicina — Manuel Rodri-
gues da Silva Pinto.
Dito — António d'Âzevedo Maia.
Substituto de cirurgia— Manuel de Jesus
Antunes Lemos.
Dito — vago.
1 É actualmente deputado ás cortes, onde
aeaba de ser approvado um projecto para a
eonstrucçào ài nova escola medico-eirur-
gica, da qual este sr. é disUnctissimo orna-
mento.
A construcçlo da nova casa já principiou
no anno ultimo (1874) e as obras continuam,
Í)elo cofre da escola, com as rendas acumn-
adas da cerca onde a casa se levanta, e que
é propriedade da escola.
Aqueila cerca fez parte da do convento
dos fí*ades carmelitas, e fica ao nascente da
praça do Duque de Beja, cpntigua ao Horto
Botânico e ao hospital real de Santo Antó-
nio, onde foi primitivamente montada e ain-
da se conserva a escola.
Demonstrador de eirargiâ— AngDStoHBi-
ríque d'Almeida Brand2o.
Professor de pbarmaefa e toxieelogii-
Felix da Fonseca Moura.
Preparador e conservador do muaraan-
tomico — Joaquim Pinto d' Azevedo.
Thesonreiro ^ Agostinho Duarte Mk-
zar.
Amanuense e 1.* oíBeial da bibliodieca-
Mfguel José Maia.
No alto da parte do edHicio onde a oe»-
Ia funcciona (hospital real da MIserícorAj
foi creado pela escola em tô70, um peqoai
observatório meteorológico, sempre aeti|D
do lente mais moderno e demonsoradõrè
medicina.
É este um dos melhores estabelecimeoi
d*instrucçio superior que ha hoje em Pt
tugal Possuo uma livraria medica, de tm
de 7:000 volumes, grande copia de iosm
mentos de physica e um bom gabinete»
tomico.
Entre os lentes mais distinctos, que M
abrilhantado esta escola, meneionareoMsa
seguintes:
— Francisco d* Assis Souza Yaz, que ft
creveu sobre vários assumptos, e nomeifr
mente sobre hygiene. .
—Januário Peres Furtado Galvão, que»
creveu sobre hygiene e medicina legal
— António Pereira Braga, que escreia
sobre pathologia.
— João Ferreira da Silva Oliveira, gaed-
creveu sobre philosophia, e a primein ft-
zeta Medica do Porto.
— José Gregório Lopes da Camará SíflH^
que escreveu sobre obstetrícia.
Todos estes já são fatlecidos, e dos^
ainda vivem eonsignaremos sem lisoiij»«
nomes dos srs. José Pereira Reis, qne W
escriptos importantes sobre matéria Bi*
dica — José Pructuoso Ayres de Goinik
Ozorio, sobre hygiene, redactor prinelpalà
segunda Gazeta Medica do Port(h-e Aato*
nio Bernardino de Almeida, cujo tiM
operatório tem feito progredir muiioaá-
rargia poringueza. É nroa das maiêrtffi^
_J
riaa 4a e«ftola» apesar de nSo ler publicado
trabalho algum sea.
Quarenta maiores contribuintes
■
Pelo jeeenseameDto feito Já este ano^ de
i&75 doe 40 maiores ^eoa^ibuiotes do» ba^ir-
• , »
ro Occidental d*e3ta cidade, couberam a esta
fregaezia de Miragaya iO, o que ó dígoo de
menção, porqae este bairro comprehende
além da freguezia de Miragaya as .da Yi-
ctoria, S. Nicolau, Foz do Douro, Lordello,
Massareiios e Cedofeita, tendo só esta oiti*
ma fireguezia cerca de 6:000 fog«s e a de
Miragaya pouco mais de i:0001...
Segundo uva nota que nos foi subminis*
Irada pela administração do bairro occidep*
tal do Porto, a população do dito bairro em
3i de dezembro de 1874 era a seguinte :
Foz do Douro» fogos cixis i:i40, habitan-
tes 4:300,
Lordeílo, fogos 798, habitantes 3:953.
Massareiios, fogos 1:985, habitantes 3:725.
' Miragaya, fogos 1:089, habitantes 4:653.
S. Micolao, fogos 1:489, habitantes 6:500.
Victor ia, fogos 1:915, habitantes 9:619.
' Cedofeita, fogos 5:983, habitantes 14:073.
' Toul, fogos 13:499— habitantes 47:223.
Note^se que das freguezias d'esta cida*
de é esta de Miragaya a que relativamente
conta maior numero de pobres.
Para que saibam os vindouros quem sâo
os dea maires contribuinte d*esta freguezia,
aqui os vamos consignar.
— António da Siiva Monteiro, morador na
ana luxuosa casa n.° 140, na rua da Restau-
ração.
—António Josó da Silva, morador também
na dita rua da Restauração ^ n.*" 180 a 190.
Nasceu na freguezia de S. Nicolau em 6
de abril de 1816, e é filho de Josó António
I da Silva e D. Thereza Theodoiinda da Silva.
I Casou em 5 de janeiro de 1844 com D. Tbe-
reza de Barros Lima, filha de Josó Pedro de
Barros Lima e D. Anna Margarida da Gra-
ça Lima.
Tem um filho e uma filha— António e
Tl^areza, ainda solteiros.
> Esu rua é a flor da freguezia. Nio tem
una uAica Aunília polMVt
YOLIMKY
Mm
S61
JÍ proprietário, e dos mais acreditados é
maia antigos negodames de vinhos d'.eala
praça.'
--^Manuel Joaquim de Arauj» Costa, mo*
rador da soa easa do largo de Viriato il^
7 a ii.
Nasceu em 22 de fevereiro de 181^, na
freguezia de Santo Ildefonso, % casou em il
de janeiro de 1845 com D. Herminia de Mi-
randa, na fregueiiia da Sé, n*esta cidade.
Tem cinco filhos — Boaventura, Manpei^
Maria, e Maria Josó, solteiros, e Emília, ca-
sada com João Pinto Pizarro da Cunha Por-
to-Carrero, senhor e representante dano-
bllissima casa dita, palácio das Sereias, da
Bandeirinha.
É proprietário, capitalista, e director do
Banco Commercial.
— ^Francisco Pinto Henriques, morador na
sua casa n.* 27 na ma occidental do Cam-
po dos Martyres dá Pátria, ou Jardim da
Cordoaria.
Nasceu em 1818 na fireguezia de S. Mar-
tinho da Cortiça, bispado de Coimbra, e é
filho de António Pinto e Anna Henriques.
Casou na freguezia da Victoríá, em 1850
com D. Francisca Alves de Jeâus, filha de
Francisco Domingues da Silva Alves e de D.
Anna de Jesus Fortuna.
Não tem successao.
É negociante e proprietário.
—Manuel Correia Machado Lima, mora-
dor lÀ rua do Calvário n.* 17.
Nasceu em 14 d)9 janeiro de 1837, na fre-
gtiezia de 8. Nicolau, e ó filho de Joaquim
Jesé Correia Machado e D. Francisca de Cás-
sia de Araújo Lima.
Casou em 21 de julho de 1866, na fíre^
gueúa de S. Paulo, em Lisboa, com D. Ma-
ria José Bettencourt Pereira.
Tem um único filho— ManueL
É proprietário e capitalista.
Joaquim de Azevedo Sonsa Vieira da Sil-
va Albuquerque, morador na sua casa e
quinta das yiAude3 (rua dos Fogueteiros
n.*" 6) nasoeu em 16 de agosto de 1839.
Cursou com dtstincçao a Aeadsmia Poly«
toehnica, obtendo carta de engenheiro civil,
em 3d6 agosto de 186L
Dedicou se ao ensino das seinncias nuu
i7
t6â
SOR
um
feemmhicws sando provido^ em^ «mcurso, j dTagte Mbdotcto' tem 4 Mios^^PbliMi
{Miift áistinetj» qmliieatGiis qae obtwti^
substituto das cadeiras de matbematieà etor
mentAf « de prinei^s de ohiísiftfl e physi-
cai>e litroâuoçao à lifetori» namn^y do*ly^
ceu nacional do Porto, em 1862, é noiieadb
BocreUfi» do mesmo lyeeu^ por cartar régia
dè § de; noTembro- de 1674.
Casou n'esta- frégfuezia de Miragap, em
5 de abril dè 1869 com D: Helena Eulália
éíonçsdVeô Ptato, de cujo consorcio tem 4 Q-
ibost^Hei^a, Álvaro, Láura e Catlòsi
É filho de Joâò dé Azevedo Sousa Vieira
da Silva Albuquerque e de D. Joaquina Car-
lota Barreto da França, irman do general
João José Barreto da França, actual com-
mandante da segunda divisão militar de Lis-
boa.
Seu pae pelejou pela causa da liberdade.
Tendo assentado praiça foi reconhecido ca-
dete e logo emigrou em 1828 ; de volta â
pátria com o exercito libera, assistiu, ainda
como cadete, pprta-bandeira, ao ataque da
Serra da Pilar, sendo-lbe dado por disr
tincção o ppsto die alferes.
É neto paterno de Joaquim Pinto de Azer
vedo MeireUes, doutor em direito pela Uni*
versidade de Coimbra» cayalleiro professo
da Ordem de Christo e juiz de. fora em Mer-
tola — e de D. Maria Gl^a de Azevedo Sou-
sa Vieira da Silva Albuquerque, descenden-
te de uma das mais nobres casas da Beira-
Aita*-a casii dos Azavedos, depois denomi-
nada Casal Vaseo^ no formosíssimo vaJle de
Besteiros.
É bisneto paterno de José Pinto de Mei*
relles, cavalleiro professo da Ordem de
Christo e de D. Francisca Clara Pinto de
Azevedo Meirelles, fundadores da casa das
Virtudes (em 1767.)
—Felisberto de Moura Monteiro, morador
Da Praça do Dnque de Beja, n.« 46.
Nasceu na fregueda do S. Thfago deLus*
t^sa, arcebispado de Braga'e foramseus pa^
José Féf teifa de Moura e de D» Anna Iteria
Feri^ira Mé&teiro.
Casou em 1^68^ com D. Maria Maehááo
áe Moura, filha de António Teixeira de Ma
António, Maria e Júlio.
Fçi negociante de panno9 na xxut dailli-
res, e um dos herdeiros do rico negoet»
M> Anumio Mé Monteiro GQimaiftt.
íixxtÊ dos' quatro propriêftarfos dtW
ca âé> È9í^o ê& Bomfim, que no- seir im
é>ho|e^a primeira dè Portugal^
Mjfamiel fflarfa 4a Costfe' Lotte, mnir
ua' 9«ia casa; no' tergo da9 Virtade^ vi
n'esta^ f regvtezia de' Ifíngti^Sk.
— Dr. José Pereira da CostaCardosoi»
mder na sua casa da rua do Rosário,!'
Ilâ, n*estft freguesia! de Mira^^ya.
IBIátaÊbeleeiBieiito de Ho^rtiícniltiàt I
e Floxloiiltura 1
^ I
de José Marques Loureiro
gaibães 0 é& Dk Maria tequina Machftdti^ e ■: anuo de 1870, comr un^ medalba di P^
í
SHò na qínhtn dtts Virtudes, com
peln rua dôs Fogueteiros, n: 5, n'akjA
guezia de Mfrttgaya.
Veio José Marques Loureiro pan a
quinta das Virtudes em 18i4, enconlni
já alli Pedro Marques Ribeiro, cnltiiaÉ
apenas camélias, alecriús do norte, miii
pouco mais.
Foi J. Marques Loureiro, trabalbsBAt
augmentando eo!lecç9es que mandos t
de paizes estrangeiros, e já em 1864 pril
eou um catalogo, o primeiro d*aqnettsf
nero que se' publicou em Portugal; e
essa data, o seu estabelecimento tem p
dido consideravelmente, sendo hoje
derado o primeiro da peninsula.
Tem concorrido a diversas exposiçie^
sendo distincto em todas.
Na de 1866, no palácio decrystal,foifi»
miado com uára medalhado honra e 10
de prata de primeira classe; na hortieoli*
Porto, com 6 prémios de primeira clâSse^*
um de segunda; na de rosas em 1870 (I*
bem no Porto), com os primeiros pnaiK
na exposição hortícola de dé 1870^ il0
bem no Porto, com 4 prémios; oa it
posição hortícola de Lisboa, no
-»
y :.
Hm
36^
k^4eLiahot,<6is ád7^ eoQè.ntfâ dieídaibá
V lém pidutioa Ao já 41 > cutalof òs^ '
Em 1870 prineipioa a publicar o sea\A)f^
nal de Horticultura Pratica, com estampas
coloviíte e.0nLviira6^^ipri«ieiro' âe-Ffftu-
gal no seu género, e que foi premiado com
S^iaeda^ha de praia nki «ipoMção boi^imila
4» Í8M, em li^boa^ d^i»A87f conH^meda^
Iba. de prala^ ett Gaba fBdl0icaf)i
. O eetabelecimeattl tem ft» ettafat^ fl^ndO'
9 cqm calori/eros piâraf conflonraçioe pro*
pagação de plantasriropicàesi
Tem outro vasto estabelecimento, depen^
àeme doeste» ^« quinta/ da Pena, em Viilar,
Mude ouUiva só arvoriBs fimctilèFas; na roft
Ponmoaa, outro filial ou deposito, oooi aina>
po^iiiena estufa; e em Lieboãi montou tam*
bjew, na nto do 8aliira,!iima ittecaraal, em
1874.
. rCaibula^ae em 9ò oontoa de réis o TaAor
Vfete HwgniOco estabekciOMMo^.proprte-
hadeí do sr. Josó Marques Loureiro.
. Palaoio.' veal
.-.■•,•
.0 palácio reaU MtP' noínia do Vriumpho,
k*iesta :fregaezia de Miraigay^- «foi; mandado
X)n8truir era 179S, por Manuel filenlet do
llora«a e Castro, e Isidoro Mendes dQ Momes
li^Gas^Q, capitáâe d^ miliciM e barões de
liovogilde.
fiste palácio é deaominsdo doe Garran-
oa, alcuníba de seos fundadores^ p€n* vive-
■om com suai £amilia muitos annos na .anti-
ga rua dos Carrancas (hoie da Liberdade),
I oavem alli a famiha mais ^saliente, pela sua
kYUltada fortuna, e^por temm alli montada
itna boa fabrica de.gall^ de ouro, por pri-
ilegio concedido pelo governo,, pois bV
laelle tempo só aí fabrica reai de Lisboa,
irépar^ya aquella manufactura.
O privilegio caducou «com a maior parte
Ml8;privilegios'porlQgQ0US, em 1834;
.:0â iundadores do palácio,» efam fiihbs de
iváz dei Almeida de Moraes^ ceofulnápaU-
mp^ Bo aPoFto, OMde suaiimiliiQr D. BÍnteot
teiíKarda de Casâ)o<^p!netQd doiliiManiàDfi
iàbdá>AMiki ofCoaiso oiIb Jbi&idè MiriMá/;
o GaoliO(jde9oeBdentoê dos Castro» do €ao«
teHai
.For marte dos fOadadore^ pasftou o po*«
lacio par» séairmio Henrique iosé Meodco^
do Moraes e (kstiro, 3.« btirao do Novogilde
e eomm^dador da Ordem de Nossa Seftbo«'
ra da Coneeiçao do Vills Vifosa; e por fai-
leoimeiílto d'e9to, passou psra sua. sobrinha^.
D^ Garleta Rita Borges ide Moraes e Castro,;
4v« batonesa do Nevogilde, filha de D. Felifl*
berta Henriqueta Borges de Moraes e Castro
(Irma» dp legatário) e de António Manuel
Borgies da Silva, dessecnbargador na relaçSo
do Porto o cavfllleiro da Ordem do Cbristo»
Caeen eom- seu primo Luiz de Almeida Mo«
; raes o Ca^ro, que foi major do exercito, o
' caiTaileiro das Ordens de Avis, Conceição o
Torre-Cspada^ falluddo em 184i, em caoe*
sequencia dos graves ferimentos que reco-
boQ na gunrrte do eéirco,>em 1839 e 1833, fa-
zendo parte do exercito liberal.
A viuva ainda vive^ bem ccftno o único fl-
Ibo que teve d*aquelle matrimonio^-David
Augusto Borges de Alvim Moraes e Castro,
casado com D. Sybillína da Gloria Pinto da
Fonseca Rangel e Castro, filha única de D.
Maria José Guilhermina Pinto da Fònseoa
Rangel, brazileira, é de José Pinto Ribeiro
de Carvalho, jà falleeido, proprietário e ne*
goèiante de grosso trato na cidade dè IHorto.
Do Consorcio do sr. David Augusto B. de
A. M. e Castro, com a sr.» D. Sybillina, existo
um filho único, ultimo descendente da fami*
lia Castros, e vive com seus pães e avó pa«'
terna (baronesa de Nevogilde), na sua casa-
da travessa da Fabrica, n.<> i7 a 21.
O palácio tem na face principal, 11 por^
toes e 11 grandes janellas, e decora esta fa-
diada, uma varanda de granito abalaustra-
do, tendo ao centro um tympane, em cujo
centro estiveram as armas dos seus funda-
dores; e a rectaguarda do palácio, sobe a
quatro andares, e tem eommodos para nu*
merosas famílias.
O atodar nobre, compõese de dnco vas-
tos sâl&é^, quatro gabinetes, dois guarda* -
roíit^ttsj um quavto^de banho e dnas salaâ do
jantar.
Todos estes compartimentes, sâo matisa-
264
de» de mage^ioBtt «legoriu e paisagens a
fresco, obra de artistas mandados vir expres-
aanente de Itália, e qae no palaeie repro-
dasiram varias pintoras do Yatieano.
O salão de baile, é estocado primorosa*
meftte em relevo, com pidtoras alegorieas.
Tem ao rez do chio, um grande pateo^ e
aos lados grandes cocheiras e cavallariças.
Tem mais na reetagaarda, nm elegante Jar-
^m e una bôa cerca, e do andar nobre se
gosa úm vasto e interessante panorama ao*
bre a cidade e arrabaldes, e principalmente
sobre Yilla Nova de Gaya e o poético Gan-
dal, e a mesma roa sobre qne dá a mages»
tosa frente, é hoje uma das mais espa-
çosas e de mais movimento que ha no
Porto, toda ornada de prédios modernos,
tendo na extremidade Sul o Palácio dé Gris*
tal, com os seus parques e jardins, o pri-
meiro monumento da península no seu gé-
nero.
O Palácio Real, foi primorosamente con-
struído e luxuosamente decorado e mobila*
do, mas soffreu bastante com as invasões
francezKS, não sendo saqueado, por haver
n'elle fixado a sua residência o general em
chefe. N*elle se hospedaram também os gene-
raes Wellington, Ilson, Beresford, o príncipe
d*Orange, etc, e em 1832, n'elle residiu o
sr. D. Pedro e n*elle teve « seu quartel*
general, pelas vastas proporções do edificlo,
e por confiar muito nos donos d*elle, a quem
tratou como família sua, tendo-os sempre à
sua mesa; mas como os sitiantes fizessem alvo
do palácio e sobre elle chovessem constan-
temente balas e granadas, que muito o dam-
nificavam, entrando inclusivamente um dia
uma bala de calibre 24, pelo quarto em que
dormia o imperador, despedaçando -lhe a ca-
beceira do leito, resolveu sua magestade
deixar o palácio.
Aquella bala ainda pôde ver-se, por que
a guarda o sr. David de Gastro, no seu cu-
rioso Museu d'armas, muito digno de ser vi-
sitado, pois é difiieil de obter uma collecção
d'armas tão variada e numerosa, e o sr. Da-
vid, caracter nobre e cavalheiro nmito tra-
tavel, o faculta generosamente e sem mys-
terios.
A sr.* baroiWMi derf^evogiMe, nueàsii
David de CMtr«, vendeu o seu palácio ffv
trinta contas de véiMtf. . ./ ao ar. D. Piidisl
em 1861, e dasde 8AtÍ6 ficou sendo PsM
Bêàt.
Roas da .firvgi^ezia de Xiragagn^
Hoje, as rqas prinoipaes doesta fragiMB
fM a»-*-da Réstsof açio, Miragaya, Gah»
rio, RosariOv Liberdade, Tríumpho; pn(i
do Duque de Beja e Esperança, sfiodoí
mais importante a da Restauração, per.«i
larga, bem alinhada, e não ter umumeote
bitante poiNre.
£sta rua foi aberta* em 1820, e oseaiii'
meiro nome foi ítm dê D. Miguel /, diilíi
que esleve até 1632 gravado em letnsèi
radas, ca casa da esquina, que tem omil
oe vokada para a nu da Liberdade, ef
é da família Allen. I
Antes de se abrir esta rua, o caminho J
ma da Liberdade e dos Fogaeieirorm
Massarellos, era pela rua da BândeifllM
rua de Sobre o Douro, que seguia pdiff
tremídade N. do convento de Monchiqia
Quando o imperador occupou addÉ
com os seus 7:600 soldados, foi speÉ
aquelle dístico, e dado i raa o nomeè
Bestatiração.
Esta rua devia custar sommas eDom
por ser bastante larga, ^tensa e ben é
nhada, e em terreno accidentadoedei^
cha viva de grúiito, uma boa parte, eo0
era na baixa da antiga Torre da Marca (I»
je palaeio de crystal) e no siiia onde W
estão ò palacete, cectieira e }ardins doiis
negoeiaute e capitalista António José M»
teiro. (Adiante faltaremos também d^estef^
laeete, que passa por' ser boje a «asa otf
luxuosa do Porto.)
E pafa nivelamento do leito da mlí
mister levantar muros de supponedeoBto
preço e grande altura, como sobre timàá
Fogueteiros te ribeiro das Virtudes, oiii
deixaram debaixo da rua um vão tiifl
abobada, qne anda arrendado coo» tf*
maseoi; e sobre o convento de MoK&ipí
mede o moro de supporte tal aluva fi
aMtat ao dia 4 de fevereiro de 187(1; «ê*
iim
9m
Ud*eUe*8e pTerítpàm Aaloiio^ Sium dt
RoBfMea^ moço do 10 annosi o. caixeiro na
tnsveisadanudo.Ç. loSo» morraido ias*
liBlaiieaiDepte.
A roâ dã Literdade Umbem se denomt-
nonr^raa dos Cavrmca^-^tfsin^ a nu do
IViomplio umbem ae denonioaTap^-nia do9
Quartel»,-^ antes d*iaso^nia da Tbrte da
Haroa; a praça do Dmnie.dB Ba|ir era«-nia
io Cacregal ou na; do. Fa^o^r-o ama de
Hiragaya já se den(UitfnM*^^CQbeFtoSi-*Tpof
larenas casa» d'ella aírenie tobre arcos,
daede o n.*4 aité ao ia.* 187^ e desde o s.»
17i, casa eoLei^a frente so acha ai^da a
iDtíia Fonte da OM^, aió ao a* lAÔ» eom-
prehendendo o vao oq Mreíio ondaseaoha
iiosução teleciapliica da alfandega, eiijaê
Diias foram todas expropriadas o demoli-
lai^ qaando sepi^parava «o tenreno paia a
BOiva aKandega. £ também se denominmi
-Hma Direiía-^ Praia de Hiragaya. O vao
lem Aroaria» desde a easa n.* Í2H até á (bi^
0.4» Cioiber, o â*oiiâe saèem a viella boje
yta^da Gompaobia, a ma dos Armaaens e
i$ escadas do Mente doe Indeoa» também se
IfiBQminoa Easampado^ E^Boampadonro, Lar*
:o dos fiayioa^ e laitso da : Sonte 4a Colher.
E DQtese que a nwneracao das casas
TiOsta roa de Hiragaya qi^e acttiateente
tindiNa do naseento para o poente, em eraa
woftas foi ao' inversp^.poia priotipiara.do
tonYento de Honohâqq^ a s(«iiir para. a
^^rta Nova^ o^qne prodnsín «grande eonta*
Í0J19S. apegat^^s de praaos antigas.
E aole-9^ aiada que iaeta roa de Mira*
Mra, ci;0io qne jéanteadeaelasefemos
Durosida cidade, (a teccfsira eintadoimnros
[UB lerminoílJiaPoru l^lire, irtndo da Puc*
a^de <jajro8>itaDib4aisa ^^oonínon màAn
topboe, desde a FQSte.:do !llpiirOj<^liae esM'»
1 Ms<..traaNnts éktím^Mâ-Adixi^ii Is* oor
upada até 197t pala: Intendência. daiMarit
ib|» e ique foi ama:iias m«ftas que a eama^
•loppoprioa^deinoiinpafa a.abertncaid^
im ma da Alfandega^ até â Porta Nqva;
loia em parte da roa . Joa JlaBbes (aniig^
Buitioia) flBÉ. 4Ui;iiffiib^s da. ddad^.cor*
uraiÉ, eiqne perieftBft toda» eQBa;o*taaisro
Iq Remo Vdho« qnaat |Lté ao -^Sptí^Qâ^
taokai) âiftogoeaia deifiiítpf a^ ;.
Gom o tempo, easa parte da ma dos Ba-
nhos^ qne ficou além da Porta Nobre, o ex-
tra-mnros» se incorpórea na 'ma Direita
boje ma de Miragaya, e se denominou com
ella» em commmn«-ma de Miragaya,--per*
dendo o nome originário do— roa dos Ba«
nhos— «qne fleon designando a parte án(mp
nmro$, até qne a nora ma da alfandega a
abscurrea^ e a ma dos Banhos» depois de
feitos os mnros^ se denominou também— ma
da Povta Nobre, por ficara dita porta da ci-
dade sobre aqnella ma.
'Endo isto sé oollige de diversoa titidol
de doaçãss, vendai, pvasos e outros que bê
no archivo d!eata confraria de Miragaya» a
datar de i434.
A ma Arménia se denominmir-nia Almo^
nia, e ma de Traa, e ma da Barreira, des-
de os mnros da cidade até â Ponte do Touros
que ficava em frente da casa n.* 38 a &0 da
ma Arménia.
E a ma boje Ancira se denominou mit
Alairar--e a roa de S. Pedro se denominou
ma de Rio Frio,— ^ a da Esperança, cal^
cada da Esperança, antes, das obras n*^
feitas, aheando-lhe o leito desde a rua de
Miragaya até ao meio da dita ma, tomaih
dqdhe o declive mais suave. E anteriormen-
te se denominou— rua da Cordoaria— por<>
que n*ella viviam e trabalhavam eordoeiro%
desd/i A egreja de Mirai^ya até ás Virtu-
des; jB depoSa que se moattou a CordoMnía
com o apparato qne descreve Agosthiho Re-
belk> da Gosta, no Campo (hoje jardim),
da OfNodearia, tomou este largo o mr
me der-Campo da Cordoaria Nova,— tem 4
entra rOa da Cordoaria p nome de Cordoa-
ria Volha Qu rua da Esperança, em rasio
da «aj^eUa^om a iofooai^ de Nossa Senho?
ra da Esperança, quei estava a ^aeio d'aao0l*
la.tua (hoj^llo aUo.dar«ada B^iMiimçâ)
>«nto ao PostigD dos Fradea,— prevalecofido
o some de Cordoaria Velhi^ que ainda MA
apenas no lanço desde a capellinha de Noa*
sa Senhora da Esperança até ás Yirladea.
Ayrttimariameolft até ao anno de 1750
hwiana. publica e iMSsagem (iranca m
vqtta da op«éa de Miragaya pelo lado N^ e
um pequeno largo que formava esta rua Af
rMitapsarda*<da; egi!<w^ qu da oweUa mór»
fe'âeiionÉiuurA--*lai|fa do M0itfiiih»*Hiii-
dl no annode 1495, como 9ê Té do$ antos
4e onA sentença obtida n'aqaella data^ fMir
Veriiio 'Pereira Sseudeiro, entio proveéaf
do bospiul oa albengarta do Semto Spíita^
oontra o vev.^ Pedro Farinha (foi juiz o df .
Vedro Aunes Macliado, vigário gera) da dio<
«eae, no $$piriiual $ Umparal, por o fie
lado E>. ioâo de Azevedo) por querer aase^
tfiorear-ee do roeio perteneence ao diio hos<»
pitai e V^ confinava com o lai^-do Falon-
rinho: dizem os ditos autos que se eneon--
lra«i por cópia, no tontK) d'aquelle hespí-
tal--^mbo í^e é, e íaz parte do «rcbivo da
eonfraría do Saittissimo de lliragaya, como
administradora e representante do antigo
hospital e capeNa.
Não ba memoria de peloarifdio em lai ai-
lie, mas o nome d*aqaélle largo letaa orer,
qoLê elle alii existiu. E eem iate se ooadona
o neme de villa dado a esta Aregnezia de
Ifiragaja, na provisi^ que se eneontra no
CõÊiêual de eabldo d'6aia diocese ^ dne^tr^
Provisie doliispe D. Hugo, pela qual cenost
4lèa^o«abido a faculdade de nomearas au«
eioridadesnaffeilaria da ermida e viHade
ifivagAyas Arrabuldo da cidade.
Algoem quer ^ne iO dito reciti o« lairgo
do 'Peienrinhe, «ra Junto á fiMMe da egreja
deiliragaya.
O dito largo do Motrinho^ em 4443^ «rs
Hoiitado ao S. peta rua doa (iordofinos^ ;ko^
jerna da Esperança; ao poente pala cgircfa
deiíiragaya, o ao,N. peiea maoiefr qoe aram
de CâiheniMi Aflbnso, sua irman Mavgarida
Aflbnso, e outra, % que estas doaram, em A
de junbo de 4449, <per escriptuta feita nas
Mias do tabelllio 4il¥aaqaei, e^cai casa
daa doadoras, ao Irade de S. Dooaiago^ Vaa*
que Annes, para ii*elle se (aterei hospíM
toa Albergaria) do toUo Spímê, q^e «ntao
ae prtneipiaf a, ^mo se vd das ditas eiarii
pevas, que ainda n^estn data (1878) ce en^*
eontram no ^Dsirtwdo dito lnupiíai, no ar^
cbívo da cooCiraria.
Obm o volver dos trtipca, egto laifO e
ima fw to ante S, Beiro (dizem <aqatllaa oet
driptuM^ foí-se Umkaatto aié que de«p^
papsoeu.
• Sesia d^cUe mn pequem tanviro (OttfM*
la, ao mitonla^ sm aaiiqpe eom 'niaa ba
ds agua), para o qual se entra porniafv
tio de íbrro^ qqe dá pasa; a rua dalãps
rança, e ó limitado ao poente pela fmà
(boje aendeircutar) da òapslIaHiiér és e^
ja^ ao 6. pdftTua da JBiípa*aDça, a ao«
eent» a norte per casas ^pie foram lU
em 4871, do negociante António Joel
Otvetra Motiiiado, «.anlerlonpenie IM
de iiibaco% iendo «ido Mf ica do lougi, i
Pmneisooda JkHte<8oaires.
6 dito teirelM ólboje prepriodadedaa
sas indleaflas, edá entrada para es m
aens^ que ba noa baixoe das mesmas.
IMurimàiu cambam aquefleontigo kir|M
Pelourinho em 1^799, porque a osnfiaríil
Santlsslaiode 8. Pedro de lliragaya,ini
que «as expeaiçOea 4o Senlmr, qus
mwKi fatssr mo akar dar eapella-asór, se
rumava muile a «era, porque o aHir
tiBba fundo» neii tbrono, por eatar
da á parada da «afwihiwnéf^^aoemrMi
guAar, como eoámmávam ser
d*essaa dras, mandou reooair ao pareÉ»
te a oito palmos para o oasífeBle <s6Ali
7 de setembrode 4990^ Asando (coDidl
emfórma oitenlar, sabre o dito larga
S o diáo largo e mu que segiria pir4
trae da •egreja porderaas a raaio ds ser 4
pots que^apreoDlBiadamente no saaiê
lS4d-^ ToftMrmou,a ruada Bsperasfiit
RndOMt segsir a direM, pdo lado t i
egnsja, aotoe o targò de flk C^adro. B ifl
do lado do H. da egreja, foi somada m
dbNM q»e 4 tegreja acorseeeram #s^
ladi^-tteaaflo tednJãda a wa depois ds
cimo aliábamenio da roo da
uma vleUa im^tl; que:acooffturia
¥edar com uma poria para resguarlsl
dfio oetdgoodò lado». daí-vMa, fàà^
ra onde r^movenas ossadas, qsRi badf i
terreuOâ4]ue orá dá>deroa tl4 Juspital, ef
emqpiaaon^oiiapMk) AoMuId loséBi«i
para uTellO' fazer, gomo fot^a^oaBasnilP
4*egríeja, eémeúiaâlNMa *se acfaaafttf
piMlca,di<eMtlida dawaide S. Mn^pl
em segáuaaoirmpiàaMMino dfaquiiidl
aiaontriiria>veadttd taoAiem |lo wtMbê
pitto Sorgis «ma penna de agua ds ^4
tal, com a eoidtfiodleielleooiocai gadi^
unst
tr4a Mm MM totft e^eluilamfHra nwfvot
Íft<ddt||«bUe^ potente 4tfdi c^flipradon
MíUaar-M» temeamft pwia Anágua <p«ttim
PMiiii»MnílM90(|>i4uiia.4as i6i!MM.ii^
lOlaimB <i>eUiínigQMla'd6 MNÍaga^Ai -Ditar
loaaó a^oi 4b ifaaadgawqiia onâboiotiii:
ti&.fl»fa^de «i4ir'0%teUa9 'oaaa9 áeanffiaf
ria^aai pagaoiedto da. «aintti&iiqQe aia^r
ona confraria Ibe havia «mpraalaéa; a jpor
iaaa af«Màa caiaa mo boie^^' oopÁiria.
A eoateria rasolvatt vaâar a tal vifilte a»
B. <áa aps^a, iiam MBâirar paiiaf Kertana
MíJiMil^ aa íO»»d«a^Qa liaria Aa ayú> •aaot'
^za4o 20 teapiíao BoiffiBiO para m uma*
ISO aorreno iíj:'^tíi^fKttM.Qa9(iPÍQaer4$>^
íffóffodos que apparecessem d^ !a<aiila:d'«-
IBallibaeMio^.aoilio 86 lâ em «m Uhpq 4os
UriDoa^ vqo0 tfas iMia Kk> arcUv» Ja oaoirat
ria).; . i • ,• .
dtor ai|c»Ua(amigaaiejyiaiaindaí Oipayo4am
KDèítt) ,a faw«r» pof' acaaiiia 4aa-gMMlea
sheias, como passou na de i860.
J>6 pa9sagem direi também aqui ^ae
i^to âaaella vkllai . a oa cerca i3o anUjg^
lospital, montes doados /^para «a landaoàa
raie, em iltíb, )iavia m antio 4a 40U
jpíi íoaii^atosò pfálieíro (em 167^ se tctr^
^aoA ouiro») ornsmo jimto â-. capeUa a
M^tal, peèá>iqiiaes.;daa a «aapitio Ma^
iliel Goeiho Aai^iniia 14!0í9a Iréld) 'tioa
)|^ penâa-t ^dbre á ^é}i, e .at^eaçat
sihic.-^BqlNre eU^, o provar df^ h^Ual f»
Éaaéoa^t)^^ a teçaana piaça daciáadi^ie
!|^t át'i^mataé\r j^ ftfMO 'té», éfâè^^élfOsi-
gloíidlam a «BJ^ òa 'SO^OOa réU ãe )i(^
|)avíaaer.iun.pi0Wí9oa^beíirbo(. .
>í'lMa'ODni^ da*iua»ima daiièaéita e>àfl»
{jièite «dji) bbsjmai {(Hi^^^a MifV^tfta}. ^
i>0#«.i^MMT(«0a(fi^.'nt.j^aa. iwegaç^ de
pAioaaatf0Os aa te>nênf)ao(da-4«Ai^ta'fis-
òtArreg)â|i,-^é fibafva Mi ^fonèb mstk>
^tòm das .Vjaodes^ l^to ií )raa 4e S.
' t
Mua 4a Via &i^a.^Aàsim sa áéUbiÉiaèli
26?
aiffoadpia^iiotaaa denaaMfia-MSapdaaria Ve-
lha. JB ta vaaiioatta^ioaae» parqte os (Mas
antoninos do hospício da Cordoaria^caatoma?
«ttmyoa toaiaima^ l^cer «Tta wcfa^ pciAci-
ptaiiydo na eapfiâliiâul da Eapecança^-segiifiiir
da.ptíaiGMrdDaffía Valha, jxm 4o Gatvario»
campo^ <)a fiovdoflría .Nara» tarmittàndo á
partai doa firadeaida Carcna. V havia dois
aaaBNf!Qa.nalGarâoaria VlsUia, e tresieili toòút.
teida hosfieta» reeandoaaaa esiafão« cada
OBi dos Sitos «BOBairoa^ ^qua ha popíto a cat
ffiaoa TaoioveAt
f
Vtscaaée^ Vtllatmfao de S. Rmodíii, mo-
jrador na sen palaicete éa traveaba Ao Carre^
gal d*esta fregaezia de Mmgaya.
fitáramos 'tuna ; hrava Boiima geaealogica
dla&la íaaulia. _
•^0 eonttè D. jyvava Berrara, «fidalga
hespanhol, veio a eèies «Mnaaeam o éotda
B. 'mDt^% e eadasldo ^aohi f^pa AliMsieve
^B. ^eÁMàiéa Al^és de f^ll^a ^ qttè
aasoti com D: VlélaBáa Més eiéva
-—Estevão #ei¥árra, que aáaoa (igadtw-
liiòs^iii 4«èm) ale^
— WètliÉi PervMaâ, '^fsa ^easaa^aoâi>B. Ha^
rifttAia 'P(tr^i%, siia fÉtrenia, a lai^'
—Gomes Martins Ferrèil^ ^ttatasau^aai
fr. Waidi*^Loiifett^ tnHzèaa Um
• "-^kai^iita VMreil^a * t}iia aaâo(i< ema &
Ylolbatò da'G«Dha^ « itava
—João Ifartins FerraM^^albl méQoâ^
diâge do fhfante D&jPemaáio eiÉMitfeftii^m
amÊ o^aoapgado éas Verrèfiraa iio>GaR«gaK
lioja #égae^ia Jdetffiragaya, bnde tive^> sMi
actual rèj^saitta»le,"i5èma 'vf^wton mttlíaa
{lòa sana máfic^íos.
'âasan ooffl Violante iMM^ doa paMita,
e teve
^ B. àMro ^HérMIra di»da''^ 9b dKttii^
<MiD*<^I»éíftiigal, «fhdá aÉtâa> tf^
^ a ^ éèiito rérfãrá, ifttafof poiM#o^iia^
dos reis D. João II e D. Manael, e ca^Mh^dom
q>. mmt #0 19ràtab 'illik '4<Mr «oMm de
<ebitMM. I^^aiaa aeséeniáe a cáiia'4e'CiM^-
'leHfDSi
868
um
e&Ma oom iX Anua éb Mmqoit» e Mv«y4ni»
^Jijfiía Martins Ferreica, qna foi moço-fl"
dalgd da oaaa de D« João III, eapitao-mér
da índia e fmz de Gôa. Casou oom D. Joam«
na de Vilbana esteve, entre ootroe;
'^-Álvaro Ferreira Peoreira, fidalgo da ea*
sa real Casou em Lisboa eom D^ loanvade
NovaoB 6 te?e D. Ifarianna Ferrma Pereira
Goatinho» qoe eaaon oom Diogo Gomes de
Lemos, sentior da Trofa, de qnem eniriavou
sem successão ; e casou segunda vez o dito
Álvaro Ferreira P^pdra, com D. Maria Soei-
ro, e teve
«-Manuel Ferreira Pereira, ^ (jpie casou
eom D. Maria Leonor de Lemos e Sampáic^
sua parenta, e tere
•^D. Marianna Ferreira Pereira, filha úni-
ca, que casou com seu primo Vicente Car-
neiro, filho de seu tio, Sebastião Pereira Fer-
reira, e assim continuou a linha— Fi^retreu
^pois tiveram, entre outros,
-—António Ferreira Carneiro, qa» e^so.u»
M sua eaaa d^ Villarinho de S^ Aopão* com
D. Cecilia Qietana^- filha da João leiloeira
LobQ, e tiveram^ entre ouf roa» .
—Luiz António Ferreira Csariii9irQ|fmefij^r
sou eom.p. Theod^ira Igm^ de A^edo,
herdeira 4a cami e quinta da ^spinheir^ e
tiveram» entre oitfros,
—Custodio Ferreira :CameírQ, que oasoi^
comI>. Fllai^^cia.Jpsepha Soarei de Alber-
garia, da casa de Oliveira do. Conde» e ti*
verauH. entre joa^cea, . . •
•-rAntpnio Ferjf eira Carneiro deVaecou;
celloa^ que caaeu epm soa prima^ {)« Ifari^
Aurélia* Ferreira» da casa de YiUariíiiho, e
tiveram-rrMarla da Salvação e António, qm
morreram de tenra edade— M^ia Jofié^ que
Meoeu em Lisboa, solteira --António liiiz
t e Violante Correia, que casou com JosA
Correia de. Mesguita, de Villa RjhiI, e^ leve
ígnea Correia, niba u^icl^ q^e jcasou.tHWP
Gonçallo -tobo de Barbosa, moco*flda|go, e
inatiluidor d^ yinenle de ,V^lannho de S.
•Bíomio. ■ . i
-. ^. e Sebastião Pereira Ferreira, qoe «tsen
com D. MarianQa de Vaaeoncellop Carneiro,
da casa de Coura, e teve Vicente Carne^rp.
itamlra GMo, 4ue ^iate e é teèhmilDr
madc^ em mathemaiioa e pliilMoi^iapA
Unitenidade de Coimbra, sedo da Aeiift
mia real das sdencies de Lisboa, « lemeii
tinctissimo da i.« cadeira (ebliiiie% sM
ehiOKieas e lavra de nÉinas) na Acaáemiap»
lyteehni«sa áo Perto ^-^. Maria Censliiii
que caiou em Fontellaa no Douro conni
primo Felisberto da Cunha, éa eaaa de ft
tremadmro, e viuvando passou a asienÉi
núpcias oom leio Lobo l^ixeira ée Bvni
m^or do exereito^-e
-««Álvaro Ferreira Carneiro GM» (e fA
ttogenito) !• visconde de Villarteho d( &
Roaio por decreto de 15 de desenbnè
i860, e seKhop do vinculo « caan-de Vm»
nfao^ por foUeeimento do seu tio o i«ift
eonde de Villarínho ^ par do reino, en ff
de março de iS61
Casou oom D. Julla deClamowseftvm
filha de Haatiel de Glamovrse Brovm «I
Maria da Felicidade Browoe, e tiveran
---Alvam Ferreira, que morreu ds
edade— Luíe-^uIIo e António— «tadai#
ros.
'■i
í É solteiro, e vive com o YÍscottde,A
Irmão, nó palacete do Carregal, n'estil»
guetia áe Mirftgaya* -
^^ntetnioLoboiíteBarbosaPeareiraTd»
ra Girão, L"" visconde com grandeza, &*»
nhor do morgado ide Vinarinho dé 8. Roai
fidalgo da casa real, do conselho de soa»
Sade, oommendador da Ordem ds M
hora da Cpnfipição de Villa Viçosa, p
do reino e socio da Academia real oas seíft
cias de Lisboa, da Sociedade promotora a
Industria nacional, e honorário di Aê*
miadas beBas artes de Lisboa, da fiecMife
pharmaceutica luiitana» presiíMote tua»
rio do Instituto de Afric^ antigo pi^^
Traz -os Montes e da Eitremadai^ âoqp
inspector das Aiuas-Lfvrés^e daá lá^
anneKaa de faianças o de aedasi proveéarà
Sapel sellido^ e .adooinistrador da wf
[oeda, nasceu em Vlilarinho de S. nM
em 5 de novembi^o de 1785.
Qnem quizer saber como e^ hMlHo*
lib juntou tanto» ititnlos ée^notMii^
bresa qne becd^^ leia a tetereMtfjB»
tida biograpnica ao visconde de F^WJ
de S. RomãOj escripta por seu sobrimO|f
António I^ik Ferreira Gír3o. sedo úê»
demia real das scieneias, e editada poio»
JiWAi.»0 fort(^:^ 1870. ...
voa
— Viteo^ ie Uac0do Pkuo (António
jPorreira ó» llaoodo PiatOj) morador na aoa
lia» da roa do Tjnnippho, n'eBU frqgoeaa
de Miragaya.
É âitio 49 MaDuel Forreira do Macedo
Cinto (de Talaioafo, dUiricto de Viseu) ^e de
D«. Maria de Deos Rodrigues Monteiro <de
fipedoeiros» íregueaia. de Seiidím, oo mesmo
districto.) NascojQLa 20 do Jwho de i8i0 e
Sok baptisado a 36 do mewio mez m. dita
Xk«gmeâa de Sesdim, e eason eom D. Aafu
. Cloaientilia Peres Moreira Guimarães» da ei-
/dada do Porto, fittia de- Manoel José Maria
-fiaúnaràes e D. Anpa Uúza Peres Moreira
XrQimaràes, da mesma cidade.
i ])aeharel formado. em medicána pela
Universidade de Coimbra (l836)^eayaUeÍT
n da Ordem de Nossa Senhora da Coneei-
ção de Yiila Viçosa (i836) — cavaUeiro da
Ordem de Ghrísio (i85S)— comnisndador da
Ordem de Nossa Senbora da Conceição de
Villa Viçosa (iSM) *- fidalgo eaívalleiro da
j joasa real. (i866) do conselbo de sua mages*
j lade (1860) e vásoonde de Maeedo Pinto for
decreto de li deian^o de iâ74.
Foi medioo do bo^ilal militar e partido
4e Bragança de i837 a 1848 ^ delegado do
; -^nselbo de sande pobliea do reino» no dia*
iricto de Bragança desde. 18S8 ali á848<-^
administrador do eoneelbo de Bragança em
^IBM-^por 4na8 vesea procoradoc da juma
Seral d'aqneUe distiicto» e por ootras dnu
alli substitmo do iois do direito ^^oardar
mér de sande no Porto por pcMlana delT
I 4e.omabro de 18111, legar qne oecnpon at^
aer despachado domooatradpr da a^íoção! m^
jdiea na escola medioe-qiniiig4ai de Ponto^
por deoreto de 26 de abril de ia72~pro^
movido a lente snbetitnt*^ da mesm^ escola
em 181^— « a lente profopetariQ da 8.* ca.-
I deára em 1857--4obttimdorse em la^SKvo*
gal eflsctiTo do conselho : geral de inslrne*
^ publica por deeceto. de 7 julho de i99fi
<legsr qne «ae aoceitoa^-dciputad^ ;4a çôrt
les oa .le«is^tQlsa 4e 1803 ar.l8S^iK>gaN^
commiisfio.fiiialrde.b«ieftpeneia- d» diauipií^
dQjpçirio^ppr.doerc(Q:/de 1 de daiembre de
il868THBQÍembrft 44 çwssilho.de^Mmll^So ^^
ma idos ImidaAwr^ 4>h companhia gfraj d9
tfsdiío p]çedlalportBgO0E(U#boa)-HUi;eGítqr
309
presidente de emiselho de administração» e
um dos íundadores da nova companhia uti-
lidade publica (Porto)— 'membro dè varias
sociedades Utterarise e scientificas^ naeio-
naes e estrangelrasi e por varias vezes con-
vidado para ministro da fazenda, eargo que
sempre recpson até esta data (abril ús^
1875.) _
Foi um dos fundadores e principaes re-
dactores do Pharol 7Van«mon<anP^ periodit
CO mensal de ins^ucçio e.Tecreio, que se
publicou em Bragançga, em 1854 — publí-
fiou um projecto de estatutos e um relator
rio da caixa de credito e soccorcos nmtuos
da .Associação industrial portugueza, em
1854, e foi um dos principaes redactorfs do
jornai da mesma associaçSo-^um relatório
da eommissão da Companhia viação por-
tuense, nomeada em assembléa gerai de 14
do janeiro de 1856*-a oração inaugura) ror
citada na Escola medicocirnrgica do Portos
na sessão solemne da Abertura, em 1858^
o prqjecto de estatutos do banco União
portueose ^ estatutos da noTa companhia
Utilidade publica, e contrato do emprésti-
mo ao governo de 1:500 contos, do qual
contrato foi elle o negociador «^relatório o
balanço da mesma companhia em 1864**e^
tudo sobre a parte financeira da. proposta
de lei para^ a construcçao das vias Isr^^
ao N. do Douro, publicado em vários núme-
ros. dQ Commercio âo Porto, em 8.*,gra|^de
e tiritem sepaitada^-tostiMlP reproduzido na
Óinzeta de Poi^ugal.f^ m Benolugao iêjSã'
(«ni6ro— vários artigof . sobre a^umptps de
mediei^ publicados no JonuU da Sode^Ui'
de, dof Sqieiȍifl^ Medicas de Ueboa,. ^ aos
Àn'ífftie».\d^ Çoemlio..de Saúde, Publica do
J^'iM^— uma memoria sobre a reforma. da
instruc^ secundaria no districto de Bra-
gança, publicada com q relatório da.c^sul:
ta* da Junta gwíA domis^mo districto em
1839, e outroa tr^^Utos»
.*••"—. • . ,■
. £ pessoa de muiu^iUustração. e muiv>
merecimento— geralmente respeitado, como
organisador e director de bancos e com-
»u\ii9^. 0} m^tç . Teraa^ .jun.AoaiK^^ e
p^r isso Yarlas situações o teem convidad)(^
871
pafa <g«rÍF «i ^3ta da fiiiseiiAa, seilâo {wlrà
lamooLtar <^[tie al6 hoje ^ 'liSo fesolveste a
Moeítar um tal eargo.
'É S^BfSè do Âf. dr. loisé Peiteira 4e ttflh
!)edo Pfnto, lente j^xbilado de fnedi«tna, dia-
tkieto ohiameirto dá õfossa Uni yensídade ^
aticter de rarias obras notareis ;inasiA'es-
tas, e dos oníros irmãos de fallaremos no
artigo Taboaço.
\Jo9é Carlos Lopes hmiar, morador na rua
da Liberdade.
Natccía na freguesia de 6amo Ildefonso,
«n 4 de junho de 1838, e ^ fliho de José
Carlos Lopes, director da no^a companhia
fJãlMade Pabliea, — um dos mais acredita-
éo8 negedantes doesta praça,— e de D.^Már •
parida Cândida 'Iforaira Lopes.
ConcIolQ a sna formatftira ém medierna
e philesophia, pdk noisa anf?enidadb de
Giiittbra, em M61, e em I38G4 doateron-ve
M nedleflna em Paris. Emroapor conanr-
«0 pafra a esedlá medico- drurgica do Port»,
^m t8($d, como snbstímto da secção medica,
« em iW7 foi provido de propriedade na
«adehra de pfaysidagki, qot ainda rege.
-GaaoQ em 1869 com D. 'Emília Duarte de
86Ésa Oirveira, fiflha úo tico projyrietarío 'è
«tegociante da ma dos Clérigos,* -^fiSinio
Bnarte d^Olirdl^, e* de D. Oíivia da Concei-
tfio e Séttsa Oliveira.
▼lavando em tB71, ficoa éom cm onico
ttho de nome ^^ José.
6 irmão de Cariou Ldpes, negodante; ahi«>
9a aeltdto, ipie nasceu ein f 5 de Janefro de
tBi% e fo! edttcado boi odebre eollegio dó
^mor Pischer, em Raaibttrgio. '
ti o anctor d^eséá dbrà 6o interessante
tomo despretenciosa ijne em f874 via á íttt
ibi pãbKeidadeeom csíngdbtitulodeCemfo»,
e qne 'havia já ptíblicado em fdhetltts no
Commercio úo PÔfto, fob o psendotíkno tpe^
*it)'ft7(r». :
Atéboje, qnenlMi^lbamds, comtamana-
toralidade e tão admirável dngéleKa, aô 6o^
mes Coelho (Jalio Diniz) produzia em por-
kngaiez escríptós de tanta moralidade ^ tan-
to hiterease.
ÊbnhfíH iiáría itg tosta 2>Kv, morador n»
largo (ha Vlrtúdas xL^i, uTeiita fregueaia da
mil
Iteragaya, naaèea ^ná "MUa Me Bafedbaas
It d^abrH de 1619, enfaram eei» pães LbIi
José da 'Costa Leite e £k Aima BmfiiaM
xeira Leite.
Fee os sens primein» «atados n*aqiiil]a
mesma vlHa e M Brafga, « depois de ati»
vessak* eseetongo^periedo de eoiFrQMea>
titicas, soffrendo baataniie par sefoir o p»
tido liberal, -etutsaa a^eacda medico-eíi»
gf ca #0 Poito, fia qnál ae toatricvdoa en »
lembro 'de 1834 « fea oeia ^«id^ em flè
jolbe de4839. Inscreveu^^se logo no eonev
ao entio aberto *na mesttm eaeola, t^ni
pnyvimeato do logar wigó d» demonÍMar
da secção cirargiea, j^ara o qliai foi nea»
éo por 4eéralo die 5 de^désand^iroéa reftri-
do«mio de 1899.
<)eciipofi esta iogar «té 4 áPerHtnbia *|
48{M, ep€ica em qiiefol promo*v4do perè
cveto da meama' data, a lente 'SctbatiliitoÉ
respeetiva eat^; apor deereta de 3f im
tabrode Wfó fd nemead« eiecpeiarío «I
blta^Mii^io da «aoola, 4Ctt}a eeataiasâoèi
èavpenhaa atélif de OMU^ de 4888, ^dô»
do-a por havei* ddo prafeuml» a^leaa»
fbedMloo «em eiceMh^io na preaféendià
eècota,' por deoretd de 4 áe 4nn3o de IM
Ta^e o angmiento >do Mnfodií^orAeBaAoft
decMte de 4 de metenibm de d6#0, é íbi)i
Mfi^ por diatunildatte de serviço ^m
iibi9 por deordto de 6 da deieaii>M) «de Mi
ei$dio porém a caMoianto, pid# i^oa ôod^
lÉtlon HA regiftflida da stia eadeittiL
Oemó dècatiúi aàsntiíla as ítaetèe» dã4
feeter da escoíla no íiapedtm^Uo do efbé
vo,*a» jamio l&csiilm da it88, e M ooneli
dVMCtor eieei^ «por deerbta- da ti d'iM
do 1870,- oonthtaaiêe oem^i^gendadal^
«addra, a qnal detnéOrnè limado «mo letft
YO de 1893 p«tfadÍ79,:por Ihe^teraideeotf
do oeabknemo p«r doesto ^ 4 da Jtaela
d'eaie meamo anme, tfleando deade oMoi»
Baentecom adkecf{âoda eacal\ a <|Qiiaa^
cé gnftatitamedte tlaada o 1.» ^ie jnofta*
4878, 'pbrbaver^âinto èa »éH^aattva|ftfr
iiBB^ em fttvor da HiêboWa pbbKa».
BciaedipeÉhoa kittitaa e ntriáiia<eo«i*'
aSea ift a«f>vi^ eitoto, a^pdaèli^^
ia félaior>tta'qttoMft»iJ4K)iifaidai ^ m^
der á^eonsttlta padiia^tMA^ttiMileiiadal*
USk
«^
w>f «m f^'éè fcSli^ ide iM9» sbbre 86 rotor-
mas a fazer na instnieçio superior, sendo t>
^seatprojeeto <id reepoMa approt&do tom pe-
quenas modificações pelo conselbo eseolar.
Hócâtoii no annoie«âvo>ée 1^857 a oração
^«sapiência, qtie imprimin; e no ánno de
i872 de novo foi eleito para o mesmo im,
/OilPiiiaadato aaftisiBZ» coiMenvitidf» inédita
$i'M^]9p, :bem>o«aiQ.varimt«9cmptos sobre
«6iMipiQ8.da>9iiiciH)eina.
Foi cirargiãomór do batalhão de empBf
4ia4o8 pvMiets d#iPDetp;iem i€45^ e do-ba-
âatttãofixoda voIostoríOB -en (I846»ipasfláni-
Í0 , dMde >eaâo a ianr Bemço : no hòspkal
SDitita^ide:S.:JaàD NDV0:.alé á eottrada doridii-
que de Saldâfifeafno Porto /£ni I8i7^ senio
4p(]^s.p(]imeadQ ii\swff^ áoX^^MMm de
ID^Qa49i]i;?3 âe vúlum^ios ido p^m;f^L j^pd
^ ,mvoifm^^ ^^itArias que ,^ ínslallA-
Tfm» ^'es^ui eidad0 qii^ndp í^í 4nvf^4i4» iPi9lp
eboteira e.pel^ A^bre aipar^^w.P }»m l^^fiA'
4q ^^(^fj;» çofíi dÂsMnQçSo : ^\cU||i£a «^dico •
i jQúrm^ca, Qultivan^ ^âspeoiniln^Bie ,a <(4>alf^
1 tricia e a medicina operatória.
I , ;£ pfjQsideiU^ d^ ^la^t^Iéa gerp) 4o'^anco
I |fl(^i{^tÂI Parmeusfí s . da <<soippaabia 40 .l»r
nificios de S. Autpfoi^^ do Val^ .da.iPie^aita»
-7^TÍcepre9Ídent0 d^ 4uri0cía a ^ir^tor
jpresidente da 4e ,s^iws — Xrap<)[\iiHi4a4e.
fQi.agjçacia^o como^a^ de ea,yaUdro
jJa ordem de Noas» .30Db(u:a da Coi^ci^içS^
ifò Vílla Viçosa, por cl^^to^e iP i^iwh^
de 1853, — com as honras 4e cÂrorgía^ ^
^Qal caipara^ .em 6 áp maio do i$lS(S^ -—
opj|i.br^]âo d'armas em ifc dei setembro 4^
I f8{(7,— com o foro 4e fidalgo pavaUeijco eo^
, )(p 4*oyatpbro de JL8Si7,-rCoqi o ,^r^a de cpm-
'|poi.eQda4oT da Conceí^ de Yjjla Vjçosa eo^
I ti 4e juRho de 186?,-^om o «f au de Çjival-
, ][çiro da j)rdem dp Si. Uíauricio e 3- Ú^^cp
I de Italià em 1 de setei](itvp 4e l80Ír-^ fí^
I a medalha das campanhas da liberado n.*
I 8, em 8 de Janeiro de f&&S^ — e Onálmente,
tem à carta de conselho em 3 d'afi;o8to '4e
mo. "':''[
fitn t$ Aa jtdho de Wtô casón em PUmd-
ras núpcias com D. Anna^ltenoT&va cte^imt
tiiptfm, la>q«ul'fcè«!iiritift>, o Mm^Meèn-
toda^ em M de jaiMfir^ «o- Mil; # 0m M
4«}iinto4itM^fBM€tt a«ci«ittti BOpeiâÉ
iBom D: Albertina Borges iÍe€astro,1fiIba âb
íaHecido Gaspar Joaquim -Borges de Castro,
grande proprietário, negociante e capitàii^-
ta, moraier qae foi na sna casa n."" 16 da
rua do^^riampho, n*e9rta fregueria de Mira-
t![aya,-^pae da sr.^ tiscondessa de S. lòao
da 9^6sqQe!ra. ■ " '
*Do sen segando consorcio, tem o sr. Ha*
nnéi tttfia da Gosta Leite, doi^s filhos— Ma^
nael e Gaspar.
JoãoPizarr^4^0mkaJfíprtO'Cairreiro,vio-
rador no seu palácio das Sereias, ou da Ban-
4f inpha, «losiaír^guieaía de Miragaya. -
AdianO 4ai;ei>a gdoealogia d'^iia luoSta-
Auiliido looi il8W^.fran60<e6, .commaiiter
dos por rSeplt^ rsa^a^rociíiiaiiiaim ido PoM^r^
a pUbe, oftQirvc^ if^(Mmà .qo«Df(M< enm
nm^lMdadOi jaocibiBosi, loi.pqr es4e jnoim
<i)aaharMiiei|ta af^awkMdo bSo 4a GmAa
Atavu^ Pono-.G«nieii^da «asadas Sanatai,
tenente coronel de infanteria 6, no diafi^de
(manco é» dllo ano^» Junto 'ao ^adiriia-das
Aimoifit ao4Ja wgMiate^ ifoi oaeu;q|davir
airaitAdo /até á goji^k id» AalatlQ, ^ 4*âlU
ifími m .;€«d«r9rea 4m dl,' on id «iofcAtea
pmaw 4a {pcoofld«wi»> ^las ruda da oida-
de, atóVilia Nova de Gaya, sendo vpor uM-
.moifWwdCa^^^ Caai da Bíoa/iio Douro.
Yiare !p'eâta fin^fue^ia .4e Wiftgaya, no «p
pa)apQt6'4aflrKa4o>BiO(iari<i>n/.M, a/sr*^À
jQaiaiila ]ft)tem die Faffia,.v0pim»iaAto 4is
uma das casas mais ricas e mm ttojHnss
4a pmvioQiat p<riaiéii)iiarii«Dlfora Mba de
FnanetaQo tttein) 4e fianif e doiaíRosaili^
ma 4erFarja» lanfiíJl^ 40iJoio. do Albníiiierk-
que de KoUo »nMrairaieflaottPea.t(bUecldo
4ki1tS<40 Me«iM(4e.iifde.) l9M«Mberdo
ab>i)0iiieide CeaalfTasep^ U.'' fdo Am Btelto
A l«»ftwi» >6if :d0 da l^sna e^ioaher tam-
bon do de flapliAel» dado por .9. XaiwMt
ii« tliAriagoito 4e tf M a^IK 0^*naH> Can-
iiifaUd»^Qiie6ttio jfe dMinii^wtadeici AiriM»r
da viila de Leives e instituído por sen.iwlp
Diogo Pereira, em 16 de novembro de 1!^1.
de Mello Pereira e C^émm, «f>i«;a«r«^4X Q»-
milla Ribeiro 4e Faria» eiÍB|em* Ma flUios,
m
m
ainda solteiros, que vivem com ena n^e^ r
Manuel de Albuquerque de Mello Pereiras
Cáceres, que nasceu em 10 de junho de
18631 e Francisco de Albuquerque de Mello
Pereira e Cáceres, que nasceu em i9 de no-
vembro de 1856 2 e por que estes senhores
são em Miragaya, os últimos representantes
dos Albuquerque^ MeUose Cáceres» dare-
mos aqui uma breve noção genealógica d*es-
las nobilíssimas famílias.
Albuquerque^
-—João de Albuquerque e Castro, que foi
alcaide-mór do Sabugal, e que depois se re-
tirou para o concelho de Penalva, onde fun-
dou a casa da Insua (depois de viuvar orde-
nou-see fd abbade de Sattan), tinha casado
em Penalva, com D. Jòanna Telles e teve Ál-
varo Annes de Albuquerque e Castro, fidal-
go da casa real, que easou em Penalva eom
Brites Nunes (ou Gonçalves^ ou Ooutitíio),
é teve
—-Joio de Albuquerque e Castro, fidalgo
da casa real, que easou com I>. Brites de
Almeida, ftttia de Ruy Lopes de Almeida, al-
calde-móf de Nnmão e de Portimão, primo
do l.« conde de Abrantes, D. Lopo de Almei-
da, eteve
«---0. Joanna de Sequeira de Albuquerque,
que casou com seu primo Pedro Vaz de Se-
queira e Albuquerque, senhor da quinta do
Outeiro, filho de Diogo de Albuquerque e
Castro, iruiio do João de Albuquerque e Cas^
tro, e teve^'
-^Dfogo de Albuquerque, fidalgo da casa
real, senhor da quinfe do Outeiro e institui-
úor da cápella de Sráto António, pdr lesta»
mento íbite em* 13 de janeiro de 1538.
Casou este com D. Isabel Saraiva dal^oB»
«eesf, fiHia de *Pedro Saraiva, abbade dè
Aguiar da Beira e pHor de Merelim, filhb tfs
Atttonto Vae Batalha e de Isabel Perfiantfes
úa Fonseca, filha de Vioente PemaAdèi 8a>
ralva,'fidalgo castelbaÉo, que Viveu eoi Ti«fi(
eoso.
> É áTumno do S:* atino de' niathematíca,
na' Aèadsmia dd Porto. '
.^ ^ Q\mi o iiyMi ^:Porta
ha G^Qgo de Aiboquarfue e Isabel Sai»
va da Fonseca, nasceu
—Diofo de Albuquerque, que <atfaa^
ra-se com quem), e teve
—Pedro de Albuquerque e Castro, fiMfB
da ($asa real» casou eomD.Maria de Aali»
d€^ e teve
-^D. Isabel Saraiva de Albuqaerque, qn
catou com Pedro Fernandes de ÂMà
Castello Branco (da taronla da casa da 1»
8iia),e teve
^Diogo de Albuquerque e Caam, einl>
leiro. professo da Ordem de Christo, eassi
eom D. Guiomar da Ro<^ filha de loioà
Rocha e Silva (dos Silvaa de Coimbra) eè
sua mulher D. Maria de Seixas, e teve
—Rodrigo de Albuquerque e Castro,!
dálgo da casa real e cavalleiro da Ordsoii
Christo. Casou com D. Maria Toscano dei^
buqum*que, filha de Bento Toscano e èl
Guiomar Albuquerque Cabreira, e tev«
— Dfogo de Albuquerque e Castro,
da casa real, que casou e não teve «u»^
são, e
— Francièco de Albuquerque e Casth,ft
sucoedeu na casa de seus pães, por ftW*
mento de seu irmão mafs velho.
Foi ^dalgo da casa real, commíssaríoà
cavallarla na corte de D. Pedro II e tenol
general da cavaUaria da Beira. D. Áini
YI lhe deu carta de privilegio de fidalgotes
8 de outubro de 1669, e a commenda dei
Martinho das Chans, na Ordem de Cbiiia
Entrou na guerra da acclamação, eoM
capitão de cavallos e se distingaiu nabillr
lha do Ameixial (Port. Best, L. 3.» pag. ffl
— e L. 4.* do conde da Ericeira). Í0iA
parte em outras batalhas (iogar citado} ett
de Montes tllaros, ficou por morto. (Mii
Paneg. de D. Diniz ãe M^/Io, por Jolioll
Mellq, L. 4.% ri.» 60.)
Foi esperar a prínfeaa de Sabo]»,nudltf
de D. Affonfo VI e D.. Pedro tt, e o (hup
de Saboya, lhe mandou tirar o retrato. (4i-
Içç. Gen. da jfom. Jtofifejipçr Baro^jin*
gel, 1609, psifr .3370 ,>. • . '
T Gasta «ftm Pt Jiuto n^^
âlbnfuerqte» so» iHámai filhae herdflka*
MER
Am
1 «• '
273
bi Ordem de QbriAò e oapllio-ttiór éd Fe-
udvs, e teve
—João Rodrigo de Albaqaerque Pereira
^ Castro, fidalgo da casa real, commendador
le S. Martinho das Chans e capltSom<^ de
i^enaWa.
Casca com D. Margarida Franc&ca Sotto-
naior e Vasconeeiios, filha de Luic I^ibeiro
letto-maior, cápitâo-mór da vrlia de Ceia e
ie D. Helena Maria de Vasconcellos, neta de
òtíit Ribeiro da Fonseca, fidalgo da casa
real e desembargador do P^o, e de D. Se-
rafina de Sotto-maior Arriaga — e neta ma*
ieriia de Mathias de Andrade Grineíl e de
). Margarida Pereira, filha de Manaeil Pe-
neira de Vasconcellos^ senhor de Mossame-
les, e de sua mulher D. Helena' de Barros;
í tiTeram
— Francisco de Albuquerque e Castro, fl-
lalgo da casa real, comméndador da Ordem
leChristo, em S. Martinho das Ghans, e mes*
rd de campo, da comarca de Yizeu.
Casou com D. Isabel Antouia de Mello
k)tto*maior e Menezes, filha de António Luiz
le Mello Sousa e Cáceres e de D. Isabel Pe-
dira de Sotto-maior, e teve Luiz de Alba-
[aerque de Mello Pereira e Cáceres, D. Mar-
[arida Josepha de Mello Albuquerque e Me-
lezes, (qae casou eom Jeronymo Vieira da
Klra Torar, 10.* senhor das Honras de Mol»
elos e Batalha, e Manuel de Albuquerque
le Mello e Cáceres.
—Luiz de Albaqaerque de MeHo e Cace-
es, fidalgo da casa real, do conselho de sua
nagestade, governador e capitão general de
ifatto Grosso. Falleceu em Portugal, soltei-
*o, e succedeu-lhe seu irmão
— Manael de Albuquerque de Mello Pe-
reira e Cáceres, desembargador na Relação
lo Porto. Casou com D. Anna Benedicta
p'orbeâ de Almeida^ filha de João Forbes Es-
tíator, tenente-general, e de D. Anna Joa-
laina de Almeida Portugal, e teve
^D. Cbristina de Albuquerque Forbes,
[). Constança de Albuquerque Forbes (ainda
lolleiras) e JeSo de Albuquerque de Mello
Pereira e Cáceres, que nascea em tíO^ e
sasou eom a sr.* D. Camilla Ribeiro de Fa*
ria» em S9 de Janein> de 1851
Doxoa a residência da Insua, em ÍBSO,
passando para Cedofeita, e d'aqui para o seu
palacete da rua do Rosário, em i860.
Mellos da Louzan
—D. Pedro de Trava, ou de Traveriz, teve
—D. Pedro de Trava, dito da Riba de Vi-
zella^ e este teve
—D. Payo Peres de Guimarães, que casou
com D. Elvina Fernandes, e teve
-—D. Raymuado Paes, que casou com D.
Dordia Affonso, de quem teve um uoico fi-
lho legitimo— D. Guilherme, que fallecea
sem successão e um filho bastardo
— D. Soeiro Raymão {Conde D. Pedro^ not.
48, pag. 276), que foi perfilhado e suçcedeu
na casa a seu irmão D. Guilherme.
Casou com D. Urraca Viegas, filha de Egas
Moniz Barroso, e teve
— Mem Soares de Mello ^, que casou com
D. Theresa AíTonso Pires Gato e de D. Ur«
raça Fernandes, e teve
— Affonso Mendes de Mello (3.*» senhor de
Mello, por succeder a outro seu irmão). Ca-
sou com D. Ignez Yasques da Cunha, filha
de Vasco Lourenço da Cunha, senhor da Ta-
boa, e teve
— Martim Affonso de Mello (4.'' senhor da
Mello), que casou em segundas núpcias, com
D. Marinha Vasques, filha de Estevão Soa-
res d'Albergaria, senhor d* Albergaria, e de
sua mulher D. Maria Rodrigues Lucena, e
teve
Martim Affonso de Mello, que falleceu sem
successão, e lhe succedeu seu Irmão segundo
— Vasco Martim de Mello.
Foi guarda mór d*elrei D. Fernando, que
lhe deu os senhorios da Povoa e Castanhei-
ra, 6 casou com D. Maria Affonso de Brito
(em segundas núpcias), filha de João de Bri-
to, senhor dos morgados de S. Lourenço e
Santo Estevão, e teve
—Martim Aflbnso de Mello, alcaide-mór
d*Evora, senhor de Barbacôna e guarda-mór
de D. João I, casou com D. Brites Pimentel,
de quem não teve filhos; mas por bastardia
teve
1 D'esta familia Mellos, é hoje represen^
ta&te o ecMide de Mello.
%1^
vm
reDço de Ferreira^ fillw de João Lonreago^
de Ferreira, que foi alcaide-mór de Tran-
coso e embaixador a Aragão, por el-rei D.
João I, e teve
—Gonçalo Vaz de Mello, que tomou o ap-
pellído materno, e seus descendentes se de-
nominaram— Mellos de Coimbra— por vive-
rem n'esta cidade.
Edificou à sua custa a capella-mór de S.
Francisco, em Viseu, onde jaz sepultado.
Casou com D. Maria de Freitas, fillía de
Fernão d'e Freitas (outros dizem casara com
D. Mana Falcôa, filha de Vasco Falcão), e
tQve quinze filhos, sendo o mais velho
\ — Manuel de Mello, fidalgo da casa real,
que teve de Isabel Nunes, entre outros filhos
bastardos
—Duarte Vaz de Mello, que foi cónego da
camará do papa Paulo V, na cúria de Roma,
que lhe deu os beneficies que foram de seu
pae, e o de mestre-escola, da Sé de Coim-
bra, onde fundou a casa que os Mellos téem
n*esta cidade; e de Maria de Carvalho teve^
entre outros filhos
—Manuel de Mello, que casou em Coim-
bra, com Isabel Mansa, filha de Gonçalo Lei-,
tão e Isabel Mansa, e teve, entre outros fi-
lhos
—Luiz de Mello (S."" filho), fidalgo da casa
real, casou com D. Joanoa de Mello, filha e
herdeira de Francisco de Mello e Cáceres e
de sua mulher D. Maria Metello, e teve
—Duarte de Mella Sousa e Cáceres, fídal<
go da casa real, e senhor do morgado de Ca-
salvasco.
Casou na villa d'Agueda, com D. Sebas-
tiana Vellez Castello Branco, filha e herdeira
de Lopo Vellez de Castello Branco, fidalgo
da casa re^il, senhor do morgado de Espi-
nhei, em Águeda, e de sua mulher D, Luísa
Perestrello, e teve
— António Luiz de Mello, que viveu em
Coimbra, e foi fidalgo da casa real, senhor
dos morgados de Casalvasco e da Louzan e
capitão -mór da Louzan.
Casou com D. Isabel Maria Pereira de Me-
nezes Sotto-maior, filha de Gonçalo Affonso
Pereira Sotto-maior (fidalgo da casa* real,
senhor do líiorgado de.l^/^ab^ita^p al^ai^-
mér 40 C«<níidiA>4'^ deBmmiinMrllLS»
bastiana de Valladares, dos Pereiras do U*
go^ » leve
L« Duarte de Mello de Soosa e Cusfí^
•enkor di (^inta da Várzea e de Caiali»
CO, que morreu sem succe^são ;
f."" Luiz de MeHo» que seordenoaelí
frade dp S. João;
Z»"* D. Sebastiana Ignez de Mello; pape
morte da seu irmão suecedea na um,%tk
sou com Ayrea de Sá e Mello, ^ea^ven^
secretario d*estado e embaixador de D. Joâ
a Castella, mas não teve filhos;
4.° MariaJoannadeBlellOyqQecasoaeei
Bento Ferraz, capitão de ínfanteria naediH
e commeadador da Ordem de Ghrlsto,evii'
vando, casou eom Lais António Pereinè
Sequeira, dos Pereiras de Villa Viçosa,
nao (eveilbos;
S."" Isabel Antónia de Mello Sotto-naim
MenezeSy ^e suecedeu na casa de seus ^]
e foi 8.* senfaura do morgado de Casal'
e 7.*. do dos MeUos da Louzan.
Casoa eom Francisco de AlbBqueip«
Castro, vJBavô de João de Albaqaerqttl
Msllo Pertâra e Cáceres, da casa da IiMii
de quem viuvou, em 1860 a sr.* D. Gani
Ribeiro de Faria;
E assim se incorporou a casa dos MeUs
da LoQzaQ na dos Albuquergues da Insi^
com os morgados de Casal vaseo, EspioM,
em Águeda, e o dos Mellos da Louzan^ defi
é actual administradora a ar.* D. Giiúb
Ribeiro de Faria.
G&oeres
—Álvaro Gonçalves de Cáceres, fláalfB
castelhano que veio para Portugal no ^
po de D. Fernando I, teve
— ^Mem de Cáceres ; e este teve
—Luiz Mendes de Cáceres, seabor éã
villas de Fornos e de Algodres. Casoa ooi
D. Leonor Vaz Coutinho» fílba dos e«ndes^
Marialva (hoje oendes. de Redondo) e teve
•-«Al varo Mendes de Cáceres, qne eaii
cpm Dt Theteza Manjoel de VasooneeM
filba 4eD. Joiode Vascoiieelloflyicoad»^
Ruella, e de sva-ituftttàer D. ÂxmsL Maisel»
teve* * , -.1 • ..j «.. ' . . •' ii
vm
S7»
— Uú^ 4e CaiereSi. ipaUtvidiiff. de* moif ar
In te CasalvasoOtie eaaoa.ODm Ur. Ii»lieli4e
iello» e lave Franemo-derliillo e GaiMraa«
íoSa de CaoBres^t fllko .aegnadoy qve ííA p«t
hra e wâtitoiíi a.oape]laftnfi6rgaA» doatlM*
os d9 Loiuan «a 4 d^ioUiorée lfi4B^
— PraDcisco de Mello eCaeerea caeon
^m D. Catharina Coelho de Akneida^ filha
U Marlim Coelho, fiilio de Garcid Coelho,
irmão de fr. João Coelho, fpràu) prior do Cra-
to e chanceller-mór de Rhode,. e teve
— Francisco de Mello e Cáceres (que yen-
Aen ao conde de Linhares os senhorios, de
Fornos e de Algodres, que depois passaram
para o iniantado.)
Casou com D. Maria de Sonsa Tavares, da
casa de Pedrógão Grande, e teve^
— Francisco de Mello e Cáceres, qne ca-
sou com D. Maria Mètello, filha de António
Iteiello, senhor do morgado de Yallongo, é
teve só
— D. Joanna de Mello, que casou com
Luiz de Mello, da quinta da Várzea, de
Coimbra, bisavô de D. Isabel Antónia de
Mello, ultima representante da casa dos Mel-
ios da Louzan, e que casou com Francisco
de Albuquerque e Castro, também bisavô de
João de Albuqnerque de Mello Pereira e Cá-
ceres, da casa: da Insúa.
Forbes
—João Fòrbes de Porbes, que viveu na
Bèeocia, no reinado de Roberto Hl em M05,
èteve
—Alexandre Forbes^ !.• senhor de Por-
bes, e este teve João Porbes, que fálleceu
sem snecèssão e lhe snecedeu
— Dncano Porbes, seu irmão, 2.* senhor
da casa de Brex, e casou com Isabel Gripi-
ton, filba do barão Conlad, e teve
- —Guilherme Porbes, que casou em se-
lundas nopoias, oom Caihartoa, filha de
Alexandre Geton^ e teve
—-Alexandre Porbes, que casou, em se-
gundas núpcias^ oom uma filha de Patrício
^IwrdoD^ conéade AbepAèea, 0 tevê
—João F^rbeSy que casou ckmh Margari-
àiv filha d» João Campbeli» B&abwr á^Col-
4lii, poff. meicé* da nainlia JJAlda. de^Esco^
tta>>.de'i8deid«unil»ni delMfil^i a leve;. .
-^oM Perbea (hn^. dB) e easoa omi
babel' lÂ^HtwiSbíii e itava .
ioao Forha^ 1/ harãot d^^Skallatei^.qiM
que oaaon õom Iiahel. Grant, da^ famiUa
Bulttdaliargr e tova
' -^lome Fanfeiea de^ Skcttateri barão de
Slwllater^ a^ patasi daNlança^ d» d*rak G»-
sou oamiMargaorídviIgQdi^ banonsaa de Ba^
loiQSi e teve 1
— GuittieroiB Porbea^. barão deSfe^ater»
que casoavOomAima^ Golflna^ e teve.
-^orge Fofbea^ barão de- StcaUater, que
catfOtt eom Jeemia Leviaaf e teve
«-^orga Fopbes, barão de Skellaler» qiae
caaeu e^m Cbrislma Joanaa Gorden^ e teve
i." GaftlhermeRorbeB^ barão da SkjeUater
e senhor d'eaia casa em E8eooia4
S.P João ForbeeSkellaiBrj que loi tenente
gefteral e inspeelor. de Ànlaiitaria em Portu<
gal, grau cruz da Ordem dei Carlos IH de
Hespanha, gnmorua «da Ordem de Avli e
ceBimendador da . de Cbffiato em PortugaL
Casou em Portugal cqm D* Amia Joaqui-
na de Porlugai e Almeida, filha de D. Dioia
de Almeidik e Portugal e de sua mulher. D«
Joawa Theveza d* Antas e Vilhena^ e teve
—D. Anna Benedieta Forhes de Almeídaj
que caaeu eom Manuel' de Albuquer^e de
Mello Pereira e Cáceres, senhor da casa da
Insua— pae do fallecido João de Alhuquev^
que de Mello Pereira Cáceres^ da quem viu*
vea a sr.* D. Gamilla Ribeiro de Faria.
BeUezas
Viveu muitos annes n*esla fregoeaia^ ao
aAtigo bairro de Mhugaya, nm ramo da no*-
bre família Bellezas, de Mattosinboa, ottáe
falleoeu (suícidaiido-ae) em i870, o ultimo
representante da casa — António BeHeaa de
Andrade, deixando 4 filhas e S filhos.
Ainda posaue esta lámilia varias casas na
roa de Miragaya e escadas do Monte doa
Judeus, e uma eom brasão. d'armaa na Ilha
do Ferro» n.«* i a 3.
Rool|» íik>air0ft
itaneíseo RediaSoRrofl»: filha do nego.n
danta» piepdetprn* jB.dndMidakdDiflMame
27S
Mm
MtR
iKHne, e de D. Rosa Raynmnda Pereira da
Rocha Soares; naseeo n'é8Ca firegtiezia de
Mlragaya; em 24 de janeiro dei^,na rua
da Esperança a.*' 3 a 18, ^sasa ooncigua à
fábrica de louça, propriedade sua» herdada
de seus maiores, e jâ indicada na gravura
que se encoBtra na Dêscripçãa âo Porto pu-
blicada por Agostinho Rebelio da Costa.
Educado no seio da abundância, estudou
preparatórios em diversos collegios, cursou
a extinda Academia de marinha ecommer-
cio, onde fez os exames das línguas france-
za e ingleza, e malriculou^se na nossa Uni-
versidade de Coimbra, para seguir o curso
de mathematica e philosophia, que não con«
cluiu por causa das convulsões politicas de
1826, em que tomou parte, atistando-se no
batalhão de D. Pedro IV organisado no Por-
to, no qual foi sargento da 4.* companhia
até 24 de ab^il de 1828.
Forçado ^ emigrar em 1828, aprovdtou
este ensejo para viajar o instruir-se, percor-
rendo a França, a Inglaterra e o Brasil. Vol-
tou à pátria em agosto de 1829 por se achar
seu pae a expirar, mas teve de viver reclu-
so e homislado até 1832* Apenas entrou no
Porto o exercito liberal correu a alistar-
se, còm três caixeiros seus, no 2.* batalhão
nacional fixo, fardando-os à sua custa «
sustentando-os na praça. Fez alistar também
18 operários da sua fabrica de louça no 1."*
batalhão movei/ a quem egualmente far-
dou.
Por eleição popular foi feito tenente coro-
nel commandante do S."" batalhão da guarda
nacional, e confirmado por decretos de 13
d'outubro de 1836 e 17 de novembro de
1638, servindo de commandante geral da
mesma guarda por occastão da revolta da
Barca em 1837.
Foi eleito procurador ajunta geral do dia-
tricto em 1835, e substituto em 1838, e em
26 d*agosto d'esse mesmo anno eleito depu-
tado substituto ás côrles, por 5:983 votos.
Foi nomeado membro da commissão crea-
da no Porto para auxiliar a permanente das
pautas das alfandega^^por decreto de 6 de
d'abril de 1837, e por outro decreto de 20
do dito mex o anuo foi nomeado ^widente
4a mesma oomafaMâo. Foi agraciado oom o
habito da ordem de Nossa Senhora daQ»
ceição de Villa Viçosa» por deoeio de Sli
selemteo de 1836» -* com o da orta 1
Ghristo, por éecreio ée 17 dVMitiAio4
mesmo anm)» e «idi a commefeáa danoÉ
ordem por decreto de 4 d'aiMrfl de 1S37.
Em abril de 1846 foi preso e recoDndoí
castello da Foz, quando rebentou a reroli
ção do líinho, e sendo solto em mún I
mesmo anno formou o batalhão d^atinè
res nacionaes, ao qual deu por quartel a a
casa e quinta de Paços de Rei.
Tão relevantes serviços prestou á esos
popular, que os patriotas do Porto lhe oi
receram um habito de Christo, uinae»
menda e uma espada, como testemmdnt
sua gratidão.
Depois da reacção da corte, em 6 â'oit
bro de 1846, fez reunir de novo o seu
Ihão, do qual foi nomeado coronel co
dante por portaria da junta, e ao mesmo
talhão deu 50 armamentos, pelo que (d
vado pela mesma junta em portaria deA
março de 1847.
Foi um amigo leal è sincero» sempitl^
neroso para com os estabelecimentos piH
para com todos — sem ^istincção de ^f
lítica, que imploravam a sua protecção.
O muito que dispendeu com a politica fr
rante muitos annos, uma fabrica de ?iâif
que montou em Villa Nova de Gaya, (T^si
de Rei) o abandono forçado e quasi absoli
to dos seus negócios e dos seus esubek'
cimentos industriaes, oom outras dreoB»
tancías imprevistas» o obrigaram a aprao
tarse aos seus credores, e desde essen»
mento luctou com graves diíficuidades pan
poder sustentar a sua dignidade e ednari
amparar sua numerosa familía.
Precisa&do de todos foi cruciado porfr
ras decepções» o dos seus inimigos poiilitf
recebeu as mais significativas provas de eft
sideração.
Seu génio forte e irasoi vel ^a o sen naif
defeito, mas paasados momaaios era 1#
calmo o sempre nobre e geomiso.
Casou em primeiras núpcias com B.tíf
Ha Cândida de Masquifa Faria a Ckwti, eii
segundas Bupeías com D. Emília Perà«*
«ha SokarM» idaixtpdOè d'«8i6f oonaoMio 7
los.
|>e¥^Fa4o por affeoções iDoraee e per nnoa
iirt aBlbéoMa, e venâei japru^íBiar^e d pafli-
loento» G0I9 a maipr aereiíiâaie fez cha*
i|r os seua parentes e amigos e as pasmis
i>qiiem aEdára distandado, oonfessaiido-ae
I segaida, e reeebeodo o sagrado vjatioo-e
nUiina Unçiâ no dia 19 de março de 1^7;
fL todos os seus eonvidados padia que jaa-
saem, e#mo jantaram, em soa casa,, e ter-
jnado este, quiz vél<os ainda.no senqnar-
; abi lhes fez servir o café, e com as mais
Moamoventes pbrases de todos se despediu^
|raçando-os e be^j^do-os» principiando pe«
idolatrada espoaa e filhos^* e derramando
dos copiosas lagrimas. Expirou no dia se-
linte ás 7 boras e meia da manbaiiy aos 5i
mos de edade.
O Tiseonde d* Almeida Garret, naseen na
ia do Calvário n.« 35, onde está boje o con*
dado inglez, n'esta firegUezia de Miragaya,
>]e, e n^aqnella data, fregaezia de Santo U
^onso.
Na frente da dita casa, mandon a camará
iimicipal pôr nm medalbao de mármore,
m a inseripçao seghiote :
•
ÍSá 0in)B NASCEU, AOS 4 DE FEVERBmO DK
1799, JOÃO BAPTISTA DA SHLVA LEITÃO D*AL-
MIIDA ^ARRET,
^NDOU GRAVAR Á MEMORIA DO GRANDE POETA,
A GAMARA MUNICIPAL d'eSTA CIDADE, EM
1864.
— Aq fundo da mesma ma do Calvário,
a extremidade Sul, do largo das Virtudes,
'esta fregaezia.de Miragaya, esteve duran-
3 o cerco do Porto, em 1832 a 1833, mon*
ida uma bateria — exactamente no sitio que
boje parque ajardinado e,vedado com gra-
les de ferro, na frente da casa de Alexan-
ire José d'01iveira Brandão, que por con-
raeto feito com a camará, se apropriou d'a-
[ueile cbão ba cerca de 3 annos.
—Esteve outra bateria, no alto da Quinjta
ias Virtudes, hoje tomada pelo estabeleci*
neato de.h(Hrticultu.rae floricultura de José
iarques Loureiro.
VOLUME V
MIB
m
Até i83S o pHncipios de l$33i os eater-<
ramentos dos .íregtmes Éle Miragaya, eram»
feitos na egreja matriz, excepto quando em
seus tesumentoa dhpuibam <y contrario, ou
ersfl» irmios de alguma Ordes» por qfii»
n'este vtlimo easo costumavam sepultarias?
no cemitério d.'essa Ordem; assim foram^
muitos parocbianos de Miragaya sepultados,
nas egr^as 4m- Gierigos, de & Orlspim, S.
Francisco, etc., e mesmo além do Douro, na
egreja dos eapuobos, ou a&toninos: de. Vailn
de Pjedade-^<;o«i acompanhamento do paro^
càto 4e Miragaiifa, motivo porque duas vezes
(que nós saibamos) se travou pleito entre o
reitor da Sanita MaríDba, de VHla Nova dd
Qaya» e oabbade de^Miragaya, prevalesoen-'
do os direitos d'este, baseados em costume
antigo.
Por oceano do cerco, ou no anno de 1833;
por ser exiraordínario o numero d*obit06»
já em rasão das baixas proveaioitea dagner«<
ra, já por causa do cólera que se aleou na
cidade, foram os enterramentos leitos na
adro, desde março do dito anuo, até julbo
de 1834, e desde essa data, na cerca do con-
vento de S. João Novo; até que em 18&0 prin*
cipiaram (em fevereiro), a fazer-se no Prado»
do Repouso, ou nos cemitérios de certas Or«
dens» nomciadamente no clansiro da Graça»
Em épocas mais remotas também se eu-^
terravam os afogados no adro dito, do Es<*
pirito Santo, no cbão que fòi emprazado ao
capitão António José Borges, e onde este le«*
vantou o prédio, que tem na frente tim cha-
fariz publico, á entrada da rua de 6. Pedro»
junto á egreja parocbial^ destínando-se em
seguida novo local para aquelles enterra*
mentos, a norte da egreja matriz, •entre esta
e a capella do £spirito Santo, e para alii se
removeram as muitas ossadas que havia no
local, onde o capitão Borges fez a casa.
E não podemos averiguar, se aUi enterra*-
vam alem dos afogados, também os pobres
que falledam.no l)ospital do Espirito Santo
e quaesquer cadáveres mais.
Hoje os cadáveres dos parocbianos d'esta
freguezia, bem como de todas as outras da
cidade, são sepultados em qualquer dos dois^
18
m
magníficos c€iifti«rto»inttflláès— Repouso»
oa Agraimonte, e muito poucos nos oemite-
rios^éâ Lopá é Géâ6fott«, qttandò os falláci-
dDs pepteniMBi> á algum» âas^rèspeeti^ács IN
BUidhdem
E se o eâdsrer é'lmá^ á mSo^^parodho
sncA o aoompatitia» m^se elevado em earro
ftnerairlo é^costnmeio paroeho aeompanM-»
mas itido 'Sempre em coupé^ dadopelds dori-
OSKmmâoripçSo da ftegUBíM
Desde tenq^ immãmorlid, foi edia rregao*
tis de Ifiràga^m^ pouw populosa (Agõ8thlh<^
Rebello da Gosta, the éà ^H to|{bs, cem
It7d7 almas, e hoje deve ter eeràt de ÍAHO
hios com ce^ca de 4r:500 almns), é era li-
mitada pisto Douro, eáiçada^delfoBdM^é^
BandisirlDba, Fogueteiros, Virtudes, rua da
Via Sacra (hoje Cordoaria Velha, mas com«
pirebendendo só o lado dfrdto doestas ruas,
seguiudk) pela ordem por (pe as mencionei),
Eieadas do Caminho Moyo, bairro do F<Hme
Velho, rua da Munhota, até ás proximida-
dia do sitio onde, feita a 3.* ordem de nra-
Talhas, ficou o Postigo doa Bsnhoe.
.Quando esta 3.* ordem de muros seguiu
da>Pof tá da Ribeira até á Porta Nobre, e'd'a-
t<ii pélas Taipas e Olival, até á Porta de Car-
ros, as condições da estratégia militar nâ0
altenderam á circumserip^âo das diversas
parochias, e assim ficou «tUra-mitrw, éden-
tto' da Porta Nohre, o dito bairro do Perno
Velho e rua da Uúnhota,.eom algumas eaeás
que depois se levantaram sobre o muro
fevam ultimamente II), e Iodas estas easae
pertenceram á freguezia de Miragaia, nté qne
em i8y, por decreto de 3 de junho de 1839,
ae fez arredondamento paroehiai d'esta dda- '
de, que ainda vigora t, e por elle perdeu Mi-
ragaya, todas as casas qne tinha nUra-tnuros,
6' recebeu da freguesia de Santo Ildefonso,
a rua do Calvário, rua oceidenial do Campo
dos Martyres da Pátria, seguindo peto lado
1 O arrendondamento da cidade, foi or-
denado por decreto de 3 de junho de 1839,
mas a commissão nomeada só em 1841 con-
cluiu aqaelle trabalho, que foi confirmado
Sor decreto de 11 de dezembro do dito anno
é i8lf.
orleiml 4a Praieá do Doqiiè de Ré)i,flN
extremo da Travessa do Carregal, lado oHt
lai, e desceodo ^ítí pefia Praça de-Bttp
dé Beja e ma da Liberdade, ané ao slto4i
nttt ^ BaerdeMnha, tMe^ o que fiei ii
qoerdaé B da firegueaia de Gedefêíts, ni»
bea 0 convento de lií»nelilqu&*-niad»li
bre o IK)Qti9^ até entrar aa dli Restatn^
e teáfai esta desde alR (oo da nia,aindin
nome, aberta, da ftestaura^^ psraa mé
THunpho), até á rua éa Liberdade^ {li
eíyqtterlo^ doesta, suMndo), a Tua dd TM
phoj até á do Pcmíbai eítelusivê, eottpreèa
detido^Quartel militai e suM dependâoda
a rua do Rosaria, até á do Prtndpe-lli
vessa da rua do Rosario-*-Viefia ennè
Paço, e o lado esquerdo da travessa doâfj
regai (subihde), até à rua de GèdofeittJ
clusivé. I
Augmentou pois consideravelmente, J
aquelle arredondamento, esta parechivj
população e riqueza, per qae a partol
tem multas casas boas e famílias cooM
nas importantes. Basta notar-se quefitt-
cem a esta parte da freguezia, todos o^
dos quarenta maiores contribuântes dobe
ro Occidental, que este anno de 1873^»
beram a Miragaya; principiando peloscl»
tonio da Silva Monteiro, que é hoje talvai
homem mais rico do Porto — sendo pan^
meútar, qne as íhmilias d'esut parte àti
gnezía, aliás sinceramente religiosas e
morígeradas, raras vezes se vejam na
ja matriz, por lhes ficar esta muito
te, e na parte- mais baixa da parochia.
Quando em 1834, foram extinctâs as
den^ religiosas^ o abbade (RaymRmdo
Sá e Alves), pediu para matriz^ ao im
a egreja do convento dos Gracianos,
S. João Novo— templo vasto e muito
— e o imperador annuiu; mas aparte
de Hiragaya, tao tenazmente se opp^f
o abbade (bi obrigado a desistir do satt
penho ! . . .
Appellidos maia notáveis, de pefls^
6 familias d*esta fregruezia delOí^
gaya, em outras eras.
Bbquica, Pavella, Domingues; Anae^*^
liago, Baldaia, Manteigada, SaBdio,Ui^<^
lltft
Í9§
cio, Mmâo, Béliesa, Figtlrro, Pb^éd,ing(i«l*
t^ Pontes, Sobiliiho, Haya, Faritlhl^ Yaref^
to, ItorfKlho é Sslteilla.
Belativas á egreja de Miragaya e capella
do Bãpirtío Smto
A fl. 38 do Tombo da codfiràriâi, se aéha
0 testamento de IHntiel Peomandes Keves,
tèfWtragaya, escH|[>to por elle proprfo, nò
4àal defira sèi$ mil missas por sna alma,
além de oatras moitas por divei^s teir«
liii' 18419-1850, mandOii a confraria íiuer
4e novo o altar do Sentior Jèsns.
't!in f858-S9, mandou a eonfraria fazer 8
lantéi'nas dè prata eotn 9:128 oitatas de peso
a 125 réis e 40^000 réis de feitio cada uma
-^1:461'^000 réis, isto pelo cofre dô Làuspe-
rmn»^, ficando ainda n*esse anno de saldo no
60/^*-1.44e^3d3.
Em 1860-61; pelo mesmo cofre, mandou
1 confraria fazer 8 varas de prata, por a
luantia de 617)^040 réis.
«
Sm sessão de 18 de maio de 1760, se ele-
rou de 80 a 120 réis a esmola das 20 mis-
ias por alma dos irmãos e se determinou
|tte fossem ditas na egreja, no altar-mór ou
sm outro privilegiado.
No anno de 1761 se principiaram as obras
fa nova sãchristia e casa de despacho com
> legado de Pedro Gomes Sim5es, que, além
le instituir o Lausperenne, etc, dispoz que
í remanescente da sua fortuna fosse dividi-
lo em três partes eguaes, sendo uma para
\B ditas obras.
Em sessão de 17 de março de 1783, se
«solveu com urgência, reparar as paredes
la capella do Espirito Santo, que ameaça-
ram imminente desabamento sobre a nova
ttsebristia, pela sua antiguidade, grande de-
iUve do terreno e muita humidade do local.
Bin 0èMio de 27 dèdézembro de I78l^8tf
eotfcedeu lotear para os omàiíMAito» ealftinui
perfènceÂtes ádevo^ode S. Joãoevan^ti^
(ft^ até i feítutti da nova sactiristia se guando*
vam em càUtões e guarda-roupas na nme da
egtèja que foi Umada pelas obraSy^ como se
suscitassem questões é desaguisados Tories
éoffl a coiiQfft*aría, por causa dolooal para
alttimação das- ditas alfaias, a devoção ou
Irmandade de t. João Evangelista dirigiu
um requerimento ao ordinário da dbcesè^
pedlndo-ihè, como legitimo senhor Sesta
egreja (diziam) a graça de assígnar-lbes Io*
gar determinado para as suas alfaias, vlst4
que ò local em que as tinham- haicia wna
immensidaúe' de annos lOra tomado com as
obras da nova sãchristia e sala de sessões,
à qual petição o prelado deferiu, tendo ou*
vido o reverendo doutor provisor, que veio
ao local cértíficar-se. E sendo apresentado
aquelle requerimento e deferimento em ses*
são de 23 de agosto de 1787, a confraria obe«
deceu e cnmprtu.
Por uma bulia de 13 de novembro de
1606 o papa Clemente TIII uniu o aggrêgt^U
esta confraria de S. Pedro de Miragaya á de
Santa Maria Supra Uinervam em Roma,
concedendo- lhe, por este facto, todas as gra-
ças, indulgências e privilégios d'aquella.
O reposteiro bordado da porta principal
foi feito em 1790; deuse pelo risco 1211800
réis de feitio a Rosa Margarida de Sousa,
que o bordou, 721000 réis; por 20 «ovados
de panno azul 21/6ÔOréis; por panno ama-
rello e forros''33^625 réis; por lan de va*
rias cores, requife e retroz 28^355 réis;
além de varias contas menores, sendo o seu
custo total, 153^890 réis.
■~~ •
Ainda em 1785 os abbades recebiam por
anno, da confraria, de vários legados, réis
46i058O, e recebiam mais de diversos, de
pensões e legados por anno cerca de ISOIíOOO
emquanto que hoje (e ha muito) não recebem
da confraria um único real, e dos estranhos
apenas 4i9800 réis de Simão Duarte de Olivei-
ra, negociante da rua dos Clérigos, por uma
pensão ou foro a que é obrigada a casa onde
390
vWe^kataalmeateoreyaraiáoabbidMiobrgo
de S. Pedro n.* 14, e isto porqua falleeeado
em 1810 o abbade José Pacheco e Sousa» fi*
eou encomraeodado aresta egreja o reverea*
do António Pacheco da Silva eSonsa, irmão
do faliecido abbade, e empenhando-se para
goe esta abbadia lhe fosse dada, e não o
conseguindo, deu sumiço, segundo consta^ a
todas as escriptoras e testamentos queexis:
tíam DO archivo parochial, e que eram os
títulos d'aqueUas pensões e legados; mas fi^
eando na cidade por occasião do cerco em
id32 a 1833, foi preso e muito maltratado
por suspeitas de intelligencias com os si-
tiantes, passou duras privações na cadeia» é
obtendo soLtura depois de 1834, poucos an*
nos viveu, fallecendo ralado por privações e
enfermidades.
Fronteiro ao convento de Monchique, e
com entrada pela calçada d'este nome (n.*
8 a 10) era o hospício ou cas^ dos capdiães
do dito convento. CompuDha-se de uma ca-
sa de um andar e um pequeno quintal, o
que tudo foi absorvido pela casa que apro-
ximadamente em 1840 ali edificou António
Maximiano da Rocha Leão, casa que ainda
o mesmo possue e habita.
Hospital in£*lez
Ao nascente d'esta casa está o hospital
inglês, em uma casa e cerca que foram de
José Maria Rebello Valente.
Tem uma botica singela, algumas camas^
um pharmaceutico ioglez, um enfermeiro. e
um criado. Ò seu movimento é muito limi-
tado^ porque a colónia iogleza estabelecida
aresta cidade é rica, e dispensa bem a hos-
pital. Só alli costuma tratar-se algum úiari-
njieiro ínglez.
N'esta casa já esteve algum tempo o asy-
lo de mendicidade (só para homens.)
Os últimos estatutos da confraria foram
feitos em 1824, e approvados em deffinito-
no de 7 de março do dito anno.
Em sessão de .10 de março de 1801 o the-
soureiro do Lausperenne fez sciente á mesa
ma
da confraria, de que 0 esoivio da pm
ria» em nome do provedor da eomam
glá—até ao sabbaio próximo I... ttei m
de réis para o erário, por empmtkm^
mesa respeitosamente se. curvou e o»
entregar a dita somma!
Altar do SanííiMtmo— Este altar foil
em 1867 a 1868 por Zeferino José Piote,
talbador da casi^ real, e mertre das i
de talha da casa da Bolsa d'esta pnçi
Pprto^ artista de muito merecimento, li
no desenho como na execução reveloiJ
o seu talento e bom gosto.
Não é só um altar propriamente A
uma áUa-ara ou mesa do sacrifleioH
também o tabernáculo para o santo dli
levantado no meio de uma espécie à|
pella no oratório, de que faz parte o
oonstituindo um todo harmónico,
as regras da ordem compósita, no
renascença.
Este artista tem sido premiado
as exposições do Porto e Braga;*-tta
ris, em 1867, foi-Ihe conferida uma
honrosa e uma medalha de prata, em
de Tienna d' Áustria, em 1873, còi
diploma de mérito.
Praça do Peixe,— Ebíâ situada do
da rua Occidental do 'Jardim da
nos limites doesta parochia de Mi
occupa o chão denominado — os c^
por ter havido alli celleiros publidl
mais tarde se transformaram em
uma companhia de infantèria do
guarda real de policia doesta cidade (i
substituído pela guarda municipal) e (i
te quartel completamente devoraif
chammas, em 19 de março de 18^
do alU se achava também nmd
mento de cavallaria, da mesma poli4
recendo 7 pessoas e 15 cavallos.
Foi çollocada com solemnídade e
tencia da camará municipal, jiuuad'i
etc, a primeira pedra doesta praça
nhal do angulo truDcado (extremUi^
da fachada principal, em abril d» M
n*ella uma laiyína metallica, tendo f^
a inseripção seguinte, co^^)^sU pe^^
Mm
IfiR
28i
gno 6 Iiltdligaite <sartonrio paloagnplio
. eaman, o sr. Antenio Autino Pereira:—
)ÊOaríum hot Farum, pMieis expensiSy a
nittealensi Umkipio eonstUúhkm, ãnno
Mêsimo octogentnimo texoffésimo ntno,
arto lãus Aprilis, regnatúe Ludovico Pri*
»^ E tom esta lamina se ooUocaram tam*
IH altl exemplares das moedas de prata e
tro, d'este reifto, correntes n*aqàella dala;
lido presidente da eamara, ò sr. Francisco
[nto Bessa, deputado ás cortes, etc.
Celebi^u^^se a abertura on inaagaraçlo
i diu praça eom masica, bandeiras, fogo
tificial e extraordinário concurso de yísí*
tHes, no dia 8 de março de 1874.
Um espirituoso jornalista dontemporaneo,
liando d'esta praça do peixe, a denomi-
rti palácio do peixe, pois em verdade tem
npparenda de um bonito palacete, em*
lafito que a antiga praça do peixe, e que
Ift^a no local que medieia entre a faebada
faicipal da nova e a rua Occidental do Jar-
ID, -era a; eoisa mais immunda e maift hu-
iMequ^ imaginar-se possa, e o maior fó-
'de<iaíèeçao que bâvía na cidade. Hes-
[>: dentro do Jardim militas vezes se nSo
^diam supportav as suas pestiferu exbala-
gundo pavímeniô^ ou terreiro, á face 4aa «h
leiras ^as portas de entrada do corpo pHu*
Reduiia-se a um simples teibeíre, ou co-
rto, voltado para o nascente,"sem divisio
gmna, tom baneas de pinheiro, encrusta-
;8 de immundície, e uma duzia de camn^
lòBâs barracas de madeira' Toltàdas para o
iieiitè, eiktnlhadas com fressuras^ peixe sai*»
Ao.... d Hxo.
O novo pataeio do peixe é uma' ^rà mo-
anental, que reeommenda o Porto. Tem a
m\o voltada para o Jardim, e enMta pelo
leme com a rua dos Fogueteiros, em ler*
lio muito em declive, o que favorece os
goloft, e lona o chão que occnpavam mui*
a casas» que foram expropriadas,-da rua e
iv«ssa dos Fogueteiros. Pelo N. conina
tti a 'traveasa dos • Fogueteirea, epèlo S.
m o hospício dos expostos;
Tem qdàtro pavimenM o edifleio ^
n ao nivel iatua Ooeidental^do Isrdim,
nnando um'1indo terraço (ainda emeon-
mcdPio) lageado a granito^ tendei maio
te aíbpla escadaria, que desce 'para o ae-
cipal, tendo este terreiro ao nascente 14
compartimentos destinados para carne de
porco e peixe sáigado, e ficando estes com-
partimentos debaixo do terraço do primei-
ro pavimento, e divididos pela escadaria em
dois grupos de 7.
O eorpo principal tem; na*irente, ao cen-
tro, três grandes portas, €f uma em ^ada ex-
tremidade, com dose grandes Janelks que
occttpam oresumte da fachada,* e na face N.
dneo janélfas eguaes, e dezoito, também
eguaes, na íkce do poente.
Todo o vio d'e8te pavimento é coberto
com telha sobre armação de ferro e madei-
ra, formando 3 cumes sustentados por 16
eolUmnas de ferro, e decoram a firente d*e8-
te corpo as armas da cidade e 4 pyramides
de granito, primforosamente trabalhadas.
Naéoxtremidade do S. d*este pavimento
ha uáia larga escadaria de commanícaçiie
com o mercado das fressureiras, que fica
em plano muito maia baixo^ é tem H' com-
partimentos voltados ao nascente sobre um
lerreii^ descoberto^ e a melo d^te, eocoa-
tadoao muro de supporfo do j^vfiAento in«
feHor, um chafiuris com duaa bieaa.
Tem este mercado das firessuras 5^, de
comprimento a nascente,— 61«,30 a poente»
-^16«,80 ao 8nl,'^e 19", 10 ao norte. Total
em metros quadrados 107t>*208.-- £ o cor-
po principal tem de oemprimeAto ao naseeií-
toW» ^ao péenue 59,16;— ao sul lt<^,dO
-^ ao norte 90^,10. Votai em metros qia-
drados, 1871'%8(>.
Galculft-«e em porto^4e 190 comos de f^s
o custo lotatda abra, oomprefaendendo as
expropriações.
Bm 18tt ostObeleceu-so na rua i» Car-
regal (hoje praça do Duque de Bela^ fre-
gneida de Mlragaya) Hw* 38, o ceUegiO de
Nossa Senhora das Dores^ dirigido por loão
LniE ^mer< NIsUo se ensinavatportugveK,
fraucez, Inglei^ Hiesorica, phitosopliia, geo«
graphia e latint EsCeeollegio esteve prlmM«
ramento na rua'4o Oedofeiía.
- Cajwjfo <to 2Wfia# (i(i Giridoai^ (ho^
388
àm fiades wiKímmtli^A «»ftillft ou HKm
imtmeêé a caia n.* i da nu Ouáismià
é$ Janiiin da Cordoará.
Pr«eÍ8ani9Dle n^ parte qiu Sx e «Q^po
d'a4pieUa egreja é que êò,9^9m boje aa ca-
TaUãriQae da d^paakia Trãnupínies Por-
tuense ereada em i87k eom o capilai de 40
eontos, para se empregar no traB9p<»te de
OMneadonas eo quaeaqiier ol^ectoa» em car-
ros tirados por brâ od moares.
A diu ci^ella está prefajuda ba mfàíOf
nu e^oserva asperges iniacias. com ia (6c-
ma primiHira d'4im tempto cbrMt^ aíflg?^
10, e é am escândalo q^e, ppeamo i^t Dre^ta»
aliás muito . regni^i da egrej^y e siifaqD a
porta prioeipa}, se leia» em letras jnaiii8«%
tas— C«ontiNwAfa 4f Carros TrcmnpwríeM Pqrr
tmm^ -^^qflfi todo « Tàe ^da egre|a e9MÍa
eanpoe cbeio de bois e lopare^ e isfo. n?
ceatco d» cidade da Virgm ^
Se queriam dar á ^ej^ aqn^ dcutípo,
»odiAcMsem-Uie a Isfía e^rí^. pelo mr
ftO$.
Taii|« seta egircji^como toito omiôt q»e
pA9»iirMn aUi os tríops 4 bpj^ proprioM^
do rico oegectet^ « grpa^a .proprietArip o
SC* José €a»pi|r da (invh ' 4^ ^^^ eomPiri(M|i
ao sr AlsKWDdreilosé ^0P9ea.Kb)ftt«!li:Q, por
I:1QMD0Q niís, em «de aao»mrt)ra de 1^62.
JSsii^ «casa» A^^paUas tiveram ifffii^o
emimatamiiUe çapeUint^Xmai^ tarde isa*
chriaiiaD eom aiQvtoaçíp do^eiAor ie^m
d#.Câtarano fibvs^ porquAApiJmeifra eapel-
ta.do&Qlior. lesos de.Gabrarip <diu ^eppis
-Raivam Fe/i^o) eslavajie tenwe. qvte íoi
tomado pela egreja e convento das religíoseg
CaimeliM; e 4irmaDrta#^..fta devoçÍQ do
tenbor Iseos dpCalyaito.Noyo lhe addieiot
noa primeiramente um chão a eeMq» pi^ra
casa do sacristão, em 1694, por emprasa-
mento feito á caDiara« pet q«A «inAifii'aqiel-
la Aempo tudo em Yalta4a mi^ qap^Uíii^
ena Jbaldio m Iqgradovp çommmi; e a4^
rlmn ny^^tavAt» por empraasmento tam-
isem ieíto ÁfiãKMou em 21 de maio die iTtíã,
os r^prsft^iMaiitep da. capcHioba um peqmi
í».tíi$^ 9% Irante d'e])ar j>ava tovaiit«|siih
como levantarão^ Muajg^è, pmtiHr.aoê-
pellinha tão pequena, que mal podia conter
<tois jMUanv omM «d líâ iMp^iQSft4i^ajre-
niflrsiitii iO HAJBAflaaA temno JáLHíiss
corri4a p^los ftei%.
IMÂn taf de tomou a app eaq» a jnpn
de dos Cen^wúrqs (;Sirgywiros) adii
p#UJÍ» do Smriu^ lesus. eno am» à||
por ae^rdo com 4 or^em 4oa liWMi
SanMssimaTffiitdade, d^íxaçapj^tfluei
linb^ da Pat^ttia, onde se J^viam i]|tt|
desde o dia i.* de uovemtao de H^^
pois da soa restauração (a'essemmmi||
e fomumdo iupçâp i^m a imaapdadsM
gneiífos^ imf nçceb^aqn o habiio dmQj
ecom o habito o mesmo nome, pmío^I
dos.Trioee ^•c^Mi do Sen)w»r>mi4it
vario Noyp, ^ o papá Bento ZTf oid|
por ^fs» QUimo a lrçbíconftw»,iiii|
meUi^rps día^» t^nto.par^ a oidsm M
noa cfw^P^raa di^ cap(èl^ piois^
pqr eiqprafaipeiM^ W^ A eamanP»
jUlbo de P9fif Ibe addipicma^m, a
ift q^^pcepite vaiâos jdp^, <<pe {Com a
PMte d^,.9»tig^4ApeW|nba, ^najtMvp
prif pfij^d^e qi^ Me .ali pom^ o
filspni: 4a Grj«a. p os Trjppfi
mMo vm loQge; di^pjw^am da
pr#teiadiMii ali Jei «pt^ pp» viela
mfta t»eaptot»0n<os Ibo oppp^i;«B
visinbos firades, e tanto os p
OiU9tiomiA iCQm IJ1Í4AS ft pl^l9i»
varam par maiA pr^id^t^ ta^jm
dp tao incommpd^ v«inba«6a. £•
dePTae o eegniite:
Sm^ijts soHieitaram eobtifem
dee Apiopijioe de Valle de Pí^^id^
do governo e da camará mw|ii9i^
coBsunir^em nma empla ett^mem
§m A capffifldQ. Senhor J0m$ 4fi
Nono, lado JiçrAsw 9Q^ mgAds^ m
mupMpiQ; mas em i^i ia^^
fia Awam. um^ casa An9ia eiMviff
be^pieiiu qpp d, e<mi Uí<m
oaM».Qnd^ ee ae))»» moutidp o
Bspestosi e .apenas Jeyrawmi f^iHt
c»aa tiiaMVPaqn foaer vmw^s^Ãi»^-
zesse em commumwj^^ 4)im l^^i^Al
doCalrorjo. OmmWM^imf^^.
çentaiMies da eaiMdIa, ejrti^oMWVi^
iaielaiMiaa pe bpua i4wrliradi9P». dMNr
raifiP » pgdtí^timdí^fpequm99iM^
mm tom riUgmos qu^ mm, fi94mm^ ofi-
liatfr oof $fiífm áic>m9«;-r nuiftííNOi eoatrA'-
MM» .diAUoi e di^serjun ^empre^oa sicr
pMiioa, i!cipiwieDla4t09 4i oapelUnbt» a d^^
K>i« a» urinou, —que o jt^ãUHç^ it(k w»
iarpéu com que os frades qtêeriamUmf^Êr a
mi^ 6 doesta eoflKvicQão :imimA 00 fcades
sonsegair^m demorai «^^ par mifs (g^aleir
nutram e se esforçaram por aparar, a arga-
«iHa^a íSMiors <e aimofli daiaado a qnastao
IMi «^.ivibaMbaa, qae par ^peaea sa.pcamtiir
liavan pâki8.triiios .comia a(» Aradaf^*» por
raias:j)ãlosícade8 aonra ,os ttinas. Uoa^
imiros aa dírigifam ao gQvanu>v<»>dW9iatde
Hieoi' 08 irMoa alfiangada pnoYísaa oragia
[Mra loMaran pai Aama -m obras am prp-
iaaiD* ooaaagvHnna ob aoiooiMa (da. sr^U
Haiôa li aaur4f rairisãa oasaa^da aqivíla, «
amigando qoe oa %rm$ m» mas prosei
l«iasam «lonàM soaa obfaa* S iaio depais d^
teratem os 32riiaa apfoaefitl^o a-pbmu.da
laa vàaia ladiloio ioaiqiiafa <a 4a aaDioltiveiB
Telia a devida <panaMaaia, aUacaoda pi^am
B» afor iMSíHnaQta^aaidaKirve) iwa « xas •
tftiQampD da Cordoaria a mu «nítida Aiaaar
hâo/panan oida4i^ o jfaie Mbidopaloa fradsi^
iaaevoáiaa danmi ignara eami»a;tiiub(m« ra*
branda ip iiaaia Iih m^nhMi^ *a. laeái a
lap«ia^^aiaaprBidadaâi^ati0k^,^JBA^
MtQinMn oa anioainoa m^ oa^OMCrai ¥ar
readores se dliidisaaM^in^wilpi^iiittO.daf
tMiisiaqa ^ raaD6Biiia»ta> Ao» Irimoi aU^i ate.
M^4|Qa as iriaask pamisa vaimillvraa 4as
bades, nasoiveraaaidaiur ladaiotuuai tMham
iiai(40(rdoaoia:a4afaM9 ^sob9e.o Jirgiidftiiiit
rsDjal o vasio templo e o graoda^edfQeío.gM
iMfoaU Mn» a qm dn^vsbgga jSkftoiqa de
i»^»ltol;^dbnáMkkBdatol^lia a SMica^^a
MpiiUa da Gardoaria» jmo tuam^nsni loam
Miradas iM» Uia eedaranDoiaa aigiqna 4a
IM4i|iliaaaiii«n. J^iolmaDsoi aiaweUa, 4ea-
phMíTBa da mmuaa^ ■• rmi^mfh á oqntoria
la(Sa»ii0Siflio.daMingaya>loia aharai^ M»a
tfiipnaft tt'aiiira ptn^ par a(UWQ«éia;.dar
anp iaTandcíiraQi a.di)farias ao]|M»rae9iai|4Nir
MapoM».' 4inp|iainps.qM lan^i eratda
sgi^a^M ifiiMiS'P*tta>4Aiotead»taB>a(qpa
dialrè aiaapaUa mte da.air4».deMi8agaya)
fMWiiMíW.nwÉadfliM» ^.lMiadaa.<d^ gqa
agr^ c^tt4o omia amyplMt^^tflca^Ami-
isi^ep JQs^ Gogn^ tfoaiairoi an i8t^ par
iseoO^OOOr^Hi, q«andp já^ate^iKinm ioMl-
Mio Jia aqa iMV4 casa, pais daram comago
átiM^b»^ enviiapço da480âi ifida o ar
«Li lAoiaiklo da Sv José .« €aaura, pgal«d# dn
dteoaaa^ t)aaiar awagrando pompa ^ aolft-
mnidada .» j^rimeira pAdra* ;
S sp.aaaiai podaran os trioos laspírarii-
vranema aiivrsraaiísa d4.iiHxiqMnoda i«íai-
nbaoga d^s aAttaípos..
Ka Qfx^.JiRTjpo m^aarrip^ vpHa curio-
so» pa -arabiva da eieijI^aUal ordem >da Tgiii-
dada eom astA tílolp : iUm^ançtis 4m, Sk-
ifioria dm epaça^ que ide fMturo pc^m «ar!*
<ff«r far(i mattar;«?aflUiaçiafhM^o doi sufcas^as
*éPeM^ €(m§ppe{l§çjSia,e ãilestml ordem da Sq^
.Hm^erêrta nlest^ wMe por, titímQõQ án
««fMraaaf mdiem Texmm do poifUrnsh^S.
.tÁminnoá, intftuM^<Milíieia d&Jtãm Chm-
ní0,0m H dê im^.dê xiôdi, p^Q S^»Mf9im
< Jí^ Amfa XTfV ^Mí^ eo^f^firmoí^pelm
f.$iifi»fiiaa Pmiff^ Cimente Mhym jíTW,
.*e Pio, VI m XTãi. TQmoj-r-Pmoi àsm
rf4ai7ftL»
O i«Mor;Bio aaiigDWi^ata Iknpt maa dP
«aii cqfMjm sey^qaa.ÍQÍ failo^ Mpalp otfh
Aaa>prjMaiPÚidi)u par.l((9«iial Barbo;iaid!Anft-
jo; e d*ali extra«M d s^gotelf : fÁf^ i> eJNh
0irirtm»At9Í^»M ardeiP da^SawtfsainiaTriíi-
dadoiiairoia mf^ origçflHRiaerdam^iHlilar diiii
«svaUairos wi isaaiUaiiiwn pana^icpAinii-
^ilto^TairaSaMit oj^^ua^rstigàp aa^fii^dam
aio ni, (aamt afmsva da Cbrwiaa.»
a]i»dada!ôBisd^Hii^ Am G«g>tblros^foíeJn•
«ite Dt*aata afdada do JPpvtai; jm i76(^ pala
SnêmíifMiao^ Baoloi X/V^iaiiqadiafaqm-
4a á asMfMtao d^ i3»* Ordem damtaiea^ |>^
maainp Vopi^ab «m IK d^ abril da rnsmo
amic^ 4M ii'eisii ddada ibi^via aMo JlaqdMpt
<M iSffi, a aaa^Ha em M76/
, .IMarabi^)a()i^taiuiiid«da,^A«!Qtoairâ
qgaboMv^ Akei4 raiop, Df^ppis Aa fxppdidpL
AjbMU» da sua 0rais|^daiMroii«9:n)«f|p
tomBP Ba amaim d'pa(«d(f, j^r.entiK**
ços qMAgomawHi Alft ifBV fM QtMM^
MMt
% ATA D. Mkrl* I, eo&eeAètt o'8dtt reglo be-
IMpladto, em 1781*^ ènMCa&to foi soltici-
Uáa do Biesmtf Pontiflceé por elle expedida,
•Mtra boita, ereaado s Ordem 2.vaggregidã
aos* religiosos Trinos de Lláboa*«baUa pos-
terior áéa «reaçio d*esta archi-ooaffratMiíi-
dáde-^mas oomo aqueUa balia senão de-
morasse fias secretarias d*€sUdQ, eomo a ou-
-lira, 6 fosse também oom mais promptidSo o
régio benepladto, foi a Ordem 1* de Lisboa,
erecta em i757, o que iHo lira a primaaia á
do Porto.
O papa Benio XIV, para acabar os inter-
fiilDavèis pleitos, eotre es frades de ^í Do-
-mhigos e .o^ T^ceiros Domf nioos, a mstan-
das d*el-rei D/José I, extingaiu esta Ordem
6 creoa a dá Samissima Trindade, doando-
llie todos os bens, direitos; aeçQee o ebrtga-
5tOes da OiHlem extineta, exòeptôando oni-
èamente o materitU da oapelia, que linbatii
•ém S. Domingos— mas ineradiando-se^por
«isa oeeasião nma pequena parte da egreja
*àoê idades, pedkam estes a sna magestade
a egreja eontigna» que so aébaTa fechada, e
o rei, deferindo, os frades se apossaram 4'ella
<eom todo o que aiii bavia^ e* nãD mais a
largaram, apesar de serem demandadas péla
«lova. Ordem da Santiasima tVindade^ para
Hktíb reaiiiaire», eomo lhes campina, teéas
'» alfaias, <ète.,: exoeplb os. màteliaes, «omo
dizia èxplrássamenie a bulia.
' , • Oreada a Ordetn dsi Trindade, instalMHse
yiúk oaípdlsi! da BauAln, no dia de Todoè Oê
Sttttee» 1.* de novMobre^ de Í7S$ (dia ein que
leve lojpir o célebre e fdnestiiMiine terramolo
^e deeiruhi Lisbõi^, e nidsse mesmO'^ se
fechou a egpsja da Terceira Ordem 'èm&.
^Miinges^ lomande,^ cemodispmíba a bol-
fe^ o prelado da diocese^^posse dòs bens e ao-
'^es da extflM^ta Ordem, até-^ne baixasse o
f^gio benef^laeita, pa^a^timpriíÉenio ia bui-
la^ pois apenas so expediu om tiui^es avi-
ão Mgio n-aqtiella data, em eegnida i ree»^
'pção da l«ilia^ para ee feciar a Ovdem dos
Terceiros Dooltniêattoss e-eMio o térrsnioio
idesorganison ledos os sèpviçoe em Lisboa,
%6 em 17^1, baixou áqnéile beiaepiaeito re-
gÍo« Na Balatba eetebrdu esta Òrdeai dos
THbm, a^saa pirimei^ iésilvtdade» no dtade
â« PiBdroiaiM da Jm^o tto ^loattM.-
Gon8ervo«*se na Batalba^ aié tM, se
26 de novembro do dito anno, se traasM
pura o Campo da Cordoaria, por eoaoid
feito com os representantes da eapeUaésA
nhor Jesas 4o Gaitaria, na notado talnli
Luís Pinto Rosa, em e i.* da deaeobrsj
dito anno.
Da origem d'e8Caeapella do Galvaiifl^l
o mesmo livro o seguinte:
«Sm i709«ampraiaram áeaiMra,esM
domos da eonfiraria, ou devoção da eapd
doSeirfior Jesus do* Calvário Novo,lisúi
--deaomiaado«-Sealior Mus da fionçii-
um chio para reedificarem a honilde e ■
10 antiga •eapalliidia e lhe addidonare&in
alpendre, ou galtlé; aoèafam o eorpo4h«
pella em i7^ mas eoaitamacam as
até i737, ^mo se vé do iivro da
liojeao arehi^ d*esca oeiesUal Orden;
}á em 4784, foram inqoieMoa pelos i{
nhos aapuehasy que pveteadeAdo aprqpÉ
se da dita capeiiaia pedifamaeiHmR
y, maa ABo^imim atteadidae*
Rm Í7I7, iaetam os mordomos it«a
IHiria do Senáior Jesas 4o Calvário Moisa
sentoe de pedrsv em valta da capelliibMa
trás. obras, tudo àcosia^áaaoiiAraiiaiai
rosava uma Inasiipçie que maadann d*
em uma pedra :-f£stoo6ru^aaaMa<Misp
têô t tuêmim^ temmdm fasser á owttA
•Eih 1739 a i94% ae liMU.a emási»
dra eeeoollaeou oateactoistla,essei*
earam na eapeMa aa^mageaa (fua se tioln
mandada iterem vaito^da^-SenhoiM
fieido e Mortb. •
«De mH madb% os Gapoehoa inqniilia
os bmtflldes féprámltahtasâaeapeliiDhià
Galvarfo. Mnelpiaràm por minar a espl
pela^ parte 4a trai, por onde aosfinanii
a eerar drolles^ Os<&Biordomo» emèniMa
a obra, e eorMt pieito Judieial eomvisMl
«blenáo.' os mordomoi id'esta ves seaMV
ecftitra es#luleé,:ao^*4iiioa>mordofliiosfiP
aanjutarem nova tempestade- 4'eeifrM^
^ram nm paredioiaoipoiíiiat^e^riii^ft
escrivSo ii'^etaieauía, iesé^Nnlo Mit^
«LemUrou-ee tambem^^um* tal sr» MA
^406 9elo noaaa imo pMaa^46'bif ter w
f»ft&8 teneas ao Norte da ea^^íellhiha e^o
láâò da vleUa; eneosUda» ao muro io pas^
ado e kignddoro da diNi eapella, e ttímo oê
mordamos te oj^potosém, 4M)itaii pleito ]«•
(íHeial, taittbeiii cafiD veiteria, j^ofériíMlò^se
afinal sented^ pela qaal sejulgoa ser aqtiel*
le terreno do publico. Foi eéeH¥itf ii'eBU
tansa, Joàa Bodríl^o de Carvallk>.
•Effl 1784, tomaruD a j^áti" oseapnelios
a eapella a soa megestade a èr.* D. María^I,
ê depois de longos tral^alhos, teraif noiMipeii-
tfeneíapor transação feita; já entre eeta Or*
Sem eos * eapnelios nos termos da est^ptli-
Tá lavrada nas notas dò tatwHíio Litfz Pin-
to Rosa, em I de dezembro de 1785;
«Mas logo em 1789^ voltaram á carga os
iKma do» antoninos.
«Resolvera a Ordem n'aqoélle*aaBO aab-
stitalr o humilde campanário da antiga ca*»
pelU, por uma torre para os sinos, e apenas
principiaram a obra (|M)r de traz daeapella-
mór), logo 08 capuchos a embargaram. Cor-
reu pleito Judicial muito curioso, em que os
flrádes sdlegaram* eoisai^''do'aroo'da velha,
artó qèe em 1791, obtlvei^m sentença; man-
dando que se dettiolfMI a-tttlre, e se eon«
Mvvàesem os sinos no telho-eampatiario. E
àUida tffto satlsfeiíes es frades aggnmram
^)nk a Rela^, mas eérta oettfirfflou« sen-
tença. Bsiadeàiandá foi pela eorreiçiodo
ctteP^escrfvio, José da Silva Lima^E o em-
bargo íbi. feito peio guardião d^Skiito Aú»
Máo, de^ Yálledemediide.
«Em 1788, sairam os^lVfinos péta^priMei-
ira vee, oem a snaapparaldsa proeisâSò de
Iládii9,'d8 sua capeila do Gadvarto;
' «Os^ «apuèbes, - nhi désf^indo do. fiíeiito
de se apoderarem da^eapella dor Gttlvai^,
fembrarani-iie dè- pedir prlinêlmnente li-
eénça para taereiA -nm passadiçe 'qlie 'déese
paMafgem da suaenAirttaria ]^ra a ea)^âiia,
tfleganda motivos tie-4finoeebie9 e 'de ian-
ta piedide que« as pedras 'Beeommove-
yiàm; mas por itíaisf- qud Mesarám e redo-
lvaram'as éupirtieas e argftmentos, tfio eon«
segtfitun iMttbalr os moirdôiiios ta eapeKa,
jfM no paMdiçe-id viam um 'hmfé& im-
rodo, 4 friBpàtúiio 'ec^ ^wrnd» ^mu )wfM
«Vendo^qHètom ^pásbadíço^MIa êMse^
atss
gttimm, l€UriMraQhse de ouiro. eatratage-
nia. i)irigivain um requerimeBto ao dian-
oeller, e goveniador éa ddade^ José Rober-
to Vidai da Gama, peiiiido Ibes ooneedeasé
a eapella, para n^eHa poderem cmtfeasar; e
como o ebaneeller deferisse, dirigiraa-se
logo os frades eom bancos e eonlèssionarlos
para a eapella; mas, <fuaBdo tentavam en-
Irar, úcnd^ o eaptÚSo, $ a pcmíapéê tacu"
dft» mdo p»la jmrt$ fára (livro dito, fl* 67
V.) e assim' d'esta vez a confraria ainda pô-
de salvar a eapella. N2o desistindo os eapn-
<ftM>s do sen smtíê proposUoy dirífiranasna
pétíçio ao Desen^bargo do Paço; mas, man-
dando Sua )iagesude. oavir a confraria^
nada eensisguiram os religiosos antoninos.
Mio soldando por venddos, ainda duran-
te sete annos fizeram novas e repetidas pe-
tlç9ea a fina Magestade, sendo todas indefis-
iMas em vieta^das resposta» e informações
dadas primeiramente pela conllraria, ede-
pois por esta celestial ordem, na qual se tan-
diQ aqoella confraria; até que esta Ordem,
pseotvendo levantar ali um templo mui am-
plo e «m edtfieio vasto^ saWeitou provisio
r^lte, para adquirir im terrenos adjacentes,
de (pie^ neeeesifava^para âquelle fim, eto: IK
o proeurader da corda. Joio Pereira Ramas»
praderando osr mulie» requerimentos íbitos
pelo» eapucbos durante 7 anuos^'-^ aareá-
posus e fúlb«naç9es dadas por parte da
ooiifiratfa do Senborleeas do^ Galvarlo,.e de-
pois por eéta Ordem, eomo represeniania da
difa^eapella reepondeti^-que era jusie^ae fl-
aeese* a egrslá é. a« obra» coiaiiantefrdaipe-
Hçio, yor>f|a«i4o a^Mpella.era^ da Ordem, e
os aniigee^lMlêst Ho Benboriesus' do Cal-
vário eram os mesôaoa «inos-si^iplícmites
^e'tM êê fmáèt USo-fMèm úlnitoa pe-
4il*ai'4ó p^'4if9tío éê pètà^em Mapih
-^Fol eoaioettlda. a eotôcnçio da provisio
tfigia ao celebra eorregedor daeomareae
Ifsvemadoréa cidade;^ eie; eie^ D. Prancía-
túúé iíbneida, mas apenas aOrdem-piteol-
pien as obras, os capuebos, eomo fancos,
trataritt de^empeeel^ v fazendo qnestie» de
tudo» Bttbarganím o telh^ro ^ oal, «ilgf-
Mra-a vèBio^ da pidraqui» estava na tes-
tada^ âeu pfddiOi^eiarf e « qpuidoaeittata
«Maçando w tiabalbadonn, nhidr^m eerio
eoDfliDtO) e fizann oon qMtAftraprasanMh
M í^oao éa o livro p«r gqem) a 0ua niafea*
/éifiom «iiitío MimitftiiMa r^irfriuí obriu mi
^«tf josAouría « cofir$.Âa Rtdin^pi§SQ iog Ga?
ptwai;e ^/m a àiêaegriiasefmmwijd^mir
CBêioria pot iiacer n*^k|^€^e êUm mmki$
eçr^s, como a famMa (foa^omt,.JiD$pdt»
da> Sêmkora áaiêperas^a^^^ ée fiêdro Bor
àkmà Pêvek^ivsxí ViiUr en.Ballonioiile)-««
ia CoMf^oiiAift ioi VMkO» <M vMla da SnKr
na) <iutra defronta, e a,MpfUa^ios Bm Ho^
foiy á Praça Nooa^ comsmmtoê^ omtíHu.
iVaio o peqperitnentQ a inAurmar m
dbãomUsTy V^iga Mugvo, qiieipim Mtinftiper
ás iBBtftsoiaa de aea tio, o fr^ epair4 Satr*^
rnonto^ Fe^pondea^ ^rutf-^fV f»^ÃMf« « oMr^
^áo; pelo q.ae JtoUPB um aviía. régto n«»r
dando swtiar a« obi»», d ropAr lodo ni^iaot
tigttettadol
«Snspeiideraiii-M effeettnmnlftaaoit^iiiii;
maa ainda nao satisfeítoa oa fradM, liirteir
ram.nm reqaerineot» ae gowrAadw da ara*
la^o dú PoriQ, «xaggmoidQ o» ii|caii9#<
tásoiM qna ara^tavaip d^a B)aiii|jaefi,.q]|i9
paraaa obras tioba^la Qpdm «aCQDdcíaitia»
aib^gando iMtamramiwiia 4^ já mhí nallai
doA úifi^ww ímhani. miimio shomfmf^oif^
elaindo por rpedimv^ «m- nima aau e do pn^
biieo, (pa ae vaiidaaaa vf^vimv oa díma m^
tariaaa oarraaait oa :T«llad4a 9bM^ ao qioi^
o «awmudor dafteno» aii# anmMdp.»
daipaakia fl»«»Mea9daíoift priyal^PQia paW
jflúa doa orpluM^ a PMt« dfkidiwr qi^e aan
Ordem nào Untia oDdajrmwaiaiio m padra9i
•ajmitiaiiia Baapr^d^l
■ #Por imia atiocooa twiBiiiiMyifiai nata Or-
teaydBoinaadanieate pd^ priois^lãaQaldla
Nascimento e pelo benmorito^ jmio Ma*
omi dia Souaa SA^fiíiia, da Miraga^a^ piara
leraiNtaria» o iiiMdH<»iiiipas<(apeIa.gpi^
na, Aada eoiifi9gaíraiQ,:paff'45aiisa.4aa Míf-
nmtíiff^: dadaa fi^tí^w^Xt Vaigi^ Hagi^
aió qar a JSmUMmm Wmtai^ (diz o citada
«itoM vMiã inmM Q fnmtmmm ^wim
ém mnjifpa pmrkK w iQ«f a.PMaa>aan(B«rda$t
(d<aoawiifti«Mlo atfa ?wiimPii^air».4f
a^ íQmmr, g^Tanmdorda rabipo»»
aa .qfiajie Iba qjbfiari^a .qna^am^aadr^
aM^^AKf»,iiiaf qae a OM««a das^iaafm
dott. , •
«Bto XDargot.4s i80^ aa aoUocoaowm
de solemipdfida ia primeira po^ow^iaiMli
Offdam -am ps^pimo datsgs. capaHa da4)i
TarHi,4eoiDp«iihada pela Ârauiiidada4fiii|
maa. da Sanla CailiarJiML Dolaa Jiias daU
lam«ala, Fif^irea e BoQyardiai» kniiiidsi
4n^r da ^ntisaíma Triodadiv » djtajNii
^a ena pipilada de ai^il aom uma 'mek
pçao em â^Vrsa dw^adaf. Apenaa elMUfa
AO dífto Urgf^ do La^aaisl (bog* fc«V^
Trindade) o prelado Antox# da S* lojíi
CastnvteDiaa o laiven^ ecçUnaaiii*
PAd»4»
C/asa àoB onrás de IClra^aTa
i, dliUiita 4>meUa caaa,daa lbfaiiooi#
va 4^ oaaa i^ cwi% qua eu % aitíniir
deupia paropbífi Tem iM»e o a-* iAiÉV
4im laaio (to S. Padao. Ba mAtá^. p^ff
áMi nagfinktifl a naa MVMFiff^ sor as ali
em^u^Udfmm^ e «oma «s aM^ldiP AwI
of^cig^d^ a tomar oaaa da raid^jof vAr
dm da4kmi!iB.^amQ padmeiíw a'4M4|»
ji^4a >&K3|gNr\ « o f^^iPf «apiAib^q^jf
que titulo, lhes daaram >#QQP V^P4r4»
par^i4q4adaja9da.
Q ,ea)Mdp dava iKda 8a«pfe)M»tfeiiíi«
mez de io|lp# df^^cada amyp» aiH^ abMil
IIÍMÍI3HI) 6M J^a umb^miMm «n**
aJmvM da Re^enalat
Sc«a.4a9ft loi.aippm^vicam 9,im^
MWO ffíiía aMi^» Pivra. oa 4Mh^
jmgai^por pm M«(w4mi(adfHr^Sm^^
ía4eQlii«ii%r4ao4Higa«iaitfaí$kmt^^
j:}i^j,.i^t«ara«ia ;iava«uu9^ solii^ifkí
iDia^aemáfam aqiwUaajEvii^aíii mi.fl#
Âim^tik INífi Mfme4ada'#)^|rrM
JDfMft^ Al <ttiff^f»t Pi^ft flif MMíf
aaiBaiafalMdcLiMiKanáa randa íflíMnai^tflfr
41^800 réis de pensão, e pagando o Mt
£^. Qjubi 0xisl6 doa diiiicKiissiaos mul;
4w dft.Obina par» ^ oap^^ do EffpijrM^
Ss^^y^aUpp^^ p^Mrmwi^^ de q^ «e <»?; n^t
\^ fiffx dmr^aa iiw^(a,ri^s d^$ bfm» e ^•
CM^If^ (emi W^ CiUN^ ^ WPÍPPiUa bprc|«-
^ a QM4z» l^di^.i^ j^tQpiOfftertor ajuoia^
9^ de t^Qaaa* SfiDi^Mpa 4? C^^Çf^ff^^
ea/^ MDOj 1^0 .4U £yo% qua.a agr^a connoar
iqif^a a Çoncidifiiíp .dâ JKÍ998a Senbora-
Foi a 4íui ca8ttla*jnaQi4a(li^Kir4a.F^i
4i^,((;9oi mi» pawtf rqpre^^ntaod^ o 4Wr
^jmipto da trm erâ$siUTeiç^>j)Q]r p. B^^
{«m wi^b'^, mprai^a pa maAnomia,
nlfim fwgp^ A^ HiragaK^ ^ ppr.eU^,dat
4íh.iBp« o dUo paiPilli (49 w^ Q«ia iM^ Wk
«M^l^ e QofjTQs par^9»eiupa e,.air^ a^.al«
U|r 4a ^09#^ SanApra da > Co^iaeiçã^ .q00
li«iiivia .D*aa<a ogreja d^ S. Pedrp 4a Wra^
Sya« a)^F /w QQA ^ diu Di Bv ^a Mim
Fii^r^ wtitp^H nma i:ap4bHito!Í4f^ ^
fi^^fi^il» ^ «ua «i4a|f) oft aralúiiP da cQi4ra^.
ría^f^iio; aps Ift 4iaa d^ «»a^ 4e teti^^fi
4^ l(^m«o|j^4atabaUíSa..Ri9yd»Cmi
Aeiir9 fWtar poia a dita «mía» a)iá9 m^
^ egreiia^ m a«iiiidai(a«imçae 4pa4|»T
qpi^ pa4fpa4pai a pâpi ^n4<^.^ jvpta-df
fm^ «>erm»ii(a cojemitixfí) ar<f(f#fra99to d#
flMíaawio, Sa^r/H^^^,wii(0 .4^popiai^.9
«MP^cwapmie aa eaaacpegapAa diAa4a^i4?
«9» ,#.,a^tadaa a». n(90Af«»dad99 d'al^ie^
^iHT^í^; R^rqqq alte das swf.ripdaaii^
tiPidamjda ^aapsiia ^EapiâMn ^w í^iffi
àf^Mfm te>iwiM^ a a)^C¥J» 49 <s«^ i^ai
fMítf^^a fAi«» 49 4fiira«Ktiiai 0rw4i()fi^ 4ft
BMtV^mp diflgliW. ailiyaejr9.4<>a .alHM
W 4^ Hmm A^ntoqra 4(9^ Pra«^ S. 4(Á^
RiNtngaUiU e.Sw)H^r^a9i^ oi^iWta^ tAdoa
aiAA?' .^nmvim alo^na JtaadímmUQa pror
ppgar*^ i tAf/Aím ^dmif^jatradara .4aaXwi*
4p4 d9 jUanap^rapuer ao qnai ofiH^damaiir
l^.;dfire a pçQ^itíiada daa ama fioanfaa^
por^pi» aand^ ínatiMido eam quinze i«4
cin»adq% e oq^i^condiçàP à» ^^^attJMMIt
dp aquella «pfPBoai i^ m4ra da^ aata coMoaif
d^saialaa wi cajapod^ría a masa diapOr .d#
ezA^da^^ a bw da c^Iie a^-^i^J^»^
DKiUpiq^a <)í||«do inicial uUEapasaoaa^^
hm^ e;PPr.iaao. <y>m a a^^ead^iMa» a ^lím
(ri4ria,Mift{(ai(a ol^raaisQaaideiiayeia na efcar
ja. 9 faippra4p moi^aa aJ/aiaa da valar^ amr
dí^ jli^nellas (padoa bH^ . qa . aegpiataa :
9(il|la&d#.|íQO^IO(W|.'Mt**..r.
A ap9)iflaa 4p :bAn(H> IN^^iaiitil
lPqíí^9^Pi9^n^ • .,, » . 4.» * • ^ • • i .^t
i$ ac«j||)ft da díip bauíço^ • •, v^
4001000
Valor em alfaiaa de praU,^... i;3aW7(W
fA í^M)^ 4q^ $0fi^o ;$fr49. (i. mm. daa
p^iA4(qiyQ^iAaaMa4ftliúragaya ».p9r ym^xm
d(i, PQrMf.pâo.pf4a.aiia.ff)fQ9a ai;<h)t(9C)pwr
£&. nani hplliiJifl âctuae^inaa olhada Dela
> A 'GfWti*. 4§ Jíflif^^iSffUQt 4'ffl^^taT»
amaia aiaK>Wj|ia;rMk daitadp aa(»ao;Xyj,a
w^ .nnwitiTa..4^i0Pa^o h ^ Hmit^
9m^ tílfff^ A,iQapçl^,aAmíojr A fpndasap
4'/*|. ...
vi^H.dp,Ao(^ ,da «apeUa» (<V. íP V, e^aag,)
ar4qa^ lbi(a.fi9ai«A9»d9aiii9rf^fV)afi^qpp
^^9ílili9m^ attmffMrla<4«ta.eip .twpp «am
gpata jK^pMai^aat a^ttxa £ppaMFPMP ^
o
«Sifllâo iiaaiiioa eató ddUíco Inatínunei^
to .4aíCra«lMq ap) tuU^ Annpf Yíiraw ani
288
lOR
«ono oo aoBO 4o Rassimeiíto de Nosao Se-
idior Jesoi Glui^to, ét mil iquAtro centos e
fpiMrenu e três annofi, aos dennove dto éo
mes de Agosto, na ddade do Amio, na nu
da ReboUeyra, estando aby preiente Álvaro
Mas, Bseadeyro, eidadio YerMor na dita
ddade^ Jnis em ella pella Ofdenação em ab-
lenela dos Juizes ordinários^ que em ella ú»
prezentes, e eUe c» pfiftea^a de ndm Gon*
falle Annes DartíoziDlio, Taballiam geral e
expeelal de Nosso Senhor EfiRey na ditÂ^i-
dade e sen Bispado, e das testeoinnltts ^|ae
aa diante iSm eseriptas, pareserio Lais Af*
fODço, Mestre da Nan Gallega, e André Pires,
Pilloto, e Mo díspyzarro, e JòSo de F%neí«
ró, todos moradores em Miragaya, a Ral>alde
da dita eidade, em nome sen, e doe oairos
inòradores do dito Lugar, eomo proeiffado-
res do espital do Sancto E^prito qae está si*
toado no dito Logo de Miragaya: Aprezen-
tarão certas escriptnras publicas escríptas
em pergaminho, e diserao qoe pertenciam
ao dito Hospital, e sé temilo de sélhe per-
der por ágoa, on fogo, oa porontro cazo For-
mhido, e pediam ao dito jnis qae lhes man-
daçe dar o Trasiiado delias em pabliea for-
ma; As qoaes escríptoras logoahyftirSo
aprezentadas, homas* atras omras como ao
diante se segnem :
«Em Nome de Deos Amen. Siryblo os ^e
este Instròmento de doacio- tirem quê^no
attno da éra de ttiil e qoatro centos -e qaa-
renta e três annos, áos dezentodias doons
dè Abril da dita era, emadiu eidade do Por-
to, dentro das ponaadas e moradasde ca The-
rinoa AiTonço, raalher qne Iby de Pe^r Qar-
neyro mereador, e morador etn a ditacida-
.de : a dita ca Therfnaa AIImiço, qoe premen-
te estava; olhando em como ella heraihett'
da e dbrigada afezer abem, por lés almas^-
qúelies de hoorra (iiter, e entro sy por sd»
ta^ da soa ahna eRemonento de '«ens pe-
cados; éila de seu Moto propHo, sete eeMozi-
mento, nem promessa qtie lhe eeja lUto, néin
algom qoe sesja dado, nem ootorgado; nem
promeâdo ; se nio tamsomente por saMiçao
do qoe sozo dito he, êMa^elot bom corado,
m
e bondade* pêra serviço de Beos, opor
prír as obras de Mizirieordia, e piedadi; ^
Deos ama, emsigna, aqoelle, oa aqu^p
de sy bem oza, e segoe e Preseyto da sawa
Ley, todo seguem; qoe ella fazia Punfioíi'
sim Vailedoora pêra todo oaempre antrasi
vivos ao Hospital do Sancto Spirito Sia*
que se hora fazia ápár de Sam Pedroéel-
ragaya, qoe he á cerqoa da dita cMade,è
sua direy ta parte qoe ella ha ena orna ft^
digo ha em htmi monte qoe está no dito Li'
go; o qual ella ha com Margarida AflÉp
soa Irmia,e com Thereza Domingues ;■>
Iher qoe foy do Bêlliago; a soa Prima «a
JoSo Aflbnço dagrella, seu Irmio, moraMi
em a dita cidade ; o qual parte de Im
parte com herdade de Manlm Farii^
e da ootra com cazas qoe forim de liii
Dei^ido, e portanto comrua publica qs
Vai perante Sam Pedro, e Intesta eonirtó»!
minfao pêra á cordoaria do pár do
do Moro; éqoe lhe prazia, qoeria; e
gava que no dito Logair se llzeee
eloda ootra cooza que fose serviço dehf
e saudeitfe sua áhna; deHa e daquellai^t
delhe o dito seu qOlnham do dito motui-
cou a ella de direy to pertenseate, difià
díreyto peilehsa, e demetido disso têèri
dfreyto e Aoçâo actual e Real que ella isà
no dito monte onde agora se fazia óil»
RMpItal; e demetfa; dava, e dotava astti
Hospital por Mia alma; édaquellesM»
ella houvera; e ficará Regido; e maaM
a todos seus herdeyros qué depus ella Tn-
i«m qtte nao fatjio éentra eèta deaçioMi
parte delia, sob penna de-sua llien^,'sito
por tete quis esutorgou que d honrado M*
ter Prey ▼áiques Annés,*de sa» Denfai»
da dita eMade, qne^eta obra deite HosflM
couesed e^quer feneser, pèfá Iteer eaeátfí
por bem' fazer Pesea por sy ou po#4i6#
zer Thomar Posse ; propriedade^ e seoluiii
do dito hiente pêra ^to» Hospital, ptnf
ôoporoutrein, e feçionelle aqilillo (iii0«*'
mesotij e quer cumprir eaeabar por M-
taer; e porque b» oenza dd'eafid<##
pertence a imbrds evergoneados, e caftiil^
tes, e peHengrfnes, estrangeires,' de Ml*
Províncias, das qoaes, eoua» a dUa tiAt-
rtena AftmQo, mandou tunlm Wtêtímé
■A
W3à
diaote eacripto^ dar hnm Instromaalo emaift
aodito Prey V^^qiie» Aimes, Domor sobre-
dita que adiu obra, eo hospital qoer íène-^
fer e acabar ; Testemanhas que preaentea
lorio Joio Brás» da Ribeyra^ Al?aro Pires^
Selleyro, Àfifonco Pires BraQqiilador da moe*
dMla dita cidade, Gonçallo GooiçalYes, Genrro
da dita ea TberiDiia Affoiigo, moradores na
dita cidade^ aea Gil Vasqaes e Taballiam Ger
ral de £1 Rey» daatre ó Douro e Minbe qae
^este lostromenlo, e outorga doprezeatefiSp e
este lostroioento escrevy em que Fls meu
^go^ que tal he. * • > ete.
Seguemse no Tombo a 2.* Doação, feita
por Margarida Âffonço, mulber que foi de
YasGQ Fernandes Ferraz, e a 3.% feita na
mesma forma das antecedentes, por Floren-
ça Domingues, viuva de Gonçallo Annes
Belliago, feita, bem coçio aquella, a 6 de ju-
nbo de 1443, todas pelo mesmo tabelUào^
Cril Vasques, ao dito Dr. Fr. Vasques Annes,
de S. Dqmingos, para acabar a obra do Hos-
pital. __
A aAministraçâo do hospital de Santo Spri*
lo, que estava commettida aos juiies e ve-
readores da cidade, passou depois a estar
a .cargo dos mareantes, sendo esta resolução
tomada, em sessão de 25 de junho de 1454,
à qual assistiu .o abbade .de Miragaya, Af*
lonso Martins.
A administração do hospital, foi n*e8se
acto solemne entregue aos mareantes, João
da Maia, mestre da nau F^err^ra; ^or si e
por Lopo Nunes, mestre da nau Armadinha;
Salvador Annes, mestre da nau Nowa; Mar-
tim de Figueiró, mestre da nau Rosto For-
$noso; João Lobrinho e Nuno Annes, por si
e por João Farinha,, pilotos, e outros mes-
tres e marinheiros, uns e outros confrades
da confraria de Miragaya.
Na eleição dos provedores, seguíam-se
determinadas clausulas, não o podendo ser
senão os indivíduos que tivessem sido mor-
domos da confraria do Santíssimo, de Mira-
gaya, e os votantes, individues que tivessem
servido já de mordomos do hospital.
A importância que o hospital do Espirito
Santo alcançou logo apr>z a sua fundação»
lOB
989
d#a eausa a vario» liM^ e qaestisncalar^
entre os provedores d'elle, os abbades de
Miragaya, a Mtserieordia da cidade, e até
C091 o -cabido. Por oar Josos, traaserevemos
aljpms dos mais notáveis documentos, que
são em geral desoonliecidos, mas que exis-
tem iK» tombos da eapeUa, tombos que por
maravilha^ teefn escapado apesar das vicia»,
situdes que este estabeledmenco tem sof«
Árido.
Em 147...? susciton-se questão entre o pro-
vedQr do hospital e o abbade de Miragaya
sobre as offertas que eram levadas ao altar
e capella do hospital, e de eommum accor-
do foram (aos 21* de fevereiro do dito an«
no) ao paço ^episcopal Vasque Anões, ab«
bade da egre]ã.parochial de S. Pedro da
Miragaya, e os provedores e administra-
dores ^0 hospital, que então eram^ João da
Maia, João Dias Pigarro, André Pires e ou-
tros, todos mestres e pilotos^ e alli na preseo*
Ça tdo muito virhãoso e muito revenndo se-
«nhor bispo» D. João d*A2evedo> dos disere*
t tos Pedro Afitoso d*Aguiar, juiz, Fernão da
«Luz Bayão^ vereador, Diogo Martins, pro-
•curador, eyasco Luiz; cidadão» aocordaram
no seguinte: que o abbade houvesse todas
as offertas de pão, dinheiro e candeias dê
cera que no dito altar fossem postas, exee*
pto alguns drios grandes e candeias de roda
que ficariam para ornamento da capella e
altar, e que também o dito abbade houvesse
todos os frangos, gallinhas^ cordeiros e ou-
tras cousas eomesinhas que fossem offereci^
das, exceptuando os oarneires, que seníam
para os pobres do hospital. E que não have-
ria o abbade joía alguma de prata ou ouro
que ao dito altar fosse ofifereeida, ou por
qualquer pessoa dada; e que se algum de-
voto quizesse offerecer olhos ou coraçdes
dos que estivessem pendurados no altar,
por não hir comprar outros, o abbade pode-
ria receber o preço quando ndo excedesse a
quantia de 16 ou 20 réis, de cinco ceitis o
real, e mais não, e todo o excedente seria
lançado no cepo da capella para as obras do
altar e hospital; e que o abbade não teria
direito a qualquer outra cousa que ao drtò
hospital alguém offarecesse; e n*isto accor-
daram sob pena de pagar o que.resilisse de
m
im
ad attibpHmento dò êétiptiláAo-'^'^» prbVedd-
fé» do hospital ás còodás 6 jMaâ d'elle^ e o
Abbftde a» rdúdas e jóias àk egreja. E api^ro-
iMo que Ibf «ste contrato piflo senhor biip«o
6 offlcfáes presentes, Pèdtalvei^ de Landim
tftbeliíSo o escreveu e ass4giioti, è reeebeii
dis partes, com o éamfebo,-^fWnA!i^ fi^^f . ..
NB. Canãéade cmr,-^terii à sér— tela de
offerta, nas 3.misí>as particaiares.
A propósito das pretetiç5es da Mtserfcor-
éHk da cidade, oopiarei dò Tombo do Hos-
pital (foi. 408 Y.) o alvará seguíáte, com o
qual se terminaram, por entao^ as questões:
•Mb EhRey, fazemos saber a vós^ Btartim
Lopes de AzeYedo, Fidalgo de nossa Casa é
Contratador das obras, terças e rezidaos dji
Gototíiarqaa de Entre Douro e Minho que a
sós praz • qae o Hospital de Santo Spirito
di nossa efdftdé do Porto de qae téfm a ad*
Bffnistraçamos Pilotos, Mestres e Maréati-
te», é omròs homens bôos, este eòtfio está, e
senão bnia comelle, nem dl^ a dita admi-
Aistraçam á Mfserieordia, porqoanto nós lia-
remos por tyém de se com elle nao fozer ma-
dança algnma; e visto o Alvará qúe paçamos
á dita Confraria sobre os ditos Hospitaes, e
aiishtt outras razbens, qae nos pêra isso fo-
ram dadas. Feito em Lisboa a desaseis de
Mrlo, Gosme Rodrigues o fòs de mil e qni*
nhefttos e vinte e nm. Rei. Pêra o Contador
dos* Rezidaos de Entre Donro e Minho, qtle
nfim faça mudança afgttma com o Hospital
de Santo SpiritO da cidade do Porto, de que
a aáministraçam he de Mestres e Mareantes
e outras peçoas, e este assim como está, sem
sem se dar à Misericórdia. Pagou quarenta
reis.*
Das questões' com o vigário geral do bis-
pado existe testemunho ainda, no tombo do
hospital (£[. 60). É um alvará de Filippe II, o
eathoilco, mas que não deixava invadir os
direitos do padroado real.
A fl. 99 do dito Tombo se encontra a In-
stituição da capella (missas é suffragios) de
João Affonso, no hospital do Santo Espirito
de Miragapa-^em 4W5.
Alli se diz qae o dito João Affonso, mo*
rador que foi em Miragaya, doou ao hospi-
tal ou âlbèrgárfk do Espltico Sánlo,éH
outl^s mtiftas propriedades, nmá qhintaií^
nôtkrfnádá Afo Coto, na freguétía dè Sitti
IMtíenhi, téMio de Barèellôs, e o âisálft
Rio tíoVo é o Cumpo do Pofto, sitdS na Ai
fi^guena, o*()tie tudo faaVla comprado ate'
tro, por MOjKM l-éls a Gaspar Perfás éLit-
creda de Piguéirda, e declarou eite qtiett
aqtiella venda se annullasse (ÍI. 30, v.) tp
tf^azãú do dito ttetro que toãú o dl&o àiiàein
^qae por dte derão que se ha ãe toniar;^
«desfatendoçe a dita compra, ^e se ean*
'cprará dello vinte mil réis dè juro em afe
chum anno, de -fazenda Del Rey Nosso Ss-
cnhor e foro a Real a este Reyno ou de»
«tra qualquei* fisizenda, etc
Em i& de abril de 1408 loSo Dias PiíÉf-
ro, provedor dò hospital do Espirito SaUi
no logo de Mirâgaya, requereu ao juiz orft
nario, por certidão, a Verba do testamei
com que fallecera Gonçalo Gonçalves, fê
dddor do dito hospital, que tinha sido ta
dado c havia cidcoénta annos», disse efti0
requerimento, e na qual verba doána
hospital metade de umas casas. O juIzÉh-
riu, e o tabellilo, João do Porto, certífiai
que a dita verba era do theor segtiinte:
«Primeiramente mando que d*esta miiAi
casa que a metade d'ellas todas hajaafili
Breatis, minha sobrinha.— Mando que a«
tra araetade que a haja o Hospital do Satfi
Sprito, a quem d'ella faço pura doação pn
sempre,^ e mando aos regedores do dito bus*
pitai, que do que a dita casa render qneea
cada um anno façam dar pitança a todos»
pobres que alli estiverem.*
—Em 1459 doou o abbade de S. Peèn
de Mirâgaya, Affonso Martins, ao hospital di
Santo Sprito uma casa, que também Ibe li-
ra doada, com seu enxido em o dito loffoè
Mirâgaya, á Pedra Escorregadia, com a coa-
dição de n'eila viver um pobre sem papr
renda.
Em 1512, em audiência publica no pf
do concelho do Porto, sendo Juiz ordinariA
o muito honrado João Paes, e tabelliioJa*
dicial Pj3ro Gonçalves pareceu ahi João I^
i, meMe pi]»tô, monAw em lÊAgÊfà^
rovedor do hospiul do Siídtèt E^itílòi e
HiOii Lúpeé, vitttia dd JDtk)' Attnef^ uma-
éfn tavbêfDd em Ifí^&gafya^ e dtesè ly^Até*
ròtedòr efti nome do hds|iital, <|lMr elfe ti-
feia Qftiá ^(líira cliantoada tx^m ferçae^ á»
m últas, áUhatgá ikt sua tmcu juiOoa^
úfò âè 8. Pedro dó dito Id^, o que a diia
ideira totOÀva pane do adro, e ássôwibrtíwi
dito logo dó Santo Sprito; e qaeellaJBHa^
i8 fizera «ma dália na ilharga da suá casa,
nde lavava e lançava toda a agoa ifflinan-
ia que se Cazia na saa casa, e corria para o
ito adf o, o que era de multo feda* e SQji-
ade^ e que portanto requeria a elle juiz
joe maàdasse despontoar a videira e desas*
on)brar o adro e vedar a dita agua e a 50-
ídade da dita dalla. £ o jul« perguntou á
iita Briatis Lopes o que respondia a isto, e
lisse ella que emquanto à parreira era ver-
iade tel a á muito junto á sua casa, mas. que
mqaanto à dalla, só lançava n'ella agua lim-
ta da servidão ^a sua «asa, e nao safidaêes.
E <^ jai2, visto par eile todo^ diise e maik^
mL que a ^a Briatis desponUisse' a* dita
Idéira, 0 deiBocenpasse o adro por todo o
i^oxliofo mez de òufabro, sob pesa de 800
é\^ para a eiiade ecaptivos, è* que q«an-
0 à dalla, que a fossem ver 09 vedores da
idade, que era isso attrlbuiçao d^elles, e
iue elles }ul|:asseúi o easo como Ihespare-
»s9e«
B em cumprimento d'esta sentença, Ibí ú
redor Pêro Fernandes ver a dita dália e
Hsse, que se%t parectr e' detertninaf&d era
^ a dália se tirasse por respeito da sofidor
le que d'etla vinha e ia tèr sobre os finados,
) pòr ser adro de tanta serventia das pes-
soas que hiam para Santo Espirito 10 feder
le ckêirar fnuUo mal, de maneira que por
testes convenientes i muitos era com razoo
tque a dita dalla se tirasse d'ãlli, e que
ise a dita quizesse trazer augoa, e sujar
tem sua casa, que a fizesse lançar fora as-
isi como o fazem em outras casas. E com
tistô foram os autos conclusos ao dito Juiz
tque á Reverta das partes proferiu a sen-
itençoy que tal é a seguinte— Vista a xfedo-
ma de Pêro Fernandes vedor das obras,
amando a Briatis Lopes qUe tire a dalla da \
TÊSit
•MdMáOf 4õb perna át ã(» réis pa^a
tMadie éaptiv9eLA fiud setUençã fté^pet^
«md» TíibMaó puMeada á^ ditA Britíík
*tê^ em SU0 fe$SQf^ em* m áHo.logê 4$
<Hlr«|ayi^ e porHlo' nne foi dito qwe tai^
•HtfaiHa a Mtti sentença ^eoma n'Ma era
t€omi9ewd& UstémuÊnMs que para isto fo»*
^ràmpreêentêt Affamtodoê Bankos^ Mba^
id» êa IgrefU do dão togo de Miragaiya #
4P4drú Álvares, Clerifo àe missa^ morador^
«MH o dãb logo. Pagou 80 réán^
A i. 39- VI do éifo Tiinnbo:
«Mais M1ÍO8 João de Deut em cada o»
«anno, de renda ao dUo Hospital, mH réia^
«os qaaes maiidoa pagar por todas suaa
«Herdades, 0 Hw ham de dizer em oaéa «n
<anno sinco missas» em Santo espirito, por
«sua alma, a >rtnte réis por missa. *.t
«Hum eham de Immas oasas que esta»
«na ma daâmenia «910 leixou Joio Feman-
«des, da venda, ao Mo esprUal em que vjfva
«Maria Annes de Figueiró, de que paga em
«chda um antto ao dito esprital esmo e trin-
<ta ráis e moyo^i'
fim SêBsão de 9 4e Junho de 1809, resoU
Yèu a eonlhnia, fazer novas escadi^s para a
eápellfl do Espirito Santo e demolir a tonra
d'esta, por ser inutit e se achar em rniaas)
e substitttil-a por um simples ^mpanario
do lado onde estava a torre, que era o an-
gulo Sudoeste da capdta.
Resolveu também que se tratasse de pre-
parar noto adro (entre a capeHaeaegreJa)
para onde se removessem as muitas ossadas
que havia no local emprazado, e onde se
desse sepultura aos * afogados que appare^
cessem,^ »
Por um novo aecordo o capitão Borges^
fez à sua custa as novas .escadas, que são as
actuaes.
-*Bm sessão de 4 de setembro de 1802,
se resolveu que na reedifieação da capella,
ficasse esta mais curta; porque a antiga era
muito estreita, muito baixa e muito compri-
da, e mesmo para desaíirontar o adro e ca-
sas do Hospital.
-—Em defljútono de 2 de fevereiro de i82i
292
resolfua a eonCraría, empraz&r a3 eMM e
qainlal da aatiga albergaria, contíguas á^«
pella do Espirito Santo, por 90M00 réis 4s
íôro annnal (como omprason) e foi 41vidida
a agua em três pailes egaaes (alem da que
hia p»ra a casa onde estava a labríea de lou-
ça de Franeisco da Rocha Soares, por ven-
da feita em 37 de junho de i677| e eseriptn-
ra lavrada nas NoUs do Tabelliào, António
de Carvalho)-— uma para as casas e quintal
que no momento se emprazavan^' eduas
para o publico e sacbristia.
—Em um livro com ilfiS íelhasi perten-
cente ao Hospital do Espirito Santo e feito
em 16S7, pelo escrivão, João Alvares Oni-
marães, para se.carregar a despeza e receita,
a fL 5, se encontra um inventario das alfaias
pevteneente à fabrica do Hospital, e entre
elles o seguinte : uns órgãos— uma bulia de
indulgência^^ um livro deouito que serve
no eôro e que ehamam laquirion, ete^
Dos órgãos e da bulia, já não existe memo-
ria, mas o celebre Inqmion ainda faz parle
doarehivo. •
Ê ura livro impresso," a vermelho e {Nreto,
quasi todo de cantochão ; a musica é de ca-
racteres moveis, fundidos, e que parece ter
sido impresso em Coimbra, no século XVI.
(Em 1(32 já em Lisboa imprimia Germão Ga-
lhardo o Tratado de ocmto Uano de Mateo de
Aranda.) Olivro está ioíelizmenle mal trata^
do, e falta*lhe o rosto e o fim. A encaderna-
ção, de pergaminho, parece ser a primittiva.
A £1. 47 do dito livro, diz-se :
Ao pregador do sermão, 6(X) réis.
Ao padre João d*01iveira, de tanger o or^
gão todo o anno, 1#500 réis.
Por 2 alqueires e meio de cal a 30 réis^
75 réis.
Vestuário a 3 pobres, legado d*Alvaro
Pinto, 3^600 réis.
Isto no anno de 16K7.
Do díio livro (fl. 110, v.), consta que foi
a dita capella, completamente reedificada no
anno dê 1673, e que se dispendera com a
reedifieação n'esse aono e no seguinte, réis
295^660.
E do mesmo livro consta, que já em 1704
a 1705, estava a capella a desabar sobre ^a
egreja, e que foi mister despender em obras
1Q&
3OOM0O réis^ que «diantoao promete Dt-
mingoe Fernandes Jorge.
Gonsu ainda do dito livro, qoe o pnn»
dor do hospital^ arrematou em 1673^ na fi»
ça da cidade, por 6^000 réis, um enoiai
pinheiro que havia na cerca junto á egr^
e que ameaçava cahir sobre ella, e qoêis
mesmo anno vendera outros pinheiros^ p
havia no quintal* da capella, ao capitão íb'
npel Coelho Marinho, por 24MQ0 réis.
p provedor do hospital, Manoel Pintoi^ir*
dozo, morador na quinta tias Virtudes» mu-
dou fazer um tombo das propriedades e
mais pertenças do hospitaI(1740-17419,pff
provisão régia que solicitou e obteve em i
de abril de 1740, e foi juiz do tombo o t
Domingos â*Affonseca, juiz de fora dos6^
phãos na cidade do Porto; e escrivão, Ifarj
cos d'Affonseca Lemos, que estava por i
servindo de escrivão da conservaloria
burgueza.
Ha na capella seis pinturas maito amjii^
sobre madeira, eneaixilhadas em taliá
merecimento, vasáda e dourada, e \m
precisamente o topo da capella, represan-
do a do 'Oentro, que é a maior — a deseià*
Espirito Santo .sobre os apost<rios, e ais*
mediatamente superior^— a Ascen^ kk
sus Ghriflto.
Todos estes seis paiaeis estãírf>asta]iteft'
teriorados com os insultos do tempo, mii
em compensação nada soffreram ainda Ai
restauradores...
E apesar de que a capeilinha está em sí-
tio recôndito, e quasi todo o anno íeétak
(abre-se apenas para a festividade do Espi-
rito Santo e distribuição, por sorteio, de tia
esmolas de 3^000 réis, cada uma, porvis-
vas e orpbãos de Miragaya, em cumprioMi'
to de um antigo legado)— são aqueUflidi*
fumados painéis, conhecidos e admJnda
por distinetos amadores, e um inteUigeatte
rico titular de Lisboa, alH foi ha annosei-
tudal-os e fez propostas á confraria pan
lh'os ceder com a mesma talha em^vea^^
encaixilhados; ma? a confraria, deviduneB*
te prevenida, não «cceitou a proposta.
Um distincto lente de, pintura, qusoi.vii
e examinou, diz que vajem contos de
Mm
B.o8pital real da JGaerloordia
(Aáditamento)
Na secretaria e cartório da Santa Casa, ha
rande quantidade de painéis, representando
»s seas principaes bemfeitores, mas no edi-
icio do Hospital, vé-se apenas um grande
[oadro a óleo, na casa da acceitação^ por
«r este um dos logares mais aceessiveis ao
mblico. Representa nm homem já idoso,
ninistrando caldo a nm doente, que está no
eito; e no fando do dito quadro se lé ain-
lerípção seguinte :
A Meza d'esta Santa Casa, de 1840 a 1841,
handau tirar á suâ custa o retrato do Irmão
Tose Antofúo dos Santos para dar-lhe um tes-
emunho da sua gratidão, e excitar a poste-
^idade a imitar a extremada caridade, com
jrue etle tem curado por maisdeSO annos os
íoentes do hospital.
i
Durante mais de 30- annos consecutivos
como diz a inscripçao), frequentou aquelie
rirtuoso homem, o hospital da Misericórdia,
infundindo a todos a dedicação e caridade
»m que ajudava os enfermeiros, no trata-
nento dos doentes, pensando-lhes as feridas,
M>ncertando-lhe as camas, ministrando-ihes
IS dietas e eonfortando-os com a palavra e o
axemplo;— e isto muito espontânea, humil-
le e generosamente; levando-lhes muitas ve-
tes de sua casa, marmellada e caldos de gal*
linba, sem jamais se fatigar, nem afrouxar
dO seu santo zelo, e sendo tão modesto que
I muito custo se soube o seu nome e onde
morava.
Era este homem admirado e venerado por
todo o pessoal da casa, e a meza adminis-
tradora, em 1840 a 1841, para dar-lhe uma
prova do seu reconhecimento, mandou ti-
rar-lhe o retrato sem o consultar, e apenas
Eéito o retrato, o collocaram em uma das en-
fermarias que elie costumava visitar mais
repetidas vezes, imaginando preparar-lbe
^Qoa surpresa agradável ; mas tanto se me-
lindrou a modéstia d'aquelle santo homem,
que apenas defrontou com o seu retrato*<~
VOLUMB V
293
retircuse muito amtritíado, e não mais vof-
rott ao hospital I .. .
Este facto impressionou profundamente a
meza e todo o pessoal da casa, e aquelie re-
trato ó tido em tanta veneração como se fora
a imagem de um santo.
Mais homens notáveis d'esta
fireg^ezia
AtUonio Joaquim d'Olioeira NasdmenUh^
Nasceu em Miragaya a 7 de outubro de
180t. É filho de António do Nascimento e de
D. Maria Rosa, neto paterno do doutor em
leis, Manuel do Nascimento^ e que foi advo-
gado distincto nos auditórios da Relação.
Tomou ordens menores^ pelo que hoje
ainda é conhecido por o padre António^ e
foi provido na cadeira de professor régio de
Miragaya em 1829, exercendo este cargo até
1871, em que se jubilou. Aturou rapazes, e
sempre com l)Ofts informações, durante o lar-
go período de 42 annos. Além dos princípios
elementares da liogua, também ensinou a
tocar flauta, instrumento de sua particular
predilecção, e de que hoje ainda conserva
uns poucos de discípulos.
Por fallecimento de seu tio, o padre fr. Ma*
nuel do Nascimento JustíDíano, que foi ge-
rai dos Loyos, herdou d'elle differentes li-
vros raros, e entre elles as célebres e cele-
bradas Constituições do Porto, do bispo D.
Diogo de Sousa, impressas em 1496. (Veja-se
Diccionario Bibliogr., vol. I e IX.) D'estas
Constituições, de que apenas se conhece um
exemplar, existe uma copia, ua Biblíotheca
portuense, feita pelo bispo doesta diocese^ D.
João de Magalhães e Avellar.
Pelo exemplar que possue o sr. padre An-
tónio, oflereceu em tempos o sr. visconde
d' Azevedo 200^000 réis. Por estes e outros
livros offereceu agora o município, pelouro
da bibliotheca, 600 e tantos mil réis, che-
gando-se a ajustar a venda, mas como o co-
fre municipal, que não é muito dado a htte-
raturas» e menos a archeplogias, offerecesse
efiíectuar o pagamento em três prestações, o
proprietário do livro e dos outros, guardou
o seu thesouro, e a Bibliotheca deixou de
possuir este monumento bibliographico. Ea«
19
294
ím
Mft
tre os outros livros, também se eontara o
Tratado da Esphera, de Pedro Ifnnes.
O sr. Nascimento, possaia também mn pe-
queno mais valioso medalbeiro, qne em tem*
pos vendea ao sr. Bento Pereira Carmo, por
700#000 réis.
O sr. Nascimento é um philosopbo, impor-
tando-se poneo com as exterioridades mun-
danas. Vive retirado na sna casa, revendo-
8e nos seus livros, e n'outras velharias que
o rodeiam. Pôde dizer-se que vive do pas-
sado e com o passado.
António da Silva Monteiro naseen em Lor-
*
dello do Ouro; concelho do Porto, sendo fi-
lho de outro, negociante qne foi da praça do
Porto, e de D. Anna Narcisa Pereira Mon-
teiro, natnraes da mesma fregnezia. Partiu
em pequeno para o Rio de Janeiro, onde se
entregou á vida commercial : n'aquella ci-
dade casou cem D. Carolina JuIia Ferreira
Monteiro, nascida no Rio de Janeiro, filha
do negociante portuguez alli residente Ma-
nuel Ferreira Gomes e de D. Lauríana An-
gélica da Silva Ferreira, brasileira, ambos
fallecidos. Dotado de génio emprehendedor,
e bafejado pela fortuna, alcançou em bre-
ves annos grande cabedal.
Tendo porém saudades da pátria, regres-
sou ao Porto, depois de percorrer a Europa
em viagem de recreio, e' adquirindo terre-
nos, e um prédio |à em construcçao, na rua
da Restauração n.*** 180 a 190, aqui fixou a
sua residência, restaurando e ampliando a
antiga casa, tornando-a mesmo um domici-
lio principesco, sem que todavia abandonas-
se a vida commercial. No Rio de Janeiro,
rua das Violas, continua ainda o grandioso
estabelecimento de Monteiro dbCM é a pri-
meira casa de importação e exportação da
colónia, fornecedora do exercito, do ar^nal,
das companhias de caminhos de ferro, etc,
tendo grandes transacções com os estabele-
cimentos públicos e com os particulares. Du-
rante a guerra com o Paraguay a casa Mon-
teiro & C* foi quasi exclusivamente a for-
necedora do exercito brasileiro. Além da
casa no Rio de Janeiro, tem outra filial na
cidade de Santos, Brasil. O outro sócio d'es-
ta importante casa é um irmão do sr. Mon-
teiro.
Rio DOS poéemoê esquivar a Mw te
palavras da casa do sr. Monieiro, na mt
Resunraçio, que este senhor, á cosbè
quantiosas sommas, tem tomado taliai
mais luxuosa habitação da cidade. Pra»
dindo de descer a minúcias» (állareiíiia
do que nos occorrer.
Sala dê jantar. Paredes e tecto de
que moldado, fingindo carvalho, com ai»
nos próprios, tado trabalho mimoso da»
taveis estueadores de Affife.
A mobilia é toda rica, e rígaiasinai
baichellas.
Junto á casa de Jantar ha tim gabi
café, estylo chinez : tecto e paredes
ruados de cores vermelha e preta ;
no mesmo estylo ; lustres e cortinas
mente : esta salinha é um bijau de
eia e bom gosto.
Sala dê tisiías. Magnifica; o tapete
teiriço, de estylo Gebolin ; cadeiras cm
tofos de desenhos variados, naesmo
3 grandes candelabros, para 66 lui»^,
pentinas, jarras, duas das qoaas, de^
bronze, custaram três mil e tantos íaà
As decorações d'esta saia custam
proprietário pouco mais ou menos 13
tps de réis.
Antecedente a esta sala ha oatra de
ra, com mobilia de nogueira, alia
feita nas officinas da Agencia Coi
importante estabelecimento do stsu
rua de Cedofeita.
Bibliotheca. Esiylo antigo, grande
cadeiras, estantes de madeira preta eoa
batidos de massa de marfim, e nundado
do fazer em Paris. A livraria conata
palmente de livros de edições loxQOfli
alguns clássicos.
Capella. Mimosa e elegante, com o M
central, coberto por cúpula sustentadin
columnellos ; tem abundância de talha i»|
dema, e alfaias condignas.
Gabinetes diversos, distingoindo^ssal^
leite para senhoras, paredes forradas »•
tylo dito capitolino.
Cosinha espaçosa, e com um grandsl^
no centro, onde se pôde eosinliar beaâit
tade para cem pessoas.
295
t TodM as salai^ qiiaMM, «Madu^ ete.; á
«keep^ da csadiídiâ» «8o tapetadas.
* Cocheiras — Eéiieio isolado e formando
pmdant eoÊík oresto. As easas para eríados,
na parte superior, sio espaços» e boas. fia
lanoibem alli nm grande deposito de agua,
para ktVar, e até- inniindar, a eavallaríça.
As obras nlo estão completas ainda; o
jardim está por*ora apenas esboçado.
Tito (Ái^gusto DnarteJ de iVòron^a— nas-
4mi em Bemftea, termo de Lisboa, a i4 de
agosto de i834^ filho de José António Dnar-
fe de Noronha e de D. Marianna Camilla de
fforonha. Seos pães destinavam-o â vida
markima, porém por Mecidaenlo de sen tio,
o almirante António Manoel de Noronha (vis-
eende de Santa Graz) nao seguia esaà ear-
ieira. fentroa para o serviço daa Obras Pu-
Meas em 1856, e actoalmente é do qaadro
lefBl dos coBdttotores, e chefe da 4.* secção
éis Obras Pablioas do Porto^ dirigindo as
4a nova alfândega d'esta cidade.
Tem eotlaborado em diíTerentes períodi*
ees,^ especialmente lilterarios, desde Í85i.
fim' 1856 pnblfeoa os Ensaio» sobre a hi^o-
ria âa imprensa, que mereceram jostos re-
paros do aactor do Diccionario bibliographi'
«0. — AproveitandO'Se dalieção, absteve se
por largo período de apresentar a publico
cpiaesquer trabalhos sobre biblíograpbia, não
se esqneoenda porém de cultivar este ramo
de títteratnra. Em 1871 publicou então dois
lasciealod de Curiosidades Mbliograpkicas.
l->-0 Cancioneiro geral de Garcia de Re-
sende.
li-^^Ordenações do reino, edições do reino.
Este ullimo trabalho provocou discussão
na imprensa, o que deu motivo a nova pu-
)>fiícação, com o mesmo titulo, mas H*abalho
msàa amplo; é o %/* fasoiculo da Ârcheologèa
ariisUoa. Em 1874 publicou :
' A imprensa portugutza durainte o secu-
io XVI -^ promettendo ahi dar breve á es-
'tampa és iitmo^s da imprensa portugueza
diÊrante o século XVL Por estes trabalhas
aleançou o diploma de sócio correapondea-
ledo iõstítmo, e também ser proposto para
seeio da Academia Real das Seieneias de
idflboa. Tem pablicado mais;
I -* Gramttatiea de PemSo de Oliveira,
1* edtçao e(ttforme a de 1536, publicada
peio viscoãde d^Azeredo e Ato de Noronha.
—Porto. 1871.
li— Autos de António Prestes, 1* edição,
extrahída da de 1537— Porto. 1871.
III — Ditos da freyra, conforme a edição
quinkeiitista — Porto. 1872.
lY— Espelho de casados, 2.* edição con-
ferme a de 1540, publicada por Tito de No<>
roQlia e ^tonio Cabral — Porto. 1874.
Em todas estas reproduoções tem escri*
pto introduoçSes iliucldativas.
Encetou a publicação da Numismática-
portugueza, de que sahiram Já 3 fasciecdoe
(104 pag.). N'esta publicação tem sido coa-
djuvado pelo sr. José do Amaral, que ton fei-
to quasi todas as gravuras que adornam esta
poblicaçSo. Alem das obras mencionadas ha
a accrescentar:
I — Noites de inverno — Porto. 1867.
II — Memorias de um charuto — Porto.
III — Passeios e digressões— Porto. 1870.
São três livros de litteratura amena, e um .
pouco em estylo humorístico.
José Pereira da Gosta Cardoso, filho de
Manuel José Pereira da Gosta e de D. Ma-
ria Pereira Cardoso, morador na rua do Ro-
sário, n.*" Ii3, n*e8ta freguezia de Miragaya,
nasceu aos 6 de outubro de 1831, na fre-
guezia de Cedofeita doesta cidade. Cursou
na Academia Polytechniea durante os an-
nos de 1847 a 1849 as cadeiras do 1.» e 2.<»
anno de matbematica e a cadeira de physi-
ca, sendo classificado era cada uma doestas
cadeiras com o primeiro premio.
Em seguida matriculou-se nas faculdades
de philosophia e matbematica da Universi-
dade de Coimbra, concluindo em julho de
1855 o curso d*estas duas faculdades, na ul-
tima das quaes recebeu o grau de doutor
em julho de 1857, havendo sido contempla-
do durante todos os annos da formatura
com o primeiro premio, e sendo por ocea-
sião do doutoramento com informações das
mais distinctas que a faculdade de matbe-
matica tinha conferido até áquella épocha.
Nos &IS do anuo de 1855, e sen^ ape-
m
BM bMharel formado^ foi eoBYldada pela
íl^ealdade de mathematiea para exercer as
fiiaeções de ajudante do observatório astro-
nomico, cargo qne sempre desempenhoá
até ser nomeado substituto extraordinária
da mesma íacaldade em 3 de julho de i86i
e depois substituto ordinário em i2 de ju-
lho de 1866, tendo collaborado sempre du*
rante este período nas Ephemeride$ que são
publicadas pelo mesmo observatório.
No mesmo anno de 1865 foi nomeado
membro do instituto de Coimbra, e no an-
no seguinte foi eleito secretarío do mesmo
instituto e da classe das seiencias physico-
mathematicas.
Em 5 de fevereiro de i864 foi-lhe dada a
com missão, da regência de uma cadeira de
mathematiea, na Academia Polythecnica do
Porto, sendo definitivamente transferido pa-
ra este instituto em 14 de abril de 1869, a
requerimento do conselho escolar.
Foi nomeado commissario dos estudos do
districto do Porto e reitor do lyceu nacional
da mesma cidade em 30 de setembro de
1868,— -funcções que exerceu até 30 de
março de 1871, épocha em que foi demitti-
do, em virtude de uma enérgica representa-
ção que o conselho do lyceu, debaixo da
jtia presidência, e por iniciaiiva sua, diri-
giu ás cortes contra a reforma e organisa-
ção do ensino secundário, que então se de-
eretára, e que mais tarde a experiência de-
monstrou ser inconveniente.
Casou em primeiras núpcias a 5 de de-
zembro de 1862 coma sr.* D, Amélia Augusta
Cabral, filha do commendador António Jo-
sé Cabral, e doeste consorcio houve duas fi-
lhas, Amélia e Emilia, das quaes a primei-
ra é já fallecida; e em segundas núpcias
com sua cunhada D. Emilia Rosa Cabral, a
19 de agosto de 1868.
É um dos quarenta maiores contribuintes
do bairro occidental, — senhor de avultada
fortUDa, e pessoa de muita iliustração e mui-
to merecimento.
Judeus
No antigo Porto, houve também uma co-
lónia judaica, ou judearia. A sua synagoga
^era, poueo mais oa meoM^âiii o kMilfl
que depois se fundou a egrejao Gonvui^i
S. Bento da Yidoria, secando se d^ircli»
de de ama lapide commemorativa, exiatett
sobre aportaria:^
Lux fuerat sedes tenebraruuir est régia itè:
Expulsis tenebris sol Beniedictus imtí.
Este convento foi fundado em 1598: i»
da como recordação do t^Daplo judaico, q^
tem hoje sí% Escadas da Esnega^isfioín^
que principiam na rua de BeimoAte^el^
vam até o alto da Bateria dayictoria,flÉ
próximo d*aquelle em que se diz etiiúsu
synagoga, e que para ella davam senol
pelo monte do lado do Sul. Ha porâma»
tar, que a synagoga ficava intra-mnmÉ
cidade, e próximo da muralha neáMi
sendo de presumir que a povoação judÉj
se agglomerasse em tomo do seu teo^
Encostado porém á muralha, doeste 2^
e descendo pela encosta, até ao rioEMí
proximidades da capella do EspiritoAit
de Miragaya, existia o cemitério dos jÉl
e ahi próximo, mas passando o dito ú^
via, e ainda hoje ha, o sitio denomíHi
Monte dos judeus, hoje com casarias^ et*
bem as Escadas dos judeus, que dão ae»
so da praia para o citado monte.
Estas escadas, em lanços, são mangiittii
de casas, com suas bitesgas nos patsiniil
e parece terem constituído umapovoi^
Seria aqui, e próximo ao jcemiterio, quff
judeus se estabeleceriam, por se verem j|I^
tados pelas muralhas da cidade, não pod»
do dilatar para o oriente da sua syiugPP^
sua povoação?
É muito provável, por quanto a cidade t
feudada aos bispos^ era naturalmente potf
tolerante, em quanto o burgo de Mirag^
era habitado no geral por mareantes^ki'
mens de mar, habituados a viveiep c>*
gentes de varias crenças e costumes, eM
convivência resultava a tolerância para <i
os estrangeiros. .
Seja porém como fôr, é certo que eof'
ragava haveria povoação judaÃç^.H3t9#
o cemitério estava extramuros di ei4A
e os judeus, como. todos os fiç^voi do oMt
mm
HMtaiii grande respeita á» cinzas dos setts
Daiores, nlo se enojando de viver Jonio
Tellasl
Da eiisteneia do cemitério dos Jadeos exis-
;eBa camará inanicipal, mn documento (pelo
nenos), qtie o attesta, e qne transcrevemes
;»ara se d'elle não perder a memoria*
'4Gertlflco em como no Ârciíivo da dita
BStcelientísshna Gamara (do Porto),existe o
Eiivro de Cobrança de foros, e no n^smo se
acha o assento pedido por certidão no re-
laerf mento retro, do qnal o sen theor é o
Begnínte:—- ^na de Sam Pedro de Miragaya.
Vérbà nnmero dons mil e sessenta e oito.
Sasa nnmero vime e ires, ou porta da qnin-
ta» de Dona Anna Joaqnina Maia, Yinva de
ftntónio Máfia, paga de (bro dnzentos e qua-
renia téís;.— Esta propriedade juntamente
MOt os prédios contíguos para o sul, cons-
Mnt^*da3 cinco 'seguintes verbas, se acha
;ndo edificado na terra de um praso da Mu-
ridpàKdade, feito pela mesma a Gomes Pi-
!^ sobrinho de Maen Gerveira, e sua mu-
iier lisonor Banes, com meio maravidi de
toro (hoje o valor dos duzentos e quarenta
nAè) e terreno que se estendia pelo monte
Mima, a eonírontar com o Jazigo do» Judem,
lo Norte com a Calçada das Tirtndes, e do
iul com differentes prédios, em 22 de abril
le'i492. Li1n*o quarto de Pergaminhos iifo-
llns' (piarenta e cfuatro. Em 1863 de José Do-
Mângúes Simões. E outro sim certifico qne
1^ iiftmero da casa qne se achar no assento
rèuro^é' anterior à nova numeraçãe dos pré-
dios. O Tefer ido passa na verdade em íé ecc.
PArto e -Paços do Concelho 20 de outubro
M 1871; E eu António Augusto Alws de
Sousá Escrivão snbserevi e assigno etc.**->
Etffo certidão foi passada por motivo de
om rei|uerimemo dos hendefros de José 0o-
«áingues 8ttti8es.
' Para corro()orar a c^pfúião de que em Mi-
nlgaya hoave bairro Judaico, ha ainda a no-
tkr que- da certidão transcripia se trata de
itlb Gomes í Pires, sobrinho de Máen Ger-
iwira, qde pi^ovavelmente «ra homem notá-
vel, iMd qae «['uma transacção fefla pelp
sobrinho se lhe menciona o nome^ cooio
Mm
m
de pessoa sobejamente conhecida. Maen é
nome rabinico. Abstrahindo de outras pro*
vias, não padece duvida que aqui houvesse
povoação Judaica, porque não é provável que
um Judeu aforasse terrenos á camará, extra-
muros da cidade, e em 1452,. se perto d'el-
les não houvesse povoação dos da sua
raça.
A intolerância religiosa de D. Manuel, pti
dos seus conselheiros, produziu perém o l!i-
moso edicto de 1490, pelo qnal os judeus fo*
ram expulsos do reino, ou reduzidos ao
chrístianismo ; e a lei de 1507, do mesmo
rei, acabou com todos o privilégios ou dls-
tincçOes da raça Judaica^ a qual se confun-
diu com o resto da população. Apesar po-
rém de tão desvairados acontecimentos e de
tantos annos decorrerem Já, ainda permane-
ce como testemunho de existência da raça
proscripta, o Monte dos Judeus e as Escadas
dos mesmos. Vide no fim d*este artigo atu-
scripçõú judaica.
Npva da Alfandega
A nova alfandega, construkla ia praia de
Miragaya, reclamava uma «ommmniea^
fácil e condigna da grandiosidade do edÃâ-
cio; houve differentes alvitres, pensando-se
em communical>a p^ parte baixa da el^
dade, posta já em contacto fácil pela rua de
S. João ou de Ferreira Borges; e também se
pensou em abrir uma nova rua por detrae
de Monchique a entroncar na Restauração
(calçada de Monchique, rua de Sobre- o-Dqu-
ro). Prevaleceu porém o primeiro alvitre,
ádoptando-se o prejeeto, em verdade arro-
jado, e que se levou Já a seu termo.
A nova rua, parte da dos inglezes, e fa-
zendo uma curva defronte do antigo con-
vento de S. Francisco, corro depois um ali-
nhamento parallelo à alfandega, entroncan-
do oom a' raa marginal de Miragaya.
A construcção foi feita a expensa» do otrn-
nieipio, que já gastou com-ella dl8:M0il733
réis, a teâior parte absorvidos em expro-
priações. (Abril de i87tf).
Goma -abertura da nova rua desappare-.
ceu o bairro dós Banhos, um dos mais im-
ihundos da «idade; a Pcrta Nebre^ o pos-
tigo doe Banhos, a maior parto 4a i«a de
298
Mm
um
Cima do Moro e mn» parte da da Btín- 1
leira.
A ma eati ao.abrigo das eheiae e absor-
Toa enorme Tolame de terras» pela maior
parte extnJiidas do corte feito para o alar*
gamento da ma de Ferreira Borges
A porção coDâtraida pela oamara é des-
de a ma dos loglezes até am poaco adiante
da antiga Poru Nobre. Nâo está empedrada
ainda, havendo, porém, já em d^[Kisiio gran-
de porção de paralielipipedes (pedra de es-
teiOy de Ganellas).
Na parte direita da ma estão-se oonstrain-
do já novos prédios, sobordinados na facha-
da a om typo apresentado pela canuura*
Oonvento de Honòhi9.iie
Este convento de reiigiosoB da Ordem d?
Sw Francisco, e da invocação da Madre de
Dens» foi fandado em 1575 por D. Pedro da
Ganha e D. Beatriz de Vilhena.
Assenta a sua fabrica em termio des- '
figoal entre a mairgem do rio Dooro e a en-
costasobre que está engatada hoje a ma da
nestansação.
O aeeesse para o convento era pela cal»
9ada de Monchique, no fim da r«a da Ban-
deirinha.
Em tempo de Afostinko RebeUo da Gos-
ta» tinha 70 religiosas professas, muitas se-
ehkmss, e e nomero de serventes eioedia a
100.
Da ediiteação prímittiva existiam (em de^
lembro de 1974) una danstra e à eapelli-
nha do lado oriental do edifido.
A egr^a, apesar des seus arcos ogiinies,
é. de tíbtítA poslehoC.
A capellinha está hoje qnadi em tem, e
a agreja converteramna em sairalheiia.
Na cfamttra e capeUa eneentravam^se os
4iekbfea aaulejos moldados^ opulenta pro-
dtittçfte>da cerâmica do século XYI.
No feclio da capella (hoíi demolida) eu-
contrava*se um escftda de armas esquaili^
lado^tedb no 1. ^e 3i* «toartiBiB^ as armas do
flHidador (Gdutinh^s e Ganhas) é no %• e
4i« ae de soa eapoBat. Este mesmo eseudo
m CMOBlra ainda siritare o atoo Inleiior da
entrada, bem como soim a pwla da
egreja, e qne deita pvao paleo.
Dá-se a coincidência de na casa das h
reias, d'aqni bem perto, e qne perMM
aos Porto-Clarreros, sa encontrar n*aBi ia
escudos de armas, dois quartéis identiei
(Cominhos e Cunhas).
A porta da egreja que deita para o p
teo é de fórma circular, com seus iavora
e medalb5e8^ um em cada flanco, repra»
tando homem e mulher, talves^os fCÊà
doires.
Por cima da archivolta existe ainda ■
outro medalhão, com as armaa pontíficai
(as chaves postas em ai|»a, sobre
pela triplioe cor^a) e em volta a imà
pção--^am^ti/«? kUeranensiê ectímm.
Apesar da portaria aeeusar vetosto^p
rece ser a .sua cenairaoçáo peatmi
da egreja, o que manifestamente se m
nhece pela diversidade da arcbitecum^f
nao prima péla correcção do eatyla.
Ainda superiormente á portaria ené
dalhõea existe nis nicho envidraça a
frente, com uma Senhora da Goneeí^b
pedra. Na peanha tem a data de^tt^
£ imagem de devoção, e ainda ha
dias (am março de iB7^) uma webm, ^
conhecida^ trajando de preto^ ajoeflioia
bre as lagens do pateo e por lar(D penedil
entregou a devotas orações. Apesar éh
mais de 40 ânuos ter sido proteada a epi
ja^ e o edifieio ter passado por áímm
phasea, a Senhora da Conceição consorv»
se no seu nicho» e os devotos^ moraduM
eontento» e de fera mesmo, mo deixam
de afiumial^a. H<^ tfue o edttiGío ptt
sou a i^rq^iedade parttcidar, aindatanioê
das viezes um lampeão aUumia àenslaéi
devotos a veneranda da imagem.
N'est» convento viveo^ e fbi sepeitft
n'itina àm chaliras, a madrelMmdialP
Conceição, que «aorreu em lama de«#
dkde» Nasceu em i6%, em Fnmo delft-
da á Cinta, entrou para a reliiâio^ da êt
de de i4 aniros, e fiaioMU n*est4 comol
no dia i de^aMte^âei68e,pela»a]um
dá noitOi Contava, portanto» eaia,virip»iii#
poaa do SexâMfff noventa aimos ealgnmii
deedadCb
Mm
m
JXwBto Barreto Fiueiro esere^ea a Vida da
Uadre Leocaáia, obra oferecida a el-rei £>.
Pedro U
Ignoramos se se ebegoa a impritair» O
p^idre irei Franeisco de Aracoeli, religioso
jGeaneisca&o, pablieoa a Norma viva de reli-
(fifisas. Traiado histórico^ eio^y emque $e des-
erde a vida $ acções da serva de Deus, Ma-
dre Leocadia da Conceição, religiosa no re-
coleto convénio de MonclUqae-^lAfAiO^ 1708.
Hoderaameiíte publieoa-se a Vida^ mUa-
çres^ prophecias e visões da Madre Leocadia
da Conoetcão, por uma religiosa qw foi do
snesmo amo^n^o.— Porto, i870. No priací-
pio da obra diz a auctora que a eomeçoa
a escrever a 29 de julbo de 1686, isto ó,
ainda em vida da l^ograpbada.
. Pela extincção das ordens monásticas (oi
D. convénio de Monchique encorporado nos
bens da eorOa* Esteve aqui estabelecido o
arsenal militar ; depois, em 184^^47 n*elle
s$teve estabelejcida a fabrica de moeda do
Inverno, dito da jonta do Porto, e aqui se
cnoliaram os celebres patacos que ainda ho*
19 abandantemente apparecem no commer-
Qío. São os carimbados.
Esta espécie de moeda, e á» outras qnaes*
çpier mandadas canhar pela junta, íoi por
A^creto de 16 de maio de 1847 considerada
oonDO iilegal, ou moeda falsa.
Finda a keta civil, foram os patacos man*
lados recolher ao Governo CivU, para se*
rem legalisados pelo caarbnbo {Q. €. jP*--go-
vemo civil do Porto.)
Apresentaram-ae para receber carimbo
120:556 patacos^ dos qaaes se inutflisaram
1137. Sem carimbo ficaram apenas 678 pa-
tacos, visto qiiie o numero d^eHes feito pela
|«»la foVsegundo asinformacdes, de Stl:3i4
ÍBto é, 9M9fíW rôis^ que pesavam perto
As 7:200 kilogrsflimas^
No contento de Monchi(|ue lambem e«te^
v« estabeleoido o deposito 4o trena militar^
B: o da pólvora; e a repartigSo das obras da
ilfandega^ e anaazens de ferraneAtas ^ de
pozp)lana. Em a parta do ediflcâo qne «s-
um a ear09 do míaisterio da gneira 0ado
do epl^ sobro 0 grande rafeiítorio) ealan^uia
eiQblema beliico, pintado sobre madein^
com a seguinte legenda :
Vnita armorum virtus portios agitet
A parte do edificio que nao estava entregue
aos ministérios da guerra e obras publicas^
era. administrada pelo do reino, e pertencia
ao da faz^da. Estava arrendada, «bem como
as cercas, a differentes por bem pouco pre-
ço (menos, tudo, de 2001^000 réis) e nâo me-
recia mais, porque só uma parle da casa es»
tava habitada.
A egreja tinha muita obra de talha, parte
da qual foi para a nova egreja de S. Mame-
de de Infesta, para a de S. Pedro de Mirar
gaya» e ainda em 1874 um magnifico altar
foi cedido para o novo hospital de D. Pe-
dro V.
A cerca era em differentes planos, com-
municados entre si por escadarias. No re«-
cinto do edificio havia três tanques com seus
repuchos e bacias ; um na claustra peque*
na, que era a mais antiga, Junto á capelli-
nha ; outro na grande claustra, e outro no
espaçoso pateo da entrada, todo lageadc^
com 16,8'" de largo, por 44^7 de comprido.
Nas cercas havia ainda differentes cascatas^
com su^s figuras e azulejos^ o que tudo com
o correr dos annoa foi cabindo em ruinaa.
Parte das aguas que serviam e^tas fontes
e cascatas foi encanada para a nova alfan-
dega ; o resto foi vendido junto com os lo-
tes n."^ 1 e 2. O refeitório, ainda hoje bem
conservado, é magnifico. É todo de abbeba-
da, sustentado por columnas de granito, e
tem perto de 40 metros de comprido.
Por differentes veses foi este vasto edifi-
cio posto em praça, mas o preço por que
primitivamente o louvaram (128:000jt000 ra.
salvo erro) não desafiou a ganância dos ca-
pilalistaa. Em 1874 voltou novamente á prá^
ça, dividido em 6 lotea.
O lote n.* 2 foi arrematado por WiUiain
WawlLe; os outros voltaram de novo â pra-
^a» com abatimento da quinta parte, o fo-
ram Mxematados os n.^"* 1 e 5 por Clemente
Joaquim da Fonseca Guimarães Menezes e
Norberto José da Silva Coelho; e os D.*'.t e
3 por Benry Burnay. Posteriormente Nor*
doo
um
berto Coelho transferia a soa parte a (He-
meDte Menezes. Não rendea tudo 30 contos!
O convento confinava, do norte, com a ma
de Sobre-o-Douro, do Sal, com a de Hira-
gaya; de nascente, com a calçada de Mon-
chique, e do poente com os armazéns do
Saavedra.
Paredão das Virtudes
Na parte NE da fregaeria de Miragaya, e
qoasi no sea limite existe o Paredão da$
Virtudes, qne supporta o passeio assim cha-
mado. O paredão actaal tem, do lado do nor-
te, i7,40 metros, do sal, 8,00 metros» e de
comprido 92,50. O passeio que lhe fica sa*
perior, e deita para a roa dos Fogueteiros»
tem do lado do norte 20,90 e do sul 6,00,
isto é, uma superficie de 1.144 metros qua-
drados. É gradeado, assentando a grade so-
bre um soco de cantaria. Do lado.que deita
para o valle ha também uma grade, manda-
da fazer pelo município, para evitar os sui-
cídios. Effectivamente d'aqui se deitaram al-
guns loucos e desvairados assassinos de si
mesmos. O passeio das Virtudes é adornado
com algumas arvores, e d^elle se gosa es-
plendida vista, de rio até á barra e ainda se
alcança uma porção do Oceano, bem como
parte da baixa da cidade; e o Gandal, que é
um dos sitios mais bellos da margem esquer-
da do Douro.
O sitio onde hoje assenta o passeio e pa-
redão das Virtudes, no sopé do qual está a
fonte que lhe deu o nome, bem como a en^
costa até à ravina do ribeiro Frio, foi pri-
mitivamente terreno ermo e baldio, fora dos
muros da cidade, e entre ella e o burgo de
IGragaya. Os judeus, que tinham a soa si-
nagoga no sitio pouco mais ou menos em
qne hoje eátá assente a egreja da Victoria,
alii faziam os seus enterramentos, no monte
que por então se denominou Jazigo dos ju-
deus. Quando estes foram expulsos do reino.
Uns do século XV, ou posteriormente, ò
plató do monte Ibi alindado, constituindo
um passeio, agradável pela excellenda dos
seus horízoiites. Em 1788 construiu-se um
paredão, a instancias de Rodrigo António
d'Abreu Lima, inspector da taiartnha do
Doaro, administrador dos postos seeail
três províncias do norte, e juiz da ail
o qual, segundo diz Agostinho RebeDo,
pellíu o senado da camará a co&stmiri
obra. Succedea porém que a ediftc
foi a baixo, devmdo-se a reoonstnieçii|
paredão actaal ao grande e benemeiitoi
gistrado Francisco de Almada e
o homem que se aventurou a fazer do]
gothico uma cidade moderna» e qni^
não conseguia completamente, por
Ihido pela morte, abriu campo e
caminho a faturos emprehendedores.
Para que se não po^ca a memoria
benemérito portugúez, aqui arehivs
guns traços biographicos, como colu»
menagem á sua memoria.
Francisco d^Âlmada e Mendonça, qiMJ
commendador da ordem de Christo,
dalgo com exercício na casa real, doi
de sua magestade, e seu desembargai*^
paço, primeiro senhor donatário da
Ponte da Barca, primeiro alcaide- móri
rialva, corregedor e provedor da eotuoè]
Porto, presidente do cofre da mesmaéi^
intendente áà, marinha, presidente á^jiá]
administrativa da fazenda e^irseiial,
intendente da alfandega, do tabaco e sàk
rias, conservador do juico do sal, e das»
mendas, juiz do subsidio iitterario^ das ia
das, dos contrabandos, e dos proeesMi i
policia, inspector das obras publicas nas ir
províncias do norte, e juiz geral das conttà
do reino,— nasceu no concelho dos Oliva»
30 de fevereiro de 1757. Foram seus paesifli
d* Almada e Mello, tenente general dos ni
exércitos, etc, e de D. Anna Joaqaina de Li
castre. Francisco d' Almada veia ereança» <
cosopanhia de seu pae, para o Porto, e
collegio de S. Lourenço começoa os si
primeiros rudimentos. Passou depois a d
sar a universidade de Coimbra, onde um
capelio nas faculdades jurídicas» em 9
março de 1783. fim 29 de maio do aooo i
guinte foi nomeado corregedor e pwnà
da comarca do Porto, cargo qae exerces:
á sua morte. Casou, em 2d de dezeoiteo
1791, com D. Antónia Magdakna de Qi
droB e Souza, de queb» houve um âltM^ M
de Almada Qaadros deSoosa Lencaitre^ p
Mm
lelro barão de Tavarede (f80&), e depois
rhneiro conde do mesmo titulo (1848); e
ima filha, que casoa com o morgado da Ro-
iça. O actaai conde (4.*) de Tavarede, é bis*
leto de Francisco d'Almada.
Reiervando-nos para occasião mais ad-
iOada (art. Porto) para mencionar o mnito
ue a cidade deve ao sen corregedor, limi-
ir-no8-hemos por agora a mencionar que o
rande fnnccionaríò que por mais de vinte
limos administrou as rendas da cidade, e
[ae teve grande preponderância no animo
lo monarcha — morren pobre, sendo o sen
kmeral feito a expensas de alguns seus ami*
^08 e admiradores.
Francisco de Almada falleceu aos 18 de
igoato de 1804; o sen cadáver foi deposita-
lo na Gasa-Pia (hoje governo civil), e de là
raoisportado para a egreja da Santa CasC da
tiaericordia, de que íôra provedor desde
L794 até à data do seu fallecimento. Ahi se
he dea sepultura na capella-mór. O seu ca-
laver foi depois transportado para o cemi-
tério do Prado do Repouso, onde hoje se con-
serva^ próximo á entrada sul e defronte da
(^òrta da eapella, em campa rasa, com uma
lingela cabeceira erguida, na qual se lé a
tnscripçao seguinte:
FBANaSCO D*ALlliJDA
E MENDONÇA.
NASCEU
EM 30 DE FBVBREUO
DE 17tf7»
MORREU
EM 18 DE AGOSTO
DE 1804.
PARA AQUI
TRB8LADAD0 WM
1 DE DB£E1C«
BRO DE
1839
»
O estrangeiro qne entrar n» oemiierio,r e
deparar com aqueila pedra rectangular, a|n^
aaa resguardada por modesta grade, mal Jul-
gará que alli repensam as cinatas dohoDMm
a quem o Porto mais deve na epocha mp-
denuL
SdifLoips mai0 notáveis de Uiragaya
Os edificios mais notáveis que ha hoje
tfesta freguesia são a neta alHuidets, ò
MfR
301
tt>spital Real da Misericórdia, o èxtindo
cohvente da Madre de Deus de Monchique,
o palácio real, que foi dos Carrancas, na rua
do Triumpho, a praça (ou palácio) do pei-
xe, o palácio das Sereias, na Bandeirinha,
o palacete da sr.*D. Gamilla Ribeiro de
Faria, na rua do Rosário, o do sr. visconde
de Yillarhiho de S. Romão, na travessa do
Carregal, e a casa do rico negociante e ca-
pitalista o sr. António da Silva Monteiro na
ma da Restauração, hoje a casa mais luxuo-
sa do Porto, como já dissemos.
É ha na parte baixa da freguesia, bairro
de Miragaya propriamente dito, antiga CcUe
dos romanos, ao N. do Douro, casas dignas
de menção pela antiguidade que revelam,
taes sao a casa n.* 6, do largo de S. Pedro,
com o seu patim de cotumnas, carrancas e
lavores exóticos, e a casa dita da Fonte da
Colher (na ma de Miragaya, n.* 161) por e^^
to encostada a ella aqueila fonte.
Éwna casa velhíssima e bastante grande,
toda a desfazerse, e a esboroar-se, com as
paredes já fendidas e mal seguras com ga«
tos de ferro.
Nem se sabe quem ó o seu dono, porque
ha muitos annos foi abandonada por divi-
das, de que era faypotheca, á irmandade dos
clérigos, e esta a arrenda como pôde, es-
tando actualmente occupada por uma coUh
nia dé infdises, attrahidos pela barateza do
aluguel— -nada menos de 13 famílias.
Houve também na ma Arménia uma ea«
sa antiqdissima, que foi demoUda aproxi-
madamente em 1815, pelo capitSo António
José Borges, de quem falíamos, quando allí
mandou fazer os grandes armazéns (com os
n.<» 61 a 84) para vinhos e cereaes, no fun-
do do chão onde tinha a sua padaria.
De»ominava-se aqueila casa— o Paço*-^
dicia-se que n'ella viveu um dos bispos ar-
ménios, que vieram de Constantinopola com
o corpo de S. Pantaleao; e que, por fixarem
resideÍM^ n*esta ma, ella tomara o nome de
ma ioi Amémios ou Arménia.
Quando aqueila casa (bi demoUda, já esta-
va etll minas, mas ainda revelava tal 6a
^Cud traadesa pretérita; pois era toda forra-
úM a' ank|os exteriormente, e em ghmde
mft
stSá.
pMTte ioteriormente umbesi, e tiiiba sacii»
das 6 peitoria.
Foram também antiqnissimas as casas do
Forao Yelbo, raa da Mnnhota, proximida-
des da Foate da Rata e da Porta Nobre, de-
molidas ainda em i87i a i872;— a casa dos
Quras^ no largo de S. Pedro, n.*" i4;^a ca-
sa dos BancaSy no mesmo largo, n.'' i3,— «e
asdo hospital ou albergaria do Santo Spui-
to, evidentemente principiadas antes de
1443.
Revelam também ainda mnita antiguidade
a maior parte das casas da rua de Rio Frio,
(hoje rua de S. Pedro), ma da Atafonai ma
Aneira, viella da Baleia, rua Arménia» tra-
yessas da rua de Miragaya, ilha do Ferro^
rua dos Armazéns, Gidral de Baixo e Cidral
âa Cima, ma do Monte dos Jud9US, Escadas
do Monte dos Judeus, DDmeadameikte a ea*
sa que n'estas escadas temo n.*" 31» pois, na
padieira da porta de entrada se enooiitra a
inscripçao seguinte:
:ZS: DE: IVLHO: ISS8;
<45 de julho de lUiS,)
Fontes pmbUoM
Ha n'esta freguesia de Miragaya seis fon:
tes publkas. Mendonaremos em primeiro
logar a das Virtudes, pela sua antiguidade,
pois já d'esla fonte tomou o iieae uma das
portas das ultimas muralhas, que abriga^-
mm o Porto, desde a Porta de Cairos até i
úo Olival, e d*alli, pelas Taipas e porta das
Tirtudes, até á Porta Nobre.
Merece também o i^imeiro logar esta fon-
te pela sna imponenda arcUtectonica, pois
eomo xá escreveu Agostinho Rebetio da Cos*
la^ na sua curiosa Dncripção da JPofio (pag .
M):
«Compde-se esta fonte de om aliojlron-
tespicio adornado de antigas pyraarid»^. e
firmado em bancos de pedra ^neo nodeiai^
A copiosa apia que sabe d'«Ua por. duas
«arrancas gigantescas» lavradaa nsr mesma
pedra, enebeem um miimio o mai»! eantace^
«Ao asa kdo ealio dois prafuádos UAr
mmk
(pm, em qoe 4iariamepte lavam renpale
vinte a trinta lavadeiras.
f Em ama lamina de mármore v^muibe
tem gravados estes versos:
^Fons icaut Uhutri virtuíum n(mune atam:
tQui sUit^ has lymphas absque timcre b^
^Ante cavernoso de pumice degener ibat:
tOb^tabanl pigra limus et umbra mora,
*PMiea conspícuas expensa dwcU tn awi^
« Uique loco ftueret commodiore d^.dU.
*Inde viam stravU^ dejecUque ordine seên^
AGraiMam grátis maior ut esset oqmA
ANNO M-D CXIX
(1619)
Em linguagem vulgar dizem estes to»
SOS verfKís o seguinte:
Aq\d fine abundante a fonte dita das If
tudes: qu^ tiver sede já pôde, beber smh
ceUK
Estas cguas nasciam de uns penékm
vemosos^ e andavam por aqui perdOsi a
charcos immundos e sombriot, Â casHonm
nicipal as expoz, como vedes^ fazenásá^
magestosafabrica, «, para lhe dar nuaorrá
ce, abriu está estfada e fH êsltes aiKris
No afino de 1619.
Fica este chafaff t voltado ao sul, ao f»
do da calçada das Viitudefli, e junto áft
tremidade noroeste do pareálo de snpporti
do Passeio das Virtudes. Nao tem ainda kt-
je o Porto fonSe pnbliea mais appanIoA
pois mede a fabrica 11,"*(M( áe iai^o, e iV^
de altura, desde o bòiido do antigo \»
que. O corpo central, sobre que u»
ta a total 4o círcoio, ism de largol^^
até ao ponto ouliàinante da fadiada
Causa porém dd ver ufia obra deu*
preço Velnda ao abandono^ pois ha wlt
qie e pnblioo nSo faz uso da agna M
fonte, preferindo, por maior commodidii^
do próximo chafariz das Taipas; e MR
pór^tie à áo ciiarãriz dad VirtáM éip
sidionNnL S coaao .o sitio e^a bain^ha né
lo <pe o vão do u^({ue se.a^ sntiArii
lEU^i «tó 9$ bi(n».â'on4& aindar mm agua*
lae em. pequena qaamiâade» peias taeaMir^
amca$ gigafUâseas; lá se coDflerYam porém
inda^ em um plano um pouco inferior^ oi
kiis tanques da» landeif a$^ sugaentatdo
irogressivam€aftle o numero d*esta8 com o
leseavolvimeoto da cidade.
Depois dos das FontalnhaS) aao estes 09
avadooros pnblicos de mais movimeiíto que
ia hoje no Porto.
O chafiuriz das Virtudes termina em uma
tocçao de cirenloi interceptado pelas armas
reaes, com 5 <AÁga$ e 7 oastdlot; e anftrs
OStas armas e a ínscripçie, tem % «astettos
m BQeio relevo» divididos por otn náebo o»>
te esteve a imagem* d» Virgem» represen-
;ando com os ditos 4»steUos as armas da
sidade.
Eri aqueUa imaffim, A» pedra» e o povo
Dbe daya a invecaçlo det^^^SMi^ora dos Vir*'
. Vô-se também ainda Junto â nova alfan-
dega, encostada à casa n*« i61| da roa de
Uiragaya, a Fonte da Colher» mencionada
por Agostinho Rebello da Costa, a pag: 35;
óias, com as obras da noy^ alfojidega, ficou
inutilisada.
A fábrica d*esta fonte era humilde^ mas
ipuito antiga» e n'ella se vé ainda a inseri-
pçao seguinte em caracteres salientes, gra-
vados na pQdra e bem legíveis, apesar das
abreviaturas e de estarem alguns mettidos
áentro d*outros:
tjowcadosêía o SaMisíkno Sacramento ê a
puriisima Conceição da Virgem Nossa Se-
iihcra, concebida mn pecàado oríginát.
ÂãffM á'$$ia Foniéé^ámenXià âaSiAiiêt
Bsu ultima patte da insmipcão está dee»
Ucada da primeira^ em mn piano iafNlor» e
isanutteres muito âiffeMntes. Nao tem data»
nas com certeza é mais. receatei e dis^e
4U(S foi aUi< Mtndeda gmusr peia camará,
optando, em époeas ramcHa^os donos da ca*
aa em OQ|a firents sa aahaesia ioM^ qoize»
M» apropriara dWta.
30S
H»h(4etailibem^ encostado ao muro da
supporte da rua da nova alfandega, e vol«
tado para a travessa de S. Piedro e rua de
Mlfagaya^ um ehafaric com um tanque a
duas bicas, mandado laser pela camará mu«
aicipsl, Boanno de i9tíS, comp dii a laco»*
oiea iiittcripQâo,qiie tem o meio da laehadás
UTILIDAIHI PUBLICA
i nt nvlBRKtRO UB tóSS
Ha ainda outro chafariz oom um tanqve
o doas bicas, na rUa do Triumpbo, eneoou*
do 4 parede do quartel militar, dentre da
circumscripçao d'esta freguesia de Minh
gaya.
Bà eutro ateda na praga do Duque 4é
Beja (antiga nm do Paca) lado do nortoi.
Tmba só uma bica e um pequeno taoqua;
como ficaisa muito assoberbado eom o alv
toameaio da ma^ a camarão mandou veiar
com tuna porta de ferro, mesmo porque es*
ta agua era salobra.
Com as expropriaçQes que se fizeram pa-
ra a nova alfandega, demolindo^se as casas
ditas Hgundos cobertosy da rua de Miragayai
desde a Fonte da Colher até á casa n. • 190^
fleop a descoberto uma pe<piena bica do
agua potável, brotando da rocha^ no fOndo
das eeeaâas por onde se desee da fiandei*
rinha e palácio das Sereias para a alfande*
ga, ejuiito á (ostagao telegraphica* fi anilo
oancorrUa osía humilde ftmio.
■
Ha outm chafariz publico sobre o largo
do Si Pedro* jnnlo á egr^a de Miragaya, na
trmi» da casa que íoi mandada fazer pelo
capitão António losé Borges (como disse*
mos) na entrada da ma de & Pedro.
É um chaCarii singelo, com uma só bica
e» um pequeno tanque*
Ao«vo lambem n'e8ta freguezia, comp
dissemos, uma fonte antiquissina» dwomi*
nada-nEoite do Touro,-HBntre a rua Direi.'
14» oui rua de Ifiragaf a, e a rua de Trás, 09
rua Armeuijw ci» &^B(a da casa ipieboja
304
Ifltt
n'e8U ma tem os numeros 36 e 38, ou an-
tes 42 e 44.
Esta fonte foi absorvida pela casa onde
esteve ainda em 1872 a Intendência da Ma-
rinha, na rua de Miragaya, n.^" 23,— casa
que foi em 1874 expropriada e demolida
pela eamara municipal, para complemento
da rua da nova alfandega.
Houve também n'esta íjreguezia (até 1841)
intra muros, na rua da Porta Nobre, ou dos
Banhos, junto á celebre Munhota, a antiqois-
sima^Foií^tf da Bata.
Desappareceu com o Forno Velho, Porta
Nobre, rua de Sobre o Muro, etc., quando se
foz a roa da nova alfandega.
Ha ainda na rua Arménia outra fonte pu-
blica, denominada— i<Vm^e do Borçeê^-^por
estar na frente, e a meio dos grandes ar-
mazens que aUi mandou iázer o capitão
António José fiorges (n.** 62 a 84).
É uma fonte singelissimae de agnaaalo-
bra.
Alfandega
A alfandega do Porto, como estabeled-
mento do estado, foi creada no reinado
de D. Affonso UI, durante as luctas què es-
te monareha^teve com o bispo D. Pedro Af-
fonso ; até então os direitos dos géneros en-
trados e sabidos pela barra, pertenciam aos
bispos, que eram senhores do Porto e seu
burgo, por doação feita por D. Thereza, ao
bispo D. Hugo. D. Affonso Hl mandou con-
struir o almazem, onde poz juiz de sua no-
meação, para o despacho, sem andienefiã do
oifieiai do bispo, o que levou D. Pedro Af*
fonso, por estes e outros stippostos esbulhos
do seu senhorio, a renovar a excommunhão
imposta ao rei, e acolher-se á Castella.
Eqti 1406 D. João í e o bispo' do Poilo, D.
Gil, assignaram termo de coneofdata, pela
qual, entre outros direitos, o bispo cedeu o
da alfandega, mediante certas Indeikmisa-
çOes accofdadas entre eUes.
A alfandega Yelha (pUmitiva ?) que ^^
lencéra aos bispos, estava situada na rua áê
seuneme, na margem do rie, no silio da Re*
mm
boieira; a ma da Alfandega é hoje uma vfet-
la estreita e curta; que deita, pelo sul, pa<:
ra o largo do Terreiro (Ou Terreirhiho)
que defronta com o rio; e.do norte eottk
a rua éos Ingleses. O edifiéio ainda exISM
te, como pertença da alfandega, e tornoth
se notável pela sUa j^orfa fálêa. A tal por**
ta falsa é a que deita para a rua dos In-
glezes, e deu causa a dífferentes boatos, de
que nos abstemos de apreciar á veracidade^,
mas que certamente eram exaggerados. Até
se escreveu um poema^Or raios da alfaifí*
degat Questão de má lingoa. . .
O edificio é estreito e acanhado ; sobre as
svras duas portas conserva ainda a coite
aberta. Gom o andar dos tempos, reconhe^
ceu^se a insufficienefa do ediflcio, e predáé
foi procurar novo recinto.
Ainda em époòa mui próxima (D. Maria
I) o governo, entendendo que o edifido da
alfandega era pequeno, convidou a cea)|)fa^
nhia dos vinhos a despejar os armazéns di-
tos do Saavedra, e lá se estabeleceu. Foi uma
expropriação por utilidade aduaneira, seta
prévio processo, nem audiência das partes:
Quem perdeu porém foi a companhia
porquanto ao proprietário foi estipulada
renda avantajada (recebia ainda ha pouco
5.000^000 réis annuaes.)
Apesar porém da amplítade dos arma-
zéns do Sáavedrâ, e de outros annexos,"6
ainda do armazém dito das Freiras, que era
pertença do convento de Monchique e que
pela extincção das ofdens monásticas pas-
sou a ser pertença do estado, a alfandegn
estava dissiminadá por dífferentes partes^
inclusive pela alfandega velha> aonde ainda
hoje se arrecadam géneros. Reconhecia-sd
a urgência de contrair edifício próprio,
mas havia dilficuldade em obter logar am-
plo. Houve ató o alvitre de se construir a
nova edificação junto ao antigo edifício, sen-
do porém preciso arrazar as casas desde a
parte stdl da rua dos Ingtotes, occfdental 4a
de B. João, até aa rio, não isendo ainda tt-
sim o espaço grande»
O receio de eosmsas eiípropriáçSes obrh
gou porém a abandonar este alvitre, e álU*
ta de meMor tocai, *volt0U^se a attençlo pi»
ra a praia de Mfragáya, que iq^eBentaMí
Mm
305
rriâiívamente, longa snpsrBde, e oiiâ« as
expropriaçõefl, pda intigiiifloaBcia dos pre-
(Uos, prometHãm não 9et muito quantiosas.
Antes poróm de tratarmos da nova alfan-
dega, digam&s ainda aigamas palavras qne
Qceorrem a propósito d*este estâl)eleeimento
em tampos que já vlo longe.
Qoaes fossem os primitkros direitos qae
6 representante da coroa reeebia, nao o po-
demos averiguar. N& foral dado aoPorto^
por IX Manoel (10 de junho- de A5i7), no pa*
ragrapho Alfaniega^ dizae o seguinte :
«Item : De todas mercadorias^ e cousas,
que vierem polia Foz da dita Cidade) do Doy-'
ro de qualquer parte^ que seja, assi do Re
gno, como de fora delle, se pagará a Dizima
a Nós, e à Coroa de nossos. Regnos emteira-
naente, tirando estas cousas seguintes, a sa-
hdT : Madeira, Pez, Breu, Rezina, Vinho, Fel-
les Cabruas, ou Pescado seco trazido per
Mercadores, ou Pescados comprados de fora,
daa quaaes cousas pagavaip aa Igreja os
dez por milheiro como d^ ouUras no Ti-
tulo da Portagem decraradas.»
Era um imposto de 10 p. c ad valorem
para a coroa, e mais um addicional de 1 p.
€. para o bispo. O logar de desembarque ou
quadro da alfandega^ segundo o paragra-
pho Emtrada per riOy do mesmo foral,
era desde a «Praya da dita Cidade des da
Porta do Mar ou Postigo, athee o canto, que
«hamam Caza do Laranjo*.
O quadro é hoje pouco mais ou menos o
mesmo, e quasi todo dentro dos limites de
Hiragaya.
Dos direitos da alfandega pagavam*se, aos
-quartéis, os bons ordenados (segundo diz An-
.tonio d'01iveira Freire, Descripção corogra-
pMca de Portugal) e propinas às justiças do
Porto, compostas de chanceller, juiz da co-
xôa, dezembargadpres dos aggravos, (oito)
corregedores do crúa96 e eivei, dezembarga-
dores, extravagant»s (oito), com muitos es-
crivães, porteiros, *|)rocuradores, contado-
res, meirinhos, disi^^aidores, sollieitadores
^ guardas. É muito4e presumir que.oa di-
Irâtos reaés fossem absorvidos por esta ma-
pt^c^r^^ie dí^iii^i^4^.éopiQsen^béca,
O novo edificio foi construído, como fica
dito, na praia de Míragaya, junto ao rio, e
próximo da egreja parochial.
'A fazada principal, que olha para o rio,
dista da aresta do cães, 10 metros.
O edificio propriamente dito, foi levantado
na conjuncção do rio Frio com o Douro, do
que resultou alguma difiSculdade e custo
nos afícerces.
É dividido o ediâoio hm três corpos, com
fiO metros de extensão, havendo já do lado
Occidental um armazém aocessorío, que me-
de 384 metros quadrados^ e destinado a ma-
terias ioflammavèis. Na parte oriental ha a
construir outro armazém idêntico.
Os três corpos prineipaes, armazém da
direita, corpo central e armazém da esquer-
da, téem 53 metros de fundo, os armazéns, e
68 o corpo central.
Em cada um dos corpos lateraes, ha um
armazém subterrâneo, de abobada, susten-
tado por 72 pilares de cantaria, e que mede
2050 metros quadrados. Os corpos lateraes,
além dos subterrâneos, téem três pavimen-
tos, sendo os primeiros e segundos susten-
tados cada um por 98 colaumas de ferro: o
terceiro pavimento não tem colamnas, s^n-
do a cobertura sustentada por uma armação
de ferro, singela e elegante..
A superficie dos armazéns superiores é
igual á dos outros, acrescendo a dos ar-
mazéns de entrada, que mede cada um 410
metros quadrados.
A cobertura do armazém da direita é de
ferro zincado; mas reconhecendo- se que este
systema de cobertura mantinha a tempera-
tura alta, no corpo central e da esquerda,
empregou- se a telha vidrada, de grande di«
mensão (16 telhas apenas por metro quadra-
do).
As do corpo central foram fabricadas no
ebtabelecimento do sr. João do Rio Júnior,
proprietário da excellente fabrica, no Yalle
de Piedade.
As do armazém da esquerda, vieram de
Lisboa, e foram feitas na fabrica de louça
do sr. Alberto Çypríano Martins.
A armação .do corpo central, onde ha um
•vasto salão, por ora ainda por dividir, e que
Qocupa toda a largura da faxada, é de ma-
306
Mia
M^ QQpabrquQçiQ eBg«ib€i»f que loer^ce
$, p^a Yér-Be e «sfja4ar'ae. A eonstrac^
do edificio comoçou em isetembiio de i8S9,
íiQIE^-se gaato até boje» em (loe eetá preates
a coDcluir-s6, mai9 de l.iOO contos.
O deseoJbo primitivo, foi do 6QgeDbeiro
CouLaoa, e modificado e ampliado depois, em
conformidade com as necessidades e conve-
niências, pelos diíferentes engenheiros qoe
téem dirigido as obras.
O primeiro engenheiro encarregado d'et-
las, foi o fallecido sr, Francisco Mourão Pi^
nheiro, sendo então director o também fal-
lecido Josó Diogo Mousinho. Ao sr. Mourão
succedeu o ur. Faustino José de Victoria, qne
toj chefe das óhras^ até principio do anno
de i873, em que passou a e^^ercer as fuaic-
ções de director do districto, por ter áe\%z-
do de o ser o sr. João Joaquim de Mattos^
qSKd foi encarregado da constjruoção do ca-
minho de ferro do Minho.
Além dos individues mencjonadoa^ esti-
veram mais na alfandega, os engenheiros :
08 srs. Josó de Macedo Araújo Júnior, Alberto
Alvares Ribeiro e Torquato Alvares Ribeiro.
O actual chefe das obras, é o sr. Tito Au-
gusto Duarte de Noronha.
IPara o estabelecimento da alfandega fize-
ram-se largas expropriações, que cuetaram
quantiosas importâncias.
O extenso cães (a parte até hoje construi*
da, mede 400 metros aproximadamente), na
frente do edifício e sobre o Douro, tem de
altura sobre as aguas mínimas equinociaes,
iO metros ; é todo fundado sobre beton, bem
como os armazéns subterrâneos. O cães de-
verá ser prolongado ainda para os dois la-
dos, oriental e occidental.
O edificio não está completo ainda ; mas
tem sido occupado pela alfandega e suas re-
partífjfes, ápNpfMTi^ qoi» fle titom iilli«>to
08 differ^tae eorpoa, ou aad^ea d'eUas.
O andiír nebre de cori» Milral, não estt
ainda completo, nem oceapado^ bem oomo
o ultimo andar do armarem da esquerda.
Apeear, porém, da vaalidàcK do edificio^ a
alfandega continua aioda a oceopar o armirv
zem das Cheiras, eemi^sto de dois pavimen-
tos, medindo cada um 1040 melros quadra^
dos, Cste armazemi, que fica ao oceídenle da
alfandega (quasi iOO inetcos da fK>rta cent
trai), está eom, eUa ligado por um tramway.
Além d*este armazém, onde se recolhem
couros e algedao, ainda serve a casa valha
da alfândega, hoje casa da estiva» e a àm*
carga da ferro (áz^ae na Ribeira.
Na alfandega nova, existe para facilitar q
transporte das mercadorias, no primeiro pat
vtmento, interna e externamente, uma reéa
de caminhoa de ferro (tramvay), que meda
1900 metros.
Nos pavimentos superioras ha. também aâ»^
sente uma porção de rails, mas não é traba^
Ifto definitivo. A aaoenção e deseen^ das
mercadorias faz- se por meio de dois tabo-
leiros, ambos movidos a vapor (um d'elles
por um elevador hydrahUeo, construído na
fundição de Massarellos)) consta porém que
se projecta mover os taboleiros por um eie«-
vador do systema Armstrong.
Do rio para o cães, vão as m^cadoriaa
elevadas por dois guindastes a vapor da fár
brica de Inglaterra, Brow Brothers òl G.% a
alcance da haste é de9%20. Ha ainda no cães
outros dois guindastes movidos á mão, e que
prestam serviço mais moroso^ apesar de ser*
virem para cargas mais pesadas.
O movimento da alfandega, é hoje assaz
importante; para o demoaastrar basta apre-
sentar-se o resumo do do anne findo (1874).
Géneros
Algodão em fio e tecidos
ta em rama e tecidos
Linho em rama e tecidos —
Seda em rama e tecidos
Assucar
Bacalhau
Aduellas
Metaes em bruto
Tabacos
Diversos • . . •
IMPORTAÇÃO
Valores^
2.040:538^620
781:880^515
593:798^00
4»:S10ilieO
U60:00a^6Í0
562:2S0í;000
407:2i8jíSaO
724:829A
lfl:910ii
Dtreiios
587:687^65^^
324:021^610
60:965,«i05
74:185,^025
681:038^095
345:969i(i75
6:882^:
29:151^^
329:271^85
497:767il«56
fwi
• »•••••
i0.i81:888Mi5 t.896:941MÍA
MSI
Mm
309
Qenewi
EXK>qTACÀO
Caroe fi;esca ^ j(ur0p<Mr4da ,.,•••« ^ •••«• *.•
Cebolas ^
Cortiça
PraeUB
fiado Yaeoam
liâ em rama
Minério
Pelles e couros.
Vinho :
Diversos
Total do movimento aduaneiro :
Total
Valores
54:3911450
83:571 M60
135:252^100
9G9:170i^000
193:758,0000
72:644^000
48:001^500
7.803:73U100
454:654^510
9.860:107^080
Direitos
449^230
543^890
835(0720
1:352;í;51$
19:492 J»S09
1:937 10580
6í092O
48Oi0O15
21:113«16S
6:817«22S
53:028^760
Imporuçao 10.181:885^490
Exportação 9^60: 107^080
Tot^l 20.041:992^585
No mesmo periodo, o movimento da alfandega de Lisboa foi de
Importação 11:948:369,0000
Exportação 8.225:773í000
Total 20.174: 142 JiOOO
Isto é, apenas mais 132: 149^(920 réis do
que a alfandega do Porto.
A comparação d'esta3 cifras é testemunho
eloquente da importância da casa fiscal do
Norte.
É também verdade que esta importância
de valores exportados provem priaoôMilmen-
te do vinho dito do Douro, o qual coasti-
tue uma incontestável riqueza oaoioaal.
No anno a que nos referimos, a exportação
íbi d9 30.201.366 litros, pouco mais ou me-
.nos 56.557 pipas.
O numero de bois embarcados para ex-
portação foi, durante o referido anne de
12.995, e como é muito de presumir, tudo
gado escolhido e gordo. Os que nâo téem in-
teresse n*eáte ramo de commeroio, lamen-
tjttnn'o sempre que do açougue ttie Tem
carne ordinária e cara (o que sucoede bas-
tantes vezes), em quanto que os importado-
res do nosso gado se regalam com excellen-
tes roast-betfs.
O pessoal da altodega eompõe-sé hoje de
I Director.
SChelbs de serviçe.
1 Thesoureiro.
2 Verificadores.
p Primeiros offlciaes.
4 Priméitos verificadores.
10 Segundo offlciaes.
4 Segundos verificadores.
11 Terceiros offlciaes.
21 Aspirantes.
2 Fieis do thesoureiro.
1 Contínuo.
1 Porteiro.
6 Serventes.
4 Empregados addidos.
12 Empregados addidos, que eram do real
d'agua«
92 TotaL
Além d'estes ha mais a companhia braçal,
que é quasi um batalhão, composta de
1 Fiscal
. 5 Empregados de diversas cathegorias.
80 Praças.
25 Praças supplememares.
Ui Total.
Alóm d'este pessoa], hiiniais, a fisealisaçS»
e8ttna,eo con» auxiliar das atfandegMi»
303 Mm
Hospiolo dos expostos
Acha-se este hospício montado na )ma Oc-
cidental do jardim da Cordoaria, na circnms-
cripçao de Miragaya, e precisamente na casa
<n.* 5), qae foi hospieio dos frades antoni-
nos, de Yalle da Piedade, onde estere mui-
tos annos a roda.
Consignaremos pois aqui, o qae temos a
dizer com relação a este importante estabe-
lecimento.
Nas Ordifiaçõês do reino, Li v. !.•, tit. 88.»
% 10, se encontram excellentes disposições,
relativas á creação dos innoeentes havidos
de legitimo matrimonio, e em segoida já alli
se providenciou também com relação aos in-
felizes engeitados; e no tit. 73, § 4.* do mes-
mo Liv. l.«, se imp5e aos quadrilheiros a
obrigação de darem parte das mnlheres que
andando p7'enhes, se suspeite mal do parto,
não dando conta d*elle — ^medida que foi am-
pliada no % %.^ do Alvará de 18 de outubro
de 1806.
Apdsar d'estas providencias as exposições
augmentavam com a corrupção dos costu-
mes, o que determinou a Intendência da Po-
licia, a crear em Portugal as rodas, por uma
ordem dirigida a todos os provedores do
reino, com data de 10 de maio de 1783.
Por ser um documento interessante, e que
a maior parte dos leitores, com certesa ain-
da não viu, aqui o transcrevemos :
OBDBM DIRIGIDA A TODOS 03 PROVEDORES
PARA NAS SEDES DAS G0MARG4S
SE CONSTITUIR UMA CASA DE- RODA
€ Sendo o augmento da população um dos
objectos mais interessantes e próprios de
uma bem regulada policia, por consistirem
as forças e riquezas de um Estado, na mul-
tidão dos habitantes; se acha este tão esque-
cido n'este reino, que em algumas terras
d*elle se vêem inteiramente fechadas, e sem
gente uma grande parte das casas, sem ha-
ver quem as habite ; e sendo a origem, en-
tre outras, de uma tão sensível diminui^
os reiterados infanticídios que estão ;icoote-
Qjsndo todos os dias» e em todas as tenr^ em
que não ha rodas, ou berços para os engei-
tados, que, sendo expostos de noite ás por-
tas dos particulares» aquém faltam os meios
ou a vontade para os mandar crear, são sa-
crificados como innoeentes victimas, tantos
cidadãos que poderiam ser úteis ao Estado.
Faz-se pois indispensável o dar -se a este res-
peito aquellas providencias que forem op-
portunas para a conservação da vida de tan-
tos vassallos recem-nascidos estabelecendo
pelo modo mais faeil, rodas em que elles se-
jam expostos e creados á custa das comar-
cas 6 dos povos que lhes deram o ser ; e
isto até á idade de sete annos, em que elles,
já livres dos imminentes perigos» que até
este tempo os cercam, e, entrando em idade
capaz de algum trabalho, possam por meio
d*elle, ganhar o seu diário sustento e ves-
tuário ; para cujo eflfeito vossa mercê, logo
que esta receber, praticará o seguinte :
«Irá pessoalmente a todas as terras da sua
comarca, e em cada uma das villas, estabe-
lecerá uma casa em que haja um Jogar on-
se possam expor as creanças, sem que se co-
nheça quem as leva ; destinando uma pes-
soa, com o mesmo salário que se costuma
dar á das albergarias, para a toda a hora,
dia e noite, receber os engeitados que alli
se fôr expor; a qual será obrigada, logo que
entrar alguma creança, a dar parte ao ma-
gistrado da terra, seja juiz ordinário, ou de
fora, ou aquém seu logar servir, para este
a fazer logo baptisar, e mandar crear por
uma das amas, que deve já ter destinadas e
promptas para este effeíto, pelo preço com-
mummente na terra estabelecido, o que tudo
será satisfeito pelos rendimentos applicados
nas camarás para similhante fim, ou pelo ca-
beção das Sisas, n'aquellas terras d'onde não
houver aqaelles rendimentos; e para o que
vossa mercê, quando tomar as contas dos
concelhos, as tomará também de todas as
despezas que se fizerem com as creações dos
engeitados, até á edade de sete annos; fin-
dos osquaes, se irão distribuindo pelas her-
dades, quintas e fazendas das circumsvisi-
nhanças, observando n*esta parte o mesmo
regimento que se pratica com os orphãos;
procederá a prisão contra os juizes ordiná-
rios, que no tempo que servirem deixarem
um
um
30^
4e satisfftier ás obrígaçSw qae por esta fór*
ma ities sSo impMfas; e intimará aosJoiEes
de fóra que, oaso não eumpram o que até
aqui vae ordenado, lhes bÍo mandarei pas*»
sar certidão de resideneia, antes farei pre-
sente a sna magestade, o poneo idlo com qne
se empregaram no real serviço.
«Passará vossa mereé revista geral a to-
dos 08 engeitados, e em todas as vezes qne
fôr em correição, para averiguar se são bem
tratados, on se tem morrido por omissão, on
descaído das pessoas encarregadas da sna
creação.
«No fim de cada anno, vossa mercê envia-
rá á secretaria doesta Intendência, nm map-
pa dos engeitados qne se exposeram em cada
orna das terras da sna comarca; dos qne
morreram e dos qne existem vivos, decla-
rando se os jnizes de fóra e ordinários cum-
prem com zelo o que lhes é encarregado a
respeito da sna creação. B para qne não
aconteça o concorrerem todos os expostos a
uma só terra, por ignorarem os povos qne
esta ordem é genérica por todo o reino :
voésa mercê mandará pôr editaes nas terras
de sna comarca em qne declare aqnellas em
qne ha casa de expostos, e o nome das mal
e sitios onde ellas são situadas, para qne
eada nm se dirija á casa, que lhe ficar mais
visinha, e se evite o incommodo de serem
levados os expostos de nm a outro terreno,
como até agora se praticava. Vossa mercê
mandará aos jnizes e offlciaes das vintenas
<|ue sfíaáo caso que no districto de cada um
é'êlles appareça alguma creança exposta, a
mandem logo conduzir à casa dos expostos
da villa, ou cidade do seu districto, por al-
gumas mulheres que tenham leite e a alimen-
tem pelo caminho; os quaes conductores se-
rão pagos em continente, cada nm do seu
jornal, conforme o preço costumado na ter-
ra onde apresentarem a mesma creança, o
qne o juiz ordinário, ou de fóra, lhe man*
éaié satisfazer sem demora, pelo procurador
dê«eneeibo.
'' «Perguntará vossa mercê; devassamente
ent correição, se os jnizes e oificiaes das vin-
tenas, satisfazem ao que lhes é ordenado,
puna proceder contra elles, no caso de serem
omissos, fi para que se haja da|laEàlicMr.tosia
VOLUME V
diligencia em todo o reino ao mesmo tempo^
vossa mercê a execntará, pelo que resp^a
à sna comarca, nõ tempo de dois mezes, fa-
zendo registar esta ordem em todas as ca**
maras d'ella ; de que remetterá certidão â
secretaria d*esta Intendência, de assim o ha-
ver executado, declarando o nome das terras
onde se estabeleceram as ditas casas de ex-
postos, para que findos os ditos dois meses^
eu possa fazer presente a sua magestade, que
se acham estabelecidas todas as providêtt-
eias necessárias para a conservação da vida
de tantos innocentes vassallos, no qne se des»
vela com maior cuidado a paternal demen»
cia da mesma Senhora. Deus guarde a vossa
mercê. Lisboa 10 de maio de 1783. Diogo
Ignacio de Pina Manique.»
Sendo tão terminante a lettra d'esta or-
dem, não se estabeleceram as rodas em to-
dos os concelhos, e ficaram soffrendo opeso
enorme dos expostos, só os concelhos onde
ellas se montaram.
Mais algumas providencias se acham no
alvará de 18 de outubro de 1806 e nade 31
de janeiro de 1775, que regula o modo de
educar os que excedem a edade de sete an-
nos.
Tal é em resumo a historia das rodas no
nosso paiz. Tratemos agora particularmente
da roda do Porto.
Por provisão de. 14 de setembro de 1519,
mandou sna magestade aos administradores
dos hospitaes d'esta cidade do Porto, qns
dos sobejos de suas rendas, que estivessem
em d^osito, dessem á camará dez mU réii^
para ajuda da despeza com os engeitados»
que a mesma mandava crear, se tanto boa-
vesse mister, senão aquella somma que fosse
necessária, atê aos ditos dez nUl réis ;•— or*
denando mais aos provedores dos hospitaes
do Porto, que d*ahi em diante a camará bon*
vesse das rendas dos ditos hospitaes a ame«
taáe que das ditas rendas sobrasse, depois
de cumpridos os legados e mais despesas»
devendo ser applicada aqnella metade para
cNsçio dos expostos, onão para outra coisas
4eclarandG( qtie^ se a despeul d*estBS'«te
montasse a UBto, a oamara reeebecia sé e
JOfttaineBle o que d«8|>eode8se «om «lle&
SoUicitoa e obteve a SlMerie^rdia, com o
Depreaeatante áo» lioapitaes do P4)rt^ Qm>9it-
▼ará régio, para njio 4ar aquellea dee qmI
léfs, e el-rei D. João III deferiu, eslando em
Coimbra; mas qneixou-so a eidaâe,epor
j^Wsào de 29 de agosto de li^SS, mandou
fi«a mafastado qoe se cumprisse a de ii -de
aotemft>ro de 1M9, aeoresoeDtaodo :^vi$to
fM êl-reio $r. D. M€mHel, dirá á confraria
áa Miserieêrdia a adminíiiraçãa úm bens do$
JmpUa0tif dos quaeSf em quanto quê acama-
ra ífMla a administraçií^ pagava aerea(ão
éo9 tngeUãáoê^
No Uwrv das Chapas, h fl. 2i4, v. se en^
Gonlra o alvará de 26 de maio 4e 150â^ que
manda que do cofre do crescimento das si-
sas se dêem cem cruzados» por uma vez so-
mente, á Misericórdia, ou a quem tiver a seu
ícargo a creaçào dos engeitados. É este o pri-
meiro documento em que se manda recor-
rer ao cofre das sisas, para tal fim.
Ainda no archivo da camará, e no mesmo
lÂvro das Chapas^ a 11. 217, se encontra ou-
tro alvará de 12 de junho de 1^2, em que
se manda dar do mesmo cofre e p^ira o mes
mo fim, cem mil réis annualmente, accres-
centandose a esta quantia a de cincoenta
mil réiSf por alvará do 1.* de julho de 1604.
(Liv. das Chapas, fl. 260.)
Como a administração dos expostos fosse
deplorável, os rev.*^»* Manuel Rodrigues Lei
Ao, fondaíÉdr áa conglegaçào do Oralof io,
6 Bahfaacar Guedes, Aindador de Coètegío
ésB MeniQoe Orphios, proposeram á CMuara
do- Porto o estabelecimento da rod» dos €(X«
postos, conoorrendo a camará com odtDhei-
IQ Moessario, e a lUsencordia oomaadiiii*
nistraçao. Gonmram as fortes ii'e9io planq,
6 por abará de 4 de- março de 1686^ incom^
Uq ei rei a Misericórdia, da creaçao dos ex-
postos^ em oonânmaçM do termo que o^ca^
nftva fec em iè85^ do pagar ioda a des|feaa
eon preferencia a todo. A por novo eonira^
10 fbito em 16 de jaMio -de i68â, se obrifeo
a camita a dar á Wseriícordia) para prepa^
ra^^ de oasa em que semontasso aroda^
mraa éé quatro mil «mfeadoí^ f«e %kàÊm
«neMdídD ilhifcpitt deaiinadp pMr» ar fér
Mm
têiaza0> o a salif (aur o rostaato polo eofrft
da eidade. £ para. a soateatução dos eopoot
tos se obrigen^a oamara a dar no prínoipid
de cada trimestre» quinhentos mii róis, attbK
ber— trezentos quejâelroi havia eoosigiia^
do para este fim ^oto e cineoenta nas Aí*
ças e outros eento e cim^oeota no eofre da
cidade) e duseotos mH réis dassizas; deola-
rando-ee que nunca a Misericórdia seria
obrigada a pagar coisa alguma, dado qao
não chegasse a dita consignação, mas que a
eamara satisfaria qualquer verba a muos^
logo que o escrivão da Santa Casa lhe apre*
sentasse a oonta corrente dos gaeloa.
£ como a^eseolteade easaapropriada-hott*
vesse retardado alguns annos a fundação do
tão bamaaitario esiabeiecimonto, resolreaf
80 que esto se montasse na rua dos Caédm»
reíros, jmito ao hospHal da MiserieordiaH
íá para poderem os expostos ser soeeorridas
com ttais pdresttta, já para se não ineoDMMOv
dar tasno a Misericórdia com a respeeliva
adminietnaçaoL
Auf mentando espantosamente asoxpo^'*
çõeí, fez acaniMra novo oonlrato com B^Ui*
seriooidia^ em 1726, obrigandO'Be a der-^lho
peio cofre das sizas, no primeiro tricDesM
de cada anno, nm cooto e quatro centos mil
réis, o on março, junho e setembro o q«o
oontasse de despeza a maior por certidio áa
escrivão da Santa Casa, em harmonia eoml
os contratos aotetiores; eisto por e8cripiii>«
ra l«vrada na nota da Misericórdia, eomdala
de 2d do seceiabro de 1726, o que foi oonAr»
mado por provisão da 8 do novembro dè
meN»o anuo.
£ por outra esoriptura lavrada nas netaa
da Santa Gasá, com data de 6 do maio éo
1738, eievoía aqaeiia consignaçàe ácttmawiy
a eineo mil cruzados no primeiro trimestro^
obrigandose aaaiisfazer todaa despeza qia
a maior se isesso com aqoeUes iofeiiies— *6
em tf de junho de 1752^ se deveu aqueito
aomma a treetcontos de róis^ com ao
clausulas e condições, o que foi
por provisão áà 18 de junho de V!iiS^;0^^
ooira i^roviflio da sr.* fi. Maria I,
t' Ainda hoje áipi^Ue sMIo se>dlo HttllÉI
MR
àt iê t» MUCO d& l7Stp B6 ttittidoa dir ^ênl
aqAflie flii i M fMicordfa, pelo dòM <tes
stsuy a (fUâoila d0 cttnoo conios d6 róis, mo
pfíneipio éà eada trhaMfo.
Kai pMioo mais ^^oemtoikos gubiu & es-
te pomo « despeaa eoni od «xpoMos, e maid
tirie actiiigia proporções aseastadorâs; pois
4ai 1818, fior exeiDplo>, como se vé 4e «ma
iMBfwsaBte memoria sobre o affsampto, pa-
bUoada pela camaiTa do Porto em 1823,
nideRa cifra se elevou á bagaielta de réis
.8Íc774^7^por serem notória e esoaaâa-
ktameale remeUidos para a roda do Pof lo
eipoetos des omros eoneelhos doeste dfstri-
•10, o mesmo de distrittos estranhes ; o qae
levou o provedor da roda do fbrio a pedir
pMvideneiaft a soa mageínáde, tmixànfio em
segiúda a provisão de 13 de setembro de
Mi7, «xfiedida em )8 de favefeiro de 1818,
loa prwedores de LaMefo, Aveiro, Pettaiel,
Bvaga e Vlamia, e que é d» theor segolote:
Mm
Ml
«Dom João, por Graça de Deos, Rei do
Reino— Uoido de Portugal, Brazil e Algar-
vès, ete.
«Faço saber a Vós, Provedor da comarca
de Guimaraens, que o Provedur da Real Ad-
ministração dos Expostos da cidade do Por-
to 6 seia Tatm6, me repfès^ktou que cottcor-
ri«B a eiia tantos Expostos da» três provti^
iiiis do None em distancia de doie Jegoas,
por aeitett^ taoçados de Roda em Roda ; o
qÊ» (iaiia qiuusi impratieavei a sua ereação
eom a eosslgnação de cinoo eontos de réis
adíaiAados em cada tfimestro; e porque o
munera los Expostos entrados anmiaimeií-
le tíBlia ohegado a mU oitocentos g vinte e
ndotf, aka dos que se achavSo em ereação
d09 asBoa auteriotes ; faseiido-se por isso
Meessario novae ptovidendas para haver os
dfeitielros preeieos pàlra aqMiae despesas ;
pediíido eite aOraça de da tnandar adiantar
doa aoliret da dita Cidade, e €abèç9e8 das
giaas. JB, visto aéu reqiierliaeiíio^ resposta
d» Caáwrav que iMidei ottvir, mUM-maçi*
qn 86 ImilvB pelo DewvAatrgador Jerónimo
GMiaaio de Bárroi do AraíQo Beça, d do Ph>-
iBdor da Carte a quaoi ao doa vitia ; «o
que attendendo Het por bem Ordenar- vos
que logo, sem perda de tempo, eohibaes os
Admi&istradM^s das Rodas do nosso diM*
Oto do prejudicialissimo abuso de remette^
rem oá Expostos das suas respectivas Rodas
para a da cidade do Porto ; aos quaes to*
mareie contas aittraaimente do estado das
suas Administrações, e da ereação dos mes*
mos Expostos, e de tudo annualmente me
dareis circurnstaBciadamente eonta pela Me-
za do meu Desembargo do Paço. Cumpria
assim.» Pot despacho do desembargo do pa*
ço de 13 de S(^embro de 1817.*
Os nUm^os expoHos enm conduzidos pa»^
ra o Porto, de grandes distancias, em mon-^
tdes oti em ffUha, dentro de canastras e até
em saècos ; de que resultava morrerem qua^
si todos suffbcados e esmagados, éu com fo*
me, chegando os que vinham no fundo dos
saeoos e canastras por vezes já mortos e em
putrefacção, como se lé com horror a pag.
16 da citada memoria.
B apesar da santidade da instituição e de
tantos sacrifieios e providencias^os abusos
ereseiam e o mal augmentava sempre, até
que em 1813, por lei de 3 de fevereiro, íb!
restituída á camará municipal a adminis-
tração d'aquelles infelizes, estando hoje
(1870) aqtteHe pelouro a cargo dó vereador
José I>uarte de Oliveira, rico negociante da
rua dos Clérigos.
Pela citada memoria se vé a que altura
éhegou a corrupção dos costumes e o quan-
to se roubou à sombra de tão santa institui-
^í
Só no anno de 1810 (como diz a noia ad^
diccional) se reconheceu que os escrúpulo^
SOS administradores da roda mettiam em
conta nada menos de 1317 expostos a mais*
Isto nao se commenta.
E quantos abusos e crimes tSíO poderiam
ainda registar-se em outras chancellas do
mesmo estabelecimento.»
JMb o mappa 4ue Vem na dita meitioTia no9
20 abnos a que se refere, uma media de-
4:90^,6 gostos ptor aanõ, e nos oitiiAos l#
aâíQfoB a média é de-^: 174,9, a eargo dd
município — e a somma dos «stpostcíá Mftra^
doa ma lo ânuos dá, termo nedlo-^KMKS
por adM»-"ò it AM ttUimoi W^lMOl
m
MIB
: £ a módia dos faUecimentos nos SO annos
é de— 1:048,7 por anno e nos últimos 10—
1196—0 que corresponde a mais de um 5.»
dos entrados nos ditos 20 annos.
£ a despeza com os infelizes expostos, foi
nos 20 annos, termo médio— 4O:58Oí0 140
réu— e nos últimos ! O annos dá a media por
anno de 51:768^740 réis.
Felizmente porém melhores dias raiaram
para os engeitados com a administração
directa da camará, e nomeadamente de-
pois que, por determinação da junta geral
do districto, foi a roda fechada e transforma-
da em hospício, em Janeiro de 1865.
. Desapparecerâm as revoltantes scenas de
selvageria que se registraram em outras
épocas, e a cifra da despeza com aquella re-
partição baixou consideravelmente, pois no
anno ultimo de 1873 a 1874 foi apenas de
^13:973^260 réis— e no 1.» de janeiro d'e8-
te anno corrente (1875) o movimento dos
expostos a cargo do respectivo hospício, ou
antes do município do Porto, era o seguiu-
te :— creanças internas 21 de leite e 9 de
secco— a crear fora do hospício— 472 (de
leite e seceo)— e subsidiadas com lactaçdes
—276.
£ ha no hospido o pessoal seguinte :— um
fiel (José António Bernardes de Faria) — ^uma
directora — ^uma sub-directora— e quatorze
amas.
A roda, como dissemos, esteve na rua dos
Caldeireiros, junto ao hospital da Misericór-
dia, dito de Roque Amador, e por ultimo, de
D. Lopo— depois passou em janeiro de 1826
para a casa da família Azevedos (hoje habi-
tada pelo sr. Joaquim de Sousa Azevedo da
$ilva Vieira e Albuquerque, seU dono e re-
presentante) na rua dos Fogueteiros n.« 1,
já então d*esta freguezia de Míragaya.
Por occasiãò do cerco do Porto, durante a
lucta em 1832 a 1833, como aquella casa esti-
yesse muito exposta ás bombas e granadas
dos sitiantes, foi a roda provisoriamente tran-
afisrida para a rua de Cedofeita; mas termi-
nado o céreo, da novo se instalou na rua
dos Fogueteiros,
; Ficando vago o hospioio que os fjrades an-
tonino^. Ae ^^e de Piedade (lubaot na
Cordoaria (boje Campo e Jardim dos Martyw
res da Pátria) com a extineçao das ordeiii
religiosas em 1834, pediu a camará muaid*
pai ao governo aquella easa para »*ella mo^/f
tar, como montou, a bibliotheca publica, e
d'ella foi alli bibliotheeario o nqsso imigne
historiador Alexandre Herculano ; mas nio
tendo a casa as dimensões precisas para tal
fim, trvisferíu-se a bibliotheca para o extia^»
cto convento de Santo António da CIdadi»
onde se conserva, junto ao jardim de S. La*
zaro, e em 1838, por portaria de 12 de ou*
tubro do mesmo anno, a roda se instaloa mi
hospício dos antoninos» ainda entio pertan*
cente á fregueda de Santo ndefoBso^ e des»
de 1841 a Miragaya.
£stá pois a roda dos exposto» na eaaa
que foi hospício dos frades antoninos -~e o
eapellão do hospício os baptisa na meaaa
eapella em que os frades coetumavam iáier
as soas resas e benzer e exorcismar os seus
devotos.
Consignaremos por ultimo aqui um docu-
mento que prende com o assumpto, e que
se acha no archivo parochial da egreja ^<à
Miragaya.
É a nota do theor seguinte :
tVeio para esta freguezia de Miragaya» »
Roda dos Expostos» sita na rua doe Fogne*
teiros, em janeiro de 1826, e principiaraili
a baptisar-se a'esta egreja em 4 de feverei*
ro do dito anno ; continuei a b^tisalnos att
12 de junho do mesmo anno, fazendo os aa>
sentos em livro que para isso me foi dado;
e por um requerimento que íez o Provedor
dos mesmos Expostos» o Desembargador
Francisco Barroso Pereira, e eonaentimeiM
que deu o sr. Bispo D. João de Magalhães^
convim em dar licença para se bapUsarena
na capelU da administração dos mesmos ex-
postos, sendo esta licença pro forma de seia
em seis mezes, com a obripçao de reeeber
da mesma administrado dez mil réis de e^.
da vez que a dita licença fôr reformada» qoa
será pelo 8. Joio Baptista e Natal» não pn»
judicaAdo eea isto o diíeito dos meus sua^
oessoreei como eonsta da-obrifaçia qne a
um
mesma administração fbs, e qaè aqai fiea
appensa.
«B para constar para o fomro fiz esta de-
tlara^o. Porto e S. Pedro de Miragaya, SO
fie Junho de 1826. — O Abbade José Coelho
Antunes.»
E em seguida, ainda se encontra o se-
guinte:
«Auctorisei o Reverendo José Cameilo de
Almeida, Secretario da administração dos
Sj^postos, para 03 baptisar na capella da
mesma até o dia 24 de deiembro do presen-
te anno de 1826, e ao mesmo entreguei o
livro para n*elle continuar a fazer os assen-
tos em meu nome.
•S. Pedro de Miragaya, 24 de junho de
1826w-— O Abbade José Coelho Antunes.!
Ssoolas de Mlragraya
Eis as escolas e eollegios existentes ^m
1875 na freguezia de Miragaya :
Uma aula na rua de Miragaya n.« 153, di-
rigida por D. Rosa de Oliveira, e frequenta-
da por 10 alumnos e 21 alunmas.
Outra no Monte dos Judeus n.* 1, dirigi
da por Emília Amélia do Monte, e frequen-
tada l^or 16 alumnos e 42 aiumnas.
Outra na mesma casa, dirigida por Maria
José da Rocha Leão, frequentada por 1 alu-
nno e 10 aiumnas.
Outra na rua da Esperança n.*" 38, dirí«
gida por Anna Maria de Jesus, frequentada
por 4 alumnos e 20 aiumnas.
Outra nas escadas do Caminho Novo n.<*
19, dirigida por Maria Ermelinda do Soc-
corro Nunes» frequenjada por 3 alumnos
6 4 aiumnas.
Outra régta, na rua do Calvário n.« 43,
dirigida por Maria de Sá Rebello Vasconcel-
168 Albergaria, que não é frequentada por
nenhuma alumna.
Outra dita na mesma rua n.* 59, dirigida
por António Ferreira de Jesus, frequentada
por 91 alumnos, e a noòturna por 5 meno-
res e 29 aduHos, do sexo masculino.
Outra particular na mesma ma n.° 80, dl*
Mm
m
rigida por Mareellina Rosa de S. José, fre-
quentada por 4 alumnos « 24 aiumnas.
Um collegio na rua da Restauração n.^
281, dirigido por Eduardo Augusto Allen,
frequentada por 25 alumnos em instrucção
primaria e secundaria.
Outro na rua do Rosário n.*" 21, dirigido
por Marianna Sotto Maior, frequentado por
3 alumnos e 18 aiumnas em instrucção pri-
maria e secundaria.
Todas as aulas' são de instrucção prima-
ria.
São 9 escolas frequentadas por 175 alu-
mnos e 97 aiumnas. Total de ambos os se-
xos, 272.
Capellas na freguezia de Miragaya
Ba n*esta freguezia varias capellas parti-
culares, sendo a mais notável a do capitalista
António da Silva Monteiro, na sua casa da
rua da Restauração, n.<*' 128 a 148.
É considerada,pela sua elegância e rique-
za, a primeira capella particular do Porto, na
actualidade.
E ha n*esta freguezia 4 capellas conside-
radas publicas— uma no palácio das Se-
reias, da famili2^ Porto Carreros, na rua da
Bandeirinha, •— outra com a invocação do
Senhor dos Afflictos, na cerca do Hospital
da Misericórdia, e propriedade da Santa Ca-
sa— outra com a invocação do Espirito San-
to,que fez parte da antiga albergaria do San-
to Espírito, de que trata este artigo, e que
hoje pertence à confraria do Santíssimo de
Miragaya; e outra de Nossa Senhora da Es-
perança, no alto da rua d'eate nome, junto
á egreja de S. João Novo. Esta capella é
muito antiga, posto se não saiba quando,
nem por quem foi construída. Estava Junto
^0 Postigo dos Frades ou da Senhora da
Esperança, e encostada às muralhas da ci-
dade, como a capella de SanfAnna, junto ao
histórico Arco de Sant'Anna,— a de S. Se-
bastião, junto à porta de S. Sebastião, ete
£ desde tempo ímmemorial propriedade
dos abbadea de S. Pedro de Miragaya, e por.
elles administrada, e tem a meie da padiei-
ra da porta da entrada, em caracteres bem
visíveis, a era de 1624.
3H
WR
^ t mmio pequena e hamilde, e dema&dt
restauraQao completa, mas ainda n'ella se
celebra.
Houve mais n'6sta freguezia outra capei-
la considerada publica, á entrada da rua
dos Fogueteiros, junto à casa n.** I, que é
hoje propriedade de Joaquim de Azevedo, e
que foi para alargamento da rua, expropria-
da pela camará municipal, e demolida em
1872.
Esta capella havia sido construída em 1767
pelo capitão, José Pinto de Meirelles, ca-
valleiro professo da Ordem de Ghrísto, en-
tão morador na rua de BelloMonte, fregue-
zia da Victoria, e tinha a invocação de Nos-
sa Senhora da Conceição e Jesus, Maria, Jo-
Era o dito capitão Meyrelles dono da quin-
ta das Virtudes, e foi oHa que mandou fazer
as casas que hoje habita e possue o sr. Joa-
quim de Sousa d' Azevedo da Silva Vieira e
Albuquerque.
Houve ainda outra capella considerada
publica, na rua da Bandeirinha, com invo-
cação de Santo António, construída em
1781 por Domingos António Dias, oa sua
ca&a sita na dita rua, e que hoje tem o n.*"
16.
Ainda lá se vé, mas profanada.
■
Capella do Senhor dos Âfflictos,
na cerca do Hospital da Misericórdia^
e Adro dos Enforcados
Desde tempo immemorial costumava a
.irmandade da Misericórdia acompanhar até
aos degraus do patíbulo os infelizes a quem
era applicada a pena de morte na forca, e
em seguida lhes dava sepultura em local
determinado; que foi muitos annos um chão»
denominado Campo das Malvas, nas proxi-
midades da antiga porta do Ohval, aproxi-
madamente, sitio onde mais tarde se edificou
a egreja e torre dos Clérigos; e depota que
a Santa Casa, em 1769, comprou os dois
meios casaes ditos do Roballo, para sobre
elles levantar o seu novo bospital, transfe-
riu o cemitério, ou Adro dos Enforcados pa?
ra um dos pontos extremos d*aquelie terre-
UB
no, Bo alto e a oesne da rua dos Carraoeaiv
hoje rua da Liberdade.
O Adró dos Enforcados era um recinto
vedado pop um muro, com um poriia 40
ferro sobpe a dita rua, teoáe a neiefo HW
capellinha apenas com uma singela env
de madeira no topo; e à frente da capella,
entre esta e o portão, havia um cruzeiro de
pedra, com a imagem de Jesus crucificado^
formando um todo macisso, com o dito cru-
zeiro, sendo aquelle crucifixo, com a invoca-
ção de Senhor dos Affiíctos, obf^^o de gran-
de devoção.
Os enterramentos dos justiçados e dtn
presos que fòlleciam na cadeia, eram feitos
em um pequeno espaçb detraz da capelli-
nha, e ali! ia em procissão todos os annos a
irmandade daMisericordia, par«a remoyer as
ossadas para o seu cemitério; mas em ses-
são de defini tório de 6 de abril de 1836, por
proposta do muito benemérito irmão, Lucia-
no Simões d^ Carvalho, se resolveu transfe-
rir o Adro dos Enforcados para a cerca do
novo Ho^U^il (cerca onde se enterravam os
cadáveres dos doentes que falleciam na tMi-
aa}— e emprazar o chio do dito adro oom
outros chãos adjacentes, que a Misericórdia
possuia junio d^aquelle.
Foram effectívaoiente aqnelles chãos em-
prazados a diversos» e a casa de loaè Car-
los Lopes, sita na rua da Liberdade, $.• 77,
occupa o chão que foi o Adro dos Enforca-
dos.
Os motivos principaes por que a Sasla
Casa transferiu o adro ou cemitério dos en-
forcados para a soa cerca, foram?— o ser Rmi'*
to pretendido para edificações aquelle local
—o haver na cerca, e a poucos passos de
distancia, espaço de sobra para reee)»er ep
cadáveres d'aqueUes infeliies,-— nio haver
já n*aqnelle tempo dffficuldade em lhes dar
sepultura em cominum com os outros cadá-
veres,—e o serei) }â enião rarissisias m
execuções capitães, e tanto que d^oisda
suppressão do velho adro, só se abriu 9Kk
cerca sepultiirapara um,-^a N. do portão
de entrada para a dita cerca, Junto a eiie^e
encostada ao muro, onde ha hoje umas per
quenas casas do caseiro;— e mm esse ii^
iu attí foi sepultado.
MIR
mm
di5
. QMidi^j^flstlto^AHíérartojahâvift trans-
posto a ODirada para a eerea, e k ««r lan-
hado i seputora, ó pobre joailçaldo, tofoa-
8« qw élle H fnof>êra 4 áãva tignaet 09 H^
Era immeDto a conooireBCia de po^qoe
viera até alli cem o fúnebre corteja, e todosae
acercaram da tumba para se certificarem de
feeu>4ào extranho, seodo feral e proftioda a
coiomoção, mesmo porque o iufeiiE jastiça-
Aé, como nos coutaram testemunhas oeula*
r«a fidedignas» era um sympathleo moço,
^e havia sido militar, e que teria apenas
20 0U 23 annos.
Em vista de tão extraordinária occorren«
1^ foi aqu^He infeliz recolhido ao hospital
da Miserícoréia, onde falleoiu, segundo se
disse o constou; mas alguém assevera que
fora sepultado eutro cadáver com o -nome
d*aque]]e, e que o infeliz justiçado recupe-
rou a liberdade, sobrevivendo, como por mi-
lagre, chegando muitas pessoas a pedir e
gsardar como reliquiasi fragmentos do ha*
Mio em que o tinham visio na tumba, amor-
talhado.
Igaoramos o nome d'aqueile iafelii;, e a da-
ta- d'est6 facto, mas vivem ainda no Porto
muitas pessoas que o presencearam.
Supprimide o velho Adro dos Enforcados,
mandou a mesa adunoistradora da santa
casa remover para a cerca do seu novo hos-
pital, a capella e o cruzeiro que estavam no
éítõ adue. E là se vé ainda na cérea aqueUa
eaiiellinha^ e o cruzeiro que dentro d'el-
kl se conserva, do lado da Epístohi, em uma
espécie de sanetuario, qae> ae deoominaC-'»-
pdkí da Senhor das AffÚetas-e eomo em 1856
demandasse reparos foites, n'esse mesmo
attfto e principio do seguinte, foi convenien-
temente restaurada, sendo provedor da San-
ta Casa o sr. conselheiro António Roberto de
OKvfeíra Lc^pes Branco, então deeembargadirir
na relação do Porto, e ministro de escad» fao«
nor8rio,hoje desembargador no supremo tri-
bunal de justiça, e mordomo encarregado do
pelouro das obras, o sr. dr. Praneisco de Sal-
letf Gomes Cardoso, digno lente de botânica na
AeadeÉiia Portuense, e actualmente escrivão
da Santa Casa, o qual, em virtude do cargo
que occupava na mesa adminietradara, foi
qttem mparinleti^tea na dfta refina«ra{9o« 9
por iniciativa do mesmo sr. eobselhehx» pro«
vedor, foi solemtiisada oom pompesá féstí'
vidade, a reaberttira da capeílioha no dia iS
de junho de i8^, asslstmdo toda a mesa e
offêrecíiiéo o sr. dr. Sallès a muska^ que f»i
dá òapella de SKvestre de* Aguiar Bizarro
ainda hoje, sem contestação, a primeira TBnh
sica de capella que ha no Porto.
E seja duo de passagem, que tanto o sr.
SHvesire,,como o oereeiro, armador, cele-
brantes^ etc, não qfrizeram estipendio ai-»
gora,
OfSeiou, aeolytado por dois benefictâdee»
o sr. doutor, vigário geral do bispado o
chantre da Sé dò Porto, Miguel Joaquim €^
mes Cardoso, que havia sido escrivão dft
Santa Casa em 1856 a 1856 ; e tão luzídA
foi aqnena festividade, e tanto se avivou em
todos a devoção com o Senhor dos AfOictoss,
que os empregados superiores do hospimi
da Misericórdia resolveram festejar todos os
annos o dito Senhor, e logo se ofereceu ge-
nerosamente para celebrante o sr. vigário
geral Gomes Cardoso, de saudosa memoria,
e cumpriu a promessa emquanto poude, le«
vando sempre comstgo, a convite seu, dois
beneficiados da Sé (o reverendo Furtado,
seu sebHhho, e o reverendo Carvalho, actôai
mestre de ceremonias do paço)— mas quan-
do officiava ha dita festividade, eni Í86T>
sentiu um insulto de paralysia, e a custo
terminou o s'anto saerificio, ficando tão aba-
lado que não mais se restabeleceu, nem pou*
de, como desejava, continuar a cumprir a
sua prtNhessa, falleoendo em i870.
Aquella festividade era feita a 14 de jo*
nho, no dia immediato ao da abertura do
hosplteil, por iniciativa do provedor, e a
expensas dos empregados superiores do hos-*
pitai ; mas como ha annos a mesa supprí*»
misse a solemnidade da abertura, por ser in*
conveniente para os enfermos, desde essa
data deixaram os empregados da fazer aqucff-
la festividade; mas os devotos, que são mui-
tos, por subscripção aberta entre elles, e ain-
da com a iniciativa e coadjuvação dbs em-
pregados do hospital, continuaram a fazer^
como fazem, a dita festa todos os annos— ^
com sermão, missa cantada, musica, bandei-^
316
*T^W^
IHB, fega aolto e preso^ e grande arraial» nias
em dia incerto, ao mez de setembro ; e só
^m devoto o anno ultimo (1874) oifertoa ao
Senhor dos Afflictos iOOMOO réis.
Também a mesa da Santa Gaea resoheii»
em seguida á restauração da çapeiiiaha» que
n*eUa se celebrasse, como se celebra, uma
missj^ resada todos os domingos e dias san-
tificados.
Begistraremos também aqui um facto, que
prende com esta capella.
Estando em tratamento em um dos quar-
tos particulares do hospital da Santa Ca-
sa Luiz Pinto de Sousa Pereira de Menezes,
uUimo senhor e representante da nobre ca-
H de Cutéllo, freguezia de Miomães, na co-
marca de Rezende (fáUeceu em 1870) fez
totó de pesar-se a prata e de dar o valor
d'ella ao Senhor dos Afflictos, se recuperas-
se saúde, e, como se restabelecesse, cum-
priu.
Não deu aquelle peso em prata, mas mui-
to expontaneamente se constituiU' devedor
para com a Santa. Casa, da quantia de réis
l:996^800--cifra em que comportou o va-
lor d^aquelle peso em prata ; e isto por es-
çriptura lavrada em 27 de maio de 1852, nas
notas dotabe lliao Francisco Pereira Pinto,
do julgado de Aregos, a qual, depois das for-
malidades do estylo, resa assim :
. c . . « . e logo presente elle dito lUustrissi-
mo Senhor Luiz Pinto de Sousa Pereira de
Menezes, por elle foi dito, que por occasião
em que assistia na referida Santa Casa da
Misericórdia, de quem ó indigno Irmão No-
bre, achando- se em perigo de vida recorre-
ra e pedira ao Senhor dos Afflictos, que se
Tenera na capeUa do cemitério da mesma
Santa Casa, o livrasse do mesmo perigo e
de seus padecimentos, promettendopesarse
e dar de offerta ao mesmo divino Senhor,
em 'prata o peso. do seu corpo, e tendo co-
nhecido visivelmente algumas melhoras, ef-
f^ d*aquelle seu pedido ao Senhor dos Af-
flictos^ pretendia realisar aquella oflérta e
a*este sentido dava e doava ao mesmo Se-
nhor dos Afflictos a quantia de um conto
novecentos e noventa e seis mil e oitocentoss
um
réis^ que foi o em quaffCopesoa elle dMupte»
segundo a conta feita pelos Mezarios da àir
ta Santa Casa, e limitada a elle doante em
carta de 8 de Novembro de 1850, pelo £s«
crivão da Mesa António Fernandes Guima^
rães, e isto debaixo das condiçSes segnin*
tes...» etc
Em resumo as ditas condições constante»
da escríptura são :— -1.* que o dito dinheiro
seria dado a elle doante a juro legal, con
as precisas seguranças— 2.* que nio pode-
ria ser levantado o capital emquanto se vSot
julgasse a divida mal parada— 3.* que a San-
ta Casa aeceiurà o pagamento d'aqueila di-
vida no todo ou em parte— em um anno oo
mais quando elle doante ou seus herdeiroa
eauccessores quizerem — o queaSantaCa»
sa acceitou.
Ainda por ultimo direi que, quando em
1856 a 1857, o sr. dr. Francisco de Saltes
Gomes Cardoso dirigia a restauração da ca*
pella, mandou também restaurar a imagen
do Senhor dos Afflictos, que estava e está»
como dissemos, dentro da dita capella, na
própria cruz que foi do Adro dos Enforca^
dos.
Oapella ou oa49ia do deposito
Ha também na mesma oérca do hospital,,
um pouco ao sul da capella do Senhor dai.
Afflictos, outra capella mais pequena onde*
se depositam e encommendam os pobres,
fallecidos no hospital.
Na capella do Senhor dos Afflictos se de*
positam os cadáveres dos do^tes partieii^
lares quando os seus herdeiros ou teslar^
menteiros querem funeral e offlcios além do*
oommum.
Esta capellinha ou casa de deposito, tem
um pequeno compartimento annexo, eom
uma mesa de mármore para autopsias, ^
foi removida para o local, que hoje oocupa^
de outro onde (ôra edificada, aproximada-
mente no anno de 1795^ quando se traubfe*
riram os primeiros doentes do velho hospi*
tal, dito de D. Lopo, na rua dos Caldeirei-
ros, e prhicipiaram a sepultar-se na cércft
MM
3Í7
áD B0¥0 hospital oa áoeoMè quê A'dlé faUe«
ceram.
£ reBD0V6a«96 a dha eapeila oa easa de '
deposito, porqae a cérea havia alteado eon-
sideravelmente cpm a grande quantidade de
entaUio, que reeebéra, fleando a eapella
muito affroBtada, porque, hatendo sido
creadoe oa eemiterios pnblicos, a mesa ad«
nittistradora da Santa Casa rosolvea crear,
aomo ereoo, na cérea e ehao devoluto do seu
eemiterio, um horto botânico, para cultura
de plantas medieinaes, e para isso se pre-
parou o terreno, formando taboieiros, um dos
quaes tomou o chão onde estava a eapelli*
nba.
Capella de Nossa Senhora do Soooorro
Houve também n*esta freguezia de Mira*
gaya ^ uma ermida ou capeilinba com a in*
vocação de Nossa Senhora do Soeeorro, so-
bre o arco da Porta Nebre, veUada a este so-*
a rua dos Banhos.
Era uma espede de nicho, mas bastante
espaçoso, pois n'elle estava a imagem da
SÕihora, de tamanho natural, e n'elle se ce-
lebrava o santo saeríâcio ainda em melado
d'este século, e o povo que concorria á mis-
sa» tomava o lanço da rua fronteira e coa-
tiguo. ^
£ntsava-se para a capeilinba por uma
viella que dava para a rua de Sobre o Mu-
ro, e como o dono do prédio confinante (n.*
i d'esta rua) conseguisse apropriar-ae da
viella, sobre a qual augmentou a casa, por
dentro d*esta nos últimos annos era obriga-
do a dar passagem para o nicho.
/ Quando se demoliu aquelle arco para a
abertura da rua Nova da Alfandega, demo-
liu^se também a dita capella, que d*ella fa-
zia parte, e que era tão antiga como elle.
D'esta ermida se faz menção no celebre
Livro Brcmco da curaria d*e8ta Sé do Porto,
pois a íl. M, V. n'eile se encontra o seguin-
te:
«Rua da Porta Nova. Tombo fl. 144, v.—
t Só em i841, como dizemos algures, dei-
xaram de pertencer á freguezia de Miragaya
as casas intra-muros, próximas â Porta No-
bre.
O Doutor Manuel pereyra da Silva, de villa
nova de Gaya, pesue em Pactuazim, humas
cazas, as penúltimas, junto à hermida de No-
sa Senhora. Paga de renda nove mil e oiten*
ta. Laudemio de sete nm,*
E no tombo da dita curaria a fl. 144, t«
(logar citado no celebre Idvro Branco) se
acha a verba do theor seguinte :
«O abbade Pantalliam pereyra, irmão do
comendador Bernardo pereyra, em verba do
seu testamento as cazas que pesuhia de que
hera direito senhorio, que trás per prazo Pa-
ctuazim« Pêro Perreyra tanoeiro junto a Por*
ta nova, à hermida de nosa Senhora da ban-
da do muro, a penúltima caza, de que paga
de foro dez mil reis, e para esta Curaria no-
ve mil e oitenta e oitocentos reis, a nosa Se-
nhora da silva, e seis vinténs a San Fran-
cisco.»
Quasi todos os annos» os habitantes do si-
tio e outros devotos, festejavam a dita Se-
nhora doSoocorro, com sermão, missa can-
tada, fogo solto e grande arraial, armando
um palanque em seguida â capeilinba, por
ser esta mui pequena — consta ainda que a
esta ermida pertenceram uns armazéns em
Villa Nova de Gaya.
Senhor da Saúde
Mencionaremos também aqui, o cruzeiro
de Senhor da Saúde, que hoje se acha na ca-
pella de S. José das Taipas, freguezia de
Nossa Senhora daVictoria, mas que estevb
muitos annos n*esta freguezia de Miragaya,
encostado â casa n.* li a 12 da rua Occiden-
tal do jardim dos Martyres da Pátria, e au*
teriormente na mesma rua, quando era ain-
da Campo da Cordoaria Nova.
Fel um dos muitos cruzeiros que houve
nas ruas d'esta cidade, tendo este, uma ima-
gem de Jes us Cmcifteado, com a invocação
de «Senhor da Saúde» objecto de grande de-
voçaOé e tanta, que desde tempos remotos
era festejado ^ 10 de Agosto), com grande
arraial, musica, bandeiras, muito fogo solto
e preso; e quando a camará municipal tra*»
tava de remover aquelle cruzeiro para o
5i8
fm
adro da egraja de &ioto IliefMiio, os p^xel»
roa, principaes davocos do Senhor da Saiido»
o levaram para a próxima oapeiia da S. lote
das TaipaS) ondd ainda se fesleja todo» os
annos, com sermão o missa cantada; mas des-
de qup para alli foi removido, cessou o ar-
miai, mesmo por<|Qe o Campo dos Martyres
da Pátria, onde o povo se reunia, por essa
occasião, foi transformado em jardim o se
fechou.
Hofii^tai da Ifiserloordla
Fica este hospital» nos limites da fregne*
da de Itiragaya, e tem a frente voltada a
este, sobre a rua occidental do Jardim da
Cordoaria, confinando ao norte com a Praça
do Duque de Beja, e ao sul com a rua da
Restauração, devendo oonfinar a oeste oom
as ruas da Liberdade e do Rosário, onde tem
já, como balisa, um pequeno lanço de cu-
nhal, feito ha muito.
O padroeiro d*esle hospital, é o grande
thaumaturgo Santo António ; e a propósito
oottsignaremos aqiú o facto seguiole :
Quando em cessão de 15 de julho de 1770
a mesa administradora da Santa Casa, esco-
lhia padroeiro para o seu novo hospHal, di-
vidiu-se em parcialidades. Queriam uns que
fosse S. SebasUão^ootros^ S» João de Deus
— outros, S. José — e outros. Santo António,
optando pelos santos dos seus nomes»
Á vista d'isto, lembrou o provedor, que
se procedesse a escrutínio seereto, e, corri'*
do este, foi eleito o thanmaiurga Santo An*
tonio; mas observou o provedor que algneoi
poderia censurar a eleição feita, visto que
efle se chamava António (era D. Aitenio ée
Lencastre, brigadeiro dos exerciloe de sua
magestade e ooronel do l."" regimento da
guarnição do Porte), e que o esccivioda San •
ta Casa, era também António (António Ber-
nardo Alves de Brito), e que aioda mais dois
dos mesarios, eram Anionios; e por isso; pe-
diu aos irmãos presentes que BMditasse»,
eoDcluíndo por propor novo escnuiiio; nas,
corrido este, foi outra vea eleito por unani*
mldade e thaumaturgo t . * •
A planta do ediisio foi feita en t7M^ pelo
celebre arehitecto inglez, João Karr, éa d-
dado de York, pela qual recebeu 500 libras
esterUnas.
'Cteando el«rei D. Manuel, por Alvará de
14 de nurço de ááOO, a confraria da Mit»*
rioordía do Porto, deu-lhe a antiqnisslma al<
herdaria de Roque Amador, sita na rua doe
Caldeireiros, e como fallecesse em Madrid,
em SO de janeiro de 1584 D. Liopo d*Almer-
da, irmão do vice-rei da índia, D. Francisco
d' Almeida, legando boa parte da sua fortuna
á Misericórdia, para ella erigir um hospi-
tal, tratou esta de dar maior desenvolvime»*
to ao de Roque Aqador; e taes obras n*eUa
fez e tanto a melhorou, que perdeu o nome
originário de Roque Amador^ e se denomi-
nou de D. Lopo.
Crescera porém muito a cidade, é augmen-
tando proporcionalmente os encargoç da
Santa Casa, resolveu esta fazer novo hospi-
tal, mais amplo e em sitio mais desafronta-
do, e para este fim comprou extra-muros os
dois meios casaes, ditos do RobaHo, a Rosa
Angélica de S. José, filha de Manuel Gomes
da Silva, e a João Ribeiro e sua fiHia Anna
Tberesa Luisa (o primeiro por 3:106^000
réis, e o segundo por 2:084i^000 réis), sen^
do este vasto chão limitado ao nascente pelo
Campo da Cordoaria Nova (jardim dos Mar-
tyres da Pátria, hoje), e ao poente pelos quar-
téis da Torre da Marca, o que tudo consta
de uma eserlptura lavrada em 1769 na nota
primitiva da Santa Casa, pelo tabellião Ma-
nuel da Cunha Yalle K
t Consta eom bom fundamento, que a Sani-
ta Casa tencionou erigir o seu novo hospi-
tal no sitio Qode os religiosos menores re-
formados, da Provinda da Conceição, ftin-
daram em 1783 o convento dè Santo Antó-
nio da Cidade, em ccqo edificio eetá hoje a
Bibiiotheoa, junto ao jardim de S. Lazaro ;
para aquelle fim já a Misericórdia tinha com-
prado o terreno e sollieitado auctorísação
régia; mas (diz-se ainda) que surgindo
grande desintelligencia entre dois membros
da mesa, que então administrava a Santa
Casa, um dos quaes morava )uhto ao Cam-
po da Cordoaria, conseguiu este que a meia
reconsiderasse, e se erigisse o ho^ital onde
' actualmente se vé.
HIÊÍ
um
310
B«êolvi^ âcfflftltiTameflte a eonstilieçlè
do Dovo hospital, começarsfn M obras em
€769, e em 14 de acosto de il9d, se transfe-
ríeani para ette, oe primeiros doentes.
O edífteio é vasfo, mag«st09o e elegante
•^iDcoDtestavelmeme o primeiro edifiok) de
Porto; mas é para lamentar qneo sábio ar-
ehitecto, quando delíneon a planta, attendes-
tsetão pouco ás preseripçSes de bygiene, co-
me a mesa da Santa Casa, qtiando escolheu o
local.
O edificio áere, segundo a planta, formar
tim qnadrado completo, e as paredes são
iSo grossas e pesadas, como as muralhas de
orna praça de guerra >.
Por occasião do cerco do Porto, em 1832
« 1833, recebeu a fachada sttl, grande nu-
mero de balas de artiiheria, que apenas lhe
fizeram leves manchas, nao conseguindo des-
locar uma única pedra.
0 chão escolhido é fnconvenientissimo
pura hospital, por ser, além de tudo, panta-
noso e tão húmido, que por baixo do edifl^
cio, e cortando^o a melo, de norte a sul, passa
o ribeiro do Carregal, ou dsis Virtudes; o
o que tomou umbem a edificação caríssima,
por que foi mister cobrir o ribeiro com abo-
bada, e dar aos alicerces uma espessura
4nionne (como diremos adiante), e às pare-
des attura desmedida, principalmente éo la-
4o sul— mais altura talvez desde o fundo do
ribeirão, até ao nivel do primeiro pavimen-
10 do hospital, do que â*a]ií ao topo do edi-
ficio I E o vão central já recebeu milhões de
«arros de entulho, e ainda demanda grande
quantidade!...
Horrorisa vér um hospital tão importante
-o de tanto movimento, em uma casa com si*
milhantes condições t
isto é obvio, e reconhecido por todos.
Louvores sejam dados ao sr. João Mendes
1 O autor da planta, deu ás paredes aquel-
Ia espessura, suppondo que seriam feitas
com tijolo, e quando soube que eram feitas
com granito, e que não modificavam conve-
Hienteflaente a espessara marcada na p^nta,
iNimifou-se, e chegou a escrever á mesa ad^
piniâtradora da Santa Casa, estranhando a
simplicidade do mestre da obra; mas isto
não exime da censura o sr. João Karr, poi3
devia ser mais eixplicito.
Oeorto, que em sesAo de 2 de janeiro de
1868, sendo raesario, propôz a co^truc^
de outro edificio, em local e condições con-
venientes.
A quem quizer elueidar-se n'este ponto,
recommendamos o livro que aquelle senhor
publicou, por se vôr contrariado pela mesa,
no seu tão justo, como louvável e humanitá-
rio propósito Pondo de parte a dureza do
estigma, é um livro bem escripto e digno de
lerse, e cremos que será ainda para o sett
autor um padrão de gloria, quando o hospi-
tal de Santo António seja substituído, como
é para desejar ; mesmo porque se aqueMa
magestosa casa é inconvenientíssima para
hospital, é magnifica para repartições publi-
cas, como iribunaes e cartórios, correio ge-
ral, direcções d'obras publicas e linhas 1^-
reas, estações telegrapbieas, administrações,
conservatórias, e mesmo para paços do ooft-
eelho, que faziam honra a uma das prime)*
ras cidades do mundo, em quanto que ot
actuaes não estão à altura do Porto.
E tioje que os caminhos americanos, com a
maior economia e rapidee, promettem levar-
nos do centro da cidade a qualquer ponto
extremo, cessou o inconveniente da distan-
dla— causa prlncipalissima de não se haver
empenhado a Santa Casa em tSo santa obra.
Que contraste, por exemplo, enure o boa*
pitai da Misericórdia e o miHtar de D. Pe-
dro Y, ou o de Alienados?
Mas bacíta de considerações : prosigamoe.
Do ultimo relatório publicado pela meaa
da Santa Casa, relativo ao anuo de 1878 a
M74, extrahimos o seguinte :
' Este estabelecimento vive nnica e exeta*
sivamente da caridade publica. Luetou á^-
de a sua ftandação, com grandes difilculéa-
dee para satisfazer aos seus compromissos^
mas, graças aos bemfeitores dos últimos sm-
nos, o defM$ desappareceu K E se tt'e8te nh
timo anno de 1874, os legados não foram tão
aalientes, como nos annoe anteriores^ afnda
assim recebeu em dinheiro 15:101^(906 véAê
1 Só o conde Ferreira e o dr. Campeão e-
garam â Santa Casa, mais de mil contos for*
tes!
aso
lOR
e em ineerípoSes 74:0004000 róis» não cod*
tando as esmolas em espécie.
Foi em 1873 a i874, o movimento do co-
fire o seguinte :
Receita. 133:102*907
Despeza £28:631*275
. E note«se qne os géneros alimenticios sa-
biram consideravelmente de preço, v. gr., a
carne 35 réis em iulogramma, e mnitas dro-
gas 35 a 40 p. c.» augmentando taml)em pro-
gressivamente o numero de enfermos, como
se vé dos relatórios anteriores. Assim» s^do
em 1869, os enfermos em numero de 6:008
traudos pela Santa Casa— em 1871, foram
6:496— em 1873, 7:762, e em 1874, 7:850.
Existiam no hospital, em julho de 1873,
490 deentes; entraram em todo anuo 7:360,
o que pre&z o total de 7:850— saíram cura-
dos 6:810— -íallecendo 612, e ficando apenas
existindo 428 enfermos em julho de 1874.
No L"" de janeiro do corrente anão de
1875, existiam em tratamento no hospital,
361.
Em 1872 a 1873, foi a mortalidade na ra-
sio de 10 p. c— e em 1873 a 1874, foi na ra«
sao de 7,7 %; tão proficuas téam sido as
ohras e modificações feitas na casa.
Continuou em 1874^ a construeçao do ma-
gestoso edificio do hospital, não com a rapi-
dez e desenvolvimento que seriam par^ de-
sejar, mas consoante ás forças do cofre, e al-
gumas obras importantes se realisaram, co-
mo a continuação da galaria de serviço no
primeiro pavimento— a continuação do ali»
cerce do muro, correspondente á arcada
longitudinal da galeria norte— construeçao
completa da escada principal do pavilhão de
nordeste— conclusão das quatro enfermarias
que olham para a Praça do Duque de Beja,
e canalisação d*agua petavel para as novas
enfermaria^.
Montou-se nasummidade do edificio^ um
deposito d'aguaqnente, que d'alii segue^ por
encanamento especial, para todas as enfer-
marias, e foi substituída a Uluminação de
aielte e petróleo, pela de gaz, em todo o vas-
to edificio— melhoramento sensível, e que
produz já a economia animal de 142A9S^
réis, em 122 lumes.
Deu-se finalmente principio^ a uma aov»
casa para operações e tratamento dos ope*
rados, na cerca do hospital, a distancia d'e8-
te, em local e condições indicadas pelo Con^
selho Medico da Santa Casa, e peio da Es^
cola Iftdioo-Cirurgica.
Fica junto á extremidade noroeste da cer-
ca, em frente do portão qne dá serventia
para esta, no alto d^ rua da Liberdade.
Tem o novo edificio a forma de um E, cu-
jas alas menores, são para enfermarias de
um e outro Sjsxo, separadas por um terreire
ajardinado, com céroa de 27 metros de ex.-
tenção, e a ala central, é destinada para sala
de operações e quartos para particulares^
de ambos os sexos. E terá uma varanda lar*
ga e coberta, onde nos dias calmosos, ok
quando convenha, possam ser coUocados os
doentes nas suas mesmas camas.
Principiou-8e esta obra em 12 de janelre
de 1874, e já se acham concluídos os alip
cerces, e feita boa parte das paredes.
JN*este pequeno hospital annexo foram ri-
gorosamente observadas todas as prescri-
pções da sciencia medica, tanto quanto per»^
míttia o sitio.
Tem o grande hospital uma pharmacia
própria (d'ella falíamos em seguida) a qual
lâe só fornece os medicamentos para este
hospital, e para os hospitaes annexos, a ear*
go da Santa Casa, mas serve também o pa-
biico, como qualquer outra.
Além dos doentes que se tratam na casa,
outros muitos vão aili consultar- 8e. Só em
1874 nada menos de 22:9821 E a estes^
quando pobres, dá a Santa Casa gratuita-
mente 08 remédios prescriptos, ^ que só no
anno de 1873 a 74 inontaram a 8:523M0O
réis.
Tem também este hospital uma lanvande-
ria a vapor, que presta valiosos serviços á
casa. Accelera a lavagem da roupa, evitan-
1 E computados pelo regimento em vfgot
08 remédios fornecidos em 1873 a 74 pela
pharmacia da casa par» o grande hospital^
banco e consultório, e para os hospitaes me-
nores a cargo da Santa Casa, atiingiram a
cifra total de 38:74U630 réis.
àsy.% ftgglomen^ que aniito a âamnifioa-
Ya, e qae era um foco temíTel éè loléc^;
ftSMStece todo o edilcio de agna, elOTaiido-a
com a machina até ao grande deposito^e
dá por nUimo ainda am saldo considerável
a favor da casa.
Continuam a ítanedonar oom toda a re«
gnlarídade as enfermarias homoeopaibieas,
montadas ha annos com o legado do bene-
mérito conde de Ferreira, dando ineqnivo-
eas provas da proflqnidade do systema.
Existiam no principio do anno de 1873 a
74 n*estas enfermarias 4{S doentes^ entra-
ram durante o anno 650~^liiram curados
615— &Ueeeram 29— ficaram para i874 a 75
*-3l.
É actualmente digno provedor da Santa
Casa o reverendo dr. João José de Vascon*
eelles---esGrivão o sr. dr. Francisco de Sal-
les Gomes Cardoso— e cartorário, zeloso e
Intelligeote (desde %1 de novembro de 1865)
Gherubino Henriques Lagoa, auctor de um
volume de poesias denominado — Vozes Ti-
fNMto— publicado em i865 (Porto) tsolh edi-
ção se esgotou ba muito.
E no grande hospital em 1 de Janeiro do
corrente anno (1875) o quadro do pessoal
(lãú incluindo a pharmacia) era o seguinte:
Facnlutivos 9
Empregados na secretaria e fiscallsação . 5
CapellSes 2
Enfermeiros %
Vice-enfermeiros d
Ajudantes f%
Enfermeiras 2
Ticeenfermeiras 2
ÂJudantas 25
Ittços 22
Porteiros I
Cozinheiro i
Saehristão «.... l
Total 97
Plaata do hoaiiital daJBMrioofftfia
' A forma do edificio é quadrangular, e as
faces prlMlpiíes (e perfeitamente iden-
MIR
3S1
ticas) ficam voltadas uma para o nascente
(rua oceidental do Jardim da Cordoaria) e
outra para o poente (rua da Liberdade.) A
do nascente é a única que se acha acabada,
mas só exteriormente, continuando n'ella as
obras interiores ; a do sul está a quarta
parte apenas feita, e d'este lado ba muito
pararam as obras ; na do norte ha apenas
feita um pequena parte dos alicerces ; e a
do poente ainda não passou da planta, nem
passará nos nossos dias.
Cada uma das fachadas, este e oéstl^
deve ter 783 palmos (174") de extensão
— as outras duas que devem ser também
idênticas, I79",33 de comprimento cada
uma, e toda a circumferencia do edificio por
consequência 3:180 palmos.
Ko meio deve haver (segundo a planta
primittiva) um grande pateo e claustro, me*
dlndo tanto pelo nascente como poente 601
palmos, e pelo norte e sul 583.
No centro d*este pateo (hojeoccupadope*
la lavanderia a vapor, hospital annexo, hor*
to botânico, etc) Foi na planta marcada uma
egre}a de forma circular no interior, e qua-
drada no exterior, medindo cada uma das
suas 4 faces 130 palmos, 77 de diâmetro no
InteritM*, e 200 na sua maior altura, desde o
pavimento até ao topo da cruz do zimbório;
devendo ser esta egreja ornada com 22 eo*
lumnas de 40 palnM>s de alto cada uma;
4 estatuas de 18 palmos ; 3 portas ; 24 }a-
nellas grandes e 48 menores, além da^ que
devem ficar á face dos alicerces.
Deveria ter todo o edificio 3 solurados— 159
salas e saldes— 142 enfermarias--97 priva*
das— 20:609 portas e janellas— 28 estatuas
de 18 pahnos— i76 columnas (a maior par-
te de 40 pa)mos>-100pyrmmides— 5:586 ba*
laustres — e 56 escadas principaes, de dois
andares cada uma, com mais de 3:000 de«
graus, isto alam dos subterrâneos. '
A altura do edificio varia de 70 a 95 pai*
mos» com a grande differença de nivel do
terreno. As paredes (tmdamentaes já feitas^
tem (segundo diz Rebello da Costa) 50 pal-
mos de e^iesauraem alguns, pontos éo laduk
sul, e os aterros d'este mesmo lado, oôrea
de 100 palmos de altura^ tendo Já fa^evastoa
armazena subterrâneos, arrendados na actua-
9tS
MflBt
Íi4M6 <o múor) pelo aoreditAdo BegociantB
éà viobosi Joaquim Farreira Monteiro Gai-
marães.
Priaeipiou» como já diwemos» a eooatruo-
fio â*e8te vaato edificio^ em 1769, e hoje
(maio de 1871^) terá feita apenas a quarta
j^te, poeto qae DoaalUmofiaoaoa^a iastaB-
eiaa do commendador o sn Uanael Franciaeo
Dttarte Cidade, aa obraa ee desenvoiveraiQ
oonsideraTelmeate, devendo-se^ em grande
parte, aos esforços e donativos em diubeiro,
dtoste rico e benemérito irmào o acabamen-
to da fachada príoaipal (extremidade N.)
Hotel àoJjowm
Na esquina da roa do Triampho e daraa
do Rosário, com mna face voltada ao sul,
sobre a rua da Liberdade, e ooira ao nas-
geitte, sobre a praça do Duque de Beja, es^
tá n'esta fregoeiia o hotel do Louvre, por
mais do que um titulo digno de menção.
£ este hotel um dos primeiros do Por-
to, e propriedade <o estabelecimento, nao o
ediflcio) da sr.« D. liaria Henriqueta de Mello
Lemos e AWellos, filha do £allecido mare-
chal de campo, Henrique de Mello Lemos e
Alvelios, fidalgo da casa^real» e irman d3
sr. visconde do Cerrado, actuai governador
civil de Viseu. É casada com um distincto ca-
valheiro de Pinhel, o sr. João de Menna He*
redia Freire Falcão, de quem se acbajudicíal*
mente separada ha muitos annos.
Foi n'este hotel que se hospedou o sr.
D. Pedro II, imperador do Brasil, quando
TiajftY^ i^ £uropa em 192%
N'esta mesma casa esteve o Grande Botei
4$ Por», durante a exposição iniernacional.
que se realisoa em tô68 nopalaeio decry»^
tal d'e8ta cidade»
Estava ssontado com grande huo, e loi <»
primeiro liolel do Porto n-esaa época.
O nosso infatigável archeologo, o sr. Joa*
qoim Possidonio Narciso da Silva, de quem
algumas vezes tenho íallado, com lo^voi^
n'es(a obra, pelos relevantes serviços qv^
tem prestado a Portugal com as suas inves^
tigaçdes» achou, em Í8d3, no convento d*
Monchique, d*esta fregoezia, uma grande la-
pide de granito, com uma inscripção hehrai*'
ca, perfeitamente conservada.
Estava incorporada no revestimento da
cantaria, em conveniente altura para sor li-
da, do lado esquerdo de quem entra no pa-
teo, e próximo da hombreira do portão da
horta.
O ST. Silva» desejou logo obtel-a para a
seu querido museu archeologico do Carmo.
Passados annos, fui o mosteiro vendido ap
seu actual proprietário, o sr. Clemente Joa-
quim Guimarães Messener, que generosa-
mente deu a pedra ao sr. Silva; e^ a 3 de fe-
vereiro de 1875, deu ella entrada no Carom.
Tem apedra i",54 de comprido, por O^^fii
de largo, e O", 18 de grossura.
Não eâtá completa a inscripção» íaltando-
Ihe a parte superior e a inferior.
É provável que esta pedra viesse pam
aqui, da esnoba (synagoga) que se suppd^
com bop.â fundamentos^ ter existido proxjf:;
mo e a E. do mosteiro, onde ainda se cha^
ma Monte dos Judeus, depois de expulsos of
israelitas, do seu bairro, áVictoria, come
fica dito no logar competente.
O sr. Joshua E. Levy, deu ao sr. Silva, a
traducção seguinte, da inscripção hebraica:
3.»
Se perffUÊUar, eomo não foi occuUadOf edàficio de nomeada dentro de muralhas, .
Elle foiúa mèer^ dixenáOy tenha um protector, conhecido entre altos dignitárias.
Pcwa mim úm gnemáa^ elle áBsetío diria, eu sou a tua verdadeira e melhor mmraíhas-
Grande emtre oa heàreus^ entre os prindpes de tua nação, o mais poderoso elle é.
BmefiGú p/ratêstot do seupo^à, smrnnáD a Deus com perfeita fé% edificou um templo ao
seu nome, de talhado pedernal^
JÊimêtroé^^fti, na punêna o primeiro é cmeeèhmiih * n^ tmdieneins retêi 101»
posto tem^
BH9'é ffi» rakèino^ Bom Mmié^ fr^iector $ lug da trièu é$ JekuéÈá^ a etletompeka
SÊ^prmamuttorídmáÊà
MEK
WR
n$
8.0 --* Por mandado do grSo ràbUnOi qm viva, Awl Mhôgef-Ben-Ârgê (lõsé de LeSo) co/m^
fímsionaáí e director da obra
SqgUDda suppoe o sf. Levy (o tradaoUiO
foi edificado o templo jadatco (synagogai) a
que a ioaeripção ae refere, no. to do seca*'
lo XV. ou principio do XVI ^ por o>rdem4o
KftU»ifio, Dom Jebadá, ^e ooouj^vauma po-
sição muito elevada na corte; ^ a qae a íb-
scripção dá o nooae de }H$hné Letmekj, qae
Ba lingoa hebraioa eigniâca— «í(y-ret\ dt>«-
ctor de finafhgas, ou intendente geral do reino-
Vé-se da inscripção, que o director da
obra da synagoga, foi am tal DêmJehosef
BenhArféf oa José de Líãík
Grande parte dos minaciosos e itíipoirtan*
tissimos esclarecimentos d*este artigo, me
foram generosamente dados pelos srs. dr.
Pedro AngQsto Ferreira, digníssimo e IllUs-
trado abbade de Mífagaya, e Tito Augusto
l>aarte de Noronha, esclarecido director das
obras da nova alfandega do Porto.
T Mas nSo no tempo do domínio dds Phi-
Uppes, cocio diz o sr. Levy— primeiro, j^f^
qae os judeas foram expulsos de Portògal
por D. Manuel I, em 1497 — e, portao^lo, no
tempo dos Philippes jà nào havia judeus
nèm synagogas na Peninsula— segundo, por-
qae a dominação phíiippína principioa no
«iLimo quartel do século XVÍ, e terminou
no 2.» do XVH— 1580-1640— e nào nos aecu-
los XIV e XV, como diz o sr. Levy.
Nada tem com a dominação dos três Phl-
li^fe», o u^D de escrever- se don em vez de
diom. N'aquelles tempos«.efnpregava'8e iodia*
tinctamente em Portugal o n ou o m n*e9ta
e outras muitas palavras, como temos visto
em varias partes d'esta obra.
2 Só se fdese director das finanças, que é
dio.quo os judeus mais gastavam. Em todo
o caso, não vejo nas historias de Portugal,
dos séculos XV e XVí (e muito menos no
tempo dos Philippes) símilhante nome, exer-
eendo emprego nenbam publico. Se Bi Je-
kudá, fúá mittistro ou recebedor de fina»-
Ías, era conhecido por outro nome (muitos
tldeus usavam de dois— um na synagoj^a,
e nos documentos escriptos na lingua jd-
áaisa ; e ovlro quindo eseretiam ebi pdr-
Sljyez, pana Mgocios j^ttblieot.),TalVfiE qne
Jebudá não passasse de um (m^^imra» e
que os seus, por lisonja, e como era em ca-
9Mlere«^H}tt6 ds pdftugttezd» nlo ehtendiâm,
Estes dois oavalheiros levaram a sua no-
bre amiaade ao ponto de eederme o fruefto
de loiígoe trabalhos e árduas locubraçdes
em que andam empenhados, para darem &
Iteo-seu Htro, intitnlado— *^nft'j)rtttiia({^5 dó
Porío— já em via de publicação.
Nioguem mais praticaria este rasgo de
nobre cavalheirismo ; aceeitando o papel da
plagiário, do que é sen, pofs teem de re*
produzir na obAt o que antecipadamente
publiquei a'e9ta.
JulgQ-rae oMgatdo a fazer esta declara*
ção, para se conhecer a raríssima modéstia
d*estes dois senhores, e para se saber que
nã0 quero elogios • que a outros se devem
dirigir.
Perdoe-me o sr. abbade se com esta de^
claraçiô infrinjo as suas ordens ; porém a
minha consciência determina-me este pro»
oediwstito.
milAllDA^fregiievla, MHího, eomarea d
eoneelho dos Arees de Valte de Vez, 40 k!-'
lometfos a ONO. de Braga, 400 ao N. de Lig-
be<a, KM fotfos* Ém I7ti7 ainha iW fbgos.
OMgo Santa Malria (Nosisa Sonhora da
Gonoéiçio.)
Areebi9pado de Braga, distríetn adminís*
trativo de Vianna.
O parocho era vigário, regalar, triennaly
da apresentação do mosteiro benedietino,
d'esta fireguesia. Tinha 40MOO réis e o l^ó
d'alur.
Houve aqui nm mosteiro de monges da
Ordem de S. Benlo, fandado por S. Fructuo-
so, areebis^ de Braga, no aúno 6^, no rei-
nado do rei suevo, Iteoeswínto. (S. Fructuo*
SO) falteeeu a 16 de abrít de 665.)
Xra este mosteiro um dos maiores d*esta
provinda, lanto tta numero de Arades, co«
me em grandesa.
Algãu^ frades viviam como verdadeiros
eretímtas^ em eapellas espalhadas pelo monte.
O rei' D. Afi)Bso II, no seu testamento^
\bè tteiaavn Adtniranda. Foi primittiva*
mente fandado mais abaixo do sitio aettial,
dêfioi», WÊt reeensttncçSio, é qae se mmdoa
pMi o* aogundo loeal.
384
im
. Passou a oomiaeiídatarioa» em 1XS90. Es-
tes, comendo todas as rendas do mosteiro,
áeixavam os religiosos a morrer de fome,
pelo que elles abandonaram o mosteiro e
foram para oatros conventos da sua ordem.
Os commendatarios, vendo-se livres dos
monges, partiram os bens do mosteiro em
vários prasos, que deixaram aos sens pa-
rentes.
D. Affonso III e seos snceessores, deram
vários coutos e muitos privilégios a eete
mosteiro, e o D. abbade d'elle, era ouvidor,
nos seus coutos ; porém, quando o mosteiro
passou a abbadia secular, a camará dos Ar-
cos conseguiu fazer-lhe quelfrar oa privilé-
gios. «
No alto do monte d'e8ta fk'eguezia, ha uns
penedos, a que ainda chamam Castello; on-
de, segundo a tradição, esteve uma fortale-
za, em que os christãos se defendiam con-
tra os mouros.
Alguns dao a esta firegnezia o nome da
Mirande, nao sei porque. Entendo que ó er-
ro. O Portugal Sacro $ ProfainOy e todos os
escriptores antigos, a denominam Miramáa,
MIRANDA DO GORYO (ou DE PODEN-
TES)— -villa, cabeça do concelho do seu no-
me, comarca da Louzan, i8 kilometros a
SE. de Coimbra, i95 ao N. de Usboa, 1:300
fogos.
Em 1757 tinha 900 fogos.
Orago o Salvador.
Bispado e districto administrativo de
Coimbra.
Os duques de Lafdes apresentavam o
prior ; depois, passou a apresmtação para o
real padroado. O prior tinha 1:8004000 réis
de rendimento annual (vide adiante.)
O concelho de Miranda do Corvo é com-
posto de 4 fregueziaS) que são :— Lamas, Mi-
randa do Corvo, Rio de Vide, e Semide, to*
das no bispado de Coimbra, e com S:MO fo-
gos.
Está esta villa situada sobre o rio Dnó-
que passa pelo meio da povoação, sen-
lo n'ella atravessado por duas pontes de
cantaria.
' Aqui se junta ao Duéça, o rio Alheia^ que
nasce no valle de Nossa Senhora da Pieda*.
s
UR
de^ a pouca distancia da villa, reeebendo em
sua curta carreira, os ribeiros de Espinho,
do Arneiro, e os do valle de Aveneúa. Para
o Duéça, vide 3.* vol, a pag. 490, coL 1*
Junto á villa está um campo muito ame*
no, aprasivel e fertilissimo, povoado de h<^
tas e pomares.
Ha aqui fabricas de estamenhas, pannos
de linho» e louça ordinária.
Tem um grande mercado semanal.
Consta que D. Affdnso I lhe deu foral, ení
1100; mas Franklim não o menciona. D.
Manuel lhe deu foral novo, em Lisboa, a 20
de novembro de 1{^Í4. {Uoro de feraei fio-
vos da Extremadwra, fl. 68, v. ool. 9.*) N*e8-
te foral se dá á villa o nome de Miranda de
Podentes.
Fica Miranda do Corvo a 9 kilometros da
Louzan, egual distancia.de Semíde, i% de
Penella e o mesmo do Espinhal.
O seu concelho confina, ao NE., com o de
Semíde (extincto, e hoje unido ao de Miran-
da)-—ao E., cem o da Louzan— ao SE., com
o de Figueiró dos Vinhos (districto admi-
nistrativo de Leiria)^com o de Penella^ ao
O. — e ao NO., com o de Coimbrã. *
Está a povoação cercada por todos os la-
dos de elevadas alturas, que são, a serra da
Miranda do Corvo, a de Espinho, a da Se-
nhora da Piedade e a de Villa Nova; pelo
que só se vé a villa quando se desce as en-
costas d'estes montes, para a povoação, que
está assente em uma bacia abrigada, ame-
na, agradável e fértil.
É Miranda uma antiquíssima povoação, e
DO alto do Calvário existiu, em tempos re-
motos, um castello, de que ainda ha vestí-
gios, e uma cisterna. Não se sabe quem foi
o fundador da villa e do castello, nem a
época da sua fundação. Entre o Corvo e Mi-
randa, téem ap parecido, por 4ifferentes va-
zes^ alicerces de cantaria, o que prova ter
alli existido uma povoação de que não ha
memoria.
D. Affonso Henriques reedíficoa e povoou
esta villa, pelos annos de 1160, e é muito
provável que íhe desse então foral.
O castello era, som toda a provabilidade,
de constmcção romaiuL Sabenoe foe aa
MSI
mouros o tomaram» . em i 116, assassinando
on captivando toda a saa guarnição.
Os easteilos de Miranda» Soare, Santa Ea-*
lalia e ootros^formavam n'esses tempos uma
linha cnrva, oa semicircoio» de fortiâcações
avançadas, qae defendiam CoimlNray pelo E.,
& e 0. {HUtoria de Portugal^ por Alexan*
dre Herculano», tom. L% pag. 258.)
Foi Miranda senhorio da esclarecida fá*
milia dos Sonsas, a mais nobre de Portugal,
depois da real. São membros d'eUa, es da-
ques do Cadaval e Lafões» os descendentes
dos marqueses de Minaç, os condes de Re*
dendo, os condes de S. Thiago (de Bední*
.do) e uma glande parle da antiga e.verda-
deira aristocracia portugueza» por casamen-
tos com esta (amiiia.
Depois, os senhores de Miranda do Corvo»
passaram a condes do mesmo titulo, até que
o T."" conde de Miranda, D. Pedro Henrique
de Bragança Sousa Tavares' Mascarenhas da
Silva» filho do infante D. Miguel (filho legi'
timado de D. Pedro U) foi elevado a duque de
Lafões, por D. João Y, em 5 de novembre
de Í7i8, ou, segundo outros, em 2 de abril
d*esse anno.
Este D. Pedro, era também 3.« marquez
de Arronches, senhor de Âlafpes (ou Lafões)
6 das vilias de Jarméllo, Fulgosinho, Sosa
(oa^ Sousa) Podentes, Vouga, e Oliveira do
Bairro.
Para as armas e genealogia
dos Sonsas, vide pag. 13, coL
í." do 4.» voL
, Julgo uma curiosidade histórica de subi-
do valor (por ser uma prova de como faltam
á verdade os que dizem que no tempo do
abs0iatismo, o monarcha era superior ás
leis) o facto seguinte.
. D. João V, logo depois de reconhecer por
príncipes da família real, a D. Luiza e D.
Mignel, filhos bastardos (legitimados) de Dl
Pedro II» casou D. Luiza com o tJ* duque
do Cadaval, D. Luiz (filho do duque D. Nu-
no.) D. Luiz morreu sem filhos» pouce de-
pois de casado, e a sua viuva casou com D.
Jayme, seu canhado, irmão de D. Luiz» que
161 o 3.* duque do Cadaval.
D. Miguel casou com, D. Luiza Casimira
de Sonsa» filha e herdeira .de D. Marianna
VOLUME V
M|R
335
de Sousa» 2." marqneza de Arronches» 5.*
condessa de Miranda, senhora da cssisi dos
Sonsas» citsada com o marquez Carlos José
de Ligne^ príncipe do sacro império ro«
mano.
J>. João V, por occasiãq do casamento de
seU' irmão^ D. Miguel» concedeu à esposa
d'este príncipe, em Í7i5, as honras de da-
queza, e d'ahi a tires ânuos, creou em seu
Àvor» como já disse» o ducado de Lafões. O
casamento de D. Luiza com D. Miguel deu
origuem ao seguinte pleito:
D. Luiza pediu ao rei» seu cunhado, que
lhe concedesse o titulo de alteza, como ti-
nha sêu marido. D. João V, que era orgu-
lhoso^ e que, quando efTectuou este casa-
mento, só leve em vista o enlace de seu ir-
mão com uma das mais ricas herdeiras que
então havia n'este reino, recusou obstina-
damente a deferir ao pedido de D. Luiza.
Esgotados todos os meios suasórios em-
pregados já pela duqueza, já por sen mari-
do» }i pelas pvlncipaea pessoas da corte» de-
cidia recorrer aos tribunais» allegando» cem
razão, que, segundo as ordenações do mtio»
a piulher nobre, casada com homem nobre^
tendo precedido approvaçao e licença r^ia»
deve gosar todas as honras de, seu marido.
D. João V, que instituirá um governo pro-
priamente pessoal» fazendose reiabsoluto ^
eiasperou-se com a pretenção. da dnqueza,
6 determinou ao procarador da coroa, que
empregasse 4odos os recnrsos legaes, para
que aqneUa senhora não eonaegnisse o. que
desejava.
O pleito foi longo, e dispntadissimo ; e
durante elie obteve D. Luiza duas sentenças
favoráveis ; até que, em 26 de setembro de
17S3» se publicou a terceira, qne terminou
a demanda, investindo a D. Luiza no trata*
mento de alteza.
Aqui temos pois, durante um governo in-
contestavelmente absoluto, leis superiores
ao poder e influencia real, e tribunaes de
justiça exercendo livremente a sua acção»
1 D. João Y, foi o primeiro monarcha por-
tuguês que não quiz convocar as cortes 4a
nação, para decidir tudo pelo poder absolu-
to, que sê arrogara. '
21
$26
SflR
sem se importarem com o absolati^o do
monârcha.
'Eram os condes ê sáàliores de Míraifda
<}ue aq[tii pubham :ts JtÍMtçad. O juiz ordi*
Dário da viila era directamente sabordtná*
do ao corregedor de Coimbra, — e o cá(»itão
ínór tinlia também jarisdicção na viTla de Po-
tentes è na fregnezia de GampéAé.
Os condes também apresentavam o pHor
d*esU Villá. Era este nm dos^ mais rendosos
* beneficies dó i*eino, atídando os dízimos ar*
rendados por 16:000 cmzádos (6:400JK000
réid) tetmo médio, anunalmènte; porém â'es*
ta grande renda pagava varias pensSes.'
O Portugal Sacro ê^Profano
dá-ihe de rendimento liquido
apenas l:B0O^0O0 réis; por-
que costuma sempre dfmfntiir
e muito os rendimentos paro*
cbiaes.
A egreja paroehial ds Miranda, iqme está
]Hx»cima ao antigi» «dsteilo, é am bsm tem*
pk), ainda que singelo.
Sm t60d se^Mnstraia sobre a Dueça.pma
'4>0a ponte de alvenaria» á oosla dos munici-
pios de Coimbra 6 Miranda*.
Haii*esta fragaezia a beila natta ida Tre*
mÔa, foreira as eabido^dâ Só d^ Coimbra.
O Ibrte d'esle conceiho, e de que os seus
'^biiábtes vivem qnasi exclusivamente, é a
àgricQtara; porém os povos <do Carapinha],
■Bnjoz, e pMTte dos d» Espinho, fabricam e
exportam para Coimbra, Montemór^Yelho,
Figaeftró dos Vinhos, Pedrógão e outras lo-
calidades, louça de barro vermelho, onja.in-
«dustHa é aqui muito antiga, pois já o paâre
Carvalho da Costa diz, que o maior ntimero
de 'povos d^ta viila sao oleiros.
— í
O Sanctuario' Híarianno (vol. 4.*, pag.
48^) diz que esta vllla foi fundada ou reedi-
ficada por D. ÂfTonso Henriques, qde lhe
deu o seu primeiro foral, que D. Manuel re-
formou. Esta viila, parece, deu este mesmo
rei (D. Manuel) act primeiro duque d* Aveiro,
em cujo estado s^ acha ao presente (Í7i2).
Antes a havia dadê el rei D. Dínit, em 8 de
outubro de 1816, a D. Isabel, fiha dê seu ir-
mm
tnão, o infante D. Àffonso. (AUCtor « lidglir
citados.) -
A 3 kiiofnêfros a E. d*esu t!lta, está o
sanctuario e casa de Nossa Senhora da He-
dade <va1go capéRa do valle da PMúM) li-
inadana ^a^ganta de ^úás sernis, eoiite
nos me^es de agosto e setembro conicorrélii
infinitos tomeiros, (alguns de mais dé 100
kilometros de distancia) e duas betnãêiíràs^
de Coimbra, uma que sae da *egre}a 4e*S.
loSó d* Almedina, e outra (vulgarmente éha-
mada do fheodoro) da egfeja de SanfAú-
na.
Fica este sanctuario protf mo ao logar^e
Tábuas, è junto d'^lle passam duás ribeifas
que fazem o sitio muito fiiesco « ameno no
vei^o.
Segdndo a tradição, a origem d'este tetti-
pio é a seguinte:
Jtttfto ao sitio ônid^ hoje eátá femdad^ o
sancttrario (a um tiro de espingarda de dfs-
tandià) está uma boa tjuíhta, que ¥oi do* tia-
pitão Alexandre da Costa, e proiimo'a ella
um agradável prado arborisado) regado por
muitas fontes, que nascem na taesma quin-
ta e yae terminar na estrada) que leva á ca-
peltãj povoada toda de grandes nogueiras e
castanheiros.
rTe^a rnesina quinta (que é antfiiufssi-
ma), viviam, pelos annos 1300, Domingos
Pires e sua mulher, Leonor Annes, ricos e
muito caritativos proprietários. Tiveram por
filho João Largo, o qtial teve duas filhas Eva
Moitinha e Maria Noitinha, que, emquanto
solteiras, eram as aias que toucavam e ves-
tiam a Senhora da Piedade.
Éva Moitinha casou com André Tíefra
Arnaut, que veio (sendo menino) com a rài-
nfha D. Philippa d^Alencâstre, mulher èe D.
João I. D*eàte casamento nasceu Sebastfâiia
Vifeira, que casou com Martim Carneiro^ e
não tiveram filhos.
Maria Moitinha casoti com Pedro Neto
Parra, dos quaes nasceu Manuel Netto PSr-
ra, que casou com Buphemia Cabral de Ar-
naut, sobrinha de André Tiéira d*Ahtetot
Tiveram Luiza Cabral de Afnatít, que- casou
com o tal capitão Alexandre da Costa, e ti-
veram vários filhos, que viveram n^esta
^7
iqaiala: aendo os ilbos primcceoitofi os tl|a-
.sooreèros e depo^tarios doskeas da Senho*
4rad&?i6éade.'
Domingos Pires era um rícolavrador^ae-
jihoto de maitas terras d*esM $íil\o% b. tinha
«mnitos fados, <
. O sítio onde se ediflood a capetla da PAe-
4ade tinha antigamente o nome de Ualhali-
.'Wk^ t a ^ile vinha Domingos Pires eapemur
jo Mipresso dos sens gados.
. . Diz a lenda que a Senhora apiparecea a
este virtuoso lavrador, por varias vezes^ so-
bm um petthasco, no referido sítío da Malha-
didha.
Tratou k>go Pires de edificar, no mesmo
sitio, uma casa á Senhora, sob o titulo de
Senhora da Piedade, e depois de eonstmida
n capella, foi a Coimbra, onde então havia
bons esonlptores, para eneommendar a ima-
igem, representando o tranoe doloroso em
9ae tinha sen divino filho morto nos hraçosi
Qhi^a á oidade, ao convento -antigo de
•Sant^. Ciara, qne estava junto á ponte» e nl*
i|iaelQt pousara uma oaia, qne devia de
ser hospedaria.
i^ouco tempo depois de aqui chegar, en**
Iraram dois íonnosissimos mancebos, que
perguntando-rlhe o motivo da sua ida a
Coiínhra, e saèido por dles» disseram a Pi-
.<re8 4Qe eram e^eulptorea, e que se eUe lhes
qpueese eneommendar a factura da imagein,
são fioaiia descontente; e que mesmo tinham
|à feitas algomas imagens, que lhe trariam
.fiara examinar, ao que Pires aocedeu.
No dia aeguiote chegaram os dpis escul*
pcores com uma perfeitíssima imagem da
Samissima Virgem da Piedade, que mais
^paraoia ofara.de anjos t]ue de homens, e exa*
«lamente siroilhante á qne lhe. tinha appa*
reeido na Mçlhadinhcu
FioOU Pires sobremaneira alegre e satis*
feito, sem querer ver mais nenhuma ima-
gem, perguntando logo quantp esta custava.
Disseram os mancebos ^ue fica9se.com a
.imagem, e no dia seguinte viriam tratar do.
ajuste; mas não vieram e Pires os andou
buscando dois dias pela cidade, sem d*elles
poder obter a menor noticia, nem na hos*
liedaria hou^e quem os visse entrar ou
sabir.
Jfo flm de doia dias de buscas fnfmffttto-
ras, assentou Pires .que os dois pret^didipa
aseíriptoiies etam sujos que lhe tinhi^n da-
do ajmi^em^ eiratQU de a levar pi^r^ a sovt
càpell:^ para o gne fretou um barco, e a to-
voa .pelo Mondego . acima» até ao logar <^
Geira,.eahi a coilooou em nm carro seq^ie-
yando-a para caaa» até se concluir o seu, al-
tar. Foi um dia de o^ande festa o da coUoça-
çao da ioMgem na capella. E* esta grande e
bonita. Tem o altarrun^r, onde ^tà a;pa-
droeúTA (em um oratório envidraçado).
A eapella mór é fechada por umas balias
grades de pau santo, que lhe mandou fazer
o.pnior do Salvador de Miranda, Estevão de
Foyos Pereira.
Tem duas capellas lateraes de 5. João Ba-
ptista» e de Santo António» *
Fórada.porta da eapella, e formado n*eUa,
está um formoso alpendre, levantado sobre^
columnas de pedra, e n'elle o palpito.
Era annexa à egreja malfiz de Mir^^^da»
cujo prior apresentava aqui o capellão, para
tratar da eapella» dizer. as missas e rmeber
as oíTertaa.
Tiidia a Senhora três alampadas de pr^ta,
afora uma muito antiga, que foi desfjaita;
quatro grandes castiçaies, duas corftas^ tbn-
ntak)^ navéta, e varias outras pegas do
mesmo metaU rices ornamentos» ^ teve uma
preciosa easúla, de brocado de oiro, borda-
da com as armas dos duques de Aveiro, que
lhe deu a doqueza do mesmo titulo.
As religiosas do hoje abandonado conven-
to, de Jesus de Aveiro, tinham muito grapde
detoçao a esta Senhora, o lhe costumavam
maddar ramos e flores para o seu altar. .
A 3 kilometros ao S. de. Miranda, perto
de uma serra eminente, e om um sitio qpe
fica. ao O. da serra, está uma.pUmcie, cer-
cada de arvores silvestres,' no meio da qual
erigiu uma mulher a capella 4e iVoéi^a £#-
nAoro- do$ Milagret,
Conta a tradição- do modo seguinte a ori-
gem d*esta capella.
Pelos annos de 19001, havia uma peque-
na aldeia na descida d*aquella serrst cha-
mada Fttaes, habitada por pobres, lavra-
dores. Entre estes bavia uma viuvfr, com
^âs
iim
mba filhá que, por' motivos qaeseilnoi^am,
86 suicidou, eiiforcaQâo-se.
A mie, aí&icta^ com tSo triste successo, e
^vergonhâda pelo fim desesperado de soa
fflha, pegou D*ella ás cosias, e a foi enter-
rar na plaaiciè, em cnjo centro está hoje a
cápella, sem a pessoa alguma dar parte do
Buecedido; e sobre a ean^a da filha hia
chorar lagrimas de vergonha e de saudade.
Passado tempo resolveu edifiear aqui uma
eapella â Mae de Deus, para o que sollici-
ton e obteve licença do bispo de Coimbra.
Construiu a ermida, que dedicou a JV05-
sa Senlwra doê Milagres. A imagem da Se-
íihora é de pedra, de um metro de alto, e
de boa esculptura, mandada fazer em Coim-
bra pela fundadora.
£* a Senh&ra dos Milagres advogada con-
tra as iiiflícçôes do coração e dores inter-
nas, e lhe offerecem os devotos, como teste-
munho dos favores recebidos, corações e
omras vísceras de cera.
Miranda é também um appelífdo nobre
em Portugal, tomado, ou d*esta villa, ou da
cidade do mesmo nome,' em Trásos^íontes.
O primeiro queeom elle se acha, é Gonçalo
Paes de Miranda. Tem os Mirandas, braêâo
d'arma8 completo; que é— em campo d*ouro,
aspa de púrpura, firmada, entre quatro flo-
*res de liz, de verde. Elmo d'aço aberto, e por
timbre, seis plumas d'ouro, e entre eUas,
uma das flores de li2 das armas.
Outros do mesmo appellido, usam das
mesmas armas, mas o timbre é uma aspa
d*ouro, carregada das quatro flores de liz
das armas, uma em cada ponta:
Outros trazem, em campo d*ouro, duas as-
pas de púrpura, em banda. (Pará a eiymo-
logia, vide o artigo seguinte.)
MIRANDA DO DOURO— cidade. Trás os-
Montes, cabeça do concelho e da comarca do
sen nome, bispado e districto administrativo
de Bragança, d*OQde dista 48 kiiomíetros, e
470 ao N. de Lisboa, 350 fogos, em uma só
íireguezia.
£m 1757 tinha 300 fogos. .
Orago Santa Maria Maior. (Nossa Senhora
da Assumpção.)
Era esta freguezia {antes do bispado se
I mudar para Bragança), curada pior dois cor
negos de meia prebenda, da apreseotaçaa
da mitra, tendo cada um d'elles if5jMMK>róis
de rendimento Annual.
O concelho de Miranda, é composto de i(^
freguezias, todas no bispado de Bragança^
sao: Aihenojr— Cicouro eConstautim— Oaaa-
Egrejas — Genízio— -IníTâties (ou Ufanes)-*^
Maihadas-H-Miranda— Palaçoulo --ParadeUa
—Picote — ^Póvoa-— S. Martinho d^Angueira
-^Sendim— Silva, e Yilia Chan da Barciosa«
Todas com 2:000 fogos.
A sua comarca é composta dos juig&dofl.
de Miranda e Vimioso, este, com 2:â00 fo*
gos;'vindo a comarca a ter 4:200fogo8| to*^
dos também no bispado de Bragança,
Esta cidade, é4ima triste provA das alt^-
nativas a que estão sujeitas as povoações,
como as famílias e os homens. Nobre e an<-
tiquissima «cidade da Lusitânia, chegou a Cal
decadência, que, não s6 perdeu a sede de ta-
pado, mas até a comarca, puis o julgado de
Miranda pertenceu, por muitos anno8,áco>
marca do Mogadouro, pequena e arruinada
villa de Trás-os-Montcs.
Em i855, tornou a ser cabeça de comarca.
Está em ii*" 25' de latitude e 15"» iSf de
longitude, N.
É o setl assento na parte mais meridional
da província, sobre a direita do rio Douro»
que a separa da província de Leào'(Hespa-
nha), em terreno montuoso e alcantilado, re^
fervendo lhe ao sopé, encaixado em pen^!-
dias, o indómito rio qae lhe dá o sobrenome.
A darmos credito ao padre Carvalho da
Costa, e outros muitos escriptores portuguq-
zes, foi Miranda uma cidade importantissi-
ma no tempo dos romanos, que lhe éeram.a
nome de Contium^ depois, de Paramica, e
por fim, de Seponda.
Conquistada pelos árabes, em 716, estes
deramiheonome de Mir-Andul, que facil-
mente se corrompeu no aciuaL
Jlltr ou Emir, é um nome appellativo ára-
be, que significa : príncipe, senhor, chefe,
governador, etc.
AndiUf é um substantivo persa, adoptada
pelos árabes, e vem a ser, uma espécie de
liteira^ conduzida por homens; andas^ ou p«-
lanquim, ainda hoje muito usado na Asíae
Mia
%9t
é Ba Abiea. (De atidte/, fizemos nól andor,
qne yem & sèf o mesmo). Sendo aasim, si'
^súíkA^^PoMaçãa do Emir do palanquim.
Na Jiespanha ha Ya*ias povoações com o
'■ème de Miranda. Na Itália ha nma cidade
májo nome sbffreo menos corrupção, pois se
«hama IHrandtUa.
* ' ■ — - •
CiMQ as guerras entre os lusitanos e ara-
1)68, M esta cidade mnitas vezes tomada e
destruída, de ifiodo qae no t^mpo do conde
B<r Henriqne, estava em completo estado de
raina e qnasi deserta^
' Pol.nVste miaero estado qm a achoa sen
filho, D. Afonso Henriques. Vendo este prin-
«i^ a importância militar d'este ponto, não
só pela laeiltdade oom que sq podia tomar
'defensável, como por ser fronteiro aos tur-
l^nteiltos leonezes, com quem teve Varias e
-èttcaròiçadas guerras, tratou de á' tornar
nma praça de guerra, construindo^the uni
lort» caseei lo, e uma pequena cerca de mura*
lhas, em ii36; e, n*esse mesmo anno, a 19
de noT^mbro; lhe d?u foral, com muitos pri-
vilégios, sendo um dos princ^aes, o de ser
€Mito do reino, ou de homisiados; para attra-
iir para aqui mais fácil e mais rapidamente
povoadores. • . .
£ete foral e seus privilégios, foram depois
•CMfirmados em Coimbra, por sen neto, D.
AfTonso íl, em 1217. (líaçõ It de foraes an-
4igo9, n.^ 3, 11. 9, col. l.-— e no Uv. de foraes
-emligos; deleitura nova, fl. 53 v., col. 2.«)
H. Dinii, lhe concedeu outro foral, au-
gmentando os privilégios antigos, em San-
tarem» a 18 de dezembro de' 4286, dando -lhe
então o foro de villa. [Liv. i.« de doações, do
.ir. rei D. Diniz, fl. 189, col. l.*, e na gav.
1«, maço i3, n.» 21.) *
. D. Manuel lhe d^u foral novo, enr Santa-»
rem,.no !.• de }unho de 1510. {Uv, de foraes
novos de Trás-os-Montes, fl/l,'col. !•)
A população de Miranda, foi crescendo
€M redor do castelío, convidada pelos privi*
legíos e isenções que lhe eram concedidos,
« o niesmo D. Affônso Henriques, ou sen fl-
1 Um dos privilégios d'este foral, pra o de
Miranda nunca sahir da coroa.
lho, D. SaoehO' I, mandaram eonatruir em
redor da povoação, umaoutra oârca de qq-:
ralhas, defóndidas por algumas torres e ca-
belos.
SutHâdo ao throno (1279) o rei D. Dial;»
incansável constructor de castellos e ma*
ralhas, e estando as fortificações de Miranda
bastante deterioradas, já pela mà cofStroe*
ção, já pelas guerras com os leoneses, man«
dou reedificar todo, no mesmo anno em Que
lhe den foral, terminando as obras no amio.
seguinte.
O castelío estava tão desmantelado, qna
foi preciso reeonstruil-O d^sde os fandamen^
tos. As muralhas* também foram ampliadas.
'O castbllo tmha uma porta e um {Mitigo,
e as mundhas, três portas.
Bram alcaides^móres do castelío de Mi*
randa, os marqueses de Távora, que, com a
vida, e com todos os seus bens, perderam
ena alcaidaria-mór, em 1759. (Vide Chão
Salgado.)
Também o foi Gonçalo iPaes de Miranda,
tronco dos Mirandas. Ç^áe Miranda do Cof'-
\vo.)
As obras de defeza, feitas por D. Diniz,
principiaram em 1294, e se éoncluirám cm
1299.
Agora está tudo em ruínas. Adiante direi
a rasão porque.
Cessaram as guerras com os castelhanos
e leonezes, e a paz troute oomsigo o desen-
volvimento da industria, cpmmerdo e agrir»
cultura.
Os hespanhoes, tornando*se nossos ami-
gos, concorreram por muito, para a prospe*
ridadê da Miranda^ qne era o ceoiro das snas
ti^ansacQdes, com este rdao, e Miranda tbr*
nou^se fioresoente. *
No principio do século XVI, o arcebispa-
do de Braga, tinha uma área Vastíssima, pois
abrangia a>maior parte da provinda do Bfi-
nho e toda a de TrásDs^Montes, o que, como
é factt dejnlgar, eattlsava ^aves transtomofl^
prefuizos e delongas, nos negócios eeclesias.»
aíeos.
D. João III subira ao tfntmo, ém 1621, .e
sendo ttw.rci^résentados os inconvenientes
da. grande extensão do areebwpado de Bra^
ga, resolveu arear um bispado em Trásoa*
330:
HK
]lo&t6«--Impetnm te papá Paula Hl, a bid-
fai para a ereeçio da nova ditfeeae, qat Hm
foi concedida, em 2S de naio de I9I8« (qoan*
do se creou também o bispado de Leiria.)
Voi i.* bispo de Miranda^ D. ToríMo Lo-
pes.
É pois a este monareba, qae Ifiraoda deve
essa época de esplenden que por mais 4e
dois séculos disfroctoa.
Bonron-a- com a catheg«ria de cidade^ 6
lhe dea novos príviiegios, sendo um doa
príneipaes o de mandar procuradores ás cOr*
tes^ com assento no banco 4.*— Tudo isto no
meMo anno de 1545.
ftipp0e*8e qoij foi também entio» qoe ttie
den per arnu^ nm escudo coroado, tendo
no meio um casteilo com três tonre% e so*
bi^atorre do centro, a tua- em quarto crés-
eente, com as ponteia para baixa.
Eis Miranda a única cidade de Tràs-os-
Montez» capital de província, sáde de bispa-
do» residência do bispo, cónegos e mais au-
cioridades ecciesiasticas, l)em como das mi-
litares e civis. Com muitos e grandiosos edi-
flcioa, públicos e particulares, (qaasi todos
reduzidos actualmente a tristes ruinas; mu-
das mas eloquentes testemunhas de ventu-
passadas. Sic transecU gloria mundit) •
A guena dos 27 annos, deu o primeiro,
mu terrivel golpe na prosperídAde dTesta
infeliz povoação. Situada na raia, foi por va^
rias' veces entrada e saqueada p^s caste-
lh«ios*
O seti eonunereio eslava paralisado,* a sua
industria nnlla, e; oa lavradorest em, vea de
se empregarem no amanho das suas terras,
eoprega^mt-se èm defender a; sua paQria
contra' os castelhanos.
Em i6i4, D. João i V mandou reedificar
» soas antigas mofalhas: o eastéUo apror
prlou^se ao aso da artilheria, piora o* qae se
demoliram as quatro torres que exisfiain
nos quatro ângulos do castello, até ficaress
lo^nivèldas eorUiasL
Na guem da suecessão de Kespanha^ tn^
vaia óntM Gsntella e França de uma parte;
« a Inglaterra, ftorcugal, HoUanda e a AUa^
manha, da oatra, foi esta ddââe tomada, por
traição, no dia 8 de jnlho de 1740l
O sargento-m^^ PisienlBiy
governador da praça» a eaitte-
gon ao general; marqaeoráa
Bay, por 6:060 dobrões^ fieaft*
do a guarnição prisioileijBa dft
guerra. Porém em 1711, foi
esta affronta vingada por D.
João Manuel, conde da Aialaíay
que depois de nm curto asse«*
dio, e tomadas- as obras» €lit^
riores, e aberta ttma.brechnno
eastello, fez nender a praça Inr
capitula^, em l^.áe abril, fL^
cando a guarnição, castelhana
l^isioneira de gUierrab
Bm 176^ rebenta a guerra entre Hespan
nha e Inglaterra, por cansa do pacto de fa^
mUíQ. Portogal não cede ás intimaçõesèa
Gastellâ e França, e toron o partido da Unaf
Bretanha ; pelo que a Hespanha noa deda**-
fOQ guerra, em 15 de junho d^essiB anno^
O general eastelhaiiQ, marques de Sanrii^
hivadin cem nm poderoso exercito a pitt*'
vineia de-Trásofi-Montes, devastando*^ «sa*
qneandoa, e tomando-se. senhor de quaai
toda, e marchando sobre o Porto.
Também então (em Í5*de
afasto) o general, eonde» éo
Rdilli, nos toma Almeida^ (for
oaípilulação; e na America noia
. tomaram eavilosamento a es^
lonia do Sacramiento e a llia
de S. Gabriel
Em qunnlo Miranda; esteve sob o domínio
castelhano^ soffreu o que era de esperar dê
inimigos implacáveis.
Felizmente, o duque de Lafões^ é nomear
do general em chefe do exercito .pertngaez^
e chefe do estado mmor» o marechal-gene*
ral, eonde de Uppe; e o» castelhanos são*
derrotados em varias batalhas ; até que em
10 de^ fevereiro de 176^ se assigoa a paz^
entre Portugal, Hespanha, Fmmça eJnglih
tenra.
A prosperidade «Is Miranda, hia em deoar»
dencia; e tudo x^oncorria para a reduzir a
iltnii povoação insigniOcaate.
Em 1770, abre-seacommunioaçãaeom;â
tQgte d^ Bmau (qac^ ej^« va Jjcapedid^, dçsda
2& dô agosto 4^ Í76(X>— D. José I» impetra
e; QjfiiteiA da papa Clemente XÍV (o célebre
Ci^«^b9«tf//i>j^ erecção doâ bispados de Pena-
fiel ^ SragaaçaR e a restauração do de Peja.
O bispado de BragaoQa, é (orando ^ custa
dOi da HUvaoda, desmeml^raodo-se-lbe gran-
de nuo^ro die.parocbiaa.
Pela bulia do papa Pio YI, de 27 de se-
teoAro de 1780, foraoa foidas. estas duas
dioceses; i9as então, Miranda perdeu a sua
preemioAucia ecclesiastica. transferind^-se
para a eidade de Bragança sede episcopal.
Bonaparte, feito imperador dos frapcezes»
está em gu/epca com graQd^ numero, de. 9^-
ções 4a Europa. »
IBm iSOii faz uma aJÚwfa oom os hespa-
nboes» cpntna a Joglaterra;, e, çoo^o o prin,-
cipe regente (depois I^^ João VQ se. recusa
a ealrac ua. liga, . Godoy (feito primipe da
P^uJh iavade Portugal, òon^ um gjcand^ exer-
eilo,,e nos toma Olivença,
A província de Trás-os]ki(ontes,, também
soffrea com esta guerra, quQ Celjziiiente foi
de curta duração.
Pelo Uratad^ de Fcn^ainsbUati (27 d^ eiU*
tuJ^ro> de 1807), e segAudo as partifhíis eor
tao feitas de Portugal, fleayam as proyincjas
de Trás-os-Montes e Beira, em deposito, até
á paz geral, para então se dispõe d^eiias no-
mo quizesse Bonaparte. (Vide coL 1.% pag.
3jí8 do 4.0 volj.;
Também eiitao tfiranAa^ e toda a proviur
cJAide Trás-os Montes, sofreram remetidas e
devastadoras invasões dos castelhanos e dos
fr|pcezes; mas também foi ttiea^ro glorioso
da beroico esforço dos portuguezes, que, se-
cundando o grito de ind^ependencia, levanta-
do em outras terras do reino, tanto.contri-
buiu para nos libertar das garras dos fran-
cezes. —
A única egreja parochíal da cidade, é o
templo de Nossa Senhora dà Assumpção, de
que adiante tratarei.
Os principaes edificios de AGranda, são :
a Casa da Misericórdia, o Hospital, e o Semi-
nário (construído pouco antes da suppres-
são do bispado de Miranda.)
Dentro e fora da cidadç, há varias capei-
las*
Mm
331-
NIo ha fontes dentre do recinto das mu-
{ralhas; mas sim muitos poços, abundantes
â*agua, mas de má qualidade; junto porém
à cidade ha quatro fontes de bôa agua.
Ainda existe o velho castello, e a cerca de
muralhas, mas tudo desmantellada; o queé
pouco pr.u4£6!te, pois que Miranda, pela sua
vísinhança com um reino com o qual tantas
vezes temos tidOí diíuturnas e encarniçadas
guerra^, devia conservar-se sempre como
praça de guerra ; muito mais, porque a sua
elevada sitoaçao é de faciji defeza.
£;m 1644, se lhe construiu um forte, juqto
à cidade, que pôde ser o seu principal pa-
ladium,
É tao excessivo o clima d'esta terra, que,
ha aqui um rifão que diz : Em Miranda ha
nova m^zes d^ iimemo e ires de inferno.
Nos três mezes de inferno (junho, julho e
agosto),, seccam quasi completamente as
fontes e ribeiros, e a vegetação desappaiceçe,
Dois^lgjioxnetros ao S., corre o Douro, com
violeta» apertado eDtrp roched,os; e tendo
aqui um pequeno pqrtp.
. O rio Frem>9 também passa pertp 4a ci-
dade. DesagUa no Douro, ^e tem uma pontp
de pedra» e junto d*ella uma fonte, que é ali-
mentada por um aqueducto, que vem ^obre
arcoSs dçsde q sítio de VUlarinho.
O termip de Miranda, apezar de pedrego*
so^ produz muitos cereaes, legumes, vinho,,
frujctas e hortaliças, e cria muito gado, dQ
tod;). a Qualidade.
Apriucj^pal industria d*esta povoação, con-
siste em cortimentos d^ couros, e em teci-
dos, dd saragoças e buréis,
D'este panno grosseiro se fa-
zem, em Trás os-Montes uns
. célebres capotes, chamadpa
honras de Mirandas, É uma
especie.de gabão, adornado de
muitos recortes, tiras e borda-
dos^ e notavelmente extrava-
gante. Alguns d*estes capotes»
apezar de serem de grossa sa*
i ragoç9*. ou burel, custam 30 e
401000 réis, tantos são os des-
paratados e grotescos recorta-
dos e guarnições.
3è2
MIR
E Miranda fértil em óptimo peixe do rio
Douro.
A antiga correição de Miranda, compre-
hendia : 2 cidades (esta e Bragança), 6 vfllas
e 3 concelhos.
Tinha o cabido de Miranda : 7 dignidades^
7' cónegos e 6 meios cónegos.
Em 8 de maio' de 1762, foi esta cidade o
theatro de nma horrorosa catastrophe.
O castell» 6 mnitas casas, voaram pelos
ares, com upoá explosão de 1:500 arrobas de
pólvora, ficando sepultadas nas fainas perto
de 400 pessoas.
Do livro dos assentos dos óbitos, da fre-
gaezia, consta o seguinte, que principia a
fl. tí7 V.
tÂos oito de maio de 1762, pelas sete ho-
ras e meia da tarde, tempo em que todo
este reino de Portugal estava bloqueado em
roda, pelas armas hespanholás, esta pro-
vinda invadida, e cercada esta cidade, por
um exercito de 30:000 homens, estando a
atirar a artilberia do castello e revelf ns, ao
sobredito exercito inimigo, logo que des-
carregou um canhão, mais contíguo à torre
grande, passados quatro ou cinco minutos,
rebentou o armazém da pólvora, arruinan-
do qçasi todo o castello, e fazendo duas
brechas exteriores, uma para aporta do N.,
por onde bem cabiam 15 homens, e outra
para a do Meio Dia, em correspondência,
por onde cabiam 9 : arruinando também a
maior parte do castello, para o oriente, que
entrava para a cidade, e metade da torre
grande, dando em terra coin todo o edifieío
e offlcinas que dentro d'elie havia, em cu-
jas ruínas falleceu muita gente, que a mais
d'ella se não pôde averiguar quem era, por
se acharem queimadas do fogo, que se ali-
mentou com mais de 1:500 arrobas de pól-
vora.
4D'esta gente que pereceu, muitos eram
soldados, outros paizanos e t>rdenanças da
terra, que andavam trabalhando dentro do
mesmo' castello, em menesteres que se lhes
mandavam, e outros, pessoas da cidade.
«Não pude alcançar ao certo o numero de
«gente, mas, averiguado por prudentes, e
i feita a âfligencb e inqalriçlo penâvel, bm^
«parece falleceríam 350 a 400 pessoas, as*
«sim no castello « subúrbios^ como pelas
«ruas da cidade. E, para memoria, mãiiM
«escrever esta declaração, que, com a IfsU
«das pessoas que abaixo ^^ carregadas, as-
«signei. B não vão os nomes e pátrias com
«mais individuação, porque o nio pode sa*^
«ber.
<E também declaro que debaixo dà bre-
•cha, que faz cara ao meio dia, estão mais
«de 100 pessoas, que as vi eu sepultar na
«ruina, porque casualmente me achava pre*
«sente, e quiz Deus livl*ar-me.
«Dentro do donjão (1) ao redor do poço
«está também muita gente.
«Na ponta do terreiro, caminhando ptfa
«a plataforma, junto ao casteHò, ficaram
«também inuitos sepultados.
«Na cortina contigua á peça desbocada^
«que é de Josepha Simões, se enterraraai
«setenta e tantas pessoas, que nenhum sé^
«soube quem era, e que comtrabalho po*
deram tirar dasruinaè.
«Encheu-se quasi todo o cemitério da Sé^
«e dentro da Sé sé septiltaram os que eoQ-
«beram, cujos nomes, conforme pude alca^
«çar, eomò tenho dito, são os seguintes. ^
(Segue a relação.)
,« Declaro também que a maior parte â*el-
íes foram soccorridos com a absolvição;
que por mim e outros sacerdotes lhes fbi
dada, e muitos também com a extrema un-
cção; e alguns que vieram acabar de md^-
rer dentro da Sé e no hospital, com o San-
tíssimo; e geralmente no mesmo instante
levaram todos a absolvição.»
Á margem está a nota seguinte:
«No dia 9, 4epois das duas horas, tomou
«posse da cidade o exercito hespanhol.» (2)
A relação dos mortos a que acima se ai-
(i) Torreão, do francez donjon.
(2) Os castelhanos, depois de tomarem a
Íiraça, fizeram voar grande parte das mura-
has, que a explosão poupara.
Mm
333
loie^ abronge ires Mbds doHvro^ e aceitos
«é léenk os Domi» de mnius^pessots de dif>
forentes edades, sexos e proflHQes, entro oa«
«roffy o do seeretarío do Mq». •
Tudo está assignado pelo parocho, Ban-
co de Moraes Freire.
- Ignorasse se a explosão foi aceid^tal, on
4e proposUo; porém é tradição em Miraa*
ú^ que o gotemadoj do caetelto, compra-
do pelos hespanhoeS) pnzera fogo a« paiol
da pólvora, e que depois da explosão fora
"Visto fóra das maralhas eaminhmdo para o
eampo ioimigo.
A iarrê de menagêM ainda está' no exte*
rior sofficientemente conservada, tendo» so-
bre a porta, mas qaast âo cimo da torre, as
annas deP^magal. loteriormente porém es-
t^ bastante arminada pola expiosio;
A porta prÍDcipal do castello, era pelalor^
re de menagem, e peqnena, e ainda exis-
te/bem comb vestígios da ponte ieradíça.
IVunbem ainda se véontra porta mais pe-
^pienadolado do O.
O eastello está situado eiii nm^peqooBa
«mlneneia ao NO. da cfáade, e d'eHe se go«
sa oma bella vista dos rios Douro ef F^es*
oo^ da* cidade, e de grande tracto de t^te-
no portngnez e castelhano..
Na parte meridional da ^ddade, em silio
sobranceiro ao ria Donro, está o líeila tem-
plo de três naves, que foi Sé, e é a matriz
4a cidade. E' precedido de um extenso adro*
^6 o acompanha também peio ]ado do O.
A arcbitectura d'eBtd templo, ai^da* q«e
pesada, é magestosá exteriormente, e em«ai>
da angalo do frontebpicio tem uma macissa
torre de cantaria, como^ é todo o eétfieio.
Mas, quem o vé por fórs, nãopóde imagi*
nar que elegância eriquexa contém nointe*
rtor. O estrangeiro solta invirinâtoriamente
um grito de admiração ao contemplar o la-
byrintò das arcarias e pilares que ihesus*
tentam a abobada, e a proporção que existe
e&i todas as suas partes^ a abundancki' e boa
distribuição da luz, e a grande riqueza dos
doze aliares que o ornam.
' Toma-^f', sobretudo, digno de menção cr
altar-mór, que contém 66 imagens «piniu-
pas de santos, p.^irte dos qu.ies são de gran-
de mérito artistico^ prinoipalniénle os que
estão no quadro da Assumpção:
As cadeiras dos cónegos, apesar de já
bastante damnifieadas, são também dftnota-
vel magniteeiícia.
A- Sé de Miranda é tão sumptuosa como
as de Lisboa, Braga, Porto e Coimbra. É
pena que esteja tão pobre, que quasi não
tem os pnraawntos e alfafas néeessarios pa*
ra o culto divino ; e ae o govenio nãer aá
resolver a arbitrar um subsidio annnai pa-.
ra a conservação e reparos d*este primoroi*
so' monumento, em breve o veremos redn*.
zido a um montão de rainas,vComo tem,acoii«
tecido a tantos outros ediOcâos nacionaes,
que nos recordavam factos gloriosos da nos»
sa bistoria. >
A junta d» pavocbia é pdMissima. A ca«>
mara municipal, já dá para concertos uma
verba anniHil de 30M0O réis ; mas nem is-
to é suffidente, nem a camará pôde dar
mais, em vista dos seus poucos rendimen-
tos.
i>. loão nf íbi o ftlndador d'esta ef^ja.
Lançou se a primeira pedra« em ii detnaio
de i551
A antiga parochia intltulava-se SanU Ma-
ria Maior, e depoi» de elevada a Sé» cos*
servou a mesma invocação, que è a de to*
das as Sés portuguesas. (Santa Maria Maior
é o mesmo que Nossa Senhora da Assum^^
pção.) Era uma commendâ de muito rendi-
mento, da Ordem de Ghrlato, pertencente
á coroa e Dl João III desistiu d^élla, em fsivor
d*esu egreja, á qual deu umbem a mostei*
ro de GSsiro de Avellans, com todas as suas
propriedades c rendas.
' Bste convento tinhasido sutiprinifido, por
causa do ominoso tributo do fnamnkadeffa^
em 1641^. (Vide pãg. 902 do 2.*.vol.)
lá disse que o primeiro bispo deMtranda
foi D. Toríbió Lopes. Era esmoler da rai-
nha, D. Catharina, mulher de D. João IIL
Quando teve logar a explosão, era bispo
de Miranda, D. frei Aleix» (doMaieo^ que;
por indisposições com varias pessoas de Mi-
randa (oão se salte porque) resolveu trans-
ferir a sua residência para Bragança, em
334
ma
Bsta* resolngio adiMi grá&èB opposí^o ^
na maior parte d» oabido» d no «toro do di"
calo ée IfinuMla; mas foi forçMO.obedeear.
D» sett mota pi^prio, e sem MKloriaa^
xanonica, decretou o bispo a iraâBfereiíeia
do» oabido para Bragaaça» a qual ae reaii-
súu.eai 7 de marçodo iÍF64 Quarta- feira de
cúua.)
NÀo foi similhante traosfenaeia requeri-
da por ntngoem, nem o podia ser ; porque
n'aqtieile ' tempo eslava Portttgai iaeemmib
nUsayel tom a Santa Sé^ noiea oompetente
para canonicamente a aactoríMr ; maa^ D*
Aleixo, teimoso na sua resolução e apesar
doesta cironoMlaneia» mudeu a sua residên-
cia para BrafaiiQa, deaaOe&dendo ás refle^
xões e observações de alguns coneyos <|ue
recusaram obedieeer^ e ooniinoaram a resi-
dir em Miranda.
£m 1776, veio de Roma a auctorisaçÍMV
concedida por bulia do papa Pio Yl ; mas
sttpp56*8e que esta M soUieitada peio pre^
lado que então regia a diocese, D. Bernar-
do Hnfaeiro 8eixas» suoceesor da D. Aieino.
Esteve pois a diocese effeclivamente em
Miranda, por espaço de 212 annos.
Mudada a sede do bispado, creou-ee em
Miranda uma collegiada, composta de li
oonet^os, com o ordenado annoãl de 8OI0QO
róis cada um ; mas qu(» nunca se cbegou a
constituir de ÍSacie^ por falta de rendimen*
tos para. estos ordenadoa.
A requerimento do bispo, D.fKi José Ma:
ria de SanfAbna e Noronha^ foi supprimi*
da esta ooilegiàda em 18M^
A caihedraí, desde 1794, Aoou sendo egre-
ja parochial, regida por dois paroebos^ um
oom o tilulo de amego^prior^ e outro com o
da canégihcoadjmtof'.
Durou isto até 1834. Desde entio^ tem
ui» só parocbo, com o titulo de orneio-
prior.
BraxifflO e nas iraasiras da egreja^ estão
as rnioas do grande edificio que foi paço
episcopal. Á esquerda eslá o cemitério, que
corre paraMelamente à egre Ja.
H^ margem esquerda dd Dounv meamo
em frente da cidade, ae vé, lançado quasi a
prumo sobre o rio, um alto rocbedo de gra*
nato, de um* amareUo bastante vino» (e pet»
isao. Ibe chamam penedo amwtUo.) £ eata
côr devida a uma espécie de nrasgo que o
cobre na maior parte da sua escabrosa sa->
perAsia.
O Goehkko ^u coxixo) que é uma espe*
cie de grande cotovia, e» que arremeda o can*»
to de muitas aves, ó indígena daa terras dei
Miranda.
Dia^ee que sobre o telhado da egreja ha*
um sino, no qual dando três badaladu^s^
ouvem em ioda a cidadi^ menos dentro dá
egrejak
fim fevereiro.de 1875, foi aberta à expkriH
ração, a estação telegraphica d» Miranda do
Douro.
Foi bispa de Miranda^ D. fr. Jeaé d*Alea*
castre. Naseeu em Lisboa^ em 1620. Era ir-*
mão do cardeal, D. Veríssimo d^Alencastn^
e da maia eaelarecida nobreza de Portugal»
pois eram 4.** nstos de D. João II, a fllboa
de D.. Pranéboo Luiz d^Aleneastre^ coonaen^
dador mór d'Aviz, e de sua mulber, D. Phi«
líppa de Mendonça^
Foi D. fr. José d*Alencastre, um dos va*
rSes- mais sabias, ebSos e virtuosos do seu
tempo^ pefo que era de todos querídoerea^
peitado.
Despresaado, desde os seus prímeiroe au**
nost as pompas e vaidades do mundo, a que
o convidavam a nobresa do aeu naseiflieiíto»
prolessou no. convento dos carmelitas das*
oalços, des Reasedioa (Lisboa), onde viveo
exemplarmente nove annos e sete meses^ até
que^ pelas suaa enlenntdades, e por brava
do papa, passou para os oarmeliias da obt
servanela« d'ende» depois de viver qoaei 3t
annos,. e ser seu provineial e commissario.
gsnl, sabiu pa» bispo de Miranda. D^aquâ
foi transferido para Leiria; depois, para «•*>
quisidor geral,. capeUão-mór de D. Pedro U^
e do seu consettioi d'estado>. .
M'estas dignidades- se portou seiúpre «!>♦.
mo religioso; Os seus veitfdos eram de ten,.
ew interiores velbos e remendados. Os apo*
sentús do seu paleio, eram mobilados .com
Mm
tâota^pebreu e 8itat()Iidâtd^ tMlo ^i9f40»
Httss ImimidBS mostoivos. Tinha aeniM i
mesa e ásoa não dtreka» quaildo coaiii^aai
pobre, a quem fazia 08 pratos.
Citstam: qaasi todos oa aena graoésa^POD-
dimeptos, em soeeorrer os iadigtnie», pre»-
ferindo as. pessoas nobre» que paios aaai^
da fonima linham tahido òm pobreza» Tam*
bem doiiva para easarem» homeos-eMiHiO'
respobrasi
fios quatro mil erosados, que lhe pertos*
dam do bispado de Leiria, nada reatei e,
tudo mandaira repartir pelos pobres d^ta
cMade.
O ordenado da egreja de Nossa Senhera
do Gabo, ou lá fioava, ou parvt lá toraata SQ^
gmentado.
Em BfiraBdai estabeleceu um eollogío^ da
ItDroea^ á» Si. José, com rendfii pvra o sas-
teuto de doze eoliegíaes pobres^ e para ovei*
tor, viee-reitor e mestre do latim^
Gampría rtgorosamento todaa è» otarigar
^ões. dos seus elevados cargos^ serviadn^ 4b
exemplo de pontualidade aos seQ& subordi^
nados.
' FalleeeQ em Lisboa, em Id de setembro
de i705. Jaz no convénio dos Rem^dloSi
Segundo Ir. Agostinho de Santa Maiáa
(6êni. Marim, tom. &•, pag. IM) a aatifa
egreja parochial de Miranda, era commenda
êieasa dos templários, qito parece terom si-
do os fondadore» do templo» dedíeando^o a
Nossa Senhora dos Esmedioa.
Supprimida a ordem, em 13ii, passeiueste
eommenda (oomo tudo o^maia da ordena),
para os caTalleivósdeGhffisto^em l3iS|^ o
assim se conservov até que D. igèo JII {so-
mo já disse), deu esta oommeadaámeaa oa«
pitniar de Miranda.
▲ iaajgem do Nossa Ssobore- diM ResM^
dte^ existo, desdB oiesrpo*dol>. Iforftbio^iáP*
pés, L^ bispo de Miranda^ na egreja qoa tok
ealheáral^ e aUi se faz a sua festa.no L?. do*
mingo do leCembro de eada anoow -
£sia sèlemnédade se laaia antígamontsi à
custa dos abbades de Podeacesi d*eftto bish
pado,, porque um d*eUe8; ehama^lo^Gregorio
Pegas de Gouveia, natural do Miranda^ o jaiB
perpétuo da mesma Senhora, lhes deaoa«Ta-
33&
rJiks/ propriodades^ em Podontesj eom esto
eaoariK».
fira ailigamento' falta oom grande^ espleii^.
dor a lesta de Nossa Senhora, dos Remédios^
havendo procissão, comedias, corridas de
touros, carreiras e esearamigas; mas, lodo
o que era Cóia da egreja» so fazia eom es-
molas w>(«DKtaria8, do povo da cidade.
Antos que Miranda foaae villa^ havia aqiú
uma ermida, da- invocação de Nossa Senho-
ra dos Remédios, de muita devDção por es-
tas partes.
Víndoí o rei D. Diva a esta* torta, pelos
annòs de 129'^, foi viiâiap esta oapeUa o to*^
moa grande devogaot peia sua padroeira, o
Ihfi dea um* rico veitâdo, que ainda exiftta-
em 1720.
Sappde«se quo loram os templários, qae
Gonftminm esta eapella, que serviu por mai^
tes amios do.matflc da povoação, e que foL
deeaoiiâaíqsiaado se^edificeoaeathédral. -
A imagemi de Nessa Senhora dos Remor
éios< tom. eapella especial na egreja matiiz.
MIRAinE^Vide a I.* Mironda.
MIRáliraiiLA-^viila, Trás-08-MoDlei^^«
beça. do- eoneelbe o da comairca do si^ano*
me, 70 kilometros de Bliraada, 30 a4) Nv da
Torre de Moncorvo, 490 ao N. ds Lisboa» 50O
fogos.
Bm «787 tibha 3i6 fogea.
Orago Nassa Senhora da Sncarna^Ow
Bispado e distrlcto administrativo de Brar.
9aliça.i
O realifadroario apiresenlava o teitsir, que»
tinha i3M000f féis «e rendimento.
TtíXk esiaçaa tokfm^^-
Oi oeneelho de MinndeUa, é composto daa
97 Iregoesias seguintes, sendo 113 no bispar»
do de Bragança e 14 no arcebispado do Bra<«
ga-i
As do bispado de Bragança, são : Abam**
bres, Aivite», Aguieira, Avantos, Bouça, Ce-
dSes, Cedainhos,'Cdravellas,GabaneUa8, Garv
valhaes, Ffeixéda, Fradizeila, Guíde, Miran-
delia^ Murías, Masoaronhas« & PetfroYelho^
S: SaWador,TiHa* yerde,yaiie de Gouvinhas,
yaliê de Salgueiro, Yalie de Telhas e Torro
Todas com 2:500 fegos*
3:a6
mu
um
' No arcebispado âe Braffa— Abniro, AvI-
dagos, Barcel, Côbro, Frechas, Franco, La-
nás-de-Orelhlo, Marnieltos, Navalho, Pas-
mos, Sacçies, Valle-da^Sancha, Valle-Verde,
é Vi]la-Dda.
Todas com 1:300 figos.
* A comarca do Mirandella, é Composta do
sea julgado, com os referidos 3:800 fogos, e
com o de Yilla-Plor, qne tem 1:700, vindo a
ter a comarca 5:500 fogos.
Está em 41^i' do latitude N., e 11%36' de
longitude occidental.
àfiranãêHa^é dimiontivo de Miranâot^ co-
mo quem áit^Mirandinha:
Na Hespanha também ha algumas povoa-
is doeste nome, sendo a príneipal perto
de Bilbau, na Biscaia.
•Está Mirandella situada vistosamente na
margem esquerda do l^a, sobre uma peque-
na elevação e no seu declive meridional.
Vista da- margem opposla, tem mutta simi-
ttiança com a cidade de Coimbra.
Está collócada no «étatro da provinda, e
em frente da villa se vô lançada a formoáa e
extensa ponte de cantaria, de iO arcos» < que
atravessa o Túaf cu]a primittiva eonstracção
se attribue aos romanos. È a mais comprida
das antigas pontes doeste reino.
O paiz é muito fértil, mas doentio.
É povoação antiquíssima, não se sabendo
quando nem por quem foi fundada. Pretien-
dém alguns que è fundação do rei, oa eiâir
árabe Orelhão, que governava esta região,
e habitava na serra'de Sants Comba, e di-
zem que por ser a vifla em fireiíte d'esta
setra, lhe dera o nome de Á mira d^elh ;
mas, nem estas palavras são árabes, nem a
etymotogiu é esta, mas sim a que fiea dita
no principio doeste artigo.
O Túa nasce em Avloso, na Galliza, com
t Estive aqui em 1847, e contei-lhe 90;
não sei quem se engana, se eu, se outros
éscriptores, que uns The dão 18 outros 19.
—O que é certo é que, aponte foi construí-
da sobre )2 arcos, mas alguns estão cober
tos de areia (os das extremidades) e d'aqui
provem a difftíirença no modo de contar.
As guardas da ponte são grades de pe-
dra, com os pilaretes de metro a metro, o
que ó bastante perigoso.
o tfome dè ^Tnano; a 3 kllometros de Miran*
delhi, se une com o Tuella e o Rabaç€d, teu*
do todos três juntos o* nome de Tácu
Tem M tserieordia, feita em 1518, port D.
Manuel, e hospital.
Tinha um convento de trinos, extramn*
ros, no sitio do Escoriai, que principiou t
cofl^ttti1r-se em 1818, ma» não diegon a
concluir-se. É hoje, com a sua betta cerca,
propriedade particular, por ter sMo vendido
em 1835.
As ruas da vHla, sao estreitas e tortas. Qa
arrabaldes são lindos, principalmente ao N.
e nas margens dos ribeiros Mertís e Lobos^
que são conflurates do Túa.
D. Aífonso in a eilevou i cathegoria de
vtHa, e lhe deu foral, em Guimarães, a 98
de maio de 1950. (Liwro 2* de doações dê D.
Affonso III, íl. 67 v., e livro de foraes anti"
gos dê lêtínra nova, fl. 139 v., coi. 9.*) D.
Dinia lhe deu outro foral, em Coimbra, a 7
de man^o de 1991.
(Gaveta 15, maço 9, n.* 95. — Gaveta 16
maço 9, n.» 30.— Iirro í.» de doares do rei
D. Diniz, fl. 8, col !.•
D. Manuel lhe deu foral novo, em Lisboa,
nO' l."" de Julho de 1519. {Livro dos foraes
no^bs de Drasí-os-Montes, fl. 11 v., coL 1.')
Tem as ruínas de um castello, qite idnda
se chama dos Táieoras, porque os marque-
zes d'este titulo foram donatários da viUa
até 1759.
É murada ao tiso antigo, oom três portas
e um casièllo, mas tudo arruinado.
Foi <iélebre pelos óptimos cavallos que no
seu termo se criaram.
Os seus ediíidos não são notáveis poi^ne*
nbttnia circumstaneia, senão o palácio dos
Távoras, -que posto esteja destelhado ha il5
annoSy o a desmantelar-se, dá mostras d^
suinpmosidade oom que fel constmido. Ti-
nha na frenie, as armas dos Távoras, que
íbTiim apngadaspefo^rrasco, em 475(^, sen*
do então d<)Stelhadò.
Bsfee ediftcio pertence ho{e aos srs. eaa*^
des de Tilla Real.
Dia^^se de Mirandella.
MíraDdella« liiraiid6Uat
« Ifira*^ bem, âearáa a'dite.
4}aeai Mirandella mirou,
£m Miranéelia flcoo.
"~~
Xem dois mercados semanaes e um men*
-sal, muito coDcorridos, e nma boa. leira a
95 de jQlbo.
r
• «
A aldiMa .da GolfeircL, em freate da TiUa,
sobre a margem direira do Tiia, eonde vae
dar a peate^ pôde eonsiderar-se como arra-
balde da vilia.
Mirandeila íoi outrora uma das villas
mais notáveis, e mais bem 'fortificadas da
provineia de^Tra^os-Montes.
O Túa ó aqui muito caudaloso^ por vir
engrossado já com o TuêUa e Jttúuçal, ou
Mente, além de vários ribeiros moDoiBs^ sen-
do os priacipaes doestes» e que se juntam
ao cimo da vilIa, Loboi, e Mercês' (on Mer-
cê.) Lobos tem 15 kilometros de cãrso ; e
Mercês» fô- .
. O território de Mirandella, ó fertilissimo
em cereaes e fructas. Cria muito gado^ de
toda a qualidade, e os seus montes sio
abundantes de caça, grossa e minéa. Os
seus rios,' além de fazerem mover muitas
rodas de- moinbos, traxem bastante e bom
peixe. Sào afamados os melões e repolbos
de Mirandella.
É aqui nmito antiga a industria da erea-
ção do bixo de seda, e n'estes últimos an*
nos a producçao da seda ó já em grande
quantidade e de óptima qualidade.
•
Era senhor, dos morgados deMirandelke
Amendoeira, António Correia de Castro e
Sepúlveda, 1.» visconde de £rvedosa, com
grandeza, marechal de campo reformado, e
akaide-mòr de Aviz, commendador das Or-
dens de Christo e Conceição, e de Leopoldo
da Bélgica, e cavaiieiro de Aviz. Tinha as
medalhas' de ouro, de bons serviços^ e de
prata, de comportamento exemplar. Maaceu
em 30 de março de i790--icasoa em 4^04^
eoox D. Maria Josefa Taveira Figueúfedo Xei-
xeira de Barros, iO.* senhora do^ morgado
de S. Jorge de Favaios.
Mm
337
Falleceu em Bragança, no principio de
março de i875«
Tinha o visconde d'£rvedosa a honrai.de
ser alho do bravo gen^gral e dedicado^patrio-
ta, Sepúlveda^ (Vida psg. 170, coL L* d'ea(e
voL)
Sepúlveda ó um appellido nobre em Por-
tugal, proveniente de Hespanha, totpado da
villa de Sepúlveda, na Castella- Velha, oítia,
íamilia. tinha o seu solar em Segóvia, na
mt^^Mua provineia.
Este appellido, passou a Portuga^ na pes-
soa de Martim de Sepúlveda, um dos 24 re-
gedores de Sevilha, que si^do governador
do eastello de Noudar (ou Nodar)^ na pro-
vinda do Alemtojo (então comarca de Villa
Ruiva)» por Di. Fernando, d<i Castella. e se-
guindo o partiilo de O. Affonso V, de Portu-
gal, o entregou ao príncipe D. João (depoia
II), o quaJ, em remuneração lhe deu a vilia
de Buarcos, em frente da Figueira (euM mi
proymeia da Beira, o da comarca de Tentú-
gal) e outras rendasu
Casou com D. Joanna Henriques, 01ha de
D. Diogo Henriques, e teve successão.
As armas dos Sepulvedas^ são— em cam-
po de púrpura, uma. oliveira verde, perfila-
da d'ouro, com raizts de prata, entre dois
leões d'ouro, trepante^, e uma estrella da
prata, de sete pontas, em cada canto do che-
fe. Timbre, meio leão do escudo.
Na sepultura de João de Sepúlveda, na
egreja de Nossa Senhora do £sfiinheirp, da
ordem de S* Jerony mo, se vé por brazão d*ar-
mas d'elle— o escudo esquartelado«£ste Se«"
poiveda morreu em 1557.
MIIUS D£ TIBãS-*freguezia, Minhp, con^
eelho, ^comarca, disiricto administrativo, ar-
cebispado e 6 kilometros de Braga, 360 ao
N. de Lisboa, i60 fugpa. .
£m i757 tmha 85 fogos.
Orago Santa Maria (antigamente Nossa
Senhora da Etíélla.)
O D, abbade benedietino do mosteiro de
Tlbães, apresentava o vigário, regular, trie-
nal, quo tinha SiOiOOO róis^ e opé d*altar.
£ terra muito Isrlil. Pertenceu ao couto do
mosteiro de TibSes*
£ po,voação multo antiga, pois já existia
como paroehia, em 562, em cujo anno ma^t-
33S
<doiio rei suevo Tbeód^mfro, eonstniir aqai
um palácio e uma quinta de recreio^ mie
▼iiiha passar pane do» verios. (Vide Tiòies,)
Hti^, é comip^ da patavra sueva--
lf#ni— que, aeguaio' Argote, era «ognome
landatorio, como pio, bomy magno^ ewcèlêo,
et©.
É provável que fosse iQemio o «rei 21too-
éímUro, que désee esle nome â povoação, ou
«pie lhe fesee dado por eMe ier aqui o sen
palácio; porque Theodomirú, éo nome pró-
prio suevo Theodo unido ao eoguome Miro.
fira imiito vulgar emre es
• pevo»' da Germânia^ o nome de
Theodo. A'S8im vemos^Tbeo-
dero, Tbeoâorieo, Theodomi-
re, TlModoBio,Tkeoéor6do,etc.
lá no tempo 4e Theodomiro, era-Nosaa
Benltora a padroeira d'esta frepieaki, que se
éenomfoava Santa Maria de Mire,
WRLEU^-Vide IftirMi.
iiISAAÍLLA^-fregueii% BeiVa Baixa, coB
celho, comarca, distríotoadmiAistratiYO^bia-
paée e 6 IrHeroetroe da Guarda, 300 a £. de
Lisbeft, 490 fogos.
Em i757 fiBha i02 lògos.
Orago Nossa Seokora da Conceição.
A easa do infantado apresentavu o prior,
que tiulm* dMMiOOO réis de ren^ment*.
É (erra muito fenil em oereaes. Tém al-
gum gado e muita t)aça.
É n'esta fregueda « aalar dos Návas.
Návas é appeMido nobre em Portugal. O
primeiro que oom elle se acha, é Bernardo
José do Amaral Sousa e Návas de Figueire-
do, do logar da M isaréUa ; ao qual p^sou
brarao d*arffias D. nniippe IV, em ^ de
abril do JÔttc-^ é — em campo de púrpura,
uma losanja d*ouro, firmada e vasiado cam-
po, e no meio d'ei)a, um castellod^ouro. Or-
la de púrpura, carregada de oito aspas de
ouro.
MISARiLLA-HUente da Beira Alta, de
muita elevação, no alto do qual está edifica-
da a vílla d^Armamar, ao ' Norte d^ella, e
mui pr<mmo á egreja matriz,* principia a
apparecer um vertiginoso despenhadeiro, em
partes cortado quasi perpendicuMvmante,
éetteendo até uma éxtraordteariapcofandi-
dade, no sopé da 4iual passa x) rio Themi-
Lobos, que, para ahi chegar^ ae despenha de
uma grande altura, formando D«na bellissi-
ma catarata, a/ que ae dáonbmede ScUto da
Misarélla.
Para hir ao fundo do preeipicio, é mister
íatror um grande rodeio, e quem alli chegar
e olhar para cima, vé no cume d!eBt^ medo-
nho despenhadeiro, uma parte da vílla d'Ar-
mamaB, ooroando-o, e sobresahindo o gtan-
4% e magnifico edifieio, xeceniemente oons-
tmido para as repartições publicas do con-
celho e comarca.
Como os arredores da villa, pelo E., O. e
S. são quasi pianos, só quom chega ao lado
N.4*eUa, étque vé aaeus pés oabysmo.
Quasi a meia aluíra do despenhadeiro^^es^
uma .frondosa nogueira, e ha aqui rapazes
tão. temerários» que lhe. vão eolher o íhMfto.
Do lado esquerdo, junto aparte superior,
«stão dois moinhos, que parecem suspensos
no aor. Para entirar no debaixo^loi preoiao
abrir^ibe porta pelo meio do ontre^
Do alto doeste monte, se gosa um vasl^.e
formoso panorama*
MI8AB£LLA*-4^1o, Beira >lta, que nasoe
no alto da serra do Gairamallo, e corre por
entre ipenhasoos.
' Na freguezia de S. Tfaiago de Besteiras
(ooneelbo de Tondella), tem uma cascata, ou
catadupa, a que também dão o nome de Sal*
to da Misarella, ou Bica da À9ua*Àíta^ que
lem 67 métro6>d'alto, e é uma dasmúores
e mais formosas de Portugal.
D'aqui continua a correr por entre pene-
dias, até se eooorr^orar com um manancial,
chamado Fonte Fria, qu.e nasce em um sitio
ameníssimo durante o verão.
(Vide o !.<> vol. a pag. âdIS, col. !•)
MISAIU5LLA~-poBte legendaria, na pro-
víncia de Trásos-MonteS) concelho de Mon-
talegre,, que tem.de comprimento (a ponte)
36%6S, 6 de largo 2'?,64.— ^ta^pittoresca e
célebre ponte, está lançada sobre o rio Be-
gatcifi^ ou Misarella, a distancia de 1 kilo-
metro da sua confluência com o Cáoado^ na
estrada- de Braga, para Montalegre, por Sal-
ialbonde.
Está a ponte formada sobre dois grandes
penedos ; é de cantaria com um só arco.
MIS
UM de 13 itoélros de vio. A 8«& úiwm <Da
•estiagem) desde a soperfléie^a dgfiia-até ao
<|MaviaieBto^ é de 93tnetpee.
É amjqBisshivâ, e aaorlbiíe^se aos tAma-
M8 a poDte priKritUvi. Foi peoonstliilda no
prtod^ d'este século.
O frondoso mgido das apia^ precipi*
tttDdo*se<ls catadupa «nn eatadupa, e faraaaQ*
lâo por baixo dft ponte nina protoada eal
*^ira, eQ]as paredes são fenaaâisi»elos ai-
'éanlís eircainjaoeates, qae se elevam etíi es*
«alOes, a grande altura, pcir entra matagaes
« algnns annosos easu^iilMiros, poneas dí-
Teiras e raras videiras ; e o Geres, (fae a
«Mii enrta distancia (ao O.) ostenta parte da
ana n^agestade selvagem, dao a este sitio
nxtok edebridade • que nio teem as outras
pontes do reino, embora inais antigas, maio-
'rssa de mais priaiorosa arehitectura.
N'esta ponte soffreu b «xeroito franeei;
i^cfltti A6 de «aio de 4809» quando fugia para
•HelspaDlia, naspoiktas das iKiyonètas do exer
«tto' loso-angto, e pdas 10 horas da manlian,
«áaa débil reeisteoeiay pelas -OTdenaBças de
Montalegre, e algumas outras, morrendo
• 4)astantes franceses da rectaguarda. Seguiram
n estrada de Montalegre, pelos • legares de
^iárós^ <pie ineendiuram, Vitta Noett, Pon-
4i^a, PuraâêUa, Lomos^ Fiãês, ViUaça^ Com-
i^es, Mmtaiegre (onde entraram ás 10 bo-
ras<da manban de 17) e Pachosa^ d*onde salií-
' ram na maénigada de IB, até entrarem «a
*OMiza, perto de Oreoee. (Se esto e outras
pontes tivessem sido previamente eortadas,
ia perda dos frkaeezes seria total.)
' fim 7 de março de 1827, bouve tandem
ii'esta ponte um pequeno encontro, entre as
tropas realistas, do genial Silveira <conde
ide Amarante e marqnet de Chaves) e^s ii-
èei aes, do general Zagallo. Silveira retira
- para a Hespanba, porque os inglezes de Clln-
Hon, marcham de Lisboa para o norte, oon-
Ira es realistas. Estes entram em Hespanba
> a 8, por Abelano e Sant*Anna, <e foram pa-
"va Vatbadolíd. . .
O Regavio serve actualmente, D'este pon-
•<o, de divisão entre as províncias do Minho
a Traz-os-Montes, eos districtos administra-
tivos de Braga e Villa Real ; lendo^se anne-
xado ao concelho de Vieira (Minho) a anti-
9QS
339
ga villa de Ruivães, e a visinha parochia4e
Campos.
Os povos circumvisinhos d*esta ponte, di-
sem .que ella foi coostruida pelo diabo, e
eomam a tal respeito a lenda seguinte :
Havia um mau homem, em terras d'Alóai-
Douro^ a quem as fustiçaa eneamtQadamen-
te peisegaiam, por mrbs erimes, e qne
sempre ao escapava, eomo conhecedor ^e
eva das esconderijoa proporcionados |«la
natureza selvática da regias, nas ramelos
tempos em que. o caso se 4eu.
Apertado, porém, muito de perto,* emhiiB-
afatfu-se um dia no «ertas^ e transviado,
achon-se de. repente á borda de uma ribei-
ra torrencial em sitio alpestre e medonlio,
pelo alcantilado dos penedos, e pelo fragor
tdas aguas, que alli se despenhavam em fii*
riosa catadupa. *
Esquecido como anâa<va da gmça de Deos,
appelloá o malvado para o anjo mau, e tan*
to foi invocal-o, como estontear^eeibe a oa-
beça, perder a Utt dos olhos, e manflhbtar-
se*lhe o4iabo em visao.^^tFaceHne tranepfir
o abysmo, e dou-te a minha alma» foram as
suas «más palavras.
O diabo acceiton o pacto, e lançou orna
pdnlè aòbre a torrente ; o réprobo passou,
e aeguiu sem olhar para traz cdmolhe lera
exigido ; mas pouco . depois sentia grande
estrépito^ como de muitas pedras que se
derrocavam, e ninguém mais ouviu faltar
da improvisada ponte.
Os annos volveram, e emfim chegou a ho-
ra do passamento. Mal podia pariir^se qUem
tinba de saldar contas lao intrincadas, e que
satisfazer a contracto tão tendE^roso.
Emfim desprendeu se a vida d'aqnelle
corpo, ^ quem a alma jáoião pertencia, e se
o sacerdote, que qaviu o ultimo arranco do
moribundo não ponde abrir-lbe o eaminho
da salvação, recolhendo a confisco de seus
medonhos crimes^ poude aioda apontar«ihe,
como lenitivo, para a inexgotavel magnani-
midade do Juiz Supremo.
Mal se aecommodava, pòréoa^ «om o ani-
mo do bom padre, não tirar da revelação,
motivo para castigar o espirito das iréras.
um dia que as exigências 4o seu mins-
340
MIS
MIS
teríò o levaram ao sítio em que se deu o
caso já referido, disfarçou-se o melhor ^ae
poude, e prommcion os terríveis escoDju*
ros.
O diabo oão se fez esperar, nem rogar pa*
ra assentar no mesmo pacto que já lhe era
Babido.
Apparecen a ponte renovada ; o sacerdo*
•le passou, mas tirando rápido om ramo de
alecrim, moltioa^-o na caideirinha qae*leva*
va oocaita, três vezes aspergiu, íàzendo o
sigaal da cruz e pronunciando as palavras
sacramentaes dos exoreiemos* O mesmo foi
fazeho que -sumir- se o demónio, deixando o
ar cheio de um vapor acre e espesso, de pez
e de resina, de envolta com cheiro soffocan-
le tie enxofre, e ficando de pé a ponte.
Josó Avellino de Almeida, no seu Dkm-
nario geographico abreviadí^ coUoca esta
ponte na Beira Alta, e Jonio â villa de Ar*
mamar, enganado com a identidade doe no-
mes (Misardia.)
MISARELLA ou RfiGAVlO-rio, Traz os-
Montes, comarca e concelho de Montalegre.
Nascer junto à povoação de Codeçoso da
CAon, na freguezia de Meixêdo^ e descre-
vendo am quasi semicircolo, depois de atra-
vessar as freguezias da Chan, Villa da Pen-
te e Pondras^ vae, depois de augmentado
com vários ribeiros e regatos, morrer na es*
querda do Cávado, abaixo da celebre ponte
da Múarella, com 42 kilometros de curso.
Rega, móe e cria muito e saboroso peixe
mindo, como escalos^ bogas, enguias e ex-
cellentes tructas.
MISERICÓRDIAS— Portugal foi um dos
paizes, onde o sentimento catholico lançou
ndzes profundas e tiío multiplicadas, que
ainda hoje, depois de mais de um século de
péas e restricções do poder civil, mais ou
menos hypocritamente disfarçadas, mostra
o que UÀ e os progressos moraes e religio-
sos, qae faria se o deixassem expandir á
vontade.
Entre os institutos humanitários, filhos—
não de uou philantropia, que olha o ho*
mem sem relação a Deus, mas da candade
evangélica, qae olha a Deus no homem,
coDtam*8e as Cmas d» misericordiaf cujo nu-
mero é muito considerável^ e maior seria^
se os ventos ^rressem mais favoráveis. >
Estas casas compreendem^ não só o ob^
jeet&vo das albergarias, bMpitaea e orpha-
noirophicos, mas geralmente todos os exer*
cicios da caridade para com o próximo.
As albergarias, tão antigas em .Portugal»
eram casas destinadas ao abrigo de peip-
grinos, transeuntes e velhos decrépito^, qao
alU tinham, pelo menos, casa, luz e encosto.
Os hospitaes eram e são casas destinada»
ao trataa)eDto de enfermos e parturiente»,* e
sepultura de mortos.
Os orpfaanotrophicos, eram casas pias des-
tinadas á creação e educação de menino»
orphãos e desamparados.
Também havia, e ha ainda, hospitaes do
velhos, de invalido^ eta . .
Já estes institutos floresciam em Porto-
gal, eíiipecialmenie as albergarias, quando
ir. Miguel Contreras, de nação bespanhoV
religioso da Ordem da Santíssima Trindade»
se propoz e realisou em 1498^ com a protec-^
çãú da ramha D. Leonor, viuva de D. faia
li, a fundação da Misericórdia de Lisboa»
que foi a primeira que houve n'este reino.
Desde logo se começou a imitar nas pro-
víncias este novo instituto da cone; e como
havia muitas albergarias, hospitaes e outro»
casas de caridade, que se eomprehendiam
na vasta extensão dos encargos pios das Mi*
sericordias, foi fácil transformar e ampliar
estes elementos, para com elles constroír
estas Santas Coio», como lhes chamam, com
bens de raiz e capitães permanentes, que
são os únicos e Verdadeiros fiadores da sua
duração e augmento. .
Gom efléito, a» Misericórdias estendem-ee
ko tratamento de enfermos, dentro e fora do
seu hospital ; a dar sepultura a defoncto»
pobres, ainda fallecidos fora das snasicnfer-
marias, suffragar soas almas ; crear expos-
tos, meninos orphãos ou desamparados e fi-
lhos de parxe duplo ou triplo^ ou de mãe»
sem leite e pobres; dotar orphãs; soceor-
rer viuvas bem procedidas ; tratar cansa»
de presos pobres, soUicitando o sen livra-
mento e pagando as custas ; e em geral to*
dos os offlcios de caridade e misericórdia
pelos infelizes e afiUctos.
. <
. Ori, como pani famas enetf yàs sio |>to-
cisos grandes capitães, qae a maior!)MMe
d*esta8 casas úàa teem, resÉlta â*atí, qae
cada uma campre com a cura de enfermos
16 0e{niUnra detnono^, juntando- a isto ape-
nas o que permitteíu' oB<i^éâiPsos de MUS
. madas. <
Deado á mão 9l Bncripçõo c^rograpkka
ésrporluffai, por Aiilonio>dB Olmira Freire
'fUabea, /I7M) dei*«eiM trabaibo de ooMUr
'^S' liiseiicerdks' d» eontíneDie do reino ; e
achei que havia duzentas e «riiita e uauL«1Sí •
rando a de Olivença, que já nos não perten-
ce, e pondo em eeu lofâr a do Alandroal,
não contada (talvez por ainda não existir)
'#ea pelo okbob o nasm» algfrísmoL*
« Os nomes das povoaçOes, -que lêem estas
«atas, aãaoftBegutoteâi: ' ,
Ka aulifa pravineia di Entre D<mro e-Minho
Guimarães, Monção, Ponte de Limav Yian*
na, Bareellòs, fispeiendOy Melgaço, Vitta do
€obde, Caannba, Yallebça, Yaliadares; Bra-
ga, Porto « Villa Nova de Gayat . '
Somma i4.
Traz-as-Montes
Alfandega da Fé, Moncorvo, MlrandeUa,
Vllla Flor, Miranda, Mogadouro, Viâhaes,
Bragança, Chaves, Montalegre e Yilla Real.
Somma ii.
Beira
s
Coimbra, Ançan, Ancião, Bobadella, Canta-
nhede, Sernáchb, Esgueira, Góes, Pereira,
Rabaçal, Tentúgal, Yilla Nova de Anços,
Aveiro, Yagos, Louriçal, Montetfiór o Yelho,
Penella, Feira, Ovar, \'iseu, Mortagoa, No-
gueira, Lamegj, Arouca, Algodres, Almei-
da, CasCelto Mendo^ Si^loão da .Pesqueira,
Marialva, Penedcmo, Pinhel, Sefemancellie,'
Trani'090, Yarzeas, Yilla Kovade Foz Côa
Guarda, Ceia, Celorico, Codeceiro, Covilhanj
Gouveia, Linhitres, Sfixo, Yalhtflhfts, Aipe
drinha, Belmonte, Castello Braoco^ tCáUelio
Novo^ Idanh» s Yelha, idaoha a Nova, Mon-
santo, Pena-GalxáS) Ponamacòr/ ftoéaçt a
VOLUMS V
MIS
3ii
VHhi, Salvsaitem do Estremo, Saraedas^ Se-
gura, Touro, S. Yícente, YilU Yeftka AeJtD-
dam e Zebreira.
Somma 6i.
Extremadura
Lisboa, Alhandra, Alverca, Arruda, Cas»
cães. Castanheira, Collares, Erieelra, Louri-
nhaú, Mafra', Povos, Torres Vedras, Viilâ
Ft^anca de Xira, Aldeia Galtega de Mercea-
na; Alemqiier, Chamusca, Cintra, Obidoa»
Leirfa, Alcobaça, Aljubarrota, Alvdruínbi»
Athougufa, Batalha, Santa Catharina, Cella»
Cód,' Évora de Alcobaça, Maiorga, Penicfeíey
Pombal, Redinha, Soure, Abhif, AbràntM,
AÍ'varo, Atalaya, Figueiró dos Yinhos, Pe-
drógão Gfande, Putíhete (hoje ConstaAcfa)
Sa;doa], Tancos, Thomar, Vlllá ^e Rei, Ou*
rém, Porto de Mós, Alcanede, Afmeilitn,
Azambuja, Góllegan, Salvaterra dos Magos,
Santarém, Toires Novas, Alcácer do Sal, Al-
cochete, Aldeia Gallega do Ribatejo, Alma-
da, Barreiro, Cabrella, Samora Correia, Ca-
nha, Grândola, Palmelia, Setúbal e Ceziin-
bra.
Somma 65.
AlenUejo
Évora, Alcáçovas, Estremoz, Lavre, Mon-
temor o Novo, Pavia, Redondo, Yianna, Yi-
mieiro, Beja, Alvito. Beringel, Moura, Ser-
pa, Torrão, Yidigueira, Yillalya, Yilla Nova
de Alvito, Yilla Ruivâ, Aljustrel, Aimodovar,
Alvaliade, Gravão, Mertola, Ourique, S. Tfífá-
go de Cacem, Siaes, Yilla Nova de Mil Fon-
tes, Alter do Chão, Arrayolbs, Borba, Mon-
çarás, Monforte, Port^^l, Souzel, Yilla Yiçosa,
Elvas, Bafbaceoa, Campo Maior, Mourão,
Oognella, terena, Portalegre, Al»»grete, Al-
palbão, Arronches, Aviz, Castello de Vide,
Marvão, Niza, Amieira, Belver, Cardigos,
Certa, Crato, S.' João do Gal^te, Alandroal,
Benavente, Benavilla, Cabeço de Yide, Ca-
beção, Cano, Coruche, Fronteira, Galveias^
Jaromenha, Mora, Noudar, Soda, e Yeiros.
Sofinma 70;
Aluarve
*t
Lafca» SUras, Âlv6r,yilía NoTfk:âe PortU
U3í
MIS
^ifflb
mio, Fftro, Ttvira, Albufein^ Aicootin^ Gte-
iMo M arIÉi è Locrié.
Somma 10.
Total 231.
Este artigo foi escrfpto pelo sr. padre Joa-
qnim José da Rocha Espanca, e publicado
no Almanof^ do hm catíwlico, para 1875.
MláSA— deu-se antigamente eale nome,
n|k) só ao incraento sacriOcio do altar, mas
Umbem— rprímeiro, ao officio nociumo e
T^apertino— segundo, áquella parte do sa-
ori&cio, a que podiam assistir os catheca*
nieuosi quQ era desde o principio, até ao of-
lectoriQ, fxclusivè— t^rceiroy à missa dos
féis, que era do offertorio, inclusive, até ao
fimr-qoarto, a toda e qualquer oração, ou
fiollecU — quinto, ás jições que se costuma-
vam lér nas matinas— ^xio, à festividade
de algum santo^ que se celebrava com gran-
de concurso de povo — sep^mo, á feira, ou
,mercadò, que por occasião do dito concúr
so, se fazia na soi/emnidade de alguns san-
,|08 — oitavo, a tudo o que pertencia ao offi-
cio divino, que também chamaram lithurgia.
Davam-se antigamente diversos nomes ás
missas, segundo as suas circumstancias: eram
os seguintes :
Missa dos pobres
Esmola que, nos adros das egrejas, se re-
partia entre elles, para rezarem pela alma
-de algum deínucto.
àÊissa de psalterio
Certo numero de psalmos, preces Cora-
ções» que devia rezar o capellào, todos ob
dias, Bo tempo do interdicto, satisfazendo as-
liiD, pela missa de sacrificio, que devia ee*
* lebrar se o não houvesse.
>
Missa de sacrifício
O mesmo que missa de sobre altar»
Sejam tehudos a faxer dizer cada dia hu-
ma Missa de Sifcrificio de sobre Altar,
(Testameiito do eonde de Barcellos, Dom
MarUra Gil de Sousa. Do& de S. Thyna^ de
Missa jii ê(^MreãlUu*
Expressão muito Ipequentè «mPortiigal»
HM séculos Xlll « XIV.
Eram as de sacriflcio, ditas sobre o «Mar»
paradas differençar ásM orações e prec9e«,'iqne
se podkm fazec fora do altar, e a que um-
bmenlâo se davaonotte deiiiiMi»,a8 quáts
ató as mildheres podiam dizer, e (K>r 1^ se
ittamavam esietírantas.
»
Missa oaUaéa
O mesmo que missa baiwa, e aa qtial, sap-
•pesto assistisse algam «cóiHo, D.celebraule
^ dizia a meia vós. Era o contrario da miesa
alta, ou pública, que se celebrava com va-
garoso canto, e á qual assistía moilo pofo^
pue n'ella offerecia os seus donativos, e can*
uva • OMbmangava também.
. E me cantem Missas OffiMeadá» e^csiaáas.
(Tesiaméiito de D. Pedro, eoiute de Bar-
cellos, de 13õ(X^Doc« de Tarouca») ■
Missa cantada
O mesmo que missa particular, ou reza»
da; mas com a difiérença que, então se usa-
va leVanUir o sacet-dota algmu tanto a voz.
Missa chan
Missa rezada.— /^«fli^no dia de minha se*
pultura, cantem huma Missa Offkiada, e
Chãàs, quantas se poderem dizer.
(Odc. de Grijó, do século XIV.)
Missa úffkiada, ou ofliciàl
Era o nome que se dava á missa de re»
quiem, k que preoedía o officio de defunelos^
e a qual se dolenmisava com ministros» tu-
eanso e canto.
Os offidos, podiam ser feitos por seculares
(Mgos) de ambos os sexos.
He estas Missas Officiem^nas os Conflrades^
eús leigos, e as mulheres digam em tanto $e*
íàssas de Pater Noster»
ias
<Doe. de TbDmar^ de 4388.)
: €oáelqB-to com ^videiíeià»
• que amtígaiÉientey-flUMacaftfít*
da^ em nUda-^-^^e mMi «j)i»
ciaiá^ «ra eantada e adernam
Missa de Pater Noster
Sra catlo fumero de orações do P^âi^
«NMM^iipe âeraíim rezar oeieigoa e as um-
UMoes^íqneoâo soubefiaem oSkkur samasas
4«tt9efav.«tor.
Jtficn» áo$>'^têphtaaes
• ♦.
Bta«^^ eunolaji dâdae toa hospitaes, ap-
plicadaa pela alma de algon defancto.
Mkse» puhlicaá
BMMft as fliiBSd9«qiie'Qsi)i«pM l^olliflin oe-
kferar' nos mosteiroa, ebm todar a sòletani»
dade, pregando, chrisKiatido» eto. •
lanãbefnse ebamaviam missas pMicas, as
4ilAjerain;eaU«pneiBenie eaniadas por Ofeiíi-
U»nm iMwaeoga do 90^»
Missa dos diaòonos, st^ diáconos
e acólitos
Differiam das n:iiasas dos leigos, em cons-
tarem, não de Padre Nossos,.mas sim de ai
gons psalmos, preces e orações.
Emnola que se dava pelas missas
Segando alguns documentos do eartorío
epissopal de Yiseu, no século XII, dava-se
«m soldo por cada missa.
No secQh) Xm, chegou ^ dois soldos.
Ein 1901, já custava três soldos.
Bm 1520, se pagava um missa, de três em
renffe (com ministros sagrados, a canto de
órgão 6 com assistência da eommunidade, se
era em morteiro), por SO réis.
No Synodo de Coimbra, de 1^66, sé man-
dou que a esmola da missa, fosse de 30 réis.
£m i^ por uma previsão pai% ^ IHse-
MB
343
ricordia de Coimbra, concedeu o rei D. Ma-
nuel, que fosse de 40 réis a esmola da missa
rexada.
. í^ètmiúmúf Sã. Constituições de vários bis-
pados, marcaram o preço das missas reza-
dai| em 120 réia,^ das cantadas, em 480
réiS4
Devemos porém notar, que
no tempo que as missas cus-
tavam um soldo, custava um
aiqutíiro de irigo 3, 4 e 5 réis.
Em S. Christovãc, de Coim-
bra, existiu noa documento, de
i40i, pelo qual consta que se
commutou a pensão annuai de
7 aiqneireâ de azeite, por 7 U^
vras (cinco das qoaes, faziam
Um real de dez soldos.)
MISSAL lElSTIGO— assioi chamavam ao
livro que trazia as missas de per annum^^
tudo o ^oie pertencia á litburgia do altar»
Havia outros' missaes que constavíam só
de algoiis officíos divinos, eraçSese ^lle-*
ctas, que também (como disse na palavra
rnisw) tinham o noitie de missas.
Havia Missal papel, Missal rromaâo (ro«
mano)« Missal mkticú,^ Missal de oraç5e$^
ou IMto misiico.
Nu Inventaiio da egreja de Santo André
d'£scariz, no concelho de Arouca, feito em
1418, se lé: — Duas testúnentas perfeitas:
Huma capa de sirgo : hum caHz de estanho:
Hitm Uoro Missal Mistipo, etc.—(Doo. das
freiras benedictinas do Porto.)
MISSâM, USSiO e (mais antigo) MIS-
SOM-^portugnez antígo--liomem ou mulher
que servia de correio, ou de levar recados.
Vem da palavra latina missus.
AiàtigMDenie eram obrigados os pe5es da
ambos os sexos a fazerem gratuitamente os
recados dos senhores donatários das suas
terras. Chamava-se a esta obrigação— eof*-
reira^
Caixeira é o mesmo que
hida, jurnada, viagem, cami«
nho, que o emphiteuta ou va»*
salio pagava, como de pensão
annual, ao senhorio, bindo já
a pé, já com a sua besta ou
carro; já «a kiases certos^ ji a
844
iacertos, á vontade da senho*
no.
Note-se que quando o pra^
90 qao espedfleav» t fotKia-
de do ^erviçapewoaly não era
obrigado o eo)ono:6u emplii-
tenta a levar besta ou casro.
8ra muitoitsado antigamen-
te tsleâiPâUOy foragem, ou dt-
reitura^ emquanto não houve
correios públicos.
0¥o foral que -D. Sancha VefTnuiz e seus
filhos deram á viUa de Fonte Arcada (hoje
concelho de Gemanòélbe, comarca de Moi-
menta da Beira), em 1193, se \é:—Bestia non
dentur, .nisi semel m anna: una via sU us-
que Santarém: altera jm Pereiro: et cwtei-a
usque Tuy. Hommes, qui hebes^ atU bestias
nan kabuermt, faiant sinqúkcs carreiras se-
mel in anno, et non amplius.
Em um praso de Salaedas, de 1295 se vé
fezendo parte da pimsão-^S^nAíU carreiras
eon oê bóis, e cen os carpos, á abbadia, pêra
earreyar os arcos.
No foral de Géa, de ii36, se eximem as
mulheres de recado, do serviço gratuito das
carreiras: Nnlia nnulier missum 4lon fatiai
nullum sei-vitium de sénior terrm^' nisi pro
suo pr^io,
MiSSáR— portuguez antigo--4izer missas
pe4a a)ma de algum defunto.
MISTEIROSO^-portuguez antig(HM>ffloia1
mechaaico, operário, trabalhador, obreira
etc.
MSTERBS— portuguez antigo«--de mthí^-
teriaes se formou misteres, que eram os ser-
vos da gleba, escravos ou colonos, de certas
fazendas, os quaes eram difTerentes dos ser-
vos casatos (d'onde se derivou coso/ e ca-
seiro).
Os romanos, e depois os godos, dispu-
nham das terras e pessoas dos vencidos, se-
gundo a vontade do seu priacipe; e d'aqui
nasceu o poder Heril, que os doronos exer-
ciam nas terras e pessoas que lhes eram da-
das ou repaftidits; chegando, mesmo a se-
rem senhores dos corpos e vidas (e em ai
gumas partes até das honras) d'est^s f?tf-
nistsiraes, misfeiraes o^. boratos do torrão,
Qfl^snào priaeipitíii a nossa monarchia já
mú
o poder Heril se liaVia convertido em jfàris-
dicção. ptarhnoniai, nge"dJtceptnandoa8 vi-
das e hoBras-*-nadB differia da antiga es-
ora^idao; sendo* Uieff até prbhibido, em al-
guns loraes e prasos (sob graves penas) re-
correrem ao rei queixando -se das oppres-
sões.
D. Affonso II, longe de exterminar tao ab-
surdo e cruel despotismo, {larsea âsr*lhe
approdraçao, quando em itll deierminoii
que <o homem livre possa viver eom quem
lhe aprouver, excepto osque viesrem nas her^
dades ou testamentos.*
Herdades eram as proprie-
dades dos grandes senhores, e
tegtamenhs, aa das ^^éju e
mestdiroSw
D. Affonso V mitigou as penas d'esta lei,
deixando -as ao arbítrio do julgador. Bm
tal guisa porém que os forçadares da Uber-
dadenm (Iqusm sem pena, (As 490«iioidas
por D. Affooso H, para o cdiao.):/fiiidL
A/A Liv. IV, tit. 20, 8 *-•
O tempo foi mudando os costnuMB, ê os
smhores.de baraço e outetlo, pendão' e caldei-
ra, de mero e mixto império foram reitUiiifldò
(a seu pesar) a jurisdicção suprema aos nos-
sos reis, que, mais illustrados^ trataram de
a reunir á coroa, como attríbuto só próprio
da realeza; até que a Ordenação Manuelina
iiv. II, tít. 45, ei^tínguiu totalmente os es-
cravos ou servos da gleba.
MISTERIOSO— portuguez antígo^preci-
so, necessário. Yem de mistet, necessidade
ou precisão.
MITRA (Palácio e quinta âa)-^Já a pag.
ii8 e seguintes faliei d*esta bella proprie-
dade. Acefescentarei aqui quJs são seus ac-
tuaea proprietários o sr. Perrf, illustrado ca-
valheiro norteamerieano, e sua esposada
sr.* D. Carolina Coronado, tfio estimada pela
bondade de seu cora^, como notsvet por
seus vastos talentos. £' auctora* de mâftas
6 mimosas poesias, e de alguns romaaees,
sendo o mais bello doestes a sua Jarilla, que
tem sido vertido ^m varias línguas.
. MITAO -^português antigo ^ manipulo
(dos padres)*
HIÚÇAS**>portugttes antigo— mkideaas.
mu
MIDMilft^flrecuezia» Beira Alta, comar-
ca de Rezende.
Bispado de Lamego, distrícto admiBístra-
tivo de Vifleo.
Esta fregnezia já está deicripta sob a pa«
lavra Miomães, coaio também se eacreve;
mai, quando já estava o artigo impresso,
chegaram mais apontameotos, qvoà dou
aqni.
A egreja matriz é moílo antiga, escora e
triste. O mosteiro de AncMe é qne apresen-
tava o abbade; mas era confirmado peio bis-
po de «Lamego, a qaenà pagava, melo mareo
de prata, 167 réis de visitação^ e de cemu-
fia SS vans de bra^^ a preço de 100 réis
cada nma, e a luctue$a, •
Sabe se com certeza qne esta egreja ara
já abbadia em 1623, nmoneiada n^essa da-
ta, no reverendo António Pinto da Fonseca,
6 qne este n'ella se colion, em 12 de se-
tembro d'esBe anno.
Tèmboa residência e bons passaes.
Ba n'e8ta fregnezia casas e famiiiaa nota*
veis^ e entre ellas a do Cotdlio, do sn Luiz
Pinto de Sonsa Menezes^ ba bouee íálleeido.
É boje das sr." D. Joanna Emília d'AttMr-
l^ria^ e D.. Rita Gandida d' Albergaria, tias
do sr^ Meicbíor Pereira Continho de Vilbena
e Menezes, de Lamego, um dos fidalgos mais
ricos e mais distinctos da província.
Ha na quinta d'estas senboras, dois cedros
antiquíssimos e, gigantescos»
Pertence a esta freguesia, a oaea.do Caru-
çmo (ou Corujeiro)^ que foi do célebre Co-
lumbano Pinlo do Gouto^ vúscKrei da índia;.
£ actualmente do sr. Manuel finto Dia^ Cha-
vea, medicorcirujrgiào, pela escóla-oiediea
do Porto^
• São também notáveis e importantes, a casa
da StcaUira e outras.
Pelas suas excellentes aguas thermaes (de-
nominadas A'Arégoè--\iÍQ esta palavra),i e
pelo seu commercâo com o Porto, é a povoa-
ção das Caldas d^Arágos, uma das melbores
d*eata freguezia. .
,A raÍAba.D.Maíalda,malher de O. Affon-
so flenriqueis (outros dizem que íoi sua ueta,
a rainba Santa Mafalda, mas é érxo), estabe-
leceu a^ui uma barca de passagem. gratuita,
no sitio da Garça, que ó um temível ponto,
MIU
345
no rio Doiro, estabelecendo para o barquei-
ro a renda de certas propriedades e fórQa,e
concedendo-lbe alguns privilégios; porém
depois, os reis deram isto á familia Serpa
Pinlo^ com a obrigação de mandarem dizer,
na capella, duas missas semanaes, sustenta**
rem dois pobres e fazerem a festa da pa*
droeira*
A albergaria, que junto ás. caldas tiotm
mandado construir aqueUa piedosa rainba,
se foi desmantelando, pelo abandono, o que
muito prejudicou estes povos, pela diminui-
ção da concorrência.
Mais tarde, deeeebrifam^se as célebres
Caldas do Mollêdo (uns 15 kilometros ao* E.
d*estas, e também na margem do Douro, mas
do lado opposto) que ainda mais fizeram dl-
minuiracdncorrencâi aqui, porque, para as
do Moklédo, havia uma bôa estrada feita pela
companhia gertU d^agricultura dos vinhos do
DourOt que do Porto vae ii Régua, e estãe
apenas em distancia de 4 kilometros (ao O.)
da villa do Peso da RégOa, e com nma bella
estrada a mac-adam ; o que tem feito pros-
perar muito estas caldas, e abandonado as
de Arégos, que não t^m outra via de com*
municaçâo, senão o rio.
É notável que, desde Ama-
rante; até Castro d' Aire-r-des-
de Arouca, até Lamego--e de»-,
de Yilla-Nova de Gaya, até á
Barosa, em frente da Régua»
ainda não ba um único metro'
de estrada ordinária^
Todo o território, em vuita das caldas
d* Arégos (ou Miumâes), são barrancos, bre-
jos e precipícios; e isto em muitas léguas de
extensão.
O actual abbade dçi MiumiieSfO sr» Ale-
xandre Pinto da Gosta, o primeiro proprie-
tário da aldeia das Caldas,.e o sr. José Pinto
da Silva, da Gorvaçeira, freguezia de Pena-
jois, a quem os drs.<Serpaa Pintos trespas-
saram oaseus direitos, téem feito alguns me-
lhoramentos nas caldas d* Arégos, desde 1869^
para cá; mas ainda deixam miíito a desejar.
Tem já bastantes tinas, algumas casas pa-
ra 08 banhistas, lojas de peso e uma phai*-
macia.
Se houvesse uma estrada, ao longo da
346
MIX
navgeBi esquerda daDbVTO (^AB;Cbinma<
Dioa^o ha tanto lempo e tão nrgantomenlo
reolai^aâa)» oDtra seria a sorte d*68ta8 cal^
é%s^|iorqnda6 suas aguas sae abandaatea^ ^
^oasissimas para a cora de Tarias moles*
tías. •
O skio das caldas, é aneno, e flea a pou-
cos metros do Douro, havendo aqui um sof •
• fciíiel eáesy m«ito concorrido.
O clima da Qregiiezia é muito saudável.
Uiumães^ foi oonoelho (vulgarmente de-
Bomínado d'ArégosX e compunba-s&das^frs'
guezias de Anreade, S. Romão, Miumães,
Frei' Grilv S. Gypvíano, OFaéase Pauofaòrra.
• A povoação daS' Gaklas d'Arégos, ainda
eansçrva o titulo de villa, o é já na tregue»
zia de Anreade. i
A oapella de Saata liaria. Magdaleoa, e oa
banhoss não são mesmo na villa das Gátdas
é*Arágos, mas do outro lado do pequttoo ri-
beiro das Calda9^ que divide as freguezias de
Miúmaes e Anreade.
Desde 1834, até â extinoção d'este conce*
HW) a casa da camará e cadeia, foram sem-
inre na povoação de Ftlto-iVòoa, da freguezia
ée S. Cypriano.
(Vide— Arégos.)
- ]f lUSÊIXA, ou UUZÉLLA — freguezia,
Beira Baina (no Riba Gêa) concelho e comar-
ca do Sabugal (foi do coneellio de Castello
Mendo), 70 kilometros ao SE. de Viseu, 320
ao-V. do Lisboa/170 fogos.
Em Í7K7 tinha 1^6 fogos.
Orago Santa Maria Mâgdai«na.
Bispado de> Pinhel, districto administrati-
vo da Guarda. (Foi do bispada de Visen.>
A mitra apresentava o abbade, que tinha
300^000 réis.
É^iena muito fértil.
' KEXOíEIRA— Vide Am^ioèoêira, a pag. 1^,
col. t.*; dò !.• voL
MUTO, ou COOTO^mETO-Histá este cèu-
to, íiò pequenO' valle dé ^les, atravessado
pelo rio ée ihimáè'-^ nossa provmcia de
l!rás-'osMontes:(comaroae concelho de Mon*
talegre), e na da Gallixa--o é por isso que
1 £ nao na. de Mium^$, eonio^ por mal
informado, disse no 1.°' vol, pag. 238 6, col.
2.*— Anreade é uma freguezia contigua a
Miumaes.
se chama mú^o^sto é-^pottogiftfe^ia glMé-
go.— É couto muito antigo, pois jiexiitia
antes de 1093.
É formado por três povoaçQas^^^ihivài^, a>
S.Thiago, que formam a teegoezia de S. Tbia-
go^e ãSeãas, que ficando ao N. do dita rio^
pertence á freguezia de S. Laiirenço de To«
zende, tudo da juríadioção episcopal de Oijes*^
se (Galliza).
Confronta pelo lado. de Postogal, contos
liffiitea das.tres povoaçÕes-r^Podiroio, DanÕem
e SaJúzêdo-^^^ pelo lado dai<Saniaa^.com os
logarcs de-^S. Payo de Alba^eo, SLLoureu*)
ço éA Totendie o S. Joáa de Bixviás.
Q tecriiorào d*esie onatoj psodm.eealeio,.
batatas, trigo, milha grosso, linho e* feijão.
Cria baslante.' gado vaecum, e .cabras.
Estão de posse d*este confio, os meradorea
de Buvids S. Thiago (gallégos) e Meõog (por-
tugueiei.)
Não consta de archivo nei^un dn egnejâ,
ou miHúeipaljdade^ portogueca, oaihes|ia-
nhola, nem por tradição, qi» porção do ealt-
to pertence ,a Portugal, ou á Galliza» nem
memoria de que em^ algum tampa foBse di^
vldfdo.
6 certo quo antes de i834,'aqiiielleS'tne8;
povoa, pagavam corta quantílt annubil de'fè-.
ro, á casa de^ Bragança, o I tSfíú féis d^ Stíia.
ao concelho do Montalegre. Depois de iS3i^
não tornaram & pafar.
. O juiz do oottto, era senipro um eídadão^
português, idti resideãte, novlkeado por eNi-
ção popular, o conâvmado pelo cevregedon^
de Bragança, quelhe paosavA o«rta de jtii%
e pela qual paga^a^ mil e lanios réia|)e4Dfea**
tes últimos aonos, vinha pvestar juvameoto
perante o juiz de direito de Montalegre. * .
Antes de 1834, ^ escrivão das* honfat^^o
Barroso, o era também do juiz dò coiito-^
mixio:
Este território foi sempre coolidorade< «ohi
mo pertencendo á coroa portuguesa^; «, uai
concordata que se fec em ISIS^ pòr eommia* *
sarios portuguezes e hespanhoeSi 'se- roec-*
nheeeu o direito que Portugal tinha ao^eoolo.
0» moradores* do Padroso, Dondos e^Mh^
zédõ, po voaçSes portuguesas, iéesa dIMios*
constipados nds seus IcmM de demairoaçã^»
confirmados por antiquíssima possei o- ató
Mé
I »
MOC
mf.
smtehçais jadiolMe) impa qae S9fis< qiIds'
juuteni proffiiseiiMBeiiie no^terríMjo misto^
que pertence ás povoaçoetdé & TfaíAgo e-
Ratiig <£a8CBlh6iia6) sem qoe. oft^JlAgDs
p(MNMi faièr a tteiiDO. .
Kd avcliivo da exiiocta bonia ée Toarem
(ooncelhó e comarca de «Montalegre), «xieta*
copia de uma carta de privilegias^ dada ás:
honras de Barroso» pòi^ II Jo&o I, áê Portu-
gal, contendo o testo 4e.oQtrá» de B. Alfoneo
iVv na qual se diz-^<Qaeirendo Nós Cuser
graça e mercê, aos moradores e povoadotes
4oe loganes e pigados que são das honras
de Barroso, Toureou Fsiroflp^, Meixendo, Pa*<
doniéllo8,'Gralliae, Villar de Pevdizeaefiiais
n^tos^ que são jisúgadoa^ à parti^ ete.t .
Também n^essa carta se falia eak um ai*
vai á de! D. Dinis» feito em Saniarem, a illiè
moio de i360 (13S9 do Jesus Cbrítto) qua
confirmava es<es prfvitegíos.
' UlUmameiíte» na divisão da raia, a que
procederam os eomniissaidoB de Porttogal «
Hespanha,' fieoa jeste nUxto annexotá oorôa
áe ikspaiiha — eTourem pertenceado (oQibo
4*aQtea) a Portugal; mai a jnrisdicção epís-
eapalf oentiauou a pertencer, a Oreasei
MQLTO^portugues antigo^pequena re^
léiçÍo.de pSo c vinho»- que tomavam os fra*
•desheoMo* e !deS^ dernardo, antes de hirera
rciar para o coro. (OoeL de Tarouca, do se*-
ouloXIV.) - í
•ll6»*-(8errav ou m«nC9 de Nfma Senhopa
éO' iMd)'*^oDn^ sctoiticeira e ao B. crSffil>
da v<ina de Arouea, tem uma eapeUa.da^ in-
vocação d'aqoéUa Scobore, quei dH o noaic
a0'Sitio.
BsSáaiiiaisde^dSO nieirofl letiOtt do niveL
^pruça da vitta^Vide Arouca. •
: MÓ'^(fnoDle de MÒ)^seFt>ay Bonrov dívin
•d» a freguesia ie Duaa-Bgvqías (actualmente
anueoca á de Romaris), d^si^ojVaitou &y4v
cente de Louredo. É no coneeihoie coanurca
da Feirai'
È bs»ttnte alta.
A grsude abuudaAcia:áe gpaniid jquan»)»*
zo, próprio para fazer mós de mciabsBdB
milho gvosso, é que. deu 4» uamC' a esia/ ler-
fa.iD-€lla se avistam gFaiudftanmero deire»
guetias, e*o mar, a 18 kilometros de distau»
cia, ao O.
Tem *lgumas,«nro^ ailvetires c faaslaiitv
tea #inhaed. £ em paste» cuitivadeu
Tem apenas 3 kilometros dA'Cefflpriaw*
toi . de N; a- Si, pois priocipia no legar de
YiJIiHaéooa, freguesia d» aVicenle de Lou*
rado. (concelho d^iironea); e termina no-lo*
gar da PorteU% freg^ de ft. Iiidoco de^Romatt
rivna comareada.Fcira. Cria alguma caça*
MQABiTAS-^rtttgaez antigo-^ios mou*
r«i africauoiu Aos que eram-uascidos uaiPe^
niusula hiapauíea, sè dava o nome de Í9^
maeliiiUi e aos ida Africa, moabitas,
MQiALBE, ou MUALDE— Vide S. Uameda
da Infesta.
MOAZ-^Crseueaia^^âa^sMonteiy coaiar-
ca e concelho deVinhaes^ 70 kiiometroa da
Bragança^ k^ ao N. de Lisboa. ,
Tinha em i757, %l fagos; aotuatomte
tem 25 lagoa.
Bispado e districtso adminielfativo da Bra-
gança.
O abbade de Vinhaes apresentava a cura»
qipotinha7|;^00réisde côngrua, ep^díaHur.
& & palavra arabo Mauâa; significa logati
dúímso^ da.odr^ímaia^ on^^conselkoy&m
do verbo uoáza— avisar, aconeelbai^ ate
Bsta freguesia» foiaupprimída per peque-
na» «m i8á0^ o anoexa â,dc Vali^feJmm'
Té^m mesmo couealho^ comarca, bispado^ /a
diBtrí\^to adflftiniiHratiiKL
KQ^A (UUMORRA^^portuguex antigo^
rapariga ^O: irasia o eabeUo tosquei^Ç^Vc-
loft #09 do aecttla XUI, a«icrea4a# de^ervir*
de Lisboa, quas^ todas eram cbamÔRras,
Maniapõfi d$ Smlha a $tf/t$ amigas, ^ue
ikêslmusmd(mméçaãeha$nârra$tfie erwn
boas servidoras. {Chrmdca de D^JQ^ h \^t
Pb Lppea^ part. L', cap^. i 39..)
QuaudiK houive.a revolta ^at^mímto,, em
11)36» grande parlo doa revoltesoa ersm
guardas Díaoionaes e corpos voluntários,, que
traziam o cabello como queriam.» A, tropa do
gorerno^ trazia o cabaUo oonado á escovi^
nba,; sepudoí os regulamentos. militares..
0'esta oircumstancia, proveiu o darnsa aoa
cartistas^ o nome de chamorros. (Vida Cha*
môrro^ pag. 260» cuL 2.% do 3."» voL) .
MOGAMBa-- portognez antigo— corrur
pfiq^ da. palavra, arahe n^duMe-sigoiAca
casa, ou iogar sagrado.— Tem por toda a ilkm
348
MOÇ'
flMftl4M egrê>i» e meãqmttn, aqu$ ikamám
Mocamo. { Viagem da hutía^ por Godinho^ Liv.
3a «ap. 10» pag. t3IS.)
• Ha ên Lisboa nm convento (na firegaezia
da Santos- o- Velho) de fireiraa trioaa, fonda-
do* no sitio onde houve mna mesquita. Am
da^e chamam trimat do Mocambo, aeste mes'
mo nome lem a rua onde está o convento*
Mocofríío é também o nome de um nada
Africa, que desagua no mar, a 24 kiiome-
ires ao N. da nossa cidade de Moçambique.
É navegável. Tem 6 kilometros de largo na
sua fóK, e fundo para navios de grande to-
nelagem.
- MOÇAR, ou MOUÇAR^-i)ortuguet antigo
— monte de entulhos, pardieiros.
MOGIFAL— portuguez antigo^do ambe
Mósfaly significa logar baixo, ou interior.
Houve antigamente uma freguezla assim
chamada, na provinda da Estremadura, pa-
triarchado de Lisboa. Já não existe ha mui*
tos annos.
MOÇO^portuguez antigo— menino-^ho}e
ésynonimo de mancebo ; mas nas províncias
do N., maço, significa em qaasi toda a parte,
creado de servir.
Ainda hoje se diz m^óço do mêmde.
MOÇOCO-^-portuguez ancígo--menino do
coro, e também sachristão. Também se dizia
moços do caro, mósmhos, motatnAo^, fradi"
fUíOêj monginkos, monacUkoi e mona^nos.
Em uma doação, de Lamego, de 1203) se
menciona uma vinha em Repólos, que par»
tia com a herdade— (rtMim tenêt Laurentiu$
Egea, et Tarazias, moçâco de Eccle$ia.
É d*aqai que vem o appellido Mósinho, ou
Moutinho. È nobre e antigo.
O primeiro qoe achamos com este appel«
Mdo, é Gonçallo Mousmho, que vivea pêlos
annos de 1145. Suas armas são-^em campo
âzul, banda de prata; carregada de Ires ro-
setas de púrpura, entre seis estrellas d*oti-
ro, de oito pontas, três de cada lado em r0'<
quéte. Elmo de aço aberto, e por timbre, uma
aspa de prata, e no meio d*ella, uma roseta
das armas.
MOÇOS AMOSTRAAlÇOS-^-portuguei BSt-
tigo-^apreadlzes de pescadores.
MOQOS NOVIÇOS E fiilSIirAllIÇOlHP^^
tuguez antigo.— O mesmo que mô^« amoi^
um
traáiças^-^^fue mm Umham ainda pe$eadomi^
OÊÊÈtof. hgaret. ^Documeutode 8. Pedro da
Coimbra^ da 1331.)
•MODtLLOA-^fregttezia» Douro, iX)neelbO(
de Paços de Ferreira, comarca die Loucada
(foi daconaroa de Santo Thyrso) 26 kiio-
meiDOB ao I9E. do Porto,- 340 ao N. de Lia-
boa, 65 fogoa. •
Em 1757 4inha iOi fe^ft.
Orago 6. Thiagc, apostolo.
Bispado e distrícto administrativo da
Porto.
A mitra apresentava o cura, que tinhai
40]|600 réis e o pé d*altar. . .
Esteve muitos annod annexa a esta fre»
guezia, a da Arreigada, que está outra vez
independente.. .
MÓSIO^portuguez antif o-rHMedidaagrsr
ria (catUaro, eu meio almude,). Vide Abm^
de e Mina, n*esta obra. Vide lambem Mimo^
ria sobre os pesos e medidas de Portugal^ ptlo
sr.'A. L. de B. Teixeira Ferreira Girão. Lis**
boa, na Imprensa Nacional, em 1833.
MÓDIO-p-^portuguez antigo.— SegundO' alf>
guns escriptones, houve antigamente em
Portugal uma moeda chamada inddi^* 6«er*
to que em innumeraveis éscripturae^ Jbiies
e emprasamentos, dos secnles XI e Xli, se
(alia em mòdio, como preço de compra do
propriedades, pagamento de serviços, etc^
etc— porém a opinião mais segaida é que
•^Hsenda o soldo o preço regular de um ai*
qneire, tanto fazia dizer médio como soldou
{Memoria das moedas. correntes em Portmgal^
pelo sr. M. B. Lopes Fernandes., pag. 27.)
Parece que em outras locaHdades, média
era o mesmo que marabilinoaik meyo mata--
vidi velho, ou menor, ao que tambem>ohar
mavam moxmadis^ e qun sendo este mozmo-
diz o preço de um alqueire» de pão» se tomar
va o módio ou alqueire^ pelo preço que •or-
dinariamente valia.
Já se vé que tudo isto não passa de don^
Jecturas, mais ou menos bemiundadas; mas
nada a^póde decidir terminante eiaeontes-
lavehneatti
MQlltyAft--4regU0ila, Douro, comarca .a
concelho 4e Viila . 4d Conde, llè kiieBieiraa
ao N. do Porto, 330 ao N. de Lisboa, 140 fe»
gos.
moir
. Eiii(.i7l(7 tiahaim fogos.
Oraga ò fialvad»r. . .
.Biifado 6 distrieto adminiatpalWo do
Porto*
& tdnra lerláL
As religkMM beiioái€tíM»de VairHftpre*
sentavam o ecua* •que tiaba iBIlOOO réia.da
congf HA e o pé d'«ltar.
MODORRA— portQgues aiitigo^€rívado
do celta*-r0 iiieamo*qQ6. mâmoeu (Vida esta
palavra.)
.Oa 008808 antepassadoa, da«am o nome de
modâtroi a qad^qtter.moiue de pedras mia-
das, quer íossem, quer deixassem de ser,
mâíDoas celtas (6epiiUiiras.)-^£iie« hi direi-
to a kmn viia U/aaifUaéo^ pequ0mo onde está
a fmdêrra peptiena, de. ptdras, (Tombo de
Castro de Avelians, de ímL)
Sapponho qae cbamar^ae modorra ao
somno pesado, imagem da moarte^ vem da
modorra, ondo os seitas depositavam^ seus
mortos, para alli dormirem o somno eterno.
Também antigamente se dava o nomo de
qwírto damodâiTo^ ao que a atotineila, vi-
gia ou atalaia, lazia na madrugada; por ser
a hora em que o somno jnais persegue os
quo precisam estsr acordados.
HOfiDA— ^português anâigO^^^-era O; direito
de bater moeda, oa os enolomeotos-e pen*
sfies qne ao senbof da moeda, se pagavam.
Também se dava o nojBse.de moeda, a car^
ta somma, qoe, ou Jodos, on do tantos em
tsDtos annos» pagavam ao príncipe, oa ao
donatário, oa vassallofl^ para nao quebrar a
«oeMbi.
(^0 Aragão e na Gatalnoba, abamavam a
eatft í6ro ou tributo— -itMiuIiUico, oa nume-
tç{fio,)
Antigamente, não havia, só moeda real,
também muitos barões^ areebíspos^ bispos,
egrejis e mosteiros (mesmo oo4e freiras)
tiveram o privilegio do embar • moeda,
com divísA particular, em diversos* estados
da.finropa.
. . 0esda o seonlo IX ató ao. fim do XIU,
foram estes privilégios muito íireqaentea :
principiaram a diminuir no secnlo XIV,
sendo por fim revogados e extinctos; flcai^do
só o fflonarcha com o direito de cunhar
moeda.
Moér
3$9
En Forlogal havia muito pouooa d'es|BS
privilegíoa«
D. Affonso Henriques, durante as goer*^
rfts comrft oa leobeies d «ontra os mouros,
querendo ter d^ soa parle o areebíspo 0:0-
daro de Braga, fea á sua eatliedral (em
liS8) grandes «ierQé8,e privilégios, eentce
estes, o de cunhar moeda. '—O rendimento
d'esta moedl era para aifaterica da Só.
D. Afionso II, aboliu esto privilegio, como
se vé do rescrípto (do papa Hiniorio III) do
23^ de dezembro de i%%í ; pelo qual manda
aos Uipos doAstorga e Tuy, Caçam restituir
á egrt* ja do Braga, aJám dO: outras cousas^
Caneellariam, Capellankm^ et Monetamt do.
que o. rei s linha despojado. Nada poróoi
aproveitaram âs diligencias do arcebispo 'O
cabido de Braga^ ató que, em S6 de» novem^^
bro^do i338^ se eoneordar^m, em Gutma-
rães, o arcebispo. D. Silvestre e seus cone?
goa» com D. Sancho lidando este rei â Sé
de Braga, as egri^Jas de Ponte do Lima o da
Toujinha ^bcife nuffuinhaj em terra de Far
ria^ livros e. isenta^ de todo e qualquer. dl»
reito real ;. e . aa suas .viilas e terras de- Pe^
dralva, Goaviaes e Adaúfe {hol^ Adámfelem
terrs de P^noyasr^as qoaes mandou cQUtar
-^p^ lapides; eicut eÀiná Cimíam de Begno,
quod melius catiía/«i» e3í---e o dito arcebis-
po e caJMo renunciaram paraisempre, todo
e qualquer direito que tinham ou podassem
ter— -M^pet* moneíu capeUãnia et Cemcellwia
domini Régie. (Oooomenio de Bri^a.)
Nas côrtea de Santarém, de 1427, artigo
23^ dos que se accordaram entre O. João I
e a clerezia, se reconhece que o privativo
direito e poder de cunhar- moeda, pertence
ao reii amrintam o» não consmlam os pre-^
/eulas. Podeiido.eiadal-a e por-lhe avaiiat
segundo entender para: miiidade publicai
. Também só ao rei ficou o direito de (jp^-^
brar mo^M, isto ó» /undila .c(e novo, au*
gmentandorlheo valor ou diminuindo-lheo
peso. D'esto direito muitas veses usaram id»
abusarani) os nossoa reis, e isso deu mo^vo
a alguns tumultos ed^rdeos, quando epun
frequentes easaiti^quebras. Para evitar ai re-
petida quebca de moeda^ pagava o. povo .«a
monarcha (como fica dito) o. tal tributo eha-
miíAo^moéda^ ou monetagio.
35a:
HOfr
mt
D. SâBche I, quebrou amoedai^âftMofie,
fazendo bovos maravidis, de mato Tator e.
menos peso.
Parece qoe D. Affooao II e B. Suebo II,
tamben quebra nm inoeda^ poià que, eni'
1255, D. AIIÒDso Hl maadoa passar una
carta a D. Martinho Naaes, mestre do Tem-*
pio, noa irês retnoê, wá qual dis qne^ tendo
precisão de qaeibvar a soai moeda (motwfom
m$am frangêrê) a$9m como 4eu» antéeessO'
reê o coitutna^am feszet, eto^ ete.
EatãO) a'malor parte do-elero e povo d'es*
tes reinos^ Ibe supplicavam cfaelb^SiADesse
aofiservarem seik peso^amMiila e costuma*
âa mocfda, por aqwllBs s^etê cnmos^ e que,
cada um lhe pátria ama certa qnantia^de
diaheim, pela conservação da mesma moa*
da. O rei assim o coneedeu ; e sendo-IbeJÂ
paga a maior parte do dinheiro, muitos pre^
lados, clérigos e leigos, Ibe esposaram que
a dita solQçãe pre oonservatione ^afcfa mo*
nitae, erai em graiide preiuizo de ^Dens^ á^
povo de todo o reino, o d'eile mesmo senhor
rei; snpplicando^lhé qaennnce^ maia levan-
tasse nem penniuisee levantar-se on levar-
sa cousa alguma, din homimi' é> teàM-dt
P^t/^agai, à excepçio d'aqiiil!o qoe osaatia
predecessores coatnmaram sempre^rscebeiv
per ffraetione moneiae.
O' rei' assnB' lti'o caeoedaui jni^attdo nas
BÉiios do Mspo de Bvora, D. Martinho, to-
cando os Santos ETaiigeNto%prom«ltett Ao
de assim o cumprir, e de unnea maislaier
vender a moeda d*csi^ reino, nem levantar
a moeda. Obrígando-se a isto povisi o sote*
eessores; sob>'as impfeeai$Õea do costume
d*aqaéH^s tempesi Foi este Juramento prés*»
tada em Saiwarem, a l#* de março do'dil0
atmo de 4955. poc. da Torre do Tomboi)
Bm abril de 1261', omésaao rei mandou
cttibai^ moeda nova. O» -prelados^ bardes»
- religiosos e povo, Jnlgando^sc' gravados, al^
legaram que o rei-^^^nai^ de jure; nse^ 4ê> úom^
mêê9din0 kvofácer» fOUrãm^ nec éehèdam^
e -pediranFlhe que oonvoeasse cônes^ para
n*ellas so decidir a <piestIo.
Cônv^í^caraníHse eifoctivamante -as cdriea
em Coimbra, e, depois de muitas altercai
çdes, resolveram, os procuradorse, o rei» sua
mulher (a rainha D. Beatriz) a infanta D.
Branca, os do seu concenoaasdáaaaai^-
ria, que a moeda velha fossa'raAiitida ao aau
antigo ^ak>r, e ficasse para semprec e i/aé a
moeda nova que então se estava lavrando,
ficasse valendo e durando para sempre» com
a moeda ivelha, com a condição de-^ua, dez
diahelroa da nova, em lodaa as compras e^
vendas e mais usos, val^km ,i6 dinli^ros
de vettribm demiriiê.
Mas por isto lhe pagou o povo um tribu*
to, na proporção dos seus haveres.
B'éste tributo só foram^ isen-
tos-^ o arcebispo d» Braga, o^
' grio«commendador do hospital
e três familiares de cada um d'el«
lea>-^*-iodos os bispos» os roeslrea
• do Templo^ o da Aviz, e o psior
do hospital, com dois da família
' de cada um.
IVallí a 8 annos, no i.* de abril do itIQ;
o mesmoD.Afibfiso III, fez aècrescentar «
sua moeda, apesar dos seus protestos e ]u-
ramentoe.
ík Diniz» mandou cunhar forteê de praia»
com o .valor de 40 réis cada um; mas seoi
alterar o valor da antiga moeda.
D. Aflònso IV fez nopvas dinhêif09 éAfm*
sAis 1 quebrando^ a mooda % dinheiros «m
cada soldo» no que lucrou nroito.
D/ Pedro í, aio aõ cui)ie« iome%ê^'fsnm*
das e pefuenos, «as tambMU' oí/bnaánâ, o
cates com muita liga ; mas* com o valor doa
de seu pae. >
D. Pemattdo I, tendo«-se empenhado por
causa da guerra contra Castella, arruinott
muiiD 4ys aens vassallos cara o ^ccessivo' au-
gmento que doo^ moedaa antigas, o man^
dando cunhar outras muito baixas e ligadas,
como JJnAatros dê mn 9éreali fentís^ tor-
òtidiit^ gvwfeê^ pitertet, /hrtai^ meioi^forUêf
t&mezês peHtn, etc., etc^Tnio com xnvi*
to^ preço » povoo paso.
Õ povo queixou-se amargamèntei^d^aalo
excesso, e logo o rei, temendo queias gnef»*
sas^sa tranaformaasem ém tumuitose gra-
ves* desordens» mandou* que a bof^uda bai«
i Doze áínhefros dos antigos, faziam um
soldo,' e os novos dinheiros de D. AfTonso
IV, nove d'elies valiam um soldo.
BfOÊ
zasse a dois floNk» e quatro áiiilieif os,- goe^
vinham a ser qnatro róis — o gnmê, a 14 di-
nheiros, que eram dois réis e dois seitis —
o pilarte a 7 djnbtitiro^, qpe era nm real e
um ceitil — e os dinheiros qne de novo la-
vrara, a uma mealha^ que era meio cei-
til.
' D. JeSo í, sendo afhda s6 defensor do rei*
do, e vende se toa nrgentisslma neeessidiide'
de reèiâtir a tedo o poder- de B. loao I dé
€astêlla* e^ af nda Biesmo aes kiittiigos'de
Pofttfgai, Bio só reeebeu o grande serviço
4e mil do)»rã8 que Lisboa lhe aprompton, e
J^ marcos de pkcata, em oriises e ealr6es, ^
oatras peçás^qne a Sé e as 90 egrejas^ que*
eniao havia em Lisboa, lhe emprestaram
(nâo fallaodo emtodõ o onro e prata que por
iodo o reino lhe foi ent&o oflisreeido) tam-
isem fea qtte õ»pOQfos metaes valessem por
oraitos.
Desde logo Ui fônçar copiosa liga de co*
bre nos graves, barbudas e piiarteê. O mes-
mo fez nos reaes de prata: principiou pelos
4e lei, de 9 dinheiros, depois fez outros de
6; logo ootros de 0; havendo feito antes
Ifrande <;ôpia díélies, de lei, de nm sA' d4«
nbeif o, ficando sempre o real de- prata na
mesma YàHa.Notenios, porém, que o eeitií
"de D. João I, valendo a sexta parte de um
rea), pesa hoje quatro réis!
D.Duarto fezcQGrhar escudos êe oiro e
rsaes brafieas, ludo com muita-ligfti
D. AfTonso Y por três vezes mandcfu cu-
nhar reaes brantss, sempre com o^ nxdsiho
váloi^ e náenos feso, até qve nhs' cdrtes de
Évora de 1473^ para sãtfsfazer ao clamor dia
Dação, eàtabélecen o modo come esses reaes
se haviam de pagar, com' respeito ao seu
|)eso.
famfoem lavrou os cruzados' com valbr^
mais subido, mas de oiro de lei;
'Nos sete reíiiados sepifntes, sei lavraram
^versas moedas dei oiro, prata e cobre, su-
bindo sempreo valorados mecae^.
Os^reaes dè cobre do rei D. Mtfnueteer-
r«fàdi pouco; porque o que d^aoles vtalia
uin cèítit, subiu logo áo valor de uin real.
O mesmo succedeu aos^ meiòêHóstOès, de
D. João MI, que só davam pelo* que airtes'
custava um vintém. Bstq rei' também ennhou I
mt
351
grande eópla de oeitis, reae» e ooiras «m*
das de>'eolife, da pouco peso^ pela Calt» que-
d*étlaa bavía; porque es eafrangeivos a 1»%
vavan para fçra do4relB0 como mereadofia^
víBlo que n moeda das aramas • naçdes aind»'
era nais cara. ; • .
Quando PMUppe il- naorpoa Portuf aft
(iim) aoboo^^nOendoliOÚi féis o^eruasaiosi
que prCtfcipíarám. cood o valor de^ 400?«^>el^
leos^ubiuidb OI3;<«rtíZi moedas de oiro de
4 cmtadM^^cque valiam ii060i réis.
DJ JoãòlYy piura defender o reino contra
PiMlin>o 1¥^ Qas DscalheF esta moeda, e
oimharvOQtra ^doi meano^peso, mas com
ovaloF-da MOOO. veia >r-n<miflàai, que valiam
H^SOO Tdift — e^quarêas; q\ié valiam 750
réis. Y-a|ia então o marcdde oiro de 22 qui-
lates dOiOOO róis.
Dt iiffoana VI fez subir icetes quartas a
l#(iOQréés,e«BU imãQ, JDbredro II, a i4;300
réiSf ainda que pelo peso máa chegavam a
i^OOO réisj Também fea subir a SSOO réis os
cnuados deprat^, a pouco depois eu leván-
toU'^600' réis. B como, ainda assim^ ost.es^
trangeiros ee leioissém para fósa é» neino^
fec outroe..«nMcadesde menH! •peso^^ooubu.
mesmo valor; mas que também' dasan[iave<4
ce^ampoT' terenbido o valofc da prata jam
todas as nações.
D. João V, para sôpprir esta falta;} fez os
cruzadas mMs de ioiro, com O' peão de UOO
réis e valor de 480.
Aissim foi, deade os primeiros tempos da
nossa monarchia, augmentando o valor.doa
meiaes a»eedado% até aoss nossos dias; de
modo4|Qe,settdòAaioed»poitugueza anti-
gamenlè a lÉoeda mada/Mirda Europa, es-
tá hoft" nais eoro} do qne muitas de ou-
tras nações. '1'
Pedro^dè> Maviz,. ^ia qaw«-t^- maravidis»
de D. Sancho I, faziam um^ marca de oâroi e-
que, cada mareo> ' valia ]4iH80 réis, e o de
ptata^ 400iréÍ8^ ooiunl pouco menos.
Ifo-feinada^deD. Pedro I corria o marco
de oiro, -a 74880 réis, e o de prata, pouco
mais de too réi^. *,.
Dbpet^ foi sempre sidiioda o valov da
mòedAi a passo «aato^oa menos vagareeow ■-
A ^ésgrofadisslBia. derrota ^ds" Aieaeer-»
Kitiir (4 de agosto -de i((78); as despezasea^
359:
MÍ0K
pvtíÊUÈ ^106 Be^ Ikiham fsHo p»ra ta^i lufe-
líBrresaludo, « as grandes qqaattatis dbpea-
díáas eom o resgate dos Qdalgosy obrigaram
Dw AntoBio» grão prior do. Grato (aociama^
do rei pelo povo ponugcier e por aJgUBs
poucos fidalgos) a elevar o marco de oáro a
W^OOO néis, e^o da prau « WOOO réts, por
protisão do. 14 de jalho de VSSOiffUvi. dote-
gitto 4a casa da moeda, iiv. i.% fl. 77.X
Desde iK63 até então estava
o marco de oiro a 30M00 réist
e o de prau a S^OOa D. PUí-
lippe 1^ asQf pando o tbrODO
portofoez» anAoiloa todas as
leis, decretos 6 *provis9eB de
IX António, e mandou reeo-
. Iher á casa da moeda, para. ser
derretido, todo o dinheiro
i . qne se linha ouhhado dorante
o epbem^t» reinado de D. An-
tónio; ficando a moeda eom o
sea antecedente valor. . .
Em 1642, em razão das grandes despesas
aque nos obrigava agnerra da independen'
eia^ mandou D. João iV, que o oMireo de
oiio (de n qniktee) valesse 42M40.róis (a
660 réis a oitava).
A lei de 4 de agosto de I6884 mancou le-
vantar o oiro e a prata, mais 20 por cento»
» saber: .
Oitava de oiro, de IS quilates, a iiJsOO
réis.
A onça a IS^lOOO^ e o marco a 96M0O
féis.
. Para os. onrívee, seria o ou*
ro de 10 quilates % dois grãos,
•e valeria a oitava, i^400^ a on-
ça, áiitâOO, o o marco 89^^600
réis.
O marco de pi^aia, de li dinheiros, 64000
^aoDçS) 760 réis.
A prata dos .ourives, seria
de iei^ de 10 dínhoiroa e seis
l^ãos, o le pagaria o marco
de peças, a 54600. réis.
No reinado de D. João V era (te 64000
láis o* vator das peças de .ouro. J). José l as
elevou a 64400 réis,«e assítt estiverapi» até
6 ide março de 1629^ cm que o gori^oo de
cretou que o seu valor fiOsse de 74^00 réis.
Depois de tô34, subiq a.84000 réis e assiok
se conserva actualmente.
Moeda de 0olà
'j
Muitos escriptores asseveram, e muitos*
outras neg^m que hoqyQ em P9rtugfl4(-
nhw^ de aokh Diz-se qqe D..Joã9Íy sendo-
ainda só dt^nàor do reino, durante o cerca
de Lisbosb. (i38&) mandou .^uojiar diobairo-
de sola. (Memoria de esl-ríti D, Jq9q^. I, por Jo*
sé Coares da SUva, livro L% csp. aS, § 261)
Porém este escriptor, diz aiMsnas^que kawim
memoria da cunhagem d*esie diuheiroy sem
dizer pndo a achara.
Esta obra fel publicada em 1734f
J). Francisco de Menezes, condo da Eri*
ceira {Histé Qieneal da Casa Real Part^ tocn*
IV, pag. 419) que escreveu 4 annos depois,
de puJ9lie2ida a obra de José Soar/ss da Silva
(17^). diz bavfir Otuclúr verdadeiro^ que sus*^
tenta ter o mestre, de Aviz feito. cUJ^ihar di-
nheiro de sola; mas ó de.^uppôr que este
ãMclor verdadeiro sçja o dito Soaras da ^iU
va, que Cc^i o. primeiro escriptor que follo^
em i^imilhante dinheiro, e a e^te seguiragi
os outros que asseveram a ojUstencia de di^f
viimros de sola
Nem nos archivos do semado da camará
de Lisboa» nem na Torre do TombOj app^-
rece docqmento algum por onde se prove a
existência doesta moeda.
£m .nenhum museu numismographico
existe dinheiro de sola, e ainda r^ngmtf^
disse que o tinha visto.
De tudo p que fica dito, se conclue qu^
não se podendo negar abertamente a exisr
tencia de moeda de sola, em Portugal, nó
reinado. de. D» João I, é todavia ipais que .du-
vidosa a sua.e^is^ncía.
João, rpí de França^ mandou cunhar moe-
da tão baixa e tif;ada, que causpu grandes
queixa?, clamores e desordens por todo. o
reino. Capaíaes. qu^ixando-sa doeste abuso
do poder, diz^ por Ironiai que aqueile p^-
nhç^o ora d^e^ola, com um cr^vo de prata^
no centro, D*aqui nasceu 4izer-seq9e aquei-
le monarcha^ mandou cunhar dinheiro de so^
la; e talvez também d'este íácto proceda ^
èfov
MOG
353
tnsioria d^^qnelle dlnlieiro, attribtiida ao rei
íl. João, dio PortogãlJ ••
Talvez qné em tempos remotoffTiessein.á
Lusitânia iiioedaakâe8o1a,tran€la$pelos'€»r-
fbagfiieaes; porque estes as tiveram*- se é
€erto o qae diz Gesar, nos seus Commênta-
rios, livro l.% cap. 4.*; mas d'èllás nlonra-
tatn 08 fiossos éscriptores^. '
Em 1474/ D. AffoQso V probibla n^este
T^nò d áirso áos Aariques de Caétetídi '
'D. João III, probibiu, sob grates penas,
«9 dobras, inetas ãoWas e quartas, úoè xsri-
Yès de Marrocos e dè Sos^ permittlndO' qtie
-se levaè^m â casa da moeda de Lisboa éu
-éb PoHo, ofide seriam reeebídas e pagas pê-
lo sen jasto peso, qne era insigoifioante.
Por alvará de 9 de Janeiro do 1564, se
probibiratt^ Síá patacas dé Mleihanha, fklsi-
ileadàs, que eorriam a 30(y réis, ednsemin*
"dd-sé que (bssem levadas á casa da moeda.
Por 'alvará de 13 do' mesmo met é^anno,
se prehibiram todas as moedas em geral,
qtie fossem feitas l^ra do reino. *
Aetnalteedte -teetti curso legal n*este rei-
no, as librai e meias l(^a$, ingleisás,.e Da-
llas" moedas bespanholas; e das republicas
da America do Sul.
HOBLHA— portuguez aniigo— moeda.
VÕBS-^vilIa, Beira Alta, comarca *e'Con-
Télbo de Castro Daire, 24 kilometros ao N.
^e Viseu, 305 ao N. de Lisboa, 460 fogos.
Em 1757 tinba t70 fogos.
Orago S. PedrA, apostolo.
Bispado e districto administrativo de Vi .
seu.
Era um concelho, de 1:200 fogos, que foi
supprimido em Í4 de outubro de 18^.
O conde almirante âpreseiítavao abbade,
qUe tinha 0004000 réi «í de rendimeiito'.
É tenra fertlt e multo amiga>
D: Miinu^l Ide deu ^>ral, em Lisboa, á7
de maio de 1514. (Livro dos foraes novos da.
Beira. fl. H6Í, col. 2.»>
MOFAGEM-^aldeia da Ejtr^nadura, ao
S. do Tejo, freguezia e junto « 'Caparica,
comarca e concelho de Almada, patriarcha-
do e districto aéministrMívo de Lisbi^a.
É a palavra árabe Mohmem, barbeifto. 81-^
{Uiflea pois-^^-poveaçio ^o barbeiro.
Teitt do verbo Ao^kiiuí; fazer a bnlia.i
MOFBEiTA.^fregtaeaiav fraz-ée^Xoittei»
còmaitica e 'con^Iho^fie Vinèaes (fel da èo-
«la^ea e eoíMeelbo de B^agknça, alé 4S5fi^
14 kitametto0'd#'6ra|íaliça,^ 400 < ao Ii|.'.âe
liteboav'70 fogoe^ •^ »
* 'OrJigo S; Vicente, Mar tyr. * \
Bispado é disttietd administrativo^deBra-
gança.
O Portugal Saara' e FrofanOf não traz es-
ta freguezia.
Pouco fértil. Cria algum gado e nos seus
montes ha' muita eaça. •
É iftuada em terreno acoidenCado, perto
da margem esquerda do Tún, e prox^Boá
raia hespanhola.
llO<IABOiniO*-*-vitta, Traz*os*MoBte8, ca-
beça do conbeiiio 6 da comarca^ áo seu no-
faie, 170 kilometros âo N. de Bra^^ 54 ao
S. de Bragasça, 40 de Miranda^ 405 aolf de
Lbiboa, 350 fogos. ^
Em I7$7 tittba i7i fogos.
Orago S. Mamede.
Areebiepado éè Braga, districto adminis-
tratívb dé Bragança;' - '
A mesa da eonscienda apresentava o
prior, qtK linha 120 alquebre» de trigo, -60
de centeio, 50 almudes de vinho, e 364000
réis efen dinheiro.
É terra fertH.
O seu concelho é'Compo8to das 34 fre^e-
zias seguintes : — 19 no aroebispado.de Pra-
ga, que sHo^Mogadouro, Figueira, Valloda
Madi^, Sôutéllo, Bomondes^ Castro, Vicente,
Brutthoso, Parxdetta; Valle-Verde, Meiri-
nhos, Estevaes, GajStelJ[o*Branoo,Valle de
Porco, Villar do Bei,. Bruço, Villarinho dos
Gallegos, Villa dos Sinos, VentozéHo e Vi|la
de Ala.
E 15 no bispado de Bragança, que são—
Thó, Perôdo, Bemposta, Urros, Traranca,
Brunhosinho, Sanhoãae, Saldanha, Casta-
nheiro, 6. Martfubo^ Macedo; S. Payo, Ati-
nhoso, Penas Royas, e Varií. • j
Todas com 3:300 fogos. >
A comare» é composta do julgado do Mo-
gadouro,com os* éttos 3:300 fogos, e>âo(de
Freixo de Espada á Cinta, enm 'ft:500^tMa
a C9iii'ar6a, 4:M0 fogos. • '«
» t
}39íi
MOG
Moe
D. 'Mqd0o^ in lhe deu foraK «m 8aatayem,
m tt7 ií^^âeieiubrode l273.^Lã;ro íjrdfiéoa-
çõei âtme M, fl. it8, Qoi. I.«, in fine,) O
fiK»mo «onafchji Uie deu onlro íoral^ fm
SaMarem, à i8 de noveoift^ro de 1273. (la-
vro i."» ds doações d'e8te pai, fi. ^6 v., cal.
i."— e DO maço 9 de foraes úitíi§o$^ u.? *10.)
i D. HaBDel lhe deu foral novo, em Lfesboa,
a 4 de maio de 15i2. {Uvro de foraes mvos
ée Traz-os-MotOês^ H. 6 ¥.> «oi. 1«)
A ¥iHa está situada em- uma eminência.
£ povoação muito antíga^ provavelmente
do tempo doe romanos» e com eertozai do
Mmf» des árabes^ qUe ihe deram o nome»
que com pouca corrupção aJnda oonaerva ;
poia se chamava Macadurm^ que sigiifâca
^^ítnsÀ, mevitaveJ, que Uaha de ser.
Macadur^D» é também nome pro{irio de
homeci, atabe, oom a mesma significação.
£de suppôr que algum mouroFi|ue aju-
dou, reedificou ou povdou» Jàe desBe 9 seu
nome.
FV)i povoação muita florescente, quando
aqui habitaram os marquezes- de Távora,
que n*e8ta villa tinham um bom paiaeio, que
itetá em minas, aslimí^eomo oiairos ediMos
^âftViUa.
» Em Ventozêllo, próximo á vilki exploca-
se uma boa mina de chumiM).
Tevo um convento de frades menores, ou
capuchos. (à^a«) da província dos padres
teroeívòs de S. Francisco, o maior mosteiro
da 6ua( pravihcia, depmado de Lisboa.
P6i praçà de gueriia, cercada de mura-
lhas e com um f 01;^ caálello, tudo hoje em
minas. Eram aens aloaldesmórês, os mar
quezes éb Távora.
Tem Misericórdia e hospital.
Foi a villa de Mogadoun>, commenda da
Ordem do Templo, até á sua suppressio, em
'1311, e desde 1319, commemia da Ordem
de Christo, até 1834,
Foi D. Diniz, sua mnlfaeo*. Santa Isabel,
«eu filho, D. AÃonso <depois iV) e*a infintá
D. GonsiaDça que deratti eata vitla aois tem-
pbri<is,"6Éi 1M7.
Denominava- 80— oommuMkt dê 8. Mmtiéde
do Mogadouro $ de Santa Maria de PefMS
Boyas-^^Cmm sms capeUis^ et eum sms Mr-
mitagiiSy et cum omnHms fíÊnibus^ etperti*
nentik ms. . . Facta eartha C(dimbria,^vi'
finti quinque die Maii. Reg^numdamte, Era
tniiessima irescetUessi$na triussima fuiãío.
(Vem ã ser a era 1338^ ou o anoo de Jesoa
Cbrísio 1107.^
Esta doação, foi confirmada por lKaríoso^
ficiaes do paço ; por D. Martinho, arcebispa
de Eraga; por D# João, bispo tle Lisboa; por
D. Sancho, bispo do Porto ; por D. Valaãoa,
bi^o de Lamego; por D. Egas, bispo de Vi-
^u; per D. Cr. João, biapo deldanba; por
D. Pedro, bispo de Coimbra; por D.feniao-
do, bispo d'Evora; e por Estevão Pedro de
Eale^ governador do. bispado de SUve^ sé^
de mcante..
Na era de 1293, tinham havido duvidas,,
por causa dosdtoiínos doesta commenda, e»>
ire a eommendador doMogadouro, o o de Pa-
nas Hoyas, Cr. Martim Pass— lO D. Adriano,
porsoneiro do concelho de Penas Royas.
Para terminarem estas duvidas^ sa junta-
ram em camará, perante o bispo dn Samora
(Bespaifeha), em um sabbado, L"" da agosto,
d*aqQeiie apno. O bisfM^ sentencloa que ae
dessem ao dito eommendador, pelo •coaeeiho
de Penas Royas, o dizimo de leite.de' moi-
nhos, e de lan, e de queijog, e de momtèiga, e
decêrck^edsssÂiivasX^edeteceét^aMyede^eS"
triales; e de los mancebas, ede ios qae traem
bestias em catreérOf e de las que vivem per
menester de suas manos, 9nager que lavrem
com boys, e dem desimo de pon e do vião, -e
por lo que ganan em suas meicaduras. E
cada uun destes devem a dar seiias quartas
em diesmoi E los mancebos que lavrar por
pau mager, que el diesmo sea dado dei modo
todo eníregamente. E tos manoebes devem dar
diesmo dei pan que re€ibeneneolduda^^B^u^
tro sttl, lasque estanperntãiWMdití a sol-
dadas, dar el dieemo de to<> mmwediz.
Todos sabem que a ordem dos templários
foi.supprlAlda em toda a Europa, em 1311»
pelos etímes monstruosos (aus verdadeiros
e outros imaginários), que attribuiram aoa
seus eavalleiros, que em muitas naçdes, so-
bre tudo na França, foram uns desterrados,
outros morreraor nas nMksmârraa e outros
MOfi
MOfi
335
^perderam a tida, no naio floa aaia incMi*
'Eia PorlBgal' porém, a»OMlsaa oorrerami
|Kir modo fflQi diteno.
0 nosso èom rei D; >Dtme, manddii proce-
dâr a múmcioMa úivestigaçdea e rigar^MS
• devaçaa ; mas, apesar da má -voAtade que ai
gaas, tinham aos templários» nao êB Ibasi
i adiaram erlmas, o só mttito^DFgakfao, gtan-^
1 áe poder, e exeeasiva iofliuiiicia.
á rei portiigiiez, obedecia ao brevedo
fapa Clemeitte Y, extiogaiado eata poderosa
f»rdem, e sequestrandolhe todoa oa aeus im-
iOieiisos tieas e veadas A, i&aa os templairios
Dão soífreram oatros castigos, sendo até
grande parte d'elles admíttidos na Ordefc:
de Chríâto, que o mesmo rei^ com raro des-.
interesse e machiavelico patriotismo, entàa
creou,
• *
Clemente V, allegava. direitos a todos os
bens dos templários, como ordem monásti-
ca, e em algumas naçl^ foi o herdeiro d'el-
«lea; mas D« Diniz descobria o melo de sei
eximir <oom dignidade, e sem promover dis-
putas eom a caria romana) de vér passar <2^
notro reino os immensas valora fae .pos-,
saíra esta ordem; creando a de Gbri$to,(áí
^qoal deu tudo quanto ara dos templários^
Entre taata< cousa bôa, que Pertagal deve
a D. Diniz, este facto é com certesa am dos
que mais brilhantes provas dão do^NHU sen-
' so, iUuatração, sagacidade e patriotismo d-es-
te Ínclito monarduu
Por carta regia, feita em Santarém, a S6
de novembro da era de 1357 (15 de novem-
bro de 1319), se mandou íacer entrega,aD.
^Martins, â.<» mestre da Ordem de Ghris-
m, de todos os bens, rendas e direitos, qne
'foram ^ da ordem do Templo, tanio espiri*
tíMes, como temporaeê^ e dividas» •
1 A pag. 105, do 1.* vol, disse quáes e
qjEiantos enim os bens e rendas dos templa-
' rios. Aqui aoorescentarei o que penso a rea-
peito d esta ordem. Na minha opinião, os
grandes crimes dos templário.^ eram. exacta-
mente os dos Jffsuitas — moito poder (a ponto
de' formarem um outro estado no éeftado) e
•—sobre tudo^-^as nuas grandes riquezas, que
os reis do.seculu XIV, e os do século XVIII,
ardentemente aaibícionavain. Era preciso
procurar pretextos para estas duas grandes
rapinasy e achouse facilmenta
A eemnicada de S. Mamede do M ogadoir-
ro, foi erecta em 11 de janiiO'da«radei35l^
(30 de maio de 1321), na cidade de Lisboa,
8 caaaa>da ordem de Christo.
Ab- egrejaa de & Hàmede do Mof^oíalo,
e Sailta liaria de Penas Rbyas, tinham eido
dadas aoa templários (qae só as poesniram
14 annns), com' todas as duas capellas (me->
nos a de Nossa Senhora d'Aainhoso), dbnei-
tos e pertengaa. (Vide ii^^nAoso.)
D. itfartinhoi^ areebiapo de Braga» deno
sètt eensentimeíilo 'â dõaçao de D. Dinis, ^e
de sda muiber effikhos.
Eqi i300, tinham os arcebispos deBraga,
junto à egreja de Nossa Senhora, boas casas
der residência.
Cram. no ntio boje diamado únrra^ do
Bispo.
Na Torre do Tombo, se acha uma coiapo-
sição^ feita entre o oommendador de Moga-
dpuro e Penas Roya?, que era do Templo;
e o^conmendador de Algose, qne era do
Hospital, feita no anno de 4939. Per eitaise
extingoiram iodas as malfeitoriaêf questões
e deshonroê, que rsciprocamenue se tinham
praticado; acerescenlando os juizes árbi-
tros, qne o oommendador do Megadoofo
desse ao de Algoeo, Sd^^maravidis e 3 aot-
dos; e esto desse áquelie, 1:660' maravidís»
et duas lurieaSyêt umum lorigom,
E tado isto, pago Mé ao dia de S. Marti-
nbOi do meemo anno, sob pena de 5:000 ma-
ravidis alionsins, pagos pela ordem do com«
i mendador que a isto faltasse.
Pelos das do seeuJo XV, nasceu n'esta vil-
la, fr. António de SL Foi doutor em Câno-
nes, pela nniversidade de Salamanca, e des-
embargador do rei D. Manuel. Deixou a cor-
te e foi professar a regra de S. Bento, no
mosteiro de Monmrrate, na Catalunha.
Sendo D. abbade de S. Vicente, em Sala-
manca, o chamou D. João Hl, para commen-
daftario do real mosteiro de Alcobaça» qae
governou exemplarmente^ e também os de
Tibaes, Carvoeiro e Amoya, da ordem de S.
Bento. De todos foi grande benifeitor,ersa^
taurador dn observância religiosa.
fornoa para o sen mceteiro dnHonaorra*
356
UQG
te, «Bd6 faUecen, em 10 de moetoode 1550,
^ aâHjwBeputmda
■ ~^
É esta villa,. pátria de Santa Marina <oa
Ifârínha). A lusdo déaengatio, e o deapfreso
das vaidades^ a levaram a am sitk) alpestre
e solitário, próximo á eída4» de SalamaíDca,
e alli, separada de todo o trato baisaiio, fez
vida santíssima.
Por sua morte, se foddon p'aqneUe sitio
um insigne cottvenlo, de frades menore8,ide-
•dieade à mesma safita, onde jatosea cadá-
ver, e a 4 de maio de isada anao^ se Ibe Ihs
Wia solem^e festividadei
Na egreja do mosteiro d'esta villa, é tida
em granule veneração, nma imagem de Nos-
sa Senhora da Conceição.
Ha d*esla iiúagem a lenda segniote.
.Havia n*e9t^ villa um olerjgo, muito de-
voro da Santíssima Virgem, que mandou fo-
2er a nm eaculptor uma imagem de Nossa
Senho0a,:pâra a eoUoear na egrèja.
£ra tao pobre o«soa)ploíry 'qne nem tinha
dtnbeipo para comprar a madeira para a
Imagem, sendo preeiso darOh'a o clérigo;
Este foi vôr a iintagem, quando estava «pe-
hias desbastada; mas aehou' à tio mal prín-
'Cipiada que disse ao autista que a não con-
tinuasse, por que « nao queria.
O' escuipto^ encdsioa a imagem para un^
eamo de òua casa, onde esteve por algum
tempoy esquecida e abandonada. (Isto foi pe-
los annos de 1680.)
Sabendo isto os frades do mosteiro, foram
alguDs, por mera curiosidade, a casa do es-
«ulptor^ vér a imagem- regeitada; maa não
Ihe.ácbavam asimperleiçdes que o padre lhe
attribuia (provavelmente por a vér por aca«
bar), e a pediram sío padre, para a manda-
rem concluir, ao que o elle logo annuiu.
Era padroeiro do convento e residia na
vilia, o marques de 'Távora, a quero os fra;
ides foram pedir que manda^eacabar a ima-
gem, ao que elle de tioa vontade aocedeu.
* -Concloiu-se a imagem, e ficou perfeitissi-
inii tanto de esenlptura como de pintnra; e
•^M eolldeada com grande solemnidade no
aliar iatemi, da parte do Bvaogeiho;
': Bm 1696, todo o povo da villa deeidfa fa^
HOG
nr uma grande llaaui Senhora» no diaS
de dezembro d*esse anmKftaeríaKn esMrdf •
votos que 1^ imagem apparaeeue tfeata disi
com a sagrada custodia naa nmos, o que nio
era faeiii porque a imagem estava oom as
mãos -postas (èprao tedas as inagena da Vir-
gem, re^aentaado 4> angnste mysterie da
sua Gonceiçae)v . ; ,
Fará eoosegulrem os aeua fios, ataram a
custodia com fitas; mas nao foi precisai por
f ne a Senhora abriu as mãos, e segurou
com ellaaJa custodia. Foi desde esse dia.c|9e
a imagem fieou com as mãos abertas. &le
milagre foi legalmente autbenticade aucfo-
rUatêérdinarUi
É baronesa do Mogadouro a sr.* D.
Anua Izabel Marta de Moura Pegado-^ ba-
rão do mesmo titulo o sr. António SáraiU
de Albuquerque Vilhena. '
• ... I
M(mrȎ appellido nobre em Portugal,- to-
mado da viHade Mo«ra no Atemtefov intja
povoaçSo conquistaram aos mouros», nm
i 167, Pedro Rodrigues e seu irmão Álvaro
Rodrigues; e por isto tomaram por appdK-
-dô (ou lh*o dètt D. Affonso Henriques) o no-
me'd'eBta vi41a, o qual passen aos sent âes-
eendentes. • ^
D. AÍTonso Henriques lhe deu braeão de
armas, que são: em campo de púrpura, se-
te castellos de oiro, em é palas, com forfa,
e lavindoíi de negro. Elmo de aço aberto, e
por timbre «lira dés casteHos das armasi
Há também os Mouras Cortes Reaes, des-
cendenles do tristemente celebre D. Cbris-
tovão de Moura, feito por Philippe 11^ cen»
de de Castello Rodrigo, e por Philippe IH
marquez do medmo titulo* *
Seu filho, D. Mapi|el'de Mour^ Gerte-
Real, foi marquei da Castello Rodrigev epn-
de de Lumiares» e gemil-bomemda camará
de D. Philippe III. ' •
Os Mouras que procedem doeste D. Ma-
nuel trazem por armas — escudo esquarteia-
do~-no 1.^ quartel as armae dos Mouras an-
tecedentes—no í.* e 3.» as dos Cosias,* cotn
, uma cruz de S. lorge em chefe. Elmo e tlm*
bre os mesmos»
■ I a
firtAe CàètetJb Jtwiht^-^ Úsbod, á pagi
nas 125.)
Pegado é àppeRTdò nobre portúgaeit, e a
fiittiliá qne primeiro o ttâòti» era da feldàde de
Elvas, onde institaia morgado, Fernando,
Estevão "Martins Pegado, Tassallò de el-rei
t: Múnso IV. Kste appellído toi procedido
de alennba, eestenden-jse por muitas povoa-
ç9«s do reino e ebnqnistas.
Yrazem por armas— em campo de oiro,
<j[tiatro coticas de púrpnra em baflda. Tim-
bre 3 seias de prata' còm basteas de oiro,
áodpennsdaís de pút^úra, e atadas em ro-
qíiète, com fita dft mesma côr.' No livro dos
refs de armas, sSo as mesmas dos Privados
{appdIido> com dlirerença no timbre. *
Saraiva, é appellido nobre em Portngal—
eQ}á íamilia era da Bisèaiá, onde tem o Éen
solat; na villa de Saraiva, no districto da
Montanba.
I^assoti a Portugal, no tempo de D. JoIo I^
nas pessoas de Vicente Fernandes Saraiva e
Antão Saraiva^, que vieram ácompanbar sua
irman, dama da rainba D. Leonor, mnlber
do rei t>. Duarte, é se estabeleceram na vil-
la de Trancoso, d'oilde seus descendentes
J)aèsaram para a cidade da Guarda. Trazem
í>or armas, escudo dividido ém faxa, a 1.',
de veiros de prata e azul, e a 2.«, de agua.
Orla de púrpura, na qual appareeem as pon-
tas de uma cruz de ouro, floreada. Timbre,
meio peixe.
Estas armas, deu D. Pedro de Gastella a
um bistainbo da villa de Saraiva, por tomar
duas naus francesas, com uma só em que
andava.
MOGABRIL — portuguez antigo — nego-
ciante, mercador.
MOGÊGE— freguezía, Mínbo, comarca e
concelho de Villa Nova de Famalicão, 12 ki-
lometros a O. de Braga, 345 ao N. de Lisboa,
110 fogos.
Em 1757 tmba 123 fogos.
Orago SanuMariDba.
Arcebisjpado e districto administrativo de
ttt^aga.
Ê terra muito fertii, e cria muito gado.
* O cónego magistral dA Sé de Coimbra,
apresenuva o vigário, coHado, i)ue tlnbá féis
Wftm de renda.
voLuia V
Òil
'WÍkiO-^nútaR%}^ di-
vide um território, ou propriedade» de ou-
tro. Ainda hoje são notável^ òs mogos d^Àtt-
ceães. Mogo, é o mesmo qtie mótom.
Ha em Portugal varias aldeias, e muitos
sitios eom o nome ^e M^ e Mógo$.
HÓ60 DE MAJ.TA— freguezia, trãs-oa-
Montes, concelho de Csjrrazéda d*AnceaeSy
comarca' de Moncorvo, 120 kilometros a NB.
de Braga, ^70 áo N* de Lisboa» 90 fogos.
Em 1757 tinha 50 fogos.
Or^go Santa Caíbari^ virg^in e martirr.
Arcebispado de Braga e districto admi*
nistrativo de Bragança.
O Qommenditdor de Milia» 4e:|togiWM,
apreaentaya o vigário, collado, que tinha róia
40W00,ao.pé4*altar.
Era «ommenda da ordem de Matta, pela
que, até 1834, os povos d*esta íireguezia, go-
savam dos grandes (ealgunsabsurdos), pri-
vilégios de caseiras de Malta. (Para a ety-
mologia, vide Mógo.)
MOGOFORES, ou MONFORES— villa. Dou-
ro» eonopca e concelho da Anadia,. 18 kilo-
metros ao S. de Aveiro, 240 ao K. de Lisboa,
80 fogos. .
Orago Noesa Senhora da Goneeição.
Bispado de Coimbra e districto adminis*
trativo d' Aveiro.
(Esta freguezia não vem no Portugal Sa-
cro e Profano, por esquecimento do seu an-
ctor.)
Também alguns dão a esta povoação o no*-
me de Mímgoféres e de Mogafares.
É aqui a 30.* estação do caminho de ferro
do Norte, o que lem feito prosperar bastan-
te a villa.
D. Manuel lhe deu foral, em Lisboa, a 12
de setembro de 1514. (Ltvro dos furaes no-
vos ia Extremadura, fl. 148 v., eol. 2.*)—
N'este foral, se lhe dá o nome de Mogaf&tes.
Tem um bonito theatro, inaugurado em
agosto de 1874.
Pertence ao paiz vinhateiro da Bairrada,
e é terra muito fértil.
MOHIA, ou MOtA— Vide JfttA/a.
MOmEHtA' (de Bouro)7-freguezia, Mi-
nho, coiiiarca de Villa Verde (antiga comar-
ca de Pico de Regalados) c^udBllkrde Temui
23
m
iini
Iq admipíslrativo de
O abj^iade de S. Jo3o da Balança,' aprésen-
uva o vigário, qaeiiplía W/OOÒ réis ie con-
Çrna, e o't)á d'altar.
'AnUg^meDle dava-se i esta fregneila o
nome de Momenia, e asafm vem no Portugal
Sacro e Profano.
A lerra mailò Artlt. Cria muito gado, e
DOB seus moDtes (rainoB do Gerõz), ha nniila
-frágoíiia, Tráa-oR-HoDies,
MoiarM e enneelbo deTfnhàrs {túl do ex-
tíDClo concelho de Sanlalba, eonareade Bra-
fànf»), 60 kifomeiros de Miranda, 4SS ao N.
de Lfsboa, iSO fogos.
Bm 1757 tJQha 140 fogos!
Orago S. PSdro, apostolo. '
Biípado e districto adminiatraiivo de Bra-
glDÇÍL
A. inltca apresntava o aUtade, qoft tioba
WMOÚOréia.
MOHENTA— freguezia. Beira Baixa, co
marca, CQSceltw e I kilomelros de a O. Goa*
Tflia,84a SB. de Coimbra, 385 ao K.deUs-
boa, 160 fugos.
Eini9S7 liDba 300 fogos.
Orago S. Jmo ihipUaU.
Bispado de Cuimbra, districto admiols-
tnttivo da fiov^a-
Paraa diffureqçar daS'0Dlra3,,e por eslar
m 9vn da Esirvlla, di le a ealt tr«gnezta o
neme áeMoiniMtada Serra.
A casa das rainhas apresentava o prior,
9te tinha 3í)O#0OO réis de rendiweote.
O celebre fitqlo de Houra PpriQgal. qm
loorrea doraote a. aduioiairafãe 3» mar-
qjW' de BooibaJ, pfeeo nos careerea daJsn-
qaeira, oascea rm SI de mar$o da 1702, em
H(rifiWnJl*d*,Serra.
Era Blbo de Hannel de Honra Castanhei-
ra, natural de Siad9t,e |t»r«t^e, por omft^^fi-
Itaaib^atarda, de ui^a nobr^ casa d'eua po-
vfl^gj^ euj4 fatmli»/]esQW<Ua de D. Cbrú:
fWfK
^l^, Ifem çonbefido n;^ Ifi^riA d'MW,jr^i^o,
quando Bcámos sujeitos a Castella.
BeDto d,o ^f>^^^> ^oriofa^t {rwaçQlPB a
Universidade, foi;niaif(í,o sç Wttlej^, "P.flííi
1,1 de iqafp de 1731,
A, sua iDçlio3(|4o pyrém não o tevavap^
ra esu difci^liqa, ipas para 4 o^^i^to e ^ar^
as sçiencias.eiactas, ao aaludo das q/u^ ^
entregou depois de formado-
Sendo reconhecido o sen ine[;^çínteivto por
elTEÍi D,JoiioV, roÍfioreal«,mooArcti4.i»anp
dado viajar, e t^\ era a estipu^ão qiie d'e|^i
lé fazia, ane por naia,iirQvísàf) Quiulfla V)^
estivessem paradas iodas, as denodas, q^
Beoió 4e UQura tivesse, eoi,itiiAnio «Ue m"
dasse opeapado nos e^ftudos de qn^ejCA^iAi
cufubido.
Depois que voltou da Allaipaoba^ i^ra,q
reJDQ, flieram-se muitas obras por sua,díi>.
rec^o, que Foram de Utilidade pafa 'esfi^
paii, Qoiqo Tui a abertura dos p»iles de Vil-
la Nova de Mago?, do Juncal e T^ejoi^);, 4
iAtroducção da barca de Sacavem„ etc
O seu amor da pátria era levado a,t4
grau, que mesmo depois de sepultada, aft
cárcere 7.° do forte da Jupqueira, f^ «4^199
inventos, e o pl^oo de miutaa obras.de iuL->
iidade publica, escrevendo os seus pensa*
mentos com penna feita de ura o^sÍDttp àfi
gallioha e tinta de ferragem.
O único motivo da prisão d'este perta^
guez illusire, foi o ter fadado da innocencií^
dos Tavoras e dos padres da Companhia. de
Jesusj e sendo interrogado por. esse facto,
confessou que tinha mostrado essa opiniãi^
peto que lhe respondeu Sebastião Jtis^ do
Carvalho, entrando em furor, <^ era e^se
o maior crime que podia commetter.
Fui raettido na peior das casas eseuru; e
com o mau trato, fatia de remédios, e 4.eoa-
línuafão do aperto, esquentou-se-lbe a. caber
Ça, e cbegando a perturbarse lhe o cen^
bro, poi se de joelhos, e, fazendo o aclo.de
contricção, encommendouse a Nossa Se-
nhora, e entrou na diligencia de se dego-
lar. O que tbe valeu foi o não ter senãf
uma faca ninito velha, quasi inpapaz de cor-
tar 1>>ÍP> pelo qpe Ibe ufio foi possível corfar
' 4f^.gu^aa ppr maluque trabníboo,
n'esse tempo entrou pofi acjt^o iv0i.4W
líOI
Mlpi(r4ÉiOíaitlldÉA5'iNMâiite ooníipa*
BbUro pÉMUi^ Mb 4ê']|*ltofl^>âliilft, <niii
Ná prisão tíoha Bento de Moura íwmR»-
émjúàm&àb êb alHir u iMVuai dèeéar-
eenéÊ <ifi# oMiate ber cata pbitài tM
IKirtaSf «Éoiiée^lertfoe âMtt te miMelra)* e
eom esse soecorro sahíam os presos todas
m iOiíèB 4m prlsM; « se «}ttdai^iMi é eoc-
MRMn M^ «d9 iMitroi^ tevendo miiiioe eom
gfèiísiikileetfks; 9 à falta' de otttrô9 meios
taeeniutiiSfiÉitiiiNatíente doeste» sUívlos.
Ml0jaM»}à flMidMatfo, dapetma feim
évoanoisiiilio d« e^Uinliae tf MA de fenugeiíi,
eecrimtf B^te^dMfouimPonaipI, nee catctf-
iiattlnil|oeln>^ia dialogo sobre asobras
im
3did
df|e-«4iédo para (|ue es aeedhâs ordkiarias
li<l^'4obiMa fftriotaa-eomeíiiiesèaaeaa e
qaeda que tem— Modo de attgoieiitar a veie*
eidadeaos barcos do Ribai«)<H^-Obsemi^
pertefloent^ ao leiae das emb«n»tdes— >No«
taidéa de rNboft para ognafios^Motlto
400 teve <r ««eier para ÍMer uasa experiea*
dã sobre a l^amiMo^Diaiego enrioea sobre
trarias «dlsas* da Ametioa^Noileia paritcn-
Ittsêbre Mgibeatar a força da artiUveria
eom oaaeiaâe da péilTorsH-Modo de averi*
guar se por baixo dos campos que oorrem
ao lefttto doa rios, ha» oa nio ha, oiro, ames
de abrir ae oMas.
VOnsHf A"— <^(nieaia, fieira Alta, cornar-
ea o concelho A> Stofto (aló 185(1^ do con*
e^o> então sopprimido, de Saníftas, e co*
marca de Réseode)! 40 Icilomelros ao O. de
Lamego, 320 ao N. de Lisboa, i40 fogos.
Em 1757 tidba 94 fogos.
€raf o S. Martinho, bispo.
Bispado de Lamego, districto administra-
tivo de Viseu. *
A mitra apresentava o abbade, qae tinha
704000 yéiâ der côngrua e o pé de altar.
Ssrtâ esla Ireguexia em* terreno muito ae-
ddéiittd#, éobre a Bia#|en dfreha do rio
Mta, e aq«l termina, polo O., a província
âar BelmAlta e o dletricsoadmiolsirativode
Viseu; pois que o rio nfeMeeilio, separaesi-
Qt^M^riuetaida do Doan)^e''0'distiloto ad-
«rihiÉkratPro de V!êeo^ úò d^ Aii<elro. tem
IMIi^ Dá- Éiarifem eeqOéMa dò f^Ws, Vhk
ftfta a iN^gnecM' de B^árros, úff bonceliiy ás
GáMlBJUb êé Parta, comais de Af^oaíE.
AtwmilAuito íeHfl. Proddz: muito bom
Vittho veiPde. Nos setts nkontes ha multa cá^
ça, e o rto lhe dá bastante e óptimo peixe
sObreèudo excefleâtes lampreias e trutas.
Cria nmltogado; e também tem abundada
dá de cera e mel.
No bgar dá Travanca; d*esta freguesia,
viveu mOitos amios o nohre • fidalgo, loisB
Sbaires de Albergaria, namral da Rede. Uá-
je reside alli a sua viuva e um filho. SÍo
filhas de losé Soares de Albergaria D-
Maria Soares de Albergaria (a celebre
Úomiêfêádé MonteMerli) D. Amancia Soa-
res de Afbei^ria, solteira; e D. Bertha Soa-
res de 'albergaria, casada eom -António Pei-
xoto Pinto Coelho Pereira Padífha Seixas de
Harcòurt, fidalgo bem conhecido.
t povoação muico antiga.
Km liSl, Ped^ò, Egas, Soeiro, Fernando»
Mendo, João, Affonso, Martinho, D. Maria e
D. Marinha^ deram a 3ua mãe, D. Mayor Soa-
res, viuva de Pelagio Fernandes, padroeira
do mosteiro de Santa Eofemea, de Ferreira
(de freiras benedictinas)— todas as herdades
que tinham no bispado de Lamego, que eram
-'-a quinta das Máçans, eom todas as suas
pertenças— dois easaes nVsta freguesia de
Màimenta-^áo\B ditos em Quintefla— um no
Omezio (Homi8ío),.e o mais que lhes perten-
da em Almakavi (Almacáve) e Lama. Dir a
escriptora de doação que — dão isto a noêtrae
Matrif et filias vestras, Doráia, Tarasia, êt
Mayor Pelagii.
D. Mayor Soares; apenas viuvou, se reco-
lheu 410 dito convento de Ferreira, com suas
três filha?, D. Dordia, D. Therexa e B. Mayor.
Martinho Paes, um dos filhos de D. Mayor
Soares, fai abbade de Santo André, de- Fer-
reira, e depois bispo da Guarda.
Deu ao mosteiro de Santa Eufemea, em
eoMèmplação de uma sua Irman, que era
prIoréMb do mosteiro, todos os dialmos, daa
teirras que o dito mostdro quisesse cultivar
em toda a freguezia, que então se estéadla
desde o Vouga, até ao Paiva l-^(Vlde Ar-
; pag. 173, de 3.* VOl.)
aso
UM
' Em 11.68, Pedro Viegas (amctârwdo poir
P. áSòdso Hemiqua^, vandea a D. Jhi^jpm
^ffonflOy por 480 maravid^ tndQ:0 que lioba
no terriU>rio de. Lamego ^J^rtnainar (Anua*
mar)— a. saber, em Queimada^, f ^fu^ifo» Por-
jtiUOtQmfUião, BowsoaSf Penettas^ HÊumenta
(MoUnenta), Magueija^ Ccmdêdo (debaixo do
monte Galafiira), Valle-do-Conde ^ LoffMh'
çaetit aguas vertentes para o Doaro.
Esta freguezia fica apenaa a 3 kilometfos
do rio Douro, e, para se differençar das ou-
tras do mesmo nome, se Ibe chama ifaimm-
Jift do Douro. (Era mais próprio ehamar-se*
,lhe Moimenta do Paiva,)
MOIMENTA-^aldeia, Douro, na dregaesia
.de Fornos, do concelho do Castelio de Pai-
ya, comarca d^Aroaisa. Ha aqui uma anti*
.quissima quinta, que toi dos Pigueirôas, e
é hoje do sr. Bernardo Pinto de Miranda
Monte Negro, da quinta á^^Bôà-Vista (junto
a villa do Sobrado de Paiva), e pae.do disr
tincto major de estado-maior de eng^nheria,
o sr. Angusto Pinto de Miranda Monte-Ne-
gro.
Sao também flilhos do sr. Bernardo Pinto^
os srs. dr. Albino, Pedro e Martinho Pinto
de Miranda Monte*Negro.
O pae- era sobrinho, materno, do gene*
ral Pamplona, visconde de Beire»
E9ta MoinmUa, fica quasi em frente .da
fregnezia antecedente, do meamo nome, e
próximo da margem esquerda do rio Paiva.
MOIMENTA DA BEIRA—viUa, Beira Alta,
cabeça de concelho e de comarca, 2S kilo-
metros a E. de Lamego, 315 ao N. de Lis*
boa, 320 fogos.
Em 1757 tinha 205 fogos.
Orago & João Baptista.
• . Bispado de Lamego e dístricto administra*
tivo de Viseu.
A universidade de Coimtoa» apresentava
o vigário, eoliado, que tinha 120^000 réis.
Para evitar repetições,, e para mais exten-
sas noticias com respeitor a esta povoação,
veja -se Cambres^ pag. 53» do 2.^' veL-^Caría
<a 2.«), pag. 108, eol. 2.% do mesmo %* voL
— e Maceira-DãOf no principio de pag. 13,
d'este vol.
> O eonéelho de Moimenta da Beira, é com*
posto das tô freguesias segaintes^odas no
MOI
Mipado 4e Lamego— lãei : Aldeia de Hàfíim^
ba, Alvite, Arcozéllo% ArÍ9E,Baidoi^Crté||fi%
GaateUo, €evér« Leofliii, Moimenta da Bilra,
Nagó^ Pafadioba» Paço, Beiia-¥ellia,'PMii
Sianédo, $eg9e8 e Yittar» TMaa tom MM
feg^« 1 .' - «...
A aoa eomarca é composta do sen jidga^
do, e da da Ciiarnaneélhe^ que tana S:700 íih
gos, vkkdo a oomarea a ter 5s400 logoe.
Teve «m ooAvento de fíreirae beaedittiBaa,
ftmdado, pelo dr. ^emSe.ikfpdhSo, ahbads
de S. Glêoiente de Baslo, e deaembacgador
da natoção acolesiastioa da Braga; Mtural
d'esta yiUia-^ qual aioançou da Sé apaelo-
liça licença para esta fundação^ qae íei^en
Í5d4, na caaa em que nasceu; tnaendo da
moateíro de Semida, trás irmana piwlsaau^
que. esam*<-D, úal^i Mergulhão^, abhaidessa
pecpéiaa; D« Guiomar Nunes; e D* Marga^
rida de. .Lucena* Com estas aenhoras» veia
Aatonia. Ferreira.
Deu o fondador, a este mosteiro, 70Q oae*«
didás de trigo e.cenleto, um souto, uma vi-
nha, )aro8 de quatro contos de róis, mnittia
e ricos paramentos e moveis, para a egr^
e para o convento^ atém do edilcio etérea.
Sendo este mosteiro fundado sd para il
fireiras, chegou a ter mais de 40. (Adianta
dou nóais algumas informações sobre esia
mosteiro.)
N'esta villa nasceu o distineto doutor em
medicina, Duarte Madeira, que morreu em
Lisboa, em 1658. Foi medico da casa real;
escreveu varias obras, sendo a principal,, a
sua— ilpo2oDrfa--methodo facii de conhecer
e curar as doenças secretas.
Em o n.o 693 (de 29 de outubro de 1874),
do Correio da Tarde; se vé o artigo seguin-
te:
Conununioadò
As constantes provas de verdadahra esti-
ma, . que mó tem dado o ex."^ dr. Joag. Maria
Mergulhão Nevee Cabral, de^S. Romão d'Ar*
mamar,' exigem que eu patenteia o men re*
conhecimento, aom maia publicidade qua
uma carta partienlar.
E como me honro com o aau pareutasoo.
IfOI
IIOI
961:-
QM eotauDtiaii- d^eitè Jònilil a oii^
' JHw oieiis ittéeudeiM, por M^easa» âè
Burbo8ai,'4e & Joio de Poiíukira e GMto*
Ditte,' ti¥e a Fernando de bncena, fidalgo
da OordoVa, no tètapo do imperador de flée-
panha, Carlos V^
Bate FeMiUido de Ueena^ easoa a primei*
ia vez» com D^ Leoibor dela PeiAa, de quem
eávioTou*
GaKm segoHda vez oom D. Leonor Moir-
tefre, filha de Lopo Martin Monletro, fidalgo
da eaaa real.
' O -diio Pemando de Lneena, entre vários
flilios teve V D, Beatrii dè Lncena;afqnal
enaon eom Vasco Mergnlliio, cavalleiro do
hàMU) de Cfaílsto, de qnem houve Pèrfiad
Mergnihio, fondador do mosteiro de rèligiô-
sae de 8. Bento de MeineÉtfci.
Tevo mais a D. Maria MeifuMo; qne ca-
soa na Torre, é outra filha do mesmo nome
Dl Maria deLneena, abtedefa perpétoa, do
eeavenio de MoimeMÀ».
A sobredka D.- Maria MergtilhSo» casbn
com Lourenço Cooriça, de quem teve á 0.
Maria' Merguihio, qne eáimi na Tom; oom
DoÉDingos Gametax), e a D. Petronilha Msr-
gnlhio» qne easéu oom Jor^e de Gónvéia,
em Fbnte Arcada.
=A' islo textoAlmenle o qne enòontrd, em
antigos docnmenios genealógicos, collfgldos
pelos* meus antepassados, é qne pnhlieo com
leda a satisfa^, em testemunho de eterno
ret^nheeimento e iafifoição a mefo prtmo, o dl*.
Joio Maria MergnlhsU^ Nevsés Cabral.
& C Sd de outubro de 1874.
Ayres Aiolphoí de Mmionça.
Está esta villa, situada na encosta de uma
serra, cortada pelo meio, por uma pequena
ribeira, sobre a qual ha umá ponte de can-
taria.
> ,
1 Engana-se o sr. Mendonça. A mulher 4e
Vasco Mergulhão (filha de Fernando de Lu-
cena), chamava-se Leonor^ e não Beatriz,
2 Tombem aqui se engana o sr. Mendon-
ça.^ ifman do fniidadòr dç mosteiro' de Moi-
mema (Peroio Mergulhão)^ que foi abbades*
sa perpétua do mesmo mosteiro, era D, ha-
bel, e não D. Maria,
IPMn Mas casas, sefido á melhor, a <o sr.
Sarmento LomhHro.
( .
É i^otoa^ nhiito antiga, e <admira^mé
não iNto* em PnmkUm meitcioiiado fórsJ al^
gum, antigo, ou moderno, dado a esta villa.
Ha n%stii villa,' um escrivão do juizo de
direito, quto se assígna ordinariamente Leo-
narão-Joié de Barros; maè quando quer es-
crever todo o seu nome (o que pondts vezes
fiit);* assígna-se— lAmarA) José de Barro9
Bmetíú Árganaz Pedasun^ Barbadãee
Mello Silva Silveira Trancas Canavarro W
ma, êtCy ete.
Tèttãò dito na palava Arma''
mar, do I.* vohime, que na vil-'
la doeste nome, era o solar dos
Mêrgu^õeSt'átqiaeerSiehe(%
o sr. dr. Acácio Mergulhão Ne^
vos Cabral Macedo e Gama,
cumpre aqui dar algumas re-
ctificações, e alguns esclareci*
mentos a respeito doesta fámi-.
lla^ e da fhndaçSo do convento^'
d'esta Villa de Moimenta da
BehtL
D. Pemlo de Lucena, fidalgo hespanhol,
natural dè Gái^ova, casado em primeiras
núpcias com D. Leonor de la Pena, estando
nas edites, emigrou para Portugal, por des-
avenças que teve com outro fidalgo; e,'co«
mo trouxesse cartas de recommehdaçãó pára
o fnfanfe D: Fernando, filho do rei D. Ma*
nuel, aquelle o fez vedor da sua fazenda: e^
estando já viuvo, eonò^ahin S." núpcias»
com' D. Leonor Monteiro, da villa de Leomil,
ef da qual teve, D. Leobor de tticeiia.
Casou esta D. Leonor, etò Moimenta da
Beira, com Vasco Mergulhão, fidalgo, e ca-
valleiro professo na Ordem de Chrísto, e ti-
veram, entre outros filhos, o licehcêadò Fer*
■3o ifergnHião, abbade de S. Clemente de
Basto, golremadòr dó arcebispado de Braga,
e fundador do mosteiro de Moimenta.
^ DaM aqui mais alguns es-
clarecimentos sobre a funda-
ção do convento, alem das que
jà ficam escilptas.
um
Wi
mente YIIE, em 27 de setenta de iSMi pm
a erecção de nm convento de treim» bene-
dietinas, sob a invocação d^ Nosaa Sinihora
di^ ^rífieação» na» pfQpjríM caaai va qm
Foi a bali^ mandada cumprir, pelo bispo
de Lsmego, D. António Teilea de Menezi».
Na bttU», 86 Ibe concediam in pfirpetmm^
^8 logares gpataiA^s, par^ 4aa8 parenM
3aa8, orpbans e> pobres; bem como a per*
IM88ão db» serem sepultados na capeUa-móf
da egreja do mosteiro^ elk lòjfi^o» m swa
purefites.
Foi este convento nitímamente aupprimi-
do, e encorporadss as suas rendas no con-
TtiUlp da^ Cba«a9, de Lamego, com o qual,
aip4^ ha poucos annos^ UtitgajijL o sr. António
4fí 3ousa Mergulhão Cardoso de Lucena,
pi^rft que sua filha, a sr.^ D.- Maria Augusta
ll^gQjJ^, fosse occupar n*eU6, um dos taes
logarps gratuitos; e p^ira o mosteiro das
Gb^a^ veio a ^(r<^j 4@pois de muitas dif-
Q(HUd^4es.
; aW4^ e](is^ n'est^ vUla, a igreja do mos-
^çiro, e pa capella-mór um mausoléu, e&m
^ cbuaa4fdFeri^o,JWergulhão; vendo-se no
arco cruseiro e na porta priapipai, o brazão
d'a^m48, dos K^gulhflifs^ eq^ret^^çiiâp o^m
9 4w Lijipenas, Cpiu^ças e TejbieiD^)
.1), M^ia M9r«ulh^i JWW 4p íopilaàQir
dp ÉQost^iro, casosk com o dr. I^ouiwço Çou-
ifa/sa Tmei^9, capitão mór de. Moie^Ata^ ^
Q^lpraf da viil^ da Tojfre de l^ouiiorvp, i^ por
ei|U viU^ prpcm^idur ás c^r^ea de Usbqa*
Tiveram estes, var|ús filhos e entra ell^
Eeni^ Cfturaga ]^ergiilfc@Q; p. Dfaiiía, l^^r*
gulhão, pasaÀi com.Domivgos Gan^fpiroÂe
9t Pejtf oi^ifba ]V[ergi4lÍ)ãQ,.4tt^ casou qm ^r-
g^ de Gouveia GabraJ.
|)'aquji provieram xajrips gmpps ^'^U^
4lstki,c^ í^i)ift.
Um é rqpreíiemAdq ^ viU^ ^ •Çaf30^fi^
Çelo «-• 3erq^d9 P^eífa dft Gjpuv/eia^.flrtift
do gençc«^l 4q fie^flfio pomçi.
Out^ PP conçqtt^ d^i Qf«{nancôlhe, repre-
sjQi(^fÍp pel^ sr^" Croaveij^. da Faia, e ou-
tras faipiUas.
Era outro gfHpo, represepti^o pelos filhos
16»
d^ ât, ffwihi taU» diaÍ!ÍÍMik# smiúoê
o morgado, o sr. João Bernardo BiMi
g«ihao» casou' «qm 9.^m*^ &* jiitia. CardeMide
Lttfwia ; d'ond6 pyocedeMQs MeitgqlUMM,^ éâ
Nqgq^hcàe repre«ettl«l»e p«lQ.sr. Jtãp.fltft
nari)oCa^ral<:^vtQlioP|atQ^lfcrgnlhío Otm
deira-^ os da Granja do TMo (eeateJttiOfdO
Tftboago), tde qqe é ohefe, a sr/ 9. i^epha
Adelaide Gidvral trinta Mevg«lhfiew
Outra filha do dr. Paulo Luiz da fiiha, 1^
Angela Joaopa Mergulbio, «aiMii em iPara-
dinha, com Ifaoipei Servira de jfacádo,i»iâft
veram um filho, que foi conego.it^jraaie te
Sanm AgQiMioho 6(rQ^iQ)i jiQ.MurfiftitQide
Smia Çxui de Coimbca». chamada, {>. Mto
de Jesus Maria Mergolbla; reUgioeo eiséMfi
plarissimo p0laii ^ttas viripAm^ ««en^ooiíi
em ijypgaesMh^ a da cuffidadAi i^MkMtooe»»
do mesadas a estQda«le» pobies» alóai dtaiii^
trás muitas emal^Sí qim do CPBiimLe^ Ava.
D. Tbereaa MarosliiM^ Pímq Cabral Abt»
gulhao» t^mbom filte 4o.dfv Aaoio liiáí di
Silva, casou em Vill^Scuoa d'ArmianMri qt»
o mont0bn>'iQ6r, Jo9#. (Bomes 4»' Gamlbo;'
de eojii .m»tw)ooio miarem eoM^ ouiiot»
Joa^ Pfiimrdoí f^m MafgolUq^ fna &« Inpp»
n^ft mu (aeuldskdes. de Ma eoan^nos» lat»
lodendo V>m «o.ai»idi4a iiia.larmi^tmr4w
Também eram filhos do umMf> ditiVVQtoi
D. Mana Magdatana Margalhao. de Maofglo,
s^iuia^ AO aonvamaei^taretoMfi, de LoffiSfl^
que M Mfl»4 «mhotea^^e grande iiiairiie(ia
e qelebfftda »o seu tem^ pelas snaa ram
piiBBdas a i^irtudes ; e D. Josefa fimitiaPia-
to GabrU Mergnttiã», freicaf rcibsmMi wmk
mo mosteiro, onde ambae Ialla6«eam oom
fama de sattlidade» (DVata frairajá fallei na
2.' col. da pag. 442 do 4.^' vol.)
p. A^q^ Amália^ Pinto Gabfa) Mergulbio^
irmap das aq^eçe^entes^ ca^ou em S. Rom$o
de Armamar» CQiP hnlsL d^s Neves Finto Ga-
mes, de quem é filho o sr. dr. João Ma^a,
Mergulhão Neves Gabral, que é o actuai che-
fe^ 4oa ^ergoMe^r .R*esta freguezia 4^ S.
Bhmãío. \
I B pao. seu fiihq» q ar. dr. Aaaoiq Mbi^«
Ihao Çabr4 Macedo e Gau# (que viv<^ «pA
seu pae) coq^ diss0 4^ pag. 93ST*9<40'i^
volume. '^ • .
do alguns homens importatítéà,ta'éâ éottròé
áóàtòi- ae tkpmò, mghéí ÁiAmti Aa^Stlva
MérimlttSo (fillit) táábetíi'dò Xr. I^úfo ttúi
Áa 'Síltá) muk, eólím, e i^ò^Métitè ii'eVtlSl
m, VirttMe^ bhHiui!ís,^é1'étiVèbétiÍk^t) ^^
èíàl, è eolb nonve sé ebiíéféfrvà aitífla íiá ã%-
aiiíáò íò povo.
O dr. António de Almeida Çàíllàhtta t^âi*-
tàthaeâ, déptiftãdò ctii várias 7é^'^lái1ii^á^.
iOs éapltães toóres, Martinho 'dé tf elló Pin-
to tfergtdhtõ, íb Antt)liia'Gtrécle^^al(âô.
'Dténenie^ofòn^l do lákei^ditd Vèalfótá, An-
tónio Ferreira da Silva Santos, que falleccii
faá íVe^úeziá áh Btò-de-Ãd^s.
ftôsidem li^esta vffla aináfòria dos tneiú-
litò^ da nobre iknAlià dò^Sàrmeiítòs, del^a-
radinha (eom relaç5es de parentesicó 'còm à
Ws llergulhfões) íte qo^ é éhWô, o sr. barão
de Moimenta da Beira, MfíSò Bàhh^tò fle
l^i^òòntelloá è Caáti^ : liciò j[)ropyíet2Ario, e
ilit^flf^efite è e^riúdável ca^lbMro ; íttíãò
Ho l^ábiõ lebté dè màthetnktfèá, da túl^eY^
tfidiíúe, o di^. Jáisobiè Ltifz S^k^thénto dé Vas-
concellos e Castro, ha poueo falleeido etíi
ÍiS6ítá\stíL ; eujá ínêmdrià líãò t>e)'eetfrá,' pe-
lo^ t^ánAés sértfços qtte írre^ott á séíèneia
ifáe t^^es^yá, e )féU ^na t)^ò*^erbiàl boh-
Otaué.'
O lir. dr. ibão Marta tferèiithiò ^vi^Ca-
bM, dé qna! tantas ^zeà tenho faíiadb n^ès-
tâ bbrà,é seu filho, o ilr. át. Aèíaício BÉé^gu-
Ibao Cabral Maéedo èH^aíUà, totà!tú estúdau-
fefc dfótitíMissimo^, e pi-emiados Aa ITniv^r-
SJIèade de Cbimbi^a. ^
Amhds èão Juri^conèultiors de fadiá jniiti-
ftèkâa, pela sua proverbrâl seriedade, ihté}-
ligencia e honradez, nas innnteéf'as c^estôés
fittítíiéò de qué teeih tratado ; pela nobreza
éb 8éá Sangue, e, álhda mai^, pe\k iiobretô
dd sêíu titier exemt^iarissimo; e péla pubii^
èá^de tarfòá é sdenltraboíá árlfgòs, em
dlflbrenté^ rátf os die Htterátura, na Rtvfistá
^ O sr. dr. Joào^ léi condtsoipnfo do^ nos-
so fapioao esoriplor "6 iwrvftipdQ sabio^ ojsr-
António Augusto. Teíxieira de Ya^coas^iS,
auctor devanos l^omances e outras dnnis
pe reconhecido merifd^tràíade fim.''
m
m
bem como bellissimos artigos de infttnll!^
è r^réfò, tó AS&AmUh íe LeíM-a^^di-iA
fdz ãi>jt>o^à e em ontfo^ sétíàí^iíSiloé^i^
íi^tótfra.
1t â ates Jidfs ndbrès cáVálheí^ò^ qde tíd
devp muitos e c^ripsissibos éácfòf edtífe&-
tos, sobre gràhdè tihkbeho de pòVo^ÇM^IIa
páirte. te(Jtèntriohàl da Beira-Âlta, e 'aòá
qhaéè, prela sua delicada génerô^idáide è be-
nevolencia, dou sinceros agrâdecímentod ;
pois que tanto teem cooperado p2ita a còn*
strcecao d'esta obrai
: Se em tòdas ás òomarcaà' hotivéssèià uo-
tiièBs tSo dedicado^ ao bem da sua pátria, è
ás glorias dos portuguezes, como os '^
Mergulhões, o Pòriuíaí AfUigo e ifõã^^ta
seria uma obra mais extensa : ó/iÍs òet^àf-
medtÀ, m^ufCo teais petfélta e cúrioka: . *
ttoilfa t>ot's â éstés dots itltistràáos sídÚUii'.
i^es; qhe à béni 'dá súà proyitfcia téènH U*
criflcado tanto è ião pi^eçiÀso tèlMpo/tott-
bádo à| èhas eonstatitéà lides foVètf^á.
MfÚtlnÈKtà DÊ KÁdÊmA Dio, Wtít'
iteNTA ti FkÁIIEá'2 e ÉOUtEkt È-^tí*-
RARA (por todos estes nomes é cobtiécM)
— freguezia, Beirã AítÀ,èQÍiiar'ca èè^ncélho
de Mangualde, 12 kn()Brietío$ d^ f iséu, VSO
ao N. de Lisboa, iíú fógoá. ' / ,
Em 1757 tiqha 75 fogos.
bispado è mMò àámÚné^SHiò Ae ti-
*eu.
Õ D. abbadé (berbardò) dó Ao&íèírb p
MaeeiraDão, api*eseiitaVa ò ^^^J^ ^Hi^
òfOOÒ réis dé côngrua é oyéií^Mf. ^
È póvoaçãu inúiio anilha*
Êm 1184, D. AfiTonsò Héhricfúes é siiáhiít'-
Ihèr,â i^àinha D/íllaíalda, dóoà àò daestrè Sòéi=
rò Tèjioniz, professor dé tífedicinã, élniíb tói-
saes em Travanca, junto a Viáed-^m rècí^'
pensa da cura que tinha feito a Rodriffo Èúáè-
meniz, J>Or órãem real,
ISste Soeiro veio depois a fazer se monpf
e fundou um pequeno mosteiro, ria egr^á
de Santa ttaria de Moimenta, que era &(Ár-
dàde sua, e o mesmo rèi lh*â èoUtòu eM
i í>or perteíhcer aos frades de Tílaèíéttá-
m
}m
''-<(nUo ;4è Santa iíaria de J^ififneíUq ae Zu-
rara, V
]fudj^'a^l•se d'i^qai,;os trsiief^ em ii73«
pvra Maç6ira-Dãp« onde tinham construidp
\m DOYO mosteiro, què o rei D. Affonso I
Ihçs cQUtoQ» no mesmo anno.CTide. a 1* eol.
de pag. ii d*este vol.)
KÒÚIENTA Ht BÂLTAÂ-íreguezi^ Bei-
ra Alta, comarca e cgne^lho de Castro Dai-
re, 30 kílometros a 0. de L^ego, 3i0 ^o
N. dè Lisboa.
Eím 1757 tioha 21 fogos.
Orago S. líartinbo, bispo.
O reitor de Baltar apresentava o cçura,
que tinha 8^000 réis de côngrua e o pó de
áitar.
«
Bispado de Lamego^ districto administ^ra^
iivo de Visea.
Esta freguezia e a de Baltar de CabrU es-
tão. bA muitos aonos aonexas a de Cabril.
(Yidfi a coL 2.' de pag. 315 do 1.'' vol., e
col. 1% a pag. 21 do 2.'' vol.)
MOIMENTINHA— freguezia. Beira Baixa,
cçiQí^ca e concelho de Trancosq, ôQlílome-
tXM a S^. de Viseu, 3i5 s^ K á& Lisboa.
70 fogos.
jBm 1757 tinha 56 fogos.
Orago S. João B^aptista.
Bispado de Pinhel, districto administrati-
vo da Guarda.
(Foi antigamente do bispado de Viseu.)
O abbàde de Santa Maria, de Trancoso^
Sipresentava o curs^ que tinha 3^0Q0 réis
de côngrua, e o pé de altar.
MÒlitC^IfTO— porfuguez antigo— sepuitu-,
ra. Ainda em 1354 se nao enterravam indif-
fureiitemente doutro dos tempjos os defun-
etosi mas ,80 nos adros; pois n'este anno se
deif uma sentença, d porta da Sé de Coim-
bra,, sobre os moimentos. (Doe. de Coim-
bra.)
Dos adros se foram introduzindo por de-
traz das port^^ até que se metteram dentro
dias egrejas.
Pesde 1834 para cá^ muitos decretos se
têem publicado, prohibindo os enterramen-
tos dentro dos templos; porém o povo, em
mpitas partes, sobretudo nas províncias do
norte, se tem negado á cumprir estas dét^K
lOiDfiç^ pelq> qUjQ IfíifíJ^Vio Wii|Mi 6
gravçs tíuÂult<^
A. teima obstinada do povo das aldeias é
dizerem que quprem s^r entefrad^s pade es-
tap 05 seus pães e avós» se^reflectirem.qoa
mu deíuQcto, sejaelle quemXôr, nào é maia
do que um punhado de. terra; e que o qod
nos leva ao céo, não é P logar onde formos
sepultados; mas as boas obras que Q?ermQ8
n*este mundo.
Também nao.se lenabram que os enterros
dentrioi dos templos são prejudicialissiiçoa
á saúde publica et que esta absurda e- ir*
reverente pratica, principiou por um aba-
sd.
Actualmente, moimento, |B monuiq^itto são
synonimos, e não significam somente o tu-
mulo« mas tpdo a^qualquetr monumçja^ Qom*
memorativo.
MCINHEÍRÀ ou MOLINHEIRA — porta*
guez antigo— moioho de moer cereaes*
Parte ,peto rio apròó á vnoinheira velha^
e dfise (desce)\pWo oarr{7 (caminho) queva/$
ao forno tell^eirOy p dese verêa a. festo (atra-
vez da vereda). (Tombo de Castro d*AveUai^
de 150L) ■
. . |f Omno 00 PINTOk— sitio, Douro, nu,
pa freguçzia de Jiíogueira de Cr^v^. cornar*
ca e concelho de. Oliveira de Azâmeis.,Ha
aqui um boa mina de cobro, de uma granda
companhia. Anda em lavra.
MOINHOS DO PINTOfl — aldeia, B<^ra
Alta, na freguezia de Abrav^ses, e perto da
Moure^ no copcelho, coiparca, bispado e dis-
tricto administrativo de Viseu..
A pag. 440 do 4.° voL, no principio da L.*
coL, disse que era fama ter nascido na. iU**
deUf, do Pintor^ da freguezia de Lordoaa^ o
celebre, pintor portuguez Vasco Fernandad
(o Grão Vasco).
I^gundo outra ppiniãp, o Grão Vasco pas-
ceu a*esta aldeia dos MoinhQs dQ Pintor, Ha
a favor d*està opiaião a «ircumi^tancia de.s^
VascQ baptisado na Só de Viseu, da qttal4
filial a freguçzia de Abra^vézes^ o. qua se^ niíA
dá na de Lordosa.
£m lodo a. caso, o qn^ é cartou qaé o
Gi^o Vasco nasceu «o termo de Visea.
MOIO-Tide Àlmude e Mddio. '
àúlOU-^Tiie Linde,
' Mf I8Alr-^^Magae9 «mífo -i- mandado
j^dlfCttl; cifa^ cem 41» 6 bor» oirta* iNora
ilOIXA oa MOOrA — f fdgiieita, itoorOb
eonarea^reMeeièoda Aoadia, áSUloaie*
tnosaoSt d*Aveiro, 285 aa N. de Usbo^
WQ fogosa
Orago S. Thiago Maior, apostolo*
: Bispado o díBirioto adminiatralivo ú» Avei*
10.
Nao vem do Poftwfúl Sa^o ePrúfKM.
É nopaú^iabaiefaro dafiaiifrada.
É II8M írpgiiBxia Tiea^ e fenU. Opléno vi-
idio de embar qne^ Criar mmto gado de toda
anualidade.
MOITA— froguexia, Bein*Balxa (no Rilia
eOo) *coiBarea e eoneelho do Sabugal, 30 ki*
lemeiros a SO.,da Guardav 900 ao Ei de Lis^
boa, SO fogoa^ .
Bm 17^7 tiiiba 60 fogos.
Orago S. Pedro, apostolo^
Bi3pado e distrieto ÂdmiDÍ8Urativo> da
Gnarda.
O real padroado apresentaira o prior, que
Uaba Í70MOO réi» de rendimento.
É^ terra feriil em todos o)s froctos do noe*
80 pais, e cria maito gado dé toda a goaii*
dadk Moita t«ça»
MOITA— TiUa, Extremadnra, (ao S. do
Tejo) eabeça. de conoettio, na eooMjrea* de
Aldeia Galloga do Riba-Ájo, 6 Iciloffieuroi
ao H. dQ Alhos Yedros, 18 ao SE^de Litòoa,
im fogos.
Em 17»7 ii«ba 985 fogos.
Orago Mossa Senhora da J3oa Viagem.
Patriarcbadoodisirieio administraliYO de
Usbot4
Qpovo apresentaya o vigario,<eollado^ que
tinha* 504000 réis de eongroa e o pé d*al*
Uur- .. -j . .
O concelho da Moita é composto das doas
IregaeciaB segaintes:-— Alhos Vedroe, e Moi-
ta,.ambas eom.i;i0O^fogoSi
É ama bonílapovoaçio, sitnada Koxima
à margem 'Osquerda do Tejo.
Tem feira a /7 de setemlwo, 3 dias: O sen
tenilorlo é nraito fertit ém Tinho^ gado^èa^
$a, peixe dó Tejo, e leiiha. Prodaz também
alguns cereaeS; fructa^ hortaliças e Jej^-
mes.
368
D4 ísiioH a fel ^la, ^teikdo-a ao coAdo
de Alfor, em 1690,
TJAba mna compimfaia de ordenançaíá; '
Em freme 4'eata villa tem o Tejo IMci*
lometros de togonu
É aqui a 4.* «tacão do caminho de forro
da 8. e 8E«
M'e8U villa naseen a 14 de abril de tôM^
o sr. Jqâo dos Santos Sil^a, parbmâottar
bem conhecido e dístineto orador. É filho
de António doa Saatos Silva e de sua ma-
Iher, Rosa Maria da doneei^o, moradores
na meema. TiNa,.
Sea pae era natnral da Tiiia do Sardoal,
e,sua mãe, da fregneria' de S. Salvador, da
villa de Coina.
' Sen avô paterno^ Manoel dos Santos, èra
natural do Seixo do Ghao^ e foi casado «om
Maria Loiza, da Villa de Rek
Seus avós matemos» J<»o Manael Baptis*
ta e Maria da Purificarão, com natnraes
d*e9ta itilla da Mofta.
MOITA DOS FKRUIBOS-fregQe£la, Kc-
tremadora, comarca de Torras Vedras, eon^
celho da Lonrinhao, 60 kilometros a NO.''de
Lisboa, i60 fogos»
Em 1757 tinha ISO fogos.
Orago Hossa Senhora da Coneeição. '.
Patriarchado e distrieto administrativo de
Lisboa.
O prior e beneficiados da egrcja deS. Pe?
do, de Obidosi apresentaram o cura, que ti-
lyúk 60 alqueires de trigo, 30 de cevada^ o
i tonel de vinho. É terra lertiL
Vide Ferreiros^ villa da Extremadnra.
MOITAS^fjreguexia, Be^a-AUa, na' co-
marca 4e Vonsella, cooceífao de S. Pedro do
Sol, 30. kilometros ao N. de Viseu, 300 ao
N. de Lisboa, 240 fogos;
Em i757 tinha i7S.fogos.
Orago S« Martinho, bispo*
Bispado e distrieto administrativo de Ví«
seu.
'A mitra apresentava o vigário, que tinl^i
40^000 réis do côngrua a o pé d'altar.,
É terra fértil. Tem muito gado e caça.
. MObACSBISO— porittgoez aniigo^o ws-
mo que mâço> do oftro, ou numêinho. <Vid6
866
■Mi
wtiTcteifOf on pobre, qii6| MftiDâo i Cfl^cfi^
d*elk reeebiA todo oa |Mrte d» mtlMNo.
8iippde'S6 qae «U* ptlflTm ^em de iii«*
lopUfWê, antiga moeda de ovn», eomepoD'*
dnitp ao dofleo fMraTfdí de ooro, qoe nos
aecDlos XIII e XIV, valia 800 réí». TilfW
que os molaebinos recebessem aquella moe-
da f^ salário de um mnx.
lfOLi£8— aMeia, Mra-iUta, ffegaedA
de Penajoia, eoneellio^ eomarea, blapado «et
kiiomeiros a ONO. de Laifiego^ discrimo ad«
mislsiratívo de Vlseti.
É a aldeia mais central da ÉregtSMEia.
Passava aqQi a anii|a estrada do Lamego
para o Forto. pêlo que esta povoação era
então a príncip;il da paroebia.
Ha aqui ainda variii easas eom bratíode
tnnas, mna dos sra. Alpoftos^ da Rede, omm
dos srs. Trindades, e ontra do iBapfi2o-nite.
Aiftáa exlsteflft oafras easas grandes, que
pertenceram z fomttias rleas e nobres.
MOLARES— fregaezia, Mllilio, comarba o
concelho de Gelorkso de Sisto, hS UlMtte-
Um a NB« de Braga, 370 ao ^. de Lisboa»
W> fogos.
Em 1757 tinha iil fogos.
Orago Santo André, apostola
Areeblspaiáo e dlsirieto admiiiiátFatôVD de
Braga.
O real padroado apresentava o abbàdei
que tinha tOO^OOO róis de rendimento.
É (errafértiL Tem tnatto bom vinho, cria
mnHo gado de toda a qualidade» e nos seas
montes ha moita €aça.*^Tem peiíte do Ta^*
mega.
MOLDBS -^ firegiiesia, Doure, teaia^ca,
oonéeiho e 7 kiloireiros a E. de Areoea, 43
ao O. de Lamego, 60 ao SE. do Poito, jlW
ao N. de Lisboa, 270 fogos.
Orago Santo Estevie, protooiartyr.
Bispado de Lamego, dlstrioto administra-
tivo de AVeiro.
Nem no Portugal Sacro e Profano, nem
nô DioúUmâiriío Gêõçrapkieo do Plbvlense,
vem ^ta freguezta, «pesar de ser anirqftlè^
stma. •
No mosteiro de Aronoa ba tmà eseriptftra
original do seeoloXl» qae^nos obrigai coím
fessar qae n^aqaelle território aSo eodieçaaA
o<aiilMi dpêlo flMM o eMlêiiallic^ Éé (.^-ds
jHMfnfc BMtei^pfkrft é porcsMi Be Mlà
grave controvérsia sobm iMiMlb ia e|in|â
de smté ENiivio -de mifes, qte, dm M»,
fdm êÉttàda OM monges (dee qnaea iMiOII
era atftade OoniDlM) ^ «pie Impugnada ík
Gontina Eriz e os sens herdeiros, peMÂi
D. SisnaoBo, alvacfl, tiào fé de Coimbira,
ma» tmiíee» da lerra de Arouea ; dtoettdo
qae esta egreja se chamava, primeiro, dt
Santa Maria, e qne, depois de mnltOs aiidos
vieram osaerraeeDos^Sf <»cMilrf jisoflírníorío
m hemMMMf m fiOl (p9A Bedê^ êêstru'
eituMM vêiÚffíOU ilkritíumi ad pítpM^
tione, restauraia e$t ipsa Ecdesiái éi )NMb^
fitMl m fOi^Uu Sàfieíà íÊam, H 8. fte-
pkam. JMMiét^ lkefeM«Yif M JT. MSÍk
Ei cwm f^eníl íempoi itía pffpuUtíimè, ifÊà
esí m E. MIXXXVinipojnUavãomnã'jp€iim
luê quigquis suam^ vei atíénam ha^étiiãthiL
De ista Era indenante voeatêrvm tito te-
eksia Safie^ SHephano, (Bioc. do ^1 mos-
teiro de Arouca.)
Cotreu o pleito perante Egas Ermigit, e
nltimameote foi levado a tX Sfeoando, <|tKI
raaodon ás partifs, qile prevaseeita o «qfteiaf-
drmavam.
D. Gontina disse, que a egfefft, i^n»^!^
desde o sen principio, èe ohamari SIblo
Bstevaos^ e nunca Santa MalSa ; e «ft Mii^
gies t BQstetftavaiÉ qnè se'chainftf)ã ptinléi^
ramente, Santa Maria, e dej^ols, Santo ÍSm^
vao.
Ultimamente 8e tfaton a eafnsa, t>eraiite
amgnnd^ eoUcllio, presidido peK> oonttds-
sari«f do tdvaallj €M ^Ve^ffi^, a 7 dòe Idos
de dezembro, da era de 1128 (26 de noVèdN
bro dé f090 de lesns GbHsto) e se decidia
a íkvor do mosteiro, aí 4 das nonró de )a<-
neiro de 1129, sendo abbade do mosteifd^
D.Diogo.
f%z se o réspeetívo prliso, a li das ae^
nas de Janeiro de 115Í9, e d'é)le se Vd^od
se ooneava alU, n'aqnc41e tetnpo, o «mModa
Paixão, que findai a ^ desmarco.
1 EMfo, e -aié ao secofe XIII, enk 4|ué a
rainlie Santa MaiUda ^eelo para o mpalwNí
J6 Arouca, era est^ como a ndaior parto
òs de Portugal, de frades e freira^ (mpiévSí
toas na maior parte das demandas, sd fl{^«
rava a communidade masculina.
HOL
dm
ii8te 4MI, {Mn* en|ett*4s.B; Mai^fMQom
ChriBiPy ftíMipiaBdo Muriamifluma o«it
QH.M •i.^.é0iJiiiMNr«»je t«niriMn⻫a*dl #
áiiwnhro, «wit «iiAirilMje-ae «n». .
i>^6s|a eiadptiiitt'98*jvj^'t|mei A fn^UMía
4» ifoldea já eim ipanMíUa em^KK^^-e n^sr
no aBWiofmeiíto áiniiaáãa«dos wumroê em
Portugal, em 714, 9&aàm m^ãoifêa JlSofitatãi
Foi o «9fene ai|tff» aresta* Éregnesiar^rSòs^
m Eslmã» ia WúXlã ás M/Oãm
Aiterra bnkante Itctil om ecreaei^ iriíiiQ,
iMeta e rlapmee ; eda miâlogado, de.toda
ft.iqMiiáaâ^ a .ha abundaiieiade optímo
naft^ eéta. Oaou véalio^. apesar ds Mfdc^ é
fMMeDte. {^dnz- efiiinia imúeí m da cas-
tanho» « AO terrUark) d*: tognena^ 4110 é|
Bft maior |iait€^ moiiuuihoao, ha moita oaca»
ign»»a e minibi
fámbem ii'aBte8iiltf moa anMMM teiBdea*
OMolirido motlo B'eflia b^igiieBia a indua-
Iria da.eMaçao doaír^e prodoegao daaét
éa, .óom ramiiadoa roBito aaimadoFOB.
' O qoo Mta aiiOBta Iragiieaia) para aer fio*
veaoentíasiiiia^ âo boaB ootniéM', peto as
^e leiD, DOO meMoeaa tak Bom»; aanéo
apooaft ataltoa eaoalifiMk>% maiaptopiíoade
oataras do geoido goi^te.
rFoi a(^ o aoiar dos Qiiaie0tii».tf -
'^aveano, 6 a#paHtdo w>bV6 em Porm-
faà Fcoeeda da alemia q^eposeraai a ilay
Yaaqoes Mogodo^ que peia deBoçio.eom qne
paaaaYa o tem#o da qdaresma, llie ábamai*
Taia Hti|^ roa^wai tfMMrvfma, e aaw daaeeii^
4édI0» eooserwaa aíada» eela orienaliafor
appellido»
-^ (Alada euala aqni um ramo doesta fMB<^
lia.)
âs Quaresmaa fãotBBaa.armaa pnapiiaa;
BSiB «itamo.qnestt aitaFêDloiieamoai^r
amiis»^ «s» dOrsamiÉo é^aaia ftimliia< (Vida
Yilla Boal de f ras *os/ Montes.) >
4)a goase apparaalaraM eoi»^»iFer«raa
ia Lacerda ^i0t€Mi40)tramn p«r armaa
^-eseado tereeado, em pala ; na 1,% de pAf^
pntava en» de prata dosfeieiraa; a 3.*,
«M&da am tea^ na^ A.% d^ ptúrpara, am
oaateláo de^ ouro; «a. 1% dnpvaia, iaio da
pAipora^^na Jf/idaJumi 3< larea da lia»
de Mlro^ «|n».^ala, » 3 meíaa diaaa^.ftrma*
das, de cada lado d'ella.
táaa : Quaresmaa M imarqaeies da Atrito
íe«Qdas*]N»5es) e outras ttialtaa nobilísBi*
mas famílias poftognena.
MOLBUOS-HllDacneala, BeirarAlta, co-
maiea lO conoeUio de fondeftla, 46 kiiema^
tpas 4e Tvmyim ao N. de Lieèoa, Ma lo*
gos.
Sm á7iS7: tiaka 160 fogoa.
6na9»8. Pedroí apostolo. . .
Bispado o4isiaiaco admíaistratiiK) de Vt«
iO Yiigarlo de ToodaiAa aproseotara o ea»
rai qoe ttjiiba M}#08O táís de eongrna o o
pé 4*al(ar.
Ha ii'eaiaifrqtaeaia oltfias do iouçsrde
Imuto prém, 'demaiio/bea ^aalidade. . .
ft terrft.flwito ieriii em iodos oa generoa
acrioitfas. O seu tíhíio é eicettente.' Gria
mttHQ gado,; de toda a -^nalidaAa o é abemt
daMOideoaga.
« .«•
JÊp^rodiiaaftais antiga do <|iie;a monais
chia portogneiay-e já existia notemfiodoa
godoa.
B«i llOi (Um do. Joans Cbristo) o ptea*
bytero Ermígio, doon^.ao aouoateiro de Ler*
vIp, netreía de^ MoleUoa, oom todos 0$ seut
pm$aá$,.9Ma^'9mii0ê,p^míarês, domos {ol-
Dl'esae tempo tesa o arehanjo S. Miguel o
padroeiroidleeta Uregiiaaia.^^Teve visconde.
KOUityMh-^togtteaa, -Jesiremadaray co-
marca de Toirsa Vedras (foi da comarca das
Caldas da Rainha) concelho da Lourinhan,
66 kitornstroB ao Na de Lilhoa^ i2 a &. de
fteiohev IM fB^.
fim 1757. tJnbaMiògoai;
Oi»g& Q ^BspirU» SantOi
Patriarchado e distriet» adminiamitivo de
Ustea. f
A mitca aproaentaiva o caira^ qpe tinha 80
alfaeinaa de trigo» 30>d» eevada,tl tonel àh
vlii|i04«f4M>paga«a (^ povo.r^Além d'ist0i ^
sauro coU^ patriardial, UM dava kê^
qneires de trigo e 1 quarto de vinho^-
: N''OBta jiâH(B0>ÚL triíida esistem aa minas
dò pidaei0:«nk qoa reMhi alpma teaqpoa «
368
16C.
MOK
fiólebhe e iafelis nhiha J), fgnex de Cutro.
(Vide Lourinhim^ na col. á.* da^ptg. 464 do
4.»vol.)
Também ii*eita fialado residiruti por ai*
giun tempo, D. Fernando J^ e ana moitier,
D. Leonor Telles de Bfenetes.
Este- edifleio é antiqiiiBâimo, etalvet já
exialiMe no tempo dos romanos; e-eomio*
da a certexa^ no dos árabes, o qne fiLCíimeD*
te se conhece pela sna archiiectora.
Snppdem alg^nns qne foi originariamente
mn templo phenicio, e*qae são phenidos os
caraeleres da inscripçio de qne latteL Não
é de admirar qne os phenicios, on os ear<
thaginezes (qne também eram pbenidos)
aqni ediflcassem nm templo, Visto ser tio
perto do mar.
A 6 kitémetros d*e8ta llregneláa (na de
Miragaya, on Sj Lonrenço dos Fnneos) eslá
a Ponteie D. Pedro^ assim chamada por ser
mandada fater ,p<Hr este monaroha, pelos aa*
nos de iW^ ; dando então grandes pritile*
gios aos habitantes da freguezia do MoUédO^
sendo nm d'elles, não poderem ser obriga
dos ao serviço- militar, e só hirem á gnerra,
quando o rst fosse em pessoa.
A eonstitnição de 1820, acabou com este
e otttros muitos privilegies» isençCtos, foi^os
e regalias, e fea bem.
Pela achar cnriota^ dou aqui
a* «dpia da carta regia de pri-
vilégios qne o rei D. Fernando
concedeu á freguezia do Mbl-
• iédo^eml2deoutuforodel4l(i
(1878 de Jesus Ghrtsto), e que
depois cottfiirmon.
» \
«Bom Manuel ppr Graça de Deus; Rey de
Portugal e dos Algarves, d*aqnem e d'alem
mar em Africa, Senliorde Guiné e da con*
quista, navegação, oommerdo da fithiopiia.
Arábia, Pérsia e índia, etc
A quantos esta nossa carta virem, fasemos
srber, que por parte do Concelho der MoUé-
do, nos foi apresentada* uma carta d^el^liei
dofflf lemando, queta) é«-4>om femindo pai-
la graça de deus Rei de portugare^do aU«
»j
guarve.
A quanU)s esu carta varem teemos^-
ber» que nós qtiereBdo (áier graçate mercée
aí loâellês monidaffer qoe ora amtau^
Moliêde^ temo d'0«Méoe taomdemattdUBtf
teer os noises paaços^ a todsttes oam0
que d*aq[|iy em diante^ hy quietrem vlror;
morar e poroar, fènm porbem, e maadi^
mos qoa elles sejam escusados de paguar
jugadas, nem em peiu, nem em fymta, henfe
dm talhas que os Concelhos da Vilia d'Obl^
dos 6 d*Atouguia lançam.
Como quer que os ditos moradores tx^uk
visinhos das Atas Víllas por alguns bées
que em termo das ditas tiflas tenham.— B
onlro sj sejam escusados de hyr com hoMe
e em fossado. E mamdamos qoe nemiseiai
nenhuu tam ousado de qualquer eondifatt
que seja, que eomosdilos meradofes pott»«
se, nem lhes tomem snaa iroupas, nem palte^
nem' lenha, nem pam, nsmi cevada, nemne^
nfaunas outras cousas oontra suas mmtaása
salivo se fôr por nosso espicial mandado.-''^)*-
tro sy mandamos aos luicea das ditias ViHaa
que nem caBstranguam os didos moradsm^
nem seus filhos^ nem mancebosj nem servia
dores de jomaee; que vam morar, nem ser*
vir a essas villas com nenhonas pessoa» oon-
tra suas veomtades em nenhnus serviços^ e
os leixem viver eom os ditos moradovesde
MbUedo pera^lhes kzerem seos serviços^-i
Outrosi mamdamos ' que todoe aqtielies e
aqnellas que morarem, ou quiserem vir mo-
rar ao dito Loguo do Molledo, qua possam
hy- vender e comprar vyvhos e pam e oatue
e 'pescados eomei todas< outras eousa^ 4^
emtenderem de faier suas próis sem cfiMNl
nenfaun embargo.*— fi mandamos' qne eKes
possam oomprar, e comprem as dietas viam-
dao, nas ditas Valas é^Obidos, e d^Atougute
e da Lourínhãa e em os outros luguares d*ar*
redor do dite Loguo. E mandamos e as Jus-
tiças dos dictos Luguares qne lhes nam po«>
nham em.elles embargue para os vemdoMn
no dieto Loguo - de MoiMo oomo dido Iwu
E esto lhe íkremos comtamto que more»
continuadamenie'no dieto Loguo e façam hy
povoraçam.-^B em testenranho disto mm-
damos dar aos ditof moradores Ma noss»
carta.
Damte em Moura dose dias d*€utnbvs^
BlRey o mamdou, Afomaso phrisa iBk, eimr
de mili e ^latro cernes e desasseis an«
MOL
iM.~*PedlBamMa o diete Ganoalho te Jiol-
lute gna.ilhe-MsflnDaMíWMM a difta oati^i
luer gnug» A^Uireá» TemoB pov btnai e:ttn
«onfirmanos ^ àasiBi» palU^ fsiute maniin,
fna* 8e'«i& «Ha oonlrai eiassioi Haadamos
qnr 86 eimpift iBtfiiraBMUe.t
miL
Vé-se poi8^ te caria ragia da.fi. Farnan'.
te, qoa no seenlft XIF, tinha o IMMte a «a-
tlNgoria te oopeellio. Igoora->â poném qwm
Uie deu mi prkiittte (ainte qoa ba iaz9ea
fan .suppôr fm foaad D. Pedfo I), e ^fiiante
lòi «apprimido.
. í inoattteatavel (|oe ainda era eonoeHio,
no aeeolo XVI» oono^se vé te m«sãia:Car4a
regia.
MOLUtOO— fregnesif^ Minho, concelho e
^ kikiinetr03 ao & te Caminhai comarca,
4i8tricto administrativo e 15 kilometros t^o.
NO. te Yianna, 54 a O. de Braf a, 100 ao NO.
te Porto, 410 ao N. de I4$boa» 170 fogos.
Em 1757 tinha 18S fogos. ,
Orago & Payo.
Arcebispado de Braga.
A casa do infantado, apresentava o reitor,
^e tinha ISOfOOÒ róis de rendimento.
Esta fregnezia foi commenda dos marqne-
les de Yilla Real, qae passou para o 1.* (e
iinico) dnque de Caminha, filho do nltimo
fDarqaez de Vllla Real. Sendo o duque te
Caminha degolado por traidor à pátria, em
1641 (como fica dito em Caminha e Uàboa),
passou esta commenda para a casa do infah-
tate, que então se creára.
Dos dízimos, se faziam dois prestimonios
te ordem te ClirisCo, cate um de IM)|00O
féis. * _
. . Está esla freguezia, aitoate a maior parte
M foittosissima veiga te 18 iúlometroa te
comprido, que prlacipiaite no CmpoM
á^mia (Vianna), chega alé ao pinhal te.£a-
mando (te nafao), o até ás muralhas de Ca**
minha, sempre á beira*mar.
Era no tempo dos romapos^ o paiz doa
spacos; e no tempo dos. árabes, e nos pri-
meiros tempos da nossa monarchia, se de-
nominava terras da marinha de^ Viuár d' An'
€OFaé
1 >
869
OMSlo.terfBigneziíi estanoaia na verten«
te ocddental da mra do Mollédo, que é^wn
ramo te célebre urrad^Arga (o MediOày dos
lomanoflij te que tanias yeaea-tenho^allate).
Hea. asia ÉNiUaaia enire as te GfWttín
nh2eSiaoft.yeQhiisiéllo^ao<N. * •
. Gomo- todas aateguetiaa d'eaie território
ahençoiteb. é fertilissima de .iodos os goAo^
roa agrieolaa te nosso eUma; tevante gran-
de parte da sua fertUídade, ao predoso limo
(etMnapiféhe a^i maUiço) que o mar arro-
ja tepntes*
laoibem é nanito abundante te peúce do
mar ; e te salmtea,. lampreias e sáveis^ tea
fim Minhio e Liaaa.
Em frente e ao N. B« da capella de Santo
hiáro (de^ue adknte Iralarei) eemumif^-
^4iu.te aanra, fleao «enfo te Facho. Diz»ae
qne loi ena Mapos renaotoa uma alalaia tes
anliffds lusitanos» e é certo que aqui ha vea«
tigios de antiquíssimas fortificações. * Ainte
durante a guerr;^ penhuDlar, por muilo tem-
po aqui se aalabeleeau um faoka. •
Ha n'eaie moule um monstruoso penedo^
com varias cavernas, dentro tes qsaes se
podem.abriiar 500 aOOO pessoas. Chamam-
lhe Bino dos rmsros, Dizose que, balendo-se«
lhe com uma pedra, sôa como um sino.
Ao & d*eBte penete ha uma ehan, a que
diamam Xotert^ no centro te qual, está a
peauha 4o uma eruz. Segando a tradição,
era n*eate sitio que ant%amente se reuniam
oa damores que ainda. hcje vão á capella te
$anSo Mito; o que é muilo provável, poi9
que Ladárío (ou Ladáiro) no português an-
tigo significa procissão, ou clamor, que tan^
bem é uma espécie te procissão. (Vide La-
dariOt a* ^«' ^ de pag. 10, do 4.'' voL)
Quante visitei eata f^egueda,
em' i065^ não tive notícia te tal
penete, e por isso não o fui vér.
Sobre a margem direita (N. B.). da lormo^
sa estrada real á mas^adam, te 1.^ classe,
que te Lisboa va^ para o norte, e que atran
veasa pelo funte d-esu freguezia, em tote
o seu comprimento, editeou um pieteso ia«
vrador te Molléte, em 1864, uma belii^dma
CH>dla, dedicada á Santa Anna. & feita por
HQB
mu
pedMios d*JU|iy; « dê iiríinOroia aarabfle-
F(M«o dlbtft&le d^edia Bspella (uns no
tí08 ao 6i (X)/m0Baio Mire o$^r^bedD9 d*
pnÉiv está «difieáda a aiiti)|ai»steJi ovpella
de Santo Isidoro (a que o povadTaqiiiotM*'
aa Santo /í»»iro.HApolnisnm»o peqneáa,
toda da abobada e eotn uma »aeri»lia^ ao Ki
--*TèB> ama^irDândade, cuja iiistiliitfla data
éb teoftpoa remotos.
Por ooeasiio de eeria> calamidade pviMiea
(não consta de qae qualidade) qnatonefre*
gvezito dos^cdiceiheedeViaMtia dCamisba,
isêram voto de atli bfr todos os-aimos eom
outros tantOH clamores. Esaa promessa aiv*
da se cumpre, mas agora são só trese os cla-
mores, por estarem unidas as duas fregne-
ziàs^ da Portella e Yillarélho«
A estes clamor^ são obrigados a hir os
paroehos das freguealas dapromeasa, os»de*
Figos n^eRas meradonss, se •«totós» e uma
pessoa do cada^ casa, e a guairdaiièm o dia
dofUmto.
demenie ¥111, pelos anudo de ii6§0/ eVi'-
bano Vlil, pilos< de^lMt, «útaeederaai á ir**
mâfodade d-esttt capel^ rimltos privf le^os
o indulgências.
Em 7 de jolbo ha eta cada uma* das fre>^
goezias do voto^ missa caomdai
A camará de Gaminba) vemiespei^r a pro»
oissão, á rua da Míseríeonlii^ f unto ao con-
iiento das freiras: depois vão todo» àmairli,
onde o reitor lem obriga^ de ter o Sairtis*
simo (Sacramento etpôsto. O arcipreste cau-
ta uma oração, e no fim* a camará os acom*
pauba até ao caee do Vâ» (no ilo Mínlio),
embarc«mdo tiá para* Seixas o damér d'es*
ta freguezia.
Em parte Denhúma de Portugal achei tão
bello e tão óptimo granico, como o que se
encontra com profazão, mv í>eiga de Santo
IHdro, Podem com elle fazer-se esculpturas
como Bo mais floo mármore.
Perto da capella está um penedo espheri*
CO, a que dão o nome< de pênêdó rntíundo, e
eoMta que foi partido em dois, por 'um ndo:
BMá IA) bem cortaio^ que parece o fbifcom
«ma^Mira.
A poucos pMoi' d*6stè, mk^ ouifcf, do
meilné- tamanhO' e ebniguni^' caariMi
paiaido pélo meso, cana mMia w»mkí
Fbi eoMdo, por cen» proeeisoj petoam»
iBÉtheiroa»dD- governo, eaifi607f quasdom»»
dawuem* eoasiraeçâo a eaandaireaL
A coatav uterritem ^pieaé^monde dem*
de Vianna até Gaminln^ é^ qoan» mu mtíap
parte, coberta de rochedos, e contra elies se
teorn desp^afado grafldenimQieiiadeaavfbs»
desde mm^ imdieamriíes;
Ainda em: (664^ aipii foi a piqas iim ^m*
por niereaoto inglec^ cairegado de foeis^gop*
dos, que xoés» pereceram, tiidobaatastec
dar á costa n'estas praias.
For esle* roelMdos ha grande âiMnidaBeia
de^aMiStio, de vartas qualidades
Na tarde do dia 10 de Jtanho de 1874, re-
bentou sobre todo o território entre Viamiar
e Caminha, uma* medbnha trovoada, que cau*
sou muitos estragos, devastando arvoredos e
campos. As freguezías que mah soffreramç
foi esta, Yille, Azevedo, e Soutéllo. 'Alguns
lavradores ficaram reduzidos à miséria.
Alem das eapellas de Santa Anna e.SaAt<>
Isidoro,, ha mais a'esta freguezia, as capeUas
de — Nossa Senhora da Piedade (de que adiau»
te fallo) e Nossa Senhora das Preces,
Aclualmente (maio de 1875) está em con-^
strucção, e quasi concluída, a formosissiuiA
e maguiáca capella da Saotissima Trindade^
feita á custa do piedoso e illost^ado sr. pa-
dre José Casal da Cruz, d*esta parochía.
Na praia d'esta Aregttesia, no sitio deno^
minado FmitellaSy se teem construído n^os^
tes últimos annos algumas casas, e actual-
mente andam outras em constroci^y pára
residência temporavis^das famlHas quii^efri
ram para aqui vir tmtsr banhos de mar.
Já paraesiB sitio coaoèrrobastsiite gemh
do Alto Minho. A eanara de Caminha nn»r
dou aqui fazer, ha pouco tempo^ um» hoi
Ibmo do agua pouvel.
Já aqui ha alguns- boailse prédios » h^aa
ãe^ gen^reg' atlmentioios.
6 MOÉisit pfedioiát Jg(owMtaré>o rocenlv»
mente feito pelo sr. PedrodaPraçaideA/laoa
Maito povo dtt Cfmiwit^ u««i «igii lodoi
o%,(IÂi^ l^fllW Jl»»pb«9i eiH <Nirr#S'd iqi^aiqç a
pék
, Míesta fregaeâa. e^covUfá,, em i860,. A)i3
cai^Mi â beuTJiiiiiai^ €» v^iqg iia. amsoma 44^
aeria, O (uivo d'a4W tbe%d4 Q namo d« frr*
rodos dos numros.
. IslQy iu)4 convence («i^da qq^.ogtrA^pro-
Y|U|. IMÍO UVA34^inOSf COfiDA teOMI^ 60» viurio4
Ume) de qa6 ^te torrUorio ó ludiiiad^ lia
mais de 2:()00 anaos^ e que os ceitaa,.oa 09
Pf^vp^; qaeos |)ir9C9deram (precitas) aqai
i#^9^ara«9i por Qspaço 4^ aiuiios aipaob
» *
A cap^lU. d6 Nossa Semhoru da Pitda^
4At 46- que já.falie^ chamavanse aMigamea*
te Nossa Senhora do pé da Cruz.
A sua ojcigeoQ^ ó- a 8^gaiat«: ,
£)fttava a. imagem da , SaoUaskoa Virgeoi
em luua.aaiiqjaiasiffia o peqaena ermida^
ameaçando ruína pioxima. Em i6d6^ una
d^NOiqs da Skntmna» temenâo ver desabar q
tewpio^ioho, decidiram demoiil^, pam edi->
ficarem am,jiovo o maia ampk).
Fpi a imitem depositada na estila loa*
triz- de> Caminha, Logo, n*esse mesmo annoi
Ifíncipmu a obra; masi por falta de dinàBi*'
ro, fieoa em meio. Poaoo depois» om^ pro:-
prieiario rico e devoto, tomon á soa conta
a conclusão da capelia, qu6 em pouco t^m-
poís&conpluiu, com grande per/ei^
Feita a obra, pediram, e obtiveram logo^
lioença do arceUspo da Qraga« papa sa ben-
zer a nova ermidai e», ffúta asta. ceremAoia^
veio a Senbora para. a.sua.navacasa* ,(Ti-
nh^,,.dnrani9a$tQbra«^ eatado na e^^ajaide
A primittiva imsgem^ ó de roca, tendo
apenas dois palmos de altura, eantiqpisai»
m6»
Ko dia. da tra^lada^o^ que se fez com
gr^^ Roonpi^ offereoeUf o povo, ^ ao padra
Gonçalo da Rocha, de Moraes^ adminiatcadoff
da^ohraa 4a capelia» iOyiOOO réisijí^aimftn-
dar aj^r. uma nova imagem áa SeiUiora, da
maiores dimensÕiía^,a daeacplptnrat.Foiíeata
íeiu poi^ JQomiogçí^Fidrcsira» eacalj^mi^ da
a7£
CaMMíbai « i maitík pevíaáta*. Dm, aa^tait
dai ao pé daiccuz, 4fl*¥^ & mm umaaspad»
no peito. Foi coUocada no altar onde estofo
a primeira, que foi para a sacbristia.
Foi ai «ova iaagaoa coUocada im seu al-
{«r» €oiiv0raiideallMâas a^pobtioo Fegos^Oi
etfk Wk domiftgo, é.» d''agosto dè 1700. Feal*
se-lhe uma grande procissão, á qual cooeor*
nsjramf muilas-ctfiiaeè a.giwlasi, daa íregte-
ziaa cirftuitt¥iirinhaa« « algumas daaças, ai»«
gapisadaa-efeliaa pdaaiastadakttas-deGaiiih
nte^ Baspavoaii-aa^.eaUiiHUa, pam caACorrar
á capaUa. a*a4ieH0' dla^
. A (}apalia-é gmoda a dè bôaaeohtiectanL
Foi forrada de óptima madafoa.di caatartl»^
aw Í7l06w
Faz-se-lto: a sob teii^ m» 3i* domingo
d/agoMk
Jâf.dJMe. qua a.aslndairaal da ii* olaaBe^
ati^ayeasa eatAiâreguma JjDogiUidiâalmaiitai;
hindo, em sitios, apenas » nns iOO maiaM
da. maié cheia» . Sa ao Aiar o eaoiinha de Ibr-
m daiBorte, paloi trai^aâo. qia sa» asiudoo a
foii âpproiVAdoí no minisiarioi das atoas po^
blicas^ vae eUa antta aami asilada: ao mai^
a poucos metros d'este; mas por tatreiíos»*
lida, pois que todai a praia; éi de rochas da
gnaoita.
Serâresta tença 4a caaittho da farvo' um
dos mais bellos de Portugal, atravessadas
os ií^ kilamatros qua ha. 46 f iaMia a Cami-
nha, pop uma fturmoaíssia»aiiUanioie euluva»*
da, ficaodo.4ha a£L a cordilheira de.monta*
nhasde divarsos nomas^ rama<da Arga, po-
voada na sua encosta de muitas e formasas
povaaçSas-- e pala O», a vaala eitensão 4a
Qcosano atianiiaa.
ÂtrAvassa longiiudioaknaote (contando do
S. para o N.) as freguesias da Ariosá» Caiw
rôçQi Afifa, AoGora, GoUinhaâs, Mollédo,
Ghristélio, a ParjtaUa a Yillarttlha, }unto ás
maraihas^de Caaiohft; que todsa esiia tett
gttszias estão novaUe^ <|Ma>os aasaosanti*
gos denominavam Marmha^dtkPávêas^dè VU^
lar d' Ancora.
Tém.0 'Caminho da íhnro. Ateste' TsUa^ pmi«
eas obras à^arie^ a ppoaas a paqnaiiastoiíf»
dalaiQdes4a'Mraiio^ todo sólido^ aQHk.gmiip
da âbnndmicia/ da óptimo^ g^mim pop laAr
372
WML
a.pwte, <|aaú sem oan^a, o qae toraarà
«uairia âe ponta d6H)eca Da sua constroem
^.
Foi aqai o solar dos Uras, e ainda n*e8ta
fregaem ha qq» família^ de lavradores^
â;*eáte app6]lido,4alvéz descendentes dos an»
tigos Liras.
É Lira am appellido nobre em PopCQ|^,
Bias não diz ir. Manuel de Sanio António,
quem usou d^elle; apenas refere, *<|ae os Li*
ras usam das armas dos Leira$-^-e que tam-
bém outro ramo dos Liras, iraEem por ar-
mas^ em campo d*ouro, 6 bandas de prata,
perfiladas d*azul:
Ha em Caminha a casa de Leiras, de q[oe
é chefe .0 sr< losé Maria de Leiras;
Leira, é appellído nobre n*este reino, vin-
do de Hespanha, oriundo da Galliza, onde se
penverteu em Ltro, ou tomado da firegueria
ieSanto Amão de Lira, segundo Soares d*Al-
bergaria,afl. 135 v.
Passou este appellido a Portugal, em tem-
po do rei D. Fernando I, na pessoa de D.^ Af-
fonso Gomes de Ura^ a quem o mesmo- rei
deu a honra de Frasao, na provinda do Mi-
nho, e outros )^em*
Doeste D. AflEanso, ha descendência nas vil-
las de Monção, Yallença, Caminha e Vianna
do Minho, e talvei n'esta freguezia do Mol-
lado.
Ko reinado de D. João Y, passou também
a estler reino, D. Pedro Marinho Trancoso de
Lira, da casa da Piconha, na Galliza.
Casou em Barcellos, e d*elle procedem os
Uras d'Obido8. Estes Liras traeem por ar-
mas— em campo d*ouro, cíneo bandas azues,
elmo d'aço, aberto, timbre; um leão d*ouro,
lampassado d'azul, carregado das cinco ban-
das das armas.
Outros do mesmo appellido, usam das se-
guintes--em campo verde^ castelio d'ouro,
orla de púrpura, carregada de 13 estreHas
de prata, de 6 pontas. O mesmo elmo e tim«
bre dos antecedentes.
Julgo a propósito fallar aqui do padroi&iro
d'esu íreguezia, que o é também de outras
muitas d'este reino, ppincipalmente na pro-
víncia do Minho; v. gr.:.S. Payo d' Agua (lon-
liÕL
ga; S.'Payo4e]tóséNos;8. Pàyede^Uà*
Mean; S. Payo de Segudè; ft>Pãfyo'dií HÂ-
da; &. Payo do Moilédo ; ète.
Ignorase o logar onde nasceu S. Pâya;
só se sabe que nasceu na província do Mi-
nho, e em território do concelho de Coura.
Bhra sobrinho dó Hermogfo, bispo de Tuy,
qUe ftittdou o convento benedietltto da La-
bn4a ; e de Nauste, irmão de Hemiogio e
bispo de Coimbra.
Viveu 8. Payo (ou Pelagio), no réhiaè) do
rei suevo, Theodòmfro, e morreu na cidade
de Córdova, martyrisado peta fé de Jesns
Ghristo.
Não se confunda este S. Payo, com Sio fr.
Payo, que era natural de CoiodMpa, e foi una
dos primeiros religiosos da ordem dos Pró-
gadores (dominicos) em Portugal, eqjo fia-
bílo recebeu das mãos do Santo fr. Soeiro
Gomes.
Foi este S. Payo, um religioso exémpla-
rissimo, e grande orador sagrado^ que trou-
xe ao redil da egreja muitas ovelhas des-
garradasi tanto cota os seus sermões, como
pelo bom exemplo. Concorreu paraa fhnda-
ção do convento da sua ordem, em Coim-
brã, e n*elle foi o primeiro prior.
MOLL£DO— freguezia. Beira Alta, comar-
ca e concelho de Gastro-Daire (foi de con*
eelho de Mdes), 84 kilometros ao O. deVi*
seu, 330 ao N. de Lisboa, 400 fogos.
Em 1757 tinha S33 fogos.
(kago Santa Maria.
Bispado e districto administrativo de Vi-
seu.
A mitra apresentava o abbade, que tinha
3{fO«000 réis de rendimento.
Tem uns bons passaes.
É terra muito fértil em todos os- géneros
agrícolas, e cria muito gado, de toda a qtia-
lidade. Nos seus montes ha multa eaçá, gros-
sa e miúda
No logar de Lamas de Moll^, d'esta fre«
guezia, em uma rocha natural, está gravada
uma inscripção latina, dedicada a Proserpr-
na SêrvatriXy e a outras dfvindades.
MOLL&DO— aldeia. Beira Alta, na fregue-
sia de Penájoia, comai*ca,' concelho, bispado
e O kilometros a ONO. de Lamego.
Districto administrativo 'de Viseu.
'
NMj
MOL
S^
-laiò, ne déelWe áà sèrir^ deViltar, e Mbre
•$L nmrgew esquerda èíf Doiro/j^tinio^Aiil-
deia da GorvaceMh», 0 kfiÊ!kÊkePm$i^9iar.
9Éds«va íLífA a miigia «Étinda qnk M^aia
^|0 IiflíHiég!H for Smithiagainili^ (fiSi> TUta-
ftfiiilioy, paora ^mko^Wm (at ooira nnigVia
áo' rio) !6r Pérm, ámái da antiga eodtj^hia
-d(M Ytolroflr do' AliaiDo«r<H Ao» «nora «tf-
iMia pela RéJKOi.
A Mttha^D.IMa^lia; flMllhêrde D. Aftlli*
w HemrfqQesiiiiwiâoaiJraiMr MiMdltádoiít^
albeifaria, cM^siia ea^ia^ hoaplial»ÍMití-
ea, e pôz tudo franco, para.ríeo8 e^poftvas,
istúk -j&aroa depMêagéiB, isbsnadatdb Mdlê-
éa, M d^ í^^Anm <porwr paimadotfnl-
ttiit»), ealéli^Miidttj-eBíÉasdafineiaDtèB iWa
o barqueiro.
iTà «tdiopolidib, ^««temrii dl? M)i>00tM
é òarca^mniM^ ntioe Miâo sabe ê^^goe
"é féité danpr^prMftdea sujeitas ko aatàrio
do barqueiro, qne eram varias tenpaa>|Mro-
ximasi, qne elle eoltívavs oa arrendava por
ma eonta.
O bo^pitah oti albergaria, éhojeproprle-
-daáe ' parMalar, ^ a> a aapaUa; é pobNca ,* ^
restam ainda na sna frente, as armas reaes
de Porlogai. como protesta p^mabente, con
tra quem aeab^ com tão santa institntção.
' Pf«9ta aldeia; AtHeoMi ba pooeo^ teodpo,
f^raosiseo - Diiartè da fonseea Lobo,.ea^-
Ibeirodft -mínito méteáaumu^-e rasltoraa-
peitado, e ainAa aqtti viirem tMs debreipéias
aeií^rad, IhnaiiB dVlla,'qad siò tresimodri-
los de virtude, è santa» piiôt6et0raa de todds
-«s afflictos' 6 dMvalMoff.
' N'esia aldeia, fKkseeu ow. dr. loioCar
-dodo Ferrar de Mlraéda, oflOoiai éistiDcto da
^secretaria àm negocies do reinid ; flibo do
f9r, José Cardoso Fi^nax de Minatida^ qne
aqui foi rleo proprietária » negocianife de
viiilvSK, multo coftsiéepadD^ no Dau^o,- a no
Porto, onde fáttosen.
Hdwe n^sta povoação, a launilia dos Ga-
fliéttod, tristemente célebre, pelos esoeasos
-de toda a ordt^m, qne pratiearam^ toiodo,
matando e roabasd). O ultimo dos ir mãps
-^-4oSo Camétlo, não era salteador; inas, no
itiat$, nxo era melbordo qne os oiUrDs seas
4f|iiie8.' i)ea .midiasipaneadais, tírD»€'l^eai*
VOLUME V
llsslmos, ov agíramos teagioianac.
• O -fibafiwCMkrilvqw t*Ma«6gieda 4e
Penajoia, de 8. a N., desagua no Dntfo^MHo
é aidola^èlfdlMlQi ilHce ««tfffa, fl»«ioii-
tB{''doifeyo. • • i ••
Éitiliito-abitttaile tmnai^qnftiêiempva-
ga em irrigaçio, fertilísando muito tamao
dbaisdksanarieMiéfiaasaAa manieffjaali d4
IMI^-qdaaâsTiidiBhni é» eemíaa/Hpiè dete-
rão .««bisteenÉT éè laklabaa laia <a>fgegniiih
«fiMiiibvJHlBba8,«:aíté'á>ddidB'd» I^olègo,
em atanéa^^deidMai'- -'
ipan-urMiio dafMide
• »
: 'MoKaMofl<é6<|MU&,<oaipftvoeiaÍPegii0«
<«ía::.dfr-Barfé, linitire^ «M uia.iiulltt»
aèitram fiiniíiiaolfiBMt) na^sam, .imtaaaÉáa»
desviando quasi metaila!daagrta4'fala)«l*
bair^ taesAa^iftott éUapiBMwairMlaiAflnim
moipho^ feito-âfireaaa, dbmto dotetmati^P^
ima ftefáieiia^ fiaamlO' «a de i)Mn|dia «SMia
agna-deaiM tanto «afBeiaiD^« darquaesla-
vam db pesaã^nilieBHuriftl. -
Nas abas da aemyioiide: eataffilNHmtfB
preôpita foríoso, deÉODon^ ita ava fliai%em
diraitia» bem doaoabeite, am ^oraldtveè sMh
roí 46 gnanke, a «qBCt o^pamO' d'aqttij dâ'^o
nome da úatidlD éBê Motiroi&'TMta fdMHt
d^ MiaBaàmoai^eelOu GféiOipaaoqtie den-
tro dietta eatá)Uite«i0itra tmauÊHída^ fntr-
Aanda Htíto tbeaévioa afn «miaa asbtem-
»naat«<
sa^vv^iW^w*! ^if^^ ^fc\j^^^^^^^\* ^
. Gbaamdaa também da iConuMafrá; dli Ah
guião.
Be todas lost^a Jioans; o »ats pBopnase-
.ria o.ú^F€mteU4M8, qiaa ó o logar onde ^eafio
as aguas thermaes ; mas dá-se Ibe o none
de Cald^da MáUédo,4ioT eatarenem (ren-
te doesta povoaçlo^queé a maisaAtíga does-
tes iâiiQ9...
Também .ficam em frente da Corvaceira.
Quasi . todoa^ os eacripioiHW teem erigido»
dmado q«io ^atas calda» aio na 3eira AUi,
t|tiMid«-4t»taQfii^ j»a proiinoU.^ Xraitoa*
MSHL
ifaÉitn<;>pé»qne> a. fw|BMi> 4e foMttit»,
está na BMripai» áireila do; Donro eé do
eoneelho e comarea-do Peso da Regoa, bis-
tjMdi é»^»totQ,idft9lnfAQ laáiDiíiiM^ de
.M)MMaiBMBKuo'>iióikiali(ft'(iltfdÉf^ adintio,
onde a agua mineral rebenta, e épiHhteliceií-
I0uá 'flMeÉmidafUUefc «^iind AM»;a'iiliâO['iDe-
1).^
• 1
M Ér«ite 'iMo iÉBMM)}iiiil»«aiKTio, toiídft-
lie aoteiaeeinKe eii f[BlMÍtiiatafa (a dM-
iaioifte^i||Q.>(an¥Íliai d» Merik» Rfo.
vRioai a^enÉ4»^lDik)m«t«Q8 ao^fiL/dafRáfiM,,
90 a E. do Porto, e 340fao tf.>âe listoa^
' 'Itaêarpeitst^áistc^ldás^At^ilífenciay :dia-.
ria, do Porto para a Regoa e Lamegúi;D'ili-
'W^têíA «'DMrgem éfef^intdaáA.Dotifò (6
,llitani0lPM) k»ta!fldli«Diiiaia Mkiiealfeadaâ
.ttáiíi^ttdBiD, Mta^^aiB -IM^: cpiêr ficai ia 9tIeí-
-Itmetrda da«r«aHa«. • . •
' ífMm. iili BateaMtsv lêislrilNiéd» en ^ gra- ;
i]^oa^tt&oUeiiO'idb rkk^ ^6;só'eatãi>dptoo-
^liMi» dwi«le áf eatkigem^lr 88 da Lomm-
-mi eotiQflft «iTBl(Nrpmori«) Wmetrvs, ao
S. da estrada do Porto«*^S:ádiMit« da mes-
nBUiiisMda^i>« pÓÊOBkm» áqudllas*
'itioascaate do íKKsAík^cQntru^fMe 4o rio,
^MkOOfrf^aB da' ii|L0ieini;t6d:OCNI^r lotai <i»mi-
mÈÊÊú) AWifm HtfM, ^M M^ iMcas.
'• >A9 itanipeiiatiiiHiS' nadasm^ eolve 8if até
IÍ^'eeDttglpads8.^t^teg«ndo>«o>drí Fltancueo
-ntarai, oMidleo da rainha >D. Ifada I, «as
suas InstrucçÕeê e cautellas praticas sobtnu
natureza, etc, das differentes agnas mine-
rae?, a pag. l6^«>lami^MDrad'e8tas aguas,
é de 96 e 100 gr. de R, oa 28 1/2 a 30 1/4
^ ^-^'fa^MRWv dá a eMas ^goas' (<M)in
*Mrfti propriedade) o noine de 6«Mas Ai M-
dt?.
' Nvfsen tetafb (18li#) ^tom^vam^se: os* <ba-
niHío^ Mft c&vas iieitasna aré)a,> reabertas eom
numos de-artores.
' A« naasefttfs mate qncfotes, >sio *as que
bretaiD, mesmo ao alveado rie.
A 1 kílometro ao N. das caldas, e em ni-
yel máls elevado, está a nascêate de -agaas
*8ttl|lbnreas, do> rio < Sermanka (on Sêrmê-
Hkò) «fiada meãos <qQeQte que as debaixo.
'Batas aloaa slo «oDheeidas desde 1710.
0;eáifiato-.do8.teoJMf^dá e«|v«4a»>(oifrd*
oovado pelosr. Qaiabii^sao.O 8r« Toivif»
aeipal p roffi^taffio' do edíMPt It^* tafA Isã-
tQ^fiiaiidas meMMraiQeato&. .
:i]Ka Í4»fMtirah^ 3i|Ki«aenfiSt casa^^oMpt
-WM eoa sua tíDaf inUmeAlad» perJMseeiíi^
rfi)9Piii.,fi$o da3tia«4aa:^.:d9eates pfitpra».
iè (fdtMo da,eairada,:Aemt daja panipea-
tasT^Jolefier^ );e« d>baiMeiffa8»49B7qB3P-
tos separados, e o superioVi JW 4 epoij^M-
tiflifjitas, onde > te. vários «vpiwelbQs» «ara
*baob0a ordlaaim de ebiura,yde;i9ai\bfrea-
çdes, dueto; <iiúaeç9e6 reet9dft OQ va^iiuief^
jaelM' boeoae», ^4
vâA tiiaa.Aâa A)rrada« daasid^, £ ^o ea-
tal^eieiteecMQ, d^^esiA.geiMio; maia ban^aiMa-
íi^^do^reiíia, aiAteiqi]a!da.M«abadaa4i-
mensões.
nNo.MoUéde \lia «iqa rbe^.ftiQspâdairili a
Msa la|a de «ler eei^ria,. beoMCiFM^
Pôde Jiir-aSfeia.dtii^Mcía.até verto idas
Estas aguas foram apresentadas i^ analy-
sadas na espoai^ joãifeiraalde Paris^ de
.1867, ^mi^ aoufalaiiaréo (aQfMr-(K*tae-
AguaisUmmaêBido Mollêd^
Sao afttasj aolpbiaroiaa qoeQtas, ooabeci-
das também sob. o<iioBie desaguas miaftraqi
-danGorwaceira •« 4e fenafuiici. ilebeiitam
joalo da roaagem dlreíl^do iDauro, aid5<]u-
lomatresta B. do: Porto {fUiás Otj) e .4 ifiMá^
«) aada>villadaRé8«a,
Ha aqai 10 (a/fá« AD/aaaoitBtes^.rdistn*
boidas em 3 grapos ; 5<de entre ^a^ re-
bentam mesmo ;do ieiíe do Qoiuh), e:sá ea-
tâo (dttcobertas nas «sliageaa; d ontias
(úUás,h) rêtientantiá-dJireita^ ej á esqaerda
da Bégiia para Anaraale. (f .pciraioi^oNou)
As doas Bmostiasiqine Jazem. parte da 008-
sa collecçâo, e qae examíBâtoos»' aàk)-^ama
tomada de uma das naseentesdoiaitodo
rio^ qae (uem os banhos ebamados contra
fofrtis-y-a. segttDda» tomada dos maaaneiaaa
qne estão juntos da estrada..
l.«— 'Banhos oontra* fortes. São agaas iber-
■Mães, Ibnpidas, apresentando o ebeiro e gosto
próprio dae aguas 8ii)phajnMa& âaa taaipe-
MOL
M0N
97S
ntara é de iS gruM eeiUcndkM, ao nr ex-
A sua mineralisaçào ó muito simples. Cióa-
téttb por kilograiiiflia^ *â'agaa, 0,«nm<00ia5
êe<lMilâo MlpÍ>yâi4fo; ^6^fin«t0l7 de ptin»
eipios fixos, que são: silicatos e chiororetoa
átallfiio8, earbooMoaáe cal *e de aMgnesiai
#ittÉia álttliiQtaiiiiâiitidade ^ perdxydoda
ferro e de alumioa.
1«-— MtDMAi funiú â mtráíkc^A» ã(rttas
á^laiiàiieeBte,'>qiiè parece tercM a 'mesma
oH|ett ^e a« dos banhos cdvi^a-/(>r^, são
twlMa^ ittteli^s itoioénitlsaáss, e mentor sul-
lluirostt^ èoméAns O^fnnOOWI de aeíd«
aulpbydrico por kitogrammaéeagua, eaj^e-
nas 0ji«9>ii7 de pHti^ipios fixos; teudd a
mesma composição que ^ «guas doe ba-
iÊI&^cméra'fifrt9s.Sm9 propriedades >pby-
sicas, são egoalmeDto anatogas, exorto aa
tsiÉipíehkffepas, qii»'i«Ttom como ^se segue:
'€la iiaséeflté 39/5eeeftlgnid0s.
^190 Mservaiorlo 37* oèniigrados.
Nas banheiras 35"* centígrados*
'^'MlliBtfel-^p«nHig«M aÉli(|0— moioBio
de moer pão, asenha, atafona.
itim udi ãasMo q«te a eamalu de Moftcor*
ir^ Kmiou em tíM sè determina^-^iie «i#-
Éhuu^tisMM ú^ua vUlã possa vétiâsr, nem
âkt, nem aambUar, nem supenk&rar eráa-
minto^rcflò, ilém ip&r úrromper, nem casas,
MÉ ^íXàhaís, nmnèolleirasya Gnmlhiro, nem
á^EmMnífro, nemãDõnà,nema Freire, nem
0'f¥tM, nem a€reri^, nem a Ornem de Bê-
I^Mi: *E o que óonira^èsto for, fhfue par aiei-
etoo do ConicelhOy e perqua qtuinio ow^er na
WHiMy e seja todo do Coneeiho: e de mais pei-
tei (UO) IWras ée Poríu§al ao Concelho, e
jasgua (esteja) XXX C^) dias na quadêa. E
eHúsR&stnra outorgamos e effjkrmamos pêra
Sempre; porque entendemos que é a serviço de
Dèos, e de Nosso Senhor El-ÍM, e a nossa
prél, e dos que por nós veerem.
ItttitoA— portngnez antigo— orvalho co-
pioso, ebuva muito miúda e constante, que
amoHeee e refrigera a terra. Mantinha Deus
0$ campos com moMras e chuveiros. (Doe.
dé Atínheiro.)
Itea provineiaâ do N<M'te ainda é usado
eMe< termo com a meema significação. Tam*
bém ditem nwlúria.
í-^^néò Bombefa, eoL 2:%pa0.
M^^ l.«(rol.
MÓNACHU8— Yése esta palavra em mui**
UM àbeumentoe «amigos. Deriva ee do grt^o
menos, «to, o que vive s6, solitário; Ce aBii«>
fos portogueaes o eorromperam en fnoNfr.
Nos priDDeh-08 tempos do chriattaDiBipo^
os monges eram seculares (leigos)* e Tiviam
em desertos, entregues á oração e a ttma.ie-
veis idwthiencia^ peia maiar parle, svuften-
tando^ee de raiies e fruetea silveatns. Det>
pois boove «on^f iie mtCMi, que se cbaB|a«>
vara também erérigos.
A palavra clérigo vem do greg^oíerof, que
significa herança, serte, qoiabiei eto.; ed'ihi
vem qfue, quando* pela. primeira tonsura se
admitte alguém ao estado 'edcléiiastido, o
bf^iKi lhe corta os cabellos, dneBdo^-HlDomt-
nus pars hereditatis mea. (Tindaside Psal"
mo Éft;^)
Leiffs vem do grego iaés, que figkiífiea po*
vo. €'ieigo, nas ordeaa religiosas, anda cett
habito da ordem a que pertence o conveu*
tov eoí que eervede ereado,; sáehristao, ou
para andar ao peditório; mas, «« nao ten
ordens algumaa, ou reoebe apenas asmeao*
res.
MONÇÃO— Vide Monsão.
MONGâHAPAOHO — fregdezia, Algarve»
ooneelho de Olhão, comarca, distrielo admi*
nístratívo e 18 kiloraetrosde Faro,-240ao
S. de Lisboa, 1000 fogos.
Bm 1707 tinha 790 fogos.
Orago Nossa Senhora da Graça.
Bispado do Algarve.
A mitra apresentava o cura, qne tinha
uma arroba de figos secccs de cada fogo, e
40 alqueires de cevada.
É aitoucara pacho uma grande aldeia, com
algumas casas boas, situada em uma plani-
cie cercada de fazendas. Fica o seu territó-
rio parte no termo de Olhão, e parte no de
Tavira.
A egiTja matriz é ordinária. Tem uma ca-
sa de Misericórdia, pobre.
Foi da freguezia de S. Thiago, de Tavira.
Em 17 de outubro de 1453, o prior de S.
Thiago fez um contracto com os de Mouca-
rapacho, para poderem ter capellão que lhes
dissesse missa e administrasse os sacramen*
376
MON
tos; nms còm a obrigaf âa dé hiram á miflsa
á egreja paroehial, no domingo de ramos e
quinta foira santa.
Por provisão âe i9 de junho de i47l,
'lhes ceocedea o bispo, D. Joio de MeHo, li^
cença para lerem pia baptismal, erígifldo-4
[regnezta independente da de 8. 1%iago..'Ti-
■àa então iOO fogos.
E* terra fértil. Tem mbito ar?(Mre4o, e
prodiu todos os fmcfios do Algarve em^ftan-
de quantidade, exportando os q«e lhes so-
b€|am, que »k> muitos, sobretudo figei see*
CO, de que sabe d'aqni gnmde qQantidsde
aBDualmeiíle.
Tem oito- lagares de aseite.
Fabriea*Be aqui, em diiffereaM «toldas»
boa loiça de barro vermelbo*
£' 'terra «oilo abundante de aguas peitá-
veis, de l)oa qualidade.
No sitio do Calliço ha um poço. cbainado
do GonoB^y tio abundante d'agua, que dá
uui rego de regar^ sem ser preeiso empre-
sada.
Próximo- da povoafão, eorre o ríl^íro do
Troneo, que moarre na Fo^éta ; e tambem-
JUBto Á aUJeia está a ponte da Carreira.
Ha aqui uma feira, a 14 de setembro.de
cada anno.
Na fim do Monils da Cabeça, iia uma^la^
g6a^ eharoada da Ffmi^a, que conserva a
agua até ao medo do verão.
No priDcipío do aérro, do lado do mar,
ba ufiia cova, entre . rochedo», chamada o
Abysmo, que dizem não se lhe achar fundo.
Outra, no alto do mosmo oécro, chamada da
Laároeireh-^ em frente doesta, outra, ambas
sem fundo conhecido
Todas estão cheias de agua no inverno.
A F(mte da Rocha, nasce na fenda (le um
penhasco, e só sécea nas grandes estiagens.
Desde 1838, toda a freguezia pertence ao
concelho de Olhão. Até então, era metade
d*e8te concelho, e metade do de T;ivira.
A esta fr.^gu('zia pRrteneeu, até 1784,' o ter-
ritório que fórm^ a actual fregueiia da Po-
zeta. Em 12 de março dVsse anuo, D. An-
dré, bispo do Algarve, a de<miembrou, para
formar nova fregtiezla. íVid(» Ftiz/ía, a pag.
f43, do 3.« vol.)
#. »*^
MON
«eNÇARÃE-vMe ãímmm^
MONCHIQUE (convento)— vide Mirofffiffm
e Parto.
MOIIGBIQUS-Hserra oakar^a do Alfvm^
ao N. da viUa segijÉuMe, qm 4'«Ua tiomsi^
nome.
Os ronanos lhe charoayam Mwi< Gi^KéM
d^aqoi Ibe provem o neoie adusi ^Yito
Monchique, villa.)
MONCniQIIE (moQt€^r*«ida Jfarlk).
MOMGHIQSE-vilIa, Ainarve, «ab^ -4*
eonceUio dò seu nome, natcoinarca d^*|Kl^
ves, dislrieto admiolsunativa (^ 7OlKtl90ainNi
de Paro, tll( ao S. de UOrn, i:30e NMb
fim l?ff7 linha IM» fogos.
(^ago Nossa Senhora da C(nMOiçio.'
Bispado do Algarve. . i
A mitra apresentava. a enra, Q(»)Uda,
tinha àÈOfOOO réis de reAdimo^.'
O concelho de Mniiebiqiie te«i iUllMlJ^
gos, e é composto dss freguezias dis Utme,
Marmelléte. e Monchique, todas m bispiíki
do Algarve,
Tem estação ielQ«i»|Mtt4 crMdiaimiiIril
de 1875. r
Esie eooeeiho foi dememhradp áAid^iflM-
ves, por alvará de IG de Janeiro deiSZiy
QlevaDdo>s6. então á cathegofia de villa «
aldeia de MoBO^que, €i pQndOr«e-lh# juiz d0
fora; tenda» por teriQo, a freguaata do^;4l^
/er««, pelo K-*- Nossa Se^^fy^ra do^ Vfrdê^^
MarnMêie pei» outro lado ; cootiuwAdo^
pelo eaaíBibo de Villa Nova de Ponim^^
até á Torrinha, por cuja parte (sul) cooteat
com este coaeelho.-r-Pek> SO. confina coma
o concelho de.Lagos; pelo O. «om ade Aii^
zur ; pelo E. com o de Silves; eifolp N«»>
CQ(T> a província do Alerajtejo.
Nos seus it^^ites brotam por toda a\par-
te nascente^i de aguas férreas, e potaveíi^
em tal abundância, que foriuam asca;id4^«
losa.s ribeiras da P^iia da Nêgrc^ que ícao
entrar no rio Odesseixe, proxiow 4 M\àmsi
doeste nome— Santo Maria, e Torreada Gu^i^
na. que vão mettear-se na bahia de Lagoi, bq
sitio de Valle da Lama, com o nome de
Odiáxere—Farêllo ou Carregal, que vem da.
Picota, e tem uma ponte, abaúoda Meispi-
loeira, 3 kllometros acima de Alv^^ depois,
da qual, se lhe juata a da fiogéUa oa«ilqt
HÊBM
S77
rar ao rio ^ TtUàf I<i6Tâ de Fonittiio.
Todas móeiD, regam, e trazem peixe.
^ A! tiM de MowBtau^e, Ipstá «tmaéa aa
mtn do ttiéBtto MMii«ç oÁtro Mae alias
«NNanhatf, a Ckllometros dietaii» de <|«ai-
t^èr d'ella». (Sio Fo^ ao €. — e Pieéía, a
E.)
•MoUtfranoYd de l7fHI» idaram «Mídfdas
a maior parte das casas dii'¥itla, a im&irtE
MlitD^amtlttida, ^detoad arrasada' a e^re-
^'éc^ ecwféáto; 8<)) tnoiferam 8 pessoa*.
' '^Iftm-w tépítfiAú matias ^«»s, e feito ou-
«M 'de^iMVo» (ga» ftiteiii hoje a Tilla muiio
poYoada e bonita.-
'lO terrítoftò'^estV fi^gnésfa é mvito fer-
tii'«itt todos oageoéros Ao^Atearte^BOsaens
WAtím ha mtitia «aça; grossa e miúda, e ob
moà ri09ío o mar a fonteecfm domuiio
pfae;
- "Mí^serm, íni Ja^KStifis (javardos, ou porcos
aonwKos); Mos, rapbsas, gatos > bravos e
MHtaa lebres » eoelbos; t ..
' fia-taihbèm> malcis colmeiaa, ^eprodiv-
MB o)pttite wel 0 bôra.
O sítio em qQO está ftindada a povoaçSc^
évflMto^ spMital é' ptabreaco ; o» seos )ftr-
lllaMwi^sã» f4iffiar'bottfi»iaiio^ em qae; per
mtaiéà WfcttMBotros, camiuha oTianilan»
te, à sombra de frondosos castanheiros, >nb*
gaeJras, laManfeirai; UmMilM^' pereiras,
ameixoeiras, macieiras, ãgneiras, e oatras
•ftvotisi Hmotífaras. fado regddor por atoa
JÉJillihítli da wwyasjtqiiBr serpenteaov^por
entre este Matoso a eamnsi^pafqaai^todb
saáKtaá» de*«aiae8i
• £ iogar muito sandateL Ha aqtii^ e leia
toda a serra, grande variedade de plantas
■Krtiei/aaML
'.*4iai ^essa da MisertccatHa, «on a reáda
db !40'alqíi(nHs de trígo; 9efMIM rèís dè
jlpiros 6 foros ^ e 63^000 réis (termo medlo)
do pfedueto 4es.aPW)redos dela/^kaJMs^ott
"Iték oWòsfefrb àeTíoàíá íéhhõrá ào DéS
Wto,. que eira de frades d^ terceira Ordem
da<fik FtfailoJÉeo (térrm) feadado em iG3l,
tiff PMèda «iVá (O JíM/0) 400 dbpois fti
viaércft da Mtta. BuàaitBado^eB«ui» for-
neaoiplatd, eatae duas serras.
fomaním d*eHe posse 09 reNgiosoa, eo
vieram habilarjem^' 90 de março de 1682,
sendo provincial. Irei Manuel de Saaio Anh
•lonio.
ffbha a^ef^ja, rtcos paraibentos e onía»-
tbs e peças curiosas, eo*t que'aaafiquee6a
o seu (áadador, que foi sepultada na «apel-
la*kBór, do^ lado direito.
Está abandonado.
Ka por estes sítios muitas devszas de eas*
tanheiros, as micas do Algarve; cuja ma-
dura 86 expoita para ioda a proviada, BaN
xo- Alemtejo, e sae também, em grande quan-
lldflde, peia barra de Viila Nova de Porti-
ibâo. Hsifdem todas uns quatro céatol de
réisannuAes.
Já 80 vé qd0 ha aqUii «grande abiAidaneia
d<s' frucca de muitas e vatiadas' qualidades.
Exporta muita castanha, verde e pUiiáã, lãr
ranjas, e grande quantidade de figo séeco.
' Ãla-ae aqui mUitô'gado dè toda a qikàli-
éade, soíbreUHto suNm^ cuja oame "é mitíia
saborosa, porqoe os pbroos siasnstemadoB
aom aastanha.
Ainda mesmo na serra, e por eofre^p^.
nhascos, o seu terreno é fertilissímo em
Biiftie, legumiJè, bdrtaHças a aigan viáho.
Ha A*ebta frdgta^zia muitos taaoelros, a
muliòsaiaMJer^f^s; èsteaempregftm-Mtíoff-
stantemente em exportarem teias úe línho^
saragoças; surfaaos, estamoabàa a osbei^tores»
tudo aqui fabricado. Também levam caça^
figoa^sifceas a auifas fru^nas, a lotfçáieifae-
Hêê^ ]iDpoiitaai'<os geaaros de que a<villa o
I •
OPkXkdã Fú^ai serve de balisa aos nave-
gdntBS, ao' aHo*mar. Tem 7 kilonetros^ de
diâmetro eM dd ciretiraférebeia, íbnaandò
no topo um plano inclinado,* para o €., ou**
êê se mloomra uina fonte abUBdbntissiinay
és exeeHente agua -pataveL
- 'Áflvésss otôpo d'^té monte^ seeobmde
neve ao Ittvenio ; mas derrea&^se logo;
Em toda a' sua extenM nascem vários
mananciaes, que se aproveitam para a rega>
Este mtmte é' cultivado desda 4tt6^ «m
tw
»«<T
<3d]o sdbo se-deD âe aféraUMto^ em toitiè-
las, que rendtn» aaniulmeBtd á oaoM^rA^nm-
niclpai, uns K)0^(OQÓ róis. Prodi» milho,
laijão, hoiutfças, úçffom trigov legumes, e
mnitm- «KgraiddfiSt liiUlafi.
D. João n, deu este monte ao povo, eomo
baldio (<|UMido «qpl esievei» bantmi btado
depois morrer, a Aèvôr.) Sra antâo povoado
de sebrevoa » annheiraa» cine aei arraDcar
ram, sa maior parte, para se enllâw otar-
reno que occupavam.
O monte da Pkótii, tem 6 kilometros de E.
a S., em Yorlentef escarpada e improdneti •
irii; e ao peiseo que dos ladee do N. e O., do
meio paira^baixo, 4 iode ooberto de castaiibeip
rofli,, viâba» e terrae d» lavoura.
ITesta moiifie, ba uma fonda lougftudfaia),
de B. a CK, em toda & snae^ttensão» que lent^de
largura, sempre egual, 9 polegadas ^^\
«bela. der terifa: 6i peavas miúdas. Soppãúi-se
ser ama galei^la.abflrla, d^èauile es âoHgos Im^
bitaderaa do Algarve* eztrafairm metSíee.
'&• Bo terFilorio doesta ooncelbe alguns
nMmèt (ta uniões qnei «e oousta baver d»
««iao, auat livce)* Ninfueaiaabe eam&el'
les aqui vieram parar. Ninguém es^cultíiva^
M^Bstousad^eltea.
A 6 loioiMtros a O: da viila» eetái a aldeia
doe Gaeaes, >com uuS' 70 fogos^ É tamtom
lodeada de pomares, hortae, viuhas, laraur
jaee e alivftes<
A. laia^a d'sífui ó exceHeutiseima.
Al èS Ulometroa das Gaidas de Mouobl^
quet no «amioho quo vae para bafos^ esli
a egreja de Nossa Senharot i» Verde, junto
à ribeira do mesmo nome.
Foi maupit de uma ^pequena flnsgnetia do
soa uome^ que em ISâS loi dividida peias
fliegnexias de MarmeUélo, Ponânâo, AMre
kiexilboeira.
Parte dfoeta egreja, osbiu pelo lerramolo
de i755, e todo o bcrâpMo a egreja, que* aipi
perlo {úo^úii^éaaPeffeê^VMeâ), liubam uns
monyss^ que, por fugir das aape9eeaeda.ser^
ra da Fieóta» tíbbam moiaÃs peva aqui a
sua resid^Qí^
UfUmamoBte (1834)» estava eeio boeirido
liee» rupanudo». « eouii^iima^lwila eéiiei^'*
beira da estrada. Fdl veudido eotahaiuto^
e é hoje propriedade pertluadaTi.
''#-*
Julga-se que Moncbique, era a capital dos
povoe ordiifiás, ardntfti^oftlfOBio dil PliAio)
ananáikmos^ 'Itoam aiMJgoa hiMtaiiosr/(ee^
ueH^) sujeitos ao con veot<> j oridieo! jwweuir
(deB^ta).— Vem.meuoiouaÃiS) a-pag.AWiJKe
Itinerário^ de Antonino Pio. <
Ptotoueu,! dís quer babitavo» eutreusiel-
dadee dos> osUasi
EscriptoveA aiUiiQ6« diseui quoj o> seo«lMh
ritorio ers>a.pavta4ia somikdu<Al9etve^oodp
se fundou VUbt Nora de y^wtilâqwd^^^aB,
aoiee da inyataot diee.anabe^ perieneiaoif^o
bispado de Ossonoba (Fare)br - *
Proima á. villa^do Moue!hiqiie;'ae onoM-
tnott, pelos MioS' de. 4780) oea soivqpAsv»f
oom a ossada. J»em oousemssda do uoiibir
nem de estauirai fpgantesea^ oeuà umiN aleni^
pada sepulcbral e outros objectos do nse^Afll
gentíqs^ e eolaDMm uimBipçáii em-eanMe-
re» desoenbofMdos« Sabres fpeeeoi
mas, como os vandMbee> ^ue adMami
preeíeea sistignalbft,-dessruiratt ttiáo^nii ao
pôde boje dizer maisnadaasemettisaSe asair
peHou
Cause» que deitíro da eepttliin*a,.'aslaiRU
taipbem uma poniiodomoedaaOgMnHMi
de qna metal)^ que- fora» uealdidts ShUmlimi
C^eK. s
OoIMb de Xouoiíáqpo
Bstao a d kilottelTos ae S. da viHavte
mesBSo: ttom0-, e sieírequeniadee iMDjsifti
4» Aigane. AlenU^io e Audataiia. m.v.
As suas virtudes tberapeutioaa^ fli»f nnioi
eidas deede tompes eenetoe*
1 Cbamo-lbe sarcopbago, por^fOe^ ásilHI^ls
Mbei esevipCQ dm um antigo aumusoBlMo
4'o^4e eelou extrabindPi esta noticiado p<mt
que este nome se toma vulgarmente por sj^
nonímo de túmulo, ou sepultura ; msivBà
eontinba uma ossada bumana, não ^era^^aiU
copkago, pois esta palavrs, significa rifiuef
^anaenter^mmu/o. vaspo. ^^çfffbf/gfLé opo-
numento que se erige à memoria a algu^
cujos restos alK nâo jazem, por duarqiíàr
motivo, como laoeirrer no^ altomárj oéiropado
pelas chammas^ ou po? Mlrepefiia^ ei%
MDIi'
I.
39K'.
f.i
>' da^i0aMÉ»]ptM<««váti««Aait8ie«Kli6i|^
cutâneas. ••"-• •" •".»*> • . «ínv^
^pfMMe «»- JHMBif ctBÍii#i partias raet^i
iDâtítD«leillts;>Bstkp6>qQ9Blil.
É actaaimente dlBOMUid^eAetaaiiiideÉU'
mento, o distinoto medico e benemérito pa*
tribia^' 8iv4r^ RianeiMls «LaiaiiftiCditBi^ 4«e
miálcriettí'fêi«l» aftibeMfleip dlMlavtln^
< .!•
a«^«ei«tt^êeialgllafa^lmp^punèift« ^im»*
safiT' tMira os^emèt^-pèlM^ (1q«í lawiidMici
iM>nstrQír o bispo do Algarve, D. Francisco
Barreto.-
O benemérito bispo, D. Francisco Gomes
4*(*MllkMlMite «novos QQMrioa eafftjiiõo*
dágteSk • ti\
ia fovmadoridbil, ^taíDO 4èfaQ«hM
Fieíre^de FjigúBíttté^ i9mkejMi «m.aoari^s
41aâ, melhorou 'muito^esto^stabfkMiBiBDtdi
fiqí^ foqstaiftedifiolo de ttOMaoifippidoiaMr-
roior, dispostot de<N: a A.^iCQOi.varíosfÇiuVf
tM.pam«i^MrficQlan8;j9itt»ia eofemavia^-fU^
• fiioqmriotaa naacemes, que fsbintattiAa»
rMteir eonstittRBdQitres idilferailM iMuaboi^ii
Uâa$ dflÉta»rdou6dtMo^.nfi.n:«iqida,fn9il»^
oaià(a)«Bpeitaid0 &rJoão.dfi!Deas.
>^il jsenicaler, é daM* a 9ft« dsiítlisraoomdi
tro dePanoheivoa*tlín«maiQ(AS7*«nMlOii
São estas aguas minímifeadmpwr fruidHv
«ópia de gaz hydrogeneo, levemente sulphu-
rado, contendo uma diminuta porção de mu-
ffm»'ã9'^íÊòéê^^ càMaríé, è uma Icfvlttiáka
p«ípçia d« fer^. ' V
Mo (»íl6Kes«pM*a jnel0élia« vbeniiaiiidM{<j
i^ntanease outras; mas, causam* lèMtéfoor^
feitos aos que as tomam, se téem padecido
nlíel^a94ieoNKâ«, 6>n9ò est&i» iSOMpletaftÉêi-
t#(c«i^dos.
BMas' aguaií' liMtaftÉ nm rtèeUro, q^e*,»*
pequena «stafftcia dH^cnidiM^ Mmi^^ no» ^ O 4»aFraiMiseii9a(va9M^inaAi9 édB^Mvn.
alMlia. Snm'ii*t]rM»ira Ú^-Boim. - ] ria I, diz nas suas Inttntcfies e^OaMÉMau
9óéé para as èaldas^ blr-se^&èamuigea^.
desde VíUs^NsvÉ HaBOD^BiFarAaliavi fêm^y
que tem uma bôa estrada.
De- Lisboa^ para Ifoncbíque,- vaet8e,.oa«
pelo camínbo de ferro, até Beja, e d*ahi a ca-
vaIIoç '^wmé^nÊXi «aoiiMwUoibspois; ittMV
atétVlili^* Nova 'dií^PDHlmit^ e AMíupiii»iéi»
A .siffo do are* Mõiilónin. tUm^ceelbi^'
casta 00 réts^^iosa porffia 10 iéi«iAsKgidk^
linhas, a fructa e a hortaliça, são ht/ntíÈtà**^
masw, •.. ' ' »'. •
' QpeMditfiddH MiiiMi Atiliioiè BbÉÉi*»-
>c«»*ii«l|i» aasèto) m» msálKKfBrnMaiMiltf:
(durante a quadra dos banhos).— TemnviiL'
Mlfe^ )dtoi»idaieivtaà ^^má}^ ranâ «te
Bato* 4$^ raGrtrto;»^«att Majbokki^piMag ooitec
seipassaiB<JMflap««a,aifi|B&^ -r w;
Ha também aqui uma bôa hosped«ria*£i'
íi'
' Aig«^as laM^elrav e • òllvt»lM, qM' o>
bispo, D. Franci06O>'Gc«]MB'd\Anrelliíi^^nilBitiJJ
âM^flIMtiit^iti^eMí^sfci^,')^^ €ÉKftswi4tf sár-
rè^ fe^(|Ée dioMB]iMilèiiie'ft*acfo>, nnstaOMS'
tantos mil réis, d«'MPd8;(mtro'<taiitO'(l6'i(H
fiêos^ fiio «ikifpride^' ea' graHftéaçáoiqtiie
•oa^pAPllMiiares ilio petoa-qaaMès «pie^oMM!-
fUMb,' te^^lenlpè <ioSilMiirikM»'«Msiliae«ffl:â
renda do estabelecimento, a qual não-^elwgfi
paya a despeftb.
Também por aqui htt^aasoeiates desagua»
» ' . T . * ' » . iC , I
I * * • >
Na Malkaâê^Qiêênti^tík\U>m%tSM^ Kj4e
WiMttdqae, ht>iima^^tfaMelit»>d^4gM<é^-
ftatkas (sobre aguas mineraes), pag. Í7S»
ò
,pWNí*>lf8l 9dS'4AMè 4«iLago% «iiMÉadagtef
)p«M «eSiiiaivlilf^ttfoáaliqiM^ gttAMÉéat
serra do mesmo nome^WMVHHBebfe^WMli.
tanlÉioMl'«.«amppidav ma8<eB^fttri»'ètdiKi*
te» alw»dtt|(»^dy<mttlli>iicadúi ativiqt^de-'
ctMrfttUMas^ieittQdavflíb apni^aaiá o síliè'^
onde brotam as aguas thepoiÉitii - . ^ '
íA exemplar caridade dos ex."*" bispos
do* Ali^rve, fez « construir n^aqueUdogar»-^
um hospital, o qual, pelos cuidados do ex."''
6«MMwa)^FliMftca GoÉieVaetuil pveMo
3tl»
m».
Ihorado e aocresoenudo.»
. Bepofotto daèisrtfver * edHMoK dos biolMiB,
dfe qtor oB qyiant», qoat eali»^ Mpartdi» m^
br» si,^^oQoii|MéM por pesaoti panta-
lares, qae por fim, a titi:dO'4e'e8Bola>dei*
xam alguma quantia (a^qae lhes parece) píí-
n a tHUpUaly B contínyM:'
•..■•••.
vApedaa. no sitio ba maia ctieo» oa.»i0.
allMflipiea^ dè pobre geaie qoe alia assisto)
e cultiva algum terreno : afóra uma caaa
DMÉoiv resIdeilBift doi pitMidor» qwg dè itf-
deoiil»pvelado^ g#«eiHiad boffíltalj»^r . -
it
ettfqiiaB|o.qiiieiil^,«per4fMOs4o tat^Miiaíra.
eni aorefecando, que. se. lama poUaiMi add^
uâoioifiMnaoi, para bi»bid%'6 para cosiofia.»
V» «r
«d- prmmro btmà&y na pane^au^or âov
odiioiDvqiis uxk Ita è4 pàkftos ani qwdro»
aecommóda bem, itfMMMMis AèaBda. taaio
de-^agaa^qtte em 5iMMitoaa8 ebcbe» atélà
altuar «apiD da cflMf mboiaesi até aoe
boflritavaki
«O segundo banho, próximo á capella^aar
cidMiédK k âtái^ paaiaai^ «idabtftt^qoe
lha eatái'pii|iinfc»té (fM sai tica agua. pata
I .: (
«•d Isnanrx^ teiiAasf ^ da'#iitra'ba«di^ do Ri
lMÊÊ&i> paaa:(|Skl.4unla ár«ascetile4tta^.a màt
gmentado pela aguaqoa passa sobra-^a* ar*
€ada«i 1 * ' • t I ;• • ' ' .
«Tem capacidade para n'ene entrarem 40
paaMait'^ fsilsifttsa entí^r^sc^' tiéralb ile
m I
14
,11
»»«w»>*-
. «iMniada' ■arjqaaa.daariíaiibáa^.peffartie-
aa lagn dMira ai4pativa^ léiMieate bepaiíao»
tmãumm aaiiaíífafeeipratopttimait&^a a«r;
sMflfs iaoqMfta^bioaa dM'llMMa,apfMOr
eafdtpoaiia ai<accÉl% aomtf sapantoasOr, 40^
séaoi a qaainadav dà oiiitaáiaioftimfima
da sua qualidadfti* ' : i.
/. . , .
• •'(.
)J «Ul»* •«• }<^*>«4>4«* « • •'•]• • « * (•♦!»'• • «(f '
kO aabor.0iipcàfisroí<d'aiifttaiia<iiíii«aní|^
«tsèta o eorpo dos que neatia no iMarito,
apparecem pequenas bolhas de fluidO'4i0ri*
foifwtf wtáo bexigas, mal' fimiiiimiM ar cha-
gadasaaire at« qm, oppriíDidai^^Vem crq^
tar naiauperílele da agoa;
«Oioesta* aguas mineralisadaapor páà*
de* o4|pia de gas hytfrogébiô* léiFemeitte aitl-
phfuraHla^ contendo paquema ponçies de mn^
riato de soda e calcareo, e alguma iavMiiau^.
salufio* da ferro; palogai eariíaaÉaa, qile
nSo sóflie&ta se d& a conhéteer pcflos aeapB*
tes, mas qua até se pòdbría aospetal^, pela
visinbança de aguas ferreas» qoe nnii pra^*
ximameota daá aguas tbaraiaes, broiamy^com
ditersos graus d«:aiefitldade<!
«Estas propriedades lhes dão^aa
Yi#tudea ia qnè goasmi»
..íimwDi amaatras d*'eMa'a8nas» para>a.eai*
posição universal de Paris, 4^- 1897, a* aia
aQulMa fdatorio offieial, idadp a aa«r resp«*
lor« (Tva4liacãaJ •
Rama' w^ieeBtafi^reb^utam u-eBcoala d^
serra de Monchique, a uns 20 kilomatraada
cidade iiagas» é^fà^ «Hhi de
ba».aitio muilo aksaoMado e pMoMsao»
Existe ao iogat o^; naspQQi (as aguaa-
tberaii|es)^.fUii-/eaiabeMmanta de ba^a d
ain.ba8fii0iO'paraas;iipbEeSb. ,
•Aa aiftaagabeuiay,dfijquai»J.mi>oan«afj»f
todos na^teniar'^.edii(|si^.i)aia9 dNrigidaa'
pam ires:dÂfferaaies4iaobaik.
O i.% qo» aa'd^Dowiiia!de S4João4âDe9iêfi>
éa^maiêtilbBndanler^d^soQsMa efn. «ma pia^
cipa aaaéa«spaçaaa«<p4ra podar oontcf dona
paasane^ •■ • . .
O 2.*, situado perto da capeUay.pód^ XQOA-
bar ?qnairo i^aaia-fiaasoafr .
O 3.«, que é o mais vasto dos três, Á^m^k*
grande tanque, onde quarenta pessoas po-
deatt.>anhayraa:ai«utoMiaHinen<a>
A>48M fltteend éèiMxmUqíaB, é Ita^iídaf
ii ( .
MON
m»
m.
sensiveis.!
Soas proprbd»4e» ybiyaieaSk mim oomo a
Mli.ikM^M Dão íaveiMiMcle-aDOáto aliUD a
preseoQ& 4» acida aul&ydrip».; talv^i poréna
ffte Mie feaulM^ o^giajvi». #íia davido a
fmas (ikxperieaeía^ forim lejUaa. cocr, av
ai«M (caD«|)ftr4a4aa. ao Ubovatof to> da egei^r
U polyteeMca, a.aiU> logo 404 foram aps^r
A agua de Moucbique, c^leoi (M>ff,kilot
gmwtoay ftgfi 2848 da príoeipioa fizpa, qpe
sicH. priofiipaloMv^cklQ^iuretoa a.aiU«a|««
aâM&uia;. earbouatos.d^^e de mafatti^a,
euBiapfgii^iâ qiiaQridfliladi».akiin»oa .«d»
iwroiydo» de CiârQ; ^\
f
.fim 1491, a Joàa II |Mrio«ipii»a a aoffcap
dé uma kBgmdesi . qm ««Hás attfibniram.
a effdioa de /e«vu> veAeoe.qiie Iba fòrn.pD^^
pine)' por>adftl0iw» .pireaM doa.que ellii
tinftft ^anaaifinado elaílDassMamaf* A nor
leaila pKovide, 9iQ$ 4eii9.mi^«^ iba receif
tam as caldas da.MMelii(|Q0itparaoftde erei«
foi no anuo de 1495. .
.Andando um dia, na serra, à caça dos ja-
yalls, se lhe agravaram os padecimentos,,
hindo morrer, em todo o vigor da edâdé, em
Alvor, no dia X^ de outabro de l495. ti-
nha nascido em 3 de maio de*i45S, lendo
portanto 40 annose pouco mais de 4 ínezès
quando (kílec^u. Reinou 14 áunos, nap con-
tando o tempo da sua regenciiu'
Téuho lido éín álgnns livros,
que D. íoâo.ir foi para os ba-"^
nbos de A^vór (e iiâo para oi
dé Monchique) e allífalleeea.
Morreu fcm Alv^ é verda-
de, porque para alfl tibha' hído
quando peoron, por uIq hayer
, entia epa Monchique as.nec^-.
i . -aMiaarnominodí^^dJ»^ m^ariOf'
iMMlhotii tottoiiioi)|ai^i||oQiM«'
que. £sta''dfssidfeiici^ ê prbva-
^•» »
(i^ P€V4«e.perdfi«iiamlM>a9nDPMâft!0(Hii.
¥0ÍCiia. qne ieiroa d'aqiii fura J^raiicâ,^ »i^
áiooeMião«da a«âlysa« poia ji vimos fQ»
basu o rmÊrimktM» panaifiefderogpatore
cMro.' . : *^í
i'. . '
TT
. .. yel|i^i^er9el%;pr€^imi4ade em
,,<ia^ A|js{^ (4^ dd J|oaduqii;KL
MONCORVO ou TORBÍ^, PK HQNffp^VO
ejdi «ornais do.step noin^ 6 Júlopoetroa da
margem t^f^tésL 4o rio ;$a^r e va)le da
VUlmiç0i i<BfiWTp d^ fXQ^mUk} 9 JMlome-
troa 49 iiargam. direita, do Douro». 14Q a^
N;EL de Braga^ 375 a^ N. de Usbo^, i90 fQ-
gf8»,amà7$7, tmba 4â0.fogiew. ,.
lOjragp, Noma Senhora. da. A^sumut^. V
.AfceM^R»49 de.l^aga^ disir^çfo admífuiv
tractivo de Bragança.
Q ^eal<pad^oi^lo,jwr^«M|tava.o^J^^^J^r W^
Uiih^;^404|íXM^ r^ia de ron4i(neita awiqal.
I , •
. O «ontqUip 4a IJorre de jáonc^rvo^ é Aom<«
j^fq das il (rfigii^ziaa 9eg^iJ9^te«\:^iQ4as oe
arfèl^ado de fi^ ^gi^Aj^^ra, Adeg^ni^
Cabeça-Eôfi, Cabffa. deJI^rp^ Cardaoba^
Qurv^p^f ,. Ca/B^p^ EUievaea (já^ M^^\im),
F^Hiri^> f ^(g^eira?, .^f ta^ imiqueiran, lAiin
n^o, i&^s^ Úa^p^ U^s^.F^r^do, 3ou|o«.
da<>Yelk^ Torr^ de ^únfôryq|,.yri:(^. e Y|b>
4^,— ^^f^M com ^f(» /ogos. ...
.t4 aua i^marça é oompo^ta dei.trea julga-
doi^-«,MfoQd^ga d^ Fé, «om 2:O0Q fogoa-r
Qafraa^a d'Anaiãea^ Aom 2;800r7^ Monc6r^
Y^,. 09^,3; 200 j, yioi^ poi^tanto .ater ^^ ca-»
miarça a.ítol()| íogpaw . . .
Siioadít em uma.l^af^^ q^v.. terreno ley^r
mente j^dent^^Q». J a<\tQ :á««r^çfli^' de fte^-^
ri^Or.fUí^ fhfi 1^ ^ p.,..,^ If^ ye4^^'|ol
dv»mp,gr^p/M,jwte 4p diat. ^
Diz Lousada, que o eapitlo Mem.Gát^iíM
iteHir€wi?ov iaittd0tfedífteai'ft«lil'iiiftD^
t0lQ^ ndimdador.^ls^oRte Xl^ «o> iqOaltdett
Q'ttom«dtrSlMwi»pifeiáf«NtiGmi\<4tte no is»
ottio: XVJIírM.âoRiDMVMn' #mi- Jinmfmw^re
qteJiMhiia» gmuMa .ftmdyuapayrtioiyfa^í
>«
T<l
.. 1
^■i^*\í brimeir* Wago da Vflla, fttS- •rtilágd,'
«|>(IÍIélM.^>illiida'et4ãle'a ^ja^dfestia in^ò-*
caçSo, qne foi matris) £ a«tiViéil8imA« :,
Também à padroeira actual dá o povo va-
rias invocações. Chamam-lhe Nossa Senho-
ra da Assumpção, Nossa Senhora da Vela,
NmfiBfiSmh9ÁÊdét E^ê^ãvífât^' e^ flfailffleBte»
M
um
MÕM
á qtie táÍMbem diitro seií notud. Que em 1062
o làesmo llléin Certo Aèu 'foral à villa e cas-
tello^ e que, em ilSB; ly. Atfofifto Henríqaes
eonflrmòú estie fonií; '^ *
€òDsts que, d»«f<t«tab ébte^eaMeMo^ pelos
fte^nezes (oàtrôs dfisètti pelos árabes} prorà-
raram os habitâ*6tés d*e)le e sabtttbíos, ihtt^
dar a suar habita?^ fará }tlDto dá j^l^-do
Sabdr, eáti^ este rio e a ribèfita ée T^larí^
^ QÍae % esta (lorvoa^ se deu o nome d6
Santa Cruz de VíUartça, e' ijtte D. ^oebe f l
a fez vllli, é^me^ dea foral; aoa 8 dos idoè de
jQohúf «& era de 4963 (M ée ttfaiò de iM5
de J. C.)
VnEMldfita tão fena éái foral algam ami-
ga, "dedo a Mdíirtrwotf álWlhlriça. S6'di^
que D. Manoel deu foral á Torre de Moncor-
tò, éto Liáboa, a '4 de maSo de *WÍ. (LiVro
A» /braeí íioi?(w de Tftx os^lf ontes, fk i3>.,
«ol. i.«—Veja*se ar inquirição para ésftè W-
ral, i^ gaveta SO/ maço ii, n.* 43.)'
' Por tima earta re^a, datada de B^, em
17 dd novembro de IMb, e depleis de ei«rvl-
dos os- eoneelhos dà Torre de Ifóficdtvò e
Tília Plôr; dett D. Dinik ás tlsrçí^ das egrè'
jas d*estas duas viHas, para ^e ga^i^m n&
fórtnlBUu que então anáiHam fázêndó os ^
da viUa de Santa CrHss du fUlariçá $e Ha-
viam fftnâádo para a forre dê Moneârtój por
serêiitapfaçáinaiêftoftteira; eqvê.ianêO
que as obras da torre fossem e&nefaÚàs',' se
ápf;Ucassem esstts terça^na fortáíetà dé VU-
lã'Pr6lÍymsíf\òr)aiê^ue esteja fê»a.
Pára se combltiarlsto éom òqoef^ea df^
to, devemos suppdr i^tie o^liabítantês éêYfl^
larica (ou parte d*eltes) regressaram para
Mamtíisvo,^ '
' Aliinis '4iMi queliim €dnro> ftondou^iiié
MadlD Oiti, umá Wtní, pár» Mia>tabltafiò^
que o pmsegesse do^^atiqiies dòtanmiNB}
«qoe emredord^eata^Mvi^ fònmibsilhela^'
tSÕspobms d«»|MBimNbiM^ «•BMralnio
cabanas. Que, passados tempos, abandonan-
do 09 ^hiuuyitea de Sama Cm^ daViU^rifia
esta. viUa» por d^eatia^ •vientaei.aiigiiMttlar.fA;
populaçioi 4e If mMÒitiroM
IfoimíBortoialimAtiu fwroã/fi9^imfím
paravelmente mais «Mgaisido qp»^eslli^ fltft
I (Mfg<Mn M» d tmãto>iDai9lfem'eiiilMMft'Coi
que a de Moncorvo.
Quaàt i|ue caila eseiipioir HiB dá ^diveisa
arfgtíffl 6'âíff»refrtèê diàftis d^ellai
0<(0^ fkesta dli»ideaeia< é a eSÉieiêiiilft
êa vfrilá dê -Sanca Cri». EsM po?eo9(o,'<{iHi
era àirtiviicisima,' esca^ ftmditoia lo ^aNeét
Y91lanriça,iodeffeiiSivel pêla>nia^sál&a^
uma pianieie; ^wintiai p#r câRns úvê
dai^Oesdo Si^bdr; e^^nio lendo aigwa p«ta^
senão a d^sUté rio, qne^é^de peMÉDM^qttil*
daêe- para beber.
Goexiétiria' esta villa e^ a- á^ UotMntA
Par«ee^me que ikn, pelo ^e adiante (âiMk
N<^ Ideal ottd^ foi ' a' vINa da>9atilft< Gmfy
além deVMtigtos deeiMaie Aa^gt^ama^
triz (a que cbamam a DerssMà) ba^tapibiii
vestígios das muralhas de uma fortaleza.
Seria aqui^a ftM»rv 4e Mém €ó$i>o f^tstmê'
me que nãe. Otífo aiféi qíSè eaaer saieiío nia
exiblii, e que, ok[tbí» deu eaisa à fabulai ff).
dá< sua existenefa^ fala eeiMpçãe do mm
remano dia senra deReborddo " MiM^Onr*»!
vus «^ que ^keiíOMntf «e mudava pmi Hms"
(Hirvoe-é^équiipam^aeNiai^ •
Não voú irópôr a minha opíbiae aos lei-
tores, apresento-a como uma conjectura^ eé.
a seguinte:
Já vimos que o valle de Yínáriça, posto
ser formoso e feracissimo, não tem uma dás
condições essenciaes à vid^i, e mais procura-
da para uma povoação— a salubridade, t
Ãeipai^— N^aguelies tempos de continuas
guerras, na0 estavam os ^bitantes de San-
|ta Grjiz.ao abrigo 'da3 frequeutíssimas inva-
sões do3 mouros e dós ca^telbános, tão fe-
rozes como aq^elles, sobretudo os leonezes
;(qjue foi çonpL^uem tivemos mi^s gaerras).^
1.0 Sanctuarfo Marianno e outros aueto-
res, dizem que o povo de Santa Cruz, aban-
denotta vli4ii pelo^miDMro^ieÉorme de for-
.mlCM tlf^wRibftvia^.qoe dcMravam tudo.
^ } %. triste. di)^;a, nmé cesto. Os árabes,
que professavam uma religião diametral-
mente diversa da nossa, se no primeiro Ím-
peto^ Baquearam; di«ii«ir«m> e^loeenilaram
ÃMtaa «gr«)áe e' nmsttflròs, (também nmflbar
owros ésixavaQK oKiatir;; em pleno qbo' dc^
eutodiWne» dMiaacsioeitoiiifaÉtOi '• ^>
Os ieone»98, castelbanos e galiegos^
mas
aas
-JH 9ÊÍB MUmellD» d&nltai. burJartlm«4ftio
AttBDfi flertil^ aboodame^fla Mff a|pa«imta«
vd, toiádip. liiAii amaèl0«i$io/profiria:|plum
no sea carne se edificar um cMllUa ijÊãíims
íit^ qoftécneaâo bmiíb Tolgir) e team-pân-
abd^poBco aiiftttdMiaB^r o vaUj^ -e ^se-lécain
estiMecendo «m aador da>foiAaleEa« qnê^ oti
já exisita, oa a fizeram- antãiK
landMiQí é nerosImiL qna^Bc torra, fatandô
na encosta áo MwM.Camui^ lanasse 41elto
o nome.
Y«ndo\ D. MonáoJI» qae ar navai pott^a-
^^bki proptsdtndd á enata da> antiga^ ^Qb
«ajya dM|»ovsQaadaf ler nradar^ eu iMCI^
paia Mencôwo^ aresto dos 'haMtaaáes. dí|
SnitaCiúa, dando enlio iiprelli^povaa(Sd
a cathegmai 4» vilia qn0< estt lioliai. <eoDl ttft
éifljas 8iiaa)|nstlcas^ fornece prhrilegioâi
B. Dinia Ule aaipenftMa osíptfmtègloftfeai
ilKlè, eíDiMo^l; eafei!d90$ ooiOtegnndfroiOk^
É isto o qnttnpaia laioa^fnanleae fióde
«vUígif e apnrar do todaaasr^contiaéloçQids.
U<rea -ofesiaoi 408, qaanéo- oa: de âinta
€Bnz> mndsiram paraiMpneônra^jàaiipiilltii^
iraifl0iaJ{piaia.iQflrra.oB'aiakiai ítedadafn^t
te] antigas. Ip^iianop oupater^lnania-; ott
aeni^ fendada «^minado éftB. AffanaorHflnt
Efqiiei^. eokiUfh omnn aigm» preaBBd«%
•00(a40;tal'JipifiD Cdiva^.oonoqaeraai onr
Atgaiiá eserijptorés negam a éxistenda do
tàlbapitãò jtfem Corvo, sustentando' q|ié tí
nome â'está poYoaçSo é èòirúfjiio áe íícvá
Cervos, nome que deram os rtímanós aò
monte de Reborédo, que fat com èfféUo uma
^ecie de curva.
Outros dizem que íbiíiindàdá por Di
Pbmando ÍÍI de Gastélfa; etu fOl^O. Outros,
Análinente, di:^m que foi o nosso D. AffOD-
80 IJ, em iSn.
«ratn cathõlfcds, nas suas invasões, roúlra-
váfDHaos ie inoéúdlftvAii-nos òs 'ttrestehhbs^
assassinavam os frades, violavam. leiMiaM
Ynm as.freim^ arraaavam a{i egreiasK ejd^i-
xavam devastados e horrorisados, todos pi
povos por onde passavam, deixando um ras-
to pavcm)S0' ée^iagrimâs» sangue^ eadaverea
« ruínas fumegantes.
• •làkidftimtrÉg»aaitiqnari«si)laU«Bdo mntm^
ral de Mem Corvo, não faliam na confiriwr
fãoi 4a7D. SHuelio Sb
Há^ten i|<ie fii. Afunso^ BenriqtieS) eal
1Í4(H éaoÈrmcfCb^ foral «dalièni 6t>Pii»/:innE
t«dqsfO»aaQ»pitvtlegloa( 0 attgmemtando úxi-
tTK^iQv^ a nil>. Dittii.lh^ deanove fofai
ouifiNiáadki: osi antigoe^ em Í28â..0n4 Bi
João I Ibe dera ootDe (jppal em 4 de )mtím
d» l4tai(ouiKOftdiiem!que foinm iWfí) com
o» MesmMi fi^itegioa. ié> diaa» iqne. eaanai*
dn dtetã. laH» FKinliliit( iMifi.denra«naUi>^
que.estfteMriplor nãaiMBtíonarfnnito» fih
ntesi^pi» esistiraoik , ^
Notemos que 'ainda fc»ona
! tereeirai ttiymeie||ia de iftin-
corvtK Bi2-ae qna prD¥é« d«
Hnifo^dot Gcrv* ^n d0B.ۇf^
<. woêí^ qae» <aegnt»âb eata opi-
nião, era o ianiigo> nome «4%
fi|m;d8ifitèoP6d0.
â esta etyitolQgia dSo .al«i
./gauHSarEacin de ser oa.dois ote->
^Ms daa aúiigaa ama* dn yiir
Tinha voto em cortes, com assentt>iM
TéB ttma*Jmii9isiQ8ai«grfifaid«rtraaíAaívei^
Ikn^MieiáiifaAaiai ptineiíaiíptfdnD emMAk
e a sua ccinstracção, que levou qnftainHè
samijOjilbrfQítaiCQtíi osvenéimdnikQardo mu-
nieipiOi Um tairamMei fnft Uocure «oa iftidft
março de I8fi8^ lhe tau^taaAgnaa pesiuison
qtie líoifaniiTepaDadoa; >E! nm^i0Mii»taitms
ptuosos templonâoveiwi^ asMis pareoeauM
S6 flaÉ9edpa^ 4a qsn.dgreja.doatna.viillaide
piOlÉMipi.
As suas naves âQfdttidiiaatpor dMBiOffn
denfr-dp atoa e fiahastM «olmnaas^ aobns^ as
quaes assenta a abobado^ lanada^eielogiuih
taaitaçn6as:i
: liem troaotosi^e Mhr» ti priaeipal^mwi
sobciha:itorNi(,i|B^ fiittliaa em bonUas vaaaQ^
d»»'dftpedratBa^*lelid»;iiDS(tqQatipr angote
lÍDnnosaa(p^m^id0&
'Ef'femalada por um ifoterio, eoaoadaéft
nnia esphéra. armiUar (eoMauir do>m Du
MuuBMJcnciflnáa áe uma omx^ coin.iM
catavento. Tem esta torre nove janaite >^K
S84
HON
Beiras) e^noaàdur da^Tarania eilá ò>fâo-
«te.
O froDtespicio da egnéja, ifiMí vdtapara
&, é de grande magéstade, oimi alfttlna
imagenardé sanlos^ em nlckoa dourados;
. Á entrada está ma lar^ e espaçoso paa^
É6Í0 de cantaria, eom-asseaUMte pyramídea
dé granito, a no cestio um gráMla« beai
aaatedo «razeiro de pedra*
As 8QS3 paredes robusta» sSo aiUfet rcr*
fHYçadas esterBamabte jior giff^M^ «otoa*
dos fHor pyramidee, de; eu}» baae Sateai ha*
riãoBtulineiite' graaÉes carrancBa servindo
de embornaeís e que peiariboceJEt lasfam-as
afãs» da ditiva;
Este graaiHoso edifloio racebe a Inz por
it grandas jaaalias doí arco/;enyidraçadas»
8eiid0'6 da cada lada da^^grlfa.
TiBDi a egreja três eptradap, a da firentei
e^nma da oada lado.
A capelia^méiv aioda.qBf peqaena em re-
H^o ào oorpoda'egreja, éjde primorosa ar-
cliiteetara, e as ^deiraa ètaoraes perfeita-
nteoteeseatpidas. Bram o^-aasento dos be«
neficiados de uma antiga coiletiada que aqui
h»xn; .■ . r
O altar do Santissimo, â direita dafeai^*^
la-mór, tem um relabulo em meio relevo
^' amiio' prfnera merâeiawnito. Bsiá i^ês-
giiardado portnoailértai gradaffía de flbrrd
daaradoit •
•'Á esquerda* áa eaf»elta*nóiv oofirespon-
dèndb ieocn e 46 SaatissiiDaSaisranilento, es^
fá^ o altar deiNéssa Seniiora dar Dores. São
ambos da^fipfraislíptica á 4Mim taiiabalia dè
aa»iarla'aiii férma de oonèbai • «
Vemmats q«aiyo'aKawa tale^tea <dDis d^
cada lado) correspondendo em magaiiron*
ela conloresuy lia teúipfik
'- Nocôra ba toà bo«l oil^o; ourfa preaísa
da<graad8s oMwertoA
Antigamente rematava a torre* doa sinoa
Minoa céraòlieii Air#adad& aanl^es) da4tie
apenas veataid vesiifias; < parque ^o reaa» foi
daairoldo por ant raioJ Segundo a tradição^
este coruchéu era encinttdo>.pop psa oorvu
flfecAaateo; de* tím -douvado^' «faesalldva
táfatas gi^asaflAMIaB, quábtas as-bavas qua
dava <> reloglDí e- que aa oMani a gnâdi
^Ui|aBiiBÍai
I Mb dia tô d& matça da iflSBi uw ferte-
j tiemprtdaterfa deslocou o f«a cdhir-uaa
j pedfa de ^cantaria, da abobada, qde M le^
ga fcalMtUuida.
:Bite:terramoio sentlu-se ےhi vsfiaaloea*
lidadas das províncias da norte, na eidada
do Perto, e algumas léguas ao Md d^eUa.
As paredes da agreja? e mesmo a aboba*^
dhtaafli dado alguma coisa de siy «m racaa
da {touca solidez dos aiieerttes.'
Gomo ea as etimologias dè Mem* QêfhOy
e Móniê dor Canos, lossdm pouoaa, ainda e
pbvo «Mb da vilta (0 alguém qué nia 6-
mMo)» seguindo uma anIigaUend» au tra>
dl(io^ dá á vtita » odgeitf seguinte c
Havia em remotea eras, pf«xnmo<ao akoal*
ta da Aeborédpf un lavradar, ebamadd Mem
(M Mendo, que, eia ^lu» dia, aébobr elMr*
rada em um seu campo, uma gtànde aroa^
ehela de nromlto d'o«ro^e praiK. >
Tornlaaaf cobrir de terra' oasvt thesouro,
a^valò para caàa mjDiitafaie^rB. fira^eaflaflo^
eiBiò' quamsulo dar papt»i| malhar 4o aeti
felfcácllado, semi saber prinéirorse^alla-ao-
na eafaide guardar segfada^«para.aaKp»«
rimèbsar, lha disds : *^ «Ifuitier^jsamè pua**
«wties-tiifiplaiTsltegirBdOi dfgd4efi'qQahefa
pi«saiie!lel;imaBh olha qíie, oá^fíar JoSrtdn inD««
tivos, deve isto ficar iníállivelmente IgnonN
do.» — A mulher, anclosissima já por saber
mais rigoroso. £iie enteio disáei^ie: — «Ai|-.
dapdo eu a cortar lenha na dêy^za«,áqijei
pasmado 4e vôr om,i;ôrvo,.;at^>HÍQ uma Ml-,
nbada de çqf vinhos.»
À mulher, admirada de quid iiçíf passara
parisse, qporta.por.adizer â lo^o 6 n|Uf)4o>
mas qiiei;e^dp cumprir .a proq[(e0^,<}e gnar^
ãarsegr^do^ nSo so atrevia. a.sâhír de ea^^
receiando nao se poder conten ,,
Tal impressão porém, lhe fazia lápor deu-
tro,;),qfieUe insujppprtavel deposito^ ,que naa
comia sifim doraúa,. e estava am- perigo, 4a
rebaaiar.'
•ii-
' Chegqtí o mbm«hto de d36 p^er èais stfT-
frer ^ intolerável coastrangimento, e pe*.
gaada em um cesto de ir^u, a foi vend^.i
villa de Santa Cruz.
uo»
IfOOf
• Já lè taba— {wto onabibo, fot c^olaiido a
Uttoria do parto do eôrvo a .<]aaiUa genis
tnuÊÊêxiqa^ aMgmeiíuido .msBino o iraaiei»
dos corvos reeemiiaseídos e invemando mais
aigitnaa fariíBokuridadea do partos mas,
beor anteâdidDy ptdhidOA todo^^ • maia ri*
9Ntiao Mgredo.
No dia seguinte já toda a villa de âanta
Crittifi liregMaiasiekimmvjmliaa jaldanido
parto dotânroy eovreel&« a^gmealadoL
. O lavrador^ yendo qa» à maihar.^ «na aia-
tter^nio ibe deu parta do a«tiadQ, e maiH
4oa tàueir wu^larre, ondeae rMoÁea oqcd
â SOA fomiiia^e o sen iheeoitrob .
O>9OtsQ}fi0iiNiQoii a ehanar a ealaediicio
— Tonv de Mem âo ConOr"-^ f^<ioni\hò o
nane, japeiwftCMQ pequena aiicnçM^
- l!ett)li#BOQr^o «ma. jboa fabrica 4e!aidas
e algofoaa de Mrdaai Taii4>eln a^iÉ bftave
uma grande .fabiica de jabãúv de MiperNir
qittliáaile* < ..
No tempo de IX Joio V Itoave a<|Di imii
graade cordoaria para a marinha de gaer*
ra, na qual se gastavam annoalmente 50:000
arrobas de cânhamo.
Depois, o marquei de Pombal fez aqui
aagmentar e prosperar muito a cnlinra do
linho cânhamo. Mandonr construir mais vas-
tos armazéns e offlcnias para arrecadação e
preparo do linho, que a maior parte hia em
rama para a real cordoaria de Lisboa. O res-
to era $ís(9i feiêo em cordas^ que taslibm
tuam par« Lisbaa,r Borto e outras pe^roa*
^es»
A cultura do cânhamo é mnito antigia em
JlonQoirvo, pois já ew 462^ esteva muito des-
envolvida» e maia ae augnentou com a grau*
40' fabrie« que- o governo mandou ediicar
na oampQ da Corredmtr^. lotitulava^se JkQl
JãUmaioí Unhoê canbatm9. Er^admiots*
trada por conta do estado, e empregada
graodv numero de l^raços;. porque n'e8U
leitoria eram. preparados, além dos linhos da
Yillariça, os de Mirandella, das tec|as pro*
limas ^ rioJDQttfo, e aftó de Pinhel.
Durou ^tft feitoria at6 Í7^0eitdpt0fs sen-
do então extincta, 4>att aeí povfliu»; nws a
cultura do liobo coutionoii aempre feaa gran-
de eaealai e d'eUe se forneeíam as eontoa*
tila áe Uaboa e Porto, pmf aignos annoa;
porém a .^extineção da coírdoaria sempre par
âm ha esmorecer bastante a cultura do M*
aho.
Po«co maiS: ou mrao^, pelo tempn em
fue foi extineta a Morta do cânhamo, priu*
Gípiaqunii^s indnatrtosoa Ittbit^ntes de Monr
corvo a appUoar ae á aertoltura^ cheganãn
aêé A.ba;9er aqui ama boa- fabrica de setas;
porém o de^emrotiriHKnto 'd*6au abençoadi
indnatria ató aos. noaaos dias^nio eva gran*
de; mas» « alguns anpes a eate parte, 06.p6«
v#8d'Aquise dadteàrameom fervor ácuir
tura das amorc^ilnis; e á eveação do ^tr^o (In>
cho da seda) e hoje » exportação da seda»
tm meadae^ e da semente do sirgo, já áóbe
atrtna cifra» avalladissima, e pnemeue prOf
greditf.
. Estfl in^x^aUvelmananêlai de riqueza pu>>
bliea, reconhecido como tal em todo o eaúr
felfbo, tem IbííId propagar do modo maia ea-
ftísfaelieriei, por todi» elk^ a plantafão de ano-
leúrafleaínduetriaiericofta, queha de edn*
yar esta terra ao grau de prosperidade mais
«ninmdíftr^ o hadciiconcnmr.com o exeo^do
paraa lenemlisaçao d'eata industria, e por
Qonsequeneia parara prosperidade de ontraa
muitas jterraB da proyinoia.
Foi a comarca de ilòncorvo a raaior de
Portugal. Tinha o seu território 96 kílome-
troa de comprido, e quasi o mesmo de lar*
go. ^ vfllas conlprebendla 26 no seú^dis-
tricto.
Foi;D. loio I quellie alargou o termo até
Foscòa.
ê *
Foi esta villa defendida por um forte e aut
tigo easlello, .e p^r algumas forUieaçòes,
que a dominavam toda.
O castelto «ra dp* cantaria e quadrado, o
cercado de quatro cortinas com suas aUaa
torres quadradas, e barbacans, também de
cantaria^
As muralhas tinham tros portas, com seua
oubf lios e .bahiarlies.
Foi D. Diniz quem reedificou o rastello e
eonatruia as muralhas, pelo» ânuos de< i310-
Ainda era 1847 visiteias rninaa d*esia Te«
'
mH*
UMia fortaleUL Todo (tielios o «ast^) foi
viQkndo» ha poaea» ânuos, e o tarfseno oo-
oipado palas aniigas toriifioafões está a&>
ttialmeate plantado de arvores e serve de
passeio publico. A viHa ganhou em aformo-
•aamenio, o <|ae perdei em mi^nmaenios
bistorieoe, que recordiívam ao» vkidottrai
tnitto faetos gloriosos dos mómoÈ aiit»|»s«a*
dbs* Nâo sei se fanharia naipciciu
Iram' alcaides-móres ^'eate easidllo ^
8)UDpaioSv Senhores de Vilfo Flor, «ujo aor
ioai represente ó o sr. Manuel 'Attlonio>de
Sampaio de Albuquerque ifendoiça Pttrta*
d# de Mello e Castro Torres Luslgnatío, 4:'
e %• marques de Saotiaio. -
Gosou esta' vUla grandes priviiégios que
llie!pa8saram.da villa de Smia Gita de ^iK
larica, povoação antiquíssima, que existia a
4) bilomeiros de Msttosrvo. (V)/^i^SmMCfuz
de Vtíkniça,)
Esta villa, desde o saeulo XSn íoi^sem^
.prespèranflo e desenvolvendo- sit,4rté^e em
^oaho de t7%t, invadida pelos eastelhaWM^
«numandadoB pelo maorqnez de Sánria, fo|
sanneada, eommectmkoentle^èshespanHoee
toda a coâla de extonSes e • JaEtroeidadeSi O
mesmo fizeram em ouiras maltas- povoa*
ções d'esta provinda, qae dominaram quasf
toda durante esta guerra, causada pelo ce-
Ifbre pacto de famiUa.
Tem Misericórdia, e a capella e hospital
do Espirito Santo, qpie foi antigam^one ai:
bergaria.
Os arrabaldes da vliia são agi^adiveís^ e
muito productivos, sobretudo o formoso e
feracissimo Valle da Villariça, onde existiu
8 villa de Santa Cruz.
O menie de Bebarêdoé muito piuoresee,
pelo seu frondoso arvoredo e pelas muitas ca*
^linhas e casas de campo, vinhas pomares
« lOtivaes que o aformoseam.
Na encosta d'este monte está também o
bello mosteiro que foi de religiosos antoní*
DOS (capuchos franciscanos) em via de des-
mantelamento. Foi fundado pela camará e
povo da villa, em 1069.
Tem Moncorvo a singularidade de estar a
^$Qai distancia (7(f kítometros) de sete
MON
gralidea fiovoáçSéa, qoe ^ko— Qturda, La«
megn, Vilia^Real, Chaves, Bragança e W^
ronda -^e Gindad Rodrigo, a»iHBSpairiM.
Ad Ni, «a 6 kMotawmM dn distaBoia4a
vftla, sobre -o Tio Saborv se ostenta omaro*
bustissima ponte de cantaria, fle sete aroes».
mnlÉ) antiga.
«Aft^KiiDmetrofl^ também aaHi^eMisfemoa
restes de um peqneno templo romaiÉD.
É uadiçio 4fÊit depois M godos « eontèr-
tesom emiiatiBila «hrisitan, oom ia invoca*
Qio de &. Mamede» (cuja imaf^eia esiálioj^
na aldeia dos Etíenaet^ ^^esta (hBgufesia) é
que «depois os lambés a iransférnurraiai^eai
mesquita JsmaeAlav
O po^vo^amíia dá a^esieiOMniimeato^sie^
me de Mesqiuta. *
Bm l8&5,o sr.Fraaeiseo AniMfe^ Qaniei-^
re ide Magalbies^ d'èsta vlHa, achou «qdi^ e
tonm para soa casa, nmeippo, qne denoOK
va ser o pedestal de uma estatua nteana»
IlDAia a segnintè inseri|lçãi9 :
lOVI
ÓPTIMO
Hax.
oiviviírr. I
BiOUBNS
D.
Blas Immediaçdes da HMiqMa taem appa*'
reeido outras pedras eom inscrlpçOesèroma*»
nas ; pedaços de telha muito grossa, e va«
rias peças de luintafiSi
Nos dtfferentes pedhasoos. de granHe qm
ha por estes sitfos, existem varias escava*
ç5es, feitas a picão, similhantes ás de Pa^
noyas (vide esta palavra) as quaes, segundei
Argote, eram templos dedicados a certaa^êi-
vindades pagans.
Á esquerda, da ni^s^utto, no cimo die nn^
rochedo gigantesco, ó onde ha mais dastaes
escavaifKles.
Tudo isto -claramente manifesta que por
aqui habitaram os romanos, ou talvez mes-
mo poves anCetiores a elles.
Também por aqui ha vestígios celtas^ poAs
se vêem, em um enorme rooliedo que fica à
WH
Mim*
Santa Mirk^e Amboio» em i287»íiiistít<^ia
aqui ama grande feira, a 8 de setembro de
cMa «iWv'4iadailiii|ft.4aíigeiilioiii,.F(M
M «noa a: mmf dik.iMroif^affia; poróoa»
ereando o mesmo rei a feira. 4e Moqmpvo^
em 1319, veio aqoeUa a perder muita da
soa imporiaittiik .
D. Diniz é que, em4288, eievou Moncor-
W árc^tèeeiria de^,viU9,ifOBeedeiiAQ*lbe.4io-
Tie^ipriviteiio» (alem dos ^neijá^iotiar), a Aeur
4a «oa d'«l|^ que m devfiW^s qnç pfMr«
aqui Yiessem habitar, não pode98ism*4Qr^Ke<-
catados, por dividas-anteriores.
'^^túiu^éd lMMaerifq,]909io>wyik e«msi-
' >D0ppiet teflS^ foà^l^ tasB9k e deputo»
/itmfiAe 4d« ifonoef vo, . Giwisilovii^ ^Bedrei 4e
Mofaoi Sarmealo, que bi.&QeBO»eabaiíiiidoK
Por seu Medmento, foi feito barão ode
Moncorvo, sen filho, o sr. João Pedro de Mo-
raes SarmeatQ;.ii9}ffi9i«.€9i|dí%<b Torre, peio
sen casamento com a filha e herdeira dos
imrqueies 4a Fvonieivf^
Oe.meiboras edíAcioa^da vtUa, são a ni»^
«iBitosa egfW-Matdc» <t o hospital 4a Mi^
ricordia. —
ffio ha mu Pestogai-^m meamo M^r-
Pê\4o8 M$9^9) luui tio vaata« lao rlaa lal-
na de ferro, qqoio a da seara 4e RebcwMo,
joaio a •Maacoffvo. Os skíos aada aknmda
Mais o iQiinaFlD, tò^^^ Firo^ -^oa 4prwai>
Alto do Chapéu, Barro Vemuíikot a Satfmt
IMf itfesta^regataia-r^e €a^efP diíêímtfiSk
finogneck deiF«igar, d'e(^te eooeeihou
fimnaffço de i874, (m ^soneediAaestaalT
ifeQQft mina (a de Cabeça, da Miia)^à Gmnp»-
íhkía dâ' essplmfofão 4e ftrfv 4a serra 4e^ i^-
lorêdo.
Biase. me «pessoa eompeteate, qna o iniie-
no doesta aerra oontem mais de 70,poreeii-
to da ferro, da óptima qoalidade, e que en^
alfuns^itios, se Jfae póáe afoita»enm daf o ;
iMnae dey^rro naUm, j
Se houf^se aifiiifO aeeeasario comhusti^ |
vel (vegetal ou mineral) as am caminho da j
Iam poissaa eita aitto em rápida eonima-
um
m.
i^fiaçia eom os gmaifi9 aeniros iQ4qetf iaes»
ou» finalmente» 90 não |o3se tão dispendíQsa %
canalisação do Sabôft e estivessecoocioiiaj^
opDstruc^ do caminho de ferro de 9ofiro^
seijafoa estas vfkiu^ uma incalculável fonte
de. repeita. e ^q gr^^^e elem^to, ^ pros-
peridade, para a companhia exploradora, e
para os povos d'estes sítios ; pois ha aqui
fpfvp !%ul^fMHe(P^aa £oiaiecer tpdo o rano
d'este metal, fe ainda ^ara ej^por^açãp ; po^
réy9Q,só/<i^i)H emfij^i^^ que possa dispor de
alguns milhõesde crusa4of>. tinàf â, iw r^*
saltado vantajoso.
Em ^e^mbro de 1843 e janeiro de 1844,
estiveram os povos ,d*estes sities, 20 dias
s^9^ vereo^ o ^<4, por causa de um den3is-
síjDQQ nevoeiro. Êsuva tudo coberto de ne-
ve, e o frio chegou, a 3 graus, abaixo de ge-
lo t — Chagou a gelar Q lei té t
Principiou, o nevoeiro, a 13 de dezembro»
6 durou, até ao 1.* ^ janeiro^ sobrevindo
iljestQdia^ma chuva branda,,que o dissipou^
A neve caúsou.grandes j^rejulzos, destruindo
com o Seu peso, muitas arvores, principal-
mente oliveiras.
Estfkoai^^idade^ abrangeu todo o espaço
que vae 4e9de os Estevaes do Mogadowv
até Macedo de Cavalleiros^ chegando, em
Traios-Montes, muito abaixo de Mirandel-
la; e na Beira- Alta até á villa da Meda. (Vi-
de Beborida do Monte.)
No cimo da serra de Reborédo, e a !S ki-
lometrps de Bloncorvo, está a aldçia de Fel-
gueiras^ pátria do famoso chimico, Thomê
Rodrigues Sobral.
ll>epqis40'aaqw gerai a gr^ndea cruelda-
dee porfof^ pasaou esta villa, em 1761, co-
mo fica dito, foi-se tornando pouco e pou-
e^ 1^ S9B aoiiga espi^dor, pisla ana indus^
tria agríoola e lahnl^ sendo a principal
élemeilto '- de prosperidade, a euHafa, em
grande escala, do linho cânhamo, creado nos
seus belios capnpos da Villariça, fertiiisadoe
pelas iHaddagie» do Sabor; e pelai produc*
çSo 4e óptima seda. >
1 Já em 1369, querendo D. Fernando da
386
ifOK
Até IMO, teve^Moiièorvo por araai-^m
castelíô de prata, com 'nmt «ó- torre, e de
cada lado d'e8ta, nm oõrvo.
B. Manuet lhe ãen po^ armks, m de Por-
tugal, em eampo ^ ptlVpura, e por Mxo
das armas, dtt^sesplierasarfflHares, depn^
tra—SSo as aetmes.
A parte mais anffga^ pott^açlo, ííhaliia-
da propriamente a pMlã, está dentro da ééf •
ca das muralhas. A modertiâ, ehàmadaAr*
f^(Me, é extramttros. *
H^ na villa am bom e elegante chafariz,
em forma de urna, com qaatro bicas, ali-
mentado por nm abundante manancial de
óptima agna, na serra de Beborédo, d*ònde
vem, por ei^paço de } kfíometros, còndnit-
da por canos de gratiito. Fornecia o conven-
to dos capn<.;ho8, e Vem para este reserva-
torioi d'onde sae para outra fonte.
Além doeste bello chafariz, é a víUa mul-
to abundante de óptima agua, distribuída
por sete fontes publicas, além das particu-
lares.
Ê tão saudável o cjlma d*esté terfitoiio,
que não consta ter aqui havido peste, nem
mesmo quando tem invadido muitas povoa-
ções limitrophes.
Consta que era natural de Moncorvo, à
célebre Violante Gomes (a Pelicano) aman-
te (algnns dizem mulher) do intente D. Luiz,
filho do refi D. Manuêr, e mãe dO Infeliz e
mal aconselhado D. António I, o prior ào
Crato. (Vide Crato.)
Também aqui násdea Pmnehlsa Botelho
de Moraes e' VasconeeNo<«, auetor^é varias
Portugal di^pnlar othroao' deCaet^lla a sett
primo, D. HenríqoA II, se uniu (» rei. porta *
gui^z com o de Leão, a com o rei mouro d€i
Granada, c houve uma guerra, qu« feliz
m»^nte terminou pelQ tratado de Évora, de
34 de março do m^smo amie. Foi então ala-
cadia pelos caetef banos, a praça ^de Monc^r*
vo, e, posto que estes a não podessen to-
m-4r, as casas e pessoas que estaVam extra-
muros, tiveram muiro que soffrer dos ini
IBigOS • ' ■ *
obras, sendd a mais aotaivef á'illas, o fm^
ma heroico^E/ il/fofwo— cujo assumpto^
á fQttdaçio da meiíarehia porcngoèza.
Maseea e morrea no aeecilo XVIIL
Ha' aqui «a abtradatfte mércaiáê^ no 4fca
•^ê <fid% M», e^uaa» grauáe fsira a 13,14
e^ iS 4e agoÉlo.
Na freguesia ha varias enuMiê.
As priaeipaee prodocçOes éo tennè éè
lloneor¥o, alo tif go, «enteio, niNio, llaiM»,
henan^ft, togttmes, íraotas, niiiio aMke 4
algadi vtttiM.
IcnCo áliilla, ^tá a eipfeMa <ie NàtêaSe-
nhara da Esperança, vnlgariMBie^ íTmm ^0"
nká¥a dir R»a Cúiúáds, sêm âuvid» por wr
emoo aatige ttoMe d^Mpuelle aitié. ÉwaiiD
aMgan ermida, e'a asa padroeira de par*
ticular devoção do povo da vUla e am^a^
res.
.1'
O 1^ Aos llQvitstaB
• »
Com razão se ufana a vHla 4e M<»teuyfO
par ier a pátria de CentfcmMHa,* o 4ámdso
pertngQea qtie era Parla a^rècea • tiinto
de RBl DOS FLORISTAS.
Teiífto tiato de dlffereiítes «iodos esorfptsi
a Hiegfraphfh de €onstâtitfiio. De entre todJM^
a naals acreditada é a aeteufnte :
• GWÊ^oÉHno -Jê^ Mârqmêg de €ampmk> #
Melh, tfaseen B^tala viU», a í% de igoaio te
IWI (ott IMI.)
' firaiiho bastardo, naa de 'bo« HiibíMi^
tanto da piar$0'do pae, oono âaiiiiSe.tBsCii,
paira eneebrir ^ sm 4rro^ o inaiiéoQi ape-
Ofts vasctdo, erear de leite, para a aldeki4to
LaWMfeo, proxintt á vWa, aem le poblioir
por sua mãe.
Paisad» » lactado, fel mandado p4im a
vUiade AlfáodpfadaPé^ onde passou oa a»>
noa da ínfanela, em eaaa ^e um lenMrs^
ehamado António José Gandido. Na aoat
adolescência, regressou a Ifoneorvo, Mia
eftevcim o mtater de criado frava de te-
rnas casas panlcvlares.
Logo dMdotnança er» iQdteaáo .a «iter
Mm '
Hòtéê áftiéiaed^ ^ AlbdA a*»!» vlMa ie eon-
éertkm aJ||[Qma8,lèllá8'B'Me€ri6iop*porelto^
TAttftB tkid pftteifias qttetiasi qn» êMe lés-
86 fMe ; tnsí, «omo iii6 #Dlia Toeftfâo im^
n, a^ ^id« ihcmaati^a,' e «Só podÂdn reato-
Ur ás ioatancÀ&s i^itói^dM de^staa-litta^-ioi*
giQ, em 189D, para Yfseu, e Ahi sentou pra-
ça AO batíHiSó é& n^dorés nt» 0; <}«to 'ea-
VBò t»tata' íeBÉpàfíiriíãiMir n^i^^mlh ci-
Qadei
Na ^erra ehsiiMda òh^poêíta ^inS) foi
Mio eabo ée esqtofttfra, e n^esié ^00(0 M
eom o seu batalhão f^a- c»'ÁçôreB<Hiu
Vercelra) onde aprendeu a teer ftrf^de
peoaá, tlM^ o 4^ ganltott^algotti diitieim
im^ *batea dé sèrVíçe, bonseinrandò^aa
na ilha como florista, i»é^i«laMtfa<to«Po«
t*9 liberaês áW/^igíndo «n^» (MM)-^ra
Tonofâ! ; Onde Benfian prali^ nd haialb&o
m vlftliilitlirios reaKstfts de Yillarkir^e é
por este faeto que aigonê o^AiMá oaiural
d'e8U yjlla.
Bm 488t viái«Íion' MT o sen hitrilâo
iMh^ o etéreo do i^to, 00 poM é%%L^ lar-
gdDfto; e d(<¥ielBdo'ceittbiltí<dé l9*dB setem*
bro dVsse anno, foi feito porta bandeira, yor
Sm agosto de 1833, veio com o sen bâta^
Ibio para o cerco dô Lisboa, seguindo de-
pm*^ istprêtió lêgiliÉiíeiaaaáeá^deihMA^o
êé Ekt^^m^Met ; <depMè dè qMlf aebmpa'-
ttHMÍ o'S€«í réi para o estraageiroj olngané
dO'a' Geoofa; è» ddelQDlio de 4im.
Todos 08 companheiros do sr. D. IfipMl
fêMUtt< alK Muito b«n reeebldos, oMraido
ai|Ms mo serirl^ noíilltfHr, eom os postos qoe
lÉiilaiB' MS 'VbPtHgal.
' (Mtasianifoo preferio sèr florista, eooné
tal, foi para o estabelecimenM do b:>m-VíbIÍ-
lavd, onde, niò sósoapdrfeifoooDaiíaeltira
âasfliinss, mas também apreaduc todos os
«sgredos da eonfeiecgo das Intta.
Em pooea tempo exeedea ein periMlçio
de trabalho, a todos os sras eompasMvM
éa;asatoo8 os sexos, que irabalhaiFam n'aq«el-
lo «Btaèeleeimeiít».
DèMfaado malsampkis horiaoBlesMoa já
então famosa nomeada,' readlwQ- hir pm
I
flUHI
m
MJ^yàmú$fáy lhe dda orna earla do f# * sons
o fiam«r« Flaomt* oétshra flpv
rista de Paris. Sahia de GenoTA, viakoiijd^
pvihd^aeaijfahHqaaf 4Ío fl^iMS^ do Xoffifi e
Leí^iuflhi9an*>,4:fiBnâ,4r UAs^tmoi^
dá èM4J uv; .-• ; 1 : I . ' ^. . j • , . ..[,
Mr. Fiamet, parAieBpi|rimemarjtJ)i4)(Ur
ésii^o Isea^TMrfanpMiáadD, o.man^QiAqEer
moa.naiéídÉitfleeOsiide ptuâ. êsám esto^d^
tatpBBirf#i,íqvn{4.gtte'dAfiiacMiaalii>. emr
proa por 500 francos (90M00) ^ para o 4t-
CsiwariiiwaliaMMiMgiiialbttrí^.I^^
itp|ifa^qoafânMtii»|amma» . ,
Desde então, a fama do CímUÊtÁnç^M
■PiwffiMési» a»m .iaiMi«».n^iAaw.paspio-
santqnte as MmdultiMfiM, Mip na flo^ÂJ^ir
iidadi^.«ôc^ia«)pAj*,fri|soiir4^ #P9)Q-A9 %
dos os mais accidentes da DaAlU}e^.qi)e4pr
dO' era iRdr.fiils tDiModwMo ^am pa^npsa
oGtòaiáe^lwiWíiraiPAriSi^iaisamfixlo de iw»
dotsiM fllti^ Çimwimiao.Ui^ kviHi dfia%
nmaí i|Li)ir#i/Q0air4»ifQft4í/Ppr eik .pedmdo .#
rai|falMt4«o i^saUMf^íA ^ npaú lhe ^gfv^
âaise (sfiQt ihjãí {$l«»ri, ^iie moa ^a arti^olipl
e outra natural^. <i*v ,., .
. Vtedaiif f aÍAiia^ PW^^a oa, escolha», Kias
deixou ambas, dim4(;^4|ie m dia segjdiplp
viria buscar a regeitada. Passadas 24 horas^
fQi tto-pao^» ^ eotao Awlia lhe disse oftas
N#vira% iiis.fi^ jflFAa^.irepiíiiram #oir. todp
o mundo — <Âs suas flores, l49m a^pas aqi^
diAir4P0%fte Aa(u«aea; ^qne efytaa ymrcliam
o. jis\tiím ^ãii^/^^QímA» uo^ mãe exixor
moi'a, escolhendo a coroa virginal par^ Vffk
Q{h^|iódoa.?s(e fííHito,j»^.Hliiidi<^Afo.po-
d^odin i<Hmb9c^r. wi^i «era a. wte patar;ij|^
oa fuH^AcMr^pi^iio qoL^ « jpK^rfsição /qasp
adipiranef^ ;:♦...
Pesde 3nt4p„^^H .GoostaniíAo gein^lmiofate
accIanuLdo;i|«i(D(9a Fu^aij^As..
ABsodsra«*sé em Pari^ eom mr. IsidoM^
1 Um francoy verdadeiramente são 10 set»
alijoAM),e«ada'am d'estesv valeSréis da
sso moeda, vindo per Unto cada framio a
ser áMiiéis; mas- eu £M»-ilhe a coma alQD
réis^ qnaé o 'taÊUia». metuo do iseu «alor, mi
Foffti||giL-*i|]mafnoeda de jS lraiieo%>iem iflO
voLina V
»
^
910
aRIR
íittidttÉQriiiit ftUB0to mtMMwuÊiotémmaA
^«riis fúdOMfift;
TtMla* as cortasse ciBaA^piliieiptet 4iE««
Mj^ eiif^má» dst Amérin^.te aMtauMii'
davam flores, e a soa fabrica em bMM fiai
tpAméír^ ã'em tmsriK
Ifa eupcMlçao dé 1644^ ditaíTeio i«« pnh
ttio, et><a8U BoiMlot MydM'prilD0imipfD»
t!iftinadd§ yiir ftaii FliUippe^ no pilfloiai dat
¥rm&trm a iMMaMite%. a.6iiaB»lretaBliA
e a Itália, para e^UukiP p«atkiMieBtq>a ílom
éV^a^llM |Kaiáe9.
* ▼i»iloofi»0pyraMMi^'e,àea8i»â»^gnmi
flMOi, M oma afaiMiHttie folheia dd pfam*
ttfl fftras; dia» dMde efttio^ a soa» rnidè foi
tm deeadén^Jià'.
BiA 1880; rdeot^en fttfer «Ena Tisiu à sfu
pátria, qae sempre extremosameole tmmK
Cbegoti a Lisboa, oiidie teve a nsrèeida^ re-
cepção. Tarios escríptoves 0 atftteMsi Ibe ése^
fatt um etpleiiâiâo jaMar, m kotel^ úé Ixu*
4ía. O viscoflde éTMdífAêê Gart^tl^ lHe M
Tirna sande, «compaoliada de âo èeliaS' pt*
1aertk9 (ooma elle as sabi» dteer)^ qoe eo«M
moveram todos os presentes»
No Porto, e em oiMte tei^f«a que vMloa,
1M summameme' tetfjado:
Regresisatfio a Mfis; osseiispadbolmen-
los agcratar amosè, reoeitando^e» 01» me*
diees, tom pairtos. '
f reèpasMiQ o 'ébtst estaMleeimento a 3lbf^
ehãis Fií*êrê9, e temoa para PoringiU, em
«54.
Âdiando-se méNfor, voftoo; no tAeMOio ^n-
M para Prímça, e annQUando (jndidalinen*
te>o eontràto do trespãs^ (jtie hattò feito
— por falta de cumprimento de algfitíiasdaíiH
snlas dá esertptara^^tomou de nove conta
do seu estabelecfmeatt», eikr 1885.
Com a desgraçada guerra franco-prussia-
m e depois com a 6a»inMm(vsoflr«u.gran-
des prejuízos, que lhe fizeram recrudescer
^ Nas êxpoeíções aaiveinsaies de Londres .
e Paris, apresentoa' seu^re 03 seus prodôr
*etos «MM> pontgoetea, e na secçiè poito- .
<faeia« MajmialKiapMiiáov eete ras^iDde ein-
«ttbro poiriaiúmo^ é uma âaaaaioreeflorisfej
de Gonstamiao. '
wm
m aeiis aaiigd» padaifaMPtoib e 49{^4t
jÊtu véda<ebeia dA gloria eaivantoraai fatte^-
oMi enuma <|vii«ta.quefiQssiiia.proxii9P a
iMrcyi;^^ i874i foaado. tencioitaira l^nWi^
oarestoa4(isi8eu0<baverea« a v^r ètalm il^
tiiaaafaltíiiiosdM(i)da ena vida, .
N'eate aonoeUi^ lu^ minau do ahiuabo»
Éfiaaw.ena iodo omío^a itmi^ndo», dia^
licadamente coberta, de Moncorvo. Ha catana
tfesitfilia»4piaai|iortamiaiwn8^lwi4ypyte 3U)0O
IfHmpriíiptafli de amaiwtoai TaBifrfffl a^QÂ $0
fiMioa «iptfma^qiMliH)-
HMAAr-r^riagiaea. aatigo<-T#iírta». pi^
paffieMi da Ioda a faeinba (de i^m^.m
aiilbfi), qiM-oa fradea davaaa anoa palmikP^
paptartaa daa .eoirraotoii
llOiniiO^'-l^gaaiía;3eiriiAlMW4W^C9sH)i(w
oomaroa, bispada diataieto ailiiiini4l|iliw p
« Itiloauitroe «o K. daYiawv SW ad N. dn
Uaboa» 140 fogos».
Em 1757 tinha 51 fogos.
UraiO Nassa Senhora ida Ganf^glo»,. •
A otf tia apsasemava awMlmapte o onqK
que. tinha 4(WÒQa i4isda<eMi9W,.A4hpé
d*4tan
Esta freguexia foi ereadapelos^amQai4(i
mie.
EÊBfUaAfMUxK^ RebeUp ¥eU|o« a«a apfti-
Ihar, D. Maiia (Sardaso, da aidais daliNsa%
loaiitaÉram ama rica iamaadada 4a Hawi
Senhotfai^da (&oDaai||a^>padn»eiKa d*<aila fnir
Fa&ao apaimem aata no livro da iimai^
idade^ eoa 8 de noaemtato do mesaiaaMít
Os seus esututos forao aopftrmadoii pate
èbpa de Visen, D. JèSo da MeHai,i*am M>de
deieliibf» da tM8L
DO' nm assaato do masaM ilrro aa vé qM
o éila Anaiaio RebeUoTeUM) disptaqM^
feita uoia armada qa» teaoionava aaaslãiiir
a Ndaaa Benbofta ^da Goaaaiçie^ aaria -ai ir-
flMidada traasisflda para iá.
• Airam:iefoamadaBeampiiado8'08 aataMi»
tos, que o doutor provisorda-díoaeaa, Mkè
AimauGeraaia d' AèasMv coatomHa aaa^ittlS,
seodoibispoi Jk iel»Ayaio< floanaiu > 1
Em 1674, e no meio da aldeia de ¥t^^
#iifiòoii António Bebelid^tfllM^aayeiiDli^ri-
mm
mento do voto qiH^^i^ ^ fBÃ>n¥l!ft W Ijl^^iam
foito, a eap^jii4^ Ijíit^m 89il^i;«4)^A>i^cei-
00. Pallecendaf».f0A494o^v;W^i.4P^ con-
clusão do templo, fjtiif|t§ IM^^JM/^ P<ir seus
lierdeiros ; qn^ ^MÍP WmmAm ^ ima-
gem da Santíssima Virgem, fosse para a ca-
Yas, ou solteiras, de bom procedlmfdf |fl|^
Eram admittidos á irmandade, os mora-
Uàt Ttavaasoa de Baixo. JBLio de LdbA. Saurt
A ennida está em .frenie .das casas uda-
focam de, M^^uot Eercai. dei Almeida.
Quando este moiim^hW ^VÍ^WWííKí'
i»jil^n;|f4;^ ^.im.^im|(V 9 dí,WHWAr<>
de Í685, áii^(^'^ ;^,^;em^^fifif^
meira missa e fazendo-se uma sumptuosa
Foi préMiJiqi; D. fr ^If^^^q d^S. Jp^o,
TOltaWW *i^t<¥>ií>9i. « Í?i3pa !*í , §. lííPfflí^
Juirtp â:çap^a,.ba ^^si gi^^f j^mj^do-
«os çj)^i{4lh% #6 AO verão tomam o sitio
IresGo e alegre.
l^qijl, j^te d^.^o^lisivtera^ çuÂos. r^mf^
WfKliP^ Vaio . r^m d. l^tUMWr 0% ^^SW:
adneentes.
ípplíb |^a.i^-w4«í«4^yi§^Uiflí)céa^..e?;i
Pii4p^Jb^.a,pí^v^ão de,Wg^Aão,./Vi^ fl(^t,
vam sen) |^g«|a.p9jca he^er, e para,j|.^^%.dA|i
seus campos, desistia do seu intento, e a
agua contiQuo|]|ia.'f^r propriedade de seus
legiiimos possi:^i4$«'eft,7.. ...)f rj
msí
' HMM* wBw^nPrmd^ /9AW Í(P^A( ?#ífB
Alta e Douro. Nasce na serra da Estre))^
perto da cidade da Guarda, e morre no oeea-
lo«Mrit84fi <WI^ feqilq^DIlQecaxfl tpr-^
a Foz-Dào, até á barra da Figueira.
Strabã^^4§,l^ ^lpm^l^|fjytf^rT-^,pf),
Posto que este rio Síiia inferior em beile-
^ 3» *M*Q, ^ Wn4a. ma^ a»^ MWk * «WÍ»
Cí4*ç^# qíW::iBVle8fcPW>|fa«ftaf ppf Cflflf-. '
9iWe o^èispado da Ouarda^ do^TIseu
e, 'depois, ^estei do de Goldibra. '
É lAràtBSSadd per kMè» pontes, sendo tt»
prinéffisles^ as'4»*GeloHbo da fieira, 6y>Md*
ra do Conde, Tábua, Nellas, Pdirtelia, Goim-
bTA' ^, dU'4.*X^ftQgufisda em 8 demato
dè^l979, e a dO''e«minbo âè ferro dio-Nórt».
Dá-se o itott0'de Ait9-M(méê0o, á paAe Oo
riô, deedols wíá naeeefrte, aiiOstebra^e
Baixo-iícndêgo, desde esta cidade, até á fi-
gueira.
No A)lé4fondégo, entrados rioe Dão, Al-
va e Geira, âMU- de mdiloâi ribdlrds e rega-
tos.
No Baixo MMiééfO/ entram os- rios, An-
ços, GamM^ Botão ifque 4epois'seehama
Valia da GéiHu) e varies ribeiros e arroios.
A mais deleitosa Bavega^io d^esie rio, é
desde ú ãUMto do nsosleiro de ft.- Jorge e
Quinu MiWla Pf^nca, áté à sua ft^z; pela
mansidão "^ sua corrente, péla Vieta de
Goimbra, e dos dilatados campos, serras, ou-
teiros, paihà(súéê, quintas, èasas d^s eampo e
arvoredos que estanceiam mate, ou menOs
próximos de suas formosas margens.
Entre os sftl09 mais ffamosde que por aqui
se encontram, mett(ílobárei òs^ Sefliintes :
A formosa bêMiíA âo 'Âlthêfoè, com as
suas successivas sMMaB, até á notável villa
de Pereira: • ' •
r. I-
09w
mw
*<
Yèiga,' em qèe ^mina uma
▼era.
QtíinkL úas CofMn^-PDfáiosapr^eiaâe
do sr. D. lo8d Marta âé TaseolAcell^sAteMK
aò StKa Garvalál, b^Me 4a 'Qatem da^ G^
nas.
BM6 àivalhetro/tratKitidá tsete todã^^a
amabill^ilô' a súa qtiíBta àà pedboiísdèMi
tes qae a qaerem vér, assim como o sen pa«
lado, qoie está -ridámeiífe mébibt^. '
É preteoça d^sfa propHèdadid^ a littiMa
é ttm binliol de i^oetas. A alitta riS^re-seaMI
a sentimentos novos, e se sente porifleada
n'aqQelle crysol de flores.
A Lafat |do0 S^tçios» não éninawiiça
eortada de rua^ 001110 emgeraliQ^os.osiU'- .
dina ; é como se fora. uma jlba. Soi9it>n^ ly-
YQr^ tlor^Sy ludo alii se encontra» poetica-
mente diaposto^
Dopois, a vista do Kondégo, bordado pop
los obonpos & malgueirop^.tiulo.nps encajota»
tudo nos prenda,, tado ops fosçimi,
,Da Li^ dos E^iísioci^ dn^o sr. A. J(.R»
Condeirou
».». i«
' i j
t •
AoDfte as cordas, da/lyr^
Vão temperar os trovadores;
Onde vôa o* .penaaoN^ . . .
Qnde> os plmnosos caaítorea .
Soltam lõu Aotas.ao vento^; .
OadQ o Hoiid^go sospira ,
Enire .os riunas da, Xuibi^m ',
Onde á larde a branda arag^in
iUnbala as coroas das floras.
£ Jqsó Freire de Searpa (qae Mecen vis*
conde de Gouveia»)
« • > . .
... .. £;entil gruta formos%
Toda vertida de musgo, ,
Coberta d'bera viçosa^
Recamada, perfámada» ,
De Jasmim, de myrto e rosa^
Á sombra de. verdes freixos^
Á sombra tio amorosa.
Baiikliamlhe a plMitá mimoill
Sereeia^ obiàs do rio,
ImpriniiiHlúr^hv mil bdijds
'Gotia suave mèitnurio.
ti^ grata 'flolltatia,'
O sino doce eisotislbrio. .
l n
ffloa a ^cantadora *Lap» ^d&ê'B$M»é, t tt^)
loniétroii aefmã âe GelíBbra,' e^alM t&i^ fte^^
.quentemente' dèfanèar òs- aisadémi6M.>
Diz o^nAngtmo Mettd«s SfmdesdeClás-
pag. lAty '■ ' •• . • .
.1 % •• >
^Nada se encontra 'allide^abíicttè,iienilr
.de gratidfo^ò; ma^ om^^vp^efaçlbeò^tosfr*
'O engraçada, vestindo o pendor dè ttàia eéi^'
lín^ fbtwandò eopatlas atáteréds^, á c^a
sombra tódo^^rpre^iàm passat alj^masM^*
ras, ònttndo o eantfco das yves, mf sttiráde
snaNFémemeeom osn^sturro do^Mondégs^*
qaé, pa^sandc/ ao sopé dò tnonte, rooíoreSir
deleitosamente nas folhas das^arvore^, qtie W
inèfíY^atn práa còrrèDté: • '
B'emrd o'bOsque^hô Mifgéiio aqiA éltlll,-
no eiitto dé todiãs ^vas,' eof<i»das à pfqte
sdbrèorio, e ^^grfnaídadas^deYíçossb faé^^
rá!i, emii variadas planta?, afgans àilrauM^
cercados de alegretes; d'oodé 'se diHfmèfiP
nma pf rsj^éli^ íSia tormosat^ como iarfáéte.
' Arrôbàm-se-no^òácUhos n'a(}aèlfó qàa^
drofisci]hid6t'do'Binidé|fo, qnè
•( •
• ii
€ôrt%'pdr entVe *<w b^qilSss áv^rHdo; *
Oom êutio \3iú qniéto' e ^Ooegitfd' '
Qdè nas Voltas se mostra arrepeiidllÉr; •
te fevár Híoi» doce aO mar*sal^dò:
^ (6. R DBf CASlte.)
. ' *•
Mas mas mattas, alcatifadas de mhnoflas
rdvãs é boninas, nás [riàrg«ns;véc^nMi'^
potnposa^ coiA aé suas cearas verdé*taé|{Mli'
e com os seus copados laraojaes ; íièá fâHà^
ceM Variados dás qdíotas, ahrejandé ptnr
etftns o macisso dós arvoredos; c sobre' til»*
do^ no aspecto risonho e foi^mosiítsiMK) daM^
dádè, ciòto tõdàís as ^uàs louçanias e eWÊÊt/^
tos; a mlrarse tao graciosa egoMíl
........ n'e8secry«tal
Do Mondego prateado»
-ÍWfí
ms
' .V
t . f t
(A,^í
Esta mimosa e aprasível estaQcia^,f)D9)^a
natareza. espalhou com mão largà, tanta»
|i;silas^e atrj^tiyos» ^ o sitio ^9f^)bi4c^ pelos
j,çultorps 4a{i , Musa?^ .pfura as ái^a^s j^nc^l^B
j)(}etlca^. _\. \
^ ^Cast^bo aUi eeleb,ro|oi .9^F(i§ta de )íaip,e
/o Z>ia 4a Primavera; com ,<]i|e imm^irtaju-
^a o sitio— e,pQsteriorjn6D.te,j4 tem copU-
^Oi^tdoa hjr outroâ muitps vatça^enloar sèús
^^tQs.màvipsop,» .,
'Atf|.^dô ntú tèrao aiik>r, lèfnòs' momentos,
M'^ do tempo laógtiíâòs ftej^irain,
4i'áqaelle engano â'àlVha que V formna
RSo.dieixa durar múitò. '
; ' ' (Joio DB LxHoá:)
»*^
'.í'
."rabfliça juras Maést •
^'Aqtíf, té «s freixos iiàM\
'éléfis pentias dio ais.
I /i
cQuB» saniades Impeçam estas jombfas^
'^{^ne-niaeías^ que Itbmaa^.álfoolbraa :
i;€íb.poetasy qvté sítéof para amora»
-liBDi ihcfis eaus agua 6 «itás floris.
(ThOMAZ RlBEIttO^).
Ir
O^ea ^M^lsap..F!oaliea, .
ObyLapadi^tJBsteioSy .
Ta abres nossos seios
 lua do.ffM|iio.amQr.
Almas sem eremtgifi^i^U^
Gomei^lkQtabeny^^o,, .
($9fia«,eate ^p^Gtacqfo,,
Lattvae ao Cre^^or 1 .
A. , i . , '
sombra d!^esta« arvores^
Reclinae-vos, poetas,
Qjfiç ^9 líasa« prc4ileet4s
Vaè bao-de .abençoar. .
Cantae. eo» ^ovas magicas
Da Lapa as hatmonia^
:4t4ft^qiaMiia-^.
Dorie.ikSMpiffr- • •
. (£oa9a-fi(KMiobamf.) .
TermhmAof oa.^wns. i9sU»4Pft t^émim^j
vieram agiaii oetfybeaiha.4iia forapfitpiia e 4p-
pedir se da laya. im S8(#k>i|j|eia.po^t||s.
Para memorarem este faeto, cada um aqui
deixou «eu. vfrao» aueo^p. ep9i4a.mw)4a
gMAc^ em peilvarT-
SOBRE AS AZAS DA POESIA — (João de Lemos)
,jM)iji ifo§ ?aoux?ftji. AjfnsAna^C, y^^ro)
PAí?TÁiios»,Niy t?rRA D*Quaô— (J, F. déSarjji)
«çp^jiAJNÇAs^ nAji|ocn>AjpE^(L. dá G, Pjsreira)
;$ ^0 BA^po DA .^je^iMAyifBA— (X.. Cordêiúro)
MANDAMOS UMA 8AUD^J]^(A. de Um) .
Ssta' lapide, tem a data de 24 dé Junho de
fô44.
O sr. conde da Quinta das Canas, é tao
apréeiídolr dosbomess^i geiio, (|Qe man-
da ,traD8f9re^fr*os TMitosi, sqite espoelas Ae
deixam' u^isapa, fiara qae o tempo os dÍo
apague.
Muitas vezes, quando os quifUanistoi vSo
á Làpa^faier o lau. Jantar dé despiiièia, e
te* ocmUm» adew.aossem aompanheitDs
'dsiitieraaiveíisitarfaB^ ? eaioav omde j«n*
tar-se com elles, fazendo lhes compaalila
n'e8tes actos solemnes e commoventes.
HoDiB 80 ttifeve Hdalgòf qtte lio bem aiâto
aliar a eselareeida Mbroia dosangOA^^edm
a nmieaa è afabilidade âo
'•íí
Fonf^ 4fl9 iinan?í— Fioa . ^sta coJiQhr^
íún%^l^pc^^fffnAo& extreiQOs do Campo .^e
Santa iC)a|»^ e j^to A.^li pa3sar2im hoi^s
de.jatppCB j[4ic|49idep o iolánte D.Pedro e a
belia^ ífinfii, de Ca^itro.
É esta fonte tão pobre de architectura
jcoi)o.i;iaa.,dpar)^dio^nps danatoreza. >
N(^ 3.** fol do Árchivo Piftoreseo^ vi^ o
seguinte soneto, de auctor anonymo :
Debaixo d^aji^$ oedros enlaçados
i^oa an ¥ao de panettaro jol proâa,
Hebentaádè de lôsea penedia,
A quem virente musgo adorna os lados.
Mi
Poros crysues 9tí MMufr wfifêkâi^
Por leito de grosséM lèíMÉIaHIii - •
Yastdl^é #siíAsèÍèMs na sombria
Lympha, tremem or-Mr(A êèlttltdòs. -
'WSú %é (à!líVè'QnÉ lilaMIítffets o MMRi^, '
« Vdtieò €o» MÚtdB b Iftlidé.
Se imprimem n'alma, sem lárir éf^oiMOèi
Eis a copia da Fonte dos Amores.
'Hè^fíèsiàtítihà ás âgtiiai^ dò^ráiítftié/KíVti^tt)-
^ "mis pèèràs, de èòKkV^íiiéllMa; '^ú%'a
gae aè 0. t|^ã dè 'fiástrò. 1
É alludiodo a esta bella ficçlo, que 9 sr.
Joio ãè Lemos, cantando a Ponte Àos Amo-
res, dix :
Oomora fotíte d']^ei soliiça aoioi^^l
lliree& ipda ehpriHr«ih»'ariiioffld'aoiirB,
Cteoniaiido^da^pe^ra «ivoMiAajMhn
Do sangae espadanado I
' 1
/ .
JÉhto><dà IdBttí^vsciiiBDatÔsea lafMe^ qédi-
ib^<Mio(«mwidi» oa'íiHMlios«!6eiklidos 'Tér-
«è, èMi qne bui de Cftipge§llmnwlrth>teo
dto filha» 4o Moodil^rà mifftB^aioiíni^i
'iIiADipo.«teiBpa, eboitedo,iÉMfiM»vaffam, . .
E, por inétBvrkdterhav ^lii' fsmeApm
As lagrimas choradHS transformaram.
^ iibiifarQ Iftè ^oí!éi*ám/<Jitie tbdkttii^a;
bòd áíbcirlek d%ieí£, ()ué álUiiksMii^am.
'téHe ({^óYi^MteátéY^las-IIAHs,'
Oúè la^áí^' 'a)tQ!i. er MMb aèttl^ès.
Lus. CaWp. S>, K^t: ll3ÍR)
1 Cré* se .geralmente que D. Ignez foi as-
sassinada JAútoVirdíiíte dòs A^m&éflí; i)Dá^ a
opiniiô tíMíft legnida. ptMe maie^eena^é^iiáe
efla foi victiou dos três a$s«ss4Aoe, jma pn-
ços rç^ f|ae,.^ntâo havia, Junto do antigo
mosteiro de Santa Chnu
iro, e á oor^Altè^id^ílHilíeMtifAAfvk D. Pe-
dro conSar uè IW^qUiáMlli^^toMiça, qp»
lhe Watk as suas cartas amorosas.
Faria e Sousa, fatiando da Fonte dos Amo-
«teta'hiétite, k^e se llàibó ãh'lòs ÀrdiU^^
pior èéka ratoh yá Btehà, estava èh erjàtlliii
de Paiacio, y vénia a salír a el, pbr 'ohik
aqfúfedutòs. 'tíí Príhcípe no l[>ò<&á haíit^r a
boâk tnes tddá^ las vezes 4iíe lo àá^ivàk
lairibos, poV^ue, sieiiãb etlá^^ama de ik íle^-
iia, sá m^dre/erá ihèhestér irécáto.Vállá »b
para esto, de aquella agua, ydòaqiièllijft
aqu^ucfos ; pprqpe, por cílios* y (pr ef^^e
embiava los pâ|pei^ que Iç escrevúu Ro^*
píò,. p^ece, én cierta parte el aquedac(à|i^
metiendo por allí los papeies, Uevados íj[|f^
de la ^cui, ivan a saíir ai jardin, a donde
Inês acudia â cogérios. De manera que el
Amor vénia nadando; venian las llamas
amorosas, iMis^adíia yor agiia* jBlJPriB#pe
representado en sus pjipetes^^eii^fel Lefintvo»
que por olas iva ^fk.bosoa 4^ s^ Èro^^çpii
más felicidade que el otfjo^ j)i^.^i^MNÍl''
va. Tal^.^oa I^b astúcias de los amantes.»
Convento de S. Jorge (crusios) — Está si-
tuado iíbeim 4ú Moadégp» prokiin^e aotta
da Lapu ldM.li?atf«úUL É hc^e piroprieddb
particular ido» hirdeipas de José-daiSO^
GarvaAiR». i(y4â» Goiotea^ ne 4efar lèanipb-
tenfei^''
Quinta de Villa Fy^nco— Fica na margem
direiu do Monéêl^, «foi^^ètti Y^lMé do mos-
teiro de S. Jorge, e mtte^SL *Ah4gà\lá e a Por^
tella.
Foi até i79», '«ása«^'^6)fefb^b 4e conva-
lescença «Ms fèsâMà.
É um sitíe=lÉ(JMtt1Vill,'|Ma')ftlA Vegetada
luxuriante e {ii^k^Míiíuf Y)*oMkisb^^ ai^
M*esta quinta j^^mHibYiiflòiíéfJ^uita, pa-
dre António Vieira, e aqui escreveu algumas
de suas obris.
Penedo âe SfMoçào^íhtA l^j^b^ ào
mosteiro de Celtas, na difec^o aetioselhas,
É sítio eóa extremo pittorô^co, e'íilMto eele*
brado pelos poetád.
• ^
mm
velam os eneantos da natureza.
Na sua frente se estende um fértil valle, e
ItsVtMsHitfB mijilf -se ifcrnMlifiÉ, iaà'<én-
tíÈtílOMm. ' '-
Penedo da Saudadje—A dos ooj^is^oi-oiosQS
e {>o^osifiitio» dps arredores, de Òoíii^ra.
jy.^qpi 'se gq^ om dilatado^ formoso ^e va-
rladis^imo .paD^ana.
>À »vista -3^ dilata por nm paiz exteqsissi-
mfV o^racQDdp ô jnais bello quadro.
...JPaxa a direUa, vé-ae o Uond^o^ por^n-
tçe beUas ia9.^as e alegres quintas. Ao pé^
JbM^iyfea e olivédos». casada hortasipomarjés
e campos. Em frente, e para a eaguérdfi» va^
sempir^iO^erieno rico de. variada vegçta^ô,
at^..tqpar com meares e, serras^ coi^oados de •
arvores silvestrea*
Dia;Tse;q^eonQme (de Penedo da Sauda-
â^)^/foi dado.aefite sitio, pelo infantie D.. Pe-
dro, que, depois da morte áf, sua ijapez adjo-
jcad^ l^ra alU hia chorar a sua desdita.
Bertp. do PenédcK ^ Saudad% àcam— a
fi^Udo Çidral, 4e (^tima aiguar-^ a fontfi
do Castanheiro, onde as raparigas das visi-
nluMUas^ vão encber as suas biibas, na^ -«na-
jiban do S. João.
.•.'■•. - "" .... I
Convento de Santa Therezor^Es^ pooBOB
' AitM màiftVHnm^nvetttos de íieifaade
Coimbra. É de carmeUttIs éeeeal(ae, da Ét-
tfitt 4k Mato ^àÈimè.
•JLiB9>«-9»4lie « prítteim.|»edn^ aíd.àe
tOirit a» 17401 Asifreiíw vktoHQO^pfn^cipl, ,
^ni»|jde>jcuilKyaB4M4k 1
^Vlêcal-xuideieitá «M lOMleilKHcliiiiDava
se CauU do-OhPiífViíeiiftHadidDipaiiais&iMlí
<ÍBa(r»o*€Qafeato^'9aid{€ODei|eiinnél>ifârei- j
WHaUelliw
' iMft(» lio antilfo fncitdro ^Ae^SúHkèa^Ujh ^
t^i^Na margem esquerda dbMOiiddgo, a,
jUDtieòS passos da ^bnte; e9tto'os'résíiíos d*e0ie
mosteiro, memorável pelas^recefiâaçSeá que '
IM "ífugere da nossa ^tttoosfsslma MMha, '
mosletap yaira «lUMiritlÉuu notada.
4titiu»lMm«olav4i|lekMámfoiUDteBia«iHi-
teiítMime% rqmi ^0r»9 logãoí aqui, e fato
iflib d ooasMterado eome tmrdos «bu «eftet
bres monumuia»» llisloileos é^éMe neinou •
iMIlis teili0i«iid6^lu iiobrsBa.a9ii fro-
feauRranií ou nsidiwnjiBntre «lias, fi. ísé^
M, irlAalidaraiÉba8ai|tat;>6KMitiaO.Jáar
\fí^ «w Beta» flilit 4» D. AdToaBO ilY, eidà
ndKM D; Matriz.
A {Uinceaa Di Joaini,>iyiMt'dftd{anri4iit
IV, de Leão e Gastella, excluida-do thakn»
^ (H. AflSMW), tftd obrigada a emnor n*«ste
moBUÉrOi ODite 'falleee^ «ott e liluie de es-
'Aqiií M f riiiélnaiiieate iie|^tadi^'a.fif'-
DMià eiiuMízi^^. ígmidaiQastte^ 'e»dlaqui
«itlkitt,'\>ira 4âpêiridê monta; ««r wMoj (díK
de alMNIileUdni.)} Em isepiida^l o^eu.inM'
idaverirtti^ftfrfdOrparaio calcine itunude f«e
'9i:4!^<$IKRyl te jDandoiiieoiis»uireiii<AlieOf-
A icap^a onda «atu^amop
tamAlOt iqolteflw»«ea tde Bi
* O^a^de Caatroie da 0< Bidro
t i^)Mvíendida^pelo»gotwna,eo
comprador maadoa teorw»
c^jlèto^ aolire aabohada^daica-
' fMaiNádad^istOfpieoUa-eoai»-
•imniarite, BttM»'poiàtaade^ad-
^ifiçiia. Ok iadignaçia jgeni,
^'HMí na^ftaplesnawiçjb^dos
M^naaMHm^doafMMPee (1819),
' 4 «r. casquei de><ValMa, íOp
'itorpélea ogovenieiiiobpe^asia
' VMllaKoá >|«^fa«ai^4 O "mi-
'ttfttro dM ofevas poWioas^llvo
metteu por eôbro a i8.to; «maa^
ainda a^ agora tem contintfti-
'âO'<d'>Mcattdiilo.
Ná ^liréia ' df^e íffioMélro, «80 4««ebdfam
o rêl^. ^oarte, «om a l^atóbai). Leonor,
íntUr do^tuttolõ de 'Santa ifeaM.
N'ésta>egréjà,-i^0in'orar «eneaoiBienidaiw
se a Deus, o sábio e infeliz infante, D. Pe-
dro, tíoesftlsto^deD.AffiMMO V, aAles^a^fa-
tmiiomada d^AKbrrobeira.
fl^eéta^egi^Ja, finiiiiieiite, aye^id^do Md
um
Braga, D. lh/.B»rthalottea4»alfaft|iM« > i
- TtJlaiiMnMa ^esM l^iàMlQaaiiMMdi^Bes
•èq^eitoo a MoBdégD, iquís, aoiP jM^miaAiiOr
pttdas/kninldaidea^ilM pOttf#>a poDCPD nà;
naadD o eáiféíovati^âèstfiiifc;. •• ,.
enàvai enUio^máaeaiado^^ie.o nei.wijpier
ukti fkêmjkáo |Mipa>JiiJÍi»lí emiSQBi pm
Amiay ^myMUDsttiifli, Mli>qi;ie w M»f#lliieaf
sem as freiras d'este, que.miavi«n'a(|jiitm
fteo dS' tMlnrAiMlii. cMMgaàis aob. a» i^ainas,
oméíofAáhA* < ' * '^!
A» MKgioaas poiséidvPMfeiiiMI>o ptri«»
permaBéDiev a aèaftdoiiar t> asylo^epa «^e* for
ram creadas, e onde jaziam jtt^AiofM^d^wa
^pêiidfli píolpQtonv'*'niMA^i|iilaiJf«il>el.
•Aifida alli estiveratt l^^as^jaNijatt neio/l-
Íb'd6 IK Joio» IV; voàs^nstín^^Q ii9<jtiffiiiij(á
emâo dfitiiúdo craníd0'partiido>e4Mc4o^(e
«peagavft anMMfo.oeaU^y.viraiMateliaaiia
aaeé8aidado:4B'4wdir tfoiro^ «Me ianp^ip^ip
para omro sitio fora do alcance do Mfw4!Í!-
90i (Pano Mais á^íiat^.vigsteiro, vide cSim'
htOi DO kfat oitDpetaiiU^ <
. 'Jiiei aoltigo iiioel0ÍlM)|,ftp0iMtf bo)e resta par-
le» da efn^^ ef (j«idOfflKAii4l da sua altara
Mlenn4a<jM)Arma. h- • . •• .
'& da grande» 4d»9ÍMãtKiv de três naves,
dfivflBtylo gQtbieiDie»milito:{ek||[ante.
A .'aii»..abplMidyi,.4oi«aDliria, ainda está
>eiB:««taiffiia4i^e4»*ell«.0#(;Véem algnns es-
«Odoí; icofla.aa a|WMs4e PaMugal, e oatros
com as de Aragão. (As infiipiu Isabel.)
'rfift icapiA^><4iuiiMtaJnMs, qaasi enterra-
4ús, akidamilBMipyiOmila Aeterioradas, as
anãs Mml|Miiras,.oiiti!V4ra, primorosas.
iMa UiMm» S^afioaj por fr. Manoel da
Banmngi^ ae'iaMM)«^t^'l4n inicias curiosis-
jÉiias 4*^te AMiMeir^ ^ . .
> ■ .. .. ^. . .
Do Mondego» ae 5rô timtmp a Ladeira da
AffoOiOMla^tiHiiweiita orainip^M^ os
anipiifloscp ; SsAta. Qomhx, Sooto AMnio
dos Olivae^AiBOitoa omioaíe^flio^^i^Jít
4flft» iMHPÍO]i^ei(»,fiOfiirligO'C^mÍ!ra« /
» • » •
• 'Síigwriío a/tradifpiOy prfai^M' da Pàw^
(povoação contigua a Mídias) n^ siUo
Aamado YMe de Frmmi boovo.iuDa ppn-
1% lalMPe. o lb|id»iQ«»o^ii^daT|^lM^
manos. - ,,
/ ' ...
j^egnqdd o sr. Aptonip Li^ 4$.Sow(0eo-
riqnes Secco {Memoria Eiitorico-Cko/rQgfja-
phifio^ d(^ diskiçíQ de Coini^r^^oia.atMí.
90) a origem do Mondego, ó na Serra da Jt^
trella, no sitio dos CwÕeê do Bixo, aos JLa-
pões, que ficam na extremidade dos conce-
lhos de Gouveia è Hanlelgss:
Mo tira a sua nascente das Alagoas, co-
mo dizetíi alguns ; jnem dids geleiros da ser-
ra: nasce da fonte dos tapdeSy no meio dé
umas montanhas de pouca altura, a tf ki-
lometros da inontanha principal da Estreite.
É tradição qUe o nome d*est8 rio t^roee-
de de uma povoação chamada Monda, cpb
existiu Junto á sua origem, e de que hoje
hao ha o mihimo v^stigio.
Principia o Mondego a correr entre os K-
ihites dos concelhos de Gouveia e Mantef*
gas, desde a sua origem, até Pnlgosinho
(concelho de Gouveia) entra depois no côa*
celho de Linhares, passando jumo aVide-
Monte. Desce aid concelho da Ouarda, ficak-
do nas suas mafgéns ás povoares úe YVfti-
ía, Vitla-Soeiró, Misatetta^ Pero-Soatés, Vaia
Porto, fiUa-ÕOrfez, Bamalhosa, e Po9Ío da
Carne.
'£ntra depois nos concelhos de Geiorieo,
e Fomos de Algodres, e toma a pisnetrar
(pelo O.) nos oopcelhos de Linhares e Goo-
Paan depois aoa eoncelhoa.deXSéa oBc-
vedai, D^ísie nliiiBo (sotppimldo) OMlr% no
dfe^iifcie ét Goknhra..
Desde a sua nascemos alÉfieloiiso 4a Bfi|-
fa, as. suas agiu» aervesa par» a rógaidaa
tffims -fi|e oiâo nas suas narfeMiMaaa
d'ahí para baixo, oien alvenJi omiiftfiHa-
do aohaio' -de penediaa^ e pouoo^ por isao^ ae
pôde apvoneitar para irrígafio.
'& adbrBaiiBif»lra> lartiM^ a oavrooto (ft>
Mondego. Corre primeiramente uâ»dís$^^
de E., por espaço de 12 kilometros. Dirlge-
aa d^a-.para o N* .até Cdorico da,A<íra :
4'ahi.aió fK> Brvedali corre paifa o S.y6 afoí
vo^ta para o O,, biodo entrar oo d^stri^ta^A
Coimbra, qfue atravessa, até 4 sua JKo.
mmtífíH 6 FAlfQOE-^^reguaala, IDobo,
W fogos. .. . ' . . -
Arcebispado e distriemj4i9Í]|iaH|Ui>Y6^#
JtefNK*^ . • • '-\
^fts^i» fBdietiv» d» de.,^iiu i^aUli» dt Pan-
jQif» we AepQ^i9B amn(i)« a:#at^
. ,;A íDigvtfy» d6«9^miQi94Hl>>4.QP^!Í797, 6i
Officíalmente dá-se a esta frefi[aezia <^.,|i-
4|i)o de Hímilm ; j^ortiji^ j(^^ 1)^ c^j^am
iimia a|Nr<Huria4(>y vi^(ajq«a omaiar.AttrAbe
•^ Hiapâr, e .a.pppoiagaa.^e PaiiffliMiá.ipi^
4^wm(»c#a d* «Q^^ de Jtoodm
£ ^fifj^ mulu) (wf«4 çmaimpifA4S»do.40
jl^da a. Qualidade.
MONDIM DÀ BEIRA (vulgara^.llOli-
JllM<l^a MlilA9,,/Bm rMão d^ omitas^ de
Jan» e ii|ii e seda^qj^e 8^J^Qm aqni)-rViUtay
^ Qetia Alia, .ça^(a do ci^^ceihp dat sfu qo-
4^„ n^ cwiarca j^i? UlQfneirQS dç Arnija-
«mar ^foi da..poioarca da.MoiniiepU da fi^ra
4*0Dd^ .díBta .47 liili^imAroa) 1$ l^Uouietras
éd LaoQego, 325^ aP Jt. da Listm» i90 logoa.
.. JBoi.4767;ioJçia.940(9gQa...
. . Praim Nq9aa.:$.90b/9ra dp À^iisario» Q.vfl-
, ^iapad» de t4<^m(igp, ,^M;iefp «adi^íQistra-
4|yó e.3í l^ilqinetrQS de, Via^jã,
O reitor de Tarouca apresentava» a Giir^
^6 tiiM^a 64001^ réis. da. qoogrua. e p^pé de
- JSsifL sHuad^ .pa..díirMta 4o Tarono^pp
Barotsa» fm tecri^Qo baixo, d'jOiidid a^^f^^vif-
^IIQ.jLs terras ,<)i^ U>e 4caii) # Q«
.; .í terra íertij.
jfi»!' O rejí qaoarçi dl* ÍAfffffi^JlMdan-Apm'
dK
IfMioat Jhe -«i^^líniiii^M.Mbaí^iA fWr de
,8^rfQ iMiib<u»,iiiiia Sf«lO/4e.Bl^ii(a9k-
,,.Si^ft.luloMMra0{ aa:Si>4a^Ula>^ftâ^ jmr
fOiMo miYfliM d«iS.4oaa d«»XMoji(iii»^^
Jpj prMpeii^)d« «Mi^^ tepe^UiiofÍNfr4«r
pois, de bernardos, com .409a« joippt^^aiL
«iP(«ÍP»'4e .<r#s MTea.roi findada -«íhmb D.
m iiOttr<9S. ana.Tcaii^oeo, a«f^ lb« Jaj^soAiit
fffim0ira.f#dra« «,30 de jw^o d^iDS* to
jBa^.antig0.d.*^ala.ord«flPi» iia£finiftaiAlí^ibfar
i#li|i|a.i(yide.â. JqS^»^ !f»rç»p0irA,WlièM'7
Sobre o rio, ha M^m URUkJ^oa ppMa d^
.. .Atkilomeiri^4'()i^^la»(4oi,iQqii^«YiidA»
to.|ioQ^Q% aiA98,.aa|Hre > paspario,. nHia
ponte mag||i0Qfl^;i»^Ya^fMl|^^dA'.4«f4^^jtos-
Mk qiii' ¥f^:4^iUaie9i>rP4r9,.TxMQQ9^ •
Mo sw Mrrlt^jií^ «ailaa «qva Jtoa» ç^H?^
4erafda,.d9 i|aaih^«ima>f^%^ .
r «
•1
•♦.
*• -
O concelho de Mondim da Beira„4oflm-
P9«t0 da0j.fr^ia6M4«k:8«fl|H)lt^-TTT.|QÍ^
bíw4o de U|inigp--^AImlMl^lCMi^
.GffaiPÍa^Npya» V(Madíl%' Sak<^^;S4>JQàOr, ^
'Eaflooci|,:He^bvP ViU^VtPtMtdPrQlW^-
.jwa;.iP4w«8»'i:fíOOííioa. '
.0 libri^o: Aa. ni0iaaié'{MatOi ^a^timiiiif su
lAbv «^ mi^ miiÂlo .apfiifti^oadPt F,a9^iiiii|B
4ê lai|>.4e aadUs ^eid^ Japia ^f^Mí^tm'^
MT|ff|aa.<4ii«,í e iipiiilM Ail^iiiii^W^ ^4W
,|Ia'n'^>j9.fpn9ellw^|lfpxiWo ^ §. lpâp.,4e
Tai^QUC^íy ipi mon^ç^/^bajRoado^ ilíon/e Câryo^
em cuja enco^ ap yé um gr^Q4^ pei)ç4^»
jpdeaflo d^ iftuHos p^rfll^ e po centro d/el-
(^ á. fQjcma de orna .piea4a,fês^ijla, a^
VifBD^ C9j0»jà, dentro^ c^mp para ^ niào ^ma-
ffjiaj^^.N^.se aabe «e^to é ohra da nat^-
lieaa pu ida aru^ O pf|nedo.estâ depe,^i^
paÍQJ^^ippç,imenQ3 no sitio da tal m^ftclf»
m m^ R^^a Wtólímpa,»e>^ftÇf*íí/t*rf*
^pi,çlara, . , , ... .,
de Ifondíoi^ e a liiniaft))^be de^Ms^ «tflfé^
«ítaâfaUeláe ttzfMM nmà >d6<tlila4mlle-
ia e muralhas qoe pèrmkWMikiÊm:VMh
dBifeAM» ibMCaA Tõttniias ^e fét aK
«BiettilkppirtiMè.
tttfioiMlo sétt^MMMM*, ecMi» nfihmtiMÉ-
^;-ékA9flí a taMIata^ doa ttottlM)^ «frOM
idkHlto Mr^MMnUloti i^ Wm0tMH-^aoM»>
dblitlMo-8è«e *Ai ^^ft^MP^i^ ^^ ^^HMtt-
gair de oatras povoãçiMi ^è ha ètti PMtt-
gal ^eott oihé^itíe iMie.
A viUa ó saadavel «'«<tôr¥èlio adlW^MIfe
«litflè^fMll, »Pètoiftio tétíteici, ttiílllto, ee-
«Mlia» MJIH ^IM), áMte, MíéU» 6 «MqIIiib
O rie Bardsa ^eért« fe(» ^rido VcfMh Iw-
'gIMfa, êd^effi V&i^lMísa Mtts «Mh^.
—Mondim de Cima, -ttondim de Baixo e Al-
tHMah. • ^ • • •■ ■
IRtedim ieOMM, Me d«MM>tiéélkêr, éMn
tffeqèláhá pdW«$8b, comWifogos; 24I%HM-
tftnté^^^dtiaa ItM^tfèmvefs, talçiídiís 4è^M-
iv')^^titfiiMM^IiMtiiéipaí ^èm fé7Sj it naib
fonte com daaa^difiióiátobiiMBvMMiiBadM
também peia camara^m 1863.
'mtfiw^ál^i''àiiilgaiiieffie uéut fkiMfâ no-
'HrCij %ejé ropifbiéBlttiliii* peMr. biMe de Man •
ÍlM&,*iMéèéiUí «m^^kitoiaritea» e^tia ainda
tmtM iti^drtiuaa p^^o ar. AniMo ^iidiè
Cardoso Perehra de Mello, que eaiM aqui Mo
1847 com a sr.* D.Haria da Annanciação
K^eitHhi 6aírdoro;'{l)ha de António de Proen-
ça Voi^alès, sargêMtO-tudr de úMenançats e
'(iittdal dkéit!tiiíéta8'lnlitc£a8.
Ò sr. Aútòiiiõ Lèhe CardOfáo l^efélra 9»
'itello eDltò de TtoA^igo «arttoáé^Pidto, ba-
élhài-eribribado èm medicina ^ {MíòBOfdiJrá
^ra U)&We^1dade de Coilúàbra (ém imanta-
ttti^ai dá Ct^nha, e dé D'. Márfa Lecitina tél-
'tè 'Pereira de Héito, (ílha de losétéitd fé-
reirá de Hello e Taâiconcellos, senhM' 'dos
morgados de Ossaes e Travassos'^ eáfAtib-
mor de Rezende, e de sna mulher, D. Anna
hmk^mttík -maia iteasHmáh ^ne ttorráMá
solteiras, e três filhos :
—Manuel Leite 4PimÍi% iJÉ^Vétlo, qne^foi
juiz de fora em AflUánÉie, è^e ««8oe,'éao
José Leite, que fof desembargador da-etíp^
I^Hen^i e táÈiokk fxM^. HaHánna *Seteri*
na^de Áméa Stfitteiiio, 4e ^xsém hfc AhiM;
^do o i^rMot^nHo « ViSMnde ãk bágèbsa;
-^Thoitíat ijeile,-<|be M corregedor cMi
Thomar,««a8oÉtett'B. Anna^CatidldaCèl^
tetr» ttdbeiro PbrtáHo;-dlba delMmaM (miz.
Cândido Cordeiro Pinheiro Furtado, <ib
qttéln líaMhoe, tkim ^Utrdso «lr.'Thoáias
IfeHb Pet«lMi>de ^lh>,HI}{fMè dlêfe flMllh
alfandega &6 CIKá^ ^eaàaib, e cmii 'sdisMl»-
Ho: ••.■.• ^
P^ s«a miê^^éttdk 'àki«aiíf'l%féi»dò*êl*
a ^lltistt^ -^sa doBda^rtaieiftteirgado «K
^V^éHiittôyiiiitàhlilfemé ifetHTiísentadk '^ it
barãod e Ca§ti^'Mre;'cibft % èà A)pi^è^iaA^
% mfcendêf, Tèplr^seáls^ 9éfa fettffia^ Al-
bergarias, de Lamego, e eMta 'tfdáhi» hHSÈ-
'i^m 'Vi r^tÍMii* ^ • ■ -^
ludte'ft potoa^^de^MiMtifrnle-^Smft^
tá 'dmat^peHà eofm 'á Milto^o de flossa "M-
mho/a ãàs PrazeM, fohsthtida ete •ffN^
tm& st té^dadííta iUBCríptasMniBvpMii
'{Mm^ipar ; eklêny do^aHáf da padròeira^teib
MKroeom a4magtfm'de'6anka'BsiH[iara,'qil&
áefdscéjia qtiiaái'ted^-ôs Mnos.
Ii)'estacapelliifliat^ áit%aniÍo'de'PoaabeiÍro6
ifbH|(ado a mandar, como.lnafida, dhtenima
missa rezada todos v» "dtfmhigo!» eMa» 'sal-
tos, etít cumpt^iteento de to atutlgo' legado
inherente aos bens qâe aquf^her dou de aenk
ttiàííores.
Sktsi viilA'éM}aig(ídb$ t|tié Mej^Meto flér
decreto de 83 de dezembro de 1873, e anie^
riormente Mondim é Ocanha (ou Ucanha)
íM^m^dois eoneeHia^idfcthietds, È»asetti'IB37
le fntídftaih «ttí "utti '^^6^ -^ o ' ih Hobdlm.
Estão eih Mottdilte de Cf Éia os pâfos ik^
concelho e as repartições segufmes:— aèmi-
infftfraiÍÍo---ihuttÍcfpat^deH-um cartoHo de
hótas -^recebedoria « reparti^ de fazendfL
Cerca de 200 metros ao norte d'esca pò-
Voat^, existe uma'egre$a, Uenominada^-a
do, aioda hoje a padroeira doesta 't^^VÒcfilà.
^0, tuas 6 Viléi'U) datàrde fètí^^ fMDòHM-
mos, M^ét ÉÚteAiit^ i o^étí^)^^ áKÉi^
mesmo por teféiíi ztipitttUSo tsíB^ftMmi'
ÚÉátífí mtredás yòttikiias, còmb ás cftiíò^iAra-
das no Castro. '
Esta egreja mostfà vestígios de diversas
jrèèttiflea^éíes, e bém âéce^ltaVa db sér Ves-
'Catirá^ noVafndèíDte, ^s é tiúi^eftifpIVò MC!
(]^(àMittkO, è iéitYíSL ém Mfriál AstfáiáMiM-
'^\tíiH é^lMmJTde, ^'teib ii^és tftát^,'lBcUda
tiÉn'|)^rv!rétiláilo.
HQW
>Í0*
'»
faiíptílHáritèqàto a dè ]|totidiVb'dé'GÍMtí, 'dóh*
de dista cerca dè 400 tkíetít»9.'Yèio z^HúÚs
édificlos botis, tí6 fogcb bmn ^'MbiiátfM^,
^e al^tlktoaà hitííAhs úoWed, lates 8% aè i^-
"^f el^MiítaUCàs pór (^ sri^loáê Auguito DéoYiò»
de Lobrigos, Affonsò i^erréii^a de LáciéMa,
Otrgbrez Ifein Vàmodâieã), Âtitdtilò Oàbrio
11'AràglD, de Lamego, Francístíò 'dé'? aSitóá-
léèllòs Iftbtò "CàMòsò, do Grátffil, àc.
Tem esta povoação daás fobtes^ptftAtciíes,
f^áò Úm Mil!a 'em 1^:-^À(tâ! i^e acha a
iknitii SLtXiiil 'd^sta pál'ocTlta;em'^ubkerttii'
^ d^ tfétfia m fdioás. ' Pot fohdada ^9taí
nova ibatri^ ém íltSS, tto éb&o de títtiá' tià-
belía que álliíiavla, e ((tee^tbi^ti^fasfcli^tAadaí
em uád dos áltates latei^âAés da Oi^V^Ja. I^èlha
'^ ié a iméripção ségufate: '
BSTÂ CAPBLLA IN3TITtllU::A)Bte<
NO ANMO DE i63)3
1Por baito 'doesta tdscrlpç%o 'edtá o bMslio
d*afáas diestá fahillia, é']líintb dVstè át(âír«
WoàQláádo 'âàs Âttnãi,'^ vé'íla 'tátDJ[)à"de
uma sepultura este epitaphio:
BSmrWUtntnUl Íf1>9>B9ri)lr !ÍNML'
FAUÍeC£U m AN50 DE Í6à2
' ' Iti^dl esta ^ sepúR^ira 'ti^áftsftrl&a para Mifttl
. da antiga capella» e também teb ntn liràslo
^•artiías.
Ra luais n^ta j^voá^ as 'Cápélíftsde
' òt1ittèlHE'àVhéA At^s(6,''dlè L<ttnígbfl/ e «'M-
>Alhi ia ktHónit Osdriò; de LaMi^.
IfUMi «ll^qtieikdiMatoòtiiid^tíJta bMMiitt
nbtá cMt1id^'áMd6tiKam da liittég^iilVih-
eoeo, e'&b-'kiòrte d'eèta, 'estib íúb érdidás tt^
Senbor dos AfQictos» da Senhora da Pieda-
de edéS/Mò^ATVârttího. Aquélla è^ra-
'daathiVel^^o tei^a na còtifloreiída d'éèle
rio com o Taroucft, onde tem uma boa 'j^H-
te de granito, feita em i869, quando se abriu
e^ eiiifádi. >
A uth Idititâetrò dttltòndhn/nialinhami-
ihoíhíL d*éétè'èòiÍOeIhõ edò de Taroáéa,'èo
Síiiddã 'í^âfráãéllá, <^tf^te um áVeo, 'dénòilti-
nado Arco da Paradella, cuja historia M
'^rénte^i^efetíWiel:
fá^etèín Latim, hbimno de m4,'Din-^
dK 9.^ éoddb dê Bá^c^lI^/filhodoTéi B.W-
ttf2, òi^tiàú^ 'èm^M resftàméntò (|tié fòsie
septiltkdo tío'ò(Aivèlitb d^«:%i6 dto tártíh-
éa (tio cbttòélho de Iklondíbi), % ^uaddo o
t^r^átito 'fóttè)rario 'sé]^fa>pàra aquellecòb-
Vento, 'párou no sMo V^nde i^è víiòUíio iireo,
alii erigido piara coàitíkemoraf aqu^lle a!C6i&«
Te'(ifàí^tò;'e Vélà meáto^l-azao^e^â-H/fram
tnai^ dòfo-qtiejâ bSo «filaftêm; e a^délie úA-
cò (ttleltsta dós thsis iim bt^te dt9^apt>aM-
\iêri ikáitíem, á nião |>tedbaa íiVRe ^e nla
condoer, pois o tempo e a inépcia dostridl-
enntes e os donòs^ôs*|[^dióls4isiiihbs ofsem
maltratado. * ^
'À'(J[ttt tíiíl^éètar, fta^^è, 'ò"bd6hkM'9oa-
quim Marques Paul, iíxihááÚé dà eriàftt^.
dtié 'fòi -jâtíf dé Ibrá^d^ Atámbtija; addiftiis-
Mdòr 'do 'Uáiltò ^ 1loeÍO'èD()f'LiANJs, Cf tá-
timaoiente administrador d*est6 letíbeéibo d»
Vondili^Utiitõh átltl(]íí. kxfíte alada atluva
—a ^> ty/ÍKMl-ra Al^xâddrfna d'Attneida Ldú-
retro' C^ydôib''Kú4, t^Hénee^te À betb eò-
nH^c^ãa fatniliá Altti^idás^Letti^eiros, dof GnK
Casoi^ também aqui, eá^i vtVè, téiiia
'^tdòpòt^^í^c^éâ lutt Xitãhiiino t^i^Mtiítò da
^^ii^. obathíirèl irhxút Ántotrio d^Azb-
' védD, deTt&kés, no^ éoúcefhb' da Pèsquelhu
'^tàl^m^á^ul 6xi!^m 'os successor^s VLo
capitão-mór, José Pinto de Mesquita Pioíeti-
lel e Vasèokéèttos (dttia'das maiariidsrés lá-
«ftO
mm
.U4a por 3eu5: iwft9s,.fú fr- (AAt^<^, Ó^ricy
Pinto ^^iU> cl^.y4p0QWje.Uo% JQ«çft.4e
r4iacQude.Vj^o»G^Uos,Pioto Cf^i;dp^Gk . ..
< » ;
. . Não im|Qcíopo Qj^^td jirUf o.^^arioyM d*a8.-
. iMfaroUia^ fior i^rm jàsi4(f;pji:ú)Upa4f^s aai
.(^iiiro&,art^os.<l'«sUobra^
Pertence também a esta freg|i9<ia a .pe-
quena aldeia édA^ínqiaf^ j[amo á esgrada
l^macadím àe Lamego a Trancoso^, e.^staii'
te cérea dq anaiJ^iloinetro de Mondia^.de Çi-
'«92^. ,
Tem 33 fogos, 81 habUaates,„e,]iina«ca^a
.iMlHre„)|H6 é do ^b2^de.deC;^tr/^.d'Ayce, e
^imtio .do, povoado aiqacapeUa cod» a ||[^-
' TQoaçàa de NQ9^a.3ephor^ dat Virfqdes, tei^-
,fip, ajem, do altar-BQÓ)r,.doU al^ures: latera^.
,.pa, eop volta d*«âta/aldeía grs^jide numero
.dosabogueinos, pjrodnzíodo bag^.ein WJ^'
, idfd«^ px]iie cQo^tíiae wi dos rQodiípeatos
.ipa^s P^^Q^ide^avçi^ ,a*$ates aiUos,
IIONDIH D^ BAaTO-y^ll^ Traz-os-Hpi^-
.p^ cabeça do co^celbQ,4o seu pomê,\co|Qs^'*
ca de Vijja.Poiípa d^Àgoiar;, S4 kilopnetros
. a N.E- de Braga^ 390, «p fí. d» LUboa, 430
. Kpi.«S7,Ui)iíutó6íí)gc|8, .,,. .
Orago S. Chrislovão. ,
. , iAfcebiap^dP de l^aga^ diiM^^ «^minís*
^aHvodfiV,|IU,pe^, . . .;•...
<0s mai:qpQ^^a ,de l(apaka,( apres^ntavs^m
. ]0, vigário, , qo^. (í pba. 4^000, r^s de, rpnii •
jDi^Qto.aDDaal.
. Q popíeeibo ^e.lfopdiqfli icppoato. ^
..((ifr^guesú^9 leguiptes, todaa nq/ircebispado
.4dBrac8»— Aib^i,.BiLh6,,Gj»mpa«bó» Êrodél-
.Jpy.L)amj^$4*Qlo, Mo(idi|9k,j|ieBasiçs Parattan*
ça, Pardélbas, e Villar de terreiros— ^ todas
.mol^*£y)oruftos,,, .
. P^Jiapuçl ibe.dec^ foral, eaiXÍ3^oa, ^m 3
.4d jm^bo de iÚ!i,mvrQ,Í0 foraes novos, dâ
Traz-QS-^MofUç^ .fl. S|7, ogj. i^ .^ Veja^se q
processo para este foral, gaveta SO, maço 11»
9,*]a.)— Este (oral Mui^m serve par»8er*
vá.
. . Está. esu villa silnada proiUqio da mar*
lUpa, belú pppte d^ {11^^49(1, ebaaiâd^ j^^
fazrsè ;^qi9ii, ^ligamento fraude, çoimner-
. ^« çwa a» i)Wka f j^rio^s. de cq9i?os .a oòi^
ir$e^ qiae ^^pprtaya. p^ todo oi,i«ioo., ,.
PAlw^ca^ ije ,í(flui^Hita çítL .
. .fifjj^i.s^boreç dpiutafV?^ ^'es|ia vjl)a as
marqueses de Marialva.
Pela achar ini^n^iian|e«i e pajnt. aoieniflar
QSl^ obura* rearmo fiqpi ajbiatopa qoa.q sr.
C^upiilo. C^stçllQ Branco pubiicoii no gnarto
Tol^dasraiâ bellase cprioaisaioiasiVoitoa.^
Insomnia, e á qual deu por titule-rÚ Cafre
do CajnlSO'Már.—È a seguinte:
Jfi^ Ibria Guimarães, najiural de Mondim
de-Ba^to, fora para a^ America e^l busca. do
, bens da fqrtq^na. Tantp lidou, que, di^^ppis.d^
.gUiçrra. ^ Pai;j\guay„ liquidou ^, sua casa,
ppdenjdp rçalisar ,^ma fortuna de 500 coixi-
tos do r^is, com os quaes regres^pjCL á pátria,
Qpm sua miUber e filhos.
. . Passando um dia por junto das ruiuasdo
,^ma grande casa, e olhando para o yaito
portão da , quinta, vjnp encio^ado pojn um
jiir^o de armas.
Perguaton.de qofísn era a propriedade^, e
.800^ que . perte,nçei;a a um fidãjgo^ e que
^ estava, a rendeir para a (azenda,publj/ca,,por
jdivida antiga, de impostos, juros e custas.
. ^ôra. eafa propriedade do capitão-mór,
^e^o Pacfipco,,q(i^.era muito da casa do
duque de Aveiro, e. estava em Lisboa,. quan-
do teve logar a tentativa de regicídio (3 de
septMikva^ft ' 1788) .
Apenas soub<» que o duque fora preso em
Azeitão, fçgíu para a sua terra, e, chegando
a si^^ casa> que era ^^ WP P^SP Í^^^\
4ea orde«(i á n^nlher qú^ 90^ fireparass^ e
mais dois Qlbos mçnor^ JK^a^ ^hirem do
reino. < .\ ,
Antes de partirem para a' emigração, de*
posltovPacbeeo,<na mio.de om^teo e hon-
rado layrad^r da f^ueila, que era alferes
de ordenanças, nú cofre de pau preto, com
.idijraM^deiraa de bronze» qi;e estava ch^io de
p^B de oiro.
Ô mesmo Pacheco e o lavrador levaraio o
«caUio para casA do ultimo, ^por s^Itaa, ho*
ras da àoi(e,'e etif^ aqnelle^ Ibè èids^ifae
o Caixão continha 30(heM croíaAôs (iW
<^ni09 de tiÊ\%) eid útkibtd^, pe^ e íjú^
tras-fnoédas iimfU) aiHlg^.
O HHalifOdif pâ^a a Ht^pasha;^ deí lá ptt^.
ra a Inglaterra, onde esteve algnns annoè.'
Aêhaddòr^éi o dejk^tltál^Mf ém p<?rt|g(y'ae
yH!^ e^èfevèn ao fldiilg6;' '|HÍt^ qw viesáè'
otf^mlMNl^sse' fatmi^r* cr sect tliésovAra;* o ^^^e'
PáébècòHI&x; Ylúdd iqiaà ntíla'iíaliei e Vevaii^
do o cofre para sua casa» e alli o eú^ttiél
Ò rei b. Jos6 mòmà ém tt de fèftofelro
de 1777, e ò sen' Míáf^itrt) e vtíi&ô, d^lèif l«
qores dé Pombal,' for^dep«Me. V '
Logo qtie PacUeòo imlbè d'«dte-aa>Mè^
mento, regresson á patrta, viuvo, e com ddfs
fiflio^ já hòínen^; más f ràfptos, tiDrbtlletitDs,
dissipados etlixnrlt«ô^.' Seapaé iii^iTr^d d^
repém^, eib'i78t, e^ enterrado ilá'egi«ja
dciMst^iro dd-Rt^ftijos^ d» &»9to; qaeéllé'
e seos descendentes liaviam beneficiado. ' '
Os nulos, apenas- morreu sétt pae,>evol-
v«râim lodos os cantes' da^ ^aiia, em' basca
de thesonro, mas só encontraranr nm ptpêf
e8Í6ri|[)iò p^lo cspftioMnér, q«ie di:eia:^HP2)tf5
ser qwsnpátrrsa xm nãò eõfríjfé; moê a^i*'
quezá dê terto vo^ fchrià tifftH. Bu nãó ín&r-
rerei com o remorso de vos deixar nas mãos'
opèior iniiítfuihfiU& dos preioers&s,'qiie ê o
oiro fUk) adqtãfidó^còm oprôprio Suot.
Os filhos blasphemaram 'dõ^pae, e fbram
a casa dofiih(»(H> amigo 'defN)altaffÒ saber
dtí' cofre; ma^, com^este lhe dia^ qdd 'd
pao o tlhha levadot, toftialràm a fSúSí casà e
aidarfaramo vHho feitor, de pés é nmosí;
am«açandoo de o não sòltsr<^m, setn ftõ^
eHe lhes doesse conta úéfi 306:000' cmzfldoèi
Finàíolèaté, dnpoh» de mnlia^s e baldatlás in^
stancias, soltaram o vélbu, qne fbgfil<logft
da terra, sem ninguém mais tornar a 4aber
d'elie, deixando Vf hementes suspt^ttas de'tèÍP
/hgíSo' (so\à o thesonro. ^ -
Ficavam pois redwítdos a uns cinco ou
seis mU cruzado^ qne lhes* rendiam sétd
quintas que o pae lhes deixara. -^
Christovadoí Pacheco de Aádhid#^*^>tnor-
gâído^ficou tta 9na qninta, 'civainAda Apo/
dé Oíèirtis (onde bavi^ tiásèido o sen pêlé
Mlecéfi) ébgolpfaad^em ioda « eiiata dè^tM
doso dlsilpaçdes. '1
401^
o fmio 'é%MMo; SI$blrSlfI6 Padtisoo È»
Andrade; fòi para Liiâioá ireq<ierer^nh) ^m^
préB0i'd«4>i iMià I; é, tMno' nada ooéés^
ffffsêéi êikji^gtm*^ Bó^ vicies' eà'VadiageBlf
morrendo pobre e deshonrado. ' - - -.■ ^^
tá ^ik ^ i)ittt^,'«ií(<<m^ íMbi' ttmh' Máda;'
de qtlefai^étttiA^f^tf mfe ^Pèdhoi d^AndNiéie)'
é mátréié 4» WiMmds, ent^trtíià modésia mi^
dfania;'i^moé'daí'itta^al»di^fortiJMat >' '
BsUS^HèitteÉi; à^ar de dès)[>ii0aai^><MPMk
des e zombar da* Vi^gKé, maàiA4^ar<«Moir
seu filho christãmente, por um religioso be-
nèdfeiiho/coiáV]liémtlfih«intren(elko;' -
dsflIehMr dá diérf^^ pne^o i|«««lhe «aiH
MfQ <|lMi^p), *^i¥Ío pará^sua ^i^i ^^m ^oiiM
nistr<9ii;"aittlàf'i5bíUtltella, Ma nónio bottMttl
séHb e inon^éfadlo;! m vlBíst do ' qtté^ 'Qa-^
sou cMii'ilttí« éenlK>ra'nftb#é9,' 0 com IIOAXN^
dratíidèfs'dtt>«^te (8«0p(>^d0(> r6jé> «on^K»
qtíaes déáempiínhen^a sua «asa, tivehd<>to^
mo homem 'áé bèm,^|^r espaço dè algtintf
' Qn«aio o f xel^éHo 'liberal efatre^ no Por^
to, étà i#3l^^era eito ainda' mâi(o>tto>vi^ W
capitão de milicias. Foi para o cerco áfê^
qtfálla clátiié^ énde sepOMou valentemente;
mad ^d^n-te Vidà'dé£f>««Mtfllpamentos, to-
dii9 ae stiaft^^iilAeS' d«tti«s«íeas, e voltou a
Mondim tâo mào enoMi Kbrâí seu pae. Sua
imitót^r Ingiir-^lhe' pai^aa cato*pálèma, èom
tim '(tffao díe 5' aBww; chamado AWaro èê
Andrade. ' il
• AckiéA dé ndro de Andr^ai^, }á estava
onel*ad» eoib as dlvlAi^ que eolrtrahlirá^dXM
rMíle^a f Uf rra civil, oielle aioda-mals a eatt^
penhou, levantando muitos contos de réia^
com 'OS'<|i»es se Ibi eslabeleOêr em tfsfooa,
em i836; e até i843, praticou alU teféa A
castas de extravagâncias, até que n*0ste ul-
timo anuo, a 25 de julho, roubou uma ma^
n4Aa,''cliaftiada( Mai^ia^ do Carmo, sobrinha
é» «tha velha -cHalda da- casa real, das ^pia
habitavam no palácio da Ajuda; abani»'
ttííitdo«a«itio 'tíOk da qaa«ro • diaat « deiíaa-
dto^a IfiliieNatta dor ma» ^aivoz, lewo auAi
Mber^ arMpeiilinièliio. 1
O fidalgo, depois d*«ate aea ultimo c^íf
I.
^ ifê» desejaram saber esta Maioria
¥m
itm
«HiiiiMdQ QpiQ, iioi^ úro% ii.Mim(d«#iiA iô^T.
«DOO (àe 1843^
qm, lha i^fHfq^flpr^ifa o ^ft^lHit^ ^ iJMfC
com sus^ «^, em ime^A^^d^^Mhfrftgiw*
«i#i,QQiii; aor4«Qado d^ JAP r<iJp»dÍMt<M^^-
bfl/4o 4l>kM4iB da, ftogpem. t^ «IM MMo-
xi9i ^ lAfiiimii» e çrifiia». Ata li^mv ^
iPMM iaMr^«p#s.# 9m;/9ipUiM c^r^iWt.
« promett«« aA 4l^bj^. d». 4mi^)9r Alvm^
^4odr^« 4 mimi^ ww» 0. bnmiUMF^
cb Ofpiroi « ftoa* P^rti9i)ca^ a<fftiiKirip9«T
tp)dQA.<^K<i<ioFaa. GavA^i^pobvií^Mdm j^
lanços, e ficou com a propriedade pof .(||(p.
Vf^* p%g»na«i l9gQ a im b^RPiMisí^ e
mod«i>do iogo reediOm o PialMiliP 4ffciM'>
Bidp. *
I^ t«iib» «eH«âl0 «fPi(t
. IwbUQltoi do iVf (;witt9 Q^tolr.
<0 piPíOfri^MaJo (QiiUvarl^, UnepdipM
MCQii^radiçQ^ PQBi q aomiMiiiie 49 («MlQiAi
di8se*lhe:
-^ s«9l)i<w Álvaro, Tá iii0iAoiiboi9^9^ nao
:. rvSimf aeqbor-r^9Q 4lYaror.nipiaQdp. y,
* ^Aa^ ft da. tarde ; a ie^?e tílMin) Q^PAPftl^
^panao baia disso* .
r.t X tora apr aaada» swm a hitml^ da oarr
pilao-naór na exUiíeu Jtoiísa doaJ^Mli^
^ Jiiidr<ad6a.
.mJí 14 €^u,yA o teaaUeiro áa teaiUbaa.-iHUtt
t» alvapeis. Â9aim4|Dejeb^u o.«wwqyfima
do tabellião, sabia .«m eUa.BQf eo^va nn
tJí^cufnlttaDcfadaiDeme^, yi^am o 4 .« vol. das
Noites de Insêmnia, a pag. 15— ou a Revista
BmeK^al' Usb(mmi^ey4^ditít a<|^g^i
immí.^ Jmam.^fé aiot i\Up de^iw». 09^
rbA9» om^fM^ e^gpa, AP p^qM,j« d^*.
iii{#dQ» UM^ aipd^ ai^iip, a mtm mfm
eabaracada, das p(^te96^.4^ qiUo^i gpM
dr»,.
Qi)^gr:pj-a.^f8Qi^tM^rea4#jM«9). ^ dW^tídr
\^ 901 in^^94v^ 49Pioi9i 4?a' (adÂIM ^
ea^ 9a, Mpi^da. d^feirl« J4 14 «atfy^. ^P^
nr^^^-ftft |]fi,#r. AlW<^-4í«pe.íoíiÃI(ifi.
ri|.Q|aip«jnfih-e i^^fuççev^dq^
— Prompto I— EW^m 0| #f|çi;eii»e9tP»C<^^
dM4fi mniMano ^ri^ta 44^Utmw? 4^ <?¥-
^pi^JK ^)t^ 9)|p ^DQ^ «!#, 4^. 469.,
QWQfkn qa^dPft'aQ.aA'q|Q||Mtf<>t^.P^rW%T
toa:., . ..
nrfte todpf.a? jp<rtTe9.qw W tAW>iíH!W^^
-TWn>i.íe Moa Os.JWhÇ^» q^W.WP IfiW
T^iVX íiefl>rrVO)l^eií, (^ bCMWtoko, W/Pt
movid^inrfsa^^ Q flp« m flíWP?
.7TY.5.*.<ídÍT4.
trlí WlíW: wcAad^ d,'e8t;^..qrtpis^ 1^09 pp-
l(wr^iP^> «Iteft ediâc^fw lUPa cad^.CPW
9fi^ qf^\^\9lejfl ; i4. m yé q^e 90.P «P qpe. p^r
^ ^, o})caa, daf C4a;»a ; ^ tí8(o qua q af^r .44-
VMO i QiA d94 UiD^». f^ c^CQ pobreAi lasfiP^
IIVNO- |9^;.fw44a qi^r ^ wa.e^aa íeila. A
e^ffOU^ dP .1<¥^ 4 3aa,; oir» ;»f ori,, Q. I^tía
dl QbRK 4f 80 4 ^á ppr miohi fWPta.
T^^^ iMl^l^ea i^çcai^ami p3p ^^coll^in -^
4fa|s§'AlYiira.
— Maa!— replicoa i^ M^ Croim^ãe»
TmMaai ou 4^19 qp# awH>« (mw^ WP- çQm
Q.QUtra^ ou i)ãa Mpipa pada f&\W* £n^ soo.
assim!
. •^DaixaoM^rDOs d^ ^enhoria^. Eu.m^ ^r
\b(h de una ^QCi;a'V9» a najip elámip^da
bjorriquairos ; ibra^r* ^yaro Pacbecp dd^*
cendente de eapitaes-raóre9|,4^.,f|QMp
mm
«iÉii u^Am pmmlof Aa^Helgaço, nas soas
féoavafli de^ iqt^hpMi Oauorno^nos de senho-
glM, VannWi á iipeiMo»^ Ondfa qner a soa
Hb nMrhoiUflin iMwiiaáa i
-^Mi 4»UH^iiiiaQ4pa #^ teaafMnoHi^fA
um abraço, e ymmm mt^^m, qwlM mui
frio.
£, no decano do wwjpifcn, ymwBttíR ;
•Ml fti Ali«rt^«hadetfÉMiHDe 0'ilvr<tf de
« deelMdit» éo atrfiy» d»iabelllie^ m Hw
iiio eastar. ftceto» ie»iqmBi !>»< lUpimrtrtB
MIM «iNiis^ «dl qmwiò ipm tratar de te-
goeiora^EMMfc ■••«À HtedètaDatiplaaaii
Oi'<aiai di>» i^QlMiM, e^Q eupiíal pata o ets-
1^0 da» Éiipoiii,
O tnrasHefro citara, passados seis meses.
^Mb» as eazas estattim }á de j^atéde é tecto,
^ando yoltoii, excepto a áopòlbtt c^anifado
Attato.
' '-'•^Om qoe entSb a casa- w>' 39, aTMa tAb
tem sequer os alicercest^pergtmttm o Mm«
ffinor.
^Ê porquê o pòlm u.^ 98( tilo predsa
Sttifto coma bs outiDs—respotidea o ftiífor.
' -^Boiiovmiéa ser agora o fisiealdiis suas
obras— tornou José Marfa.
^ Ê, ao outro dia, fez convergir os melho-
res operários para a bouça do pombal, 6
n^andou arrazar a vivenda de centenares de
andorinhas, qne se esvoaçavam ao primeito
iroar dos iáví5es e marretas.
, . Mw^ ^ "f^^é. It^rífi apaistiaun ao derru-
jMmeiMp do.popbal^am ^nto ícoj^oidop dp
/^Ig^ear 4aa. ei^j^y^rid^s b9bit»dé)r^ 4f^
N'isto, um pedreiro, e§t»ofoando ooma
alavanca um pedaço de parede, descobriu
^(Mua superQçi^ wqf f« qj^e ati 1)1^ flyirou
Ío)i^^.
. —Que diabo de obra é e^ta.de lo^jua» qb^
jpar^da de paniaíw^?— disse,© ajye»»}-
. O teaail?ir0* aMrau<«e da- paredfi» apalf
^u a auppoèta toAsa, e 4â)ijNrvDu ^ pedi^i^
ia»
quer que fosse.
i>gar»^qapiip iiMte¥épqiiae»4iabo«84tf^
ma? /
•«^AnMH^ «l»?-?^»«Vi(Ml JQii Haria
-^V..*% njjjiiOiífti dii» qma os.fliaalt
i9a«4a^R«rt «ifisiidei«a>«iu tbasQiiRii^ que
"^^ mkW «dlnT Mi. Attrsai tttft» toiâ
aip«lra qmieMâtdoslaêos^tonlo mbaMn
no caixote. Cuidado lá com isso^trÂAIviiiar»
ptreoaoM^qttf nfê anfMlriàfassaiiéi^ do
flMUHMT dalàMia éo»>se«s a»àh*-êfaâo«i«
iMwíMrofc
— €omo?!— perguiitbn ATvaro, quctiilte
entrando ito recinto âó< poinbaf.
— Vetrtka vôr. Apal|[>e. One é issot '
— ^f^rece-me um caixote— dl^se o IMnèto
dò capftSo^roôr.
— Nao é, parece ; é .que é. Sabe o que li
Çftá dentro? Sabe a hja|toria dos trezentos e
tantos mil crusadós de ^ti bisavô?
— Ouvi dizer que...
-T^ue unnca appareqerai^. Apparecem
hojp. Esfio ain.
Álvaro de Andrade, t^^e tinlia encarado
b infprtt^nio de trinta annoç^còm inteíneratp
aspecto, descoroa em frente da tábua uegra,
que devia ter dç^tro uma cpu^ chaq^^da,
bem oú mal, a fortuna.
A ^\^ t99VQ» c^iciifxçitQ i^t» m^^9t m-
j^i^O^H) ^re qnati-a robi^s^s (ur^COSt.
r^h\ eom pé^l §^w^ umi#>» 9ft^^
hMqa e l^tQs mil aru94doat . .
—Que quer dizer, mMftot^pODpiílMkO
taOsaBeiM.
•t^tiliil^e paio %>ft«0ito«4afi*teéftMni|
i9satm4<4'«trT«i^wB.!lQsói Msitia»>ciHve'Bisif
«ho>»;afaaiajte.-
— Ó meu senhor, pois eu. . .. < , ■
— Suspeita-me de ladrão. . •
CM
mm
íám
em terra de y. s.% seu é.
^ -^9 'Ma »en% ó láfulMií^f f%i9 nio sriM
qoe •ttie^eUl^^ é úJ^té putm, KfB^té dMâà
Álvaro?
*^ «r;^«iliÉifi0tt. . ' eKftIttBêw ^ fifho
do altimo aeohor da honra de Real 4*01^
rto; e DÍ#!pMe^iiitfettlai> MM expressão.
>t-yaffioel*-(attiiitif ò 'fnriêíleirií-^pir^
onde é qoe vae o thesowiK^deeêii^itfd/iêri
8MMlltd«l4. ■ "
< Joté<liMri^€e9qiiiMva wna oteadft deefa>*
wdet i««»UifeQCMi^>ieai ^oatlo /Daiobreil^
rodeando o caixote, se embasbacavM(W4MM
909 oatrps, A |ef|o^,D9.r9fi^ d'Aivj|ro^ com
a mais sincera e rapeitosa estupidea.,
Novaio^Ofe io^do, par^ d^er onde ê cai-
xão. ^ía a^r levada» Álvaro, are^pondifa:
— A minha mãe, qae sabe o /çLUe são. pio»'
bres.
'" * • ' ' » '
£'os primeiros pobres^ que, réíalivamenté
enriqueceram nas aldeias coDvisiDhas,/oram
os descendjentes dos irmãos d*aquelle feitor,
que mditós alcunharam' de fugitivo bdrãq
do thesouro do capitão-mór^ e que se tora
niorrer longe d'atlt, e obscuramente, receoso
de ser novamente màrtyrísado pelos filhos
de seu amo. *
Álvaro t^áchécò d'Àndráde, n'este anno
. j '
de 4:874, tem quarenta e nove annos, e é co-
ifheícidò pelo «dklgò^e Heal dTiOlèiros: -
Aquelta âetíh<M, tUétèz uiot^a, com cinc^
fofMòtos ttho«, ^tiè Vrlnca ft volta de ouira
senhora, de setenta annos, é a esposa d*AÍ-
vakb,~e'Âha dé^José-Hsiiría Guimarães. A dos
cabellos brancos, tjtit^ Míe-alVéJam nà fronte;
ebmo ti ^pdà^ttéaçdcênas de uma* santa, é
a viuva d^aqtii^He {álftarM einfatmo D. JUan»
auiaÉrtiidUiemms^
O sacerdote ancião, que parece ter ^Um
ttàa^é%^fB^\9 aliliaâetqtte nos leiíaAms-
ta Univet^sal Lubonense^ e a quem eu éwô
g jy aépy» oajcomment^rioi ao lo9O80i»fNin-
fmte artigo, què^oK» parece ierdoBMQiHPe*
aado BBeatre e adorado amífe^ ^Moie'<âi
Castilho.!
>e4!o tMMiolu>8 BMtts lell»^
res, dèiaaQaiilfa dVgreêeio; iMi
parece^iÉM' qile, para mnhM
d'elles, não será aborrecidft^ár
leitur«diesl4 ufeieíria, do4io88a
primeiro rocilftd^iBtà.
miimún«^*h«^élrí«, ^l^ooâ^Aote^
conoèthd, eêwarca e dibtrtèlcMfebhilíitrÉtMI
de Villa Real, 70 kM(Mieti^08 aO SiWi W
Bra^a^ 34ft ao N; «e^Lísboai tMS§^fi)g#e.
fltu«707tÍBhia Il»fdir0^/' .. :.;
Orago S. Thiago, apoetok). •
AítMHpMi âé4dr«gu ^ - ' . •
i>0^>flM>ngee:jeroo}maa^;d»i»aveDte íb^-
\9Êk ^ieiNilr)i ia|)résoft«iiam e> abbadei iqost
IJBèa tao#âOO iéi»«d^yeftdMWSiitA.
• £ ten» ffliilo íerijL' Muito >bom<«tthúv
Clm.iimiio gadiK-dd ioda a q«2«Iidlide«^ i
9oi vite UBummpoèMtíg^. fibtar» peBlfr
de outra viila, chamada Biãtáiaimt ' ' t
. Jl^aitWMia; Aa^ faidasf^fltir E9qo,i6 4.o.aeaAO-
D^ antigamente cbau2^ Seloféliot, ejiioit
io lia Jífls$0ifê. *
Aqui* teve uma fazenda Audina^ ou TGot^
nhih *we » doo^>^ der^raga, em 1080.
Consta doMyro Fid9ú ....
Hoje é uma freguezia, que foi comme^
doa iBi9m^ jjoroip^aio^ de fklf^ .
.f.PjlQarih^ perto. ^»9«iA««i, aldieia.de ppav
ç^^vi^inht^. JPa^sa por aUÍ4^iBstfadí|.au»
vae para Vilia R^^aV^ . . . »; ,v,
J^erto de Moudrões, em i^n alto, ha ve^ti*
gios de antiquíssimas muralhas. Hoje eatá
D*elie o Calvário da Via-Sacfa.
Este sitio, é que se chama propriamente
Mondrõôs, e foi o que deu o nome á freguer
zia. . .
t^o fim do século XVH. mandou a caóíara
de Vnia Real; á Acadèn)ta'Reál de Hfstorta
Portugtteza, uma memtyrftf, na quíil, entre
outras cousa», se lé com respeito a esta fre*
t;uezia o seguinte :
ilflD alto doesta fregii^a, para a- parte do
poente, encostado ao sul, eatao uns campos
de terra lavradia, junto ao rio S(Mo, pelo
meio dos quaes vae a èiltfada real, paraii
pente do -mesmo rio ttnfMSda iMte, f, a
usa eoBirs laio.*âae8irMla,'se aobam, «oi
variais fartes, ao neie dos ^eampéa, montei
IKSDI
mm
«Od
i>i
• 1
iV^tfiite {lO Boi<««npM' amigolMitodft aiâis
lit (9eâi|irMr«stavft oolMVlftfdetlsnio, com
1W«^ 8FQMàr% 6 4 aiiMtatn4Hi<H Qaeiem
-#|ir<«'4# iíiotir«)i, «ffitf-Âitf i0!r«Mi.d0 r^coflktV
vi0UOi nl^nqueUê^ cooijnml • . i -
' • :Oa.j¥npi>|Qim^a«amarirde
.Vilk-fteul, t i^*afiiitti tampa,
enai iiocuwvemdos. eti^ ar^
(teologia^' <a< aitriboliiDí) ao^
mouros, eomo aioda hoje faz o
Tolgo, as obras dos celtas e
dosrooiaBOti
• Os taes.BMites de tenrácom
aa eab^mu^.àa {Mira, afio sia
mais do^uemámodi eeltiiMa.
. A atísianoia 4'€it6t aMiii^
jaentos^ doa tampos pre^hhtot
rioD% ii>*etlea sitâoB» mostfftiin
' ei4deiiteaQdDtB uqiie cjliss 810
babHadas ba oaiia da .ãois mil
I .
. ' I '• I
? ..li-
concelho do seia'^lètaM(^eMBPMhBa^ bís|nd0'a
Êk Inlanatrosi da fiNas,í84 a» N. de VUla
Viçosa, 160 ao E. de Lisboa, 240 fogos; ^
I JtaK IAIÍ9) «iaha 115 foftos u ílreiM^de
HomniSeolÉBni da âvaça: dfets òotras^iiai
qoÈàvUfwé, trato adíule. Todas três, tinham
eiiráVIS7vSI&i>ibios.
Qrago MoÉBa'SeMionL da €^açá. ^
Distrieto administrativo e Í4 k^omtttrob
aaSjidfrPartalBCréi.: ' <'
"OoaneeH»' de^Monlbrte. oompretaeadv^
fregueiias!, ' sendo 7iAo< bispadi de Eltail
qne sio— Algaló, Almúro; Monforte^ Fraie*
rè%'BaMo Aiéb^, Valamoile, e Yeiítw^e
mna no bispado de Portalegre, qoe é AssiH
BHtr. Todaa camr 4:100 íogios. >
'j
HONESmBIKQi, UOSTBBMê, HGa^BI^
lU^o MOSTSIROfr^rtognez i|ntigo^-«ia6^
teinaboj. paqoana moatefío. Vam • do lalim
TúàiMe noitm 'pnptiOi qmm kabémuê ttfi
ãipá 3oiii^ tntifriMdneèteirol,.^f Amefo r^*í
rMn».* (DoQMi6nlo^4al!aKmea;:dail0&>
• • lIOHKOAn-r-ft«iga6iia,d9eirai Aaixa, cobh
«elbú, comafe% binMdoe dístrfteiaflidiiiiBi»:
trativo de Castelto-Branco, 60 kilomèm» da
Oaarda, S85 ao B. de Lisboa, 3i0 fogos.
•!llip<l7tt71iiAàrÍW^fóges. .
Orago lfosfta<Seaheffa da 'Atada*
.'Afeita fpsgpaesía^plftiseáilleiaiifardaa
oiittfáa!.da laesmo »nome,.8a .chataia:Jhmr<
fcrU da Bdiré* i
rAfaieeai da 4»ngaisbs»l apMseâtaivéloti-
gaili, (lofl «tebaiiOOMOO féis: de readimeaM
-A^tftAxkaÈÚit lem^imíBta^taQlUv - • n i.j
Em um alto próximo da povoaçia; èii
¥M%iaifda;faii|iflaaçãea aotigas^aiD^ ari|iie
^•Kuaigaai aa^nonria da|tovaa(^
YOLUIIS Y
•- • •
• /
; lAiCasa^de Eiafançá i^pnseBtatra o r^oi;
ooUado, 40» tinba IKMteOréis de oaagmá
a o pé d'altai' ; e todaa aa trea fregaezfas^
dOOMpOréis. V
'BMá a Yillà siftÉada am lím ako, do^qnal
tomoa o nome; a.tMide^ tem um easteHo}
foadádo palò .rei D. Dinis, em laOO. Tedi 3
torres, aMai rda da ntenagens, ^ da da nkH
gio>; 4 balbatfte^ dsteAia^ foslos, ex^iea'db
mnralhasi^i^oai^portasw. '
^É potKMHcão maico antiga, proTarelmeata
do tèn^dos topiános^ mas ignorasse qneni
a fondoUf qnando, e o sen píriídeíro nome.
D« Aflbiiao I, que a conqnistoa aos nlodr
roa^ani liatK Ibe toncedea, em 1140, grftn-
deK piMtegi)» « liberdades.' Foi destroida
eom a§ gnemui^ eaiftra os mouros: e dáslè^
VÊMúá, e á locaoi-â paifioar D;. Affaneo fll^
em 1257, dando- lhe ff>ral, em Lisboa, «m
maio.^dlsssaimastoD-anno^eclm os aniigoa
pHfllegios^«onbedeBd9-lbe omros. {bBbro
i^«^4»i4liifasr/de^D. Aiflansoffi, âi SO, 0(C
lPy:Ml/lii#3)*rB. MaMel Itfe den novo fM^
em.Lisiòa («oiia6i)vando*IAeosabligosprÍ4
YilegioÉ) no ivi» da ioAio dB 1511 (£ttirodba
foir9fÊ{W&90Êt.úaÀkmÊBÍ9i fL 31, ool. %f)'
Tinha Yoto em cortes, oomf aanoloino bali*
eartií«w««^Bèta 4íretaeria ó da easaideira-
atnhftfaincavryacor áa Aneiras AifflciseaV
aaSM^ inariehcae-^LorBen lesots» ilÉidâdo^a
dotado por Fernão Ribeiro Muatasd, nMO»
16
«09
MOH
AvIlJl.. . Tvú .:., . ' i ' .. .:H .-1, t M .K> »V' ^
V ;.A.akÉ|pnelrQS 4ai^*> «tàf» (BMU ^toíbl-
que sécca em setembro, .«iqplkebià eUíUiaôih
Eram aitfM^í^siiliárBaíièftafaBloiaei^tiíòa-
Í0$:4aB ^Mm, •••!!. ;rU <.: 'ii-tJ
Tem por armas — escada jnsmv; cdmétnBa
i9BiBft«^i.i!}ftK36r,(4oii(B€Msa6Dmclíeiispe(lo
to» eite% 3 tatfi^ra»èrfln(u^ieaddPOiBac(af]i
SHUle pelo lad^.tdDnoflQfL > ^ i-" > ' : i.'>ui
O padre Garv8UK»íáJNt^âst& viib á<sfgziôih
te descripção:— «É similhante a uma galé —
kMii|iMt)ra&i»lrcâJMrM a.qiialrHi)>aJaíaLctte^
frifltefOKy* ésra^ r-eéno»» .bem íarliBcaé} -h- á
proa; é a torre onde eslà o refá^nn/pu^é
ÍÊípdK do ftbi,nflcaiidQelMkú€ttilleefc«4tedde
pittffOa,c(nii;qo«trO'fMrtaa>. " .. > i: m.
'. Sfe^ tMs;pan)cbii04-TââiifiaMai(ia'l[>Nòasâ
Selifaorft dtf GraQa)^i^doiftqpriiH'ailteidefffiii>4
dentes^y S. Pedro^ «rftuilrMatfladiBfitelBnB;
Hoje e8tão todas aDoeiBa»'á «prâminb 1
*' .O.pan)chor<4ajftreipieziaítée âi FedMk <ra
prioi) Umdi6m4pi«0eittaâaipel»oisa(|l«firo^
g»ç«^i& tMw A0ÍiMOO réútideu^eodinioiiloi»
1liDhE«8ta»li^apxifty em*ll957,'i4l'í^^sií
-ríffinniMittii enb pviãr^ /8(da'>ilieMá<a|n«si0n^
lÉQiri; oiparobheda flretfileaa éa}4iJiiitB]Mit->
fia^Ma^datma/e liiibaiJkâdifQQâTàK éé ran<«
dlÉieiBl».«TÍD{iaapatQ0Íií%'6in'17í59, HS^Uh
0OS. . '. ' ' .i:* '■ 'i- .'i ••j^ ■ L' . '.i P'
' ^iiroasat^deMín0icoo4iii>ehnipilal.< >^' .'
' <ltím as egrpja«liâitâ.'Bediioje 8âQU'lf«rti|
Kxgd^edà, eiA&«nÉiíilaáJde}iNosM|^ftantler^
SrSdbaMiiio^ S.Doii)iiiCQK5.«:9plriiti.aimtoí,
SLiQiiOr eliossa 0èoliont^da'€o^Beiçi»J'£sii
«Iliiiiiij i mb beiloi tttsflQ^i bémiK>nmdoii«
servidfi, éoDdB cdnM^em^iuQhastomfeiiâi
dteifiuAletiiifMdoMS,' • n ■ ' ^ "i
tlí terroc» de HoBtotey 4 fortadii poriMM
ribeiras'. As princlpaes, chamadas d'jÊ^^
hiça; tonn aprazilrefe minrKHiflv^etnganíiQato-
fcntoiUbsiaiosv •m'4afl^«lilthnun omitas
wm
fltiá Itadmi' è M»lai4 ^OfiHlii^sa^wffettíi» mttMilí
v«rà«4f (WcoM^ia AHiíity fàaitlêM léicHfr
toMita>giid0;ide«lbd»«i4iJMtdfil^ />L^o^
caça, .<ibaiMllai<a ^«lAiliié» '>lani»i «(f 'Vttriè»
aamorilQCltgff^ntvtnM n(ft 'amfáoit(%« é)éMi
viliil^^«KeellM>tealt]l«M0^f« e,Mvin«i« tleifflMi
e melhores junquiUio^ ttnun^loB.da^prcí^'*
cia.
•r'Iiaaiun(#íKa»B) f^nrxf^^ vilia, está am
oacjtaUb, qéto^e^j^rttqféiejéii Aindaram para
poiisilp softcavuro^ J m» «mno tempo em
qua foaiafíii»<o (aistet6»i^94la d*Aviz.
Em 22 de seteâibfafdo I9l7 houve aqui
«an «dasGUl^. UlMiraiMi «dè 18 para 19 an-
sás, «kMBittOi binaiH^di^aas, roubou do
a4tav:éo 9antiBaiai0iSâm*smfi$iiCo, da egreja
dedtosaogedhor&ida Om^, a sagnda pi-
xlde^i<e*'ispflt8uritddM< ^Nheilias que con-
tiul»^ tevattào' 0 tasò! t»|mdo, e saindo
da egfti}a,'«SQin^aei«iti|tÍHirt desse por is-
to/', aeilaoiíd.éia aégvtiKdjititliaDdo o paro-
dio foi dizer missa. Logo^tumiesmo dia (23)
initl f detQ(ieif^z.ollelw«inelUdD(^ft.idlí«7ia;
d«pèis*'d»»iaeiilADee»b^'ba diK><Mí''iiVig<«ift
dè IM9><(eAi «HM segondaifeim) roi'v|«atfA9
á5l^ra\;^idbAR(;iff0i, 4e;rLI6bf)^\«aFraíi(hd»i^ft
eáttllsl deuntiunNinov^-e^tfm^aiiraUo pástéce
Un* egrtavtto asitqimQièfiffiáfifyiá]»^^^*
pefoiqifecítfisuio^^ dm>oablífo<tia^s«ttiBa»rJlai|o»
altencado: -•'•'■' 0'-..-..j'i,r}-. ii-.
• ■• 1
/:, í '«"píl'
• »», í
A-
Monforte é solar itds<inixiais:iEStè\ftpfriili-
do, que óiaMflo«iK)to^lffato/áe'HeBpaiftay
«idiaitQi.Aa iítíire iSa-tf^xw^ja^stâ áicâdAde
deifitomaiH^iDabO^tthBai^í e<ila^«Hladá>deA0«
xillo, na Extremadnra hespaalMlaú y:^ a.
•-'DuBniilSd>'§ti|s MflriJiarfiopyaiiBtoaaato-
HmQO^ fMntel» Mia ttuui oaorte^: fiaigiiii fle^fita»
panha para Portugal, e veio fazer 8èa/aaaa&»*'
to n*esta viN^ÉiO^ttonao do8ili»ias)Mtta-
gjetcat .< ■■'■; 'j'y - ••, .jm md
Si]astai«i«s9lo«Hm.«ainpa dVaiaa^;aife*i^
xaa azaes^^flio #até atoino/^ par Mntoi^
mm
400
^
nflftbW^BtevD/* fauMni toèi
fttxasq. fiéâãH .««flMMi^fifraiaatilto^MlmtteinBiflOi
OmrosJtUsnárAodíaiiiBbHtjdòiÉlUiftO-i
leit^iiit»90Bqji(^aÉDa^AÍB(ãii(t^jtâiÉbniq j f^lf«^ièasÉíaBàífettK)Mi;«ÉeiB9apiii. en int.
um AffoDso Mexia, vedor da fazenda dáf*-*'' laqBffiOfíliniífiMirtfli^ ib ffftMaii* ^ ^ , .if.i .;.t
dfi?%^c«feifl»*ffeél«te;B3ífe4i§tt^ ' 'Stod«p|eiàv!i*nBi;aiiltía cato^tertlaq^
mH^àri^é; #^ít>§íí WWtfèf '^rflftí «fri^^ôl pádeia<^l^#blMIkák^se9áBUíiri«É»:■N^
n^lfii tifttii éWja^íbttfiéiifáWííífeWírtító?^ '"'^«H pBt09áailre«aMià!«(iá*caÉiamÉto
mouforte Dosmsê %via ^li^èul^
omiS ^''p&Henci tó a e.4taVttfe^,■)iué■flck
lafijWiíAidb^àé/írfífttâdai^^riB'-:
anca.
|ti<(lfl
nBa a freguoiia, |fa |^S7,^l4 W
em Lisfoâ, a,ík,áÇ^^Wp.4g,;jâ:^l (Ófvç;
fttfs novos de Traz-os-Moj^tt^i^ if e(^l.fj|f«>j
coDtiDuas gaerras dos nossos cioco prterif),
T^'jnmai(SÍfA' D4ilfi94iei0M>aob(aí dédpil,
llÊàiíÉavÊojat^faàTéfi^^tsm <«ii»aterí^9fiio
to4l|»mfwaiiàqatfM8i(ieiOfnBi() aoáí ume^
pelÁDBW^ auOÉrinK/j; ^^-V'-.'}.- .\ .'■) •:></»';:•-
D. Jeronyme Contador de Argote dii^uiftr.
|i7. 1)1. ca^. Y, p^g. 4^7, das saas ikmorku
do Ârèáhpãdó àé Wagcr, tjiae;^»^^ timk
Tooiàei Monfo^flÉ^fliiD íà^r%,hio tagaic-^^âe s
pentú á(tet0iiiiliitto^LCttsliBi,««<faiQaiidai:.
uma grande povoaçáo^HÉ^.q«ft;«ifMl»jippàHL
jj-edMosMaide ^fâtíÂà» iiiinifr kiumâoi^J»
ti5| 0<K-n»iioÉi) qlibs^liiB oflfca^iuaiioanoesc^igA^ i
$a^pDir(fiÉiiindBQalaga^p(aovaro4i0» TM ..-i .
daÉa)aÉ)Oífaqavo«) QiitEOiM:<|Df> '^ .^pt iínnmftí;
cidiHkváJiá)^u;>: ij :'»► s>'. f '- .• i. -. fí .'
jiae examinou estas ruinas, no primem.i
rcNMiÉQi^ p«ti}iifníiyfpDBÚdi:arta>dà9i UBviítti^A'
^ toda muito bem lavrada, unida e foiiie„^<.
eoÉfari tsfeáôttne;; «[iiudAiittii^pi tnaife parí^lD
dt^Jilufl-AA^oiiites jn0HmeliSMâ'e9Aa(foat«nMi6 1.
âe^3iâ(i8c«rivaá«piisi>QiQ«f0«^íp«nttliiòftii0flhi^
eoiipmpfi 0ata<jp^0)Âmia^ i)Mífii«elwil MiÊ^ê *
â«ttdi^eapv9KiBâe8<itti«iia4os«aipoviQiiitftfa4) im
O povo dá a estas rAlDaiotn&m» á^iTmm\
téixutíl^ /MiiÉttMltftt4U6;:feíH4imft>grif d0»
rW2^>«Í6ÍU0aíft0ttMe>éÉ0âfi.tÍgQk.! •:. .{ ;...> .
fiflB«usimij0&iubBo> ami^' pttt^04&ni^
nomevbtiiMslíiioteéBisitftvM^i eíiiwlBliri^
Êas, qii6(e^iiiltran»toitteinp09 oramMo^' (]?i^- •
defiV^I^B«àrn^écMa«n0e)ftO84effiham»^i. i ^
BiúBgBtiiii, oao6«ibp e (RiDiiinfhid0ia«fllíi»'.
eovêasta cdnvJfle.aic^ageiKí iMaiidoiiixaD^-i Ecidq Utf9^«iii49fÍShlíiibA;(S*:ftlgtísl{::
em^n plímçli^ ãe OMoralhas^dè aiBesalria^ft Distrieto administrativo, bispado e 5 Mhi
«>m alguns baluartes. A cerca esiái4iÉBa«t^ loiÉaMO^rAB^^donCaatatte llrw^^K; . t' ...
4MÍ
por ongo Nossa Senhora da GolHalaçiuil n
0í<ii|afloná» MtatafnuuAojeitvefÉo-ía
cQja fregaeria esta está annexa) apytfDla^
▼a 41 eva|iq«e'fàata>30imai)óiiié»cèDirtta
e oifié dlakarj )4oe4a>JOMgiiíÍMii|iflaiaioi ii
^EsUiii^cwoBima ltegntfeía> «ptá siUurfa'
na raia, e sepanda dà BpMnunlBiaiilieafnr-
nMaipeia ilMra Mí§tÊS^4jmEvgia {q^b
ee^oqi»lÍMifaftetaii)ialó<eiitinniiMi Ttejo.
Em 24 de JiAo.éD iOftèMve i94Bí^itn<
coalyâivjooiB 09ftwiee8éi;i8ato'Ciia4isii:ft-
Btiltados. Os franceses avançawwi patai AK
nwídft''
• I
li t
Fonte mtUa, ,pp Caldas de MonfortifAo
t
MD wsrm» d^PMafiMtáit^ fMDòtdaiAa:fla^
Crella^íqué emr* :polr UspAnltt^ 'teiiC a soa
ortgraii a iliONMá tbftê^Smt»; náméqiÊiê^
Ihe^^laci oipo^ mM^TÈáoétiê Tirtodès me^
dieiqiiMidasiaoaaagiÉaa.' « ^ i ;•
'Da^éiiatsastewceJé eaàdmM^ á' a^oaaiiMi
neial^^riiiriéaiiiH' (|bo «ál faldn da aerra
termina iinlifnnvtttiqiiev qna estii dentro] de:
nnia ptqoeéa itta» ide alwbaéa» <|««^ aegútt-
d»<Baniitio, «foi<qiaadada facer pelo iníab*
te D. Francisco. Não sei porqae, Mávátíá^^
ta«)uaáAmiitM'adhoa abaBdònadale>éniTili-
na&i 'í' ' ! í - -'. • . 11. .: • • ijj
lUlâOiBobraii» ina#^ib<eaqiiei^^de^ÉH^
gaB^temaitio-deserto^a 7:kaofli|C»^ dalia»i
'Põíi nm seeoio pássadèumaito ooiíooifids)
a 9êití0^Santãi de deaniee de M ònfor tinfiov
em cabanas^feitas^^ ramos de arvoresi^.eatí
qua^^èitib 6iabnhdani&i i,
casas para habitat^ áès fMqaatttadòi*eB^.aí
detesarádaa qae^ aUi conduiani^motiaaramio
ahaiidonb • d^estaa tlieriaas^iptfeferiBda mj
doelite4(4«iras«iQfnittliiare8.oDndJçõeaii .
Em níiarif» idé I87ft| otirepiiiaenianti^/dei
ai«èiiiÉpNMA)fi«i«iíi9á, fMéVè%ií)ftÍiMii
cMiiteÉdkDâo-Mw o tgètvefio partUgaõE,!
pacaid aéfficíD4a»iiÉdDÍ<^
cias; mas exige qne o ^oTemo
' 'iSeniiioi S6 íeínÉ aie9flit0|io»^q«eaniitp^n
pamJdesejar^íái ataii^.w-papanefadidekfli^f
qneza pnbliea, e-a»» wt notai^ipaHuasr»
dfNn^fi i^iqneni eal^atHPUf) fmtm^m-
N^ íf^c^m,^ cp^Roaíç^d^ Jti^Jhh^iJftgih
Terei:4e! me r^esi^iM^ 40'qQ#4|E ^kn^mni
0ico) Fe^^ft^J9e9rlqiiÉ%no sm 4«h4WÍ^i
39gPAáa^l|fi;rr7^ ,Ag|W!r da J^mM^IIMv
Bio ciaras, salatiferas, excfflfeQMV Bir# Jl^i^ti
ber> ^sefo^çheiíro on Babor ç^tmlio^. Os qp-
age9tes,iia4a moslraiíii que,dé o^ ?|f»í»;f!!7Íí
tDp!iOf, indícios, A^fív^r ferro, £m,^gi3^.I(|Qé^^
estado 4^ .die^olncao. Nap, cqn)^^. àm^^
algnm iivr^ neicn en^ó(irie^Aêm j[a:^/ra
qua^ii^r mpdfii çoip^^fdoaj mm.pú,^fjeifii
de arei^^ «ro^aa 4 ^^^, m, off??, ^^^1
peip.nbl ç^a'4eíxa deposito t*\}9^, ^^^^
«inosó. ^^ » >lc*L
O calor qne tem no tanqoe nao Acèai
^ de r.; otí'.tó» dèV; é' p^Mto^tAií^
. Q <lri Saúcttes di^ (fáéè^' hil^;'iiéÊt»'^
m,ásmíepiáêi}ai's}ipòitf). '^ .'^ *' ::'°
deram ésl^ jifopHeèadiB i;í^ i.= i ... . :j
Actuálpienté ;(è' prqVi^yé^émÀ'^^^
I em tow air
^liâervám a^soa' témj^erktí
hor^ do dfítedk noite. '
Í[(MGt-^^één«-s0.pMèi4iMitoM eMèliib-
MettB«Mày<t^eBaK(}a(rda^ eoQtcaa poiioaçdeB^ ; me^aé vUriòiTao M didlcavi i^>
e^M^flUtiloBlieèpaaboe^^iqeiiiiviamaqiit jatítlnkBe^^á ^^MNeMplajíitf ^ dab oèfíMta^
lestes e eteíhíãÉli; fetlCáliido^sb ttftalttlelitè4ill>^
^a 'iélffti^bliMwld^d^lH «6 iiiá «MiieAo
IDbpaiBinoiesiado dos»)batilHWt .iMtafdé.^ àlitneikd^^^niAA^peb^séttl^doiròsto^
báítiò dé" sttaè mSÒB. ' ' ^^-
. Jlo. pnnaipiít :nlki loraa wm ilVMtft Qid llM''
gte ttBdeBiaaiiflaflyK nani: (iahaiBi>iardfOB ah»
gaknaa..,
1 1 >
,fltf|lMi)a0iifbeamli|p!iiti|MaÉft^.[flBMi^
naèiiafl^; iBSitòmê <<aMiítea) itfeileautitanFidiit
gr*Mle,íioaim|id>eMdafcdeittniUifflfliftQfi
pilla<><i<ftnalrui»«Hm> eambièicinjéiHD .{lAuá-Á os^tepoailÉMfrdfii^fní^BdéaBjpaoBMppfftl^j
mas) eolitafliyiaBi oidai|90si:txiglftié pMa:^ ram^^mviouttiDaB q^ma^olinando mjàmhi
i^G.. .!><.. -'id (iViinjciuPMb» ujnrj-iíj s^nlar fliollaviaiiéiipeasQiA ^afl|dMqpâ|lr)
Esta empyeai^ i(levtÍttltí'^doetoat|OeOiMlB)i eal^.mBlBRi^^ i-j .'. . / - ■. i. ;, ; ■ <i ^ w.,^f. mi^
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04*9
í 'iBBi^i«iQâíM4o/!oi|Riraa«r'Afi1adio; qÉ^
vem DO Código T%eoêo^i^aiD, ao4is7fHBí fèoi
-jM^^Epimipu Mmw\ Mi cíeneoslarèiêran*
Correndo o tempo, em mniUsuniilKdneé
/^wJMitoa ly^oDimfiofde flBotd^ltoebtoif.bis*
-ip&iíIlB^ernillBBi^^e Sante/AgtcOliAoç ^
'OtM.OufvdfOMiNnAA, BiiiidMH4e-
muDir^ <ifitiiiar/fNift« . ia^^nfetaUb' nioiítitD.
IBbIqíM^ r indlriafUif os tem dbad^B^uêe-
darando qfistíSé^prúisubaníiaíianefMoim''
fdbritummtJh&MtítèHtièuMviíb^HM Dth
í tDqiiinyiHiliOieidi dpt iib^dade. lanttdHti-
ihínaii aiPeBii|siil%'dMpaad0>aé'tnBtiteiqtie
«olaiialn i^bseoreçídiv JáiifcMeeno: Émiirio
po de HypoDia, fazendo o prelado e a«eti f HoBitfqBafMide lfifinia;< vispraás «• .ihi|i-
nctaofárefMfo noiaetiai ott^^refotatr/.em; ges das flitiMrac»'bon''teHlftfio«.SMBa
qmsidja defaspegóndal '0ii|ieas^4i9iDando^ iounona^^-^eoâ» • ^sMadeires .ifraâei,Oem-
-^MoDd^^ipwttodiiini^^fspa Ms^iiiittidtalarp íiptaBte'aírBlasaçiOf|^p!«BpuitoitiÍQtflB'ÍB8ti-
- k servisdo' koiiiiiéáiDò tèmpo^^Éri tddatraf ' fiir>»diMír as-^liendasjp k. i <• ;
sdbfigitinílle/aiÉ» ^dati^ietíl^a, inra «mi' ' nOsT daastia^hciae aíiidai 9tíi véeB> Jaoto
seryação e augmento da egtejaxoalMIteaí^ , ^daáiBgqâ)» efKanônes/^iat^pleiíoí -testiiv
Não se sabe se antes da invasão dos ser^ jwHiq da qn^ y caBet{osi>iáMMPini, por ipqitbs
iramnos lãi LtsHIaiá Oftyatlizát em^Jlfi^ ha-
í>Krfi(>6A ffid, fUata^ési na» eatMIfiies^^Sâle^
se apenas, qMyqn^aiftiada-á^ciâádaiadeiLiif
go, aos mouros, por D. Affonso, o catholicoí .
em 740, n^esmBnnmaiiDOpM Odoario, seif
bispo, elevado a metropolitano de todas a$
Mlintm ^'^ítíMzà} qsBF^Dtãif rosnegiilraní
-celriàibertadae.' > ^..>'; / : i! - '
fe ^Ddsde-etilâoílHriQamiit osí meifeti pmtd
-Ay'«iávo'da.ostlied(1aid9 Ltige, .coiQO ise vé >CastKi
<>#l' Jíf j|iqiift«iAíi(fhadki^''t«m.i 4Úii
Na larga doação qaeM/a-riiDlia O. Qe^
^Mí)Bin(ipifPiFa>íàaó'-deí:Lqgo> em 1071; de^
ijpoi8idíe4idir'.qtMa<egre)a áe Oi;ense,rité
•âciiu#»iteiQ|»»90|BílytiarLii^; fftni r^atau*
Jinidápovfséiivirmio; a>9eí^ ^i; Saarhe^ fné
optenqMiavr0at' 9riaiéiró'bMpOit>Beredoiiiò
.1 «uj ' <
I • t.
'laiáQS/ieÉiicDi
« /^aiOffCMUI i^riMDtdoaHpMBtB^! Aleiitafo^
iba oDBÉLma,'' empMà e prdximèidi Menle-
"«móif^IfovbrAiikllamein»' ]á» iShrar(a;:fitt(mo
'Ml- de úb0a;'tta fregaeni/aor.JMNinBÍ.
^liMte eslB) paiawii a ^g.Sjl do^ktiFok) . •
<i fN>8taiaanrá'Éa'iinaifrtuade €i:picnisBltaia
arim de íopihm iliywn, pN>p0í^àdeiéft cofn-
panhia ingleia PálmerHaaX <ê.G^^>de:|lew
•♦•»
' vPyi-Mmt^mda todavMia d^raá) .péla ;|al
leompaaiia^ èm^ túitty^ 'óe 167 i. ' i> • v ;
Kl iNaetii fne k) ferMjd^esta ttJna^^.iii q|«i-
lidade snperíorao deBilbàtt(Bisàbiá)4e|^-
itc \ÈÊ9tfot aó «aJ!iU)|a.(lft £fftaa(iaiiá))l|ae é
4os'neUiptfes.fA;n»ii|ii0 s6 eanlieeemU. i *
f :-; Af ciMqf antâ^ .estárifUBpDecpaodD i4«âa»'t)8
i;«Miq<Mi9ltgav^assif|iicoBio*iamise^ ^teveait^ ^feBÍ6r4a»'.para>i>>(leioinav«#idesenv4Mansi-
dlfÉf lio tempo it^feits ia i^Bf o |da AMBma>iflr
16 qne Tny o esteve.«r Ilia>!4)niia A Tbiiigr);
— qne a Sé de Dame, Junto a Bn«aj éStevé
><i ipaderf»dM4>ispoiiide<lriialiVL 4wftae ai
•M,e|As«ophe» det Gotimbra^ Tiaân ftãjamej
o|^ (éontras <laeioiaidBidara),(oQft(jpástaidlt^
&|ieiysaiit^,:Bnfl( myòàirikariÊO\p»siÈm^Af^
poderam-flfrpmviéaa dei bispes^ pprClallBi
smÊ ancea^»' os-iiníiMur; más iqtie^aett^^lhd
fiDbffltttobe^ JMMoroK «tf) qHw j^ôde^ oandcj
í
*)í» r.i
tftf Ji..emha|)cai paiaíiaJiglaarraffmdes
quantidades, diarJoMMl^ \via^ pod^aulft &
empreza enviar todo o minério extrabido»
iiciaflklúi^dtfqMêríal 0ti«olto€ftatf(io|Msito»
na linba de Saeste;néíj9^ qoi 4lB4itpai ptr-
leRdos inIfliMâdDs A^k^neUft »a|ireêré»e ba
poaco) reií^Aido |i»r..aiDa(jrtt|MitaVeli»iapa
qne não tem parte na direcci^A*^^!!»!^
itratNin)QB;<4n«8 pànee <quA em< iwete . fiDde-
(Tá ti!Ípliparf«)saa(iiK|MmQMMie'|lsM|Í8M^ j^
dirafftfi). faÍ3|íD.i^i BedffoW«en Lame^oJ ^tAfái^psiobraftLPpbUeai^^ deímha oiieqn^
tfidMBiD 'ito<U«4ci AuoieriaacSo.paírawa.f^»-
strucção de am eaes jonto à ^Vi^}i»^qmk*
flllo>jÉÍa Jamo^ 'do ! nd^ p«ffti • inaisi beitt^
l^aiur^pBstdttfn^aritiáiDdft pua idMltoiíQia
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' £i^fâaifid'«gHwteinitárti»i<ég[lst«rv«)L'to*
envolvimento de qualquer iádmlnii ítÊptr-
nttniaiira niissbipáifcjiitrilxiBpBiiDenièftíftndo
tenáff'&)cfaârobr aiattito^^va^laft gnódes
oiqMèasmÉBnriaè^ qiteJataménainlMloiK),
féo tvccMiQiiBo^.flBâfldi «bpiíaMntaeBriie
'êiirar emtnitirèsod^etuttrâteL ^.S
/ )0.gdiiefina.«eiBr'ièdQ(70 iaieresaBSBiD-iaDi-
: mal* «Btoè. iadostp^a; Ipedás iatamevia <:vqn >
tagens que trazem Qdmaíg(V-eóbr«=iia>(|imtB9
selomAB temUôr con^diara(ao ^boneOrref*
.'pamcrvitar^biciÉéro-rociior il^' «i(iepsf^;ia!âe
<l}iBÇDS}rapgiiiBBlandD^«'«ava9açãgi nbpdnté
de Lisboa, consegaiitéó^TsaiaiidkHBníçMdi;»
• >^;riMoíéDQ»a« ^ftiíi dntre "¥«loftttaitoittrta»
jAodM fbpÉdrtJBKlDs; saèdà^qartanrtde aerrli'
jqiWaèo «ái «bpeníe i]iveiialiaii;rÉDi(lfflème^
^o dwènviflviíneaíir "de (tttra»«lwitaèinMs*
tr(ab< inaSs .peií^eQa^ qna .taoan sénStMre
dj». igfãndBS íiiidivtrite feádaninittes; /Idan*
odoaibiDi>4ogiV{ aq ofOflnHÉi .<âarn«ímiá
veMleòta^d. •• ^ ■ . ^í\-.*\ •.. •'. • c '-i > ; •
HONGT— português antigo — esptksnilAé
4i;adíãq^ Aaíqaeistavsiiiias^iniitieresi^rtut
guezas até iô ^éBMo^%Mi-i»í>e' iMwnTiinmt
m. sú^Ui^ú ftft9.'(JUInn» VBOfMmáJb D»
iiáÇonte/¥fhJ^tfâí)t.j .f. . • ••i:-.; r ••»'►»:;
. j|[Q]iIfiA544IA »ipa#:40S áeitAiMi^^
•c(Hitefei«ái«â;iò isegofttld, foin^tmar.' qué
.qéifm'{^Qi»tiii»>'lfÍMdiis wos jqaèivãel páti
.. ' ^N# <OifréAr^^, tii<»i4t9^tdi^>i0i^4ftMi(l
lAU m4^"te4é«)«6fi!^tet '-^ 'i- { ' .. K<i =
^ ' >illa 'Àit'*9 to 'Uffúéi^ vfbUÉnn» tt «aba46
<)»mé^0')«4itel4MílAa m ^Éo^Jiismsai^
' ' MaPârvMoOKiiM fo ftcei<% a toa "Usitiodí'
£i|^ que ft «BtttflklM^tavioâD-wqdqllil im-
yaname éitaMeftiiiieiitb^qBa -cAimviyDFitei
4«|fliiiiflirw,aa>'iQniis{lw ébte Jinódlid
4UMMâ«:ft aalii âè4WiOB|i«ptiDMqii^4Be'
irfpamiteia^vaafiasBiiA^i vailitfda^-^paflleel-
y Ai^asemok a <d«iifliidaba^<ça^i4ie)lBt(l^-
VmreoikvcapeMHi d^afiidtô^-fislahelmaitatoy
Á «t^ tMt(|*in»)iM|nioitoê SamdínMflptom-
panbou na visita que fizeniòr 4- (UM H^
<0Ditre*çáDf.';iij.i; ::i'< ,« |. I/'»;rív.'>
: f^ lealaaeleripBenfc) i è|i . . ^natrat flMri imt,
« ^aiMitam/.attnalb, liaaeMihOktbKtii^niqí-
i! (Aí tisnai eaté niiitlw« eí)tíirail|<«JBm
)liiaaí'edkifa^^^iiB fttfcfââiptíqpBloè MchmxL;:
í. 'ili>íy|a "iòtei «|iaQ«re.,dff'tânp«badiíÍie-
moifjDts fdAar<|BMi deiíáaaiemeoAftíoaaa áe
deoroeciíMiOyi.dis <4ua{ ór sèiso^^iiírftíN^itdar.
PaW-Mairiz^' í- .-ití •:•:• •.- -* ■ '.'/i'!)-
y.!( Da JM^a^ d» íVinM,^<dfií Al da-mamie
^ÉllK,^.i»|lkl;4) sBgniBle.loliíetiáH 0scm|ilo
jpfelaiér>Ã; Alafia;iAa.AMpai«.; ^
f • i' i"; *: «.. - ••fl/ r •.-; ,'».' ' ;; í T .•;■-*
) . .-' t (MaUíTdAtiionrffOQãio i. / i^v u^
'. ' . • -i» .'', *.... í: .' r. '[ ... 'i: ♦ . ..'i'í
j< .jUj9 4Mndaiia9np4* HM^ àB m'Miile
outro, enfeitando-se aqueHewtormliÉitat-
«IJDBjdmpveiades dlerte^^rB^aflasidos >è;lit&po8
k'C<mo aonica ddvÉBtaJ^ienbaata^aMiktenfei-
dor que eiill»a,4iftJCfida'4e:^]véa(ip,'>Mnd|(0
*it)n<lienifoiiiasJiDÉiotf9i •'.- : ,.;f,: >^
h'' lldôicas é eigRlboLréál^?vida»)piâM8
laecea^^a ahi^eipiírariimiéâfxafeimiaqa
tg^of WsIVel-éa; li» «f^iapf ewy^eicoitttii^*
ii9eoÉé«m& ii^ríMaão jatmorrfllenraidtfiafla
i»ffiiiit«(^(pie fiardee ivèiBrf Mlaiitt ^naftqo
>jflDiiiÃtirpla>^ «aiiA)jas'nnpre8a£í(M|í dfikailpHUi
aopHft^ d& atntiguiidáàa.' ''^i-/ " < ;r -a^ij:' v*^!
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iStaififpnll. N -"•>:! <' - i )í
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«flilHlèos»- baahÉbniaa, iurteMòdfttíin i ii^
'imiiias rúii>lòrm^;ni9è«nigê'^d9tjiftÍBp8,4tfl-
4he^ Al tHndaa,íBfegitnra:'d8ij)>eeasjdail|^ q|o
IndiDà^atifeaka làibfiiaé, vioer^i^irat^viaila
^6»:Dt«| aeac^dafbeBaAaB^fn^oEpeBji V! .^r"I
.i!íKleslejâia^jcQiawniliaK) asfeenane iMt
toipçaè iijoiÉIpadw » voatrict^a^loiiiftlaCU
(^Msa.è flBB^o>lioilsa0*aâ|i$iife(iebmp A aio
do venerando ancião a boçtia sagrada, ae-
o monicipio, a industria» o coImhéAcMi iMo
jo .iyiDf^^so; (Qj^tlooM 4«4aa»s,<fliOKa4i]cl-
la commovedora caridad6Li^4^«i|$(Vif^
Saiu pela et^uçacão /*el^bilíiar se)} j^erdido
íhd AgíJsiínbò, quetòi'deboís'um'dòé mais
'noTaveis/^aníQs da Egreja.
\ As ihâes âòá' èncáfcefados' áqiii nao se-
'tóii)*am^ ò cámitíhoue tonícàj a educai^
'éá\ ^ôi^tugâl não está à ãlturá da .sua ver-
aadeira missão.
Ro:^ diremos que ííónica taiTÍberrí,ed|icou
áeti flfíhó âfites da perâiç^o dVsiè; ij^é úuíí,-
tos dos encarcerados nao conheceram tal-
'^t liiSé ; e bs qh« a ft^íafii tóa.iplbdifara
*é4*'à «íorte fátàl <fe Ôafilo Agoitíàhti: "
' *a'tfrtí tutidoilé^Wdââéí tík ^tm^ib
.«Ò^isiltífetó-b^àdb^.''' "'' ■''•■ •■■•■••'••"•"'•••'
*• ^^à* 'nditaííibettF á'fetóos'ttue éii^fletâ ètti
Portugal mães como D. Philippa de Y(lli6-
Bfà, feofiiio á esposa' de Cf. Jbãò í/tcíáio áVir-
^Ib^a «amH. •■'"* ' ' "^'' '■ '^ '*' '"••'-
'^ '■ «'t^íldr^niaí dttr^ex^%pffoà''dè'tó^^^
similhante ás pombas, tiraítíí òaíifmlútò fli
IKMA pWÉ baMèEko'«a'ãattt!açBt^db^1BAos,
ou de U4k*.iillí(^^'ttiif<^iiA^«i^6o^o^lr^
<I0O '0m:i«ai^|^ ffé' èsfli^ UltritMos.
^ tf »d«K»^(» «á^iâàé^'^'!^^^ k&^t^áèli?,
4aattddl'm}u'««'^â«Ma^'lM t^áq^áVètá
ma, nAUMaéittV^É^^^^st^éflj^tibHftêáli-ò»,'^^^
^Kt/m- (tod«'trtV«,D<«bâ«áfdtf(]^ ^èh^ VAma
4i0M, i(M vMiT^ t^rami<^'#^áéttb^'d^4tt^-
Para conseguir-se a verdade^' lèfltfiíi^
«iiniéiérr<é at»t!iKo^^%mk li4D^bdé't>^e-
rosa : a reii^ tt^éfofiát^^^lAS^^^á^riAfãé 'á
Este principfòl m eètâiÉÍMté b-^tré) flf^
4oiBÍniHi ) MK <Hia^ TQVdiMniifiepte ^is-
Oàa^ iliíeHJHè êiiiqaràtaneitté iiroléMa^psto
^0Kfeáide^'GearcHi)llliili. .- >> ^i. • b • /-.'^^o:^
fií/
!IU
(9Koilloc4»taesDtM ftocBaiihavti obriUj^
lD;âi )Mciid«ée(|lel0»'|«iatittl0 Ultettigeiftiiiè
<dí«ti^i«li> iMfeâio 4» BeiKV^Aii^vení^dfK^^ii
leis humanas e divinas. '. u
^. f£atPèiaiaT«ifiiiiat>8ilc«ifpifD9a; Dé bái e
te-initnli ia4i>«'lAto8 *nl<ii«aâlis^Iiòriettm
4l*«l9L^éflairtfèi)ibpAto^^^ (Rnllbfet^aMt»
imt»>^i9uls 9Qfei^ «4* aAnoçoi Aiiipât$h
des ainda aranda«cdoaiiis (attt^i^i«dte
4m Blenfa^^ tw «cMUf as dMjtoato,-^ tcftte-
dooÈm^é» imriíiottfio *úe >iniir*0M^ itotr»-
^Mieva^a><ác}(«#urB;-« ifMpak^oen diíee^
Baioeo*<(ini0» tuutoiesta «duciçtb
iiriáfailhb/ ^uet jíi propiia vSanta^^lieMik
não teríaqtoattidfe iíéf"^4«Bi Mnventò/Waiu^
lofiBÍiâBoem 'jhAiplbi«, «ivtsar 4a imdíèio-
lod aoAUJBa^ 4diji«i:^40vauieí6atttò eàfd»'
rito. . ' •■■.
íltàjp«mmt»tMgii^mhi Mpaçosa^ Ven-
tilada, alefi»éi,-'õiiês ii tènàaiiMf i4*»» spM^
4èiD ídiBrioBÍeflM àilnilriii^>>prtfiiff^ e
MçlesíiM i6oafninis>4ii|nnDântociál:TDMtak
fftdtb^ «iqifKtaplirfr(n^e'* neceisartóifMà
<£fèi)Biio^iátti máaêtsfamn,iitÊêshlKm^o$9»
nado. .í.''S'*»i'' • •> <:.. . >> >!!'*,;
dl>'<PBaa?te aflUiaoK de iiswnin isapáios,
lilHpMtiDv^^^Aiifs 4ndaiitríHnsio ^iipt^^itta é
ftomalD(ia8ui;' ".'..«> o »»- -i , ..;.
É nova e gvsiiie ^a^aJu d^i* éBi^içio> Mv
|aM«c|iosAfabiie»i08.'tlf|a ilfna de atlsiil^o
iii^^MQÍo)de'âiir«ái asqialoís eUfiaehoBjiqiie
là''v«iidi«miipir^^#iii9W^refait^aH|«ite >biri»
:< ;
-'^áf iala8r.dií>9X«Hi«i0^e>lianlio«;sâb tae^
aefidD meeioí>er;dtBpebi(Mk llnijados;' gra»
d)Í8iliii)|RWds4armiU)if1iD#,;qni»doft de 400011
4è^Te»ro,fj|uiEtaittiaa'l«6pdcliees ^teacadi
')'iM fèetedniDsiilÉia iv.dMttvç«<aoiiar<>
ii^'ft'C9llftr.8epiib(tá( (&e« #)ni)itorlo jeoiiooal*^
«ma» y^^^BMHÍeteniinMjb^péée Mr>fé«lifl»
do'j|i^8Í'^eMel»^latolftBieQle **vo(><ií «ol»
siroitojwwiiéfli» ttÉi.' * ". -- )
i i^Mp éÃaM^iiMtâonbitiH^os «inHsominini
iliio9lat6rrft|^í»<Pto4Bfa,'e*inaAs «v^bn^iiotf-
•ÉKtHm» glt«iin«4ÉMitliittoMfcMfr |»iio» 4irml-
tórios com pós-inilan, para não perturMntti
»lt
,ui;,'
SQK
«atim.ft «QAieprsiít 4 m \§mm idvamiiia
< I Abrigai» . o« pfeiút^ a^ é8i)B»oiil6rft das
IWMa^dos dò»riiitnoa.oliiotf|iiA dMiÉraiÉ.
&/eoti9fl8Dflni '(Keataioiqda.evilait.a* cixtaaUb-
4iiM|d'eat6 juttn dia muá,^ nfoga^oa^pm-
iKMi.pprqi]0;aiDg«eitttfofaiaúi . •' i ^ (•
• • N«8 jiifaiiMiaa!C«Uo«Mi-ats de çoetas voi-
4iid«i> wu |iafa.4»<Qiitntt^ife; ootasagÉámn
d*^Mle «lodoí '^filir osnoDU^otes^ Da> canek-
àSfK^Uè ioaraiNoes ^praKica]iam.aenire«áB
ib0iM'ida.G(HDídt»(eo^bora fiiai-
4iiaullvoiaem(OCQasi5a8.de«bDtaeipi .'t -t . •'
• .l\aabae. diK> ffte i HpraiidaieoMUla éâ
mpia dlffi6il)para;attBU»lAr>A di^Uni m^
Ire os rapazes.' . w
' Nóa^nrea^os OA Atilidado d^eatasiine^as,
^pM<a axperieiíaiaitefli adMíKidA; ;i; .(.n.jj
< JtaaliQnioaèvaicéirfãiéBiftjavdim^ilioriÉi
fMAr^vQeára^.eoiDbiUndDtM'« MiftgçM
dft'frte.eem'jo.«»caii|o<dali|ati^)0ifc AUhie
ollanu 'a:6aliifa.€CMi>fdanlas mimcMás^ilra*
ladas com maito esmero. í - c
" \Da8 rsíoaa^daá) HoaífSfBMta. «pesas o
bafltittte':fAN^'.ncQidat) ta>iana4a^rqtM(|kW
passou, e que deixou o santo arooi^vdmíaaâ
«ida «a aut>^ d'h(pleUas ^taMb > v, n .1
( ./VodD iUsarfSli por ^eécattOi lAa patfedaf
iopilNrMsciMiixelaiitt ^aéire^o>Éçldli0/^
ite ;e limpo, pode isarfÉTide-p^
crapuloso, segundo a phrase elegante dc^sr.
èBftík da Goitarelà^daMMTeodaí)aòAtia viaiu
áa prúfdaa.dofiotti^daviqiie^/diíJMr áUsna
áe «atà. aoèb qn^(Viaiioa^'la^.htn^ dtíaJOf
fBr.á.mlç a attdayúihatJtièetiluia ateamíl^
08 painéis empoados, e traçados, appaieeeif
teliOioa arijMvòa; amllm «imio^di Biiavi-
dancia^ paMando) poRcaUiid^a^aoipasaada
«Mribunde :-t-4fglie<^.«ríea«áBhamH^, camip
fifaOilaQi aMo a<aeffáta .pis80s.4a>gigiaAei ;j
Era numerosa, esca]Aiida^^b<niMpa>àiOQnr
«meBoia aa <eaM:(deí éDRnac^Nu.RQi (jttsta
-luveoacML^A oasa .ieiftii4>aD^'i9ete;^(i#il0
4topreildo^ lei ioaigniâaaBtft iBeite* noi dtçiQ-
iM)l04 ' A' to4aa«^ao «HiPUo Jlaiuz,íjdinQCUff>,
da* diva* 'ftífataAafidaTiMaiKkniwpii^ eftfpor
(i
•^ •''.» :ÍA, í '»^ ;.« »'» <í<'í !*•'
lÊu a Atoducia e pmwertd^ddda^Aaaa
•dr)eerMB(i0/ aaHo^ a
^iai«iiDi8inia da justi^/ éunleitttéM #n^
l»jfMauiiB.''toii<elHeiffto'^Faria 'AlMNr^éâb, e
Jiinriqqía'^efl;'<--*''':' •»"•• i»--»"
''kUtè$'2rio«iiys liknééfaMitYo^ do edtado, ft>-
ram para a casa de eorrecçlò,'^ que é tÚi
pM tiolb^e^qtkè teitf Ai^&ontár e t-ej^tâir^-
^a^4^K|ti.e vio ctosthtetrfaniiliá.'
' ^aiiaitiãn^o, pedindo/investícandó, com-
jií^àíndoáqui barato, ei^oíhenào a)li melbòr»
rejiarandp além, um quadro, fjizendo er^^eir
depòià* um muro,. p ^cto, emflm andado
sempre) e^ creaado regulamentos internos,
(jde poâénii competir com os de TTip^iffiuna-
Ut^ Vetíray, Jeunel D^teuus, se tem' copse-
guih() (àzer dá casa dfe correcção um.ésU-
beleciúQento , modelo.
, CJ yae. mais lonis^ o sr. Faria Aiseyedo :
visita (fl^i;iamente .af^isa, orden?^ dispjkjb
a|5on^eÍb{i, p^rdoa^ çopsc^a,. (rabal|iaM Ci lem
concentrado alli os seus. cpidl^dof, ,|^lqa
gna^ jP,J»^;|N .W iíwtftpenta agride-
..^I^Qs ío^gáiBos da y^r tãojustrosa qçncorr
rencia na casa de correcção^ e j^inda m^
da^tteQçaO(e(^if(,pe.,m^erfs ,e bomisna
ipyeíí^igayí^i ii^dò.,: ^^ ;.\ \\ ■ .,.
,.Ã ^^ um sKioptgti^a d'<m /uivip iiav#
4];|a ,ter4arpa9aMdji4ttj«BQ.P<»tiigaki :
,, j[inl)a0 jB^Qr^i9t^ca:Y»Ib«ír^0».aigMíioa.(^
ji^eo)plqs4(»í^spQqii^ d«'Aileiaanba« (^ «ais
A^^^.Q «jçvDiopsQ, Ã^ uiB pA^jçadoí: sooi^
il^0mni''8» A{ra^.,i^,i^ed«d^ :p^la: pmim.
iSQ^no pçtiifi .a.jf^ligi^ pe^^t Pi^m^iaé r .,.; 1
. ,4is,pad^^Q;i§]^açQUs9ào?stabdeoiioeft-
evita a cadeia; esta ensina e regener^^svi^
AÍWdçi^qiWl^,!,,., n - T .. .I!-. .' i
..A,esi|ftla„h^íajpa|^r<^,e^deiíi, ^límn^
jdia.;^,^U[Q^ftÍd^dp3ftrÀffi'aaáe.i. , ., . j
cerados, que a doença dp espirito não éM%*
"iNós^ iqu0}MeBf(Mijirmai^)AaiaMifiai!Íaaj.áa
dMpsIiQMsiijeygioaai^ttrafajls daMaidá $'dD
Coração de Jesus, »iiai)loa) inttãaí^eatMi-
^ ^itaioa^ «abn«Biifaiopirííios iodará» que
atf saaifia^do <»píriiQia^dor Mh^raiiaffisitadR
paayiíáííPstDiq^ arageaetagia^ ipoiM»
liomeiís iDstraidoft qae o compreheqAiAi^
^iflqieiíve q|^}igwç«iiw«l<|ua o temam e ol-:
. j ,j^0^fl(l«^ j^ci^ÇQi99 v^^e derramem a
4»Hr»WW.* ftí^giíafla^iffisões. Em bre-;
.if^ il^iiaa^^ p#fii^tfll^iar^ a ftmccionar;
e .^iA49opi^õ6# .pa^tiçDklauN^ não auxilia-'
j^a ^Ulf^r..^ml e^|§rc^m <U9l.cM«i«» imi-:
• •
i] ■• . »''ii n.
• .
2;]
Em Escócia as associações estap\j^i^^-
^4^íli»9oiMP^ f9Çi^fiw4saà Ãioa casta cadeias,
l^M^mnihô ^ de|ipMM>;àf)9iiDistran e go- ,
iieimii^ t«|\do.^:gq?#rQOripglez apenas a in-
J9f^ç{^ 9 Oipodepr á^.-f^iva^^súr os regula-:
,.^ki #.^a4^iafi,.4psS]r«,B^$^d9iJ^ei-
Hí^v «lu^ eiQ 1§67, 0inp^ ^9 .imí<«pe^4a^t
orgaiii$ai^9ihefA; af çfpiiiKÂsMteai/jU^^flIi^:
4fW«a:Pftr*í»Wlei#fr: , .4
^ CrMn^Si^^iA^.irivaB^dj^p^ld^pisirfi.
M PfIihAw,.^a^fl)rtWÍa3 al£p(ian4^fle#,pr-«. !
tecíbras dos coudemúados. . r* ^^ ;. '
, {Pé«»^>{a^./Miq^la%. 44mo9 a» i«W9lfM»o «
j^inatimçfgâif. Foftw^i q^fifaiA^p^.p^f^;
iCariílafp, ,#o.d«MK^qRpfir/|rár ^.^iilffi^adf i^
cruzada 4a. ii|pdera^:^e#4p.,
, .Dâ,i^s,vpolífre%.:e.fiwáfríjfm Mtm^r^no
j|^;*-4í»iafS.]|afí9p8xi*ep^tiiH)P49 BM^yif^:
eí)illPWA'rpí«ngfie» a|»tw^-rr}ipi4^,.;mQt-
me próprio de mulber. ((jt^tiçiiiiMAl^ ^¥%'
f^UrUio, à&h see^lqs Jí* eXVft Taó^em.
49:44]fa.íftiM)meflfí iÍM^.4^^^^^ heu^^- '
na e de outras ordens. Vide Mtmje. ,.,,^r', .
e concelho de Idanha Nova, 60 kiiometro^f^ ;
Lidioa, 6 da raia de Hespanba, ^30 fogos. ,'
Em i757, -ittitia^^dt^^ilri^^as (como;
abaixo dir^i) AcúalÀ^tí^íèíàtí a do Sal-
^dor. ''" "^ '' "^^' '^
Bispado; èlMrtbfó âAdíitíiflitàâ9o e 35 ki-
/laniBtltoh* lb&ili>iQasl0Íkk»ftsMW. : )
j íSIftipRilibtogieaiaidô Mirador, «^
JIliMd^lliskM imt^lei^ídg^Cafleaes, e tinfaa
,flMMMQ>i%J9<ii*dteeDtd)annual. Tinha
<fii4a^4*MfiífoiMy.i no-^i
-^H^i^rtMdailmtnasfndfl^t Miguel (ha pou-
4llleMlfM«DúdaNlíl«l^MlMle) era da mes-
'iilt<iMlMifatfo;r iftíltehK MOilOOO réis de
lll|idÍ«M<MWUlÍs{* JtolITtffi^ tinha esu fre-
^ i 9MktmuMy^>tí»MbL>mhTe o plató de
,Mkait||li#Uje^l«isadO(imMM^ em frente do
eMlelto! 4ev1irti^) (BjAi^ hespa-
. t Tem#:iMF;ítailiUoridct»mlMiita eonstrucçao»
ma» «IgnAA 0fribiKltltlitMNtoV mandado edi-
Umepo^fínfèBoáiimít^mi» Mareeos, grão-
iHgsireridogtfniWlhf.iog^ttfe Braga) em 1S39.
>íX0iiili9i«fMlMl^ ittti^wsaimo, com iSOa
^fe|gt|ia4ilftifM«|liMtim^ i853.
Foi praça d'armas. CNOOoetídos seus/ortea
<iiMWMí»i;l<W>gy>JBIIWi» »ll>Ws, e abundância
.d«i«gliau|iiktíf|^(#i0tot ^se^riacilmente. pôde
<i»Qi«lMllArojii»>M«Mio^{ppritmu^^ tempo, se
as suas fyi^mfimmiv^^ilfictírwn.
. .iHil vlUte-tli^i VltH^ -fftles. (Ufflad*elia8»
i«Mni<f Qífkir«nílt etA»hiniltfite no verão.)
1 M^i0aittpte«aafisfmMM%c^
por o cônsul LmtotSviUeMslie pozeram cér-
(fM^ <i0lof rifnoM>*^fnMlpli»^âft ,(ilf0(Oite&
^A Ci) iMMSiPdoiCNAd^Winiatnjnro»»»-
^ll0fttffikvl|«riK<i•le(•atte$-JabM>JM|aialM <
. li-j^..^-^ Mb oJt).iif8iippg«tavq|iM«st4itradioia
'fu.'. i?,.ittoaM«adi|P#rdiflaMiieive^
.^\!l ^ú UUii tts^'^rwMBHÍiB9Qifiíy»iifi^
11^. ,ti<>mu)novs(|tífllattÍ>.C^iWlí>ilMa«írp
«.KiijjMi ni- ,i\ rihi.Tlnsiliiioaií^^epoteiie
,^ M. , • ^n .^L mamoe «mií içéinoalniiaia
/.'^\A\yu v..ni(Mid»8»-«ta3uuidp.PQiipe l»«is
' 'Mtaya,.éoj9i0(yetta»,{iwite'-
■ \'. u^.l -t oMIfaMm.MiJiiiftitlMifDiiii--
;•*'- ..V : .ít .vraii^ i0hd!HMitS(d0^MW)vweMh
do è desbaratado, em bata|l||a
generaes da soberba^ #?pih
• n K.i .>'.uiphii'..ilI«m>tRUQí(C«nya(^P90->
mi
PisoD, LoftHt •QíÍiifeiS^'ei'ii|it
•><)m '>^i .1* • «lMml»^aFiie#tiÍxOk*ii«iMi^Mil»-:
' ' M' • M. !) i9o:iftiiaojmatHi($)nNèxm-
bilior, Marco iMHo)atlNl96M-
ba e LOcqIIo, todos gnerrei-
í<'-<ii:i' iti- Ifliinnibitlrfâittfí^-HliitffMftaíM
'!•.■ ^'Ji Mforàiãi dérjtdMlIòsa^elot^ ^M-
roâoslasitanos, sobre tt4Miif^-|
' 9ú$iiXídfinM^i^í^hsÊl^ífMíá do
00^: • <^0Mti«Mi^ «(ililiM^MKiitúiáos
t"'-'^ 4l0sÉtattMqt|^áliiAll(>dég<tt^
'< '« ' ! '.<}>ai^iftlMba/:|Mttifb#Aiirittb),
•"< » • ■
■Hl
. f • {.
• • . t,
;h)-/
1 -v •. iMííféé^Wíkimy^^ ^nhi\ -. n 1. .j
08 l%MMI^''Vi«éÍMUí) IWieAi^^^aéiai^
MÍiarkiiMí><«R«iiívMii^»<»2lAiodo do castello,
êiusmtíà dl «Dtál^oíii' msMÉo n^eUes terri-l
W^ iàikmiifA, áiiê^àomflim na peleja.
' ' •^9.'^'ftflMlM ii-> l^ié^VMíli^ ft '«illSi, 6 lhe deu
idriá) (ABCiÉiitMia^Witii^''^ abril de 1174,!
que ^'áistt^iliniiDfi^DjSnèlMi^^- confirmou, em
>ftl9#,'%'beaiiel^34)i''ilffoilâo II, em outubro
^«fittt?: ^tÊkqi t»W|» mnéM Antigos, u.« 3,;
-'''fD;»lf «livrei; llM^4a«[ fotalnovo, e fez villa,)
««•daMArMibe» l.^TMfMto de 1510. (Lt-j
-ÍWritf^PBMk^'9l4Mr,b(lift 5Ml*a, fl. 7 v., col.j
^^^VMmi vMo eAI«m^fiBMi«88ento no banj
Consta que, despovoatlj^^iom as guerras
t^MM^^itt I); UiSòtt^ foi re-
vísm
^be confirmou o foral), dand€Mil»^lliófiMfik
que o primittivo nomeWfeíiit
i. * : í ..^ {f§véí^ii(^tar« <j«eí'ttil«)fea-
tèMd- '^ví!k} 'Ve£(t€f' nl<»ifté dáitto- kttiMè»,
<JÍi}iáé<MM(k,'Ó pové pHD^^ft)ô<à èèfaM^À'^H ebtb
-um màê^dkh-^íMôi- ^HMmtè SàMo; l(ife
facilmente, e por contracção, mà^âli^
•♦;. •> . '-1' * 'f
edificada na raít éoítídtàb:''
Ékm santo é de-grÀDde d^Vdçâò ^iA os
j^á tte^PlÉbRfc.Vdlfià (iftf^ Oè^ (W^iolM^,
'èfWAt^tàú "e flè âFtittás Ibcaliaádé^. - '
Este anacoreta vi^^ eiú â*à^ kbUitími^
^i^..(|ibV&V^lri)bt6#)ae<Àp«(*âos<«bd^, e
S. Pedro. •' •^'•'*''*' ♦í-ui" • ;. ^vj« riij
' Cé' 1«I0; 9lFcéti«($aéèilf9tftt^'Pfièf^'lla-
^Iift,^'>^Mnc6u/^fô«â}ttfd(yi«(ef '^ tradf^
constante, a lW«'»*'Sá«l>'/lífRiéè^; "''••
nha uma corça, amamentar um meAiMò^í^
'élfe &^)41 ^mfAié p^i<b's«UTAM; éAde
•íríéd»tedA%'W*wrth.''^'-' • '^» ' ■^■'"»'» '•'•'•
sameuto:' V""^' ''^^ •*'^''''- ••''•^J'^ ^^ '^ *^^
'^^ À%iM <y» l!^iHãtfàÍ0Sro'^6<Mii^o4MlWc^
£1 que te ganar, ,„^^.
108
mm
-làa pMncÉHM^BfltinlfilNiqpni ao^fMiriO^iMs
'Aíiftt^prftilrlfetMoIvrirarfMàQSlÉBeaftit m. >
tQgaez, marqaez das MiD8i|.4KilMliv1[ciiao
«omroaiidaáifltMiiHA Frammoo^Mmfmití^,
^âdiiMM fedfltal.ifloQlt footfivtfnííumajdaa
•ift v^MrtoaeífDa^lftèiMãmaéa» e grâDde,MiAe-;
'ii^fd<9;soilMoa()9oflnioèf-terM)ni ibhmi^'
diiMtaaideijcaKnfMnhav «MMWideigttfimfh;
a) ' Aj% das fkatedbs <der dftatehm^ da>eiai <d6
ofi«a!2á»a:*0i6l^-da ieÉU9'€li«iiilQ^id.iàr';
.rfoMT annriíifteaóaáta-illia; D. &iai*Q^-
*^i 4.» dAtiioaie^HNUniB.aey toiíqteMll ^
\»é»Hwbá^ià^tíJá% a ftfSVÇtftd&Ate-^
Itajqpar airana-Miftaa tagniUv ,Mtt ma
'jlrmaaybifcM«riwatÉlatw^iafeee#ae^d»tq^iiloÍ
-lÉèaifiiBMbiaa^Bi^^KpDÉaeiãftie «igmeiitoii/(^
aiBtt emblema— a !iBplianíi^. d !<•!<;
Teve condes, eo)» titulo está extineto.
.>(plná:a tas-ifctoailaito^ tid6 (3*4laiM^a.),
iYi'..jroi.MBkortâRiilÉDiÉttlQi 'D« MajMnljflei
-jQflifv%4eab«ida«ta úA Q; ^QA^dt.^aam,
-«<^ i)nJeÍDjd»IÍaroitlfaia fiaateSrfllt^Oií^
Maiii»4X iAtoHoi(ftlba é^iíh Ha*ii|tte.U^
de Castella), eoade de Gijon e NoroaUà^^ qtteí
^êiiiMiâoxQililKiiteta'Jie;B0itfiigalj Dilsa-'
iJéV'ftMa'daM(^^lFermido. ■ ":u. : j . .
ilOipBiMaffl^d^dato fÉBqHá p|B xMmÉMt
tngál, em 1340, foi D. Álvaro Pires .<iml.^-
res) de Castro, fillio^tle D. Pedro Fernandes
éà 4itelrt>, ié{iip&« db fi^li(baa4èiG«ro,
r«allièr;:de»i9L Jih|àto.Ir'.d« Ftetagali:]^»,
«om sua irman, na éonltivaTdgjDwfiaiistan-
^íLf^tAtiít)Éi&'líaqfí»'M MuAekfiaàÊqwtA de
Villiena, e i.^ mulher do infante D. Pedro.
dll fl0*Oit '4iait^és.diz«-^e«ribatt|i,
mollo ao eastello, pôr causa de dois gran-
/i^Mi-B )i«iÉDè ppé0B»*.fitfe ila jllil^ dtllie.
NON
«1^
)i^<4lBif ailhi),i|ifddvAlia«i BíMidci^Gll^tro
)taii(^Mmai^ da f^rjaftfi^ífoí^ iif giN9i tefo
âtkat» ffainaL>atnelMitQ^,ataiide.é<iiàfff»i9-
los, e aicaide-mór de Lisboa, e,d!tUiMf^»eaeaf *
i.i OnmiMray^iKiliartaiBodBaiAi Jbai<it'#4í-
i«BaÉia:i»ufMio-4è;^CaHip,:seiibfr«4p GaJ^-
Ts^ ^ifiRbatglK com tDtjLQfípqr Teiks.4alll-
iKiÃf^Aba 6a«l^(K(Mrolispi Mies dililll-
fla«|aai5i*'aap(^4ai;IÍàl3(Kllos.j^ '-'.>]
Ni %iy«i)aÉ^«otre imtlN0(0tbot^I).f^
i4a t^a^trotíqacr-fnaQUfCon D;..IiMibd 4*Atli4i*
;M^s#Mváihft«4feèlea.«4/>/>iU«ar# .ifortfitti-
iilD;),i/^ilapminditdUo«t4ttla,s|eiéo ^«rOnrftf-
iftniò<M 4dabqn^ni ai)a(jiaaafieteQ«faMir)k;|il*
doaainffi»ilaii47pj ^
> ..í
t:''*iu.i ' .*:»;
ikaott;biM|i BuisaM dA^finnha, .9ttia..de
D. AfiFi)nso, se&bor de Cascaes, e de D. Bran-
in^'^^da.áUíahaf'iifita4»aMrfliadeiiX^0drâ I e
4è^d;«ifttw4e)6astraL •'-..» ;•• ..!•'.>'' -
.T FofcaeQ:d9aciiild0â»ei,iiiiriHBbáir(ftUMai-
culina, D. Álvaro Pires deRáláslPo; C^^toaile
é| iMnflaitQf isitoul.* imanquaslda Gi|saaes,
fÉT/DkiJMpJV^^n iâidenoveoèfro (l^lMi.
íi 'jQ'nair<|ttMfido<éeifièl:aa%^oq lUndad^a
da IlDnaaota « .Vi^lmeínH ifuéraaHie ;lia
muitos anoos ao marqnezado de Nizab M\t
^I^mé^^mttífí^úQíVlánm «nanUM 4eÉlNi-
>al3 Dl itoariíiiias tata^seo Xaaian^ttíMl dm
isfiaob 6 íCaAni 4ft)roiMtiAiÉnidá SiiTimie
S0f sa^jóíiBpnBseHtaole dMamDbiitd^owil-
milia, o sr. D. Tbomaz Xavier TeUflUCaiM
^^GoMi AAaider^MDhR fitíiéifihftMtisa,
conde da Vidigueira. ,'ii'': (u^.
' iiÉstfasâa 'fr'cala ftmiiiía^ santt^^iMMiilMi-
uiM aapea, ein anoif dè p]»ta4*fliari>M^'meio
tBÍDfll'gin»t:!i*-:' .'.' . "-.-v ; /•;. i':u-i";>
» .
•'/ • j ••!:
iiOfSaanv^dMi^^TflIa, léb^eMi m «liaan»
vinho, azeite, legumes, fruetas e hortaiiiaa.
IQrivbaataaM ^ào^jâíaos-mioA DftmiM ha
abÉMÉaoetaida /b^*.* .n • -w^rU r. .} •) í
r.^-.fii QaaÉtelHt>(ípe.lcai4iBajpaBa <F<viifaiijty
lotíaèaipetf ,dDitei /tejham0g4Ma.««ilp8
Kftai^aMMaB, »9or eilini éspMra.piQaHt.
* "CamoipoFllada a moittanka èa iaAnmfii-
«H» Matiinw4'aKB4noa arntold^ir dl i9-
la áú Mli^Qilas úb ttoitasieqjHWMimt ^•
4 '»
^»
WM
^èm( Hè <Cj^ '>oiiiaH^{«'leiii i«M#»46
' ^ránráneb/toiído ^ár '#>tléni«áorítfli iniiòfe-
Peia soa posf^ em uma emineiiÉiAiiii:
•teAUMi, 6U«'ftotÍi«0'*rábm«ftiiamMmi.
-Aufe «do^iréiBcr; 'p(ila'^clfcailiãiiiliai40'ier
#blhd'iii- ievietsMb iifl» abandaut^ ikneò
Mkgba litAiirá/ de Ma>i9iialUaâeçiièí)id«i»-
bastez das suas ifbriifléai^ciiqm sénrgrM-
'AiK^ttâe^éiaflr wá^^JMBUAmà em^ihpÊÊak «alado
j|»^'dèlefeaf;'«idè sMremigvurAttQldasfpdt itai
«iitiiiibto' tnnterd^ mlda^ar; iièver^e4tia
bkiFálriácf eèfièertirttt ItaaÉ niiirilfaaà elià-
-iMfiBayiBmMe«nioKi» legapdaria M>élciàa
arte militar, de forma aitKMlerfrasiMlr eotn
'4aatt^Qm'ã(iL^littMÍriá^ láaii^ aperf
"^ JAim^ém toaisafKtig^dlestai¥illà,té)ND8«
sa Senhora do Ca8teHo,'qtl&èoii8i«tet^9iAo
ttiMidátay fcáeri porD; SoaMiafj tquaado ^èon-
'AvQkrifomieia.- •-"•';':••.// a r..^:..- .
,"' (A^primèira qssa da SeÉhdk^a^'»»!!!!^^ pb-
•ftW> e fpo^ÉBDaf • armld^ imdétapeilaáteafc^-
«:rlaiiiflti peseo^Mu: Fóhi'4a dapeil|.1ia)viá>am
i^pe&die-^èotti nm.imlí^ífó, t aioaMdà ab-
i - •
ij'íiíi
i^^BÉi M&4;' 08 érrotos ieodstniiraiÉ^Wos-
^MtíftnadeXaAeliv níà lemptai itlal^ rieo
'iefivà8tk< A? Mtotodaâe qite jé ibaMa^ è» tila
'iÉioo«Qã^' 'taniMíii eoaimmiD-ffliJáie^ya^a
aeiai:èlirái** < i :.• / '•>;.•■ -^t •: vw, ..íIíh.
.«(''UMIânca Ma^eidiloif^nt a.áMk aomjMa,
em 1700, »ni ):;••! biV í !■ • I nv'»
• ;fi'Bnféaidtaii»^'4i9ott>g-ílMiA> dtesta templo
^#>mat«'tai*ptai]ni?di prosiaaia^ e^qw oflo
eonsegairam, porque os ca8telhaino%*'dntrái-
do na villa em 1704, á saquearam, deixando
. m nm molido^à .rèiuzidas' { a '«lamAcOmi-
B^ÍÍ|.t -í •. t. it .> .o.il «1 .t<. .f,:!,!,"/
f(i Mmio Lopvs^ namral do Moiattlo,; biá-
do para a índia, em leâ^ç-foiioiâeu áaifidta
sftqiiá^êoai iiiaíiteiiiiNifal/a^nda^alleiiO oíéíco
eqlif^iefiiâiraa/iitoirtL tâbah, fionM>rétor'
• fMtoná(|MMie^afip Noqia Beataci >do ICia-
-illliqaiiséniaréaaâo «a «l<fáltoqnaiinaade
ta lliSil^<a0W60niMsiiitoiw<df«8i6 stta-
frie; IMiniiitoiíid» lhdta/«iD>iMâ| oní ri-í
qoissimo ornamento de setim braneos^ioÉD'
bordado e franjado «^ooro^ eom aleaxofras
mm
èt MtMiAè «ttM{prtftKifiA«['taliL{ fe os
HooM, IWM éQí«piÍ|9lD(0^«(laiM9 eià*-
súia; UÉViíalix; coa|teiiiidB»«lk)iia; gilte-
ia% letoalbaB #á)ãi o-taMiiquéorii ^nÉt^Soft
^ '>Otttro tobeeito.Be'ixnMii)ir4rAilciMQB-
'«(áoti^^tt^GD^vilIa: é a\B0i«iiilÉtt;í- '^^m.nc'
• ^Um^ iodividtiot d'aqiii,lr>Mioii oMuihér-
ta, junto ao sitio chamadoiUlíRiíielto «eáipo
iCiílfw^^daPáiiM^,! (miMidti d^Jpow^qilB os
ÉKtitrbi defgtmiiKÍ jf^aMealtoAniTOBiêQn»^
tfliM,' ie alH adNmi^tdÉÉie-qiBaitUMeute^
pè^ áè wáio e phitsíMQQ«iiiBllb^ptDiiil-
wr^^ d?e8i»fl''riqiiezai;' pegoii eofiÉDa «ou*
ipi3itil]a,'^à0 leâtiivai pra0|(iia:«uÉa>caéite(h^
tangendo a, lhe appareeeu uma moura,.r4Qfr
bortaa^^atntid 4'aNb; te^vdnditiKab^oMoàiioiii
iBin ibea apertê9;iáiitoi^NQtoBá ftftfaowJic^
Ga»t0llo.iate.válhilli<-44toaa» apDomttpiii^
dtoéid0|>»Mi BMaãoqMitliAKtsaaM. • 4-â*9«^
«41» òfl^ofa a eáliiií2ÂibáisM06ka(A«IÉ»«
ra, e esteve na sua capeila, desapparaocaio
iOÊ UÊÕf wftwse aaber-qaHiKaiMplKitf
po w «tiribne ia ést» imá|piai4D«itoÉpd-
togrtffi, ' ^'«it oeeasiaor dmi^itaiaiiiéadw^OTia»
Ltvani;em>prociaiÍé; iÉ«^ejtfd»tetvadw^áÉi-
piorando o seu patraéiiÉD^ iroiiirn .•>.
: ^ <^4niipio' déNoaqi SoriíiiraiioKtkflimo
era a matriz da paroMiia, que era muito pa-
l|ae«i;HèSeslàva >laiaiddAti!d)do<BáaMll4K«'Goaft
r<o>iaHidartda^tefflt)o^ fiti cnstaidBHiajwpvíi*
ri^^ e^aetftnilizeDdo^exM^flliuMLuta i^raa*
ideaniatelie, JqÉi adMalflMitt/é ahret datil-
n viBfcí- • «-' '• '.. í '^ • f ->'>'ív • ,•,{ M •>, :.) '*5
Oá' habitan^i» tf o «áaMèii colMinítala
n'elia uma bôa'b|yni»^ -fleffieatoàa &dvad*^
ÉoFtfottttor, f^B êipaiê (bM$itaiDaigls<|lJUfre-
gtteila. -''.'-i •■'»■ .' <i \ ) i'U'i \i}-> M.^v^
- 'f)í ' 'H-.''; -'.*■•« : -íTí ..li: .(••'->:> *,h -. '1
, mIHí; i^taíílréglfeâà afuapèllá M€ià Bk
niàbdt;:tiimbfemfli«i anáfl, 4ba1iaaUfl»r
monaae^qubní-aifiniido» ,nj:.Mi ::;[". oio'» .
l< 6spil0idéíiiiriiáLdáirofiajll'6ltei;plir(u
A capeila de S. Lourenço, tan|bémiéi|ri^h
qfttièfltan. a»2<«frqfte^fliii4a(|ui.*A. ObaL*
dim Paes.
►..j»
íi
wsm
mt
4ê laituo, (íorta4a pelo rio PoDsul, e.ti^ikiK
ltÉiotr»<d|^MfaH eHâ a «ipeUtodftiliiMtil^-
xinao de aina atenha.) ,c(jr.i -t -)>^<>-ij
diíaÉ|UMi#U ttaii«9teQi0^ulâan4ai«»
pntM^^a^lwiidAi-ttyiiiaieiíiiiM piMMtai^j
-eBiàfvMaÉiâinúdouaAfl» uu-i" .<; ^<j -' 'h-m >.(>
Na 3.« oiiava da Paschoa, hlaiiMM^MViro
4aftg> ideiiiqnaaafft, Kcoaab^mnfti piMtiq^^ a
^aiaf<apèliá;?Tlvwi*>Éouflaao ,»i%Mttcaiind»i
««tfMiouO oMBOií teiaiavoa di.^tU%4Mrv
•eiay oiAiíd^i^Dtxiti^atáeiiDMie tniie^oft daiAt ^
««rfBmi àk^avdtf >Biaior»4IiiveBQa(»i 4a . SíNHAj
Crafc)íJV ! 'íil» ,-.\v\ •»»»• '. '.íl» <' — 'iMl',{ (i : oL
Consta que eeUMqjiMciaaaiMíátieim^l^r iiiOfij
ldi>inié-)M nanldDm.vtfeaM tree poToa^ee
âMniniAiNaaaateiliQniífda Aveohây para os
imwi.daLpuafaífdo gaf^k^M^ qae infesta-
'Vft^^>iiia9iitèEnAi i^^i^>^\^r^'<
-^AiÉlgariíaM^voMftiVitta-Aaroia» depois
^4tip)Bsaawn<áa(|i^QiÍMSiMtV*^v»m v^e*
«Ési^flteiiAaieBip eoêqpfMidftiiia&tidade de
|âo, para iiin grande bôèo^tqne disuribaiam
^HIMBOiMiiqBitMSftgniMíttarK^^ •- M i r{*\ *^
MOHSAMTO — fortalesa — Vide pag. ÍM
.vpmm^ -Jm^^. '^m^'
liátoaiairo^iadi REi-^dè Lialioa» i9£^ b0(MA f<
., K^iflaôçh^ífVf j4fi /Mwfta,, áíiu^wto a^npííní^^
O poto apresefttaVliid$ili1a,''M]tte'>ilBlta
•de^-filtíiiauBuMia^ coaeelH eQiiMUBcane')2
iiÍpiHr9MirQn.q,7Piiatoa|etcoA,a J^ Xl^dft:
Atéin>»M i5i kilspnelíos ao 8.'4»«Doim>i 00?
.Arouca. B atravessada pela ril|eifiaf A^.Ve<|j
tMNÉie i («mrfki ma * A«ia)-^ae"aii|»iivtiiDi
ftó'bttèiâerd'^tesiiiit*ftó;''' •' '■' -'-i ^•"••f^
Qtlasi todos os seui» hábitames 8^Já]i[r^j
linho» i;liuai LU', uii i:/mt| ..mi» rfiunfi.-ímjj'>
M0N8Í0-DE-BEMFIGA (e tambe«b/riM^
raíiMnMlta40^aWMfi> A»«)ftrG4^«4Ki4ii»»ri
' nE«jAi[(|7.tiiilUr.tiiMiifofip4.). i*. . ■. < . :/ ,íí
-ifl|raipil^Ataii||biriiia»'», ] o o .'n/j' ^^n-i/^^-ii
íBfilriaxtfvMi»4fC JâM^} dMtri
tMi;90fidi^8aiitM9Vki ,;><!.,. i^>x .\v'i';i ..i. ,,]/:
A w*>9íi^(ãiittaiiio|,iite SMitamii„4iPi^.
sentava o cara, que tlnàa de rendimenK^
IMii»li«0ir«i:4^ trigo^fmfti^p^fd» vji^o
e'^ͻiMOQ<iiiiaian^diiAeifPj- u . .} '. .-;)k
•iftiirrii^ifarUI«Cm«ita»M)Ot^igftto .niiiri
.^IVm^lD^^iUa? e ipc^^ djmia^; çilmoie
MlMMoaia JK)*.^ ftritg%iA«;> .KN^ 4%>
VaUf»9ii^ 9«^a«.SK&«^ VU|a ^v^^d^^GfVrt
wyra^.f]MvaauKNS,iA» CmiQbHKAIO AorN.
dOiiM^kMiMe fegOlit > i; . ^. j.;
iiiBní47W 'ili|»ha'MX49«QS^i:v ...... . i ; : í i
Orago Nossa Senhora .4Mv\Aiiíos4í ^ :> i o
lAffO^ispMlojde^Bffaga^ dUiricie^^Admipfs-
trativo de Vianna*
> lo rtel^i)iadi«Hfd« apM»enttvaò>rè)iéi^'c^
ú^i^^liSi^ dé' «(^tigru^^ 0;pé'd;id^^
ííi"!*? i> "D '."I mJ > ^ t !. ',» , <•.»*]•!' '1 <,í.i;r»
'^OdMAi^ieHio 'de Monsãoiéi compoBto daâSI
ú^^eiiás, moais nii urbeblépad» ^^^f?jlf!S
m ^ A»*?^^,, Anbíffl,. Jfí|4iffl,,B^Í>eifa,
Baoroeas e ffáiáSwJBeUe^tGagitNtee^i C^iv^
LapeUa^ Lara, Lon80»J¥áll6e^ii6râétl)o^'liú^
tola) iitMiMei^lloiiro^ oi^t osn»^ sepuie, . jjstiff
gií^'Tfo»ik)rik'(oii Torpoi^is) Tfbviseoioy Tiro^
t8, tf'VallaâafB8-|:t9^^ coiberi^O fòg^s.' ,
-^.k^t^j^spmv^. é,íorÁfta4a'ió!q9eate.<^m o
ssnjttlfado.'' • \«.^-. \ • .-..'i./y
sm
mm
cumstaucia uma prova da sua maíta ritttlui
Se a>si[n fosse, os primeiros fatf0)lâbi^
de MuDsão, eraof ^i0'iilMHo$^IMl)ffôU(M)4Íu
assyrios, que é o me«^èl<mbé'Algt]«álAi^-
ivtf Í^lf^'é^{tóbua''^JÈ3dí*ò^^dS' cyntti-
nia do feroz Nembrod, T4»iãé!BiSy^máá^^
AMtfe^fOffU^ilM» ^«^'«lilÉbBiéHfufl&iiáé
rty|(|l,Slíji].M,'1 Al KUÍU .'''11 ..".Ih'' « railíJ'.'-
<'to^siaí'taMkiâiii4uá M dbif»'âiifii«iflU
2632 (1374 antes- '()é^Jéfi«sr(Shi#cb))^lMcdlof
filbo de g^^l^^afbtfléaitiftsifti-^rteilláÚi-
aflàttt^'^ á^'4»«Mé^ M^tttti e5f4ÍHQfhoQM^#li9is,
a^éeedifickiUÇ ikbdMM oUidáfetiéí«j(lhtffií)W/i
A)» <:^Ías''a^ofii|iiislllriàíkii^^u»ecAi^a«lÉ^
amigavelmente) pelos mM tKMOaMniiitt^'
do (404 antes d»'M«hQfrM^e%êtd(nim
o nome dè^ílrtftlííjítt/ii^ti"'*^^ '■>«' 'i^- <•:. »»0
' 7ttd(^*as<é'>diMé«e;:.«Msc4laiití^^ miAo-
sta ter áiao ediTicada por ívembrod ou Bello,
pelo tempo da morte de Ni é. Foi depois cel'*^
eáda de muros, de 25(T e^^widios de drcnm*
magesioso? tara
fiiba^dkíi mêin
d$i-Bíilíek.^O/ ffifimi^íiffi^ (^J^P> (^»^%.
A. lUbyíjjfli^. woçriaa.eoie dup^, ^ l^^ie o!
leracK na Turquia Asiallca.
' Aindaísè vêttm^ásiiúítj^^roina^íéttiuttl^foÍBr
chamado agora Felongia, ou, S(íf»bo4b>.aBt^'
troi*, no logar chamado lú, ou Eíla, sobre o
'5SS^ttíiaes'aK'Vnt1^atóltyioDra'fe'a^^^
ò»' líWòsmáhtosf éhálfArÀih^HaMiMm mbiif^m^
«eaniiiiiu aâonn^ fluftfoitiiMfare g>(Kgtfe,í«i
distancia de 42 miihas de B^ftiyfMlKf(8^
*te|M%ífMòka ^^'tei^-^dti^òôíVe^&o
séVèM^táfilW AroUo^ll-fMcMâ ; e pela 'mf
•^ftrlMiíaiafaoNiiiKgari «to itáii /áftMftunfli»!
ccMMttâ; ifiér lM>t»r€«K|iiLiáiiÉià «lirtpiÉl»
id''esse tempo, {.Kiin^isj; /'rid ^L ouiiv.
(8itiibii^jfMí<Baiefaiiat éèi^fltMMUii^ãi»
JMlIMIfrtM^iftc&i^iáítiuUiaátfilAoiilHHtei
uttVtt^idirtM f#«ii||à^iiivori«Uaii(pav»^4aaci
.os romanos haviam úaiÊÊMíAamiíiés^MmnÊÊÊ»
^' 0»p«itMq ovmnfBOOs iiS«lMiplÉlelteiM»
nlèilil» ílMtrieai, HttuiflitaiiMMlreiilAifK s«ft>^
vYM^>a4bíiW<t<vttlfl3dà lfoatii,(èi»i3bHl^aet>
tMilB^ otiiiea>4(iiiigoI«ooiêij^MMfiii^ twilhÉr/
do em latim—JíofM-Saiu^iM, que fadl<oai«..
' lAi»*aizi«»-iicuHMeMf|NMN
i-' :M^'>«fc }.íhmfliwttfiíBM»1iiiiipi»>.
Sanctus lhe foHméttifxoiQp^e»'.
- <hH:-<i] r»'»''Uh»sKiiiV)aÉMiov^»t6BâK3iÉfeia-
'.•-./ M-K/i'r.r4iiRi)ftfiMip>4ÉDaiisi«Bii|raM
Sòffreu Monsã(itidl«aMHM:alla|nailÍM«qnN
•feira, que foi a maior da Ásia, e (^(traej^^fb
Í'í$?f M d^eiiM'nor fipm^e
de A9()lMgt^i''ieiiitonJéábs)a'tfldfti)iirte
Media. Masceu e^ie^igfla^lf
janno 599 .íM>,te4. de fç.^jw \tmí(P\.^m''
ide. ter ctmqai^iHdo a v^oia. a Jonfa 0*1(101-
' lâ^ '^Mi#is ^hn^^,- 'rMfírà wte»' 'ri'»fe»yH# ^
arrasou os muros de .Buhitaib, .boujenm-
-Gipr^toivei (taiiAmbta^idlHiudliattiMarjN.
;"tó Wfaitlriede ketf W; « áe jíptffetf.-
tMIO'<irjOHeiéR.<Fai;eaftl0)'^iie/iel|[i p/dmitA
dè Zé^bftttf^fi'
"^ldviiii|..08iifira«iM «te Mi4jtfMmido.Bi^.
;bylonia, por vèr reaiij^^^nA^aftrjntHR^
;cias que. a sen respeito nzeram ns propae-
< Morreu, na eásêk êe'nhiÊatí*^'9^d0t9Êb
DGI
BftfMibilU|K)nQ0Vafla oanei ou ,r((n<«jaorn
o primeiro forallée qie(*Afekii9li|ís, 4áil
#^{im.* A ifTiwlaiiiFli; ft. iAdvo^cpiuIui»
no l.<» d<^ juDho,.4eij|lltf i ^i»liui0|o«asiifia4i
zembro de 1533, contra a villa de ValláUilfâÉ
â9.<«(íièli9A^isili;di4liBiiiflpin peMi aUaaibigai
• TiohdtVaitttiB càtín, oofmaMevttl nnsfanil)
CO decimo; e o titulo dè mui nobre e lÊaàk\^h
-\As<nifKirn^aj'BBa?tKa«ii<iHritnitanMte
(É» etaiir9»lialaMi^«ÉRi^aAto.iliialisik)0^'
n^it0odQiiinl)p^.(»mM^ inia^i^ OÉ^tidltá:.
DBUS A DEU — DEUS 0 HA DADO-
. '(Adiatfè 4ftM»a.bípifieaçioriV«8tito «r».
mas:) '•..'■*/ «tiM. *; ^. .(] x" 'Jj >•: ♦ .:;
t . -fii l/' -O ii'i«".'.'rT '"• . -li ,i 1 "1. Ai
,'híM^t Éiensão^MbcVa i^iiflCanâitetpQi
akiú dea«fKadorifN|l9nMtpaL*A)'dÉftipi)libitÍ9ai
fandaçào: lbi<'i(isgiuido ialguofii.kia0tt|i(eeeij^..
eiJeilG|e.é»iiftÉ«jti]taiákb*4M,(iMiANMa0-
K
1)1 ^ • ,•
f<<
, •) • I
da QeEipis)ade.&b9JpiiiajL Jidppoísié^ SM)
soberauu de todo o Oriealétej5j(^^t§|(f^,
■ Tvàò l?e'sabe tiom ikrUh^ç^x^é ô" tòHio
iD^rniiElò i»^iMia.i)ati|ib»eoqtBft aiá6ÍDyitoaéá>
f* \
.nox^o'\0 «síJnsft^intaMlàD^iiv ^'iii lioai
oL ooii!'>vA f^telK)i^^|dauid|^tMi|^^iA)&
^b MbbwHv\s^roÉiMKM;i|tte«tellcilo^'aAíA
•(ii ,£iiui.i sípiriiriímirtftí 'éfc*tilgBma /^s
-io'iài'.<iM £b iAicásia» oiM«iiiste4iMbM^
,>.t>-iioT 'MUi;(^em<»a(>ate4aaitas<|latik^Cto
WixA hb «»Ju^ifidid9^nfS|[/^8ti''dlií>limv^
,<>flècgÉàhMita)b9i*ipiMtf<^ pCHlMÍ-W
<P4€Blmi§(SAÉlBiiáâi)gpesaiiUenU)li^ O^
t<eaá^shgni«Hftg/y qp|p4gt^/im4oei gt<Ba<'
m0to»iigi<idMeyiMfacd> a/AAmte (^MqMI*'
3sdèim8Bdta«oa)aíio«<ewa.eBaatièMadbiM»
igr«tf«^eMApihailiftikaHbt<«daMi>afdan-
passando a.povoação das CdatíèiilamBiMK^
lf«>^ifi«ciaapt(a0pt«^Uinilttri9 (di|Ht»«i{)idoia
d0i|iDMi«tÔP4^^iii<^H^l>iâide,1IÒi^
nas soas Af^mor hiiWi )(aMi($fàâè d9i\fmf»
*Oro$ia 49Í]iiiii|>cidMle<d04Iei0aoÉNK,i ed)--
«QQ&aNèObtée {tatepteiuv ii0ia0ai1iyniK'ea
^nitíSm^JMiUijtíimA A»«a>cidi|da| dlsemílál^^
rgai^fcMiiiirooa, jefft^(iiè>lMij6«4awsi4(idih
49ide; IkBafio^ eb, » pmiv oMlbiv «tairiíaèl»
• perto^dbák>flfaaHmByiii>iâÍií ê < Wr/í!id: jfc^jto
HfKgrai^tltdidDAtàfQ «eJllMi dsoaituatíBLiio-
I gh«<Br>^éÉfMi4'afci^' prOfed»,MielM|aarHifr
. 4dapai6 dMaiojv <.•;.•' . .j> if.>"iJ » <)': í>ií^
'liiàtB amopaPBQBiJooàiBaiíaiNleèa,! f^Arqu^
Hii»iÉiieciHmfHiHu<ia>— ÉifriMaita riakmlí^
«ia(;iiè/iiteiymeAa|ia<oaaki(|«tt*da yretHmir»
^»«aiv <4i lÉoAéÉUft^ pu^tteâoíriíiyd^t^pi»
«áio: pwp|tiinji»ii>*láQÍMMÍiyet> earjMrtMtv^
satoieoi díii«iMiiiÉflgwotp*aa>flittm.iMndiHjipy
<ftÉidai)aaiãhBMiffia»doíidíoiBa grtfwUQ M&>
tio é, qae o sitio doesta cidadai«e*iUMitaaln/
^fteaqHoáie^àaíawiflquadiattaejiíeotioHtt-
^Ui^ geogliiiÉD -aHJiisiaiif datvaatí«8yt|nH»
«éa QOAEatapàanovie^aaiaLi^tdadaiea^tff.
»Éa aDDipi^eaiauí asaeBtad^eiftAtftaitb&ffi
Na mibàa a|piBiM^tistf|,paaeâipndrftcow
e»
Mm
ti)i)aKJa>ãiQMl4e[^âad|k>iMÍi»)porqae, se Ar-
§9Ê»\mm* afflhm, «Itiiibeaiiiiiip nega, que o
lootl jd'eal^ Tiil|afldiBej#!4a^tstíga Orosion.
'VeJApM'agDrtitt{qiift;^)Jolé AvelliDO de
Alliíeiâay jM^jea OjcckmMrá^iabreviado dê
chonogrmphia^. • icpofftmpki» tê* íorcheoloffia —
A pegipaa :U|6, «cii;i.^ dò^jllliíefiio, lé-ee:
.Ak piiiaMrirâlioiiaie»iâaíedi|de media, ia-
«eluía a maior ^^t^^àt^têntriro, a casa do
HPildr«itaó Terce») eio^looil daMiserieor-
«diâw:Jinito reaaa dO'aesBio4[»adre Torres,
««QBlite AoiiBl4rò< vestífíii^ ilitiga direcção
«.As» nmralhalfae^aefoiatiiev^âíaiite da aoti-
m ke<m.( 4o 4UAe<)âdOR Joaéi Maria fisflíío,
iMi» l|DjB^db•SsleYe%^ítek.Maalio9«4»pef>
MfM^ditieaaiivâe^AatcmteJíficeiffiiiie ika>t\
im^ii do eènveikte dá>altery8^«todii^toMlktt;
ftfeidfttAiridenies signaeSfdtiiDvralliaKvelhar
fAòtoQiiHstaBte. dAjleja ée;Estove9,iAaflr*
a.flQl^ vieft arranearfiedia ém alicevce-^ai
attttgft flMirattia.
f.
<»0.i, [>•'
(• < »
«iâriradifão Q.*esui«iUa^qiie a^aiilífa0|»ort\
«Mr^iío.^, enW.peciaQdèKbflíar^alAiipuk
casa, qae foi do doutor Melchigr Rii>eiMb
GMhiãi^iiktt Jlifa(2^Qva,/por>k>itfarktaiiiima
raa-j^arti oiofyó d»g<tftfMk (v.- ^ .,. ..na
«Peio ladQ Mttario» daimittlàU|i,iivé^le
dWiaii^ que i^rova> iato-Kiae . di0Sc
.:'«Na< primeiro '.acoraaaíffláí «atenáei^se <»
viiíaiMató àdiK)f^a94èAttal, a baluarte: aoh
(^ior áe fNMriai-dd'5o/*^ejKi>fl^t«iio^;e^
>t€adou»ai atáiáe< poriam. ds S.iB«nlé;>oaja
oáproa íái^divididai^èla.aoYa tniiÊBlIiai.
.«fistauitiiDá} peite, ' aisdaihai>eQíreft^a»»
Hoevèome^ona pamMlt«se//8eDdii hoje>a pii*
meiraipdrte ék<iiiH^ qMeestáiiaíapoWda/
•Ha uma tradição, não sei^iebeOi eiaiBà^
fii|idada,'de esfa em-Cémei^ oujonto aOór-
tiSi^ialeiítiga Otmími,. dosgmiie» eilfona*
8uieta% 'ào8'«omaiios|>ifB*e<>ep duvido âa
c«if aeidaded'e8la)Mnr^^fi^ fcewveaae m»
WMriMiçaa d*<iNÍuu*>Monãiv«lg«a aiti»
qVBuoifiMífaiaiadatfapje çheansae 'cmàaáêf
«4hl {Ulgefia 4er sidoooiMeM-fiauefos
«IMiaMSi»*et8ti> '«> f'"^ '.t ui.i^. o ;■'» ■> j
'í6»é|o'Éa «'Mmec4e>iieiiMÍát dMHiteal^
eiirlptieirtoiigiat>pBri'pb#r oiifMfnr, ^«»
am «Iielili'«toa.'^po1toaçiQrJCIili^Bl^.taJO néM
oftidBi^^tfiiáfl^ Mite>é*Âi Mee^eaqiMui» eir-'
use J&fiajdiMieqqAe:peBSo> de cartei •'
/0%: ábandaintnai:eAs'|la^m^''« ae^NMM^
IhmuB àlrillAilii Mriány^^iB eaaíta<eiii)mBP
montanha, no termo ámwtÊmí^^Êáíiàê^M^
iadarea; mas não ó a «dual Badim, de que
;failejtipiigid06i4o'-ài^tbli< i^-m-n^ >
Oièomaene oioisidoresiifXMvoHevMeMlMK W
gaitaili» poYòett ii adúiali^nià dk lkiftiÍO)Mt
1260, no então chamado CmOo de MãmÍMê^
dandeklur foroiyceinò' alittf tfea ditei' «^
DNiitoe^ frtodee^ritfte^.
D. Diniz lhe mAdhMi eQtâcar nmià^tB^tiê^^
telia, B eéroár 4e imirattiaa^ pelei aues^de
mD/ Jdiori aitgmentos at^hmaide deiésa,
mandando fiíôr naporta^dè 'baloarie^' o fMI^^
orinov qttd \evA a» «» ■diirisa. ^ MúA^i^mm néf
a maior parte das suas anli0a»' fc^iflbaçSea;
e D. João lY, durante a guerra da indepen-
dendai- . lhe Bumdou faker «arlae obrae de
defânJi '\ < ^' . ( o\,>A ' \ -.1! .> 'i .■ ,. .• . ^'
.oAstmtiraHiae^teettqnatrapartasfraíiie^W-
tnfvmi^ía ée iiipiri,^ili|âBAf« a)dai>^
ou 4n Voma.. iAaiti(H—ii>»>tiiilw^Mile>a éí
â.)£fiiá»,« qQ»M iá|psd«ide>pedive^M)JpéA
la camará, anctorisada pelo mirilaieile te
gnecra.
Tem casa de Misericórdia e hospltai, sua*
temado-eóln MimièaaidoaBtftfd, dè8«i9fio»
que acabou pelos annos de 16S0. 1
D. João I, deu o senhorio de Monsão, a
Lepe' (Feraandes .F^dísco, eal^^4l9líç «nÉa,
logo depqia tti'(il compreoyipor i}|ipO iibrán^''
encerponMido-o outra t«ee|ift«orftaj
vD^ AA>M0 .Vvi deu «ate aeMhorie, ^ D. Al«.
fonso, conde de Ourem (depoin, marquer^dd
Yallença) filio priex^gén^a' do i.» daqne de
Bragança. Opposeram-se porém os habitan-
tae^ pftr tal tanõde^iqtie Aão ftii pMsIvel ad
eòtide tomar- posse. ' •
^oucq d9puib,i^u|)/u ao,tl^rotio,b.' Joãoil;
e ifàaéndo^ihe IX.,4Írop«o qoHÍK|Í4-e8|^d(9ar.
obedfeiieie^ ao. passo *i|tt»^vHbii4fi VaUenfel
(d^ái iMntteto ao^pde, na Ài««riflía>>poc»),'^
tí^ ^|iha inipugnadâ a d^^a^Sc^ jTe^lpondètf
è machor^k^úm principiava>#i&eieaok0»^.
MON
RM a^ttsftiiésl» O' sea odi6 ao grande po-
4fr danFístoeraeia» e também aebou om pre-
texto para aniuillar ailoação qoe seu pae ã-
lèn^ deisando eoDimaar en poder da corda,
MOM
121
Até premioQ. os babítiuite» da vilUi, eon-
cedeodo-lhes o privilegio d*eJb Hão. poder
■Búi saliitt daieerâa^^ deeeiB oflcralleirosle-
léM a ibonra 4e infançôm^ e oe peSes a de
cwaileiroi. . .
« •
D. Fernando I, linha /eito alcaide- mór
d*este castello, a Álvaro Gooçalves Abura,
vm dos progeaitores dos coadas de Valle de
Bei^ depois, duques de Loulé.
Até 1B34, teve juiz de fora, capitao-mór e
sargento-mór.
Teve 4 companhias de soldados» pagos á
custa dos habitantes da yilla.
Tem feira, aos 7'e 20 de cada mez.
Temum mosteis» de freiras IraUoiscaaas,
que foi vendido, depois de iS34» e é prepvi»*
•do er. dr. f onttBi SL* barão de S. Ro-
), «aturai é% Gartnhfl. Cbtgoa a ter mais
Houve aqui antigamente, om convento de
ftekaa baBediotiaa» (outvqs 4iMm que de
freiras e frades)» que fòi aopprinúdo no rei-
aaádide Ol, Affonea Y.
Bra tfára^ e luraaumo das pofUas do Boscdy
«lAe 4epfiis jfei a v^saia nobre do Mosal, e
ainda hoje é a quinta do mesmo nome,per-
tiMeate á caaa de Atèd^rinhOf doa Arcos de
KalledeVes.
fl» na praça, um hoapital militar, «{iie foi
«KUloe aaBos*aininittitt4o B servido peioi
leligiosos de & João de Deus*
•Havia também um mosteUode religiteas
te Conceição, tadade eok.i748,4)or.nffl ca-
ronel, da Í4wandemt^ que eslava na. Amai-
rica.
Tinlií» outro moateiroAa piAma, da ceur
fiegaçio de S. i^bilippe Kerj , oam oiriga-
^ da>iBaiitt»eai «ates padree, gxainmatica
leaisa « pbUosopbia.
É boje hospital da Miaerieordia.
'liá^^vjUáa, e>eai diftareotea paUea do seu
VOLUMB t
ooDceliio, ha muitaa casas de leeonhecida e
antiga nobreiía. -
A agUa potável de Monsâo, não é de bôa
qualidade; porém o vinho do seu termo, é
excellente.
Foi do seu território, que Portugal expor-
tou o príioDeiro vinho para a Inglaterra, no
século XVI,
A ,priH{a de Monsão* fpi por muitas veies
eiktrada, ^«qne^da e d^struid^ durante as
guerras da ed^de media e do principio da
noss^ momyrobia, a ponto de estar inteira^
mente arffaioada..e d^aerta, em }J6i, auan*
do então» D. A^unso UI a povoou e lhe deu
foralr
O mais vasto terreiro, ou praça, doesta
villa, é o €ampo do Cana, Em dm dos lados;
está um bom chafariz, com o symbolo dè
DetU*a Deu Martins, manado coostrnír pela
municipalidade, em 1837, e sombreado por
dois gigantescos carvalhos se^^ulares, que
lambem ^So sombra â ermida de Nossa Se*
nhora do Outeiro, que está em frente da Mi-
sericórdia.
A^equena distancia das muralhas de Mòn-
são, em uma planície, fértil e apraslvel, so«
bre a margem esquerda do Minho, nascem
as aguas mtneraes, de que adiante tratarei.
Ob arrabaldes daviHa, são muito liados e
amenos. Para se ajuizar da s^ heiieza, baala
dlizer-ae qie se estendem pela aiargem me-
ridienal do fermoao Miofaa
N*outro aiiãa das ceroaniaB de Monsão,
chamado Aiftêliã, -ha uma oar ioaidade natu-
lal Qiuiio nota^eL & uma gmia, lormada
por um penôdo enorme, cgm capacidade
fará eatarem dentro d'eiia mollae pessoas»
oómmadamano.
A d; kilomeiros ao & de Monsão, está o fa*
moso palácio e extensa e hrlla «luttoa daBiv»
joeiríi, do sr. iSimão Pereira Vvibo de Mos-
^0i0,iá descEipto a pag.,48Sb do i.'' voL
A;8 luiumetres an 0« da vilia, sobre a mar^
gam do Minho, esiá a formosa torre de l^a^-
27
422
MON
MON
pella, na fregaeiSa do mesmo nome, da qual
dei noticia a pag. 50, do 4.* voL
Na fregaeria de Longos Valles, d'este con-
celho, tem a casa dos Pereiras da Ganha, de
Coura, uma quinta extensa, e qae foi mnito
Importante pela sua producçSo vinicula.
Ghama-se de Santo Amaro, e hoje acha-se
deteriorada, por se terem extinguido as me-
lhores castas de uva.
Pos8ue-a o representante da família, o sr.
António Pereira da Gunha.
Os antepassados d'este sr., começaram alli
a edificar, pelos fins do século XVII, e apezar
da fealdade do sitio, um grande palácio; po-
róffl, chegando a ohra a certa altura, para-
ram e reànnciaram ao seu projecto. Ainda
se pôde vér o principio do edificlo, e a sua
cantaria de fino granito, vindo de muito
longe.
Esta quinta e a do Sôpegal, dos llalheiros,
da casa de Grásto, hoje do sr. António de
Noronha CasielBranco, eram as que gosa*
vam da fama de dar melhor vinho no con-
celho, aliás conhecido por esse género de
produGçao, sendo certo que os commereian-
tes inglezes alli o hiam comprar para expor-
tação, antes de preferirem o do Alto Douro.
O território de Monsao, é geralmente mui*
to fértil, produzindo em grande quantidade,
iliilho, centeio, legumes, fruQta, vinho, linho,
trigo, etc. Cria bastante gado, grosso e miú-
do, e nos seus montes ha muita caça.
O rio Minho, fornece a povoação de muito
e bom peixe do mar e do rio, especialmente
óptimos e grandes solhos, deliciosos Mdmões,
excellentes lampreias e gostosos sáveis.
Organisouse em Monsao, em março de
1875, uma sociedade, para a. exportação do
peixe do rio Minho, para o Brasil.
A primeira remessa (sécco e de calda) foi
de 1:000 caixas, quasi tudo sável e lampreia.
Diz-se que i'esta villa, então cidade, com
o nome de Mamia, pregou o apostolo S.Thia*
go, o Evangelho de Jesus Ghristo, pelos an-
nos 50 da redempçao.
Os melhores edificios da villar sSo— o an*
tíquissifflo quartel de cavallaria, o eonven*
to dos jesuítas e o de S. Francisco. Este é
boje propriedade do 3.* barão de S. Roque
(de Gaminha.) Seu pae, muito oaformosaoa.
A egreja matriz e a da MlserieoidUi úUk
támbem muito bons edifidos.
Os trabalhos da estrada de Monno a MA»
gaço estão quasi paralisados. Pequenissinia
foi a quantia com que o governo a dotou jOBte
anno de 1875.
No dia 24 de novembro de 1874» ama
eommissão, representando o município mri-
gacense, foi a Monsao sollitar do sr. Ba-
nistro das obras publicas o andamento doesta
estrada. Apresentou-lhe um memorial mos-
trando a urgência da sua conclusão.
O illustre ministro (Cardoso Avelllno), re-
cebeu-a com aquella attenção e urbanldadè
que lhe é própria, promettendo-lhe Cuser
quanto em si coubesse.
Homens e mnUieres illustres
de Monafto—
Faotos hlstorloos
Patilo'OriMto— Eminente ereriptor, do se*
culoV.
(Alguns historiadoreso clas-
sificam como santo ; mas uís
me consta que fosse eanooisa-
do.)
Foi Orosio, contemporâneo de Santo Afo»>
tinho e seu amigo. ■
Não ha provas incontestáveis que elis las-
se natural da actual Mcmsio; oms ha tsda
a provabilidade, se Oroiia, ou OntUm^ teve
aqui o seu assento.
Todos os antigos homens notáveis, Janta-
vam ao seu nome, o da sua pátria^ como ¥•-
mos ém todos os livros que a antiguidade s
a edade media nos legou; e como Patêh Oro-
do (ou PanUo Oro9ia$M^ como lambem algiios
o denominam), significa— Pdtiik), de Oroâm^
é. muito . provável que fosse d*eata eidsâe^
ou suas immediaçõea. O que ó certo, é ssr
lusitano, e da diocese hracharense.
Antes de escrever as suas obras, ssbtv
historia e geographia, viajou muito, pela Lu-
sitânia e Hespanha, demorando-se em TmÊ*
ragona (pelo que os eserlptores benpanhow
pretendem, erradamente, que elle era tasm-
gonez.) '
Foi á Alrica, oonsultar Santo AfoetlAo»
MOM
^ i Plilaatina, visitar os lofures santos de Je-
msaleiD» no anno 4tlí, de iesoe Cíurieto.
Foi um dos inaiorcts» e m^is .cooseienoi^ *
4iHi«eahioa do seu tempo.
Não se nto fuanéo fattMeo» nua sop-
9oe»-se ser pelos uamM^kiê, Sfliiiio Aeehi-
lây rei dos suevos.
Lopo Soares, e sen sobrinho, CArtsIorSo
S9ar^9, ambos secretaries doestado.
PMiffiê 4$ Meaifitía, depntado to/Smla
Offieio.
D. fr. Vahuel, bispo d'Ângola.
O padre Bartholomeu Pereira, da Compa-
nhia de JesQs, exeellente mestre de rhetori-
«aeda dagrada^Escrípinra, que leu muitos
annos no coMegio da Companhia, em Coim-
bra.
Foi também insigne poeta latino, oomipa-
rado por alguns, ao grande Yirgilio, ao qual
se assimilhou no seu poema heróico Paek'
ddos, que eonsta de 13 livros, em que des-
creveu o martyrío de seu tio, o venerável
padre Francisco Pacheco, da mesma Com
panMa. Imprimtu«se em Coimbra.
• É também auctor de uma elegante oraçSo
latina, que recitou na sala da universidade,
em louvor de Santa Isabel, rainha de Por-
tugal.
Compok umbem um livro tn foUo, intilu-
]9áo^(kBcui octi/olttf, Hvê Argo$ cenioeulot:
' Comentaria in Tobiam. Bsta obra foi impri-
mir a Pran^ e lá se perdeu.
* Morreu etn Coimbra, a 18 de novembro
4e 1650.
João Taveira de Uma, cavalleiro da or-
dem de Cbristô. Sentou praça em cavalla-
ria, durante a guerra da independentia,ser-
< vindo sete annos como soldado. Seguiu de-
pois os postos, até coronel, governador da
praça de Monsão, com as honras e soldo* de
brigadeiro.
• Morreu n'esta praça, a 13 de julho de
i^8, com 108 annos, três mezes e dois dias,
pois tinha nascido em 11 de abril de 1690.
ias na egreja da Misericórdia d*esta villa.
Santa Seraphina e Santa Celerina^ Foram
MOK
4^
convertidas ao ebrislianisino pelo apostolo
S. Thiago, pelos annos 50 de Jesus Christo.
Fatam exemplarissímas e virtuosississas
d|)nseUaa, merecendo pelas suas boas obras
ser canonisadas. FaUeeeu Sanu Seraphipa
em 19 de julho, pelos annos 70 de Jesus
CbristQ. Nio sei em que amo falleceii San-
taCelerina.
Fermão Gimsí.-^Envre muitos mancebos»
que,' pars tenur fortuna, ou para conquis-
tar a gloria no campo da batalha, acompa-
nharam o malfadado rei D. Sebasiiio na
de astrosa e liinesta expedição á Africa»'
Gonta-se.a Peruao Ginez, natural- da vllia;4o
MoQsao, o qual, nlo obstante a sua pçufia
edade» se alistou n'uiQa empresa, que ou o
encheria de gloria no campo- da batalha» .se
tivesse a fortuni^ de recolher á pátria earr^-
gl^do da louros e tr^phens da vietoria, ou
lhe daria a palma do roarlyrio, se fosse acfia-
do digno de dar a vida pela doutrina que
plantoia no coraçio da huipanidade o subli-
me e divino martyr do Golgotha.
As armas portngnezas, que nunca tinham
experimentado a sorte dos vencidos; que
tinham expulso do território português çs
bartiaros e indomáveis sectários do Al Koran;
qu0 eelypsaram a ephemera gloria d'aquel-
iesque, empunhando n*uma mâo a. taça dos
prazeres e n'outra a terrível cimitarra, bra-
davam aos povos vencidos— cr^ ou morre^'^
que tinham extendido ao largo p nome por-
tuguês; que fizeram dobrar .a orgulhosa cer«
viz aos monarehas do Oriente; que fizeram
morder o pó. que pizavam^ a todos os ifiin^i-
gos d'esta pequena orla do occidente, não
podendo supportar o peso gloriosa de tan-
tas victorifMi, tiveram emfim o seu Water-
loo em Alcácer Kibir !
Fernão Giaez, em consequência d*este
revez que visitou as armas portoguezas, fi-
cou captivo ()o Xarife Muleí-Malnco, que o
estimava muito, já porque era d'uma pre-
sença agradável ]a porque se toriíava mui-
to recommendavel pelas suas excellentes
qualidades..
Tendo disDte dos olhos a imagem dos três
mancebos captivos em Babylonia, esforçava**
se pelos imitar em todas as virtudes.
''4lifMitKi9'fi4H •§ flttiot ifliiorfot ^fle
#1 graode» Mfof pralieatfM em ^ê^tMê-
íUniMítOf por cooM^quenda em hfor do pro-
«gMli»» dA eHMia^ e da IramâiMwb; e
mfÊfnOô <0lDtt DiotoDtetvta q«e aqnéia
mMià éét^rrwíU tollaiie ao terlladd^ ro-
^1^ Iiraé9 iidal é fmpéMitél a lalTafio» oli'
l«V«%fn ermirspc^ifçío, pM* deU^ de El-
èto, % twWVa glorioM « ioHDiit'eheefi<él do
iréNdo ô )Darife qua o Joven Merafo fUer-
'fifNM ltiabáfa¥i>l iiatá, e «fieprefaria a nor-
li wm 'tddoa o« léiit hbrtoieê, vttmt tergo-
mbM apottaéla, iúMÉAútx que o eurraseolAe
Hl^aiie a vida e qae aea cAdafer íbMe^M-
9Ado tt^om ddíi pòçoi do sen jahllin.
'Foi o maH7rfo'de FefOSo Ohiee em f SÉS.
D'e)le rasem tnctofto D. F^anci^eo da OoM,
'^M^lMdor d^'H6<ipiiAa em^Afofnyéos, e o
tferdeil Alberto, governador dtt 'PM^IttbÁl^o
latopodòi Pblltp)^èê.
' WiNa ' iyM/7âyiAer7o.^Was6ea eini'i7M, e
ali)iil 'morreu em 4871; oom ff6 aooosde
'Mlider'Aos''iro amios afdda fada meie/e
Mttertilva o pteoo uao de ratto; no tfltitíro
ittlio de «na vMa estete mentecarptft.
D. Vmeo Marinho, (llho bastardo de A!t%-
' 1^ Vkt "êd Bftffefltr, ede nma seribora gtri
Min; d« «i^peindo, Marinho. Fòi D. Vasco
'MbAd« èVtita vIMa. Serf tu em Boma lco'pa-
*pi LMolC tqae goteroou a egrèja ^ Deus
*dMde 1813 a(0 ISn, e fòi o M6.» pbbtillee
romano)* Foi secretario e^eonfess^ do mes-
tto ptpa, e frotobotario apoMolieo ' tf^ste
tetno.
Wo seHi¥grMièo de Mma tròute utel*
Jbot dbàsWbas^qne làteve; traieado tam*
'bem vavloa beneRcioSi de que fbi eommeu-
ttupara seu fliho a genros. Instituiu na
•gM^Ja matrii a eapeila de S. SebaátlSo, ou-
die «^tá entemdo.
A tbbadla de Monaio era dos bispas «e
' do Afia
' 4e FM«f4 D.
j aos tempUrío», os
Chrísio^ e assim esUTa qmdo foi
leferídoD. Yaaco Xariobo^ qne adea a ««■
genro Lancerole Fakão (fidalgo da ea^a á0
rei D. jianoel) em 17 de jnJbo de 1521. Ba-
te 4ãlaJèef«» «na gailegn^ aanttnl 4e mimie-
Tedra.
A reitoria da ¥illa era do real padm-
do.
Na egaeja-Bialriz está a eapeUatqne ii
tala o «icedáago, Alvafo teares de Ganm,
a^qoalé beíe^ns srs. Mágalbiee de Bn^a.
Tinha eiueo careiroê, com 10^000 réis oa-
poaos, caáaflm; e miesa qoetidiaaa. 0a nsni-
loaannofl iqoe este legado deísev do ser caoi-
Namesma egffja ba^ouira eapetta, inaU-
tnidafor Papo Rodrigues de Araiijo^ qpe
fei:dossrs. Almadaa <^seondesdo 8ualo
d*El Rei), e • é boje^ por tvoea, da oana de
ãtóátti.
É'tt'eUa que ealá a sepultura da famiMa
i}m4a-]ku MOrUm.
Quando D. Fernando subiu ao thronotde
Portugal ^1967>iaildíAffl em fuerra íerez 6
«ncamiçadai -m selnostdeGaatijAlae Leia^
D.' Henriqne, oocide\de fraostainara, éibo
bastardo de D. ASonso ILCpondo ee â ft«n-
le «de vgvands ^mmero de bespauboes, des-
contentes ou persf^guidos pela crueldade de
D. Pedro I, o Crú, se revoltou contra seu
iundo^e rei, em 186&»' faseado se aeoiamar
rei 'de Gastella» oem o nome de Heori*
-qmelL
AuRittsdo' pelos reis de Leio e NavansSy
tqneiAéianam tâoibem D. Pedro I» pi^iasiia
emblalencia, viotoee-ftHronidade, e quoale*
do o custo se queriam ver livres de tào mau
fvielÉlio, auscoitou uma porfiosa lucta,eom
• diffeeeaies alternativas, dorsate oincu aonos^
ique forátn para toda a Hespanha am peno-
do de gaerras,snpplieio8« tiraíçõea, ineendias»
roub09. devastações e toda a «sorte de caia-
'oMàdèg.
um traiçoeiro. íraurieUia monrctt^l/P. Pat)
úm ajjMHitialado.por aea irmão, em Montiel,
nomos de mairço de .13#&i
(Vide a eei. %Mt ^nf. 2W( do 3.« vol.)
Apeiar da^ oriie)da4e e.eecandalos de D.
IMr« I> lei g€tal.a.Jnii|liM$ao contra tão
wpiístrQosa crioiâ; e nib aó^s parciaes do
rei, mas até muitos dosiseosinimigos, se re*
Tobaram contra D. fieariqtte* Gra«d» num-
m de fidalg&a cas^elbaAoe (algaaa.dos inai«
IK)deroaos do reiiM>) vjerikfn a.Por(iifal of/»-
recer a coroa de Castella a D. PeroaiiAQ;.pOA-
^ â diapoeição dp, oMfiFQha p^inwgaazvfas
apasi pessoas, ben^v iaflaeneia, cas^lello?- 6t
vassallos. . .
D. Fernando era navo, rei e ambicioso :
ateailaa a ofl^na» ^aitQ.maM» ppcqne.fAcil-
Bi0Bt6 o ficeram aoredi(j»r qiM era Oi l^glUt
mo vai deCaaií^U^ p«jr aer oeia áairaioha
D. Beatriz de Castella, malher do rei \K Áf-
(bnso IV de Portuga], e portanto^ bianetp,de
D, Saocbo IV» d^ G%9|eUa. trato« pQia^e m-
ganiiur. a. boa v^n^^ d^iSi soberABoa we o
podiam ajuda^r^ oa.que anti^ pudessem, ob*.
«Mur ái auai preteDQaou
Eoviou logo embaix;idorea (qtutrj^) ao
p^pa, ao rei de» loglatcora, ao dia Aragão, a
até ao rei mouro da Granada,. A eaia offerer
cia, a pai por (SO/annos^ Aoi rei^da Açagao,
a» paohor . d^eeta aUiapça». p^n a iQàQ da
ava íUba, D. Leoaor^ que lhe'lpi eonoefidaj
cbagaodo a celebrar se es. eapoasaes^ por
procuração, na egreja d$.S. Kartiii^bOi, da
Liahoa, m me^mo auqa da 1368. l
09 Doia acesa taraia estaa proposiaa, e^Db
FeiíBaqdo mareboa.para a Gailita, acampa*
Bbado da todoa o» fidalgoa castelbanoa, .qoa
se tinham posto ao seu senriço, e coipt,o(a
traço da portoguezaa.
^ Kem esta casameoto, nem o §iie depoia
f^ oontratou, com D. l^eonor» filba do rei de
Castella, tiveram effeítò, em razão dòrdés
graçado e adulleríno casamento de D. F^sr^
mBdo, com a tristemente célebre Dl Leonor
((Qd$8 trás LeoQoreaO Telles de Mei^aesi
malher de João Lourenço da Cunha,, senhor
de Pòmbeiro; casamento que tantas desor
deás e desgraças causou a Portugal, que es-
tava entàa em immioeita perigo de perder a
aiu autonomia.
wm
«a^
.^igaHagMiMahanm o raiioafn<aa.«^gm
«ea^amonairações da alegria^ a^amo a wb
líboriadoiv ■ , . ■
£ia pouoosidiai, qioaaij todas aaci4a4a%ai
aaateUoa, lha abrifaia aa auaa porias» w víh
lufffia^a. ou vialeotamanAe.
D, FarMusido alli. fea ouabaf moedas 6uk
doações, deu ampoagoa a.tit<ilaB,.aQaio4Mft
da€a»4eHa4
liaa oa azereitoa de» D. Heiuri(}ue II» ana
breve atravesaamni aaírauteiras, ponde uma
tamív«l barreira, á laaceba. trian^banta* da
Du Fernando*
D.i Pedro. Hemniqiiea. Sarmento,» adiantados
do reino de/G^Uiia» e4Q partido da D. Haikn
riqne*' pôz ^réroo a lIoQsio» oom qm.podero-
sa^esercitiv ficando a. pragaioti grandarár
ao; pof(|ua a «laigoaroiçao ena dimioutiaabi
na.. ]ieaoK>.a9sim^ noatapetidas aaaattoaiQua
aa gaUegoaidaiami^àroMÍteaa, fiuram. saa^^ra
heroiaafDanta. rep^llídof^ aami gvandea par^^
das; mas estas gloriosas víctorias^ custa^m
tambam^nuUas vidaa da portugiiaaes, qaa
a&rnotdo inimigo noadisimamu.
QS'. combatas» quasi diários,, a a faliatda
roaatimeatos^ iinham eitaBoada aa foií^aa
dos sitiados, a quem a eapar^aça. de aooaorr
roi tiDba abandonado «
Eracapítao-mâi: de Monsãa, Vaaoa fiooiaa
diAbrea (iiaei estava ausenta) sendo soaiOMiT
Iker^ i^au^ra^dati (Dava a.da^) Aíor/fiH4»,tap
Boteei par.naadoiaolo^^coaEMí esçlaveéida Qela
sua.varauil coragem^ e dacídi<to<ampr. d#
pátria.
£m.tQdosxis»Gpmbates» ae apresentava noa
aitios. dO; maior peirigo» arremeçaada aobca
0:iaiflaiga p^edoa amatenasiiaaammadaa^
e encorajando os combatentes. Quando, oa
galtegDSiDoaaaguiPamabiiirbraobai logo alia
anapreaentoQ atti,.4aia8|)iada.em>pqohp| acstr
iiisBida ojoiango, como o soldaÃ) mais daar
tfliiido. .
Esta valorosa portugueza, não só dava
exemplos de heróica bravura, ainda aos mais
valentes; mas tratava carinhosamente dos fe-
rros, a det:^ generosamente tudo. quanto ti-
nha DOS setts vastos ceUairosy pata sustenta
da guamiçãoi
Uas o côrco durava, e no dia 4 de oittur
bro apenas rastata no celleirp omajeqn^
«S6
MON
UOH
m parcio Ae pio. Entlo Dm-lá-dm, um*
dott eom «lU fazer pies^ e do »lto de nina
das cortinas da praça, os arremeçoo aos gal*
legos, (a quem também biam faltando os
mantimentoê) diiendo-lhes : — < A vós, qoe
nos DÍo podeis tomar pelás armas, e nos que*
jn^ lazer render pela fome, dizM&os — sô-
mos mais bnmanos do qne tós, e, como nos
aebamos bem providos, vendo qna nao es-'
taes íbrtos^ vos enviamos este soccorro^ e
TOS daremos mais, se o pedirdes.»
Os galiegos, galgando a praça bem provi*
da, tendo perdido moita gente, e príncipian-
do a sofrer falta de mantimentos, levanta-
ram o eérco, e se foram para a Galliza. ^
Este facto cansou geral regosijo no povo
dn praça, e a heroina foi geralmente «pplaa-
dMa 6 victoriada como libertadora, e em sua
lionra, e para memoria do feito, d'etle tomou
a vjUa as suas armas, e a camará mandou
pintar na sua bandeira, o retrato de Deu-léh
Por muitos annos depois da sua morte,
em testemunho de respeito por esta heroina,
ie biam abrir todos os annos as pautas (lis-
tas) dos vereadores da camará de Monsao,
Junto da sua.sepultura.
Os descendentes de D4u4á'deu (os Palha*
res) trazem por armas— um escudo de púr-
pmra, uma mão« empunhando uma espada
de prata, com guarnições d'onro, com a pon*
la para cima, e seis pàes de ouro, em duas
palas» é por oria, o cordão de S. Francisco,
padroeiro da viiia — elmo d'aço, aberto, e
por timbre, o braço e a espada das aruias.
Estas armas sio também alusivas aos factos
que deram a Diu-lá-deu uma gloria. Imoaor-
lal.
O appelUdo Falharei^ é nobre em Portu*
gal, e foi tomado da aldeia do mesmo nome^
na proviocia do Minho.-^O primeiro que se
acha na historia com este appeilido, é Pedro
1 Alguns escriptores dizem que e3te facto
teve logar no dia de S. Francisco de Borja,
duque de Gandia (10 de outubro).— Quanto
t mim, estes íundam-se em terem as armas
dos Falhares^ o cor(lão de S. Francieco em
Tolta do escudo.— Também os meâosos sus-
tentam, que a ofTerta dos pães, e a retirada
dos galiegos, foi tudo no dia Í0.
Aanes de Fslhares, qoe viveu nos leioaitM
de D. Aílbnso II e D. Sancho II.
(Noto-se que o escudo doa
Palhares, já era o mesmo an*
tes d*e8ta guerra. Só com a díf-
ferença que, em vez dos pSes,
eram 6 bezantes d'ouro, e nio
tinham a orla formada pela
cordão.)
Esta guerra não oflérecla vantagem alga-
ma is armas portuguezas, e só lhe causava
toda a casta de prejuízos, assim como èm
castelhanos.
D. PMvando e D. Henrique, fizeram as pa-
zes, cujo tratado foi assignado em Évora, a
31 de março de 1369.
Em 1643, estavam os portuguezes do poa-
se da Villa fortificada, de Salvaterra (em freD«
te de Monsão, na margem direita do Minha
-Galliza.)
Era seu governador, pelo rei de Portugal»
o conde de Castello-Melhor, e d*alli ameaça-
va todo o distrieto de Tuy, chave da Gailita.
Teve noticia que os castelhanos eetavaoi
emboscados nas proximidades da vilia, ea*
piando a occasiào favorável de a atacarem.
Mandou o capitão Pedro de Bettencourt, em
descoberta com um pequeno destaeamento,-
que foi inopinadamente envolvido por grau*
de cópia de inimigos, valendo aos portugue*
zes, não só a sua coragem, mas também a as«^
perezá do siiio, para não serem completa*
mente derrotados.
O conde de CastelloMelhor, mandou em
seu soccorro a guarniçãè de Salvaterra; po-
rém, era ainda assim tão grande a despro-
porção, que os nossos estavam em grande
rUco.
No maior furor da batalha, acudiu-ihe a
mulher do governador, D. Marianna de Alen-
castre, condessa de Gastello-Melhor, quê daa
muralhas de Monsão; tinha visto a peleja«
Gom a coragem e o sangue frio de um con-
summado guerreiro, baixou ao rio, aoooi-
panhando duaá peças dè artiiheria que para
alií fizera diligeotemente conduzir, e as quaes
chegaram tanto a tempo, que causaram gran-
de destroço nos galiegos, que fugiram espa*
voridos.
MON
MON
427
Ootro apertado eérco, soffrea esta praça,
e onde eguaes feitos de dedicação foram pra*
ikados por homens e mulheres de Monsâo.
Corria o anno de 1658 (outros dizem 1659)
quando entrou pela província de Entre Dou-
to e Minho, um poderoso exercito de caste-
Hurnoe e gallegos» de que era general o mar-
ques deTianna; mestre de campo general,
B. Baltbazar de Roxas y Pantoja; general
de cavallaria, D. Luiz de Menezes (ao qual
D. Philippe IV, pouco antes, fizera marquez
de Penalva); general da artilheria, D. Fran-
cisco de Castro; tenente-general da cavalla-
Tia, D. Francisco de la Cneva; e occupavam
1» outros postos, chefes de grande fama, pelo
itVL valor, e entre elles nâo poucos renega-
dos portnguezes.
A provinda achava-se então muito falta
■de soldados, e de mnniçdes de guerra.
' Foi no dia 7 de outubro, que o exercito
iaimlgo pôz o «éreo á praça, da qual era go-
vernador, Lourenço de Amorim Pereira, te-
flMHf^ dê mestre de campo general, dextro e
destemido guerreiro; tendo a praça, de guar-
nição, 600 infantes ; mas que, com os soc-
.eorros que em breve chegaram, subiu a
1:000.
Os mantimentos e as munições de guerra
•ram em pequena quantidade, e portanto in-
SufDcientes para um longo assedio, o que os
castelhanos bem sabiam^ pelos espiões trai-
dores, e julgavam que a praça se lhes ren-
deria ao primeiro assalto ; mas enganaram-
se, porque os portuguezes resistiram com
valor iodemavel, e o inimigo pagou cara a
soa ousadia.
Vendo que pela sorte das armas nada po-
diam conseguir, deddiram fazer capitular a
praça pela fome, fazendo lodos os prepara-
tivos para um longo sitio.
' Dividiram acircumvalaçào em três quar-
leis, bem fortificados, com linhas e 11 fortes,
em redor da praça, cerrando o cordão, se-
gundo as regras da arte da guerra. •
' Construíram minas, com que os muros, em
alguns sítios, abriram brechas por onde ata-
caram, sendo furiosamente repellidos.
Fizeram estas operações, por espaço de
quatro mezes, em que os portuguezes obra-
ram acções do maior valor e ousadia, jà fa-
zendo furiosas sortidas, já praticando con-
tra-minas, já defendendo e obstruindo as
breeiías.
As mulheres de Monsão, deram as mais
evidentes provas de varonil esforço.
Helena Peres, viuva de João Felgueiras, á
frente de 30 mulheres decididas, armadas de
chuços, espadas, dardos e partasanas, se
apresentavam nos legares onde a peleja era
mais encarniçada, e 'espetavam castelhanos
com a maior bravura : animavam com paU-
vras e exemplos, os soldados, retiravam os
feridos e mortos, sem que a chuva de ba-
las e metralha do inimigo fosse capaz de lhe
extinguir os brios.
Algumas d'ellas, carregavam á cabeia
enormes pedregulhos, que precipitavam do
alto das muralhas, fazendo nos gaUegos ter-
rível destroço.
Entre «stas amazonas portuguezas, se dis-
tinguia, pela sua bravura, uma alcunhada a
Turca. Uma bala de artilheria lhe despeda-
çou o vQntre ; mas ella, com as tripas na mão^
pediu que a levassem á egreja, e que lhe
mandassem dizer missas» com o dinhei-
ro que levava na algibeira; e até ao seu ul-
timo momento conservou uma estóica sere»
nidade, e um perfeito jnizo.
Nem só a guerra .disimou os portuguezea;
também as doenças que se desenvolveram
nos seus quartéis, lhes matou e inutilisou
bastantes soldados; mas nem assim a sua
bravura diminuía.
Em um dos assaltos, entraram os caste-
lhanos em umas casas, em que estavam alo-
jados muitos doentes, que todos se lavantj^-
ram, e pegando nas armas que poderam ha-
ver ás mãos, morreram, matando castelha-
no^,. dando ás suas vidas um remate glo-
rioso.
Tanto diminuíram os mantimentos da pra-
ça, que os sitiados, depois de comerem os
cavallos, se sustentavam dos mais ascorosos
alimentos.
As munições de guerra faltavam; as mu-
ralhas estavam reduzidas a um montão de
ruínas, em muitas partes; e a morte tinha
já ceifado grande numero de vidas dos bra-
víssimos defensore»— tudo faltava, menos a
eoragem,r o patriotismo e a constância drles-
4â8
MON
tes heroes. 1ia% fiDalmette, a noBtencia eim
impoMÍTel, e os soeeorru não cbegaraái, pelo
qae, reduzidos á nltima miséria» tíYflraai de
ea^talar con todas as honras da guerra,
entregando ao ioimígo, dío una praça de
armas, mas nos poaoos de moDtès de eMn-
fllo e algumas paredes desmaiitelaâas.
Os próprios castelbams pasmavam de ta*
manba heroieidade, e da brafiira eom que
os portuguezea poderam deleuder aqnillo;
masy alada mais pasmaram quando riram
•ablr d'entnB aquellas rainas, 236 homens,
esteauados e cadaveríeos ; restos venerauo
doB dos 2:000 defenseves de Moasao.
A Pantoja parecia quasi impossíTel que
t2o pouca gente, e em tal estado, se podesse
defender e batalhar oom tamanha obstlna*
^, e i^maado os oíBeiaes do seu eateroi-
to, lhes disse :
«Aprendam â'e8Ces bravos, oomo se defen-
de uma praça que el^rei lhes eonfíar. Sáe
eetes os leSes, que etím tamanho v»lor se hSo
defendido t Se o grão Leão de Hespanha ti-
iresse muitos destes ledes, seria senhor de
todo o mundo. •
Pontoja era tão valoroso mtiitar, oomo
nobre e leal oavaUetR), e por isso agrada-
va-lhe a coragem e'dedteaçao, em qualquer
parte que a achasse^ e a respeitava.
O dia i6 de outubro de Í874, foi deTego-
sfjo para a villa e praça de Monsão.
As9Í8tia-se á festa do progresso, em cuja
senda caminha, ainda que lentamente, esta
povoação. Os seus esforços foram coroados
de feliz êxito, como era de esperar, at(en-
dendo aos títulos que legitimavam as suas
pretenções. Foi n*este dia a inauguração do
telegrapho eléctrico da vifla, e o Alto-Minho
conseguiu mais. este melhoramento, de que
tanto carecia.
É celebre a procissão de Corpus (^irUHi,
d-eata villa, a qual attrahe grande eonenrso
de gettte, sobretudo, da Gaillza.
Eis a ordem da prooissâot:
Ma frente vae: a mímica («m& gaita de fol-
ies» um tambor e um bombo.)
Segue se a imagem de & Christo?ao, de
eslalon oolossal, levada por aeiarbaifBilros
do rio MiDào.
Atrac d'eiK a M ÒMifo, com as pealâs
éeivadae e eeberto eom um mento agaloa-
do de enre.
Em seguida vae o carro élm henfot (qme
édado pelos marchantes.) Kate eavro-n»
enfeitado, oom buio e flores» o dentro d'elie
vio algnitt msnittoe» . veetiéos de hranoB^
idieios do fitas cr esmtando psalmosi •
Vae depois a Ordem Terceísa, o devo «o
palio.
Atraz do paKo vem S. Jorge, isto é» vam
um heinem (ó um ferrador) qne d6pcf s ée
SB, confessar e eommuagar, o receber daem-
mara meia libra, vem para a prociSMto».4e
capacete, saia de malha, grevas de açoj lai^
ça e espada, e montado em um fogoso- ea-
vailo. Acompanha a. procissão até á ma 4d
GasteUo, e d'ahi V(^ para ttaz, a toda a
brida, derrubando oa que eneon^a em mm
vertiginosa carreira, até entrar* no Gam|io
da Feira, em busca da Smtta C(kia, paim
combater oom ella.
A tal Céea, é* um monstro, maisi ou ma-
nos assimi&ando um di^figâo^ feito de loaa^
sobre uma armação de arcos de pipa, ecDtt
rodas na sua parte inferior, para andar pa-
ra traz e para diante. È alado ; tem poataa
e uma grande eauda.
A boca é de molas, e, para abrir e fediai»
lhe pucham por uma oerda, os homepa qna
íaeem mover o biwo.
A lucta de 5. íorge com a Santa Coca, 6
o que maia attrthe e embartuea o povo.
Depois de maitos ataques, consegue flael-
mente o sasUo, traspassar o costado do Mens-
tw; hindo depois celebrar esle f«ito gloria-
so^ para uma iaèema, onde gasta os %f9tO
réis que a camará lhe dera.
O fim da festa, é passado na vUla gallega
de Saltaterra; pana onde se dirige a maior
parte dos habitantes de Moosãoi de compa-
nhia com. 08 gallegos, e alli acabam, de paa-
sar o dia, oomendo, bebendo e folgando.*
Nas immedíaçdes d*e8ta villa ha mutlna
casas antigas e nebilissiaias^ que vão noa lo-
pres compem^tes. De Monsão, citavei aa
90 me lembram:
um
-Galâa$-^tem por anuas ^ em. campo de
prata, cídco ciprestes de verde, em aspa.
.Vimhce um dos cyjpresies das armas.
Carvalhos — tem ppr avmas— em campo
tf nl, ama eotreUa. de ouroy entre api* qua-
derna de eresctDtes de prata. Timbre, um
«gusae de prata, eom uma eatrella de. ouro
ao peito^ armado de. ouro.
Castroê^-o» que procedem d» D» Álvaro
Pires de Castro, Seiúor---ârmas-^em campo
de prata, treze arodlas da. azul, em três pa-
las» contendo a do meio cinco, e cada ama
dkM. lados, quatro. Timbre um leão de ouro.
Òs: que procedem de D. Álvaro Pires de
Castro, Júnior— trazem-*-em campo de pra*
H^ seis aroellas aznes. Timbre, meip leão
4e ouro. Outros Castres usam das naesmas
«imae ;. mas o timbre ó um caraogneijo de
IMrate, realçado de azul, com os den/^aifran-
des, segurando uma truta.
Os Coêtroi dm M (oa pri
meiros) são descendentes d'a
quelle D. Álvaro Pires de Ca»
iro, que era legitimo. Os Qu
trm dai 6 (os segundos), des
cendem de D. Ignez de Castro
OB ás seus irmão^^qlvil eram
llegitknos ; e por isso lhe ti-
raram 7 aroettas, e deram par
timbre, só meio leão. Dos pri*
meiros são cabeças os condes
de Rósende— dos Iv oa mar^
queses de Caseaes. (Este mar-
qpezado, aohase ha muito
unido ao de Niza, actualmen-
te vago. — Vide Cascões, col.
2.* da pag. i47 do 1* vol.)
€im^to— armas— em campo de ouro^ no-
ve ouahw azues, em três palas. Timbre um
grSpho alado de ouro, cunhado de aauL (Vi*
de Paredes de Coura.
Sotttft Maiores — ^Vide l/elhundres.
Magalhães. — armas — escudo enxequetado
de prata e púrpura, em 3 bandas, sobre
«ampo de prata. Timbre, um abutre* de pra.
ta, armado de. púrpura*
MemexosL-^a» de Tarouca trazem o escu-
do repariid^effli seis; no 1.* um esteque^ em
tampo de oiro; no 1* 4 barras dd puip^ura
tmcafiQpo de oiro-Hio 3.% dois loboaem
MON
499
campo de. oiro— na ordem de baixo, j|a
barras e os lobos, e no meio, o escudo doa
Menezes, que ^ em campo de oiro, um anr
nel do mesmo, com um rubi. Timbre, uma
donzella, vestida de oiro, com um escudo na
mão. (duem desejar saber isto mais circnm-
stanciadamente, veja a pag. 95 do l"» vol.)
Os marqpezes do Louriçal e de Marialva,
e os condes da Ericeira eram d'esta (amilia;
mas traziam por armas— escudo esquartela-
do, nO' i.« as armas de Portugal— no %% 3
flores de Jiz de oiro, em campo azul, e assim
os contrários. No centro o escudo dos Me-
nezes (o annel que fica descripto).
Moscosos^-^Yiúe Brejooira,
PalhareL-^k ficam descriptas ii'este ar*
iigo.
Thenoas
Perlo das muralhas de Monção, na mar*
gem esquerda do Afinho, em uma veiga fer*
tilissima e muito aprasivel, nascem, mui
próximo do rio, em uma área de 5 metros^
trez o^< abundantes de agua thermal, for-
misudo outros tantos banhos, que, debaixo
do mesmo tecto, se acham divididos, por
delgada» paredes de cantaria. A differença
do calor, em cada um dos banhos, lhes deu
ost nomes de Brando ou Temperado^Con'
íra-fmie e Fwrle.
Ha mais duas nascentes, que rebentam
mesmo no alveo do rio, e que só estão ttra
d*alle nas estiagens. Uma doestas apenas
trasborda do seu reservatório— a outra ó a
mais copiosa de todas as nascentes, coi:reu«
do abundantemente para íora do seu tan-
que.
O calor do hanho brando, ou temperado^
óde 93* a 96* F., ou '26 i\if a 28 li2* R,
Soffre-ae aemincommodo, e mesmo com sa-
tisCação, por uma ou mais horas^ na sua oar
tural temperatura.
O contraforte, de 98* a 102* F., ou 29 ^4*
a 31 1|4* bL, no qual, segundo a sensibUi<-
dade e robustez do enfermo, não se soflreSO
minutos, sem afflicção.
O forte excede os ilO'' F., oa34 3i4.Bk
Em poucos minmos produz os effeiios que
ae noiam no bai^o quente. & o msia efflcaz
430
MON
MON
em virtudes therapeuticas, e o mais usado
para banhos; mas tomado em tinas, deixan-
do-80 esfriar segundo o Tígor do que tem
de ser submettido ao banho, ou da moléstia
que se pretende curar.
Nas suas origens sahem constantemente bo-
lhas de gaz, que estalam na superfieie da agua
que é crystalina, diaphana, com sal>or algu-
ma coisa picante, cheiro levissimamente he-
pático, que também se obselra no sedimen-
to ou deposito viscoso e verdoengo, que dei->
xa na sua passagem, e alli se conserva.
A mineralisaçâo é egual em todas as nas-
centes, que só diflFerem nos graus de calor.
As virtudes medicinaes d*estas aguas sào
conhecidas desde tempos remotos.
Parece que estas virtudes são devidas ao
gaz carbónico e aos saes de diflferentes ba*
ses, térreas ou metálicas, particularmente
férreas. É de presumir que o gaz hy-
drogenio, levemente sulphurado. Juntamen-
te com o carbónico, constituam estas aguas
na classe das gazosas, e uma variedade das
do Gerez.
O que fica dito sobre estas
aguas, foi quasi textualmente
extrahido das Instntcções e
cttutelleu praticai sobre a na-
tureza das aguas mineraes,
escripto pelo dr.' Francisco Ta-
vares, medico da rainha D.
Maria I, e publicadas em Í6i0.
Slstas aguas, applicadas cm bebida, res-
tabelecem as forças do estômago, e dos intes-
tinos. Tomadas exteriormente (em banhos)
produzem evacuações saudáveis, pelos or-
gSos que a natureza acha para isso mais
apropriados.
Sao recommendadas nas chiares, fluxo-
aivo, affecções do peào, nervosas ehistericas
concre^s lymphaticas e biliosas, padecimen*
tos dos rins e bexiga, rheumatismo, gota,
etc.
Consta que estas aguas foram, ha muitos
descobertas por um frade, cujo nome não
chegou aos nossos dias.
A difficuldade do transito e o péssimo es-
tado do ediOcío, privam muitos doentes do
beneficio d*estas aguas. Mesmo assim, con-
correm, uns annos por outros, a fazer uso
d'ellas, duas mil pessoas, em grande parta
gallegos.
O ediflcio mais elevado sobre o nivel 4o
rio (chamado a Therma) foi construído em
em 1801, pelo famoso general Francisco da
Silveira Pinto da Fonseca, I.* condedeÂma^
rante, e pae do não menos famoso general
Silveira, S.* conde de Amarante, e primeira
marquez de Chaves.
O fundador deixou ao município, um le-
gado com esta applícaçlo.
No mesmo anno de ISÕi, Ricardo AlleD,
cônsul inglez, em Vianna do Minho, edífiooa
também uma casa de banho, próxima de ou-
tra nascente. (Ainda a este se chama hoje^
Banho do IngUz.) Este banho foi entulhaÃi»
em 1843, pela vasa do rio.
A nascente denominada. òanAo fresco, foi
descoberta em 1607, perto e a O. da Ther-
ma.
Ha também um tanque, sobre uma gran-
de nascente, que se principiou a utiiisar em
1819. Esta alimenta os banhos temperados^
para os quaes ha barracas de madeira, am-
bulantes; que se retiram no tempo das en*
chentes do Mhaiho. -
A Therma tem um ediflcio pequeno, pou-
co aoeiado, escuro e mal reparado do ar.
Tem oito banheiras, cada duas divididas por
um tapamento.
Os banhos temperados, teem também oito
banheiras, aos pares, como as antecedentes.
O banho do Inglez, tem só uma banheira.
A agua produzida em 24 horas, é a se^
guinte:
Therma litros
Banho do Inglez... »
Temperados •
Tanque arruinado. *
Nascente fresca ... •
Total
.. 44:000
. . 17;«00
.. 123:000
.. 1S3:SOO
. . 10:000
.. 319:000
Foram estas aguas apresentadas na expo-
sição universal de Paris, de 1867, e compe-
tentemente anaiysadãs : eis o relatório ^ttL-
ciai dado a seu respeito. (Traducção.)
«São' três nascentes abundantíssimas» que
rebentam em sitio pittoreseo e agradável, ae
mH
pê da fbrtalesa de XonsSd, 6 a nma peqtMAá
disUBcia do rio Minho. São eondozidas a três
diflérentes banhos, que se ^ístingoam por
as seguintes denominações— òroiuío (fraeo)
contra- forte (médio) e forte; em relação das
inas ascendentes temperaturas. O Cra^ mar-
ca 3i* 75'G.; o médio, 39* C; e o forte,
43*C.
A amostra da nossa eolleoçâo, provém do
banho fbrte. A agua é limpida, agradável ao
beber e completamente inodora.
Contém pbr kilogramma, O gr, 4,615' de
princípios fixos, que são-^snlphatos e ehlo-
mretos alcalinos, carbonatos de cai e de ma-
gneslá, silica, e nma diminuta quantidade
de ferro e d'alumina.»
MONSARAZ —villa, Alemte]o, concelho
de Reguengos, comarca do Redondo, 6 ki*
lometros ao N. O. de Mourão, 30 ao S. de
YlUa Viçesa, 45 a E. de Évora, 150 ao- S.E.
de Lisboa, MO fogos.
Em 1757 (dna9 freguesias) tinha 170 íb-
gõs.
Orago Santa Maria (Nossa Senhora da Ala*
gôa) e S. Thiago apostolo.
Arcebispado e distrieto administrativo de
Évora.
Até ao principio do século XIK tinha duas
íiregnezias— (O sr. I. de Vilhena Barbosa, di2
que teve três; mas julgo que é engano. Ago-
ra tem uma só freguesia.)
Nossa Senhora da Alagôa, tinha em 1757,
103 fogos. O prior era apresentado pela casa
de Bragança, e tinha de rendimento annuai
330MOO réis.
S. Thiago, apostolo, tinha em 1757, 67 fo-
gois. O prior era da mesma apresentação, e
tinha de rendimento annuai 300^000 réis.
Está esta villa situada em logar altíssimo
e penhascoso, cercada de muralhas, com um
forte castello, feito por D. Diniz (quando fto-
TOOU a villa) em 1310. Está tudo bastante ar-
ruinado. O que está mais bem conservado é
o castello, com suas torres e muralhas; mas
os ediflcios que existem no seu recinto, etf-
ão totalmente desmantelados.
A egreja matrii, de Nossa Senhora da Ala*
gda, foi fundada pelo grande condéstavel, D.
Nuno Alvares Pereira, pelos annos de 1395;
iiíás tem sofffido diversas reeGmtrueç9s& É
mm
43 i
um espaçoso templo de tret naves, com três
portas na frontaria.
Temfifiserieordia (em frente da ma<rizX
Yéem-se aqui dois painéis, pmtados em ma-
deira, da escola do grão Vasco.
D. Manuel lhe deu foral, em Lisboa, no i*
de Junho de 1513. (Livro de foraes novos do
MenUejo, íl. 33, coL 8.*)
Tinha voto em cortes, com assento no ban-
co 16.*
O brazio d'armas doesta villa, é simples-
mente um escudo de prata, em branco. A
sua alcaídaria mór, andava na íámilia dos
Britos Pereiras, de quem adiante trato.
A falda E. do monte sobre que a.viila está
ediflcjula, desce até ao Guadiana.
Durante as continuas guerras com os cas-
telhanos, era a praça de Monsaraz um segu-
ro abrigo dos povos doestes contornoa, em
razão da sua posição, quasi ioaccessivel, e a
esta circumstancia deveu a villa o desenvol-
vimento da sua população e ediflcios; mas,
tornando-se muito mais raras as guerra^s
com os nossos incommodos e turbulentos
visinhos de alem do Cai% e sendo Monsaraz
um sitio agreste e de péssimo accesso, mui-
tos dos seus habitantes foram poacô e pou-
co abandonando a villa.
Doze kilometros a E. de Monsaraz, no meio
de vastas e férteis campinas, existia uma an-
tiga capella, dedicada a Santo António; e pe-
los annos de 1680 se principiaram a edificar
em volta d'ella, algumas pequenas casas; pe-
los annos de 1710^ 'já formava uma aldeia,
denominada Beguengo (por serem terras da
coroa) e fez-se lhe po^ esse tempo uma egre-
ja parochial, dedicada a Npssa Senhora da
Caridade.
A fertilidade do terreno, a formosa sítuai-
ção do logar, e a industria dos seus mora-
dores, em vários tecidos de lan ordinários,
e na fabricação de chapéus grossos, deram
tal impulso á povoação d'esta aldeia, que
em 1S38, foi para aqui transferida a sede
do concelho, que até então era Monsaraz.
Por carta regia de 29 de fevereiro de 1840,
foi a aldeia de Reguengo elevada ácathego- -
ria de villa, sob o nome de ViUa Nova de Rb"
guengos.
m
um
Yé-ae pote que o,de$eimlv]meiita#prQ9.-t
peridade d*e8U Dova povoação^ foi á <Hi^
da decadência de Monsacaz, o <pie deu cavsa
a rivalidades» e meaoio Qdio^ enjtre as duas
villas.
Monsaraz, teve alé 1634, jati de ÍSíff», am
eapiíâo e ujna oompanhia dft ordenanças, e>
um bataJhão de voluittarios realUtae^ Qcea^
4e em i838. Téem para â os d'eflU yú\% qaid
a perda da sua antonomia, foi em castífo da>
saa dedicação ao parUdo de. ar. J)i MigoeL
Na egrf }a matriz (entre a porta do centro
e a da esquerda, de quem entra), está um
grande tumulo de mármore, descançando
sobre três leOes.
Sobre a tampa está estendida a estatua de
um cavalleiro, tendo um aISo deitado a seus
pés. Na face do mausoléu, que ólba para a
capellamór, estão esculpidas em relevo, 14
figuras de santos — e na face que correspon-
de aos pés da estatua, se vé a imagem de
um caValleiro, com um bleãò em punho,
em quanto outro fàtdo vôa direito a uma
arvore, em que estão pousadas duas aves,
para as quaes também ci>rrera dois cães.
Na borda da tampa, tem uma inscripção
gothica, ]à bastante destruída pelo tempo;
da qual apenas se pódô lôr— Aom jaz tomaz
VARTíNS, VASSALLO D*nL-RET, FILHO BB MAR-
Tm Sn^VESTRE, O QUAL 'tom AZ MARTllfS
No chão, junto a este tumulo, está a se-
pultura de Martim Silvestre (pae de Thomaz
Martins), fenecido em i37i.
Tem nma rascrlpçãò que diz :
•
AQUT JAZ MARTIM SILVESTRE, HOMEIt BOON, E
FEZ MUITO BBN EM ESTA HOBRA, E PAS80V TI
DIAS D*ABRIL, ERA IIQGCLICXXI. TOMAZ MâR-
TINS, SEU FILHO, MANDOU FAZER ESTA GA-
PELLA.
Estes dois jasigos, pertenceram a uma ca-
pella partíeaiar, que se desfez qaando se ree-
dificou modernamente a egreja matriz.
Das ameias da torr$ de menogemf se avíst
tam, em dilatadíssimo horisoftte, aa cidades
d'£vora e Elvas; aa villas de Evora»l|t)iiU||
mm
Bitiremozfc Voarão^ Aioení^be^ ViUft
d*el^ FresQO (Hesp«iha)ri.0Uvei|Q4^ e oiitr4%
muitas pafoaç9es meBorea. Yé-ae taíQbeoii^
Serra d*Omj( e ostras nonlMbaa.
Extra-muroa da villa, ha varias caaaa d^
haUtaçaoi firmando a aeu arrab^de.
Tem muitas casas desertas.
Na. villa não ha fontea; os moradores» ser -
veniae d*agua da cisterna, ou da.da /jímMr
do Outeiro, qna está nas faldas do mante*
X eiateraa, é uma casa de abobada, oom
poria para a rm^ da qual desce uma. escolte
de pedrs até aa fundo do reaervatprUx.
È[ traÃção que esta casa foi mt aqnita de
mouros.
Ha aqui uma boa feira. a. IS de ageelo»
A 3 kilometros ao N. da villa, está o mo»?
tetro de Nassa Senhora da Orada^ que loi da
reiigiosoa agostinhos deac^Jgpa.,
Jttlga-se ter sido fundado qfiiando o foi i^
egreja matriz (peloa annos de i39l^.)
Em tempo de sécca, ou por outra qualquer
calamidade publica, costumavam os morado-
res da villa, virem buscar a Seahora.da Ora-
da e a levavam em procissão á egreja^ ma-
triz.
A imagefli é de pedra e maito pesada.
Quando se bindpn aqui o mo3teiro, contir
nuQU a mesma pratica religiosa, em todas at
occasiões em que era necessário o patrocir
irio.daSaQtisaima Virgem, que era enti» le-
vada por oito religiosos, oa quaea lhe on^%-
va muito a eonduiil-a pelo seu peso dQppa-
dido, e em uma d*esias procissões, cabiu a
purtiiam-se-lhe a»mãos« Os frades, Ibe^man-
daram logo fazer outras de madeira, e pana
diminuírem o peso da imagem, a maudan^ii^
escavar por dentro, 0caj9do ôqa-r^ como fi-
ea§se nas costas* o buraco pof onde se eaca?
¥0u, desde en^âo se ve&Ua,.cQmoia3 imagens
de rooa*
Kaie raQ3teiro„foi. faixado jauV) e unido
à antiga eapella de No3sa Senhora da Ora?
da, da qual o coayeoto tomou.alnvoeação^
pelos religiosos agestinhoa descaisos^ e cob|
liflonça /lo cabido d'fivora» em sede vacapte,
no anuo de 1670,
Gomo a capellf se fosse arruinando cp«s
o teaipO) e fòese de pequeno avpftúto e de n^^
oKSH
templo mais vaslo e digno úa ttaagdsiaddriâa
tíLÍtàíh dos Anjos; e^eáíWéè novembro de
1700 (véspera da festa éa ApréiíeBUçSòida
Yirgem), se laoçoua primeira freidrâ da M-
1^'egrpja.
!Pica esta egre)a distante l«^,3aitfa ailtf|;i
eapelta, que tambetn por esse t«ibpo'fei*re-
j^arada.
Et^ enllo pfMt iiloeenVéiftô, 1t. S<^ié6
Gal^terio, natai*ál de Extremos.
O Boadrana ptKssa a^kilomelfes dá 4illa,
<«â)4e4to^pfoftiiidd.
Na raiz dafnòitatohn sféb^e^ ft^Ma^eMá
edificada, ha uma ermida, cajá capella-mór,
octogona, e de grossa muralha, consta ter
i^do templo romaiio.
O território de Monsaraz, é fortfl ^m ee-
veaes, algum áêeUte, tnuítos montados, étti
que se cria grande quantidade de porooi
Ha taoibem bastante mete^éra, o^ia fado
d!e toda a qualidade, tem muita caça, grossa
'e miúda, e bom peixe^ do rio.
No terreno da viiia, lia uma «láta dè tH-
'go, tfne produz até 14 espigas, em cada pé.
Pdi esta vitia tomada aos mouros, em i 167,
por D. Affoiíso I, que a deu aos templários.
Blipprimida esta ofdeiki em 1311, formou
desde 1319, até i8M, uamcommenda da or-
iem de Cbrino.
A 8 kitomretros da vHIa, é a serra de Ra-
àío-^AUo, OHde Hastseo rio Agevel. (Vide Re-
gaengos.)
Jk disse que a áteafdaria mór de Monsa-
nus, andava na familia dos Britos Pereiras.
O primeiro que teve este emprego, íbi Fer-
não Rodrigues de Brito, que procedia de
Joio RodngUAs Pereira, da casa da taf pa,
creado e parente de D. Álvaro Gonçalves Pe-
reireí, gráo-príor do Crato.
A este, seguiu ^^'Pranclscô Rodrigues Pe-
rélra-^Pernao Roldrigues Pereira, ^ue foi
veador de D. Isabel, IHha do ivfanteB. DfiáT-
te, a qurti casou com o duque de Bragan^.
Qn»Ddo B. Joio H mandou degdlarvdlii*
que de Bragança, D. Fernando 11, na p^èf/Bi
d'C vurâ, em 148:^, Ferolo Rodrigues Perei-
ráj temendo egnal sorte, fugiu para Càítel-
um
43â
la: Quando TsifrMoii a1>ortugal, trazia car-
tas dos filhos de D. Fernando II (o degola-
do), *|IM« a duqueza sua mie; e receando
<4U8 tlid Ibesdm mcont^adas, as enguliCL
Foi preso por ord«m do ret, e se conserr
-vob eftoarceratto-atiê á aeelamaçSo do rei D.
HttoAief, fQè o 4eft k^marelrodo duque de
Bragança, D. Iiqtiie.
A Ferfiio Rodrigues Pereira se seguhi
Ghrlsiovão de Brito Pereíra--PemIo Rodri-
gues de Brito Perefrar^XuisCovio de Brllo
Pevelva— Fémio Pereira— Ghrísto vão dd
Brito— Fernão Rodrigues— Sjdvador de Bvl-
M,iqtte>tnorrea na batalha do Ameixial> em
-6 de iuailio' de 16d8;^Segulram<8e{^emSo
Bireira» Glirlstovão de Brito e João de Bri-
to. A eAe'eei(bin4e Salvador de Brito, ifue
foi o ultimo alcaide-mór de Monsaraz, d'esta
IHMPanie<a gvsfvaei^l de ^miai<69fc,oa
reidi«l«6 vinda aqui eolle«aram a/lgumasp»^
ças*di»artiheria,'de grosso oaKbre, para qué
e«te praça servisse »de potíto de Mesa, mi
margem direita do Guadiana.
Ab^ fk^ por l4*Bêaram, oMioíhoJe dei-
'moniadaã» abandonadas 'encobertas de ferm-
Foi MMnatia um doe mais rieos eono^
lhos do reino, em rendimettles munioipaes»
provenientes de granâesibttldios, que ain^a
-liajesfeo Ittportaiites.
3obre a porta fihaauida da Ft7/a, está es-
culpida em uma pedra a seguinte inseri-
pção.
»
ABTSmurATI SAGB.
IMMACULÁTISSIMaB
CONCEPTIONE MARIAB.
JOAN. rr PORTCOALL. REX
VHA CDM OOfnRAOTBDS eOMIiltlS
SSaT BEGNA-SUA
SUB ANNUO CBNSU TRIBUTARU
PtJBLIGE VOVIT.
BtC. HtC: «rc.
(Gonsagrado á eternidade, loio IT, rei 4e
Potingál, Jnatamente oom as cArtes gentes»
publicameiíte se votou e ao seu reino, trl-
tetarlsi^ pdr eeuso autuai, à Immactilátis-
I
434
tÊÊt^Ukfé^
rf
D.MblV,
4f 09 CfVffttal 4#Mf)9^ 4fMI {■990BL40
UlMM • aalnê lopnê paUiesf 4» wárn^
Ea jBlko 4« IMf, D. Ma 1 4e CmIíH» to-
refle e eeelello 4e Momirigygae» Jeiprete*
«IdOr M tomado por Mir^Mt;nMele0iiiio
prjodpto de tfOito, e aatee da fkirioaa iiata-
Iba de Aljobarroia, o grande eoodeiUfel, D.
Jf 000 Aivaree Pereira, o reigau do poder
doe eutelbatiof.
HOlftAmOf, oa WéU VOTA DB MOM-
lAMOI—vUla, Douro, eoioarea e eoncellio
da Aoadla, U kllometrof a ONO. de Coim*
bra, ti8 ao N. de Lisboa, MO fogoe.
Bm 17S7 Uaba 390 fogot.
Omgo 8. MlgiMl, arehaojo.
Bfipado de Coimbra, dietrielo adminia-
trativo de Aveiro.
O cabido da 8é de Coimbra apresentava
o prior, que tinha 4001000 réis de rendi-
mento annaal.
Viú couto.
É povoaçio multo antiga, e Já existia no
tempo doi árabes, que lhe deram o nome,
como adianto se vêri.
Bm 1016, era senhor d*esta villa Rece-
mundo Mam*$liZf que a deu, com a sua egre-
Js, « com ss egr^Jas de Viltar dê Correiwê,
Smgalhoi^ Barrõ^ Morangaus (Morangal?)
Tam^ngot, HortUt V$Hto$a, Cepins, Becar-
dãêê o TravoBolo (Travaçò) e outras mais, ao
Bostelro da Yaooarlta.
Depois da conquista de Coimbra aos mou*
roa (lOU) passaram parle d*esias egrejaa a
ser do padroado doa filhos de Goneaio Vie-
' «er ém emréã, B. 4 ▼, eoL S.% e
aa fsv. 9fí, safo ê, m* X)
í 3.JbmadWmémbni,tm
db BMvMtfMTW» fi. i79 T, coL L-)
O noBe d*eeUfflb efregMoa^dn-eeiB»
é eormp^ da palsTra árabe Mmúné, qam
mmmabei aoa ehriaâoa que Tirâm enti«
00 iMNiroe e Ibea eraa njeítos^
Blutaaa deríTa eete none, de Muça^ qps
significa christao— Tindo peia wtménbe a
diser— <ikríM0 oroAf .
Algnna eeeríptorea opp9eBft-
ae a esta etymologlay dlispdo
goe os mouros cbamaTam ao
cbrístão naçarani e nio mmçtu
O que ó certo é ser Muça no-
me próprio árabe, e que eeCe
tinha o chefe africano que áer-
rotou D. Rodrigo, ultimo rei
godo, na desastrosa batalha 4e
Guadalete.
Na poesia attribuida ao mes*
mo infelis e mal aconselhado
rei, se diz :
«Ca Muça et Zariph, com basta companha.»
(Vida i.« Yol., col. L* da
pag. 338 HH.)
Frei Joio de Sou«a (Vestígios da lingua
arábica) diz que musarabe é corrupção de
fMifóroò --que aigoiâca m^o-ara^é— isto é»
quanto à lingua e costumes, e não â reli-
giip.
. £ isto o que parece mais provarei
Ainda outros pretendem que a palavra
MON
nUBárabe venha do latim mixH-arabe ; mas
isto é mais que duvidoso.
Fioalmenle, dizem oatros que o nome
d'e8ta vilia é corrupção de Mom-Sacnêi
(monte sagrado) e que se lhe chamou as-
sim, em rasào de haver um templo roma-
no, edificado sohre o monte próximo. I^2o
me consta porém qne haja o minimo vestí-
gio de simHhante templo, nem mesmo tra^
dição de ter existido.
Banotuario de Nonaa Senhora
das NoTOs
N'esta villa lytuve em tempos remotos^
ama pequena ermida, dedicada a Nossa Se-
nhora das Neves, objecto de grande devoção
para os pvovos d'eata freguezia e immediataa.
A imagem é de marfim, e tem apenas 0^,30
d'altura. Consta por tradição que veio de Ro-
ma. Esiá hoje na sachristia do seu novo tem-
plo, que se lhe mandou fazer, com capella-
mór emuilo mais vasto; mandando*se fazer
para elle, uma nova imagem da Virgem, de
1-60 d*aUura, de madeira e multo perfeita.
BstÀ no altar-mór.
Faz-se-lhe a festa a 5 d*agosto.
Conta-se a origem da nova egreja do mo-
do seguinte:
Esundo a primitiva imagem na velha er-
midi^ um homem chamado Cosme Dias, d'es-
ta mesma vlUa, vendo-se em grande pobre*
aa, decidiu-se a hir buscar fortuna por ter-
ias* alheias,, sem saber para onde; mas au-
las de partir, se foi devotamente encommen-
dar a Nqssa Senhora das Neves.
Partiu de Monsarros, sem rumo certo, e
foi dar á cidade d^ Sevilha (então capital da
Andaluzia) em tão bôa occasião, que logo a
leve de embarcar para as Indiat Occiden-
taeSf que era como então se denominava a
America; e aW, em poucos annos^ juntou
'grossos cabedaes.
Vendo-se rico, voltou á Europa; mas, che-
cando a Sevilha, aili adoeceu gravemente.
•Vende-se em perigo de vida, fez o seu tes-
lamenlo, no qual instituiu muitos legados
Ipios, e, fallecendo, foi enterrado na egr^a
.do convento de frades franciscanos d'aquel-
la cidade, na capella do Sancto Christo. Isto
HON"
435
aconteceu pelos asnos de ifiOO, e em iU%
M um seu irmão buscar as suas cinzas, para
serem depositadas no Sanctuario de Nossa
Senhora das Neves^ como foram. Junto com
a ossada do Irmão, trouxe também quatro
imagens ^ de Santo António, S. Francisco,
S. Cosme^ e S. Damião, que se collocaram
no mesmo sanctuario.
fiotre os muitos l^^gados pios que instituiu
Cosme Dias^ bem assim o foram duas capei-
las de missas quotidianas, dotando-as gene-
rosamente, com renda para os capell^es e
fabricas — e distribuiu em Sevilha, muitas e
avultadas esmolas.
Instituiu outra capella, no convento de S.
Francisco da Ponte, de Coimbra (que o rio
submergiu) também com bôa renda.
Mandou se edificasse em Monsarros, um
novo lemplo a Nossa Senhora das Neves.
Alem das despezas na construcção do novo
templo, deixou mais, de renda, em juro, que
depois veio a pagar a casa dos duques de Ca-
daval, 200^000 Téis^ (por herança) da casa
de TentugaL
P*estes 200^1000 réis, determinou o testa-
dor que se comprassem todos os annos, no
tempo da colheita, 40^00 róis de mUho, e
fosse distribuído pelos pobres da freguezia,
no mez de maio — e que, em cada anno se
casasse uma orphan da sua geração, á qual
se dariam 244000 réis de dote — e que tam-
bém em cada anno se dessem 20^000 réis,
a um estudante pobre, da sua geração, para
poder estudar — e a um seu parente, para
administrar a capella, 16M00 réis annuaes;
e todas as,vezes que fosse preciso sahir de
sua casa, em serviço da capella, teria 400
réis diários — e para a festa da Senhora,
20^000 réis annuaes.
Deixou ao vigarío geral de Coimbra, por
hir visitar a capella e distribuir as esmolas,
ifOOO réis. ^ o que sobrasse dos 200A)00
n^is, seria para a fabrica da capella.
Alem de tudo isto, instituiu no templo de
Nossa Senhora das Neves» uma capella de
missas quotidianas, para o que deixou mui-
tas e boas geiras de terras, no Campo de
Coimbra, alguns casaes, foros e prédios, na
cidade de Counbra, tudo comprado com o
I dinheiro do testador.
496
MON
(H povos das fnegaedas de OHvein do
Bairro e do IVoviscal fizeram antigamente
TOto de hirem todos os annos, em ifroás-
sSo, visitar a casa da Senhora das Neves,
em agradecimento de um grande beneficio
que a mesma Senhora lhes havia feito.
Era este voto tão rigorosamente eampri-
do, qae os parochos doestas doas fi^egnezias
ido absolviam os qae onlo satisfizessem.
Támbem no dia da festa da Senhora, hiam
á soa capeila em proeissSo, os povos das fre-
gnezias da llonta, Tamengos, Yaceariça, e
Lqso.
Faz-ee então aqui nm grande arraial, on-
de acodem romeiros de maítas legnas em
drromferpncia.
MONSERRATE — snmptaoso palácio e
formosíssima quinta do sr. Pranciãeo Cook,
snbdito briíannieo, e hoje visconde de Hon-
serrate.
Para me desempenhar da promessa que
flz aos leitores, no fim da colnmna t.*, de
pag. 304, do 2.» vol, doa aqni o mais qae
então ficou por dizer.
Adiante da quinta da Penha-Verde (Thn-
dada por D. Jȋo de Castro, 4'' vice-rei da
índia, no século TLVf) hindo de Cintra para
Collarej, ao lado direito, em uma agradavd
collina, separada das outras ondulações, es-
tá a ramosa quinta de JUonserrate.
Provém-lhe este nome, de uma ermida de
Nossa Senhora de Mons^rrate, que em f 540
aqui edificfu o padre Gaspar Preto, man-
dando vir de Roma, ^ imagem (de alabas-
tro) da Senhora/
Pelo correr dos annot», e pelo abandono,
cahiu a capeila em minas.
No serulo XVIII, um negociante estran-
geiro, chamado Gerardo Devisme (sócio de
M elii^h, e ambos negociantes de pâu do Bra-
zil, até 1790), fez edificar aqui, uma cana de
campo, segundo o risco e desenho de Igna-
cio d'<)liveira Bernardes, (què tinha nascido
em Lisboa, no !.• de fevereiro de 16d5;Tôra
em Rirma, discípulo de B^nedicto Lutti, e,
depiiiit, de Paulo Mathei. Era archítecto ci-
vil e pintor.) ^
^ Bernardes fora estudar á Itália, por or-:
dem e a cu;ita de D. Juào V — ^Fai o mesiBO
liON
A casa era imitando vm eMeHe antifiK
A primeira torre, era desHmila para 09
quartos de cama, se^Bindo-se em baixo easat
de jantar e aceossorioe.
A s«*gunda terré, era ama brtlaeiia de fttv^
ma eírciilar, para musica. Ambas estas Utr^
res commuoícavam com o resto do editeio^
que era muito bem distribuído a iUYiioeo, e
cercado de unm gvadaria de ferro, de noa
metro d'altura.
As casas dos creados, cocheiras e estrilMK
ria, formavam um outro eerpo do ttíSâú^
ao lado do camitifao.
A abegoaria e a casa do caseiro, eram
também feitas com luxo e bom fosto.
A quinta eomponha-se ^e um f(M-mo9^
boí^que de carvalhos seculares, que vinS»m
terminar a um pomar de laranjeiras e tan-^
gerineiras que estava junto á casa.
No sítio onde existiu o pomar, ainda sc^té
uma cascata, félta de grandes cattnUs, iaii-
tando a natureza, sobre um vasto reservató-
rio, cujas aguas aqui se juntam durante a
inverno e a primavera, descendo em catarata
sobre tim leito pedregoso.
Uma bella alameda, conduzia à oasa acas^
tellada.
Pela retirada de Gerardo Devisme, vein
para esta casa residir um inglez, chamado
Beckford, que deu aqui brilhantes festins.
Bepois que este se retirou, ficou esta vf^
venda deserta e abandonada.
O sr. Cook (hò)e visconde de Monserrate)
comprou 'esta propriedade, em 180S, restau^
rando-a, no gosto orientai, e fazendo na qtíiii'^
ta um jardim botânico, para onde tem maá«-
Bernardes que >a o ris40i .para o palácio qaa
PtwiHiii^ ^uaudou fazer, em S. Dundogos de
Bf nific;*, e que é actualmente da sr.* Infanta
D. Inab"! ISaria.
O iir. Igiiaeio de Vilhuoa ftarbosa, dia ftta
BeruardfS, só fizera para DtwiiHOie» OTieM^
da quinta de«iienifii*.a.(re:«ideaeia ordinária
dVste rico negociante), e que. não podia fa-
zer o risco da c^sa de Monserrate, peia siOK
plfs rasao dt* qa4\ quando se l^z oari^oda-
meuto, rm 1790. iã Benn|urí|l|dS'ttrai^lk«id|^
havia 9 anoo.N (io de .janeiro de 1781.) — $à
se Dfvisme, apruvritasAe os deseuhus qõe
Bernardes tíouvesse feito para outra loeaS-^
daúe. • ji.-i
IfOH
d^ido vir jnrwvw,, «rlNiaio0,HPbiilM (priíei-
pâkMiile ÍMM>d fldPas» de dí verão» cUoias»
MOM
417
É iradi^Oy que eiu |M«priedade já exis*
tia no leoipo d«dofDftiiaç2oai:»be^e eraeotâo
oiBilo ben eultivjMla.
Segaodo a leoda, era esta quinta de um
fidalgo moaarabe, senda eniao as caiaii no
alto da qainta, onde agora e^aá o palácio.
JBsie Dosarabe, de nobre sangue. godo,
mal suffria o ingo dos maaritanosi pelo qpe
têve graves díMordias com o akaida mouro,
do easteiio de Cintra.
O alcaide, qnerendo vingar -se do ebrislao^
não como auctoridade, mas como brioso ca*
YaUeirOy fui desafiar o sen inimigo a sua pró-
pria casa, e travaram rijo daelio, no alto do
BMmte.
Eram avbos dextros cavalleiros e bravos
pe Iftjadores, mas por Qm venceu o monroi
deixando a seus p^ morto o cbristao.
Os cbristaos doestes 8iti(*s^repuur a moB-
dalgo, como um martyr, e vinham orar so-
bre a sua sepultura, que pvgavam de senti-
das lagrimas, e imploravam a piedade da
Samissima Virgem, para que os livrasse do
jugo serraceno.
Puucoe aaoos depois (ii47), D. Afiònao I
asteava o peodão das Quinas, sobre as tor-
res do soberbo castello mourisco^ e • cres-
cente do Islam, era arriado d*esses muros
em que fluctuara por 630 aanos. Cintra via-
86 finalmente livre do domínio dos filhos de
Agar.
Então, sobre a sepultura do ultime mar-
tyr, edificou o povo uma pequena ermida,
dedicada a Nossa Senhora, a qual (ermida),
com o correr dos tempos, veiu a cahir em
JCOinas.
Até aqui a lenda.
. Em i3U) pertencia 4t collina onde es-
tava a eapflla, e mais alguns terrenos adja-
centes, ao hospital de Todjs os Santos, que
existia no Korit», de Li>baa.
. Nn^ século XVII, afuruu o hospital esta
propriedade a uui fidalgo da família Mello e
Castro; e ao priucipio do século XVIII era
senhor da quiuta de Mooserrate^ Caeuuo de
Mello e Castro, vice-rci da iudia, casado com
VOLUUB V
D* Marianna de Faro^ filha dús l^** condes
da Ilha do Princípe. >
Morrendo Caniano de Mello, na índia, eni
Í7i8; declarou, por testamento^ que vinea-
laiMt a sua quinta da BeUa- Vista^ ou Menser*
rqto, na serra de Cintra; o que seu filho, Ao*
tonio de Mellao Castro, cumpriu, com as de*
vidas lermalidades^ e foi o i.'' morgado de
MonserralSL Morreu victima do terramoto»
em Lisboa« do L* dii novembro de 1795.
S&ú tendo filhos, psjseu o morgado a seu
irmão, Francisco de Mello e Castro, que^
como seu pte e av^ servira na índia.-
Durame o dominio dVstes Castros, foi a
quinta muita melhorada, e se edificaram M
ikíõ d'ella umas casas para residência de
varão» de seus donos.
Francisco de Mello e Castro, casou na ín-
dia, com D. Joaquina de Mello, viuva de lo-
só de Saldanha, e filha do general, Martinhia
da Silveira de Meneies. ^
Uma sua filha (pn peta) D. Francisca Xxi-
vier Marianna de Faro e Mello, ca^ou cona
D. Lopo José de Almeida Pimentel ; e fi-
cando viuva, estando em Gôa, arrendou a
quinta de Monserrate a Gerardo Dfvisma.
Foi (eito o arrendamento por nove annoi^
a principiar em 10 «de julho de 1790^ dia
em que se assignou.
1 Em 29 de outubro de 1753, D. José I,
mudou o titulo de condB da Ilha do Prínci-
pe, no de Lumiares, em favor de Carlos Car-
ueiro de Sousa, ultimo conde do primeiro
titulo..
E hoje representante dos antigos condes
da Ilha do Príncipe, o nr. conde de Lumla-
re!«, D. Jo.^é M^inut^l da Canha Paro Menezes
Portugal áa Gama Carneiro e Sousa. O i.«
oundeda Uha do Prin*^e, ft»t Luiz Carnei-
ro de Sou^a, por Philippe iV, em 4 de feve-
reiro de Í6i0.
> Nâo Sfi com que fundamento, a família
do Covo (qne saf> Gantrosi, Lhiuos, Maga-
lhães e Meut^zies, e á qual u^rtence a actual sr.*
condes:Mà. da Ribeira) se julgam com direito
a este morgado de Liiiira. O que é certo, é,
no caruirio do Covo existir a esrnpiura da
insittnf^ d'este vinculo, e muitos papeis
que lhe diaem resp«*it«i. Também é oeritiiir
mo dejicender esu familia, do referido Praa-
ciseo de Mello e Ca.^tro ; e ter muitas pro-
priedades em Baicarôtia e em Lisbua (a San-
ta Martha) que pertenciam ao morgado de
Cintra.
4M
wm
BN IwiJ», — totefl(io dè motar o amni*
éàmtíxU)^ deiDolio z etmfdt • às ea«M f»-
flto#, ^ déQ prf flflpfo És Boiítt cMMroffOes.
fHh) M Iísft0 è6 OEfVlAM tiOlllJflSCi fl90Dr<19«
pCVI tftíB SnMft MtM dé ulMâT O ftfttnl
Xnil, #B fstlroQ inopfiu^dmratê |itfsi â tiiâ
fMUrfi, pot àMPfiMn 4|Qê 0òfff€tt ^n 'PoMi'
fáí ; é híkten nn Lcmêrm, «to 47IÍ.
éártíf Htã qbfftru a ottiro opnlHito ftíglef, o
IM já ifti^nfttfiiado BMMcVd, ^é fez tortur
â llfoprí#^iMe ao wn Ètítígo éiplenâor.
E»t6 Seébftird, étu Mn àe miHtnn Be*
UMif^y (fo^ M l0ird-iMÍf6 d<$ LondHM, 6
VMHdo di$ lady Maf^aiidlt Oordofi, fiHlk #d
iei)0de AfHijTAe, toa^ Eaedda. Tc^ pàin Cf*«
ira f nrtir saodades da «tia fottOMs eêpúí»,
Qtto ttiMférk ao daf á Itti 6 mu aêgtttudo fi-
Ifabje pôr e^tafiia Io|jTátelta dilpado eM
Wft proceêêo ttHaé. ^
Btfekford fet vario» e fmthrfáúU^ Mlbo*
Mht^m Dáa f^iàa é ^ttittla, toMaud^f-aa
WHI y^dadf ífo pafafBO.
Soa ÍTfha, SozMa Btíphctoiía MBclsfferO (â
itdt» «^táira a vi(fá a aoa iWSé) v^fo á aef
dtt<tttf>th de (fátoíMiA, lia E«<^hi ; dtt^ttéMa
éb Bfatidot), ika h|flit«iri1i ; e dttqtleisa de
Obaff^Hpfand, em Prao^á.
Beckeford enarDorou^èe dto tHná filtra bas*
tarda do marques de Marialva : mas este fl-
dargO) otl pôr orffolhd, oti porqtfò o ibgtea
ora proteatante, não eonseBiia em akmihan*
ta aasarmeoto; o qao laalo aenilbiltioa
aquelle, que abandoooa para sempre 'èls(é
Moo.
Na 8\ia t)rI[Aelra viagem a
Por mgal, eaorevéra Beek/ord
Mia aerle de cafrtaa itertMia*
situas, adbre a dí^rte de D. Ma-
ria I. — Na 1* e ultima fiagem,
deu assumpto a Loiz Augnaio
il«l)eilé ^ 8ilv% paH o »^
Mnb romfatice ^^^ LaprífiMs è
Ma iDgklerra, foi habitar a soâ pre^iie*
éÊêééè fcmHil^ «aaa dia naiabellu e%am*
(Môsas dos tf e« rHMea» e otide t&orreu de
avaAçada edade, e pelos annoa de i83tf.
1 D. Marta t, de Portogal, ò^bteve d^pola
do rei de logiaterra, o perdáo de Becbcfoi^d.
mm
AMMRpmvs ■ prvprimBBB ob
I» per Befklòrd, M arraidaAa t
pessoas, que nâo cnraraai da soa cooscr^im-
^ e rbegoa ao mais triste estado de mi-
ni ; e assim foi vnMNda ao sr. Goek por o
sr. Lufa CbKiaiMi de Gasono e Alnef d» n-
mentel de Sequeira e Abreo, entio seoiM^e-
Deede elitSo, tbiB iMo esta prepriedsAo •
obfedo da maler sollicftttde de sen ^one^
qtâe tem IHto d*ella mna liaMtaçki dw Mã
^'viM lêoita.
A iéra os pomares, a primfttfva qnisu A
MoDserrale, ó só de regado ; porém o «r. rȧ^
timêê lhe àtmeioo, por eom^pra, a proprie-
dade do ^9phitú Amfo, pifra terrae de is-
vom-a, e é boje tima verdadeira
Ha poaeo tempo, também o senhor
tfotfie eom|A^ott aos sttt. eoodes de^ PniAfltt-
eo^, a qoiou eomigoa, de Peiika-Yèrêe, ftm-
dada por b eélebi^ D. Ulo de Oafitto, 4.*
Yleenfti dst ladia. (Vide eel. f .* da pag. 303,
e eol. 9.* da ^^^. 301, do 2.* vol.)
fem diaio de f874, a «éMtdra vieemdean
(qtr^, posva ser fiHia é» fo^eces, A 4iatiml
^ Lisbdá) abrítt mb* eseoia de nenHud^
em GalamareSy em nma das ottOierusaB piv*
t>Hédades 4ne pdssue em redor da ^nittta
de Mons^rt^e.
MOllSUli— fregtiezia, Mnfie; eomarea e
<$ottedlfo tia Povoa de Laohoio, 49 Uíoh»*
tttA Èò líNE. de Brâfga, 9 ft O. de Gtdiiia-^
rilés, 4fi ao NO. do Porto, 86è ao N. de Lis-
boa, 180 fogos.
Btii íim tlMia 136 fo«os.
Oi^o S. Martiabo, bfsp o.
Afeebispádo e dlslf ieto adminlstrMíVQ êè
Bfa^
O cabido da Sé de Braga, apreaeatàfar è
vigário, qae tinha 8^000 réis de «ongMi e
d pé d^aliar.
É tfem km.
O bome d'e9tá firègifêtfa pttrtfee ámtm
se do árabe JfoçèMi, povo da Afftea» qae
o^eopav^t a parte mats oecldenial da re^io
qttíi eotDpt^belide as qtiatro proviaMIir^
Hea, SM, Jt»tíàts mtràóóà ; tfolib fel1M
thtça. (UAftitiÈe, de Mattdol, toaor. 1>, tN^
um
MON
439
Bm ÍÍ47, oi fMmrot qtie $e c^amatàm
MuçàtmuUSy entraram em iÊespãHha* {Uon.
ià»^ \xm. d.*», pag. 51.)
HOHTA — poriugoec anti go ^ guini^»
soiif , porçio ott mtmte (fud <Mibe a eada uiti
dos coherdeiros. Das montas mUodtías 4$^
MH 0$ hei-ãgèros, a €MI. . . XVniI sMoê^ X
dênàêires e mealha. ^Doc. ée Alpendurada^
de 13ò9.)--Hoje diz-ae múMê.
Monte era 1&tDbeú9 o láD(0 qo» se dava
na fmi}», sobre qualifo^r db}eeto qtie as*
dasse em leilão. (Doe. das freiras beoedicti
MsoK Aò Rorto, dd 1336— eDo^. de Alpêsia-
f aúa, <ie IMS )
HOUnCEitUE— vide Soceúrro.
MOHtAStM— pormgnez antigo -—t^Mê
Montatio),
IIOinPlDflSO— portoifaaK antí^fa-^Hi diès-
mo.
VORTAliai^^p^rlaglies amifeO «^ diraltè
qae se pagava de certas espécie» io faNbi^
StD í^m D. Affrjn^o m diluiu uma ear-
ta ao mestre dè femplo^ e aoa antros tfom*
iMUdadorèg da mesma OrdeiD^ em Porta-
galena 9âi Ihefs áiiH ^m tivera 4u6iirM
átoifae êiteft reN^èliiaiB na» lermos das viHas
è'lorfa04a Ordém^ sem oídderaçió «Iguiaa
0 isoflb damdo^^èfda He seus vMsaHos, o
Mmto dd mênt^Oú. Orde«a«>lhe8 «^ue «lies e
0) >Didf s usItgiosAs do reiao ^eoeslbam a sen
arbítrio ama villa dMi|tte<lDham,e $ód'6s-
sa recebessem o montado, e não das mais.
Este direito 6r|si:^Do ^hanho de vaccas
wnavacca; do rebanho de ovelhas, ácarnei-
0oa, pètém naâá de porcos^ eywats ou o«f ^>os
ffÊàgè. E 'que não tUfirtsem pmagem deces-
sos e dos fiomieití que pasitíêsem petm sem
Vifáfés^ ^enãú tm aqueties, nos quuêê íkes
féêêrtoncedião por doaçòês reaes; sob penei.
ês^ptemo éontflírío pzehse, pugâr 4S0Q sol^
ém, Mm dfis omtasè despezas, úqueOe que
it íhê é^isêo queimaese, (Do«. da Torre do
ToAbvV.)
ÍroilT1ALSGK£ Ott HOMn A&BMS-^
tlHd, Ti^8oS'Hoúti«á, eftb^ça do oomircã o
dfr«Hftb^iho, 70 kilo<metroA ao WS. de SM^
p, 30 ao O. de Chaves, 6 ao S. dft rala dè
MMi, 180 ao N. de LisIMa, tíÊt^gB».
ÈúÈ 1997 tMm M fágm.
Orafo ffòBsa Soihote da Aniimfiçio.
Arcebispado de Braga, districto admínis-
tMivO do Villa RmI.
A casa de Bra^ioça apresentava o reitor;
qU6 tfntia l^Oi^OOO réis de rendimento.
0^ còbcelho 'Àe*Mont*alegr6 é composto de
ftfregaezlss, sendo a de Tourem (S. Pedro)
da jnrfsdicção do lyispo d'0reD8e (vide Miw^
to) más apresentado pela coroa de Portugal,
e ladiB «a tnals do arcebispado de Braga,
qte fSú as seguintos:— Cabril, Cambezes,
Cervos, Chan, Contim, Covellães, CovéUo do
Gerez, DotiQes, Ferral, Pervidellas, Piaes do
Rio, Oraltiflè, Mehtedo, Meixide, Mont'Ale'
gre^ Morgado, Monrilhe, Negrões, Outeiro,
BidomdHoe, Padroso, Paradella, Paredea
do Rio^ Rèigoso, Salto, Sarr&qoiohos, Sezé-
Ibe, Solvetni, Veada-Nova, Villa da Ponte,
yinar de f erdizee (Santo André), Villar de
Pevdiida (S. Miguel) Pitões, Pondras, e Via-
do^todas com 3:800 fogos.
A comarca de Mont'Alegre é composta do
seti jolgado e do das Boticas, com 2:100 fo-
gos, ambos 5:900.
Sstáésta villá em 41* 53' de latitude o
i9* de loDgitvde oneotal da iliba do Perro,
ê 1^, Occidental do meridiano de Paris.
O foral mais antigo d*eeta villa, meneio-
nado per FraaktiD, foi->lhe dado per D. Af-
fonso Ili, em Lisboa, a 9 de jnnho de 1273.-
(Livro i^ de doações de D, Affonso IH, ú. ^
110, CDl. i.M
D. Dioiz lhe dea outro foral, em Lisboa,
a 3 de janeiro de 1289. (Gav. 15, maço 15,
n.^ 13).
Este foral também se encontra no Liv.
4.^ tas ENyações de D. Affonso IV, a fl.
47, V.
Foi eáte feral ooÉfirtnado por D. Aflfonso
IV, em Lisboa, a 26 de jnnho de 1340 (Es-
tá no mesmo livro i.*", a fl. 47 v. eol. 1.*)
H. Msmael làe deu foral novo, eiA Lisbctfi^
a 18 de janeiro de 1IH9. (Livro doe Foraeê
Noves de Trus-ets-Montes, fl. 40 v.)
É pévoaçSo Mitfqnlssima, e com toda «
provaMHdade mdílo aiteridr ao domtiMo dOi
romaiios na penimnla ibérica.
Gérrobéra esta opinião o facto seguinte:
440
MON
MON
Em 1785, fazendo se umas escavações no
Outeiro Lesenho (tia Luêenho) perto da vil-
la, 86 acharam duas estaiuas de guerreiros
mui toscamente ciozf ladas, e evidentemente
antíquijS^imaH. Uma tem ^«''SO de altura, e
outra 2", 10. 8ãu ambas de granito. Ou sao
obra dos antigos lusitanos, ou« e mais pro-
vável, dos phenicios. Furam para Lisboa, e
estão no Jardim do palácio real da Ajuda.
(Vide a pag. 43, in fine, da col. 2.* do I.*
volume.)
D. Jeronymo Contador d'Argote (MemO'
ria» do Arcebispado de Braga, tom. %* pag.
600, n.« 813) diz que no castello de llontV
legre se vénm quatro torres quadradas, e de
pedra lavrada, com grande primor e arte.
D'estas torres, a principal é altíssima e di-
zem as uoiidas que vi<;ram de Braga, que
se preí^ume ser obra dos romanos. Ha tam«
bem no castello uma notável cisterna, cuja
construcção também parece romana.
No sitio chamado Ciada, próximo do lo-
gar dos Casaes, estão umus construcções
subterrâneas de tempos remotos. È um qua
drílongo formado por uma parede decanta-
ria, com uma só entrada. Dentro d*este re
cinto ha outra parede concêntrica, com ama
porta em frente da exterior, e' outra na par
te opposta; Arando entre as duas paredes^
um corredor. O quadrilongo do centro é to
do lageado de pedra de cantaria, e sobre el-
lé estão 18 pyramides (em 3 renques de 6)
tendo cada uma chumbado um gancho de
ferro.
Sobre estas pyramides fecha uma aboba-
bada de pedra, enos quatro ângulos d*esta
vão crescendo para cima, juntamente com
as paredes, quatro chaminés, com vestígios
de nVIlasse ter feito lume por muito tempo.
Siibre a abobaUa está uma sala toda la-
drilhada de grandes tijolos, assentados em
argan)assa; tudo de robusta construcção, e
mostrando ter havido outra abobada sobre
a primeira. Muita pedra à*esta abubada foi
para a egreja de Gralhas, que fica perto.
Está este singular monumento a uns 3
metros debaixo do solo, em um outeiro cul-
tivado. Pui descoberto em 170i, quando um
bomeiíi, andando a lavrar, e outro a arraa«
car pedra, acharam esta gruta artificial.'
O juiz de fórade Monfalegre, o dr. Rober-
to Carlos Ribeiro, e muita gente com laias
desceram por essa oceasião a esta cavidadi%
que percorreram e examinaram, não poden-
do porém correr outras obras que ha eoni*
tiguas a esta.
È isto com toda a provabilidade obra dos
romanos, mas não se pôde aventar a ap|»li-
cação que lhe davam.
O padre Argute, diz que próximo a esta
construcção existiu a cidade de Cotodtma.
Perto doeste sitio (Ciada), fica a aldeia e
freguezia de Gralhas— ao E. — Entre ams e
outra povoação ha vestígios de maralha sa-
tlquissima, que cercava o monte ehampido
Campêllos.
D*aqui passa ao sítio chamado BobadiUa,
hindo terminar em outro sitio, denominada
Payo-ManteUa, tendo 3 kilometroa de eir-
cumferencia.
Segundo Thomé de Távora e Abrea, hon-
ve aqui muitas casas de abobada.
Na povoação das Gralhas, houve am jmi-
drão, hoje servindo de haste a uma enu—
era um marco milliar. Tinha 7 palmos e meio
d*alto, 2 72 àe largo, e 1 de grosso. Tinha
seus lavores nas extremidades^ e no meio^
que era liso, Unha em uma das taces uma
jnscripção latina, da qual, no tempo de Ar-
gote, apenas se podia lér
NOHO EILU Qin.
Não se entende. Esta pedra foi achada a .
alguma dis^taneia das Gralhas, em um cam-
po ainda hi jD chamado do Padrão.
A 6 kilometros de Penedones, que foi do
termo de Mont'alegrH, está a cruz, chamada
de Leiranco. Ao S. dVlla, desviado da estra-
da 1:500 metros, e próximo ao rio Regavãoi^
está um alto monte, chamado Castello df 8.
Romão, e na raiz do monte, do lado do B. t.
S., estão as rui nas de uma grande povoa^^
nas quaes ainda se vô^m vestígios de cineo
ruas, e alicerces de casas de pedra, algamaa
de cantaria.
Doestas ruinas hia nma rua ter aum mmm^
de alvenaria, de uns 0",70 de largo, que prin»
cipiava pelo E. em um alto penhaaiso e vi-^
MON
MON
441
nhã para o S. ter a outro penedo, também
grande.
Mo meio d'e8te muro, estava ama porta
larga, por onde se entrava para outra, que
abria para um terreiro, de uma^ 20 braças
(44 metros) de eireumfercneia, por unde pas-
sava uma estrada que hia até uns segundos
muros, fechando o primeiro ao O. do cas-
telfo, qde era feito de cantaria, bem lavra-
da, e rodeava o cume do monte, vindo ter-
minar em oito rochedos, que lhe serviam de
torres. Alguns d'estes téf m cavidades que
denotam ter sido posto das vigias, ou senti-
Delias.
Conhece-se que um d*estes penedos, que
está a E., foi afeiçoado a pirão, dando-lhe a
forma quadrada, que conserva por uns 9
metros, que tanto é a sua altura; tendo em
cada face S",80 de largo.
Dentro das ruioas do caste Ho, estão dois
penedos bastante altos, que lhe serviam de
torreões, e n*elles, aberta a picão, uma es-
cada. A seu lado se vé^m montes de pedra
lavrada, e fragmentos de lijolosi, ameias,
talhas, e vasos mais miúdos.
Do lado do O. do castello, está uma cis-
terna qmidrada, de uns 11 metros de vão,
mas entupida.
Da parte do N. tem a muralha 90 metros
d*altura, sobre o nivel da falda do monte,
nos siiios onde não está d»*smantelado. O
povo doestes sítios, mais do qae o tempo,
lem destruído este antiquíssimo monumen-
to, para lhe aproveitar a pedra.
Attribue-se esta obra, aos lusitanos e aos
Tomanos, que a construíram para n*ella se
defenderem dos bárbaros do Norte, no prin-
cipio do século y.
Julga-se ter sido esta fortaleza destruída
pelos diouros, pelos annos de 720.
Em Friães, que foi do termo de Mont'AÍA-
gre, foi achada no meiado do século XVIII,
■o sitio de Cambella^ uma pedra sepulcbral,
que depois foi partida e empregada em ser-
vir de degrau de escada, de uma casa de
Friães. Tinha esta pedra 8 palmos de com-
prido e 2 e meio de largo.
Via-se nVlIa esculpido um rosto humano,
t por baixo d*elle, uma espécie de escudo,
oom a inscripção :
CALAMUS
M1BUI4 LIM.
lUS. SUVAIR
H. S. JUL
Quer dizer— Cama/o Mibois^ limio^ de eia-
de de quaretUa e seis annos, aqui jaz sepul-
tado.
Não sei o que quer dizer sUvair.
No concelho ha dois castellos — o áhPico-
nha e o de Seirrãos.
Está a villa situada sobre uma collina na
margem esquerda do Cávado, dominada do
lado do S. por uma cadeia de montanhas^ com
suas florestas ; e pelo N. é também domina»
da, a 3 kilometros de distancia, por uma cjot*
dilheira, muito mais elevada; ó aberta pelo
lado de N.B. e S.O.
O seu clima é bastante elevado, egual,
com pouca dififerença, ao do morro do Bo-
garreiro, na serra do Gerez, que Link diz ser
de 3 a 4:000 pés, acima do nivrl do mar, e
Balbi 4:800; algumas vezes o thermometrõ
de R. tem descido a 05; é variável em razão
do seu afastamento do mar, da ^ua latitude,
altura, situação, e dií^posição de montanhas
e abt-rtnra dos lados de S.O. e N.O., donde
reinam mais constantemente os ventos, acar-
retando Gomsigo do lado S O. as chuvas da
parte do mar, e do lado de N fi. os gelos è
neves da serra de Senábria; concorrendo
egualmente na proximidade do rio, as aguas
estagnadas nos assudes, e as circumvisinkiaa
e sorol>rias florestas, como o Avellar, que Oca
ao S.O. em declive para a m^sma viila.
Houve tempo em que esta vijla foi praça
d*armas, coja guarnição, que, segundo um
alvará de 30 de setembro de 1715, era de
duas companhias» residia com o governador
no. castello.
Esta antiga e arruinada fortaleza, sitnada
ao N. da viila, em uma risonha collina, so-
bre o rio Cávado, é composta de quatro tor-
res; a maior, que flca do lado do N., tem na
sua base 36 a 40 pés em quadro, e de altu-
ra 68 a 70; as primeiras saias são de abo*
bada de cantaria, e de primor: ás outras três
torres ficam ao S. ; a que está do lado E.
tem de largura 30 pés, e de altura 58 a 60,
quasi todas as p^^dras são marcadas; a 3;*
torre tem na sua base 15 pés, e de altura
44%
MON
um
80, pouco mais ca meBos, e ó massiça até
dois terços de saa altura; tem na face exte-
rior, janto à base, as daas ioscripções se-
guintes:—R.ALF. 4.* ANNO de 1331.— Re-
formou o L.^0 MÂuoel AiUuaea de Yiamia —
ANNO dd 1580.
A 4.* torre, ao O. da antecedente, tem na
base 15 pés de largara, e 35 de altura; é mas •
aiça até três qaartos de almra, e já não tem
ameias.
Sram ligadas af> quatro torres por uma
lauralba, quasi circular (tem doze palmos
de grossura), que comprebeadia interior-
mente um terreno de 120 pé^ de comprido
e 80 de largo» e uma grajide e profunda cía-
terna, construída toda de cantaria, á q$ài
se descia por uma escada de pedra até â pa*
.de^ que. tinha â superficie da agua; tem esta
eiatoma 12. pés^ em quadro, de largo, e de
proíundidada, apesar de muito eotulbadU de
pedra, aiuda effereoe de 30 a 35 pés. Era
^ta fortaleça cireumdada por doas mura-
Ibaa^ com seus respectivos fosaos^ boj^ d0-
inolidas.
A egreja matriz, soffrível, com sau vistoso
1^0, e péssimo e vergonhoso cemitério, fica
4eatro da fortaleza ao N. das torres. Ewte
n'esu egreja, em graiude decadência, t^ma
irmandade de Nosâa Senhora do Rosário,
insiituida pelo capitaomór, Manuel Salga-
do, em i^, para a gente da guerra do eas-
Mlo. Os estatutos rezam que íoi erigida em
i75i, a requerimeiuo do parocbo e morado-
res. D. Rodrigo de Moura Telles, arcebispo
de Braga, ebrismou p'esta villa, em 1705.
Tem casa e^ egreja de Misericórdia, po-
rém muito pobre, e por este motivo foi ex-
linotfa, de cuja adoúnistração tomou couta
a junta de parochia no dia 26 de agosto
de 1870; uma eapella d« Sautissima Trin-
dade, defronte da cadeia» com um legado
]^ra di2^r missa aos presos, (sita em 1653
pelos ofiQciaes da Santa Casa da Miaerlçor-
dia, os quaes obrigaram a fabrica aos repa-
ros.
Ha mais u*esta freguezia aa seguintes ca-
pellas: dentro da vlUa, as de S. Roque e Sl
Sebastião, sendo esta administrada peia ca-
mará municipal desde 1726; e fóra da vil-
J^ a E., S. Fruistuoão e Senhora das Neves,
(antigamente S. Terissimo); e a N. SuMi»'
Adrião.
É tradição antiga e vulgar (já em t708
contava mais de 100 annos) que forani-^elis
dua^ ultimaa captlls^s, egr^s^ ma^riíet^ M-
nexas a, Montalegre, de ppvoaç5es qvn^ ao
perderam pela peste.
Próximo à eapella de Santo Adrião ei^ia-
tem vestígios ^& povoação antiquíssima, e
sepuiluras aibertas em penedos^ com fòroiit
de cdrpos humanos.
Tem a vjila duas praças— uma. chamada dl>
FelouiinhOt no ceotro da vHla, por aUi t«r
estado o pelourinho, que ha poucos aaoM
foi mudado para o Tiwral, onde se faseai
mercados ou feirões, nas guintas^feiras e
domingo^ de cada semana; outra no Toarei»
onde 80 faz a feir^ de gados e beatas, noa mr
tepenultímos dias de cada mei.
Tem uma soffrivel eaa^ de cmuare e aa-
diencias; uma cadeia cpm dMas salas, edoap
enxovLis.
Oa edifidos particulares í^o de inferior
arcbítectura.
Tem excellen^tes aguas; três siU) as fqntas
mais frequentadas :-«>uma na praça do Toa-
ral; outra, denominada do Ouro; e a tercei*
ra, a da Pipella, no bairro da Portella, além
d'outrafl particulares e mais remotas.
Ha na casa do CfrradQ uipa abundante
nascente de óptimas aguas férreas.
Ignora *8e a época em que Moufaiegrefoi
fondada, e quando foi elevada a catbegoriít
de villa.
Ha toda a probabilidade para crer que
esta povoação já existia no tampo dos ro-
manos, em vista da arruinada fortaleza, que
alguns auctores reputam qbra dos mesoioe
romanos, attenta á sua grandeza e mag^ta-
de; e das lapides miiliares e moedas roím-
nas iy^ se tem encontrado usaste conca*
Ibo.
Appareceram junto ao iogar da Penedo
nas 15, com a efilgie dos imperadores Traji^*
no e Yespasiano; monumentos incontestair
veis da existência e demora dos romanos
n*este concelho.
Também não ha provas evidentes dotem*
po em que foi elevada à catbegoria de vil*
i la; é provável que fosse logo no prindiíilfft
MQN
4» DMM^obM» P9i# O pakmriDho, prova da
AHa gradaaçâo an. vUla, jI^cq esculpidas as
jcmaa de O. Sancho I^ e|;aalineDte no foral
dado á meioia viUa par elrrei D. Dídíz, em
1325, 819 Ufí iQAQcao da, c^ria ^ foral d^da
4 loe^ioa v^ila poi* ^ m jL Alhasq IIl^ fi-
nalfii^Dte, Faria e So^sa, ^o ae^ Epitome da
Mislorkk Portv^fteza, descrevendo «^ vida de
D. Joào I, diz que entre .outras t^raa prin-
eipaea do rei^o, a villa d^ AftoftUlegre j^ es-
tava pwio partj4Q do rei da G|V9(elJa.
. Ha p*eaU viAia, da parla do N.» duas ppU'
ie» taaçada^ sobre ç rio Cávado, por onde
.^y^miii di^as estradas» ayatema antigo, qoe
levam para 09 lofarea limitropb^ da Galji-
Xà e para aquelie reino.
Produz eai4 freguesia centoio, omita e
boa batata, ^ i^abof, algnm roilbao, deviíjk)
à iniciativa dp ar» ioao Lopes de Fr^tas^
sffíB, ba pouco» annos, priAcipioa a enaaiar
e promover a <tt)tf|ra d'Qate ç^eal.
Cria bom gado vaccum e stiino, e maita
^a. É feriil eip lettbas.
. Ha n*es(a vilta v^mià única casa nqbre^ a
4o Cerjrado, eujf09 representantes» UirandM,
jdeaeeadem de «9pa íamiliá, que veio de
França -e acompanhou o cond# D. Hi^arique
m conquista d9 Viortugal, e á qual em re-
compensa dos sejrviçoa «praatados, deraa
Miranda do DonriO, d^onde lhas veio o no-
me; d*aqui veíp am« diaem, encarregado de
negocio^ reiètívea ao caatello e praça d*eeta
villa» e qaaoo na caaa do Cerrado; e d'este
jeaaamanto proveio o tronco de maitos ho-
4>ana illustfea«
Uoa Coram servir a cArle, outros tiveram
alcaidaria-mór e capítania-mór, habito de
Cbj^iaU), le coaamqndade S. João da Pesqnei
^a. Aleixo da Míraiida, capiíào-mór, em iWi
«r-Simao de Miranda, em I6dl— Sebaatiao
úe Miranda, i701— Aleixo de Miranda 1715
«f-e Sebastião José de Miranda Atbude e
Mello foi o ultima.
O concelho de Montalegre canQoa ao M.
4:om o reino da Galliza, ao &. com o eonee-
ibo de Boticas de Bvroso, a E. com o con*
«alho de Chaves, e a O. com a aerra do Ge-
rez e provincia do Minho.
Tem de extonaao de N. a S^ desde a ire-
'^[uezia de Padree^ até Taboadella, povoação
mm
m
^A (Xf ifip4^ ^ fr^«ieiia de Meixlde ati \
Bqpte d^ Mii^relia e log ar de Siárós 42,
Em 1706 tinha este concelho 5:147 fog09»
O^hii^dps em i43 logare^ qua forqiavam
m Cr^gue^ias, sendo 14 abbadiaa, 7 reil/^-
^m, 2 vigariariaa, 1$ apnex^ e 10 caraV^ii
. £;m 1813 tinha este concelho de largQjTíW
1^ direcçãjo de £. a O., 40 kiiom^tros, de§4^
o meio da aerra do Piado, onde acabava o
copcelho de Cb^^ves, até á ponte da Mia^-
rella, ond^ pariiia com o de Raivàea ; a 4p
comprimento, na diracçàp de N. a S. ^i k^**
lometros^ principiando na raia d^ Ç(à\\\^
^{é ao cumâ da serra da Toniobj^ quei ^vi-
dia este concelho, do de Cabeceiras de Bas*
ip. Continha 133 togares, 3:49,8 íc^on, ^
17:581 habitantes de ambo^ oa sexos*
£m 1821 tinha 50 Cregue^ías, 186 logares,
4:020 fogoa, 20:787 babitaotaa, e lOQ vlni^
naa.
Esta população era do concelho e hoi^as
annexas.
lím 1834 pertencia esta jalgado, pa divi-
são ecclesiastica, ao arcebispado da Br^gs»
Qom^rca de Chaves, e estava dividido em
93 fr^ueúaa (14 abbadias, 9 reitorias e 30
vigariarías.)
Na divisão civil pertencia a cowrca de
Bragança, provedoria de Guim^r^ a super-
intendência de Traz os-Montes.
Comprbhendia os coqcelhos de Buivaj^s e
Montalegre, o coulo de Dornellaa e aa hoA^
nis annexas — Viliar de Perdizes, Gralhas»
Meixedo, Padornellos, Padroao e Tourem»
asAas Qom juis ordinário, comarca e um es-
crivão ; e aquelie (Mont*alegre) com juú.de
fora, câmara, e almotaceáa, 5 escrivães ^
geral, e á de aixa ; juiz da alfandega, 1 es-
crivão, e feitor ; juiz dos orphãos com o seu
re&peetivo eacrivão. Era o concelho dividi-
do em 100 vintenas com seu juiz, jurado, e
2 aeeordãos.
Era este jaigaáo composto da capitanía-
mór de Monfalegre, que comprehendia 26
companhias, cada uma com. seu capitão, 2
alferes, 2 sargentos, 4 cabos; e da capivipia-
mór de Ruivãea, dividida em 2 comp^Abi(#
oom seus r^ã|>ectivos offlciaes^ e alcaidaria-
mór do couto de Dornellas» apresentação H^
U4
IfOU
MON
BfeeMfpo de Bragat Forneeia «M Jolfaiáo
teerotas pata os regimenUM IS de iafuile^
ria, 6 e 9 de caTallaria e milicías de Cha-
vei.
Aa honras supra meneioiíadas foram sem-
inu f oostderadas como partes integrantes do
eoneelbo de Mont^alegre, nâo sé por cob6
sarem com elle, mas porqne se achavam sa-
Jeltas ao mesmo, no recnttamento, no cri-
me, orpbaes, lançamentos de direitos r^aes
de sisa e decima, nas procissões regias,
montaria real, e à mesma jorísdíeçlo eccle-
siastica, excepto Toorem, qoe no eedesias-
tico pertencia ao bispado de Orense.
A origem 'd'estas honras» qne foram con-
cedidas p»ia guarda e defeza da fortaleza e
castello da Pieonlia, é muito remota, e sens
privilégios, eram :
•!.* Tem e fazem Jaizes sobre si, qne co-
nhecem em cansas eiveis, sem qne ontra al-
guma anctoridade se intrometta com elles;
t.* Qne ahi nio entrevem mordomo nosso,
nem por voz, nem coima ;
3.* Nos casos crimes podem eonheeer as
nossas jnsttças de Moni' Alegre;
4.* Nâo serem constragidos a levas de di-
nheiro, on gente, nem aqoantiados, ou obri-
gados por ouira algaraa jarí^diçâo;
5.<» Não lhe tomem nem palha, nem eeva-
da, nem galliohas, nem bestas, nem ronpas,
nem carões ;
6.* Nio os constrangerão para soldados,
fora das ditas aldeias e coutos;
7.* Faiio as ekições por si, não entrando
n*elias ninguém de fora;
8.* Qae não paguem mais tributos an-
nuaes, do que os que são escriplos no foral
que deu D. Aifonso a Piconha quando a fez ;
Estes privilégios de que es-
tavam de posse immemoravel
ha muitos anoos no tempo de
D. Diniz, fi>ram confirmados
pela me^mo, por sua earta de
5 de maio de tôtff, em Lisboa.
9.* Não sêjam curadores de pessoa algu-
ma contra snaâ vontades;
10* Tenham as suas varas 8 palmos de
orateira, para serem bem vistas;
li.« Das suas sentenças só poderão oo-
idiecer os ouvidores.»
Betes privflegk»
a ser eonfinnados p«r D. ââ^
foiMft, por soa earta, paannin
em Lisboa, em 1490.
Por alvará de 5 de setembro de 1511, f»-
ram cada iOOvjainhos doe das honras iscm*
tos de pagar pa|m a ponie de Mirandetta e
outras quaesqoer, em nai» da guarda da
castello da Piconha.
Houve também n^eeCe ooneelho, easmea
cerrados, on Rt^gneogo^ e eram : — Meixide^
SolVi ira, Samo Aodré^ SM^raquinhos, Pfdra*
rio. Quintas^ Seírãos, Eiró e Sangimliedn,
povoações ainda existentes, e — SuuiHIo de
Laroueo, que existia entre Gralhas, Sauio Ah-
dré e Sulveira, ficava á direita, no eaminto
que vae de Gralhas s Santo André. Payo—
Mantella, que exisctiu entre GffaHias e Sulvei-
ra, ficava à direita do eaminho que vae d'a«
quella para esta povoação-^Santa Cruz, exia>
tia entrt» Padroneiios e Sendim.
Na parochia da Padi^neilos, existe ainda
o livro dos Capítulos da Vi»ita, que tnnada
demolir a capella, por se ter despovoado
aqueHe iogar, (Santa Cruz) Vaile de Grott,
povoação qne se esKioguni, junto raestno i
raia da Glrooda, além de Santo André; ain*
da se divisam vestígios de muraliias^ e cha-
mam-lhe cidade de Grou.
O foral falia d'omres mais ^ue se penis-
ram, não se sabe onde fossem.
Os privilégios que tinham, eram :
cL*" Não pagar fintas, fraetos, ou talhas.
S.^" Não* sirvam cargos do concelho, nem
de tutores, nem em levas de gente o dinhei-
ro, nem de euraderes, nem dêem aposenta-
dorias.
3.« Nao dem pão, vinho, palha, roupa, li*
nho^ galliohas, nem ouira cousa sua, nasi
besteiros de coutos, nem outras algumas apo-
raçdes.»
Estes privilégios foram concedidos por D.
João I, por i»ua carta, passada em Muole Móv-
Novo, em 28 de novembro de 1426, com pe-
nas aos transgre^^sores, de seis mil soldos pa-
ra o rei e emprasamemo aos ministros, por
qualquer escrivão, para dentro de um mes
comparecerem perante o rei.
Foram confirmados por D. loão IV, por
sua carta de i de outubro de 1647..
um
.2 É Dotivel éstè oonrelho por ser Qm dos
mais iDontanhosoB da proiíiiii*ia de Trás-
^«•IfoDtHt, p6iè afora aa serras que o Haii*
Han — Leiran^Mo a B. — Laroaco a N. B. —
a eor#llfii*lri de Arandt^la, VidoHn, serroè
êb MkmriHie e Monivlia a N.-^&^rez a O. —
AHo^ a S., e p«^a»-no8 montes semeados
emre ellas^— ha unia fordflheira de moMes
qae seest*>iide de^de o l«»gardePedrsrio até
€ede{o^ dà Ghà, na direcção de B. a O.,
com exiMisIo de 41 kHumetros^ fomiafiid
Tarios cabeços e quebradas, qae tomam di-
versos nomes, como sio — St>rra de Cepeda,
Cabt^ço de Mnroii, Cntto d»* Bnrrago, Bagoso,
fiBnas ruivas, Carvajio, Mtinte^Gordu, Gotto
fM*eiitio. A parle Dorte d*esla cordilheira
é oirramdiída p^lo rio Açorf>ira, ania das
origens do Tâmega; e a mi^rldional dft orf*
fèlD ao rio Bt^a, e abriga do norte as )[>o-
"voaçSt^s da hvguezia de Sarraqnittfaos, a do
Cortiço, PirVidas e Qralhós.
Omra cordilh«*ira príDcípia em Codeçoso
da Chãn e estfode-se de N.B.. a 9.0. com di-
recção parafl»'ia ao rio Cávado, pela margem
esqucrd», e pnlo »eu cume divide lodo o ter-
reno, eomprehendidu entre este rio e o Re-
gavão, em duas por^Õt^s qnasi eguaes, for-
mando como duts vailes ao longo de rada
no, com as montanhas qae lhe ficam fron-
leiras. Bnia cordilheira é formada de dlffe-
rentps escaldes de desegnal grandeza, e de*
crescente para ambos os lados, os qnaes t^
mam vario» nomes, segundo as divi^rsas si-
taayões — Peliteiros, ao pé da povoação de
Codeçoso, Pent^dos de %ma Catharioa e
Corujfira ao S. da villa de Mont'alegre; Se-
nhora das Tribulações e Formigoso ao N.
do lirg^r d<^ Castanheira, Borigo, o mais ele-»
vado ao S. O. do logar de Camfoeses, Serra
da Lama, Lomba do Rego, junto doesta po-
voaçirf. t esta cordilheira de montes eo-
iterta de um e outro lado, de mWtas^ílores-
tas, e por todo o seu come de uresa e car-
queija. Tem poucas roí^ms.
É por isso este concefho d^om clima fio
vuriado, e em piintos f^igidf^simo e nevoso,
4iie apenas adinttte a enltara db algmn een-
tdo, bautas e nabos, e mal consente a do
M|^o, mfNío e dmras plantas que peéein
mais calor e melhor eUma.
tfON
445
ComtudD ha povoações e terras, que, es-
tando menos 80j*'itas ao rigor das estaçdes»
oomo sio o valle Hiamado de Yíllar de Per-
dites, a B. do concelho, e todas as povoa-
çOes, desde o logar de Paradélta até á ponte
da M isarrella, e as que estão nas faldas e
eoÉoavida#M dá serra do Gerez, produzem
centeio, milho, painço, trigo, legnmes, cas-
tanhas efftictas der caroço; e ainda mais lia
logarM tio ahrigados e amparados, por to-
dos os ladbs, de serras, que produzem vinho
e azeite, principalmente a freguezia de Ca-
bril^ que cria também limdes e laranjas.
Por enire estbs montes e montanhas se en-
contram grandes campos e agradáveis pra-
dos, atravessados por abundantes regatos,
origem de varif>s rios, dosi quaes os prioel-
pães são — Cávado, Regado, Beça, e varies
valles, que em rasão da sua temperatura,
siroftf^o e natureza, oHerecem entre si não
pequena dlfferença; são os seguintes:
1.* Ribeira Terva, ao B. de Leiranco, con-
celho de Boticas, principia na freguezia de
Ardãos, que d^antes era do concelho de Cha-
ves, e finda na confluência do rio Terva com
o- Tâmega. Existem n*elle 5 f^egu^^zias. Pro-
duz vinho verde, miHio, trigo, centeio, ex-
cellente e mimosa fructa. B quente cnein
sempre tivre de moléstias seSonaticas. B^te
valle ou ribeira pertence todo ao concelho
de BtKlcas.
i*" O que desce do logar de Pedrarlo pe-
las margens do rio Beça, e acaba onde este
rio (Beça) entra no Tâmega, junto a Vietla.
È povoado por seis flregu**zias (4 do conce-
lho das Boticas); para e N. abunda mais em
centeio, descendo para o S. dá muito milho.
3.** Principia em Codeçoso da Chan, es-
tende se pelas planícies das freguezias da
Chan, Morgado e Negrões, segue por Víade
e outras fk^eguezias, e vae findar nos despe-
nhadeiros de Misarella. B povoado por nove
paroehías ; todas produzem centei(^e milho,
«diíte do prigKiro naa do B., e mais do sa-
jpttndo' para O. ; não dá vinho, á exc4 pção
de algum pouco e ruim junto á ponte da
Misarella.
4.» O que corre para o NE. da viila de
Mont*alegre desde Meixédo até Villar d«- Per-
dizes* e MlBixide, junto de tut braço do Ta*
1
&46
itm
i»egi ; é oeeopado por mI» freenram^ qae
prodoftem ceoieic^ quasi tpéaa flaw a^*
4uKia, «pouco mtlbar BMiiU e pptu»» firv^U
<p^a3 e.in«0»o0) epi $v>lveír^ Snvtp Aii4irt
6 ViJUr de P»r4â<«, a ft<€«BPi níobo «m
^.« O que segue de^o PadoiMlIo»* por
uma e ouAra roaif^ do Cávado, até Cat^rU
nas Mdas orientaes do G^ret ; eoiíteni irdi-
xe (reguesiasi É o nieoofi feenodo eo ^or
4lieção v«ge(«J^ á excepção 4e l^^vada de
Otueiro, Paradi^ila, e meeoio Fjia^ 4p ftio,
que 4ào muilo mltu>, e Cabrid Gqv<?11|0 e
SadU Marioba de Ferrol, que, al^ d^ifso,
ixribeiD algum vinho verde e azeite.
Alóm doestes to uv val|e.iaten)»^io e^^-
tfe OB aogulos que para o S. faa a serradas
Al&oras, co^iprebeod^do a paroctua do
coQto de Deroella^ e .grande p9fftB da de
Covas ; a pricoeirj^ prodiu roaito millMV e a
segunda muito milho e algum vIohQ v«rde.
O reato das parochias exinte em escoltas
W pUaídes de serra» e são -* Pitões, íniito
do Gerez< terra mm iria, pnKhn cev^ e
teutas; Firvidellafii, junto da sarnt^a lom^
ha^ colhe oeuieio e milhQ ; Ci^rded^ ^as ea*
^tas da aerra das ÀHuraa. pelo, O» e &»
|erjr& Cria, jp^odaz centeio ; a povosigao de
Gevdedo produz tai^hein milho» e ^ j^elfitor
.qne as reataptea da parpohia; Ail«i*ft9» dwi
minada pela serra do mesmo nome, tem
muito fria, dá centeio; e Salto, begoexíapo-
pulosa a muito dispersa, apesar daa soas i9
aldeias se aoharem«aituadas eutre raqaos iw
braços, destacado^ das três serras; Cabrei-
X^ Alturas e Goodiàes (que a separa de
Basio, ou Seixa) não ó o seu terreno a^-
dentado de mais, e produz centeio a muita
Jiatata, e em muitas povoações bastante) mi-
lho. É abundante em pastagens, ereando
por isso muito e bom gado vaccum, coube*
oido em todo o reino, com o nome de gado
hinrrozão.
IPredvicçãe» da eoHMírra áe
■■•nfalegre eu tenso éè
Barroso.
1^0 reino mineral
Ouro
Nos poços de Freitas» situado» na BtM-
r« Tif^a, próximo áa ftr#guinaf 4« M9íxm^
Bo^delia e $4pin9fi.
If as mrgens do riu de OibrO, «sgviA^
ae fSf IBge da ír^gi^entQíi de,uwi d'eate mêr
lai» eucontraAos ptir pes«)a pmMmU^
Kon Komos Telheiro^ liceal «n SR. ^
fifali;^ poFuação 4a.fraguezjia da GhfR»
vm^ proxin^ á ^tr^da qna vae d^ Ifoui-
t'Ãlegra para a vilia de Chava% ende es^
tem escavações, quf^ uns dj^tem lioram Utfr
mê de ouro, nu&roa forpos df telhai
Amotbistnp
Na Roca da Ponteira» das quaes Miguel Pu^
reir4 de Barros mandou la^r adrefios jpmi^
suasi 9Uias, no tempo em que aerviu de Juiie
de %a, n*eMe concelho.
Em Cavello de Gerez, povoação distante
da d^ta Booa 3 kilomeux>s> houve em caan
de Sebastião José de Barros» pae do e^."^
par do reino» Barros e Sá, um annel com
luna 4'esUs pedras.
£ftrfidiçao que a miua braebareose imu
ou teve uma crui^ íeáta de pedras, ei^tf^abi*
dM d*esu serra.
Christae$ de racha
N*ea|a mesma serra, Boca da Ponteira»
hum comp em muitos outroa sátios» ennen*
mm se muitos christaes de rocha, de difie*
aente grandesa e cõr.
Na disMicia de SO minutos de eaminb9w
ao NB. da pontão de Pitões, qne fica SO
kilometfus ao O. da vilU de Ifoat^Alegre» de^
para-ee pam uma eolipa de MO e tantos paa*
SOS de «MBprido,«m forma ovai, I4)enaa cO"
hepta de aargagps eiherv^^e de ^miureia^ an
que pareee» granítica, em eni» eentiK> se epr
centram aqui e sM algumas pequenas ifH
chaa de granito, eo torno daa quaes, se tem
eoLtrabido graúdas pedias de nwtgneic^ qup
um ^Mo transpondMlos e bem apreciados em
4ivprs»a terras do reiíyi; e meamo em AUr
4raa sitii^ eoaM> mostiMi esc^viações we
alii se encontram»e«(raginentes-m^i(oa ri^
e adhjQwites ^ outras, aobstui^» ocwia tal-
hos iur«t08 ^ qiiajrli^
Em toda a extensão da collina, fazefâoiíe
.«acavaQ^OB, 9» «Dcoairam p^c^gDea lio mine-
r^ 8otiA«k ou aoJitairi^a, mAior^» ou iienor
.rea» QtfôreceQdp como ires variedad^a-rnuiBaa
em que parece predominar o ferro, meuoe
fyvçja, 9>agiieiica« wm^ pe^adoa e 9. fraocura
«nai3 lo0Q(it#r-roa;tr(>ai fm que fareoe (pM*
predoDiwr o carvão, mais nagra» e. maia
leves, e pouco magnéticas, e o seu tecido mais
«sponjoso; — as taraèim, parece intermédia.
das duas, em peso e côr, mais decidida vir-
tude magnética. Sncoiitrft-se, mais raras ve-
ces 6 a maiores distancias', uma variedade
que parece esponjosa em forma de escorias.
Não ha memoria que esta mina fosse ex-
plorada segundo as regras da arte.
Aguas mineraes
Em S. Pedro do Bio, povoação da fregue-
zia de Pontim, situada ao SO. da villa de
Mont*Âiegre, donde dista 6 kilometros, na
margem erquerda do rio Cavado.
Em Garvalfaelhos, povoação da f^eguezia
de Beça, na margem direita do rio Beça.
Aguas ferruginosas
Na cerca da casa do cerrado, em MonfAle-
«re.
Em Pinho, freguezia do concelho de Botl-
•cas, na direita do Tâmega.
Em Seir6s, povoação da freguezia de Ca-
nedo, concelho de Boticas, na direita do Tâ-
mega.
Reino vegetal
Centeio
Este cereal, produz abundantemente etp
todo o concelho, e é o que melhor se acom-
moda ao ingrato solo de Barròfso, de manei-
ra que ^e pôde dizer, que Barroso é a terfa
própria para esta prodncçSo.
Semeia-se nos meze^ de setembro e outu-
bro, e ceifa-se em julho e agosto. Quando as
primaveras são frias e geadeiras, então a
(produeçao é muito oielhor.
447
Sua cultura é faila.iMHn a diligencia e es*
mero, de que os lavradores são susceptíveis.
A 9ffikli€a aacuUa em. todo o tempo é quii os
dirigis vlisto.» qttriidade da lâm e d« pro»
dueto, não admittirem muitos melhorameft*
tos. O uso de sulcar as terras na occasião da
sementeira, para depois as limpar, com o
af»do, daa ben^ togo que o eauleio pdn-
<ripia 4 deaB«5rolver^9«, lom provado muito
bem, .%íaAi fua Ma operação aratoria, nom
om toAsa as lerraa produz o mesmo eíTMla»
' fiejrtft pajm d^ae^ar, que do todo se exiia*
goiaaoo ooatqme qpe ainda ha em aigumat
povoaçõos, do ooDseryar á ao^áo do ar 0$
oainimoai on adubos levados oado para-aa
torras, €a seara». .
A palha d'oste oeaeal, é empregada- om
oobrir aa eaaaa, o no austeoto dos ooimaea,
pmoipaimeiíte ao rigor do lavemo.
Ttigo.
.{
Bi-se brm eate cereal em %/U partes dfis
l^rraa do eoooeibo, poróm ooittva-oe em pe^
ipeBA escala, porque os lavadores recetew
vér tolhidos -os seus trabalhos com a geado»
quaii aemfiro constante em três eataç5ea do
aotto, o em dioa monos quentea do veiraio.
Gomtndo devo insisltntse na ci:^lura do ao-
rodio, que de ordinário paga bam o Irater
lho.
Jlft7Ao.
Produz-se em quasi todo o concelho, e a
sua cultura tem-se^ ha auaos, augmontado
muito» emaia ao teria angmeptado se nao
Coaae o reeoio «ue os pobr^ia agricultori^a
^em da geada- Nas povoações qu^ o dão
podaria dii^plicar o triplicar, haveudo maia
Igiiaa de rega^ coasorvando-o majs rafo,
carregando 'O menoa de outras plautas, e ro-
oolheBdo*o maia sazonado.
O doujtor Francisco Fortunato d'01íveíca
doCarvAllM), natural de Provezende, juiz do
(óra n'este concelho delioofalegre, em i80&
ia 180^ promoveu com grande cuidado o axi-
gmento d*ea;e cereal, fazendo extrahir leva-
das de aguas das suas nascentes e rios, con-
carrendo para isso muitas vezes com a sua
presença e dinheiro.
4411
Feijão.
A cDllnre e prodaoçio doeste lêgane é
nttit» limitiâ», e é eonstuBmido qnasi todo
em verde.
Batatas. '
iBtrodittidas ainâa não ha mailo tempo
•m Barroso, eonsfiioem já tuna Iroportan-
Hsctima caUora. O terreno é ttoito próprio
para a sna cnltora e proda<^o. Ha das mes-
mas, varias qualidades, como sio: brancas,
mais prodQctivas; vermelhas, compridas e
redondas, de menor prodncçio, porém de
mnito melhor gosto e mais farináceas. Qnasi
todos os habitantes de Barroso cultivam este
tnberrnlo ; ha lavradores qne colhem mais
de 1:000 alqueires. A produc^ media, sen-
do annos refnílan^s, excede em todo o Bar
"Iroso a 400:000 alqueires. Se houvesse mais
cnidado em protrurar aguas de rega, e uma
estrada soffrivel, que facilitasse para o Mi-
nho a exportação do excedente dVste géne-
ro, elle cresceria ainda multo mais em cul-
lura;* nas povoações mais abrigadas podiam-
se variar as espécies de sementeiras. Estas
raites fazem uma grande parte do sustento
dos habitantes, e as que 'sobram d'este coo*
summo sáo applicadas ao sustento e ceva
dos poroos; e alguns lavradores Já as vão
applicando na alimentação do gado bovino.
Linhos.
O gallego é abundante em todo o conce-
lho, o qne lhe falta na altura compensa-Sê
de ordinário na qualidade de fibra. Em niui-
las partes, em annos menos húmidos, résen-
le-se da falta de rega. Sua sementeira podia
ainda duplicar, promovendo-a e procuran-
do e aproveitando melhor as aguas para a
rega do mesmo. Gomo é cos^tutae fabrf ear se
em casa para limpeza e u»o domestico, e sen-
do, em g^ral, gente dada ao trabalho, que-
rem no com msis consistência, e assim nãò
se vêem linhos finos e delgados como em
outras terras; o branqueamento deve me
Ihurar-se.
Nas longas noites dos dilatados e frios in-
vernos, o geral da população feminina occu-
MON
pa se no fabrico do linho. Seria cottv^niett<*
te introduzir-se o engenho hydraullea^ de o
maçar. t
Bm cada aldeia lia pp|a radio dit^i, deze-
nas de teares, os quaes seria conveniente
melhorar tanto na forma, come no processo
do producto.
O cânhamo e mourisco vegetam eiteeHen-
temente, mas cnltivam se muito pouco, e
ordinariamtente só se empregam em cordas.
Castanheiros
Ha Já grande quantidade d'elles nas fre-
guezias situadas a E., S. e O. docoacelhoi» e
produzem muita e boa castanha.
Carvalhos
Abunda o concelho em grandes e espessas
mattas dVlles, mas pelo seu grande con^auM^
incêndios e irregularidade e excesso nos
cortes dos mesmos, já teem dimÍDUído mni-
to, e em breve se sentirá a falta.
Vidos ou Vidoeiros (Betula branca)
São Indígenas e abundantes em mnítõs
sitios, onde formam moitaj>, priíiripalinente
nas margens dos rios e ribeiros e em ter-
ras hun»idas. Os lavradores os conservam
para usos domésticos, como são: corta-
dos com a folhagem para alimento das re-
zes no tempo das nevi s e para ri^parar in-
teriormente nas paredes a humidade dos
zimbros; do pau fazem pratos, tijella.s mui-
tos tamancos, arados, eixos de carro, esca-
das, espadelas, massas, etc.
Consta que os antigos, antes da invenção
do papel, se serviam da sua epiderme para
escrever nVIla, e hoje os rapazes barrozios
d*ella fazem barretinas para os seus brin^
)]uedos mili lares.
Alguém diz que os povos do Norte^ e
príneipalmente os médicos a llemães, se ser-
vem d'esia arvore para mmtose vários me-
dicamentos.
Ameiiros
Produzem se da mesma maneira e eoa
MON
MON
m9
t§o»M silios qae os vidoeiros, e aio emprega*
àos em tamancos e leoha.
Salgueiros
São também em abondancia, porém tem
pouca estimação, e apenas sao utilisados
para sebes divisórias de campos e prados.
Pinheiroi
Ha mnitQ poocos, porém essas antigos e
bem creados. I>evia promover se a saa plan-
tarão^ da que resnliaría grande vantagem»
atteata a escassex de madeiras.
FreioM
Ha também, pontos, porte muito aiti-
pados peia aua exceUente madeira para
eaffvos deiavoira.
Vrzê e carfiteiia
& abundantissima em todo o coneeiho^ e
tem moíiissima e principal applicaçio pa-
ra estrumes e carvão.
Jmmas
Os babitantes, por cormpçio Ibe eba-
mam/tti^0KMt; vejetam e prodnxem exct^lieií-
temenie nus iofptfes pantanosos^ qae deost
dinario nâo dio outra coisa.
As mnlheres mais pobres eosliimam apar
nbai o quando teem a semente maduravo^ne
acontece nos metes de agosto -e setembro;
quando iifflpo4e todas as lieraa estnnbas^ os
maçam e esfregam alé Ibas eahir a meduiia
branca de qae estio recbeadD^ depois oe
põem a seccar, tendo caateUa da náo os
deixar orvaihar para flcarem mais bran-
eo9. Depois de aseâm.preparados fazem com
«Ues corocas^ qne são uns casaedes de que
^ bomeus usam para lançar fura as aguas
da cbuva; e coroços que sÍo aa mesmas
coberturas, mais curtas, e com 4aqpaz^*de
que usam as mottierei para o omshm
Ifeta manubetura, posto nio ser de
grande interesse, é todavia de grande uti-
lidada, e a matéria prima e mão d'obra
sao muito baratas e fáceis.
No reino animal
Gados vaccumy cavallar e muar
Um dos melhores rendimentos para os la*,
vradores de Barroso, á sem duvida a cria*
ção dos gados« sobre tudo vaccum, cavallar
e muar.
Os muitos e extensos prados naturaes, ou
lameiros, qne ha, bem como dilatados terre-
nos maninhoí^ muitos dos qnaes offerecena
boas pastagens, ajudam multo aquelia na«
morosa criação, a qual ainda muito maia
cresceria se, aproveitando as aguas, aocrea*
contassem os ditos lameiros, e promovessem
a cultura dos prados aniflciaes, se bem quo
talvea em vários pontos .do paíz não dariam
o resultado que parece á primeira vista, em
consequência dos rígidos gelos.
Nio pôde diser-se que haja descuido nos
lavradores, em conservar e melhorar mais
ainda a raça do gado vaccum, que tanto pro«
▼eito lhas deixa; e nos nitímos annos em
muitos criadores de poldros e mulas, se vé
o mesmo gosto e esmero.
Na feira de S. Miguel, em Cabeceiras de
Basto, se eoconira o melhor mercado para
criações cavallaree e muares.
Os beierro^ ou novilhos» veodem«se nu
de Moot" Alegse e Boticas ; e mesmo
nas casas, dos lavradores» aonde os proon^
ram os compradures.
As earnes de viteila, sio de ha tempo ga-
badas em Barroso. Seria bem que o muniei*
pio tomasse melhor couta na ndministraçié
decaia ramo.
Os leites» podiam fornecer em Barroso
nmalNindantd ramo de eommercio, nas mau- .
teigas e queijos, logo que huovtfsse quem
promovesse em maiur escala o seu fabrico;
mas. também se deve atteoder a que «Ites
fornecem um artigo considerável de alimen*
to .a seus habitantes.
Segondo as melhores estatísticas, ha en
Ioda aeamarca de Mont'Alegre mais de it
nttvaceas.
49t
MON
MON
Gado caprmo e ovetíiMMn
Ha muita abundância^ em todd o Barrofid,
d'este gado, mas em geral, é de qualidade
pequena, e con pouca esperança de melbo-
ramento, ao menos na parte mais fria e ne-
▼osa.
Ninguém espera que a ovelha tome des-
ettVoWimento e dé boa lan, md paic ríspido
etienipettaoso. ái mesma cabr», morre a qual*
^Mr eanto, quando, as iMves sS» dnrtfdott-
ras.
Não qúevemos dizer que esta eipo€ie.4e
SaÉD lÃú pofesa aofmeiítár e melborar aI^
f«ma cousa, mas ttão^ umo quanto parece*
Bêêb flfado fornece Uimbem aos Miilantes^
em varias ocoasioes, uma parle do sea aii«
neiío.
■ ' As lass, offereoem unaa pà#te doairasttdos
pira 4)9 habitantes. Seria boi», qtte taeavese
OieltioraflBeQto no fabrfeo das^aM^sinss.
Das pelles doestas retese de iod(is<a»wais
é que se podiam ofeiérgraildes i^aiatafions^
se alfaem, que tivesse cabedaei» «stabéle-
esese fabríeas de eennoe*
Yendem-se por qinst nlida atqoalquerira*^
fleante^ que as preoura, e aHiHaè peífleiíiHie.
Gad$4m6m
É tatnbemabuodaate na comarca; ba«n«
nos porém que ten sefltíde nolssllas ooa^
tsgiosas^ 0 sso iMreto 'se tem elevede»
Qoasl todeB-o«4avnA^Cd prteoitimfiib*
ver*8e doeste «gado^ perqoé d«>8um«nMi
fiazem o principal alioenio és «endoeUH
daraofte o annoç elias qUasl^sempre^àemèal-
gsdas e covadae, são de bem^éeie^ ^Omé
taee nsconbèsíése«
Também se poderia exportar Msto dTesle
gesero de eomesllTeli sea^teileslAiqtie-des-
de certos asmoe ateea o gado, eaieCMne^
0Stão caro.
Outras prdéaofSevéo veteo Mriínal fla
ne coQcdho. O pfeço regular aqui, ceneè-^
lho de Mont'alegre, é 6 por 90 réfê.
Dão se também pombos mansos, e patos tto
toda a espécie ; es mesÉres perus com al-
gum cuidado ; coelhos mansos etc.
Ha abundância de caça nas serras e moa»
tes de Barroso, de diversas espécies ; mui-
tas perdizes e de bom gosto, sendo mais na-
mero^nas serras de Laroneè e Votirélla;
iMiUos eeelhes, qtie vão edmuido dtmfutita-
do pele abuso te os eáçarcotti farãe nsé
tempos nevosos; ba»taiites lebres; algioa
veados^ cabras montezas, javalis, ou porcoft
bravos, hoje mais iwob depois das gran-
des devastações das espessas mattas e flo-
rMas, qae veeciiiii as eneostte di nau-
tas montes ; ha talÉabeai potnbès bMMa(
aves frias, algumas garças^ piítUbeias»' «r*
cejas, patos bravos, e uma inanidade de
aves e passanq^ piippíes^b paizes frios ;
apparecendo também as andorinhas, rolas»
éuisoli, pMpas, Ml., etc. Ha naNos 'âtekos,
terdes, pMasflgDs^ lutinegras» noltiUds, ««-
rujas, mochos reaes etoi ete*
lios diversos riee e riachos dè edmátca
qao' corram nos vaHes de BacMs^^aOMiA
tBHBise muitas trotai^ barbeá, tiogasis m*
guias. As trutas do Oávado, flie, desde «Mf*
te fonlQi fin bsilev alguma» s8e detem
iflMDlro^e as doMça me mtitoimMs a*
O «boda «6ssr a tf evisiMa ^eiseiidlss» eo
eOrtaB» doeiMahes Verdes «od rioe, pc^
dica flHtito o dCbenvoivlBieaia dw cne^
de8»|ei}Bii.
Ha muita gallinha, de oniiaárto deesoa^ flaa
de psqueiia.
' As liNittieree ydfare* Mvaai a WBdsr«â ou
C3iaves os ovos que sobram do
hailrtUas •cetiasfas wi eoMSta, sa*
«aslFegMiias iwds abrigaiM;) mm
poosaaido ania^ sé «fo esitmstai
a jwjaeaies iaabo»dosr'SS<iauiWi
ratoneiros do paiz, se não hMH
baMaaiis lnregalBMaiasQia4féea
MOK
lÊm
151
4â ienrescèitòia dos tnMtôs, é 8è boft^Mem
fábricas de eéra, qhé lieilitaneÉi n %aííMÉI'
átenuiõ, qd0 aiMÉr lâwkn éío é ^le^iieÉè^
berii oJiBo-ae atnel não fosnf tScr iMi^aMj
Ha mttftos lobors, np&L9B, teíKOgos^ M^
Hitts e cobras, che^4o algaiÉas d^eMbid «
tér 2 mèiri» dê comtiHoroiiio.
A eamá^a amutclpal áàétf grati&tíâ^iiy â
cpiem «Miar uma íobii iiMOO réit^ Mêo
dfOMréb, cactioi'1^ (de lobo) i#9Mi<éiB ocria
ê6 leite 4§0i^s. Pazemse, pdf ordem doa«^
i!lttil9trado]'e9 dos oeneétifos de Mcínf iiiieg#ê
e Botfeas, tivei^M monianaseiti âdlkpiíi*
té9 eerr^, nas ^ttáes, irigaoias viíscl^ leiHi
siê^ttionofl # « DÉÉísi loboe.
A|^]^ecem maitas ^boras de MTertttttãi
láttàdfaes, mftsr ait» «teedeiii a 0,9" 4p Mmh
primento. O mectteé^iMé doa^Sauie» Dias,
itt a desdHflçào de ntta lia lútmavétaMe :
«fia l.« de fobho de lèlO, iaé Mta]^MeÉ>*
tttiii HoÉ Yibbra, ^e 6e tamxm ooiftià an^
tecedente, na margeai dd tio Veiga» 4«a
o^rre ao e^: do lofir de^ Goniço, êii lim
moiaMe. Janto á pente do meâltto tio^^
am lavrador. O diâmetro da sua maior gros-
sura era de iO iiolâís, sen Cõftpi^Tffieàtò dè
17 polegadas ; a cauda de comprixDieato de
2 poiegãAai, dB Agura conka^ e krmiaada
em poota agada, a base doesta, tinba menos
Éiètade de díatíietn) qve itoba a eMTMiWa-
ia de troaeo em qse estiftà eoMitina ; na
parte inferior da eaada aecdisarvifiui dMi
series ^e escaasas sab-t»iidaea -mêtí itaia
#e 9t,^f de eof atol eeleiie, e ^ <Mreeoiam
na soa grandeza para o ápítiè, to eamdsii
aHieminaes e traneversaee) etam afassáie-
ro de i44 dè cor azm e^eaie» anãs fliar^
ttm ttkoveis â*eistes se tíetatâMn aigtèÉas
ÈMbtó pmáB. O ^rso e UMê^rlKBéOÈtÈ'*
tos de escamas o^ea e ímMeaáais dè «ir
Mêea-éfiH^a, p<ftèm as do áor»D fordiarikm
lÉÉMi Hta éèaiada por amtoaa i» panas eu
fttiâo da edr mins esearav apwraaAoaaa
Msis^a eada imemllo doa dUea 4è«Ma «ar*
nâfMiMttilateMdmeiíie waaapeqttaaaa wm*
HM^^Ktàsida mesia» cér da lia^ atfdaoM
daa eacamas» que cobriana to4o ^ aoi^ fl^
nbatt pelo séH itiefo kriiigitadiíialmeilte nma
IMM aatté&ie' da mesaia eôr ; a cabaça era
deprimida, e coberta de eseamas' miadas, e
tflatidiuftÉiiO' sobre 08 oibar corfespoadiá a
tJÈÊíÊkwm^ utta ' maior eafeaosa» qae Airmava
aar ^Iho maa espécie de laiMAiaeiíle'; o roS"
Wb ei*a t^MDbo, e atiuma coisa er^eto à ma-»
neira de focinho de poreo. 'A albograea era
de ebt sílg^ateo-làciM^ pbpiHa itiíear de ci-
ma para baiiov Yeniaí no apiefe do ro^tro e
iaievaes^ obíalo da Jtoca, de meia poèegada;
as aiatilas, saperior e iaforior, gciarae«léaa
de numerosaa idMtl» «findiss^uios^ e votia»
dos para a parte das fences, em uma e outra
aMailiií^ na aiaktiá m^ri^i aes ladas da an-
fêíè PMtftMi na pai té ékteraa das^ alveolea
se «leVa^aiis d<^t;adk parte éM granéss ém*
taè ea p#ôsas, tie comprimento de doas U«
nbas e meia, e reea^vatáos para a parte poa«
terioir; a anaiaiiila d'<fttíee me masaroa que
d^^ldd fM^lp^^^oesea se etevatam dois den*
ts^ «ttbas reiJGMdes. « enTolvídoe em uma
raemMMa rabni) e iabriea até aos seu»^-
eés, qas «írsaa deset^bfMs^ e agudi^^moe^
cada nifl destes éentes deslocado da dita
porção óssea, offerecia na ena base amori-
Mo, Mfiuil mei€eaído>tim alfloete fiao abria
a délbie, pMeaieaMla um rego, que nèo pu-
de áegnfr por fiiita ée iaetrumento, seâào
po«]KO mais de meio do dito deate.»
i. 3. D.
^mkd 4ê 4Miadni, &<<» UX. #ane L Pa-
Barrozo não é tão agreéte, estéril efeio,
eMua motm dttem e péhisam ; e «vais ler-
tK ^ 4iéo sertã, t*eos poderei puMieos e aa-
MiNriiidee lo««aa i^veasem empregado a
aÉeHjla a aeittidade a«eea»afiaa em promo*»
ireir eto MMlbaraaasiatos agirieoias e cooelrva*
çao de estradas ft^sefe asai fadado cotice^
da «tasarknaD, aé peft^^e aao gosaam de
ifioaiiiiidaf, no aeu bieriÉio, ea vieiabaa
a atugb^ aa perene pamelpam és certa
aiaieaM, AlfiarMt» qnaei sempre âquellas
cadeiras, deixam mtflas if^aes da empntl«f
vfifpiimmmmún «leicis qtm deitam pvada-
ítr IMUft affiilios ; na '««rdade parede qae a
tilalor f«M daaaaBiaraa miminipaes leaaé
como regiiieM9 a gaitncia da iiapeetoit
m
um
sem que d'ene8 posMin ou foeiran «pro*
veítar ama pequena parte para um pouiao
ou uma calcada.
Oi poderes públicos só se leoriírain de
BiirroM para lhe exigir cootribuivões» priui
cipalineute a de saqgue, pois talvez este ooa-
eelbo Sf ja o que» em todo o reino, tenha
dado uiais recrutas.
Ainda nào ha no concelho utn palmo de
estrada a mae«adaa^ nem esperanças de ha-
ver tão cedo ; as do systema antigo estão
n*am miserável eslado ; em alguns sítios só
servttfu para o transito de cabras.
Osr. Josédos ^fi/oi iío«ira— filho de António
dos Santos Dias e Luzia de Moura, nasceu no
logar do Cortiço, rr%)gut*2ia úf^ Santa Ckri»-
tiua de Cervos» concelho de Mont*Alegre, no
dia 13 de setembro de 1830.
Frequentou o lyceu de Braga, obtendo di-
ploma, com approvaçio— iVetnmedúcrspa»*
(tf — ^m todos os exames, em S9 de agosto de
1853 ; e o curso triennal do seminário dio-
cesano de Braga, fozendo exame final, em M
de agosto de 1852» no qual foi approvado—
Nemine discrepQ$Ue.
Rcctrbeu ordens menores, na Santíssima
Trindade, de 1848; subdiacpno^ no dia SO de
dezembro de 1851; diácono a 18 de setem?
bro de 1852; e preaby tero, na cidade do Por«
lo, a 24 de setembro de 1853.
Celcbrou«8ua primeira missa, no Santuá-
rio do Bum Je>us do Monte, de Braga» a 9 de
ouuibro de 1853.
Ff z concurso por provas publica à egKeJa
de Sauu Maria de Caires, no dia 3 de Julho
de 1855 ; fui despachado para a mesma, por
decreto de 3 de outubro de 1855— coitado
em 31 de dezembro de 1855, etomojg posse
no l.*" de Janeiro de 185d.
É a este iiludtrado cavalheiro que devo,
não só grande parte dos eaciareeimenios
pertencentes a Mont'alegre, como os dn ou-
Iras muitas povoações do,Jibnbo oTrâa:os-
montes» pelo que d aqui lhe envio os meus
sinceros agradecimentos.
MONTAliTO— Monte esanctoarioáoDMi?
ro, na freguezía, eooeelho e civnarca do Ar-
ganil, biiipsdo, distripto e 40 kilomeiros a£.
de Coimbra, 240 ao N. de Lisboa.
MON
A lUfOQ metros a B. da vilia d'AiigaB% m
levanta um monte, o qm*!, peta sua eminei^*
cia, as denomina Moiue-Alto ou iÊ<ml*oitú^
Aqui appareeeu em l**mpos antigos» oioa
imagem da Santíssima Virgem.
O povo das immediaçô**^ resolveu logo
ediflcar-lhe alli uma ermida; e, porque o
monte, pela sua altura desmedida, e peU
esc«iu*osidade da subida^ não sepresiaTA
muito á edificação, nâo hó pelo muito qom
cusiaria a.condm^ção dus materiaes» mas
também, pela faiut do jjH^dra^ porque a nSo
ha n*aquelle moote-*assentaram em edificar
a capella em outro monte visioho, qm* não era
Ião alto nem tão Íngreme, e onde havia pe*
dra. Resolveram lanibem levar para tá a Se*
ahora logo, e (azer-lhe uma capt- llinha pro«
visoria, de tábuas^ para ella estar» emquaalo
se não concluisse a capt-lla; mas asi^im «me
aqoi eelloearam a imagem, ella fugia para
o sitio onde fora enconurada.
lião livram outro remédio senão ediflkcar
aqui a ermjda: e loram tantas as esmolaa
dos devotos, qu^ se fe.z um bom tempto,
capella^mór e duis altares lateraes.
Sobre a porta priucipai da egreja está
vada em uma pedra, a.inscripção seguiale:
E6TÍL IGRBIA MANDOU FAZRR FRANUSGO PmES,
FILHi) DB DOMINGOS PIRES, NATURAL
D*BSTA VILLA, POR >KU IRMÃO. lOÃO
an GOIMBRA, NO ANHO DB lãtl.
Mas eata obra é reediflcfição da priaieiía»
qae, eomo se viu, não fi»i feita por um aà
devoto, mas á custa de muilos.
A imagem lem l'"33 d^alip^ e é de roca.
eomo a maior parle das antigas^ Tem^mcos
«ttsiidos, de varias cduva.
Tem uma grande irmandade, servida pe*
las principaes pessoas da frt^uezia.
Ha na egr^^a uma bôa «lâmpada e oiHirna
oljeçlos é$ piQita, de muito meraeimettlo, «
eicelleDies parauMentos e alfaia&
Junto á egreja, ha uma hôa hqspedarin-
partimtar, ê varias «asas, para abrigo e peHr
sada 4m muitos romeiros que aqui eoneorr
rem cem frequência. Também tem umac^A.
defoeideneia do erimitão, que eca qiiaai sem*
pMr>clerjgo, apresentado ptlo vigário daôÃkr
legiada d*ArganiL
IMwT
MON
45$
Todas estas casas flearam cari0siAa8,:6m
razio de ser preciso vir a pedra de longe e
isom grande trabalho e difficaldade, em vista
da grande subida*
0 monte, na sua parte superior, é árido e
isécco, tendo apenas algnmas arvores silves-
tres; porém na parte inlsrior está eebcnrto
de frondoso arvoredo, e é sitie fresco e ame*
no, por ser (o monte) cercado de ribeiros.
No caminho, desde o fondo até ao alto do
monte, estão 6 ermidas, dedicadas a vários
santos, qae servem de descanço aos romei-
ros que se resolvem a subtr áqoelia emi-
nencia.
A festa da Senhora é feita a 8 de setem-
bro, e mnito concorrida. No mesmo dia se
faz nma feira franca no tenreiro do paço dos
bispos-condes, que é maa das melhores que
ba por estes sitios.
A villa de Arganil foi cabeça de 94 villas;
4*estas e de ontras mnítas povoações doastes
sitios, vâo annnalmente varias procissões á
capella da Senhora, principalmente em qc-
easiões de calamidades publicas, para invo-
carem o patrocinio da Santíssima Virgem.
Antigamente hia a camará de Arganil, o
clero e povo da villa, todos os annos, no S.<»
sabbado da quaresma, em procissão, à Se-
nhora de Monfalto, havendo então aqui fes-
ta e missa cantada. Era o cumprimento de
um voto feito pelo povo, por a Senhora o
livrar de uma grande sécca que houve por
aquellas terras. Nâo se sabe quando princi-
piou esta procissão. Muitos devotos, de am-
bos os sexos, em cumprimento de premes*
sas, fazem, descalços, esta romaria.
No século XYII, por oceasião de uma grau*
de trovoada, cahiu um raio no tecto da egre-
ja, e, sem fazer damno nas telhas e armação,
fez pelas paredes grandes brechas; entrou
pela capeUa^mór, e sem causar o menor pre-
juízo sahíu pelas trazeiras da capella, para
a casa do erimitão— que era unida— quebrou
uma viola e uma espingarda d'este, e junto
à casa, onde estava um cortélho, de pedra
solta, 1 matou um porco quê alli tinha o
1 Esta casinha se tinha feito em memoria
de uma fonte d*agua potável que alii tinha
rebentado em um anno de sécca, o que foi
atribuído a milagre da Senhora.
voLum V
êrimitao. Desde então ninguém nnls aqal
quiz crear porcos. t . i
]|ONTAJLyiO--viya, Alemtejo, comarea e
oonoeUio de N»a, 35 kikmetros êo N. d*
Portalegre^ IM ao Sfi. de Lisboa, 340 fogeft
Bm. 1757 tinha 300 fogos.
Orago Nossa Senhora da Graça.
Bispado e dislrieto adminianmtivo de
Portalegre.
.Foi commenda do mestrado ds€hristo.
A mesa da conscí^cia apresentava o vi*
gario, que tinha i4O#D00 réis de rendi-
mento.
Feira a 24 de setembro.
A villa está' situada em um alto, á direita
do rio Sever, e 3 kllometnôe ao S. do Tejo.
O seu território á fértil em caça.
D.' Manuel lhe deu íòral, em Lisboa» a It
de novembro de 1512. (Livro dos forasi «a-»
vo$ do Alemtejo, fl. 54 v, col. 2.*)
D. Diniz lhe mandou construir um tê»^
tello e cercar de muralhas, que tudo ainda
existe, mas ^em estado de mina, como 4ua«>
si todas as outras fortificações portugoezas.
Perto de Montalvão, na foz do rio Seivér^
entra o Teja por ambas as margens m ser
do reino de Portugal. ^
Foi cabeça de concelho por muitos «an*
nos, sendo este supprímido, depois de 1S34.
Tinha camará com 3 vereadores, juiz ordi-
nário e mais auctoridades e empregados
municipaes.
É povoação muito antiga, mas não se sa-
be quando nem por quem foi fundada.
A villa é pequena, e sem edificio algum
notável.
É esta villa pátria do célebre padte Mã*
nuel Godinho, que nasceu aqui no anno de
1630. Bra fitfao de Manuel Nunes de Abreu
e de Joanna dos Reis.
Entrou para a Companhia de Jesus^ em
Coimbra, a 3 de junho de 1645.
, Escreveu varias obras em differentes ga-
1 0 Tejo nasce nas montanhas de Albaira-
zim, no Aragão, 12 kilometros abaixo de
Alcântara. Na foz do Elgas, principia a ser-
vir de raia de Portugal e Hespanha, até i
foz do Sever ; sendo d*ahi por diante toda
portuguez até a sua barra.
454
MOM
non
luros, Mdo eonliaeiâo «omo mn doi bons
escriptores do sea tempo.
-Pol para as nisaSes da Indnty sendo vke-
ffèí, Àiit»DÍo de Ifello e Castro, que íbi sen
«vdád^fo sndlgo, e; attendeiiéo à soaiHaB*
tração e boa vida, o enearragea de ebmmis-
ades importaatès.
EoB 46ft% veio a Portofal, por drdeni do
vice-rei, em desempenho de nm oegocfò dé
altn monu, urgente e de malto segredo, do
40e o padre Godinho se desempenhou eom
mttlta cordara, sende nmito estimado de O.
AffoDSO VI e da rainha D. Laiza de Gos-
mão, vinva de D. Joio IV.
€taigára a Usboa, em ootnbUo de I66A.
Por Interven^ éo tsA, conseguia do pa*
pa nm breve de seenlarisaçio^ sahindo da
CSòmpanMa, apesar dè lodos os grandes ob-
aiacirios qae para Imo ie K)ílBreeiadi<
Foi nomeado protonatario apostoKeo, e
mais tarde, eomni^ariò do SaiUo Offéio.
Foi prier da fregnesia de S. Nieolan, dá
emio vilia de Santarém, beneileiado do meã*
aia erago, na Sé de Lisboa, e depois, prior
da Mgaeziji de Santa Maria de Loures, ver-
mo da Lisboa. Failooéu em 1711
D*éntre todas as suas obraé, a qne maior
nome Ibe deo, foi a BuOi-^RekiçSú do ntvo
Málnho fuefexpor teirú e 'mar, tindo éà
Jadfo u Portugal, no antio de i€98, o paáte
Momiíel úoUnho, Ae Companhia dê Jesus, etí»-
viado á Magestade de El-rei Nosso Senhor,
Di Afonso VI, peto seu tXço-rei, ÂnUmio de
Mello è lastro, è Bstúdo dã MUa.
Foi este curioso livro impresso em Lis-
boa, na offlcioa de Henrique Valente de Oli-
veira, impressor do rei, em 1665. 0 sen an-
elar, díídteon^o a Luiz de Vasconeellos e
ibnsa, conde de Castello Melhor.
' Bata dedicatória, é datada éo coll^gio de
Santo Antão, de Lisboa, a S de outubro de
«MS.
A sociedade propagadora dos conheci'
mntos ntefs, fes na sua typographia, uma
S.* edição em 4849.
Vaiftbem são do padre Godinho, aá lobras
8ègu1tite)9 :
Vidd, piríuâes e tnorte, com opinião de
eàsUidode, do venerável padre, frei António
das Chagas, misêiOnúrio ãpostoHco n*estè
ftma, éa Ordem de 8: Franciseor, fnniaêor
do seminariê de nnissioMtnos apotíotícos da
mesma onArm, eito no Varatojo.
Foi ^dedicado a D. Pedro íi, e Impresao
na typognphia de Miguel Deslandeís em
16B9.
Apesar de ser uii plagíato do padre Cti»-
gaa, teve %.* edição em 17)8, e 3.» em i7#t
— -aqnella na typographia de Miguel Rodri-
guea, e esta na ás Francisco Borgea de
Sensa. ^
Horário Bvangeiioo, etc, ^c.--Llsbaa, tyh-
pographia de Miguel Deslandes, 1684.
Noticias singulares de algumas cousas sue--
ctMlas em GonstaMinopf^a, depois da rUa
do seu ewerciío, sotne Víenna, ete, etc. — Us*
boa, na mesma lypograpMa, 1684.
Sermão d» gtúrisso Santo António, prÉffa'
do, na egreja de Santa MariíUia de Liêboa^
<--Foi pnbHcado em LIsbea, «m 1668 ; e em
Gohnbra, em 160). >
Além d'esta8, escreveu e publicou meia
algumas ebmfc mysiieas, de pouco nMred-
menio.
Foi mdr<|ttes de Montalvão, o Infelir D.
lorge Mascarenhas, conde de Gastello-Nove»
e I.* vice* rei ÚSíBfova Lusitânia. (Brasil.)
tste fidalgo foi uma vietima das mudaa*
çtts da fdrtuna, vendo^se porvezes ne hã'
tigio da grandesa, e nos áaaiores transes da
adversidade.
Pela nobreea do seu sangue, e pelas soâs
excellentes partes, chegou a ser o maior do
reino, abalKo do rei, a inesperadamente se
viu encarcerado com sua mnlher, e seus fi*
lhos fngidos para Caslella.
Passados tempos conseguiu justiflcar-se e
Ibi solte e restituído aos cargos e grande*
Iras (jue havia logrado. Pouco tempo porém
lhe durou a liberdade e as honras, e tõr-
nou a ser preso no castello de Lisboa, onde
fblteceu no 1* de janeiro de 1688.
D. João IV lhe concedeu fozer testamento.
1 Este Hvro é escrlpto em estylo gouffo*
rico, e quasi todo com retalhos cerzidos das
cartas do padre Chagas, alguns reprodu*
zidas textualmente: o qae não revela faiu de
engenho, que o tinha; mas preguiça, oa
vonude de se enlbiur com as glorias Aefasí
MON
MON
455
If eHe ordenou o marqnez que se não do-
brasMon 08 swos por saa morte, e que só
com os clérigos da frep^zia fosse levado
i sepultura; mas, apesar d'e8ta clausula, foi
acompanhado pela irmandade da Misericór-
dia (da qual três vezes fora provedor) e por
teflitantes fidalgos, nos quaes prevaleceu a
tàdos os outros respeitos a piedade e com-
idsen^.
MOlffALYÃO-naldeia, £xtremadura„ na
fluirgem esquerda do Tejo. (Vide Alcochete,
toX. 1.% pag. 77, coL 2 .«, m fine.
MOnirALYO— freguezia, Extremadura,eo-
marca de Abrantes, concelho de Constân-
cia, 180 kikmetros a O. da Guarda, i44 ao
8w 'de Lisboa, 140 fogos.
Km 1757 tfnha 135 fogos.
Drago antigo Nossa Senhora da Assum-
fi^o,e actual Nossa Senhora da Annun^-
^. Bispado de Gastelio Branco (foi do bispa-
do da Guarda); districto administrativo de
Sanurem.
O vigário de S. Julião, de Punhete (Con-
stância) apresentava o cura, que tinha de
côngrua 60M00 réis, e o pé d*altar.
Tem leste nome por estar situada na serra
4e Moatalvo.
MONTALVO— -freguezia, Alemtejo, comar-
ca, concelho e 3 kilometros da vflla de Von-
ra, 65 kilometros ao O. de Évora, 160 ao
SE. de Lisboa. Em 1757 tinha 13 fogos.
Orago Nossa Senhora da Conceição.
Bispado e didtricto administrativo áa
lBe]a.
Os condes d'Obidos apresentavam o prior
que tinha 420 alqueires de trigo e 60 de ce-
vada, de rendimento annual.
Esta firegnezta foi snpprlmida por peque-
na, e annexa á de Santo Agostinho, da vil-
la de Moura.
A egreja que foi matriz ainda existe, re-
duzida a capeila, situada em um monte duen-
de lhe proveio o nome. É um templo anti-
quíssimo, e estando muito arruinado, foá
reedificado pelos annos de 1700.
A imagem da padroeira^ objecto de gran-
de devoção dos habitantes de Moura e de
outras muitas terras. Faz-se-lhe a sua fes-
ta a 8 de setembro.
MONTALVO ou MONTE TB.~^reguezia,
Extremadura, ao S. do Tejo, comarca e con-
celho de Alcácer do Sal, 60 kilometros ao
O. de Évora, 60 ao SE. de Lisboa, 200 fl>-
gos.
Em 1757 tinha 81 fogos.
Orago S. Pedro, apostolo.
Arcebispado d'£vora, districto adminis-
traftlvo de Lisboa.
A mesa da consciência apresentava o ca-
pellâo, curado, que tinha 180 alqueires éd
trigo, 90 de cevada e 10i|;060 róis em di-
nheiro, de ren^mento annual.
É terra fértil em cereaes.
MONTANHA ou SANTA MARTHA QA
MONTANHA— Esta freguezia já está des-
crfpta a pag. 'M â'este vol; mas, rectifico
aqui aquelle artigo, pela forma seguinte:
Tinha em 1757, 45 moradores.
Os reitores do Salvador e de Santa Mari-
nha, ambos da Ribeira de Pena, apresenta-
vam alternativamente o vigário,, que tinha
40^1000 réi^ de côngrua e o pé d'aitar.
MONTANHAS— As 30 maiores elevações
do continente portnguez:
I
BLEVAÇASS
1 ' Monte da GaViarra, na serra de Suajo
8 Pinc&to do Cântaro Delgado, na serra da Es
treiia
.:3»i -^.Pqnto culminante da serra de Montezinho
%;, llôrro do Bqgarreiro, na serra do Gerez
V ; . Ponto cúlminanite da serra do Marão
4 pPtco da Fo^ra, na serra de Monchique
7 I Ponto culmiftauie da Serra*iKogueira
PROVINQAS
Minho
Beira Baixa
Traz osMontes
Minho
Traz-os Montes
Algarve
Trazos-Montes
IIBIMDAS
POR
Baíbi
Franzini
Balbi
ACIMA DO
MIVU*"
DO
2:467
2:400
2:335
l:60a
1:467
1:277
1:168
456
MON
MON
s
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
klevaç5es
Assento da cid»de da Gaarda
Dito da vílla de Montalegre
Dito da villa de Trancoso
Piató septemU^ional de Trazos-Montes.
Ponto culminante da serra da Loozan, oa do
Coentral -
Assento do castello da villa de Monsanto
Ponto culminante da serra de Monte- Janto. . .
Cabedfího de Todo o Mundo, na serra de Ayre,
ou Minde
Ponto colminante da serra de Santa Luzia. . .
Monte Gordo (em frente de Ayamonte)
Serra de Ossa *
Assento da villa de Chaves
Serra de Portalegre, ou de Arronches
Monte do Figo, na serra do Algarve
Ponto culminante da serra de Cintra
Alto de Nossa Senhora do Viso, na freguesia
de Gostoias
Alto de Nossa Senhora, da serra do Bussaco..
Monte Formosinho, na serra da Arrábida ....
Assento da vílla de Marvão
Ponto culminante da serra de S. Luiz, próxi-
mo a Palmella «...
Alto da Vella, no cen/bro da Tapada^ em Ma-
fra
Assente da cidade de Beja
Cabeço de Montachique
BBBBBBBSBBBBBBBBBBBBBiB^BasaBBBBBSa^
províncias
Beira Baixa
Traz os -Montes
Beira Baixa
TrazosMontes
Douro
Beira Baixa
Extremadura
Extremadura
Minho
Algarve
Aiemtejo
Traz-os-Montes
Aiemtejo
Algarve
Extremadura
Beira Baixa
Douro
Extremadura
Aiemtejo
Extremadura
Extremadura
Aiemtejo
Extremadura
MBDIDAS
POR
Balbi
»
Praniini
Verdier
Balbi
•
Verdier
Balbi
■
Franzíni
Balbi
Franzini
Balbi
Franzini
Verdier
»
AOIMA ••
KITBI.
1:000
935
900
767
735
710
700
700
«77
WI
667
667
600
558
546
534
396
367
300
N. B. — Desprezaram-se as fracções de metro.
MONTAR— portuguez antigo— dar lanço
na praça. (Doe. da Torre do Tombo, de 1338 )
Montar, era também o direito do visinho,
de servir -se dos montes communs, para pas-
tos de gados, madeiras, lenhai, caças, etc. —
Os homens do Bispo, e do Cabido, montem, e
pesquem con nos Concelhos, e con nos ovUros
homens, como sempre usarom, (Doe. de La-
mego, de 1292.)
M0NT'AR6aou M0NTBAR6IL— villa,
Aiemtejo, comarca da Fronteira, concelho
de Pont^ de Sôr, 135 kilometrosao SE. de
Lisboa, 450 fogos.
Em 1757 tinha 150 fogos.
Orago Santo Ildefonso.
Patriarchado de Lisboa, districto admi-
nistrativo de Portalegre.
A mesa da consciência apresentava ò prior
que tinha 200]f000 réis de rendimento
nual. Esta villa está situada a 18 kilometroa n
O. das Galveias, em um alto, e banhada pe-
lo E., pelo rio Sôr, que a fertiliza.
D. Diniz a fundou em 1315, dando-lhe ca-
tão foral, mas Franklin nâo o menciona.
Tinha até 1834 um beneficio da ordem de
S. Bento d'Aviz.
Foi senhor d*esta villa D. João Rolim de
Moura, progenitor da actual família Loai||6.
É fértil em cereaes e legumes, e prodni
algum vinho, azeite e fjructas. Tem omita
caça, e abundância de mel e cenu
Diz-se que o seu primeiro nome foi liou-
te- Argel, e vinha a set^Monte do ,InfBii%;
porque no antigo portuguez, argel signlflet-
va mofino, infeliz, desgraçado, etc^-^aoi-
bem significava— malvado»)
MOH
MON
457
Oatros pretendem qae é corrupção de
JVon/e-^r^V/o— monte do barro.
Na PraoçA ha uma cidade chamada Jfofi-
tar^ê. Pôde ser que algum francez, dos tan-
toê que vinham a Portugai buscar fortuna,
|iai goeiras contra os mouros, fosse de Hon-
largis, e— ou por ser senhor d'esta poyoa*
çSo, ou por ser é'aquelta cidade firaneeza,
imposdsse o seu nome a esta Titia.
MONTARIA— freguezia, Minho, concelho,
eofnarca, distrícto administrativo deVianna
éo Minho, 40 kilometros a O. de Braga, 395
ao N. de Lisboa, 230 fogos.
Em 1757, tinha 190 fogos.
Orago S. Lourenço.
Arcebispado de Braga.
A mitra a|^resentaTa o abbadé, que tinha
IMXUCiOO réis de rendimento.
É terra muito fértil em todos os géneros
agrícolas^ e cria multo gado, de toda a qua-
lidade.
É abundante de peixe, do rio Lima, que
lhe fica perto, e do mar; que lhe vaé de
^ianoa.
MOHTARtA— portuguez antigo— -chama-
ya-se Casal da tnontaría, aquelle de que os
colonos pagavam foro de caça do monte— e
também âqnelle cujos possuidores (por qual-
quer tiinlo), eram obrigados a ir às caçadas
e rooatarias, quando fossem chamados por
tirdem do rei.
Toda a gente sabe a que hoje se dá o no-
me de montaria.
UOÍKlkTlCO—montadégo e montado —
porcugez antigo— certa pensão, ou tributo,
que se pagava por apascentar os gados, nos
montes de algum município, ou senhorio.
MONTE— antiga freguezia, Minho, na co-
marca e concelho de BarceUos.
Arcebispado e distrícto administrativo de
Braga. Orttgo S. Lourenço.
Era muito pequena e foi encorporada, ha
mais de 200 annos, áda AlheirOy no mesmo
^ncelho, comarca, arcebispado e dbtrielo.
Ainda existe a egreja que foi matriz. (Vi-
de Alheira, pag. 132 do l.^" vol.)
MONTS— freguezia, MiDho, concelho de
Terras de Bouro, comarca de Villa-Verde,
.'li'» . '
.Si kilometros ao N. de Braga, 375 ao N. de
Lisboa, 60 fogos.
Em 1757 tinha 38 fogos.
Orago Santa Izabei.
Arcebispado e distrícto administrativo de
Braga.
O D. abbade benedictino, do mosteiro de
Bouro, apresentava o cura, que tinha réis
lOMOO de côngrua, e o pé d'altar.
Esta freguezia, era do concelho de Santa
Martha, de Bouro, e sendo este supprimido,
passou a ser do de Terras de Bouro. -
È terra fértil.— Muito gado e caça.
MONTE— íreguezia,Minho,comarca econ-
eeiho de BarceUos, 18 killometros a O. de
Braga, 300 ao N. de Lisboa, 40 fogos.
Em 1757 tinha 33 fogos.
Orago S. Pedro, bj^oaUAo.
Arcebispado è distrícto administrativo de
Braga.
Os donatários do couto e honra de Fare-
lães (Correias), apresentavam o at^bade^ que
tinha de rendimento annoal 200^000 réis.
No alto do monte Sáya, doesta freguezia»
existiu um castello, que alguém diz ter sido
de SoyanOy valido de Tibério.
Consta que foi aqui o quartel de Dedo Jâ-
nio Bruto, e que a elle o vieram atacar os
bracharenses, e o fizeram retirar.
MONTE— freguesia, Minho, comarca e con-
celho de Fafe, 24 kilometros a NE. de Bra-
ga, 380 ao N. de Lisboa, 180 fogos.
Em 1757 tinha 115 fogos.
Orago S. Miguel, archanjo. '
Arcebispado e distrícto administrativo de
Braga.
O abbade de S. Barthoiomeu de Yilla^Có-
va, apresentava in solidum, o vigário, que ti-
nha 60^000 réis de côngrua e o pó d'alur.
É terra fbrtil.— Gado e caça.
MONTE— freguezia, Douro, comarca e con-
celho d' Amarante, 60 kilometros ao NE. do
Porto, 360 ao N. de Lisboa, 140 fogos.
Em 1757 tinha 104 fogos. Orago o Salvador.
Bispado e distrícto administrativo do Por-
to.
O real padroado apresentava o abbade^
que tinha 480WOO réis de rendimento.
É terra muito fértil— Gado de toda a qua-
lidade, caça, mel e cera.
Foi antigamente do concelho de Santa Cruz
de Riba Táméga.
458
MON
MON
Em 39 de maio de 1745, entraram na egre-
ja de S. Salvador do Monte, e arrombando
a poru» do sacrário, tiraram d*elle o cibório
de prata, qae levaram, espalhando as sagra-
das particolas pelo altar, e pelo chio, achan-
do se nmas, no pires das galhetas, oatras^
em um vazo, e uma debaixo da pedra d*ara.
Levaram também as ambnlas dos santos
óleos» qne eram de estanho, derramando os
óleos sagrados» sobre as mesmas partículas
sacrosantas.
De uma imagem da Mae de Deus, tiraram
a corda, e a quebraram com grande indeoen-
cia, depois de conhecerem que era de latão.
Chegou esta noticia á cidade do Porto, e
logo d'ella sahiu o vigário geral com alguns
desembargadores do senado, a sindicar do
caso.
A iS de junho, mandou o bispo publi-
car uma pastoral, para que na Sé d'aqnella
cidade se fizessem preces com o Sacramento
exposto na segunda feira 25, do dito mez, e
nos dois dias seguintes» e nos de 93, 23 e 24,
em todas as egrejas d'esta cidade, e seus su-
búrbios, como também nas do bispado todo,
depois de lhe chegar á noticia a mesma pas-
toral.
MONTE— Vide S. João do Mente, pag. 414,
col. 1.*, do S."" vol.
MONTK (Nossa Senhora do)— na fregue-
zia das Cortes, Extremadura, comarca, con-
celho e 6 kilometros ao S. de Leiria (a pag.
402, do 2.* vol., col. 1.*)— está a antiga ca-
pella de Nossa Seuhora do Monte.
São duas as origens dadas a esta capella.
Dizem uns, que Diogo Gil, d*esta fregue-
xia, pUoto, ou capitão de navio, chegando na
sua embarcação, ás costas de Vieira e S. Pe-
dro de Mttél (termo de Leiria), em uma oc-
casiâo de grande temporal» e vendo*se per-
dido, invocou o patrocínio da Santíssima
Virgem, promettendo edificar-lhe uma ca-
pella, em um monte d'esta freguezia.
O navio foi a pique, sendo elle o único da
tripulação que se salvou; e cumpriu a sua
promessa, edificando esta capella, no anno
de 1590, sendo bispo de Leiria, D. Braz de
Barros.
Esta capella está ao pó da serra, no sitio
«hamado— O Pé da Cabeça do Bom Dia.
Dizem outros, que o fundador doesta ta-
pella, se chamava Diogo Gil Preto, natnnl
de Lisboa, thesoureiro da casa de Ceuta (oa-
tros dizem, que thesoureiro-mór do rehio.)
Em uma occasião, em que tinha de dar cot-
tas da sua gerência, Caltaram-lhe certos ps;
peis, indispensáveis para isse, pelo qne n
não pôde dar satisfatoriamente e foi demK*
tido. Retirou-se a Leiria, d*onde era sua m*
Iher, e como era muito devoto de Hona S^
nhora, lhe fez voto de edificar uma capelh
da sua invocação, se lhe appareoessem m
documentos perdidos. Achou-os com efleilt^
e prestou as suas contas, illibando a sua eot-
dncta; pelo qne cumpriu o seu voto, no dito
anno de 1550, edificando a capella, e Jonto
á mesma, uma casa e horta, para nMddeMia
de um ermitão que cuidasse da Senboni
da capella.
Passou depois o padroado d'esta capeH^
aos Silvas, de Leiria, herdeiros de Diogo €11
Preto.
MONTE (Nossa Senhora do Monte, oa 4a
Cabeça)— Beira Alta, na freguezia de Fomoi
de Maceira-Dão, comarca e cono^ho de Mu-
gnaide. (pag. 12, d'este vol., exÀ, 2.* e p^.
219, coL 1.» do Z^)
Junto ao mosteiro que foi de firades ber
nardos^ de Maceira Dão, está o saoctoano
de Nossa Senhora do MonUe, situado na maior
eminência de um cabeço, com extensas vli-
tas.
Chama-se Nossa Senhora do Monte, para
sua posição— e Nossa Senhora da Gabela,
por ser advogada contra ^ dores de cabe-
ça.*
0 seu primeiro nome, foi Santa Maria iú
Monte.
Consta que esta antiga capella, foi fonéi-
da pelos frades de Maceira Dão, eraqnaoto
benedictinos — isto é--aotes de adoptarem a
regra de S. Bernardo. Sendo assim, é esta er-
mida mais antiga do que a nossa monardiia;
pois em tempo de D. Affonso Henriques, foi
que o abbade João Ciríta introduziu em Por-
tugal a reforma cisteriense.
1 Pareceme mais provável, que o nome
de Cabeça, lhe venha também por estar asna
capella edificada na cabeça, ou cabeço de um
monte.
um
Diz o Sanctuario Mariamno^ qae mu er-
mida foi edificada no aimo 900, oa aote»-^
e qae a reforma de S. Seraardo eiilroan*e8-
te xQQSteiro, pelos asnos de mil cento e tao*
tos. (JaJgo que foi en ái30.)
, Ató i8J4» viobam os religioac^ cantar ama
piisea a está SenlMMra, em todos os sabt>a-
dos do. apno. Por epie Ucto, sappoe-ae, eom
)mmis Aindaroonto^ que foi aqui o primeiro
locai do mosteira
Faz-se-lhe a saa festa a 3 de maio, dia de
Santa Graz ; e é uma romaria muito con-
corrida da todos os povos, das yisinhanças.
Mesmo fóJra d'este dia vão alli muitos ro-
meiros, visitar a santa imagem.
O mosteiro fica ao O. de ViUa (Jíarciay e
aicapella ao £,
A ermida tem soflrido varias reoonstrao-
fdes : é muito linda, e tem capeiia-mór.
MONTE (Nossa Senhora do)~Traao8*
Montes, na f^egoezia á» Doas-Egrejas, co-
marca, concelho e 6 kilometree ao Q. de Mi-
randa.
(Vide pag. 487, col. 2.«, do 2.* vol)
É um magesUieo templo, dos bons da pro-
víncia, dedicado á Rainha dos anjos, cuja
imagem é objecte de grande devoção por
estas terras.
Segando a lenda, a imagem da Senhora
appareceu sobre ama gésteúra (a qae aqai
dão o nome de escava) a ama pastorinha dii
poocos annos.
A poveação e a egrejanutris, dlntava am
kilonetro do sitio onde foi achada a Santa
imagem. Ai^astorinha deu parte do appa-»
reclmento aos povoe da aldeia, que todos
correram ao monte, e levaram a Senhora
em procissão para a egreja ; mm na ma-
fihan segainte havia desappareeido, e M
achada no logar onde a primeira vez tinha
sido víeta.
Resolveram então edifícar-lhe um lem*
pio n'aqaelle monte, ficando o altar-mór so-
bre a mesma escova (gésteíra.)
(]onft a parochia ficou com dois templos,
se ehamon de Duas-Bgrejas; e sendo o san-
toarío mais vasto e nagestoso do que a an-
tiga matriz, se veio a madar para elle a sé-
4e da parochia. *
Bm ama parede. Junto ao altar-inór, ae
MON
m
vé ainda hoje pintada ama pastorinha, em
memoria d'«qaella a quem a Senhora a^pa*-
reoea.. *
Não se sabe quando eate templo foi ediS*
cado ; só se sabe que é muito antigo^ e íéi*
da muito mais o ó a matriz primilliva.
Em 15 de agosto de ifi65, estando a di-
zer missa n'esta egreja, o abbade Gaspar 4i
Sá, vario de miitto saber e cariéide, oabia
na egreja am mio qae o fnlminoa, faU0BiBp
do iramediatamente.
MONTE (Nossa Senhora doHExtrBmadtt-»
ra, na fregueaia de Priellas, eoncel^Mi doa
Olivaes. (Vide vol. 3.*, pag. 238, col i.*)
Ao E. da povoação, está o aanluarloda
Santissima Virgem, no alto de um cabânfip #
por isso se lhe dá o nome de Nossa Senho-
ra do Monte.
Foi este teipplo .mandado edificar por Lo-
po de Abrea, no meio da soa qoiata da Ra-
moda, em 1579.
Gomo esta capella era muito pequena, o
mesmo Lopo de Abreu a ampliou em 1590,
como se vé da seguinte inscrípçio qae eetá
sobre a porta principal da ermida :
GONDITOM A LUPO DE ABREU,
BT VIBOIVI DBIPARAB OK MONTE DICATWt
ANNO MOLXZIJÍL AMPLIFIGATUM
VERO AB IPSO SUB AG FORMA,
A5N0 MDXGtX
Os suocessores de Lopo de Abreu, venlde-
ram esu quinta a Miguel de Sousa Ferrei«
ra, que ficou sendo padroeiro da capella, a»
como a achasse Já bastante arruinada, an^
edificou, quasi desde oe fundamentos, ma
i6S6, conservando lhe a porueom aíaeerf^
pção antiga, para memoria do seu tandador^
e dos annos da sua consttticção e reedlflaa-
ção. '
É esta capella, ainda que não mallo^vas-
ta, de boa e elegante consnrttoção, tento à
direita uma sofftível sacristia, com amaifi*
buna, e da esquerda, uma casa também «óaí
tribuna, para a família do padroeira.
O tecto da capella é de abelMidá, e tem
cinco retábulos de bella pintura, ailusivos»
vida de Nossa Senhora. -
Manuel de Sousa Soares, filho deMIgoel
de Sousa Fenreira, mandou eoUoearti^eM
460
MON
MOK
capeHa dota primorosos qoadrc» t óleo, «en-*
do mD^ éo* naseimeDto de* Jesus Christo, e
outro da adoração dos reis magos. Mandou
lambem forrar de belHssimos acmlejos a ca-
p«Hà-m4r. (Bstes aâulejos fo^am feitos em
Lisboa» na fabrica de António de Oliteira,
6 irivalísam eom os melhores que então ti-
item da Hofllanda.)
• 8io umbem da mesma fabrica e manda-
dos fáaer pelo mesmo M^nuet de Sousa Soa»
res, os asulejos que revestem< as paredes do
corpo- da igreja, e que não cedera em bel-
toia o perftiQãa de desenho aos da capeila-
ffiór.
Debaiso dofpulplto se vé a inseripção se-
pônto:
ESTA ERMIDA SE COMEÇOU A REBPIRlCAft
POR BfANOEL DE SOUZA FERREIRA,
NO ÁNNO DE 1686, E A ACABOU
' BK PAiB%' ssir num, maaobl
DE SOUSA SOAREb, NO ANNO IHI i699,
PEDE UM PADRE NO^SO E UMA
AYE-MARIA PELAS SUAS ALMAS.
■ ' • ' »
A imagem da Senhora é de formosa escol'
ptura, e tem 'i*>iÒ de altura, fora o globo e
nuvens com seraphíns, que lhe serve de pia-
nba.
Esta imngem fbi mandada fazer pelo ulti-
mo reedificador (Manoel de áouza Soares).
A primitiva, era de roca, e fui recolhida na
sacristia.
Houve n*e8ta eapella um erimitão, chama-
do Joio die Sanio Aotonio, que morreu com,
Cuna de santo. £«tà «epultado na capeJla*;
mér da. ermida, do lad^ido Evangelho, pm
aopujuwa raxa^ tendo na tampa (que é de
pedra Jióa)t um epitaphio^ com a data do seu
faiieeimeaio.
^.JBsta templosinbo ó um dos maj^ ricos e
formosos das aldeias portnguezas.
Do «sitio ondD está edifleado s^ vé territó-
rio 4o IK fregaezias, que sàO'— Fhellas, Brx-,
eoUaii^ Santo Aj^tâo do Tojal, Loures, .Fa«
«bÔe^i Pivoa, Odivellas, Lumiar, (k^marate,
Appellaçâo» « AipeJOLoeira^ Qa. maior parte
d^eaias fregueiuas se dtiie^^t^n) d*aqQi ias
egr^as paroeUdea.: .
MONTE^ (DUM JESUS iMO*-^nha<^amo-
alsaime âanotuario, ediíkjido no ipqqtpi^e
qoíà tomou o Aome^ n<^díittici9.4a fuegue-
zia de Santa Eulália de TenSes, dois kilome-
tros a E. N. E. de Braga.
Por um admirável concurso de felixes ôT"
cunístanclaa, ó o bom jesus do monte, incon*-
testavelmente, o primeiro Sanctuario de Por<*
tdgal; posto que a sua arefaiteetura e as sua»
estatuas, nem sempre primem em con'ecçao9
ó comtudo, um riquíssimo monumento de-
piedade christan^ que dá hcttira á augusta
Braga, já tão honrada e célebre por tauio»-
títulos que a èbobrecem.
Os fundadores d'este sumptuosíssimo San*
ctuarto, souberam aproveitar com felicidade
a Íngreme posição do monte, cujo ingresso
facilitaram com uma formosa e suava- eeoa-
daria, orlada de frondoso arvoredo, variaa
capellas com os passos da paixão do Redem*
ptor, e de formosas fontes de freeeas e ex-
cellentes aguae, lagos e jardins de grande
bellesa.
Estas capellas, que são uniformes, prin-
cipiam á raiz do monte, e chegam até ao sea
cume. Os factos mais notáveis da vida de
Jesus-Christo, são representados por figuras»
em vulto, quasí de tamanho natural, tendo
princípio ao fundo da avenida, e terminan-
do no altar-^nór da magesiosa egreja, pelik
morte do Salvador, na Cruz.
O pensamento que prealdiu a esta oon*
strucção, foi sen duvida cheio de religião <e
poesia.
O viajante que subir a esta encantador»
ostanoia, esquece, á vista de tantas lòrmoau-
vas, todo O pensamento, mundano, e seale-s»
arrebatado á contemplação das coieas da
Cáu, e da jmmenso sicriido do Divlnc^lfar*
lyr dodolgotha;
Que impoorta pois que nem todas estas ar^
tiAciaes formosuras s^am primores d'arte^
se a naturaaa e^a piedade o fizeram tão bel«*
lo e grandioso; tão cheio de encantos e de
magestade?
Eis a origem d'€ste notável Sanctuario:
• Seado arcebispo de Braga^ D. Martinho da
Costa, irtnão. do célebre D. Jorge da Cesta,
cardeal de Aifedtiníia, (vide Alpeárn^ha^ a
pag. 159 do i/^^eLisboa, a pag. 87340 i.^^foL)
mandou edificar no alto do mfUe BÂ^Mth
i
MON
MON
46!
uma capeila, dMieada á Santa Groz, no an*
DO de 1494.
Priocipiou o povo de Braga e daa povoa*
çdes circAmyisiQhafl a ter muita devo^
com esta capeUa» e todos os amuís, do dia
3 de maio (dia da Saota Gtqz) eonoorriam
aqai iaDumeraveis rooiarías.
Com a olorte do fmidador, foi resfriando
a devoção, e descurando^se a coDservação
da capella, por ser em um ermo agreoe e
desabrido, e poacos annos depois estava em
rainas, apezar de ter apenas 28 annos de
existência, u que prova qae a sua constroc-
çao era poaco solida, e de maus materiaes.
' D. João da Guarda, deão da Sé de Braga,
vendo este abandono, decidia reedificar a
ermida, em É0S2.
Consta isto de uma lapide que mandoa
embeber na parede áa capella, e que hoje
está no muro da escadaria do monte, cha-
mada dã8 VirtudíS.
Também pela morte de D. João da Guar-
da, afrouxou a devoção do povo, e pouco
mais de um século depois, estava outra vec
a er&iida' arruinada.
Pelos anoos de 1627, alguns devotos re^
solveram, reedificar e ampliar a antíga ca-
pella de San^ Cruz, com as offerias que fi-
zeram e com as esmolas' que para isto soli«
citaram de outros devotos.
Repararam os estragos que o tempo e o
abandono tinham causado á ermida, orna*
lasf-a com alfotas novas, collocaram no al-
tar uma imagem de Ja)Us Cbristo^ e insti-
tuíram uma conlraiia (i58i) encarregada
éo:cuUo divino e da conservação, do iem*
pio.
Foi então mudada a' antiga invocação, de
Santa Crut na de Btm^ Jesus do Moníe.
Também o monte mudou então de nome .
Com» vimos, ohamava*se originariamante
Moniê Espinho^ ^Depois se- chamou Monte de
Santa Cruz, e desde qae se mudou a invo*
cação da capella,!fiçou também tendo o mea-
mo nome-^ifeiile do Bom ie$us oo Bom Jé*
jtis do Monte,
A confraria do Bom Jesus leaolVea que
esta ermida fosse um Sandnario muito con^
corrido de romaríaf, e por isso conoebeuj um
vasto plano de ohras> umas destinadas para
aeeomodaçáo da confraria e agasalho doa
romeiros» e outras para aformoseamento do
sitio.
Recorreu por diflerentes modos á pieda-
de doa fieis; mas, posto que se puderam ob-
ter iMstantes e avultadas esmolas, não che-
gavam estas para se eflèctnarem os gran<«
des melhoramentos que a confraria em^
preheodera.
Limitou- se pois a construir, junto da er-
mida, um edíÃsio, a que deram o nome de
sala grande^ para alojamento dos irmãos e
peregrinos que fossem visitar a capella; e
na ladeira do monte varias eapellas da Pai"
xão e Besêuireição de Jesus Christo^ e uma
escadaria de pedra, próxima do templo, e
na parte em que o monte era de mais difii-
eil accesso, que é do O.
Plantaram arvores e fizeram parediss de
buxo, de cada lado da eeeadaria; e se no-
meou um ermitão que aqoi permanecesse,
para velar na conservação e aceio do tem-
plo.
Os herdeiros do deão, D. João da Guari-
da, que foram pouca e pouco descuidando-
se da ermida de Santa Cruz até a deixarem
cahir em ruínas, aseim que a viram recon-
struída e bem ornada, e o sitio embeliezado
com casas, eapellas» arvoredos, fontes e flo-
res, as romagens novamente a conc<M'rerem
ao sitio, e— principalmente— as esmolas a
cahirem na bandeja da capella, lembraram-
se de reeviadfcr a posse e administração
da ermida, qiae voluntariamente haviam
abandonado; allegando que devia pertencer**
lhes como herdeiros do fundador, e pelo di-
reitd de apresentação como abbades que
eram da freguesia de Santa Eulália de-Te-
Qões, annexa á digeádade de deão da. Sé do
Braga, e.no distrieto da qual ficava o San«>
toaria
A confraria resistiu a esta absurda pre«
ten^» allegando que quando tomara posse
da ermida a achou abandonada e em rui<«
nas, o que a sua reconstrucção, ornamento
e aifaias». Item ^mo. as mais edifieaçoes ò
afwmoseamentos^ eram somente devidos a*
zelo e sollieítQde da confraria.
O deão não se deu por convencido d'eslas
jxiatiaaitttaâ allegi^es^ e paz aos. irmãos uma
462
MON
MOm
demaoda, que foi moito renhida; mas^ vea-
^ a eoBÍraria (|oie se empenhava eom o
€Q8teamento do pleito, e que o sea adversário
áispQoha simaltaDeataeme de grandes meios
peonniark» e de moita infiaencia, desistiu
da demanda, e entregou ao deão, Francisco
Pereira da Silva, a eapelia cem todas as snaa
pertenças.
O aceio e a devoção do templo foram em
triste declinação; perqoe o deão só corava
de receber as esmolas e offertas, e nada lhe
Importava qoe a eapelia, peia terceira vez,
eahisse em raina&
Os fieis, vendo a ambição do novo padroei;-
fo, foram pooco e pooco abandonando a
eapelia, e^ em i7Í0, estavam qoasi extinctas
aa romarias.
Então o desembargador, joiz dos resldoos
« capèlias, resolveu salvar o Sanctoario da
terceira roina qoe lhe estava immineate.
Convocou a confiaria a oma reoniao; fea
qoe se elegesse nova mesa, composta de
pessoas aoctorisadas e bemqoistas, e em se-
gnfda poz demanda ao deão*-e, no fim de
dois anoos de obstinada demanda, ainda el*
la promettia durar por muito tempo; porém
o arcebispo, D. Rodrigo de Moova Telles lhe
poz termo, por orna provisão, de 7 de jonho
de i7n, que ordenava lhe fosse devolvida
a eleição da mesa da conlk^aria, e na mesma
provisão se declarou joiz d'elia, e nomeoo
pára mesarios vários oonego» da soa Sé, e
outras pessoas respeitáveis, li Braga.
Bata sábia e enérgica provMenela fez por
uma vez terminar o pleito, assignando-se no
dia 30 do mesmo mez e anne, umaescri-
ptura publica, pela qoal o ambicioso deão
desistia por si, e em nome dos seus suecas-
sores, de todos e qnaesqoer direitos que pu-
desse ter sobre as diversas propriedades,
que pertenciam ao Sanctoario, com a reser-
va de um foro de duas galUnhas para o deão,
e 300 réis para o vigário de Tendes, annual-
mente.
Como um reconhecimento dos seus preten-
didos direitos, quiz o deão que também lhe
ficas«e reservado o direito de escolher o er»
mitão entre três nomes propostos pela
Bata eaeriptura de transacção foi Julgada
por sentença logo no mez de agosto, e foi
confirmada pelo papa, em 4 de setembro da
Í7S4.
Nem assim terminaram aa ambições ia-
justas^ e absurdas pretenç9e&
Em 1759, o vigário de Santa Eulália de
Tenões, querendo fazer valer os seus direis
tot parochiaes, pretendeu arrogar a si a es-
colha dos capellães e aoolytos, e a superiu^
tendência nas missas.
Correu sobre isto demanda no tribuna
da legaéía, que proferiu sentença a favor da
irmandade, como única padroeira do Bapi
Jesus do Monie.
O arcebispo D. Rodrigo de Moura Telles
não se limitou ao papel de pacificador, e re-
solveu ser o principal protector d'este San-,
ctuario.
No mesmo anuo de i7tt deu principio a
novas e mais vastas e magestosas obras, to-
go que assumiu o juizado da confraria.
Demoliu a ermida do Bom Jesus, e edifi-
cou uma vasta egreja, de forma cireul»>
coroada de balaustrada, eom varias figuras
de anjos acompanhando os instrumentos da
Paluo, no centro de um espaçoso adro.
Conclniu-se esta egreja em I7S5. .
Oceopava o terreiro onde hofe está a eas»
cata, e foi demolida quando se edificou o
templo actual.
O mesmo prelado reedificou as eapelias
da Paixão, que estavam no dorso do mon-
te, eommunieande umas com outras por
caminhos bem traçados, amplos, e com soa-
ye declive. Comprou varias devesas para
arredondar a cerca do sanetuarlo, qna
mandou cercar de muro. Erigiu na raiz do
monte o pórtico que dá entrada para a gran-
de avenida que condoa ao templo.
Construiu diversas fontes. Abriu uma boa
estrada para o Sanctoario, ^or onde apenas
até então havia estreitos e tortuosos carrel*
ros, por terrenos cheios de fragas e quebra-
das. (Esta estrada foi depois da morte de D.
Rodrigo Ião descurada, que chegou ao es-
tado de ruína mais lamentável.)
Este beaemeilto arcebispo, fUleceu em
1798; mas as obras do aanctuario não pa-
raram, pois que a confkwia as eonthiuoa
I com graiide zelo eforvor, oecoirendo ao saa
i
MON
MOM
463
eàsteameato com muitos e valíoaos legados,
« eom âVQludas esmolas gue os devotos da-
yam eoMtantemeate para ellas; seodo ama
das maiores; dois eontos de réis, qae o mes-
mo pregado deixou á eonfraria, em testa-
mento.
Manae) RebeHo da Cosia, foi também am
dos maiores bemfèitores do sanctuariò, eoa-
tribuindo por varias vezes eom grandes
^[uaotias para as obras; e ponfae admiáis-
trando a confraria desde i749, até 1771 (em
^e falleeeu), o fez eom grande zelo e eeo-
fiomia.
Inoto â foBte de S. Kareos, no terreiro dos
•etangelútasy está uma lapide com uma In*
Serip^ que commemora o seu nome e os
iprandes serviços que fez ao sànetuario.
Sueeedeu na mitm primacial de Braga, D.
Gaspar de Bragança, filho legitimado de D.
Joio y, que foi tio devoto para com o Bom
Jesus do Monte e tio liberal, como D. Rodri-
go, tomandose este príncipe, um dos maio*
res bemfèitores do sanctuariò, tanto pelos
f randes donativos que lhe fez, como pdas
muitas graças espirítuaes que lhe alcançou
do Snmmo Pontífice.
' Sob o seu governo, e por seu impulso, se
fizeram muitas constru(5ções e importantes
-aformoseamentos; porém, a principal, pela
^grandeza do commettimento, pelo realce que
deu ao sanctuariò e também por ser a obra
de melhor gosto que alli se vé, foi o templo
actual, que nao chegou a vér acabado-, pois
faHecen em 1789, quando os trabalhos ape-
nas contavam cinco annos de duração.
Outro serviço deve o sanctuariò a este
príncipe, não menos importante, se não de
maior alcance^íbi, obter do papa Clemente
XIY, em 1773, três bulias de vários privilé-
gios para o templo, e de graças espirimaes^
para todos os devotos, que^ confessados e
commungados, o visitassem e n'elle oi^aseem,
-em determmados dias do aono.
fi verdade que foi negado o exequcAaf a
-estas bulias, com diversos protestos^ entre
os quaes figuram o da confraria levar em
vista interesses pecuniários, e serem em pre-
juízo da búUa da Santa Chrmzaâa.
Depoia do variu ohjeeçdes e passados vin-
co annos, conseguiu a confraria o régio
apraz-fn$^ ás primehras bulias e a outras;8]ib-
sequentes de novas indulgências.
Celebron«se em Braga, a publicação d'ea*
tas bulias, com uma sumptuosa proeissão^
que fleott em memoria por muitos annos.
Desde então estendeu -se por toda a pro<»
vincta do Minho, a devoção ao BomJêsw do
MotUe.
A bonsorreaeia dos romeiros augmentoa
de dia para diai, e raríssimas occasidés se
vae a este sitio, que se não encontrem visi-
tantes.
Nee diAs de indulgências» o concurso é
enorme e vem de terras muito distantes; e
que enchem as caixas, das esmolas, cottocsa
daa em differentee pontos do monte^ e com
as quaes e com os legados, rendas e fóroe»
jóias e Juros de capitães mutuados, se tem
feito constantemente vários melhoramentoa
no templo e dependências.
Em 20 de março de 1809, as hordas fran*
eeias, commandadas pelo tooz Soult (cpio
Bonaparte fizera duque de Dalmácia) entram
em Braga, e entre as muitas devastaçSeft
e roubos que alli fizeram, também dea*
traíram muitas obras do Bom Jesus do Moo*
te, ficando as hospedarias quasi arrasadas;
mas, depois da expnlsão d'esles canibaee, a
confraria reedificou tudo, ainda com maia
perfeição do que estava antigamente^ e au-
gmentando o numero daa hospedarias.
As principaes festas que se fazem aqui»
são — nos quatro primeiros domingos de quã*
resma — domingo de Bamos— Paaehoa da
Res8nrreição^Ascen0o— Paschoa do Espi-
rita Santo (que é a principal)— Dia de Cor-
pus Christí— invenção de Santa Crui (a 3 de
maio)— S. Pedro (a 29 de junho)— thumpbo
de Santa Cruz (a 16 de julho)— S. Thiago (a .
25 de julho)— Assun^pção de Nossa Senhora
(a 15 de agosto) —Natividade da Santíssima
Yifgem (a 8 de setembro)— Exaltação da
Santa Cruz (a 14 de setembro) e, fiaalmente,
em dia de todos os Santos^ no l.« de novem-
bro.
Para o serviço do culto divino, tem o san-
ctuariò-três capellães permanentes— um
sachrístão e um ermitão.
464
MON
A atdmhiistratSo está a earga de «ma ]an-
U de depaudos e dâ mesa.
Bsia Janu -é composta de i7 membro»-*
13 qae constiloem a mesa, e 4 irmãos» elei-
tos d^entre os qae pertencerem á mesa do
asno antecedente.
Os 13 membros da mesa, táem os segoin?
tes titolos e cargos— ^ts da c&nfrarior-HMr'
lPf'«rio — secreíario — mniêtro do cúUo dwi"
MO — vedor da fazenda — vedor das obras-^
thêwwr^o da confrarior^^ketcurêíro do$ le-
gados (do arcebispo, D. Rodrigo de Moara
Telles e de José Pereira Ferraz) ^^zelador
das esmollas — zelador das estampas e das
medidas do corpo e do braço, da imagem do
Bom Jesw^^proeurador da confraria^^mor*
àomo do tempUh'^ mordomo dias capellas.
A mesa é eleita todos os annos, pela janta
da confraria.
Ergae-se a montanha do sanetoario, a %
6 meio kilometros a £. de Braga, entre ou-
tras serras qae rodeiam os viçosos campos
qae se ostentam em volta da cidade.
Estendesse a montanha, com saave pen-
dor, até à roa da Régaa; porém só se dá o
nome de Jftmto do Bom Jesus, desde o prtn*
eípio Inferior das escadas, onde se vé oma>
gestoso pórtico, para ci«id.
Conduz ao pórtico, entre dois tanques de
algaa corrente, uma escada de 12 degraus,
e em frente está um tenreiro, do uns cem
melros de comprido, onde se vêem duas bo-
nitas pyfamides de granito.
O pórtico tem 7i^ d'alto e 3-50 de lar-
gura. No focho do arco se Té o brazão d'ar'-
mas do fundador, o arcebispo D. Rodrigo
de Moura Telles; e na parte superior, a cnu
archiepiscopal, enti^ quatro^ pyramides e
dois globos, sobre bonitas peanhas.
Doas inserlpçòes, gravadas nos oanhaes^
eOmmemoram o anuo da reedificai;^' do
Sanetuario (17S3) e o nome d^aqueHe pre-
lado, que foi o reediflador.
Transpondo o limiar do portko; e perto
t José Pereira Ferraz^ deixou s^o Bom Je-
sus, um legado de quatro onutos de réis, com
varias disposições e obrigações.
MON
d'elle, se encontram duas eapeUas^ uma de
cada lado, e a par d'eUas duas fòolesw A ca-
pelia da direita, representa a eéa de Jesus*
Christo, 6 quando elie instituiu o saoramen-*
to da Eueharialia.— A da esquerda represea«
ta o horto de Gethsemane, no monte Olivét^
em que está Jesus-Ghrislo orando e os após-
tolos donnindo. Cada capeila tem uma íq-
scripçao em latim, allosiva ao assumpto que
D'ella está figurado, tirada dos Evange^
lhos.
As fontes são ornadas com emblemas das
divindades mythologicas, ás quaes esiáo de-
dicadas, e eujo nome se vé gravado em mia
urja. .
Esta mistura do sagrado com o fabolose
era ainda moda quando se fizeram as reedl*
flcações.
Se este pórtico oào é um primor de archi-
tectura, suppre«lhe a hellexa da omamenta-
fio, as íormosaras da natureza, e a (resea
sombra de gigantescos plátanos e carvalho^
que se debruçam sobre a cantaria. •
Do pórtico, vae subindo a avenida, pela
encosta do monte, em linha recta até á 3.*
capeila, e depois, em zigue-zague, até 4 i.*
escadaria, chamada dos cinco sentidos»
A avenida é magestosa e bella, pela aua
muita largura, pelo copado arvoredo qoe a
assombra dos dois lados» e pela apramd
vista da matta, que reveste o. monte.
Nos legares em que a avenida, desoreven»
do os ziguesf^zaguea, forma os ângulos, er-
gtte«se uma capeila, e ao lado d'esta, no mesr
mo patim, uma fonte.
Todas as capellaada avenida (oito) sae
perfeitamente eguaes na architectura» cosna
a» duas a par do pórtico-- isto ó — quadra-
das, e de abobada» em vértice.
Na 3.» capeila* estão figuradas, a traiçie
de Judas e a priífio de Jesus Christo.— A fon-
te que está contigua, é dedicada a Diana, e
lem esculpidas na pedra as divisas d*eata di-
vindade.
A 4.* capeila» repreeenta o pretório deP^
latos, onde Jesus^Úbristo, prezo á columua»
foi açoitado. E91 firenta está a fonte de Mar-
te, oom os seus emUemas guerreiros. .
A 5.*, representa, também no pretório^
Jesus-Christo, depois de flagelado, senlad^
MON
HON
M^
e com â corta de esplnbos, o manto eQcar*
Bado o tuna cana verde na mio.
A esta eapella corresponde a fonte de Ifor*
cnrio.
' A 6.% representa a varanda de Pilaloá^ è
eate apresentando Jesns-Càristo ao pOvo, com
as palavras — evce homo.
A fonte correspondente, é dedicada a Sa-
turno.
' A 7.*, é Jesus Ciiriâto caminhando para o
Calvário, com a cruz ás costas. Junto d'ella
está a foDte de Júpiter.
A 8.* representa a cmeifieaçao de Jesus-
€hristo.
Todas as figuras que se vêem n*estas ca-
pellas, são de estatura natural e feitas de
barro cosido; mas de pouco merecimento
artistico, tanto na esculptura como na pin-
tura. Os vestidos, na sua maior parte, são
Impróprios, por anachronieos.
Muitas das estatuas dos farizens estio mu-
tiladas, pelas pedras que os visitantes lhes
arremeçam, julgando fazer uma obra meri-
tória.
Finaiisa a avenida, na 8.* eapella.
D*ahi para eima^ até â coroa do monte,
sobem as grandes escadarias^ decoradas de
fontes e de estatuas.
A i.* escadaria, chamada dos cinco $efUi-
4o$y compõe*se de 20 lanços^ cada um de
nove degraus — dez lanços, correndo dois a
dois, a encontrarem-se no mesmo patamar,
a os omros dez, seguindo direcção desen-
ocmtrada doestes; terminando cada um em
een patamar.
Á entrada da escadaria, dividindo os dois
iirimeiros lanços, está a fonte das Cinco Cha-
gas; assim denominada, por iançar a agoa
por cinco fendas, similhantes ás chagas de
Jesus-Gbristo. È decorada por muitos orna-
los architectonicQfl^ e os dados, a túnica, o
cálix e os instrumentos da Paixão, esouljpí*
dos na pedra.
Nas cinco paredes centraes eorresponden-
les aos lanços que estio no mesmo patamar,
estão cioco fontes, ornamentadas e com ver-
jienlos e aiegoiias, alluaivas Sk cada um dos
flineo sentidos do home». A d*esta cúrciim*
itaneia, que a escadaria úroík;^ nome.
Yé-se ein cada fonte» meio corpo buma-
OD, emreléyo, eaUndo a agoa pelos olhos,
pelos ouvidos, pelo nariz, pela bocea, el&,
segundo o sentido que a flgnra representa.
•Sobre as fontes, ievantam-se outras tan*
tas estatuas, e aos lados doestas, vasos ou
umas.
As paredes dos lanços leleraes^ são coroa-
das também com estatuas no centro, e va*
SOS nas extremidades. As estatuas represen-
tam (principiando de baixo) o pastor pn^-
deiUe^Moysés — o propheía J^remias-^^Idi'
thun^ o tocador de cythara^David-^a espo^
sá dos Cantares (uma mulher tocando lyra
— symbolisando a egreja de Jesus Ghristo)
o varão sabio^Noá^Sunamtes, abraçando
uma palmebra—Jofé do EntfP^o-^onatíuu^^
Esdras — Salomão — o prõpheta Isaias-^e
Isaac.
Vão acompanhando a escadaria por ^•
bos os ladosy pequenos jardios» em sucal-
cos, d'onde se debruçam acácias e outras
arvores» que dão sombra ás escadas.
Esta escadaria é obra do arcebispo, D.
Rodrigo de Moura Telles.
Todas as estatuas são de granito e colosi»
sae$s tendo douradas as cercaduras dos ves*
tidos, as faxas que lhes apertam as cinturas^
os. diademas e outros ornatos que lhes cin*
gem as fhmtes» os septros, lanças e outras
armas que impunham. ^
1 Não é só no Bom Jesus do Monte que
houve o máo gosto de adornar as estatuas
com arrebiques impróprios. Em muitas po-
voações da província do Minho, e até na ci«
dade do Porto, a segmuda do reino, e onde
ha um academia das bellas artes, se vêem
cobertas de douraduras, as estatuas que de-
coram o magnifico templo da Trindade.
(Pois aqui não era predso, como em fira*
ga, encobrir com garridices absurdas as im-
perfeições da esculptura.) Ainda no Porto
se vêem outras imagens de pedra, desfigu-
radas com dourados e grosseiras pinturas»
nos frontespicios de varias egrejas. Não de-
vera porém os lisbonense» rir-se d'estes dis»
parates. Também aqui temos em Lisboa, em
todas as egrejas, imagens de santos, quê vi-
veram na penitencia e pobreza voluntária,
andando apenas vestidos de áspero burel ou
grosseira estamenha, ostentando riquíssimos
dourados posthumosl
Vemos as naves magestosas do venerando
templo da Sé cathedral, desfiguradas com
uma prosaica camada de gesso, e suas ve*
46«
MON
Áesoadaorifl dos Cinco Sentíiof M«6gi»
a 4â8 Três Vitiudes^ melteBdo*86 apenas ó»
penneio, am pequeno terreno qnadranfa-
laor, com assentos, e, sobre as paredes qwe o
eeream, vasos e pyramides.
Esta seganda escadaria, é egnal á pri-
meira, na constmcção; porém mais peque-
nu Conta it lanços, 3 fontes e 9 esutnas.
A i.« fonte se denomina da Fé; tem escul-
pida na pedra, a Cruz sobre o Calvário. As
outras três estatuas que lhe correspondem,
8io-*« da Fé^ sobre a fonCe-^ aos lados a
dá Docilidade e a da Cmfisêãõ.
A 8.* fonte, é a da Esperanfa^ symtooUsa*
da na Arca de Noé, pousada no cume da
montanba. A estatua superior, Bgura a Es-
perança^ e as lateraes, a Confiança e a Glo*
ria.
A 3* fonte, é chamada Sa Caridade, Por
alegoria, dois meninos, segurando um cora»
fio, e por oorfta, a estatua da Caridade
(uma mulher com duas crea&ças nos bra>
ÇêS.)
As estatuas dos lados» symbellsam a Fm
e a Benignidade.
Também acompanham esta escadaria, de
imbos os lados, pequenos .jardins, em su*
mJcos, alguns d'ene8 com seus lagos de re*
pQcho perenne, e oem seus port5es de lér*
ro, para os patamares.
No patim do 3.* lanço, estão duas capei-
las, de coDStrucçao dífferente das da aveni-
da. A da esquerda é dedicada a S. Pedro,
6 a da direita, a Santa Maria Magdalena.
Acham^se embebidas nas paredes d*este
3.* lanço da escadaria, um brazào d*aTmas
e três lapides com iascripções. O brazão é
do arcebispo, D. lorge da Costa» e perten-
tustas columnas, que os séculos respeita-
ram, sarapintadas com óca e roxo terra!
Vemos a egreja musárabe da Conceição-
Velha, com um chato e deslavado frontão
de architeclura pomMina-^e o manuelÍBe
e venerando templo dos leronymos com uma
eapellamér de ordem jeeuUicat
Aqui mesmo, na o(yrte de um reino, fre-
quentemente visitada por estrangeiros, e á
nce de tantos estabelecimentos flctemifléoi,
se admiram muitas d'estas invenções ere-
eonstrucçdes hybridas^ anachronieas e êu-
ptratadas»
MON
eea á prioMira' ea|^ia que houve n'est»
monte, mandada ediicar por eaie prelada
Foi adiado este faraiãe^ nas escavações dos-
alicerces de obras que alii se fizeram ena
i839, sendo presidente, o abbaie de llaxi-
minoe, Joaquim da Motia Gardoeo. A o qm^
declara uma das tree ánsortpções. A 1* dis::
sstà: borkja: b câpbllà iiÃ-
oou faesb: o proto-notairo
d5: joa: da: guarda: data
de: braga: e lambguo:
DO conselho: ds: kl-rbi:
gonhb falatimo: for sua di-
VAÇÃ: A x6 d: DO mez: db:
setembro DO ano: d iõ22.
Logo abaixo d*estay se segue a 3.*, qu^
diz:
INDICA A REBDinCAÇAO DA 2.* CAPSIXA
EM i522, QUB POÍ ABOLmA NO TBUFO
DB D. BODRIOO DB MOURA B TBUiBS
EM Í72S.
ANHO DE 1839.
Vé-se pois que a escadaria das 3V»-FSr^
tiiãe$y é de eonstrucção moderna.
As suas estamas^ nio sendo de nómada
perfeição, são de melhor esculptura do qM
IS da 1.^ escadaria ; mas também, cobm aa
outras, teem as suas knpropriissimas doo*
raduras.
A capella de S. Pedro, é de abobada. Por
ofma está um terreiro arborisado, no
do qual se vé a esutua, equestre, de
guinhoiy de proporções maiores do qna o
natural, t admirável por ser um monomea-
to mottolythico— 4Slo é, de uma s6 pedra, da
granito, cavaileíre e «avaUo.
Tem por base um elevado pedestal, qva
assenta sobre um ffrande rochedo, •quasi %»-
do soterrado, defacando apenas vér a pana
superior. LonguiniiOB está vestido de gum>
reiro romano, armado de capacete, lança #
broquel (escudo.)* A sua eseulplsra 4 aa
gèsio da das outras figuras da avenii
te é— de má eiecu^.
Esta estaiua equestre, fèi mandada
e dada ao samuavlo, per o batsharel 'LÉtat
José de GasM Gomes do €iouto^«m 1M9^
eui «umpriaeflto de um wAe.
MOK
Mm
467
Condiiz a «Beadaria 4u lYn Viftude$y lo
terreiro da Cageaiay qne é drcnlar, e«pai(4H
so « goaiiMieMo de assentos.
A cascata, qoe está em eorrespODâsnsia
eom as fontes da^ esoadarías, está dentro de
um areo, és boa arcbiteeiíita, coroado pela
estatua de Moysés, ne acto de fetir o roche-
do, com a vara, para fazer brotar agoa.
Decoram as paredes kilearaes, pilastras e
urnas.
A agoa da cascata, sabe do peito de nm
pelicano, cahindo sobre três taças, das qnaes,
trasbordando, férma a cascata^ cuja agua
cabe em imi tago, quasA ao nível do terreiro.
D*este terreiro se sobem qnatre escadas
—duas semi circulares, que vão torneando
a mesma esseaia, e ooodtzem ao adro do
tem^. A 3.*, q«s prtneipiB no iodo esqoer-
do, e leva á eapella do descimento da Crus
-«^ a 4.% que se dirige para a «direita» coo*
duz á eapella ák «teva^io ik Ous, e é egnal
na fobriea á antecedente, e onde se vá re-
presentado, no aao de se arvorar no Calvá-
rio, a eraz em que Jesus Gbristo está pre-
giío.
O typo áa capeila de descimento, indiea
'O paeso qne esiá interiormente figurado, io-
^9é-éb Arimatbeia e IliloodeiÉo^ estão no al-
io 4a escada, despregando o Salvndor, e jun-
te 4a cruz, esiio^ Nossa Senbora da Soleda-
de, Sanu Maria Magdaleoa e S. Joio fimi-
gelista, as três Marias, ^ os quatro servos
dos prepbetas, pegando nas toalhas, no leu-
fel e nos aromas.
Ambas as capellas são exteriormente de
forma oitavada e teem bastante elegância.
As portas d'e8ta8 capellas estão voltadas
para o adro da egreja, servindo-lhes de
eomonmieação duas bonitas avenidas, lar-
gas^ direitas e de 10 metros de comprl-
mento.
Ibdas as capellas» estatuas e fonies, d^s*
ta paffte do santuário teem gntvadas em la-
pides, inscrlpções bistoricas, papeeeltos relt*
gfosos, e máximas bmws, extfmbidai das
Sagradas Bserfptnras e allusivas aos pmoi
rsprssentafdòs nas mosmiss eapeltas, Wê per*
sonagem hisioHcos e i» virtudes syHMí"
sadas nas estatuas e ás alegorias flgursáii
iaaUnttes.
O adro Ao templo é oma formosa praça»
de §ê metroa de comprimento e 54 de lar-
gura. É adornada por duas esbeltas pyra-
mides e oito eslaluas, aqoeilas, eoUocadaa
jniito da escada, e estas distribuídas syme-
tricamente pelos dois lados da praça.
EievauHse estas estaituaB sobre altoe pe-
destaes e represeaitam-*«^as quatro da direita
-^ ptmíêftce Annóê^Ponciú Ptlatoe, gover-
nador de ludfta— «jBi?nMÍ0»--<e o pontifise Cot*
fás. As quatro da esipienla representam-Jo-
Bé de Ârim<Meia e Nitodemoe^ discípulos, de
Jesus Gbrislo»— O OÊWhmão e outra vez Púa'^
(os. No pedestal de cada firam, ha una in-
scripçSo allusiva ao parsotàgem qoe repre*
senta, no acto dst sentença dada contra Je-
sus Cbrlsto.
Esta praça é om sitio delicioso, tanto pe«
los sens frondosos arvoredos, cooeio pelo pa-
norama encantador que d'ella aoigosa.
A egreja do fiam Jesus, ergue se no fun-
do d*esta praça, cem bastante mafestaAs. O
archiiecto que delineou, e executou esta
obra, foi Carlos tiuiz FemÂra da Cruz Ama*
nmte, natural de Braga, onde teva ti empre-
go de porteiro do arcebispo, D. Gaspar de
Bragança, e depois, a pedido doeste iirinci-
pe, foi nomeado ofldal de engentaeria o len-
te de desenbo, na academia do Porto, onde
falleeeu em i6tff.
Bsta egreja é sumptuosissima; porém, co-
mo este artigo Já vae longo e a descripção
do templo seria muito extensa, remelto as
leitores que a seu respeito quiserem ntais
amigas informações, para o 3* vol. do Ar*
f^hoo PittoreBcOy p«g. i%í e seguimos.
Voltando á eapella do Deeemenio da CruMp
que eommcmica com o terreiro da estatua
equestre de Loagmobos, e com o adro do
templo, começa abi uma formosa avenida^
aãBOiBilbmda por oopados carvalhos e guar-
necida peloa lados, por um m«ro baixo, dS"
bruado de cantaria, e ornado a espaços com
umas, como se véúa avenida das primeiras
oito capellas do sanctnarlo.
Corre eeta avenida para o NG., quasi em
Ibiba recta, subindo oom doce declive para
um tarreih), que ioa um pouco mais eleva*
do -do que o adro do teoqplo. Tem de eooH
vHo
mm
friê», éBtÊBãftfHÊt éê
rciBrMo tcrreini, MG
DntíWÊenío^ até ao
arcitílectora á «liioia
A l.% cfaaaHi'i6 ia IAuç&j^ poriíae B'<ile
ea lio oagiBáo o eoryo da UtmM diríaio.—
Taoibaai a ácooarfflani lia IMfla, ponqoa ahí
f e Téan reosidoa» aai voUa da leiaa Osm*
tOy a Viriam Maria, Saloio Bfaagélifta, Sob-
ta liaria Magdalaía, aa tiaa Marias, oa aeis
propiíataa a o eestorila.
Ao Jado d'eata eapella, eatá uma faiite, que
foi orifimulameDlé dgdjrada a Jaoo.
A 1* e^ieiia, iolitalaie da Bmimrmçào^
ei^o acto aqoi Mk Urrado.
Tem d«Dtro, nm rqmelio d'afiia, a I6ra,
Jonto d*ella, oma íonl«, com a Ugorm da Her-
eolea , daee|Mttdo a bydra de Laroa.
Paaeo adíaota d'eaca eapella, termioa a
avenida em ama eacada de oito degrána, que
dá iogretao para uma fraode praça, eiiaBu-
da terreiro da$ Et>amçêU$ía$.
É um wutú qaa^ado, eeroado denm pa«
rapelto egoal ao da aveoida, eortado noa aa-
goloa por ires eapella% doas semelhantes na
architeetnra á do Dê$eimm$Of e a ontnt de
melhor fatniea.
Ha n'este tenreiro qoalro fontea» eoroadaa
de estatnas, de proporçQes natnraea.
Por fora do terreiro, mas Janto do para*
peito leTantam*se, em torno d'elle, tio oor-
paleatos earvalhos, qoe qnasi o cobrem in-
teiramente com ama abobada de yerdora.
A entrada d*esta praça é decorada com
dois obeliscos. No angulo do lado esquerdo
está a capella da AppariçãOf em^ qoe Jesus
Christo se dá a conhecer a Santa Maria
Magdalena, em flgara de hçrtelão.
No angulo do lado direito está a capella
de^matia, figurando o acto em qae o Balra*
dor>pparecea a 8. Lacas e Cleotás.
No angulo fronteiro está a capella da
Aieinção. Jesas Christo sobe ao oeu, em^
quanto sobre o monte ficam:— Nossa Se-
nhora, as três Marlaa e òa apóstolos em ad-
miraçío e adoraçio.
Sobre as qnslro fontes» qoe sfe elevadas,
avultam as estatuas dos evangelistas» com
os seus respectivos emUemaa. Bate tetreiro
i um togar moiío aprasivel» e ao meaiM
daaloofíi
bren»
Também é
wiãe éTaçua, proxinm do terreiro dás
Ba vaiioa ediflcioa
do Bom Isaos^ paia siawoíiula da em*
Iraria, para insideacia doa capettaea^ pn
apo*MBio doa loomim e pata iiospedsriíi
pobiieaa.
Além d*astea, ha mo BsoBle,.em virieasí-
tioa, ootraa ediicioa pagadiiirenlsa appties^
ç5es» oaantigoa,oa deeooitnie^ OMderaL
Apesar do grande nnmero d*estaa easas^to*
das riu> insalllcientea para aeeommodamn a
immeDsa multidão de romeiras qs» soa*
correm ao aanetoarío em dia de lesta. Ea*
tio toda a oMotaoba se transfiMiiia em vai-
tissimo arraial, onde se admiram os cotfa-
mea pittotaecoa das noaaaa provindas dt
Norte.
• Todoa oa portogaeiea deviam Uraoto
ctoario do Bom iesos do Monte, ao meati
uma vez na soar vida, admirarem as nan*
vilhaa da arte casadas com as da naiorea
Amplíssimas noticias de tudo qoasit
aqoi se encontra, vem naaifemorMis de Bm
Jesui do Monte, publicadas pelo sr. Per)tf
de Sampaio Pimentel, qoe sio dignas de se-
rem lidas.
A pag. 489, do i.« vol., na col. %\ v<a
transcripto nm soneto que em 1844, se achoa
gravado em uma pedra, atras da egrejâdo
Bom Jesus do Monte. Pareceroe bem narrar
aiqui o iaeto qae deu motivo áquella poesia
«--é o segniiite :
Pelos aimos de áSSO^ encontraram os pai*
toras de Yillar da Veiga, na ^rra do Gere^
e perto das Caldas, um hespanbol cobaria
dTaadraJos e vivendo miseravelmente «o
onaa cbóça de ramoa d^arvores. Snatenuva-
se de medronhos e de oatros qnaesqiM
MON
MON
469
fruetos silvestres qae podia eiieoDtrar por
aqnelles mattos.
Gonfeesoa qae fugira de Hespanha com a
soa aHiante, que não pôde receber, por ser
> freira professa.
' A infeliz, não podendo soffr^ os rigores
I do dioia d'e6ta serra, e os horrores da mi-
' seria, soccumbiu depois de alguns mezes de
í residenoia n'e8tes desertos, e o amante pou-
I CO tempo lhe sobreviveu.
O dr. Francisco Jeronymo da Silva, eatlo
I f roléssor de riíetorioa em Braga, esctoeci-
I do advogado e litterato, sabendo d'este triste
I dranut de amor, compoz aquelle soneto e o
I mandou aqui (no monte do Bom Jesus) gra-
var em uma pedra, no propósito de a mandar
I eollocar no sitio onde morreram os hespa-
I nhoes ; porém a grandeza da pedra, e a gran-
I de diéteuldade da eonducção para o Gerez,
I • fizeram desistir do seu projecto, e apedra
I aqui ficou.
I MOMn AORACO-^-Vide SoòreU de MoMe
I Agraço.
I MONTE-AGUDO— 4itio, E&tremadura, na
I fregnezia dos Anjos, cidade de Lisboa.
, Na estrada que ia da cidade baixa, para
egr^a de Nossa Senhora da Penha de Pran-
I ça, edificou Lourenço Pires de Carvalho,
, eommlssario da bulia da Cruzada (em 4092)
, uma ermida, que dedicou á Santíssima Vir-
gem, sob o titulo de Nossa SefU^ra do Mon-
te*Agudo.
Consta que a imagem da Senhora é a pro*
pria, ou uma cópia da que appareceu em
Flandres, junto á cidade de Sichen, no du-
cado de Brabante, em um alto monte p]yra-
midal, por isso chamado Monte-Âgudo^ áea-
tro da toca de um carvalho.
Ssta imagem trouxeram dos Paizes-Bai-
xos, as religiosas flamengas, em i68S, quan-
do Itigiram â cruel perseguição dos iuthera-
nos.
Estas freiras se apresenta-
ram a Ptiilippe II, que estava
então em Lisboa, pedindo-ihe
hospitalidade.
O rei ordaum a Gonçalo Pi-
res de Carvalho^ provedor das
paços e obras reaesy que as
mandasse recoUier no conven-
VOLUMIT
to da Madre de Deus, até lhe
fazer casa própria, cemo de-
pois se fez, nos limites de Al-
cântara.
Residiram quasi dois mezes
no mosteiro da Madre de Deus,
e d'alii foram removidas para
as casas de Nossa Senhora da
^oria, onde assistiram quatro
asnos, passando d^òis para o
seu mosteiro das fla$nengasK
Tretaxnm do Brabante^
duas imagens de Nossa Senho-
ra, feitas do mesmo carvalho
em que eUa tinha appareddo
em tempos antif^s.
Uma d'estas imagens foi da-
da pelas religiosas ao referido
Gonçalo Pires de Carvalho, em
reoònhedmento dos bons nm^
viços que elle lhes havia prés*
tado, ficando eUas com a ou»
tra, que eollocaram na egr^a
do seu mosteiro. Ambas ti-
nham o titulo de Nossa^SeahoK
ra do Monte- Agudo.
Gonçalo Pires de Carvalho, conservou a
santa imagem com a maior veneração, no
oratório da sua casa, que era na quinta da
estrada da Penha de França, indo da Rua
Direita da Graça, e findava no caminho da
Charca, flreguezia dos Anjos, e de S. Jorge.
Seu neto, o dito Lourenço Pires de Car-
valho, resolveu edificar uma pequena capei-
la à imagem flamenga, n'aquella quinta, no
referido anno de 1692; e a 21 de novembro
d'es8e anno (dia da apresenta^ de Nossa
Senhora), foi a santa imagem coilocada no
seu altar, havendo n'esse dia uma sotonne
festividade.
O povo.prindpioQ então a dar ao sítio, o
nome de Nossa Senhora do Mente-AgudOf
que lhe ficou.
^ A casa de Nossa Senhora da Gloria (á
esqutaia da cal^a da Gloria), foi vendida
aos condes da Castanheira, que d*eUa fize^
ram um grandioso palácio, que depois os
condes de Gastello-Melhor, comprarm em
praça publica, em 1666. (Vide 4.» vol, pag.
136, coL 2.*)
30
472
MON
MON
maldição divina, a esterilidade das mulhe-
res ; sendo geralmente despresadas as qae
nSo tinham filhos.
A condessa estava n^este caso, e isto lhe
causava a maior aflSicçSo.
Para que o Salvador se compadecesse de
tamanho pesar, hia a condessa muitas vezes»
descalça, ao alto do monte, implarar a mi-
sericórdia divina á egreja parochial.
Suas preces foram ouvidas, e teve filhos,
sendo o primogénito, S. Rosendo, bispo, va-
rão famoso pelas suas virtudes e milagres.
Diz-se que em reconhecimento d'este fa-
vor divino, ou em cumprimento de um vo-
to, feito ao Salvador, é que a condessa man-
dou edificar junto á egreja, um mosteiro ou
priorado, que depois S. Rosendo ampliou.
(É por esta razão que uns attribuem a fun-
dação á mãe, outros ao filho.)
Junto ao monte Córva ou Córdova, está
a ermida de Kossa Senhora de VaUinhos ou
da Misericórdia. A imagem da padroeira, é
de pedra, e de tamanho natural, peto que
não sahe do seu altar. Consta ser muito an-
tiga, e feita no tempo dos godos ; mas não
se sabe se foi feita para esta ermida, se per-
tenceu a alguma egreja da villa de Salas,
que foi destruída (a villa) no século IX, pe-
los mouros, não restando hoje d*esta povoa-
^ — que era grande— senão ténues vestí-
gios.
Foi a Senhora da Misericórdia do logar
de Yallinho», objecto de muita devoção dos
povos d'e8tes contornos. Era a festa no dia
da sua natividade, havendo por essa occa-
sião uma grande feira em VaUinhos.
O sitio onde está a capella é muito agra-
dável e arado para o retiro e segregação do
mundo, e para a oração e contemplação das
coisas celestA.
Teve por muitos séculos virtuosos OTmi-
tães, que, não só cuidaram do aceio e repa-
ros do edificio e das imagens santas, ma^
até, com rendas próprias e com esmolas dos
fieis, ampliaram a ermida, fizeram sachris-
tia e casas para sua residência.
D'este Sanctuario, faz mensão o bispo D.
Rodrigo da Cunha, no seu Catalogo dos Bis-
pos do PortOy e o servo de Deus, Balthazar
Guedes» reitor dos orphãos do Porto.
HOHTE-GORVO— Vide Monãm da Bm,
pag. 397, col. 2.*, in fine, d'este voi.
MONTE-GOXO — serra, Traz-K)sHontei,
nas freguezias de Covas do Douro, Passos^
e Gouvinhas, concelho de Sabrosa, comarca
e dístricto administrativo de Villa Real, ar-
cebispado de Braga.
A dois kilometros acima da aldeia de Do-
nêllo, da f^eguezia de Covas do Douro, e so-
bre o Monte- CôxOy está a ermida de S. Do-
mingos, em um píncaro, d*onde se gozaon
vasto horisonte, vendo-se multas terras di
Beira- Alta e Traz-os-Montes, até muitas 1»
guas de distancia.
Pertence esta ermida ás três fregneau
mencionadas no principio d*este artigo; seo-
do administradas alternativamente pelos tra
respectivos parochos. A sua festa se íáziu
próprio dia do Santo (4 de agosto) tendo tt
tão alli logar em outros tempos uma grao&
romaria. Decahiu muito esta romaria, pv
desleixo dos parochos, e por causa das gra»
des desordens que quasi sempre aqui ban
n*essas occasiões.
Paliando na aldeia de Donêllo, e sendo el
de bastante importância, julgo dever Ar
aqui sobre ella alguns esclarecimentos.
É uma povoação bonita, e bastante gru*
de, para uma aldeia, situada em umaelen*
ção, inferior ao Monte-Câxo, com bonitas »•
tas, e a 3 kilometros ao N. da margem éná-
ta do Douro. D*este logar se vé Adorigo, Ti-
looaço, Armamar, Aldeia, Barcos, Viil»^-
ca, Marmellal, Coura, S. R^^mão d*AnBamar,
Vallença do Douro, Casaes, Sarzediobos,Rio
d*Ádes, e S. Domingos da Qaeiraada, na mar-
gem esquerda do Douro.
Tem Donéllo ricos proprietários e bon
casas, sendo uma das principaes^ a dos sn
Pereiras de Barros, hoje donos do mostein
de S. Pedro das Águias, em Távora, e den-
rias quintas, algumas de vinho fini8siffl0,já
por estarem na encosta abrigada de DooéOi^
onde todo o vinho é do melhor do Alto-Doo*
ro, já por serem aquelles prédios mnito ai*
tigos, e terem as vides cançadas, o qod&i
com que o vinho ganhe na qualidade o omi-
to que perde em quantidade.
Teem também aqui os srs. Pereiras de Bar
rosy pomares de laranjeiras^ cnjo (rocto é*
MON
MON
473
mperíor qualidade, come a maior parte do
do AUo-Douro.
Próximo à aldeia ha abundantes pedrei-
ras de óptimo schisto, d'onde se teem extra-
hido lousas, para tanques e lagares, de 6 e
7 metros de comprimento, sobre iO a 12 de
dmetros de largura e 25 centímetros de es-
pessura: sendo as mais notáveis as que se
voem na quinta do Ferrãey limites d*esta
freguezia, e junto ao Douro, que também
produz vinho finíssimo, e é propriedade do
par do reino, o sr. Pessanha.
Ha tambenl n'e8ta freguezia, a quinta do
Espinhal^ do sr. conselheiro Vieira da Mot-
ta; e a Quinta-Nova^ do sr. José Paulo, de
Matheus» um dos maiores proprietários d'es-
tes sítios — alem d'outras quintas e proprie-
dades que existem n*esta freguezia, cuja pro-
4ucçao principal é vinho de primeira quali-
dade.
Junto aDonéUo, ha duas minas de chum-
bo — uma no Valle de Macieira e outra no
sitio d' Agua -Alta, ambas propriedade do sr.
Ladislau Zarzechi, engenheiro polaco, que
emigrou para Portugal depois da ultima re-
volução da sua pátria, contra a eppressão
moscovita.
Este cavalheiro, reside actualmente na
quinta dos srs. Macedos, de Taboaço, no Es-
pinho (foz do Távora) d'onde dirige a explo-
ração doestas minas e de mais cinco na mes-
ma Toz do Távora, margem fronteira ao Dou-
ro, e Harmelal, junto ao rio Tédo.
DoDéllo é uma povoação muito antiga, e^
pelo menos, do tempo dos árabes, pois ha
aqui um sitio ainda denominado Chão dos
Mouros^ que foi almocaJbar (cemitério) d*el-
les, e ainda alli se vêem sepulturas de di-
versos tamanhos, e do feitio de um corpo
humano, abertas a picão, nos rochedos.
Também aqui perto ha um sitio chamado
9^ Moura, onde se teem achado tijolos de no-
tável espessura.
A um kilometro d*este almocabar, ha ou-
Iro sitio chamado o$ Castellos, onde ainda
ha vestígios de uma antiquíssima fortaleza,
eaquj se teem achado grandes tijolos e moe-
das antiquíssimas, que os que as encontra-
ram teem inutíUsado, sem por isso se poder
saber se eram árabes ou romanas.
Em 1874, morreu n*e8ta povoação de Do*
nôllo, uma mulher, que, segundo a crença
do povo d'aqui, viveu sete annos encaníada,
sem comer, mantendo relações (não sei que
qualidade de relações) com um rei mouro,
também encantado !
O povo d*esta freguezia é, em geral, paci-
fico e industrioso, e pouco dado á politica;
tanto que nas differentes guerras civis que
teem enlutado e ensanguentado este reino
desde 1820, mui poucos se teem mettido
n*essas contendas fratricidas, e nenhum te-
ve que soffrer com as varias mudanças de
governo, por pertencer ao partido vencido.
O clima doesta terra é muito saudável.
É terra muito abundante de vinho supe-
rior e excellente laranja e outras fructa?;
mas produzindo poucos cereaes e legumes.
Cria algum gado; tem bastante caça minda,
e o Douro a fornece de óptimo peixe.
Faz bastante commercio, pelo rio, com a
cidade do Porto.
MONTE GRISTELLO— pequena serra, Mi-
nho, no concelho e comarca de Felgueiras,
4 kilometros do rio Tisella, e 6 de Guima-
rães.
N*este monte se vêem alicerces de pedra
lavrada, restos de grande quantidade d*ella
que o povo tem d'alli tirado para fazer ta*
padas e outras obras*
Também aqui foi achada uma estatua de
pedra, toscamente cinzelada, que Manuel de
Macedo Magalhães, levou para a sua casa e
quinta de Paços, na freguezia de Penacova,
do mesmo concelho e comarca.
Tinha sido descoberta por seu avô. Do-
mingos Ramos, pelos annos de 1700.
A estatua não tem pés nem cabeça, tendo
até ao4 hombros 0-,90 de alto.
Em varies sítios doeste monte se acham
incripções romanas, gravadas nas rochas^
mas já quasi todas illegiveis, por estarem
gastas do tempo.
Do lado do S. ainda se p6de lér em um
grande penedo, a seguinte :
lUNOMKI RURNARUM
QUINTIUO BT PRISOO COS
Esta inscripção vem assim copiada na me*
474
n<^
moria remettida á academia real das scien-
eias, de Lisboa; mas, ou as letras estão mal
Cavadas, ou foram mal copiadas.
Entendo qae devia ser :
JUNONEl REGINÂE
URBIS SAGRUIá
QUIMTILIO BT PRISCO COS
Qaer áiter—Esta obra se dedicou a Juno,
rainha da cidade santa (Roma), sendo coti«
sulesy Quintilio e Prisco.
É pois certo, que esta inscripçao foi gra-
Tada DO auQO 159 de Jesas Christo, sendo
imperador Antonino Pio, porque n'esse anno
é que foram consoles Cláudio Qoiutilio e
Marco Estaeio Prisco.
Em Grutero se acham muitas inscripções
nas quaes se dá a Juno, o titulo de reginae
urbis sacrum.
Ainda por aqui se tem achado outras in-
scripções que se podem lér, mas, como são
86 em letras inieiaea, é hoje impossível sa-
ber a sua significação, a não ser deitando-se
a gente a adivinhar. Eis duas amostras :
— V. N. N. G. — A. K. Y. N. L A. A. L A-—
Támbem aqui appareceu uma inscripçao
grega, que ninguém entendeu.
O monte Grístellp, é bastante alto, e d*elle
86 gosa uma dilatada vista.
É tradição no paiz, que houve aqui uma
ddade chamada Pegas, no vasto piató que a
coroa, e que pôde comer muitos mil homens.
Se é verdade )er aqui existido a tal cida-
de, d*ella não ha outros vestígios mais do
que um assude, a que ainda se chama preza
de PegaSy e os aKcerces, pedras e inscripções
J\& referidas, que provam ter aqui existido,
senão uma cidade, pelo menos uma grande
Ibrtaleza romana, e uma povoação, mais ou
menos vs&ta.
Di2 o povo, que isto era uma cidade mou-
risca, e pôde ser que os mouros^aqui habf •
tassem depois dos romanos e godos, pois a
ims paredões desmantelados, ainda se dá o
nome de castello dos mouros.
No monte de S. Jorge, a 6 kilometros do
fle Cristetlo, e que fica em frente do mos-
teiro èiiisfo, de Garamos, ha umbeiaM
tos vestígios de uma povoação, ou gml
fortaleta romana, e mais haveriam seosfti
des, 6 depois o povo, não levassem 4*^1
muita pedra de cantaria, muito tem km
da, para ser empregada em varias obns.
MONTE DA ABELHA— Douro, na fjrefs
zia de S. João d'Agua Longa, eoncelho e d
marca de S. Thyrso, 24 kilometros ao Ki
Porto, 331$ ao N. de Lisboa.
Ha aqui minas de ferro, mangauez, pi»
bagina e antimonio.
Foram manifestadas em abril de 1^
MONTE BA ABÔBÁDA-^Extremadon,!
kilometros a O. de Lisboa, fregaezia, coo»
lho e 3 kilometros de Oeiras, próximo fe
margem direita do Tejo.
N*este mont« está a egreja de Nossa
nhora da Conceição, junto ao logar âe
lima.
Segundo a lenda, a origem doeste
é a seguinte :
Andando certo dia, n'este sitio (que é
de terra lavradia), uma menina guan
algumas ovelhas, lhe appareceu uma f(
sissima mulher, sobre uma pedra, que,
que viu a pegureirinha lacrimosa, lhe
guntou por que chorava.
Respondeu a menina, que lhe \sxà
mandado guardar aquellas ovelhas, eil
lhe tinham dado para comer.
A mulher, lhe disse que não chorasse; fj
fosse ao logar da Freiria e pedisse as
mulher, pão, que estava amassando. Elk^
sim o fez, e a mulher da Freiria, a queii
dirigira, deitou no forno um pequenino^
cado de massa, que produziu um grande^
Vendo a mulher que era muito pan^
pequena, deitou ao forno outra porçi(i^|
massa ainda menor, e como visse queopt
lhe saiu ainda mais avantajado, lançon»)
forno terceira porção de massa ainda dk-
nor, saindo o pão maior que os dois antecí-
dentes.
Tomando então isto por milagre, deti
pastora o terceiro pão, pergctntaodo-fc
quem allí a havia mandado, ao qne eltarv*
pondeu que fora Nossa Senhora da Cones*
ção, que ficara em seu logar guardando as
ovelhas.
toíbh
(kl
inm'
i»
1»
i
. MON
INvulgou isto a mulher, e moita gente eor-
ren logo ao sitio, onde só aeliaram as ove-
tliès^ tendo Nossa Senhora desappareeido.
N'àquella occasião andava a'aque]le mon-
te am eavalleiro á caça, e tendo-lbe rebenta*
^0 a espingarda nas mãos, sem receber o me-
nor ferimento, attibain este facto a milagre
éa Santíssima Virgem, mandando logo fa-
zer-lhe uma imagem, que ft>i mostrada à
pastorinha, qae disse, nâo se parecer nada
com a Senhora que lhe tinha apparecido.
Mandou então o eavalleiro fazer segunda
imagem, conforme as indicações da menina,
€ esta saiu mui similhante à da apparição.
O mesmo eavalleiro mandou logo con-
struir alli uma ermida, onde mandou coUo*
ear a santa imagem, sobre a mesma pedra
«m que ella tinha apparecido, e que ainda
é tida em grande veneração.
O povo, que principiou desde logo a ter
grande devoção a esta Senhora, lhe construiu
ntn templo mais vasto, ficando a ermida a
íervir de capella-mór.
Passados tempos, e ahi pelos annos de
1670, vieram para aqui os religiosos agos-
tinhos descalços, construindo um pequeno
hospieio, com cinco cellas, onde habitaram
por alguns annos ; porém> achando a terra
muito pobre, e vendo que por estes sítios
havia já vários mosteiros, que projectavam
pôr demanda a estes religiosos, abandona-
ram o hospício, e foram para o seu conven-
to, de Lisboa.
Consta que a imagem prímittiva da pa-
droeira, era toda de pedra, e, como era por
isso muito pesada para ser conduzida nas
procissões, os frades a mandaram serrar, fa-
zendo-lhe a parte inferior de roca. Tem um
metro d'altnra.
Teve uma irmandade de homens do mar,
que todos os annos lhe faziam uma grande
festa no seu dia (8 de dezembro). O capitão
de Uma nàu chamada Conceição, por nome
Uanuel Ribeiro Quaresma, foi, durante a sua
vida, juiz perpetuo d'esta irmandade, e deu
iegreja muitas eriças alfaias e paramentos,
6 mandou fazer à sua custa o altar-mór, de
bordo, com um rico retábulo.
Dentro do cruzeiro está uma bella sepul-
tura raza, com brazão d'armas em relevo, e
MON
475
na orla da pedra tem esta inscripçâo-^nos
ATOT ItLUSTRBS SEMHOARS J>. DfOGO PE&NANDES
D£ ALMEIDA, ET DE SUA MULHER, D. MARIA DA
BRAGA. DEBAIXO DESTA PBDiilA, JAZ TERRA, QUE
DA TERRA SB GEROU ET EM TERRA SE TORNOU.
No meio da campa e por baixo das armas,
está a inscripção seguinte:
Esta sepultura mandoti fazer frei Gonça-
lo d*Azm>edOf eommendador de Algozo, para
si e parei os seus herdeiros; na ftio/ jas D^
Beatriz SAzevedo^ sua af>&, mulher que /bí
de João Fernandes d^Alineida, que Deos Psm
em gloria, AJO de abril de ÍS79.
É provável que estes Almeidas foesem os
padroeiros da eapelta. Seus descendentes fo-
ram os Salemas de Almeida, que tiiâiaBU o
seu solar em Alverca, do Riba-Tejo, e um
dos seus ramos, em Santarém.
D'esta iiFcripçâo se coUige que a eapeUa
foi edificada nos prindpios do século XIV.
HOMfE DA HAGDALEIIA ^ vide Foi*
perra,
MONTE DA PEDRA— fireguezia, AleoM-
jo, concelho e 19 kiiémelros do Grato, co«
marca de Niza, 190 ao S. B. de LisKoa, 80
fogos.
Em 1757 tinha 68 fogos.
Orago, Nossa Senhora da Conceição.
GKb-priorado do Gratt», annexo ao pa-
triarchado, distrieto administrativa de Por*-
ulegre.
O grão- prior do Grato apresentava o evora,
que tinha 6OM0O réis e o pé de altar.
É terra fértil em cereaes.
Na distancia de 1:200 metros da povoa-
ção, nasce debaixo de um rochedo de quar-
tzo, na quantidade de um annel d*agua, pou-
co mais ou menos, uma fonte, que desde a
sua origem, vem encanada, e cerre orysta-
Una, com sabor e cheiro hepatieo baákante
activo, de modo que, antes de chegar á fon-
te, se sente, como de ovos chocos, -deixando
no seu trajecto, deposito de lodo inferior-
mente preto e por cima branco, o qoal, de-
pois de sécco, arde com chamma azul, espa-
Ihanido um cheiro suffocante sulphuroso. É
mais fria do que a^s outras aguas proxfnms
que nâo sao mineraes.
Segundo a analyse que foi feita, são e^tas
aguas sulphureas hepáticas, e podem con-
476
MON
dnar-se, engarrafadas^ aem decomposição
aensivel, para qoalqaer parte onde seja pre-
ciso faser uso d^elias.
MONTE DÍlS GÓVAS— pequena serra,
Douro, na freguezía de S. Julião d*Ag[ua Lon-
ga» conceibo e comarca de Santo Thyrso, 24
kilometros ao N. do Porto, 335 ao N. de Lia-
boa.
Ha aqui minas de toro» manganez, plom-
iMigina e antímonio, manifestadas por o sr.
Leusohner (aUemâo), em abril de 1875.
MOUTE DAS GAUINHilS— Minho. Segnn^
do a Benedictina Lmitana, ficava eminente
ao rio lima» e a uma antiga villa (que já ino
existe), cbamada Lacradas, Aquelle livro
(1* part., eap. 5.*), transcreve uma doação,
íeíu na era de César, 1077 (1039 de Jesus
Christo), que trata d*este monte e doesta vil-
la. Com o correr de mais de 800 anãos, se
mudaram estes nome% de modo que boje se
ignora o sitio exacto onda leve assesto esta
villa; mas ó provável que fosse nos limites
da actual freguezia de Lavradoê (S. Miguel),
no conceibo de Ponte da Barca, comarca dos
Arcos de Valle de Yei^ .
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trativo de Yianna.
MOKTB DE ftROBOJM^Monte Pêro
Bálío e também MmUe FaraboUm--itegOA'
zia, Beira Baixa, era do antigo concelho de
GastelloMendo, que foi supprimido em 24
de outubro de 1855 e annexado ao do Sabu-
gal.
Em dezembro de 1870, passou para o con-
celho d' Almeida, comarca de Pinhel— Dista
70 kilomeuros de Viseu, 315 ao E. de Lis-
boa, 100 fogos.
Em 1757 tinha 84 fogos.
Orago S. Braz.
Bispado de Pinhel, districto administrati-
vo da Guarda.
O prior dos cónegos regrantes de S.yi-
cente de Fora, de Lisboa, apresentava o vi-
gário, que tinha 40]f 000 róis de côngrua, e
o pó d*a)tar.
MONTE DE S. ROMÃO, ou do GASTEUO
DE S. ROMÃO— outeiro de Trazos-Montes,
no concelho de Mont'alegre.
A 6 kilometros de Penedones, está a Cruz
de Leiranco. (Vide 4.*» vol, pag. 69, coL l.«)
MÔN
Ao S. d'este síiio^ desviado 1:500 meiroi
da estrada, e quasi confinando com o rio ft*
gaoSo^ está um monte eminente, chamado
de S. RamãOf e na raiz d*este mente, dos la-
dos do S£^ estão umas ruínas antigas» qm
mostram ter sido de uma grande. povoaçitt,
vendo-se ainda vestígios de cinco» ou seii
ruas, e alicerces de casas» feitas de pedra
lavradas» sendo algumas de cantaria.
D*estas ruinas ia ter uma rua a um miii%
feito de pedra tosca» de 0",66 de espessura»
o qual principiava do E., em um penhaioo
levantado e vinha para a parte do S. dar sn
um alto rochedo* No meio d'este muro» si-
tavam uma espécie de grandes portas, por
onde se entrava para uma outra porta» qsA
dava ingresso a um terreiro de 44 metox» de
circumferencia. D*este terreiro ia ainda u
segundo muro, quasi todo edificado sobn
leito de pedra, que ia ter ao eastello. En
este de cantaria lavrada, e rodeando o moa*
te, vinha fechar em oito rochedo^ que ser-
viam como de torres» ou atalaias, estando
alguns doestes afeiçoados a picão, em fona
de guaritas, e outros com siguaes evideotti
de ter-se alli accendido fogo por muito ten*
po, o que prova que os constructores d'es4
fortaleza faziam aqui as suas almenáraL
(Vide FachOy vol. 3.% pag. 131, col. l.^ «
fine.)
Um dos taes rochedos, que estáaK,i
perfeitamente quadrado e feito a picão, eoa
10 metros d*altnra e de largura em cada í^-
ce 2 metros. Unido com elle está um lanço
de muro, de 2",60 de espessura.
Consta que n'este muro está orna pedia,
com uma bezôrra esculpida.
No centro do eastello, estão dois grandes
penedos, para os quaes se sobe por uma es-
cada» aberta n'elles a picão, e serviam de lor
redes á fortaleza. Ao pó doestes rochedos es-
tão as ruinas de um edifício, e junto â'eile
restos de amphoras, tijolos» pedras lavrada^
ameias, etc.
Vó«se aqui uma cisterna, ao 0. doestas
ruinas, quadrada, e feita de alvenaria, con
uns 11 metros de vão, entupida.
A muralha d'este lado, fica acima do ní-
vel do valle, que está á raiz do monte, aos
176 metros.
MON
Os povos téam d*aqui tevado grande quan-
tidade de pedra.
r(ouun-se n'estas minas, obras de diffe-
rentes époeas» qae dão indícios de terem
^ido feitas originariamente pelos antigos la-
siUnos, reedificadas pelos romanos, e depois
peips godos; e ampliadas pelos árabes.
Tado faz snppor, que nem só. o tempo foi
isaosa da soa destruição, mas também a mão
•do homem.
É provável que dorante as gaerras entre
os cbrlstaos e mooros peninsulares» tiveram
•aQUi logar cruentas batalhas, que desman-
telaram esta fortaleza ; mas nem por isso
deixa de ser um monumento curiosíssimo,
« digno de ser visto e examinado.
O concelho de Mont*alegre é notável pelo
l^nde numero de monumentos de eras re-
motas que se encontram no seu território.
Todos, do que pude haver notícia, vão nos
logares competentes.
MONTE DE TRIGO (ou do Trigo)— firegae-
«ia, Alemtejo, concelho de Porte^ comarca,
arcebispado, districto administractivo e 24
líilometros de Évora, 125 ao SE. de Lisboa,
^M fogos. Em 1757 tinha i48 fogos.
Orago S. Julião.
A mitra apresentava o cura, que tinha
360 alqueires de trigo, 120 de cevada ^réis
4M)^000 em dinheiro.
È terra muito fértil em cereaes, legumes
e fructas. Cria muito gado de toda a qualí-
dede, principalmente suino, e é abundante
«m caça do chão e do ar.
MONTE DE TRIGO— Vide Âlcanhões, vol.
i.% pag. 66, col. 2.*
MONTE DO PARO— ^beço, Minho, na fre-
^uezia» concelho e próximo da praça de Va-
lença.
O seu nome lhe provem de ter aqui ha-
vido uma ahmenára, no tempo dos antigos
lusitanos. Depois se estabeleceu aqui um fa-
dio (que é a almenára aperfeiçoada, e sub-
stituta antigamente o telegrápho.)
Este facho, ainda funcoíonoa durante as
guerras da resuuração, desde 1640, até i^668.
No alto d'este monte, está a capella de Nas-
^a Senhora do Fáro^ de cnjo sitio se goza um
dos mais bellos e vastos panoramas da pro-
víncia do Minho, e mesmo poucas elevações
MON
477
de Portugal apresentarão tão dilatado hori-
sonte e tão formosas vistas, que terminam»
ao O., pelo Oceano, que fica a 20 kilometros.
É a Senhora do Faro, objecto de grande
devoção dos povos circumferentes, não só
d*este reino, como da Galliza, que aqui con-
correm em piedosas romarias.
O scepticismo hodierno, longe de fazer res-
friar a devoção á Divina Padroeira dos por-
tuguezes, tem concorrido para que o seu
culto mais se tenha generalisadow São d*isto
uma consoladora prova, os povos do Minho»
eminentemente religiosos, cujo acrisolado
amor ao catholicismo não pôde, nem jamais
poderá ser manchado pelas ideias descren-
tes do século actual.
É d'isto um louvável exemplo, o culto que
prestam á milagrosa Virgem, do Faro, o qual
em vez de intibiar n*estes corações verdadei-
ramente portttguezes e sinceramente chris-
tãos, cada vez mais floresce.
Faz-se-lhe a sua principal festividade a 15
de agosto (dia da sua Assumpção.)
Na véspera, está a ermida illummada in-
terna e externamente, havendo grandes fo-
gueiras» fogo de artificio e a tradicional gaita
de folie.
Ainda no anuo passado (1874), foi esta ro-
maria muito mais concorrida do que nos
annos antecedentes. Houve varias missas re-
zadas, e uma' cantada a grande instrumen-
tal.
O sr. padre Barreiros, de Monsão, subin-
do ao púlpito, commoveu todo o auditório»
com as suas palavras evangelisadoras, e o
arrebatou com a sua inimitável eloquência.
Exaltou os divinos attributos da Santíssima
Virgem, provou o seu constante p;itrocinio
a favor dos pòrtuguezes, em todos os tem-
pos, e louvou a constante devoção e a sin-
cera gratidão que o nosso bom povo sempre
consagrou á Rainha dos anjos.
Este esclarecido orador sagrado, veiu de
longe cantar os louvores de Nossa Senhora
do Faro» gratuitamente e por sua própria
devoção. Honra pois a este Ulustrado sacer-
dote.
Fez-se uma mãgestosa e concorrídissima
procissão ao Alto de ScmVAnw^ e depois em
volta da capella.
478
MON
MON
Novos fogos â'artitteio, mais gnlSes e ban-
^hras e maior concurso de romeiros abri-
ttiantoa esta piedosa solemnídade.
A musica do batalhão de caçadores n.<* 7,
todo o dia tocou uo arraial, exhibindo o seu
vasto e escolhido reportório.
Houve um primoroso basar de prendas,
contendo formosos objectos, oflTerecidos pe-
las mordomas, distíogoindo-se pela magni-
ficência das ofTertas, a digna esposa do sr.
I>omingos Pereira do Yalie, que deu para
este bazar, perto de 140 prendas, que, pelo
seu valor, deram uma avultada verba.
Também a filha mais velha do sr. António
de Souza Maia, oflfereceu varias prendas de
sabida valia, e algum dinheiro. As mais mor-
domas e alguns mordomos, alem das pren-
das, offereceram valiosas quantias, com o
que se pôde levar a effeito a festividade, que
promette hir em augmento; assim como a
eonservação e ornamentação do templo e
suas dependências.
«O bazar teve bastante concorrência, e o
dia terminou sem que a paz e a ordem se
alterasse.
Cresce pois a devoçlo da Senhora do mon-
te do Faro, porque ainda na noite do dia 15
houve fogo e illamínação, e no dia seguinte,
domingo, foram alguns devotos de Valença,
mandaram celebrar missas resadas, e duas
eantadas; dois sermões pelo sr. padre Pi-
nheiro, e ainda procissão ao redor da capei-
la, aproveitando-se de tudo quanto havia
servido na véspera.
Outra vez na noite do dia 16 se illnminou
o monte, e no dia 17 subiu ao alto o sr. Ma-
noel António de Barros, a cumprir um voto
á Virgem do Faro com toda a sua família e
parentes, e grande numero de convidados,
que o acompanharam no cumprimento da
sua promessa, havendo missa cantada a mu-
sica, e todas as demonstrações de culto e ve-
neração devida â milagrosa Senhora de Faro.
Como que houve umà terceira festa e ar-
raial, em que não faltou concorrência de
pessoas escolhidas e dedicadas á Mãe de
Deus, do Faro; nem a musica Animadora de
taes reuniões, nem almas generosas que of-
fereceram valioso óbolo à protectora dos val-
lendanos e seu concelho.
O dia passou-se em agradável convivên-
cia, e os aldeãos das visinhanças vieram com
a sua musica de rebocas e violas e seus cân-
ticos de alegria tomar parte nos (blgares re-
ligiosos, depois de cumprida a promessa;
Não foi estéril esta escolhida e numerosa
reunião para novos melhoramentos e pro-
gresso de quanto precisa aquelle local, aVi-
vando-se a ideia da edificação de um edifl-
cio que possa agasalhar os romeiros nas in-
tempéries e outras necessidades inherenles
a tal sitio de elevada posição.
Oxalá vá por diante tão proveitosa lem-
brança, e assim, ricos como pobres, tomem
parte n'esta boa obra.»
O que vae entre comas é transcripto do
NotkiosOf de Vallença, n.* 291, de 20 d*agos«
to de 1874.
MONTE DO OATO — serro, Alemtejo, na
concelho d'Almodovar, districto administra-
tivo de Beja.
Tem minas de cobre.
Estas minas, bem como as do mesmo me-
tal, do Serro de Martim Annes^ e do Sém
das Ferrarias^ no mesmo concelho, foram de-
finitivamente concedidas, em abril de 18711^
ao sr. Manoel Auduze, seu proprietário l^
gal.
MONTE DO OUTEIRO --serro, na fregttt-
zia de S. Miguel de Machêde, concelho, txh
marca, districto administrativo, arcebispiAy
e 8 kilometros a O. d'Evora.
Ha aqui um dohnen, e restos de mais \m
nos limites d'este monte.
MONTE-DOR— Vide Areoza, a pag. 238 S,
col. 2.«, do l.<» volume.
MONTE FRAGOSO — Segundo a antiga
geographía, estava este monte simado no
condado de Neiva, e pouco distante dos mon-
tes Pando e Lupato, na divisão dós conda-
dos, M\SL pelos godos, no secttlo VIL— Igno*
ra se hoje a qual dos serros d'estes sitíos
(onde ha muitos cabeços e montes) davam
os antigos este nome.
MONTE- JDNTO — Cordilheira, Extrema-
dnra, na fi'eguezia de Cabanas de Torres (S.
Gregório, papa), comarca e concelho d* Alem-
quer, 70 kilometros ao N. de Lisboa, a cd}o
patriarchado e districto administrativo per-
tence.
um
A pag. 1 do S> volume, pfOQietH tratar
ii*este artigo do convento da ordem dos
pregadores (dominieos) evoadesempeDbar-
ine.
Os nossos antigos davam a esta emineti-
tia o nome de MofUe Tagroy e Monte Sacro t
^Mons Sttúms). Fiea a i5 kiiometros ao N.
da vllla d^Alemquer.
O ponto CQlmmante da serra de Monte-
junto, segando o sr. Pranzini, tem 718 me-
tros acima do nivel do már, vindo a ser o
14.* na ordem das alturas n'este reino.
Tem de circumfereneia perto de trinta ki-
iometros, e três de subida.
No seu euiue ha um plató de 18 kiiome-
tros de comprido, que se pôde chamar uma
hnmensa lagem (a maior parte d'esta serra
é composta de penedia) e apenas aqui ha
uma várzea, de uns três kiiometros de com-
|)rido, composta de terra bastante fértil, que
se cultiva. Ha também aqui duas alagòas de
agua clara e de boa qualidade.
A pouca distancia d*estas alagôas, e sobre
uma pequena elevação está a ermida de iVoí-
sa Senhora das Neves^ assim denominada pe-
la muita neve que se conserva n*este sitio
grande parte do anuo.
A ermida, posto seja pequena, é de boa fa-
brica, e tem, fora da porta principal,, um al-
pendre coberto, e dentro está dividida em
capelia-mór e corpo da egreja; Ê de aboba-
da, e tão antiga, que se não sabe quando
nem por quem foi ediflcada.
Á entrada da porta de temph) ha uma pia,
aberta a picão na htge, que é o pavimento
natural da ermida, e juntamente é também
fonte, porque no seu âmbito rebenta uma
fonte, a que o povo atribuo muitas virtudes
medicinaes. Tekn sacristia e casa que foi re^
sidencia de um erimitão, com uma cérea
contigua. Também existem as minas de um
ou mais ediflcios maiores, que foram casas
para abrigo dos romeiros, que antigamente
aqui concorriam em grande quantidade, e
< Jalgo que Tdgro, é corrupção de Ságro^
Qk corrupção de Saero) como diz o padre
Agostinho da Santa Maria, no seu Sanct.
Mar., tomo 2.*, pag. 214. — Ha aqui perto
uma aldeia chamada Tagárro, corrupção de
Tágro.
MON
479
hospício dos religiosos dominieos; e a pou-
ca distancia as robustas paredes do novo
mosteiro que se principiou e não concluiu,
como adiante direi.
A primeira noticia certa que ha d'esto
templo, é que, pelos annos de 1817, a deu
a infanta D. Sancha, filha de D. Sancho I, a
D. frei Soeiro Gomes, primeiro fundador
que a ordem de S. Domingos teve n'este
reino, e primeiro provincial das províncias
de Aragão, Gastella e Portugal, para que elle
e os seus religiosos fossem, os capellães do
Nossa Senhora das Neves, que então era fa-
mosa èm todo o reino, pelos muitos mila-
gres que lhe atribuíam, e era este um dos
mais frequentados Sauctuarios de Portugal.
Aqui viveu o santo firei Soeiro Gomes al-
guns annos, e esta foi a primeira casa e o
primeiro domicilio que a ordem dos prega-
dores teve em Portugal; e n*este deserto fH«
gido, inhospito e desabrido, passavam os re-
ligiosos uma vida de oração e abstinência, e
d*aqui sabiam a pregar a religião do Craci-
flcado por toda a província da Extremadura
e pela do Alemtpjo.
Falleceu o santo D. frei Soeiro em 1226
(outros dizem que em 1233) e pouco depois,
os religiosos, não podendo supporiar os ri-
gores d'este clima, abandonaram o mostei^
rinho, e se foram para o convento de S. Do-
mingos, em Santarém, que D. Soeiro havia
fundado, i
A referida inbnta D. San-
cha, vivia em Alemquer, e alli
foi ter D. íirei Soeiro, sendo re-
cebido por ella com o respeito
e amor de que era digno tão
santo varão, que lhe pediu li-
cença para fnndar o mosteiro
da sua ordem emMonte-Jnnto.
Em 1222, tinha um devoto doado a estes
1 Alguns escriptores dizem que D. Soeiro
íòi d'a9ui para bispo de Lisboa, o que é er-
ro. Foi seu contemporâneo, o bispo» de Lis-
boa D. Soeiro Viegas, que falleceu em 9 de
janeiro de 1232. Este bispo foi intimo amigo
de D. frei Soeiro Gomes, e sendo embaixa-
dor em Roma, obteve do papa a introducção
da ordem de S. Domingos em Portugal. Este
bispo, foi o 12.* da 2.' época. (Vide o 4.* vol.,
pag. 268^ coL 2.% fai fine.)
48Q
}m
religiosos, oofia porção de terreno janto aos
muros de Santarém, em um sitio chamado
então Monte Gràs. ^
De Santarém em breve esta ordem se es-
palhou por todo o reino, e os dominicos, tão
humildes e penitentes no seu principio, for-
maram em breve uma corporação rica e so-
berba, que, se teve membros de grande sa-
ber e de muita virtude, também devemos
confessar que foram elles os que nos deixa-
ram bem tristes recordações pelas cruelda-
des que çxerceram durante a sua adminis-
tração no troculento tribunal do Santo Of-
ficiOy de horrível recordação.
Também foram os frades dominicos de
Lisboa, os. promotores da cruelisaima carni-
ficina dos judeus e christãos novos, no hor-
roroso dia i9 de abril de 1^6, pelo que o
rei D. Manuel mandou queimar vivos, na
praça do Rocio, dois frades d*esta ordem.
(Vide 4." vol., a pag. 111, col. 1.")
Depois da fundação do convento de San-
tarém, ficou este de Honte-Junto servindo
de casa disciplinar, sendo mandados para
aqui os frades incorregiveis, ou que com-
mettiam alguma culpa grave ; mas esteve
desde 12)6 sempre multo pouco habitado.
No principio do século XVIII, fr. Manuel
da Assumpção, dominicano, projectou esta-
belecer em Portugal uma reforma da sua
ordem, para a seguir com mais rigor.
Foilhe dado, para elle e seus discípulos,
este mosteiro, pelo que aos que adoptaram
esta nova regra, se lhe deu o titulo de Re-
forma da Serra de Monte-Junto.
Estabeleceram-se aqui os religiosos, e co-
mo o edificio, alem de ser acanlfado, estava
muito velho e arruinado, quizeram construir
um, em melhores condições, e principiaram
as obras, cujas paredes ainda chegaram a
uns 3 metros d*aUura; porém, deixando de
existir esta reforma, nunca mais continua-
ram as obras.
Ainda a pouca distancia do antigo mos-
1 Este nome lhe foi provavelmente posto
por algum cavalleiro francez, dos tantos que
por esses tempos vinham procurar aventu-
ras e fortuna a Portugal combatendo con-
tra os mouros. Todos sabem que a palavra
gras é franceza e significa garao.
um
teiro, «d voem estas robustas paredes, des-
afiando o correr dos auQos e a intempérie
do sitio.
Hoje, alli, ludo 6 desolação, abandono e
silepcio : apenas a 5 de agosto de. cada anno
(dia de Nossa Senhora das Neves), aqui con-
correm os fieis das vísinhanças, a prestar
culto á Rainha dos Anjos.
Disse no principio d*este artigo, que a ser-
ra de Monte-Junto era no concelho de Alen-
quer, pelo que preciso fazer aqui uma ob-
servação.
Monte-Junto, propriamente dito, é o que
acabei de descrever; porém, geographica-
mente faltando, é uma cordilheira do distri-
cto administrativo de Leiria» conaposta de
varias serras, que são ramos doesta, sendo
asprincipaes, Albardos, Minde e outras, pro-
jectando se em diversos sentidos» entrando
algumas no districto administrativo de Lis-
boa.
Na serra de Monte-Junto, Jia finíssimos
mármores, óptima pedra calcarea (carbonato
de cal), azeviche e outras pedras excellentes
para eonstrucçdea.
Ainda com referencia a D. fr. Soeiro Go-
mes, devo dizer, que, não achando o sitio d«
MorUe-GráSy nas condições requeridas, mu*
dou o mosteiro para junto dos muros de Sal-
tarem, em cujo logar ainda existem as sou
minas venerandas.
Fundou outro, em Coimbra, do qual foi
S. Payo, o l.*" prior. Outro em GuimarãM^
onde foi prelado, S. Lourenço Mendes.
Foi assistir ao capitulo geral da sua or-
dem, a Bolonha. Depois da morte do sen pa-
triarcha, S. Domingos, foi a Paris, assistira,
outro capitulo, para se nomear successor a
este illnstre santo.
Voltando ao reino, foi provincial da soa
ordem, doze annos; fallecendo a 27 de abril
de 1226 (ou 1233), cheio de virtudes e me-
recimentos.
Foi muito respeitado por D. Affonso I( o
por suas irmans, as infantas D. Sancha, D.
Thereza e D. Branca; e arbitro nas conteo*
das entre ellas e o rei, de cujo encargo ss
sahiu o melhor que pôde.
MON
MON
481
O nome de D. fr. Soeiro Gomes, -é um dos
mais vf^nerandos que aqaelles remotos tiem*
pos nos iegaram, e que, apesar de quantas
extinç5es de ordens religiosas a voracidade
dos poderes da terra decretem, passará á
mais remota posteridade, como um modelo
âe todas as virtudes christans.
Do Sanctnario de Nossa Senhora das Ne-
ves, de Monte- Junto, tratam— D. Rodrigo da
Canha, na Historia Ecclesiastica de ÍAsboc^
pag. 2, eap. 3/— Cardoso, no seu Agiologio,
tom. 2.^ a 27 de abril— fr. Luiz de Sousa,
na sua Chron. de S. Domingos^ pag. 1.*, Liv.
i.""^ cap. 12— Brandão, Mon, Lus., pag. 4, Liv.
14, cap. 23 — e as Chronicas dominicanas.
MONTE-LAFÃO— serra, Beira Alta, na co-
marca de Yousella.
Bispado e districto administrativo de Vi-
seu.
Corre de N. a S.— Pelo N. principia junto
ao logar de Pataunços; terminando ao S. pela
serra do Bussaco.
Ha n'esta serra o numte do Caramullo, al-
tíssimo penhasco, cujo accesso é difícilimo.
No sen cume ha uma pedra quadrada (espé-
cie de méza) que mostra ser feita a picão.
D'este ponto se vêem, em dias claros, ao SO.
e O., os campos de Coimbra, a cidade de
Aveiro, multas outras povoações e uma vas-
ta extensão do Oceano— e ao E. todas as ter-
ras que estanceiam entre o monte Lafão e a
serra da Estrella.
Também n'esta parte se levanta um mon-
te pyramidal, denominado serra do Cânta-
ro, ou do Carvalho. (Vide vol. í.», pag. 96,
eol. !• e pag, 136, col. !•) Este monte é tão
alto como o do Caramullo.
Em uma quebrada da serra do Caramullo
(vide Vol. a.», pag. i02, col. l.«), que vira
para O., em frente do delicioso Valle de Bes-
teiros, e a 24 kilometros de Viseu, está edi-
ficado o Sanctnario de Nossa Senhora do
Guardão. Vide Besteiros (Guardão de) pag.
396, col. i.\ áb f vol.— e Guardão, pag.
343, col. !•, do !• vol.
É um templo antiquíssimo, e consta ter
sido edificado durante o domínio agareno,
eu, pelo menoSy antes da sua total expulsão
d'esu provineia.
Segundo a tradição, alguns christãos, íttgi-
dos às crueldades dos agarenos, se recolhe-
ram a estas brenhas, e aqui edificaram uma
ermida, dedicada à Santíssima Virgem, es-
condida entre as selvas, então quasi impe*
netraveis d*esta serra.
Com o correr dos annos, foi elevada esta
ef mida a egreja parochial, sob a invocação
de Nossa Senhora da Assumpção. Tem um
retábulo pintado a óleo, attribuido ao grão
Vasco, representando a Senhora, de tal per-
feição e belleza, que o bispo de Viseu, D. João
de Mello, encantado de tanto primor, propdz
ao abbade de Guardão, então o licenceado,
José da Costa Pessoa, levar aquella pintura
para o seu paço, deixando aqui uma cópia
exacta, e uma grande quantia de dinheiro,
para obras da egreja, ao que o abbade se op-
pôz, não só pela devoção que tinha a esta
Senhora, como por temer que os parochia*
nos se revoltassem.
Uma prova mais da antiguidade â'esta
egreja, é que antigamente vinham aqui á
missa os povos das freguezias da Arranca-
da (Vallongo) então da comarca d'Esgueira
— a villa á*Agued(h-toáos então do bispado
de Coimbra — e Mortágua e Santa Comba-
Dão, então na comarca e bispado de Viseu;
de todas as freguezias do Valle de Besteiros
— e de todo a concelho de Lafões, que tinha
então 13 freguezias.
Sobre a porta travessa d'esta egreja, de-
fronte das casas da residência, se vé uma
pedra quadrada, onde se estão os restos de
uma inscripção, que consta testemunhar
aquella antiguidade; mas estão as letras tão
apagadas com o tempo, que se não podem
lér.
Também é uma prova da antiguidade does-
ta egreja e do concelho do Guardão, uma es-
criptnra qúe existia no cartório de Santa
Cruz, de Coimbra, do qual foi tirada uma
certidão, a requerimento dos moradores do
logar do Mosteitinho, então concelho de S.
João do Monte.
Era tuna doação, feita por D. Affonso Hen-
riques e sua mulher, ao mosteiro de Santa
Cnu, de Geimbra, em setembro da era de
ii90. (115^ de Jesus Ghristo.)
4Sâ
IfOK
Mo oapio este ^ocamento na soa integra,
por ser muito extenso ; mas doa os trechos
que me pareeeram mais curiosos.
Eis a sua traducção, do latim harlMtro do
século XII :
£m nome do Padre, do Filho e do Espi-
rito Santo; porque dos reis e príncipes é, e
também do varão, honrado com o titulo de
nobreza (como se acha nas leis dos godos),
comprir apropria vontade nos seus próprios
bens : portanto, eu, Affonso, rei dos porto-
guezes, filho do cande Henrique e da rainha
Tbereza, neto do grande imperador Affonso,
juntamente com minha mulher, a rainha D.
Maíalda, filha de Amadeu, conde de Ufauria-
na, considerando o nosso fim, e dia do es-
treito jnizo, no qual se dará a cada um, con-
forme fizer, determinámos honrar e aceres-
eentar as possessões ao mosteiro de Santa
Cruz, de Coimbra ; e por isso, damos a vòs
prior, D. João e a vossos irmãos, que ahi
perpetuamente morarem, a notoa herdade
de S. João do Monte, com a sua ermida; a
qual herdade, a rogos da rainha, tínhamos
ilado ao mestre Guarino, pelos muitos ser-
viços que nos íez, para que a possuísse em
sua vida somente, e depois de soa morte, a
deixasse, por nossas almas, ao dito mostei-
ro. A qual herdade fazemos couto, cujos ter-
mos são— Primeiramente^ pelo Oriente, pela
pedra que está entre Parãmo (hoje Parafduis
do Monte) e S. João— d*essa pedra vae para
a Cabeça de Vsdle de Carros, e d*ahi vae á
Cabeça do Junqueiro, e.d*ahi á Matta d'figas
—segue para Aguada, e d'ahi a Aurenteiros,
seguindo para as Covas i—d*ahi para a Ca-
beça da Urgeira, ató á Cabeça do Mourq—
d'ahi ao Giro, até ao pé do Caramullo, a um
1 No logar de Aurenteiros^ é tradição ter
existido uma antiquíssima <ndade, chamada
Gortélha. É certo que por estes sítios se
vêem umas csvernas, para as quaes se en-
tra pela encosta do monte. São muitas, mas
a maior parte arruinadas. As que se con-
servam em melhor estado, são de tama-
nhos differentes, podendo conter 10, it e
mais pessoas. Foram vistas e examinadas
por Sebastião d*Alvelos e Gouveia, abbade
de Guardão, quando no fim do século XVII
assistiu à divisão dos bispados de Viseu e
Coimbra, por esta parte, em que havia al-
gumas duvidas nos respectivos limites.
padrão que alll «stá«-segiiindo até â PortelUt
do Cadraço, a qual, divide entre Besteiros a
Lafões» e d'ahi ao Tojal de Cima, de Becer-
reira, por uma pedra que ahi está— e d'ahi
á Cabeça de Barrajaes, is d*ahi á agua que
vem do Açor. E, tornando á primeira pedra,
acima dita, n^esses termos, á roda, se encer-
ra a dita herdade.
B se alfuem (o que não queremos) natu-
|al ou estrangeiro, pretender quebrar, ou
violentamente quizer entrar no dito couto,
seja obrigado, pelo poder real, a pagar 200
soldos de boa moeda e todo o damno que
fizer, o pagará quatro vezes, e, além d^isto,
será apartado do ceUy da Santa Madre Egre-
Ja e dos /iei$, etc, etc.
Assignaram esta doação e ep^utamento,
depois do rei-*a rainha— João, arcebispo de
Braga— Pedro, bispo do Porto — Fernão Pe-
res^ dapifer (mordomo-mór) da corte— Mem
Moniz— Gonçalo de Sousa— João Ranja-^
Nuno Soares Velho— ^Mem de Bragança, al-
feres.
Foram testemunhas:— Redulfo Zoleymas
—Fernão Gutierres— Martin Anbaya— Pe-
dro Gàribas— Mem Abaldes— Rodrigo Pe-
layo, alcaide de Cambra— Pedro Mendes»
mordomo do rei.
Foi escripta por João, diácono.
Pelas medições constantes d*esta escrí*
ptura se vé que, n*aqueiles tempos, o couto
de Guardão incluía o depois concelho de
Besteiros, hoje de Tondella.
Parece que depois ficou sendo só de San-
ta Cruz de Coimbra o padroado da egreja
de Guardão; porque, pelos annos de i434,
o infante D. Henrique (alho de D. João) I
pw um contrato feito com Pedro Gonçal-
ves Carrutello e sua mulher. Branca de
Sousa (progenitores dos morgados do Guar-
dão, Sousas Castello Branco), lhes deu e
escambou, para si e seus herdeiros e sue-
cessores, o sen couto de Qpardão, em ter-
ra de Besteiros, com toda a sua jurisdic*
çao.
Também é tradição qm em Santa Maria
do Guardão, teve principio e nome o con-
celho de Besteiros ou Terras de Sofila lía*
um
IfON
483
na de BésteirM, cujos antigos privilégios e
nobreza de seus natoraes íoi concedida aos
cidadãos de Lisboa, qae pertenceu á mo-
D^rchia portugueza muilo depois doestas
terras. Estes privilégios eram os antigos da
Terra de Sa/iUa Maria (vide Feira^ a pag.
155. do 3.* vol., col. i.«)
Ainda pelas diversas freguezias d*este con-
celho e limitrophes ba nmitas fámilias no-
bres, descendentes dos primeiros senhores
d*e8tas terras.
Frei Antoskio Brandão {Mon. Lm.) diz
que, quando D. Aífonso Henriques regres-
sava das cortes de Lamego para Coimbra
{1143) tomou aos mouros as viUas de Frei-
xedo e Nagozeilas (povoações próximas a
fiésteiros e que ainda conservam os mes-
mos nomes). £ que dera então aos frades
de Lorvão (que então eram benedtctinos)
uma grande quantidade de vaccas e vitel-
las, que levara da terra de Santa Maria de
Besteiros, provavelmente tomadas aos mou*
ros das duas villas então conquistadas.
A ^eja matriz do Guardão ó vasta e
aeeiada. Antigamente, no dia da Ascenção
do Senhor, vinham a esta egreja ires procis-
aões, das freguezias de S. Thiago, Santa
Eulália e Ga^Uoes. Todas se hiam juntar
a um sitio, distante da egreja 3 kilometros,
onde está uma ermida de S. Bartholomeu,
c d^ahi, cada uma de per si, postas em or-
dem, em um levantado outeiro, que fica a
E. da mesma ermida; d'onde se descobre a
egreja de Castellões, que fica no valle, e co-
mo esta é dedicada ao Salvador, diziam
três vezes: — Salvator mundiy miserere no-
bis; e d'aqai marchavam, segundo a sua
antiguidade, em direcção â egreja de Guar-
dão.
N*este dia toda a gente d'aquellas quatro
Dregnerias fazia uma grande festa a Nossa
Senhora.
É tradição antiga e' constante que em um
dia da Ascensão do Senhor, tomaram os
moradores d*aqaella8 cpiatro fk^guezias ama
fortaleza que os mouros tinham noi sitio on-
de está a dita ermida de S. Bartholomeu; e
que foi em anção de graças por este feila
qua tiveram origem aquellas procissões.
É certo que junto á capella se vêem ain-
da alicerces de cantaria que denotam ser
de uma antiga fortificação, e que servem de
fechar o adro da ermida que está no centro
do recinto que occupava o vetusto edificio.
N'esta serra ha grande abnndaocia de
caça e gados, que se apascentam em seus
frescos valies, regados por multas fontes e
ribeiras de óptimas aguas, entre as quaea
ha uma notável, denominada das Laceiriu,
por ficar junto da aldeia do mesmo nome.
Bstá estn fonte em uma gruta natural, eom
capacidade para mais de 20 pessoas.
Dlz-se qne n*esta grala esteve alguns dias
escondido D. António, prior do Crato, fti*-
gindo á crueldade do usurpador Philippe II
de Gastella.
No interior doesta gruta ha uma lagem
de mármore, onde se vêem dois buracos de
0»,30 de diâmetro, tão perfeitamente redon*
dos, como se fossem feitos a compasso. São
abertos em espiral, á maneira de parafuse,
sendo ambos do mesmo tamanho e feitio, e
distando um do outro 0",33.
Deitam constantemente agua em aban«
dancia, sendo a de um buraco fria e limpi*
da, e a do outro tépida e espessa.
Ê certo qne esta ultima é mineral, mas
não me oonsta que tenha sido competente*
mente analysada.
MONTE LAVAR-^^eguezia, Extremadu-
ra, comarca e concelho de Cintra, 24 kilo-
metros ao NO. deliispoa, 560 fogos.
Em 1757 tioha 315 fogos.
Orago Nossa Senhora da Purificação.
Palriarchado e distrícto administrativo de
Lisboa.
O prior de S. Miguel, de Cintra apresen-
tava o cura, que tinha só o pó de altar. Ha
aqui uma albergaria para viajantes pobres.
Tem duas feiras annuaes, uma na primei-
ra oitava da Paschoa, 4>utra a 2i de setem-
bro.
É terra muito fértil. Cria muito gado, e
íabrica-se aqui boa manteiga de vacca.
MONTÊLIOS — monte, Minho. — EsUva
aqui a antiga egreja de S, Salvador do Da-
484
MON
me, oa S. Fractnoso. Dà-se-lhe hoje o nome i
de MorUe-PequenOy qpe é a tradacçao de Mon-
télios.
Nas Inquirições do rei D. Diniz, se lhe cha-
ma Mcntêlhos.
Faliam n'este monte^ diversas doações do
secalo IX e X, as qnaes existem no Livro
Fidei,
M0NTE-L0N60— antigo concelho, Minho,
que hoje se denomina Fafe. (Vide S."" vol.
pag. 132, col. i>)
MONTE-MAIOR— Minho, próximo e ao
JNE. de Braga. Denomina-se hoje serra da
Falpêrra. (Vide esta palavra— a 2.»— pag.
135, do 3.» vol)
Dizem alguns» que Monte-Maior era o a
qae hoje se chama de Santa Martha; o que
não é provável, porque, na descripçâo que
a rainha D. Thereza, mãe de D. Affonso Hen-
riques, faz do termo de Braga, em uma doa-
ção, feita na era de 1148 (1110 de Jesus
Christo), principiando por Monte-Maior, ter-
mina no monte de Santa Martha, o que pro-
va que eram dois montes differentes, posto
que contíguos.
Diversas doações, do tempo da anarchia,
que existem no Livro Fidei^ mencionam
este Monte-Maior.
H0NTEMAR6ARIDA— freguesia. Beira
Baixa, concelho, comarca, bispado, districto
administrativo e 18 kilometros da Guarda,
330 ao E. de Lisboa, 50 fogos.
Em 1757 tinha 36 fogos.
Orago o Espirito Santo.
O prior de Faia apresentava o cura, que
tinha 20M00 reis.
MONTB-MmHOTO— Beira Baixa— Está
este monte, junto ao rio Zêzere, entre outros
serros, ou cabeços^ e nos limites do logar de
Cemache do Bom-Jardim, concelho da Ger-
tan, comarca e districto administrativo de
Castello Branco, no grão-príorado do Grato,
annexo ao patriarchado, 65 kilometros ao N.
do Grato e 190 ao SB. de Lisboa.
É este monte muito alto, e coberto de
grandes penhascos, sendo a parte que olha
. ]para o Zêzere, um despenhadeiro quasi inac*
eessivel.
SolNre um doe roehedoi 4'e8te DMMite^est&
uma grande ermida, 'dedicada a Nossa Ss^
nkora da Estrella.
É muito antiga, e consu que a imagem
apparecêra n*este mesmo sitio, dentro d»
uma gruta, ou lapa.
Junto á ermida, está um poço, que nunca
sêcca, por maior que seja a estiagem, ape^
zar de estar em um píncaro alcantilado.
Ha também aqui, uma fonte perenne, de
agua límpida, fresca e saudável.
Ao pê daegreja ha dois sobreiros secula»
res gigantescos.
Ha também uma casa arruinada e uma
pequena cerca, onde residiam os ermitãíes,.
quando aqui os havia.
Parece que também aqui houve um pe-^
queno hospício, pois se vêem uns alicerces,
contíguos á capelia, com a qual communica-
vam por uma porta, que está tapada de pe*
dra e cal.
Segundo a tradição, foi este edificío con-
struido e habitado pelos cavalleiros do Tem-
plo, que, ou n*este sitio, ou em outro próxi-
mo, tinham um castello.
Os provisores do grão-priorado do Grato^
ê que apresentavam os eremitães de Nossa
Senhora da Estrella. Não tinham côngrua,
ou outra alguma renda, snstentavam-se das
esmolas que pediam pelos arredores, com
auctorisação dos grão- priores.
Havia n^esta egreja uma confraria de San»
to André, que tinha um capellão para vir
aqui dizer missa aos domingos e dias san-
ctificados; porque a egreja parochial fica a
9 kilometros de distancia, por caminhos de
difficil transito.
Não tinha dia próprio para a sua festa, e,
como os povos das immediações são muito
pobres, só havia festividade quando algum
individuo de longe a fazia, ou por devoção,
ou em cumprimento de algum voto.
MONTE-MÓR— aldeia, Extremadura, fre*
guezia de Loures, concelho dos Olivaes» co-
marca, districto administrativo, patriarcha-
do e 14 kilometros ao N.O. de Lisboa.
Está esta povoação situada em um alto
moBte» d*onde Vuà provêm o nome.
No seapinearo está a ermida de Nossa Se-
nhora da Saúde.
MON
MON
485
Segando â tridlçio, a origem doesta ca-
pella é a seguinte:
No di} 15 de outubro de i898, principiou
em Lisboa, e se propagou pela maior parte
do reino, uma terrivel peste, que durou cin-
co annos, matando muitas mil pessoas. (Vide
4.* yel., pag. il2, col 2.*)
Muita gente de Lisboa fugiu da cidade^
procurando as aldeias e particularmente as
que — como esta — ^pela sua elevada situação,
offereciam um clima mais saudável.
Para aqui pois vieram algumas famílias
de Lisboa, 'trazendo uma d'ellas, uma ima-
gem da Santíssima Virgem (que é a mesma
que ainda se venera n*esta ermida), á qual
logo construiram uma edicula (ermidinba,
nicho), promettendo-lhe augmental-a se a
peste terminasse.
Em 1609 acabou o contagio, e nSo se es-
queceram do seu voto : mandaram edificar
logo uma bonita capella, que a devoçlo dos
fieis ainda ampliou depois; fazendo^se-Ihe,
pelos annòs de 1700, uma boa tribuna de ta-
lha dourada.
As paredes da capella-mór foram desde ò
seu principio revestidas de bonitos asul^os,
« em 1616, os irmãos da confiraria da Senho-
ra mandaram forrar de asulejos o corpo da
capelia, o que consta de uma inscripçio dos
mesmos asulejos.
Em frente da capella ha um bonito alpen-
dre com seu átrio, d'onde se goza um dila-
tado e formoso panorama. O tecto d'e0te al-
pendre ou galilé, descança sobre quatro eo-
lumnas, quadradas, de mármore, tendo na
architrave do centro esta inscripçio:
BSTB ALPENDRB MANDOU FAZtR
IflGDBL TOSTADO DA MAIA,
Á SUA CUSTA, KM O AMNO DK 1621.
Tem coro, púlpito e sacristia, tudo com
muita deieencia.
A capella-mór é fechada por grades de
pau santo.
Os povos d'estas terras teem muita devo-
ção com esta imagem de Nossa Senhora da
Saúde, à qual atribuem muitos milagres.
K'esta mesma freguezia, e na aldeia de
Calvos, ha a capella de Nossa Senhota da
VOLWB V
Rotunda, na quinta que foi de D. Higaát
Luiz de 11 enezes, conde de VaHadares. Vide
Rotunda.
KDNTE MÚR-NOVO— villa, Alemtejo, ca-
beça do concelho e da comarca do seu no-
me, districto administrativo, arcebispado e
30 kilometros ao N.O. d'Evora, 65 ao E. de
Setúbal, 36 ao N. E. d'Alcacer do Sal, e 90
ao S.E. de Lisboa. (Foi da comarca d' Arraio-
los.)
930 fogos em duas freguezias (Nossa Se-
nhora do Bispo — e Nossa Senhora da Vil-
la.)
Tem estação telegraphica.
Feira no 1.* de maio e no 1.* domingo de
setembro.
A sua divisão ecclesiastica no fim do sé-
culo passado* era a seguinte:
TiiAa quatro fregueaias.
1.* Nossa Senhora da Expectação^ vulgar-
mente chamada Santa Maria do Bispo. A mi-
tra apresentava o reitor, que não tinha ou-
tra obrigação mais, do que cantar as missas
nas principaes festividades da egreja, fazer
as estações aos freguezes, e presidir aos actos
públicos.
Tinha 60 alqueires de trigo de r^ida.
Era esta freguezia curada por oito bene-
ficiados, da apiresentação alternativa do pa-
pa e da mitra, tendo cada um de renda, 180
alqueires de tiigo.
Tinha em 1757, 933 fogos.
2.* S.João Bapíiito. 1- O real padroado
apresentava o parocho (beneficiado) e tinha
9 alqueires de trigo, 40 almudes de vinho e
cântaro e meio d*azeite.
Tinha em 1757, um fogo t
3.* Nossa Senhora da YUla.^k mitra apre-
sentava o reitor, collado^ e tinha 40#000 réis
de renda.
Tinha em 1757, 68 fogos.
4.* S. Thiago.—^A mitra apresentava o
prior, coUado, e tinha SO^OOO réis de renda.
Tinha em 1757, 63 fogos.
Vé-se pois que estas quatro freguezias ti-
nham em 1757—1065 fogos.
O conéelho de Monte-Mór-Novo, é com-
por de 17 freguezias, todas no arcebispa-
do d*Evora, e são as seguintes — CabreUa»
31
486
um
HUN
Ssooural» Landeira, Lavre, Repréza, Saphi-
TH, Santa Sophía, Santo Aleixo, S. Ghriato*
Tão, S. Gens, S. Geraldo, S. Matheus, S. Ro-
mio, Yendas-Novas, S. BrísBoa, MònteHór-
NoYO (Nossa Senhora do Bispo), Honte-M^-
Novo (Nossa Senbora da Yilla).
Todas com 2:800 fogos.
Até 1855 tinha mais quatro fregitoias
(tamhem do mesmo arcebispado), qa6'eram
Brotas (ou Águias), com 260 fogos — Gabe-
^, com 230— Mora, com 300, e Pavia, eom
970— total, 1:060— que foram então formar
o concelho de Mora. '
É esta villa mna povoação antiquíssima,
6 muitos escriptores t pretendem que
ella seja a Castrum IlaHanum (castello de
Manlío) dos romanos. As primeiras noticias
que temos a seu respeito, datam do anno 93
úe J.'G., sendo imperador o feroz Domitía-
no, pois ii'esse anno foi aqui martyrisado S.
Maneio, vulgarmente, S. Mancos.
É certo que nas immediações d'e8ta villa
86 teem achado moedas romanas, em difie-
rentes épocas. Na fregoezià de S. Geraldo
se encontrou uma de prata, do imperaior
Adriano (i20 de J.-C.) mnito bem conser-
vada. Na villa 88 achou una de Yaleríano,
lambem de prata (260 de J.-€.), outra de
Maximiano. (300 de J.-G.) Era de cobre.
Perto da egreja de Nossa Senhora da Gon-
eeição, ao N.O. da villa, se acharam também
algumas, porém a inaior parte estavam /ru<-
toê (inúteis, por estarem oxidadas). Em uma
vla*se o nome do imperador Gordiano; mas
não se sabe de qual dos três que houve d'e8-
te nome. (237 a 244 de J. G.)
Teem'tambem apparecido amphoras eou-
iros objectos de barro, julgandro-ae aquellas,
vasos lacrimatorios dos romanos; porém ou-
tros julgam estes objectos menos antigos, e
do tempo dos árabes africanos.
Em Í8i4, foi para o museu Genaeilo» om
dppo, achado proxuno da villa, eom esta in-
acrip^:
t Frei B. de Brito {Mon, Lus., p. 2.*, liv.
\ cap. 6, fl. 38 V.)— D. Thomaz da Encarna-
ção (Hist EccUsiae LusUan., tom. 1.*, sec.
i.% cap. 4.*, pag. iii.) Casado Geraldes a
LUBIAE T. F. BdVTIAl <
G. t IVUVS L. F. GiX.
SBVERVS VXORE SIBI
SUIS QVB. F. G.
Na parede exterior do adro da antiga egre-
]a de Nossa Senhora do Bispo, estava uma la-
pide de jaspe, que dizia:
D. M. s.
IIBMORIAB G. F. GALCHISI-
AB. FLAIL PROV. LVSfT. II
FIL. PIISSDL BT. MAR
L. F. SmONIAB NEPT. •
DVLG. ET APON. LVPIANO.
MAR. MERBNT. FABRIG.
QVA MISBR. MATER IVN.
UiONIGA. KARIS SVIS BT SIBL
Destruída a egreja matri^ foi esta lapide
removida para a casa da camará», a está
actualmente embebida na parede de uma
casa fronteira.
Outros monumentos de classe differente
nos provam que este lerritorío já era habi-
tado muitos séculos antes da invasão roma-
na na Península Ibérica, pelos povos pre-
celtas— são os vários dolmens que havia por
estes sitios^ a maior parte dos quaes teem
sido destruídos pelo povo ignorante, para
lhes aproveitarem a pedra para construc-
ções.
No tempo dos árabes tinha esta villa um
castello antigo (provavelmente de origem ro-
mana) que ainda existia no tempo do nosso
primeiro reL
Suppõe-^se que este castello e a villa fo-
ram tomados aos mouros, por D. Affonso
Henriques, pouco depois da gloriosa bata-
lha d*Ouríque (20 de julho de ii39); porém
se assim foi, é provável que fosse pouco de-
pois abandonado pelos portuguezes, que só
se apossaram para sempre d'esta praça, pe-
los annos de iiOO; mas ainda em il91, 10-
ramolim, rei de Maorrocos, a entrou, saqueou
e destruiu, abandonando-a depois. (Vide 41*
maiçí e o fim d*este artigo.)
) Estando estas terras scyeitas ás frequen-
tes correrias dos serracenos, ó provável que
ifieiiaserC»-(€ati«i).
MON
MON
487
e8ti?086e abandonada pelos ehristaos, ou,
pelo menos muito pouco povoada no prin-
cipio do reinado de D. Sancho I •— o qual
vendo aqoi ama posição asada para a defe-
za, por estar a vilia edificada em um alto»
sobre três outeiros, em sitio firesco e sádio«
e ser quasi nos confins meridionaes do rei-
no^ determinou povoar esta villa, o que fez
em 1201, dando-lhe foral, em março de 1203^
o qual foi confirmado em Santarém, por seu
filbo, D. Affonso O, em Janeiro de 1218. (Ma-
ço il dos foraes velhos» n.<> 16, e maço 12,
n.« 3, fl. 29 e fL 29 V. >- e Livro dos foraes
akitigos de leitura nova, fl. 78, col. 2.* — e
Historia e Uenu^ca da Academia Real das
ScienciaSy tomo V, parte 1.*
D. Manuel lhe deu foral novo, em Lisboa,
a 15 d'agosto de 1903. (Livro de foraes no-
vos do Alemtejo, fl 74 v., coL 1.* — Historia
€ Memorias da Academia Real das Sciencias,
no logar citado.)
N*e8te foral lhe deu a cathegoria de viila,
com o titulo de notável, e a honra de ter as-
sento em cortes, no banco 4.«— (Alguns di-
zem que foi o rei D. Sebastião, em 1576, mas
Julgo que é erro.)
Serve este foral também para Azinhal e
Gastello.
Com o fim de attrahir para aqui povoa-
dores, tinham estes foraes qauitos e grandes
pDvilegios, pois eram os meamos que se ha-
viam concedido a Évora.
Na escriptara de composição que D. San-
cho U celebrou com suas irmans, em 1223,
di oofflo segurança ou penhor do contracto,
varias terras importantes, sendo uma d'ellas
Mons-ílaior-Novus. i
Já nos fins do século XIII, era Monte-Mór-
Novo uma povoação importante, pois que
nos idos de novembro, da era de 1323 (1285
de Jesus Ghristo), foi escolhida pelo rei D.
Bini;^, para sede de uma assemblóâ, que aqui
fez eonvoear, pasa impetrar do papa Honó-
rio lY, o competente benepiaeito, para a fon-
dação de uma universidade n'este reino.
Ãresldiu o miMmo aobi^ranp^ e Assistiram
i Dava tanbem este monarelML. como pe-
nhor, EvorsL Santarém, Torres-Novas, Tor-
res Vedras, Cezimbra, Lisboa,'Gintra, Abran-
tes^ e outras povoações menos Importanles.
abbade d'Âlcobaça; o D. prior de Santa
Cruz, de Coimbra; o D. prior de S.Yicente
de Fora, de Lisboa; o D. prior, secular, de
Santa Maria da Oliveira, de Guimarães; o
prior de Santa Maria d Alcáçova, d^ Santa-
rém; e grande numero de parochos.
Já se vé que, para dar quartel a tão lusi-
da reunião, era preciso uma grande povoa*
ção; e a prova que esta já então o era, é a
escolha que d*ella fez D. Diniz.
FaUecendo o rei D. Fernando (22 de ou-
tubro de 1383), umas terras de Portugal to-
maram o partido de sua filha, a rainha D.
Beatriz, mulher de D. João I, de Gastella, e
outras o do mestre de Aviz, depois D. João I.
Estava a praça de Monte*H6r-Novo hide-
cisa, mas chegando aqui inopinadamente o
grande D. Nuno Alvares Pereira (o condes-
tavel) a fez seguir o partido do Mestre.
Os piratas africanos» não se contentando
em nos tomar os navios no aito«mar, desem-
barcavam com frequência nas costas de Por-
ti^al, saqueando as povoações do litoral, e
fazendo captivos os seus habitantes.
Quiz D. João 1 infligir-lhes uma severa li-
ção, e, em 1415, sae de Lisboa, como para
uma caçada, e vem ter a esta viila, para
onde mandou chamar o grande condestavel,
que então residia na viila d' Arraiolos, de
que era conde 1.
Aqui combinaram um assalto á praça afri-
cana de Ceuta, covil favorito dos piratas;
isto com o maior segredo.
D. Nuno, não só offereceu ao rei a sua
pessoa, bens e vassallos, como pediu para
ser o primeiro a fáilar no conselhd, • o pri-
meiro a desembarcar na costa africana.
*
1 Apesar do foral de Blonie-Mór-Novo di-
zer, que esta viUa nunca sairia da coroa—
Barones de Montemor wm seam em presta^
mo dados^D. João I, a deu ao oondestavel,
d^KSis da batalha d*AUjabarrota, assim como
o condado d*Oni»m, Extreo^z e jootras vil-
las .; mas pouco depois (6 de dezembro de
idUy Vm tofaou:a.tirar, dandolhe em tro*
ca, o condado d*Arraiolos» a. viila e castello
de M(Asara^ Vidigueira, VUla de Fra4e^
Yilla-Rpiva, Villa-Alva, è viila e oastello de
Chaves.
488
MON
MON
0 conselho se reunia em Torres Vedras,
onde foi decidido, que se levasse a empreza
por diante.
Todos sabem que D. João I, com sens dois
filhos mais velhos, o condestavel e ontros
muitos fidaigos portuguezes» com um flori-
do mas pequeno exercito, passaram á Afri-
ca, e, a 14 de agosto do mesmo anno, toma-
ram de assalto a importante praça e cidade
de Ceuta.
N'esta villa, convocou o príncipe regente,
depois D. João II, as cortes da nação portu-
gueza, a que presidiu, em i477. Legislou-se
sobre 59 capitules géraes e especiaes.
Foi a 7i/ vez que houve n^este reino con-
vocação das cortes dos três estados K
Em i495, havendo peste em Lisboa, o rei
D. Manuel para aqui convocou cortes (as
76.**), a que presidiu.
N'ellas tomou o rei as devidas homena-
g^s, pela sua subida ao throno.
Legislou-se sobre as taxas dos géneros
que se vendiam no reino e decidiu-se a con-
tinuação das conquistas no Ultramar.
1 Durante a estada do rei n'esta villa. em
quanto duravam as cortes, esteve hospedado
no paço de D. Fernão Martins Mascarenhas,
alcaide-mór, do castello.
O arcebispo de Braga, foi residir em casa
de um familiar de D. João de Bragança, mar-
ãuez de Monte-Mór-Novo. (irmão de duque
e Bragança, D. Fernando II.)
O marquez, irritado, tratou mal o arce-
bispo, que se queixou ao rei Este mandou
que o marquez se considerasse preso no cas-
tello, em que habitava, e que dentro em cin-
co dias passasse para o outro lado do Tejo,
até segunda ordem.
O marquez vae para Castello Branco, e
disdli se poe em combinam com os reis de
Castella (Fernando e ísabel), contra o de Por-
tugal. Escolhera para emissarío, Pêro Juzar-
te, que o atraiçoou, delatando tudo a D. João.
Também andavam mettidos n'estas intri-
gas, por ordem do marquez, Aflònso Vaz, e
o castelhano Tristão Villa-Ruel.
O pretexto procurado entre os dois Bra-
ganças e o rei de Castella. era o seguinte :
O rei de Castella, pediria ao de Portugal
que D. Joanna fosse entregue aos Bragan-
ças, e que os castelhanos podessem livre-
mente negociar em Guiné.
Os reis D. Affonso V, D. João II e D. Ma-
nuel, gostavam muito d'esta villa, e por vi-
rias vezes a visitaram, residindo sempre no
paço dos alcaides-móres, no castello.
O rei D. Manuel, deu -lhe por ármas-^nma
torre edificada sobre rochedos, no centro do
escudo, e por detraz, em toda a largura d'el-
le, uma ponte, tudo da sua côr. Por baixo
da ponte se vé um rio, de ondas azues.
Significa o castello, o río Canha, que passa
junto á villa, e a ponte (chamada do Alcá'
çar), que atravessa aqui o río.
O pusilânime D. Henrique (cardeal-rei),
morrera em Almeirím, a 3i de janeiro de
i580. (Vide Almeirim, para não repetir aqui
o que disse no i.*" vol.)
Todos sabem que n'esta desgraçada con-
junctura, grande parte da nobreza de Por-
tugal, de quem era chefe, corruptor e con-
selheiro Chrístovão de Moura, eram por Phi-
lippe II, de Castella; alguns fidalgos e o po-
vo, por D. António, prior do Crato; e os vas-
sallos e familiares da duqueza de Bragança,
por esta senhora.
Esperavase pela decisão dos cinco gover-
Previam que o rei de Portugal se recusa-
ría obstinadamente a qualquer das duas pro-
postas, e os reis de Castella, lhe declararí^m
guerra, recusando os Braganças tomar ar-
mas contra os castelhanos.
Tudo isto soube D. João II, pelos emissá-
rios dos Braganças, que os atraiçoaram. O
duque de Bragança, foi degolado na pra^ça
d'Evora, em 20 de junho de 1483, e seu ir-
mão poude escapar á vingança do rei de Por-
tugal; mas, sabendo alli que tinha sido exe»
ctUado em efígie, na praça d'Abrantes, mor-
reu de desgosto.
Assim acabou o único marquez de Monte-
Mór*Novo.
Conta-se que quando D. João II esteve
n'esta villa, por occasião da convocação das
cortes, mandara metter os cavallos na estrí-
baria de D. João de Sousa, nobre, brioso e
valente cavalleiro d'esta villa, que então an-
dava à caça, o qual. saúbendo isto, se foi á es-
tribaria, e, soltando os cavallos do rei, os
pôs na rua. D. João n o mandou chamar e
lhe perguntou muito agastado, a rasão por-
que praticara tal' facto— ao gue o fidalgo
respondeu-— «Parque não queira Deus, qne
faça V. A. da casa ^e D. João, estribaria, e
da eaa de D. Fernando, paço.i— D. João n
MON
luidores, nomeados por D. Henrique; porém
o usurpador castelliano, cego pelo desejo de
empolgar a sua eubíçada preza, reúne em
Badajoz um poderoso exercito, ao qdal deu
por chefe, o duque d'Alba. Este invade Por-
tugal pelo Alemtejo, entrando em Villa Vi-
çosa, Extremoz, Evora-Monte e Arraiollos.
No dia 8 de julho d'es8e mesmo anno de
i580, chegam os castelhanos a Monte-Mór-
NoTO, onde estavam D. Díego de Menezes e
o conde de Vimioso, que com o povo da villa
ainda quizeram defender a praça; mas lem-
brando-se da falta de petrechos de guerra
que n'ella havia, e que, com a resistência,
que não podia ser de longa duração, somen-
te acarretariam muitas desgraças contra a
villa, a abandonaram, fdgindo para Lisboa,
com 200 carros de viveres e munições.
A praça ficou pois sob o dominio caste-
lhano; porém o povo odiava-o cordialmente.
Christovao de Moura, tinha fugido em Se-
túbal à sanha do povo, e resolvera transfe-
risse com os governadores, para Monte-Mór-
Novo ao que estes se recusaram. Então el-
le, com os seus creados e satélites, veiu ca-
minho d*esta villa. Chegou â capella de S.
Thiago, e d'alli mandou alguns dos seus
troados arranjarem aqui alojamento; mas o
achou esta resposta tão digna, que perdeu
instantaneamente a cólera, e d'alli em diante
sempre estimou e respeitou este fidalgo, fa-
zendo-o depois seu embaixador a Gastella.
(Foi depois, guarda-mór do rei D. Manuel,
seu primo e successor.)
Conta-se que, durante a estada de D. João
de Sousa, como embaixador, em Gastella,
em uma corrida de touros, estando Fernan-
do e Isabel, no seu palanque, mandou esta
vir D. João á sua presença, tendo ordenado
que, quando o portuguez atravessasse a pra-
ça, soltassem um touro; o que se cumpriu.
Veiu o touro, que, não vendo mais pessoa
al(;uma na praça, investiu com D. João, que,
atirando-lhe com o capuz, desembainhou a
espada e com uma só cutilada lhe separou a
cabeça do corpo. (!!!) — Tomou o capuz, lim-
pou a espada na pelle do touro, e foi direito
ao palanque real, tão indiíferente como se
nada tivesse acontecido.
A rainha disselhe~«Buena suerte hesi-
este, embalador !»— Ao que D. João respon-
deu immeoiatamente, com ar de maior sin-
eerídade e simplicidade— «Qualquer portu-
guez faz outro tanto.»
MON
489
povo os correu. Moura não teve remédio
senão, ficar uma noite n*esta capella iso-
lada, e no dia seguinte se foi reunir ao du-
que d*Alba.
Na milagrosa revolução do !.<" de dezem-
bro de 1640, foi esta uma das primeiras víl-
las do Alemtejo, que tomaram armas contra
a usurpação.
O duque de Bragança (depois D. João IV)
sahira dos seus paços de ViUa Viçoça, para
Lisboa, com o marquez de Ferreira, o conde
do Vimioso, alguns outros cavalleiros, e par-
te dos seus vassalios e creados.
Passando por esta villa, foi enthusiastica-
mente acclamado pelo povo.
Finalmente, em todos os tempos, os habi-
tantes de Monte-Mór-Novo deram exemplos
de amor da pátria e fidelidade ao seu rei.
*
Já disse que esta povoação está fundada
sobre três montes, e diz-se que o seu nome
provem do facto seguhite :
Quando D. Sancho I, mandou aqui edifi*
car um castello, lhe perguntaram, em qual
dos montes se havia de construir, ao que
o rei respondeu-— no monte -mórf e este no-
me lhe ficou. Como na Beira (hoje Douro)
já havia a villa de Monte-Mór, para se dis-
tinguirem, se ficou chamando esta Monte'
Mór-VeíhOy e aquella Monte-Mór-Novo.
Ao S. está^ o castello, que foi tòrtissimo, e
um dos melhores do reino.
Em volta do castello, se foram construin-
do novas habitações, e reconstruindo as an-
tigas (se as havia) e com o tempo, se foi es-
tendendo a povoação, vmdo a occupar os três
montes.
O alto da villa foi cercado de uma mura-
lha, de forma triangular; de 3<",30 de espes-
sura e i617 metros de circumferencia. Ti-
nha quatro torres, a eguae^ distancias, um
torreão, i9 cubéllos, e 4 portas {da Villa, de
S. Thiago, S Évora e do Anjo,) Tudo isto,
está reduzido a ruinas; apenas a torre do E.,
chamada da má hora, se levanta ainda, car-
comida pelo tempo, e do mesmo modo a do
N., chamada do relógio, e a do O., que é a
do Anjo.
Ainda no centro da cerco, em um alto, se
490
MON
UON
veem as minas dos paços dos alcaides-mó-
res, junto e ao S. da muralba.
Do maro que ligava os paços com a tor-
re do Anjo, e do que o prendia com a torre
da má hora, poucos vestigios restam.
Alguns dos cubéllos cahiram; mas era tão
tenaz o cimento que ligava as suas pedras»
que estão quasi inteiros, como se fossem
monolyticos.
Dentro da cerca ainda existem em bom
estado qnatro cisternas, estando uma den*
tro das minas dos paços dos alcaides; ou-
tra a pouca distancia d'esta, e próxima à
egreja de S. João: as outras duas estão
entupidas.
Os antigos ediflcios da villa que ainda
existem; são:— o mosteiro de Nossa Senho-
ra da Saudação, ainda habitado» a as egre-
jas de S. Thiago e S. João. Todas as mais
obras antigas, ou estão reduzidas a montões
de minas, ou não existem.
O primittivo castello ou é fundação ou
reediflcação de D. Sancho í; mas D. Diniz,
pelos annos de 1300 a Í3i0, o reedificou e
constmiu a cerca de muralhan.
O que antigamente era arrabalde da vil-
la, é boje a parte principal d^ella, conser-
vando ainda o tiome de Arrabalde, Fica na
encosta merídional.
Á esquina da ma de D. Vasco está uma
porta e janella, que teem mais de 400 annos
de existência—^ no largo da Porta do Sol
havia arcos de abobada, de egual antigui-
dade. Pela architectura da porta da egreja
da KDseríoorbia se vé que foi uma das prí-
mdras que mstituiu a virtuosa rainha D.
Leonor, prima e mulher de D. João II (filha
do infante D. Fernando, duque de Viseu,
filho do rei D. Duarte—e irmã do rei D.
Manuel).
Foi em umas casas que existiram por de-
traz â'esta egreja que nasceu S. João de
Deus.
Junto à ermida de S. Lazaro ^ consta ter
existido uma gafaria, (i) Parece que foi de-
(i) As innumeras gafarias (hospitaes de
lázaros) que havia antigamente em Portu-
gal, provam-nos què as moléstias de pelle
pois mudada para Santo André do Outeiro.
Deixou de existir a gafaria, e os seus roí-
dimentos foram applicados para as despezas
do culto divino, na egreja da Misericórdia;
mas, em 1837, foram esses rendimentos jul-
gados bens mwnicipaes, e são rdcebidos peU
camará.
O hospital do Espírito SatUo foi fundado
em 1316 (segundo outros^ em 13St4) como
consta de uma certidão que existe no ar*
chivo da Misericórdia. Parece que se anne^
xou depois ao de Santo André do Outeiro.
A alagaria de Santo André do Outeiro,
foi fundada em um cabeço que fica a pou-
ca distancia da villa, e ao NO. d'ella. Hoje
é uma bonita capella, cercada de arvores, e
fazendo parte das propriedades particulares
do sr. António Justino da Costa. É o monte
mais elevado dos que cercam a villa, e do
seu cume se gosa uáia formosa e dilatada
vista.
A capella, porém, está interiormente des-
ornada, e ao monte que se denominava de
Santo André, se chama hoje Courella de
Santo André.
Ainda depois* da capella estur abandona-
da (no melado d*este século) e antes de per-
tencer ao seu actualpossuidor, era objecto
de grande veneração e devoção dos fieis
d'esta villa.
A imagem do padroeiro foi por esse tem*
po removida para a egreja do hospital. É
advogada das creanças quebradas; e as fa-
milias das que se curavam, deixavam em
testemunho de agradecimento ao santo, ti-
jolos, cal e outras ofi^artas junto á sua ca-
pella.
Nas escavações a que o actual proprietá-
rio aqui mandou proceder, se encontrou o
cemitério do antigo hospital e varias moe-
das também antigas.
O actual hospital real de Santo Andri,
d*esta villa, foi fundado em 1354, pela june-
ção de duas antigas albergarias (a do Espi-
rito Santo e a d^ Santo André),
estavam então muito propagadas por toda
a parte. Hoje, felizmente, esta ascorosã mo-
léstia é muito mais rara.
mm
Em i531, D. João III manâou fazer a egre-
ja, enfermarias e todo o mais edifício que
ainda boje existe.
Sm i786v foi ampliado o edifieio, mias ain*
da assim, é acanhado e não preenehe os fins
9^ qne é destinado.
Os seus rendimentos não ebegam para as
despezas ordinárias, apesar dos gr^^ndes cor-
tes qne lhe fizeram nos legados pios, redn-
'zindo-os todos (que eram muitos) despótica
« illicitamente, a dnas missas e xjm offlcio
4e defanctos, pelas almas de todos os bem-
feitores d'este estabeleeimenlo.
A Misericórdia tem de snpprlr as faltas
para a ensieamento das despezax
Desde a sua instituição, foi este bospital
Administrado pelos cónegos de S. João Evan-
Helista (ioyos), ató iK67, em que a Misericór-
dia tomou, conta* dd administração,: até qfoe
•ella, a requerimento dos procuradores do
po^vo, passou, em 1677, para os frades de S.
João de Deus, até 1834. Um decreto de 21
de agosto de 1835, removeu para a mesa da
Misericórdia a sua administração.
A Santa Casa da Uúericordia de Monte-
Mór-Nov<h— Foi fundada pela viriuosa rai-
Bba D. Leonor, viuva de D. João II, em 1499,
um anno depois que tinha fundado a de Lis-
boa^
Consta que o principio doeste estabeled-
mento de caridade, foi da maneira seguinte:
Na rua dó Carvoeiro (hoje rua Direita),
havia uma ermida com a invocação de San-
to António, com a confraria dos fieit de Detis.
Junto d'esta ermida estavam as casas de um
eavalleir», chamafdo Roy Mendes Gago, que
servia de juiz, ou mordomo daconfraria,
com outros mais devotos, todos dos princi-
paes da villa, os quaes mudaram o titulo da
ermida, para a invocação de Nossa Senhora
das Misericórdias.
Em 1^6, o rei D. Manuel, deu a esta casa
13 bálandraus, para os 13 irmãos d^ mesa.
Em 1513; Rny Mendes Gago, que ÍToi o 1.»
irmão d*esta casa, quiz também ser o l.^"
bemfeitor, e, com sua mulher, Bealíriz Fer-
nandes, instituiu uma oapella, «om missa
quotidiana,' por soas almas, com a condição
de quA, por morte de ambos os conjuglies, Ée
ism
491
applícassem os rendimentos da sua fazenda»
para a fabrica de uma egreja da Misericór-
dia, que mandaram se fizesse nas suas ca*
sas : e, se à hora da morte dos doadores ain-
da a egreja não estivesse concluída, se de-
positariam seus corpos na egreja matriz, e
seriam removidos para a egreja da Miseri-
córdia, o que se fez.
A estes instituidores se seguiram outros»
até ao n.*" 61.
Parece que as obras tiveram princípio em
1513, e fim em 1532.
Foram-se depois comprando algumas ca-
sas próximas à egreja, até que, em 1604»
sendo provedor D. Fernão Martins Mascare-
nhas, se fundou a magestosa casa do despa-
cho, escada e pateo, cuja obra teve principio
em 23 de maio d*aquelle anno, e fim,' em
16 de junho de 1606. Custou 850j$^i05 réis.
Em 1700, sendo provedor, D. Martinho
Mascarenhas, então conde de Santa Cruz e
depois marquez de Gouveia, e mordomo mór
de D. Pedro n, se deu princípio à obra da
renovação da egreja, accrescentando-se com
luxo, assim como o coro, sachristia e mais
officinas.
Em 1712, se obteve provisão de D. Simão
da Gama, arcebispo d*Evora, para a egreja
ter Santíssimo Sacramento, e ter um coro
de 7, ou 9 capeliães, para rezarem em com-
munidade.
As obras aqui feitas, desde 1700, até 1713»
importaram em 6:712:0081 réis.
Em 1781, se erigiu a botica da Santa Casa.
Custou 520 J5p0 réis.
As obras e ornamentação da egreja e mais
edificios, se foram fazendo a pouco e pouco»
até que, em 1802, se fez a obra de estuque»
da capella, puxando-se o throno mais à re-
ctaguarda, e ficando o coro em frente. (d*an-
tes era por detraz.) Custou esta obra réia
1:2OO|0OOO.
Em quasi todos os annos seguintes se fo-
ram continuando as obras e melhoramentos»
até 1829.
As quatro antigas freguezias da villa
■
1.* NosferSenhara áo Bispo^Ê nmito an-
tiga, e foi matriz até 1843. Consta cbaanar-
4^2
MON
MON
se âú Bispo^ porqae os arcebispos d^Evora»
sio seus priores natos, desde qae ainda só
tinham o titulo de bispos.
Não se sabe quando principiou a ser egre-,
ja parochial, mas é certo jà o ser em 8 (se-
gundo, outros, em 25) de março de 1&95,
guando nasceu S. João de Deus.
Desde 1843, é egreja paroehial, ado mos-
teiro de S. João de Deus.
A verdadeira invocação do orago .d'esta
flreguezia, é Nossa Senhora das Angustias,
ou do Transfixão, ou de ao pé da Cruz.
2.* Nossa Senhora da VUlor— Foi fundada
por Domingos Pelagio (filho do novo povoa-
dor, Pelagio Peres) em 1234.
É sagrada. Foram seus commendadores
os condes da Ponte.
Ha aqui a irmandade dos derigos, que
teve principio no l.*" de agosto de 1405.
Ghamou-se da villa, por ser a tutelar d*el-
la, e por ser a primeira qde se fundou aqui,
depois da expulsão dos árabes. Também se
denominava Nossa Senhora dos UHagres^ pe-
los muitos que lhe atribulam — e Nossa Se-
nhora dos Âçott{iueSf por estar próxima a el-
les. É sagrada. Era uma commenda, intitu-
lada de Santa Maria dos AçotAgues^ jdo que
foram commendadores osBraamcamps. Esta
parochia estava dentro dos muros da povoa-
ção antiga. No principio, era a única matriz
da villa. Está hoje em minas. Ainda n*elias
se podia ler, em 1830 (com muita dificulda-
de), gravada em uma pedra, a inscripção se-
;guinte:
AO HONOREM SANCTAE HARIAK
PEBPETUAE VIRGINIS GENBTRIC13
DMI. NRI. CHRI.
FUm)AVIT EGGLESIAM ISTAM
DOBUNIGUS PELLAOn EJUS PRAELATUS,
QUI PR0CE8S1T A PROGÉNIE PELAGII. . . .
SUB ERA MGCLXXVII.
3.* S. João Baptista --Mo se sabe quan-
do foi fundada, mas sabe-se que jà existia
em 1380. Tinha dois beneâciados, sendo um
-curado (reitor) a um sacbristão.
Eram todas da apresentação do real pa-
droado, e o cardeal D. Henrique, sendo re-
gente do reino (com sua cunhada, a rainha
D. Gatharina) na menoridade de D. Sebas-
tião, a deu aos jesuítas, por annexação feita
à universidade d'Evora, em 1561. Desde 1759
até 1834, passou o direito de apresentação e
competentes rendas, ao real coUegío dos no-
bres, á Cotovia, em Lisboa. (Hoje eschola po-
lytechnica.)
Supprimida esta freguezia, no principio
d'este século, continuou a ser commenda d»
collegio dos nobres, e para o culto divino, è
para a festa do padroeiro, havia um capel-
íão e um sacbristão, apresentados pelo refe-
rido collegio dos nobres.
É notável esta freguezia pela singularida-
de de ter um só parochiano; circumstancía
que se não dava em outra alguma do reino
(nem talvez de todo o mundo chrístão.) Hea-
mo este único casal, deixou de existir no
fim do século passado, ou por a família fal-
lecer, ou por mudar de residência, ficando
um parocho e uma parochia sem fregueses.
4.* S. Thiago^Tmbem se ignora quando
foi fundada. A noticia mais antiga que ha
d'esta egreja, eomo matriz, é do anno de
1457.
Consta ter sido fundada pelos cavalleiros
de S. Thiago. Tinha quatro beneficiados (oa
um beneficiado e tres ecónomos) e um sa-
ehristão.
Esta parochia com a de Nossa Senhora da
YiUa, estão unidas na egreja do Calvário,
desde janeiro de 1850, tendo antes estado
na egreja de S. Vicente, desde 3 de feverei-
ro de 1845.
£rmidas das parooliias da. vlll&
1.* Santo André do Outeiro — já existia
em 131$, tendo annexa a albergaria de San-
to André. Já tratei d'esta ermida.
2.* Nossa Senhora da VisUaçSo^é a mais
ampla e notável da villa. Corda um outeiro^
ao N. d'ella. Com as moitas esmolaa e of-
lerendAd do povo, que tem grande devoção
MON
41 esu Senhora, se oecorre a todas as des-
pesas do culto divino.
3.* Nossa Senhora ãa Ltt2— D*ella se toà
expressa mensão no recolhimento das bea-
las.
4.* Nossa Senhora da Paz — na praça da
villa. Está em grande decadência e com fal-
ta dos reparos necessários.
Sk« S, P^dro— -próximo da ponte de Alcá-
cer. É ama das mais antigas e espaçosas da
villa. Também está em grande abandono.
6.» S. Sebastião '^E&ik bem conservada,
6 tem orna retiqnia do mesmo santo. É mui-
to antiga e está próxima á egreja do Calvá-
rio.
7.* O Senhor das Necessidades — É tam-
bém muito antiga, e está perto da antece-
dente.
8.* S. Lazaro-^È também antiga, mas foi
reparada ha poucos annos, por causa do lei-
to da nova estrada das Yendas-Novas para
Elvas. Está na rua da Guarda.
9.* S. Simão — Situada no alto do monte,
a £. da de Nossa Senhora da Visitação. Está
emruinas..
iO.« Nossa Senhora da Penha de Françík^
na quinta da Amoreira, propriedade do sr.
Justino Coelho Palhinha. <i
Esta ermida, posto esiar muito bem con-
servada, está profanada, sem paramentos e
mais utencilios para o culto religioso, e sem
ben^ para os officios divinos.
D. Thereza Moscoso Osório Mendonça Es-
pinosa Gusmão Sandovai e Roxas, filha do
marques de Almocan, filho primogénito da
easa > d'AltarMira, condessa de Santa-Cruz,
vindo com seu marido a esta quinta, em
i6S7, mandou entaeireisdificar esta ermida,
' pelos fondamentos.
A festa de Nossa Senhora da Penha, se lii-
MON
493
zia a 15 de agosto. Era anne^ta a Nossa Se-
nhora da YiUa.
Ck>nT6iito8 da villa e seu termo
{•^Frades franciscanos. Foi fundado na
ermida de Nossa Senhora das Graças. Já em
1495 aqui havia religiosos. Está aqui a or-
dem terceira da penitencia, com boas ren-
das. Os condes de Santa Cruz, e depois os
marqueses do Lavradio, foram os seus pa-
droeiros. Estavam aqui as cabeças de S. Phi-
lippe e seu companheiro, martyres. Diz-se
que a feira d'abril procede da concorrência
que então aqui fazia o povo, em romaria a
estas relíquias.
Esta feira gosava o privilegio de ninguém
poder ser preso n'eUa, salvo por crimes com-
mettidos na mesma.
A devoção por estas santas relíquias, foi
esfriando até desapparecer completamente,
pela descrença ou indifferença das gerações
modernas, que aqui tem lavrado infelizmen-
te, do que são um evidente testemunho tan-
tas casas de oração que na villa e subúrbios
se vêem abandonadas.
Chegou a tanto o desprezo pelas crenças
arraigadas nos corações dos antigos, quê
nem mesmo se sabe onde param as relíquias
que aqui estiveram. Consta que estão hoje
na egreja matriz de S. João de Deus; mâs ]á
não os craneos inteiros, e apenas alguns os-
sos. Consta que estas relíquias foram aqui
coUocadas, a 23 d*abril de 1577, por D. Fer-
não Martins Mascarenhas.
A expulsão doestes religiosos não foi só
um sacrilégio (como o foi o de todos os mais)
foi um acto de estúpido vandalismo; porque
os firades ensinavam gratuitamente, latim»
lógica e rhetorica.
Ainda aqui subsiste a ordem terceira da
penitencia, que tem capella própria, desde
.1671, sendo ministro, Henrique de Mello da
Azamb^ja.
Junto á egreja está agora o cemitério. Em
frente da porta principal do cemitério está
a capella do Senhor dos Afflictos, edific"^
em 1748. — O edifido do mosteiro •»*«**
eérca são da camará munícipe- ^^^ ^(^^'
do por um foro annual, Aí ^«W réis, qu^
494
MON
a camará reeebia pelo twreno oeeapado ago-
ra pelo polygono dasYendas-Novas. Foi eata
troca aactorísada, por portaria de iO de Ja-
neiro de i87l. — Esteve ii'este mosteiro a es-
tação telegraphica e servia de quartel de ca-
Tallaria. Hoje está este edifieio em minas.
2.* — Frades dominicos (de Santo António
de Pádua). Foi vendido em basta publica e
é propriedade do sr. António Joaijuim Mar-
ques dos Santos.
Foi fundado por Brites de Negreiros e seu
marido, Manuel Fragoso, em 1559, ^sistín-
do à collocaçâo da primeira pedra, o famoso
D. frei Luiz de Granada. Ficou servindo de
egreja ao mosteiro, uma antiga ermida que
já aqui havia, dedicada a Santo António. Não
se sabe quando esta ermida foi edificada;
mas sabe -se que 85 annos depois do falle-
cimento de Santo António — isto é— no an-
no de Í3i6, já aqui era capellão, mestre Lou-
renço, que o era também de uma confraria
que existia na ermida.
Segundo frei Luiz de Souza, na Chronica
de S. Domingos — os frades franciscanos não
queriam que este convento tivesse a invoca-
ção de Santo António (que fora frade da sua
ordem) e houve pleito, que se decidiu a fa*
vor dos dominicos.
Assim que a capella foi concedida aos re-
ligiosos dominicanos, logo o seu provincial
procedeu a auto de posse da mesma, e n'el-
la disse missa, mandando lançar n*esse mes-
mo dia a pedra fundamental do mosteiro,
sob o titulo de vigariaria.
Em 16i9, sendo provincial o padre mes-
tre, frei Diogo Ferreira, e tendo já ò con-
vento sufficientes rendimentos, e o edifieio
do mosteiro concluído, foi elevado a prio-
rado.
D. Fernão Martins Mascarenhas, capitão
de ginetes do rei D. Sebastião,* e alcaide-
mór d*esta villa, estando poir embaixador
de Portugal no concilio de Trento, impetrou
do papa Pio lY, um breve com muitas gra-
ças, para este convento.
^""-T-Fraães agostinhos descalços (coh-
vento o«.ivos9a Senhora da Conceição) fin-
dado pelo «»n«e de Palma. Está edifl-
eado em uma elevação, nos olivaes proií-
moe á villa, no sttio onde já havia nmsk e»»
pella, dedicada áSantissima Virgem d'aqaQlo
la invocação (e antigamente da Amieira) que
cominnoa a ser a padroeira. Lançon-se-lhe
a pirimeira pedra, a 39 de maio de i688.
Os religiosos tinham residido primeiror
(i67i) dentro da^villa, em um sitio chama-
do Pedras Negras^ em umas pequenas casas.
Mudaram para a rua das Piçarras^ e para a
ermida de S. Lazaro. Eram padroeiros does-
te mosteiro, os condes d*Obidos.
É hoje propriedade particular do sr. Joa-
quim Lopes Tavares, rico proprietário. d*es-
ta villa, que o tem conservado, e está habi-
tado por locatários.
4.*— -Fhuto de S. João de Dew. A egreja
d'este mostdro^ foi fundada na Rua Verd&^
nas propriaa casas em qne nasceu o santo»
por ordem de D. Alexandre, arcebispo d'Evo-
ra, com esmolas do mesmo prelado e do po-
vo. Era a cabeça dos da soa ordem no reino.
Sendo arcebispo, D. José de Mello (46Í7),
vieram fundar este convento, dois religiosos
castelhanos, que chegaram aqui no dia 24
de junho d*esse anno.
Já em 1607 tinha o irmão João Peccador^
e seu companheiro, João Lopes Pinheiro,
fundado aqui um oratório, em que lançou
a primeira pedra o vigário e licenciado,
Luiz Rodrigues Sécco, mas o mosteiro este-
ve deshabitado até 1613. No ultimo domingo
de maio de ld25, veio para a egreja a ima-
gem do seu padroeiro. Tinha até então es-
tado na egreja do convento de S. Domingos.
Em 24 de junho, ocoBego D. Francisco de
Mello (sobrinho do referido arcebispo, D. José
de Mello) lançou a primeira pedra ánova fa-
brica do moiMirO) que foi benriáa pelo bis-
po, D. fhei Diogo^ dê S. Yloentow
Havia n^ssta egr^a, relíquias de S. Joio
de Deus, de Santa Úrsula^ de Santa Vioto •
ria, eontrafll
A egrejado^ convento serve actnalmente
de mcitris. O convénio^ 6Bt& no centro da
vílta. P0i «oneedido ao munfeipio para ahi
se estabelecerem at repartições pubUeas,
por deoreto do 6 d^abríl de 1M3. Está em
reparações (1875) e, já ali ftinectouani as
repartiç9eâ da admtaistniçãõ éo concelho»
MON
MON
495
fneiite e eonsenratoria; e a casa da bomba.
Em breve se poderá aqui estabelecer o Ui«
baoal Jadidal, os cartórios dos escrivães e
o quartel do destacamento militar.
b/^-^FradêipaulistM (eremitas de S. Paa*
lo) de Saata Grox,' de Rio Mourinho^ na (re-
giiezia de S. Ifathens. Está situado em uma
campina rasa, próximo ao rio i^mrinho, 7
kiiometros ao S. da villa.
Era um dos mais antigos mosteiros d*es-
ta ordem. Foi fundado por Mendo Gomes
de Seabra, que o dedicou á Santa Cruz. O
rei D. Duarte confirmou esta doação em iO
de Julho de 1435; mas, apesar d'isso, os
monges de S. Jeronym» moveram demanda
contra a fundação d'este mosteiro, e os fra-
des só para aqui Yi&nm em i483, por uma
sentença que obtiveram em seiji favor.
A planície em que está edificado o mos-
teiro é baixa e doentia. É quasi um ermo^
sem outra visinhança mais do que alguns
moinbos po rio, e poucos casaes.
Este mosteiro, por ser em sitio doentio
6 triste, sempre teve muito poucos religio-
sos (a maior parte mandados para aqui de
castigo) e, pòr fira, nenhum o queria vir
liabttar, pelo que estava deserto e abando-
nado muito antes de 1834, e as suas rendas
hiam para o collegio dos paulistas de Coim-
bra.
O convento está em minas, e é proprie-
dade, assim como a sua cerca, dos herdei-
ros de Valentim José da Salvação. A egre-
ja, porém, está em soffrível estado de con-
servação, e ainda n'ella se celebram os offi-
cios divinos e a festa de Nossa Senhora da
Sande, como padroeira do mosteiro.
No monte que está sobranceiro ao rio Mou-
rinho, havia no tempo do nosso archeologo
André de Rezende, um marco milliar, de-
dicado ao imperador Antonino Pio. Tinha
uma extensa inscripçao, cujo principio
era:
IM. CÀES. DIVI. 8SPTI.... SEVBRI. PIV. StC.
6 •—Eremitas descalços de S. PaiUo, da
invocação de Nossa Senhora do Castello, ou
das Covas de Monfurado.
Está este mosteiro situado a 6 kiiometros
ao S. da villa, nos limites da freguezia de
S. Thiago do Escourai; e no sitio chamado
Cavas de Monfurado.
Dois eremitas, arrependidos das suas lou-
curas^ vieram em 1710 habitar estas bre-
nhas. A estes se aggregaram os irmãos, Bal-
thazar da Encarnação, da villa de Serpa, e
Francisco da Cruz.
Aqui viviam na pobresa, abstinência e
oração, vestidos de sacco, e fazendo taes
exercicos de penitencia, que eram geral-
mente venerados pelos povos d*estes si-
ties.
Foi crescendo o numero doestes anacho-
retas, que resolveram edificar uma ermidl-
nha a Nossa Senhora do Castello.
Chegando a J^isboa a noticia das virtudes
d'estes santos eremitas, foram muito favo-
recidos pela corte.
Foi benzida pelo ordinário a ermida e o
mosteirínho, em 11 de fevereiro de 1788, e
disse-se aqui a primeira missa em 4 de ju-
nho de 1738^
Foi padroeiro doeste mosteiro o infante
D. António, filho de D. Pedro II, que lhe
deu uma relíquia do Santo Lenho.
O padre Balthazar da Encarnação lhe deu
estatutos, e a 18 de janeiro de 1739 presta-
ram sujeição ao cabido de Évora, profes-
sando todos, nas mãos do cónego Silvério
Lobo.
Traziam túnica interior parda, e habito
exterior preto, capello curto, com una pal-
ma verde no hombro esquerdo, e outra no
escapulário, em memoria de S. Paulo, pri-
meiro eremita.
Ainda existem a gruta do padre Baltha-
zar e os escarpados rochedos e as covas sub-
terrâneas em que viviam ospríflMiros ere-
mitas.
A situação d'este mosteiro é pitoresca, e
ainda baslante frequentado.
É hoje propriedade particular da sr.^ D.
Josepha da Salvação, e ainda ^quí se faz a
festa de Nossa Senhora do Castello.
Tanto o mosteiro como a egreja soff^^^^
bastante com o. terramoto dí» -"^^ ^^^
n'esta ainda existe uma /mimosa balaustra-
da de mosaico.
496
MON
MON
Diz-86 qae o nome de Monfurado (con-
tracção de Monte Furado) lhe provém de
orna grande mina de ferro, explorada .pe-
los antigos e que ainda hoje anda em la-
vra. Ás {[alerias sobterra^ieas de extracção
do minério teem arruinado bastante o edi-
flcio do mosteiro e cerca do mesmo. São
aqui as grandes minas da serra dos Mon-
7.<> — Freiras dominicas (de Nossa Senho-
ra da Saudação), na villa.
Foi fundado por D. Mecia de Moura, viu-
va de D. Nuno de Castro, pelos annos de
1501, com beneplácito do rei D. Manuel,
que quiz que este fosse um dos doze mos*
teiros d*esta ordem que o papa lhe conce-
deu fundar n*este reino.
O mesmo soberano deu para ajuda d'esta
fundação uma pequena quota, do cofre das
sizas d'Evora, que se cobrou até 1820.
Esta quota consistia em 1 por cento do
que valiam as sizas d*esta cidade. A provi-
são para isto foi passada em 1514.
A carta regia que auotorisa a fundação
d'este mosteiro é de 1507. A sua primeira
prelada (prioresa) foi a madre Izabel Vaz,
filha do mosteiro de Jesus de Aveiro, que
foi também uma das cinco fundadoras do
convento de Sant^Anna, de Leiria.
D. Fernão Martins Mascarenhas, em que
varias vezes teoho fallado n'este artigo, con-
correu com muitas professas e seculares pa-
ra a povoação d*este convento, ao qual deu
muitas relíquias, que trouxe de Roma, quan*
do foi ao concilio de Trento, assim como
lhe deu formosas pinturas, e obteve do pa-
pa varias indulgências para os que firequen-
•tassem esta egreja.
O camdro que está por baixo do pavi-
mento da egreja é obra do mesmo Masca-
renhas, e era de primorosa fabrica. *
Em frente da portaria da egreja ha tuna
casa ainda habitada, que tem um vasto sub-
terrâneo, evidentemente mais antigo do que
k mosteiro.
'^^istoria de & Domnffos^ por fr. Luiz
de Sousa, íí, q^e pelos ^mnos de 1500 vi-
viam n'esu vilia, nom grande recolhimento
6 vida exemplar ums» devotas mulberesi
d'aqui naturaes^ em em forma de commuai-
dade, reconhecendo por superiora uma sua
companheira, chamada Jooínna Diz Q^adra^
da.
Tendo D. Mecia de Moura noticia da san*
ta vida d*estas beatas, e sendo viuva, rica,
e sem filhos nem herdeiros forçados, fez de
sua casa um recolhimento para as beatas.
Era esta casa nobre e vasta, em alto, den-
tro da cerca, com largueza de aposentos^
pateo e quintaes, própria para um grande
mosteiro.
Tudo isto deu às beatas, sob a condição
de o reduzirem a mostehro dentro em três
annos.
Joanna Diz Quadrada principiou logo a
construcção da egreja e os arranjos neces-
sários para a conversão da casa em mos-
teiro.
A fundadora, para maior prosperidade
da corporação, fez offerta do mosteiro ao rei
D. Manuel, pedindo-lhe que fosse seu pro-
tector e padroeiro, indicando a OQdem e re*
gra que havia de seguir, sem jamais poder
passar a outra; e que prohibisse a entrada
na clausura a mulher homisiada, ou que de-
vesse alguma coisa á justiça; não podendo
nenhum prelado dispensar n*este ponto. O
rei acceitou de boa mente a offerta, cometo-
das as suas condições.
Erigido o recolhimento em congregação
regular, se recolheu a elle a fundadora, re-
querendo ao rei licença para doar ao mo^
teiro toda a sua fazenda, sem embargo das
leis em contrario, o que D. Manuel também
lhe concedeu, por provisão de 16 de maio
de 1506.
As herdades (cinco) que D. Mecia doou ao
mosteiro, rendiam dezenove moios de trigo,
oito e meio de cevada e muitaç pitançaa:
isto alem das casas e cerca que já lhe tinha
doado. Deu-lhe mais 24J>000 réis de renda,
em dinheiro.
Em 1513, se concluíram todas as obras da
egreja, mosteiro e suas dependências; e a &
de maio d*esse anno, principiou a execuçãa
rigorosa da regra da ordem.
Muitas senhoras da alta nobreza e de ex-
tremadas virtudes aqui foram freiras, ou ser-
culares sendo as principaes:
MON
HON
497
D. Elvira de Mendonça, mulher do dito
D. Fernão Martins Mascarenhas.
D. Âldonça de Mendonça, mnlher de D. Joio
Mascarenhas, irmão e saccessor de D. Fer-
não.
S^^ Convento das beatas ^áe Nossa Se-
nhora da Luz. Teve principio em uma ir-
mandade, instituída em 1578, na ermida de
Mossa Senhora da Paz, onde esteye quatro
annos; porém não estando satisfeitos os ir-
mãos, pediram á camará da vilia, uma pon-
ta do Rocio, no sitio chamado Porta do Sol;
e que a camará lhe concedeu, e Philippe II
•confirmou, por provisão de 6 de agosto -de
1582.
Em 1742, pretondeu Gatharina do Nasci-
mento, natural da cidade d^Evora, íanáar
por aqui um recolhimento, e para isto se
dirigiu á corto, mas falleceu, sem vér cum-
pridos os seus desejos; porém o padre Fran-
cisco Negreiros Alfeirão, seu director, ulti-
mou estes negócios, obtendo alvará de licen-
ça, em 27 de julho de 1749, e o recolhimento
se fez, junto à ermida de Nossa Srahora da
Luz.
Ficaram as beatas sujeitas ao provedor da
Misericórdia, e depois ao ordinário, a cuja
obediência se ligaram, em 11 de julho de
1780, sendo arcebispo, D. João da Cunha,
cardeal-regedor.
Ainda existe este convento, que é hoje
muito respeitado, pelas virtudes das soube-
ras que aqui residem.
Celleiro oommum
No reinado de D. Sebastião, os procura-
dores do povo, pediram nas cortes de 1562
(sendo regente a avó do rei, D. Gatharina
â'Austria) que, onde houvesse rendas do
concelho, se fizessem celleiros de pão, para
os tompos de necessidade. As cortes assim
o ordenaram, e estes estabelecimentos pre-
vMentos, em breve se estenderam por todo
o reino,, prindipalaiento no Alemtojo, onde
muitos d'elle8 ainda existem.^ (Vide Montes
de Piedade.)
' O oeUeiro commum de Monto-Mór-Novo,
foi crea^ poralvari^de-5 de maio da 1695,
a requerimento do povo. Foi destinado para
fando d*esto celleiro o que produzissem os
quartos e cearas semeados na Adúa^ (que
era então do concelho) que, para isso seria
dividida em courellas, pelos ceareiros e mo*
radores da povoação; e que o celleiro fosse
regido como o d'Evora.
Não obstante este alvará, ainda a 6 de
março de 1714, não estava creado este cel-
leiro: porque então pediu o povo á camará,
que dividisse em courellas a terra da AdiíOy
e a distribuísse pelos ceareiros, os quaes,
com os quartos, deviam pagar— todos— 385
alqueires de trigo; e que da mesma Âdúa
era a camará obrigada a pagar annualmen-
te, certos foros e quinhões, a diversos parti-
culares.
Este requenmento foi deferido a 28 de
novembro do mesmo anuo (1714).
1 Adúa, amnudúva, annadúva^ anúda, adu-
ba, adnúba, anubday anúpda, anúquera^ anú-
diva, e anr^xdúa (de todos estes modos se
acha escripto, desae o IX até ao XY século)
era certa imposição de dinheiro para repa-
rar, reedificar ou ampliar cavaí>, torres, mu-
ros, castellos e outras quaesquer obras mi-
litares para defeza da terra.
Adúa, eram também patrulhas ou quadri-
lhas de gente do noVo, obrigada a trabalhar
nas obras de fortincação. Quando estas obras
eram de pouca monta, se faziam com as adúas
da terra; mas, quando eram de maior impor-
tância, vinham ajudar as adúas de fora.
No cartório do mosteiro de Ghrísto, de
Thomar, existia a doação dos direitos reaes
de Salvaterra do Extremo e Idanba, que D.
Sancho II fez aos templários, em 1244, e n*es-
ta doação se exceptuam expressamente, co-
mo quasi inalienáveis da corda, os seguin-
tes—çuoéí recipiant monetam meam: et quod
dent inde nUhi Collectas: et quod eant in eooer-
cUum meum, et in meam anuduvam: et alia
jura. secundum quod habeo, £t iUa habere de^
oeo tn aliis Casteliis, et Villis, quae praedi-
ctus Ordo Templi in Begno meo habeU
D. AfTonso Úl, em 1259 declarou expres-
samente que os direitos exceptuados nas
doações, eram — annadiía, collecta, moeda,
hoste, appellido, fossado, jusUça, servi^, e
ajuda, .
Em 1377, o rei D. Fernando^ concedeu ao
concelho da Torre de Moncorvo, para aca-
bar com segurança e perfeição e mais toste
(brevidade) os muros e fortificações da vil-
ia, pagassem aéàa para elkL emquanto as
obras durassem, as viUas de ViUa-Flort Vil-
$98
wm
Em 5 dejMielro de 11 i^ se dividia meta-
de d'aqaeile teireno, em 37 eoorellas gran-
des e 12 pequenas; mas» attentas as grandes
despezas a fazer, não pagaram adúa n*esse
anno» e logo no seguinte rendeu, liquido dos
fóTM e qwinkdeSy 480 alqueires de trigo, eíoi
esse o fundo primitivo d'est6 celleiro eom-
mum.
Em 1716, pagaram os oea-
reiros o qi»Mo do produeto
das colheitas: em 1717, o te»'
%o. Depois, pagavam o ottovo,
e por fim, o que a camará lhes
arbitrava.
Ao celleiro commum vmham» os que pre-
cisavam, fornecer-se de trigo.
Em 1779, era o juro, seis alqueires por
moio ; mas, por provisão de 21 de janeiro
la Nova de Foz Côa e as aldeias de Urros, e
Haçôres: apezardea primeírajàter obrigaç^
de pagar cMa a Castro Yicaite — a segun-
da a Trancoso— e as duas aldeias, a Freixo
de Espada à Cinta.
Estas adúas chegaram a ser excessivas, e
a fazer levantar contra esse excesso as queei-
xas dos povos, como se vé da carta regia, de
D. AíTonso III, dada em Coimbra, a 28 de ju-
lho de 1265, e reproduzida nas cortes de San-
tarém, em 27 de janeiro de 1284. (Doe. da
Cathedral de Viseu, a íl. 42.)
Supp9e-se, com bons fundamentos, que a
pahàvra aMa vem do árabe adduar — que,
propriamente significa multidão de gente
que vive em barracas, em volta de uma pra-
ça ou fortaleza.
Em 1385, concedeu D. João I, aos povos
da villa da T<»*re de Moncorvo, as adúas de
Mfsmdegada-Pé, Castro-Vicente, Mogadou-
ro, Bemposta, Penas-Royos e seus termos,
para se — repairar mUhor a cerca da sua
villa, e ser milhar afortelezaãa; e isto, pelo
nmto serviço, qae d*elles tinha reeebtào, e
esperava receber.
Depois, se dava (principalmente no Alem-
tejo) o nome de adáa, a uma matilha de
cães, empregada em caçar coelhos.
Os povos de Monte-Mór-Novo, combinar
ram-se com D. Affonso IH, em não paga-
rem adUio, daado^lhe em seu logar uma por-
ção de terreno de cultura, cirioe rendimea^
tos substituiriam aquelie OreUo ou tributo.
Por esta razão, áquelle terreno se ficou cha-
mando ten^ da Adúa, e, por abreviaiura.
AMa.
MON
d'e8se anno, foi o juro reduzido a três âl-
queires por moio.
Em 3 de outubro de 1805, por provisão
do corregedor da comarca, ficou o juro es-
tipulado—4 alqueires por moio;— e em 182&
tomou o juro a ser de 6 alqueires por
moio.
. Desde 1716 até 1735 era o ceUeiro admi-
nistrado por um vereador que era juiz do
ceHelro, e tinha um escrivão, um thesoa-
reiro e um medidor; com os quaes se dis-
pendiam annoabn^ote 160 alqueires de
trigo.
Em 1736 entrou também para a sua ad-
ministração o juiz de fora, com o ordenado
dos 60 alqueires de trigo, além dos 160.
Em 1741 foi o pessoal angmentado com
um syndico, que vencia 15 alqueires de
trigo. Desde 1836 passou o celleiro a ser
administrado pela camará, que só dispende
com o ordenado do escrivão 20 alqueires de
trigo.
Um decreto de 14 de outubro de 1852,
oreou para os ceBeiros communs uma ad-
ministração especial, entregando-a a jun-
tas compostas do presidente da camará, pa-
rocho e jute de paz do districto onde existe
o celleiro; e^ além d'isso, dois cidadãos pro-
bos e abonados, eleitos e propostos por lis-
ta quintupla, em janeiro de cada anno, pe-
lo conselho municipal, e nomeados peio con-
selho de districto.
As camarás municípaes reclamaram fre-
quentes vezes contra este systema de admi-
nistração, que terminou com o artigo 3.*" da
lei de 25 de junho de 1864, que passou a
administração para as camarás municipaea
ou juntas de paroehia, segundo a legislação
em vigor antes do decreto de 14 de outu*
bro de 1852.
A casa onde hoje existe o celleiro foi com«
prada em praça publica, a 1B8 de dezembro
de 1773, por 34^000 réis, gastando-se ptfa
a pôr nas cooiiçSes de servir pua o fim^
que era Jestiinda 61#706 «réfs.
Esta easapagade f6ro á camftra 300réii
annuaes.
Os rendimentos doeste celleiro lêem sido
empregados na oomim e eoneeriMi do sea
ilON
eAIfleif^ na ^nslraeçia ibi aeliiai cadeias
ftfn outros ineihoraHiemos da vUta.
Koata-pio
Além da - Hiaeôeordia e do hospital, ha
taoQliem n'esta viUa o estabdieGJweQto 40 be-
Befiee&oia, denominado M(mU''jno.
.É «ma Instíiaiçao modenui, o os seus
priizi6iro» estatutos foram approvaâos por
alvará do 16 de abril de 1860.
Estes estatotospromettiam aos sócios:
i."^-Sareffl soccorrídos nas suas doen*
ças com facultativo, botica e 100 léis diá-
rios.
2.»— Receberem os mesmos iOO róis diá-
rios quando foaeem tratados no hospital da
viHa, e depois na convalescença foe o h-^
enltativo Uie marcar.
3.*^Reeeberem á60 réis diários, quando
lassem tratados no hospital da Mísericor-
4.^'— Serem wecorridos com facultativo,
suas mulheres e filhos menores de i5 an-
annos^ que vivessem com seus pães, ou reee*
berem 80 róis diários, sendo iratados pela
Santa Casa da Misericórdia.
5.^— Receberem 80 réis diarfos, quando,
por moléstia oa vettiice, e estivessem inca*
pazes de trabalhar?-^ tivessem ^co annos
de sócios e nada devessem das suas quotas*
e.^^^-Ser concedido á viuva que viver com
o soeio até ao seu fallecunento, e emquanto
não passar a segundas núpcias^ e a seus fi-
lhos menores de 12 annos um subsidio que
lhe seria arbitrado p.la assembléa gersl^ se
fosse de justiça.
9,^— A direcção era obrigada, por si ou pe-
los ouiros associados^ a procurar trabalho
ao socío que o não tivesse, se íõsse de bom
portamento.
8.«— Ter um subsidio de 100 réis diários
em caso de (Hisão^ pagando-se«lhe, além
d'i0so a carceragem. Mas este caso soCDria
moit^ excepções.
Bstes estatutos foram reformados por ú*
vara de 80 de março de 1867; mas peion^
ram as (^ondifiões dos sodos.
W)»
499
Ha n^ta villa duas muskas^a pkilar^^
momca montemorensi^ cujos estatutos foram
approvados por carta regia de 21 de abril
de i862,-^-e a sociedade denominada— cir-
culo philarmonice montemorensef com os
seus estatutos approvados por carta regia de
15 de abril de 1862.
Estas duas bandas teem andado em guer-
ra aberta, o que. é impróprio de pessoas mo-
rigeradas, cujo fim principal devia ser a in-
sti:ucção e o recreio.
A •desharmonia na harmonia é coisa sum-
mamenle 4esagradaveL
Consta que, pelos annos 300 de Jesus
Christo, era regulo, ou senhor d'estas ter-
ras, o pae de Santa Quitéria, virgem e mar-
tyr.
Esta virtuosíssima donzella viveu muitos
annos em aspérrimas penitencias, em um
ermo, onde depois se edificou a viila de
Monte Mér Novo, e sendo achada pelos ro-
manos, àlli foi martyrisada, no dia 30 de
março do dito anno 300, precipitando-a do
alto de um rochedo, em um pego do Canha.
. Era esta viUa muito populosa rica e fe-
lis, quando, em 1580, Philippe II usurpou
a cor(lA de Portugal aos seus legítimos her-
deiros.
Então principiou papa Monte MÓr Novo,
como para todp o relho, um período de de^
cadencia, oppressao e desventura.
Nem este estado melhorou com a restau-
ração; porque, sendo a província do Alem-
tejo o priacipál theatro da guerra, que du-
rou 27 annos (desde o l.« de dezembro de
IMO até 13 de (evereiro dê 4668) foi esta
villa uma das povoações que mais sofiire-
ram os horrores de tão dilatada guerra, que
estancou todas as fimtes de sua prosperida-
de» e affoipsnton do seu seio a maior parte
das (amilias nobres e abastadas.
Volveram annos de paz, e a dedicação
dos Alhos d*esta leria, o seu amor ao tra-
balho o a fortilidad^ do seu tenritorio, lhe
tem restituído o seu antigo explendor.
Os arrabaldes da villa são muito formo-
soeeaniMiosypoToados de borlas epona*
§00
MON
MON
res, correndo pelo meio d*elle8 a ribeira de
Ganha, e mais algans regatos.
O sen termo é composto de ricas berda-
des, abundantíssimas de cereaes, fmctas,
legumes, azeite, e algum Yinho.
Nos seus vastos montados se criam an*
nualmente muitas mil cabeças de gado sai*
no, que se exporta em grande escala, assim
como outras espécies de gado.
A alcaidaria-mór d'e8ta viila andava na
casa dos condes de Santa Cruz, que, coíno
já disse, tinham o seu palácio dentro do
castelio. .
Já tratei do convento dos eremitas des-
calços da oEdem de S. Paulo, no sitio cha-
mado das Covas, ou Monfurado, cujo nome
lhe provém das grandes minas de ferro
aqui lavradas em tempos antigos. Este sitio
é hoje geralmente conhecido por Serra dos
Monges (em razão de aqui terem residido os
taes monges, paulistas). Para evitar repeti*
ç5e$, vide Monges (Serra dos).
Em 1553, tendo-se tratado o casamento
do príncipe D. João (fllho de D. João III, e
páe de D. Sebastião) com a príncezaD..
Joanna, filha do imperador Carlos V, o que
teve eífeito em novembro d'esse anno; quiz
D. João III fazer, á custa do povo, esplendi'»
das festas por um enlace que tantas glorias
cr venturas promettia a Portugal (e que só
desgraças nos acarretou, porque o príncipe
D. João morreu logo a 2 de janeiro de 1554,
18 dias antes do nascimento de D. Sebas*
tião, e morrendo este sem filhos, passou a
coroa de Portugal para Philippe n, em
1580). O rei, pois, lançou, para estas sole*
mnidades um prosado tributo ao poTO.
Havia n'esse tempo em Monte Môr Novo
uma mulher muito pobre e muito virtuosa,
chamada Maria Fernandes, á qual haviam
também lançado o tríbuto de um tostão^, pa«
ra as taes festas.
Hittdo os exactores a sua casa buscar o
dinheiro, respondeu élla, que muftó deseja-
va servir sua magestade, mas que não lhe
era possível arranjar sinilhante quantia.
' Os beleguins, sem atte&der aíos-pfoflandos
suspfros e abundantes lagrimas da desgra-
çada, lhe levaram a sala com que hia i
missa.
Quando morreu o príncipe, teve a rainha,
D. Catharina d* Áustria, tão grande mágua,
que esteve ás portas da morte. ^
Na sua afilie^, dizia élla:— tOito filhos
me levaste. Senhor, agora este, que era a
luz dos meus olhos, para que m'o arreba-
taste também? Que peccados tenho com*
mettido contra vés, meu Deus?»
O rei (que sabia a historia do roubo da
saia) lhe respondeu: — • Senhora, não vos
queixeis de Deus; não foi elle que matou o
nosso filho, foi a saia de Maria Fernandes,
de Monte-Mór*Novo.»
D. João ni, que era eminentemente reli-
gioso, atribuía a castigo de Deus, pelas ye-
xações que consentira se praticassem, para
o cumprimento dos seus desejos de inútil
ostentação, a morte prematura de seu filho.
Talvez que tivesse razão* Deus, apezar da
sua misericórdia infinita, é justíssimo, e cas*
tíga tarde ou cedo os orgulhosos. Felizes os
que Boffrem n*este mundo o castigo das suas
culpas, e as não vão pagar nas penas éter-
nasl
A mus 8 kilometros ao S. O. doesta villa,
ha um sitio chamado Sancha a Cabeça. É
uma escavação, de uns 250 metros de cir*
cumferencia e de grande proftindidade, para
cujo ttmdo se desce por uma escada em es-
piral, aberta na rocha de que é formada.
Suppõe*se ser a cratera de um volcão ex*
tincto; e na verdade, as paredes d'esta im*
mMisa cova, apresentam vestígios de terem
sido queimadas.
Segundo a tradição, existiu Q*esta cova,
em tempos remotos, um convento de fira*
des.
. É certo que, pela escada da oanrema se
^ D. Catharina teve dez filhos e filhas —
D. Afionso, D. Isabel, D. Brites, D. Manuel,
D. Philippe, D. Diniz e D. António, que to-
dos morreram de pouca edade-^D. Maria,
que foi mulher de Philippe II de Gasteila (pe-
la qiial veio a nossa desgraça), D. Duarte,
qm foi arcebispo de Braga e prior *mór. de
Santa-Cruz — e D. João, gue é o de quem
se trata no texto, e quer nao chegou a estar
casado senão três mezes.
yétm vários Inraeasi em divinos, andares,
em fórroa de cella^ tendo no fondo o que
se snppõe ter aido a coainha.
Tem t<»inbem ama cutema.
Ainda ba poucos annos aqui se viam.ifia-
yens de untos, de tamanho quasi natural e
^ boa esculptura.
A ponca distancia d*esla cova, ha um cer-
rado, coberto de denso arvoredo, que se diz
t^ sido a cerca dos frades.
A esta cova anda ligada uma lenda, se-
fondo a qual, por causa de um adultério,
interveio o diabo pessoalmente, Nao se pôde
leferír, por causa da sua estúpida immora*
Udade.
i
Falleceu B*esta villa, em dezembrq de Í874,
o sr. José Maria Yilla-Lobos Laboreiro, moQO
fidalgo, comexercioio no paço» bacharel for-
mado em direito, e um dos maiores e mais
ricos proprietários do Alemtejo.
Monte-iáór-Novo lhe deve gratidão eterna»
porque, em seu testamento, deixou aqueUe
caridoso cidadão, 25 contos de réis, para a
fundação de um asylo, n^esta villa*
Apezar da perversão do nosso seQulo, não
sao raros (louvado Deus!) estes exempla de
€aridade, verdadeiramente christan.
Mo dia 28 do fevereiro de i875, cahiu so-
bre esta villa uma horrível trovçal^), acom
panhada de chuva correnciàl. T,ado isto foi
precedido deum cyclone, que causou gran-
des estragos.
. Este cyclone, anáneou i03 arvores, nas
propriedades de Mariim-Mendes, e Minutos,
do sr. conselheiro, António Maria Barbosa,
eitas nos arredores d*esta villa— levantou o
telhado de uma casa — arrebatou uma caba-
jju onde dormia um cão, sem se saber onde
foram parar. Na herdade do Carrascal, do sr.
visconde de Santo André, arrancou i9 jhtvo-
res; e nas do Bandarra e do Cabido, do sr.
Bemardloo de Mira, causou estragos de va-
lor excedente a um conto de réis. Também
soffreram muito as propriedades dos srs. Af-
fonso de Souia Botelho e Simão da Veiga.
Já B'0Ste artige fallei de uma Santa Qui«
teria, virgem e martyr, filha de um régulq
VOLUME V
}m
m
doestas, terras, tor tão poder htr i(Q.lotur
competente, çumpre-mé tazer aqui uoia ob*
servaçao aos meus leitores.
.Pre^ndem alguns escriptores que esta
santa, era uma das nove irmans brachareb*
ses, filhas de Caio Àttilio, varão consjDilar^e
de sua mulheri Calcia. Não se sabe oom cer'>
teza o logar do seu martyrio, dizendo uns
que foi próximo a Coimbra, outros que foi.
nas immediações de Monte-Mór-Novo.
Supponho que a identidade de i^omes íbl
a causa de se fazer de duas santas uma só;
porque a Santa Quitéria bracharense, nap,
pôde ser a alemtejana. Aquella foi martyri-
sada no apno i30^ imperando Adriano; e es-
ta, no anno 300, sendo imperador o cruelis*
simo Diocleciano, que tinha por seu legado
na Península Hispânica o não menos ferox
Daciano, que inundou de sangue d^ marty-;
rea todo este vasto paiz, que hoje forma os
reinos de Portugal e Hespanha.
Esie argumento é decisivo para provar
que houve durante o domínio dos romanoj;»
duas santas do mesmo nome, u^ Lusitânia
sendo uma (a de Braga) mais antiga do que
a outra 170 anno^.
Também não é provável que a santa bra-
charense, tendo na sua provinda tantos si-
tios asados para viver na solidão, ena peni-
tencia, viesse de uma a outra extremidadf|
da Lusitânia, procurar um asylo silvestre è
solitário.
Já disse que a Santa Quitéria alemtejana
foi precipitada pelos romanos, de um alto
rochedo: accrescentarei aqui, que al^s
escriptores dizem que os romanos a ataram
á mó de um moinho e a. atiraram a um pe-
go do Canha, onde morreu afogada.
A j[ruta em que a santa viveu, e que de-
pois lhe serviu de sepultura, ainda é obje-
cto de devoção, dos povos d'estes sítios, e a
villa escolheu a santa para sua protectora.
Em iO de maio de 1495, nasceu na Rua
Verde, e nas casas em que depois se fundou
o mosteiro dá sua invocação, o grande pa-
triarcha dos hospitaleiros, S. João de Dana.
Seu pae, de humilde condição, mas de bons
costumes, se chamava André Cidade. IgnO"*
ra-se o nome de sua mãe.
• ■
32
M
IKÍW
l^&todli ò santo 08 primeiros «dhoeI da soa'
jdvéntafle a guardar gado, ^ e depois foi la-
vrador. Nao lhe ágradaiidò estas profissões,
0 desejando correr terras, para melhorar de
foftuna, passoa à Extreoiadura eastelhaiia,
onde adoptou a profissão de cnado de servir.
Ahida nlo e^tisfeito do seti òífltelo; e-organi*
saiíâó o conde deOropetanm corpo de tropas"
f^t ordem do imf^erador Gaslos V, qne a^da^
va então em gtrerra com Praneiseo I, rei dé
Ihrança, João de Deus se alistou n'este cor-
po e foi um bravtr militar nos diversos com*
tAtòs que então to travarkm, merecendo ser
offléial por distlnoçSo.
Terminada a guerrii', ' foram as tropas do
eôtidei llcéneeadas.
'Costumado João á' vida dos acampamien-
tos,' i^assou à Hungria a guerrear contra os
tcÉrcoSi' terminada a campanha, veio para a
sua pátria, partindo d'aqui para a Aodkln-
aia, estabelecendo-^e por algum tempo na
ddkde* de Áyámoute (sobre a esquerda do
Ckiadlana e'em frente das viHas portugue-
zás dé Castro-Hárim e Yilhi Real de Santo
Alltonlo).
D'esta cidade marchou paira a pi^ça afrí'
cana de Ceuu ^nd frente de Gibraltar), en-
tão do domtaiio dé Portugal, na companhia
dijutti fidalgk) portuguez, e sua familia, qud
para alli hia desternuUi, e à qual sustentava
com o fructoí do seu trabalha e com as es-
molas que para ella pedia.
be Ceuta passou- a Gibraltar, onde se fez
mercador de livros devotos, imagens de san-
tos, rosários, etc.
Note-se que cada auetor nar-
ra a vida d'este santo de diflé-
rente modo, ou com eaiiantes.
Procurei seguir ò mais' geral-
mente acreditado, por mais ve-
rosímil,
tínfco (qtie eu saiba) são as opiniões so-
bre a conversão d'este santo.
í.«-^Uih dia, hitidd para Granada; encon-
trou tim menino mitfto formoso, descalço, é
daádolhe o santo asr stias alpercatas, nSo
ffôde o menino andai^ òom ellas, e então o
1 Alffuns dizem que elle foi para Gastella
j]i^ edaae de obo annos.
um
santo se lhe offereceu pára o letar ao^ hdm^
bros. Assim o fez, e o menino cada* vea stf
tomava mais pesado, a ponto qtie o santo^
lhe pediu para descançar junto a uma ftMi*
te. Bstando a beber; ouviu uma>voz quelbe
dl^: iGranada será tua cruz.»' ¥oltou-seo^
santo, e viu o menino com uma roman úiòt^
ta' na mio, do interior da qual sabia ukna
cruz.
Fez confissão geral de todas as suas dd*"
pas passadas, e entregouse á direc^ do
mestre Avih, varão prudente e de virtude»
D'alli em diante foi umí exemplar de to*'
das ás virtudes chrístans, distinguindo-se
pelo fervor da sua caridade, que exercia fBOt
larga escala, não sabendo de pobreza que
não remediasse; dôr a que não desse alhio;
afilieção a qUe i^ão desse conforto.
2.*— Diz a lenda, que Nosso Senhor Jèsu»
Ghrfsto lhe appareCeu por duas vezes, um*
na figura de menino, e outra na de pobrè^
descobrindo-se quando o santo lhe lavava os
pés, pelos resplandores que d^elles sabiam.
Urbano VIU o beatificou, a 21 de setem*"
bro de 1630, e o declarou glorioso; e Ákh
xandre Vltl o canonisou etú i690.
É assim que este servo de Deus está hdje
sobre os altares, tendo bem merecido de
Deus e dos homens.
(Os hospícios de S. João de Deus não esea-
param á destruição geraL A dvilisa^ mO"
derna proscreveu a palavra portuguesa e
christan — caridade — substltuindo-a pela
grega e philosophica — philantropia — qaé
faz tanta differençá^ d^aquella como o orgu*
lho da humildade. (
3."-- Licenciado do serviço, foi pastor eoi
Sevilha, de uma senhora rica; a vida selita-
Ha trouxé-lhe o conhecimento de seus et^
ros de outr*ora, e passando a Gibraluur, aqri
serviu um úãsA^o portuguez, prestando*ttié
o serviço de peklir esmola quando cumpria
o degredo tím Ceuta. Exerceu em Gibraltar 0^
cargo de vendedor ambulante de imagens d
estampas: estabeleceu loja em Granada, oú:^
&d ouviú João de Ávila, entregando-se po^
seus conselhos ao auxilio dos infelizes. A
regra foi dada depois da morte de João, em
1650, e convertida em ordem religiosa, em
k^^-nhíSo CMadê (& Jeio da Ilecia) nas ãa
dl^renfls «ecopaçdes em qoe •mpngon a soa
infanda, adoleseeneia e ^ventade, e emir»
00 dearcpmmentos a qna o imiMlta a soa
edade e os máas exemplos, nonea pardéra
o asBU» temor de Deus, e}aiDaiapeKâBa en-
sejo de exereer a caridade^ soa Tirtnde pr^
d«niBaote.
Acontecendo ouvir, em Granada, um ser*
maa do |iadre*Dieetio Aidia, um doe meOio-
reo oradorae sagraidea d'afaelle'tempo, tau-
to: o etmmeTenoai as iMdavras evangelkae
do esdareeido pregador, qne logo ailf, á fii^
o» de orna ionttmeraifel moltidio de gente^
emnis a «onfesaaren toi alia e plangente^
todas ie sue. passadas eaipas^ HMode pni*
perite flnBedft'enM&âa*
NSiú contente <eomtislo^ repartia immedia-
tanente oem oe pebm^ tado quanto poe-
8«ia^ alé ofl seus propiioi vesMos, ttcando
apenar com os indiapeosaveiS' parai oolirir a
soamudex.'
For estes Atctos, foi geraUnente reputado
loQOo e nicldeo no lioepital d*a(iii0l]a cidade;
Soffrea o santo com a maior padeneia e
resignação os efaeia trataomitos qne era
entio cestmne InfllgirHBe' aos doidoe ; em
viMa ée qne^ e Tendo oe médicos que ello
gosava de perfeito jniio^ lhe deram a liber-
dade.
É desde então qne datam todas as peri-
pécias de sna vida portentosa.
8.«-^8endD gravemente ferido em nma ba-
talha, fi^z Yoto a Deos de consagrar (se esca-
passe) o resto de seos dias em serviço dos
enfermos pobres e em lodh a espécie de
cfllMias dè caridade. Salvo do ferimento (no
bespltàl de Granada) começoa logo a cam*
prfr o sen voto, com toda a dedicaçSo da
sna alma nobre o caridosa.
Sempre deèeobeno edlBscalço, pobremen*-
te vestido e sustentado, tendo por leito a ter-
A noa, o sep nnieo exercício era a caridade
6àoraça6.
Pobre e mendigo, era* o remédio anáver*
sal, não só dos outros mendigo^ como dos<
pébres qoe pela sna passada nobreia, não
pediam mendigar.
Ma% no qne mais brilhavam os tbesooros
MON
5#3l
da soa caridade, era níis extremos de amer.
e soUteítade com qne tratava dos enfermoa»
A vida d*est6 vario santo, era geralmenlei
sabida, eos ricos da terra abriam as soa»
bolsas^ repletas d*oaro, ás palavras evan^
gelicas de João.
Com esmolas, alagou e mobiloa ama casa,
(em Granada) em forma de hospital, onde
dea asyh> aos doentes pobres^ qne condoM
para a sna enfennaria, moitas vezes ao colo»
Foi estn eaaa o fáoAunenlo da ordem hos-
pitaleira^ de S. Joio de Deos.
Dii a lenda, qoe o próprio Jesas-Gbrista
se recolhera a este hospido, em fignra d»
pobre e doente; e qoe, hindo S. Joio ao matto
bosoar lenha, is costas^ para. o seo querida
hospiíalt (pundo lhe anoitecia pelo caminho»
os aiqos o akuiiavam com tochas.
Houve n'esio hospital um pavoroso mcenp
dio que o devoroa, mas não aos doentes, qpn
todos o santo salvou, por entre as chammas.
Também tinha por om grande acto de vir-
tude, e o praticou muitas vezes^ hir às casaa
das mulheres perdidas, e ahi, com um cru-
dfixo em uma das mios^ e com aoutra mos^
trandQ«lhes as chagas que os sopplidos yo^
laaflurh>s lhe caosavam» íázia com as disci*
plinas» oatras de novo^ e entre dilúvios de
lagrimas as exhortava a modarem de vida»
o que muitas vezes conseguiu,
N*estes exercícios da santa caridade, deu
a alma ao creador por meio de uma morte
tIO' exemplar como o lôra a ultima parte dn
sua vida. Morreu de Joelhos, e assim sa
conservou por muitas horas dep<^ da mor«
te, que teve logar em um sabbado, 8 de mar-
ço de iS60, com 55 annos de edade. Jaz na
egreja do seu hospício de Granada.
FM a sua religião confirmada debaixo da
regra de Santo Agostinho, pelo papa S. Sio^
y, no i.* de janeiro de i57i. Floresoeu a
ordem de S. Joio de Deus por toda a durls^^
tandade. em beneficio feral da pobresaa.
para gloria do seu santo ftmdador, ató quOi
a descrença do século XIX lançou por ter %
ra estes i^ylos da virtude e dos desgraça-
doa
A sua caridade tai contagioss» e em hre«
ve moitas pessnas de todasas olasses da.so-
dedada fizeram egoaes' votoa Em 1572, scq?
504
MON
nm
<o grande o nnroero â'estes varSõs caridosos,
e papa Gregário XITI lhe ímpoz a regra de
Santo Agostinho (a pedido de Philippe 11} e
se denominon— OÍrd^m dos enfermeitm de
Santo AgoêtinhOy valgarmente de S. Joio de
Deus.
Poneo depof 8 da saa morte se fnndon em
Madrid o grande hospital de João de Deus,
6 apoz este vários ontros na Hespanha.
O primeiro mosteiro doesta ordem que
bonve em Portugal, e por isso eabeça da
sna rellgilo, foi o de Monte -Mór-Novo, em
i6S5. Não hoQve senão mais dois conventos
(propriamente ditos) d'esta ordem no reino;
—o 2.« foi em Usiboa,— e e d."» na vilia de
Monra; perém os religiosos de S. loio de
Bens, tinham mais alguns hospícios e ad-
ministravam vários hospítaes militares do
reino.
* D. Âffonso Furtado de Mendonça, 15.* ar-
M)ispo de Lisboa.
Já a pag. S74, col. S." do 4.* velame, tra*
tei d'este príncipe da Egreja; mas como é
muito provável qae elle fosse natural d*e8-
ta villa, darei aqní uma mais completa his*
toria da sua vida, extrahida do n.* i:09K
(de 4 e 5 de agosto de 1874) do illustradto-
flimo Jornal da Noite, e escrípta pelo sr. P.
1. da Conceição:
tHa encontradas opiniSes a respeito do
logar onde nasceu o decimo quinto arcebis-
po de Lisboa. Uns dizem que nasseu n'esta
cidade, outros, porém, e contando entre el-
les D. Rodrigo da Cunha, querem que nas-
cesse na vllla de Monte Mór Novo, em
1501.
Foram seus pães Jorge Furtado de Men-
donça, commendador das entradas» padrões
6 reprezas da ordem de S. Thiagõ, e de Me^
da Henriques, (Ilha de D. Pedro de Sousa,
alcaide mór de Be]a, senhor de Beríngel e
do Prado, e de D. Violante Henriques, filha
de Simlio Freire de Bobadeila.
* Começou os seus estudos em Lisboa, con-
cluindo-os em Coimbra, onde tomou capei-
lo na faculdade de cânones. Foi nomeado
reitor da universidade em 10 de maio de
18M, cujo emprego exerceu até 1605. Phi-
lippe II noméeu-o conselheiro de estado no
conselho de Portugal, desempenhando eslé
cargo com toda a rectidão.
Foi presidente da mesa da conseienda e
ordens.
A 13 de fevereiro de 1610 tomou posse
do bispado da GuaMa.
Teve assento nas cortes que se eelebn«
ram em Lisboa a 14 de Julho de 1649.
Por esta oecaslão surgiram duvidas a
respeito da cruz primacial, porqueDs minis**
tros castelhanos, aos quaes sa reuniram al-
guns portnguezes, se oppunham a uur d'el»
la o arccibispb de Braga; porém o aresU^
nio cedeu, trazendo arvorada puMIoamenls
pelas mas de Lisboa a cruz primacial.
Com a violência do trabalho attenuaram*
se-lhe as forças, e adquirindo alguns acha-
ques pelas' muitas vigillas, falleceu em qulu*
ta*feira maior de 1630, depois de lavar os
pés aos pobres da sua sé metropolitana.
Diz-se que para a sua morte contribuiu
muito o desacato oommettido na íregueMa
de Sarna Engrada. (Yidè k.* voi. pag. iê%
col ).• 1630.)
Foi cinco anoos bispo da Guarda, dois
de Coimbra, sete arcebispo de Brsga e ires de
Lisboa. Está sepultado na eapelU-mór da
Sé d*esta cidade, junto aos degraus do prés-
byterio, da parte do Evangelho.»
Segundo o Sanetuario Mariamo (tom. 6.%
pag. 113) foi o eastello d'esta vilia tomado
aos mouros em 1139, por D. Affonso Hen-
riques quando regresssava da. gloriosa jor-
nada de Ouríqne; mas, pouco depois tomou
a oahir em poder dos infiéis» que o occupa-
ram, e a povoação até 1201, em que D. San-
cho I a resgatou e povoou de christaos, daa-
dolhe o titulo di* vilia, ad honorem dei, et
Sanctw Marim Virginis. et ommwm Soneto -
rum frtmUem maiorem nolnmus popúlare.
Cumpre-me aqui fazer uma observado
aos meus leitorâ, para me nio Julgarem sm
contradição. $ a seguinte:
Disse que camta/oa que a etynplogia de
Monte Mór lhe provinha da phrsse de D.
Sancho I, quando lhe perguntaram 0Bde.se
MON
kavm decoii3(mr o c«ulfí/o;^re8poDâenâo
o rei— no mon/e mòir.
Ora ^asi todos os chronista^ e historia-
dores diseiD qtte D. Affonso flenriqnes U^
MOM 001 mouros o ca<t0tfo 1Í0 UmUeMórNo-
vo^em 1139. — Eatio já haria eastello^ e
não foi D. Saneho I que o ediâeon. Então
tà 6SU poTOsçao tiDha o nomo de Monte Mór,
e não foi o tal dilo rei qae lli'o dem.
Na minha opinião, o nome d*e8ta povoa-
Qio já era o mesmo no tempo dos godos
(talvez tradacçãò de Mons Major, nome qne
os romanos lhe impnzessem depois de Cos-
trum Mídianum). Parece qae os árabes lhe
oonservaram o antigo nome, pois em eseri-
ptor nenhum vemos qne elles lhe dessem
outro.
Os nossos antigos escriptores, que tio
aborrecidamente mionciosos eram em ge-
nealogias de fidalgos e em outras muitas fri-
oleiras e puerilidades, cançavam-se pouco
com investigações que lhes deviam merecer
'mais attençlo e cuidado. É por isto que os
que modernamente se teem dedicado a es*
crever das nossas coisas antigas, debalde
follielam innumeros alfarrábios, para escla*
feoerem muitas obscuridades em historia,
em geographta, em etymologia e em ar*
dieologia.
Os leitores eonseienciosos teem visto, pe*
k> decurso d'esta obra, que mé não tenho
poupado a um árduo e teaacissimo trabalhe
e ás maifli abórrèddas investigsçòes em bus-
ca da verdade. Se nem sempre a etfcontro,
não é por falta de diligencia, pois tenho lei-
to qnantas i«ão humanamente possíveis pa-
ra provar
•Qi»$ a mimhapaíria ameiê a minkã gmúe.%
Foi Monte Mór Novo solar de muitas fa-
«llifts nnbres^ e algumas S^\k^ ainda aqui
teem a sna rasidencia ou* as soas pisopvie*
dados. Henei«Éarei ae de-qne tenho notícia..
AtòWra— appeliidd nobre d'«ite reino.---
Procede do reino de Galliza, e passou a
Portugal na pe^a de >Rny filas da Ribeira,
no reiriado de R. Manuel. Foi esto fidalgo
alcaideHttér da vflia da Amieira, n*esta pro-
vittclá do Alemtejo. '
Foi seu filho, Damião Dias da Ribeira, es-
MON
505
crivão da faxenda de D. João III, o qual lhe
I deu brazão d'armas, na cidade de Bvora, no
1.* de abril de 1526, construído do modo
seguinte:
Em campo azul, um leopardo de prata,
passante, armado d'ouro; chefe d*ouro, car-
regado de três estrellas de purpura, de cin*
CO pontas. Timbre o leopardo do escudOf
com uma das estrellas na espádua.
PoBGEL — - appellido nobre em Portugal.
Veio da antiga província da VoicóMa (Vas-
congadas -— Hespanfaa). Um membro doesta
família, cujo Home se ignora, veio estabele-
cerose n*esta viUa, que tomou por solar. Tra*
zia por armas— em campo d*ouro, uma ar«
vore verde, e junto dVlla um javali, negro,
passante; e em chefe a cruz vermelha da or-
dem de Calatrava.
Estas armas eram as modernas. As pri*
meiras de que usaram os d*este appellido,
eram — em campo d'ouro, uma cabeça de
javali, de negro.
PorceU na língua vasca, si-
gnifica porco pequefio^-leitão.
Costa --Vide Feira (villa).
Mabques — appetlido nobre n*este reino.
Veio de Hespanha. É patronímico de Mar-
cos.—Trazem por armas — - em campo azul,
um castello de prata, entre duas chaves de
ouro, com os aros para cima. Elmo d'aço,
aberto. Não tem timbre, por serem as armas
incompletas.
MASQABB9HAS — Vidc AvdrOj G&uveia, e
Miucarenhas.
Martins — appellido nobre doeste rdno,
patronímico de Martiníio.
O primeiro que se aoba com este appelli-
do, é Soeiro Martins, que assignou ocpio pro-
curador da cidade de Coimbra, na narta de
jóraaMUto de O. Affonso Henriques, em 1152,
sobre -a apparição de Jesus Chrislo, na vés-
pera da batalha de Campo d'Ourique.
D^esle appellido foi Estevão Martios, deão
da eapella de D. João I(,.e dorei D. ManueL
Send» enviado por embaixador á Allemanha,
e imperador o fez conde palatino, e lhe deu
por armas — escudo dividido em palia — na
primeira, d'ouro, meia águia, negra, coroa-
da—na segunda, de azul, uma ponte de pra?
506
«OK
tft, d'am só arco. Contra«dieflé estreito, deon-
Has â*asat e prata.
Os ãhrtm$ MeHres, usam do brasão doe
Mestres, qae procedem de Estevão Ifartios
Mestre, e trazam por armas — eseado divi-
dido em palia -— na primeira, d'oaro, meia
afoia, de negro, coroada — na segunda, de
pnrpnra, uma jarra de prata, gotada d'anil.
Elmo d*aço aberto ; timbra, a jarra do es-
cudo.
MBifDKs — ' appellido nobre n*este r^o;
patroDiraieo de Mendo. Os primeiros porta«
gueses que se acbam com este appellido, sao
os dois bravíssimos capitães, Soeiro Mendes,
o Bom — e Gonçalo Mendes da Maia, o Lida-
dor — adiantado-Mór de D. Affonso Henri-
ques, pelos amios de 1136 ató ii86, em que
morreu em batalba contra os mouros, cheio
d*aanos e coberto de gloria. Soeiro e Gonça*
lo, eram irmãos, assim como o «ra o famoso
D. Paio Mendes, arcebispo de Braga. (Yide
Maia.)
As primeiras armas de que ha noticia, da-
das aos Mendes, foram concedidas pelo rei
D. Manuel, a Manuel Mdndes da Maia, des-
cradente do Lidador, por carta regia de 4010,
em premio das grandes façanhas que este
bravo militar otoou na Alríca.
Sao estas armas— escudo dividido em fa-
za ; na primeira, d'azul, uma muridha de
prata, com ameias e duas torres, uma em
eada canto da muralha, tudo lavrado de ne*
gro, e uma porta do mesmo, no meio — a se-
gunda, dividida em palia— na primeira, de
purpura, uma cabeça de mourQ,eoB turban-
te de prata e a»l, cortada em sangue — na
segunda, também de purpura, três lanças de
prata, com hasteas d'ouro, em roqnáte. El-
mo de pcata — timbre^ a cabeça de oeuro,
âo escudo.
fla em Portugal outra nobre familia de
mesmo appellido, que proeede de um fidal-
go galiego, chamado D. Estevão Mendes de
Arac^o. Trazem estes Mendes por amas —
escudo divi^do em palia ^ na primeira, de
purpura, um braço, de prata, lenda na mãe
nma espada, com guarnições d'onio, cem a
ponta para baixo, enfiada por um broquel
do mesmo — segunda, d'ottro liza. Blmo de
prata •*- timbre, o braço armado com a es-
MON
pada, come o do esendo, mu em aeçie4e
cutilar.
D. António Mendes, primeiro bi^ d'£l*
vas, usava por armas — em campe d'o«M^
três fesas de purpona, orla de.prasa,>cann-
gada de oito cruzes, de purpura.
Outros Mendes, irazem por armas --em
campo de purpura, cinco bandeiras aaoiB
(duas em banda, ^oas em contrabanda «e
uma em palia, no meio d'ellas) com hasteas
d'ouro, e ferros da sua côr, cada uma car-
regada de ires -crescentes de prata.
Ainda ouiros Mendes, trazem por armas
«—em campo de prata» semeado dcaziahei-
ns verdes, chefe d'ouro, carregado de á|aa-
tro cabeças de mouro, toucadas de prata e
azul, cortadas em sangue, e por differençaa,
uma brica com seu coxim.
MouBA —Yide Moura, villa.
PiNHBiao — Vide Barcellos.
Sbabbá*— Vide Feira, villa.
Sncoo — appellido nobre em Portugal —
cuja familia é do ducado de Millào, na Itá-
lia (onde se diz Sico). — Veio para este rei-
no^ na pessoa de Jorge Séoco, que aqui. jus-
tificou a sua ascendência» por certidão^ pas-
sada na diu cidade, em 1584. A seu filho,
Pedro Alvares Sécoo, deu Philippe U, por
armas — em campo de prata, um leão de
purpura, com uma espada azul» com gosr-
nições d'ouro, na mão direita— e uma cobt
Imbanda azul, que passa por uma das mãc^s
do leão, carregada de ures rócas, de prata.
Távabbs —Yide Aisumar, Faro, Frontei-
ra, Mira e Tavares. ^
Ha mjiis appellidos nobres n'6sta villa, qua
não descreve aqui, por já hiiem em oums
terras. _
Monie^Mér-^Neve, ainda não tem bam
nem visconde ; mas tem cousa melhor, e
mais uiil-^ó aqui a ii.« estação do cami-
nho de ferro do Sul e Sueste. .
Em 18 de novembro de i860, fallecenao
hespilal da Misericcrdia, doesta vilia, bido-
ca de Jesi;^ fa BabonaJ, cem 108 anpios e al-
guns mezes de edade. Foi casada sete ye|(fe»
e esteve em risco de ficar viuva do sea 7.*
iimiUo, Ibnod Antoido» qoe e4Uyii<pQr&iQ-
•saoiente doente quando ella morreu. KraiQ
ambos naturaes d*esta villa. QHaQdp caaoa
ABltúq^ves, tipba mais.dScSOamip^ Go^oa
«ftlppFe ba^ saúde, e erfi de mjuiU)>boi» QOtp»-
portamento. Tivera alguns bens da forimia,
m» yeío a morrer pobre. Gabavarae de ter
^NNopre vivido em paz com .todos os seus sb-
'teniiridos.
O rio, que aqui passa, tem o nome de Âl-
mançor até á villa de Ganha, tomando o eeu
4Pitme, d'eUa para baixo. Corre de £. a. O.,
69traiido na esquerda do Tejo, abaixo de
Benavente.
MOirTS-llto-yEI.H0 --Villa, Bouro, ca-
.'beça do concelho .e da comarca do seu no-
me (foi da comarca da Figueira da Fos), i^
íkQometrosa O. de Coimbra, 18 a E. do ocea-
no e da Figueira, 6 ao N. de Yerride, i8 ao
^.aE. de Soure, 6 ao E.S.E. de Santo Va-
rio, iS a £. N. E. de Tentugiil, e 190 ao N.
ée Usboa, — 600 fogos, em duas freguezias
(Santo Maria da Alcáçova, e S. Martinho)—
Bispado e districto a<íaiinistrativo de Coim-
• Em 1757, tinha cinco freguezias:
• ' i.' — S. ãiiguel, archanjo — os duques de
Cadaval apresentavam o prior, que tinha
250^000 réis de rendimento annual. Tinha
rft3 fogos.
5L* — Samta Maria MoQdal^na — os mes-
mos duques apresentavam o prior ^ que ti-
nha ilOMOO réis de rendimento. Tinha 98
fogos.
3.*^ O Salvador— O real padroado apre-
; eWiUvr o prior, que tinha 300^000 réis de
rendimento. Tinha 38 fogos.
4.' — S. Martinho (existente) —As religio-
«is de Santa Clara» de Coimbra, apresenu-
v^m o v^fario^ que tinha 90|M)e0 réis de ren-
41lMito, Tinha 286 fogos.
5>— Sofi/a Maria da Akaçova (existente)
— A milra apresentava o vigário, que tinha
de repdimeQto 260^000 rto< Tinha 180 fo-
Yé«^se pois que as elneo freguezias d*esta
^aem 1757, tioham 745 fogos; 145 mais
^0 que acmalmeme; e 053 (iNje^ menos do |
«le fm Í7t5, pois tinha entio i553 (éfos! 1
mn^
m
o <K>ncd)M> daliqpte-llAr- Vj^lho é<ififOfi^
to daai& freguezias segiiin.t% todas no .bis-
pado de Coimbra — Arazéde, Carapinheira,
Glitde^ iic% (ou LÕqíís^), Means, pereira»
Aevéle^ Santo Varão, Seixo, Tcntpg^l,VQi;-
/ide, Villa No.ya.da fiarq^» e as .duas de Mon-
te Mór- Velho.
■ <
Todas com 5:40f) {pgQS.
A comarca é composta só do seu julgado.
l^sta importante povoação, está edifica
nas abas de um monte (do qual lhe prové9i
o nome) na margem direita do Mondego, effi
formosa situação. De um e outro lado do
monte se estendem os vastíssimos» bellos e
f feraci9simo9 campos do Mondégq.
No alto do monte estão as soberbas ruipa^i
do seu nobre e vetusto castello, e d*alli se
gosfi um vasto e delicioso panorama.
Mesmo que não acreditemos pa Caibulpçi^
antiguidade qijie lhe dão alguns escriptoref»
portuguezes e castelhanos, que fazem remopi-
tar a sua fundação j^o anno, 2^104 do mundp
(1900 an^s do nascimento de Jesus-Ctirist^)
atribuindo-o ao, também fabuloso, Brigo^ 4>
rei das Hespanhas; é. certo ser uma das maiii
antigas povoações da Península {beríca.
O nome mais antigo que se lhe conhece,
é Mirobriga < (cíd^ide ou povoação de Iftrp).
Já se vé que esta palavra é gallo-çeltica,
em vista da sua terminação ("òrt^fo; ainda que
iíiro é cognome suevo, talvez tomado do cel-
U. (Vide col. i.% pag. 338 d*e8te volume.)
Sppponho pois ppder-se aífirmar, que esta
povoação data, pelo menos, dos annos 500
ou 400 aqtesde JesusChristo.— Nos primei-
ros séculos da noasa monarchia se chama-
va — MonU-Mór-Sobre o Mondego.
Ainda alguns escriptores dizem que Mtro-
briga era a actual villa de S. Thiago do í^-
cem; mas parece me que esta povoação era
a antiga Merobriga^ como procurarei provar
no artigo da. São Thiago do Cacem.
A muita símilhança d*estes três nomes,
1 B não MeMrigjtí (cidade pu pQyoiçlo
dos medos) que essa cidade romana occu-
pava o local em que estão as actuaes vÕTás
de Marvão e Aramenha, e o território gue
fica entre elias. Vide Aramenha, a pag. 216
,idbo i.^.f^ « #mmt, a pag. il5 dCeate. .
núl
ím
Ifedobriga, Hiroibriga e Herobriga, é que
tem cansado os enganos nos escriptores.
Soffrea esta pomçao, como todas as da
liUsitalaia, as consequências das diversas con-
quistas, dos romanos, gMos, e árabes. Estes
aoecnparam em 716; porém, d*ahi a 132 ân-
uos (848) D. Ramiro I, de Leão, a resgatou
do poder dos knouros.
Era abbade do mosteiro de Lorvão, ou foi
então alli posto pelo rei leonez, sen tio, o fa-
moso abbade João, a que seu sobrinHo deu
o governo do casteTlo de MonteMór- Velho.
Em bfeve deu o valoroso abbade eviden-
tes provas de que sabia tão bem canur ma-
tinas e landes, na egreja, como manejar o
seU pesado montante nos combates.
Abd-el-Raman, rei, oulcaiifa, de Córdova,
investe o castello d'esta vílla (no mesmo an-
uo de 848) com um poderoso exercito; po-
rém a heróica defeza e bravíssima resistên-
cia do abbade e dos seus portugueses o fez
levantar o cerco, para sér derrotado por D.
'Ramiro I, na gloriosa batalha de Clavijo.
Foúco depois se revoltaram contra o rei,
08 Condes Alderédo e Pinelo. O abbade sàe
eom pàrttí dá sua gente, do castello, e os
submetteii. Marchou na direcção de Viseu e
derrotou os mouros em um rude combate.
Diz- se que este combate foi da-
do nas immediaç5es da actual
freguesia de S. Miguel (hoje San-
ta Margarida, do Feital, vide voL
3.% pag. Wl, col. 2.*) e que foi
por essa occasião que o bispo de
Salamanca descobriu a sepul-
tura de "d. Rodrigo, ultimo rei
gôdò.
Mas, emquanto o abbade João se occupa-
Vá d'estas expedições, Garôia Janhhs, rene-
gado (entre os mouros Zulema) que tinha
sido familiar do abbade João, combinava
com o kaiifa de Córdova, a perda dos chrís-
tZos da Lusitânia:
O kaiifa lhe dá um formidável exercito,
totú o'(tnkl o 'ifhfélgaA» dáinopinddénente
S<^re Monte-]!tór, pondo-lKô um ajpertadis-
aímo cérea« A povoaicãa da vilia e o abbpida e
iooDges de Lortio, ^ue sê tíabam tMist« ao
Abrigo' áa fortdeaa, resistem ^m denédo á
agressto; mas a praça estava despreveaidli
de vitualhas, e a fome principiou a aflHgit
a gnami^.
Butão osmontemorensea, imitando os hé*
roes de Sagunto, decidiram morrer, ms«
tAttdo.
Resolvidos a romper por eotre as hoMi
agarenas, degolaram todas as pessoas dassm
familias que os não podiam acompaâtuiri e
sahiram decididos a vingar as suas mortes
e as 'dos seus.
Com tal furor, porém, atacaram os moa^
ros, desprevenidos, e que não esperavam U^
manho arrojo dos cercados^ qne aquetles fo-
ram completamente desbaratados. O rsiie-
gado Garcia e quasi- todos os seus, ficaram
mortos no campo, retirando poucos, vBk
maior desordem e a unhas de cavalto.
Segundo a lenda, referida
por muitos historiadores, quan-
do os christãos entraram na va-
la, acharam resuâcftadas todfls
as pessoas que no acto da soa
heróica desesperação tidliam
assassinado.
Effl memoria d*este milagrt,
ainda hoje, em agosto, se fa-
zem n*esta viHa festas popu-
lares.
Cento e trinta e seis annos se comervoa
Monte-Mór guarnecida por christãos; poióm^
em 985, Al-Mansor, kahfá de Córdova, «e
precipita» como uma (Wãlmehe, sobro a Lu-
sitânia, com um numerosíssimo exereito, e
conquista e destroe Monte Mór- Velho, Coim*
bra, Vizeu, Lamego, Braga e outras miÉta»
povoações, reduzindo esta parte' da PeaiB*
stilai quasi a um deserto alagado em sangue.
D*allia 13 anuos (998) o mesmo kaiifa,
què se cognominava açoiír^ de Deus, infeste
de novo a Lusitânia^ entrando pela GaHiaa.
O vak>roso conde, D. Forjai V^rmueir (pro-
genitor dos condes da Feira, e dcmnitas
das mais nobres familias porragtietas) se
oppoz à invasão do mouro; e, fazendo (>p6-
rlgò iMir 09^ príncipes ehristãos, D. Bermn-
do,: M ^é Navarra, e -o conde D. 6aroia ftr-
nandèS) unidos a D. Porjaz, esperaram os
ioMros no sHio ile Alcantanaçor (juto a
mm
MON
509
t)8ma) é 03 âesiMntafatD, fieawlo perigost-
meiite ferido AhHansor.
Monte-Mór eoAliniiat& sendo ama fomi-
davel feftaleza momisoa, e os árabes^ d'aqiú
fttiam assoladoras correrias pelai povoações
e campos circamíerentes, crescendo as soas
cmeldadéB, exasperados pela perda de Coim-
bra em teiO.
Batão»* O. Peroaodo I (o M^^o) rei de
Leão e Qastella, resoiveo, a todo o onstot
destralr a temerosa praça de lfoiite«Mór, e
atacando-aínoploadamente, aiomade assalto,
com iraades perdas dos diristaos e qoasi
lotai dos mouros.
Para que esta fortàlesa nâo coatimiasse a
ser o paiadium dos mabometaiios, o rei a
fez arrasar até aos ftindamenios, bem como;
á povoação, não ficando pedra sobre pedra.
Pelos anoos de 1068, reiúando em Cas-
tella O Aífonso VI <pae da rainha D. The'
reza e avô do nosso primeiro rei) foi o cas-
telfto e viHa de Afonte-MÓr reedificados, e
povoados e def^Mididoopor cbristâos, por di-
ligencias do conde D. ftaymimdo de Burgo-
nha, genro de D. Affonso VI, e pelo tamoso
conde D; Sisaando, governador de Coimbra.
O conde- D. lienrique e seu filho, D. Aí-
Ibnso I, cuidaram com a maior soliidinde
da reediftcação de todas as obras de defeza
d*esta praça, ampiiando-as e coostroindo
outras de novo; porque estando os árabes
ainda senhores de quasi toda a Bxu-emadu-
ra portuguesa, era Monte-Mór-Novo um pos-
to avançado dos portugueses, e por multas
occasides foi a salvaguarda de Coimbra, nas
differentes entradas que os mouros fizeram
por estás terras, desejosos de recuperarem
a sua querida cidade»
D. Sancho I, deixou em testamento o se-
nhorio d'esta villa e d*outras, a suas filhas
as infantas D, Sancha o D. Thereza; porém,
D. Affonso ÍI» vendo que seu pae deixara
aos irmãos a maior parte das riquezas da
«oròa, ficando elle sem as necessárias para
Sustentar a sua corte com a decência conve-
niente, se oppoza estas- prodigalidades, e
teve grandes contendas com 'seus Irmãos, a
ponto de terem o inAmte D. Fernando^ 4e fu-
gir para Castdl^; e D* Pedro para Mairor
COS.
As infantas defenderam-se nos seus caa-
tellos, d'onde pediram auxilio ao papa Jn-
nocencio III, e ao rei de Leão.
Só depois de bastantes desordens, é que
os irmãos soTeconcilaram.
É por esta rasão que a esta vtlia e sen
termo se chamava, no tempo dos nossos pri-
meiros reis — Terra do Infantado; porque,
mesmo depois da morte de D. Sancha e dn
D. Thereza, quasi sempre esta viHa foi do
senhorio de algum infante como adiante ao
verá.
Tinha esta villa voto em cortes, com as-
sento no banco 5."
As suas armas, são— um castelio deouo
em campo de púrpura, e sobre elle o escu-
do das quinas.
Jorge Cardozo, o padre Carvalho da Cos-
ta, e outros, lhe dão por armas, simples-
mente ás do Portugal.
Monte- Mór* Velho, como todas as povoa-
ções antigas da Península, tem as ruas qua-
si todas esti*eítas, tortas e mal calçadas^ e
poucas casas que se possam chamar boas.'
Para o lado do rio, tem um bello rocio^
ou campo, onde está o mosteiro de Nossa
Senhora do Campo.
O sen porto é frequentado por muitos bar-
cos, que navegam pelo Mondego.
Ainda se vêem as suas antiga.« muralhas,
com as suas três portas, tudo em mào es-
tado.
Os arrabaldes da villa, são muito lindos e
amenos, tanto pelas hortas, pomares, e vi-
nhas, como pelas muitas fontes que os re-
gam, e pela vislnhança do poético Mkm-
dego.
O seu território produz grande abundân-
cia de cereaes, frnctas e legumes, e algum
azeite e vinho. Cria* se aqui muito gado> áà
toda a qualidade, e nos seus montes ha abim-
dancia de caça. O rio e o mar, fornecem a
> povoação de muito e variado peixe.
O foral mais antigo que d*esta villa exlsle
na Torre do Tombo, lhe foi dado pelas rai-
nhas D. Thereza e D. Urraca, filhas de D.
Sancho f, em maio de 1212; o qual foi con-
firmado, em Coimbra^ per D. Affonso lU^a
SIO
Sdt agosto de iM8. (Maço 7.* dftforaes m-
tígos, D.<> 2— MíDuta para este foral, 6ay.
SO, naaço i2, n.« 9).
D. MaDoel Ibe dea foral novo em Lisboa,
a to de agosto de 15i6. (Uvro êe foraes ím-
'^ot da Extremadura, fi. 280 i).% cqL S.*J
Este foral serve iambeiD para as terras
«egniotes: Alcáçova, Alfare^los, Alhadas, Ar-
xéde, Azoya, Barea da Lavandeira, Barca de
Verride, fieliida, Cadima, Garcavellos, Ei-
feira, Formozelhe, Figneiró, Fonte de Lobos,
Freixo, Granja d*Almeira, Granja do €ama-
'ff)Biro, Granjéihos, Magdalena, Paço de Grijó,
Paços de S. Salvador das Candozas, Qoeí-
lide, Quiayos, Reveleis, S. Martinho de Villa,
S. Miguel, Sanverãe, SérrQ-Yentoso, Sousel-
las, e Vinha da Rainha.
Festa de Nossa Senhora da Vidaria, —
^Qnando o abbade João, tio de D. Ramiro I,
-de LéBú, e os roontemorenses, venceram e
derrotaram os mouros de Ai-Mançor, que si-
tiavam a villa, como fica dito, instituiu o
mesmo abbade, em commemoração doesta
milagrosa façanha, a festa de Nossa Senhora
da Victoría, a que vulgarmente se dava o
.some de fesía do abbade João,
D. João V, para auctorisar e per|>etuar
esta patriótica soiemnidade, expediu uma
provisão régia, que, por ser curiosa, trans-
crevo. É a seguinte :
«D. João, por graça de Deus, rei de Por-
tugal e dos Algarves, etc.
«Faço saber, a vós, juiz de fora, vereado-
res e procurador da camará, da villa de
Monte-Mór- Velho, que se viu a vossa conta,
«n que me representastes que os morado-
res d'esta villa celebravam todos os annos,
o portentoso milagre, que obrara com os
seus maiores, a Santíssima Hie de Deus,
«om o titulo da Victoria; pois, sendo dego-
lados, pela direcção do abbade João, tio de
elffei D. Ramiro, todos os velhos, mulheres
« meninos, por nào cabirem nas mãos dos
mouros que tinham cercado o castello d*essa
Bwema villa, antes dos catholieos que defen-
diam o castello sahirem a pelejar com os
liarbaros^ alcançando d'estes, um maravi-
lhoso triumpho, acharam depois da batalha,
todas as pessoas que tinhip
MOV
degolada; e^ttservaaicHae.m fargaMa o si-
gnal das feridas, que se «ootinuarimimiii-
tos tempo% em algumas famiUaad*e8aa villa,
e, de todo o referido bouvera seoHNre awi
tradição .ianaemorial, continuada aiMeaatf •
vamwtte de paee a filhos; por cujo motivo,
não só se repetia a dez d*ag08to a .memoria
d*estes prodígios; porém, esta Sabcrana Tir-
gem, era protectora a quem essa mesma
villa recorria em todas as suas necessida-
des, nas quaes tinha mostrado muitas vezes
o seu poder, e a piedade do seu sdtorano
patroeinio, e que estas patentes e sagraiter
circumstancias, persuadiram multas pessoas
d'essa villa, a que todos tomassem per pa-
droeiro d*ella, a Senhora da Viária; e as-
sim o requereram a essa camará, e que esta
a festejasse com esse títido, e fizessem nu-
merar esta festa entre as suas: por cuja ra-
zão vos resolvereis a convocar toda a no-
breza e povo, que todos unilormeDiente pro-
clamaram, que loese a mesma Senhora da
Victoria a sua padroeira, de que se fleerao
termo que remetteis. E, paaa que este. tivesae
ioda a validade precisa, esperáveis que Sn
fosse servido mandai o observar. B, visto o
mais que referistes, e o que constou, por
informa^ do provedor da comarca de Coim-
bra, e resposta do procurador da minha co-
roa, a quem se deu vista, e não teve duvida.
^Hei por bem, e vos mando, que observeis
o termo 4e acclamação, que fizestes com a
nobreza e povo d'-essa viUa, para que a Vir-
gem Nossa Senhora, com o tilulo da Victo-
ria, seja padroeira d'ella; e que numereis a
sua festa entre as mais d'essa camará» paca
ficar perpétua a memoria d*esie prodígio.
Cumpri -o assim; e esta provisão fareis re-
gistar nos livros da camará, para a todo o
tempo constar que assim o Houve por bem.
£1 rei Nosso Senhor, o mandou, pelos dou-
tores Manoel Gomes de Carvalho e Fernan-
do Pires Mourão, ambos do- seu conselho, e
s^is desembargadores do paço.*-|fanoel
Ferreira Serrão a fez, em Lisboa, a Í0 de
dezembro 4e 1746 annos^ José Galvão de
Castello-BfaBco» a fez escrever— Femai^
Pires Mourão-^^ Manoel Gomes de GarvaNio
-— For despacho do desembargo 4o paQ0^46
19 de dfliambro de i7M.>
wm
1>íâ
Gon O todir dos tempoei, foi poitto ârpott-
'todiínioDiBdo *4i^BeDeia d'esia loleBiiiídft-
de, até qae deúma de fáMr*8e. £iii Í8ft3 |io-
réói, 86 tornou a restabelecer, pela vontade
f|8fal do poTOy Gom o mesmo aiitigo esplen*
dor, e contimia até ao presente.
Qnando esta villa tomoa a cshir ao p^
jder dos meunis (006) Acwx qBasi arrasada,
-a assim esteve aigam tempo, até 91a o mott-
SDO fien-AIslgi, a reedifieoo» eom o jaome de
Mdmense^ coiwerlMido o seu eseteUo na
mais temível fortaleza d'aqaelle tempo.
• O sen mercado qninsesal, é notaml pela
abundância e variedade dos productos agrí-
colas que a elie concorrem, e pelas impor-
lantes transacções commerciaes que alU se
oiperam.
Em frente de Monte-Mór-Velho, e do ou-
tro lado do campo, na opposta margem do
Jloadôgo, fica a antiga vijla de Yerride, ou-
.lr'ora rival d*aqttella, e célebre pelas suas
afamadas aguas sulphureas.
No termo d'esta viUa, no logar de Fonte-
Cova, nasce o rio Aroeira, que corre de N.
a S., e desagua no Mondego.
Do que fica dito de Monte-Mór- Velho, se
.Té vie ó notável pela sua antiguidade, e foi
aempre uma povoação importantíssima, mes-
mo que deixe de se dar credito a algumas
das suas lendas e tradições. Já vimos que no
feinado de D. João Y era cabeça de comar-
/ca, com o respectivo juiz de fora. Esta co-
marca foi supprimida depois de 1834, mas
tornou a restaurar-se.
Teve antigamente provedor, cuja jurisdie-
<0o foi extensíssima, comprehendendo lega-
res que boje pertencem a três diversos dís-
trictos administrativos (Leiria, Coimbra e
Aveiro !)
Foi sempre o povo d*estâ villa e seu ter-
-mo toai, valflDle e patriota. Já vimos que nas
4paerras contra os mouros, defendeu sempre
núuu iaeKcedivei br»wa, as suas muralhas.
Jlo reinado de D. Affonso II» sustentou com
omniordanodo e dignidade ^ direiloa:!»^
eoBtestavBisjdas kiíkatas^ 1^ Sanoba e.D. Tbi^
reza.
Aqui veio ter^ em >â de julbo de 1800^ o
bravo António Jgnaeio <3ayola, com 4b tara-
vos soldados vindos de Goimbrs» aos quaas
se jsmtaram muitos bravos montemorenses^
e^eom estes e outros povos das immedia^^
foram expulsar os firanceses, da fortaleza da
Figueira. (Vide vol. 3.% pag. i88, col. 1«, e
pag. i80, col. i.*)
Já antes d*is80, em i602, também foram
os moradores de Monte-Mór-Velho, que, com
outros poctaguezes» foram resgatar a villa
da Figueita, do poder dos ingleses. (Vide o
mesmo 3.» voL, pag. iOO^ col. i.*» e H.*)
O castello tinha capacidade para aquarte-
lar uma guamiçãa de cinco a seis mil ho-
mens ; e, apezar de muito arruinado, con-
serva ainda as muralhas do ssu recinto,
com as suas ameias, torres e seleiras» bam
como três cisternas ou subterrâneos no seu
centro, uma para deposito de agua, e as ou-
tras para munições de guerra e de bocca.
Dentro do castello ha o templo de & Joap»
onde se diz que o íámoso abbade João, dizia
missa, e animava os montemorenses com os
sens sermões catholicos e patrióticos. Tam-
bém aqui está o de Sa^U Maria d* Alcáçova,
construído por ordem do não menos famoso
conde D. Sianando, governador de (Coimbra,
no reinado de D. Affonso VI» (sogro do conda
D. Henrique) e durante o governo d*este
mesmo conde.
Também está dentro do eastelk) o antígo
paiaoio real, que se suppõe construído pela
rainha D. Urraca, mulher do conde D.Ray*
mundo, e irman de D. Thereza, mãe de D.
Affonso Henriques.
8uppõe-se que as maás antigas obras do
defeza hoje existentes, foram mandadas fa-
zer em 1100 pek) condo D. Henrique e.pelo
conde D. Sisnando, que então povoaram esta
villa. a Sancho I também, em áSiO, fez ai-
fumas fortificações, ou ampliou as antigas.
Não se sabe a origem do nomaactual d'es-
ta villa, nem quando príncipion a ser desi*
gnada por elIe. Já a pag. 37, coL S.% d'/ntâ
512
MOR
imlatte, tralMido de Maiorca narrei a tradi-
ção que eorre sobre eata etymologia. O <|iie
é oerto é que desde o IX século se denomi-
nava MoHle-Már, e que se lhe aeereseeatou
o VelhOy desde que D. Sancho I reediflcou a
vHla de Mon(e-Mór-Novo, no Alemtejo. Tam-
bém antes de ser Uonte-Mór- Velho, se deno-
tsÚDAVSL-^Mênêô^Mór-Sifbfe-o-Mondêgo, o que
Csz suppôr que já havia a villaalemtejana do
mesmo nome, aliás uao era preciso distin-
guil-a com a indicação de -^ Sobre-o-Mon-
4êgo.
A amenidade d*esta villa e de seus (broio-
SOS arrabaldes, proeede da proximidade com
o seu vastlMiimo campo, dos rocios que ha
dentro e próximo da villa, da visinhança do
formoso Mondôgo, deslisaodo-se plácido e
sereno, orlado de salgueiraes, por entre vas-
tas campinas cultivadas; « ainda por ser
atravessada pela valia, que de^de a Ladroei-
ra corre até á ponte da Alaf^ a qual, bem
como a poete que está junto ao Casai-Novo,
eos chafarítes da praça, consta ser obra do
infance D. Pedro, regente do reino, na me-
noridade de D. Affonso V, e seu tio 0 sogro.
{O que morreu no combate da Alferrobehra,
em 20 de março de 1449.)
Os vastos e desaj^rovcitados largos e bal-
dios d*este concelho, chamados -- Largo de
S. FranciscOn Porto-Peao, Terreiro da Feira
(ou Campozel), CotredourOy Atraz de Valias,
Bócio dos Anjos, Areal^ Cardai, e outros me-
nores, podiam, e deviam, ser arborisados, o
que não só melhoraria as condições «lima-
terícas do concelho, mas daria ás camarás
um bom rendimento.
Era tradição constante na vília, que o no-
me dado M sitk) das Caldas^ a pequena dis-
lanoia da povoaçlio, procedia de haver aili
em tempos remotos umas thermas. Os factos
vieram eonfifmar a tradição. Em 1850 se
descobriu aqui uma nascente d^aguas sul-
fíhnreas, bem eomo areos de pedra e tan-
ques ou banheiras antiquíssimas, o que pro-
va ser constrecção romana, ou, pelo menos
árabe, e serem applieadas estas aguas como
remédio de certas enfermidades, desde mni-
flKlH
tos séculos. Também estas Ihennas oompio-
vam a antiguidade doesta villa, «e a sua uor
portancia em tempos remotos.
Tendo (aliado tantas veses n'este ariíg»
I do abbade João, viUto legendário do seeo*
lo IX, cumpre-me dizer que elle fundou a
convento de Ceice, onde íklleeeu a 1 de fd«^
vereiro de 867, e fui enterrado na egrej»
d'este mostAiro. Para o mais que diz reapdr
to a este abbade, vide o que adiante dig»
quando blio da egre}a dos Anjos, e Coimbra
e Lorvão^
Para se saber o que era a famosa jui^iça
de MonU'Már, vide o ultimo artigo do 3.<^
volume, a pag. 434.
Paliei também da rainha D. Thereza, sé*
nhora d'esta villa, pelo que julgo dever no*
tar, que era filha de D. Sancho I, de Porta»
gal, e irman da rainha eanta Mafalda (vide
Arouca), — Casou esta senhora, com seu pri-
mo, D. Affonso, rei de Leão, sem a préiria
dispensa do papa, pelo que foi annullado
este casamento, com grande pezar do mo*-
narcha leonez, que a adorava pelas suas raraa
virtudes e grande formosura. Dera lhe elle
muitas terras e rendas em Castella, e nao
)iò lh*as não tirou, depois da separação, mas
ainda lh'as accrescentou.
D. Sancho I, logo que sua filha regressou
a Portugal, lhe dou também muitas viHas e
coutos, em 1200, e nomeadamente esta vIBa
e a de Esgueira, as quaes ella, pelos annos
de 1902 doou ao mosteiro de Lorvão.
Na doação que o conde D. Raymuudo e
sua mulher, a rainha D. Urraca, fizeram aoa
novos povoadores de Monte-Mór- Velho, em
fevereiro de 1095, se nomeia particular-
mente Zalema Godinho, a quem dão a vUb
de Mira, com todos os seus termoi<, e um
moinho que está junto da fonte de Caraboi
— *quae omnia usqae in hodieiíium diem
in atondo, et prestamo tenuit. (Vide Mira).
AUmdo, era o direito de ar-
rotear^ romper e cultivar al«
gu'r\ terr«io meulto, aâo o p#-
dendOy por éffl^ dar^ dear^ iro»
IfOI?
um
3ia
eiir ou YOBiler-* isto é-^ sendo
Qcn mero nanfraetnario.
«■MV
. O eaeceUo de Sants Euhilia, em qae L. A.
BíebenQ da Silva iocallgon a9 aeenas mais íd>
tereisantes di> een roíiiaiice Oiio tvifto-niè
tamiça^ estava M alto molite que derrubarão*
iHre a poniedo Bieira>;*para o lado deUonte-
M6r*^Yelbo, e no sitfo onde se ré agora a ea^
pellá de Santa Bidilia, que ae Julga ter sido
teiidada eom materíaes do vetusto easteliov
eno legar que ee^ oeenpav^ e do qual pou*
^os veÉtjgk» existem. SnppÕe^se,. eom bons
ftmdamentos^ qneeetaforflileui era obra doa
fomanos» porque appareoea aqui ama estft^
toa de mármore, da deasa Juno.
Em 1116, os árabes o arrasaram até aos
AmdamentcMi^iBdo^faaer o mesmo ao de Soa-
re e outros. Consta qae na edade média foi
«lia ftMTtalBza.temivel. Hoje apenas se dis<>
ttegnemalgMs aUcerees^ pmrqne a pedra
dtf sus» moralbas foi empregada b2o só na
«mstrocçivdaTeferida eapalla, eomo na da
ponte do Barea.:
Bm 1166, D. Alfemo I den este eaatelto
fot sitio d*èlle) eom todas u rendas qne lhe
pertenciam, e eram dos alcaides-móres do
meémo, ao oMisteire de Saitta Gn» de Coim-
iNra.
Estas rendas consistiam no oitavo àò ta-*
4os 09 frneios, qne Hie pagavam as vlllas de
Maiorea o Alhadas^ e as povoações oonfinani-
tes.
O rei D. Dinte den o. senhorio d*esta villa
• o padroado das soas egrejas, a soa irman,
a infanta D. Branca^.em junho de 1S86»
O mesmo monarehay quando se reconci-
liou com seu filho D. AfTonso (depois IV) a
xogos da rainha Santa Isabel, entre outros
senhorios, lhe d^u, no principio de maio de
13SI, o d'esu viHa.
». "— .
O iofante D. Pedro, duque de Coimbra*
filho de D. Joio I (o que morreu em Alfar-
robeira) foi também senhor de Monte*Mér-
V^lho, e de outras tnnitas terras.
D. João II den esta villa, e o mais que.ti*
nba sido do dito infante I>. Pedro, a sen fi-
lho bastardo, D. Jorge de Aleneastre, troneo
da eaaa dneal d* Aveiro, para onde vieram a
passar estas rendas..
O rei fer todas as dillgen*
elas para qne este D. Jorge lhe
sneeedesse na eorôa; polí«em a
virtnoeisslma rainha D. Leo^
nor, sua mulher, o a maior
parte da corte, se opposeram,
vindo por morte de D, João 11,
a snoceder*lhe na coroa, sen
primo e cunhado (irmão da ra-
inha) D. l^noel, duque de Vi-
seu, natural d'Alcochete.
Á e§r$ja áo9 Anjês ó o melhor templo da
villa. É de áfchtíêctura nkinwelhia; porém
está degenerada com as reparaç5es, aceres-
contes e ornatos de estylo da renascença, e
de péssimo goatOi
Em uma lapide, na càp^lla de Nossa Se-
hhora da Piedade, d'esta egreja, «stá grava-
da uma eólebre sentença da inquisição, con-
juneta com á epitaphitf de D. Margarida de
Mello Perestrello.
D*esta ioscripçao consta que sendo esta
senhora acca^ada de heresia, á inquisição
de Coimbra, fora presa nos cárceres do <afi«
to offldo, no*anno de 1666, e alli foi conser-
vada 17 annos, até que faJiecen no mesmo
cárcere, em 1683.
Depois da sua morte» e não tendo podido
n'aqneUes 17 annos de supplicio, acharem
culpabilidade n^esta infelix, se resolveram
os inquisidores a declara] a innocente ! —
Passaram então a tal sentença^ peia qual -—
ábadvem aré e declarum que a sens osso$
80 pódâ dar sepultura eccleêiastica, e offere^
recer a DeuB, por sua alma, os sacrificios e
suffragios da Egreja; e mandam qtie esta
sentença se leia na sala da inquisição^ e de-
pois se publique na parochial egreja da vil-
la de Monte-Mór-o-Vêlho, d'onde a ré era fre-
gueza, na estação conventual, para que ve*
nha á mtieia de todos; e lhe seja Uvantado
o sequestro, que em seus bens se lhe havia fei-
tOy e I>'JSI«LBS SB PAfiUEM AS GCETAS* (!)
Bstá n'esta egreja o bf^Uo tomnio do eále*
%ii
MOH
bn» BiDgo dà Azn&bnja^ eseofldido arnsdo
aturmór, do lado do Btangelbo. É maibein
ie arebitectora maBaelina, de graeioM fór**
ma e com primorosos lavores.
Sobre a lampa está deilaila a estatua d*es«
Và nobre cavalleiro» representado em trsgos
de guerreiro, com armas bxancas. Tem esta
iQScrip^Q gravada naireate do mausoléu:
AftVl là& DIOOVO nACAHBVlA, DO CONSELHO DKL
RBI, CAVÂLKiaO DA ORDEM DAVIS, GOIIMENDA-
DOR DA CABEÇA DE VIDA B ALTER PEDROSO, O
QOAL, NAS GVBRAS DE CASTELLA, POR EL REI
DOH AP0R8O, TOlfOV AOS CASTELHANOS A VILA
DALBORBTE, ONDB LHi QVBBBARAN VA PERNA,
B FEZ O GASTELLO DE SAM JORGE DA MINA, B
SVGIGOV TODA AQVELLA TERRA, E FEZ O GAS-
TELLO REAL EM AFRICA, E TOMOV A CIDADE DE
ÇAFIll A06 MOVROB, PBR SV^A SOO IN0V5TRIA B
VALBMTIA, B ASi FBZ OVTAAâ MVITAS GOVSA&
DUYAS DE MEMORU B LOVVOB, EM TENPO DOS
REIS DOM AFOMSO E DOM JOAM, O SEGVNDO E
0OH MANVEU O PRIMEIRO, GOMO Eli SVAS GRO*
NICAS SE PODE VER ; B FEZ KTV MOSIWRO: DC
NOSSA SENHORA DOS ANIOS.
FALECEO DE 86 ANNOS, DIA DJS NOSA SENHORA
D^GOSTO, DA ERA DE 1518.
fme vol. 1% pag. 286, col. tL«)
' Do Guia kisíorico do viújantw em CàimUra
e arredores^^áo sr. doutor Aiigusto Hendes
Simões de Castro, copiei o seguinte:
OasteUo de Uonte-Hór-VeUio
«É raro encontrar-se em Pbrtugal uma
fortaleza de aspecto tão imponente eomo
este casteilo, com as suas ameias e cubél-
los, cingidos de espessa ramagem de heras
a contrastar com a côr denegrida e tisnada
das pedras carcomidas, e mostrando aind»
nas pittorescas minas, a que está reduzi *
do, a formosura e robustez da sua oonstrue-
00.
' Para os efléitos estratégicos que requeri»
a arte militar de outras eras, nenhuma for*
táleza podia estar melhor situada. O monte,
sbbre que campeia, ergue-se abrupto, bío
meio das extensas planícies do Mondego, e
ais- suas vertentes descem quasi aprumada»
para todos os lados. D*esta maneira, a villa,
encostada ao velho aleaçar, ficava bem guar-
dada e detendidai á sua sombra protectora.
IfQII
Das minas do casteHo, gosa* se um esplen*
dido e belliflsímo panorama. «*^ Ao longe, oa
vastos e férteis campos do Mondego, borda-
dos de fíttoreseas eolUnaa, <mde alvejam»
quasi sem inlerrupQão^ mil caues, palaeex
tesi pequenaa e graÍMles ponFwiçdes^ e^ á fren»
te de tndas^ a risonha Coimbra; aqui o poa-^
tieo e^iofmoso rio, com aaloitgas orlas dai
salgueiBos, choupos e eberdes, aearvadliM
graciosamente sobre as suas agua» cryslili*
nas; a a nossoapéa a povaa^ ediieadaà
meaeilra de ttnroiio, setvindihlbe o legar ea»
queestamos, como de ultimo degráuv Pára»
tudo tslo um quadro magestoso e IbrmoaíaH
simo, qua ím dater alli o eapaeiadar, per
longo tempo.»'
A egreja de Santa Maria úí AkáçmtOy foi
edificada dentro do oasteUo$ pelo prâbytero)
Vennmnéoi ou Vefínudo, com ailelaifdadaf
do conde D. Sisnando, governador daCoinaff
bvi, peles anãos 1090 de J.-C<— VeroBrand*
deu metade doesta egiaja á Sé de Coimben
(sendo bispo D. Cresconio) aasO das'k:aleB«
dak de janeiro^ da: era dto César 1193, qna
conrespoada a 90 de dezembro do: anno Oi
deJ.-C.
BsU deafão eslá a ft 24 v: do lÀvra Pr^
to da Sê de Coimbra. N'ella se descreva ai
soHdio em qua D*esse lempo' eslava o cas-
tro, abandonado desde o tempo dds ara-^
bes, e servindo só de valbaeoutó' de feras ff
reptis.
D. Aflònso lU doou depois esta egreja ao
bispo D; Egas e ao cabido de Gaimbra. O hfs-
po D. Jorge d' Almeida, mandou Cuer obraa
importantes n*esta egreja.
Oonveutoa
l.« — Frades frmunxcainot (da invooaQSa
de S. Luís). — Foi fdndado pelo padre Tho*
mó Couceiro Lobo; mas nio pude saber á
data da sua fundado. Já estava supprimida
antas da 1834.
%^^Ffadê$ a^oi^Mos (da invoca^ dft
Nossa Senhora dos im||oa).-^Foft (bndad^
por Diogo da Azambuja, no século XVI. --»
Supprimido.
wm
MOM
5i5
8i»^ FMroê franoUeanoê (Ék ittiocijSo
dèNoMíSMhora de Campos.— -Foi íáudado
por D. Isabel de Azevedo, Ylovado eelebie
IX Joio de GaflCns 4." vleenrei da lodia, do
prteeípio do século XVI.— Bm 1691 foi es-
to MDslsIro traaslèrido para Sandelgas. Em
Í8ê8^ foi flwpprimido, hiBdo as freiras que
«esuvâ», para o «loeieiro de Santa Cla-
ra do Goimlkra, em 90 de setembro doesse
anno.
O padre^ frei Agostinho de Saota Maria,
no een S<mt. Afar; (toai. 4.% liv. 2.% tit. 13),
tiaia d'este mosteiro: dia elle^ que no cam-
p<y junto à viila existia* de tempos immemo-
ríaes uma eapella dedicada â Santíssima Vir-
gem^ i qual em rattio do sitio em que estava
edificada a eimída, se denominou Noêsa Se*
nhora êe Campas,
Tinha grande devoção oom esta imagem^'
D. Isabel d' Azevedo, e ficando viuva» se re-
colheu em umas casas que tinha» junto da
enniâai com alguteas mulheres virluosas^
dando assim principio ao mosteiro q^ pou»
CO depois adoptou a regra de terceiras de
S^ Francisco; com auetorldade do cardeal
lolfaiio, p«yiencNHrio do papa Aleiaodre VI»
em 11^3^ e ficando o convento sujeito á pro-
víncia de FortugaL A esto nvosteiro doou a
fbndadora» não só a oasa» mas (odas as suas
rendas.
Com o decurso do tempo» foram crescendo
as areias do Mondego^ e subindo as aguas, a
ponto de inundarem firequentemente o mos-
teiro» com risoo da vida das religiosas;
Queixando se ellas d'isto» ao bispo de
Coimbra^ Dk loio de Mello» as fez remover
para o logar de Sandelgas» para onde leva*
fhm a imagem da sua padroeira^
4.*— FVoiIm benedietinos (da invocação de
'SuMartinho).«-Fol ftmdado peio abbade João»
no século IX.— Ignorasse quando deixou de
existir.
Nao se pôde tratar d'esto mosteiro» sem
se filiar do famoso abhaâe João. Peço des-
culpa aos meus leit<Nres de algumas peque-
nas repetições» indi^iensaveis para a intelli-
gencia da matéria.
P. João^ nobre cavalleiro leonez» era filho
Mtoral de D. Frttella ^ e innao de D. Ber-
amdd^ o diaomia, e de I>. Afonso; o caíhMm
eo; e tio de D^ Ramiro L
Cançado de seguir a oôrte dos reis d»
Leão, e dos exercidos da guerra» se retirou
ao mosteiro de Lorvão, vestindo alli o babi%
to de monge, seguindo a itegra de S. Bento,
que n'eUe se professava.
Tantos exemplos deu de cordura e virts«
de» que» na primeira vacatura» foi eleito ab-
bade, esMmdO' presente seu sobrinho, D. Ra««
miro I de Leão, que então estava em Pomi««
gal, fazendo guerra a MahomaãrQid^ senho£
de Gaia, e a Muliff^Aekem, senhor de Águeda.
O rei, vendo a summa pobreza em qaa«s«
tava o mosteiro, causada pelas continuas cor^
rerias e exacções dos mouros, lhe fez uma^
larga doação, de moitas possessões, e entro
ellas» esta villa, com todos os seus direitos o
pertença^l^ sob. a cobdição de ter no castello
a guarnição snfflciente para sua defeza; o
que os moQges tiveram sempre o cuidado
de cumprir.
0 próprio D. João (o abbade) com alguns
dos seus monges» se passou para este castel»
lo, que proveu de soldados,- amas e manti^
msntosy e fazendo alcaide*>mór dafortaleaa a
seu sobrinho, D. Bermudo» bravo guerreiro»
d'aquelle8 tempos.
Foi então que o abbade tratou de edificac
aqui um mosteiro da sua ordem no sitio on-
de havia uma antiga capelia de Santa Maria
que foi demolida» para se edificar a egr^
do mosteiro» para onde foi a santa imagenve
que ficou sendo padroeira do couventa
Entre os familiares do abbade» havia unv
chamado Garcia Janhes^ creado desde meni*
no (não se sabia de quem era filho) pelo mes««
mo abbade^ que o tinha enchido de benefi-
cio» e distincções. Foi uma víbora que ena
sen seio acalentou; porque o ingrato» se pas«
sou aos mouros, e renegando da fé de Chris*
tov tomou o nome árabe de ZtUema (ou Ztêf
kmão) 1 e fez aos christãos a crua guerra
que jÀ referi; mas aoereaoentarei aqui o au*»
guinte:
Zulema» thiha tão estreitamente cercado
1 Bóie 08 árabes dizem Solitnão, — ^É eof^
rupção de Salomão.
Si6
MON
um
eeastfiUo do Monte-Mór, qne em balde Théo-
domiro, abbade de Lorvão, tentou reforçal-o
eom tropas e pro«éi-o com mantimentos.
Foi n'esta triste conjanctnra que os cer-
cados resolveram imitar os saguntinos.
Qaeimaram todas as suas riqaezas, e ti-
raram a vida a todos qne por seu sexo ou
edade não podessem combater.
O abbade Joio, deu o exemplo, lançando
o fogo a tudo quanto tinba, e degolando sui
irman, D. Urraca (mãe do alcaide D. Bermu-
do) e a seus filhos qne ainda eram creanças.
Fez-se este espantoso sacriflcio, em uma
Biadrugada, depois de se confessarem e com-
mungarem, tanto as vlctimas como os sacri-
âeadores.
O resto já fica narrado.
Era o abbade Joio, de avançada edade,
quando este acto de patriótica desesperação
teve logar, mas. de grandes forças, corres-
pondentes ao colossal das suas formas ; e
por onda o seu terrível e pesado montante
era brandido, ficava uma zona de sangue e
cadáveres mouriscos.
Ma maior furta do combate, avistou Joio,
e traidor Garcia, que com palavras e exem-
plos animava os mouros, foi direito a elle,
por entre uma multidão de infiéis, e de um
só golpe o degolou.
Foi então que os mouros^ aterrados, tra-
taram de fugir; porém poucos escaparam à
geral carnificina; porque, tendo construído
pontes de madeira em varias partes do Mon-
dego, para hirem forragear à parte opposta,
dos que por ellas fugiam, muitos morreram
afogados, por terem as pontes que brado
eom o seu peso. •
Os restos doeste grande exercito qms pu-
deram escapar ao ferro dos christios, ou ás
aguas do Mondego, fugiam desordenadamen*
te; mas o abbade e os seus os perseguiram
por espaço de quatro léguas, mettendose
em uns pântanos, onde os christios ainda
mataram muitos. D*aqui puderam metter-se
em umas espantosas brenhas, chamadas Al*
eoubas, onde o abbade os não deixou perse-
guir, não só pela aspereza do sitio, como
pelo cançaço da sua gente, que fez acampar
e passar a noite em uma planície.
Consta qne esta terrifel bataliia e famosa
victoria, teve logar no dia 24 de junho do
anuo 800 de J.*G.
Dizem alguns escriptores»
que, chegando os ebristaoe a
esta planicie, que está quasí
cercada das alcantíladas pe-
nedias á^jÊJcaubaa^ o abbade e
os outros chefes fritavam aos
soldados — cessai assai -^e
d'aqui ficou ao sitio o nome,
que ainda com pouca corru-
pçio conserva— Ceiça, a uns
S2 kilometros de Monte-Mór-
Velho.
Consta que na investida de Monte-Mór,
afogados no rio» e depois na retirada até aoa
rochedos de Alcouba, morreram sft«ii<a mil
infleis. Este numero pareoe-me exageradís-
simo.
Ma manhã do dia seguinte, ekegaram ao
acampamento alguns cayalleiros^ vindos da
villa, dando a noticia de estarem vivos to-
dos os velhos, mulheres e creanças, que na
vespora tinham sido saerificadi^s^ o que a
todoa encheu de suprema alegria, e ao ab-
bade causou tal impressão, que resolveu aca-
bar n*este sitio o resto de seus dias; em uma
ermida de Nossa Senhora que aqui maudoa
construir em WO, e se fez seu erimiião (dan-
do a seu sobrinho. D. Bermud^ como prova
da amiaade que lhe consagrava, as suas ar-
mas eo seu cavalle de batalha) e renuncian-
do nas mãos de seu sobrinho Dl Ramira I,
o governo de Monte-Mór* Velho, que foi dado
a D. Bermudo, primo do rei; e a abbadia do
mosteiro da villa aos monges da mepma. A
de Larvão, já a tinha renunciado a favor de
Theodemiro, monge seu parente. A imagem
da Senhora que estava no mosteiro da villa
levou-a para a sua nova ermida. Aqui falle-
ceu a 2 de fevereiro de 867, e aqui foi enter-
rado. Depois em ii65, D. AfTonso Henriques
fez construir juoeio a esta capella, um mos-
teiro de frades beiedietinos, que é o de que
trato no logar i^i^o ^o 2.* volume.
Cumpre-me aqui rectificar
um erro, a que me induziu a
identidade dos nomes, e a^
MON
MON
5Í7
obscuridades dos nossos anti-
gos escriptores. Disse no prin-
cipio ãk col. S.* de pag. 226,
do 2."* voL, que o abbade Joio
fundara um mosteiro dè mon-
ges bernardos na fregnetia de
Ceiça» na Extremadora, con-
celho de viUa Nova de Ourem,
qoando esse mosteiro foi fan-
dado em Santa Maria de Cei-
ça, qae é esta de que aqui
agora trato. Também o con-
vento nâo foi de bernardos, foi
de benedictittos. Só pelos an-
Bos 1030, é que o abbade JoSo
Girita estabeleceu em Portugal
a reforma de S. Bernardo, que
adoptaram quasi todos os con-
ventos benedictinos.
O abbade João (de Lorvão)
foi o verdadeiro fundador d'es-
te mosteiro de Santa Maria de
Geiça; porém os monges vi-
viam em grutas ou cabanas,
até que D. AfTonso Henriques
lhes fez omosteiro,em que prin-
cipiaram a viver em commu-
nidade.
Tudo o mais que digo em
Ceiça (Santa Maria de) está
exactíssimo.
O edificiodo mosteiro, acer-
ca e varias propriedades an-
nexas, foram vendidas depois
de 1834. A egreja, a sachris-
tia, e uma boa matta, ainda
estão por vender.
Os grandes prejuízos que soffreram os
montemorenses, com a queima das suas pre-
ciosidades, foram- lhes amplamente ressar-
cidos com os riquíssimos despojos dos mou-
ros, que foram repartidos pelos christãos,
segimdo os seus merecimentos.
Peita esta divisão, e providenciando o al-
caide D. Bermudo, de modo a deixar o cas-
tdlo bem provido de gente e mantimentos,
86 foi com seus irmãos e outras pessoas quo
tixiham sido degoladas, visitar o abbade João
ao sen erimiterlo de Ceiça e mostrarlhâ o
V<««UMBY
signal do golpe, que era como um fio de re-
troz encarnado, em volta da garganta.
O padre mestre, frei Luiz dos Anjos, no
seu Jardim de Portugal,(rei Bernardo de Bri-
to, na Jtfon. Ims^ e outros escriptores, refe-
rem que no seu tempo, ainda n*esta villa
'nasciam algumas ei^anças como tal signal.
Tendo mencionado em dif*
ferentes partes d*esta obra, vá-
rios milagres, operados pela
intercessão da Santíssima Vir-
gem e dos santos, e não pre-
tendendo ser notado como um
frei Bernardo de Brito do sé-
culo XnC, ou como outro qual-
quer frade milagreiro, dos Sé-
culos passados, declaro o se-
guinte:
Creio firmemente que a
Deus nada é impossivel. Kosel-
li de Lorgues e outros escla-
recidos escriptores contempo-
râneos, teem , brilhantemente
provado, não só a possibilida-
de dos milagres; mas até a sua
existência no ^ssado e no
presente.
Mesmo que eu não quizesse
crer em. milagres (que creio
— senão em todos^ em muitos)
tôl-oshia narrado, para não
deturpar a historia, nem des-
truir as lendas poéticas dos
nossos passados.
Por mais incrédulo que èu
fosse, com respeito a milagres
em que a Egreja nos não obri-
ga a acreditar, por não serem
ponto de fé, nunca seria meu
propósito arrancar dos cora-
ções verdadeiramente portu-
guezes, as crenças felizes de
nossos pães, nem fazer-Ihes
esquecer as fonnosissimas len-
das com que nossas mães sua-
vemente nos embalaram no
berço, e carinhosamente nos
distraíram na intancia.
Em ser crente, ganha-se/é
em Deus e na sua misericórdia
33
518
MON
MON
infinita — esperança, na vida
eterna— e caridade para com
08 00B90S semelhantes que sof •
frem.
E qae se ganha com o sce-
plicismo?— a desesperança, o
desconforto, o egoísmo e
o materialismo. Deus nos li-
yre pois destes infelizes senti-
mentos, causas infalíveis da
nossa tristeza e desventura,
n*este mondo e no outro. ^
Da íandaçáo do ediflcio do mosteiro de
Ceiça, conta-se a origem da maneira se-
guinte:
Em 1165, estando em Coimbra D. Affon-
so Henriques, lhe recomendaram os seus
médicos, os banhos do mar. Sahiu da sua
corte, em direcção á Figueira ; mas, tao bem
lhe fizeram os ares salntiferos dos formosos
campos do Mondego, que chegou á costa
quasl são.
Occupou-se então em percorrer aquelles
arredores, fi ouvindo (aliar na ermida de
Santa Maria de Ceiça, famosa pela sua anti-
guidade, poiá já então Unha 215 annos, e
pelos milagres attribuídos à sua padroeira, a
foi visitar.
Estava a ermidinha em um bonito valle,
mas cercada de densos mattos e alcantiladas
penedias, semelhando torres. ^
No caminho tinha cabido um dos cavallos
da comitiva, ficando o cavalleiro debaixo
d'elle, e em tal estadQ, que julgando-o mor-
to, o levaram a enterrar na ermida; mas,
apenas o ferido alli chegou, recobrou os sen-
tidos e ficou de perfeita saúde.
Todos tiveram isto por milagre. O cavai-
1 Mac-Mahon, actual presidente da repu-
blica franceza, queixando-se-lhe alguns eS'
piritos fortes f ou, como hoje se denominam,
livres pensadores, das grandes romarias às
Senhoras de Lourdes e LaSallete— respon
deulhes-*-tDeixal-os ; um litro de petróleo
causa mais desgraças, do que um tonel de
agua benta.»
^ E d'aqui lhe provém o nome que ainda
eatão conservava -^il/ CoM^a— palavra ára-
be, que significa— a terrinha.
1^0 que cahira, fez logo voto de consagrar
o resto dos seus dias ao serviço da Senhora
e da sua ermida, o que cumpriu, não toman-
do a «ahir d*este logar.
O rei fez voto de fundar aqui um mostei-
ro, dedicado a Santa Maria, o que também
cumpriu.
Emquanto o rei e seu séquito ainda esta*
vam na c^Ua, chegou o erimitão d'ellay
homem de edade provecta e presenç4t res-
peitável, pobremente vestido, e com porte
humilde e reverente.
Perguntou-lhe D. Affonso Henriques se
sabia alguma coisa da origem d'este templo»
sinho, ao que o santo anachoreta respondea
•— que havia muitos annos que aqui vivia»
dedieando-se ao culto da Rainha dos Anjos,
6 á conservação e aceio da sua ermida ; e
que sabia, por tradição, a origem d'elle.
O rei, satisfeito d'e9ta resposta, o mandou
sentar Junto d*eile, e o erimitão lhe contou
a lenda do abbade João, pela forma que fica
referida.
D. Affonso Henriques designou logo um
sitio, 255 passos ao N. da ermida, para a
fundação do mosteiro, mettendo logo opera*
rios para a sua edificação, e consignando-
lhe rendas sufflcientes. O mosteiro concluiu-
se em 10 annos, e logo (1175) vieram habi-
tai o alguns monges (então ainda benedicti-
nos) do convento de Lorvão, trazendo em
sua companhia D. frei Payo Egas (de nobi-
líssima linhagem) que o rei fez primeiro ab-
bade do novo convento.
O edificio era pequeno no seu principio,
e o rei, vendo que não podia conter senão
um diminuto numero de religiosos, o man-
dou ampliar; porém fallecendo (6 de dezem-
bro de 1185), deixara enconomendado a seu
filho e successor D. Sancho I, que concluis-
se estas obras, o que elle eumprii]^ pois era
tão religioso como seu pae.
Foi D. Sancho I que fez adoptar a este
convento a reforma de S. Bernardo^
Diz a lenda, que, feita a egreja do mostei-
ro, mandou omonarcha transferir para eUa
a imagem da ermida; porém na manhan da
dia seguhite tomou a appaiecer no seu
antigo altar, o que se repetiu por umas pou-
cas de vezes, até que os religiões a deixa-
MON
.ram alli ficar, collocando no aUar-mór da
^ egr^a do mosteiro uma nova imagem.
Alguns annos depois (diz a lenda) D. frei
Manuel das Chagas, então abbade do mos-
teiro, vendo a ermida nioiito velha e a amea-
çar niina, removeu a imagem para a egreja;
porém aconteceu o mesmo que da primeira
vez, tantas quantas vezes fie fez a mudança.
O abbade mandou então demolir a capei-
la, para que a Senhora ião tivesse para on-
de fugir; mns, nem assim logrou o seu in-
tento, porque a imagem fugiu aind^ e foi
no dia seguinte encontrada na toca de um
grande carrasco que estava Junto da capel-
k demolida.
O abbade, mandou então fazer uma nova
ermid^ mais ampla e aceiáda do que a an-
tiga, de fárma octogona, e de boi^ita archi-
tectura. No interior do altar da Senhora,
mandou depositar os ossos do santo abbade
Joào. (Diz ainda a lenda, que então se veri-
ficou, pelos ossos do abbade João, ser elle
de tao agigantada estaura, que >tiAha onze
palmos (!) d*alto.
Os leitCMTOs que j ulgarem que
eu invento milagres, ou que me
fio em contos de velhas^ convi-
do a consultarem sobre o que
deixo referido, as obras seguin-
tes—Jfon. iuí-, por frei Fran-
. cisco Brandão, parte 3.*, lív. iO,
cap. 45— Obras de Francisco
de Sá de Miranda, carta 8.*, e
a pag. 129 — I)iana, de Jorge
de Monte-Mór; pag. 243, na his-
toria de Aleida e Silvano^Ar*
chivo de Lorvão, em uma es-
críptura authentica, CQpiada
por o licenciado Gaspar Alves
Louzada— C/^ronica de Cister,
por frei Bernardo de Brito, lív.
6.% cap. 28 e 29 — ilíon. Lus,,
parle 2.*, lív. 7, cap. 13 e 14—
Notas aos cinco bispados, por
fr. Prudencio de Sandoval, pag.
179— António de Vasconcellos,
pag. 540 — António Paes Vie-
gas (Vida d^el^rei Z>. Affmso
Henriques) liv. 6.<», pag.-2l8—
Europa, de Manuel de Faria,
MON
519
tomo 3.% parte 3.% cap. 13 -«
Jardim de Portugal, por fr. Lxút
dos Anjos, n."" ISir-Âffiologiê, de
Jorge Gardozo, tomo 1.% pag.
320— Saní. ifor., de fr. Agos-
tinho de Santa Maria, tom, 4.%
liv. 2,% tit. 14.
Em frente da notável villa de Monte-Mór-
Velho, na margem opposta do Mondego, está
uma quinta, que foi dos VahioÃ, e junto d*et-
la a ermida de Santa Leocadia, ou, mais pro-
priamente, Nossa Senhora da Graça.
Junto a este sitio appareceu uma imagem
de Santa Leocadia, sobre um monte de pe-
dras soltas (provavebnente alguma pequena
màmoa céltica, ou algum monumento chris«
tão a que os nossos antigos chamavam fieis
de Deus — (vid^ esta palavra).— Levaram a
imagem para a ermida, porém ella fugiu de
lá para o sitio onde foi achada.
Revolvendo o monte de pedras^ se achou
n^elle escondida a imagem de Nossa Senhora
da Graça, e leyando-as ambas para a ermi«
da, nunca mais de lá tornaram a fugir.
Foram estas duas imagens de grande de-
voção, tanto do povo da villa, como das cír-
cumjacentes.
Fernão Mendes Pinto — ^ — cN*um povo
tão viajante como nós fomos, era impossível
que não apparecesse quem narraase em bom
eatylo as suas peregrinações. Muitos narra-
dores de viagens surgiram effectivamente, e
acima de todos^ Fernão Mendes Pinto, um
dos mestres do género, e um dos mestres da
lingna, cujas viagens rivalisam ainda hoje
com as modernas obras-primas de estran-
geiros peregrinadores.
Nasceu Fernão Mendes Pinto, de família
pobre, na villa de Monte-Mór-Velho, no an-
uo de 1509.
Foi moço da camará, do duque de Coim-
bra, 2 e afinal quiz na Ásia tentar fortuna,
^ Copiado, o que vae entre comas, .dos
Portuguezes Ulustres, do nosso esclarecido
escriptor, o sr. Manuel Pinheiro Chagas.
(Pag.67.) ^^
' Parece-me que foi pagem do duque de
Aveiro (D. Jorge) e nao do de Coimbra, du-
520
MON
embarcando para a índia, a li de março de
1537.
Não nos permittem os estreitos limites
d*est6 livro, narrar as viagens que elie pró-
prio contou de tao peregrina maneira, e em
qae descobria q lapão; o qae lhe compep-
soa os repetidoá i^íortanios qae o saltea-
ram. Em janeiro de 1554 hia voltar à, Eu-
ropa, quando, 'tomado de súbita devoção, se
decidiu a vestir a roupeta de noviço da com-
panhia de Jesus, e n'e8sa qualidade voltoa a
viajar; mas, por motivou desccmbíecidos, não
professou, e, voltando aò seeulo e á Europa,
no dia 22 de setembro de 1558, sonhou com
grandes recompensas, de que depressa o des-
iliudiu a habitual indífférença dos governos
portugcíezes. VlVeu obscuramente em Alma-
da os últimos annos da sua vida, até que
morreu, çegundo se suppõe, em 1583. O seu
livro só foi impresso em 16Í4.
—«A Peregrinação de F. M. Pinto, diz o
sr. J. F. de Castilho, éúm dos livros demais
popular e aprasivel lição que jamais se es-
creverajjd em idioma algum. Percorre todos
0(3 estalos, abraça todas a^ situações ; tem la-
grimas para todos os olhos, sorrisos para
todos os lábios, terror para todos os espíri-
tos, pasto para todas as imaginações, conso-
lação para todas as dores, allivio para todas
as tribulações. Protheu habilissimo, sabe
sempre vestir a forma que na eon}unctura
se requer.»
Muito tempo foram consideradas as suas
viagens um agregado de mentiras : ^ as mo-
dernas explorações de viajantes estrangei-
ros, rehábilitaram a memoria do viajante por-
' tuguez, demonstrando a suá veracidade.
0 seu livro foi Ião apreciado, que o tra-
duziram em muitas línguas, pòdendo-se ver
a notícia d'essas traduçcões no precioso Dic-
cionario bibliographico do sr. Innocencio da
Silva, t. II. pag. 289, e t. ix, pag. 221.»
Durante as suas peregrinações, foi 13 ve«
zes capiivo, e 17 vezes vendido.
Quando voltoa a Portugal, era regente do
eado que então supponho já não existir. (D.
Jorge era filho bastardo de D. João IL) ,
1 E tanto qtie lhe jdecomposera^i o nome
d'este modo— Fffnaa, Uentest—Vinto.
MON
reino, a rainha D. Catharina (viuva de D.
João III) na menoridade de seu neto, D. Se-
bastião.
Esta senhora o tratou com a ingratidão
com que sempre foram recompensados pelos
gevernos portuguezes, os homens beneméri-
tos; pelo que elle, desanimado, foi residir
em Almada, onde coordenou as suas Pere-
grinações.
Sempre escravo 'da verdade, e apezar do
ódio que tehho aos castelhanos, como nos-
sos dominadores, e principalmente aos três
usurpadores Felippes II, III e IV cumpre-nàe
dizer que Felippe II apreciou muito melhor
os serviços d'este esclarecido portuguez, do
que o haviam feito D. Catharina, D. Sebas*
tião, eo cardeal- rei; pois o estimou muito,
fez-lhe muitas mercês e gostava multo de
lhe ouvir contar as suas viagens.
Segundo o padremestre, frei Francisco de
Santa Maria {Anno Histórico, tomo 2.*, pag.
329) Fernão Mendes Pinto, morreu em 8 de
Julho de Í583. _
Jorge de Jtfbní^-Jlfdr— i— tEste poeta, ce-
lebre em toda a Europa, nasceu na villa de
Montemór-o-Velho, na província da Beira,
em Portugal. Passou muito novo para Hes-
panha, onde foi cantor da regia eapella. Tro-
cando depois este pacifico mister pela vida
das armas, foi assassinado na Itália no dia
26 de fevereiro de 1561. *
O livro, que lhe deu immorredoira fama,
é um longo romance pastoril, escripto em
castelhano, e conhecido pelo nome de Diana
de Montemayor. Era um género novo, em
que as vivas pinturas da natureza, em esty-
lo s«(ave, enredos não desinteressantes nos
pequenos contos de que se entretece a nar-
rativa, se matizavam com finos conceitos
e requintados problemas de mataphysica
amorosa, qué deliciaram primeiro as damas
da corte de Gastelh, e depois as da Europa
inteira. Foi por muito tempo a Diana de Mon-
temayor o livro predilecto dos leitores de
^ É ainda dos Portuguezes illustres do sr.
Pinheiro Chagas, tudo quanto vae entre co-
mas.
^ Outros dizem que morreu de doença
em Madrid.
MON
romance, imítaram-no eiAÍirancez» continua*-
rám-no em hespanhol, e por todo o seca-
lo XVII Dão fez a lUteratara amena mais
do qne segair o impulso dado por este des-
denhoso portngaez, qne despresou a língua
pátria para escrever na dos nossos visinbos,
mas que teve a gloria de inaugurar um gé-
nero novo, a quem por isso não cabem pou-
cos louvores, e que portanto deu lustre e
fama à terra que o viu nascer.»
lEscreveu quasí tudo ein castelhano (como
era uso no seu tempo) e por isso alguns es-
eriptores hespanhoes o fazem sen conterrâ-
neo, dizendo que elle nasceu na villa de
Monte-Mayor (Leão) *
As suas obras foram — e são ainda hoje —
estimadas em toda á Península, e tanto, que
em sua vida viu esgotadas cinco edições,
o que, sobre tudo n^aquelle tempo, se pode
ter como testemunho claríssimo do justo
apreço em que foi tido.
Não havia caza, nobre ou popular, que
não tivesse, e onde não fosse lida e relida
a celebrada Diana de Mante-Mayor.
Os principaes senhores de Castella procu-
ravam anciosamente conhecer e relacionar-
se com o nosso poeta.
Arehivavamse todas as suas frazes, e to-
das as suas espirituosas respostas,
Assistindo á celebre merenda que a du-
queza de Seza deu ás primeiras damas de
Madrid, lhe perguntou a marqueza de Co-
rnares— Senor Monte-Mayor, si escrivisteis
c&sas tan discretas, tratando de pastores rús-
ticos, y de campos agrestes, que karieis si
escriviesseis de aqueste Jardin, fúentes, y
ninfas? — ao que elle respondeu— Ewo, seno-
ra, mas es para la admiracion, que para la
plnma,
Perguntando-seno dia seguinte á marque-
za de Gnadalcaçar (que foi uma das da me-
1 Só a sua ultima obra, que a morte in-
terrotnpeu, era escripta em poriuguel Ti-
nha por assumpto a descoberta da indiâi
A um que o alcunhou de ingrato á sua
pátria» por viver em HeapanKa.e escrever
em castelhano, respondeu— A^òo é muito que
tem filho seja ingrato a Portugal, vislo que
Poringal tem sido ingrato a tantos filhos.-^
Proposição que tem tanto de triste, como de
verdadeira.
BfON
5^1
renda) o que d*eUa lhe pareceu rodhor, res-
pondeu—/a conversadon de. Monie-Uayor.
Estando uma manhã no mosteiro de S.
Francisco da cidade, de Leão, mal convales-
cido de uma doença, pediu a um religioso
que lhe lô se um Evangelho ; ao que o fra-
de lhe respondeu— ZVo diré sino dós. Len-lhe
o de S. João Evangelista, e depois disse —
Aora irá el mio, el qual es-— Sois el mas flo-
rido ingenio de Espana.
Em 1603, vindo da cidade de Leão Fellip-
pe lU e sua mulher, dormiram uma noute
na villa de Yalderas, e sabendo que alii vivia
a dama que sob o pseudónimo de Diana, fô«
ra o assumpto das maviosíssimas poesias
de Jorge de Monte-Mór, a mandaram cha-
mar, e tratando-a com grande carinho, lhe
fizeram muitas mercês, em memoria do poeta
popularissimo. Ainda que ella tinha então
60 annos, mostrava evidentes signaes 4a sua
passada formosura. «
Os leitores desculparme-
hão,esp6rO'0, a minuciosidade
con^ que conto estes e optros
, , factos da nossa historia, em at-
tengãô ao desejo ardente que
tenho de commemorar os nos*
SOS homens eminentes e os nos-
sos factos gloriosos.
Monte-Mór-Velho, é também patHá de
Francisco de Pina e Mello, áuctor dod dois
poemas — Tiiwmpho da Religião — o-^Con-
quista de Goá.
D. Affonso V Jez marquez da Mont^-Már-
Velho, em 1473, a D. João .de Portogaf, se-
gundo filho do marquet de Villa- Viçosa, q|ae
depois (este) foi duque de Bragança.
Foi alcaide-mór d*esta villa, D. João de
tlenei&BfoPicacinoJ terceiro filho de D. João
Tello de Menezes, senhor de Cantanhede, e de
D- Leonor da Silva, filha de Ayres da Silva,
senhor. 4e Vagos.
Foi D. João de Menezes, governador da
casa de dois príncipes —D. AíTonso, filho de
D. João II; 6 de D. João filho dè D. ManueL
Foi aio do primeiro, e camapeiro-m(^ do
segunde.
Era cavalleiro de muitas prendas e ceie-
&^
Moir
bré âa histotía de Portagal, por acompanhar
na carreira o príncipe D. ÁiTonso, filho nnico
de D. JoSo II e da rainha D. Leonor, quando
o príncipe cahiu de um cavallo, nos campos
de Santarém, a 12 de julho de 1491 (em uma
terça feira, dia que os Menezes tinham por
az%aQo)^0 príncipe morreu d*esta queda,
no dia seguinte. (Vide Santarém.)
Foi também, D. João de Menezes, alcaide-
mór do Cartaxo, commendador (da ordem
de Ghristo) da villa do Mogadouro, e com-
mendador (da ordem de S. Thiago) da villa
d^AlJustrel. Casou com D. Izabêl, filha de
Pedro Avendanho (alcaide-mór de Castro-
Nuno) e de D. Ignez de Benavides. Nâo tendo
filhos d*este casamento, applicaram as suas
riquezas em obras pias.
Fundaram o convento de S. Francisco, do
Cartaxo, reformaram o de YiUa do Conde e
principiaram o da Esperança, em Lisboa.
Foi h. João de Menezes um dos mais famo-
sos capitSes do seu tempo, pelo seu valor, in-
strucçâo e galanteria. Militou muitos annos
na Afiica onde era o terror dos infleis.
D. João II o fez governador d'Arzilla, onde
em 1495, com duzentas lanças disbaratou
S:000 infleis, como depois com o mesmo
numero de soldados, derrotou e pôz em fuga,
800 mouros, commandados pelos sobrinhos
do Barraxe, e obrou alli outras muitas ac-
ções memoroveis e gloriosas.
Voltando á Africa, achou-se com D. Jay-
me, duque de Bragança, na tomada de Aza-
môr; e foi o primeiro que pregou a lança
nas portas do castello. Ficou capitão gene-
ral doesta praça que defendeu com pasmosa
ooDjBtanda e extremado valor.
Estando Arziila cercada por todo o poder
do rei de Fez (sendo capitão de Arziila, seu
cunhado, D. Vasco Contínho, conde de Bor- 1
ba) D. João com um valor inaudito, foi soc-
correr a praça com a sua gente. Vendo isto
o rei mouro (Muléy Hameth) disse— ^an^o
melhor; mais christãos tenho na rede; po-
rem seus dois alcaides, Barraxe e Al-Mara-
éUm lhe responderam, gue tivesse o maior
cuidado e não contasse tanto com a victo-
ria; porque, estando dentro da praça o ?t-
cacino, era pelo seu animo e sagacidade,
capaz de lhe vir pôr fogo debaixo dos pés.
MON
E a.«sim o praticou o.audacloso portuguez,
fazendo-os levantar o cerco vergonhosamen«
te.
Venceu, com Nuno Fernandes de Athaide,
a famosa batalha dos alcaides. Finalmente,
foram tantas e tão gloriosas as acç5es d'este
intrépido capitão portuguez, que não cal)em
no curto limite d'este artigo; são dignas de
longa escriptura.
Morreu em Azaroôr, de que era capitão- '
general, em 15 de maio de 1514. Foi d'al]i
trazido o seu cadáver e o de sua mulher, e
sepultados, na cápella-mór da egreja do mos-
teiro de S. Francisco, da Cidade de Lisboa^
Aqui nasceu, em 1658, o célebre júris-'
consulto, Manuel da Gama Lobo, lente da
direito, na universidade de Coimbra, cone*
go da Sé primacial de Braga, e desembar-
gador do paço. Escreveu Postillas a vários
textos do código. Morreu em Coimbra, em
1742. .
Outros illustres var5es, nas armas, nas
virtudes e nas lettras tiveram esta villa por
berço; mas a sua enumeração seria longa,pe-
lo que me limitarei aos que ficam men-
cionados.
Teve esta villa quatro hospitaes — 1.* da
Santa Maria Magdaléna, para solteiras hon-
radas — 2.% o de S. Pedro, para casadas vir-
tuosas—S.*», o de S.JfaríAd, para lázaros —
4.^ o de Nossa Senhora de Campos, para o
restante e para moléstias chronicas. Acham-
se todos hoje reduzidos a este ultimo, em
razão dos muitos rendimentos que alguns
dos nossos reis lhes tiraram, já para as
freiras de Nossa Senhora de Campos, Já
para os hospitaes de Coimbra.
A quinta de Santa Eufemia, junto da vil-
la, dos viscondes da Bahia, foi comprada por*
o doutor José de Seabra da Silva, no l.« de
março de 1782, por três contos de réis.
No dia 22 de maio de 1874, teve logar, na'
freguezia de Santa Snzana da Carapinheira,
doeste concelho, um facto que deixou os po-
vos d'e8te8 sítios em grande consternação:
foi o seguinte— Andando muitos lavradores'
MON
1 bxet os íeQs amanhos no eampo, acbava-
se no mesmo serviço, António Correia Façn-
dOy de 38 annos, e três raparigas de 18 a 26
asnos, — estas donzeUas, e aqaelle casado,
tendo 4 filhos. Ao meio dia em ponto, cres-
ce ama peqnena navem ao longo do sal do
campo, e eis que rebenta nm pequeno tro-
^0, e são fulminados cahindo todos por ter-
ra, ficando o dito António Correia, morto,
assim como uma rapariga que se achava en-
tre doas, as qnaes ficaram sem falia.
O Mondego, sahindo do sen leito, por mui-
tas vezes tem invadido os campos d*e9ta vil-
la, cobrindo-os completamente, e chegando
até ao largo da feira, que transforma em
marnel.
Há em Portugal uma familla, grande pelo
numero de seus membros, grande pela no-
breza do seu saDgue, e ainda maior pelas
raras virtudes qUe são o seu apanágio. São
os srs. Pintos Bastos, vulgarmente conheci-
dos pelos fidalgos da Vista- Alegre, por terem
alli vastas e riquíssimas propriedades, uma
sumptuosa casa, magestosa capella, e óptima
fabrica de porcellana (de que tratarei no le-
gar competente).
Pôde dizer-se afoitamente, e sem risco de
ser desmentido, que nao hà em Portugal
TAO BENEMÉRITOS PATRIOTAS, GOMO OS DA FA-
MÍLIA Pinto Basto. Moderadíssimos nas suas
opiniões politicas, acolhem de braços aber-
tos os homens de todos os partidos, uma vez
que sejam honrados, úteis e trabalhadores.
As sciencias, a industria, a agricultura e
o commercio d'este reino, lhes devem rele-
vantíssimos serviços; e o bem fadado appel-
lido de Pinto Basto é geralmente bem quisto
e respeitado em todas as oito províncias de
Portugal.
Era chefe d*esta família o sr. José Ferrei-
ra Pinto Basto, por ser o primogénito de ou-
tro de egual nome.
Vivia o sr. J. F. P. Basto, próximo d'esta
vllla, na sua vasta e riquíssima q;m,i!Ua da
Fója, que fora do mosteiro de Santa Cruz
de Coimbra (vide a pag. 38, col. i.% d'este
volume), e aqui falleceu, no dia 16 de junho
dé 1875. (Nasceu no Porto, a 3 de novembro
de 1801.)
IION
523
Intelligeneia robusta e caracter honestís-
simo, foi sempre bondoso e caritativo para
com os desgraçados, lhano e cortez no seu
trato familiar, e conselheiro prudente e leal.
Exerceu por difiTerentès vezes importantes
cargos publico?, e foi representante do povo
em varias legislaturas, sM^indo sempre com
justiça o mandato que lhe outhorgaram os
povos.
Possa esta breve commemoração, escripta
por um homem inteiramente desconhecido
á nobilíssima família Pinto Basto, servir de
lenitivo à dòr acerba que n'este momento a
angustia, pela perda irreparável do seu que-
rido chefe.
MONTE MURO ou MONTE DO MOURO (o
Murum dos romanos) — Serra da Beira- Al-
ta, no extincto concelho de Tendaes, hoje
concelho de SinfSes, próximo da margem
esquerda do Douro, 24 kilometros a O. de
Lamego, 60 a E. do Porto, 315 ao N. de Lis-
boa.
Na encosta septentrional d'esta serra está
a villa de Ferreiros de Tendaes.
Monte-Muro, Franqueira, Castro (ou Cras-
to), S. Macário, Pemaval, Arouca, Freita, Ca-
ramuUo e outras, são tudo serras da Beira-
Alta (ramos da Estrella) projeclando-se em
varias direcções e conhecidas dos antigos
sob o nome geral de serra d*Alccba.
Pertencem ao systema geológico denomi-
nado carpetano-vetonico.
Ainda que a serra de Monte-Muro (bem
como as do Pemaval, Freita e Caramullo)
seja bastante fria no inverno, estando então
quasl sempre os seus píncaros cobertos de
neve, não é o seu clima tão inhospito e des-
abrido como o da Estrella; e tanto que, des-
de os fins de novembro, até abril, para aqui
emigram, com seus gados, os pastores da
Estrella.
N'esta serra existe o castello de VUlar da
Chan (vulgarmente. Torre da Chan), con-
struído pelo famoso Giraldo Glraldes, o sem
pavor.
Para evitar repetições, veja-se o 3.» voL a
pag. 178, col. 2.*
MONTE-MURO— São assim denominadas
umas herdades do Alemtejo, na freguezia de
S. Mathias, concelho, comarca, arcebispado,
5U
MON
dUtrieto administrativo e 6 kilometros a O.
d*£vora» na estrada d'esta cidade para Lis-
boa.
Em tempos antigos estavam estas herda-
des, na soa máxima parte, por cultivar, e co-
bertas de estevas e matia Uma dona que era
senhora d'estas herdades, compadecida «da
falta de lenhas que padeciam os habitantes
da cidade d'Evora, lhes deu licença para
hirem a Monte-lloro cortar lenha e arran-
car cépa^ para os seus fornos e cosínhas.
Kão sei por que titulo pas-
sou depois ao dominio da ca-
mará municipal d'£vora, uma
parte doestas herdades, as pro-
priamente chamadas de Mon-
te-Muro.
Estas propriedades passaram, muito de-
pois, em parte, a pertencer aos condes de
Unhão, sob o nome de Casas-Velhas, e^ de-
pois que por eiles foi reconstruído o edificio,
se ficaram chamando Herdades das Casas-
Novas.
N'estas herdades havia uma ermidinha,
dedicada a Nossa Senhora de Guadalupe»
tão antiga, que já em i600 se não sabia a
data da sua construeção. Tinha apenas dois
metros de comprido por i"78 de largo, e a
Sttihora estava representada em um painel,
pintado a óleo. Mesmo assim, era a Senhora
de Guadalupe de grande devoção dos povos
visinhos; mas, com o tempo, foi esfriando
esia devoção, e a ermidinha se foi arruinan-
do, pelo abandono.
Em 1606^ sendo arcebispo d*Evora D. Ale-
xandre de Bragança (filho dos duques de
Bragança, D. João I e D. Catharína, neta do
rei D. Manuel), mandou aquelle prelado fa-
zer a visita â sua diocese, pelo licenceado
Braz Caméllo.
Chegando este á herdade de Fernão Tel-
les de Menezes (feito conde de Unhão, por
Piíilippe IV, em 7 de junho de 1630), cha-
mada Casas-Natas, onde havia um oratório,
na parede, e dentro d*elle um painel de Nos-
sa Senhora de Guadalupe, e vendo a indecen-
cia com que elle alli estava, mandou que eUe
se desfizesse e demolisse, (Doe. da camará de
Évora, de 1606.)
O povo da freguezia de S. Mathias, não
MON
consentiu que esta ordem fosse «xeculada,
e requereram ao arcebispo que a mandasse
suspender, obrigando-se a fazereov á sua
custa uma nova e decente capella, com a
imagem da padroeira em vulto. O prelado
lhes cx>ncedeu isto, e, concertado o antigo
oratório, para alli ser provisoriamente eol-
locada a imagem da Senhora, em quanto se
não dava principio á construeção da nova
capella.
Os principaes promotores d'esta restaura-
ção, foram — Manuel de Carvalho, Mathens
Dias, João da Costa, e Pedro Fernandes Fi-
chôrro, que foram os primeiros mordomos
da Senhora, na sua nova ermida.
Como o sitio em que estava a velha edi-
cula era sujeito às inundações da ribeira de
S. Mathias, pediram à camará d'£vora (pie
lhes deixasse edificar a cape)la e algumas
casas para habitação de pobres que para
aqui quizessem vir morar, para guardurem
a capella (por ser até então o sitio ôrmo) no
local propriamente chamado Monte-Muro,
propriedade da camará, ci^os vereadores
consentiram em todo o pedido.
Deu-se logo principio á capella, e estando
concluídas, a capella-mór, a sachristia e par-
te do corpo da egreja, o arcebispo— -já então
D. José de Mello— a pedido do povo, deu li-
cença, em 1609, para ser para aqui transfe-
rida a imagem da padroeira, poderem ter
sino, e celebrarem os of&cios divinos; mas
sob condição de darem, dentro de dois ân-
uos, dois mil réis de foro, para a fabrica da
egreja. Isto foi estipulado por escríptura pu-
blica, feita nas notas do tabellião Manuel Ro-
drigues, que foi confirmada por Philippe III,
por provisão de 22 de abril de 1610.
Em 28 de setembro de 1613, o mesmo ar-
cebispo, D. José de Mello, consentiu, por car-
ta sua, que o foro de 2^000 réis deixasse de
ser pago pela confraria da Senhora, e o fos-
se pelos moradores das casas que se hiam
construir junto á capella.
A camará d*Évora tinha ajudado a esta
edificação com varias esmolas; mas, queren-
do que o templo se conservasse sempre com
a devida decência, resolveu ser a capella do
padroado da mesma camará, e em nome does-
ta, em 18 de dezembro de 1613, tomou o ve-
MOíí
reador mU velbo, Diogo Pereira Gogoini*
nbq, po98e jodUial do templo»' com asaíste^n-
cia do.ubellião d'£vorâ, Baltbazar Galvão
de Mâpdanha.
Logo ii'esse auno foi aili a caçoara encor-
porada, fazer a Idsta â Sfintissima Virgem,
qae foi esplendida, coaUonando d alU em
diante a fazer esta soJemn|dade á sua custa;
no dia 8 de setembro de cada anuo (dia da
Natividade da Virgem).
No mesmo dia se f^a a eleição dos mor-
demos' do anno seguinte, sendo sempre juiz,
um do» vereadores.
'A camará designou para re/ida da capei-
la, custeio das despesas do culto, e para se
dúer uma missa em todos os domingos e
diasi santificados, una quartos de terra junto
à^çapelia, que se arrendavam, e^prodoziam
uns ^iÓOÔ réis annuaes.
£ este sauctuario de jboa fabrica, com ca-
pelia-mór e um cruzeiro^ fecbado por gra-
des de ferro (mandadas fazer pela mâe de
D. João de fiifelio, Jbispo de Coimbra), altar-
mór e dois lateraes. O corpo da egre^a tem
13 metros de comprido e 7 de largo, e a ca-
pella-mór 6 metros por 5 Va» 6 toda de abo-
bada.
.Teve esta Senhora varias confrarias, alem
da da camará, que todas a festejavam em
dias diCTerentes. A primeira que lhe fazia a
festa era a irmandade da.villa de Arrayolos,
na 1> oitava do Espirito Santo, e depois a
d*£vora, na 2.* oitava. A confraria da parc-
ela dé S. Mathias (em cDjo dlstricto está a
capelia) fazia-lhe a festa na 3.« dominga de
agosto. A confraria de Mont6-Mór-Novo,.6
outras mais, não tinham dia certo para a
suafesla.
Finalmente, em quasi todo o anuo era a
Senhora de Guadalape muita festejada, e
concorrido este sitio por muitas romarias.
Consta quê na grande pestô de ÍS99, os.
mofadores d'£vora fizeram voto de ir todos
os annos em procissão a Nossa Seniiora de
Guadalupe ^aindâ en£o no antigo oratório
das casas dos Xelles de Meneze.s) se^termi-
nasse a contagio, levandoilbe um pê(a áe
prata (que uns dizem <er« dà lórma de uma
cidade, .outros dizem que era um vaso ou
outro qualquer objecto ^e prata.)
UON,
5^5
Esta devoção e offerta continuou por al-
guns annos; mas, com o andar dps tempos,
se foi pouco e pouco esquecendo, até que se
extinguiu.
Próximo ao sanctuarío d'esta Senhora, ti-
nham fundado os primeiros eremitas de S.
Paulo da congregação da serra d'Ossa, em
i433, um erimiterio pu hospício (ainda no
tempo em que quasi todos os eremitas eram
leigps) dedicado a Santa Gatharina, virgem
e martyr, e um dos altares da egreja d'e8te
eremitério era também dedicado a Nossa Se-
nhora de Guadalupe.
J^ste hospício se extinguiu depois, con*
verteiido*se em quinta ou granja pertencente
ao cdlegio da mesma congregação da cidade
d'Evora.
A iodentidade do nome d'este sitio, com o
da serra de HonteMuro, da Beira-Alta (a an-
teoedente) tem dado log ar ao erro de alguns
escriptorea, que coUocam o castello de Girai-
do Giraldes, no Alemtejo, quando elle só
existiu na Beira-Alta, próximo ao rio Douro,
como fiea dito.
MONTE-NEGRO— Vide S. Jtdião ou Mon-
te Ne(fro;9L pag. 4Í5, col. i.% do 3.* vol.
MONTE OLIV£TE--Real mosteiro de Nos-
sa Senhora da Conceição, de frades agosti-
nhos descalços, dp Monte Olivéte, no valle
deOUbregas, arrabaldes orientaes de Lisboa,
na freguezia do Beato, concelho, dos Olivaes.
Foi fundado pela rainha D. Luizade Gas-
mão, viuva de D. João IV-— lançou-lhe a
primeira pedra, em 7 de maio, dia da Mater-
nidade de Nossa Senhora (outros dizem que
em 13, idia de Nossa Senhora dos Martyres)
do anno de 1666, o infeliz D. Affonso VI, fi-
lho da fundadora. . ,
Na egreja doeste mosteiro está a imagem
de Nossa Senhora de Copacavancu que consta
ser copia de outra do mesmo titulo^ çiuito
venerada no logar de Copacavana, partido
de Omasuyo, bispado da P^z, no Peni..
Diz-se que Copacavana é palavra amaréa
(antigo peruano) que «ignifica logarf ou <ia-
sento da pedra preciosa.
Foi coUocada na egreja esta santa imagem
no l."" de novembro de 1706.
5â6
MON
Pôra a imagem mandada fazer (por pedi-
do de am frade d*este convento) á casta de
D. Tliereza de Mosooso Sandoval Espino*
la Gusmão e Roxas, condessa de Santa Cruz
(vide Monte-Mor-Novo) qae, depois de com-
pletamente acabada, a levou na sua carroça
para o convento das freiras agostinhas des^
calças, onde foi benzida, hindo no dia se-
guinte para o mosteiro de Monte Oiivéte.
A ordem dos agostinhos descalços, teve
princípio n*e6te reino, em 2 d*abrii de 1663 :
deu*lh*o a rainha D. Luiza de Gusmão, fun
dando no Valle de Xabregas dous conven-
tos, o i.* de religiosos ; e o 2.« de religiosas,
que se descalçaram no mesmo dia f de
abril, que foi dia de Nossa Senhora dos Pra-
zeres, em presença da mesma soberana, que
lhes dera uma quinta que alii tinha, trans-
formando em mosteiro metade do seu pro-
pilo palácio. Descalçaram-se cinco frades
6 cinco freiras : aquelles vieram do convento
da Graça, de Lisboa, e estas do de Santa Mó-
nica, da mesma cidade.
Cada freira vinha em sua carroça, acom-
panhada de sua madrinha, que era uma das
principaes fidalgas da corte. Pararam na ca-
pella que tinha fundado D. Gastão Coutinho
e que então era de Luiz Gonçalves da Ca-
mará Coutinho, a qual estava ricamente or-
nada, e d*aqui principiou uma procissão até
Xabregas, com as dez pessoas que se viam
descalças, levando as freiras os rostos com
véus. Hia toda a comunidade da Graça.
Os hábitos da nova regra lhes foram lan-
çados pelo padre mestre, frei José de Sotto-
Maior, commissario geral da ordem. Toda
a corte assistiu a esta imponente ceremonia.
As freiras ficaram logo no seu novo mos-
telro, em companhia da rainha ; e os frades
foram para o seu, fundado em uma quinta
próxima, e quasi em frente do mosteiro das
freiras. Esta propriedade tinha sido de Gon-
çalo Yasques da Cunha, e se chamava já —
QiHnta do Monte Oiivéte.
A imagem da padroeira d*este convento
(Nossa Senhora da Conceição) era de barro,
feita por frei Agostinho áoa Anjos, cónego
de S. João Evangelista (loyo) insigne escul-
ptor em barro, e nat^ral de Braga.
MÍON
Na noite de sabbado, 23 de outubro, para
a de domingo do anno de i683, pela noa
hora depois da meia noite, estando a egreja
armada, por haver Lausperenne, estando os
frades a rezarem matinas no coro, e nraila
gente na egreja; quando os frades chegaram
ao psalmo 17.* (BUiganí te Domine fortituio
mea) quando diziam— Ascefuití fumas tn tm
e/ttô, et ignis à fade ejus exarcit: earbones
Succensi sunt ab eo^ — cahiu uma vela
sobre o throno, que rapidamente se inoen-
díou, e como a egreja era pequena e baixa
(os rehgiosos ainda estavam no convento ve*
lho) e forrada de pinho de Piandres, emoas
momento se commuuicou o fogo para todas
as partes, não tendo os frades mais tempo
do que salvarem-se, levando apenas os livros
por onde resavam. No curto espaço de duas
horas, ardeu todo o edificio, sem que se po-^
desse salvar cousa alguma. A imagem da pa«
droeira, como era de barro, lâú o teve me*
nor perigo.
Logo no domingo pda manhã, foi levado
em procissão, o Santíssimo da capella, que os
frades tinham na cerca, para a egreja das
freiras, onde continuou o lausperenne. Á mis-
sa conventual, o padre frei José dos Marty-
res, subindo ao púlpito, fez um sermão que
commoveu todo o auditório, composto, pela
maior parte, das principaes personagens de
Lisboa, tanto pela sua nobresa, como pela
1 Desço a estas minuciosidades por achar
n'isto uma notável coincidência; muito mais
porque na mesma noite do incêndio expul*
sai;^m os inglezes, da cidade de Tanger
(Africa) a t^dos os catholicos, apesar do que
tinham estipulado com a nossa rainha D»
Luiza de Gusmão na escriptura de casamen-
to de sua filha, D. Catharina, com o rei da
Gran-Bretanha Carlos il.— Na mesma noite
queimaram os mouros todas as ejgrejas chris-
tans doesta parte da Africa. Ainda mais. A
darmos credito aescriptores contemporâneos
0*essa mesma ttoite cahiu a espada de D.^*
so Henríqags que esuvasm amaestatuad eU
1^ no frontespieio do real mosteiro d' Alco-
baça — e também na mesma noite, appare^
ceu despedaçada a espada, de pedra, da es-
tatua de dó rei D. Duarte (pae ds D. Affon*
80 V que tomou Tanoer aos mouros) no con*
vento da Batalha. Toaas estas coincidências»
deram então muito que fallar, e muito quo
scismar.
MON
stia Máeâtia e pelos altos empregos que oc*
cnpavam na corte.
Ainda ontra eoineidenda^o tníroífoda
mBsa d'aqaelle dia, era^ Omnia quw fedi'
ti Dcmne, in x^rojuâUio fecisti — de eajo
texto tirou o sagrado orador todo o partido
gue lhe proporcionava a sua vasta iotelli*
gencia.
O mais qae diz respeito a estes dois mos*
teiros, achal-o-hio os leitores no artigo Xa-
bregas.
Monte OlivéU, é também o nome de uma
ma de Lisboa, .perto do antigo collegio das
nábres^ hoje fscola polyUchniea.
MONTE PARABOLOSO, uo MONTE TE-
ROBOLSO— Vide Monte de Perobolso,
M0NTE-RA20— Beira- Alta j a 6 kilometros
a E. de Lamego e 6 ao S. do Douro, está si-
tuado este vasto monte, ficando lhe a N. O.,
a t kilometros de distancia, a celebre serra
de S. Domingos de Fontelio ou da Queima-
da« à qual o Monte*Razo excede em altura,
mas nSó é impinado, nem íngreme, antes fá-
cil o aecesso e suave a subida pela grande
extensão da sua base, que abrange uma área
de muitos iôlomecros, comprehensiva de par*
te das fregueziás de Queimadella, Queima-
da, Toes, S. Romão, S. Thiago, no concelho
de Armamar,. e Salzedas, no concelho de
Mondim da Beira.
Do deu longo vértice gosa-se para todos
os lados um panorama extensíssimo é encan*
tador, avistando-se a cidade de Lamego, as
villas de Mesao-frio, Villa Real, Tarouca,
Armamar e outras innumeras aldeias; as
serras de Santa Helena, Nave, Gralheira, Pe-
nude, Marão, Senhora da Piedade e outras,
e maior ou meno^ porção de todos aquelles
concelhos, que no artigo— Fon/^/Zo— se dis-
se divisarem-se da serra de S. Domingos,
fronteira a este monte.
A sua mesma elevação torna Monte-Razo
muito frio, mas em certas épocas do anno,
em que a húmida e densa neblina toma as-
sento por dias, e ás vezes por semanas, nas
povoações próximas, os moradores d*ella vão
ao seu amplo cume, e alli recebem os bené-
ficos raios do appetecido sol.
M*esta montanha não ha rochas graníticas,
nem de outra espécie de pedra, e difflcll se-
MON
527
ria aehal-a para construir um pequeno edf •
fido : é porém na parte menor povoada de
pinhaes e matto, em que abunda a oaça;; e
na máxima parte cultivada e fertil em tAta-
tas e cereats,- mormente centeio a trigo, da
que se abastecem as fregueziás a qtie eUa
pertence.
MONTE REAL— Freguesia, Bxtremadura,
concelho, oomaroa, bispado, districto admi-
nistrativo e i4 kilometros ao S. de Leiria,
140 ao N. de Lisboa, 200 fogos.
Em i767 tinha i38 fogos.
Orago S. João Baptista.
O povo apresentava o cura (nomeando tm
preabyteros, dos quaes o bispo escolhia um)
que tinha 90^000 réis (em trigo) e o pé d*al<
tar.
Esta freguezía foi criada pelo bispo da Guar- ,
da, D. Pedro, prior*mór de Santa Craz de^
Coimbra, em 1513, desmembrando-a da fre-
guezía de S. Tbiago» de Leiria. Os freguezeS'
ficaram obrigados á fabrica ák egreja, ca-
pella-mór e sachristia, e ao ordenado do pa*
rocho, qae era um alqueire de trigo por ca-
da fdro inteiro, e os solteiro» ou viúvos, me-
tade; e d|>000 réis em dinheiro que lhe da--
va o prelado, além de todas as oflertas pa->
rochiaes da egreja.
Tinha o cnra obrigação de ir todos os ân-
uos á egreja de S. Thiago, de Leiria (então
paroehial) d'onde antes eram flreguezes, nos*
dias do Espirito Santo e Corpo de Deus. •
O bispo D. Martim Affonso^Mexia, dispen-
sou os parochos de Uonte Real d'esta obri*
gação (Uv. do registo, a fL 32).
Havia no iogar da Povoa de Monte Real,,
uma antiga ermida» dedicada a S. João Ba-
ptista, que serviu de matriz á nova fregne-
zia, que foi principiada com 40 visuihos.
0 cura tinha casa de residência, dada tam-
bém pelos fregueses. Aquelie tinba metade .
das ausentas» e a ontra metade era para o
cui^a de Carvlde, com obrigação de ambos
as rezarem nas suas egrejaa; porque no an-
no de 1633, o bispo, D. Diniz de Mello, des-
membrou d'esta freguezia o iogar de Garvi*
de, para formar uma freguezia. t
1 O povo de Monte Real, oppoz-se a esta .
desmembração, e houve pleito ; mas tendo '
aggravado para o juizQ dia coroa, não tive*
538
liON
O logar príDoipal d!e8|a freguesia é. a vil-
la.da Póvoa, que» como adiaoie 36 veta, se
chamoa antigamente Camarreu.
Aqni risidia algum tempo o rei D. Diniz e
soa mulher, a rainha Santa Isabel, peios ân-
uos de 1292, e então afez villae lhe deu foral,
com muitos privilégios, liberdades e fóro9,
mudando *Ihe o nome para Monte Real, e coo •
cedendo-lbe jurisdicQao independente da de
Leiria.
Está a freguesia situada sobre (y monte da
Boca, sobranceiro ao Campo, de Leiria.
Além do foral, e para que esta fi*eguezia
mgis fácil e rapidamente se povoasse, lhe
passou depois uma provisão, cujo theor é o
seguinte :— (Traduçcão.)
•Em nome de Deus, amen. Saibam qnan-
«tos esta carta virem, que en, D. Diniz, pe-
«la graça de Deus rei de Poringal, emsem-
*bra (juntamente) com a rainha D. Isabel,
«mioha mulher, e com o infante D. Affonso,
«meu íilho, primeiro herddro» dou a fôro>
«para todo o sempre, o meu reguengo, que
«chamam Camarreu, que é no termo de Lèi*
«riá, desde o fando até ao cimo do monte
«chamado da Bócá ; com suas sabidas e com
«todas as suas entradas, e com todas as suas
«pertenças e com suas adernas i a todos os
«povoadores da minha póbra (póvoa) que se
«chama Mon-Real, e a todos os seussuccea-
«sores, por tal preito, e sob tal condição» que
ram provimento, e a nova freguezia subsis-
tia.
^ Adéma ou adêmea, não era terra de eam-
{>o descoberto e raso, que todos os annofi se
avra e cultiva, nem monte maninho, incul-
to ou bravio; mas sim uma terra fructifera
e rendosa, entre o monte e o campo^ susce-
Írtivei de toda e qualquer produççap agjrico-
a.— A quarta parte de toaolós ffructos, e coi-
sas, que Deus hy der, tanUfem da addmea,
eome do canpo: s do que anromperdes na
charneca^ o quinto^ (Doe. da Universidade,
de 1345.) Em outro documento, táipbem da
mesma Univerèitíade, de 1429, se lé: A quar-
ta parte de todo o pam e linho, quélhes Deus
dér nas dietas terras^. assy do càmpOy como
adémea.
Em outros muitos documentos dos sécu-
los XIII, XIV e XV se vé a palavra adêma
ou adêmea empregada com a mesma signifi-
cação.
um
«alies pohrem (povpem) lavrem a afruUem
«todo o djto meu reguengo, ç o rompam (ar-
«roteem) e dêem a unim, e a todos os meus
«successores, em cada um anno^ o quarto do
«pão, e de todo o outro fructo que lhes Deus
«dér; em salvo salvando, que o preço dos
«obreiros devessem a pagar do monte, e não
«dessem d^elles jugada, e das adernas não
«devem pagar a mim fôro nenhum, e elles
«não sejam devidos a dar -me mais. E eu lhes
«devo dar vigário, ou juizes, assy como dou
«nos outros meus reguengos, para fazerem
«perante elles direito, e elles não devem ser .
< demandados perante outrem, e eu devo lhes
«fazer abertas, sargentas e pontes^ boas e ca-
«minhaveis, onde qi^er que sejam mister;
«em esse meu reguengo, e manter-lh'os pa- .
<ra todo o sempre; e, aquelles que morarem
«continuamente com suas mulheres, e com
«suas casa?, no dito logar, devem ser escusa*
tdosd^hoste: (isentos do serviço miiitar) e em
«todas as outras cousas, devem f,azer foro,
«como 03 mais dq termo de Leiria, que mo-
«ram ao longo dos da mesma yilla de Leiria,
«tanto como elles também no relego (aqui si-
«gnifíca reguengo: vide as palavras relega-
ndo e relego) como nas outras cousas.
«Em testemunho d*i8to, dei aos ditos po-
tbradoreSy esta miolia carta, selladacom o
«meu sello de chumbo, em Lisboa, no pri-
«meiro dia de Julho, da era de 1348 (20 de
«junho de l3iO de J. C.)— El-rei o mandou.
*Ba7'tholomeu Peres, a fez.»
Esta provisão, ou carta regia, foi confir-
mada e mandada guardar inteiramente, por
nova provisão de D. João I, em Santarém, no
anuo de 1425--por elrei D. Duarte, em Lis*
boa,' a 9 de dezembro' de 1433— por D. Af-
fonso V> a 5 de junho de 1439— pelo rei D,
Manuel, a iO de maio de 1504— por D. João
III», em 18 de novembro de 1528 — e, final-
mente, pelo rei D. Sebastião, a 44e jçnha de
1578; mas este rei não isentava estes povos
de serem das ordenanças. Filíppe IV tam*
bem lhe confirmou estes privilégios» em %S
de junho de 1633.
Teve esta villa, hoje extincta,.juizordii|a«
rio, camará, com tre^ vereadores, e tinha por
termo Segodim^
MON
Este termo principiava no ribeiro do Fra-
de, e peia parte do eaiA^^ che j^ara da Bóea
até ao mar.
O campo chamado realèíigo (o mesmo que
relego — depoiâ reguengo) foi empenhado por
O. AíTonso y,,por contracto feito, com o con-
de de VillaRèai, D. Pedro de Menezes, com
as. jugadas e oitavos, por i:700ò/ca5 de pra-
ta, que importaram em 8!000 crusados, com
mais 247)9600 réis— a rasao de 2^028 réis o
marco, valor de então, e que correspondia
a uma hm; reservando para si a alcaidaria-
mór de Leiria, as sizas e ajudaria ^ (Doe.
do cartório de S. Domingos, da Batalha.)
D. frei JPYancisco de S: Luiz,
diz que os direitos de Leiria
Qugadífs, sizas, etc.) foram ven-
didos por D. Affonso Y, ao con-
• de de Yilla-Real, senhor d'Âl-
meida, D. Pedro de Menezes,
em duas vidas, e com pacto de
remissão, depois d^ellas, por
19:000 coroas, da 120 réis (a
coroa) que montavam então a
1:239 marcos, e bnça e meia
de prata, da lei da marca de
Lisboa, a rasão de 1:840 reaes
o marco. Esta venda foi feita
em Évora, a 18 de março de
1475. Inclue .varias condições,
reservando os paços reaes de
Leiria, a sua alcaidaría-mór,
judaria, sizas, jugadas, etc.
0 campo realengo, principia no logar da
Barrosa, em frente d*elie, e vae correndo até
ao mar, e peio meio do rio, estando de uma
e outra parte muitas povoações e freguezias,
como é— da parte do mar, Barrosa, Barrei^
1 Judaria ou judenga era a siza que D.
João n irogoz aos judeus, em 1489 (vide Se-
gitcrio.) Nao se confunda porém com Jude-
rega, qae era um outro trihQto que pagavam
os judeus» (também chamado dos tritUa di-
nlieiros) por cabeça, para lembrança de te-
rem vendido Jesus Ghristo por 30 dmheiros.
Em muitos documento» também' se dava a
este vergonhoso e vexatório tributo— erra-
damente—o nome áe judaria i^ judenga. Bem
cara pagavam os pobres judeus a tal ou qufl
tolerância que gosavam em Portugal t
MON
529
ros, Amor, CoileinUeira, Moáte-Real, Gran-
ja, Cravlde; Passagem e yieira--6 da outila
parte, Gandara dos Olivaes, Regueira de
Pontes, Riba d* Aves, Ruivaqueira, Lagoa,
Yiúrzeas, Arroteia, e multas outras aldeias,
^dè uma e outra parte.
Até à ponte de Monte-Real, chama-se Cam-
po Velho, e d*alli até ào mar, se vae conti-
nuando de ambas as margens do rio, com
diversos nomes, que são — Laereiro, PaiU,
Molhão, Yolta; Gampo da Pedra, etc.
Em todo este eanbpo ba muitas lesirias,
ée differentes proprietários, que pagaVam
dé direitos, o terço dos fructos, excepto no
districto de Monte Real, onde sámêMeM pa-
gava o quarto, por privilegio que lhe con-
cedeu a rainha Santa Isabel. Ainda n'este
districto havia algumas sortes, que, por gra-
ça especial da mesma senhora, pagavam, uns
o quinto, outros ainda menos.
Havia antigamente vários empregados (pa-
gos pelas rendas do campo) para assistirem
ás partilhas do pão, e para as mais diligen-
cias poisas.
Alem d*este tributo, jà bastante pesado,
todos os que tinham sortes n'este campo,
pagavam o dizimo, sem â*isso serem Isentos
os capitulares ou beneficiados da sé.
O prior-mór de Santa Cruz de Coimbra (a
cuja juiisdicção pertenceu o futuro bispado
de Leiria) e o clero d'esta cidade, doaram
ao rei D. Diniz e a sua mulher, na era de
1347 (1309 de J.-G.) a terça parte dos dizi-
mós (do pão somente) d'este «campo, no lo-
gar chamado Comarinha do Monte da cabe*
ça di D. Sancha (é o monte da Boca) desde
o fundo (da raiz do monte) até ao mar.
»* Esta doação foi sob a condição de què,
com o producto d*eâta terça, se abrúiam e
manteriam abertas, as valias precisas para
beneficio do campo; e ique d'esta terça se
não gastasse senão no rompimento e conser-
vação das taes valias. (Doe. do cabido de
Leiria )
No mesmo cartório existe um documento
que prova que em 1441 (reinando D. Affoa-
60 Y) ji este campo era cortado por valias.
No logar de Monte-Real, houve um palá-
cio, ou mandado lazer -por D. Diniz, ou pór
(530
MON
•eBe reeducado, onde reaMBn; com soa mu-
Bier e a soa easa. Ainda ha minas d*eBte
paço. __
Em 1807 se aoboa n'esU frepiezia (pró-
ximo á nascente de agna mineral de qoe em
aegnida trato» jnnta de nm penedo» cebrín*
do com am^ dos lados varias medalhas ro-
manas, da cobre e latão, mettidas na cavida-
de de nma outra pedra; d*eUas fallo também
adiante) um pequeno altar portátil, de 24
centímetros d*altura, que se conserva no ga-
binete de numismática da biblíotheca oa-
eional de Lisboa, i de mármore, e estava
.enterrado a uns 70 centímetros abaixo do
. fiok). Tinha na frente a inscrlpçSo seguiole:
F. S.
FRONTO-
invs A-
VITVS
• •••••■• A« £i««*««**»«
Já se vé que é intraduzível, pela lálta de
muitas letras que a acção do tempo des-
truiu.
A 1300 metros a N.O. do sitio dos Cocdes,
doesta freguezia, junto á raiz de um peque-
no monte, contíguo ao campo realengo, nas-
ce em uma rocha, uma telha de agua mine-
ral
Este monte, pela sua structura e forma-
ção geológica, parececontinuação do em que
está situada a povoação de Konte-Real; sen-
do, pela maior parte, formado de saibro
. amarello, areia, argilla, e feldspatho-calca-
reo, UHis, com tanta irregularidade, que pa-
rece um amontoado de pedras, de diversos
tamanhos e espécies» formando uma pedrei-
ra mixta.
N'esta zona de rochas, que caminha pela
raiz do monte, e nas camadas de terra pró-
ximas, observam^se uns afloramentos bran-
cos, de sabor algum tanto amargo e salino.
Nas escavaç5es que mandou aqui fazer o
bispo de Leiria, D. Manuel de Aguiar, em
. 1806, para se fazerem duas pequenas casas
de madeira, para n*ellas se tomarem banhos,.
notou-*se nas cavidades das pedras que se
^arrancavam epor onde a a(ua passava, cer-.
IfON
to deposito de côr cinzenta, muito friável, e
com dieiro sulphoroso. Em outras pedras
se via, em pequena porção, oxido de fen^,
ou ocre.
Em distancia de uns 30 metros da nascen-
te da agua mineral, sente-se um cheiro he-
pático, ou de ovos chocos.
Por onde corre a agua, deixa um sedi-
mento cinzento-claro, quasi insípido, que,
lançado no lume, arde» sem chammã, mas
com fluno forte e suffoeante, como o do en-
xofre. Mergulhando-se a mão na agua da
nascente, sente-se calor, mas o thermome-
tro F. mostra apenas 67% e o de R. IS"" 50.
A sua Gòr é quasi hyalina transparente,
sabor hepático» amargo, contendo gaz-hy-
drogenio-sulphurado.
São pois estas aguas stdf^ureas hepatieas
salinas frias, contendo sulphato de magne-
sia, carbonato e muríato de soda e gaz aci-
do carbónico.
Ainda que frias, applicamse em banhos,
que se tomam sem incommodo notável.
Ha todas as razões para acreditar que es-
tas aguas já eram conhecidas no tempo dos
romanos» porquanto, apezar de que na se-
gunda escavação que aqui se fez em 1807,
as medalhas e cippos que se acharam es-
palhados na terra, Junto à fonte, não mos-
trassem insoripção alguma allusiva a esta
agua, e ao seu emprego como medicinal, to-
davia, as legendas romanas das moedas, e a
inscrípção do altar (ou ára) que fica mencio-
nada, provam exhuberantemente que os ro-
manos conheceram estas aguas, e por aqui
residiram, pelo menos temporariamente.
A maior parte das medalhas eram frus-
tras (inúteis por se lhes não conhecer o cu-
nho) — o resto d*ellas que ainda conserva-
vam, no todo ou em parte, as gravuras pri-
mitivas, eram as seguintes:
l.« — Um busto d'homem, com a legenda
circular— mp. JojausxbSR pivs avg.— no re-
verso ^ uma figura de corpo inteiro, tendo
aos pés, de um lado, S. e do outro, G.--em
volta, a legenda — prov^entia aug.
2.* — Apenas se pôde ler «- avrblivs.
3.* -* Só se lé ^ PfflLIPPVS CBSAR.
4." — Só se lé — iNA (a imperatriz
Faustina?)
1.*— A mais aaliga— era aéeS* João Ba-
ptista, oa Póvoa de Monte-EeaL Já di^ que
eervia por al^om lompo de matriz da nova
. fregneiia* -- Foi damolida gnando se fez a
^ egreja pavoçbiali ficando o padroeiro da ca-
pella a ser da fregaezia. Estava n^esta ermi*
.4a» de tempos ipunemoriaes e por auotori-
. dade regia, estabelecido mm bodo (como o
^oe havia nas Cortes» Reguengo^ e Batalha).
Deixou de existir com a ermida.
S.* — JDa rainha Santa hakeU Não tem
lendas próprias» o culto e reparos é feito
. com esmolas. Foi feita ua casa que foi paço
de D. Dij^iz e da mesma santa, uo logar da
Pévoa. Foi mandada construir pelo bispo de
Lsiria» D« Martim Affonso Mexia» para obstar
i obra que n'este edificio queria par^t si fa-
zer o duque de Caminha, D. Miguel de Me«
. nezes. Tem contraria» e se lhe faz a festa no
dia próprio.
3.«-^i)rosia Senhora da Eiperaw^-^x^
, qmmta do Ferro^ que foi de Manuel da Mot-
la Madureira. Foi f eàta por Henrique da Cu-
, Aba» em i60tv sendo bispo D. Eedro de Cas-
tilho. O fundador a dotou com renda suffi*
. dente» por esoriptura publica» que existe no
archivo da meza episcopal A sua primeira
. invocação foi de iVosia Senhora da Consola'
; içior Dissesse n'ella aprimeira missa» por li-
cença do prelado, em 1605. (L."* do registo
da camará ecclesiaslica» a fl. 100 v.)
MONTE -R£DOHDO—freguezia» Extrema-
dura» comarca» concelho» bispado» districto
administrativo e i6 kilometros a de Leiria
â!M) ao N. de Lisboa» 500 lògos.
Em 1757, tinha 276 fogos.
Orago Nossa Senhora da Piedade.
A mitra apresentava o cura» que tinha
130j;000 réis de rendimento, proveniente
d*ttm alqnere de trigo de cada fogo inteiro
« S5 réis por um quartão de vinho» os meios
fogos (s<4teiros e viuvas) metade» o bispo
lhe dava 3^000 em diiAeiro. Tinha mais as
. offertas d4 ermida parochial e das annexas
. e as au^eptes.
Os logares de MonteRedondo» Coimbrio»
MON
531
. Ervedeira» e ons casaes e uns moinhos pró-
ximos» pertenceram até 1589, á íreguezia
de Souto. Os moradores d*aquelles logares e
casaes» requereram vo bispo» D. Pedro de
Castilho, para formarem parocbia indepen-
denie» o que o prelado lhes concedeu n*aqu^-
leanno.^
Dm ^ma terra de prazo dis eommenoa de
Alcobaça, havia uma ermida dedicada à I(os-
sa Senhora da Piedade.
Esta terra andava emprasada a António
Fernandes e a sua mulher Lucrécia Bordei-
ra. Pretenderam os povos a que a egreja
matiiz se edificam n'este sitio» emphiteutas
consentiram de boa vontade acontecendo o
mesmo pela paote do commendatario, fazen-
do doação livre do terreno» desistindo do
do direito du apresentação do parocho» a
que lhe dava direito a circunstancia de se
fazer a egreja no seu chão.
Os freguezes ficaram obrigados á fabrioa
da egreja» capella-môr» sachristia e casas de
residência do arocho. assim como ao orde-
nade d.este, que era o que fica dito.
A egreja matriz é pequena. No altar-môr
esta a padroeira» em nicho de pedra, dou-
rado e pintado» tendo o Senhor morto nos
boaços. Tem dois altares lateraes.
Ha n'esta fregaezia a capella de Santo
Akixo, muito pequena» e em uma matunha»
no sitio do Paço. Não tem fabrica, pelo que
n'ella se não diz missa.
Ha tambom a edicula de Nossa Senhora das
MercêSt na quinta que foi de Diogo Pimen-
ta. Também não tem fabrica» nem é benta»
e nunca aqui se disse missa.
MGMTE-REDGNDO— freguezia» Extrema-
dura» comarca, conselho» e kílometroe ao
áe Torres Vedras 40 ao N. O. de List)oa»
110 fogos.
Em 1757» tinha 37 fogos.
Orago o Espirito Santo.
Patriarchado e districto administrativo de
Lisboa.
Os beneficiados de S. Miguel de Torres
1 Já em visita» no anno de 1574 tinham
estes povos pedido para constituirem fre-
gnezia; porem respondeu-selhes que reoue-
rsssem ao prelado diocesano, s que flze-
^ ram.
532
MÒN
Yeâras apresentava o cura, qtie tinha 00^000
réíd, qúe lhe davam os henèâeíadós, é 40 al-
queires de trigo e um quatto de Yinho, dado
pelos freguezes.
Foram senhores donativos dVsta freguezia
FeioSy ou Feios, que procedeu de Martim
Gil d'Athaydey cognonimínado o Feto, e de
D. BI vira Annes. Doestes descendeu Pêro
Fêo' estriheíromór de D. Áffonso V eLopo
Alvares Féo cunhado do cardeal D. Jorge da
da Gosta, e porgenltor da nobiissima casa
de Pancas.
Os Feios trazem por armas, em campo
azul, três bandas de purpura, perfiladas de
ouro. Timbre, um leão, rompente, de prata,
bandado e armado de purpura.
Alem da casa de Pancas, aparentada com
as mais nobres casas de Portugal, ha em di-
versas partes d*este reino vários ramos dos
Feios, dí3tioguindo-se alguns dos seus mem-
bros pelos importantes legares que occupam
na republica, principalmente na magistra-
tura, onde muitos d'elles teem brilhado, ]à
como éscriptores Jurídicos, já como julga-
dores.
Note-se que fêo é também uma antiga pa-
lavra portugueza, e o mesmo que feno; mas
não o a que actualmente se dà este nome,
herva bem conhecida. O feno ou féo dos an«
tigos, é a rama (ou agulha) séeca de pinhei-
ro, que nas províncias do norte se chama,
em umas partes carva, em outras carúma^
e em outras moliço,
MONTE It£D01fD0-*^freguezia, Minho, co-
marca e concelho dos Arcos' de Vallè dè Vez,
30 kilometros ao O.N.O. de Braga, 390 ao N.
de Lisboa, Sb íbgos.
Em i757, tinha 98 fogos.
Orago, S. Bartholomeu, apostolo.
Arcebispado de Braga, distrícto adminis-
trativo de Yianna.
Os viscondes de Vllla Nova da Cerveira
apresentava o abbade, que tinha ZSOÍOOO rs.
de rendimento annual.
É terra muito fertfl. Cria muito gado de
toda a qualidade, e tem muita caça.
Consta que antigamente os parochianos
da actual freguezia de S. Payo, dos Arcos
de Yalle de Vez, pertenciam a esta fregue-
zia de Monte Redondo, até que aquella foi
MÒN
creada nó meado dô século XTI; porém isto
nio passa de tradição.
MOUTE-SIiO — Ontèi^, Sxtremadura,
(ao S. do T^b) na ffegàezia éáÁmòrsL e
Corroios, conceRid do Steíxal,^ corirarcá d'A1-
mada, pattíarehado e districio administrati-
vo.de Lisboa, d*ondé'dista 18 kitometroisi ao
S.— (Vol. !.•, pag. »!, col. !.•) •
No plató d*este outeiro está edificada/ a
egreja matriz da freguezia, cujo orago é JVc^-
sã Senhora do Monêe^Siao, iiotne tomado do
sitio.
Em volta d*e8te outeiro ha outros, que,
por serem de menor altura, lhe nao limitam
os horisontés; pelb que d'elle se gosam bâ«
líssims^ vistas de povoações, oútehros, teà-
ras, pomares, vinhas e hortas, e ò belló e
magestojo rio Tejo. ;
Consta por tradição, que uns negociantes
da earreh-a da IHdia, trouxeram do reizk) de
Siâò* uma imagem da Virgem, é a collòca-
ram em tima ermida qtie lhe ^construíram
no sitio da egreja actual; porém nio me^-
ce credito similhante tradição, porque, todos
sabem que só no principio dò l^VI século
principiámos ad' noàsas navegações parao
Oriente, e á capella já^xistié 'no fim sécu-
lo XIV, dó* que ha documentos no cartório
da Sé patriarehal.
É provável que a devoção dós fieis "para
com esta Senhora, os levasse a ampliar a
primitiva capella, dando-Ihe as actuaes di*
menèões, de modo a*poder servir de matriz
da parochia.
Na capella da padroeira, está a sepultura
de D. Marcos de Noronha, filho d'outro ^o
mesmo nome, naturaes doesta freguezia. Tem
um epitaphio enumerando os pastos e em-
pregos que teve em Portugal.
Segundo se colige do Sanetuario Xãnian'
no (vol. 2.«, pag. 448), ainda em 1707 não
era esta egreja, parochial. Resumo aqtii o
que n*aqueila obra se diz a este respeito.
Não ha mtUtos annos (estamos eth i707)
mataram n*êstá fireguezia um cavallehro dos
principaes d'ella, chamado Jeronytoò &omes
do Amaral, com o qual tinha tido alguhias
razões, um outro cavalleiro^ por^iibme, Se-
bastião da Gama Lobo, da fregdezia d' Ar-
renteUa, qae, |K)rÍ8to ficou indigiudo como
assassino, o que muito o afiligia, por estar
iniiocenie. Invocou o patrocínio da Senhora
do Monte-Sião, e ihe fez uma novena, para
que o assassino fosse descoberto. No flm
d*€tta, lhe appareceu em casa um individuo,
eoafessando ter morto o Amaral involunta-
riamente; com cujo aeto ficou Justificado
Lobo como innocente.
Este, em acção de graças, gastou muito
diobeira em obras áa capkla,
' Da mesma obra consta porém, que já en-
tão aqui bavia pia baptismal, pois n'ella foi
bapiisado um filho de Lobo, posto que nas*
eido na freguezía da AirenteUa (d'onde a da
Amora se veio depois a desmembrar, para
formar parochia independente.)
MONT£-VIL*-Yide Monfalvo.
MOMTE- VIRGEM — freguesia, Alemtejo,
concelho e comarca do Redondo (foi da co-
marcai de Monsaraz), 30 kilometros d*£vora,
iW ao S.E. de Lisboa, 70 fogos.
Em 1757, tinha 57 fogos.
Orago, Nossa Senhora do Monte-Virgem
(antigamente, S. Mathias).
Arcebispado e districto administrativo de
Évora. A mitra apresentava o cura, que ti-
nha 180 alqueires de pão.
É terra muito fértil, sobretudo em cereaes
e viaho.
MONTE-VISEU ou 0R6ENS— logar, Bei
ra- Alta, na freguezia, concelho, comarca, bis-
l>ado e districto administrativo de Viseu,
d*onde dista 2 kilometros a O., na encosta
de um monte, tendo ao sopé um fresco, ame-
no e deleitoso valle. É um dos mais bonitos
sitios dos arrabaldes da cidade, pelos seus
bosques umbrosos, regados por vários ar-
royos.
Havia n*este sitio uma antiquíssima ermi-
da, dedicada a S. Domingos, pertencente ao
cabido. Frei Pedro d'Alemanços, frade fran-
ciscano, pediu ao cabido a cessão d'esta er-
mida, para fundar um mosteiro da sua or-
dem (que foi dos mais antigos do reino).
Com a annnencia do cabido, sendo bispo D.
João Homem, e por breve do papa João XXIH,
deu fr. Pedro principio ao mosteiro, em 1410.
Passou depois o convento a ser vigariaria
do de Santo António de Viseu.
vouna V
MON
533
Na pequena egreja d'este mosteiro, havia
uma capella de Nossa Senhora da Gonceição^
da qual foram padroeiros os Mesquitas Gas-
tellos-firancos, de Viseu.
Nossa Senhora de Monte- Viseu, ou deOr«
gens, era objecto de grande devoção dos po-
vos de Viseu e de todo o seu áro.
Varias vezes n*esta obra ter
nho íállado em ár0, tombo do
áro, etc« — Julgo a propósito
(para os menos instruídos) dar
aqui a significação d'esta pa«
lavra.
Áro, no antigo português, e
ainda usado em algumas terr
ras do n#rte, significa — arco,
cÂrcumfereneiaj contiguidade^
visinhança, termo, subúrbios
ou arrabaldes de uma eidad^
villa» ou qualquer grande po*
voação, que fica no centro d'el*
le. Assim, dizem os foraea^ em-
prasamentos, védorias, apéga-
ç$es, eto. dos nossos passados
—aro do Porto, de Lamego, de
Bragança, de Visetk, etc. etc.
(Vide Viseu.)
MONTEIRAS— freguezia» Beíra-Alta, con-
celho e comarca de Gastro-Daire, 18 kilome^
tros a O. de Lamego, 310 ao N. de Lisboa,
160 fogos.
Em 1757, tinha ISO fogos.
Orago, o Espirito Santo.
Bispado de Lamego, districto administra-
tivo de Viseu.
O abbade de Gastro-Daire apresentava o
cura, que tinha 40AXK> réis de côngrua e o
pé d*altar.
É terra bastante fértil. Gria muito e bom
gado, e é muito abundante de caça, do chão
e do ar.
MONTEIRO-MÓR— O officio de monteiro-
mór, respeitava antigamente só a caça de
montaria; assim como o de caçador-mór, ou
faleoeiro-mór, a caça do ar. Depois unin-se
tudo em um só ofilcio, com o titulo que ser-
ve de epigraphe a este artigo. Deu-lhe regi'
mento, D. Philippe lU, em 20 de março da
lfi05.
Acham-se monteiros-móres, desde o rei-
634
MON
nado de B. FernaDdo I, em que Doarte Na<
nes de Leio, Da sua ehroniea, meneiona, co-
mo monteiro-mór d'aqiieile monarcha (em
1379) Gonçalo Ânnes (a que oatros cirnam,
Gò&çale Ayres).
Gil Martiní Dontel, foi monteiro^mór de
D. João I, por earta regia do 2 de maio de
i388, datada da ddade do Porto. Em 26 de
ftgosto de 4434, o mesmo soberano, estando
em Bellas, deu este officio a Lopo Vaz de
Castello- Branco. (Bsle Lopo Yaz, é progeni-
tor dos condes de Pombelro^ marquezes de
Bellas.) — N'esta carta declara o rei, qne o
faz monteiro-mór, sobre todos os monteiros
das comarcas.
Este Lopo se achoa na tomada de Ceuta
(Africa) e teve o mesmo offido nos reinados
de D. Daarte e de D. Affonso Y— Lopo Vaz
de Gastdlo-Branco, era casado com uma fi-
lha de Antão Passanha, um dos filhos do 4.*'
almirante, Lançarote Passanha.
No reinado de D. João I!, teve este officio,
D. Diogo Fernandes de Almeida, em 1482.
Em 6 de janeiro de 1486, por carta datada
de Santarém, onde então estava o rei, foi
feito alcaide-mór de Torres-Novas.
Em 1497, tidfaa este officio, D. Álvaro de
Lima, reinando D.Mannel; segaindo-se-lhe,
no mesmo reinado, D. João de Lima, e a
este, D. Luiz de Menezes, que o foi ainda de
D. João III.— SegQiu-se n'este reinado, Jor-
ge de Mello (a quem o rei fèz do sen conse-
lho, em Almeirim, a 22 de maio de 1524).
D*aqai em diante, continnon o officio de
monteiro-mór, nos descendentes de Jorge de
Mello, até ao reinado de D. João Y, em qne
o foi D. Henrique de Noronha (filho 2.» de
D. Pedro António de Noronha, l.*" marquez
d'Angeja) pela alliança com D. Maria de Mel-
lo, sua sobrinha, filha do ultimo Francisco
de Mello. Foi monteiro-mór por alguns ân-
uos, e, morrendo sem successão, tomou a
viuva a casar, com Fernão Telles da Silva
(3."» filho do conde de Tarouca, João Gomes
da Silva), que, por sua mulher, teve o offi-
cio, por carta de janeiro de 1728.
Ainda até ao reinado de D. Maria I, era o
emprego de monteiro-mór, um officio com
exercício, depois pass<m a ser um titulo me-
ramente honorifico.
MON
MONTELAVAR— Yide MMe-lMor.
MONTE-NÊGAO— Vide JíUião de Moinai
negro (São), a pag. 425, coi. t% do 3.<' vol.
MONTES— Vide João dos M(mUs (Sê»), a
pag. 414, ool. 1/ do 3.« voL •
MOHTBSIMBO — fregnezia, Traz-os-Moft-
tes, concelho, comarca, Bispado e distri<)to
administrativo de bragança (eala fn»goezia
está perto da raia hespai^ola), 60 kiJoBW^
tros ao N. de Miranda, 490 ao N. de Lisboa.
Tinha em 1757, 14 fogos, e em 1852, 20.
Orago Santa Cruz.
0 reitor de Garrj^oea apresentava o enrit
que tinha 8^500 réis de cengma e o pé 4b
aitar.
£eta freguezíA foi sapprimida, por peque-
na, e annexada a Garragosa. <YoL 2.% pag.
117, col. 1,*)
Era uma paroehia muito antiga, pois qne
já existia em 13S4. — O mosteiro de Gastfo
d'Aveiians, se intromettia a pôr mempoÊlê-
res (juizes) nas aldeias e legares t^^ jisit-
dicção civil pertencia ao rei. N'aquelle an-
uo, D. Afifonso IV prohibiu este Abuso, pra-
ticado em vários legares» e nomeadamenle
em Montesinho e QtUntaiíHha. Yide Garra-
gosa, no logar citado.
MONTES-GLAROek-aldeia» Alemtf^e, ire-
gaezia, eoncielho e 2 kiiometros de Borba,
comarca e 12 kiiometros de Estremou, 4 de
Yilla Yiçosa, no arcebispado e distrido std-
ministrativo d'Evora. Situada em uma va^
planície. Aqui houve uma grande batalha, no
dia 17 de junho de 166I&, entre oa portngue-
zes, commandados por D. António Lais de
Menezes, conde de Ga&tanhede e L" marques
de Marialva; e os caatelhanos, eommandades
pelo marquez de Garracéna; sendo estee
completamente desbaratados* (Para evitar
repetições, vide vol. l.«, pag. 418» col 2;*) i
Esta batalha gloriosa, foi dada proximiD
ao convento de Nossa Senhora da Luz» de
frades paulistas, chamado. vulgarmente x^oii-
vento de Montes^ Claros, cuja origem é a ee-
guinte :
Em um valie deiiciosissimo^ nio só peia
1 Em memoria d'esta batalha, erigiram, es
portuguezes, pouco depois d*ella, e no sitio
onde se deu, uma egreja, dedicada a Nossa
Senhora da Vidoria.
•baiklaBeia d^apias qae o regam d tecili-
fim, eomo pelos outeiros que o eeream, co-
liisrtos de hortas e pomares, fandaram Vfi$
erimttas, pelos annos de 1416, reinando D.
Joiu) I, nm oratório, deéicado a Nossa Se-
nhora da Lm, e easas para residência d'el*
les.
Viviam estes anachoretas sem regra mo-
nástica, empregando^se em doutrinar e ia*
•tmir os povos, e em orar a Deus, até qae,
em 1584 foi confirmada a ordem dos monges
de S. Paulo, 1.* eremita, por bnlla do papa
Xisto V; e estes religiosos, em nm capitulo
eel^rado no mosteiro de Valle do Infante,
00 anno seguinte, se «peitaram a nova ro*
gra, tomando por stta padroeira a da antiga
MON
585
Eram estes religiosos muito estimados em
toda a proTíncia geralmente, e em particu-
lar, pelos duques de Bragança — qae resi-
diam em VilUt ViQoea — pela humildade e
pobreza voluntária em que viviam, e peias
muitas virtudes que j^aticavsm.
As senhoras da casa de Bragança, man*
daram foxer uma nova imagem (de roca) de
Nossa Senhora da Luz, eonstituindo-se suas
mas, e lhe deram riquíssimos vestidos.
 duqneza, D. Leonor de Gusmio, mulher
do duque D. Jayme, vioha muitas vexes vi-
eitar esta Senhora, e lhe ièe nmitat e valio-
sas offertas.
• A duqueza, D. Luiza de Gusmio (filha do
(iuque de Medina-Sidonia e mulher do du-
que D. João, depois rei, 4;<' do nome) tam-
bém teve muita devo^ com esta Senhora,
6 quando se foi para Lisboa, já como raintia,
• deixou nmito reeommendada ás suas da-
mas que ficaram nos paços de Yilla»Yiçosa.
Diz a lenda que, quando o duque D. lay-
me assassinou a sua esposa (a dita D. Leo-
nor de Gusmão, filha de D. João de Gus-
mão, 3.* duque de Medina-Sidonia) na noi-
te de 2 de novembro de 1512 (vide VUla-
ViçoiOy no logar competente), mandara met-
ter o cadáver em um caixão e colloeal*o so-
•bre uma mulla, a qual, sem que pessoa al-
guma a guiasse, foi ter ao mosteiro de Mon-
^s-€laros, onde os religiosos lhe deram se-
pultura.
(t! o que é certo, é ter aqui sido sepultada a
duquesa, até que provada plenamente a sua
innoeeneia, foi seu cadáver trasladado para
a egreja do mosteiro das freiras das Chagas^
de Villa-Yiçosa, <mde jaz«
No artigo Villa- Viçosa, tratarei do mais
que respeita a este mosteiro.
MONTES DE PIEDADE e GELLEIR08
GOMICUNS-- Nas cortes que se celebraram
nos paços da Ribeira, em Lisboa, (as 27.^
doeste reino) sendo regente a rainlia D. Gar
tfaarina, viuva de D. João III, na menori-
dade de seu neto, |o rei D. Sebastião -^
que assistiu ás mesmas cortes, tendo ape-
nas 8 annos de edade— (1562-1563)— ({>^
397, col. 1.* do 2.* vol.) pediram os procura-
dores dos povos, que, onde houvessem ren-
das do eoncelhOy se instituíssem celleiros
comtMms, para supprimento de annos cate-
reis; O que foi approvado pelos três estados.
De alguns dos capítulos das cortes de Tlio-
mar, que Phiiippe II íez convocar em 1581»
deprehende-se que semelhante pedido foi
sancciouada
Principiaram logo na provinda do Alem-
tejo a estatieiecer-se estes celleiros com-
muns, e esta instituição em breve se propa-
gou por todo o reino; mas no Alemtejo ha-
via mais do que em todas as outras provín-
cias juntas, sendo o maior d'a4fttelia, o de
Beja, que ainda existe, bem como muitos
outros.
Foi uma lembrança feliz, que em annos
de fome tem por muitas vezes arrancado
das garras da usura, aos lavradores, forne-
cendo-lhes por am juro modícissimo, sus-
tento e sementes.
Notemos que, apezar de ser hcje moda,
dizer mai dos frades e dos fidalgos, e de tu-
do quanto lhes dizia respeito, os povos, so-
bretudo as íamilias pobres (os proletárias,
como agora sé diz) llrâs deviam grandes be-
nefleios; pois, alem das esmolas das porta-
rias, e do immenso numero de famílias que
empregavao^ dando-lhe pãe e trabalho, em
muitos conventos e em muitas casas de fi-
dalgos opulentos, estava em uso (em muitas
partes até por condições expressas nae doa-
ções, ou nos regulamentos dos mosteiros, .e
nas instímições dos vínculos dos fidalgos)
não se abrirem as suas tulhas ou celleiros»
536
MON
senão nó i.* de jaaeiro, to Sol; 6 so 1;* de
maio, ao Norte. D'e8te modo, em anno de
fome, os pobres acbavam n'estas lulhas on
celleíros, os oereaes e legumes por am pre-
ço relaiivamente módico, e livravam se da
avareza dos prodaclores, qne se quizessem
prevalecer das ciretunstancias. Hoje, qoe Dão
ha oelleiros moaasiieos, e qae também qoa*
Hi os nào ba de fidalgos, devia o goverao to-
mar a iDiciaUva d'este caritativo melhora-
memo, fazendo estabelecer em todos os coq*
eelhos, estes eelleiros eommmis, ou outra
^inalqaer institaição que vaatajosameme os
aobetitaisse.
Os MoMTBs DB PiBDÁDs, cnim também
umas instiiaições caritativas, e qoe grandes
henefleios proporcionaram aos necessitados,
«mprestando*lheft dlnlieiro por um juro li-
mitadíssimo, sobre qoalqner objecto, qoasi
pelo seu valor, livrando os mutuários da vo-
ragem dos onzeneiros.
Ignora-se onde e quando os montes depiê'
4ade tiveram princípio. Suppõe-se que foi
na Itália, no século XY, e que d'aqui pas-
saram á Baviera e depois á França, e por
fim a toda a Europa. As caixas económicas
firancezan^ sao também uma espécie de mon-
tes de pieáade.
£m Lisboa e Porto, estio ha bastantes an-
nos estabelecidas caixas -económicas, onde o
mutuário aeba, pelo juro de 8 •/% recursos
para ocoorrer ás suas necessidades mais ur-
gentes, sem a desgraça de cahir em poder
dos usurários que emprestam a iOO o/*.—
Pena é que a estes pro videntes estabeleci-
mentos se nào tenha dado maior latitude.
MONTOITO ou MOMTOUTO— viUa, Alem-
tejo, concelho e comarca de Redondo (foi da
comarca de Monsaraz) 30 kilometros d'fivo-
ra, ifiO ao S.£. de lâsboa, S50 fogos.
Orago, Nossa Senhora da Assumpção.
Arcebispado edistricto administrativo de
Évora.
Esta freguezia não vem no PorL Sacro e
Profano,
È povoação muito antiga, mas não consta
que tivesse foral velho.
D. Manuel lhe deu foral, em Lisboa, a 25
de outubro de 1817. (lÁoro de foraes novos
ttOO
do Aitmt^, fl. 108, ool. 1.*— Y^ja-se ua'glit
veta 6.", maço l.*», o n.* 221-^ e o processe
pa^ este foral, na gaveta 20,.maço 12, n.* 10.)
N.B. Este foral acha-se re-
petido no mesmo livro de ío^
raes novos do Alemtejo, a fl.
110 v., col. 2.»
É uma povoação pequena e não me consta
que tenha nada de notável.
O seu território é muito fértil em todos
os.generos agrícolas, cria muito gado de to-
da a qualidade e nos seus montes ha muita
caça.
Fei couto, com justiça própria, mas vinha
um escrivão de Monsaraz fitfer as audienr
cias. A camará era composta de dois verei*
dores e do juiz or/linario, que era o vei*ea^
dor mais velho e juiz pela ordenação.
Foi eommeoda da Ordem d'Aviz, e a meza
da consciência apresentava o vigário, que ti-
nha 90^000 róis de côngrua (parte pago em
cereae») e o pé d*aitar.
MONTOUTO— freguesa, Traz-òe-Montes»
concelho e comarca de Yinhaes (foi do con-
celho, extincto, de Santaiha, comarca de Bra-
gança), 80 kilometros de Miranda, 490 ao N.
de Lisboa, 130 fogos.
Bm 1757, tinha 31 fogos.
Orago, S. Pedro, apostolo.
Bispado e districto administrativo de Bra-
gança.
O papa e o bispo apresentavam alternada-
mente o ahbade^ que tinha 300^000 réis de
rendimento.
Esta freguesia está situada prtximo da
raia hesíianhola. Ê fértil e cria muito gado
de toda a qualidade. Nos seus montes ha
abundância de caga, grossa e miúda.
O angmento da população, de 1757 para
hoje, não é porque ella se tenha desenvolvi-
do; mas porque se lhe uniram as pequenas
íreguezias de Casares, Cerdêdo^ Carvalhas^
LamàêdOy e Villarinho das Toucas. (Vide voL
2.*, pag. 144, coL 2.*, na palavra Casares.)
MÕO— portuguez antigo— líd.
MÓOLO ouMÓOLLO— portuguez antigo-*
molho, peixe pequeno.
MOORDOMO— portuguez antigo— mér-
domo, feitor.
MOOUMHO -—português antigo— também
MÓR
Mcm
337
ae dizia tnóêinha e motuinho. Vide eol. í*
da pag. 348 d*este vol^ na palavra tnoçoco —
6 col. 1«, da pag. 369, do loesmo voi., na pa-
lavra molachino.
M0Q9E ou ALPITRA— portogaez anti-
go*->iim dos qnatro tribatos qne o^ mouros
eooqaistados e ainda nio convertidos, paga-
vam aos reis de Portugal. Bra a decima dos
seus gados. Além d*este, pagavam também o
azaqui—K decima de todos os fructos das
suas terras; o tributo de cabeça^ ou pessoal,
que pagavam no 1.* de janeiro de cada an*
no; e, finalmente, a quarentena, que era de
40—1 (2 Vz o/*) de tudo quanto possuíam.
Em i 170, D. AiTonso Henriques, e seu filho
D. Sancho (depois l.*do nome) deram carta
de segurança aos mouros forros de Lisboa,
Almada, Palmella e Alcácer do Sal, para que,
nem christão nem jtideu lhes podesse fazer
mal: e que podessem adentre elles eleger um
alcaide, que decidisse os seus negocias e con-
tendas, impondo-lhes os tfibutos annuaes-—
um mãravidi por cabeça, depois que podes-
sem ganhar a sua vida; alQtra e moque, e a
decima de todos os seus trabalhos (que era o
azaqui) e que amanhariam as vinhas da co-
roa, e que venderiam os figos e o azeite do
rei, pelo preço da villa. Esta carta confirmou
depois a rainha D. Dulce, e suas filhas (as
rainhas D.Thereza e D. Sancha— Vide Lor
vao e Monte-Mór-Velho) e D. Soeyro, eleito
de Lisboa. ^ D. AíTonso II também confir-
mou esta carta, em 1220.
MORA— villa, Alemtejo, cabeça do conce-
lho do seu nome, comarca de Monte-Mór-
Novo (foi da comarca de Arrayolos) 40 kl-
Jometros ao N. de Évora, 24 ao O. de Aviz,
12 ao S. de Montargil, 6 ao O. de Cabeção,
^ ao OSO. das Galveias, 100 ao SE. de Lis-
boa, 300 fogos.
£m 1757 tinha 170 fogos.
Orago Nossa Senhora da Graça.
Arcebispado e distrlcto administrativo de
£vora.
0 tribunal da mesa da consciência apre-
sentava o prior, qne tinha ISO alqueires de
1 D. Dulce foi mulher de D. Sancho L
Era filha de Raymuodo Bercngarío (5."* do
nome) conde de Barcelona, ede D. Petro-
ailha, rainha de Aragão.
trigo, 120 de cevada e lOWOO réis em di-
nheiro.
O concelho é composto das 4 freguezias
seguintes, todas no arcebispado de Evort-^
são— Águias (ou Brotas) Cabeção, Mora, e
Pavia. Todas estas freguezias foram des*
membrada«í do concelho de Mooíte Mór-No-
vo, para formarem este. É povoação antiga»
mas não se sabe quando nem por quem foi
fundada. Também não consta que tivesse fo-
ral velho. D. Manuel lhe deu foral, em Évo-
ra, a 23 de novembro de 1519. fUvro dos
foraes novos do Alemtejo, fi. 113 v., col. 2.*)
Era commenda da ordem de Aviz, que,
além do prior, apresentava (pela mesa da
consciência) um beneficiado.
Ha na freguezia três ermidas— S. Sebas-
tião, S. Pedro e S. Julião.
Tem casa de Misericórdia e hospital, oi^
rendimento foi em 1874» de l:8S3i^545 réis.
O termo de Mora, ainda que pequeno, teoi
grandes montados, onde se criam muitas va*
ras de porcos, e outros gados; tem muitas
colmeias que produzem mel e cera, de ópti-
ma qualidade, e são abundantíssimos de ca-
ça, grossa e miúda.
O seu território é muito fértil em todos os
géneros do paiz, sendo os seus vinhos de
superlativa qualidade.
É esta villa banhada, pelo N., pela ribeira
do sen nome, que rega e fertihsa seus po-
mares (de excellentes fmetas) hortas e cea-
ras, e a provê de óptimo peixe.
m6rA— freguezia, Traz-os«MoBtes, conce-
lho de Vimioso, comarca a 24 kilometros
de Miranda (foi da comarca do Mogadouro)
450 kilometros ao N. de Lisboa.
Tioha em 1757, 23 fogos.
Orago Santo André, apostolo.
Bispado e districto administrativo de Bra»
gança. O reitor de Algoso apresentava o vi-
gário, confirmado, que tinha 8^000 réis de
côngrua e o pé d'altar.
Esta freguezia foi no principio d'este sé-
culo supprimida, por pequena, e annexada
á da villa de Algoso.
M0RAD£A— portnguez antigo— moradia,
residência, morada, e também cassuria. Ere^
linquimos a moradéa ao dito morteiro. (Doe.
de Alpendurada, de 1312 e 1313).
588
HCMl
MÒR
Diz-86 moradia k nm peqaeno ordenado
que dão os reis de Portugal e Hespanfaa aos
moços fidalgos qae servem nos paços reaes,
e por isso se diz — moço fldal^ com mora-
dtOy e mais valgarmente hoje— com exerci-
do no paço.
. HMAES— fregaeziayTraz-os-MoDteSyOCHi-
ceUio e comarca de Macedo de Cavalleiros,
(foi até id5S, do coQcekho de Izeda, comarca
de Ghaoím) 40 kilometros de Miranda, 465
ao N. de Lisboa, 160 fogos.
Em 1757 Unha 4i fogos.
Orago Santo Andró^ apostolo.
Bispado d districto administrativo de Bra-
gança.
A mitra apresentava o reitor, que tinha
40^000 réis e o pé de altar.
Foi n'esta freguezia o solar dos Jíoro^s
qiied'eUa receberam o appellido, on lh'o im
poseram como nome. Tanto a povoação co-
mo esta familia, são muito antigos, pois já
em lil/7, reinando D. Affonso li, aqui vivia
Gonçalo Rodrignes de Moraes, cajo bracão
d'armas (que passou aos 'Moraes, seus des-
cendentes) é-Hescttdo dividido em palia ; na
1.*, de púrpura, uma torre de prata, lavra-
da de negro^ com telhado d*oiro, grimpado
de uma bandeira de prata, contra- chefe de
ondas d*azul e prata— na f.«, de prata, uma
amoreira verde, com raizes— -contra-chefe
estreito de terra— «Imo d'aço, aberto— tim-
bre, a tcHTe das armas.
Outros do mesmo appellido. asam só—
escudo dividido em palia— na !.■, d*ouro,
Bma amoreira v^rde— na 2.% de púrpura,
uma torre de prata, lavrada de negro : con-
tra*chefe estreito, d^ondas d'azul e prata. O
mesmo elmo e timbre.
Os Moraes e Veras, trazem p<Mr armas—
eeeudo dividido em palia— na i.*, de prata,
uma amoreira verde-r-na 2.', d*ouro, duas
bandas negras — o mesmo elmo e timbre an-
tecedentes.
Moraes ou amoraes^ é portuguez antigo
-^-significa legares plantadas de amoreiras
— amoreiraes.
MORANGAL— quinta vinculada, Douro,
na freguezia d'£spinhel, concelho e comar-
ca d' Águeda, bispado de Aveiro. Foi dos Al-
meidas. Em 1580, Francisco Pinto d^Ahnei-
da e sua mulher, D. Leonor, (andaram }ua»
to ás casas nobres d'esta quinta» uma ex*
cellente capella, de íbrmosa cantaria, dedi«
cada a Nossa Senhora da Esperança.
Pelos annoa de 1710, D. Ghristovam de
Santa Maria, cónego regrante de Santa Craz^
de Coimbra, e bisneto dos fundadores da
capella (e instituidores do vinculo) a reedá»
ficou com grandes magnificência. É ainda
dos tiior(^ffilo4 io Morai^L
Esta qninta já existia no tempo dos godos^
e foi oecupada por uma familia mourisca»
desde 720 até 1064w Então, restaurando D.
Fernando Magno, de Leão, a cidade de Coim-
bra e todo o seu vasto território, do poder
mauritano, os monges do mosteiro da Yac*
cartça, na Bairrada (Mealhada) Justificaram
perteneer-lhes as povoações de Jlfoçarrot
(hoje, Yilla Nova de Monssarros, no conc«»
lho e comarca da Anadia) com a sua egrar
ja; Sangalhoê; Barró^ com a sua egreja;
Moramgaus (Marangal) Tamengos; Horêr;
Ventosa; e Cepins: além de outras povoa-
ções menores.
Vé-se pois que a casa do Morangal, e a
povoação do mesmo nome, são antiquiasif
mas.
MORDOMO DA GURIA t (mórdomo-móf
da casa real.) Antigo emprego da cérte.
Não se sabe quando nem onde teve prín*
do, mas já ^istia ao reinado de Dagober^
to 1.% de França (628 a 638 de J. C.).
Da França passou á flespanha, no tempo
dos godos, e d'estes, aos reis de Oviedo,
Leão, Gallfza e Castella; e depois a Portu-
gal.
O conde D. Henrique teve mórdomo-mór;
e é certo que já existia este emprego «m
Portugal, pois qw em 1112, do 1.^ anno da
viuvez de sua mulher D. Thereza, regente
do reino na menoridade de seu filho, D. Af-
fonso Henriques (que tinha então 3 annos, ou
pouco menos) em uma escriptura de doa-
ção que esta senhora fez a Froyla Spasso,
da egreja de Santa Leocadta, em terra de
Bayão, se nomeia (xonçalo Rodrigues, mór^
domo da casa da rainha. Mas no tempo do
t Mordomo vem das palavras Iatii»8^
mator-^íointa— quer dizer— o inotror daesmsL
MOft
MOB
bn
conde D. Henrique, 4e D. Afikmeo YZ» deD*
Qtreia,' etc^ tinha eate emj^ego diflèrentea
BOonea, eemo adiante se diriL
Em iii3, já exeroia este oíficio, Egas
€k>Miiáeey de Bayao, eono eonsta de ootfa
eacrtiitiLra da meema rainha» pela qnal dooa
a D. Anião Yestrariz (outros dizem, Aniâo
Eêtrada) a viila de Góea.
Ainda em llld eramdrdomo da rainha o
referido. Egas Gocendes.
Este IK Aniào Vestrariz* era
um senhor astnrianoy que po-
voou a vlUa de Góes, em ii30,
ou pouco antes.
(Vol. 3.*, pag. 28a, eoL 1*.
No.fl»00MNfiito dM márdomoê^-márâs^ se diz
Móféomghmér^ quer diur como o maior luh
mom éa ca$a á^el-rei^ para ordenar fsast-
lo^é em seu mamiimewêo, etc,
D*elle dependiam os offlciaes e eirados
da easa real, e por sua ordem se lhes paga-
vam as moradias. Provia vários offieios,
mandando passar alvarás de provimeno.
Admátiia os vaMMUos do rei a differaites
graus ou foros de nobreiía, seino havia de-
feito para que fosse necessário o suppri-
mento do monarcha.
No tempo dos antigos reis de CasteUa,
em de tanta importância esia emprego, que
oHes o davam aos seus primogénitos O in-
fante D. Pemando^ i.» fltho de D. Afibnso,
o sabiOy foi mórdomo-mór de sen pae. O in-
Attle D. Pedro, o foi d» D. Fernando IV,—
O nossso rei IK Diniz, fez mórdomos-méres
a seos filhos naturaes, D. Aífonso Sanches e
D. João Aífonso. Finalmente, os reis de Por-
ttigal, sempre escolheram para seus mérdo-
mos-mores, entre os rieos-homens, e se-
nhores de terras, da primeira nobreza.
O nosso rei D. Diniz que deu o A^gímafi-
io dos móí^éomoè^mórts^ goíott^se paãra elle,
pela tei das Partidas (Parte 2.% tit. 9, pag,
17.) que copiou quasi litleralmente.
Nos primeiros tempos da nossa monarehia,
davam se dífferenies nomes a este emprego,
taes como-HÍa]9t/'(^, ewriae dapifer, mator-
âomus^ maior-domus palato^ dispensator do-
fkus, regiae, princips curiae, comes palatii^
.616.
Antigamente havia mórdomo-móre mór-
domos-menores, da casa real. Aquelle era
muitas vezes, apenas um titulo honorário,
e eale era sempre de exercício e serventia,
e se denominava ^stib-dapifèr. ou simples-
mente mordomo da curta.
Hórdomos-móres que houve em Portu-
gal, desde o oonde D. Henrique at^
ao rei D. João V.
1.* Gomiso Nimes-^ no anno de iUt.
tj"^ Gonçalo Bodrigme (da caea da rai-
nha) no mesmo anno.
^•-—Egas Gozendes de Bauà(h-^ iii3 a
áii6.
4.'»--Gonçato Bodriffoes d'Ávre^-^^ rainha
D. Thereza.
^.^^■^MonioMendês^-áA mesma senhora e do
conde D. Fernando— ii27.
ò-^^-^Hermigio Ifbmzr-de IX. Affonso Henri-
faea, antes de ser aedanado rei dos por*
tuguezes (Í&30 a ilM.)
l.^-^Egas Jfonixr— desde 1139 a HW. (Fal-
leceu a li d'agoato doeste último anno,)
Na doação do cott^, ao
mosteiro benedictino da Gn-
eujães (hoje Couto de Gucu-
jies, freguesia do concelho
d'OÚveira d* Azeméis) feita por
D. Affonso Henriques, em 7 de
julho ès ii39 (ig dias antas
de ser aeclasMido re^ se vé
assêfuado E^as Moais, como
ctuiae dapifer; e Feraâo Pi-
res, como moior-damiM mfan-
tu. Vé se que o grande Egas
Moniz era mórdomo-mór ho-
norarii^ e Femio Pires, ser-
yenluarlo.
&«—!). Mendo de Bragançan^ik^.
9.*— D. Ffmdo Pires (eu D. Famão Gapti-
vo)-^ll47— Passou a mórdomo-mór ; mas
tinha a servenlia, Mendo Affonso, que era
mórdomo^menor (sub -dapifer.)
. Goneta isto da confirmação geral de to-
dos os bens que a Só de Viseu então pos-
suia, e na doação do couto de Moraz, 4
mesma egreja de Viseu, no anno de ii52.
Veem-se n*estes dois documentos assignadoa
o mórdomo-mór e o menor.
540
MON
Este Feraão Ph^, era se-
nhor de Lafões e pdoamar
ê bom affecto (diz o doea-
mento) fiM D* Afíonso Hen-
riques lhe jinha, dea foral á
villado Banbo, no mesmo
^ anoo de 1152.
Í0.«— D. Gonçfl/o— 1159.
ái.«— D. Faíco— 1161.
iS.«— D. Gonçalo de Sou^a— 1164. (Vide Pa-
Iha-Gana de Alemquer— 4oada n'e8te an-
- oOy por D. Affonso Henrí<fãe ao mosteiro
de S. João de Taroaea. Ghamava-se en-
• fão Falhaeaan.)
Id.*" — Gonçalo JKnKÍe^— 1165— Assigna em
' janeiro d*e88e anno, eomo tal, ama doa*
çãõ que ao mosteiro de cónegos regran-
* ^8, de S. Saltador de Tnhias, fez D. The-
reza Affonso» viava de Egas Moniz.
I4.<^0 conde Vaico-4e 1169 a 1183.
15.*~PAiro Femanifes— também em 1169—
Ainda era mórdomo-mór em 1175, e co-
mo tal assignon a doação qne D. Affonso
^ I, e seus filhos, fizeram do couto de Gei-
ça a D. Payo Egas, abbade d*aqueUe mos-
teiro (de Geiça.)
Gust^me a ^er que hou-
vesse simultaneamente dois
mordomos mores; mas assim
se vô em tarios escriptos.
iò^-^O conde D. líendo— 1191— (supponho
que era o eonáe M em Gonçalves, que as-
signou a confirmação do^ couto de Ganas
de Senhorim, dado por D. Sancho I a D.
João Pires, bispo de Viseu^ em 1186.)
i7 .•'--Gonçalo Mendes de Soti^a— 1194— Aa-
- signou a doação do couio da Barra (Fi-
gueira do Foz do Mondego) ao mosteiro
de Santa Maria de Geiça, que D. Sancho
I lhe fez em 1495, e outras liiuitas-^té a
doação que o mesmo rei fez a elle Gon*
calo Mendes, este a assignou e confirmou.
I8.« D. João iF^^nuNufos— 1205— Gonfirma a
doação da quinta de Lourosa, em terra
de Laf9eS| feita por D. Sancho I a D. Lou:
- renço Viegas, abbade de Lorvão.
19.^— '/>. Gonçalo Jimdfj— 1210— assigoa a
doação feita n*est6 anno, por D. Sancho |,
a Fernão Nunes, de Viila Nova-da-Rai-
nha, no Yalle d6 Besteiros.
MON
M.»— D. Uaríinho Femandes-^i%iL
21i«— Z>. Bedro João, ou D. Pedro Annes oa
Pedro JohaneSf (pois de todos os umv-
dos qner dizer filho de João.)
22.«^Z>. JoSo Fmiaiiiía-*-1285— assffBa o
foral de Santa Gntz de ViUariça, itinto á
pohte do rio Sabor.
23.»— D. Pedro AniMS— 1229.
24.*— J^tiy Gomes de Drt^^os— nos princi-
' pios do reinado de D. Aflònso Hlé
25.*— D. Ga '^arlm»— 1253— Ainda o era
em 1258» mas então já eslava em exerci-
cio D.João Pires d^ Aboim, mórdomo-me-
nor.
26.'»— D. João de Aboim {oá Avomo)— 1265,
e continuou.
27.*— D. Nuno Martins de CitoctMi-*-1279.
28.?— IHirão MarUns de Poradé^— 1286. (Só
apparece como tal, em uma carta ds pri-
vilegio, dada a Évora, Si 6 de fevereír»
d'esse anno; mas, como a 22 de jnliio de
1287, se vé assignado como loeo-teueni.
do-mórdomo-mór^no foral do Vlliariaho
— é provável que na tal carta de privile-
gio se esquecesse, de assignar como vtce-
fROftlomo-mòr, que é titulo que lhe dà
Brandão, na 5.* parte da iíon. Lusiiana*
29.*"— D. João Affonso (castelhano) senhor de
Albuquerque— 1297. Veio na comitiva
da rainha Santa Isabel, e ficou em Portu-
gal, ao serviço do rei D. Diniz, que o fez
seu vassallo, mordomo mor e depois con-
de doBarcellos.
30.«-.D. Aflonsê Sanches de Albuquerque^
filho bastardo do rei D. Diniz, «asado com
D. Theresa Martins, filha de> conde D.
João Affonso, sen antecessor no oifido.
31 o^D. João ^oMO— 1310? era também
filho bastardo do rei D. Diniz.
32^*-- IX Affonso Tello de Menexes^iao rei-
nado de D. Affonso IV.
33.0^/). João Affonso TWÍo— conde de Bar-
cellos— no reinado de D. Pedro I (1361).
34.<»— íiopo Femanâês Pacheco — senhor de
Ferreira de Aves— no mesmo reiíttdo.
35.»— Gonçoío Ayr^— 1367.
36.*— D. João Affonso T^tfo— conde de Bar-
eelios — por algum tempo. Já o tinha sida
no anteisedente reinado, como vimos.
37.*»— Garcia ^odrií^í— 1379.
MOR
MOR
54i
M.*-*D. Nuno AUforeM Permra-^o fMnosis-
- sino coodestaTd)) no reinado de D. Joio I.
^^•^Dio§o, Lopes dê Souza — (ascendente
dos condes de Miranda do Gorvo, mar-
• fpieses de ArrondMs» e depois daqaes de
• Láfôes)— l434--GontínnoQ a ser no rei-
nado de D. Âffonso V, que, estando em
TmitQgai, o fez alcaide-mór de Eiva», a IS
de Betembro de ifc43.
40.*— ^aro d$ Souza-*^ÍIXho do preceâen-
tor— l45i--^oi deposto em ^471.
4l.«-^í>ío9o Lopes de 5otwa— i47i^era fi-
lho do antecedente, e neto de ontro do sen
nome (o 39.* alcaide mór).
4Í.*— Pfffo de Souza— Wn,
43.*—/). Pedro de iVoronfta— 1484— (era do
conselho de D. João U^ e commendador-
mór de S. Thiago. Morreu em 1492, e sue-
cedeu-lhe no offlcio.
44.* — D. João de Menezes— L^ condo de Ta-
rouca e grão prior do Grato— Continuou
< no reinado de D. Manuel, e foi do seu con-
selho. Ainda tinha o oíQcio em 162(K
N'este reinado entrou o of •
ficio de mordomo «mór, na casa
dos Silvas, onde se conservou
até ao reinado de D. Joio Y.
45.*— D. Dioffo da 5tfoa-^l.* conde de Por-
talegre, no reinado de D. Manuel e parte
do de D. João III.
46.*— D. João da 8t7«a— 8.* conde de Porta*
legre— no reinado de D. Joio HL
47.*— D. Álvaro da SUva—Z.* conde de Por-
talegre—no reinado de D. Sebastião.
4B.*-^D« João da Sti&a— 4.* conde de Porta-
legre— em parte do reinado de D. Sebas-
tião, no do cardeal rei e no de Philippe II.
49.*— D. Diogo da SUva — 5.* conde de Por*
ulegre— no ceinado de D. Philippe III.
W.*— 1>. Maerique da Stfoa— 6.* conde de
Portalegre e 1.* marques de Gouveia— no
reinado de Filippe IV e de D. João IV.
Kl.*—/). João da Silva*^!/" conde de Porta-
legre e S.* marqnez de Gouveia— nos rei-
nados de D. João IV, D. Affonso VI e D.
Pedro II.
Morreu D. João da Silva sem
filho varão, no reinado de D.
Pedro II, e lhe succedeu no of-
ficio.
.o^-^D. Joãê JfoscormAâf— 5.* conde do
Santa Cruz (como filho e herdeino de D.
Juliana de Alencastro, filha e herdeira do
1.* marquez de Gouveia, e irmi de D. Joãp
da Silva).
53.*— D. Martinho Masearevãtas—S,* conde
de Santa Cruz (filho do conde D. João Mas«
carenhas) e 3.* marquez de Gouveia— no
reinado de D. João V, até 4732.
Em quanto foi menor, exer-
ceu este offlcio, D. Pedro Luiz
■ * de Menezes, marquez de Ma-
rialva.
54:*— D. João Mascarenhas— 7. • conde de
Santa Cruz e. 4.* marquez de Gouveia, que
principiou em exercido ainda em vida de
seu pai.
Note se que, mesmo depois
de entrar este emprego na casa
dos Silvas, se acham nas chro-
nicas mencionados outros mor*
domos-móres de outras fami*
lias, que se julga exerceram o
ofiicio interinamente. São os
seguintes:
Rmy dê JtfeUo— no reinado de D. João HL
Pwt> Moniz da St/va— no de D. Henrique.
3. Philippe de iij^tar-Hio de Philippe II.
D. Fraàêque ffMirtftfé»— idem.
Ruy da SUva-^no de D. Philippe IIL
/>. JoTffe Masearenhas^uaLtqw^ de Monte-
Alvão, no de D. Philippe IV.
D. PeéroLuiz dê JUntosáf^roarquez de Ma-
rialva, na menoridade do 6.* conde de
Santa Cruz (como já fi<ia dito).
Mordomos-móiesâe rainhas e
infiaates
iVimo Martins da St7v^r«— da rainha B. Ga-
tharína, mulher do D. João 111-1595.
D. Lopo <i'A/mràJa— mofdomo-mór e escri-
vão da puridade da êxcsliêntê senhora
(pretendida esposa do D. Affonso V) —
1475.
Lopo Fernandes Padkeeo^éo infante O. Pe-
dro (filho de D. Aflbnso IV) depois, Tei*
1.* do nome;
Ruy dê ifelto-Mla infiinta D. Joanna, filha do
D. Affonso V— 1469.
u%
Moa
FÉmâ0 TêUâs^^^ mesma infuitay D. Joa&«
Aã^é Telies — do infante D. Lvâz, alho do
rei D. Muuifil— 1530.
MORfiA ooHOSTÊA— portopiez antigo—
earAda de palha— em outras teiras era um
feiche de palha. Na ferra da Feira dàse
ainda o nome de morêia a uma meda de pa-
lha.
IfOREIRA— freguesia, Minho, concelho e
eomarca de Celorico de Basto, 45 kiiometros
a N. E. de Braga, 375 ao li de Lisboa^ iiO
fiígos.
Em 1757, tinha 73 fogos. .
Of ago^ Santa Maria Maior (Nossa Senhora
da Assumpção).
- Arcebispado e distrioto administrativo de
Braga.
O reitor de Salvador, da Infesta, apresen-
tava o vigário, que tinha iStfOO réis e o pé
d'alur.
Dá*se a esta fregue£ia vulgarmente o no-
me de Moreira do CasteUo. Foi honra.
É terra muito fértil, produz muito bom
vinho e cria muito gado, de toda a qualida*
de: nos seus montes ha muita caça. Tem
peixe do Tâmega e de vários ribeiros^— É
n*6sta freguezia a torre solar dos Mareiras^
como cdnsta das inquirições do rei D. Dinis.
(Para a genealogia dos Mòreiras, vide Morei-
ra do Rei.)
MOREIRA — aldeia, Traz-os-Montes, na
íireguezia d*Alfarella de Ules, concelho e
comarca de Villa Pouca d'Aguiar— (!.• vol.,
pag. .114, col. 2.*)
Tanto esta povoaçio como a villa de Alfa-
relia, sao antiquíssimas.
No fim e ao N.E. da villa ha uma grande
pedra, espherica, de d^dS de alto, assente
sobre uma lagem natural. Na tal pedra se
¥éem diversos buracos, abertos a picão. Diz-
se que antigamente os juizra faxiam as suas
audiências debaixo â*esta pedra, que lhe ser-
via também de casa da camará.
Suppde-se que esta pedra era uma antiga
ára romana, e, com elfeito, ha por estes sitios
muitas antiguidades romanas. (Estou con-
vencido de que» antes de ser ára— se o foi—
era uma anta,)
O povo de Alfarella tem este penedo om
tão grande estimação, que, qnereftda-o que*
brar, em 1695, um tal João Lourenço, IhU
impediu o Juis, André Pinto d^Aracõo» iob
paia de oito mil cruzados (3:l00i900O réu).
N'este logar de Moreira^ no sitio chasado
Qe9tal^ andando José Ferreira a lavrar (em
junho de 1721) em um campo proxkso a
umas fragas, por onde passa o caminhe de
earro, que vae d'esta aldeia para a de Ctda*.
delhe^ achou um cippo romano, de 1*,10 de
comprido e 0^55 de largo, tosco, o sem kk^
tio, com esta inscripção:
XXVU
V. DIS. MA-
NIBUS KGO.
FLÀGILtt
MORSA SO.
SUI FILIO BE-
BURRO.
Quer dizer — Âos deueea manea FlaciliOy,
fez esta sepultura a seu filho, Eco Morsaso
RebumK
Houve- quem escondesse esta pedra, mas»,
vindo aqui António de Souza Pinto, por or-
dem do marquez de Alegrete, para a fazer
apparecer, foi com os vereadores da villa ao-
logar onde ella tkiha sido achada, e obriga^
ram o que a tinha a apresentar-lh^a.
Examinaram por essa eccasíão aquelle sí^
tio, acharam grande quantidade de carvões^
alguns tamanhos que pareciam traves quei^
madas : muitos pregos de ferro, grandes »
grossos; algumas fiiisa^<» (dobradiças) tam-
bém de ferro; muitas amphoras, de bam^
vermelho, muito fino, de differenlSs tama-
nhos, umas vasias, outras cheias de terra;
uns pós brancos, que pareciam ossos caloi«^
nados; muitos copos de vidro branco, fino»
uns grossos outros delgados; moitas bacias-
de barro (qnasi todas tinham no fundo gra«^
vada uma cruz, formada de dois punhaes—
provavelmente, a marca do fabricante) e uma
pequena caldeira de cobre, com aza do mes*
mo metal. Alguns d*esies objectos se acha-
vam dentro de uma espécie de caixões, for-
mados de seis pedras quadradas.
A má direc^ dos trabalhos da escava-
ção, deu em r^ultado quebrarem-se mui*
tos d'eites objectos.
WOR
543
Bsla deieofterta, ptOTftque houve á^si
uma meer&pole roauBa, ou» pelo monofl^ se*
poltoras dâ fàmilia fMtrioii, hrimrrtk
Por baixo da aldeia de Cié^dêOte^ lenno
de Alfarella, e peoeo distante d- esta aJáeia
de Moreira, aeima do rio Tinkeèla, que Ibe
paasaaanslOOoietrosaoN^ noaúo deam
moDte sobranceiro ao mesmo rio, estio as
niinas de um bofl% amplo e Cortei castello,
de bem lavrada cantaria» lendo. ainda em
silios 3"30. d*aitara, com vestigios de porta»
em arco, para o lado do rio» e oaira para o
8., pela qoai, até á ponte qae atravesea o
rio, ba também vestígios de mnralbss e íos
SOS» indicando terem pertencido a nma gran
de fortaleza, constraida doeste lado, o único
por onde a posição podia ser atacada; por
qne para os outros lados, ó o sitio inacces
sivel por causa dos rochedos perpendicola
res e o rio, que o deíendiam naturalmente
È evidentemente obra nunana» pela per
iétçio do lavrado das pedras.
Consta que no rio, próximo a este castei
kl, ha nma pedra com uma inscripçao romã
na, que só se vá nas estiagens.
A 3 kilometroa d'este eastello, desde as
vinhas qne estio no sitio de Pedroio, nas
abas da serra da Prezے^ limite da aldeia de
Campo, termo d'AUarella, está ama larga e
comprida valia (em algumas partes, tires pa-
jraltelas e qoasi unidas) que atravessam o
Mibeiro das ÂzenhaSy e subindo um monte,
.por onde passa aeswada que vae para Cha-
ves» desce a outra encosta» atiravsssando eu-
.tro ribeiro» chamado AtMro-Cdvo, subindo
o MonieAa Coelha, até desoer ao rio Tiniul^
ku Dá indícios de ser uma galeria aberta»
paia extraeção de metai ^'eslas valias se
voem muitas e iHTofbndas covas» á maneira
ide dsiemas» feitas de schiele, sendo imia
das do Monte da Coelha, de nns 6 uMtros
de circomlérencia, e mais 4e 44 de profun-
didade^ alem do que está entupido.
• Yé-se também ao O. imia espécie de tu-
•nell, que, segundo a timdíQio, é uma estra-
da subterrânea, que, passando por baixo do
Tinhella, e de varies montes e valles, vae ter
ao Lago da J^beirinha, O povo d^aqui, cha-
ma a isto» as Garalheiras ou Gralhdras*
SuppQe-se» com bons ftuuUmentos» seiem
obras romanas; porque PIÍdío falia de mui-
tas minas metaMcas por estes silios. (Vide
Ribeirinha — eastello da — e Tree-Minae — r
freguezía.)
MOREIRA— freguesia, Minho, comarca e
concelho de Fafe (fòi comarca de Guimarães»
ccmcelho de Moute-Longo), 35 kilometros a
N.E. de Braga, 385 ao N. de Lisboa, 350 fo-
gos. £m i757» tinha 36i fogos.
Orago, S. Martinho, bispo.
Arcebi^[>ado e districto administirativo de
Braga.
A casa de Bragança apresentava o reUov;
que tinha lOOMOO réis de côngrua e o pé
d'altar.
É terra muito fértil» cria muito gado e é
abundante de caça miúda.
Foi antigamente da coroa» e depois pas-
sou para a casa de Bragança.
Foi villae couto» este era do rei e tinha
os privilégios dos taboae-vermelhae de Gui-
marães.
D. Affonso Henriques lhe deu foral, sem
data. Seu neto, D. Affonso U o confirmou^
em Coimbra» em Í2i7. (Maço !.• dos Foraee
antigos, n."" 3 — ^Maço 11* dos mesmos, n.* 3^
fL iO V.» col. i.«— e JLttTO de foraes antígos
de ieitura nova, fl. 43 v., coi i.*)
MORBIRA — freguesia. Douro» concelho
da Maia» comarca, bispado, districto admi«-
nistrakivo e il kilometros ao N.do Porto,
333 ao N. de Lisboa, 400 fogos.
Bm i757» tinha 222 fogos.
Orago, o Salvador.
Para a distinguir das ouiras do mesoM)
nome, se cbama — Moreira da Maia.
Foi couto do mosteiro dos cnuios.
O prior do mosteiro de Moreira (d'esta
freguezia) apresentava o cura, que tinha
SOtfOO réis de côngrua e o pé d'alur.
È n'6sta freguezia o celebre mosteiro do
Salvador» que fòi de cónegos regrantes de
Santo Agostinho» qne no seu principio foi
duplex (de frades e freiras).
Foi primeiro fundado com a invocação
de S. Jorge» mais acima (para o K) d^onde
hoje está» em um logar chamado Gowíão.
F(Á sua fundadora, D. Gontina, senh^a
das Pedras Ruivas, ou PedrasR»Abras, na eca
900 de César. (862 de J.-C.)
544
MOR
Em 1060, o abbada, I>. M endo^ o rewoiea
para o actual sitie^ aeodo a neva egreja ben*
Eida pelo bispo do Porto, D. Hugo.
Por ser cnrioso, copio aqui parte do tes-
tameQto de Soeiro Mendes, da Maia (proge«
sitor dos AraujoSf pelo qae ba ainda am
iogar chamado Vendas de Araújo) tio do fa-
moso Gonçalo Mendes da Maia— o Lidador.
Traducção.
«Não ba duvida que é notório a todos os
«homens, moradores n'estas nossas partes,
«que á honra e reverencia do Salvadorvdo
«Mundo, e de muitas reKquias doa santos,
«foi fundada uma egreja, pelo abbade D. Meu-
«do, DO Iogar chamado de ifornivi,. abaixo
«do monte das Pedras-Rubras, por onde cor-
ara o rio Leça, junto à praia do mar, no ter-
«ritorio da cidade do Porto < .
«Portanto, en, Soeiro Mendes, consideran-
«do-me peccador negligente e pregniçoso
«nas cousas da minha salvação
«offereço ao Iogar do Salvador, de Moreira,
«ji dito (onde mando sepultar meu eorpo) to-
«das as minhas herdades e bens que tenho,
•ou possa vir a ter, de meus pais e avós . . .
«Foi feita esu carta de testamento, no i> de
«maio, da era de ilS3 (i065 de Jesus Chris-
«to).— Eu, Soeiro Mendes, por minha própria
«mão a firmei, na presença do abbsde D.
«Mendo e de seus padres, que serviram de
«testomunhas.»
Este abbade D. Mendo, era filho de Egas
Tructezindes e sua mulher, HermezendaGon-
^Ives, padroeiras da ermida de S. Jorge
de Gontâo (onde foi o primitivo convento) e
a deram a seu filho e ao mosteiro, e uma
boa herdade que tinham Junto ao convento
que seu filho fundara.
Ha outra doaçio, de Truclesindo Guterres,
ao mesmo mosteiro, de todas as suas herda-
des, felia a 13 das kalendas de maio, da era
de 1116 (3 de maio do anno de 1078 de Je-
sus Chrísto).
Esta doação diz que havia no altar do Sal-
tador uma relíquia da Santa Grui de Jesus
Chrísto, em honra da qual fez esta doação.
Durante as guerras de D. Aflònso Henrír
^lues, desappareceu esta relíquia, sem mais
ae saber d*ella, até que em 1510, o prior
eeuireiro, D. VasM Antunes, foi dar eom «I*^
la eacoD^da debaixo 4& pedra d'ara 4o ai»
tar*mór, dentro de vm relicário antigo,
0 prior-nórv D. Pedro da ^osta, bispei da
Porto, mandou faaer grandes festas por este
achado, e mandou eneerrar » reliquia em
uma grande cruz, de pntta dourada, ornada
de pedras preciosaa. ^ •.
Em quanto este mosteiro toi dobrado, ti*
nham as frehras dormitorioa aeparadoa de»
frades, mas hiam á egrsja as»iaMr aos ofli-
cios divinos juntas eoa ellea, o qn» dava
maus resultados, pelo que foram mandadas
para o mosteiro de Rio Tinia, levando gran^^
de parte d«a rendas d'este, que, além de oa«
trás, eram muitas, mesmo na freguezia de
Bio*Tinto; a quisUa da Betaria, .em Axuráret
(em frente de villa do Conde) e outros mui*
toacasaes.
Sendo abbade. D. João Pires (1308) se
juntaram ao convento de Moreira, as egre-
jas de S. Cosme de Gemuodev S. Mamede ds
Paraflta e S. João do Mindello, todas na
Maia; dando o bispo do Porto, D. Sancho
Pires (tio do referido abbade) ao uKMteiro,
o direito de apresentação d'estas egrojas, re*
cabendo em troca, o mesmo direilo que o
mosteiro tinha, nas egrejas de S. Fins da
Feira, e Santa Maria da Retorta.
Pouco depois, ma no mesmo anns do
130S, lhe deu mais o dito bispo, o direito
de apresentação da egreja de Santa Marinhai
de Yilla Nova á& Tdltaa.
Pelo decurso do tempo, veiu este mostei-
ro, de Moreira, a poder de oommendatarlos
(pelos annos 148if ) sendo o ultimo, D. f^i*
gencio, filho de D. JaynMi, dnqne de Bra^
gaoça, que o deu a Santa Cruz de Coimbra»
mediante certa pensão vitalícia.
Os padres de Santa. Cmz, tomaram conta
doesta mosteiro, em 23 de julho de lff6S.
D. Grigorio, prior do mosteiro, de Morei-
ra, remia a pensão de D. Fnlgencio, por
l:760A000réis, eml{S68.
No tempo d'este mesmo abbade, veio «o
1 Antigamente vinham aqui procissões de
70 freguezías, visitar esta sanla relíquia, em
occasiões de calamidades publicas, para que
ellas cessassem. Hoje ainda vem algumas»
porém multo menos.
MOR
MOR
545
c0kàTelit« o direito tldapretenla^ da <!gF8*
ja de S. SUvestre, do Couço, fregoezia pró-
xima ao oioateiro, e que se veio a encor-
porar eom a fregaeâade Moreira.
SsUttdo aagr^a e o mosteiro muito ?e-
IImmb, e sendo de acanhadas dimensõe», o
prior, D. Henriqne Brandão, tratoa de ree-
dificar todo, sendo lançada primeira pedra
dareoQttstmcfâo da nova egreja,por D. /rei
Marcos de Lisboa, bispo do Porto, a d de
maio de itf 88, Levaram esias obras a fazer-
se 34^ aanos, pois só se coneiniram em Í62S.
Bata egrei* que é eièipante, ampia^ e toda
de abóbada, fleeii seado, e ainda é, a ma-
tris dafregneaia.
A magnifica cerca d^^este mosteiro, foi
veoidída, depois de 1834, ao desembargador
Luiz Lopes Vieira de Gastso<da easadoJBr-
moy na fregnezia d^Arões» concelho de Fafe,
pae oatio do infeliz bacharel, José Cardoso
Vieira de Castro, que morrea degredado
em Aniola«=%Vide Fafe.) O desembargador
também já falleeeiL
fim fevereiro de 4874, a viuva do ceie*
bre tribuno e distincto orador parlamentar,
José Estevam Coelho de Magalhães, comprou
esta rica propriedade por SO eomos de róis,
fixando aqui a sua. resideooia ordinária.
£ esta grande qnints a melhor proprie-
dade de todo o concelho da Maia ; e, como
o caminho de ferro do Porto a Viila do
Conde e á Povoa de Varzim, passa junto à
quinta, lhe augmenta consideravelmente o
valor
No logar das Pedras Ruhras (vulgar-
mente Petfros Buivoê) ha uma capeila, de-
dicada a Nossa Senhora Mãe dos Homens,
muito aniiga, pois consta ter sido fundada
no meado do século IX$ pela já mencionada
D« Gotttina, senhora doeste logar.
Faz-se-lhe a fssta (que ó muito brilhante
e concorrida) no uhimo domingo de setem-
bro.
£sta freguezia (como iodas as do conce-
lho da Maia, Bouças e (xondomar) ó rica,
bem situada e feriilissima em todos os gé-
neros agrícolas do nosso clima. Cria muito
gado de teda a qualidade, principalmente
bovino (que exporta em grimde esc^ pa-
ra a Grán-Bertanha) e o rio Leça a fornece
de algum peixe miúdo ; porém de Mattosi*
nhos lhe vem abundância de peixe do mar^
Pelo centro da. freguezia passa a formosa
estrada real de 1.» classe, que, vindo de Lis-
boa ao PoftOj segue por esta freguezia para
VilIa do Conde.
Ha n'esta fregnezia muitas víboras, mas
não consta que oílfòndam pessoa alguma.
Ponte d^ Moreira
•
Esta ponte foi construída na estr^^da real
KL« 30 do Porta á Povoa 4e Varzim, sobre o
rio Leça, e dista ii kilometros ao N. do
Porto, n'esta fregnezia de Moreira.
Começou a sua construcçio em 5 de se-
tembro de i864 e ooncluiu<^e em i de Ju-
nho de i866; scmdo aberta logo ao transito
publico, depois de convenientemente expe-
rimentada e tendo -ím conservado muito bem
até hoje, ao mesmo tempo que afflança lon**
ga duração.
CompÕe-se de dois encontros de cantaria
assentes sobre esiacas de pinho nacional e
com a altura de ^fi a contar do eiegimen*
to, 08 quaes sustentam um taboleiro metal-
heo com i6'",0 de vao.
O taboleiro d'esta ponte compde*se de 4
vigas longitudinaes, de folha de ferro, com
0'",9 de altnra cada uma e com a forma de
um T dnplo, assentes sobre rolos de fricção,
de ferro fundido e ligadas entre si, de dois
em dois metros, por vigotas transversaes
também de ferro e com 0",70 de alto, que
dão ao systema muita solidez.
Sobre este travejamento metalliâo, asseu-
tam(vigas longitudinaes de carvalho, íacean*
do com a parte snperior das vigas prioci-
paes de ferro e sobre ellas assenta o soalho
da ponte, feito sobre pranchões de pinho^
constituindo estrado com 4"',4 de largura de
faxa, para transito de carros e dois passeios
com Q',88 de largura cada um.
As guardas d*e»ta ponte são de cantaria
sobre os encontros e de ftrro íoijado no ta-
boleiro.
O projecto d*esta obra d*art6 foi elabora-
do pelo disMotfo e^genheino militar I«ttis
546
MOR
HGR
TIetor Leeoeq, entSo direelor das obras pn»
blicas do Porto, e a constme^ foi dirigida
eom mnita perícia e zek> peio nio menos
disUnetocondiietor de tral)aJho8 d^obras pu-
blicas, Alberto Gosta, bofe empregado, oon
maitos credites, oa constracçao do eaminbo
de ferro do Minho, onde já dirigia^ além de
entras obras, a eonstmcçao das pontes da
Tratagem e da Barca da Trófo, qne estão
mnito perfeitas.
Janto d'esta ponte ainda se conserva a an-
tiga ponte de pedra, Já sem guardas, cons-
tmida em epocha muito remota.
Na estrada do Porto à Povoa de Varzim,
DO logar do Padrio de Moreira, ha uma es-
tação ou paragem de carros, cujos viajantes
se demoram e vão passear por baixo de
grandes carvalhos, até á egreja.
Ha n'esta freguesia uma fundição de si-
nos, montada em 1873 por Joaquim Narciso
da Gosta e sen irmão José Narciso da Gosta,
vindos da cidade de Braga residir n'esta fire-
gnezia.
Ha também uma boa musica, que ferroa
uma capella, dirigida pelo hábil mestre Do-
mingos José Moreira, natural de Moreira,
também tem uma boa armação de egreja.
Foi seu primeiro reitor, coitado em i846,
o sr. António da Silva e Souza de Seabra, na*
tural da freguezia de S. Mamede de Infesta,
que até hoje (1875) conta 99 annos e tantos
mezes de serviço.
MOREIRA— Aldeeia, Douro, freguezia de
Melres, concelho e 8 kilometros ao E. N. E.
de Gondomar, comarca, bispado, distrícto
administrativo e 25 kilometros ao E. do
Porto, i2 a £. da Foz do Sousa, 10 a O. da
foz do Tâmega, e 315 ao N. de Lisboa.
Está esta aldeia situada sobre e margem
direita do Douro, na falda da serra de Mel-
res, em terreno pouco accidentado, e em
Isente da notável aldeia â^ Areja, que fica
na margem opposta. (Yol. !.• pag. 8381-^1
col. 1.*.)
I
Ha n'esta aldeia a capella de Nossa Se-
nhora da Piedade, fundada pela madre Ma-
ria de Madureira, freira beneditina, do con-
vento de Vairão, em 1610.
Está edificada em um teso, em frente da
quinta chamada também de Mòreira,da famí-
lia Madureira, m i|«al pertenefa a ftaiii^
dora.
Consta que a cavsa da ftadação d'esta
capella, foi a seguioie:
Morreu Diogo, de Madureira e aoa mu-
lher, D. Maria de ilatTo% pessoas muito no-
bres, moradores na sua meaei«ada qolHlfti
fioando^lhe dois filhos ainda creaaçaifSMU
parentes que podessem eUidar dai ma edn*'^
cação e fazenda,
Compadecida sua tia paterna, d'e8te des«
amparo, alcançou um breve do papa Pauto
y, em 1610, para podar aahv do «osvenlo e
asMstir á criação de seus sobrinhos, e ao go*
vemo da sua casa, em quinto elles a não
podessem governar.
Gomo a egreja matriz lhe fieava a dois kl*
lometros de distancia, mandou edificar asia
ermida com muito aceio, e em quanto fad
viva, fazia todos os annos uma grande festa
á S8. Virgem, padroeira.
Por sua morte, deixou no testamento a
obrigação de se dizer n'esia' ermida uma
missa, resada, em todas sextas feiras da qua-
resma, e prover aos reparos e fabrica da ca-
pella, tudo imposto na referida quinta. Esta
passou depois, por casamento, aos Bellezas,
que sempre compriram as elausoias do tes-
tamento da instituidora , mas ha mais de
40 annos que ellas deixaram de ser cumpri-
das.
Madureira é appellido nobre em Portu-
gal. O primeiro que com eHe se adia, é Ál-
varo Afines de Madureira, no reinado de D
Affonso V.
Tem brazão d^armas completo, que é-^-es-
cudo de purpura, esquartelado, no 1.* e 4.<^,
leão d*ouro-^no 2.* e 3.<^ fldr de liz, o mes-
mo metal. Elmo d'aço aberto— Timbre, o
leão das armas.
Outros do mesmo appellido, trazem-^-es''
cudo esqu^rtellado, no 1."* e 4.% de púrpura,
seis besantes de ouro, em duas palias — no
%^ e 3.% de prata, um cordeiro pardo,' Iam-
passado de púrpura, tendo por baixo da
barba uma flor de liz, de iprata--0 mesmn
elmo— Timbre, o cordeiro das armas. , .
Outro ramo dés Madureiras, trazem por
MOR
MOR
547
wiifts--e9eado esipurtellado, no i.* e 4.*
éò púrpara, ama ílòr deliz, de oaro— iiO;2.''
« d.% de púrpnra, õm lobo de ouro, passan*
t«^ com a bôcea aberta. O mesmo elmo—
Timbre, o lobo daa armas.
Ainda outros doesta lauUia, nsam — escudo
esqaartellado^ ao I.* e 4.% de púrpura» q4
coelho de ouro — no 2.<» e 3.% também de
púrpura, uma flor de liz, de ouro. Elmo de
aço, aberto, e por tioibrey o coelho das ar-
mas, epm uma das flores de liz das armas
m testa.
.Ha em ambas as margens do Baixo Doutro
muitas fámilias do appellido Madureira; mas
a príncipai, aâo os ilhoa do ar. Antão Oar*
<3ei Pinto de Madureira, i.* oarão da Vargea
do Douro, general de brigada (e padrinho do
auctor doeste dieeionario). É actualmente^ %.*
barão da Yartea do Douro, seu filho, o sr.
José Garcez Piuto de Madureira.
A quinta da Varsea, queda
o titulo a este baronato, ó so-
bre a margem direita do Doq«
ro (perto da quinta de Sebol*
lido, e em frente da fvegueâa
do Gastello de Paiva, a 35 ki-
lometros ao E. do Porto). É na
freguezia de S. Martinho da
Várzea do Douro, concelho e
comarca do Marco de Canave-
ses» bispado e districto admi-
nistrativo do Porto. Foi da an-
tiga comarca de Soalhães, con-
celho de Bem-Viver, que ío*
ram supprimidos em i885.
MOREIRA-^reguezia, Minho, comarca e
«oncelho de Ifonsão, 50 kilometros a NO. de
Braga, 4iO ao N. de Lisboa, 300 fogos.
. Em 1707 tiaha 146 fogos.
- Drago Santa Maria (Nossa Senhora da Na^
lividade).
Arcebispado de Braga, dístrtoto adminis-
trativo de Yianna.
A universidade de Coimbra apresentai o
Tigario, que tinha 50^000 réis e o pó de al-
tar.
Esta egr^a era do real padroado. O rei
D. Diniz a trocou por outras, com o Inspo
de Tny, D. João Fernandes Sotto-Maior, em
1308. Passou depois a curato dos jesuítas
até 17W, e desde então mé 1834. da univer-
sidade de Coimbra.
É n'e6ta freguezia a casa ai]uinta dos Ma-
galhães, que foi do mestre de campo, Leo-
nel de Abreu Magalhães.
É também n'esta freguezia a casa e gran-
de quinta do sr. 7heo4oro dia Araújo Lopo.
MOREIRA— freguezia, Minho, comarca e
concelho de Ponte de Lima, 30 kilometros a
O. de Braga, 365 ao N. de Lisboa, 250 fo-
gos.
Em 1757 tinha %!S% fogos.
Orago S. Jullãe.
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trativo de Yianna.
(Para a distinguir das outras, se lhe dá d
nome de Moreira do Lima).
A casa de Bretiandoe, da cidade de Braga,
apresentava o abbade, que tinha 7501000
réis de rendimento annual.
Antigamente, es dízimos d*esta freguezia
eram, metade para o abbade, e metade para
uma commenda de Chrísto, e foi commen-
dador, D. Peáro de Souza. Extinguiu se es-
ta commenda; mas tomou a crear-se a favor
dos Fagundes» da casa do Outeiro, e dos
Barbosas, ^a Garoaveira. Acabando o ramo
d'estes Barbon^ flcou a commenda, m 9oli.
dum, dos Fagundes. Os Pereiras Pintos, de
Bretiandos, herdaram esta commenda, por d
casamento de um d^elies com a herdeira da
commenda.
Ha aqui a egreja do Espirito Santo, que
foi dos templários. Era a matriz de uma vas-
ta freguezia, que, desmembrande-se, forma
hoje varias parochias.
Na capella de S. CibrSo (depois Gyprião^
e por fim, Cypriano) bouve em tempos an*
tigos, um recolhimento de beatas.
Teve origem n'esta freguezia, a familla dos
Crespo?.
A casa do Outeiro, foi o solar dos Fagun»
des, de quem descendem muitos fidalgos
d'este reino. Foi um membro doesta família,
um dos descobridores da Term de Labrador^
ou Terra-Nova (hoje dos inglezes), onde^ se
pesca o baeblháo; hindo na expedido de Pe*
dro' Alvares Cabral.
O rei D. Manuel, depois de
descoberta a carreta da In^
5i8
MOR
HOf por mar, por D. Yâsoo da
Gama, em 1497, manda Pedro
Aivares Cabral, com i3 Dáus,
para a índia. Um forte tempo-
ral, obriga a eorrer os navios
d0 Cabral, muito para O., o
que o fez descobrir o Brasil,
em 25 de abril, de i50a O na-
vio do capitão Gaspar Gôrte-
Real (em qae bia o tal Fagun-
des) é separado da esquadra,
pelo temporal, correndo para
o N., e descobre os bancos da
Terra-Nova.
MOREIRA DE CÓNEGOS (ou do& Cónegos)
— fjregaeua, Minbs, comarca, e concelho de
Guimarães, 24 kilometros a íi,E. de Braga,
360 ao N. de Liabo, 220 fogos.
£m i757, tinba i32 fogos.
Drago, S. Payo.
Arcebispado e districto administrativo de
Braga,
O chantre da collegiada de Nossa Senhora
da Oliveira, de Guimarães, apresentava o vi*
gario, que tinha 60M00 réis de côngrua e
o pé d'altar.
É terra fértil. Cria muito gado.
Ha n*esta fregnezia três capellas» duas das
quaes (dé Santa Martha e da Senhora da Aju-
da) são publicaa e a outra particular.
Tem duas fabricas de papei no rio Vizel-
la, que banha a freguezia pelo S.
Passa por aqui a estrada a nuic-adam, que
vae do Porto a Guimarães e Caldas de Yizet-
ia, passando por Santo Thyrso.
Também por aqui passa um pequeno ri-
beiro, que denominam do ArpUnho, que nas-
4^ na freguezia do Salvador do Pinheiro, re-
ga, móe, cria escallos e enguias, e morre na
inargem direita do Vizella. Tem este ribeiro
uma ponte pequena de um só arco (talvez
d'aqut chamada doiirco oxiÁrqvdnKo, d'on-
de parece vir o nome que se dá ao ribeiro),
e pouco abaixo d'elia» no sitio chamado as
Domas, desapparece o ribehro por baixo
d*um acervo de penedos para surdir a n^
de 40 metros de distancia. Só nas grandes
cheias é que a agua não cabe toda pelo su-
midouros, e iraaborda por cima dos pene-
408. Tem aqui caído gente e alguns animaes
MOR
dé quenuuca mais appareeem vestigioa;
A encosta do monte que fica na margeou
direita d'este ribeiro, perto d^ aua desem*
bocadura, apparece, em outubro, em gran-:
de parte entapetada de flores diurna espécie
de colchico (coldUcum bulboco-divides^ de
Broter), produzindo uma linda vista.
No dia 26 de mar^ de i809, foi Aresta
freguezia morto por uma guerrilha, juoto-á
ponte de Negrellos, um official superior^
francez, e alli foi sepultado em um campo
próximo.
MOREIRA DE 6SRAZ DO LDfA— fregna^
m, Minho, concelho, comarcas distriote ad-»
ministrativo de Yianna, 30 kMometros a 0^
de Braga, 380 ao N. de Lisboa, 80 fogos.
£m i757, tinha 47 fogos.
Orago, Santa Marinha.
Arcebispado de Braga.
A mitra apresentava o abbade, que tinba
340^000 réis de rendimento annual.
É tradição que grassando uma grande
peste em Lisboa, um individuo d*aili rou-
bou muito dinheiro e veio parar a esta fre^
guezia ; mas, apenas aqui chegou, commu-
nicou o contagio a toda a freguezia, esca-^
pando poucos dos seus habitantes.
Em tempos antigos eram muito vulgarea
n^esta freguezia as moléstias cutanaes, prbft-
cipalmenie a terrível, jranifrena sêcca^ vin-
do-se muita gente sem os dedos dos pés »
das mãos. Atribuia-se isto ao uso excessiva
da carne de porco salgada. Este contagio en-^
demieofoi diminuindo com o tempo (tanto
d'esta freguezia, como d*outras muitas á»
reido) hoje felizmente» é raríssimo.
MOREIRA DE REI— Villa, Beira Baixa»
concelho e comarca de Trancoso, 54 kilo-
metros ao S. £. de Vizeu, 335 ao £. de Lis*
boa, 300 fogos.
Era 1757 tinha 67 fogos»
A grande differença para mais h'esta po*
pulação, não ó porque ella^tenha augoieAta-
do tanto ; mas por se lhe annexar outra
íregaezia contigua do mesmo nome.
Orago Santa Maria.
Bispado de, Pinhel, disteicto da Guar^*.
O real padroado apresentava o abbadf^
MOR
q«e tinha iOO^OOO réis de congnia e o pé
d'aluur.
£ povoação antiga, e foi concelho, com
camará e mais justiça e empregados.
D. AíTonso Henriques lhe deu foral sem
data. Seu neto, D. Affonso II o conflrmou
em Coimbra, em 1217, (Maço 7.* de foraea
antigos, n.* 3— maço 1- dos mesmos, n.* 3,
H. 10 V., col. l.*--L. de antigos de leitura
nova, f\, 43 v., col. 1.*.)
A villa está situada em um alto, onde se
Té um castello em minas. £ tio antigo, que
a sua primitiva construcção se attribue aos
romanos ou aos antigos lusitanos. No testa-
mentos de D. Flâmula (ou D. Chama) feito
em 960 L.* de yumadona, fl. 7) se vé menciO"
nado este castello e outros da Beira. (Vol. %•
pag. 106, col. S.*.)
Moreira, é appellido nobre em Portugal,
tomado d*esta villa, onde os Mdreiras ti-
nha o seu solar. £ família antiga, pois já no
reinado de D. Affonso III, era senhor d'esta
íreguezia, Gonçalo Rodrigues Moreira. Tra-
cem por armas— em campo de púrpura, 9
escudetes de prata, em 3 pallsa, carregados
de uma cruz d'Aviz— elmo d*aço aberto—
timbre, meio lobo de púrpura, com um dos
escudetes das armas no pieto.
Moreira Perengal, é um ramo d*aquelle8
Horeiras, e tinha o seu solar em Lagos (Al-
garve).—O primeiro d*estes appellidos, foi
Fernão Moreira, ao qual, Philippe II, em
premio d*aquelle ter morto, em combate sin-
gular, um valente mouro, no lògar de Pe-
rengal (índia) o mandou usar d*este appel-
lidoje lhe deu por armas, (1585.) em campe
azul, faxa de prata, endentada, entre uma
estrelia d'ouro, de 8 pqntas, da parte de ci-
ma da faxa, e uma cabeça de mouro, corta-
da em sangue, com turbante de prata, da
parte debaixo— elmo d'aço aberto, e timbre
meio leão, azul, com a estrelia das armas
na espádua.
Ha ainda os Moreiras Peres-Gis (Peres-
Gil) da mesma familia, com as mesmas ar-
mas, com a difTtirença da cabeça do mouro
ter turbante de prata, e barrete de púrpura.
O mesmo elmo e timbre, ^A maior parte do
voLum V
MÒR
549
povo pronuncia Perexil e Peregil, em logir
de Peres-fiil.
HOREIRAS— fregnezia, Tras-os-Montea^
comarca e concelho de Chaves, 80 kilome*
tros ao N. E. de Braga» 430 ao N. de Lis-
boa, 145 fogos*
Em 1757, tinha 104 fogos. .
Orago Santa Maria Maior-^rcebispado de
Braga, distrício administrativo de YilU-
Real.
A casa de Bragança apresentava 6 reitor,
qae tinha 50^000 e o pó de alUr.
É terra fértil— Muito gado ecaçju
A egreja parochial ó muito antiga. Gons*
ta ter sido mandada construir por os filhos
de Maria Mantella, (Vide Chaves.)
MORElRÊDO •— portuguez antigo— lagar
planudo de amoreiras.
Antigamente* dizía-se mor^a.— Hoje, em
vez. de moreirédo, díz-se mornm/, ou ame*
retrai.
MOREIRINHAS— freguezia. Beira Baixa,
comarca e concelho de Trancoso, 60 kilo*
metros de Yizeu, 360 ao N. E. de Lisboa,
40 fogos. )^
Em 1757, tinha 44 fogos.
Orago o Espirito Santo-*Foi do bispado
de Vizen, e desde 1774, em que D. José I
oreou o bispado de Pinhel (por bulUa de
Clemente XIY) ficou até hoje perteneendo a
este bispado. Districto administrativo da
Guarda.
O abbade de SanU Maria, de Moreira de
Rei, apresentava o oura, que só tinha o pé
d*altar.
MOREIRÕLLA— videJfon^MttiAos e Quin-
tanilha.
MORGADE — freguezia, Tras-os-Montes,
comarca e concelho de Montalegre, 70 kilo«
metros ao N. £. de Braga, 420 ao N. de Lis-
boa, 70 fogos.
Em 1757, tinha 58 fogos.
Orago S. Pedro, apostolo— arcebispado de
Braga, districto administrativo de Yilla-
Real.
O reitor de S. Vicente da Chan, apresen-
tava o vigário, que tinha 70^000 réis e o pé
d*altar.
Esta freguezia está em terrasjio Barroso.
O seu clima é excessivo, mas saudável. Não
35
(36
MÔR
nmf to lérill em carne» e frueto» ; ma» eria
muito e óptimo gado bovino e de outras «s-
peewe ; e é abandantíflsima de eaça de toda
aqaaiidâde.
Fú\ antigamente anaeica a S. Vicente da
Chan, assim comoa firegaezia de Negrdes e| a
aldeia de Godeçoso, da freguesia de Heiíido :
• tudo isto formava nma eommenda dos
tempferios, qae, desde 1319 passou para as
religiosas de Santa Ciara, de Yilla do Conde.
Aendta, para a eounânda, í:kO(^QQO réis.
(Vide— aof» {S. Vicmte.)
M ORaANEGtBA~-portngnez antigo— Vide
Maifíinoniú.
MOiyraLHA— portagaez antígo— memo-
ria.
HOMUÇOS oa MEROUÇOS— Vide Cruz
dos MoroucoSf a pag. 4S3 do S.* toI.
MORREIRà— fregaezia» Blinho, concelho,
eoBarea, arceisíspado, districto administra-
tivo e 6 iLilometros de Braga, 360 ao N. de
Uaik^a, i35 fogos.
Bm 1757 tinha 193 fogos.
Orago S. Bigael, archanjo.
O prior de S. Vicente de F6ra, de Lisboa,
apresentava o vigário, que tinha 80MOO réis
éú coDgroa e o pé és altar.
Também a esta freguesia se dá o nome de
ViUa Cava da Morreira, e é como se vé nos
Uvres aatigosw
M ÒRTÁGUA-^vilIa, Beira Alta, cabeça do
concelho do sen nome, na comarca de San-
tfti Gomba^Dão, 35 kilometros ao NE. de
Coimbra, 340 ao N. de Lisboa, 280 fogos.
Em 1757 tinha 41 fogos. ,
Or^m^ Nossa Senhora da Assumpção.
Bispado de Coimbra, districto administra-
tivo de Vizeu.
Oa doques do Cadaval, apresentavam o
prior, que tinha 330^000 réis de rendi-
mento.
Eram donatários d*esta Aregnezia, ed se-
riares ée Tentúgal, duques do CadavaL
O concelho é composto de 10 freguezias,
todas no bispado de Coimbra — ^são— Alma-
ça, Cereosa, Cortegaça, Espinho, Marmellei-
fa, Mortágua, Paila, Sobral, Trezôi, e Valle
de Remigio, todas com 2:000 fogos.
É povoação muito antiga. Gonçalo Annes
ée Souza (senhor de Tentúgal, Mortágua e
outras terras, e progenitor dos duques ^ô
Cadaval) lhe deu foral, estando em Mortá-
gua, a 21 de agosto de Í403. (Maço 7.* de
foraes antigos, n.« 4) D. Manuel lhe déu fo-
ral novo, em Lisboa, a 8 de janeiro de 1314.
(Livfv de foraes novos da Beira^ fí. 111 V.,
col. 2.«).
D. Pematodo Magno, resgatou esta povoa-
ção, e as cireumferentes, do poder dos mou-
ros, em 1058.
Está situada em um fértil e dilatado val-
le, regado por duas caudalosas ribeiras (cor-
tadas por duas formosas pontes) que se jun-
tam a pouca distancfa ao S. da villa, e vão
depois morrerão Dão, que desagua no Mon-
dego, perto de Petia-Cóva.
Já tinha foro de vitta no reinado de D.
Sancho I, como consta de documentos da
sua camará.
O rei D. Duarte deu esta villa e a de Pé-
na-Cóva, a D. Sancho deNotonha e sua mu-
lher, D. Mecia|de Souza, i."* condes de Ode-
mira. Esta doaçáo foi confirmada por Ò.
AfTonso V, em 1451— por D. Manuel I, em
1504— e por D. Joáo IH, em 28 de agasto
de 1527. — Conservou- se na casa dos condes
de Odemira até á restauração de 1640. D.
João IV confirmou esta doação a favor do
conde D. Francisco de Faro, e por morte
d'este, a sua filha, a duqueza D. Maria de
Faro. Morrendo esta senhora, D. Pedro II
deu as duas villas a D. Nuno Alvares Perei-
ra, conde de Tentúgal, marquez de Ferreira^
e 1.*" duque do Cadaval, em 18 de dezembro
de 1671, com todas as jurisdieçQes, direitos,
rendas, padroados de egrejas e 'officios, as»
shn da guerra como da republica, e o oitavo
de todos òs frnctos.
A villa é pequena e imo tem edificio al-
gum notável; mas o seu território é muito
fértil em cereaes, bastante vinho, azeite e
frnctas. Cria muito gado. Os seus rios lhe
fornecem bastante peixe (lampreias, sáveis,
trutas, bogas e outros) e também tíie vem do
mar. Tem muita caça, do cbão e do ar.
Fica na antiga estrada real, que de Lisboa
passa a Coimbra, para o Porto.
N*e8U villa Stt alojou D. Pedro H eom toda
a sua côrie, cm 1704; e depdis, o rei de Cas-
t)sHa, Caries Ifl-^sendo ai^ui providos de- 10-
MÓR
MOR
55f
jte o BoeMsario, sam ser precito recorrer a
^mvm terras.
Ha na freguezia as ermidas de Nossa Se-
mkora âo Chão do Catto, no logar da Palia—
ffossa Senhora da Piedade, no ¥alle de Aço«
10» Nossa Senhora de Yilla-Nova de Men-
carros — Nessa Senhara dó Amparo, em Fer-
radosa — e Nossa Senhoi^a do Carmo.
A imagem éa padroeira da fregnesia (Nos-
em Senhora da AssumpçQoJ é mnito antiga.
O seu ahar foi feito em 157 i; mas ja então
eiistia a imagem havia muitos annos. A saa
feslaéa 15 de agosto. Até i834 era o paro-
cho obrigado a fazer a festa á soa costa.
Tem a Senhora ama irmandade, que faz
as Hais aolemnidades d'eUa» e é obrigada a
dar toda a cera para as missas conventnaes
{misêas do dia) e para as procissões.
Bsia irmandade administra os rendimen-
próprios da Padroeira.
o ahar da Senhora muito velho e
pelos amios de 1700 se tinha
joniadOy de eeoaomias nas rendas e ^ varias
esmolas, o dinheiro suffleiente para se lhe
teer uma nova e decente tribuna; porém
os vereadcNres o gastaram em íázer uma no-
va oaaa da camará.
' Nb logar da Ferradosa, freguezia de S.
Miguel da Marmeileira» que foi anneca á ma-
trte d'esta viUa» ddnde dista 9 ktlometros a
SE., e é do seu concelho, está, sobre um té-
so, a ermida de Nossa Senhora do Amparo.
È a mais vasta e aceiada de todo o conce-
lho. Éâo antiga, que se não sabe quando nem
por quem foi fundada. Junto ao templo es-
tSo as ruinas de umas casas^ que foram re-
flidencla doe seus erimitaes; mas já em 1710
oano havia.
Junto á egreja está um carvalho, notável
pela sua antiguidade e pelo seu monstruoso
lamonho, que cobre todo o templo e se vé a
muitas léguas de distancia, e só ppr elle se
conhece o sitio da egreja, que a arvore en-
cebce.
Diz a lenda, que alguns lavradores teem
cortado ramos d'este carvalho, para diíTe-
feates obras, mas que, apenas empregadas,
86 despedaçam e inutiíisam.
A festa da Senhora, é na 3.* dominga de
outubro, sendo muita concorrida, e havendo
então um grande bodo, para os que d*elle se
quizerem aproveitar. ,
Perto do referido logar da Marmelleira,
está também o sanctuario de Nossa Senhora
do Carmo, de que já tratei a pag. 85, coL
2.*, d'este volume ; e o de NoÈsa Senhorada
Ribeira, mencionado no mesmo logar.
MORTALHA— portuguez antigo— não era
só o vestido dos defuntos; comprehendia-se
também por "esta designação, as exéquias,
officío de corpo presente, enterro, cadáver
e sepultura.
MORTALIA— portuguez antigo — o mes*
mo que luctnosa. Em 1158, um individuo
de Gríjó, e sua mulher, doaram certos bens
ao moteiro d*esta freguezia, para que os fra-
des os defendessem e mantivessem — Et de
Fossadeira. et. de Morlalia, m quantum
potueritis, semper liberetis — isto é — que não
pague luetuosa o doador que ficar viuvo.
Nos documentos de Lamego é mui fre-
quente ver se empregada a palavra mortalia^
por luetuosa.
MORTETDABE ou MORTIGIDADE— por-
tnguez antigo— mortandade. Os povos, ater-
rados com o terrível contagio que assolou
lodo o reino, em 1348, levando povoações
inteiras, lhe deram o nome áe peste^grande
— e morteydade; e marcou época na nossa
historia — E paguem os seis maraeidis,< que
M montava de la morteydade aa caa.) Do-
cumento de Paço de Sousa, de 1351.)
Principiou este flageilo em 29 de setem-
bro e durou ató ao fim do anno. Três mezes.
(Pag. 388, col. 2.* do 4.« vol.)
MORTEIRO— portugez antigo— deu-se es-
te nome a toda a especiaria, que se pisa e
móe no almofariz (em latim, mortarium e em
fraflocez— mor/í^). Senhas calaças de porco,
e morteiro, e adubos pêra as viandas. (Do-
cumento de Pombeiro, de 1367.)
Senhas — portuguez anti-
go— suas — como senhos *-
seus. Calaça, segundo Vite-
terbo, é costa (costella) de
porco. O sr. J. P. Ribeiro,
snppõe ser a calúga (ou ea-
552
MÓS
lúba) do gado suino. A car-
ne do pescoço.
No foral que D. Manuel dea
^ terra de Paiva, em Í5i3,
manda pagar a certo casal
calaça e meia de carne.
MORTICIDADE — portugaez antigo— o
mesmo que marteydade.
MORTINDADE— portngnez antigo— mor-
tandade, matança, camagem, carnificina. É
de Azinheiro.
MORTORIO — portngnez antigo — Fogo
morto. Vide esta palavra.
MORTULHA— portaguez antigo— por ser
mnito extensa a sigoificaçao d*esia palavra
6 tudo mais que lhe diz respeito, o que to-
maria mnito logar n'esta obra, convido os
leitores curiosos, a lerem em frei Joaquim
de Santa Rosa de Viterbo (Elucidário) a pa»
lavra hurtulras. Aqui, apenas direi em re-
sumo, o seguinte :
Mortulha— mortalha, mortuário, mortuo-
rio, emor/âra— antigo direito que se paga-
va ao clero. Consistia ordinariamente na
4.* parte, na 3.* e, ás vezes, em metade dos
bens do defunto. A este ominosissimo tri-
bulo, succederam as luctuaeas, que, se sao
menos expoliadoras, nao são menos immo-
'raes.Vide luctuosa.
Na erecção ou instituição da egreja paro:
chiai do convento de Camélias (que hoje não
existe, e parece mesmo que não chegou a
existir) declara D. Estevão, arcebispo de
Braga (1225) que o parocho lhe pagará de
censura (censo) Unum vnodium de centeno,
et unam ceram, et tertiam partem mortua-
riorum.
Era então D. Payo bispo de Lamego, e a
elle pertencia este couto de Ganellas, que
é uma freguezia da provinda do Douro,
que foi do extinto concelho d*l Avarenga, e é
hoje da comarca e concelho d* Arouca. (Vol,
2.», pag. 88, col: 2.*.)
MÓS— aldeia, Beira Alta, na freguezia de
Dálvares, concelho de Tarouca, comarca,
bispado e 9 kilometros de Lamego, 330 ao
N* de Lisboa, no districto de Viseu.
Ha n'^sta aldeia o santuário de Nossa Se-
nhora da Guia, edificado no alto de um mon-
te, cercado de vinhas. Tem junto á egreja
MÓS
um grande dpreste, e tanto ella como a ar-^
vore, se vêem a grande distancia, em razão
da Bua elevada posição.
A esta egreja se fazem muitas e grandes
romagens, em todo o decurso do anno.
Dezesete freguezías aqui vinham encor-
poradas, com as suas respectivas cruzes •
parochos.
A poucos metros do templo (ao S.) ha '
uma fonte d*agua mineral, snlphurosa, a que
o povo dá o nome de fonte Saata, e naqoal
se banhamos romeiros (principalmente as
mulheres que criam, para lhes nãoseccar o
leite).
Da antiguidade d'esta egreja, apenas se
sabe — que pelos annos de 1589, se fúadoa
n*e8te sitio um recolhimento de mulheres
virtuosas, o qual depois se veiu a desampa-
rar, por falleeerem as fundadoras. A priíid*
pai d'esta8, está sepultada debaixo das gra-
des d*este templo. Ignora se o seu nome de
baptismo, e apenas se sabe que era do ap*
pelido Alvares. Pertendem alguns, que esta
senhora vivia em uma aldeia da freguezia
de Más, que d'el]a tomou o nome. Depois,
com o tempo, e crescendo a população, se
erigiu em Alvares uma freguezia indepen-
dente que tomou este nome.
. Supp9e-se que esta senhora Alvares, era
da familia dos condes de Tarouca (que usa-
vam doeste appellido), e que d*eltes obteve^
por compra ou doação, o terreno para tau-
dar a egreja e o recolhimento.
O sitio onde a egreja está edificada é mui-
to formoso, não só pelas dilatadas vistas que
d*elle se gosam, como por ser o terreno ôil*
tivado.
Até ao principio doeste século teve o san-
ctuario um erimitão permanente, para cui-
dar do seu aceio e conservação. Depois, foi
substituído por um capellão, apresentado pe-
lo abbade de Mós, com obrigação de dizer
aqui míHsa diariamente. (Vide vol. 2.«, pag.
463 e 464.) ^
^ Em qaasi todos os diccionarios geogra-
phicos 6 choroffraphicos, se vé este logar e
todos os mais do mesmo nome escriptos —
Moz — porém, como é erro manifesto, visto
esta palavra ser e plaral de mó, denomino a
todos ^ MÓS — por ser etymologico.
Mós
MÕS — - liregaezia, Mialio, oomirca e con-
celho de VíUa- Verde (extincta comarca e
•ooneelho de Pico de Regalados) 12 kilome-
troa ao N. de Braga, 370 ao N. de Lisboa,
85 fogos.
Em 1757 tíDha 82 fogos.
Orago, Santa Maria.
Arcebispado e dístricto administrativo de
Braga.
Os senhores da villa da Barca (Magalhães)
apresentavam o abbade, qae tinha Í20ilOOO
réis de rendimento annual.
& terra muito fértil. Muito gado, e gran-
de abundância de caça.
MÓS — firegnezia, Traz-bs-Montes, conce-
lho, comarca, bispado e districto administra-
tivo de Bragança, 54 kilomelros de Miranda,
470 ao N. de Lisboa, 90 fogos.
fim i757 tinha 50 fogos.
Orago, S. Nicolau (antigamente, S. Pedro,
apostolo).
O abbade de Rebordaos apresentava o
cura, que tinha 6^>000 réis de côngrua e o
pé d*altar.
Tainbem se chama Más de Bi^fordãoSf por
ter sido desmembrada da freguezia de Re-
bordaos.
MÕS — freguezia, Traz-os-Montes, comar-
ca e concelho de Moncorvo, i50 kilometros
ao NE. de Braga, 380 ao N. de Lisboa, 150
fogos. (Antigamente Molas.)
Em 1757 Unha 111 fogos.
Orago, Nossa Senhora da Encarnação.
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trativo de Bragança.
O real padroado apresentava o abbade,
que tinha 700JiOOO réis.
Foi villa e concelho, dos senhores (depois
condes) de Villa-Flôr; aos quat^s cada mora-
dor pagava dois alqueires e meia quarta de
cevada e 6 réis em dinheiro.
Nos disimos tinha um prestímonio, que,
junto ao que para elle pagavam as fregue-
sias de Garaviçáes, Urros, Perédo, Maçores,
Souto e Felgar, prefasia o rendimento an-
nual de 360|;000 réis. Este prestímonio an-
dava annexo ao vinculo da casa de Villa-
Flôr.
Ha n'esta freguezia uma foste de agua mi-
neral, que se applica para a cura de varias
Mós
553
enfermidades, sendo muito efficaz para mo-
léstias cutâneas.
Teve um eastello, cem seus fossos, cubél«
los e cisterna, que era defendido por 40 ca-
valleiros de esporas dourSdas. É tradição
que o donatário os mandou assassiDar.
D. Sancho II lhe deu foral, em janeiro de
1241. (Gav. 15, maço 11, n.^" 48.) D. Manuel
lhe deu foral novo, em Lisboa, a 4 de maio
de 1511 (Livro de foraes novos de Traz-os»
Montes, fl. 15, eol. 2.'-— Yeja-se também a
Inquirição para este foral, gav. 20, maço 11,
n.« 43.) t
D. Affonso lYf por carta datada da Guar-
da, a 19 d'agosto da era de 1373 (8 d'agosto
de 1335) deu a Pedro Dias, seu procurador,
na terra de Bragança, a terça parte da egre-
ja de MóSf para conclusão das muralhas does-
ta villa.*
Suppõe-se que as obras de fortificação de
Mós, datam do tempo dos romanos, e com
certeza existiam no tempo dos mouros, pois
do foral d'esta antiga villa se vé que Pedro
^ Viterbo diz que D. Affonso I deu foral
a esta víUa de Mós, em 1162; porém' Fran-
klim não o menciona. Entendo ser lapso
d'este escriptor (que deixou de mencionar
muitos foraes antigos) pois Viterbo até cita
do foral de D. Affonso Henriques, o seguin-
te— Totó homme de Molas qui mtUier leixar
de benedictiones, det unwn dinarium ad /u-
dicem. Et si mulier leixaverit suó marito de
benedictiones pectet CCC (300) sólidos: me-
dius ad marito, et medius a Palácio. N*este
foral vem demarcados os limites do conce-
lho de Mós, entre o de Moncorvo, perlo Por-
to da Figueira et vnde au Pelagu du
Cucu, et inde en na serra de Cu&ti, aquas
vertentes contra Siladi.
2 Procurador do rei, não tinha o officio
a que hoje se dá o nome de procurador;
mas era synonímo de pobrador (povoador)
d*el-rei. Era um magistrado que inspeccio-
nava os refazimentos (reparos ou reedifica-
çoes) dos togares fortes, assim como a sua
população e a das terras abertas e indefezas.
Eram mais frequentes estes magistrados
nas terras da província de Traz* os Montes,
porque, no principio da monarchia, estavam
mais despovoadas do que as outras.
Para este cargo, eram sempre escolhidas
pessoas de muita inteireza; porque a sua
jurisdicção abraugia muitos ramos da admi-
nistração publica.
554
MÓS
Dias, 8Ó procedeu ao refazknewtOy prova de
qae jà existiam. Actualmente poucas minas
xestam do vetusto castello e muralhas.
MÓS — freguezia, Beira-Baixa, comarca e
conceilio de Villa-Nova de Fóz-Côa, 60 kilo-
metros de Lamego, 360 ao N. de Lisboa, lii
fogos.
Em 1787 tinha 111 fogos.
Orago, S. Pedro, apostolo.
Bispado de Lamego, districto administra-
tivo da Guarda.
O povo apresentava o vigário, collado, que
tinha 8^000 réis de côngrua e o pé d'altar.
MÓS DE CELLAS — fjreguezia, Traz-os-
Ifontes, comarca e concelho de Vinhaes (foi
do concelho de Vinhaes, comarca de Bragan-
ça) 60 kilometros de Miranda, 480 ao N. de
Lisboa. Tinha em 1757 50 fogos.
Ok*ago, S. Thomé, apostolo.
Bispado e districto administrativo de Bra-
gança.
O abbade de Gellas apresentava o cura,
que tinha 6#000 réis de côngrua e o pé de
Altar.
Esta freguezia foi desmembrada da de
Cellas, no século XYIl, e hoje está ainexa
outra vez á mesma freguezia de Cellas. (Vol.
í.% col. !•, pag. f3í).
MÕSÊLLDS— freguezia. Douro, comarca,
concelho, e 5 kilometros ao NE. da Feira, 24
ao S. do Porto, 60 ao NNE. de Aveiro, 285
ao N. de Lisboa, 260 (bgos.
Em 1757 tinha 105 fogos.
Orago S. Martinho, bispo.
Bispado do Porto, districto administrativo
de Aveiro.
O D. prior dos cónegos regrantes do mos-
teiro de Grijó, e depois o da mesma ordem,
da Serra do Pilar (Gaia) apresentava o cura,
que tinha 8|>000 réis de côngrua e o pé de
altar.
Esta freguezia é situada em terreno leve-
mente aecidentado, bonita, rica e fértil em
todos os géneros do nosso clima. Cria mui-
to gado bovino, que exporta para a Grau-
Bretanha, em grande quantidade. Exporta
para a cidade do Porto muitos cereaes e
ft*uctas, e bastante madeira.
A egreja matriz é um templo vasto, muito
decente e em bonita situação.
Mós
É abnndaate em peixe do mar, que lha fl*
ca a 12 kílomertes a O.
O logar do Murado, é das maiares e maia
bonitas aldeias da íreguezia, e tanto qae a
esta se dá com mais frequência o nome de
freguezia do Murado^ do que de JUUlJot.
No Murado se faz uma graide feira, nos
dias 25 de cada mez.
No mesmo logar do Murado é o solar 4e
um ramo dos Vasconcellos. Para a sua ge-
nealogia e armas, vide Castello-Melter, Ma-
fra e Penella.
M6s£LL0S— freguezia, Minho, comarca
de Vallença, concelho de Coura, 50 kilome-
tros a NE. de Braga, 400 ao N. de Lisboa,
110 fogos.
Em 1757 tinha 95 fogos.
Orago S. Payo.
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trativo de Vianna.
A mitra apresentava o abbade, que tinha
120)9000 rób e o pé de altar. O aU^de ti-
nha só metade da renda da egreja, a ontra
metade era dos marquezes de Villa-Real, até
16&1, e desde então passou a ser um bemefi-
cio simpleSf que os reis davam a quem que-
riam.
M6SÊLL08— aldeia. Beira AlU, na fre-
guezia. de Santa Maria Magdalena do Cam-
po, concelho, comarca, bispado, districto ad-
ministrativo e 6 kilometros ao N. de Tizeu.
(Vol. 2.», pag. 62, col. 2.»)
à entrada do logar de Móséllos, junto i
antiga estrada que vae para Guimarães e
para o Porto, está a capella de Nossa Se-
nhora da Victoria, cuja origem é a seguinte:
Havia em Móséllos dois casados, por no-
me Henrique de Almeida (natural de Vizeu)
e Joanna da Fonseca (natural da cidade do
Porto) muito devotos da Santíssima Virgem;
e, como não tivessem filhos, resolveram en-
tre si nomear Nossa Senhora por sua her-
deira, e logo, pelos annos de 1625, princi-
piaram a edificar lhe um templo, onde (òsae
venerada. Feita a capella, e odlocada n'etta
a imagem da padroeira, lhe erigiram uma
irmandade, com 33 irmãos, para cuidarem
da Senhora e da sua egreja, e de lhe faze-
rem uma festa annual.
Por fállecimento do fundador, a sua viu*
B0S
66&
Ta dooa á Senhora varias proprfedadesy si-
tas no mesmo logar, por escriptura publica,
feita em i4 de dezembro de 1638, com a
obrigação de lhe dizezem, no altar da pa-
droeira, in perpetuum, nove missas, nos
nove dias antes do Natal; seis missas, nos
seis domingos de quaresma— uma no dia
de S. Francisco--e finalmente outra, no dia
de S. Jeronymo. Deixou ao visitador, dois
* €q,pões (gallos ca<<trados) ^ para que todos os
annos fizesse cumprir a obrigação d*aquel-
ias 17 missas.
Os estatutos da irmandade foram confir-
mados e approvados, em 1653, sendo os ir*
mãos obrigados a assistirem á festa da Se-
phora, a 2o de março de cada anuo. A 20
de dezembro se fazia o anniversario dos ir-
mãos fallecidos, pur cada um dos qoaes
também a irmandade era obrigada a man-
dar dizer cinco missas. Os irmãos davam
100 réis cada anno, e as irmans viuvas 50
réis.
Não se adraittiam para o logar dos ir-
mãos fallecidos, senão seus filbos ou des-
cendentes.
MÕSÊLLGS—aldeia, Douro, na freguezla
4e S. Salvador do Monte, comarca e conce-
lho de Amarante, bispado e districto admi-
nistrativo do Porto (pag. 457, col. 2." d*este
vol.— o ultimo Monte, dVsta pag.)
Fica esta aldeia perto do rio Tâmrga, en-
tre as vilías de Amarante e Canavezes, a
distancia de 6 kilometros de cada uma.
w
Próximo a Móséllos está ia eapella de Nos-
sa Senhora da Assumpção, vulgarmente cha*
mada Nossa Senhora do Váu ou Nossa Se-
nhora de Móséllos. Dá-se-Ihe o segundo no-
me, pela proximidade da aldeia, e o primei-
ro, por ficar também próxima dos vaus de
ViUarinhOy e de CovêlhaSyíio rio Tâmega, fi-
cando-lhe estes dois vaus, ou logares, um
de cada lado da eapella. Dão estes vaus pas-
1 Nos antigos foraes, doações, emprasa-
mentos, etc, vé-se muitas vezes menciona-
ria capões, cemo objecto de lòro. Se se di-
Bia simplesmente capab, vinha a ser um
frangam; mas, se se dizia capão afoucinha-
do, era um gallo que já tivesse as pennas
teaes do rabo. Afoucmhado era o mesmo
4]ne dizer, era forma de foncinka (foice de
ceiíar).
safem, no venio, a dois eoihcelbos — hof»
ambos extinetos — o de Gouveia (em cq}*
território está a ermida) e o de Santa Crus
de Riba Tâmega.
Consta por tradição que esta egreja foi a
primitiva matriz da freguezia, que antiga-
mente se denominava MóséUos do Monte.
Esta tradição lem lodos os visos de ver-
dadeira, em razão de antíquissimas sepid*
turas que aqui existiram, o que prova tam-
bém a muita antiguidade do templo. Tam-
bem Nossa Senhora era a padroeira antiga
d*esta freguesia, pois nos prasos dos seca-
los XII e XIII, feitos das terras immedialas
(que todas eram foreiras ao mosteiro bene-
dictino de Travanca) se diz — o campo di
Santa Maria, que está nas costas da ermida.
Não se sabe pois quando foi edificada, e
apenas se sabe que foi reedificada em 1679,
quando a primitiiva ameaçava imminente
ruína.
Antigamrate vinham aqui, em dias certos^
clamores de varias freguesias.
A eapella está entre o logar de Móséllo^
Govélhas e Gondeiro, em sitio muito ameno»
todo povoado de campos e arvores silves*
três.
Gomo a eapella não tiaha confiraria, nem
rendas próprias, era a freguezia obrigada i
sua fabrica. Os moradores da freguezia, que
ficavam da egreja para a parte d* Amarante
(d^Áquem do Signo) não queriam concorrer
para as despesas da fabrica, e influiam noa
que habitavam a parte opposta (a (fue eba-
mam d^Álem do Signo) para que não euidas-
sem mais da eapella.
Um cavalheiro, chamado ioao de Gaa-
tro e Vasconcellos, da villa de Amarau*
te, que attribuia a milagre d'esta Seabona
da Assumpção a cura de uma sua fiih^^
chamada D. Maria de Lima Vasconeelios e
Castro, a quem os médicos já tinham aJ»an*
donado, veio comella emaisfamilia, da sua
quinta de Gondeiro, em romaria, e todoe
descalços, dar graças á Senhora.
Sabendo então do projectado abandono do
templo, conferenciou com o abbade da fre*
guezia do Salvador (João de Sonsa Rebello)
e ambos representaram ao vigario-geral do
bispado do Porto, aliegando que a eapella
556
MOS
MOS
eri aDtiqaissíina e tinha sido matriz da pa-
roehia; e que, ficando a egreja da freguesia
muito distante, para os povos de Alem Signo,
na capeila se dizia missa ao povo, e d*ella se
administravam os sacramentos. •
. O vigario-gerály justificadas as allegações^
obrigou toda a íreguezia ás despezas da fa-
brica, e logo se fez um novo retábulo, por
estar muito velho o que havia, e se forrou
a capeila, que até então era de tdha van.
MOSENDAREM, ou MONZEDÁREM— Vi-
de Vianna do Alemtejo.
M OSEQNINS, ou MOSEQUINIS — porlu-
guez antigo — borzeguins.
MÓSINHO ou MOUSINHO— portuguez an-
tigo — ^Víde Moçoeo.
MOSQUEIRO (caldas do)— Vide It/A voL
4.*, pag. 01, coL S.*
MOSSÊCO ou MOSfiCO— portuguez anti-
' go-— Vide a palavra seguinte.
MOSSEGADO ou M0SE6AD0— pertuguez
antigo-^ pão mossegado — dizia-se d*aquelle
em que á mão se tirava uma pequena par-
te, quando ainda estava na palha, para ac-
cudir a alguma necessidade urgente; e á par •
te assim tirada se chamava mossêco. Ainda
hoje em algumas terras do Norte se empre-
ga esta palavra com a mesma significação.
Mossegado também significava coosa in*
completa, rôio, esfarrapado, etc.
De Mossêco se fez na Terra da Feira mo»
treco; mas aqui significa um molho muito pe-
queno de qualquer palha — uma mão*cheia
de qualquer cousa» atada a modo de feixe.
MOSl^A— portuguez ant.— Vide MarêcL
MOSTEIRINHO — freguezia, Beira-Alta,
comarca e concelho de Tondella (foi do con-
oelho de S. João do Monte, hoje exlincto),
35 kilometros de Viseu, 250 ao N. de Lis'-
boa, 60 fogos.
Em 1757 tmha 35 fogos.
Orago, Nossa Senhora da Natividade.
Bispado e distrieto administrativo de VI-
O reitor de S. João do Monte apresentava
o cura, que tinha dOllOOO réis de côngrua e
o pé d'altar.
MOSTEIRO— Tomam-se vulgarmente por
synonímos mosteiro e coneento, quando são
cousas completamente diversas. OmoetUo^
no rigor da palavra, tanto pôde ser de fra«
des, como de seculares. É a reunião, ajun-
tamento, assembléa ou mesa, de uma om-
fraria ou irmandade, ou de outra qualquer
instituição. D*aqui vem chamar-se á missa
mais conoorlda de uma egreja— missa coH'-
vfn/tto/— isto é— missa do ajuntamenta^
Vem do latim conventus, que significa o
mesmo ; porém os conventos jurídicos dos ^
romanos, era um tribunal, abrangendo o ei-
vei, municipal, administrativo e militar.
Mosteiro nunca significou mais do que o
edificio monachal.
Nos primeiros séculos do christianismo»
uma gruta, ou uma choça coberta de ramos,
onde habitava qualquer erímiia, era um
mosteiro.
Ainda depob de se admittír nos cenóbios
maior numero de monges, nunca o seu nu-
mero attlngíu a cifra dos séculos futuros.
A soberba e arrogância dos grandes palá-
cios, de magestosa architectura, nada tinJia
de eommum com os claustros religiosos^ on-
de só viviam homens .dedicados à peiúteu-
cia, à humildade e á oração, e, por assim di-
zer, enterrados em vida.
Passados os primeiros fervores, e n*este8
mesmos sitios, ou perto d*elles, se fundaram
mais amplas vivendas monachaes, algmnaa
das quaes chegaram aos nossos dias.
1 Em ii84, Pedro ÂgtUha e Martinho Per*
ne, doaram ao mosteiro de Lorvão, um ter-
rado ou chão, na cidade de Coimbra, cum
Conventu Pratrum S. Julioni. (Doe. de Lor-
vão.)
No mesmo livro se acha outra doação de
uns moinhos, no mesmo logar, os quaes par-
tiam do levante cum Confraria S. Juliani.
Vé-se que unto montava dízer-se confraria
como mosteiro.
Reflectindo sobre os nossos mais antigos
documentos, véroos tão desmarcado nume-
ro de mosteiros, que devemos acreditar nao
serem esses mosteiros o que depois foram.
Cassiano (Collat., 18, cap. 16.») diz clara-
mente que á cella particular de (jualquer
monge se dava o nome de mosteiro. Mo*
nasteria dicebantur Ceílae, in quibus unt-
cus défgit Monachtts. Era esta e différençâ
entre o mosteiro e o cenóbio; n*este, habita-
vam muitos— n*aqaelie, um só. Com o 4^
curso do tempo, também aos cenóbios se
' deu o nome de mosteiro, como se vé do cea-
ciiio romano de 826^ coínon 27.*
M06
Ã9 egrejas eathedraes se da?a o no-
1B6 á» mosteiros, ou por serem servidas
por monges, oa porqae os cónegos viviam
em eommunidftde, com tanta humildade go«
mo qualquer cenobita.
Também às egrejás parocbiaes se dava an-
tigamente o neme de mosteiros; ou pela
austeridade com que os parochos viviam
nas suas residências; ou porque n'ellas ha
via monges que os ajudavam nos seus
misteres parochlaes.
Mosteiro de herdeiros^ eram quasi lodos os
que se fundaram no século li.* Junto d'uma
pequena egr^ ja ou oratório (edicula) se cons-
truíam casas em que viviam os ftindadores,
eom as suas Caimilias, e succediam-lhes seus
herdeiros, sob condição de darem agasalho
aos peregrinos, e esmolas aos pobres» e aos
monges que serviam esses templos.
Motieiros se chamavam aos arcos, aboba-
das ou pequenas capeilas, feitas pela parte
exterior das egrejas, nas quaes antigamente
sepultavam os defuntos.
Mostei$*08 ce^aes-^er^m os que tinham
outros sob a sua obediência. (Os principaes»
em Portugal, eram Pombeiro, Tibães, Vac-
cariça^ etc.)
Mosteiros canomceas — aquelles em que vi-
viam cónegos regrantes, ou seculares, com
a mesma austeridade com que viviam os
monges.
Mosteiros dúplices, duplex^ ou dobrados (de
ambos os sexos)—- Qouve muitos em Portu-
gal (eram a maior parte) ainda depois que
no 2.0 concilio de Nicéa, cânone 20.% foram
prohibidos, por não darem bons exemplos,
alguns d*ellej; apesar de estarem divididos
os dois sexos,, em quasi todos por altas e
gro^ssas paredes, nãi) se avistando senãç
raríssimas vezes; tendo cada divisão seu che-
fe, do mesmo sexo, e sendo prohibido ás
monjas entrarem na egreja dos frades, de-
vendo ouvir missa e assistir aos officíos
religiosos, nos seus oratórios, ou no coro,
vedadas á vista por bastas rótulas.
Mosteiros isentos — conventos que estavam
fora da jurisdicção do prelado diocesano,
obedecendo só e directamente ao papa ou aos
«eus delegados. Adquiria^se este privilegio
por origeniy proscripção ònmemoríal, ou per
IfOS
557
graça especiúl^ e â'esta cireumstancia nasce-
ram os prelados, nullios diocesis, que exer-
ciam a jurisdieçio episcopal, no clero e po«
vo do distrieto privilegiado. Em Portugal os
isentos mais notáveis ei^m— a prelazia de
Tkomar e o gf^ão-priorado do Crato. Muitos
abbades benedictinos conferiam ordens, mas,
a maicHT parte^ só podiam dar as meno-
res.
Em Portugal e Hespanha, teve dfstincto
logar a bulia de Urbano H, de i095, a qual
(soneedia ao; rei, próceres e magnates,- des-
membrar dos autigos bispados, e submetter
a mosteiros, todas *as egrejas que resgatas-
sem do poder dos mouros, Juntamente com
a precepção dos dizimes e primícias.
Também ha^ abbadias seculares isentas.
A principal era a de SoalhSes, cuja parocho
tinha poder quasi episcopoL Das regulares,
a principal era a de Salzédas.
Mosteiros reaes--o^ que só dependiam do
imperante, mas ordinariamente dava-se até
i834 o titulo de real mosteiro a todo o que
tinha sido fundado pele monareha, ou por
algum membro da família real.
MOSTEIRO— Vide PòiA^ro-^ Aguiar da
Beira, e Sermillo.
MOSTBIRÓ— (de Nóbrega) logar do Mi-
nho, na freguezia de Aboim dn N(^*ega. (Vol.
1. •, pag. i4, col. 2.«)
A egreja matriz pertenceu a um antiquís-
simo mosteiro de freiras' que aqui houve, o
qual foi primeiro de bentas, depois de agos-
tinhas; passando, pelos annos de 1480, a po-
der de comraendatarios, da ordem de Malta.
â por isso que ao logar onde está a egreja,
ainda se chama Mosteiro.
Ainda hoje ha aqui um rego a que cha-
mam Calle das freiras.
A padroeira d'esta egreja (Nossa Senho-
ra da Assumpção) fei em tempo» antigos a
mais celebre thaumaturga da província de
Entre Douro e Minho, e da particular de-
voção dos senhores do castello e villa de
Nólirega.
Consta que o appelUdo de Aboim, que es-
tes fidalgos adoptaram, foi por devoçio a
«sta Senhora, que se diama também SasUa
Maria úe Áboégs: * '
D'e6ta itobitissima famUia foi D. João de
568
ms
íf celebre valido dd D. Mfotflo IH, e
flea neo^homem.
Quando eate omiaroba ana alii4a iafante^
o acompanhoQ a França, e aMbtia aa mu
casamento com a infeltt condessa de Balo*
nba* RagressQQ oom dle a Portai^ e loi
aeu mordomo -mór (o Sfi.* que teve este of*
fimo» como se vé na col. 1« da pag. 5i0
d'este Yolame).
Foi também moito «stknado^jrei IX Di-
nis, alho de D. AffoBSO HL
D^ Joio d' AI»oiffi, era filho da Ik Pedro Ro-
drigues da Nóbrega, e neto de D. Eorígo Vó*
Ibo da Nóbrega.
O mesmo D. João de Aboim, taidon o cai-
telio e a villa de Portel, en 4B6S (por mer-
co de D. Aflbnso IH) e lhe den.íòral, 49omo
villa sua. Bste foral fai feito em Évora, com
assistencial e annuenda de seu fittio, D. Pe-
dro Annes de Portel. E den o nome a Villa-
Bom (€omah;% ooncelbo, bispado, a proi^i-
mo d'Elva9, no distrioto administrativo de
Portalegre).
. ^ate D. Pedro, foi nm graade senbor do
sen tempo. Gasoa com D.Coastança Mendes
de Sonsa, senhora da otaa de Scêuui, a mais
nobre de Portugal. Era filha de D. Mendo
Garcia, senhor de Panoyas, e de Dl Thcieza
Annes.
Tiveram a D. João Píeres, qoa casou com
fii Aldonça Peres, neta de D. Afiòaso III, por
aer filha de D. Urraca Affirnso.
A (jKiiBta d'Aboim, solar dos Aboins, era
orna das maiores e melhores da província.
Pai ainda D. Joio de Aboim que lhe den esie
nome, pois antes d'i8so se chamava quinta
do Outeiro. Era esta propriedade junto ao
logar da Pica, e lhe fora dada, em 90 de ju-
lho de ii70, por D. Martim Fagundes, com-
•mmidador de Leça do Bailio, is tenente do
grão-mestre, D. Gonçalo Pirei^ de Pereira.
Era o mesmo D. Joio, aenbor de Villa-
Verde, por doação que Um fizera, em 1S60,
D. Affonso Pires Farinha, prior da Gralo,
com anctorisação do gi^-commendador de
Hespanha, D. irai Faraúdo de fiarriôco.
Os descendentes de D. João,. foram pouco
e pouco desmembrando d*esta grande qnin»
ta d*Aboim, varias propriedades, qu» davam
6 vendiam^ raduzindo-a portanto a mnito
MOS
inanos valor, até que cova o correr.dos an-
nos, estava dividida e sub-divjdida por di* .
versos possuidores.
Pelos ânuos de 14&Q, Femao iHariina, ia*^
miliar do arcebispo deEraga, comprou (por
bem ou por mal) a maior parte das proprie-
dades que constituiram a antiga quinta de
Aboim, e quiz gosaic também as honras dos
seus antigos possuidores, o que conseguiu,
por mercê de D. AfTooso V, em 1449, em
premio dos grandes serviços que tinha feito
nagipierra.
A quinta de ^boim, passou depois aos Ca-
marás, da cidade do Porto^ e doestes para os
senhores de Bayão, por casamento de Fer*
nao Martins de Souza, com D. Maria d' Atbai-
de, filha de Fernão Gonçalves da Gamara.
Consta que o conde D. Henrique e sua
mulher, deram foral e titulo de villa, a
Aboim da Nóbrega, pelos annos de 1100;
porém Franklim não traz semelhante foral)
e no que D. Manuel deu a Nóbrega, em 24
de outubro de 1913, tratando de muitas ter-
ras a que diz respeito, não falia em Aboim.
É certo porém, ter por muitos séculos o
fôre de villa e ser couto do rei, com juiz or-
dinário, dois vereadores, procurador, mei-
rinho, e escrivão do eivei e da camará, fei-
tos por eleição, a que presidia o corregedor
de Vianna. — Nà orphanologia pertencia á
Barca.
O commendador de Malta, donatário da
freguezia, servia de capitão-mór. Os povos
da parochia tinham os grandes (e absurdos)
privilégios de caseiros da ordem de Malta.
M08TEIR6— aldeia, Minho, na freguezia
do Cerdal, comarca, concelho e 6 kileme-
tros deVallença. (Vol. i •, pag.2W, col. 1.*) *
Próximo do rio Minho, está o logar do ilfos*
teiró, celebre pela sua antiguidade e pelas
suas tradições.
Consta que no 7.* século, fundaram aqui
uns eremitas, uma capella, dedicada a Nos-
sa Senhora, e elles viviam em cabanas tos-
cas, em volta da ermida.
t Já tratei doeste mosteiro, na freguezia
do Cerdal, aqui dou d'dl6 mais algumas no-
M9»9 pouco saDidas^ pela sua antiguidade.
MOS
Com a iflvaflio doe mouros» era 7111^ os
eramiUft esoonderam a imagem da padroei-
ra e fagiram espavoridos.
Os reis de Leào resgataram estas terras
úo poder dos arafaés^ pelos autt)} 890.
Algum tempo depois^ appareeen a antiga
inagem da Seokora, o a eondesea Muma-
Dona, tia de D. Ramiro II, de Leão, peíos
ânuos de 090, reedifieoa a eapeHa e fuodou
Bovo mosteiro, soiíre as ruisas do primeiro,
dediC2ffido-o ao Salvador de Manlo e a San
la Maria, e dotaijMlo^o eom muitas rendas,
^ue Uie assigiKou em Portugal, G^lliaa e
Leão, entregando o mosteiro aos monges de
S. Bento.
Poucos anoos depois da morte da ftiada-
■dora, os leoaezes e os galleges, deixaram de
pagar as rendas ao mosteiro, que, não po-
dendo susteniar-ae s6 oom as que rocebia
do reino, foi abandonado^ e com estas reu-
<das se instituiu a eollegiada da Nossa Senho-
m da Oliveira, de Guimarães, em tempo de
-8. Geraldo, arcebispo de Braga.
O ffiosieiro, que era pequeno, oomo o seu
próprio nome indica {moitâiró é diminutivo
de nwêteiro, como se disséssemos — mostei-
rtnho\ íoi cahindo era ruioas, e só a capei-
la se foi conservando .pela devoção do povo,
•e pelo cuidado de um erimitâo que qnasi
«empre tioba.
Em Í392, reinando em Portugal D. Joáo I,
vieram a este reino, para fundar a religião
firandscana, alguns frades d*esta ordem, sen-
do os priacipaesy frei Gonçalo Martínbo e
frei Diiogo Ayres (ou Árias), asUirianos.
Buscaram sítios ermos e distanies de po-
voado, onde, com beneplácito do rei, funda-
ram alguns mosteirosw
Um dos sítios por elles escolhido, foi este
de Mosieiró. Estava a ermida entre uns gran-
des montes, cercada de espessos bosques, e
era um sitio muito próprio para a vida de
penitencia e oração a que se dedicavam en-
tão estes religiosos.
Pedida a competente licença ao arcebispo
4e Braga, deram logo principio á fundação
do mosteiro, que dedicaram a Santa Maria,
«foi o primeiro da sua ordem em PorlugaL
Este tereeiít) Muvento era ainda mais po-
íxst que o segundo^ o ^adiflCio de acanhadas
MOS
$59
proporções, e tanto este como a ermida (qu^
era a primitiva) eram cobertos de colmo.
Apesar d'isso, incandiando-se a matta que
o <^reava (pelos annos de 1410) carbonisan-
do as maiores arvores, foi o mosteiro redu-
zido a cinzas, escapando apenas a capella, «
que se teve por grande milagre.
Faz-se na egreja matriz, a 8 de setendiro,
uma esplendida festa, a Nossa Senhora da
Natividade, havendo na véspera ilhiraina*-
ção, e grande quantidade de fogo preso e do
ar; e vésperas solemnes, a grande instru-
mental.
Tudo o mais que havia a dizer doeste can<-
vento, já está em Cerdal. ,
MOSTEIRO -~ aldeia, Beira- Alta, na fro-
guezia do Cowío do Mosteiro, (Vol. 2.^ pag.
42&, col. 2.*)
Dà-se a esta freguezia (que foi viUa) o no-
me de Cpuèo do Mosteiro, porque, offectiva-
mente, houve aqui um mosteiro, que foi con-
tado. Foi fundado pelos templários, em 1124
e era da invocação de Santa Maria. Depois
da extincção da ordem do Templo, em 1311,
passou a ser priorado secular, dos bispos de
Coimbra; a egreja ficou sendo a matriz da
freguezia, e esta passou a ser commenda da
ordem de Ghristo.
Ainda na egreja ha uma imagem de San-
ta Maria, de pedra, que era a padroeira do
antigo mosteiro, e que agora se denomina
Nossa Senhora do Rosário.
É egual em tudo, â de Nossa Senhora de
Finis Terras^ da villa de Soure, e foram am-
bas feitas pelo mesmo esculptor, e pelo mes-
mo tempo.
No logar de Géstosa, d*esta freguezia, a
1:500 metros da egreja matriz, está a capei-
la de Nossa Senhora da Graça, muito an-
tiga. Fazse a sua festa a 18 de dezembro.
O couto do mosteiro (que deu o nome á
parochia) comprehendia três fregneziae~a
do Cotizo do Mosteiro, cabeça do couto — a
do^tmt^irâ, que foi sua annexa-— e a de S.
JoanniiUío. (Vol. 3.», pag. 412, coL L«--a 2.»
d'este nome).
A freguezia do Couio do Mosteiro tem 9
aldeias, que são^CoutOi Colmiosa» Peceguír
560
MOS
do» yilla de Barba, Casal de Maria, Pedray-
rea» Casal de Vidona, Oateiro e^éstosa.
A de Vimieiro^ tem daas— Vimieiro e Ro-
}ãO' Grande. ^
 de Joanninho, tem cinco — & Joanni-
tho, VUla-Poaca, Casal Bom, Real e Abe-
lheira.
MOSTEIRO— aldeia, Beira Alta, na fregue-
zia de Cabjil oa BcUtar de Cabril. (Vol. S.«,
pag. 21, col. 2.*)
São três fregaezias reanidas— Baltar, Ca-
bril, e Moimenta.
O legar do Mosteiro, tem este nome, por
que houve aqai em tempos antigos um mos-
teiro de freiras benedictinas. A sua egreja é
a aotual matriz da freguezia. O edificio do
mosteiro, foi parte demolido, e parte é hoje
a residência do parocho.
MOSTEIRO— aldeia, Doaro, na fregaezia
de Canédo, concelho da Feira. (Vol. 2.*, pag,
86, col. i.«)
Tem este nome, em razão de ter aqui ha-
vido um mosteiro de freiras benedictinas.
com uma grande cárca. O edificio do mos-
teiro, é hoje propriedade particular do dr.
Bernardo José da Silva Tavares, cónego da
Sé do Porco. (Ainda tem um oratório, mas
já n'elle senão diz missa ha muitos annos).
A cerca, é parte (a maior) propriedade do
mesmo cónego, e parte, de seu irmão, Her-
menegildo José da Silva Tavares, que foi ca-
pitão de milícias, e que construiu, pelos an-
nos de 1847, umas boas casas de habitaçãj
na extremidade da cerca que flca próximo á
egreja.
Este mosteiro e suas dependências foi
vendido no tempo dos Philippes, hindo as
freiras para o convento de S. Bento, do Por-
to. £* apenas a distancia de uns 200 metros,
ao E. da matriz.
^'*esta aldeia do Mosteiro se faz uma feira
no dia 7 de cada mez.
Para o mais, vide Canédo, da Feira.
MOSTEIRO— aldeia. Douro, na freguezia
antecedente. (Pag. 87, col. 2.* do 2.* vol.)
Dista da egreja parochial 3 kilometros a
ENE., e a igual distancia da margem es-
querda do rio Douro.
Houve aqui, em tempos remotos, um pe-
queno mosteiro (como o seu nome indica)
MOS
de Ireiras benedictinas, mutto mais andgo
do que o antecedente, e que deixou de exis-
tir não se sabe quando.
Era esta aldeia, então, da antiquíssima fire*
guezia da Várzea de Carvoeiro^ que foi ha
muitos annos supprimida, não restando d'el-
la outras memorias senão a sua capellamdr»
transformada em ermida.
Apesar da existência d'este mosteiro ser
authenticada por vários documentos antigos»
não ha d*eUe o mínimo vestígio, e, o que 'é
mais notável, nem ao menos tradição de ter
existido. Em vista d'esta circumstancia» è
provável que fosse destruído pelos mouros^
no principio dq século VIII.
A íireguezia de Várzea de Carvoeiro, era
tão antiga, que já existia em 897, sendo
n*esse anno resgatada do poder dos monrof,
por D. Affonso Magno. Encorporouse na de
Canédo, ha mais de 400 annos.
MOSTEIRO— sitio da mesma freguezia, 8
kilometros ao SB. da egreja parochial. B*
um monte, em forma de península, cercado
pelo rio JnAa, ficando lhe o útftmo a E.8.B.,
na encosta occidental do monte da 0'sía.
Chamase a este sitio vulgarmente, Moeteirá
do JUbeiro. Fica a 2 kilometros ao S. do rio
Douro.
Este monte, que é hoje um bosque, está
por todos os lados cercado de outros mon-
tes, mais altos, e é em sitio ermo, sendo a
povoação mais próxima a pequena e pobre
aldeia de Rebordêllo, também da freguezia
de (Canédo. Esta aldeia e a de Mosteiro do
Ribeiro pertenciam á freguezia de S. Ci-
priano, de Parada do MonUt supprimida ha
mais de 500 annos.
Segundo a tradição, havia em Mosteiro do
Ribeiro, um mosieirinho (donde lhe provém
o nome) de freiras benedictinas, e uma pe-
quena aldeia.
Em 29 de setembro de 1348, principiou
em Portugal o terrível contagio, chamado a
morteydade ou peste grande^ que, apesar de
durar sò três mezes, marcou época na his-
toria portugueza pelo horroroso numero de
victimas a que deu causa. (4.* vol, pag. 388»
col. 2.*)
Segundo a tradição, nem uma só pessoa
' do mosteiro ou da aldeia escapou ao pavoroso
MOS
MOS
56 1
contagio. Foi tal o terror dos povos eirenm-
visinbos, que sete annos ningaem se atre-
Tea a hir a Mosteiro do Ribeiro. Passados
elles, principiaram a hir ali algumas pes-
soas, em basca dos objectos pertencentes
aos faliecidos, e consta que debaixo dos en-
tulhos appareceram algumas pipas, cheias
de vinho, em muito bom estado.
Do mosteiro e da povoação apenas restam
alguns alicerces de casas» e de paredes de
campos e suealeos, indicando que tudo era
pequeno e pobre.
. Nunca mais foi habitado este monte, que
se dividiu em differentes possuidores. Um
lavrador do logar de Piscagueiro (freguesia
do Valle, concelho da Feira) é hoje o único
possuidor de todo o monte, por compras que
fez aos seus differentes proprietários.
O logar de Parada do JfoiUe, onde estava
a matriz da freguezia, lambem aoítreu mui-
to com aquella peste, ficando quasi deserto;
pelo que foi supprímida esta parochia, pas-
sando o povo a pertencer á freguezia de S.
Vicente de Louyedo, do extincto concelho
de Fermedo, (hoje concelho e comarca de
Arouca) e a aldeia de RebordôUo, e a que
fora aldeia do Mosteiro do Ribeiro, á fre-
guezia de Ganédo.
Ainda se divisam os alicerces do corpo
da antiga egreja de S. Gypriano, martyr, de
Parada do Monte, e a sua capella-mór está
transformada em ermida do mesmo santo,
ao qual ainda se lhe faz a festa, no 4.* do-
mingo de setembro* (O seu dia próprio é a
316 d*este mez.)
MOSTEIRO —freguezia, Minho, concelho
de Vieira, comarca da Povoa de Lanhoso,
S4 kilometk'os ao N. de Rraga, 380 ao N. de
Lisboa, 360 fogos.
fim i757 tinha 3^ fogos.
Orago S. João Baptista.
Arcebispado e districto administrativo de
Braga.
A casa de Galhariz apresentava o abbade,
que tinha 800M00 réis de rendimento.
Gonsta que foi eommenda dos templários,
que aqui cràstruiram um mosteiro d^ sua
ordem, o qual existiu até 1311.
Em 1319 passou a eommenda de Gbristo,
e foi dada aos morgados do Galhariz.
A egreja matriz, é a que foi do mosteiro-
É terra fértil em todos osfructos do paiz,
cria muito gado, e nos seus montes ha abun-
dância de eaça grossa e miúda.
MOSTEIRO— freguezia, Beira Baixa, con*
celho de Oleiros, comarca da Gertan, 65 ki-
lometros ao N. do Grato, 19Q ao E. de Lis-
boa, 110 fogos.
Em 1757 tinha 84 fogos. .
Orago Nossji Senhora da Victoria.
Era isento do grlo-priorado do Grato, e
está desde 1834 annexa aopatriarchado.
Districto administrativo de Gastello-Brau-
co.
O grâo-prior apresentava o capellâo, cu-
rado, que tinha lOOMOO réis.
E' terra fértil em cereaes.
E' tradição que o nome lhe provém d'um
mosteiro de cavalleiros do templo que aqui
houve (outros dizem que foi de freiras be-
nedictinas). Não had*elle vestígios, só cons-
ta que a egreja do antigo mosteiro serve ac-
tualmente de matriz da parochia.
Esta freguezia não vem no Port. Sac. ê
Prof.
MOSTEIRO — freguezia, Beira Alta, co-
marca e concelho de Tondella, 15 kilome-
Uros de Vizeu, 260 ao N. de Lisboa, 190 fo-
gos. Em 1757 tinha 117 fogos.
Orago o Salvador.
Bispado e districto administrativo de Vi-
zeu.
O papa e o bispo apresentavam alternati-
vamente o abbade, que tinha 180M00 réis de
rendimento.
E' terra muito fértil em cereaes, azeite e
fraetas, e produz muito vinho de óptima qua-
lidade. Gria muito gado e tem abundância
de caça.
Para se distinguir das outras povoaçdes
do mesmo nome, se lhe dà o de jÊosteiro de
Fráguas.
Gonsta que esta freguezia principiou por
um mosteiro duplex, da ordem de S. Bento,
que ha muitos annos foi snpprimido, e que
d'esta eireumstancia lhe provém o nome.
MOSTEIRO— freguezia, Douro, comarca e
concelho de Villa do Gonde, ISkilometros
ao N. do Porto, 345 ao N. de Lisboa, 120
fogos.
362
MOS
IR»
Em 1767 lliiba M fogòg.
OragD f^. GoD^lo.
Bispado e dislrieio admfiiistratfvo<Ío Porto.
As religiosas beiedietinas do convento da
Avé^Maria, do Porto, apresentavam o reitor,
qne tinlia 60i^000 réts e o pé de altar.
Era da eomarca do Porto, e do eoncellio
da Maia. A requerimento do povo, passou a
ser da comarca e concelho de Villa doGon
de, por decreto de 11 de maio de 1870.
E* terra muito fértil em todos os géneros
do paiz, cria muito gado e ó abundante de
peixe do mar, que Itie fica poneo distante.
Houve aqui um mosteiro de freiras bene-
dKetinas, fondado no Século XIL Foi soppri-
mido em 1480, htndo as freiras e as rendas
d'elie, para o convento de firefras da sua or-
dem, da cidade do Porto. A egre]a matriz é
a que foi do mosteiro.
MOBTEIRé — aldeia, Douro, moleira d«s
fregtiezías de FermedoeS. Miguel do MMto,
no extineto coiKêlbo de Fermedo, hoje co*
marca e concelho de Arouca, d*onde disia
20 lulometros a O., 30 ao S. da cidade do
Porto, 60 ao ENE. de Aveiro, 8 ao a do
Douro, 262 aa N. d» Lisboa, 30 fogos.
É povoação muito antiga, e se enoootram
pelos seus arredores m&moas eeltloas, e um
dolmen, na serra de Borralhoso, que é pró-
xima.
Ao fundo da povoação passa um ribeiro
do seu nome, onde se encontram muitos stau-
rotides. Vide Borralkoêo,
Houve aqui um mosteiro de freiras bene*
dictinas, que foi supprimido em 1480, hin-
do as suas fTeifás e rendas para o convento
de S. Bento da Ave-Haría, da cidade do Por-
to. Da sua egreja não ha o minimo vestígio^
O mosteiro, que era pequeno, é propriedade
e residência d'um lavrador chamado Manuel
ferreira da Silva, foreiro, assim como a maior
parte do logar, ás ditas freiras, do Porto.
' Ha n*esta leirra muitos eanastreiros, talvez
os melhores de Portugal. Encommendando-
se-lhe, fkzem canastras e cestos, qne se en*
ehem d*agua, sem verterem uma só pinga,
como se fossem d'argilla, ou ée aduaHas.
HOSTEtRÔ— freguezia. Douro, comarca e
concelho da Feira, 60 kiiometros ao S. do
Porto, 280 ao N. de Lisboa, IdO fogos.
Ekn 1757 tinha 7? fogos.
Orago Saoio Attdré, aposlok).
Mspado do Porto, distrtefo
de Aveiro.
O reitor de S. Miguel éo Souto apresenta»
va o cura, que tinte 5O#00O réis e o pé #»
altar. É terra fntíl eaa cereaes e outros fm-
ctos, cria bastante gado, o tem alguns pioliaea
de boa rnsNlflíra.
Diz^se que também houfve ú'es(tii fregue*
zia, um moBteiro,' pequeno,' de freiras bene-
dictinas, que foi supprimido hamaisdelOD
amos; mas nSo |MHle «obter mais luferma*
coes.
MMmmO VUUUfOSO ~< fl^egueti», Hi«
nlM>, na comarea e oonoeAo de Yilla Nova
de FamalioSo: Já a pag. 238 Y, do 1.» vol. inh
tei d*esta fregvetia ; porém oomo eHa é oo«
Bbecida por anèov os ofoies' {Arwma e JRm-
tèiro êe Attnoso) aeoreseentarei nals o ae*
gutirte?
Houve a(fní um mosteiro, dobrado, daor«
dem 4e 8. Bento, fundado por S. Prucmoao,
em 642. Os mouros <» destruíram em 7f5 om
7f6, e foi reoonstruido pelo infefíz D. Gar*
cia, r. i de Portugal; ftiho de D. AfVonso Mn-
gno (vide Alfaiates^ a pag. 119 do 1.* vol.),
pelos annos 1067.
A requerimento de D. Joio II e do arce-
bispo de Braga, o papa Alexandre VI sup-
prímiu este convénio, em 1495. O celebre
arcebispo, D. Jorge da Cesta (o cardeal âê
Alpedrinha) o uniu ao convento de Pomfeei*
ro. Depois, foi mudado para Belém (do Mi«
nho) onde tinha uma grande quinta. Pf4
supprimido ha mais de 180 annos, tomando
tudo de emprazamento, o doutor Miguel Pi-
nheiro Figõeira, cónego da Sé' de Braga.
Passou depois a D. Isabel de Souza Lima Pi*
gneira, em cuja deseendenoia se conserva.
Não se confunda esta Ik^gueaia de Santa
Maria (Nossa Senhora da Coneeiçlo) eom^ a
outra do mesmo nome, cujo orago é Santa
Eulália.
MOSnnU) De FERREIlU^VIde Ferrei-
ra (a !.•), a pag. 17t, col. !• do 3.* v^l.
MOSTBmO D*OUVBniA ou DE SAHDÍl
MARIA DE OUYEIRA— na cooiarea e cob-
celho de Yilla Nova áò Pamalicãe. Vide 0/i-
veira, d'e8te concelho.
M0¥
MOtTEIRO DE 8. FINS BAS fKUttJLÈ
(Du Friestus)^líia o iioiiie antíso da aetaal
IMglieBia d)B 8. Fínê^ qae fiea deacrfpta a
pag. i9S, ed. i.» do 3.* vol.
' MOSTEIRO DO SOOtO -*- íregimia, W-
tttko^ cotuarea e oMcelho de Goioiaries. Vi-
de a ft*egaezia do Somêo, d^te conorite.
MOSYEIROL, MOSTEIRO e MOSKIRO^
portiignez antigo— -Vide Monesieirúl,
MdSTEBU)S — freguesa, Aleatqo, eoH*
eeRio d*AiTODehes» comarca, bispado, distii*
cto administrativo e 18 kiiometros de Porta*
legre, 180 ao S.B. de Lisboa, 110 fogos.
Em 1757, tinha S8 fogo».
Drago, Nos»a Seátiora do» Hosteirès.
A mitra apresenfáta o cm, qtte tiftlia
iW alqueires de trigo e o pé d*aUâir.
É lerra fertil em eereáee.
MOSTIL -- portagaez antigo >^ snppQe^se
ser o mesmo qae offldal oq mesire 4e (piai-
quer oficio — éepoia disse-se mester e nnU-
ter. No forai de (Mia, de 1136, depois ée or-
denar qae se nio emlMirguem as bestas aos
elBiro9, diz — pro in nnUa fadenda^ etc.*—
cominúa -— Nunquam in wena prenáat mo$^
HL — Isto não é porém um ponio soffldente-
mente aterigoado. Nlo paasa de uma bem
tonéaéa conjeetara.
MOSTRARQAS — portQgoez antigo— ap-
parencías.
MOtRfiCO -• portQgaez ant.— Vide jUm-
MOTA OQ MOTTA -- portognea aniigo,
ainda usado em muitas partes de Portugal.
— Hoje ó açude oa levada de agua, que se
faz de pedra, torrões ou íácliina; mas anti-
gamente significava os muros, torres, fossos
oa cavas, que defendiam eu aformoseavam
mna casa de campo, que, por erma o self*
taria» precisava ser fortificada.
Ha em Portugal muitas casas, quintas, al-
deias e campos com este nome.
* Mátta, ó também appellido nobre em Por«
tugal. O primeiro que com elie se aclia, é
Ruy Gomes de Gondar da Motta, no reinado
de D. Aífonso II.— Tomou este appellido, da
su(a quinta da MéHay onde tinha o seu solar,
na fregiiezia de Ktlto-CiUiJi-do-Jíardo. Vide
Gondar^ d'Aoiaraiiley e YiUa-Chan-^o-Ma"
rSo*
MOfU
563
IMIE ou MOTO •*-* portngvez ant '— era
a letra (legenda ou inscripçao) que qualquer
oavatleiro adoptáta, para se distlngEir. dos
outros. Bra sempre uoia phrasc, invocação»
ou eentença^ religiosa, guerreira, amorosa,
ou aiMocratica— como, por exemplo*— A«a
MmHa-^ Sem temer^Á mais Mla-^ Osreie
descendem de tids, e nlio nós dos reis, Tam-
bém a fste se ebamadiia esnpreza,
MOTRfiTte --^ portucfoez aiHígo — o mes-
mo que moesêeúy oo mofr^^-*- porém motrê'^
te empregava-se mais vulgarmente para si-
gnificar um bocado- dè fão.
MOUÇAR — porlngties aMlgo-^Vide jío-
çan, que sl^Ac» o mesmoi.
MOMEAO ^--penugVM aaUgo -* terrSDO
plano, de peqoeaa exteasio, cercado d^agua,
no mar eu nos rios — o mesmo que tnsno.
MOUÇAS-^freguezis, Tras-os^Moutes, con-
celho, comarca e districto administrativo do
TMIa-lIêàl, 80 kiiometros a N. fi. de Braga,
300 ao N. de LifllK)a, 360 fogos.
Em 175r tinha SdO fogos.
Otago, o Salvador.
Arcebispado díe Braga.
A casa do infiniado apreseúlava o reitor,
que tínba 1^4000 réis de reodimettio.
O Mrritorto d'e8ta freguezfa nio é muita
fértil em €»reaes; porém produz óptima ft«^
eta, e é abundante de vinho superlativo.
Pftssa por esta freguesia o rio Corgo.
No logar de GaraiveUas, da fireguecia da
Borbella, do mesmo concelho, houve em tem-
pos remotos, ma mosteiro de freiras b^me-
dictinas. Nio sei porque, despovoou-ae esto
logar (úbCataveHas) e as freiras pediram a
sua transferencia para o sitio de Nossa Se-
nhora do Cabeço, d'e8(a fireguezia de Mou-
cos.
Esie mosteiro foi arrasado pelos mouros,
no secuk) X, e nunca mais se reeditlcou.
Ainda junto ao rio Corgo, se vêem vestigtos*
das paredes da capella que foi egrtja do
mosteiro.
MOD0S— f^eguezia, Traz-os-Montes, ao-
tíga comarca e coDcelho de Chacim, o adaai
comarca e concelho de Macedo de Cavailei-
ros, 60 kiiemeiros de Mirand% 460 ao N. de
Lisboa. Tinha em 1757 40 fogos.
Orafo^ S. Lourenço, martyr.
564
MOU-
MOU
Bispado 6 distrioto adoaiDiítrativo de Bra-
gança.
O reitor de CaateUões apresentava o cora»
qoe tinha 6^000 réia de côngrua e o pé de
aJtar.
Esta fregueria Já não existe, por estar oni-
da á dita Aregaezia de GastaUÕes. (YoL 1%
pag. 199, eoL i.*, in fine.)
MOUQUIM— fregaezia» Minho^ eomarea e
concelho de ViUa N6va de Famalicio, i8 ki-
lometros a 0. de Braga, 345 ao N. de Lisboa,
ISO fogos.
Em 1757 tinha 190 fogos.
Orago, S. Thiago, apostolo.
As religiosas franciscanas deValle de Pe-
reiras, apresentavam o vigário, cpllado, que
tinha 70#000 réis e o pé d'altar.
É fértil em todos os géneros agrícolas do
nosso clima e cria muito gado de toda a qua-
lidade.
É povoação muito antiga, e foi couto, com
juiz, camará, e mais officiaea. D, Affonso III
lhe deu foral, em Guimarães, a 16 de maio
de 1258. (Uvro !• de Doaçõet de D. Affan-
so III, fl. 29 V., col. i.* in fine.)
Em 1426, D. Affonso, conde de BareeUos,
comprou ao bispo de S.TIuago de Çompos-
tella, esta fregnezia, e as da Correlban^ No-
gueira» e Gondufe, e as herdades de Bertian*
de; e é por isso que parte d'estas fireguezias
passaram depois para a casa de Bragança.
As rendas que estas fregueaiaB pagavam
ao bispo gallego e depois aos condes deBar*
cellos— e por fim á casa de Bragança, ^ram
o quinto de todos os fmctos I (Vide vol. X"" a
pag. 387, col. l.« in fine^ e o que se segue.)
Esta freguezia foi abbadia dos Pinheiros,
de Barcellos. Sendo abbade Diogo Pinheiro
(da familia dos padroeiros), deu esta egreja
ás freiras de Valle de Pereiras, com a con-
dição de lhe admittirem no mosteiro (para
-professarem) duas filhas. Desde então é que
ficou sendo vigariaria.
Ha n'esu freguezia a torre e quinta da
Juncosa, que foi dos Prados. E a quinta. da
Casta, dos Pinheiros, de Barcellos.
Para a genealogia e armas dos Pinheiros,
vide Barcellos --* e para a dos Prados, vide
Prado, vilia.
MOURA ~ ribeira, Pouro, no ccmoelho
d'0Uv6ira do Ho^tal (extindo coliMltu>
d'Avò). Nasce junto á aldeia da Mmra de
Mourão e desagda na ribeira dePomorof, n«
sitio mesmo chamado Fáz de Moura.
MOURA— Yilla, Alemtejo, eábeçsL de con-
celho e de comarca, 4 kilometros a E. do
Guadiana e da raia, 60 a S. O. d'Evora, 84
a N.N.E. de Serpa».i80 ao 8.E. de Lisboa.
1300 fogos (5:100 almas) — em duas fire-
guezias—Saiilo Àgostínha, 560 fogos e t:130
almas — S. João Baptista, 740. fogos, 2:970
almas.
Bispado, districto administrativo e 40 ki-
lometros a E.N.E. de Beja.
Em 1757, tinha a fk^guezia de Santo Agos*
tinho, 500 fogos, e a de S. Joio Baptista, 828.
O tribunal da mesa da consciência apre»
sentava o prior de Santo Agostinho, que ti*
nha 1604000 réis. A esta freguezia está an*
nexa a pequena parochia de Montaivo*
O mesmo tribunal apresentava o prior de
& Joio Baptista, que tinha 250^000 léia—
Eram ambas da Ordem d*Aviz.
O concelho de Moura é composto de 12
freguezias, todas no bispado de Beja—são--
Amarelléja, Estrella, Moura (Santo Agosti-
nho), Moura (S. João Baptista), Orada, Pias,
Póvoa, Sáffara, Santo Aleixo, Santo Amador,
Sobral da Adiça, e Yalle da Vargo •*- todas
com 3:700 fogos. ,
A comarca de Moura é composta de trea
julgados (com todas .as suas freguezias no
bispado de Beja)— são -^ Moitra^ com 9:700 *
fogos— Barrancos (que é composto só da sua
freguezia), 500— Serpa, 2:700— toUl, 6:900.
Esta villa é ainda considerada praça de
guerra; e â sua importantíssima posição, já
por estar situada em uma eminência, já por
ser na raia, se deviam prestar mais cuidar "
dos, não só conservando as auas fortifiea-
ç5es, como transformando-asdemodoapo*
derem resistir aos projectis de grande for-
ça, como são os modernos.
Os accidentes do solo em que assenta s^
povoação, e o exteitto valie que> a eérea pec
todos os lados, dão-lba as condições exigir*,
das pelas regras militares, para ama boa
praça de guerra, de fadi defesa.
As suas muralhas são banhadas pelas:jri-;
MOU
iMins de Brenha» e Lenemdâira, qna mor-
rem Bo Ardila, e este no Guadiana.
A antiguidade d*e8ta povoação, perde-se
nt noite dos tempos. Segando os nossos an-
tigos eseripteres, naseen das minas da anti*
ga cidade Arud, dos romanos; e por isso se
Uie den o nome de Nwa cwUa$ Aruei ou
Arucitana, ou Àuradtanay colónia novai
formada da velha cidade de Arouche, que
ainda existe na Serra Morena (Andaluzia).
Attribue-se.a sua fundaçio aos thébanos»
companheiros de Hercules Libico, pelos an*
nos 9400 do mundo, isto é, 1(M)4 antes de
Jesus-Christo.
Ainda qtie não se possam afflrmar com
certeza» ou ter por fabulosas as origens que
a Moura dão os historiadores, é certíssimo
ter sido uma cidade importantíssima no
tempo do imperador Trajano (liO de J.-G;);
o que attestam as muitas lapides com inseri*
p^s latioas que se teem encontrado por
estes ^tio9.
Em uma d'esCas lapides se lé:
IVUAE A6RIPPINAR
CAESAKIS AVGYSTI GBRMANICE
MO0
565
HATRI NOTA CIVITAS ABYCCITANA.
Ignoram-se os acontecimentos de que es-
ta povoação foi theatro, desde o principio do
t."" século da era christã até ao tempo de D.
Affonso Henriques. Devia porém soffrer as
differentes aUernativas a que estiveram su-
jeitar todas as terras da Peninsnla, já du-
rante as guerras dos lusitanos contra os ro-
manos, já doestes dois povos, unidos, contra
os bárbaros do norte, no principio do 5.« sé-
culo; já, finalmente, entre os godos e lusita-
nos contra os árabes, desde 715 até ao 2.«
quartel do i3.** século.
A darmos credito a differentes chronistas
e escriptores, a tomada de Moura pelos por-
tuguezes foi da maneira seguinte:
Em il66 era esta villa uma forte praça
de guerra, com um robusto castello, bem
guarnecido de tropas, e senhor d'elle, um
mouro nobre e riquíssimo, senhor de mui-
tas terras do Alemtejo, chamado Abu-Assan,
pai da formosa Sàluquia, a quem temamen*
te amava; e lhe deu em dote o castello de
VOLUVE V
Arwci, que elle havia reedificado, ^ame*
cendoH) de tropas e munições de guerra, é
todas as mais vitualhas, e em condições de
resistir a um longo assedio; nomeando-lhe
para alcaide um joven, mouro, chamado
Brafíma (segundo a BvoraiH<nio$a, Fraib(h
ne) futuro noivo de Salnquia, e senhor do
castello de Arronches.
Quando Brafftaia vinha em marcha para a
povoação, seguido de uma numerosa e bri-
lhante cavalgada, para tomar posse do cas-
tello e da noiva, chegando a um profundo e
sombrio valle a 5 kilometros da villa, foi
inopinadamente acommettido por um troço
de cavalleirós chrisrãos, não escapando um
só dos mouros.
Os chefes e planeadores d'esta surpreza,
foram dois cavalleirós portuguezes, irmãos,
chamados Fedro Bodri{fues e Álvaro Rodri-
guês. Mortos todos os mouros, trataram os
portuguezes de os despir, vestindo-se com
os seus vestidos e armando-se com as suas
armas; e assim disfarçados, se dirigiram ao
castello de Moura, entoando cânticos e dan-
do gritos, ao uso mourisco.
Vendo Saluquia aproxÍmar-se a cavalga*»
ta, que entendeu ser a tão ardentemente de«
sejada, com o riso nos lábios e a alegria no
corado, mandou levantar a ponte levadlça;
e abrir de par em par as portas do castello,
para receber o Joven alcaide.
Poucos momentos lhe durou a illusão e o
prazer, pois em breve os brados de alegria
se converteram em gritos de carnagem, e
logo em acclamaçdes de victoria, obtida pe-
los portuguezes, ao arriarem da cidadella o
pavilhão do crescente, e içarem o das qui-
nas.
Saluquia, preferindo a morte a ser escra-
va de christãos, se precipitou do alto da tor-
re, morrendo despedaçada.
Em memoria d'eM6 suceesso se deu á pò*
voação o nome de Villa da Maura, e por ar-
mas uma torre, e á entrada d'e]la uma mu-
lher morta.
D. Affonso Henriques, em premio d'estas
duas façanhas, mandou usar aos dois fidal-
gos Rodrigues, do appellido de Moura, para
elles e descendentes; dando-lhe por surmas,
em campo de sangue, sete castellos de ou*'
36
566
WG
rO| lavrados de negro, em 3 pallaa. Elmo de
aço, aberto, e por timbre, vm dos casteUos
diis armas.
De um doestes dois irmãos— Mouras— pro-
eedem as (amilias dos actaaes duques de
Loolé, condes de Yalle de Reis e de Azam*
baja, a eondessa deLinharesv e outras moit
tas famílias nobilíssimas d'esie reino.
Ha em Portugal omn^s M ou*
ras, da mesma provenieneiai
Estes são os Mouraê-Côrtes-
Reaes. O primeiro que se acha
com este appellido, ó D. Ha<>
nnel de Moura Corte Real, fi<
lho do renegado ^ Ghristovão
de Moura, conde de Lumia*
res 2 marquez de Gastello Ro-
drigo, e geatil-bomem dA ca-
camara, tudo por D. Phiiippe
III, em premio do ódio que
votava aos portugueses, e da
extrema crueldade com que
sempre oe tratou.
Estes Mouras, tinham por armas— escudo
esquartellado no L"* e 4.% as armas dos
Ifouras-— e no 2.^ e 3.«, as dos Gostas, com
uma crui de& Jorge em chefe, filmo e tim-
lure, como os outros Mouras. (Vide CwUUO'
Bodrigo, e Lisboa^ a pag. i35 do 4.'* vol),
Algunsescríptores, sem desmentirem ahis-
toria de Saluquia, negam que o nome da vil-
la proviesse d'ella; sustentando que já antes
da restauração se chamava Moura; ma^ pa-
rece que os árabes lhe deram o nome de l^
Mamjahy ou Al-Manijah,
O que é certo, é ter sido tomada aos mou-
^ Sublinhei a palavra renegado, porque
este adjectivo pertence e deixa de pertencer
a Ghristovão de Moura. Pertence-lhe se o
considerarmos portuguez, o que ó natural,
pois veio para cá de tenra edade, e era Por-
tugal a sua pátria adoptiva. Gonsiderando-o
porém castelhano, como era de nascimento,
compete-lhe mais o adjectivo de ingrato,
pois o foi á nação onde vivia ha tantos ân-
uos e que o considerava seu filho.
^ I9ao se confunda esta família com os
actuaes condes de Lumiares, que estes per-
tencem à tamilia dos Garneiros. (Vide Lu-
MÓU
ros, pelos dois fidalgos Rodrigues, na era
de 1204 (Ii66 de Jesus Ghriste).
A ti kilometros da praça, ha um logar
ainda chamado BraffmOy de Arowu (de Ar-
ronches), onde, segundo a tradição, teve lo*
gar a surpreza, na qual morreu aqueile ai«
caide mouro.
Moura tomou a cahir em poder dos ára-
bes, commandados pelo Miramolim, de Mar-
rocos, em il9i; mas D. Sancho I a resgatoa
pouco tempo depois.
O senhorio de Moura, e de outras povoa-
ções do Alemtejo, foi cansa do rompímeiíta
entre o nosso rei D. Diniz e o rei de Gas-
telia, em iíM; porém, esta guerra términos
pelo reconhecimento dos direitos de Portu^
gai àquellas povoações, no tratado de pai^
feito em Giudad Rodrigo, em 1297, eom
grandes vantagens para Portugal.
O rei de Gastella, invadira
aleivosamente Portugal, em
1298, mas D. Diniz o tinha ar-
rojado para Gastella, onde o
seguiu e destroçou. Ao mes-
mo tempo, os nossos almiran-
tes derrotavam as galés caste-
lhanas. Foram estas derrotas
que obrigaram os castelhanos
a pedirem a paz.
D. Affonso Ifenriques deu foral a esta vil*
la, em abril de 1171. D. Afifonso II o confir*
mou, em Coimbra, em novembro de 1217.
(Livro de foraes antigos de leitura nova, fl.
61, col. 2.-) í
D. Diniz, estando em Beja, lhe deu outro
foral, em 9 de dezembro de 1295, com mui-
tos mais privilégios do que o antigo, pois
tinha todos os de Évora. YLtvro d.* de Dòo»
0es de elrei D. Diniz, fl. 116 v., col. 1.% ia
fine).
O mesmo rei D. Diniz, deu foral aos mou«
^ Outros dizem que o seu 1.* foral lhe
foi dado por D. Gonçalo Egas. prior da O.
do Hospital, na era 1226 (1168 de Jesus
GhristoHYide adiante, onde fallo d'este D«
Goufato.
MOU
vos &urroS| d'6su viUa» datado de Lisboa, a
i7 de fevereiro de ii96. (lAvro 4."" de Inqui^
tições, de D. AíToiíso III, fl. 9 v.)
D. Manuel lhe deu foral novo, em Liaboa,
DQ L^" de jonho de 1512. (Uvro de farass no-
w» do AkoUejo, Ê. 16 v.» coL 2.*
Moura, tinha voto em cortes» com assento
do banco ti.*
O pouco cuidado dos nossos antigos es-
. eríptores^ na verificação das datas, confun-
dindo muitas vezes a era de César com o
anno de Jesus Christo, tem originado gran-
des duvidas, e uma d*ellas é a data da po«
. ?oaçao d'esta vlila. Também nao tem causa-
do poucas confusões o termo potoar, em-
pregado pelos antigos, na significação de dar
foral.
É por isto que uns escriptores dizem que
JX Gonçalo Egas, prior da ordem do Hospi-
tal, povoou esta villa em 1188, reinando D.
Sancho I--e outros sustentam que elle a po-
voou emU[226, no reinado de D. Sancho IL
(Os 38 annos de duvida, é a differença que
vae da era de Gesar ao anno de Jesus Chris-
to). ^
As primittivas fortificações de Moura eram
de construcção romana; porém os árabes ti-
nham aqui feito grandes obras de defeza, e
reedificado as antigas; mas as continuas
guerras de então e o correr dos séculos as
tinham arruinado muito; pelo que o rei D.
Diniz demoliu o antigo castello, e lhe cons-
. truiu outro, mais robusto; em 1298, guar-
necido de três soberbas torres.
Em 1467, veio estabelecer-se em Moura,
um nobre cavalleiro, chamado Álvaro Um'
go (avô do celebre D. Balthazar Limpo, de
quem adiante tratarei) e que também tomou
o appellido de Moura, e dando princípio a
um outro ramo d'este appellido, que nem é
do» Mouras da família Loulé, nem da dos
Gôrtes-Reaes.
Sendo governador d'esta praça, D. João
Ferreira da Cunha, se rendeu aos castelha-
nos^ que a desirniram (menos o castello) em
MOU
567
1657; mas logo em novembro do mesmo an-
no foi restaurada pelos portuguezes.
D. João ly mandou logo reconstruir tudo
quanto os castelhanos tinham arrasado, e lhe
augmentou muito as obras de defeza, que a
a elevaram a uma forte praça de guerra.
Na guerra chamada da successão, o gene-
ral hespanhol, <&uique de Ossuna, depois de
nos tomar Serpa, põe céreo a Moura, com
um grande exercito; e depois de 15 dias de
uma defeza beroica, a guarnição, falta de
mantimentos e munições de guerra, teve de
render se por capitulação.
Pouco tempo depois da occupação da pra-
ça pelos castelhanos, estes fizeram voar o
castello e grande parte das outras fortifica-
ções, que abandonaram.
O território d*esta villa, e de quasi todo
o concelho, é muito fértil em todos os géne-
ros agrícolas do nosso paíz, e o seu vinho ó
de óptima qualidade. As suas íructas são ex-
cellentes, e as duas ribeiras, que passam
próximas, assim como o Guadiana, a forne-
cem de bom peixe. Cria muito gado de to-
da a qualidade, sobretudo grande quantida-
de de porcos, nos seus montados, cuja car-
ne é muito saborosa, (e que exporta em
grande esqala). Ha também muita caça, gros-
sa, e miúda.
Os arrabaldes da villa, compostos de hor-
tas, pomares e campos, e regados pelas duas
ribeiras, são bonitos, frescos e emenos.
Tem casa da Misericórdia e hospital.
No dístricto da freguezia ha 12 ermidas.
Tinha cinco conventos.
l.«— de religiosas dominieas (dedicado a
Nossa Senhora da Assumpção) fundado den-
tro do castello, por D. Angela de Moura.
Lançott-se-lhe a 1.* pedra a 7 de outubro de
1562, na própria casa da fundadora.
No inventario a que se procedeu em 1835^
por ordem do governo, nos bens d'este mos*
teiro, só as pratas do serviço do culto divi«
no, foram avaliadas em 5:0074100 réis.
Em 12 de julho de 18g5, falleceu a ulti-*
ma freira professa que aqui havia* O goyer-
no vae pôr o edificio e suas dependências em
praça, e lá vae para á voragem mais um mo*
/' ■
568
MOU
namento da piedade dos nossos passados,
qno eontava 313 aimos de existência!
« 2.*--4e freiras de Santa Clara (franeisca-
nas).
3.<>— de frades franeiseanos.
4.« — de frades carmelicas calçados, o mais
antigo d'esta ordem, em Portugal, fundado
por nos cavalleiros, de MaHa, qne tinham
aportado a este reino, com alguns religiosos
carmelitas, pelos annos de 1840, reinando
D. Sancho II.
Em 1290, os infantes de la Cerda lhe man-
daram fazer varias obras.
Consta que a imagem de Nossa Senhora,
{ladroeira â'este mosteiro, apparecéra em nm
poço, no sitio onde se edificou o mosteiro.
Esta Imagem foi coliocada na casa do ca-
pítulo; porém, em 1670, sendo arcebispo de
Évora, D. Diogo de Souza, foi mudada para
a capella das relíquias, que é a primeira do
corpo da egreja. Foi primeira padroeira d*es-
ta capella, D. Brites Francisca de Faria Ra-
vasco, viuva de Sebastião da Fonseca Falcão;
passando este padroado aos seus successores.
Dlz-se altar das relíquias, porque n*elle
foram collocadas as que a esta egreja deu o
arcebispo D. José de Mello, e são — um bo-
cado do santo-lenho e relíquias do papa S.
Xisto; de S. Paulo; S. Braz, bispo; S. Maxi-
miano, bispo; S. Tito; S. Pancracio; S. Mar-
ciano; S. Lino, papa; S. Lourenço, martyr;
S. Processo; S. Crispim; Santo Exuperio; S.
Donato; S. Mário; e das Santas, Águeda, Fla-
via, Ba«>ilissa e Balbina.
Também deram grandes esmolas a este
convento, D. João I, D. João III, e D. Sebas-
tião.
Foi grande protector d'esta casa, Pedro
Rodrigues de Moura (descendente do con-
quistador da villa), senhor da Azambuja
(hoje condado da casa Loulé) e de outras
villas e legares d'este reino.
Era este porluguez um bravo capitão, e
inseparável companheiro do grande D. Nu-
no Alvares Pereir% no conflicto das mais
ementas batalhas.
' terminada a guerra, pelo tratado preli-
minar da paz, feito em 1393, entre D. João I,
MOU
de Portugal, e D. Henrique ill de Caslella» ^
Pedro Rodrigues de Moura foi viver para a
sua casa e senhorio da Azambuja, onde li**
nha mulher e filhos.
Passados alguns annos» veio com aoa fi*
milia para Moura, onde viveu até .1411. Sea*
do então ataeado de uma grave enfermida-
de, quis hir ]^ua o mosteiro de S. Domin*
gos, e allí falleceu no mesmo anno, com n
de edade, pois tinha nascido em 1350.
O condestavel, D. Nuno Alvares Pereira,
também fez grandes esmolas ao convento do
Carmo d'esta villa, e deu aos seus frades^ o
mosteiro do Carmo, de Lisboa; e d*este con-
vento de Moura, quiz que fossem os fundado-
res e primeiros religiosos povoar aquelle.
0 mosteiro do Carmo, de Moura, é sum-
ptuoso, e diz-se que d'elle se tirou a plan-
ta para o de Lisboa.
A pouca distancia do mosteiro está um ma-
nancial d'agua, chamado Font£-Santa. Segun-
do a lenda, deu-selhe.este nome, porque»
quando a imagem de Nossa Senhqra appa-
receu no tal poço, estava junto d'ella um si-
no. Passados annos» pretenderam os frades
carmelitas leval-o para o seu convento de
Lisboa; mas, chegando a este sítio o carro
que o conduzia, não quizeram os bois passar
d'aqui, por mais diligencias que se empre-
gassem; não tendo os frades remédio senão
tornarem a coUocal o na egreja do Carmo.
Por uma caria de lei, de março de 187(^
foi concedida á ordem 3.* de Nossa Senhora
do Carmo, d'esta villa, a egreja doeste mos-
teiro, com todos os objectos n'ella existentes.
5.*" — de hospitaleiros de S. João de Deus,
que foi o 3.* doesta ordem em Portugal (vide
Monte-Mór-Novo, a pag. 504, coL 1.% doeste
volume), sendo o primeiro, o de Monte-Mór-
Novo. Tem servido de hospital militar. Foi
fundado pelos annos 1635, junto de uma an-
1 Os castelhanos renovaram a guerra com
Portugal, em 1396, Por morte á*Henrique III,
D. Catharina de Lencastre, regente de Cas-
tella, assigna com Portugal uma suspensão
d'armas, por 10 annos; porém, em 29 de no-
vembro de 1411, se assigna um tratado de
paz definitivo, sendo por elle reconhecida
D. João I, como legitimo rei de Portugal.
MOU
tiga ermida, dèdiesda a Nossa Senhora da
Oloria. Gomo esta imagem era muito anti*
ga, e tinha chegado a esta villa um escol-
ptor estrangeiro, chamado Jacome Tibáu^
(isto em i660), este fez ama nova imagem,
de grande perfeito, que ainda exiate.
Em 167S edificaram os frades uma nova
egreja, ampla, elegante e toda fechada de
abobada; porém esta tio mal 8egarl^ que
poucas semanas depois, e quando apenas
acabava de sahir da egreja grande cópia de
de gente, e os frades» do mosteiro, cahiu to-
da a abobada, sem matar pessoa alguma.
Reconstruída a egreja, queriam os frades
fozer tuna sachristia, mas como não tives-
sem chão para ella, pediram a uma dona,
chamad^Anna Coelha, para que lhes cedes-
se parte ae um quintal que tinha mystico ao
mosteiro. Negou-se a dona, porque no sitio
pretendido havia uma grande e formosa ar-
vore, que ella muito estimava.
Poucos dias depois, apparece a arvore
completamente sécca, e os frades fizeram
acreditar a Anna Coelha, que a arvore sec-
cou por milagre da Senhora da Gloria, e as-
sim obtiveram o chão, que a dona lhes ce-
deu gratuitamente.
Ainda que bastante desmanteladas, con-
serva ainda grande parte das suas antigas
fortificações, e o seu recinto de muralhas,
com as suas quatro portas (do Carmo^ Nova
io Fojo, de S. Francisco, e de Santa Justa).
Ainda está de pé a magestosa torre de me-
nagem, mandada fazer pelo rei D. Diniz.
Ha ainda também as ruínas de construc-
ç9es romanas e árabes.
Tem uma boa feira annual, a 8 de setem-
bro, muito concorrida, e de grande movi-
mento commercial.
Pabrícam-se aqui vários tecidos de lan,
que se exportam.
Faz-se grande commercio com Hespanha.
No território d*este concelho ha varias mi-
nas de diflérentes metaes. Em dezembro de
1872, foram registadas na camará de Uoúra,
n minas de manganês, 3 de chumbo, e uma
de galena, alem de outi^ muitas, doestes e
il*on(ros metaes, quejáestavam manifestadas.
MOU
569
De janeiro amaio de 1875, umbem se ma-
nifestaram n'esta camará, quatro minas do
manganez, uma de cobre e outra de cobre
e ferro.
Na sexta feira, 4 de junho de 1875, uma
grande trovoada qoe houve n'este eoncettio
e no de Ferreira, cansou grandes prejuízos
nas vinhas e nos olivaes*
D. Soeiro da Costa, bispo de Lisboa, com
os cavalleiros das ordens militares, e ajuda-
do pelos cruzados que n*esse anno tinham
aportado ao Tejo (1217), toma aos mouros,
Alcácer do Sal, depois de uma obstinada
resistência. Os reis mouros de Córdova,
Sevilha, iaen e Badajoz, que vinham em
soccorro da praça, sabendo que ella se ti-
nha perdido, retiram; porém D. Affonso U
vae sobre elles e os derrota em frente d'£I-
vas, junto a Uoura e por fim em Serpa.
Na antiga Arucitana, foram martyrisados,
no dia 27 de janeiro, do anno ^5 de Jesus-
Christo, governando Domiciano, S. Jutião,
natural d'esta cidade, com 27 companheiros,
christãos. _
D. Pedro Rodrigues de Moura, um dos
descendentes dos conquistadores doesta vil-
la, determinara por seu testamento, que
queria ser enterrado no mosteiro de frades
dominicos, de Bemfíca, termo de Lisboa (voL
i.% pag. 377).
As continuas guerras do seu tempo^ não
permittiram que se cumprisse logo aquella
clausula do testamento, e foi sepultado na
egreja matriz da villa (i406).
Em 1410, sendo bispo d'Evoray D. Diogo
Alvares de Brito^ ^ se abriu a sepultura da
D. Pedro Rodrigues de Moura, para serem
trasladados os seus ossos para Bemfica.
Achou-se o corpo incorrupto, e como air
guem dissesse que se dava esta eircurnstau;-
cia, por ter o cavaileiro morrido escommun-
gado, o bispo o otandou absolver publica-
mente, e (diz o Ânno Hist^^ volume 3.% pag,
> Que havia sido primeiro, prior-mór dá
coUegiada de Guimarães, e que foi depoir,
arcebispo de Lisboa ; mas não chegou a 190*
vernar esta egreja. Era varão de grande in-
stropção e muitas virtudes. Morreu em 1424.
(Vol. 4.», pag. 272, col. 1.-)
570
MOU
98, III) conclaida a absolvição, logo se des-
fez o cadáver, em cinza, ficando os ossos
fléccos e descarnados» sendo esta<t recolhi-
dos em um caixão, e levados. para o sen des-
tino.
Nascea n^esta vílla, a 7 de janho de i66i,
D. José Pereira de Lacerda^ procedente de
uma* nobre família. Foi doutor e oppositor
canonista, na universidade de Coimbra; pro-
motor, deputado e inquisidor do Santo Offi-
eiOy na inquisição d'Evora; prior da fregue-
zia de S. Lourenço, de Lisboa; príor-mór de
Palmella (da Ordem miliur de S. Tbiago);
bispo do Algarve, e executor da bulia aureà
(que creou o patriarcbado em Lisboa Occi-
dental). O papa Clemente XI o creou cardael
presbytero, por nomina do rei B. João Y, e
este o fez seu conselheiro de Estado.
Em maio de 1721, foi a Roma, para en-
trar no conclave em que foi eleito papa In-
nocencio XIII, o qual lhe deu o chapéu e an-
Bel cardinalícios, com o titulo de Santa Su-
zana, logar nas congregações do (^ncilio de
Trento, e lhe fez outras mercês e distínc-
ções.
A academia dos árcades o elegeu seu col-
lega, por acclamação, dando-lhe o nome de
Betino Sidiano.
Por morte de Innocencio XIII, entrou no
conclave enf que foi eleito Benedicto XIIL
Çom a sua grande sciencia, vastissima^eru-
dicção e acções generosas, causou a admi-
ração da cúria romana e honrou a nação
portugueza.
Voltou para o reino, em 1728, hindo logo
tomar conta do seu bispado.
Andando em visita geral, adoeceu grave-
mente, e, recolhendo-se ao paço episcopal
de Faro, alli falleceu, em 29 de setembro de
1738, com 77 annos, 3 mezes e 22 dias, de
edade. Foi sepultado no jazigo dos bispos
do Algarve.
Era um excellente orador sagrado, e es-
creveu dois volumes dos seus sermões, que
se imprimiram. Compôz também dois volu-
DDies, sobre matérias pertencentes á inquisi-
ção, que não chegaram a vér a luz da publi-
cidade.
MOU
Era natural de Moura, o venerável padre»'
frei Estevão da Purificação, religioso eai^
melita, pregador apostólico, muito penitente
e instruído. Ha três livros, que são a histo-'
ria das virtudes e milagres d'este Tarâo. Fal-
leceu no convento de (foliares, a 17 de no-
vembro de 1617. Tinha nascido em 1570.
Dom frei Baltha&ar Limpo, nasceu n*e8ta
villa, em 1478. Era filho de Luiz Limpo e
de sua mulher, Ignez da Rocha. Foi cónego
regrante de Santo Agostinho, no convento de
Grijó, para onde^entrou da edade de 17 an-
nos (1495). Foi pregador da capella real e
confessor da rainha D. Catharina, mulher de
D. João ni; 13 annos refotmador da sua or-
dem; 13 annos bispo dt> Porto (onde fez o
,côro da Sé, os livros do cantochão, reformou
as Constituifies do hispado e o censual).
Em 1545, foi a Roma, assistir ao concílio
de Trento, expondo ao papa Paulo ni, em
poucas, mas eloquentes, palavras, o que n'el-
le se tinha passado; pdo que este pontífice o
cognominou Rara Phenis, e o quiz fazw car-
deal.
Foi D. Balthazar Limpo que trouxe para
Portugal a confirmação para o estabeleci-
mento do tribunal da Inquisição, que, com
bulias falsas, já cá estava estabelecido des-
de 1526.
Foi bispo^do Porto e arcebispo de Braga.
Era um varão de muita sciencia e de gran-
de caridade, e foi soUícito reformador dos
costumes. Falleceu em 1558.
D. Affonso Mendês, da companhia de Je-
sus, nasceu n*esta villa, pelos annos de 1590.
Foi doutor em theologia, e patriarcha da
Bthiopla. Sendo d*aqui desterrado, com os
mais christãos, recolheu-se a Gòa, onde fal-
leceu em 1656.
Escreveu uma Relação sobre a Ethiopia»
que foi muito estimada, e traduzida em fran-
cez.
Bento Gomes Coelho, nasceu em Moura,
em 1687.
Foi um iliastre e corajoso militar» govoi^
I nador das ilhas de Cabo-Verde, e cavalleim
I da Ordem de Christo, pelos valiosos aervi^
^
$oa que prestoa á pátria, na carreira daa
armas.
Escreveu um livro intitulado Milícia pra-
Hca e manejo de infanleria^ que foi muito
«stimado no século XVIII, e hoje é muito
curioso, por nos fazer conhecer a nossa an-
tiga tatica de guerra.
D, José de Mello, ô.*» arcebispo d*Evora,
posto nascer n'esta mesma cidade, pôde con-
siderar-se filho de Moura, pois para aqui
veio apenas nasceu, e aqui foi creado. Era
filho bastardo de D. Francisco de Mello, 2."*
marquez de Ferreira, e foi, como disse, crea-
do em Moura, sem saber quem era seu pae.
Impozeram-lbe na adolescência (ou eile o
adoptou) o nomeie José Ptmenta, e com elle
enrsou a universidade de Coimbra, na com-
panhia de seu irmão, D. João de Bragança. ^
Foi partidário de D. Philippe III, que o
fez bispo de Miranda, e por morte do arce-
bispo, D. Diogo de Souza (1610), foi nomea-
do arcebispo d*£vora, onde deu entrada so-
íemne, em 6 de novembro de 1611, tendo to-
tnado posse por procuração (11 de setembro
de 1611) Diogo de Miranda Henriques, deão
da Sé d*£vora.
Era justo e caritativo.
Mandou fazer os sanctuarios da Sé d*Evo-
ra e grandes obras no paço dos arcebispos.
Na porta principal d'elle, e em muitos azu-
lejos do interior, ainda se vêem as suas ar-
mas.
Mandou fazer a egreja do collegio de S.
Mancos, augmentando os dotes ás donzellas.
Mandou fazer o palácio e quinta de Valle-
Verde.
Foi grande protector do convento dos Re-
-medioSt d*Evora, fazendo-lhe grandes bene-
floios, sendo um dos príneipaes, a agua que
lhe deu, e que ainda hoje para alli corre
perennemente.
Mandou reimprimir as Constituições do
arcebispado, que fez distribuir pêlo clero
da sua archidiocese.
1 A Évora Gloriosa, diz que elle estudou
na universidade de Évora, formando-se á
custa de uma eapellania, das 26 qne erigiu
o cardeal-arcebispo, D. Henrique (o eardeal-
rei) para estudantes, pobres; mas é erra. i
MOU
571
Contribuiu muito para a casonisaçãoalâ
rainha Santa Isabel. -Vv
i^lcançou de Roma o breve para a ÍÉndaK
ção do collegio dos mlitares, em Coimbra;
e do mosteiro dás commendadeiras da ordem
militar de S. Benie d'Àviz, em Lisboa.
Falleeeu em 2 de fevereiro de 16d3, e jaz
sepultado em um magnifico tumulo, do lado
do Evangelho, na capella-mór da egreja éae
Remédios (porque o marquez de Ferreira ^
nao deixou sepu^r na dos loyos) com mtt
epitaphio, que diz, em resumo, o que d'elie
acabo de escrever, e por isso o não copio.
Junto á villa se levanta a serra da Adiça.
Vide Adiça (a 8.'), vol. l.«, pag. 26, col. 1."
A 3 kilometros de Moura está a egreja de
Nossa Senhora da Conceição, que foi matriz
da freguezia de Moritalvo, hoje annexa á fre-
guezia de Santo Agostinho, da villa (col. 1.^
da pag. 455 d'este voL, o í« Montalvo).
Esta egreja é pequena e antiquíssima. Fòi
demolida, pelos annos de 1700, e reedificada
de novo, no mesmo sitio, com mais algsmâ
amplitude, porque até então, apenas mere-
cia o nome de ermida.
Poucas villas de Portugal tiveram tantos
solares de casas nobres, como esta de Mou-
ra. Mencionarei os de que pude haver no-
ticia.
Lacerdas — procedem de D. Affonao de la
Cerda, filho de um dos infantes doeste ap-
pellido. Vide Castro-Daire. .
Mouras-^ li ficam descriptos.
lÃmfos^^é appeilído nobre enPorUii^
cuja familia procede d*esta villa de Minurâ.
Em 1167, vivii aqui, Álvaro Limpo, c^jo ap-
peilído parece provir de alcunha. Os Lim-
pos trazem por armas— em campo de ouro»
3 bandas de purpura, sendo a domeio car-
regada dê 3 rosa^ de prata, vszias do meio,
ou de olho de purpura— e as dos lados, car-
regadas de duas rosas, como as outras, e^
cada uma: elmo de prata, aberto; e por tim-
bre, uma cabeça e pescoço de galgo, lanf-
passado de purpura, com coleira do mesmo,
guarnecida d'ouro, o com a bocca aberta.
Pizarros — appdlido nobre â>ste reino.
V
572
HOU
iSeio de Hespanha, na pessoa de D. ^tàro
Gonçalves Pissarróy qae se estabeleceu nW
U Tília, e aqai instituía o seu solar. Seu &•
Ibo, D. Diogo Pissarro» estabeleceu- se em
I6ÍS, na cidade d' Angra, ha liba Terceira
(Açores) onde deixou descendência. Trazem
por armâs — em campo de prata, duas pis-
sarros t da sua côr, entre as quaes nasce um
pinheiro verde» com pinhas de ouro, entre
dois ursos, da sua côr, que, empinados so*
bre as pissarras, estào colhendo, com á boc-
ca, pinhas do pinheiro.
Serras — é também appellido nobre em
Portuga], cuja família procede do reino das
Astúrias (Hespanha); julga-se que tomado
do Senhorio ou casa chamada da Serra. Em
Aragão, houve um D. Pedro da Serra, que
'M bispo de Gatanea, e cardeal do papa Be<
Mdiclo xm.
ília Sardenha e em França, ha famílias
doeste appellido, sem se poder saber com
certeza de qual d'estes reinos veio o appel-
lido para Portugal, sendo mais provável que
'iDsse dês Asmrias. O que ó eerto, é ter-se
esta Camilia ptopagado muito pelo reino, ha-
•ViBdo varias (ámilias Serras. Trazem por ar-
mas--em campo de purpura, um castello
de prata, sobre um monte, da sua edr, en-
ira duas cabeças de serpe, verdes, salpica-
das d'ouro. Timbre^ um braço, vestido de
púrpura, com uma espiga de trigo, d*ouro,
na mão.
-' Os Serras, estabeieceram*se em Serpa, no
secule XVI, e á'alli é que veio um d*elles
para esta vílla.
Seirõo — appellido nobre em Portugal,
ítala mesma origem dos Mouras. Procede
de Váseo Ifanins SerrSo de Moura, a quem
a raioiía D. Brites (ou Beatriz), segunda mu-
lher de D. Afiònso III, deu a viila de Moura,
1 Copio esta palavra, como a encontro nos
livros de heráldica; mas entendo que é erro.
Pissarra nao é portuguez; mas sim piçarra,
e com effeiío é a piçarra uma das peças das
armas dos Pizarros (osPissarroshespanboes)
— ^Piçarra, no portuguez antigo, ainda usado
nas províncias do norte, é uma espécie de ar-
dósia ou schisto (lousa) muito friável.
N*este brâzao, as taes pissarras sao duas
pedras, ou pequenos montículos de pedra,
entre os quaes nasce a arvore.
M(IU
em 4279, emquanto era regente do reino, na
menoridade de seu filho, o rei D. Díoiz.
D. Affooso III, quando ainda
era infante» casara em Fran^»
com Mathilde, condessa de Bo*
lonha. Seu irmào, D. Sancho II
(o CapéUo), foi deposto petoi
três estados do reino, em 1245,
e o papa, Innocencio lY, vali-
dou esta deposição.
O conde de Bolonha é cba*
mado de França, para ser re-
gente de Portugal. O rei foge
para Gastella, e morre de pe-
zar, em Toledo, a 4 de junho
de 1248. Sua mulher, D. Meda
Lopes de Haro (filha de D. Lo-
po Dias d'Haro, senhor de Ri»-
caia), é levada presa para a
castello de Ourem, d'onde fo-
ge para Gastella, e alii mor-
reu, sem successâo.
D. Affonso III, depois dacon
quistar aos mouros todo o Alk-
. garve, invade a Andaluzia; p^
rém D. Affonso X, de Gastdla»
oppoe-se a esta conquista, e
trava-se guerra entre porta-
guezesT e castelhanos, em 1253,
a qual termina pelo casamento
do monareha pprtuguez» com
D. Brites, filha do rei castelha-
no, divorciando-se com a sua
primeira mulher, o que cau-
sou graves desordens, que só
terminaram com a. morte da
infeliz Malhilde, que nâo dei-
xou filhos.
As armas dos Serrões, são— em eampo de
prata, um leão de purpura, armado de ne-
gro, sobre um monte, da sua côr. £Uno de
aço aberto; e por timbre, meio laao do es-
cudo.
MOURA-MOBTA — íi^eguezia, TrazH3»r
Montes, comarca e concelho do Péso-da-Re-
gua, 90 kiiometros a E.N.B. do Porto, 17 ao
S. de Yilla-Real, 340 ao N. de Lisboa, 160
fogos.
Em 1757, tinha 91 fogos.
Orago, Santa Comba» virgem e martye.
MOU
MOU
573
Bi8{>a4o do Porto, districto administrativo
àt Vilta-Real.
Bsta freguesia era uma commenda da or»
dem de Malta» e o commendador de Moura-
Morta apresentava o vigário, que tinha oito
mil réis de côngrua, e o pé d'altar.
A freguezia gosava os monstruosos privi*
legios dos caseiros de Malta.
É terra (ertil. Muito e óptimo vinho.
D. Manuel lhe deu foral em Lisboa, a 17
de julho de i514. (lÃvro de foraes novos de
Traz-08'MorUes, fl. 24, col. 1*--Vide gav. 6,
maço 1, n.« 242.)
MOURA-MORTA — (reguezia, Beira-Alta,
comarca e concelho de Gastro-Daire, i8 ki-
lometros ao O. de Lamego, 320 ao N. de Lis-
boa^ 90 fogús. Em i757 tinha 56 fogos.
Orago, Nossa Senhora da Apresentação.
Bispado df Lamego, districto administra-
tivo de Viseu.
O reitor do Pinheiro apresentava o cura,
confirmado, que tinha 6^000 réis de côn-
grua e o pé d*altar.
É terra fértil em cereaes, fructos e vinho.
Cria muito gado — produz bastante mel e
cera, e é abundante de caça.
MOURÃO — freguezia, Traz-o&-Montes,
concelho de Villa-Fiôr, comarca de Miran-
delia (foi da comarca de Moncorvo, conce-
lho de Viliarinho da Castanheira— extincto),
120 kiiometros a N.E. de Braga, 380 ao N.
de Lisboa, 100 fogos.
Em 1757 tinha 72 fogos.
Orago, S. João Baptista.
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trativo de Bragança.
O abbade de Viliarinho da Castanheira
apresentava o cura, que tinha 30^000 réis
e o pé d*altar.
MOURÃO— Villa, Alemtejo, cabeça do con-
celho do seu nome, comarca do Redondo (foi
ék comarca de Monsaraz), 50 kilometros ao
O. d'Evorá, 30 a N.£. de Moura, 6 da raia
do Guadiana, 160 ao SE. de Lisboa, 450 fo-
gos.
Em 1767 linha os mesmos 450 fogos.
Orago, Nossa Senhora da Purificação (das
CaBdBias)^ e S. Leonardo.
1 0 Pcrt. Sacro eProf. diz que apadroei-
Arcebispado e districto administrativo de
Évora.
A mesa da consciência apresentava o prior»
que lúiha 20M00 réis de côngrua e o pé d*al-
tar.
Tem dois padroeiras, por estar annexa a
está, a freguezia de S. Leonardo. (Vol. 4.%
pag. 90, cel. 1.*)
Este concelho é composto de três fregue-
zias, todas no arcebispado d'Evora— são —
Granja, Nossa Senhora da Luz, e Mourão e
sua annexa, todas com 950 fogos.
Ainda ó considerada praça d'armas.
Foi esta povoação fundada pelos árabes»
no século IX, os quaes lhe construíram as
suas primeiras fortificações, e lhe deram o
nome de Uogron (que significa, lapci, cova,
ou car^ma— talvez por causa d'alguma que
aqui encontrassem, do tempo dos celtas, ou
dos antigos lusitanos).
D. Aflfonso Henriques lhe pôz cerco, em
1166; porém os mouros a abandonaram, fú-
gindo para alem do Guadiana.
Parece que esteve abandonada e deserta
durante os reinados de D. Affonso Henri-
ques, D. Sancho I e D. Affonso U; porque
só temos noticias positivas de Mourão (cor-
rupção de Mogron) no reinado de D. San-
cho U, em que D. Gonçalo Egas, prior da
ordem militar de S. João de Jerusalém (de-
pois Malta) a povoou em 1226, dando-lhe
foral, que foi confirmado e muito ampliado
(pois é o mesmo que o foral d*£vora) por
D. Diniz, por carta feita em Lisboa, a 27 de
Janeiro de 1296. (Uvro 2.* de doações do rei
D. Diniz, fl. 119, coL 2.*)
D. Manuel lhe deu foral no-
vo (confirmando todos os pri-
vilégios antigos) em Santarém»
no l.« de junho de 1510. (Lt-
vro dos foraes novos do Âiem-
tejo, fl. 63 V., coL 2.*)
Está a villa situada em um alto, e enobre-
cida com um forte castello, com três torres»
fundado por D. Diniz, em 1298; porém a tor-
ra é Nossa Senhora da Conceição, mas é er-
ro. Também se lhe dà o titulo de Santa Ma*
ria do Tojal.
574
MOD
n âe menagem (uma dM mais famosas do
reino) foi obra de sea ftlho, D. AffoBSO IV,
como adiante direi.
As muraibas decircumvalaçâo, gaaraeci-
das com seis torres, foram principiadas por
' D. Diniz, e condoidas por sea ilho.
Sobre a porta da torre de menagem está
^ seguinte inscripção:
E. MGGGLXXXI ^ ANNOS, AO PRIMBIBO D^ DE
MARÇO, DOM AFFONSO IV, REY DE PORTUGAL,
MANDOU COMEÇAR A FAZER ESTE CASTELLO DE
MOURON. O MESTRE QUE O FAZIA, HAVIA NOME
— JOÃO AWOIf SO — O QUAL RBT, FOI FILHO DO
MUI NOBRE REY D. DINIZ, E DA RAINHA DONA
ISABEL, AOS QUAES DEUS PERDOE — E ELLE FOI
CASADO COM A RAINHA D. BEATRIZ — ^AVIA FILHO
«FRDEIRO O INFANTE D. PEDRO.
Eram alcaides-móres de Mourão, os mar-
quezes de Monte-Bello, e depois o foram os
condes da Figueira.
Tem esta villa passado por muitas alter-
nativas e vicissitudes, sendo varias vezes
conquistada, usurpada, restituída, doada,
comprada e vendida.
Durante a guerra da acclamaçao, os cas-
telhanos nos tomaram esta praça, em i657,
sendo governador d'ella, João Ferreira da
Cunha; arrasando a villa e parte da torre
de menagem, e pondo guarnição sua na for-
taleza; mas logo em novembro do mesmo
^mno (poucos dias depois da morte de D.
João ly — que foi a 6 d'este mez e anno),
sendo regente, a rainha D. Luiza de Gus-
mão, foi resgatada do poder dos castelhanos,
e a regente, para evitar outra destruição, e
por ser praça da fronteira, lhe mandou re-
construir as antigas fortiôcações, e edificar
outras, segundo o systema moderno, ada-
ptadas a receberem artilheria grossa, e em
estado de resistirem a um cerco em forma.
•
1 Esta data (1381) não pôde ser senão a
era de César; porque no anno de 1381, já
tinha morrido D. Affonso lY e seu fllho, D.
Pedro I, e era então rei, D. Fernando I. —
D. AíTonso lY, reinou desde 1325 ató 1357,
e seu filho desde esta ultima data, até 1367.
É pois fora de duvida, que aquella data é a
^ra de C^sar, correspondente ao anno 1343
âe Jesus-Christo, em que D. Affonso IV rei-
nava.
As armas de Mourão, são — èm campo
azul, cineo escudos, com as Quinas postas
em cruz, tendo o escudo inferior, do lado
direito, um sol, d'ouro—e do esquerdo, um
crescente de prats, por ter sido povoação
mourisca.
I^em casa de Misericórdia e hospital — - e
cinco ermidas.
Tem uma boa e espaçosa praça, e algu-
mas das suas ruas são largas e direitas, mas
guarnecidas» na maior parte, por casas bai*
xas.
A egreja matriz e algumas casas parti-
culares, estão dentro do castello,*^ porém a
maior parte da villa estende-se pela encos-
E. do monte onde está a fortaleza.
Os arrabaldes de Mourão, compostos de
cearas, hortas, pomares, olivaes e algumas -
vinhas, são bonitos e férteis.
Ha também vastos montados, onde se eria
muito gado, de varias espécies, sobretudo
suino, queé de óptima qualidade, e se ex-
porta em grande quantidade.
Também n'estes montados se cria .muita
caça, grossa e miúda, e o Guadiana fornece
a povoação de bom peixe.
Pazem-se aqui duas boaS feiras; uma que
principia a 21 d^abril, e outra, a 13 de se-
tembro. São ambas muito concorridas.
O primeiro assento doesta povoação, foi
junto ao Guadiana, no logar a que ainda se
chama Villa- Velha, e onde se vêem r ninas
de grandes ediflcios, e ainda alli existem duas
capellas, perto uma da outra.
(Consta que esta villa foi abandonada por
causa do grande nupiero de formigas que
havia aqui, que, alem de lhe causarem graa-.
des prejuízos nas casas e nas habitações^
chegavam a matar creanças recennascidas.
A três kilometros da povoação, tinha apr
parecido em um monte, coberto de to/ol,
uma imagem da Virgem, á qual os morada-
res da antiga Mourão fizeram logo um templo,
que, pouco e pouco se foi cercando de casas^
em que vinham habitar os fugitivos da ve-
lha Mourão, e em breve se erigiu a egreja
em parochial, e priorado da ordem militar
t de S. Bento d'Aviz. $ por ter appareeido em
MOU
um tojal, que á Senhora 'se deu ao priíiei-
pio o nome de Santa Maria do To|M.
Oatros escriptores dizem (e pareee^me isto
mais provarei) qae os habitantes da titia
antiga, a abandonavam por doentia, em ra-
iSo das enchentes do Gaadiana, qne, quando
terminavam, deixavam apias estagnadas nos
pegos e charcos, as qnaes corrompidas, oan-
aitam muitas doenças e mortes nos povos
visinhos.
A imagem da padroeira, ó de pedra, de
■V^^ÍO, com o Menino Jesus nos braços, e
eite com dois pombinhos na mio. É objecto
de muita devoção, do povo da villa^ que lhe
«iribue mirtos milagres. Naopòde ir em pro-
cissões, por causa do seu peso.
Segundo a leniâa-*-qner6ado uns mordo-
mos da Senhora, vasai'» pelas costas^ para
ficar mais leve, à primeira martellada, ra-
4âion a imagem de meio a meio, o que vendo
<> canteiro, nio qniz continuar a obra, e a
Imagem tomou a unir, sem que mais se co-
nhecesse por onde tinha rachado.
AlíifSOÚ metros O. da villa, está a capella
de Nossa Senhora do Alcana, muito antiga
-e ampla. Segundo a tradição constante, foi
' obra do grande oondestavel, D. Nuno Alva-
res Pereira, pelos annos de i400, em memo-
ria de alcançar n'este sitío um grande tri-
umpho contra os castelhanos: dando á pa-
droeira o titulo de Santa Maria d'Bvora Al-
iance, por ter sabido de Évora em persegui-
^ do inimigo e o ter áleançado n'este lo-
íar.
A batalha via*se pintada na parede dò ai-
•l^endre da capella, ainda no fibi do século
XYII; porem uns mordomos muUo UMtra'
-doSy mandaram .cobrir a pintura com uma
grosa camada de cal.
Junto a esta capella, e a requerimento do
povo de Mourão, fundaram os primittivos
lirades agostinhos descalços, um mosteiro da
auá ordem, em 1670.
A pezar da insalubridade do sitio, arden-
tíssimo no verão, e com o ar corrompido
pelos gazes deletérios que exbalam os pegos
do Guadiana (que lhe âca próximo) e os
pântanos de outros ribeiros visinhos^ con-
fluentes do Guadiana, aqui se conservaram
MOU
575
^
OS religiosos at6 ao dia 93 de julho de i67â,
sendo n'esse dia obrigados a sahir do moa*
teiro, por ordem do desenbargo. do paço,
por não ser um dos comprehendidos uo nu-
mero de dás que a Santa Sé' havia mareado,
pelo breve da conirmaçio d'e8ta ordem.
O mosteiro cahiu em ruínas, e apenas
aqui ficou um erimitão, para cuidar da ea^
pella; mas já hoje, e ha muitos annos, que
nem erimitão aqui há.
Motirao, é um appellido nobre em Portu-
gal. O primeiro qud se acha com elle é D.
Gonçalves Mourão. Os Mourões trazem por
armas em campo verde, duas faxas de ouro,
e no meio d'ella8, um castello de prata; ^-
mo d'aço, aberto, e por timbre, o castello
das armas.
MOURARIA — o que era -* Vide 3.* voL,
pag. 421, col. %\ palavra Judiaria,
MOURATiO -- ou FONTE fi£ MOimA-
TÃO N'este sitio, quo fica 6 kilometros da
Castello de Vide, há um dolmem celta, com
os entrevalos das pedras perpendiculares
tapados com parede de ahrrôaria, o na mes-
ma, aberta uma porta. Isto indica que poste-
riormente se deu a este monumento uma
appHcação diversa da primittiva.
Por estes arredores ha mais d*esle8 antf-
quissimos mommentos, que vão mencâona-
dos segundo as denominares dos sítios onde
estão.
HOURAX •— fregnezia, Beira- Alta, Ck)aiar-
ca, Concelho e 3 kilometros de Tondella,
20 kilometros ao S. de Viseu, S55 ao N. de
Lisboa, 240 fogos.
Em 1757, tinha 5i6 íbgos.
Orago de S. Pedro, apostolo.
Bispado e Distiicto admntstrativo de Vi-
seu.
A mitra apresentava o abbade, que tinha
300if 000 reis de rendimento.
Foi villa e couto. D. Manuel lhe dera fo-
ral, em Lisboa, a 28 de junho de 1514. (L.*
2* dos foraes novos da Beira, fim, 62 Yn*
çol. l.«)
É povoação muito antiga, e couto já no
tempo de D. Affonso Henriques, o qual, com
sua mulher, a rainha D. Mafalda, doaram á
^-'
576
MOU
SÓ de Vis^n, o cauto de S. Pedro de Mowraz^
cm ii5S.
Em ii71, o bispo de Yis«i« D. Godinho,
deu ao padre Domingos Afmes Rnxverda, o
prestimonio do coato de S. Pedro de Moa-
raz, com a sua egreja; e as viUas de S. Mi-
nguei do Castello e CetJiada, com seu couto, e
todas as soas pertenças, em quanto fosse
vivo.
N*eãta freguezia lia um monte pyramidal,
de bastante altura, e dificil subida, menos
pelo O, por onde nâo é tao íngreme e alcan*
tilado.
No alto d'este monte ha um vasto plató, e
do lado do £. d'elle está a eapella de Noêsa
Senhora da Esperança^ imagem de muita
devoção para os povos ciroumvlsinhos.
Do lado onde está o tempk), é onde o
monte é mais íngreme, e quasi cortado a
prumo. A porta principal, tica para o O., es-
tendendo- se na sua frente um amplo tenreiro.
Também para o O. fica a freguezia de Mou-
razy a distancia de 300 metros, e a freguezia
de Villa Nova da Rainha.
Esta egreja é muito antiga, e consta que
já existia no reinado de O. Affonso Henri-
ques.
No terreiro que lhe fica em frente, ha al-
guns sobreiros, que denotam tanta antigui-
dade como a capeila. Junto á porta travessa
estão as casas, feitas para residência do eri-
mitão que aqui sempre' havia; emaisadiaa*
te umas grandes casas, para pousada dos
romeiros; estas foram feitas em 1700. D*este
sitio se gosam umas extensa^ variadas e
l>onitas vistas, de serras, montes, valles e
bosques.
MOURE— Vide Ataúdes.
MOURE--- freguezia, Minho, comaroa e
concelho de Bareellos, it kilometros a O.
de Braga, 365 ao N. de Lisboa, 80 fogos.
Em 1757 tinha 57 fogos.
Orago Santa Maria (Nossa Senhora da Ex-
pectação).
Arcebispado e distríctio administrativo de
Braga.
O reitor dos cónegos seculares de S. João
Evangelista (loyos) de Villar de Frades (os
bons homens de Villar) apresentava o cora,
que tinha MMOO réis e o pó de altar
MOU
É terra fertiL Muito gado e caça.
MOURE- (torre de)— Vide Confillíof.
MOURE — freguezia, Minho, comarca e
concelho da Póvoa de Lanhoso (foi do ooil»
eelhodeS. João do Rei), 11 kilometros a
NE. de Braga, 170 ao N. de Lisboa, 73 k^
gos.
Em 1757 tinha 75 fogos.
Orago Santa Mara (Nossa Senhora da Pa»
rificaçao).
Arcebispado e distrieCo administrativo d»
Braga.
A mitra apresentava o abbade, que tinha
7004000 réis de rendimenta
No tempo dos suevos, houve aqui um
mosteiro de monges benedictinos, que Of
mouros arrazaram em 716. Vide Bra^wi
(egreja de S. Victor) e Santa Leocaéia do
Tamil. ^
A freguezia é baetante aoddentada e ex-
posta ao N., mas fértil e bonita.
A egreja matriz é um templo grande, Aib«
dado nos princípios do século XVI^ cem»
se deprehende de uma inscripçSo que está
sobre a porta principal, e que adiante vere*
mos.
Está com muita decência a egreja, o que
decerto é devido ao zelo do seu actuai pft*
rocho, abbade, o reverendíssimo sr. António
Joaqnim Nmies de Abreu, ex-proféssorée
theologia moral do seminário de S. VeéFO
de Braga, emprego que exerceu, por maitds
annos, com muita dignidade.
A capella-mór, que é muito grande, está
interiormente, d'alto a baixo, forrada de
azulejo, que, nâo obstante a sua antigui-
dade, não deixa de produzir um bom eHéi»*
to. Tem um orgâo regular, assim como boas
imagens, sobresahindo entse elias a de Ne^
sa Senhora das Dores, em tamanho quaid
natural
Abaixo um pouco áú vórtice da fochada,:
está a figura do sol, em mêio-relevo, e em*
semi-circulo, pela parte superior, tèm a le-
genda: BLKGTA Uf SOL* i .
Mais abaixo, em um nicho, está a imap»
de Nossa Senhora, de pedk^a, onde poQBO ott
nada primou o gosto da escQlptura,'6 pop
cima tem a legenda: matkk ruBisgou;
Sobre a verga da porta principal téoft
MOU
MOU
577
IfÀRlAE VmOINI MGATClf* ANKO ÀPAITV VIR-
61NIS, 1702.
A torre é maUobrâa, e pelo distieo que
tem sobro a porta, mostra que foi feita à
«nata dos paroehianos. Dii assim: turbis
nPiNS» FIDKLIUIf OfiTARITÁTIS ANNO DNI. 1719.
Tinha, pelo tempo âa invasão franceza, ri-
tmas alfaias de praia, eomo eram: cruzes,
custodias, thuribnlos^ navéta e outros obje-
ctos de valor; mas pouco ou nada escapou
á rapacidade doe abuu^ que compunham
as hordas napoleonicasl
Fica n'esta fregnezia a quinta chamada
das Sete'f<mte$, propriedade hoje do sr. Ma-
nuel José de Carvalho e Silva, abastado ca*
pltalísta da cidade de Braga, irmão do sr.
ioão Manuel de Garvalho, modelo dos ee-
desiasticos. São dignos filhos do sr. major
Carvalho, convencionado de Évora Monte,
Terdadeiro typo de probidade e honradez.
É das propriedades melhor situadas das
margens do Cávado, com magnifica casa de
residência, com seu claustro e galeria envi-
draçada; gocase d*ahi um pomorama formo-
sissimo.
MOURE— -freguezia, Minho, comarca e
concelho de Yiila Verde (foi da comarca de
Pico de Regalados, concelho de Penella), 10
kilometroe ao N. de Braga, 370 ao N. de
Lisboa, 250 fogos.
Em 1757 tinha 147 fogos.
Orago S. Martinho^ bispo.
Arcebispado e distiricto administrativo de
Braga.
Foi couto, e chamava se antigamente Cou-
to ãe Mwmre da Oliva.
A camará ecdesiastica da Sé de Braga
apres^tava o vigário, que tinha lOOMOO
réis de rendimento.
E* terra fértil, cria muito gado de toda a
qualidade e tem grande abundância de ca-
ça, grossa e miúda.
O conde D. Henrique e sua mulher, de*
ram este couto a S. Geraldo, arcebispo de
Braga, pelos annos 1110. Nuno Soares, ti-
nha aqui uma boa herdade, que deu ao mes*
mo santo arcebispo.
Os moradores d'estâ freguezía, eram isen-
tos da jorisdiçâo real, e só eram obrigados
a fairem á guerra, quando fosse o arcebispo^
mas eram obrigados a cavar-lhe as vinhas,
que tinha em Braga. O arcebispo, D. Diogo
de Souza, mandou arrancar estas vinhas e
fazer um campo; (é a praça chamada ainda
hoje Campo da Vinha, onde está o conven-
to do P($pti/o^; compondo-se com os mora-
dores de Moure, em lhe dar cada fogo, em
satisfação d'aqnella obrigação, quatro almu-
des de vinho.
Eram então 20 os fogos; mas como a po»
pulação se foi desenvolvendo, chegou es-
ta pensão a mais de 50 pipas de vinho por
anno.
No logar de Santo André, d*esta fregue-
zia, ha uma torre muito antiga, a qual, D.
Egas Paes de Penagate, deu a S. Geraldo.
Esta torre, passou depois, aos Soares, senho-
res do Prado.
Consta que o nome d'esta freguezía, pro-
vém do seu grande castello, cujas minas
ainda se vêem no monte Brito, assim como
uma cisterna, quasi entulhada. Grande par-
te da pedra d'esta fortaleza, foi empregada
na construeção da ponte do Prado.
O mosteiro benedictino que aqui houve,
foi fundado por S. Martinho de Dume, em
505, en*elle havia Lausperenne. Vasco Men-
des, lhe deu a egreja de S. Victor, em Bra-
ga, e a quinta que fora do bispo de S. Thfa-
go (é o actual já mencionado Campo da Vi'
nk<í, em frente do convento do Populo, em
Braga) para ahi fundarem um mosteiro, que
os mouros destruiram em 717. NuYio Forjaz
da Silva o reedificou em 1031, e o deu aos
monges, ficando elle padroeiro. Também ti-
nha Lausperenne, na rigorosa accepçao da
palavra.
Nuno Soares deu este mosteiro (o padroa-
do d'etle) a S. Geraldo, e D. Affonso Henri-
quês confirmou esta doação e coutou-o, no
tempo do arcebispo D. Payo Mendes, irmão
de D. Soeiro Mendes da Maia e do Lida-
dor.
Ainda no sitio onde esteve o mosteiro de
Moure, se encontram enterradas, colnmnaa
e outras peças de cantaria de grande fa-
brica.
No logar de Victorino, d'esta ftreguezia,
ha uma boa quinta, dos viscondes de S. Gil
S78
MOU
de Pérre^ hoje do sr. marquei de Moníi^ifli,
do Porto.
MOURE -^ fregnezla, Douro, eomarea e
eoneelho de Felgaeirâs (foi até 1855, couce-
Ibo de Felgueiras, comarca de Lousada), 30
kilomotros a E. de Braga, 380 ao N. de Lie-
boa, 120 fogosi
Em 1757 tinha 432 íogos.
Orago o Salvador.
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trativo do Porto.
O D. abbade benedictiao, do mosteiro de
Pombeíro, apresentava o vigário, que tinha
60MOO réis e o pó de altar.
B' terra ferUL
MOURfiLLA— antigo nome da actual fre-
guezia de Maurellea. (Pag. 146, col 1.*, does-
te volume.
Maurellae mourella—é a
mesma cousa— maurella, vem
de maura, e moureila, vem de
moura.
l[OURIL--oou8a de mouros. Ha em Por-
tugal varias aldeias assim chamadas.
MOURILHE— fregueua. Traz-os-Montes,
comarca e concelho de Ifoat* Alegre, 72 ki-
lometros a NE. de Braga, tem 73 fogos.
Orago S. Thiago.
(MouiHlhe é corrupção de MourilJ.
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trativo de Yilla Real.
Era vigararia ad Nutum^ annexa a reito-
ria de Mont*Alegre.
A egreja matriz, está com aceio, e é a uni-
oa sagrada em Terras de Barroso.
Ha na freguezia duas capellas, uma, par-
ticular, em Mourilhe, dedicada a Nossa Se-
nhora dos Remédios ; outra na povoação de
Sabuzédo, publica, dedicada a S. Miguel Ar-
chanjo.
Está situada esta freguezia, a 5 kilomo-
tros a O. da villa de Mont' Alegre, na mar-
gem «direita do Cávado, que corre ao S. da
mesma, nas faldas orientaes da cordilheira
de montes, que ligam a serra de Laronco,
Gom a do Gerez e divide Portugal, da Gdiza.
Compõe* se esta fineguezia (que confina
pelo N. com a raia de Galiza) de duas po-
voações, Meurllhe, sede da parochia, e Sa-
iNuédo. É abundante de aguaa. i
MOU
Proioc centeio, algum t^o, batalas, hor-
taliças, e muitos e bons nabos. Cria nrailo
gado : vaccum, e miúdo, algum cavallar» e
caça miúda e grossa.
Nasce n'esta freguezia um riacho, deno-
minado de Mourilhe, e acaba, com o curso
de 6 kiiometroe, na direita do Cávado; cria
peixe miúdo, principalmente trutas.
No dia ft de abril de i854, um pavorosa
incêndio, reduziu a cinzas quasi toda a po-
voação de Mourilhe; arderam 122 casas e a
egreja matriz.
Todo o reino de Portugal, mostrou ipran-
de genorisidade para com os infelizes habi-
d'esta povoação.
Formaram-se, nas terras prindpaea do
reino, diversas commissões, que promove*
ram subscrições, as quaes produziram mais^
ou menos.
N'esta grande obra de caridade, tem pri-
meiro iogar a invicta cidade do Porto, «va
commissâo reuniu 3:000 e tantos cniáute
Esta commissâo mandou fazer um serviço
de prata e de latão, que remetteu, e se con»
serva na egreja matriz, e em todos os obstes
está gravado o seguinte distioo^OjfereoMÍo
pelos habUwtes do Porto.
A commissâo de Lisboa, reuniu ^lasi oa»
tros 3:000 cruzados*
Distinguiram-se as cidades de Guimarães
e Braga, e n'esta, o sr. cardeal arcebispo, Pe-
dro Paulo, com umas ricas daUnaticas» e
n'aquella, a sr.* D. Maria da Conceição Braa-
co do Amaral e Nápoles, com umas ricas al-
vas e eorporaes, e o sr. Vicente Machado da
Mello Pinheiro, pae do sr. visconde de Pin-
della, com um caliz e patena.
Concorreram também outras povoações^
como as viilas de Chaves e Mont'Alegre, e
geralmente os habitantes do concelho de
Mont'Alegre, os quaes deram alimentos, com
que os infelizes viveram, livres da íbme,
desde abril, até agosto, época das colheitas»
em Barroso.
Reoebeuse do coito da Bulia 400M00 nu
para a egreja.
A povoação e a egr^a^ Ibram reedificada^
e tudo ficou OMlhor do que estava, o que na
maáQt parte é devido áliberalidade das pes-
IfOU
• soas cariuihras» e «o lelo • dilígeada da
commissSo de Mom^Alegre» a qual fòlnomea-
da pelo sr. visconde de Lemos, então gover-
nador do districtOy e era composta da fórma
segniate: os srs.—
Presidente — ^António Joaquim Gonçalves
Pereira, então administrador do concelho.
Vice- presidente—José Adão dos Santos
Moura, abbade da fregaezia da Ctian, e então
apcijHreste do districto.
Secretario— José Dias da Gosta.
Vogaes^João Alvares de Moura, reitor de
Mont'Alegre.
António João Fernandes de Miranda, rei-
tor de Mourilhe.
João António Rebello Guimariles.
José Rodrigues Ganédo.
Bento Pires Leal.
Thesoureiro—João-Manoel Pereira da Sil-
va.
Uma sorte adversa parece perseguir esta
malíádada povoação!
Vinte e um annos e Ires meses — dia por
dia — se tinham passado, quando um novo
e também terrível incêndio reduziu a cin-
* zas esta povoação.
No dia 4 de julho de 1875, pelas 8 horas
da manhan, principiou a arder uma das ca-
sas da aldeia de Mourilhe. Duas horas de-
pois, toda a povoação estava em labaredas,
' e cento e vinte casas, não formavam mais
que um braseiro medonho e fumegante; e
as famílias que as habitavam ficaram redu-
xídas à mais horrível miséria.
No incêndio não morreu pessoa alguma;
•mas sim muito gado miúdo, suíno e capri-
no. Os prejuízos montaram a muitas deze-
nas de contos de réis.
Só a egreja parodiial e quatro casas, esca-
param ao voraz incêndio, e ficaram intactas.
Logo no dia 2Q se instalou, na adminis-
iração do concelho, uma commissão de soc-
< coif os (mandada crear, por alvará do gover-
nador civil do districto, datado de nove do
.mesmo mez), pedidos em todo o concelho,
para aquelles infelizes.
4 A commissão ficou assim composta:
. Presidente-— O Sr. João António de Moraes
Caldas.
MOU
579
Secretario — O Hev.'»'' Augusto Geaar Ro-
drigues Ganédo.
Vogaes— Os Srs.— António João Fernandes
de Miranda, reitor de Mouri-
lhe.
. — Álvaro dos Santos Lopes, pa-
rocho de Montalegre.
— Padre, Francisco Bento de Mo-
raes Caldas.
-— Padre, José Joaquim Tiburcio
de Moraes.
— Diogo Gomes de Carvalho^ ci-
rurgião-medioo.
— - Doutor Agostinho José de Aze-
vedo, advogado.
— António Júlio de Moraes Cal-
das»
— João António Rodrigues Ga-
nédo.
— Alberto Carlos de Freitas Re-
beUo.
Esta commissão é, na sua totalidade, eom-
posta de cavalheiros da maior probidade e
sollicitude, e, por isso, se espera prestarão
os mais relevantes serviços a favor dos seus
desgraçados patrícios.
£ ainda ao meu sollicito coUaborador, o
illustrado sr. José dos Santos Moura, natu-
ral doeste conselho, e digno abbade de Caí-
res, que devo quasi todos os esclarecimen-
tos d*esta freguezia.
A este nobre cavalheiro os meus mais sin-
ceros agradecimentos.
HOURILHOES ou MORILÕES — antiga
viUa, Minho, situada próximo da villa doa
Arcos de Valle de Vez. Não existe hoje d*el-
la mais que a memoria.
Diz-se que D. Bermudo II (o Gotoso)^ rei
de Leão, lhe dera o nome de Mourilhões^
quando, em 985, aqui teve uma grande ba-
talha contra Almançor, rei -de Cerdo va, que
foi vencido. Depois, ajudado, D. Bermudo,
pelo bravíssimo portuguez, D. For jaz Vjer-
muiz (tronco dos condes da Feira) e pelos
ouuros reis christãos, de Hespanàa, alcançoa
Almançor, junto á cidade de Osma» no val-
le deAlcantanaiâir (ouCalatanazôr) eodw-
580
MOU
rotoQ eompletamente, fieande o rei mouro
ferido mortalmente.
Ê tradição que, vendo D. Bermndo fbgír
Almançor, na primeira d'esta9 batalhas, dis-
sera-'- «Mònro longet — e ficon este nome
à povoação que Já allí havia; eorrompendo-
se depois a palavra em Mourilhões.
Eram senhores d'e8ta villa, os Magalhães»
da Terra da Nóbrega.
Foi senhor de Mourílhões, ò celebre nave-
gador portQgaez, Pemanão de Maçalhães,
qne descobria a passagem para a cúntra-cos-
ta da America do Sal (mar Pacifico) pelo es-
treito do sen nome. (Vide Arcos de Valle de
' Yez)
Jolga-se qne esta villa era no sitio onde
hoje está a eapella de S. Thiago.
fi certo qne no meiado do século XYIIÍ,
se descobriram n'este logar uns arcos de ti-
jolo, enterrados a pouca profundidade do
solo, que se julga serem sepulturas cartha-
ginezas-ou romanas.
Também é tradição que aqui próximo ha-
via uma forca de pedra, o que é provável,
porque, perto da eapella ha um monte, a que
chamam Outeiro da Fârca.
MOURISCA — aldeia, Douro, na f regue -
zia, comarca e concelho d' Águeda, próxima
á extineta villa d*Assequins. Fica na estra-
da real, de i." classe, de Lisboa ao Porto.
Já por este mesmo sitio passava a antiga es-
trada mourisca (de que varias vezes tenho
fallado n'esta obra), e d'essa circumstancia
lhe provém o nome.
Não sei porque, os moradores da Mouris-
ca, não gostam que lhe fallem nos ossos de
Pilatos.
Em dezembro de 1872, uma mulher does-
ta aldeia, deu à luz, quatro creanças, duas
das quaes, vinham pegadas, tendo duas ca-
beças, quatro braços e três pernas. Morreu
a mãe e todos ds filhos, pouco depois do
parto.
MOURISCAS — flreguezia, Extremadura,
comarca, concelho e 14 kílometros a E. de
Abrantes, 1[M) kílometros a E. de Lisboa,
480 fogos.
Em 1757 tinha 211 fogos.
MOU
Orago, S. Sebastfio, mariTr.
Bispado de Castello-Branco, districto id«
ministrativo de Santarém.
O vigário do Sardoal apresentava o cura»
que tinha lOlOOO réis de côngrua e o pé
d*altar.
No alto de um monte, cercado de mattos,
no districto d*esta flreguezia, está a eapella
de Nossa Senhora dos Mattoí, de construe-
ção antiquíssima. Tem o corpo da egreja, 11,
metros de comprido e 7 de largo; e é fedia-
da de abobada; estando as soas paredes inte-
riores revestidas de formosos azulejos. Tem
capella-mór, também de abobada, e uma boa
sachrístia.
Junto á eapella ka casas para pousada
) dos romeiros.
Faz-se a festa da padroeira, no primehro
de outubro; e era antigamente muito con-
corrida.
Teve d'esde tempos romotos, um erimitão
para cuidar do aceio e conservação da ea-
pella, e para receber as ofiertas dos romei-
ros; mas ha muitos annts que o não tem.
MOURIZ — freguezi, districto conselho,
de Paredes, comarca de Penafiel, 24 kílo-
metros a N. S. do Porto, 310 ao N. de Lis-
boa, 900 fogos.
Em 17574inha 211 fogos.
Orago S. Romão.
Bispado e Districto do Porto.
Os religiosos agostinhos de convento de
Gétte, e o reitor do collegio da Graça, de
Coimbra, apresentavam alternativamente o
reitor, que, tinha 200^000 rs. de rendimento.
É terra muito fertít. Cria muito gado de
toda a qualidade, principalmente bovino,
que exporta.
Foi solar de Estevão Dias de Mouriz, ca-
sado com D. Maria Martins de Avellar, filha
e herdeira de Martins de Aragão, são os
progenitores dos Avellares.
MOURO — pequeno rio, Minho. — N&ce
em lamas de Mouro, e entra na esquerda do
rio Minho, logo abaixo de Yalladares.
MOURONHO ou MORONHO — freguezia,
Douro, comarca e concelhe da Tábua (ex-
tineta comarca de Middes, e tinha sido antes,
da comarca de Arganil, concelho de Gója) 40
MOB
lElIoOMtres de CainAra, Uú m N. de LUboa,
Em 17It7, tinha 280 fOtíos.
Orego S. jQlião.
Bispada e diatricto adnaislrativo da Co-
imbra.
A mlini aprecenUva o prior, qw tinha
iaatOOO reis de rendimento,
fi poTosçio aoliga, e foi vilU e eoato. D.
Uanoel lhe deu toral, em Lfsboa & 11 de le-
tembro de 1514. (Livro d» foraet novoi da
BHra, Q. 4& t. eol 1.*)
Ê lerm maito fertíl. Cria moito gado de
' toda a qualidade, e nos Bens montes ha abnn-
dancia de caça.
È n'esla fregnezia (e não na da Candosa,
eomo por mal informado, disse a pig. 81,
cot >.* do 3/ vol.) o palácio e bella qaiala,
Sr. Lais Cândido de Figaeiredo Andinot: a
maia formora vivenda da Beira, depois da
dos Paes, drt Hoagoalde, hoje da Sr.* eoa-
deesa da Anadia.
O Sr. Audinsi, masdon eoastmir uma
estrada, à sua cnsta, qne vae entroncar na
real de Coimbra; de modo que se sabe da
qninu e entri-se em Lisboa oq ne Porio,
sempre de trem.
HOQKOS — (S. HaniQha de ) — Já a pag-
UQ, col. S* e segnintee d'eale vol., tratei
d'esta fregneiia, importante peia soa popn-
laçio, pela sna antiguidade e pelas soas tra-
dições; mas, eomo depois d'ÍBSO se publicou
o B.o 4, do Boletim da real Aitociação do»
aniuteetút cãiis e arckeotegoa pertuguntt, e
e D'eUo um cnriosiesimo artigo, do Sr. Joa-
qttin de Carvalho Azevedo Mello e Firo;
não querendo privar os leitores, das inte-
ressantes noticias dadas por este cavalheiro,
as resumo u'esle lagar.
Sabe -se (]ae em 1094, D. Fernando l, o
Magno, rei de leão e Giiitalla (senhor da
maior e melbor p;ine da Haspanha obrlstaD)
passoD o Doaro peio lado de Zamora, e se-
gnlnde pom o O , entrou peh actual pro-
da Betn Alta, conquistou dlfteraotps cas-
teUoa de inouroe, n'ésse atino e no seguinte; e
«s 1057, Víko. Lamego, Tarouea, e outros
logves frjrMfi nados. . ^
MOU
ITam fregneiia, povo'
nham eltes um forte ca'
nham apossado, no p ■
(XI) Al-Xançor e o s '
B. Peruando Magn»,
do easteUo de S. llartmhe ^
referido aano de 10ti7.
No foral d'esu rreguwia, ift lé
Bainha D. Tar^a, Olha d'el ttA D.
o conde D, Anrriqae, e o lofrnta D
meu filho, biemos, e cwflroMmi», carta
de fin^/dSe ' d vosso (òro, a vos honisei
de S. Uarlinho de Honros; o qtul oBveite^
em tempo ds meu avô, rei D. Fernando, eáe
padre, rei D. AiTunso, e deram es»« oaeteUo
com este foro, ao alvaiil, D. Sauiando, co-
mo vos tivessem por elle.i etc. ■
Portanto, prova-se (por o que fica c*fiia<
do) qne D. Penando I, de Leão e Gastella,
e seu filho, D. Affenao VI — aqufdle avA, a
este pae, de D. TliereEa^-dwam foral a «ata
terra, sen eomtndo se uber em qae dMa>.
A cópia do foral dado por D. UuBui,-
eiíste no archivo da canura de Ráianda. '
Segundo a tradição (mas não ha doca*
mento algum que o prove), a actual egreja
matriz, foi mesquita de mouros. È conslrai-
da de pequenas pedras, algumas maTcadM
com di versos aignaas. '
Ainda que alguns pretendem queesle !•!■•
1 Firmai, no antigo portagnez era o itlh
qne se ponha em qualquer docameato. Fir-
mar, era prestar jurasieoio, e também pron
var. Firmideu, firmydõe ou fir-midoem, sigui-
flcava — firmeza, valor, permanência, vali-
dade, ect. — Moitas vezes se eaeodtra not
nossos dacnmentos antigos— Facto jtrnntw-
dinit Cacía—phra»e qu^ decretava aflr*
mez3 e validade perpãiua do documento a
que era applícado.
No ti)ral de Thomar, traduzido em-vtalgw
no príndplo do século XMI se dtt — fWto
a carta ia firmidoem. no meu de JMfpUto.,
Era mil e duzentos e doze anos. Era da £n-
carnaçom de Deos, mil e cento e seUenta e
ouatro, £u. Ueestre Gavdin, que esta Cartm
fazer mondei', entembra com todolho$ mnu
Fr$ym. Koraníes em tomar: aot eotioi jt*
lhos, e ós vossos Successores, a fortalego, e
conirmo.
PlKHO LHAL
1 Para se saber qual tol o pedrou cfO»'
as lavrou. P L,
37
9«2
MOV
ido foi QMflUnitdo em 709 (ou 707) Andan-
do* se em que eata data eatá sobre o arco
araceiro, tào se aabe cem eerteza quando
M edificado.
B' de arohitectora gothica, e o arco cm-
aeiro ó ée volla em ogiva, assim como a por-
ta principal, qne é sostealaâa por delgadas
ookunnas, tendo ooscapiteia, grosseiramen-
te escolpidas, eabeças de animaee. ^
A toire dos sinoe, ó formada sobre uma
pande abobada de cantaria, sob a qoal ha
nm grande arco, onde é o coro.
Ao entrar 4a porta iHrincipal, ba nma ins-
eripçio, gravada em pedra, mas tão apaga-
da, qoe não é possivel lér-se. Sobre esta ins-
crip^Sao, estão dois risoos, feitos na pedra,
qne consta ser a medida exacta do padrão
da Yava e eoYi4o doa antigos povos d-aqni.
A eapella mór, parece ser obra mais mo-
derna do qne o templo.
O <pe se pôde afirmar, eom certeza» é qne
a Qonstracçao d*esle templo é mais antiga do
qne a monarchi^iportngnesa, e egoal em ar-
ebiteotnra, àsei^as de Santa Maria de Bar-
rO^ e de Sania Maria de Almacave, de La-
Ainda n'esta ínei^Miia ha am logar cha-
mado CoitêUo, sitnado no f ando de nm mon-
te, a qne dão o nome de Buraca ios Mouros*
Ne alto do monte, ha lúna cava perpendi-
cnlar, entupida com pedras. Alguns curio-
so^ 1^ mandaram d^entulhar, em 18^7, ató
á altura de 25 metros, e como n'esta profon-
didade se encontrou agua, não eontinuou a
exploração. Toda a cava é aberta em saibro
muito duro, e, desde a entrada até â distan-
ciai de iO metros, é de abobada, e desce por
escadas» do S. para o N., principiando ahi
a descer perpendicularmente.
Ha signaes evidentes de mais cavas> que
ealio também enmlbadas; e em uma d'eUas
se reconhece a perfeição e segurança eom
que foi feita, pois é emparedada com pedra
' 1 As mesquitas mouriscas eram todas de
urehiteetnra arabe^ e n'ellas era (e idnda é
nas actuaes) prohibida a representação de
qualquer animal. Já se vé, pois, que este
templo é obra de christàos; mas podia de-
pois ser transformado em mesquita, como
Momeoeu a muitos outros. P. Leid,
e eal^ e tao bem Mia era a argamassa» que.
é mais fácil quebrar a pedra do que aqoelbu
Existem n'este logar claros vesttgios de
grandes fomos de depuração de metaes, en-
contrando-se ainda, muitas cinzas, earvio^
muitos ossos, e grande porção de escorias^
que aqui se dà o nome de escumaUioJ, as
quaes, sendo partidas, se lhe encontram pe*
quenos bocados de ossos. B' mimífesto que
houve lavra de minas metaMeas, em grando
escala.
N'este mesmo logar, e em todo o monie^
se encontram vestígios de casas, apparecan-
do grande porção de pedra e grossos tQo-
los. Também se teem encontrado por esleil-
sítios, moedas de ouro, prata e cobre, algu-
mas completamente frustras, outras em bom
estado de conserva^. Ueui das de ouroi 6
gothica— e duas de prata, são romanas-^
uma do imperador Augusto, outra de Mae?
00 Aurélio, as quaes eu possuo. (O sr. MeUe
e Faro).
Ao £. d'este monte^ e próximo a ette, ha
um plano, onde ainda se reconhecem nmir
taa sepwlUtfas» abertas nas rochas, e todas
de fónna que os pés do defuncto ficavami
para o E. e a cabeça para O. (Era um cà^
tnocábar mourisco).
Algnnn sitios em volta 4» mente, ainda
conservam nomes árabes^ como al mboina.
(a ddade)^ALTAMiRA — (que pôde ser cor?
rupção da palavra árabe A/tamar»--eharo-
pe feito de tâmaras— ou de MUhEnUr^ oi»
ítír-AUa príncipe, ou governador) — e i«.^
MDZBBNA-*- ((tue talvoz seja corrupção de^
ArmadtZâf^ casa para arrecadação de ar-
mas, muníçQes, fáiendas e mantimenlos)^
Armazém.
VOUTA e MODTAS— Vide MoUa e m-
tOÍ,
MOZ— Vide Mós.
X6Z&L(0S--yide MáséUos.
MOZHODIZ— moeda de ouro, mouriscj^
que ainda teve curso em PortugU nos seeu*
los X, XI e XII.
M020M-- portuguez antigo — guindaste»
Diriva-se do latim antigo, iímzoIos rotae (o
mesmo que truncusj, — Os italianos ainda dK-
zem, mozóUh No antigo francês, dizia-se
moi^9 hoje dizem-trtte, crk, yvtiHlatfs.
MUÇ
MU oa liDU-*pofftafoez aAtigo^HOuiehOy
váaM gwidrapede bem eonheoído. Os hes-
INudioM dizem muio. (Vide Jfu/olo).
I^aqai vem animar (deseoDflar). Jà oe no»-
soe antigos disism — tâmar o nm, oom a
nesma aigniSeatio.
MUA-^portoguez antigo— -mtUta^qtta-
impede.
MUÇAIOIIES oa HOÇAUanS— antiga
lilla, Beira*Ahfr-*no tenritorio de Yisea, nas
faldas do moate Allebora (?), aguas vertenles
jdoríoYoDga:
Em yarios docamentos antigos enoontra*
Ta esta povoação, umas veies obamada Mu-
famedêi (que me parece mais etymologieo),
outras Moçameâes.
Com o natural desejo que teem todos os
homens, d« verem dlssiparse nootit duvida
que os aflige — e^ ainda mais — desejando
ardentemente dar aos meus leitores, o maior
musere posrivel de noticias soère as nossas
antigaidades, fix todas as investigações, a
vér se podia deseobrír a situação doesta vii-
la; mas somente pnde saber o segninte:
É certa a existência d'esta villa, no seen*
lo XII, pois qae D. Âffonso Henriques, sen-
do ainda inHuite, a den ao seu amigo Fernão
Pires. Viterbo falia de Moçamedes em diffe-
rentes partes do sea EltàcidariOy mas alia-
dindo sempre a esta doação, de qae copia
pequenos trechos!
Finalmente, o mais que pude obter, com
teia^ a M nçmnedes (por intervenção do sr.
Dl** Fedro Augusto Ferreira, iUustrado ab*
bade de Miragaia do Porto, que tantos e tão
vaHssos sei^lços tem iM*estado a esta obra)
foi ums eópia fiel da tal doação, eseripta pe«
lo* R."* sr; António Coelho Diniz, escrivão da
Gamara eeelesiastiea de Lamego, mordomo
do paçe^ e cónego honorário do mesmo bis*
pado; o qual teve a benevolência de a proeu-
TÊTy e extrahir èo arehivo do cabido da Só.
É* seguinte:
Doação, que fez o infante D. Affonso Hen-
riques, ao seu grande amigo Fernando Pi-
res, da villa de Moçamedes, no territorlo^de
Viseu, nas faldas do Monte Allebora, aguas
vertentes para o rio Vouga.
«Magnus est enim titulus Donatioids el
MUÇ
583
irmitatis, quem nemo potest inrumpere, nee
ttUa Lei vallet extra prc^icere, sed sicut in
Gotorum legibus eontinetur, sic vallet Do-
natio, sicut et emptio. Idcirco ego Inclitus
Infaos DcMunus Alftmsus booae memoriae»
Magni Adefonsi Imperatoris Hispaniae ne-
pos, Ck>mitis Henrici,' et Reginae Tharasiae
filius, ÊM^io Charlam Donationis, & firmitatis
tibi Fernando Petríci, de illa Villa de Moça-
medes, cum omnibus suis loces et terminis
antiquis, per ubi illos invenire potuerís. Ha-
bet namque jaeentiam in Território Visei suii
monte Débora discurrentibus aquis Vou*
kam. Do, et concedo tibi istam haereditatem,
cum omnibus suis locis, et terminis, sicut
superius commemoravimns, ut tu habeas U-^
Iam flrmiter aevo perenni, et post te^ quem
tibi placoerit. Bt hoc fado non gentis impe*
rio, nec suadente articulo, sed probono, et
fideli servitio, quod mihi fecisU, et fades <si
Dominus tibi vitam concesserit) & pro amoro
cordis mei, quem erga le habeo. Si autem
aliquis tam de extraneis, quam de propin-
quis ho factum meum inrumpere voluerit
(quod fieri non credo) tibi, vei qui vocem
tuam pulsaverit hanc haereditaten dupla-
tam, vel tripatam, vel quantum fuerit me-
lioratam componat, et Regiae Potestati quod
liber Judicum praedpit Pacta Charta Do*
nationis, et firmiutis mense Mayo ia Pare-
des sub era MCLXXI. (Ii33 de J.-C.) Bgo
egregius Infans Dõnus Alfonsus hanc Ghar-
tam própria manu r /// oboro.
Qui praesentes fnerunt Pro testibus
Egas Moniz o f. « Petrus testis
Egas Gondesindici í^hm Menendus testis
Menendo Venekas I Ermoigius testis
Ermigitts Curiae ®^ ■ ^
Dapifer
Ego Fernandns captivus Alferes 3 f. Pe-
trus canceUarius Infantis Notavit*
O nome d'e8ta villa julgo ser árabe— JVt*-
ça ó nome próprio árabe; e podia a esta po-
voação terem dado os mouros o nome de JKti-
ça-Medina (ddade de Muça) que facilmente
se podia converter em Muçainedes. Mais —
Segundo LÁfrique de Marmol (tom. L%
pag. 69.)— Aítiçaiifli, era uma nação da Afri-
ca Ocddental, comprebendendo as provin-
584
MUG
cias d^ Bea, Sus, Gezula^ e Marrocos, e o
56a rei era Muça, Os povos qne habitavam
esta região, se denominavam rmiçamudes.
Na Monarch, Lns. (tom. 3.% pag. Mi) se
diz— -cEm 1147 (1109 de l.-G.), os mouros,
qne se chamavam Muçamudes, entraram em
flespànha» etc.
Podiam pois ler vindo à Peninsnla antes
de 1109 (porque, desde o M.*" seenlo qne elies
costumavam invadir este paiz) e fundarem
esta povoação, denominando -a — terra dos
Muçamudes; ou mesmo os que vieram em
1109 lhe podiam impor este nome.
Parece-me que esta povoação existiu no
^ antigo território de Laf5es (actual Yonsella)
e qúe, ou foi destruida com as guerras fre-
quentes dos primeiros tempos da nossa mo-
narchia, ou mudou de nome; pelo que se
torna difflcilimo — se não impossivel — sa-
ber com certeza a sua situação; bem assim
a do tal monte Mlebora,
MUÇiO —Vide Pinheiro e Mução.
HUDÂMENTO—portuguez antigo— mu-
dança, alteração, troca.
MUDBA6E— portuguez antigo— Tela pre-
ciosa de que se usava nas vestimentas eccle*
siastieas.
MUGE ou HUGEM (antigamente Muja)—
villa, Extremadura (ao S. do Tejo), concelho
de Salvaterra de Magos, comarca de Bena-
vente, 70 kilometros a E. de Lisboa, 400 fo-
gos.
Em 1757 tinha 366 fogos.
Orago, Nossa Senhora da Conceição. (An-
tigamente, S. João Baptista.)
Patriarchado, districto administrativo e 12
kilometros ao S. de Santarém.
A mitra apresentava o prior, que tinha
800MOO réis de rendimento annual.
Esta viila está formosamente situada so-
bre a margem esquerda do Tejo, em vasta
e amena planície. (Diz- se qne o seu nome
lhe provém dos muitos mugues que se pes-
cam em frente da povoação: por isso anti-
gamente S6 chamava Porto de Mugem)
Ao E. corre o rio do seu nome, cercaao de
arvoredos, e fazendo mover vários moinhos
e regando os campos.
Os monges bernardos d* Alcobaça, que fo
MUG
ram os primeiros senhores doesta vHIt, a
mandaram povoar, pelos annos de 1200;
mas tantos eram os tributos que impoze-
ram à povoação, que pouca gente a veio
habitar; até que, D. Diniz, obtendo^a por
troca, a povoou, dande-lhe foral, em Santa-
rém, a 6 de dezembro de 1304. {Livro d* de
Doações, do rei D. Diniz, fl. 34 v., col. !.•) O
mesmo rei, lhe deu outro foral, confirmando
o antigo e augmentando-lhe os privilégios»
em Lisboa, a 6 de setembro de 1307. (No
mesmo liv. 3.* de Doações d'este monarcha»
a fl. 59 V., col. 2.*)
Eram senhores d'e8ta villa, os duques do
Cadaval, que aqui teem um bom palácio e
quinta.
Em um pequeno cerrado, pertencente á
sr.* D. Antónia Rita d'AssÍs Pacheco, d*esta
villa, se creou, em 1862, um pé de trigo, com
77 espigas, todas cheias de grão. (Sendo o
termo médio dos grãos de cada espiga, M*->
veio a produzir aqnelle pé 2:772 griosl)
Com effeito, o território d*esta villa é fer*
tilissimo em todos os género» agrícolas do
nosso paiz.
Ê povoação muito antiga, pois já existia
no tempo dos mouros, que a abandonaram
em 1147, quando perderam Santarém.
No termo d'esta vilia, junto á estrada que
vae de Coruche (e de todo o Alettitefo) para
Santarém, está a formosa egreja de Nossa
Senhora da Gloria,
Segundo a lenda, a imagem d'e8ta Senho*
ra, appareceu a D. Pedro I, em uma oeca-
sião em que elle por aqui andava à caça, li-
vrando-o de afogar-se em um grande pego,
que havia n*esta charneca; em reconheci-
mento do que, o rei lhe mandou fuer este
templo, dando àYirgem o nome de Senhora
da Gloria, pelas muitas luzes e resplando-
res de que estava cercada, no acto da appa-
riçào.
Sobre a porta prfhcipal, está uma ins-
cripção, em letra golhica, que já mal se pô-
de ler. Parece que se vé 1360, e se é esta a
data, era certamente no reinado de D. Pe*
dro !, que principiou a reinar em itt37, e
JdU6
falleeea, em Extremoz, a i8 de imeiro de
ia67.
Dizee que a Senhora appareeeu no logar
onde está a capella-mór, aobre a mesma
peanha em qae ainda se conserva. Tem
0*^25 de altara, e é de roca.
0 templo é vasto e magestoso, mostrando
aer obra reaL O sitio ô tâo deserto, qae i2
kilometroa em redor, não ba povoação ne-
nhuma; mas junto á egreja ha uma aldeia.
£m frente da egreja, ha um vasto terrei-
ro, arhorisado, com algumas casas, para
pousada dos romeiros.
Já DO i.« vol^ pag. 77, in fine^ fallei em
um famoso solho, pescado entre Alcochete e
Montalvão, pelos pescadores do Tejo, em
1323, e por os mesmos offerecido ao rei O.
Diniz. Dhret aqui o que se ló em vários li-
vros, com respeito ao tal solho (que outros
dizem ^r mugem).
Dizem uns que o peixe foi pescado pro*
zimo a Alcochete, em 1323, (como fica dito)
e que era um sôUio,
Dizem outros, que os pescadores do Tejo
pescaram um mtAgem, junto á viUa d' este luh
me, a 6 de fevereiro de Í320, e que o mau*
daram de presente a D. Diniz, que então es-
tava em VUla Franca do Riba Tejo.
Os do solho de Alcochete, dizem que elle
pezava 17 arrobas— e os do mogem de Mu-
gem, dizem que elle tinha 17 palmos de
comprido e 7 de grosso, e que pezava 17
arrobas e meia; mas ambos os partidos con-
cordam em que o rei lhe msmdou tirar o
retrato, do seu tamanho naturat ^
A pequena differença no peso e nas da-
tas, e serem ambos offerecídos a D. Dmiz,
faz-me suspeitar qae eram um só e mesmo
peixe, e que os de Alcochete, Montalvão e
Mugem, todos querem a honra d*esta pes-
earia.
Talvez que os de Mugem pescassem o so-
lho perto de Alcochete (que fica 52 kilome-
tros ao O. de Mugem), ou os de Alcochete
1 Com effeito, esta pintura conservou-se
na Torre do Tombo, até ao terremoto de 1755.
que arrasou a torre, perdendo-se quasi tu-
do quanto lá estava, inclusivamente a tal
pintunu
MUH
585
o pescassem junto a Mugem, e que d*e9ta
circumstancia se originasse a historia dos
dois solhos.
Deixo esta importantissima questão- pa-
ra ser decidida por quem fôr mais com-
petente.
Notarei todavia aos meus leitores, qne no
tempo do rei D. Diniz, em quasi todo o rei-
no se pesava pela arroba castelhana, que è
só tinha 12 arráteis portuguezes. Se foi por
esta, vinha a ter o, peixe, só (e já não me pa-
rece poueol) 6 arrobas e 12 arráteis.
Consta também que ainda pelos annos dé
154(^ os pescadores de Mugem, pescaram
outro solho, que tinha Í4 arrobas, e que foi
por elles offerecido a D. João lil, que tam-
bém o mandou pintar do tamanho natural,
e pôr o quadro na Torre do Tombo; levando
o mesmo caminho que o antecedente.
Ainda então se pesava em varias partes
do reino pela arroba castdhana, pelo que
vinha a ter, este 2.'' solho, se foi pesado por
ella, apenas 5 arrobas e 8 arráteis, do nosso
MUHlA ou VILLANOVA-DE-MUHlA —
freguezia, Blinho, concelho e 3 kiiometros da
Ponte da Barca, comarca dos Arcos de YaU
le de Vez, 30 kiiometros a O. de Braga, 380
ao N. de Lisboa, 230 fogos.
Em 1757 tinha 214 fogos.
Orago SanU Maria. (Nossa Senhora dar
Purificação, ou das (bandeias.)
Arcebispado de Braga, distrieto admiais*
trativo de Yianna.
O prior do mosteiro de S. Theotonio (cóne-
gos regrantes dê Santo Agostinho— crusios)»
da cidade de Yianna, apresentava o vigário,
que tinha 80j^000 réis de côngrua e o pé de
altar.
Esta freguezia pertenceu ao ^ntiquissimo
e extincto julgado da. Nóbrega.
Houve aqui um mosteiro de cónegos re-
grantes de Santo Agostinho, fundado pelo
rico-homem, Godinho Fafez, de Lanhoso,
amigo de D. Affonso YI» de Leão, e amigo
e companheiro de seu genro, o nosso conde
D. Henrique.
5S6
HUH
MUL
Teve logar esta fonda^, prlos aanos
1100, e em il03 lhe fez este grande fiâat
go, doação plena do mosteiro e suas depen-
deneias.
Foi sea primeiro prior, D. Ramiro Pafez.
D. Âffonso Henriques contou o mosteiro,
em 1141, e o deu aos frades. Ontros dizem
que D. Affonso Henriques só lhe confirmou
6 ampliou o couto, qw ]à estava creado por
seu pae, no mesmo anno de 1103.
Segundo a doação, este rei deu ao conto
08 seguintes limites: Tradacçao.
«Hajam primeiramente por termo o rio
Limai, pelo monte de CampêUo e pelo monte
da MSxay e pela cancella de Magalhãei, as-
sim como parte pela carreira das Lagens,
com Magalhães, e como parte ViUa-Nwa
oom SamprinB e com ScHgínmos^ e como
parte Yílla^Nova com Bêal^ e vae pela car-
reira antiga, e como parte YillaNova com
HVmtiádo, e vae a PenoM-Aguâos, e vae ao
fundo, ao rio Lima, onde primeiro come-
çou.»
«Haja certamente o sobredito mosteiro,
por estes termos, quanto eu hi hei, e ao
poderio real pertence; por tal, que os có-
negos, que hl, em santa vida, forem per-
severantes, segundo a regra de Santo' Agos-
tinho, hajam refeição por onde vivam.»
Esta doação foi confirmada por D. João
I, em Lisboa, a 11 de janeiro de 1441 (1404
de Jesus Ghrísto).
Em 11^94, se uniu este convento ao de San-
ta Cruz de Coimbra, sendo d'ahi em diante
os priores, trienaes (até então eram perpé-
tuos).
O primeiro prior trienal, foi Dom Agosti-
nho de S. Domingos, que tomou posse em 3
de fevereiro de 159S.
Este mesmo D. Godinho Fa-
fez, fundou outro mosteiro em
Fonte-Arcada, pelo mesmo
tempo. .
No tempo de D. João I, era commendata-
rio, Buy Gonçalves de Mello— Gil Affonso de
Magalhães quiz devassar então o couto com
a sua jurisdicçao, por ser senhor da Barca
e da Terra da Nóbrega; porém o rei passou
ama carta, em 11 de janeiro de 1404, pro-
bibiodo-lhe a entrada n*este couto, como.
auetoridade. Os seus auecessores (dej^
condes da Barca), que eram poderosos, ftin-
dandose no náu comportameolo dos ra-
coem», fizeram passar todo para a casa da
Barca.
Em 1894, foi tirado ^te oouto aos Má|r>t*
Ihães, da Barca, e restituído aos firades, unin-
do-se n*esse mesmo anno (como fica ^to) m
Santa Cruz de Coimbra. Depois, se uiriu ao
mosteiro de S. Tbeotonio, de Ylanna, e, por
fim, ao de Refojos do Lima, todos da mesmm
ordem.
Foi oommendador de Muhia, Xixto Figuei^
ra, progenitor dos Pinheiros, de Pindella
(hoje viscondes), que publicou a Arte de te-
zar, conforme o rUo kracharense.
D. Godinho Fafez, fundador dos mosteiros
de Fente-Areada e Muhia, era filho do rioo-
homem, e conde, D. Fafec Sarrazim, de La-
nhoso, que morreu, junto a Coimbra, em
1071, pelejando pelo seu rei (de Portii^^
D. Garcia, contra o irarâo d'este, D. Sanèha»
rei de Castella. Chama va«se de Lanhoso, per-
que vivia na freguesia de Gallégos (tom. 3.*,
pag. S54, col. 2.*, a i.') no concelho de La<«
nhoso.
São estes Fafez os progenitores dos Fafee,
Ribeiros e Godinhos, e de outras muitas fa-
mílias nobres do Minho.
MUITIBRAMA— portugoez antigo— (tann-
bem se dizia iiitMtiorafiid)-4f nito na má ho*
ra. Hoje diz-se — Em hora má.
KDJiSS— freguezia, Minho, concelho, co-
marca e distrícto administrativo de Vianna
(foi da comarca e concelho de Barcellos), M
kilometros a O. de Braga, 966 ao N. de Lis-
boa, 190 fogos.
Em 1757 tinha 128 fogos.
Orago, Sanu Maria (Nossa Senhora da Ex-
pectação).
Arcebispado de Braga, distrícto adminis-
trativo de Yianna.
A casa de Bragança apresentava o abba-
de, que tinha 9601000 réis de rendimento.
É terra fértil. Cria muito gado e nos seus
montes ha muita caça.
Era da casa de Bragança. (Sobre o 5.* d^es*
ta casa, vide Correlhan,)
MULA — mW/a— animal bem conhecido» •
MÚM
HDN
U7
Os preUdog; os fidalgos; os abbades, ser
calares e regalares, e outras pessoas privi-
lègiadas» foram os primeiros aquém os nos-
sos antigos reis concederam a famUdade de
andarem montadas em bestas mtMreSy am
freios e sellas, (Para andarem montados em
eavallos ou éguas, nào precisavam licença.)
Era prohibído ás outras elassei^ crearam
00 montarem bestas muares; para obrigal-os
a crearem cavallos para o exercito. Esta pro-
faibiçáo era t^o antiga como a monarcbia*
Philíppe II, que, quando nao promovia a
decadência de Portugal, pouco se lhe dava
das nossas desgraças, é que decidiu nas cor-
tes de Thom^ir (1581), que cada um tivesse,
creasse e montasse a cavalgadura que me*
ihor lhe conviesse^
MULATO— portttgnez antigo-^cria, filho
borro e égua, ou de burra e cavallo. Pelo
mesmo motivo referido no artigo anteceden-
te^ os lavradores só podiam erear cavallos e
.éguas. Os lavradores hiam comprar á Hes*
paaba mulatos de seis mezes a um anno,
para illudírem a lei; mas uma lei de D.
Joào III, de 1538, determinou que nenhuma
pessoa d^entre o Douro e Minho (que era on-
de havia mais bestas muares) podesse crear
mais do que um mulato^ para seu serviço, sob
pena de um anno de degredo^ para um dos
coutos fora da sua comarca, e do perdmento
doamaUatos que creasse^-^metade para quem
ú aocusasse, e a outra, para a camará de siua
magesíade.
. As cortes de Tbomar, de 1581, também
navegaram esta lei; ficando cada um no di-
reito de criar quantos mulatos quisesse.
MULETA — portuguez antigo — barco de
pesca. D'aqui muleteiros aos barqueiros de
muletas.
MULHARteO— portufuez antigo— fraco,
didicado» tímido, covarde, etc. (boje diz-ae
nstíherengo). Também o que se occupa em
serviço próprio de mulheres.
ó, companha pustíanimai de corações mu-
IharigoSf e afeminados ! Dizei-me^ porque cho-
radee f (Chron. do conde D. Pedro, cap. 12.)
MÚMIA ou MOMÍ A — Na língua pérsica»
sigiBifiea cadáver séece e mirrado, t
1 Tomamos vulgarmente o adjectivo mtr-
ratío^ por peseoa multo magra^ Este termo
Os árabes chamavam nmnia, ao corpo em-
balsamado. Em todo o Oriente, múmia é à
parte carnosa do eoipo faunumo, ifOM fica
enterrado nos desertos da Aralna, quando a
chuoa d*areia surprehende os vii^tes, o
que o ar abrasador os mumifica.
Os médicos árabes, applicam internamen-
te o p6 das múmias, desfeito em agua mór«
na, para a cura de contusões, tendo este re-
médio por efficaz.
Os que desejarem vér esta matéria mais
desenvolvida, consultem o Diccion, Etffm^
de Bailey, na palavra Muimia.
MUNA— aldeia, Belra-Alta, na fregoezia
de S. Thiago áeBésteiros. (Vol. 1.% pag. 305»
coL 1.*— o 2.0 Besteiros d*esta ool.)
Em um monte d'esta aldeia, está a capei-
la de Mossa Senhora da Penha de França.
Fica este monte nas faldas da serra do Ga-
ramullo, e d'elle se gosa uma formosa é di-
latada vista, sobretudo, o delicioso, ameno
e fertílissimo Valle de Besteiros, que lhe fica
a E., e vae correndo para o Sul.
A capella é tão antiga, que, nem por tra-
dição consta a data da sua fundação. Era
um templo pequeno, e por isso, e por estar
arruinado, se reedificou e amplioUt em 1701.
Tem agora, o corpo da egreja, 15^5 de comr
prido e fi^^ôO do largo.
Unido á egreja ha um vasto e formoso al-
pendre, e uma boa sachrístia.
Ha aqui uma irmandade, que mandava di-
zer uma missa á padroeira ea todos os sab-
bados, domingos e dias sanctiflcados.
A pouca distancia da càpelia, corre uma
caudalosa ribeira, que nasce no alto da ser-
ra do Garamullo, sobre a qual se íèz uma
boa ponte, pelos annos de 1700.
A festa doesta Senhora, é a 15 de agosto^
e sempre muito concorrida.
MUKDÁVEL — portnguez antigo — mun-
dano, sensual, amante dos deleites, etc
só se deve tomar no sentido figurado. Na
accepçâo rigorosa da palavra, myrrhado^ é
o cadáver que se mumificou com myrrhà e
outras gommas e plantas aromáticas, ou por
meio de differentes processos chymieos.
Nas pyramides do Egypto existem muitos
milhares (Ulvez milhões!) de múmias, tan-
to de homens e mulheres, como de peites^
aves e anlmaes irradonaea terresiês.
568
mm
lflRIGA-*-porluga6z ftiitlgo~iiioi4a, re-
ligiosa, freira. (Doo. de i280.)
MUmCIPIO -*- Os romanos, tornados do-
minadores da Peainsula hispânica, a dividi-
ram em provindas e estas em ebancellarias.
As cidades, oa eram colamaí^on mutucipios.
Colónias^ eram aquellas que tinham sido
fondadas por tropas ou famiiias romanas,
oa por elias haliitadas. Gosavam de grandes
privilégios, e eram como uma representação
da cidade de Roma. 6overnavam-se pelas leis
romanas, e os seus habitantes eram, para to*
dos os effeitos, reputados cidadãos romanos.
MwUcipios, eram os qne se governavam
por soas próprias leis, mas nem todos ti-
nham os mesmos privilégios eregalias. Os
mais privilegiados, eram os mvnidpios do
do antigo direito latino^ ^ qae, em todos os
casos, eram considerados como moradores
de Roma, podendo exercer todos os cargos,
eivis, militares, e ecclesiasticos.
Os romanos, não podendo vencer o gran-
de Viriato (o antigo) pelas armas, recorre-
ram á traição, e o invencível lusitano cahiu
aos golpes de três traidores estrangeiros (que
linha ao seu serviço), comprados peio ouro
romano. (Annoa do mundo 3861 — 143 an-
tes de J.-C.)
Sertório, proscrípto por Scylla, fazia guer-
ra, na Africa, aos romanos. Os lusitanos lhe
mandaram allí pedir que fosse seu cheíe, o
que eile acoeítou, e veio para a Lusitânia,
estabelecendo o seu quartel-general em Évo-
ra, que transformou em praça de guerra.
Este ehefe^ não era só um bravo guerrei-
ro, mas também homem de grande intelli*
gencia e prudente legislador.
Foi elle que intrndusiu na Lusitânia não
só a legislação romana, mas também muitos
dos seus usos e costumes, algumas das suas
festas publicas, e concorreu para que se pro-
pagasse a sua religião, construindo alguns
1 Segundo A. C. do Amaral (Mem, para a
kist. da legislação e costumes de Portugal —
Uem. 2a |)ag. 319) a colónia romana tinha
maiores privilégios que os municípios do an-
tigo direito latino; porém a differença essen-
cial entro uma e outra circumscripção, ci«
frava-se no que fica dito no texto.
MUN
-templos, dedicados às divindades mytholo-
gicas.
Foi ainda Sertório que creou os munici*
pios na Lusitânia, cuja instituição, com mais
ou menos modificações, adoptaram os godos
e depois os nossos reis.
Nem todos estes municípios tinham a mes-
ma organisação, faculdades e attribuições;
por isso o sr. Alexandre Herculano os divi*
diu em três classes— e os designou— rtidí*
mentores^, imperfeitos e perfeitos (subdivi-
dindo ainda as duas ultimas classes), segun*
do as suas re^^pectivas jurisdicçdes e aucto*
ridade.
Os municípios, ou concelhos, rudmenia*
reSy tinham governador militar e adminis-
trativo, e era necessário o consentimento
dos munícipes para a sus^ eleição; porém o
juiz do districto e os mordomos do fisco^ de-
cidiam as questões judiciaes e financeiras.
Os imperfeitos comprehendiam seis fór-
mulas.
i.'— Semelhante aos concelhos rudimea-
tares, mas não tinham juis do districto, nem
mordomo de fisco. Tinham um juiz especial,
com jurisdicção sobre o concelho, e era no-
melado pelo reL
2.* — Em logar áejuiz, tinha o concelho
homens bonSy que eram uma espécie de jui-
ses-arbitros. Escolhiam-se as pessoas mais
notáveis do concelho, para estes empregos.
3.* — Em logar de mordomo do fisco, para
vários concelhos, havia um especial para ca-
da um. fira electivo.
4." — Eram os burgos. Os povos que os ha-
bitavam, não eram colonos^ mas hwrguezes.
O tributo não recahia sobre as propriedades
rústicas, porém sómonte sobre as urbanas.
As suas garantias mnnlcipaes, eram muitas
vezes inferiores ás dos concelhos imperfn-
tos.
— Os cavalleiros vUlãos, estavamr liga-
dos ao município, tinham alH entrada e nmi-
ta consideração. As suas obrigações (dos ea-
valleiros villãos) Itmitavam^se a prestaièm
serviços pessoaes, durante a paz, e a hírem
á guerra, montados nos seus cavallos. Não
pagavam tributos. O serviço pessoal a que «s-
MUN
MUN
589
taTàmebrigadofi» era ttrabalbar gratuiumea-
te nos 43a8teUo8 e edificios do estado, diri-
gindo (a cavalio) os trabalhadores; mas se
queriam ficar isentos d*esta obrigaçio, pa-
gavam o morabUino de moto.
5.* e ultima fórmula. — Nao havia câval-
leiros yillaos.
Os concelhos perfeitos, comprehendiam
quatro fórmulas.
1.* — Pôde servir-lhe de typo, o foral de
Santarém — O- oJcoúie-mdr era o chefe su-
premo da povoação, e representava o rei,
como chefe jurídico, administrativo e míli-
tar. Era de nomeação régia, porém muitas
vezes era apenas um titulo honorifico, e o
offldo era exercido por um alcaidõ-menor.
(Vide Akaide*mór.)
Muitas povoaçóes do Álemtejo tinham esta
fórmula áò governo municipal. Taes eram —
Evora^Monte, Viila- Viçosa, Estremoz, Bt^ja
e outras.
1« — Tinham por typo, o foral de Sala*
manca, pelo qual se modelaram os da Bei-
ra. N*estes apparecem-nos — o senhor — che-
fe militar— e o /tiije—- representante do po-
der central O chefe militar era representa-
do pelo rko-homem, chefe do districto, que
não intervinha no governo interno. Gom-
mandava as tropas do município; e^ por
excepção, e na falta do eenhcrf nomeava o
•juiz, um alcaide-mór, que tinha, provisoria-
mente, as atlribuições do setUior.
3.«— Servin-lfaes de modelo, o foral d*Avi-
la — e a esta classe pertencem os foraes de
varias povoações do Álemtejo e das duas
Beiras.
Estes municípios, tinham um alcaide, sem-
pre com menores attribuiçdes do que as dos
eeuhores, e era escolhido d'entre os membros
do município.
4.* — Eram os que tinham regimentos e or-
ganisações especíaes, não seguindo nenhu-
ma das formulas antecedentemente designa-
das, ou adoptando de cada um dos outros
municípios as que lhes pareciam mais pró-
prias para o seu regimen.
Em todo o caso» os poderes e attribuiçfcs
dis nossas antigas camarás» eram muito mais
amplos do que os das actuaes ; porque os
nossos reis, principalmente até D. João lU^
achando sempre nos c(mcelhoSi alliados na-
turaes^ contra os absurdos poderes e desme-
dida ambição dos grandes, lhe foram Am-
pliando os amigos direitos e privilégios» e
concedendo-lhes novos.
Se em muitas cot^vmcturas^ os fidalgos
porluguezes fizeram relevantíssimos servi-
ços á pátria, offéreeendo generosamente as
suas fazendas, os seus ^assaltos e as suas
vidas — é Innegavel que as lançaê dos em-
eelkos se achavam sempre ao lado do rei»
pugnando pela independência dè Portugal»
e foram sempre os que mais sofiE^eram com
os resultados das guerras.
Se muitos dos prlncipaes fidalgos portu-
guezes, deixaram um nome glorioso (com
que ainda hoje justamente se ufanam os seua
descendentes) pelos relevantes serviços pres-
tados ao rei e á pátria, conquistando palmo
a palmo, por entre montões de cadáveres e
rios de sangue, o solo querido do nosso Por-
tugal. — Se era de nobre stirpe o intrépido
lusitano (D. Puas Roupinho) que em pleno
mar conseguiu a primeira victoria que re-,
gistam os nossos fostos navaes — se nobres
e decididos patriotas foram quasi todos os
chefes das nossas descobertas e conquistas»
na Africa, Ásia, America e Occeania — ne-
nhuma das suas acções obraram sem o cou«
curso poderoso, o prevada dedicação do po-
vo português.
Se nas occasiões de maior perigo, como
em 1383, 1580, Í640, e durante os cinco au-
nos da guerra peninsular, muitos fidalgos to-
maram o partido da patria,^ também muitos
se bandearam com os oppressores d*ella, tor-
nando-se nossos implacáveis e encarniçados
inimigos. Mas opot^o portuguez, agente doa
municípios, o terceiro estado, viu-se sempre
inabalaveimente dedicado ao serviço da pá-
tria, reunindo-se com sincero enthusiasmo
e fervor, em volta da gloriosa bandeira da^
saerosaatas Quinas iusitanas.
As actuaes camarás municipaes conser-
vam, com pouca differença» a organisação
e attribuições que lhes deu o raarquez do
Pombal — e» como são geralmente sabidas»
890
lEOR
«bsSMhoHoie de fluer mais extenso o pre-
sente artigo.
Termioarei apenas dizendo fae— ^as po*
coações do tempo dos romanos, ^e ainda
«listem em Portugal, e qne tinham aeathe-
||[oria de municipio do antigo direito latdM,
sao— as villas ò^ Alcácer do Sal, e Mértola-^
e as cidades de — «ilodáro, Beja, Braga, (7oím-
òra, Evorã, Lisboa, Porto, e Stmtarem.
MUIlADOURO^-portagnez antigo— muro,
parede, tapagem, ete.
llURÇA-**(inegaesia, delra«Baixa, eomar-
€a e eooeelho de Villa Nova de Foz-Gôa, 60
kllometros de Lamego, 300 ao N. de Lisboa,
to fogos.
Em 1757, tinha 45 fogos.
Orago, Santa Senhorinha.
Bispado de Lamego, distrícto administra-
do da Guarda.
O chantre da Sé de Lamego, apresentava
o cura, que tinha 24M00 réis e o pé d'altar.
MURÇA DE PANOTAS-^VUla, Trazos-
Montes, cabeça de concelho, na comarca de
Alijó (foi antigamente da comarca de Villa-
Real), iOO kilometros a N. de Braga, 90 ao
K de VíUa-Reai, 45 & O. da Torre de Mon-
corvo, 370 ao N. de Lisboa, 300 fogos.
Em 1757 tinha UO fogos.
Orago, Santa Maria.
Arcebiq>ado de Braga, distrícto adminis*
iratívo de Yilla-Real.
. O cabido da coUegiada de Nossa Senhora
da Oliveira, de Guimanies, apresentava o rei-
tor, que tinha 150f 000 réis de rendimento.
O concelho de Murça de Panoyas é com-
]K^to das 9 ftregnexias seguintes, todas no
Arcebispado de Braga— sao--Gandédo, Gâr-
^ Piolhoso, Murça, Noura, Palheiros, So«
breira, Vallongo, e Yillares *- todas com
1:400 fogos.
Está situada na raiz austral da serra de
S. Thiago, próxima da margem esquerda do
rio Tinheikii em bonita posição, mas a villa
é pequena, e não tem ediflcio algum, publi-
co ou particular, digno de menção especial.
O seu território é fértil em oereaes, ím*
«tas, azeite e óptimo vinho.
Sobre o pequeno rio TinheHa, a um kiio»
metro da vUla, na estrada de Yilla-Real a
nnft
Bragança, por Mirandella, se construiu, ei*
187S, uma dasmais altas pontes (de pedra)
modernas, do reino. É obra magesiosa.
É povoação muito antiga, mas não se sa-
be quem a fundou. O que é certo é já ezis*
tir em 753, no reinado de D. Affonso I, de
Oviedo, e era povoação d'alguma importân-
cia. Foi mandada povoar por D. Sanchho II,
em 1224, dando-lhe então foral com muitos
privilégios.
Pretendem alguns, que o nome d'esta vil-
la provém dos muitos ursos que havia por
estes sities, no tempo dos mouros; mas de-
vemos notar que no portugnez antigo «e di-
zia ússo e não urso,
Parece-rae mais provável que o nome lhe
provenha de algum mouro chamado Muça,
qne a povoasse ou fosse senhor da villa; ou
que lhe dessem o nome os muçam^ árabes
africanos, qu<i algumss vezes invadiram a
Lusitânia, mesmo antes da occupação gerai
da Península hispânica pelos mouroa^ em
713 a 716. Accresce que, em todos os fones
antigos se dá a esta villa o nome de Muça e
não Murça,
D. Aífonso I, rei de Oviedo, filho de D. Pe-
dro, duque de Biscaia e Navarra, descenden-
te do santo rei Riearedo, acompanhado de
seu irmão, D. Pmcia, resgatou esta povoa-
ção, já então chamada Muça, do poder dos
mouros, em 753. Também no mesmo anno'
restaurou Chaves, Yilla-Real, Yisen, Braga,
e outras povoações menores.
O foral mais antigo, d'esta villa, de que
ha noticia, é o que lhe foi dado por D. San-
cho II, em 8 de maio de 1214. {Livro 2.« ds
Doações, de D. Afímso JII, fl. 60 v.)
D. Affonso IH lhe deu outro foral, confir-
mando o primeiro, em Santarém, a 10 de ja-
neiro de 1268. (lÃero !.• de DoaçSes, dé D,
AHonso m, fl. 86, ed. l.*")
D. Diniz lhe deu 3.« forsl, em Lisboa, a 18
de abril de 1304. (Uvro $• dê Doações^ do
rei Z). DkUz, fl. 31 v., col. %; gav. 15, ma-
ço 9.)
Também na gav. 15.% maço 4.% n.* 8, se*
trata d'eAes antigos foraes.
'Gansia qve também D. leio I lhe denia'
MOR
lai, em 1390» mas FraBklim tSo • aendona.
D. Manael lhe deu foral doto, em Lisboa,
a 4'de maio de iMf. {Livro de faraes nww
de TraZ'OS'dÊonUs, fl. iO v^ col. !.•)
Franklim enganoa-se eTident^nente, fa-
seodo d*e8la villa, duas.
A pag. 136, dá os foraes amigeg de Mur-
ç% e o ffioderoo, do tei D. Manuel: e a pag.
275, di 08 mestniasimoe foraes antigos, nas
mesmas datas.e logaoes, dando ávilla o sen
antigo nome — Mtiça— de modo que, segan-
do este escríptor, Mur^ ó nmayiUa, e Muga
mttra.
Faeilmente se eonheee o engano, logo qne
se confrontem as pag. 136 e S75.
Os Mírandas Limas, foram senhores de
Marca; e eada morador lhe pagava 2 l/f al-
queires de centeio, meio alqueire de trigo,
fim almude deirinbo, e 54 réis em dinheiro.
(Adiante tratarei da cera que também lhe
pagavam.)
Luiz Guedes de Miranda e Lima, estri-
Mro*mér de D. João V, tinha o seu palácio
Aa villa e apresentava todos os offieios da
justiça.
Os disioKMs eram para o D. prior e cabido
de GaimarSes:
Diz José AvelUno d* Almeida (Dic. abreúta-
4o de chor. topog, e arch^y etc., voL í.% pag.
325, eol. 2.*), que as oliveiras do termo de
Murça, produzem nos troncos uma resina,
<que se come, e tem a doçura do assuear.
O primeiro conde de Morça, foi D. Miguel
Antonto de Mello— que foi, ministro da fa-
zenda e estrangeiros, conselheiro de estado,
capitão general d* Angola, etc, etc— por D.
João VI, em 1626.
Sua filha, a sr.» D, Marianna das Dores de
Ifello, foi c^iflrmada no titulo, em março
d& 1871.
fi actual conde de Marca, o sr. D. José
Maria de Mello Abreu Soares de Vasconcel-
los Brito Barbosa Palha.
Simão Guedes, governador do Porto, e se-
nhor de Murça, fandou aqui uma alberga-
ria para agasalhar peregrinos pobres;. po*
ren, poucos annos depois, o mesmo Simão
HUR
S91
Guedes e o povo requereram â Sé apostólica,
para transformarem a albergarída em mos»
teiro de freiras benectinas, o que consegui-
ram. O fundador o dotou com muitas ren*
das e alguns particulares também lhe fize-
ram boas doações.
Achando -se o mosteiro em estado de re*-
oeber as religiosas (1587) vieram do con^
vento de Yairão, as madres D. Joanna de
Souza e D. Ytolanta de Noronha (da casa
dos marquezes de Yilla Real) para darem
principio á communidade, que em breve se
reuniu, ficando a primeira, por abbadessa.
A poroa de Murça
No meio da praça da villa, e em frente
da camará, se vé um mono de pedra,
que tanto pôde ser um porco, como um ur-
so, hipopótamo ou elefante. É a porca de
Murça.
Segundo a lenda, era no snculo YIII, esta
povoação e o seu termo, assolados por gran-
de quantidade de ursos e javalis.
Os senhores da villa, secundados pelo pç-
vo, tantas montarias fizeram» que ou extin-
guiram tão damninhas fâras, ou as escorra-
çaram para muito longe.
Mas, entre esta multidão de quadrúpedes,
havia uma porca (outros dizem uma ursa)
que se tinha tomado o terror dos povo^
pela sua monstruosa corpolwicia, pela sua
ferocidade, e por ser tão matreira, què
nunca podia ter sido morta pelos caçado*
res.
Em 757, o senhor de Murça, cavalleiro de
grandes forças e não menor coragem dece*
dia matar a porca, e taes manhas empregou '
que o consegiu; libertando a terra de tão in-
ineommodo hóspede.
Em memoria d'esta façanha, se construiu
o tal monumento, alcunhado a parca de
Murçoy e os habitantes da terra, se compro-
metteram, por si e seus successores, a da-
rem ao senhor, em reconhecimento de Cão
grande beneficio, para elle e seus herdeiros,
até ao fim do mundo, cada fogo 3 arráteis de
cera, annualmente, sendo pago este íôro,
mesmo junto á porca.
592
MUR
No concelho de Marca ha minas de ami-
antho (Unho mineral) jaeinibos» antimonio,
chumbo e (erro.
Na casa da camará, de Marca, exísiia até
i834, am freiOy que se punha ás mulheres
de má língua e aos calunniadores. O mes-
mo traste havia nas camarás de Mós (de T.
M.) Sào Ceriz (Sào Syriaco) e outras.
Aguas mlneraes*
O doutor Francisco Tavares, medico de
D. Maria I, publicou, em 1810, as suas Ins-
truções, cautellas praticas, etc — onde trata
das aguas mínerae.% eniao conhecidas. Com
respeito ás de Murça, diz seguinte —
Carlão — Junto, a Freixial, entre o rio
Túa e a viila de Murça, em distancia de uma
légua d*esta viila, na margem O. do ribeiro
Tinhella, no meio de Porraes e Carlão, po-
voação de 130 visinhos, da comarca de YUla*
Real, no fundo de uma fragosa eminência»,
de baixo para cima, nasce agua transparente
6^ crysialina, no grau de calor, de 92 a 94
F. — ou 21 Vt a 22»/* A^ R-, com sabor e
cheiro próprio das aguas mineralisadas
pelo gaz hydrogenío sulphurado, deixando
na bôcca sensação de leve adstricção decedi-
àsL, que attesta, assim como os reaguetes,
presença de porção ferruginosa, talvez em
estado de sulphato de ferro. Deposita no seu
transito, sedimento branco, que sécco, facil-
mente se inflama, e espalha fumo suffocante,
sulphureo.
Não ha no sitio, banhos próprios, e este?,
oa se tomam em tinas, ou em poços, cuber-
tos com cabanas de ramada.
A visinhança das povoações próximas,
lhes dão os diversos nomes de Caldas de
Tavaios, de Porraes, de Carlão, e de Murça,
sendo só umas e as mesmas.
Estas thermas não foram modernamente
analysadas, nem se remetteram amostras,
para a exposição universal de Paris, de
1867.
Na viila e arrabaldes ha varias fontes, des-
tinguindo-se a da Rainha pela soa exces-
siva frialdade.
MUB
o clima d*este território é bastante exees-
sivo no inverno, porem agradável e salubre
ao verão, por ser muito abundante de bòaa
aguas.
O termo de Murça eomprehemie 24 laga-
res. Em um d'elle8, chamado o Pópulo, ha Sk
capella de Nossa Senhora do PópulOt qas
deu o nome á aldeia. Esta capella é maito
antiga, e não se sabe quando nem por qaem
foi fundada.
Tem a Sei^ora uma confraria, que lhe fâ^
a sua festa, e é a Padroeira objecto de muita
devoção d'estes povos, que lhe fazem várias
romarias.
Junto á ermida, se vêem as ruinas do fa-
moso castella da Touca-Bâta, com seus moh
ros, cavas, fossos e contramoros. Parece ser
obra romana, mas nenhuma inscripção o
attesta.
Aqui nasceu, em 20 dia dez embro de 1811,
o Eminentíssimo sr. D. Ignacío do Nascimento
de Moraes Cardoso, aetaal (o XI.} cardeal
patriarcha de Lisboa. (Yol. 4.<' pag. 282, coL
i.-)
É fíiho dos Srs. Hypolito de Moraes Car*
doso, e D. Euphemia Joaquina Cardoso, hoa-
rados e laboriosos proprietários d'esta viila*
Formou se em theologia, na universidade
de Coimbra, sendo premiado em todos 04
annos do sea corso.
Para evitar escusadas repetições, ver o
que digo no logar citado do 4.* volume.
Genealogia e armajs dos aotuaes
condes de Murça
Abreur^YiáQ Merufe e Pico de Regalados^
Barbosa— Yiátí Barbosa, voL l.^ pag. 323,
coL l.»
Srito— Vide Brito, vol. 1.% pag. 493» col. i.*
Jlíe//o— Vide Mello, a pag. 172 e seguintes
d'este volume.
Po/Aa— appellido nobre em Portugal. Pro-
cede de Pêro Palha, avô de Ruy Vaz Palh4
d'Almeida, cujos descendeates asaram da^
aroiaa dos Ahneidas.
i
MM
Soar^— Vide Bayão, e VaUadares, do Mi-
nho.
VasconceUas-^Yíáe Ccutello-Melhor, e Lis-
èody a pag. i36 e seguintes.
Para mais antígnidades de Marca e seu
termo, vide Panoyas.
MURCELLA— villa antiquíssima da Beira-
Baixa (hoje Douro) no extincto eoncelho
í*AtÔ; hoje concelho d'01iveira do Hospital,
comarca da Tábua (antiga comarca de Mi-
éões).
Bispado e dístricto administrativo de Coim-
bra.
Já era villa em 898, e n'esse anno a doou
o sacerdote Ismael, senhor d'ella, com sua
egreja de Sao Martinho — e (também ViUari-
nho, com suas egrejas de S. Jorge e Santo
Estevão, com seus passaes) ao mosteiro de
Lorvão.
Hoje está reduzida a uma pequena, mas
bonita aldeia, com o nome de Ponte da Mur-
ixlla, em rasâo da ponte que alli ha, sobre
o rio Alva. (1.* vol., pag. 168 e seguintes.)
Junto a esta ponte ha muitos vestígios de
lavras de minas d*ouro, exploradas pelos ro-
manos, e depois pelos árabes. Também ain-
da se vêem alguns alicerces da antiga villa.
Em março de 1811, quando as hordas
Irancezas fugiam, acoçadas pelas forças lu-
aobritanicas, passaram por estes sitios. O
povo d*aqui, de sobre os alcantis que bor-
dam as duas margens do rio, arremeçavam
nuvens de penedos sobre os francezes, ma*
tando e ferindo tantos, que se diz que o san-
gue jacobino chegou a tingir a agua do Alva.
Os desgarrados, se cabiam em poder das
tropas, ficavam prisioneiros (e só n'estes si-
tios ficaram mil) porém se cabiam nas mãos
úo povo, eram mortos irremissivelmente. A
mesma sorte haviam pouco antes experi-
mentado nas margens do Ceira e do Arouce.
Desde a villa da Redinha até á ponte da
Murcella, ficaram as estradas juncadas de
cadáveres francezes.
Massena, apesar de ter então recebido um
reforço de 30:0no homens» perde todas as
j^siçdes no Pombal, Redinha, Foz d'Arou-
ce, ponte da Murcella e outras, e foge em 1
MDR
593
debandada, caminho de Hespanha (onde en-
tra a 4 d'abríl) perdendo na retirada — quasi
sempre feita debaixo de fogo— grande parte
das suas tropas.
N*esta desastrosa retirada, pagavam as
atrocidades que haviam praticado em quan-
to occuparam Portugal. Não era a tropa que
mais damnos lhes causavam— era o povo,
que, por toda a parte por ende passavam os
jacobinos, tratava de se vingar de todos os
roubos, insultos e atrocidades de que ti-
nha sido victima.
O povo hespanhol também imitou o por-
tuguez, na encarniçada perseguição feita a
estes novos hunos, que a França vomitou
sobre a Península. Honra lhe seja.
MURÇÕS— Vide Moucas.
MURES— port. (Do ant— ratos, latino— mt».
D*esta palavra se diriva o verbo murar, mui-
to usado nas provindas do norte, e que si-
gnifica espiar, esperar ou espreitar os ratos.
MURIAS— fregnezia, Traz-os-Montes» co-
marca e concelho de Mírandella (foi do ex-
tittcto concelho da Torre de Dona Chama)
60 kilometros a 0. N. O. de Miranda, 430 ao
N. de Lisboa, 100 fogos.
Drago S. Martinho, bispo.
Bispado e distrlctó administrativo de Bra-
gança.
Esta freguezia não vem no Port. Sacro ê
Profano.
HURIÊLLA- Vide Almourol.
MURO -^ freguezia, Douro, comarca e
concelho de Santo Thyrse, 18 kilometros ao
N. do Porto, 330 ao N. da Lisboa, 130 fo-
gos.
Em 1757, tinha 61 fogos.
Drago S. Ghristovão.
Bispado e districto administrativo do Por-
to.
D reitor do convento de cónegos de S.
João Evangelista (loyos) da cidade do Por-
to, apresentava o reitor collado, que tinha
150^000 réis de rendimento.
Em março de 1875, Herman Leuschner
(allemão) manifestou na camará de Santo
Thyrso umas minas de ferro, manganez,
plombagina (grapbites) e antimonio, que
havia descoberto no logar de GwdãeSy d*esia
freguezia.
$u
um
MOE
No mesoie ni6z, 6 nâ mBsioft caouira, na*
aifestoa António de Sonsa Gaerra, trds mi-
nas de fórro e outros metaes, em camintios
poblieos— sendo ama na fregnezia de S. Ro-
mão de Goronado, e dnas n^esta de Moro.
KURRÁÇA— planta herbácea marinha (^(ía-
dylis cynasuroides de Linnea — paspalum
cunasuraides, spicis liniartbus de Brotéro)
eria-se nos sapaes ou pântanos de ag^na sal-
gada.
Têm moita semelhança oom a henra can-
nosa, qae se cria nas insoas do rio Vinho, e^
como eila serve para alimento do gado; po-
rém é um pasto de má qualidade e pouco
nutriente.
Entre a murráça se criam hons mariscos,
principalmente amejoas.
MURRAÇAL— logar coberto de murraça.
MURRAGEIRA— terra panUnosa do lito-
ral^ que só pôde prodnzir mtirráça.
MURRAGEIRA— ilhota, Douro, em frente
da Figueira da Foz do Mondego, com rastas
saunas (ou marinhas de sal) e muitos e gran-
d(Bs armazéns (que ao longe parecem uma
^Ua) para se arrecadar o sal
Vide Figueira da Foz.
MORTAL— aideia, Extremadura, termo da
viRa de Gaseaes. Ha aqui uma capetta de
Nossa Senhora da Penha de França da Bôa
Fti^o, fundada por Manoel Correia, capitio
de infanteria, da praça de Gaseaes, e depois
tenente do forte de Santo António, em 1068.
Este Manuel Gorreia tinha uma quinta no
Murtal, onde residia, e por isso mandou fa-
zer a capella, para elle e sua famiiia terem
missa nos domingos e dias sanetificados, as
quaes lhe diziam os religiosos reeoletos do
contento de Santo António, de Gaseaes, me-
diante uma esmola que lhes davam todos
os moradores do Murtal.
MURTÉDE^-íreguezia, Douro, comarca e
concelho de Cantanhede, 18 Idíometros a O.
de Coimbra, 290 ao N. de Lisboa, 330 fo-
gos. Em 1757 tinha 109 íogoSb
Orago Sé Ibrtinho, bispo.
Bi^^ado e districto administrativo deCoim-
IttlL
O cabido da Só de Coimbra, ai^esentava
o vigário, que tinha 900MOO róis de rendi-
mento, ft terra muito fértil
Produz muito e boa vi^o, e cria gado
de toda a qualidade.
MURTOSA— aldeia do Douro, freguezia
de Santa Maria da Arrifama, de ci^a egreja
dista 2 kilometros ao S. O., comarca, conoe-
lho, e 10 kilometros ao £. da Feira, 25 aa
S. do Porto, 285 ao N. da Lisboa.
Bispado do Porto e districto administra^
tivo d'Aveiro.
Situado em terreno aoeidentado, e muito»
íértiL
E' n'este logar a casa nobre e grande
quinta dos srs. ÂSMes^ que foram offieiaes.
de cavallaria do exercito realista, conven*
cionado em Evora> Monte.
B' também n^esla aldeia a nobre casa e
vastas propriedades dos filhos dosr. Manod
Ferreira de Sousa Brandio, já fillecido.
Estes filhos, sâo-*-o sr. Vicente Carlos do
Sousa Brandão, juiz de direito aposentado^
e casado com uma filha do sr. desembarga-
dor, Francisco Lourenço, de Fermelau.
O sr. PIraudsoo Maria de Souza Brandão,
distineto (tfftehl As engenheiros» inspector
das obras puMiáas, e que tem sido deputa*
do da nação portugueza, em varias legisla*
turas.
Eram também filhos do sr. Manuei Fer-^
reira— os srs.— Domingos Josó de Pinho e
Souza do Amaral, que íalleceu abbade da
Santo Mdoro de Romariz^ Manuel Marla^
de Souza Brandão, que morreu prior de'
Santa Marília de Alcorobim — e José Maria
de Souza Brandão, que morreu solteiro— e^
dnas senhoras.
A esta Murtosa, para a difierençar da se-
guinte, se dá o n/Hm de Mnrtosa da Arri^
fana.
MURTOSA DE ¥SIROS--fireguezia, Dou-
ro, comarca e concelho de Estarreja, 40 ki-
lometros ao S. do Porto, 270 ao N. de Lis*
boa, 1:900 fegoe.
Em 1757 tinha 1:500 fogos.
Orago Santa Maria (Nossa Senhora da Na«
tividade.)
Bispado do Porto, districto administratlta
e 20 UioflMlros a O. de' Aveiro.
O reitor de S. Thiago de Beduído, ápre-^
sentava o cura, qee tii^ lOOMOO réis de*
rendimento.
J
MUX
KsU a Oregoaaía aMoada am \anem ^ve-
D080, mas em partes muito íertil, ao N. do
A maior parte do povo d'esta frefomia é
coqgposta de pescadores.
Na costa da Torreira, qae fica próxima,
ha jaoye companhai.
Na praça de Pardêlhas (aldeia d'esta fre-
gnezia) se faz diariamente uma ai^undante
feira, ou praça» de peixe^ da qual se abas-
tecem muitas povoações, e exportando^se
d'aqai para o Porto^ Baixo e AltoDomro,
Arouca, Lamego, Yizeu, Oliveira d' Azeméis
e outras muitas povoações.
(Vide Torreira).
KUSARABÉ, ou iíoróraA^— Vide MoMár-
ros.
MUSARIA— portuguez antigo— tudo o que
pertence a bens d*alma e anniversaríos. D.
Affonso 11 prohibiu que os mosteiros com-
prassem bens de raiz, sem licença da co-
roa—«o/to qike as possam comprar per mu-
saria, e outras maneiras sem peccado,
(Cod. Álf., Liv. I.«, tit. !•, art !.•)
Musar é fallar baixo, e Musaria vem a
ser murmúrio.
Applicava-se este termo às rezas pelos
deínnctos» que eram íeitas em voz baixa, e
d'aqni
MUSITAÇOM — portuguez antigo— voz
baixa, confusa, e como por entre dentes. (Doe.
de Tarouca, do século XIV.)
MU8SAMEDES— Vide Mnçamedes.
XUXAGATA—VUla, Beira Baixa, conce-
lho de Fomos d^Algôdres, comarca de Ce-
lorico da Beira, 35 kilometros de Viseu» 310
ao N. de Lisboa, 130 fogos.
Em 1757 tinha 101 fogos.
Orago S. Miguel, ardianjo.
Bispado de Vizeu, districto administrati-
vo da Guarda.
O vigário de Santa Maria, de Algodres^
apresentava o cura, que tinha só o pé d'al-
tar.
É povoação muito antiga, e nao se sabe
quando nem por quem foi fundada.
Foi villa e couto, com camará e justiça,
próprias; mas ha muitos annos que foi sup-
primido o couto.
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XUZA6ATA— VUla, Beira-Baixa, comar-
ca e concelho e 3 kilometros ao S« de YiiMi
Nova de Foz-Gôa (foi comarca da Pesqueira»
concelho de Villa Nova de Foz- Côa), 65 ki^
lometros de Lamego, 355 ao N. de Lisboi^
250 fogos.
£m 1757 tinha 236 fogos.
Orago Santa Maria Magdalena. [
Bispado de Lamego, districto administra*^
tivo da Guarda.
A mesa da eonscienda apresentava.o vi«
gario, que tinha 40M00 e o pé de altar.
Egas Gozendes (ou Grondezendiz) e João
Viegas^ tinham dado foral a Cemancélhe, a
26 de outubro da era 1124 (1086 de Jesus
Chriato)» uq reinado de D. Affonso VI, de
Leão e Castella (avô de D. Affonso Henri*
quês).— Vide a pag. 250, coL 1.*, do 2.* vo-
lume.
Este mesmo foral foi dado a Muxagáta»
por D. Aflonso IV, por instrumento feito em
Celorico, a 30 de abril de 1357. (28 dias an*
tes da morte do reli) Está na Gav. 15^ maço
23, n.* 9.
D. Manuel lhe deu foral novo, em Evora^
a 20 de dezembro de 1519, (Livro dos foraes
novos da Beira, fl. 155, col. l.«)
Esta villa está fundada sobre uma eleva-
ção, mas, como está cercada de montes^ fica
em uma espécie de bacia, regada pelo Côa
e pela ribeira do Pisco. É tença fértil, sobre
tudo em hortaliças, que vende em grande
quantidade para Foz Còsl
Ha aqui muitos olivaes, que produzem
muito e bom azeite, mas pertencem única*,
mente a cinco ou seis (ámiiias. Prodpz mul-
to pão e excellentes fructas, sobretudo pé-
cegos e melões» tao bons como os íámosos
do Valle da Villariça.
Tem abundância de amêndoa, e produs
muito sumagre, que se exporta. ^
O vinho d'esta terra é de bôa qualidade^
e produz bastante.
E' terra sujeita a febres intermitentes, no
verão, por causa das aguas estagnadas nas
borlas.
As mulheres doesta terra ieem fama de
formosas e aeeiadas.
Tem o titulo de villa desde o seu foral
velho (1357) coniPnnado ao foral novo. Foi
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MUX
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/
eabaçA de concelho, com camará, juiz ordi-
Bârío e mais offlciaes de justiça, e ainda con-
serva o sen antigo pelourinho, testemunho
da sua cathegoria.
No século XIII pertencia esta villa ao
concelho de Numão. Em 1238, deu a cama-
rá de Numão, a D. Abril, uma grande her-
dade, entre Cedavi, Muxagata e Longroiva.
Ut faciaiis ibi maratatn et pousatam — e o
fazem seu visinho— pro adjutorio, et defen-
MUZ
sione quianí vMs fadtis, et pramittiiis fa-
cere.
Em 1242, lhe fez o mesmo concelho de
Numlo, doação (ao dito D. Abril) do campo
de Touca (ou gtanja de Touca) o qual, vin-
do à coroa, o rei D. Diniz o deu ao mortei-
ro de Tarouca, pela terça parte da villa (ho-
je cidade) de Aveiro; e que depois andou
emprasado (o campo da Touca) por 360 al-
queires de trigo, ou 86^000 réis por elle.
MUaEMO— portuguez antigo — rústico»
bárbaro, incivil, malcreado.
FIM DO QUINTO VOLUME
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